CIDADES belas e aniversariantes
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CIDADES belas e aniversariantes
Foto: Flavia Rocha | 360 •P.2 47 nº is át gr CIRCULAÇÃO mensal nas cidades: Avaré • Sta. Cruz do Rio Pardo • Ourinhos • Piraju • Óleo Timburi • Bernardino de Campos • Manduri • Cerqueira Cesar • Águas de Sta. Bárbara • Fartura • São Pedro do Turvo • Espírito Sto. do Turvo • Ipaussu • Chavantes “Gosto de muitos lugares”, disse Paola quando pedimos que apontasse seu lugar preferido em Santa Cruz, que faz aniversário. Fomos ao primeiro deles, a pequena Praça Murilo Martelozzo Nardo, entre a rua José Pelegatti e avenida Carlos Rios. Mesmo desapontada com a manutenção – o arco de flores que ela admira, e o local como um todo está carente de jardinagem –, ela sorriu e contou a razão da escolha. Além do ornamento, feito com hi biscos, as árvores do tipo Aroeira Salsa. “Elas são bonitas”, disse. ar pl em ex QUAL é o meu lugar preferido janeiro_2 |2010 CIDADES belas e aniversariantes Veja o 360 na internet: www.caderno360.com.br Santa Cruz do Rio Pardo e Piraju são as mais antigas cidades da região, o que talvez justifique serem também as mais arborizadas. Fotoa: Flavia Rocha | 360 A primeira tem o Rio Pardo, que lhe dá nome, a garantir o mais curioso e tradicional evento de lazer: a descida de boia, que pode ser praticada por gente de toda idade, tanto a mansidão das águas. Em Piraju, o imenso Rio Paranapanema se apresenta nas mais diversas formas: represado ou selvagem, com direito a corredeiras de força proporcional ao seu tamanho. O aniversário das duas cidades, em 20 de janeiro, é festejado nas águas, com procissão de barcos, em Piraju, e a comboia e corrida de boia, em Santa Cruz. •P.8 Nesta edição: Também na web_ exclusivo _ editores de jor- nais tradicionais de PIraju e de Santa Cruz escrevem sobre a cidades às quais se dedicam a noticiar P.5 • cow parade veja e divulgue a versão on line desta edição a partir de 25/1 _ salmão _ evento mundial de arte na rua chega mais uma vez a São Paulo. •P.2 receita Foto: divulgação livros _ dicas de dois artistas que amam sua terra pra se saber a história de Piraju, de S.Cruz e de personagens de época •P.7 •P.6 marinado no manjericão e purê de cenoura e mandiquinha. Muito fácil! arte: Franco ilustra duas crônicas com um só desenho •P.4 e Viagem no Tempo Quem gosta de antiguidades não deve deixar de ver a réplica do 1º ônibus da Viação Garcia, que seguia pra Londrina. Dá vontade de entrar e viajar no tempo! No Graal Ourinhos •BR 153, km 345 Foto: divulgação COWPARADE volta a São Paulo Somando todas as 28 cidades que já tiveram a Cowparade, mais de US$11 milhões foram arrecadados e doados a entidades assistenciais de e v e n t os , Foto do Mês Paola pa i s a gens Foto: Flavia Rocha | 360 Ourinhos: fo t o s Foto: Flavia Rocha | 360 2 | galeria 360 _ n o t a s Paola brinca com a Aroeira Salsa, uma das razões de escolher o “jardim do arco”, como lugar de Santa Cruz que ela gosta Criada na Suíça em 1998, a COWPAREDE (desfile das vacas) é um dos maiores eventos de arte de rua do mundo e acontece a cada ano em diversas cidades do planeta. De caráter humanitário, consiste em dezenas de vacas de fibra de vidro que são trabalhadas por artistas plásticos famosos e desconhecidos. Eles apresentam seus projetos e são escolhidos pela comissão do evento. Depois de permanecerem algum tempo expostas nas ruas, as vacas são leiloadas e o dinheiro arrecadado segue para instituições de caridade. Empresas participam também, patrocinando o evento ou as vacas. São Paulo já abrigou uma COWPAREDE em 2005. E agora recebe cerca de 90 novas vacas, que estarão expostas nas ruas da cidade de 22/1 a 21/3. Confira! e curiosidades. 3 |editorial Origem. Eu sempre tive orgulho de dizer que era de Santa Cruz do Rio Pardo. Mesmo que me tomassem por uma caipira, fato que num mundo competitivo como o das metrópolis e dos executivos, era ponto a perder. Pois para mim, sempre foi ponto ganho. E, afinal, sou caipira mesmo. Mas não boba. Nascer e crescer com a liberdade, o frescor e a incrível natureza da minha terra sempre me fez sentir algo a mais, nunca a menos. Confesso que depois de passar mais de 20 anos na capital, retornar e dizer que sou daqui soa estranho, pois a metrópole reside em mim. Mas a razão da minha existência e o berço onde fui (bem) criada, paira aqui, sob esse magnífico céu “azul lápis de cor”, que acompanha todas as histórias que conto para amigos e conhecidos, seja onde for. Amar e cuidar do lugar onde se vive é essencial para a alegria, a saúde e o prazer de viver. Quando chega o aniversário da cidade, que por feliz coincidência acontece no mesmo dia de um pequeno e lindo município chamado Piraju – que pude conhecer melhor nos tempos 360 e o qual aprendi a gostar de uma maneira muito especial, não só por sua feliz natureza geográfica, mas por seu zelo urbano e por sua gente – é impossível não desejar fazer algo especial. Afinal, é uma maneira de reverenciar não apenas a nossa família, que nos gerou e nos cerca com seu amor inconfundível e inesgotável, mas toda a gente dessas cidades, de todas as pequenas cidades. O interior não é necessariamente lugar de gente atrasada e mal informada, como tanto se apregoa nos grandes centros. Há muita gente que inova, que ensina, que cria e acontece entre os sortudos que nascem respirando o ar puro e deliciando-se com os rios despoluídos e a terra fértil – e bota fértil nisso – do sudoeste do Estado de São Paulo. Assim como acontece também com outras diminutas cidades, espalhadas por este imenso Brasil. E para celebrar a origem e a originalidade de um e xpediente povo, que vale a pena e vive entre tantas coisas boas e belas, nada melhor que chamar os filhos da terra. Nesta edição, uma forma diferente de fazer 360: com textos de gente que ou nasceu, vive ou viveu em Piraju ou Santa Cruz. E que ama essa terra. Entre os convidados, gente que vive tratando de informar os cidadãos e autoridades a respeito dessas cidades, como Laca, da Folha de Piraju, e Sérgio Fleury, do Debate, diretores