Ardeu mais na primeira semana de agosto do que em anos inteiros

Transcrição

Ardeu mais na primeira semana de agosto do que em anos inteiros
Há limite para as trumpices?
MUNDO PÁG. 28
www.dn.pt
QUINTA-FEIRA, 11 de agosto de 2016, Ano 152.º, N.º 53 805, 1,20€
Diretor interino LEONÍDIO PAULO FERREIRA Diretora adjunta MÓNICA BELLO Subdiretoras ANA SOUSA DIAS e JOANA PETIZ Diretor de arte PEDRO FERNANDES
Ardeu mais na primeira
semana de agosto
do que em anos inteiros
FORAM 25 MIL HECTARES EM NOVE DIAS, MAIS DO QUE EM TODO O 2014, 2008 OU 2007
Testemunho
O DN Madeira
conta como foi
a ajuda tardia
mas valiosa
Presidente
Marcelo teve de ir
ao Porto Santo para
dar “abraço de
Portugal à Madeira”
Especialista
Sem alterar a floresta,
reabilitar o centro
e limpar terrenos, o
risco é cada vez maior
Continente
Mais de cinco mil
homens no terreno
para controlar
13 grandes fogos
O Palácio
de Verão
Episódio 11
Todos os dias
de agosto o folhetim
de ficção política
ÚLTIMA PÁG. 48
GENTE QUE VEIO DE FORA
O ANGOLANO
PARA QUEM
A VIDA
É UMA
DANÇA
SOCIEDADE PÁG. 21
REPORTAGEM NO FUNCHAL DE MIGUEL SILVA E PATRÍCIA GOUVEIA, JORNALISTAS DO DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA DN+ PÁGS. 2 A 5 E EDITORIAL PÁG. 10
FISCO
No terreno que envolve o Campo
das Cebolas, em Lisboa, está a
nascer um grande espaço público
Câmara vai ajudar
a detetar isenções
de IMI mal dadas
DINHEIRO PÁG. 16
TRABALHO
Mais de metade
do emprego criado
é a prazo e precário
DINHEIRO PÁG. 17
ORLANDO ALMEIDA/GLOBAL IMAGENS
ENTREVISTA A CARRILHO DA GRAÇA
RIO 2016
“Se a arquitetura
é boa, pode mudar
a vida das pessoas”
Um acidente deixou
Pedro sem conseguir
segurar a raquete.
Hoje é olímpico
DN+ PÁGS. 6 A 9
REPORTAGEM DE PEDRO SEQUEIRA,
NO RIO DE JANEIRO DESPORTO PÁGS. 40 A 45
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Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
2
DN+ Portugal em chamas
Ajuda tardia
mas valiosa
O dia de ontem permitiu ver com clareza
os efeitos devastadores dos incêndios no
Funchal, onde os habitantes começaram
a fazer contas ao prejuízos
Madeira A tragédia é inegável, mas ainda podia ter sido pior. Tem valido o empenho de todos. Nos momentos mais críticos, em cada pessoa
estava um bombeiro. A ajuda nacional chegou tarde, mas foi preciosa
MIGUEL SILVA, jornalista do
Diário de Notícias da Madeira
Depois de mais de 40 horas de trabalho intenso, os bombeiros madeirenses receberam ontem uma
importante ajuda dos mais de cem
profissionais que vieram do continente e dos Açores. O reforço chegou tarde, como afirmam os que
perderam bens ou viram as vidas
em risco, mas foi importante e veio
bem a tempo de ajudar a evitar perdas ainda maiores. Por isso foi tão
apreciada a ajuda que deram. “Já
deviam ter vindo mais cedo”, insistia um morador em São Gonçalo.
Ao terceiro dia, as chamas continuaram a consumir grande parte da
mancha verde que cobria o Funchal.
O fogo que começou no recôndito
sítio da Cova, em São Roque, chegou
ontem de manhã à Travessa da
Cova, em São Gonçalo.“Vivo aqui há
mais de 50 anos e nunca vi nada assim”, disse António Ferreira.
Depois de devastar um eucaliptal
na encosta de São João de Latrão,
abaixo do estádio do Nacional, temia-se o pior. A localidade foi evacuada, voltaram a ouvir-se gritos e o
pânico instalou-se. Mas o vento deu
tréguas durante alguns minutos, o
tempo suficiente para bombeiros e
populares molharem casas e retirarem material inflamável. Mais de
trinta botijas de gás foram carregadas para local mais seguro e pouco
depois as chamas foram aparentemente dominadas pelos bombeiros
no local que, à hora do almoço, era o
mais crítico, conforme reconheceu
Luís Nery, do Serviço de Proteção Civil. Mais tarde, porém, houve reacendimentos.
Depois das horas de terror no
centro do Funchal, na noite de terça
para quarta, ontem de manhã o
fogo voltou a subir a encosta. Subiu
tanto que chegou às zonas altas de
São Gonçalo e de Santa Maria Maior
e atingiu o Jardim Botânico, o Parque Ecológico do Funchal e o Chão
da Lagoa. Também a ligação ao Santo da Serra foi fustigada e houve
lume nas zonas altas do Caniço.
O vento, sempre o vento, foi o
transporte perfeito para faúlhas
incandescentes que foram caindo
entre moradias, sobre carros e em
locais ermos e assim alastrou um
fogo como não há memória.
Tal como no primeiro dia, ao terceiro surgem duas críticas comuns:
há muitos terrenos por cuidar e falta de homens para o combate aos
incêndios. A juntar a esses reparos,
ontem, na Travessa do Transval,
havia críticas duras à falta de água.
Grande parte das famílias que habitam aquele local sentiram necessidade de sair de casa pela madrugada, mas de manhã as chamas estavam praticamente extintas, à
excepção de um pequeno reacentimento e de um contentor sobreaquecido e cheio de materiais de
construção. Os bombeiros atuaram com insistência, apesar das
críticas pela sua ausência na noite
anterior. Nas poucas horas em que
esteve ativo, o fogo consumiu
mato, esteve entre várias casas e
queimou animais que não foram libertados a tempo. Também um
parque aberto onde estavam seis
viaturas foi totalmente destruído.
“Esse terreno é uma vergonha”,
disse uma moradora sem se identificar. O protesto foi repetido por
quem estava próximo. “Homens
precisam-se”, sugeria uma mulher
que ajudava outras três a distribuir
baldes para apagar uma fumarola
insistente.
Essa entreajuda seria mais tarde
saudada pelo presidente da Junta de
3
› mortos
Foram ontem confirmados no balanço dos incêndios. As três vítimas
mortais viviam na zona da Pena. Há
também dois feridos com gravidade.
1000
› deslocados
Um milhar de pessoas foram deslocadas nos últimos dias. A maioria ficou
em instalações militares do RG3, onde
foi montado um hospital de campanha.
São Gonçalo. Bruno Ferreira mandou distribuir água e alimentos e
elogiou a intervenção dos bombeiros e dos elementos das várias forças de segurança e a solidariedade
nacional. “Parece que salvámos a situação”, disse. Mas o fogo voltaria
horas depois, mais abaixo.
Tal como segunda, tal como terça, quarta-feira também foi dia de
sirenes, de bombeiros, de ambulâncias, polícias e voluntários. Foi
também dia de começar a fazer
contas aos prejuízos e ver com
maior clareza o efeito devastador
do incêndio que transformou o
Funchal num inferno de alto a baixo. A paisagem está diferente, a cidade está diferente.
Espírito de ajuda bem visível
Elementos do INEM carregam uma
botija de gás às costas, uma agente
da GNR recolhe um pequeno cão
desorientado, um agente da PSP
ajuda pessoas a sair de casa, uma jovem voluntária da Cruz Vermelha
recebe um bebé, em plena madrugada, para uma primeira observação, bombeiros que salvaram casas
de desconhecidos e perdem as de
familiares seus e até um grupo de
amigos que ajuda o que mais precisa deles. Comerciantes que oferecem bens, gente anónima que se
chega à frente e dá o que tem. Abraços e palavras de incentivo. Coragem, dizem uns aos outros.
Têm sido assim estes dias de inferno no Funchal. O espírito de entreajuda chega a todos. Até aos guardas-prisionais, aos polícias florestais. Até aos jornalistas. À frente do
fogo, toda a gente ajuda toda a gente. Não se conhece o nome, não se
sabe quem é, mas sabe-se que corre perigo. E isso tem bastado para a
ajuda que merece ser destacada.
Mesmo sabendo que nem todos
têm conhecimentos técnicos e que
muitos se aventuram perante o perigo, tem valido este envolvimento
coletivo e o respeito pelas ordens de
quem sabe e dos agentes da autoridade. E até mesmo os casos de alguma intolerância e nervosismo a que
assistimos, acabaram em sinceros
pedidos de desculpa. A solidariedade ainda existe. E está viva.
ENTREVISTA: RAIMUNDO QUINTAL
Geógrafo, investigador e ambientalista
“Funchal teve três grandes
incêndios que abrem caminho
aos desabamentos”
Um incêndio com estas dimensões era expectável?
Com esta dimensão ninguém
imaginaria. Mas que incêndios
com as características deste poderiam acontecer, mais tarde ou
mais cedo, poderiam. Tivemos
um incêndio enorme que subiu a
montanha em 2010, em 2012 foi
na parte oriental, com estas características, mas que não durou tanto porque o vento amainou. Em
2013, houve outro incêndio na
zona do Monte. Este nasce em São
Roque. Em comum, têm o facto
de surgirem sempre na transição
entre a zona alta de habitação e o
início da mata. Há uma faixa de
preocupante promiscuidade de
habitação densa à mistura de matas com espécies nada adequadas
como os eucaliptos, os pinheiros
e acácias. Vegetação colocada no
século XIX, após uma aluvião.
O objetivo era travar a erosão e
criar lenha. Essas espécies deixaram de ter interesse económico
e passaram a crescer sem controlo. Por isso, seja por mão criminosa ou desleixo, os fogos têm
sido frequentes e de dimensão
preocupante.
A dimensão está ligada então a
fatores que podiam ser evitados?
Não se podem isolar os fatores. Tivemos vários dias em que se verificou a chamada regra dos 30 que
sintetiza as condições ideais para
os incêndios: temperaturas acima
dos 30 graus, vento a mais de
30 km/hora e humidade abaixo
dos 30%. Por isso, é que quando
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
TESTEMUNHOS
Foram momentos de desespero para muitos funchalenses.
A noite foi longa, com muitos
longe das suas casas .
Cenário negro,
população desolada
› ”É um cenário de horror. Está
tudo preto. As pessoas estão
muito tristes, desoladas.”
Numa volta pelas ruas mais
afetadas, Andreia Pereira, de
39 anos, viu o rasto de destruição deixado pelo fogo. À porta
de casa, chegou ontem um
homem que já tinha perdido a
habitação. “Veio deixar o carro
numa zona que achava segura, mas devia ter alguma fagulha dentro da viatura e pegou
fogo”. Andreia e os vizinhos
conseguiram evitar o pior.
Junto à Choupana, o fumo
continuava denso. “Não dá
para pensar que não vai acontecer mais nada.”
Casa escapa
entre as chamas
HOMEM DE GOUVEIA/LUSA
› A casa, um pouco abaixo do
estes fogos surgem na Califórnia,
em ambientes semelhantes aos
nossos, mesmo com todos os
meios que os norte-americanos
têm, duram muito tempo. Isso significa que é necessário trabalhar
a montante, alterar o perfil da floresta, reabilitar o centro histórico.
Na zona de transição é possível
fazer plantação de prados, árvores de fruto e ter aí gado devidamente ordenado. Mas as populações daí não querem isso. Depois
ninguém limpa os terrenos, nem
o governo, nem as pessoas. Logo
o risco é cada vez maior.
Depois deste incêndio, quais são
os riscos de o inverno trazer derrocadas de grande dimensão?
Depois da última grande cheia de
fevereiro de 2010 já tivemos na
bacia que abarca três ribeiras do
Funchal três grandes incêndios
que além da destruição de vidas
e de casas, têm uma outra consequência que é fraturarem a rocha.
Abrem o caminho aos desabamentos. As obras que têm sido feitas cá em baixo de juntar os troços da ribeira, de detonar as suas
muralhas, em nada melhoraram
porque o risco está lá para trás, na
montanha. A.B.F.
Livramento, no Funchal, estava rodeada de fumo negro, fazendo temer o pior. A polícia
não deixava o filho de Luísa
Paulo chegar perto dela, o que
aumentava a angústia na família. Em Porto Santo, a mulher, de 54 anos, via a habitação nas imagens que passavam na televisão, enquanto
tentava falar com os vizinhos.
“O vizinho do lado tinha o jardim a arder e, duas portas
acima, estava uma outra casa
em chamas”. Luísa sentiu-se
“impotente. Aquilo que vivi foi
terrível”. “No meio de todo o
caos, a casa não ardeu. Foi
sorte”, disse ao DN.
3
Ardeu mais em nove dias
do que em 2014, 2008 ou 2007
DESTRUIÇÃO Área ardida no país, de 1 a 9 de agosto, foi superior a 25 mil hectares, mais do triplo
do que tinha ardido no resto do ano. É mais do que o verificado em anos inteiros recentes
RUTE COELHO
Em apenas pouco mais de uma semana de agosto ardeu mais floresta em Portugal do que em três dos
anos da última década. De 1 a 9
deste mês arderam 25 738 hectares,
enquanto em todo o ano de 2007
arderam 16 605 hectares, em 2008
foram 14 410 e em 2014 foram
19 700. Os dados provisórios avançados ao DN pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) – falta ainda a sua validação pela GNR – mostram que no
resto do ano foram destruídos pouco mais de oito mil hectares, o que
revela a gravidade dos fogos da primeira semana de agosto.
Para Fernando Curto, presidente
da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais, o problema é o
mesmo há anos: “a falha da aposta
na prevenção”. O resultado é o que
temos visto nos últimos dias: “incêndios de 35 horas, mais de cinco
mil operacionais no terreno só em
Portugal continental, o que é um
exército, e bombeiros a trabalhar há
mais de 24 horas e pagos a 1,87 euros à hora”. Fernando Curto critica o
facto de o país “se ter acomodado no
voluntariado, onde se concentra
um verdadeiro exército para o combate aos incêndios”. Realça ainda a
questão das várias forças colocadas
na frente de combate como um problema e não parte da solução. “Era
preciso pensar em não pôr a GNR a
apagar fogos com o Grupo de Intervenção, Proteção e Socorro (GIPS).
Os fogos têm de ser extintos por
bombeiros. À Guarda e ao Exército
deve caber o maior papel na prevenção, rescaldo e fiscalização”.
Apesar de os fatores meteorológicos serem o que mais pesa na dimensão dos fogos, a prevenção
conta muito. Nesse campo, o atual
primeiro-ministro desenvolveu algum trabalho. Como ministro da
Administração Interna, António
Costa viveu um dos piores anos de
fogos: apenas dois meses depois de
assumir a pasta, o país começou a
arder e até ao fim do ano de 2005
desapareceram mais de 300 mil
Fernando Curto
aponta falhas
na prevenção
há muitos anos
hectares de floresta. Números reduzidos drasticamente, com sucessivas campanhas de prevenção
e limpeza de matas, até aos recordes em baixa de área ardida, registados em 2007 e 2008 – já passada a
pasta a Rui Pereira. Em 2014, também Miguel Macedo teve um ano
bom, como ministro, apesar de no
ano anterior ter enfrentado momentos dramáticos, com quase
150 mil hectares ardidos e nove
pessoas mortas nos incêndios.
Reincidentes libertados
A Polícia Judiciária está a atualizar
todos os dias a lista de incendiários
detidos, que ontem chegou a 26
pessoas. Dos dois casos comunicados quarta-feira, destacava-se o do
homem que terá iniciado um fogo
com chama direta na Pampilhosa,
no passado sábado, quando pretendia apenas limpar o terreno. Isto
“apesar de, no dia em causa, o risco
de incêndio se encontrar no nível
mais elevado” e de “as temperaturas máximas atingirem quase 40
graus”, como referiu a PJ de Aveiro.
O suspeito terá atuado num quadro
de absoluta negligência.
Muitos dos detidos são reincidentes, “uma, duas, três ou quatro
vezes”, sublinha o tenente-general
Leonel da Silva Carvalho, que ainda
enfrentou a gestão dos fogos quando liderou o Gabinete Coordenador
de Segurança (foi responsável pela
segurança do Euro 2004). “O grande problema é o desencadear do incêndio, sobretudo a parte criminosa. Como me foi referido por GNR e
PJ, custa muito perceber a complacência da justiça com incendiários
reincidentes”, diz Leonel Carvalho.
Na segunda-feira, a PJ de Braga
comunicou um caso paradigmático: na véspera, um homem terá
ateado fogo com um cigarro a um
monte, composto por eucaliptos,
com casas e fábricas nas suas proximidades – que não sofreram danos devido à pronta intervenção
dos bombeiros. Arderam mais de
50 hectares de floresta. Ainda este
ano o suspeito tinha sido julgado e
condenado também pelo de crime
de incêndio florestal na mesma
zona, estando ainda indiciado pela
autoria de vários incêndios de ecopontos na cidade de Braga.
O que já foi destruído
“A situação está
catastrófica”
› ”A noite foi bastante atribulada”, conta ao DN Carolina
Bettencourt, a residir em
Santo António, na Madeira.
Havia fogo no Monte, onde
vive uma parte da família, pelo
que ninguém conseguia descansar sem saber que estavam todos bem. “E as ligações
têm estado muito complicadas”. Os familiares passaram
a noite em claro, Carolina dormiu três horas. “A situação
está catastrófica. Pelo que
tenho ouvido, está descontrolada. O fogo começou numa
ponta e já está na outra.
As pessoas estão assustadas.
A zona histórica rebentou, está
tudo destruído”, disse ao DN.
Área ardida entre 1 de janeiro
e 9 de agosto de 2016
Número de ocorrências
(1 de janeiro e 9 de agosto)
EM HECTARES
Ocorrências
de 1 a 9
de agosto
Área ardida
de 1 a 9
de agosto
TOTAL
FOGACHOS
INCÊNDIOS
5826
TOTAL
1849
33 739
25 738
Tipo de ocorrências
1101
1508
341
6927
(76,3%)
6927
1849
1 jan. a 9 de ago.
de 2016
1 a 9 de agosto
de 2016
Área ardida nos útimos 15 anos em Portugal
VALORES EM HECTARES
425 232
320 408
160 000
124 348
106 592
152 158
133 000
124 102
86 016
75 335
73 813
110 232
62 401
16 605 14 410
2000
2001
2002
2003
2004
Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas
2005
2006
2007
2008
19 700
2009
2010
2011
2012
2013
2014
2015
4
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
DN+
Portugal em chamas
Marcelo Rebelo de Sousa foi recebido na Madeira pelo
presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel
Albuquerque (à direita), e pelo presidente da Câmara
Municipal do Funchal, Paulo Cafôfo
Ministra apela
à serenidade
dos agentes
políticos
FLORESTA Comunistas defen-
HOMEM DE GOUVEIA / LUSA
dem nova política florestal,
com reforço de meios humanos e materiais que utilize verbas afetas à banca
Marcelo solidário
e Costa executivo
Missão. Presidente fez visita-relâmpago para confortar as vítimas dos incêndios e diz que missão de Costa “não é só de solidariedade, é executiva”
PATRÍCIA GOUVEIA, jornalista do
Diário de Notícias da Madeira
Fotografias queimadas no chão,
paredes negras, centenas de destroços e um intenso cheiro a fumo.
Foi o que Marcelo Rebelo de Sousa
viu numa das dezenas casas que
foram consumidas pelas chamas.
O Presidente da República esteve na região para se inteirar da situação caótica que a Madeira tem
vivido nos últimos dias. À chegada
disse que veio trazer “um abraço de
Portugal” e visitou o que resta da
habitação e oficina de António Pimenta, um morador da Alegria que
perdeu “numa hora aquilo que demorou 50 anos a construir”.
“Não havia vento que aguentasse. Foram 50 anos de vida que acabaram numa hora. Nada resistiu ao
fogo”, contava sob o olhar atento de
Marcelo. “Custa ver o que o meu
pai construiu desaparecer, mas tivemos de optar pela vida”, disse o
filho de António Pimenta.
O Presidente respondeu com
um desejo: “Vai trazer-me para ver
a sua nova casa.” Ao que o senhor
Pimenta respondeu: “Convido e
vamos comer um cabrito!”
No percurso do Presidente estavam incluídas duas paragens: nas
Babosas e em São Roque, antes de
terminar no RG3. Mas, ao seu estilo, não ficou pelo que estava delineado. Ao longo do percurso ia pe-
dindo para parar e cumprimentar
a população. Fotos, abraços, beijinhos e energias positivas foi o que
a primeira figura do Estado deixava, para satisfação dos populares.
“Graças a Deus, já passou” ou
“Obrigada por ter vindo, Presidente”, diziam as pessoas a Marcelo Rebelo de Sousa.
A caminho dos locais mais atingidos, várias pessoas viam a comitiva presidencial passar, rodeada
de polícia. Um homem chegou
mesmo a gritar: “Ontem [na terça-feira] que era preciso não veio
ninguém!”
O Presidente esteve acompanhado de Miguel Albuquerque,
presidente do governo regional,
Paulo Cafôfo, presidente da Câmara Municipal do Funchal, Tranquada Gomes, presidente da Assembleia Regional, e Ireneu Cabral
Barreto, o representante da República para a Região. Ao longo do
percurso pelas zonas afetadas iam
fazendo um relato minucioso de
onde o fogo começou, como avançou e como a situação de repente
se agravou.
“Aquilo que se via nas televisões
corresponde à realidade e é possível ver como foi, como houve a
mudança de vento, como houve
focos diferentes e como aquilo
que parecia controlado descontrolou-se em tão pouco tempo”,
disse Marcelo.
Por várias vezes enalteceu a “co-
ragem das populações, a eficácia, a
solidariedade que houve entre todos os que aguentaram estes dias e
noites em circunstâncias muito difíceis”.
“Há focos que permanecem e a
preocupação continua a ser as
pessoas. As populações tiveram
um comportamento excepcional.
Outra lição é que já começaram a
reconstrução. E esse espírito é
muito importante. O espírito de
que é preciso olhar para amanhã
sem deixar de estar atento para a
situação atual, mas começar a reconstruir”, reforçou, lembrando
que hoje chega António Costa.
O primeiro-ministro vem com o
ministro do Planeamento para discutir as ajudas financeiras que o
Estado vai canalizar para a região.
Marcelo diz que a missão do primeiro-ministro não é só de simpatia, é de trabalho.
“Amanhã [hoje] está cá o senhor
primeiro-ministro. Precisamente a
sua missão não é só de solidariedade, é executiva”, considerou, antecipando que António Costa se vai
sentar “à mesa com o senhor presidente do governo regional e vão ver
de onde vêm os fundos, se é da Europa, se é do Orçamento, para que
situação de emergência”.
Segundo o Presidente da República, “feito o levantamento, feitas
as contas, feito o somatório das necessidades, é preciso começar a reconstruir”.
A ministra da Administração Interna apelou ontem à serenidade dos
agentes políticos em matéria de prevenção e combate aos incêndios.
“Estamos num momento de luta
e, para lutarmos com eficácia, temos de manter alguma serenidade.
A nossa primeira prioridade é, neste momento, combater estes incêndios e deixar os operacionais no terreno fazerem aquilo que sabem fazer”, disse Constança Urbano de
Sousa, à margem de uma visita ao
posto de comando do incêndio que
lavrava em Anadia, Aveiro.
O foco “tem de ser o combate a
estes incêndios”, insistiu a governante, alvo de críticas por não ter intervido politicamente mais cedo.
Na Madeira, onde o primeiro-ministro, António Costa, chega
hoje e que a líder do BE, Catarina
Martins, visita amanhã, o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Tranquada Gomes, manifestou a “plena disponibilidade” do
Parlamento regional para dar toda
a colaboração útil e necessária às
autoridades competentes, particularmente ao nível de soluções legislativas consideradas oportunas para
fazer face à tragédia que tem assolado o Funchal.
Com o silêncio do PSD e do CDS,
o PCP propôs ontem, no Porto, uma
nova política de ordenamento florestal, que contrarie a “hegemonia
do eucalipto” e, se necessário, use
verbas canalizadas para a banca a
fim de reforçar os meios humanos e
materiais de combate aos fogos.
Dada a “situação de autêntica catástrofe” que se vive na Madeira, o
dirigente comunista João Frazão
defendeu um “rigoroso cadastro da
floresta portuguesa [...] que não tem
saído do papel ou das experiências-piloto”. Além disso, frisou, importa “retomar o Corpo de Guardas
Florestais” e reforçar as equipas de
sapadores florestais que, segundo o
plano nacional de defesa da floresta
contra incêndios, prevê a existência
de 500 (em vez dos atuais 283).
O PSD/Madeira, por sua vez,
anunciou o cancelamento do comício da rentrée política marcado para
dia 19 de agosto em Porto Santo:
“Não poderíamos também deixar
de manifestar a nossa solidariedade
para com aqueles que foram mais
atingidos por esta calamidade.”
MANUEL CARLOS FREIRE
IMPACTO DOS FOGOS
Apoio da União
Europeia a caminho
› O governo português já acionou
o mecanismo europeu de proteção civil e obteve a resposta
positiva de um avião Canadair
italiano que virá para Portugal
ajudar no combate aos incêndios. Portugal já acionou sete
vezes o mecanismo europeu de
proteção civil, mas também já
ajudou outros países.
Turismo
sem quebras
› A Secretaria Regional da
Economia, Turismo e Cultura
da Madeira assegurou que a
atividade turística está a “regressar à normalidade”, com a
operação aeroportuária e portuária a funcionar regularmente. A Associação das Agências
de Viagens e Turismo não registou nenhum cancelamento
de viagens e férias.
Quase mil saíram
das suas casas
› Na Madeira, cerca de 950 pessoas tiveram de ser retiradas
de casa, 600 estão alojadas no
Regimento de Guarnição n.º 3,
(RG3), no Funchal, outras 300
foram colocadas no estádio
dos Barreiros e 50 no centro
cívico de São Martinho. Além
disso, foram criados vários
apoios para ajudar as vítimas
dos incêndios.
Aviões de Marrocos
e ajuda da Rússia
› A ministra da Administração
Interna, Constança Urbano de
Sousa, anunciou que Marrocos
vai ceder dois aviões Canadair
para ajudar no combate aos incêndios em Portugal. A ministra anunciou ainda ter sido
acionado o protocolo bilateral
estabelecido com a Federação
Russa para a vinda de mais
meios, sem especificar, quantos são ou quando chegam.
Quase 30 mil pedem
penas mais pesadas
› Uma petição lançada durante o
dia de ontem, a defender uma
pena máxima de 25 anos de
prisão para quem atear fogos
florestais reunia já, cerca das
23 horas, 29 mil assinaturas.
Paulo Duarte Freitas, o alegado
autor do foco de incêndio em
São Roque, na Madeira, ficou
ontem em prisão preventiva.
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
DN+
Madrugadas com muito vento
dão força às chamas
CONTINENTE Ao fim do dia
ardiam 13 grandes fogos no
continente. Maioria eram
reacendimentos e mobilizavam mais de 5000 homens
um único ocupante, de 40 anos,
indicou à Lusa o responsável da
Proteção Civil do município de
Ferreira do Zêzere. Este fogo, que
foi extinto uma hora depois do seu
início, destruiu ainda uma carrinha da junta de freguesia e dois jipes dos sapadores florestais, estacionados junto à caravana.
Estava apagado, mas voltou em
força, durante a noite de quarta-feira, o incêndio que teve início às
14.55 de segunda-feira, em São Pedro da Cova, Gondomar, alastrando-se à freguesia de Foz do Sousa.
Ao final da tarde, três focos “ameaçavam casas e fábricas”. “Temos
noção de que não há mais meios
nem materiais nem humanos no
que diz respeito a bombeiros. Mas
JOSÉ COELHO/LUSA
O vento está a ser um dos piores
inimigos dos bombeiros e parece
não dar tréguas. A Proteção Civil
esperava uma madrugada de
muito vento, à semelhança do que
aconteceu na de quarta-feira. Em
vez de a noite servir como habitualmente para acalmar as chamas, o vento forte acabou por trazer mais trabalho, ao provocar vários reacendimentos.
Depois de um dia em que mais
de cinco mil operacionais estive-
ram no terreno a fazer face a 394
incêndios, segundo os dados da
proteção civil, a situação ainda era
preocupante em Águeda e Gondomar. Às 20.40, a Autoridade Nacional de Proteção Civil classificava
13 incêndios como “ocorrências
importantes”.
As chamas, que lavraram ao
longo do dia de ontem, acabaram
por provocar a morte a um turista
alemão, em Ferreira do Zêzere. O
homem não sobreviveu ao incêndio que começou precisamente na
caravana onde estava alojado. O
fogo começou debaixo de um telheiro, cerca das 03.40, em Vale Serrão, na freguesia de Nossa Senhora do Pranto (Dornes), onde estava estacionada a caravana, com
Em Celadinha, em Arouca, viveram-se horas de desespero
5
os meios aéreos falharam. Estive
desde manhã a solicitar meios aéreos pesados que não chegaram.
Se tivessem chegado, os incêndios
que lavram em Gondomar tinham
sido muito mais fáceis de resolver”,
referiu o presidente da câmara local, Marco Martins, à Lusa. A tentar pôr fim às chamas estiveram
225 operacionais e um meio aéreo.
Os bombeiros concentraram o trabalho na defesa das casas dos habitantes de Gens. Cerca de cem
pessoas foram deslocadas, mas ao
longo do dia foi-lhe autorizado o
regresso a casa.
Sem fim à vista estava também
o incêndio em Águeda – começou
na madrugada de segunda-feira –,
que se aproximava da cidade.
O vento forte durante a madrugada voltou a dar força às chamas
que quase foram declaradas extintas, o que deixou os bombeiros
numa situação difícil. “Estamos a
precisar urgentemente de meios
aéreos pesados. Já pedimos várias
vezes, mas calculamos que os pedidos serão tantos que não há vazão para tudo”, dava conta ao início da tarde de ontem, o comandante dos Bombeiros de Ílhavo,
Carlos Mouro. Durante o dia havia
quatro frentes ativas, entre as quais
a que se dirigia para a cidade, mas
que os bombeiros esperavam controlar durante a noite.
Em Castanheira de Pera, 338
operacionais e dois meios aéreos
combatiam as chamas. Também
aqui se tratou de um reacendimento, que ao início da noite
tinha três frentes ativas. Em Arouca, os passadiços do Paiva chegaram a ser evacuados, por precaução, e as chamas ainda davam trabalho a 180 elementos. Desde as
14.35 de segunda-feira que arde
uma área de mato.
Estes focos de incêndio acabaram ainda por condicionar o trânsito em três autoestradas (A25, A28
e A43) e três estradas nacionais
(EN16, EN230 e EN336).
A.B.F.
SOLIDARIEDADE
Ronaldo oferece
ajuda financeira
Telma e Quaresma
deixam mensagens
Sporting e Arouca
promovem ações
Cáritas e Banco
Alimentar do Porto
› Cristiano Ronaldo decidiu ofere-
› A judoca Telma Monteiro, medalha de bronze nos Jogos Olímpicos
Rio 2016, agradeceu ontem aos
bombeiros. “Quero deixar uma
mensagem de solidariedade, de
muita força e de agradecimento a
todos os bombeiros que estão neste
momento a proteger todos os portugueses e a todas as pessoas que
têm sido afetadas”, afirmou a judoca, num vídeo publicado no Twitter
do seu clube, o Benfica. Também
o jogador Ricardo Quaresma, via
Facebook, enviou “um grande abraço aos bombeiros que um pouco
por todo o Portugal combatem os
incêndios...) Coragem, vocês são
campeões do povo”.
› O Sporting Clube de Portugal vai
› A Cáritas Portuguesa lançou uma
campanha de angariação de fundos
para ajudar a população afetada
pelos incêndios da Madeira, tendo
aberto uma conta bancária para
quem quiser contribuir: “Cáritas
ajuda a Madeira” – 0035 0697 0059
7240130 28, da CGD. O Banco
Alimentar Contra a Fome do Porto
vai distribuir hoje alimentos e água
aos bombeiros da região Norte,
disse o presidente da instituição
distrital, António Cândido da Silva,
sublinhando haver bombeiros sem
comer há 24 horas. Foi uma forma
de responder a um pedido feito
pela Associação Nacional de
Bombeiros, referiu.
cer ajuda financeira à sua terra
natal. O melhor jogador do
mundo, natural da ilha da
Madeira, telefonou na tarde de
ontem ao presidente do governo
regional para prestar a solidariedade ao povo madeirense e desejar uma rápida recuperação das
perdas sofridas, noticiou o Diário
de Notícias da Madeira. O craque
madeirense falou diretamente
com Miguel Albuquerque, tendo
aproveitado a conversa que tiveram para desejar que os culpados
desta situação dos incêndios
sejam punidos, acrescentou o diário regional.
promover uma ação de ajuda aos
bombeiros. É já no próximo sábado, aproveitando a realização do
jogo Sporting - Marítimo, no
Estádio José Alvalade. “Não fiques em casa e traz água, barras
de cereais, fruta fresca e leite
para entregar aos voluntários
que estarão junto aos torniquetes”, lê-se no Facebook dos leões.
O Arouca decidiu doar 1 euro por
cada bilhete vendido para o jogo
com o Olympiacos, no dia 18 de
agosto, para a corporação de
bombeiros do concelho. Os preços dos bilhetes podem ir até aos
20 euros para o público em geral.
OPINIÃO
Deverão os meios
militares ser usados
no combate aos fogos?
NUNO
PEREIRA
DA SILVA
Coronel
do Exército,
na reserva
C
omeçou a época quente
e invariavelmente começou a época dos fogos
que flagelam o país de norte a
sul. Todos os anos se repete o
mesmo fado. As Forças Armadas possuem capacidades que
podem ter uso civil. Há alguns
anos iniciámos na UE a elaboração de um Catálogo de Capacidades e Meios para a Proteção (defesa) Civil. Aí foram
listadas as capacidades civis e
militares oferecidas pelos diversos Estados membros, que
em caso de necessidade pudessem ser pedidas para uso
em emergências. Em Portugal
deveria fazer-se um Catálogo
do género, integrando as Capacidades e Meios Civis e todas as Capacidades e Meios
Militares com possibilidades
de uso civil. Só depois de listadas e de se saber onde estão,
quem as possui e pode disponibilizar é que deveriam ser
feitos alugueres ou aquisições
de meios que não existam. Estariam nesse catálogo meios
da Força Aérea com capacidade para, com uma pequena
adaptação, poderem ser usados na prevenção e no combate aos fogos. Recordo que, há
alguns anos, os C-130 foram
usados com um kit específico
para efetuar esse combate, o
qual, pelo que sabemos, apodreceu e está inoperacional.
No Exército há vários meios
de engenharia e outros capazes de ajudar no combate ao
flagelo dos fogos. O Exército
também pode participar mais
se tiver alguns apoios logísticos, em termos de infraestruturas que podem ser disponibilizadas pelo poder local,
para que algumas unidades
em treino operacional possam cumprir a sua missão e
concomitantemente vigiar o
território em locais pré-determinados 24 sobre 24 horas, contribuindo assim para
a prevenção dos fogos. Um
país em profunda crise financeira tem de usar eficientemente e eficazmente os meios
de que dispõe, pois só assim se
podem rentabilizar os recursos existentes e se evitam dispêndios de recursos humanos
e financeiros desnecessários.
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
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DN+
Entrevistas de verão
O arquiteto nas Portas
do Mar, na Ribeira Velha.
O espaço envolve o Campo
das Cebolas e vai até à
Doca da Marinha. As
descobertas arqueológicas
vieram enriquecer o
projeto inicial, que cria
uma grande praça a olhar
para o Tejo e para Alfama
JOÃO LUÍS CARRILHO DA GRAÇA
Arquiteto
Tem nas mãos um extenso pedaço de Lisboa, com dois projetos contíguos – o Terminal de Cruzeiros e o arranjo do terreno
entre o Campo das Cebolas e a Doca da Marinha. Dali vão sair espaços públicos onde as pedras originais são reutilizadas
“Se a arquitetura é boa, pode mudar
a vida das pessoas e da cidade”
ANA SOUSA DIAS
Tem neste momento em construção o Terminal de Cruzeiros e o
arranjo do Campo das Cebolas,
em Lisboa. Tem outros projetos?
Estou a começar um projeto que
até foi publicado na revista Domus.
É o quarteirão, na Baixa Pombalina, entre o Banco de Portugal e o
MUDE, que vai ser a sede do BPI e
um centro cultural. Os edifícios serão reconstruídos lá dentro. Propus
uma escultura enorme do Julião
Sarmento que gostaria que viesse a
acontecer.
Assisti a uma apresentação que
fez dos projetos para o Campo
das Cebolas e o Terminal de
Cruzeiros e começou por dar
uma visão histórica sobre Lisboa
e as suas linhas…
… de festo e linhas de água. As linhas altas são as de festo, são o negativo das linhas de água.
Por que foi tão atrás na leitura da
estrutura da cidade para pensar
estes projetos?
Eu não teria necessariamente de ir
aí. É assim que olho para Lisboa,
mas é uma visão mais universal,
porque em qualquer sítio onde
possa intervir faço uma observação desse tipo. No fundo, é o tema
da exposição que fiz no CCB, com
maquetas enormes que explicam
como a cidade cresceu em cima do
território, a partir de certas regras.
As regras são simples: os percursos
de linha de festo são utilizados desde a Pré-História, são mais protegidos, mais seguros, a partir deles vê-se o que for preciso. Estão marca-
“
Na expansão das cidades,
tudo se passa entre
as linhas de festo (altas)
e as linhas de água
dos em todo o mundo, são os
caminhos das pessoas. O seu inverso ou o seu negativo são as linhas de água, os rios, as ribeiras,
que têm uma presença muito forte. Estas duas linhas são as mais antigas e as mais permanentes. Em
Lisboa sente-se muito, porque é
uma topografia muito ondulada e
quase barroca.
Para chegar à ideia do projeto,
precisa de ter presentes essas linhas?
É a maneira como olho para a cidade e para as paisagens. Estabelecem um protótipo do espaço público, porque as linhas de festo são
sempre percorridas e transfor-
mam-se em vias, e as linhas de
água são impossíveis de privatizar.
Na expansão das cidades, tudo se
passa entre estas linhas.
Está a trabalhar na zona ribeirinha da Lisboa mais histórica.
Como é essa aventura?
É uma plataforma maravilhosa do
projeto do Porto de Lisboa, construído no início do século XX. Tem
um muro fantástico de pedra de lioz,
penso que com 17 km de comprimento. Uma obra incrível. A plataforma entre Santa Apolónia e o Terreiro do Paço foi objeto de dois concursos: o do Terminal de Cruzeiros,
em 2010, e o do Campo das Cebolas,
em 2012, e estão agora em obra.
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
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PERFIL
ORLANDO ALMEIDA / GLOBAL IMAGENS
› Nasceu em
Portalegre em 1952,
onde viveu até terminar
o liceu, aos 17 anos.
› Concluiu o curso de
Arquitetura na então
Escola Superior de
Belas-Artes de Lisboa
em 1977 e começou
logo a dar aulas aos
alunos do último ano
da mesma escola, já
então com o nome de
Faculdade de
Arquitetura.
› É professor na
Universidade Autónoma de Lisboa e na
Universidade de Évora.
Foi uma coincidência ter ganho os
dois concursos?
Foi uma sorte. Os terrenos são contíguos, mas os concursos foram organizados de formas diferentes,
com júris internacionais diferentes. E eu consegui ganhar os dois,
em sequência. O do terminal foi organizado pela APL [Administração
do Porto de Lisboa] com a Câmara
de Lisboa; o outro foi com a Bienal
de Veneza, a participação portuguesa na Bienal de Veneza, e a Câmara de Lisboa.
Não é uma enorme responsabilidade mexer em sítios destes, com
tanta história?
É uma intervenção única, até internacionalmente, porque tem
uma dimensão extraordinária.
Claro que sinto uma grande responsabilidade. Os meios, vistos do
meu lado, são sempre reduzidos
para conseguir atingir os objetivos. Há aqui um aspeto que me interessa muito. As fachadas das casas são o limite da cidade em relação ao rio, imaginando que ainda
não existia o aterro: a partir daqui,
havia praia. Depois, a cidade começa a subir e, portanto, as fachadas estão no ponto em que a cidade se transforma no grande aterro.
Todos estes edifícios estão construídos em cima da muralha que
aparece por dentro, às vezes, e foi
sendo absorvida pelos edifícios.
Numa parte é a Muralha de D. Dinis, noutra área a Muralha Fernandina. O historiador José Sarmento Matos explica que o rei,
quando a muralha deixou de ser
tão operativa e necessária, começou a vender e a ceder troços de
muralha, às vezes com uma torre
– por isso há vários palácios com
uma torrezinha.
Como começa um projeto? Vai fazendo desenhos?
Começo por pensar no problema e
fazer maquetas, com elementos
improvisados que tenho à mão –
quando toda a gente fumava, usava os maços de tabaco, serviam
mais ou menos para tudo. Faço
uma espécie de maquetas em cima
de uma base, para funcionarem
como provocação.
Vai primeiro ao lugar e fica a
olhar?
Não sou contemplativo. Gosto
muito de andar a pé, ando imenso
pelos sítios em que vou intervir.
Sempre fiz, desde o princípio, uma
coisa que é uma potencialidade e
uma limitação. Não parto de imaginar o resultado para organizar a
maneira de lá chegar; parto de conceitos abstratos. Gosto de olhar
para o território não só como forma mas como conteúdo, com tudo
o que culturalmente o constrói e
ocupa – as pessoas, os animais, as
plantas, a geologia. Olhar para a
realidade e para história. Isso cria
uma certa distância em relação à
problemática mais direta. E isso
cria enormes possibilidades e
enormes riscos porque, depois de
lançar hipóteses e de as testar, não
desligo enquanto não chegar aos
mais ínfimos pormenores do que
vou realizar. É um percurso longo e
complexo.
Parte do abstrato para o pormenor?
Parto de uma certa abstração. Inúmeros colegas meus fazem o contrário e eu admiro imenso essa forma de trabalhar, tão diferente da
minha.
“
Quando toda a gente
fumava, usava os maços
de tabaco para fazer as
primeiras maquetas
Mas à partida tiveram uma formação idêntica, não?
Dependendo das idades e dos sítios onde se estudou. Mas acho
que há uma cultura comum muito
forte entre os arquitetos. Participei
em dezenas de júris, há discussões,
mas chegamos ao fim em consenso, ou mesmo em unanimidade.
› É convidado para lecionar em universidades de todo o mundo,
de Milão à Cidade do
México ou a Viena.
› Mora em Lisboa e
está a fazer o projeto
para uma residência
própria.
› Foi distinguido com o
Prémio Pessoa em
2008, somando-o a galardões como o Secil,
o AICA, o Luzboa e, em
2010, o Piranesi Prix
de Rome.
› Ainda hoje gosta do
primeiro projeto que
fez, para o quartel
E no entanto, os resultados são…
… completamente diferentes, mas
têm uma certa evidência. Embora
cada um faça da sua maneira e com
os seus pressupostos, quando as
coisas resultam e estão encontradas e equacionadas, tornam-se evidentes. A arquitetura é uma atividade, digamos, de banda larga.
Pode ser elitista, mas não fica confinada só a essas pessoas. Podemos
discutir e pôr as hipóteses que quisermos, mas depois as coisas têm
de se tornar universais, quando as
obras se constroem.
Outro trabalho que fez num local
delicado foi o arranjo da zona do
Templo de Diana, em Évora.
O ponto de partida é tentar tirar o
máximo partido do que existe. Escrevi no catálogo da exposição do
CCB um texto chamado “Revelação em sentido fotográfico”, em
que digo que é através do conhecimento que a arquitetura se constrói. Quanto mais conhecermos e
nos sentirmos à vontade em relação ao programa, aos sistemas
construtivos e à maneira como
tudo se vai passar, mais fácil é termos bons resultados. É interessante chegarmos a um sítio e concluirmos que basta demolir uma
coisa e aquilo fica fantástico, não é
preciso fazer muito. Num congresso, em Pamplona, o Jean-Philippe
Vassal, dos Lacaton & Vassal, mostrou um trabalho muito curioso:
ele e a mulher foram convidados
para fazer o arranjo de uma praça,
o que é um programa comum em
arquitetura. Foram ver e gostaram
da praça. Falaram com as pessoas
e acharam que, grosso modo, estava tudo bem – havia só um problema de limpeza – e que era mais interessante manter o que lá estava.
Disseram ao presidente da câmara: “A nossa proposta é que a praça
fique como está. Por favor, paguenos os honorários.” Gosto imenso
desta história.
