UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
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UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO
UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE AGRONOMIA DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GEOLOGIA ra Ob LOURDES REGINA CORREA DOS SANTOS pa PERFIL ANALÍTICO SUMÁRIO DO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS NO BRASIL ra ul ns Co 2008 ta Seropédica-RJ UNIVERSIDADE FEDERAL RURAL DO RIO DE JANEIRO INSTITUTO DE AGRONOMIA DEPARTAMENTO DE GEOCIÊNCIAS CURSO DE GEOLOGIA ra Ob LOURDES REGINA CORREA DOS SANTOS PERFIL ANALÍTICO SUMÁRIO DO SETOR DE ROCHAS ORNAMENTAIS NO pa BRASIL ra Co Trabalho apresentado como requisito parcial para obtenção do grau de Geóloga do curso de Graduação em Geologia UFRuralRJ - Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. ul ns Orientador: Prof. Dr. Sérgio Valente Co-Orientador: Prof. José Antônio de Souza Veiga Seropédica-RJ 2008 ta Área de concentração: Economia Mineral. FICHA CATALOGRÁFICA Catalogação-na-publicação Ob Biblioteca da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. ra pa SANTOS, Lourdes Regina Correa. ra Perfil analítico sumário do setor de rochas ornamentais no Brasil / Lourdes Regina Correa dos Santos; orientação Prof. Dr. Sérgio Valente e, co-orientação Prof. José Antônio de Souza Veiga, Seropédica - Rio de Janeiro, 2008. Co Trabalho de Graduação submetido ao Curso de Graduação em Geologia da ul ns Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro. ta DEDICATÓRIA Em especial, à minha querida mãe, Maria de Almeida Leite dos Santos, meu querido Ob pai, Sebastião Correa dos Santos. Aos meus irmãos, Vagner Correa dos Santos e Marco Antonio Correa dos Santos. Aos sobrinhos, Felipe R. C. Santos, Marayana C. Santos e Gabriela C. Santos. E, a minha querida avó, Maria de Lourdes Santos, pelo ra exemplo de coragem, força e persistência; e demais familiares. ra pa ul ns Co ta AGRADECIMENTOS Sou infinitamente grata a Deus pela presença constante em meu viver, pela sabedoria, pela força e luz nos momentos de tristeza e de árduas lutas. À minha querida tia Rosilda Correa dos Santos, pelo constante apoio, atenção e dedicação e demais familiares. Às minhas queridas amigas: a engenheira florestal Ranusa Ob Coffler, a empreendedora Eliandra Pollati, a advogada Vanessa Pancioni e, à minha querida professora Janete Domenica que me ensinou a escrever as primeiras letras, com a “mão esquerda”, três meses antes do vestibular, em vista às dificuldades ra físicas, temporárias, que enfrentei naquela ocasião. Agradeço, também, a todos que direta e indiretamente deram sua contribuição nesta caminhada, sejam eles, na condição de amigos, familiares, professores, clientes e fornecedores. Ao meu irmão Vagner C. dos Santos, que me ensinou a dar os primeiros passos no mercado, pa possibilitando-me vislumbrar novos horizontes junto ao setor dos negócios. Ao meu orientador, Sérgio Valente, e co-orientador, José Antônio de Souza Veiga, que me ra acompanharam desde os primeiros momentos de minha vida acadêmica, embora cada um num contexto diferente. Por um lado, o professor José Antônio, na ocasião de meu ingresso, reitor da UFRuralRJ, foi a quem me dirigi, pela primeira vez, com Co um pedido de ajuda para aquisição de vaga no alojamento da universidade, visto manter-me com recursos próprios, escassos na ocasião, além da dívida, que pagava como resultado de gastos que tive com cursinhos, com o propósito de realizar um sonho: ingressar numa universidade pública. Por outro lado, o professor Sérgio ul ns Valente, o primeiro professor que tive a oportunidade de conhecer, no Departamento de Geociências, quando, pela primeira vez, pisei no Prédio da Petrologia e, ao vê-lo, informei que chegara até ali com objetivo de conhecer o prédio, onde futuramente, viria a submeter-me à árduas provas. A todos meus colegas que já venceram esta ta etapa ou estão por vencer e, ao meu futuro esposo, que Deus prepara. Epígrafe A força não provém da capacidade física e sim de uma vontade indomável. ra Ob Mahatma Gandhi ra pa ul ns Co ta RESUMO ra Ob O trabalho em pauta consiste na análise de mercado do setor das rochas ornamentais, com ênfase nos granitos e mármores, envolvendo suas relações comerciais em toda cadeia produtiva, desde a fase primária e secundária até consumidor final. São abordados itens tais como transporte, estocagem, manutenção, eventos promocionais, aspectos tecnológicos e científicos, legislação e as relações comerciais propriamente estabelecidas entre esse mercado. Também é apresentada uma análise sumária do perfil do consumidor. O estudo consistiu, essencialmente, de uma detalhada pesquisa bibliográfica, organização e análise das informações obtidas. Os dados permitiram concluir que este segmento do mercado constitui-se num amplo potencial de riquezas, que poderá obter avanços significativos para a economia brasileira, tanto em níveis nacionais quanto mundiais, desde que sejam aplicados investimentos de maneira assertiva vindos tanto do setor público quanto privado. pa Palavras chave: rochas ornamentais, granito, mármore, mercado, comércio, economia, construção. ra ul ns Co ta ABSTRACT ra Ob This work consists basically in an overview on commercial relationships related with ornamental or decorative rocks mostly in Brazil. Enphasis has been given to the socalled granites and marbles, involving the whole of the productive chain from primary and secondary segments up to the final consumer. This overview includes items such as transport, storing, maintenance, promotional events, scientific and technological aproaches, law and commercial relationships. In addition, the work presents a brief profile of the final consumer. The study is essentially compilatory and envolved bibliography research, data organization and interpretation. The data point to a promissing market segment due to the geological framework of the Brazilian territory and good selling results despite the recent global economic crisis. However, it should be noted that the granites and marbles economic sector demands sinergetic funding coming from both the public and private organizations. pa Key-words: decorative rocks, granites, marbles, market, commerce, economy, building ra ul ns Co ta Lista de ilustrações Figura 1 - Fotografia de uma área com exposição natural de granitos no Parque Natural do Alvão, Vila Real, Portugal 23 Figura 2 - Fotografia Gruta Misteriosa de Parque Estadual de Intervales-SP 25 Figura 3 - Fotografia do “Granito” Ouro Brasil 27 Ob 29 Figura 5 - Fotografia do Granito Branco Ceará 30 Figura 6 - Fotografia do Granito Às de Paus 31 Figura 7 - Fotografia do Granito Preto Tijuca 32 Figura 8 - Fotografia do Granito Rosa Capri 33 ra Figura 4 - Fotografia do Granito Azul Bahia pa Figura 9 - Fotografia do Granito Verde Ubatuba 34 Figura 10 -Fotografia do Granito Vermelho Capão Bonito 35 ra Figura 11- Fotografia do Granito Falésia 36 Figura12 - Fotografia do Granito Marrom São Paulo 38 Figura13 - Fotografia do mármore Branco de Carrara 39 Co Figura 14 - Fotografia do Mármore Bege Bahia 40 Figura 15 - Fotografia do Mármore Aurora Pratedado 41 ul ns Figura 16 - Fotografia Obra Bacco de Michelangelo 43 Figura 17-Fotografia Hotel Burj Al Arab em Dubai – Emirados Árabes 44 Figura 18 - Fotografia de jardim japonês 45 Figura 20 - Fotografia Equipamento para determinação de medidas Figura 21 - Fotografia da aplicação do teste de compressão uniaxial ta Figura 19 - Fotografia da Máquina Amsler 49 50 51 Figura 22 - Fotografia da Câmara de congelamento 52 Figura 23 - Fotografia do tanque de imersão dos provetes 52 Figura 24 - Fotografia do corpo-de-provas rompido 53 Figura 25 - Fografia da esfera de aço e corpo de prova 54 Figura 26 - Fotografia do PUNDIT - Portable U. N. D. 55 Ob Figura 27 - Fotografia da prensa hidráulica 55 Figura 28 - Fotografia Lavra de Matacão 57 ra Figura 29 - Fotografia Lavra de Maciço 57 Figura 30 - Rejeitos 58 pa Figura 31- Fotografia de matacões no substrato 58 Figura 32- Fotografia de matacão esfoliação esferoidal 59 ra Figura 33 - Fotografia de corte primário em bloco de granito com fio diamantado 61 Figura 34 - Fotografia talha-bloco multidisco 62 Co 63 Figura 36 - Fotografia transporte de blocos por caminhões 64 Figura 37- Fotografia rochas em estrado de madeira 65 ul ns Figura 35 - Fotografia flambeamento de chapa Figura 38- Mapa principais áreas de ocorrência de rochas ornamentais no Brasil 69 Figura 39 - Diagrama de consumo interno rochas ornamentais 73 ta Figura 40 - Diagrama de distribuição do consumo interno das rochas ornamentais do Brasil 2007 Figura 41 - Evolução anual do faturamento das rochas Brasileiras 73 74 28 Tabela 2 - Nome comercial “granitos” azuis 29 Tabela 3 - Nome comercial “granitos” brancos 30 Tabela 4 - Nome comercial “granitos” cinza 32 Tabela 5 - Nome comercial “granitos” pretos 33 Tabela 6 - Nome comercial “granitos” rosa 34 Tabela 7 - Nome comercial “granitos” verde 35 Tabela 8 - Nome comercial “granitos” vermelhos 36 Tabela 9 - Nome comercial “granitos” movimentados 37 Tabela 10- Nome comercial “granitos” diversos 38 ra Ob Tabela 1 - Nome comercial “granitos” amarelos pa Tabela 11- Nome comercial “mármore” branco 40 Tabela 12- Nome comercial “mármore” bege 40 ra Tabela 13 - Nome comercial “mármore” diversos 41 ul ns Co ta Lista de abreviaturas FIESP - Federação das Indústrias do Estado de São Paulo. CREA - Conselho Regional de Engenharia, Arquitetura e Agronomia. DNPM - Departamento Nacional da Produção Mineral. Ob CPRM - Companhia de Pesquisas de Recursos Minerais - Serviço Geológico do Brasil. ABNT -Associação Brasileira de Normas Técnicas. ra IPT - Instituto de Pesquisas Cientificas e Tecnológica. PUNDIT- Portable Ultrasonic Non-Destructice Digital Inceting Test. pa IUGS - International Union of Gelogical Sciences. ASTM - American Society for Testing and Materials. CEN - Comissão Européia de Normalização. ra BSI - British Standard Institution. DIN - Deustches Instutu für Normung. Co CNCEGM - Coordenadoria Nacional das Câmaras Especializadas de Geologia e Engenharia de Minas. CNI -Confederação Nacional da Indústria. ul ns SENAI -Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial. ta Lista de símbolos (10-3mm/m.oC) = coeficiente de dilatação térmica linear. K = coeficiente de enfraquecimento. Mpa = megapascal. Ob m/s = metros/ segundo. (kg/m3) = massa específica aparente. ra ra pa ul ns Co ta SUMÁRIO Capa i Folha de rosto ii Ficha Catalográfica iii Dedicatória iv Agradecimentos v Ob vi Resumo vii Abstratc viii ra Epígrafe Lista de ilustrações ix a xi Lista de abreviaturas xii pa Lista de símbolos Sumário xiv a xvi ra Capítulo 1 - Introdução xiii 1.1 Apresentação 17 a 18 1.2 Objetivo 1.4 Métodos 1.5 Abordagem do tema Capítulo 2 - Rochas ornamentais 2.1 Aspectos gerais 2.2 Granitos 18 18 a 19 ul ns Co 1.3 Justificativa 18 Capítulos 3 - Granitos e mármores comerciais 3.1 Características gerais 21 a 22 22 a 24 ta 2.3 Mármores 19 a 20 24 a 25 26 3.2 Taxonomia do granito comercial 27 a 38 3.3 Taxonomia do mármore comercial 38 a 41 Capítulo 4 - Aspectos tecnológicos 4.1 Importância 42 4.2 Uso: tipologia e ambiente 4.3 Assentamento das rochas ornamentais 45 4.4 Manutenção 46 4.5 Recuperação 43 a 45 46 a 47 Ob 4.6 Tipos de ensaios e suas finalidades 4.6.1 Análise petrográfica 47 47 a 48 48 ra 4.6.2 Análise química 4.6.3 Análise físico-mecânicas 48 a 55 Capítulo 5 - Sistema produtivo pa 5.1 Lavra 56 a 58 58 a 61 5.2 Beneficiamento primário 61 a 62 5.3 Beneficiamento secundário 62 a 63 ra 5.1.1 Método de lavra 5.4 Transporte 5.6 Comercialização Legislação mineral 64 a 65 65 a 67 67 a 68 ul ns 5.7 Co 5.5 Estocagem 63 a 64 Capítulo 6 - Principais áreas produtoras e consumidoras Áreas produtoras no Brasil 6.2 Áreas produtoras no exterior 6.3 Mercado interno 6.4 Mercado externo 6.5 Consumidor final 69 a 71 71 a 72 ta 6.1 72 a 73 73 a 74 74 Capítulo 7 - Importância econômica 7.1 Macro-economia e Micro-economia 75 7.2 Eventos promocionais e educativos 76 a 77 7.3 Perspectivas 77 Capítulo 8 - Considerações finais 78 a 80 Referências bibliográficas 81 a 84 Bibliografia 85 a 88 ra Ob ra pa ul ns Co ta Capítulo 1 – Introdução 1.1 Apresentação Do arcabouço da crosta terrestre à beleza de nossas obras, estão as rochas; r Ob paradoxalmente, transitando