Ardeu mais na primeira semana de agosto do que em anos inteiros
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Ardeu mais na primeira semana de agosto do que em anos inteiros
Há limite para as trumpices? MUNDO PÁG. 28 www.dn.pt QUINTA-FEIRA, 11 de agosto de 2016, Ano 152.º, N.º 53 805, 1,20€ Diretor interino LEONÍDIO PAULO FERREIRA Diretora adjunta MÓNICA BELLO Subdiretoras ANA SOUSA DIAS e JOANA PETIZ Diretor de arte PEDRO FERNANDES Ardeu mais na primeira semana de agosto do que em anos inteiros FORAM 25 MIL HECTARES EM NOVE DIAS, MAIS DO QUE EM TODO O 2014, 2008 OU 2007 Testemunho O DN Madeira conta como foi a ajuda tardia mas valiosa Presidente Marcelo teve de ir ao Porto Santo para dar “abraço de Portugal à Madeira” Especialista Sem alterar a floresta, reabilitar o centro e limpar terrenos, o risco é cada vez maior Continente Mais de cinco mil homens no terreno para controlar 13 grandes fogos O Palácio de Verão Episódio 11 Todos os dias de agosto o folhetim de ficção política ÚLTIMA PÁG. 48 GENTE QUE VEIO DE FORA O ANGOLANO PARA QUEM A VIDA É UMA DANÇA SOCIEDADE PÁG. 21 REPORTAGEM NO FUNCHAL DE MIGUEL SILVA E PATRÍCIA GOUVEIA, JORNALISTAS DO DIÁRIO DE NOTÍCIAS DA MADEIRA DN+ PÁGS. 2 A 5 E EDITORIAL PÁG. 10 FISCO No terreno que envolve o Campo das Cebolas, em Lisboa, está a nascer um grande espaço público Câmara vai ajudar a detetar isenções de IMI mal dadas DINHEIRO PÁG. 16 TRABALHO Mais de metade do emprego criado é a prazo e precário DINHEIRO PÁG. 17 ORLANDO ALMEIDA/GLOBAL IMAGENS ENTREVISTA A CARRILHO DA GRAÇA RIO 2016 “Se a arquitetura é boa, pode mudar a vida das pessoas” Um acidente deixou Pedro sem conseguir segurar a raquete. Hoje é olímpico DN+ PÁGS. 6 A 9 REPORTAGEM DE PEDRO SEQUEIRA, NO RIO DE JANEIRO DESPORTO PÁGS. 40 A 45 PUB Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias 2 DN+ Portugal em chamas Ajuda tardia mas valiosa O dia de ontem permitiu ver com clareza os efeitos devastadores dos incêndios no Funchal, onde os habitantes começaram a fazer contas ao prejuízos Madeira A tragédia é inegável, mas ainda podia ter sido pior. Tem valido o empenho de todos. Nos momentos mais críticos, em cada pessoa estava um bombeiro. A ajuda nacional chegou tarde, mas foi preciosa MIGUEL SILVA, jornalista do Diário de Notícias da Madeira Depois de mais de 40 horas de trabalho intenso, os bombeiros madeirenses receberam ontem uma importante ajuda dos mais de cem profissionais que vieram do continente e dos Açores. O reforço chegou tarde, como afirmam os que perderam bens ou viram as vidas em risco, mas foi importante e veio bem a tempo de ajudar a evitar perdas ainda maiores. Por isso foi tão apreciada a ajuda que deram. “Já deviam ter vindo mais cedo”, insistia um morador em São Gonçalo. Ao terceiro dia, as chamas continuaram a consumir grande parte da mancha verde que cobria o Funchal. O fogo que começou no recôndito sítio da Cova, em São Roque, chegou ontem de manhã à Travessa da Cova, em São Gonçalo.“Vivo aqui há mais de 50 anos e nunca vi nada assim”, disse António Ferreira. Depois de devastar um eucaliptal na encosta de São João de Latrão, abaixo do estádio do Nacional, temia-se o pior. A localidade foi evacuada, voltaram a ouvir-se gritos e o pânico instalou-se. Mas o vento deu tréguas durante alguns minutos, o tempo suficiente para bombeiros e populares molharem casas e retirarem material inflamável. Mais de trinta botijas de gás foram carregadas para local mais seguro e pouco depois as chamas foram aparentemente dominadas pelos bombeiros no local que, à hora do almoço, era o mais crítico, conforme reconheceu Luís Nery, do Serviço de Proteção Civil. Mais tarde, porém, houve reacendimentos. Depois das horas de terror no centro do Funchal, na noite de terça para quarta, ontem de manhã o fogo voltou a subir a encosta. Subiu tanto que chegou às zonas altas de São Gonçalo e de Santa Maria Maior e atingiu o Jardim Botânico, o Parque Ecológico do Funchal e o Chão da Lagoa. Também a ligação ao Santo da Serra foi fustigada e houve lume nas zonas altas do Caniço. O vento, sempre o vento, foi o transporte perfeito para faúlhas incandescentes que foram caindo entre moradias, sobre carros e em locais ermos e assim alastrou um fogo como não há memória. Tal como no primeiro dia, ao terceiro surgem duas críticas comuns: há muitos terrenos por cuidar e falta de homens para o combate aos incêndios. A juntar a esses reparos, ontem, na Travessa do Transval, havia críticas duras à falta de água. Grande parte das famílias que habitam aquele local sentiram necessidade de sair de casa pela madrugada, mas de manhã as chamas estavam praticamente extintas, à excepção de um pequeno reacentimento e de um contentor sobreaquecido e cheio de materiais de construção. Os bombeiros atuaram com insistência, apesar das críticas pela sua ausência na noite anterior. Nas poucas horas em que esteve ativo, o fogo consumiu mato, esteve entre várias casas e queimou animais que não foram libertados a tempo. Também um parque aberto onde estavam seis viaturas foi totalmente destruído. “Esse terreno é uma vergonha”, disse uma moradora sem se identificar. O protesto foi repetido por quem estava próximo. “Homens precisam-se”, sugeria uma mulher que ajudava outras três a distribuir baldes para apagar uma fumarola insistente. Essa entreajuda seria mais tarde saudada pelo presidente da Junta de 3 › mortos Foram ontem confirmados no balanço dos incêndios. As três vítimas mortais viviam na zona da Pena. Há também dois feridos com gravidade. 1000 › deslocados Um milhar de pessoas foram deslocadas nos últimos dias. A maioria ficou em instalações militares do RG3, onde foi montado um hospital de campanha. São Gonçalo. Bruno Ferreira mandou distribuir água e alimentos e elogiou a intervenção dos bombeiros e dos elementos das várias forças de segurança e a solidariedade nacional. “Parece que salvámos a situação”, disse. Mas o fogo voltaria horas depois, mais abaixo. Tal como segunda, tal como terça, quarta-feira também foi dia de sirenes, de bombeiros, de ambulâncias, polícias e voluntários. Foi também dia de começar a fazer contas aos prejuízos e ver com maior clareza o efeito devastador do incêndio que transformou o Funchal num inferno de alto a baixo. A paisagem está diferente, a cidade está diferente. Espírito de ajuda bem visível Elementos do INEM carregam uma botija de gás às costas, uma agente da GNR recolhe um pequeno cão desorientado, um agente da PSP ajuda pessoas a sair de casa, uma jovem voluntária da Cruz Vermelha recebe um bebé, em plena madrugada, para uma primeira observação, bombeiros que salvaram casas de desconhecidos e perdem as de familiares seus e até um grupo de amigos que ajuda o que mais precisa deles. Comerciantes que oferecem bens, gente anónima que se chega à frente e dá o que tem. Abraços e palavras de incentivo. Coragem, dizem uns aos outros. Têm sido assim estes dias de inferno no Funchal. O espírito de entreajuda chega a todos. Até aos guardas-prisionais, aos polícias florestais. Até aos jornalistas. À frente do fogo, toda a gente ajuda toda a gente. Não se conhece o nome, não se sabe quem é, mas sabe-se que corre perigo. E isso tem bastado para a ajuda que merece ser destacada. Mesmo sabendo que nem todos têm conhecimentos técnicos e que muitos se aventuram perante o perigo, tem valido este envolvimento coletivo e o respeito pelas ordens de quem sabe e dos agentes da autoridade. E até mesmo os casos de alguma intolerância e nervosismo a que assistimos, acabaram em sinceros pedidos de desculpa. A solidariedade ainda existe. E está viva. ENTREVISTA: RAIMUNDO QUINTAL Geógrafo, investigador e ambientalista “Funchal teve três grandes incêndios que abrem caminho aos desabamentos” Um incêndio com estas dimensões era expectável? Com esta dimensão ninguém imaginaria. Mas que incêndios com as características deste poderiam acontecer, mais tarde ou mais cedo, poderiam. Tivemos um incêndio enorme que subiu a montanha em 2010, em 2012 foi na parte oriental, com estas características, mas que não durou tanto porque o vento amainou. Em 2013, houve outro incêndio na zona do Monte. Este nasce em São Roque. Em comum, têm o facto de surgirem sempre na transição entre a zona alta de habitação e o início da mata. Há uma faixa de preocupante promiscuidade de habitação densa à mistura de matas com espécies nada adequadas como os eucaliptos, os pinheiros e acácias. Vegetação colocada no século XIX, após uma aluvião. O objetivo era travar a erosão e criar lenha. Essas espécies deixaram de ter interesse económico e passaram a crescer sem controlo. Por isso, seja por mão criminosa ou desleixo, os fogos têm sido frequentes e de dimensão preocupante. A dimensão está ligada então a fatores que podiam ser evitados? Não se podem isolar os fatores. Tivemos vários dias em que se verificou a chamada regra dos 30 que sintetiza as condições ideais para os incêndios: temperaturas acima dos 30 graus, vento a mais de 30 km/hora e humidade abaixo dos 30%. Por isso, é que quando Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias TESTEMUNHOS Foram momentos de desespero para muitos funchalenses. A noite foi longa, com muitos longe das suas casas . Cenário negro, população desolada › ”É um cenário de horror. Está tudo preto. As pessoas estão muito tristes, desoladas.” Numa volta pelas ruas mais afetadas, Andreia Pereira, de 39 anos, viu o rasto de destruição deixado pelo fogo. À porta de casa, chegou ontem um homem que já tinha perdido a habitação. “Veio deixar o carro numa zona que achava segura, mas devia ter alguma fagulha dentro da viatura e pegou fogo”. Andreia e os vizinhos conseguiram evitar o pior. Junto à Choupana, o fumo continuava denso. “Não dá para pensar que não vai acontecer mais nada.” Casa escapa entre as chamas HOMEM DE GOUVEIA/LUSA › A casa, um pouco abaixo do estes fogos surgem na Califórnia, em ambientes semelhantes aos nossos, mesmo com todos os meios que os norte-americanos têm, duram muito tempo. Isso significa que é necessário trabalhar a montante, alterar o perfil da floresta, reabilitar o centro histórico. Na zona de transição é possível fazer plantação de prados, árvores de fruto e ter aí gado devidamente ordenado. Mas as populações daí não querem isso. Depois ninguém limpa os terrenos, nem o governo, nem as pessoas. Logo o risco é cada vez maior. Depois deste incêndio, quais são os riscos de o inverno trazer derrocadas de grande dimensão? Depois da última grande cheia de fevereiro de 2010 já tivemos na bacia que abarca três ribeiras do Funchal três grandes incêndios que além da destruição de vidas e de casas, têm uma outra consequência que é fraturarem a rocha. Abrem o caminho aos desabamentos. As obras que têm sido feitas cá em baixo de juntar os troços da ribeira, de detonar as suas muralhas, em nada melhoraram porque o risco está lá para trás, na montanha. A.B.F. Livramento, no Funchal, estava rodeada de fumo negro, fazendo temer o pior. A polícia não deixava o filho de Luísa Paulo chegar perto dela, o que aumentava a angústia na família. Em Porto Santo, a mulher, de 54 anos, via a habitação nas imagens que passavam na televisão, enquanto tentava falar com os vizinhos. “O vizinho do lado tinha o jardim a arder e, duas portas acima, estava uma outra casa em chamas”. Luísa sentiu-se “impotente. Aquilo que vivi foi terrível”. “No meio de todo o caos, a casa não ardeu. Foi sorte”, disse ao DN. 3 Ardeu mais em nove dias do que em 2014, 2008 ou 2007 DESTRUIÇÃO Área ardida no país, de 1 a 9 de agosto, foi superior a 25 mil hectares, mais do triplo do que tinha ardido no resto do ano. É mais do que o verificado em anos inteiros recentes RUTE COELHO Em apenas pouco mais de uma semana de agosto ardeu mais floresta em Portugal do que em três dos anos da última década. De 1 a 9 deste mês arderam 25 738 hectares, enquanto em todo o ano de 2007 arderam 16 605 hectares, em 2008 foram 14 410 e em 2014 foram 19 700. Os dados provisórios avançados ao DN pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF) – falta ainda a sua validação pela GNR – mostram que no resto do ano foram destruídos pouco mais de oito mil hectares, o que revela a gravidade dos fogos da primeira semana de agosto. Para Fernando Curto, presidente da Associação Nacional dos Bombeiros Profissionais, o problema é o mesmo há anos: “a falha da aposta na prevenção”. O resultado é o que temos visto nos últimos dias: “incêndios de 35 horas, mais de cinco mil operacionais no terreno só em Portugal continental, o que é um exército, e bombeiros a trabalhar há mais de 24 horas e pagos a 1,87 euros à hora”. Fernando Curto critica o facto de o país “se ter acomodado no voluntariado, onde se concentra um verdadeiro exército para o combate aos incêndios”. Realça ainda a questão das várias forças colocadas na frente de combate como um problema e não parte da solução. “Era preciso pensar em não pôr a GNR a apagar fogos com o Grupo de Intervenção, Proteção e Socorro (GIPS). Os fogos têm de ser extintos por bombeiros. À Guarda e ao Exército deve caber o maior papel na prevenção, rescaldo e fiscalização”. Apesar de os fatores meteorológicos serem o que mais pesa na dimensão dos fogos, a prevenção conta muito. Nesse campo, o atual primeiro-ministro desenvolveu algum trabalho. Como ministro da Administração Interna, António Costa viveu um dos piores anos de fogos: apenas dois meses depois de assumir a pasta, o país começou a arder e até ao fim do ano de 2005 desapareceram mais de 300 mil Fernando Curto aponta falhas na prevenção há muitos anos hectares de floresta. Números reduzidos drasticamente, com sucessivas campanhas de prevenção e limpeza de matas, até aos recordes em baixa de área ardida, registados em 2007 e 2008 – já passada a pasta a Rui Pereira. Em 2014, também Miguel Macedo teve um ano bom, como ministro, apesar de no ano anterior ter enfrentado momentos dramáticos, com quase 150 mil hectares ardidos e nove pessoas mortas nos incêndios. Reincidentes libertados A Polícia Judiciária está a atualizar todos os dias a lista de incendiários detidos, que ontem chegou a 26 pessoas. Dos dois casos comunicados quarta-feira, destacava-se o do homem que terá iniciado um fogo com chama direta na Pampilhosa, no passado sábado, quando pretendia apenas limpar o terreno. Isto “apesar de, no dia em causa, o risco de incêndio se encontrar no nível mais elevado” e de “as temperaturas máximas atingirem quase 40 graus”, como referiu a PJ de Aveiro. O suspeito terá atuado num quadro de absoluta negligência. Muitos dos detidos são reincidentes, “uma, duas, três ou quatro vezes”, sublinha o tenente-general Leonel da Silva Carvalho, que ainda enfrentou a gestão dos fogos quando liderou o Gabinete Coordenador de Segurança (foi responsável pela segurança do Euro 2004). “O grande problema é o desencadear do incêndio, sobretudo a parte criminosa. Como me foi referido por GNR e PJ, custa muito perceber a complacência da justiça com incendiários reincidentes”, diz Leonel Carvalho. Na segunda-feira, a PJ de Braga comunicou um caso paradigmático: na véspera, um homem terá ateado fogo com um cigarro a um monte, composto por eucaliptos, com casas e fábricas nas suas proximidades – que não sofreram danos devido à pronta intervenção dos bombeiros. Arderam mais de 50 hectares de floresta. Ainda este ano o suspeito tinha sido julgado e condenado também pelo de crime de incêndio florestal na mesma zona, estando ainda indiciado pela autoria de vários incêndios de ecopontos na cidade de Braga. O que já foi destruído “A situação está catastrófica” › ”A noite foi bastante atribulada”, conta ao DN Carolina Bettencourt, a residir em Santo António, na Madeira. Havia fogo no Monte, onde vive uma parte da família, pelo que ninguém conseguia descansar sem saber que estavam todos bem. “E as ligações têm estado muito complicadas”. Os familiares passaram a noite em claro, Carolina dormiu três horas. “A situação está catastrófica. Pelo que tenho ouvido, está descontrolada. O fogo começou numa ponta e já está na outra. As pessoas estão assustadas. A zona histórica rebentou, está tudo destruído”, disse ao DN. Área ardida entre 1 de janeiro e 9 de agosto de 2016 Número de ocorrências (1 de janeiro e 9 de agosto) EM HECTARES Ocorrências de 1 a 9 de agosto Área ardida de 1 a 9 de agosto TOTAL FOGACHOS INCÊNDIOS 5826 TOTAL 1849 33 739 25 738 Tipo de ocorrências 1101 1508 341 6927 (76,3%) 6927 1849 1 jan. a 9 de ago. de 2016 1 a 9 de agosto de 2016 Área ardida nos útimos 15 anos em Portugal VALORES EM HECTARES 425 232 320 408 160 000 124 348 106 592 152 158 133 000 124 102 86 016 75 335 73 813 110 232 62 401 16 605 14 410 2000 2001 2002 2003 2004 Fonte: Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas 2005 2006 2007 2008 19 700 2009 2010 2011 2012 2013 2014 2015 4 Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias DN+ Portugal em chamas Marcelo Rebelo de Sousa foi recebido na Madeira pelo presidente do Governo Regional da Madeira, Miguel Albuquerque (à direita), e pelo presidente da Câmara Municipal do Funchal, Paulo Cafôfo Ministra apela à serenidade dos agentes políticos FLORESTA Comunistas defen- HOMEM DE GOUVEIA / LUSA dem nova política florestal, com reforço de meios humanos e materiais que utilize verbas afetas à banca Marcelo solidário e Costa executivo Missão. Presidente fez visita-relâmpago para confortar as vítimas dos incêndios e diz que missão de Costa “não é só de solidariedade, é executiva” PATRÍCIA GOUVEIA, jornalista do Diário de Notícias da Madeira Fotografias queimadas no chão, paredes negras, centenas de destroços e um intenso cheiro a fumo. Foi o que Marcelo Rebelo de Sousa viu numa das dezenas casas que foram consumidas pelas chamas. O Presidente da República esteve na região para se inteirar da situação caótica que a Madeira tem vivido nos últimos dias. À chegada disse que veio trazer “um abraço de Portugal” e visitou o que resta da habitação e oficina de António Pimenta, um morador da Alegria que perdeu “numa hora aquilo que demorou 50 anos a construir”. “Não havia vento que aguentasse. Foram 50 anos de vida que acabaram numa hora. Nada resistiu ao fogo”, contava sob o olhar atento de Marcelo. “Custa ver o que o meu pai construiu desaparecer, mas tivemos de optar pela vida”, disse o filho de António Pimenta. O Presidente respondeu com um desejo: “Vai trazer-me para ver a sua nova casa.” Ao que o senhor Pimenta respondeu: “Convido e vamos comer um cabrito!” No percurso do Presidente estavam incluídas duas paragens: nas Babosas e em São Roque, antes de terminar no RG3. Mas, ao seu estilo, não ficou pelo que estava delineado. Ao longo do percurso ia pe- dindo para parar e cumprimentar a população. Fotos, abraços, beijinhos e energias positivas foi o que a primeira figura do Estado deixava, para satisfação dos populares. “Graças a Deus, já passou” ou “Obrigada por ter vindo, Presidente”, diziam as pessoas a Marcelo Rebelo de Sousa. A caminho dos locais mais atingidos, várias pessoas viam a comitiva presidencial passar, rodeada de polícia. Um homem chegou mesmo a gritar: “Ontem [na terça-feira] que era preciso não veio ninguém!” O Presidente esteve acompanhado de Miguel Albuquerque, presidente do governo regional, Paulo Cafôfo, presidente da Câmara Municipal do Funchal, Tranquada Gomes, presidente da Assembleia Regional, e Ireneu Cabral Barreto, o representante da República para a Região. Ao longo do percurso pelas zonas afetadas iam fazendo um relato minucioso de onde o fogo começou, como avançou e como a situação de repente se agravou. “Aquilo que se via nas televisões corresponde à realidade e é possível ver como foi, como houve a mudança de vento, como houve focos diferentes e como aquilo que parecia controlado descontrolou-se em tão pouco tempo”, disse Marcelo. Por várias vezes enalteceu a “co- ragem das populações, a eficácia, a solidariedade que houve entre todos os que aguentaram estes dias e noites em circunstâncias muito difíceis”. “Há focos que permanecem e a preocupação continua a ser as pessoas. As populações tiveram um comportamento excepcional. Outra lição é que já começaram a reconstrução. E esse espírito é muito importante. O espírito de que é preciso olhar para amanhã sem deixar de estar atento para a situação atual, mas começar a reconstruir”, reforçou, lembrando que hoje chega António Costa. O primeiro-ministro vem com o ministro do Planeamento para discutir as ajudas financeiras que o Estado vai canalizar para a região. Marcelo diz que a missão do primeiro-ministro não é só de simpatia, é de trabalho. “Amanhã [hoje] está cá o senhor primeiro-ministro. Precisamente a sua missão não é só de solidariedade, é executiva”, considerou, antecipando que António Costa se vai sentar “à mesa com o senhor presidente do governo regional e vão ver de onde vêm os fundos, se é da Europa, se é do Orçamento, para que situação de emergência”. Segundo o Presidente da República, “feito o levantamento, feitas as contas, feito o somatório das necessidades, é preciso começar a reconstruir”. A ministra da Administração Interna apelou ontem à serenidade dos agentes políticos em matéria de prevenção e combate aos incêndios. “Estamos num momento de luta e, para lutarmos com eficácia, temos de manter alguma serenidade. A nossa primeira prioridade é, neste momento, combater estes incêndios e deixar os operacionais no terreno fazerem aquilo que sabem fazer”, disse Constança Urbano de Sousa, à margem de uma visita ao posto de comando do incêndio que lavrava em Anadia, Aveiro. O foco “tem de ser o combate a estes incêndios”, insistiu a governante, alvo de críticas por não ter intervido politicamente mais cedo. Na Madeira, onde o primeiro-ministro, António Costa, chega hoje e que a líder do BE, Catarina Martins, visita amanhã, o presidente da Assembleia Legislativa da Madeira, Tranquada Gomes, manifestou a “plena disponibilidade” do Parlamento regional para dar toda a colaboração útil e necessária às autoridades competentes, particularmente ao nível de soluções legislativas consideradas oportunas para fazer face à tragédia que tem assolado o Funchal. Com o silêncio do PSD e do CDS, o PCP propôs ontem, no Porto, uma nova política de ordenamento florestal, que contrarie a “hegemonia do eucalipto” e, se necessário, use verbas canalizadas para a banca a fim de reforçar os meios humanos e materiais de combate aos fogos. Dada a “situação de autêntica catástrofe” que se vive na Madeira, o dirigente comunista João Frazão defendeu um “rigoroso cadastro da floresta portuguesa [...] que não tem saído do papel ou das experiências-piloto”. Além disso, frisou, importa “retomar o Corpo de Guardas Florestais” e reforçar as equipas de sapadores florestais que, segundo o plano nacional de defesa da floresta contra incêndios, prevê a existência de 500 (em vez dos atuais 283). O PSD/Madeira, por sua vez, anunciou o cancelamento do comício da rentrée política marcado para dia 19 de agosto em Porto Santo: “Não poderíamos também deixar de manifestar a nossa solidariedade para com aqueles que foram mais atingidos por esta calamidade.” MANUEL CARLOS FREIRE IMPACTO DOS FOGOS Apoio da União Europeia a caminho › O governo português já acionou o mecanismo europeu de proteção civil e obteve a resposta positiva de um avião Canadair italiano que virá para Portugal ajudar no combate aos incêndios. Portugal já acionou sete vezes o mecanismo europeu de proteção civil, mas também já ajudou outros países. Turismo sem quebras › A Secretaria Regional da Economia, Turismo e Cultura da Madeira assegurou que a atividade turística está a “regressar à normalidade”, com a operação aeroportuária e portuária a funcionar regularmente. A Associação das Agências de Viagens e Turismo não registou nenhum cancelamento de viagens e férias. Quase mil saíram das suas casas › Na Madeira, cerca de 950 pessoas tiveram de ser retiradas de casa, 600 estão alojadas no Regimento de Guarnição n.º 3, (RG3), no Funchal, outras 300 foram colocadas no estádio dos Barreiros e 50 no centro cívico de São Martinho. Além disso, foram criados vários apoios para ajudar as vítimas dos incêndios. Aviões de Marrocos e ajuda da Rússia › A ministra da Administração Interna, Constança Urbano de Sousa, anunciou que Marrocos vai ceder dois aviões Canadair para ajudar no combate aos incêndios em Portugal. A ministra anunciou ainda ter sido acionado o protocolo bilateral estabelecido com a Federação Russa para a vinda de mais meios, sem especificar, quantos são ou quando chegam. Quase 30 mil pedem penas mais pesadas › Uma petição lançada durante o dia de ontem, a defender uma pena máxima de 25 anos de prisão para quem atear fogos florestais reunia já, cerca das 23 horas, 29 mil assinaturas. Paulo Duarte Freitas, o alegado autor do foco de incêndio em São Roque, na Madeira, ficou ontem em prisão preventiva. Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias DN+ Madrugadas com muito vento dão força às chamas CONTINENTE Ao fim do dia ardiam 13 grandes fogos no continente. Maioria eram reacendimentos e mobilizavam mais de 5000 homens um único ocupante, de 40 anos, indicou à Lusa o responsável da Proteção Civil do município de Ferreira do Zêzere. Este fogo, que foi extinto uma hora depois do seu início, destruiu ainda uma carrinha da junta de freguesia e dois jipes dos sapadores florestais, estacionados junto à caravana. Estava apagado, mas voltou em força, durante a noite de quarta-feira, o incêndio que teve início às 14.55 de segunda-feira, em São Pedro da Cova, Gondomar, alastrando-se à freguesia de Foz do Sousa. Ao final da tarde, três focos “ameaçavam casas e fábricas”. “Temos noção de que não há mais meios nem materiais nem humanos no que diz respeito a bombeiros. Mas JOSÉ COELHO/LUSA O vento está a ser um dos piores inimigos dos bombeiros e parece não dar tréguas. A Proteção Civil esperava uma madrugada de muito vento, à semelhança do que aconteceu na de quarta-feira. Em vez de a noite servir como habitualmente para acalmar as chamas, o vento forte acabou por trazer mais trabalho, ao provocar vários reacendimentos. Depois de um dia em que mais de cinco mil operacionais estive- ram no terreno a fazer face a 394 incêndios, segundo os dados da proteção civil, a situação ainda era preocupante em Águeda e Gondomar. Às 20.40, a Autoridade Nacional de Proteção Civil classificava 13 incêndios como “ocorrências importantes”. As chamas, que lavraram ao longo do dia de ontem, acabaram por provocar a morte a um turista alemão, em Ferreira do Zêzere. O homem não sobreviveu ao incêndio que começou precisamente na caravana onde estava alojado. O fogo começou debaixo de um telheiro, cerca das 03.40, em Vale Serrão, na freguesia de Nossa Senhora do Pranto (Dornes), onde estava estacionada a caravana, com Em Celadinha, em Arouca, viveram-se horas de desespero 5 os meios aéreos falharam. Estive desde manhã a solicitar meios aéreos pesados que não chegaram. Se tivessem chegado, os incêndios que lavram em Gondomar tinham sido muito mais fáceis de resolver”, referiu o presidente da câmara local, Marco Martins, à Lusa. A tentar pôr fim às chamas estiveram 225 operacionais e um meio aéreo. Os bombeiros concentraram o trabalho na defesa das casas dos habitantes de Gens. Cerca de cem pessoas foram deslocadas, mas ao longo do dia foi-lhe autorizado o regresso a casa. Sem fim à vista estava também o incêndio em Águeda – começou na madrugada de segunda-feira –, que se aproximava da cidade. O vento forte durante a madrugada voltou a dar força às chamas que quase foram declaradas extintas, o que deixou os bombeiros numa situação difícil. “Estamos a precisar urgentemente de meios aéreos pesados. Já pedimos várias vezes, mas calculamos que os pedidos serão tantos que não há vazão para tudo”, dava conta ao início da tarde de ontem, o comandante dos Bombeiros de Ílhavo, Carlos Mouro. Durante o dia havia quatro frentes ativas, entre as quais a que se dirigia para a cidade, mas que os bombeiros esperavam controlar durante a noite. Em Castanheira de Pera, 338 operacionais e dois meios aéreos combatiam as chamas. Também aqui se tratou de um reacendimento, que ao início da noite tinha três frentes ativas. Em Arouca, os passadiços do Paiva chegaram a ser evacuados, por precaução, e as chamas ainda davam trabalho a 180 elementos. Desde as 14.35 de segunda-feira que arde uma área de mato. Estes focos de incêndio acabaram ainda por condicionar o trânsito em três autoestradas (A25, A28 e A43) e três estradas nacionais (EN16, EN230 e EN336). A.B.F. SOLIDARIEDADE Ronaldo oferece ajuda financeira Telma e Quaresma deixam mensagens Sporting e Arouca promovem ações Cáritas e Banco Alimentar do Porto › Cristiano Ronaldo decidiu ofere- › A judoca Telma Monteiro, medalha de bronze nos Jogos Olímpicos Rio 2016, agradeceu ontem aos bombeiros. “Quero deixar uma mensagem de solidariedade, de muita força e de agradecimento a todos os bombeiros que estão neste momento a proteger todos os portugueses e a todas as pessoas que têm sido afetadas”, afirmou a judoca, num vídeo publicado no Twitter do seu clube, o Benfica. Também o jogador Ricardo Quaresma, via Facebook, enviou “um grande abraço aos bombeiros que um pouco por todo o Portugal combatem os incêndios...) Coragem, vocês são campeões do povo”. › O Sporting Clube de Portugal vai › A Cáritas Portuguesa lançou uma campanha de angariação de fundos para ajudar a população afetada pelos incêndios da Madeira, tendo aberto uma conta bancária para quem quiser contribuir: “Cáritas ajuda a Madeira” – 0035 0697 0059 7240130 28, da CGD. O Banco Alimentar Contra a Fome do Porto vai distribuir hoje alimentos e água aos bombeiros da região Norte, disse o presidente da instituição distrital, António Cândido da Silva, sublinhando haver bombeiros sem comer há 24 horas. Foi uma forma de responder a um pedido feito pela Associação Nacional de Bombeiros, referiu. cer ajuda financeira à sua terra natal. O melhor jogador do mundo, natural da ilha da Madeira, telefonou na tarde de ontem ao presidente do governo regional para prestar a solidariedade ao povo madeirense e desejar uma rápida recuperação das perdas sofridas, noticiou o Diário de Notícias da Madeira. O craque madeirense falou diretamente com Miguel Albuquerque, tendo aproveitado a conversa que tiveram para desejar que os culpados desta situação dos incêndios sejam punidos, acrescentou o diário regional. promover uma ação de ajuda aos bombeiros. É já no próximo sábado, aproveitando a realização do jogo Sporting - Marítimo, no Estádio José Alvalade. “Não fiques em casa e traz água, barras de cereais, fruta fresca e leite para entregar aos voluntários que estarão junto aos torniquetes”, lê-se no Facebook dos leões. O Arouca decidiu doar 1 euro por cada bilhete vendido para o jogo com o Olympiacos, no dia 18 de agosto, para a corporação de bombeiros do concelho. Os preços dos bilhetes podem ir até aos 20 euros para o público em geral. OPINIÃO Deverão os meios militares ser usados no combate aos fogos? NUNO PEREIRA DA SILVA Coronel do Exército, na reserva C omeçou a época quente e invariavelmente começou a época dos fogos que flagelam o país de norte a sul. Todos os anos se repete o mesmo fado. As Forças Armadas possuem capacidades que podem ter uso civil. Há alguns anos iniciámos na UE a elaboração de um Catálogo de Capacidades e Meios para a Proteção (defesa) Civil. Aí foram listadas as capacidades civis e militares oferecidas pelos diversos Estados membros, que em caso de necessidade pudessem ser pedidas para uso em emergências. Em Portugal deveria fazer-se um Catálogo do género, integrando as Capacidades e Meios Civis e todas as Capacidades e Meios Militares com possibilidades de uso civil. Só depois de listadas e de se saber onde estão, quem as possui e pode disponibilizar é que deveriam ser feitos alugueres ou aquisições de meios que não existam. Estariam nesse catálogo meios da Força Aérea com capacidade para, com uma pequena adaptação, poderem ser usados na prevenção e no combate aos fogos. Recordo que, há alguns anos, os C-130 foram usados com um kit específico para efetuar esse combate, o qual, pelo que sabemos, apodreceu e está inoperacional. No Exército há vários meios de engenharia e outros capazes de ajudar no combate ao flagelo dos fogos. O Exército também pode participar mais se tiver alguns apoios logísticos, em termos de infraestruturas que podem ser disponibilizadas pelo poder local, para que algumas unidades em treino operacional possam cumprir a sua missão e concomitantemente vigiar o território em locais pré-determinados 24 sobre 24 horas, contribuindo assim para a prevenção dos fogos. Um país em profunda crise financeira tem de usar eficientemente e eficazmente os meios de que dispõe, pois só assim se podem rentabilizar os recursos existentes e se evitam dispêndios de recursos humanos e financeiros desnecessários. Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias 6 DN+ Entrevistas de verão O arquiteto nas Portas do Mar, na Ribeira Velha. O espaço envolve o Campo das Cebolas e vai até à Doca da Marinha. As descobertas arqueológicas vieram enriquecer o projeto inicial, que cria uma grande praça a olhar para o Tejo e para Alfama JOÃO LUÍS CARRILHO DA GRAÇA Arquiteto Tem nas mãos um extenso pedaço de Lisboa, com dois projetos contíguos – o Terminal de Cruzeiros e o arranjo do terreno entre o Campo das Cebolas e a Doca da Marinha. Dali vão sair espaços públicos onde as pedras originais são reutilizadas “Se a arquitetura é boa, pode mudar a vida das pessoas e da cidade” ANA SOUSA DIAS Tem neste momento em construção o Terminal de Cruzeiros e o arranjo do Campo das Cebolas, em Lisboa. Tem outros projetos? Estou a começar um projeto que até foi publicado na revista Domus. É o quarteirão, na Baixa Pombalina, entre o Banco de Portugal e o MUDE, que vai ser a sede do BPI e um centro cultural. Os edifícios serão reconstruídos lá dentro. Propus uma escultura enorme do Julião Sarmento que gostaria que viesse a acontecer. Assisti a uma apresentação que fez dos projetos para o Campo das Cebolas e o Terminal de Cruzeiros e começou por dar uma visão histórica sobre Lisboa e as suas linhas… … de festo e linhas de água. As linhas altas são as de festo, são o negativo das linhas de água. Por que foi tão atrás na leitura da estrutura da cidade para pensar estes projetos? Eu não teria necessariamente de ir aí. É assim que olho para Lisboa, mas é uma visão mais universal, porque em qualquer sítio onde possa intervir faço uma observação desse tipo. No fundo, é o tema da exposição que fiz no CCB, com maquetas enormes que explicam como a cidade cresceu em cima do território, a partir de certas regras. As regras são simples: os percursos de linha de festo são utilizados desde a Pré-História, são mais protegidos, mais seguros, a partir deles vê-se o que for preciso. Estão marca- “ Na expansão das cidades, tudo se passa entre as linhas de festo (altas) e as linhas de água dos em todo o mundo, são os caminhos das pessoas. O seu inverso ou o seu negativo são as linhas de água, os rios, as ribeiras, que têm uma presença muito forte. Estas duas linhas são as mais antigas e as mais permanentes. Em Lisboa sente-se muito, porque é uma topografia muito ondulada e quase barroca. Para chegar à ideia do projeto, precisa de ter presentes essas linhas? É a maneira como olho para a cidade e para as paisagens. Estabelecem um protótipo do espaço público, porque as linhas de festo são sempre percorridas e transfor- mam-se em vias, e as linhas de água são impossíveis de privatizar. Na expansão das cidades, tudo se passa entre estas linhas. Está a trabalhar na zona ribeirinha da Lisboa mais histórica. Como é essa aventura? É uma plataforma maravilhosa do projeto do Porto de Lisboa, construído no início do século XX. Tem um muro fantástico de pedra de lioz, penso que com 17 km de comprimento. Uma obra incrível. A plataforma entre Santa Apolónia e o Terreiro do Paço foi objeto de dois concursos: o do Terminal de Cruzeiros, em 2010, e o do Campo das Cebolas, em 2012, e estão agora em obra. Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias 7 PERFIL ORLANDO ALMEIDA / GLOBAL IMAGENS › Nasceu em Portalegre em 1952, onde viveu até terminar o liceu, aos 17 anos. › Concluiu o curso de Arquitetura na então Escola Superior de Belas-Artes de Lisboa em 1977 e começou logo a dar aulas aos alunos do último ano da mesma escola, já então com o nome de Faculdade de Arquitetura. › É professor na Universidade Autónoma de Lisboa e na Universidade de Évora. Foi uma coincidência ter ganho os dois concursos? Foi uma sorte. Os terrenos são contíguos, mas os concursos foram organizados de formas diferentes, com júris internacionais diferentes. E eu consegui ganhar os dois, em sequência. O do terminal foi organizado pela APL [Administração do Porto de Lisboa] com a Câmara de Lisboa; o outro foi com a Bienal de Veneza, a participação portuguesa na Bienal de Veneza, e a Câmara de Lisboa. Não é uma enorme responsabilidade mexer em sítios destes, com tanta história? É uma intervenção única, até internacionalmente, porque tem uma dimensão extraordinária. Claro que sinto uma grande responsabilidade. Os meios, vistos do meu lado, são sempre reduzidos para conseguir atingir os objetivos. Há aqui um aspeto que me interessa muito. As fachadas das casas são o limite da cidade em relação ao rio, imaginando que ainda não existia o aterro: a partir daqui, havia praia. Depois, a cidade começa a subir e, portanto, as fachadas estão no ponto em que a cidade se transforma no grande aterro. Todos estes edifícios estão construídos em cima da muralha que aparece por dentro, às vezes, e foi sendo absorvida pelos edifícios. Numa parte é a Muralha de D. Dinis, noutra área a Muralha Fernandina. O historiador José Sarmento Matos explica que o rei, quando a muralha deixou de ser tão operativa e necessária, começou a vender e a ceder troços de muralha, às vezes com uma torre – por isso há vários palácios com uma torrezinha. Como começa um projeto? Vai fazendo desenhos? Começo por pensar no problema e fazer maquetas, com elementos improvisados que tenho à mão – quando toda a gente fumava, usava os maços de tabaco, serviam mais ou menos para tudo. Faço uma espécie de maquetas em cima de uma base, para funcionarem como provocação. Vai primeiro ao lugar e fica a olhar? Não sou contemplativo. Gosto muito de andar a pé, ando imenso pelos sítios em que vou intervir. Sempre fiz, desde o princípio, uma coisa que é uma potencialidade e uma limitação. Não parto de imaginar o resultado para organizar a maneira de lá chegar; parto de conceitos abstratos. Gosto de olhar para o território não só como forma mas como conteúdo, com tudo o que culturalmente o constrói e ocupa – as pessoas, os animais, as plantas, a geologia. Olhar para a realidade e para história. Isso cria uma certa distância em relação à problemática mais direta. E isso cria enormes possibilidades e enormes riscos porque, depois de lançar hipóteses e de as testar, não desligo enquanto não chegar aos mais ínfimos pormenores do que vou realizar. É um percurso longo e complexo. Parte do abstrato para o pormenor? Parto de uma certa abstração. Inúmeros colegas meus fazem o contrário e eu admiro imenso essa forma de trabalhar, tão diferente da minha. “ Quando toda a gente fumava, usava os maços de tabaco para fazer as primeiras maquetas Mas à partida tiveram uma formação idêntica, não? Dependendo das idades e dos sítios onde se estudou. Mas acho que há uma cultura comum muito forte entre os arquitetos. Participei em dezenas de júris, há discussões, mas chegamos ao fim em consenso, ou mesmo em unanimidade. › É convidado para lecionar em universidades de todo o mundo, de Milão à Cidade do México ou a Viena. › Mora em Lisboa e está a fazer o projeto para uma residência própria. › Foi distinguido com o Prémio Pessoa em 2008, somando-o a galardões como o Secil, o AICA, o Luzboa e, em 2010, o Piranesi Prix de Rome. › Ainda hoje gosta do primeiro projeto que fez, para o quartel E no entanto, os resultados são… … completamente diferentes, mas têm uma certa evidência. Embora cada um faça da sua maneira e com os seus pressupostos, quando as coisas resultam e estão encontradas e equacionadas, tornam-se evidentes. A arquitetura é uma atividade, digamos, de banda larga. Pode ser elitista, mas não fica confinada só a essas pessoas. Podemos discutir e pôr as hipóteses que quisermos, mas depois as coisas têm de se tornar universais, quando as obras se constroem. Outro trabalho que fez num local delicado foi o arranjo da zona do Templo de Diana, em Évora. O ponto de partida é tentar tirar o máximo partido do que existe. Escrevi no catálogo da exposição do CCB um texto chamado “Revelação em sentido fotográfico”, em que digo que é através do conhecimento que a arquitetura se constrói. Quanto mais conhecermos e nos sentirmos à vontade em relação ao programa, aos sistemas construtivos e à maneira como tudo se vai passar, mais fácil é termos bons resultados. É interessante chegarmos a um sítio e concluirmos que basta demolir uma coisa e aquilo fica fantástico, não é preciso fazer muito. Num congresso, em Pamplona, o Jean-Philippe Vassal, dos Lacaton & Vassal, mostrou um trabalho muito curioso: ele e a mulher foram convidados para fazer o arranjo de uma praça, o que é um programa comum em arquitetura. Foram ver e gostaram da praça. Falaram com as pessoas e acharam que, grosso modo, estava tudo bem – havia só um problema de limpeza – e que era mais interessante manter o que lá estava. Disseram ao presidente da câmara: “A nossa proposta é que a praça fique como está. Por favor, paguenos os honorários.” Gosto imenso desta história. Voltemos ao Terminal de dos bombeiros de Vila Velha de Ródão, apesar de o edifício ter sido muito alterado. Na longa lista de obras feitas destacam-se a Escola Superior de Comunicação Social de Lisboa, o Pavilhão do Conhecimento da Expo’98, o Teatro e Auditório em Poitiers (França) e a adaptação do Mosteiro da Flor da Rosa, no Crato, e o Núcleo Arqueológico do Castelo de São Jorge. Cruzeiros. Encontrou muito passado escondido? A doca do Jardim do Tabaco tinha uma ligação ao rio, mas fora toda aterrada. Quando comecei o projeto, já estava feito o novo cais para os terminais. Deixava de se ver a água e o muro de lioz que define o espaço e que eu decidi logo manter. Quis intervir dentro do retângulo da doca como se ele fosse o campo, em sentido artístico, com um edifício o mais pequeno possível – e é o mais pequeno dos que apareceram no concurso – e que invertia um pouco o olhar de Alfama, que é um anfiteatro a olhar para o rio. O edifício entrava em diálogo com Alfama. Tentei restringir-me ao programa e fazer o edifício encaixado nesse espaço onde há um estacionamento e um tanque que faz uma espécie de praça. O segundo conceito, desenvolvido com o arquiteto paisagista João Gomes da Silva, é construir um parque verde urbano ao longo do rio, à volta do terminal. Vai ficar tudo cheio de árvores e relva com dois hipotéticos restaurantes. Isso leva a que nos aproximemos, em percursos pedonais, do centro da cidade, o que permite que as pessoas que chegam nos navios vão para Alfama ou em direção à Baixa. Esse parque pode ser utilizado pela cidade, é uma mais-valia. No período quente dos cruzeiros, há imensos autocarros estacionados, pessoas para cá e para lá e, portanto, o parque não pode ser tão frequentado. O edifício é baixo para não impedir a vista do rio? Tem só dois pisos, o programa não pedia mais. Tentei resumir ao mínimo as áreas climatizadas, com ar condicionado. No concurso, estava já a pensar no futuro do edifício, que é uma espécie de pequeno aeroporto, com questões de segurança, não tem grande história: as partidas em cima, as chegadas em baixo. DN+ 8 Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias Entrevistas de verão Desenhou um plano de água, um lago. Estava previsto no programa? Não, mas corresponde ao espaço no interior da doca e faz uma espécie de tanque em frente da antiga Alfama. É preciso imaginar isto tudo cheio de árvores. Esperemos que aconteça. Este foi o primeiro concurso, em 2010, e tinha um pragmatismo enorme. Queriam inaugurar em 2012, mas depois as coisas nunca acontecem assim. Aliás, uma das coisas mais desagradáveis na profissão de arquiteto é o tempo que as coisas levam. O projeto do Convento de Jesus, em Setúbal, tem 18 anos e só agora se fez a primeira ala. Ao lado do terminal começa o arranjo do Campo das Cebolas. O verdadeiro Campo das Cebolas não é bem onde estamos a intervir, aliás propomos o nome de Portas do Mar para este espaço, que na verdade é a Ribeira Velha ou Portas do Mar. O concurso referia-se a este espaço e à Doca da Marinha. Também passa a ser espaço público? Ainda há uma zona reservada à Marinha, mas fica tudo bastante transparente e o edifício é novo, construído com os tijolos da demolição do que lá estava. E tudo isto passa a ser espaço público. No concurso, tinham-nos pedido um silo para estacionamento e propusemos um volume que não ficava muito mal. Mas a Assembleia Municipal entendeu – e muito bem – que não se devia fazer, porque cortava vistas e criava uma perturbação. Propuseram-nos que enterrássemos o estacionamento. A partir das plantas antigas, tínhamos a noção do que tinha sido este espaço, há imagens lindíssimas disso. No lado da Sala do Risco e do Arsenal estava o porto real, dos grandes navios que faziam as viagens dos descobrimentos, navios de guerra; deste lado havia um porto quotidiano, onde chegavam os navios pequenos traziam coisas de fora. Ao lado, havia um terreiro para feiras que já ficava fora de portas. Este projeto foi feito com o Victor Beiramar Diniz, um arquiteto paisagista que trabalha comigo no ateliê e foi diretor do Parque de Serralves. A ideia foi limpar este espaço, tornando claro que a frente corresponde à muralha. Em frente da Casa dos Bicos há uma clareira e a praça é arborizada. Estava a explicar o estacionamento. Nós sabíamos que o muro do cais ia aparecer e, realmente, apareceu. Durante o projeto, pedimos sondagens arqueológicas, o que foi ótimo porque, se antecipamos o que se poderá encontrar, podemos entrar com isso em linha de conta no desenvolvimento do projeto. Encontrámos o muro do cais e via-se areia que tinha estado enterrada 200 anos, mas era como se a tivéssemos deixado ontem: imaculada, como se fosse uma praia. Lindíssimo! Va- mos construir aí o estacionamento e isso liberta-nos de arqueologias mais pesadas, que se vão ainda escavar. Não era zona construída, por isso não há vestígios? Exato. Podem aparecer restos de um navio, mas, em princípio, não há nada construído, porque era a praia. Fizemos o parque de estacionamento a meia altura, semienterrado, 1,5 metros abaixo do nível da cidade e 1,5 metros acima. Da plataforma vemos o rio e a cidade. O acesso ao estacionamento tem um pátio com árvores, com luz e ventilação natural. É um parque quase ao nível do exterior – os carros não estão visíveis, mas o parque “ Na estrutura do Terminal de Cruzeiros vamos usar um sistema de betão com incorporação de cortiça é facilmente acessível. Propusemos que a escada antiga que dava acesso à praia fique a funcionar. É uma escada muito bonita, com pedras enormes de lioz. Encontrámos também os vestígios de um forte anterior ao terramoto, que foi fotografado e fica lá, na mesma posição. Todas as pedras encontradas ficaram lá. O que não é habitual. É uma preocupação ecológica, a reutilização dos materiais, tanto no cais como no edifício de tijolo demolido? Exato. Tendencialmente tem-se pensado cada vez mais nas questões da sustentabilidade e da ventilação natural. Sempre me interessei em reduzir ao mínimo a climatização e em utilizar sistemas passivos, mas não o faço de uma forma extremada. Não podemos fazer cortes com a realidade, isto tem de ser sempre a pouco e pouco… Mas tem a consciência de que o que faz tem efeitos no futuro? Uma vez eu estive num programa de televisão com o professor Ribeiro Telles e ele disse uma coisa genial: “Nós, seres humanos, somos muito mais efémeros do que tudo aquilo que estamos a construir.” Quer dizer, nós, qualquer dia, não estamos cá e tudo isto vai ficar a olhar para as pessoas durante cem anos ou coisa assim do género. Já o ouvi explicar que o edifício do terminal será feito num material mais leve do que o betão normal. Porquê? Quando fizeram o concurso já estava feito o sistema de fundações para o que viesse a ser construído. Fomos apoiar-nos nesse sistema e desenvolvemos o edifício. Quando chegámos a um certo ponto, os engenheiros que trabalham comigo disseram que a capacidade de suporte daquele sistema de fundações estava no limite e os alçados tinham de ser feitos de uma forma ligeira. Para mim, era muito importante a solidez na envolvente do edifício. Em paralelo com isto, a Experimenta Design tinha-me desafiado a pensar em novas utilizações para a cortiça, conjuntamente com a Corticeira Amorim. E eu pensei em desenvolver um tipo de betão que incorporasse cortiça mas que fosse estrutural, porque tem de ter uma certa capacidade. É muito comum, quando é preciso encher uma zona numa obra, utilizar betão com cortiça porque é muito mais leve e tem resistência, mas não é propriamente estrutural. Mas aqui tinha de ser estrutural. Desenvolvemos, com um laboratório de Coimbra, a Secil e a Amorim um sistema de betão claro com incorporação de cortiça. É uma estreia? É. Eu só tenho pena porque pensava que isto ia ser patenteado e que eu ia ficar rico, mas não… É caríssimo, não vale a pena. Tinha de ser patenteado em todo o mundo e tinha de se manter vivas as patentes. Se só patentearmos em Portugal, a seguir fazem em Espanha e vendem para cá. Se patenteássemos na Europa toda, faziam em África ou assim. Não há hipótese de ficar rico nem de patentear isto. No Pavilhão do Conhecimento dos Mares já tinha feito uma inovação com a Secil, não tinha? Um betão diferente? Sim, nessa altura, o betão foi betão branco e foi uma experiência brutal. Eu já tinha construído com betão branco, mas coisas mais pequenas. E lembro-me de colegas meus dizerem que era uma temeridade estar a fazer uma obra com aquele prazo, com um orçamento limitado e com uma tecnologia completamente inovadora em Por- “ Ao contrário dos artistas, nós arquitetos só temos justificação social se resolvermos problemas tugal. Felizmente, correu tudo bem. Foi um êxito enorme e é curioso, porque continua em bom estado, o betão está impecável. Também fiz com a Secil o mobiliário urbano da Expo’98. É curioso falarmos nisso porque as pessoas tendem a ver os arquitetos como uns artistas e associados a star systems, os starchitects. E a vossa profissão tem muito que ver com o resolver problemas, procurar soluções. Exatamente. Ao contrário da atividade dos artistas, nós só temos justificação social se resolvermos problemas. Temos sempre um programa, um orçamento e depois tentamos resolver dentro daquele conjunto de variantes, no sítio. O designer Daciano da Costa dizia que o design tinha que ver com utilidade e que havia outra coisa que era o “tipo design”, como o queijo “tipo serra”. No design, pela sua história e pelo seu mérito, percebe-se melhor a questão da função social. Imensas coisas foram desenhadas e utilizadas durante séculos e podem produzir-se com valores baixos e ser para toda a gente. Fazem verdadeiras revoluções no sistema de produção e de utilização de objetos. Nunca pensamos muito isso em relação à arquitetura, não admitimos a hipótese de a arquitetura ter essa direta e forte função e justificação social, mas sempre o defendi. Pensa-se que os arquitetos trabalham para os ricos, raramente se põe outra hipótese. Quando se fala em direito à arquitetura, parece uma coisa abstrata e ninguém leva muito a sério. Mas se a arquitetura for boa pode melhorar a vida das pessoas, do espaço e da cidade. Volta aos sítios onde interveio, para ver como funciona? O criminoso volta sempre ao local do crime. Volto, normalmente com prazer. Às vezes, fico surpreendido, há coisas difíceis de aceitar, mas temos de deixar que os edifícios tenham uma vida própria. Temos de fazer tão simples quanto possível para a complexidade da vida das pessoas, depois, se instalar lá dentro com à-vontade. Para servirem de referência, de enquadramento a situações às vezes muito complexas. Mesmo imaginando que tudo vai ser usado e, em certa medida, subvertido, às vezes há coisas um bocadinho chocantes. Já construiu uma casa para si? Não. Adaptei uma, em Tavira, mas fiz duas sequências de obras: uma quase há 20 anos e outra há menos. É uma casa de férias. Para mim, vou eventualmente fazer agora uma, se tudo correr bem. E se depois chega à conclusão de que “não era nada disto”? As obras são feitas em circunstâncias diferentes e com aquilo que as caracteriza e a conjuntura que as envolve. Mas eu tenho a mesma relação com coisas que fiz há 20 ou 30 anos e com as que estou a fazer agora ou com as que vou fazer a seguir. Não tenho a ideia de que se desatualizam. E sobre a casa, eu acho maravilhoso. A minha mulher sempre achou estranho que não tivéssemos uma casa projetada por mim, quando tínhamos lá os miúdos e a casa sempre cheia de pessoas. Agora está-lhe a fazer ainda mais confusão fazer a casa só para duas pessoas… mas a casa acaba por estar também sempre cheia de gente. Nasceu em Portalegre e estudou em Lisboa. Vim para Lisboa com 17 anos, fiz o liceu lá. Conheceu o José Régio? Não. A minha mãe foi aluna do José Régio e tem imensas histórias com ele, ótimas recordações. Ela DN+ 9 vive lá e eu vou de vez em quando. Fiz lá a Igreja dos Assentos. Como disse numa entrevista, nunca se sai da cidade onde se nasce, mantemos como quadro de referência o espaço da nossa infância. Estudou Arquitetura em Lisboa e começou logo a trabalhar? Furiosamente. Assim que acabei o curso, fui convidado para dar aulas no último ano. Tinha colegas meus e outros mais velhos que eram meus alunos. Em vez de estar demasiado convencido, resolvi trabalhar conjuntamente com eles e fizemos trabalhos que ficaram mais ou menos na memória de todos. Gostei imenso desses anos. Em paralelo, convidaram-me para concorrer ao Plano Urbanístico de Portalegre. Concorri, com o Gonçalo Byrne e o João Paciência, e ganhámos. Comecei a fazer esse trabalho e outros que, entretanto, consegui e fui fazendo concursos. O planeamento urbanístico interessa-lhe? Interessa-me a observação do que é a cidade e do que é o território. Como atividade, não me interessa tanto, embora eu tenha dois planos de Santos ao Cais Sodré, do concurso da EDP com a Câmara de Lisboa. A arquitetura, às vezes, demora 20 e mais anos. O planeamento urbanístico demora mais ainda e sentimo-nos a intervir através das mãos de outros, porque definimos algumas regras, tentamos acompanhar, mas é difuso. Não há exemplos muito claros de planos bem-sucedidos. Lisboa teve uma grande intervenção, com a Expo’98. O que pensa do que foi feito? Acho uma experiência fantástica. Lembro-me imediatamente do Pavilhão de Portugal, que é extraordinário. Ficou uma série de edifícios “ A Avenida 24 de Julho tinha uma intensidade de trânsito brutal, hoje nem nos lembramos ORLANDO ALMEIDA/GLOBAL IMAGENS Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias interessantes. E há uma matriz urbanística simples mas que foi muito bem controlada e que fez que aquela zona, climaticamente discutível, tenha um sucesso enorme. Foi muito bem organizado, como estratégia, primeiro para a instalação da Expo e depois na continuidade, no Parque das Nações, que é uma zona muito intensa e muito apreciada da cidade. O que vai fazer a seguir? Estou a preparar o concurso para o Conservatório de Música e Dança de La Rochelle. Há quatro arquitetos selecionados, que estão a fazer os seus projetos, e só um é que vai ganhar. Entrar para o circuito internacional dos arquitetos foi gradual? No caso de Poitiers – o primeiro concurso que ganhei e que se construiu –, fiz uma equipa com um Daniel Commins, um especialista acústico com quem, depois, trabalhei bastante, que já tinha também trabalhado com o Siza na Casa de Serralves. Ele ajudou-me a organizar a equipa, toda francesa, e apresentámos uma proposta. Foram selecionados cinco, entre eles Jean Nouvel e o Christian de Portzamparc, que é [Prémio] Pritzker e que fez a Cidade da Música em Paris. Ganhei o concurso e, sinceramente, não estava à espera. Mas é uma coisa isolada. Depois fiz vários concursos. Ganhei outro, para a Maison de la Paix [Casa da Paz], em Genebra, mas não se construiu. Não sou convidado muitas vezes, vou apresentando candidaturas, às vezes sou selecionado. Agora está mais difícil, porque com a crise os arquitetos que nem se davam ao trabalho de ir a concursos, porque tinham imenso trabalho, começaram a aparecer. Os selecionados são os quatro ou cinco de topo. As pessoas associam as grandes obras a calendários eleitorais. Mas as cidades não estão sempre a precisar de ser mexidas? Os ciclos eleitorais têm quatro anos e não é fácil fazer as obras no primeiro ano. Acaba sempre por ter um ar eleitoral, não se consegue fugir a isso. Veja o caso das obras que estou a fazer. Um concurso foi em 2010, o outro foi em 2012, e depois levam anos de gestação. O terminal deve começar a funcionar em 2017, mas é um concessionário privado, não tem nada de eleitoral. As obras em Lisboa são coisas práticas. É uma transformação profunda para tornar a cidade mais acessível, utilizável, cómoda para as pessoas. Há menos de dez anos, a Avenida 24 de Julho tinha uma intensidade de trânsito brutal, hoje não nos lembramos. Estas alterações obrigam a acertos de infraestruturas e de sistemas de apoio de espaço público. Introduzir mais árvores, espaços de estar, parques infantis, estacionamento organizado, é justificável e normal. Tocou num ponto importante, a questão do automóvel dentro das cidades. Como se pode reduzir o seu impacto? Os automóveis devem conseguir ir a todo o lado e deve haver sempre mistura de zonas pedonais com automóveis e transportes públicos. O que é decisivo é um sistema de transportes públicos eficaz que sirva a cidade de uma forma cómoda. A partir daí, a cidade vai alterando a maneira de funcionar, o trânsito vai diminuindo e as pessoas vão percebendo que, a pé, se vai a quase todo o lado. Os fabricantes de automóveis estão preocupadíssimos (nós ainda nem pensámos nisso), porque as pessoas andam cada vez mais a pé e, tendencialmente, vão andar cada vez mais a pé e de bicicleta. 10 Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias OPINIÃO ILHA DE SZIGET. UMA SEMANA DE CULTURA 11.8.2016 Editorial Água solidária Diretor interino Leonídio Paulo Ferreira Diretora adjunta Mónica Bello Subdiretoras Ana Sousa Dias e Joana Petiz Redator principal Ferreira Fernandes Diretor de arte Pedro Fernandes Editora executiva Graça Henriques ANA SOUSA DIAS L ucinda Borges e Paulo Pereira foram os heróis mais falados do passado domingo. Compraram mais de mil litros de água para distribuir pelas pessoas bloqueadas na A1, cortada pelos incêndios florestais, numa rápida reação que foi filmada e divulgada nas redes sociais. Passados poucos dias, poderia dizer-se que o número de pessoas a merecerem a nossa gratidão aumentou exponencialmente – e não apenas graças aos milhares de bombeiros omnipresentes que não têm tido descanso. Gestos de solidariedade que aparecem mesmo ao lado de casa, na ajuda dos vizinhos, ou nas contas abertas para recolha de fundos, ou vindos das mais variadas instituições. Atitudes que mobilizam todo um país. Apoios que chegam de outros países, e até do outro lado do mundo – o governo timorense aprovou uma doação de dois milhões de euros. O mês de agosto até tinha começado com reconfortantes estatísticas: os números de incêndios e de áreas ardidas, nos primeiros sete meses do ano, eram muito mais baixos do que nos anos anteriores, segundo o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas. Os planos de combate a eventuais fogos estavam preparados. Mas bastaram uns poucos dias de agosto, com condições atmosféricas propícias ao fogo e a ação criminosa dos incendiários – intencionais ou por negligência – , para os números atingirem recordes assustadores. Arouca, Águeda, Gondomar, Funchal, Idanha-a-Nova, Castanheira de Pera, Arcos de Valdevez, são os lugares onde fixamos o olhar. De Lisboa e dos Açores partiram reforços para a Madeira, no continente as corporações de bombeiros cruzam as estradas e os ares para combater fogos em locais longínquos, dando eficácia à resposta e evitando maiores estragos. Os responsáveis políticos têm-se desdobrado em visitas aos locais mais afetados. Afinal, os mil litros de água distribuídos pelo casal de Avanca são a história de um país unido e único, em todo o território. Editores executivos adjuntos Ana Mafalda Inácio (Sociedade), Artur Cassiano (Digital), Helena Tecedeiro (Mundo), Pedro Sequeira (Desporto) Portugal Paula Sá (editora Política), Sílvia Freches (editora adjunta Política), Carlos Ferro (editor Sociedade), Pedro Vilela Marques (editor Sociedade), Céu Neves (grande repórter), Fernanda Câncio (grande repórter), Carlos Rodrigues Lima, Filipa Ambrósio de Sousa, João Pedro Henriques, Manuel Carlos Freire, Miguel Marujo, Pedro Sousa Tavares, Rui Pedro Antunes, Valentina Marcelino Sociedade David Mandim (editor adjunto) Ana Bela Ferreira, Ana Maia, Filomena Naves, Joana Capucho, Rute Coelho Desporto Nuno Sousa Fernandes (editor), Rui Frias (editor adjunto), Bruno Pires (editor adjunto), Carlos Nogueira, Gonçalo Lopes, Isaura Almeida, João Ruela, Rui Marques Simões Mundo Patrícia Viegas (editora), Abel Coelho de Morais, Ana Meireles, Susana Salvador Artes Marina Almeida (editora), Marina Marques (editora adjunta), João Céu e Silva (grande repórter), Lina Santos, Maria João Caetano, Mariana Pereira Digital Ricardo Simões Ferreira (editor), Patrícia Jesus (coordenadora), Bárbara Cruz, Elisabete Silva, Sofia Fonseca Opinião Adriano Moreira, Alberto Gonçalves, André Carrilho, António Barreto, Anselmo Borges, Bernardo Pires de Lima, David Dinis, Inês Teotónio Pereira, João César das Neves, João Lopes, João Taborda da Gama, Joel Neto, Mário Soares, Miguel Ángel Belloso, Nuno Santos, Paulo Baldaia, Pedro Marques Lopes, Pedro Tadeu, Sérgio Figueiredo, Sílvia de Oliveira, Viriato Soromenho Marques, Wolfgang Münchau e Yanis Varoufakis Fecho de edição Elsa Rocha (editora), Ângela Pereira, Nuno Camacho Arte Vítor Higgs (diretor adjunto), Eva Almeida (coordenadora), Marta Ruela Rocha (coordenadora), Fernando Almeida, Gonçalo Sena, Maria Helena Mendes, Sofia Xavier, Teresa Silva, Ana Kaiseler (infografia), Tânia Sousa (infografia) Digitalização Nuno Espada (coordenador), Carlos Morgado , Inês Nazaré, Paulo Dias e Pedro Nunes Notícias Magazine Catarina Carvalho (diretora executiva), Paulo Farinha (editor executivo) Evasões Catarina Carvalho (diretora) Conselho da Redação Ana Bela Ferreira, Bruno Pires, Carlos Rodrigues Lima, Filipa Ambrósio de Sousa, Miguel Marujo, Pedro Sousa Tavares e Rui Pedro Antunes Secretária de direção Elsa Silva Secretaria de redação Carla Lopes (coordenadora), Susana Rocha Alves E-mail geral da Redação [email protected] E-mail geral da publicidade [email protected] CONTACTOS Lisboa Avenida da Liberdade, 266, 1250-149 LISBOA – Tel.: 213 187 500 – Fax: 213 187 515 Porto Rua de Gonçalo Cristóvão, 195 – 5.º, 4000269 PORTO – Tel.: 222 096 350 – Fax: 222 096 163 Coimbra Rua João Machado, 19, 2º A, 3000-226 COIMBRA – Tel.: Redação: 961 663 378 - Publicidade: 969 105 615 Leiria Av. D. João III, Edifício 2002, Porta A, 3º, Sala 3, 2400-164 LEIRIA – Tel.: 244 848 670 – Fax: 244 848 689 – Pub. 244 848 680. Estatuto editorial disponível em www.dn.pt Tiragem média diária de junho 2016: 25.772 exemplares CARTAS DOS LEITORES Praia para cães em Peniche Marcos Perestrello, secretário de Estado da Defesa Nacional, inaugurou, na praia do Porto da Areia Norte, em Peniche, a primeira praia certificada para canídeos. O uso de trela e o registo dos cães é obrigatório. As regras a serem cumpridas por cães e donos estão afixadas. Quem pensar que os animais podem andar à vontade está “canideamente” enganado. O areal tem apenas 80 metros de comprimento. Não é de excluir aulas de surf para os cães! A Polícia Marítima tem estado atenta à entrada do melhor amigo do homem em praias concessionadas. Aí, a multa morde. Contudo, o militante grupo ambientalista Arméria é contra a praia para cães. O movimento considera haver riscos para os “relevantes vestígios históricos e arqueológicos”. Ademar Costa, Póvoa de Varzim Avaliação do desempenho e a educação No esatdo de Illinois (Chicago), as escolas públicas registavam resultados bastante fracos em relação às instituições de ensino privado. De forma a inverter esta tendência, o governador decidiu criar um programa designado “Anyone left behind”, que introduziu um esquema de incentivos, abrangendo professores, diretores, funcionários e a própria escola. Neste caso, os alunos começaram a ser avaliados por um exame estadual extremamente rigoroso no final de cada ano letivo, comparando-se os resultados iniciais com os finais. As escolas onde se verificassem progressões positivas no desempenho dos alunos teriam acesso a um volume de financiamento superior e os professores beneficiariam de promoções na carreira, recebendo um bónus que poderia chegar aos 25 mil dólares anuais. Em contrapartida, Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias OPINIÃO 11 Incêndios, blá-blá-blá › A ilha de Sziget,em Budapeste,na Hungria,transforma-se em agosto para receber quase meio milhão de pessoas e um dos maiores eventos culturais europeus de verão.Desde ontem e até dia 17 decorre a 24.ª edição do Sziget Festival – Island of Freedom. São sete dias para ver 1500 programas e performances de arte, exposições, teatro, circo e concertos de 60 países. O programa é tão diversificado como o público, que, segundo a organização, inclui pessoas de todo o mundo.Tanto acolhe a música clássica e o tenor Plácido Domingo como o grupo de rock Skunk Anansie. PAULA SÁ Jornalista EPA/ZOLTAN BALOGH A té custa usar a palavra, de tão gasta que está, mas não há outra: prevenção. Já a ouviu conjugar com a de incêndio aí um trilião de vezes. Pois, todos opinam sobre a matéria quando o país está a arder: é o calor; são as florestas que não são limpas; é a desertificação; é a negligência dos rurais que fazem queimadas quando não devem; é a reflorestação, de eucaliptos e pinheiros, que está errada; sobreiros é que é para travar o fogo; são as mãos criminosas ou de loucos pirómanos ou ainda de quem lucra com o cheiro a queimado. Falam especialistas e leigos, sobretudo os que vivem na cidade e pouco se confrontam com esta tragédia, a não ser através do atropelo de imagens nas televisões. Os governantes começam a evitá-la porque, na verdade a invocam em vão. É uma espécie de “ai meu Deus”, sem qualquer efeito prático. Ontem, hoje e amanhã, com o país a arder, há um blá-blá-blá nacional sobre o reforço dos meios para combater as chamas e sobre a bravura dos bombeiros. É o mais fácil porque todos concordamos com as duas coisas e não há vontade política de pensar a sério na prevenção e no que se pode fazer para que Portugal deixe de ser responsável por mais de 50% dos incêndios nos paí- ses da bacia do Mediterrâneo – ou seja, mais do que a França, Espanha e a Grécia juntas – como bem lembrou esta semana João Miguel Tavares, a partir de um estudo da União Europeia entre 2000 e 2013. Nos anos em que houve menos chão, telhados e árvores ardidas foi apenas porque o São Pedro se lembrou de nos ensopar os campos. A incompetência, está bom de ver, não é só deste governo, ou até é ainda pouco deste governo. Mas é bom não esquecer que António Costa também foi ministro da Administração Interna, entre 2005 e 2007, e o relambório foi o mesmo sem que se tenha trilhado um caminho para debelar o cancro, que consome recursos naturais, os bens de muita gente e vidas. Mil deslocados e quatro mortos na Madeira só esta terça-feira. Sou uma leiga, mas sempre senti calafrios quando ouvia as sirenes a chamar os bombeiros para os grandes incêndios na serra de Sintra. E como doía ver as labaredas a consumirem as encostas. Era miúda e já na altura não percebia porque se repetia aquele espetáculo deprimente e fazia perguntas, muitas perguntas. Infelizmente continuam a ser as mesmas, um pouco mais elaboradas: não é possível mudar a política florestal? E o ordenamento do território? Porque não se volta a criar a guarda das florestas? E os postos de vigia? E já agora que tal usar a nova tecnologia, os drones, para uma vigilância mais eficaz? Porque não se legisla para punir severamente quem não limpa os terrenos? E que tal investigar mesmo a sério as causas e quem é que lucra com os incêndios? É caro montar todo um sistema? Sai muito mais caro andar, ano após ano, neste desespero. ENVIE AS SUAS CARTAS as escolas com piores registos ficariam sujeitas a observação, sofreriam uma redução de transferência de verbas, os professores seriam penalizados, podendo ao final de um conjunto de cinco anos, serem obrigadas a fechar. Para evitar fraudes, o programa utilizou um algoritmo que identificava a existência de incongruências na resposta às perguntas do exame, penalizando os professores que estivessem envolvidos na adulteração das provas. Ao fim de alguns anos, os resultados foram extremamente positivos e o gap entre as instituições privadas e as escolas alvo do programa foi reduzido de forma significativa, com uma melhoria no desempenho dos alunos de condições socioeconómicas baixas e na redução da taxa de abandono e violência escolar. Em Portugal, um programa deste género poderia melhorar o ensino, premiando as instituições em função das melhorias relativas dos estudantes e conferindo incentivos aos professores para exercerem a sua profissão de forma eficiente. João António Ramos, Póvoa de Varzim O delírio que aí vai com o IMI Ao contrário do que prometeu, o governo continua a recorrer aos mais absurdos subterfúgios para massacrar os portugueses com sucessivas subidas de impostos – como se comprova pelas novas regras, decretadas à socapa, que penalizam ainda mais quem trabalhou duramente toda a vida para adquirir uma habitação decente para si e sua família e pela qual paga uma pesada renda anual ao Estado (o infame IMI). Regras absolutamente ridículas, cobertas de subjectividade, como as de agravar as taxas por usufruto do sol, de ambiente tranquilo ou fácil acesso a transporte público, à escola ou à farmácia… E se chover mais tempo do que o da exposição solar ou esta estiver encoberta por outros edifícios ou pelo arvoredo municipal? Haverá um descontozinho?... Argumentam certos políticos tratar-se de uma questão de “justiça social” face à valorização do mercado imobiliário. Mas cabe ao Estado também interferir no setor privado ou estaremos no rumo de um totalitarismo de tipo venezuelano?. E no caso de desvalorização, o que acontece? Por este cavalgar delirante, ainda seremos taxados pelo ar que respirarmos… César Faustino Por correio: Avenida da Liberdade, 266 1250-149 Lisboa Por mail: [email protected] O DN reserva-se o direito de editar, resumir e só publicar cartas de leitores identificados. Desde 16 de setembro de 2013, os textos publicados incluem o endereço de correio eletrónico do(a) autor(a). Os leitores que prefiram não divulgar o seu endereço devem mencioná-lo nos textos enviados. corrige Por lapso, na edição da Entrevista de Verão a Bárbara Bulhosa, publicada ontem, foi cometido um erro numa data. Na resposta onde se lê: “É preciso ver caso a caso, mas estamos distantes daqueles momentos históricos, como foi a nossa geração de 1970, em que há um conjunto de génios a produzir: Oliveira Martins, Eça de Queirós, Antero de Quental... “. Deve ler-se geração de 70, já que estamos da falar do século XIX. Pelo facto pedimos desculpa à visada e aos leitores. 12 OPINIÃO Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias NÃO HÁ ALMOÇOS GRÁTIS Realidade aumentada OPINIÃO SEGUNDA Professor universitário A sensação do momento é o jogo Pokémon Go, que instantaneamente dominou as atenções dos adolescentes de todas as idades. Muitos se fascinam com a rapidez da epidemia, outros assustam-se com os perigos da actividade, mas tem passado despercebido como esse divertimento constitui uma instrutiva parábola do tempo que vivemos. Pode dizer-se que, em certas dimensões, a nossa vida se está a transformar num grande jogo electrónico free-to-play. Isso vê-se, antes de mais, na política. Antigamente tínhamos líderes nacionais que se preocupavam em orientar as grandes linhas estratégicas, lidando com os graves problemas do país. Agora existe uma multidão de pokémons em combates virtuais para ganhar poções e pokébolas. Isso vê-se no desvio subtil que acontece em qualquer debate mediático. A conversa começa normalmente com uma questão séria, défice, educação, pobreza, etc. Ao fim de pouco tempo, porém, o tema desvia-se para uma fútil atribuição de culpas, onde cada lado procura não encontrar soluções, mas provar que o adversário ainda é pior do que ele. No final o país fica na mesma, mas há grandes celebrações, com vencedores e vencidos num mundo perfeitamente virtual. Na economia acontece fenómeno paralelo. Há décadas as empre- CRAVO & FERRADURA No Pokémon Go as pessoas podem andar pelas ruas a jogar, mas realmente tudo se passa dentro do telemóvel, sem que a cidade tenha qualquer impacto na acção cultura recomenda para vida pessoal uma eterna caça a pokémons, com relações efémeras, casuais e contingentes, onde a carreira conta mais que o amor. Nas uniões de facto, casamentos descartáveis ou promiscuidade fútil, o valor está na variedade das experiências e espécies exóticas coleccionadas. Quando em Fevereiro de 2014 a omnipotente rede social Facebook substituiu os dois sexos por algo mais sofisticado, criou uma lista de “géneros” que, na última contagem, ultrapassava as 70 variedades, próximo do número de espécies pokémons no jogo. Mais relevante é que a razão por que estas evoluções acontecem na sociedade é precisamente a mesma que suporta o jogo: a realidade aumentada. Em todos os casos é o esforço de ultrapassar os limites da existência que gera as transformações. Os problemas políticos são muitos, graves, exigentes e controversos. Respostas só se conseguem com muito trabalho, inteligência e negociação. Mas as promessas eleitorais criam uma realidade paralela onde as coisas se resolvem facilmente. O resultado disso tem de ser que o sucesso político passa a ser medido não por melhorias sociais, mas por EPA/MAK REMISSA JOÃO CÉSAR DAS NEVES sas contratavam trabalhadores para desenvolverem a sua actividade. Agora andam numa caça a pokémons, colecionando estagiários, contratos a prazo e outras formas precárias de relação, que rodam com a velocidade do jogo. Os locais de trabalho deixaram de ser comunidades, unidas num projecto comum, para ficarem pokéstops, onde algumas pessoas se encontram momentaneamente por interesse ocasional. Até nas famílias o paralelo com o jogo é evidente. Antes, as pessoas casavam-se para formar uma união indissolúvel que definia a existência e justificava tudo o resto. Agora a vitórias retóricas em combates de tribunos. A actividade empresarial é incerta, turbulenta e agressiva, cheia de embates comerciais, novidades tecnológicas e choques económicos. Isso gera terrível instabilidade para trabalhadores e empresários. Até que os políticos criaram uma realidade aumentada onde, através de leis laborais e subsídios sectoriais, se elimina a precariedade. Claro que, como o mundo continua a ser o que sempre foi, o resultado só pode ser a eliminação virtual, para os jovens, dos empregos seguros, criando uma situação ainda mais volátil do que a anterior. A família tradicional, alegadamente hierárquica, tacanha e patriarcal, estava cheia de tabus, regras e limitações. A libertação de costumes prometia uma realidade aumentada onde a vida em comum não exigiria sacrifícios, compromissos e sofrimentos. Só que, como esses são ingredientes indispensáveis do amor, caiu-se numa futilidade sem sentido, onde o alvoroço tenta esconder a solidão. O problema básico é que, tal como nos reality shows, a realidade aumentada é realmente uma ficção. No Pokémon Go as pessoas podem andar pelas ruas a jogar, mas realmente tudo se passa dentro do telemóvel, sem que a cidade tenha qualquer impacto na acção. Centrando a atenção no mundo virtual, o jogo danifica a única coisa que realmente existe, a realidade. O pior não é as pessoas atropeladas ou caídas em buracos por andarem grudadas nos animalejos. O maior prejuízo é o vazio de uma vida gasta em futilidades, passando ao lado do que realmente interessa porque, apesar de todos os seus defeitos, existe mesmo. Por decisão pessoal, o autor do texto não escreve segundo o novo Acordo Ortográfico JOSÉ BANDEIRA › Leonídio Paulo Ferreira › Wolfgang Münchau › António Tadeia TERÇA › Sérgio Figueiredo › Pedro Tadeu QUARTA › Sílvia de Oliveira › Adriano Moreira QUINTA › João Pedro Henriques › Paula Sá › João César das Neves SEXTA › Miguel Ángel Belloso › Fernanda Câncio SÁBADO › Anselmo Borges › David Dinis › Inês Teotónio Pereira DOMINGO › António Barreto › Pedro Marques Lopes › Alberto Gonçalves › Paulo Baldaia › André Carrilho › João Taborda da Gama › Joel Neto DINHEIRO VIVO › Ricardo Reis › Edson Athayde NOTÍCIAS MAGAZINE › Afonso Cruz › Ana Bacalhau › Ana Sousa Dias › Catarina Carvalho › David Marçal › José Luís Peixoto › Júlio Machado Vaz › Manuel Jorge Marmelo › Marta Crawford › Paulo Farinha DIARIAMENTE › Ferreira Fernandes › João Lopes › José Bandeira LEIA AINDA › Bernardo Pires de Lima › Viriato Soromenho-Marques › Manuel Queiroz Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias PUBLICIDADE 13 14 PORTUGAL Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias Deficientes, grávidas e idosos já têm prioridade ÁLVARO ISIDORO / GLOBAL IMAGENS ATENDIMENTO O diploma que consagra a obrigatoriedade de conceder prioridade no atendimento ao público a pessoas com deficiência, idosos, grávidas e acompanhamentos de crianças de colo já foi promulgado pelo Presidente da República. Foi um dos seis diplomas que ontem tiveram promulgação. O diploma do governo promulgado pelo Chefe do Estado “institui a obrigatoriedade de prestar atendimento prioritário às pessoas com deficiência ou incapacidade, pessoas idosas, grávidas e pessoas acompanhadas de crianças de colo, para todas as entidades públicas e privadas que prestem atendimento presencial ao público”, divulgou a Presidência da República. No ano passado houve mais de 500 queixas apresentadas por pessoas com deficiência que se sentiram descriminadas. Maioria das queixas foi arquivada. Cheques pagos com três meses de atraso agravam dívidas a dentistas Saúde oral. Contratos assinados com os dentistas definem pagamentos a 30 dias. Só na zona Centro há mais de 500 mil euros em atraso relativos aos meses de abril e maio. Ministério da Saúde afirma estar a monitorizar a situação ANA MAIA Os contratos assinados com as Administrações Regionais de Saúde (ARS) definem pagamentos ao fim de 30 dias, mas muitos dentistas das zonas Norte e Centro estão a receber os valores dos cheques-dentista com mais de três meses de atraso. Só na zona Centro os valores em dívida rondam os 500 mil euros referentes a abril e maio. Falta contabilizar os restantes meses até julho e os valores que o Norte também tem por pagar aos profissionais. As duas entidades do Ministério da Saúde afirmam estar a desenvolver todos os esforços para regularizar situação. “Nunca tive tantos problemas como agora. Foram sempre dois meses de espera. Há cerca de um ano os problemas agravaram-se e passou para três meses de espera. Agora está em quatro. Ainda não re- cebi o mês de abril. São cerca de três mil euros em dívida”, conta ao DN uma dentista do distrito de Coimbra, que pediu anonimato. Quando liga para a ARS Centro as justificações são várias: não têm pessoal, verbas atrasadas, que é preciso fazer outros pagamentos primeiro. O retrato é semelhante ao de uma dentista do distrito de Viseu, que também pediu para não ser identificada. Mas esta tem cerca de cinco mil euros a receber: dois mil da ARS Norte e três mil da ARS Centro. “No Norte são três a quatro meses em atraso. Em julho pensei que iria receber março e não recebi nada. Da ARS ninguém atende. Liguei para a Direção-Geral da Saúde e disseram-me que as ARS estão a receber todos os meses e que deviam estar a pagar. Do Centro... já perdi a conta. São seis meses de atraso. Dizem que vão pagar, mas nunca explicam o porquê dos atrasos. É muito desmotivador”, lamenta. Nenhuma gosta- ria de rescindir contrato, apesar da situação, porque sabem que muitas das pessoas que atendem com os cheques-dentista, sobretudo as crianças, não teriam outra oportunidade para receber estes cuidados. Primeiras queixas há dois meses As primeiras queixas chegaram à Ordem dos Médicos Dentistas há cerca de dois meses. São 14 até agora. “O prazo previsto no contrato é de 30 dias, mas a informação que temos é que a ARS Centro está a pagar a 120 dias e a ARS Norte a 90. Das restantes ARS não temos indicação de problemas”, diz ao DN o bastonário. Orlando Monteiro da Silva informou o ministério há duas semanas. Na terça-feira recebeu a resposta do secretário de Estado da Saúde, Fernando Araújo, informando que estão a monitorizar o processo e que as duas ARS “encontram-se a desenvolver todos os esforços para regularizar to- dos os casos pendentes, no mais curto espaço de tempo”. Ao DN, a ARS Centro admite os pagamentos em atraso. “No decurso do corrente mês vai ser liquidado o valor de 240 mil euros relativo a abril, estando, nesta data, conferidas as faturas de maio, cujo valor ascende a 220 mil euros, o que permitirá proceder à liquidação dos cheques-dentista já com alguma recuperação do prazo de pagamento a 90 dias.” A ARS tem cerca de 300 prestadores e validou entre 1 de janeiro e 8 de agosto 44 mil cheques. Já a ARS Norte diz que “o processo de pagamento está a decorrer, seguindo, para o efeito, os trâmites definidos”, sem revelar quais os valores em dívida. “Estamos a trabalhar no sentido de que no próximo mês nos seja possível liquidar, senão a totalidade, pelo menos parte do montante em atraso verificado”, acrescenta a ARS, que tem 1992 dentistas aderentes e já emitiu nes- te ano 138 853 cheques-dentista. O DN questionou as restantes ARS – Lisboa eVale do Tejo, Alentejo e Algarve – sobre eventuais atrasos. Apenas Lisboa e Vale do Tejo respondeu, dizendo que “não tem pagamentos em atraso, cumprindo o prazo que estabelece que o pagamento dos cheques-dentista se efetue no prazo 30 dias, após o pedido de pagamento se encontrar no estado faturado”. Nesta região há 1373 dentistas aderentes. Para este ano “a emissão de primeiros chequesdentista totaliza o valor de 69 805 e a emissão de segundos e seguintes cheques-dentista totaliza o valor 24 385”, refere a mesma ARS. Os cheques-dentista foram criados em 2008 pelo Ministério da Saúde para dar cuidados de saúde oral a crianças, grávidas e idosos. Foram entretanto alargados a doentes com VIH e para deteção precoce de cancro oral. Em 2015 foram atribuídos 412 mil cheques em todo o país. Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias 15 PORTUGAL Parlamento reúne-se hoje mas sem Galp na agenda LÍDERES Fogos impuseram-se LISA SOARES/GLOBAL IMAGENS na agenda parlamentar. Deputados fazem ponto da situação. Caso das viagens discutido “a seu tempo” Soeiro diz que se podem poupar três milhões dos protocolos com as juntas PS e BE relativizam aviso sobre gastos no desemprego Diplomas. Presidente deixou alerta sobre “indesejável acréscimo de despesas” com fim de apresentações periódicas. Esquerda afasta riscos MIGUEL MARUJO O Bloco de Esquerda desdramatiza o aviso (quase críptico) deixado pelo Presidente da República na promulgação do diploma que acaba com as apresentações quinzenais dos desempregados, com Marcelo Rebelo de Sousa a temer “um indesejável acréscimo de despesas”. Segundo Belém, o diploma que foi aprovado por toda a esquerda (com a abstenção do CDS e o voto contra do PSD, uma “ampla votação não contrária”) constitui “um modelo teoricamente cheio de virtualidades”, mas “a sua exequibilidade é complexa, sobretudo se não envolver um indesejável acréscimo de despesas na execução do Orçamento de 2016, ademais por iniciativa parlamentar”. O aviso de Belém desta vez não é acompanhado de ameaça com Tribunal Constitucional, como no diploma das 35 horas, em que Marcelo deixou um aviso sério ao governo, admitindo recorrer aos juízes do Palácio Ratton, caso se verifique um aumento real da despesa. José Soeiro, que foi o rosto bloquista do projeto que o BE levou a plenário, notou ao DN que “o modelo anterior” – que obrigava a que todos os desempregados se apresentassem a cada 15 dias num centro de emprego ou junta de freguesia – “representava uma despesa que pode agora ser usada de outro modo”, referindo-se aos “protocolos com as juntas no valor de três milhões [de euros] por ano”. Insistindo que o novo modelo não implica “acréscimo na despesa”, José Soeiro sublinhou que, neste momento, decorre um debate com o governo sobre “a missão do IEFP”, o Instituto de Emprego e Formação Profissional, para “perceber quais são as prioridades deste e para onde devem ser reorientadas os recursos”. Neste ponto, Soeiro apontou o dedo ao anterior executivo de Passos Coelho, acusando que “já foram gastos 60% das verbas, que deviam ir até 2020, dos fundos europeus do Portugal 2020”, que cabiam ao IEFP, BE diz que esta “medida nunca esteve condicionada por debate orçamental” “sobretudo para pagar programas de estágios” e que serviram “para mascarar contas do desemprego”. O bloquista José Soeiro defendeu que “nunca a aprovação desta medida esteve condicionada por um qualquer debate orçamental”. Do lado do PS, que acertou com o BE as linhas do diploma promulgado por Marcelo, o deputado Tiago Barbosa Ribeiro disse ao DN que os socialistas “tomam nota” do alerta de Belém, mas recusa que a medida “venha a ter algum risco na sua execução”, nomeadamente com aumento de despesas. “No limite será mais barato”, antecipou. Interpretando o aviso de Marcelo “na perspetiva de um eventual acréscimo de fraude”, “logo mais despesa”, Barbosa Ribeiro defendeu que “o que gera poupança efetiva é a diminuição do desemprego”, acrescentando que, “hoje, os mecanismos de controlo são incomparáveis” aos que existiam quando há dez anos foi aprovada a medida que obrigava às apresentações periódicas (por um governo socialista). Com a promulgação desta oitava alteração ao Decreto-Lei n.º 220/ /2006, de 3 de novembro, “que estabelece o regime jurídico de proteção social da eventualidade de desemprego dos trabalhadores por conta de outrem”, abre-se a porta à regulamentação do diploma. Luz verde para 23 diplomas O diploma que elimina as apresentações periódicas foi um dos 23 que Marcelo Rebelo de Sousa promulgou entre terça e quarta-feira, segundo duas notas publicadas no site da Presidência da República. Num estilo já próprio, Marcelo promulgou por exemplo “o diploma que combate as formas modernas de trabalho forçado”, “apesar das fortes dúvidas acerca da efetiva capacidade de o presente diploma enfrentar os verdadeiros problemas do trabalho forçado”. Para o Presidente, exigia-se “uma estratégia integrada, devidamente informada, com ratificação de [outros] instrumentos”, mas perante o “objetivo invocado de disciplinar os abusos do trabalho temporário”, Marcelo deu luz verde ao texto. A atualidade dos incêndios impôs-se na agenda parlamentar de verão e hoje à tarde o Parlamento reúne-se extraordinariamente com os fogos como ponto único do debate que se inicia pelas 14.30. Depois os deputados deslocam-se à Proteção Civil (ver págs. 2-5). “Foi decidido que amanhã [hoje] mesmo haverá aqui no Parlamento uma reunião de uma comissão ad hoc formada por esta conferência de líderes, com um representante de cada grupo parlamentar, dirigida pelo senhor vice-presidente José Manuel Pureza e com o membro do governo responsável pela proteção civil”, disse Ferro Rodrigues, em declarações aos jornalistas no final da reunião. O CDS tinha antecipado, ainda ontem nas páginas do DN, que iria insistir – na reunião da Conferência de Líderes parlamentares que teve lugar ao fim da tarde de ontem – em chamar o governo a explicarse na Assembleia da República sobre as viagens pagas pela Galp a três secretários de Estado, incluindo o titular dos Assuntos Fiscais, Rocha Andrade. E apresentou um requerimento nesse sentido que acabou chumbado pelos votos do PS, BE, PCP e PEV. O presidente da Assembleia da República, Ferro Rodrigues, sintetizou a decisão da reunião. “Não foi considerado motivo suficiente para antecipar uma comissão permanente extraordinária.” Segundo Ferro, “foi decidido com maioria dos votos não fazer essa reunião da comissão permanente com essa ordem de trabalhos”. A bloquista Mariana Mortágua defendeu, também no final da reunião, que este tema “não foi antecipado” porque “se compreende que uma situação dramática de urgência, como a situação dos incêndios em Portugal, não é comparável e ninguém compreenderia que nós estivéssemos a acrescentar um outro ponto ou a dividir as nossas atenções neste momento”. Mariana Mortágua não suavizou as críticas anteriores do Bloco de Esquerda ao caso das viagens dos governantes. Segundo a representante bloquista na conferência de líderes, o episódio que é “criticável”, deve ser “escrutinado pelo Parlamento”. “Nós vamos com certeza fazê-lo, mas no seu tempo.” Esse tempo será o da reunião da comissão permanente já marcada para 8 de setembro. Só aí o CDS poderá ver satisfeita a sua vontade de discutir as viagens, apesar de os centristas defenderem que é tarde. MIGUEL MARUJO PUB AVISO 1. Nos termos e para os efeitos previstos no n.º 2 do artigo 47.º da Lei n.º 19/2012, de 8 de maio, torna-se público que a Autoridade da Concorrência recebeu, em 5/8/2016, uma notificação de uma operação de concentração de empresas, apresentada ao abrigo do disposto no artigo 37.º do referido diploma. 2. A operação de concentração em causa consiste na aquisição, pela Bipadosa, S.L. (“Bipadosa”), do controlo exclusivo da ArcelorMittal Zaragoza, S.A. (“AM Zaragoza”). 3. As atividades das empresas envolvidas são as seguintes: • Bipadosa – Sociedade holding de um grupo de empresas que se dedica, maioritariamente, ao fabrico de produtos siderúrgicos e, em concreto, de aço nervurado em varão, em bobine (rolo) ou em spool, em diferente medidas e qualidades, fio de aço (fio-máquina) e outros produtos transformados, como, por exemplo, rede eletrossoldada (Grupo Megasa). Em Portugal, o Grupo Megasa detém participações na SN Seixal Siderurgia Nacional, S.A., na SN Maia Siderurgia Nacional, S.A., na SN Transformados, S.A., e na Ecometais, S.A, entre outras sociedades; • AM Zaragoza – Sociedade de direito espanhol que detém uma fábrica de produção de produtos siderúrgicos longos derivados do aço, como sejam perfis (vigas) comerciais de aço, laminados ou redondos nervurados. Em Portugal, a AM Zaragoza não detém quaisquer instalações, mas os produtos siderúrgicos longos derivados do aço por ela produzidos são comercializados em Portugal por outras empresas do grupo a que pertence. 4. Quaisquer observações de terceiros interessados sobre a operação de concentração em causa devem identificar o interessado e indicar o respetivo endereço postal, e-mail, n.º de telefone e fax, bem como ser acompanhadas de versão não confidencial e respetiva fundamentação da confidencialidade, sob pena de serem tornadas públicas. 5. As observações devem ser remetidas à Autoridade da Concorrência, no prazo de 10 dias úteis, indicando a referência Ccent. n.º 33/2016 – Grupo Megasa/AM Zaragoza, por via postal, fax ou e-mail, para o seguinte endereço: Autoridade da Concorrência Avenida de Berna, 19 – 1050-037 Lisboa E-mail: [email protected] Telefone: (351) 217 902 000 - Fax: (351) 217 902 095 Horário de expediente: das 9.30 às 12.30 e das 14.30 às 17.30 horas O Diretor do Departamento de Controlo de Concentrações Paulo Gonçalves 16 DINHEIRO Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias Rendas ficam quase congeladas no próximo ano ARRENDAMENTO A inflação DIREITOS RESERVADOS média anual apurada pelo Instituto Nacional de Estatística (INE) relativa a julho faz antever uma atualização das rendas de casa na ordem dos 0,5% em 2017, ligeiramente acima dos 0,16% de aumento aplicado este ano. O valor definitivo só poderá ser apurado em setembro, com a variação média do índice de preços dos últimos doze meses sem habitação relativa a agosto. Mas a um mês de distância, já é possível antever que a atualização será de 0,5%. São 2,5 euros a mais numa renda de 500 euros. Ao todo, serão afetados cerca de 700 mil contratos, dos quais meio milhão são do mercado livre, assinados a partir de 1990. Os restantes 200 mil serão contratos assinados antes de 1990, mas que, por acordo entre senhorio e inquilino, entram no mecanismo de atualização extraordinária de rendas. Câmaras vão ajudar fisco a detetar isenções de IMI mal atribuídas Fisco. Mecanismo automático isentou mais de cem mil não residentes por assumir que inexistência de rendimentos em Portugal era igual a carência económica. Primeiro levantamento está feito, autarquias agora podem ajudar ANA MARGARIDA PINHEIRO As autarquias vão ajudar o fisco a detetar situações em que estão a ser atribuídas isenções de imposto municipal sobre imóveis (IMI) de forma errada. A medida segue-se a um levantamento feito pela Autoridade Tributária e que detetou nada menos do que 39 599 isenções atribuídas indevidamente a contribuintes não residentes. Em causa estão cidadãos estrangeiros ou emigrantes que, tendo um imóvel e uma morada fiscal em Portugal, não apresentavam rendimentos do trabalho no país e, por isso, estavam a beneficiar de uma isenção automática como se apresentassem insuficiência económica. Depois de um primeiro cruzamento de dados que levou à notificação de 132 443 contribuintes, a administração fiscal irá agora contar com o apoio das câmaras para detetar outras situações de erro relativas ao IMI de 2015, a pagar em 2016. “Numa segunda fase, em articulação com as autarquias, quaisquer outras situações que sejam identificadas serão resolvidas manualmente pelos serviços”, revelou ao DN/Dinheiro Vivo fonte oficial do Ministério das Finanças, clarificando que esta partilha de tarefas é a “consagração de mecanismos que permitem verificar melhor os pressupostos da isenção, designadamente se o imóvel em causa constitui habitação própria permanente do proprietário e se aquele tem efetivamente baixos rendimentos”. A má atribuição de isenções foi detetada através do cruzamento de dados de cadastro, IMI e IRS e deixou a nu duas situações diferentes: pessoas que residiram em Portugal e que, por mudarem de país, deixaram de declarar rendimentos às Fi- nanças, mas não alteraram a morada; e casos de estrangeiros que aquando da compra de casa em Portugal referiram que passariam a morar no país, mas acabaram por continuar a viver e a trabalhar nos seus países de origem e acabaram por nunca declarar rendimentos. Como o Orçamento do Estado de 2015 tornou as isenções automáticas para prédios de baixo valor patrimonial e baixos rendimentos, e estes grupos de pessoas não tinham rendimentos registados em Portugal, mas tomavam aquela residên- 132 443 › contribuintes notificados Cruzamento de dados permitiu identificar mais de cem mil contribuintes com isenções de IMI indevidas. Notas para pagamento já seguiram. cia como morada permanente, acabaram por ser poupados erradamente ao pagamento do imposto sobre as casas. O governo calcula que este automatismo, baseado em pressupostos errados, fez escapar 57 milhões de euros de receita ao Estado, valor que espera repor depois de emitidas notas de cobrança. Questionado, o Ministério das Finanças não adianta se esta “borla” pode assumir proporções maiores, mas promete afinar o mecanismo de controlo agora que as câmaras municipais também poderão confirmar a veracidade das residências e dos rendimentos dos seus proprietários. Sempre que os serviços locais da Autoridade Tributária voltem a localizar situações em que a isenção possa estar a ser atribuída indevidamente, serão emitidas novas notas e as situações serão resolvidas localmente pelos serviços de Finanças. O PSD já veio negar que a isenção do IMI decidida pelo anterior governo social-democrata permita que estrangeiros e emigrantes fiquem isentos do pagamento daquele imposto e acusaram o atual governo socialista de se preparar para reverter “uma importante medida social”. As Finanças esclarecem que “não se pode confundir o combate às situações em que alguns proprietários beneficiem indevidamente de isenções com qualquer intenção de acabar com as mesmas para aqueles que devem delas beneficiar”. E lembram ainda que a lei do Orçamento do Estado de 2016 veio, inclusivamente, alargar a isenção, ao dispensar a verificação de dívidas às Finanças e à Segurança Social, “evitando penalizar duplamente as famílias que, pela impossibilidade económica, não conseguissem solver as suas dívidas perante o Estado”. Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias 17 DINHEIRO Mais de metade do emprego criado é precário e a prazo 35 horas obrigam governo a contratar 3621 trabalhadores Trabalho. Taxa de desemprego desceu para 10,8%, a mais baixa desde 2011. Cria-se emprego FUNÇÃO PÚBLICA 60 organismos pediram reforço de pessoal. Centeno faz renovações na Educação, chama enfermeiros e dá horas extra à justiça há 11 trimestres consecutivos e subemprego baixou. Mas os vínculos temporários aumentam Taxa de variação homóloga da população empregada Taxa de desemprego por sexo EM PERCENTAGEM EM PERCENTAGEM 3 TOTAL HOMENS MULHERES 2 17 1 16 0 15 -1 14 -2 13 -3 12 1T16 2T16 3T15 4T15 1T15 2T15 3T14 4T14 1T14 2T14 3T13 4T13 9 1T13 -6 2T13 10 3T12 11 -5 4T12 -4 1T11 2T11 3T11 4T11 1T12 2T12 3T12 4T12 1T13 2T13 3T13 4T13 1T14 2T14 3T14 4T14 1T15 2T15 3T15 4T15 1T16 2T16 18 1T12 Mais de metade do emprego criado por conta de outrem entre o primeiro e o segundo trimestre deste ano (e também entre o segundo trimestre de 2015 e igual período deste ano) é precário e a prazo, mostra o Instituto Nacional de Estatística (INE) nos resultados do inquérito ao emprego. Ainda que os sinais apontem para uma melhoria generalizada do mercado de trabalho – taxa de desemprego num mínimo de mais de cinco anos (10,8% da população ativa); criação homóloga de emprego há 11 trimestres consecutivos (desde final de 2013), alívio no desemprego jovem e menos intensidade do desemprego transversal a todo o território – a verdade é que os postos de trabalho criados pelas empresas e o Estado não são os mais estáveis e seguros. “Há uma recuperação económica, está a voltar a haver criação líquida de emprego e os dados são animadores [...] mas são dados que o governo não embandeira em arco. Continuamos a ter questões importantes para resolver no mercado de trabalho”, reconhece Miguel Cabrita, secretário de Estado do Emprego. Veja-se a dinâmica do emprego (por conta de outrem). O contingente de trabalhadores aumentou 1,4%, há mais 52,4 mil face ao segundo trimestre do ano passado, o que fez que o emprego dependente subisse até 2,9 milhões de pessoas. Mas desses 52,4 mil, cerca de 24,1 mil dizem respeito a contratos sem termo e o resto, 28,3 mil, são vínculos a prazo e “outro tipo de contrato”, as duas formas mais precárias. O INE explicou ao DN/Dinheiro Vivo que esse “outro tipo” de vínculo “diz respeito apenas aos O dinamismo do mercado do trabalho 2T12 LUÍS REIS RIBEIRO 2º TRIM. 2015 Taxa de desemprego por região NUTS II 11,9 10,8 PORTUGAL 13,4 12,7 11,6 11,6 12,6 12,7 8,5 8,4 NORTE CENTRO 10,8 8,1 A. M. LISBOA ALENTEJO ALGARVE 11,3 11 R. A. AÇORES 2º TRIM. 2016 13,6 13 R. A. MADEIRA Fonte: INE contratos de prestação de serviços”. Recibos verdes e avenças, basicamente. Significa isto que mais de metade (54%) do emprego criado num ano é precário. O aumento do número dos prestadores de serviços (mais 12%, para 143 mil casos) é, aliás, o mais elevado da série que remonta ao início de 2012. Esta comparação tem a vantagem de isolar o problema da sazonalidade. É que o segundo trimestre costuma ser quase sempre melhor em criação de emprego e na redução do desemprego devido à proximidade do verão. O aumento trimestral (que foi de 2%) “é comum nos segundos trimestres de cada ano”, observou o INE. Nesta lógica trimestral (em cadeia), percebe-se que o alastramento da precariedade foi ainda maior, o que é consistente com a forte descida no desemprego jovem, por exemplo. Entre o primeiro e o segundo trimestre, Portugal produziu 63 mil novos empregos dos quais apenas 23 mil foram sem termo, 16 mil a prazo e mais 23 mil aparecem como “prestadores de serviços”. Estas duas últimas formas valem mais de 63% do emprego criado. Há, no entanto, sinais positivos. Nas margens do mercado de trabalho há pessoas que não estão desempregadas, mas que também não são consideradas empregadas. O chamado “subemprego de trabalhadores a tempo parcial”, que trabalhariam muito menos de quatro horas por dia mas queriam trabalhar mais, caiu 7% em termos homólogos. Ainda assim, eram 225 mil casos. O INE também dá conta de uma descida assinalável do desemprego jovem (com 15 a 24 anos) de 29,8% no segundo trimestre de 2015 para 26,9% em igual período deste ano. E diz que no desemprego de longa duração (pessoas à procura de trabalho há mais de um ano), a incidência baixou de 7,6% para 6,9% dos desempregados totais. O desemprego também recuou entre as pessoas “à procura de novo emprego (menos 55,3 mil ou menos 10,1%), provenientes de qualquer setor de atividade, sobressaindo o da indústria, construção, energia e água (29,2 mil; 17,2%) e o dos serviços (28 mil; 8,2%)”. À exceção do Alentejo, onde a taxa de desemprego subiu uma décima para 12,7%, todas as restantes regiões registaram um alívio na situação. O Norte igualou Lisboa com uma taxa de 11,6%; o Algarve alcançou pela primeira vez a taxa regional mais baixa do país: 8,1%. O regresso às 35 horas de trabalho no Estado gerou necessidades nos vários organismos públicos, que pediram a Mário Centeno mais meios para contratar. O governo não divulgou o estudo onde um quarto das entidades da administração central pede mais recursos, mas vai agora garantir mais 3621 empregos na Saúde e na Educação, adiantou o Jornal de Negócios. Os reforços chegam depois de 60 das 250 entidades públicas terem pedido mais verbas para contratar, agora que o horário de trabalho voltou a encolher. Mas, para já, apenas dois ministérios terão direito a mais pessoas: a Educação será a área com maior atenção neste reforço, e contará com a renovação dos 2621 contratos a termo certo que terminavam no final deste mês. É referido ainda que algumas das 270 pessoas no regime de requalificação vão também trabalhar como assistentes operacionais. Na Saúde serão contratados faseadamente mil novos enfermeiros para os hospitais. Na Justiça, os reforços serão feitos através de horas extraordinárias, mostra o memorando sobre o impacto das 35 horas. Estas medidas previstas no memorando vão custar 19,9 milhões de euros ao Estado. Mas, o ministério de Mário Centeno já fez saber que o reforço de funcionários não irá afetar o Orçamento. “Importa referir que este aumento de custos será compensado com alterações orgânicas que geram poupanças nas entidades envolvidas”, referiu o Ministério das Finanças, acrescentando que, “do ponto de vista financeiro, os impactos anunciados são enquadráveis no âmbito de uma execução rigorosa”do Orçamento do Estado. A.M.P. PUB 18 Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias DINHEIRO Perdas com dívida pública levam Caixa de lucros a prejuízo de 200 milhões Semestre. Outros efeitos extraordinários a pesar nos resultados do banco foram as imparidades e custos de capital. Estas devem ser as últimas contas de José de Matos soma da margem financeira estrita e das comissões, registou uma melhoria de 19,1%, somando 159,6 milhões de euros, A Caixa Geral de Depósitos (CGD) fechou “influenciado pelo bom comportamento os primeiros seis meses do ano com pre- da margem financeira estrita e dos custos juízos de 205,2 milhões de euros, com as operativos”. A margem financeira estrita de 568,7 contas a serem penalizadas por efeitos extraordinários como a desvalorização da milhões de euros representou um crescicarteira de dívida pública, as imparidades mento de 5,5%, fruto da redução dos cuse os custos de capital. Há um ano, no mes- tos de funding e nos juros de operações mo período, o banco estatal apresentou lu- ativas. Os efeitos extraordinários também levaram o produto bancário a cair 34,6%, cros de 47 milhões de euros. O banco público justifica os prejuízos alcançando 754,7 milhões de euros. A CGD apresenta um rácio LRC de com provisões para imparidades de 6,7 milhões de euros, o impacto da desvalori- 193,5% e um CET1 phased in de 10% – que zação da carteira de dívida pública por compara com 10,8% no mesmo período do ano anterior. causa da “volatilidade dos A nível operacional, o crémercados devido ao brexit”, dito a clientes bruto era em jucom um peso de 47,7 milhões nho de 70 674 milhões de eude euros (em vez dos ganhos ros, uma queda de 2%. Já o ráde um ano antes), e ainda os cio de crédito vencido há mais custos de capital, nomeadade 90 dias foi de 7,4%, o mesmente com os 900 milhões de mo que um ano antes. O rácio capital contingente (CoCos), de crédito em incumprimeno dinheiro emprestado pelo to aumentou um ponto perEstado, além dos custos de centual, para 9,8%; assim, o reestruturação com o Plano rácio de crédito vencido regisHorizonte, que prevê a saída tou uma subida de dois ponde mil funcionários e um imtos percentuais, para 8,1%. O pacto de 20 milhões de euros. A equipa de gestão crédito em risco fixou-se em Estes deverão ser os últiliderada por José de mos resultados da responsa- Matos fica à frente da 12,2% da carteira de crédito. Já bilidade da equipa de gestão CGD até final do mês os depósitos registaram um aumento de 3,2%. Em Portude José de Matos, que aguarda que a nova equipa liderada por António gal, o aumento foi de 2,5%, sobretudo deDomingues tenha a aprovação do BCE vido aos depósitos de particulares, que para sair do banco e numa altura em que cresceram 4,7%. Nas empresas também se este está a ser alvo de uma comissão parla- registou um aumento de 1,8%. A atividade da banca comercial naciomentar de inquérito, que recomeçará em setembro. A CGD vive com fortes necessi- nal teve um impacto negativo no resultadades de capital e o plano de recapitaliza- do bruto de exploração do banco, regisção tem vindo a ser negociado entre o go- tando uma redução de 326 milhões de euverno e Bruxelas e pode chegar aos cinco ros para um valor negativo de 83,6 mil milhões de euros e implicar a redução milhões. A Caixa Geral de Depósitos chegou ao fide 2500 trabalhadores e encerramento de nal do semestre com uma redução de 31 300 balcões. Apesar dos efeitos extraordinários, o re- agências em Portugal, totalizando agora sultado de exploração core, que resulta da 729 balcões. CÁTIA SIMÕES PSI 20 4787,45 PONTOS +0,32 % Euribor 6 MESES -0,188% Euro Stoxx50 3019,59 PONTOS 44,16 DÓLARES/BARRIL -0,32% Ibex -1,82% Euro Uma corrida às ações da Jerónimo Martins permitiu ontem à bolsa fechar com ganhos de 0,32%. É a quinta valorização consecutiva. A dona do Pingo Doce, que está a recentrar o negócio no agroalimentar e na grande distribuição, subiu 1,3%, tendo chegado a negociar a 15,23 euros, o valor mais alto desde dezembro de 2013. A retalhista fechou a primeira metade do ano com lucros de 172 milhões de euros, um aumento de 15,1% , com um “forte contributo” nas vendas da polaca Biedronka. Apesar da queda dos preços do petróleo, a Galp ganhou mais 0,23%, che- EURONEXT LISBOA ta em polémica, “entrou numa segunda fase de consolidação como filial rentável e essencial para consolidar a quota de mercado de empresas que a CGD detém em Portugal”, diz a Caixa. A carteira de crédito cresceu 7% no semestre, fruto de um aumento de 34% no crédito a empresas. O contributo para o lucro consolidado do grupo foi de 10,5 milhões de euros. DÓLARES +0,50% 10.8.2016 EUROLIST Quantidade Abertura Máximo Mínimo Fecho Compra Venda Variação [ % ] Q ALTRI 357 587,00 3,542 3,563 3,483 3,524 3,500 3,510 -0,310 y BCP 158409 348,00 0,019 0,019 0,019 0,019 0,080 0,080 0,000 Q BANCO BPI 568 450,00 1,127 1,133 1,119 1,120 1,090 1,090 -0,180 y BANCO SANTANDER 21 683,00 3,780 3,850 3,780 3,820 6,700 6,710 0,000 Q CIMPOR, SGPS 62 728,00 0,336 0,350 0,325 0,325 1,010 1,020 -3,850 T COFINA, SGPS 91 400,00 0,278 0,280 0,275 0,275 0,550 0,560 2,230 y COMPTA 0 0,000 0,000 0,000 0,110 0,160 0,200 0,000 T CORTICEIRA AMORIM 43 192,00 8,200 8,400 8,190 8,240 3,800 3,970 1,880 T CTT CORREIOS POR 566 293,00 6,950 7,116 6,905 7,060 9,570 9,590 1,090 Q EDP 7435 466,00 3,100 3,120 3,100 3,105 3,540 3,540 -0,100 Q EDP RENOVÁVEIS 306 597,00 7,148 7,148 7,033 7,100 6,740 6,750 -0,670 y ESTORIL SOL 0 0,000 2,250 2,250 2,250 1,040 1,040 0,000 T GALP ENERGIA 1200 920,00 12,900 13,025 12,855 13,020 10,940 10,950 0,230 y GLINTT 0 0,000 0,227 0,227 0,227 0,200 0,200 0,000 y GRUPO MEDIA CAPITAL 0 0,000 0,000 0,000 2,990 2,210 2,490 0,000 Q IBERSOL 4 558,00 12,205 12,205 12,000 12,000 8,450 8,650 -2,560 Q IMOB GRÃO PARÁ 23 0,100 0,100 0,100 0,100 0,380 0,490 -50,000 T IMPRESA 458 266,00 0,206 0,213 0,206 0,210 0,810 0,820 1,450 T INAPA 555 607,00 0,121 0,134 0,115 0,130 0,150 0,160 4,000 T J. MARTINS, SGPS 967 077,00 14,945 15,230 14,945 15,200 12,290 12,300 1,300 y LISGRÁFICA 0 0,000 0,000 0,000 0,020 0,030 0,040 0,000 y MARTIFER 7 620,00 0,219 0,219 0,212 0,219 0,290 0,310 0,000 Q MONTEPIO 122 278,00 0,474 0,475 0,474 0,474 0,790 0,800 -0,210 Q MOTA-ENGIL 210 180,00 1,820 1,820 1,794 1,800 2,520 2,520 -0,500 T NOS, SGPS, SA 450 462,00 5,950 6,008 5,936 5,999 7,250 7,260 0,810 y NOVABASE, SGPS 906 2,041 2,041 2,040 2,040 2,510 2,540 0,000 Q OREY ANTUNES 500 1,180 1,180 1,180 1,180 1,850 2,000 -1,670 Q PHAROL 2167 737,00 0,179 0,179 0,171 0,172 0,430 0,430 -3,910 y REDITUS, SGPS 0 0,000 0,000 0,000 0,260 0,250 0,300 0,000 Q REN 495 150,00 2,690 2,694 2,670 2,694 2,620 2,630 -0,220 T SAG GEST 102 166,00 0,077 0,084 0,077 0,081 0,230 0,240 6,580 Q S. COSTA 1202 273,00 0,028 0,028 0,024 0,025 0,120 0,120 -10,710 T SEMAPA 55 474,00 11,500 11,760 11,500 11,760 12,530 12,570 1,510 T SONAE, SGPS 2600 435,00 0,691 0,699 0,684 0,695 1,240 1,240 0,290 T SONAE CAPITAL 59 179,00 0,604 0,634 0,604 0,630 0,360 0,370 0,320 y SUMOLIS 0 0,000 0,000 0,000 1,500 1,970 1,980 0,000 Q TEIXEIRA DUARTE 6 909,00 0,201 0,201 0,201 0,201 0,550 0,570 -0,500 T VAA VISTA ALEGRE 600 0,080 0,080 0,080 0,080 0,090 0,090 14,290 ÁFRICA DO SUL AUSTRÁLIA BRASIL › A atividade internacional contribuiu em 205 milhões de euros para o resultado bruto de exploração da CGD, que totalizou 115,4 milhões de euros, uma redução de 386 milhões face ao ano anterior. A CGD destaca o desempenho da sucursal em França e do BNU Macau, com 77,1 milhões e 36,9 milhões de euros, respetivamente. A atividade em Espanha, que esteve envol- 1,1173 -0,08% gando a transacionar a 13,03 euros, o máximo desde setembro de 2014. Máximos também para a Corticeira Amorim – a empresa de Américo Amorim ganhou 1,88%, depois de ter batido novo recorde de 8,40 euros, beneficiando do facto de o CaixaBI ter elevado o preço-alvo das ações de 6 euros no final deste ano para 8,30 no final de 2017, uma valorização de 38%. A arrefecer o entusiasmo da bolsa esteve a Pharol – a antiga PT SGPS perdeu 3,91%, numa altura em que se agrava o diferendo com um dos acionistas minoritários da brasileira Oi, onde detém 22,7%. 10.8.2016 França e Macau são as que mais contribuem PONTOS JM enche cesta da bolsa CÂMBIOS INTERNACIONAL 8658,90 BULGÁRIA CABO VERDE CANADÁ CHINA COMENTÁRIO RAND 14,8482 MACAU PATACA 8,935 DÓLAR 1,445 MÉXICO PESO 20,4917 REAL 3,4911 NORUEGA COROA 9,2571 LEV 1,9558 ESCUDO 110,265 NOVA ZELÂNDIA DÓLAR 1,5418 POLÓNIA ZLOTY 4,2684 REINO UNIDO LIBRA 0,85541 DÓLAR 1,4557 YUAN 7,4169 WON 1223,53 REPÚBLICA CHECA KUNA 7,4827 ROMÉNIA DINAMARCA COROA 7,4384 ESTADOS UNIDOS DÓLAR 1,1173 PESO 52,13 HONG KONG DÓLAR 8,6748 HUNGRIA FORINT 310,41 RUPIA 74,531 TAILÂNDIA IENE 113,09 TURQUIA COREIA DO SUL CROÁCIA FILIPINAS ÍNDIA JAPÃO COROA 27,025 LEU 4,4585 RÚSSIA RUBLO 72,0826 SINGAPURA DÓLAR 1,4968 SUÉCIA COROA 9,4811 SUÍÇA FRANCO 1,0923 BAHT 38,859 LIRA 3,303 Euro ganha › O euro subiu ontem para 1,1173 dólares, depois de os últimos dados da produtividade nos EUA – a terceira quebra trimestral consecutiva, o pior ritmo desde 1980 – ter arrefecido a expectativa de um novo agravamento das taxas de juro norte-americanas ainda este ano. Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias 19 SOCIEDADE Exercício. Quem vai de bicicleta para o trabalho é 4 kg mais magro Saúde. Resultados preliminares de um estudo feito em sete cidades europeias indicam que quem anda regularmente de carro pesa mais. Mas especialistas advertem que efeito não é linear, depende da alimentação e outros hábitos de vida Boas notícias para aqueles que dão uso diário às ciclovias que se espalharam pelas ruas da cidade: quem anda regularmente de carro pesa, em média, mais quatro quilos do que quem opta pela bicicleta. A conclusão faz parte da investigação Atividade Física Através de Transporte Sustentável, cujos resultados finais devem ser publicados dentro de três meses. E dão bons argumentos a quem prefere deixar o carro no estacionamento. O estudo foi feito em sete cidades europeias – Barcelona, Antuérpia, Londres, Orebro, Roma, Viena e Zurique – e relaciona a saúde e os hábitos de transporte de onze mil pessoas. Financiado pela União Europeia em 4,5 milhões de euros, conta o El País, o trabalho consistiu em perguntar aos participantes como se movem na sua cidade, que meios de transporte usam e quanto tempo passam em viagens. Foram ainda solicitadas outras informações, entre as quais a estatura e o peso. Apesar de os participantes que andam regularmente de bicicleta pesarem, em média, menos quatro quilos do que os que usam o carro, não será correto estabelecer uma relação de causa-efeito. “Alguém que usa a bicicleta regularmente é alguém que também se preocupa mais com a alimentação e em ter hábitos de vida mais saudáveis”, destaca Pedro Ribeiro da Silva, da Direção-Geral da Saúde. Além disso, ressalva, “andar de bicicleta é bom, mas não apenas para o emagrecimento”. Os resultados agora divulgados pelo diário espanhol são “coerentes” com o que já se sabe. “Sabemos que há uma relação entre o nível de atividade física e o peso”, diz Nuno Borges, da direção da Associação Portuguesa de Nutricionistas. Mas, adverte, o estudo “não permite dizer taxativamente que andar mais de bicicleta faz emagrecer”. Por outro lado, destaca, “se fossem medidos outros fatores, como diabetes, enfartes e hipertensão, provavelmente os resultados apontavam no mesmo sentido”. Para Rui Nogueira, presidente da Associação Portuguesa de Medicina Geral e Familiar (APMGF), os re- SARA MATOS//GLOBAL IMAGENS JOANA CAPUCHO Em Portugal, andar de bicicleta na cidade ainda é mais por lazer ou desporto do que como um recurso a meio de transporte CONSELHOS EVITAR LESÕES › Correr ou andar de bicicleta são “atividades complexas”, sendo, por isso, muito fácil “fazer lesões”, diz Pedro Ribeiro da Silva. Por isso, a DGS disponibiliza no site informações sobre a forma correta de fazer alguns exercícios. CORPO TODO › Andar de bicicleta tem benefícios para a saúde, é indiscutível, mas há zonas do corpo que não são trabalhadas. “O ideal é trabalhar o corpo todo.” VANTAGENS › A prática de exercício físico reduz o risco de enfarte e diabetes, ajuda a prevenir e reduzir a hipertensão, diminui as dores em situações de dor crónica e reduz a osteoporose. sultados preliminares “não são surpreendentes”, pois “quem anda regularmente de bicicleta tem tendência para pesar menos e manter a forma”. Mas há algo que é preciso ter em conta, ao analisar os resultados do estudo. “Enquanto na maior parte das capitais europeias há muito o hábito de andar de bicicleta, em Portugal isso não acontece tanto na vida diária. É mais por lazer ou desporto.” A grande maioria das cidades portuguesas, diz Rui Nogueira, “não está bem preparada” para a utilização de velocípedes, quer por “falta de ciclovias” quer pela sua própria geografia, “pois têm muitos altos e baixos”. “Ainda assim, há locais onde isso é possível, como em Aveiro.” Na opinião do médico, “é uma pena não haver incentivos à utilização da bicicleta na vida diária. Há muitos locais onde era possível fazer mais ciclovias”. Até porque, frisa, Portugal “tem condições climáticas favoráveis”. Quem não gosta de andar de bicicleta tem outras opções igual- mente saudáveis. “Caminhar é seguro e acessível a todas as pessoas”, lembra o presidente da APMGF. O importante, refere, é que a prática seja diária. Além da perda de peso, existem muitas outras vantagens associadas: “O exercício físico ativa a circulação, melhora o desempenho muscular, tira as dores, tem benefícios cardiovasculares, reduz o colesterol.” E até tem benefícios “em termos de saúde mental”. Reconhecendo a importância do exercício, a DGS lançou este ano a Estratégia Nacional para a Promoção da Atividade Física, Saúde e Bem-Estar. Miguel Arriaga, chefe de divisão de estilos de vida saudável, adiantou ao DN que está a ser desenvolvido um manual de boas práticas relacionado com o tema. “Além de promover comportamentos saudáveis, é importante criar condições para as pessoas desenvolverem atividade física.” “Andar de bicicleta é um excelente passo para termos ganhos extraordinários em saúde”, diz Miguel Arriaga. Mas as “caminhadas e breves corridas” são também ótimas alternativas. “Quem usa transportes públicos, pode sair numa paragem mais à frente e andar um pouco a pé até casa”, sugere. Ou insistir na utilização de escadas. Reduzir velocidade Criar ciclovias não é o passo mais importante para promover a utilização da bicicleta em Portugal. Para Mário Alves, da Associação pela Mobilidade Urbana em Bicicleta, “a primeira coisa a fazer é reduzir a velocidade dos carros, aumentar a fiscalização ao Código da Estrada e ter estacionamentos para bicicletas frequentes, visíveis, próximos das interfaces e nos bairros”. Voltando ao estudo, David Rojas, investigador do Instituto de Saúde Global de Barcelona, disse ao El País que “os dados finais serão publicados daqui a três meses” e vão incluir informações sobre a forma como a poluição atmosférica diminui os efeitos positivos da utilização da bicicleta. 