Voltemos ao Terminal de
dos bombeiros de
Vila Velha de Ródão,
apesar de o edifício
ter sido muito alterado. Na longa lista de
obras feitas destacam-se a Escola
Superior de
Comunicação Social
de Lisboa, o Pavilhão
do Conhecimento da
Expo’98, o Teatro e
Auditório em Poitiers
(França) e a adaptação do Mosteiro da
Flor da Rosa, no
Crato, e o Núcleo
Arqueológico do
Castelo de São Jorge.
Cruzeiros. Encontrou muito passado escondido?
A doca do Jardim do Tabaco tinha
uma ligação ao rio, mas fora toda
aterrada. Quando comecei o projeto, já estava feito o novo cais para os
terminais. Deixava de se ver a água
e o muro de lioz que define o espaço e que eu decidi logo manter.
Quis intervir dentro do retângulo
da doca como se ele fosse o campo,
em sentido artístico, com um edifício o mais pequeno possível – e é o
mais pequeno dos que apareceram
no concurso – e que invertia um
pouco o olhar de Alfama, que é um
anfiteatro a olhar para o rio. O edifício entrava em diálogo com Alfama. Tentei restringir-me ao programa e fazer o edifício encaixado
nesse espaço onde há um estacionamento e um tanque que faz uma
espécie de praça. O segundo conceito, desenvolvido com o arquiteto paisagista João Gomes da Silva,
é construir um parque verde urbano ao longo do rio, à volta do terminal. Vai ficar tudo cheio de árvores
e relva com dois hipotéticos restaurantes. Isso leva a que nos aproximemos, em percursos pedonais,
do centro da cidade, o que permite
que as pessoas que chegam nos navios vão para Alfama ou em direção
à Baixa. Esse parque pode ser utilizado pela cidade, é uma mais-valia.
No período quente dos cruzeiros,
há imensos autocarros estacionados, pessoas para cá e para lá e,
portanto, o parque não pode ser
tão frequentado.
O edifício é baixo para não impedir a vista do rio?
Tem só dois pisos, o programa não
pedia mais. Tentei resumir ao mínimo as áreas climatizadas, com ar
condicionado. No concurso, estava já a pensar no futuro do edifício,
que é uma espécie de pequeno aeroporto, com questões de segurança, não tem grande história: as
partidas em cima, as chegadas em
baixo.
DN+
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Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
Entrevistas de verão
Desenhou um plano de água, um
lago. Estava previsto no programa?
Não, mas corresponde ao espaço
no interior da doca e faz uma espécie de tanque em frente da antiga
Alfama. É preciso imaginar isto
tudo cheio de árvores. Esperemos
que aconteça. Este foi o primeiro
concurso, em 2010, e tinha um
pragmatismo enorme. Queriam
inaugurar em 2012, mas depois as
coisas nunca acontecem assim.
Aliás, uma das coisas mais desagradáveis na profissão de arquiteto é o tempo que as coisas levam.
O projeto do Convento de Jesus,
em Setúbal, tem 18 anos e só agora
se fez a primeira ala.
Ao lado do terminal começa o arranjo do Campo das Cebolas.
O verdadeiro Campo das Cebolas
não é bem onde estamos a intervir,
aliás propomos o nome de Portas
do Mar para este espaço, que na
verdade é a Ribeira Velha ou Portas
do Mar. O concurso referia-se a
este espaço e à Doca da Marinha.
Também passa a ser espaço público?
Ainda há uma zona reservada à
Marinha, mas fica tudo bastante
transparente e o edifício é novo,
construído com os tijolos da demolição do que lá estava. E tudo
isto passa a ser espaço público. No
concurso, tinham-nos pedido um
silo para estacionamento e propusemos um volume que não ficava
muito mal. Mas a Assembleia Municipal entendeu – e muito bem –
que não se devia fazer, porque cortava vistas e criava uma perturbação. Propuseram-nos que enterrássemos o estacionamento. A partir das plantas antigas, tínhamos a
noção do que tinha sido este espaço, há imagens lindíssimas disso.
No lado da Sala do Risco e do Arsenal estava o porto real, dos grandes
navios que faziam as viagens dos
descobrimentos, navios de guerra;
deste lado havia um porto quotidiano, onde chegavam os navios
pequenos traziam coisas de fora.
Ao lado, havia um terreiro para feiras que já ficava fora de portas. Este
projeto foi feito com o Victor Beiramar Diniz, um arquiteto paisagista
que trabalha comigo no ateliê e foi
diretor do Parque de Serralves. A
ideia foi limpar este espaço, tornando claro que a frente corresponde à muralha. Em frente da
Casa dos Bicos há uma clareira e a
praça é arborizada.
Estava a explicar o estacionamento.
Nós sabíamos que o muro do cais ia
aparecer e, realmente, apareceu.
Durante o projeto, pedimos sondagens arqueológicas, o que foi ótimo
porque, se antecipamos o que se
poderá encontrar, podemos entrar
com isso em linha de conta no desenvolvimento do projeto. Encontrámos o muro do cais e via-se areia
que tinha estado enterrada 200
anos, mas era como se a tivéssemos
deixado ontem: imaculada, como
se fosse uma praia. Lindíssimo! Va-
mos construir aí o estacionamento
e isso liberta-nos de arqueologias
mais pesadas, que se vão ainda escavar.
Não era zona construída, por isso
não há vestígios?
Exato. Podem aparecer restos de
um navio, mas, em princípio, não
há nada construído, porque era a
praia. Fizemos o parque de estacionamento a meia altura, semienterrado, 1,5 metros abaixo do nível
da cidade e 1,5 metros acima. Da
plataforma vemos o rio e a cidade.
O acesso ao estacionamento tem
um pátio com árvores, com luz e
ventilação natural. É um parque
quase ao nível do exterior – os carros não estão visíveis, mas o parque
“
Na estrutura do Terminal
de Cruzeiros vamos usar
um sistema de betão com
incorporação de cortiça
é facilmente acessível. Propusemos que a escada antiga que dava
acesso à praia fique a funcionar. É
uma escada muito bonita, com pedras enormes de lioz. Encontrámos também os vestígios de um
forte anterior ao terramoto, que foi
fotografado e fica lá, na mesma posição. Todas as pedras encontradas
ficaram lá. O que não é habitual.
É uma preocupação ecológica, a
reutilização dos materiais, tanto
no cais como no edifício de tijolo
demolido?
Exato. Tendencialmente tem-se
pensado cada vez mais nas questões da sustentabilidade e da ventilação natural. Sempre me interessei
em reduzir ao mínimo a climatização e em utilizar sistemas passivos,
mas não o faço de uma forma extremada. Não podemos fazer cortes
com a realidade, isto tem de ser
sempre a pouco e pouco…
Mas tem a consciência de que o
que faz tem efeitos no futuro?
Uma vez eu estive num programa
de televisão com o professor Ribeiro Telles e ele disse uma coisa genial: “Nós, seres humanos, somos
muito mais efémeros do que tudo
aquilo que estamos a construir.”
Quer dizer, nós, qualquer dia, não
estamos cá e tudo isto vai ficar a
olhar para as pessoas durante cem
anos ou coisa assim do género.
Já o ouvi explicar que o edifício
do terminal será feito num material mais leve do que o betão normal. Porquê?
Quando fizeram o concurso já estava feito o sistema de fundações
para o que viesse a ser construído.
Fomos apoiar-nos nesse sistema e
desenvolvemos o edifício. Quando
chegámos a um certo ponto, os engenheiros que trabalham comigo
disseram que a capacidade de suporte daquele sistema de fundações estava no limite e os alçados
tinham de ser feitos de uma forma
ligeira. Para mim, era muito importante a solidez na envolvente do
edifício. Em paralelo com isto, a Experimenta Design tinha-me desafiado a pensar em novas utilizações
para a cortiça, conjuntamente com
a Corticeira Amorim. E eu pensei
em desenvolver um tipo de betão
que incorporasse cortiça mas que
fosse estrutural, porque tem de ter
uma certa capacidade. É muito comum, quando é preciso encher
uma zona numa obra, utilizar betão com cortiça porque é muito
mais leve e tem resistência, mas
não é propriamente estrutural.
Mas aqui tinha de ser estrutural.
Desenvolvemos, com um laboratório de Coimbra, a Secil e a Amorim um sistema de betão claro com
incorporação de cortiça.
É uma estreia?
É. Eu só tenho pena porque pensava que isto ia ser patenteado e que
eu ia ficar rico, mas não… É caríssimo, não vale a pena. Tinha de ser
patenteado em todo o mundo e tinha de se manter vivas as patentes.
Se só patentearmos em Portugal, a
seguir fazem em Espanha e vendem para cá. Se patenteássemos
na Europa toda, faziam em África
ou assim. Não há hipótese de ficar
rico nem de patentear isto.
No Pavilhão do Conhecimento
dos Mares já tinha feito uma
inovação com a Secil, não tinha?
Um betão diferente?
Sim, nessa altura, o betão foi betão
branco e foi uma experiência brutal. Eu já tinha construído com betão branco, mas coisas mais pequenas. E lembro-me de colegas
meus dizerem que era uma temeridade estar a fazer uma obra com
aquele prazo, com um orçamento
limitado e com uma tecnologia
completamente inovadora em Por-
“
Ao contrário dos artistas,
nós arquitetos só temos
justificação social se
resolvermos problemas
tugal. Felizmente, correu tudo
bem. Foi um êxito enorme e é curioso, porque continua em bom estado, o betão está impecável. Também fiz com a Secil o mobiliário urbano da Expo’98.
É curioso falarmos nisso porque
as pessoas tendem a ver os arquitetos como uns artistas e associados a star systems, os starchitects.
E a vossa profissão tem muito
que ver com o resolver problemas, procurar soluções.
Exatamente. Ao contrário da atividade dos artistas, nós só temos justificação social se resolvermos problemas. Temos sempre um programa, um orçamento e depois
tentamos resolver dentro daquele
conjunto de variantes, no sítio.
O designer Daciano da Costa
dizia que o design tinha que ver
com utilidade e que havia outra
coisa que era o “tipo design”,
como o queijo “tipo serra”.
No design, pela sua história e pelo
seu mérito, percebe-se melhor a
questão da função social. Imensas
coisas foram desenhadas e utilizadas durante séculos e podem produzir-se com valores baixos e ser
para toda a gente. Fazem verdadeiras revoluções no sistema de produção e de utilização de objetos.
Nunca pensamos muito isso em
relação à arquitetura, não admitimos a hipótese de a arquitetura ter
essa direta e forte função e justificação social, mas sempre o defendi. Pensa-se que os arquitetos trabalham para os ricos, raramente se
põe outra hipótese. Quando se fala
em direito à arquitetura, parece
uma coisa abstrata e ninguém leva
muito a sério. Mas se a arquitetura
for boa pode melhorar a vida das
pessoas, do espaço e da cidade.
Volta aos sítios onde interveio,
para ver como funciona?
O criminoso volta sempre ao local
do crime. Volto, normalmente com
prazer. Às vezes, fico surpreendido,
há coisas difíceis de aceitar, mas temos de deixar que os edifícios tenham uma vida própria. Temos de
fazer tão simples quanto possível
para a complexidade da vida das
pessoas, depois, se instalar lá dentro com à-vontade. Para servirem
de referência, de enquadramento
a situações às vezes muito complexas. Mesmo imaginando que tudo
vai ser usado e, em certa medida,
subvertido, às vezes há coisas um
bocadinho chocantes.
Já construiu uma casa para si?
Não. Adaptei uma, em Tavira, mas
fiz duas sequências de obras: uma
quase há 20 anos e outra há menos.
É uma casa de férias. Para mim, vou
eventualmente fazer agora uma, se
tudo correr bem.
E se depois chega à conclusão de
que “não era nada disto”?
As obras são feitas em circunstâncias diferentes e com aquilo que as
caracteriza e a conjuntura que as
envolve. Mas eu tenho a mesma relação com coisas que fiz há 20 ou 30
anos e com as que estou a fazer agora ou com as que vou fazer a seguir.
Não tenho a ideia de que se desatualizam. E sobre a casa, eu acho
maravilhoso. A minha mulher sempre achou estranho que não tivéssemos uma casa projetada por mim,
quando tínhamos lá os miúdos e a
casa sempre cheia de pessoas. Agora está-lhe a fazer ainda mais confusão fazer a casa só para duas pessoas… mas a casa acaba por estar
também sempre cheia de gente.
Nasceu em Portalegre e estudou
em Lisboa.
Vim para Lisboa com 17 anos, fiz o
liceu lá.
Conheceu o José Régio?
Não. A minha mãe foi aluna do José Régio e tem imensas histórias
com ele, ótimas recordações. Ela
DN+
9
vive lá e eu vou de vez em quando.
Fiz lá a Igreja dos Assentos. Como
disse numa entrevista, nunca se sai
da cidade onde se nasce, mantemos como quadro de referência o
espaço da nossa infância.
Estudou Arquitetura em Lisboa e
começou logo a trabalhar?
Furiosamente. Assim que acabei o
curso, fui convidado para dar aulas
no último ano. Tinha colegas meus
e outros mais velhos que eram
meus alunos. Em vez de estar demasiado convencido, resolvi trabalhar conjuntamente com eles e fizemos trabalhos que ficaram mais
ou menos na memória de todos.
Gostei imenso desses anos. Em paralelo, convidaram-me para concorrer ao Plano Urbanístico de Portalegre. Concorri, com o Gonçalo
Byrne e o João Paciência, e ganhámos. Comecei a fazer esse trabalho
e outros que, entretanto, consegui
e fui fazendo concursos.
O planeamento urbanístico interessa-lhe?
Interessa-me a observação do que
é a cidade e do que é o território.
Como atividade, não me interessa
tanto, embora eu tenha dois planos
de Santos ao Cais Sodré, do concurso da EDP com a Câmara de Lisboa. A arquitetura, às vezes, demora 20 e mais anos. O planeamento
urbanístico demora mais ainda e
sentimo-nos a intervir através das
mãos de outros, porque definimos
algumas regras, tentamos acompanhar, mas é difuso. Não há
exemplos muito claros de planos
bem-sucedidos.
Lisboa teve uma grande intervenção, com a Expo’98. O que
pensa do que foi feito?
Acho uma experiência fantástica.
Lembro-me imediatamente do Pavilhão de Portugal, que é extraordinário. Ficou uma série de edifícios
“
A Avenida 24 de Julho
tinha uma intensidade de
trânsito brutal, hoje nem
nos lembramos
ORLANDO ALMEIDA/GLOBAL IMAGENS
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
interessantes. E há uma matriz urbanística simples mas que foi muito bem controlada e que fez que
aquela zona, climaticamente discutível, tenha um sucesso enorme.
Foi muito bem organizado, como
estratégia, primeiro para a instalação da Expo e depois na continuidade, no Parque das Nações, que é
uma zona muito intensa e muito
apreciada da cidade.
O que vai fazer a seguir?
Estou a preparar o concurso para o
Conservatório de Música e Dança
de La Rochelle. Há quatro arquitetos selecionados, que estão a fazer
os seus projetos, e só um é que vai
ganhar.
Entrar para o circuito internacional dos arquitetos foi gradual?
No caso de Poitiers – o primeiro
concurso que ganhei e que se construiu –, fiz uma equipa com um Daniel Commins, um especialista
acústico com quem, depois, trabalhei bastante, que já tinha também
trabalhado com o Siza na Casa de
Serralves. Ele ajudou-me a organizar a equipa, toda francesa, e apresentámos uma proposta. Foram
selecionados cinco, entre eles Jean
Nouvel e o Christian de Portzamparc, que é [Prémio] Pritzker e que
fez a Cidade da Música em Paris.
Ganhei o concurso e, sinceramente, não estava à espera. Mas é uma
coisa isolada. Depois fiz vários concursos. Ganhei outro, para a Maison de la Paix [Casa da Paz], em Genebra, mas não se construiu. Não
sou convidado muitas vezes, vou
apresentando candidaturas, às vezes sou selecionado. Agora está
mais difícil, porque com a crise os
arquitetos que nem se davam ao
trabalho de ir a concursos, porque
tinham imenso trabalho, começaram a aparecer. Os selecionados
são os quatro ou cinco de topo.
As pessoas associam as grandes
obras a calendários eleitorais.
Mas as cidades não estão sempre
a precisar de ser mexidas?
Os ciclos eleitorais têm quatro anos
e não é fácil fazer as obras no primeiro ano. Acaba sempre por ter
um ar eleitoral, não se consegue fugir a isso. Veja o caso das obras que
estou a fazer. Um concurso foi em
2010, o outro foi em 2012, e depois
levam anos de gestação. O terminal
deve começar a funcionar em 2017,
mas é um concessionário privado,
não tem nada de eleitoral. As obras
em Lisboa são coisas práticas. É
uma transformação profunda para
tornar a cidade mais acessível, utilizável, cómoda para as pessoas. Há
menos de dez anos, a Avenida 24 de
Julho tinha uma intensidade de
trânsito brutal, hoje não nos lembramos. Estas alterações obrigam
a acertos de infraestruturas e de sistemas de apoio de espaço público.
Introduzir mais árvores, espaços de
estar, parques infantis, estacionamento organizado, é justificável e
normal.
Tocou num ponto importante, a
questão do automóvel dentro das
cidades. Como se pode reduzir o
seu impacto?
Os automóveis devem conseguir ir
a todo o lado e deve haver sempre
mistura de zonas pedonais com
automóveis e transportes públicos.
O que é decisivo é um sistema de
transportes públicos eficaz que sirva a cidade de uma forma cómoda.
A partir daí, a cidade vai alterando
a maneira de funcionar, o trânsito
vai diminuindo e as pessoas vão
percebendo que, a pé, se vai a quase todo o lado. Os fabricantes de
automóveis estão preocupadíssimos (nós ainda nem pensámos
nisso), porque as pessoas andam
cada vez mais a pé e, tendencialmente, vão andar cada vez mais a
pé e de bicicleta.
10
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
OPINIÃO
ILHA DE SZIGET. UMA SEMANA DE CULTURA
11.8.2016
Editorial
Água solidária
Diretor interino Leonídio Paulo Ferreira
Diretora adjunta Mónica Bello
Subdiretoras Ana Sousa Dias
e Joana Petiz
Redator principal Ferreira Fernandes
Diretor de arte Pedro Fernandes
Editora executiva Graça Henriques
ANA SOUSA DIAS
L
ucinda Borges e Paulo Pereira
foram os heróis mais falados
do passado domingo. Compraram mais de mil litros de
água para distribuir pelas
pessoas bloqueadas na A1, cortada
pelos incêndios florestais, numa rápida reação que foi filmada e divulgada
nas redes sociais. Passados poucos
dias, poderia dizer-se que o número
de pessoas a merecerem a nossa gratidão aumentou exponencialmente
– e não apenas graças aos milhares
de bombeiros omnipresentes que não
têm tido descanso. Gestos de solidariedade que aparecem mesmo ao lado
de casa, na ajuda dos vizinhos, ou nas
contas abertas para recolha de fundos,
ou vindos das mais variadas instituições. Atitudes que mobilizam todo um
país. Apoios que chegam de outros
países, e até do outro lado do mundo
– o governo timorense aprovou uma
doação de dois milhões de euros.
O mês de agosto até tinha começado
com reconfortantes estatísticas: os
números de incêndios e de áreas ardidas, nos primeiros sete meses do ano,
eram muito mais baixos do que nos
anos anteriores, segundo o Instituto
da Conservação da Natureza e das Florestas. Os planos de combate a eventuais fogos estavam preparados. Mas
bastaram uns poucos dias de agosto,
com condições atmosféricas propícias ao fogo e a ação criminosa dos incendiários – intencionais ou por negligência – , para os números atingirem
recordes assustadores. Arouca, Águeda, Gondomar, Funchal, Idanha-a-Nova, Castanheira de Pera, Arcos de
Valdevez, são os lugares onde fixamos
o olhar. De Lisboa e dos Açores partiram reforços para a Madeira, no continente as corporações de bombeiros
cruzam as estradas e os ares para combater fogos em locais longínquos,
dando eficácia à resposta e evitando
maiores estragos. Os responsáveis políticos têm-se desdobrado em visitas
aos locais mais afetados. Afinal, os mil
litros de água distribuídos pelo casal
de Avanca são a história de um país
unido e único, em todo o território.
Editores executivos adjuntos
Ana Mafalda Inácio (Sociedade), Artur
Cassiano (Digital), Helena Tecedeiro
(Mundo), Pedro Sequeira (Desporto)
Portugal Paula Sá (editora Política), Sílvia
Freches (editora adjunta Política), Carlos
Ferro (editor Sociedade), Pedro Vilela Marques
(editor Sociedade), Céu Neves (grande repórter), Fernanda Câncio (grande repórter),
Carlos Rodrigues Lima, Filipa Ambrósio de
Sousa, João Pedro Henriques, Manuel Carlos
Freire, Miguel Marujo, Pedro Sousa Tavares,
Rui Pedro Antunes, Valentina Marcelino
Sociedade David Mandim (editor adjunto)
Ana Bela Ferreira, Ana Maia, Filomena Naves,
Joana Capucho, Rute Coelho
Desporto Nuno Sousa Fernandes (editor),
Rui Frias (editor adjunto), Bruno Pires (editor
adjunto), Carlos Nogueira, Gonçalo Lopes,
Isaura Almeida, João Ruela, Rui Marques
Simões
Mundo Patrícia Viegas (editora), Abel Coelho
de Morais, Ana Meireles, Susana Salvador
Artes Marina Almeida (editora), Marina
Marques (editora adjunta), João Céu e Silva
(grande repórter), Lina Santos, Maria João
Caetano, Mariana Pereira
Digital Ricardo Simões Ferreira (editor),
Patrícia Jesus (coordenadora), Bárbara Cruz,
Elisabete Silva, Sofia Fonseca
Opinião Adriano Moreira, Alberto Gonçalves,
André Carrilho, António Barreto, Anselmo
Borges, Bernardo Pires de Lima, David Dinis,
Inês Teotónio Pereira, João César das Neves,
João Lopes, João Taborda da Gama, Joel
Neto, Mário Soares, Miguel Ángel Belloso,
Nuno Santos, Paulo Baldaia, Pedro Marques
Lopes, Pedro Tadeu, Sérgio Figueiredo, Sílvia
de Oliveira, Viriato Soromenho Marques,
Wolfgang Münchau e Yanis Varoufakis
Fecho de edição Elsa Rocha (editora),
Ângela Pereira, Nuno Camacho
Arte Vítor Higgs (diretor adjunto), Eva
Almeida (coordenadora), Marta Ruela Rocha
(coordenadora), Fernando Almeida, Gonçalo
Sena, Maria Helena Mendes, Sofia Xavier,
Teresa Silva, Ana Kaiseler (infografia), Tânia
Sousa (infografia)
Digitalização Nuno Espada (coordenador),
Carlos Morgado , Inês Nazaré, Paulo Dias e
Pedro Nunes
Notícias Magazine Catarina Carvalho
(diretora executiva), Paulo Farinha (editor
executivo) Evasões Catarina Carvalho
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Estatuto editorial disponível em www.dn.pt
Tiragem média diária de junho 2016:
25.772 exemplares
CARTAS DOS LEITORES
Praia para cães
em Peniche
Marcos Perestrello, secretário
de Estado da Defesa Nacional,
inaugurou, na praia do Porto
da Areia Norte, em Peniche, a
primeira praia certificada
para canídeos. O uso de trela e
o registo dos cães é obrigatório. As regras a serem cumpridas por cães e donos estão afixadas. Quem pensar que os
animais podem andar à vontade está “canideamente”
enganado.
O areal tem apenas 80 metros
de comprimento. Não é de excluir aulas de surf para os
cães! A Polícia Marítima tem
estado atenta à entrada do
melhor amigo do homem em
praias concessionadas. Aí, a
multa morde. Contudo, o
militante grupo ambientalista
Arméria é contra a praia
para cães.
O movimento considera
haver riscos para os “relevantes vestígios históricos e arqueológicos”.
Ademar Costa,
Póvoa de Varzim
Avaliação do
desempenho e a
educação
No esatdo de Illinois (Chicago), as escolas públicas registavam resultados bastante
fracos em relação às instituições de ensino privado. De
forma a inverter esta tendência, o governador decidiu
criar um programa designado “Anyone left behind”,
que introduziu um esquema
de incentivos, abrangendo
professores, diretores, funcionários e a própria escola.
Neste caso, os alunos começaram a ser avaliados por um
exame estadual extremamente rigoroso no final de cada
ano letivo, comparando-se os
resultados iniciais com os finais. As escolas onde se verificassem progressões positivas
no desempenho dos alunos
teriam acesso a um volume
de financiamento superior e
os professores beneficiariam
de promoções na carreira, recebendo um bónus que poderia chegar aos 25 mil dólares
anuais. Em contrapartida,
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
OPINIÃO
11
Incêndios, blá-blá-blá
› A ilha de Sziget,em Budapeste,na Hungria,transforma-se
em agosto para receber quase meio milhão de pessoas e
um dos maiores eventos culturais europeus de verão.Desde
ontem e até dia 17 decorre a 24.ª edição do Sziget Festival
– Island of Freedom. São sete dias para ver 1500 programas
e performances de arte, exposições, teatro, circo e concertos de 60 países. O programa é tão diversificado como o público, que, segundo a organização, inclui pessoas de todo
o mundo.Tanto acolhe a música clássica e o tenor Plácido
Domingo como o grupo de rock Skunk Anansie.
PAULA SÁ
Jornalista
EPA/ZOLTAN BALOGH
A
té custa usar a palavra,
de tão gasta que está,
mas não há outra: prevenção. Já a ouviu conjugar com a de incêndio aí
um trilião de vezes. Pois, todos opinam sobre a matéria quando o país
está a arder: é o calor; são as florestas que não são limpas; é a desertificação; é a negligência dos rurais
que fazem queimadas quando não
devem; é a reflorestação, de eucaliptos e pinheiros, que está errada;
sobreiros é que é para travar o fogo;
são as mãos criminosas ou de loucos pirómanos ou ainda de quem
lucra com o cheiro a queimado. Falam especialistas e leigos, sobretudo os que vivem na cidade e pouco
se confrontam com esta tragédia, a
não ser através do atropelo de imagens nas televisões.
Os governantes começam a evitá-la porque, na verdade a invocam
em vão. É uma espécie de “ai meu
Deus”, sem qualquer efeito prático.
Ontem, hoje e amanhã, com o país
a arder, há um blá-blá-blá nacional
sobre o reforço dos meios para combater as chamas e sobre a bravura
dos bombeiros. É o mais fácil porque todos concordamos com as
duas coisas e não há vontade política de pensar a sério na prevenção e
no que se pode fazer para que Portugal deixe de ser responsável por
mais de 50% dos incêndios nos paí-
ses da bacia do Mediterrâneo – ou
seja, mais do que a França, Espanha
e a Grécia juntas – como bem lembrou esta semana João Miguel Tavares, a partir de um estudo da União
Europeia entre 2000 e 2013. Nos
anos em que houve menos chão, telhados e árvores ardidas foi apenas
porque o São Pedro se lembrou de
nos ensopar os campos.
A incompetência, está bom de
ver, não é só deste governo, ou até é
ainda pouco deste governo. Mas é
bom não esquecer que António
Costa também foi ministro da Administração Interna, entre 2005 e
2007, e o relambório foi o mesmo
sem que se tenha trilhado um caminho para debelar o cancro, que
consome recursos naturais, os
bens de muita gente e vidas. Mil
deslocados e quatro mortos na Madeira só esta terça-feira.
Sou uma leiga, mas sempre senti calafrios quando ouvia as sirenes
a chamar os bombeiros para os
grandes incêndios na serra de Sintra. E como doía ver as labaredas a
consumirem as encostas. Era miúda e já na altura não percebia porque se repetia aquele espetáculo
deprimente e fazia perguntas, muitas perguntas. Infelizmente continuam a ser as mesmas, um pouco
mais elaboradas: não é possível
mudar a política florestal? E o ordenamento do território? Porque não
se volta a criar a guarda das florestas? E os postos de vigia? E já agora
que tal usar a nova tecnologia, os
drones, para uma vigilância mais
eficaz? Porque não se legisla para
punir severamente quem não limpa os terrenos? E que tal investigar
mesmo a sério as causas e quem é
que lucra com os incêndios? É caro
montar todo um sistema? Sai muito mais caro andar, ano após ano,
neste desespero.
ENVIE AS SUAS CARTAS
as escolas com piores registos ficariam sujeitas a observação, sofreriam uma redução de transferência de verbas, os professores seriam
penalizados, podendo ao
final de um conjunto de
cinco anos, serem obrigadas
a fechar. Para evitar fraudes,
o programa utilizou um algoritmo que identificava a existência de incongruências
na resposta às perguntas do
exame, penalizando os professores que estivessem
envolvidos na adulteração
das provas.
Ao fim de alguns anos, os resultados foram extremamente positivos e o gap entre as
instituições privadas e as
escolas alvo do programa foi
reduzido de forma significativa, com uma melhoria no
desempenho dos alunos de
condições socioeconómicas
baixas e na redução da taxa
de abandono e violência
escolar. Em Portugal, um
programa deste género poderia melhorar o ensino, premiando as instituições em
função das melhorias relativas dos estudantes e conferindo incentivos aos professores para exercerem a sua
profissão de forma eficiente.
João António Ramos, Póvoa
de Varzim
O delírio que aí vai
com o IMI
Ao contrário do que prometeu, o governo continua a
recorrer aos mais absurdos
subterfúgios para massacrar
os portugueses com sucessivas subidas de impostos
– como se comprova pelas
novas regras, decretadas à
socapa, que penalizam
ainda mais quem trabalhou
duramente toda a vida para
adquirir uma habitação decente para si e sua família e
pela qual paga uma pesada
renda anual ao Estado (o infame IMI).
Regras absolutamente ridículas, cobertas de subjectividade, como as de agravar
as taxas por usufruto do sol,
de ambiente tranquilo ou
fácil acesso a transporte
público, à escola ou à farmácia… E se chover mais
tempo do que o da exposição solar ou esta estiver encoberta por outros edifícios
ou pelo arvoredo municipal? Haverá um descontozinho?...
Argumentam certos políticos tratar-se de uma questão de “justiça social” face à
valorização do mercado
imobiliário.
Mas cabe ao Estado também
interferir no setor privado
ou estaremos no rumo de
um totalitarismo de tipo
venezuelano?. E no caso
de desvalorização, o que
acontece? Por este cavalgar
delirante, ainda seremos
taxados pelo ar que respirarmos…
César Faustino
Por correio:
Avenida da Liberdade, 266
1250-149 Lisboa
Por mail: [email protected]
O DN reserva-se o direito de editar, resumir e só publicar
cartas de leitores identificados. Desde 16 de setembro de
2013, os textos publicados incluem o endereço de correio
eletrónico do(a) autor(a). Os leitores que prefiram não divulgar o seu endereço devem mencioná-lo nos textos enviados.
corrige
Por lapso, na edição da Entrevista de Verão a Bárbara
Bulhosa, publicada ontem, foi cometido um erro
numa data. Na resposta onde se lê: “É preciso ver caso a
caso, mas estamos distantes daqueles momentos históricos, como foi a nossa geração de 1970, em que há
um conjunto de génios a produzir: Oliveira Martins,
Eça de Queirós, Antero de Quental... “. Deve ler-se geração de 70, já que estamos da falar do século XIX. Pelo
facto pedimos desculpa à visada e aos leitores.
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OPINIÃO
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
NÃO HÁ ALMOÇOS GRÁTIS
Realidade aumentada
OPINIÃO
SEGUNDA
Professor universitário
A
sensação do momento
é o jogo Pokémon Go,
que instantaneamente
dominou as atenções
dos adolescentes de todas as idades. Muitos se fascinam
com a rapidez da epidemia, outros
assustam-se com os perigos da actividade, mas tem passado despercebido como esse divertimento
constitui uma instrutiva parábola
do tempo que vivemos. Pode dizer-se que, em certas dimensões, a
nossa vida se está a transformar
num grande jogo electrónico free-to-play.
Isso vê-se, antes de mais, na política. Antigamente tínhamos líderes
nacionais que se preocupavam em
orientar as grandes linhas estratégicas, lidando com os graves problemas do país. Agora existe uma multidão de pokémons em combates
virtuais para ganhar poções e pokébolas. Isso vê-se no desvio subtil que
acontece em qualquer debate mediático. A conversa começa normalmente com uma questão séria, défice, educação, pobreza, etc. Ao fim
de pouco tempo, porém, o tema
desvia-se para uma fútil atribuição
de culpas, onde cada lado procura
não encontrar soluções, mas provar
que o adversário ainda é pior do que
ele. No final o país fica na mesma,
mas há grandes celebrações, com
vencedores e vencidos num mundo
perfeitamente virtual.
Na economia acontece fenómeno paralelo. Há décadas as empre-
CRAVO & FERRADURA
No Pokémon Go
as pessoas podem andar
pelas ruas a jogar, mas
realmente tudo se passa
dentro do telemóvel,
sem que a cidade tenha
qualquer impacto
na acção
cultura recomenda para vida pessoal uma eterna caça a pokémons,
com relações efémeras, casuais e
contingentes, onde a carreira conta
mais que o amor. Nas uniões de facto, casamentos descartáveis ou promiscuidade fútil, o valor está na variedade das experiências e espécies
exóticas coleccionadas. Quando em
Fevereiro de 2014 a omnipotente
rede social Facebook substituiu os
dois sexos por algo mais sofisticado,
criou uma lista de “géneros” que, na
última contagem, ultrapassava as 70
variedades, próximo do número de
espécies pokémons no jogo.
Mais relevante é que a razão por
que estas evoluções acontecem na
sociedade é precisamente a mesma que suporta o jogo: a realidade
aumentada. Em todos os casos é o
esforço de ultrapassar os limites da
existência que gera as transformações.
Os problemas políticos são muitos, graves, exigentes e controversos.
Respostas só se conseguem com
muito trabalho, inteligência e negociação. Mas as promessas eleitorais
criam uma realidade paralela onde
as coisas se resolvem facilmente.
O resultado disso tem de ser que o
sucesso político passa a ser medido
não por melhorias sociais, mas por
EPA/MAK REMISSA
JOÃO CÉSAR DAS NEVES
sas contratavam trabalhadores para
desenvolverem a sua actividade.
Agora andam numa caça a pokémons, colecionando estagiários,
contratos a prazo e outras formas
precárias de relação, que rodam
com a velocidade do jogo. Os locais
de trabalho deixaram de ser comunidades, unidas num projecto comum, para ficarem pokéstops,
onde algumas pessoas se encontram momentaneamente por interesse ocasional.
Até nas famílias o paralelo com o
jogo é evidente. Antes, as pessoas
casavam-se para formar uma união
indissolúvel que definia a existência
e justificava tudo o resto. Agora a
vitórias retóricas em combates de
tribunos.
A actividade empresarial é incerta, turbulenta e agressiva, cheia de
embates comerciais, novidades
tecnológicas e choques económicos. Isso gera terrível instabilidade
para trabalhadores e empresários.
Até que os políticos criaram uma
realidade aumentada onde, através
de leis laborais e subsídios sectoriais, se elimina a precariedade. Claro que, como o mundo continua a
ser o que sempre foi, o resultado só
pode ser a eliminação virtual, para
os jovens, dos empregos seguros,
criando uma situação ainda mais
volátil do que a anterior.
A família tradicional, alegadamente hierárquica, tacanha e patriarcal, estava cheia de tabus, regras e limitações. A libertação de
costumes prometia uma realidade
aumentada onde a vida em comum
não exigiria sacrifícios, compromissos e sofrimentos. Só que, como
esses são ingredientes indispensáveis do amor, caiu-se numa futilidade sem sentido, onde o alvoroço
tenta esconder a solidão.
O problema básico é que, tal
como nos reality shows, a realidade
aumentada é realmente uma ficção.
No Pokémon Go as pessoas podem
andar pelas ruas a jogar, mas realmente tudo se passa dentro do telemóvel, sem que a cidade tenha
qualquer impacto na acção. Centrando a atenção no mundo virtual,
o jogo danifica a única coisa que
realmente existe, a realidade. O pior
não é as pessoas atropeladas ou caídas em buracos por andarem grudadas nos animalejos. O maior prejuízo é o vazio de uma vida gasta em
futilidades, passando ao lado do
que realmente interessa porque,
apesar de todos os seus defeitos,
existe mesmo.
Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve
segundo o novo Acordo Ortográfico
JOSÉ BANDEIRA
› Leonídio Paulo Ferreira
› Wolfgang Münchau
› António Tadeia
TERÇA
› Sérgio Figueiredo
› Pedro Tadeu
QUARTA
› Sílvia de Oliveira
› Adriano Moreira
QUINTA
› João Pedro Henriques
› Paula Sá
› João César das Neves
SEXTA
› Miguel Ángel Belloso
› Fernanda Câncio
SÁBADO
› Anselmo Borges
› David Dinis
› Inês Teotónio Pereira
DOMINGO
› António Barreto
› Pedro Marques Lopes
› Alberto Gonçalves
› Paulo Baldaia
› André Carrilho
› João Taborda da Gama
› Joel Neto
DINHEIRO VIVO
› Ricardo Reis
› Edson Athayde
NOTÍCIAS
MAGAZINE
› Afonso Cruz
› Ana Bacalhau
› Ana Sousa Dias
› Catarina Carvalho
› David Marçal
› José Luís Peixoto
› Júlio Machado Vaz
› Manuel Jorge
Marmelo
› Marta Crawford
› Paulo Farinha
DIARIAMENTE
› Ferreira Fernandes
› João Lopes
› José Bandeira
LEIA AINDA
› Bernardo Pires de Lima
› Viriato Soromenho-Marques
› Manuel Queiroz
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
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PORTUGAL
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
Deficientes,
grávidas e idosos
já têm prioridade
ÁLVARO ISIDORO / GLOBAL IMAGENS
ATENDIMENTO O diploma que
consagra a obrigatoriedade de
conceder prioridade no atendimento ao público a pessoas
com deficiência, idosos, grávidas e acompanhamentos de
crianças de colo já foi promulgado pelo Presidente da
República. Foi um dos seis diplomas que ontem tiveram
promulgação. O diploma do
governo promulgado pelo
Chefe do Estado “institui a
obrigatoriedade de prestar
atendimento prioritário às
pessoas com deficiência ou incapacidade, pessoas idosas,
grávidas e pessoas acompanhadas de crianças de colo,
para todas as entidades públicas e privadas que prestem
atendimento presencial ao público”, divulgou a Presidência
da República. No ano passado
houve mais de 500 queixas
apresentadas por pessoas
com deficiência que se sentiram descriminadas. Maioria
das queixas foi arquivada.
Cheques pagos com três meses
de atraso agravam dívidas a dentistas
Saúde oral. Contratos assinados com os dentistas definem pagamentos a 30 dias. Só na zona Centro há mais de 500 mil
euros em atraso relativos aos meses de abril e maio. Ministério da Saúde afirma estar a monitorizar a situação
ANA MAIA
Os contratos assinados com as Administrações Regionais de Saúde
(ARS) definem pagamentos ao fim
de 30 dias, mas muitos dentistas
das zonas Norte e Centro estão a receber os valores dos cheques-dentista com mais de três meses de
atraso. Só na zona Centro os valores
em dívida rondam os 500 mil euros
referentes a abril e maio. Falta contabilizar os restantes meses até julho e os valores que o Norte também tem por pagar aos profissionais. As duas entidades do
Ministério da Saúde afirmam estar
a desenvolver todos os esforços
para regularizar situação.
“Nunca tive tantos problemas
como agora. Foram sempre dois
meses de espera. Há cerca de um
ano os problemas agravaram-se e
passou para três meses de espera.
Agora está em quatro. Ainda não re-
cebi o mês de abril. São cerca de três
mil euros em dívida”, conta ao DN
uma dentista do distrito de Coimbra, que pediu anonimato. Quando
liga para a ARS Centro as justificações são várias: não têm pessoal,
verbas atrasadas, que é preciso fazer
outros pagamentos primeiro.
O retrato é semelhante ao de uma
dentista do distrito de Viseu, que
também pediu para não ser identificada. Mas esta tem cerca de cinco
mil euros a receber: dois mil da ARS
Norte e três mil da ARS Centro. “No
Norte são três a quatro meses em
atraso. Em julho pensei que iria receber março e não recebi nada. Da
ARS ninguém atende. Liguei para a
Direção-Geral da Saúde e disseram-me que as ARS estão a receber
todos os meses e que deviam estar a
pagar. Do Centro... já perdi a conta.
São seis meses de atraso. Dizem que
vão pagar, mas nunca explicam o
porquê dos atrasos. É muito desmotivador”, lamenta. Nenhuma gosta-
ria de rescindir contrato, apesar da
situação, porque sabem que muitas
das pessoas que atendem com os
cheques-dentista, sobretudo as
crianças, não teriam outra oportunidade para receber estes cuidados.
Primeiras queixas há dois meses
As primeiras queixas chegaram à
Ordem dos Médicos Dentistas há
cerca de dois meses. São 14 até agora. “O prazo previsto no contrato é
de 30 dias, mas a informação que
temos é que a ARS Centro está a pagar a 120 dias e a ARS Norte a 90.
Das restantes ARS não temos indicação de problemas”, diz ao DN o
bastonário. Orlando Monteiro da
Silva informou o ministério há
duas semanas. Na terça-feira recebeu a resposta do secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo,
informando que estão a monitorizar o processo e que as duas ARS
“encontram-se a desenvolver todos os esforços para regularizar to-
dos os casos pendentes, no mais
curto espaço de tempo”.
Ao DN, a ARS Centro admite os
pagamentos em atraso. “No decurso do corrente mês vai ser liquidado
o valor de 240 mil euros relativo a
abril, estando, nesta data, conferidas as faturas de maio, cujo valor ascende a 220 mil euros, o que permitirá proceder à liquidação dos cheques-dentista já com alguma
recuperação do prazo de pagamento a 90 dias.” A ARS tem cerca de 300
prestadores e validou entre 1 de janeiro e 8 de agosto 44 mil cheques.
Já a ARS Norte diz que “o processo de pagamento está a decorrer,
seguindo, para o efeito, os trâmites
definidos”, sem revelar quais os valores em dívida. “Estamos a trabalhar no sentido de que no próximo
mês nos seja possível liquidar, senão a totalidade, pelo menos parte
do montante em atraso verificado”,
acrescenta a ARS, que tem 1992
dentistas aderentes e já emitiu nes-
te ano 138 853 cheques-dentista.
O DN questionou as restantes
ARS – Lisboa eVale do Tejo, Alentejo
e Algarve – sobre eventuais atrasos.
Apenas Lisboa e Vale do Tejo respondeu, dizendo que “não tem pagamentos em atraso, cumprindo o
prazo que estabelece que o pagamento dos cheques-dentista se efetue no prazo 30 dias, após o pedido
de pagamento se encontrar no estado faturado”. Nesta região há 1373
dentistas aderentes. Para este ano “a
emissão de primeiros chequesdentista totaliza o valor de 69 805 e a
emissão de segundos e seguintes
cheques-dentista totaliza o valor
24 385”, refere a mesma ARS.
Os cheques-dentista foram criados em 2008 pelo Ministério da Saúde para dar cuidados de saúde oral
a crianças, grávidas e idosos. Foram
entretanto alargados a doentes com
VIH e para deteção precoce de cancro oral. Em 2015 foram atribuídos
412 mil cheques em todo o país.
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
15
PORTUGAL
Parlamento reúne-se hoje
mas sem Galp na agenda
LÍDERES Fogos impuseram-se
LISA SOARES/GLOBAL IMAGENS
na agenda parlamentar.
Deputados fazem ponto da
situação. Caso das viagens
discutido “a seu tempo”
Soeiro diz que se podem poupar três milhões dos protocolos com as juntas
PS e BE relativizam aviso
sobre gastos no desemprego
Diplomas. Presidente deixou alerta sobre “indesejável acréscimo de
despesas” com fim de apresentações periódicas. Esquerda afasta riscos
MIGUEL MARUJO
O Bloco de Esquerda desdramatiza
o aviso (quase críptico) deixado pelo
Presidente da República na promulgação do diploma que acaba
com as apresentações quinzenais
dos desempregados, com Marcelo
Rebelo de Sousa a temer “um indesejável acréscimo de despesas”.
Segundo Belém, o diploma que
foi aprovado por toda a esquerda
(com a abstenção do CDS e o voto
contra do PSD, uma “ampla votação não contrária”) constitui “um
modelo teoricamente cheio de virtualidades”, mas “a sua exequibilidade é complexa, sobretudo se não
envolver um indesejável acréscimo
de despesas na execução do Orçamento de 2016, ademais por iniciativa parlamentar”.
O aviso de Belém desta vez não é
acompanhado de ameaça com Tribunal Constitucional, como no diploma das 35 horas, em que Marcelo deixou um aviso sério ao governo,
admitindo recorrer aos juízes do Palácio Ratton, caso se verifique um
aumento real da despesa.
José Soeiro, que foi o rosto bloquista do projeto que o BE levou a
plenário, notou ao DN que “o modelo anterior” – que obrigava a que
todos os desempregados se apresentassem a cada 15 dias num centro de emprego ou junta de freguesia – “representava uma despesa
que pode agora ser usada de outro
modo”, referindo-se aos “protocolos com as juntas no valor de três
milhões [de euros] por ano”.