do efêmero às grandes construções humanas. Conhecidas popularmente como “pedras”, as rochas compõem-se de um agregado de minerais, ou podem constituir-se de um único mineral. Elas são classificadas em ígneas, metamórficas e sedimentares. Comercialmente, as rochas apresentam variadas designações, geralmente diferentes das científicas. ap As rochas são bens minerais, ou seja, de interesse econômico. Aquelas empregadas para fins arquitetônicos e construções, objetos de nosso estudo, denominam-se rochas ornamentais. São conhecidas, comercialmente, como ar granitos e mármores, e têm um importante papel junto à humanidade, acompanhando-a desde seus primórdios até os dias atuais. As rochas serviram e aC servem de tapete para nossos pés, e de refúgio à turbulência moderna. Foram marcos na divisão da História, tais como nos períodos Paleolítico e Neolítico. Serviram às pinturas rupestres, gravadas em pedras, como em Ariège, na França, (MORAES, 1998, p.3-2), dentre outras localidades, bem como aos primeiros on registros da escrita que se configuraram na História, como verdadeiros “livros de pedras”. Há rochas indecifráveis por sua beleza arquitetônica, compondo catedrais, como Notre Dame, o Duomo de Milão e as pirâmides do Egito, bem como templos su Maias e Astecas. Todo esse cenário mostra que as rochas precederam ao nascimento da Arquitetura e foram a base de nossas obras modernas. Elas estão lta em nossas obras atuais, como, por exemplo, na estação do metrô de Tóquio, no Japão, em aeroportos, shoppings, e sedes de grandes instituições financeiras de todo o mundo, como o Bank of Boston, em São Paulo. A finalidade do presente trabalho consiste em abordar os aspectos mercantis e as relações comerciais da cadeia produtiva neste setor econômico (rochas ornamentais), conciliando conhecimentos mensuráveis, tecnológicos e científicos, aos subjetivos, como a estética, a cultura, a moda e, fundamentalmente, às próprias relações comerciais. É neste amplo contexto que reside a importância dos 17 conhecimentos básicos atrelados às ciências geológicas com enfoque econômico, uma vez que, por meio dessas variáveis, pretende entender melhor os aspectos estruturais e conjunturais que compõem este mercado, contribuindo com a solidez e a segurança na tomada de decisões frente aos negócios que envolvem este segmento econômico. Além de despertar o interesse de empreendedores, sejam eles empresários ou comerciantes, o tema é igualmente afeto a consultores e representantes comerciais, que pleiteiam, neste promissor mercado, ou seja, nas r Ob “pedras”, construir sua história. 1.2 Objetivo ap O presente trabalho tem por objetivo analisar o mercado de rochas ornamentais, com ênfase nos granitos e mármores, abordando seus aspectos tecnológicos, estéticos, científicos e legais. O trabalho envolve, ainda, o estudo dos que vão desde a cadeia ar processos produtiva ao consumidor final e, fundamentalmente, o entendimento das relações comerciais que permeiam o mercado de rochas ornamentais. on aC 1.3 Justificativa A compreensão do mercado de rochas ornamentais e das relações comerciais, por meio das variáveis que, direta ou indiretamente, englobam o setor, sejam elas de caráter mensurável ou subjetivo, é um facilitador da tomada de su decisões, de maneira assertiva e segura, possibilitando a solidez nas negociações e o fortalecimento das relações comerciais, cuja finalidade maior é promover o 1.4 Métodos lta desenvolvimento auto-sustentável. O método utilizado para a elaboração do presente estudo envolveu coleta de informações sobre o tema em livros, trabalhos científicos e informes acerca do tema junto á mídia em geral. 18 O trabalho teve início com a elaboração de um pré-projeto. A etapa seguinte foi de coleta de dados, de forma ordenada, seguindo os critérios textuais propostos pela ABNT (Associação Brasileira de Normas Técnicas) para que, no final, de posse, de tais informações, conhecimentos e análises, fosse possível alcançar os objetivos propostos. r Ob 1.5 Abordagem do tema A temática deste trabalho envolve tanto as Ciências Geológicas quanto as Ciências Econômicas. ap A Geologia visa compreender os fenômenos naturais ao longo de milhares, milhões ou mesmo bilhões de anos, por meio do exame de registros nas rochas. Mais amplamente, o estudo geológico também pode contribuir para o entendimento dos processos relacionados aos variados ramos da atividade humana, sejam eles, ar sociais ou econômicos, por meio das atividades exploratórias desde minérios e recursos hídricos, ou sócio-econômicos, associadamente às engenharias como, por aC exemplo, nas construções de grande, médio a pequeno portes, além de planejamentos urbanos e rurais, dentre outras aplicações mais especificas como na pesquisa. Ciências Econômicas abordam diferentes sistemas on As econômicos, envolvendo a administração de recursos com a finalidade de produzir bens e serviços, objetivando satisfazer aos interesses da sociedade. Tradicionalmente, se su divide em dois grupos, macroeconomia e microeconomia, que constituem parte importante do sistema econômico, caracterizado como a organização social em termos político, econômicos e sociais para desenvolvimento das atividades lta comerciais. Mercado representa o local ou contexto em que são desenvolvidas as relações comerciais, estejam elas associadas a produtos, bens ou serviços. Segundo Stakelberg, ... intervêm no mercado, tanto os do lado da oferta (vendedores), como os do lado da procura (compradores). Essa forma de abordagem da questão tornou-se clássica, sendo, portanto, a matriz de desenvolvimentos teóricos posteriores; [...] as estruturas de mercado prevalecentes na realidade não se limitam apenas às hipóteses extremas da concorrência perfeita 19 (em que se basearam os economistas liberais dos séculos XVIII e XIX e do monopólio (que passaria a ser particularmente considerado a partir de fins do séculos XIX. (ROSSETI, 1991, p.286). Em conclusão a temática do presente trabalho exige uma abordagem interdisciplinar, reunindo processos e conceitos das áreas geológica e econômica. lta su on aC ar ap r Ob 20 Capítulo 2 - Rochas ornamentais 2.1 Aspectos gerais As rochas ornamentais, semi–ornamentais e de revestimentos, em geral, ou r Ob ainda, pedras naturais, como são designadas no mercado, dentre outras denominações, podem ser divididas para fins mercantis em dois grupos principais. O primeiro grupo compõe–se das rochas submetidas a processos de desdobramentos, apicotamentos e flameamentos para revestimento de superfícies, ou, com fins decorativos, conforme definido pela (ABNT). Os blocos deste grupo de rochas ap ornamentais são desdobrados em chapas que ganham brilho, ou seja, são polidas, utilizando–se abrasivos, o que lhes confere maior beleza estética. As peças industrializadas são utilizadas no revestimento de superfícies, tanto em ambiente ar interno quanto externo, de amplo uso devido às suas características físicas e estéticas. Este grupo de rochas ornamentais inclui distintos litotipos que são comercialmente denominados “granitos” e “mármores”. O segundo grupo de rochas aC ornamentais engloba aquelas não submetidas a processos de beneficiamento, sendo comercializadas, muitas vezes, in natura. Elas são apresentadas, geralmente, em forma de lajotas, ou mesmo como blocos de pequenas dimensões. on As rochas deste grupo são comercialmente conhecidas como semi-ornamentais ou de revestimentos em geral, segundo critérios definidos pela ABNT. São exemplos, ardósias, tufos de composição riolítica e dacítica, arenitos, conglomerados e su quartzitos, entre outras. As rochas ornamentais, objeto deste estudo, formam dois grupos clássicos distintos, sendo eles: as rochas silicáticas e carbonáticas. O primeiro é representado lta pelos “granitos” que sob o ponto de vista petrográfico, envolve um número bem mais amplo de rochas. Os denominados “granitos”, por exemplo, incluem tipos ígneos que vão desde ácidos, intermediários até básicos, podendo ser de origem plutônica, sub- vulcânica a vulcânica incluindo sienitos, monzonitos, charnockitos, tonalitos, doleritos, gabros e até basaltos. Há, inclusive, rochas metamórficas (p.ex.: granulitos e gnaisses) que também são denominadas comercialmente como “granitos”. O mesmo se aplica aos chamados “mármores” que, na verdade, incluem dolomitos e serpentinitos, por exemplo, bem como o próprio mármore. Além destas 21 classificações, observa-se outras designações na literatura de caráter usual, tais como materiais em bruto, levigados, flambeados e polidos, como será abordado mais adiante. No contexto das rochas ornamentais, o Brasil possui amplo potencial de exploração e produção tanto em termos da variedade, e da qualidade de suas rochas quanto de volume de reservas. As rochas ornamentais brasileiras são r Ob consideradas, no mercado internacional, como exóticas em vista de suas tonalidades e texturas. Todavia, todo esse potencial ainda carece de investimentos e incentivos bem como de estratégias de divulgação. É a própria ousadia dos investidores, pautada em planejamentos, investimentos e inovações neste mercado, que garantirá o sucesso dos empreendimentos no setor das rochas ornamentais, ap sendo, assim, exceção ao requerido pelos demais setores econômicos, embora com seus diferenciais inerentes aos aspectos deste produto. Por outro lado, estar apto a ofertar produtos e serviços com qualidade ao consumidor, sejam elas, pessoas ar físicas ou corporações, requer certa atenção. Alguns cuidados, dadas vezes, são negligenciados, fazendo a diferença no momento da oferta. Estes cuidados incluem aspectos tecnológicos, mercantis, produtivos, ambientais e sociais associados ao aC produto final, sendo todos relevantes. Numa sociedade globalizada, e cada dia mais exigente nestes quesitos, alcançar o sucesso envolve respeito ao cidadão e ao consumidor. Estas variáveis serão consideradas na avaliação crítica referente ao como será apresentado a seguir. su 2.2 Granitos on mercado das rochas ornamentais, mais especificamente de “granitos” e “mármores”, lta Granitos são rochas ígneas constituídas, essencialmente, por quartzo, feldspatos potássicos (ortoclásios ou microclina), plagioclásio, mica (geralmente biotita) e/ou anfibólio (geralmente hornblenda). Os granitos peralcalinos podem constituir-se de piroxênios sódicos (p.ex.: aegerina e aegerina-augita) bem como de anfibólios sódicos (p.ex.: arfvedsonita ou riebeckita). Nos granitos peraluminosos podem existir granada, muscovita, sillimanita e turmalina. Quanto à mineralogia acessória, granitos apresentam comumente apatita, magnetita, ilmenita, zircão, allanita e rutilo. Os granitos são rochas plutônicas, ou seja, formadas em profundidade na crosta terrestre, após solidificação magmática. São expostas à 22 superfície como resultado de processos tais como erosão e soerguimentos tectônicos (Fig. 1). Dentre algumas das características petrográficas básicas, podese citar granulação de média a grossa (1-10 mm), textura fanerítica e índice de cor leucrático a mesocratico. A variação das tonalidades depende do arranjo dos minerais, composição e dos processos de alterações posteriores à solificação do magma. Granitos inalterados são rochas de elevada dureza dado o seu percentual de quartzo (>20% volume) e feldspatos (>60%volume). Vale lembrar, no entanto, r Ob que esta descrição petrográfica sumária não é suficiente para representar todos os litotipos denominados comercialmente de “granitos”, uma vez que eles incluem não apenas granitos mas um número de rochas variado, como mencionado anteriormente. su on aC ar ap lta Figura 1: Àrea com exposição natural de granitos no Parque Natural do Alvão, Vila Real, Portugal. Fonte: http://olhares.aeiou.pt/paisagem_granitica/foto1869763.html. A tipologia dos “granitos” comerciais está relacionada a fatores que lhes conferem beleza estética. Por exemplo, as cores fortes que apresentam certos “granitos” comerciais decorrem, no geral, de alterações às quais as rochas foram submetidas, sejam elas de caráter endógeno ou exógeno. Estes processos de alterações envolvem reações químicas lentas que ocorrem ao longo de milhares ou até milhões de anos. São exemplos de processos exógenos os do contexto 23 intempérico. Também os processos endógenos podem contribuir, sobremaneira, na mudança da coloração bem como