Mega subestação dedicada a projetos eólicos é

Transcrição

Mega subestação dedicada a projetos eólicos é
Campanha Solarimétrica ?
Temos a solução completa, desde a escolha do local até o
cadastramento.
www.aeroespacial.eng.br
www.elementos.com.br
14 de agosto de 2015 – sexta-Feira - # 1.606
Mega subestação dedicada a projetos eólicos é energizada no Piauí
Wagner Freire – Agência CanalEnergia – 13/08/2015
Sistema contribuirá para escoar 1.200 MW em parques eólicos no Nordeste do Brasil
Foi energizada esta semana a maior subestação dedicada ao escoamento de projetos eólicos no Brasil. Com
investimento superior a R$ 110 milhões, a SE Curral Novo do Piauí é um projeto fruto de uma parceria entre as
geradoras Queiroz Galvão Energia, Casa dos Ventos, ContourGlobal e Chesf. “Concluímos o empreendimento em
12 meses, coisa que só a iniciativa privada conseguiria fazer com essa velocidade e em uma região de difícil acesso”,
afirmou à Agência CanalEnergia, Roberto Di Nardo, diretor técnico da Queiroz Galvão Energia.
Localizada na Serra do Inácio, no município de Curral Novo, no Piauí, a subestação contribuirá para escoar 1.200
MW de capacidade instalada proveniente de seis complexos: Ventos do Araripe I e II (576 MW) da Casa dos
Ventos; Caldeirão I e II (415,8 MW) da Queiroz Galvão Energia; Chapada do Piauí II (172,4 MW) da
ContourGlobal em parceria com a Chesf; e Chapada do Piauí III (59,2 MW) pertencente somente a
ContourGlobal.
A SE Curral Novo se destaca por quatro características: por estar em uma região de difícil acesso, por sua
capacidade, pela velocidade em que a obra foi executada, mas principalmente por não ser um projeto objeto de
leilão. O diretor de Desenvolvimento de Novos Negócios da Casa dos Ventos, Lucas Araripe, explicou que esse é
um empreendimento que partiu de investidores privados interessados em encontrar uma solução economicamente
viável para escoar a energia de suas usinas.
A SE Curral Novo do Piauí II receberá dos parques eólicos energia em 230 kV e elevará para 500kV, para então
distribuir no Sistema Interligado Nacional. A subestação, que possui sete autotransformadores, de 200 MVA cada,
fará o seccionamento de uma importante linha de transmissão em 500 kV da State Grid, que liga São João do Piauí
à Milagres e é responsável pela transferência de energia entre as regiões Norte e Nordeste do país.
“Trata-se de uma conexão dedicada, feita por um pool de empresas que tiveram um trabalho bastante desafiador
do ponto de vista técnico, regulatório e jurídico”, destacou Di Nardo, da Queiroz Galvão Energia. Os
equipamentos foram fornecidos pela francesa Alstom, sendo a Construtora Sucesso responsável pelas linhas.
Além de contribuir para a melhoria da infraestrutura elétrica da região, a construção do empreendimento foi um
importante gerador de empregos para os municípios no seu entorno. Durante o período de obras foram gerados
cerca de 1.000 empregos diretos e indiretos. “Geramos oportunidade de trabalho e desenvolvimento
socioeconômico em uma região bastante carente”, frisou Di Nardo.
Contexto
Ao estudar a energia eólico da Chapada, a Casa dos Ventos identificou um potencial muito grande. Os custos com
conexão, porém, poderiam inviabilizar os projetos. Dessa forma, a empresa adotou como estratégia desenvolver
uma série de projetos e vender parte destes para outros empreendedores. O passo seguinte foi formar um consórcio
1/6
com as empresas detentoras desses projetos para que juntas compartilhassem os custos com a transmissão. “É como
se fosse uma ICG que, ao invés de ser viabilizada por uma licitação, foi feita por entes privados que se juntaram
para otimizar custos”, explicou Araripe, da Casa dos Ventos.
De acordo com diretor, o projeto foi pensado considerando uma possível ampliação. Dessa forma, assim que
houver a necessidade, a capacidade de transformação da subestação poderá ser duplicada. Isso demandará um
novo investimento entre R$ 80 e 90 milhões. Em uma situação de duplicação, a nova fase da subestação seccionará
a linha de 500 kV que está sendo implantada pela Abengoa Brasil. "Qualquer ampliação da subestação será fruto
de projetos que vencerão futuros leilões", explicou o diretor, que não descartou a possibilidade de usinas
viabilizadas no mercado livre também se beneficiarem desse sistema.
