CÍRCULO DE FUEGO VOL 49

Transcrição

CÍRCULO DE FUEGO VOL 49
CÍRCULODEFUEGO
( D E S D E E L P E R Ú - R E V I S TA N O V E N A L )
Diretor: Feliciano Mejiá
Editor: Roberto Ortega
Año 4 / Nro. 49
Marzo 8 del 2017
Una publicación del Movimiento Amaro
[email protected]
Calle Valladolid 189 - Lima 12 - Perú
ESPAÇO FEMININO
Espaço mulher
mulher no espaço
espaço nave espaço cósmico
cômico espaço...
inusitado
das normas
do corpo
do sexo
do leite materno
que eterno sangra
do peito
a jorrar a boca a dentro
do homem!
–1–
MULHER
Corpo desnudo
sob lençóis
de cetim
pele sedosa
e incandescente
contornos perfeitos
sob medida
para a gratificação
de olhos ávidos
braços vigorosos
e boca sedenta
de paixão!
–2–
EGO FEMININO
Minha cabeça dói
lateja incessantemente
sinto meu corpo
estranhamente pesado
parece carga pesada
ou sou eu dramatizando?
entregando-me
sem protestar
somatizando
pequenos problemas
fazendo escarcéu...
AUTO-PUNIÇÃO?!
é isso!
preciso livrar meu corpo
da influência do meu superego rígido...
deixar meu ID
mais livre
para meu corpo
sofrer menos
e eu poder saborear
o indefinível prazer
de estar viva!
–3–
A ESSÊNCIA INVISÍVEL DO “ELA”
Mesmo quando aparentemente
ela é boba e superficial
alienada e
frívola
existe dentro dela
uma mulher
incrível
inesperada
forte
soberba
linda
e muito gente
que precisa apenas
ser buscada
descoberta
e livre
para sobrepujar
o que fizeram dela ...
o que a forçaram a ser
e que ela infelizmente
muitas vezes
nem se dá conta!...
–4–
PUDOR FEMININO E MASCULINO
Ela se despe
para o extasiar
ela expõe sua beleza
porque sabe
que isso lhe dá
imenso prazer!
é ela quem se despe
mas é ele
quem solicita
com seus olhos lânguidos
com gestos impacientes
com o semblante irrequieto!
ela se despe sim!
mas porque é induzida
a isso por ele
ele não se despe
não por excesso de pudor
mas porque para ela
não é somente a nudez dele
que importa!
–5–
DIFÍCIL ESPERA
É difícil pra ela
ficar à janela
à espera
simplesmente dele!
é difícil pra ela
saber que ele repete
os toques que faz nela
em outra pele
e por isso às vezes
abruptamente
o repele!
é difícil pra ela
ficar à janela
à sua espera
simplesmente...
sozinha!
–6–
ELAS E E ELE
Ela se acerca insinuante
ele a olha estimulado
trocam olhares significantes
e a comunicação
perfeita
entre eles
acontece...
a esposa o espera em casa
para o jantar cotidiano
... ele não vem
ela põe as crianças
para deitar
mais uma vez
vai dormir sozinha
no imenso leito
para dois!
–7–
GENTE OU OBJETO
Ele passa por mim
para... olha-me
com um olhar
profundo e
penetrante
como se analisasse
detalhadamente
as peças de um objeto raro!
encaro-o
e digo a mim mesma
com indiferença inquietante:
como seria bom se fosse diferente!
...e continuo a caminhar!
–8–
ATO DO AMOR
Risos de mulher
lágrimas quentes...
risos e lágrimas
se confundem e
se fundem
numa única confluência
de dor entorpecente
e prazer alucinante
no ato físico
e psíquico
do amor!
