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Diretrizes
EDITORIAL
05
GRANDE REPORTAGEM
Aventura Extrema em Português por Aurélio Faria
06
EM FAMÍLIA
EVENTO — Porto City Race
12
ATIVIDADE — Rota da Água
16
VIAGEM — Propostas Fim de Ano
18
aventura
PROJETO — Iceland Luso Expedition
20
DESAFIO — Monte Branco por Luísa Tomé
26
nº8 Novembro_Dezembro
2012
06
entrevista
Diogo Miguel — Orientação
34
POR TERRA
ATIVIDADE — Orientação
40
DESAFIO — Brasil Ride 2012
46
POR ÁGUA
CRÓNICA — Lost na Fronteira
50
AVENTURA — 10 Perguntas a Miguel Lacerda
58
FOTOGRAFIA
PORTFOLIO DO MÊS — Jorge Brás
66
FOTO-REPORTAGEM — Madeira
72
SOS
Fogo à chuva
80
DESCOBRIR
LIVRO AVENTURA — Homem Solas de Vento
83
região do gerês
84
CORPORATE — Team-Building
94
projeto — De Cabo a Cabo
98
onde estivemos — Madeira
104
Descubra a aventura de dois aventureiros portugueses que em diferentes palcos de aventura, marcaram a história com os seus feitos.
Do submarino á vila de escalada grau 6, esta
reportagem de Aurélio Faria vai surpreender.
58
kids
CAMPOS FÉRIAS NATAL
112
ATIVIDADES OUTDOOR
114
DESPORTO ADAPTADO
SARA DUARTE — Uma Cavaleira por paixão!
118
ESPAÇO APECATE
Carta aberta aos operadores marítimo turísticos
122
equipamento
124
equipa-te para a neve
126
vouchers
128
a fechar
132
A aventura é uma constante na vida de Miguel Lacerda. O mergulhador português,
aceitou conversar com a Outdoor sobre algumas das suas experiências e nós contamos-lhe tudo!
88
Venha descobrir oito pequenas rotas para
explorar a pé num dos locais mais belos de
Portugal, a Serra do Gerês.
Os textos e imagens presentes na Revista Outdoor são da responsabilidade dos seus autores.
Não é permitido editar, reproduzir, duplicar, copiar, vender ou revender, qualquer informação presente na revista.
Onde
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se juntam.
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a bicicleta de trail mais eficiente do mercado. Uma
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e te dará o máximo controlo para fazeres faísca
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eficiência e controlo se juntam.
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Editorial Ficha técnica
chegou o
número 8!
A
pesar do frio já se fazer sentir e as
manhãs estarem geladas nós continuamos cheios de vontade de partir à descoberta de novos desafios e
aventuras… na sua companhia!
www.portalaventuras.clix.pt
Edição nº8
De número para número, a certeza de que somos realmente um país de aventureiros e exploradores, aumenta. É fascinante o que conseguimos fazer… e somos
realmente incríveis nos feitos que conseguimos atingir.
Começamos a edição de novembro com desafios inusitados... Já ouviu falar de aventura extrema? Temos duas para vos apresentar nos
palcos do Mediterrâneo e Gredos. Continuando com grandes projetos de portugueses, não podem perder o relato de quem participou
no Brasil Raide, a breve entrevista a Miguel Lacerda a propósito da
sua aventura gelada na Antártida e o resumo por etapas do projeto
Iceland Luso Expedition!
O desporto em destaque é a Orientação e na entrevista ficamos a conhecer Diogo Miguel, uma referência na modalidade com apenas 23
anos. Na fotografia mais um nome português: Jorge Brás. Traz-nos
um conjunto de imagens fantásticas de atividades outdoor.
Em território nacional, convidamo-lo a explorar a região do Gerês e
contamos-lhe como foi a nossa experiência na Madeira… não perca
a foto reportagem sobre a Madeira World Games, um evento fantástico para os amantes de desporto, aventura e natureza.
WPG – Web Portals Lda
NPC: 509630472
Capital Social: 10.000,00
Rua Melvin Jones Nº5 Bc – 2610-297 Alfragide
Telefone: 214702971
Site internet: www.revistaoutdoor.pt
E-mail: [email protected]
Registo ERC n.º 126085
Editor e Diretor
Nuno Neves | [email protected]
Marketing, Comunicação e Eventos
Isa Helena | [email protected]
Sofia Carvalho | [email protected]
BEBIANA CRUZ | [email protected]
Revisão
Cláudia Caetano
Descubra nas nossas páginas as melhores sugestões de atividades
para miúdos e graúdos, um especial team building, a entrevista à
atleta paraolímpica Sara Duarte, sugestões de equipamentos para o
Natal e técnicas de sobrevivência.
Colaboraram neste número:
ana barbosa, Aurélio Faria, diogo miguel,
fernando costa, filomena gomes, joaquim
margarido, jorge brás, luísa tomé, mateus
brandão, miguel lacerda, paulo quintans,
pedro alves, ricardo mendes, sara duarte,
sérgio brota, susana muchacho.
Boas leituras e continue a acompanhar todas as novidades do mundo outdoor no Portal Aventuras.
som
bebiana cruz
Até janeiro e Feliz Natal :)
Design Editorial
Inês Rosado
Nuno Neves
Fotografia de capa
jorge brás
Desenvolvimento
Ângelo Santos
5
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Foto: António Coelho e Raúl Lora
Grande Reportagem
GREDOS E MEDITERRÂNEO,
Foto: DRAZEN GORICKI
PALCOS DE AVENTURA EXTREMA!
6
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
ARMANDO NO U-455...
Foto: DRAZEN GORICKI
Reportagem
A 120 metros de profundidade, os olhos esbugalhados do peixe de-São-Pedro, talvez surpreendido pela inesperada presença humana, fizeram Armando Ribeiro esboçar um sorriso sob
a máscara, e pensar como valera já a pena ter
apostado na descida ao U-455. « Fui o primeiro
português a mergulhar neste submarino-mistério, desaparecido no Mediterrâneo em finais da
Segunda Guerra Mundial, e até há 6 anos um
dos destroços de guerra nazis mais procurados
do mundo.» recorda um dos mais ativos mergulhadores nacionais de expedição da atualidade e
que integra a elite mundial do mergulho técnico
com rebreathers.
Para ser o primeiro português a visitar o submarino, Armando integrou uma expedição multinacional com partida da costa da Ligúria, em
Itália. É, aliás, ao largo de Portofino, um dos
locais de férias mais exclusivos da Europa que
se encontra o submarino desaparecido a 6 de
abril de 1944 com 51 homens a bordo, e só localizado por um mergulhador italiano, em 2005.
«Está em bom estado, a torre tem ainda todos os
aparelhos: o periscópio de ataque e o periscópio de observação aérea ao lado dos canhões..»,
mas não é um mergulho fácil, explica Armando
«...a visibilidade, as correntes e as redes e fios de
nylon presos que envolvem parte do submarino,
sobretudo na parte mais funda em que a visibilidade é mais reduzida tornam a aproximação extremamente perigosa.
Para
Um colega nosso ficou preso
na rede, tivemos de desembaser o primeiro
raçá-lo com as facas. Àquela
português
a visitar
profundidade, a tarefa não
o submarino, Armando
foi nada fácil...»
integrou uma expedição
Foto: DRAZEN GORICKI
Para ultrapassar a cota dos
multinacional com par100 metros e alcançar protida da costa da Lifundidades atingidas por
poucos mergulhadores, Argúria, em Itália.
mando utiliza um rebreather, e
realiza um tipo de mergulho técnico com equipamento de circuito fechado. Por oposição ao mergulho com garrafas de ar, e tal como num ventilador ou num
avião, reaproveita o gás respirado «Respiremos
devagar ou depressa, o volume de consumo é
sempre constante, podemos fazer um mergulho de 10 horas. Traz grandes vantagens para
mergulhos mais profundos e mais longos; e tem
ainda outra vantagem: faz otimização de gases
que respiramos, permite-nos fazer patamares
de descompressão mais curtos e eficientes porque estamos a respirar mistura mais apropriada
para as profundidades a que estamos.»
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
7
Grande Reportagem
Na ida ao U-455, Armando voltou a repetir os
procedimentos de anteriores expedições ao reino do silêncio e da escuridão.
O regresso à superfície vindo dos 100 metros
de profundidade demorou mais de 2 horas. O
gráfico do mergulho, registado no computador,
mostra uma descida rápida, e pouco mais de 15
minutos no fundo, para uma subida muita lenta
que permitiu a descompressão adequada.
O mergulho a norte do Círculo Polar Ártico ainda hoje traz vívidas recordações aos 2 portugueses.
Em Portugal, ficaram conhecidos pela descoberta do cargueiro grego Agios Nikolaos ao largo
de Peniche, e pela localização recente do avião
suíço que se despenhou há 34 anos, na costa sul
da Madeira.
Do Mediterrâneo, e do mergulho mais recente,
Armando recorda a primeira visão do U-455, um
dos 2 submarinos atualmente fundados na vertical nos mares do planeta, e que se terá afundado
depois de embater numa mina: «O vulto do destroço, com os flaps ainda intactos..., parecia uma
baleia adormecida no fundo...»
Fotos: DRAZEN GORICKI
Habitualmente, Armando mergulha com José
Marques, com quem formou a equipa In-silence, para explorar naufrágios profundos na costa
portuguesa e participar em expedições internacionais de mergulho. Entre as experiências
contadas no site da dupla, e em reportagens
anteriores, está a exploração do mítico paquete
italiano Andrea Doria, naufragado no Atlântico Norte, nos anos 60... Ou a descida aos 115
metros de profundidade, aos destroços do Viminale, torpedeado no estreito de Messina, na Segunda Guerra Mundial... De outros naufrágios
do mesmo período histórico, ambos arriscaram
tudo o que sabiam num mergulho às águas frias
da Noruega (5 graus) e aos destroços da bata-
lha de Narvik, uma das maiores batalhas navais
do século XX. «Além da profundidade, recordo
a escuridão. A visibilidade máxima é de 10 a 15
metros, há sempre suspensão, e a água é leitosa
e nunca totalmente clara, parece que anda sempre uma poeira no ar, é como se estivéssemos
no nevoeiro...»
8
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
TOZÉ, VIA MAMMUT 150...
Na Península Ibérica, e infelizmente Portugal ficou fora da
iniciativa que animou as cordilheiras e serras do planeta,
incluindo Himalaias e Andes,
o líder foi Raul Lora, escalador de renome e que coordena
atualmente a Escola Alpina de
Gredos. «O Raul é meu amigo
e companheiro de outras escaladas... Logo que a Mammut
aprovou o projeto, reunimos a
equipa e iniciámos a escalada.»
No parque natural de Gredos,
conhecido de muitos montanhistas e escaladores portugueses, a escolha da equipa
espanhola onde se integrou
Tozé, foi o Torréon. Sem ser
o cume alto dos Galayos que
atinge 2100m, o prisma gigante de granito permite efetuar
uma série de passagens técnicas e passos difíceis que são
Fotos: António Coelho e Raúl Lora
Para quem vive fora do mundo
da escalada ibérica, passaram
praticamente
despercebidas
as ascensões realizadas no último fim de semana de junho.
Muitos menos terão ainda conhecimento que o feito tornou
também António Coelho,- Tozé
para os amigos-, o único português a participar num projeto
inédito da Mamut. Na iniciativa
destinada a celebrar 150 anos
de existência, a marca suíça
outdoor lançou o Peak Project,
e selecionou 150 projetos de
150 equipas em todo o mundo,
unidas em mostrar o melhor
que há na aventura "ao alto".
Reportagem
Do Torréon dos Galayos, ex-líbris da escalada em rocha da
Serra de Gredos e da Península
Ibérica, a vista, sempre panorâmica, parece desta vez ainda
mais espetacular para Tozé. O
escalador português acaba de
abrir com os amigos espanhóis
uma nova via de grau 6, - na
escala alpina, significa ascensão extremamente severa e
com passagens difíceis.
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
9
Grande Reportagem
sempre um desafio para qualquer escalador. «Primeiro, abrimos uma via
Além da
numa zona pouco frequentada do
nova
via, Tozé
Torréon que se chama de Cerro Peluca, e batizamo-la natue os companheiros
ralmente de 150º Aniversário
espanhóis escolheram a
Mammut» É com modéstia
Via Lucas ao Torréon «É
que Tozé descreve a abertura
da nova via.
a que tem melhor visibi-
lidade desde o cume
Além da nova via, Tozé e os
sobre os outros escompanheiros espanhóis escolheram a Via Lucas ao Torréon «É
caladores»
a que tem melhor visibilidade desde o cume sobre os outros escaladores» resume o escalador de Barcelos que, no
projeto Mammut, enriqueceu o currículo longo
de montanhista que incluiu a participação nas
primeiras expedições portuguesas a cumes de 7
mil metros nos Himalaias – Pumori (2003) e Ama
Dablam (2004) e a tentativa de ascensão de um
pico de 8000m, o Kangchenjunga (2005)...
Em Gredos, no reino da rocha onde muito há
por explorar, e se sente como "peixe na água",
o português tem já outro projeto inédito com os
amigos espanhóis. «Saberão na altura certa...» ø
Aurélio Faria,
Jornalista
peakproject.mammut.ch/en/peaks3/tour/95890
www.in-silence.com
Fotos: António Coelho e Raúl Lora
sicnoticias.sapo.pt/incoming/2012/11/01/portugues-mergulha-em-submarino-misterio-desaparecido-em-1944-no-mediterraneo
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Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Reportagem
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
11
Em Família
porto city race
12
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Família
Porto City Race
A
segunda edição do
Porto City Race é um
evento de Orientação pedestre urbano, organizado pelo
Grupo Desportivo dos Quatro
Caminhos em parceria com a
Câmara Municipal do Porto,
através da Porto Lazer.