Insistindo que o novo modelo
não implica “acréscimo na despesa”, José Soeiro sublinhou que, neste momento, decorre um debate
com o governo sobre “a missão do
IEFP”, o Instituto de Emprego e
Formação Profissional, para “perceber quais são as prioridades deste e para onde devem ser reorientadas os recursos”.
Neste ponto, Soeiro apontou o
dedo ao anterior executivo de Passos Coelho, acusando que “já foram
gastos 60% das verbas, que deviam
ir até 2020, dos fundos europeus do
Portugal 2020”, que cabiam ao IEFP,
BE diz que esta
“medida nunca esteve
condicionada por
debate orçamental”
“sobretudo para pagar programas
de estágios” e que serviram “para
mascarar contas do desemprego”.
O bloquista José Soeiro defendeu
que “nunca a aprovação desta medida esteve condicionada por um
qualquer debate orçamental”.
Do lado do PS, que acertou com
o BE as linhas do diploma promulgado por Marcelo, o deputado Tiago Barbosa Ribeiro disse ao DN que
os socialistas “tomam nota” do alerta de Belém, mas recusa que a medida “venha a ter algum risco na sua
execução”, nomeadamente com
aumento de despesas. “No limite
será mais barato”, antecipou.
Interpretando o aviso de Marcelo “na perspetiva de um eventual
acréscimo de fraude”, “logo mais
despesa”, Barbosa Ribeiro defendeu
que “o que gera poupança efetiva é
a diminuição do desemprego”,
acrescentando que, “hoje, os mecanismos de controlo são incomparáveis” aos que existiam quando há
dez anos foi aprovada a medida que
obrigava às apresentações periódicas (por um governo socialista).
Com a promulgação desta oitava
alteração ao Decreto-Lei n.º 220/
/2006, de 3 de novembro, “que estabelece o regime jurídico de proteção
social da eventualidade de desemprego dos trabalhadores por conta
de outrem”, abre-se a porta à regulamentação do diploma.
Luz verde para 23 diplomas
O diploma que elimina as apresentações periódicas foi um dos 23 que
Marcelo Rebelo de Sousa promulgou entre terça e quarta-feira, segundo duas notas publicadas no site da Presidência da República.
Num estilo já próprio, Marcelo
promulgou por exemplo “o diploma que combate as formas modernas de trabalho forçado”, “apesar
das fortes dúvidas acerca da efetiva
capacidade de o presente diploma
enfrentar os verdadeiros problemas do trabalho forçado”. Para o
Presidente, exigia-se “uma estratégia integrada, devidamente informada, com ratificação de [outros]
instrumentos”, mas perante o “objetivo invocado de disciplinar os
abusos do trabalho temporário”,
Marcelo deu luz verde ao texto.
A atualidade dos incêndios impôs-se na agenda parlamentar de verão
e hoje à tarde o Parlamento reúne-se extraordinariamente com os fogos como ponto único do debate
que se inicia pelas 14.30. Depois os
deputados deslocam-se à Proteção
Civil (ver págs. 2-5).
“Foi decidido que amanhã
[hoje] mesmo haverá aqui no Parlamento uma reunião de uma comissão ad hoc formada por esta
conferência de líderes, com um representante de cada grupo parlamentar, dirigida pelo senhor vice-presidente José Manuel Pureza e
com o membro do governo responsável pela proteção civil”, disse
Ferro Rodrigues, em declarações
aos jornalistas no final da reunião.
O CDS tinha antecipado, ainda
ontem nas páginas do DN, que iria
insistir – na reunião da Conferência de Líderes parlamentares que
teve lugar ao fim da tarde de ontem
– em chamar o governo a explicarse na Assembleia da República sobre as viagens pagas pela Galp a
três secretários de Estado, incluindo o titular dos Assuntos Fiscais,
Rocha Andrade. E apresentou um
requerimento nesse sentido que
acabou chumbado pelos votos do
PS, BE, PCP e PEV.
O presidente da Assembleia da
República, Ferro Rodrigues, sintetizou a decisão da reunião. “Não foi
considerado motivo suficiente para
antecipar uma comissão permanente extraordinária.” Segundo Ferro, “foi decidido com maioria dos
votos não fazer essa reunião da comissão permanente com essa ordem de trabalhos”.
A bloquista Mariana Mortágua
defendeu, também no final da reunião, que este tema “não foi antecipado” porque “se compreende que
uma situação dramática de urgência, como a situação dos incêndios
em Portugal, não é comparável e
ninguém compreenderia que nós
estivéssemos a acrescentar um outro ponto ou a dividir as nossas atenções neste momento”.
Mariana Mortágua não suavizou
as críticas anteriores do Bloco de Esquerda ao caso das viagens dos governantes. Segundo a representante bloquista na conferência de líderes, o episódio que é “criticável”,
deve ser “escrutinado pelo Parlamento”. “Nós vamos com certeza fazê-lo, mas no seu tempo.”
Esse tempo será o da reunião da
comissão permanente já marcada
para 8 de setembro. Só aí o CDS poderá ver satisfeita a sua vontade de
discutir as viagens, apesar de os centristas defenderem que é tarde.
MIGUEL MARUJO
PUB
AVISO
1. Nos termos e para os efeitos previstos no n.º 2 do artigo 47.º da Lei n.º 19/2012, de 8 de maio,
torna-se público que a Autoridade da Concorrência recebeu, em 5/8/2016, uma notificação de
uma operação de concentração de empresas, apresentada ao abrigo do disposto no artigo
37.º do referido diploma.
2. A operação de concentração em causa consiste na aquisição, pela Bipadosa, S.L. (“Bipadosa”),
do controlo exclusivo da ArcelorMittal Zaragoza, S.A. (“AM Zaragoza”).
3. As atividades das empresas envolvidas são as seguintes:
• Bipadosa – Sociedade holding de um grupo de empresas que se dedica, maioritariamente, ao
fabrico de produtos siderúrgicos e, em concreto, de aço nervurado em varão, em bobine (rolo)
ou em spool, em diferente medidas e qualidades, fio de aço (fio-máquina) e outros produtos
transformados, como, por exemplo, rede eletrossoldada (Grupo Megasa). Em Portugal, o Grupo
Megasa detém participações na SN Seixal Siderurgia Nacional, S.A., na SN Maia Siderurgia
Nacional, S.A., na SN Transformados, S.A., e na Ecometais, S.A, entre outras sociedades;
• AM Zaragoza – Sociedade de direito espanhol que detém uma fábrica de produção de produtos
siderúrgicos longos derivados do aço, como sejam perfis (vigas) comerciais de aço, laminados
ou redondos nervurados. Em Portugal, a AM Zaragoza não detém quaisquer instalações, mas
os produtos siderúrgicos longos derivados do aço por ela produzidos são comercializados em
Portugal por outras empresas do grupo a que pertence.
4. Quaisquer observações de terceiros interessados sobre a operação de concentração em causa
devem identificar o interessado e indicar o respetivo endereço postal, e-mail, n.º de telefone e
fax, bem como ser acompanhadas de versão não confidencial e respetiva fundamentação da
confidencialidade, sob pena de serem tornadas públicas.
5. As observações devem ser remetidas à Autoridade da Concorrência, no prazo de 10 dias úteis,
indicando a referência Ccent. n.º 33/2016 – Grupo Megasa/AM Zaragoza, por via postal, fax
ou e-mail, para o seguinte endereço:
Autoridade da Concorrência
Avenida de Berna, 19 – 1050-037 Lisboa
E-mail: [email protected]
Telefone: (351) 217 902 000 - Fax: (351) 217 902 095
Horário de expediente: das 9.30 às 12.30 e das 14.30 às 17.30 horas
O Diretor do Departamento de Controlo de Concentrações
Paulo Gonçalves
16
DINHEIRO
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
Rendas ficam
quase congeladas
no próximo ano
ARRENDAMENTO A inflação
DIREITOS RESERVADOS
média anual apurada pelo
Instituto Nacional de Estatística
(INE) relativa a julho faz antever
uma atualização das rendas de
casa na ordem dos 0,5% em
2017, ligeiramente acima dos
0,16% de aumento aplicado este
ano. O valor definitivo só poderá
ser apurado em setembro, com
a variação média do índice de
preços dos últimos doze meses
sem habitação relativa a agosto. Mas a um mês de distância,
já é possível antever que a atualização será de 0,5%. São 2,5
euros a mais numa renda de
500 euros. Ao todo, serão afetados cerca de 700 mil contratos,
dos quais meio milhão são do
mercado livre, assinados a partir de 1990. Os restantes 200 mil
serão contratos assinados
antes de 1990, mas que, por
acordo entre senhorio e inquilino, entram no mecanismo de
atualização extraordinária de
rendas.
Câmaras vão ajudar fisco a detetar
isenções de IMI mal atribuídas
Fisco. Mecanismo automático isentou mais de cem mil não residentes por assumir que inexistência de rendimentos
em Portugal era igual a carência económica. Primeiro levantamento está feito, autarquias agora podem ajudar
ANA MARGARIDA PINHEIRO
As autarquias vão ajudar o fisco a
detetar situações em que estão a
ser atribuídas isenções de imposto
municipal sobre imóveis (IMI) de
forma errada. A medida segue-se a
um levantamento feito pela Autoridade Tributária e que detetou
nada menos do que 39 599 isenções atribuídas indevidamente a
contribuintes não residentes. Em
causa estão cidadãos estrangeiros
ou emigrantes que, tendo um imóvel e uma morada fiscal em Portugal, não apresentavam rendimentos
do trabalho no país e, por isso, estavam a beneficiar de uma isenção
automática como se apresentassem
insuficiência económica.
Depois de um primeiro cruzamento de dados que levou à notificação de 132 443 contribuintes, a
administração fiscal irá agora contar com o apoio das câmaras para
detetar outras situações de erro relativas ao IMI de 2015, a pagar em
2016.
“Numa segunda fase, em articulação com as autarquias, quaisquer outras situações que sejam
identificadas serão resolvidas manualmente pelos serviços”, revelou
ao DN/Dinheiro Vivo fonte oficial
do Ministério das Finanças, clarificando que esta partilha de tarefas
é a “consagração de mecanismos
que permitem verificar melhor os
pressupostos da isenção, designadamente se o imóvel em causa
constitui habitação própria permanente do proprietário e se
aquele tem efetivamente baixos
rendimentos”.
A má atribuição de isenções foi
detetada através do cruzamento de
dados de cadastro, IMI e IRS e deixou a nu duas situações diferentes:
pessoas que residiram em Portugal
e que, por mudarem de país, deixaram de declarar rendimentos às Fi-
nanças, mas não alteraram a morada; e casos de estrangeiros que
aquando da compra de casa em
Portugal referiram que passariam a
morar no país, mas acabaram por
continuar a viver e a trabalhar nos
seus países de origem e acabaram
por nunca declarar rendimentos.
Como o Orçamento do Estado de
2015 tornou as isenções automáticas para prédios de baixo valor patrimonial e baixos rendimentos, e
estes grupos de pessoas não tinham
rendimentos registados em Portugal, mas tomavam aquela residên-
132 443
› contribuintes notificados
Cruzamento de dados permitiu identificar mais de cem mil contribuintes
com isenções de IMI indevidas. Notas
para pagamento já seguiram.
cia como morada permanente, acabaram por ser poupados erradamente ao pagamento do imposto
sobre as casas.
O governo calcula que este automatismo, baseado em pressupostos
errados, fez escapar 57 milhões de
euros de receita ao Estado, valor que
espera repor depois de emitidas notas de cobrança. Questionado, o Ministério das Finanças não adianta se
esta “borla” pode assumir proporções maiores, mas promete afinar o
mecanismo de controlo agora que
as câmaras municipais também
poderão confirmar a veracidade
das residências e dos rendimentos
dos seus proprietários.
Sempre que os serviços locais da
Autoridade Tributária voltem a localizar situações em que a isenção
possa estar a ser atribuída indevidamente, serão emitidas novas
notas e as situações serão resolvidas localmente pelos serviços de
Finanças.
O PSD já veio negar que a isenção do IMI decidida pelo anterior
governo social-democrata permita que estrangeiros e emigrantes
fiquem isentos do pagamento daquele imposto e acusaram o atual
governo socialista de se preparar
para reverter “uma importante
medida social”.
As Finanças esclarecem que “não
se pode confundir o combate às situações em que alguns proprietários beneficiem indevidamente de
isenções com qualquer intenção de
acabar com as mesmas para aqueles que devem delas beneficiar”.
E lembram ainda que a lei do Orçamento do Estado de 2016 veio, inclusivamente, alargar a isenção, ao
dispensar a verificação de dívidas às
Finanças e à Segurança Social, “evitando penalizar duplamente as
famílias que, pela impossibilidade
económica, não conseguissem
solver as suas dívidas perante o
Estado”.
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
17
DINHEIRO
Mais de metade do emprego
criado é precário e a prazo
35 horas
obrigam governo
a contratar 3621
trabalhadores
Trabalho. Taxa de desemprego desceu para 10,8%, a mais baixa desde 2011. Cria-se emprego
FUNÇÃO PÚBLICA 60 organismos
pediram reforço de pessoal.
Centeno faz renovações na
Educação, chama enfermeiros e dá horas extra à justiça
há 11 trimestres consecutivos e subemprego baixou. Mas os vínculos temporários aumentam
Taxa de variação homóloga da população empregada
Taxa de desemprego por sexo
EM PERCENTAGEM
EM PERCENTAGEM
3
TOTAL
HOMENS
MULHERES
2
17
1
16
0
15
-1
14
-2
13
-3
12
1T16
2T16
3T15
4T15
1T15
2T15
3T14
4T14
1T14
2T14
3T13
4T13
9
1T13
-6
2T13
10
3T12
11
-5
4T12
-4
1T11
2T11
3T11
4T11
1T12
2T12
3T12
4T12
1T13
2T13
3T13
4T13
1T14
2T14
3T14
4T14
1T15
2T15
3T15
4T15
1T16
2T16
18
1T12
Mais de metade do emprego criado
por conta de outrem entre o primeiro e o segundo trimestre deste
ano (e também entre o segundo trimestre de 2015 e igual período deste ano) é precário e a prazo, mostra
o Instituto Nacional de Estatística
(INE) nos resultados do inquérito
ao emprego.
Ainda que os sinais apontem
para uma melhoria generalizada do
mercado de trabalho – taxa de desemprego num mínimo de mais de
cinco anos (10,8% da população
ativa); criação homóloga de emprego há 11 trimestres consecutivos
(desde final de 2013), alívio no desemprego jovem e menos intensidade do desemprego transversal a
todo o território – a verdade é que os
postos de trabalho criados pelas
empresas e o Estado não são os
mais estáveis e seguros.
“Há uma recuperação económica, está a voltar a haver criação líquida de emprego e os dados são
animadores [...] mas são dados que
o governo não embandeira em
arco. Continuamos a ter questões
importantes para resolver no mercado de trabalho”, reconhece Miguel Cabrita, secretário de Estado
do Emprego.
Veja-se a dinâmica do emprego
(por conta de outrem). O contingente de trabalhadores aumentou
1,4%, há mais 52,4 mil face ao segundo trimestre do ano passado,
o que fez que o emprego dependente subisse até 2,9 milhões de
pessoas.
Mas desses 52,4 mil, cerca de
24,1 mil dizem respeito a contratos
sem termo e o resto, 28,3 mil, são
vínculos a prazo e “outro tipo de
contrato”, as duas formas mais precárias. O INE explicou ao DN/Dinheiro Vivo que esse “outro tipo” de
vínculo “diz respeito apenas aos
O dinamismo do mercado do trabalho
2T12
LUÍS REIS RIBEIRO
2º TRIM. 2015
Taxa de desemprego por região NUTS II
11,9 10,8
PORTUGAL
13,4
12,7 11,6
11,6
12,6 12,7
8,5 8,4
NORTE
CENTRO
10,8
8,1
A. M. LISBOA
ALENTEJO
ALGARVE
11,3 11
R. A. AÇORES
2º TRIM. 2016
13,6 13
R. A. MADEIRA
Fonte: INE
contratos de prestação de serviços”.
Recibos verdes e avenças, basicamente. Significa isto que mais de
metade (54%) do emprego criado
num ano é precário.
O aumento do número dos prestadores de serviços (mais 12%, para
143 mil casos) é, aliás, o mais elevado da série que remonta ao início
de 2012.
Esta comparação tem a vantagem de isolar o problema da sazonalidade. É que o segundo trimestre costuma ser quase sempre melhor em criação de emprego e na
redução do desemprego devido à
proximidade do verão. O aumento
trimestral (que foi de 2%) “é comum nos segundos trimestres de
cada ano”, observou o INE.
Nesta lógica trimestral (em cadeia), percebe-se que o alastramento da precariedade foi ainda
maior, o que é consistente com a
forte descida no desemprego jovem, por exemplo.
Entre o primeiro e o segundo trimestre, Portugal produziu 63 mil
novos empregos dos quais apenas
23 mil foram sem termo, 16 mil a
prazo e mais 23 mil aparecem
como “prestadores de serviços”. Estas duas últimas formas valem mais
de 63% do emprego criado.
Há, no entanto, sinais positivos.
Nas margens do mercado de trabalho há pessoas que não estão desempregadas, mas que também
não são consideradas empregadas.
O chamado “subemprego de trabalhadores a tempo parcial”, que trabalhariam muito menos de quatro
horas por dia mas queriam trabalhar mais, caiu 7% em termos homólogos. Ainda assim, eram 225
mil casos.
O INE também dá conta de uma
descida assinalável do desemprego
jovem (com 15 a 24 anos) de 29,8%
no segundo trimestre de 2015 para
26,9% em igual período deste ano.
E diz que no desemprego de longa
duração (pessoas à procura de trabalho há mais de um ano), a incidência baixou de 7,6% para 6,9%
dos desempregados totais.
O desemprego também recuou
entre as pessoas “à procura de novo
emprego (menos 55,3 mil ou menos 10,1%), provenientes de qualquer setor de atividade, sobressaindo o da indústria, construção, energia e água (29,2 mil; 17,2%) e o dos
serviços (28 mil; 8,2%)”.
À exceção do Alentejo, onde a
taxa de desemprego subiu uma décima para 12,7%, todas as restantes
regiões registaram um alívio na situação. O Norte igualou Lisboa com
uma taxa de 11,6%; o Algarve alcançou pela primeira vez a taxa regional mais baixa do país: 8,1%.
O regresso às 35 horas de trabalho
no Estado gerou necessidades nos
vários organismos públicos, que
pediram a Mário Centeno mais
meios para contratar. O governo
não divulgou o estudo onde um
quarto das entidades da administração central pede mais recursos,
mas vai agora garantir mais 3621
empregos na Saúde e na Educação,
adiantou o Jornal de Negócios.
Os reforços chegam depois de 60
das 250 entidades públicas terem
pedido mais verbas para contratar,
agora que o horário de trabalho
voltou a encolher. Mas, para já,
apenas dois ministérios terão direito a mais pessoas: a Educação
será a área com maior atenção neste reforço, e contará com a renovação dos 2621 contratos a termo certo que terminavam no final deste
mês. É referido ainda que algumas
das 270 pessoas no regime de requalificação vão também trabalhar
como assistentes operacionais.
Na Saúde serão contratados faseadamente mil novos enfermeiros para os hospitais. Na Justiça, os
reforços serão feitos através de horas extraordinárias, mostra o memorando sobre o impacto das 35
horas.
Estas medidas previstas no memorando vão custar 19,9 milhões
de euros ao Estado. Mas, o ministério de Mário Centeno já fez saber
que o reforço de funcionários não
irá afetar o Orçamento. “Importa
referir que este aumento de custos
será compensado com alterações
orgânicas que geram poupanças
nas entidades envolvidas”, referiu o
Ministério das Finanças, acrescentando que, “do ponto de vista financeiro, os impactos anunciados
são enquadráveis no âmbito de
uma execução rigorosa”do Orçamento do Estado. A.M.P.
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18
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
DINHEIRO
Perdas com dívida pública
levam Caixa de lucros
a prejuízo de 200 milhões
Semestre. Outros efeitos extraordinários a pesar nos
resultados do banco foram as imparidades e custos de capital. Estas devem ser as últimas contas de José de Matos
soma da margem financeira estrita e das
comissões, registou uma melhoria de
19,1%, somando 159,6 milhões de euros,
A Caixa Geral de Depósitos (CGD) fechou “influenciado pelo bom comportamento
os primeiros seis meses do ano com pre- da margem financeira estrita e dos custos
juízos de 205,2 milhões de euros, com as operativos”.
A margem financeira estrita de 568,7
contas a serem penalizadas por efeitos extraordinários como a desvalorização da milhões de euros representou um crescicarteira de dívida pública, as imparidades mento de 5,5%, fruto da redução dos cuse os custos de capital. Há um ano, no mes- tos de funding e nos juros de operações
mo período, o banco estatal apresentou lu- ativas. Os efeitos extraordinários também
levaram o produto bancário a cair 34,6%,
cros de 47 milhões de euros.
O banco público justifica os prejuízos alcançando 754,7 milhões de euros.
A CGD apresenta um rácio LRC de
com provisões para imparidades de 6,7
milhões de euros, o impacto da desvalori- 193,5% e um CET1 phased in de 10% – que
zação da carteira de dívida pública por compara com 10,8% no mesmo período
do ano anterior.
causa da “volatilidade dos
A nível operacional, o crémercados devido ao brexit”,
dito a clientes bruto era em jucom um peso de 47,7 milhões
nho de 70 674 milhões de eude euros (em vez dos ganhos
ros, uma queda de 2%. Já o ráde um ano antes), e ainda os
cio de crédito vencido há mais
custos de capital, nomeadade 90 dias foi de 7,4%, o mesmente com os 900 milhões de
mo que um ano antes. O rácio
capital contingente (CoCos),
de crédito em incumprimeno dinheiro emprestado pelo
to aumentou um ponto perEstado, além dos custos de
centual, para 9,8%; assim, o
reestruturação com o Plano
rácio de crédito vencido regisHorizonte, que prevê a saída
tou uma subida de dois ponde mil funcionários e um imtos percentuais, para 8,1%. O
pacto de 20 milhões de euros.
A equipa de gestão
crédito em risco fixou-se em
Estes deverão ser os últiliderada por José de
mos resultados da responsa- Matos fica à frente da 12,2% da carteira de crédito. Já
bilidade da equipa de gestão CGD até final do mês os depósitos registaram um
aumento de 3,2%. Em Portude José de Matos, que aguarda que a nova equipa liderada por António gal, o aumento foi de 2,5%, sobretudo deDomingues tenha a aprovação do BCE vido aos depósitos de particulares, que
para sair do banco e numa altura em que cresceram 4,7%. Nas empresas também se
este está a ser alvo de uma comissão parla- registou um aumento de 1,8%.
A atividade da banca comercial naciomentar de inquérito, que recomeçará em
setembro. A CGD vive com fortes necessi- nal teve um impacto negativo no resultadades de capital e o plano de recapitaliza- do bruto de exploração do banco, regisção tem vindo a ser negociado entre o go- tando uma redução de 326 milhões de euverno e Bruxelas e pode chegar aos cinco ros para um valor negativo de 83,6
mil milhões de euros e implicar a redução milhões.
A Caixa Geral de Depósitos chegou ao fide 2500 trabalhadores e encerramento de
nal do semestre com uma redução de 31
300 balcões.
Apesar dos efeitos extraordinários, o re- agências em Portugal, totalizando agora
sultado de exploração core, que resulta da 729 balcões.
CÁTIA SIMÕES
PSI 20
4787,45
PONTOS
+0,32 %
Euribor
6
MESES
-0,188%
Euro Stoxx50
3019,59
PONTOS
44,16
DÓLARES/BARRIL
-0,32%
Ibex
-1,82%
Euro
Uma corrida às ações da Jerónimo Martins
permitiu ontem à bolsa fechar com ganhos
de 0,32%. É a quinta valorização consecutiva. A dona do Pingo Doce, que está a recentrar o negócio no agroalimentar e na grande
distribuição, subiu 1,3%, tendo chegado a
negociar a 15,23 euros, o valor mais alto desde dezembro de 2013. A retalhista fechou a
primeira metade do ano com lucros de 172
milhões de euros, um aumento de 15,1% ,
com um “forte contributo” nas vendas da polaca Biedronka. Apesar da queda dos preços
do petróleo, a Galp ganhou mais 0,23%, che-
EURONEXT LISBOA
ta em polémica, “entrou numa segunda fase de consolidação como filial
rentável e essencial para consolidar a
quota de mercado de empresas que a
CGD detém em Portugal”, diz a Caixa.
A carteira de crédito cresceu 7% no semestre, fruto de um aumento de 34%
no crédito a empresas. O contributo
para o lucro consolidado do grupo foi
de 10,5 milhões de euros.
DÓLARES
+0,50%
10.8.2016
EUROLIST
Quantidade
Abertura
Máximo
Mínimo
Fecho
Compra
Venda
Variação [ % ]
Q ALTRI
357 587,00
3,542
3,563
3,483
3,524
3,500
3,510
-0,310
y BCP
158409 348,00
0,019
0,019
0,019
0,019
0,080
0,080
0,000
Q BANCO BPI
568 450,00
1,127
1,133
1,119
1,120
1,090
1,090
-0,180
y BANCO SANTANDER
21 683,00
3,780
3,850
3,780
3,820
6,700
6,710
0,000
Q CIMPOR, SGPS
62 728,00
0,336
0,350
0,325
0,325
1,010
1,020
-3,850
T COFINA, SGPS
91 400,00
0,278
0,280
0,275
0,275
0,550
0,560
2,230
y COMPTA
0
0,000
0,000
0,000
0,110
0,160
0,200
0,000
T CORTICEIRA AMORIM
43 192,00
8,200
8,400
8,190
8,240
3,800
3,970
1,880
T CTT CORREIOS POR
566 293,00
6,950
7,116
6,905
7,060
9,570
9,590
1,090
Q EDP
7435 466,00
3,100
3,120
3,100
3,105
3,540
3,540
-0,100
Q EDP RENOVÁVEIS
306 597,00
7,148
7,148
7,033
7,100
6,740
6,750
-0,670
y ESTORIL SOL
0
0,000
2,250
2,250
2,250
1,040
1,040
0,000
T GALP ENERGIA
1200 920,00
12,900
13,025
12,855
13,020
10,940
10,950
0,230
y GLINTT
0
0,000
0,227
0,227
0,227
0,200
0,200
0,000
y GRUPO MEDIA CAPITAL
0
0,000
0,000
0,000
2,990
2,210
2,490
0,000
Q IBERSOL
4 558,00
12,205
12,205
12,000
12,000
8,450
8,650
-2,560
Q IMOB GRÃO PARÁ
23
0,100
0,100
0,100
0,100
0,380
0,490
-50,000
T IMPRESA
458 266,00
0,206
0,213
0,206
0,210
0,810
0,820
1,450
T INAPA
555 607,00
0,121
0,134
0,115
0,130
0,150
0,160
4,000
T J. MARTINS, SGPS
967 077,00
14,945
15,230
14,945
15,200
12,290
12,300
1,300
y LISGRÁFICA
0
0,000
0,000
0,000
0,020
0,030
0,040
0,000
y MARTIFER
7 620,00
0,219
0,219
0,212
0,219
0,290
0,310
0,000
Q MONTEPIO
122 278,00
0,474
0,475
0,474
0,474
0,790
0,800
-0,210
Q MOTA-ENGIL
210 180,00
1,820
1,820
1,794
1,800
2,520
2,520
-0,500
T NOS, SGPS, SA
450 462,00
5,950
6,008
5,936
5,999
7,250
7,260
0,810
y NOVABASE, SGPS
906
2,041
2,041
2,040
2,040
2,510
2,540
0,000
Q OREY ANTUNES
500
1,180
1,180
1,180
1,180
1,850
2,000
-1,670
Q PHAROL
2167 737,00
0,179
0,179
0,171
0,172
0,430
0,430
-3,910
y REDITUS, SGPS
0
0,000
0,000
0,000
0,260
0,250
0,300
0,000
Q REN
495 150,00
2,690
2,694
2,670
2,694
2,620
2,630
-0,220
T SAG GEST
102 166,00
0,077
0,084
0,077
0,081
0,230
0,240
6,580
Q S. COSTA
1202 273,00
0,028
0,028
0,024
0,025
0,120
0,120
-10,710
T SEMAPA
55 474,00
11,500
11,760
11,500
11,760
12,530
12,570
1,510
T SONAE, SGPS
2600 435,00
0,691
0,699
0,684
0,695
1,240
1,240
0,290
T SONAE CAPITAL
59 179,00
0,604
0,634
0,604
0,630
0,360
0,370
0,320
y SUMOLIS
0
0,000
0,000
0,000
1,500
1,970
1,980
0,000
Q TEIXEIRA DUARTE
6 909,00
0,201
0,201
0,201
0,201
0,550
0,570
-0,500
T VAA VISTA ALEGRE
600
0,080
0,080
0,080
0,080
0,090
0,090
14,290
ÁFRICA DO SUL
AUSTRÁLIA
BRASIL
› A atividade internacional contribuiu
em 205 milhões de euros para o resultado bruto de exploração da CGD, que
totalizou 115,4 milhões de euros, uma
redução de 386 milhões face ao ano
anterior. A CGD destaca o desempenho da sucursal em França e do BNU
Macau, com 77,1 milhões e 36,9 milhões de euros, respetivamente. A atividade em Espanha, que esteve envol-
1,1173
-0,08%
gando a transacionar a 13,03 euros, o máximo desde setembro de 2014. Máximos também para a Corticeira Amorim – a empresa
de Américo Amorim ganhou 1,88%, depois
de ter batido novo recorde de 8,40 euros, beneficiando do facto de o CaixaBI ter elevado
o preço-alvo das ações de 6 euros no final
deste ano para 8,30 no final de 2017, uma valorização de 38%. A arrefecer o entusiasmo
da bolsa esteve a Pharol – a antiga PT SGPS
perdeu 3,91%, numa altura em que se agrava o diferendo com um dos acionistas minoritários da brasileira Oi, onde detém 22,7%.
10.8.2016
França e Macau são as que mais contribuem
PONTOS
JM enche cesta da bolsa
CÂMBIOS
INTERNACIONAL
8658,90
BULGÁRIA
CABO VERDE
CANADÁ
CHINA
COMENTÁRIO
RAND
14,8482
MACAU
PATACA
8,935
DÓLAR
1,445
MÉXICO
PESO
20,4917
REAL
3,4911
NORUEGA
COROA
9,2571
LEV
1,9558
ESCUDO
110,265
NOVA ZELÂNDIA
DÓLAR
1,5418
POLÓNIA
ZLOTY
4,2684
REINO UNIDO
LIBRA
0,85541
DÓLAR
1,4557
YUAN
7,4169
WON
1223,53
REPÚBLICA CHECA
KUNA
7,4827
ROMÉNIA
DINAMARCA
COROA
7,4384
ESTADOS UNIDOS
DÓLAR
1,1173
PESO
52,13
HONG KONG
DÓLAR
8,6748
HUNGRIA
FORINT
310,41
RUPIA
74,531
TAILÂNDIA
IENE
113,09
TURQUIA
COREIA DO SUL
CROÁCIA
FILIPINAS
ÍNDIA
JAPÃO
COROA
27,025
LEU
4,4585
RÚSSIA
RUBLO
72,0826
SINGAPURA
DÓLAR
1,4968
SUÉCIA
COROA
9,4811
SUÍÇA
FRANCO
1,0923
BAHT
38,859
LIRA
3,303
Euro ganha
› O euro subiu ontem para
1,1173 dólares, depois de
os últimos dados da produtividade nos EUA – a terceira quebra trimestral consecutiva, o pior ritmo
desde 1980 – ter arrefecido
a expectativa de um novo
agravamento das taxas de
juro norte-americanas
ainda este ano.
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
19
SOCIEDADE
Exercício. Quem vai de bicicleta
para o trabalho é 4 kg mais magro
Saúde. Resultados preliminares de um estudo feito em sete cidades europeias indicam que quem anda regularmente
de carro pesa mais. Mas especialistas advertem que efeito não é linear, depende da alimentação e outros hábitos de vida
Boas notícias para aqueles que dão
uso diário às ciclovias que se espalharam pelas ruas da cidade: quem
anda regularmente de carro pesa,
em média, mais quatro quilos do
que quem opta pela bicicleta. A
conclusão faz parte da investigação
Atividade Física Através de Transporte Sustentável, cujos resultados
finais devem ser publicados dentro
de três meses. E dão bons argumentos a quem prefere deixar o
carro no estacionamento.
O estudo foi feito em sete cidades europeias – Barcelona, Antuérpia, Londres, Orebro, Roma, Viena
e Zurique – e relaciona a saúde e os
hábitos de transporte de onze mil
pessoas. Financiado pela União
Europeia em 4,5 milhões de euros,
conta o El País, o trabalho consistiu
em perguntar aos participantes
como se movem na sua cidade, que
meios de transporte usam e quanto tempo passam em viagens. Foram ainda solicitadas outras informações, entre as quais a estatura e
o peso.
Apesar de os participantes que
andam regularmente de bicicleta
pesarem, em média, menos quatro
quilos do que os que usam o carro,
não será correto estabelecer uma
relação de causa-efeito. “Alguém
que usa a bicicleta regularmente é
alguém que também se preocupa
mais com a alimentação e em ter
hábitos de vida mais saudáveis”,
destaca Pedro Ribeiro da Silva, da
Direção-Geral da Saúde. Além disso, ressalva, “andar de bicicleta é
bom, mas não apenas para o emagrecimento”.
Os resultados agora divulgados
pelo diário espanhol são “coerentes” com o que já se sabe. “Sabemos
que há uma relação entre o nível de
atividade física e o peso”, diz Nuno
Borges, da direção da Associação
Portuguesa de Nutricionistas. Mas,
adverte, o estudo “não permite dizer taxativamente que andar mais
de bicicleta faz emagrecer”. Por outro lado, destaca, “se fossem medidos outros fatores, como diabetes,
enfartes e hipertensão, provavelmente os resultados apontavam no
mesmo sentido”.
Para Rui Nogueira, presidente da
Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), os re-
SARA MATOS//GLOBAL IMAGENS
JOANA CAPUCHO
Em Portugal, andar de bicicleta na cidade ainda é mais por lazer ou desporto do que como um recurso a meio de transporte
CONSELHOS
EVITAR LESÕES
› Correr ou andar de bicicleta
são “atividades complexas”,
sendo, por isso, muito fácil
“fazer lesões”, diz Pedro
Ribeiro da Silva. Por isso, a
DGS disponibiliza no site
informações sobre a forma
correta de fazer alguns
exercícios.
CORPO TODO
› Andar de bicicleta tem
benefícios para a saúde, é
indiscutível, mas há zonas
do corpo que não são
trabalhadas. “O ideal é
trabalhar o corpo todo.”
VANTAGENS
› A prática de exercício físico
reduz o risco de enfarte e diabetes, ajuda a prevenir e reduzir a hipertensão, diminui as
dores em situações de dor crónica e reduz a osteoporose.
sultados preliminares “não são surpreendentes”, pois “quem anda regularmente de bicicleta tem tendência para pesar menos e manter
a forma”. Mas há algo que é preciso
ter em conta, ao analisar os resultados do estudo. “Enquanto na maior
parte das capitais europeias há
muito o hábito de andar de bicicleta, em Portugal isso não acontece
tanto na vida diária. É mais por lazer ou desporto.”
A grande maioria das cidades
portuguesas, diz Rui Nogueira,
“não está bem preparada” para a
utilização de velocípedes, quer por
“falta de ciclovias” quer pela sua
própria geografia, “pois têm muitos altos e baixos”. “Ainda assim, há
locais onde isso é possível, como
em Aveiro.” Na opinião do médico,
“é uma pena não haver incentivos
à utilização da bicicleta na vida diária. Há muitos locais onde era possível fazer mais ciclovias”. Até porque, frisa, Portugal “tem condições
climáticas favoráveis”.
Quem não gosta de andar de bicicleta tem outras opções igual-
mente saudáveis. “Caminhar é seguro e acessível a todas as pessoas”, lembra o presidente da
APMGF. O importante, refere, é
que a prática seja diária. Além da
perda de peso, existem muitas outras vantagens associadas: “O
exercício físico ativa a circulação,
melhora o desempenho muscular,
tira as dores, tem benefícios cardiovasculares, reduz o colesterol.”
E até tem benefícios “em termos
de saúde mental”.
Reconhecendo a importância
do exercício, a DGS lançou este ano
a Estratégia Nacional para a Promoção da Atividade Física, Saúde
e Bem-Estar. Miguel Arriaga, chefe
de divisão de estilos de vida saudável, adiantou ao DN que está a ser
desenvolvido um manual de boas
práticas relacionado com o tema.
“Além de promover comportamentos saudáveis, é importante
criar condições para as pessoas
desenvolverem atividade física.”
“Andar de bicicleta é um excelente passo para termos ganhos extraordinários em saúde”, diz Miguel
Arriaga. Mas as “caminhadas e breves corridas” são também ótimas
alternativas. “Quem usa transportes públicos, pode sair numa paragem mais à frente e andar um pouco a pé até casa”, sugere. Ou insistir
na utilização de escadas.
Reduzir velocidade
Criar ciclovias não é o passo mais
importante para promover a utilização da bicicleta em Portugal. Para
Mário Alves, da Associação pela
Mobilidade Urbana em Bicicleta, “a
primeira coisa a fazer é reduzir a velocidade dos carros, aumentar a fiscalização ao Código da Estrada e ter
estacionamentos para bicicletas
frequentes, visíveis, próximos das
interfaces e nos bairros”.
Voltando ao estudo, David Rojas,
investigador do Instituto de Saúde
Global de Barcelona, disse ao El
País que “os dados finais serão publicados daqui a três meses” e vão
incluir informações sobre a forma
como a poluição atmosférica diminui os efeitos positivos da utilização da bicicleta.
20
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
SOCIEDADE
SEGREDOS DE LISBOA
FOTOS: JÚLIO LOBO PIMENTEL/GLOBAL IMAGENS
Em baixo, as discretas escadas de entrada no Reservatório da
Patriarcal, em pleno Jardim do Príncipe Real. Ao lado, aspeto
interior do reservatório, de onde parte o troço visitável da
Galeria do Loreto – 410 metros de túnel que vão desembocar
no Jardim de São Pedro de Alcântara
Reservatório da Patriarcal. Uma
porta para a Lisboa subterrânea
Av. da
Liberdade
LISBOA
Jardim
Botânico
Jardim do
Príncipe Real
Reservatório
da Patriarcal
Miradouro
de São Pedro
de Alcântara
BAIRRO
ALTO
SUSETE FRANCISCO
P
erto do centenário cedro-do-buçaco, ex-líbris do Jardim do Príncipe
Real, há umas escadas discretas
que descem não se percebe bem para
onde. Quase não se dá por elas, nem pela
placa que explica o que fazem ali. São a
porta de entrada para o Reservatório da
Patriarcal – e este é a passagem para uma
Lisboa subterrânea quase desconhecida.
Se costuma andar na parte ocidental
de Lisboa, estará provavelmente a caminhar sobre um pedaço dos 12 quilómetros de túneis do Aqueduto das Águas Livres que há deste lado da cidade. Só uma
pequena parte é visitável, e um dos pontos de entrada é exatamente o Reservatório da Patriarcal – é dali que partem as visitas guiadas pelos 410 metros de túnel
que vão até ao Jardim de São Pedro de Al-
cântara. O reservatório é a parte mais
monumental: debaixo do chão do Príncipe Real levantam-se 31 colunas com mais
de nove metros de altura. É nelas que assentam as abóbadas que têm por cima o
lago que se vê no jardim, construído com
o intuito de arejar as águas antes de entrarem no depósito subterrâneo. O reservatório ainda hoje fornece água ao lago.
Reservatório da Patriarcal porquê?
Antes do percurso, a história. E antes de
começar a história do reservatório, muito
antes disso, começa a da Patriarcal, onde
aquele vai buscar o nome. No lugar que
hoje é o Príncipe Real ergueu-se em tempos a Basílica Patriarcal de Lisboa. Começou a ser construída em 1756, logo após o
terramoto, mas viria a arder, num violento
incêndio, em 1769. A toponímia lisboeta
guardou memória desse acontecimento:
o Príncipe Real chegou a chamar-se Largo
da Patriarcal Queimada e nas redondezas
fica, ainda hoje, a Calçada da Patriarcal.
Depois de ter ardido no Príncipe Real
(à data, Alto da Cotovia), a Basílica foi
mudada para o Mosteiro de São Bento da
Saúde (atual Assembleia da República).
Passados dois anos... ardeu. E daí foi para
o Mosteiro de São Vicente, onde... ardeu
outra vez. Tanto incêndio acabou a despertar suspeitas que foram dar ao armador da basílica. Reza a condenação que
Alexandre Franco Vicente – responsável
por todas as armações da igreja, habitualmente bordadas a ouro – roubava as franjas de ouro e pegava fogo ao edifício para
que desaparecessem no incêndio as provas do delito. Não teve um fim bonito:
levado de rastos atado a um cavalo até ao
Alto da Cotovia, foi amarrado a um poste
e queimado vivo.
O projeto que tomou o lugar da Patriarcal também não teve um final feliz
pela singela razão de que não teve um final. Em 1790 começaram as obras para se
instalar no Príncipe Real o Erário Régio,
uma espécie de antepassado do Ministério das Finanças, uma construção monumental que integraria também a Torre do
Tombo. Nunca foi terminado. E há de ser
o reservatório a aproveitar as fundações
desta obra, e a pedra das paredes que ficaram meias, e que vem a ser reaproveitada para construir não só o Reservatório
da Patriarcal, mas também o Reservatório da Rua da Verónica (na freguesia de
São Vicente) e parte do Reservatório do
Arco (na Rua das Amoreiras).
Com exceção de Alfama, que sempre
teve nascentes naturais, a cidade de Lisboa debateu-se, ao longo dos séculos,
com sérios problemas devido à falta de
água potável. Foi essa dificuldade que levou à construção do Aqueduto das Águas
Livres. E é ainda o mesmo problema que
leva à construção do Reservatório da Patriarcal, projetado pelo engenheiro francês Louis-Charles Mary e terminado em
1864. A estrutura tinha como principal
função regular a pressão da água entre o
grande reservatório da Rua das Amoreiras e a canalização da zona baixa da cidade (ou seja, atenuar o efeito de pressão
provocado pelo declive acentuado das
colinas).
O Reservatório da Patriarcal foi desativado em 1949 e é hoje um dos núcleos do
Museu da Água da EPAL, empresa responsável pelo abastecimento a Lisboa.
A Galeria do Loreto
A partir do reservatório, os visitantes – que
são acompanhados por um guia da EPAL,
no caso a historiadora Bárbara Bruno – seguem por um túnel com 1,96 m de altura,
sempre em frente, depois à direita (até há
placas de indicação pelo caminho) até
chegar à Pia do Penalva. Esta, uma sala
subterrânea com um pequeno tanque
(a pia) central, fica por debaixo do cruzamento da Praça do Príncipe Real com a
Rua do Século e funcionava como uma
bacia de equilíbrio (com o mesmo intuito
de retirar pressão à água que depois descia
a colina). Distribuía água para o lado direito – o túnel desce pela Rua do Século até
ao chafariz que ainda hoje ali existe, já sem
água, abastecendo também o Palácio dos
Carvalhos, do outro lado da rua. E distribuía água para o lado esquerdo, com um
ramal que abastecia o chafariz da Praça da
Alegria. O troço principal (que é mais antigo do que o próprio reservatório) vai em
frente até ao Teatro Nacional de São Carlos, e é por aí que os visitantes seguem viagem até emergirem do chão, a meio caminho, em São Pedro de Alcântara.
A Galeria do Loreto é a única, das cinco grandes galerias de túneis do Aqueduto que atravessam Lisboa ocidental,
aberta a visitas (aos sábados). Às sextas,
no primeiro e no último sábado de cada
mês é possível visitar um troço maior
(1600 metros dos quase três mil que tem
a galeria no total), com entrada junto à
Mãe d’Água das Amoreiras.
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
SOCIEDADE
21
GENTE QUE VEIO DE FORA
Quando a vida é uma dança
PATRÍCIA VIEGAS
DR - FACEBOOK MESTRE PETCHU
A
dança e a música sempre estiveram presentes na sua vida. “A mãe
da minha mãe foi bailarina. O irmão da minha mãe foi bailarino. O meu
pai e o meu irmão tinham um grupo
musical em casa. Havia sempre festas.
O meu tio-avô, Liceu Vieira Dias, foi a
pessoa que criou o semba.” Mestre
Petchu, como é habitualmente conhecido Pedro Vieira Dias Tomás, nasceu em
Luanda, tem família do Centro e do Norte de Angola. No dia 14 faz 49 anos. Chegou a Portugal há duas décadas. Veio só
por um ano enquanto se encontrava em
digressão por países da Europa com o
seu grupo Ballet Tradicional Kilandukilu, mas acabou por ir ficando.
