especial centenário

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especial centenário
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agenda e notas
economia
automóveis
cultura
cidades
saúde
política
okids
multimídia
educação
mulher
gastronomia
especial centenário
integração
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beleza
dekassegui
perdido no japão
turismo
click
mundo oriental
j-music
animê
eventos
game
mangá
cosplay
tokusatsu
curiosidades
Um raro momento
Após anos de espera e muita divulgação, finalmente
as comemorações do Centenário da Imigração chegaram. E com muito louvor, diga-se de passagem.
Afinal, que comunidade realizou uma festividade tão
grande como a dos japoneses? Apesar de todos os
percalços e pormenores que as lideranças enfrentaram durante mais de cinco anos de planejamento, o
festejo será inesquecível. Especialmente para os nipodescendentes da geração mais antiga. Aqueles que
enfrentaram todo o tipo de dificuldade para chegar
a um país desconhecido e com aspectos culturais
tão antagônicos. Em muitos casos, o desespero e a
vontade de voltar ao Japão falaram mais alto, mas a
dedicação de um povo tão determinado fez com que
todos os problemas fossem superados.
Hoje já são mais de 1,5 milhão de nikkeis – ou cerca
de 1% da população brasileira. Não é pouca coisa.
Durante 100 anos, os japoneses deram uma contribuição mais que especial para o desenvolvimento do
Brasil, em áreas diversas, caso da tecnologia, agricultura, educação e esportes. Sem contar a gastronomia, que caiu no gosto dos brasileiros.
Olhando para trás, trata-se de uma história rica e
emocionante com resultados que certamente renderão mais frutos no futuro. E esse é justamente o
pensamento: o que será da comunidade daqui a 100
anos? Como os nikkeis, que hoje já estão na sexta
geração, contribuirão ainda mais para o País? São
esses questionamentos que a Mundo Ok quis desvendar. Seja através de entrevistas, caso do mentor
máximo das comemorações, Kokei Uehara, ou com
frases de artistas e outras personalidades, as respostas projetam um pouco do nosso futuro. Afinal, 100
anos de imigração é uma data para se comemorar,
sim. Mas também para refletirmos sobre o que somos, onde estamos e para onde vamos. Enfim, uma
data para ficar na história. Tanto agora quanto daqui
a mil anos.
Boa leitura
Capa:
Homenagem ao Centenário
Arte: Estúdio Onigiri - Diogo
Saito
Revista Mundo OK – Ano 1 – Número 5 • Diretores: Takashi Tikasawa e Marcelo Ikemori • Editores: Rodrigo Meikaru e David Denis Lobão • Chefe de Arte: César Gois •
Diagramação: Danielli Guedes e Sandro Hojo • Tradução: Clarissa Ribeiro • Redação: Daniel Verna, Daniela Giovanniello, David Denis Lobão, Eugenio Furbeta, Felipe Marcos,
Fernando Ávila de Lima, Layla Camillo, Leandro Cruz, Tom Marques, Túlipe Helena, Wilson Yuji Azuma • Correspondente no Japão: Fabio Seiti Tikazawa • Desenhista: Diogo Saito
• Assistente: Bianca Lucchesi • Revisão: Daniel Martini Madeira • Marketing: Leandro Cruz • Assistente de Marketing: Daniel Verna, Hideo Iwata, Nicolas Tavares • Gerente de
Comunicação: David Denis Lobão • Assessoria de Imprensa: Ida Telhada • Atendimento ao leitor: Michelle Hanate • Comercial: Clóvis Irie, Denis Kim, Fernando Ávila de Lima,
Hideki Tikasawa, Keico Ishigaki, Luciana Kusunoki, Luciana Mayumi, Marcelo Ikemori • Digital: Fabrizio Yamai
• Assistentes Digital: Felipe Marcos e Ulissis Massayuki • Administrativo: Suzana Sadatsune, Camila Yuka
Maeda • Planejamento: Karlos Kusunoki • Contato: [email protected] • A Revista Mundo OK
é uma publicação da Yamato Corporation. O Núcleo de Edição da ZN Editora se exime de quaisquer responsabilidades pelos anúncios veiculados, que são de responsabilidade única dos próprios anunciantes. Os artigos
assinados e as imagens publicadas são de responsabilidade civil e penal de seus autores com a prévia, devida
e expressa cessão de seus direitos autorais à Revista Mundo OK. Rua da Glória, 279 - 8° andar/ Conj. 84 • CEP
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agenda e notas
TECNOLOGIA
GANHANDO DE VIRADA
MÍSSEIS NA CORÉIA
Preocupado com a perda de tempo no trânsito, a Gennai Yanagisawa apresentou um
helicóptero de 75 kg, considerado o menor do
mundo. Equipado com dois rotores que giram
em direções contrárias, o helicóptero alcança
uma velocidade máxima de 50 quilômetros
por hora e custa US$ 58.250, equivalente a 98
mil reais. Desde o lançamento, a Gennai já comercializou cinco unidades no Japão e duas
nos Estados Unidos, além de ver sua criação
registrada no Livro Guiness dos Recordes.
O ex-jogador de futebol e atual comentarista esportivo Paulo Roberto Falcão ganhou “de virada” a
disputa com a Receita Federal. O fisco tentava cobrar
Imposto de Renda de Pessoa Física (IR) sobre os
rendimentos que Falcão recebeu em 1994, quando
atuou como técnico de futebol no Japão. Por maioria de votos, a Segunda Turma do Superior Tribunal
de Justiça deu provimento ao recurso do ex-técnico
para suspender a cobrança do tributo. Após dois votos favoráveis e um contrário à cobrança do imposto,
a ministra Eliana Calmon pediu vista. Ela apresentou
o voto no último dia 27 e acompanhou a divergência. O desempate coube ao juiz Carlos Mathias. Ele
também acompanhou a divergência inaugurada pelo
ministro Herman Benjamim, que ficou responsável
pela redação do acórdão
A Coréia do Norte disparou três mísseis navais
de curto alcance durante um aparente teste de
rotina de seu arsenal, de acordo com a agência
de notícias Yonhap, da vizinha Coréia do Sul. A
agência citou fontes para informar que a Coréia
do Norte testou três mísseis Stux, de fabricação soviética. O alcance dessas armas é de 45
quilômetros. Esta é a segunda vez este ano que
a Coréia do Norte testa mísseis de curto alcance
no oeste de seu território. As Coréias do Norte e
do Sul têm uma disputa fronteiriça na região. Um
funcionário do Ministério da Defesa da Coréia
do Sul afirmou que o lançamento de mísseis foi
parte de “um exercício regular para testar o comportamento dos projéteis”.
DESEMPREGO NO JAPÃO ACORDOS COM A ÁSIA
AQUECIMENTO GLOBAL
A taxa de desemprego entre japoneses subiu
para 4% em abril após os 3,8 do mês passado. Esta é a primeira vez em sete meses
que o nível de desempregados voltou a este
patamar. No total, cerca de 2,75 milhões de
japoneses ficaram desempregados, uma
elevação de 70 mil em comparação a 2007.
O governo japonês promete mudanças para
mudar o panorama, mas sem planos concretos a curto prazo.
A produção de arroz no Japão pode estar ameaçada. Devido ao aquecimento global, os produtores podem ver suas plantações reduzidas em
até 5% até 2050, de acordo com uma pesquisa
desenvolvida pelo Ministério do Meio Ambiente.
Na visão dos pesquisadores, a região oeste do
arquipélago, Shikoku e Kinki, e do norte, Kyushu,
são os locais mais vulneráveis; o relatório prevê
ainda que a temperatura aumentará em 2,8
graus dentro de 42 anos, e em 3,8 até o final do
século.
Os Estados Unidos continuará comprometido
com a Ásia não importa o que acontecer na
eleição presidencial norte-americana neste ano,
segundo o secretário de Defesa dos Estados Unidos, Robert Gates. Sua mensagem, dita em uma
conferência de autoridades de segurança e defesa da Ásia, aparentemente tinha como objetivo
reafirmar alianças e serviu como um comunicado de intenções à China após o crescimento
econômico e militar de Pequim nos últimos anos.
economia
O surgimento de um novo tributo às vésperas da comemoração da imigração japonesa
N
as vésperas do grandioso evento da comemoração da imigração japonesa no Brasil, surge
um grande debate no atual cenário político e
econômico acerca de um tributo semelhante à antiga
Contribuição Provisória sobre Movimentação Financeira (CPMF), extinta em dezembro de 2007, agora
denominada de Contribuição Social da Saúde (CSS).
A CSS, em tese, é um tributo que terá por finalidade
o incremento do aporte financeiro destinado ao financiamento dos programas voltados à saúde, diferentemente da CPMF, cuja arrecadação destinava-se
a outras finalidades governamentais.
Sua cobrança será de caráter permanente sobre todas as movimentações financeiras realizadas pelas
pessoas físicas e jurídicas, e possivelmente terá
como alíquota aplicável 0,1%, ao invés dos antigos
0,38%. A particularidade neste caso é que deverá
haver uma faixa de isenção na qual se inclui os assalariados com renda mensal inferior a R$ 3.080,00.
Todas essas definições estão sendo discutidas no
Congresso Nacional por meio do Projeto de Lei Complementar no. 306/08, que visa regulamentar a Emenda
Constitucional 29 de 13 de setembro de 2000.
A reação da sociedade em geral foi de total repúdio a
instituição de mais um tributo na já pesada estrutura
fiscal brasileira. Neste sentido, o presidente da Fiesp,
Paulo Skaf, afirmou ser inaceitável a criação de um
novo imposto no Brasil, país que, segundo ele, tem
uma das cargas tributárias mais altas do mundo.
Para Skaf, o governo tem de trabalhar com o valor
previsto no orçamento. Completou ainda que “se tivermos que aumentar R$ 5 bilhões, R$ 6 bilhões ou
R$ 7 bilhões no orçamento da saúde por ano, que
isso saia do orçamento (...) O governo federal arrecada R$ 600 bilhões por ano e tem que trabalhar
com esse valor”, disse.
A Fecomercio-SP (Federação do Comércio do Estado
de São Paulo, por sua vez também já se demonstrou
contrária à criação da contribuição e disse que fará
um apelo aos parlamentares para que se mantenham
em oposição ao tributo ou contribuições similares.
No entendimento do Instituto Brasileiro de Planejamento Tributário (IBPT), a carga tributária que as
empresas deverão suportar este ano deverá cair de
36,02%, em 2007, para 35,52% do Produto Interno
Bruto (PIB). O motivo é o fim da cobrança da CPMF,
ainda que considerando os aumentos das alíquotas
do Imposto sobre Operações Financeiras (IOF) e Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) para as
instituições financeiras
Deve-se destacar que é o primeiro movimento
retrógrado da carga tributária experimentado na
última década, e vem ao encontro do clamor da sociedade civil que não mais concorda com a manuten-
ção do atual sistema tributário. As reinvidicações
tomam por base argumentos sobre a necessidade
de redução dos gastos públicos e constantes recordes na arrecadação tributária, o que significa dizer
que o governo precisa empenhar maior esforço na
administração pública de suas receitas, de modo a
buscar maior eficiência da máquina governamental,
ao invés de criar subterfúgios de aumento da receita
através de novos tributos.
Na minha visão como especialista na matéria, entendo que os nossos parlamentares deveriam se sensibilizar com o atual momento de expansão da economia brasileira e do alto custo tributário que todos
nós absorvemos diariamente. Até mesmo porque
com o crescente desenvolvimento econômico experimentado nos últimos tempos, a receita tributária
também passa por um incremento substancial, o
que nos leva a conclusão de que o governo deveria
se preocupar com a melhoria da aplicação dos fundamentos da economia para financiar todas as necessidades públicas, inclusive a saúde, ao invés de adotar
alternativas mais cômodas e simplistas como a criação de novos tributos.
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automóveis
A hora de escolher o financiamento
Em alta no mercado, leasing representa 35% do total de veículos comercializadas
nos primeiros meses de 2008
Texto: Redação/ Fotos: Divulgação
O
primeiro trimestre de 2008 consolida o
Leasing como modalidade preferida pelos
consumidores para aquisição de veículos,
representando 35% do total comercializado no período, segundo levantamento da Anef (Associação Nacional das Empresas Financeiras das Montadoras).
O CDC (Crédito Direto ao Consumidor), que tradicionalmente esteve a frente do Leasing, representa 31%
das vendas, seguido pelo pagamento à vista (30%) e
pelo Consórcio (4%).
As carteiras de financiamento (CDC) e Leasing somam nestes primeiros três meses de 2008 R$ 120
bilhões de reais, o que representa um crescimento
de 43,9% em relação ao mesmo período do ano
passado, quando registravam R$ 83,4 bilhões. Se
avaliados separadamente, o saldo das operações de
financiamento aumentou 24,9%, passando de R$ 67
bilhões em março de 2007, para R$ 83,7 bilhões em
março deste ano. Já a carteira de Leasing pessoa
física cresceu 121,3%, de R$ 16,4 bilhões no primeiro
trimestre do ano passado, para R$ 36,6 bilhões no
mesmo período deste ano.
“O aumento do IOF no CDC, a partir de janeiro de
2008, foi um dos fatores preponderantes para o
grande crescimento do Leasing, que já vinha aumentando sua participação de mercado para pessoas físicas nos últimos anos”, destaca Luiz Montenegro, presidente da Anef.
A participação do leasing para pessoas físicas vem
crescendo também em comparação às pessoas jurídicas. Em 2007, a relação da carteira da modalidade
era de 42,8% para pessoa física e 57,2% para pessoa
jurídica. No primeiro trimestre de 2008, esta relação
passou para 47,4% para pessoa física e 52,6% para
pessoa jurídica.
Já os recursos liberados pelo Sistema Financeiro
Nacional para financiamento de veículos apresentou uma leve queda, de 1,65%, em relação aos três
primeiros meses de 2007, passando de R$ 14,89
bilhões para R$ 14,65 bilhões. Este resultado é reflexo da migração do consumidor do financiamento
para o Leasing.
Taxas de juros - As taxas de juros no mês se mantiveram estáveis, em 1,61% ao mês (21,13% a.a.),
se comparadas ao registrado em março de 2007.
O mesmo ocorre em relação a fevereiro deste ano,
quando os juros registravam o mesmo patamar. “Estes valores ainda são reflexo da crise na economia
mundial vista no início deste ano, quando as taxas
médias de juros ainda estavam em 19,42% ao ano
(dezembro de 2007)”, completa Montenegro.
O levantamento da Anef também aponta que os
consumidores continuam optando por planos de
financiamento mais longos. A média registrada
no período foi de 42 meses, frente a 39 meses no
primeiro trimestre de 2007. Já os planos máximos
oferecidos pelas empresas financeiras mostraram
pequena queda, igualando-se aos 72 meses vigentes
no mesmo período do ano passado.
Inadimplência - A inadimplência acima de 90
dias apresentou pequeno aumento em relação a
março de 2007, passando de 3,29% da carteira
de financiamentos, para 3,31%. “A inadimplência
ainda continua em patamares aceitáveis e abaixo
da média do mercado como um todo”, ressalta o
presidente da Anef.
cultura
Visita ao atelier de Jacy Takai
Mãe e mestre da cerâmica japonesa no Brasil
O
Texto e fotos: Wilson Azuma
ambiente do atelier de Jacy Takai é tranqüilo e familiar. No entra e sai de
alunos e assistentes, todos cumprimentam-na com beijinhos. Recebe-os
com carinho, para, em seguida, fazer recomendações. Freqüentemente,
prepara deliciosos sukiyakis e convida a turma para o almoço. É comum ouvi-la
contar histórias e anedotas. É o lado mãe desta mulher de 75 anos, que, por trás
do biótipo de uma típica senhora nikkei, esconde seu lado mestre. Com trabalhos
espalhados por todo o mundo, professora de um incontável número de artesãos
e artistas plásticos, ela é uma das grandes referências da cerâmica japonesa
tradicional em atividade no País.
Para Jacy, o segredo da arte que aprendeu, ao longo dos últimos 55 anos, com
professores japoneses, brasileiros e norte-americanos, está nos detalhes. Um
copo jamais deve ser concluído sem o assento da parte inferior. Da mesma forma,
não existe padrão único de chawans. Os potes para missoshiru, sukiyaki e arroz
têm tamanhos diferentes e características específicas. “Não pode
esquecer também da assinatura
do artista”, acrescenta.
A atenção ao detalhe está presente
em todas as etapas, desde a preparação da argila, passando pelos
processos de torno, acabamento,
pintura e esmaltagem, até chegar ao
forno. “Muito cuidado e observação
é importante”, ensina Jacy, que, em
seu atelier, recebe diariamente alunos e, em paralelo, comanda a produção própria.
Sexta filha de uma família de sete irmãos, ela nasceu em Marília, interior de São
Paulo. Aprendeu pintura desde a infância e, já na adolescência, começou a dar
aulas. Teve os primeiros contatos com a cerâmica em Presidente Prudente, para
onde mudou em seguida.
Há 15 anos, a oficina e escola de cerâmica fica no Alto da Lapa, de onde surgem verdadeiras preciosidades. Os objetos vão de pratos, copos e vasos a jarros,
bandejas e estátuas. A variedade de formas e técnicas, a criatividade, além do
acabamento impecável, são suas marcas registradas.
Ao levar em conta a disposição e alegria com que cumpre a tripla função de
artista-professora-vendedora, que ainda cultiva plantas no jardim, pratica ikebana
e encontra tempo para dar atenção a qualquer necessidade dos que a cerca,
Jacy tem energia de sobra para colocar o projeto em prática. “Seria algo em uma
cidade pequena do interior”, vislumbra. A idéia não é má.
cidades
Grupo Minbu dança há mais de 15 anos, educando os mais novos
Homenagem ao príncipe
E
ntre os grupos que se apresentam no Complexo Anhembi em junho, com a vinda do
tão esperado príncipe-herdeiro Naruhito ao
Brasil, estão as equipes coordenadas pelo casal
de professores Hiroshi e Toshie Kawazoe, de Ribeirão Pires.
Há 16 anos, eles começaram a reunir principalmente jovens, alunos do Nihongo-gakko
da associação local, para entrarem na dança.
“Começamos com o sara-odori (dança do prato)
de Nagasaki, que se apresentou em concursos
e eventos, como o Gueino-sai, no Bunkyo. Mas
ainda não tinha muitas crianças, e sentimos a
necessidade de educá-las, para a partir disso participarem mais da comunidade”, disse o issei.