e editores dos principais semanários da região, seja pela dedicação, seja pela longevidade de seus jornais, ambos com mais de 30 anos. Entre os ilustres colaboradores, temos ainda Umberto Magnani Netto, ator que nos ensina a amar Santa Cruz mais do que tudo, e Paulo Vigu, músico de Piraju que, de quebra, está transformando a cidade num dinâmico centro cultural. São deles as escolhas de textos de dois cidadãos que entraram para a história dessas cidades: José Ricardo Rios, de Santa Cruz, e Constatino Lemam, de Piraju. Para completar Guca foca a terra do Pardo, enquanto Fernando Franco mira a do Paranapanema. Veja também os achados da culinária dessas cidades e o maior presente que elas podiam ganhar: a restauração das estações de trem, desativadas há mais de 40 anos. Também nesta edição, as crônicas de Zé Mário Rocha de Andrade e Tiago Cachoni, a arte de Ciardulo, Sabato e Franco. E mais uma do Pingo. Boa leitura. Flávia Rocha Manfrin editora 360 360 é publicação mensal da eComunicação.. Todos os direitos reservados. Tiragem desta edição: 8,5 mil exemplares Circulação: Sta. Cruz do Rio Pardo, Ourinhos, Avaré, Piraju, Chavantes, Bernardino de Campos, São Pedro do Turvo, Ipaussu, Espírito Sto. do Turvo, Timburi, Águas de Sta Bárbara, Manduri, Fartura, Cerqueira César, Óleo e postos das rodovias Castello Branco, Raposo Tavares, Eng. João Baptista C. Rennó e Orlando Quagliato. Redação e Colaboradores: Flávia Rocha Manfrin ‹editora, diretora de arte e jornalista responsável | Mtb 21563›, Luiza Sanson Menon ‹revisão›, Odette Rocha Manfrin ‹separação, receitas›, Paola Pegorer Manfrin ‹repórter especial›. Colunistas: Guca Domenico, José Mario Rocha de Andrade, Fernanda Lira e Tiago Cachoni Ilustradores: Franco Catalano Nardo e Sabato Visconti Impressão: Fullgraphics. ARTIGOS ASSINADOS NÃO EXPRESSAM NECESSARIAMENTE A OPINIÃO DESTA PUBLICAÇÃO.. Endereço: Praça. Dep. Leônidas Camarinha, 54 CEP 18900-000 – Sta. Cruz do Rio Pardo/ SP • F: 14 3372.3548 • Redação e Cartas: [email protected] • Publicidade e Assinaturas: [email protected] • •janeiro_2/2010 Edição On Line: www.caderno360.com.br Ora,Ação! Mateus 5, VS 14_15 Índice 2:°Galeria 360 3:°Editorial _°OraAção 4: °Ponto de Vista 5: °Ponto de Vista CONVIDADOS 6:°Cultura CONVIDADOS_ Agenda 7: °Gastronomia _ °Imperdível 8:°Cidades_Meio Ambiente 10:°Meninada 11:°Papo cabeça _°Gente 2 12 e 13: °Drops _°Gente 14:°Bacana ‹classificados› 15:°Onde ir 16:°Bem VIver c artas Sou formado em cinema. Trabalhei em várias agências e produtoras de publicidade e cinema por São Paulo, até que consegui montar a minha. E faz pelo menos uns 3 anos que, viajando de um lado para o outro, sempre acabo com uma edição do 360 nas mãos. Admiro bastante o trabalho de vocês, não é um jornal-revista padrão, com coisas obvias, matérias copiadas do google... como 99% dos outros. Paulo Domingos| Suzano/SP http://www.youtube.com/watch?v=U78V7VHZwAA e rramos A matéria sobre cultura nas pequenas cidades, publicada na pág. 14 da edição 46, cita no primeiro parágrafo “cidades com menos de 10 mil habitantes”, quando o correto seria menos de 100 mil habitantes. “Vós sois a luz do mundo. Não se pode esconder a cidade edificada sobre um monte; nem se acende uma candeia para colocá-la debaixo do alqueire, mas no velador, e alumia a todos os que se encontram na casa.” 4 | ponto de vista A pequena grande Quando me perguntam onde nasci, respondo: na pequena grande Santa Cruz do Rio Pardo. Não é exercício poético, este paradoxo nos explica. A cidade é pequena, o município é um dos maiores do Estado de São Paulo. Em seus primórdios, Santa Cruz era uma cidade pioneira, espécie de laboratório para benfeitorias, como o asfaltamento das ruas, ferrovia, autarquias estatais, tinha todo o necessário para o bem viver. A extensão do município proporcionava grandes plantações, fartas colheitas e, consequentemente, uma boa arrecadação de impostos que se revertia em benefícios para seus habitantes. SANTA CRUZ *Guca Domenico ainda continua imenso e agricultura e pecuária vicejam como antigamente. Não foi uma perda tão significativa assim, a ponto de lesar os cofres e dizimar as oportunidades, ainda que seja de se lamentar, claro. Gradativamente, Santa Cruz vem perdendo sua grandeza – e não falo em riqueza material – por questões que não valem a pena tentar explicar. Muitas empresas da cidade se destacam em seus setores, geram empregos e são motivo de orgulho para a população, portanto, a questão não é financeira. O município perdeu politicamente o distrito de Espírito Santo do Turvo, emancipado em cidade, encolheu um tanto, mas Entendo que uma cidade é um chão verdadeiramente reconhecido quando seu cantador canta sua terra em verso e prosa, quando pega a viola e entoa uma poesia em forma de música ou quando o artista cria sua obra de arte tendo como inspiração a terra onde nasceu. Sempre foi assim e assim sempre será. Nascida entre as pedras do rio e cachoeiras, onde os primeiros índios caiuás tinham sua morada enquanto procuraram o mito da ‘Terra Sem Mal’, Piraju é uma cidade extremamente interessante. Com paisagens únicas e um povo musical, bom, alegre e hospitaleiro, “Pira” é um Santa Cruz teve líderes políticos, homens que colocaram os interesses da cidade acima dos interesses pessoais. Como todos os políticos, vaidosos, muitas vezes injustos e cruéis com os inimigos, mas líderes. Estes homens conduziram, inspiraram, encabeçaram as lutas... e um dia morreram sem deixar seguidores. A política pode e deve ser exercida como arte. Conchavos fazem parte, não há mal nisto, é inviável governar isoladamente, partidos devem se unir pelo interesse de todos, governar para o progresso e bem-estar. Há muito tempo, Santa Cruz do Rio Pardo é um navio à deriva, sem comandante. Falta um líder extraordinário para fazer algo extraordinário. Um administrador dos interesses da cidade desinteressado da ascensão financeira através da política. al an oN a rd o C “São Sebastião do Tijuco Preto hoje é chamada Piraju” assim começa o disco do violeiro pirajuense Oswaldinho Viana, um defensor