“Comecei a dançar em 1978. No início
éramos um grupo carnavalesco, dançávamos semba de Carnaval. Eu dançava e
tocava percussão. Algum tempo depois
começámos a misturar o semba e em
1983 criámos o Ballet Tradicional Kilandukilu em Luanda.” Kilandukilu significa “diversão” em kimbundu, uma das várias línguas nacionais de Angola. “Nessa
altura os grupos estavam a transformar-se em ballet por causa das fusões do
Ocidente e começava a falar-se então em
ballet tradicional. O ‘T’ é de ballet, mas
também de tradicional”, explica, sentado num dos sofás da Jazzy, escola de
dança situada em Santos, onde realiza os
ensaios do grupo de ballet, dá aulas de
kizomba, semba e afro-tribal, além de
ministrar cursos de formação.
Em Angola, a par da dança, teve algumas outras profissões. Foi candongueiro, ou seja, motorista de veículos de
transporte coletivo de passageiros. Nos
tempos livres também fazia judo. “A dança sempre foi parte da minha vida.
Quando vim para Portugal, apesar de
ainda ter trabalhado nas obras, é que
passou a ser só dança”, conta, explicando
que se deixou ficar em Portugal em 1996,
quando o grupo de ballet andava em digressão e veio da Alemanha. “Todos ficaram cá, menos três, que voltaram. Hoje
somos para aí uns 20”, afirma, explicando que o grupo tem muitas atuações,
dentro e fora de Portugal.
O ensino da kizomba veio mais tarde.
“Um dia o grupo foi convidado para ir à
inauguração da estação de metro do
Marquês de Pombal – ex-Rotunda. Lá estava uma rapariga a distribuir panfletos
sobre o primeiro festival de danças do
mundo em 1996 – que hoje é o Andanças
– e nós depois fomos lá. Lá estava um senhor, o Quim, que me perguntou porque
não dava aulas de dança. Eu disse que
não porque o semba e a kizomba não se
ensinam. Aprende-se. Nos pés. E a ler.
Ele disse que se eu não ensinasse, alguém o faria no meu lugar”, diz, numa altura em que se preparava para ir ao Andanças dar, precisamente, aulas.
Depois de ter começado nessas lides,
sentiu a dada altura também a necessi-
dade de dar formação a professores e
monitores de dança. “Em 2012 percebi
que a kizomba estava a seguir um caminho que não era muito bom. Nota-se
que a kizomba está adulterada. Isso vê-se em formas que há de ensinar, mas
também se vê na noite em festas. As pessoas misturam salsa, misturam tudo,
coisas que não têm nada a ver. Na dança
misturam tudo e na música o que há
mais é um pimba romântico. Muitos
veem que o que é comercial dá muito
mais dinheiro e, por isso, escolhem enveredar por esse caminho”, diz, no intervalo para almoço de uma dessas formações para professores na Jazzy. Quando
lhe pedem exemplos de bons músicos
angolanos da atualidade, pensa, depois
lá faz referência a Yuri da Cunha. Quando lhe pedem exemplos de músicos angolanos que transformaram a kizomba
nessa espécie de pimba romântico, recusa-se a apontar nomes.
Não gosta que digam que foi o primeiro a ensinar Kizomba em Portugal, por
respeito aos mais velhos. “Sou um complemento do passado”, prefere dizer,
constatando que o interesse dos portugueses pela kizomba explodiu nos últimos cinco anos. “No passado talvez não
se interessassem tanto porque achavam
que era uma dança de negros. Agora,
com o aumento do interesse, há barreiras que têm sido quebradas”, constata,
sublinhando que os angolanos são mui-
MESTRE PETCHU
Bailarino, coreógrafo, percussionista,
formador e empresário cultural.
Fundador do Ballet Tradicional
Kilandukilu.
Está em Portugal há 20 anos
PA R A E N T E N D E R A N G O L A
MUAMBA › É um prato
típico angolano que
leva galinha, óleo
de palma, quiabos,
jindungo, cebola,
abóbora, alho.
KIZOMBA › É um género musical e um es-
tilo de dança dançado a par. Tem atraído
muitos fãs entre os portugueses.
TURISMO › Vale a pena visitar Angola e
apreciar a beleza natural do país, com os
seus rios, cachoeiras, parques.
CANDONGUEIRO › Nome popular dado aos
veículos de transporte de passageiros.
FESTAS › Em Angola há festas de tudo
“para todos os dias da semana”,
sublinha o mestre Petchu.
to mais um povo de convívio e de festa
do que os portugueses. “Aí o angolano
supera muito o tuga.”
E que outras diferenças encontra?
“Portugal é um país que fica na Europa,
Angola situa-se em África. Logo aí, a nível cultural e educacional há diferenças,
tal como a nível da gastronomia (destaca
a muamba como prato angolano). Os
hábitos e costumes das pessoas também
são algo distintos, apesar de em termos
de acolhimento sermos semelhantes.
Em Portugal os vizinhos quase não se conhecem e não se falam. Em Angola os vizinhos falam-se e vão comer à casa uns
dos outros. A porta está sempre aberta.
Os vizinhos podem entrar. Não é preciso
sequer bater.”
A Angola vai, de férias, sempre que lhe
é possível. Voltar definitivamente não
está, para já, nos planos. Que país encontra quando lá vai, por comparação
ao que conheceu antes? “Agora parece
que há mais dificuldades financeiras do
que antigamente. Antes era tudo mais
distribuído. O que acontece agora é que
os ricos continuam ricos”, considera o
bailarino profissional, sem querer emitir
grandes opiniões sobre a situação política do país e casos como o dos ativistas
que estiveram presos. “Penso que os governantes angolanos deviam ter em
atenção essas situações. Mas a minha
política, sabes, é mesmo a dança”, afirma entre risos.
SERVIÇOS
22
SORTE
PREVISÃO DO TEMPO
Totoloto de 10 de agosto de 2016
A chave do sorteio nº 64/16 é a
seguinte:
15-38-40-45-47
Número da sorte: 13
Euromilhões
Sorteio de 9 de agosto de 2016
Sorteio 64/16
12-19-43-44-45
Estrelas: 5-10
1º prémio
0
(a)
2º
0 (0 em Portugal)
190 658,92 €
3º
5 (0 em Portugal)
63 552,97 €
4º
28 (1 em Portugal)
5674,37 €
5º
570 (76 em Portugal)
243,89 €
6º
1104
125,92 €
7º
1391
71,38 €
8º
21 497
21,24 €
9º
27 212
16,05 €
10º
55 256
13,29 €
11º
119 674
10,78 €
12º
416 632
8,38 €
13º
837 701
4,26 €
(a) Previsão 1º prémio com jackpot 39 000 000,00 €
Totoloto
Sorteio de 6 de agosto de 2016
Sorteio 63/16
2-11-13-26-36
Número da sorte: 2
1º prémio
0
(a)
2º
2
11 407,94 €
3º
189
150,89 €
4º
7409
3,84 €
5º
97 734
1,75 €
Nº sorte
60 779 Reembolso da aposta
(a) Previsão 1º prémio com jackpot 3 900 000,00 €
Joker
Sorteio de 7 de agosto de 2016
4667237
1º prémio
0
2º
1
3º
4
4º
56
5º
580
6º
5263
(a) Previsão 1º prémio com jackpot
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
150
Lotaria Clássica
Extração de 8 de agosto de 2016
32ª – Jogos Olímpicos Rio 2016
1º prémio
40776
1 200 000,00 €
2º
08378
120 000,00 €
3º
51022
60 000,00 €
Sequências de quatro algarismos:
1584 - 0490 - 0891 - 8417 - 3389 - 0328 - 9201 - 6903 8030 - 9567 - 3086 - 0179 - 6900 - 2109 - 4877 - 1583
- 0246 - 7561 - 3513 - 9440
Sequências de três algarismos:
770 - 982 - 732 - 379
Bragança
180 300
110 290
Vila Real
140 310
Porto
150
0
0
19 30
AÇORES
Penhas
Douradas
Ponta
Delgada
130 250
200 260
230
Coimbra
210 350
Castelo
Branco
Leiria
180 350
190 340
Portalegre
160
210 330
Lisboa
200 350
Setúbal
Évora
170 380
MADEIRA
180 370
Beja
230
200 360
Funchal
(a)
50 000,00 €
5 000,00 €
500,00 €
50,00 €
5,00 €
1 200 000,00 €
Totobola Extra
Concurso de 22 de junho de 2016
Sorteio 24/16
X1X11X2X21222
Super 14. Hungria - Portugal
M:M
Super 14
0
(a)
1º prémio
0
(b)
2º
0
(c)
3º
2
5 103,30 €
(a) Previsão do acumulado para Super 14 22 940,16 €
(b) Nos termos do Regulamento, o montante do Super
14 e do 1º prémio acresce ao Super 14 do segundo concurso subsequente, no valor de 12 733,55 euros.
(c) Nos termos do Regulamento o montante do 2º
Prémio acumulou com o montante do 3º Prémio.
Viana
do Castelo
Portugal continental
Madeira e Açores
Sorteio 32/16
Totobola
Concurso de 7 de agosto de 2016
Sorteio 32/16
22X 111 XX2 1212
Super 14. Benfica-Braga
M-0
Super 14
0
(a)
1º prémio
0
(b)
2º
4
2453,31 €
3º
95
103,29 €
(a) Previsão 1º prémio com jackpot
28 000,00 €
(b) Nos termos do regulamento, o montante do 1º
Prémio acresce ao montante do Super 14 do concurso
normal imediatamente seguinte
FARMÁCIAS
210 270
Sagres
210
0
19 30
Faro
0
0
22 33
0
250
Sol
06.50
OCASO
20.35
Leixões
Marés
Lua
NASCER
Quarto
crescente
(lua cheia
dia 18)
Lisboa
Faro
BAIXA-MAR
03.15 15.48 03.17 15.49 02.37 15.14
PREIA-MAR
09.40 22.06 09.47 22.14 09.20 21.52
CÉU LIMPO
NUBLADO
AGUACEIROS
TROVOADA
NEVOEIRO
POUCO NUBLADO
MUITO NUBLADO
CHUVA
NEVE
TEMP. DA ÁGUA
2ª-FEIRA
3ª-FEIRA
AMANHÃ
SÁBADO
Porto
Porto
DOMINGO
Porto
Porto
Porto
Lisboa
Lisboa
Lisboa
Lisboa
Lisboa
Faro
Faro
Faro
Faro
Faro
Europa
Oslo
Estocolmo
90 170
60 180
Copenhaga
Amesterdão
16 17
0
110 170
0
Berlim
Dublin
13 20
0
0
12 19
0
Londres
Varsóvia
0
80 190
140 240
Luxemburgo
Lotaria Popular
Extração de 4 de agosto de 2016
31ª – Zodíaco Leão
1º prémio
70388
75 000,00 €
2º
00080
7500,00€
3º
72014
3000,00 €
4º
95606
2000,00 €
Série sorteada: 3ª
Sequências de 2 algarismos sorteadas: 56-95
Estas informações não dispensam
a consulta da lista oficial
Paris
130 170
Viena
130 240
110 200
Belgrado
120 180
Roma
Madrid
17 31
0
0
170 310
Atenas
260 380
✣ LISBOA LUMIAR ALTO
DO LUMIAR Alameda da
Música, 7-A MARVILA DE
MARVILA Bairro Marquês de
Abrantes, Lt 35-36 NOSSA
SENHORA DE FÁTIMA
LEONEL PINHEIRO R. D.
Filipa de Vilhena, 9-C SANTA
ISABEL ALMEIDA R. Silva
Carvalho, 136 SANTA
MARIA DOS OLIVAIS
ANTUNES ROSAS Praça
Cidade do Luso, Lote 199
SANTOS-O-VELHO S A E
SILVA FILHOS R. São João da
Mata, 72-74 SÃO JORGE DE
ARROIOS MUNDIAL Largo D.
Estefânia, 10
✣ ARREDORES DE LISBOA
AGUALVA-CACÉM SILVA
DUARTE R. Elias Garcia, 163A-B ALGÉS SANTARITA Av.
Bombeiros Voluntários Algés,
80-A - Algés ALVERCA DO
RIBATEJO NOVA ALVERCA
R. José António Veríssimo da
Silva, 3 BELAS NEVES R. D.
Mariana Vitória, 14
BRANDOA SALTER Av. José
Garcês, 32 - Cc Dolce Vita
Tejo, Lj 46 CARREGADO
VARELA R. D. Pedro V, 60,
Loja 1 CASCAIS DA
MISERICÓRDIA R. Regimento
19 de Infantaria, 67 ESTORIL
PARQUE DO ESTORIL
Arcadas do Parque, 15-16
LOURES NOVA DO
INFANTADO 4ª Fase Urb.
Infantado, Lote 83 Lj 2
ODIVELAS TORRES Urb.
Jardim Sol - R. Laura Aires,
31-Loja C PAREDE DO
JUNQUEIRO R. Luanda, 852B PÓVOA DE SANTA IRIA
EDUARDO A.CÉSAR Alameda
Aristides Sousa Mendes, Lt.8 ·
VALENTIM R. José Isidro dos
Santos, 35 - Casal da Serra
PÓVOA DE SANTO ADRIÃO
SANTO ADRIÃO R.
Bartolomeu Dias, 14-A SÃO
JOÃO DA TALHA SÃO JOÃO
R. António Henriques - Bairro
São Vicente, Lote 35
TORRES VEDRAS
QUINTELA R. D. Ana Maria
Bastos, N.º 5 - Loja 21
VENTEIRA CAVACA R. Elias
Garcia, 221, R/C A
✣ ALENTEJO BEJA
SANTOS R. Santo André, Loja
1-2 ELVAS ROSADO E SILVA
R. Cadeia, 28 ÉVORA HORTA
DAS FIGUEIRAS R. Fernando
Seno, 26 - Frac A-B
MONTEMOR-O-NOVO
CENTRAL R. 5 de Outubro, 69
PONTE DE SOR VARELA
DIAS Largo 25 de Abril
PORTALEGRE CHUMBEL
SUC. R. Cândido dos Reis, 2
VENDAS NOVAS NOVA Av.
General Craveiro Lopes, 25-A
✣ CASTELO BRANCO
CASTELO BRANCO LEAL
MENDES R. S. Sebastião, 1
COVILHÃ SANT ANA
Alameda Pero da Covilhã - Cc
Covilhã Shopping, Lj. 1
✣ COIMBRA ARGANIL
GALVÃO Praça Simões Dias,
6-7 COIMBRA DE SÃO JOSÉ
Alameda Calouste
Gulbenkian, Lte. 5, R/C · SÃO
SEBASTIÃO Av. Dr. Elísio de
Moura, Lote 6, 443 R/C
FIGUEIRA DA FOZ
ALQUEIDÃO R. Albino Pereira
dos Santos, 86
✣ ALGARVE ALBUFEIRA
SANTOS PINTO Urb. Quinta
da Bela Vista, Lt.E,Lj.4-5
FARO ALEXANDRE R. Ivens,
31 LAGOS RIBEIRO LOPES R.
Garrett, 22 LOULÉ PINTO R.
25 de Abril, 2 PORTIMÃO
AMPARO Quinta do Amparo,
Lote- 30 VILA REAL DE
SANTO ANTÓNIO
CARRILHO Praça Marquês de
Pombal, 1
✣ LEIRIA ALCOBAÇA
CAMPEÃO R. Alexandre
Herculano, 4 CALDAS DA
RAINHA MALDONADO R.
Tenente Sangreman
Henriques, 12 PENICHE
PROENÇA Praça Jacob
Rodrigues Pereira, 14-15
POMBAL TORRES &
CORREIA Av. Heróis do
Ultramar, 22
✣ SANTARÉM ABRANTES
SANTOS Av. Dr. António A. da
Silva Martins, 569 TOMAR
DIAS COSTA R. Coronel
Garcês Teixeira Lote 9, 13
R/C TORRES NOVAS
PEREIRA MARTINS R. José
Augusto Torres, N.º 129 - R/C
Dto.
✣ SETÚBAL ALCÁCER DO
SAL DA MISERICÓRDIA
Alcácer do Sal ALMADA
GALENO R. Capitão Leitão,
85-B · VALE DE FIGUEIRA R.
General Humberto Delgado,
111-E BARREIRO ROLDÃO
Av. Joaquim J. Fernandes, 17C MOITA TÁGIDE R. D. João
de Almeida, 19-A SANTIAGO
DO CACÉM CORTE REAL R.
Dr. Manuel António Costa, 16
SEIXAL FONSECA Pat Artes
Estr Foros Amora, N34 Lj C8
SETÚBAL LEÃO
SOROMENHO Praça Machado
Santos, 24 · NOVA R. Dr.
António Manuel Gamito, 25 A
✣ PORTO NEVOGILDE DE
GONDARÉM R. Gondarém,
356 SANTO ILDEFONSO
ALMEIDA CUNHA R.
Formosa, 327
✣ ARREDORES DO PORTO
GONDOMAR CENTRAL R. 25
de Abril, 344 MAIA DE SILVA
ESCURA R. Central de
Frejufe, 92 MARCO DE
CANAVESES NOVA Edifício
Via Marco - Av. F. C. Porto, 76
MATOSINHOS FARIA SUCR.
R. Roberto Ivens, 126 PAÇOS
DE FERREIRA MODERNA
Av. 1º de Dezembro, 128
PAREDES FERREIRA DE
VALES Av. Bombeiros
Voluntários de Rebordosa,
698 · RUÃO R. 1º de
Dezembro, 21 PENAFIEL
MIRANDA R. Dr. Joaquim
Cotta, 51 PÓVOA DE
VARZIM CENTRAL R.
Junqueira, 11 SANTO TIRSO
VILALVA R. Vilalva, 78
VALONGO MARQUES DOS
SANTOS Praceta do Horto , 7
VILA DO CONDE VITAL R. 25
de Abril, 100 VILA NOVA DE
GAIA DA MISERICÓRDIA R.
Capitão Salgueiro Maia, N.º
311 · DE SALGUEIROS R.
Salgueiros, 926 · MANSO
PRETO R. Guarda, 1879
✣ AVEIRO ÁGUEDA NOVA
R. Joaquim Valente Almeida,
S/N, Fr A OLIVEIRA DE
AZEMÉIS GOMES DA
COSTA R. António Alegria,
222 OVAR DO INSTITUTO
PEREIRA ZAGALO R. Cândido
dos Reis, 73 SÃO JOÃO DA
MADEIRA LAMAR Centro
Com. 8ª Avenida, Av. Renato
Araújo, Lj 0040 Piso 0, 1625
✣ BRAGA BARCELOS DE
BARCELINHOS R. Custódio
José Gomes Vilas Boas, 59
BRAGA INSTITUTO
GALÉNICO PORTUGUÊS R.
Prof Dr. Carlos Lloyd Braga,
18 · SÃO JOÃO Av. da
Liberdade, 143 FAFE
ALBARELOS R. José Ribeiro
Vieira de Castro, 368
GUIMARÃES HORUS Largo
do Toural, 26 VILA NOVA DE
FAMALICÃO CENTRAL
Praça D. Maria Ii, 1406 VILA
VERDE FÁTIMA MARQUES R.
Bombeiros, 50 e 52
✣ BRAGANÇA BRAGANÇA
VALE D'ÁLVARO Edf. Trialto,
Lote D - Loja 1-7 MACEDO
DE CAVALEIROS CENTRAL
Praça Agostinho Valente
MIRANDELA
MASCARENHAS R. Olímpio
Cabral, 2
✣ GUARDA GUARDA
MODERNA Largo 1.º de
Dezembro, N.º 16
✣ VIANA DO CASTELO
PONTE DE LIMA DONA
TERESA R. do Sobral, Edifício
Gaveto do Sobral, Loja A, Lt 2
VIANA DO CASTELO SÃO
BENTO Av. D. Afonso Iii, 414
✣ VILA REAL CHAVES
PEREIRA DA SILVA
Urbanização Raposeira - Loja
1, Lote 3 VILA REAL
MONTEZELOS R. Montezelos,
39
✣ VISEU LAMEGO SANTOS
MONTEIRO Praça do
Comércio, 93-97 TONDELA
MOLELOS R. Dr. Adriano
Lopes Figueiredo VISEU
MARQUES Av. Alberto
Sampaio, 22
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
27
MUNDO
PROTAGONISTA
Nos próximos dias, estes vão ser os
rostos do julgamento da presidente
Dilma Rousseff
Ricardo Lewandowski
Presidente do Supremo
› É a ele que, por lei,
cabe presidir a partir de agora ao julgamento da presidente Dilma
Rousseff. Por parecer interessado em
tornar brandas as penas dos réus
do Mensalão, em 2012,
Lewandowski tornou-se conhecido
como o “vilão” desse processo por
oposição ao “herói justiceiro” juiz
Joaquim Barbosa.
Renan Calheiros (PMDB)
REUTERS/ADRIANO MACHADO
Presidente do Senado
No dia em que o Senado decidiu
avançar com o julgamento do
impeachment, Dilma Rousseff
manteve a rotina e foi dar o seu
habitual passeio de bicicleta
Queda de Dilma é irreversível
após nova derrota no Senado
Brasil. Por 59 votos contra 21, presidente afastada foi confirmada ré. E já planeia viagem
ao estrangeiro. Michel Temer deve passar de interino a definitivo dentro de duas semanas
JOÃO ALMEIDA MOREIRA, São Paulo
Quase três quartos dos senadores
aprovaram o relatório que pede a
destituição de Dilma Rousseff (PT),
numa sessão de mais de 15 horas,
e tornaram a presidente afastada
oficialmente ré no processo de impeachment. O resultado, considerado um espelho do que se vai passar no julgamento definitivo da petista dentro de dias, confirma o
que há muito se esperava: Michel
Temer, do PMDB, é o virtual presidente do Brasil. As dúvidas que
subsistem são sobre quando será o
julgamento – em princípio dia 29
de agosto – e o que fará Dilma até
lá – se se defende em pessoa no Senado ou não – e depois de abandonar Brasília.
“A presidente pretende passar
cerca de oito meses fora do Brasil
depois que o processo de impeachment for votado”, adianta a colunista Mônica Bergamo, do jornal
Folha de S. Paulo, referindo destinos próximos do país, como Argentina ou Chile, mas também
longínquos, como zonas rurais de
países europeus, entre as alternativas. Outras informações dão conta da vontade de Dilma ir de imediato para Porto Alegre, cidade
onde tem residência particular e
onde vivem a filha, o genro e os
dois netos. Mas uma terceira versão revela que candidatos do PT a
cargos municipais como as prefeituras de Recife ou Maceió, cidades
do tradicional feudo petista no
Nordeste brasileiro, já solicitaram
a sua presença nas respetivas campanhas eleitorais com vista ao sufrágio marcado para outubro.
Enquanto isso, os próximos passos no Senado são a apresentação
das testemunhas de acusação e de
defesa. No segundo caso, continua
em aberto a presença apenas de José Eduardo Cardozo, o aguerrido
advogado de Dilma, ou a da própria presidente. Após essa etapa,
dá-se o julgamento final onde 54
votos de 81 senadores serão suficientes para confirmar Michel Temer como presidente do Brasil.
Na votação de ontem, 59 senadores votaram pela continuação
do processo, contra 21 que se manifestaram contra a queda da pre-
sidente. Ou seja, dos 20 que ainda
se declaravam indecisos à entrada
para o plenário, 16 votaram pelo
impeachment e apenas três ao
lado da presidente afastada. Renan
Calheiros, presidente do Senado
que passou o comando do julgamento ao homólogo do Supremo
Tribunal Federal Ricardo Lewandowski, não votou. Os jornalistas
que assistiram in loco à sessão relatam que a maioria dos senadores
nem ouviu os discursos dos seus
pares, mais preocupados em consultar telefones móveis e computadores para saber as últimas dos
Jogos Olímpicos, tal era a certeza
do resultado.
O relatório, escrito pelo senador
Antonio Anastasia (PSDB), dizia,
em traços gerais, que Dilma cometeu “um atentado à Constituição”.
José Eduardo Cardozo comparou-o “à inquisição”.
Noutro campo, Temer obteve
mais uma vitória ao garantir após
negociações com a sua ampla base
de apoio, que o julgamento de
Eduardo Cunha, presidente afastado da Câmara dos Deputados, só
será efetuado depois do de Dilma,
para não causar ruído durante o
impeachment.
Ontem e anteontem, entretanto, houve manifestações na Avenida Paulista, principal artéria de
São Paulo, e em mais 11 estados do
Brasil, contra o governo de Michel
Temer e o resultado da votação dos
senadores.
Lava-Jato e Lula
Em paralelo, a Operação Lava-Jato, que investiga os desdobramentos do escândalo de corrupção na
empresa estatal Petrobras, teve
ontem nova fase, chamada Irmandade, em que foi detido o
operacional da construtora Delta,
Samir Assad.
Mas foi a decisão da Polícia Federal de ouvir Marisa Letícia, a
mulher do ex-presidente Lula da
Silva (PT), a propósito da suposta
propriedade de um apartamento
no Guarujá e de um sítio em Atibaia pagos por construtoras envolvidas na Lava-Jato, que mais se
destacou nos noticiários. Em reação, Lula disse que “a intimação é
uma prova cabal” de que a justiça
não tem elementos contra ele.
› Além de citado dez
vezes na Lava-Jato, Renan
Calheiros foi acusado de pagar o
apartamento da
amante com dinheiro
de construtoras civis que lhe deviam favores e de ter usado um
avião da força aérea, de Brasília ao
Recife, para fazer um implante de
10 118 fios de cabelo. Foi o único a
abster-se ontem.
José Eduardo Cardozo
(PT) Advogado de Dilma
› Considerado mais
dilmista do que a
própria Dilma, o
ex-ministro da
Justiça tem defendido a ex-chefe
com ardor. José
Eduardo Cardozo é considerado
bem-humorado, sedutor e até próximo, por relações de amizade, com
o rival PSDB. Talvez por esta
última característica conste em
Brasília que Lula nunca foi com a
cara dele.
Antonio Anastasia (PSDB)
Relator do processo
› Braço-direito do candidato derrotado
nas presidenciais
de 2014 Aécio
Neves (do PSDB),
de quem foi vicegovernador e sucessor na chefia do governo de Minas
Gerais, Antonio Anastasia ouviu
acusações de “parcialidade” na elaboração do parecer, duríssimo contra a presidente Dilma Rousseff.
O documento foi votado na madrugada de ontem.
28
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
MUNDO
Há limite para as trumpices? Não
e ele até agradece a publicidade
CONTROVÉRSIAS
› Atentados Trump contou
como viu milhares de pessoas
a celebrar o 11 de Setembro:
“Hey, eu vi o World
Trade Center cair. Vi em
Jersey City, New Jersey,
onde milhares e milhares de pessoas estavam
a celebrar enquanto o
edifício se desmoronava. Milhares de pessoas
celebraram”
EUA. Ameaça de morte ou apelo ao voto? Ao dizer que só os ativistas pelo direito às armas
podem travar Hillary, o candidato republicano gerou a mais recente tempestade de críticas
HELENA TECEDEIRO
› Projeto Construir um muro
com o México – uma das promessas que mais repetiria:
“Vou construir um
grande muro – e ninguém constrói muros
melhor do que eu, acreditem em mim – e vou
construí-lo sem grandes
custos. Um grande,
grande muro na fronteira sul, e vou fazer o
México pagá-lo”
Apoiantes de Trump acusaram
os media de estar com Hillary
Clinton e de fazerem tudo
o que podem para destruir
o candidato republicano
› Rosie O’Donnell Início da
batalha verbal com a atriz :
“Se eu mandasse no The
View , despedia Rosie
O’Donnell. Olhava para
aquela cara gorda e feia
e dizia: ‘Rosie, estás despedida’”
› Filha Sobre o aspeto físico
de Ivanka Trump:
REUTERS/ERIC THAYER
Há dias, a Associação Americana de
Psiquiatria emitiu um comunicado
a pedir aos seus membros para resistirem à tentação de dar um parecer sobre a saúde mental de Donald
Trump. “Seria não só contrário à ética como irresponsável”, lia-se no
texto publicado no site da associação. Este alerta surge depois de cada
vez mais adversários e inúmeros
meios de comunicação questionarem se o candidato republicano estará louco. Até Jeffrey Flier, reitor da
Faculdade de Medicina de Harvard,
identificava o magnata como “o melhor exemplo” do narcisista, garantindo que usa “vídeos dos seus comícios nos meus seminários”.
As últimas declarações de Trump
só vieram dar mais argumentos aos
rivais de Trump. Na terça-feira, o
candidato republicano às presidenciais de 8 de novembro nos EUA sugeriu que cabe aos defensores do direito ao porte de arma impedir
Hillary Clinton de nomear juízes liberais para o Supremo. “Se ela escolher os juízes, não há nada que possam fazer. Mas o pessoal da Segunda Emenda talvez possa, não sei”,
afirmou o milionário. A Segunda
Emenda da Constituição americana garante a todos os cidadãos o direito a andar armado.
Palavras que a campanha de
Hillary se apressou a qualificar
como “perigosas”, garantindo que
“um candidato à presidência dos
EUA não devia sugerir violência de
qualquer espécie”. Mas houve quem
fosse mais longe e visse nas palavras
de Trump uma ameaça à vida da rival democrata. Foi o caso de Elizabeth Warren, a senadora do Massachusetts, que chegou a ser falada
como possível candidata a vice-presidente de Hillary, segundo a qual o
candidato republicano “faz ameaças de morte porque é um cobarde
patético que não consegue lidar
com o facto de estar a perder para
uma mulher”. Já o também senador
Chris Murphy escreveu no Twitter:
“Não tratem isto como um passo
em falso político. É uma ameaça de
assassínio, reforçando a probabilidade de uma tragédia nacional.”
Do lado da equipa de Trump, a
primeira reação foi desvalorizar os
ataques, garantindo que o candidato estava a apelar ao voto dos ativistas pró-armas e não a sugerir qualquer violência contra Hillary. Rudy
Giuliani, o ex-mayor de Nova Iorque
e um dos principais conselheiros de
Trump, acusou os media de terem
tirado de contexto as declarações do
candidato. “O que ele queria dizer é
que têm o poder de votar contra ela.
Têm o poder de falar contra ela. Sabem porquê? Porque são americanos.” Quanto à controvérsia gerada
pelas declarações do magnata do
imobiliário, Giuliani garante provar
que “a maioria da imprensa está
com Hillary Clinton. Estão a fazer
tudo o que podem para destruir Donald Trump”.
“Coisa boa para mim”
Indiferente à polémica, Trump fez
aquilo que tem feito melhor ao longo de toda a campanha: tentou tirar proveito da atenção mediática
de que estava a ser alvo – boa ou
má! “Devo dizer que, em termos
políticos, há pouca coisa, e se os
media pegarem nisto, até é uma
coisa boa para mim”, explicou
Trump na FOX News. Segundo o
magnata, “vai dizer às pessoas mais
sobre mim em relação à Segunda
Emenda”.
Apesar do otimismo manifestado pelo candidato republicano, a última semana tem sido negra para a
sua campanha. A cair nas sondagens nacionais – a última da Bloomberg dá 50% das intenções de voto
para Hillary contra 44% para Trump,
mas algumas dão uma diferença de
dois dígitos entre os dois –, Trump
Entre os republicanos
19% acham que Trump
devia desistir da
corrida à Casa Branca
tem multiplicado as polémicas e críticas. Sobretudo desde que atacou
os pais de um soldado muçulmano
morto no Iraque, disse que a filha
mudaria de emprego se fosse vítima
de assédio sexual ou foi acusado de
expulsar um bebé de um comício
por estar a chorar. Mesmo vindas de
um candidato que já habituou o
mundo às suas trumpices – seja
contra as mulheres, contra os mexicanos ou contra os muçulmanos –,
esta sequência de controvérsias
conseguiu afastar ainda mais o próprio partido do seu candidato.
Não só líderes como o speaker da
Câmara dos Representantes, Paul
Ryan, ou John McCain, senador do
Arizona e candidato às presidenciais de 2008, criticaram o seu ataque contra os pais do capitão Khan,
morto no Iraque em 2004, como
um grupo de 50 peritos em segurança nacional republicanos publicaram uma carta a alertar para o
perigo que um presidente Trump
representaria para os EUA.
Enquanto vários eleitos republicanos – a última foi a senadora Susan Collins – já garantiram que não
irão votar em Trump a 8 de novembro, um estudo da Reuters/Ipsos revela que o descontentamento com
o milionário parece estar a chegar às
bases. Mesmo entre os republicanos, 19% acham que Trump devia
desistir da corrida à Casa Branca.
“Se Ivanka não fosse
minha filha, talvez
namorasse com ela”
› Mãos Resposta depois de
Marco Rubio ter dito que ele
tinha mãos pequenas:
“Os meus dedos são longos e belos, tal como, e
está provado, são outras
partes do meu corpo”
› Kennedy Ligando o pai do ex-rival republicano ao assassino
de JFK :
“O pai [de Ted Cruz] estava com Lee Harvey
Oswald antes de
Oswald ser – vocês
sabem, abatido”
› Irão Depois da execução de
um cientista nuclear:
“Muita gente anda a
dizer que os iranianos
mataram um cientista
que ajudou os EUA por
causa dos e-mails pirateados de Hillary”
DONALD TRUMP
CANDIDATO REPUBLICANO
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
MUNDO
29
JOGOS SEM FRONTEIRAS
REUTERS/ERIC GAILLARD
Um grupo, uma ideologia,
uma marca
BERNARDO PIRES
DE LIMA
Investigador
universitário
E
ntre outras pastas, o
ISIS tem um ministro
para os media, focado
na estratégia de comunicação do grupo.
O primeiro objetivo é projetar
uma imagem de organização,
coerência, ordem interna, dinâmica ascensional e mobilização
global. A propaganda mostra a
“normalidade” social nas cidades conquistadas, a continuação da atividade económica, as
benfeitorias na saúde e educação, a generosidade com as famílias dos mártires e aos que
aderem vindos de fora. Para isso
contam com uma rede profissional com especialistas de todo
o mundo em informática, cibercrime ou linguística, cujo
trabalho se espalha em revistas
como a Dabiq ou a agência de
notícias Amaq, e-books e anuários de atividades, vídeos com
os vários feitos, chats ou videojogos para socialização entre
potenciais recrutados, reporta-
gens de contrainformação ao
Ocidente em canal próprio de
webtv, uso, abuso e contágio de
propaganda e controlo de narrativas no Twitter e Facebook.
O segundo objetivo passa por
oferecer refúgio a todos os que
quiserem associar-se a uma
nova forma revolucionária de
vida. Este ponto é especialmente importante quando falamos
de jovens imigrantes de segunda ou terceira geração a viver na
Europa e cujo processo de desenraizamento e ausência identitária pode, num nível extremo,
desencadear um apetite pela radicalização apocalíptica. Este
objetivo, se ligado em permanência ao primeiro, tem encontrado nas capitais europeias
oportunidades únicas para fazer do medo o nosso novo normal em comunidade, estigmatizar os refugiados, obrigando-os
a morrer às portas da Europa
agudizando a sua crise moral e
promovendo o radicalismo partidário, ou expondo as desarticulações entre autoridades contraterroristas, gerando uma
desconfiança entre Estado
e cidadãos cada vez que um
ataque tem sucesso.
O terceiro objetivo passa por
constituir-se como plataforma
absolutista das escrituras, pondo em prática uma versão própria da lei islâmica e eliminando os muçulmanos que a recusem. Essa postura dota o autoproclamado califado de uma
natureza tirânica apontada aos
crentes no islão e de uma aura
de centralidade no mercado
A míngua territorial
e a eliminação do
aparato militar do
ISIS não evaporam
a sua mensagem,
doutrina e marca
registada. Para
vencer vai ser
preciso superar cada
uma destas batalhas
da jihad capaz de arregimentar
a fidelidade de grupos geograficamente dispersos ou de
ovos e generosos canais de
financiamento. No primeiro
caso, os números são elucidativos: entre 2001 e 2014, morreram no mundo às mãos do terrorismo jihadista cerca de 108
mil pessoas, das quais apenas
3500 na Europa Ocidental
(420) e nos EUA. As principais
vítimas eram do Iraque, Síria,
Paquistão, Nigéria, Índia, Iémen, Argélia, Somália e Sudão,
todos com esmagadoras maiorias muçulmanas ou fraturas
inter-religiosas profundas,
como a Nigéria e a Índia. Isto
significa que a prioridade do
terrorismo promovido pelo
ISIS é estruturar-se no caos interno das sociedades islâmicas
ou onde a sua representação é
passível de subverter a ordem e
o equilíbrio de forças étnicas.
Só depois, numa lógica de maximização das oportunidades,
é que o Ocidente é alvo. É exatamente aqui que vale a pena
olhar para a lógica comunicativa do ISIS.
Voltemos ao verão de 2014
quando o ISIS toma Mossul e
proclama ao mundo a instauração do califado. Segunda maior
cidade do Iraque e maioritariamente sunita – atrativo extra
num país de maioria xiita –,
Mossul é estratégica no domínio do abastecimento de água
do Tigre e do pipeline que segue
para a Turquia, além de ficar a
150 km da Síria, o que permite
controlar dois territórios com
fronteira diluída. Nada foi feito
ao acaso: de imediato, a produção de conteúdos do ISIS realizou um vídeo de 15 minutos, intitulado “o fim de Sykes-Picot”,
num inglês perfeito para que
ninguém escapasse às intenções. Se ficou demonstrada a
implantação territorial após a
retirada das tropas americanas,
foi propagado à exaustão o sucesso militar e o domínio de
fontes energéticas vitais à região. Para dar expressão a tudo,
entre setembro e outubro de
2014 a máquina do ISIS produziu só no Twitter 7 milhões de
referências com as marcas
“ISIS”, “Islamic State” e “Daesh”.
Era preciso aproveitar o sucesso
de Mossul e a fundação do califado para inspirar milhões de
aprendizes pelo mundo. A Europa não seria certamente indiferente, potenciando células
jihadistas já existentes ou motivando terroristas espontâneos
a entrar no Olimpo do terror:
Paris, Bruxelas e Nice demonstraram isso. A míngua territorial
e a eliminação do aparato militar do ISIS não evaporam a sua
mensagem, doutrina e marca
registada. Para vencer esta
guerra vai ser preciso superar
cada uma destas batalhas.
Presidente
Duterte insulta
embaixador
dos EUA
FILIPINAS. Chefe de Estado
ameaça decretar lei marcial
para combater tráfico e quer
sepultar no cemitério dos
heróis o ex-ditador Marcos
Está instalado um conflito diplomático entre as Filipinas e os Estados Unidos. Em declarações transmitidas pela televisão, o presidente Rodrigo Duterte atirou-se a
Philip Goldberg, embaixador norte-americano no país, chamando-o de “gay filho da puta”.
O antagonismo entre os dois remonta a abril, quando Duterte estava em campanha eleitoral para as
presidenciais – que venceu a 9 de
maio, tendo tomado posse a 30 de
junho. Numa ação eleitoral, o agora
presidente filipino foi apanhado em
vídeo a comentar um caso de violação, ocorrido em Davao, município
que então governava, que vitimou
uma missionária australiana em
1989. Duterte, depois de lamentar o
ocorrido, disse que Jacqueline Hamill era muito bonita e que estava
aborrecido com os violadores porque deveriam ter dado primazia ao
dirigente da cidade. Goldberg criticou violentamente as palavras de
Rodrigo Duterte e a partir daí a relação azedou.
Numa outra polémica recente, o
presidente filipino ameaça decretar
o estado de lei marcial no país. No
início desta semana, Duterte revelou uma lista com o nome de 159
juízes, políticos, polícias e militares
alegadamente envolvidos no tráfico
de droga. Deu-lhes 48 horas para se
entregarem, ou, caso contrário, seriam perseguidos pelo exército.
Em reação à atitude do presidente, a chefe do Supremo Tribunal de Justiça, Lourdes Sereno,
questionou a divulgação de nomes, chamou a necessidade para a
separação de poderes e sublinhou
que apenas os tribunais têm autoridade para fiscalizar os juízes. Duterte não esteve com meias medidas: “Preferem que decrete a lei
marcial?”. De acordo com a imprensa local, desde que o novo presidente tomou posse, pelo menos
564 pessoas com ligações ao tráfico de droga terão sido mortas.
Se Duterte fosse em frente com
a ameaça, seria a segunda vez que
as Filipinas ficariam debaixo da lei
marcial. Entre 1972 e 1981, o presidente Ferdinando Marcos fez o
mesmo e governou com pulso de
ferro. Outras das polémicas que
atualmente ocupam a atenção no
país prende-se exatamente com a
intenção de Rodrigo Duterte de
trasladar para o cemitério dos heróis nacionais os restos mortais do
ex-ditador. J.F.G.
30
MUNDO
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
Exigências de Rivera
vão ser discutidas
pela executiva do PP
ESPANHA Reunião será quar-
REUTERS/FABIAN BIMMER
ta-feira. Depois serão nomeadas equipas negociadoras para permitir acordo
para a investidura de Rajoy
Thomas de Maizière com a agente Laura Schaefer numa visita à polícia federal em Bremen
Guerra contra o terrorismo:
Alemanha quer médicos a
denunciar doentes suspeitos
Proposta. Após cinco ataques, governo alemão vai apresentar novas
medidas para luta antiterrorista, que incluem acelerar as deportações
SUSANA SALVADOR
David Sonboly, o atirador de 18 anos
que matou nove pessoas num centro comercial de Munique antes de
se suicidar, a 22 de julho, tinha recebido tratamento psicológico, por
causa de uma depressão. Dois dias
depois, Mohammad Daleel fazia-se
explodir em Ansbach, ferindo 15
pessoas. Também ele tinha passado
pelo psicólogo, por causa de duas
tentativas de suicídio. Agora, segundo o tabloide Bild, o ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière,
quer que os médicos possam quebrar a confidencialidade dos pacientes e denunciá-los às autoridades se acreditarem que eles são uma
ameaça à segurança pública.
Esta é uma das medidas que o
ministro deverá apresentar hoje
como parte de um pacote para
combater o terrorismo, depois de
cinco ataques no espaço de uma semana terem deixado 15 mortos.
Dois dos ataques foram reivindicados pelo grupo extremista Estado
Islâmico e em três deles os atacantes eram requerentes de asilo.
Mas a proposta de acabar com a
confidencialidade médica já está a
levantar polémica, com a Associação Federal de Médicos a acusar o
ministro de atuar de forma inconstitucional. “A tensa situação de segurança não deve seduzir as pessoas para soluções políticas e legais
apressadas. A confidencialidade
entre médicos e pacientes é um direito básico protegido pela Constituição”, indicou o líder da associação, Frank Ulrich Montgomery.
De acordo com a imprensa alemã, as propostas passam ainda por
acelerar as deportações dos que
veem recusado o pedido de asilo no
país e estabelecer que os estrangeiros podem ser deportados também
se constituírem uma “ameaça à segurança pública”. Segundo os dados
oficiais, a Alemanha já proibiu a entrada a mais pessoas nos primeiros
seis meses deste ano do que em
todo o 2015 – 13 324 foram impedidos de entrar nas fronteiras até finais de junho, comparado com
8913 no ano passado. O número de
deportações também está a aumentar: 13 743 nos primeiros seis
meses, contra 20 888 em 2015.
Exigências de ministros federais
À margem das medidas que serão
apresentadas hoje, os ministros do
Interior dos vários estados federais
alemães que pertencem ao partido
conservador da chanceler Angela
Merkel e aos seus aliados bávaros,
estarão também a preparar uma
lista de 27 exigências para melhorar a segurança do país. Entre elas
conta-se não só o aumento do número de efetivos da polícia (mais
15 mil até 2020) como também o
aumento da videovigilância nos
transportes e locais públicos.
Segundo uma cópia da proposta
à qual a Reuters teve acesso, os ministros pedem também a proibição
do uso da burqa e de outros véus
que cubram totalmente as mulheres, assim como restrições à forma
como as mesquitas são financiadas.
Outra medida passa por retirar a cidadania alemã a quem tem a dupla
nacionalidade e esteja envolvido
com organizações terroristas. Maizière vai reunir-se com os ministros
federais no dia 18 de agosto para debater este tema.
Entretanto, as autoridades alemãs têm feito várias operações antiterrorista no país. Ontem, a polícia
efetuou buscas em apartamentos e
empresas de pelo menos três pessoas suspeitas de recrutarem operacionais para o Estado Islâmico.
As buscas decorreram nas cidades
de Dortmund, Duisburgo e Hildesheim. As autoridades suspeitam
que o grupo extremista esteja a preparar na Alemanha ataques ao estilo dos que têm ocorrido em França.
“Precisamos de uns dias para estudar porque algumas das condições implicam reformas constitucionais, cujas consequências temos de estudar. Não posso nem
devo tomar esta decisão sozinho.”