O evento faz parte do Circuito
Nacional urbano da Federação Portuguesa de Orientação
(CiNU) e é aberto a pessoas de
qualquer idade, podendo participar individualmente, ou em
grupo.
Mesmo que nunca tenha visto
um mapa ou uma bússola tem
possibilidade de se juntar à festa porque a organização fará
acompanhamento e ensino
com monitores.
Traga a família e venha conhecer os locais mais emblemáticos do Porto e aprenda Orientação.
Os participantes do evento terão a possibilidade de competir
no dia anterior no Justlog Park
Race no Monte da Srª da Assunção nos arredores do Porto.
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
13
Em Família
programa
11 de Maio de 2013: Justlog Park Race - Monte
da Srª da Assunção.
12 de Maio de 2013: Porto City Race - Centro
Histórico do Porto (Património Mundial).
Domingo, 12 de Maio 2013:- Porto City Race
08h30 - Abertura do secretariado no local da
prova (A confirmar)
10h00 - Partida dos primeiros atletas
13h00 - Encerramento
Mais informações em:
www.gd4caminhos.com/portocityrace2013/
14
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Orientação, o desporto da família!
Pelas suas características a Orientação tem a
possibilidade de ser realizada em família. No
início são os pais que ensinam os filhos a desmistificar o slogan de que a floresta é o “território do lobo mau”, depois ter um mapa e um
percurso, são momentos de partilha, de busca,
de superação, de transmissão de conhecimentos e de preparação para a vida. O facto de existirem percursos adaptados a todas as idades e
níveis técnicos permite que no mesmo espaço
todos possam executar o seu percurso mesmo
que não seja em conjunto.
Na próxima edição do Porto City Race a organização vai criar um percurso turístico vocacionado para a família em que os pontos de controlo
serão monumentos e em que a entrada nos mesmos seja facilitada. Assim, além de cumprirem
um percurso de Orientação poderão também
conhecer melhor a cidade e a sua história. ø
Fernando Costa
OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
15
Em Família
 Atividade
A ROTA DA ÁGUA
POR LISBOA...
16
Janeiro_Fevereiro 2012 OUTDOOR
O programa começa com uma visita guiada ao
Palácio Marquês da Fronteira ás 10h.
O passeio pedestre terá início por volta das
11h30m.
Não percam este passeio de grande interesse
natural, histórico-cultural e fotográfico. ø
Quem já olhou e passou por debaixo do aqueduto das Águas Livres em Lisboa e pensou…quem
me dera poder subir e saber todos os seus recantos, histórias e lendas!
Neste passeio vai ter acesso a um percurso de
8 km com direito a perguntas e respostas sobre
este monumento que nos envolve com a sua
grandiosidade e beleza.
Porque é cedo que começa o dia, a hora de encontro é pelas 9h30 no estacionamento em frente ao Palácio Marquês e Fronteira, no largo São
Domingos de Benfica em Lisboa.
O palácio foi construído em 1640, para o primeiro Marquês de Fronteira, D. João de Mascarenhas, herói da Guerra da Restauração. Este
bonito Palácio situa-se à beira do Parque Florestal de Monsanto, no Largo de São Domingos de
Benfica.
O Palácio foi ampliado no século XVIII, em estilo
«rocaille», e continua a ser atualmente residência dos 12º Marquês de Fronteira, sendo contudo
possível visitar algumas das salas, a biblioteca e
o jardim.
O interior é igualmente rico, destacando-se a
Sala das Batalhas, que contem belos painéis e
azulejos com cenas da Guerra da Restauração,
três grandes janelas que se abrem sobre o Jardim de Vénus, e a Sala da Jantar, adornada com
frescos de retratos da nobreza portuguesa.
A Capela, de finais do século XVI, conta no seu
interior com um presépio cuja autoria é atribuída a Machado de Castro.
As visitas aos sumptuosos Jardins “à italiana”
começam no terraço da capela, com destaque
para o Jardim de Vénus e o Jardim Formal do
século XVII, onde pontifica a Galeria dos Reis.
Para completar o passeio, iremos conhecer a
Rota da Água…
A Rota da Água tem 8 km e atravessa uma série
de espaços recreativos e de lazer, entre eles o
Parque Recreativo do Alto da Serafina, o Espaço Monsanto, Parque da Pedra, Parque do Calhau e Mata S. Domingos de Benfica. O traçado
do Aqueduto das Águas Livres acompanha uma
parte da rota.
ficha técnica
Local de encontro: No estacionamento em frente
ao Palácio Marquês e Fronteira.
Hora de encontro: 9h30m Hora de início do programa: 10h Percurso: Circular. Distância: 8 km.
Grau de dificuldade: Fácil
Hora prevista do final do programa: 14h30m (inclui
paragem para descanso e comer).
Ponto de encontro:
Morada: Largo de S. Domingos de Benfica, 1 - 1500554 Lisboa
GPS: N 38º 44' 25,03'' ,W 9º 10' 49,6''
Em alternativa o local de encontro pode ser no Lumiar em frente ao supermercado Europa às
9h. GPS: 38.773763,-9.160421
Ou em Sete Rios às 9h15m em frente ao ZOO. Há
possibilidade de boleia para quem necessitar.
Quem tiver boleia para oferecer agradeço que me
avise e indique local de partida.
Preço do programa: 10 €
A atividade está coberta por seguro.
Recomendações:
- Uso de calçado confortável e com boa aderência
aos solos, próprio para caminhadas; - Uso de vestuário adequado ao tempo; - Alimentação: trazer farnel
e água;
- Trazer chapéu e protetor solar;
- Não se afastar do grupo;
- Deixar o lixo nos locais apropriados;
- Respeitar a vida selvagem e não perturbar a tranquilidade local;
- Respeitar a propriedade privada e os campos cultivados.
Um programa: Caminhos com Carisma lda.
Contactos
E-mail: [email protected]
Telefone: 914 907 446 / 967 055 233
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
17
Em Família
Atividade
C
omo proposta para um passeio em
família e adequado desde os mais
novos até aos mais graúdos, sugerimos uma visita guiada ao Palácio
Marquês da Fronteira e o passeio
pedestre "Rota da Água" no Parque Florestal de
Monsanto, em Lisboa.
Em Família
 Viagem
Fotos: Papa-Léguas
viagens
especial fim de ano
18
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Trekking no
deserto
Tipo: Expedição no Deserto
Grau de dificuldade: Moderado, 10/12km diários,
aproximadamente 4 horas de caminhada
Características:
8 dias, 7 noites
6 dias de expedição
Público-alvo: Adequado a crianças > 8 anos
(transporte em dromedário)
Próximas datas: 26 de dezembro de 2012 a 2 janeiro
de 2013
Programa previsto
Dia 1: Viagem para Marrakech e transfer para riad no
centro. Noite em Riad
Dia 2: Viagem de Marrakech para Zagora em viatura
exclusiva para o grupo
Dia 3: Dunas Bougayoirn -> Dunas Tridi
Dia 4: Tridi -> erg (duna) Essahel
Dia 5: Erg Essahel -> Dunas de Lanithie
Dia 6: Dunas de Lanithie -> Ouled Driss
Dia 7: Dunas de Lanithie -> Ouled Driss
Dia 8: Marrakech e regresso
Tipo de percurso: Natureza/Trekking.
Grau de dificuldade: Médio/Alto
Características:
8 dias, 7 noites
Próximas datas: 26 de dezembro de 2012 a 2 janeiro
de 2013
Marrocos é um país lindíssimo que por estar tão perto
e ser tão exótico merece uma visita.
Nesta viagem propomos mais que uma visita, sugerimos uma aventura de vários dias a pé a acompanhar
uma caravana de camelos.
Irá atravessar planaltos e desertos, descansar à sombra de oásis e dormir sobre as estrelas, beber chá na
companhia de Berberes e ouvir as suas histórias. Percorreremos caminhos antigos de caravanserais que
acompanham rios e dunas. Para no fim saborearmos
um merecido descanso na magia do deserto.
Aproveite este fim de ano para comemorar em boa
companhia e num cenário exótico e inesquecível a
entrada do novo ano e para conhecer ou regressar a
este maravilhoso país.
Equipamento obrigatório:
Mochila pequena, cantil (ou similar)
Saco de viagem (máx. 60Lt e 10kg) para transportar
no dromedário
Saco cama
Frontal ou lanterna
Óculos escuros, chapéu e protetor solar
Roupas confortáveis para caminhada
Impermeável
Agasalho noturno;
Básicos de higiene (incluir toalha pequena e ligeira
e produtos biodegradáveis, papel higiénico e saco,
chinelos)
1ºs socorros pessoais que devem incluir anti mosquito e anti diarreico.
Para as Senhoras – calças compridas para atravessar
algumas aldeias.
Programa previsto
Dia 1: Voo cidade de origem - Marrakech
Dia 2: Marrakech - Zagora
Dia 3: Beni Ali - Oásis de Foum Taqquat
Dia 4: Oásis de Foum Taggat – Dunas de Nesrate – Ksar Ait Isfoul
Dia 5: Oásis e dunas de Nesrate – Zaouiat Sidi Saleh – Duna de Tidiri
Dia 6: Dunas de Tidiri – Oásis e dunas de Ragabi – Dunas Erg Lihoudi
Dia 7: Viagem para Marrakech
Dia 8: Voo Marrakech - cidade de origem
Preço: 580€ (Preço Terra) | Desde 350€ (Preço voo) +
Suplemento ind. Marrakech: 50 €
Número mínimo: 6 pessoas (preço sob consulta para
grupos de número inferior)
Preço: Desde 799€ | + 50€* (suplemento single em Marrakech)
Mais informações aqui
Um Programa: Caminhos da Natureza ø
Foto: Papa-Léguas
Equipamento Recomendado:
Máquina Fotográfica, Sticks de Caminhada, Calçado
confortável e desportivo (uso recomendado);
Mais informações aqui
Um Programa: Papa-Léguas ø
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
19
Em Família
Viagens Fim Ano
Deserto
Dunas e Oásis
Aventura
iceland
luso expedition
Pedalar por um sonho às portas do
Círculo Polar Ártico
Para os sonhos serem realizados, é preciso alguém que acredite. A nossa viagem à Islândia
foi alimentada pela vontade de ajudar 2 crianças
a concretizar 2 sonhos em conjunto com a Instituição Terra dos Sonhos porque Um Sorriso
Vale Tudo.
Durante 3 semanas pedalámos no nosso mundo
de Sonhos, e a cada pedalada recebemos sorrisos em troca.
DIA 1 - 28ago12 Keflavik- Selfoss – 112 km
Nós movemo-nos como este vento que corre livremente por este país gelado. Tão a sul quanto
é possível nesta latitude, percorremos a estrada
da costa expostos a um inquietante e impressionante vento, que nos derrubou por diversas vezes. Ele não deixa saudades, apenas ficam marcas e recordações. Por momentos, sentimo-nos
transportados para o outro extremo do mundo
na Patagónia onde os 8 meses que separam estas 2 aventuras, não chegam para tirar do corpo
o desconforto que nos provocou.
Por todo o lado, nota-se a natureza intocada
com pouca vegetação, os tons escuros dos solos
vulcânicos e muitas rochas de lava cobertas de
musgo. O momento do dia foi junto da Blue Lagoonl, um dos pontos mais turísticos da Islândia.
20
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Aventura
Iceland Luso Expedition
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
21
Aventura
Para
muita gente,
viajar significa ir
ao encontro daquilo
que procuram. Nós que
viajamos com a bicicleta e
em autonomia, sabemos
que o destino está
traçado mas é
incerto.
DIA 2 - 29ago12 Selfoss-Selfoss
Atrás das montanhas em busca do Circulo de Ouro
95 km. Hoje o dia foi programado para viajarmos
sem bagagem. Era uma volta circular que nos levava para lá das montanhas até à fenda onde a Islândia se equilibra.
No parque nacional de Thingvellir vivemos alguns
dos mais conhecidos fenómenos naturais desta
ilha. Aqui é o local onde se separam as placas tectónicas americana e euroasiática, criando uma fenda
que se afasta 2cm por ano.
DIA 3 - 30ago12 Selfoss-Laugarvatn-Geysir-Gullfoss-Fludir-Árnes 140 km
Percebemos agora porque chamam círculo de Ouro
ao Geysir e à cascata Gullfoss. O turismo mais valioso chega em inúmeros autocarros e viaturas 4X4
equipadas com rodas “extra size”.
Não é preciso chegar a este local para sentir os
cheiros que os vapores emanam do subsolo. Em
povoações com pouco mais de 4 casas, é possível
ver-se a terra em plena atividade diante dos nossos
olhos e sentir-mo-nos convidados a ocupar todo o
espaço aquecido.
Laugarvatn, Fludir ou Árnes, todas estão num território mágico onde o tamanho não conta e os limites
que existem são impostos pela nossa imaginação.
Estas aldeias não brilham mas valem ouro. Ainda
estamos a 20 quilómetros do destino mas já passaram mais de 10h desde que saímos. É tarde e não
vamos ter tempo para recuperar e enfrentar 4 dias
de total isolamento por uma estrada de montanha
que atravessa 2 glaciares.
A ementa para tantos dias corre velozmente na minha mente. Compramos tudo o que julgamos vir a
precisar, mas antes percorro corredores, vasculho
prateleiras, tenho hesitações…
Calamos o medo e pegamos na bicicleta.