Então, na preocupação de incluir no repertório
“estilos de dança mais dinâmicas, com tempo
mais acelerado”, resolveu-se acrescentar as
coreografias do Nanchu Soran, Yosakoi Soran, e
mais tarde o Akita Daikokumai. Formou-se então
o Grupo Minbu (que vem de “dança do povo”, as
danças folclóricas), de maioria adolescentes.
Para a apresentação do dia 21 de junho, Kawazoe
fez uma campanha de divulgação, conseguindo
reunir um total de 250 pessoas (sendo cerca de
30 pessoas da formação original, e a adesão de
mais nove entidades de várias cidades). Eles se
dividirão em 14 grupos para tomar toda a pista do
sambódromo em seus 500 metros de extensão.
Semanalmente, os ensaios em Ribeirão Pires
aconteceram na sede da associação, onde os
alunos da Oficina de Dança da Prefeitura e do
colégio São José também participaram. Por
isso, a equipe trará não só rostinhos orientais,
reforçando a integração de culturas. Fora isso, a
dupla tem ministrado orientações e apresentado
a coreografia para os participantes do Grupo Seishun de Osasco, Associação Cultural de Atibaia,
de Bragança Paulista e de Guatapará, Associação
Nipo-Brasileira de Mauá Pedreira, além da Acal
Juvenil e Ishin de São Paulo.
“O ritmo se acelerou, e eles melhoram cada vez
mais. São crianças desde 8 anos a adultos de 30
e pouco”, conta Kawazoe, entusiasmado ainda
pelo apoio do prefeito Clovis Volpi – que deve
acompanhar de perto as apresentações –, pelo
reconhecimento do trabalho e história da comunidade japonesa, muito participativa na cidade.
Localizada na região do Grande ABC paulista,
junto a Mata Atlântica, a cidade de Ribeirão
Pires possui cerca de 107 mil habitantes e
é considerada estância turística, a 40 km da
capital paulista. A comunidade é representada em grande parte pela Associação Cultural
Nipo-Brasileira de Ribeirão Pires, que realiza
muitas atividades durante o ano todo e acolhe
pelo menos metade das cerca de 300 famílias
nikkeis que ali moram.
Anualmente, o município comemora o Dia do
Haiku, em 21 de abril, quando muitos praticantes da poesia (maioria da terceira-idade
e principalmente de São Paulo) se orgulham
em visitar a pedra com inscrição do mestre
Nempuku Sato e participar de concurso.
O Nanchu Soran é uma dança baseada no ritmo e
movimentos do Yosakoi Soran. Originária de Hokkaido, é mais recente e surgiu num colégio, como
proposta de combate a segregação entre os alunos. “Essa dança faz com que os participantes
gastem energia e une força de grupo.”
Para que fosse ensinada fora do Japão, foi necessária a autorização da TV de Tokyo, que detém
seu direito. Embalados pela canção na voz do cantor Takio Ito, os dançarinos realizam os movimentos modernos e rápidos, com figurino que ajuda
no seu embelezamento. O coordenador explica
que o estilo que veio de lá sofreu alterações aqui
e sua duração aumentou de 3’33’’ para 4’16’’.
De acordo com a programação do dia 21, o
Minbu deverá se apresentar às 13h20 e voltar às
15h24 à avenida. Além da dança, Ribeirão também levará cerca de 40 pessoas para mostrar o
Kenko Taisô, uma ginástica rítmica que privilegia
o bem-estar da mente e do corpo, através de
alongamentos, ao lado de outros praticantes de
São Paulo, Registro e Mauá. Os horários são às
13h40 e 14h46.
Após meses de espera e esforço, os dançarinos
já sentem a proximidade do evento e se sentem
privilegiados. “Acho uma honra participar, porque
poucas pessoas poderão ver o príncipe [Naruhito]
de perto, ainda mais fazer essa homenagem”, diz
a líder Fabiana Yumiko Otsubo, 24 anos e que
treina danças folclóricas desde os 15. “É uma
experiência nova e única”, simplifica Alina Yukie
Handa, 15.
No segundo semestre, o Minbu participa ainda
do Festival do Japão, Tanabata Matsuri e outros
eventos que podem surgir. “Recusamos 15 propostas até agora, para nos concentrar [no Centenário], mas devemos voltar a partir de julho”,
justifica Hiroshi Kawazoe.
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saúde
Dicas simples para combater asma e
alergias respiratórias em tempos frios e
secos
Q
uem tem asma ou alergias respiratórias sabe muito bem. Basta o tempo ficar frio e seco para os
problemas se agravarem, pois aumenta a quantidade de poeiras suspensas no ar. Tomar alguns
cuidados básicos, no entanto, ajuda a minimizar os incômodos.
Os sintomas para quem sofre desses males, como coceiras, coriza, espirros e tosse, são semelhantes
aos de uma gripe. De acordo com a Organização Mundial da Saúde (OMS), entre 100 e 150 milhões de
pessoas têm asma no mundo.
A asma e a rinite são praticamente as mesmas doenças, com a diferença de que a primeira se manifesta nos pulmões e, a segunda, no nariz. São inflamações crônicas nas mucosas, que atingem as
cavidades nasais e os brônquios. Um ponto importante é detectar os agentes desencadeadores das
alergias, que podem ser desde pólen, fungos e ácaros, até poeira, perfumes e pêlos de animais.
Dra Yara Mello atribui aumento de casos a mudanças
do estilo de vida, hábitos “indoor” e poluição
Os problemas costumam afetar ainda mais as pessoas que vivem em áreas urbanas e em ambientes
internos. “São diversas as teorias que explicam o crescimento dos casos, como as mudanças no modo
de vida, os hábitos ‘indoor’ e o aumento de fatores agravantes, como poluição”, destaca a médica Yara
Arruda Marques Figueiredo Mello, responsável pelo Serviço de Alergia e Imunologia do Hospital Professor Edmundo Vasconcelos, em São Paulo.
Os tratamentos têm três focos: a prevenção, por meio de ambientes livres de agentes causadores da
doença e vacinas, principalmente para os alérgicos a ácaro; o combate às inflamações, geralmente
com a aplicação contínua de antiinflamatórios; e o controle de crises. Nesse último caso, consumam
ser usados broncodilatadores e antialérgicos.
A intensidade da doença varia de acordo com a pessoa. Muitos portadores não chegam a ter crises
sérias. A asma e a rinite são crônicas, mas podem ser tratadas adequadamente. Os medicamentos são
eficazes e seguros, e, somados a cuidados básicos, proporcionam aos pacientes uma vida tranqüila.
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política
Em Brasília, 500 mil origamis homenagearão
Centenário
Painel contará com dobraduras japonesas feitas
por políticos e comunidade
E
m São Paulo, as comemorações ganham um toque extra de cultura com a festividade no Sambódromo e no Complexo do Anhembi. Já em Brasília, serão os origamis que darão o tom das
comemorações. No começo de junho, o Grupo Parlamentar Brasil-Japão lançou na Câmara dos
Deputados o Movimento Origami do Centenário, com a presença de autoridades dos três poderes e do
embaixador daquele país, Ken Shimanouchi.
O movimento pretende construir um painel, chamado “Sonho Brasileiro”, com meio milhão de origamis,
para comemorar o centenário da imigração japonesa no Brasil. O painel vai retratar a bandeira do Brasil
e do Japão e ficará permanentemente exposto na Casa, a partir de novembro.
Durante a solenidade, todas as autoridades depositaram seus origamis em uma urna, inclusive o presidente da Câmara, Arlindo Chinaglia. Ele ressaltou, na ocasião, que o painel deverá ser a melhor contribuição que a instituição poderia dar, pois homenageia a cultura japonesa.
No Japão, o Movimento Origami do Centenário foi apresentado em Tóquio em um evento comemorativo do centenário da imigração japonesa, no último dia 24 de abril, com a presença do imperador
Akihito, da imperatriz Michiko, do príncipe Naruhito e do primeiro-ministro, Yasuo Fukuda.
Coordenação motora
O presidente do Grupo Parlamentar
Brasil-Japão, deputado Takayama
(PSC-PR), observou que o origami
eleva o nível de concentração e
melhora a coordenação motora. É
indicado por especialistas, segundo
o parlamentar, no combate ao estresse e para ajudar a quem tem
dificuldade com matemática. Os
ensinamentos da dobradura será
levado para as escolas públicas,
que receberão cartilhas explicativas com o passo-a-passo de alguns
modelos mais tradicionais de dobraduras. O movimento pretende ainda
demonstrar que essa arte pode ser
uma fonte de renda.
Para participar da construção do
painel no Brasil, qualquer pessoa deverá procurar uma das agências dos
bancos do Brasil, Real ou da Caixa
Econômica Federal e depositar suas
dobraduras em urnas instaladas em
local de fácil acesso. Também nos
aeroportos e nos correios é possível
participar da construção do painel.
No Japão, os interessados deverão
procurar uma das 57 unidades regionais da Junior Chamber Internacional (JCI). Mais informações
sobre os locais e envio eletrônico,
procurar o site:
www.origamidocentenario.com.br
13
okids
Histórias milenares para os pequenos
Cia. os Tios de Teatro encena peça com tradições japonesas e brasileiras
P
ara comemorar o elo entre Brasil e Japão no mês das comemorações do Centenário da Imigração, a Cia. Tios de Teatro promove
a união da cultura do Japão com o folclore indígena brasileiro no
espetáculo Histórias de Lá do Lado de Cá. A montagem mostra o que
há de comum entre os dois povos, mas, também apresenta a incongruência entre costumes. Histórias sobre sol, lua e estrelas que trazem
temas como amor, heroísmo e inveja, servem como base para a comparação.
O espetáculo inicia com um personagem cavando um buraco no chão.
No decorrer da peça o público entende que esse personagem está cavando o buraco para chegar no Japão, pois ele sabe que o caminho
mais curto entre dois pontos é a reta. Enquanto cava, outros personagens entram em cena e se interessarão pelo buraco e pelo personagem.
No decorrer, aparecem então elementos que fazem parte das narrativas
das lendas indígenas e japonesas. A idéia é redescobrir as mais belas
histórias, tanto indígenas brasileiras como japonesas e trazê-las para
o público.
Esta homenagem aos 100 anos de imigração conta com a participação
da uma equipe formada por nipo-descendentes e brasileiros. Com ampla experiência em teatro infantil, os integrantes da cia. já trabalharam
em espetáculos voltados ao público mirim.
Histórico
Pertencente à Cooperativa Paulista de Teatro, a Cia. os Tios é composta
por ex-integrantes da Cia. Burlantins, responsável pelas montagens de
Retiro dos Sonhos que falava da formação do Bom Retiro e da convivência entre os imigrantes das mais diversas etnias que formaram o bairro.
Além de “Retiro”, o grupo encenou ainda Casamento Suspeitoso, de
Ariano Suassuna, numa montagem que mesclava a arte circense com
a comédia Dell´arte e, também, ex-integrantes do Grupo Guardiões de
Sonhos, responsável pelas montagens de Ramayna – As Aventuras do
Príncipe Rama, uma ousada tradução para o público infanto-juvenil do
clássico da cultura indiana e do teatro de bonecos O País dos Dedos
Gordos, adaptação de uma história infantil de Rubem Alves.
Juntam-se aos Tios, atores de ascendências brasileira,, japonesa e
coreana , com formação nas mais variadas vertentes artísticas, entre
eles Juliana Morimoto, Beatriz Diaferia e Ricardo Oshiro, além da diretora convidada Andréa Kimura Prior e a descendente de coreanos
Lucy Han.
Local: Teatro Commune (Rua da
Consolação, 1218, São Paulo)
Site:http://www.espacorasa.art.
br/ciaostios
Preço(s): De R$ 10 a R$ 20.
Data(s): Entre 7 de junho e 27 de
julho de 2008.
Horário(s): Sábado e domingo, 16h.
Observações: Duração aproximada:
60 minutos.
100 anos
14 imigração japonesa.
da
Foto e arte: Wânia Galera
Em 18 de junho de 1908, chegaram ao porto de Santos 165 famílias de japoneses para
rabalharem nas fazendas de café. Enfrentaram as dificuldades do idioma, do clima, da religião
e dos costumes tão diferentes. Passados 100 anos, o Brasil possui o maior número
de descendentes fora do Japão, já na sexta geração (”rokussei”).
Estão integrados à cultura brasileira, contribuindo com o crescimento econômico
o desenvolvimento cultural de nosso país. É com muito orgulho que temos, entre nós, professores
e estudantes representantes dessa tão admirável colônia.
A vocês, queridos descendentes japoneses, nossa homenagem.
Colégio Notre Dame Rainha dos Apóstolos
Educação Infantil Ensino Fundamental Ensino Médio Período Integral
11 3321-0050
Rua Ouvidor Portugal, 607 - Cambuci - SP
www.notredame.org.br
multimídia
Reinventando o haikai
Almas incorpora recursos multimídia para renovar
a arte de Bashô
Texto: Wilson Azuma
U
m dos maiores haikaístas de todos os tempos, Bashô
pregava que era preciso aprender as regras e, depois,
jogá-las fora. Em outras palavras, acreditava que a poesia deveria ser mutante, de acordo com a individualidade do
artista e o tempo em que vive. O conceito encontrou no Brasil
dos modernistas, tropicalistas e imigrantes um refúgio sem
paralelos no mundo. Para ficar em alguns nomes, Haroldo de
Campos, Millôr Fernandes, Leminski e Guilherme de Almeida
embebedaram-se dessa forma de expressão. Um dos pioneiros da videoarte no Brasil, Almir Almas é, provavelmente,
quem leva o ensinamento ancestral mais a sério Em vez do
papel, porém, usa e abusa de diferentes mídias, incorporando
tecnologia e experiências performáticas contemporâneas ao
seu instigante namahaiku (literalmente, haikai ao vivo). Tudo
isso, sem esquecer da tradição e dos elementos clássicos,
que caracterizam as obras dos mestres japoneses.
O poeta teve o primeiro contato com os trabalhos de Bashô,
Buson, Issa e Shiki em meados dos anos 80. Autodidata,
aprendeu o idioma e visitou o Japão para pesquisar e capturar
imagens. A idéia era agregar a técnica da poesia - palavrascódigo, acaso, momento universal, natureza, três parágrafos
- e transferi-la para as telas. “Eu queria pegar o espírito do
haikai e criar imagens em vídeo. Mas, em vez da escrita, partia do que a câmera captava”, explica. O resultado do experimentalismo pode ser visto em obras como Cantos dos cantos
do mundo, de 1993, série na qual mulheres recolhem folhas
de outono em frente à famosa cúpula atingida pela bomba
atômica, em Hiroshima.
O namahaiku é uma evolução desses primeiros trabalhos. Se,
no começo, o haicai saía do papel para ganhar as telas, a partir de 2005, influenciado pelo cinema expandido, que altera a
condição passiva da platéia, Almas passou a agregar artistas multimídia, montar performances ao vivo e incentivar a
participação do público. Desde então, vj’s, dj’s, atores, especialistas em iluminação e qualquer um que tivesse algo a dizer
foram incorporados às obras.
Um de seus trabalhos mais emblemáticos dessa nova fase
é o espetáculo Cidades Mortais, apresentado em abril de
2007, durante a Virada Cultural, na capital paulista. Junto
com Cheli Urban e Daniel Seda, ele montou em pleno Vale do
Anhangabaú duas grandes torres de projeção em que eram
reproduzidas imagens em VT e ao vivo. “A media que coloco
tecnologia atual estou sendo pop. Por ser brasileiro tenho essa
liberdade de pegar o clássico e transformá-lo. Ao mesmo tempo, busco a tradição. Isso é próprio do japonês. Subverto, mas
com respeito”, define Almas.
Atualmente, alguns de seus trabalhos estão em exibição
no Sesc Paulista (av. Paulista, 119), onde acontece a exposição Tokyogaki, até o final de maio. Boa oportunidade para
conhecer um dos artistas influenciados pela cultura japonesa
mais emblemáticos da atualidade.
Apresentação na virada cultural
Pioneiro da videoarte subverte a poesia,
com respeito
O haikai
Poesia clássica do Japão, o
haicai é composto por três
linhas de cinco, sete e cinco
sílabas poéticas, respectivamente. É caracterizado pela
concisão e ausência de rimas.
Deve conter alguns elementos,
como referências à natureza e
às estações do ano, expressar o presente, negação da
primeira pessoa (eu) e uso
de palavras-código. Estruturado a partir do século XVI, é,
hoje, uma das manifestações
artísticas japonesas mais reconhecidas no Ocidente.
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16
educação
Leitura em alta entre os brasileiros
Pesquisa revela que média de leitura é de 4,7 livros
por ano. Jovens e mulheres lêem mais
O
brasileiro lê, em média, 4,7 livros por ano.
Este é um dos principais indicadores a que
chegou a pesquisa Retratos da Leitura no
Brasil, encomendada pelo Instituto Pró-Livro ao
Ibope Inteligência. O estudo constatou que somente a leitura de livros indicados pela escola, o
que inclui os didáticos, mas não só, chega a 3,4
livros per capita. A leitura feita por pessoas que não
estão mais na escola ficou em 1,3 livro por ano.
Em algumas regiões, esse número é ainda maior,
como é o caso do Sul, onde foram apurados 5,5
livros lidos por habitante/ano. Em seguida, vem a
região Sudeste (4,9), o Centro-Oeste (4,5), o Nordeste (4,2) o Norte (3,9). Os leitores lêem mais
nas grandes cidades (5,2 livros por habitante/ano)
do que nas pequenas localidades do interior (4,3
em municípios com menos de 10 mil habitantes).
A pesquisa também confirma que as mulheres
lêem mais que os homens - 5,3 contra 4,1 livros
Texto: Redação | Foto: Divulgação
por ano. Os jovens leitores ganham destaque na
pesquisa. O público entre 11 e 13 anos chega a
ler 8,6 livros por ano. De 5 a 10 anos, lêem 6,9 e
de 14 a 17 anos o volume é de 6,6 livros por ano.
Essa média sobe entre os que possuem maior escolaridade. Entre aqueles que possuem formação
superior, ela é de 8,3 livros/ano. Esse número é de
4,5 livros para quem tem ensino médio completo,
5 para quem cursou entre 5ª e 8ª série do ensino
fundamental e 3,7 para quem tem até a 4ª série.