20 Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias SOCIEDADE SEGREDOS DE LISBOA FOTOS: JÚLIO LOBO PIMENTEL/GLOBAL IMAGENS Em baixo, as discretas escadas de entrada no Reservatório da Patriarcal, em pleno Jardim do Príncipe Real. Ao lado, aspeto interior do reservatório, de onde parte o troço visitável da Galeria do Loreto – 410 metros de túnel que vão desembocar no Jardim de São Pedro de Alcântara Reservatório da Patriarcal. Uma porta para a Lisboa subterrânea Av. da Liberdade LISBOA Jardim Botânico Jardim do Príncipe Real Reservatório da Patriarcal Miradouro de São Pedro de Alcântara BAIRRO ALTO SUSETE FRANCISCO P erto do centenário cedro-do-buçaco, ex-líbris do Jardim do Príncipe Real, há umas escadas discretas que descem não se percebe bem para onde. Quase não se dá por elas, nem pela placa que explica o que fazem ali. São a porta de entrada para o Reservatório da Patriarcal – e este é a passagem para uma Lisboa subterrânea quase desconhecida. Se costuma andar na parte ocidental de Lisboa, estará provavelmente a caminhar sobre um pedaço dos 12 quilómetros de túneis do Aqueduto das Águas Livres que há deste lado da cidade. Só uma pequena parte é visitável, e um dos pontos de entrada é exatamente o Reservatório da Patriarcal – é dali que partem as visitas guiadas pelos 410 metros de túnel que vão até ao Jardim de São Pedro de Al- cântara. O reservatório é a parte mais monumental: debaixo do chão do Príncipe Real levantam-se 31 colunas com mais de nove metros de altura. É nelas que assentam as abóbadas que têm por cima o lago que se vê no jardim, construído com o intuito de arejar as águas antes de entrarem no depósito subterrâneo. O reservatório ainda hoje fornece água ao lago. Reservatório da Patriarcal porquê? Antes do percurso, a história. E antes de começar a história do reservatório, muito antes disso, começa a da Patriarcal, onde aquele vai buscar o nome. No lugar que hoje é o Príncipe Real ergueu-se em tempos a Basílica Patriarcal de Lisboa. Começou a ser construída em 1756, logo após o terramoto, mas viria a arder, num violento incêndio, em 1769. A toponímia lisboeta guardou memória desse acontecimento: o Príncipe Real chegou a chamar-se Largo da Patriarcal Queimada e nas redondezas fica, ainda hoje, a Calçada da Patriarcal. Depois de ter ardido no Príncipe Real (à data, Alto da Cotovia), a Basílica foi mudada para o Mosteiro de São Bento da Saúde (atual Assembleia da República). Passados dois anos... ardeu. E daí foi para o Mosteiro de São Vicente, onde... ardeu outra vez. Tanto incêndio acabou a despertar suspeitas que foram dar ao armador da basílica. Reza a condenação que Alexandre Franco Vicente – responsável por todas as armações da igreja, habitualmente bordadas a ouro – roubava as franjas de ouro e pegava fogo ao edifício para que desaparecessem no incêndio as provas do delito. Não teve um fim bonito: levado de rastos atado a um cavalo até ao Alto da Cotovia, foi amarrado a um poste e queimado vivo. O projeto que tomou o lugar da Patriarcal também não teve um final feliz pela singela razão de que não teve um final. Em 1790 começaram as obras para se instalar no Príncipe Real o Erário Régio, uma espécie de antepassado do Ministério das Finanças, uma construção monumental que integraria também a Torre do Tombo. Nunca foi terminado. E há de ser o reservatório a aproveitar as fundações desta obra, e a pedra das paredes que ficaram meias, e que vem a ser reaproveitada para construir não só o Reservatório da Patriarcal, mas também o Reservatório da Rua da Verónica (na freguesia de São Vicente) e parte do Reservatório do Arco (na Rua das Amoreiras). Com exceção de Alfama, que sempre teve nascentes naturais, a cidade de Lisboa debateu-se, ao longo dos séculos, com sérios problemas devido à falta de água potável. Foi essa dificuldade que levou à construção do Aqueduto das Águas Livres. E é ainda o mesmo problema que leva à construção do Reservatório da Patriarcal, projetado pelo engenheiro francês Louis-Charles Mary e terminado em 1864. A estrutura tinha como principal função regular a pressão da água entre o grande reservatório da Rua das Amoreiras e a canalização da zona baixa da cidade (ou seja, atenuar o efeito de pressão provocado pelo declive acentuado das colinas). O Reservatório da Patriarcal foi desativado em 1949 e é hoje um dos núcleos do Museu da Água da EPAL, empresa responsável pelo abastecimento a Lisboa. A Galeria do Loreto A partir do reservatório, os visitantes – que são acompanhados por um guia da EPAL, no caso a historiadora Bárbara Bruno – seguem por um túnel com 1,96 m de altura, sempre em frente, depois à direita (até há placas de indicação pelo caminho) até chegar à Pia do Penalva. Esta, uma sala subterrânea com um pequeno tanque (a pia) central, fica por debaixo do cruzamento da Praça do Príncipe Real com a Rua do Século e funcionava como uma bacia de equilíbrio (com o mesmo intuito de retirar pressão à água que depois descia a colina). Distribuía água para o lado direito – o túnel desce pela Rua do Século até ao chafariz que ainda hoje ali existe, já sem água, abastecendo também o Palácio dos Carvalhos, do outro lado da rua. E distribuía água para o lado esquerdo, com um ramal que abastecia o chafariz da Praça da Alegria. O troço principal (que é mais antigo do que o próprio reservatório) vai em frente até ao Teatro Nacional de São Carlos, e é por aí que os visitantes seguem viagem até emergirem do chão, a meio caminho, em São Pedro de Alcântara. A Galeria do Loreto é a única, das cinco grandes galerias de túneis do Aqueduto que atravessam Lisboa ocidental, aberta a visitas (aos sábados). Às sextas, no primeiro e no último sábado de cada mês é possível visitar um troço maior (1600 metros dos quase três mil que tem a galeria no total), com entrada junto à Mãe d’Água das Amoreiras. Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias SOCIEDADE 21 GENTE QUE VEIO DE FORA Quando a vida é uma dança PATRÍCIA VIEGAS DR - FACEBOOK MESTRE PETCHU A dança e a música sempre estiveram presentes na sua vida. “A mãe da minha mãe foi bailarina. O irmão da minha mãe foi bailarino. O meu pai e o meu irmão tinham um grupo musical em casa. Havia sempre festas. O meu tio-avô, Liceu Vieira Dias, foi a pessoa que criou o semba.” Mestre Petchu, como é habitualmente conhecido Pedro Vieira Dias Tomás, nasceu em Luanda, tem família do Centro e do Norte de Angola. No dia 14 faz 49 anos. Chegou a Portugal há duas décadas. Veio só por um ano enquanto se encontrava em digressão por países da Europa com o seu grupo Ballet Tradicional Kilandukilu, mas acabou por ir ficando. “Comecei a dançar em 1978. No início éramos um grupo carnavalesco, dançávamos semba de Carnaval. Eu dançava e tocava percussão. Algum tempo depois começámos a misturar o semba e em 1983 criámos o Ballet Tradicional Kilandukilu em Luanda.” Kilandukilu significa “diversão” em kimbundu, uma das várias línguas nacionais de Angola. “Nessa altura os grupos estavam a transformar-se em ballet por causa das fusões do Ocidente e começava a falar-se então em ballet tradicional. O ‘T’ é de ballet, mas também de tradicional”, explica, sentado num dos sofás da Jazzy, escola de dança situada em Santos, onde realiza os ensaios do grupo de ballet, dá aulas de kizomba, semba e afro-tribal, além de ministrar cursos de formação. Em Angola, a par da dança, teve algumas outras profissões. Foi candongueiro, ou seja, motorista de veículos de transporte coletivo de passageiros. Nos tempos livres também fazia judo. “A dança sempre foi parte da minha vida. Quando vim para Portugal, apesar de ainda ter trabalhado nas obras, é que passou a ser só dança”, conta, explicando que se deixou ficar em Portugal em 1996, quando o grupo de ballet andava em digressão e veio da Alemanha. “Todos ficaram cá, menos três, que voltaram. Hoje somos para aí uns 20”, afirma, explicando que o grupo tem muitas atuações, dentro e fora de Portugal. O ensino da kizomba veio mais tarde. “Um dia o grupo foi convidado para ir à inauguração da estação de metro do Marquês de Pombal – ex-Rotunda. Lá estava uma rapariga a distribuir panfletos sobre o primeiro festival de danças do mundo em 1996 – que hoje é o Andanças – e nós depois fomos lá. Lá estava um senhor, o Quim, que me perguntou porque não dava aulas de dança. Eu disse que não porque o semba e a kizomba não se ensinam. Aprende-se. Nos pés. E a ler. Ele disse que se eu não ensinasse, alguém o faria no meu lugar”, diz, numa altura em que se preparava para ir ao Andanças dar, precisamente, aulas. Depois de ter começado nessas lides, sentiu a dada altura também a necessi- dade de dar formação a professores e monitores de dança. “Em 2012 percebi que a kizomba estava a seguir um caminho que não era muito bom. Nota-se que a kizomba está adulterada. Isso vê-se em formas que há de ensinar, mas também se vê na noite em festas. As pessoas misturam salsa, misturam tudo, coisas que não têm nada a ver. Na dança misturam tudo e na música o que há mais é um pimba romântico. Muitos veem que o que é comercial dá muito mais dinheiro e, por isso, escolhem enveredar por esse caminho”, diz, no intervalo para almoço de uma dessas formações para professores na Jazzy. Quando lhe pedem exemplos de bons músicos angolanos da atualidade, pensa, depois lá faz referência a Yuri da Cunha. Quando lhe pedem exemplos de músicos angolanos que transformaram a kizomba nessa espécie de pimba romântico, recusa-se a apontar nomes. Não gosta que digam que foi o primeiro a ensinar Kizomba em Portugal, por respeito aos mais velhos. “Sou um complemento do passado”, prefere dizer, constatando que o interesse dos portugueses pela kizomba explodiu nos últimos cinco anos. “No passado talvez não se interessassem tanto porque achavam que era uma dança de negros. Agora, com o aumento do interesse, há barreiras que têm sido quebradas”, constata, sublinhando que os angolanos são mui- MESTRE PETCHU Bailarino, coreógrafo, percussionista, formador e empresário cultural. Fundador do Ballet Tradicional Kilandukilu. Está em Portugal há 20 anos PA R A E N T E N D E R A N G O L A MUAMBA › É um prato típico angolano que leva galinha, óleo de palma, quiabos, jindungo, cebola, abóbora, alho. KIZOMBA › É um género musical e um es- tilo de dança dançado a par. Tem atraído muitos fãs entre os portugueses. TURISMO › Vale a pena visitar Angola e apreciar a beleza natural do país, com os seus rios, cachoeiras, parques. CANDONGUEIRO › Nome popular dado aos veículos de transporte de passageiros. FESTAS › Em Angola há festas de tudo “para todos os dias da semana”, sublinha o mestre Petchu. to mais um povo de convívio e de festa do que os portugueses. “Aí o angolano supera muito o tuga.” E que outras diferenças encontra? “Portugal é um país que fica na Europa, Angola situa-se em África. Logo aí, a nível cultural e educacional há diferenças, tal como a nível da gastronomia (destaca a muamba como prato angolano). Os hábitos e costumes das pessoas também são algo distintos, apesar de em termos de acolhimento sermos semelhantes. Em Portugal os vizinhos quase não se conhecem e não se falam. Em Angola os vizinhos falam-se e vão comer à casa uns dos outros. A porta está sempre aberta. Os vizinhos podem entrar. Não é preciso sequer bater.” A Angola vai, de férias, sempre que lhe é possível. Voltar definitivamente não está, para já, nos planos. Que país encontra quando lá vai, por comparação ao que conheceu antes? “Agora parece que há mais dificuldades financeiras do que antigamente. Antes era tudo mais distribuído. O que acontece agora é que os ricos continuam ricos”, considera o bailarino profissional, sem querer emitir grandes opiniões sobre a situação política do país e casos como o dos ativistas que estiveram presos. “Penso que os governantes angolanos deviam ter em atenção essas situações. Mas a minha política, sabes, é mesmo a dança”, afirma entre risos. SERVIÇOS 22 SORTE PREVISÃO DO TEMPO Totoloto de 10 de agosto de 2016 A chave do sorteio nº 64/16 é a seguinte: 15-38-40-45-47 Número da sorte: 13 Euromilhões Sorteio de 9 de agosto de 2016 Sorteio 64/16 12-19-43-44-45 Estrelas: 5-10 1º prémio 0 (a) 2º 0 (0 em Portugal) 190 658,92 € 3º 5 (0 em Portugal) 63 552,97 € 4º 28 (1 em Portugal) 5674,37 € 5º 570 (76 em Portugal) 243,89 € 6º 1104 125,92 € 7º 1391 71,38 € 8º 21 497 21,24 € 9º 27 212 16,05 € 10º 55 256 13,29 € 11º 119 674 10,78 € 12º 416 632 8,38 € 13º 837 701 4,26 € (a) Previsão 1º prémio com jackpot 39 000 000,00 € Totoloto Sorteio de 6 de agosto de 2016 Sorteio 63/16 2-11-13-26-36 Número da sorte: 2 1º prémio 0 (a) 2º 2 11 407,94 € 3º 189 150,89 € 4º 7409 3,84 € 5º 97 734 1,75 € Nº sorte 60 779 Reembolso da aposta (a) Previsão 1º prémio com jackpot 3 900 000,00 € Joker Sorteio de 7 de agosto de 2016 4667237 1º prémio 0 2º 1 3º 4 4º 56 5º 580 6º 5263 (a) Previsão 1º prémio com jackpot Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias 150 Lotaria Clássica Extração de 8 de agosto de 2016 32ª – Jogos Olímpicos Rio 2016 1º prémio 40776 1 200 000,00 € 2º 08378 120 000,00 € 3º 51022 60 000,00 € Sequências de quatro algarismos: 1584 - 0490 - 0891 - 8417 - 3389 - 0328 - 9201 - 6903 8030 - 9567 - 3086 - 0179 - 6900 - 2109 - 4877 - 1583 - 0246 - 7561 - 3513 - 9440 Sequências de três algarismos: 770 - 982 - 732 - 379 Bragança 180 300 110 290 Vila Real 140 310 Porto 150 0 0 19 30 AÇORES Penhas Douradas Ponta Delgada 130 250 200 260 230 Coimbra 210 350 Castelo Branco Leiria 180 350 190 340 Portalegre 160 210 330 Lisboa 200 350 Setúbal Évora 170 380 MADEIRA 180 370 Beja 230 200 360 Funchal (a) 50 000,00 € 5 000,00 € 500,00 € 50,00 € 5,00 € 1 200 000,00 € Totobola Extra Concurso de 22 de junho de 2016 Sorteio 24/16 X1X11X2X21222 Super 14. Hungria - Portugal M:M Super 14 0 (a) 1º prémio 0 (b) 2º 0 (c) 3º 2 5 103,30 € (a) Previsão do acumulado para Super 14 22 940,16 € (b) Nos termos do Regulamento, o montante do Super 14 e do 1º prémio acresce ao Super 14 do segundo concurso subsequente, no valor de 12 733,55 euros. (c) Nos termos do Regulamento o montante do 2º Prémio acumulou com o montante do 3º Prémio. Viana do Castelo Portugal continental Madeira e Açores Sorteio 32/16 Totobola Concurso de 7 de agosto de 2016 Sorteio 32/16 22X 111 XX2 1212 Super 14. Benfica-Braga M-0 Super 14 0 (a) 1º prémio 0 (b) 2º 4 2453,31 € 3º 95 103,29 € (a) Previsão 1º prémio com jackpot 28 000,00 € (b) Nos termos do regulamento, o montante do 1º Prémio acresce ao montante do Super 14 do concurso normal imediatamente seguinte FARMÁCIAS 210 270 Sagres 210 0 19 30 Faro 0 0 22 33 0 250 Sol 06.50 OCASO 20.35 Leixões Marés Lua NASCER Quarto crescente (lua cheia dia 18) Lisboa Faro BAIXA-MAR 03.15 15.48 03.17 15.49 02.37 15.14 PREIA-MAR 09.40 22.06 09.47 22.14 09.20 21.52 CÉU LIMPO NUBLADO AGUACEIROS TROVOADA NEVOEIRO POUCO NUBLADO MUITO NUBLADO CHUVA NEVE TEMP. DA ÁGUA 2ª-FEIRA 3ª-FEIRA AMANHà SÁBADO Porto Porto DOMINGO Porto Porto Porto Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Lisboa Faro Faro Faro Faro Faro Europa Oslo Estocolmo 90 170 60 180 Copenhaga Amesterdão 16 17 0 110 170 0 Berlim Dublin 13 20 0 0 12 19 0 Londres Varsóvia 0 80 190 140 240 Luxemburgo Lotaria Popular Extração de 4 de agosto de 2016 31ª – Zodíaco Leão 1º prémio 70388 75 000,00 € 2º 00080 7500,00€ 3º 72014 3000,00 € 4º 95606 2000,00 € Série sorteada: 3ª Sequências de 2 algarismos sorteadas: 56-95 Estas informações não dispensam a consulta da lista oficial Paris 130 170 Viena 130 240 110 200 Belgrado 120 180 Roma Madrid 17 31 0 0 170 310 Atenas 260 380 ✣ LISBOA LUMIAR ALTO DO LUMIAR Alameda da Música, 7-A MARVILA DE MARVILA Bairro Marquês de Abrantes, Lt 35-36 NOSSA SENHORA DE FÁTIMA LEONEL PINHEIRO R. D. Filipa de Vilhena, 9-C SANTA ISABEL ALMEIDA R. Silva Carvalho, 136 SANTA MARIA DOS OLIVAIS ANTUNES ROSAS Praça Cidade do Luso, Lote 199 SANTOS-O-VELHO S A E SILVA FILHOS R. São João da Mata, 72-74 SÃO JORGE DE ARROIOS MUNDIAL Largo D. Estefânia, 10 ✣ ARREDORES DE LISBOA AGUALVA-CACÉM SILVA DUARTE R. Elias Garcia, 163A-B ALGÉS SANTARITA Av. Bombeiros Voluntários Algés, 80-A - Algés ALVERCA DO RIBATEJO NOVA ALVERCA R. José António Veríssimo da Silva, 3 BELAS NEVES R. D. Mariana Vitória, 14 BRANDOA SALTER Av. José Garcês, 32 - Cc Dolce Vita Tejo, Lj 46 CARREGADO VARELA R. D. Pedro V, 60, Loja 1 CASCAIS DA MISERICÓRDIA R. Regimento 19 de Infantaria, 67 ESTORIL PARQUE DO ESTORIL Arcadas do Parque, 15-16 LOURES NOVA DO INFANTADO 4ª Fase Urb. Infantado, Lote 83 Lj 2 ODIVELAS TORRES Urb. Jardim Sol - R. Laura Aires, 31-Loja C PAREDE DO JUNQUEIRO R. Luanda, 852B PÓVOA DE SANTA IRIA EDUARDO A.CÉSAR Alameda Aristides Sousa Mendes, Lt.8 · VALENTIM R. José Isidro dos Santos, 35 - Casal da Serra PÓVOA DE SANTO ADRIÃO SANTO ADRIÃO R. Bartolomeu Dias, 14-A SÃO JOÃO DA TALHA SÃO JOÃO R. António Henriques - Bairro São Vicente, Lote 35 TORRES VEDRAS QUINTELA R. D. Ana Maria Bastos, N.º 5 - Loja 21 VENTEIRA CAVACA R. Elias Garcia, 221, R/C A ✣ ALENTEJO BEJA SANTOS R. Santo André, Loja 1-2 ELVAS ROSADO E SILVA R. Cadeia, 28 ÉVORA HORTA DAS FIGUEIRAS R. Fernando Seno, 26 - Frac A-B MONTEMOR-O-NOVO CENTRAL R. 5 de Outubro, 69 PONTE DE SOR VARELA DIAS Largo 25 de Abril PORTALEGRE CHUMBEL SUC. R. Cândido dos Reis, 2 VENDAS NOVAS NOVA Av. General Craveiro Lopes, 25-A ✣ CASTELO BRANCO CASTELO BRANCO LEAL MENDES R. S. Sebastião, 1 COVILHà SANT ANA Alameda Pero da Covilhã - Cc Covilhã Shopping, Lj. 1 ✣ COIMBRA ARGANIL GALVÃO Praça Simões Dias, 6-7 COIMBRA DE SÃO JOSÉ Alameda Calouste Gulbenkian, Lte. 5, R/C · SÃO SEBASTIÃO Av. Dr. Elísio de Moura, Lote 6, 443 R/C FIGUEIRA DA FOZ ALQUEIDÃO R. Albino Pereira dos Santos, 86 ✣ ALGARVE ALBUFEIRA SANTOS PINTO Urb. Quinta da Bela Vista, Lt.E,Lj.4-5 FARO ALEXANDRE R. Ivens, 31 LAGOS RIBEIRO LOPES R. Garrett, 22 LOULÉ PINTO R. 25 de Abril, 2 PORTIMÃO AMPARO Quinta do Amparo, Lote- 30 VILA REAL DE SANTO ANTÓNIO CARRILHO Praça Marquês de Pombal, 1 ✣ LEIRIA ALCOBAÇA CAMPEÃO R. Alexandre Herculano, 4 CALDAS DA RAINHA MALDONADO R. Tenente Sangreman Henriques, 12 PENICHE PROENÇA Praça Jacob Rodrigues Pereira, 14-15 POMBAL TORRES & CORREIA Av. Heróis do Ultramar, 22 ✣ SANTARÉM ABRANTES SANTOS Av. Dr. António A. da Silva Martins, 569 TOMAR DIAS COSTA R. Coronel Garcês Teixeira Lote 9, 13 R/C TORRES NOVAS PEREIRA MARTINS R. José Augusto Torres, N.º 129 - R/C Dto. ✣ SETÚBAL ALCÁCER DO SAL DA MISERICÓRDIA Alcácer do Sal ALMADA GALENO R. Capitão Leitão, 85-B · VALE DE FIGUEIRA R. General Humberto Delgado, 111-E BARREIRO ROLDÃO Av. Joaquim J. Fernandes, 17C MOITA TÁGIDE R. D. João de Almeida, 19-A SANTIAGO DO CACÉM CORTE REAL R. Dr. Manuel António Costa, 16 SEIXAL FONSECA Pat Artes Estr Foros Amora, N34 Lj C8 SETÚBAL LEÃO SOROMENHO Praça Machado Santos, 24 · NOVA R. Dr. António Manuel Gamito, 25 A ✣ PORTO NEVOGILDE DE GONDARÉM R. Gondarém, 356 SANTO ILDEFONSO ALMEIDA CUNHA R. Formosa, 327 ✣ ARREDORES DO PORTO GONDOMAR CENTRAL R. 25 de Abril, 344 MAIA DE SILVA ESCURA R. Central de Frejufe, 92 MARCO DE CANAVESES NOVA Edifício Via Marco - Av. F. C. Porto, 76 MATOSINHOS FARIA SUCR. R. Roberto Ivens, 126 PAÇOS DE FERREIRA MODERNA Av. 1º de Dezembro, 128 PAREDES FERREIRA DE VALES Av. Bombeiros Voluntários de Rebordosa, 698 · RUÃO R. 1º de Dezembro, 21 PENAFIEL MIRANDA R. Dr. Joaquim Cotta, 51 PÓVOA DE VARZIM CENTRAL R. Junqueira, 11 SANTO TIRSO VILALVA R. Vilalva, 78 VALONGO MARQUES DOS SANTOS Praceta do Horto , 7 VILA DO CONDE VITAL R. 25 de Abril, 100 VILA NOVA DE GAIA DA MISERICÓRDIA R. Capitão Salgueiro Maia, N.º 311 · DE SALGUEIROS R. Salgueiros, 926 · MANSO PRETO R. Guarda, 1879 ✣ AVEIRO ÁGUEDA NOVA R. Joaquim Valente Almeida, S/N, Fr A OLIVEIRA DE AZEMÉIS GOMES DA COSTA R. António Alegria, 222 OVAR DO INSTITUTO PEREIRA ZAGALO R. Cândido dos Reis, 73 SÃO JOÃO DA MADEIRA LAMAR Centro Com. 8ª Avenida, Av. Renato Araújo, Lj 0040 Piso 0, 1625 ✣ BRAGA BARCELOS DE BARCELINHOS R. Custódio José Gomes Vilas Boas, 59 BRAGA INSTITUTO GALÉNICO PORTUGUÊS R. Prof Dr. Carlos Lloyd Braga, 18 · SÃO JOÃO Av. da Liberdade, 143 FAFE ALBARELOS R. José Ribeiro Vieira de Castro, 368 GUIMARÃES HORUS Largo do Toural, 26 VILA NOVA DE FAMALICÃO CENTRAL Praça D. Maria Ii, 1406 VILA VERDE FÁTIMA MARQUES R. Bombeiros, 50 e 52 ✣ BRAGANÇA BRAGANÇA VALE D'ÁLVARO Edf. Trialto, Lote D - Loja 1-7 MACEDO DE CAVALEIROS CENTRAL Praça Agostinho Valente MIRANDELA MASCARENHAS R. Olímpio Cabral, 2 ✣ GUARDA GUARDA MODERNA Largo 1.º de Dezembro, N.º 16 ✣ VIANA DO CASTELO PONTE DE LIMA DONA TERESA R. do Sobral, Edifício Gaveto do Sobral, Loja A, Lt 2 VIANA DO CASTELO SÃO BENTO Av. D. Afonso Iii, 414 ✣ VILA REAL CHAVES PEREIRA DA SILVA Urbanização Raposeira - Loja 1, Lote 3 VILA REAL MONTEZELOS R. Montezelos, 39 ✣ VISEU LAMEGO SANTOS MONTEIRO Praça do Comércio, 93-97 TONDELA MOLELOS R. Dr. Adriano Lopes Figueiredo VISEU MARQUES Av. Alberto Sampaio, 22 Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias 27 MUNDO PROTAGONISTA Nos próximos dias, estes vão ser os rostos do julgamento da presidente Dilma Rousseff Ricardo Lewandowski Presidente do Supremo › É a ele que, por lei, cabe presidir a partir de agora ao julgamento da presidente Dilma Rousseff. Por parecer interessado em tornar brandas as penas dos réus do Mensalão, em 2012, Lewandowski tornou-se conhecido como o “vilão” desse processo por oposição ao “herói justiceiro” juiz Joaquim Barbosa. Renan Calheiros (PMDB) REUTERS/ADRIANO MACHADO Presidente do Senado No dia em que o Senado decidiu avançar com o julgamento do impeachment, Dilma Rousseff manteve a rotina e foi dar o seu habitual passeio de bicicleta Queda de Dilma é irreversível após nova derrota no Senado Brasil. Por 59 votos contra 21, presidente afastada foi confirmada ré. E já planeia viagem ao estrangeiro. Michel Temer deve passar de interino a definitivo dentro de duas semanas JOÃO ALMEIDA MOREIRA, São Paulo Quase três quartos dos senadores aprovaram o relatório que pede a destituição de Dilma Rousseff (PT), numa sessão de mais de 15 horas, e tornaram a presidente afastada oficialmente ré no processo de impeachment. O resultado, considerado um espelho do que se vai passar no julgamento definitivo da petista dentro de dias, confirma o que há muito se esperava: Michel Temer, do PMDB, é o virtual presidente do Brasil. As dúvidas que subsistem são sobre quando será o julgamento – em princípio dia 29 de agosto – e o que fará Dilma até lá – se se defende em pessoa no Senado ou não – e depois de abandonar Brasília. “A presidente pretende passar cerca de oito meses fora do Brasil depois que o processo de impeachment for votado”, adianta a colunista Mônica Bergamo, do jornal Folha de S. Paulo, referindo destinos próximos do país, como Argentina ou Chile, mas também longínquos, como zonas rurais de países europeus, entre as alternativas. Outras informações dão conta da vontade de Dilma ir de imediato para Porto Alegre, cidade onde tem residência particular e onde vivem a filha, o genro e os dois netos. Mas uma terceira versão revela que candidatos do PT a cargos municipais como as prefeituras de Recife ou Maceió, cidades do tradicional feudo petista no Nordeste brasileiro, já solicitaram a sua presença nas respetivas campanhas eleitorais com vista ao sufrágio marcado para outubro. Enquanto isso, os próximos passos no Senado são a apresentação das testemunhas de acusação e de defesa. No segundo caso, continua em aberto a presença apenas de José Eduardo Cardozo, o aguerrido advogado de Dilma, ou a da própria presidente. Após essa etapa, dá-se o julgamento final onde 54 votos de 81 senadores serão suficientes para confirmar Michel Temer como presidente do Brasil. Na votação de ontem, 59 senadores votaram pela continuação do processo, contra 21 que se manifestaram contra a queda da pre- sidente. Ou seja, dos 20 que ainda se declaravam indecisos à entrada para o plenário, 16 votaram pelo impeachment e apenas três ao lado da presidente afastada. Renan Calheiros, presidente do Senado que passou o comando do julgamento ao homólogo do Supremo Tribunal Federal Ricardo Lewandowski, não votou. Os jornalistas que assistiram in loco à sessão relatam que a maioria dos senadores nem ouviu os discursos dos seus pares, mais preocupados em consultar telefones móveis e computadores para saber as últimas dos Jogos Olímpicos, tal era a certeza do resultado. O relatório, escrito pelo senador Antonio Anastasia (PSDB), dizia, em traços gerais, que Dilma cometeu “um atentado à Constituição”. José Eduardo Cardozo comparou-o “à inquisição”. Noutro campo, Temer obteve mais uma vitória ao garantir após negociações com a sua ampla base de apoio, que o julgamento de Eduardo Cunha, presidente afastado da Câmara dos Deputados, só será efetuado depois do de Dilma, para não causar ruído durante o impeachment. Ontem e anteontem, entretanto, houve manifestações na Avenida Paulista, principal artéria de São Paulo, e em mais 11 estados do Brasil, contra o governo de Michel Temer e o resultado da votação dos senadores. Lava-Jato e Lula Em paralelo, a Operação Lava-Jato, que investiga os desdobramentos do escândalo de corrupção na empresa estatal Petrobras, teve ontem nova fase, chamada Irmandade, em que foi detido o operacional da construtora Delta, Samir Assad. Mas foi a decisão da Polícia Federal de ouvir Marisa Letícia, a mulher do ex-presidente Lula da Silva (PT), a propósito da suposta propriedade de um apartamento no Guarujá e de um sítio em Atibaia pagos por construtoras envolvidas na Lava-Jato, que mais se destacou nos noticiários. Em reação, Lula disse que “a intimação é uma prova cabal” de que a justiça não tem elementos contra ele. › Além de citado dez vezes na Lava-Jato, Renan Calheiros foi acusado de pagar o apartamento da amante com dinheiro de construtoras civis que lhe deviam favores e de ter usado um avião da força aérea, de Brasília ao Recife, para fazer um implante de 10 118 fios de cabelo. Foi o único a abster-se ontem. José Eduardo Cardozo (PT) Advogado de Dilma › Considerado mais dilmista do que a própria Dilma, o ex-ministro da Justiça tem defendido a ex-chefe com ardor. José Eduardo Cardozo é considerado bem-humorado, sedutor e até próximo, por relações de amizade, com o rival PSDB. Talvez por esta última característica conste em Brasília que Lula nunca foi com a cara dele. Antonio Anastasia (PSDB) Relator do processo › Braço-direito do candidato derrotado nas presidenciais de 2014 Aécio Neves (do PSDB), de quem foi vicegovernador e sucessor na chefia do governo de Minas Gerais, Antonio Anastasia ouviu acusações de “parcialidade” na elaboração do parecer, duríssimo contra a presidente Dilma Rousseff. O documento foi votado na madrugada de ontem. 28 Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias MUNDO Há limite para as trumpices? Não e ele até agradece a publicidade CONTROVÉRSIAS › Atentados Trump contou como viu milhares de pessoas a celebrar o 11 de Setembro: “Hey, eu vi o World Trade Center cair. Vi em Jersey City, New Jersey, onde milhares e milhares de pessoas estavam a celebrar enquanto o edifício se desmoronava. Milhares de pessoas celebraram” EUA. Ameaça de morte ou apelo ao voto? Ao dizer que só os ativistas pelo direito às armas podem travar Hillary, o candidato republicano gerou a mais recente tempestade de críticas HELENA TECEDEIRO › Projeto Construir um muro com o México – uma das promessas que mais repetiria: “Vou construir um grande muro – e ninguém constrói muros melhor do que eu, acreditem em mim – e vou construí-lo sem grandes custos. Um grande, grande muro na fronteira sul, e vou fazer o México pagá-lo” Apoiantes de Trump acusaram os media de estar com Hillary Clinton e de fazerem tudo o que podem para destruir o candidato republicano › Rosie O’Donnell Início da batalha verbal com a atriz : “Se eu mandasse no The View , despedia Rosie O’Donnell. Olhava para aquela cara gorda e feia e dizia: ‘Rosie, estás despedida’” › Filha Sobre o aspeto físico de Ivanka Trump: REUTERS/ERIC THAYER Há dias, a Associação Americana de Psiquiatria emitiu um comunicado a pedir aos seus membros para resistirem à tentação de dar um parecer sobre a saúde mental de Donald Trump. “Seria não só contrário à ética como irresponsável”, lia-se no texto publicado no site da associação. Este alerta surge depois de cada vez mais adversários e inúmeros meios de comunicação questionarem se o candidato republicano estará louco. Até Jeffrey Flier, reitor da Faculdade de Medicina de Harvard, identificava o magnata como “o melhor exemplo” do narcisista, garantindo que usa “vídeos dos seus comícios nos meus seminários”. As últimas declarações de Trump só vieram dar mais argumentos aos rivais de Trump. Na terça-feira, o candidato republicano às presidenciais de 8 de novembro nos EUA sugeriu que cabe aos defensores do direito ao porte de arma impedir Hillary Clinton de nomear juízes liberais para o Supremo. “Se ela escolher os juízes, não há nada que possam fazer. Mas o pessoal da Segunda Emenda talvez possa, não sei”, afirmou o milionário. A Segunda Emenda da Constituição americana garante a todos os cidadãos o direito a andar armado. Palavras que a campanha de Hillary se apressou a qualificar como “perigosas”, garantindo que “um candidato à presidência dos EUA não devia sugerir violência de qualquer espécie”. Mas houve quem fosse mais longe e visse nas palavras de Trump uma ameaça à vida da rival democrata. Foi o caso de Elizabeth Warren, a senadora do Massachusetts, que chegou a ser falada como possível candidata a vice-presidente de Hillary, segundo a qual o candidato republicano “faz ameaças de morte porque é um cobarde patético que não consegue lidar com o facto de estar a perder para uma mulher”. Já o também senador Chris Murphy escreveu no Twitter: “Não tratem isto como um passo em falso político. É uma ameaça de assassínio, reforçando a probabilidade de uma tragédia nacional.” Do lado da equipa de Trump, a primeira reação foi desvalorizar os ataques, garantindo que o candidato estava a apelar ao voto dos ativistas pró-armas e não a sugerir qualquer violência contra Hillary. Rudy Giuliani, o ex-mayor de Nova Iorque e um dos principais conselheiros de Trump, acusou os media de terem tirado de contexto as declarações do candidato. “O que ele queria dizer é que têm o poder de votar contra ela. Têm o poder de falar contra ela. Sabem porquê? Porque são americanos.” Quanto à controvérsia gerada pelas declarações do magnata do imobiliário, Giuliani garante provar que “a maioria da imprensa está com Hillary Clinton. Estão a fazer tudo o que podem para destruir Donald Trump”. “Coisa boa para mim” Indiferente à polémica, Trump fez aquilo que tem feito melhor ao longo de toda a campanha: tentou tirar proveito da atenção mediática de que estava a ser alvo – boa ou má! “Devo dizer que, em termos políticos, há pouca coisa, e se os media pegarem nisto, até é uma coisa boa para mim”, explicou Trump na FOX News. Segundo o magnata, “vai dizer às pessoas mais sobre mim em relação à Segunda Emenda”. Apesar do otimismo manifestado pelo candidato republicano, a última semana tem sido negra para a sua campanha. A cair nas sondagens nacionais – a última da Bloomberg dá 50% das intenções de voto para Hillary contra 44% para Trump, mas algumas dão uma diferença de dois dígitos entre os dois –, Trump Entre os republicanos 19% acham que Trump devia desistir da corrida à Casa Branca tem multiplicado as polémicas e críticas. Sobretudo desde que atacou os pais de um soldado muçulmano morto no Iraque, disse que a filha mudaria de emprego se fosse vítima de assédio sexual ou foi acusado de expulsar um bebé de um comício por estar a chorar. Mesmo vindas de um candidato que já habituou o mundo às suas trumpices – seja contra as mulheres, contra os mexicanos ou contra os muçulmanos –, esta sequência de controvérsias conseguiu afastar ainda mais o próprio partido do seu candidato. Não só líderes como o speaker da Câmara dos Representantes, Paul Ryan, ou John McCain, senador do Arizona e candidato às presidenciais de 2008, criticaram o seu ataque contra os pais do capitão Khan, morto no Iraque em 2004, como um grupo de 50 peritos em segurança nacional republicanos publicaram uma carta a alertar para o perigo que um presidente Trump representaria para os EUA. Enquanto vários eleitos republicanos – a última foi a senadora Susan Collins – já garantiram que não irão votar em Trump a 8 de novembro, um estudo da Reuters/Ipsos revela que o descontentamento com o milionário parece estar a chegar às bases. Mesmo entre os republicanos, 19% acham que Trump devia desistir da corrida à Casa Branca. “Se Ivanka não fosse minha filha, talvez namorasse com ela” › Mãos Resposta depois de Marco Rubio ter dito que ele tinha mãos pequenas: “Os meus dedos são longos e belos, tal como, e está provado, são outras partes do meu corpo” › Kennedy Ligando o pai do ex-rival republicano ao assassino de JFK : “O pai [de Ted Cruz] estava com Lee Harvey Oswald antes de Oswald ser – vocês sabem, abatido” › Irão Depois da execução de um cientista nuclear: “Muita gente anda a dizer que os iranianos mataram um cientista que ajudou os EUA por causa dos e-mails pirateados de Hillary” DONALD TRUMP CANDIDATO REPUBLICANO Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias MUNDO 29 JOGOS SEM FRONTEIRAS REUTERS/ERIC GAILLARD Um grupo, uma ideologia, uma marca BERNARDO PIRES DE LIMA Investigador universitário E ntre outras pastas, o ISIS tem um ministro para os media, focado na estratégia de comunicação do grupo. O primeiro objetivo é projetar uma imagem de organização, coerência, ordem interna, dinâmica ascensional e mobilização global. A propaganda mostra a “normalidade” social nas cidades conquistadas, a continuação da atividade económica, as benfeitorias na saúde e educação, a generosidade com as famílias dos mártires e aos que aderem vindos de fora. Para isso contam com uma rede profissional com especialistas de todo o mundo em informática, cibercrime ou linguística, cujo trabalho se espalha em revistas como a Dabiq ou a agência de notícias Amaq, e-books e anuários de atividades, vídeos com os vários feitos, chats ou videojogos para socialização entre potenciais recrutados, reporta- gens de contrainformação ao Ocidente em canal próprio de webtv, uso, abuso e contágio de propaganda e controlo de narrativas no Twitter e Facebook. O segundo objetivo passa por oferecer refúgio a todos os que quiserem associar-se a uma nova forma revolucionária de vida. Este ponto é especialmente importante quando falamos de jovens imigrantes de segunda ou terceira geração a viver na Europa e cujo processo de desenraizamento e ausência identitária pode, num nível extremo, desencadear um apetite pela radicalização apocalíptica. Este objetivo, se ligado em permanência ao primeiro, tem encontrado nas capitais europeias oportunidades únicas para fazer do medo o nosso novo normal em comunidade, estigmatizar os refugiados, obrigando-os a morrer às portas da Europa agudizando a sua crise moral e promovendo o radicalismo partidário, ou expondo as desarticulações entre autoridades contraterroristas, gerando uma desconfiança entre Estado e cidadãos cada vez que um ataque tem sucesso. O terceiro objetivo passa por constituir-se como plataforma absolutista das escrituras, pondo em prática uma versão própria da lei islâmica e eliminando os muçulmanos que a recusem. Essa postura dota o autoproclamado califado de uma natureza tirânica apontada aos crentes no islão e de uma aura de centralidade no mercado A míngua territorial e a eliminação do aparato militar do ISIS não evaporam a sua mensagem, doutrina e marca registada. Para vencer vai ser preciso superar cada uma destas batalhas da jihad capaz de arregimentar a fidelidade de grupos geograficamente dispersos ou de ovos e generosos canais de financiamento. No primeiro caso, os números são elucidativos: entre 2001 e 2014, morreram no mundo às mãos do terrorismo jihadista cerca de 108 mil pessoas, das quais apenas 3500 na Europa Ocidental (420) e nos EUA. As principais vítimas eram do Iraque, Síria, Paquistão, Nigéria, Índia, Iémen, Argélia, Somália e Sudão, todos com esmagadoras maiorias muçulmanas ou fraturas inter-religiosas profundas, como a Nigéria e a Índia. Isto significa que a prioridade do terrorismo promovido pelo ISIS é estruturar-se no caos interno das sociedades islâmicas ou onde a sua representação é passível de subverter a ordem e o equilíbrio de forças étnicas. Só depois, numa lógica de maximização das oportunidades, é que o Ocidente é alvo. É exatamente aqui que vale a pena olhar para a lógica comunicativa do ISIS. Voltemos ao verão de 2014 quando o ISIS toma Mossul e proclama ao mundo a instauração do califado. Segunda maior cidade do Iraque e maioritariamente sunita – atrativo extra num país de maioria xiita –, Mossul é estratégica no domínio do abastecimento de água do Tigre e do pipeline que segue para a Turquia, além de ficar a 150 km da Síria, o que permite controlar dois territórios com fronteira diluída. Nada foi feito ao acaso: de imediato, a produção de conteúdos do ISIS realizou um vídeo de 15 minutos, intitulado “o fim de Sykes-Picot”, num inglês perfeito para que ninguém escapasse às intenções. Se ficou demonstrada a implantação territorial após a retirada das tropas americanas, foi propagado à exaustão o sucesso militar e o domínio de fontes energéticas vitais à região. Para dar expressão a tudo, entre setembro e outubro de 2014 a máquina do ISIS produziu só no Twitter 7 milhões de referências com as marcas “ISIS”, “Islamic State” e “Daesh”. Era preciso aproveitar o sucesso de Mossul e a fundação do califado para inspirar milhões de aprendizes pelo mundo. A Europa não seria certamente indiferente, potenciando células jihadistas já existentes ou motivando terroristas espontâneos a entrar no Olimpo do terror: Paris, Bruxelas e Nice demonstraram isso. A míngua territorial e a eliminação do aparato militar do ISIS não evaporam a sua mensagem, doutrina e marca registada. Para vencer esta guerra vai ser preciso superar cada uma destas batalhas. Presidente Duterte insulta embaixador dos EUA FILIPINAS. Chefe de Estado ameaça decretar lei marcial para combater tráfico e quer sepultar no cemitério dos heróis o ex-ditador Marcos Está instalado um conflito diplomático entre as Filipinas e os Estados Unidos. Em declarações transmitidas pela televisão, o presidente Rodrigo Duterte atirou-se a Philip Goldberg, embaixador norte-americano no país, chamando-o de “gay filho da puta”. O antagonismo entre os dois remonta a abril, quando Duterte estava em campanha eleitoral para as presidenciais – que venceu a 9 de maio, tendo tomado posse a 30 de junho. Numa ação eleitoral, o agora presidente filipino foi apanhado em vídeo a comentar um caso de violação, ocorrido em Davao, município que então governava, que vitimou uma missionária australiana em 1989. Duterte, depois de lamentar o ocorrido, disse que Jacqueline Hamill era muito bonita e que estava aborrecido com os violadores porque deveriam ter dado primazia ao dirigente da cidade. Goldberg criticou violentamente as palavras de Rodrigo Duterte e a partir daí a relação azedou. Numa outra polémica recente, o presidente filipino ameaça decretar o estado de lei marcial no país. No início desta semana, Duterte revelou uma lista com o nome de 159 juízes, políticos, polícias e militares alegadamente envolvidos no tráfico de droga. Deu-lhes 48 horas para se entregarem, ou, caso contrário, seriam perseguidos pelo exército. Em reação à atitude do presidente, a chefe do Supremo Tribunal de Justiça, Lourdes Sereno, questionou a divulgação de nomes, chamou a necessidade para a separação de poderes e sublinhou que apenas os tribunais têm autoridade para fiscalizar os juízes. Duterte não esteve com meias medidas: “Preferem que decrete a lei marcial?”