–9–
FRAGMENTOS DE MULHER
Ser mulher
é antes de tudo
ser gente!
não é ser apenas mãe
abnegada doce e sem defeitos
imagem imaculada
não é ser apenas mártir
aquela que sofre no paraíso
do lar doce lar
entregando-se sem qualquer retribuição
não é ser apenas a pecadora
aquela que tentou Adão
com o fruto proibido
e assumindo toda culpa
não é ser apenas o braço direito
do homem
sendo nada mais
que um membro a mais do macho
não é ser apenas a santa
copiada da figura de Maria
a pureza personificada
assexuada
não é ficar apenas atrás do homem
sendo sua sombra
– 10 –
que o empurra para a ascensão
ou ainda para a falência...
ser mulher
é antes de tudo
ser gente!
um indivíduo completo
com mil desejos
e aspirações de toda ordem
com conflitos
defeitos
virtudes e anseios
com força e fraqueza
concomitantes
com sexualidade e candura...
gente enfim
não restos de ser humano
ou um ser inacabado
ou ainda mutilado
mas um ser completo
perfeito
e plenamente potente!
– 11 –
SER MULHER
Ser mulher
implica necessariamente
em culpa?
ser mulher
requer expiação?
então por que
ser mulher
redunda
quase sempre
em ser podada
castrada
subjugada
e em espoliação?
ser mulher
não é isso não!
ser mulher
não é mais
nem menos importante...
é simplesmente
e antes de tudo
ser gente!
– 12 –
FÊMEA HUMANA
É vedado à fêmea
o prazer de exteriorizar
o seu desejo pelo macho
é claro que me refiro
à espécie humana!
é-lhe ensinado inclusive
embora algumas
fujam à regra
que não deve ceder
num primeiro momento!
será censurada veementemente
se não souber
ou puder refrear a sofreguidão
do macho
ser fêmea
nas outras espécies
é mais fácil
e mais gratificante.
– 13 –
GUERRA DOS SEXOS
À primeira vista
nos parece
que o homem é mais feliz
a ele é dada
a liberdade e aprovação
de poder experienciar
situações incríveis
aventuras impetuosas...
irresistíveis!
no entanto
se analisarmos mais profundamente
constatamos
que nesse jogo
não há vencedores:
apenas vencidos
incompreendidos e
tristes caminhantes solitários!
– 14 –
BUSCA DE MIM
Estou me buscando
juntando os pedaços
os traços
os riscos
rabiscos
e risos
com lágrimas quentes
que brotam dos olhos
e escorrem silentes
sem gritos ou protestos
e ainda se casam
com um triste sorriso!
estou me buscando
nos emaranhados
dos aprendizados
nefastos estéreis
que deformam
de forma
grotesca
e animalesca
a doce crente e ingênua
fêmea
desavisada
que fica alienada
trans figurada
trans mutilada
trans sexuada
nesta selva de pedra!
– 15 –
MARLENES
(ela me pôs em tela
aqui a ponho em versos)
A mulher é linda
seja ela branca
negra amarela
ou índia..
lá estão elas
nas telas
em rostos ou pernas
vestidas ou não
belas mulheres
diafanamente belas
traçadas com encanto
e talento
uma a uma
todas elas
pintadas por elas
tão somente ela
MARLENE
linda mulher
que perene
se faz em telas!
– 16 –
MEU CORPO
Busco inspiração
para falar do meu corpo
meu corpo
frágil
esguio
e tão carente do teu!
busco inspiração
para falar do meu corpo
e no entanto
só sinto
vejo e intensamente desejo
o teu!
meu corpo
só vive
em teu corpo
que tão sensualmente
completa o meu!
– 17 –
MULHER PRIVILEGIADA
E ela me fala
da sua felicidade
da intensidade
com que se sentiu amada!
mulher privilegiada
neste mundo
de homens e mulheres
de sentimentos deformados
distorcidos pelo machismo
mas ela exceção!
teve um amor
lindo correspondido
que conseguiu sobrepujar
os condicionamentos
concretizando o que para muitos
é apenas doce ilusão!
ABELHA MULHER
Dilercy Adler
Eu fui sempre
tal qual abelha operária
que trabalha trabalha trabalha
não ama
não faz outra coisa
só trabalha!
vive no trabalho
vive pelo trabalho
que nem sempre ama
que nem sempre quer!
ó abelha rainha
tão escondida
tão encolhida
tão espremida
tão reprimida em mim
te faz presente
em minha vida!