A Retratos da Leitura no Brasil também constatou
que, apesar dessa média de leitura, os brasileiros
não compram muitos livros: 1,1 livro adquirido por
ano (as compras no mercado, por sinal, aparecem
empatadas com os empréstimos particulares no
quesito principal canal de acesso aos livros).
O Brasil possui 36 milhões de compradores de
livros e, entre eles, a média é de 5,9 livros exemplares adquiridos por ano.
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18
vitrine
mulher
Concurso Miss Tanabata Yukata
Conheça a rainha e as princesas do Festival das
Estrelas deste ano
Texto: David Denis Lobão | Fotos: Divulgação
O
“Festival das Estrelas – São Paulo Sendai Tanabata Matsuri” chega em 2008 a sua trigésima
edição como um dos maiores festivais de rua do país. Realizado todos os anos no bairro da Liberdade, em São Paulo, ele já cativou um público fiel que comparece ao evento pra prestigiar suas
atividades, como o desfile das vencedoras do concurso cultural Miss Tanabata-Yukata.
Neste ano a competição para eleger as meninas que representariam a festividade foi realizada na noite
do dia 7 de julho com um formato mais moderno, visando à potencialidade da cultura pop japonesa.
As competidoras além de desfilar com a Yukata, tradicional vestimenta usada no Japão desde a antiguidade até o dia de hoje; desfilaram também utilizando um cosplay, um dos grandes marcos da atual
cultura oriental.
Para a realização do Miss Tanabata-Yakata, a associação Miyagui Kenjinkai do Brasil, que tradicionalmente realiza o Festival das Estrelas, contou neste ano com o apoio da revista Mundo OK e da empresa
Yamato Comunicações e Eventos, que possui em seu portfolio a realização do Anime Friends, maior
convenção do continente americano de animê e mangá, os populares desenhos animados e quadrinhos
japoneses.
Uma das preocupações da Yamato e da Mundo OK para este ano foi manter o foco cultural do concurso.
Por este motivo, todas as inscrições foram feitas de forma gratuita, assim como a entrada no momento
da competição que também foi definida como totalmente grátis.
Organizado por Marcelo Ikemori (representando a revista Mundo OK) e David Denis Lobão e Monica
Nishioka (representando a Yamato Comunicações e Eventos), o Miss Tanabata-Yukata terminou com
um saldo positivo. Foram 27 candidatas desfilando para uma platéia de mais de 500 pessoas.
As vencedoras
A Miss Tanabata-Yakata foi Layla Carvalho.
Com 23 anos, a jovem canceriana adora corte
e costura e animekê. Totalmente ocidental, a jovem mostra a constante busca pela unificação
da cultura japonesa e valorização de todos que
gostam do mundo oriental, independente de sua
nacionalidade. Layla conquistou os jurados com
seu discurso.
Em segundo lugar ficou Loren Louro. Eleita
primeira-princesa, a paulistana tem 20 anos
e é do signo de câncer também. A estudante
mora na zona norte e curte esportes e trabalhos
manuais.
Em terceiro lugar ficou a carioca Thaís Jussim, que
veio pra São Paulo especialmente para participar do
evento. Cosplayer experiente que já chegou até a
representar o Brasil no Japão em 2007, ela tem no
cosplay seu maior ‘hobby’.
Em quarto lugar foi coroada Lucyana Reimão, com
29 anos, a escorpiana cativou os jurados com seu
belo cosplay do animê “Paradise Kiss”.
E por fim, Suzana Mayumi Sadatsume, foi coroada a
Miss Simpatia. A Nikkei ganhou após cativar os presentes com suas resposta sinceras e seu sorriso tímido.
Na próxima edição da revista Mundo OK você confere uma entrevista com Layla, a Miss Tanabata-Yukata e com Suzana, a Miss Simpatia.
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mulher
O preço da adaptação
O
s bravos e intrépidos japoneses imigrantes chegaram num país totalmente estranho para eles. O novo ambiente exigiu longo período
de adaptação para que a sobrevivência fosse possível e, o sucesso,
garantido. Cem anos depois, uma parcela de seus descendentes relatam
estar bem, mas muitos ainda sentem no corpo e na mente a influência de
ter antepassados que vieram do outro lado do mundo. Em alguns casos, isso
pode ser um problema. Com o auxílio de tecnologia e substâncias naturais, a
medicina ortomolecular ajuda a desvendar e corrigir esses desvios.
A diferença é que essa especialidade faz isso de modo personalizado. O conhecimento é aplicado na prevenção de doenças e na correção de problemas,
como obesidade, fadiga, exaustão e estresse emocional, além de promover
boa saúde e melhorar o desempenho de atletas. Uma de suas grandes
características é fornecer substâncias naturais para que o organismo possa
se adaptar às exigências do meio ambiente, com menor desgaste e mais
saúde. Esse princípio é muito útil na abordagem dos descendentes japoneses.
Parte do ajustamento ao novo país ocorreu pelo casamento de japoneses
com pessoas de outras origens, ou seja, o processo de miscigenação. A
adaptação biológica pura e simples também teve influência.
As origens, no entanto, permanecem vivas como nunca. Em outras palavras: o nikkei preservou algumas características biológicas e culturais dos
antepassados. É imprescindível que esse fato seja levado em conta tanto no
momento em que ele procura tratamento médico, quanto para suas necessidades específicas de prevenção.
Do ponto de vista cultural, herdou-se principalmente a disciplina, o que tem
aspectos positivos e negativos. O lado positivo é que o jovem japonês tende
a ser muito estudioso, firme e confiável, além de ter ótimo comportamento. Por outro lado, atender a essas características é uma grande carga de
responsabilidade, e muitos colocam expectativas bastante altas quanto ao
seu próprio desempenho. O resultado, em geral, é o estresse, que pode facilitar o aparecimento de diversas doenças.
Pesquisas indicam que, tanto a primeira geração de japoneses, quanto seus
descendentes, apresentam altos níveis de estresse mental, o que gera vários
desequilíbrios. São exemplos: mudanças nas taxas de açúcar circulante (disglicemias) e as alterações da pressão do sangue (hipertensão arterial) e do
trato gastrointestinal (dispepsias), que dificultam a digestão e o aproveitamento dos alimentos. Também pode gerar insônia, compulsão alimentar, irritação, isolamento social, mal-humor crônico e depressão.
E quanto às outras doenças? Todo povo tem características próprias em relação a enfermidades. Com o japonês não poderia ser diferente. Dados atuais
indicam que o Japão ainda é campeão mundial em casos de câncer gástrico
e tem o maior número de suicídios entre jovens. Aumentam de modo alarmante também os casos de obesidade e síndrome metabólica.
E com seus descendentes, o risco de contrair essas doenças é igual? Somos
resultado de nossa genética e da cultura em que vivemos. Tanto os genes,
quanto os hábitos herdados dos ancestrais, somados aos costumes de
quem vive no Brasil, têm grande influência no desenvolvimento de diversas
doenças. Não há como isolar este ou aquele fator, mas existe a certeza de
que essa combinação pode ser explosiva.
A alimentação, por exemplo. O japonês sempre valorizou a dieta saudável
e equilibrada. Muito peixe e verdura, pouca carne e gordura. Esse é um
dos motivos para que ele tenha uma das maiores expectativas de vida do
mundo.
Compare, agora, com a alimentação brasileira. Muito arroz feito com óleo e
sal, feijão e seus condimentos, carne de vaca, pão francês, e vários outros
alimentos que podem ser estranhos ao organismo japonês.
O resultado é que muitos descendentes desenvolveram problemas gástricos, assim como ganho de peso excessivo. Tudo isso é conseqüência do
aumento de peso corporal. Mesmo os que permaneceram se alimentando
preferencialmente peixe, se depararam com a contaminação por metais
pesados, como o mercúrio, que é um veneno para o organismo humano.
Outro problema é o consumo elevado de álcool. Durante a eliminação do
álcool do organismo, é formado um composto tóxico que na maioria das
pessoas é anulado por uma enzima que o próprio organismo fabrica. O metabolismo do japonês é deficiente dessa enzima, o que o deixa intolerante
até mesmo a pequenas doses. Os que teimam em ir contra a própria genética acabam por pagar o preço. Os efeitos colaterais são grandes - fortes
dores de cabeça, batedeira no coração, falta de ar, vermelhidão e mal estar
generalizado.
De modo semelhante, pode acontecer com o leite, que contém um tipo
de açúcar, a lactose, que também exige uma enzima para ser quebrada e
aproveitada pelo organismo. Muitos japoneses e descendentes têm esse
mecanismo deficiente. O resultado é que, ao ingerirem leite, apresentam
desconforto abdominal, dores de cabeça, gases, entre outros sintomas.
Muitos nikkeis praticam esportes, como, por exemplo, beisebol e tênis de
mesa. Essa preferência deve-se em parte à cultura e à constituição física,
que é de menor porte e com menor tendência ao ganho de massa muscular.
O japonês e seus descendentes souberam aproveitar a habilidade, a disciplina e a excelente técnica para compensar essa “desvantagem”. Novamente,
aqueles que não respeitam essas limitações, podem sofrer lesões sérias. Por
isso, é importante a orientação médica para não correr riscos.
Lembre-se também que os problemas nunca estão isolados. Como nossos
órgãos estão interconectados e, a nossa mente, ligada a todos eles, um
problema mal resolvido num determinado local irá, mais cedo ou mais tarde,
repercutir em várias outras áreas.
Por esses motivos, é importante que o descendente receba atenção diferenciada. É preciso considerar a herança genética, o contexto social e os
hábitos de vida de cada pessoa. É imprescindível que o médico, depois de
uma longa e boa conversa, conheça e respeite a individualidade.
No caso da medicina ortomolecular, o objetivo é desvendar como está o
funcionamento bioquímico dessa pessoa, com o auxílio da mais nova tecnologia. E, só então, é possível corrigir seu metabolismo por meio do uso
de substâncias naturais, como vitaminas, minerais, aminoácidos e ervas
medicinais. Esse deve ser o caminho para que o tratamento médico e a
prevenção sejam as melhores para cada pessoa, que é única e particular.
Hugo Yamashiro
Médico formado pela Universidade de
Taubaté, com estágio no Japão, em
2004, no hospital universitário de Yonago. Tem pós-graduação em prática
de medicina ortomolecular, acupuntura e nutrologia. Atualmente, cursa
pós-graduação em medicina psicossomática.
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ESPECIALIDADES
22
gastronomia
Pratos quentes ganham destaque em restaurantes japoneses
Características da própria cozinha oriental permitem a harmonização de
sabores, texturas e cores também em épocas de temperaturas mais amenas.
E
m se tratando da culinária japonesa, comida
leve nem sempre é sinônimo de calor e frescor.
As diferentes combinações de iguarias orientais, das clássicas às mais exóticas, são igualmente
aproveitadas em estações mais frias, como outono e
inverno, com pratos quentes.
É o que pode ser conferido no cardápio de restaurantes como o Noyoi, há nove anos na Vila Olímpia, que
possui opções de peixes e carnes grelhadas típicas
da cozinha oriental. As sugestões ficam por conta do
Filet Thai com legumes salteados (R$ 21,50); Lula
Salteada com cogumelos e vinho oriental (R$ 33);
Risoto de arroz de jasmin com curry e frango (R$ 15);
Salmão grelhado com shimeji sobre fatias de abacaxi
(R$ 45); Salmão grelhado com purê de batata com
wasabi e molho de ostra – foto (R$ 28,50); Tiras de
filet com shimeji e cebola sobre gohan (R$ 31).
No restaurante Kanji, com unidades em Moema
e Jardins, além dos tradicionais Tempurá (de legumes, R$ 20; camarão, R$ 35; ou misto, R$ 29)
e Yakissoba (carne, R$ 14; frango, R$ 23; frutos do
mar, R$ 18; e legumes, R$ 21). Entre as sugestões,
Salmão recheado com shimeji (R$ 29) ou com camarão (R$ 30); Filet de frango grelhado com molho
de agrião e risoto de pêra e nozes (R$ 26); Linguado
ao champagne recheado com shimeji, maçãs caramelizadas e arroz com ervas (R$ 30); Camarão com
frutas grelhadas e gengibre (R$ 33). Todos os pratos
incluem dois acompanhamentos à escolha (missoshiro, shiro gohan, yakimeshi, risoto de shimeji,
risoto de alho-poró, tofu à milanesa e salada caesar,
califórnia ou caprese).
Uma alternativa às clássicas iguarias orientais,
o nipo-peruano Shimo traz pratos diversificados,
como o Trio Peruano (três mini medalhões de filé mignon com três salsas peruanas – emulsão picante
de rocoto, salsa de aji, panca e salsa criolla - R$ 29);
Pescado arquipeño (filé de peixe branco com salsa
criolla, arroz verde peruano e chupe de camarones,
R$ 33); Salmão shimo (salmão grelhado com aspargos e camarão flambado acompanha espaguete ao
shimeji, R$ 31).
Com nova unidade em Moema, o Mori oferece
opções das mais simples, como o Lombo ao curry
(R$ 21,60) e o Champon (sopa tradicional japonesa,
preparada com macarrão lamen, legumes, frutos do
mar e kamaboko – massa de peixe prensada, R$
25,90); passando pelo exótico, como o Teppan de
lula com nirá (broto de alho japonês – R$ 26,40),
e chegando aos pratos vegetarianos, como o Teppan de tofu (R$ 16,20) e o Yakissoba vegetariano
(macarrão japonês frito, legumes, shitake, cubos de
tofu e gergelim, R$ 27,90).
Serviço
Noyoi
Kanji
Endereço: Alameda Lorena, 1.379,
Jardins – São Paulo – SP.
Telefone: (11) 3062-0585
Endereço: Rua Gomes de Carvalho,
1.165, Vila Olímpia – São Paulo – SP.
Telefone: (11) 3044-2643
Endereço: Rua Canário, 683, Moema –
São Paulo – SP.
Telefone: (11) 5055-1355
Shimo
Mori
Endereço: Rua Jerônimo da Veiga, 74,
Itaim Bibi – São Paulo – SP.
Telefone: (11) 3167-2222
Endereço: Rua Gaivota, 1.488,
Moema – São Paulo – SP.
Telefone: (11) 5532-0181
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especial centenário
Centenário de emoções
imigração japonesa
Brasil celebra marco histórico da
S
Texto: Wilson Azuma
audade, orgulho, respeito, lágrimas, admiração, empolgação. As emoções estarão à flor da pele no mês de junho. As celebrações pelo aniversário de 100 anos
da chegada dos japoneses ao Brasil tomarão conta de todo o País, e prometem
amolecer até os corações mais duros.
O centro das atenções dos festejos será o sambódromo do Anhembi, em São Paulo,
nos dias 21 e 22 de junho. Cerca de 25 mil pessoas devem preencher as arquibancadas
e a passarela. A ACCIJB (Associação para Comemoração do Centenário da Imigração Japonesa no Brasil) divulgou a programação, que tem como destaques o desfile,
shows e fogos de artifício. A presença do príncipe Naruhito está confirmada.
Os detalhes, porém, são mantidos em sigilo pela organização. “É segredo, mas com
certeza vai ser muito emocionante”, adianta o presidente da Sociedade Brasileira de
Cultura Japonesa e líder das atividades do centenário, Kokei Uehara. Ele, no entanto,
deixou escapar um desses mistérios.
A chegada da Tocha da Amizade, que saiu de Kobe no final de abril, deve ser um
momento especialmente marcante. O objeto, um globo terrestre, será conduzido até a
pira por pessoas carregando bandeiras de 130 países com os quais o Brasil tem relações diplomáticas. Ao final, durante o foguetório, todas as comunidades representadas
serão convidadas a se misturar na passarela, formando uma espécie de caldeirão étnico. “É para mostrar que os japoneses estão integrados a este País verdadeiramente
multicultural”, explica Uehara.
Mais festa
Rio de Janeiro, São Bernardo do Campo, Atibaia, Mogi das Cruzes, Santos, Florianópolis, Santa Fé do Sul, Recife, Bastos, Ourinhos, Araçatuba, Curitiba. Diversas cidades
irão homenagear a relação Brasil-Japão durante o mês.
Na data exata em que o navio Kasato Maru chegou em Santos, dia 18, o Congresso
Nacional organiza uma cerimônia, que terá a participação do príncipe Naruhito, em
Brasília (DF). O representante da família imperial irá também jantar com o presidente
Lula.
No estado com a segunda maior comunidade de nipo-descendentes, o Paraná, as cidades de Rolândia, Londrina e Maringá vão concentrar as atrações, também com a
presença do príncipe.
No dia 22, o Imin Center, de Rolândia, irá abrigar as principais atividades, com a
apresentação do Coral de Mil Vozes e a inauguração do monumento de 12 metros
construído pelo arquiteto Marcos Kenji Fujisawa.
Em solo nipônico, a cerimônia oficial já ocorreu. O hotel Okura, em Tóquio, recebeu
cerca de 400 pessoas, no dia 24 de abril. O imperador Akihito e a imperatriz Michiko
estavam entre os participantes.
Posteridade
Foram cinco anos de preparativos, incontáveis reuniões, debates calorosos e negociações das mais diversas.
A grande repercussão de uma data tão simbólica para os dois países reflete a importância da chegada do navio Kasato Maru, em 1908.
Em encontro recente, em Tóquio, o imperador Akihito disse a Uehara que sente orgulho pelo fato dos japoneses e seus descendentes terem honrado a bandeira do Sol
Nascente no Brasil. Esse reconhecimento mostra que a vinda dos imigrantes a uma
terra desconhecida não foi em vão. Cerca de 1,5 milhão de pessoas que têm essa
origem em comum estão aí para comprovar e comemorar no mês do centenário.
especial centenário
29
Kokei Uehara - O líder da festa
À
frente dos preparativos para as comemorações do centenário, o presidente da Sociedade Brasileira de Cultura
Japonesa, Kokei Uehara, vive a expectativa de presenciar a maior festa já realizada pelos nikkeis no País.
Okinawano, ele chegou ao Brasil em 1936, aos nove anos de idade. Como quase todo conterrâneo, trabalhou
na lavoura. Depois, mudou-se para São Paulo, onde estudou engenharia hidráulica na USP. Participou dos projetos das
hidrelétricas de Itaipu e Três Gargantas. Conquistou respeito também como professor universitário.