Para Elbia Gannoum, presidente-executiva da ABEEólica, a iniciativa em investir em sistemas de transmissão está
em linha com que o próprio ministro de Minas e Energia, Eduardo Braga, vem pedindo aos geradores eólicos. Ele
defende que os empreendedores eólicos também precisam investir no restante da cadeia. “Dessa forma, os
geradores já estão garantindo a transmissão e isso é muito importante”, disse.
“A experiência que tivemos com atraso de linhas e o fato de a energia eólica estar crescendo muito rápido, é
razoável que a transmissão de energia eólica também seja um grande potencial de investimento. Talvez as outras
formas de geração de energia, por suas próprias características, não permitiam esse tipo de negócio. Acho que é
uma tendência [para o setor eólico], e pode acontecer mais vezes. É saldável que aconteça”.
Como conter a alta da tarifa de energia
Claudio F. D. Sales e Richard Lee Hochstetler – Instituto Acende Brasil – 13/08/2015
Esse ano as tarifas de energia sofreram grande elevação devido à estiagem, ao retorno do custeio de políticas
públicas por meio de encargos setoriais, ao represamento de tarifas e aos erros de gestão do governo.
Embora o aumento tarifário seja necessário, seu impacto é penoso para os consumidores, pois a energia elétrica é
um insumo essencial tanto para as famílias como para as empresas. A elevação das tarifas tem impactos
distributivos, atingindo mais fortemente o orçamento das famílias mais pobres.
Também prejudica a competitividade das empresas, elevando o custo dos bens e serviços produzidos no país. É
necessário, portanto, achar formas de mitigar a elevação das tarifas sem prejudicar a sustentabilidade do setor.
O caminho mais promissor para conseguir isso é a redução da tributação da energia elétrica. Hoje a energia
elétrica é tributada mais pesadamente que a média dos bens e serviços produzidos na economia. O setor elétrico
responde por pouco mais de 2% do PIB, mas sua participação na arrecadação do Pis e Cofins é superior a 5%
(mais que o dobro de sua participação no PIB) e sua participação no ICMS é superior a 8% (cerca de quatro vezes
maior que sua participação no PIB).
O ônus da tributação sobre a energia elétrica também é evidente na Demonstração de Valor Adicionado contida
nos balanços padronizados das empresas. O Valor Adicionado consiste da receita obtida pela empresa com a venda
de seu produto, deduzidos os custos dos insumos adquiridos de terceiros e a depreciação dos seus ativos devido a
desgaste ou obsolescência. Tem o objetivo de demonstrar a riqueza econômica produzida pela empresa e como ela
é distribuída entre os diversos agentes.
Examinando os balanços de 37 empresas de geração, transmissão e distribuição no Brasil constata-se que em 2014
a maior parte da riqueza produzida - 59% - foi apropriada pelo governo por meio de tributos e encargos. Os 41%
restantes destinaram-se a pagar 17% para os financiadores, 11% para os funcionários, 10% para os acionistas e o
saldo, cerca de 2,5%, foi retido para futura distribuição.
Embora seja um ano difícil para os governos devido a desaceleração econômica, há uma oportunidade para
redução de alíquotas dos principais tributos que incidem sobre a energia elétrica sem prejudicar a arrecadação
advinda do setor. A receita obtida pelos principais tributos que incidem sobre a energia elétrica aumentou com a
elevação das tarifas.
Entre janeiro e maio de 2015 a arrecadação dos estados com o ICMS cobrado nas tarifas de energia elétrica subiu
35% relativo ao mesmo período do ano passado e a arrecadação do governo federal com o Pis e Cofins em abril
subiu 46% relativo ao mesmo mês do ano anterior.
Uma redução dos tributos federais sobre energia elétrica já é aguardada pelo eleitorado desde outubro de 2010
quando Dilma Rousseff prometeu zerar as alíquotas do Pis e Cofins sobre energia elétrica. Se zerar tornou-se
2/6
impossível, uma redução da alíquota já aliviaria os consumidores deste setor que sofreu forte elevação de carga
tributária quando esses dois tributos passaram para o regime não-cumulativo com alíquotas mais altas.
