CÍRCULO DE FUEGO VOL 49
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CÍRCULO DE FUEGO VOL 49
CÍRCULODEFUEGO ( D E S D E E L P E R Ú - R E V I S TA N O V E N A L ) Diretor: Feliciano Mejiá Editor: Roberto Ortega Año 4 / Nro. 49 Marzo 8 del 2017 Una publicación del Movimiento Amaro [email protected] Calle Valladolid 189 - Lima 12 - Perú ESPAÇO FEMININO Espaço mulher mulher no espaço espaço nave espaço cósmico cômico espaço... inusitado das normas do corpo do sexo do leite materno que eterno sangra do peito a jorrar a boca a dentro do homem! –1– MULHER Corpo desnudo sob lençóis de cetim pele sedosa e incandescente contornos perfeitos sob medida para a gratificação de olhos ávidos braços vigorosos e boca sedenta de paixão! –2– EGO FEMININO Minha cabeça dói lateja incessantemente sinto meu corpo estranhamente pesado parece carga pesada ou sou eu dramatizando? entregando-me sem protestar somatizando pequenos problemas fazendo escarcéu... AUTO-PUNIÇÃO?! é isso! preciso livrar meu corpo da influência do meu superego rígido... deixar meu ID mais livre para meu corpo sofrer menos e eu poder saborear o indefinível prazer de estar viva! –3– A ESSÊNCIA INVISÍVEL DO “ELA” Mesmo quando aparentemente ela é boba e superficial alienada e frívola existe dentro dela uma mulher incrível inesperada forte soberba linda e muito gente que precisa apenas ser buscada descoberta e livre para sobrepujar o que fizeram dela ... o que a forçaram a ser e que ela infelizmente muitas vezes nem se dá conta!... –4– PUDOR FEMININO E MASCULINO Ela se despe para o extasiar ela expõe sua beleza porque sabe que isso lhe dá imenso prazer! é ela quem se despe mas é ele quem solicita com seus olhos lânguidos com gestos impacientes com o semblante irrequieto! ela se despe sim! mas porque é induzida a isso por ele ele não se despe não por excesso de pudor mas porque para ela não é somente a nudez dele que importa! –5– DIFÍCIL ESPERA É difícil pra ela ficar à janela à espera simplesmente dele! é difícil pra ela saber que ele repete os toques que faz nela em outra pele e por isso às vezes abruptamente o repele! é difícil pra ela ficar à janela à sua espera simplesmente... sozinha! –6– ELAS E E ELE Ela se acerca insinuante ele a olha estimulado trocam olhares significantes e a comunicação perfeita entre eles acontece... a esposa o espera em casa para o jantar cotidiano ... ele não vem ela põe as crianças para deitar mais uma vez vai dormir sozinha no imenso leito para dois! –7– GENTE OU OBJETO Ele passa por mim para... olha-me com um olhar profundo e penetrante como se analisasse detalhadamente as peças de um objeto raro! encaro-o e digo a mim mesma com indiferença inquietante: como seria bom se fosse diferente! ...e continuo a caminhar! –8– ATO DO AMOR Risos de mulher lágrimas quentes... risos e lágrimas se confundem e se fundem numa única confluência de dor entorpecente e prazer alucinante no ato físico e psíquico do amor! –9– FRAGMENTOS DE MULHER Ser mulher é antes de tudo ser gente! não é ser apenas mãe abnegada doce e sem defeitos imagem imaculada não é ser apenas mártir aquela que sofre no paraíso do lar doce lar entregando-se sem qualquer retribuição não é ser apenas a pecadora aquela que tentou Adão com o fruto proibido e assumindo toda culpa não é ser apenas o braço direito do homem sendo nada mais que um membro a mais do macho não é ser apenas a santa copiada da figura de Maria a pureza personificada assexuada não é ficar apenas atrás do homem sendo sua sombra – 10 – que o empurra para a ascensão ou ainda para a falência... ser mulher