– 18 –
REPÚDIO AO ESTUPRO
Estupro
violência maior
pra com a mulher
violência maior
pra com o sexual
violência maior
pra com o bom do amor!
estupro
aberração maior
do desejo menor
encarnação do desamor
do ódio
em lampejos de sadismo
e de horror!
estupro
a negação do afetivo
na carne
a negação da sedução
no desejo
a negação do sublime
no sexo
a negação do homem
e da mulher
seja ele concreto
seja ele simbólico
...o meu repúdio!
In: Crônicas e Poemas Róseos-Gris. São Luís: Estação
Produções, 1991.
– 19 –
CÍRCULO DE FUEGO publica estos poemas por Día Internacional de la Mujer Trabajadora.
1909: De conformidad con una declaración del Partido Socialista de los Estados Unidos
de América el día 28 de febrero se celebró en todos los Estados Unidos el primer Día
Nacional de la Mujer, que éstas siguieron celebrando el último domingo de febrero
hasta 1913. 1975 Coincidiendo con el Año Internacional de la Mujer, las Naciones Unidas
celebraron el Día Internacional de la Mujer por primera vez, el 8 de marzo.
http://www.un.org/es/events/womensday/history.shtml
– 20 –
Dilercy (Aragão) Adler.
Nasceu em
São Vicente Férrer/MA/Brasil, em 07/07/50.
É Psicóloga-CEUB/DF, Doutora em Ciências
PedagógicasICCP/CUBA, Mestre em Educação,
Especialista em Pesquisa em Psicologia e
Especialista em Sociologia. Publicou 12 livros de
Poesia. Três livros acadêmicos, dois biográficos
e um de história infantil. É organizadora da
Exposição (poesia e fotografia-100 poemasposters
de 61 poetas maranhenses). Organizou doze Antologias poéticas e tem participação em
mais de cem antologias nacionais e internacionais. Já recebeu vários prêmios, troféus e
menções honrosas por trabalhos poéticos e culturais.
É Membro fundadora e Presidente da Academia Ludovicense de Letras - ALL, ocupando
a Cadeira de nº 8. Titular da Cadeira Nº 1 do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão
- IHGM. Presidente fundadora da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão_
SCL-MA, Presidente da Sociedade de Cultura Latina do Brasil e Senadora da Cultura do
Congresso da SCL do Brasil, Presidente do Capítulo Brasil da Academia Norteamericana
de Literatura Moderna, Membro da União de Escritores Brasileiros RJ-UBE-RJ; Membro
da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores-Regional Maranhão-SOBRAMES-MA;
Titular da cadeira nº 13, patronímica de Henrique Coelho Neto do Quadro II, de Membros
Correspondentes da Academia Irajaense de Letras e Artes-AILA, Rio de Janeiro; Membro
Correspondente da Academia de Letras Flor do Vale Ipaussu/São Paulo; Membro das
Academias e instituições que seguem: Membro Correspondente da Academia de Letras
de Teófilo Otoni, da Comissione di lettura Internazionale da Edizioni Universum, Trento/
Itália; da International Writers And Artists
Association-OHIO/EUA; da Casa do Poeta do Rio de Janeiro; da Associação Profissional
de Poetas e Escritores do Rio de Janeiro-APPERJ; da Associação dos Escritores do
Amazonas-ASSEAM; Coordenadora Estadual no Maranhão do Proyecto Sur–Cuba;
Representante da aBrace no Estado do Maranhão; Corresponsal Internacional da
Sociedad Argentina de Letras, Artes y Ciencias - S.A.L.A.C. Representante no Brasil
do Periódico Porta Dell Uomo- Itália. Socia y Miembro Correspondiente de la Unión de
Escritores y Artistas de Tarija-Bolívia. Grado Honorífico de Embajadora Universal de la
Cultura del Estado Plurinacional de Bolivia: Gobernacion del Departamento de Tarija;
Honorable Concejo Municipal de Tarija, Univerdidad Autonoma “Juan M. Saracho”,
Unión de Escritores y Artistas de Tarija (UEAT), Union Latinoamericana de Escritores
(ULATE) en Reconocimiento a la Produción Literaria, Educativa y Artística. Membro
e Laureada pela Divine Académie Française des Arts Lettres et Culture. Delegada
Cultural em Maranhão-Brasil do Liceo Poético de Benidorm (Espanha) e Embaixadora
do Círculo Universal dos Embaixadores da Paz.
