La colossale richesse de «l`Etat islamique

Transcrição

La colossale richesse de «l`Etat islamique
abc
PORTUGAIS - FRANÇAIS
AO
N
~
Portuscale
Não ao Acordo Ortográfico
Num.13
Ano / An I
27 de Setembro / septembre 2014
• jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français - jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français - jornal comunitário em Português •
La colossale richesse de «l’Etat islamique»
Exploitation du pétrole, racket, rançons… L’organisation possède assez d’argent
pour payer correctement ses dizaines de milliers de combattants.
Escócia
O dia em que Westminster e a Europa tremeram
Luís de Sousa
«Jamais autant d’argent n’a été concentré en de si mauvaises mains.» C’est le
leitmotiv de tous ceux - diplomates, membres des services de renseignement
et chercheurs - qui observent la progression fulgurante de l’Etat islamique. Une
première indication de la richesse de l’organisation que dirige Abou Bakr alBaghdadi, alias le calife Ibrahim : les Syriens et les Irakiens gagnent un solde
mensuel de 400 dollars (environ 310 euros). Mais pour les mouhadjiroun, qui
viennent de France, d’Europe, du Maghreb, s’ajoute une prime supplémentaire
de 700 dollars. Soit une somme globale de 1 100 dollars pour les étrangers.
D’autres bonus sont distribués aux combattants mariés : 100 dollars par épouse
et 50 dollars par enfant. Ces chiffres, collectés par l’économiste syrien Samir
Seifan, chercheur au prestigieux Cercle des études syriennes de l’université St
Andrews, attestent que l’argent n’est nullement un souci pour l’Etat islamique.
A identidade política do Reino Unido continua mais expressiva do que a identidade
cultural da Escócia, mas não o suficientemente expressiva para enterrar esta
pretensão para sempre.
Incompétence. Cette richesse l’a d’ailleurs aidé à rallier bon nombre de
combattants qui appartenaient à d’autres groupes islamistes, comme Ahrar alCham. A ce jour, si l’on en croit la CIA, l’Etat islamique rassemble entre 20 000
et 31 500 combattants en Irak et en Syrie, une nouvelle estimation sans aucun
rapport avec la précédente, qui faisait état de 10 000 jihadistes. Ces évaluations
sont cependant sujettes à caution, la centrale américaine du renseignement ayant
montré sa totale incompétence en Irak où, en dépit d’un budget phénoménal, elle
a été incapable de prévoir la prise de Mossoul et, auparavant, celle de Fallouja,
aux portes de Bagdad. Sur ces 25 000 ou 30 000 combattants, la moitié sont des
étrangers, selon d’autres estimations. On le voit : pour entretenir ses troupes,
l’organisation se doit de disposer de ressources considérables.
Concluída a consulta popular, quais as implicações deste resultado a norte e a
sul da fronteira? Um resultado desta natureza pouco ou nada altera o modo de
fazer e de entender as relações centro-periferia em Westminster. Foram feitas
várias concessões a quente, quando alguma incerteza sobre o resultado pairava
no ar, mas o fantasma do referendo de 1979 levanta muitas dúvidas quanto
às reais intenções do Governo de as cumprir. Portanto, a probabilidade de o
Governo britânico retroceder nas suas promessas de reformas constitucionais
e fiscais e regressar à rotina, é um receio legítimo para metade da população
escocesa.
A Escócia rejeita a independência. O referendo escocês decorreu com
tranquilidade, civismo e grande maturidade democrática, como era expectável.
Os níveis de participação foram elevados, atingindo os 100% em alguns círculos,
o que denota que a questão não deixou ninguém indiferente. É certo que os
níveis de participação são por si só uma vitória moral para os adeptos do SIM,
mas como diz a sabedoria popular britânica o good effort é reconfortante, but
is not enough. As previsões iniciais, que apontavam para a vitória do NÃO,
concretizaram-se.
Já a norte da fronteira, as coisas complicam-se. Não obstante as questões de
natureza económica estivessem presentes na reflexão dos eleitores, o referendo
foi sobretudo um teste à identidade dos escoceses. E o resultado não deixa
certezas: a identidade política do Reino Unido continua mais expressiva do
que a identidade cultural da Escócia, mas não suficientemente expressiva para
enterrar esta pretensão para sempre. Do mesmo modo, se o SIM tivesse ganho
com uma pequena margem, nunca seria um resultado suficientemente forte para
legitimar um projecto de independência.
O receio de instabilidade que assustou Westminster, teve um efeito bumerangue
em Holyrood. Após a derrota do SIM, Alex Salmond, um veterano da causa
escocesa, demitiu-se do cargo de Primeiro-ministro Escocês e de líder do Partido
Nacional Escocês (SNP) sem intenções de se recandidatar no congresso de
Novembro. Não obstante esta convulsão, o SNP continua a manter uma posição
dominante em Holyrood, mas por quanto tempo? Alex Salmond nunca foi o político
de todos os escoceses, mas foi indiscutivelmente um líder hábil que transformou
o SNP numa força partidária de relevo. Conseguiu num curto espaço de tempo
conduzir uma batalha política bem sucedida contra a mentalidade reinante
do Establishment britânico e fez tremer Westminster. Com a demissão deste
histórico, fica incerta a liderança do governo escocês para negociar o pacote de
concessões. É certo que os escoceses já aceitaram o resultado e seguiram com
as suas vidas, sem euforias e sem ressentimentos, porém fica claro que se as
promessas de devolução não forem cumpridas, este dia e este resultado serão
revividos.
Ce qui fait d’abord la richesse du califat proclamé, c’est l’argent du pétrole. En
Syrie, l’Etat islamique contrôle principalement un large secteur pétrolier qui va
de Raqqa à Al-Bukamal, notamment autour de Deir el-Zor. Avant la guerre, Shell
et Total exploitaient ce champ pétrolier qui produisait environ 120 000 barils par
jour de light crude oil. L’Armée syrienne libre (ASL) ayant chassé les forces du
régime, les rebelles reprirent l’exploitation Wolfe
en creusant le sol et en procédant à
une extraction sauvage, cause d’une pollution phénoménale. A présent, ce sont
les forces de l’Etat islamique qui, après avoir défait l’ASL, se sont emparées de
ces gisements. Aujourd’hui, la production se situerait autour de 30 000 barils par
jour. Elle est essentiellement destinée aux besoins des jihadistes et aux marchés
Cont. page 3
Qual o impacto deste resultado para a Europa? O referendo escocês despertou
uma vaga de simpatia pela causa escocesa, mas também fez tremer os velhos do
restelo. A maioria das elites políticas europeias mantiveram o seu conservadorismo
sobre os mecanismos de democracia directa e manifestaram o seu receio de
instabilidade e de contaminação. Não deixa de ser surpreendente a incapacidade
da Europa e sobretudo de alguns governos europeus compreenderem que a
democracia não é um mercado e que as pessoas e as suas identidades não
podem ser tratadas com indiferença. Uma coisa é certa: o referendo escocês
não passou despercebido e não será novamente back to business as usual.
Universidade de Aveiro e alumnus da Universidade de Aberdeen
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
2
abc portuscale
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
A Chuva e o Bom Tempo
O triunfo da dignidade
Reflexões
Brandão Ferreira absolvido
As histórias vindas à estampa em vários jornais nacionais e estrangeiros no
respeitante a jovens de diversas nacionalidades que, levados não se sabe bem
por que tipo de instintos, se alinharam com fanáticos grupos dos extremistas
muçulmanos, dão que pensar.
Como filhos de emigrantes, na sua grande maioria, decidem de abandonar
o conforto que a família lhes construiu, deixando-se cair na armadilha de
correligionários doutrinadores e recrutadores de inocentes por todo o mundo?
Em três anos, a guerra síria atraiu cerca de 2800 combatentes estrangeiros.
Neste momento fala-se de cerca de 20 jovens portugueses ou luso descendentes , que
tudo deixaram para seguir os maldosos instintos com que sedutores do diabo
lhes transfiguraram a existência.
Um bom exemplo são os enxertos de textos publicados recentemente no
Expresso, que dão conta da inicialização e radicalização de um jovem casal de
origem portuguesa que se encontra na Síria a combater pelo EI.
A ela, tratam-na pela noiva portuguesa da JIHAD
“A filha de 19 anos de um casal alentejano fugiu para a Síria no início do mês
e casou-se com um guerrilheiro do Estado Islâmico, também ele português. Os
pais só sabem dela através do Facebook.
Em Menbij, no nordeste da Síria, junto à fronteira com a Turquia, ninguém a
conhece por Ângela. Ali chama-se Umm. O marido também não é Fábio. É
Abdu. Ele cresceu na linha de Sintra, nos arredores de Lisboa. Queria ser
como o craque da bola, como Cristiano, seguir-lhe os passos de chuteiras.
Tinha o estilo ‘jogador da bola’ - cabelo encaracolado à David Luiz, físico de
modelo - mas o talento não entusiasmou nenhum olheiro. Em 2011, aos 19
anos, deu o salto, emigrou para Londres, sozinho, com a ambição de jogar na
Premier League. Era o tudo ou nada. Tornou-se um dreamchaser, caçador de
um sonho, mas no fim foi ele o apanhado na rede de captação de jihadistas
para a Síria.” Nos arredores de Londres. E Fábio foi para o Iraque lutar pelo
califado.
Em dois anos converteu-se ao islamismo, radicalizou-se e casou-se com uma
portuguesa: Ângela. Ela cresceu na Holanda, para onde os pais alentejanos
emigraram. Ele já está na Síria há mais de um ano. É jihadista, combatente
nas fileiras do exército radical do Estado Islâmico (EI). Ela chegou lá este mês.
Nunca se tinham visto, mas já estavam noivos há vários meses no Facebook.
Através da rede social partilharam radicalismos e ambições de vida: são
ambos muçulmanos convertidos, extremistas, defensores do califado islâmico,
adversários do Ocidente e dos países «infiéis». E são ambos portugueses.
«A Guerra Santa é a única solução para a Humanidade», escreve Ângela
na sua página web. Ela não precisou utilizar o posto do JIHAD de registo de
mulheres solteiras ou viúvas que queiram casar com mujahedin. Por meio da
internet combinou tudo com o Fábio, fugiu de casa a 9 de Agosto e a 10 estava
casada. Vive num bairro frequentado por europeus como ela e só sai de casa
com autorização do marido e “acompanhada” com uma pistola de 9 mm.
O radicalismo de Umm mantém-se. No dia 22, publicou nas redes sociais a
fotografia tirada antes da decapitação do repórter James Foley, e escreveu:
«Para aqueles que dizem que era um jornalista, supostamente inofensivo, ele
não era mais do que um soldado americano que mata o nosso povo. Quantas
pessoas foram mortas por este tipo de palavras? São mortes inúteis? Uma
morte americana fica muitos milhares atrás de quantos eles nos têm matado».
Noutro post comenta os placards publicitários, que ali enaltecem a luta do
Estado Islâmico: «Quem vai ganhar? Os nossos outdoors ou aquelas mulheres
seminuas a vender desodorizantes?»
São curtos enxertos de longos textos com algumas rápidas entrevistas e
pequenas transcrições de conversas tidas por ambos via facebooke, com
alguns familiares e amigos que se inquietam por eles.
E eles, inquietam também as autoridades, não só portuguesas como de todo
o mundo, pelo risco enorme que esses jovens representam entre as mãos de
facínoras, que não hesitarão a enviá-los aos seus países de origem causarem
mortes e destruição. Mas poderemos nós considerá-los todos como inocentes
do perigo que representam para eles próprios? Se considerarmos que vários
têm idades acima dos 25 anos poderemos considerá-los inocentes?
As novas tecnologias como o Facebook e outras componentes das redes
sociais, têm sido o moinho onde se movem e entrechocam grandes vantagens
tecnológicas e, também, fonte de alienações ideológicas que se apropriam de
seres diminuídos pela crise, pela falta de empregos e dificuldade de encontrarem
um futuro. Perdidos os sonhos e as ambições.
Uma vez caídos na armadilha nada mais haverá a fazer. Mais dia, menos dia,
far-se-ão explodir em qualquer canto do mundo, levando com eles gente que
em nada serão culpados das frustrações, que os conduziram pelos caminhos
tortuosos da guerrilha religiosa. Do fanatismo. Do ódio.