do cancioneiro popular. Para mim, é impossível falar de Piraju sem falar de sua origem à beira das corredeiras do rio Paranapanema, que é o motivo de ser do pirajuense, um povo ambientalista por natureza. Sem o rio a cidade simplesmente não existiria... at o nc *Fernando Franco Fra vida ao Peixe AMARELO : Arte Longa Se um dia perdemos o trem, fisicamente falando, pior ainda foi ter perdido o trem da história. A cidade ficou acanhada. Comum, como as outras. E ela não foi fundada para ser comum, afinal, é a “Jóia da Sorocabana”. Quase tudo já virou canção em Piraju. A curva do Zeca Bastião, o Linguarudo, o Chico Pelota, o Sarapiá, o João Gato, o ‘Firme Bonzão’, a Baia do Juda, a Brasilinha, a Garganta do Diabo (Salto Piraju), a Lagoa, a Estação da Ferroviária, o Salto das Aranhas (Salto Simão, hoje debaixo d’água por causa de uma usina hidrelétrica. Chega de usinas!!!), o Parque do Dourado, o Defeitos que não fazem parte de um líder: projetos políticos personalistas, visão tacanha da realidade, falta de ousadia, imagem dúbia perante a população. Santa Cruz do Rio Pardo é uma ótima cidade para se viver, tudo favorece, os moradores têm motivo de sobra para sentir orgulho de sua terra. Eu que não moro nela, sinto esse orgulho. Como filho desta terra, desejo de todo o meu coração que apareça um líder político para guiar a travessia desse deserto, que a cidade tenha novos e bons motivos para comemorar. Minha pequena grande Santa Cruz é um gigante deitado em seu berço esplêndido. Hora de despertar! *Músico e escritor santacruzense que vive em São Paulo | [email protected] | www.gucadomenico.com.br Bairro Alto, as pedras e os peixes na corredeira do rancho do Zé Belo... lugar que encanta a todos que a conhecem. A cidade e seu rio de águas limpas, com corredeiras arrepiantes e uma das melhores pistas de slalom do Brasil, que já abrigou até a Seleção Brasileira. Temos uma filha ilustre e vencedora, Poliana de Paula, a medalhista do slalom que representou o Brasil nas Olimpíadas de Pequim e que conquistou muitas vitórias que nos orgulham. Ao lado de Poliana temos uma leva de novos e dedicados atletas da canoagem, que elevam o nome de Piraju no esporte e são exemplos a serem seguidos. Qualidades de um líder são: carisma para agregar a comunidade, visão de futuro para antecipar oportunidades, coragem para empreender, integridade para respeitar valores éticos. Taças & Cachaças, Pirabar, Alternativo, a Bomba, Iate Clube, as águas violentas do Parque da Fecapi, o Poço da Viúva, o Corveiro, a Ponte Nova, o Ribeirão das Araras, as cachoeiras do ribeirão da Neblina, a mata virgem da Fazenda Santa Lúcia, a Enseada Piraju, a Prainha, a Pedrinha, o cheiro do mato nas lavouras de café, as escolas de samba e os blocos na avenida, as represas de Jurumirim e Xavantes, a Nova Piraju, os ipês da Praça Ataliba Leonel, a Pedra Grande, a Régua, a queda d’água da ponte que corta a cidade, a queda d’água do Malagodi, o canal bufando, a Procissão de Barcos, as ruas no Corpus Christi, a Pedra que Voa, o estilo meio gótico da Matriz de São Sebastião, os casarões antigos preservados apesar do tempo e da insensatez humana, as ladeiras do Na língua tupi-guarani Piraju significa ‘Peixe Amarelo’. A cidade tem esse nome em homenagem ao símbolo máximo desse pedaço de chão: o peixe conhecido como Dourado (Salminus maxillosus). Muito pescado no passado, o Dourado ainda resiste bravamente nas águas do rio Paranapanema e é motivo de preocupação dos ambientalistas e da preservação das corredeiras do “Panema”. Vejo a cidade como uma grande história que é contada e cantada através dos tempos por seus filhos mais ilustres e também por aqueles que são desconhecidos, mas que o amor por Piraju une e não nos deixa esquecê-los. Parabéns Piraju por seus 130 anos !!! *Biólogo e jornalista que trabalha como gestor de agronegócio em Avaré | [email protected] 5 | ponto de vista especial _ convidados: editores dos mais tradicionais jornais de Sta. Cruz do Rio Pardo e de Piraju O dilema Piraju: terra de dos 140 ANOS AMIGOS * Sérgio Fleury Moraes _ especial para o 360 Sou apaixonado por Santa Cruz do Rio Pardo desde que aqui cheguei. E lá se vão 45 anos. É fácil se identificar com o lugar onde se mora, especialmente quando há uma história fascinante. Franco Montoro já lembrava que o cidadão não mora efetivamente no Estado ou no País, mas no município. No caso de Santa Cruz, sua trajetória ímpar, a decadência e as incertezas de seu futuro me cativam há anos. A cidade que completa oficialmente 140 anos de existência já dominou toda a extensa região da Média Sorocabana. Foi a primeira do interior paulista a ganhar o asfalto, deu exemplos de saneamento básico e arborização numa época em que a ecologia sequer era assunto do dia, elegeu deputados e um senador, além de abrigar vultos expressivos do cenário nacional, como Orlando Villas Boas, indicado para o Prêmio Nobel da Paz nos anos 70. Por aqui transitavam figuras do porte de Júlio Prestes, Altino Arantes e outros. Era passagem obrigatória dos candidatos a presidência da República. Parafraseando Umberto Magnani, outra personalidade nossa, o santa-cruzense é diferenciado e sempre carregou no peito um orgulho sem precedentes pela sua terra. O problema, porém, é que tudo isto é passado. Claro que devemos enaltecer nossa história, mas precisamos, mais do que nunca, escrever nosso futuro. E neste aspecto repousa o grande dilema do século 21 para Santa Cruz do Rio Pardo: como conciliar desenvolvi- mento com a busca constante pelo progresso? Como reencontrar este caminho esquecido há pelo menos cinco décadas? Há vários exemplos desta inércia. Santa Cruz perdeu a vocação industrial para Ourinhos. Depois, deixou que o setor educacional se desenvolvesse entre seus vizinhos. Mas há bolsões da economia a serem explorados. O turismo e o agronegócio são apenas alguns. Nosso povo não pode mais ficar adormecido em berço esplêndido. Não pode se contentar com tão pouco. É preciso ousadia dos nossos administradores para que a cidade mantenha sua tranquilidade sem deixar de gerar