01/07/2016 - Edição 46 - Grupo de Poetas Livres
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01/07/2016 - Edição 46 - Grupo de Poetas Livres
VENTOS DO SUL Revista do Grupo de Poetas Livres Difundindo a Poesia e Fazendo Amigos Uma Revista sem prazo de validade ANO XVIII, nº 46, Janeiro a Julho de 2016 Distribuição Gratuita A Revista Ventos do Sul homenageia o acadêmico, escritor, ensaísta, palestrante, poeta, filósofo JULIO DIAS DE QUEIROZ, associado correspondente do Grupo de Poetas Livres. São algumas décadas de trabalho em prol da literatura.(*Alegre,ES, 18.2.1926; +Florianópolis, 30.5.2016) Nesta Revista MARIA DA ANUNCIAÇÃO PEREIRA igualmente tem destaque nos seus 91 anos e primeiro livro publicado. Detalhes sobre sua vida em página especial. Sua trajetória contada no livro emociona todos os leitores. Temos também SUELI RODRIGUES BITTENCOURT que, em 2015, foi homenageada pela Federação para a Paz Mundial (UPF),com Diploma de Reconhecimento por seus trabalhos. Detalhes também em página especial. GRUPO DE POETAS LIVRES Fundado em 13 de abril de 1998, por Maria Vilma Nascimento Campos e alguns abnegados. No ano de 2016 completa 18 anos de ininterruptas atividades. É uma entidade privada, sem vínculos partidários ou religiosos e sem fins econômicos. Seus Projetos, Concursos e publicações dão-lhe notoriedade não só no Estado de Santa Catarina, bem como no Brasil e no exterior por onde a Revista Ventos do Sul viaja com as poesias de seus membros e de amigos. Reúne-se todas as 5as.feiras,a partir das 17 horas, na Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho(vide endereço no Expediente). Para participar, o poeta deverá ter disponibilidade de horário e ter produção em poesia. Possui estatuto e regimento interno. Possui a Oração do Poeta, Hino dos Poetas Livres,Canção aos Poetas, Medalha do Poeta “Maria Vilma Campos”, Bandeira e Troféu Garapuvu, todos instituídos por Portarias. Seus poetas ao representarem o Grupo em solenidades, são identificados por sua Medalha. Lei de Utilidade Pública Estadual 14.560, de 01.12.2008, proposta pelo deputado Júlio Garcia, assinada pelo Governador Luiz Henrique da Silveira e Utilidade Pública Municipal 5.671, de 26.05.2000, proposta pelo vereador André Freyesleben, assinada pela prefeita Angela Amin. Embora possua as duas leis, não recebe subvenção social, sobrevivendo da colaboração de seus poetas. Possui membros Efetivos, Correspondentes e Beneméritos. GRUPO DE POETAS LIVRES—BIÊNIO 2016-2018 Presidente: Eloah Westphalen Naschenweng Vice-Presidente: Heralda Victor 1º Secretário: Profª Maura Soares 2º Secretário: Zeli Maria Dorcina 1º Tesoureiro: Áurea de Mello Baldissera 2º Tesoureiro: Mirela Albertina Corrêa Diretoria Cultural: Stela Máris Alves Responsável pelo site: Zeula Soares Presidente Perpétuo: Maria Vilma N. Campos Presidente de Honra: Manoel Philippi SUMÁRIO Dados administrativos— 2 Editorial— 3 Oração do Poeta e Hino dos Poetas Livres— 4 Canção aos Poetas— 5 Tema da Capa : Julio de Queiroz— 6 Homenagem a Julio por Mario Tessari— 7 De braços abertos...estamos! - 8, 14, 28 a 32 Tema da Capa: Maria da Anunciação Pereira— 9 Troféu Garapuvu— 10 Vozes d´Africa— 11 Homenagem a Edy Leopoldo Tremel—12 A carta de Zenilda Nunes Lins— 13 Tema da Capa:Sueli Bittencourt— 15 Aos Poetas Mortos...—16 Descobrindo novos poetas— 17 e 18 Amigos Poetas d´Além Mar—19 e 21 Nilson Mello (homenagem) — 20 Colaborações de associados e amigos— 22 e 34 Construindo Versos e Pensamentos— 23 a 27 In Memoriam—33 Poetas do Grupo— 35 a 45 Biblioteca dos Poetas Maria Vilma N. Campos— 46 Aconteceu— 47 (*) A logomarca do GPL, na capa desta Revista, foi idealizada por Hiamir Polli, uma das fundadoras do Grupo. EXPEDIENTE Organização e Editoração: Profª Maura Soares [email protected] Revisão: Eloah W. Naschenweng Sede: Biblioteca Pública Municipal Prof. Francisco Barreiros Filho, rua João Evangelista da Costa, 1160, Estreito. Fone (48) 3348 1068 CORRESPONDÊNCIA: Eloah Westphalen Naschenweng—Presidente Avenida Patrício Caldeira de Andrada, 581 apartamento 202—Residencial Victória Bairro Abraão—Florianópolis, SC CEP—88085-150 [email protected] Editora: Profa.Maura—(48) 3249 6082 Presidente: Eloah—(48) 3025 7492 A PARTIR DE AGOSTO DE 2015, AS REUNIÕES ACONTECEM ÀS QUINTAS FEIRAS, DAS 17 ÀS 19 HORAS, NA BIBLIOTECA PÚBLICA MUNICIPAL PROF. FRANCISCO BARREIROS FILHO, ESTREITO, FLORIANÓPOLIS, SC. TODOS OS POEMAS E TEXTOS ESTAMPADOS NESTA REVISTA SÃO DE INTEIRA RESPONSABILIDADE DE SEUS AUTORES, QUE RESPONDERÃO PELA SUAS AUTENTICIDADES. 2 EDITORIAL “ Fiz-me vazio e fiz-me escuro.Espero.” Julio de Queiroz . [In: Baú de Mascates, 2009]. O tema de capa da Revista Ventos do Sul nº 46 são os poetas Julio Dias de Queiroz, Sueli Rodrigues Bittencourt e Maria da Anunciação Pereira. Capa pronta, configurada, fomos surpreendidos com a morte do nosso querido grande escritor, o poeta Julio de Queiroz. O Grupo perdeu um amigo, um associado e a literatura um imortal catarinense, exemplo de criatividade perene. Que bom que o legado de seus livros ficam! Não poderíamos deixar de homenageá-lo. Sua biografia mostra de forma resumida o grande cenário literário que compôs sua história de vida, e o texto do escritor Mario Tessari imprime sua admiração ao talento e a humildade de um grande homem. Maria de Anunciação Pereira, aos 91 anos de vida lança seu primeiro Livro “Maria da Glória e seus frutos”. Não poderíamos deixar de lhe dar um destaque especial nesta edição. A página sobre a escritora, poeta e educadora Sueli Rodrigues Bittencourt, detentora de Prêmio Internacional em 2015, dá a conhecer a honrosa distinção do recebimento do “DIPLOMA DE RECONHECIMENTO” da Federação para a Paz Mundial (UPF), pelos distintos projetos e desenvolvimento da iniciativa “Paz e Poesia”. O Troféu Garapuvu, Amigo da Cultura, oferecido pelo Grupo de Poetas Livres, foi para o Prof. Celestino Sachet, cujo incentivo ao Grupo sempre se fez presente através das suas cartas. Com o objetivo de valorizar e conhecer um pouco da cultura poética do extraordinário povo Africano, três poetas e seus poemas são apresentados em “Vozes d`Africa”. Homenagem a Edy Leopoldo Tremel, filósofo, poeta e escritor, membro da Academia Catarinense de Letras, da Academia Catarinense de Filosofia , do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e outras instituições. In Memoriam a Nilson Mello, a Revista traz o histórico de sua vida e de suas obras. Amigos poetas de Portugal, pag.19, trazem para nossa Revista o encanto da poesia d`Além Mar. A oficina “Construindo Versos e Pensamentos” fluiu de forma muito criativa e o tema “A Viagem” despertou de forma impar o olhar poético do Grupo. Vale conferir. Colaborações de amigos e de talentos jovens vieram enriquecer as páginas desta Revista. Não podemos deixar de destacar os nossos poetas efetivos e correspondentes, que encerram com suas poesias esta edição. Desejamos, leitor, que seja plena a sua satisfação, porque a Revista Ventos do Sul representa o esforço, a dedicação e a vontade de fazer sempre o melhor em prol da divulgação da cultura e do Grupo de Poetas Livres. Boa Leitura! Eloah Westphalen Naschenweng Presidente 3 Hino dos Poetas Livres Oração do Poeta (*) A E7 /. Faz bem sonhar A Poetar é bom F#m E A No GPL tenho união, amor e paz./. (estribilho) C#7 F#m Com a rima penso a vida EA Com o metro ajudo a fala F#m Bm Nos versos livres meu coração EA Vai ao teu e diz assim: DA Poetas Livres, meu grupo amado F#m Bm Que me transporta e me aconchega EA Com ternura noite e dia. F#m Bm Nas linhas do “Ventos do Sul” EA Meus escritos dizem paz Bm E A Dá-me, Senhor, as palavras certas para que eu possa expressar o amor pela vida e pela humanidade. Dá-me inspiração para mostrar que somos todos irmãos. Aponta-me, Senhor, o caminho da compreensão do mundo. Permite-me apresentar as belezas da vida, as dores do mundo, as injustiças sociais e exprimir o que me vai na alma. Autoriza-me a falar as verdades do coração. Abençoa, Senhor, minhas palavras para que possam atingir aqueles que amam a vida e a Arte. Faz com que todos sintam, por meu intermédio, que só o Amor maior pode revolucionar o mundo E que esta revolução de Paz Venha por meio da Poesia. Zeula Soares (julho de 2009) (*) Autoria de Zeula Soares, do GPL. Instituída através da Portaria 02/2009, assinada pela Vice-presidente Heralda Victor, em 7 de Agosto de 2009. Voando em rumo do saber que o amor traz. Bm E A Dizendo ao mundo a oração da poesia. CACILDO SILVA (*) Hino Oficial do Grupo, letra e música de José Cacildo Silva. Instituído por Portaria n. 3/2009, de 4 de setembro de 2009, assinada pela vice -presidente Heralda Victor. Zeula Soares e José Cacildo Silva. Ela, autora da Oração dos Poetas e ele, do Hino dos Poetas Livres. O presente é a sombra que se move separando o ontem do amanhã. Nele repousa a esperança. (Frank LLoyd Wright) Porto da Capital com o navio Carl Hoepcke. 4 CANÇÃO AOS POETAS Música: Adair Lima Letra: Áurea de Mello Baldissera G C Brilha uma estrela G Antes do sol se pôr C G Vida presente D/F# G Um pensador G C Prantos contidos G Juras de eterno amor C G Um sol nascente D/F# G CDG Supera a dor Áurea de Mello Baldissera, foto em Campos Novos, SC. G É assim que vivemos C G Sem medo de sonhar C G Livres podemos D/F# G Poetizar Quanto mais perfeito for o artista, mais separados estarão dentro dele o homem que padece e a mente que cria; e, mesmo assim, digere e transforma as paixões que constituem seu material. Maestro Adair Lima Domingo o tapete do mar se põe cedo aos navegantes. T. S. ELLIOT, poeta inglês Carlos Damião (jornalista) [In: Agenda da Ilha, 1999] 5 TEMA DA CAPA JÚLIO DIAS DE QUEIROZ A RVS procura sempre em seus números, homenagear escritores que se destacam no cenário cultural, sobretudo no catarinense. Assim temos neste número o pensador,escritor, poeta, autor teatral, tradutor,filósofo,acadêmico,palestrante e associado do GPL, Júlio Dias de Queiroz. [N.R.Quando a Revista estava em preparação, soubemos de seu falecimento em 30 de maio de 2016. Fica a homenagem, embora sem sua leitura.] A foto ao lado é uma cena de “Balada dos Já-com-Terra”, poema de Júlio de Queiroz, teatralizado por membros do Grupo de Poetas Livres e um convidado, o ator e cantor Rogério Hildebrand da Silva (2006). A direção esteve a cargo de Zeula Soares, membro do GPL e do Grupo Armação de Teatro. A partir da esquerda: Rogério Hildebrand da Silva; José Cacildo Silva; José Luiz Amorim; Doralice R. S. Silva; Alzemiro Lídio Vieira; Maria da Anunciação Pereira; Rose Nilva Simão. Sentados: Heralda Victor; Alan R. Bernardes e Licinho Campos. Nascido em Alegre, Espírito Santo, em 18 de fevereiro de 1926, em 2016 completou 90 anos de sabedoria. Aperfeiçoou seus conhecimentos em universidades alemães (Bonn e Munique), como bolsista da Fundação Alexander von Humbolt (1954-1958). Em 1958 voltou ao Brasil. A partir de 1959 radicou-se na futura capital do País. Em Londres, em 1968, como bolsista do Conselho Britânico, cursou sobre o treinamento de servidores públicos no Real Instituto de Administração Pública. Convidado, radicou-se em Florianópolis, SC, onde como assessor, elaborou textos oficiais, a partir do Governador Colombo Salles (1971/1975) e Governadores e Secretários de Estado (1975/1992). Durante a pós-graduação estudou em Munique, Kiel, Londres e Berlim. Doutorou-se com a tese Aspectos Estéticos da Mística Católica Medieval Alemã. Radicado na capital de Santa Catarina, durante muitos anos fez-se colaborador efetivo dos principais jornais do Estado. Sua produção literária conduziu-o à Academia Catarinense de Letras, onde ocupou a cadeira número 10, cujo patrono é Antônio Francisco Castorino de Faria (1839-1913). Membro correspondente do Grupo de Poetas Livres. Algumas publicações: Breve Aro (1981); Hamlet: Os convidados à Trama (1984); Simetria Quebrada (1993); As Permutas e Outros Contos (1996); Umas Passageiras; Outras, Crônicas (1976); Cambada de Mentirosos (coautor)(1978); Informes a Narciso (1984); Baú de Mascate(1994); A Cidade Amada (1997); Placidim e os Monges(1998); Deuses e Santos como Nós(2000); Álgebra de Sonhos(2000); Encontros de Abismos(2002); Sementes do Tempo (2003); Além das Cortinas da Alzheimer(2004); O Esplendor Aprisionado(2005); Nas Dobras do Tempo (2006); Perfume de Eternidade(2006); O Preço da Madrugada(2007); Iluminando o Morrer(2007); Gritos do Amanhecer(2008); Morrer para Principantes e Repetentes(2008); Amor e Morte — Os Dançarinos da Vida(2013); Pelas Frestas da Caverna(2014); Em Companhia da Solidão(2014); Seleta Literária em 3 volumes: Fractais, De Mala Pronta e Disto e Daquilo (2010). Participação em Antologias: Antologia do Varal Literário(1983); Este Humor Catarina(1985); Numa Ilha (1993); Cambada de Mentiroso(1987); Este Amor Ca- tarina(1996); Contos de Carnaval(1997); Antologia Academia Catarinense de Letras(1991/ 3/ 6); A Cidade Vista por seus Personagens(2001); Ao Pé da Letra — Escritores Catarinenses Contemporâneos e Outros Textos(2002); Poesia Contemporânea em Santa Catarina(2003); 15 Escritores (2004); 13 Cascaes(2009/2010/2011). Dissertações:Quando se morre duas vezes(Programa de Pós-Graduação em Literatura UFSC), Susana Mafra(2005); Versões e reverberações do Sagrado em Júlio de Queiroz (Programa de PósGraduação em Literatura –UFSC), Josué Chaves(2009). Obras de Júlio que foram encenadas: Balada dos Já-Com-Terra, pelos atores/poetas do Grupo de Poetas Livres, na Biblioteca Prof.Barreiros Filho e na Biblioteca do Estado, setembro e outubro de 2006; As Permutas, pelos alunos do curso pré-vestibular Energia(2001); Um Amor Tão Leve, filmado e exibido em televisão(RBS) e em sessões públicas(2002); Os julgamentos do filho pródigo, encenados pelo grupo teatral Cia Tau. Nova Andradina,MS(2010); Livro Encontros de Abismos foi leitura recomendada para os Exames Vestibulares UFSC/UDESC (2008); Poema Cinco retratos do Século XX foi dramatizado pelos alunos e professores da E.E.B. de Caçador,SC, e gravado em DVD; O poema Dois haikais para a Ponte Hercílio Luz foi selecionado pelo Grupo de Poetas Livres,no projeto “Viajando com Poesia”(100 adesivos afixados nos ônibus urbanos de Florianópolis, 10 anos do GPL, 2008). Alguns prêmios recebidos: Troféu Boi-de-Mamão(1999); Medalha de Honra ao Mérito(s/d); Prêmio Othon Gama D´Eça, conjunto da obra (ACL,2005 e 2010); Medalha “Poeta Maria Vilma Campos”, pelo Grupo de Poetas Livres, contribuição à literatura (2010); 1º lugar no 12º Concurso Anual da Academia Catarinense de Letras(2011); Prêmio Franklin Cascaes de Cultura(2012); Premiação na II Edição da Feira do Livro de Criciúma(s/d); Prêmio Vilson Mendes de Literatura Desterrense (ADL, 2012). (ms./) [Julio figura doce, carismática,nasceu em Alegre, SC, mas foi Santa Catarina que ganhou esta pessoa extraordinária, porque Julio de Queiroz “são nossas coisas, são coisas nossas”. Infelizmente o perdemos em 30 de maio de 2016. Fica o nosso registro de saudade. (ms./) 6 HOMENAGEM DE MARIO TESSARI (*) A JÚLIO DE QUEIROZ Aniversário de JÚLIO DIAS DE QUEIROZ Há noventa anos, em 18 de fevereiro de 1926, nascia uma mente brilhante, com olhar agudo, capaz de sondar os abismos da psique humana e de analisar profundamente os devaneios da sociedade. Formado universalmente em múltiplas e diversificadas experiências, depois de servir a governos e de enobrecer a Cultura, dedica-se à literatura com clarividência ímpar, revelando as sutilezas dos sentimentos do amar e do sofrer. Conversa com a morte e nos conta os seus segredos; Iluminando o Morrer, nos ajuda a superar os falsos medos. O talento do escritor cresceu com a idade e ele se aprofunda na análise de tabus e de mitos. Desvenda os segredos da sexualidade humana como quem descreve o plantio de uma flor; descasca a fé como quem prepara os frutos amargos dos dogmas para transformá-los em religiosidade digerível. Pessoa de humildade beneditina que sabe ser amigo nas horas adequadas e orienta os jovens colegas da confraria de escritores com firmeza e ternura. Júlio de Queiroz é meu pai literário. Ele deu início à nossa amizade através de uma carta, na qual assegurava que meus esforços seriam recompensados, pois eu poderia progredir no manejo das palavras. Era o Mestre estendendo a mão ao aprendiz. Querido amigo, meu pai literário, desejo que, neste dia memorável, teus olhos contemplem a Baia Sul e consigam enxergar para além da vida. Publicado em 17 de fevereiro de 2016 por Mario Tessari (*) Mario Tessari é escritor e reside em Jaguaruna,SC Homenagem a Júlio de Queiroz , Prêmio Vilson Mendes de Literatura, outorgado pela Academia Desterrense de Letras. Na data ,28 de maio de 2012, também foi empossada a nova Diretoria da ADL. Tela de Vera Sabino para poema de Júlio de Queiroz. 