Enquanto isso, os muçulmanos de origem, têm uma densidade de progenitura
na ordem dos 8%, enquanto que as famílias ocidentais chegam apenas, em
média, a um ligeiro 1,3%.... Dentro de 15 a 20 anos o califado será coisa feita.
Raul Mesquita
Tenente-coronel aviador absolvido do crime de difamação contra Manuel Alegre
O tenente-coronel aviador (na reforma) Brandão Ferreira e o director do
semanário «O Diabo», Esteves Pinto, foram absolvidos do crime de difamação
contra o histórico dirigente socialista Manuel Alegre.
O tenente-coronel João José Brandão Ferreira foi julgado por difamação por causa
de artigos publicados em blogues, tendo o arguido reiterado em julgamento a
tese que Manuel Alegre cometeu, aos microfones da rádio Voz da Liberdade, em
Argel, traição à pátria, ao incitar os militares portugueses a desertar, ao conviver
com os líderes dos movimentos de libertação de Angola, Moçambique e Guiné e
ao ajudá-los na guerrilha contra as tropas portuguesas no Ultramar.
A juíza dos Juízos Criminais, citando jurisprudência do Tribunal Europeu dos
Direitos do Homem e o direito consignado na Constituição Portuguesa à liberdade
de expressão, considerou que Brandão Ferreira emitiu a sua opinião sobre factos
históricos e que não se verificou o crime de difamação.
Esteves Pinto foi absolvido depois de o tribunal admitir que à data da publicação
de um artigo considerado difamatório do dirigente socialista, o arguido já não
exercia, na prática, as funções de director de O Diabo, por motivos de doença.
Miguel Teixeira, chefe de redacção do jornal também à data dos factos, esteve
ausente deste julgamento e foi declarado contumaz pelo tribunal, sabendo-se
que o mesmo se encontra ausente no estrangeiro.
Um outro arguido do processo, o general Fernando Paula Vicente, assumiu na
primeira sessão em acta de julgamento que foi em «estado de erro» que chamou
«desertor» a Manuel Alegre, num ´post´ colocado num blogue, tendo, perante
tais explicações, Manuel Alegre desistido da queixa e do pedido de indemnização
cível contra este militar. Saiu assim do processo.
No final do veredicto, Manuel Alegre considerou a sentença «algo surpreendente»,
porque «a liberdade de expressão não permite tudo», designadamente que uma
pessoa seja «difamada» ou seja alvo das «insinuações» em causa.
Manuel Alegre adiantou à Lusa que vai recorrer da decisão por uma «questão de
dignidade e de princípio», insistindo que a «liberdade de expressão não permite
tudo, não permite o atentado ao bom nome e à dignidade das pessoas».
Os factos e artigos alegadamente difamatórios foram divulgados antes das
eleições para a Presidência da República, em Janeiro de 2011, nas quais Manuel
Alegre foi candidato a Belém.
Alexandre Lafayete, advogado de Brandão Ferreira, disse estar «satisfeito» com
a absolvição do seu constituinte, observando que em Portugal há «muitas ideias
feitas», por políticos e por alguma comunicação social, que é «incómodo saber
a verdade do que realmente se passou antes do 25 de Abril e o que certas
pessoas, que hoje são notáveis, fizeram antes do 25 de Abril».
O causídico admitiu que a juíza considerou que o mais importante é a «salvaguarda
da liberdade de expressão», designadamente sobre o que se passou na guerra
África, aludindo a jurisprudência do Tribunal Europeu dos Direitos do Homem.
Na primeira sessão de julgamento, Nuno Godinho de Matos, advogado de
Manuel Alegre, insurgiu-se contra a «agressão de carácter» ao histórico
socialista, realçando a «coragem, o patriotismo e o dever cívico» do poeta e
político socialista em combater um regime «tirano» e «cadavérico» que violava
sistematicamente os direitos humanos, subjugando, pelas armas e com a ajuda
da polícia política (PIDE), os naturais de Angola, Moçambique e Guiné.
«Manuel Alegre não é um traidor à pátria, é, sim, um cidadão exemplar, digno de
respeito por todos os que não se reconheceram no estado nepotista que geriu
Portugal entre 1926 e o 25 de Abril de 1974», disse então Nuno Godinho de
Matos.
Diário Digital com Lusa
NDR: Estamos particularmente satisfeitos com a decisão do magistrado porque
desde o início sempre apoiamos a causa do senhor TCor. Brandão Ferreira.
ABC-portuscale. Crédits:
Auteurs identifiés; Aicep; Santé Canada; Histoire du Canada; Internet
et quelques inconnus.
Compliation, coordination et montage: Raul Mesquita.
[email protected]
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
Cont. de la page 1
abc portuscale
La colossale...
locaux, syrien et irakien. Prix du baril : entre 20 et 25 dollars. L’Etat islamique
contrôle aussi le pipeline qui relie les champs pétroliers proches de Palmyre à
ceux du nord-est de la Syrie, deux zones contrôlées par les forces loyalistes.
Pour pouvoir continuer à exporter son pétrole, Damas doit donc verser une
contribution importante à l’organisation, dont le montant n’est pas connu.
Mais le pétrole, qui rapporterait 2 millions de dollars par jour, est loin d’être la
seule source de revenus de l’Etat islamique. La deuxième provient de l’argent
qu’elle prélève sur les produits à destination des populations sous son contrôle,
en particulier sur le blé et le coton. Contrairement aux apparences, les revenus
des rançons, même s’ils sont phénoménaux - jusqu’à 10 millions de dollars par
otage -, ne jouent qu’une part mineure dans le budget du califat : environ 5%,
selon diverses estimations. A cela s’ajoute encore l’argent du racket.
Générosité. Au départ, l’Etat islamique, qui s’appelait alors l’Etat islamique en Irak
et au Levant (EIIL), a bénéficié de fonds de donateurs privés du Golfe, au même
titre que les autres groupes sunnites - environ 2 000 - qui se battaient en Syrie
contre le régime. «Les Koweïtiens ont toujours beaucoup financé les salafistes»,
précise l’économiste Samir Seifan. «L’Etat islamique ne se serait pas imposé
si les pays du Golfe n’avaient pas fermé les yeux sur son financement. C’est
leur mentalité de faire quelque chose et de ne pas songer aux conséquences.
Ils voulaient que Bachar al-Assad s’en aille et, maintenant, ils sont confrontés
à des gens qui veulent aussi s’emparer de La Mecque et de Médine», explique
Toby Matthiesen, chercheur à l’université de Cambrigde cité par le quotidien
britannique The Guardian.
Depuis, la volonté hégémonique de l’Etat islamique a semble-t-il tempéré leur
générosité. Mais l’organisation d’Abou Bakr al-Baghdadi a trouvé d’autres sources
de revenus. A Mossoul, le calife Ibrahim a confisqué les avoirs de trois grosses
banques. Montant du butin : 429 millions de dollars (330 millions d’euros) et
plus de 600 milliards de dinars irakiens (398 millions d’euros), selon une source
proche du ministère de la Défense. Ce qui fait de lui le plus riche des seigneurs
de la terreur. Le butin militaire n’était pas négligeable non plus : un million de
dollars en équipements divers, selon la même source.
Jean-Pierre PERRIN
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
Gérald Tremblay, un drôle d’animal
L’ex-maire de Montréal ne pouvait ignorer l’étendue de la corruption et de la
collusion autour de lui, révèlent de nouveaux documents judiciaires obtenus par
un consortium de médias.
par Brian Myles
Gérald Tremblay «jouait à l’autruche»,
selon une source des enquêteurs
de l’Unité permanente anticorruption
(UPAC).
L’ex-maire de Montréal ne pouvait
ignorer l’étendue de la corruption et
de la collusion autour de lui, révèlent
de nouveaux documents judiciaires
obtenus par un consortium de médias.
Son parti, Union Montréal, aurait
partagé avec la mafia une taxe sur
l’octroi des contrats publics.
Selon la source non identifiée de l’UPAC, un pizzo de 5 % de la valeur des
contrats municipaux était versé à la mafia, et une ristourne de 5 % était donnée
«à l’entourage du maire» ou à son parti.
«Gérald Tremblay est bien au courant, mais il préfère jouer à l’autruche, ce
qui plaît aux conseillers impliqués, puisqu’il est malhabile face aux questions
posées», affirme la source, dont les propos n’ont pas été prouvés en cour.
M. Tremblay a réfuté ces informations, qui sont contenues dans des déclarations
assermentées produites par les enquêteurs. Ces déclarations ont permis à
l’UPAC d’obtenir des mandats de perquisition dans le dossier de la vente à
rabais des terrains du Faubourg Contrecœur par la Société d’habitation et de
développement de Montréal.
Dans cette affaire, l’ex-président du comité exécutif, Frank Zampino, le collecteur
de fonds d’Union Montréal, Bernard Trépanier et l’entrepreneur Paolo Catania (F.
Catania et associés) sont accusés de fraude. Ils ont aussi été mis en cause à la
commission Charbonneau pour les stratagèmes de financement occulte d’Union
Montréal et leur implication dans le partage des contrats publics.
L‘Immigration
«Je n’ai jamais été au courant de ce stratagème et feint l’ignorance», a fait savoir
Gérald Tremblay dans un communiqué.
Le discours de Gaulle (1890-1970), proféré le 5 mars de 1959:
L’ex-maire Tremblay ne m’a pas l’air d’une autruche, mais plutôt d’une carpe…
comme dans l’expression «muet comme une carpe». Ou encore une taupe, tiens,
ce petit mammifère quasi aveugle qui développe forcément une vision en tunnel
à force de toujours creuser son trou en solitaire.
«C’est très bien qu’il y ait des Français
jaunes, des Français noirs, des
Français bruns. Ils montrent que la
France est ouverte à toutes les races et
qu’elle a une vocation universelle. Mais
à condition qu’ils restent une petite
minorité. Sinon, la France ne serait
plus la France. Nous sommes quand
même avant tout un peuple européen
de race blanche, de culture grecque et
latine et de religion chrétienne.
Qu’on ne se raconte pas des histoires !
Les musulmans, vous êtes allés les voir
? Vous les avez regardés avec leurs
turbans et leur djellabas ? Vous voyez
bien que ce ne sont pas des Français
! Ceux qui prônent l’intégration ont une
cervelle de colibri. Essayez d’intégrer
de l’huile et du vinaigre. Agitez la
bouteille. Au bout d’un moment, ils se
sépareront de nouveau.
Les Arabes sont des Arabes, les Français sont des Français. Vous croyez que
le corps français peut absorber dix millions de musulmans, qui demain seront
vingt millions, après demain quarante ? Si nous faisions l’intégration, si tous les
Arabes et les Berbères d’Algérie étaient considérés comme des Français, les
empêcheriez-vous de venir s’installer en métropole, alors que le niveau de vie y
est tellement plus élevé? Mon village ne s’appellerait plus Colombey-les-Deux»Eglises mais Colombey-les-Deux-Mosquées.
Le quotidien The Gazette a publié un florilège des meilleures déclarations de
Gérald Tremblay sur ses efforts pour éradiquer la corruption et la collusion. «Je
n’ai pas fait d’aveuglement volontaire», disait-il lors de sa démission. Dès que j’ai
été mis au courant de problèmes, j’ai agi, et bla bla bla.
Le portrait est de plus en plus clair, maintenant. Gérald Tremblay n’avait pas les
mains dans le plat de bonbons ; autrement, il aurait été mis en accusation. Il en
savait probablement plus qu’il ne voudra jamais l’admettre sur les tractations de
Frank Zampino.
Gérald Tremblay a fait un mariage de raison avec le puissant maire de SaintLéonard afin d’obtenir l’appui des villes de banlieue et remporter les élections
municipales de 2002. Il a fermé les yeux sur les tricheries, ainsi que les relations
d’adultère et de promiscuité de Frank Zampino avec le monde des affaires.
C’était le prix à payer pour être en mesure de devenir maire de Montréal, et mener
à terme son projet de réforme des institutions démocratiques, le développement
des transports en commun et du réseau de pistes cyclables, etc.
Hélas ! c’est de l’incurie de Gérald Tremblay à lutter contre la corruption et la
collusion dont se souviendront les Montréalais.