é antes de tudo ser gente! um indivíduo completo com mil desejos e aspirações de toda ordem com conflitos defeitos virtudes e anseios com força e fraqueza concomitantes com sexualidade e candura... gente enfim não restos de ser humano ou um ser inacabado ou ainda mutilado mas um ser completo perfeito e plenamente potente! – 11 – SER MULHER Ser mulher implica necessariamente em culpa? ser mulher requer expiação? então por que ser mulher redunda quase sempre em ser podada castrada subjugada e em espoliação? ser mulher não é isso não! ser mulher não é mais nem menos importante... é simplesmente e antes de tudo ser gente! – 12 – FÊMEA HUMANA É vedado à fêmea o prazer de exteriorizar o seu desejo pelo macho é claro que me refiro à espécie humana! é-lhe ensinado inclusive embora algumas fujam à regra que não deve ceder num primeiro momento! será censurada veementemente se não souber ou puder refrear a sofreguidão do macho ser fêmea nas outras espécies é mais fácil e mais gratificante. – 13 – GUERRA DOS SEXOS À primeira vista nos parece que o homem é mais feliz a ele é dada a liberdade e aprovação de poder experienciar situações incríveis aventuras impetuosas... irresistíveis! no entanto se analisarmos mais profundamente constatamos que nesse jogo não há vencedores: apenas vencidos incompreendidos e tristes caminhantes solitários! – 14 – BUSCA DE MIM Estou me buscando juntando os pedaços os traços os riscos rabiscos e risos com lágrimas quentes que brotam dos olhos e escorrem silentes sem gritos ou protestos e ainda se casam com um triste sorriso! estou me buscando nos emaranhados dos aprendizados nefastos estéreis que deformam de forma grotesca e animalesca a doce crente e ingênua fêmea desavisada que fica alienada trans figurada trans mutilada trans sexuada nesta selva de pedra! – 15 – MARLENES (ela me pôs em tela aqui a ponho em versos) A mulher é linda seja ela branca negra amarela ou índia.. lá estão elas nas telas em rostos ou pernas vestidas ou não belas mulheres diafanamente belas traçadas com encanto e talento uma a uma todas elas pintadas por elas tão somente ela MARLENE linda mulher que perene se faz em telas! – 16 – MEU CORPO Busco inspiração para falar do meu corpo meu corpo frágil esguio e tão carente do teu! busco inspiração para falar do meu corpo e no entanto só sinto vejo e intensamente desejo o teu! meu corpo só vive em teu corpo que tão sensualmente completa o meu! – 17 – MULHER PRIVILEGIADA E ela me fala da sua felicidade da intensidade com que se sentiu amada! mulher privilegiada neste mundo de homens e mulheres de sentimentos deformados distorcidos pelo machismo mas ela exceção! teve um amor lindo correspondido que conseguiu sobrepujar os condicionamentos concretizando o que para muitos é apenas doce ilusão! ABELHA MULHER Dilercy Adler Eu fui sempre tal qual abelha operária que trabalha trabalha trabalha não ama não faz outra coisa só trabalha! vive no trabalho vive pelo trabalho que nem sempre ama que nem sempre quer! ó abelha rainha tão escondida tão encolhida tão espremida tão reprimida em mim te faz presente em minha vida! – 18 – REPÚDIO AO ESTUPRO Estupro violência maior pra com a mulher violência maior pra com o sexual violência maior pra com o bom do amor! estupro aberração maior do desejo menor encarnação do desamor do ódio em lampejos de sadismo e de horror! estupro a negação do afetivo na carne a negação da sedução no desejo a negação do sublime no sexo a negação do homem e da mulher seja ele concreto seja ele simbólico ...o meu repúdio! In: Crônicas e Poemas Róseos-Gris. São Luís: Estação Produções, 1991. – 19 – CÍRCULO DE FUEGO publica estos poemas por Día Internacional de la Mujer Trabajadora. 