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Sagrado Coração de Jesus,
fonte de todas as Graças
Roteiro de Oração
na Vida Diária
Edição 75 - Junho 2015
Roteiro de Oração
na Vida Diária
Neste mês de junho, celebramos santos importantes para a Igreja e, de forma especial, para
a espiritualidade inaciana, quais sejam, São José de Anchieta e São Luís Gonzaga. Celebramos também, a
Solenidade da Santíssima Trindade, de Corpus Christi, de São Pedro e São Paulo e o mês dedicado ao Sagrado
Coração de Jesus: “Aprendei de mim que sou manso e humilde de coração” (Mt 11,25-30). Desta forma, neste
mês, elencaremos pontos importantes da espiritualidade do Sagrado Coração de Jesus. Nosso roteiro também
ganhará uma nova forma. Nos dias de dedicação e memória ao santo jesuíta, haverá um link para a oração do
dia, contendo algum aspecto importante do santo para ser rezado.
A dedicação ao Sagrado Coração de Jesus, desenvolvida ao longo da vida da Igreja, é mais que uma
devoção, é uma espiritualidade: “O Coração é como a consciência do nascer das decisões. É o “eu” do homem,
seu interior, sua personalidade oculta...” Pe. Arrupe, SJ. Em abril, o Papa Francisco presidiu a cerimônia solene
para publicação da Bula de convocação do Jubileu da Misericórdia. Segundo ele, a importância de um ano
dedicado à misericórdia está em “perceber o calor do amor de Deus quando nos carrega em seus ombros e
nos traz de volta à casa do Pai; para nos tornamos testemunhas da misericórdia. É o tempo favorável para
tratar as feridas, para não cansarmos de ir ao encontro daqueles que esperam os sinais da proximidade de
Deus”. Assim sendo, a espiritualidade do Coração de Jesus é a espiritualidade do amor, um “amor desmedido”,
exatamente por reconhecer a grandeza do amor de Deus por nós, manifestado, sobretudo, em Cristo trespassado
e por lhe corresponder com o mesmo amor. A compreensão da misericórdia como um sentimento que tem
seu movimento de compaixão/ação em forma de ternura que parte das entranhas se realiza “na” e “pela”
experiência, pois quem é movido por tal sentimento desinstala-se e entra em comunhão de vida com o próximo,
é um sentir com, envolver-se com, e solidarizar-se a ponto de sentir a dor do outro. É um compadecer-se
com os que sofrem entranhavelmente pondo-se, assim, a serviço. A Igreja, portanto, tem a missão de
anunciar a misericórdia de Deus, coração pulsante do Evangelho, que por meio dela deve chegar ao coração
e à mente de cada pessoa: MAGIS.
Oração preparatória para todos os dias
Senhor, que todos os meus pensamentos, ações e afetos
sejam puramente ordenados ao seu serviço e louvor.
Escolho um texto bíblico. Defino a duração
da oração. Busco um LUGAR tranquilo e
agradável que ajude a me concentrar.
Encontro uma boa POSIÇÃO corporal.
PEÇO a DEUS Nosso Senhor para que todos
os meus desejos, pensamentos e sentimentos
estejam voltados unicamente para o seu louvor
e serviço. Peço a GRAÇA que verdadeiramente
DESEJO receber de DEUS.
LEIO o texto devagar, saboreando as palavras que mais
me “tocam”. REFLITO por que esta frase, palavra, ideia
me chama a atenção. CONVERSO com Deus como
um amigo: falo, escuto, peço, louvo, pergunto, silencio,
seguindo os sentimentos experimentados na oração.
Faço SILÊNCIO interior e exterior.
RESPIRO lentamente, suavemente. Tomo
CONSCIÊNCIA de que estou na PRESENÇA
de DEUS. Faço com devoção o sinal da cruz.
Recordo o meu ENCONTRO com DEUS. Anoto o que
foi mais importante na oração: o texto mais significativo
(palavras, frases e imagens); os pensamentos predominantes;
os questionamentos; os sentimentos de consolação ou
desolação; se houve apelos e como me senti diante deles.
Roteiro de Oração
na Vida Diária
Primeira Semana
Coração de Jesus, Fonte de Misericórdia
Nesta primeira semana, celebramos a Solenidade da Santíssima Trindade e somos convidados
a contemplar Jesus Cristo, o rosto misericordioso do Pai, desse Deus que é amor, que é família, que é
comunidade e que criou os homens para fazê-los comungar nesse mistério de amor. A misericórdia de
Deus manifestada na Segunda Pessoa da Santíssima Trindade, Jesus Cristo, não é uma ideia abstrata, mas
uma realidade concreta, pela qual Ele revela o seu amor como o de um pai e de uma mãe que se comovem
pelo próprio filho até ao mais íntimo das suas vísceras. Provém do íntimo como um sentimento profundo,
natural, feito de ternura e compaixão, de indulgência e perdão. Segundo a Carta de Proclamação do Jubileu
Extraordinário da Misericórdia, misericórdia é o ato último e supremo pelo qual Deus vem ao nosso encontro.