. De acordo com a imprensa local, desde que o novo presidente tomou posse, pelo menos 564 pessoas com ligações ao tráfico de droga terão sido mortas. Se Duterte fosse em frente com a ameaça, seria a segunda vez que as Filipinas ficariam debaixo da lei marcial. Entre 1972 e 1981, o presidente Ferdinando Marcos fez o mesmo e governou com pulso de ferro. Outras das polémicas que atualmente ocupam a atenção no país prende-se exatamente com a intenção de Rodrigo Duterte de trasladar para o cemitério dos heróis nacionais os restos mortais do ex-ditador. J.F.G. 30 MUNDO Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias Exigências de Rivera vão ser discutidas pela executiva do PP ESPANHA Reunião será quar- REUTERS/FABIAN BIMMER ta-feira. Depois serão nomeadas equipas negociadoras para permitir acordo para a investidura de Rajoy Thomas de Maizière com a agente Laura Schaefer numa visita à polícia federal em Bremen Guerra contra o terrorismo: Alemanha quer médicos a denunciar doentes suspeitos Proposta. Após cinco ataques, governo alemão vai apresentar novas medidas para luta antiterrorista, que incluem acelerar as deportações SUSANA SALVADOR David Sonboly, o atirador de 18 anos que matou nove pessoas num centro comercial de Munique antes de se suicidar, a 22 de julho, tinha recebido tratamento psicológico, por causa de uma depressão. Dois dias depois, Mohammad Daleel fazia-se explodir em Ansbach, ferindo 15 pessoas. Também ele tinha passado pelo psicólogo, por causa de duas tentativas de suicídio. Agora, segundo o tabloide Bild, o ministro do Interior alemão, Thomas de Maizière, quer que os médicos possam quebrar a confidencialidade dos pacientes e denunciá-los às autoridades se acreditarem que eles são uma ameaça à segurança pública. Esta é uma das medidas que o ministro deverá apresentar hoje como parte de um pacote para combater o terrorismo, depois de cinco ataques no espaço de uma semana terem deixado 15 mortos. Dois dos ataques foram reivindicados pelo grupo extremista Estado Islâmico e em três deles os atacantes eram requerentes de asilo. Mas a proposta de acabar com a confidencialidade médica já está a levantar polémica, com a Associação Federal de Médicos a acusar o ministro de atuar de forma inconstitucional. “A tensa situação de segurança não deve seduzir as pessoas para soluções políticas e legais apressadas. A confidencialidade entre médicos e pacientes é um direito básico protegido pela Constituição”, indicou o líder da associação, Frank Ulrich Montgomery. De acordo com a imprensa alemã, as propostas passam ainda por acelerar as deportações dos que veem recusado o pedido de asilo no país e estabelecer que os estrangeiros podem ser deportados também se constituírem uma “ameaça à segurança pública”. Segundo os dados oficiais, a Alemanha já proibiu a entrada a mais pessoas nos primeiros seis meses deste ano do que em todo o 2015 – 13 324 foram impedidos de entrar nas fronteiras até finais de junho, comparado com 8913 no ano passado. O número de deportações também está a aumentar: 13 743 nos primeiros seis meses, contra 20 888 em 2015. Exigências de ministros federais À margem das medidas que serão apresentadas hoje, os ministros do Interior dos vários estados federais alemães que pertencem ao partido conservador da chanceler Angela Merkel e aos seus aliados bávaros, estarão também a preparar uma lista de 27 exigências para melhorar a segurança do país. Entre elas conta-se não só o aumento do número de efetivos da polícia (mais 15 mil até 2020) como também o aumento da videovigilância nos transportes e locais públicos. Segundo uma cópia da proposta à qual a Reuters teve acesso, os ministros pedem também a proibição do uso da burqa e de outros véus que cubram totalmente as mulheres, assim como restrições à forma como as mesquitas são financiadas. Outra medida passa por retirar a cidadania alemã a quem tem a dupla nacionalidade e esteja envolvido com organizações terroristas. Maizière vai reunir-se com os ministros federais no dia 18 de agosto para debater este tema. Entretanto, as autoridades alemãs têm feito várias operações antiterrorista no país. Ontem, a polícia efetuou buscas em apartamentos e empresas de pelo menos três pessoas suspeitas de recrutarem operacionais para o Estado Islâmico. As buscas decorreram nas cidades de Dortmund, Duisburgo e Hildesheim. As autoridades suspeitam que o grupo extremista esteja a preparar na Alemanha ataques ao estilo dos que têm ocorrido em França. “Precisamos de uns dias para estudar porque algumas das condições implicam reformas constitucionais, cujas consequências temos de estudar. Não posso nem devo tomar esta decisão sozinho.” Foi assim que o líder do Partido Popular espanhol, Mariano Rajoy, reagiu às exigências feitas pelo dirigente do Ciudadanos, Albert Rivera, para poder votar a favor da sua investidura como primeiro-ministro. Depois de um encontro entre ambos, Rajoy disse que será a executiva do PP a decidir, na próxima quarta-feira, se aceita ou não as condições impostas por Rivera. Rajoy qualificou de “muito importante” a decisão do líder do Ciudadanos de admitir trocar a abstenção por um voto positivo num debate de investidura, para evitar a realização de umas terceiras eleições. “Na minha opinião, é uma boa decisão em Espanha”, afirmou o primeiro-ministro em funções. Se a direção executiva do PP aceitar as condições (ver caixa) e Rajoy marcar uma data para a votação no Congresso dos Deputados, então os dois partidos vão criar equipas de negociadores. O PP não quer um simples pacto de investidura, mas um acordo de legislatura que dê estabilidade ao governo, não excluindo até entregar cargos ao Ciudadanos. “Temos de ter governo o mais rapidamente possível”, disse Rivera, que inclui nas conversações com o PP a maioria das medidas que tinha acordado em fevereiro com o líder socialista, Pedro Sánchez. Ciudadanos e PSOE chegaram a acordo para a investidura de Sánchez, após as eleições de 20 de dezembro, mas não conseguiram os votos suficientes para garantir a eleição do socialista. O PSOE insiste na negativa a Rajoy mas explica que não irá “torpedear” o diálogo entre Ciudadanos e PP. “Seria desleal que o PSOE estivesse num processo de negociação com outros partidos para torpedear a investidura de Rajoy”, disse o porta-voz do PSOE, Óscar López. Reação do Podemos “É um disparate que se encarregue o partido mais corrupto de formar uma comissão de investigação sobre a corrupção”, disse a número três do Podemos, Carolina Bescansa. “É uma contradição impressionante”, insistiu. Na executiva do PP que irá avaliar as exigências do Ciudadanos está Rita Barberá, a ex-presidente da câmara de Valência que não estando acusada de corrupção poderá vir a estar por branqueamento de capitais. Duas das exigências de Rivera afetam-na diretamente: o facto de ter o privilégio de só ser julgada pelo Supremo e a expulsão imediata de cargos públicos de imputados. O Podemos lembrou ainda que por mais acordos que sejam assinados entre o Ciudadanos e o PP, isso não garante os votos necessários para a investidura de Rajoy. De facto, Rajoy e Rivera não têm os deputados necessários para permitir a investidura do líder popular. Nas eleições de 26 de junho, o PP voltou a vencer e melhorou até o resultado alcançado a 20 de dezembro, conquistando 137 deputados. Mas o Ciudadanos não foi além dos 32 (perdeu oito em relação às primeiras eleições) e a soma de ambos não alcança os 176 votos – a maioria absoluta necessária para garantir a investidura. S.S. SEIS EXIGÊNCIAS CORRUPÇÃO › O Ciudadanos quer a expulsão imediata de qualquer detentor de cargo público que seja acusado de corrupção. PRIVILÉGIO › Outra reivindicação é que qualquer detentor de um cargo público deixe de poder ser apenas julgado pelo Supremo e não num tribunal comum. Dez mil beneficiam deste privilégio. LEI ELEITORAL › Listas desbloqueadas, alterar o voto no estrangeiro e acabar com a lei de Hondt, para obter maior proporcionalidade na distribuição de lugares. FIM DE INDULTOS › Ciudadanos não quer que políticos corruptos possam ser indultados. LIMITAR MANDATOS › Exigência é que um primeiro-ministro só possa cumprir dois mandatos consecutivos, equivalente a oito anos. TRANSPARÊNCIA › Ciudadanos quer uma comissão parlamentar para investigar o caso Bárcenas, de corrupção dentro do PP. Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias 31 ARTES Música para todos os gostos no festival Sol da Caparica PROGRAMA 5ª-feira 11 de agosto PALCO SIC|RFM 02.00 | Rich & Mendes 00.15 | C4 Pedro 23.15 | Orelha Negra 22.00 | O Rappa 21.00 | David Fonseca 20.00 | Deolinda Festival. Só com músicos lusófonos, o festival começa hoje e termina domingo, esperando re- PALCO BLITZ 22.00 | Mão Morta 21.00 | Valete 20.00 | Marta Ren 19.00 | Aline Frazão 18.00 | Danças Ocultas & OrquestraFilarmonia das Beiras ceber mais de 70 mil pessoas. Além da música, há desportos, street art e até cinema MARIA JOÃO CAETANO 6ª-feira 12 de agosto PALCO SIC|RFM 02.00 | Gjeff Afrozila 00.30 | The Gift 23.15 | Aurea 22.00 | Jorge Palma & Sérgio Godinho – Juntos 21.00 | Diogo Piçarra 20.00 | Cristina Branco & Mário Laginha Trio PALCO BLITZ 22.00 | Jimmy P 21.00 | Mundo Segundo & Sam The Kid 20.00 |Melech Mechaya 19.00 | Elida Almeida 18.00 | Roda de Choro de Lisboa sábado 13 de agosto FOTOS MIGUEL PEREIRA/GLOBAL IMAGENS Mão Morta e C4 Pedro, Roda de Choro e The Gift, Valete e Rui Veloso, David Fonseca e Ana Moura – todos têm lugar no palco do Sol da Caparica. O cartaz só tem músicos da lusofonia mas não tem qualquer requisito quanto ao género musical. “O grande critério, para além da lusofonia, é que os artistas que vêm aqui em cada ano nos tragam algo de novo. Que tenham um disco novo ou um novo projeto, para despertar a atenção do público”, explica ao DN António Miguel Guimarães, organizador do evento. O festival, um projeto da Câmara Municipal de Almada, vai para a sua terceira edição, sempre a crescer. Em 2014, passaram pelo recinto mais de 50 mil pessoas; este ano são esperadas mais de 70 mil pessoas: “Está a aproximar-se da lotação do parque, que anda nos 20 e tal mil. Podíamos ter mais pessoas mas queremos que a experiência seja confortável”, diz António Miguel Guimarães. “Estamos num parque, é um sítio bonito, queremos que as pessoas desfrutem. Criámos uma esplanada gigante, uma zona lounge, com mais de dois mil lugares sentados, para as pessoas descansarem debaixo das árvores, perto das zonas de refeição. É a poucos metros da praia, as pessoas podem sair da praia e entrar no recinto do festival logo depois das quatro da tarde.” Este ano, o festival Sol da Caparica, que vai decorrer no Parque Urbano da Caparica, contará com 33 artistas (ver programa ao lado). Na abertura, logo às 18.00, um espetáculo das Danças Ocultas com a Orquestra Filarmonia das Beiras, um espetáculo um pouco diferente do que é habitual neste tipo de eventos mas que, segundo o músico Artur Fernandes, “é o ideal para as pessoas que chegam ao recinto mudarem o seu ritmo e entrarem no espírito do festival”. Neste primeiro dia, o palco principal abre com a música dos Deolinda e a programação só termina, já de madrugada, com os ritmos dos DJ Rich & Mendes. Entre as novidades desta edição, o responsável destaca um palco dedicado à dança, com uma programação composta por grupos de Almada, com estilos tão diversos Sérgio Godinho e Jorge Palma vão estar “Juntos”, amanhã, no palco do Sol da Caparica. Ana Moura (à esquerda) atua no sábado, tal como os Azeitonas (à direita) CRIANÇAS Canções de roda e outras que tais › No domingo, a programação é dedicada às famílias, com destaque para o espetáculo que reúne Sérgio Godinho, Vitorino, Ana Bacalhau e Samuel Úria, com direção de Filipe Raposo e a participação do coro infantil do Conservatório de Almada. Os músicos vão interpretar 17 canções, algumas suas mas na maioria músicas infantis tradicionais como A Machadinha ou A Caminho de Viseu. que vão do bollywood à street dance passando pelo kuduro. “No ano passado, já tínhamos um palco de dança mas era uma coisa informal, não estava na programação. E foi um sucesso. As pessoas aderiram bastante, por isso agora investimos mais neste palco alternativo”, explica. Por ali vão passar 13 grupos com um total de 150 bailarinos. António Miguel Andrade sublinha ainda que apesar de este ser um festival de música , tem uma forte “aposta em várias formas de arte urbana”, “no skate e também nos desportos de mar”. Haverá aulas e demonstrações de surf e skate, com as DC Street Sessions, e vários momentos de street art – por exemplo, dando sequência a um projeto iniciado anteriormente com a transformação com graffiti de cem contentores do lixo cedidos pela Câmara de Almada. Smile, o graffiter que tem feito alguns dos murais de grande impacto na região de Lisboa (como Bartolo, em Loures) é uma das presenças confirmadas. O festival dá também atenção a outras formas de cultura, com espaço para exposições, debates e até cinema. Este ano, Rui Miguel Abreu volta com a segunda edição de Debaixo da Língua: discutir o português no contexto da música – um livro que será apresentado aqui e que serve de pretexto para mais uma série de conversas, com artistas como Aline Frazão, Miguel Araújo ou Ala dos Namorados. “Há muito mais a acontecer para além dos concertos”, assegura António Miguel Guimarães. PALCO SIC|RFM 02.00 | DJ Zé Pedro 00.20 | Rui Veloso 23.05 | Os Azeitonas 22.05 | Nelson Freitas 21.00 | Ana Moura 20.00 | Ala dos Namorados PALCO BLITZ 22.00 | X-Wife 21.00 | Keep Razors Sharp 20.00 | Capitão Fausto 19.00 | We Trust 18.00 | The Black Mamba domingo 14deagosto PALCO SIC|RFM 11.00 | Inês Pupo e Gonçalo Pratas Galo Gordo 15.00 |O Reino do Sol 16.00 |Ana Bacalhau, Samuel Úria, Sérgio Godinho e Vitorino: Canções de Roda, Lengalengas e Outras Que Tais MAIS INFO Bilhetes: 4 dias – 33 euros 1 dia – 13 euros As portas do Parque Urbano abrem às 16.00, exceto no domingo, quando abrem às 11.00 Os TST têm horários extraordinários para o festival à 1.00 e às 3.15. Todas as informações no site: www.soldacaparica-festival.pt 32 ARTES Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias A magnífica arena romana de Verona acolhe todos os anos e já desde 1913 um popular festival de óperas populares Música clássica para todos os gostos em 11 países europeus OPÇÕES Agosto já vai entrado, mas ainda há muitos e bons festivais que merecem visita. Selecionámos eventos que se prolongam até outubro Dois festivaleiros clássicos falam das suas experiências Europa fora Música. Dos grandes festivais da Europa Central, onde podemos descobrir Vargas Llosa ao lado ou Angela Merkel sentada à nossa frente, até aos pequenos eventos, em aldeias remotas BERNARDO MARIANO “Os festivais de música clássica têm um retorno económico enorme. Um turista de festival gasta quatro vezes mais por dia do que um turista de praia.” Quem o afirma é Henrique Silveira, docente do Instituto Superior Técnico, melómano e com assíduo historial em festivais de ópera e música clássica. De facto, chegado junho, começa a época dos festivais de verão um pouco por toda a Europa (ver texto ao lado), de Portugal até à Grécia e à Finlândia – e já que falamos do país nórdico, o Festival de Ópera de Savonlinna, que se realiza numa fortaleza medieval, entre lago e floresta, no Leste daquele país, registou na edição deste ano (que terminou no dia 6) um total de 66 mil espectadores, o que é notável, dada a excentricidade do país e o remoto do local. Henrique enumera grandes festivais: “Bayreuth, onde fui anualmente ao longo de dez anos, o de Páscoa de Salzburgo – detesto o de verão: é muito snob e está demasiado calor para seguir o código de indumentária –, Aix-en-Provence e, na música antiga, Ambronay.” preferes andar por aí de smoMas também conhece pequenos: king?’” O que nem sempre é ver“A Schubertiade de Schwarzen- dade: “Em Aix, o vestuário é muito berg [Áustria] – uma aldeia num mais informal, por exemplo; ou no cenário verdejante nos Alpes e os de La Roque d’Anthéron (na Proconcertos decorrem num celeiro vença), que tem uma magia especial e um ambiente familiar.” Mas reconvertido. Sítio encantador!” Outro festivaleiro é Miguel Vaz: Miguel segue o dictum “em Roma neste ano já foi a Aix-en-Provence sê romano”: “Adapto-me bem às – “e no dia 19 vou para Salzburgo, práticas, regras e rituais de cada síonde me esperam, até dia 25, qua- tio”, resume este melómano que tro óperas e cinco concertos sinfó- certa vez, em Salzburgo, reparou nicos”. Desse festival diz que, “em- estar sentado ao lado de Mario bora caríssimo, encontras ali con- Vargas Llosa. Encontro “imediato” junções artísticas a um nível que assim teve-o também Henrique: “Aconteceu várias não tens em mais vezes em Bayreuth filado nenhum do car sentado atrás da mundo”. E isso vai ao Turismo cultural Angela Merkel, que, encontro do que, no ligado à música é aliás, não falha uma seu parecer, deve preedição do festival!” sidir a um festival: fator económico Um episódio en“Fazer coisas geniais, importante graçado testemucoisas de exceção e nhou-o em Salzburexperimentar o fora go: “Estava num bar do comum, arriscar.” Os bilhetes, diz este sócio dos e apareceu lá o grande maestro Amigos de Salzburgo e dos Ami- Seiji Ozawa. Pediu um vinho e gos de Bayreuth, “são comprados uma sandes para levar, mas estava com seis a nove meses de antece- com um aspeto tal que o empredência” e são estas vivências que gado pensou que ele era um semdefinem as suas férias: “Os meus abrigo e não lhe cobrou nada. O amigos até perguntam: ‘Como é engraçado é que o Ozawa não se que, em vez de estares na praia, descoseu”, conta, rindo-se. Bayreuth e Salzburgo, claro, mas também os Proms de Londres, o Rossini de Pesaro, o de Baden-Baden e o de Zurique constam do “currículo” de Miguel. E outros mais inesperados: “Uma vez que estava em Aix, fui passear pela região e descobri um festival ótimo que é promovido pelo Pierre Cardin, que comprou ali perto um castelo que pertenceu ao marquês de Sade. Mais tarde reparei que na Provença, no verão, qualquer terrinha tem um festival!” Miguel ainda não sabe onde irá em 2017: “Uma hipótese, para já, é o Festival de Páscoa de Baden-Baden.” Mais incerteza com Henrique: “Estou a pensar ir ao Cantar Lontano, em Ancona, que é em junho. Mas muitas vezes resolvo essas coisas de um dia para o outro!” Um festival de grande calibre em Portugal? “Já tivemos – recorda Miguel: os festivais internacionais da Gulbenkian... Mas a falta de meios [financeiros] é o problema, não é?...”, deixa no ar. Henrique é mais otimista: “Claro que sim. Era até bem fácil.” E alinha dois pressupostos “essenciais”: achar um tema “com sex appeal” e “arranjar marketing para promoção internacional”. Do apanhado que realizámos, temos, por exemplo, vários festivais de ópera em Itália, em locais de exceção: o Arena de Verona vai até 28 de agosto, com Carmen, Aida, Turandot e Trovador; o do Teatro Grego de Taormina (na Sicília) até 5 de setembro; no Sferisterio de Macerata (Marche) ainda pode assistir ao Otello e ao Trovador; o Rossini de Pesaro começou nesta semana e vai até dia 20, com quatro títulos rossinianos no programa e um concerto celebrando o tenor peruano Juan Diego Flórez. O Puccini-Torre del Lago (perto de Viareggio), com a espetacular plateia descendo sobre o lago, termina neste fim de semana, com as Turandot de Puccini e de Busoni; um cenário semelhante oferece o Festival de Bregenz (junto ao lago Constança), com o seu palco lacustre. Ali perto, em Lucerna, começa amanhã o festival, que se prolonga até 11 de setembro. Em Inglaterra, Glyndebourne (Sussex) vai até 28 de agosto e ainda pode assistir a três óperas. Na Noruega, o de música de câmara de Rosendal (perto de Bergen) vai até domingo e, mais para leste, em Helsínquia, o festival começa no dia 19 e vai até 4 de setembro. Na Polónia, o Wratislavia Cantans (em Wroclaw) é só em setembro (de 3 a 18), tal como, em França, o de música antiga de Ambronay (de 16 de setembro a 9 de outubro). No repertório mais antigo cabe ainda referir o Oude Muziek de Utrecht (26 agosto-4 setembro) e o Laus Polyphoniae de Antuérpia (de 19 a 28 de agosto). E por último os três grandes festivais: Salzburgo, Bayreuth e os Proms. O primeiro prolonga-se até dia 31 e é um desfilar diário de propostas excecionais de todo o tipo; o segundo termina no dia 28 e neste ano vai alternando Anel do Nibelungo, Parsifal, Navio Fantasma e Tristão e Isolda; por último, os Proms (Londres) têm enfoque na música orquestral e estão ao nível de Salzburgo, embora a preços bem mais módicos. Termina a 10 de setembro, com a Last Night of the Proms tendo por convidado especial o tenor Juan Diego Flórez. Por isso, tomando o conselho de Henrique Silveira (ver texto ao lado), basta fazer as malas e “aterrar” num festival, “saí comprando os bilhetes: estando lá, é fácil arranjar, e sem serem inflacionados”. Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias 33 ARTES Estúdios Disney refazem fábula clássica Estreia. A Disney volta a apostar em recriar um dos seus clássicos. A Lenda do Dragão inspira-se num filme de 1977 para contar a aventura de uma criança que sobrevive numa floresta. Estreia-se hoje nas salas portuguesas JOÃO LOPES Sabemos que, ao longo das últimas décadas, para o melhor ou para o pior, a história de Hollywood tem sido pontuada por muitas cópias, sequelas atrás de sequelas. Tudo começou em meados dos anos 1970, com fenómenos como Tubarão e A Guerra das Estrelas, dirigidos por Steven Spielberg e George Lucas, respetivamente – porque um filme conseguiu bons resultados de bilheteira, então aposta-se em “repeti-lo” ou “continuá-lo”. Os estúdios Disney, em particular, têm-se dedicado a uma revisão metódica dos seus sucessos mais ou menos clássicos. Assim aconteceu, por exemplo, com o magnífico Maléfica (2014), com Angelina Jolie, contando de maneira diferente a história de A Bela Adormecida, ou ainda na versão pouco inspirada de Cinderela (2015), com Lily James e Cate Blanchett. A Lenda do Dragão é a nova aposta nesse domínio: uma fábula sobre a amizade entre uma criança e um dragão (estreia-se hoje), cuja primeira versão surgiu em 1977. Quase quatro décadas depois, há uma óbvia diferença ligada ao modo de representação do dragão. No original dirigido por Don Chaffey (também intitulado Pete’s Dragon, entre nós lançado como Meu Amigo o Dragão), o dragão era um típico boneco de desenho animado, aliás aplicando uma técnica que tinha tido a sua consagração em 1964, com a festiva convivência de animais e humanos em Mary Poppins (um dos derradeiros títulos cuja produção ainda foi acompanhada por Walt Disney). No novo filme realizado por David Lowery, o dragão é um ser totalmente digital dotado de invulgar sofisticação de movimentos e expressões (tendo sido concebido pela Weta Digital, companhia sediada na Nova Zelândia). A arte de contar histórias Em boa verdade, as componentes técnicas, mesmo sendo essenciais para o visual do filme, não constituem uma questão prioritária. Este não é, de facto, um filme que, à maneira de algumas aventuras de super-heróis concebidas para o verão cinematográfico, se limite a ostentar os célebres “efeitos especiais” – A Lenda do Dragão procura recuperar um tom de ingenuidade e magia que, afinal, tanto em termos literários como no plano cinematográfico, tem que ver Sozinho na floresta na sequência de um acidente com os pais, o pequeno Pete (Oakes Fegley) vai apurando as suas técnicas de sobrevivência, formando uma aliança com o seu dragão com os valores mais antigos da arte de contar histórias. No filme de 1977, tudo se passava no começo do século XX, num ambiente que, através da presença do dragão, rapidamente adquiria componentes mais ou menos burlescas. Agora, com a ação deslocada para o ano de 1982, a solidão da criança adquire um fundamental valor dramático. Uma sugestão ecológica Sozinho na floresta na sequência de um acidente com os pais, o pequeno Pete (Oakes Fegley) vai apurando as suas técnicas de sobrevivência, formando com o seu dragão uma aliança que, refletindo inquie- A Lenda do Dragão procura recuperar um tom de ingenuidade e magia tações do nosso tempo, envolve uma sugestiva componente ecológica. E tanto mais que a guarda florestal Grace (Bryce Dallas Howard) irá descobrir Pete durante a missão de controle do abate de árvores que está a ocorrer na sua zona. Deparamos, assim, com um estranho e sedutor primitivismo, bem distante do niilismo de algumas aventuras contemporâneas. Em tais aventuras, a solidão dos he- róis (ou anti-heróis) parece desligá-los de qualquer dimensão coletiva; por sua vez, A Lenda do Dragão é um filme em que, muitas vezes através de um contagiante humor, as diferenças entre gerações são expostas e valorizadas. Nesta perspetiva, importa destacar a personagem do pai de Grace, patriarca daquela pequena comunidade que, afinal, representa a energia de uma crença ancestral na fantasia das fábulas – isto sem esquecer que há um suplemento emocional e simbólico no facto de o seu intérprete ser o garboso Robert Redford (a completar 80 anos no dia 18 de agosto). Num contexto mediático em que tantas vezes se confunde a importância dos filmes com a grandeza dos números dos respetivos orçamentos, vale a pena acrescentar que este é também um título de custo mediano (65 milhões de dólares) no interior da produção da Disney e, em geral, dos grandes estúdios de Hollywood. Claro que os filmes não são “melhores” nem “piores” por causa dos milhões (ou tostões) que possam envolver. O certo é que A Lenda do Dragão parece refletir a preocupação de resistir a fenómenos de galopante inflação que já geraram alguns gigantescos desastres financeiros. Também neste aspeto, pode dizer-se que há setores de Hollywood empenhados em reaprender alguns métodos e valores da história do seu classicismo. Era uma vez nesta Itália COMÉDIA Uma espécie de cró- nica de um bom malandro italiano, Quo Vado é um bom exemplo de comédia para o grande público O maior fenómeno do cinema popular italiano finalmente estreia-se em Portugal após uma sessão histórica de gargalhadas no âmbito da 8 1/5 Festa do Cinema Italiano. Quo Vado não é o equivalente às comédias dos anos 1980 protagonizadas por Adriano Celentano, onde o humor era tão “italiano” que se perdia nos códigos culturais. A vantagem agora é que há um fator universal que não anula o carácter italianíssimo desta comédia. Crónica de um bom malandro italiano, o típico chico-esperto latino que toda a sua vida sonhou ser funcionário público e viver à sombra da bananeira. Checco só quer viver com os pais, nunca mudar de emprego e namorar até sempre sem ter de se casar. Mas com mudanças governamentais que afetam o setor estatal italiano, é obrigado a tomar uma decisão: ou larga o emprego “preguiçoso” ou será colocado bem longe da sua terra natal. Apesar de ser colocado nos locais mais remotos, Checco resiste a tudo e nunca pede a demissão. Pelo meio, apaixona-se desalmadamen- te por alguém que é bem capaz de mudar a sua mentalidade egoísta. O filme é mais afável do que à primeira vista parecia e tem um ator (que é também autor), Checco Zalone, com um domínio perfeito dos tempos de comédia e um charme de velha escola cómica. Tudo aqui é genuíno trabalho de comediante. De alguma forma, tem aquele humor de choque cultural que fazia a faísca humorística de outro grande blockbuster da comédia europeia, Bem-Vindo ao Norte, de Claude Berri. Já se percebeu que o povo europeu morre de amores quando os defeitos “patrióticos” são ampliados e gozados. Quo Vado sabe ampliar perfeitamente as regras da sátira social, aqui sempre sintonizadas com o “estado das coisas” desta Itália pós-Berlusconi. Evidentemente, a realização de Gennaro Nunziante poderia ser mais subtil e há uma grande percentagem de gags que correm o risco de pisar a barreira do alarve. Nada que retire os méritos de alta comédia de ritmo forte e com uma ambição de grande espetáculo, onde nem falta a inclusão de números musicais. Aí está um exemplo de como uma comédia para o grande público não precisa de nos estupidificar. RUI PEDRO TENDINHA 34 CARTAZ Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias Cinema HOJE EM CARTAZ Lisboa NOS Amoreiras C. C. Amoreiras, Av. Eng. Duarte Pacheco 16996 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 |13.20 |16.00 |21.20 |00.10 ESQUADRÃO SUICIDA (3D) |M12 |18.40 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 |13.10 |15.20 |18.00 MÃES À SOLTA |M12 |21.40 |24.00 JASON BOURNE |M12 |13.00 |15.40 |18.20 |21.00 |23.50 UM HOMEM À ALTURA |M12 |12.50 |15.10 |20.50 |23.20 RACE: 10 SEGUNDOS DE LIBERDADE |M12 |17.50 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 |13.05 |15.30 MAS QUE FAMÍLIA É ESTA?! |M12 |18.10 |21.10 |23.30 VIVER DEPOIS DE TI |M12 |13.30 |16.10 |18.50 |21.30 |00.05 QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12 |13.45 |15.50 |18.30 |21.50 |00.15 Cinema NOS Alvaláxia IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 A CANÇÃO DE LISBOA |M12 JASON BOURNE |M12 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 ESQUADRÃO SUICIDA (3D) |M12 TERROR NA ESCURIDÃO |M12 AO RITMO DO SONHO |M12 À PROCURA DE DORY (VP) |M6 MÃES À SOLTA |M12 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 A LENDA DO DRAGÃO |M12 ÁGUAS PERIGOSAS |M12 BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6 MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16 QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12 NERVE: ALTO RISCO |M12 O AMIGO GIGANTE |M6 MAS QUE FAMÍLIA É ESTA?! |M12 C.C. Alvaláxia - Campo Grande |14.10 |16.30 |18.45 |21.00 |24.00 |13.45 |16.15 |19.00 |21.35 |00.05 |13.05 |15.55 |18.40 |21.30 |00.15 |13.20 |16.10 |21.40 |00.30 |18.50 |13.40 |15.40 |17.40 |22.00 |24.00 |19.40 |13.35 |16.00 |18.30 |21.20 |23.50 |13.25 |15.50 |18.20 |21.10 |23.40 |13.15 |15.20 |17.25 |19.35 |21.50 |00.10 |13.10 |15.30 |17.50 |20.50 |23.45 |13.50 |16.50 |19.10 |22.10 |00.20 |14.00 |16.20 |18.35 |21.45 |00.25 |13.30 |16.40 |19.00 |21.15 |23.30 Cinema City Classic Alvalade QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12 À PROCURA DE DORY (VP) |M6 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 HISTÓRIAS DE BAIRRO |M12 JASON BOURNE |M12 BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6 JASON BOURNE |M12 A CANÇÃO DE LISBOA |M12 ALTAMIRA |M12 Avª de Roma, nº 100 218413045 |13.50 |15.40 |17.30 |19.20 |21.30 |17.35 |13.25 |16.00 |18.40 |21.20 |13.25 |15.30 |19.45 |21.45 |17.55 |13.20 |15.45 |21.50 |19.55 Cinema City Campo Pequeno Pç. do Campo Pequeno 217981420 NERVE: ALTO RISCO |M12 |13.55 |15.50 |17.45 |21.55 |24.00 VIVER DEPOIS DE TI |M12 |13.10 |15.20 |17.30 |19.40 |21.50 |00.10 À PROCURA DE DORY (VP) |M6 |13.45 |15.45 |17.55 MÃES À SOLTA |M12 |13.40 |19.55 |22.05 |00.15 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 |13.25 |15.25 |16.00 |17.55 |18.40 |21.20 |21.45 |23.55 MULHERES PROCURAM-SE PARA IR A CASAMENTO |M12 |13.20 |00.20 BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6 |15.40 |17.40 JASON BOURNE |M12 |19.30 |21.30 |00.05 O AMIGO GIGANTE |M6 |16.20 |18.50 CAÇA-FANTASMAS |M12 |13.55 |19.40 A CANÇÃO DE LISBOA |M12 |22.00 THE CONJURING 2: A EVOCAÇÃO |M12 |00.10 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 |13.35 |15.30 |17.35 |23.50 O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12 |19.30 |21.40 Medeia - Nimas DERSU UZALA |M12 Av. 5 de Outubro, 42-B 213574362 |13.30 |16.15 |19.00 |21.45 Medeia - Monumental Edificio Monumental 213142223 EXPERIMENTER: STANLEY MILGRAM, O PSICÓLOGO QUE ABALOU A AMÉRICA |M12 |14.15 |16.00 |17.45 |19.45 |21.45 AMANHà |M12 |12.45 |15.00 |17.15 |19.30 |21.45 FRANCOFONIA |M12 |12.50 |14.40 |16.30 |18.20 |20.10 |22.00 UMA PASTELARIA EM TÓQUIO |M12 |12.30 |14.45 |17.00 |19.15 |21.30 Cinema Ideal Rua do Loreto, 15/17 - 1200-241 Lisboa 210998295 HISTÓRIAS DE BAIRRO |M12 |14.00 |19.15 BARRY LYNDON |M12 |15.45 |21.00 UCI Cinemas - El Corte Inglés 213801400 A CANÇÃO DE LISBOA |M12 |14.05 |16.40 |19.10 |21.45 MILES AHEAD |M12 |00.10 A LENDA DE TARZAN |M12 |13.45 |16.15 UM HOMEM À ALTURA |M12 |19.10 |21.40 UM TRAIDOR DOS NOSSOS |M12 |23.55 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 |14.10 |16.45 MÃES À SOLTA |M12 |19.15 |21.35 |24.00 JASON BOURNE |M12 |13.40 |16.20 |19.00 A LENDA DO DRAGÃO |M12 |21.45 |00.05 ÁGUAS PERIGOSAS |M12 |14.15 |16.50 |19.15 |21.30 |23.45 MAS QUE FAMÍLIA É ESTA?! |M12 |14.10 |16.30 |19.05 |21.40 |00.05 O AMIGO GIGANTE |M6 |13.40 |16.10 RACE: 10 SEGUNDOS DE LIBERDADE |M12 |18.40 |21.30 |00.20 BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6 |14.00 À PROCURA DE DORY (VP) |M6 |16.35 À PROCURA DE DORY (VO) |M12 |18.55 AMOR E AMIZADE |M12 |21.25 MULHERES PROCURAM-SE PARA IR A CASAMENTO |M12 |23.40 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 ESQUADRÃO SUICIDA (3D) |M12 NERVE: ALTO RISCO |M12 O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 A LENDA DO DRAGÃO |M12 A LENDA DO DRAGÃO (3D) |M12 JASON BOURNE |M12 QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12 VIVER DEPOIS DE TI |M12 |13.40 |16.20 |21.50 |00.30 |19.05 |14.00 |16.25 |18.50 |21.25 |24.00 |13.55 |16.45 |19.15 |21.40 |00.10 |13.50 |16.20 |18.45 |21.35 |00.15 |14.05 |16.45 |19.20 |21.50 |00.05 |14.00 |16.30 |19.00 |21.30 |24.00 NOS Colombo C. C. Colombo, Av. Lusíada 16996 ÁGUAS PERIGOSAS |M12 |13.20 |15.50 |18.00 |21.35 |23.50 MAS QUE FAMÍLIA É ESTA?! |M12 |13.25 |16.00 |21.30 |24.00 AO RITMO DO SONHO |M12 |18.25 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 |13.15 |15.40 |18.10 A LENDA DO DRAGÃO |M12 |21.00 MULHERES PROCURAM-SE PARA IR A CASAMENTO |M12 |00.15 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 |12.45 |15.30 |18.20 |21.10 |00.05 JASON BOURNE |M12 |12.55 |15.45 |18.35 |21.25 |00.20 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 |13.30 |15.55 |18.40 TERROR NA ESCURIDÃO |M12 |21.40 |23.55 NERVE: ALTO RISCO |M12 |13.00 |15.35 |18.15 |21.15 |23.40 BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6 |13.10 |15.25 MÃES À SOLTA |M12 |18.05 |21.20 |00.10 ESQUADRÃO SUICIDA (3D) |M12 |13.15 |16.05 |18.50 |21.45 |00.35 NOS Vasco da Gama C. C. Vasco da Gama - Parque das Nações IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 |13.10 |15.20 |17.30 |19.40 MÃES À SOLTA |M12 |21.50 |00.20 ÁGUAS PERIGOSAS |M12 |13.20 |15.30 |17.40 |19.50 |22.00 |24.00 VIVER DEPOIS DE TI |M12 |12.50 |15.50 |18.30 |21.30 |23.50 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 |13.00 |15.40 |21.20 |00.10 ESQUADRÃO SUICIDA (3D) |M12 |18.20 À PROCURA DE DORY (VP) |M6 |13.40 JASON BOURNE |M12 |16.00 |18.40 |21.40 |00.30 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 |13.30 |15.50 |18.10 A LENDA DO DRAGÃO |M12 |21.10 |23.40 LINHA DE CASCAIS Cascais NOS Cascais Shopping C. C. Cascaisshopping 16996 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 |13.00 |15.50 A LENDA DO DRAGÃO (3D) |M12 |18.50 A LENDA DO DRAGÃO |M12 |21.40 |00.10 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 |12.50 |15.10 |17.25 |19.40 MULHERES PROCURAM-SE PARA IR A CASAMENTO |M12 |21.55 |00.20 ÁGUAS PERIGOSAS |M12 |12.55 |15.00 |17.10 |19.20 |21.30 |23.50 JASON BOURNE |M12 |12.40 |15.30 |18.10 |20.55 |23.40 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 |12.30 |15.20 |18.20 |21.10 |24.00 À PROCURA DE DORY (VP) |M6 |13.30 |16.00 MÃES À SOLTA |M12 |18.30 |20.50 |23.30 BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6 |13.20 VIVER DEPOIS DE TI |M12 |15.40 |18.40 |21.20 |00.15 O Cinema da Villa - CascaisVilla Shopping Center A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 |13.50 |15.50 |17.50 |19.50 FRANCOFONIA |M12 |21.50 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 |14.20 |16.30 |19.00 JASON BOURNE |M12 |19.30 |22.00 BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6 |14.10 |16.20 RACE: 10 SEGUNDOS DE LIBERDADE |M12 |21.35 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 |14.30 |16.50 |19.20 |21.40 NERVE: ALTO RISCO |M12 |14.00 |16.00 |18.00 |19.55 |21.55 Miraflores NOS Dolce Vita ESQUADRÃO SUICIDA |M12 BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6 JASON BOURNE |M12 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 A CANÇÃO DE LISBOA |M12 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 A LENDA DO DRAGÃO |M12 C. C. Dolce Vita, Av. das Tulipas 16996 |15.30 |18.30 |21.30 |15.10 |18.10 |21.10 |15.20 |18.20 |21.20 |14.50 |17.20 |19.40 |22.00 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 |13.45 |16.30 |21.50 ESQUADRÃO SUICIDA (3D) |M12 |19.10 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 |13.45 |16.05 A LENDA DO DRAGÃO (3D) |M12 |18.35 A LENDA DO DRAGÃO |M12 |21.10 VIVER DEPOIS DE TI |M12 |14.05 |16.40 |19.05 |21.35 BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6 |13.40 |16.05 MÃES À SOLTA |M12 |18.45 |21.20 O AMIGO GIGANTE |M6 |14.00 JASON BOURNE |M12 |16.20 |19.00 |21.35 QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12 |14.20 |16.55 |19.00 |21.25 NERVE: ALTO RISCO |M12 |14.25 |16.35 |19.05 |21.45 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 |13.45 |16.15 |18.50 CAÇA-FANTASMAS |M12 |21.15 À PROCURA DE DORY (VP) |M6 |13.40 |16.10 |18.40 MULHERES PROCURAM-SE PARA IR A CASAMENTO |M12 |21.25 A LENDA DE TARZAN |M12 |13.55 A CANÇÃO DE LISBOA |M12 |16.30 |19.10 |21.45 Alfragide IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 |12.40 |15.10 |17.30 |19.45 TERROR NA ESCURIDÃO |M12 |22.00 |00.25 JASON BOURNE |M12 |12.50 |15.40 |18.30 |21.20 |00.10 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 |13.10 |16.00 |18.40 |21.30 |00.25 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 |13.20 |15.50 |18.20 A LENDA DO DRAGÃO |M12 |21.10 |23.45 QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12 |12.45 |15.10 |17.20 |19.30 |21.45 |24.00 A CANÇÃO DE LISBOA |M12 |13.05 |15.45 |21.25 |23.35 RACE: 10 SEGUNDOS DE LIBERDADE |M12 |18.25 BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6 |12.55 |15.30 A LENDA DE TARZAN |M12 |17.50 |20.50 |23.20 ÁGUAS PERIGOSAS |M12 |12.35 |15.15 |17.30 |19.40 |21.50 |00.05 VIVER DEPOIS DE TI |M12 |13.00 |16.10 |18.50 |21.35 |00.15 MAS QUE FAMÍLIA É ESTA?! |M12 |13.35 |16.05 |21.05 |23.30 AO RITMO DO SONHO |M12 |18.35 À PROCURA DE DORY (VP) |M6 |13.50 |16.30 MÃES À SOLTA |M12 |18.55 |21.55 |00.30 NERVE: ALTO RISCO |M12 |13.30 |15.50 |18.15 |21.15 |23.40 ESQUADRÃO SUICIDA (3D) |M12 |13.40 |16.20 |19.00 |21.40 |00.20 CinemaCity Alegro Alfragide Centro Comercial Alegro 214221030 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 |13.30 |15.30 |17.40 |19.50 A LENDA DO DRAGÃO |M12 |21.35 |23.50 ÁGUAS PERIGOSAS |M12 |13.45 |15.50 |17.40 |19.40 |21.50 |24.00 QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12 |13.45 |15.40 |17.30 |20.00 |21.45 |23.40 NERVE: ALTO RISCO |M12 |13.50 |15.45 |19.35 |21.35 |23.45 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 |13.25 |15.25 |16.00 |17.55 |18.40 |19.10 |21.20 |21.40 |23.55 O AMIGO GIGANTE |M6 |16.20 IDADE DO GELO, O BIG BANG (3D) |M6 |14.00 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 |13.25 |15.20 |17.25 |19.30 JASON BOURNE |M12 |19.20 |21.45 |00.20 À PROCURA DE DORY (VP) |M6 |13.40 |15.40 |17.55 MÃES À SOLTA |M12 |17.45 |19.45 |22.00 MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16 |23.50 A LENDA DE TARZAN |M12 |21.30 MULHERES PROCURAM-SE PARA IR A CASAMENTO |M12 |00.05 BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6 |13.30 |17.35 TERROR NA ESCURIDÃO |M12 |00.15 CAÇA-FANTASMAS |M12 |13.15 A CANÇÃO DE LISBOA |M12 |15.35 |21.55 CENTRAL DE INTELIGÊNCIA |M12 |00.25 Barreiro Sintra Setúbal Castello Lopes Cinemas C. C. Forum Sintra NERVE: ALTO RISCO |M12 |13.30 |15.50 |18.40 |21.45 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 |13.00 |15.40 |18.30 |21.30 JASON BOURNE |M12 |18.50 |21.20 BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6 |13.05 |15.00 |17.00 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 |13.00 |15.10 |17.20 MULHERES PROCURAM-SE PARA IR A CASAMENTO |M12 |21.45 À PROCURA DE DORY (VP) |M6 |13.10 |15.20 |17.30 TERROR NA ESCURIDÃO |M12 |21.50 MÃES À SOLTA |M12 |19.30 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 |13.20 |15.30 |18.00 A LENDA DO DRAGÃO |M12 |21.40 ÁGUAS PERIGOSAS |M12 |14.00 |16.00 |18.00 |20.00 |21.55 Cinema City Av. Libertadores de Timor Loro Sae 275334664 QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12 |13.40 |15.35 |17.25 |19.55 |21.35 |23.40 ÁGUAS PERIGOSAS |M12 |13.50 |15.50 |17.45 |19.30 |21.30 |23.30 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 |13.30 |15.30 |17.40 |21.50 A LENDA DO DRAGÃO |M12 |19.50 |00.10 BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6 |13.30 |15.45 |17.50 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 |13.25 |15.20 |16.00 |17.55 |18.40 |19.10 |21.20 |21.45 |23.55 TERROR NA ESCURIDÃO |M12 |00.20 CAÇA-FANTASMAS |M12 |19.15 O AMIGO GIGANTE |M6 |13.25 A CANÇÃO DE LISBOA |M12 |17.45 |21.45 A LENDA DE TARZAN |M12 |00.05 JASON BOURNE |M12 |13.45 |16.20 |21.50 |00.25 À PROCURA DE DORY (VP) |M6 |13.35 |15.40 MÃES À SOLTA |M12 |19.40 |21.40 MULHERES PROCURAM-SE PARA IR A CASAMENTO |M12 |23.50 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 |13.20 |15.25 |17.30 |19.35 |21.40 MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16 |23.45 City Beloura Beloura Shopping 219247643 QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12 |15.50 |17.45 |19.35 |21.35 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 |15.30 |17.40 |19.40 A LENDA DO DRAGÃO |M12 |21.40 VIVER DEPOIS DE TI |M12 |15.30 |17.40 |21.55 MULHERES PROCURAM-SE PARA IR A CASAMENTO |M12 |19.55 O AMIGO GIGANTE |M6 |15.40 JASON BOURNE |M12 |21.45 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 |15.45 |17.55 BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6 |17.50 O HOMEM QUE VIU O INFINITO |M12 |19.40 AO RITMO DO SONHO |M12 |19.50 |21.50 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 |15.25 |16.00 |17.55 |18.40 |21.20 MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16 |21.30 À PROCURA DE DORY (VP) |M6 |15.35 |17.45 A CANÇÃO DE LISBOA |M12 |19.45 CAÇA-FANTASMAS |M12 |22.00 Castelo Lopes - Forum Barreiro IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 CAÇA-FANTASMAS |M12 JASON BOURNE |M12 QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 A LENDA DO DRAGÃO |M12 Campo das Cordoarias 212069440 |13.05 |15.10 |17.15 |19.20 |21.40 |13.15 |15.20 |17.20 |19.20 |21.20 |13.00 |15.40 |18.30 |21.30 |13.05 |15.15 |17.25 |19.35 |21.45 Montijo NOS Fórum Montijo ESQUADRÃO SUICIDA |M12 ESQUADRÃO SUICIDA (3D) |M12 JASON BOURNE |M12 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 A LENDA DO DRAGÃO |M12 ÁGUAS PERIGOSAS |M12 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 MÃES À SOLTA |M12 BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6 MAS QUE FAMÍLIA É ESTA?! |M12 C. C. Fórum Montijo 16996 |13.00 |15.50 |21.30 |00.15 |18.40 |12.50 |15.30 |18.20 |21.20 |00.05 |13.30 |16.05 |18.30 |21.00 |23.30 |13.05 |15.10 |17.15 |19.20 |21.25 |23.40 |12.40 |15.15 |17.25 |19.35 |21.50 |00.10 |13.15 |15.35 |18.00 |21.00 |23.20 ALGARVE Tavira NOS Tavira Centro Comercial Gran-Plaza, Loja Nº3.24 16996 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 |12.50 |15.40 |18.35 |21.30 |00.25 JASON BOURNE |M12 |12.45 |15.30 |18.10 |21.20 |00.10 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 |11.00 |13.30 |15.50 |18.20 A LENDA DO DRAGÃO |M12 |21.00 |23.30 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 |10.50 |13.20 |16.00 |18.30 A CANÇÃO DE LISBOA |M12 |21.20 |23.55 AO RITMO DO SONHO |M12 |13.00 QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12 |15.20 |18.00 |21.40 |23.50 Oeiras NOS Oeiras Parque QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 ESQUADRÃO SUICIDA (3D) |M12 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 VIVER DEPOIS DE TI |M12 À PROCURA DE DORY (VP) |M6 JASON BOURNE |M12 A CANÇÃO DE LISBOA |M12 RACE: 10 SEGUNDOS DE LIBERDADE |M12 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 MAS QUE FAMÍLIA É ESTA?! |M12 C. C. Oeiras Parque 16996 |13.30 |15.50 |18.50 |21.15 |23.50 |12.40 |15.30 |21.30 |00.30 |18.30 |11.00 |12.50 |15.20 |18.00 |21.10 |00.10 |13.20 |16.00 |18.40 |21.20 |24.00 |10.40 |13.10 |15.40 |18.35 |21.40 |00.25 |13.05 |15.45 |21.25 |00.05 |18.25 |10.50 |13.20 |15.50 |18.20 |22.00 |00.20 PORTO NORTE DE LISBOA Gaia Odivelas NOS Odivelas Parque A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 A LENDA DO DRAGÃO |M12 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 JASON BOURNE |M12 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 A CANÇÃO DE LISBOA |M12 BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6 MAS QUE FAMÍLIA É ESTA?! |M12 C. C. Odivelas Parque 16996 |13.30 |16.00 |18.30 |21.10 |13.00 |15.40 |18.20 |21.00 |12.50 |15.30 |18.10 |20.50 |12.50 |15.00 |17.10 |19.20 |21.30 |13.15 |15.20 |18.00 |21.20 MARGEM SUL LINHA DE SINTRA Almada Amadora UCI Cinema - Dolce Vita Tejo ÁGUAS PERIGOSAS |M12 7072322221 |14.30 |16.45 |19.05 |21.30 NOS Almada Fórum ESQUADRÃO SUICIDA |M12 ESQUADRÃO SUICIDA (3D) |M12 C. C. Almada Fórum 16996 |12.30 |15.20 |21.00 |23.50 |18.10 NOS GaiaShopping ESQUADRÃO SUICIDA (3D) |M12 À PROCURA DE DORY (VP) |M6 MAS QUE FAMÍLIA É ESTA?! |M12 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 MIKE & DAVE |M14 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 JASON BOURNE |M12 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 A LENDA DO DRAGÃO |M12 BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6 MÃES À SOLTA |M12 AO RITMO DO SONHO |M12 NERVE: ALTO RISCO |M12 ÁGUAS PERIGOSAS |M12 OUTROS LOCAIS Av. dos Descobrimentos, 549 16996 |13.30 |16.10 |19.00 |21.50 |00.40 |13.10 |15.45 |18.10 |20.40 |23.20 |13.40 |16.00 |18.40 |21.00 |23.30 |12.40 |15.30 |18.30 |21.20 |00.20 |12.45 |15.40 |18.50 |21.40 |00.30 |12.55 |15.20 |17.50 |20.30 |23.10 |13.20 |15.50 |18.20 |20.50 |23.40 |13.50 |16.20 |18.55 |21.30 |24.00 |13.00 |15.10 |17.40 |19.50 |22.00 |00.10 CARTAZ Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias 35 AS NOTAS DOS CRÍTICOS Aveiro NOS Fórum Aveiro BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6 MÃES À SOLTA |M12 QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12 VIVER DEPOIS DE TI |M12 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 JASON BOURNE |M12 MAS QUE FAMÍLIA É ESTA?! |M12 A CANÇÃO DE LISBOA |M12 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 Rua Homem Cristo 16996 |13.50 |16.20 |19.00 |21.40 |00.25 |14.00 |16.30 |18.50 |21.20 |23.45 |13.00 |15.50 |18.40 |21.30 |00.20 |13.40 |16.10 |18.40 |21.00 |24.00 |14.05 |16.40 |19.15 |21.50 |00.35 |13.10 |16.00 |18.50 |21.40 |00.30 |14.10 |17.10 |21.10 |00.10 Coimbra NOS Alma Shopping Coimbra IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 MESTRES DA ILUSÃO 2 |M16 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 JASON BOURNE |M12 A CANÇÃO DE LISBOA |M12 VIVER DEPOIS DE TI |M12 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12 MAS QUE FAMÍLIA É ESTA?! |M12 BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6 MÃES À SOLTA |M12 NERVE: ALTO RISCO |M12 À PROCURA DE DORY (VP) |M6 RACE: 10 SEGUNDOS DE LIBERDADE |M12 C. C. Alma Shopping 16996 |14.10 |16.50 |19.10 |21.25 |00.15 |14.20 |17.10 |21.00 |23.50 |13.30 |16.20 |19.15 |21.55 |00.40 |13.50 |16.30 |19.10 |21.50 |00.30 |13.20 |16.10 |19.00 |21.45 |13.40 |16.00 |18.30 |21.20 |23.55 |14.00 |16.40 |19.05 |21.30 |24.00 |14.30 |16.55 |19.20 |22.00 |00.25 |13.45 |16.25 |18.55 |21.40 |00.05 |14.40 |17.20 |20.40 |23.40 NOS Fórum Coimbra Fórum Coimbra JASON BOURNE |M12 |14.30 |21.10 |00.10 AO RITMO DO SONHO |M12 |17.30 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 |13.40 |16.10 |18.50 A LENDA DO DRAGÃO |M12 |21.20 |23.50 ÁGUAS PERIGOSAS |M12 |14.10 |16.50 |19.25 |21.40 |00.20 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 |13.30 |16.20 |19.10 |21.55 A CANÇÃO DE LISBOA |M12 |13.20 |16.00 |18.40 |21.15 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 |24.00 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 |13.50 |16.30 |19.00 MULHERES PROCURAM-SE PARA IR A CASAMENTO |M12 |21.30 |00.05 Funchal NOS Fórum Madeira NERVE: ALTO RISCO |M12 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 ÁGUAS PERIGOSAS |M12 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 MÃES À SOLTA |M12 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 JASON BOURNE |M12 Centro Comercial Fórum Madeira 16996 |11.20 |13.40 |16.00 |18.20 |21.00 |11.10 |13.30 |16.30 |19.00 |21.30 |11.30 |13.50 |16.15 |18.40 |21.10 |13.20 |16.05 |18.50 |21.40 |12.50 |15.40 |18.30 |21.20 Leiria New Lineo Cinemas - Cinema City Centro Comercial Leiria Shop A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 |15.30 |17.40 |21.50 A LENDA DO DRAGÃO |M12 |19.50 QUO VADO - OU JÁ FOSTE! |M12 |15.50 |17.40 |21.30 ÁGUAS PERIGOSAS |M12 |16.05 |20.00 |21.55 AO RITMO DO SONHO |M12 |18.00 |19.30 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 |15.40 |17.45 |19.50 JASON BOURNE |M12 |21.45 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 |15.25 |16.00 |17.55 |18.40 |21.20 |21.40 BLINKY BILL - O FILME (VP) |M6 |15.35 À PROCURA DE DORY (VP) |M6 |17.35 CAÇA-FANTASMAS |M12 |19.40 A CANÇÃO DE LISBOA |M12 |22.00 Santarém Castelo Lopes - C. C. W Shopping 707220220 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 |13.20 |15.40 |18.20 A LENDA DO DRAGÃO |M12 |21.10 VIVER DEPOIS DE TI |M12 |13.30 |16.10 |18.30 |21.45 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 |13.00 |15.50 |18.40 |21.30 ÁGUAS PERIGOSAS |M12 |13.10 |15.00 |17.00 |19.00 |21.20 A CANÇÃO DE LISBOA |M12 |13.15 |15.40 |18.10 MULHERES PROCURAM-SE PARA IR A CASAMENTO |M12 |21.00 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 |13.00 |15.00 |17.05 JASON BOURNE |M12 |19.00 |21.40 Torres Novas Castelo Lopes - Centro Comercial TorresShopping 249830750 A CANÇÃO DE LISBOA |M12 |17.30 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 |13.10 |15.20 JASON BOURNE |M12 |21.20 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 |12.55 |15.10 |17.20 |19.30 A LENDA DO DRAGÃO |M12 |21.40 À PROCURA DE DORY (VP) |M6 |13.20 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 |15.40 |18.30 |21.30 Torres Vedras NOS Arena Shopping Centro Comercial Arena Shopping 16996 ESQUADRÃO SUICIDA |M12 |12.40 |15.30 |18.30 |21.30 |00.30 JASON BOURNE |M12 |13.00 |16.00 |18.45 |21.40 |00.25 VIVER DEPOIS DE TI |M12 |13.15 |15.45 |18.15 |21.00 |23.30 A LENDA DO DRAGÃO (VP) |M6 |13.30 |16.15 |19.00 A LENDA DO DRAGÃO |M12 |21.20 |23.50 IDADE DO GELO, O BIG BANG |M6 |12.50 |15.00 |17.15 |19.30 A CANÇÃO DE LISBOA |M12 |21.50 |00.20 ÁGUAS PERIGOSAS A LENDA DO DRAGÃO QUO VADO OU JÁ FOSTE! VIVER DEPOIS DE TI ESQUADRÃO SUICIDA EXPERIMENTER RACE – 10 SEGUNDOS DE LIBERDADE HISTÓRIAS DE BAIRRO DERSU UZALA AO RITMO DO SONHO JASON BOURNE TERROR NA ESCURIDÃO BARRY LINDON UMA PASTELARIA EM TÓQUIO A IDADE DO GELO: O BIG BANG AMANHà UM HOMEM À ALTURA 2 CAÇA-FANTASMAS A CANÇÃO DE LISBOA FRANCOFONIA MILES AHEAD O HOMEM QUE VIU O INFINITO O AMIGO GIGANTE A LENDA DE TARZAN UM TRAIDOR DOS NOSSOS AMOR E AMIZADE À PROCURA DE DORY THE CONJURING 2 – A EVOCAÇÃO MESTRES DA ILUSÃO em estreia ● mau JOÃO LOPES RUI PEDRO TENDINHA INÊS LOURENÇO ★★★ ★★★ ★★ – ★★ – ★★★ – ★★ ★★★ ★★ ★★ – – ★★★★ ★★ ★★★★★ ★★★ – ★★ ★★ – ★★ ★★★ ★★ ★★ ★★★ ★ ★★ ★★★ ★★★ ★★★ ★★ – – ★★ ★★ – ★★★ ★ ★★ ★★★★★ ● ★★★★★ ★ ★★ ★★★★ – ★ – ★★★★★ ★★★ ★ ★★ – – ● ★★★★ ★★★ – ★★★★ – ★★ ★★★ ★ – – ★ medíocre ★★ com interesse ★★★ bom ● ★ – ★★★★★ ★★★ ★ ★★ – ★★ – ★★★★ ★★ – ★★★★ – ★★ ★★★ ★★★ – – ★★★★ muito bom ★★★★★ excecional VEJA TODAS AS CRÍTICAS E OS TRAILERS DAS ESTREIAS DA SEMANA EM WWW.DN.PT À procura da comédia italiana Lágrimas doces e amargas no verão Blake Lively, uma praia e um tubarão QUO VADO OU JÁ FOSTE! GENNARO NUNZIANTE VIVER DEPOIS DE TI THEA SHARROCK ÁGUAS PERIGOSAS JAUME COLLET-SERRA Ah! Que saudades da época gloriosa da comédia italiana, quando Totò, Vittorio Gassman ou Nino Manfredi eram os rostos de um estilo de abordagem da vida social em que a caricatura mais delirante não excluía uma componente de desencantado, por vezes comovente, humanismo... Este Quo Vado? (o título português aposta num trocadilho sugestivo, mas não muito feliz) possui, pelo menos, o mérito de nos remeter para essas memórias, centrando-se na insólita e burlesca figura de um funcionário público (Checco Zalone, que partilha com o realizador a autoria do argumento); confrontado com a nova austeridade, quer dizer, com a possibilidade de perder o seu emprego “para a vida”, tudo fará para se manter um fiel servidor do Estado... Com felicidade desigual, o filme vai colecionando situações que exploram clichés da vida social e profissional, celebrando uma alegre rejeição da frieza burocrática. Grande sucesso em Itália, é a prova de que, mesmo com resultados medianos, vale a pena evocar o património cinematográfico. Se é de fazer chorar as pedrinhas da calçada? Sem dúvida. E também não escapa aos lugares comuns do romance que envolve grandes adversidades, como a doença. No entanto, é difícil resistir ao magnetismo dos atores que lideram este Viver depois de Ti – Emilia Clarke (A Guerra dos Tronos) e Sam Claffin (The Hunger Games) – adaptado do best-seller de Jojo Moyes, pela própria. Sem estes protagonistas, a primeira longa-metragem da veterana do teatro Thea Sharrock não teria o feitiço elementar de uma história de Cinderela: percebe-se cedo que a humilde Lou (Clarke), como nova cuidadora do aristocrata e jovem paraplégico Will (Claffin), sustenta uma ternura inabalável, com laivos de Audrey Hepburn... Em pequenos passos, que começam a progredir depois de se esbater a amargura estoica de Will, estes dois vão-se aproximando numa subtil intimidade reforçada pela câmara. E ainda que se sinta a manipulação emocional – porque é um filme que lida com a sombra da morte face ao amor –, há uma sinceridade que afasta as reservas maiores. Sejamos práticos: em tempos de crescente e medíocre formatação dos “filmes de verão”, para mais rodados com aquela estética agitada de telemóvel (que já nem sabe como mostrar um cenário...), é bom encontrar um filme que, pelo menos, tenha gosto em construir uma história, explorar as nuances do seu espaço, gerir as tensões do seu tempo. Assim é este The Shallows que, além do mais, pode permitir a Blake Lively ascender a um patamar de evidência que bem merece (pelo menos, desde 2012, quando a vimos em Selvagens, sob a direção de Oliver Stone). Ela vive a aventura improvável, mas vibrante, de uma jovem que, numa praia paradisíaca, encontra o mais conflituoso dos companheiros: um tubarão. Vem à memória, claro, o brilhantíssimo Tubarão (1975), de Steven Spielberg, mas não é disso que se trata: estamos perante um exercício minimalista de suspense que faz lembrar a austeridade e a eficácia de algumas produções de Roger Corman ao longo da década de 60. Custou 17 milhões, dez vezes menos do que Esquadrão Suicida, mas é vinte vezes mais interessante. JOÃO LOPES ★★ com interesse INÊS LOURENÇO ★★ com interesse JOÃO LOPES ★★★ Bom PASSATEMPOS 36 Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias SAMURAI XADREZ Preencher todos os quadrados da grelha fazendo que cada fila, cada coluna e cada um dos quadrados de três casas por três contenham os números de 1 a 9, sem repetições nem omissões. Problema – As brancas jogam e dão mate em 2 (Arnoldo Ellerman, Arbejder Skak, 1957) O Open Internacional da Cidade de Famalicão já se afirmou no calendário nacional e já só falta arriscar a adição de mais 2 jornadas para possibilitar a luta por normas de mestre. A 4ª edição terminou no passado dia 5 de Agosto com a vitória do cubano Lelys Duany que ganhou ao espanhol Mauricio Vassallo na última jornada e beneficiou do empate de Rui Dâmaso com Carlos Novais. O argentino Daniel Campora, um participante assíduo neste torneio, produziu uma boa partida posicional contra Carlos Dantas que tem vindo a recuperar o bom nível de jogo que já apresentou no passado. Desta vez deixou que o seu bispo fosse completamente Daniel Campora (ARG, 2439) Carlos Dantas (POR, 2191) Famalicão (7), 05.08.2016 1.e4 e5 2.Cf3 Cc6 3.Bb5 g6?! 4.d4 exd4 5.Cxd4 Bg7 6.Be3 Cge7 7.Cc3 d6 8.0–0 0–0 9.Dd2 a6 10.Bxc6 Cxc6 11.Cxc6 bxc6 12.Bd4 Bb7?! [12...Bxd4 13.Dxd4 Te8 14.Dc4 Bd7²] 13.Tfe1 [13.Bxg7 Rxg7 14.f4] 13...Dh4 14.Bxg7 Rxg7 15.Te3 Df6 16.Tf3 De5 17.Th3 h5 18.f4 Dc5+ 19.Rh1 f5 20.Te1 Tf7 21.The3 Taf8 22.h3 [22.e5!?] 22...Bc8 23.e5 d5? [23...Db4±] 24.Td3 De7 25.Ca4 h4 26.Dc3 De8 27.Cc5 Rh7 28.e6 Tg7 29.Tde3 De7 30.T3e2 g5 31.fxg5 Dxg5 32.Df3 Tg6 33.b4 Te8 34.Te5 Tf6 35.c3 Te7 36.a4 Rg7 37.a5 Rh6 38.Tf1 Rg6 39.De2 Dg3 40.Tf3 Dg5 41.De1 Rh7 42.Df2! Rg6 [42...Dc1+ 43.Rh2 Dg5 44.Texf5 Txf5 45.Txf5] 43.g4! [43...hxg3 (43...Rh6 44.Texf5 Txf5 45.Txf5; 43...Bxe6 44.Cxe6 Texe6 45.Txe6 Txe6 46.gxf5+) 44.Txg3] 1–0 António P. Santos BRIDGE Contrato – Seis Espadas por Sul. Saída de Oeste ao nove de Copas VERTICAIS: 1 – Sufrágios; Subtrair. 2 – Grande cão de fila; Trinta dias; Berílio (s.q.). 3 – Televisão Italiana (iniciais); Aplicar. 4 – Estás; Juiz de Israel; Um milhar. 5 – Exercita. 6 – Actínio (s.q.); Antiga nota de música "do"; Rádon (s.q.); Rubídio (s.q.). 7 – Anuncia por meio de pregão. 8 – Cólera; Rio da Suíça, Cloro (s.q.). 9 – Chegar; Notas de música. 10 – Prep. de lugar onde; Curado; Chucha. 11 – Feiticeira; Genuínos. SOLUÇÕES BRIDGE SAMURAI XADREZ PALAVRAS CRUZADAS HORIZONTAIS: 1 – Vareta; Vem. 2 – Olas, Cai; Ma. 3 – Tai; Pre. 4 – Oo; Apura; Sa. 5 – Porte; Vas. 6 – Moda; Gaio. 7 – Ter; Troar. 8 – Is; Minar; Mu. 9 – Sic; Mar. 10 – Ab; Lar; Cimo. 11 – Reu; Bolsas. HORIZONTAIS: 1 – Vara pequena; Regressa. 2 – Folha de certas palmeiras indianas que servia para nela se escrever (pl); Vai ao chão; Símbolo da unidade elétrica miliampere. 3 – Rio da Escócia; Soldo. 4 – O sono das crianças; Aperfeiçoa; Com saúde. 5 – Tonelagem de um navio; Falsas. 6 – Uso corrente; Jovial. 7 – Agarrar; Ressoar. 8 – Vogal (pl.); Furar; Mulo. 9 – Textualmente; Oceano. 10 – Pref. de oposição; Família (fig.); O alto. 11 – Criminoso; Saca pequena fechada por meio de cordões (pl). VERTICAIS: 1 – Votos; Tirar. 2 – Alao; Mes; Be. 3 – Rai; Por. 4 – Es; Aod; Mil. 5 – Pratica. 6 – Ac; Ut; Rn; Rb. 7 – Apregoa. 8 – Ira; Aar; CL. 9 – Vir; Mis. 10 – Em; Sao; Mama. 11 – Magas; Puros. PALAVRAS CRUZADAS 1.Tg3! [Ameaça Txg4#] 1...Be4 [1...Te4 2.Cg6#; 1...Cde4 2.Tf5#; 1...Cge4 2.Ce6#; 1...Tg1 2.Be5#; 1...Txg3 2.hxg3#; 1...Th4 2.Bxg5#] 2.Be5# ★★★★★ A saída é quase de certeza a carta seca, senão depois do leilão não se justificaria. Contando vazas, em princípio tem as doze prometidas depois de destrunfar, mas tem forçosamente que fazer a passagem ao rei, não pode que a mão vá para Este e levar um corte em Copas. Já que tem que ir ao morto mais vale cedo de que tarde, entrou com o ás de Copas matando rei e cruzou o valete de trunfo, rei à direita e voltou um Pau. Cortou na mesa, depois bateu o dez de trunfo, todos assistiram; a seguir uma pequena Copa cortada com o ás, tirou o último trunfo de fora, voltou ao morto no ás de Ouros e tabelou. Notável! GRAU DE DIFICULDADE Um chelem declarado e cumprido no Campeonato Nacional da Estónia a merecer referência na imprensa da especialidade. Sul abriu numa Espada, Norte deu duas Copas, Sul repetiu as Espadas que no sistema apenas indica uma abertura mínima, o parceiro continuou com três Espadas apoio forte admitindo chelem, seguindo-se quatro Copas, cinco Paus e cinco Ouros mostrando os respetivos controlos, seis Espadas. Oeste saiu ao nove de Copas, que coreu para o rei seco da mão. Coloque-se no lugar do declarante e veja se descobre como cumprir o chelem tomando todas as precauções. TELEVISÃO Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias 37 DESTAQUES Comédia em tempos de guerra com R. Williams Fast food: solução de vida para os apressados Poderá um navio de sonho ser um pesadelo? A equipa tenta evitar o regresso do passado HOLLYWOOD BOM DIA VIETNAME (21.30) HISTÓRIA 101 COMIDAS RÁPIDAS QUE MUDARAM O MUNDO (16.11) AXN BLACK BARCO FANTASMA (22.00) FOX SOB SUSPEITA (17.41) Na década de 1960, Antonia Graza, um luxuoso transatlântico, desaparece sem deixar qualquer rasto durante a sua viagem com destino marcado para a América. Quarenta anos mais tarde, a tripulação do Arctic Warrior encontra esse navio à deriva ao largo da costa do Alasca, nos Estados Unidos. Ao investigar o interior do Antonia Graza, a tripulação descobre que a embarcação esconde algo de terrível que poderá comprometer a sua própria sobrevivência. Este filme realizado por Steve Beck, em 2002, conta com os atores Gabriel Byrne, Julianna Margulies e Ron Eldard à frente do elenco. Um assassino dos tempos da Guerra Fria embarca numa busca pelos elementos da sua antiga equipa, enquanto Reese e Finch tentam detê-lo. Entretanto, Fusco tenta convencer Carter das suas capacidades de atiradora. Esta série criminal, da autoria de Jonathan Nolan, acompanha o trabalho diário de John Reese (Jim Caviezel), agente da CIA, e Harold Finch (Michael Emerson), um multimilionário génio da informática, solitário e que vive sob uma identidade falsa. Depois do fatídico dia 11 de Setembro, o governo ordenou a construção de uma máquina capaz de prever futuros atentados terroristas. Em plena guerra do Vietname, em 1965, um locutor de rádio popular não é bem visto pelos seus superiores devido aos seus métodos pouco ortodoxos. Irreverente, ele enfurece especialmente Steven Hauk, um segundo-tenente com uma necessidade enorme de provar que é superior. Movido pela inveja e ciúme, tenta prejudicar Cronauer, mas não será assim tão fácil. Robin Williams interpreta o principal papel deste clássico do final da década de 1980 realizado por Barry Levinson. O filme foi nomeado para o Óscar de Melhor Ator e venceu o Globo de Ouro nesta mesma categoria. Para lá de fronteiras, culturas e épocas, a comida é algo que todas as pessoas partilham. As refeições “para levar” tornaram-se a maior solução dos apressados. Embora o hambúrguer seja o rei supremo da “comida de plástico”, o takeaway já ultrapassou em muito a opção do drive thru. Abastecidos com piza, conseguimos manter-nos a trabalhar uma noite inteira, por exemplo. Nesta série, encontra a contagem decrescente da comida que nos leva ao passado, da que nos traz de volta ao presente e, por vezes, a que nos revela o futuro, como o bolo da sorte chinês. CANAIS AUDIÊNCIAS DE TV GENERALISTAS TEMÁTICOS RTP1 RTP2 SIC TVI HOLLYWOOD FOX MOVIES MOV 06.30 Bom Dia Portugal Informação 10.00 Praias Olímpicas Em direto da praia da Salema, Vila do Bispo 13.00 Jornal da Tarde 14.15 Água de Mar 15.00 Jogos Olímpicos Rio de Janeiro Judo, natação e voleibol (Rússia-Egito) 18.00 Portugal em Direto Informação 18.45 Fatura da Sorte 19.00 O Preço Certo 20.00 Telejornal 21.00 The Big Picture 07.00 Zig Zag Espaço Infantil 11.30 Jogos Olímpicos - Rio de Janeiro Repetição 15.05 A Fé dos Homens 15.38 Euronews 16.00 Zig Zag 18.00 Jogos Olímpicos - Rio de Janeiro Em direto natação, vólei de praia, ginástica 21.30 Jornal 2 22.20 Coração das Trevas Série dinamarquesa 23.00 Estudar em Julliard 06.00 Edição da Manhã Informação 08.45 A Vida nas Cartas – O Dilema 10.15 Queridas Manhãs 13.00 Primeiro Jornal 14.30 Dancin’Days Novela portuguesa 15.45 Grande Tarde 19.00 I Love Paraisópolis Novela brasileira 20.00 Jornal da Noite 21.30 Coração d’Ouro 22.30 Rainha das Flores 23.30 Verdades Secretas 06.30 Diário da Manhã Informação 10.10 Você na TV Talk show em direto 13.00 Jornal da Uma Informação 14.43 Deixa Que te Leve Novela portuguesa 16.00 A Tarde É Sua Talk show em direto 19.16 Massa Fresca Série juvenil portuguesa 20.00 Jornal das 8 21.37 A Única Mulher Novela portuguesa 22.50 Santa Bárbara 14.15 Bad Company - Más Companhias 16.15 Casa de Doidas 18.15 2 Amas de Gravata 19.50 Flubber - O Professor Distraído 21.30 Bom Dia Vietname 23.35 A Última Memória 01.15 Gritos 4 03.05 Machete 15.55 Os Punhos de Hong Kong 17.40 Bem-Vindo a Casa Roscoe Jenkins 19.29 Comboio em Fuga 21.15 O Expresso dos Milionários 22.53 A Corrida Mais Louca... 00.28 O Homem Que Veio do Espaço 02.41 Alien - O Regresso 15.10 15.55 16.45 17.30 18.15 10.00 Praias Olímpicas › Com o mote dos Jogos Olímpicos, Jani Gabriel e Raminhos estão hoje na praia da Salema, no Algarve, com vários desafios para as famílias. 22.00 Jogos Olímpicos Rio de Janeiro Transmissão em direto 04.00 Os Nossos Dias Novela portuguesa 22.20 Coração das Trevas › A criação de Nikolaj Scherfig conta a história de dois irmãos incomuns: para sobreviverem precisam de sugar a energia vital das outras pessoas. 23.30 Cara a Cara Documentário 00.25 Universidade Aberta 00.55 Um Crime, Um Castigo 01.55 Euronews Informação 22.30 Rainha das Flores › Narcisa reza na igreja e pede a Deus que não permita que Bruno entre por maus caminhos, sempre a pensar em separá-lo de Sofia. 00.30 Investigação Criminal: Los Angeles Série norte-americana 01.30 Cartaz Cultural 02.30 Jura Novela portuguesa 21.37 A Única Mulher › Quando abre a porta, Leila depara-se com Ramiro e Norberto, que lhe mostram o vídeo. Comprometidos, ela e Jeremy fingem ser amantes. 23.35 Love on Top Extra com Isabel Silva 01.30 Autores Magazine 02.30 Super Quiz Concurso 03.45 Love on Top 19.50 21.40 22.30 23.15 00.55 01.40 The Whispers Transporter Dead Zone The Whispers Menor Sob Acusação R-Point Esquadrão Fantasma Transporter Bitten Não Tenhas Medo do Escuro Z Nation Bitten FOX FOX LIFE AXN 14.33 Hawai Força Especial 16.05 Scorpion 16.54 CSI: Miami 17.41 Sob Suspeita 19.37 Hawai Força Especial 21.20 Scorpion 22.15 Hawai Força Especial 00.00 Investigação Criminal: Los Angeles 00.54 Flashpoint 02.35 Sob Suspeita 12.45 Rizzoli & Isles 13.29 Ossos 14.14 Murder in Mexico 15.46 Rookie Blue 17.19 Accidental Switch 18.56 Os Mistérios de Laura 20.31 Rizzoli & Isles 21.28 Ossos 00.05 Below The Surface 01.42 No Limite 08.37 Forever 09.24 Castle 13.34 O Último Reduto 15.37 Blitz - Sem Remorsos 17.19 Castle 21.45 Até ao Último Combate 23.40 Blitz - Sem Remorsos 01.22 Castle 05.02 Forever HISTÓRIA NATIONAL GEOG. GLOBO 15.27 Restaure SePuder 16.11 101 Comidas Rápidas Que Mudaram o Mundo 17.36 OPreço daHistória 19.03 Caça Tesouros 20.35 O Preço da História 02.05 101 Comidas Rápidas Que Mudaram o Mundo 14.26 A Ciência da Estupidez 16.00 PescanoLimite 17.32 Mega Fábricas 19.04 Presos no Estrangeiro 21.24 À Procura de Ouro em Yukon 23.00 Ninguém Fica para Trás 23.48 Sobreviver na Tribo 00.34 Presos no Estrangeiro 01.22 À Procura de Ouro em Yukon 14.50 História de Amor 15.50 Super Bonita 16.15 Malhação 17.10 Araguaia 17.50 Mais Você 19.00 Chocolate com Pimenta 20.00 Totalmente Demais 21.00 Renascer 22.00 História de Amor 23.00 Ligações Perigosas 23.45 Araguaia Vitória de Real Madrid vista por 770 mil pessoas › A final da Supercopa Europeia disputada entre os madrilenos e o Sevilha, emitida pela RTP1, ocupou o sexto lugar da tabela dos mais vistos, com 770 mil seguidores. No topo ficou a trama da SIC Coração d’Ouro, vista por 1,193 milhões de pessoas. AUDIÊNCIA MÉDIA SHARE 1 Coração d’Ouro (SIC) 12,3% 26,3% 2 A Única Mulher III (TVI) 12,0% 26,2% 3 Santa Bárbara (TVI) 10,1% 27,9% 4 Jornal das 8 (TVI) 9,7% 24,5% 5 Jornal da Noite (SIC) 8,5% 21,2% 6 Real Madrid-Sevilha (RTP1) 8,0% 19,5% 7 Rainha das Flores (SIC) 7,6% 19,5% 8 Jornal da Uma (TVI) 7,4% 25,9% 9 Primeiro Jornal (SIC) 6,3% 22,1% 10 Massa Fresca (TVI) 4,8% 16,5% 11 Telejornal (RTP1) 4,7% 18,1% 12 Jornal da Tarde (RTP1) 4,5% 15,3% 13 Você na TV (TVI) 4,3% 24,6% 14 Love on Top 3: Extra (TVI) 4,2% 19,9% 15 Verdades Secretas (SIC) 4,0% 14,2% SHARE DIÁRIO – TERÇA-FEIRA RTP1 13,8 RTP2 3,5 SIC 16,1 TVI 21,1 Cabo Outros* 36,4 9,0 *CONTABILIZA VÍDEO, GRAVAÇÕES, SATÉLITE INTERNACIONAL, CONSOLAS, INTERNET NA TV E OUTROS CANAIS DO CABO. DADOS: CAEM A PROGRAMAÇÃO COMPLETA DOS CANAIS TEMÁTICOS DE CABO E IPTV EXIBIDOS EM PORTUGAL ESTÁ DISPONÍVEL TODAS AS SEXTAS-FEIRAS NA REVISTA EVASÕES, QUE SE PUBLICA COM O DIÁRIO DE NOTÍCIAS 38 MEDIA Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias The Get Down. Um grito de revolta e o nascimento da cultura do hip hop Estreia. Produção que recua à Nova Iorque do final da década de 1970 chega amanhã à Netflix. O realizador Baz Lunhrmann é o visionário de serviço e marca, desta forma, a sua estreia no papel de criador de uma série MÁRCIA GURGEL, em Nova Iorque Boémia, violência, disco music, rock n’ roll , calças à boca de sino. Assim era Nova Iorque no final da década de 70. No bairro de South Bronx, porém, a revolução artística e cultural tomava um rumo diferente. O rap, o break dance e o graffiti davam os primeiros passos, abrindo caminho para aquela que hoje conhecemos como a cultura do hip hop. Esta é a proposta da série da Netflix The Get Down, que se estreia amanhã. E foi precisamente em Nova Iorque que o DN falou com Baz Luhrmann, criador e produtor executivo da série. “Já tinha esta ideia na minha cabeça há pelo menos 10 anos. Talvez mais. Sempre fui fascinado por Nova Iorque”, começou por explicar o realizador de filmes como O Grande Gatsby, Moulin Rouge e Romeu e Julieta. Mais do que contar a história do nascimento da cultura do hip hop, Luhrmann queria saber o que estava por detrás da “explosão de criatividade” presente no Bronx do final daquela época. Criatividade essa que era expressada “não só através da música” mas “também através da pintura”. Ou melhor, dos graffiti. “Uma das personagens escreve o seu nome no comboio. Porquê? Porque sempre que aquela carruagem passa com o seu nome inscrito, ele torna-se alguém”, frisa o criador de The Get Down. Mais do que letras, o graffiti era um grito de revolta e uma marca de identidade. Porque é que esta parte da história nunca foi contada antes? Lurhmann não tem uma resposta. “Todos olham para o bolo, ou seja, para os anos 1980, mas esquecem-se dos ingredientes [final da década de 70]”, exemplifica. O que é estranho, tendo em conta que a carga histórica entre 1977 e 1979 “é surpreendente”, “não apenas em termos musicais mas também políticos”. Quem também participa neste projeto é Catherine Martin, mulher de Baz Luhrmann, que assume os papéis de produtora executiva, designer de produção e figurinista. No seu trabalho de pesquisa apercebeu-se não só de que o ambiente no Bronx era marcado pela pobreza, violência e consumo de drogas mas Catherine também realça ao DN que “existia um forte compromisso por parte dos habitantes de ressus- The Get Down estreia-se amanhã na plataforma de streaming Netflix e mostra a origem da cultura do hip hop nos EUA. Série é assinada pelo realizador australiano Baz Lurhmann, autor de êxitos cinematográficos como O Grande Gatsby, Moulin Rouge ou Romeu e Julieta (ver perfil) citar” aquele bairro norte-americano “e reconstruí-lo”. Naquele que é a sua estreia num projeto televisivo, o realizador realça “a liberdade criativa” proporcionada pela Netflix, o que fez que a experiência tenha sido “muito positiva”. E o facto de ser australiano “Todos veem o bolo, os anos 1980. E esquecem os ingredientes: o fim dos 70’s”, diz o australiano conferiu o “o distanciamento” e a “imparcialidade” necessários. O realizador também contou com a “preciosa ajuda” de Nelson George, autor de vários livros sobre hip hop, e que em The Get Down assume o papel de supervisor de produção e consultor musical. “Fazer que jovens do século XXI aprendam os movimentos dos anos 70 foi uma odisseia”, conta. Mas o resultado final compensou. Entre os protagonistas está Justice Smith, filho do ator Will Smith, que interpreta Books, um jovem “sensível” e com uma forte capacidade para criar uma batida e uma estrofe de rap em poucos minutos. Ao DN, o jovem ator considera que a grande mensagem de The Get Down – onde também participa o seu irmão, Jaden – é promover a “irmandade” “a amizade” e mostrar que “vale sempre a pena sonhar”. A crítica aplaude aquela que é a primeira incursão de Lurhmann nas séries. “Se o primeiro episódio de The Get Down é uma indicação fidedigna do que está para vir, então promete deixar uma impressão duradoura na sua audiência tal como fez o hip hop no mundo”, escreve a revista Vibe. Já o The Hollywood Reporter, elogia o “talento do elenco”, “a abordagem épica” e a forma como o realizador faz passar uma “efervescente alegria de viver”. Do elenco constam ainda nomes como Shameik Moore, Herizen Guardiola, Skylan Brooks, Tremaine Brown Jr., Jimmy Smits e Giancarlo Esposito, entre outros. O homem do cinema que começou nos palcos de teatro atrás das cortinas que se sentia PERFIL Nasceu como Mark, mas o seu pai sempre o chamou de Baz. bem. Fez sucesso como encenador Era assim que gostava de ser trata- de Vem Dançar (Strictly Ballroom, do e, por isso, aos 17 anos assumiu título original) e em 1992 adaptou oficialmente o nome Baz Luhr- a peça para cinema, estreando-se mann. Nascido em Sydney, Austrá- como realizador. Desde então, aslia, a 17 de setembro de 1962, o rea- sinou os êxitos Romeu e Julieta (1996), Moulin Rouge lizador teve o seu pri(2001) – filme que lhe meiro contacto com valeu duas nomeaartes performativas ções aos Óscares – na escola preparatóAustrália (2008) e ainria, onde participou da O Grande Gatsby na peça de Shakes(2013). peare Henry IV, Part 1. Luhrmann, de 53 Aos 19 anos, a paixão anos, é casado há 19 pelos palcos falou com Catherine Marmais alto e levou-o a tin, diretora artística e inscrever-se num curde guarda-roupa, e so de representação que é detentora de no Instituto Nacional de Arte Dramática da O aclamado realizador quatro Óscares. O casal tem dois filhos, Austrália. Baz Luhrmann Rapidamente se estreia-se em televisão William, de 11 anos, e Lillian, de 12. apercebeu de que era com The Get Down Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias BAÚ DO DN Texto LEONÍDIO PAULO FERREIRA Seleção de fotos SIMÕES DIAS MEDIA 39 1929 Vítor Silva, avançado-centro do Benfica e da seleção nacional, era estofador de profissão. Fez parte da equipa portuguesa que participou em Amesterdão nos Jogos Olímpicos de 1928, marcando um golo ao Chile e à Jugoslávia, vitórias, e um terceiro ao Egito, no jogo que acabou em derrota. Luís Costa era guarda-fios da Companhia dos Telefones, profissão também de outro jogador do Benfica naquela época, João d’Oliveira As profissões dos jogadores do Benfica O título da reportagem era “Como trabalham os homens do Bemfica”. Sim, com um ‘m’. E revelavam-se as profissões dos jogadores, com o guarda-redes Jacinto a ser telegrafista militar, o avançado Vítor Silva a trabalhar como estofador e a dupla Luís Costa e João d’Oliveira a serem guarda-fios, como mostram as fotografias onde surgem pendurados em postes telefónicos. Nas águias havia também um ator, Eugénio Salvador, e caixeiros, como Victor Hugo, por exemplo, a trabalhar nos ferrageiros J.B.Fernandes & C.ª L.ª. Publicada no suplemento O Notícias Ilustrado de 18 de abril de 1929, a reportagem foi feita no mesmo ano em que o Sport Lisboa e Benfica celebrava as bodas de prata. Num livro de 2004 que assinalou o centenário, a época de 1928-1929 é descrita como tendo sido de adversidades e com escassos êxitos desportivos, mas marcante pelas celebrações. Quanto aos jogadores desse tempo, tinham vidas muito diferentes dos profissionais de hoje, pois existem futebolistas nas águias a ganhar mais de dois milhões de euros brutos por ano, como é o caso de Luisão. Jacinto, o guarda-redes benfiquista, era soldado-telegrafista. Fez três épocas pelas águias 40 DESPORTO Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias JOGOS OLÍMPICOS 2016 1 1 ARGÉLIA PORTUGAL ÁRBITRO: Matt Conger (Nova Zelândia) ESTÁDIO: Mineirão, em Belo Horizonte ESPECTADORES: 15 000 METHAZEM Portugal sentiu dificuldades contra a Argélia, mas Gonçalo Paciência conseguiu fazer o gosto ao pé REBIAI FERHANI BENKHEMASSA BENGUIT BENDEBKA BRAQUI BOUNDJAH TAHAR MEZIANE BARFALOU BENKABLIA GONÇALO PACIÊNCIA PITÉ PODSTAWSKI TIAGO SILVA P.HENRIQUE EDGAR IÉ ILORI CARLOS MANÉ FRANCISCO RAMOS ESGAIO BRUNO VARELA GOLOS: 0-1; aos 25’, por Gonçalo Paciência de penálti a punir derrube inexistente sobre Carlos Mané. 1-1; aos 30’, por Benkablia, num remate à entrada da área. SUBSTITUIÇÕES: Argélia – Haddouche por Darfalou, aos 84’. Portugal – Fernando Fonseca por Esgaio, aos 46’; Salvador Agra por Gonçalo Paciência, aos 61’ e André Martins por Podstawski aos 71’ Primeiro lugar garantido com serviços mínimos Futebol. Golo de Gonçalo Paciência colocou Portugal na frente ainda na primeira parte, mas a Argélia tomou conta do jogo e o resultado acaba por ser lisonjeiro para a turma das quinas GONÇALO LOPES Portugal já tinha garantido a presença nos quartos-de-final dos Jogos Olímpicos, mas Rui Jorge prometera lutar pelo primeiro lugar do Grupo. E conseguiu-o. Mesmo em serviços mínimos, o empate diante da Argélia deu para alcançar os objetivos traçados. Agora segue-se a Alemanha. Com o apuramento alcançado, o selecionador optou ontem por fazer alguma gestão de recursos, dando oportunidade a jogadores menos utilizados. Obviamente que a equipa se ressentiu, não conseguindo apresentar bom futebol, ao contrário do que acontecera nas vitórias diante da Argentina e das Honduras. Aliás, acabaram mesmo por ser os argelinos a equipa mais perigosa durante os 90 minutos. É verdade que Portugal foi a primeira equipa a marcar, aos 25’, numa grande penalidade inexistente, mas que Gonçalo Paciência não desperdiçou, mas nem isso serviu para que os comandados de Rui Jorge elevassem o nível de motivação. Pior ficaram quando a Argélia conseguiu o (merecido) empate cinco minutos volvidos, com Benkablia, após excelente jogada individual na zona central da área portuguesa, a bater Bruno Varela. Havia poucas ideias, velocidade e sobretudo entendimento entre setores. Ao contrário da Argélia, que procurava os primeiros pontos nestes Jogos Olímpicos e apresen- GRUPO D 3ª JORNADA Argélia 1-1 PORTUGAL Argentina 1-1 Honduras CLASSIFICAÇÃO 1º PORTUGAL 2º Honduras 3º Argentina 4º Argélia P 7 4 4 1 J 3 3 1 3 V 2 1 1 0 E 1 1 1 1 D 0 1 2 2 G 5-2 5-5 3-4 4-6 tava um futebol mais dinâmico, criando sempre muito perigo junto da baliza de Bruno Varela. Foi este o filme da primeira parte e também muito do que se viu no segundo tempo, pelo menos até que a Argélia teve pernas para assustar a turma das quinas. Sem criar ocasiões e a ver a sua equipa em dificuldades, Rui Jorge acabou por colocar em campo alguns dos ‘pesos pesados’, como André Martins e Salvador Agra, mas estes serviram, sobretudo, para segurarem os argelinos, pois Portugal acabou por não criar grande perigo, só mesmo um remate de Pité, à entrada da área, aos 82’, colocou o guardião Methazem em apuros. A Argélia, diga-se, foi de facto sempre mais perigosa e o resultado acaba por ser lisonjeiro para a equipa portuguesa, sendo que até mesmo no derradeiro minuto da partida os africanos tiveram a vitória nos pés, mas Tahar Meziane acabaria por rematar, já dentro da área, NO SÁBADO Alemanha será o adversário › A seleção da Alemanha será a adversária de Portugal no jogo dos quartos-de-final, no próximo sábado, em Brasília, pelas 17.00. Este é uma velha conhecida da turma das quinas e o passado recente até é favorável à turma das quinas, isto depois da vitória por esclarecedores 5-0 no Europeu de sub-21, em 2015. Agora, no entanto, ambas as equipas estão muito desfalcadas dos jogadores que marcaram presença nessa competição. Destaque para os irmãos Bendtner, Sven e Lars, e Nil Petersen, os três com mais de 23 anos. bem por cima, quando tinha a baliza totalmente aberta. Rui Jorge não fala em medalhas No final da partida, o selecionador Rui Jorge revelou a sua satisfação pela conquista do primeiro lugar, mas quando confrontado com a possibilidade de garantir uma medalha, o técnico preferiu ser modesto. “Estamos felizes pela passagem aos quartos-de-final e o objetivo passa por tentar fazer o melhor possível. Estamos a um jogo de poder disputar o jogo das medalhas e é nisso que nos vamos concentrar agora. Esta partida já foi um pouco vivida em função da próxima, pela gestão que fizemos, e agora é pensar nesse jogo”, referiu. Gonçalo Paciência, melhor marcador de Portugal com três golos, optou por idêntico discurso. “Conquistar uma medalha passa pela cabeça de qualquer pessoa, mas o nosso objetivo principal eram os quartos-de-final e conseguimos. Agora é pensar no próximo jogo, não apontamos às medalhas mas apontamos a ter uma grande atitude no próximo jogo e a dar tudo”, salientou o avançado do FC Porto, que fez o gosto ao pé nos três jogos que a turma das quinas realizou até ao momento. Refira-se que no outro jogo do grupo, a Argentina acabou por ser surpreendentemente eliminada, ao empatar (1-1) com as Honduras, num jogo com três grandes penalidades, mas só uma concretizada, pelas Honduras. Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias 41 JOGOS OLÍMPICOS 2016 De 1650.º do mundo até à presença no Rio. Pedro ganhou a guerra Badminton. Em 2013, após um acidente, nem sequer conseguia PEDRO SEQUEIRA enviado ao Rio de Janeiro A presença de Pedro Martins nos Jogos Olímpicos, para competir no torneio individual de badminton, é muito mais do que uma façanha desportiva. É uma história de superação daquelas que se podem apresentar de exemplo a qualquer desportista. Em 2013, menos de um ano depois de participar nos Jogos Olímpicos de Londres (17.º lugar), o jovem algarvio sofreu um acidente de viação que lhe afetou o sistema nervoso, ao ponto de não conseguir sequer segurar a raquete. Forçado a parar, esteve um ano sem competir. Perdeu todos os pontos e chegou a estar classificado como 1650.º do mundo, em maio de 2014. Para se apurar para os Jogos Olímpicos precisava de subir aos 60/70 primeiros da tabela. E aqui está ele. Pedro Martins estreia-se sábado, frente ao canadiano Martin Giuffre (75.º do mundo). Na última atualização do ranking, o português está colocado em 59.º, apenas sete posições abaixo do melhor posto que já teve na carreira. TELMA SANTOS No badminton fica tudo em família › Além de Pedro Martins, Portugal estará representado no badminton por Telma Santos, que se estreia hoje frente à chinesa Xuerui Li (n.º 3 do mundo). A atleta de Peniche é cunhada de Pedro Martins (o jogador vive em união de facto com uma irmã de Telma) e fala num trabalho de “equipa e família” para definir a forma como os dois se ajudam, principalmente nas deslocações ao estrangeiro sem treinador. Estes são os segundos Jogos Olímpicos de Telma Santos (17.ª em Londres 2012), sobrinha de Fernando Silva, um ex-praticante que também já representou Portugal no badminton nos Jogos de Barcelona, em 1992. Pedro Martins ainda tem difi- aos Jogos. “Comecei do zero a quaculdades em recordar o dia em que lificação. Cheguei a estar em 52.º a sua vida mudou de forma drásti- do mundo, com 25 mil pontos. Mas ca. No regresso de uma prova de ao fim de um ano os torneios perorientação, integrada no curso de dem validade e, como eu estive Educação Física e Desporto que muito tempo sem jogar, perdi a fez no ISMAT, a viatura onde se- pontuação. Depois, quando reguia o jogador de badminton saiu gressei à competição, por não ter da estrada e embateu violenta- ranking, jogava sempre contra os mente contra uma árvore. cabeças-de-série, o 1, o 2... Queria “Foi tudo muito rápido. Íamos progredir, mas estava a ser muito atrás de outros jipes, num terreno difícil.” florestal, que levantaram muita O desafio era enorme, mas Pepoeira. Perdemos a visibilidade dro Martins, de 26 anos, garante ao por instantes e quando percebe- DN que sempre acreditou que ia mos estávamos prestes a bater chegar aos Jogos do Rio de Janeiro: numa sinalização. A reação foi cor- “Muita gente duvidava, mas tamrigir o rumo e acabámos por sair bém existiam os que acreditavam de estrada, por um terreno muito e me diziam: ‘Vais conseguir, vais íngreme”, conta ao DN, parando conseguir.’ Foi muito importante. algumas vezes durante a descrição Eu também sabia que ia chegar lá, que vai fazendo. mas houve ali uma fase em que era Pedro Martins ia junto ao con- tudo muito frustrante.” dutor e o embate foi do seu lado. Aos poucos, os resultados foram Os primeiros exames que fez, no aparecendo, mas foram os desempróprio dia, nada penhos “nos dois/três acusaram. Mas, com meses antes do Rio” o passar dos dias, vieque se mostraram de“Quero o ouro ram as dores. Primeicisivos”, com destamais do que ro na zona do pescoque para a vitória na ço e nas costas. DeTaça Internacional do tudo”, refere pois na não direita, Brasil, disputada em o algarvio aquela com que joga. março, em São Paulo, “Sentia uma grande que lhe abriu a porta tensão na zona da dos Jogos – em 2016, cervical e com o passar do tempo leva 36 encontros disputados, tensempre que agarrava alguma coi- do vencido 27. sa tinha dores. Tentava fazer força Agora, quer que a sua história e não conseguia. O problema foi ajude outros, principalmente os avançando e também me apa- mais jovens. “O meu objetivo é nhou a mão esquerda.” motivá-los e fazê-los acreditar que Veio o diagnóstico: uma com- tudo é possível. Acho que é um depressão medular na zona cervical, ver”, diz o jogador, ao mesmo temque lhe tinha danificado os nervos. po que espera ser colocado no próA fase seguinte foram os tratamen- ximo ano letivo de modo a iniciar a tos, sempre por conta do jogador sua atividade de professor de Edudo Che Lagoense. Mas, de início, cação Física. nada resultava. “Comecei a fazer O atleta algarvio, que começou várias coisas, desde fisioterapia, a jogar badminton aos 6 anos por mesoterapia... Foi complicado influência do pai, também ele um porque não sentia uma evolução. ex-praticante desta modalidade, Passado cerca de um ano iniciei diz que chega aqui ao Rio 2016 outro tipo de tratamento, desta vez mais maduro e acredita que isso à base de medicação, e foi só então pode fazer a diferença num pataque consegui recuperar.” mar em que “todos os jogadores são muito bons física e tecnicamente e o que conta mais é a força Começar do zero Com a parte clínica encaminhada mental”. Pedro Martins não faz por me– ainda hoje tem de fazer vigilância médica –, Pedro Martins queria nos. Depois dos sacrifícios por que voltar à competição, já com o Rio passou nos últimos anos, estar no 2016 em mente. Regressou em abril Rio reforçou a sua confiança: de 2014, muito, mesmo muito, lon- “Quero o ouro mais do que tudo. ge dos lugares que davam acesso Acredite.” GERARDO SANTOS / GLOBAL IMAGENS segurar a raquete. Mas o sonho olímpico de Pedro Martins prevaleceu Pedro Martins sobreviveu a acidente de jipe e a uma lesão cervical POSTAL DO RIO Irmão castelhano CÉU NEVES Jornalista D esculpa, vou pegar o mapa. Em espanhol? “Não dá? Então, vou pegar em inglês.” Em inglês? Nós somos portugueses. Falamos a mesma língua! E a rapariga do posto de informações não sabe o que responder. Já falou em “espanholeiro”, juntou algumas palavras inglesas... E, por fim, justifica:“Desculpa. Sabe, é que temos muitos turistas espanhóis, muitos argentinos.” A Argentina e toda a América Latina fazem fronteira com o Brasil e até se aceitava a justificação se não estivéssemos a falar de um país que fala a nesma língua: português. Acontece em Niterói, onde Niemeyer projetou o maior complexo arquitetónico depois de Brasília e que está inacabado. Acontece em qualquer sítio onde se entra no Rio de Janeiro, incluindo a Aldeia Olímpica. Acontece em Angra dos Reis, praias e ilhas a 185 km do Rio e que também respiram Jogos Olímpicos, seja pelos cartazes, seja pelo seu público que aproveita os dias de folga nas competições que acompanha para ir além da grande cidade. Uma ressalva: a confusão quanto à origem não tem que ver com a dicção do interlocutor. Uma confirmação : é verdade, os argentinos andam por todo o lado. JOGOS OLÍMPICOS 2016 42 Como Michael Phelps fintou o abismo e voltou ao trono mais desejado Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias Phelps ergueu os dedos indicadores para celebrar o retorno ao 1.º lugar dos 200 m mariposa. Antes dele, só o soviético Solnikov, em 1988, tinha sido capaz de resgatar um título individual, oito anos depois Natação. A Bala de Baltimore, renascida após mês e meio de internamento, fez história ao recuperar o título dos 200 metros mariposa RUI MARQUES SIMÕES Nada melhor do que alguns traços de vulgar humanidade para engrandecer ainda mais um ídolo e as suas façanhas sobrenaturais. De Michael Phelps, durante muitos anos, esperou-se tudo menos a queda no poço sem fundo do álcool e da depressão. Mas, depois de provar a sua condição humana – ao cair num “sítio mesmo muito escuro” e sentir que “não queria viver mais” –, o melhor nadador de todos os tempos conseguiu levantar-se com a grandeza que lhe era reconhecida: o ponto alto desse caminho de redenção aconteceu na madrugada de ontem, quando o norte-americano recuperou o título olímpico dos 200 m mariposa. O atleta dos EUA continua a colecionar medalhas e fixar registos inéditos na história dos Jogos Olímpicos: na terça-feira à noite (madrugada de ontem em Portugal) alcançou a 24.ª e a 25.ª da carreira olímpica (20.ª e 21.ª de ouro). A segunda, conquistada na estafeta 4x200 m livres (ao lado de Lochte, Dwyer e Haas) deu-lhe o recorde de ouros (nove) e medalhas olímpicas (11) em provas de equipas, superando a compatriota Jenny Thompson, também nadadora. No entanto, a primeira – dos 200 m mariposa – foi mais especial, e não apenas por Phelps se ter tornado o mais velho campeão olímpico de natação numa prova individual (31 anos e 40 dias) e ter igualado o máximo de títulos singulares de Larissa Latynina, ex-ginasta soviética nascida na Ucrânia (14). A vitória dos 200 metros mariposa foi especial, sim, porque permitiu à Bala de Baltimore resgatar o único título olímpico individual que tinha perdido nas piscinas – em Londres 2012, ficou-se pela medalha de prata, atrás do sul-africano Chad Le Clos (antes dele, só o soviético Vla- dimir Salnikov tinha logrado recuperar um título individual na natação, os 1500 m livres em Seul 1988). “Queria mesmo este de volta”, assumiu. E assegurou-o com um início fulgurante, que permitiu deixar toda a concorrência para trás, apesar da aproximação do japonês Masato Sakai (com uma ponta final fortíssima, ficou a quatro centésimos de distância) e do húngaro Tamas Kenderesi (3.º, a 26 centésimos) no derradeiro parcial – Le Clos ficou em 4.º. Uma inesperada decadência No fim, o vencedor levantou-se na piscina, ergueu os braços e elevou os dedos indicadores, como quem mostra que o n.º 1 voltou – para uma ALÉM DE PHELPS Katie e Katinka, as rainhas das piscinas › Só dois nomes ofuscam o brilho de Michael Phelps nas piscinas e ombreiam com ele no topo do medalheiro individual nos Jogos Olímpicos de 2016: a compatriota Katie Ledecky e a húngara Katinka Hosszu. Como ele, ambas têm três medalhas já conquistadas no Rio – e também deram nas vistas na jornada de terça-feira (madrugada de ontem em Portugal). Hosszu, de 27 anos, venceu os 200 m estilos, com recorde olímpico – a sua terceira medalha de ouro, após os triunfos nos 100 m costas e nos 400 m estilos. Já Katie Ledecky, de 19 anos (ouro nos 400m livres e prata em 4x100m livres), alargou o domínio individual aos 200m livres. São as rainhas das piscinas do Rio. despedida em beleza, naqueles que devem ser os seus últimos Jogos Olímpicos. Mais do que para os espectadores ou para os outros nadadores, a mensagem podia ser para o próprio Phelps, como quem prova a si mesmo que foi capaz de voltar ao trono (na disciplina predileta), de uma forma que há dois anos parecia impossível. Em setembro de 2014, Phelps foi detido a conduzir sob influência de álcool: esteve suspenso e imerso na depressão e parecia incapaz à ribalta. Conseguiu-o com a ajuda de família, amigos (em especial, Ray Lewis, antigo jogador de futebol americano dos Baltimore Ravens) e do treinador Bob Bowman. Na verdade, o processo de autoflagelação de Phelps começara muito antes, após os Jogos Olímpicos de Pequim, onde batera o recorde de medalhas de ouro numa só edição (oito). “Depois de 2008, mentalmente, estava terminado. Mas sabia que não podia parar de nadar, por isso forcei-me a fazer algo que não desejava. Durante quatro anos faltava a pelo menos um treino por semana. Pensava: ‘Que se lixe. Fico a dormir. Falto na sexta-feira e tenho um fim de semana prolongado...’”, explicou à revista Sports Illustrated, no ano passado. Tamanho desprendimento não impediu que o nadador aumentasse a aura lendária em Londres 2012 (mais seis medalhas, para então se tornar o maior da história dos Jogos com 22 – 18 de ouro). No entanto, Phelps, que já fora apanhado a conduzir sob o efeito do álcool em 2004 e fotografado a fumar marijuana em 2009, sentia-se perdido: “Ao olhar para trás, apercebi-me de que vivi numa bolha durante algum tempo.” E só se reencontrou após uma detenção policial, uma suspensão (de seis meses, aplicada pela Federação Phelps passou mês e meio numa clínica de reabilitação. Saiu de lá revigorado, com paixão renascida pela natação de Natação dos EUA, levando-o a falhar os mundiais de 2015) e uma “intervenção” familiar que o obrigou a procurar ajuda. As lições do internamento Phelps passou mês e meio (entre outubro e novembro de 2014) internado numa clínica de reabilitação no estado do Arizona. “Provavelmente foi a altura da vida em que senti mais medo”, contou. Mas, contrariando as suas próprias expectativas, a terapia resultou. “Descobri muita coisa sobre mim que provavelmente sabia, mas não queria perceber. Percebi que me via como um atleta mas não como um ser humano”, explicou Phelps, que nas últimas semanas de tratamento se reaproximou do pai (Michael Fred), com quem mantinha uma relação complicada desde que os progenitores se separaram, na sua infância. O nadador saiu da clínica como um homem novo, mais magro e barbudo. Não voltou a beber. E redescobriu o prazer de nadar, passando a treinar em piscinas de ar livre: “Sente-se uma energia diferente lá fora e é fantástico olhar o céu azul, depois de nadar.” Os resulta- JOGOS OLÍMPICOS 2016 Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias AS 25 MEDALHAS 43 1 O título de 200 m mariposa rendeu a 24ª medalha olímpica a Michael Phelps, o de 4x200 m livres a 25ª. O nadador tem mais medalhas do que 174 dos 206 países reconhecidos pelo Comité Olímpico Internacional. J. Olímpicos Ouro Prata Bronze TOTAL 21 2 2 Atenas 2004 Pequim 2008 Londres 2012 Rio 2016 6 8 4 3 0 0 2 0 2 0 0 0 EPA/DAVE HUNT 21 OUROS dos surgiram mal voltou a competir, após cumprir a suspensão. Nos nacionais dos EUA, que decorriam ao mesmo tempo que os Mundiais de 2015, a Bala de Baltimore venceu nos 100 e 200 metros mariposa e nos 200 m estilos com tempos que lhe teriam dado para os títulos de campeão do mundo. “Isso aconteceu porque trabalhei, recuperei, dormi e cuidei de mim muito mais do que alguma vez fizera”, descreveu. E a concorrência ficou, desde logo, avisada para os Jogos Olímpicos. Agora, está na hora de cumprir as promessas, no Rio de Janeiro. O nadador – que já acrescentou três títulos olímpicos ao rico palmarés (domingo tinha ganho a final da estafeta 4x100 metros livres) – não tem falhado. Phelps parece ter encontrado o equilíbrio que lhe faltava: está noivo da namorada de longa data (Nicole) e foi pai de um rapaz (Boomer) em março. Foi junto deles – e da mãe (Deborah), outra âncora – que celebrou mal recebeu a medalha de ouro dos 200 m mariposa. Esse é, afinal, o desfecho perfeito para a epopeia que Michael Phelps escreveu em Jogos Olímpicos desde 2004 – mesmo que o nadador ainda Atenas 2004 100 m 200 m 200 m 400 m 4×200 m 4×100 m mariposa mariposa estilos estilos livres estilos Pequim 2008 200 m 100 m 200 m 200 m 400 m 4×100 m 4×200 m 4×100 m livres mariposa mariposa estilos estilos livres livres estilos Londres 2012 100 m 200 m 4×200 m 4×100 m mariposa estilos livres estilos Rio 2016 200 m 4×100 m 4×200 m mariposa livres livres 2 3 4 2 PRATAS Londres 2012 200 m 4×100 m mariposa livres 2 BRONZES Atenas 2004 200 m 4×100 m livres livres MEDALHAS INDIVIDUAIS MICHAEL PHELPS EUA Natação 2004 – 2016 12 TOTAL 14 1 1 5 LARISA LATYNINA URSS Ginástica 1956–1964 6 TOTAL 14 5 5 NIKOLAI ANDRIANOV URSS Ginástica 1972–1980 6 3 3 TOTAL 12 deva estar, pelo menos, em mais uma final (200 m estilos, na próxima madrugada). “Os 200 m mariposa eram o meu ganha-pão e esta foi a última vez que os nadei. Poder ver o n.º 1 ao lado do meu nome, mais uma vez, nesta disciplina: não poderia ter escrito um melhor final”, diz ele. A redenção fica completa. 1. Fehaid al-Deehani venceu a prova de duplo fosso olímpico e tornou-se o 1.º medalhado de sempre como atleta independente – por o seu país, o Kuwait, estar proibido de competir no Rio 2. Fora de prova ficou o azeri Abdulayev, eliminado no boxe (-91 kg) 3. E o mesmo sucedeu, no ténis, a Serena Williams 4. Kohei Uchimura foi mais feliz: conservou o título da prova individual all-around, de ginástica artística 5. Kristin Armstrong celebrou (exausta) a vitória no contrarrelógio feminino JOGOS OLÍMPICOS 2016 44 Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias Célio cai à primeira na festa rija do refugiado Misenga JUDO Atleta do Benfica caiu REUTERS/BRYN LENNON diante de um judoca do Benim que recebeu convite da organização. Mas o dia foi de um exilado do Congo Ciclista português gastou mais dois minutos do que o medalha de ouro, o suíço Fabian Cancellara COMITÉ OLÍMPICO DE PORTUGAL Nélson Oliveira pedalou para o diploma. Alexis iguala Yokochi Portugal. Ciclista português terminou em sétimo no contrarrelógio. Desde 1988 que um nadador nacional não chegava às “meias” RUI SALVADOR Nélson Oliveira conseguiu ontem o sétimo melhor tempo na prova de contrarrelógio do Rio 2016, naquele que é o melhor resultado nacional de sempre no “crono” olímpico. O ciclista natural de Anadia, que é assim premiado com um diploma olímpico, fez uma prova em crescendo. Nélson andou sempre dentro dos quinze primeiros, e a maior rapidez e regularidade ao longo dos quilómetros – fez o melhor tempo do último parcial – valeu-lhe o lugar alcançado. Num resultado melhor do que o esperado, como assume o próprio, Nélson Oliveira terminou o percurso de 54,5 quilómetros em 1:14:15,27 horas, a cerca de dois minutos do vencedor nada surpreendente: o suíço Fabian Cancellara. O resto do pódio também não contém nenhuma surpresa, com o holandês Tom Dumoulin a conseguir a prata e o britânico Chris Froome a chegar ao bronze. Depois da corrida, Nélson Oliveira era um ciclista satisfeito, mesmo admitindo que não esteve nos seus melhores dias. “Se calhar o resultado foi melhor do que esperava. Hoje [ontem], principalmente ao início, sentia-me lento. É claro que não foi um dos meus melhores dias. O circuito era duro, o tempo também não ajudava, mas foi igual para todos. Estou contente com o sétimo lugar”, afirmou Nélson Oliveira. O ciclista disse ainda estar “contente com o diploma”, porque “há poucos desportistas em Portugal que o têm”. “Vou continuar a trabalhar para conseguir chegar às medalhas”, acrescentou. Alexis volta a surpreender Quem representou também de forma exemplar a bandeira nacional no dia de ontem foi Alexis Santos. Depois de bater o recorde nacional nos 400 metros estilos, o atleta do Sporting conseguiu a qualificação para as meias-finais dos 200 metros estilos, que se disputaram durante esta madrugada. Com o 12.º melhor tempo nas Alexis Santos terminou as eliminatórias na 12.ª posição RESULTADOS TÉNIS DE MESA Singulares masculinos Marcos Freitas eliminado nos quartos-de-final TIRO 50 metros João Costa 11º lugar CICLISMO Contrarrelógio Nélson Oliveira 7º lugar FUTEBOL Portugal-Argélia 1-1 Apurados para os quartos-de-final VELA Laser Gustavo Lima 8º lugar LASER RADIAL Sara Carmo 13º lugar NATAÇÃO 200 m estilos masculinos Alexis Santos12.º apurado para a meia-final Diogo Carvalho 19º eliminado João Sousa estreia adiada *Alexis Santos disputou as meias-finais na última madrugada eliminatórias, o nadador faz um “balanço positivo”. Desde Alexandre Yokochi, em Seul, no ano de 1988, que um nadador português não chegava a uma meia-final na natação. Na vela, os resultados também foram positivos, com melhorias relativamente às regatas de terça-feira. Gustavo Lima, em Laser, foi 15.º na primeira regata e 8.º na segunda, estando agora no 16.º lugar da geral. Já Sara Carmo, em Laser Radial, conseguiu um 18.º lugar na primeira regata e terminou em 13.º na segunda. É 26.ª na geral. No tiro, depois de já ter sido eliminado na competição de tiro a 10 metros, João Costa falhoua qualificação para a final de tiro a 50 metros, tendo alcançado novamente a 11.ª posição. Marcos Freitas, no ténis de mesa, foi eliminado, na madrugada de terça-feira, pelo japonês Jun Mizutani, por 4-2. Mesmo assim, ao cair apenas nos quartos-de-final e terminar em quinto lugar, consegue a melhor classificação portuguesa de sempre em ténis de mesa nos Jogos Olímpicos. Célio Dias apostava forte na sua estreia em Jogos Olímpicos, mas acabou afastado do torneio de judo (-90 kg) logo ao primeiro combate. Com Telma Monteiro, sua amiga de infância e medalha de bronze no Rio, nas bancadas da Arena Carioca 2, o judoca do Benfica, 21.º do mundo, foi surpreendido por Celtus Dossou, do Benim, que chegou ao Rio através de convite da organização e como 220.º do mundo. Célio, que até abdicou da sua participação na cerimónia de abertura para não atrapalhar a preparação para o combate, ainda esteve em vantagem por um ponto, mas acabou batido por ippon dentro do tempo regulamentar. “Não acho que tenha acusado ansiedade. O meu adversário é que teve um momento muito bom. A primeira lição que aprendemos no judo é a cair. Hoje caí, mas amanhã vou levantar-me mais forte”, disse o português, penúltimo a entrar em ação na modalidade – hoje é a vez de Jorge Fonseca, atleta do Sporting, em -100 kg. Já para o refugiado Popole Misenga o dia foi de festa. Natural do Congo e exilado no Brasil desde 2013, aprendeu judo ainda no seu país natal num centro de acolhimento na capital Kinshasa, para onde foi levado aos 9 anos após a morte da mãe, vítima da guerra naquele país africano. Em 2013, aproveitou uma deslocação ao Brasil para uma prova internacional para pedir asilo. Misenga foi tratado como um atleta da casa na Arena Carioca 2, onde teve direito a duas das maiores ovações do dia, quando derrotou o indiano Avtar Singh na 1.ª ronda e quando foi aplaudido de pé após perder para o coreano Donghan Gwak, atual campeão mundial e que viria a ficar com uma das medalhas de bronze (a outra foi para o chinês Xunzhao Cheng). O ouro foi para o japonês Mashu Baker e a prata para Varlam Liparteliano, da Geórgia. P.S. Célio Dias foi eliminado na primeira ronda JOGOS OLÍMPICOS 2016 Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias FINAIS Robel Kiros Habte representou a Etiópia na natação e exibiu um físico fora do comum para um nadador AGENDA NACIONAL DIA 6 Halterofilismo -69 kg (masculinos) 1 Shi Zhiyong China 2 Daniyar Ismayilov Turquia 3 Izzat Artykov Quirguistão 352 kg 351 kg 339 kg Natação 200 m livres (femininos) 1 Katie Ledecky EUA 2 Sarah Sjostrom Suécia 3 Emma Mckeon Austrália 1:53.73 1:54.08 1:54.92 Natação 200 m mariposa (masculinos) 1 Michael Phelps EUA 1:53.36 2 Masato Sakai Japão 1:53.40 3 Tamas Kenderesi Hungria 1:53.62 Natação 200 m estilos (femininos) 1 Katinka Hosszu Hungria 2:06.58 (RO) 2 Marie O’Connor Grã-Bretanha 2:06.88 3 Madeline Dirado EUA 2:08.79 Habte, o etíope que escolheu a natação para ser diferente Insólito. Tal como em Sydney 2000, os 100 metros livres voltaram a ter um nadador atípico CARLOS NOGUEIRA Robel Kiros Habte não conquistou nenhuma medalha, bem longe disso, mas viveu um dia que jamais irá esquecer. Foi ovacionado pelo público que assistia, na piscina olímpica, às eliminatórias dos 100 metros livres. Isto apesar de ter sido, provavelmente, o pior nadador a entrar em prova nos Jogos do Rio de Janeiro. E de resgatar a memória do célebre Eric Moussambani, da Guiné Equatorial, nos Jogos de Sydney 2000. Mas já lá vamos... Habte, de 24 anos, foi o representante da Etiópia na natação, um país mais conhecido pelas suas estrelas nas provas de fundo de atletismo, mas, como o próprio afirmou, optou pelas piscinas porque “queria ser diferente”. É o único nadador profissional do seu país, mas as diferenças físicas para os adversários eram bem visíveis logo à partida... desde logo por uma barriga saliente, em vez do corpo muscula- MEDALHEIRO 2016 País 1 Estados Unidos 2 China 3 Japão 4 Coreia do Sul 5 Hungria 6 Austrália 7 Rússia 8 Itália 9 Grã-Bretanha 10 França 43 Portugal 10 9 6 4 4 4 3 3 3 2 0 9 3 1 2 1 0 7 5 3 3 0 9 8 10 2 1 5 3 2 6 1 1 Total 28 20 17 8 6 9 13 10 12 6 1 do da concorrência. Cumpriu a distância em 1.04,95 minutos. Ou seja, mais 17,05 segundos do que o mais rápido, Kyle Chalmers, da Austrália. Ainda assim, um tempo mais aceitável do que o da outra “estrela” olímpica que em 2000 deixou o mundo espantado: Eric Moussambani, que percorreu a mesma distância em 1.52,72 minutos. Na altura, este guineense também foi aplaudido de pé durante a prova e, incrivelmente, não ficou em último porque dois outros nadadores foram desclassificados por falsa partida. Moussambani apareceu em cena com um pequeno calção de banho azul e uma técnica desajeitada. Começara a nadar a sério poucos meses antes dos Jogos de Sydney, assim que a Guiné recebeu o convite do Comité Olímpico Internacional. Passou então a treinar na piscina de 12,5 metros de um hotel, largando de vez os lagos. Hoje, “a enguia”, como foi batizado pelos ingleses, é o selecionador de natação da Guiné Equatorial e, graças à sua epopeia nos Jogos, o país tem agora duas piscinas de 50 metros, como a que ele viu pela primeira vez em Sydney. Robel Kiros Habte parece bem melhor do que Moussambani, mas entra desde já na história do Rio 2016. “Não foi o meu melhor tempo hoje. Faço 59 segundos, mas nadei 1,04. Não sei dizer porquê. Mas são os Jogos Olímpicos e estou muito feliz por ter aqui estado”, finalizou o radiante etíope. Natação Estafeta 4 x 200 m livre (masculinos) 1 EUA 7:00.66 2 Grã-Bretanha 7:03.13 3 Japão 7:03.50 11.30 Golfe (masculinos) Filipe Lima Ricardo Melo Gouveia 14.00 Judo -100 kg (masculinos) – eliminatórias Jorge Fonseca (final às 19.30, caso se apure) 17.00 Vela RS:X (masculinos) – dia 3 João Rodrigues 17.20 Natação 800 m livres (fem.) – eliminatórias Tamila Holub 23.55 Badminton Individual (femininos) – fase grupos Telma Santos (vs. Li Xuerui, Chi) 03.01 Natação 200 m estilos (masc.) – final Alexis Santos * (caso se apure esta madrugada) DESTAQUES DE HOJE Ciclismo de estrada Contrarrelógio (femininos) 1 Kristin Armstrong EUA 44:26.42 2 O. Zabelinskaya Rússia 44:31.97 3 A. Breggen Holanda 44:37.80 Ciclismo de estrada Contrarrelógio (masculinos) 1 Fabian Cancellara Suíça 1:12.15 2 Tom Dumoulin Holanda 1:13.02 3 Chris Froome Grã-Bretanha 1:13.17 Tiro Pistola 50 m (masculinos) 1 Jin Jong-Oh Coreia Sul 2 Hoang Xuan Vinh Vietname 3 Kim Song Guk Coreia Norte 193.7 191.3 172.8 Canoagem slalom K1 (masculinos) 1 Joseph Clarke Grã-Bretanha 88.53 2 Peter Kauzer Eslováquia 88.70 3 Jiri Prskavec Rep.Checa 88.99 Tiro Duplo Fosso (masculinos) 1 Fehaid Aldeehani Independentes 2 Marco Innocenti Itália 3 Steven Scott Grã-Bretanha Levantamento de peso Até 69kg (femininos) 1 Yanmei Xiang China 2 Zhazira Zhappa Cazaquistão 3 Sara Ahmed Egito 261kg 259 255 Saltos para a água – Trampolim 3 m sincronizado (masculinos) 1 Laugher/Mears Grã-Bretanha 454.32 2 Dorman/Hixon Estados Unidos450.21 3 Cao/Qin China 443.70 Ginástica artística Individual geral (masculinos) 1 Kohei Uchimura Japão 92.365 2 Oleg Verniaiev Ucrânia 92.266 3 Max Whitlock Grã-Bretanha 90.641 1 2 3 3 Judo Peso médio -70 kg (femininos) Haruka TachimotoJapão Yuri Alvear Colômbia Sally Conway Grã-Bretanha Laura Koch Alemanha 1 2 3 3 Judo Peso médio -90 kg (masculinos) Mashu Baker Japão Varlam Liparteliani Geórgia Xunzhao Cheng China Donghan Gwak Coreia do Sul 45 nhecido o resultado das meiasfinais (onde entram o japonês Jun Mizutani e o bielorrusso Vladimir Samsonov, a partir das 14.00), quase que já se pode perguntar: quem vai prolongar a dinastia chinesa nos Jogos Olímpicos, o nº 1 mundial, Ma Long, ou o campeão de 2014, Zhang Jike? Resposta a partir da 01.30. 03.01 Natação 200 metros estilos (masculinos) De novo Phelps. Com Alexis? › Se tudo tiver corrido como o esperado nas meias-finais de 200 m estilos (realizadas na madrugada de hoje, após o fecho desta edição), esta deve ser a derradeira final individual de Michael Phelps em Jogos Olímpicos, com o nadador dos EUA a correr pela 26ª medalha olímpica e a reeditar os velhos duelos com o compatriota Ryan Lochte. Falta saber se entre os finalistas estará Alexis Santos, que nas eliminatórias de ontem tinha conseguido um histórico apuramento para as meias-finais, com o 12º melhor tempo. MAIS FINAIS DE HOJE 20.00 Ginástica artística Individual all-around (femininos) Trono olímpico à espera da rainha Biles › Aos 19 anos, Simone Biles já é a nova rainha da ginástica artística mundial. E, depois de ter ganho os títulos individuais all-around nos três últimos campeonatos do mundo (e outras 11 medalhas, sete de ouro), a norte-americana tem o trono olímpico da disciplina à sua espera – desde que confirme o favoritismo nesta noite. Biles – que já guiou os EUA ao ouro na competição por equipas – dominou claramente a qualificação realizada no domingo e é uma forte candidata ao ouro nas finais de salto/cavalo (dia 14), trave (14) e solo (16). 01.30 Ténis de mesa Singulares (masculinos) Ma Long ou Zhang Jike na dinastia chinesa › A hegemonia da China no ténis de mesa é quase total. Das 28 medalhas de ouro atribuídas pela modalidade desde a sua estreia em Jogos Olímpicos, em 1988 – em singulares, pares e equipas masculinos e femininos – ,só quatro escaparam aos chineses, e a última vez que isso sucedeu foi em 2004 (em favor do sul-coreano Ryu Seung-Min. Por isso, mesmo que ainda não seja co- 14.12 Remo Four-skiff (masculinos) 14.24 Remo Four-skiff (femininos) 14.44 Remo Par (masculino) 15.04 Remo Double-skiff (femininos) 15.24 Remo Double skiff (masculinos) 15.44 Remo LWT Quatro (masculinos) 16.00 Tiro Carabina 3 posições 50 m (femininos) 18.15 Canoagem slalom C2 (masculinos) 19.00 Canoagem slalom K1 (femininos) 20.40 Judo -78 kg (femininos) 20.43 Tiro com arco Individual (femininos) 21.01 Judo -100 kg (masculinos) 22.25 Ciclismo de pista Velocidade por equipas (masculinos) 22.30 Esgrima Espada por equipas (femininos) 23.00 Râguebi de sevens (masculinos) 02.17 Natação 200 m bruços (femininos) 02.26 Natação 200 m costas (masculinos) 03.18 Natação 100 m livres (femininos) 46 Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias DESPORTO Rafa. FC Porto sonha, Benfica espera, Mónaco é hipótese também séria “FC Porto não pode estar um quarto ano sem títulos” FC PORTO Nuno Espírito Santo, na antevisão ao encontro com o Rio Ave, diz que o jejum de troféus tem de terminar esta época Mercado. Internacional português bastante cobiçado. Águias e dragões não chegam aos valores pedidos, ao contrário dos franceses anos, mas só nas últimas semanas fez uma proposta ao clube de Braga. Os valores andam na casa dos 20 milhões de euros e o próprio joRafa é o nome do momento no fu- gador está inclinado em seguir a tebol português. Não ficará em carreira naquele país, ao contrário Braga, mas neste momento tam- da Rússia. Mas neste caso também bém está complicada a sua perma- nem tudo está preto no branco, nência no nosso país, sobretudo ainda que, para já, financeiramenporque o presidente António Sal- te seja este o negócio que mais vador não quer baixar dos 20 mi- agrada a António Salvador, presilhões pela sua transferência. Dos dente dos arsenalistas. E é o facto de também esta trangrandes, o FC Porto é o mais interessado, ao passo que o Benfica ad- sação (como a que envolve o mite avançar para o campeão eu- FC Porto) não estar concluída que ropeu se vender, por exemplo, Sal- dá esperança ao Benfica. Os encarvio e/ou Carrillo, que têm vários nados também sempre tiveram Raclubes interessados. Mas, segundo fa referenciado, mas só admitem o DN apurou, também o Mónaco, avançar para a sua contratação caso de Leonardo Jardim, antigo técni- vendam alguns dos seus principais co do extremo, realizou nas últimas jogadores até final do mês. Há dois que têm vários clubes insemanas uma oferta ao Sp. Braga. O FC Porto fez, até ao momen- teressados e que até podem sair anto, três ofertas pela contratação de tes do final do mês, concretamente Salvio e Carrillo. AmRafa, isto desde janeibos têm propostas de ro. Tal como o DN reItália e Inglaterra e as velou, há cerca de três Clube minhoto águias não fecham a semanas os azuis e tem apenas porta às suas saídas, brancos e o Sp. Braga mas sempre por valochegaram a um pré30% do passe do acordo para a transfecampeão europeu res acima dos 25 milhões de euros. Caso rência, a troco de 20 algum clube faça a milhões de euros. vontade ao Benfica, e Posteriormente, contudo, as partes afastaram-se por- satisfaça as pretensões dos jogadoque o clube da Invicta não conse- res, então aí os encarnados avançaguiu reunir as condições financei- rão para Rafa. Poderá ser tarde, ras necessárias para concretizar o dado o interesse do FC Porto e o ennegócio, nomeadamente a venda tendimento que já existe entre Sp. Braga e Mónaco, mas a verdade é de alguns jogadores. Rafa também tinha recusado que as águias não podem chegar uma oferta do Zenit de São Peters- aos valores exigidos pelos bracaburgo, da Rússia, dando preferên- renses sem primeiro venderem. O campeão nacional, segundo cia à oferta do clube liderado por Pinto da Costa. Contudo, o tal pré- dados recolhidos, pediu para ser -acordo entre FC Porto e Sp. Braga avisado das últimas démarches de (curiosamente garantido numa FC Porto e Mónaco. Luís Filipe reunião a sul do país) demorou a Vieira, presidente do clube da Luz, ser fechado pela tal falta de liquidez não admite fazer loucuras pela do emblema dos dragões, algo que contratação de Rafa, mas é tamfoi aproveitado pelo Mónaco, do bém um dos apreciadores do intercampeonato francês. nacional português, pelo que não Há muito que a equipa de Leo- está descartada uma oferta de últinardo Jardim segue o jogador de 23 ma hora, isto se outros negócios PAULO JORGE MAGALHÃES / GLOBAL IMAGENS CARLOS NOGUEIRA, GONÇALO LOPES e ISAURA ALMEIDA Rafa é um dos jogadores mais cobiçados do momento em Portugal (saídas do plantel) estiverem também bem encaminhados. Como o DN revelou, Salvio, por exemplo, tem uma oferta do AC Milan. Empresário confirma interesse António Araújo, empresário do jogador, confirmou ontem o interesse de Benfica e FC Porto, mas salienta que não há qualquer tipo de entendimento. “Há uma perfeita intenção da parte dos dois clubes em contratar o Rafa Silva. Há uma intenção legítima, de ambos os clubes, em viabilizar a contratação”, começou por dizer o empresário à Rádio Renascença, admitindo um jogo de paciência com o Sp. Braga. “Tenho de respeitar as partes que querem contratar (Benfica e FC Porto). Quanto à parte vendedora (Sporting de Braga), estou a ter a paciência devida para tentar ultrapassá-la, no seu devido momento. (O entendimento) já esteve mais longe do que o que está nesta altura”, disse. O passe de Rafa Silva está repartido entre Sporting de Braga (30%), a Gestifute, empresa comandada pelo agente Jorge Mendes (50%), e ainda o empresário António Araújo (20%). ESTRATÉGIA Nuno Espírito Santo não fala de Rafa › O FC Porto é um dos clubes mais interessados na contratação de Rafa. Ainda assim, o treinador dos azuis e brancos preferiu não comentar ontem a possível contratação do internacional português. “Não falo de jogadores que saem na comunicação social, esse não é o meu trabalho, falo apenas dos jogadores com quem trabalho”, revelou o treinador, não descartando também a continuidade de Aboubakar, que tem sido apontado a várias equipas, nomeadamente após a chegada do belga Depoitre. “O Aboubakar não é uma carta fora do baralho, mas sabíamos que nem todos ficariam. O importante é que tudo se resolva, pois são todos bons profissionais, que respeitamos”, salientou o técnico português. Nuno Espírito Santo estreia-se amanhã, oficialmente, como treinador do FC Porto na deslocação ao terreno do Rio Ave, naquele que é o jogo que abre o campeonato nacional 2016-2017. Mandou o sorteio que Nuno fizesse o seu primeiro jogo como técnico portista em Vila do Conde e diante de um clube que conhece bem e de onde saltou para o Valência. “Ir a Vila do Conde será sempre especial. Tenho lá amigos mas vou para competir. Vou regressar a um estádio no qual partilhei muito trabalho e dedicação. Jogo difícil. Campo tradicionalmente difícil, uma boa equipa. Trabalhamos muito e bem. Queremos competir e jogar. Vamos motivados”, prometeu em conferência de imprensa. Segundo Nuno “todos os começos de época são difíceis”, mas isso não o desmotiva. Bem pelo contrário: “A equipa está bem mas é um processo em crescimento. Quero que ela cresça de forma sustentada.” Por isso não deu muito ênfase quando lhe foi perguntado em que posição parte o FC Porto na luta pelo título. “Neste trabalho estivemos a dedicar muito trabalho aos jogadores e à nossa equipa. Neste momento, não estou preocupado com os adversários; só no nosso caminho e o quão fortes temos de ser para chegar às vitórias. E com as vitórias chegam os títulos. O FC Porto não pode estar um quarto ano sem conseguir um título”, afiançou o técnico que saiu a meio da última época do Valência devido aos maus resultados. Agosto é um mês importante para a nação azul e branca, que disputa com os italianos da AS Roma uma entrada na fase de grupos da Liga dos Campeões e visita Alvalade na 3.