À propos de Brian Myles
Brian Myles est journaliste au quotidien Le Devoir, où il traite des affaires policières,
municipales et judiciaires. Il à été affecté à la couverture de la commission
Charbonneau. Blogueur à L’actualité depuis 2012, il est également chargé de
cours à l’École des médias de l’Université du Québec à Montréal (UQAM).
On peut le suivre sur Twitter : @brianmyles.
3
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
abc portuscale
MAYONESE E CAFÉ
Quando as coisas na vida parecem demasiado, quando 24 horas por dia não são
suficientes...Lembra-te do frasco de mayonese e do café.
Um professor, durante a sua aula de filosofia sem dizer uma palavra, pega num
frasco de mayonese e esvazia-o...tirou a mayonese e encheu-o com bolas de
golf.
A seguir perguntou aos alunos se o Frasco estava cheio. Os estudantes
responderam sim.
Então o professor pega numa caixa cheia de Caricas e mete-as no frasco de
mayonese. As Caricas encheram os espaços vazios entre as bolas de golf.
O professor voltou a perguntar aos alunos se o frasco estava cheio, e eles
voltaram a dizer que sim.
Então...o professor pegou noutra caixa...uma caixa cheia de areia e esvaziou-a
para dentro do frasco de mayonese. Claro que a areia encheu todos os espaços
vazios e uma vez mais o professor voltou a perguntar se o frasco estava cheio.
Nesta ocasião os estudantes responderam em unânime «Sim !».
De seguida o professor acrescentou 2 taças de café ao frasco e claro que o café
preencheu todos os espaços vazios entre a areia. Os estudantes nesta ocasião
começaram a rir-se...mas repararam que o professor estava sério e disse-lhes:
‘QUERO QUE SE DÊEM CONTA QUE ESTE FRASCO
REPRESENTA A VIDA’.
As bolas de golf são as coisas Importantes: como a família, os filhos, a saúde, os
amigos, tudo o que te apaixona.
São coisas, que mesmo que se perdêssemos tudo o resto, nossas vidas
continuariam cheias.
As caricas são as outras coisas que importam como: o trabalho, a casa, o carro,
etc.
A areia é tudo o demais, as pequenas coisas.
4
‘Se pomos 1º a areia no frasco, não haveria espaço para as caricas nem para
as bolas de golf.
O mesmo acontece com a vida’.
Se gastássemos todo o nosso tempo e energia nas coisas pequenas, nunca
teríamos lugar para as coisas realmente importantes.
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
Cadastro é currículo
Armando Vara ou Dias Loureiro concluem as suas carreiras como empresários
de sucesso. E ricos.
Porque será que tantos políticos se dedicam à vida empresarial? E o que irão
eles fazer para as empresas? Negócios com o Estado, claro está. Quase sempre.
Negócios de milhões. Os lugares dourados em empresas do regime são, aliás, o
destino final das carreiras políticas dos mais habilidosos.
Armando Vara ou Dias Loureiro (e muitos de igual jaez) não teriam provavelmente
sucesso em qualquer outro país. Mas por cá, graças à política, concluem as suas
carreiras como empresários de sucesso. E ricos. Porque o regime compensa
carreiras que são construídas de pernas para o ar e ao arrepio de toda a
competência.
Na Europa ou nos Estados Unidos da América, os bons profissionais saem das
universidades, vão trabalhar em empresas e instituições, criam riqueza. Depois
de terem provado que sabem fazer alguma coisa de útil, alguns optam por
disponibilizar os seus conhecimentos ao serviço da comunidade. E aí iniciam
uma participação política. No final das suas carreiras, muitos vão para as
universidades transmitir o saber que adquiriram ao longo da vida.
Em Portugal, o percurso é bem diverso. Concluída a formação universitária, os
dirigentes partidários anseiam por um cargo político. Para o qual são nomeados
por via do seu currículo partidário e jamais por qualquer competência académica
ou profissional.
Empossados em funções públicas, a maioria logo esquece o povo e até a lei.
Exerce o seu lugar ao serviço da teia perversa de negócios em que os partidos
estão envolvidos. Ao fim de alguns anos, instala-se comodamente num qualquer
«tacho» duma empresa privada, auferindo milhões.
Poderiam eles ser administradores em empresas de referência de países
desenvolvidos? Obviamente que não. Apenas obtêm estes lugares porque no
exercício das suas funções públicas favoreceram os grupos privados, que agora
os gratificam. E que os recompensam pelo prejuízo que provocaram ao Estado
português. Prejuízo que continuarão, aliás, a causar, obtendo favores do Estado
para os grupos dos quais agora são assalariados. E para os quais afinal sempre
trabalharam, mesmo enquanto políticos.
Paulo de Morais
Prof. Univ.
Presta atenção às coisas que são cruciais para a tua Felicidade.
Brinca ensinando os teus filhos,
Arranja tempo para ires ao médico,
Namora e vai com a tua/teu namorado/marido/mulher jantar fora,
Pratica o teu desporto ou hobbie favorito.
Haverá sempre tempo para limpar a casa e reparar as canalizações.
Ocupa-te das bolas de golf 1º, das coisas que realmente importam.
Estabelece as tuas prioridades, o resto é só areia...
Um dos estudantes levantou a mão e perguntou o que representava o café.
O professor sorriu e disse:
«...o café é só para vos demonstrar, que não importa o quanto a vossa vida
esteja ocupada, sempre haverá espaço para um café com um amigo. «
Todos não somos demais
para continuar Portugal
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
abc portuscale
Rosa dos Ventos
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
Rose des Vents
Madeira: Les Iles de l’Amour
émerveiller ceux qui s’y rendent.
Il fut construit dans les années 30 du XXe siècle, selon le projet d’Edmundo Tavares
(1892-1983), harmonisant de façon
charmante l’Art déco et le modernisme.
Sur ce marché, vous pouvez trouver ce
qu’il y a de meilleur dans cette l’île : les
fruits et les légumes les plus frais et les
plus exotiques, les fleurs exubérantes
du « jardin de l’Atlantique », comme
est souvent surnommée la belle île de
Madère.
Le marché possède une surface
couverte composée de deux niveaux ;
à l’étage inférieur a lieu la vente du poisson et de la viande, alors qu’à l’étage
supérieur, se trouvent les fruits tropicaux, les légumes et les nombreuses épices
qui remplissent cet endroit de nouveaux arômes.
Photo et texte:Turismo da Madeira
L’archipel de Madeira, synonyme d’une romance pleine de pureté et de
délicatesse, est le lieu idéal pour un séjour rempli de passion.
A Funchal, laissez-vous charmer par les couleurs du Marché des Lavradores,
où les fleurs, les légumes et les tenues typiques des vendeuses forment une
mosaïque pleine de vie. A quelques pas de là, prenez le téléphérique pour
atteindre la ville de Monte, et contemplez, à deux, la baie débordante de yachts
dansant au large. Arrivés au sommet, continuez votre paisible promenade en
passant par le superbe Jardin Tropical Monte Palace.
Plusieurs panneaux d’azulejos produits dans la fabrique d’objets en céramique
(Fábrica da Loiça de Sacavém) à Lisbonne, autrefois célèbre mais qui n’existe
plus aujourd’hui, ornent l’entrée principale ainsi que l’intérieur.
Une des plus belles caractéristiques de ce marché, c’est la tradition et le
folklore qui y règnent encore, puisque vous pouvez y rencontrer de nombreuses
vendeuses vêtues de costumes typiques de Madère, de couleurs vives, très gais
et pittoresques.
A Ribeiro Frio, faites une pause et déjeunez en bonne compagnie, en plein Parc
Naturel de Madère, où vous serez entourés par l’exubérant paysage de la Forêt
« Laurissilva », que les découvreurs de l’île ont découvert il y a plus de cinq
siècles.
Avant ou après, montez au Pico do Areeiro. Sur le troisième sommet le plus haut
de l’île, à 1818m d’altitude, flirter au-dessus des nuages où vous aurez une vue
spectaculaire sur le cœur même de Madère.
Retournez à Funchal pour découvrir un nouveau panorama, cette fois grâce à
un vol en hélicoptère. Ou pour apprécier, lors d’une promenade en bateau, la
manière dont le soleil recouvre Madère de différents tons orangés à la tombée
de la nuit. Dormez dans une ancienne Quinta de villégiature aménagé pour le
tourisme, où se trouve l’ambiance idéale pour vivre une grande passion.
Le lendemain, nous vous suggérons de faire une mini-croisière à Porto Santo,
pour passer un moment très spécial. Dans ce refuge atlantique, marchez sur
la plage de sable doré et découvrez le caractère unique de l’île. Profitez de ce
havre de tranquillité et de paix pour passer une matinée au plus près du paradis
en testant un des programmes de relaxation du centre de Thalassothérapie.
A Calheta, la vue sur la plage est le cadre idéal pour déjeuner et trinquer aux
bons moments que vous avez vécus ensemble. Poursuivez la découverte de
Porto Santo, en allant jusqu’à l’extrême ouest de cette petite île et en montant à
Miradouro das Flores. Terminez alors ces deux journées de rêve par une dernière
perspective de l’archipel de Madeira, flottant au loin comme un jardin en pleine
mer.
Fin d’Année à Madeira
S’il existe un lieu où l’on célèbre la vie, c’est bien sur à Madeira. À la fin de
chaque année on fête un cycle de 365 jours vécus aussi intensément que la
mémoire le permet.
Les traditions chrétiennes de l’époque de Noël se conjuguent à une période de
réjouissance due à l’arrivée de la nouvelle année, en un vaste et riche programme
de manifestations de caractère culturel, ethnographique et artistique qui durent
tout le mois de décembre et se prolongent jusqu’à la fête des Rois.
Mercado dos Lavradores
Les conditions spécifiques de l’amphithéâtre de Funchal en font une crèche
grandiose éclairée de milliers de lumières qui parcourent les principales rues
de la ville, offrant ainsi une scène rare. Laissez-vous conquérir par le commerce
de Funchal et par la frénésie des achats, des marques internationales aux plus
divers articles d’artisanat. Funchal est un authentique centre commercial en plein
air.
Situé au centre ville de Funchal, dans le quartier historique de Santa Maria, le «
marché des travailleurs » (Mercado dos Lavradores) est l’un des points d´intérêt
que la capitale de Madère offre à ses visiteurs et, évidemment, à tous ses
habitants, et où les couleurs, les arômes et la tradition s’allient pour satisfaire et
Un île en fête, dans les hôtels, dans les restaurants, dans les bars et dans les
rues qui, pour signaler le passage à la nouvelle année, illumine les cieux de
Funchal avec un feu d’artifice, pendant dix minutes. C’est sans aucun doute un
authentique nouveau jour qui fête l’arrivée d’une nouvelle vie.
5
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
abc portuscale
Artigo muito oportuno
Anda a circular na Internet um texto da autoria do meu Camarada e Amigo
pessoal Coronel David Martelo. Não o vou transcrever para aqui, mas, contudo,
vou glosá-lo naquilo que de essencial ele diz de forma inteligente e ordeira.
Recorda o autor os termos da fórmula do juramento de bandeira de todos os
soldados de Portugal: «Juro, como português e como militar, guardar e fazer
guardar a Constituição e as leis da República, servir as Forças Armadas e cumprir
os deveres militares. Juro defender a minha Pátria e estar sempre pronto a lutar
pela sua liberdade e independência, mesmo com o sacrifício da própria vida.»
Atente-se neste particularismo que David Martelo, no seu texto, realça: «guardar
e fazer guardar a Constituição e as leis da República». Afinal, bem lidas as
palavras da fórmula do juramento, está claramente nela expresso que os militares
em conjunto e individualmente – porque o juramento é individual, ainda que feito
colectivamente – são os garantes da Constituição e das Leis da República. Há
Presidente da República, há Tribunais, há Parlamento, há Governo, há órgãos
de soberania, há polícia e forças de segurança, mas, acima de todos eles, há os
militares que guardam e fazem guardar a Constituição e as Leis da República. Os
militares, enquanto instituição, são, afinal, os garantes da ordem constitucional
e da ordem legal do país.
A partir da base anterior, poderiam as Forças Armadas perguntar, com toda a
propriedade, quantas e quais são as Leis da República que não estão a ser
acatadas. Poderiam, com toda a legitimidade do cumprimento de um juramento,
exigir a imediata execução das Leis para pôr cobro a todos os desvios e desmandos
que assistimos e dos quais temos conhecimento. Poderiam, também, manter um
sistema de controlo para verificação dos desregramentos que ocorrem.