1909: De conformidad con una declaración del Partido Socialista de los Estados Unidos de América el día 28 de febrero se celebró en todos los Estados Unidos el primer Día Nacional de la Mujer, que éstas siguieron celebrando el último domingo de febrero hasta 1913. 1975 Coincidiendo con el Año Internacional de la Mujer, las Naciones Unidas celebraron el Día Internacional de la Mujer por primera vez, el 8 de marzo. http://www.un.org/es/events/womensday/history.shtml – 20 – Dilercy (Aragão) Adler. Nasceu em São Vicente Férrer/MA/Brasil, em 07/07/50. É Psicóloga-CEUB/DF, Doutora em Ciências PedagógicasICCP/CUBA, Mestre em Educação, Especialista em Pesquisa em Psicologia e Especialista em Sociologia. Publicou 12 livros de Poesia. Três livros acadêmicos, dois biográficos e um de história infantil. É organizadora da Exposição (poesia e fotografia-100 poemasposters de 61 poetas maranhenses). Organizou doze Antologias poéticas e tem participação em mais de cem antologias nacionais e internacionais. Já recebeu vários prêmios, troféus e menções honrosas por trabalhos poéticos e culturais. É Membro fundadora e Presidente da Academia Ludovicense de Letras - ALL, ocupando a Cadeira de nº 8. Titular da Cadeira Nº 1 do Instituto Histórico e Geográfico do Maranhão - IHGM. Presidente fundadora da Sociedade de Cultura Latina do Estado do Maranhão_ SCL-MA, Presidente da Sociedade de Cultura Latina do Brasil e Senadora da Cultura do Congresso da SCL do Brasil, Presidente do Capítulo Brasil da Academia Norteamericana de Literatura Moderna, Membro da União de Escritores Brasileiros RJ-UBE-RJ; Membro da Sociedade Brasileira de Médicos Escritores-Regional Maranhão-SOBRAMES-MA; Titular da cadeira nº 13, patronímica de Henrique Coelho Neto do Quadro II, de Membros Correspondentes da Academia Irajaense de Letras e Artes-AILA, Rio de Janeiro; Membro Correspondente da Academia de Letras Flor do Vale Ipaussu/São Paulo; Membro das Academias e instituições que seguem: Membro Correspondente da Academia de Letras de Teófilo Otoni, da Comissione di lettura Internazionale da Edizioni Universum, Trento/ Itália; da International Writers And Artists Association-OHIO/EUA; da Casa do Poeta do Rio de Janeiro; da Associação Profissional de Poetas e Escritores do Rio de Janeiro-APPERJ; da Associação dos Escritores do Amazonas-ASSEAM; Coordenadora Estadual no Maranhão do Proyecto Sur–Cuba; Representante da aBrace no Estado do Maranhão; Corresponsal Internacional da Sociedad Argentina de Letras, Artes y Ciencias - S.A.L.A.C. Representante no Brasil do Periódico Porta Dell Uomo- Itália. Socia y Miembro Correspondiente de la Unión de Escritores y Artistas de Tarija-Bolívia. Grado Honorífico de Embajadora Universal de la Cultura del Estado Plurinacional de Bolivia: Gobernacion del Departamento de Tarija; Honorable Concejo Municipal de Tarija, Univerdidad Autonoma “Juan M. Saracho”, Unión de Escritores y Artistas de Tarija (UEAT), Union Latinoamericana de Escritores (ULATE) en Reconocimiento a la Produción Literaria, Educativa y Artística. Membro e Laureada pela Divine Académie Française des Arts Lettres et Culture. Delegada Cultural em Maranhão-Brasil do Liceo Poético de Benidorm (Espanha) e Embaixadora do Círculo Universal dos Embaixadores da Paz. End: Av. Litorânea, nº 9 Ed. Roma Garden, Apto. 301. Calhau. São Luís/MA/Brasil. CEP: 65 071-377. E-mail: [email protected]. | Tel: (+ 055) 98 3246.2018 | (+55) 98 8826.5798 | (+ 