DIA 4 - 01 set12 Árnes – Highland center
70km
Damos hoje a primeira pedalada de aproximadamente 300 quilómetros em direção ao centro da
Terra, as highlands.
Para muita gente, viajar significa ir ao encontro daquilo que procuram. Nós que viajamos com a bicicleta e em autonomia, sabemos que o destino está
traçado mas é incerto. O encontro com o inesperado
é muitas vezes algo que acontece com frequência.
Foi uma noite mal dormida devido à ansiedade e ao
risco do que nos propunhamos fazer. Sabemos que
a cada quilómetro que andamos, começa uma nova
aventura.
22
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Aventura
Iceland Luso Expedition
Não podíamos esperar mais. Saímos do Youth hostel debaixo de
chuva, tendo como esperança alguma falha nas previsões meteorógicas para as horas seguintes.
Insípidos e molhados desde cedo,
buscamos abrigo no highland
center.
DIA 4 - 02set12 Highland
center – Nyidalur hut 110km
Toda a ilha é uma zona livre de
stress. Quando percorremos a
fantasmagórica
Sprengisadur
route (F26), percebemos que estamos livres de tudo, até do nosso
juízo. A nossa ambição quando
tracámos esta rota era atravessármos o país de sul para norte
e passarmos entre os glaciares
Holsjokul e Vatnajokull.
A natureza pode ser simultaneamente dura, delicada e cruel
como foi ontem, mas foi generosa connosco hoje ao permitir-nos
ver a paisagem de cascalho solto,
nua, sempre do mesmo tom castanho escuro.
O silêncio ganhou espaço até ao
momento em que conseguimos
chegar ao abrigo de montanha
(hut).
DIA 5 - 03set12 - Nyidalur hut – rest day
Nem pensar em cruzar a preciosa porta do abrigo. Lá fora está
tudo muito branco e diferente
daquilo a que estamos habituados, e por isso mantivemo-nos
no hut de Nyidalur (na base do
vulcão Tungnfell) durante 2 noites, por segurança. O fogão está
sempre aceso e tem uma enorme
panela com água pronta a aquecer quem chegue.
Para que possamos variar do
esparguete e noodles (já não há
muito), vamos tentar fazer pão. O
resultado da nossa experiência a
juntar ingredientes com nomes
impronunciáveis, em que íamos
provando para perceber o que
era, deu num cruzamento entre
o pão e o rissol. O duo de motards
que dividiam o hut connosco repetiram. Significa que inventámos mais um pastel, falta só dar
um nome…
O Ranger do Parque Nacional
acaba de chegar ao hut e veio
confirmar que somos mesmo
malucos por estarmos nas highlands nesta época. Além disso,
avisou que vai haver tempestade
para esta noite e amanhã.
DIA 6 - 04set12 - Nyidalur
hut- rest day
Lá fora estão 0ºC e as bicicletas
encostadas, imóveis, sujeitas a
mais um teste de resistência. O
nosso passatempo é assar batatas, ver quem passa e a forma
como transpõem o rio. A nossa
vez de partir vai chegar, ainda
não sabemos é quando. Para já,
passa a 3ª noite…
DIA 7 - 05set12 - Nyidalur
hut – Laugar 129km
O som do vento acorda-nos muito cedo e era semelhante ao do
dia anterior. Se a direção se mantivesse de norte, significava mais
um dia perdido. Inquieto, dirijo-me até à janela para observar o
único ponto de referência no exterior, uma bandeira chicoteada
pelo vento vindo de sul.
Estava dado o sinal de partida
para mais do que uma maratona
nas highlands. Ao longo do caminho, a neve mantinha-se por
vastas áreas, e o vento empurrava-nos ao mesmo tempo que
nos congelava as extremidades e
queimava a pele.
Foi uma benção a ajuda do Ranger para transpormos 2 rios em
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
23
Aventura
segurança sem nunca nos molharmos. A água que
nós e os islandeses bebem vem de rios como estes,
sem qualquer tipo de tratamento.
DIA 8 - 06set12 Laugar – Lago Myvatn- Laugar 85 km
Foi tanta a privação nos dias anteriores, que hoje
sonhámos com o pequeno almoço que teríamos
pela manhã antes de nos deslocarmos para o Lago
Myvatn. Este lago imenso e a área envolvente são
um dos grandes tesouros europeus.
Durante a nossa volta circular, toda a paisagem é
surreal. Lava, fumo a sair da terra, crateras, água e
montanhas vulcânicas.
mentos de contemplação parados. Em dias assim,
eu sou a ponta da flecha que abre uma fissura no
vento e permite que a Filomena possa andar na
roda. Acabar é uma vitória, mas não existe glória
quando se chega ao fim.
Akureyri é a capital do norte e a 2ª cidade maior do
país com 18000 habitantes, civilização situada num
fiorde rodeado de cumes nevados, uma escolha
acertada para ficar um dia a descansar.
Há muitos dias que transportamos os fatos de banho na pequena mochila que vai às costas, na esperança de um banho quente em qualquer charco
inesperado. Hoje tivemos o nosso primeiro hot pot.
Eles são um must nesta região (é como estar num
jacuzzi no meio da rua com um cenário deslumbrante).
DIA 10 - 09set12 Akureyri- Varmahlío 95
km
Mesmo a pedalar sobre a Route 1, os grandes horizontes continuam a fazer parte desta viagem. Andamos pelos vales e seguimos os cursos dos rios
alimentados pelas águas que escorrem incessantemente das arribas que nos flanqueiam.
Podia afirmar que estou eufórico diante das infinitas possibilidades que tenho pela frente, mas não
estou. Novo aviso de tempestade acompanhada de
ventos fortes (23 m/s), não convida a grandes aventuras.
DIA 9 - 07set12 Laugar – Akureyri 67km
Isto de pedalar com vento não tem graça nenhuma, especialmente porque não se consegue ter mo-
Por hoje não precisamos de nos preocupar, estamos bem abrigados numa quinta na aldeia de Varmahlíð, com 130 pessoas.
24
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
DIA 12- 1set12 Varmahlío – Saeberg (hostel)
15km
Esta aventura já foi longe demais. Temos metade
da quilometragem que planeámos, centenas de
peripécias e riscos incalculados e só nos apetece
chegar à capital. Lá fora, tudo continua branco e a
abanar, no entanto existe a necessidade de arrancar. Estamos confiantes nas previsões para o dia de
hoje, mesmo quando aquilo que vemos não inspira
confiança.
Começa a nevar, começa a montanha…Vários carros estão soterrados nas bermas, os flocos voam,
magoam as faces e a subida ainda vai no início. Metro a metro vamos quebrando o gelo. Quem passa,
tira fotografias e fica incrédulo. Nós também. Não
sabemos como equilibrar as 2 rodas perante esta
manifestação da natureza. As equipas de emergência patrulham a área e nós fazemos “like” sem nos
apercebermos que as descidas se tornariam autênticos escorregas.
Pedimos ajuda e somos resgatados até ao nosso
destino. Está um sol maravilhoso e as vistas são
lindas. A vida é tão bela: porque será que ando de
bicicleta em sítios tão difíceis?
Pronto!!! Depois de 1h dentro do hot pot, percebemos porque não ficamos em casa. Casa é onde está
o nosso coração.
DIA 13 - 12 e 13 set12 Saeberg – Borgarnes –
Reykjavik 226kms
Estamos a oeste, mas o nosso sentido é cada vez
seguir para mais perto do nosso ponto inicial.
O isolamento e a ausência da mão humana continuam a ser uma das grandes referências deste
país. Os horizontes até Borgarnes perdem a cor e
parecem-se com tantos outros que já vimos noutros
lugares.
Reykjavik não está isolada, não está no topo de uma
montanha e nem sequer há nada de extremo nesta
cidade.
DIA 14 - 14 set12 Reykjavik – Rest day
A capital não nos cativa, é exageradamente cara e
parece viver só de noite.
DIA 15 - 15 set12 Reykjavik – Keflavik 49km
Felizmente que as imagens que estamos a ver e
que são iguais ao primeiro dia, representam apenas uma pequena amostra deste país. Não há árvores, não há rios, não há vales, apenas uma rugosa
paisagem lunar, fruto da forte atividade vulcânica
nesta península.
Até ao aeroporto, já não contamos observar nada
daquilo que enche as brochuras e panfletos que se
podem encontrar e consultar, espalhados por qualquer parte desta linda ilha. Resta-nos pedalar.
EPÍLOGO: Não são os números que fazem uma viagem de SONHO. Os quilómetros ambicionados, os
desníveis previstos, os dias programados, ficaram
aquém do planeado. Mas as expectativas planeadas
foram largamente ultrapassadas, pois tivemos experiências únicas, em cenários de Sonho, com amizades imprevistas.
Nesta ilha, todos os sentidos experimentaram a natureza em estado puro. A esta latitude tudo se torna
imprevísivel, os 6 dias que ficámos retidos e os 1400
quilómetros percorridos, hoje parecem pouco vistos
à distância num lugar seguro.
AGRADECIMENTO: Aos nossos apoiantes – Terra
dos Sonhos, Cofides Competição; Movefree Bike
performance Center; D-Maker; Ortik; Bike Magazine; Bivaque, Extramedia, Portal Aventuras.
Um agradecimento muito especial à missão da Força Aérea Portuguesa – Iceland Air Policing, que nos
recebeu e transportou as nossas bagagens no regresso a Portugal. Bem hajam! ø
Ricardo Mendes e Filomena Gomes
mais pormenores e fotos
icelandlusoexpedition.yolasite.com/galeria.php
www.facebook.com/IcelandLusoExpedition
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
25
Aventura
Iceland Luso Expedition
DIA 11 -10set12 Varmahlío – Rest day
Parece que o inverno veio todo num só dia e pintou
tudo de branco. O supermercado está a 300 metros
mas é como se fosse uma miragem. Temos mais
um dia de paragem forçada.
O nevão ganha cada vez mais terreno à medida que
as horas avançam. A estrada está interdita à maioria dos veículos e por precaução as pessoas são
aconselhadas a procurar alojamento.
Em pouco tempo, a senhora Inda, de 81 anos, que
há poucas horas parecia ter uma vida pacata a cochilar no seu sofá, mostrou-nos como é uma verdadeira mulher do norte. Enquanto nos convidava
para um lanche com bolos caseiros, mostrava orgulhosamente os álbuns de família; recebia os turistas que iam chegando e quando a lotação esgotou, pegou no seu jeep e conduzia estrada fora para
os ir alojar.
Aventura
 Luísa Tomé
monte branco
Aventura
Momte Branco
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
27
Aventura
- Tsiiii, tsiiii – o meu olhar desviou-se do horizonte que observava, tentando encontrar por
perto de onde vinha o som daquele assobio.
- São as marmotas! Estão a avisar as outras que
nós estamos por perto, é assim que comunicam,
principalmente se sentem algum perigo - o Hélder ria do meu ar confuso. Ia jurar que o assobio
vinha de um ser humano! Foi a primeira vez que
avistei este simpático mamífero. Imagino esta
marmota no meio dos peluches do quarto das
minhas filhas. São sem dúvida um animal simpático, estes excelentes escavadores que vivem
em altitudes desde os 900m aos 3200m. Nove
meses do ano passam-no a hibernar. Estamos
em pleno verão nos Alpes e as marmotas estão
em grande atividade armazenando energias
para o inverno. Conseguimos avistar os outros
elementos da colónia, “de pé”, alerta. Foi um
bom motivo para uma merecida pausa, tirar a
mochila, hidratar, comer uma barra energética.
700m, que os separa do Col de Balme.
- Estamos a aclimatar e também a treinar, nem
pensar em usar meios mecânicos. – Helder sorria a dizer esta frase. Foi quanto bastou para
perceber que a manhã ia ser longa. Depois de
vencermos grande parte do desnível chegamos
a um local de onde se pode avistar a cordilheira
do monte Branco, la Verte, os Drus, as Aiguilles de Chamonix e o Monte Branco com os seus
4810m! Mas que local magnífico para aclimatar,
pensei. Para subir em altitude, temos que permitir ao nosso organismo que se habitue gradualmente à falta de oxigénio a que vai ser exposto.
Para isso vamos fazendo caminhadas, subindo
gradualmente, para que ao fim de alguns dias
já estejamos mais aptos a entrar numa zona em
que a pressão atmosférica é menor e o oxigénio
do ar mais rarefeito.
Ao chegar à moreia do glaciar do Tour resta-nos
uns 200 m para o nosso objetivo. A 30 de agosto
de 1930, o rei Alberto I da Bélgica inaugurou o
Já havíamos percorrido grande parte do trilho primeiro refúgio que tem o seu nome. Em 1935,
que nos levaria ao Refúgio Albert I. É aqui que o refúgio foi ampliado, no entanto não foi sufipernoitaremos para iniciar a nossa aclimatação.
ciente e o atual, precariamente empoleirado
Saímos da pequena vila de Le Tour, de
num penhasco a uma altitude de 2706,
onde partem os teleféricos usados no
inaugurado a 12 de julho de 1959,
Estainverno para aceder às pistas de
foi construído perto do primeiro
esqui. No verão continuam em
edifício. Não posso deixar de
mos em pleno
atividade facilitando o percurso
me impressionar ao avistá-lo
verão nos Alpes e
aos trekkers que não queiram
e quando chego sento-me na
as marmotas estão
palmilhar o desnível de cerca de
varanda feliz por poder apre-
em grande atividade armazenando
energias para o
inverno.