empregos e renda. É este o maior desafio do século para Santa Cruz do Rio Pardo, tarefa que deve ser assumida por cada um dos santa-cruzenses. *Jornalista, fundador e editor do jornal Debate há 32 anos www.debate.com.br * Laca (Maria Angela Ramos) _ especial para o 360 Falar de Piraju vai além do jornal onde estou há 24 anos porque foi aqui que minha família escolheu viver há mais de 100 e aqui nasceram meus avós, pai, irmãos,tios, primos, sobrinhos, filhos, nora e neta. Foi aqui com certeza que vivi, vivo e viverei os melhores dias da minha vida (os piores também). Na minha cabeça e coração não posso separar Piraju e a Folha de Piraju, motivo pelo qual fiquei aqui, assim como não dá para falar do jornal sem pensar no Constantino Leman e no Ary Gurjão que começaram tudo e também não dá para pensar em Piraju sem os amigos de verdade que fiz em Santa Cruz do Rio Pardo que me deu o privilégio de conhecer pessoas como o João Nantes e sua família, o Narciso Samuel Gonçalves e a Silvia Theodoro Paulin Gonçalves, hoje para lá de cidadãos pirajuenses. Para resumir Piraju: terra de amigos, terra dos meus parentes, da Selma Tucunduva, do Dr. Ovidinho, da Tânia Guerra, do Zé Ferreira, do Zeca Ramos, do Paulo Arantes (da Mabraco),da família José, do Théo Motta, do Vigu, da Juventude Alegre, dos estrangeiros que vieram viver aqui: eu mesma, minha mãe, Miguelito, Dr. Rubens, Dr. Osvaldo Aloma etc. Piraju significa infância feliz no Bairro Alto. Iate Clube, tardes quentes de chuva, noites de meia luz nos lugares altos,serenatas, ruas de canteiros(que também existem em Santa Cruz),ruas calmas que nos levam a pé ou de carro ao nosso lugar no mundo. Nosso mapa mundi. Europas, Ásias, Africas, Oceânias todo mundo do mundo aqui nessa aldeia. De um extremo ao outro Piraju é a terra da amizade, do carinho, de intrigas engraçadas, da compreensão e do Paranapanema. Rio limpo no meio da cidade. Pulo de trampolim, de arvão, de piscina natural. “Um lugar de chegar oito anos depois e estar tudo, tudo igualzinho, até o Pipoca continua prefeito”, me disse meu primo William que morou aqui e há muito tempo não vinha. Isso é um produto único de Piraju que precisa ser exportado como bandeira do nosso turismo. Todo mundo que conhece todo mundo, que cumprimenta todo mundo, vai além do lugar pequeno, tem cumplicidade, tem comprometimento, gente que cuida da vida alheia no bom sentido das amizades do passado, das famílias dos amigos, dos conhecidos dos conhecidos.Gente que se gosta de verdade. Isso ainda existe aqui. *Jornalista, há 24 anos editora e diretora da Folha de PIraju, publicada há 45 anos | www.folhapiraju.com.br Parabéns Santa Cruz e Piraju pelo Aniversário 6 | cultura_ dica de leitura_ livros sobre as aniversariantes Os livros que aparecem nesta página você encontra nas bibliotecas de Santa Cruz e de PIraju. Vale a pena mergulhar nas histórias contadas por cidadãos que se dispuseram a registrar os acontecimentos que podem nos fazer entender melhor o lugar onde nascemos e vivemos; O São Sebastião do Tijuco Preto página 13 Coronel Tonico Lista página 69 de José Ricardo Rios As diversões para o povo em geral tinha seu ponto alto quando aqui vinha ter algum “circo de cavalinhos”; suas funções eram altamente prestigiadas pelas principais famílias e pelos rapazes e moças que viam nestas reuniões oportunidades para um inocente flerte com os preferidos de coração. de Constantino Lemam Mas, a demarcação precisava ser feita; os terrenos do outro lado do rio deviam ser reconhecidos quando mais logo, já que se sabia que não eram extensos. Prepararam-se, então para uma nova digressão às barrancas do rio. O terreno, como já foi dito, era desigual: subia e descia, cansava a gente. Depois começou a descer mais – bastante. Umberto Magnani, ator santa-cruzense, indica um trecho de um dos livros sobre uma época da cidade e seus personagens Os circos eram sempre bem-vindos e sua estada era alvo de comentários pelas diferentes camadas da localidade. Seus proprietários enfrentavam problema sério para equilibrar a receita e sair com algum lucro; de todos os lados surgiam “penetras” que passavam de liso para os porteiros, ignorando as bilheterias. Os meninos de menor condição financeira penetravam por baixo do pano, hábito generalizado em todas as cidades onde se armavam estes espetáculos, fato aceito até com certa naturalidade pelo pessoal do circo, que, de quando em quando faziam vistas grossas, sabendo ser tarefa inútil tentar impedir o acesso da “molecada” por esse meio. Fora isso tinham de ceder os melhores camarotes às autoridades e aos donos dos terrenos onde armavam os circos, concediam permanentes aos proprietários das casas onde, provisoriamente se instalavam… …O público aguardava com ansiedade o início do espetáculo, cuja aproximação era anunciada por sinais estrepitosos. Tais sinais eram dados por enxadas dependuradas nas proximidades dos camarins, onde “amarra cachorro” designado para este oficio, usando um pedaço de ferro, fazia a ferramenta vibrar com as batidas violentas, com pequeno intervalo entre uma batida e outra. Ao toque do terceiro sinal a platéia responde com tremenda assuada, com palmas, gritos, vaias. Na primeira noite, apresentação da companhia, quando o proprietário, vestido a caráter, depois do tradicional “respeitável publico”, fazia a apresentações dos artistas. Fotos: Flavia Rocha | 360 oucas eram as diversões do povo nesta época.Em casa de algum amigo ou em algum hotel reuniam-se os amantes do carteado, e o dinheiro corria grosso quando destas rodas faziam parte os grandes fazendeiros e os coronéis, que quase sempre se deslocavam dos municípios vizinhos atrás das emoções de um bom jogo de baralho. Paranapanema afinal! A mata, meio trançada de cipoal, era dura de se atravessar. Foram descendo, e, de repente, o pessoal todo parou maravilhado. No fundo, entre barrancos rochosos, rápido corria e saltava o rio. O velho “Panema”, tão falado, em cujas margens achavam-se situadas as possessões compradas pelos Arruda, ainda em Tietê, através dos conhecimentos na Corte, do