Os estados também poderiam colaborar reduzindo as alíquotas de ICMS. A maioria dos estados cobram alíquotas
de ICMS sobre o consumo de energia elétrica acima da média aplicada aos demais produtos. Isso vai contra o
princípio da seletividade previsto na Constituição Federal, pelo qual alíquotas diferenciadas são permitidas em
função da essencialidade do produto, ou seja, alíquotas mais altas para produtos supérfluos e mais baixas para os
essenciais, como energia elétrica.
Esse entendimento foi confirmado em recente decisão do Supremo Tribunal Federal que declarou inconstitucional
a Lei 2.657 do estado do Rio de Janeiro, que previa alíquotas de até 25% para o consumo de energia elétrica,
muito acima da alíquota média no estado que é de 18%.
Além das alíquotas aplicadas sobre o consumo de energia elétrica, os estados fariam bem se eliminassem a cobrança
de ICMS sobre a compensação de energia, conforme previsto no Convênio Confaz ICMS 16/2015. Tal medida
não só aliviaria os consumidores, mas também impulsionaria a micro e minigeração.
A redução da tributação de energia elétrica traria um alívio muito importante para o consumidor neste momento
delicado em que enfrentam alta da inflação e do desemprego.
* Claudio J. D. Sales e Richard Lee Hochstetler são presidente e economista do Instituto Acende Brasil (www.acendebrasil.com.br)
Ranking de geração eólica tem cinco usinas da Queiroz Galvão Energia
Wagner Freire – Agência CanalEnergia – 13/08/2015
Boletim aponta que todos esses empreendimentos apresentaram fator de capacidade acima de 50%
Cinco parques eólicos da Queiroz Galvão Energia estão entre os dez empreendimentos que mais produziram
energia entre junho de 2014 e maio de 2015, segundo dados do último Boletim Mensal de Geração Eólica do
Operador Nacional do Sistema Elétrico. O boletim aponta que todos esses empreendimentos apresentaram fator de
capacidade acima de 50%. A usina Icaraí I ficou em primeiro lugar, com 57,50% de fator de capacidade, Taíba
Andorinha em terceiro, com 54,10%, Colônia na sexta posição, com 53,60%, Icaraí II na oitava, com 52% e Taíba
Águia em nono lugar, também com 52%.
“Esse fator de capacidade é excepcional, principalmente quando levamos em conta que a média nacional é 34,4%
e, especificamente, no Nordeste, esse número gira em torno de 38,4%”, destaca Max Xavier, CEO da Queiroz
Galvão Energia. Segundo o executivo, a produtividade dos parques da Queiroz Galvão reflete a combinação de
dois fatores: a implantação de projetos em locais com potencial eólico diferenciado e a escolha apropriada dos
aerogeradores. Segundo Xavier, a altura em que a torre é posicionada também é determinante para o melhor
aproveitamento do vento. Os parques da Queiroz Galvão utilizam torres de concreto posicionadas a 100 metros e
foram fabricadas pela própria empresa. "De fato, esses parques tiveram uma produtividade muito grande, bem
acima do esperado e bem acima dos seus pares na própria região.”
Já os aerogeradores utilizados pela Queiroz Galvão foram fornecidos pela indiana Sulzon. A máquina modelo S.95
de 2.1MW foi criteriosamente escolhida considerando, principalmente, o fator de disponibilidade do equipamento,
que hoje está entre 97% e 98% do tempo. "Não adianta ter um excelente vento e uma excelente turbina se ela
passa muito tempo desligada por questões de manutenção. É muito importante que se tenha uma máquina robusta,
que exija pouca manutenção preventiva, para ter um fator de disponibilidade alto”, detalha Xavier, em entrevista à
Agência CanalEnergia.
Completam o top 10 do ONS duas usinas da Tractebel, sendo Trairi (56,7%) em segundo e Fleixeiras 1 (53,9%) em
quinto; duas usinas da Statkraft Energia do Brasil: Novo Horizonte (54%) na quarta posição e Seabra (52,8%) na
sétima. A décima posição está o conjunto Igaporã Planaltina (50,50%), da Renova Energia. Os projetos estão
localizados nos estados da Bahia e Ceará.
Levantamento realizado em 2014 pela Associação Brasileira de Energia Eólica, com base em dados consolidados
do Global Wind Energy Council (GWEC), revela que o Brasil dispõe do maior fator de capacidade entre os países
investidores de energia eólica, ficando à frente de Estados Unidos (32,10%), Canadá (31%), México (30%),
Dinamarca (28,4%), Portugal (26%), China (21,6%), Japão (19%) e Alemanha (19%).