End: Av. Litorânea, nº 9 Ed. Roma Garden, Apto. 301. Calhau. São Luís/MA/Brasil. CEP: 65 071-377.
E-mail: [email protected]. | Tel: (+ 055) 98 3246.2018 | (+55) 98 8826.5798 | (+ 55) 98 8161 2361
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Crónica de Dilercy (Aragâo) Adler.
CÓMO CONOCÍ A GONÇALVES DÍAS EN CHILE
Por Feliciano Mejía, desde el Perú, para los Tigres de Sâo Luis de Marânho.
Hace buen tiempo que parece ayer, el poeta chileno Alfred Asís me invitó a
recitarle poemas míos, al pie de su tumba, al poeta comunista y premio
Nobel de Literatura Pablo Neruda, en Isla Negra, Valparaíso. Y es casi ayer
cuando las turbinas de un avión a retropropulsión me dejó en el aeropuerto de
Santiago de Chile. Sentí angustia. Pero ahí estaba el Tigre Azul de Alfredo Asís,
con una sonrisa leve y su cabello largo y ondulado junto a su hermosa esposa
Pola Beatriz Fuenzalida Muñoz, pero sin el gato, que a ese felino lo conocería
después, frente a la casa de Pablo Neruda, en el castillo de madera nueva que
tiene la pareja Asís-Fuenzalida.
Y fui a Chile sin condiciones. No como cuando fui invitado a Corumbá, en el
Mato Grosso del Brasil (que puse trabas como leer poemas en las prisiones,
leer poemas a los ancianos, exponer pinturas de peruanos que llevaría, y patín
y patatán; pero ésa es otra historia). Sin condiciones, a Chile, porque Pinochet
ya había muerto y yo me había prometido nunca ir a Chile, desechando varias
invitaciones, si Pinochet estaba vivo.
Lo primero que me dijo Asís era que debíamos quedarnos en el aeropuerto
unas 4 horas, pues a punta de las 11h45 de la noche llegaría otro avión trayendo
a una poeta brasilera. Y yo le dije sí. Y Asís dijo sí. Y agregó que afuera esperaba
el coche pues a Valparaíso teníamos unas tres horas de viaje. Y yo no dije ni
sí ni no, sino que solté la carcajada. Y a eso de Oh40 a.m. de ese octubre
invernal, entre el gentío apareció Dilercy Aragâo Adler, que venía de un sitio
con nombre de durazno: Sâo Luis de Maranhâo, después de haber nacido, de
pasada, en Sâo Vicente Ferrer.
Y nos fuimos, bajo la luz naranja de la moderna autopista, charlando a risotadas. Y
en silencios escasos del camino yo pensaba en los miles de chilenos masacrados
por la dictadura, y en muchos internacionalistas asesinados. Y en el trabajo que
había que realizar ahora en Isla Negra, Valparaíso y Viña del Mar. Trabajo que
comenzaba con ayudar al lanzamiento de UN CANTO DE AMOR: Mil poemas a Pablo
Neruda, el darles mi poesía a los niños y hombres bragados de la comunidad de El
Quisco y al pueblo de Illapel, la Serena y los Vilos vía la TV que filmaría un equipo
llegado y que ya nos esperaba.
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Y todo se cumplió con la precisión esperada. A Neruda, frente a su tumba
compartida con su esposa, le llevé el saludo del obrero peruano y el campesinado
y su levantamiento en armas, desde 1980, vía su Partido Comunista del Perú. Y
le grité frente al mar, fragmentos de mi poema JOOORRR:
“(…)Jooorr.
Es neblina de mi aliento
este mi grito. Joorr.
Ellos no sienten ni saben
que yo bailo,
canto
y sufro humillado desde la Conquista
por los españoles. Jooorr.
Pero yo sigo danzando. Para mi danza
necesito de tu canto. Sí.
Canta y que resuenen tus poros;
bola de espuma se aleja la noche
arrinconándose en los roquedales, si cantas.
Que tu palabra no se diluya
entre las voces roncas
y los gritos
venidos de las tinieblas.