Misericórdia é a lei fundamental que mora no coração de cada pessoa, quando vê com olhos sinceros o irmão
que encontra no caminho da vida. Misericórdia é o caminho que une Deus e o homem, porque nos abre o
coração à esperança de sermos amados para sempre, apesar da limitação do nosso pecado. É condição da
nossa salvação e a palavra que revela o mistério da Santíssima Trindade. Nesta semana, reflitamos, pois, a
necessidade de termos o coração misericordioso como o Coração de Cristo: “Aprendei de mim que sou manso e
humilde de coração” (Mt 11, 25-30).
Pedido para todos os dias da semana:
Trindade de Amor, dai-nos um coração misericordioso como o coração de Cristo.
Domingo
31 de maio de 2015
Solenidade da Santíssima Trindade
Mt 28,16-20 “Eis que estou convosco todos os dias,
até o fim dos tempos.”
Segunda-feira
1º de junho de 2015
Mc 12,1-12 “A pedra que os construtores rejeitaram,
esta é que se tornou a pedra angular.”
Terça-feira
2 de junho de 2015
Mc 12,13-17 “Tu não olhas a aparência das pessoas,
mas ensinas segundo a verdade o caminho de Deus.”
Quarta-feira
3 de junho de 2015
Mc 12,18-27 “Ele é Deus não dos mortos,
mas de vivos!”
Quinta-feira
4 de junho de 2015
Sl 115 “Elevo o cálice da minha salvação invocando o
nome santo do Senhor.”
Sexta-feira
5 de junho de 2015
Sl 145 “Bendize, ó minha alma, ao Senhor!”
Sábado
6 de junho de 2015
Mc 12,35-44 “Assenta-te à minha direita”.
Roteiro de Oração
na Vida Diária
Segunda Semana
O coração Peregrino de Jesus
Nesta segunda semana, nos unamos à carta de convocação do Jubileu da Misericórdia, que nos
convida a seguir o Senhor Jesus por meio das etapas da peregrinação das quais é possível atingir a meta: “Não
julgueis e não sereis julgados; não condeneis e não sereis condenados; perdoai e sereis perdoados. Dai e ser-vos-á
dado: uma boa medida, cheia, recalcada, transbordante será lançada no vosso regaço. A medida que usardes
com os outros será usada convosco” (Lc 6, 37-38). A peregrinação é um sinal peculiar para este ano, enquanto
ícone do caminho que cada pessoa realiza na sua existência. A vida é uma peregrinação e o ser humano é viator,
um peregrino que percorre uma estrada até a meta anelada. Também para chegar à Porta Santa, cada pessoa
deverá fazer, segundo as próprias forças, uma peregrinação. Esta será sinal de que a própria misericórdia é
uma meta a alcançar que exige empenho e sacrifício. Por isso, a peregrinação serve de estímulo à conversão: ao
atravessar a Porta Santa, deixar-nos-emos abraçar pela misericórdia de Deus e comprometer-nos-emos a ser
misericordiosos com os outros como o Pai é conosco.
Pedido para todos os dias da semana:
Senhor, a exemplo de José de Anchieta, dai-nos a graça de sermos peregrinos.
Domingo
7 de junho de 2015
Segunda-feira
8 de junho de 2015
Terça-feira
9 de junho de 2015
Quarta-feira
10 de junho de 2015
10º Domingo do Tempo Comum
Mc 3,20-35 “Nós também cremos e, por isso, falamos.”
Sl 33 “Provai e vede quão suave é o Senhor.”
Memória a São José de Anchieta
Isa 52,7-10 “Como são belos sobre os montes os pés do
mensageiro que anuncia a paz.”
Mt 5,17-19 “Se a vossa justiça não for maior
que a dos escribas e dos fariseus, não entrareis
no Reino dos Céus.”
Quinta-feira
11 de junho de 2015
Mt 10,7-13 “O reino dos céus está próximo.”
Sexta-feira
12 de junho de 2015
Jo 19,31-37 “Com alegria beberei do
Manancial da salvação.”
Sábado
13 de junho de 2015
Lc 2,41-51 “Sua mãe conservava no coração
todas essas coisas.”