Barão do Rio Branco, padrinho do seu filho João de Arruda. Resolveram procurar o jeito de descer, rumando para um vau. As mulas fincavam os cascos na trilha pedregosa, levando os cavalheiros na direção certa, guiadas pelo seu faro misterioso de animal. A água estava meio suja – barrenta – pois não fazia muito tinha chovido pelas cabeceiras. Atravessara, afinal. Pararam numa clareira para repousar. Movido pela curiosidade, Afonso, o filho mais novo, que era um especulador, em lugar de aproveitar bem o descanso, foi explorar o terreno. Não demorou muito, apareceu com uma cara esquisita: encontrou um trilho batido, a poucos passos do lugar onde o velho e os companheiros estavam fazendo seus pitos. Seriam índios? Paulo Vigu, músico e diretor de cultura de Piraju, indica um trecho de um dos livros sobre a cidade na épooca de seu descobrimento Índios! Foi o primeiro pensamento do pessoal. Que precauções lhes cabiam? Sabiam de há tempos que bons modos era possível afastar o perigo de uma agressão. Quem, no entanto iria na frente? E as armas? Convinha levar? Ou seria melhor apresentar-se de um modo mais pacífico? Após uma curta deliberação, resolveram que o Arruda pai seguiria na frente, sem arma; e com ele um agregado, o Manoel, também já idoso. Um tanto atrás deviam seguir os mais moços, todos armados, porém sem ostentação. S SALMÃO Flavia Manfrin_editora 360 Modestamente, uma das melhores receitas de salmão sou eu quem faço. O mérito, na verdade, é a facilidade da receita, um presente que Mari, uma baiana simpática que cozinhava na casa do Arnaldo Jabor, o grande cineasta e escritor com quem tive a sorte de dividir a mesa muitas vezes, sempre interessadíssima na sua conversa e surpresa com sua delicadeza e humor. Quando Mari fazia o salmão, eu festejava. E, curiosa que sou, tratei de aprender. É tão fácil que nunca deu errado. E sempre deixa qualquer convidado com aquela sensação de quero mais. Para acompanhar, uma saladinha verde, arroz e purê de mandioquinha e cenoura, também muito fácil de fazer. Prove! SALMÃO MARINADO Ingredientes: 1 filé de salmão fresco 4 a 5 limões do tipo comum 1 xícara de chá de vinagre do tipo balsâmico 2 dentes de alho 1 colherzinha de café de sal pimenta do reino branca majericão fresco Preparo:amasse o alho com um garfo juntando o sal. Num pirex, coloque o sal com alho e exprema os limões. Acrescente o vinagre balsâmico o azeite e o manjericão. Prove e veja se o sabor está equilibrado.Coloque o salmão (o marinado •:360 indica Delícias de locais de Sta. Cruz e Piraju onde se é sempre bem atendido Tilápia no Alho Piraju: A tilápia no alho do Bar Adrenalina’s, de Piraju, vem acompanhado de uma mini saladinha e satisfaz ao paladar como poucos, além de ser bastante leve, já que é feito na chapa, sem gordura. Delicioso e por um preço inacreditavelmente barato! Nada pode ser melhor para acompanhar o salmão do que um vinho espumante bem seco e extremamente gelado RECEITA do cardápio da Mari, da Bahia tempero não cobre o peixe, fica pela metade da altura do file). Cubra com filme e mantenha na geladeira por cerca de 6 horas. Depois, tire da geladeira, vire o peixe, cuidando para deixar folhas do manjericão por cima, e mantenha mais algumas horas na geladeira. Asse em forno quente por 10 minutos coberto com papel alumínio e por mais 10 minutos sem o papel. Pronto. É só servir. Purê de Mandioquinha e cenoura Ingredientes: 4 cenouras graúdas 6 a 8 mandioquinhas 2 colheres de manteiga sal, noz moscada e leite morno Preparo: Descasque e corte os legumes em rodelas largas. Ferva água com uma colher de manteiga e um pouco de sal. Coloque primeiro a cenoura e minutos depois a mandioquinha, que cozinha mais rápido. Quando estiver molinho, escorra. Numa panela, coloque mis um pouquinho de manteiga e a mandioquinha e a cenoura devidamente peneirados ou passados no espremedor. Mexa e acrescente um pouco de leite para deixar o purê cremoso. Tempere com noz moscada e sal. Fotos: Flavia Rocha | 360 7 | gastronomia _ imperdível Sta. Cruz: Pizza Caponata A pizza Caponata, da Pizzaria Alcatéia, de Santa Cruz, leva berinjela, pimentão vermelho, alho poró e abobrinha fatiados, manjericão fresco e mussarella sobre massa fina e molho de tomate. Deliciosa. Abaixo, foto da redonda antes de assar. RESGATE Foto: Flavia Rocha | 360 8 | meio ambiente_cidades do passado é o melhor presente É notória a necessidade de recuperação arquitetônica, com a devida competência para avaliar e restaurar edificações históricas, em todas as pequenas cidades. E um dos pontos de destaque são as estações de trem do que antes se denominava Sorocabana, que vinha de Sorocaba para o sudoeste do Estado, com paradas em Avaré, Cerqueira Cesar, Piraju, Ourinhos, Bernardino de Campos, Ipaussu, Chavantes e Santa Cruz do Rio Pardo. Enquanto em Cerqueira, Ourinhos e Bernardino o que se vê é o aproveitamento dos prédios, o que lhes garante o mínimo de conservação, já que abrigam órgãos municipais e estaduais como biblioteca e casa de artesão, caso de Cerqueira César, em alguns lugares o que se vê é a triste ruína de projetos arquitetônicos valorosos, como os de Santa Cruz e Piraju, criados pelo famoso arquiteto Ramos de Azevedo, que criou, entre outras grandes construções de época, o Teatro Municipal de São Paulo (veja quadro na página ao lado). Presente oportuno – Neste contexto, é de se comemorar, qual presente de aniversário, que Piraju e Santa Cruz, cada qual à sua maneira e com projetos distintos, tenham conseguido chamar a atenção do governo (federal e estadual) para finalmente transformar aquilo que vivia ameaçado pela degradação do tempo, em locais onde a preservação arquitetônica ganha valor. A estação de Piraju, já em obra mais adiantada, já mostra o que pode acontecer quando se restaura um prédio velho (vide fotos). O projeto de revitalização do pré- As estações de Piraju (acima) e Santa Cruz, como boa parte da malha da Sorocabana, são obras projetadas pelo famoso arquiteto Ramos de Azevedo (veja quadro na pág. 9) dio, tombado pelo Conselho Municipal do Patriomônio Histórico