De acordo com a presidente-executiva da ABEEólica, Elbia Gannoum, a qualidade dos ventos brasileiros contribui
para o desempenho acima da média na comparação mundial. “Ventos fortes, constantes e sem turbulência. Essas
3/6
características fazem com que a produtividade da máquina seja muito maior”, sintetiza a executiva. Em 2014, a
produtividade média dos parques eólicos licitados a partir de 2009 ficou em 41%. Considerando as usinas do
Proinfa, essa taxa cai para 38%. Os contratos de concessões no Brasil exigem que desempenho médio seja superior
ou igual a 40%.
Nos últimos seis anos, as eólicas têm tido um papel importante na expansão do parque gerador. Somente em 2014
a energia dos ventos registrou geração total de 12 TWh e representou um benefício liquido para o sistema de mais
de R$ 5 bilhões, evitando o alto custo do despacho térmico, segundo cálculos da ABEEólica. Em 2015, os níveis de
geração eólica permaneceram quebrando novos recordes. No dia 30 de julho, por exemplo, foi atingida a marca
3.269 MW de geração eólica no Subsistema Nordeste, representando 33% da carga deste subsistema com fator de
capacidade de 76%.
Atualmente a Queiroz Galvão Energia possui quase 700 MW em operação, distribuídos em quatro complexos
eólicos, localizados nos estados do Ceará e Rio Grande do Norte, com 343 MW de capacidade instalada, três
hidrelétricas em Minas Gerais, Mato Grosso e Santa Catarina, com 301,5 MW de potência instalada, e uma PCH
em Minas Gerais, de 19,01 MW. A empresa também possui dois grandes complexos eólicos em construção, no
estado do Piauí, que juntos somam 386 MW. Os dois empreendimentos serão entregues em duas etapas: até
dezembro de 2015 e dezembro de 2016, respectivamente.
A força dos ventos
Época Negócios – 13/08/2015
É fato que o crescimento econômico demanda energia e que um país como o Brasil, em que a matriz energética é
concentrada em uma fonte (a hidrelétrica), precisa investir na diversificação, privilegiando fontes limpas e
renováveis. Nesse cenário, a energia eólica desponta como candidata para ajudar a mover o desenvolvimento
nacional – contando com um empurrãozinho da natureza no quesito competitividade.
Ventos brasileiros: com alta velocidade, unidirecionais e sem condições extremas, são uma vantage competitive.
(Foto: Divulgação)
Para os moradores da Chapada do Araripe, na confluência dos estados do Piauí, Pernambuco e Ceará, o conceito
de “bons ventos” começa a ganhar um novo significado. Cravada no semiárido, a região é também um corredor de
ventos que sopram do litoral, vistos apenas como estorvo até o anúncio da criação de um dos maiores clusters
eólicos do Brasil. Situadas a mais de 400 quilômetros de Teresina, as cidades que receberão cerca de 650
aerogeradores têm a agricultura de subsistência como principal atividade econômica. Com 1,4 GW de energia
eólica já contratado, o Parque Ventos do Araripe recebeu R$ 5,5 bilhões de investimentos e teve 3 mil postos de
trabalho criados para a sua construção, que tem entrega prevista para setembro de 2015. Além de contribuir para
tornar a matriz energética brasileira mais diversificada e limpa (2,85 mil toneladas de dióxido de carbono deixarão
de ser lançadas na atmosfera por ano), o parque eólico irá promover uma transformação na economia local.
Aproximadamente 6 mil empregos indiretos ainda devem ser gerados, e o arrendamento de terras para instalação
das torres irá render aos pequenos proprietários rurais um valor estimado de R$ 1 milhão por mês.
Mas este não é um exemplo isolado da contundente força dos ventos no Brasil. O país está entre os melhores
lugares do mundo em termos de potencial de produtividade de energia eólica. Isso porque nossos ventos,
4/6
principalmente no Nordeste, apresentam velocidades altas e outras características que agregam eficiência: são
predominantemente unidirecionais, têm velocidade constante e não apresentam turbulências ou condições
extremas. Essas variáveis proporcionam um melhor aproveitamento dos aerogeradores e contribuem para reduzir
custos de geração. Nos países em que os ventos são mais intermitentes, as turbinas têm de ser mais parrudas – o
que, por um lado, pesa sobre os custos de equipamento e, por outro, faz com que estes sejam subutilizados nos
momentos de baixa.