Foi assim que o líder do Partido
Popular espanhol, Mariano Rajoy,
reagiu às exigências feitas pelo dirigente do Ciudadanos, Albert Rivera, para poder votar a favor da
sua investidura como primeiro-ministro. Depois de um encontro
entre ambos, Rajoy disse que será
a executiva do PP a decidir, na próxima quarta-feira, se aceita ou não
as condições impostas por Rivera.
Rajoy qualificou de “muito importante” a decisão do líder do
Ciudadanos de admitir trocar a
abstenção por um voto positivo
num debate de investidura, para
evitar a realização de umas terceiras eleições. “Na minha opinião, é
uma boa decisão em Espanha”,
afirmou o primeiro-ministro em
funções. Se a direção executiva do
PP aceitar as condições (ver caixa)
e Rajoy marcar uma data para a
votação no Congresso dos Deputados, então os dois partidos vão
criar equipas de negociadores.
O PP não quer um simples pacto
de investidura, mas um acordo de
legislatura que dê estabilidade ao
governo, não excluindo até entregar cargos ao Ciudadanos.
“Temos de ter governo o mais
rapidamente possível”, disse Rivera, que inclui nas conversações
com o PP a maioria das medidas
que tinha acordado em fevereiro
com o líder socialista, Pedro Sánchez. Ciudadanos e PSOE chegaram a acordo para a investidura
de Sánchez, após as eleições de
20 de dezembro, mas não conseguiram os votos suficientes para
garantir a eleição do socialista.
O PSOE insiste na negativa a Rajoy mas explica que não irá “torpedear” o diálogo entre Ciudadanos
e PP. “Seria desleal que o PSOE estivesse num processo de negociação
com outros partidos para torpedear a investidura de Rajoy”, disse
o porta-voz do PSOE, Óscar López.
Reação do Podemos
“É um disparate que se encarregue o partido mais corrupto de
formar uma comissão de investigação sobre a corrupção”, disse a
número três do Podemos, Carolina Bescansa. “É uma contradição impressionante”, insistiu.
Na executiva do PP que irá
avaliar as exigências do Ciudadanos está Rita Barberá, a ex-presidente da câmara de Valência que não estando acusada de
corrupção poderá vir a estar por
branqueamento de capitais.
Duas das exigências de Rivera
afetam-na diretamente: o facto
de ter o privilégio de só ser julgada pelo Supremo e a expulsão
imediata de cargos públicos de
imputados.
O Podemos lembrou ainda que
por mais acordos que sejam assinados entre o Ciudadanos e o PP,
isso não garante os votos necessários para a investidura de Rajoy. De
facto, Rajoy e Rivera não têm os deputados necessários para permitir a investidura do líder popular.
Nas eleições de 26 de junho, o PP
voltou a vencer e melhorou até o
resultado alcançado a 20 de dezembro, conquistando 137 deputados. Mas o Ciudadanos não foi
além dos 32 (perdeu oito em relação às primeiras eleições) e a soma
de ambos não alcança os 176 votos
– a maioria absoluta necessária
para garantir a investidura. S.S.
SEIS EXIGÊNCIAS
CORRUPÇÃO
› O Ciudadanos quer a expulsão imediata de qualquer detentor de cargo público que
seja acusado de corrupção.
PRIVILÉGIO
› Outra reivindicação é que
qualquer detentor de um cargo
público deixe de poder ser apenas julgado pelo Supremo e
não num tribunal comum. Dez
mil beneficiam deste privilégio.
LEI ELEITORAL
› Listas desbloqueadas, alterar o voto no estrangeiro e acabar com a lei de Hondt, para
obter maior proporcionalidade
na distribuição de lugares.
FIM DE INDULTOS
› Ciudadanos não quer que políticos corruptos possam ser indultados.
LIMITAR MANDATOS
› Exigência é que um primeiro-ministro só possa cumprir dois
mandatos consecutivos, equivalente a oito anos.
TRANSPARÊNCIA
› Ciudadanos quer uma comissão parlamentar para investigar o caso Bárcenas, de corrupção dentro do PP.
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
31
ARTES
Música para todos os gostos
no festival Sol da Caparica
PROGRAMA
5ª-feira 11 de agosto
PALCO SIC|RFM
02.00 | Rich & Mendes
00.15 | C4 Pedro
23.15 | Orelha Negra
22.00 | O Rappa
21.00 | David Fonseca
20.00 | Deolinda
Festival. Só com músicos lusófonos, o festival começa hoje e termina domingo, esperando re-
PALCO BLITZ
22.00 | Mão Morta
21.00 | Valete
20.00 | Marta Ren
19.00 | Aline Frazão
18.00 | Danças Ocultas &
OrquestraFilarmonia das
Beiras
ceber mais de 70 mil pessoas. Além da música, há desportos, street art e até cinema
MARIA JOÃO CAETANO
6ª-feira 12 de agosto
PALCO SIC|RFM
02.00 | Gjeff Afrozila
00.30 | The Gift
23.15 | Aurea
22.00 | Jorge Palma
& Sérgio Godinho – Juntos
21.00 | Diogo Piçarra
20.00 | Cristina Branco
& Mário Laginha Trio
PALCO BLITZ
22.00 | Jimmy P
21.00 | Mundo Segundo
& Sam The Kid
20.00 |Melech Mechaya
19.00 | Elida Almeida
18.00 | Roda de Choro de Lisboa
sábado 13 de agosto
FOTOS MIGUEL PEREIRA/GLOBAL IMAGENS
Mão Morta e C4 Pedro, Roda de
Choro e The Gift, Valete e Rui Veloso, David Fonseca e Ana Moura
– todos têm lugar no palco do Sol da
Caparica. O cartaz só tem músicos
da lusofonia mas não tem qualquer
requisito quanto ao género musical. “O grande critério, para além da
lusofonia, é que os artistas que vêm
aqui em cada ano nos tragam algo
de novo. Que tenham um disco
novo ou um novo projeto, para despertar a atenção do público”, explica ao DN António Miguel Guimarães, organizador do evento.
O festival, um projeto da Câmara Municipal de Almada, vai para a
sua terceira edição, sempre a crescer. Em 2014, passaram pelo recinto mais de 50 mil pessoas; este ano
são esperadas mais de 70 mil pessoas: “Está a aproximar-se da lotação do parque, que anda nos 20 e
tal mil. Podíamos ter mais pessoas
mas queremos que a experiência
seja confortável”, diz António Miguel Guimarães. “Estamos num
parque, é um sítio bonito, queremos que as pessoas desfrutem.
Criámos uma esplanada gigante,
uma zona lounge, com mais de
dois mil lugares sentados, para as
pessoas descansarem debaixo das
árvores, perto das zonas de refeição. É a poucos metros da praia, as
pessoas podem sair da praia e entrar no recinto do festival logo depois das quatro da tarde.”
Este ano, o festival Sol da Caparica, que vai decorrer no Parque Urbano da Caparica, contará com 33
artistas (ver programa ao lado). Na
abertura, logo às 18.00, um espetáculo das Danças Ocultas com a Orquestra Filarmonia das Beiras, um
espetáculo um pouco diferente do
que é habitual neste tipo de eventos mas que, segundo o músico Artur Fernandes, “é o ideal para as
pessoas que chegam ao recinto
mudarem o seu ritmo e entrarem
no espírito do festival”. Neste primeiro dia, o palco principal abre
com a música dos Deolinda e a
programação só termina, já de madrugada, com os ritmos dos DJ
Rich & Mendes.
Entre as novidades desta edição,
o responsável destaca um palco
dedicado à dança, com uma programação composta por grupos de
Almada, com estilos tão diversos
Sérgio Godinho e Jorge Palma vão estar “Juntos”, amanhã,
no palco do Sol da Caparica. Ana Moura (à esquerda) atua
no sábado, tal como os Azeitonas (à direita)
CRIANÇAS
Canções de roda
e outras que tais
› No domingo, a programação
é dedicada às famílias, com
destaque para o espetáculo
que reúne Sérgio Godinho,
Vitorino, Ana Bacalhau e
Samuel Úria, com direção
de Filipe Raposo e a participação do coro infantil do
Conservatório de Almada.
Os músicos vão interpretar
17 canções, algumas suas
mas na maioria músicas infantis tradicionais como
A Machadinha ou A Caminho
de Viseu.
que vão do bollywood à street dance passando pelo kuduro. “No ano
passado, já tínhamos um palco de
dança mas era uma coisa informal,
não estava na programação. E foi
um sucesso. As pessoas aderiram
bastante, por isso agora investimos
mais neste palco alternativo”, explica. Por ali vão passar 13 grupos
com um total de 150 bailarinos.
António Miguel Andrade sublinha ainda que apesar de este ser
um festival de música , tem uma
forte “aposta em várias formas de
arte urbana”, “no skate e também
nos desportos de mar”. Haverá aulas e demonstrações de surf e skate, com as DC Street Sessions, e vários momentos de street art – por
exemplo, dando sequência a um
projeto iniciado anteriormente
com a transformação com graffiti
de cem contentores do lixo cedidos
pela Câmara de Almada. Smile,
o graffiter que tem feito alguns dos
murais de grande impacto na
região de Lisboa (como Bartolo, em
Loures) é uma das presenças confirmadas.
O festival dá também atenção a
outras formas de cultura, com espaço para exposições, debates e até
cinema. Este ano, Rui Miguel Abreu
volta com a segunda edição de Debaixo da Língua: discutir o português no contexto da música – um livro que será apresentado aqui e
que serve de pretexto para mais
uma série de conversas, com artistas como Aline Frazão, Miguel
Araújo ou Ala dos Namorados. “Há
muito mais a acontecer para além
dos concertos”, assegura António
Miguel Guimarães.
PALCO SIC|RFM
02.00 | DJ Zé Pedro
00.20 | Rui Veloso
23.05 | Os Azeitonas
22.05 | Nelson Freitas
21.00 | Ana Moura
20.00 | Ala dos Namorados
PALCO BLITZ
22.00 | X-Wife
21.00 | Keep Razors Sharp
20.00 | Capitão Fausto
19.00 | We Trust
18.00 | The Black Mamba
domingo 14deagosto
PALCO SIC|RFM
11.00 | Inês Pupo e Gonçalo Pratas Galo Gordo
15.00 |O Reino do Sol
16.00 |Ana Bacalhau, Samuel Úria,
Sérgio Godinho e Vitorino:
Canções de Roda, Lengalengas
e Outras Que Tais
MAIS INFO
Bilhetes:
4 dias – 33 euros
1 dia – 13 euros
As portas do Parque Urbano abrem
às 16.00, exceto no domingo, quando
abrem às 11.00
Os TST têm horários extraordinários
para o festival à 1.00 e às 3.15.
Todas as informações no site:
www.soldacaparica-festival.pt
32
ARTES
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
A magnífica arena romana de Verona
acolhe todos os anos e já desde 1913 um
popular festival de óperas populares
Música clássica
para todos os
gostos em 11
países europeus
OPÇÕES Agosto já vai entrado,
mas ainda há muitos e bons
festivais que merecem visita.
Selecionámos eventos que
se prolongam até outubro
Dois festivaleiros clássicos falam
das suas experiências Europa fora
Música. Dos grandes festivais da Europa Central, onde podemos descobrir Vargas Llosa ao
lado ou Angela Merkel sentada à nossa frente, até aos pequenos eventos, em aldeias remotas
BERNARDO MARIANO
“Os festivais de música clássica têm
um retorno económico enorme.
Um turista de festival gasta quatro
vezes mais por dia do que um turista de praia.” Quem o afirma é Henrique Silveira, docente do Instituto
Superior Técnico, melómano e
com assíduo historial em festivais
de ópera e música clássica.
De facto, chegado junho, começa a época dos festivais de verão
um pouco por toda a Europa (ver
texto ao lado), de Portugal até à
Grécia e à Finlândia – e já que falamos do país nórdico, o Festival de
Ópera de Savonlinna, que se realiza numa fortaleza medieval, entre
lago e floresta, no Leste daquele
país, registou na edição deste ano
(que terminou no dia 6) um total
de 66 mil espectadores, o que é
notável, dada a excentricidade do
país e o remoto do local.
Henrique enumera grandes festivais: “Bayreuth, onde fui anualmente ao longo de dez anos, o de
Páscoa de Salzburgo – detesto o de
verão: é muito snob e está demasiado calor para seguir o código de
indumentária –, Aix-en-Provence
e, na música antiga, Ambronay.” preferes andar por aí de smoMas também conhece pequenos: king?’” O que nem sempre é ver“A Schubertiade de Schwarzen- dade: “Em Aix, o vestuário é muito
berg [Áustria] – uma aldeia num mais informal, por exemplo; ou no
cenário verdejante nos Alpes e os de La Roque d’Anthéron (na Proconcertos decorrem num celeiro vença), que tem uma magia especial e um ambiente familiar.” Mas
reconvertido. Sítio encantador!”
Outro festivaleiro é Miguel Vaz: Miguel segue o dictum “em Roma
neste ano já foi a Aix-en-Provence sê romano”: “Adapto-me bem às
– “e no dia 19 vou para Salzburgo, práticas, regras e rituais de cada síonde me esperam, até dia 25, qua- tio”, resume este melómano que
tro óperas e cinco concertos sinfó- certa vez, em Salzburgo, reparou
nicos”. Desse festival diz que, “em- estar sentado ao lado de Mario
bora caríssimo, encontras ali con- Vargas Llosa. Encontro “imediato”
junções artísticas a um nível que assim teve-o também Henrique:
“Aconteceu várias
não tens em mais
vezes em Bayreuth filado nenhum do
car sentado atrás da
mundo”. E isso vai ao
Turismo cultural
Angela Merkel, que,
encontro do que, no
ligado à música é aliás, não falha uma
seu parecer, deve preedição do festival!”
sidir a um festival:
fator económico
Um episódio en“Fazer coisas geniais,
importante
graçado testemucoisas de exceção e
nhou-o em Salzburexperimentar o fora
go: “Estava num bar
do comum, arriscar.”
Os bilhetes, diz este sócio dos e apareceu lá o grande maestro
Amigos de Salzburgo e dos Ami- Seiji Ozawa. Pediu um vinho e
gos de Bayreuth, “são comprados uma sandes para levar, mas estava
com seis a nove meses de antece- com um aspeto tal que o empredência” e são estas vivências que gado pensou que ele era um semdefinem as suas férias: “Os meus abrigo e não lhe cobrou nada. O
amigos até perguntam: ‘Como é engraçado é que o Ozawa não se
que, em vez de estares na praia, descoseu”, conta, rindo-se.
Bayreuth e Salzburgo, claro,
mas também os Proms de Londres, o Rossini de Pesaro, o de Baden-Baden e o de Zurique constam do “currículo” de Miguel. E
outros mais inesperados: “Uma
vez que estava em Aix, fui passear
pela região e descobri um festival
ótimo que é promovido pelo Pierre Cardin, que comprou ali perto
um castelo que pertenceu ao marquês de Sade. Mais tarde reparei
que na Provença, no verão, qualquer terrinha tem um festival!”
Miguel ainda não sabe onde irá
em 2017: “Uma hipótese, para já, é
o Festival de Páscoa de Baden-Baden.” Mais incerteza com Henrique: “Estou a pensar ir ao Cantar
Lontano, em Ancona, que é em junho. Mas muitas vezes resolvo essas coisas de um dia para o outro!”
Um festival de grande calibre em
Portugal? “Já tivemos – recorda Miguel: os festivais internacionais da
Gulbenkian... Mas a falta de meios
[financeiros] é o problema, não
é?...”, deixa no ar. Henrique é mais
otimista: “Claro que sim. Era até
bem fácil.” E alinha dois pressupostos “essenciais”: achar um tema
“com sex appeal” e “arranjar marketing para promoção internacional”.
Do apanhado que realizámos, temos, por exemplo, vários festivais
de ópera em Itália, em locais de exceção: o Arena de Verona vai até 28
de agosto, com Carmen, Aida, Turandot e Trovador; o do Teatro Grego de Taormina (na Sicília) até 5 de
setembro; no Sferisterio de Macerata (Marche) ainda pode assistir
ao Otello e ao Trovador; o Rossini
de Pesaro começou nesta semana
e vai até dia 20, com quatro títulos
rossinianos no programa e um
concerto celebrando o tenor peruano Juan Diego Flórez.
O Puccini-Torre del Lago (perto
de Viareggio), com a espetacular
plateia descendo sobre o lago, termina neste fim de semana, com as
Turandot de Puccini e de Busoni;
um cenário semelhante oferece o
Festival de Bregenz (junto ao lago
Constança), com o seu palco lacustre. Ali perto, em Lucerna, começa amanhã o festival, que se
prolonga até 11 de setembro.
Em Inglaterra, Glyndebourne
(Sussex) vai até 28 de agosto e ainda pode assistir a três óperas. Na
Noruega, o de música de câmara
de Rosendal (perto de Bergen) vai
até domingo e, mais para leste, em
Helsínquia, o festival começa no
dia 19 e vai até 4 de setembro. Na
Polónia, o Wratislavia Cantans (em
Wroclaw) é só em setembro (de 3 a
18), tal como, em França, o de música antiga de Ambronay (de 16 de
setembro a 9 de outubro). No repertório mais antigo cabe ainda
referir o Oude Muziek de Utrecht
(26 agosto-4 setembro) e o Laus
Polyphoniae de Antuérpia (de 19 a
28 de agosto).
E por último os três grandes festivais: Salzburgo, Bayreuth e os
Proms. O primeiro prolonga-se até
dia 31 e é um desfilar diário de propostas excecionais de todo o tipo;
o segundo termina no dia 28 e neste ano vai alternando Anel do Nibelungo, Parsifal, Navio Fantasma
e Tristão e Isolda; por último, os
Proms (Londres) têm enfoque na
música orquestral e estão ao nível
de Salzburgo, embora a preços
bem mais módicos. Termina a 10
de setembro, com a Last Night of
the Proms tendo por convidado
especial o tenor Juan Diego Flórez.
Por isso, tomando o conselho de
Henrique Silveira (ver texto ao lado),
basta fazer as malas e “aterrar” num
festival, “saí comprando os bilhetes:
estando lá, é fácil arranjar, e sem serem inflacionados”.
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
33
ARTES
Estúdios Disney refazem fábula clássica
Estreia. A Disney volta a apostar em recriar um dos seus clássicos. A Lenda do Dragão inspira-se num filme de 1977
para contar a aventura de uma criança que sobrevive numa floresta. Estreia-se hoje nas salas portuguesas
JOÃO LOPES
Sabemos que, ao longo das últimas
décadas, para o melhor ou para o
pior, a história de Hollywood tem
sido pontuada por muitas cópias,
sequelas atrás de sequelas. Tudo
começou em meados dos anos
1970, com fenómenos como Tubarão e A Guerra das Estrelas, dirigidos por Steven Spielberg e George Lucas, respetivamente – porque um filme conseguiu bons
resultados de bilheteira, então
aposta-se em “repeti-lo” ou “continuá-lo”.
Os estúdios Disney, em particular, têm-se dedicado a uma revisão
metódica dos seus sucessos mais
ou menos clássicos. Assim aconteceu, por exemplo, com o magnífico
Maléfica (2014), com Angelina Jolie, contando de maneira diferente
a história de A Bela Adormecida, ou
ainda na versão pouco inspirada
de Cinderela (2015), com Lily James
e Cate Blanchett. A Lenda do Dragão é a nova aposta nesse domínio:
uma fábula sobre a amizade entre
uma criança e um dragão (estreia-se hoje), cuja primeira versão surgiu em 1977.
Quase quatro décadas depois,
há uma óbvia diferença ligada ao
modo de representação do dragão. No original dirigido por Don
Chaffey (também intitulado Pete’s
Dragon, entre nós lançado como
Meu Amigo o Dragão), o dragão
era um típico boneco de desenho
animado, aliás aplicando uma técnica que tinha tido a sua consagração em 1964, com a festiva
convivência de animais e humanos em Mary Poppins (um dos
derradeiros títulos cuja produção
ainda foi acompanhada por Walt
Disney). No novo filme realizado
por David Lowery, o dragão é um
ser totalmente digital dotado de
invulgar sofisticação de movimentos e expressões (tendo sido
concebido pela Weta Digital, companhia sediada na Nova Zelândia).
A arte de contar histórias
Em boa verdade, as componentes
técnicas, mesmo sendo essenciais
para o visual do filme, não constituem uma questão prioritária.
Este não é, de facto, um filme que,
à maneira de algumas aventuras
de super-heróis concebidas para
o verão cinematográfico, se limite
a ostentar os célebres “efeitos especiais” – A Lenda do Dragão procura recuperar um tom de ingenuidade e magia que, afinal, tanto
em termos literários como no plano cinematográfico, tem que ver
Sozinho na floresta na sequência
de um acidente com os pais, o
pequeno Pete (Oakes Fegley) vai
apurando as suas técnicas de
sobrevivência, formando uma
aliança com o seu dragão
com os valores mais antigos da
arte de contar histórias.
No filme de 1977, tudo se passava no começo do século XX, num
ambiente que, através da presença
do dragão, rapidamente adquiria
componentes mais ou menos burlescas. Agora, com a ação deslocada para o ano de 1982, a solidão da
criança adquire um fundamental
valor dramático.
Uma sugestão ecológica
Sozinho na floresta na sequência de
um acidente com os pais, o pequeno Pete (Oakes Fegley) vai apurando as suas técnicas de sobrevivência, formando com o seu dragão
uma aliança que, refletindo inquie-
A Lenda do Dragão
procura recuperar
um tom de
ingenuidade e magia
tações do nosso tempo, envolve
uma sugestiva componente ecológica. E tanto mais que a guarda florestal Grace (Bryce Dallas Howard)
irá descobrir Pete durante a missão
de controle do abate de árvores que
está a ocorrer na sua zona.
Deparamos, assim, com um estranho e sedutor primitivismo,
bem distante do niilismo de algumas aventuras contemporâneas.
Em tais aventuras, a solidão dos he-
róis (ou anti-heróis) parece desligá-los de qualquer dimensão coletiva; por sua vez, A Lenda do Dragão é um filme em que, muitas vezes através de um contagiante
humor, as diferenças entre gerações são expostas e valorizadas.
Nesta perspetiva, importa destacar
a personagem do pai de Grace, patriarca daquela pequena comunidade que, afinal, representa a energia de uma crença ancestral na fantasia das fábulas – isto sem
esquecer que há um suplemento
emocional e simbólico no facto de
o seu intérprete ser o garboso Robert Redford (a completar 80 anos
no dia 18 de agosto).
Num contexto mediático em
que tantas vezes se confunde a importância dos filmes com a grandeza dos números dos respetivos
orçamentos, vale a pena acrescentar que este é também um título de
custo mediano (65 milhões de dólares) no interior da produção da
Disney e, em geral, dos grandes estúdios de Hollywood.
Claro que os filmes não são “melhores” nem “piores” por causa dos
milhões (ou tostões) que possam
envolver. O certo é que A Lenda do
Dragão parece refletir a preocupação de resistir a fenómenos de galopante inflação que já geraram alguns gigantescos desastres financeiros. Também neste aspeto, pode
dizer-se que há setores de Hollywood empenhados em reaprender
alguns métodos e valores da história do seu classicismo.
Era uma vez nesta Itália
COMÉDIA Uma espécie de cró-
nica de um bom malandro
italiano, Quo Vado é um
bom exemplo de comédia
para o grande público
O maior fenómeno do cinema popular italiano finalmente estreia-se
em Portugal após uma sessão histórica de gargalhadas no âmbito da
8 1/5 Festa do Cinema Italiano. Quo
Vado não é o equivalente às comédias dos anos 1980 protagonizadas
por Adriano Celentano, onde o humor era tão “italiano” que se perdia
nos códigos culturais. A vantagem
agora é que há um fator universal
que não anula o carácter italianíssimo desta comédia.
Crónica de um bom malandro
italiano, o típico chico-esperto latino que toda a sua vida sonhou ser
funcionário público e viver à sombra da bananeira. Checco só quer viver com os pais, nunca mudar de
emprego e namorar até sempre sem
ter de se casar. Mas com mudanças
governamentais que afetam o setor
estatal italiano, é obrigado a tomar
uma decisão: ou larga o emprego
“preguiçoso” ou será colocado bem
longe da sua terra natal.
Apesar de ser colocado nos locais
mais remotos, Checco resiste a tudo
e nunca pede a demissão. Pelo
meio, apaixona-se desalmadamen-
te por alguém que é bem capaz de
mudar a sua mentalidade egoísta.
O filme é mais afável do que à
primeira vista parecia e tem um
ator (que é também autor), Checco
Zalone, com um domínio perfeito
dos tempos de comédia e um charme de velha escola cómica. Tudo
aqui é genuíno trabalho de comediante.
De alguma forma, tem aquele
humor de choque cultural que fazia
a faísca humorística de outro grande blockbuster da comédia europeia, Bem-Vindo ao Norte, de Claude Berri. Já se percebeu que o povo
europeu morre de amores quando
os defeitos “patrióticos” são ampliados e gozados. Quo Vado sabe
ampliar perfeitamente as regras da
sátira social, aqui sempre sintonizadas com o “estado das coisas”
desta Itália pós-Berlusconi.
Evidentemente, a realização de
Gennaro Nunziante poderia ser
mais subtil e há uma grande percentagem de gags que correm o risco de pisar a barreira do alarve.
Nada que retire os méritos de alta
comédia de ritmo forte e com uma
ambição de grande espetáculo,
onde nem falta a inclusão de números musicais.
Aí está um exemplo de como
uma comédia para o grande público não precisa de nos estupidificar.
RUI PEDRO TENDINHA
34
CARTAZ
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
Cinema
HOJE EM CARTAZ
Lisboa
NOS Amoreiras
C. C. Amoreiras, Av. Eng. Duarte Pacheco 16996
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
|13.20 |16.00 |21.20 |00.10
ESQUADRÃO SUICIDA (3D) |M12
|18.40
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
|13.10 |15.20 |18.00
MÃES À SOLTA |M12
|21.40 |24.00
JASON BOURNE |M12
|13.00 |15.40 |18.20 |21.00 |23.50
UM HOMEM À ALTURA |M12
|12.50 |15.10 |20.50 |23.20
RACE: 10 SEGUNDOS DE LIBERDADE |M12
|17.50
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
|13.05 |15.30
MAS QUE FAMÍLIA É ESTA?! |M12
|18.10 |21.10 |23.30
VIVER DEPOIS DE TI |M12
|13.30 |16.10 |18.50 |21.30 |00.05
QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12
|13.45 |15.50 |18.30 |21.50 |00.15
Cinema NOS Alvaláxia
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
JASON BOURNE |M12
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
ESQUADRÃO SUICIDA (3D) |M12
TERROR NA ESCURIDÃO |M12
AO RITMO DO SONHO |M12
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
MÃES À SOLTA |M12
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
A LENDA DO DRAGÃO |M12
ÁGUAS PERIGOSAS |M12
BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12
NERVE: ALTO RISCO |M12
O AMIGO GIGANTE |M6
MAS QUE FAMÍLIA É ESTA?! |M12
C.C. Alvaláxia - Campo Grande
|14.10 |16.30 |18.45
|21.00 |24.00
|13.45 |16.15 |19.00 |21.35 |00.05
|13.05 |15.55 |18.40 |21.30 |00.15
|13.20 |16.10 |21.40 |00.30
|18.50
|13.40 |15.40 |17.40 |22.00 |24.00
|19.40
|13.35 |16.00 |18.30
|21.20 |23.50
|13.25 |15.50 |18.20
|21.10 |23.40
|13.15 |15.20 |17.25 |19.35 |21.50 |00.10
|13.10 |15.30
|17.50 |20.50 |23.45
|13.50 |16.50 |19.10 |22.10 |00.20
|14.00 |16.20 |18.35 |21.45 |00.25
|13.30
|16.40 |19.00 |21.15 |23.30
Cinema City Classic Alvalade
QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
HISTÓRIAS DE BAIRRO |M12
JASON BOURNE |M12
BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6
JASON BOURNE |M12
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
ALTAMIRA |M12
Avª de Roma, nº 100 218413045
|13.50 |15.40 |17.30 |19.20 |21.30
|17.35
|13.25 |16.00 |18.40 |21.20
|13.25 |15.30
|19.45
|21.45
|17.55
|13.20
|15.45 |21.50
|19.55
Cinema City Campo Pequeno
Pç. do Campo Pequeno 217981420
NERVE: ALTO RISCO |M12
|13.55 |15.50 |17.45 |21.55 |24.00
VIVER DEPOIS DE TI |M12
|13.10 |15.20 |17.30 |19.40 |21.50 |00.10
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.45 |15.45 |17.55
MÃES À SOLTA |M12
|13.40 |19.55 |22.05 |00.15
ESQUADRÃO SUICIDA |M12 |13.25 |15.25 |16.00 |17.55 |18.40 |21.20 |21.45 |23.55
MULHERES PROCURAM-SE PARA IR A CASAMENTO |M12
|13.20 |00.20
BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6
|15.40 |17.40
JASON BOURNE |M12
|19.30 |21.30 |00.05
O AMIGO GIGANTE |M6
|16.20 |18.50
CAÇA-FANTASMAS |M12
|13.55 |19.40
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|22.00
THE CONJURING 2: A EVOCAÇÃO |M12
|00.10
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
|13.35 |15.30 |17.35 |23.50
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|19.30 |21.40
Medeia - Nimas
DERSU UZALA |M12
Av. 5 de Outubro, 42-B 213574362
|13.30 |16.15 |19.00 |21.45
Medeia - Monumental
Edificio Monumental 213142223
EXPERIMENTER: STANLEY MILGRAM, O PSICÓLOGO QUE ABALOU A
AMÉRICA |M12
|14.15 |16.00 |17.45 |19.45 |21.45
AMANHÃ |M12
|12.45 |15.00 |17.15 |19.30 |21.45
FRANCOFONIA |M12
|12.50 |14.40 |16.30 |18.20 |20.10 |22.00
UMA PASTELARIA EM TÓQUIO |M12
|12.30 |14.45 |17.00 |19.15 |21.30
Cinema Ideal
Rua do Loreto, 15/17 - 1200-241 Lisboa 210998295
HISTÓRIAS DE BAIRRO |M12
|14.00 |19.15
BARRY LYNDON |M12
|15.45 |21.00
UCI Cinemas - El Corte Inglés
213801400
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|14.05 |16.40 |19.10 |21.45
MILES AHEAD |M12
|00.10
A LENDA DE TARZAN |M12
|13.45 |16.15
UM HOMEM À ALTURA |M12
|19.10 |21.40
UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12
|23.55
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
|14.10 |16.45
MÃES À SOLTA |M12
|19.15 |21.35 |24.00
JASON BOURNE |M12
|13.40 |16.20 |19.00
A LENDA DO DRAGÃO |M12
|21.45 |00.05
ÁGUAS PERIGOSAS |M12
|14.15 |16.50 |19.15 |21.30 |23.45
MAS QUE FAMÍLIA É ESTA?! |M12
|14.10 |16.30 |19.05 |21.40 |00.05
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.40 |16.10
RACE: 10 SEGUNDOS DE LIBERDADE |M12
|18.40 |21.30 |00.20
BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6
|14.00
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|16.35
À PROCURA DE DORY (VO) |M12
|18.55
AMOR E AMIZADE |M12
|21.25
MULHERES PROCURAM-SE PARA IR A CASAMENTO |M12
|23.40
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
ESQUADRÃO SUICIDA (3D) |M12
NERVE: ALTO RISCO |M12
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
A LENDA DO DRAGÃO |M12
A LENDA DO DRAGÃO (3D) |M12
JASON BOURNE |M12
QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12
VIVER DEPOIS DE TI |M12
|13.40 |16.20 |21.50 |00.30
|19.05
|14.00 |16.25 |18.50 |21.25 |24.00
|13.55 |16.45 |19.15 |21.40 |00.10
|13.50
|16.20
|18.45
|21.35 |00.15
|14.05 |16.45 |19.20 |21.50 |00.05
|14.00 |16.30 |19.00 |21.30 |24.00
NOS Colombo
C. C. Colombo, Av. Lusíada 16996
ÁGUAS PERIGOSAS |M12
|13.20 |15.50 |18.00 |21.35 |23.50
MAS QUE FAMÍLIA É ESTA?! |M12
|13.25 |16.00 |21.30 |24.00
AO RITMO DO SONHO |M12
|18.25
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
|13.15 |15.40 |18.10
A LENDA DO DRAGÃO |M12
|21.00
MULHERES PROCURAM-SE PARA IR A CASAMENTO |M12
|00.15
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
|12.45 |15.30 |18.20 |21.10 |00.05
JASON BOURNE |M12
|12.55 |15.45 |18.35 |21.25 |00.20
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
|13.30 |15.55 |18.40
TERROR NA ESCURIDÃO |M12
|21.40 |23.55
NERVE: ALTO RISCO |M12
|13.00 |15.35 |18.15 |21.15 |23.40
BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6
|13.10 |15.25
MÃES À SOLTA |M12
|18.05 |21.20 |00.10
ESQUADRÃO SUICIDA (3D) |M12
|13.15 |16.05 |18.50 |21.45 |00.35
NOS Vasco da Gama
C. C. Vasco da Gama - Parque das Nações
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
|13.10 |15.20 |17.30 |19.40
MÃES À SOLTA |M12
|21.50 |00.20
ÁGUAS PERIGOSAS |M12
|13.20 |15.30 |17.40 |19.50 |22.00 |24.00
VIVER DEPOIS DE TI |M12
|12.50 |15.50 |18.30 |21.30 |23.50
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
|13.00 |15.40 |21.20 |00.10
ESQUADRÃO SUICIDA (3D) |M12
|18.20
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.40
JASON BOURNE |M12
|16.00 |18.40 |21.40 |00.30
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
|13.30 |15.50 |18.10
A LENDA DO DRAGÃO |M12
|21.10 |23.40
LINHA DE CASCAIS
Cascais
NOS Cascais Shopping
C. C. Cascaisshopping 16996
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
|13.00 |15.50
A LENDA DO DRAGÃO (3D) |M12
|18.50
A LENDA DO DRAGÃO |M12
|21.40 |00.10
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
|12.50 |15.10 |17.25 |19.40
MULHERES PROCURAM-SE PARA IR A CASAMENTO |M12
|21.55 |00.20
ÁGUAS PERIGOSAS |M12
|12.55 |15.00 |17.10 |19.20 |21.30 |23.50
JASON BOURNE |M12
|12.40 |15.30 |18.10 |20.55 |23.40
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
|12.30 |15.20 |18.20 |21.10 |24.00
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.30 |16.00
MÃES À SOLTA |M12
|18.30 |20.50 |23.30
BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6
|13.20
VIVER DEPOIS DE TI |M12
|15.40 |18.40 |21.20 |00.15
O Cinema da Villa - CascaisVilla Shopping Center
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
|13.50 |15.50 |17.50 |19.50
FRANCOFONIA |M12
|21.50
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
|14.20 |16.30 |19.00
JASON BOURNE |M12
|19.30 |22.00
BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6
|14.10 |16.20
RACE: 10 SEGUNDOS DE LIBERDADE |M12
|21.35
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
|14.30 |16.50 |19.20 |21.40
NERVE: ALTO RISCO |M12
|14.00 |16.00 |18.00 |19.55 |21.55
Miraflores
NOS Dolce Vita
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6
JASON BOURNE |M12
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
A LENDA DO DRAGÃO |M12
C. C. Dolce Vita, Av. das Tulipas 16996
|15.30 |18.30 |21.30
|15.10
|18.10 |21.10
|15.20 |18.20
|21.20
|14.50 |17.20 |19.40
|22.00
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
|13.45 |16.30 |21.50
ESQUADRÃO SUICIDA (3D) |M12
|19.10
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
|13.45 |16.05
A LENDA DO DRAGÃO (3D) |M12
|18.35
A LENDA DO DRAGÃO |M12
|21.10
VIVER DEPOIS DE TI |M12
|14.05 |16.40 |19.05 |21.35
BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6
|13.40 |16.05
MÃES À SOLTA |M12
|18.45 |21.20
O AMIGO GIGANTE |M6
|14.00
JASON BOURNE |M12
|16.20 |19.00 |21.35
QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12
|14.20 |16.55 |19.00 |21.25
NERVE: ALTO RISCO |M12
|14.25 |16.35 |19.05 |21.45
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
|13.45 |16.15 |18.50
CAÇA-FANTASMAS |M12
|21.15
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.40 |16.10 |18.40
MULHERES PROCURAM-SE PARA IR A CASAMENTO |M12
|21.25
A LENDA DE TARZAN |M12
|13.55
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|16.30 |19.10 |21.45
Alfragide
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
|12.40 |15.10 |17.30 |19.45
TERROR NA ESCURIDÃO |M12
|22.00 |00.25
JASON BOURNE |M12
|12.50 |15.40 |18.30 |21.20 |00.10
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
|13.10 |16.00 |18.40 |21.30 |00.25
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
|13.20 |15.50 |18.20
A LENDA DO DRAGÃO |M12
|21.10 |23.45
QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12
|12.45 |15.10 |17.20 |19.30 |21.45 |24.00
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.05 |15.45 |21.25 |23.35
RACE: 10 SEGUNDOS DE LIBERDADE |M12
|18.25
BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6
|12.55 |15.30
A LENDA DE TARZAN |M12
|17.50 |20.50 |23.20
ÁGUAS PERIGOSAS |M12
|12.35 |15.15 |17.30 |19.40 |21.50 |00.05
VIVER DEPOIS DE TI |M12
|13.00 |16.10 |18.50 |21.35 |00.15
MAS QUE FAMÍLIA É ESTA?! |M12
|13.35 |16.05 |21.05 |23.30
AO RITMO DO SONHO |M12
|18.35
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.50 |16.30
MÃES À SOLTA |M12
|18.55 |21.55 |00.30
NERVE: ALTO RISCO |M12
|13.30 |15.50 |18.15 |21.15 |23.40
ESQUADRÃO SUICIDA (3D) |M12
|13.40 |16.20 |19.00 |21.40 |00.20
CinemaCity Alegro Alfragide
Centro Comercial Alegro 214221030
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
|13.30 |15.30 |17.40 |19.50
A LENDA DO DRAGÃO |M12
|21.35 |23.50
ÁGUAS PERIGOSAS |M12
|13.45 |15.50 |17.40 |19.40 |21.50 |24.00
QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12
|13.45 |15.40 |17.30 |20.00 |21.45 |23.40
NERVE: ALTO RISCO |M12
|13.50 |15.45 |19.35 |21.35 |23.45
ESQUADRÃO SUICIDA |M12 |13.25 |15.25 |16.00 |17.55 |18.40 |19.10 |21.20 |21.40
|23.55
O AMIGO GIGANTE |M6
|16.20
IDADE DO GELO, O BIG BANG (3D) |M6
|14.00
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
|13.25 |15.20 |17.25 |19.30
JASON BOURNE |M12
|19.20 |21.45 |00.20
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.40 |15.40 |17.55
MÃES À SOLTA |M12
|17.45 |19.45 |22.00
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|23.50
A LENDA DE TARZAN |M12
|21.30
MULHERES PROCURAM-SE PARA IR A CASAMENTO |M12
|00.05
BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6
|13.30 |17.35
TERROR NA ESCURIDÃO |M12
|00.15
CAÇA-FANTASMAS |M12
|13.15
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|15.35 |21.55
CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12
|00.25
Barreiro
Sintra
Setúbal
Castello Lopes Cinemas
C. C. Forum Sintra
NERVE: ALTO RISCO |M12
|13.30 |15.50 |18.40 |21.45
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
|13.00 |15.40 |18.30 |21.30
JASON BOURNE |M12
|18.50 |21.20
BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6
|13.05 |15.00 |17.00
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
|13.00 |15.10 |17.20
MULHERES PROCURAM-SE PARA IR A CASAMENTO |M12
|21.45
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.10 |15.20 |17.30
TERROR NA ESCURIDÃO |M12
|21.50
MÃES À SOLTA |M12
|19.30
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
|13.20 |15.30 |18.00
A LENDA DO DRAGÃO |M12
|21.40
ÁGUAS PERIGOSAS |M12
|14.00 |16.00 |18.00 |20.00 |21.55
Cinema City
Av. Libertadores de Timor Loro Sae 275334664
QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12
|13.40 |15.35 |17.25 |19.55 |21.35 |23.40
ÁGUAS PERIGOSAS |M12
|13.50 |15.50 |17.45 |19.30 |21.30 |23.30
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
|13.30 |15.30 |17.40 |21.50
A LENDA DO DRAGÃO |M12
|19.50 |00.10
BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6
|13.30 |15.45 |17.50
ESQUADRÃO SUICIDA |M12 |13.25 |15.20 |16.00 |17.55 |18.40 |19.10 |21.20 |21.45
|23.55
TERROR NA ESCURIDÃO |M12
|00.20
CAÇA-FANTASMAS |M12
|19.15
O AMIGO GIGANTE |M6
|13.25
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|17.45 |21.45
A LENDA DE TARZAN |M12
|00.05
JASON BOURNE |M12
|13.45 |16.20 |21.50 |00.25
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.35 |15.40
MÃES À SOLTA |M12
|19.40 |21.40
MULHERES PROCURAM-SE PARA IR A CASAMENTO |M12
|23.50
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
|13.20 |15.25 |17.30 |19.35 |21.40
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|23.45
City Beloura
Beloura Shopping 219247643
QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12
|15.50 |17.45 |19.35 |21.35
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
|15.30 |17.40 |19.40
A LENDA DO DRAGÃO |M12
|21.40
VIVER DEPOIS DE TI |M12
|15.30 |17.40 |21.55
MULHERES PROCURAM-SE PARA IR A CASAMENTO |M12
|19.55
O AMIGO GIGANTE |M6
|15.40
JASON BOURNE |M12
|21.45
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
|15.45 |17.55
BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6
|17.50
O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12
|19.40
AO RITMO DO SONHO |M12
|19.50 |21.50
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
|15.25 |16.00 |17.55 |18.40 |21.20
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
|21.30
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|15.35 |17.45
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|19.45
CAÇA-FANTASMAS |M12
|22.00
Castelo Lopes - Forum Barreiro
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
CAÇA-FANTASMAS |M12
JASON BOURNE |M12
QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
A LENDA DO DRAGÃO |M12
Campo das Cordoarias 212069440
|13.05 |15.10 |17.15
|19.20
|21.40
|13.15 |15.20 |17.20 |19.20 |21.20
|13.00 |15.40 |18.30 |21.30
|13.05 |15.15 |17.25 |19.35
|21.45
Montijo
NOS Fórum Montijo
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
ESQUADRÃO SUICIDA (3D) |M12
JASON BOURNE |M12
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
A LENDA DO DRAGÃO |M12
ÁGUAS PERIGOSAS |M12
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
MÃES À SOLTA |M12
BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6
MAS QUE FAMÍLIA É ESTA?! |M12
C. C. Fórum Montijo 16996
|13.00 |15.50 |21.30 |00.15
|18.40
|12.50 |15.30 |18.20 |21.20 |00.05
|13.30 |16.05 |18.30
|21.00 |23.30
|13.05 |15.10 |17.15 |19.20 |21.25 |23.40
|12.40 |15.15 |17.25 |19.35
|21.50 |00.10
|13.15 |15.35
|18.00 |21.00 |23.20
ALGARVE
Tavira
NOS Tavira
Centro Comercial Gran-Plaza, Loja Nº3.24 16996
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
|12.50 |15.40 |18.35 |21.30 |00.25
JASON BOURNE |M12
|12.45 |15.30 |18.10 |21.20 |00.10
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
|11.00 |13.30 |15.50 |18.20
A LENDA DO DRAGÃO |M12
|21.00 |23.30
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
|10.50 |13.20 |16.00 |18.30
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|21.20 |23.55
AO RITMO DO SONHO |M12
|13.00
QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12
|15.20 |18.00 |21.40 |23.50
Oeiras
NOS Oeiras Parque
QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
ESQUADRÃO SUICIDA (3D) |M12
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
VIVER DEPOIS DE TI |M12
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
JASON BOURNE |M12
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
RACE: 10 SEGUNDOS DE LIBERDADE |M12
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
MAS QUE FAMÍLIA É ESTA?! |M12
C. C. Oeiras Parque 16996
|13.30 |15.50 |18.50 |21.15 |23.50
|12.40 |15.30 |21.30 |00.30
|18.30
|11.00 |12.50 |15.20 |18.00
|21.10 |00.10
|13.20 |16.00 |18.40 |21.20 |24.00
|10.40 |13.10
|15.40 |18.35 |21.40 |00.25
|13.05 |15.45 |21.25 |00.05
|18.25
|10.50 |13.20 |15.50 |18.20
|22.00 |00.20
PORTO
NORTE DE LISBOA
Gaia
Odivelas
NOS Odivelas Parque
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
A LENDA DO DRAGÃO |M12
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
JASON BOURNE |M12
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6
MAS QUE FAMÍLIA É ESTA?! |M12
C. C. Odivelas Parque 16996
|13.30 |16.00 |18.30
|21.10
|13.00 |15.40 |18.20 |21.00
|12.50 |15.30 |18.10 |20.50
|12.50 |15.00 |17.10 |19.20
|21.30
|13.15 |15.20
|18.00 |21.20
MARGEM SUL
LINHA DE SINTRA
Almada
Amadora
UCI Cinema - Dolce Vita Tejo
ÁGUAS PERIGOSAS |M12
7072322221
|14.30 |16.45 |19.05 |21.30
NOS Almada Fórum
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
ESQUADRÃO SUICIDA (3D) |M12
C. C. Almada Fórum 16996
|12.30 |15.20 |21.00 |23.50
|18.10
NOS GaiaShopping
ESQUADRÃO SUICIDA (3D) |M12
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
MAS QUE FAMÍLIA É ESTA?! |M12
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
MIKE & DAVE |M14
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
JASON BOURNE |M12
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
A LENDA DO DRAGÃO |M12
BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6
MÃES À SOLTA |M12
AO RITMO DO SONHO |M12
NERVE: ALTO RISCO |M12
ÁGUAS PERIGOSAS |M12
OUTROS LOCAIS
Av. dos Descobrimentos, 549 16996
|13.30 |16.10 |19.00 |21.50 |00.40
|13.10 |15.45
|18.10 |20.40 |23.20
|13.40 |16.00 |18.40
|21.00 |23.30
|12.40 |15.30 |18.30 |21.20 |00.20
|12.45 |15.40 |18.50 |21.40 |00.30
|12.55 |15.20 |17.50 |20.30
|23.10
|13.20
|15.50 |18.20 |20.50 |23.40
|13.50
|16.20 |18.55 |21.30 |24.00
|13.00 |15.10 |17.40 |19.50 |22.00 |00.10
CARTAZ
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
35
AS NOTAS DOS CRÍTICOS
Aveiro
NOS Fórum Aveiro
BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6
MÃES À SOLTA |M12
QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12
VIVER DEPOIS DE TI |M12
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
JASON BOURNE |M12
MAS QUE FAMÍLIA É ESTA?! |M12
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
Rua Homem Cristo 16996
|13.50
|16.20 |19.00 |21.40 |00.25
|14.00 |16.30 |18.50 |21.20 |23.45
|13.00 |15.50 |18.40 |21.30 |00.20
|13.40 |16.10 |18.40
|21.00 |24.00
|14.05 |16.40 |19.15 |21.50 |00.35
|13.10 |16.00 |18.50 |21.40 |00.30
|14.10 |17.10 |21.10 |00.10
Coimbra
NOS Alma Shopping Coimbra
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
JASON BOURNE |M12
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
VIVER DEPOIS DE TI |M12
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12
MAS QUE FAMÍLIA É ESTA?! |M12
BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6
MÃES À SOLTA |M12
NERVE: ALTO RISCO |M12
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
RACE: 10 SEGUNDOS DE LIBERDADE |M12
C. C. Alma Shopping 16996
|14.10 |16.50 |19.10
|21.25
|00.15
|14.20 |17.10 |21.00 |23.50
|13.30 |16.20 |19.15 |21.55 |00.40
|13.50 |16.30 |19.10 |21.50 |00.30
|13.20 |16.10 |19.00 |21.45
|13.40 |16.00 |18.30 |21.20 |23.55
|14.00 |16.40 |19.05 |21.30 |24.00
|14.30 |16.55
|19.20 |22.00 |00.25
|13.45 |16.25 |18.55 |21.40 |00.05
|14.40 |17.20
|20.40 |23.40
NOS Fórum Coimbra
Fórum Coimbra
JASON BOURNE |M12
|14.30 |21.10 |00.10
AO RITMO DO SONHO |M12
|17.30
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
|13.40 |16.10 |18.50
A LENDA DO DRAGÃO |M12
|21.20 |23.50
ÁGUAS PERIGOSAS |M12
|14.10 |16.50 |19.25 |21.40 |00.20
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
|13.30 |16.20 |19.10 |21.55
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.20 |16.00 |18.40 |21.15
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
|24.00
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
|13.50 |16.30 |19.00
MULHERES PROCURAM-SE PARA IR A CASAMENTO |M12
|21.30 |00.05
Funchal
NOS Fórum Madeira
NERVE: ALTO RISCO |M12
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
ÁGUAS PERIGOSAS |M12
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
MÃES À SOLTA |M12
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
JASON BOURNE |M12
Centro Comercial Fórum Madeira 16996
|11.20 |13.40 |16.00 |18.20 |21.00
|11.10
|13.30 |16.30 |19.00 |21.30
|11.30 |13.50 |16.15 |18.40
|21.10
|13.20 |16.05 |18.50 |21.40
|12.50 |15.40 |18.30 |21.20
Leiria
New Lineo Cinemas - Cinema City Centro Comercial Leiria Shop
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
|15.30 |17.40 |21.50
A LENDA DO DRAGÃO |M12
|19.50
QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12
|15.50 |17.40 |21.30
ÁGUAS PERIGOSAS |M12
|16.05 |20.00 |21.55
AO RITMO DO SONHO |M12
|18.00 |19.30
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
|15.40 |17.45 |19.50
JASON BOURNE |M12
|21.45
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
|15.25 |16.00 |17.55 |18.40 |21.20 |21.40
BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6
|15.35
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|17.35
CAÇA-FANTASMAS |M12
|19.40
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|22.00
Santarém
Castelo Lopes - C. C. W Shopping
707220220
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
|13.20 |15.40 |18.20
A LENDA DO DRAGÃO |M12
|21.10
VIVER DEPOIS DE TI |M12
|13.30 |16.10 |18.30 |21.45
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
|13.00 |15.50 |18.40 |21.30
ÁGUAS PERIGOSAS |M12
|13.10 |15.00 |17.00 |19.00 |21.20
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|13.15 |15.40 |18.10
MULHERES PROCURAM-SE PARA IR A CASAMENTO |M12
|21.00
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
|13.00 |15.00 |17.05
JASON BOURNE |M12
|19.00 |21.40
Torres Novas
Castelo Lopes - Centro Comercial TorresShopping
249830750
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|17.30
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
|13.10 |15.20
JASON BOURNE |M12
|21.20
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
|12.55 |15.10 |17.20 |19.30
A LENDA DO DRAGÃO |M12
|21.40
À PROCURA DE DORY (VP) |M6
|13.20
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
|15.40 |18.30 |21.30
Torres Vedras
NOS Arena Shopping
Centro Comercial Arena Shopping 16996
ESQUADRÃO SUICIDA |M12
|12.40 |15.30 |18.30 |21.30 |00.30
JASON BOURNE |M12
|13.00 |16.00 |18.45 |21.40 |00.25
VIVER DEPOIS DE TI |M12
|13.15 |15.45 |18.15 |21.00 |23.30
A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6
|13.30 |16.15 |19.00
A LENDA DO DRAGÃO |M12
|21.20 |23.50
IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6
|12.50 |15.00 |17.15 |19.30
A CANÇÃO DE LISBOA |M12
|21.50 |00.20
ÁGUAS PERIGOSAS
A LENDA DO DRAGÃO
QUO VADO OU JÁ FOSTE!