e Cultura, que fica numa bela e arborizada entrada da cidade inclui restauração do prédio e dos balcões vizinhos, que serão transformados em espaço para eventos culturais, além de outras atrações com vistas ao desenvolvimento turístico, já que está sendo financiado com recursos próprios do município e verbas da SABESP e do DADE (Departamento de Apoio ao Desenvolvimento das Estâncias). Em Santa Cruz, a velha estação, que dá nome a um populoso bairro da cidade, a recuperação será feita através do programa Mais Museus, do Governo Federal, fruto de projeto aprovado pelo Iphan (Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional), que prevê recursos para a reforma. Os recursos iniciais chegaram à cidade às vésperas do aniversário, no dia 18/1. Além disso, técnicos do Condephaat, órgão do governo estadual que trata da presevação de patrimônios históricos, já visitou e avaliou o local com vistas ao tombamento (ação que garante a conservação obrigatória de um bem sem descaracterizá-lo, fator que contribui para a conquista de recursos através de leis de incentivo, como a Rouanet, do Ministério da Cultura. Por essas e outras, as cidades e a região podem comemorar, pois a devida atenção às construções públicas contribui para que também a iniciativa privada desperte para a importância de se preservar obras que contam a história do Brasil que aconteceu na nossa região. A obra da estação de Piraju nem acabou e já se pode notar a grande mudança que uma restauração é capaz de fazer. As fotos de antes são de 2007. Em Santa Cruz, o belo prédio que todos avistam do centro, acaba de receber os primeiros recursos para a revitalização Fotos: Flavia Rocha | 360 QUEM FOI… Ramos de Azevedo O modelo arquitetônico que Ramos de Azevedo (1851_1928) implantou em São Paulo possibilitou sua integração aos programas e modelos mais importantes do século XIX. Os hospitais, asilos, quartéis, escolas, institutos, matadouros, edifícios públicos e residências constituem, para a época, modelos que respondem à necessidade de modernização. Um estilo voltado às técnicas e aos materiais do mundo industrial do século XIX. Seus edifícios são decorrência direta de um cuidadoso conhecimento e estudo técnico-científico, racionalidade, arte a serviço da utilidade e funcionalidade. Algumas de suas obras: Quartel da Polícia (1888), na Luz; Escola Normal (1890-94) e do Jardim da Infância (1896), na Praça da República; Secretaria de Agricultura (1896), no Pátio do Colégio; Escola Prudente de Moraes (1893-95); Escola Politécnica (1895); Liceu de Artes e Ofícios (18971900); Teatro Municipal de São Paulo (1903-11), entre outras obras. Fonte: www.sampa.art.br/biografias/ramosdeazevedo/ 10 I meninada CANSADO da P vida de I PIRATA N G O Sabem o que é melhor? Com um simples tampão e óculos Alvinho derrotou o estrabismo. Ganhou nota 10 de seu oftalmologista, passou no teste e ganhou uma nova vida em 3 dimensões. Não tropeça mais no Pingo, não erra mais a mão ao tentar passá-la na cabeça e acerta os olhos do Pingo. De tanto errar a distância e bater sem querer em Pingo, toda vez que Alvinho chegava, ele saia correndo e latindo assustado. Acho que Pingo vai ficar assustado com piratas pra sempre. Respostas: O que é, o que é: O Anzol. O buraco O que é o que é.... ? que es tá d ir ei to …q quan do está torto que quant o mai s …q cr es ce, ma is ba ixo fica ? Você encontra em Sta. Cruz, Ourinhos, Ipaussu, Chavantes, Canitar, Bernardino de Campos e Espírito Santo do Turvo 11 |papo cabeça_ agenda A MORENA mais frajola *José Mário Rocha de Andrade em construção Muitos já conhecem a história: em outubro de 2007, com apenas 15 anos, Mallu colocou quatro músicas no site Myspace. Após um ano, cerca de um milhão de visitas e uma já maciça presença na mídia, lançou o primeiro disco, também autointitulado. A partir de então, marcou presença em tudo quanto é programa de televisão, revistas, sites, etc. A evidência, no entanto, levava mais em conta a pouca idade do que a qualidade das canções em si. “J1”, “Tchubaruba”, “You Know You’ve Got” e “Have You Ever” são pequenas pérolas pop, mas o disco enjoava, e a voz de Mallu chegava a irritar em alguns pontos. Pois no segundo disco isso não acontece. O tempo parece correr de um modo diferente para ela, que num curto período bebeu em muitas fontes, o que refletiu na diversidade do segundo álbum. * Tiago Cachoni O disco abre com o piano do belo rock “My Home Is My Man”, e baixa um pouco a poeira com “Nem Fé Nem Santo”. “Shine Yellow” vem em seguida, um skazinho pronto pra estourar em qualquer rádio. “Versinho de Número Um” é um samba pra indie não botar defeito, e antecede a belíssima “Make It Easy”. “Compromisso” narra as agruras de uma adolescente em exposição, e que ainda tem o 3° colegial pra cursar. “Te Acho Tão Bonito” traz imediatamente à lembrança seu namorado Marcelo Camelo, tanto pela letra como pelo modo de cantar. Aliás, o vocal arrastado mostrado por ele em seu disco solo foi apropriado por Mallu em várias faixas. O leque se abre tanto que é possível vislumbrar um quê de Mutantes em “Bee On The Grass”. Ainda temos a linda “Soul Mate”, o country “You Ain’t Gonna Loose Me”, e “É O Que Você Tem”, embalada por um arranjo de cordas. Mallu ainda tem 17 anos, e acaba de lançar somente o segundo disco, provando que tem tudo pra ser uma artista de grande destaque daqui pra frente. *Vocalista da banda Landau69 que há anos tenta conciliar o vício pela música, cinema e literatura com os estudos jurídicos Quem conhece o tio Carlito sabe que a morena mais frajola é sua paixão, tia Odette, e não há o que pague ouvi-lo cantar essa paixão que é eterna enquanto dura o sopro de sua vida. 36 0 ti | Visco n bat o ARTISTA Na coluna passada, ao repassar o que de melhor rolou em 2009, não incluí o disco de Mallu Magalhães, homônimo, o segundo da curta e precoce carreira, lançado no finalzinho do ano, pois não havia escutado com a devida atenção. Pois conserto o erro dedicando todo este espaço a ela. Há muitos anos houve um concurso: “Qual o melhor verso da MPB?” Saiu vitorioso “No