Roteiro de Oração
na Vida Diária
Terceira
Semana
Coração de Jesus, fonte de Amor Magis
O Coração de Jesus é fonte de um amor Magis, como um dinamismo da vida, pois parte do desejo
humano de infinito e de busca e por isso se move a incendiar o mundo, com a paixão que leva o outro a viver e
participar do projeto do Reino. Magis é um termo em latim que quer dizer “o mais, o maior, o melhor”. Palavra
muito utilizada por Santo Inácio, quer dizer que sempre podemos experimentar um avanço em relação àquilo
que já fazemos ou vivemos. É também um convite a peregrinar. Peregrinar pelo mundo, às fronteiras, deixandose questionar pela realidade e pelo Senhor, do mesmo modo que fez o peregrino Santo Inácio. Peregrinar de
dentro de si mesmo para o encontro com o próximo. Este peregrinar tem o Cristo como guia, a humanidade
como destinatária de amor e o mundo como lugar do seguimento, lugar amado pelo Deus que se encarna e onde
se realiza a experiência de ser cristão. Assim, a pessoa que vive e se deixa impelir pelo Magis é alguém que nunca
está satisfeito com a realidade existente. Porque tem o impulso de descobrir, redefinir e alcançar o Magis. Aquele
que deseja encontrar o Magis deve buscar, descobrir e arriscar-se na superação do já conhecido, do definido e do
esperado, em vista sempre do bem maior, do amor maior, do mais justo.
Pedido para todos os dias da semana:
Senhor, dai-nos a graça de buscamos um amor Magis.
Domingo
14 de junho de 2015
11º Domingo do Tempo Comum
Mc 4,26 “A terra produz fruto por si mesma.”
Segunda-feira
15 de junho de 2015
Mc 5,38-43 “Por que essa agitação, por que chorais?”
Terça-feira
16 de junho de 2015
Sl 145 “O Senhor é clemente e misericordioso,
lento para a ira e rico de graça.”
Quarta-feira
17 de junho de 2015
Mt 6,1-6.16-17 “E o teu Pai, que vê no escondido,
te dará a recompensa.”
Quinta-feira
18 de junho de 2015
Mt 6,7-15 “Pai nosso que estás no céus.”
Sexta-feira
19 de junho de 2015
Mt 6,19-23 “Ajuntai para vós tesouros no céu.”
Sábado
20 de junho de 2015
Mt 6,24-34 “Ninguém pode servir a dois senhores.”
Roteiro de Oração
na Vida Diária
Quarta Semana
Coração de Jesus, o Jovem de Nazaré
Aproveitando o ensejo da memória de São Luís Gonzaga, nesta quarta semana, recordemos também
as dicas, a partir das homilias do Papa Francisco, para vivermos bem a juventude em nossos dias, assim como os
desafios reservados para a nossa geração na construção de um mundo mais justo, fraterno e solidário:
• Ter um coração jovem sempre: “Um coração jovem, mesmo aos setenta, oitenta anos!”;
• Ir contra a corrente: “Sim, jovens, ouvistes bem: ir contra a corrente. Isso fortalece o coração, já que
“ir contra a corrente” requer coragem, e o Senhor nos dá essa coragem;
• Apostar em grandes ideais: “Não enterrem os talentos! Apostem em grandes ideais, aqueles que
alargam o coração, aqueles ideais de serviço que tornam fecundos os seus talentos. Não tenham
medo de sonhar com coisas grandes!”;
• Estar com Deus em silêncio: “Aprendam a permanecer em silêncio diante d’Ele, a ler e meditar a
Bíblia, especialmente os Evangelhos, a dialogar com Ele, todos os dias, para sentir a Sua presença
de amizade e de amor”;
• Ser protagonista das mudanças: “Através de vocês, entra o futuro no mundo. Também a vocês,
eu peço para serem protagonistas desta mudança. Peço-lhes para serem construtores do mundo,
trabalharem por um mundo melhor”
Pedido para todos os dias da semana:
Senhor, que tenhamos um coração jovem para uma nova geração.
Domingo
21 de junho de 2015
12º Domingo do tempo Comum
Memória a São Luís Gonzaga
Mc 10,23B-30 “Deixamos tudo para vos seguir.”
Segunda-feira
22 de junho de 2015
Mt 7,1-5 “Não julgueis e não sereis julgados.”
Terça-feira
23 de junho de 2015
Sl 14 “Senhor quem morará em vosso monte santo?”
Quarta-feira
24 de junho de 2015
Lc 1,57-66.80 “De fato, a mão do Senhor
estava com ele.”
Quinta-feira
25 de junho de 2015
Gn 16,1-12.15-16 “Multiplicarei a tua descendência de
tal fora que ninguém poderá contar.”
Sexta-feira
26 de junho de 2015
Gn 17,9-10.15-22 “Esta é minha aliança que
devereis observar.”