Ao aceitar o desafio de liderar os festejos do centenário, sua intenção era retribuir tudo o que conquistou ao longo da vida
em solo brasileiro. Esse sentimento fez com que o octogenário passasse os últimos cinco anos entre reuniões, telefonemas, encontros oficiais e eventos sem fim. Valeu a pena? Ele não tem dúvida de que sim.
formação desse Brasil multicultural?
Como
o senhor
tem sentido
a receptividade
em relação às
comemorações?
Há pouco, estava falando ao
telefone com uma pessoa de
Sergipe. O governador quer participar das festas em São Paulo e
em Brasília. Recebo carinho de todo
o Brasil. Isso mostra que o sacrifício
dos velhos imigrantes não foi em vão. O
sentimento é de gratidão. Tive honra de
conversar com o presidente Lula. Ele ficou emocionado. Em abril, falei em frente
ao imperador e duas vezes com o príncipe.
Todos reconhecem o valor dessa festa.
Por que é preciso celebrar?
São cinco os objetivos. O primeiro é
mostrar gratidão aos pioneiros. Segundo,
porque precisamos expressar isso à
sociedade brasileira, que recebeu os
japoneses de braços abertos. O terceiro ponto é aproveitar a ocasião
para melhorar a comunicação entre
os nikkeis. O quarto é aproximar os
povos dos dois países. O quinto,
e muito importante, é preservar
a cultura para fazer parte do
Brasil multicultural.
Quais foram as
contribuições
dos japoneses para a
Várias. O imigrante, por exemplo, conseguiu
mudar o hábito alimentar do País para melhor.
Antigamente, só eram servidas maçã e pêra à
mesa quando estávamos doentes. Mas, mais
do que isso, o imigrante contribuiu bastante na
área educacional. Isso faz com que os descendentes, hoje, ocupem cargos importantes em
todas as áreas.
Como se sente ao liderar a principal entidade nikkei do Brasil no ano da maior
festa já realizada pelos nipo-descendentes?
É uma grande honra. Fico emocionado e agradecido. Jamais passou pela minha cabeça participar de um trabalho como esse. Do pequeno
japonês ao pequeno brasileiro, passei sem ter
problemas. Fala-se a respeito da identidade.
Sou brasileiro nascido no Japão. Nunca tive
problemas com isso.
Sua raiz japonesa foi fundamental para
ter sucesso?
Minha família nunca permitiu que eu fizesse
bico. Queria que eu só estudasse. Quando passei no vestibular, minha vontade era fazer estágio. A idéia era ajudar, pois queria que meus
pais enviassem menos dinheiro. Recebi uma
carta de meu irmão. Ele dizia: “se a escola dá
chance de fazer arubaito (serviço temporário),
então não presta”. No fim da carta, ele disse
que eu estava proibido de trabalhar. Se tivesse
tempo livre, queria que eu me matriculasse
em aulas de piano, violino ou qualquer outra
coisa. A educação era prioridade.
Para os japoneses, como o senhor, mudar para um país tão diferente teve suas
conseqüências, não?
Se
puser
uma galinha
branca no meio
das vermelhas, ela
está morta. As pessoas
têm medo do desconhecido. A guerra atrapalhou
a convivência, mas guerra
é doença da humanidade. De
modo geral, o Brasil recebeu bem
os japoneses. Nasci no Japão e vim
com nove anos. Posso dizer que não
há lugar como aqui, que aceita a todos. Hoje, qualquer família tem preto,
branco, amarelo, vermelho, católico,
protestante. É diferente.
Quem será o nikkei daqui a 20, 30
anos?
Terá um significado diferente. Outro dia,
apareceu uma loirinha, que disse ser sansei. Perguntei a ela: por parte de quem? Ela
respondeu, em japonês: “do ojiichan (avô)”.
Vi que tinha orgulho ao dizer isso. Esse
sentimento é que vai ficar preservado.
Gente com a minha cara será encontrada em circo. Digo sempre aos jovens
que a cara não importa. O importante
é que aprendam a manter o legado
do imigrante, que é de ética, moral
e respeito. Mesmo que passem
por bobos, nunca percam a
dignidade. Acredito que
daqui a 100 anos ainda
teremos isso, mas
com cara
diferente.
30
especial centenário
Agenda
Prepare o coração para comemorar os 100 anos da imigração japonesa. Não esqueça de levar lenços.
Japão em São Bernardo do Campo
Culto aos antepassados
Solenidade Oficial
Apresentação da Esquadra de
Autodefesa do Japão
Homenagem à Colônia Japonesa de Santa Fé do Sul
Inauguração do Marco da Imigração
Sessão Solene em Florianópolis
Centenário em Ourinhos
Sessão Solene em Santo André
Inauguração do Parque Ondas 21
31 de maio a 8 de junho
Pavilhão Vera Cruz - Av. Lucas Nogueira Garcez, 756
São Bernardo do Campo - SP
(11) 4348-1000
6 a 8 de junho
Porto de Recife - Pça. Comunidade Luso-brasileira,
70
Recife – PE
(81) 9972-4961
Homenagem Especial aos Nikkeis de São Gotardo
7 de junho
ABCESG – Rod. MG 235, km 2
São Gotardo - MG
(34) 3671-1722
Homenagem aos Imigrantes
8 de junho
ACNBA - R. Antônio Florence, 235
Araçatuba – SP
(18) 3623-1634
Semana da Cultura Japonesa
16 de junho
Pq. Estadual Massairo Okamura – Av Historiador Rubens de Mendonça
Cuiabá – MT
(65) 3025-7491
17 de junho
Câmara Municipal - R. 10, 345, 1º andar
Santa Fé do Sul - SP
(17) 3631-9500
17 de junho
Câmara Municipal – R. Anita Garibaldi, 35
Florianópolis - SC
(48) 32254-8746
18 de junho
Teatro Municipal - Praça IV Centenário, 01
Santo André – SP
(11) 4433-0602
Sessão Solene em Florianópolis
13 a 22 de junho
Complexo Anhembi – Av. Olavo Fontoura, 1209
São Paulo - SP
(11) 3209-3875
18 de junho
Assembléia Legislativa – R. Dr. Jorge Luz Fontes,
310
Florianópolis – SP
(48) 3221.2500
Missa Budista e Cerimônia de Homenagens
Sessão Solene em Joinville
15 de junho
Centro Esportivo do Bunkyo – R. Dr. Campos Sales,
230
Mogi das Cruzes - SP
(11) 4791-2022
18 de junho
Câmara Municipal - Av. Hermann Augusto Lepper,
1100
Joinville – SP
(48) 32254-8746
18 de junho
Palácio do Itamaraty – Esplanada dos Ministérios,
bloco H
Brasília – DF
(61) 3411-9413
18 de junho
Acenba – Rua Adhemar de Barros, 466
Bastos – SP
(14) 3478-1209
18 de junho
AECO – R. Maranhão, 425
Ourinhos – SP
(14) 3322-1309
18 de junho
Plataforma do Emissário Submarino – Porto de
Santos
Santos – SP
(13) 3201-8000
Cerimônia em Homenagem aos Imigrantes
18 de junho
Praça Central
Araçatuba – SP
(18) 3623-1634
Homenagem ao Centenário
18 de junho
Câmara Municipal – R. Princesa Isabel, 410
Recife – PE
(81) 8773-5136
especial centenário
Evento Oficial em Campo Grande
Festa Oficial em São Paulo
IMIN 100 – Matsuri de Curitiba
Festa Oficial no Paraná
Semana da Cultura Japonesa em Atibaia
Celebração Oficial do Estado do Paraná
Missa em Homenagem a Imigrantes Falecidos
Kenroukai – Homenagem aos Idosos
18 de junho
Centro de Convenções Rubens Gil de Camillo – Pq. dos Poderes~
Campo Grande – MS
(67) 3324-4160
20 a 22 de junho
Parque Barigui – entre a BR-277 e a av. Manoel Ribas
Curitiba - SP
entre a BR-277 e a av. Manoel Riba
20 a 22 de junho
Centro de Convenções Brecheret – Al. Lucas Nogueira Garcez, 511
Atibaia – SP
(11) 4413-6371
21 de junho
Igreja da Candelária – Pç. Pio X
Rio de Janeiro - RJ
(21) 2240-4440
21 e 22 de junho
Complexo Anhembi - Av. Olavo Fontoura, 1209
São Paulo - SP
(11) 3209-3875
22 de junho
Parque Yumê
Rolândia - PR
(43) 3324-6418
23 de junho
Assembléia Legislativa – Praça Nossa Senhora Salete, s/nº
Curitiba – PR
(43) 3350-4074
28 de junho
ACNBA - R. Antônio Florence, 235
Araçatuba – SP
(18) 3623-1634
31
32
especial centenário
Nipo-diversidade - Ser nikkei ainda faz diferença?
Texto: Wilson Azuma
O
dia 18 de junho será especial para cerca de
1,5 milhão de pessoas ligadas a um episódio
ocorrido há 100 anos. Nessa mesma data,
em 1908, o navio Kasato Maru trouxe os primeiros
trabalhadores japoneses. Ultrapassando gerações
e contrariando prognósticos, o encontro de culturas
tão distintas resultou em diversidade. Issei, nissei,
sansei, yonsei, “nonsei”. Os nipo-descendentes do
século XXI estão a léguas de distância do estereótipo
do tintureiro e feirante. São cada vez mais misturados. Mesmo perdendo os traços, no entanto, para a
maioria ter sangue samurai ainda faz diferença.
Qual a semelhança possível entre uma apresentadora de programa infantil e um cantor pop-sertanejo?
Além de freqüentarem o mundo artístico, Geovanna
Tominaga e Maurício Miya têm um pé fincado no
Japão, e isso tem bastante significado para eles.
“Cresci aprendendo os costumes e tradições dentro
de casa. Não tive educação rígida, mas sempre me
foi cobrado esforço e dedicação em tudo o que me
propunha a fazer. Acho que isso influenciou positivamente meu trabalho”, explica Geovanna, que apresenta o programa TV Globinho.
Foi-se o tempo em que o rosto oriental não dava
Ibope. Nas antigas modas, o japonês só entrava
em cena quando era alvo de chacota. Para quem se
recorda, o refrão “eu e o Tanaka, tocando vaca”, da
música Os três boiadeiros, já provocou irritação em
muita gente. Maurício Miya foge dos estereótipos e
toca viola muito bem. No ano passado, lançou o cd
Ego em plena festa de peão de Barretos, a maior da
América Latina. Esconder o que lhe é mais evidente?
Nem pensar. “Sou brasileiro e nikkei, com muito orgulho”, ressalta.
Como eles, os descendentes não encontram mais
barreiras para ter sucesso e se impor como o que
realmente são: brasileiros, com o detalhe, muitas
vezes fundamental, de que trazem no gene as raízes
japonesas. Hoje, estão à vontade para exercer tal papel. Trata-se de uma grande conquista.
Estigma
Não muito tempo atrás havia quem ficasse abalado quando questionado se o coração batia mais forte
para a terra do sumô ou para a pátria de chuteiras. Crise de identidade.
A vida do imigrante não foi fácil. Caiu no conto do ouro em forma de grãos de café. Acreditou que
juntaria uma boa poupança nas colheitas para, em cinco ou dez anos, retornar à terra natal. Mas a crise
de 1929 e a Segunda Guerra Mundial foram cruéis. Decidiu ficar e ensinar às futuras gerações que o
Brasil seria o novo lar.
Sem o cordão umbilical que unia à terra dos antepassados, os filhos dos pioneiros saíram das colônias
e comunidades agrícolas para fazer a vida. Criados à moda japonesa em casa, fizeram aulas de oratória
e reforços de gramática para deixar de usar o “r” no lugar do “l”. Muitos sofreram preconceito. Paupérrimos, espalharam-se por diferentes regiões e profissões. Abriram pequenos negócios, estudaram e
formaram famílias.
Mesmo enfrentando adversidades, os nissei incorporavam características marcantes: determinação,
honestidade, respeito e perseverança. “A imagem do japonês passou a ser muito positiva”, analisa o
antropólogo Koichi Mori.
“Sou brasileiro e descendente de imigrantes, mas, algumas
vezes, me sinto mais japonês que os japoneses.”
Celio Amino – mágico e físico
---------------------------------------“Aprendi a ler e a escrever em casa. Quando entrei para o ginásio, tinha de caminhar cinco quilômetros para pegar transporte. Quando voltava, trabalhava à tarde
com hortaliças. Todos estudavam usando a luz de lampião de querosene.”
Alfredo Homma – pesquisador da Embrapa e neto do introdutor da juta na
Amazônia
--------------------------------------------------------“A disciplina que adquiri com a cultura japonesa predomina em meu dia-a-dia. Para
poder desenvolver meu trabalho na área jurídica é preciso atenção, concentração
e seriedade. Não somente nisso, mas em tudo que rege minha vida procuro fazer
com certa dosagem de disciplina. Uns chamam de ser ‘mala’, mas eu não vejo
dessa maneira.”
Patrícia Fujimoto – ex-dekassegui e estudante de direito em Londrina (PR)
--------------------------------------------------------“O Japão influencia no meu jeito de pensar, de ver as coisas como só os filhos japoneses tem.
Estive no Japão durante os três primeiros meses desse ano e pude observar como é fantástico
pelo respeito, ética e disciplina.”
Rafael Suzuki - piloto da fórmula 3 alemã
especial centenário
Tá na moda
O esforço quase hercúleo da segunda geração permitiu aos sucessores viverem a experiência brasileira
em toda plenitude. Livres de complexos e do sentimento de não pertencer a lugar algum, os sansei e
yonsei jogam-se sem medo no caldeirão cultural brasileiro.
O grau de miscigenação gira em torno de 50% - o número deve subir para 90% em poucas décadas.
Curiosamente, na medida em que perde as feições, o descendente do ano do centenário é receptivo à
cultura ancestral.
Uma grande diferença em relação aos anos de dificuldades é que as tradições não são repassadas
apenas pelos familiares. “Até a década 60, a cultura japonesa chegava pelo imigrante. Hoje, são vários
os canais, até pela internet”, lembra Koichi Mori.
Mangá, anime, j-pop, cinema, moda, língua, tecnologia, game, literatura. Naruto é o personagem de
desenho animado preferido das crianças. É possível tornar-se fiel da Seicho-no-ie pela televisão. Comer
peixe cru é normal. Exibir o kanji tatuado no corpo é bonito. Em outras palavras: ter olhinhos puxados
está na moda.
Dilema
O nikkei não é mais um peixe fora d’água, e sabe aproveitar essa nova condição. Não conhece tão bem
o idioma, não é freqüentador assíduo das atividades da comunidade e não tem a obrigação de lembrar
o nome da província natal do bisavô. Por outro lado, recebe de coração aberto as influências japonesas,
que são absorvidas pelos mais variados canais.
Os dilemas são diferentes da época dos pioneiros, e poucas vezes têm a ver com a origem étnica.
“Desde pequeno fui educado seguindo e respeitando a cultura de meus avós japoneses.
Isso fez com que eu empregue na vida prática grande parte do famoso espírito japonês,
o yamato damashii, excluindo-se a história da invencibilidade do Japão e a idolatria
pelo imperador.”
Ryoki Inoue – escritor que está no Guiness Book por ter publicado 1075 livros
--------------------------------------------------------“Sempre admirei a delicadeza das mulheres japonesas e, sempre que posso, tento
imitá-las para fazer bonito. Estar japonesa é um estilo de vida maravilhoso. No trabalho,
a paciência e a discrição são fundamentos nipônicos que tento sempre manter.”
Simone Katsuren – empresária, advogada e poetisa de Campo Grande (MS)
--------------------------------------------------------“A cultura japonesa está presente no cotidiano. Tem influência no convívio
familiar, na alimentação e, principalmente, na disciplina e rigidez de meus
trabalhos. Na arte, ao abordar questões como o cotidiano feminino, a vida
contemporânea e a metrópole, me aproximo do Japão, que exporta cultura
pop e explode em cores e movimentos.”
Sandra Hiromoto – artista plástica paranaense
--------------------------------------------------------“Ser oriental, mesmo mestiço, me dá vontade de sempre procurar
colocar algo do Oriente nos trabalhos, uma visão mais completa de
mundo.”
Maurício Kanno – jornalista, vegano e defensor dos direitos dos animais
33
Há quem defenda a tese de que ser nikkei nada mais
é do que alguém que vive a experiência de Japão.
Também fariam parte desse perfil os não-descendentes que, de alguma forma, possuam vínculos com o
arquipélago. Os cônjuges “gaijin” e os amantes de
literatura japonesa seriam dois exemplos. Pensar
dessa forma, leva a crer que a definição está longe
de ser extinta.
Mas há também quem não veja sentido em utilizar
o termo no mundo globalizado, onde as influências
podem vir de qualquer lugar e atingir as mais variadas pessoas. “Não utilizo mais a palavra”, conta a
historiadora Célia Sakurai, autora do livro Os japoneses. “Quando fala em nikkei, as pessoas pensam em
quem tem sangue japonês. Mas, na verdade, ele é
brasileiro. Existe um componente racista nisso, de
classificação pelo sangue. É preciso pensar a respeito, pois é algo perigoso”, explica.
Japão de cada um
O paradigma vem à tona em pleno ano da maior festa
nikkei de todos os tempos. Quase todos concordam
que é impossível classificar o nipo-descendente
como uma comunidade de pensamento coletivo
único, tal qual acontecia na época das colônias. Cada
um tomou o seu rumo.
No próximo dia 21, cerca de 25 mil pessoas estarão
no sambódromo do Anhembi, onde acontecem os
principais festejos do centenário da imigração. As
bandeirinhas em vermelho e branco irão tremular ao
lado das verde-amarelas. O príncipe Naruhito transmitirá a gratidão pelo fato dos filhos, netos, bisnetos
e tataranetos do Japão terem honrado o nome do
imperador no outro lado do mundo.
A maioria dos presentes terá olhos puxados. Os mais
velhos lembrarão dos sacrifícios a que se impuseram, da
infância no campo, das partidas de beisebol, das reuniões
nas colônias, da mudança para a cidade grande, do esforço para conseguir um diploma. Os mais novos mostrarão
respeito ao país dos antepassados, que chegou até eles
pela família ou pelo novo Japão, moderno, respeitado e
na moda. Outros, simplesmente irão ao palco do carnaval
para degustar as iguarias típicas na área de alimentação.