ª jornada do campeonato. Contudo, o técnico recusa apelidar de decisivo o que se vai passar até ao fim deste mês: “Decisivos são todos os dias. Todos são decisivos pelo rendimento. Todos os dias aqui são decisivos. Treino, jogo, jogo, treino, descanso.” A finalizar, Nuno deixou uma mensagem solidária aos bombeiros e às vítimas dos incêndios. “Queria deixar uma palavra de ânimo e coragem para as pessoas que estão a ser afetadas pelos fogos e também para os bombeiros”, referiu o técnico na sua última intervenção. Quinta-feira _11 de agosto de 2016. Diário de Notícias DESPORTO 47 TONY DIAS/GLOBAL IMAGENS PUB Avançado sérvio do Sp. Braga, à esquerda, em ação na Supertaça frente ao compatriota Fejsa Stojiljkovic na lista para reforçar ataque leonino Sporting. Internacional sérvio do Sporting de Braga agrada a Jesus pelo poderio físico e agilidade, mas não é prioridade em Alvalade BRUNO PIRES Nikola Stojiljkovic, avançado do Sporting de Braga, consta na pequena lista de nomes que o Sporting tem para reforçar o ataque até final do presente mês de agosto, altura em que o mercado de transferências encerra. O sérvio de 23 anos reforçou os bracarenses há um ano, proveniente do Cukaricki, pela módica quantia de 750 mil euros relativos a 80% do passe. Entretanto, valorizou-se. Foi peça fulcral na equipa treinada por Paulo Fonseca, de tal forma que foi chamado ineditamente pela sua seleção, com a qual já contabiliza quatro encontros. O DN sabe que já existiram algumas conversas informais entre Sporting e Sporting de Braga para aquilatar de que forma o negócio podia concretizar-se. Ao que o DN apurou, António Salvador, presidente do emblema minhoto começou por pedir oito milhões de euros, uma verba considerada irreal pelo vice-campeão nacional. No entanto, a operação, após algumas negociações, pode ser feita por cinco milhões de euros com a entrada de algum jogador excedentário do Sporting no negócio – Paulo Oliveira foi um nome abordado com o Sporting de Braga quer em relação ao avançado, quer em rela- ção ao médio Vukcevic, também quadro do Sporting de Braga. Ainda assim, Stojiljkovic não é uma prioridade para Jorge Jesus, que vê no sérvio uma boa possibilidade caso os nomes que encabeçam a lista falharem. Entre eles está o holandês Luc Castaignos, que representa o Eintracht Frankfurt. Os alemães pedem cinco milhões de euros, a mesma verba que o Sporting de Braga exige para libertar Stojiljkovic, que marcou 15 golos em 46 encontros na época passada. Avançado custou 750 mil euros há um ano. Agora, o Sp. Braga exige cinco milhões Mas há outra possibilidade de o sérvio rumar a Alvalade... juntamente com Castaignos. E aqui entra Islam Slimani, que continua a ser muito pretendido, principalmente por emblemas ingleses. Na eventualidade de o Sporting vender o magrebino, Stojiljkovic passa a ser uma opção a ter (ainda mais) em conta. A juventude do sérvio – 23 anos –, bem como a sua disponibilidade e robustez física, fazem de Stojiljkovic um futebolista sinalizado em Alvalade e com caracte- rísticas que agradam a Jorge Jesus, que prefere um futebolista móvel para compor a sua frente de ataque de dois elementos. Uma coisa parece certa, o Sporting está muito ativo no mercado e o ataque vai ser reforçado, pois é uma urgência depois das saídas por empréstimo dos sul-americanos Barcos e Teo Gutiérrez. Estas cedências permitiram ao Sporting aliviar a sua folha salarial em mais de 3,5 milhões de euros anuais, valor considerável e que pode ser reinvestido em vencimentos. E isto sem esquecer Aquilani, cujo ordenado ultrapassa os dois milhões de euros brutos por ano. O médio italiano não conta para Jesus, tem mais um ano de contrato e o Sporting e a sua saída seria bem vista por todos os intervenientes. Refira-se que até ao fim do mercado o Sporting deseja consumar a contratação do central Douglas, sendo que o jogador continua a ser um entrave à conclusão do negócio entre o clube de Alvalade e o Trabzonspor. O brasileiro recusa-se a baixar o vencimento para um milhão de euros líquidos, metade do que aufere na Turquia. Contudo, é bom realçar que centrais não faltam em Alvalade. Para além dos intocáveis Coates e Rúben Semedo, há ainda os transferíveis Naldo, Paulo Oliveira e Ewerton. www.dn.pt QUINTA-FEIRA 11 de agosto de 2016 Ano 152.º, N.º 53 805 Conselho de Administração Daniel Proença de Carvalho (Presidente) Vítor Ribeiro, José Carlos Lourenço, Rolando Oliveira, Luís Montez e Jorge Carreira (administradores) Propriedade Global Notícias Publicações, SA; Matriculada na Conservatória do Registo Comercial do Porto. Capital social: 6 334 285 euros. NIPC: 500096791 Sede R. Gonçalo Cristóvão, 195-219, 4049-011 PORTO Filial Av. da Liberdade, 266, 1250-149 LISBOA C Marketing e Comunicação Ana Marta Heleno (diretora) Publicidade Luís Ferreira (diretor-geral) Direção Comercial Paulo Pereira da Silva, Reinaldo Capela (agências ) e Luís Barradas (Diretos) Detentora de mais de 5% do capital social: Global Notícias - Media Group, SA Impressão Gráfica Funchalense (Rua da Capela da Nossa Senhora da Conceição, 50, Morelena, 2715-029 Pero Pinheiro); Naveprinter (EN, 14 (km 7.05) – Lugar da Pinta, 4471-909 Maia) Distribuição VASP; Registado na ERC com o n.º 101326. Assinaturas 707 200 508. Custo das chamadas da rede fixa 0,10€/minuto e da rede móvel 0,25€/minuto, sendo ambas taxadas ao segundo após o 1º minuto. Valores sujeitos a IVA. Dias úteis, das 7h às 18h. Fax: 21 924 19 95 – E-mail: [email protected]. FOLHETIM DO DN PALÁCIO DE VERÃO (11) Cruzamento entre férias FICÇÃO POLÍTICA. “Sabe, doutor António Costa, vocês têm a esquerda mais ou menos resolvida ou, enfim, tentando. Mas eu tenho de me preocupar com o país inteiro... e com a direita também”, começou Marcelo. Era a última audiência antes da rentrée política P Por Ferreira Fernandes PR e PM, na sua mesinha de pé-de-galo habitual, no gabinete de trabalho presidencial. António Costa, ainda mais moreno, mas já sem a barba que deixara crescer por alguns dias de férias. Marcelo Rebelo de Sousa com ar cansado – depois do Brasil ainda tinha dado um saltinho ao Porto. No Palácio de Belém, aparentavam ambos o que era natural, um vindo de férias do Algarve, outro, partindo para lá. Era a última reunião antes de o ano político reiniciar. Costa, porque com mais energia, achou que devia quebrar o gelo, que era exatamente o que não havia: “Vejo que insiste em provar que este é um Palácio de Verão, e não de Inverno.” Queixava-se mais uma vez da mania de Marcelo de nunca, mas mesmo nunca, ligar o ar condicionado. Lá fora, Portugal ardia; lá dentro, os dois políticos estufavam. No tampo redondo, Costa colocara os jornais da manhã. As capas publicavam em letras gordas a visita inesperada, na véspera, do PR ao Porto, e a imagem da selfie de Marcelo e Rui Moreira, com a Ponte D. Luís ao fundo. Marcelo sorriu: “Uma coisa vai com a outra.” António Costa ergueu as sobrancelhas, o que é a sua pergunta favorita. Marcelo fez-lhe a vontade: “Ter ido ao Porto”, e apontou os jornais, “tem que ver com os meus esforços, que são partilhados por si, em fazer de verão este Palácio, isto é, de encontrar soluções.” E rematou: “Palácio de Inverno, de ser tomado de assalto, é que não será.” O PR e o PM passaram para o balanço morno que cabia fazer desde a última quinta-feira de encontro semanal. [Nota do folhetinista – sendo isto ficção política, o fogo que lá fora ardia era fátuo]. Nessa altura, à falta de sanções, o Presidente decretara: “A crise política evaporou-se.” E já era dado de barato – se tudo corresse sem as inevitáveis surpresas – que o governo iria aguentar-se até às autárquicas, dali a um ano. “Ouviu o Marques Mendes no domingo? Ele já deu isso como garantido...” Costa sorriu, teve a sensação de ouvir um eco reproduzido pela montanha e que lhe era trazido pela fonte inicial. “Tenho de confessar que não esperava que as relações do PC e do Bloco com o governo corressem tão bem”, insistiu o Presidente. “E parecem estar dispostos a ir mais longe... Reparou na entrevista do professor Louçã ao Jornal de Negócios?” Plácido, Costa disse que não, estava de férias. “Ah, mas é para ler, é para ler... Ele disse que essas reuniões a três que vocês têm de coordenar, sempre separados, deviam acabar.” O PM pôs ar compungido: “Na verdade, elas eram a quatro, porque também as fazemos com os Verdes...” Lamentou o PR: “Está a ver! Uma perda de tempo.” António Costa pôs o seu melhor sorriso de otimista irritante e decidiu revelar: “Há pouco eu disse eram a quatro. Por sugestão dos nossos parceiros, as reuniões vão passar a ser conjuntas.” Marcelo ficou radiante: “Está a ver! Há como que um espírito novo, é extraordinário.” E inclinou-se para dizer que, dias antes, naquela mesma sala, o representante do PAN deixara de ser talibã nas questões dos animais e estava disposto a uma moratória sobre as touradas. O PM pôs cara de póquer, sobre aquele assunto preferia ser ele a ceder, ganhando assim um voto para problemas mais urgentes... Mas Marcelo estava encantado: “Para mostrar boa vontade, você não vai acreditar, ele até estava disposto a ir para forcado, que é uma espécie de toureiro reformista...” António No dia seguinte à audiência com o Presidente, Costa iria encontrar-se segunda vez, este ano, mano a mano e escondidos, com o líder do PSD... Costa pagou para ver o cartear seguinte e guardou a cara de póquer. “E chegámos ao Porto, não é?”, disse Marcelo. Recostou-se, porque a cadeira era de espaldar e braços, e pôs-se a desenhar mistérios no tampo da mesa de pé-de-galo. “Sabe, doutor António Costa, vocês têm a esquerda mais ou menos resolvida ou, enfim, tentando. Mas eu tenho de me preocupar com o país inteiro... e com a direita também”, começou Marcelo. Parou de passear o dedo porque não resistiu a uma piada: “Por mais que a direita esteja pequena... É que não desdenho dos pequenos, como sabe, as duas únicas entrevistas que dei em Portugal, desde que sou Presidente, foi ao Mensageiro de Bragança e à Rádio Terra Quente, de Mirandela.” “Bom...”, disse, para retomar a explicação. Mas não, lembrara-se de outro dado: “Leu o Expresso? Já me encontrei consigo 137 vezes, e com o líder da oposição só uma vez.” Urgia que a direita se recompusesse, pois o enquistamento de Passos Coelho não servia, “nem o favorece a si, que bem precisamos de experimentar todas as boas vontades.” Enfim, o encontro com Rui Moreira era uma procura da rolha, entre outras, para soluções futuras... Costa disse que achava bem. E não disse que iria desempatar com Marcelo. Já em janeiro, no Parlamento, o primeiro-ministro desenfiara-se no corredor do PSD e só apareceu meia hora depois de um encontro com Passos. “Nada transpirou”, disseram os jornais. Ora, no dia seguinte à audiência com o Presidente, Costa iria encontrar-se segunda vez, este ano, mano a mano, com o líder do PSD... Continua amanhã. Leia os episódios anteriores do Folhetim de Verão em www.dn.pt PUB PUBLICIDADE $VXDJXHVWKRXVHQRFRUDomRGH/LVERD Rua Camilo Castelo Branco, 22, 1.º andar, 1150-084 Lisboa | (00 351) 914 759 549 | XXXNBSRVFTTPVMDPNŢJOGP!NBSRVFTTPVMDPN duplos Quartos res e familia tos en Apartam PUBLICIDADE /,&(1£$(63(&,$/ '(&21'8£2 '(&,&/202725 &85626'(&,&/202725(6 5(6 '26$26$126 CADERNO COMERCIAL | EDIÇÃO SUL Quinta-feira 11 de agosto de 2016 7( 5(9( -é ,16& $Y*HQHUDO5RÃDGDVQ$ /LVERD_7HOHI HPDLOPDLO#IRUPDFDRHPPRYLPHQWRFRP WRFRP PARA ANUNCIAR www.ocasiao.pt | 800 241 241 (chamada grátis) | [email protected] | ENCONTRE EM www.lojadojornal.pt | A LOJA MAIS PERTO DE SI. VEÍCULOS ENSINO CASAS EMPREGO NECROLOGIA DIVERSOS Conteúdo comercial PRODUTOR DO DOURO lança branco de 2015 Quinta do Pôpa propõe ‘Contos da Terra’ no copo e pé na areia C om o verão e o calor instalados, é tempo de pensar ou gozar férias! A praia é o destino de eleição nesta altura do ano e por isso a Quinta do Pôpa sugere uma dupla que se prevê de sucesso: ‘Contos da Terra branco 2015’ no copo e pé na areia! Com um PVP de 4,90 € a garrafa, esta é uma excelente opção para beber a solo ou a acompanhar saladas, peixe e carnes brancas. O ‘Contos da Terra branco 2015’ resulta do blend das castas viosinho, rabigato, esgana-cão e gouveio. É um branco contemporâneo, cheio de juventude, aroma frutado e apelativo. Francisco Montenegro e João Menezes, a dupla de enólogos da Quinta do Pôpa, conduzem-nos numa prova mais detalhada: de cor citrino-esverdeado, é um branco onde o nariz é expressivo no aroma tropical, evidenciando-se o ananás, com nuances de manga. No final marcam presença aromas de folhas de chá secas. No palato a entrada é suave, a boca mostra um volume atraente e um final refrescante. A Quinta do Pôpa nasceu para criar “Vinhos de Homenagem”; de homenagem “ao Douro, à Família Pôpa, às Senhoras da Família”, ao enólogo “Luís Pato” (impulsionador e consultor inicial do projeto) e a “Francisco Ferreira (Pôpa)”, o sonhador e motor do projeto. Já falecido, foi por ele que José Ferreira (filho do Pôpa), primeiro, e agora Stéphane e Vanessa Ferreira (netos do Pôpa) dão vida e alma ao negócio. Resultado de uma seleção das melhores castas da região, a marca ‘Contos da Terra’ traduz-se numa homenagem ao Douro, sendo atualmente composta por duas referências: branco e tinto. A Quinta do Pôpa é uma “janela sobre o rio Douro”. Propriedade durien- O ‘CONTOS DA TERRA BRANCO 2015’ RESULTA DO BLEND DAS CASTAS VIOSINHO, RABIGATO, ESGANA-CÃO E GOUVEIO se produtora de vinhos localizada na encosta da EN 222, no concelho de Tabuaço, em pleno Alto Douro Vinhateiro. O nome e história desta Quinta simbolizam a realização de um sonho que tem passado de geração em geração, homenageando Francisco Ferreira, mais conhecido como Pôpa: o seu filho adquiriu parte da propriedade em 2003, mas hoje são os seus netos – Stéphane e Vanessa Ferreira – que estão nos comandos da Quinta do Pôpa, com o objetivo de produzir vinhos de homenagem. Um projeto fa milia r apadrinhado desde o início pelo enólogo Luís Pato e que atualmente conta com a enologia de Francisco Montenegro e João Menezes. n MASSAM Rua Dona Maria Ana de Áustria, Lote 183, 2605-663 Belas OFERTA DE INSCRIÇÃO! - Acompanhamento Nutricional - Acompanhamento Personalizado - Treino assistido em Sala - Wi-fi gratuito - Sauna - Banho Turco - 3100 m2 * Tra nsm issã o 7 60 96 780 2 7 66 96 780 Á2NORTE de J ogo s Eu ro 2 016 num Proj etor ! 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Pedro I, 2770-071 Paço de Arcos, nos termos do disposto nos artigos 9.º, n.º 1, alínea c), e 23.º dos respetivos estatutos, convoco os associados para se reunirem em Assembleia Geral Extraordinária, a realizar no dia 5 de setembro de 2016, pelas 15 horas, na Quinta da Fonte, Rua dos Malhões, Edifício D. Pedro I, 2770-071 Paço de Arcos, com a seguinte Retificação do Aviso n.º 9396/2016, do Diário da República ORDEM DE TRABALHOS Ponto um: Apreciação da conduta do Presidente da Direção e deliberação sobre a sua destituição; Ponto dois: Eleição de novo titular para o cargo de Presidente da Direção e/ou outros cargos de Direcção se, entretanto, vagarem; Ponto três: Apreciação e deliberação sobre ações a empreender contra o Presidente da Direção. Caso no dia e hora designados não estiveram presentes mais de metade dos associados com direito a voto, a Assembleia Geral Extraordinária reunir-se-á, em segunda convocatória, às 15.30 horas com quem se encontrar presente. Lisboa, 8 de agosto de 2016 Assinatura ilegível ✝ necrologia 6(59,/86$ No Diário da República, II Série, n.º 144, de 28 de julho de 2016, foi publicado o Aviso n.º 9396/2016, respeitante à abertura de procedimento concursal com vista à constituição de reserva de recrutamento para dois postos de trabalho no mapa de pessoal da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, um posto de trabalho de especialista de informática de grau 1, nível 2, da carreira de especialista de informática e um posto de trabalho de técnico de informática de grau 1, nível 1, da carreira de técnico de informática. Contudo, constatou-se que, por erro material, foi incorretamente designada a modalidade dos procedimentos concursais. Assim, nos termos do artigo 174.º do Código do Procedimento Administrativo, aprovado em anexo ao Decreto-Lei n.º 4/2015, de 7 de janeiro, por Despacho do Presidente do Conselho Intermunicipal datado de 29/7/2016, a ratificar na próxima reunião do Conselho Intermunicipal, procede-se à, nos seguintes locais: 1) Onde se lê na designação do procedimento: «Abertura de procedimento concursal comum com vista à constituição de reservas de recrutamento para...» Deve ler-se: «Abertura de procedimento concursal externo de ingresso para...»; 2) Onde se lê no ponto 1: «... à constituição de reservas de recrutamento...» Deve ler-se: «... ao procedimento concursal externo de ingresso...» Novo prazo de apresentação de candidaturas: 10 dias úteis a contar do dia seguinte ao da publicação do presente aviso no Diário da República. 29 de julho de 2016 dias úteis entre as 9h00 e as 18h30 e aos sábados das 9h30 às 13h00 MISSA DE 7.º DIA E AGRADECIMENTO AG. FUNERÁRIA MAGNO - CASCAIS Hugo Martins, Presidente da Câmara Municipal de Odivelas, ao abrigo do disposto nos artigos 27.º e 78.º, n.º 2, do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, na sua redação atual, fundamentando-se nas deliberações tomadas em sede da 8.ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Odivelas, datada de 22 de abril de 2015, onde foi deliberada, por unanimidade, a aprovação da alteração ao Alvará de Loteamento n.º 7/2001, determina que se emita o presente aditamento ao alvará de licença de loteamento identificado em epígrafe em nome de João Araújo Fernandes. As alterações às especificações do mencionado alvará constam da Planta de Síntese em anexo. 1. Parâmetros urbanísticos alterados 1.1. Aos parâmetros urbanísticos do lote: Alvará de Loteamento Lote Pagamento por MULTIBANCO ou VISA Os anúncios só serão publicados após confirmação do pagamento por parte destas entidades. Concelho de Sesimbra Freguesia do Castelo AUGI 23 da Lagoa de Albufeira CONVOCATÓRIA Ao abrigo do artigo 10.º da Lei n.º 91/95, de 2 de setembro, na sua redação atual, Lei n.º 70/2015, de 16 de julho, a comissão de administração da AUGI 23 da Lagoa de Albufeira CONVOCA uma reunião dos comproprietários interessados na AUGI 23 de Lagoa de Albufeira para o dia 28 de agosto de 2016, pelas 10.30 horas, no Restaurante A Charrua, com a seguinte Ordem de Trabalhos: 1. Aprovar o projeto de acordo de divisão de coisa comum correspondente aos titulares inscritos na descrição 7203/Castelo Sesimbra, art.º 10.º, n.º 2, h), e art.º 38.º, n.º 1. 2. Proceder à fixação do prazo de 45 dias, a contar desta assembleia, para se proceder ao pagamento do valor fixado para a execução das obras, aprovado na assembleia de 19 de junho de 2016 e conforme mapa anexo. 3. Deliberar sobre o destino a dar à diferença entre a área adquirida em avos «7020 m2/ /20 000», pelos interessados, e a área integrada na AUGI 23. 4. Outros assuntos de interesse para a AUGI. Para efeitos do ponto n.º 1, são afixados nos termos legais: a) cópia do alvará de loteamento; b) projeto de divisão de coisa comum; c) de acordo com os titulares inscritos na descrição 7203/Castelo, Sesimbra, a), b) e c) n.º 8, art.º 11.º, da citada lei; d) convocatória para a assembleia; e) mapa dos pagamentos; f) documento da conservatória a comprovar projeto de divisão da coisa comum; g) planta comprovativa do diferencial entre as aquisições e a AUGI. d) Indica-se o cartório da Dra. Joana Azevedo, Rua Maria Carlota d’Oliveira, Lote 100, loja, Casal da Serra, 2625-097 Póvoa de Santa Iria. Para os efeitos do art.º 12.º, n.º 7, da citada Lei. 10/8/2016 O Presidente da Comissão de Administração João de Jesus Alves Viegas Alteração Proposta B2 B2 Área lote 739,70 m2 739,70 m2 Área implantação 158,60 m2 266,00 m2 Área construção 317,20 m2 397,00 m2 Número ocupações - - Pisos 2P + CV 2P + CV Fogos 1 3 Os valores alterados foram representados a negrito 1.2. Parâmetros do loteamento: O Presidente do Conselho Intermunicipal Pedro Miguel César Ribeiro BRIAN EUGENE LAHR Maria Helena Fialho Barradas Lahr, Teresa Martins Bourgois e António Barradas Martins, Guillaume, Clément, Mariana, Rui Caetano e António comunicam o falecimento no passado dia 6 de agosto do seu querido marido, grande amigo e avô e agradecem reconhecidos a todos que nos acompanharam nesses momentos de dor e tristeza. Será rezada missa do 7.º dia amanhã, dia 12 de agosto, às 19.00 horas, na Igreja de Santo António do Estoril. AVISO ALVARÁ DE LOTEAMENTO N.º 7/2001 - B.º DOS PEDERNAIS - RAMADA/CANEÇAS 8.º ADITAMENTO Alvará Loteamento Alteração Proposta Área intervenção 235 555,35 m2 235 555,35 m2 Área total de lotes 173 507,90 m2 173 507,90 m2 Número total de lotes 438 438 Número total de fogos 764 766 Número total de ocupações 93 93 3P + CV 3P + CV Densidade habitacional 32,4 fogos/ha 32,5 fogos/ha Densidade populacional 113,2 ha/ha 113,2 ha/ha 128 267,60 m2 128 347,40 m2 Número de pisos máximo Área de construção Índice de construção Volume total de construção Índice volumétrico bruto Área total de implantação Índice de implantação bruto 0,54 0,54 376 376,63 m3 376 616,03 m3 1,60 1,60 60 425,00 m2 60 532,40 m2 0,26 0,26 Áreas para equipamento - Parcela B/C/D 3188,60 m2 3188,60 m2 Áreas para zonas verdes - Logradouros Parcelas E/F/G/J Total 99 693,50 m2 5669,00 m2 105 362,50 m2 99 639,90 m2 5669,00 m2 105 308,80 m2 Os valores alterados foram representados a negrito. 2. Cedências ao domínio público e estacionamento De acordo com o previsto no art.º 6.º da Lei n.º 91/95, de 2 de setembro, com a redação em vigor, pela falta de áreas de cedência para equipamentos de utilização coletiva, foi aceite a compensação em numerário nos termos previstos no art.º 44.º do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, com a redação em vigor, para os espaços verdes e de utilização coletiva, foram contabilizadas as áreas de natureza privada, designadamente as áreas afetas aos logradouros de lotes privados, até 50% da área livre permeável, com o mínimo de 25 m2, nos termos do art.º 99.º do Regulamento Municipal da Edificação e Urbanização. No âmbito da legalização das edificações, deverão ser garantidos os lugares de estacionamento necessários de acordo com o disposto no art.º 101.º do RMEU, devendo também ser cumprido o regulamento do loteamento. Paços do Concelho, 10 de maio de 2016 O Presidente da Câmara Municipal Hugo Martins PUBLICIDADE 25 Diário de Notícias Quinta-feira, 11 de agosto de 2016 ASSEMBLEIA DE COMPROPRIETÁRIOS CONSTITUTIVA DA AUGI AR5 $9,62 $OYDUiGH/RWHDPHQWRQ %*UDQMDV1RYDV±5DPDGD&DQHoDV AVISO ËQGLFHGHXWLOL]DomR FRQVWUXomR ÈUHDGRORWH 1 ORWH ÈUHDGHFRQVWUXomR VXSHUItFLHGHSDYLPHQWR 1Pi[LPRGHSLVRV Alvará de Loteamento 8WLOL]DomR XVR 1GHIRJRV 1.º ADITAMENTO Hugo Martins, Presidente da Câmara Municipal de Odivelas, ao abrigo do disposto nos artigos 27.º e 78.º, n.º 2, do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, na sua redação atual, fundamentando-se nas deliberações tomadas em sede da 1.ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Odivelas, datada de 13 de janeiro de 2016, onde foi deliberada por unanimidade a aprovação da alteração ao Alvará de Loteamento n.º 8/2002, determina que se emita o presente aditamento ao alvará de licença de loteamento identificado em epígrafe em nome de Manuel Veríssimo Martinho da Silva. As alterações às especificações do mencionado alvará constam da Planta de Síntese em anexo. 1. Parâmetros urbanísticos alterados 1.1. Parâmetros urbanísticos do lote: Lote A.Lote H[LVWHQWH SURSRVWR H[LVWHQWH SURSRVWR H[LVWHQWH SURSRVWR H[LVWHQWH SURSRVWR H[LVWHQWH SURSRVWR H[LVWHQWH SURSRVWR &9 KDELWDomR KDELWDomR KDELWDomR &9 KDELWDomR KDELWDomR 89 A.I. A.H. N.º P 605,87 94,74 189,48 Proposta de Alteração Fogos A. Anexos 2 2 30,00 A.Lote A.I. A.C. N.º P 605,87 120,00 250,00 2 Fogos A. Anexos 2 40,00 Os valores alterados foram representados a negrito. 1.2. Parâmetros do loteamento: 2VYDORUHVDOWHUDGRVIRUDPUHSUHVHQWDGRVDQHJULWR Alvará Loteamento Alteração Proposta 64 421,00 m2 &HGrQFLDDRGRPtQLRS~EOLFRHHVWDFLRQDPHQWR 1mRVHYHUL¿FDDQHFHVVLGDGHGHFHGrQFLDGHiUHDSDUDHTXLSDPHQWRVHVSDoRVYHUGHVGHXWLOL]DomRS~EOLFD HHVWDFLRQDPHQWRV 2XWUDVFRQGLo}HV 3HORSUHVHQWHDGLWDPHQWRSURFHGHVHjXQL¿FDomRGRVORWHVHGDQGRRULJHPDXP~QLFRORWHGHVLJQDGR SRU $YLDELOLGDGHGHFRQVWUXomRGHSLVRVHPFDYHQRVORWHVDEUDQJLGRVSHORSUHVHQWHDGLWDPHQWR¿FDFRQGLFLRQDGD DRFXPSULPHQWRGRDUWLJRGR5HJXODPHQWR0XQLFLSDOGD(GL¿FDomRH8UEDQL]DomRGHYHQGRVHWHUHP DWHQomRWDPEpPRGLVSRVWRQRDUWLJRGRPHVPRUHJXODPHQWRUHODWLYDPHQWHDRVGHVDWHUURVQHFHVViULRV SDUDHVVHHIHLWR $QRUPDGRUHJXODPHQWRGRDOYDUiGHORWHDPHQWRSUHYLVWDQDDOtQHDDGRQGRDUWLJRTXHHVWLSXODXP tQGLFHGHXWLOL]DomRGHSDUDRVORWHVFRPIXQomRKDELWDFLRQDOQmRVHDSOLFDUiDRORWHDEUDQJLGRSHOR SUHVHQWHDGLWDPHQWRTXHSRGHUiWHUXPtQGLFHGHXWLOL]DomRGH Área total de intervenção 64 421,00 m2 Área total de lotes 47 561,65m2 47 561,65m Área de implantação 13 776,75m2 13 802,01m2 Área de construção 29 752,53m2 29 813,05m2 3DoRVGR&RQFHOKRGHPDLRGH 23UHVLGHQWHGD&kPDUD0XQLFLSDO +XJR0DUWLQV $9,62 $',7$0(172 +XJR0DUWLQV3UHVLGHQWHGD&kPDUD0XQLFLSDOGH2GLYHODVDRDEULJRGRGLVSRVWRQRVDUWLJRVHQGR 'HFUHWR/HLQGHGHGH]HPEURQDVXDUHGDomRDWXDOIXQGDPHQWDQGRVHQDVGHOLEHUDo}HVWRPDGDV HPVHGHGD5HXQLmR2UGLQiULDGD&kPDUD0XQLFLSDOGH2GLYHODVGDWDGDGHGHMDQHLURGHRQGHIRL GHOLEHUDGDSRUXQDQLPLGDGHDDSURYDomRGDDOWHUDomRDR$OYDUiGH/RWHDPHQWRQGHWHUPLQDTXHVHHPLWD RSUHVHQWHDGLWDPHQWRDRDOYDUiGHOLFHQoDGHORWHDPHQWRLGHQWL¿FDGRHPHStJUDIHHPQRPHGH%6/%XLOG6DQG /DQG6RFLHGDGH,PRELOLiULD6$ $VDOWHUDo}HVjVHVSHFL¿FDo}HVGRPHQFLRQDGRDOYDUiFRQVWDPGD3ODQWDGH6tQWHVHHPDQH[R 3DUkPHWURVXUEDQtVWLFRVDOWHUDGRV 3DUkPHWURVXUEDQtVWLFRVGRVORWHV ËQGLFHGHXWLOL]DomR FRQVWUXomR ÈUHDGRORWH ÈUHDGHFRVWUXomR VXSHUItFLHGHSDYLPHQWR 1Pi[LPRGHSLVRV 3783,56 3783,56 Área total integrar domínio público 13 075,79m2 13 075,79m2 Áarea de arruamentos 12 973,07m2 12 973,07m2 Índice de ocupação 0,21 0,21 Índice de construção 0,46 0,46 Desidade habitacional 27,00 27,00 N.º total de lotes 123 123 N.º total de fogos 174 174 Fogos existentes 125 125 Fogos propostos 49 49 Comércios 9 9 ORDEM DE TRABALHOS 1. Informações Gerais. 2. Deliberar instituir a Administração conjunta do prédio, nos termos da Lei n.º 91/95, de 2 de setembro, com a sua redação atualizada; 3. Eleger os membros da comissão de administração; 4. Eleger os membros da comissão de fiscalização; 5. Deliberar quanto à sede; 6. Deliberar promover a reconversão urbanística da AUGI, na modalidade de projeto de loteamento da iniciativa dos particulares. 7. Fixar o valor das comparticipações de cada comproprietário para a reconversão urbanística da AUGI AR5; 8. Aprovar a proposta de loteamento a apresentar à Câmara Municipal do Seixal. Se à hora agendada se não encontrar presente o número legal de comproprietários, a Assembleia constitutiva reunir-se-á em Segunda Convocatória com qualquer número de comproprietários presentes no mesmo dia e local pelas 10 horas, desde que o número dos presentes corresponda no mínimo a 25% da área total do prédio. A Comproprietária Assinatura ilegível Os valores alterados foram representados a negrito. 2. Cedências ao domínio público e estacionamento Não se verifica a necessidde de cedência de área para equipamentos, espaços verdes de utilização pública e estacionamentos. Paços do Concelho, 13 maio de 2016 O Presidente da Câmara Municipal Hugo Martins $OYDUiGH/RWHDPHQWRQ %*UDQMDV1RYDV±5DPDGD&DQHoDV 1 ORWH Área de cedência (equipamento) 8WLOL]DomR XVR 1GHIRJRV H[LVWHQWH SURSRVWR H[LVWHQWH SURSRVWR H[LVWHQWH SURSRVWR H[LVWHQWH SURSRVWR H[LVWHQWH SURSRVWR H[LVWHQWH SURSRVWR KDELWDomR KDELWDomR KDELWDomR KDELWDomR KDELWDomR KDELWDomR AVISO Alvará de Loteamento n.º 8/92 B.º Casal do Bispo – Pontinha/Famões 4.º ADITAMENTO Hugo Martins, Presidente da Câmara Municipal de Odivelas, ao abrigo do disposto nos artigos 27.º e 78.º, n.º 2, do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, na sua redação atual, fundamentando-se nas deliberações tomadas em sede da 22.ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Odivelas datada de 18 de novembro de 2015, onde foi deliberada por unanimidade a aprovação da alteração ao Alvará de Loteamento n.º 8/92, determina que se emita o presente aditamento DRDOYDUiGHOLFHQoDGHORWHDPHQWRLGHQWL¿FDGRHPHStJUDIHHPQRPHGH0DULD(PtOLDGD6LOYD%DLmRGD(QFDUQDomR $VDOWHUDo}HVjVHVSHFL¿FDo}HVGRPHQFLRQDGRDOYDUiFRQVWDPGD3ODQWDGH6tQWHVHHPDQH[R 1. Parâmetros urbanísticos alterados $RVSDUkPHWURVXUEDQtVWLFRVGRORWH Alvará n.º 8/92 2VYDORUHVDOWHUDGRVIRUDPUHSUHVHQWDGRVDQHJULWR &HGrQFLDDRGRPtQLRS~EOLFRHHVWDFLRQDPHQWR 1mRVHYHUL¿FDDQHFHVVLGDGHGHFHGrQFLDGHiUHDSDUDHTXLSDPHQWRVHVSDoRVYHUGHVGHXWLOL]DomRS~EOLFDH HVWDFLRQDPHQWRV 2XWUDVFRQGLo}HV $YLDELOLGDGHGHFRQVWUXomRGHSLVRVHPFDYHQRVORWHVDEUDQJLGRVSHORSUHVHQWHDGLWDPHQWR¿FDFRQGLFLRQDGDDR FXPSULPHQWRGRDUWLJRGR5HJXODPHQWR0XQLFLSDOGD(GL¿FDomRH8UEDQL]DomRGHYHQGRVHWHUHPDWHQomR WDPEpPRGLVSRVWRQRDUWLJRGRPHVPRUHJXODPHQWRUHODWLYDPHQWHDRVGHVDWHUURVQHFHVViULRVSDUDHVVHHIHLWR $QRUPDGRUHJXODPHQWRGRDOYDUiGHORWHDPHQWRSUHYLVWDQDDOtQHDDGRQGRDUWLJRTXHHVWLSXODXPtQGLFH GHXWLOL]DomRGHSDUDRVORWHVFRPIXQomRKDELWDFLRQDOQmRVHDSOLFDUiDRVORWHVDEUDQJLGRVSHORSUHVHQWH DGLWDPHQWRTXHSRGHUmRWHUXPtQGLFHGHXWLOL]DomRGH 3DoRVGR&RQFHOKRGHPDLRGH Lote 129 Área lote (m2) 316 Área Impl. (m2) 140 Área Const. (m2) 280 Proposta de Alteração ao Alvará n.º 8/92 Usos N.º Pisos 1H 2 Área lote (m2) 316 Área Impl. (m2) 140 Área Const. (m2) 280 Usos N.º Pisos 2H 2 Os valores alterados foram representados a negrito. H - Habitação $RVSDUkPHWURVGRORWHDPHQWR 447 Proposta de Alteração ao Alvará n.º 8/92 448 22.19 f/ha 22,24 f/ha Alvará n.º 8/92 NÚMERO DE FOGOS DENSIDADE HABITACIONAL Diferença +1 +0.05 f/ha 2. Cedência ao domínio público e estacionamento De acordo com o previsto no art.º 6.º da Lei n.º 91/95, de 2 de setembro, com a redação em vigor, pela falta de áreas de cedência para equipamentos de utilização coletiva, foi aceite a compensação em numerário nos termos previstos no art.º 44.º do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, com a redação em vigor, para os espaços verdes e de utilização coletiva, foram contabilizadas as áreas de natureza privada, designadamente as áreas DIHWDVDRVORJUDGRXURVGHORWHVSULYDGRVDWpGDiUHDOLYUHSHUPHiYHOFRPRPtQLPRGHPðQRVWHUPRVGR DUWGR5HJXODPHQWR0XQLFLSDOGD(GL¿FDomRH8UEDQL]DomR1RkPELWRGDOHJDOL]DomRGDVHGL¿FDo}HVGHYHUmRVHU JDUDQWLGRVRVOXJDUHVGHHVWDFLRQDPHQWRQHFHVViULRVGHDFRUGRFRPRGLVSRVWRQRDUWGR50(8GHYHQGRWDPEpP ser cumprido o regulamento do loteamento. AVISO Alvará de Loteamento n.º 5/89 – B.º Casal da Silveira – Pontinha/Famões Paços do Concelho, 12 de abril de 2016 O Presidente da Câmara Municipal Hugo Martins 18.º ADITAMENTO Paulo César Teixeira, Vice-Presidente da Câmara Municipal de Odivelas, ao abrigo do disposto nos artigos 27.º e 78.º, n.º 2, do Decreto-Lei n.º 555/99, de 16 de dezembro, na sua redação atual, fundamentando-se nas deliberações tomadas em sede da 23.ª Reunião Ordinária da Câmara Municipal de Odivelas datada de 2 de dezembro de 2015, onde foi deliberada por maioria a aprovação da alteração ao Alvará de Loteamento n.º 5/89, determina que se emita o presente aditamento ao alvará GHOLFHQoDGHORWHDPHQWRLGHQWL¿FDGRHPHStJUDIHHPQRPHGH(QYHOKHFHU6RUULQGR±5HVLGrQFLD6pQLRUGH)DP}HV/GD $VDOWHUDo}HVjVHVSHFL¿FDo}HVGRPHQFLRQDGRDOYDUiFRQVWDPGD3ODQWDGH6tQWHVHHPDQH[RTXHVHFRQVWLWXLXP extrato exclusivamente para o lote 669. 669 Área Impl. (m2) 120 Alvará n.º 5/89 Área Const. 6LWXDomR (m2) 240 Vago PRECISA-SE AJUDANTE De Barbeiro, para Barbearia à antiga Portuguesa. ☎ 934739223 PRECISA-SE CORTADOR Para Talho em Rio de Mouro. ☎ 966892728 OCASIÃO EMPREGO. Encontre aqui e muito mais em www.ocasiao.pt MINISTÉRIO DA EDUCAÇÃO PUBLICITAÇÃO DE OFERTA DE TRABALHO Tipo de oferta 2 postos de trabalho em regime de contrato de trabalho a termo resolutivo certo a tempo parcial Serviço Escola Secundária Gil Eanes, Lagos Função Prestação de serviços de vigilância e suporte às atividades escolares, limpeza, arrumação e conservação dos materiais, equipamentos e espaços Requisitos habilitacionais Escolaridade obrigatória que pode ser substituída por experiência profissional comprovada Método de seleção Avaliação curricular Horário 3,5 horas/dia Remuneração ilíquida/hora 3,49 €/hora Enquadramento legal Nos termos do artigo 19.º da Portaria n.º 83-A/2009, de 22 de janeiro, e republicada pela Portaria n.º 145-A/2011, de 6 de abril Duração do contrato Contrato celebrado até 16 de junho de 2017 Apresentação e formalização da candidatura Mediante formulário próprio disponibilizado na página eletrónica da escola (www.aegileanes.pt), ou nos serviços administrativos da Escola Secundária Gil Eanes, Lagos, ou enviadas pelo correio em carta registada com aviso de receção para a morada: Rua da Escola Gil Eanes, 8600-614 Lagos Documentos a apresentar com a candidatura Bilhete de identidade ou cartão de cidadão (fotocópia); certificado de habilitações literárias (fotocópia); «Curriculum vitae» datado e assinado; declarações de experiência profissional (fotocópia) Prazo Dez dias úteis a contar da data da publicação no Diário da República Nota Este concurso é válido para eventuais contratações que ocorram durante o ano escolar de 2016/2017 Contacto 282 770 160 Lagos, 10 de agosto de 2016 A Diretora Maria Paula Dias da Silva Couto 1. Parâmetros urbanísticos alterados $RVSDUkPHWURVXUEDQtVWLFRVGRORWH Área lote (m2) 318 PRECISAM-SE AGRUPAMENTO DE ESCOLAS GIL EANES - LAGOS Os valores alterados foram representados a negrito. 23UHVLGHQWHGD&kPDUD0XQLFLSDO +XJR0DUWLQV Lote Nos termos do artigo 8.º e ss. da Lei n.º 91/95, com a sua redação atualizada, ficam convocados todos os comproprietários do prédio rústico sito em Pinhal do Frade, freguesia de Arrentela, concelho do Seixal: - Descrição: 6539/20090120; Área: 12 284 m2; Matriz 69 J a 108 J; freguesia de Arrentela; concelho do Seixal E prédios urbanos sitos em Pinhal dos Frades, freguesia de Fernão Ferro e Arrentela, concelho do Seixal: - Descrição: 302/19960729, 4881/19960828, 4882/19960828, 5154/19971205, 5493/19990908, 5494/19990908, 5964/20030121, 8800/20121204, 8884/20150728 - Área: 352,50 m2, 315 m2, 305 m2, 262,60 m2, 265,20 m2, 277,36 m2, 256 m2, 215 m2, 160 m2 área total 14 692,66 m2 - Matriz 189, 2606, 2831, 5126, 3483, 6585, 5754, 6893 - Freguesia de Fernão Ferro e Arrentela - Concelho do Seixal E outros que dentro do perímetro da AUGI se venham a encontrar. Para a Assembleia Constitutiva de Comproprietários, que se realizará no próximo dia 17 de setembro de 2016, pelas 9 horas, na Rua Teixeira Queirós, Lote 15, Casal do Marco, 2840-2ül Seixal, com a seguinte emprego $',7$0(172 +XJR0DUWLQV3UHVLGHQWHGD&kPDUD0XQLFLSDOGH2GLYHODVDRDEULJRGRGLVSRVWRQRVDUWLJRVH QGR'HFUHWR/HLQGHGHGH]HPEURQDVXDUHGDomRDWXDOIXQGDPHQWDQGRVHQDVGHOLEHUDo}HV WRPDGDVHPVHGHGD5HXQLmR2UGLQiULDGD&kPDUD0XQLFLSDOGH2GLYHODVGDWDGDGHGHPDUoRGH RQGHIRLGHOLEHUDGDSRUXQDQLPLGDGHDDSURYDomRGDDOWHUDomRDR$OYDUiGH/RWHDPHQWRQGHWHUPLQD TXHVHHPLWDRSUHVHQWHDGLWDPHQWRDRDOYDUiGHOLFHQoDGHORWHDPHQWRLGHQWL¿FDGRHPHStJUDIHHPQRPH GH$QWyQLR/XtV6LOYD6DQFKHV $VDOWHUDo}HVjVHVSHFL¿FDo}HVGRPHQFLRQDGRDOYDUiFRQVWDPGD3ODQWDGH6tQWHVHHPDQH[R 3DUkPHWURVXUEDQtVWLFRVDOWHUDGRV 3DUkPHWURVXUEDQtVWLFRVGRVORWHV CONVOCATÓRIA ALVARÁ DE LOTEAMENTO N.º 8/2002 BAIRRO NOVO DAS QUEIMADAS - PONTINHA/FAMÕES Pretensão N.º Pisos )RJRV 2 1 Área lote (m2) 318 Área impl. (m2) 140 Área const. (m2) 375 6LWXDomR ([LVWHQWH N.º )RJRV $( Pisos 3 0 Divisão de Recursos Humanos 1 AVISO Os valores alterados foram representados a negrito. $RVSDUkPHWURVGRORWHDPHQWR Alvará n.º 5/89 Proposto PDM em vigor Área de intervenção total 405 139,78 m2 405 139,78 m2 --- Área Total de Construção 234 069,60 m2 234 204,60 m2 238 703,94 m2 Índice de Utilização Máximo Área Total de Ocupação Índice de Ocupação Máximo N.º de Pisos 0,58 0,58 0,59 106 655,60 m2 106 675,60 m2 151 711,36 m2 0,26 0,26 0,37 2 3 4 2. Cedências ao domínio público e estacionamento 1mRVHYHUL¿FDDQHFHVVLGDGHGHFHGrQFLDGHiUHDSDUDHTXLSDPHQWRVRXHVSDoRVYHUGHVGHXWLOL]DomRS~EOLFDXPD vez que as mesmas se encontram asseguradas no alvará de loteamento. $VQHFHVVLGDGHVGHHVWDFLRQDPHQWRS~EOLFRHQFRQWUDPVHDVVHJXUDGDVHQRkPELWRGDVRSHUDo}HVXUEDQtVWLFDVSDUD o lote 669 deverão ser garantidos os lugares de estacionamento privado de acordo com o regulamento do bairro, GHYHQGRWDPEpPVHUFXPSULGRRGLVSRVWRQRDUWGR50(8 3DoRVGR&RQFHOKRGHPDLRGH O Vice-Presidente da Câmara Municipal 'HVSDFKRQ35(6 Paulo César Teixeira CLASSIFICADOS Em cumprimento do disposto nos artigos 20.º e 21.º da Lei n.º 2/2004, de 15/01, alterada pelas Leis n.º 51/2005, de 30/08, 64-A/2008, de 31/12, 3-B/2010, de 28/04, e 64/2011, de 22/12, aplicável à Administração Local por força do art.º 1.º da Lei n.º 49/2012, de 29/08, e de harmonia com o Regulamento Orgânico do Município, publicado por despacho n.º 5119/2015, no «Diário da República», 2.ª série, n.º 94, de 15/05, torna-se público que se encontra aberto o procedimento concursal com vista à seleção do cargo dirigente de Chefe de Divisão da Agência Municipal de Investimento e Desenvolvimento Económico. As candidaturas deverão ser formalizadas nos termos precisos do Aviso n.º 9899/2016, publicado no «Diário da República», 2.ª Série, n.º 153, de 10 de agosto, pelo prazo de 10 dias úteis a contar da data de publicação no «Diário da República». Este aviso encontra-se disponível no site do Município de Barcelos, em www.cm-barcelos.pt Para mais informações, devem os interessados dirigirem-se ao Balcão Único desta Câmara Municipal, dentro das horas de expediente. Barcelos, 10 de agosto de 2016 O presidente da Câmara Miguel Jorge da Costa Gomes DN, 11-08-2016 Ministério da Educação Direção-Geral dos Estabelecimentos Escolares Agrupamento de Escolas do Bom Sucesso Vila Franca de Xira AVISO Em cumprimento do disposto nos termos dos artigos 33.º e 34.º, dos n.os 2, 3, 4 e 6 do artigo 36.º, dos artigos 37.º e 38.º da Lei n.º 35/2014, de 20 de junho, e dando cumprimento aos trâmites previstos na Portaria n.º 83-A/2009, de 22 de janeiro, com as alterações introduzidas pela Portaria n.º 145-A/2011, de 6 de abril, torna-se público que se encontra aberto, pelo prazo de 10 dias úteis, a contar da presente data o procedimento concursal comum para preenchimento de dois postos de trabalho em regime de contrato a termo resolutivo certo a tempo parcial para execução de serviços de limpeza e outros relacionados com o exercício de funções da carreira e categoria de assistente operacional com período definido de 15 de setembro de 2016 com termo a 23 de junho de 2017. O período de trabalho diário é de no máximo até quatro horas, pagas de acordo com a legislação em vigor (3,49 €/hora). As condições de admissão a concurso podem ser consultadas na sede de Agrupamento, na Bolsa de Emprego Público (www.bep.gov.pt) e na página electrónica do Agrupamento (http://aebomsucesso.ccems.pt). Agrupamento de Escolas do Bom Sucesso, em 11 de agosto de 2016 O Diretor Carlos Jorge Pimenta dos Reis 26 PUBLICIDADE Diário de Notícias Quinta-feira, 11 de agosto de 2016 CASA DE FÉRIAS TEM A SUA POR ARRENDAR? 1,2 milhões de potenciais interessados nos jornais DN e JN 363 mil de potenciais interessados no site ocasiao.pt Todos os SÁBADOS, o seu anúncio publicado no DN, JN e OCASIAO.pt Com este pack, o seu anúncio é visto de norte a sul do país e estará disponível no site ocasiao.pt RENTABILIZE O SEU INVESTIMENTO. FALE CONNOSCO! Ligue grátis 800 241 241 ou dirija-se a uma *Fonte: Marktest, Bareme Imprensa (DN+JN), 2ª vaga 2015; Netscope, fev 2016.
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