6
Estará o leitor a pensar: — Mas, então, onde está a democracia? Eu respondo:
— Reside na liberdade de escolha daqueles que fazem as Leis e modificam a
Constituição, contudo, uma vez feitas ou alterada esta, cabe às Forças Armadas,
em última instância, «guardar e fazer guardar» essas mesmas normas. Replica
o leitor: — Mas isso é manter uma tutela militar sobre a democracia!
Respondo eu: — Claro que, na prática, a tal corresponde, porque são as
Forças Armadas o último garante da soberania e da liberdade nacionais,
jurando, fazê-lo, se necessário for, com sacrifício da sua própria vida! É esta a
grandeza de ser militar! É esta a única profissão a quem se exige o sacrifício
da vida se tal for necessário! É por isso que servir nas fileiras militares é uma
honra à qual todo o português devia estar sujeito para, de corpo inteiro, usar
da dignidade de ser Cidadão, porque, como lapidarmente disse Horácio,
“Dulce et decorum est pro patria mori” (é doce e honroso morrer pela pátria).
A nenhum Presidente da República, a nenhum governante, a nenhum juiz, a
nenhum deputado, para o desempenho da sua missão pública, se lhe pede um
juramento deste tipo; só o soldado o faz, porque só coberto pela honra de
trajar o uniforme das Forças Armadas fica investido na obrigação de «guardar e
fazer guardar» a Constituição e as Leis de Portugal.
Percebe-se assim, a razão para os políticos — especialmente os desonestos e
os astuciosos — “atacarem” com leis drásticas as Forças Armadas, cortandolhes direitos que os distinguiam, por o merecerem, dos restantes servidores do
Estado, reduzindo-os, se possível, à mera condição de funcionários públicos.
Precisando das Forças Armadas, querem-nas acéfalas, pacíficas, moribundas
para que não tenham a veleidade de «guardar e fazer guardar» a Constituição e
as Leis da República. Que tristeza!
Luís Alves de Fraga
Coronel
UM AUTENTICO BANHO DE DIGNIDADE
NA ASSEMBLEIA DA REPÚBLICA
O assistente social da Junta de Freguesia de Campanhã, José António
Pinto que iria receber a medalha de ouro comemorativa do 50º aniversário
da declaração Universal dos Direitos Humanos... deixou a medalha ficar na
Assembleia.
«Quero que os cidadãos do meu país hipotecado realizem os seus sonhos.
Quero que estes governantes estanquem imediatamente este processo de
retrocesso civilizacional que ilumina palácios, mas que ao mesmo tempo
enche a cidade de pessoas a dormir na rua.»
«Não quero medalhas, quero que os cidadãos deste país protestem
livremente e de forma digna dentro desta casa e que quando reivindicam os
seus direitos por uma vida melhor, não sejam expulsos pela polícia destas
galerias.»
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
Juiz Rui Teixeira
PROÍBE Acordo Ortográfico
por Fernando Tavares
«Os cágados continuam a ser animais
e não algo malcheiroso e a língua
portuguesa permanece inalterada
até ordem em contrário», escreveu o
magistrado.
O juiz Rui Teixeira, que conduziu a
instrução do processo «Casa Pia» e
que agora está colocado no Tribunal de
Torres Vedras, não quer os pareceres
técnicos sociais com o novo Acordo
Ortográfico.
O magistrado enviou uma nota à
Direcção Geral de Reinserção Social
(DGRS) em Abril, onde se podia ler
que esta «fica advertida que deverá
apresentar as peças em Língua
Portuguesa e sem erros ortográficos
decorrentes da aplicação da Resolução
do Conselho de Ministros 8/2011 (...) a
qual apenas vincula o Governo e não
os tribunais».
A DGRS pediu um esclarecimento ao
juiz, tendo este respondido que «a Língua Portuguesa não é resultante de um
tal «acordo ortográfico» que o Governo quis impor aos seus serviços», diz o juiz,
acrescentando que «nos tribunais, pelo menos neste, os factos não são fatos,
as actas não são uma forma do verbo atar, os cágados continuam a ser animais
e não algo malcheiroso e a Língua Portuguesa permanece inalterada até ordem
em contrário». CM
BRAVO EXCELENTÍSSIMO SENHOR JUIZ !!
O pântano
por BAPTISTA BASTOS
Circula o rumor, astutamente organizado, de que António Guterres é um bom
candidato à Presidência da República. Não o é. À menor contrariedade foge
espavorido, como se viu quando perdeu as eleições municipais, e refugiou-se
num chamado Alto Comissariado para os... Refugiados. É sempre assim: começa
com um rumor, prossegue com um grupo de «notáveis» a apoiar, segue-se um
abaixo-assinado, e as coisas vão rolando, a bel-prazer do contemplado.
Contrario, abertamente, esta estratégia, por muito ardilosa que os seus mentores
a hajam congeminado. Guterres está longe de ser o homem que o momento
exige. Carece de carácter, é um espírito flébil, pouco consistente e indeciso.
Estou à vontade: votei nele, burlado pela paixão que, então, dizia «devorá-lo»:
a educação. Revelou--se habilidoso no uso do idioma, mas inútil, manietado e
medroso como primeiro-ministro. Designou o País de «pântano», por não estar à
altura das circunstâncias imprevistas. E demonstrou ser ressentido, rancoroso e
vingativo, quando saneou Vasco Graça Moura das funções de comissário para as
Comemorações dos Descobrimentos, porque o escritor criticava, publicamente,
a política do Governo. Acontece que Graça Moura realizava um trabalho
magnífico, a justificar o prémio e o elogio e não o olho da rua e a execração.
Na altura, verberei a condenação absurda, injusta e muito pouco democrática, e
deixei de apertar a mão ao saneador, que teve o descoco de afirmar que perdera
a «confiança política» no saneado.
Conheci António Guterres no escritório de João Soares Louro, na Cinevoz,
onde trabalhei uns meses. Ali se reuniam, periodicamente, alguns socialistas
conspirativos, enquanto eu me divertia um pouco e devagar. Guterres usava
um bigode hirsuto, pouco convincente e perlado de gotas de suor, que limpava
com pressurosa persistência. Possuía aquela forma patusca de falar que ainda
mantém, que me suscitava alguma ironia. «Ria, ria; mas ele ainda vai ser
primeiro-ministro», comentava Soares Louro. Como revelei, acabei por votar
nele, fui enganado, fiz o que tinha a fazer, não oculto um certo desdém que por
ele embalo, e não encontro nenhuma virtude que o recomende à Presidência.
O rumor organizado que pretende propô-lo constitui uma manobra de interesses
marcada por tudo menos pela vocação de servir o País. E o apagamento ao
nome de Manuel Carvalho da Silva, um nome que surgiu com a evidência oposta
à rotina e aos jogos tenebrosos de poder, é mais um sintoma das características
sombrias dessa moscambilha.
A questão não reside no ardil: pior do que Cavaco é impossível. A questão é de
honra, de decência - ou, se quiserem, de patriotismo. Portugal não é um pântano,
e os portugueses não são degraus para ambições, essas, sim, pantanosas.
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
abc portuscale
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
La fois où Denis Coderre
a croisé «Brad Pitt» au Parlement…
…et autres anecdotes d’un animal politique.
par Vincent Destouches /l’Actualités
Photo © Mario Beauregard / La Presse Canadienne
Denis Coderre jouit d’une « lune de miel prolongée » avec Montréal, une ville «
prisonnière de sa propre corruption », à laquelle il a fait une « piqûre de bien-être
», explique Martin Patriquin dans un long reportage publié dans les pages de
Maclean’s et intitulé « Gusto, guts, glory-seeking : The Denis Coderre Treatment
», une référence à l’entregent du maire de Montréal (qui a le don de faire sentir à
ses interlocuteurs qu’il est leur meilleur ami au monde).
Voici quelques anecdotes parsemées dans le texte, qui en révèlent autant sur
l’animal politique que sur le personnage.
Défait à trois reprises dans sa tentative d’obtenir un siège à la Chambre des
communes, Denis Coderre a finalement été élu en 1997 dans la circonscription
de Bourassa, qu’il a représenté pendant 16 ans avant d’intégrer l’hôtel de ville de
Montréal. Il n’hésite jamais à mettre de l’avant l’héritage de ses années passées
à Montréal-Nord.
« Il se présente souvent comme le premier maire haïtien de Montréal, un clin
d’œil à son affinité pour l’importante communauté haïtienne dans son ancienne
circonscription de Bourassa. »
S’ils sont aux deux extrêmes du spectre politique, Denis Coderre et Gilles
Duceppe n’entretiennent pas moins de bonnes relations. Ils ont même su faire
alliance quand il le fallait, notamment pour obtenir, en 2008, la tête de Maxime
Bernier, alors ministre des Affaires étrangères. La preuve avec cette anecdote
savoureuse, qui commence par un rendez-vous chez le coiffeur de l’ex-chef
bloquiste.
« “Je me fais toujours couper les cheveux au même endroit à Montréal, et un jour,
ma coiffeuse m’a demandé : ‘Connaissez-vous un ministre nommé Bernier ?’ Je
lui réponds que oui, bien sûr. Et elle m’a raconté qu’il était venu avec une femme
en minijupe, des bottes jusqu’en haut des jambes et des seins gros comme ça”,
dit Duceppe, en mimant deux globes sur sa poitrine. Il s’agissait de Julie Couillard,
sa petite amie de l’époque. “‘Elle m’a demandé de lui faire la même coupe que
Brad Pitt’”, a dit la coiffeuse à Duceppe.
Duceppe est allé directement voir Coderre, alors porte-parole libéral du Patrimoine
canadien et mégaphone parlementaire du PLC. “Je dis : ‘Denis, j’en ai une bonne
pour toi. […] Faisons équipe et coinçons-le’, se souvient Duceppe. À la première
apparition de Bernier au Parlement, Coderre l’a appelé “Brad Pitt” dans sa barbe.
“Mon Dieu, Bernier était fou”, dit Duceppe en riant de ce souvenir. Duceppe et
Coderre n’ont pas lâché Bernier jusqu’à ce qu’il soit contraint de démissionner
en mai 2008. »
Après la défaite de Paul Martin face à Stephen Harper, en 2006, le Parti libéral
du Canada (PLC), s’est retrouvé en pleine crise existentielle, à la recherche d’un
sauveur. Denis Coderre avait une petite idée en tête.
En mars 2005, Coderre a entendu, lors d’une conférence du Parti libéral, le
discours d’un intellectuel canadien passé par Harvard dont le nom était Michael
Ignatieff. “Il a dit qu’il avait aimé le discours car il était très arrogant”, se rappelle
Ignatieff. “Que voulez-vous que je vous dise ? Nous nous sommes immédiatement
entendus.” […] “Vous savez la façon qu’il a de dire ‘Tu es un win-nar !’”, dit
Ignatieff. “Il pensait que j’étais un win-nar. Il croyait pouvoir faire quelque chose
avec moi.” »
Dans la course à la chefferie du PLC, Michael Ignatieff a grandement bénéficié des
aptitudes organisationnelles de Denis Coderre… ainsi que de sa Ford Explorer.
« “Mes souvenirs les plus marquants de Denis sont ceux de nos périples dans
son VUS avec la musique à plein volume. Je me souviens qu’il est le genre de
gars qui courtise un leader. Il savait que j’aimais Johnny Cash, donc il y avait du
Johnny Cash. Il me parlait et jetait un œil à son Blackberry tout en conduisant
dans des ruelles vraiment obscures au Québec”, se rappelle Ignatieff. “Nous
allions dans ces incroyables restaurants italiens dans les coins plus sombres
de Laval pour rencontrer des énormes gars qui faisaient six pieds de large et six
pieds de haut. Il les connaissait tous par leur nom : Lucco et Rocco, etc. Il avait
des réseaux fantastiques”. »
Les deux hommes sont brouillés depuis des années. Dans le reportage, Michael
Ignatieff y va d’un aveu :
« “Je vous le dis, si j’avais eu Denis dans son SUV pour aller et venir sur les
routes secondaires du Québec en 2010, nous aurions gagné quelques sièges
de plus.” »
Lino Zambito connaît Denis Coderre depuis 1991, alors qu’ils étaient tous deux
membres des Jeunes libéraux.