No século XXI, a nipo-diversidade se conecta com a
cultua ancestral de formas particulares. Esse vínculo, no
entanto, raramente passa em branco.
34
especial centenário
Histórias Centenárias
Uma questão de data
R
yo Fukumoto vivia em um sítio da cidade
de Takahashi, província de Okayama. A
família dedicava-se à cultura do bicho-daseda, mas o final da década de 20 não era uma
época próspera. Aos 19 anos, tinha duas opções:
o alistamento militar ou o Brasil.
Chegou a Lins, interior de São Paulo, com a irmã e
o cunhado. A vida era difícil. Chegou a pegar malária. Presenciou a queima de toneladas de café,
resultado da grave crise de 1929. “Não podia
fazer nada, só olhar”, lembra, com tristeza.
Ryo Fukumoto e seu
primeiro bisneto
Johnny Y. Fukumoto Hojo
A multiplicação dos
Miyashiro
O
s okinawanos eram em 325 do total de 781 imigrantes japoneses do navio Kasato Maru. Com idioma e costumes próprios, formavam um grupo à
parte na embarcação. Entre eles estava o jovem Ihachi
Miyashiro, de apenas 18 anos.
Mal desembarcou em Santos, em 18 de junho de 1908,
ele foi encaminhado com os patrícios à Hospedaria dos
Imigrantes, na capital paulista. Nove dias após a chegada, junto com outros 151, seguiu para a fazenda Canaã,
na região de Ribeirão Preto. Destino: a colheita de café.
“Segundo seu relato, as condições de vida eram péssimas, a comida, intragável. O regime de trabalho era
quase de escravidão”, conta um de seus netos, Rubens
Yonamine. Jovem e solteiro, em três meses ele fugiu.
Arrumou emprego de estivador em Santos. Nessa época,
casou com Kame Higa. Em 1915, trocou o porto por uma
plantação de hortaliças e legumes nos arredores. Mais
tarde, cultivou batatas em São Miguel Paulista até se estabelecer em São Paulo, onde seguiu na área agrícola.
Ihachi morreu em 1962. Antes, deixou oito filhos - Carmem, Tamico, Alice, Maria, Seiki, Luiz, Kiko e Seisim.
Se fosse vivo hoje, poderia curtir também os 12 netos,
23 bisnetos e quatro tataranetos, que totalizam seus 47
descendentes. Na família, há de tudo: economista, advogada, mecânico, bióloga, engenheira e até um tocador
de sanshim, instrumento típico de Okinawa. As tradições
ainda permanecem vivas.
Içami Tiba no divã
Psiquiatra, colunista, apresentador de tevê e autor de livros que já venderam mais de 2 milhões
de exemplares, Içami Tiba troca de lado e deita
no divã para falar sobre seu lado japonês.
Quais as marcas que o Japão deixou no
senhor?
Após quatro anos, mudou para a colônia São
João, nos arredores. Depois, rodou por várias fazendas até se estabelecer em Pompéia. Lá, casou
pela primeira vez. A relação terminou, mas teve
um filho. Da união com a segunda esposa nasceram outras cinco crianças.
Em 1963, ele chegou a Guarulhos, onde a família
abriu uma lavanderia. Aposentado, vive até hoje
na cidade vizinha à capital paulista, junto com um
dos filhos e a nora.
O próximo 18 de junho será especial. Nessa
data, que coincide com a data do centenário da
imigração, o senhor Fukumoto irá completar 99
anos. Como até hoje se considera japonês, porém,
para ele a contagem será de 100, pois na terra
dos ancestrais a contagem da idade é diferente.
A criança já nasce com um ano. Qual a mensagem que ele deixa para essa data? “Seja quem
for, nunca pratique uma atitude de que possa se
envergonhar”.
Acho que as mais importantes foram a responsabilidade e a disciplina. Meus pais eram bastante exigentes, queriam formar todos os filhos.
Diziam que tudo devia ser bem feito para não ter
que fazer duas vezes.
Assim como para muitos descendentes
de sua geração, o estudo era importante,
não?
Sim, mas tenho um currículo diferente da maioria dos nikkeis. Durante a aula, era uma fera.
Prestava atenção, perguntava. No recreio, era
um farrista. Mas sempre fui protegido pelas notas, que me autorizavam a ser abusado.
O que tem a dizer ao nikkei no ano do centenário?
Que se mantenha ético. Para isso, é preciso
dizer: eu quero, posso e devo. É um valor que
precisa ser preservado.
especial centenário
35
Personagens fundamentais
Perdidos nos trópicos
Artur Silveira da Mota
O Barão de Jaceguai, como depois ficou conhecido, foi à China em 1880 em missão
diplomática. No caminho de volta, passou por Yokohama, onde manteve contato com o
Ministério dos Negócios Estrangeiros. Foi o primeiro a tentar um tratado de comércio e
amizade com os japoneses.
A entrada em massa dos imigrantes aconteceu
a partir de 1908. Antes disso, porém, alguns
japoneses já perambulavam pelo Brasil.
Os primeiros provavelmente foram Tsudayu,
Gihei, Sahei e Tajuro. Eles chegaram a atual
Florianópolis, em 1803, meio por acaso. Após
o navio Wakamiya Maru sofrer um acidente
próximo a Tóquio, em 1793, eles ficaram sete
meses à deriva até serem salvos por ilhéus russos. Permaneceram por lá até conseguirem uma
carona, dez anos depois, para retornar ao Japão.
Antes disso, porém, fizeram uma longa viagem.
No meio do caminho fizeram a escala em Santa
Catarina.
Depois deles, há notícia de que Takeaki Enomoto
e mais oito conterrâneos aportaram no Rio de
Janeiro, em 1867. Eles faziam estágio na Holanda a mando do governo Tokugawa. No regresso,
ficaram 11 dias em solo brasileiro.
O caso mais inusitado, porém, é de Manji Takezawa. Não se sabe como ele chegou ao Brasil. Em
1888, ele fundou um circo imperial japonês. Realizou espetáculos na América do Sul. Conta a
lenda que chegou a dar aulas de jiu-jitsu para o
imperador D. Pedro II.
Carlos Botelho
O médico piracicabano Carlos José de Arruda Botelho foi secretário de Agricultura durante
o mandato do governador paulista Jorge Tibiriçá. Em 1907, ele assinou um acordo com a
empresa japonesa Empire Emigration Company, autorizando a entrada dos primeiros três
mil trabalhadores daquele país no Brasil. Em maio de 2008, foi homenageado em São
Miguel Arcanjo, onde um busto foi confeccionado por sua contribuição durante o processo
de imigração.
Ryo Mizuno
Após visitar o Brasil nos dois anos anteriores, Mizuno comandou a delegação japonesa do
navio Kasato Maru, em 1908. Presidente da empresa Kokoku Shokumin Kaisha, ele é tido
como um dos grandes incentivadores da vida dos imigrantes. Ele é o responsável por boa
parte das informações que existem hoje sobre os pioneiros.
Tadashi Nemoto
Em setembro de 1894, ele foi designado pelo governo japonês para estudar a situação do
Brasil e de outros países do continente americano. Visitou a Bahia, Rio de Janeiro, Minas
Gerais e São Paulo. No retorno, descreveu o País como promissor para a migração de
japoneses.
36
especial centenário
Em São Paulo, Semana Cultural espera mais de 100 mil pessoas
Evento trará atrações culturais do Brasil e do Japão
A
s comemorações do centenário da imigração japonesa
terão um brilho especial em São Paulo com um evento
que trará um panorama completo da cultura, das artes e
da tecnologia do Japão para o Brasil. A Semana Cultural BrasilJapão será realizada de 14 a 22 de junho, das 9h às 22h, no
Complexo Anhembi com entrada gratuita.
O evento oferece ao público uma oportunidade exclusiva de
conhecer e aprender um pouco da cultura japonesa com os
melhores profissionais brasileiros e japoneses. O evento busca
incentivar o intercâmbio cultural e será dividido em três partes
principais: Arte e Tradição do Japão, Workshops As Artes do
Japão e o Simpósio Brasil-Japão.
Em Arte e Tradição do Japão o público poderá prestigiar apresentações de danças folclóricas, musicais e teatrais no Grande
Auditório do Anhembi. Yamabuki Japanese Drum, Coral Guaçatom, Orquestra The Friends, Jazz Sinfônica com Mawaca e
Taiko Shô, Dança das espadas, Banda da Marinha Japonesa,
Hibiki Family e Concurso de Karaokê estão entre as principais atrações da Semana. O encerramento fica
por conta do World Cosplay Summit, o maior campeonato de cosplay do mundo, e show de Fernanda
Takai, que cantará clássicos da MPB em japonês, no Auditório Elis Regina.
Os workshops As Artes do Japão trarão diversas modalidades das artes japonesas mais próximas do
público. Por meio de mini-cursos e demonstrações realizados nas Salas de Apoio do Grande Auditório,
as pessoas poderão interagir com as artes do papel, do design e dos sabores ensinadas por renomados
profissionais, como a especialista em origami Mari Kanegae, o estilista japonês Kenzo e o criador Jum
Nakao, os chefs Adriano Kanashiro e Jun Sakamoto. Cursos de cerimônia do chá, indumentária cosplay,
kendô, massagens, figurinos e visagismo aplicados ao teatro e à dança, fotografias japonesas, bailado do
nô e muito mais também estarão disponíveis aos visitantes da Semana.
E no Simpósio Intercâmbio Brasil-Japão 2008, o público terá a oportunidade de participar de conferências
no Auditório Elis Regina sobre temas variados, como Infraestrutura, Nanotecnologia, Meio Ambiente e
Gás & Petróleo, ministradas por profissionais de destaque no cenário econômico brasileiro e japonês.
Haverá, também, uma exposição técnica de organizações do setor. Os interessados deverão pagar uma
taxa de inscrição. (Ver matéria nesta edição)
Além dessas atividades, em todo o Anhembi haverá exposições de manga, tanabatas, pipas de Ken
Yamazato, Grupo Moyashi’s com quadros em estilo contemporâneo sobre a cultura japonesa, ikebana
e origami. Destaque para a exposição inédita de bonecas do artista Yuki Atae e mostra tecnológica do
Japão com os robôs PaPeRo da NEC. Para completar o clima nipônico, será construído um jardim japonês
no local e uma ampla área de alimentação com muita comida típica. Há a expectativa que a Semana
Cultural Brasil-Japão receba cerca de 200 mil visitantes de todo o país nos 10 dias de evento.
PROGRAMAÇÃO
Grande Auditório
13 de Junho
20:00 Grande Premiere (apenas para convidados)
14 de Junho
09:00 Grupo Miwa-Kai (instrumentos japoneses)
10:10 ANBIM
11:50 Tottori Kasaodori (dança folclórica)
12:40 Festival de Danças Folclóricas
14:00 Associação Brasileira de Musica Clássica
Japonesa
15:20 Demonstração de Aikido
17:10 Yamabuki Japanese Drum
18:30 Dança de Salão
20:00 Orquestra The Friends - Música e Saudade
do Japão
15 de Junho
43° Festival de Musicas Folclóricas (Colonia Gueinousai)
16 de Junho
14:20 Coral Guaçatom
15:10 O Japão visto daqui com Camilo Carrara
16:20 Conservatório Lucia Kurokawa
17:20 Ensemble Vocal EKI
20:00 Jazz Sinfônica convida Mawaca e Taiko Shô
17 de Junho
13:30 Guin-Ken-shibu (Dança das espadas)
16:00 Festival de Okinawa
21:00 Mariko Nakahira
18 de Junho
12:20 Missa em Memória aos Imigrantes
18:00 Gagaku (música clássica japonesa)
18:40 Wadaiko sho Kinoshita
19:30 Esaki Toshiko e Ai Yazaki Show
21:00 Haku Hinode (UFPB)
37
especial centenário
19 de Junho
13:00 Coral Madrigal
13:50 Hanagayagui Ryu Kinryu-Kai
15:00 Banda da Marinha Japonesa
15:40 Brasil Kyodo minyo Kyoukai
18:10 Tambores do Japão Remmei
20:00 Balé Yuba
20 de Junho
12:00 Coro AUN da Argentina
12:40 Shamisen de Tsugaru
13:30 Yasukibushi Douthyu
15:00 Kagura (Dança dos Deuses)
18:00 Hibiki Family
20:00 Associação Wabunka
21 de Junho
UPK Paulistano
15:40 Intervalo Solenidade
22 de Junho
UPK Paulistano
Auditório Elis Regina
13 de Junho
08:00 Pré-Simpósio.
14:00 Inscrições e Cadastramentos
19:00 Coquetel do Centenário da
Imigração Japonesa
14 de Junho
08:20 Abertura Oficial.
10:00 Palestra de Abertura.
10:30 Relações Econômicas BrasilJapão.
14:00 Tecnologias em Meio Ambiente
de interesse bi-lateral.
16:30 Tecnologias de Gás e Petróleo no
Japão e Brasil.
18:30 Coquetel do Simpósio.
15 de Junho
08:00 Avanços Tecnológicos na área do
câncer no Japão e Brasil.
10:30 Avanços Tecnológicos na área da
cardiologia no Japão e Brasil.
14:00 O presente e o futuro da Nanotecnologia no Japão e Brasil.
16:30 Políticas habitacionais no Japão
e Brasil.
19:00 Palestra especial Lean Production.
20:00 Banquete.
16 de Junho
08:00 Tecnologias em Obras de Infra estrutura no Japão e Brasil.
10:30 Reformas Universitárias no Japão
e Política de pesquisa no Brasil.
14:00 Qualidade de vida. Experiência
japonesa e brasileira.
16:30 Diabetes- Uma epidemia mundial
no Japão e Brasil.
19:30 Happy Hour na Feira.
17 de Junho
08:00 Pós Simpósio.
08:30 Pantanal e Amazônia.
10:30 Outros palestrantes
convidados.
14:00 Outros palestrantes
convidados.
16:30 Outros palestrantes
convidados.
19 de Junho
13:30 às 14:30
Nitsu Intercambio Cultural
Brasil Japão
20 de Junho
12:30 às 15:00
Fujio Minyo Shisetsudan
21 de Junho
19:00 às 23:00
WCS 2008 Etapa JBC Brasil
- World Cosplay Summit
22 de Junho
20:00 às 21:30
Fernanda Takai Show de Encerramento da
Semana
Serviço:
Semana Cultural Brasil-Japão
Local: Centro de Convenções do
Anhembi e Auditório Elis Regina/
São Paulo
Data: 14 a 22 de Junho de 2008
Horário: das 9h às 22h
38
especial centenário
A
Um brinde ao futuro
o longo deste ano, em que é comemorado o centenário da imigração, muito tem sido dito sobre
a nossa cultura e os nossos costumes introduzidos no Brasil com a vinda dos primeiros imigrantes
japoneses.
Nem tampouco poderiam deixar de ser lembradas
a determinação, a força de trabalho, a honestidade, a
humildade e a lealdade quando se fala da comunidade
Nikkei.
E nem poderia ser diferente! Afinal, são essas as primeiras características identificadas pelos brasileiros quando
se fala do imigrante japonês.
Mas, eu gostaria de expressar aqui meu respeito aos
pioneiros e minha esperança nos jovens descendentes, que formam a maior comunidade japonesa fora do
Japão.
Os imigrantes deixaram para trás um país destroçado
pela guerra e mergulhado em grave crise econômica.
Encontraram aqui uma Nação jovem, promissora e ansiosa por desenvolvimento.
Cem anos depois, os jovens descendentes encontram
um país em um ciclo de crescimento, buscando solidificar seus fundamentos econômicos e se integrando ao
restante do mundo desenvolvido.
Muito ainda falta, é verdade!
A educação, principal suporte do crescimento, está
sendo ampliada para a inclusão de grandes parcelas da
população.
Os investimentos necessários para ampliação dos diversos segmentos econômicos geradores de renda e de
emprego com conseqüente expansão do mercado consumidor, ainda são pequenos, mas estão aumentando.
Apesar das dificuldades, estamos lutando e perseverando, assim como fizeram os pioneiros da imigração.
O Japão, nesses cem anos, cresceu e se modernizou.
Fruto da feliz combinação de trabalho, maciços inves-
investimentos em infra-estrutura e inovação e ênfase
na educação, a pátria deixada para trás é hoje a segunda potência econômica da terra, com um PIB
gigantesco e uma das maiores rendas per capita do
mundo.
No Brasil, a vocação empreendedora dos japoneses é
revelada pelas inúmeras empresas fundadas pelos imigrantes japoneses. Jovens talentos empresariais são
encontrados em diversos segmentos da economia.
Na política e na gestão pública, nas universidades e
nos centros de pesquisas, nos poderes da república e
nas mais diferentes instituições brasileiras são muitos
os descendentes que glorificam e honram seus antepassados. Tudo isso sem falar no talento artístico de
alguns, mundialmente conhecidos pela beleza de suas
obras.
Em cada família Nikkei há, com certeza, lindas histórias
e grandes exemplos de superação pessoal, de luta e de
sucesso. Com certeza, todas as famílias nikkeis têm
muito do que se orgulhar!
Japoneses e brasileiros há cem anos cultivam o ideal
de transformar o Brasil em um país com adequada redistribuição de renda e altos índices de desenvolvimento.
Enfim, em um país mais justo e igualitário.
A nós, que comemoramos hoje o centenário da nossa
imigração, cabe a responsabilidade de dar o exemplo
de trabalho duro para preparar o caminho para as
gerações futuras, como fizeram para nós os nossos
antepassados.
Se nesse Centenário os pioneiros devem ser reverenciados pela bravura, devemos erguer também um brinde
ao futuro, cujas gerações terão o dever de preservar o
honroso legado deixado por nossos avós.
William Woo, 39 anos, engenheiro, é deputado
federal pelo PSDB-SP
Sashimi de carpa
H
oje dei início a um exercício simples chamado “olhar para dentro”.
Este “olhar para dentro” tem a façanha de enxergar muito mais do que
os olhos vêem. Por meio dessa prática é possível olhar com a alma e
ver toda a trajetória de um povo numa terra desconhecida que hoje se tornou
o lar de mais de um milhão de japoneses natos e um número incalculável de
descendentes.