Sácale a la madera
sonidos
y has entrechocar las rocas:
de sus chispas saldrá el canto
que tus niños y mujeres
y hombres entristecidos escucharán
porque será su propia voz oyéndola
por sobre la candela y la amargura.
Yo seguiré danzando:
soy el Diablo
y soy el Angel.
Soy el demonio y el dios. Estoy más allá
del bien y del mal. Danzo. Estoy con la justicia
y soy justo. Jooor.
Aparentemente solo y lleno de dulces colores
me encubro. Los roquedales de maldades,
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montaña de 400 años malos, de esta noche
de 400 años, me quieren destruir.
Pero yo danzo y me preservo. Nadie ha podido
ni nadie podrá nada contra mí: me cuido
y me cuidaré pues soy valioso.
JJOOOOOORRR. (…)”
Luego, en un descanso pensativo, de espaldas a la tumba, sin mirar la maravillosa casa de Neruda, apoyado en una ancla gigante, miraba sin ver, y veo
que se acerca, vestida de lana cocho de vino, la poeta Dilercy Aragâo Adler, me
mira con dulzura y en un susurro de su desenfadado “portuñol” me dice: Feliciano, ¿por no qué no publicamos en un libro nuestros poemas? Yo sentí de inmediato dentro de mí el rugido del PUMA. Creo que sí, le respondí, pero invitemos
a que participe de la idea a Alfredo Asís. Le dije. Y pensé. De todas maneras, es
una elemental cortesía, dado que me hizo llegar los boletos de avión, ida y vuelta,
me alimenta y me cobija en una habitación con calefacción durante esta gira.
Tres días nos pasamos buscándole el nombre a nuestro proyectado libro. Diez
minutos le bastó a la poeta Aragâo Adler para decidir que la publicación la hiciéramos en Perú por ser “máis baratou”. Y nos metimos de lleno en la Antología de mil poemas para Neruda, que en papel resultaron dos ladrillos pesados
como ladrillos. Yo, a Asís, ni a Dilercy, no les confesé en ese momento que ya no
me gusta el papel, por ecología simple, los árboles que se tienen que triturar,
por economía simple, los costos de compra y de envío a la otra punta del país o
a la otra punta del mundo, por criterio concreto: ¿Qué prefieres, mil libros, o 30
millones de volúmenes repartidos por todo el mundo por la Internet? Bueno.
El caso es que Afredo Asís, poeta de Isla Negra en Valparaíso, que vive frente a
la puerta de la casa de Neruda, sigue como una locomotora continental. Ya hizo
los mil poemas para Cesar Vallejo del Perú, genial poeta comunista, y siguió con
otro poeta español y sigue con otro homenaje, mil poemas para un poeta boliviano, y acaba de terminar los Mil Poemas para José Martí, el gran poeta, ideólogo
y guerrillero de Cuba.
Dilercy Aragâo Adler, en un momento se acercó a nosotros, y mirando a Asís,
nos preguntó, con voz tenue y afelpada, como pidiendo permiso: Y si hiciéramos
mil poemas para un poeta del Brasil? Asís, sonrió, como suelen sonreír los mares en la espuma de sus olas y dijo: Siii. Y yo dije, claro. Pero sentí de nuevo al
PUMA rugiendo en mi interior.
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Vale la pena hacer una digresión con este asunto del PUMA. Citándonos, aunque sea indelicado, las líneas siguientes que aparecieron en la presentación
de TINKUY, Amaro Ediciones, octubre 2011, Lima-Perú, pp 7-8:
“Tinkuy es una voz runasimi, antigua lengua de los Incas (mal llamado
quechua, vocablo nominando una altitud) que significa, grosso modo, ENCUENTRO. Pero su significación es mucho más importante que ello, porque el Tinkuy es
una de las tres partes del tiempo circular andino y se lo simboliza con el PUMA.
Las otras dos partes del círculo temporal es el Paikiki simbolizado por el SAPO
y el Pachakuti representado por la SERPIENTE. Por eso los andinos decimos y
pensamos y sentimos así: Sapo se come a Puma, Pumas se come a Serpiente y
Serpiente se come a Sapo; y así, en espiral ascendente hasta la eternidad.