7 De braços abertos...estamos ILHA SEREIA O SOL DA MANHÃ Vieste do mar nua, sem preconceitos, buscaste a pureza do homem mas os homens te queriam apenas para satisfazer o hoje. Cedeste, tentaste saciá-los pois suas carências os podia matar; entretanto as mulheres te apedrejaram não compreenderam tua ação. Decepcionada com o homem voltaste ao mar nua, ainda sem preconceitos porém machucada, magoada, sem fé. O sol da manhã carrego comigo, por isso não há sombras no meu caminho e no meu caminho não há pedras, urzes, mas apenas luzes que me acende o vinho. No meu caminho de sol não há tristezas, não há vergonhas, não há ais, nem mágoas. As invejas, ódios, traições e torpezas da vida crua, da vida dura e nua Tomo-as num copo e de um gole trago-as. Em todas as veredas, desvios e atalhos que vão desembocar no meu caminho há o calor aconchegante dos borralhos, o perfume, as cores e o néctar das flores condensado nesse sol que é o meu vinho. LIBERATO MANUEL PINHEIRO NETO ALDO NORA [In: Antologia ACL 2, 2003, pág. 262] (Alfredo Nogueira Ferreira) Florianópolis,SC [Poema apresentado por Zeli Maria Dorcina, dentro do Projeto O Escritor e sua Obra, do GPL. Zeli fez um Resumo biográfico do autor e apresentou o poema acima.] METÁFORAS És a flor renascida em vasos dispostos lado a lado entre florestas e savanas. POESIA & CIA O poema se sentiu só Recolhido em seus aposentos Acossado por sentimentos Semelhantes aos de Jó És o mel adocicado na fonte conduzida em almiscarados doces de festas. Auscultando seu coração Percebeu-se introvertido Como um pássaro ferido Sem nenhuma inspiração És o animal ágil em conquistas na lenta consecução dos dias. Decidiu sair de casa E vejam só o que aconteceu Tropeçou pelo caminho, E, ferido por um espinho, Enfim encontrou quem o acolheu És a mulher presente em acontecimentos. PEDRO DU BOIS [In: Tânia. Poemas, pág. 26] Balneário Camboriú, SC Convidado a chegar Mal a porta se abriu Num instante decidiu E ficou para cear CINEMA MUDO Logo após os cumprimentos A conversa correu solta Mesmo que a alma estivesse envolta Num turbilhão de sentimentos Quase ao final do filme, surge aquele homem, ensandecido, atirando contra a multidão. Em meio a gritos e tumulto, uma das balas atinge a criança ao meu lado, matando-a no mesmo instante. Enquanto isso, na tela, Chaplin discursa pela paz... A mesa posta Servido o vinho Acolhido pelo vizinho Foi encontrada a resposta *** Cinema Mudo obteve a primeira colocação no III Concurso de Microcontos, promovido pela Andross Editora (Fevereiro/ 2007) Pelo encontro e a sintonia Elucidou-se o teorema O sofrimento do poema Era a falta de companhia. EDWEINE LOUREIRO LOTHAR CARLOS HOCH 15.12.2012 Pinheira, Palhoça, SC Saitama, Japão 8 TEMA DA CAPA MARIA DA ANUNCIAÇÃO PEREIRA Aos 91 anos, Maria da Anunciação Pereira, lançou seu primeiro livro, “Maria da Glória e seus frutos”, com a presença de cerca de 100 pessoas, entre familiares e amigos, lançamento que teve lugar no salão de festas do Restaurante Espetinho de Ouro, Barreiros, São José, no dia 26 de novembro de 2015. O GPL se fez presente com Maristela Giassi, Carlos Piccoli e esposa Carmem Cardinal, Eloah Westphalen Naschenweng, Áurea de Mello Baldissera, Stela Máris Alves, Maura Soares, Heralda Victor, Zeula Soares, Zeli Maria Dorcina, Eunice Leite da Silva Tavares com seu filho Eduardo, a nora Dani e as netas Eduarda e Ana Beatriz; Doralice Rosa de Souza Silva; o presidente de Honra, Engenheiro Manoel Philippi e sua esposa, Maristela Philippi. Presença dos amigos da letras Roberto Rodrigues de Menezes e esposa Silvia e Osmarina Maria de Souza, membro da ASAJOL, ALB e ADL. O cerimonial esteve a cargo de Nelcy Mendes, editora da Papa-Livro, com fala da Presidente Eloah e declamação dos poemas de Maria por Zeula, Zeli, Eunice, Maura, Doralice, Áurea e Heralda. Na cerimônia de lançamento, assim se expressou a histórias verdadeiras e cativantes.” presidente do GPL, Eloah Westphalen Naschenweng: A profª Maura Soares, no Prefácio, disse o seguinte: “A Maria da Anunciação que é das Maria poe- “Maria da Glória da Anunciação Pereira, 91 anos de Trabalho, Amor e Poesia. Mulher de porte pequeno, nome de santa, poeta, em tudo nos encanta. Nas palavras e na simplicidade de suas narrativas, embala seus sonhos construindo seus versos, amparada nas suas memórias. Resgata no tempo, nas emoções, no sofrimento e, sobretudo, na fé, a sua longa trajetória. Presença constante nas reuniões do Grupo de Poetas Livres desde o ano de 2000, Maria em ritmo seguro e cadenciado, declama suas poesias traçando a realidade humilde do início de sua vida, com fartos laços de rima colorida. Nem as perdas foram capazes de tirar seu brilho, e os ganhos ocupam espaços generosos na sua alma poética. Maria é assim especial, aquela pessoa que nos faz acreditar que na vida, por maiores que sejam as barreiras, no olhar do poeta será sempre uma eterna descoberta.” tas, a que mais admiro, traz à lume sua primeira obra poética, mas não se resume só a isto — poesia. Ela conta casos e causos de sua vida, seus frutos, os quais plantou e os que colheu ao longo da vida. Como num filme as cenas das páginas vão se desenrolando, fazendo um retrospecto de tudo o que Maria passou em sua vida desde seu nascimento. A paisagem do sertão e da roça, são presentes e constantes em muitos de seus poemas; o amor à natureza persiste tanto que ela , em conversas com jovens como tantas vezes já ocorreu, os estimula a preservar o bem que Deus nos deu.” Na obra, a atriz e poeta, membro do GPL Zeula Soares, assim diz sobre Maria: “Mulher de fibra cres- ceu sem os saberes de uma escola, criada na roça e sem chances para estudar. Isto não a impediu de criar versos em sua cabeça que só começaram a ser escritos quando seus filhos, já crescidos , registravam o que ela declamava. Com a oportunidade de estudar aos 66 anos ela própria passou a escrever seus poemas que tanto apreciamos hoje. Começou a ler diversos livros , instruir-se, para acompanhar a evolução dos filhos e melhorar sua comunicação. O livro que apresentamos traz uma história de vida carregada de amor e fé em Deus e na humanidade. Maria da Anunciação Pereira, ou Maria da Glória, nos dá a satisfação de uma leitura brilhante, simples na essência de sua vida, mas pleno de Contracapa da obra 9 TROFEU GARAPUVU AMIGO DA CULTURA CELESTINO SACHET O GPL com seu Troféu Garapuvu Amigo da Cultura, premia, a cada ano, uma personalidade literária pelo trabalho em prol da Literatura Catarinense. Em Sessão Especial do Grupo de Poetas Livres, realizada dia 3 de dezembro de 2015, no Encerramento do Ano Acadêmico de 2015, o premiado foi o Professor Doutor CELESTINO SACHET. Na ocasião o Grupo lançou sua 8a. Antologia com o titulo “Garapuvu”, que teve a coordenação da presidente Eloah Westphalen Naschenweng. Num ambiente agradável, auditório da Casa José Boiteux, reuniram-se membros do GPL com seus amigos e familiares e os poetas convidados de outras instituições para apreciarem as canções interpretadas por Rita de Cássia Dircksen, Lauro Soares e José Luiz Machado (Juca). Um discurso de agradecimento do Professor Sachet, equivalente a uma aula para aqueles que foram seus alunos, foi a nota alta da noite. Auditório com cerca de 80 pessoas presentes e um coquetel preparado com carinho . Mais uma vez somos brindados com uma Carta do Professor Celestino Sachet. A RVS felicita o nobre professor, numa homenagem de há muito, mais que merecida. O carinho com que brinda o Grupo a cada publicação recebida, não tem preço. O Professor Sachet merece nosso aplauso, hoje e sempre. Citando Nelson Cavaquinho: “Quem quiser fazer por mim, que faça agora. Depois que eu me tornar saudade, não preciso de vaidade. Quero preces e nada mais. Zeli Maria Dorcina (E) e a presidente do GPL, Eloah W. Naschenweng, entregam o Troféu Garapuvu “Amigo da Cultura” e o Diploma correspondente, ao Prof. Celestino Sachet. Auditório da Casa José Boiteux, sede da ACL e IHGSC. (3.12.2015) Parabéns, Mestre! 10 VOZES D´AFRICA O GPL sempre recebe a Revista SOLETRAS, de Beira, Portugal. Editada por Dany Wambise e Cremildo da Cruz, traz conteúdo diverso em literatura, poesia e entrevistas. Extraídos da SOLETRAS de Novembro 2015 (Ano II, 23ª Edição), três poetas se apresentam. Através da Web recebemos a Soletras e enviamos, também on-line, nossa Ventos do Sul. EU NARRO SANGUE O LAR É PILÃO CHICASSULA HERA DE JESUS Começou no fim do meu entender, Meus irmãos a serem massacrados! E de toda a alma do bem viver: ensanguentada… - Eu. Olhara para a morte sem ver, Enquanto os céus já marcavam Todos os cantos da minha Terra… Era o sangue azul dos ancestrais contemporâneos. De que me vale teu amor Se esta escravidão me corrói, profundamente Lar é pilão E nós mulheres pilamos com o coração O coração, esmagam-nos até nada sobrar sequer uma ilusão De que me valem essas promessas Se onde assenta meu ser é terra alheia Sou mercadoria comprada Ai minha mãe, que a mim pariu Sou ser condenado, não queria esse lobolo Lar é pilão, e nós mulheres Pilamos com o coração Recebem-nos com júbilo, alaridos Passam-se os tempos e esquecem-se os votos surram-nos o corpo, a alma, Mas o coração permanece intacto por amor a ti, aos nossos filhos, à uma sociedade inescrupulosa A esperança se reacende a cada nova promessa feita Lar é pilão E nós mulheres, alimentamos o mundo A VOZ DA PEDRA OTILDO JUSTINO Ressuscito em seus trémulos braços, Meu corpo cansado e estilhaçado Afoga-se em seus beijos verdes. Minhas mãos calejadas Acolhem as suas carícias E palpam as suas pétalas. As suas capulanas sepultam a minha fome, A sua saliva alimenta a minha sede, A sua língua lambe o meu suor E os seus olhos carregam os meus prantos. A sua pele cobre a minha alma E reciprocidade aconchega-me a si, Acorrentando-lhe à lua. Durante o dia de pedra Ansiara congelar-se aos seus ensaios femininos! Mulher de paredes silenciosas, Mãe da felicidade do pedreiro. Revista Soletras, Beira, Portugal, ano Hera de Jesus Chicassula II, n. 23, Novembro 2015 Otildo Justino 11 HOMENAGEM EDY LEOPOLDO TREMEL Há muito estávamos devendo uma homenagem ao filósofo, poeta e escritor, membro da Academia Catarinense de Letras, da Academia Catarinense de Filosofia e do Instituto Histórico e Geográfico de Santa Catarina e outras instituições. Presidente do Senatus Populusque Florianopolitanus, conhecido como Senadinho, local de encontro de amigos no Centro Histórico de Florianópolis, que se reúnem há 36 anos (comemorado em 2015) para discutir política entre uma xícara e outra de café desde 1979, depois do movimento conhecido como Novembrada. No último dia de novembro de cada ano, Edy Leopoldo, o presidente, premia amigos literatos, com Diploma, defronte o Ponto Chic, local do cafezinho. EDY LEOPOLDO TREMEL nasceu na cidade de Rio Grande, RS, em 30 de outubro de 1928. É Advogado, pela UFSC. Curso de Especialização em Direito Penal pela Faculdade de Direito de São Paulo. Bacharel em Letras na Faculdade Nossa Senhora Medianeira, das Faculdades “Anchieta”, de São Paulo. Cavaleiro da Ordem dos Cantadores da Ordem Brasileira dos Poetas de Literatura de Cordel — Salvador, Bahia. Professor. Conferencista. Autor de poesias, crônicas, contos e ensaios publicados em jornais e revistas. Tem no canto de ópera uma das suas atividades artísticas. Foi orador do Tattwa “Amor e Luz”, filiado ao Círculo Esotérico da comunhão do Pensamento, durante quinze anos. “Possui uma cosmovisão calcada numa filosofia holística, e tanto seus contos quanto seus poemas refletem esta filosofia humanista.” [In:Antologia ACL 2, 2003]. Suas narrativas em todas as suas obras revelam seu caráter de grande sensibilidade. Autor de A Hospedaria (1976); Pensamentos e Reflexões (1980); Ponte Hercílio Luz — Redondilhas (1982); Anita Garibaldi (1982); Aprendendo a Viver (1995); Dias Velho, primeiro colonizador da Ilha de Santa Catarina, libreto para ópera dramática (1998); O historiador e a historiografia (1999); O Bom Amigo. Dialética contra as drogas, o álcool e o tabagismo (2000); Urubulândia — A Fábula de uma Civilização (2000); O Espiritualismo de Bergson (2002); Tsé Kung — O monge chinês ( O caminho da Iluminação) (2008); Ah! Não é isto a Felicidade? Um clássico sobre a felicidade (2006); O velho e a águia (2004) e outros. Assim se expressa o professor Celestino Sachet em sua obra A Literatura dos Catarinenses. Espaços e Caminhos de uma identidade (2012): dos os lados, um caminho de equilíbrio capaz de criar princípios para atingir o justo, o correto, o moral e o fraterno. Com o romance O Velho e a Águia, Edy Tremel atinge o grau mais elevado de sua carreira de filósofo e de escritor. Trinta anos antes, em A Hospedaria, o Autor apresentava uma narrativa com tal força de sentimento humano, com tal dose de solidariedade com os fracos e sofredores, que desde logo anunciava as concepções espiritualistas que definem uma criatura humana preocupada em atingir o universal e o eterno.