55) 98 8161 2361 – 21 – Crónica de Dilercy (Aragâo) Adler. CÓMO CONOCÍ A GONÇALVES DÍAS EN CHILE Por Feliciano Mejía, desde el Perú, para los Tigres de Sâo Luis de Marânho. Hace buen tiempo que parece ayer, el poeta chileno Alfred Asís me invitó a recitarle poemas míos, al pie de su tumba, al poeta comunista y premio Nobel de Literatura Pablo Neruda, en Isla Negra, Valparaíso. Y es casi ayer cuando las turbinas de un avión a retropropulsión me dejó en el aeropuerto de Santiago de Chile. Sentí angustia. Pero ahí estaba el Tigre Azul de Alfredo Asís, con una sonrisa leve y su cabello largo y ondulado junto a su hermosa esposa Pola Beatriz Fuenzalida Muñoz, pero sin el gato, que a ese felino lo conocería después, frente a la casa de Pablo Neruda, en el castillo de madera nueva que tiene la pareja Asís-Fuenzalida. Y fui a Chile sin condiciones. No como cuando fui invitado a Corumbá, en el Mato Grosso del Brasil (que puse trabas como leer poemas en las prisiones, leer poemas a los ancianos, exponer pinturas de peruanos que llevaría, y patín y patatán; pero ésa es otra historia). Sin condiciones, a Chile, porque Pinochet ya había muerto y yo me había prometido nunca ir a Chile, desechando varias invitaciones, si Pinochet estaba vivo. Lo primero que me dijo Asís era que debíamos quedarnos en el aeropuerto unas 4 horas, pues a punta de las 11h45 de la noche llegaría otro avión trayendo a una poeta brasilera. Y yo le dije sí. Y Asís dijo sí. Y agregó que afuera esperaba el coche pues a Valparaíso teníamos unas tres horas de viaje. Y yo no dije ni sí ni no, sino que solté la carcajada. Y a eso de Oh40 a.m. de ese octubre invernal, entre el gentío apareció Dilercy Aragâo Adler, que venía de un sitio con nombre de durazno: Sâo Luis de Maranhâo, después de haber nacido, de pasada, en Sâo Vicente Ferrer. Y nos fuimos, bajo la luz naranja de la moderna autopista, charlando a risotadas. Y en silencios escasos del camino yo pensaba en los miles de chilenos masacrados por la dictadura, y en muchos internacionalistas asesinados. Y en el trabajo que había que realizar ahora en Isla Negra, Valparaíso y Viña del Mar. Trabajo que comenzaba con ayudar al lanzamiento de UN CANTO DE AMOR: Mil poemas a Pablo Neruda, el darles mi poesía a los niños y hombres bragados de la comunidad de El Quisco y al pueblo de Illapel, la Serena y los Vilos vía la TV que filmaría un equipo llegado y que ya nos esperaba. – 22 – Y todo se cumplió con la precisión esperada. A Neruda, frente a su tumba compartida con su esposa, le llevé el saludo del obrero peruano y el campesinado y su levantamiento en armas, desde 1980, vía su Partido Comunista del Perú. Y le grité frente al mar, fragmentos de mi poema JOOORRR: “(…)Jooorr. Es neblina de mi aliento este mi grito. Joorr. Ellos no sienten ni saben que yo bailo, canto y sufro humillado desde la Conquista por los españoles. Jooorr. Pero yo sigo danzando. Para mi danza necesito de tu canto. Sí. Canta y que resuenen tus poros; bola de espuma se aleja la noche arrinconándose en los roquedales, si cantas. Que tu palabra no se diluya entre las voces roncas y los gritos venidos de las tinieblas. Sácale a la madera sonidos y has entrechocar las rocas: de sus chispas saldrá el canto que tus niños y mujeres y hombres entristecidos escucharán porque será su propia voz oyéndola por sobre la candela y la amargura. Yo seguiré danzando: soy el Diablo y soy el Angel. Soy el demonio y el dios. Estoy más allá del bien y del mal. Danzo. Estoy con la justicia y soy justo. Jooor. Aparentemente solo y lleno de dulces colores