VIVER DEPOIS DE TI
ESQUADRÃO SUICIDA
EXPERIMENTER
RACE – 10 SEGUNDOS DE LIBERDADE
HISTÓRIAS DE BAIRRO
DERSU UZALA
AO RITMO DO SONHO
JASON BOURNE
TERROR NA ESCURIDÃO
BARRY LINDON
UMA PASTELARIA EM TÓQUIO
A IDADE DO GELO: O BIG BANG
AMANHÃ
UM HOMEM À ALTURA 2
CAÇA-FANTASMAS
A CANÇÃO DE LISBOA
FRANCOFONIA
MILES AHEAD
O HOMEM QUE VIU O INFINITO
O AMIGO GIGANTE
A LENDA DE TARZAN
UM TRAIDOR DOS NOSSOS
AMOR E AMIZADE
À PROCURA DE DORY
THE CONJURING 2 – A EVOCAÇÃO
MESTRES DA ILUSÃO
em estreia
●
mau
JOÃO
LOPES
RUI PEDRO
TENDINHA
INÊS
LOURENÇO
★★★
★★★
★★
–
★★
–
★★★
–
★★
★★★
★★
★★
–
–
★★★★
★★
★★★★★
★★★
–
★★
★★
–
★★
★★★
★★
★★
★★★
★
★★
★★★
★★★
★★★
★★
–
–
★★
★★
–
★★★
★
★★
★★★★★
●
★★★★★
★
★★
★★★★
–
★
–
★★★★★
★★★
★
★★
–
–
●
★★★★
★★★
–
★★★★
–
★★
★★★
★
–
–
★ medíocre ★★ com interesse ★★★ bom
●
★
–
★★★★★
★★★
★
★★
–
★★
–
★★★★
★★
–
★★★★
–
★★
★★★
★★★
–
–
★★★★ muito bom ★★★★★ excecional
VEJA TODAS AS CRÍTICAS E OS TRAILERS DAS ESTREIAS DA SEMANA EM WWW.DN.PT
À procura
da comédia
italiana
Lágrimas doces
e amargas
no verão
Blake Lively,
uma praia
e um tubarão
QUO VADO OU JÁ FOSTE!
GENNARO NUNZIANTE
VIVER DEPOIS DE TI THEA SHARROCK
ÁGUAS PERIGOSAS JAUME COLLET-SERRA
Ah! Que saudades da época gloriosa
da comédia italiana, quando Totò,
Vittorio Gassman ou Nino Manfredi
eram os rostos de um estilo de abordagem da vida social em que a caricatura mais delirante não excluía
uma componente de desencantado,
por vezes comovente, humanismo...
Este Quo Vado? (o título português
aposta num trocadilho sugestivo,
mas não muito feliz) possui, pelo
menos, o mérito de nos remeter
para essas memórias, centrando-se
na insólita e burlesca figura de um
funcionário público (Checco Zalone, que partilha com o realizador a
autoria do argumento); confrontado com a nova austeridade, quer dizer, com a possibilidade de perder o
seu emprego “para a vida”, tudo fará
para se manter um fiel servidor do
Estado... Com felicidade desigual, o
filme vai colecionando situações
que exploram clichés da vida social
e profissional, celebrando uma alegre rejeição da frieza burocrática.
Grande sucesso em Itália, é a prova
de que, mesmo com resultados medianos, vale a pena evocar o património cinematográfico.
Se é de fazer chorar as pedrinhas da
calçada? Sem dúvida. E também
não escapa aos lugares comuns do
romance que envolve grandes adversidades, como a doença. No entanto, é difícil resistir ao magnetismo dos atores que lideram este Viver depois de Ti – Emilia Clarke (A
Guerra dos Tronos) e Sam Claffin
(The Hunger Games) – adaptado do
best-seller de Jojo Moyes, pela própria. Sem estes protagonistas, a primeira longa-metragem da veterana
do teatro Thea Sharrock não teria o
feitiço elementar de uma história
de Cinderela: percebe-se cedo que
a humilde Lou (Clarke), como nova
cuidadora do aristocrata e jovem
paraplégico Will (Claffin), sustenta
uma ternura inabalável, com laivos
de Audrey Hepburn... Em pequenos passos, que começam a progredir depois de se esbater a amargura
estoica de Will, estes dois vão-se
aproximando numa subtil intimidade reforçada pela câmara. E ainda que se sinta a manipulação
emocional – porque é um filme que
lida com a sombra da morte face ao
amor –, há uma sinceridade que
afasta as reservas maiores.
Sejamos práticos: em tempos de
crescente e medíocre formatação
dos “filmes de verão”, para mais rodados com aquela estética agitada
de telemóvel (que já nem sabe como
mostrar um cenário...), é bom encontrar um filme que, pelo menos,
tenha gosto em construir uma história, explorar as nuances do seu espaço, gerir as tensões do seu tempo.
Assim é este The Shallows que, além
do mais, pode permitir a Blake Lively
ascender a um patamar de evidência
que bem merece (pelo menos, desde
2012, quando a vimos em Selvagens,
sob a direção de Oliver Stone). Ela
vive a aventura improvável, mas vibrante, de uma jovem que, numa
praia paradisíaca, encontra o mais
conflituoso dos companheiros: um
tubarão. Vem à memória, claro, o
brilhantíssimo Tubarão (1975), de
Steven Spielberg, mas não é disso
que se trata: estamos perante um
exercício minimalista de suspense
que faz lembrar a austeridade e a eficácia de algumas produções de Roger Corman ao longo da década de
60. Custou 17 milhões, dez vezes menos do que Esquadrão Suicida, mas é
vinte vezes mais interessante.
JOÃO LOPES ★★ com interesse
INÊS LOURENÇO ★★ com interesse
JOÃO LOPES ★★★ Bom
PASSATEMPOS
36
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
SAMURAI
XADREZ
Preencher todos os quadrados da grelha fazendo que cada fila, cada coluna e cada um dos quadrados de três casas por três contenham os números de 1 a 9, sem repetições nem omissões.
Problema – As brancas jogam e dão mate em 2
(Arnoldo Ellerman, Arbejder Skak, 1957)
O Open Internacional da Cidade de Famalicão já
se afirmou no calendário nacional e já só falta arriscar a adição de mais 2 jornadas para possibilitar a luta por normas de mestre. A 4ª edição terminou no passado dia 5 de Agosto com a vitória
do cubano Lelys Duany que ganhou ao espanhol
Mauricio Vassallo na última jornada e beneficiou
do empate de Rui Dâmaso com Carlos Novais. O
argentino Daniel Campora, um participante assíduo neste torneio, produziu uma boa partida posicional contra Carlos Dantas que tem vindo a recuperar o bom nível de jogo que já apresentou no
passado. Desta vez deixou que o seu bispo fosse
completamente
Daniel Campora (ARG, 2439)
Carlos Dantas (POR, 2191)
Famalicão (7), 05.08.2016
1.e4 e5 2.Cf3 Cc6 3.Bb5 g6?! 4.d4 exd4 5.Cxd4
Bg7 6.Be3 Cge7 7.Cc3 d6 8.0–0 0–0 9.Dd2 a6
10.Bxc6 Cxc6 11.Cxc6 bxc6 12.Bd4 Bb7?!
[12...Bxd4 13.Dxd4 Te8 14.Dc4 Bd7²] 13.Tfe1
[13.Bxg7 Rxg7 14.f4] 13...Dh4 14.Bxg7 Rxg7
15.Te3 Df6 16.Tf3 De5 17.Th3 h5 18.f4 Dc5+
19.Rh1 f5 20.Te1 Tf7 21.The3 Taf8 22.h3 [22.e5!?]
22...Bc8 23.e5 d5? [23...Db4±] 24.Td3 De7
25.Ca4 h4 26.Dc3 De8 27.Cc5 Rh7 28.e6 Tg7
29.Tde3 De7 30.T3e2 g5 31.fxg5 Dxg5 32.Df3
Tg6 33.b4 Te8 34.Te5 Tf6 35.c3 Te7 36.a4 Rg7
37.a5 Rh6 38.Tf1 Rg6 39.De2 Dg3 40.Tf3 Dg5
41.De1 Rh7 42.Df2! Rg6 [42...Dc1+ 43.Rh2 Dg5
44.Texf5 Txf5 45.Txf5] 43.g4! [43...hxg3 (43...Rh6
44.Texf5 Txf5 45.Txf5; 43...Bxe6 44.Cxe6 Texe6
45.Txe6 Txe6 46.gxf5+) 44.Txg3] 1–0
António P. Santos
BRIDGE
Contrato – Seis Espadas por Sul. Saída de
Oeste ao nove de Copas
VERTICAIS: 1 – Sufrágios; Subtrair. 2 – Grande
cão de fila; Trinta dias; Berílio (s.q.). 3 – Televisão
Italiana (iniciais); Aplicar. 4 – Estás; Juiz de Israel;
Um milhar. 5 – Exercita. 6 – Actínio (s.q.); Antiga
nota de música "do"; Rádon (s.q.); Rubídio (s.q.).
7 – Anuncia por meio de pregão. 8 – Cólera; Rio
da Suíça, Cloro (s.q.). 9 – Chegar; Notas de música. 10 – Prep. de lugar onde; Curado; Chucha.
11 – Feiticeira; Genuínos.
SOLUÇÕES
BRIDGE
SAMURAI
XADREZ
PALAVRAS CRUZADAS
HORIZONTAIS: 1 – Vareta; Vem. 2 – Olas, Cai; Ma. 3 – Tai; Pre. 4 – Oo; Apura; Sa. 5 – Porte; Vas. 6 – Moda; Gaio.
7 – Ter; Troar. 8 – Is; Minar; Mu. 9 – Sic; Mar. 10 – Ab; Lar; Cimo. 11 – Reu; Bolsas.
HORIZONTAIS: 1 – Vara pequena; Regressa. 2 – Folha de
certas palmeiras indianas que servia para nela se escrever (pl); Vai ao chão; Símbolo da unidade elétrica miliampere. 3 – Rio da Escócia; Soldo. 4 – O sono das crianças;
Aperfeiçoa; Com saúde. 5 – Tonelagem de um navio; Falsas. 6 – Uso corrente; Jovial. 7 – Agarrar; Ressoar. 8 – Vogal (pl.); Furar; Mulo. 9 – Textualmente; Oceano. 10 – Pref.
de oposição; Família (fig.); O alto. 11 – Criminoso; Saca pequena fechada por meio de cordões (pl).
VERTICAIS: 1 – Votos; Tirar. 2 – Alao; Mes; Be. 3 – Rai; Por. 4 – Es; Aod; Mil. 5 – Pratica. 6 – Ac; Ut; Rn; Rb.
7 – Apregoa. 8 – Ira; Aar; CL. 9 – Vir; Mis. 10 – Em; Sao; Mama. 11 – Magas; Puros.
PALAVRAS CRUZADAS
1.Tg3! [Ameaça Txg4#] 1...Be4 [1...Te4
2.Cg6#; 1...Cde4 2.Tf5#; 1...Cge4 2.Ce6#;
1...Tg1 2.Be5#; 1...Txg3 2.hxg3#; 1...Th4
2.Bxg5#] 2.Be5#
★★★★★
A saída é quase de certeza a carta seca, senão depois
do leilão não se justificaria. Contando vazas, em
princípio tem as doze prometidas depois de destrunfar, mas tem forçosamente que fazer a passagem ao
rei, não pode que a mão vá para Este e levar um corte
em Copas. Já que tem que ir ao morto mais vale cedo de que tarde, entrou com o ás de Copas matando
rei e cruzou o valete de trunfo, rei à direita e voltou
um Pau. Cortou na mesa, depois bateu o dez de trunfo, todos assistiram; a seguir uma pequena Copa cortada com o ás, tirou o último trunfo de fora, voltou
ao morto no ás de Ouros e tabelou. Notável!
GRAU DE DIFICULDADE
Um chelem declarado e cumprido no
Campeonato Nacional da Estónia a merecer referência na imprensa da especialidade. Sul abriu numa Espada, Norte deu
duas Copas, Sul repetiu as Espadas que
no sistema apenas indica uma abertura
mínima, o parceiro continuou com três
Espadas apoio forte admitindo chelem,
seguindo-se quatro Copas, cinco Paus e
cinco Ouros mostrando os respetivos
controlos, seis Espadas. Oeste saiu ao
nove de Copas, que coreu para o rei seco
da mão. Coloque-se no lugar do declarante e veja se descobre como cumprir o chelem tomando todas as precauções.
TELEVISÃO
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
37
DESTAQUES
Comédia em tempos de
guerra com R. Williams
Fast food: solução de
vida para os apressados
Poderá um navio de
sonho ser um pesadelo?
A equipa tenta evitar
o regresso do passado
HOLLYWOOD
BOM DIA VIETNAME
(21.30)
HISTÓRIA
101 COMIDAS RÁPIDAS QUE
MUDARAM O MUNDO
(16.11)
AXN BLACK
BARCO FANTASMA
(22.00)
FOX
SOB SUSPEITA
(17.41)
Na década de 1960,
Antonia Graza, um luxuoso transatlântico,
desaparece sem deixar
qualquer rasto durante a sua viagem com
destino marcado para
a América. Quarenta
anos mais tarde, a tripulação do Arctic Warrior encontra esse navio à deriva ao largo da
costa do Alasca, nos Estados Unidos. Ao investigar o interior do Antonia Graza, a tripulação descobre que a embarcação esconde algo de terrível que poderá comprometer a sua própria sobrevivência. Este filme realizado por Steve Beck, em 2002, conta com os atores Gabriel Byrne, Julianna
Margulies e Ron Eldard à frente do elenco.
Um assassino dos tempos da Guerra Fria embarca numa busca pelos elementos da sua
antiga equipa, enquanto Reese e Finch tentam detê-lo. Entretanto, Fusco tenta convencer Carter das suas capacidades de atiradora. Esta série criminal, da autoria de Jonathan
Nolan, acompanha o trabalho diário de John
Reese (Jim Caviezel), agente da CIA, e Harold
Finch (Michael Emerson), um multimilionário génio da informática, solitário e que vive
sob uma identidade falsa. Depois do fatídico
dia 11 de Setembro, o governo ordenou a
construção de uma máquina capaz de prever futuros atentados terroristas.
Em plena guerra do
Vietname, em 1965,
um locutor de rádio
popular não é bem
visto pelos seus superiores devido aos seus
métodos pouco ortodoxos. Irreverente, ele
enfurece especialmente Steven Hauk, um
segundo-tenente com uma necessidade
enorme de provar que é superior. Movido
pela inveja e ciúme, tenta prejudicar Cronauer, mas não será assim tão fácil. Robin
Williams interpreta o principal papel deste
clássico do final da década de 1980 realizado por Barry Levinson. O filme foi nomeado
para o Óscar de Melhor Ator e venceu o Globo de Ouro nesta mesma categoria.
Para lá de fronteiras,
culturas e épocas, a
comida é algo que todas as pessoas partilham. As refeições
“para levar” tornaram-se a maior solução dos apressados. Embora o hambúrguer
seja o rei supremo da “comida de plástico”,
o takeaway já ultrapassou em muito a opção do drive thru. Abastecidos com piza,
conseguimos manter-nos a trabalhar uma
noite inteira, por exemplo. Nesta série, encontra a contagem decrescente da comida
que nos leva ao passado, da que nos traz de
volta ao presente e, por vezes, a que nos revela o futuro, como o bolo da sorte chinês.
CANAIS
AUDIÊNCIAS DE TV
GENERALISTAS
TEMÁTICOS
RTP1
RTP2
SIC
TVI
HOLLYWOOD
FOX MOVIES
MOV
06.30 Bom Dia
Portugal
Informação
10.00 Praias
Olímpicas
Em direto
da praia
da Salema,
Vila do Bispo
13.00 Jornal da Tarde
14.15 Água de Mar
15.00 Jogos
Olímpicos
Rio de Janeiro
Judo, natação
e voleibol
(Rússia-Egito)
18.00 Portugal
em Direto
Informação
18.45 Fatura da Sorte
19.00 O Preço Certo
20.00 Telejornal
21.00 The Big
Picture
07.00 Zig Zag
Espaço
Infantil
11.30 Jogos
Olímpicos
- Rio de Janeiro
Repetição
15.05 A Fé
dos Homens
15.38 Euronews
16.00 Zig Zag
18.00 Jogos
Olímpicos
- Rio de Janeiro
Em direto
natação,
vólei de praia,
ginástica
21.30 Jornal 2
22.20 Coração
das Trevas
Série
dinamarquesa
23.00 Estudar
em Julliard
06.00 Edição
da Manhã
Informação
08.45 A Vida
nas Cartas
– O Dilema
10.15 Queridas
Manhãs
13.00 Primeiro
Jornal
14.30 Dancin’Days
Novela
portuguesa
15.45 Grande Tarde
19.00 I Love
Paraisópolis
Novela
brasileira
20.00 Jornal da Noite
21.30 Coração
d’Ouro
22.30 Rainha
das Flores
23.30 Verdades
Secretas
06.30 Diário
da Manhã
Informação
10.10 Você na TV
Talk show
em direto
13.00 Jornal
da Uma
Informação
14.43 Deixa
Que te Leve
Novela
portuguesa
16.00 A Tarde É Sua
Talk show
em direto
19.16 Massa Fresca
Série juvenil
portuguesa
20.00 Jornal das 8
21.37 A Única Mulher
Novela
portuguesa
22.50 Santa
Bárbara
14.15 Bad Company
- Más
Companhias
16.15 Casa de Doidas
18.15 2 Amas
de Gravata
19.50 Flubber
- O Professor
Distraído
21.30 Bom Dia
Vietname
23.35 A Última
Memória
01.15 Gritos 4
03.05 Machete
15.55 Os Punhos
de Hong Kong
17.40 Bem-Vindo
a Casa
Roscoe Jenkins
19.29 Comboio
em Fuga
21.15 O Expresso
dos Milionários
22.53 A Corrida
Mais Louca...
00.28 O Homem Que
Veio do Espaço
02.41 Alien
- O Regresso
15.10
15.55
16.45
17.30
18.15
10.00 Praias
Olímpicas
› Com o mote dos
Jogos Olímpicos,
Jani Gabriel e
Raminhos estão
hoje na praia da
Salema, no Algarve,
com vários desafios
para as famílias.
22.00 Jogos
Olímpicos
Rio de Janeiro
Transmissão
em direto
04.00 Os Nossos
Dias
Novela
portuguesa
22.20 Coração
das Trevas
› A criação de Nikolaj
Scherfig conta a
história de dois irmãos incomuns:
para sobreviverem
precisam de sugar
a energia vital
das outras pessoas.
23.30 Cara
a Cara
Documentário
00.25 Universidade
Aberta
00.55 Um Crime,
Um Castigo
01.55 Euronews
Informação
22.30 Rainha
das Flores
› Narcisa reza na
igreja e pede a Deus
que não permita
que Bruno entre
por maus caminhos, sempre a pensar em separá-lo
de Sofia.
00.30 Investigação
Criminal:
Los Angeles
Série norte-americana
01.30 Cartaz Cultural
02.30 Jura
Novela
portuguesa
21.37 A Única
Mulher
› Quando abre a
porta, Leila depara-se com Ramiro e
Norberto, que lhe
mostram o vídeo.
Comprometidos,
ela e Jeremy fingem ser amantes.
23.35 Love on Top
Extra com
Isabel Silva
01.30 Autores
Magazine
02.30 Super
Quiz
Concurso
03.45 Love on Top
19.50
21.40
22.30
23.15
00.55
01.40
The Whispers
Transporter
Dead Zone
The Whispers
Menor
Sob Acusação
R-Point
Esquadrão
Fantasma
Transporter
Bitten
Não Tenhas
Medo do Escuro
Z Nation
Bitten
FOX
FOX LIFE
AXN
14.33 Hawai Força
Especial
16.05 Scorpion
16.54 CSI:
Miami
17.41 Sob Suspeita
19.37 Hawai Força
Especial
21.20 Scorpion
22.15 Hawai Força
Especial
00.00 Investigação
Criminal:
Los Angeles
00.54 Flashpoint
02.35 Sob Suspeita
12.45 Rizzoli
& Isles
13.29 Ossos
14.14 Murder
in Mexico
15.46 Rookie Blue
17.19 Accidental
Switch
18.56 Os Mistérios
de Laura
20.31 Rizzoli
& Isles
21.28 Ossos
00.05 Below
The Surface
01.42 No Limite
08.37 Forever
09.24 Castle
13.34 O Último
Reduto
15.37 Blitz
- Sem
Remorsos
17.19 Castle
21.45 Até ao
Último
Combate
23.40 Blitz
- Sem
Remorsos
01.22 Castle
05.02 Forever
HISTÓRIA
NATIONAL GEOG.
GLOBO
15.27 Restaure
SePuder
16.11 101 Comidas
Rápidas
Que Mudaram
o Mundo
17.36 OPreço
daHistória
19.03 Caça
Tesouros
20.35 O Preço
da História
02.05 101 Comidas
Rápidas Que
Mudaram
o Mundo
14.26 A Ciência
da Estupidez
16.00 PescanoLimite
17.32 Mega Fábricas
19.04 Presos
no Estrangeiro
21.24 À Procura de
Ouro em Yukon
23.00 Ninguém
Fica para Trás
23.48 Sobreviver
na Tribo
00.34 Presos
no Estrangeiro
01.22 À Procura de
Ouro em Yukon
14.50 História
de Amor
15.50 Super Bonita
16.15 Malhação
17.10 Araguaia
17.50 Mais Você
19.00 Chocolate
com Pimenta
20.00 Totalmente
Demais
21.00 Renascer
22.00 História
de Amor
23.00 Ligações
Perigosas
23.45 Araguaia
Vitória de Real
Madrid vista por
770 mil pessoas
› A final da Supercopa Europeia
disputada entre os madrilenos e
o Sevilha, emitida pela RTP1,
ocupou o sexto lugar da tabela
dos mais vistos, com 770 mil seguidores. No topo ficou a trama
da SIC Coração d’Ouro, vista por
1,193 milhões de pessoas.
AUDIÊNCIA
MÉDIA
SHARE
1 Coração d’Ouro (SIC)
12,3%
26,3%
2 A Única Mulher III (TVI)
12,0%
26,2%
3 Santa Bárbara (TVI)
10,1%
27,9%
4 Jornal das 8 (TVI)
9,7%
24,5%
5 Jornal da Noite (SIC)
8,5%
21,2%
6 Real Madrid-Sevilha (RTP1)
8,0%
19,5%
7 Rainha das Flores (SIC)
7,6%
19,5%
8 Jornal da Uma (TVI)
7,4%
25,9%
9 Primeiro Jornal (SIC)
6,3%
22,1%
10 Massa Fresca (TVI)
4,8%
16,5%
11 Telejornal (RTP1)
4,7%
18,1%
12 Jornal da Tarde (RTP1)
4,5%
15,3%
13 Você na TV (TVI)
4,3%
24,6%
14 Love on Top 3: Extra (TVI)
4,2%
19,9%
15 Verdades Secretas (SIC)
4,0%
14,2%
SHARE DIÁRIO – TERÇA-FEIRA
RTP1
13,8
RTP2
3,5
SIC
16,1
TVI
21,1
Cabo Outros*
36,4 9,0
*CONTABILIZA VÍDEO, GRAVAÇÕES, SATÉLITE
INTERNACIONAL, CONSOLAS, INTERNET NA TV
E OUTROS CANAIS DO CABO.
DADOS: CAEM
A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DOS CANAIS
TEMÁTICOS DE CABO E IPTV EXIBIDOS EM
PORTUGAL ESTÁ DISPONÍVEL TODAS AS SEXTAS-FEIRAS NA REVISTA EVASÕES, QUE SE PUBLICA
COM O DIÁRIO DE NOTÍCIAS
38
MEDIA
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
The Get Down. Um grito de revolta e
o nascimento da cultura do hip hop
Estreia. Produção que recua à Nova Iorque do final da década de 1970 chega amanhã à Netflix. O realizador
Baz Lunhrmann é o visionário de serviço e marca, desta forma, a sua estreia no papel de criador de uma série
MÁRCIA GURGEL, em Nova Iorque
Boémia, violência, disco music, rock
n’ roll , calças à boca de sino. Assim
era Nova Iorque no final da década
de 70. No bairro de South Bronx, porém, a revolução artística e cultural
tomava um rumo diferente. O rap, o
break dance e o graffiti davam os primeiros passos, abrindo caminho
para aquela que hoje conhecemos
como a cultura do hip hop. Esta é a
proposta da série da Netflix The Get
Down, que se estreia amanhã.
E foi precisamente em Nova Iorque que o DN falou com Baz Luhrmann, criador e produtor executivo
da série. “Já tinha esta ideia na minha cabeça há pelo menos 10 anos.
Talvez mais. Sempre fui fascinado
por Nova Iorque”, começou por explicar o realizador de filmes como
O Grande Gatsby, Moulin Rouge e
Romeu e Julieta.
Mais do que contar a história do
nascimento da cultura do hip hop,
Luhrmann queria saber o que estava por detrás da “explosão de criatividade” presente no Bronx do final
daquela época. Criatividade essa
que era expressada “não só através
da música” mas “também através
da pintura”. Ou melhor, dos graffiti.
“Uma das personagens escreve o
seu nome no comboio. Porquê?
Porque sempre que aquela carruagem passa com o seu nome inscrito,
ele torna-se alguém”, frisa o criador
de The Get Down. Mais do que letras, o graffiti era um grito de revolta e uma marca de identidade.
Porque é que esta parte da história nunca foi contada antes? Lurhmann não tem uma resposta. “Todos olham para o bolo, ou seja, para
os anos 1980, mas esquecem-se dos
ingredientes [final da década de
70]”, exemplifica. O que é estranho,
tendo em conta que a carga histórica entre 1977 e 1979 “é surpreendente”, “não apenas em termos musicais mas também políticos”.
Quem também participa neste
projeto é Catherine Martin, mulher
de Baz Luhrmann, que assume os
papéis de produtora executiva, designer de produção e figurinista. No
seu trabalho de pesquisa apercebeu-se não só de que o ambiente no
Bronx era marcado pela pobreza,
violência e consumo de drogas mas
Catherine também realça ao DN
que “existia um forte compromisso
por parte dos habitantes de ressus-
The Get Down estreia-se amanhã na plataforma
de streaming Netflix e mostra a origem da
cultura do hip hop nos EUA. Série é assinada
pelo realizador australiano Baz Lurhmann,
autor de êxitos cinematográficos como
O Grande Gatsby, Moulin Rouge ou Romeu
e Julieta (ver perfil)
citar” aquele bairro norte-americano “e reconstruí-lo”.
Naquele que é a sua estreia num
projeto televisivo, o realizador realça “a liberdade criativa” proporcionada pela Netflix, o que fez que a experiência tenha sido “muito positiva”. E o facto de ser australiano
“Todos veem o bolo, os
anos 1980. E esquecem
os ingredientes: o fim
dos 70’s”, diz o
australiano
conferiu o “o distanciamento” e a
“imparcialidade” necessários.
O realizador também contou
com a “preciosa ajuda” de Nelson
George, autor de vários livros sobre
hip hop, e que em The Get Down assume o papel de supervisor de produção e consultor musical. “Fazer
que jovens do século XXI aprendam
os movimentos dos anos 70 foi uma
odisseia”, conta. Mas o resultado final compensou.
Entre os protagonistas está Justice Smith, filho do ator Will Smith,
que interpreta Books, um jovem
“sensível” e com uma forte capacidade para criar uma batida e uma
estrofe de rap em poucos minutos.
Ao DN, o jovem ator considera que
a grande mensagem de The Get
Down – onde também participa o
seu irmão, Jaden – é promover a “irmandade” “a amizade” e mostrar
que “vale sempre a pena sonhar”.
A crítica aplaude aquela que é a
primeira incursão de Lurhmann
nas séries. “Se o primeiro episódio
de The Get Down é uma indicação
fidedigna do que está para vir, então
promete deixar uma impressão duradoura na sua audiência tal como
fez o hip hop no mundo”, escreve a
revista Vibe. Já o The Hollywood Reporter, elogia o “talento do elenco”,
“a abordagem épica” e a forma
como o realizador faz passar uma
“efervescente alegria de viver”.
Do elenco constam ainda nomes
como Shameik Moore, Herizen
Guardiola, Skylan Brooks, Tremaine
Brown Jr., Jimmy Smits e Giancarlo
Esposito, entre outros.
O homem do cinema que
começou nos palcos de teatro
atrás das cortinas que se sentia
PERFIL Nasceu como Mark, mas o
seu pai sempre o chamou de Baz. bem. Fez sucesso como encenador
Era assim que gostava de ser trata- de Vem Dançar (Strictly Ballroom,
do e, por isso, aos 17 anos assumiu título original) e em 1992 adaptou
oficialmente o nome Baz Luhr- a peça para cinema, estreando-se
mann. Nascido em Sydney, Austrá- como realizador. Desde então, aslia, a 17 de setembro de 1962, o rea- sinou os êxitos Romeu e Julieta
(1996), Moulin Rouge
lizador teve o seu pri(2001) – filme que lhe
meiro contacto com
valeu duas nomeaartes performativas
ções aos Óscares –
na escola preparatóAustrália (2008) e ainria, onde participou
da O Grande Gatsby
na peça de Shakes(2013).
peare Henry IV, Part 1.
Luhrmann, de 53
Aos 19 anos, a paixão
anos, é casado há 19
pelos palcos falou
com Catherine Marmais alto e levou-o a
tin, diretora artística e
inscrever-se num curde guarda-roupa, e
so de representação
que é detentora de
no Instituto Nacional
de Arte Dramática da O aclamado realizador quatro Óscares. O casal tem dois filhos,
Austrália.
Baz Luhrmann
Rapidamente se estreia-se em televisão William, de 11 anos, e
Lillian, de 12.
apercebeu de que era
com The Get Down
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
BAÚ DO DN
Texto
LEONÍDIO PAULO FERREIRA
Seleção de fotos
SIMÕES DIAS
MEDIA
39
1929
Vítor Silva, avançado-centro do Benfica e da seleção nacional,
era estofador de profissão. Fez parte da equipa portuguesa que
participou em Amesterdão nos Jogos Olímpicos de 1928,
marcando um golo ao Chile e à Jugoslávia, vitórias, e um
terceiro ao Egito, no jogo que acabou em derrota.
Luís Costa era guarda-fios da Companhia dos
Telefones, profissão também de outro jogador
do Benfica naquela época, João d’Oliveira
As profissões dos
jogadores do Benfica
O
título da reportagem era “Como trabalham os homens do Bemfica”. Sim, com um ‘m’. E revelavam-se as profissões dos jogadores, com o guarda-redes Jacinto a ser telegrafista militar, o avançado Vítor Silva a trabalhar como estofador e a dupla Luís Costa e João
d’Oliveira a serem guarda-fios, como mostram as fotografias onde surgem pendurados em postes telefónicos.
Nas águias havia também um ator, Eugénio Salvador, e
caixeiros, como Victor Hugo, por exemplo, a trabalhar
nos ferrageiros J.B.Fernandes & C.ª L.ª. Publicada no suplemento O Notícias Ilustrado de 18 de abril de 1929, a
reportagem foi feita no mesmo ano em que o Sport Lisboa e Benfica celebrava as bodas de prata. Num livro de
2004 que assinalou o centenário, a época de 1928-1929 é
descrita como tendo sido de adversidades e com escassos êxitos desportivos, mas marcante pelas celebrações.
Quanto aos jogadores desse tempo, tinham vidas muito
diferentes dos profissionais de hoje, pois existem futebolistas nas águias a ganhar mais de dois milhões de euros
brutos por ano, como é o caso de Luisão.
Jacinto, o
guarda-redes
benfiquista, era
soldado-telegrafista.
Fez três épocas
pelas águias
40
DESPORTO
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
JOGOS OLÍMPICOS 2016
1
1
ARGÉLIA
PORTUGAL
ÁRBITRO: Matt Conger (Nova Zelândia)
ESTÁDIO: Mineirão, em Belo Horizonte
ESPECTADORES: 15 000
METHAZEM
Portugal sentiu
dificuldades contra
a Argélia, mas
Gonçalo Paciência
conseguiu fazer
o gosto ao pé
REBIAI
FERHANI BENKHEMASSA BENGUIT
BENDEBKA
BRAQUI
BOUNDJAH
TAHAR MEZIANE
BARFALOU
BENKABLIA
GONÇALO
PACIÊNCIA
PITÉ
PODSTAWSKI
TIAGO SILVA
P.HENRIQUE
EDGAR IÉ
ILORI
CARLOS MANÉ
FRANCISCO
RAMOS
ESGAIO
BRUNO VARELA
GOLOS:
0-1; aos 25’, por Gonçalo Paciência de penálti a
punir derrube inexistente sobre Carlos Mané.
1-1; aos 30’, por Benkablia, num remate à entrada
da área.
SUBSTITUIÇÕES:
Argélia – Haddouche por Darfalou, aos 84’.
Portugal – Fernando Fonseca por Esgaio, aos 46’;
Salvador Agra por Gonçalo Paciência, aos 61’ e
André Martins por Podstawski aos 71’
Primeiro lugar garantido
com serviços mínimos
Futebol. Golo de Gonçalo Paciência colocou Portugal na frente ainda na primeira parte, mas a
Argélia tomou conta do jogo e o resultado acaba por ser lisonjeiro para a turma das quinas
GONÇALO LOPES
Portugal já tinha garantido a presença nos quartos-de-final dos Jogos Olímpicos, mas Rui Jorge prometera lutar pelo primeiro lugar do
Grupo. E conseguiu-o. Mesmo em
serviços mínimos, o empate diante da Argélia deu para alcançar os
objetivos traçados. Agora segue-se
a Alemanha.
Com o apuramento alcançado,
o selecionador optou ontem por
fazer alguma gestão de recursos,
dando oportunidade a jogadores
menos utilizados. Obviamente
que a equipa se ressentiu, não conseguindo apresentar bom futebol,
ao contrário do que acontecera
nas vitórias diante da Argentina e
das Honduras.
Aliás, acabaram mesmo por ser
os argelinos a equipa mais perigosa durante os 90 minutos. É verdade que Portugal foi a primeira equipa a marcar, aos 25’, numa grande
penalidade inexistente, mas que
Gonçalo Paciência não desperdiçou, mas nem isso serviu para que
os comandados de Rui Jorge elevassem o nível de motivação. Pior
ficaram quando a Argélia conseguiu o (merecido) empate cinco
minutos volvidos, com Benkablia,
após excelente jogada individual
na zona central da área portuguesa, a bater Bruno Varela.
Havia poucas ideias, velocidade
e sobretudo entendimento entre
setores. Ao contrário da Argélia,
que procurava os primeiros pontos
nestes Jogos Olímpicos e apresen-
GRUPO D
3ª JORNADA
Argélia 1-1 PORTUGAL
Argentina 1-1 Honduras
CLASSIFICAÇÃO
1º
PORTUGAL
2º Honduras
3º Argentina
4º Argélia
P
7
4
4
1
J
3
3
1
3
V
2
1
1
0
E
1
1
1
1
D
0
1
2
2
G
5-2
5-5
3-4
4-6
tava um futebol mais dinâmico,
criando sempre muito perigo junto da baliza de Bruno Varela.
Foi este o filme da primeira parte e também muito do que se viu
no segundo tempo, pelo menos até
que a Argélia teve pernas para assustar a turma das quinas. Sem
criar ocasiões e a ver a sua equipa
em dificuldades, Rui Jorge acabou
por colocar em campo alguns dos
‘pesos pesados’, como André Martins e Salvador Agra, mas estes serviram, sobretudo, para segurarem
os argelinos, pois Portugal acabou
por não criar grande perigo, só
mesmo um remate de Pité, à entrada da área, aos 82’, colocou o guardião Methazem em apuros.
A Argélia, diga-se, foi de facto
sempre mais perigosa e o resultado
acaba por ser lisonjeiro para a equipa portuguesa, sendo que até mesmo no derradeiro minuto da partida os africanos tiveram a vitória
nos pés, mas Tahar Meziane acabaria por rematar, já dentro da área,
NO SÁBADO
Alemanha será
o adversário
› A seleção da Alemanha
será a adversária de
Portugal no jogo dos quartos-de-final, no próximo
sábado, em Brasília, pelas
17.00. Este é uma velha conhecida da turma das quinas e o passado recente até
é favorável à turma das
quinas, isto depois da vitória por esclarecedores 5-0
no Europeu de sub-21, em
2015. Agora, no entanto,
ambas as equipas estão
muito desfalcadas dos jogadores que marcaram
presença nessa competição. Destaque para os irmãos Bendtner, Sven e
Lars, e Nil Petersen, os três
com mais de 23 anos.
bem por cima, quando tinha a baliza totalmente aberta.
Rui Jorge não fala em medalhas
No final da partida, o selecionador Rui Jorge revelou a sua satisfação pela conquista do primeiro
lugar, mas quando confrontado
com a possibilidade de garantir
uma medalha, o técnico preferiu
ser modesto.
“Estamos felizes pela passagem
aos quartos-de-final e o objetivo
passa por tentar fazer o melhor
possível. Estamos a um jogo de poder disputar o jogo das medalhas e
é nisso que nos vamos concentrar
agora. Esta partida já foi um pouco
vivida em função da próxima, pela
gestão que fizemos, e agora é pensar nesse jogo”, referiu.
Gonçalo Paciência, melhor marcador de Portugal com três golos,
optou por idêntico discurso. “Conquistar uma medalha passa pela
cabeça de qualquer pessoa, mas o
nosso objetivo principal eram os
quartos-de-final e conseguimos.
Agora é pensar no próximo jogo,
não apontamos às medalhas mas
apontamos a ter uma grande atitude no próximo jogo e a dar tudo”,
salientou o avançado do FC Porto,
que fez o gosto ao pé nos três jogos
que a turma das quinas realizou até
ao momento.
Refira-se que no outro jogo do
grupo, a Argentina acabou por ser
surpreendentemente eliminada,
ao empatar (1-1) com as Honduras,
num jogo com três grandes penalidades, mas só uma concretizada,
pelas Honduras.