(pag. 401) SUAVE ENCANTO Tens o suave encanto de um entardecer, Quando alvas nuvens se vestem de carmim; Tens o aroma inefável da flor da laranjeira, Quando se mistura com o perfume do jasmim. Teu olhar é qual veneno que fascina, Que me faz perder a calma, me inebria, São estrelas, são dois sóis que ilumina O caminho de um mundo de fantasias. Tua boca é filtro mágico, embriagador, Pois teus lábios, tendo a cor rubra da romã, São promessas que me lembram o paraíso, Onde perdura o mistério da maçã. Paira no ar uma doce saudade de ti, Mas tudo fica na vertigem de um desejo, De uma indomável vontade de abraçar-te, E de ensaiar meus lábios em teus beijos. Anoitecer, só a prata da lua a iluminar, No mais as nuvens em suave tom carmim, Mas, no ar, ainda o aroma da flor da laranjeira, Que se mistura à fragrância do jasmim. (Poema publicado na Revista Ventos do Sul, n.17 e na Coluna Cultura, de Maura Soares, no Jornal Fo“Edy Leopoldo Tremel é um filósofo que se abanlha de Coqueiros, n. 68, maio, 2003). dona à paixão da reflexão para atingir a maior justeza possível nos conceitos emitidos. O autor tem [A coluna Cultura foi publicada de 2001 a 2009] como imperativo indicar, neste meio conturbado em que vivemos, com a moral massacrada por to- 12 A CARTA DA PROFª ZENILDA NUNES LINS A exemplo da seção publicada em algumas ocasiões nesta Revista, “As Cartas do Celestino”, eis que nos chega uma carta que, pelo teor, temos a obrigação em tornar público, pois são pareceres de pessoas do quilate da Professora Zenilda, que nos faz continuar com mais afinco nosso trabalho. Igualmente poeta como seu esposo, já falecido, Dr. Hoyêdo de Gouvêa Lins, a Professora já compareceu em alguns números desta Revista. ZENILDA NUNES LINS 13 DE BRAÇOS ABERTOS...ESTAMOS! "LA PORTA", VIVO EM NÓS "Quantas coisas já vi, mas não senti..." Sugere meu pai, há quilômetros, e bem perto Lhe digo, então, inspirado pela sua emoção me dita E uso a informação que viemos de linhagem italiana De um casal feito de maestro e cantora lírica Lá, numa Porto Alegre, num “La Porta” abarrotado de arte e gente Sangue e energias passadas, cromossomos inquietos, saltimbancos e atrevidos Ungiram e perseveraram no tempo entregando o sopro nobre da arte, da emoção, de tantos La Porta's lotados E de tantas Porto Alegres's em nós Eis que estamos, agora, ungindo e perseverando no tempo Os mesmos sopros de outrora Daquele maestro e sua cantora lírica, ainda é forte em nós! Coisas que sei só agora Coisas sagradas que me contas, só agora Coisas que não vi, mas que senti, só agora, compreendidas... "Quantas coisas já vi, mas não senti...", me dizes Quantas coisas não vi, mas senti... Eis o lindo mistério de ver e sentir, de não ver e não sentir Que venham os mistérios, lindos, desta linhagem italiana, do "La Porta", que nos abençoa em arte! EU Sem ti, a caminhada é triste. Sem ti, não vou a lugar algum. Sem eles, sou náufrago ilhado. Sozinho, sou a voz sem eco, o sorriso sem graça a lágrima num olho só uma pedra no deserto uma árvore sem frutos. MARCELO FERNANDES Radialista e Jornalista. Florianópolis,SC rwbrasil.net (rádio pela internet) Eu, só. Eu MEDITAÇÃO NOTURNA EDMAR ALMEIDA BERNARDES As margens da minha meditação proíbem as dores do silêncio nas correntezas do tempo. Descubro os pesadelos no universo das palavras mortas de insônia. O gesto fica parado nas pálpebras dos lençóis e coleto todos os sonhos numa folha de papel. Florianópolis, SC Foto de um catálogo de Exposições do artista paraibano Clóvis Júnior. Catálogo enviado pelo poetamigo de João Pessoa, PB, Luiz Fernandes da Silva. LUIZ FERNANDES DA SILVA João Pessoa, Paraíba 14 TEMA DA CAPA SUELI RODRIGUES BITTENCOURT Detentora de Prêmio Internacional em 2015. “DIPLOMA DE RECONHECIMENTO” FEDERAÇÃO PARA A PAZ MUNDIAL (UPF) SUELI RODRIGUES BITTENCOURT “Pelos distintos projetos e desenvolvimento da iniciativa “Paz e Poesia”. Por sua larga trajetória literária e educativa, sendo pioneira na criação de curso de educadores em Santa Catarina e de jardim infância em Florianópolis e São Paulo”. Dia Internacional da Paz 2015 Buenos Aires, 21 de setembro de 2015 A Poetiza da Paz, nasceu em 20 de dezembro de 1920, em Orleans, SC, foi professora em vários graus de ensino. Aposentou-se pelo Instituto Estadual de Educação de Florianópolis, SC, como professora de Didática e Prática de Ensino. Foi pioneira em cursos para Educadoras pré-escolares em SC, tendo criado Jardins de Infância em SC e SP. (citado no Diploma). Também em São Paulo criou o Instituto de Babás Educadoras, considerado a primeira escola de babás do mundo. Realizou trabalhos com crianças carentes em SP e SC. Membro do GPL, participou de todos os seus projetos. Licenciada do Grupo por problemas de saúde. Seu Projeto Paz e Poesia está em rede mundial. Participa do Portal CEN, de Portugal. Obras de sua autoria: “Suavize seu viver “; “Sim ou Não? Por quê?” (este com um áudio-livro). Participa das Revistas Ventos do Sul e Antologias do GPL. Sueli com Carlos Piccoli,um grande amigo FLUTUANDO Flutuando em imensurável espaço... Num minúsculo planeta, em meio a tantos astros... Entre belezas, perigos e mistérios... Indagamos: O que somos? De onde viemos? Pra onde vamos?! Uma Força Superior então procuramos... Onde? Quem? O que? Será que encontramos?! Sim, a energia espiritual que em nós existe. É parte da Força Superior que nos assiste! É nosso Deus que está aqui, ali e além... Oremos a Ele para afastar-nos do mal. E procuremos evoluir, elevando o astral! Nosso representante da Argentina, Donato Perrone, portador do Diploma, fazendo entrega à presidente do GPL, Eloah Westphalen Naschenweng. Posteriormente, Eloah fez entrega a Sueli Bittencourt, em sua residência. Sigamos com fé e amor praticando o bem! Nesse estágio terrestre, tão fugaz... É importante fazer o melhor de que se é capaz!... 15 AOS POETAS MORTOS... FONTES DE MUITAS INSPIRAÇÕES! JUVÊNCIO DE ARAÚJO FIGUEREDO Da obra de Márcio Araújo, A se ao grupo dos que trabalhavam pela emanmediunidade do poeta cata- cipação dos escravos, vindo com eles lançar, rinense Araújo Figueredo, à luz da publicidade, um jornal chamado O AEDEME, 2000, extraímos da- bolicionista, trabalhando até altas horas, o dos biográficos deste in- que o debilitou. Retornou novamente ao sísigne homem, cuja fé na tio. Reencontra Cruz e Sousa e juntos escreDoutrina Espírita o fez gal- vem lindos sonetos, numa intimidade de irgar à Pátria Maior com a mãos. Precisando trabalhar, conseguiu emcerteza do dever cumprido. prego na redação de O Estado. Araújo Figueredo nasceu em Cruz e Sousa tinha por Juvêncio uma elevada 27 de setembro de 1864, sete simpatia. Muitas vezes saboreavam um bom anos após a Codificação da Doutrina Espíri- café com roscas de polvilho ou uma feijoada ta, numa casa à esquina das antigas ruas dos à moda de Maria das Velas, em cuja casa Cruz Artigos Bélicos e Tranqueira (Tronqueira), e Sousa escreveu os seus sonetos que comhoje, respectivamente, Victor Meirelles e põem “Violões que Choram”. Juvêncio trabaGeneral Bittencourt; filho de Luiz e Floris- lhou no Jornal do Comércio e Tribuna Popubela de Araújo Figueredo. Seu avô paterno, lar. Foram muitas as provações sofridas pelo Padre Dr. Caetano de Araújo Figueredo Men- poeta.Para entender tanto sofrimento parte donça Furtado, homem de uma austeridade para estudo da Doutrina Espírita. Ali, endigna de respeito, foi capitão-mor do Paço contra a sua redenção. Real no tempo de D. Pedro e D. Miguel de Por- A extensa obra de Márcio Araújo não pode ser tugal, de quem seu pai herdou todas as ca- resumida em duas laudas. Atemo-nos à poeracterísticas. Com seis anos de idade, Araújo sia que era feita à luz tíbia de uma lampariencontra-se pela primeira vez com Cruz e na de querosene. Teve dois livros de poesias Sousa — este com oito — na casa da profes- publicados: Madrigais (1888) e Ascetério sora Camila, à rua dos Ilhéus, hoje Visconde (1904). Esta obra “é uma urna sagrada das sude Ouro Preto. A professora mencionou Cruz as grandes mágoas e das suas tristezas sie Sousa como o mais estudioso de seus dis- lentes”. Deixou de enfeixar em volume as cocípulos e o mais obediente. A empatia cres- letâneas de versos e poesias esparsas, que a ceu entre os dois meninos. Araújo iniciou ACL reuniu num livro intitulado “Poesias”. seus estudos numa escola pública aos 9 anos Araujo Figueredo tomou posse na Cadeira n. 7 e complementou estudos em lições particu- da Academia Catarinense de Letras, cujo palares. Foi um menino enfermo. Com grande trono é o médico, político e ensaísta Duarte vocação para o desenho de figuras, princi- Paranhos Schutel. Cruz e Sousa foi escolhido, palmente de cabeças, dedicou-se sozinho a após seu desencarne, como Patrono da Cadeieste estudo. Foi-lhe oferecida uma Bolsa de ra n. 15, da referida Academia. Estudos na Escola de Belas-Artes, mas sua mãe estava muito enferma; não foi para o DIVINA GRAÇA Ao Padre Manfredo Leite Rio. Propenso à poesia, tinha quinze anos quando sua mãe desencarnou, em 24.2.1879, e Para sempre lembrados os que choram foi com esta idade que escreveu seus priProfundamente, com o peito em lanças! meiros versos, dedicados à sua memória, os Mas os que choram pelas esperanças quais foram publicados pelo periódico RegeQue os altos céus olímpicos enfloram! neração. Dois anos depois ficava órfão de pai, sem um emprego qualquer, apenas a roça Para sempre lembrados os que imploram dos Coqueiros para sustentar os quatro irMares de eterna paz e de bonanças, mãos menores, uma prima velha e a tia FeliE tem a alma como a das crianças cidade. Bateu à porta do jornal Regeneração Que as próprias feras docemente adoram! e Martinho Callado deu-lhe oportunidade na arte gráfica. Naquele tempo, o Realismo enAh! Pelos que nesse clarão se aquecem contrava forte reação entre os românticos, Todas as dores que em dilúvio descem, principalmente no jornal em que o poeta Tal gota de lágrima que passa trabalhava. Na verdade, ele era um parnasiano, motivo que o levou a indispor-se com Nada mais são do que, continuamente, alguns companheiros de redação e retornar Diante do olhar de quem se vê doente, ao sítio em Coqueiros, trabalhando na roça Os Santos-Óleos da Divina Graça! para tirar o sustento da família. Após alguns meses, retorna ao Regeneração. Enfileirou(ms./) 16 DESCOBRINDO JOVENS POETAS Da Escola de Educação Básica Professora Olivia Bastos, de Tijucas, SC, enviados pela Prof. Márcia Reis Bittencourt, associada do GPL, chega-nos um exercício coletivo que apresentamos nesta página. Coisinhas à toa que deixam a gente feliz: Coisinhas à toa que deixam a gente feliz: Ganhar presente da família E ter aula de filosofia. Passear com a família E de vez enquanto entrar numa fria. Reunião de amigos E correr numa fazenda de trigo Viajar de avião E comer pinhão. Beber água de coco na praia E ir a shopping comprar uma nova saia. Comer chocolate diamante negro E dividir com meu amigo Pedro. Tomar banho de sol E jogar futebol. Escutar música o dia inteiro Fazer batalha de travesseiro. Rir e se divertir E um mundo novo construir Tomar sorvete e brincar de skate Ir ao cinema E receber de alguém especial um poema. Brincar com os amigos aos domingos, De tilica, boliche e bingo. Correr e brincar com o cachorro Descer em carrinho de corrimão o morro Ir à montanha russa E em casa fazer bagunça Acordar com o cantar do galo e Andar a cavalo Pintar o cabelo cor de rosa Para ficar mais charmosa. Passar o fim de ano com os irmãos Ir a um parque aquático ou de diversão Tirar self com os amigos na escola Ir para o parque jogar bola Comer doritos e beber coca cola E aproveitar as férias da escola. Fazer uma festa do pijama E tomar caldo de cana. Fondue no inverno e chocolate quente e ir para cama contente. Beber suco de uva com os parceiros E com as amigas comer brigadeiros. Ir ao zoológico conhecer os animais Comer pizza de morango e de sorvete em copos de cristais Brincar de guerrinha na lama E em dia de chuva dormir tranquilo na cama. Autores: Alessandro Werner da Silva, Carine Zanatto da Passar o fim de semana na casa de parentes e Cruz, Débora de Souza , Eduarda Frutuoso, Emanueli Conhecer pessoas diferentes Comper Borges, Emerson Batistoti Coelho, Gabriel Jacomossi, Helyson Sartori, Higor João Jesus dos Santos, JaAutores: Bruno Antunes de Oliveira, Carlos Eduardo Nu- milly da Silva Lino, Jesse Luiz Marcilio Desiderio, João nes de Souza, Caroline Elias, Eduarda Marchi Pereira, Vitor Poli, João Vitor Vaz de Oliveira, João Vitor ZimmerEduardo da Roza, Elienara Soares Oliveira, Francisco Ju- mann, Lorena Aparecida de Oliveira, Marcelo Filisbino lio Hames Neto, Jady Danieli Silva Farias, Jenifer da Silva Galvão, Mariane Rodrigues de Oliveira, Matheus MachaVargas, Julia Roseslanik de Menezes Pires, Julia Vitoria do, Mickaelly de Souza, Monique Moreira, Nicole GiacoBenigno, Ketlin Leal, Leandro Carlos Bonfim, Liedson mossi Machado, Peterson Henrique Dias de Oliveira, Rados Santos, Luan Victor Pinheiro, Maria Eduarda Sarafael Cardoso, Rafael Jacomossi , Vinicio Rover, Wilian mento, Mikael de Lima e Silva, Pamela da Silva Antunes, Mateus Pereira Nunes de Jesus e William Moreira Wolff Renata Jacinto, Victor Mathias Bertoldi e Vitoria Margarida Benigno dos Santos. 6ª série 1 Escola de Educação Básica Professora Olívia Bastos 6ª série 22 Tijucas - SC. Escola de Educação Básica Professora Olívia Bastos Tijucas - SC. 17 DESCOBRINDO JOVENS POETAS Continuamos nesta página o exercício coletivo da Escola de Educação Básica Profª. Olivia Bastos, de O almoço de domingo Tijucas, SC Ver vovô com o cachimbo Crianças e adultos se divertindo. Andar a cavalo O que nos deixa felizes? Sentir a sensação de voar E caminhos diferentes desvendar. Comemorar o natal com a família Ver todos com muita alegria E tentar viver isso todo dia. Jogar bola Ser campeão e comemorar bebendo coca-cola. Ir a praia Fazer uma caminhada E ficar de olho nas meninas de saia. Viajar com os amigos Comer, brincar e rir Sem pagar micos. Jogar vídeo game Sem ter ninguém para nos incomodar Tentando de fase passar. Autores: Adriano Nicolau, Ana Carolina Vidal Souza, Bruna Umbelino da Cruz, Carlos Henrique Machado, Dara Aparecida Cardoso da Silva, Eduarda Mariano, Everton Valdinei Ribeiro Rufino, Izabel Paulina Franca Juskow, Jean Vitor Reis, Jhonatan Willian de Paula Quadros, João Vitor Benigno dos Santos, José Augusto Casas, Joziele Padilha de Oliveira Ramos, Leandro Werner da Silva, Leonardo Vinicius Fernando Quadros, Maria Eduarda Dias Carletto, Michel Crispim de Jesus, Sabrina Silva da Cruz Galisa, Tailane Rover e Vanderlei Luiz Pavesi. 