« “Il n’a pas changé d’une miette. Cette année-là, il avait mené une ovation lors
du congrès libéral, au Saddledome de Calgary [lorsque Jean Chrétien est devenu
chef]. Quand Chrétien a été élu, Denis et moi l’avons aidé à se hisser sur le bar.
Les gens disent qu’il joue un rôle, mais c’est sa vraie personnalité.” »
Ils ont gardé une relation amicale depuis l’époque. Lino Zambito, qui a témoigné
devant la commission Charbonneau, a par ailleurs expliqué à Martin Patriquin
que la décision de Denis Coderre de nommer un inspecteur général à la Ville de
Montréal a porté ses fruits.
« “De ce que j’entends et ce que je sais, il y a une concurrence saine pour les
conduites d’eau et les égouts. Pareil dans le domaine de l’asphalte. Mais on m’a
dit que les trottoirs sont toujours sous contrôle. Il n’y a pas de marché libre pour
les trottoirs.” »
Denis Coderre a fait ses débuts en politique à l’âge de 17 ans… en travaillant
pour le camp du Oui lors de la campagne référendaire de 1980.
« Coderre l’a fait par révérence à l’égard de Réné Lévesque et par affinité avec
Jacques-Yvan Morin, le député péquiste qui représentait le même quartier où, 17
ans plus tard, Coderre sera élu député fédéral sous la bannière libérale. “René
Lévesque était avant tout un démocrate; il était un homme de terrain qui aidait
les gens à comprendre les enjeux politiques”, explique Coderre. “Je n’étais pas
séparatiste, mais je suis quelqu’un qui est fier de son identité et cela se reflète
dans mon travail.” »
La ferveur nationaliste de Coderre n’a pas fait long feu.
« “J’ai découvert Ottawa”, dit-il en référence à son année d’études universitaires
passée là-bas. “J’ai parlé avec des gens d’autres provinces.” C’est à cette époque,
en 1985, que Coderre a mis sur pied la «Coalition Coderre», un regroupement
d’étudiants qui l’aidera à se faire élire président des Jeunes libéraux du Canada,
section Québec. »
La plus grande réussite de Denis Coderre à titre de secrétaire d’État au Sport
amateur a été d’avoir convaincu l’Agence mondiale antidopage (AMA) de
déménager son siège social de Lausanne à Montréal, en 2002. Dick Pound,
ancien vice-président du Comité international olympique, se souvient de son
bagout.
« “Denis a joué sur le fait que les ressources étaient concentrées en Europe. Il a
dit qu’on devait remettre le ‘M’ dans AMA – c’est à dire l’aspect mondial, pas juste
la Suisse. Il était très efficace pour trouver des appuis au gouvernement. Ce ne
serait jamais arrivé sans Denis.” »
Visitez
Le
Portugal
7
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
Tempos de Poesia III
abc portuscale jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
MENINA E MOÇA
Século XVI
Escolha de Isabel Meyrelles
Colaboração de Maria Fernanda Pinto
Dicionário de Literatura de Jacinto Prado Coelho)
BERNARDIM RIBEIRO
«Autor notável a quem se devem
a novela Menina e Moça, Cinco
Éclogas, e alguma colaboração no
Cancioneiro Geral de Garcia de
Rezende, é ele também o caso
mais espantoso de fantasia, de má
fé e de irrespeitosa blague (…), que
sofreu autor português clássico na
reconstitução duma biografia.
8
«Menina e moça me levaram de casa
de meu pai para longes terras: qual
fosse então a causa daquela minha
levada, era pequena, não na soube.
Agora não lhe ponho outra, senão que
já então parece havia de ser o que
depois foi. Vivi ali tanto tempo quanto
foi necessário para não poder viver
em outra parte. Muito contente fui eu
naquela terra; mas coitada de mim,
que em breve espaço se mudou tudo
aquilo que longo tempo se buscou e
para longo tempo se buscava. Grande
desaventura foi a que me fez ser triste,
ou que pela ventura me fez ser leda.
Mas depois que eu vi tantas cousas
trocadas por outras e o prazer feito
mágoa maior, a tanta paixão vim, que
mais me pesava do bem que tive que
do mal que tinha.
Escolhi para meu contentamento ( se
entre tristezas e saudades há algum)
vir-me viver a este monte, onde o lugar
e míngua da conversação da gente
fosse como para meu cuidado cumpria
– porque grande erro fora depois de
tantos nojos, quantos eu com estes
meus olhos vi, aventurar-me ainda
esperar do mundo o descanso, que ele nunca deu a ninguém – estando eu
aqui só, tão longe de toda a outra gente, e de mim ainda mais longe, donde não
vejo senão serras de um cabo, que se não mudam nunca, e de outro águas do
mar, que nunca estão quedas, onde cuidava eu já que esquecia à desaventura,
porque ela e depois eu, a todo poder que ambas pudemos, não leixamos em
mim nada em que pudesse nova mágoa ter lugar.
Importa prevenir que tudo isto não
passa de um tremendo bluff organizado
por alguns espíritos folgazões do
século XIX, de boa-fé, acreditados por
Teófilo Braga.
(O processo dessa brincadeira de mau
gosto está hoje concluso e a única
certeza é que tudo se ignora da vida
deste autor.) A. S. J.
Extracto do Dicionário de Literatura
Portuguesa, direcção de Jacinto Prado
Coelho
Carolina Michaëlis de Vasconcelos, grande medievalista, conta outra história na
sua «Introdução às obras de Bernardim Ribeiro e Cristovão Falcão: nascido en
1482, o poeta do Torrão escrevera poesias menoras antes de 1516, todas elas
(12) cuidosas e chorosas; quatro Éclogas e a Menina e Moça, aparentemente
durante a estadia na Itália (1522 a 1524) ou pouco depois do seu regresso, na
corte, entre 1524 e 1530. Quando Sá de Miranda delineou o seu Alexo, o amigo
e companheiro já ia caindo em melancolia insanável. Pouco mais produziu. A
Égloga V, julgo-a composta no bom-retiro de Cabeceiras de Basto.» C. M. V.
«O que não se pode negar é que foi um grande poeta lírico cheio de ingénua
ternura que faz suspirar de emoção os corações mais empedernidos.»
Isabel Meyrelles
A vida é o que acontece enquanto estás
ocupado a fazer outros planos.
Antes havia muito tempo que é povoada de tristezas, e com razão. Mas parece
que em desaventuras há mudanças para outras desaventuras, porque do bem
não havia para outro bem. É foi assim que, por caso estranho, fui levada em
parte onde me foram ante os meus olhos apresentadas em cousas alheias todas
minhas angústias: e o meu sentido de ouvir não ficou sem sua parte de dor.
Ali vi então na piedade, que houve doutrem, tamanha a deverá ter de mim, se
não demasiadamente mais amiga de minha dor do que parece que foi de mim
quem me é causa dela: mas camanha é a razão porque sou triste, que nunca
me veio mal nenhum, que eu não andasse em busca dele. Daqui me vem a mim
a parecer que esta mudança, em que me eu vi, já então começava a buscar,
quando me esta terra, onde me ela aconteceu, aprouve mais que outra nenhuma
para vir aqui acabar os poucos dias de vida, que eu cuidei que me sobejavam.
Mas nisto, como em outras cousas muitas, me enganei eu. Agora há já dois anos
que estou aqui, e não sei ainda tão sòmente determinar para quando me guarda
a derradeira hora: não pode já vir longe. Isto me pôs em dúvida de começar a
escrever as cousas que vi e ouvi.
Mas depois, cuidando comigo, disse
eu que arrecear de não acabar de
escrever o que vi não era cousa para
o leixar de fazer: pois não havia de
escrever para ninguém, senão para
mim só. Quanto mais que em cousas
não acabadas não havia de ser nova:
que quando vi eu prazer acabado, ou
mal que tivesse fim! Antes me pareceu
que este tempo que hei-de estar aqui
neste ermo (como a meu mal aprouve)
não o podia empregar em cousa que
mais de minha vontade fosse: pois
Deus quis que assim minha vontade
seja, se em algum tempo se achar
este livrinho de pessoas alegres, não
o leiam, que porventura parecendolhes que seus casos serão mudáveis,
como os aqui contados, o seu prazer
lhe será menos prazer. Isto, onde eu estivesse, me doeria porque assaz bastava
eu nascer para minhas mágoas, e não ainda para as de outrem. Os tristes o
poderão ler: mais aí não os houve mais homens depois que nas mulheres houve
piedade: mulheres sim, porque sempre nos homens houve desamor. Mas para
elas não no faço eu. Que pois o seu mal é camanho, que se não pode confortar
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
Cont. da pág. 8
abc portuscale
com outro nenhum para as mais entristecer, sem razão seria querer eu que o
lessem elas; mas antes lhes peço muito que fujam dele e de todas as cousas de
tristeza, que ainda com isto poucos serão os dias que hão-de poder ser ledas:
porque assim está ordenado pela desaventura com que elas nascem. Para uma
só pessoa podia ele ser; mas desta não soube eu mais parte dele, pois que as
suas desditas, e as minhas, o levaram para longes terras estranhas,
onde bem sei eu que, vivo ou morto, o possui a terra sem prazer nenhum.
Meu amigo verdadeiro, quem me a vós levou tão longe? Que vós comigo e eu
convosco, sós, soíamos a passar nossos nojos grandes, e tão pequenos para os
de depois! A vós contava eu tudo. Como vós vos fostes, tudo se tornou tresteza:
nem parece ainda senão que estava espreitando já que vos fôsseis.
E porque tudo mais me magoasse, tão sòmente me não foi leixado em vossa
partida o conforto de saber para que parte da terra íreis.
Cá descansarão os meus olhos em levarem para lá a vista. Tudo me foi tirado no
meu mal: remédio nem conforto nenhum houve aí.
Para morrer asinha, me pudera isto aproveitar: mas para isto não me aprouveitou.
Ainda convosco usou a vossa desaventura algum modo de piedade (das que não
acostuma fazer com nenhuma pessoa) em vos alongar da vista desta terra; que
pois para não sentirdes mágoas não havia remédio, para as não ouvirdes vo-lo
deu. Coitada de mim, que estou falando, e não vejo eu ora que leva o vento as
minhas palavras, e que me não pode ouvir a quem eu falo!
Bem sei eu que não era para isto a que me eu ora quero pôr, que o escrever
alguma cousa pede muito repouso; e a mim as minhas mágoas ora me levam
para um cabo, ora para outro: trazem-me assim, que me é forçado tomar as
palavras que me elas dão, porque não sou tão constrangida a servir o engano,
como a minha dor. Destas culpas me acharão muitas neste livrinho, mas da
minha ventura foram elas. Ainda que quem me manda a mim olhar por culpas,
nem por desculpas? O livro há-de ser do que vai escrito nele. Das tristezas não
se pode contar nada ordenadamente, porque desordenadamente acontecem
elas. Também por outra parte não me dá nada que não leia ninguém, que eu o
não faço senão para um só, ou para nenhum, pois dele, como disse, não sei
parte tanto há. Mas se ainda me está guardado, para me ser em algum tempo
outorgado, que est pequeno penhor de meus longos suspiros vá ante os seus
olhos, muitas outras cousas desejo, mas esta me seria assaz.»
Extracto da obra completa de Bernardim Ribeiro, vol.I, Menina e Moça, Editora
Sá da Costa, Lisboa
Para mim nasceo cuidado
«Para mim nasceo cuidado,
cuidado desventura;
A males que não tem cura,
para mim nasceu tristura.
esperar-lha da ventura
Começou meu mal no ver,
vã esperança seria,
em ver foi seu começar;
que, esperando, creceria
a vista fez dessejar:
cuidado, desaventura.
o dessejo e o querer
Desaventura mui certa
deram continuo cuidar.
é nos começos errar,
Cuidando meu mal passado
e o presumir de acertar
– e no presente dobrado –
no mais quem não acerta
sei que nasceo antre nós:
é mui certo perigar.
o descuido para vós,
Isto em mim bem se assegura,
para mim nasceo cuidado.
porque o tromento me dura
Cuidando sem esperança
que do começo nasceo,
é o que eu por vós cuidei,
e do que ele mereceo
seguindo for firme lei
para mim nasceo tristura.»
em mais mal menos mudança,
Extracto da obra completa de
Bernardim Ribeiro, vol.II, “Menina e
moça”, editora Sá da Costa, Lisboa
isto cuido e cuidarei.