modificações no arranjo cristalino dos minerais. Um exemplo são as substituições químicas ocorridas durante processos de albitização observados no Granito Branco Ceará. Há, ainda, uma relação entre a tonalidade das rochas com processos tectônicos, como a ocorrência de granitos como o Vermelho Itu e Capão Bonito, que tendem a gerar pequenos plútons dentro de faixas de colisão continental, como ocorreu para a formação do Gondwana, há r Ob cerca de 600 Ma. Outro exemplo desse gênero é o Granito Verde Tunas, relacionado a corpos intrusivos sieníticos de zonas de separação continental e, de álcali-feldspato sienito com quartzo, como os granitos roxo e marrom de regiões de retroarcos (MOTOKI et al., 2001). Alterações de cores também podem resultar de ap controles estruturais, como o avermelhado de alguns granitos que se origina de orlas concêntricas e ramos de enclaves da rocha mais grossa hospedeira, cujas próprias características estruturais, como uma foliação incipiente, favorecem a alteração. ar Hoje existem estudos visando definir padrões de cores para as rochas ornamentais por meio digital (MOTOKI et al., 2006). Estes estudos mostram que os parâmetros cromáticos para os granitos são altos para rochas, embora baixos, se aC comparados a produtos de origem vegetal ou animal. Estes parâmetros são definidores de preços no mercado. As fortes tonalidades são, comumente, as mais valorizadas em termos estéticos e, portanto, “granitos” com esse padrão textural são on mais caros. As determinações, por meio digital, destas cores, possuem a finalidade de buscar uma padronização, conforme alguns métodos estabelecidos para este estudo, cuja finalidade é definir o percentual do mineral presente na rocha em vista a su sua nitidez. Isso justifica uma das fortes variáveis que confere elevação ou diminuição dos preços, dadas vezes, para uma única espécie de rocha, mas que apresentam teores elevados dos minerais definidores de suas cores como, exemplo, lta o Granito Azul Bahia, que possui preços que vão de US$ 600 a US$ 4.000. 2.3 Mármores O mármore é uma rocha metamófica formada essencialmente de carbonatos, gerados em ambiente de altas pressão e temperatura num longo período de tempo. Sua etimologia vem do Grego marmairein ou do latin marmor, que significa pedra de qualidade. 24 Os mármores afloram como resultado de processos erosivos na crosta terrestre (Fig. 2). Comercialmente, compreendem um amplo conjunto de rochas constituídas por carbonato, desde litotipos sedimentares, como os calcáreos e dolomitos (com calcita e dolomita), até litotipos metamórficos destituídos de (ou com pouco) carbonato, como os serpentinitos, por exemplo. O padrão cromático dos mármores depende das impurezas dos seus carbonatos constituintes. Por exemplo, óxidos de ferro e manganês podem misturar-se aos carbonatos nos mármores e r Ob outras rochas carbonáticas. Pode-se estabelecer, genericamente, um padrão de cores aos mármores, indo do clássico, com tons róseos e brancos, aos mais comuns, de cores bege e marrom. O mármore tem sido utilizado pelas mais variadas civilizações, havendo ap registros tão antigos quanto 370 A.E.C. Serviu como elemento definidor de hierarquias sociais. Em Roma, foi comparada a vários tipos de pedras e minerais, dentre elas, o diamante, sendo o mármore classificado como uma pedra sutil e lta su on aC ar nobre ( Filarete) apud, GOMES, 2006. Figura 2: Afloramento de rocha constituída de carbonatos (calcáreos). Gruta Misteriosa (paisagem natural), Parque Estadual Intervales - Estado de São Paulo. Fonte: www.paraisobr.com/2atrativos.htm. 25 Capítulo 3 - Granitos e mármores comerciais 3.1 Características gerais A descrição genérica de exemplares de rochas ornamentais, e sua respectiva r Ob listagem, a ser apresentada neste capítulo, visa à familiaridade com alguns materiais pétreos comercializados. O dados foram compilados a partir de artigos científicos, catálogos publicados por instituições acadêmicas, órgãos governamentais e organizações relacionadas ao setor. ap De um modo geral, observa-se que há uma preocupação das entidades em contribuir com a divulgação destas rochas dentre os consumidores, embora incipiente. É relevante a ação de tais entidades, como aquelas dos estados de Santa Catarina, São Paulo e Rio de Janeiro, por exemplo. Todavia, ressalta–se que ar poucos tipos de rochas ornamentais, a despeito do grande volume de rochas presentes no território brasileiro, foram submetidos a ensaios laboratoriais e, não aC raro, são comercializados sem a aplicação de tais testes. Por conseguinte, a breve lista que será apresentada não teve como propósito classificar as rochas ornamentais do ponto de vista de seus ensaios tecnológicos. Para esse fim, recomenda-se consultar seus respectivos catálogos e demais informes literários on sobre o assunto. No que tange à catalogação das rochas ornamentais, nota-se a falta também su de uma abordagem prática somada ao viés científico e técnico. É exemplo disso a ausência ou escassez de informações sobre as distintas aplicabilidades destas rochas. Não raro, há dificuldade de compreensão dos termos técnicos para os lta menos familiarizados com a linguagem cientifica, o que acaba por levar ao desinteresse por estes materiais pétreos. É justificável, portanto, propor-se uma tentativa de aliar os conhecimentos técnicos e científicos à prática, já que, por sua relevância, os primeiros não devem permanecer apenas no reduto exclusivo dos especialistas no assunto. Conclui-se, com base nestas observações, pela importância de catálogos que melhor ilustrem o emprego das rochas ornamentais, pautado nos resultados tecnológicos, visto que, isto poderá, de fato, representar, em termos práticos, o significado dos dados laboratoriais. 26 3.2 Taxonomia do granito comercial A breve descrição dos granitos comerciais seguirá critérios de cores semelhantes, e não características científicas e técnicas, cujas tipologias possuem especificações próprias. Assim, tomou-se uma tipologia de cada grupo de cores, com a finalidade de aferir maiores detalhes descritivos, não obstante não serem necessariamente aplicáveis aos demais litotipos dentro do mesmo grupo de cores, r Ob embora similares no que se referem às suas composições e modos de formação, por exemplo. Granitos amarelos A cor amarela de certos granitos, tais como do Amarelo Ouro Brasil (granada ap gnaisse sienogranito; ocorrência: ES), é devido à formação de hidróxido de ferro originado de intemperismo (Fig. 3). A Tabela 1 apresenta os vários litotipos comercializados como “granitos” amarelos encontrados no mercado. lta su on aC ar Figura 3: “Granito” Ouro Brasil – ES. Fonte: www.gramazini.com.br. 27 Tabela 1: Nome comercial e origem de diversos “granitos” amarelos comercializados no Brasil. Estado de origem Junparaná Montiel Ceará Icaraí Espírito Santo Gold king Espírito Santo Veneziano Espírito Santo Santa Cecília Clássico Espírito Santo Giallo Venezino Espírito Santo Amêndoa Jaciguá Espírito Santo Creme Marfim Espírito Santo Giallo Brasil Espírito Santo Giallo Napolitano Golden Golden Sun Espírito Santo Junparaná Casa blanca Espírito Santo Junparaná talpic Espírito Santo Gegréce Espírito Santo Florença Minas Gerais Capri Minas Gerais Carioca Golden Minas Gerais Espírito Santo Minas Gerais Minas Gerais Minas Gerais Junparaná wave Minas Gerais Lapidus Minas Gerais Nova junparaná Minas Gerais Cabaças Pernambuco Toulon Rio de Janeiro Ouro Velho Rio de Janeiro lta su Dourado Carioca Giallo Venezia Fiorito Golden Sea on aC ar ap r Ob Nome Comercial Granito Azul A sodalita é o mineral que confere cor azul aos granitos azuis. O Granito Azul Bahia, representado por sodalita sienito que ocorre no Estado da Bahia, é o mais 28 representativo dos granitos azuis, tendo se formado a partir de um nefelina sienito submetido a processos metassomáticos envolvendo fluidos, principalmente o cloro, no final do Pré-Cambriano. Sua ocorrência está restrita (>600 Ma) ao Estado da Bahia e ele possui elevado valor no mercado (Fig. 4). A Tabela 2 apresenta os vários litotipos comercializados como “granitos” azuis encontrados no mercado. aC ar ap r Ob Figura 4: Granito Azul Bahia-BA. Fonte: www.marmifera.com.br/. on Tabela 2: Nome comercial e origem de diversos “granitos” azuis comercializados no Brasil. Nome comercial Bahia Quati Bahia Cobalt blue Bahia Creme azul Bahia Bahia Blue star Rondônia Fantástico São Paulo Prata Interlagos São Paulo lta su Paramirim Estado de origem Granito Branco O Granito Branco Ceará (albita granito; CE), é o melhor exemplo deste tipo (Fig. 5). A cor branca é decorrente de alterações químicas em sua composição 29 mineralógica, resultantes do processo de albitização (transformação de feldspatos em albita). Outros tipos de granitos brancos são listados na Tabela 3. ar ap r Ob Figura 5: Granito Branco Ceará - CE. Fonte:www.granitobrancoceara.com.br. aC Tabela 3: Nome comercial e origem de diversos “granitos” branco comercializados no Brasil. Estado de origem Alagoas Bahia Bahia on Bahia Bahia Bahia Bahia Bahia Bahia Ceará Ceará Ceará Ceará Ceará Ceará Ceará Ceará Pernambuco Rio de Janeiro Rio Grande do Norte lta su Nome comercial Ouro Branco Bahia Desenhado (branco fantasia) Himalaia White Kashmir Bahia Macroponto Macroponto II Microponto Cacatua Barricastro Braço Cotton Cristal Santa Quitéria São Paulo Tropical Mont Blanc Super Branco Pernambuco Santa Cecília Fuji 30 Tabela 3: Nome comercial e origem de diversos “granitos” branco comercializados no Brasil.(continuação). r Ob Nome comercial Arabesco Desiree Gaivota Imaculada Marfim Moon light Romano Saara Gande Siena Estado de origem Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Granito Cinza ap O “Granito” Ás de Paus (Nefelina Sienito; RJ) é um dos mais conhecidos, dentre os tipos de coloração cinza (Fig. 6). Outros exemplos de granitos dessa tonalidade incluem, também, aqueles cujas partes não alteradas mantêm a cor cinza original típica dos corpos graníticos, como ocorre, por exemplo, em jazidas do ar “Granito” Amarelo Ouro Velho (RJ). Porém, nestes casos, a cor cinza deprecia a dos tipos amarelos, como no caso daquele mesmo granito citado, ainda que, ambos lta su on aC coexistam na mesma jazida. Exemplos de “granitos” cinza são listados na Tabela 4. Figura 6: Granito Às de Paus- RJ. Fonte: www.marmorariatamoios.com.br. 31 Tabela 4: Nome comercial e origem de diversos “granitos” cinza comercializados no Brasil. ap r Ob Nome comercial Pratinha Itaera Prata Andorinha Bressan Índigo Imperial Interlagos Castelo Prata da Amazônia Guará Taperoá Pernambuco Prata Floral Pádua Prata Colonial Claro Penha Estado de origem Bahia Bahia Ceará Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Mato Grosso Pernambuco Pernambuco Pernambuco Rio de Janeiro Rio de Janeiro Santa Catarina Santa Catarina Granito Preto ar O “Granito” Preto Tijuca (quartzo diorito, RJ) é um dos mais representativos dos Granitos Pretos e apresentava elevado valor no mercado, antes de sua extração aC ser interditada por órgãos ambientais no final da década de 1980. Apesar de sua cor escura, no tocante aos constituintes minerais, não é um gabro, apresentando relativa constituição félsica (Fig. 7). Além deste exemplar, outros “Granitos Pretos” estão lta su on surgindo no mercado (Tabela 5). Figura 7: Granito Preto Tijuca - RJ. Fonte: www.granipisos.com.br. 32 Tabela 5: Nome comercial e origem de diversos “granitos” preto comercializados no Brasil. Estado de origem Bahia Ceará Ceará Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Minas Gerais Minas Gerais Santa Catarina Santa Catarina São Paulo São Paulo ap r Ob Nome comercial Absoluto Ceará Itaperuna Aracruz Black Ouro Negro Águia branca São Gabriel São Marcos Café de Minas Pérola Negra Granito Preto Florido Granito Diorito Preto Apiaí Piracaia Granito Rosa Os “Granitos” Rosa, como exemplo, o Rosa Capri (sienogranito, RJ) (Fig. 8), ar tal como os “Granitos” Vermelhos, apresentam similaridade em termos de áreas de ocorrência, com aparente relação com zonas anorogênicas, sendo em geral, do tipo 6. lta su on aC A ou rapakivi (Barbarin, 1993). Exemplos de “Granitos” rosa são listados na Tabela Figura 8: Granito Rosa Capri - RJ Fonte: www.pedrassanfelice.com.br. 33 Tabela 6: Nome comercial e origem de diversos “granitos” rosa comercializados no Brasil. Estado de origem