28
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Aventura
Momte Branco
ciar vistas tão magníficas e… por poder tirar as
botas! Não tinha botas de alta montanha, mas
um amigo comprou umas plásticas em segunda mão em Chamonix e sorte das sortes, eram
o meu número. Fiz este trekking com elas para
me habituar, resultou. Mas os meus pés suplicavam por ar fresco. Só conseguimos dar o devido valor ao momento de descanso, conversa,
contemplação numa varanda dum refúgio se já
tivermos percorrido umas boas horas por trilhos
de montanha. Saboreei ao máximo este tempinho, sabia que a tarde era guardada para treino
no glaciar, como andar em cordada e escalada
no gelo. É sempre bom relembrar as bases, um
acidente pode acontecer quando descuramos as
regras mais simples e esta tarde foi fundamental
para isso. Um sol magnífico, vistas deslumbrantes, ambiente descontraído. Não deixar a corda
a tocar o chão, nunca a pisar, nem a ter demasiado em tensão. Esta sintonia entre elementos
de cordada trabalha-se, e só com o treino a conseguimos obter. Amanhã vamos sair ao nascer
do dia em direção à Aiguille du Tour. Esta formação com 3540m é muito popular entre as pessoas que tentam a ascensão ao Monte Branco. É
relativamente fácil a sua subida pela face leste.
A meteorologia na manhã da nossa subida estava perfeita. Adoro toda a logística de preparação
de saída do refúgio. O acordar ainda de noite, os
ruídos leves e abafados dos mais madrugadores
na camarata, o som dos passos ainda lentos no
chão de madeira. Tento concentrar-me para não
me escapar nada, ter todo o material colocado
e sentir-me confortável. Saio do refúgio e o ar
fresco da montanha acorda os meus sentidos.
Começamos a subir o glaciar, frontais ligados,
músculos a aquecer. A inclinação é moderada
e rapidamente chegamos ao colo superior do
Tour que marca a fronteira da França com a
Suíça. – Trouxeram o passaporte? Vamos passar no posto fronteiriço! – pergunta o Hélder a
sorrir. Atravessamos agora o glaciar de Trient,
o sol aquece-nos e as vistas são surpreendentes.
Ao chegar à base da aguille do Tour, fazemos
o nosso merecido descanso, comer, beber água,
apreciar a beleza que nos circunda. Vem agora
a parte divertida para quem gosta de escalar em
rocha. Iniciamos calmamente a nossa subida,
vamos ouvindo algumas orientações, progredindo e fazendo manobras para passar nas zonas
mais expostas, até chegarmos ao topo. Emociono-me com a beleza à minha volta. O meu pensamento liga-se a alguém muito querido que há
bem pouco tempo deixou a vida terrena, sinto
a sua proximidade. Um abraço forte da minha
amiga de escalada traz-me novamente à terra. E
ali à nossa frente, majestoso, quase como que a
chamar-nos, o Monte Branco.
Foi nesse mesmo dia que regressamos a Chamonix. Uma longa descida animada pela conversa
descontraída sobre os Alpes. - Há sempre tanto
que contar desta cordilheira, travessias espetaculares que se podem fazer. – ouvia atenta as
histórias que me contavam, era a minha primeira vez nos Alpes e já estava cativada! Cativada
até pela própria cidade de Chamonix! É um local onde se respira ar livre. Da varanda do nosso apartamento, para onde quer que olhe vejo
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
29
Aventura
atividades outdoor. Ouço os risos alegres dum
grupo que desce o rio fazendo rafting, observo
o céu colorido pelos parapentes, as pessoas passam na rua equipadas com roupa de montanha.
Cheguei a Chamonix há dois dias de comboio.
Quando deambulava pelas suas ruelas, choquei com uma curiosa estátua onde um homem
aponta a outro o cume do Monte Branco.
- É Jacques Balmat que está a apontar para o
cume, ele foi o primeiro homem a subir esta
montanha, a 8 de agosto de 1786 acompanhado do médico Michel Paccard. Saíram de Chamonix, acamparam no cume da Montagne de la
cote a 2630m, às 4 da manhã partiram e chegaram ao cume por volta das 6h da tarde. Balmat
nasceu neste vale, era um caçador de cristais,
tinha uma vontade de ferro e um instinto para as
montanhas. Paccard, era médico em Chamonix
e um excelente alpinista, adorava botânica e minerais. Também lhe erigiram aqui uma estátua.
Foi ele que conheceu Horace-Bénédict de Saussure , que iniciou a corrida do primeiro
Foi em 1760
homem a subir ao Monte
que veio aqui
Branco. – disse-me João.
pela primeira vez e
ofereceu uma recompensa a quem escalasse o Monte Branco.
Ele tentou fazê-lo
sem sucesso.
- E esse Saussure também era alpinista? –
perguntei curiosa.
- O seu interesse pela
botânica trouxe-o até aos
Alpes e percorreu grande
parte desta cordilheira, começando a trabalhar no sentido
de esclarecer a topografia da parte nevada dos Alpes, nessa época praticamente desconhecida. Foi em 1760 que veio aqui pela primeira vez e ofereceu uma recompensa a quem
escalasse o Monte Branco. Ele tentou fazê-lo
sem sucesso.
- Então nunca chegou a subir.
- Sim, conseguiu, mas só em 1787, já tinha 47
anos e levou 18 guias com ele.
Relembro as palavras que li do fotógrafo de
montanha C. Douglas Milner, “A subida em si
foi magnífica, uma incrível façanha de coragem,
grande resistência, realizada por estes dois homens apenas, sem corda e sem piolets, muito
sobrecarregados com equipamentos científicos
e com longos bastões com pontas de ferro. O
bom tempo e uma lua luminosa garantiram o
seu regresso com vida.”
O dia seguinte foi passado a descansar, visitar
o Museu da Montanha e espreitar a meteoro-
30
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Aventura
Momte Branco
- Estás nos Alpes?
Não vão poder
subir amanhã, aproxima-se uma tempestade.
Mas tenho boas notícias,
Um dos pontos altens uma janela de bom
tos é ir à roulotte
tempo no dia seguinte
dos waffles deleitarmo-nos
com este
se quiserem aprodelicioso doce! No fiveitar.
nal do dia ainda pude-
mos assistir a um espetáculo de música e dança celta
na praça central. O ambiente é descontraído, a
praça está cheia de gente e a música faz sempre
bem à alma. João recebe um telefonema.
- Estás nos Alpes? Não vão poder subir amanhã,
aproxima-se uma tempestade. Mas tenho boas
notícias, tens uma janela de bom tempo no dia
seguinte se quiserem aproveitar. - Disse Vítor
Baía sempre bem informado sobre os fenómenos meteorológicos.
O dia em que vai haver “uma aberta” para subir
é o mesmo dia em que temos voo para Lisboa
desde Genebra. Ficamos um pouco a pensar no
que decidir e claro, temos que arriscar. Na montanha é assim, tem que haver flexibilidade, estamos dependentes das condições climatéricas
e aproveitar quando nos é proporcionado bom
tempo.
A rota que vamos seguir não é a mais utilizada,
é chamada rota dos três cumes. Esta rota é mais
exigente física e tecnicamente do que a rota do
Goûter. No entanto, com fácil acesso a partir do
teleférico da Aiguille du Midi, este percurso tornou-se a segunda rota mais popular para escalar o Monte Branco. O percurso inicia-se na Aiguille du Midi, seguindo pelo Col du Midi antes
de subir o Monte Branco através do Mont-Blanc
du Tacul (4248m) e Maudit Mont (4465m). Esta
rota requer condições estáveis na neve do Mont
Blanc du Tacul e Mont Maudit e tem uma elevação acumulada de 1425m.
O refúgio Cosmiques estava lotado, a nossa úniOUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
31
Aventura
No entanto, o
mau tempo previsto estava certo, e
a visibilidade não era
mais de 20m à nossa
frente. Estava desanimadíssima.
estação do teleférico da Aiguille du Midi. Este
teleférico foi construído em 1955 e manteve o
título de ser o mais alto do mundo durante duas
décadas. Ele ainda detém o recorde como o teleférico com a ascensão vertical mais alta no
mundo, de 1.035 m para 3.842 m. Há duas seções: de Chamonix para o Plano de l'Aiguille a
2317 m, e, depois diretamente, sem qualquer pilar de apoio, para a estação superior a 3777 m.
Apanhamos o último teleférico do dia, cerca de
20 minutos depois estávamos no terraço a tentar
admirar as lindíssimas vistas que se tem deste
local. No entanto, o mau tempo previsto estava
certo, e a visibilidade não era mais de 20 m à
nossa frente. Estava desanimadíssima.
- Como é possível daqui a poucas horas termos
bom tempo para subir? – Perguntei incrédula.
- Estamos na montanha Luísa, a meteorologia
muda rapidamente. Temos que aguardar. – Afirmou João calmo e confiante.
32
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Fomos procurar um local onde pudéssemos
descansar até à meia-noite, hora marcada para
a nossa partida. O percurso é longo, com bastante desnível e na realidade o voo para Lisboa
é amanhã!
Quando acordei, o som dos ventos fortes que
se faziam ouvir misteriosamente desapareceram. Depois de comer e fazer a confirmação
do equipamento dirigimo-nos para a aresta que
nos levará ao Vallé Blanche. Foi com extrema
curiosidade que me dirigi à saída. Como estará o tempo? A calma e tranquilidade que senti
ao sair para o exterior foi-me trazida pela maravilhosa paisagem que tinha à minha frente.
Afinal, depois da tempestade vem a bonança, e
a visão deste vale imaculado sob um céu estrelado, sem ninguém, sem pegadas, sem luzes de
frontais, foi brutal. Ao começar a descer a aresta conseguimos ver o refúgio Cosmiques ainda
adormecido. Fomos mesmo os primeiros a sair,
o que representa um privilégio por um lado e
Quando chegamos à “parede” do Mont Blanc du
Tacul já temos algumas pessoas à espera para
subir. O sol ainda não subiu para nos aquecer,
esperamos junto às cordas a nossa vez, os pés
começam a dar sinal de frio. Iniciamos a subida,
os piolets e os crampons cravam-se certeiros no
gelo, a corda ajuda na subida. Começo a ficar
cansada e a hesitar, paro por uns momentos,
sinto a boca seca, o coração a bater forte, olho
para cima, já não falta muito.
- Piolet numa mão, corda na outra, sobe Luísa!
– a voz do Hélder trouxe-me lucidez. A energia
que me faltava regressou. Concentro-me e continuo a subida, pedaços de gelo passam por nós
arrancados aquela parede cheia de gente, desejosa de ultrapassar possivelmente o obstáculo
mais duro desta rota.
O trilho continua pelo belíssimo Mont-Maudit,
apesar do seu nome. O sol já vai alto, começa a
aquecer, há que começar a tirar camadas. Não
podemos desidratar. Col de la Brenva, um chá
quente e uma bolacha. Apetece ficar já aqui, as
vistas são surpreendentes. Mas não é este o nosso objetivo, vamos continuar a subir.
Ainda foi longa a nossa caminhada, sempre a
encontrar forças e energia onde quer que elas
estivessem escondidas. Parávamos de vez em
quando à espera da outra cordada de amigos,
e por fim, cerca das 10h da manhã atingimos o
cume. Tento tirar fotos mas a máquina fotográfica não ajudou, fiquei sem bateria. Não faltam
máquinas para o fazer e depois de um breve
descanso temos que iniciar a descida pela mesma rota. É uma descida que acaba por ter algumas subidas, sendo por isso mais demorada.
Mas a alegria de ter cumprido o objetivo, o dia
tão calmo e luminoso, a companhia dos amigos,
supera qualquer tipo de cansaço.
Tive um sentimento de saudade ao chegar novamente ao Vallé Blanche e olhar para trás, para o
trilho percorrido, olhar aquele vale agora à luz
do dia, atravessado por tantas pegadas. Olho de
relance para a última subida que nos falta fazer,
a aresta que nos levará ao teleférico na Aguille
du Midi. Faço esta subida confiante, como se tivesse deixado para trás todo o esforço e cansaço
extremo desta maravilhosa aventura!
Com grande pena não pude comemorar em
Chamonix nessa noite, mas comemorei com
imensa alegria ao reencontrar-me com a minha família, orgulhosa de mim; afinal, estive no
mesmo dia no cume do Monte Branco de manhã
e à noite na minha cama, quente e confortável,
em Lisboa. ø
Luísa Tomé
Papa-Léguas
www.papa-leguas.com
OUTDOOR Julho_Agosto 2011
33
Aventura
um esforço acrescido por outro. Relembro a travessia do glaciar do Tacul a “fazer trilho”, o som
dos campons na neve ecoava num ritmo próprio, pousava a minha bota no local exato onde
o João tinha feito a pegada, como que num jogo
em que quando falhava acrescia o esforço que
teria que fazer. O som de passos intensifica-se,
temos mais madrugadores connosco. Deixamo-los passar, já vimos a fazer trilho há bastante
tempo, é a vez de outros agora.
Entrevista
 Diogo Miguel - (Oti-Estarreja)
“O DESPORTO EM PORTUGAL É
UM ESPELHO DA SOCIEDADE”
Entrevista
Diogo Miguel
OUTDOOR Setembro_Outubro 2012
35
Entrevista
Chama-se Diogo Miguel e é, aos 23 anos, uma
das referências da Orientação Pedestre nacional. Campeão Europeu de Jovens em 2007 e
Campeão Nacional de Distância Longa em 2009
e 2011, Diogo Miguel reparte o tempo entre a
modalidade do seu coração e as exigências do
curso de Medicina que abraçou há seis anos. E
foi precisamente por aí que a nossa conversa
começou, uma conversa onde passado, presente e futuro se misturam e confundem numa teia
de opções, direções, desafios e decisões. Na
Orientação como na Vida!