6ª SÉRIE 2 Escola de Educação Básica Professora Olívia Bastos Tijucas - SC. Passar um final de semana com os padrinhos Brincar no shopping de carrinho E fazer um lanchinho. Comer chocolate Adicionar um pedaço de gelo Misturado a vitamina de abacate. Ter uma festa de aniversário E de presente Ganhar um papagaio. Ir para escola estudar Buscar novos conhecimentos E escutar o som de uma vitrola. Assistir programa divertido na TV Rir muito E depois comer. Estar com a mãe Brincar e me divertir E passear e sorrir. Fazer trilhas na mata Curtir a natureza Acompanhado de um cachorro vira lata. Violino estudar E com a orquestra se apresentar. Professora Márcia Reis Bittencourt, membro do Grupo de Poetas Livres e do Grupo de Poetas Sol Nascente, de Canelinha. Profª Márcia coordenou em Tijucas e Canelinha concursos promovidos pelo GPL, cujos vencedores foram publicados nesta Revista. Cumprimentamos todos os professores da Escola de Educação Básica Profª Olivia Bastos, que incentivam seus alunos a estes exercícios, bem como o amor pelos livros. ***** A leitura de um bom livro é um diálogo incessante, o livro fala e a alma responde. André Maurois 18 AMIGOS POETAS D´ALÉM MAR QUE IMPORTA? INVERNIA Que importa os tempos negros já passados, os foscos dias, sem sol ou réstia dele... Se com lágrimas foram já lavados e em versos sepultados no papel? Chovia a noite na transparência serena e doce do olhar do orvalho confidenciando com a melodia acre de gotas sonoras. Que importa os ais, sustidos, engasgados, os arrepios revoltos pela pele, se todos se aplacaram desbastados p´la douta lei da vida e seu cinzel? Na cortina da bruma ainda mais baça, bailava o mistério da invernia sedenta de fome na procura insaciável da seiva das palavras. Nas mãos das árvores desprendem-se ocasos nascidos no ventre da terra. Perfeita a mão da sábia natureza que nos modela ao traço estrutural que exige pormos n´alma mais nobreza; polirmos nosso cerne existencial, passo a passo na viagem oscilante, e a pedra lapidarmos em diamante! CARMO VASCONCELOS Lisboa, Portugal Diretora Cultural da Revista eisFluências e das Antologias Logos da Fénix Membro do IWA O silêncio nasce no espaço da incerteza do destino da manhã. Iluminam-se corpos na caverna da noite com vazios de ventos, de luzes difusas prolongando-se em nevoeiros inquietos. E os segredos noturnos dormem nas veias agitadas das árvores e no coração das pedras abrigadas na glorificação da beleza de sombras inquietas. MANUELA BARROSO LÁGRIMA Gerês – Porto - Portugal Só não é gota de orvalho, porque na pétala da tua face, não se demorou. Quis saber quem um dia serei A sonhar, a meditar Vaguei Sonho meu vem me animar Sempre o fizeste, eu sei A branda loucura sempre andou a sonhar O que fui, jamais inventei Continua a amar Vaguei O que sou, amava sublimar Como nunca será perfeito meditei Na forma de melhor navegar Vaguei Por vielas e calçadas deste revolto mar Para encontrar a íntima paz meditei Como é bom um giro para serenar Novas caminhadas matinais, encetarei Para a paz sufragar Perambularei Com o gosto a me animar Vaguei. Rolou, e foi-se embora sem esperar que o Sol languidamente viesse beijá-la. Depois, caiu no chão e desfez-se em lágrima distraída. JOSÉ VAZ Leiria – Portugal (membro correspondente do GPL) “Dizem que ser poeta é uma sina Que a cigana lê na palma da mão, Que surge quando se corta o cordão, Ou logo que o doutor tira a batina”. [1a. estrofe de A sina] DANIEL COSTA Lisboa – Portugal (Membro correspondente do GPL) ANTÓNIO JOSÉ BARRADAS BARROSO Membro correspondente do GPL em Parede, Portugal 19 NILSON MELLO O poeta dramaturgo A RVS e o GPL prestam homenagem a um de seus diletos amigos. Recentemente falecido, era assíduo frequentador das páginas desta Revista. A ele rendemos homenagem. O poeta se foi, mas sua poesia é eterna. Tomando por base biográfica sua obra A História de um contador de Histórias, esta revista reverencia um dos mais autênticos poetas catarinenses. NILSON MELLO nasceu em Florianópolis, SC, precisamente na rua General Bittencourt, nº 163 (hoje nº 565),numa casa de madeira, demolida em 1980, cheia de cupim, dia 26 de dezembro de 1927 e faleceu em 12 de maio de 2016. Filho de Manoel Martins de Mello (1862-1945) e Julieta Alves (1900-1956). Tem dois irmãos, Wilson e Dilson, e mais outros cinco, filhos do primeiro matrimônio de seu pai. Nasceu raquítico, exigindo cuidados especiais de sua mãe...Para tomar banho, a mãe colocava um pano no fundo da bacia metálica para que o menino não se machucasse. Cuidados de mãe... Criou-se no Morro do Antão, altos da rua Lages, hoje chamada de rua General Vieira da Rosa, no centro da capital do Estado de Santa Catarina. Como qualquer criança, principalmente as do sexo masculino, era especialista em traquinadas. Uma infância saudável e feliz. Sua educação foi numa escola particular com duas salas apenas. Continuou os estudos no Grupo Escolar Modelo Dias Velho (mais tarde batizado de Escola Básica Estadual “Antonieta de Barros”). Depois foi para a Escola Industrial, que mudou o nome para CEFESC e atualmente IFES. No SENAC , cursou o Fundamental e Prática de Escritório. Sua produção na área cultural,como escritor e teatrólogo, integra 63 peças teatrais escritas, 30 livros editados, até em nível nacional; possui livro adquirido pelo MEC para integrar em Bibliotecas Públicas. Membro da Academia São José de Letras, Academia de Letras de Biguaçu; sócio fundador da União Brasileira de Escritores. Pela sua formação acadêmica simples, pode-se considerar Nilson Mello um verdadeiro autodidata. Trabalhou em diversos lugares e se aposentou aos 52 anos de idade. A ARTE DE NILSON — aos 19 anos começou a desenhar a lápis rostos e a reproduzir fotos 3 x 4 em tamanho ofício. Depois começou a pintar aquarelas. Pintou nove quadros. A arte também lhe trouxe o amor de sua vida. Foi em uma exibição de filmes na União Operária que conheceu Santa Piccolo, sua eterna paixão. Casou-se em 29 de dezembro de 1956. Ambos trabalharam na Rádio Anita Garibaldi, de J. J. Barreto. O nascimento do seu primogênito Rogério, foi transmitido pela Rádio. Depois nasceram Nilson Mello Júnior e Jussara e adotaram Dalva Luiza Peres,com onze anos de idade, para completar o desejo de ter quatro filhos. Como teatrólogo, Nilson teve sua 1a.peça O Ratinho Sabido, encenada pelo Grupo Nós, com direção de Luiz Alves da Silva. Convidado, presidiu o Grupo de 1971 a 1989. Quando se afastou das atividades teatrais, o Grupo Nós já havia encenado trinta e duas 20 peças de sua autoria. De suas 63 peças teatrais escritas, 50 são infantis, 32 encenadas em Santa Catarina, Paraná, Rio de Janeiro e Fátima (Portugal). Nilson colaborou com 14 jornais em Florianópolis, 2 periódicos e 5 revistas, sendo 2 do Rio de Janeiro; ganhou Menção Honrosa com as peças As Formigas Boca-Doce e Estrelinha de Cristal; Medalha de Mérito do Município de Florianópolis nos 262º aniversário da cidade; Troféu Bastidores (premiação dos melhores do teatro idealizado por Valdir Dutra)nos anos de 1980, 1988 e 1990. Recebeu homenagem especial da Academia Catarinense de Letras quando dos seus 75 anos de fundação. A Revista da ACL publicou um de seus contos: “Cigarro—Uma arma poderosa”. Sócio fundador da UBE-União Brasileira de Escritores; presidente do Grupo Nós; atuou como produtor nas rádios Anita Garibaldi, Guarujá e Jurerê; participou dos livros Contistas e Cronistas Catarinenses; editou por conta própria 30 livros e um deles publicado pelo MEC. Uma vida rica dedicada à arte, à escrita, ao radialismo, ao jornalismo, não cabe em duas laudas. Fica, no entanto, nosso registro e a homenagem da RVS e do GPL. (Profª Maura Soares) DEFININDO O TEU OLHAR Inacreditáveis... são os teus olhos quando estão a serviço do Amor. Violentos... quando fitam o Amanhã; Titãs... quando lutam para vencer o coração; Dóceis... quando vencem a fúria da vida; Úmidos... quando se despedem de alguém; Soberbos... quando estão a serviço dos necessitados; Necessitados são todos os que te olham; Vacilantes... são os teus olhos quando se veem no vazio da vida; Vazio é o espaço que nos separa; Tenazes... são os teus olhos quando me ferem a alma; Ferida é tudo aquilo que parte da tua negação; Divinos... são os teus olhos quando se cerram atrás das pálpebras para olhar a Deus no outro lado da vida; Divinos, porque não ferem quando estão a serviço do CRIADOR. [In: Fragmentos d´alma...Poesias] Publicado na Revista Ventos do Sul n.24, janeiro a junho de 2005. AMIGOS POETAS D´ALÉM MAR Até o mais pesaroso pêndulo consegue fazer o sol chorar, quando a torre deixa de abraçar o relógio e apontar para a estrela. O vento até poderá limpar as lágrimas da minha face, mas jamais limpará as mágoas do meu coração. O tempo dará razão a quem nada tem a temer. Por isso, sei que vou. Não sei se volto. Mas sei que não fico... [In: "A Minha Metáfora vai nua"] ADELIO AMARO LEIRIA, PORTUGAL Florbela VEM COMIGO HOMENAGEM Vem comigo, meu amor, vem comigo Colher a flor que nasce na campina, Ouvir o vento que sopra em surdina, E toma o pária errante por amigo. AMOR QUE MORRE O nosso amor morreu... Quem o diria! Quem o pensara mesmo ao ver-me tonta, Ceguinha de te ver, sem ver a conta Do tempo que passava, que fugia! Vem comigo, meu amor, e traz contigo Alguém que possa impor, pela doutrina, Ao poder, que transforme a triste sina Das gentes que inda vivem sem abrigo. Bem estava a sentir que ele morria... E outro clarão, ao longe, já desponta! Um engano que morre...e logo aponta A luz doutra miragem fugidia... Vem comigo, mas traz no coração A vontade de dar, a teu irmão, Agasalho, amor e fraternidade. Eu bem sei, meu Amor, que pra viver São precisos amores, pra morrer, E são precisos sonhos para partir. Vem comigo sentir pular a vida, Olhar o céu, dizer:- missão cumprida! Senhor, enche minha alma de amizade. E bem sei, meu Amor, que era preciso Fazer do amor que parte o claro riso De outro amor impossível que há-de-vir! ANTÓNIO JOSÉ BARRADAS BARROSO Parede, Portugal [In: ...antes que chegue o inverno, pág.112] FLORBELA ESPANCA Vila Viçosa (Alentejo) Portugal [8.12.1894—8.12.1930] [In: Livro na Rua.(livretos com cerca de 15 páginas cada) Série Escritores Portugueses. Biblioteca do Cidadão. Págs. 6 e 7.] Rogando que Deus que restitua-lhe a saúde, homenageamos nosso querido “Tiago”, colocando-o também na página dos poetas d´ além mar. [Organização de Ronaldo Cagiano. Brasilia,DF ] MEMBRO CORRESPONDENTE DO GPL. Os espinhos que me feriram foram produzidos pelo arbusto que plantei. (Byron) 21 COLABORAÇÕES DE ASSOCIADOS E AMIGOS Recebemos colaboração do nosso amigo, poeta e escritor catarinense, EMANUEL TADEU MEDEIROS VIEIRA, nascido em Florianópolis em 31 de março de 1945. Autor de Cerrado Desterro I e II; Olhos azuis ao sul do efêmero; Tremores; A revolução dos ricos; Os hippies envelhecidos; 22 Contos escolhidos; Teu coração despedaçado em folhetins; Love Story Paulistana; O homem que amava simpósios, entre outros. Autor largamente premiado por seu trabalho. Atualmente reside em Brasília. ESTRELA CONTO DE EMANUEL MEDEIROS VIEIRA Para CLARICE Então, eu disse para ela – tentando desdramatizar, buscando um sorriso –: quando sentires saudades, olha uma estrela (qualquer estrela), em qualquer noite, e tenta me enxergar lá – o bigode, o sorriso, as esperanças, as paixões, os erros, as lutas não vencidas, o sonhos, os voluntarismos, tudo o que quiseres enxergar. Ela camuflava a tristeza. Eu iria partir. Nunca se sabe quando. De qualquer maneira, eu sempre te amarei, e esse amor vai à eternidade, mas eu não quis ser solene ou retórico– era o que eu sentia (sempre, só escrevi o que senti). Morrer é ficar longe dos amigos? Lembrei-me de um personagem de Gabriel Garcia Marquez, em “Do Amor e Outros Demônios”: “O corpo humano não foi feito para os anos que a pessoa é capaz de viver” (...). Vida e morte, não pedimos para nascer, não pedimos para morrer. “Os homens morrem e não são felizes” (Albert Camus). Fomos andar no Parque da Cidade. E fiquei pensando: vi esta “menina” nascer, assisti ao seu crescimento, os primeiros dentes, a evolução do corpo, e ela estava agora com quase trinta anos, e é um sol nesta minha vida. Como em Nietzsche, a mim não foi concedido o benefício do esquecimento. Seria um lugar-comum, mas eu “discursei”: é preciso ser forte, nascemos, vivemos, envelhecemos – se não morrermos antes. Entendi na prática o que estudara nas aulas de Filosofia: é preciso ser estoico. Não reclamar, seguir em frente. Fé? Eu não sabia se ainda a tinha. “Nada acontece no teu conto”, avisa um anjo. Um eventual leitor, talvez diga: “que triste!” ( o texto). Categorias como “alegria” ou “tristeza” não importam no que escrevo. Só busco colher uma verdade humana, só escrevo o que sinto – sempre (perdão pelo tom solene ou retórico – ou pelo eventual lugar-comum). Parece um jogo de dados. Cai o número seis, o número um. Sempre cai algum número. Células “saíram do lugar”. O repertório é vasto – enfermidades várias. Passamos. Breve sopro. Insisti: sempre te amarei, aqui, depois, sempre. Comemos pipoca, tomamos água de coco. Estávamos no período de seca em Brasília. Seus olhos pareciam indagar: “por que”? Nunca saberemos. Nunca saberemos de nada. Em tradução livre, recordei-me de “Macbeth”, de Shakespeare” (sobre a vida): “É uma estória contada por um idiota, cheia de som e de fúria, sem nenhum significado.” Poderia ter optado por “louco” em vez de “idiota”. E optando “qualquer” em vez de “nenhum”. A vida? Essa ânsia toda. Essa movimentação toda. Essa luta toda. Mas não esqueças, moça: para te lembrares de mim, basta escolher uma estrela. Qualquer uma. Até. *** N.R. Tive o prazer em comentar suas obras Cerrado Desterro I e 22 Contos escolhidos. O texto sobre Cerrado Desterro I foi publicado em Cerrado Desterro II (orelha e páginas 351 a 357). Obrigada, amigo. Maura 22 CONSTRUINDO VERSOS E PENSAMENTOS (*) PALAVRA—CHAVE: A VIAGEM A VIAGEM A VIAGEM Grandeza! Beleza! No alvorecer te vejo a sorrir Mas sei que à noite tu irás partir Vagando em minhas lembranças descobri imagens gravadas na mente, apesar do tempo que passou. Algumas estão gravadas também no coração. Minha memória fez a viagem pelo tempo em que conheci lugares que deixaram saudades. Outros, apenas lembranças. A viagem do sul ao nordeste, em todas as capitais, (só não conheci Vitória e São Luiz), me causou boa impressão, mas só por Natal me apaixonei. Olinda faz jus ao nome, mas não é capital. A viagem às Américas, do Sul e do Norte, me mostrou diferenças difíceis de superar. No sul, Buenos Aires é bela e grande, mas não supera Santiago do Chile, culta e moderna. Montevidéu é uma graça e Assunção não me tocou. Na América do Norte, três países visitei. O México é semelhante ao Brasil, mas respeita seu passado. No Canadá vi outro mundo. Cidades em que no inverno, com neve até cobrir casas, não se precisa sair às ruas. Estações de metrô levam passageiros para o trabalho, casa ou escola num mundo subterrâneo. Impressionante. Já Nova Iorque, nos Estados Unidos, é um país dentro de outro. Uma loucura total. Não se dorme lá. A vida é contínua. Dia e noite se mesclam como se fossem uma coisa só. Las Vegas é para se visitar à noite. Uma profusão de luzes que se espalha pela cidade formando um belo espetáculo. Muito diferente durante o dia. Quer jogar? Nem precisa sair do hotel pois até no aeroporto têm máquinas para jogos. Não vi nada igual. Los Angeles é cinematográfica. Já São Francisco, como na canção, lá deixei meu coração. É linda. A viagem à Europa me encheu de sabedoria e cultura. Madri, Paris, Roma, Salzburg, Munique (esta mais moderna) e o olhar é de encantamento. Duas cidades me conquistaram: Praga, na então Checoslováquia e Mont Sant Michel, na França. Esta, situada num castelo medieval com a cidade ao redor, sem carros! Volta-se no tempo e parece que estamos participando de um filme sobre a Idade Média. Linda! Num determinado horário da tarde a maré enche e Sant Michel fica totalmente ilhada. Quem está fora não entra quem está dentro não sai. Maravilhas da natureza. Na Itália, querem saber onde me encontrei? Em Veneza. Lá eu andava pela cidade como se já a conhecesse e tivesse vivido lá. Eu, que não tenho senso de direção quando caminho, em Veneza comandava o grupo por suas ruas e ruelas, sem errar, sabendo exatamente aonde ir. Devo ter morado lá em outras vidas. Na Hungria, em Budapest, conheci duas cidades numa só. Um lado – Buda – e o outro – Pest – são uma só, mas desiguais. Uma cosmopolita, moderna, a outra conservadora. Lindas, diferentes, e uma cidade única. Narrei as grandes viagens que fiz ao longo da vida. Elas preencheram minha curiosidade e sede de conhecimento. Porém a melhor viagem que faço no dia a dia é ao meu interior, No silêncio que me cerca, nas orações que faço, na leitura e na música que enleva. O convívio com as pessoas também me fazem viajar. Nos momentos de silêncio meu pensamento vagueia sem pressa para chegar a algum lugar. Esta é minha melhor viagem. A da Imaginação. Saberei esperar. Eu sei que amanhã tu vais inundar com luz e calor este lado do mundo E eu volto a ouvir o cantar dos pássaros. Vou ver renovar o verde das folhas. Sentir com alegria o cheiro da flor. Vai... Faz tua viagem! Uma noite, apenas... No amanhecer Novo encontro Novo dia Reinicio. ÁUREA DE MELLO BALDISSERA ******** PRIMEIRA VIAGEM Minha primeira viagem Aos dez anos de idade Sai do interior Pra visitar a cidade Era uma viagem curta Não sabia onde andava Em cima de uma caçamba Eu não me acomodava Quando chegou no lugar Pulei com os pés no chão Era tudo tão bonito Parecia uma visão O sol brilhava lá longe Em uma estrada amarela Me dizia tanta coisa Ficou entre eu e ela. Florianópolis, 05/04/16. IRENE ELOZA DE SOUZA ZEULA SOARES (*) Projeto Interno do GPL. 23 CONSTRUINDO VERSOS E PENSAMENTOS PALAVRA—CHAVE: A VIAGEM A VIAGEM A VIAGEM Viajar para dentro de si se interiorizar revivenciar alegrias e sofrimentos curando mágoas e ressentimentos perder-se no tempo esquecer os momentos ruins esquecer as crenças que aprisionam se libertando, se desapegando vivendo o presente em cada dia conhecendo o universo do seu coração a viagem é longa e nela está a nossa evolução, o autoconhecimento explorar o seu interior, conhecer a si mesmo é a maior viagem que alguém possa fazer conhecer os seus limites, dominar os seus impulsos fazer dessa vida o melhor dos sonhos ter consciência da vida e da morte ver a realidade como ela é vivendo entre a razão e o coração. Na plataforma, esperava o último trem. Partia. Não pretendia mais voltar. Sonhos desfeitos, coração sofrido, amargurado. Seus poucos pertences em uma valise. Poucas pessoas ali se encontravam. Cada qual imersa em seus pensamentos. Ela, sentada numa ponta do banco, mãos cruzadas no colo, relembrava. Recordava dos doces encantos, dos meses de enleio, da luz do abajur. Das mãos a se tocarem, dos corpos a se aquecerem. Tudo passará; tudo ficará na lembrança, nas doces lembranças. Agora, empreenderia a última viagem. Para trás o perfume das rosas, o café quentinho pela manhã, o despertar com um beijo. Lembranças, só serão lembranças. O trem chega. Um último e derradeiro olhar. Guardará na retina o local da felicidade quase esquecida. ALCIDES CALAZANS A VIAGEM Dou tempo ao tempo Preparo o meu coração Levo minha alma além, Bem mais além. Preparo a mala Na bagagem amarro meus sonhos Que se espraiam, em espantado bailado. Junto à expectativa, Centelha das esperas e das certezas Há tanto acalentadas. A viagem é sopro de um antigo desejo tardio Sopro que espelha, ensolarado, Despertando minhas memórias. Quero novos olhares Muita beleza Outras histórias O velho e o novo Quero o tempo Aventuras Conhecimento E o pulsar junto à vida. Passageira nesta viagem Em liberdade Nesta hora Sem perder meu norte Sobraçando meus sonhos Sem medo, vou em frente. MAURA SOARES 2.4.2016 A VIAGEM Bagagem, euforia Dia cheio de alegria As amizades, o amor A confraternização E os sorrisos embalados Na suave canção. Viagem Monumentos, praias, sedução E tua presença Em meu coração. Viagem Saudade, vontade De vivenciar novamente Momentos inesquecíveis Que não saem do meu pensamento. MIRELA ALBERTINA CORRÊA Abastecida de emoção Embarco. Vou! ELOAH WESTPHALEN NASCHENWENG (*) Projeto Interno do GPL 24 CONSTRUINDO VERSOS E PENSAMENTOS PALAVRA—CHAVE: A VIAGEM A VIAGEM A VIAGEM Dia 9 de julho de 1953, dia de festa no Cais. Já era noite naquele dia, quando em mais uma viagem, majestoso navio partiria. Confesso que tive medo... Tudo era novidade... Em minha tenra idade eu não saía à rua sozinha e mal conhecia a cidade. Extasiada fiquei ao ver tamanha festividade. Então soou o apito chamando a embarcar. Pela mão de minha vó adentramos ao navio para uma viagem de ida ao Rio. Quatro dias navegando com bom tempo ou mar revolto. Cabine primeira classe, tapete vermelho, refeitório com piano, música e alegria. No almoço a sobremesa que hoje é tão careta: queijo e goiabada, Romeu e Julieta. Jamais esquecerei daquela viagem e dos dias que passei. No dia 11 de julho, a bordo do Navio Carl Hoepcke, meu décimo aniversário, festejei. Chegando ao Rio de Janeiro, lá aguardava meu pai. Em terra, várias noites acordei sentindo o balanço do mar. Olhava em volta, procurando... Tranquilizava-me ao notar que a pouca luz no aposento vinha através de uma janela, não mais de uma escotilha. Um dia todos nós vamos fazer A viagem de volta à nossa origem. E vamos voltar para o nosso lar Voltaremos à morada do Criador. Eu quero conhecer o mundo dos espíritos Um dia estarei de volta à nossa essência. Lugar onde existe a caridade E lá as ruas não tem nome. Existem músicas, são lindas e serenas Um mundo perfeito, onde não existe dor. Parecido com a cidade dos anjos Mundo onde as almas são mais felizes. E as pessoas são perfeitas, bonitas e inteligentes Não existe dor, fome e violência. Podemos encontrar nossos entes queridos No jardim das cores, maravilhoso como um arco-íris. Acredito que a morte já foi superada Onde as pessoas vivem em harmonia. Na viagem do jardim do Éden, jardins secretos Tem uma cidade que se chama Sol. De volta ao paraíso, onde tudo começou E onde as pessoas realmente se amam! A viagem onde as pessoas se tratam como verdadeiros irmãos. VAGNER XAVIER A VIAGEM Viajei nas asas da imaginação passei por terras e vales floridos lindas cachoeiras desciam velozes pelas montanhas O mar se agitava com altas ondas e se estendia na areia da praia EUNICE LEITE DA SILVA TAVARES O vento passava sutil subia na serra para se esconder da chuva Arataca, Florianópolis,SC Navio Carl Hoepcke Vi tantas belezas feitas pela natureza moldadas pelas mãos de Deus. DORALICE ROSA DE SOUZA SILVA (*) Projeto Interno do GPL. 25 CONSTRUINDO VERSOS E PENSAMENTOS PALAVRA—CHAVE: A VIAGEM A VIAGEM Eu fiz algumas viagens pelo Brasil. Até que um dia, minha filha Abegair chegou em casa e disse: A senhora vai viajar para o Uruguay, com uma das minhas professoras. Vão dois ônibus e a minha amiga que é professora, será responsável pela senhora. Eu não queria ir porque o meu netinho André, recém-nascido, estava na UTI do Hospital Infantil. Toda família insistiu muito, fui então viajar para fora do Brasil! Eu estava com 70 anos. A viagem foi muito boa e tranquila. Aproveitei cada minuto; conheci muitos lugares, aprendi muito. Na hora das refeições, os ônibus paravam e os dois grupos ficavam juntos. Tivemos quatro colegas de viagem que se destacaram pela comilança. Comiam a parte delas e o que sobrava das demais. Era sempre assim, comiam, comiam e comiam. Quando chegamos ao Uruguay, na programação do dia seguinte tinha uma visita a uma Casa de Queijos e Salames pela manhã, almoço numa churrascaria, passeios a pontos turísticos à tarde e um baile à noite, com apresentação de tangos. As quatro colegas viajantes comeram que se empanturraram pela manhã na Casa de Queijos; ao meio dia se fartaram de churrasco e vinho. No passeio da tarde as quatro não foram porque estavam indispostas. Na hora de ir para o baile elas estavam com dor de barriga, vômitos e diarreia, e ficaram no hotel. Quando voltamos, ficamos sabendo o que tinha acontecido. As quatro comilonas tinham entupido os vasos e os boxes dos banheiros dos dois apartamentos! O pessoal da manutenção do hotel teve um trabalhão danado de fedido. Saímos do Uruguay com fama de brasileiras cagonas. no fundo do nosso quintal a árvore majestosa triste, deu lugar a uma nova construção, e o chão, antes de areia onde nossa patinha alegre ciscava, ganharia uma grande piscina e a nossa patinha do pescoço comprido, coitadinha, perdeu o seu reinado. Perdeu o seu lar. Então, tudo isso deu lugar as festas super alegres dos aniversários dos netos, dos filhos, churrascos apetitosos que ainda consigo sentir o cheiro da carne quentinha, saborosa, dos finais de semana, sempre acompanhada daquela geladinha. Todos ali na cozinha fazendo aquela muvuca que ninguém conseguia entender o que se falava, pois todos falavam ao mesmo tempo. Das festas inesquecíveis que orlava de branco e de luzes a casa que cuidadosamente era preparada, pois o Ano Novo era a maior de todas as festas: era o Aniversário dela. O Natal que recebia alegremente o Papai Noel para que netos e bisnetos ainda pudessem sonhar com um mundo de fantasias, como fizeram com seus filhos antes da saudade chegar. Do abraço apertado, tão apertado, que nos recebia a cada chegada. Esse vou senti-lo cada vez que nas minhas viagens através do tempo nas minhas memórias, me levaram ao mundo da imaginação. Moral da história: Não faz da tua boca uma lata de lixo sem fundo e sem tampa, principalmente quando estiver fora de casa! STELA MÁRIS ALVES OoooOoooO A VIAGEM Viajei pelos templos da Índia Me silenciei perante as pregações Arranquei os males da vida Me despi das tentações. MARIA DA ANUNCIAÇÃO PEREIRA Ooo000ooO Fui Buda por alguns minutos Fui Monge, talvez Sonhei em ter tudo Por ilusão que se desfez. RECORDAÇÕES (DE VIAGEM) Eu guardarei para sempre em minha memória as histórias das quatro gerações vividas. Dos amores, das conquistas, das desilusões, das lágrimas e das alegriZELI MARIA DORCINA as, das muitas alegrias que vivemos. Da árvore majestosa no fundo do quintal, da patinha de pescoço comprido orgulhosa andando pra lá e pra cá, ciscando o chão de areia que ainda não havia sido cimentado pelo progresso. Na frente da casa, já se começava os primeiros tímidos preparativos com flores muito coloridas, para formar ali o nosso jardim, o nosso lindo jardim. (*) Projeto Interno do GPL. Mas os anos se passaram e chegou também o progresso. A rua antes de barro agora receberia asfalto e, 26 CONSTRUINDO VERSOS E PENSAMENTOS PALAVRA—CHAVE: A VIAGEM A VIAGEM A VIAGEM Quando me ponho a olhar para a vida faço uma verdadeira viagem relembrando os embarques e desembarques ao longo do trajeto que percorri. Conduzida pela velocidade de um vento parti em busca do meu Norte, sem mensurar a quilometragem, nem o tempo. Levando o mar dentro de mim e tudo que acreditava possuir, cruzei aquela ponte deixando para trás um Rio de esmeraldas e com o peso da bagagem, chorei abraçada a mim mesma ao me despedir da estação em que me encontrava. Ao partir, desejei muito que estivesse ao meu lado para vislumbrarmos juntos, um horizonte novo, apreciando o ar fresco das manhãs, belas paisagens que surgissem, ou simplesmente estar junto, para me aconchegar em teus braços, no friozinho do cair das longas noites que por certo, teria que enfrentar. Cheguei a imaginar que virias comigo ou quem sabe, estarias a me esperar numa estação qualquer, mas a saudade veio a ser a companheira do meu dia- a- dia. Sozinha e sem rumo, me vi a percorrer estradas desertas, passando por florestas escuras, vales e montanhas, em noites sombrias de assustadoras tempestades. Com alterações de curso, acidentes, cancelamentos e atrasos de embarques e desembarques, cheguei a experimentar alguns momentos de alegria, mas outra vez desejei muito que estivesses comigo para um abraço e em nenhuma estação, encontrei o teu rosto amado. Conheci viandantes que assim como eu, também estavam a caminho, mas não conseguiram prender minha atenção, nem desviar minha rota. Houve também os que passassem tão despercebidos, que nem se deram conta de que eu viajava ao lado, pela mesma estrada. Vaguei por infinitas estações entre estranhos, e ao observar os passageiros que desocupavam seus assentos, para correrem sorridentes ao encontro do abraço que os aguardava, mais uma vez chorei a tua ausência. Em cada chegada ou partidas frustrantes, fiz juras de não mais viajar para não degustar o sabor amargo do esperar em vão, mas em constante vigília permaneci esperando teu chegar com boasvindas. Na exaustão dos meus devaneios, na fantasia de solitários sonhos, o grande mistério era saber se, ou em alguma estação, estarias a me aguardar. E eis que, numa estação qualquer, um sorriso tão familiar alçou meu coração e me fez mergulhar no olhar onde o sol brilha, sob um céu azul repleto de luzes mais cintilantes que as estrelas do céu. Inesperadamente um anjo estava a caminhar outra vez em minha direção. Ao seu calor acomodei meu corpo ardente de querer, permitindo que escutasse o descompasso do meu coração e ali apaziguei a minha alma. Senti que havia terminado a longa espera pelas estações e não necessitaria mais de malas nem provisões. E por saber que bastava aquele entrelaçar de mãos para navegar, porque o mar ainda estava inteiro dentro de mim e completamente disponível, me deixei levar na maravilhosa viagem, para nunca mais precisar dizer adeus... HERALDA VÍCTOR >>>>>Foto ao lado: Mercado Público de Florianópolis, década de 50, século 20. 27 A vida realmente é uma viagem Andamos, viajamos Vivemos e esquecemos Que é uma passagem. A viagem nos proporciona Alegria, conhecimento. Quando alguém viaja Para sempre, Sofremos, sobrevivemos Porém, quando viaja e retorna, Mesmo que raramente comemoramos Viajamos para cá e para lá. Foi numa dessas viagens Que me descobri. Gosto pela poesia eu tinha Lá pelos anos sessenta Poesias de famosos eu curtia. Mas foi numa viagem Aqui na terra da Magia Enquanto viajava nos coletivos eu lia Todas as poesias que eu via, Coincidência ou não Sentei-me para descansar Aguardando o próximo coletivo Conheci um ser Que, em breves palavras, falou: Sou Maria Vilma , Temos uma academia de poetas. Trocamos breves palavras, Mas senti Que tínhamos algo em comum. Essa viagem foi única Só que um acidente Impediu-me de ir logo. Mas assim que me recuperei Corri atrás do meu sonho Ao chegar fui bem acolhida. E quero dizer humildemente Obrigada por eu ser uma poetisa! OLGA POSTAL 06.04.2016 DE BRAÇOS ABERTOS... ESTAMOS! ABRAÇO Prosa comportamental CONTRIBUIÇÃO PARA QUE A PESSOA SE SINTA VALORIZADA POESIA Um abraço dá a mesma resposta como muitos medicamentos no organismo, porém sem efeitos colaterais, já provados pela Ciência, pois é fonte de harmonia oxitocina que é protetor natural do coração e responsável pela nossa capacidade de ajudar e receber apoios. Nele é possível avaliar um pouco da personalidade, conforme o jeito que abraça. São ótimos estimulantes conexão entre as pessoas, não importando a idade ou sexo. Os contatos físicos como abraço, beijos, aperto de mão e carinhos tem grande importância para a construção da auto estima e afirmação em relação ao mundo que nos cerca. Queremos nos sentir compreendidos, respeitados, valorizados e amados, às vezes não precisamos do veiculo verbal para transmitir compreensão, empatia, conforto e gentileza. Sorrir mais, brincar mais, tocar nas pessoas, com isso encontramos mais sentido de vida. Afinal, estamos aqui pra que? Poesia É sentimento... Inspiração... Que brota em um momento Que expressa um sentimento Que nasce no coração. De tristeza, de alegria De prazer satisfação Se gera devagarzinho E às vezes de repente Que joga pra fora tudo Que nasce dentro da gente. ANTONIO PEREIRA DE MELLO Membro da CAPOSM Santa Maria, RS COM UM FORTE ABRAÇO DOUMERVAL TAVARES FONTES São Vicente, SP SOLIDÃO [redondilha maior] Por que será que a tristeza, irmã da melancolia, tão logo amanhece o dia, já não nos faz mais surpresa? Por que chorar o passado, se nada nos volta atrás e a solidão contumaz, é da ilusão o reinado? Carlos Damião A solidão abraçar, nos traz da tristeza o sopro. Estamos juntos em corpo e o pensamento a vagar. Me ensina me diz qual é o sabor da chuva o calor de um beijo que se distrai inteiro na solidão da distância. O homem julga, inocente, que seu viver é seguro, mas deve estar no presente sem esquecer o futuro. CARLOS DAMIÃO Poeta, Escritor, Jornalista Florianópolis, SC 26.4.2016—Praia de Fora (Postado em sua página no Facebook) ROBERTO RODRIGUES DE MENEZES Florianópolis, SC [ALMESC, ADL, ASAJOL] [In: Castelo Púrpura, pág. 25] 28 DE BRAÇOS ABERTOS... ESTAMOS! O OÁSIS SEM SABER O QUE FAZER Bela criança de olhar tão meigo, Com este olhar me deixas sem saber o que fazer. Tu me venceste sem armas... Apenas com este olhar que hipnotizou todo o meu ser! *** Eu que me considerava um conquistador. Zombava das mulheres e não as dava valor! Hoje estou preso... E sem qualquer motivação para conquista-la! O que ela me disse piorou minha situação: - Eu amo e sou amada e nos entregamos! Um ao outro, alma e coração. VIVALDO