Alagoas Ceará Espírito Santo Espírito Santo Minas Gerais Paraíba Paraíba Paraíba Paraíba Paraíba Paraíba Rio de Janeiro Rio de Janeiro São Paulo ap r Ob Nome comercial Havana Junparaná delicato Junparaná Junparaná rosado novo Nero Porto Rosa Florença Juparaíba Algodão Goitis Imperial Iracema Junparaná coral Junparaná salmão Cedro Granito Verde O “Granito” Verde Ubatuba (charnockito, SP) pode ser mostrado como ar exemplo desse gênero. (Fig. 9), tal como o “Granito” Verde Tunas (álcalifeldspato sienito). A cor verde destas rochas é resultado da tonalidade conferida ao quartzo e lta su on aC aos feldspatos. Exemplos de “Granitos” verdes são listados na Tabela 7. Figura 9: Granito Verde Ubatuba - SP Fonte: www.gramoart.com.br/marmores.htm. 34 Tabela 7: Nome comercial e origem de diversos “granitos” verdes comercializados no Brasil. Granito Vermelho exemplo deste gênero o “Granito” aC Como Estado de origem Bahia Bahia Bahia Ceará Ceará Ceará Ceará Ceará Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Minas Gerais Minas Gerais Minas Gerais Minas Gerais São Paulo Paraná ar ap r Ob Nome comercial Bahia Dourato Fontein Green Galaxy Meuroca Clássico Rain Forest Ceará Meruoca Butterfly Ecologia Labrador Monterrey Pavão Pacífic Green Arara Lavras Senna Ubatuba Tunas Vermelho Capão Bonito (sienogranito, SP) apresenta um alto padrão estético decorrente de características texturais e cor avermelhada conferida aos seus constituintes minerais, além de sua granulação grossa e isotrópica (Fig. 10). É exportado para Itália e Japão. Em termos on de áreas de ocorrência, apresenta estreita relação com áreas de colisão continental associada à amalgamação do Gondwana (MOTOKI et al., 2001). Exemplos de “Granitos” Vermelhos são listados na Tabela 8 lta su . Figura 10: Granito Vermelho www.marmorariatamoios.com.br. Capão Bonito - SP. Fonte: 35 Tabela 8: Nome comercial comercializados no Brasil. e origem diversos “granitos” vermelhos Estado de origem Bahia Bahia Bahia Bahia Ceará Minas Gerais Minas Gerais Minas Gerais Pernambuco Pernambuco Pernambuco r Ob Nome comercial Monte Santo Red Vitória Tigranto Vino Bahia Filomena Medina Guarany Medina Venturosa Rosa Algodão Ipanema de “Granitos movimentados” ap Os “Granitos movimentados”, geologicamente denominados de deformados como, em geral, são rochas metamórficas tais como gnaisses e xistos máficos, com estruturas tectônicas proeminentes, tais como foliações, lineações, dobras e zonas ar de cisalhamentos (Fig. 11). Subordinadamente, também podem incluir rochas magmáticas anisotrópicas. O aspecto de aparente movimento de massa é devido às aC mencionadas deformações tectônicas ou mesmo à estruturas primárias em face a esforços submetidos sob altas pressões e/ou elevadas temperaturas ao longo de milhões de anos. Economicamente, são bastante valorizados no mercado por suas características exóticas. As colorações são variadas porque, nestes casos, o padrão on estrutural se sobrepõe a cor como critério estético. Exemplos de “Granitos movimentados” são listados na Tabela 9 lta su Figura 11: Granito Falésia - CE. Fonte: www.pedrassanfelice.com.br. 36 Tabela 9: Nome comercial e origem de diversos “movimentados” comercializados no Brasil. Estado de origem Bahia Bahia Bahia Bahia Bahia Bahia Bahia Bahia Bahia Bahia Bahia Bahia Bahia Bahia Bahia Bahia Bahia Bahia Bahia Ceará Ceará Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Minas Gerais Minas Gerais Minas Gerais Minas Gerais Minas Gerais Minas Gerais Minas Gerais Minas Gerais Minas Gerais Minas Gerais Minas Gerais Minas Gerais Pernambuco Pernambuco Pernambuco Rio Grande do Norte Rondônia lta su on aC ar ap r Ob Nome comercial Beija Flor Bordeaux Bahia Colibri Flamingo Gauriba Junparaná Naska Kinawa Bahia Lilás Gerais Macajuba Maracanã Mogno Bahia Multicolor Multicolor Rosa Pantelão Rosa Tupim Roseline Tiffany Tigrato Tropical Bahia Casablanca Colisari Green Azul Sigma Ouro do Deserto Eucalipto Golden Sea Ligh Pacif Green Rosa Beatriz Saara Candeias Arara Fontain Imperial São Francisco Savana Savano Violeta Carnaval Relíquia Rosa Silvestre Grampola Preto Solimões 37 Granitos diversos Alguns poucos “granitos” não se incluem nos padrões de cores e estruturas apresentados anteriormente (Fig. 12). Exemplos destes tipos são tratados na Tabela 10. aC ar ap r Ob Figura 12: Granito Marrom São Paulo - SP. Fonte: www.marmorariatamoios.com.br. Tabela 10: Nome comercial e origem de “Granitos diversos" comercializados no Brasil. on Estado de origem Espírito Santo Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio de Janeiro Rio Grande do Sul Santa Catarina Santa Catarina Santa Catarina Santa Catarina São Paulo São Paulo lta su Nome comercial Ipanema Pedra Madeira Vermelha Pedra Madeira Verde Pedra Madeira Branca Granito Roxo Caju Itaçu Porto Belo Rodeio Marrom Itu Marrom São Paulo 3.3 Taxonomia do mármore comercial A breve descrição dos “mármores” comerciais apresentada a seguir, tal como a dos “granitos” comerciais, utilizará critérios de cores semelhantes, lembrando que há variação de tonalidades, em que cores básicas, dadas vezes, são mescladas 38 com diferentes matizes, devido à impurezas (minerais), em decorrência do processo de formação. Comercialmente, os mármores são classificados de acordo com seu padrão textural e tonalidades predominantes, cujas variações variam de branco a azuis, beges, verdes, rosas, cinzas e pretos, dentre outros. Alguns destes grupos serão listados nas tabelas seguintes. r Ob Mármore branco O mármore, em geral, é mais suscetível aos processos intempéricos, devido à sua composição predominantemente carbonática, que as rochas silicáticas. Portanto, os mármores são mais sujeitos a desgastes e processos corrosivos, o que ap implica mais cuidados quanto ao emprego, de modo a estender seu tempo de vida útil. O grupo de “Mármores Brancos” é o que possui menor índice de impurezas, o ar que lhe confere a cor branca característica (Fig. 13). Exemplos de tipos de mármores brancos são apresentados na Tabela 11. lta su on aC Figura 13: Mármore Branco de Carrara -Itália. Fonte: www.pedrassanfelice.com.br. 39 Tabela 11: Nome comercial comercializados no Brasil. e origem Nome comercial Caledônia White Branco Clássico Mármore Branco Mármore Branco Calendária White Paraná Italva Cintilante de diversos mármores brancos Estado de origem Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Paraná Rio de Janeiro Rio de Janeiro r Ob Mármore bege O mármore Bege Bahia é o melhor representante dos mármores beges, ap sendo, na verdade, um calcáreo metamorfizado (MOTOKI et al.; 2001). Sua tonalidade bege decorre da presença de impurezas em sua composição. (Figura 14). A Tabela 12 lista mais exemplos de mármores desse grupo. su on aC ar lta Figura 14: Fotografia do Mármore Bege Bahia - BA Fonte: www.gramoart.com.br. Tabela 12: Nome comercial e origem de diversos mármores bege comercializados no Brasil. Nome comercial Bahia San Marinho Crema Porto Fino Ipanema Camboriú Estado de origem Bahia Ceará Ceará Espírito Santo Santa Catarina 40 Mármores diversos Os mármores com cores e tonalidades distintas das apresentadas acima (Fig. 15) serão agrupadas na Tabela 13. ar ap r Ob Figura 15: Mármore Aurora Prateado - MG. Fonte: www.pedrasgalicia.com.br. aC Tabela 13: Nome comercial, litotipo (rocha) e origem de diversos mármores, com cores e tonalidades distintas do branco e bege, comercializados no Brasil. Estado de origem Bahia Bahia Bahia Bahia Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Espírito Santo Minas Gerais Minas Gerais Minas Gerais lta su on Nome Comercial Chita Cinza Arabesco Imperial Pink Rosa Patamuté Aurora Vermelho Mármore Chocolate Rosa Champanhe Rosa Fantasia Rosa Imperial Marfim Esverdeado Preto Florido Verde Jaspe 41 Capítulo 4 - Aspectos tecnológicos 4.1 Importância Várias são as instituições empenhadas na normatização das características r Ob tecnológicas das rochas ornamentais, tais como a ABNT, a ASTM (American Society for Testing and Materials), a CEN (Comissão Européia de Normalização), a BSI (British Standard Institution), a DIN (Deustches Institu für Normung), dentre outras. Isso possibilita diagnosticar a viabilidade ou inviabilidade do uso dos materiais pétreos para fins diversos, o que contribui, sobremaneira, na comercialização ap desses produtos. Tais conhecimentos possibilitam, já na fase inicial de explotação, direcionar também a busca de clientes, ou seja, diagnosticar o perfil do consumidor que poderá criar uma demanda. Além da correta orientação ao cliente, o que reflete ar em ganhos tanto para o comprador quanto para o fornecedor, a caracterização tecnológica destes produtos também é boa para o próprio Estado, no tocante a promoção de suas riquezas. aC O correto emprego e manutenção das rochas ornamentais evita problemas relacionados ao uso inadequado, que pode vir a resultar em desgastes, acelerando processos de fraturamento e aparecimento de manchas, dentre outros. A beleza on estética não pode, portanto, ser o único critério de seleção disponível para os clientes. É preciso saber aliar a estética às características tecnológicas do produto e, de forma integrada, explorar sua beleza de maneira a estender sua vida útil. Assim, su a aplicação dos ensaios laboratoriais é recomendado, já na fase pré-lavra, podendo ser feita em testemunhos, como parte do projeto de pesquisa que antecede a lavra. lta Esse cuidado denota seriedade da empresa e respeito ao consumidor. No que concerne à durabilidade, sua abordagem é do ponto de vista humano, ou seja, da duração de nossas obras, não geológica. Portanto, a alterabilidade das rochas, dentro, da dimensão temporal humana, será abordada a seguir. 42 4.2 Uso: tipologia e ambiente Após as rochas, sejam tipos beneficiados ou em bruto, terem sido submetidas aos ensaios laboratoriais e, de posse do conhecimento de suas características tecnológicas, elas podem ser comercializadas. Na etapa da comercialização deve-se integrar os aspectos tecnológicos mensuráveis aos subjetivos, tais como padrões estéticos, cromáticos, texturais e r Ob critérios pessoais. Isto garante o arranjo decorativo aliando beleza, versatilidade e segurança. Vale lembrar que, em face aos avanços tecnológicos, as rochas estão ganhando espaço no mercado também como componentes de mobiliários, como revestimentos de gavetas, portas de armário, peças decorativas e obras de arte. ap Cabe, neste contexto, reportar a fatos históricos, visto que o hábito da utilização das rochas como elemento decorativo data da Grécia e Roma antigas, cujos monumentos e, esculturas eram construídos com diversos tipos de rochas (Fig. 16). Isto também se aplica aos dias atuais, embora com variações em face à estética ar arquitetônica moderna (Fig. 17). lta su on aC Figura 16: Obra de Michelangelo confeccionada em mármore, com 195 cm de altura, esculpida em Roma em 1496. Fonte: http://cineitalia.vilabol.uol.com.br/obras.htm. 43 ar ap r Ob aC Figura 17: Hotel Urj Al Arab, em Dubai, Emirados Árabes. O Hotel é construído em ouro, mármore e um raríssimo granito azul do Brasil, extraído do norte fluminense. Fonte: Angela Pimenta, Revista Exame www.marble.com.br/article/articleview/2186/1/37/. Neste contexto, rochas suscetíveis à manchas devem ser evitadas em ambientes tais como cozinha ou banheiros, sendo reservadas para dependências on menos sujeitas a empregos de material de limpeza com sustâncias corrosivas. Um exemplo são os granitos de coloração preta, muito susceptíveis à alterações da biotita frente ao uso de ácidos clorídricos, resultando em descoloração devido à su desidratação da biotita em face à reações desencadeadas em sua estrutura mineralógica e, até mesmo à alteração em argilominerais, provocando cavidades na rocha. No caso dos mármores os cuidados devem ser maiores, devido a maior lta susceptibilidade à alteração deste grupo de rochas ornamentais. Assim, seu uso deve ser evitado em peças ou ambientes com freqüente utilização de substâncias ácidas, tais como pias ou mesmo em suas proximidades. Em ambientes externos, tais como jardins, pode-se usar pedras rústicas sem polimento, dadas suas propriedades anti-derrapantes, conferindo embelezamento à paisagem e segurança (Fig. 18). Segue alguns exemplos, dentre os inúmeros fins, do emprego das rochas ornamentais. 