dedo um falso brilhante, brincos iguais ao colar e a ponta de um torturante Band-aid no calcanhar...” Em segundo lugar ficou: “Mas a lua furando nosso zinco salpicava de estrelas nosso chão. Tu pisavas nos astros distraída sem saber que a ventura desta vida é a cabrocha, o luar e o violão.” : Sa Uma vez por outra, escutando música, a letra me pega, como nesse dia indo trabalhar: ”A lua tal qual a dona do bordel, pedia a cada estrela fria um brilho de a...lu...guel” e me pegou adiante, “a espe...rança dança na corda bamba de sombrinha, e em cada passo dessa linha pode se ma...chu...car”. Eu estava para gravar um CD pra minhas tias e minha mãe e lembrei-me de “Luar do Sertão”. Tantas vezes escutei e me dei conta da sua poesia linda, emocionada: “Se a lua nasce por detrás da verde mata mais parece um sol de prata prateando a solidão e a gente pega na viola que ponteia e a canção é a lua cheia a nos nascer do coração. Não há, oh gente, oh não, luar como esse do sertão.” arte Acho que tudo começou com o tio Carlito. Ele sempre cantou e ainda hoje, aos 80 anos, com Alzheimer, canta: “pedi-lhe um beijo, não deu, um abraço, sorriu, pedi-lhe a mão, não quis dar, fugiu, Bahia, terra da felicidade, morena, eu ando louco de saudade, meu Senhor do Bonfim, arranje outra morena pro Carlito Manfrin”. *Médico santa-cruzense que vive em Campinas | [email protected] SANTA CRUZ 31/1_ Corrida de Boia_ A mais famosa competição da cidade, realizada à época de seu aniversário (20/01), costuma ser adiada se começarem as chuvas de verão. Mas vale participar da competição, mesmo para quem não pretende conquistar o pódio. O trajeto é tranquilo e botes do corpo de bombeiros acompanham os competidores que descem o rio em câmeras de ar competindo individualmente ou em grupo. Participantes ganham camisetas no dia da prova. Há premiação para vencedores AGENDA esportes das categorias Adulto Feminino e Masculino; Infantil Feminino e Masculino; Veterano Masculino (40 a 60 anos); Master Masculino (acima de 60 anos); e Equipe Misto (4 componentes). Entrada Grátis | Saída: 8h30 | Ginásio de Esportes Aniz Abras | Info: 14 3372.7989 Divulgue seu evento aqui. É grátis! www.cadeno360.com.br GRÁTIS Tema do Mês: WESTERN (faroeste) 2/2: OS BRUTOS TAMBÉM AMAM Direção:George Stevens - USA, 1951 118 min. Colonos tentam fixar-se na terra como lavradores e são pressionados a sair pelo rancheiro poderoso, que quer as terras para formar pastagem para o seu gado 9/2: RIO GRANDE_ Direção: John Ford - 1940 - 105 min. Filme da Trilogia da Cavalaria de John Ford, John Wayne é o tenente-coronel Kirby York, comandante das tropas colocadas ao longo da fronteira com o México. 23/2: NEVADA SMITH_ Direção: Henry LUMEcineclube Hathaway - 1970 - 130 min. Filho de uma índia nativa dos EUA e de pai branco, robusto e inocente rapaz nascido durante a corrida do ouro da Califórnia, quando uma grande leva de imigrantes e militares dirigiu-se ao Oeste americano. 24/11: UMA AMIZADE SEM FRONTEIRAS_ Direção: François Dupeyron 2003 - 95 min.Um garoto judeu cresce em bairro decadente da Paris dos anos 60. Seu único contato masculino é um velho comerciante turco-mulçumano. Juntos, começam uma jornada que irá mudar suas vidas para sempre. Sessões toda 3ª-feira _ 20 h _ Colégio COC Jean Piaget/ sala 5 ( Av. Rodrigues Alves, 121 _ Ourinhos) • www.videoclubelume.com 12 | gente ROCK do bom_ 1 A nova BANDA LADO B, mostra que tem tudo para emplacar no que diz respeito a repertório. Baladinha boa e bem executada. E faz sucesso na praça, o lugar mais família da cidade do interior, onde jovens, crianças e adultos se divertem cada um à sua maneira. Fotos: Flavia Rocha | 360 • S.CRUZ show na Praça Leônidas Camarinha ROCK do bom 2 A BANDA MADAME V8 prova que boa música atrai bom público. E faz o domingo ser melhor. • S.CRUZ rock faz bem no BARRICA Fotos:Flavia Rocha |360 CLASSIFIC S O AD profissionais lazer_turismo casa_construção moda_saúde_beleza Promoção de Férias! Vende-se CHÁCARA mobiliada com pomar • Águas de Sta Bárbara Edilio : (14) 3765 1308 Vende-se CASA no Jardim S. João • SCRP (14) 9789.6547 c/ Aloísio Vende-se • COMPUTADORES MAC G3 / Série Cinza versão iBook e iMac 14 9141 0029 EMPREGO CUIDADORA DE IDOSO com expriência e referência. Noturno. • SCRP_ 14 3372- 1142 Vende-se Vende-se CASA na Vila Osvaldo PRÉDIO histórico no Cortela • SCRP centro da cidade • SCRPardo R$45.000.00 | Aceita (14) 3372.3548 - Flavia troca (14) 3372- 1917 Onde IR na região CINEMAS Avaré 14 3732.5058 Piraju 14 3351.1555 Ourinhos 14 3325.1266 SCruz 14 3373.2910 CAFETERIAS Estação Baguete :Ourinhos Salgados, doces, sucos e cafés. Todo dia 6h30_22h | F: 3325.4124 Estação Café :Avaré Salgados, doces, sucos e cafés. 2ª_sab. após 10h, dom após 19h F: 14 3731.2828 Dona Ica Café :Ourinhos Cafés, doces e salgados sem frituras. Todo dia 8h-19h F: 14 3326.3498 Sabor da Fazenda :Sta. Cruz Bom cardápio e ambiente gostoso. 2ª a 6ª : 8h_18h | sab: 9h_15h |F:14 3372.3871 RESTAURANTES •360 Al Faiat :Ourinhos Cozinha variada e de qualidade. Boa carta de vinhos e cervejas. Almoço 2ª_6ª F: 14 3326-9700 •360 Cantina Donana :Bernardino Ótimos peixes, risotos, massas e entradas. 3ª_sab: 18h / dom:12hh | F: 14 3346.1888 Hikariya : Ourinhos Comida Japonesa no jantar.e variada no almoço. 2ª- sab. 19h_00h | F.: 14 3322.7553 La Parrilla :Ourinhos Culinária argentina. 3ª- sab:11h_16h | 19h_00h |dom. 11h_16h F.: 14 3324.9075 Le Lui :Ourinhos Ambiente e cardápio sofisticados | 3ª- sab: 11h30 e 18h30 | dom. 11h30 F.: 14 3326.3762 O Holandês : Avaré 3ª a 6ª 11h30_14h | sab-dom 12h_15h e 5ª-sab após 19h F.: 14 3733.1833 •360 Nossa Chácara :Sta. Bárbara Restaruante da pousada, com buffet e mesa de prratos quentes e saladas com direito a ótimos assados. Ligue antes de ir. Local bucólico dentro da cidade. 5ª a dom. | F: 14 3765.1545 Pirabar :Piraju Almoço à beira do Paranapanema, vira casa noturna. 3ª a dom. | F: 14 3351.4387 •360 Pizzaria Alcatéia :Sta. Cruz Pizzas crocantes, massas e carnes. Música e pintura À beira da piscina. 