Tenho muito orgulho de participar da comemoração do centenário da Imigração Japonesa no Brasil. Orgulho por reconhecer que somos um povo que durante todas essas décadas conseguimos nos integrar à sociedade brasileira
de forma harmoniosa e pacífica e, ao mesmo tempo, manter nossa cultura vida e punjante.
Fico emocionado ao saber que conosco nas comemorações do centenário estará Naruhito, o príncipe-herdeiro do
Japão, representando a Família Imperial Japonesa. É uma honra para nós japoneses e seus descendentes termos
um representante da mais alta estirpe do Japão nesta ocasião. A presença do príncipe fortalece os lados de amizade
dos nossos povos. Ainda neste exercício de “olhar para dentro” consigo sentir a ansiedade e a esperança daqueles
especial centenário
Homenagens e novas perspectivas
H
á pelo menos dois anos, a comunidade nipo-brasileira se prepara para o Centenário da Imigração Japonesa. Trata-se de
um momento muito importante para todos nós, afinal, após
cem anos de luta, colhemos os frutos plantados com paciência,
esmero e determinação pelos nossos ancestrais.
Olhamos para o passado com orgulho. Os primeiros imigrantes superaram obstáculos, escreveram uma história de glória e deixaram
grandes legados, que vão desde a preservação dos princípios morais, como ética, honestidade e integridade, até a transferência de
tecnologia. Sem dúvida, neste Centenário, devemos agradecer a
todos os imigrantes, com sinceridade. Eles merecem as mais belas
homenagens.Mas 2008 vai além das festividades. Este é o ano das
oportunidades. O marco dos cem anos tem sido um ótimo motivo para Brasil e Japão se aproximarem e
aquecerem suas relações bilateriais, sobretudo, na área econômica.
Este semestre, estive duas vezes no Japão: uma em missão oficial com o presidente da Câmara, Arlindo
Chinaglia (PT/SP), e outra representando o Grupo Parlamentar Brasil-Japão. Nas duas viagens, os japoneses
deixaram visível o interesse pelo etanol brasileiro, e o desejo de implantar o trem de alta velocidade no Brasil
(trem-bala). A apresentação do shinkansen já foi feita ao governo brasileiro, que tem visto a tecnologia
japonesa com bons olhos.
Por outro lado, o Brasil tem aproveitado o aquecimento da amizade para retomar alguns assuntos delicados,
como a instalação de uma fábrica de semicondutores (chips) para a TV Digital. Quando o presidente Lula
assinou o contrato adotando o padrão japonês para a implantação da TV Digital no País, em 2006, selou-se o
acordo de o Japão instalar a fábrica, formar mão-de-obra especializada e criar condições que viabilizassem a
implantação da tecnologia no Brasil. Em abril, o Japão sinalizou com a perspectiva de concretizar o projeto.
Outro assunto é a assinatura de acordos de cooperação bilateral, que podem beneficiar nossos dekasseguis.
O presidente do Grupo Parlamentar Japão-Brasil, deputado federal Taro Aso, ressaltou que o acordo previdenciário pode ser firmado ainda este ano, depois de seis anos de negociação. Os demais acordos, o
educacional e os das áreas judiciárias cível e penal, ainda estão em andamento, mas contam com o apoio
de parlamentares japoneses.
Com certeza, o Centenário da Imigração Japonesa será memorável, não só pelas comemorações, mas por
tudo o que conquistaremos para o Brasil e para os dekasseguis a partir de agora. É muito bom saber que os
próximos cem anos começarão com o pé direito. Espero que possamos escrever uma história de progresso
e sucesso tão singular como fizeram nossos pais e avós.
Walter Ihoshi
Deputado Federal (DEM/SP)
primeiros imigrantes que chegaram no porto de Santos
em 1908, a bordo do Kasato Maru. Naquela ocasião,
apesar de todas as dificuldades, um “casamento” se
consolidava. O Brasil precisava de mão-de-obra estrangeira para as lavouras de café e o Japão passava por
um grande período de crescimento populacional, sem
conseguir gerar empregos para toda a população.
Muitas dificuldades foram enfrentadas pelos primeiros
imigrantes, em especial, durante a Segunda Grande
Guerra quando centenas de famílias que habitavam o
Litoral de São Paulo foram retiradas de suas terras e recolocadas no Interior de São Paulo, devido ao fato do Brasil e
Japão estarem em posições opostas durante o conflito.
Atualmente, o Brasil é o país com a maior quantidade de
japoneses fora do Japão. Plenamente integrados à cultura brasileira, contribuem com o crescimento econômico e desenvolvimento cultural do país. Os japoneses
trouxeram junto com a vontade de trabalhar, sua arte,
costumes, língua, crenças e conhecimentos técnicos.
Juntos com outros imigrantes como portugueses, italianos, espanhóis, árabes, chineses, alemães e muitos
outros povos, os japoneses estão totalmente adaptados a este leque multicultural chamado Brasil.
E para finalizar, dou a última olhada através da alma e
lembro que aquele momento histórico da II Guerra
Mundial ocorrida na primeira metade do século XX
teve uma conseqüência muito benéfica: acarretou uma
aglomeração de imigrantes na cidade de Bastos/SP,
município com a maior população de origem japonesa,
proporcionalmente, de todo Brasil. Graças a esta característica seus moradores são o exemplo da integração das duas culturas. E foram além: são os únicos do
Brasil a produzir a iguaria “sashimi de carpa” que requer
um minucioso preparo para ser degustada. Um prato de
fazer inveja ao paladar brasileiro e japonês.
Vereador Ushitaro Kamia - [email protected]
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especial centenário
Miss Centenário Brasil-Japão é de Mogi das Cruzes
Karina Eiko Nakahara, de 26 anos, foi eleita a
nikkei mais bonita no fim de maio
C
Texto: Cíntia Yamashiro | Fotos: Divulgação
om direito a transmissão pelo programa Amaury Jr. Show, da Rede TV!, e a presença de
milhares de pessoas que foram até o Ginásio do Ibirapuera, em São Paulo, numa noite de
sábado, a bancária Karina Eiko Nakahara, 26, foi eleita a Miss Centenário Brasil-Japão em
concurso realizado no dia 17 de maio. Natural de Mogi das Cruzes (SP), ela foi selecionada como
representante do Alto do Tietê, na etapa paulista das classificatórias. Recém-formada em odontologia, Karina tem 1,75m de altura, pesa 56kg e estampa um sorriso perfeito no rosto.
Não é a toa, já que ela é formada em Odontologia. E além de Karina, o concurso premiou também
outras quatro concorrentes, nesta ordem crescente: a paranaense Natalia Miura Catrochio, 17; a
paulistana Juliana Midori Higa, 18; a gaúcha Tsuellen Harumi Assanuma, 25; e Laís Higashi, 16,
também do Paraná. Mas não foi fácil decidir quem seria escolhida como a mais bela. As 20 candidatas que chegaram à final demonstraram graça e simpatia aos jurados, desfilando primeiro com
roupas inspiradas em mangá e animê e depois, com vestido de gala.
Entre as concorrentes havia também candidatas do Rio de Janeiro, Distrito Federal, Paraíba, Pernambuco, Minas Gerais, Pará, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Santa Catarina, Rondônia e Pará.
As meninas, entre 15 e 27 anos, eram todas descendentes de japoneses, e chegaram à
final após serem classificadas em concursos regionais.
Karina, neta de japoneses por parte de pai e com mãe brasileira, recebeu a coroa e
a faixa da ex-Miss Brasil Nathália Guimarães, que também foi jurada do concurso.
Outras personalidades presentes na festa foram os apresentadores Kendi Yamai,
Sabrina Sato, Amaury Jr., a primeira-dama do Estado Mônica Serra, o cartunista
do centenário Maurício de Souza e os músicos do KLB. Como Miss Centenário
Brasil-Japão, Karina tem como compromisso freqüentar os eventos oficiais da
comemoração, simbolizando a amizade entre os dois países.
Trabalho e eventos
Com o triunfo, a bela foi contemplada ainda com um carro 0km e uma viagem a
Punta del Este, no Uruguai, com todas as despesas pagas. Em entrevista à revista
Mundo Ok, duas semanas após a final, ela já sentia a mudança
na sua rotina, e tem se esforçado para
conciliar o trabalho com os eventos.
“Continuo trabalhando porque não
posso parar, né. Tenho ido muito a
São Paulo, e como muitos eventos
são à noite, vou direto do banco. É
uma correria, mas está sendo
bem legal”, afirmou.
A tiracolo, sempre tem alguém
para acompanhá-la: a mãe, o pai, o
irmão ou o namorado, Rodrigo. Com
contrato de um ano, Karina continuará representada como miss mesmo
após o auge das comemorações, que é o
mês de junho – daí já num ritmo mais calmo.
Notícia em São Paulo e em todo o resto do País pela conquista, a
simpática Karina Nakahara é congratulada especialmente em sua cidade.
“Em Mogi está sendo muito divulgado na mídia local, e as pessoas me
parabenizam pela conquista. Estou muito feliz”, reflete. E apesar de já ter
sido procurada para investir na carreira de modelo, ela prefere não tratar do assunto agora. “Tenho até propostas, mas por enquanto não pensei nisso. Pretendo
continuar como dentista, que foi o que eu estudei.” Eleita como um dos símbolos dos
cem anos de imigração, a nikkei vê as comemorações como “importantes na divulgação da cultura e para valorização do passado – não só pelos japoneses –, principalmente por suas conquistas, suas lutas e seu trabalho”.
especial centenário
Amaury Jr, D.Celina, Ossamu Matsuo e Kendi Yamai juntos com as vencedoras. Abaixo, o desfile das concorrentes
Amaury Jr, princesas, Kendi Yamai e com a Miss Centenário Karina Nakahara, a Miss Natália Guimarães
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integração
100 anos de paixão pelo sucesso
O
CNA Liberdade, que há 28 anos faz parte da comunidade, homenageia os
100 anos da imigração japonesa.
Neste meio tempo, a escola vem participando do dia-a-dia da região, ensinando inglês e espanhol para todas as idades e através de eventos para a comunidade.
Eventos como colônia de férias para seus 991 alunos e oficinas de reciclagem
(para alunos e para a comunidade) são apenas alguns exemplos dessa interação.
Além disso, parcerias com instituições de ensino e empresas do bairro também
fortalecem os vínculos com a comunidade japonesa.
Uma comunidade que faz história há 100 anos e influencia toda a cultura da cidade
de São Paulo, como a maior concentração de imigrantes japoneses no Brasil.
Não à toa, o bairro é ponto de referência e de turismo, recebendo visitantes de
todas as partes. Membros da comunidade também são notórios viajantes, e não
só para seu país de origem.
CNA Liberdade
Endereço: Av. Liberdade, 851
Fones: (11) 3208-0177 / 0257 / 0770
e-Mail: [email protected]
Site: www.cna.com.br/liberdade
Assim, depois da língua japonesa, o inglês é o idioma mais procurado, falado
em todo o mundo, seguido do espanhol.
Quer saber como escolher a escola de idiomas certa para você? Confira as
dicas a seguir.
Em primeiro lugar, procure por escolas de uma rede reconhecida no mercado. Indicações de amigos também são super importantes.
Converse com o coordenador pedagógico da escola em que pretende estudar, conheça o material didático, faça um verdadeiro tour pela escola para
conhecer as salas de aula, o laboratório, a área de convivência. Ambiente e
infra-estrutura influenciam muito na qualidade do aprendizado.
Procure conhecer também o método de ensino. Atualmente, aulas longas,
burocráticas e chatas estão ultrapassadas e a conversação é importante
para agilizar o seu aprendizado. Afinal, o que você mais quer é sair falando
inglês e espanhol, certo?
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beleza
YAKULT: Biotecnologia à serviço da saúde e beleza
N
o Japão, após anos de pesquisa, o Dr.
MINORU SHIROTA, especialista em Medicina Preventiva da Universidade de Kyoto, conseguiu selecionar um tipo de lactobacilo
altamente resistente denominado Lactobacillus
casei Shirota.
Iniciou-se então, a partir de lactobacilos vivos
selecionados, o desenvolvimento do “Leite Fermentado Yakult”, mais conhecido popularmente
como YAKULT.
Em 1935, no Japão, a Yakult Honsha iniciou suas
atividades de fabricação e vendas de produtos
alimentícios.
Como o desejo de propagar mais saúde para o
mundo, a Yakult atravessou fronteiras e chegou
ao Brasil em 1968, iniciando a construção de
sua primeira fábrica em São Bernardo do Campo
- SP, sob a supervisão de técnicos japoneses,
sendo os produtos comercializados através de
revendedoras autônomas.
Hoje, passados 40 anos, a Yakult brasileira
mantém sua filosofia de fabricar produtos 100%
naturais, no firme propósito de contribuir com a
saúde das pessoas, através da Ciência da vida.
YAKULT COSMETICS : A origem
Ao desenvolver ao longo dos anos os Lactobacillus Casei Shirota, ativo lácteo contido no leite
fermentado Yakult (pioneiro mundial nos anos
30), a equipe dos laboratórios da empresa, no
Japão, percebe que as mulheres que trabalhavam na produção do leite fermentado tinham as
mãos macias e sedosas. Essa descoberta levou
os pesquisadores à identificação de uma substância muito parecida com fatores de hidratação
naturais da pele (NMF), originando o desenvolvimento dos cosméticos. Afinal, se os lactobaccilus faziam bem para a saúde interna (intestino),
também fariam bem externamente para a pele.
O equilíbrio entre a Beleza Interna e a Beleza Externa revelou a geração de cosméticos iniciada
pelo exclusivo Complexo S.E.® oferecidos
pela Yakult Cosmetics. Há oito anos no Brasil, a
marca ampliou a série de ativos biotecnológicos
fermentados do leite que passaram a influenciar
na cosmecêutica, destacando-se com ingredientes como o Hialuronato de Sódio e o Dual
Moist Balance – DMB (associação dos ácidos
glicólico e lácteo). Tais ingredientes compõem e
potencializam as propriedades hidratantes das
recém lançadas linhas Revecy-BR e Ski Essence
SP- Profissional, ambas para tratamento da pele
facial.
Oportunidade de Negócios como
CONSULTORA DE BELEZA :
No Brasil, o principal canal de distribuição da
empresa é o de Vendas Diretas (porta-a –porta),
através de Consultoras(es) de Beleza, que revendem os produtos diretamente aos seus contatos e consumidores finais, com boa margem de
desconto.
Para se tornar um(a)Consultor(a) de Beleza Yakult
Cosmetics e ingressar na atividade de revenda
dos produtos, a(o) interessada(o) deve revelar
um perfil de pessoa comunicativa, que gosta de
se relacionar com pessoas e ser empreendedor.
Não há necessidade de experiência anterior,
pois a nova Consultora de Beleza irá receber
treinamento, dicas de vendas e o acompanhamento de uma Promotora de Negócios. Para
iniciar a atividade, basta entrar em contato com
o serviço de atendimento da empresa (0800131260) ou visitar o site : www.yakultcosmetics.
com.br e efetuar o cadastro tornando-se uma
Consultora de Beleza da marca.
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dekassegui
Mais serviços bancários aos
brasileiros no Japão
Itaú reforça presença no Japão com inauguração de
subagência em Toyohashi
O
Banco Itaú comemora três anos em
solo japonês com mais um passo para a
consolidação da sua estratégia de internacionalização. De olho no promissor mercado
asiático, desde o mês passado a instituição oferece aos clientes do Japão mais um ponto de
atendimento no país. Sua primeira subagência
acaba de ser inaugurada em Aichi, na cidade
de Toyohashi, região onde residem aproximadamente 35 mil brasileiros. Com a novidade, os
clientes terão à disposição produtos e serviços,
entre eles remessas, contas poupança e opções de investimentos.
A nova subagência funcionará de segunda a
sábado, das 9h às 15h, no endereço Aichi-ken
Toyohashi-shi Mukayama Oike-cho 18-12 e oferecerá aos brasileiros a facilidade de solicitar a
abertura de uma conta no Itaú Brasil, realizar
remessas de recursos para o exterior, efetuar
Concentração de brasileiros chega a 35 mil em
Toyohashi
efetuar transferências e investimentos, entre
outras operações. Os clientes no Japão também terão acesso ao Itaú Bankline (www.itau.
co.jp) e Itaú Bankfone (0120-4828-58) para
informações sobre os serviços oferecidos no
novo ponto de atendimento.
A inauguração da subagência em Toyohashi é
mais um capítulo de uma história que começou a
ser contada no Japão há mais de três anos, com a
inauguração da agência do Banco Itaú em Tóquio
em 2004 e está em linha com o compromisso do
banco em facilitar o acesso aos produtos e serviços para os clientes brasileiros que vivem na
terra do Sol nascente.
Somente no Japão vivem mais de 280 mil
brasileiros que enviam cerca de US$ 2 bilhões
todos os anos ao Brasil, segundo dados do BID
(Banco Interamericano de Desenvolvimento).
Com os investimentos na região, os clientes que
estão no Japão conseguem realizar operações
bancárias 24 horas por dia, 7 dias por semana
por meio dos canais de atendimento.
dekassegui
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perdido no japão
Sumimasen, Pega Ladrão!
O Japão é um país inserido num sistema sem grandes desigualdades sociais, graças a isso a violência e a criminalidade no país beiram a zero. Era o
que eu pensava quando cheguei aqui...
Quando vim para cá, achei que os únicos problemas que teria que enfrentar
seriam os desastres naturais (terremotos, vendavais e cia. Ltda.), o clima (inverno frio como uma geleira e verão quente feito um forno) e a comida (tudo
meio adocicado e o que tem que ser doce, de fato não é). Uma das últimas
coisas que pensei que pudesse acontecer comigo aqui era ser furtado. Pois
é, aconteceu.
Na verdade, isso ocorreu poucos dias depois que cheguei na cidade de
Hamamatsu, mas como já era quase a data do Golden Week, tive que enviar
primeiro a matéria falando do feriadão, pois caso contrário, deixaria de ser
uma “matéria quente”, como diriam meus amigos jornalistas. Pois bem,
segue agora a “matéria fria” relatando a fria em que eu me meti.