TERRES Itajaí, SC EM MIL PEDAÇOS Foram-se E não voltam mais Aqueles dias felizes E de um céu sem nuvens Que na distância Via-te Todos os dias E venerava-te por inteiro *** Não... Não habitas mais No estro meu No altar que construí Somente para ti Minha divina Luna Na verdade ele quebrou-se Em nanos pedaços E se perdeu Para além do infinito *** Agora pobre de mim A vagar sem destino algum Do nada Para lugar algum No deserto do real Do cotidiano *** Não... Não voltam mais Aqueles dias dourados De felicidade E de amor equidistante Onde eras tudo Na minha vida vazia No deserto de mim há um oásis incriado onde mitigo a injusta sede dos meus duros caminhares, É nele que me protejo do fogo desses olhares, intrusos e traiçoeiros, como vermes carniceiros, que perseguem o meu ser e viva querem comer a carne deste meu corpo, que resiste e não se abate frente ao duro acicate da ingrata desigualdade. Mas... ainda que me roa a desumana indignidade do deserto sem garoa: eu sou a asa que voa e no oásis canta a loa de paz e de liberdade! SILVÉRIO DA COSTA Chapecó, SC [In: Trilhos Cruzados, pág. 24] A FERNANDO SAVATER Los políticos a caballo de las naciones La curiosidad a canguro de la ciência Los ambiciosos a tigre del comercio El dogmatismo a mastodonte de las Iglesias Los revolucionários a cóndor de las reivindicaciones El goce estético a unicórnio de la dignidad. ROLANDO REVAGLIATTI Buenos Aires, Argentina [In: Ripio — Antologia Poética, pág 78] SAMUEL DA COSTA Itajaí, SC 29 DE BRAÇOS ABERTOS... ESTAMOS! POST SCRIPTUM AO TEMPO Em tudo há prioridade Seja lá a dificuldade Com que o poder se defronte: - Simples lâmpada queimada, consertos em rua, estrada, construção de escola ou ponte. Hoje faz frio e chora Venho tropeçando em meus arrependimentos Trago em punho um maço de remorsos e flores Governar — pesado ofício Fundado no sacrifício, Feito um pé cheio de calos; Não tem cura permanente, Precisa é ser competente Quem se propuser tratá-los. E na roupa um leve cheiro de ausência Não tenho palavras para desdizer o feito Lembrai, bem, vós que tratais: - Um dói menos; outro, mais; Seja a atenção condizente, Que só se pensa a ferida Porque a dor sempre é sentida, Claro está, por quem a sente. Não tenho mãos para desfazer o dito Só peço ao Tempo senhor das fatalidades Cada qual com suas cruzes, À rua devolver luzes Não é coisa que se ensine; Espera-se que alguém faça Sem buscar em Deus a graça E por si próprio, ilumine! Que mesmo alheio a todas as vontades Detenha a sanha da incomplacente roda E me conceda então apenas um segundo PAULO FERNANDO MACIEL RODRIGUES Artesão—poeta . SANTA MARIA, RS Antes que no apagar da última luz o pano caia HORAS COMPLETAS Antes que o gatilho adormecido numa pausa se contraia (19.10.2015) Barcos de velas brancas deslizam levemente lentamente sobre águas azuis no lago do meu interior. Eles estão cheios de sonhos de fadas. Eles estão cheios de almas silenciosas debruçadas em suas velas enfunadas, recolhendo gota a gota toda a água do lago em vapores. Longe está o porto. As velas estão seguras, conduzidas pela luz da minha estrela celeste e bem perto do farol. Barcos de velas brancas são brancas pombas que voam suavemente nos sonhos da minha alma, deixando sulcos de luz que não têm mais o que fazer sobre a terra e que pode exclamar: “Senhor, tudo está consumado!” Nas horas graves, os olhos ficam cegos; é preciso, então, enxergar com o coração. ARTÊMIO ZANON Antoine de Saint-Exupèry [ACL, ASAJOL, ADL] [In: Minhas horas cristãs, pag. 74] ANTONIO CUNHA Poeta, ator, diretor e dramaturgo. Florianópolis, SC [A partir da peça Flores de Inverno, do Grupo de Teatro Armação] 30 DE BRAÇOS ABERTOS...ESTAMOS! PARA SEMPRE! (*) JÁ NÃO SOU EM MIM Manhã de julho, - que melancolia —, nuvens cinzentas, chuva miudinha, o sol esquecendo que já era dia, e eu segurando a mão dele na minha, perdendo calor, ficando mais fria, pedindo um milagre à Salve Rainha. Não interfira nas discussões, De pensamentos tão meus... Eles não servem para serem jogados, Nem vazios quantos os seus. Por que às vezes entras, Na inspiração de quem sabe? Sabe de que não irei negar, A um pedido de lealdade. Recito um poema, com melodia, tentando esconder a lenta agonia do atroz desfecho, que a dor prenuncia, na triste manhã de ilusão tardia. Minha voz tremeu, relembrando o dia em que o amor chegou e me fez companhia. Muito menos ao amor! Visto em minhas entranhas. Com a alma se levantando, Para te receber em comunicação. Leve pressão, como sendo um carinho, -- talvez demonstrando a nossa harmonia —, parece querer que eu fique pertinho, num aconchego que mal adivinho... Mas sinto escoar a doce alegria, e eu me despeço, chorando baixinho! Num templo erguido, Sobre pedras nas montanhas. Estas suntuosas belezas naturais, Existentes no interior de minha vida. Vida, no qual, nem nobre é! Muito menos esbanjando riquezas. Porém há sempre a certeza do espírito, Enquanto puder expandir o meu viver. ZENILDA NUNES LINS Florianópolis, SC [In: Tecendo Alegorias, pág.104. Poema composto em memória do 81º aniversário do escritor Hoyêdo de Gouvêa Lins. 7.10.2010] Já não sou em mim! A juventude de outrora. Ainda não envelheci, Com o tempo, surgirá o legado que escrevi. RICARDO OLIVEIRA SONETO (Lorquiano) www.recantodasletras.com.br/autores/ricardoemversos A veces me pregunto por que Amparo Más fue antes de cantar una elegía Por eso te explico ¡Vida mia! Amparo ya era como un toro Rabioso de sangre por las venas O canto de alborada y sementera Gritando ao viento Primavera Olor de nardo y azucenas Naciste saltando en mis jardines Zoraida no habría nacido tan hermosa Lugar de helecho y mariposa El alma me llenaste de violines Zaguán em calma de olor a rosa. MANUEL GONZALEZ ALVAREZ Madri, Espanha Diretor do Grupo Ritus Senior (com apresentações de canto e poesia) Reunião do GPL: Doralice e Maria da Anunciação abril 2016 31 IN MEMORIAM A FIGUEIRA DA TROMPOWSKY NOITE ESCURA Bela figueira de outrora! Onde estão: tua ramaria farta e viçosa, tua copa altiva, verde e frondosa? Hoje a noite está escura o céu pontilhado de estrelas Eu medito! Meu pensamento vai longe não vejo as montanhas pois a escuridão não permite Ouço o barulho do vento os sapo a coaxar eles emitem sons todos diferentes uns mais altos outros mais baixos uns mais finos outros mais grossos. É como se fosse uma orquestra tem som para todos os gostos Os morcegos cruzam os ares, as corujas também vem e procuram alimentar-se. Eu gosto de meditar na solidão, pois no escuro parece que estou bem mais perto de Deus. Máquinas assassinas, cavando fundo o solo cortando-te as raízes. Mas, ficaste firme, de pé, como um solene protesto! E continuas o teu viver centenário, para nosso encanto. Como fiel encarnação de tantas recordações! SYLVIA AMÉLIA CARNEIRO DA CUNHA (Fpolis, 1985; Poemas no Tempo) [In:Poemas do Meu Caminho, pág. 71] (ACL, IHGSC) MAURILIA FREITAS MAR DE AMOR [In: Minha Saudade, pág.54] NA imensidão do mar do teu corpo viro peixe, crio barbatanas, e na limpidez do teu sorriso mergulho e venho à tona. SORRISOS E LÁGRIMAS O mundo traçado Completo inacabado de coisas nuas. Onde a gente se perde e se acha Na vida, na morte, nas ruas. É o traço traçado Na marca da sina que ensina o caminho. E seguimos a trilha Com tudo, com todos e sozinho. Em êxtase de tédio e alegria. Na esperança e na agonia Do certo e do errado! É meio termo enfermo do universo. Da desigualdade total. Tudo prossegue lento e veloz até o último ato atual, Até o último fato Fatal... NADO NAS correntezas dos teus carinhos e deixo-me levar, por razões que emergem do teu âmago. NASCEM tentáculos que te abraçam e aquoso é o desejo que nos banha e nos assanha e nesse oceano de paixões aumenta minha vontade crio outro mar, o da felicidade e em tua superfície vivo a flutuar, flutuar. (13.6.2003) LICINHO CAMPOS [In: Lascívia, pág. 21] Pensamento da página desta obra: “As almas encontram-se nos lábios dos enamorados” (Percy B. Shelley) ALZEMIRO LIDIO VIEIRA [In: Mundo Neutro, pág. 39] Cada lágrima ensina-nos uma verdade. (Ugo Fóscolo) 32 COLABORAÇÕES DE ASSOCIADOS E AMIGOS Osmarina Maria de Souza (*) O INESQUECÍVEL RETORNO Quase sempre meu retorno para casa acontece vir de carona, e naquele dia não foi diferente além de que mais duas amigas completavam o quarteto cujo retorno para mim se transformou em uma viagem ao passado. Turma alegre, satisfeita com o sucesso acontecido com o Encontro de Voluntárias do Intercâmbio Comunitário. Algo, porém mudou tão logo saímos do NETI. À nossa frente e por todos os lados um enorme engarrafamento. Trânsito completamente parado e foi ai que tudo mudou. A professora, que gentilmente nos transportava disse: Hoje vamos mudar nosso caminho e subir a Serrinha. Fiquei apreensiva, e me perguntava: Como pela Serrinha se não há saída, ou por onde vamos passar para chegar? Eu não conhecia aquele novo trajeto. Surpresa e já no início da subida esqueci a dúvida e comecei a admirar o belo cenário que se me apresentava. Jamais pensei que um dia veria novamente minha cidade, tão bela, do alto. Para cada lado uma nova e bela paisagem. Feliz eu olhava, comentava e agradecia a professora por me proporcionar tão belo passeio. Em poucos minutos já havíamos subido a Serrinha e já estávamos descendo a Rua Nestor Passos no centro, e ali vi a selva de pedra em que se transformara a minha cidade e o belo por do sol que só Florianópolis oferece. Que beleza! E lembrar que em 1944/45 estava sendo construído o edifício IPASE, na Praça Pereira Oliveira, o primeiro com mais de três andares, em Florianópolis, e depois o edifício ZAHIA na Rua Felipe Schmidt. O tempo passou e agora eles são incontáveis. Foi maravilhoso tudo que vi. Agradeci a professora Cecília por me proporcionar agora, no fim da minha jornada, esta pequena viagem que me transportou por alguns minutos ao passado. Que belo! Foram poucos minutos que valeram por incontáveis horas. E aqui faço minhas as palavras do Visconde de Taunay, quando disse: “O que de mais belo os meus olhos já viram neste mundo foi a Ilha de Santa Catarina vista do alto do Morro da Cruz”. Se você quiser ver este lindo cenário, suba pela Serrinha, na Trindade, e depois me diga se o Visconde não tinha razão. Obrigada, professora Cecília, em poucos minutos me proporcionaste momentos felizes. Estou a te dever mais esta gentileza. DESPERTAR Fez setenta anos, e distraída não viu, mas a vida passou... E do sonho utópico acordou... Enfrentara tudo com coragem e amor. Então feliz gritou: - Quero pular! - Quero dançar! - Quero cantar! - Quero viver! Dá-me, Senhor, saúde e sabedoria para bem envelhecer. Em 2012, Osmarina foi homenageada pelo SENAC com seu nome dando título ao concurso literário que aquela instituição promove a cada ano. No dia, Maura Soares lê a louvação feita por ela para homenagear a querida confreira e integrante das comissões dos concursos de poesias e crônicas do SENAC. [In: Relicário de saudades, pág. 92] Publicado em O trinta-réis, n. 37, ano XI, agosto-setembro 2006. (*) Membro das Academias Desterrense de Letras, São José de Letras, Biguaçu de Letras e ACPCC. Amiga do GPL. 33 POETAS DO GRUPO CORRESPONDENTES E EFETIVOS SONETO PARA OS CLÁSSICOS A única métrica De minha poesia É a rima A única. Não me preocupo Em escrever só Em duetos, tercetos Quartetos ou sonetos Pois se minhas Ideias fossem sempre Do mesmo tamanho Eu seria um ser Inferior, E muito estranho. BUSCO A PALAVRA Quando me sinto só Na escuridão da noite Quando os temores Do mundo me afligem, E os pensamentos negativos Querem me açoitar, Imagino o paraíso E um coro de anjos Vindo em minha direção Peço ao Senhor Paz... E Ele sossega Meu coração. Quando um amor não se divide, a felicidade não consegue se multiplicar. G. B. da Silva OLGA POSTAL [In: Palavras do Coração, pág. 29] JOSÉ LUIZ AMORIM A MÃE SABE FAZER DESENHO? DOR DE AMOR Se dor de amor matasse Não haveria mais esse coração Que grita no silêncio Não bateria mais ofegante Esse peito que sofre. Ah! Se dor de amor matasse, Não mandaria mais minhas palavras À tua procura, nem meu amor Se inquieto ficasse. ZELI MARIA DORCINA [In: Versos que me acalentam, pág. 41} Uma flor? Uma árvore? Uma casa? Um beija-flor? Uma fruta? Um carro? Um barco? Um peixe? Uma mochila? Minha mãe disse que não sabia... Então eu disse: Olha o Pinóquio! MANOEL MÁRIO REIS BITTENCOURT Canelinha,SC [In: Meus primeiros poemas, pág. 07. Poema aos 10 anos] Estou sozinha e o meu pensamento é só teu. Não sei o que pensar. A tristeza me toma, sinto o peito apertar. Sofro calada, não tenho com quem desabafar, nem mesmo sei se quero... Muito tempo desperdiçado. Não quero mais esperar. Soluções rápidas, Somente soluções rápidas... (versos do poema TRISTEZAS, de ADRIANA CRUZ) [In: Revista Ventos do Sul, n. 24 — janeiro a junho de 2005] 34 POETAS DO GRUPO CORRESPONDENTES E EFETIVOS CARLA MENINA, MULHER E GUERREIRA (*) Impressionei-me quando te vi o coração disparou as pernas não senti o poeta apaixonou. Uma frágil guerreira. Assim eu posso dizer? Vais bem mais além de ti Quando queres proteger As pessoas a quem amas. Minha núbia tupiniquim sua tez me enlouquece seu olhar penetra em mim seu calor minh’alma aquece. Igual a um passarinho Que empresta o seu ninho Sempre a acolher a todos Com aconchego e carinho. As curvas de seu corpo o gingado de suas cadeiras fazem os olhos enxergar torto faz a mente pensar besteira. Carla, nome tão lindo Fazendo jus a pessoa Deixa meu queixo caindo me faz sorrir à toa. Sua voz doce e suave desliza em meus ouvidos é a brisa que sopra à tarde aguçando os meus sentidos. Amo-te como se amam certas coisas obscuras, secretamente, entre a sombra e a alma. Pablo Neruda Quando olho o passado Ainda ouço a tua voz. Teu olhar calmo, amigo, Confiante e seguro. Queria estar sempre contigo Tu e eu, éramos nós. ÁUREA DE MELLO BALDISSERA [In: Desdobrando, pág. 66] (*) Para a minha maninha Nézia, que na sua infância,quando eu me sentia insegura, não importava a situa- ARNALDO GOLINO Belo Horizonte, MG 16.1.2016 PRAIA BRAVA A praia curta num recanto lindo, apertada entre morros, piso fino de areia macia, ondas sorrindo sob o manto de céu sempre azulino. DESPEDIDA Em respeito àquele momento, profundo silêncio seguiu seus passos. Mansamente, afastou-se cabisbaixo, guardando para si somente o segredo. Talvez por medo da realidade daquele dia ou para não quebrar o encanto do mundo irreal onde vivia. Com a imagem da pessoa amada em seu coração e pensamento reteve as lágrimas do amargo pranto. Recusando-se a aceitar a despedida, seguiu seus passos vivendo numa só, duas vidas. Ao morro norte vai gente subindo para de lá voar, e, bailarino, ao vento o parapente indo e vindo não chega a aterrissar de inopino. Limita mar aberto onde surfistas marcam na área aquática suas pistas, marcas que a face líquida não grava. Beira de mar de Santa Catarina tua água no seu azul-piscina constrói a graciosa Praia Brava. JOSÉ PEIXOTO JÚNIOR Julho 2014 Brasília, DF EUNICE LEITE DA SILVA TAVARES [In: Sonhos e fantasias, pág.49] 35 POETAS DO GRUPO CORRESPONDENTES E EFETIVOS TRÊS PENSAMENTOS Saudade é uma das mais belas formas de sentimento. Sem ela, não teríamos a alegria de pensar em alguém, que mesmo distante, nos faz bem. SOBRE O TRAVESSEIRO II “Sobre o travesseiro rabisco estas notas É noite, quase madrugada”(*) Ele ainda não chegou. Disse que iria fazer serão. Sei. No caminho, em cada esquina, pode encontrar alguém, penso. O ciúme me mata. Mas ele já era assim, me dizem. Do que reclamas? Meus