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
41
JOGOS OLÍMPICOS 2016
De 1650.º do mundo
até à presença no Rio.
Pedro ganhou a guerra
Badminton. Em 2013, após um acidente, nem sequer conseguia
PEDRO SEQUEIRA
enviado ao Rio de Janeiro
A presença de Pedro Martins nos
Jogos Olímpicos, para competir no
torneio individual de badminton,
é muito mais do que uma façanha
desportiva. É uma história de superação daquelas que se podem
apresentar de exemplo a qualquer
desportista.
Em 2013, menos de um ano depois de participar nos Jogos Olímpicos de Londres (17.º lugar), o jovem algarvio sofreu um acidente de
viação que lhe afetou o sistema nervoso, ao ponto de não conseguir sequer segurar a raquete. Forçado a
parar, esteve um ano sem competir.
Perdeu todos os pontos e chegou a
estar classificado como 1650.º do
mundo, em maio de 2014.
Para se apurar para os Jogos
Olímpicos precisava de subir aos
60/70 primeiros da tabela. E aqui
está ele. Pedro Martins estreia-se
sábado, frente ao canadiano Martin Giuffre (75.º do mundo). Na última atualização do ranking, o português está colocado em 59.º, apenas sete posições abaixo do melhor
posto que já teve na carreira.
TELMA SANTOS
No badminton fica
tudo em família
› Além de Pedro Martins,
Portugal estará representado
no badminton por Telma
Santos, que se estreia hoje
frente à chinesa Xuerui Li
(n.º 3 do mundo). A atleta de
Peniche é cunhada de Pedro
Martins (o jogador vive em
união de facto com uma irmã
de Telma) e fala num trabalho
de “equipa e família” para definir a forma como os dois se
ajudam, principalmente nas
deslocações ao estrangeiro
sem treinador. Estes são os
segundos Jogos Olímpicos de
Telma Santos (17.ª em
Londres 2012), sobrinha de
Fernando Silva, um ex-praticante que também já representou Portugal no badminton nos Jogos de Barcelona,
em 1992.
Pedro Martins ainda tem difi- aos Jogos. “Comecei do zero a quaculdades em recordar o dia em que lificação. Cheguei a estar em 52.º
a sua vida mudou de forma drásti- do mundo, com 25 mil pontos. Mas
ca. No regresso de uma prova de ao fim de um ano os torneios perorientação, integrada no curso de dem validade e, como eu estive
Educação Física e Desporto que muito tempo sem jogar, perdi a
fez no ISMAT, a viatura onde se- pontuação. Depois, quando reguia o jogador de badminton saiu gressei à competição, por não ter
da estrada e embateu violenta- ranking, jogava sempre contra os
mente contra uma árvore.
cabeças-de-série, o 1, o 2... Queria
“Foi tudo muito rápido. Íamos progredir, mas estava a ser muito
atrás de outros jipes, num terreno difícil.”
florestal, que levantaram muita
O desafio era enorme, mas Pepoeira. Perdemos a visibilidade dro Martins, de 26 anos, garante ao
por instantes e quando percebe- DN que sempre acreditou que ia
mos estávamos prestes a bater chegar aos Jogos do Rio de Janeiro:
numa sinalização. A reação foi cor- “Muita gente duvidava, mas tamrigir o rumo e acabámos por sair bém existiam os que acreditavam
de estrada, por um terreno muito e me diziam: ‘Vais conseguir, vais
íngreme”, conta ao DN, parando conseguir.’ Foi muito importante.
algumas vezes durante a descrição Eu também sabia que ia chegar lá,
que vai fazendo.
mas houve ali uma fase em que era
Pedro Martins ia junto ao con- tudo muito frustrante.”
dutor e o embate foi do seu lado.
Aos poucos, os resultados foram
Os primeiros exames que fez, no aparecendo, mas foram os desempróprio dia, nada
penhos “nos dois/três
acusaram. Mas, com
meses antes do Rio”
o passar dos dias, vieque se mostraram de“Quero o ouro
ram as dores. Primeicisivos”, com destamais do que
ro na zona do pescoque para a vitória na
ço e nas costas. DeTaça Internacional do
tudo”, refere
pois na não direita,
Brasil, disputada em
o algarvio
aquela com que joga.
março, em São Paulo,
“Sentia uma grande
que lhe abriu a porta
tensão na zona da
dos Jogos – em 2016,
cervical e com o passar do tempo leva 36 encontros disputados, tensempre que agarrava alguma coi- do vencido 27.
sa tinha dores. Tentava fazer força
Agora, quer que a sua história
e não conseguia. O problema foi ajude outros, principalmente os
avançando e também me apa- mais jovens. “O meu objetivo é
nhou a mão esquerda.”
motivá-los e fazê-los acreditar que
Veio o diagnóstico: uma com- tudo é possível. Acho que é um depressão medular na zona cervical, ver”, diz o jogador, ao mesmo temque lhe tinha danificado os nervos. po que espera ser colocado no próA fase seguinte foram os tratamen- ximo ano letivo de modo a iniciar a
tos, sempre por conta do jogador sua atividade de professor de Edudo Che Lagoense. Mas, de início, cação Física.
nada resultava. “Comecei a fazer
O atleta algarvio, que começou
várias coisas, desde fisioterapia, a jogar badminton aos 6 anos por
mesoterapia... Foi complicado influência do pai, também ele um
porque não sentia uma evolução. ex-praticante desta modalidade,
Passado cerca de um ano iniciei diz que chega aqui ao Rio 2016
outro tipo de tratamento, desta vez mais maduro e acredita que isso
à base de medicação, e foi só então pode fazer a diferença num pataque consegui recuperar.”
mar em que “todos os jogadores
são muito bons física e tecnicamente e o que conta mais é a força
Começar do zero
Com a parte clínica encaminhada mental”.
Pedro Martins não faz por me– ainda hoje tem de fazer vigilância
médica –, Pedro Martins queria nos. Depois dos sacrifícios por que
voltar à competição, já com o Rio passou nos últimos anos, estar no
2016 em mente. Regressou em abril Rio reforçou a sua confiança:
de 2014, muito, mesmo muito, lon- “Quero o ouro mais do que tudo.
ge dos lugares que davam acesso Acredite.”
GERARDO SANTOS / GLOBAL IMAGENS
segurar a raquete. Mas o sonho olímpico de Pedro Martins prevaleceu
Pedro Martins sobreviveu a acidente de jipe e a uma lesão cervical
POSTAL DO RIO
Irmão
castelhano
CÉU
NEVES
Jornalista
D
esculpa, vou pegar o
mapa. Em espanhol?
“Não dá? Então, vou pegar
em inglês.” Em inglês? Nós somos portugueses. Falamos a
mesma língua! E a rapariga do
posto de informações não sabe
o que responder. Já falou em
“espanholeiro”, juntou algumas
palavras inglesas... E, por fim,
justifica:“Desculpa. Sabe, é que
temos muitos turistas espanhóis, muitos argentinos.”
A Argentina e toda a América
Latina fazem fronteira com o
Brasil e até se aceitava a justificação se não estivéssemos a
falar de um país que fala a
nesma língua: português.
Acontece em Niterói, onde
Niemeyer projetou o maior
complexo arquitetónico depois
de Brasília e que está inacabado. Acontece em qualquer sítio
onde se entra no Rio de Janeiro,
incluindo a Aldeia Olímpica.
Acontece em Angra dos Reis,
praias e ilhas a 185 km do Rio e
que também respiram Jogos
Olímpicos, seja pelos cartazes,
seja pelo seu público que aproveita os dias de folga nas competições que acompanha para
ir além da grande cidade. Uma
ressalva: a confusão quanto à
origem não tem que ver com a
dicção do interlocutor. Uma
confirmação : é verdade, os argentinos andam por todo o
lado.
JOGOS OLÍMPICOS 2016
42
Como Michael
Phelps fintou
o abismo e
voltou ao trono
mais desejado
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
Phelps ergueu os dedos indicadores
para celebrar o retorno ao 1.º lugar
dos 200 m mariposa. Antes dele, só
o soviético Solnikov, em 1988, tinha
sido capaz de resgatar um título
individual, oito anos depois
Natação. A Bala de Baltimore, renascida após
mês e meio de internamento, fez história ao
recuperar o título dos 200 metros mariposa
RUI MARQUES SIMÕES
Nada melhor do que alguns traços
de vulgar humanidade para engrandecer ainda mais um ídolo e
as suas façanhas sobrenaturais. De
Michael Phelps, durante muitos
anos, esperou-se tudo menos a
queda no poço sem fundo do álcool e da depressão. Mas, depois
de provar a sua condição humana
– ao cair num “sítio mesmo muito
escuro” e sentir que “não queria viver mais” –, o melhor nadador de
todos os tempos conseguiu levantar-se com a grandeza que lhe era
reconhecida: o ponto alto desse
caminho de redenção aconteceu
na madrugada de ontem, quando
o norte-americano recuperou o título olímpico dos 200 m mariposa.
O atleta dos EUA continua a colecionar medalhas e fixar registos inéditos na história dos Jogos Olímpicos: na terça-feira à noite (madrugada de ontem em Portugal) alcançou
a 24.ª e a 25.ª da carreira olímpica
(20.ª e 21.ª de ouro). A segunda, conquistada na estafeta 4x200 m livres
(ao lado de Lochte, Dwyer e Haas)
deu-lhe o recorde de ouros (nove) e
medalhas olímpicas (11) em provas
de equipas, superando a compatriota Jenny Thompson, também nadadora. No entanto, a primeira – dos
200 m mariposa – foi mais especial,
e não apenas por Phelps se ter tornado o mais velho campeão olímpico de natação numa prova individual (31 anos e 40 dias) e ter igualado o máximo de títulos singulares de
Larissa Latynina, ex-ginasta soviética nascida na Ucrânia (14).
A vitória dos 200 metros mariposa foi especial, sim, porque permitiu
à Bala de Baltimore resgatar o único
título olímpico individual que tinha
perdido nas piscinas – em Londres
2012, ficou-se pela medalha de prata, atrás do sul-africano Chad Le
Clos (antes dele, só o soviético Vla-
dimir Salnikov tinha logrado recuperar um título individual na natação, os 1500 m livres em Seul 1988).
“Queria mesmo este de volta”, assumiu. E assegurou-o com um início
fulgurante, que permitiu deixar toda
a concorrência para trás, apesar da
aproximação do japonês Masato
Sakai (com uma ponta final fortíssima, ficou a quatro centésimos de
distância) e do húngaro Tamas Kenderesi (3.º, a 26 centésimos) no derradeiro parcial – Le Clos ficou em 4.º.
Uma inesperada decadência
No fim, o vencedor levantou-se na
piscina, ergueu os braços e elevou
os dedos indicadores, como quem
mostra que o n.º 1 voltou – para uma
ALÉM DE PHELPS
Katie e Katinka, as
rainhas das piscinas
› Só dois nomes ofuscam o
brilho de Michael Phelps
nas piscinas e ombreiam
com ele no topo do medalheiro individual nos Jogos
Olímpicos de 2016: a compatriota Katie Ledecky e a
húngara Katinka Hosszu.
Como ele, ambas têm três
medalhas já conquistadas
no Rio – e também deram
nas vistas na jornada de
terça-feira (madrugada
de ontem em Portugal).
Hosszu, de 27 anos, venceu
os 200 m estilos, com recorde olímpico – a sua terceira
medalha de ouro, após os
triunfos nos 100 m costas e
nos 400 m estilos. Já Katie
Ledecky, de 19 anos (ouro
nos 400m livres e prata em
4x100m livres), alargou o
domínio individual aos
200m livres. São as rainhas
das piscinas do Rio.
despedida em beleza, naqueles que
devem ser os seus últimos Jogos
Olímpicos. Mais do que para os espectadores ou para os outros nadadores, a mensagem podia ser para o
próprio Phelps, como quem prova a
si mesmo que foi capaz de voltar ao
trono (na disciplina predileta), de
uma forma que há dois anos parecia
impossível. Em setembro de 2014,
Phelps foi detido a conduzir sob influência de álcool: esteve suspenso
e imerso na depressão e parecia incapaz à ribalta. Conseguiu-o com a
ajuda de família, amigos (em especial, Ray Lewis, antigo jogador de futebol americano dos Baltimore Ravens) e do treinador Bob Bowman.
Na verdade, o processo de autoflagelação de Phelps começara muito antes, após os Jogos Olímpicos de
Pequim, onde batera o recorde de
medalhas de ouro numa só edição
(oito). “Depois de 2008, mentalmente, estava terminado. Mas sabia
que não podia parar de nadar, por
isso forcei-me a fazer algo que não
desejava. Durante quatro anos faltava a pelo menos um treino por semana. Pensava: ‘Que se lixe. Fico a
dormir. Falto na sexta-feira e tenho
um fim de semana prolongado...’”,
explicou à revista Sports Illustrated,
no ano passado.
Tamanho desprendimento não
impediu que o nadador aumentasse a aura lendária em Londres 2012
(mais seis medalhas, para então se
tornar o maior da história dos Jogos
com 22 – 18 de ouro). No entanto,
Phelps, que já fora apanhado a conduzir sob o efeito do álcool em 2004
e fotografado a fumar marijuana em
2009, sentia-se perdido: “Ao olhar
para trás, apercebi-me de que vivi
numa bolha durante algum tempo.”
E só se reencontrou após uma detenção policial, uma suspensão (de
seis meses, aplicada pela Federação
Phelps passou mês e
meio numa clínica de
reabilitação. Saiu de lá
revigorado, com paixão
renascida pela natação
de Natação dos EUA, levando-o a falhar os mundiais de 2015) e uma “intervenção” familiar que o obrigou a
procurar ajuda.
As lições do internamento
Phelps passou mês e meio (entre
outubro e novembro de 2014) internado numa clínica de reabilitação
no estado do Arizona. “Provavelmente foi a altura da vida em que
senti mais medo”, contou. Mas, contrariando as suas próprias expectativas, a terapia resultou. “Descobri
muita coisa sobre mim que provavelmente sabia, mas não queria perceber. Percebi que me via como um
atleta mas não como um ser humano”, explicou Phelps, que nas últimas semanas de tratamento se reaproximou do pai (Michael Fred),
com quem mantinha uma relação
complicada desde que os progenitores se separaram, na sua infância.
O nadador saiu da clínica como
um homem novo, mais magro e
barbudo. Não voltou a beber. E redescobriu o prazer de nadar, passando a treinar em piscinas de ar livre: “Sente-se uma energia diferente lá fora e é fantástico olhar o céu
azul, depois de nadar.” Os resulta-
JOGOS OLÍMPICOS 2016
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
AS 25 MEDALHAS
43
1
O título de 200 m mariposa rendeu a
24ª medalha olímpica a Michael
Phelps, o de 4x200 m livres a 25ª.
O nadador tem mais medalhas do
que 174 dos 206 países reconhecidos
pelo Comité Olímpico Internacional.
J. Olímpicos
Ouro
Prata
Bronze
TOTAL
21
2
2
Atenas 2004
Pequim 2008
Londres 2012
Rio 2016
6
8
4
3
0
0
2
0
2
0
0
0
EPA/DAVE HUNT
21 OUROS
dos surgiram mal voltou a competir,
após cumprir a suspensão. Nos nacionais dos EUA, que decorriam ao
mesmo tempo que os Mundiais de
2015, a Bala de Baltimore venceu
nos 100 e 200 metros mariposa e nos
200 m estilos com tempos que lhe
teriam dado para os títulos de campeão do mundo. “Isso aconteceu
porque trabalhei, recuperei, dormi
e cuidei de mim muito mais do que
alguma vez fizera”, descreveu. E a
concorrência ficou, desde logo, avisada para os Jogos Olímpicos.
Agora, está na hora de cumprir as
promessas, no Rio de Janeiro. O nadador – que já acrescentou três títulos olímpicos ao rico palmarés (domingo tinha ganho a final da estafeta 4x100 metros livres) – não tem
falhado. Phelps parece ter encontrado o equilíbrio que lhe faltava:
está noivo da namorada de longa
data (Nicole) e foi pai de um rapaz
(Boomer) em março. Foi junto deles
– e da mãe (Deborah), outra âncora
– que celebrou mal recebeu a medalha de ouro dos 200 m mariposa.
Esse é, afinal, o desfecho perfeito
para a epopeia que Michael Phelps
escreveu em Jogos Olímpicos desde
2004 – mesmo que o nadador ainda
Atenas 2004
100 m
200 m
200 m
400 m
4×200 m
4×100 m
mariposa
mariposa
estilos
estilos
livres
estilos
Pequim 2008
200 m
100 m
200 m
200 m
400 m
4×100 m
4×200 m
4×100 m
livres
mariposa
mariposa
estilos
estilos
livres
livres
estilos
Londres 2012
100 m
200 m
4×200 m
4×100 m
mariposa
estilos
livres
estilos
Rio 2016
200 m
4×100 m
4×200 m
mariposa
livres
livres
2
3
4
2 PRATAS
Londres 2012
200 m
4×100 m
mariposa
livres
2 BRONZES
Atenas 2004
200 m
4×100 m
livres
livres
MEDALHAS INDIVIDUAIS
MICHAEL PHELPS EUA
Natação 2004 – 2016
12
TOTAL 14
1
1
5
LARISA LATYNINA URSS
Ginástica 1956–1964
6
TOTAL 14
5
5
NIKOLAI ANDRIANOV URSS
Ginástica 1972–1980
6
3
3
TOTAL 12
deva estar, pelo menos, em mais
uma final (200 m estilos, na próxima
madrugada). “Os 200 m mariposa
eram o meu ganha-pão e esta foi a
última vez que os nadei. Poder ver o
n.º 1 ao lado do meu nome, mais
uma vez, nesta disciplina: não poderia ter escrito um melhor final”,
diz ele. A redenção fica completa.
1. Fehaid al-Deehani
venceu a prova de duplo
fosso olímpico e tornou-se o 1.º medalhado de
sempre como atleta independente – por o seu
país, o Kuwait, estar proibido de competir no Rio
2. Fora de prova ficou o
azeri Abdulayev, eliminado no boxe (-91 kg)
3. E o mesmo sucedeu, no
ténis, a Serena Williams
4. Kohei Uchimura foi
mais feliz: conservou o
título da prova individual all-around, de ginástica artística 5. Kristin
Armstrong celebrou
(exausta) a vitória no
contrarrelógio feminino
JOGOS OLÍMPICOS 2016
44
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
Célio cai à
primeira na festa
rija do refugiado
Misenga
JUDO Atleta do Benfica caiu
REUTERS/BRYN LENNON
diante de um judoca do
Benim que recebeu convite
da organização. Mas o dia foi
de um exilado do Congo
Ciclista português gastou mais dois minutos do que o medalha de ouro, o suíço Fabian Cancellara
COMITÉ OLÍMPICO DE PORTUGAL
Nélson Oliveira
pedalou para o
diploma. Alexis
iguala Yokochi
Portugal. Ciclista português terminou em
sétimo no contrarrelógio. Desde 1988 que
um nadador nacional não chegava às “meias”
RUI SALVADOR
Nélson Oliveira conseguiu ontem
o sétimo melhor tempo na prova
de contrarrelógio do Rio 2016, naquele que é o melhor resultado
nacional de sempre no “crono”
olímpico.
O ciclista natural de Anadia, que
é assim premiado com um diploma olímpico, fez uma prova em
crescendo. Nélson andou sempre
dentro dos quinze primeiros, e a
maior rapidez e regularidade ao
longo dos quilómetros – fez o melhor tempo do último parcial – valeu-lhe o lugar alcançado.
Num resultado melhor do que
o esperado, como assume o próprio, Nélson Oliveira terminou
o percurso de 54,5 quilómetros
em 1:14:15,27 horas, a cerca de
dois minutos do vencedor nada
surpreendente: o suíço Fabian
Cancellara.
O resto do pódio também não
contém nenhuma surpresa, com o
holandês Tom Dumoulin a conseguir a prata e o britânico Chris
Froome a chegar ao bronze.
Depois da corrida, Nélson Oliveira era um ciclista satisfeito, mesmo admitindo que não esteve nos
seus melhores dias.
“Se calhar o resultado foi melhor
do que esperava. Hoje [ontem],
principalmente ao início, sentia-me lento. É claro que não foi um
dos meus melhores dias. O circuito
era duro, o tempo também não
ajudava, mas foi igual para todos.
Estou contente com o sétimo lugar”, afirmou Nélson Oliveira.
O ciclista disse ainda estar “contente com o diploma”, porque “há
poucos desportistas em Portugal
que o têm”. “Vou continuar a trabalhar para conseguir chegar às medalhas”, acrescentou.
Alexis volta a surpreender
Quem representou também de
forma exemplar a bandeira nacional no dia de ontem foi Alexis
Santos. Depois de bater o recorde
nacional nos 400 metros estilos, o
atleta do Sporting conseguiu a
qualificação para as meias-finais
dos 200 metros estilos, que se disputaram durante esta madrugada. Com o 12.º melhor tempo nas
Alexis Santos terminou as eliminatórias na 12.ª posição
RESULTADOS
TÉNIS DE MESA
Singulares masculinos
Marcos Freitas
eliminado nos quartos-de-final
TIRO
50 metros
João Costa
11º lugar
CICLISMO
Contrarrelógio
Nélson Oliveira
7º lugar
FUTEBOL
Portugal-Argélia
1-1
Apurados para os quartos-de-final
VELA
Laser
Gustavo Lima
8º lugar
LASER RADIAL
Sara Carmo
13º lugar
NATAÇÃO
200 m estilos masculinos
Alexis Santos12.º apurado para a meia-final
Diogo Carvalho
19º eliminado
João Sousa
estreia adiada
*Alexis Santos disputou as meias-finais
na última madrugada
eliminatórias, o nadador faz um
“balanço positivo”. Desde Alexandre Yokochi, em Seul, no ano
de 1988, que um nadador português não chegava a uma meia-final na natação.
Na vela, os resultados também
foram positivos, com melhorias relativamente às regatas de terça-feira. Gustavo Lima, em Laser, foi 15.º
na primeira regata e 8.º na segunda, estando agora no 16.º lugar da
geral. Já Sara Carmo, em Laser Radial, conseguiu um 18.º lugar na
primeira regata e terminou em 13.º
na segunda. É 26.ª na geral.
No tiro, depois de já ter sido eliminado na competição de tiro a 10
metros, João Costa falhoua qualificação para a final de tiro a 50 metros, tendo alcançado novamente
a 11.ª posição.
Marcos Freitas, no ténis de
mesa, foi eliminado, na madrugada de terça-feira, pelo japonês Jun
Mizutani, por 4-2. Mesmo assim,
ao cair apenas nos quartos-de-final
e terminar em quinto lugar, consegue a melhor classificação portuguesa de sempre em ténis de mesa
nos Jogos Olímpicos.
Célio Dias apostava forte na sua
estreia em Jogos Olímpicos, mas
acabou afastado do torneio de judo
(-90 kg) logo ao primeiro combate.
Com Telma Monteiro, sua amiga
de infância e medalha de bronze no
Rio, nas bancadas da Arena Carioca
2, o judoca do Benfica, 21.º do mundo, foi surpreendido por Celtus Dossou, do Benim, que chegou ao Rio
através de convite da organização e
como 220.º do mundo.
Célio, que até abdicou da sua participação na cerimónia de abertura
para não atrapalhar a preparação
para o combate, ainda esteve em
vantagem por um ponto, mas acabou batido por ippon dentro do
tempo regulamentar. “Não acho que
tenha acusado ansiedade. O meu
adversário é que teve um momento
muito bom. A primeira lição que
aprendemos no judo é a cair. Hoje
caí, mas amanhã vou levantar-me
mais forte”, disse o português, penúltimo a entrar em ação na modalidade – hoje é a vez de Jorge Fonseca, atleta do Sporting, em -100 kg.
Já para o refugiado Popole Misenga o dia foi de festa. Natural do Congo e exilado no Brasil desde 2013,
aprendeu judo ainda no seu país natal num centro de acolhimento na
capital Kinshasa, para onde foi levado aos 9 anos após a morte da mãe,
vítima da guerra naquele país africano. Em 2013, aproveitou uma deslocação ao Brasil para uma prova internacional para pedir asilo. Misenga foi tratado como um atleta da
casa na Arena Carioca 2, onde teve
direito a duas das maiores ovações
do dia, quando derrotou o indiano
Avtar Singh na 1.ª ronda e quando foi
aplaudido de pé após perder para o
coreano Donghan Gwak, atual campeão mundial e que viria a ficar com
uma das medalhas de bronze (a
outra foi para o chinês Xunzhao
Cheng). O ouro foi para o japonês
Mashu Baker e a prata para Varlam
Liparteliano, da Geórgia. P.S.
Célio Dias foi eliminado
na primeira ronda
JOGOS OLÍMPICOS 2016
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
FINAIS
Robel Kiros Habte
representou a
Etiópia na natação
e exibiu um físico
fora do comum
para um nadador
AGENDA NACIONAL DIA 6
Halterofilismo
-69 kg (masculinos)
1 Shi Zhiyong
China
2 Daniyar Ismayilov Turquia
3 Izzat Artykov
Quirguistão
352 kg
351 kg
339 kg
Natação
200 m livres (femininos)
1 Katie Ledecky
EUA
2 Sarah Sjostrom Suécia
3 Emma Mckeon Austrália
1:53.73
1:54.08
1:54.92
Natação
200 m mariposa (masculinos)
1 Michael Phelps EUA
1:53.36
2 Masato Sakai
Japão
1:53.40
3 Tamas Kenderesi Hungria
1:53.62
Natação
200 m estilos (femininos)
1 Katinka Hosszu Hungria 2:06.58 (RO)
2 Marie O’Connor Grã-Bretanha 2:06.88
3 Madeline Dirado EUA
2:08.79
Habte, o etíope que
escolheu a natação
para ser diferente
Insólito. Tal como em Sydney 2000, os 100 metros livres voltaram a ter um nadador atípico
CARLOS NOGUEIRA
Robel Kiros Habte não conquistou
nenhuma medalha, bem longe disso, mas viveu um dia que jamais irá
esquecer. Foi ovacionado pelo público que assistia, na piscina olímpica, às eliminatórias dos 100 metros livres. Isto apesar de ter sido,
provavelmente, o pior nadador a
entrar em prova nos Jogos do Rio
de Janeiro. E de resgatar a memória
do célebre Eric Moussambani, da
Guiné Equatorial, nos Jogos de
Sydney 2000. Mas já lá vamos...
Habte, de 24 anos, foi o representante da Etiópia na natação, um
país mais conhecido pelas suas estrelas nas provas de fundo de atletismo, mas, como o próprio afirmou, optou pelas piscinas porque
“queria ser diferente”. É o único nadador profissional do seu país, mas
as diferenças físicas para os adversários eram bem visíveis logo à partida... desde logo por uma barriga
saliente, em vez do corpo muscula-
MEDALHEIRO 2016
País
1 Estados Unidos
2 China
3 Japão
4 Coreia do Sul
5 Hungria
6 Austrália
7 Rússia
8 Itália
9 Grã-Bretanha
10 França
43 Portugal
10
9
6
4
4
4
3
3
3
2
0
9
3
1
2
1
0
7
5
3
3
0
9
8
10
2
1
5
3
2
6
1
1
Total
28
20
17
8
6
9
13
10
12
6
1
do da concorrência. Cumpriu a
distância em 1.04,95 minutos. Ou
seja, mais 17,05 segundos do que o
mais rápido, Kyle Chalmers, da
Austrália. Ainda assim, um tempo
mais aceitável do que o da outra
“estrela” olímpica que em 2000 deixou o mundo espantado: Eric
Moussambani, que percorreu a
mesma distância em 1.52,72 minutos. Na altura, este guineense também foi aplaudido de pé durante a
prova e, incrivelmente, não ficou
em último porque dois outros nadadores foram desclassificados por
falsa partida.
Moussambani apareceu em
cena com um pequeno calção de
banho azul e uma técnica desajeitada. Começara a nadar a sério
poucos meses antes dos Jogos de
Sydney, assim que a Guiné recebeu
o convite do Comité Olímpico Internacional. Passou então a treinar
na piscina de 12,5 metros de um
hotel, largando de vez os lagos.
Hoje, “a enguia”, como foi batizado
pelos ingleses, é o selecionador de
natação da Guiné Equatorial e, graças à sua epopeia nos Jogos, o país
tem agora duas piscinas de 50 metros, como a que ele viu pela primeira vez em Sydney.
Robel Kiros Habte parece bem
melhor do que Moussambani, mas
entra desde já na história do Rio
2016. “Não foi o meu melhor tempo hoje. Faço 59 segundos, mas nadei 1,04. Não sei dizer porquê. Mas
são os Jogos Olímpicos e estou
muito feliz por ter aqui estado”, finalizou o radiante etíope.
Natação
Estafeta 4 x 200 m livre (masculinos)
1 EUA
7:00.66
2 Grã-Bretanha
7:03.13
3 Japão
7:03.50
11.30
Golfe (masculinos)
Filipe Lima
Ricardo Melo Gouveia
14.00
Judo
-100 kg (masculinos) – eliminatórias
Jorge Fonseca
(final às 19.30, caso se apure)
17.00
Vela
RS:X (masculinos) – dia 3
João Rodrigues
17.20
Natação
800 m livres (fem.) – eliminatórias
Tamila Holub
23.55
Badminton
Individual (femininos) – fase grupos
Telma Santos (vs. Li Xuerui, Chi)
03.01
Natação
200 m estilos (masc.) – final
Alexis Santos *
(caso se apure esta madrugada)
DESTAQUES DE HOJE
Ciclismo de estrada
Contrarrelógio (femininos)
1 Kristin Armstrong EUA
44:26.42
2 O. Zabelinskaya Rússia
44:31.97
3 A. Breggen
Holanda
44:37.80
Ciclismo de estrada
Contrarrelógio (masculinos)
1 Fabian Cancellara Suíça
1:12.15
2 Tom Dumoulin Holanda
1:13.02
3 Chris Froome
Grã-Bretanha 1:13.17
Tiro
Pistola 50 m (masculinos)
1 Jin Jong-Oh
Coreia Sul
2 Hoang Xuan Vinh Vietname
3 Kim Song Guk
Coreia Norte
193.7
191.3
172.8
Canoagem slalom
K1 (masculinos)
1 Joseph Clarke
Grã-Bretanha 88.53
2 Peter Kauzer
Eslováquia
88.70
3 Jiri Prskavec
Rep.Checa
88.99
Tiro
Duplo Fosso (masculinos)
1 Fehaid Aldeehani Independentes
2 Marco Innocenti Itália
3 Steven Scott
Grã-Bretanha
Levantamento de peso
Até 69kg (femininos)
1 Yanmei Xiang
China
2 Zhazira Zhappa Cazaquistão
3 Sara Ahmed
Egito
261kg
259
255
Saltos para a água – Trampolim 3 m
sincronizado (masculinos)
1 Laugher/Mears Grã-Bretanha 454.32
2 Dorman/Hixon Estados Unidos450.21
3 Cao/Qin
China
443.70
Ginástica artística
Individual geral (masculinos)
1 Kohei Uchimura Japão
92.365
2 Oleg Verniaiev
Ucrânia
92.266
3 Max Whitlock
Grã-Bretanha 90.641
1
2
3
3
Judo
Peso médio -70 kg (femininos)
Haruka TachimotoJapão
Yuri Alvear
Colômbia
Sally Conway
Grã-Bretanha
Laura Koch
Alemanha
1
2
3
3
Judo
Peso médio -90 kg (masculinos)
Mashu Baker
Japão
Varlam Liparteliani Geórgia
Xunzhao Cheng China
Donghan Gwak Coreia do Sul
45
nhecido o resultado das meiasfinais (onde entram o japonês
Jun Mizutani e o bielorrusso
Vladimir Samsonov, a partir das
14.00), quase que já se pode
perguntar: quem vai prolongar
a dinastia chinesa nos Jogos
Olímpicos, o nº 1 mundial, Ma
Long, ou o campeão de 2014,
Zhang Jike? Resposta a partir
da 01.30.
03.01
Natação
200 metros estilos (masculinos)
De novo Phelps.
Com Alexis?
› Se tudo tiver corrido como o esperado nas meias-finais de 200
m estilos (realizadas na madrugada de hoje, após o fecho
desta edição), esta deve ser a
derradeira final individual de
Michael Phelps em Jogos
Olímpicos, com o nadador dos
EUA a correr pela 26ª medalha
olímpica e a reeditar os velhos
duelos com o compatriota Ryan
Lochte. Falta saber se entre os
finalistas estará Alexis Santos,
que nas eliminatórias de ontem
tinha conseguido um histórico
apuramento para as meias-finais, com o 12º melhor tempo.
MAIS FINAIS DE HOJE
20.00
Ginástica artística
Individual all-around (femininos)
Trono olímpico à
espera da rainha Biles
› Aos 19 anos, Simone Biles já é a
nova rainha da ginástica artística
mundial. E, depois de ter ganho
os títulos individuais all-around
nos três últimos campeonatos do
mundo (e outras 11 medalhas,
sete de ouro), a norte-americana
tem o trono olímpico da disciplina
à sua espera – desde que confirme o favoritismo nesta noite.
Biles – que já guiou os EUA ao
ouro na competição por equipas –
dominou claramente a qualificação realizada no domingo e é uma
forte candidata ao ouro nas finais
de salto/cavalo (dia 14), trave (14)
e solo (16).
01.30
Ténis de mesa
Singulares (masculinos)
Ma Long ou Zhang Jike
na dinastia chinesa
› A hegemonia da China no ténis de
mesa é quase total. Das 28 medalhas de ouro atribuídas pela
modalidade desde a sua estreia
em Jogos Olímpicos, em 1988 –
em singulares, pares e equipas
masculinos e femininos – ,só quatro escaparam aos chineses, e a
última vez que isso sucedeu foi
em 2004 (em favor do sul-coreano Ryu Seung-Min. Por isso,
mesmo que ainda não seja co-
14.12
Remo
Four-skiff (masculinos)
14.24
Remo
Four-skiff (femininos)
14.44
Remo
Par (masculino)
15.04
Remo
Double-skiff (femininos)
15.24
Remo
Double skiff (masculinos)
15.44
Remo
LWT Quatro (masculinos)
16.00
Tiro
Carabina 3 posições 50 m (femininos)
18.15
Canoagem slalom
C2 (masculinos)
19.00
Canoagem slalom
K1 (femininos)
20.40
Judo
-78 kg (femininos)
20.43
Tiro com arco
Individual (femininos)
21.01
Judo
-100 kg (masculinos)
22.25
Ciclismo de pista
Velocidade por equipas (masculinos)
22.30
Esgrima
Espada por equipas (femininos)
23.00
Râguebi de sevens (masculinos)
02.17
Natação
200 m bruços (femininos)
02.26
Natação
200 m costas (masculinos)
03.18
Natação
100 m livres (femininos)
46
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
DESPORTO
Rafa. FC Porto
sonha, Benfica
espera, Mónaco
é hipótese
também séria
“FC Porto
não pode estar
um quarto ano
sem títulos”
FC PORTO Nuno Espírito
Santo, na antevisão ao encontro com o Rio Ave, diz
que o jejum de troféus tem
de terminar esta época
Mercado. Internacional português bastante
cobiçado. Águias e dragões não chegam aos
valores pedidos, ao contrário dos franceses
anos, mas só nas últimas semanas
fez uma proposta ao clube de Braga. Os valores andam na casa dos
20 milhões de euros e o próprio joRafa é o nome do momento no fu- gador está inclinado em seguir a
tebol português. Não ficará em carreira naquele país, ao contrário
Braga, mas neste momento tam- da Rússia. Mas neste caso também
bém está complicada a sua perma- nem tudo está preto no branco,
nência no nosso país, sobretudo ainda que, para já, financeiramenporque o presidente António Sal- te seja este o negócio que mais
vador não quer baixar dos 20 mi- agrada a António Salvador, presilhões pela sua transferência. Dos dente dos arsenalistas.
E é o facto de também esta trangrandes, o FC Porto é o mais interessado, ao passo que o Benfica ad- sação (como a que envolve o
mite avançar para o campeão eu- FC Porto) não estar concluída que
ropeu se vender, por exemplo, Sal- dá esperança ao Benfica. Os encarvio e/ou Carrillo, que têm vários nados também sempre tiveram Raclubes interessados. Mas, segundo fa referenciado, mas só admitem
o DN apurou, também o Mónaco, avançar para a sua contratação caso
de Leonardo Jardim, antigo técni- vendam alguns dos seus principais
co do extremo, realizou nas últimas jogadores até final do mês.
Há dois que têm vários clubes insemanas uma oferta ao Sp. Braga.
O FC Porto fez, até ao momen- teressados e que até podem sair anto, três ofertas pela contratação de tes do final do mês, concretamente
Salvio e Carrillo. AmRafa, isto desde janeibos têm propostas de
ro. Tal como o DN reItália e Inglaterra e as
velou, há cerca de três
Clube minhoto
águias não fecham a
semanas os azuis e
tem apenas
porta às suas saídas,
brancos e o Sp. Braga
mas sempre por valochegaram a um pré30% do passe do
acordo para a transfecampeão europeu res acima dos 25 milhões de euros. Caso
rência, a troco de 20
algum clube faça a
milhões de euros.
vontade ao Benfica, e
Posteriormente, contudo, as partes afastaram-se por- satisfaça as pretensões dos jogadoque o clube da Invicta não conse- res, então aí os encarnados avançaguiu reunir as condições financei- rão para Rafa. Poderá ser tarde,
ras necessárias para concretizar o dado o interesse do FC Porto e o ennegócio, nomeadamente a venda tendimento que já existe entre Sp.
Braga e Mónaco, mas a verdade é
de alguns jogadores.
Rafa também tinha recusado que as águias não podem chegar
uma oferta do Zenit de São Peters- aos valores exigidos pelos bracaburgo, da Rússia, dando preferên- renses sem primeiro venderem.
O campeão nacional, segundo
cia à oferta do clube liderado por
Pinto da Costa. Contudo, o tal pré- dados recolhidos, pediu para ser
-acordo entre FC Porto e Sp. Braga avisado das últimas démarches de
(curiosamente garantido numa FC Porto e Mónaco. Luís Filipe
reunião a sul do país) demorou a Vieira, presidente do clube da Luz,
ser fechado pela tal falta de liquidez não admite fazer loucuras pela
do emblema dos dragões, algo que contratação de Rafa, mas é tamfoi aproveitado pelo Mónaco, do bém um dos apreciadores do intercampeonato francês.
nacional português, pelo que não
Há muito que a equipa de Leo- está descartada uma oferta de últinardo Jardim segue o jogador de 23 ma hora, isto se outros negócios
PAULO JORGE MAGALHÃES / GLOBAL IMAGENS
CARLOS NOGUEIRA, GONÇALO
LOPES e ISAURA ALMEIDA
Rafa é um dos jogadores mais cobiçados do momento em Portugal
(saídas do plantel) estiverem também bem encaminhados. Como o
DN revelou, Salvio, por exemplo,
tem uma oferta do AC Milan.
Empresário confirma interesse
António Araújo, empresário do jogador, confirmou ontem o interesse de Benfica e FC Porto, mas salienta que não há qualquer tipo de
entendimento.
“Há uma perfeita intenção da
parte dos dois clubes em contratar
o Rafa Silva. Há uma intenção legítima, de ambos os clubes, em viabilizar a contratação”, começou por
dizer o empresário à Rádio Renascença, admitindo um jogo de paciência com o Sp. Braga.
“Tenho de respeitar as partes
que querem contratar (Benfica e FC
Porto). Quanto à parte vendedora
(Sporting de Braga), estou a ter a paciência devida para tentar ultrapassá-la, no seu devido momento. (O
entendimento) já esteve mais longe
do que o que está nesta altura”, disse.
O passe de Rafa Silva está repartido entre Sporting de Braga (30%),
a Gestifute, empresa comandada
pelo agente Jorge Mendes (50%), e
ainda o empresário António Araújo (20%).
ESTRATÉGIA
Nuno Espírito Santo
não fala de Rafa
› O FC Porto é um dos clubes
mais interessados na contratação de Rafa. Ainda assim, o
treinador dos azuis e brancos
preferiu não comentar
ontem a possível contratação
do internacional português.
“Não falo de jogadores que
saem na comunicação social,
esse não é o meu trabalho,
falo apenas dos jogadores
com quem trabalho”, revelou
o treinador, não descartando
também a continuidade de
Aboubakar, que tem sido
apontado a várias equipas,
nomeadamente após a chegada do belga Depoitre. “O
Aboubakar não é uma carta
fora do baralho, mas sabíamos que nem todos ficariam.
O importante é que tudo se
resolva, pois são todos bons
profissionais, que respeitamos”, salientou o técnico português.
Nuno Espírito Santo estreia-se
amanhã, oficialmente, como treinador do FC Porto na deslocação
ao terreno do Rio Ave, naquele que
é o jogo que abre o campeonato
nacional 2016-2017.
Mandou o sorteio que Nuno fizesse o seu primeiro jogo como
técnico portista em Vila do Conde
e diante de um clube que conhece
bem e de onde saltou para o Valência. “Ir a Vila do Conde será sempre
especial. Tenho lá amigos mas vou
para competir. Vou regressar a um
estádio no qual partilhei muito trabalho e dedicação. Jogo difícil.
Campo tradicionalmente difícil,
uma boa equipa. Trabalhamos
muito e bem. Queremos competir
e jogar. Vamos motivados”, prometeu em conferência de imprensa.
Segundo Nuno “todos os começos de época são difíceis”, mas isso
não o desmotiva. Bem pelo contrário: “A equipa está bem mas é
um processo em crescimento.
Quero que ela cresça de forma sustentada.”
Por isso não deu muito ênfase
quando lhe foi perguntado em que
posição parte o FC Porto na luta
pelo título. “Neste trabalho estivemos a dedicar muito trabalho aos
jogadores e à nossa equipa. Neste
momento, não estou preocupado
com os adversários; só no nosso caminho e o quão fortes temos de ser
para chegar às vitórias. E com as vitórias chegam os títulos. O FC Porto não pode estar um quarto ano
sem conseguir um título”, afiançou
o técnico que saiu a meio da última
época do Valência devido aos maus
resultados.
Agosto é um mês importante
para a nação azul e branca, que disputa com os italianos da AS Roma
uma entrada na fase de grupos da
Liga dos Campeões e visita Alvalade na 3.ª jornada do campeonato.
Contudo, o técnico recusa apelidar
de decisivo o que se vai passar até
ao fim deste mês: “Decisivos são
todos os dias. Todos são decisivos
pelo rendimento. Todos os dias
aqui são decisivos. Treino, jogo,
jogo, treino, descanso.”
A finalizar, Nuno deixou uma
mensagem solidária aos bombeiros e às vítimas dos incêndios.
“Queria deixar uma palavra de ânimo e coragem para as pessoas que
estão a ser afetadas pelos fogos e
também para os bombeiros”, referiu o técnico na sua última intervenção.
Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias
DESPORTO
47
TONY DIAS/GLOBAL IMAGENS
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Avançado sérvio do Sp. Braga, à esquerda, em ação na Supertaça frente ao compatriota Fejsa
Stojiljkovic na lista para
reforçar ataque leonino
Sporting. Internacional sérvio do Sporting de Braga agrada a Jesus
pelo poderio físico e agilidade, mas não é prioridade em Alvalade
BRUNO PIRES
Nikola Stojiljkovic, avançado do
Sporting de Braga, consta na pequena lista de nomes que o Sporting tem para reforçar o ataque até
final do presente mês de agosto, altura em que o mercado de transferências encerra.
O sérvio de 23 anos reforçou os
bracarenses há um ano, proveniente do Cukaricki, pela módica
quantia de 750 mil euros relativos a
80% do passe. Entretanto, valorizou-se. Foi peça fulcral na equipa
treinada por Paulo Fonseca, de tal
forma que foi chamado ineditamente pela sua seleção, com a qual
já contabiliza quatro encontros.
O DN sabe que já existiram algumas conversas informais entre
Sporting e Sporting de Braga para
aquilatar de que forma o negócio
podia concretizar-se. Ao que o DN
apurou, António Salvador, presidente do emblema minhoto começou por pedir oito milhões de
euros, uma verba considerada irreal pelo vice-campeão nacional.
No entanto, a operação, após algumas negociações, pode ser feita por
cinco milhões de euros com a entrada de algum jogador excedentário do Sporting no negócio – Paulo
Oliveira foi um nome abordado
com o Sporting de Braga quer em
relação ao avançado, quer em rela-
ção ao médio Vukcevic, também
quadro do Sporting de Braga.
Ainda assim, Stojiljkovic não é
uma prioridade para Jorge Jesus,
que vê no sérvio uma boa possibilidade caso os nomes que encabeçam a lista falharem. Entre eles está
o holandês Luc Castaignos, que representa o Eintracht Frankfurt. Os
alemães pedem cinco milhões de
euros, a mesma verba que o Sporting de Braga exige para libertar
Stojiljkovic, que marcou 15 golos
em 46 encontros na época passada.