me encubro. Los roquedales de maldades, – 23 – montaña de 400 años malos, de esta noche de 400 años, me quieren destruir. Pero yo danzo y me preservo. Nadie ha podido ni nadie podrá nada contra mí: me cuido y me cuidaré pues soy valioso. JJOOOOOORRR. (…)” Luego, en un descanso pensativo, de espaldas a la tumba, sin mirar la maravillosa casa de Neruda, apoyado en una ancla gigante, miraba sin ver, y veo que se acerca, vestida de lana cocho de vino, la poeta Dilercy Aragâo Adler, me mira con dulzura y en un susurro de su desenfadado “portuñol” me dice: Feliciano, ¿por no qué no publicamos en un libro nuestros poemas? Yo sentí de inmediato dentro de mí el rugido del PUMA. Creo que sí, le respondí, pero invitemos a que participe de la idea a Alfredo Asís. Le dije. Y pensé. De todas maneras, es una elemental cortesía, dado que me hizo llegar los boletos de avión, ida y vuelta, me alimenta y me cobija en una habitación con calefacción durante esta gira. Tres días nos pasamos buscándole el nombre a nuestro proyectado libro. Diez minutos le bastó a la poeta Aragâo Adler para decidir que la publicación la hiciéramos en Perú por ser “máis baratou”. Y nos metimos de lleno en la Antología de mil poemas para Neruda, que en papel resultaron dos ladrillos pesados como ladrillos. Yo, a Asís, ni a Dilercy, no les confesé en ese momento que ya no me gusta el papel, por ecología simple, los árboles que se tienen que triturar, por economía simple, los costos de compra y de envío a la otra punta del país o a la otra punta del mundo, por criterio concreto: ¿Qué prefieres, mil libros, o 30 millones de volúmenes repartidos por todo el mundo por la Internet? Bueno. El caso es que Afredo Asís, poeta de Isla Negra en Valparaíso, que vive frente a la puerta de la casa de Neruda, sigue como una locomotora continental. Ya hizo los mil poemas para Cesar Vallejo del Perú, genial poeta comunista, y siguió con otro poeta español y sigue con otro homenaje, mil poemas para un poeta boliviano, y acaba de terminar los Mil Poemas para José Martí, el gran poeta, ideólogo y guerrillero de Cuba. Dilercy Aragâo Adler, en un momento se acercó a nosotros, y mirando a Asís, nos preguntó, con voz tenue y afelpada, como pidiendo permiso: Y si hiciéramos mil poemas para un poeta del Brasil? Asís, sonrió, como suelen sonreír los mares en la espuma de sus olas y dijo: Siii. Y yo dije, claro. Pero sentí de nuevo al PUMA rugiendo en mi interior. – 24 – Vale la pena hacer una digresión con este asunto del PUMA. Citándonos, aunque sea indelicado, las líneas siguientes que aparecieron en la presentación de TINKUY, Amaro Ediciones, octubre 2011, Lima-Perú, pp 7-8: “Tinkuy es una voz runasimi, antigua lengua de los Incas (mal llamado quechua, vocablo nominando una altitud) que significa, grosso modo, ENCUENTRO. Pero su significación es mucho más importante que ello, porque el Tinkuy es una de las tres partes del tiempo circular andino y se lo simboliza con el PUMA. Las otras dos partes del círculo temporal es el Paikiki simbolizado por el SAPO y el Pachakuti representado por la SERPIENTE. Por eso los andinos decimos y pensamos y sentimos así: Sapo se come a Puma, Pumas se come a Serpiente y Serpiente se come a Sapo; y así, en espiral ascendente hasta la eternidad. El Sapo o Paikiki busca, encuentra y acumula fuerzas. El Tinkuy o Puma es el límite de acumulación de fuerzas y el “tocarse” de esas fuerzas a punto de chocar. Y el Pachakuti o Serpiente, que literalmente dice: tierra dándose vuelta sobre sí misma, es la explosión violenta del encuentro de fuerzas