El Sapo o Paikiki busca, encuentra y acumula fuerzas. El Tinkuy o Puma es
el límite de acumulación de fuerzas y el “tocarse” de esas fuerzas a punto de chocar. Y el Pachakuti o Serpiente, que literalmente dice: tierra dándose vuelta sobre
sí misma, es la explosión violenta del encuentro de fuerzas para luego pasar a
otro estadio. Algo como la tésis-antítesis-síntesis del racionalismo europeo. Pero
es más que ello, es otra cosa dentro de la filosofía propia de los Andes y como tal,
pensamiento oriental.”
Ver esculpido en piedras milenarias un sapo o un puma o una serpiente, es, para nosotros los andinos del Perú, un mensaje secreto y cifrado y
lo sentimos como vibraciones internas, como cuando se hace ejercicios de
respiración en el yoga. Dilercy comprendió en un instante la filosofía de LOS
MIL POEMAS. Que escriba todo el mundo: niños, ancianos, cuasi analfabetos,
hombres de cualquier profesión, escritores conocidos o no, poetas, consagrados o no. Ello es remover la esencia de todo ser humano para que extraiga
poesía de la realidad. Porque la poesía no está en los libros, sino en la realidad concreta donde todos vivimos. Los artistas especializados, si llegan a
perfeccionar sus instrumentos de trabajo logran aprehender la poesía de la
realidad, como el microscopio a la miniatura. Así: el danzante o la ballerina,
con el movimiento en su cuerpo, el teatrista con el subtexto, el novelista con
el aura del suceso narrado, el pintor con el color, el escultor con el volumen,
el músico con el sonido. Y el poeta ¿qué? Bueno, él no es sino un escritor especializado en fabricar un artefacto lingüístico llamado POEMA COMPUESTO
DE LÍNEAS LLAMADAS VERSOS. Cuanto más perfecto y genial sea el dichoso
instrumento del poeta llamado poema, más será posible al auditor o lector
acceder a la poesía vislumbrada por el poeta en su realidad concreta dada.
Es poema es como el reloj y la poesía sería el tiempo. Jamás diremos que
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el tiempo es el reloj. Igualmente, jamás sostendremos que el poema es la
poesía. Su problema es serio, pues la base de su instrumento es la palabra,
que yo la denomino, instrumento sucio, pues la palabra se usa para escribir
cualquier cosa: periódicos, publicidad, reportes policiales y un largo etcétera, contaminada por la gran limitante: Los idiomas. Ello no es problema para
el músico, el escultor, la ballerina, el pintor. La genial narrativa puede ser
traducida y si se traduce bien puede ayudarnos a vislumbrar la poesía donde
generaron la obra. La poesía vislumbrada con un buen poema no puede ser
traducida. Pueden traducirse los poemas, pero esos objetos artísticos, lingüísticos ya son otros. Bueno. Pero ello no es una limitante en el propio idioma. E incentivar a escribir poemas, aún a niños no especialistas, produce en
el ser una conmoción de incalculables proporciones. A todo nivel. Enriquece y
deslumbra. Y demuestra que todos podemos escribir poemas y podemos vehiculizar la poesía, porque todos vivimos en la realidad donde está la poesía.
Y una vez conseguido el libro de poemas, ya en papel o la en la Internet, en mi
concepto, se constituye en una arma de combate. Contra el oscurantismo y a
favor de la luz. Si logramos que llegue a los más desposeídos.
Antes de conocer a Dilercy Aragâo Adler no sabía ni me imaginaba de un autor valioso llamado Gonçalves Días. Cuando nos despedimos en Santiago de
Chile burbujeaba en mi cabeza su nombre.