Todos sabem que um dos meios de transporte mais usados pelos japoneses
é a bicicleta, por ser um meio econômico, ecológico e seguro, já que existem
ciclovias na maioria das avenidas principais e os condutores dos automóveis
respeitam e dão a preferência aos ciclistas. Assim sendo, também adotei
uma para agilizar minha locomoção. Porém, antes mesmo de me familiarizar
com meu novo veículo de duas rodas, alguém a pegou emprestada, sem
pedir e por tempo indeterminado. Foi só o tempo de eu dar uma voltinha pela
cidade, conhecer um depato aqui, uma lan house ali...Cerca de duas horas.
Quando voltei, a bicicleta já não estava mais onde a havia deixado. Nem
o super cadeado de código comprado numa dessas lojinhas de 100yen intimidou o malfeitor. Pra piorar, quando fui dar queixa na polícia, ainda tive
que ouvir o seguinte conselho: “Tome cuidado com seus pertences por aqui,
sabe como é, nessa cidade tem muito brasileiro e peruano...” Minha nossa,
olha só a imagem que os brasileiros tem aqui! Relembrando a clássica frase
do ilustre Boris Casoy, isso é uma vergonha! E não é para menos que o
policial me deu essa dica, pois grande parte dos casos de furto e roubo
que acontecem na região de Shizuoka são praticados por estrangeiros de
origem latina.
Aos poucos, vi que essa desconfiança em relação aos brasileiros está presente em toda a cidade, enquanto em Gunma eu era uma “atração turística”
para os habitantes, que viviam me
perguntando sobre o Brasil, aqui
percebo que muitos me olham com
um pé atrás. Mas não os culpo, é o
poder da marca, devido a essa minoria de energúmenos que mancharam
a imagem dos brasileiros em algumas
partes do Japão, todos pagam.
E aqui termino o relato de uma experiência bem inesperada e desagradável que me ocorreu por esses dias
aqui no Japão. Penso, contudo, que toda experiência é válida para o nosso
processo constante de aprendizagem, afinal, se tudo fosse perfeito e sem
contratempos, não ia ter a menor graça! Está começando a esquentar e mal
posso esperar para contar minhas aventuras de verão aqui no Japão (Ok,
não era para rimar...).
Gambarimasu!
Jya mata.
* Fabio Seiti Tikazawa é publicitário, aprendiz de dekassegui, aspirante
a redator e utiliza dois cadeados e uma corrente de ferro para prender a
bicicleta.
turismo
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Em busca dos japoneses
O
Brasil quer mais turistas, em especial do Japão. Com essa
meta a ser cumprida, e com intuito de prestar homenagens
aos descendentes no ano do Centenário da Imigração, a
ministra do Turismo, Marta Suplicy, assinou no dia 30 de abril, juntamente com o presidente do Instituto Rosa Okubo, Mário Massao,
o termo de cooperação para conferir a medalha do Mérito do Turismo do Centenário da Imigração Japonesa do Brasil. Trata-se de um
prêmio a ser conferido a japoneses e descendentes que se inscreverem
por meio de monografia, a ser avaliada por historiadores e julgada por
notório saber; além de buscar marcos e contribuições de pessoas
que tornaram Brasil e Japão nações mais próximas e solidárias.
Animada com o termo de cooperação, Suplicy disse que com a instituição da medalhe se estabeleceu um processo de reconhecimento
público das pessoas que tiveram destaque no fortalecimento das
relações entre os dois países. Refletindo sobre a cultura japonesa, a
ministra destacou que a qualidade que mais aprecia nos japoneses
são os valores familiares, o respeito à família e a perseverança, sem
deixar de lembrar Rosa Okubo, “uma mulher fantástica” que esteve
sempre á frente de seu tempo.
O presidente do Instituto Rosa Okubo, Mário Massao, agradeceu
a ministra do Turismo e equipe por considerar que a instituição da
honraria foi muito bem acolhida pelo MTur e que houve sensibilidade para que, de modo ágil, se estabelecesse a parceira. “Num
prazo recorde tivemos a aprovação dos documentos que permitiram a realização dessa assinatura”, é uma vitória.
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click
O APRESENTADOR
YUDI DO PROGRA
MA BOM DIA & CI
ABRILHANTOU O
A,
STAND DA REVIS
TA MUNDO OK EN
VICTÓRIA E JULIA
TRE AS FÃS
NA ITIHARA
YUDI E YUKI SUSSUMI ARAKI, PRESIDENTE DA ACENBO
VEREADOR FUMIO MIAZAKI, DEP. FED. WILLIAM WOO, MISS
NIKKEY OSASCO, VEREADOR FABIO YAMATO, PRINCESA
NIKKEY OSASCO E DEP. FED. WALTER IHOSHI
APRESENTAÇÃO DO GRUPO HIKARI DAIKO
NA ESTAÇÃO SÉ DO
METRÔ NO DIA 21/05
D. HELENA KAMIA, VEREADOR USHITARO KAMIA E SR. MARIO KAMIA
HOMENAGEADOS RENATO NAKAYA, IEDA QUERUBINI, TOSHIMITI
SASAZAKI, SHUNJI NISHIMURA, JORGE MAEDA, CHIEKO AOKI,
RUY OH
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click
DEP. FED. WILLIAM WOO E MILT
ON TOSHIO NAKAMURA
SUPERINTENDENTE EXECUTIVO
DO BANCO REAL
CENTENAS D
E TSURUS(O
RIGAMI) E M
OSTRA
DE FOTOS
VEREADOR AURÉLIO NOMURA E MARCELO IKEMORI
MARCIO LUPION E EQUIPE
MANOEL KENJI CHIKAOKA, PREFEITO DE REGISTRO CLÓVIS VIEIRA MENDES,
SATORU SASSAKI, RICARDO YADA GER. GERAL BANCO REAL DE REGISTRO
FÁBIO BARBOSA, PRESIDENTE DO BANCO REAL
KOKEI UEHARA E OSSAMU MATSUO
AMAURY JR, KARINA E KENDI
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mundo oriental
Coreanos comemoram 45 de imigração no Brasil
E
les vieram para cá em um grupo pequeno,
denominado como “precursores”. Enfrentaram 56 dias de angustia e desconforto em
um navio cargueiro até chegarem ao Porto de
Santos, em 1963. Naquele ano, desembarcavam
aqui 103 coreanos cheios de sonhos e esperanças.
Depararam-se com um país desconhecido, língua e costumes tão diferentes, que parecia ser
uma barreira jamais dissolvida. Aqui, suaram a
camisa, em meio a tantas lágrimas derramadas,
para, hoje, comemorarem sorrindo os 45 anos da
chegada dos primeiros imigrantes.
Uma celebração que marca o agradecimento pela terra que os acolheu, possibilitando
melhores oportunidades. “É um dia muito especial, que eu esperei muito. Nós [comunidade]
estamos prontos para abraçar e nos integrar a
sociedade brasileira”, afirma a empresária Clara
Oh, vice-presidente da Associação Brasileira dos
Coreanos.
Segundo ela, com as novas gerações nascidas aqui e já habituados com a cultura e os
Deputado Federal Willian Woo, Vereador Ushitaro
Kamia, Sr. Dong Soo Park - Presidente da Associação
Brasileira dos Coreanos, Sra Song Já Oh (Dna Clara)Vice-Presidente da Assoc.Brasileira dos Coreanos, Sr.
Orlando de Almeida Filho - Secretário da Habitação, Sr
Soon Tae Kin - Cônsul Geral da República da Coréia,
Deputado Federal Vicentinho
costumes locais, agora vêem o Brasil como
uma segunda nação. “Há cerca de 15 anos, não
tinham condições de formar essa integração por
Missão em prol da sociedade
ainda serem muito fechados”, esclarece.
Motivo esse que talvez explique o escasso
conhecimento que se tem desta comunidade.
Hoje, dentre tantas atividades realizadas por
esta comunidade, destacam-se na indústria e
comércio têxtil, ramo antes dominado por judeus e árabes. Um serviço desenvolvido porque
não necessitava de comunicação, grande
dificuldade enfrentada. Trabalharam dia e noite
para ir além de conquistar o território do Brás
e Bom Retiro: promoverem democratização
da moda, produzindo peças de alta qualidade
a preços populares. Dessa forma, estabeleceram-se no Brasil com uma população estimada
em 50 mil coreanos e descendentes. Investiram não só nos negócios, mas principalmente
na educação dos filhos. De acordo com Clara,
100% dos jovens da comunidade possuem
curso superior, atuando como empresários e
profissionais liberais como engenheiros, médicos, advogados, dentistas e professores. Nada
mal para quem chegou há 45 anos em um país
totalmente desconhecido.
rremoto na China
vítimas de te
Brasileiros enviam doações a
A
embaixada do Brasil na China, em Beijing, se empenhou para demonstrar a solidariedade do povo do país latino-americano com as vítimas do terremoto que
sacudiu a província de Sichuan, sudoeste da China, no mês passado, e trabalhou
até o final de semana para agilizar a entrega das doações autorizadas por Brasília.
“[A entrega das doações] foi uma operação complicada, que nos fez trabalhar no finalde-semana. Mas valeu a pena”, contou em entrevista à Xinhua a primeira-secretária
do Setor Político da embaixada brasileira, Daniella Menezes. A diplomata coordenou o
processo de coleta e envio dos alimentos, tendas e agasalhos avaliados em um total
de US$ 200 mil.
Ela comentou que a legislação brasileira determina que as doações só possam ser feitas
em produtos. E acrescentou que a escolha dessas mercadorias foi feita após consulta
ao Ministério das Relações Exteriores chinês, a fim de saber exatamente o que atenderia melhor às vítimas do tremor.
Mas entre essa busca de informações junto à chancelaria chinesa, que ocorreu em 16
de maio, e a entrega dos bens três dias depois, havia um sábado e um domingo, dias
em que os diplomatas brasileiros usualmente não trabalham.
Além dos produtos, o trem também levou as condolências expressas pelo vice-presidente, José Alencar, pelo ministro das Relações Exteriores, Celso Amorim, e pelo embaixador Castro Neves.
Além disso, foi junto uma mensagem enviada à parte chinesa pelo presidente brasileiro
Luiz Inácio Lula da Silva: “muito entristecido com a devastação causada, quero expressar a solidariedade do Governo e povo brasileiro diante da perda de milhares de vidas
humanas, dos incontáveis feridos e danos materiais”.
mundo oriental
A formosa ilha que cresce na
economia da Ásia
A
República da China, também conhecida como Taiwan ou Formosa, é uma ilha de aproximadamente
36 mil quilômetros quadrados, localizada no Mar do Sul da China, entre a costa da República Popular
da China, a oeste, as Filipinas, ao sul, e o Japão, ao norte. Fundada em 1912, quando o país estava sob
dominação japonesa, é a república constitucional mais antiga da Ásia. Em 1949, quando o Partido Comunista
da China proclamou a República Popular da China no continente, o governo da República da China estabeleceuse em Taiwan. É um país capitalista e tem uma população calculada em 23 milhões de habitantes. Suas principais cidades são Taipei, a capital, com uma população de 2,5 milhões de habitantes, Taichung, principal cidade
do centro do país, e Kaohsiung, ao sul.
Com eleições diretas desde 1996, a população é
quem vota, exercendo o direito de democracia. Em
maio deste ano, tomou posse o novo presidente,
Ma Ying-jeou, do Kuomintang.
Uma posição estratégica entre outras nações asiáticas lhe permite realizar intercâmbios culturais, comerciais e turísticos com a região. É um destino muito
procurado internacionalmente, principalmente por
turistas dos países vizinhos.
Taiwan
53
Mostra fotográfica em São Paulo
O desenvolvimento tecnológico em Taiwan,
que tem impulsionado a indústria e economia local, é foco de uma exibição fotográfica
este mês em São Paulo.
São 40 fotos da série “Taiwan: Conectandose com o mundo”, que ilustram como esse
progresso está presente no dia-a-dia das
pessoas, na educação, na forte produção
de chips e peças de informática ou telefonia
móvel, nos transportes, na engenharia entre
outros.
As imagens são fornecidas pela Divisão de
Informações do EECT, e objetivam oferecer
uma melhor compreensão sobre Taiwan,
uma das economias mais avançadas na
Ásia. Até 28 de junho (2ª a sábado, 10h às
22h; ou domingos, 12h às 22h), no Conjunto
Nacional (Av. Paulista, 2073, piso térreo São Paulo).
A sétima arte de Taiwan no Brasil
Área (Taiwan e ilhas associadas):
36.200km²
População: 22,82 milhões (julho de
2006)
Capital: Cidade de Taipei
Língua oficial: Mandarim (chinês)
Outras línguas: Holo/Hakka (chinês) e línguas austronésias
PIB per capita: US$ 15.291 (2005)
Taxa de crescimento econômico: 4,03%
(2005)
Exportações: US$ 198,43 bilhões (2005)
Importações: US$ 182,62 bilhões (2005)
Reservas Externas: US$ 200 bilhões
(julho 2006)
Taxa de desemprego: 4,13% (média de
2005)
Fonte: GIO
Além da rica variedade em flora e fauna, a tradição
cultural folclórica, a calorosa recepção de seu povo,
o país atrai muitos interessados em negócios e
eventos como feira de informática.
E um dos pontos turísticos que mais chama a atenção na capital é o edifício Taipei 101 Tower, com
508 metros de altura e 101 andares. Desde 2004 se
considerava o mais alto do planeta. E impressiona
não só pela altura como pela avançada tecnologia
implantada, além de ser erguida sob uma área de
ocorrências de terremotos.
Relações com o Brasil
No ranking da balança comercial de Taiwan com outros países, o Brasil ocupa a 24ª posição. Os
números registrados entre janeiro e dezembro de 2007 apontam o comércio em US$ 3,011 bilhões,
o maior parceiro da América Latina, de acordo com o Ministério da Economia de Taiwan. Em primeiro
vem a China, seguida do Japão e Estados Unidos.
Entre os produtos que mais se destacam nas exportações ao Brasil está o diesel, circuito integrado,
peças de máquinas e aparelhos eletrônicos, entre outros. Do Brasil, Taiwan compra minério de ferro e
concentrados, outros produtos semi-acabados de ferro, grãos de soja, aeronaves, algodão, etc.
A representação oficial do governo é o Escritório Econômico e Cultural de Taipei. Atualmente, a comunidade taiuanesa no Brasil representa um total aproximado de 100 mil pessoas, que começaram a chegar
na década de 50, e a maioria se fixa hoje em São Paulo.
Os filmes de diretores taiuaneses estão
sendo apresentados em diversas capitais
brasileiras. Entre os dias 6 e 12 de junho,
aconteceu a mostra “O cinema contemporâneo de Taipei”, em Salvador (BA), com seis
filmes legendados da década de 90 a época
atual.
Dentre eles, destaque para “A arte de viver”
(Ang Lee, 1991), “Three times” (Hou Hsiaohsien, 2005) e a animação “A avó e seus
fantasmas” (Xiaodi Wang, 1998). O evento
aconteceu na Fundação Cultural do Estado
da Bahia, e teve a realização de seu Núcleo
de Difusão Cultural em conjunto da Divisão
de Informações do Escritório Econômico e
Cultural de Taipei no Brasil.
Somente neste primeiro semestre do ano,
foram exibidas produções no Sesc Arsenal,
em Cuiabá; Cinemateca Brasileira, em São
Paulo; e Cinemateca do MAM, Rio de Janeiro. As produções exibidas, em sua maioria,
pertencem ao acervo do EECT.
54
jmusic
JAM Project: Supergrupo de animesongs aterrissa no
Brasil para show histórico
R
esgatar a essência das Animesongs. Para isso nasceu o JAM Project, o
supergrupo de cantores de temas de animê e games, formado pelos maiores nomes do gênero.
Liderado por Hironobu Kageyama, intérprete de temas de sucessos como
“Changeman”, “Dragon Ball Z” e “Cavaleiros do Zodíaco”, o JAM quer recuperar
a característica que as animesongs (os
temas de animês) tinham nos anos 70 a 90.
Eram temas marcantes, com letras criadas
para os seriados, com contexto e temática
voltada para a história deles. Podemos destacar temas inesquecíveis de séries como
“Mazinger Z” e até mesmo “Dragon Ball”. Hoje
em dia, os temas de animê em sua maioria são os lançamentos dos artistas pop da
atualidade, assim como é no Brasil com os
temas de novela. A música é lançada junto
com o seriado, e ambos fazem sucesso - de
audiência e de vendas – no mercado.
O JAM Project existe desde 2000, e nesta
época integravam o grupo, junto com
Kageyama, Rica Matsumoto (cantora de
temas de “Pokémon” e dubladora do personagem principal da série), Masaaki En-
Texto: Leandro Cruz | Fotos: Divulgação
dou (cantor dos temas de
“Psybuster” e “Abaranger”), Eizo
Sakamoto (que com a banda
Animetal, interpreta vários temas
de anime e tokusatsu em versão
heavy metal) e Ichiro Mizuki (conhecido como o ‘Rei dos Animesongs’, já gravou mais de 1000
músicas, entre elas sucessos como os temas de “Mazinger Z”, “Captain Harlock”
e diversos temas de tokusatsu de sucesso, como os “Kamen Riders”).
Hoje, fazem parte do grupo Hiroshi Kitadani (cantor do tema de abertura de “One
Piece”), Masami Okui (famosa por cantar os temas de “Slayers” e “DiGi Charat”,
entre outros), Yoshiki Fukuyama (intérprete dos temas do animê “Macross Plus”)
e o brasileiro Ricardo Cruz. Ichiro Mizuki, Eizo Sakamoto e, recentemente, Rica
Matsumoto deixaram o JAM para trabalhar em suas empreitadas solo.
Depois de conquistar o Japão, o JAM agora inicia sua primeira tour mundial, que já
se iniciou com uma série de shows pelo Japão, e recentemente em Taiwan. Sua passagem pelo Brasil está marcada para o dia 20 de julho, durante o quarto Yamato Music
Station que vai ocorrer no palco do Anime Friends 2008, em São Paulo.
Apesar de todos os membros da atual formação já terem se apresentado no
Brasil em performances solo, a expectativa é grande, pois será a primeira vez
que todos estarão juntos no Brasil. Os ingressos para o Anime Friends já estão à
venda. Para maiores informações, visite www.animefriends.com.br.