pensamentos se embaralham. Onde andará? Por que não vem, se estou esperando para o Amor? A aflição toma conta de mim. Resolvo levantar-me. Largo caneta e papel. Bebo um copo de água, sem sede, pois é dele que tenho sede. Retorno às notas. Reflito na minha, nossa vida. Barulho de carro. Ei-lo que chega. Nada em seu semblante denota culpa, que esteve em noitada. Larga a pasta sobre a cadeira, desaperta a gravata. ---vai pouco a pouco se despindo. Beija-me. Desculpa, amor, o atraso. Sei que me esperas. Carlos separou-se. Fomos a um bar conversar. Perdi a hora. Só o olhei. Nada disse. Papel e caneta foram ao chão. O que estavas escrevendo? Nada, não. Vem cá. ....Fecha o pano. MAURA SOARES 19.12.2014, 18.10h- horário de verão (*)Versos do meu poema Sobre o Travesseiro) Dos verdadeiros amores não ficam apenas lembranças, pois eles permanecem sempre vivos, muitas vezes batendo à nossa porta. A beleza das pessoas está na capacidade de amar. A vida é um instante entre duas eternidades. THEREZINHA CACILDA MONTEIRO MANN (Da obra O Tempo e o Silêncio, no prelo) TIJOLOS QUEBRADOS Tijolos quebrados, corações dilacerados Juventude estúpida, arrogante, desperdiçada Somos tão jovens e velhos também A sorte pode estar do seu lado Ou talvez não! Não sabia se era dia Ou se era noite A Juke Box tocava música da morte Mas havia muita vida ali dentro Naquele beco eu fui feliz Mas fui triste também A chuva era fina e fria E parecia nunca ter fim E a minha juventude passando por mim. VAGNER XAVIER RECEITA para Osmard Andrade Faria Eu preciso é de chorar; deixar que um rio me leve; bater com os pés, ranzinzando, rolar no chão da calçada; me negar à caminhada que outros me apontam, sem ir. Mas vou, manso, pelas ruas dando bons dias a todos, sorrindo, vendendo olhares, quando a melhor solução seria dar um gemido que nunca mais se acabasse. JULIO DE QUEIROZ [In: Fractais, Poemas, pág. 58] 36 POETAS DO GRUPO CORRESPONDENTES E EFETIVOS GRATIDÃO FOTOGRAFIAS Se a luz do sol atrapalhar tua visão Agradece a Deus porque podes ver. Se uma pedra dificultar tua passagem obrigando-te a aumentar o percurso Agradece a Deus por conseguires andar. Se tens amigos e familiares que se preocupam contigo Agradece a Deus por isso Há inúmeras pessoas que não tem ninguém neste mundo. Se disseres: - Não creio em Deus Agradece mesmo assim. Ele te deu o livre arbítrio e te faz pensar que Ele não existe. Olha à tua volta. Admira a bela natureza. Quem criou as flores, as borboletas, os pássaros, rios, mares e montanhas, os homens e os animais? Só um Ser superior para criar tanta beleza. E ele atende pelo nome DEUS. Ao olhar tuas fotografias, vejo as marcas do tempo e percebo a tristeza bem marcada nestes teus olhos sinceros. Não tenho mais tua presença tão intensa ao meu lado nem em meus pensamentos. Porém, quando me pego a olhar tuas fotografias, paro e reflito: como gostaria de abraçar-te neste momento. MIRELA ALBERTINA CORRÊA TUA PERDA ZEULA SOARES (31.1.2016) Dor insuportável Verdadeira agonia Bloqueia os sentidos Desliza Paralisa EU E A CIGARRA A cigarra canta, eu ouço Já de perto bem pertinho Sem saber ao certo Se é Você que me seduz. Prosseguir, impossível. Sonhos se quebram Minha mente volteia nos céus Sinto calafrios Sofrendo embora Aqui neste deserto, Do sono me desperta O clarão que reluz. Não sei o rumo Perco a essência da existência. E mergulho no nada Na dor de tua perda Na dor da alma. Com calma eu medito Sobre o meu destino, Se amargo doce ou felino Sei que vou cumprir na vida. IVONE LIDIA RODRIGUES Bem sei que meu cérebro Assim tão pequenino, Com força e tino Vai te colher querida. No site www.laurojunkes.com.br, os pesquisadores poderão encontrar todo o acervo de autoria do ex-presidente da Academia Catarinense de Letras,LAURO JUNKES, falecido em 20.10.2010, que foi organizado pela professora Terezinha Junkes. O pesquisador poderá fazer download gratuitamente de todas as suas obras. (Res. Tempo de Viver) NELSON CARNEIRO São José d o Rio Preto, SP 37 POETAS DO GRUPO CORRESPONDENTES E EFETIVOS NAS GRADES GENÉTICA Olhos gelados Verdes parados Olhos que vagam Presos nas grades Refletem frieza Denotam tristeza Fechados às chaves. Mistérios da alma Dominam o ser De olhos velados num grito calado. Na ânsia sem cor Frias paredes Aprisionam desejos Detendo o instinto. Mãos algemadas, Corpo faminto Espreitando a noite Cumpre o tributo Sofre o açoite... Homem enjaulado Um condenado Sem alegria. Um apenado Sedento de amor Sem liberdade Negando a dor Encarcerado Faz poesia... Sob o manto protetor de autoridades, Eis que surgiu a genética Cujo maior objetivo aumentar renda e produtividade Esquecendo a natural perpetuação da espécie Mudando leis da natureza vezes sem ética Ação e reação serão aplicadas também à Genética. O troco virá, será uma questão de tempo Justiça do Universo contestará com réplica, Ganâncias desenfreadas a qualquer preço, Punindo a humanidade pelos nefastos inventos. Faturar, faturar, maldita sina da humanidade Que só pensa em aumentar seus milhões, Esquecendo-se na produção a responsabilidade, Esquecendo-se nas transgressões o retorno certo, Às aplicações de genética, contra reproduções Que causarão ao mundo, um futuro incerto. CARLOS PICCOLI [In: Um novo olhar, pág 32] Pensamento na página 32: Ciência sem consciência é a ruína da alma. (Rabelais) PASSEANDO COM AMOR... Eu vi a lua tão bela, meu bem vim te convidar. A noite está tão linda, vamos nós dois passear. HERALDA VICTOR [In: Atrás de um pôr do sol, pág. 65] TROVADOR Saímos nós dois juntinhos, pelos caminhos a brincar. Eu quero colher flores, meu bem para te dar. No rumo de uma sombra O trovador chorou. Era um choro triste e lento Na forma profunda De um lamento. A página da mocidade findou. Uma boca de mulher, Um leito, a vida impura. Ante a sepultura Um canto abandonado. E o moço... Ah! Aquele moço Que era eu em doce lira A musicar uma canção, Quantos versos em sintonia! Agora em oração O céu em cortesia, Abre-se ao trovador Num sorriso de ironia. São lindas as flores que te dei e foi de bom coração. O amor não vale nada se não tiver atenção. O amor para dar certo tem que ter muita união. Tem que ter sinceridade no fundo do coração. MARIA DA ANUNCIAÇÃO PEREIRA [In: Maria da Glória e seus frutos, pág. 86] ADIR PACHECO 38 POETAS DO GRUPO CORRESPONDENTES E EFETIVOS O DIA O dia amanhece A porta se abre Há um pássaro cantando No tronco da árvore... Há uma borboleta Acariciando a pétala E um beija-flor Beijando a estátua... No rio a ponte Os peixes embaixo Tem uma canoa Brincando no riacho... O homem sábio Conta histórias Arranca risadas Dentro do estádio. [14.5.2006] MÁRCIA REIS BITTENCOURT Canelinha, SC SAUDADES DA ARMAÇÃO Sempre vou te amar Ainda que o tempo passe E os anos cheguem Em meu peito lá estará Este sentimento imenso Continuará a pulsar LAGOA ENCANTADA Conceição, lagoa que encanta como um canto de sereia... vem, querido! Vem! vem singrar meu leito na lua cheia, bispar...boitatá correndo, bailado de bruxas e pirilampos a namorar estrelas. E se você vier de madrugada em silêncio e bem atento, ouvirá o rufar dos tambores Carijós que deram um volteio no tempo. Vem, querido! vem... nos dias de viração, quando me encontro rebelada e bravia sob açoites da lestada, vento que faz... de meus respingos, lágrimas, de seu zunido, lamento, pelo destino dos nativos ribeirinhos que nas brumas do tempo desapareceram de mansinho. Saudade daquele povo que mesmo me usando de mim cuidava. FLAVIO CAMARGO Vacaria, RS Na minha querida Armação Lá eu fui passear Me deu tanta tristeza Que comecei a chorar. Esse amor floresce Em qualquer estação Cada vez aumenta mais As saudades da Armação Armação querida O lugar em que me criei Hoje me arrependo Porque este lugar deixei. ANTONIA MARIA GAMA [In: A Flor da Armação, pág. 42] Membros do GPL, 14 de abril de 2016, comemorando o aniversário de 18 anos, ocorrido dia 13. 39 POETAS DO GRUPO CORRESPONDENTES E EFETIVOS Na vida sempre tem mudanças. É um processo de aprender e crescer. *** Amor é muitas coisas. Amor é dar, confiar, aceitar, acreditar, esperar, expressar alegria e lágrimas . (Annmarie Mulder—Hendel) O QUE É O TEMPO? Tempo é uma unidade, é uma medida, feita da cabeça humana. Deus não conhece Tempo. Deus é Eternidade. (Annemarie Mulder-Hendel) Arraial do Cabo, Rio de Janeiro FAMILIA AMOR Ser mãe ou ser pai é sentir a vida em sua plenitude. É extravasar amor, carinho, alegria, dedicação. É partilhar da felicidade de uma sublime criação. Mas ser mãe ou pai é muito mais ainda. É criar forças, coragem e especiais atitudes para enfrentar tristezas e vicissitudes Sofrimentos e alegrias se entremeiam vida afora... Muito amor e compreensão serão indispensáveis para formar-se bons filhos,felizes e saudáveis. Compõe-se então uma família valiosa, razão essencial de toda vivência. Família é o bem mais precioso de nossa existência. SUELI BITTENCOURT IV Um sonho banhado de amor é a flor soprada no sonho e a tonalidade no caminho de quem a felicidade, busca sem temor. Um toque revelado de humor é o sorriso que ponho aos seus olhos como banho da realidade do puro temor. De teus atos transparentes a revelar que minha semente Murchou-se em vívidas sentinelas E por mais incandescente que seja meu ventre masculino eu provenho da vida dos alicerces. [In: Suavize seu viver, pág. 43} HENRIQUE DUARTE INCENSO POLITICO Poeta dos Jardins MATO GROSSO DO SUL [In: Meu Dicionário] Senso de bom Senso de bem, Censo de censura, Censura política, Tramagem, Rapacidade, Rapagem de raposas, Galinhagem ideológica, Lógica ladroagem! “Quem se preocupa com o futuro deve esquecer o presente. Não é acaso e que o destino não existe antes do remetente”. Henrique Duarte JOSÉ MARIANO Vista do Cambirela, captada da Praia das Palmeiras. Florianópolis. Foto: Maura 40 POETAS DO GRUPO CORRESPONDENTES E EFETIVOS AMIZADE FAÇA-SE... HINO À BOA VONTADE!... Na vida coisas obtemos. Uma delas vou relatar. É a verdadeira amizade. Sempre que podemos Um amigo abraçar, Compartilhamos a felicidade. Desamarrem-se espíritos e nações... Deponham-se provocações e desenganos!... Satisfaçam-se bocas e anelos... Saciem-se sedes e esperas!... Como é bom abraçar A todos sem distinção. Chamando-os de irmãos E felicidades desejar. Abriguem-se corpos e sonhos... Abrandem-se ânimos e corações!... Desanuviem-se horizontes e mentes... Espraiem-se ternuras e solicitudes!... Amigos meus! Sempre peço para Deus. Que possamos continuar Vivendo na paz e na harmonia, Sendo amigos todos os dias. Revigorem-se dignidades... Refloresçam fraternidade!... Entoem-se cânticos e madrigais... Por todo Universo!... A amizade é uma benção Que nos cabe cultivar. É uma chama de gratidão Que podemos compartilhar. Acalente-se o sentido de Natal... Em cada coração!... A cada nova aurora... E, ali, Repouse por todo sempre!... Que Deus nos ajude Dando-nos muita paz. Pois tendo paz e saúde, O resto a gente corre atrás. Que assim seja!!! MARIA VILMA NASCIMENTO CAMPOS Presidente-Perpétuo do GPL [In: Meu Entardecer, pág. 13] JANETE VEIGA Poço Claro, Itaiópolis, SC FRUSTRAÇÃO O LABIRINTO A noite chora em silenciosa solidão As horas mortas no passado fenecidas. Pingos de chuva, lágrimas de um coração, Sucedem-se às miríades as gotas caídas. A minha mente sempre foi um labirinto, onde as palavras vão pintando, nas paredes, a minha angústia, o meu sorriso, a minha sede - e é sempre a lápis que registram o que sinto Mas não se esvai o imenso mar da decepção. O ruído da chuva nas ramas floridas Semelha o martelar do tempo na ilusão: Dissipa os sonhos e esperanças mais queridas pois, caso mude a estação em meu instinto, há liberdade em se apagar a frase triste e captar, em seu lugar, o amor que existe - e assim eu faço, reconstruo, mas não minto. A desfolhar as rosas e semear o acanto. - Ó coração que choras, cessará teu pranto Qual cessa a chuva e sobrevém o sol a pino. Mas eu não minto não por causa do discurso - que este muda, a cada verbo, o próprio curso: sou verdadeiro porque escolho a ilusão Mas tem certeza, pobre coração humano: Torna a chover em toda estação do ano. É este fatalmente o teu e o meu destino. de ser feliz no que me alegra, sem que eu seja feliz talvez aos olhos tristes de quem veja em mim apenas progressiva construção. LEATRICE MOELLMANN TONY ROBERSON DE MELLO RODRIGUES [In: Sedução, pág. 96] 41 POETAS DO GRUPO CORRESPONDENTES E EFETIVOS DOCES LAÇOS FINAL DE TARDE! A noite chegou de mansinho esfriando minha alma nem percebi sua nudez esquecida de outras noites que me deixou encanto paixão amor... Perdi a alegria que me faz viver e nessa mansidão a minha vida também anoitece e não sei se amanhece Ouço os sons do coração. É tua presença que me inspira. De repente a vida num sorriso generoso ilumina-se e contagia-se de miraculosa loucura. O que arrebata são os afagos, doces laços suspensos pela graça inesperada. Da vida quero sorver sorrateiramente um mar imprevisível de felicidade. Atraída pelo delírio e fascinada transbordo e me enrolo nesta harmonia de sentimentos. Recosto-me no tempo para aguardar a luz leve e sutil que desenha, enleia e se instala no meu coração. Perco-me neste nosso momento, A alma voa e nas mãos trago-te meus versos estrelados. ELOAH WESTPHALEN NASCHENWENG SEVERA CABRAL João Pessoa, PB O VENTO E A CHUVA DESEO ESCUCHARTE Poeta, no dejes que tu inspiración caiga al vacío, traslada tu pensamiento a una hoja, que no te importe si es bello o triste, está tu alma en ello, no es inútil lo que hás escrito Tu sentir poético deja un surco como un barco que ya pasó y deja una estela, ella se cierra pero otro barco la abre, para que otro poeta se nutra de tus poesias. No dejes encerradas tus emociones, rompe las rejas, y que tus poesias cabalguem en caballos de papel cruzando fronteras, porque la poesia es libre, libre como el viento. A ventania de ontem deixou casas destelhadas levou as folhas pra longe das árvores desalinhadas O vento que vem do norte também traz destruição passa por dentro da roça acaba com a plantação O vento veio de longe do infinito do mar levou as ondas pra praia pra na areia se enrolar O vento junto com a chuva vive sempre em parceria o vento carrega as nuvens e a chuva entristece o dia. DORALICE ROSA DE SOUZA SILVA DONATO PERRONE Buenos Aires, Argentina 42 POETAS DO GRUPO CORRESPONDENTES E EFETIVOS SER FELIZ Queria cantar como outrora Com alegria olhar as horas Esperar todos os dias Você passar Naquele carreirinho Na esquina de minha casa Com alegria eu espiava Quando você chegava Para trabalhar O tempo passou A vida parou Não para o mundo Mas para o seu SER Deixou de andar Tudo que foi alegria e espera Foi acabar Um acidente Numa estrada nos caminhos da vida Um forte estrondo Um ser humano em frangalhos Se desfez, sem vida Sem saber, chegou ao fim Foi a vida, o destino A fatalidade, ou descuido Mas...aí tudo acabou. (01.04 2004) MARINÊS POTÓSKÊI CHORO POR TODOS Desculpe-me não aguentei Tive que me desabafar Acordei-me durante a noite E no meio deste afoite Em prantos estava a sonhar Sonhei que estava de serviço Numa instituição militar E veio ali um vendedor Pedindo-me por favor Pra uma revista eu comprar Sei que a situação está difícil Mas tenho que lhe perguntar Hoje não consegui vender nada E a revista, o senhor não quer comprar Olhei para os meus subordinados Não contei tempo e fui além A sua situação está difícil E a nossa também O clima está dramático Diante do desespero Já enxuguei muitas lágrimas Pra não chorar o dia inteiro Ele deveria ter saído Enquanto eu