44 ap r Ob ar Figura 18: Jardim japonês com presença de rochas (modelo jardim temático). Fonte: www.jardineiro.net/images/artigos/japanese1.jpg. Recomenda-se aC 4.3 Assentamento das rochas ornamentais utilizar produtos adequados para os processos de assentamento das rochas ornamentais, ou seja, substâncias compatíveis com as on características das rochas, tais como resinas apropriadas. Estes cuidados também devem ser observados na própria fase de beneficiamento. Importante também, neste contexto, tanto para os revestimentos horizontais quanto verticais (ou seja, pisos, su paredes e fachadas) são os testes que envolvem a dilatação térmica visando o dimensionamento adequado do produto. Os cálculos dessas variáveis, associadas às demais, devem ser levados em consideração já na fase do projeto construtivo, lta com a finalidade de evitar incorrer em erros futuros como danos nas edificações pelo mau emprego do produto, desvalorizando indevidamente o empreendimento. Na literatura, encontra-se cartilhas com recomendações e detalhes importantes sobre o adequado uso dos materiais pétreos como, por exemplo, na Cartilha de Aplicação das Rochas Ornamentais elaborada pelo (CNI/SENAI, 2003). 45 4.4 Manutenção Recomenda-se manter cuidados básicos no dia-a-dia quando trata-se da limpeza e manutenção dos produtos pétreos, dentre eles, pode-se citar: 1) não usar produtos corrosivos, tais como os de caráter ácido para limpeza de mármores, ou mesmo, contato com alguns produtos alimentícios com tais características, como limão, dentre outros. Isso leva à corrosão decorrente da r Ob reação que envolve a sustância ácida e o carbonato presente nos mármores, por exemplo; 2) evitar substâncias como ácido clorídrico (HCl) na limpeza de Granitos Pretos, ou rochas com alto teor de biotita, pois este mineral pode hidratar-se passando por um ap processo de clareamento que resulta mesmo na sua alteração em argilominerais, provocando a formação de cavidades na rocha (FRASCÁ, 2000).; 3) não usar ceras para lustro; ar 4) não utilizar esponjas tais como “palhas de aço”; pois pode ocorrer interação do aC mineral ao metal que compõe este produto, causando oxidação e aparecimento de manchas semelhantes à ferrugens. Por fim, é indicada para a limpeza das rochas ornamentais a utilização on apenas de produtos neutros, ou seja, sabões neutros e água. Dependendo do tipo da rocha, esporadicamente, é viável a limpeza mais efetiva por empresas especializadas. No geral, a manutenção dos produtos pétreos é de baixo custo, o que favorece os grandes empreendimentos, evitando o consumo desnecessário com su produtos de limpeza o que se aplica também para o ambiente doméstico. lta 4.5 Recuperação Recomenda-se medidas de caráter preventivo com a finalidade de evitar a instalação de defeitos nos materiais pétreos. Uma vez instaladas, as rochas ornamentais são de difícil recuperação. Ainda assim, algumas medidas, dependendo do caso, podem ser administradas, tais como a limpeza, quando submetida a ataques químicos, com o repolimento das placas, aplicação de ácidos oxálicos, 46 aplicação de água oxigenada, jateamento de areia e aplicação de água quente, dentre outros. 4.6 Tipos de ensaios e suas finalidades Os principais ensaios tecnológicos serão apresentados a seguir, de acordo r Ob com a normatização pela ABNT e alguns exemplos da Norma ASTM. Ressalta-se que, após submetidos a ensaios, sob determinada norma, os corpos de provas são algumas vezes testados também por outras normas, visando comparação. Por exemplo, quando efetuado o teste seguindo as normas da ABNT, usam-se, como fator de comparação, as normas da ASTM ou CEN, Frascá (2000). Os testes ap aplicados ao Granito Preto Piracaia (IPT, 2000; e GODOY et al.; 2004), são um exemplo deste procedimento. Além de normas técnicas existem outras também relacionadas à fiscalização como a norma 13.707 e 13.708 da ABNT, Frascá (2000) ar que visam à regulamentação referente à aplicação destes produtos em paredes e estruturas compondo o projeto executável. aC 4.6.1 Análise petrográfica on A análise petrográfica (NBR 12.768/1992) consiste no exame de lâminas preparadas com fatias de rochas, cuja área exposta é, em geral, 4,0 x 2,5 mm e a espessura da ordem de 0,03 mm. su A classificação petrográfica para as rochas ígneas deve ser feita de acordo com as normas da IUGS (Subcomisson on the Systematics of Igneous Rocks da International Union of Geological Sciences). Classificações de rochas sedimentares lta e metamórficas seguem critérios menos rigorosos, normalmente expostos nos livros especializados (p.ex.: FOLK, 1981; BUCHER & FREY, 2002). As rochas também podem ser descritas sob escala macroscópica, sendo utilizado o microscópico petrográfico para as descrições das lâminas petrográficas. A composição dos dados obtidos, tanto por macroscopia quanto por microscopia possibilita, ainda, no geral, diagnosticar o ambiente de formação, ou seja, se ígneo, sedimentar ou metamórfico e, inferir possíveis alterações resultantes da exposição das rochas à superfície terrestre. Estas análises podem ser aplicadas a todas as tipologias. Algumas, no 47 entanto, com características especiais, requerem um preparo diferenciado, como para o estudo de sulfetos e óxidos. Podem também ser empregadas técnicas auxiliares, como ensaio de coloração seletiva. Pode-se, ainda, utilizar técnicas de difratometria de raios-X para identificação de material criptocristalino Braga (apud PROJETO TEILOR MADE, 1990). Na avaliação macroscópica da rocha utiliza-se os seguintes materiais: lupas, r Ob canivetes (ou vidros para testes da dureza) e, se necessário, estereoscópicos. Nestes casos, tabelas auxiliares são usadas para composição de vários parâmetros mineralógicos, texturais, estruturais, cor, composição modal (% volume), arranjo dos minerais e granulometria, dentre outros critérios. Portanto, as observações vão além de discriminar apenas sua composição mineral, mas também ap auxiliam no entendimento dos eventos geológicos aos quais as rochas podem ter sido submetidas. ar 4.6.2 Análise química aC A norma ABNT 13818/1997 prescreve a aplicação de ensaios laboratoriais às rochas ornamentais relacionadas à resistência a ataques químicos e à resistências ao manchamento. Por conseguinte, a análise química consiste na avaliação da rocha sob ação de substâncias químicas que podem promover alterações em sua on composição mineral original. Para estas situações, inerentes às rochas ornamentais, pode-se citar eventos de caráter intempérico que podem levar à corrosão como por exemplo, chuvas ácidas, decorrente da reação dos minerais constituintes na rocha su com o ácido carbônico, ou mesmo, agredido, em linhas gerais, por certos produtos de limpeza que contêm substâncias corrosivas, tais como ácido clorídrico, hidróxido 4.6.3 Análises físico-mecânicas • lta de potássio, hipoclorito de sódio e hidróxido de amônio, dentre outros. Desgaste abrasivo Amsler: ABNT-NBR 12042/1992 Consiste na determinação do desgaste abrasivo em materiais inorgânicos. Compreende a redução da espessura (mm) após a rocha submeter–se à ação de abrasivos, areia quartzosa, em um percurso abrasivos, de 2m na máquina Amsler. 48 (Fig. 19 e 20). Os corpos de provas na forma de placas são pressionados sobre o disco metálico de alta dureza sobre o qual é lançado areia quartzoza. Os resultados são calculados, após 500 voltas por meio da redução da altura do corpo de prova ( UFMG, Biblioteca Digital). Este ensaio visa simular, em laboratório, a vulnerabilidade da rocha quanto ao desgaste físico, isto é, devido ao atrito seja, por pessoas ou máquinas. Trata-se de um ensaio importante para rochas que serão utilizadas como revestimentos horizontais (pisos, calçamentos em ambiente movimentado). lta su on aC ar ap r Ob Figura 19: Máquina Amsler para determinação do desgaste por abrasão. Fonte: www.bibliotecadigital.com.br. 49 r Ob • ap Figura 20: Equipamento para determinação das medidas sobre as diagonais do corpo-de-prova. Fonte: www.bibliotecadigital.com.br. Índices físicos: NBR 12.766/1992 ar Consiste na análise das propriedades de massa específica (aparente seca e saturada (kg/m3) com superfície seca), porosidade aparente (%) e absorção d´água aC (%). Tais parâmetros permitem analisar os estados de coesão das rochas e seu grau de alteração. Importante análise para o emprego de rochas que serão utilizadas para revestimentos internos ou externos, pisos e fachadas. on • Compressão uniaxial: ABNT-NBR- 12.767/1992 Por meio de corpos de provas (Fig. 21), testa-se a resiitência da rocha quando submentida a esforços compressivos. Importante análise para as rochas su com finalidade estrutural, cujo objetivo é diagnosticar sua integridade física, ou seja, capacidade de suportar esforços. Este ensaio é importante para rochas que serão lta utilizadas para paredes ou fachadas. 50 ap r Ob Figura 21: Aplicação do teste de compressão uniaxial. Fonte: (FRASCÁ, 2000). ar • Congelamento e degelo: ABNT-NBR -12.767/1992 aC Compreende submeter a rocha a ciclos de congelamento e degelo e análisar a perda de sua resisitência por meio da execução de testes de compressão uniaxial, como complemento dos ciclos. (Fig. 22 e 23). Os dados servem para cálculo do on coeficiente de enfraquecimento (K), ou seja, buscam obter a variação da resisitência da rocha no estado natural e após os vinte e cinco ciclos de gelividade, ou seja, trata-se do processo de gelo e degelo o qual submete-se a rocha. Este ensaio é su recomendado para as rochas que destinam–se à exportação para países de clima temperado, sendo importante diagnosticar sua vulnerabilidade em ambientes com grandes amplitudes térmicas. lta 51 ap r Ob Figura 22: Câmara de congelamento. Fonte: (DUARTE, 2003) su on aC ar Figura 23: Tanque de imersão dos corpo- de- prova. Fonte: (DUARTE, 2003) lta • Resistência na flexão 3 pontos (módulo de ruptura): ABNT-NBR –12.763/1992 Este ensaio consiste na determinação da tensão (Mpa) de ruptura à tração na flexão de uma rocha que se destina ao uso como materiais de revestimentos e/ou estruturas nas edificações, cujos esforços atuam em três pontos, quando a rocha é submetida a esforços flexores (Fig. 24). 52 r Ob Figura 24: Detalhe de corpo-de-prova rompido por aplicação de esforços flexores. Fonte: (FRASCÁ, 2000). ap • Dilatação térmica linear: ABNT-NBR- 12.765/1992 A avaliação consiste na determinação do coeficiente de dilatação térmica linear (10-3mm/m.oC) submetendo-se as rochas a variações de temperatura em um ar intervalo entre 0oC e 50oC. Este ensaio é recomendado para determinar a dimensão do espaçamento nas juntas ao aplicar os produtos rochosos. aC • Resistência ao impacto corpo duro: ABNT-NBR -12.764/1992 Este ensaio fornece o índice de resistência da rocha ao impacto de corpo duro, obtido por meio de ensaios utilizando esfera de aço, soltas a partir de certas on alturas (Fig. 25), indicando, portanto, a tenacidade da rocha. lta su 53 ap r Ob ar Figura 25: Esfera de aço e corpo de prova no ensaio de resistência ao impacto de corpo duro. Fonte: (FRASCÁ, 2000). • Ultra-som: ASTM D 2845 aC A determinação da velocidade de propagação de ondas ultra-sônicas longitudinais (m/s) permite avaliar, indiretamente, o grau de alteração e de coesão das rochas. Trata-se de um método complementar aplicado previamente aos corpos on de provas destinados aos testes de compressão uniaxial e de tração por flexão. A maior coesão dos minerais, e menor alteração na rocha, é observada a partir da composição da análise de valores mais altos num conjunto de corpos de provas. su Normalmente, para este tipo de ensaios utiliza-se o PUNDIT (Portable Ultrasonic Non Destructive Digital Indiceting Test) (Fig. 26). Ele é o único equipamento que não destrói o corpo de provas lta 54 r Ob . • ap Figura 26: PUNDIT (Portable Ultrasonic Non Destructive Digital Indiceting Test). Fonte: (FRASCÁ, 2000). Resistência a flexão 4 Pontos: ASTMC 880/1998. ar Este ensaio é o único obrigatório e utilizado de maneira rotineira em rochas beneficiadas. Ele consiste na flexão por carregamento em quatro pontos visando simular os esforços flexores (Mpa) em placas de rocha, com espessura pré- aC determinada (Fig. 27). É importante para dimensionamento de placas a serem utilizadas no revestimento de fachadas com uso de sistemas de ancoragem metálica para sua fixação. lta su on Figura 27: Prensa hidráulica