Al poco tiempo, otro avión a retropropulsión a chorro la trajo a Lima. Porque
ya era una realidad concreta nuestro libro de poemas TINKUY que hermanaba
en la práctica los pueblos de Brasil y el Perú. Yo la llevé a que recitáramos
nuestros poemas, y dejáramos una cuarentena de libros gratis para el público en la presentación del poemario, a la Casa-Museo JOSÉ CARLOS MARIÁTEGUI, antiguo hogar de uno de los más importantes sino el más importe
ideólogo en la historia del Perú; y organizador de la clase obrera y el campesinado del Perú. A él le debemos la Confederación General de Trabajadores
del Perú, la Confederación de Campesinos del Perú y la fundación del Partido
Comunista del Perú. Es autor de muchas obras en la que destaca SIETE ENSAYOS DE INTERPRETACIÓN DE LA REALIDAD PERUANA. Con Aragâo, en el
Rincón Rojo, una esquina de paredes tapizadas de seda en la que recibía Mariátegui a todo tipo de gente, por los años 30 del siglo pasado, ahí recitamos
nuestros poemas.
Y se fue, como un ave de luz. A seguir combatiendo para que se escribieran
Mil Poemas para Gonçalves Días. Yo fui testigo de ese combate por medio del
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mundo virtual. Al poco tiempo empezaron a sonar nombres de diferentes Tigres del Trueno, para lograr ese cometido. Y supe de una mujer que se llama
Telma Bonifacio Dos Santos Reinaldo, que parece mi amiga aunque nunca
la he visto. Y luego oí y sentí a Leopoldo Gil Dulcio Vaz. Otro Tigre, me dije. Y
sentía que los Pumas se removían. Hasta que la cola de la Serpiente comenzó
a asomar. Y vi que había dos “ladrillos” de poemas ya impresos lisos para ser
presentados. Y vi que los tigres brasileños habían puesto los dos “ladrillos”
de poemas en la Internet. Y me sentí casi feliz. No del todo, pues no podía bajarlo a mi computadora ni menos a mi Tablet, que es mi biblioteca, que puede
cobijar 1600 obras y es del tamaño de una libreta de apuntes.
Y vi que los Tigres brasileros motivados por Aragâo habían puesto a bailar al
Instituto Histórico y Geográfico de Maranhâo, a la Federación de Academias
de Letras de Maranhâo y a la Sociedad de Cultura Latina del Estado de Maranhâo, y a las ciudades de San Luis, Caixas y Guimaráes.
Pero yo no estaba contento.
Hasta ayer que me llegaron tres obras monumentales, en PDF, por la Internet. Ah, los hermanos brasileros. Todo lo hacen en exceso. Y en este caso el
exceso vale como una carretillada de diamantes. Y me llegó el libro de los Mil
Poemas, de 756 páginas, donde el pueblo brasilero y mundial rinde homenaje
a su hombre de letras, y me llegó el libro de Alberico Carneiro de 183 páginas, que es un monumento poético a Gonçalves Días que Adler encontró; y me
llegaron los trabajos de mucha gente brasilera sobre Gonçalves Días, con sus
437 páginas. Que me dan 1,376 páginas, si no me equivoco en sumar, que me
envió en PDF, repito, el Tigre Leopoldo Gil Dulcio Vaz, y que bajé a mi lap top
y que metí a mi Tablet y que ahora me acompaña por las calles y las ciudades
del Perú, por los recovecos de los Andes por donde el trabajo me lleva.
Ahora llevo a Goçalves Días conmigo. Y me da calor en las punas peruanas, y
alegría en las avenidas polucionadas de las urbes.
Parece que la Serpiente asoma la cabeza. La Serpiente que en nuestra lengua
llamamos PACHAKUTI, que en esencia es transformación general y total. Y
que los Pumas y los Sapos (que son los TINKUY y los PAIKIKI) deberán dormir. Que duerman. Porque estoy empezando a caminar con la compañía de
Gonçalves Días. Ese hombre que empecé a conocer en Chile. Y que ahora va
por el mundo.
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Estoy feliz. Veo en los Andes, que van desde el caribe venezolano hasta el Estrecho de Magallanes en la punta sur de Chile, desde Lima hasta San Luis de
Maranhâo y el Ceará, cruzando selvas y selvas, veo danzar a INKARRÍ, con sus
campanillas de oro y su fuete de Serpientes Negras; danza que hace cinco siglos
estábamos esperando.
Y, aquí, Gonçalves, se sonríe.
F.M.
Ocongate, Perú,
25 de agosto de 2013.
Y TODO LO DEBO A DILERCY (ARAGÂO) ADLER.
Lima, 24 de febrero de 2017.
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