Por Joaquim Margarido
Outdoor: Como é possível alguém compatibilizar a preparação enquanto
atleta de Orientação de Elite, com as
exigências dum 6º ano do Curso de Medicina?
Diogo Miguel: O segredo reside, sobretudo,
na motivação. Toda a gente consegue tirar um
curso e fazer desporto e, inclusivamente, se gostar, consegue treinar todos os dias. Mas se estiver motivado o suficiente, consegue levantar-se
cedo para correr às seis da manhã, estar na Faculdade às oito e meia, sair às quatro da tarde e
ir treinar outra vez, estudar até às dez da noite e
dormir, porque amanhã é outro dia. É preciso estar-se motivado para abraçar esta
vida durante o ano inteiro.
de Sprint, em Eger, na Hungria. Que memórias guarda dessa jornada, há cinco
anos atrás?
Guardo sobretudo as memórias e os amigos. Na
altura pensámos que a visibilidade que este resultado poderia dar à Orientação catapultasse a
modalidade e possibilitasse a obtenção de mais
apoios, mas isso não se veio a verificar, pelo menos na medida daquilo que seria de esperar.
Esteve este ano nos Mundiais de Lausanne, conseguindo o 33º lugar na Final A
de Distância Longa. Que valor atribui a
este seu resultado?
Atribuo-lhe um valor elevado, até porque foi a
primeira vez em dez anos que um português foi
a uma final A de Distância Longa. Cheguei ao
fim com a certeza de ter feito o meu melhor e,
se não tivesse quebrado fisicamente, teria feito melhor ainda. Ou seja, com outras condições
de treino teria facilmente ficado entre os vinte e
cinco primeiros. Mas falta bastante cultura desportiva à sociedade portuguesa em geral e, se
disser a alguém que não está familiarizado com
a Orientação que terminei em 33º num Campeonato do Mundo, essa pessoa irá pensar “esquece, és mau, não prestas!” Mas quem sabe como
estas coisas funcionam, sabe os sacrifícios que
temos que fazer. Sabe acima de tudo as condições que temos e consegue olhar para o resultado como sendo bastante meritório.
Temos em Portugal o apoio que
devíamos ou que merecíamos?
Sabe acima
Há quanto tempo é que as
Não! É bastante revoltante olhar
de tudo as concoisas são levadas assim?
para outros desportos, como é
dições que temos e
Quando comecei a fazer Orieno caso do Futebol e termos um
tação, não tinha grandes preo- consegue olhar para o Presidente que termina o mancupações com o treino. Durante
dato à frente da Federação e que
resultado como senos anos de faculdade já treinava
se sente orgulhoso por ter deixado bastante meribastante a sério, mas foi há dois
do um balanço positivo nas contas
tório.
ou três anos, quando comecei a
de muitos milhões de euros. Mas
ser treinado pelo Professor Bruno
Nazário, que aumentei a carga de treino para o bi-diário. A partir daí, passei a ter o
meu tempo totalmente ocupado. São os estágios
do Curso, o tempo de deslocação para Hospitais
da periferia, uma tese para defender... Este ano
será bastante mais exigente que os anteriores, se
calhar não vou poder fazer treino bi-diário todos
os dias como gostaria, mas ainda assim vou procurar treinar duma forma o mais séria possível
e, se não puder fazê-lo na quantidade desejável,
pelo menos na qualidade espero consegui-lo.
Em 2007 conquistou a primeira grande
medalha da Orientação portuguesa ao
sagrar-se Campeão da Europa de Jovens
36
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
são estes, precisamente, que ainda
assim continuam a receber milhões e
milhões do Instituto Português do Desporto e
Juventude, enquanto outras modalidades lutam
pela sobrevivência. Acho que somos, claramente, sub-apoiados. O desporto em Portugal é um
espelho da Sociedade. Há os muito ricos e há os
muito pobres. Os ricos são cada vez mais ricos e
os pobres são cada vez mais pobres. É a mesma
coisa com o desporto.
Quando olha para os nossos jovens,
que potencialidades vê neles para conseguirem chegar aos lugares cimeiros
da Orientação Europeia e Mundial?
Temos alguns jovens com bastante valor, prin-
Entrevista
Diogo Miguel
cipalmente o Luís Silva. Trata-se dum atleta que
tem um futuro brutal e acho que vai ser sem
sombra de dúvidas o melhor atleta português
dentro de muito pouco tempo. Olhando de forma mais aprofundada para estes atletas, é uma
realidade que eles têm hoje melhores condições
em relação àquilo que nós tínhamos na altura.
Basta ver que os atletas já se deslocam com alguma frequência ao terreno antes das grandes
competições, coisa que não havia até há muito
pouco tempo atrás. E depois há os estágios de
Seleção. Mas deve reconhecer-se que lhes falta
o treino fora da competição. Acho que falta algum espírito de sacrifício no treino em casa, que
é o mais importante.
O Clube de Orientação de Estarreja é,
desde sempre, o seu clube. Que significado tem para si este emblema e esta camisola que enverga?
Comecei na Orientação aos 8 anos e a minha
primeira experiência foi no Desporto Escolar,
na minha terra, Canelas, uma pequena aldeia
do Concelho de Estarreja. A essa primeira prova seguiu-se uma “Quinzena da Orientação”, no
verão, e nunca mais parei. Há quinze anos que
estou ligado a este clube e ele faz parte de mim.
Poderia dividir a minha vida em dois, por um
lado a parte profissional, da Faculdade, e por
outro a Orientação. Por estranho que possa parecer, a parte desportiva não se encontra num
plano inferior relativamente à parte profissional. Ambas as partes se complementam uma à
outra. Portanto, a minha ligação a este clube é
muito grande, são muitos anos, são muitas pessoas e ajudou-me a crescer.
Aos miúdos que agora dão os primeiros
passos, que conselhos daria?
O conselho não o daria aos miúdos, se calhar dava-o antes aos pais. Tanto a escola como o desporto andam muito ligados. Se temos disciplina
num, acabamos por ter disciplina no outro. Não
é por acaso, se olharmos para os atletas de topo
a nível nacional, todos eles são excelentes estudantes e têm um futuro profissional bastante
promissor. Tudo parte de quem educa. Eu tenho
a sorte de ter uns pais que sempre me educaram
bem e que sempre me deram o apoio necessário
para conseguir fazer as duas coisas.
E deixaria ainda um conselho mais aos pais, o
de virem fazer uma prova de Orientação com
os seus filhos. Uma das grandes vantagens da
Orientação é ser, para além do “desporto da floresta”, o “desporto da família”.
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
37
Entrevista
Considera que esta época correu de
acordo com as suas expectativas?
Na verdade, digamos que a época está quase à
beira de começar. Depois do Campeonato do
Mundo, tirei mais tempo do que era habitual
para descansar e tenho estado a fazer praticamente só manutenção. A época teve alguns percalços, comecei a treinar na República Checa e,
apesar de ter feito muito treino com mapa, devido às questões climatéricas e às poucas horas de
luz acabei por ter uma carga de treino aquém do
desejável. Depois de regressar a Portugal estava
a treinar bem mas tive um percalço e lesionei-me num pé, o que me obrigou a uma paragem
de um mês. Isso fez-me perder muito da minha
boa forma e acredito que, se não fosse isso, po-
38
Novembro_Dezembro 2012
2011 OUTDOOR
OUTDOOR
deria ter chegado muito melhor ao Campeonato
do Mundo e aí o resultado poderia ter sido outro.
Apesar de tudo, os resultados acabaram por ser
bem melhores do que estaria à espera.
O objetivo a curto prazo passa pelo título nacional absoluto?
Por acaso esse é um título que nunca alcancei.
Vou começar a treinar a sério para chegar nas
melhores condições ao Campeonato Nacional
Absoluto e esse vai ser um bom teste. O objetivo
é estar lá para ganhar.
Quanto à próxima época, espero apresentar-me
às provas em melhor forma do que este ano e
que os bons resultados possam aparecer. ø
ofereça um garmin. DESEMBRULHAR
a caixa será só o princípio...
Este Natal ofereça emoções. Aventuras.
Para quem viaja ou para os que correm. Para os que navegam no mar
ou escalam montanhas. Para os nadadores ou golfistas.
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Por Terra
Foto: Joaquim Margarido
 Atividade
orientação…
Parque Nacional Torres del Paine, Chile
40
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Foto: Luzir
desporto na natureza
Por Terra
Orientação
Foto: Luzir
Cinco são os sentidos, está nos
manuais! Neles reside a possibilidade de um maior ou menor
contacto da pessoa com aquilo
que a rodeia. Há ainda o sexto
sentido, aquela perceção extra-sensorial que parece ser mais
propriedade das mulheres do
que dos homens e que nas conceções ocultistas estará também sedeado num órgão do
nosso corpo. Figurada ou objetivamente, é bom que todos
eles – sem exceção! - estejam
suficientemente
desenvolvidos. Sem isso, não há sentido de
orientação que aguente.
A
Orientação é um
Desporto
recente
em Portugal, mas
tem já mais de 100
anos de existência
enquanto desporto organizado. Com efeito, terá sido em
Bergen - Noruega, no ano de
1897, que se organizou a primeira atividade desportiva de
Orientação. Os países nórdicos,
são ainda hoje, aqueles onde a
modalidade tem maior implantação, mobilizando um número
de praticantes que coloca a
Orientação entre os cinco desportos com mais adeptos na
Escandinávia. A maior prova
do mundo realiza-se anualmente na Suécia, os "5 dias da
Suécia", com um número de
participantes que já atingiu os
25.000.
Durante o séc. XX a modalidade foi evoluindo até à criação
da Federação Internacional
de Orientação (IOF), que festejou em 2012 o 51º aniversário
e veio normalizar mundialmente as regras competitivas,
as normas para elaboração dos
mapas e as sinaléticas a usar.
A Orientação é praticada em
quatro disciplinas diferentes:
Orientação Pedestre, Orientação em BTT, Orientação em
Ski e Orientação de Precisão
(Orientação prioritariamente
para deficientes motores).
Portugal tem marcado pontos
na Orientação para o desporto
adaptado, lançando em 2012 a
Taça de Portugal de Orientação
de Precisão e criando um circuito de Orientação adaptada
vocacionado prioritariamente
para a deficiência intelectual e
crianças em idade pré-escolar
que é único no Mundo e que
está a ser já implementado
pela Espanha.
O que é?
Podemos dizer que a Orientação é um desporto completo.
Há o aspeto físico, o treino no
campo que se aproxima do
treino dum atleta de fundo. E
há, o aspeto mental, que desempenha um papel fundamental, a leitura dos mapas, o
contra-relógio… É também o
desporto de natureza por excelência. Os orientistas saem dos
trilhos balizados para penetrarem no coração da floresta.
Cada dia é uma nova aventura. Daquele que se inicia na
Orientação ao mais consagrado
dos praticantes há todo um
mesmo espírito de liberdade,
de fazer a sua própria escolha
do melhor itinerário. No Atletismo, por exemplo, a volta à
pista terá sempre 400 metros,
quer seja aqui ou no Japão. Na
Orientação, esta noção de distância tem muito pouco significado. Tanto se pode fazer 10
quilómetros numa hora e meia
como em quarenta minutos. E
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
41
Por Terra
depois, nunca existem duas florestas iguais. É
o eterno recomeço. Na Austrália ou na Suíça,
no Japão ou na Escandinávia, é necessário uma
adaptação a cada local, não há lugar a repetições…
Cada corredor possui uma bússola e um mapa
que, contrariamente a um mapa normal, contém
uma enorme diversidade de detalhes acerca dos
seus elementos característicos (relevo do terreno, vegetação, caminhos, elementos rochosos,
construções e muito mais...). Os mapas são realizados segundo as normas específicas da Federação Internacional de Orientação que tem sede
na Finlândia. Além da legenda sobre os símbolos
nele representados, existe ainda uma sinalética
própria que tem a ver
com o percurso que o
praticante vai realizar
nesse evento e que é
uma linguagem universal.
A partir do momento
em que se põe em
marcha o cronómetro,
o orientista deve efetuar o seu percurso
que é marcado no
mapa e que é constituído por uma partida (representada por
um triângulo) uma
série de pontos de
passagem obrigatórios (representados por círculos) e a chegada (representada no mapa por
dois círculos concêntricos). Estes pontos são
materializados no terreno sob a forma de um
prisma triangular, denominado por baliza, e a
passagem deve ser validada por um sistema de
“picotagem” manual ou eletrónica. O objetivo
consiste em fazer o percurso na sequência indicada o mais rapidamente possível. Mas entre
cada ponto de passagem, a escolha do itinerário
fica ao critério de cada um.
O percurso em linha reta, evidentemente, nem
sempre é o mais rápido. É necessário jogar com
as inflexões do terreno, os lagos, os muros e
outros acidentes… O tempo gasto a percorrer
o traçado da corrida depende, sobretudo, do
meio sobre o qual a mesma se desenrola. Em
terrenos como na Escandinávia, onde o relevo é
mais duro, numa mesma distância, poderemos
gastar quase o dobro do tempo que gastaríamos
num terreno plano e sem o mesmo tipo de obstáculos.