Sábado
27 de junho de 2015
Mc 8,5-17 “Vou curá-lo.”
Roteiro de Oração
na Vida Diária
Quinta Semana
Coração de Jesus, fonte de libertação
Nesta quinta semana, celebramos a Solenidade dos apóstolos São Pedro e São Paulo, testemunhas
do projeto libertador de Deus. A partir desta Solenidade, podemos refletir que a Igreja que nasce de Jesus não
é uma comunidade fechada em si própria, ou que vive apenas de olhos postos no céu à espera que Deus e,
de forma mágica, renova o mundo; mas é uma comunidade comprometida com a transformação do mundo,
que testemunha – com palavras e com gestos concretos – os valores de Jesus, do Evangelho e do mundo
novo, ou seja, uma Igreja Peregrina. Em nossas vidas, como Igreja peregrina, acontece algo de verdadeiro e
belo quando nos dispomos a viver em ‘estado de êxodo’: existem ainda céus por explorar, aventuras por
empreender, experiências por aceitar, ideias por experimentar. Ainda existe uma ‘terra desconhecida’ que
nos desafia, que suscita curiosidade, nos põe a caminho. Que nesta última semana do mês, possamos refletir
sobre a dimensão humana do coração de Jesus que se põe a caminho e que juntamente com os apóstolo,
peregrina rumo à libertação do povo de Deus.
Pedido para todos os dias da semana:
Senhor, dai-nos um coração generoso e peregrino.
Domingo
28 de junho de 2015
Solenidade de São Pedro e São Paulo, Apóstolos
At 12,1-11 “Levanta-te depressa!”
Segunda-feira
29 de junho de 2015
Mt 8,18-22 “Segue-me.”
Terça-feira
30 de junho de 2015
Mt 8-23-27 “Por que tanto medo, homens de pouca fé?”
Textos: Thaty Sousa
Diagramação: Rodrigo Silva
Imagem: Vitral da Capela Cristo Rei, de Cláudio Pastro
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9 de junho - Memória a São José de Anchieta
Celebramos, hoje, a memória de São José de Anchieta. Anchieta, que também é o nome do
nosso centro de juventude, Anchietanum, nasceu em 1534, em Tenerife, nas Ilhas Canárias. Ainda garoto,
ingressou na Companhia de Jesus, onde desenvolveu uma profunda formação cultural e religiosa. Como
peregrino, chegou ao Brasil em 1553 e contemplou a outra face da fronteira geográfica e cultural, até então
inédita para ele e para todos; e buscou viver em profundidade esta ‘experiência de travessia’, até os limites
extremos do despojamento e de tudo. Percorreu, a pé e de barco, todo o litoral brasileiro. Seu caminho tinha
de ser desbravado com criatividade, ousadia e destemor como “alguém que “entra” numa terra estranha,
que se afasta dos apoios comuns da existência; é alguém livre, que “saboreia” cada passo em cada momento,
que não se acomoda num de terminado lugar, que está sempre na expectativa do novo, do diferente, do
inesperado”. José de Anchieta morreu em 9 de junho de 1597, em Reritiba (hoje Anchieta), no estado do
Espírito Santo. Tinha 63 anos, 25 dos quais vividos no Brasil. [voltar]
21 de junho - Memória a São Luís Gonzaga
Celebramos, hoje, a memória de São Luís Gonzaga. Luís nasceu no dia 9 de março de 1568,
em Mântua, Itália. Seu pai, Ferrante Gonzaga, marquês de Castiglione delle Stiviere e irmão do duque de
Mântua, desejava que seu primogênito seguisse seus passos na vida militar, contudo, aquele menino daria
fama à família Gonzaga com armas totalmente diferentes: quando foi enviado a Florença, na qualidade de
pajem do grão-duque da Toscana, aos 10 anos de idade, imprimiu em sua própria vida uma direção bem
definida de dedicação ao Senhor e ao seu Reino. Lendo as cartas dos missionários jesuítas e seus grandes
feitos, decidiu, para surpresa de todos, entrar na Companhia de Jesus, derrubando por terra os interesses de
seu pai, que o despachou para as cortes de Ferrara, Parma e Turim. Mais tarde, Luís escreveu: “Também
os príncipes são pó como os pobres: talvez, com cinzas mais fétidas”. Luís morreu durante o 4º ano do curso
de Teologia, no dia 21 de junho de 1591, aos 23 anos de idade, provavelmente por ter contraído alguma
doença. Foi assim mártir da caridade e a Igreja o proclamou patrono da juventude. [voltar]
Textos: Thaty Sousa
Diagramação: Rodrigo Silva
Imagem: Vitral da Capela Cristo Rei, de Cláudio Pastro