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
Ex-bastonário dos advogados responde aos que o criticam
Fariseus
António Marinho e Pinto
Há cerca de três semanas anunciei que, em 2015, iria pedir ao eleitorado
que substituísse o meu mandato de deputado ao Parlamento Europeu pelo
de deputado à Assembleia da República, pois iria candidatar-me ao cargo
de primeiro-ministro. E revelei as razões por que o fazia. Imediatamente, os
alabardeiros do sistema político, que vão de uma direita burlesca a uma extremaesquerda apatetada e a outra de sacristia, reagiram com a finalidade de desviar
as atenções do que é importante.
Na verdade, como um coro bem afinado, eles acusaram-me de tudo e mais
alguma coisa mas nem uma palavra sobre os motivos da minha intenção de sair
do PE. Para eles é irrelevante que os deputados recebam mais de 18 mil euros
mensais para representarem um país cujo salário mínimo é inferior a 500 euros;
que só paguem impostos sobre um terço dessa remuneração e a uma taxa de
20%, enquanto as pessoas que os elegeram vivem esmagadas com impostos
que lhes podem confiscar mais de 50% dos rendimentos do trabalho; que um
simples mandato de cinco anos possa dar direito a uma pensão vitalícia de cerca
de 1300 euros mensais quando os portugueses precisam de trabalhar várias
décadas para obter uma pensão que nem sequer os sustenta na velhice. Para
eles é insignificante que um eurodeputado disponha de mais de 21 mil euros
mensais para contratar quem queira sem ter de justificar essas contratações,
tenha todas as viagens suportadas pelo PE e disponha de Mercedes topo de
gama e motorista para todas as deslocações (mesmo pessoais) que faça em
Bruxelas ou em Estrasburgo. Nada disso os perturba.
O que os incomoda — e muito — é o facto de um deputado recém-eleito se ter
recusado a saborear em silêncio essas mordomias, as ter denunciado como
inadmissíveis perante a pobreza do povo que representa e se preparar para
regressar ao combate político em Portugal.
Acusam-no de falta de coerência pois, para eles, quem não concorda com esses
privilégios deveria demitir-se. O seu paradigma argumentativo é o mesmo que foi
usado contra os comunistas que não repartiam os seus bens com os proletários
ou não emigravam para a União Soviética que elogiavam. As categorias mentais
são as mesmas.
Eles não são como o idiota da fábula chinesa que, atávico, olhava para o dedo
quando alguém apontava para a lua. Perante a denúncia de uma situação
escandalosa eles, perfidamente, olham para o dedo que a indica, dizem que a
unha está roída e logo diagnosticam os piores desvios morais e de carácter de
quem a denunciou. Deve, realmente, ser insuportável ouvir publicamente o que
tão empenhadamente se calava.
Eles não se incomodam que uma eurodeputada recém-eleita se preparasse para
abandonar o lugar para ir para comissária da UE ou que um ministro tenha ido para
administrador de uma empresa a quem, em nome do Estado, pagara milhões de
euros por empreitadas de obras públicas ou que outro tenha ido presidir a uma
empresa estrangeira cuja instalação em Portugal autorizara enquanto ministro
ou que o presidente da principal entidade de supervisão bancária tenha sido
director de um banco privado que usava o dinheiro dos seus depositantes para,
através de offshores, comprar as suas próprias acções inflacionando-as para
cotações que chegaram a ser mais de cem vezes superiores à actual ou que o
BES tenha financiado congressos de magistrados do Ministério Público ou que
dezenas de jornalistas tenham feito cruzeiros no iate do seu presidente. Eles
não se preocupam nada com a corrupção que se generalizou no sistema político
e mediático nem com a gigantesca teia de tráfico de influências que asfixia o
Estado democrático. O que os incomoda é que alguém denuncie essa podridão
até porque isso revela também a cumplicidade dos seus silêncios.
Mas o que verdadeiramente atormenta essa choldraboldra de Fariseus e os que
se escondem por trás dela é tão-só o mau exemplo de alguém que apareceu a
fazer política recusando o que de melhor ela lhe podia dar em benefício exclusivo
daquilo para que ela realmente existe: a Res Publica.
«A informação que temos não é a que desejamos. A informação que desejamos não é a
que precisamos. A informação que precisamos não está disponível” John Peers
9
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
abc portuscale
No futuro, 97% de Portugal será mar (Público)
Por Nuno Sá Lourenço
A Marinha adopta soluções cada vez mais eficientes para exercer a sua autoridade
no mar. Agora, devia fazer-se a fusão das estruturas de apoio a todos os navios,
propõem os seus responsáveis.
Em Portugal, 12 dos 14 ministérios têm responsabilidades no mar e são também
12 as entidades tuteladas “que exercem poder de autoridade marítima”. Da lista,
fazem parte serviços desde uma óbvia Direcção-Geral das Pescas ao Serviço
de Estrangeiros e Fronteiras e à Polícia Judiciária. É neste contexto que a frase
do contra-almirante Gouveia e Melo ganha propriedade: “O Estado colapsava se
fosse dar uma marinha a todos os agentes que têm de operar no mar.” Como
será quando 97% de Portugal seja mar? Que fazer com tanto mar?
A explicação vem mesmo do mar. Portugal é uma das maiores nações da Europa
quando se soma ao espaço terrestre a Zona Económica Exclusiva. Actualmente,
o país estende-se ao longo de um milhão e setecentos quilómetros quadrados e,
caso a sua pretensão venha a ser aceite internacionalmente, com o alargamento
da plataforma continental o território nacional alargar-se-á a quase quatro milhões
de quilómetros quadrados. Fazendo com que 97% de Portugal seja mar.
“O Estado tem uma área gigantesca de mar”, resume Gouveia e Melo, chefe de
gabinete do Chefe de Estado-Maior da Armada. Com tanto mar, a maximização
de recursos na Marinha deixou de ser uma opção há muito tempo para um país
como Portugal. “Nas marinhas dos países mais pequenos, a preocupação é a
racionalidade económica”, assume o contra-almirante.
10
É por isso que a Marinha Portuguesa não é apenas uma arma de guerra. Desde
1976 que vem desenvolvendo a sua capacidade de realizar actividades militares
e não militares, o chamado duplo uso. Isso não sem algumas polémicas pelo
meio, sobre quem tem autoridade para fazer o quê, num país com as já referidas
12 entidades com autoridade no mar.
Os termos em inglês separam
claramente duas funções essenciais,
que são uma espécie de aliança de
sustentabilidade: security e safety. A
tradução para português presta-se
a confusões e a operacionalização
também. No mar a fronteira esbate-se.
E o debate ainda se faz sobre quem
deve ter o poder de fazer impor a
soberania portuguesa e quem tem de
impor o cumprimento da lei.
É em terra que se encontra um dos
melhores exemplos da aplicação
do conceito do duplo uso. Mais
precisamente em Oeiras. Foi no
perímetro das instalações da NATO
que a Marinha instalou o Centro de
Operações Marítimas (COMAR). Numa
sala com seis militares e uma miríade
de computadores e ecrãs é levado
a cabo, “24 horas sobre 365 dias”, o
comando e controlo das forças navais
da Marinha. Mas não só. A Marinha
operacionaliza, a partir daquelas
instalações, o acompanhamento dos
navios da Armada em águas nacionais
mas também a sua colaboração
em ambiente marítimo com outras
autoridades do Estado. Com os tais
outros 12 serviços do Estado com
poder no mar.
Graficamente, explica Gouveia e Melo, é naquela sala que se “identifica o blip que
aparece no radar”. Ou, para se ser mais preciso, radares e satélites. Cruzando
toda a informação civil e militar que permite seguir em tempo real qualquer
movimento no espaço marítimo português. É ali que se faz a “compilação e
fusão de informação” que depois pode ser disponibilizada às outras entidades.
“Somos os olhos e os ouvidos do Estado além-horizonte”, explica o comandante
Coelho Dias, responsável pelo COMAR. Seja para vigiar a eventualidade da
passagem de um navio militar, seja para a possibilidade de outras acções menos
belicosas. O objectivo é que nada fuja à malha. Para isso está ali concentrada
uma “rede de radares” e até de satélites europeus. É ali que são compilados
os dados detectados pelo Long Range Identification and Tracking (LRIT), pelos
satélites do Automatic Identification System (AIS) e pelo Vessel Monitoring System
(as caixas azuis dos navios de pesca). Que são depois fundidos e integrados
pelo programa Oversea, desenvolvido pela Marinha e pela portuguesa Critical
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
Software. Um sistema informático
que já foi vendido à Guarda Costeira
irlandesa.
Por ano, atravessam as águas
portugueses mais de 180 mil navios,
confirma Coelho Dias. E assim tornase essencial destrinçar um simples
barco de pesca, de um cargueiro, de
um cruzeiro científico ou de um navio,
como classifica Gouveia e Melo, que
aparece com “intenções esquisitas”.
Que lá por não ter a intenção de
traficar droga, por exemplo, não quer
dizer que não viole a lei. Um cargueiro
que lave os seus tanques ao largo
de Lisboa pode cair na tentação de ir
longe demais e gerar um acidente de
poluição que afecte o bem-estar dos
portugueses.
Coelho Dias recorda um exemplo de
um navio francês que caiu na malha do
satélite europeu: “Ele passa três vezes
por semana e apanha quase sempre
uma situação. Dessa vez detectou
uma mancha no mar. ‘Rebobinámos’ o
panorama e detectámos que naquele
período três navios haviam passado
por aquela rota. Contactámos os
navios. Houve um que assumiu uma
lavagem de tanques, garantiu que o
tinha feito na margem permitida por
lei. Disse que era apenas óleo de soja.
Mas a verdade é que a quantidade foi
de tal ordem que foi detectado por um
satélite. Imagine que uma substância
mais nociva chegava às praias da
Costa da Caparica em plena época
balnear… Quando o interpelámos, ele
contactou de imediato o COMAR para se explicar. Eles sabem que nós estamos
atentos. Isso é dissuasão.”
Angola encomenda ao Brasil sete navios-patrulha para a
Marinha
(Diário Digital,)
O executivo angolano encomendou ao Brasil a construção de sete naviospatrulha com 55,6 metros decomprimento, no âmbito de um Memorando de
Entendimento Técnico rubricado entre os dois governos, indicou hoje à Lusa
fonte militar.
Em causa, de acordo com a mesma fonte, está a implementação do Programa
de Desenvolvimento do Poder Naval Angolano (Pronaval), que contará com o
apoio da Empresa Gerencial de Projectos Navais (Emgepron) da Força Naval
Brasileira.
O entendimento foi alcançado durante a visita que o ministro da Defesa angolano,
João Manuel Lourenço, está a fazer ao Brasil, a segunda em poucas semanas.
Os sete navios-patrulha, encomendados no âmbito do acordo assinado sextafeira, em Brasília, pelos ministros da Defesa dos dois países, terão uma
capacidade de deslocação de 500 toneladas e velocidade de 21 nós.
De acordo com o entendimento entre os dois executivos, quatro dos navios serão
construídos no Brasil (Rio de Janeiro) e os três restantes num estaleiro angolano
a instalar na província do Cuanza Sul, 200 quilómetros a sul de Luanda.
Não foram revelados montantes envolvidos no negócio, até porque a configuração
técnica de cada navio, para patrulhamento da costa, ainda será definida durante
a fase de negociação dos contratos de construção e fornecimento de serviços.
A Marinha brasileira vai também contribuir para a formação das tripulações
angolanas, bem como no processo de instalação do estaleiro militar em Angola.
NDR: Uma encomenda que poderia ter sido dada a Portugal, não fora as decisões
do MDF sobretudo as relativas ao abandono dos Estaleiros de Viana do Castelo
da gíria do Estado..
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
abc portuscale
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
Soulagement européen après le Non écossais
l’UE qui pourrait virer au scénario catastrophe.
Pour Simon Hix, professeur en politiques européennes à la London School of
Economics, le non écossais «réduit d’une certaine manière le risque d’un Brexit»,
un mot valise composé de Britain et exit.