No Brasil, como o maior potencial de geração se concentra nos períodos de seca, a energia eólica é também um
complemento natural para a nossa matriz energética, que tem como fonte principal as hidrelétricas. “Esse aspecto
aumenta a segurança da nossa matriz, que hoje depende muito do regime de chuvas para abastecer as usinas”,
afirma Virna Araripe, diretora da Casa dos Ventos, empresa responsável pelo projeto na região. Tais fatores
ajudam a explicar por que a eólica foi a fonte que mais cresceu no país nos últimos cinco anos (já responde por 5%
de toda a geração nacional) e também o salto de cinco posições no ranking mundial entre os anos de 2012 e 2014.
“Os bons recursos eólicos brasileiros aliados ao avanço tecnológico dos aerogeradores tornaram o custo da eólica
menor do que o de termelétricas, pequenas centrais hidrelétricas e biomassa”, diz Virna.
Outra vantagem é a velocidade de implantação: um parque eólico leva apenas dois anos para entrar em operação.
Elbia Gannoum, presidente da Associação Brasileira de Energia Eólica (ABEEólica), destaca números que ilustram
o impacto desses prazos. De 2009 a 2014, o Brasil contratou mais 28 GW de energia para alimentar seu
crescimento. Metade disso (14 GW) veio de fontes eólicas. “O Brasil entra em uma fase virtuosa”, afirma Elbia.
“Além do grande potencial de geração, estamos falando de uma fonte muito competitiva que, até 2020, será a
segunda maior do país, tomando o lugar que hoje é ocupado pela energia térmica.”
No entanto, ainda existe uma série de desafios que o Brasil precisa equacionar para que seu potencial eólico seja
plenamente explorado. O mais relevante é a infraestrutura de integração à rede de transmissão, que leva a energia
gerada aos centros de consumo. A capacidade instalada hoje é de 6,8 GW de potência, produzidos em 270 parques
eólicos. Destes, 6,5 GW estão conectados a linhas de transmissão, contribuindo para o sistema elétrico nacional. Os
300 MW remanescentes, ou 5% do total, ainda aguardam linhas de transmissão que farão seu escoamento, com
início de operação prometido para até o final de 2015. “Existem locais no Nordeste com uma excelente qualidade
de ventos que não estão sendo explorados devido à carência de linhas que conectariam estes projetos à rede”, diz
Virna, da Casa dos Ventos. Um deles é a Bahia que, no futuro, deve ser o estado que concentrará o maior número
de megawatts gerados no país. A Bahia ainda não dispõe de linhas próximas aos focos de energia eólica, mas o
governo do estado trabalha para criar corredores de linhas de transmissão.
Produção local:
Outro fator de atenção é a cadeia de suprimentos. O Banco Nacional de Desenvolvimento Social (BNDES),
responsável pela maior fatia dos financiamentos, exige que 60% dos componentes utilizados pelos fabricantes sejam
produzidos no país. Se a cadeia não for bem desenvolvida, com bom número de fornecedores de qualidade, a
capacidade de produção dos aerogeradores pode sofrer limitações.
Com mais de 25 mil turbinas instaladas no mundo, a GE tem grande know-how no Fortalecimento da cadeia que
atende às suas fábricas globais. “Cada país tem um desafio diferente”, diz Jean-Claude Robert, gerente-geral da
GE Renewables para a América Latina. “Nosso trabalho é trazer experts globais para ajudar no desenvolvimento
de fornecedores e criar uma estratégia integrada para resolver problemas técnicos e de capacidade.” Um exemplo
dos resultados que se podem colher com esta linha de atuação é a instalação do milésimo aerogerador da GE em
terras nacionais. “É a primeira vez que um fabricante atingirá esse número no Brasil, uma prova de que, com
proatividade, é possível entregar máquinas com conteúdo local sem perder prazos.” Outro resultado concreto foi a
entrega da primeira nacelle (cabeça da turbina eólica) produzida no país, realizada em abril, no Chuí (RS).
Elemento importante para assegurar que a cadeia de fornecedores se desenvolva, a previsibilidade de receitas para
os parques tem no modelo brasileiro de leilões de energia um aliado. Os contratos de fornecimento têm prazo
médio de 20 anos, o que retira da equação a instabilidade representada pela troca de governo.
“É um modelo avançado em relação ao resto do mundo, que elimina os subsídios e deixa a fonte eólica competir
por seus próprios méritos”, afirma Jean-Claude Robert, da GE. “Por isso é tratado como benchmark em países que
estão reestruturando suas matrizes energéticas, como o México e a África do Sul.”