Uma homenagem do 55
Hirota Supermercados pelos
ANOS
de crescimento e progresso
da imigração japonesa
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vitrine
vitrine
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animê
Mais um animê em Hollywood
Texto: Daniella Giovanniello
“
Ghost in the Shell” foi criado como um mangá
por Masamune Shirow. Logo a obra tornouse um sucesso e já rendeu adaptações em
três filmes animados, dois animês para televisão
e três jogos de videogame, todos eles lançados
pelas mãos da Production I.G. do Japão. Agora,
“Ghost in the Shel” vai invadir Hollywood.
A história
“Ghost in the Shell” se passa em um Japão futurista (em 2029), que viu surgir uma nova tecnologia que possibilita a fusão do cérebro humano
com a computação e a interatividade da internet.
O roteiro se foca nas discussões éticas, sociais e
filosóficas da mistura dos humanos com a nova
tecnologia dos computadores, desenvolvendo
Inteligência Artificial. É mostrada também a internet deixando de ser uma ferramenta para se tornar parte do “ser humano” e como isso afeta as
identidades das pessoas e as particularidades da
consciência e o surgimento dessa nova “raça”.
Conhecemos as histórias de uma unidade especial da polícia responsável por crimes cibernéticos. Kusanagi Motoko (apelidada de Major)
é a protagonista e tem capacidades específicas
porque é uma ciborgue. Somente seu cérebro e
um segmento do cordão espinhal são orgânicos
As séries e filmes animados
O mangá original já foi adaptado para a televisão,
no formato animê com o título de “Ghost in the
Shell: Stand Alone Complex”, que chegou a ter
uma segunda temporada, chamada “Ghost in the
Shell: S.A.C. 2nd GIG”.
A única obra lançada oficialmente no Brasil foi
“O Fantasma do Futuro” (de 1995), a tradução
nacional para o primeiro filme da franquia “Ghost
in The Shell”. Tem como diretor Mamoru Oshii e
a trama se desenvolve a partir do surgimento de
um “hacker” conhecido somente pelo apelido de
“Mestre Marionete” que deve ser capturado pelo
“Esquadrão Shell”, que tem como líder a agente
ciborgue Major Motoko.
O filme americano
“Ghost in the Shell” ganhará uma versão em 3D
e com atores reais (live-action) pela “Dreamworks”. A produtora norte-americana revelou
que comprou o direito de adaptação do mangá de
Masamune Shirow e que a preferência de Spielberg pela história ajudou no processo.
A Universal e a Sony também estavam na briga
para obter os direitos de adaptação do estúdio
Productions I.G. que os detêm. E é aqui que entra
o co-fundador, renomado diretor e ganhador do
Oscar, Steven Spielberg. Ele declarou que: “Ghost
in the Shell é uma das minhas histórias preferidas.
É um gênero que chegou e nós da DreamWorks o
recebemos com entusiasmo”.
A adaptação será produzida por Avi Arad (da trilogia “Homem-Aranha” e “X-men”) e Ari Arad. O roteiro ficará a cargo de Jamie Moss (Street Kings,
Last Man Home). A expectativa é grande e com
esses nomes de primeiro escalão, a ansiedade só
tende a aumentar, porém, nenhum comunicado
oficial foi divulgado ainda e não há uma data
definida para que comecem os trabalhos.
eventos
59
Miyavi conquista o Brasil
T
Texto: Felipe Marcos | Fotos: Gabriel Dias/ Cosplay Brasil
rês dias repletos de horas que teimavam em não passar. Foi isso que algumas
pessoas passaram na penúltima semana de maio. Roupas espalhadas pela rua e
pacotes de bolachas pela metade caracterizavam o grupo de pessoas que esperavam para ver apenas um show. Mas um show que marcou o ano para eles.
Todo este sacrifício foi o de menos para aqueles que esperavam ansiosamente a abertura dos portões da Sociedade Brasileira de Cultura Japonesa e de Assistência Social,
o Bunkyo. Esse foi o local que recepcionou Miyavi, famoso cantor japonês que veio
ao Brasil pela primeira vez. Cantando j-rock, estilo japonês de rock que coloca mais
emoção na música, o artista tem um visual muito próprio, aderido por alguns fãs.
Miyavi é um dos cantores de j-rock mais famosos no Brasil, e para tanto, teve um show
a altura. Organizado pela Yamato Music, o artista cantou e tocou para mais de duas mil
pessoas, durante seus dois dias de turnê, os seus maiores sucessos. Alguns fãs inclusive assistiram os dois dias de show, só para poder ficar perto de seu artista.
O público é composto pelos mais diversos tipos de pessoas. Idade também não é
problema. Várias mães acompanharam o show com seus filhos, como foi o caso de
Sonia Yano, mãe de duas filhas que também participaram do show. Sonia aguardava
o show de sexta (23 de maio) desde o meio-dia do dia anterior, além de ter passado a
noite na própria fila, para não perder um lugar na frente do palco.
Na frente dessa senhora, encontrava-se um grupo de meninas que estavam lá desde a
quarta de noite, valendo ressaltar que uma delas tinha vindo de Porto Alegre para poder
assistir Miyavi ao vivo.
Outras pessoas, de várias cidades, também esperavam pelo show, como Renato, garoto que veio com seus amigos do interior de São Paulo.
Muita agitação com a aproximidade do show, fizeram com que as pessoas se animas-
sem gritando pela abertura dos portões, provocando um grande
“AÊÊ” quando as portas foram abertas.
O local, que portava uma estrutura confortável com cadeiras, animou o publico que puderam se acomodar antes do início do espetáculo. Claro que na hora do show, todos pulavam agitadamente
seguindo o ritmo do DJ e do sapateador que compunham a banda
de Miyavi.
E o cantor não decepcionou. Entrando no palco com muito estilo,
Miyavi interagia com o público mesmo não dominando nossa língua. Além de tocar muito bem, ele conseguiu alucinar o público
com suas paradas e toques precisos.
Além disso, o público pode ouvir mais músicas, tocadas pelo DJ,
enquanto Miyavi fazia sua troca de roupa no camarim.
Sua roupa, aliás, foi o que mais surpreendeu os fãs no sábado,
segundo dia de Show. Na sua última aparição, Miyavi apareceu
mostrando seu presente da empresa Yamato Music, uma camisa do Brasil com seu nome atrás, divertindo o público com seu
samba.
Realmente, este foi um show que marcará os próximos meses na
memória de muitas pessoas. E que venha as próximas edições
do evento Yamato Music Station com mais shows de cantores e
grupos japoneses no Brasil.
60
game
“Halo 3”
Um dos mais populares para XBox 360 é um jogo
de tiro em primeira pessoa. Assim como nas edições
anteriores, o jogador passa a maior parte do tempo
combatendo criaturas com sua equipe. O arsenal
de armas é limitado, assim como a quantidade de
munição. O jogador pode carregar duas armas ao
mesmo tempo e empunhá-las também, de acordo
com a necessidade. Fora isso tudo, o jogador tem
a opção de controlar também veículos terrestres e
aéreos para completar as missões.
“Call of Duty 4”
Este também é um jogo de tiro em primeira pessoa,
porém, é ambientado em um futuro próximo, com
um enredo diferente e muito mais poder de fogo para
os jogadores. A trama se desenvolve em duas partes.
De um lado está um recém chegado soldado da SAS
(forças especiais do Reino Unido) e do outro lado temos a Marine dos EUA. Ambos atuam em situações
de perigo para o ocidente. O jogador pode fazer um
personagem próprio, com as armas e equipamentos
que estiverem disponíveis.
Detone os melhores jogos do Xbox 360!
Texto: Daniela Giovanniello
Continuando nossa série de matérias sobre os melhores games dos consoles que estão fazendo a cabeça dos japoneses,
falamos hoje dos grandes jogos do XBox 360, hoje com um especial dos games de tiro criados para o console.
“BioShock”
Mais um de tiro e em primeira pessoa. O jogo se
passa em um laboratório, sobrevivente a ataques da
Segunda Guerra Mundial. Sem nenhum motivo, corpos começam a aparecer. Aparentemente algo aconteceu antes causando a desativação do laboratório
que realiza experiências biotecnológicas. Existem
três tipos de criaturas no jogo: os drones, os predadores e os soldados (que já foram seres humanos).
O jogador deve aprender a distingui-los e a lidar com
eles durante a empreitada.
“Rainbow Six® Vegas 2”
É um jogo de tiro que mistura tática e estratégia e
muito realismo durante as cenas. A trama acontece
em Las Vegas, que foi invadida por terroristas e cabe
à equipe Rainbow tirá-los dos luxuosos cassinos.
Aqui, a estratégia é o ponto principal para acabar
com os inimigos e os soldados são jogados no meio
da ação e devem decidir rapidamente como agir. Com
novos cenários, a identidade visual do jogo mudou, mas
os gráficos continuam de primeira linha, assim como os
personagens e os detalhes (principalmente nos mapas).
43
62
mangá
A religião no universo dos mangás
N
Texto: Túlipe Helena
o mundo dos mangás, a religião já esteve presente de forma sutil e inteligente. Os quadrinhos japoneses que buscam inovar sempre já
tiveram a Bíblia, criação da cultura ocidental, como
tema e o cristianismo como pano de fundo.
O destaque na abordagem da temática religiosa
em produções japonesas pode ser vista em animês
como “Superbook”, produzido em 1981. Criado pelas
equipes Tatsunoko Productions e Anime Oyako
Gekijo, a obra foi feita a pedido da CBN, canal religioso norte-americano. No Japão, a exibição dos 26
episódios foi feita pela TV Tokyo, de outubro de 1981
a março de 1982.
Apostando na vertente inaugurada por “Superbook”,
a Tatsunoko resolveu lançar a “Casa Voadora” (“Tondera House no Daiboken”), assim que o animê terminou. O roteiro era praticamente igual ao do seu
antecessor e também foi lançado na TV Tokyo, mas
ele também não emplacou.
Na onda de abordar temas religiosos, a “The Manga
Bible: from Genesis to Revelations” (A Bíblia Mangá:
do Gênesis ao Apocalipse), a bíblia em forma de
mangá criada por Ajinbayo Akinsiku, foi lançada no
Reino Unido e nos EUA, no ano passado. Na obra,
as histórias do “livro sagrado” ganharam uma versão
em mangá recheadas de muita ação e humor.
Apelidado de Siku, o autor traz em sua publicação um
“Jesus Samurai”. A adaptação que vai do Gênesis ao
Apocalipse, tem na trama um Jesus que nos dias
atuais poderia ser chamado de forasteiro sombrio
ou até mesmo de samurai, já que ele chega a uma
cidade dominada por gangster e tem um jeito todo
justiceiro e “durão”.
O mangá vai do Velho ao Novo Testamento com
textos modernos que deixam as passagens bíblicas
mais dinâmicas através da narrativa. Algumas passagens polêmicas foram poupadas.
Ainda novato nas publicações de mangá, Siku tem
grande experiência em quadrinhos e em religiões. Ele
é formado em teologia e frequenta uma igreja anglicana, onde pretende chegar ao posto de ministro.
Siku, o inglês que transformou os textos bíblicos em
quadrinhos, resolveu lançar o projeto que estava na
gaveta depois do sucesso dos quadrinhos japoneses
nos EUA e na Europa. Aqui no Brasil, ainda não há previsão de lançamento da versão quadrinizada da Bíblia.
cosplay
Cosplay na faculdade
Por Layla Camillo (fotos: Divulgação)
Tribo urbana. Modo de vida. Profissão. Não é de hoje que o cosplay deixou
o simples status de ‘hobby’ para ganhar mais espaço e nuances, inclusive
uma exigente e inesperada: a abordagem científica. É crescente o número
de universitários que pesquisam o tema em trabalhos acadêmicos, envolvendo desde a confecção das fantasias até os significados das apresentações.
Relacionando cosplay e cultura brasileira, um grupo de estudantes do curso de Comunicação Social da Universidade Cidade de São Paulo (UNICID)
realizou uma intervenção criativa e inspiradora. Vestidos com personagens
do seriado infantil “Sítio do Pica-Pau Amarelo”, entregaram panfletos e
doces a alunos de outros cursos, explicando o que aquela ação significava.
A atividade atraiu atenção geral dos presentes e foi muito comentada.
Uma das integrantes do grupo, Elida Cesário, afirmou que o interesse por
cosplay partiu de uma proposta de trabalho sobre tribos urbanas e da
ausência de caracterizações com personagens brasileiras.
Na Universidade São Judas Tadeu, alunos do sétimo semestre do curso
de Jornalismo também estão trabalhando com o cosplay, só que de forma
diferente. Em seu Trabalho de Conclusão de Curso (TCC), os estudantes
escolheram sete personagens brasileiras que, direta ou indiretamente, trabalham com a atividade, dentre eles os apresentadores Jeferson ‘Pen-Pen’
e Mariama ‘Plu’.
Com finalização prevista para novembro, o trabalho poderá se transformar
em livro. De acordo com Paulo Basile, um dos envolvidos no projeto, a
pesquisa está fascinando a todos e o grupo já pensa até em futuramente
fazer seus próprios cosplays.
63
64
tokusatsu
Artistas de tokusatsus no Anime Friends 2008
Texto: Anderson Tinoco | Fotos: Divulgação
D
ono de uma voz única e poderosa, ele já
esteve três vezes no Brasil e agora está de
volta para se apresentar no primeiro final
de semana Anime Friends 2008, nos dias 11, 12,
e 13 de julho em São Paulo.
Estamos falando de Akira Kushida, cantor japonês
famoso pelas músicas dos super-heróis Jiraiya,
Jiban, Sharivan e Jaspion, neste último cantando
o tema do “Gigante Guerreiro Daileon”. No Japão,
seus maiores sucessos foram às canções das
séries Uchuu Keiji (Policiais do Espaço), “Taiyou
Sentai Sunvulcan” e do animê “Kinnikuman”.
Aos 59 anos, Kushida sempre foi fã da Soul Music norte-americana, também sendo conhecido
em seu país como um cantor desse gênero.
Outro veterano das músicas de animê e tokusatsu
que estará novamente no Anime Friends é Takayuki
Miyauchi, conhecido pelos temas de “Kamen
Rider Black RX”, “Winspector” e “Solbrain”.
Nascido em quatro de fevereiro de 1955, sua carreira nas chamadas Anime Songs começou no
começou no ano de 1984, quando recebeu o
convite da gravadora Nippon Columbia para dar
voz aos temas da série “Choudenshi Bioman”.
A partir daí, Miyauchi gravaria inúmeras outras
canções e se tornaria um dos maiores cantores
de Anime Songs de todos os tempos.
O terceiro convidado do Anime Friends não é um
cantor, mas é alguém muito conhecido entre os
fãs brasileiros de tokusatsu e também já esteve
por essas bandas em 2004, no evento Ressaca
Friends. Estamos falando de Takumi Tsuitsui,
ator que interpretou personagem Toha Yamaji,
o inesquecível Ninja Jiraiya, na série homônima
exibida no Brasil pela TV Manchete.
E para fechar o time dos quatro artistas japoneses
a se apresentarem no primeiro final de semana
da sexta edição do Anime Friends, temos Hideaki
Takatori, cantor e compositor de Anime Songs
que virá pela primeira vez ao Brasil.
Os principais trabalhos de Takatori no gênero
foram os temas dos animês “Sonic X”, “Transformers Armada”, “Webdiver” e do tokusatsu
“Ninpu Sentai Hurricanger”.
Aos 41 anos, Takatori também já trabalhou fora
do mundo das Anime Songs, tendo iniciado sua
carreira em 1994, como vocalista da banda de
rock Weather Side.
Fora isso, também gravou alguns jingles para comerciais da TV japonesa.
E fiquem de olho que no primeiro final de semana
do Anime Friends vão rolar mais atrações especiais no palco do evento além dos cantores do Super Friends Spirits. O evento apresenta a final do
Yamato Cosplay Cup brasileiro e a sexta edição
do Oscar da Dublagem.
O local do evento também mudou para um espaço maior e mais confortável. O Anime Friends
2008 será no Mart Center, localizado na rua Chico
Pontes, 1500 na Vila Guilherme, em São Paulo.
13
49
66
curiosidades
Saga da imigração em miniatura
Livro infanto-juvenil “O Segredo da Longa Vida” faz uma homenagem especial
aos primeiros imigrantes japoneses no Brasil
Texto: Redação | Fotos: Divulgação
D
e repente o garoto Lucas, em uma
incrível viagem no tempo, se encontra prisioneiro no navio, pronto para
zarpar do porto de Santos, em 1908. Esse
é o ponto de partida do livro infanto-juvenil
“O Segredo da Longa Vida” (Unisanta/Global), da educadora e escritora Lúcia Maria
Teixeira Furlani, em homenagem ao centenário da imigração japonesa.
Apoiado na linguagem das histórias em
quadrinhos, a obra conta a grande aventura do garoto Lucas após conseguir escapar
do navio graças à ajuda dos ratinhos e
seu encontro com Aiko, uma adorável garotinha que se perdeu dos pais no porto de
Santos depois de chegar no Kasato Maru.
Ele vai ajudá-la nessa busca pelo caminho
desses primeiros imigrantes no País e enfrentam juntos a sinistra figura do Ninja
Sei, da Organização do Mal, cujo objetivo
é conseguir a fórmula secreta do elixir da
eterna juventude.
Com um dos ratinhos como intérprete, as crianças se deslocam pela cidade de Santos e pelo
Interior do Estado de São Paulo, valorizando o
respeito à diversidade e identificando a saga e as
origens da influência japonesa nos costumes do
Brasil.
O livro une ficção com as tradições japonesas.
Elementos de Santos (Estação do Valongo, o porto) e do Interior (fazendas de café) estão presen-
ao lado de fatos da época como a epidemia de
febre amarela em Santos, a construção dos canais por Saturnino de Brito, os problemas enfrentados pelos imigrantes, a formação das colônias,
as cidades de origem desses imigrantes e seus
costumes.
Lúcia Teixeira Furlani diz que o livro nasceu da
vontade de participar dessa grande festa e contribuir para trazer luz à carência de informações
pedagógicas sobre a imigração japonesa. “No meu
primeiro livro foi fantástico o retorno rápido das crianças que assimilaram as informações históricas,
manifestaram curiosidade e pediam mais situações
vividas pelo personagem central, o menino Lucas”,
comenta a autora. Em seu livro de estréia na literatura
infanto-juvenil, “Tudo é possível - Incrível viagem no
tempo”, o personagem Lucas faz um passeio pelos
principais momentos da história do Brasil.

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