42
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Por Terra
Orientação
Foto: Joaquim Margarido
É um
desporto ainda
preservado de certas
O conhecimento do relevo é
são as seguintes:
polémicas, “doping” e
a parte mais difícil. É necessário aprender a imaginar
- Campeonato do Mundo
outros malabarismos,
um terreno a três dimensões
de Júniores – República
daí que muitos orientistas
sobre o mapa. Claro que não
Checa (29jun-06 de julho)
digam que não seja mau
é apenas isto. Para quem tem
www.jwoc2013.cz
de todo que ele permamais dificuldade em possuir a
- Campeonato do Mundo
visão a três dimensões, esta inElite – Finlândia (07-14 jul)
neça “confidensuficiência pode ser compensada
www.woc2013.fi
cial”.
com outras qualidades, nomeada- Campeonato do Mundo vemente a atenção. Mas nem todos possuem igualmente esta capacidade mental.
Como na generalidade dos desportos, é necessária uma longa aprendizagem onde o treino
técnico, a vivência de situações mais variadas
e o número de florestas “visitadas” desempenham um papel fundamental. É à medida que o
tempo passa que o orientista aprende a adaptar
o seu comportamento, a reagir cada vez mais
rapidamente e a encontrar as melhores opções.
O desporto não é muito mediatizado e o espírito da Orientação é o de permanecer livre. É
um desporto ainda preservado de certas polémicas, “doping” e outros malabarismos, daí
que muitos orientistas digam que não seja mau
de todo que ele permaneça “confidencial”.
Grandes Competições em 2013
Em 2013, as grandes competições internacionais onde Portugal vai querer estar presente
teranos – Itália (02-10 ago) www.
wmoc2013.it
- Campeonato da Europa de Jovens – Israel (03
de novembro) www.eyoc2013.org
Portugal na alta roda
Mas Portugal vai ter brevemente grandes desafios pela frente:
- Em 2013 organiza uma etapa da Taça do Mundo
de séniores e o Campeonato do Mundo de Veteranos de Orientação em BTT - Costa Alentejana,
entre 09 e 13 de outubro.
- Em 2014 organiza em Palmela, de 9-14 de
abril e em paralelo, o Campeonato da Europa
de Orientação Pedestre e o Campeonato da Europa de Orientação de Precisão: www.eoc2014.
fpo.pt
Carnaval, o ponto alto
Desde 1996 que Portugal realiza a sua prova rainha que atrai os melhores especialistas a PorOUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
43
Por Terra
tugal. É O Portugal O’ Meeting que desde 2000
se realiza no Carnaval com a duração de 4 dias
e pontuável para a liga Mundial de orientação
pedestre nos percursos de Elite. Em 2013 Portugal vai receber pela primeira vez três eventos
pontuáveis para a Liga Mundial:
02 e 03 de fevereiro – Norte Alentejano O’ Meeting – Nisa (www.naom.pt)
09–12 de fevereiro – Portugal O’ Meeting –
Idanha-a-nova (www.pom.pt)
16 e 17 de fevereiro – XIV Meeting de Orientação do Centro – Pombal (www.coc.pt/
eventos/16fev2013)
Orientação muito mais do que um desporto
Olhando para a modalidade de uma forma mais
transversal podemos enquadrá-la além de modalidade desportiva com áreas como o Ambiente, a Educação e as Novas Tecnologias. As quatro vertentes atrás enunciadas, reunidas numa
só, tem a ver, também, com solidariedade.
Ambiente, porque a Orientação é o “Desporto
da Floresta”, fazendo de cada praticante um
guardião e um amigo de tão valioso património.
Educação, porque é uma modalidade onde se
aglutinam matérias tão nucleares como a Matemática ou a Geografia e se desenvolvem competências como a capacidade de interpretação
ou o poder de decisão, por isso ser considerada
prioritária para o Desporto Escolar. Novas Tecnologias, porque é das modalidades que mais
depende dos Meios Informáticos a todos os níveis, do controlo de tempos à cartografia mais
desenvolvida que existe. Desporto, porque promove a atividade física e a Saúde, dirigindo-se
de igual forma àqueles que, individualmente, a
praticam ao nível da alta competição, como às
crianças ou às famílias que vêm nela uma forma
de promover o seu bem estar físico e reforçar
os laços de amizade e convivialidade.
Olhando
E solidariedade porque vive da força
que projeta nos seus praticantes,
para a modalitrabalhando desinteressadamente
dade de uma forma
em prol da modalidade, em prol
mais transversal podo país.
demos enquadrá-la além
Porque a Orientação é Ambiente,
de modalidade desportiva
é Educação, são Novas Tecnolocom áreas como o Amgias, é Desporto. Porque a Orienbiente, a Educação e
tação gera Riqueza e gera Saúde.
Porque a Orientação é de todos e
as Novas Tecnolopara todos. Interessa a todos. Integias.
ressa ao País! Daí que é urgente que
todos venham experimentar e que descubram as belezas deste País de mapa na mão. ø
Fernando Costa e Joaquim Margarido
44
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
DESCOBRE A TUA PRÓXIMA
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Por terra
 Desafio
brasil
ride 2012
600 kms de aventura em 7 dias,
bem no centro da Chapada Diamantina.
Aquela que por muitos é já considerada a melhor ultramaratona de
btt da América do Sul, decorreu no
passado mês de setembro, e contou com mais de 300 atletas de 20
nacionalidades para percorrerem
os trilhos escolhidos por Mário
Roma e a sua equipa.
Portugal saíram 22, como no tempo
dos descobrimentos e atravessaram o Atlântico para poder conquistar os fantasticos trilhos da
Chapada Diamantina.
Brasil Ride, mais que uma maratona de btt uma etapa na tua vida,
este é o lema da Brasil Ride e sem
dúvida caracteriza esta prova, pois
para todos, principalmente os que
viajam de outros continentes como
nós a aventura começa muito antes
de pegar na bicicleta.
P
ara podermos chegar a
Mucugê, base da Brasil
Ride partimos de madrugada de Lisboa num
voo de 8 horas até Salvador da Bahia, chegados a Salvador
tivemos apenas tempo para colocar os nossos sacos no hotel tomar
um duche e procurar um excelente restaurante de rodízio, pois necessitávamos de proteínas para os
dias seguintes.
Dormimos em Salvador e no dia
seguinte as 7h já estávamos a pé
prontos para uma viagem de mais
8 horas, desta vez de autocarro,
um autocarro muito confortável
com ar condicionado, mas não
deixam de ser 8 horas para percorrer os 400 kms que separam
Salvador de Mucugê.
46
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Por terra
Brasil Ride 2012
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
47
Por terra
Chegamos a Mucugê já de noite e rapidamente
temos de fazer o nosso registo na prova, receber
o saco da prova, o dorsal e toda a informação
necessária para os 7 dias seguintes.
Depois é tempo de escolher uma das 300 tendas
de campismo onde nos vamos acomodar. Outros
preferiram dormir em pousadas mas nós, sem
dúvida, preferimos viver a aventura por completo.
Neste momento tomamos também conhecimento que o jantar desse dia, o pequeno almoço e
almoço do dia seguinte seriam da nossa responsabilidade pois a alimentação da prova só teria
início ao jantar do 1º dia.
Aqui, permitam-me fazer uma crítica construtiva… Numa prova que prima pela excelência
em todos os aspetos deveria a organização ter
mais alguma atenção em relação a estes pequenos pormenores. Fez falta no momento da receção um sumo de frutas (simples, fácil e barato
na terra dos sumos naturais), fez também falta o jantar e o pequeno almoço para quem vem
de tão longe depois de tantas horas de viagem.
Para tomarmos o pequeno almoço tivemos de
nos deslocar cerca de 2 kms a pé. A meu ver,
mais 100 reais não deixariam de levar as pessoas à prova e chegariam com certeza para tornar mais agradável a receção aos participantes.
Já que estou na onda da crítica só mais 2 pontos importantes e que com toda a certeza serão
melhorados em 2013. O primeiro tem a ver com
o percurso escolhido e que por razões que desconheço nos obrigou a repetir cerca de 100 kms.
O segundo está relacionado com o do piso do local de refeições, que por ser de terra fazia muito
pó. Em relação ao percurso, depois de falar com
o diretor técnico da corrida percebi que infelizmente não foi concedida autorização para podermos passar em certos locais da Chapada por
serem zona protegida, mas foi-me também dada
garantia que em 2013 o percurso seria diferente tentando repetir o menos possível. O segundo
foi resolvido molhando o piso em Mucugê, dado
que em Rio de Contas a zona de refeições fica
num piso de cimento.
Só me referi a este ponto menos bom e que tem
de ser melhorado, porque esta foi a prova onde
estive onde a variedade e a qualidade da alimentação é sem dúvida fora de série!
Voltando à prova em si, depois de termos escolhido a tenda é necessário montar a bicicleta que
vem dentro de um saco aos “bocados” e passar
48
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
os nossos pertences e roupa para o saco fornecido pela organização, para facilitar o transporte dos sacos de um local para o outro. Depois é
preciso descansar pois o 1º dia de prova esta aí.
Dia 1
Amanhece cinzento e o prólogo só começa as
14h, mas às 7h da manhã o nervoso miudinho já
não nos deixa estar na tenda. Levantamos e procuramos um local para o pequeno almoço, que
com ajuda dos locais que nos indicam um posto
de abastecimento com comida típica da região e
uns sumos de frutas naturais simplesmente maravilhosos.
Barriguinha cheia, verificamos de novo as bikes, equipamo-nos e vamos reconhecer parte
do percurso do prólogo, almoçamos e cada vez
a adrenalina nos sobe mais… começam as movimentações das bikes de um lado e de outro e
a base está montada num campo de futebol que
fica de um momento para outro repleto de gente
para ver os mais de 300 atletas. Os grupos são
formados por número de dorsal e partida será
dada em grupos de 4 duas equipas. A Brasil Ride
é uma prova por duplas, significa isto que cada
equipa é formada por dois elementos e durante
toda a prova os 2 elementos tem de permanecer
juntos, tendo apenas uma tolerância de 2 minutos seja na passagem dos postos de controlo
ou na chegada à meta, para evitar desclassificações. A opção de todos é manterem-se juntos,
pois só assim poderão ajudar o companheiro ou
ser ajudados.
Está tudo pronto e eis que é dado o tiro de partida para os primeiros atletas, nesse momento o
nervosismo aumenta ainda mais e as pulsações
que normalmente estariam a 70 estão já a 120...
Chega a nosso momento e partimos. A emoção
é enorme e os primeiros 4 quilómetros são em
alcatrão a uma velocidade de cerca de 40 kms
por hora, para depois entrarmos num trilho
de terra onde predomina a areia, as rochas e a
pedra. Atravessamos 2 vezes um rio, seguimos
por mais um trilho de terra e areia até encontrarmos de novo o alcatrão. Percorremos mais
2 kms e voltamos à terra desta vez num singre
(single?) track fantástico que nos leva a uma
zona de descida rápida seguida de um plateau
em rocha onde se por algum motivo tivermos
de parar não vamos conseguir voltar a pedalar,
sendo obrigados a carregar a bike às costas. A
paisagem é deslumbrante mas o nosso objetivo
é pedalar o mais rápido possível para podermos
chegar bem posicionados e assim partir o mais
a frente possível no dia seguinte. Mais um pouco
res como só a Brasil Ride nos pode dar.
Depois de ultrapassados estes obstáculos voltamos a entrar na cidade e por dentro das ruas
serpenteamos com o apoio do muito público até
atingir a linha de meta... Terminou o prólogo, 19
kms de BTT repletos de adrenalina.
Na próxima edição contar-vos-ei mais resumidamente as restantes etapas da Brasil Ride, posso
no entanto adiantar e desde já dar os parabéns
aqueles que foram os vencedores da prova e que
dignificaram as cores nacionais, Luís Leão Pinto
e Tiago Ferreira, que venceram o prólogo e não
mais despiram a camisola amarela, tornando-se
assim na primeira dupla Portuguesa a vencer
esta prova.
Depois de tudo isto e já mais calmos é tempo
de recolher as tendas e dormir para conseguir
acordar as 4h e partir para mais um dia de aventura...
A Brasil Ride foi pensada e criada por Mário
Roma, um Português há muito radicado no Brasil que com a ajuda da sua esposa e de vários
colaboradores e voluntários tem transformado
esta ultramaratona de BTT numa das melhores
do mundo.
Agora é tempo de descansar, tomar banho, preparar o material para o dia seguinte que começará bem cedo as 4h da manhã e nos levará por
147 kms de trilhos de Mucugê ate à cidade de
Rio de Contas com acumulado positivo
Brasil Ride, more than a race, a stage
de mais de 3000 metros. Mas antes
in your life...
A
disso temos ainda tempo para
paisagem e
apreciar o excelente serviço de
Não percam na próxima edição
deslumbrante mas
Catering, que tínhamos para
da Outdoor a 2ª parte desta
o jantar: carne de primeira
aventura...
o nosso objetivo é pedagrelhada, peixe, legumes,
lar o mais rápido possível
massa, sopa, saladas, sumos
Ate lá, boas pedaladas! ø
para podermos chegar
naturais, sobremesas fruta,
etc... Um misto de cor e sabobem posicionados e assim
Paulo Quintans
Foto: Fernando Monteiro
partir o mais a frente
possível no dia seguinte.
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
49
Por terra
Brasil Ride 2012
de alcatrão e entramos no parque natural para
um singelo track no meio de árvores, arbustos,
pedras e outros obstáculos com cerca de 4 kms.
Regressados ao ponto de entrada temos de voltar a descer e subir para entrar num trilho mais
largo onde as pedras são mais que muitas e em
alguns pontos nos obrigam mesmo a desmontar seja em subida ou mesmo em descida. Até
os mais destemidos e experientes têm de desmontar tal é a dificuldade do terreno. É difícil,
mas ao mesmo tempo bonito, fascinante e desafiador.
Por Água
 Crónica
lost na fronteira...