da marca Tinus Olsen, modelo H 25K-S, para ensaios de resistência a 4 pontos. Fonte: www.bibliotecadigital.ufmg.br. 55 Capítulo 5 – Sistema produtivo 5.1 Lavra Antes da fase de explotação das rochas ornamentais são necessários vários r Ob procedimentos relacionados à pesquisa geológica. Nesta etapa inicial faz-se estudos que vão desde mapeamento geológico, propriamente dito, a análises de caráter econômico, ou seja, da viabilidade ou não da explotação dos recursos com base na cubagem da jazida, da perspectiva do mercado para o produto a ser ofertado, análises tecnológicas de testemunhos, dentre outros fatores. Além de compor o ap projeto na fase de pesquisa, também é feito o projeto ambiental, que ordenará o destino de possíveis rejeitos, atividades reparadoras para fase final da lavra descomissionamento. A partir da composição de tais informações, cabe, por vezes, ar avaliar o método de lavra a ser adotado, concluindo o projeto de pesquisa. Por conseguinte, inicia-se a etapa efetiva da explotação ou lavra. aC Observa-se, na literatura, vários métodos para explotação, mas, no geral, eles podem ser divididos em dois grupos: lavras de matacão (Fig. 28), que pode ser seletiva ou de desmoronamento; e lavras de maciço (Fig. 29) (REIS & SOUZA, 2003). As lavras de maciço se subdividem em vários tipos, tais como lavras on subterrâneas, por desabamento, de bancadas, fossa e poço, ou ainda, de painéis verticais. A escolha do método de lavra é fortemente controlado pela morfologia da jazida. Em certos casos, pode ocorrer a mudança do método de lavra, decorrente su das necessidades circunstancias frente ao avanço da frente de lavra. Dentre os métodos citados existem, ainda, vantagens e desvantagens, ou seja, variações que lta vão desde aos mais impactantes ao ambiente a riscos aos trabalhadores, bem como a elevação ou redução de custos. Por exemplo, as lavras subterrâneas, embora pouco utilizadas na explotação das rochas ornamentais, hoje, estão sendo mais valorizadas em termos ambientais, pois evitam grandes alterações superficiais do terreno. No entanto, elas requerem infra-estrutura adequada e mão-de-obra especializada e, portanto, implicam maiores investimentos. Já as lavras por matacões, tal como os demais métodos a “céu aberto”, são menos dispendiosos na fase inicial, mas apresentam alto índice de impacto ao meio ambiente (Fig. 30), o que requer maiores investimentos na fase de descomissionamento. Por outro lado, 56 algumas modalidades dos métodos de bancadas podem apresentar maiores riscos de acidentes, se não cuidadosamente executados. A seguir serão apresentados alguns métodos de lavra utilizados na explotação de granitos para rochas ornamentais. aC ar ap r Ob Figura 28: Lavra de matacão. Fonte: www.cetem.gov.br. lta su on Figura 29: Lavra de maciço. Fonte: www.cetem.gov.br. 57 r Ob Figura 30: Rejeitos de lavra de rocha ornamental. Fonte: (BAÊTA, 2004). ap 5.1.1 Métodos de lavra ar • Lavra de matacão aC O método de lavra de matacões consiste na explotação de matacões, ou seja, de blocos rochosos de grandes dimensões (>256 mm) desprendidos do maciço (Fig. 31). lta su on Figura 31: Matacões no substrato de um canal fluvial, Ribeira (SP). Fonte: http://www.cprm.gov.br/gestao/ppga_valedoribeira/Registros%20fotogr%E1ficos/ribei ra.htm. 58 Normalmente, os matacões são encontrados nos colúvios dos morros, e são de tamanhos variados, mas, necessariamente superiores 256 mm, conforme a classificação granulométrica de Wentworth. O método de lavra de matacão implica num expressivo volume de rejeitos. Economicamente, ele é de baixo custo, mas é bastante impactante ao meio ambiente. Portanto, envolve maiores gastos na fase de recuperação da área r Ob degradada. Este tipo de lavra é comumente predatória e carece de um projeto de pesquisa e plano de lavra. Os matacões apresentam formas arredondas devido ao processo intempérico que desgasta as arestas e vértices dos blocos do maciço diaclasado (Fig. 32). lta su on aC ar ap Figura 32: Matacão com a presença de esfoliação esferoidal decorrente de processos intempéricos. Fonte: www.unb.br/ig/glossario/fig/exfoliacao_esferoidal.htm. No que se refere aos equipamentos utilizados neste método de lavras, eles são basicamente cunhas manuais ou pneumáticos para blocos até 100m3 aproximadamente, além de explosivos. O método consiste em baixo investimento inicial, e rápido retorno ao empreendimento. Sua extração envolve, inicialmente, a 59 preparação da praça de cantaria. Os cortes são iniciados a partir de juntas ou planos de fraturas, o que viabiliza o corte, devendo ser detectados por profissionais experientes. • Lavra subterrânea Trata-se de um caso, particular, na explotação de rochas ornamentais e, pouco, ou ainda, não usado no Brasil. Consiste numa metodologia que embora bem r Ob menos impactante ao meio ambiente, ou seja, ecologicamente mais correta, requer planejamentos e estudos detalhados no que se refere aos aspectos geológicos e de geotecnia. Além de requerer equipamentos sofisticados, esta técnica consiste na construção de pilares e os cortes são feitos com jatos de água sem abrasivos. As ap galerias subterrâneas podem ser reaproveitadas quando explotadas próximos a centros urbanos, como ocorreu, por exemplo, na construção do metrô de Paris. • Lavra por desabamento ar Este método consiste no corte dos blocos, por meio do desmonte da pedreira, utilizando–se explosivos. Envolve grande volume de rejeitos, portanto, apresenta aC caráter impactante ao meio ambiente, ainda que partes destes rejeitos possa ser aproveitado como blocos para paralepípedos. Em face à sua tendência predatória, vem caindo em desuso. Lavra por bancadas on • Este método envolve a construção de bancadas, geralmente de acordo com o su tamanho dos blocos a serem explotados. Ele apresenta também subdivisões, tais como lavras em poço e lavras em fossa. O material de cobertura pode ser colocado fora da área de lavra, atenuando o impacto. O tamanho das bancadas está lta relacionado com o tamanho dos blocos. Essa metodologia, embora bastante utilizada, envolve mais riscos de acidentes ao trabalhador e, portanto, requer a adoção de maiores medidas de segurança e cautela nos processos executáveis. • Lavras mistas Este método pode ser aplicado em vista às necessidades circunstanciais do avanço da frente de lavra. Envolve, neste contexto, a associação de métodos, por exemplo, a explotação de matacões que, dadas vezes, pode requerer a associação 60 de outros métodos como, por exemplo, para explotação de sua base, quando esta permanece recoberta pelo solo. 5.2 Beneficiamento primário O beneficiamento primário consiste na serragem (desdobramento) dos blocos r Ob em chapas com variados tamanhos e espessuras, tão logo, concretizada a explotação. Geralmente, embora não tratar-se de regra, as serrarias encontram-se próximas às áreas de lavra. Todavia, há exceções a esse contexto, o que implica necessidades de transporte dos blocos para seu desmembramento, procedimento esse desfavorável ao sistema produtivo, pois acaba por acarretar na elevação dos ap custos. Isso reflete deficit orçamentário e aumento nos preços para o consumidor. É um exemplo de falta de linearidade da cadeia produtiva e, também, da falta de serrarias. Prova disso é o beneficiamento de blocos em estados vizinhos àquele de ar sua origem, como tem ocorrido no Estado do Espírito Santo, ao beneficiar blocos extraídos na Bahia. No que concerne às técnicas utilizadas, pode-se citar o talhabloco, a técnica do fio “diamantado” (Fig. 33) e teares multilaminados. lta su on aC Figura 33: Corte primário em bloco de granito com fio diamantado. Fonte: www.cetem.gov.br. O talha-bloco é um equipamento cujos discos diamantados são usados para produtos padronizados (Fig. 34). No corte de blocos menores ou peças curvas é utilizado o fio diamantado. No que se refere ao tear de multilâminas, é um dos 61 equipamentos mais comumente utilizado na produção de chapas com grandes dimensões, de 1 a 2 metros de largura e 2 a 3,5 metros de comprimento, com 2 a 3 mm de espessura. A qualidade desse maquinário na Itália é excelente em termos de produtividade e qualidade do material obtido supera do produto brasileiro. Esta etapa da cadeia produtiva, em geral, é de competência das serrarias. ar ap r Ob Figura 34: Talha-bloco multidisco. Fonte: BAÊTA, 2004. aC 5.3 Beneficiamento secundário on Esta etapa consiste no beneficiamento das chapas e na confecção de peças menores, tais como peças ornamentais, móveis, material para revestimento, calçamento, dentre outros. Esta fase da cadeia produtiva, envolve etapas tais como su polimento, levigamento e flambeamento (Fig. 35). Geralmente, o beneficiamento secundário é de competência das marmorarias. Todavia, essa linearidade, ou seja, lta extração–lavra, beneficiamento-primário-serrarias e, beneficiamento-secundário– marmorarias e consumidores, não é seguido a rigor. Por isso, construtoras que acabam adquirindo blocos diretamente, ou por meio de intermediações, terceirizam o beneficiamento primário e secundário às marmorarias. Além disso, marmorarias e serrarias, estão se associando com a finalidade de melhor articulação no mercado. Normalmente, as marmorarias atendem ao consumidor de pequeno e médio porte. 62 ap r Ob Figura 35: Técnica de flambeamento de chapa. Fonte: BAÊTA, 2004. aC ar 5.4 Transporte O sistema de transporte no território nacional para as rochas ornamentais assemelha-se aos demais produtos, ou seja, em geral, é rodoviário por meio de caminhões. Os blocos são transportados em caminhões com capacidade de 20t ou on carreta de 35t (Fig. 36). No entanto o mercado externo cabe ao transporte marítimo. No que se refere às diferenças entre as modalidades de transportes em termos de custos operacionais, geralmente, o rodoviário implica mais custos. Por outro lado, há su facilidade de acesso e coleta do material nas áreas extratoras, o que não ocorre no caso do transporte marítimo. Isso acaba sendo um fator favorável, mas não mais importante que os demais meios de transporte, até mesmo porque os blocos de lta rochas ornamentais agregam materiais pesados, ou seja, grande aporte de massa, portanto, expressivo volume, conferindo instabilidade ao carregamento, o que leva a necessidade de cuidados, seja o transporte por terra ou mar. 63 ap r Ob Figura 36: Àrea de transporte de blocos por caminhões. Fonte: www.cetem.gov.br. aC ar 5.5 Estocagem Embora as rochas não sejam bens perecíveis, ainda assim, requerem certos cuidados na estocagem. Por exemplo, devem ser manuseadas e estocadas em ambiente arejado e seco, nunca em pilhas. Os produtos beneficiadas devem ser on embalados em paletes/cavaletes (embalagens fabricadas a base de pinus e eucaliptos) e, recoberto com sacos, na posição vertical (Fig. 37). lta su 64 ap r Ob ar Figura 37: Estrado de madeira para condicionamento das placas de rochas. Fonte: MATTOS, 2003. Blocos recém-extraídos são considerados inertes, conforme NBR 10004/2004 aC (ROXO & MARTINS,2006), sendo armazenados em pátio aberto, em área de desnível viabilizando o seu carregamento (FILHO & HEOPHILO, 1998). Antes do processo de serragem, o bloco é submetido à lavagem para retirada de possíveis materiais aderidos a sua superfície como solo, dentre outros. Nos portos, os blocos su 5.6 Comercialização on são dispostos em containers. As relações mercantis do setor de rochas ornamentais são diversificadas, ou lta seja, não seguem uma cadeia linear, iniciando-se na lavra e prosseguindo pela serraria e marmoraria até o consumidor final. Por vezes, ocorre a associação entre a serraria e a marmoraria, visando redução de custos e aumento da competetividade. Por outro lado, pode haver a compra direta, ou, por intermediações, por parte das construtoras, e posterior terceirização dos serviços às marmorarias. Em suma, no mercado interno as mamorarias atendem ao consumidor final de pequeno a médio porte e aos depósitos. Já no caso do mercado externo, observa-se a importância dos serviços prestados por consultores e representantes comerciais, além de 65 organizações que viabilizam as relações comerciais no mercado exterior. É válido observar também a importância de compreender as questões burocráticas, principalmente de ordem fiscal, que envolvem as transações comerciais, fundamentalmente, nas exportações, que são bem