Avec les engagements pris au cours de la campagne d’accorder plus autonomie
à l’Écosse, la Grande-Bretagne va avoir fort à faire en interne ces prochaines
années et «la promesse de Cameron d’un référendum sera peut-être ajournée»,
a-t-il estimé pour l’AFP.
L’Espagne «heureuse»
Sans surprise, le chef du gouvernement espagnol, Mariano Rajoy, s’est lui affirmé
«très heureux» du rejet d’une indépendance de l’Écosse, similaire à ce que
l’Espagne refuse à la Catalogne en déniant aux nationalistes le droit d’organiser
le référendum qu’ils planifient pour le 9 novembre.
«Nous sommes très heureux que l’Écosse reste avec nous», a déclaré Mariano
Rajoy, se félicitant que les électeurs «aient fait le choix entre la ségrégation et
l’intégration, entre l’isolement et l’ouverture».
Des partisans du Non célèbrent la victoire après le référendum écossais.
PHOTO LEON NEAL, AGENCE FRANCE-PRESSE
Ma Presse
Catherine BOITARD
Agence France-Presse
BRUXELLES
Les dirigeants européens se sont félicités du non écossais à l’indépendance,
jugé rassurant pour la cohésion de l’UE à l’heure d’affronter les nouveaux cassetête de l’hypothèse d’un «Brexit» --la sortie du Royaume-Uni de l’UE-- et de la
perspective d’un référendum en Catalogne.
Le résultat du référendum écossais «est bon pour l’Europe unie, ouverte et plus
forte que soutient la Commission européenne», a réagi vendredi son président,
José Manuel Barroso.
«J’avoue: le résultat me soulage», avait auparavant lâché le président du
Parlement européen, Martin Schulz, dans un entretien à la radio allemande
Deutschlandfunk.
Les dirigeants européens avaient prévenu qu’en cas d’indépendance, l’Écosse
serait considérée comme un pays extérieur à l’Union européenne et devrait donc
passer par une procédure d’adhésion, un précédent à haut risque.
Mais l’étape écossaise désormais franchie, la préoccupation est celle des désirs
d’indépendance, cette fois britanniques et vis-à-vis de l’UE.
«Royaume-Uni dans une Europe unie»
Saluant la décision des Écossais, le président de l’Union européenne, Herman
Van Rompuy, en a ainsi immédiatement tiré la conclusion que «le Royaume-Uni
est et restera un membre important de l’Union européenne, pour le bien de tous
les citoyens et des États membres».
«La prochaine fois que je rencontrerai David Cameron, je lui dirai que je trouve
que c’est bien d’avoir un Royaume-Uni dans une Europe unie», a pour sa part
lancé M. Schulz.
«Nous souhaitons une Grande-Bretagne forte en Europe», a également souligné
le porte-parole du gouvernement allemand, Steffen Seibert.
«Lorsqu’on va vers l’union et non vers la séparation, j’appuie cela», a renchéri la
nouvelle Première ministre polonaise, Ewa Kopacz.
«Le vote écossais permet un Royaume-Uni dans une Europe unie», a jugé le
futur commissaire européen français, Pierre Moscovici, sur Twitter.
Sous intense pression des eurosceptiques, le premier ministre David Cameron
a promis d’organiser d’ici à 2017, s’il est réélu, un référendum sur une sortie de
Le président de la Commission européenne, José Manuel Barroso, avait prévenu
en février qu’il serait «très difficile d’obtenir l’accord de tous les autres États
membres» à l’adhésion à l’UE d’une Écosse devenue indépendante, l’Espagne
pouvant être tentée de la bloquer pour faire un exemple.
Mais le soulagement espagnol «sera de courte durée», prédit Pablo Calderón
Martínez, chercheur en études européennes au King’s College de Londres.
La qualité du débat démocratique ouvert par le référendum écossais «ne peut
qu’encourager le mouvement nationaliste catalan», a-t-il estimé.
Le processus vers l’indépendance de la Catalogne «continue» et se voit même
«renforcé» par l’épisode écossais, a de fait estimé le président indépendantiste
de région, Artur Mas, dans l’attente d’un vote par le Parlement catalan --où les
forces favorables à l’indépendance disposent de la majorité absolue-- d’une loi
autorisant une consultation le 9 novembre.
Au vu du bras de fer engagé en Espagne, «le risque est celui d’un blocage
politique complet», met en garde Jérémy Dodeigne, chercheur en sciences
politiques à l’Université catholique de Louvain (UCL).
De quoi, selon lui, redonner des sueurs froides aux dirigeants de l’UE, «pris
entre deux courants, avec une intégration européenne construite autour d’une
reconnaissance très forte de la diversité et des régions, mais aussi la peur de
faire preuve d’ingérence» dans les affaires des États.
11
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
Votre Santé
abc portuscale
La prévention de la cataracte
Pourquoi prévenir?
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
rétine, hémorragie, etc.).
La chirurgie se pratique habituellement sous anesthésie locale (sans piqûre),
et dure de 15 à 30 minutes. Un seul oeil est généralement opéré à la fois. Il est
important d’informer le chirurgien de tout problème de santé et des médicaments
utilisés, particulièrement ceux qui agissent sur la prostate de même que les
anticoagulants.
Déroulement de la chirurgie
Les cataractes sont un phénomène
naturel qui accompagne le vieillissement, mais certaines mesures permettent de ralentir leur développement.
Les mesures préventives sont importantes parce que la cataracte progresse
sur une longue période de temps.
Lorsqu’elle est diagnostiquée chez
les personnes de 60 ans à 70 ans, la
maladie peut avoir commencé plus de
20 ans auparavant.
Mesures préventives de base
Ne pas fumer. Les fumeurs peuvent réduire leur risque de cataracte sénile en
cessant de fumer.
Protéger ses yeux du soleil. Il est reconnu qu’une exposition excessive au
soleil entraîne des dommages sur le cristallin pouvant accélérer l’apparition de
la cataracte. Il est donc important de porter un chapeau à large bord et des
lunettes de soleil assurant une protection contre les rayons UVA et UVB. Limiter
l’exposition aux micro-ondes et aux rayons X et infrarouges pourrait également
ralentir la formation de cataractes.
12
Manger suffisamment de fruits et de légumes. Les antioxydants qu’ils renferment
contribuent à prévenir la cataracte. Le Guide alimentaire canadien recommande
aux femmes d’en consommer de 7 à 8 portions par jour; et aux hommes, de 7 à
10 portions.
Contrôler sa glycémie en cas de diabète. Les personnes diabétiques doivent
suivre de près leur glycémie, leur pression sanguine et leur taux de cholestérol
afin de prévenir les troubles oculaires.
Protéger ses yeux au travail et dans les loisirs. On peut prévenir la cataracte
attribuable à certaines blessures en portant une protection adéquate au travail et
durant des activités sportives.
Soigner une infection durant la grossesse. En cas de maladie infectieuse (herpès
génital, syphilis, etc.), les femmes enceintes devraient consulter leur médecin. Il
est possible de réduire le risque que l’infection affecte le nouveau-né.
Les traitements médicaux de la cataracte
Une incision d’environ 2 mm est pratiquée à travers la cornée et une ouverture
est créée dans l’enveloppe du cristallin.
Une sonde à ultrasons est ensuite insérée dans le cristallin. Les ultrasons
pulvérisent les protéines du cristallin et l’amollissent, ce qui permet de le retirer
plus facilement. Cette étape est appelée « phacoémulsification ».
Chez la plupart des personnes, le cristallin est alors remplacé par une lentille
artificielle, introduite dans l’enveloppe du cristallin. La lentille introduite est
choisie en fonction du patient. Selon le cas, la lentille peut corriger la myopie,
l’hypermétropie, l’astigmatisme et la presbytie.
Deux types de lentilles artificielles
- Les lentilles rigides, faites en polyméthylmétacrylate (PMMA). Elles sont utilisées
depuis les années 1950, mais n’ont subi aucune innovation depuis les années
1990. Elles sont fiables, mais nécessitent une grande ouverture (de 5,5 mm) pour
les introduire dans l’œil. Elles peuvent corriger la myopie et l’hypermétropie.
- Les lentilles souples, molles ou pliables, faites en acrylique ou en silicone. On
peut les plier en 3, de sorte que l’incision dans l’oeil est 3 fois plus petite. Elles
offrent une meilleure vision de nuit. Les cataractes risquent moins de se déclarer
de nouveau (voir ci-dessous). Certaines lentilles molles permettent de corriger
l’astigmatisme, la presbytie ou les 2 à la fois. Cependant, elles ne conviennent
pas à tout le monde. Discutez-en avec votre ophtalmologiste.
La personne qui subit cette chirurgie peut s’attendre à une guérison complète en
l’espace de 1 mois. Au début, certaines personnes ont l’impression que le monde
explose littéralement de couleurs et l’intensité de leurs perceptions est presque
douloureuse. En fait, le cerveau a compensé la réduction des influx lumineux
en amplifiant les signaux responsables de la couleur. Il faut parfois un certain
temps pour que le cerveau s’habitue à la nouvelle vue améliorée. Il se peut que
la conduite automobile ne soit pas possible pendant quelques semaines.
Note. La cataracte ne se traite ni avec des gouttes oculaires ni avec des rayons
laser. La chirurgie est le seul traitement possible.
Toutefois, il arrive qu’une
cataracte apparaisse quelques mois ou quelques
années après la chirurgie.
Cette cataracte est causée par l’opacification de
l’enveloppe du cristallin
laissée en place au moment de la chirurgie. Cela
se produit dans 5 % à 40
% des chirurgies, selon
le type de lentille utilisé.
Même si les personnes
éprouvent dans ce cas
des symptômes identiques
à leur cataracte initiale,
ce problème se corrige
facilement et rapidement
à l’aide d’une simple inter-
Lorsque la cataracte commence à se former et que les symptômes ne sont pas
trop incommodants, la vision peut être améliorée par des mesures simples :
- porter des lunettes avec des verres antireflet pour atténuer l’éblouissement;
- avoir une prescription de lentilles adéquate : la vision est souvent modifiée
au fur et à mesure que la cataracte progresse; si c’est votre cas, consultez un
optométriste afin qu’il ajuste les lentilles de vos lunettes ou de vos verres de
contact;
- s’assurer d’avoir un éclairage suffisant pour mener ses activités d’intérieur.
On aura aussi avantage à adopter les mesures préventives afin de ralentir la
progression de la maladie.
Chirurgie
Aucun traitement ne peut restaurer la transparence d’un cristallin opacifié. Par
conséquent, lorsque la cataracte est à un stade plus avancé, au point d’altérer la
qualité de vie, la seule option thérapeutique consiste en l’ablation chirurgicale du
contenu du cristallin et son remplacement par une lentille malléable synthétique.
Couramment pratiquée, cette intervention améliore nettement la vision chez plus
de 90 % des gens. Les personnes qui n’obtiennent pas d’amélioration ont souvent
d’autres problèmes oculaires (dégénérescence maculaire ou glaucome). Il arrive
aussi qu’une complication chirurgicale survienne (infection, décollement de la
vention au laser.
Pour certaines cataractes congénitales, une intervention chirurgicale doit être
faite dès les premières semaines après la naissance afin de permettre un bon
développement de la vision.
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
abc portuscale
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
NÚCLEO DO QUÉBEC
DA
LIGA DOS COMBATENTES PORTUGUESES
O Núcleo vai inaugurar no dia 1 de Novembro de 2014, um Monumento em Homenagem aos Combatentes Portugueses,
no Parque Pedro da Silva, Missão Nossa Senhora de Fátima em Laval.
Seguir-se-á Missa pelos camaradas caídos em combate e um jantar-convívio aberto a todos.
Como não haverá bilhetes à porta, estes deverão ser reservados com: Francisco Salvador pelo número: 514-363-6167.
Horário: inauguração às 17 hrs; Missa às18hrs e jantar à 19,hrs30 EXACTAS.
Sejam bem-vindos.
13
PORTO CABRAL
Le soleil embouteillé
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
abc portuscale
Postal do Brasil
PORQUE É QUE NÃO VALE MUITO A PENA
TER ESPERANÇA …
São Francisco
Pacheco Pereira)
Prezados leitores,
Uma das mais badaladas cidades dos Estados Unidos, São Francisco, é digna
de ser visitada. É considerada a mais agradável e hospitaleira metrópole do
país e símbolo de liberdade. Se for visitá-la no verão leve agasalho, pois o dia
amanhece com nevoeiro e frio mas, em seguida, o sol brilha e aquece.