50
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
do fruta, barras energéticas ou sanduíches. Uns
contemplavam a paisagem, outros, mais sociais,
conversavam baixinho, outros aproveitavam a
pausa para tirar fotografias com calma, sem a
preocupação de se perderem do grupo.
O regresso a Foz de Odeleite fez-se pela barragem, que nos propicia uma vista magnífica sobre a vila e a paisagem circundante. Após terminarmos a caminhada e de alguns companheiros
terem feito um desvio ao café mais próximo
para “matar o vício” da cafeína, seguimos nos
carros para a próxima etapa do programa de fim
de semana.
Museu do Rio, na aldeia de Guerreiros do Rio.
O grupo era maior do que esperávamos. Muitas É um pequeno museu municipal que mostra as
caras novas, mas com um ou outro rosto conhe- antigas atividades económicas ligadas ao rio,
cido. Os reencontros foram comemorados com tais como a pesca artesanal e a exploração mialegria; as apresentações com mais recato. De- neira. Existe também uma sala sobre a fauna e
pois do gelo quebrado, já todos estavam
a flora existentes na zona ribeirinha. O
entusiasmados com a eminente cacontrabando que se efetuava durante
O
minhada e tratavam-se como veo Estado Novo tem aqui um destalhos companheiros. Seguimos
que especial. No entanto, o esritmo da
para o início da caminhada.
pólio mais emblemático deste
caminhada era
museu é sem dúvida a colelento, entre dois dedos
Odeleite é uma vila de casas
ção de réplicas à escala dos
típicas algarvias, caiadas de
barcos tradicionais do Baixo
de conversa com este
branco com tiras azuis. Está
Guadiana. Um trabalho de
e com aquele. Saímos
aninhada na encosta de um
muito pormenor e paciência
do perímetro da vila,
monte sobranceiro à ribeira
que enfeitiça qualquer viside Odeleite. A brisa fria da
embrenhando-nos na
tante.
manhã batia-nos na face, mas
paisagem camo brilho intenso do céu devolviaO valor cobrado pela visita é simpestre.
-nos a promessa de um dia morno,
bólico e dá entrada a outras estruque convidava ao exercício e ao convíturas culturais no concelho. Mesmo
vio. O ritmo da caminhada era lento, entre
assim, um homem decidiu fazer uma particidois dedos de conversa com este e com aquele.
pação oficial no livro de reclamações, alegando
Saímos do perímetro da vila, embrenhando- que o município estava a praticar preços muito
-nos na paisagem campestre. Caminhávamos elevados e que aquelas estruturas deveriam ser
rodeados de laranjeiras carregadas de frutos gratuitas. Não se ouviram vozes discordantes,
maduros, que pareciam árvores de natal deco- mas em contrapartida, muitos rostos mostravam
radas com bolas cor de laranja brilhante. Mui- expressões contra. É verdade que os impostos
tas laranjas estavam caídas, salpicando o chão devem ser canalizados também para as atividade inúmeras bolas cor do Sol, aumentando para des culturais, mesmo os impostos municipais,
o dobro a imagem de postal natalício. Uns qui- mas deveremos pensar que um museu, por mais
lómetros adiante, num prado bem perto do rio, pequeno que seja, exige despesas de manutenum rebanho de ovelhas tasquinhava a erva ten- ção e que para estarmos todos ali, num sábado
ra e húmida. Pelo meio das patas dos animais à tarde, é necessário (pelo menos) um colaboraadultos, cordeiros recém-nascidos passeavam- dor a tempo inteiro.
-se com pouca firmeza, balindo para as progenitoras. Um pouco mais à frente, fizemos uma De regresso a Alcoutim, passando numa curva
paragem a meio da manhã para um pequeno da estrada, avistámos a meia distância algo inlanche perto de uma antiga azenha.
sólito. Num prado verdejante e sob um céu azul
acinzentado, um balão de ar quente de todas as
Era um momento bucólico perfeito, onde os ca- cores do arco-íris lutava para obter a forma bominheiros descansavam encostados a um tron- juda de que é característico. O silêncio campesco de árvore, ou sentados na erva fofa, comen- tre era apenas interrompido pelas injeções de
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
51
Por Água
Lost na Fronteira
A
lcoutim foi o cenário escolhido para
aquela passagem de ano. Iríamos
desfrutar de uns dias entre o campo e o rio, em caminhadas e visitas
culturais. Seria uma despedida calma do ano velho, sem euforias citadinas onde é
(quase) obrigatório “divertirmo-nos”, seja qual
for o significado que esta palavra tem para cada
um. A entrada no ano novo estava programada
para ser igualmente pacata, entre caminhadas
imbuídas dos sons da natureza, no meio do cenário bucólico daquele concelho; entre colinas
sensuais, de onde se entrevê de quando em
quando o plácido Guadiana e, mais além, Espanha ao alcance da mão.
Por Água
gás que permitiam ao balão lutar com o etéreo e
ganhar a forma desejada.
No dia seguinte saímos mais cedo para abastecer o carro, enquanto o grupo se despachava
para visitar o castelo de Alcoutim. Num concelho tão desertificado e, para nós desconhecido,
o objetivo foi difícil de alcançar. Resolvemos parar um trator que seguia em sentido contrário e
perguntar por direções. O senhor, estranhando
a manobra do automóvel, abrandou cauteloso.
Ao nosso sinal de mão, parou e desligou o motor. Muito solícito, deu-nos as indicações pedidas após ter feito uma breve visualização na sua
cabeça do itinerário a seguir.
Seguimos na direção indicada e fomos dar a uma
aldeia. No largo principal, uma carrinha fazia
venda ambulante de produtos de menáge, roupa e outros produtos mais ou menos utilitários.
Àquela hora matinal não havia muitos clientes
em redor da carrinha. Num banco perto da paragem do autocarro, um idoso observava a (pouca) movimentação no largo. Resolvemos tentar
uma segunda vez e pedir pelas indicações. Encostámos o carro e dirigimo-nos ao sénior, que
já
nos
observava com curiosidade.
– Bom dia! O senhor
Desabe dizer-nos onde
volveufica uma bomba de
-nos um sorriso
gasolina? – Perguntámos
sorainda maior que o
ridentes. – Bom
primeiro, orgulhoso,
dia, jovem. Sim
e voltou a cruzar
senhor, eu sou
as pernas, agora
para o outro
lado.
52
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
daqui. – Afirmou o velhote, ajeitando o chapéu.
– Então e o senhor sabe onde podemos encontrar uma bomba de gasolina aqui perto? – O
meu nome é José António. – Traçou as pernas
em quatro e sorriu-nos. A resposta apanhou-nos desprevenidos. Trocámos um rápido olhar
cúmplice e voltámos à carga com uma técnica
diferente. – U-ma bom-ba de ga-so-li-na. Sabe
onde fica? – Perguntámos em voz pausada, mas
incisiva. – Sou casado há cinquenta e seis anos
e tenho dois filhos! – Devolveu-nos um sorriso
ainda maior que o primeiro, orgulhoso, e voltou
a cruzar as pernas, agora para o outro lado.
Já um tanto impacientes, mas sem querer perder a compostura, voltámos a inquirir o nosso
interlocutor que, a bem dizer, parecia mais perdido do que nós. – BOMBA DE GASOLINA! Sabe
se existe perto alguma? – O senhor estranhou o
nosso tom de voz, as nossas expressões faciais
exageradas e os movimentos largos de braços.
Tirou o chapéu, coçou o cabelo grisalho e olhou-nos com ar reprovador. Porquê tanta impaciência daqueles jovens, se ele estava a ter uma conversa tão tranquila. Imagino que tenha sido o
que terá pensado.
Já desesperados, não sabíamos como enfrentar
aquela muralha de incompreensão. Por sorte,
outro idoso que circulava próximo, mas sem o
handicap do primeiro, veio em nosso socorro.
Pela quinta vez, reformulámos a dúvida que nos
afligia. Este autóctone, solícito, ofereceu-nos
uma resposta menos direta, mas mesmo assim
expectável. Agradecemos aos dois séniores e seguimos viagem. Íamos mais aliviados por saber-
Por Água
Lost na Fronteira
mos que o nosso objetivo estava perto, mas ao
mesmo tempo sentíamo-nos preocupados, pois
o ponteiro do depósito de combustível há muito
que tinha chegado à reserva. Ficaríamos parados no meio do nada, sem combustível e sem
saber onde ficava o tão almejado posto? Assim
não aconteceu.
Respirámos de alívio quando ao longe, numa
planície desarborizada, vimos uma estrutura metálica familiar. Seguimos com um pouco
mais de velocidade e parámos o carro com um
suspiro de alívio. Naquele primeiro dia do ano,
o litro de gasolina tinha subido uns cêntimos em
relação ao dia (e ano) anterior. Naquela altura
foi um acontecimento pouco usual mas, num
futuro demasiado próximo, tornou-se um procedimento comum em qualquer mês do ano e,
por consequência, indesejável. Regressámos a
Alcoutim, ao seio do grupo, mesmo a tempo de
seguirmos para a segunda caminhada do programa.
No dia seguinte, após outra caminhada relaxante, alguns elementos do grupo resolveram
trocar a segunda caminhada por um passeio de
barco no Guadiana. Entrámos sete num barco a
motor, com destino ao Pomarão. A viagem começou por ser muito agradável, navegando junto à costa portuguesa. Passámos devagar pelos
vários barcos fundeados na zona a norte da pousada da juventude e seguimos depois a meio do
rio. Ao avistar umas ruínas industriais na margem espanhola, o nosso barqueiro abrandou a
velocidade para que pudéssemos tirar algumas
fotografias.
A viagem continuou em ritmo de passeio relaxante, em amena cavaqueira. O barqueiro, apesar de espanhol, percebia bem o português e
participava nos vários diálogos com os clientes.
Era bastante solícito ao ponto de permitir um
dos elementos do grupo comandar o barco. Este
asseverava que tinha carta de marinheiro, mas
pela expressão de alguns dos presentes, o gesto
do barqueiro não foi consensual.
Numa questão de minutos, após a troca dos comandos, o motor do barco engasgou-se e desligou. O barqueiro retomou de imediato a liderança do barco e após sucessivas tentativas de
ligar a ignição, “afogou-o”. Houve um momento
de silêncio constrangedor, mas rapidamente a
rapariga que assegurava ter carta de marinheiro tentou resolver o problema. Afirmou ser necessário esperar uns minutos até que se pudesse
voltar a ligar a ignição, pois de contrário o motor
iria “afogar” de forma irreversível. Os presenOUTDOOR Setembro_Outubro 2012
53
Por Água
tes remexiam-se preocupados nos bancos corridos, olhando-se com aflição. Apesar da calmaria
do rio, sentiam-se os efeitos da maré, que nos
empurrava de forma lenta mas inexorável para
Norte, longe do ponto de partida em Alcoutim.
ção dos coletes de salvação. Um perguntou se o
barco tinha vela ou, pelo menos, remos. Outros
mantinham-se calados, de expressões fechadas.
O barco balançava sobre a superfície do rio, visivelmente empurrado pela corrente.
Passados uns minutos, o barqueiro voltou a tentar ligar a ignição. Sem sucesso. A marinheira
encartada tentou por sua vez, com o mesmo resultado. Durante esta troca de lugares, o barco
balançava e algumas pessoas queixaram-se de
estar a enjoar e com medo que o barco virasse.
O barqueiro retomou o seu lugar aos comandos
do seu pequeno navio e, visivelmente nervoso,
deu tantas vezes à chave da ignição que conseguiu “afogar” o motor de vez.
O barqueiro teve uma ideia. Retirou de um compartimento na popa um bidão de gasóleo e, entre os solavancos da maré, encheu o depósito do
barco sem derramar combustível. Prestável, a
marinheira encartada quis pegar na chave, mas
o barqueiro não permitiu. Foi ele que durante
um tempo que pareceu infindável, deu à chave enquanto o motor fazia sons de engasgo. Por
vezes parecia que ia recuperar, mas no instante
seguinte voltava a galhofar. Tantas vezes o barqueiro girou a chave da ignição que conseguiu
descarregar a bateria. Agora é que estávamos
tramados!
Vozes alteraram-se, braços levantaram-se e tentativas vãs de atribuição de culpas fizeram-se.
A responsabilidade era da marinheira encartada que não tinha experiência; a responsabilida- O silêncio imperou naquele pequeno barco. Um
de foi do barqueiro que foi insensato em
silêncio pesado. Entretanto o Sol já esoferecer os comandos; a culpa foi
tava a caminho do outro hemisfério
das plantas aquáticas que se ene a noite instalava-se, fria e insitrelaçaram no hélice, levando-o
nuadora. A questão dos coletes
O silêncio impeà sua paragem prematura; a
salva-vidas voltou à baila, mas
rou naquele pequeculpa foi do rio que nos levou
o barqueiro evitou responder.
no barco. Um silêncio
para a zona das plantas aquáPegou no seu telemóvel e liticas. Enfim, tanto barqueigou para o seu empregador.
pesado. Entretanto o Sol
ro como clientes tentavam
Enquanto esperava, dois
já estava a caminho do
em vão encontrar um bode
elementos do grupo já andaoutro hemisfério e a noiexpiatório, mas ninguém se
vam de cócoras à procura dos
te instalava-se, fria e
lembrava a tomar uma ação
coletes e de remos.
que nos pusesse fora daquele
insinuadora.
aperto.