lamentava Nem meus subordinados viram Ainda bem que eu sonhava Ficou só num sonho A história de um vendedor A situação me deu impulso Entrei num corredor Diante de um quebra-cabeça Entrei neste labirinto Pra sair deste enigma Somente nos versos que recito Xanxerê, SC VALTER OSVALDO SANT´ANA 13.12.2002 JURO QUE VI Juro que vi Um pequeno bem-te-vi Bem pertinho de ti Tinha o papo Bem amarelo Parecia fugir do castelo Juro que vi Um pequeno Bem-te-vi Bem pertinho de ti MARISTELA GIASSI Após o por do sol Felicidade Risos que não podem ser contidos Ficamos ao luar Enchendo os pés de areia Ouvindo a melodia do mar e do vento Teve uma chuva Teve uma bênção Então sentamos E admiramos as brilhantes ondas quebrando na areia AIRTON DA SILVEIRA FILHO [Extrato do seu poema Um nascer do sol que valeu] 43 POETAS DO GRUPO CORRESPONDENTES E EFETIVOS ABANDONO AMOR! INTERROGAÇÃO Meu maravilhoso Brasil Você está ficando abandonado Seus filhos estão morrendo Vítimas de remédios falsificados Nós, agricultores e operários, Somos vítimas de ladrões, de falsários De pessoas inescrupulosas Nós precisamos denunciar Mesmo a Justiça andando devagar Sabemos que ela sempre foi morosa. Amor! O que é o amor? Amor de mãe? Amor de filho? Amor de namorado? Amor de noivo? Amor de marido? Amor de neto? Amor! O que é o amor? Para que falsificar remédios? Falsificar anticoncepcionais? Não podemos morar em prédios Construídos com péssimos materiais. Podemos acabar soterrados Pelos poderes públicos abandonados Alguns políticos não estão ligando Poucos ouvem a nossa voz Somos vítimas de um algoz Que está nos sufocando. JOÃO BIRICO FILHO Floresta, Pernambuco [In: Entre flores e espinhos, pág. 54] Amor! Todo o amor é igual? Penso que não deve ser. Amor que dói? Amor que cura? Amor que chora? Amor que dura? Amor sem igual? Amor incondicional. Amor! Todo o amor é igual? Amor é igual saudade Amor também causa dor Fica a interrogação Ainda não sei o que é amor. Amor! O que é o amor? (11 de maio de 2016) IRENE ELOZA DE SOUZA VIVER E MORRER ¨Amanhã ou a próxima vida – o que vem primeiro, nunca se sabe¨. (ditado Tibetano) Todos os seres nascem, envelhecem e morrem. Somente o ser humano tem consciência da sua finitude e a morte é a única certeza que se tem na vida. Viver significa morrer um pouco a cada dia, sendo que o evento final ao qual chamamos de morte é o término desse processo. No universo, tudo está em constante mutação. A Lei da Impermanência faz parte da nossa condição humana, independentemente da nossa vontade. Nada é permanente, nada é para sempre. Devemos viver a vida plenamente, utilizando as nossas experiências e sofrimentos para transformar nossas emoções e realizarmos o processo interno de crescimento e evolução. A DANÇA DO AMOR Vamos! Vem ver a lua comigo... Nesta noite escura eu vou te conquistar! Vamos! Segura firme as minhas mãos... Deixa esta canção nos guiar! Sente o meu coração... Eu vou te ensinar a dançar! Solta os teus pensamentos, E vive intensamente os nossos momentos. Coleciona aventuras diariamente, Eu quero te levar às alturas! E no meio desta dança, beija-me com fervor, Que eu te mostrarei o que é o “Amor” HIAMIR POLLI ALCIDES CALAZANS 44 POETAS DO GRUPO CORRESPONDENTES E EFETIVOS INVERNO Vem chegando o inverno E de mansinho Vai expulsando a minha primavera Que em seu desabrochar sereno Trouxe-me tantas ilusões Puras quimeras As flores vão murchando Breve muito breve No entardecer tristonho, solitário É inverno frio, enfadonho sudário Flolhas ao léo, vozes emudecidas Ventos calados, calmos, peregrinos No breve adeus da despedida Vozes veladas perseguem meu destino Ações quase inibidas Quem me dera Ainda em tempo Voltar à primavera NEUSITA LUZ DE AZEVEDO CHURKIN Pelo teu olhar, Vejo teu coração Sofrido, perdido na escuridão. Pelo teu sorriso, tua emoção, Fracasso, solidão. Pelo teu caminhar sem rumo, Tua incerteza onde chegar, Pelo teu semblante, Tua beleza se perdendo Sem alguém pra te amar, sofrendo. Pela tua voz, uma súplica, Um arrependimento. Pelo teu modo de agir Vejo teu pensamento. Por que da vida fugir? Para aos poucos ir morrendo? A vida é bem melhor que a morte! Podes mudar tua sorte, agora, se quiseres. Se acatares o que te digo, Se quiseres recomeçar das cinzas, Eu te darei meu abrigo. Uma cama pra dormir, alimentação. Uma nova vida, com um novo coração. Com vontade de viver e aprender a gratidão. Inundar-se de saber, pra não cair na solidão. DIRCE DIAS PASSAR DOS DIAS Deixa as lágrimas de uma criança Tocar tua alma, que os anjos lá do Céu tocarão a melodia do amor para o teu coração... A Liberdade se aproxima! Passaram-se alguns dias; tudo está distante como se tivesse passado longo tempo. A saudade faz lembrar todo teu amor. Carinho, afeição, porque, na verdade, deixaste todo teu afeto; só ficaram doces lembranças. VERA DE BARCELLOS Agora, estás livre, te libertas Voas bem alto, Mais alto que puderes. Desejo tua felicidade. Estarei sempre contigo em pensamento, dentro do meu coração. [In: Cores poéticas em seu coração, p.87] Afinal, não partiste, apenas foste para o outro lado do caminho deixando teu perfume com rastros de doces lembranças. Em reunião do GPL do dia 2 de junho de 2016, Heralda Victor (e) e Vera de Barcellos Tua amada, STELA MÁRIS ALVES 45 BIBLIOTECA DOS POETAS “MARIA VILMA CAMPOS” LIVROS, REVISTAS, FOLDERS, ZINES recebidos, após o recesso dez.2015 e em 2016. 25.11– de PEDRO e TÂNIA DU BOIS, Balneário Camboriú: Comércio de ilusões (Tânia); Tânia e O livro infindável (Pedro). 26.11– de ANTONIO PEREIRA DE MELLO, Sta. Maria, RS: Zine Missionários da Poesia, ano 5, n. 67 e 68 , Dez-Nov. 2015 ,com poesias de Maura “Mais que tudo isso” ; e “Reflexo” no Zine Expressando em Poesia, de Maria M.Bandeira, ano V, n. 60, 61 e 63, nov-dez. 2015 e fev 2016, Ano 6, n. 62, jan. 2016, com poema de Maria da Anunciação Pereira; ano 6. n.70, fev. 2016, poema de Maura, “Saudade”, 31.12– Jornal Letras Santiaguenses, ano 20, n. 120 e 121, nov-dez 2015 e já.-fev 2016, com poema de Eloah “Reencontro”; 1.2.2016– Zine Missionários da Poesia ano 6, n. 69, jan.2016, poema de Maura “Memórias perdidas”; Zine As Acadêmicas, ano 18, n. 214 e 215, set. e dez. 2015, Zine Pô Esia n. 1 e 2 (São Luiz do Maranhão), Zine Cotiporã Cultural, n. 59, set. out 2015; Zine Literatura & Arte, ano XXII,jan. 2016, n. 1875. Zine “Francisletras”, Goiânia,GO, ano 16, n. 78,fev 2015. 31.3.2016-”Os mensageiros”, ano XI, n. 55, out, 2013; 28.4.2016– Zine Missionários da Poesia, ano 6, n. 72, abril 2016, com o poema de Maura”Um bandoneon dentro da noite”; Zine Expressando em Poesia, ano 6, n. 65, abril 2016; Escritos, n. 45.ano VII, set-out 2015; 27.4.2016– Letras Santiaguenses ano 21, n. 122, mar-abr 2016. 6.6.2016—Zine Expressando em Poesia, ano 6, n. 66; Zine Missionários da Poesia, ano 6, n. 73, maio 2016; Zine O Garimpo, n. 127, ano XI, fev. 2016. editor Cosme Custódio da Silva. 23.6.2016—Zine Confraria da Amizade, ed. Por Paulo P. Mello,ano 7, n. 72, junho/2016; Zine Expressando em Poesia, ed. por Maria M Bandeira, ano 6, n.66, maio/2016; Zine Missionários da Poesia, ed. Por Antonio P. Mello, ano 6. n. 73, maio/ 2016; Boletim da Casa, CAPOSM, ano II, n. 8, dez 2007-jan-fev 2008; Letras Santiaguenses, ano 21, n. 123, maio/ junho 2016. 4.12– de LUIZ FERNANDES DA SILVA, João Pessoa, PB, Zine Correio da Poesia nº extra 2015, com “Reflexo” e “Ilha de Santa Catarina”, de Maura; 19.12– Opúsculo de Adauto Ramos, “Arthur Coelho, um paraibano na América”; Revista Correio das Artes, março 2015, ano LXVI, n.1—”A incrível história de Altino Alagoano ou Artifícios de um poeta que andava de blusa e saia” - Aderaldo Luciano. Revista dedicada à literatura de cordel; 28.12– Texto de sua autoria “O mundo em tempo de festa”(Natal); 31.12– Plaquete com biografia “A família Ramalho,no brejo da Paraiba”, de Ramalho Leite; obra “José Freire de Lima”, de Marinalva Freire da Silva, Maria das Graças Madrugada Silva e Espedito Madruga Freire; 29.1– Zine Correio da Poesia Jan.2016,n. 1030, com poema de Maura “Memórias Perdidas”. 9.3.2016-Correio da Poesia, nº extra fev 2016, poemas “A dança da vida” e “Esperança”, de Eloah W.Naschenweng e “Quanta saudade cabe em um dia”,de Maura. 29.4.2016– de sua autoria e Rafael Francisco Braz, a obra “Perfil Biobibliográfico de Marinalva Freire da Silva—Uma trajetória admirável”. 19.5.2016– Zine Correio da Poesia, 2016, n. 1030, 37 anos! 16.12– de ROBERTO RODRIGUES DE MENEZES, O Clarim n.8, ano IV, dez. 2015. 18.12– de DOUMERVAL TAVARES FONTES, São Vicente, SP,livro “Reminiscências”. 19.12– de SAMUEL DA COSTA, Itajai, SC, sua obra “Século XX- negras linhas em páginas em branco”. 6.1.2016– de MARCO MARQUES, Porto Alegre, RS, O Nheçuano, de Roque Gonzales, ano 6, n. 28, novdez 2015;idem o n. 29, ano 7, março-abril 2016 15.2.-de MARIO TESSARI, Jaguaruna, SC, obra “4 Contos”. 31.3.2016-ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE ESCRTORES—Brasilia,DF, Jornal da ANE, fev.mar 2016, ano XI, n. 68. 2.6.2016– e Ano XI, n.69, abril 2016. 31.3.2016– de Portugal para a presidente Eloah: Antologia dos Poetas Lusófonos, com Antero de Quental na capa e seus poemas Fantasia e Minha canção de amor. 6.4.2016– de LUIZ CARLOS AMORIM —Suplemento Literário “A Ilha”, ano XXXV, março 2016, n. 136, com poemas de Maura e Julio de Queiroz. E em 3 de junho a Suplemento Literário A Ilha n. 137, ano XXXVI, junho 2016, com poemas de Maura e Julio e homenagem a Salim Miguel. 5.5.2016– da ASAJOL– Academia São José de Letras— O Trinta Réis – ano XX,n.8. 17.5.2016—De TÂNIA DU BOIS, Balneário Camboriú, sua obra O eco dos objetos — Cabides da memória. Junho 2016—de VIVALDO TERRES, Itajai, sua obra Choque Térmico. Maio — De DANIEL COSTA, associado correspondente em Portugal, sua obra poética O Pescador de Pérolas. Evento GPL 2014, Sessão de Encerramento do Ano Acadêmico: A presidente Eloah, Annita Hoepcke da Silva, Maura e o maestro Adair Lima. 46 ACONTECEU... 26.11.2015 –Lançamento da obra de Maria da Anunciação Pereira, “Maria da Glória—Meus frutos”, no Restaurante Espetinho de Ouro, para cerca de 100 pessoas. Pelo GPL: Eloah, Doralice, Zeli, Maura, Zeula, Áurea, Heralda, Eunice, Carlos, Stela, Maristela. Nelcy Mendes (Papa-Livro); Manoel Philippi e esposa Maristela, Carmen, esposa de Carlos, Osmarina, Roberto Menezes e esposa Silvia e de Eunice seu filho Eduardo, esposa Dani e filhas. 3.12.2015— Lançamento, pelo GPL, de sua 8a. Antologia, intitulada Garapuvu, com destaque em página especial na Revista Ventos do Sul n. 45. 4.12.2015— Na ACLA, posse de acadêmicos com Heralda, Eloah, Maura e Zeli e as poetas Susana Zilli, Marli Lisboa, Vera Barcellos, Maria Elena Lamego e Kátia Rebelo. 18.3.2016—Zeli Maria Dorcina esteve na Escola Palmira Lima Mambrini, de Barreiros, conversando com alunos de 1a. A 4a. Séries sobre poesia e o GPL. Disse que a professora da classe está trabalhando a poesia com seus alunos. 23.4.2016—Vagner comunicou que está com seus poemas na Antologia “A vida em Poesia”, de Lisboa, Portugal 31.3.2016—Em reunião do GPL,o presidente da Academia de Letras dos Militares Estaduais de Santa Catarina, Cel. Roberto Rodrigues de Menezes, comunicou que a ALMESC terá como patrono na cadeira n. 30, o saudoso poeta do GPL, Alzemiro Lidio Vieira. 11.4.2016— Nosso poeta Vagner Xavier concedeu entrevista ao blog Instituto Cultural Arte Brasil, comentando sobre o GPL e suas obras. Vagner comunicou que até 30 de abril no Bar Canto do Noel, ficarão expostos seus micro poemas em Varal Literário, Projeto do Coletivo Anestesia do qual faz parte, com mais três escritores. 22.4.2016 — Falecimento do escritor Salim Miguel, aos 92 anos, nascido em Biguaçu Homenageado escritor, a imprensa brasileira dedicou páginas contando sua vida desde inicio da carreira com sua esposa, escritora e poeta Eglê Malheiros Miguel no Grupo Sul, em Florianópolis, até ser premiado por seus trabalhos. Sua obra Nur na Escuridão foi traduzida para o idioma libanês. 28.4.2016— Eleição da Diretoria do GPL, biênio 2016-2018, com a seguinte nominata: Presidente: Eloah Westphalen Naschenweng; Vice-Presidente: Heralda Victor; 1º. Secretário: Profª Maura Soares; 2º Secretário: Zeli Maria Dorcina; 1º Tesoureiro: Áurea de Mello Baldissera; 2º Tesoureiro: Mirela Albertina Corrêa; Diretor Cultural: Stela Máris Alves; Responsável pelo site: Zeula Soares; Presidente Perpétuo: Maria Vilma Nascimento Campos; Presidente de Honra: Manoel Philippi. 4.5.2016— A vice-presidente Heralda Victor representou o GPL no aniversário de 20 anos da ASAJOL. 7.5.2016—No Museu da Escola Catarinense, aconteceu uma bela homenagem póstuma a Salim Miguel, numa cerimônia interativa, com familiares e amigos da literatura. 7.5.2016—Olga participou da Feira do Livro de Florianópolis. A presidente Eloah esteve presente. Distribuíram a Revista Ventos do Sul, fizeram contato com a Livro Postal Editora, interagiram com outros escritores e com os visitantes da Feira. 11.5.2016—Falecimento do escritor, poeta, ator, dramaturgo NILSON MELLO, nascido em Florianópolis dia 28 de dezembro de 1927. Deixou uma obra excelente em contos infantis. Autor de peças teatrais e diretor de algumas delas do Grupo Nós, do qual foi Presidente. É homenageado neste número da Revista Ventos do Sul. 12.5.2016—Zeula Soares,a convite da Presidente ensaiará um Jogral com membros do Grupo para apresentações futuras. 19.5.2016— Stela Máris Alves comunicou que os alunos do EJA, que funciona na Biblioteca Barreiros Filho, do qual foi aluna, trabalharam poemas da 8a. Antologia do GPL, Garapuvu, de 2015. 22.5.2016—Vagner Xavier esteve no Varal Coletivo Anestesia, no Bar da Gamela, Santo Antônio de Lisboa, Florianópolis. E em junho participou em Cambé, Paraná, do 1º Varal Cultural, em mais uma etapa do Projeto Arte da Gente, com poesias e recital, além de outras manifestações culturais. 28.5.2016—A presidente Eloah tomou posse na Academia de Letras de Goiânia, como membro correspondente e recebeu o Troféu Cora Coralina. Vera Barcellos também foi agraciada com o Troféu, eis que é acadêmica correspondente daquela Academia. 30.5.2016—Falecimento de JÚLIO DIAS DE QUEIROZ, nosso amigo poeta, escritor, filósofo, palestrante e membro correspondente do GPL. A Revista 46 o homenageia em duas páginas. Heralda Victor, vice-presidente, representou o GPL no velório ocorrido nas dependências da Academia Catarinense de Letras e igualmente na Missa de 7º Dia. Em junho— Em Cambé, Paraná, Vagner Xavier participou do Projeto Arte da Gente, co, Varal e Recital de Poesias, capoeira, palestras e outras atividades. 2.6.2016—Presença de Vera de Barcellos na reunião do GPL, com vistas a por em prática o Projeto Sinfonias da Alma, todo ele voltado à divulgação do GPL com músicas e partituras e poemas. 9.6.2016— Jéssica Trombini, jornalista da FAPESCn o s i t e h t t p s : / / literatismos.worpress.com/2016/06/08/ grupo-depoetas-livres/ divulga o Grupo e seus eventos. 10.6.2016—Sessão de Saudade da ACLA, em memória de Luiz Eduardo Caminha, no auditório do BRDE, com panegírico de Heralda Victor. Eloah e Maura representaram o GPL. 30.6.2016 — A convite de Inês Carmelita Lohn e da Livraria Catarinense, o GPL participou de evento literário na sede daquela livraria, centro de Florianópolis, com poemas e comentários sobre o Grupo. 47 HOTEL LAPORTA, cercanias da Praça XV de Novembro, Florianópolis, SC. Implodido em novembro de 1995. Prédio da Imprensa Oficial do Estado. Altos da Rua Tenente Silveira. Demolido. Acervo IHGSC. 48
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