A mais curiosa e conhecida atracção de São Francisco recai sobre os “Cable
Cars”, “bondinhos”, charme da cidade. Passear nesses veículos é uma
experiência inesquecível. Uma das linhas sai do centro passando por ladeiras
e declives e leva os turistas ao “Fisherman’s Wharf”, área portuária com muitas
lojas, restaurantes, atracções. É o local mais visitado da cidade.
Bem em frente ao “Fisherman’s Wharf”, no meio da baia de São Francisco,
fica a ilha de Alcatraz, presídio federal de segurança máxima até 1963. Lá
esteve preso Al Capone, o gangster
mais famoso dos Estados Unidos.
Barcos saem diariamente para visitas
à Ilha. A região possui muitos museus,
restaurantes,
centros
comerciais
famosos e lugares históricos.
14
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
No píer 39, temos a oportunidade
impar de ver de perto inúmeros leõesmarinhos, apesar do forte cheiro que
exalam. Mas o cartão postal da cidade
é a “Golden Gate”. Tem três quilómetros
de comprimento e 27 metros de
largura. Assim como você não vai a
Roma se não ver o Papa, não pode
deixar de visitar a ponte símbolo da
cidade. Atravessando a “Golden Gate”
chega-se, em minutos, a Sausalito,
antiga vila de pescadores, hoje um
sofisticado balneário. Para conhecer a
orla marítima, uma boa opção é alugar
um Segway, mecanismo eléctrico
auto balanceado de duas rodas. Por
70 dólares tem-se esta novidade por
cerca de três horas.
... como no Inferno quando se entra pela porta maldita e se deixa a dita esperança
à entrada. Agosto é um bom mês para percebermos tudo. Milhares e milhares
de jovens que não lêem um livro, passam o mês em festivais no meio do lixo,
do pó, da cerveja e dos charros. Milhares e milhares de adultos vão meter o
corpo na água e na areia, sem verdadeira alegria nem descanso. Outros muitos
milhares de jovens e adultos nem isto podem fazer porque não tem dinheiro. No
interior, já que não há correios, nem centros médicos, nem tribunais, proliferam
as capitais, da chanfana, do caracol, do marisco, do bacalhau, dos enchidos, da
açorda, as «feiras medievais» de chave na mão, as feiras de tudo e mais alguma
coisa desde que não sejam muito sofisticadas. Não é uma Feira da Ciência, nem
Silicon Valley.
As televisões, RTP, SIC e TVI “descentralizam-se” e fazem arraiais com umas
estrelas pimba aos saltos no palco, mais umas “bailarinas”, nem sequer para
um grande público. Incêndios este ano há pouco, pelo que não há imagens
fortes, ficamos pelo balde de água. Crimes violentos “aterrorizam” umas aldeias
de nomes entre o ridículo e o muito antigo, que os jornalistas que apresentam
telejornais com tudo isto gostam de repetir mil vezes. Felizmente que já começa
outra vez a haver futebol, cada vez mais cedo. O governo, com excepção
das finanças e dos cortes contra os do costume, não governa, mas isso é o
habitual.
A fina película do nosso progresso, cada vez mais fina com a crise das classes
ascendentes, revela à transparência todo o nosso ancestral atraso, ignorância,
brutalidade, boçalidade, mistura de manha e inveja social. No tempo de Salazar
falava-se do embrutecimento dos três f: futebol, Fátima e fado. Se houvesse
Internet acrescentar-se-ia o Facebook como o quarto f. Agora não se pode falar
disso porque parece elitismo. Áreas decisivas do nosso quotidiano hoje não são
sujeitas à crítica, porque se convencionou que em democracia não se critica o
«povo».
Agosto é um grande revelador e um balde de água fria em cima da cabeça para
aparecer na televisão ou no You Tube. Participar num rebanho, mesmo que por
uma boa causa, podia pelo menos despertar alguma coisa. Nem isso, passará a
moda e esquecer-se-á a doença. Pode ser que para o ano a moda seja meter a
cabeça numa fossa séptica, a favor da cura do Ebola.
Assim não vamos a lado nenhum. Como muito bem sabem os que não querem
que vamos a qualquer lado.
Voltando a falar de São Francisco, na praça “The Alamo”, ficam as casas
vitorianas, construídas por ocasião da descoberta do ouro na região e onde
pessoas ricas residiram, formando o bairro mais chique da cidade. Pelo seu
estilo e estado de conservação, recorda, um pouco, as casas da Vila Inglesa
junto à Estação da Luz, em São Paulo, do Pelourinho em Salvador e aqueles
casarões no centro histórico de São Luís, no Maranhão.
Como muitas cidades da América, São Francisco tem igualmente o seu bairro
chinês com destaque para o grande portal e o conhecido e movimentado
comércio.
O Golden Gate Park é uma grande área urbana da cidade. Visitá-lo, lembra
os lugares que temos no Brasil como o Parque do Ibirapuera em São Paulo, o
Parque das Dunas em Natal e o Parque do Cocó em Fortaleza, entre outros. É
bom conhecermos também as coisas belas que temos e valorizá-las.
Dentro do Golden Gate Park fica o jardim das flores, paisagem diferente e de rara
beleza que permanece da Primavera até o Outono e que passa despercebido
pela grande maioria dos turistas.
Boa viagem!
João Aparecido da Luz – Autor do “Diário de Viagem”
E-mail: [email protected]
Cumpriu-se o Mar, e o Império se desfez.
Senhor! Falta cumprir-se Portugal.
Fernando Pessoa
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
abc
Conduire au Portugal
Au Portugal la circulation se fait à droite. Sur les places, les croisements, et les
carrefours, les véhicules qui se présentent par la droite ont la priorité sauf si un
panneau indique le contraire. Dans les ronds points, les véhicules déjà engagés
sont prioritaires.
Les panneaux de signalisation obéissent à des règles internationales.
Documents obligatoires:
- Carte d’identité
- Permis de conduire
- Certificat d’assurance
- Titre de propriété du véhicule ou document équivalent
- Carte grise ou document équivalent
Alcoolémie - Niveau maximum autorisé pour les
conducteurs
Au Portugal, il est interdit de conduire avec un taux d’alcool égal ou supérieur à
0,5 grammes par litre de sang.
- Un taux d’alcoolémie entre 0,5 g/l et 0,8g/l est considéré une contravention
grave et entraîne l’interdiction de conduire par un période minimum de 1 mois et
maximum de 1 an et une amende de 250 à 1.250 euros.
- Un taux d’alcoolémie entre 0,8 g/l et 1,2 g/l est considéré une contravention très
grave et entraîne l’inhibition de conduite par un période minimum de 2 mois et
maximum de 2 ans et une amende de 500 à 2.500 euros.
- Un taux d’alcoolémie égal ou supérieur à 1,2 g/l est considéré délit, et peut être
puni avec l’emprisonnement par un période maximale d’un an ou une amende
jusqu’à 120 jours, par un période minimum de 3 mois et maximum de 3 ans.
Location de voitures
Les amendes doivent être payées sur place.
Limitations de vitesse pour les véhicules légers, sans remorques et les 2 roues
motorisés :
50 kms / heure – en ville
90 kms / heure – sur les routes normales
100 kms / heure – sur les voies réservées aux automobiles
120 kms / heure – sur les autoroutes.
L’usage de la ceinture de sécurité est toujours obligatoire.
Le code de la route portugais ne permet pas l’utilisation d’un portable pendant
la conduite, sous peine de contredanse ; seuls les systèmes «mains libres» sont
autorisés.
Conduite pour personnes handicapées
Dans les aéroports, dans les terminaux des stations de transports internationaux
des chemins de fer, et dans les principales localités, il existe des services de
location de voiture sans chauffeur.
Pour les conducteurs qui ont des difficultés de locomotion ou pour ceux qui le
préfèrent, il est possible de louer des véhicules adaptés ou avec boîte automatique
de vitesses.
Pour louer des voitures il faut :
- avoir entre 21 et 25 ans, selon les conditions de location de chaque société;
- présenter un justificatif d’identité (carte d’identité pour les habitants de l’U.E. ou
un passeport valable pour les autres nationalités);
- le permis de conduire valable depuis plus d’un an.
SIGNALISATION D’INTERDICTION = ROUGE
SIGNALISATION D’OBLIGATION = BLEU
Au Portugal, les règles pour conduire concernant les personnes handicapées ne
se rapportent qu’aux capacités physiques et mentales dont il peut résulter des
restrictions ou des adaptations qui devront être mentionnées sur le permis de
conduire
15
Une personne handicapée titulaire d’un permis de conduire valide au Portugal
pourra conduire un véhicule dès lors que les restrictions ou les adaptations à la
situation sont respectées.
Les cartes de stationnement pour personnes handicapées de modèle
communautaire délivrées par les États membres sont reconnues au Portugal.
Des places de parking réservées à cet effet sont signalées. En cas de nécessité
absolue, il est permis de se garer dans d’autres endroits si c’est pour une
courte durée et dès lors que cela n’entrave pas la circulation des piétons et des
véhicules.
fr: je parle portugais...et vous ?
pt: eu falo português...e você ?
Apprendre à parler rapidement le portugais avec des cours gratuits en ligne.
Méthode facile et ludique, avec mp3 et pdf à télécharger
Cours portugais gratuit – Apprendre le portugais ...
www.loecsen.com/travel/0-fr-67-3-16-cours-gratuit-portugais.html
www.loecsen.com
/travel/0-fr-67-3-16-cours-gratuit-portugais.html
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
abc portuscale
jornal comunitário em Português - journal communautaire en Français
Esplanadas de Lisboa
CAFÉ LISBOA
CAFÉ NICOLA
LARGO DO CARMO
O tranquilo Largo de São Carlos é agradável a qualquer hora do dia, e desde que o chef José Avillez
abriu o seu Café Lisboa ficou ainda mais convidativo.
Há um menu para almoços e jantares, e outro para
petiscar “fora de horas” (à tarde).
Este é um dos muitos cafés históricos de Lisboa,
e encontra-se virado para uma das praças mais
emblemáticas da cidade. Da esplanada avista-se
o castelo, e admira-se a fachada do Teatro D. Maria II
e as fontes monumentais do Rossio.
Por baixo dos jacarandás deste largo estão várias
esplanadas pertencentes a restaurantes diferentes.
Ficam em frente às ruínas do Convento do Carmo,
e oferecem refeições ou simplesmente bebidas a
quem procura descansar depois de percorrer as
ruas do Chiado.
JARDIM DO PRÍNCIPE REAL
BELLA LISA ELEVADOR
CAFÉ NO CHIADO
Este jardim romântico oferece a sombra de árvores
centenárias e sol nas esplanadas. Há o quiosque
cor-de-rosa a servir refrescos, o Quiosque do Oliveira para copos ao final da tarde, e ainda a Esplanada
do Príncipe Real que também é coberta para os dias
de chuva.
Fica no topo de um dos monumentos mais emblemáticos de Lisboa, o Elevador de Santa Justa,
e por isso atrai muitos turistas. Serve cozinha italiana com uma vista panorâmica do castelo e da
Baixa.
Fica entre os teatros de São Luiz e de São Carlos,
e é onde se pode ficar a ver os eléctricos a passar.
Pode-se optar pela ementa do restaurante para
almoçar ou jantar, ou lanchar à tarde.
U CHIADO
CENTRO VASCO DA GAMA
LINHA D’ÁGUA
É um dos melhores restaurantes do Chiado, e além
dos almoços e jantares, oferece também refeições
mais leves durante a tarde na esplanada. É um espaço para ficar à conversa enquanto passam os
eléctricos.
O piso 3 do Centro Vasco da Gama, por cima da
zona de restaurantes de comida rápida, tem um
terraço que, curiosamente, pouca gente conhece.
Oferece uma vista da Torre Vasco da Gama, do
Meo Arena e do Tejo, e ainda vários restaurantes
para refeições menos rápidas.
Situada no topo do Parque Eduardo VII, bem próximo dos armazéns El Corte Inglês, esta esplanada é
espelhada num pequeno lago e rodeada de relva.
Atrai famílias, crianças, e jovens de todas as idades.
16

Documentos relacionados