mais complexas que no mercado interno. Isto envolve etapas que vão desde a comercial, ou seja, da negociação (compra e venda), propriamente dita, até os trâmites legais/fiscais como a análise da documentação entre as partes envolvidas, certificados de inspeção, contratos de r Ob venda, faturas comerciais, emissão das cartas de crédito pelo importador e averiguação da Proforma Invoice, a qual deverá ser assinada pelo importador e devolvida para o exportador para o preparo do embarque. Por fim, após o recebimento da carta de crédito e tudo devidamente documentado e acordado, é ap feita a liberação do produto para o embarque, e a partir deste momento o produto submete-se a novas etapas, tais como averiguação fiscal, operações de desintetização como a fumigação da madeira que acondiciona os blocos. Este procedimento deve ser realizado por empresa devidamente cadastrada junto ao ar Ministério da Agricultura (PARAÍSO,2006). A comercialização das rochas ornamentais, em geral, não foge às relações aC mercantis tradicionais desenvolvidas por membros, muitas vezes, da própria família, ensinada de pai para filho e, assim, sucessivamente, constituindo-se de um mercado conservador. Isso se, por um lado, aparenta ser favorável, por outro, é altamente on prejudicial, pois implica na formação de profissionais, embora experientes em termos práticos, avessos à mudanças necessárias ao crescimento, além de reduzir as oportunidades de profissionais capacitados e experientes. A própria questão dos su despachos e trâmites legais num simples embarque de produtos para o mercado externo exemplifica essa necessidade, visto que erros simples podem afetar a conclusão de negócios, ou ainda, prejuízos, devido a atrasos no embarque, no lta pagamento, além da insatisfação do cliente. A questão das relações comerciais é importante também a transparência, seriedade e cumprimento dos acordos, sejam eles, verbais ou formais. Cabe ressaltar a importância da informação precisa, afinal os negócios não se iniciam com contratos, mas pactos primeiramente verbais, a partir dos quais se concretizam e formalizam acordos. Além disso, normalmente, as relações mercantis, sejam elas, entre clientes e/ou fornecedores e demais interessados, iniciam–se a partir de relações informais, contatos, apresentações, os quais, em geral, são bases para 66 sólidos relacionamentos mercantis dentro da formalidade, o que não impede a adoção de medidas preventivas, tais como a análise da empresa, ou seja, sua caracterização, por meio do levantamento de seu histórico, constituição de seu parque produtivo e demais referências, com a finalidade de traçar um perfil cujo propósito é viabilizar e promover negociações de maneira segura. r Ob 5.7 Legislação mineral No que concerne à legislação, a explotação de rochas ornamentais é regulamentada pelo Código de Mineração, conforme Decreto-Lei No. 227 de 27/02/1967, regido pela Constituição Federal de 05/10/1988. ap A fiscalização da atividade mineradora é feita por órgãos governamentais, tais como o DNPM (Departamento de Produção Mineral), em nível federal, e o Departamento de Recursos Minerais do Estado do Rio de Janeiro (DRM-RJ), em ar nível estadual. Além destes órgãos, outros tais como o sistema CONFEA-CREA contribuem na fiscalização de profissionais relacionados ao setor, dentre eles, como aC na Geologia e na Engenharia de Minas. A finalidade destes órgãos é contribuir com a adequada explotação dos recursos minerais, assegurando a participação dos Estados, Municípios e a União quanto à arrecadação dos tributos cabíveis, conforme legislação. on Além disso, cabe a estes órgãos e instituições assegurar ao trabalhador e a todos a justiça social, e o equilíbrio ambiental. Vale ressaltar que, em face a su globalização, os modelos econômicos também vêm sendo modificados e, neste contexto, a própria legislação requer revisões, visto a necessidade de adequar-se à novas realidades. lta Assim, o papel do Estado passa a ser o de fiscalizar, regulamentar e aplicar leis, mas, ao mesmo tempo, motivar os setores econômicos, não exercendo atividade empresarial, muito menos atuar como fator limitante às iniciativas privadas e, ao progresso. Daí a importância de leis compatíveis com esse novo contexto econômico. 67 De acordo com a Constituição Federal, compete à União administrar os recursos minerais, a indústria de produção mineral e a distribuição, o comércio e o consumo de produtos minerais. Os regimes de aproveitamentos são feitos por meio de concessões, alvarás, e autorizações. Entende-se por lavra, o conjunto de operações coordenadas objetivando o aproveitamento industrial da jazida, desde a extração de substâncias r Ob minerais úteis que contiver até o beneficiamento das mesmas. A lavra, praticada em desacordo com o plano aprovado pelo DNPM, submete o concessionário às sanções que podem ir gradativamente da advertência à caducidade. Ficam sujeitas à servidões de solo e subsolo, para os fins de pesquisa ou lavra, não só a propriedade onde se localiza a jazida, como as limítrofes. A lei dá direito à participação ao ap proprietário do solo nos resultados da lavra. Por fim, segue um breve resumo dos procedimentos legais para requerer junto a União uma área de lavra, conforme recomendações do DNPM. Em geral, os ar pedidos consistem na formalização do requerimento, por meio da elaboração de um relatório completo para aquisição do direito de explotação. O relatório, ainda que aC básico envolve um minuncioso estudo sobre a área pretendida desde levantamentos bibliográficos a atividades de campo, geofísico (se necessário), análise de amostragens, estudos econômicos e cubagem cujo erro máximo aceito para o cálculo de reserva medida é de 20%, conforme determinado pelo código 26 de on mineração. O relatório mal elaborado, segundo dados do DNPM, é um dos maiores su fatores da não liberação das autorizações de pedidos de lavra. Já para os matacões não existe uma regra a ser seguida, ou estudos mais aprofundados sobre a explotação, mas algumas sugestões, como, por exemplo, o cálculo de reservas de lta matacão de pequenas dimensões até 100 m3 pode ser feito por amarrações topográficas dos alvos ou zonas de matacão em campo com uso de Sistema de Posicionamento Global (GPS). Para corpos maiores, sugere-se o levantamento planimétrico e topográfico e a utilização de seções transversais para cubagem (DNPM, 2006-2007). 68 Capítulo 6 - Principais áreas produtoras e consumidoras 6.1 Áreas produtoras no Brasil O território brasileiro apresenta ampla riqueza em suas reservas naturais, aí r Ob incluídas as rochas ornamentais (Fig. 38). A participação do Brasil nas exportações deste bem mineral exemplifica isso, integrando o país aos maiores produtores mundiais, dentre eles, Itália, China, Índia, Espanha e Portugal. Cerca de vinte estados do Brasil exportam suas rochas, ainda que a maioria em caráter incipiente. lta su on aC ar ap Figura 38: Mapa das principais áreas de ocorrência de rochas ornamentais no Brasil. Fonte: ABIROCHAS, 2/2008. Observa-se, a partir da década de 1990 até 2007, um elevado crescimento no consumo deste bem mineral, tanto no mercado interno quanto no mercado externo. Por exemplo, em 2006, o Brasil foi o quarto maior produtor do mundo, com 8,1% da produção mundial e quinto maior exportador em volume físico, com 6,3% do total mundial. Naquele ano, o Brasil também foi o segundo maior exportador de granito 69 bruto, com 11,8% do total mundial, e quarto maior exportador de rochas processadas especiais, com 5,1% do total mundial (ABIROCHAS, 2/2008). Com base nisso, estima-se uma movimentação de cerca de US$ 80 a 100 bilhões em 2006. Atualmente, o Brasil apresenta cerca de 1.800 frentes ativas de lavra, gerando aproximadamente 140 mil empregos diretos e 420 mil indiretos, r Ob (ABIROCHAS, 02/2008). Apresentou um incremento nas exportações, em 2007, de 4,62%, a despeito da valorização cambial do real frente ao dólar e da crise imobiliária nos Estados Unidos. Ainda assim, esse mercado manteve-se com saldo positivo na balança comercial, exportando para aproximadamente 120 países de todos os continentes. ap No que se refere aos estados produtores mais representativos, são eles: Espírito Santo (com os polos de Cachoeiro do Itapemerim, ao sul, e Nova Venécia, ao Norte), Minas Gerais e Rio de Janeiro (com os polos produtores do Norte e ar Noroeste do Estado, tais como os municípios de Santo Antonio de Pádua, Santa Maria Madalena, Campos de Goitacazes, entre outros). Destacam-se também a aC Bahia, São Paulo, Pernambuco, Ceará e Goiás. O Espírito Santo conquistou sua liderança em vista ao somatório de fatores tais como cultura, alto índice de imigrantes italianos (que são tradicionais on conhecedores desse mercado), melhor articulação econômica, bem como adoção de novas técnicas e arranjos produtivos, muito embora o arcabouço geológico do Estado do Espírito Santo tenda a uma tipologia próxima ao comum, ou seja, não tão su atrativas em termos dos padrões cromáticos. Observa-se isso pela busca por rochas brutas exóticas em outros estados, como Bahia, para beneficiamento e revenda. lta Por outro lado, as grandes construções, tais como aeroportos e shoppings, optam por rochas de caráter mais básico, ou seja, mais comuns em face à redução de custos. Minas Gerais, por vezes, ganha em variedades tanto em “granitos” e “mármores”, embora a exportação de granitos tenha sofrido uma queda nos últimos anos em contrapartida à elevação de suas exportações de quartzitos maciços e foliados, e ardósias mantendo, em 2006, uma variação positiva 29,74%, conforme Balanço das Exportações do Estado de Minas Gerais. A Bahia, com parque produtivo deficitário em termos tecnológicos e a falta de maiores incentivos que variam desde apoio técnico à divulgação de seus produtos, apresenta ampla riqueza 70 em termos de reservas e qualidade de suas rochas, tendo elas, geralmente, elevado padrão cromático. Por sua vez o Rio de Janeiro vem retomando sua produtividade e diversificando seu polo produtivo, buscando investir no beneficiamento de suas rochas de maneira a agregar maior valor ao produto final. Dentre outros estados, como São Paulo, que embora não apresente parque produtivo tradicional, não deixa de marcar sua presença nas exportações de suas rochas, como o “Granito” Vermelho Capão Bonito para países como Itália e Japão, além de consumir, r Ob sozinho, segundo estimativas, aproximadamente 50% da produção interna brasileira (ABIROCHAS, 2/2008). ap 6.2 Áreas produtoras no exterior No que concerne ao mercado externo, os países produtores lideres são a Itália, China e Índia, com 54% do total da produção mundial, ou seja, 37,3 milhões ar de toneladas (SEBRAE, 2005-2007). Vale ressaltar que a Itália é também líder na comercialização com grandes investimentos em tecnologias e beneficiamentos dos produtos lapídeos, embora com pequeno declínio em sua comercialização aC decorrente da conquista do mercado pelos países concorrentes, tais como Índia e China. Outros países produtores são o Irã, a Espanha, a Turquia, Portugal, Grécia e Estados Unidos da América (Tabela 14). on Os países são divididos em blocos tradicionais e emergentes, compondo este último o Brasil, a China, a Índia. Com relação às importações, o Brasil apresenta pouca relevância no mercado. Ainda assim, há uma parcela da sociedade brasileira su com elevado padrão econômico que mantém a tradição da aquisição de produtos importados, principalmente da Itália e China no caso dos mármores. lta 71 on aC ar ap r Ob Tabela 14: Principais produtores mundiais de rochas ornamentais. Fonte: ABIROCHAS, 02/2008. su 6.3 Mercado interno lta No que se refere às principais áreas consumidoras das rochas ornamentais no mercado interno (Fig. 39), destaca-se a região sudeste compreendendo os Estados de São Paulo, Rio de Janeiro e o Espírito Santo. São Paulo é líder no consumo nacional, comprando aproximadamente 50% da produção interna (Fig. 40). 