Avançado custou
750 mil euros há um
ano. Agora, o Sp. Braga
exige cinco milhões
Mas há outra possibilidade de o
sérvio rumar a Alvalade... juntamente com Castaignos. E aqui entra Islam Slimani, que continua a
ser muito pretendido, principalmente por emblemas ingleses. Na
eventualidade de o Sporting vender o magrebino, Stojiljkovic passa
a ser uma opção a ter (ainda mais)
em conta. A juventude do sérvio
– 23 anos –, bem como a sua disponibilidade e robustez física, fazem
de Stojiljkovic um futebolista sinalizado em Alvalade e com caracte-
rísticas que agradam a Jorge Jesus,
que prefere um futebolista móvel
para compor a sua frente de ataque
de dois elementos.
Uma coisa parece certa, o Sporting está muito ativo no mercado e
o ataque vai ser reforçado, pois é
uma urgência depois das saídas
por empréstimo dos sul-americanos Barcos e Teo Gutiérrez. Estas
cedências permitiram ao Sporting
aliviar a sua folha salarial em mais
de 3,5 milhões de euros anuais, valor considerável e que pode ser
reinvestido em vencimentos. E isto
sem esquecer Aquilani, cujo ordenado ultrapassa os dois milhões de
euros brutos por ano. O médio italiano não conta para Jesus, tem
mais um ano de contrato e o Sporting e a sua saída seria bem vista
por todos os intervenientes.
Refira-se que até ao fim do mercado o Sporting deseja consumar a
contratação do central Douglas,
sendo que o jogador continua a ser
um entrave à conclusão do negócio entre o clube de Alvalade e o
Trabzonspor. O brasileiro recusa-se
a baixar o vencimento para um milhão de euros líquidos, metade do
que aufere na Turquia.
Contudo, é bom realçar que
centrais não faltam em Alvalade.
Para além dos intocáveis Coates e
Rúben Semedo, há ainda os transferíveis Naldo, Paulo Oliveira e
Ewerton.
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QUINTA-FEIRA
11 de agosto de 2016
Ano 152.º, N.º 53 805
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móvel 0,25€/minuto, sendo ambas taxadas ao segundo após o 1º minuto. Valores sujeitos a IVA. Dias úteis, das 7h às 18h. Fax: 21 924 19 95 – E-mail: [email protected].
FOLHETIM DO DN PALÁCIO DE VERÃO (11)
Cruzamento entre férias
FICÇÃO POLÍTICA. “Sabe, doutor António Costa, vocês têm a esquerda mais ou menos resolvida ou, enfim, tentando. Mas eu tenho
de me preocupar com o país inteiro... e com a direita também”, começou Marcelo. Era a última audiência antes da rentrée política
P
Por Ferreira Fernandes
PR e PM, na sua mesinha de pé-de-galo
habitual, no gabinete de trabalho presidencial. António Costa, ainda mais moreno, mas já sem a barba que deixara crescer
por alguns dias de férias. Marcelo Rebelo
de Sousa com ar cansado – depois do Brasil
ainda tinha dado um saltinho ao Porto. No
Palácio de Belém, aparentavam ambos o
que era natural, um vindo de férias do Algarve, outro, partindo para lá. Era a última
reunião antes de o ano político reiniciar.
Costa, porque com mais energia, achou
que devia quebrar o gelo, que era exatamente o que não havia: “Vejo que insiste
em provar que este é um Palácio de Verão,
e não de Inverno.” Queixava-se mais uma
vez da mania de Marcelo de nunca, mas
mesmo nunca, ligar o ar condicionado. Lá
fora, Portugal ardia; lá dentro, os dois políticos estufavam.
No tampo redondo, Costa colocara os jornais da manhã. As capas publicavam em
letras gordas a visita inesperada, na véspera, do PR ao Porto, e a imagem da selfie de
Marcelo e Rui Moreira, com a Ponte D. Luís
ao fundo. Marcelo sorriu: “Uma coisa vai
com a outra.” António Costa ergueu as sobrancelhas, o que é a sua pergunta favorita.
Marcelo fez-lhe a vontade: “Ter ido ao
Porto”, e apontou os jornais, “tem que ver
com os meus esforços, que são partilhados
por si, em fazer de verão este Palácio, isto é,
de encontrar soluções.” E rematou:
“Palácio de Inverno, de ser tomado de assalto, é que não será.”
O PR e o PM passaram para o balanço
morno que cabia fazer desde a última
quinta-feira de encontro semanal. [Nota
do folhetinista – sendo isto ficção política,
o fogo que lá fora ardia era fátuo]. Nessa altura, à falta de sanções, o Presidente decretara: “A crise política evaporou-se.” E já era
dado de barato – se tudo corresse sem as
inevitáveis surpresas – que o governo iria
aguentar-se até às autárquicas, dali a um
ano. “Ouviu o Marques Mendes no domingo? Ele já deu isso como garantido...” Costa
sorriu, teve a sensação de ouvir um eco
reproduzido pela montanha e que lhe era
trazido pela fonte inicial.
“Tenho de confessar que não esperava que
as relações do PC e do Bloco com o governo
corressem tão bem”, insistiu o Presidente.
“E parecem estar dispostos a ir mais longe...
Reparou na entrevista do professor Louçã
ao Jornal de Negócios?” Plácido, Costa disse
que não, estava de férias. “Ah, mas é para ler,
é para ler... Ele disse que essas reuniões a
três que vocês têm de coordenar, sempre
separados, deviam acabar.” O PM pôs ar
compungido: “Na verdade, elas eram a
quatro, porque também as fazemos com
os Verdes...” Lamentou o PR: “Está a ver!
Uma perda de tempo.”
António Costa pôs o seu melhor sorriso
de otimista irritante e decidiu revelar:
“Há pouco eu disse eram a quatro. Por sugestão dos nossos parceiros, as reuniões
vão passar a ser conjuntas.” Marcelo ficou
radiante: “Está a ver! Há como que um espírito novo, é extraordinário.” E inclinou-se para dizer que, dias antes, naquela
mesma sala, o representante do PAN deixara de ser talibã nas questões dos animais e estava disposto a uma moratória
sobre as touradas. O PM pôs cara de póquer, sobre aquele assunto preferia ser ele
a ceder, ganhando assim um voto para
problemas mais urgentes... Mas Marcelo
estava encantado: “Para mostrar boa vontade, você não vai acreditar, ele até estava
disposto a ir para forcado, que é uma espécie de toureiro reformista...” António
No dia seguinte
à audiência com
o Presidente, Costa iria
encontrar-se segunda vez,
este ano, mano a mano
e escondidos, com o líder
do PSD...
Costa pagou para ver o cartear seguinte
e guardou a cara de póquer.
“E chegámos ao Porto, não é?”, disse
Marcelo. Recostou-se, porque a cadeira era
de espaldar e braços, e pôs-se a desenhar
mistérios no tampo da mesa de pé-de-galo. “Sabe, doutor António Costa, vocês
têm a esquerda mais ou menos resolvida
ou, enfim, tentando. Mas eu tenho de me
preocupar com o país inteiro... e com a direita também”, começou Marcelo. Parou de
passear o dedo porque não resistiu a uma
piada: “Por mais que a direita esteja pequena... É que não desdenho dos pequenos,
como sabe, as duas únicas entrevistas que
dei em Portugal, desde que sou Presidente,
foi ao Mensageiro de Bragança e à Rádio
Terra Quente, de Mirandela.”
“Bom...”, disse, para retomar a explicação.
Mas não, lembrara-se de outro dado: “Leu
o Expresso? Já me encontrei consigo 137
vezes, e com o líder da oposição só uma
vez.” Urgia que a direita se recompusesse,
pois o enquistamento de Passos Coelho
não servia, “nem o favorece a si, que bem
precisamos de experimentar todas as boas
vontades.” Enfim, o encontro com Rui
Moreira era uma procura da rolha, entre
outras, para soluções futuras...
Costa disse que achava bem. E não disse
que iria desempatar com Marcelo. Já em
janeiro, no Parlamento, o primeiro-ministro desenfiara-se no corredor do PSD e só
apareceu meia hora depois de um encontro com Passos. “Nada transpirou”, disseram os jornais. Ora, no dia seguinte à audiência com o Presidente, Costa iria encontrar-se segunda vez, este ano, mano a
mano, com o líder do PSD...
Continua amanhã. Leia os episódios anteriores do Folhetim de Verão em www.dn.pt
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CADERNO COMERCIAL | EDIÇÃO SUL
Quinta-feira 11 de agosto de 2016
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PRODUTOR DO DOURO
lança branco de 2015
Quinta do Pôpa propõe ‘Contos da Terra’ no copo e pé na areia
C
om o verão e o calor instalados, é
tempo de pensar
ou gozar férias! A
praia é o destino
de eleição nesta altura do
ano e por isso a Quinta do
Pôpa sugere uma dupla
que se prevê de sucesso:
‘Contos da Terra branco
2015’ no copo e pé na areia!
Com um PVP de 4,90 € a
garrafa, esta é uma excelente opção para beber
a solo ou a acompanhar
saladas, peixe e carnes
brancas. O ‘Contos da
Terra branco 2015’ resulta
do blend das castas viosinho, rabigato, esgana-cão
e gouveio.
É um branco contemporâneo, cheio de juventude, aroma frutado
e apelativo. Francisco
Montenegro e João Menezes, a dupla de enólogos da Quinta do Pôpa,
conduzem-nos numa
prova mais detalhada: de
cor citrino-esverdeado, é
um branco onde o nariz é
expressivo no aroma tropical, evidenciando-se o
ananás, com nuances de
manga. No final marcam
presença aromas de folhas de chá secas.
No palato a entrada é suave, a boca mostra um volume atraente e um final
refrescante. A Quinta do
Pôpa nasceu para criar
“Vinhos de Homenagem”; de homenagem “ao
Douro, à Família Pôpa, às
Senhoras da Família”, ao
enólogo “Luís Pato” (impulsionador e consultor
inicial do projeto) e a
“Francisco Ferreira (Pôpa)”, o sonhador e motor
do projeto. Já falecido, foi
por ele que José Ferreira
(filho do Pôpa), primeiro, e agora Stéphane e
Vanessa Ferreira (netos
do Pôpa) dão vida e alma
ao negócio.
Resultado de uma seleção das melhores castas
da região, a marca ‘Contos da Terra’ traduz-se
numa homenagem ao
Douro, sendo atualmente composta por duas referências: branco e tinto.
A Quinta do Pôpa é uma
“janela sobre o rio Douro”. Propriedade durien-
O ‘CONTOS DA
TERRA BRANCO
2015’ RESULTA
DO BLEND DAS
CASTAS VIOSINHO,
RABIGATO,
ESGANA-CÃO E
GOUVEIO
se produtora de vinhos
localizada na encosta da
EN 222, no concelho de
Tabuaço, em pleno Alto
Douro Vinhateiro.
O nome e história desta
Quinta simbolizam a realização de um sonho que
tem passado de geração
em geração, homenageando Francisco Ferreira,
mais conhecido como
Pôpa: o seu filho adquiriu parte da propriedade
em 2003, mas hoje são os
seus netos – Stéphane e
Vanessa Ferreira – que
estão nos comandos da
Quinta do Pôpa, com o objetivo de produzir vinhos
de homenagem.
Um projeto fa milia r
apadrinhado desde o
início pelo enólogo Luís Pato e que atualmente
conta com a enologia de
Francisco Montenegro e
João Menezes. n
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Diário de Notícias Quinta-feira, 11 de agosto de 2016
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avisos, tribunais
e conservatórias
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CONVOCATÓRIA
DECLARAÇÃO DE RETIFICAÇÃO
Joaquim Paulo Grazina Santos, na qualidade de Presidente da Mesa da
Assembleia Geral da Associação Cuidar Solidário, Pessoa Coletiva
n.º 513777415, com sede na Quinta da Fonte, Rua dos Malhões, Edifício
D. Pedro I, 2770-071 Paço de Arcos, nos termos do disposto nos artigos
9.º, n.º 1, alínea c), e 23.º dos respetivos estatutos, convoco os associados
para se reunirem em Assembleia Geral Extraordinária, a realizar no dia 5
de setembro de 2016, pelas 15 horas, na Quinta da Fonte, Rua dos
Malhões, Edifício D. Pedro I, 2770-071 Paço de Arcos, com a seguinte
Retificação do Aviso n.º 9396/2016, do Diário da República
ORDEM DE TRABALHOS
Ponto um: Apreciação da conduta do Presidente da Direção e deliberação
sobre a sua destituição;
Ponto dois: Eleição de novo titular para o cargo de Presidente da Direção
e/ou outros cargos de Direcção se, entretanto, vagarem;
Ponto três: Apreciação e deliberação sobre ações a empreender contra o
Presidente da Direção.
Caso no dia e hora designados não estiveram presentes mais de metade
dos associados com direito a voto, a Assembleia Geral Extraordinária
reunir-se-á, em segunda convocatória, às 15.30 horas com quem se
encontrar presente.
Lisboa, 8 de agosto de 2016
Assinatura ilegível
✝
necrologia
6(59,/86$
No Diário da República, II Série, n.º 144, de 28 de julho de 2016, foi
publicado o Aviso n.º 9396/2016, respeitante à abertura de procedimento concursal com vista à constituição de reserva de recrutamento para dois postos de trabalho no mapa de pessoal da
Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, um posto de trabalho de especialista de informática de grau 1, nível 2, da carreira
de especialista de informática e um posto de trabalho de técnico de
informática de grau 1, nível 1, da carreira de técnico de informática.
Contudo, constatou-se que, por erro material, foi incorretamente
designada a modalidade dos procedimentos concursais.
Assim, nos termos do artigo 174.º do Código do Procedimento
Administrativo, aprovado em anexo ao Decreto-Lei n.º 4/2015, de 7
de janeiro, por Despacho do Presidente do Conselho Intermunicipal
datado de 29/7/2016, a ratificar na próxima reunião do Conselho
Intermunicipal, procede-se à, nos seguintes locais:
1) Onde se lê na designação do procedimento:
«Abertura de procedimento concursal comum com vista à constituição de reservas de recrutamento para...»
Deve ler-se:
«Abertura de procedimento concursal externo de ingresso para...»;
2) Onde se lê no ponto 1:
«... à constituição de reservas de recrutamento...»
Deve ler-se:
«... ao procedimento concursal externo de ingresso...»
Novo prazo de apresentação de candidaturas: 10 dias úteis a contar
do dia seguinte ao da publicação do presente aviso no Diário da
República.
29 de julho de 2016
dias úteis entre as 9h00 e as 18h30
e aos sábados das 9h30 às 13h00
MISSA DE 7.º DIA E AGRADECIMENTO
AG. FUNERÁRIA MAGNO - CASCAIS
Hugo Martins, Presidente da Câmara Municipal de Odivelas, ao abrigo do disposto nos artigos 27.º e 78.º, n.º 2, do Decreto-Lei
n.º 555/99, de 16 de dezembro, na sua redação atual, fundamentando-se nas deliberações tomadas em sede da 8.ª Reunião
Ordinária da Câmara Municipal de Odivelas, datada de 22 de abril de 2015, onde foi deliberada, por unanimidade, a aprovação
da alteração ao Alvará de Loteamento n.º 7/2001, determina que se emita o presente aditamento ao alvará de licença de loteamento identificado em epígrafe em nome de João Araújo Fernandes.
As alterações às especificações do mencionado alvará constam da Planta de Síntese em anexo.
1. Parâmetros urbanísticos alterados
1.1. Aos parâmetros urbanísticos do lote:
Alvará de Loteamento
Lote
Pagamento por MULTIBANCO ou VISA
Os anúncios só serão publicados após
confirmação do pagamento por parte
destas entidades.
Concelho de Sesimbra
Freguesia do Castelo
AUGI 23 da Lagoa de Albufeira
CONVOCATÓRIA
Ao abrigo do artigo 10.º da Lei n.º 91/95, de 2 de
setembro, na sua redação atual, Lei n.º 70/2015,
de 16 de julho, a comissão de administração da
AUGI 23 da Lagoa de Albufeira CONVOCA uma
reunião dos comproprietários interessados na
AUGI 23 de Lagoa de Albufeira para o dia 28 de
agosto de 2016, pelas 10.30 horas, no Restaurante A Charrua, com a seguinte Ordem de Trabalhos:
1. Aprovar o projeto de acordo de divisão de
coisa comum correspondente aos titulares
inscritos na descrição 7203/Castelo Sesimbra,
art.º 10.º, n.º 2, h), e art.º 38.º, n.º 1.
2. Proceder à fixação do prazo de 45 dias, a
contar desta assembleia, para se proceder ao
pagamento do valor fixado para a execução das
obras, aprovado na assembleia de 19 de junho
de 2016 e conforme mapa anexo.
3. Deliberar sobre o destino a dar à diferença
entre a área adquirida em avos «7020 m2/
/20 000», pelos interessados, e a área integrada
na AUGI 23.
4. Outros assuntos de interesse para a AUGI.
Para efeitos do ponto n.º 1, são afixados nos
termos legais: a) cópia do alvará de loteamento;
b) projeto de divisão de coisa comum; c) de
acordo com os titulares inscritos na descrição
7203/Castelo, Sesimbra, a), b) e c) n.º 8, art.º
11.º, da citada lei; d) convocatória para a
assembleia; e) mapa dos pagamentos; f) documento da conservatória a comprovar projeto de
divisão da coisa comum; g) planta comprovativa
do diferencial entre as aquisições e a AUGI.
d) Indica-se o cartório da Dra. Joana Azevedo,
Rua Maria Carlota d’Oliveira, Lote 100, loja,
Casal da Serra, 2625-097 Póvoa de Santa Iria.
Para os efeitos do art.º 12.º, n.º 7, da citada Lei.
10/8/2016
O Presidente da Comissão de Administração
João de Jesus Alves Viegas
Alteração Proposta
B2
B2
Área lote
739,70 m2
739,70 m2
Área implantação
158,60 m2
266,00 m2
Área construção
317,20 m2
397,00 m2
Número ocupações
-
-
Pisos
2P + CV
2P + CV
Fogos
1
3
Os valores alterados foram representados a negrito
1.2. Parâmetros do loteamento:
O Presidente do Conselho Intermunicipal
Pedro Miguel César Ribeiro
BRIAN EUGENE LAHR
Maria Helena Fialho Barradas Lahr, Teresa
Martins Bourgois e António Barradas Martins, Guillaume, Clément, Mariana, Rui
Caetano e António comunicam o falecimento no passado dia 6 de agosto do seu
querido marido, grande amigo e avô e
agradecem reconhecidos a todos que nos
acompanharam nesses momentos de dor e
tristeza. Será rezada missa do 7.º dia
amanhã, dia 12 de agosto, às 19.00 horas,
na Igreja de Santo António do Estoril.
AVISO
ALVARÁ DE LOTEAMENTO N.º 7/2001 - B.º DOS PEDERNAIS - RAMADA/CANEÇAS
8.º ADITAMENTO
Alvará Loteamento
Alteração Proposta
Área intervenção
235 555,35 m2
235 555,35 m2
Área total de lotes
173 507,90 m2
173 507,90 m2
Número total de lotes
438
438
Número total de fogos
764
766
Número total de ocupações
93
93
3P + CV
3P + CV
Densidade habitacional
32,4 fogos/ha
32,5 fogos/ha
Densidade populacional
113,2 ha/ha
113,2 ha/ha
128 267,60 m2
128 347,40 m2
Número de pisos máximo
Área de construção
Índice de construção
Volume total de construção
Índice volumétrico bruto
Área total de implantação
Índice de implantação bruto
0,54
0,54
376 376,63 m3
376 616,03 m3
1,60
1,60
60 425,00 m2
60 532,40 m2
0,26
0,26
Áreas para equipamento - Parcela B/C/D
3188,60 m2
3188,60 m2
Áreas para zonas verdes - Logradouros
Parcelas E/F/G/J
Total
99 693,50 m2
5669,00 m2
105 362,50 m2
99 639,90 m2
5669,00 m2
105 308,80 m2
Os valores alterados foram representados a negrito.
2. Cedências ao domínio público e estacionamento
De acordo com o previsto no art.º 6.º da Lei n.º 91/95, de 2 de setembro, com a redação em vigor, pela falta de áreas de cedência para equipamentos de utilização coletiva, foi aceite a compensação em numerário nos termos previstos no art.º 44.º do
Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, com a redação em vigor, para os espaços verdes e de utilização coletiva, foram
contabilizadas as áreas de natureza privada, designadamente as áreas afetas aos logradouros de lotes privados, até 50% da
área livre permeável, com o mínimo de 25 m2, nos termos do art.º 99.º do Regulamento Municipal da Edificação e Urbanização.
No âmbito da legalização das edificações, deverão ser garantidos os lugares de estacionamento necessários de acordo com o
disposto no art.º 101.º do RMEU, devendo também ser cumprido o regulamento do loteamento.
Paços do Concelho, 10 de maio de 2016
O Presidente da Câmara Municipal
Hugo Martins
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Diário de Notícias Quinta-feira, 11 de agosto de 2016
ASSEMBLEIA DE COMPROPRIETÁRIOS
CONSTITUTIVA DA AUGI AR5
$9,62
$OYDUiGH/RWHDPHQWRQž
%ž*UDQMDV1RYDV±5DPDGD&DQHoDV
AVISO
ËQGLFHGHXWLOL]DomR
FRQVWUXomR
ÈUHDGRORWH
1ž
ORWH
ÈUHDGHFRQVWUXomR
VXSHUItFLHGHSDYLPHQWR
1žPi[LPRGHSLVRV
Alvará de Loteamento
8WLOL]DomR
XVR
1žGHIRJRV
1.º ADITAMENTO
Hugo Martins, Presidente da Câmara Municipal de Odivelas, ao abrigo do disposto nos artigos 27.º e 78.º, n.º 2, do Decreto-Lei n.º 555/99, de
16 de dezembro, na sua redação atual, fundamentando-se nas deliberações tomadas em sede da 1.ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal
de Odivelas, datada de 13 de janeiro de 2016, onde foi deliberada por unanimidade a aprovação da alteração ao Alvará de Loteamento
n.º 8/2002, determina que se emita o presente aditamento ao alvará de licença de loteamento identificado em epígrafe em nome de Manuel
Veríssimo Martinho da Silva. As alterações às especificações do mencionado alvará constam da Planta de Síntese em anexo.
1. Parâmetros urbanísticos alterados
1.1. Parâmetros urbanísticos do lote:
Lote A.Lote
H[LVWHQWH
SURSRVWR
H[LVWHQWH
SURSRVWR
H[LVWHQWH
SURSRVWR
H[LVWHQWH
SURSRVWR
H[LVWHQWH
SURSRVWR
H[LVWHQWH
SURSRVWR
&9
KDELWDomR
KDELWDomR
KDELWDomR
&9
KDELWDomR
KDELWDomR
89
A.I.
A.H.
N.º P
605,87 94,74 189,48
Proposta de Alteração
Fogos A. Anexos
2
2
30,00
A.Lote
A.I.
A.C.
N.º P
605,87
120,00
250,00
2
Fogos A. Anexos
2
40,00
Os valores alterados foram representados a negrito.
1.2. Parâmetros do loteamento:
2VYDORUHVDOWHUDGRVIRUDPUHSUHVHQWDGRVDQHJULWR
Alvará Loteamento
Alteração Proposta
64 421,00 m2
&HGrQFLDDRGRPtQLRS~EOLFRHHVWDFLRQDPHQWR
1mRVHYHUL¿FDDQHFHVVLGDGHGHFHGrQFLDGHiUHDSDUDHTXLSDPHQWRVHVSDoRVYHUGHVGHXWLOL]DomRS~EOLFD
HHVWDFLRQDPHQWRV
2XWUDVFRQGLo}HV
3HORSUHVHQWHDGLWDPHQWRSURFHGHVHjXQL¿FDomRGRVORWHVHGDQGRRULJHPDXP~QLFRORWHGHVLJQDGR
SRU
$YLDELOLGDGHGHFRQVWUXomRGHSLVRVHPFDYHQRVORWHVDEUDQJLGRVSHORSUHVHQWHDGLWDPHQWR¿FDFRQGLFLRQDGD
DRFXPSULPHQWRGRDUWLJRžGR5HJXODPHQWR0XQLFLSDOGD(GL¿FDomRH8UEDQL]DomRGHYHQGRVHWHUHP
DWHQomRWDPEpPRGLVSRVWRQRDUWLJRžGRPHVPRUHJXODPHQWRUHODWLYDPHQWHDRVGHVDWHUURVQHFHVViULRV
SDUDHVVHHIHLWR
$QRUPDGRUHJXODPHQWRGRDOYDUiGHORWHDPHQWRSUHYLVWDQDDOtQHDDGRQžGRDUWLJRžTXHHVWLSXODXP
tQGLFHGHXWLOL]DomRGHSDUDRVORWHVFRPIXQomRKDELWDFLRQDOQmRVHDSOLFDUiDRORWHDEUDQJLGRSHOR
SUHVHQWHDGLWDPHQWRTXHSRGHUiWHUXPtQGLFHGHXWLOL]DomRGH
Área total de intervenção
64 421,00 m2
Área total de lotes
47 561,65m2
47 561,65m
Área de implantação
13 776,75m2
13 802,01m2
Área de construção
29 752,53m2
29 813,05m2
3DoRVGR&RQFHOKRGHPDLRGH
23UHVLGHQWHGD&kPDUD0XQLFLSDO
+XJR0DUWLQV
$9,62
ž$',7$0(172
+XJR0DUWLQV3UHVLGHQWHGD&kPDUD0XQLFLSDOGH2GLYHODVDRDEULJRGRGLVSRVWRQRVDUWLJRVžHžQžGR
'HFUHWR/HLQžGHGHGH]HPEURQDVXDUHGDomRDWXDOIXQGDPHQWDQGRVHQDVGHOLEHUDo}HVWRPDGDV
HPVHGHGD5HXQLmR2UGLQiULDGD&kPDUD0XQLFLSDOGH2GLYHODVGDWDGDGHGHMDQHLURGHRQGHIRL
GHOLEHUDGDSRUXQDQLPLGDGHDDSURYDomRGDDOWHUDomRDR$OYDUiGH/RWHDPHQWRQžGHWHUPLQDTXHVHHPLWD
RSUHVHQWHDGLWDPHQWRDRDOYDUiGHOLFHQoDGHORWHDPHQWRLGHQWL¿FDGRHPHStJUDIHHPQRPHGH%6/%XLOG6DQG
/DQG6RFLHGDGH,PRELOLiULD6$
$VDOWHUDo}HVjVHVSHFL¿FDo}HVGRPHQFLRQDGRDOYDUiFRQVWDPGD3ODQWDGH6tQWHVHHPDQH[R
3DUkPHWURVXUEDQtVWLFRVDOWHUDGRV
3DUkPHWURVXUEDQtVWLFRVGRVORWHV
ËQGLFHGHXWLOL]DomR
FRQVWUXomR
ÈUHDGRORWH
ÈUHDGHFRVWUXomR
VXSHUItFLHGHSDYLPHQWR
1žPi[LPRGHSLVRV
3783,56
3783,56
Área total integrar domínio público
13 075,79m2
13 075,79m2
Áarea de arruamentos
12 973,07m2
12 973,07m2
Índice de ocupação
0,21
0,21
Índice de construção
0,46
0,46
Desidade habitacional
27,00
27,00
N.º total de lotes
123
123
N.º total de fogos
174
174
Fogos existentes
125
125
Fogos propostos
49
49
Comércios
9
9
ORDEM DE TRABALHOS
1. Informações Gerais.
2. Deliberar instituir a Administração conjunta do prédio, nos termos da Lei
n.º 91/95, de 2 de setembro, com a sua redação atualizada;
3. Eleger os membros da comissão de administração;
4. Eleger os membros da comissão de fiscalização;
5. Deliberar quanto à sede;
6. Deliberar promover a reconversão urbanística da AUGI, na modalidade
de projeto de loteamento da iniciativa dos particulares.
7. Fixar o valor das comparticipações de cada comproprietário para a
reconversão urbanística da AUGI AR5;
8. Aprovar a proposta de loteamento a apresentar à Câmara Municipal do
Seixal.
Se à hora agendada se não encontrar presente o número legal de
comproprietários, a Assembleia constitutiva reunir-se-á em Segunda Convocatória com qualquer número de comproprietários presentes no mesmo
dia e local pelas 10 horas, desde que o número dos presentes corresponda no mínimo a 25% da área total do prédio.
A Comproprietária
Assinatura ilegível
Os valores alterados foram representados a negrito.
2. Cedências ao domínio público e estacionamento
Não se verifica a necessidde de cedência de área para equipamentos, espaços verdes de utilização pública e estacionamentos.
Paços do Concelho, 13 maio de 2016
O Presidente da Câmara Municipal
Hugo Martins
$OYDUiGH/RWHDPHQWRQž
%ž*UDQMDV1RYDV±5DPDGD&DQHoDV
1ž
ORWH
Área de cedência (equipamento)
8WLOL]DomR
XVR
1žGHIRJRV
H[LVWHQWH
SURSRVWR
H[LVWHQWH
SURSRVWR
H[LVWHQWH
SURSRVWR
H[LVWHQWH
SURSRVWR
H[LVWHQWH
SURSRVWR
H[LVWHQWH
SURSRVWR
KDELWDomR
KDELWDomR
KDELWDomR
KDELWDomR
KDELWDomR
KDELWDomR
AVISO
Alvará de Loteamento n.º 8/92
B.º Casal do Bispo – Pontinha/Famões
4.º ADITAMENTO
Hugo Martins, Presidente da Câmara Municipal de Odivelas, ao abrigo do disposto nos artigos 27.º e 78.º, n.º 2, do
Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, na sua redação atual, fundamentando-se nas deliberações tomadas em sede
da 22.ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Odivelas datada de 18 de novembro de 2015, onde foi deliberada por
unanimidade a aprovação da alteração ao Alvará de Loteamento n.º 8/92, determina que se emita o presente aditamento
DRDOYDUiGHOLFHQoDGHORWHDPHQWRLGHQWL¿FDGRHPHStJUDIHHPQRPHGH0DULD(PtOLDGD6LOYD%DLmRGD(QFDUQDomR
$VDOWHUDo}HVjVHVSHFL¿FDo}HVGRPHQFLRQDGRDOYDUiFRQVWDPGD3ODQWDGH6tQWHVHHPDQH[R
1. Parâmetros urbanísticos alterados
$RVSDUkPHWURVXUEDQtVWLFRVGRORWH
Alvará n.º 8/92
2VYDORUHVDOWHUDGRVIRUDPUHSUHVHQWDGRVDQHJULWR
&HGrQFLDDRGRPtQLRS~EOLFRHHVWDFLRQDPHQWR
1mRVHYHUL¿FDDQHFHVVLGDGHGHFHGrQFLDGHiUHDSDUDHTXLSDPHQWRVHVSDoRVYHUGHVGHXWLOL]DomRS~EOLFDH
HVWDFLRQDPHQWRV
2XWUDVFRQGLo}HV
$YLDELOLGDGHGHFRQVWUXomRGHSLVRVHPFDYHQRVORWHVDEUDQJLGRVSHORSUHVHQWHDGLWDPHQWR¿FDFRQGLFLRQDGDDR
FXPSULPHQWRGRDUWLJRžGR5HJXODPHQWR0XQLFLSDOGD(GL¿FDomRH8UEDQL]DomRGHYHQGRVHWHUHPDWHQomR
WDPEpPRGLVSRVWRQRDUWLJRžGRPHVPRUHJXODPHQWRUHODWLYDPHQWHDRVGHVDWHUURVQHFHVViULRVSDUDHVVHHIHLWR
$QRUPDGRUHJXODPHQWRGRDOYDUiGHORWHDPHQWRSUHYLVWDQDDOtQHDDGRQžGRDUWLJRžžTXHHVWLSXODXPtQGLFH
GHXWLOL]DomRGHSDUDRVORWHVFRPIXQomRKDELWDFLRQDOQmRVHDSOLFDUiDRVORWHVDEUDQJLGRVSHORSUHVHQWH
DGLWDPHQWRTXHSRGHUmRWHUXPtQGLFHGHXWLOL]DomRGH
3DoRVGR&RQFHOKRGHPDLRGH
Lote
129
Área
lote
(m2)
316
Área
Impl.
(m2)
140
Área
Const.
(m2)
280
Proposta de Alteração ao Alvará n.º 8/92
Usos
N.º
Pisos
1H
2
Área
lote
(m2)
316
Área
Impl.
(m2)
140
Área
Const.
(m2)
280
Usos
N.º
Pisos
2H
2
Os valores alterados foram representados a negrito.
H - Habitação
$RVSDUkPHWURVGRORWHDPHQWR
447
Proposta de
Alteração
ao Alvará n.º 8/92
448
22.19 f/ha
22,24 f/ha
Alvará n.º 8/92
NÚMERO DE FOGOS
DENSIDADE HABITACIONAL
Diferença
+1
+0.05 f/ha
2. Cedência ao domínio público e estacionamento
De acordo com o previsto no art.º 6.º da Lei n.º 91/95, de 2 de setembro, com a redação em vigor, pela falta de
áreas de cedência para equipamentos de utilização coletiva, foi aceite a compensação em numerário nos termos previstos no art.º 44.º do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, com a redação em vigor, para os espaços verdes e de utilização coletiva, foram contabilizadas as áreas de natureza privada, designadamente as áreas
DIHWDVDRVORJUDGRXURVGHORWHVSULYDGRVDWpGDiUHDOLYUHSHUPHiYHOFRPRPtQLPRGHPðQRVWHUPRVGR
DUWžžGR5HJXODPHQWR0XQLFLSDOGD(GL¿FDomRH8UEDQL]DomR1RkPELWRGDOHJDOL]DomRGDVHGL¿FDo}HVGHYHUmRVHU
JDUDQWLGRVRVOXJDUHVGHHVWDFLRQDPHQWRQHFHVViULRVGHDFRUGRFRPRGLVSRVWRQRDUWžžGR50(8GHYHQGRWDPEpP
ser cumprido o regulamento do loteamento.
AVISO
Alvará de Loteamento n.º 5/89 – B.º Casal
da Silveira – Pontinha/Famões
Paços do Concelho, 12 de abril de 2016
O Presidente da Câmara Municipal
Hugo Martins
18.º ADITAMENTO
Paulo César Teixeira, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Odivelas, ao abrigo do disposto nos artigos 27.º e 78.º, n.º
2, do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, na sua redação atual, fundamentando-se nas deliberações tomadas em
sede da 23.ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Odivelas datada de 2 de dezembro de 2015, onde foi deliberada por
maioria a aprovação da alteração ao Alvará de Loteamento n.º 5/89, determina que se emita o presente aditamento ao alvará
GHOLFHQoDGHORWHDPHQWRLGHQWL¿FDGRHPHStJUDIHHPQRPHGH(QYHOKHFHU6RUULQGR±5HVLGrQFLD6pQLRUGH)DP}HV/GD
$VDOWHUDo}HVjVHVSHFL¿FDo}HVGRPHQFLRQDGRDOYDUiFRQVWDPGD3ODQWDGH6tQWHVHHPDQH[RTXHVHFRQVWLWXLXP
extrato exclusivamente para o lote 669.
669
Área
Impl.
(m2)
120
Alvará n.º 5/89
Área
Const. 6LWXDomR
(m2)
240
Vago
PRECISA-SE AJUDANTE
De Barbeiro, para Barbearia à
antiga Portuguesa. ☎ 934739223
PRECISA-SE CORTADOR
Para Talho em Rio de Mouro.
☎ 966892728
OCASIÃO EMPREGO. Encontre aqui
e muito mais em www.ocasiao.pt
MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO
PUBLICITAÇÃO DE OFERTA DE TRABALHO
Tipo de oferta
2 postos de trabalho em regime de contrato de trabalho a
termo resolutivo certo a tempo parcial
Serviço
Escola Secundária Gil Eanes, Lagos
Função
Prestação de serviços de vigilância e suporte às atividades escolares, limpeza, arrumação e conservação dos
materiais, equipamentos e espaços
Requisitos
habilitacionais
Escolaridade obrigatória que pode ser substituída por
experiência profissional comprovada
Método
de seleção
Avaliação curricular
Horário
3,5 horas/dia
Remuneração
ilíquida/hora
3,49 €/hora
Enquadramento
legal
Nos termos do artigo 19.º da Portaria n.º 83-A/2009, de 22
de janeiro, e republicada pela Portaria n.º 145-A/2011, de
6 de abril
Duração
do contrato
Contrato celebrado até 16 de junho de 2017
Apresentação
e formalização
da candidatura
Mediante formulário próprio disponibilizado na página
eletrónica da escola (www.aegileanes.pt), ou nos serviços
administrativos da Escola Secundária Gil Eanes, Lagos,
ou enviadas pelo correio em carta registada com aviso de
receção para a morada: Rua da Escola Gil Eanes, 8600-614 Lagos
Documentos
a apresentar
com a candidatura
Bilhete de identidade ou cartão de cidadão (fotocópia); certificado de habilitações literárias (fotocópia); «Curriculum
vitae» datado e assinado; declarações de experiência profissional (fotocópia)
Prazo
Dez dias úteis a contar da data da publicação no Diário da
República
Nota
Este concurso é válido para eventuais contratações que
ocorram durante o ano escolar de 2016/2017
Contacto
282 770 160
Lagos, 10 de agosto de 2016
A Diretora
Maria Paula Dias da Silva Couto
1. Parâmetros urbanísticos alterados
$RVSDUkPHWURVXUEDQtVWLFRVGRORWH
Área
lote
(m2)
318
PRECISAM-SE
AGRUPAMENTO DE ESCOLAS GIL EANES - LAGOS
Os valores alterados foram representados a negrito.
23UHVLGHQWHGD&kPDUD0XQLFLSDO
+XJR0DUWLQV
Lote
Nos termos do artigo 8.º e ss. da Lei n.º 91/95, com a sua redação atualizada, ficam convocados todos os comproprietários do prédio rústico sito
em Pinhal do Frade, freguesia de Arrentela, concelho do Seixal:
- Descrição: 6539/20090120; Área: 12 284 m2; Matriz 69 J a 108 J; freguesia de Arrentela; concelho do Seixal
E prédios urbanos sitos em Pinhal dos Frades, freguesia de Fernão Ferro
e Arrentela, concelho do Seixal:
- Descrição: 302/19960729, 4881/19960828, 4882/19960828,
5154/19971205, 5493/19990908, 5494/19990908, 5964/20030121,
8800/20121204, 8884/20150728
- Área: 352,50 m2, 315 m2, 305 m2, 262,60 m2, 265,20 m2, 277,36 m2,
256 m2, 215 m2, 160 m2 área total 14 692,66 m2
- Matriz 189, 2606, 2831, 5126, 3483, 6585, 5754, 6893
- Freguesia de Fernão Ferro e Arrentela
- Concelho do Seixal
E outros que dentro do perímetro da AUGI se venham a encontrar.
Para a Assembleia Constitutiva de Comproprietários, que se realizará no
próximo dia 17 de setembro de 2016, pelas 9 horas, na Rua Teixeira
Queirós, Lote 15, Casal do Marco, 2840-2ül Seixal, com a seguinte
emprego
ž$',7$0(172
+XJR0DUWLQV3UHVLGHQWHGD&kPDUD0XQLFLSDOGH2GLYHODVDRDEULJRGRGLVSRVWRQRVDUWLJRVžHž
QžGR'HFUHWR/HLQžGHGHGH]HPEURQDVXDUHGDomRDWXDOIXQGDPHQWDQGRVHQDVGHOLEHUDo}HV
WRPDGDVHPVHGHGD5HXQLmR2UGLQiULDGD&kPDUD0XQLFLSDOGH2GLYHODVGDWDGDGHGHPDUoRGH
RQGHIRLGHOLEHUDGDSRUXQDQLPLGDGHDDSURYDomRGDDOWHUDomRDR$OYDUiGH/RWHDPHQWRQžGHWHUPLQD
TXHVHHPLWDRSUHVHQWHDGLWDPHQWRDRDOYDUiGHOLFHQoDGHORWHDPHQWRLGHQWL¿FDGRHPHStJUDIHHPQRPH
GH$QWyQLR/XtV6LOYD6DQFKHV
$VDOWHUDo}HVjVHVSHFL¿FDo}HVGRPHQFLRQDGRDOYDUiFRQVWDPGD3ODQWDGH6tQWHVHHPDQH[R
3DUkPHWURVXUEDQtVWLFRVDOWHUDGRV
3DUkPHWURVXUEDQtVWLFRVGRVORWHV
CONVOCATÓRIA
ALVARÁ DE LOTEAMENTO N.º 8/2002
BAIRRO NOVO DAS QUEIMADAS - PONTINHA/FAMÕES
Pretensão
N.º
Pisos
)RJRV
2
1
Área
lote
(m2)
318
Área
impl.
(m2)
140
Área
const.
(m2)
375
6LWXDomR
([LVWHQWH
N.º
)RJRV $(
Pisos
3
0
Divisão de Recursos Humanos
1
AVISO
Os valores alterados foram representados a negrito.
$RVSDUkPHWURVGRORWHDPHQWR
Alvará n.º 5/89
Proposto
PDM em vigor
Área de intervenção total
405 139,78 m2
405 139,78 m2
---
Área Total de Construção
234 069,60 m2
234 204,60 m2
238 703,94 m2
Índice de Utilização Máximo
Área Total de Ocupação
Índice de Ocupação Máximo
N.º de Pisos
0,58
0,58
0,59
106 655,60 m2
106 675,60 m2
151 711,36 m2
0,26
0,26
0,37
2
3
4
2. Cedências ao domínio público e estacionamento
1mRVHYHUL¿FDDQHFHVVLGDGHGHFHGrQFLDGHiUHDSDUDHTXLSDPHQWRVRXHVSDoRVYHUGHVGHXWLOL]DomRS~EOLFDXPD
vez que as mesmas se encontram asseguradas no alvará de loteamento.
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o lote 669 deverão ser garantidos os lugares de estacionamento privado de acordo com o regulamento do bairro,
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O Vice-Presidente da Câmara Municipal
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Paulo César Teixeira
CLASSIFICADOS
Em cumprimento do disposto nos artigos 20.º e 21.º da Lei n.º 2/2004, de
15/01, alterada pelas Leis n.º 51/2005, de 30/08, 64-A/2008, de 31/12, 3-B/2010, de 28/04, e 64/2011, de 22/12, aplicável à Administração Local por
força do art.º 1.º da Lei n.º 49/2012, de 29/08, e de harmonia com o Regulamento Orgânico do Município, publicado por despacho n.º 5119/2015, no
«Diário da República», 2.ª série, n.º 94, de 15/05, torna-se público que se
encontra aberto o procedimento concursal com vista à seleção do cargo
dirigente de Chefe de Divisão da Agência Municipal de Investimento e
Desenvolvimento Económico.
As candidaturas deverão ser formalizadas nos termos precisos do Aviso n.º
9899/2016, publicado no «Diário da República», 2.ª Série, n.º 153, de 10 de
agosto, pelo prazo de 10 dias úteis a contar da data de publicação no «Diário da República».
Este aviso encontra-se disponível no site do Município de Barcelos, em
www.cm-barcelos.pt
Para mais informações, devem os interessados dirigirem-se ao Balcão Único desta Câmara Municipal, dentro das horas de expediente.
Barcelos, 10 de agosto de 2016
O presidente da Câmara
Miguel Jorge da Costa Gomes
DN, 11-08-2016
Ministério da Educação
Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares
Agrupamento de Escolas do Bom Sucesso
Vila Franca de Xira
AVISO
Em cumprimento do disposto nos termos dos artigos 33.º e 34.º, dos
n.os 2, 3, 4 e 6 do artigo 36.º, dos artigos 37.º e 38.º da Lei n.º 35/2014,
de 20 de junho, e dando cumprimento aos trâmites previstos na Portaria
n.º 83-A/2009, de 22 de janeiro, com as alterações introduzidas pela
Portaria n.º 145-A/2011, de 6 de abril, torna-se público que se encontra
aberto, pelo prazo de 10 dias úteis, a contar da presente data o procedimento concursal comum para preenchimento de dois postos de trabalho em regime de contrato a termo resolutivo certo a tempo parcial
para execução de serviços de limpeza e outros relacionados com o
exercício de funções da carreira e categoria de assistente operacional
com período definido de 15 de setembro de 2016 com termo a 23 de
junho de 2017. O período de trabalho diário é de no máximo até quatro
horas, pagas de acordo com a legislação em vigor (3,49 €/hora). As
condições de admissão a concurso podem ser consultadas na sede de
Agrupamento, na Bolsa de Emprego Público (www.bep.gov.pt) e na
página electrónica do Agrupamento (http://aebomsucesso.ccems.pt).
Agrupamento de Escolas do Bom Sucesso, em 11 de agosto de 2016
O Diretor
Carlos Jorge Pimenta dos Reis
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Diário de Notícias Quinta-feira, 11 de agosto de 2016
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*Fonte: Marktest, Bareme Imprensa (DN+JN), 2ª vaga 2015; Netscope, fev 2016.

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