Foram realizados 14 leilões desde 2009. Hoje, o preço da energia eólica é de aproximadamente R$ 180 por MW.
Elbia Gannoum, da ABEEólica, afirma que os ventos são a segunda fonte de energia mais competitiva do país,
perdendo apenas para as grandes hidrelétricas. “Mostramos que é possível investir em fontes limpas sem subsídios,
uma vez que o Brasil produz energia renovável mais competitiva do que a de combustíveis fósseis, um caminho
5/6
contrário ao que a Europa e os Estados Unidos vêm desenvolvendo”, conclui Elbia.
Rumo aos 25%
Há uma oferta enorme de projetos sendo desenvolvidos no país, sinalizando que, no longo prazo, a fonte pode
atingir uma fatia de até 25% na matriz brasileira, percentual que já é realidade em países desenvolvidos. Mesmo
com as restrições de financiamento que o ajuste fiscal requerido pela conjuntura econômica venha a ter sobre a
capacidade de investimento do BNDES, o governo tem sinalizado boas perspectivas para a fonte, com dois leilões
previstos ainda em 2015. Outro apoio importante vem do mercado de capitais, com as chamadas debêntures de
infraestrutura. Esses instrumentos financeiros de captação de recursos têm tido boa aceitação por parte dos
investidores e podem ajudar a complementar os aportes realizados pelo BNDES.
Por fim, não se pode deixar de considerar o crescimento da energia eólica no mercado livre. Neste segmento,
empresas contratam energia diretamente do parque e, em alguns casos, montam os seus próprios. Nos Estados
Unidos, gigantes da internet como Facebook, Google e Amazon investem em energia eólica para alimentar seus
centros de processamento de dados. Pioneira no Brasil na autoprodução de energia, a Honda inaugurou um parque
eólico próprio no Rio Grande do Sul para alimentar sua fábrica de veículos em Sumaré, no interior de São Paulo.
“O crescimento virtuoso observado até o momento para a fonte eólica também está previsto para os próximos
anos”, afirma Elbia, da ABEEólica. Até o ano de 2019 estão previstos para estarem instalados cerca de 18 GW. A
energia eólica deixou de ser uma alternativa apenas ambiental e se firmou como uma alternativa econômica de
geração de energia elétrica no Brasil.
Eólicas na Bahia são enquadradas ao Reidi
Agência CanalEnergia – 13/08/2015
O Ministério de Minas e Energia aprovou na última quarta-feira, 12 de agosto, o enquadramento ao Regime
Especial de Incentivos para o Desenvolvimento da Infraestrutura da EOL Tingui, em Caetité (BA). Serão
construídas sete unidades geradoras, com capacidade instalada total de 18,9 MW. O período de execução das obras
vai de 11 de abril de 2015 a 2 de agosto de 2016. O investimento na usina chegou a R$ 82,4 milhões, sem
impostos.
O MME autorizou ainda a entrada da EOL Ipê Amarelo, em Igaporã (BA), ao Reidi. O projeto compreende a
implantação de seis turbinas, que somam 18 MW de potência. As obras serão iniciadas em 9 de outubro de 2015, e
têm previsão de término para o dia 2 de agosto de 2016. Ao todo, serão aplicados R$ 71,1 milhões no
empreendimento, sem a contabilização de impostos.
Turbina da EOL Asa Branca II é liberada para operação em teste
Agência CanalEnergia – 13/08/2015
Unidade soma 2,7 MW de capacidade instalada
A Agência Nacional de Energia Elétrica aprovou o início da operação em teste da unidade geradora UG2 da EOL
Asa Branca II, localizada no Rio Grande do Norte. A turbina alcança 2,7 MW de potência. O despacho da
liberação foi publicado no Diário Oficial da União desta quinta-feira, 13 de agosto.
6/6

Documentos relacionados

Espaço reservado para publicidade de sua empresa Espaço

Espaço reservado para publicidade de sua empresa Espaço internacionais buscam investimento na indústria eólica”, afirma Elbia Silva Gannoum, presidente da ABEEólica. Transformação em marcha Embora a prioridade seja o mercado brasileiro, uma única empres...

Leia mais

Microgeração de eletricidade ainda é pouco

Microgeração de eletricidade ainda é pouco demanda de energia em regiões extremas ou como complemento da matriz energética de um país. O Brasil, é um dos países que apresenta maior potencial de energia eólica segundo o Global Wind Energy Co...

Leia mais