para luego pasar a otro estadio. Algo como la tésis-antítesis-síntesis del racionalismo europeo. Pero es más que ello, es otra cosa dentro de la filosofía propia de los Andes y como tal, pensamiento oriental.” Ver esculpido en piedras milenarias un sapo o un puma o una serpiente, es, para nosotros los andinos del Perú, un mensaje secreto y cifrado y lo sentimos como vibraciones internas, como cuando se hace ejercicios de respiración en el yoga. Dilercy comprendió en un instante la filosofía de LOS MIL POEMAS. Que escriba todo el mundo: niños, ancianos, cuasi analfabetos, hombres de cualquier profesión, escritores conocidos o no, poetas, consagrados o no. Ello es remover la esencia de todo ser humano para que extraiga poesía de la realidad. Porque la poesía no está en los libros, sino en la realidad concreta donde todos vivimos. Los artistas especializados, si llegan a perfeccionar sus instrumentos de trabajo logran aprehender la poesía de la realidad, como el microscopio a la miniatura. Así: el danzante o la ballerina, con el movimiento en su cuerpo, el teatrista con el subtexto, el novelista con el aura del suceso narrado, el pintor con el color, el escultor con el volumen, el músico con el sonido. Y el poeta ¿qué? Bueno, él no es sino un escritor especializado en fabricar un artefacto lingüístico llamado POEMA COMPUESTO DE LÍNEAS LLAMADAS VERSOS. Cuanto más perfecto y genial sea el dichoso instrumento del poeta llamado poema, más será posible al auditor o lector acceder a la poesía vislumbrada por el poeta en su realidad concreta dada. Es poema es como el reloj y la poesía sería el tiempo. Jamás diremos que – 25 – el tiempo es el reloj. Igualmente, jamás sostendremos que el poema es la poesía. Su problema es serio, pues la base de su instrumento es la palabra, que yo la denomino, instrumento sucio, pues la palabra se usa para escribir cualquier cosa: periódicos, publicidad, reportes policiales y un largo etcétera, contaminada por la gran limitante: Los idiomas. Ello no es problema para el músico, el escultor, la ballerina, el pintor. La genial narrativa puede ser traducida y si se traduce bien puede ayudarnos a vislumbrar la poesía donde generaron la obra. La poesía vislumbrada con un buen poema no puede ser traducida. Pueden traducirse los poemas, pero esos objetos artísticos, lingüísticos ya son otros. Bueno. Pero ello no es una limitante en el propio idioma. E incentivar a escribir poemas, aún a niños no especialistas, produce en el ser una conmoción de incalculables proporciones. A todo nivel. Enriquece y deslumbra. Y demuestra que todos podemos escribir poemas y podemos vehiculizar la poesía, porque todos vivimos en la realidad donde está la poesía. Y una vez conseguido el libro de poemas, ya en papel o la en la Internet, en mi concepto, se constituye en una arma de combate. Contra el oscurantismo y a favor de la luz. Si logramos que llegue a los más desposeídos. Antes de conocer a Dilercy Aragâo Adler no sabía ni me imaginaba de un autor valioso llamado Gonçalves Días. Cuando nos despedimos en Santiago de Chile burbujeaba en mi cabeza su nombre. Al poco tiempo, otro avión a retropropulsión a chorro la trajo a Lima. Porque ya era una realidad concreta nuestro libro de poemas TINKUY que hermanaba en la práctica los pueblos de Brasil y el Perú. Yo la llevé a que recitáramos nuestros poemas, y dejáramos una cuarentena de libros gratis para el público en la presentación del poemario, a la Casa-Museo JOSÉ CARLOS MARIÁTEGUI, antiguo hogar de uno de los más importantes sino el más importe ideólogo en