72 r Ob Figura 39: Diagrama do consumo interno das rochas ornamentais no Brasil em 2007. Fonte: ABIROCHAS, 2/2008. on aC ar ap 6.4 Mercado externo lta su Figura 40: Diagrama com a distribuição do consumo interno das rochas ornamentais no Brasil em 2007. Fonte: ABIROCHAS, 2/2008. Dentre os países lideres em consumo no mercado externo, estão a Itália, Estados Unidos e Japão, além dos demais países que compõem o Mercado Comum Europeu. Observa-se um elevado fluxo de transações da Europa, em especial de produtos beneficiados da Itália, com os Estados Unidos, embora ultimamente notase um relativo desaquecimento (Fig. 41) em vista à estagnação do setor mobiliário nos Estados Unidos, tal como elevado fluxo de negociações brasileiras com este 73 país. Isso reflete a importância da adoção de estratégias descentralizadoras visando evitar crises decorrentes de situações similares, pois quando amplia-se a atuação, automaticamente aumentam-se suas fontes de renda e divisas cambiais. aC ar ap r Ob Figura 41: Evolução anual do faturamento das exportações brasileiras de rochas ornamentais. Fonte: ABIROCHAS, 2/2008. on 6.5 Consumidor final Considerando-se o perfil do consumidor para as rochas ornamentais, ainda su mantém-se o predomínio das camadas sociais com maior poder aquisitivo devido, em linhas gerais, ao alto custo dos produtos rochosos. São lideres no consumo e nas transações financeiras deste segmento econômico os países desenvolvidos e, lta geralmente, com predomínio na aquisição dos produtos beneficiados (Fig. 41). 74 Capítulo 7 – Importância econômica 7.1 Macro-economia e micro-economia Genericamente, os conceitos de macro-economia e micro-economia r Ob compreendem dois grupos distintos, mas ao mesmo tempo inter-relacionados. Por uma lado, a microeconomia estuda as relações econômicas de porções mais segmentadas de mercado, ou seja, de caráter mais restrito, ditas “economias individuais”. Por outro lado, a macroeconomia engloba um contexto mais amplo de ap caráter coletivo, nacional, ou seja, os agregados macro-econômicos, sem contanto, perder de vista os fundamentos e fatos envolvidos na micro-economia. Sob este enfoque, pode-se, pela relevante participação do setor das rochas ar ornamentais no mercado, observar que há influência direta ou indiretamente tanto da macro-economia quanto da micro-economia de um país, cujas relações comerciais e suas influências perante a sociedade vão desde o contexto regional a níveis aC nacionais e mundiais. A título de exemplo, a crise imobiliária enfrentada, atualmente, nos Estado Unidos da América, ou seja, a micro-economia de um país afetado, se reflete nas macro-economias de nações como, por exemplo, Brasil, Itália, visto suas on condições de fornecedores. Em termos da estrutura de mercado as rochas ornamentais, em geral, apresentam duas tendências. Uma delas é do mercado de concorrência perfeita, su mas ainda com fortes traços do oligopólio. A título de exemplo, nota-se a existência de várias frentes de lavras, com estrutura, dadas vezes, até familiar. Por outro lado, lta depara-se com empresas de grande porte, controladoras, que tentam exercer domínio no mercado, como, por exemplo, empresas italianas, dentre outras, que fecham contratos de exclusividade com produtores nacionais, proibindo-os não apenas de exportar seus produtos excedentes, mas até de vincular seus nomes à obras internacionais, como o caso do Hotel (Fig. 17) Burj Al Arb em Dubai, Emirados Árabes (MARBLE, 2007). 75 7.2 Eventos promocionais e educativos Vários são os eventos promocionais e educativos do setor de rochas ornamentais que levam não apenas novidades aos consumidores e demais interessados, mas informações e, contribuem, sobremaneira, com as relações comerciais e arranjos produtivos envolvendo seus diversos setores. Todavia, é necessário que os relacionamentos mercantis sejam auto-sustentáveis, ou seja, r Ob deve-se buscar sempre formas criativas e inovadoras de despertar o interesse dos clientes, além do respeito e seriedade no trabalho, o que pode levar a ganhos reais e sólidos. Há vários eventos nacionais e internacionais que promove o setor de rochas ornamentais. No Brasil, destaca-se a Vitória Stone Fair (Vitória, ES; Fig. 42). lta su on aC ar ap Figura 42: Rochas Exóticas expostas na Stone Fair em Vitória (ES) em 2008. Fonte: ABIROCHAS, 04/2008. 76 Internacionalmente, destacam-se a China Internacional Stone Fair (Xiamen, China), a International Tile & Stone Show (Miami, EUA) a Stone & Tec (Nuremberg, Alemanha), Covernigs (Chicago, EUA) e a Feira em Dubai, esta última em 2008, nos Emirados Árabes, com grande participação brasileira. A própria área do evento, com 480m2 de circulação, foi projetada pelo arquiteto brasileiro Ivan Rezende, com pisos revestidos com cerâmica e rochas brasileiras. Outro evento importante também é a Feira de Carrara na Itália, além da feira de Verona, no mesmo país, que reuniu mais r Ob de 63 mil visitantes na sua 43ª. edição, realizada de 2 a 5 de outubro de 2008. 7.3 Perspectivas Observa-se um crescimento no consumo dos produtos pétreos, tanto em ap função da ascensão de países emergentes quanto na tendência ao acirramento da competetividade dos países no mundo globalizado, o que implica a necessidade de adoção de estratégias de mercado mais arrojadas, desde marketing a investimentos em tecnologias, além da importância da descentralização econômica e a própria ar melhoria das condições sociais das camadas menos favorecidas, pois a elevação do poder aquisitivo desta vasta parcela da sociedade implica crescimento econômico aC em vista ao aumento no poder de compra. Ainda que note-se essa tendência no mercado, embora sofrendo uma pequena desaceleração nas exportações (como no caso do Brasil, decorrente da excessiva valorização cambial em 2007 e primeiro semestre de 2008), o cenário é favorável ao mercado das rochas ornamentais e on tende à expansão, cuja projeção até 2025 é atingir cerca de 437 milhões de toneladas, multiplicando por cinco as transações internacionais, conforme estatísticas divulgadas na mídia (ABIROCHAS, 02/2008). lta su 77 Capítulo 8 - Considerações finais Se por um lado o mercado das rochas ornamentais e suas relações comerciais refletem semelhanças aos demais arranjos produtivos de gêneros próximos, por outro, vislumbra-se um cenário bastante favorável e diversificado. Ob Ainda que experimente oscilações, este segmento apresenta significativa participação no setor das construções e está em constante crescimento, tanto em termos nacionais quanto internacionais. No que se refere ao Brasil, em especial, ra observa-se algumas necessidades, tais como: 1) investir mais em seus polos produtivos, tanto nos aspectos tecnológicos quanto em postura comercial saindo do convencionalismo estacionário e galgando pa patamares mais expressivos, tal como estar receptivo às mudanças no mercado; 2) diversificar suas relações comerciais de modo a ampliar também sua área de ra atuação; 3) atentar para o perfil do consumidor que torna-se cada dia mais exigente; 5) investir em marketing; 6) Atentar para os aspectos ambientais; 7) Descentralizar e ampliar sua área de atuação. ul ns Co 4) investir em conhecimentos; Por fim, valorizar mais as potencialidades tanto intrínsicas quanto extrínsicas em termos de riquezas naturais, intelectual e a própria capacidade do trabalhador ta brasileiro. O Estado também poderia promover mudanças estruturais e conjunturais, viabilizando as negociações, tal como, visto anteriormente, há estados do Brasil com elevado potencial de riquezas naturais, mas que enfrentam problemas elementares, como a escassez de recursos energéticos, elementos estes essenciais à produção, ainda que, dadas vezes, a precariedade operacional somente seja superada, frente a vontade dos dirigentes empresariais e demais envolvidos no setor. Para tal, basta observar para a participação brasileira no cenário mundial das exportações com 78 quase todos os territórios brasileiros ativos exportadores com participação em aproximadamente 120 países do globo. Isto reflete a elevada capacidade produtiva do país, somado à sua produção, com cerca de 8,1 milhões de toneladas em 2007, a despeito de todos obstáculos relacionados à macro-economia, colocando-se à frente dos três maiores produtores mundiais (China, Itália e Índia), com 54% da produção mundial no patamar de 37,3 milhões de tonelada (SEBRAE, 2005-2007). Ob Disto infere-se que o Brasil, ainda com todas as precariedades do setor, com seus 8,1 milhões de toneladas produzidas atingiu 21% da produção total do bloco dos três maiores produtores mundiais. Vale também ressaltar a capacidade crescente interna que se triplicar a produção num curto espaço de tempo, dando ra condições do país superar os maiores produtores mundiais, como exemplo, a China, que em 2006 contava com uma produção interna média de 24,2 milhões de toneladas. pa A projeção básica de crescimento do setor não implica grandes mudanças, mas cuidados que devem ser observados seja pelos órgãos governamentais ou ra entidades privadas. Referindo-se ao poder público, por exemplo, atenção deve ser dada ao investimento nos estados carentes e com alto potencial exploratório, como nas regiões norte e nordeste brasileiro, tendo talvez no Estado da Bahia um Co referencial. Estados como o Amapá, a Paraíba, o Ceará, Rondônia, Goiás e Mato Grosso, dentre outros, também já deram seus passos iniciais a esse crescimento, mas ul ns requerem investimentos diferenciados. Daí a necessidade de análises criteriosas para os investimentos afim de reverter em ganhos e não em perdas, visto que não basta disponibilizar recursos sem planejamentos. Quanto ao poder privado, atenção deveria ser dada a projetos bem elaborados que resultem em negócios bem sucedidos. ta A título de exemplo, pode-se citar vários projetos de explotação de rochas ornamentais que não chegam nem mesmo a serem aprovados, por simples falta de precisão nas informações e elaboração adequada do relatório da atividade proposta. Some-se a esse contexto também a importância de fortalecer as relações comerciais na cadeia produtiva e seus diversos segmentos, com valorização dos profissionais relacionados ao setor desde a classe operária, que muitas vezes, sobrevive com um mísero salário, como outros profissionais envolvidos, incluídos consultores e/ou 79 representantes comerciais que transitam nas mais variadas esferas das relações comerciais, indo desde o cliente final ao produtor, promovendo e divulgando seus produtos. Os Estados Unidos, por exemplo, utilizam muito desses serviços como meio também da divulgação de seus produtos não apenas para o setor das rochas. Promover riquezas, portanto, consiste acima de tudo, melhorar as condições de vida Ob da sociedade de modo integral, não de maneira centralizadora. Propõem-se, ainda, sugestões, visando melhorias no setor das rochas ornamentais tanto para a classe empresarial como para dirigentes governamentais, ra como investimentos estrategicamente analisados, ou seja, com a finalidade de aparar os entraves que afetam a capacidade produtiva de cada estado, não simplesmente destinar recursos. pa Desburocratizar, sendo o Estado um fiscal e regulador da produção e incentivador dos investimentos privados. Quanto à classe empresarial, investir em tecnologias, informação, planejamentos e execução de projetos bem elaborados, de ra maneira coerente e precisa e, ampliar as relações comerciais, tornando-se, assim, auto-promotora das rochas brasileiras. Isto inclui romper com o absurdo de vender seus produtos assinando cláusulas que proíbem divulgar o resultado de seus Co trabalhos. Finalmente, deve ser ressaltada a importância de estudos mais aprofundados ul ns sobre a temática de modo a ampliar os horizontes e conquistar maior domínio sobre o assunto, bem como desenvolver a criatividade e habilidade nos negócios para aqueles que pleiteiam iniciar suas jornadas nos prósperos caminhos das “pedras”. ta 80 Referências Bibliográficas ABIROCHAS- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ROCHAS ORNAMENTAIS. Situação Atual e Perspectivas Brasileiras no Setor de Rochas Ornamentais. Informe 02/2008. ABIROCHAS- ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE ROCHAS ORNAMETAIS. Stone Fair 2008 Um Evento Maiúsculo. Informe 04/2008. Ob ABNT – Associação Brasileira de Normas www.abntnet.com.br >. Acesso em: 02/10/2008. Técnicas. Vitoria Disponível < ra BAÊTA, Ronaldo Moyle. Caracterização Petrografica, Faciológica e Tecnológica das Rochas Ornamentais do Complexo Alcalino de Tunas /PR. Dissertação de Mestrado em Geologia, UFRP- Universidade Federal do Paraná, Curitiba, 2004. BARBARIN, B. 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