3ª-dom. 19h à_23h F: 14 3372.2731 Rancho do Peixe :Sta. Cruz Cozinha simples e caprichada, serve bons peixes a bons preços. 2ª_dom: 8h30-14h30. 2ª _sab: 17h30 até 0h | F: 14 3372.4828 Restaurante da Rosinha :S. Pedro Comida caseira de boa qualidade. 2ª a sáb: 11h30 às 15h | F: 14 3377.1241 BARES •360 Adrenalina’s :Piraju Tilápia no alho por preço incrível. Todo dia após 17h | F: 14 3351.3370 Bar da Neusa :Sodrélia Todo dia 8h00_20h ou até o último cliente Alternativo :Piraju Petiscos, lanches e drinks. Baladas. 3ª-dom | 15h_22h | F: 14 3351.1752 Dú-BAR :Sta. Cruz Espetinhos diversos, ótima música. Após 17h 2ª a sab.| F: 14 3372.7910 Morena Flor Chopperia :Avaré Chops Heineken e Xingu. 3ªa dom. 18h. F.: 14 3732.7484 •360 Quintal do Romão:Bernardino Balada com DJ, drinks e petiscos. Não perca show de Igor Ribeiro. 6a.s e sab. 23h_4h F.: 14 91328035 •360 São Sebastião :Piraju Boteco de salgados e sinuca. Atendimento familiar. 2ª a sab: 8h22h Dom.: 8h-14h F: 14 3351.4276 •360 Sasel :Sta. Cruz Bar de boa qualdiade. Todo dia: a partir das 18h F: 14 3372.5656 •360 Taças e Cachaças :Piraju Cachaças, petiscos, pratos. Atendimento especial diferenciado. 2ª_6ª: 18h | sab/dom: 10h | F: 14 3351.0811 LANCHES Nina :Sta. Cruz Tradição em lanches há décadas. Todo dia 18h_0h |F: 14 3372.6555 FRUTAS & SORVETES •360 Frutaria do Baiano :Sta. Cruz Deliciosas frutas servidas na hora ou pra levar. Mal. Bittencourt c/ Benjamin Constant 8h_ 23h. •360 Sorveteria União :Sta. Cruz Sorvete leve, artesanal e com ingredientes naturais. A melhor sorveteria da região. Todo dia 9h_23h | F: 14 3372.3644 •360 Açaí Wave :Ourinhos e S.Cruz Frutas e sucos, lanches e cafés. 2ª a sábª: 11h-00h | dom/fer. 15h-00h | F: 3324.3358 (Our) 3372-6902 (S.Cruz) MADRUGADA Piraju Lanches :Piraju Entrega, também atende no salão Todo dia após 18h | F: 14 3351.5115 Xiró :Sta. Cruz Cozinha variada, com extenso cardápio A partir das 19h. Fecha às 3ªs F: 14 3372.4960 RODOVIAS PIRAJU-OURINHOS | SP 270 ‹RAPOSO TAVARES› •360 Cia. da Fazenda_Km 334: Lanches e refeições com destaque para pratos levando palmito, loja de presentes e delícias. F: 14 3346.1175 OURINHOS-S.CRUZ | SP 352 ‹ORLANDO QUAGLIATO› RestauranteCruzadão_Km 16: Restaurante-churrascaria. F: 14 3372.1353. Aberto 24 horas •360 Orquidário Restaurante Café_Km 14: Lanches, sucos e o mais famoso parmegiana da região. Loja de presentes e antiguidades, orquidário. Todo dia 7h_19h F: 14 9782.0043 •360 Varanda do Suco_Km 27,5: Refeições, lanches, sucos, salgados e doces deliciosos. Loja de presentes.Todo dia.9h_19h F: 14 8125.3433 IPAUSSU-BAURU |SP 225 ‹ENG. JOÃO B. CABRAL RENNÓ› •360 Paloma Graal_Km 309: A melhor praça de alimentação da região,Destaque para a cafeteria F: 14 3332.1033. Aberto 24 horas •360 Estação Kafé_Km 316: Parada cultural com museu , obras de arte e antiguidades. Lanches e restaurante com fogão a lenha OURINHOS-JACAREZINHO | BR 153 ‹TRANSBRASILIANA› •360Graal Ourinhos_Km 345: O novo endereço da rede traz massas feitas na horal, além do tradicional buffet de saladas, pratos quentes e grelhados. Além de outras opções da praça de alimentação. F: 14 3324.6319. 24 horas PESQUEIROS Pesqueiro Forteza :ÓLEO - à beira do asfalto e em meio à natureza. 3ª a dom_12h/ 20h F: 11 97039642 Pesqueiro Paulo Andrade: STA.CRUZ-S.PEDRO Peixes frescos, Aves e assados ‹sob encomenda›. Atendimento familiar dia e noite. Após 9h | F: 14 9706.6518 16 | bem viver ÁGUA: doce Corrida de boia realizada em janeiro em Santa Cruz, mês do aniversário e abundante *Fernanda Lira Diz a música – e a lenda – que “quem não gosta de samba, bom sujeito não é. É ruim da cabeça, ou doente do pé”. Pois eu acho que o mesmo vale para água doce. O sujeito pode até não ser doente do pé, mas da cabeça, com certeza. Digo isso em razão da grande indiferença que tanta gente, mas tanta gente mesmo, tem em relação aos rios, especialmente os que correm por cada cidade. Talvez seguindo o péssimo exemplo da capital paulista, que hoje gasta fortunas para tentar reverter o crime ambiental cometido contra os rios Pinheiros e Tietê, sem falar Procissão flutuante no Rio Paranapanema, realizada todos os anos no aniversário de Piraju de suas represas, o cidadão do interior só vê graça na praia, na água salgada que chega às areias, muitas vezes em situações alarmantes de contaminação na época de chuvas e dos dias quentes de verão. Enquanto todos seguem para as praias para torrar no sol escaldante, os rios – e os passeios e esportes náuticos – vivem esquecidos. A sorte é que tem gente, em minoria, mas tem, que sabe aproveitar a riqueza que Deus nos deu. Afinal, essa água doce que corre pela região do 360 é limpa, farta e deslumbrante. Quem discordar, certamente nunca desceu o rio arranjada numa boia, exatamente uma câmera de borracha preta, de pneus de fusca, de cami-nhão. O passeio, absolutamente seguro em Santa Cruz, por exemplo, onde o Rio Pardo desce respeitoso e sem qualquer pressa, pode ser feito por gente de todas as idades. É seguro. Além disso, não envolve custos, já que o equipamento pode ser comprado por R$ 10,00 em qualquer borracharia. O gostoso é descer em grupo, de amigos, de familiares. E passar horas inserido na natureza, conversando e contem-plando a mata ciliar que ainda reside na terra master do 360. Quem não se aventurar, U Z• s,Grátis em 15 A AN TR A novo OLHAR umsobre as cidades. ve AF IGU EIR A •S oeste de SP : 8,5 BAIRRO D de . o co mo be m ea a rd is s C O l do Sud orna J r io Ma Ci d l ade se4R era G odovia s.. Confira! em Nas Bancas ! d o Mê s. To e r a 0 201 pl DE CER m E H e AN M CR Mi lE x *jornalista de São Paulo que adora a nossa região [email protected] om pro m Só Boas Notícias no Caderno das Cidades • caderno360.com.br projeto editorial pode encontrar múltiplas distrações e alegrias nas águas do Paranapanema, o grandioso rio que banha várias cidades por aqui, com destaque para Piraju, que lhe acolhe e cuida dele com grandeza.È hora de despertar para esse bem. Que lava o corpo, a mente e a alma, pode ter certeza. ou pergunte para os poucos – e bons – amantes da água doce.
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