la historia del Perú; y organizador de la clase obrera y el campesinado del Perú. A él le debemos la Confederación General de Trabajadores del Perú, la Confederación de Campesinos del Perú y la fundación del Partido Comunista del Perú. Es autor de muchas obras en la que destaca SIETE ENSAYOS DE INTERPRETACIÓN DE LA REALIDAD PERUANA. Con Aragâo, en el Rincón Rojo, una esquina de paredes tapizadas de seda en la que recibía Mariátegui a todo tipo de gente, por los años 30 del siglo pasado, ahí recitamos nuestros poemas. Y se fue, como un ave de luz. A seguir combatiendo para que se escribieran Mil Poemas para Gonçalves Días. Yo fui testigo de ese combate por medio del – 26 – mundo virtual. Al poco tiempo empezaron a sonar nombres de diferentes Tigres del Trueno, para lograr ese cometido. Y supe de una mujer que se llama Telma Bonifacio Dos Santos Reinaldo, que parece mi amiga aunque nunca la he visto. Y luego oí y sentí a Leopoldo Gil Dulcio Vaz. Otro Tigre, me dije. Y sentía que los Pumas se removían. Hasta que la cola de la Serpiente comenzó a asomar. Y vi que había dos “ladrillos” de poemas ya impresos lisos para ser presentados. Y vi que los tigres brasileños habían puesto los dos “ladrillos” de poemas en la Internet. Y me sentí casi feliz. No del todo, pues no podía bajarlo a mi computadora ni menos a mi Tablet, que es mi biblioteca, que puede cobijar 1600 obras y es del tamaño de una libreta de apuntes. Y vi que los Tigres brasileros motivados por Aragâo habían puesto a bailar al Instituto Histórico y Geográfico de Maranhâo, a la Federación de Academias de Letras de Maranhâo y a la Sociedad de Cultura Latina del Estado de Maranhâo, y a las ciudades de San Luis, Caixas y Guimaráes. Pero yo no estaba contento. Hasta ayer que me llegaron tres obras monumentales, en PDF, por la Internet. Ah, los hermanos brasileros. Todo lo hacen en exceso. Y en este caso el exceso vale como una carretillada de diamantes. Y me llegó el libro de los Mil Poemas, de 756 páginas, donde el pueblo brasilero y mundial rinde homenaje a su hombre de letras, y me llegó el libro de Alberico Carneiro de 183 páginas, que es un monumento poético a Gonçalves Días que Adler encontró; y me llegaron los trabajos de mucha gente brasilera sobre Gonçalves Días, con sus 437 páginas. Que me dan 1,376 páginas, si no me equivoco en sumar, que me envió en PDF, repito, el Tigre Leopoldo Gil Dulcio Vaz, y que bajé a mi lap top y que metí a mi Tablet y que ahora me acompaña por las calles y las ciudades del Perú, por los recovecos de los Andes por donde el trabajo me lleva. Ahora llevo a Goçalves Días conmigo. Y me da calor en las punas peruanas, y alegría en las avenidas polucionadas de las urbes. Parece que la Serpiente asoma la cabeza. La Serpiente que en nuestra lengua llamamos PACHAKUTI, que en esencia es transformación general y total. Y que los Pumas y los Sapos (que son los TINKUY y los PAIKIKI) deberán dormir. Que duerman. Porque estoy empezando a caminar con la compañía de Gonçalves Días. Ese hombre que empecé a conocer en Chile. Y que ahora va por el mundo. – 27 – Estoy feliz. Veo en los Andes, que van desde el caribe venezolano hasta el Estrecho de Magallanes en la punta sur de Chile, desde Lima hasta San Luis de Maranhâo y el Ceará, cruzando selvas y selvas, veo danzar a INKARRÍ, con sus campanillas de oro y su fuete de Serpientes Negras; danza que hace cinco siglos estábamos esperando. Y, aquí, Gonçalves, se sonríe. F.M. Ocongate, Perú, 25 de agosto de 2013. Y TODO LO DEBO A DILERCY (ARAGÂO) ADLER. Lima, 24 de febrero de 2017. – 28 –