Pela conversa que se ouviu, percebeu-se que havia um segundo
Uma das clientes afirmou que estava
barco pertença do mesmo proprietácom frio. Outra inquiriu sobre a localizario, mas que não podia ser usado, pois as
chaves daquele encontravam-se na posse do
dono que estava no momento em Évora. Ora,
mesmo que saísse de Évora naquela altura, só
passadas duas horas podia valer-nos. Estaríamos fadados a ficar no barco, de noite, ao frio de
janeiro, até que nos fossem salvar?
Não era essa a intenção de um dos elementos
do grupo, já saturado da situação. Colocou os
seus óculos da moda na ponta do nariz e digitou
um número no seu smartphone. A chamada foi
feita para os bombeiros de Alcoutim. Depois de
explicar a nossa situação de deriva fluvial, perguntou se os bombeiros teriam um barco para
nos ir buscar. A resposta foi que realmente os
bombeiros tinham no seu efetivo um barco a
motor, mas que de momento estava em reparações, sendo impossível socorrerem-nos.
Sem se deixar abater, voltou a digitar novo nú54
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
O destino da chamada foi a Guarda Costeira.
Pela terceira vez e de forma muito sucinta, a
nossa situação foi relatada. A Guarda Costeira
informou-nos que o dispositivo disponível para
nos socorrer encontrava-se em Vilamoura e
que demoraria cerca de quatro horas a chegar
ao local onde nos encontrávamos. Perante esta
nova informação, fizemos umas contas rápidas
que nos permitiu perceber que, na pior das hipóteses, estaríamos salvos pela meia noite. De
repente todos começaram a sentir fome, mas
ninguém se tinha lembrado a levar comida ou
mesmo umas bolachinhas.
Optou-se por fazermos alguns exercícios de
aquecimento, tanto por distração como de incentivo. Entretanto, em Alcoutim a história da
avaria do barco e da consequente deriva era já
do conhecimento geral. Algumas pessoas que
se encontravam na margem espanhola queriam
regressar, mas não podiam. Porquê? O (único)
barqueiro em trabalho naquele primeiro dia do
ano estava connosco no barco avariado!
Em Alcoutim só se falava do barco à deriva com
uns pobres coitados de visita ao concelho, ao frio
e com fome. O proprietário do dito barco tinha
chegado de Évora e estava a tentar perceber o
que fazer para resolver aquela insólita situação,
mas a pressão era muita. Os espanhóis que tinham vindo passear a Portugal queriam regressar e os portugueses em solo espanhol também.
Afinal de contas a hora de jantar aproximava-se
em passos largos.
Apesar de não se encontrar nenhum colete salva vidas e haver uma pagaia partida no barco à
deriva, os seus ocupantes estavam até bastante
calmos para a situação em que se encontravam.
Uns conversavam, outros continuavam a fazer
os exercícios de aquecimento e outro ensaiou
umas remadelas com a meia pagaia. Nesse momento conseguiu perceber que a maré os empurrava para a margem portuguesa.
Chamou a atenção dos companheiros e em segundos conseguiu pôr todos a trabalhar para
que conseguissem chegar à margem e parar o
barco. Por sorte, entreviu-se entre a flora ribei-
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
55
Por Água
Lost na Fronteira
mero. Desta vez a chamada foi para os bombeiros de Vila Real de Santo António. Depois de
explicar por segunda vez a nossa situação, o interlocutor compadeceu-se do nosso caso e informou que o barco disponível estava em Tavira e
que seriam precisas duas a três horas para que
chegasse a nós. Perante estas notícias, aconchegou a gola do seu casaco de marca e voltou a
digitar outro número. Todos os presentes olhavam-no em suspenso, exceto uma mulher que
teimava em se queixar do frio.
Por Água
rinha, uma estrutura em madeira que parecia
um pequeno cais. Àquela hora era difícil discernir. Uns agarraram os ramos dos arbustos mais
próximos do rio, outros usavam a pagaia e algo
que serviu de remo para direcionar o barco para
aquele periclitante cais.
ansiado táxi. Como em qualquer salvamento, as
mulheres foram primeiro. Não havia crianças.
A um metro do cais houve alguém que saltou do
barco para a estrutura, outro lançou-lhe a corda
e assim foi possível atracar o barco. As pessoas
saltaram lestas para o cais e do cais para o pequeno trilho que serpenteava para a escuridão
da noite já instalada. Sem saberem onde se encontravam, começaram a caminhar. Haveriam
de chegar algures.
Quando as mulheres chegaram a Alcoutim, toda
a população se encontrava nas ruas. Parecia
uma feira. Os espanhóis queriam regressar ao
seu país, os portugueses queriam que os familiares voltassem de Espanha, o proprietário queria saber onde e como estava o seu barco e as
mulheres queriam que o taxista voltasse a buscar os homens. Este assim fez, mais depressa
até para furtar-se àquela confusão generalizada.
Passados uns minutos um jipe cruzou-se com o
grupo de caminheiros. Estes perguntaram onde
estavam e se era possível dar boleia a alguns do
grupo para que fossem buscar ajuda a Alcoutim.
O homem, com evidente pressa, informou que
estavam a menos de dez quilómetros da cidade,
mas que não podia ajudar porque estava atrasado para uma espera ao javali. Saiu dali em grande aceleração, deixando o grupo desalentado
face a tamanha desfaçatez.
O barqueiro resolveu telefonar uma segunda vez
ao seu patrão. Depois de explicar que o grupo já
se encontrava em terra, combinaram enviar um
táxi para os ir buscar. Enquanto não chegava,
só tinham uma alternativa: caminhar. Foram
subindo o trilho, uns em silêncio resignado, outros sempre a conversar, até que chegou o tão
56
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Os homens continuaram a caminhada noturna
forçada, apesar de alguns desejarem em segredo ser mulher naquele momento.
Passada cerca de uma hora, os homens regressaram, cansados e famintos. As mulheres continuavam na rua, à espera deles. O reencontro
foi emocional, com interjeições de felicidade, no
meio de abraços e beijinhos. Tanto os homens
como as mulheres, estavam fartos de barcos e
de passeatas, e nem queriam saber dos portugueses que se encontravam na margem oposta,
apesar de alguns pertencerem ao grande grupo
de caminheiros. Aquela história (que quase tinha sido um segundo Titanic) tinha felizmente
acabado bem. Por isso mesmo, o melhor era esquecer o sucedido e ir imediatamente jantar! ø
Susana Muchacho
Geosphera
Por Água
Lost na Fronteira
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
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Por Água
 Miguel Lacerda
10 perguntas
a miguel lacerda
Por Água
Miguel Lacerda
OUTDOOR novembro_dezembro 2012
59
Por Água
A aventura é uma constante na vida de Miguel
Lacerda. O mergulhador português, aceitou conversar com a Outdoor sobre algumas das suas
experiências e nós contamos-lhe tudo!
mergulhadores, os peixes, os navios afundados… Sentia uma grande vontade, necessidade
e ansiedade de falar e viver um tema onde a presença do meu pai era evidente.
Esta obsessão levou-me a seguir os rumos traçados pelo meu pai, o que acabou por convergir naquilo que nos é realmente comum, amar
Miguel lacerda: A paixão do mergulho nas- o MAR incondicionalmente. Mergulhar ainda é
ceu muito cedo em mim, acompanhada de um para mim hoje uma forma de sentir o meu pai
enorme orgulho por ser filho de um dos grandes mais próximo.
pioneiros do mergulho em Portugal.
Aos 9 anos já mergulhava em apneia e capturava os primeiros peixes. Aos 15 experimentei
O fatídico acidente do meu pai a mergulhar
pela primeira vez submergir com escafanrepresentando as cores da bandeira
dro autónomo. Mas foi de facto a caça
nacional nos treinos do campeonasubmarina que me incutiu o maior
Mas foi de
gosto pelo mergulho, uma forma
to do mundo de caça submarina
de estar melhor e mais tempo
em 1959 na Sardenha (Itália),
facto a caça subdentro de água, de ter mais
acabou por criar em mim uma
marina que me incuastúcia no mergulho e de enimensa vontade de procurar
tiu o maior gosto pelo
tender e conhecer melhor a
e encontrar no mar explicafauna marinha.
ções, levando-me a entender
mergulho, uma forma
melhor o que aconteceu e a
de estar melhor e
Em termos profissionais tamconhecer de uma forma inemais tempo dentro
bém muito cedo procurei enquívoca o que é o mundo subcontrar rumos que me levassem
marino.
de água.
a estar ligado ao mar, isto fez-me
Recordo na minha infância (3 ou 4
passar pelo Aquário Vasco da Gama,
anos) onde o tema mais comum nas brinMuseu do Mar e de colaborar com vácadeiras, nos desenhos era o fundo do mar, os rias instituições científicas internacionais, parOutdoor; Como surgiu a paixão pelo
mergulho?
60
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Foi o primeiro português a submergir
nas águas da Península Antártida. O
que trouxe consigo de mais importante?
O facto de ter sido o primeiro português a submergir na Antártida não é algo que me enobrece. O que trouxe (ou levei comigo) foi o conseguir realizar um sonho de há muitos anos (que à
partida sabia que seria muito difícil de executar)
e partilhar esse sonho com o sentido de incutir
nos nossos jovens um espírito mais empreendedor e ambicioso mostrando-lhes que sonhar está
ao alcance do acreditar, do empenho e da dedicação de cada um.
O seu livro “Quebramar Dive in Antarctida 2010” aborda o aquecimento global.
Pretende de alguma forma sensibilizar
a população para os erros que se cometem diariamente?
O Livro “Quebramar Dive in Antarctida 2010”,
traz de facto uma mensagem.
Não sendo o meu propósito nem competência
ir à Antártida estudar seja o que for, fui exclu-
sivamente para mergulhar em águas polares e
observar a fauna ali existente. Acabei por ter a
sorte e a oportunidade de colaborar e contactar
com cientistas que assiduamente (e há muitos
anos) ali trabalham, onde me transmitiram as
suas opiniões e pareceres dos estudos que ali
têm efetuado.
Tendo como objetivo em tudo o que faço, partilhar a experiência vivida, aproveitei este livro
onde a beleza das imagens glaciares, da fauna,
da flora etc. não podem esconder os atos irresponsáveis que se cometem diariamente e que
estão bem percetíveis.
Sendo as grandes indústrias, experiências (nucleares), catástrofes, guerras, emissão de gases
etc. que acabam por se repercutir mais neste
longínquo continente (onde o barómetro visível
é exatamente o degelo dos glaciares a extinção
e escassez de alguns organismos marinhos) não
podemos minimizar os atos descuidados impensados de cada um de nós, pois massivamente representam também uma quota-parte dos danos
causados.
Todos contribuímos (uns mais que outros) para
o aquecimento global e para a degradação do
nosso planeta, é exatamente nesse sentido que
tento transmitir uma mensagem de preocupação e sensibilização, nunca é demais relembrar!
Houve algum momento em que sentiu
medo?
Nesta viagem não senti nada que me colocasse medo (no verdadeiro sentido da palavra), em
algumas situações tive algum respeito. Momen-
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
61
Por Água
Miguel Lacerda
ticipando em inúmeras expedições. Acabei por
fazer um pouco de tudo no mergulho, desde
recolhas biológicas, estudos científicos, espeleologia, arqueologia subaquática, exploração, cinema, fotografia, salvamento... E todos os meus
5 livros editados têm a ver diretamente com o
mar.
Rapidamente passaram 40 anos a mergulhar e
a velejar por todo o mundo, onde a vontade de
viver o mar se tem mantido como se fosse no
primeiro dia.
Por Água
Costumo dizer que não tenho medo do mar,
mas nunca o trato por “TU”.
tos e situações que fugiram um
pouco do habitual e do controle
de cada um de nós. Umas vezes
por falha do equipamento de mergulho, outras inerentes ao risco de
mergulhar junto dos icebergues e
por último algumas investidas por parte
das focas leopardo.
Das três situações a que me pareceu de maior
risco foi de facto num dos mergulhos em icebergue, quando uma grande parte do icebergue
quebrou. Nesse momento encontrava-se toda a
nossa equipa de mergulhadores sob o icebergue, felizmente no lado contrário.
Para alguns elementos da equipa os momentos mais críticos ou assustadores, passaram-se
durante a travessia do Drake, onde se fizeram
sentir ventos ciclónicos (ventos habituais nestas
latitudes) mas devido às características do navio
e o seu comportamento eu estava muito à vontade.
Costumo dizer que não tenho medo do mar, mas
nunca o trato por “TU”.
Esta foi a viagem da sua vida?
Esta foi uma das viagens da minha vida!
É muito difícil comparar ou avaliar muitas das
viagens, expedições ou regatas que realizei por
todo o mundo, pois cada uma tem as suas características, os seus objetivos e resultam sempre
62
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
em experiências e histórias relevantes. Para quem gosta de estar
e andar no mar todas elas marcaram como pessoa, como marinheiro, como mergulhador ou mesmo
como aventureiro. O mar, o seu limiar e os meios envolventes têm sempre algo de novo, algo para aprender e muito
para desfrutar… É nesse sentido ou rumo que
continuo à procura da viagem da minha vida.
A preparação para as suas viagens deve
exigir uma preparação emocional e física bastante antecipada. Como se prepara?
Uma boa preparação resulta sempre no sucesso
de qualquer viagem, expedição ou regata (em
tudo na vida), quer emocionalmente, quer fisicamente ou mesmo tecnicamente.
Sou uma pessoa extremamente ativa, procuro
sempre o melhor de mim dentro das minhas limitações físicas e emocionais e conheço muito
bem os meus pontos fracos (porque tenho muitos). É exatamente aí onde a preparação é mais
cuidada e mais intensa.
Sou um autodidata por excelência, gosto de ser
eu a preparar-me, mesmo que por vezes leve
mais tempo a chegar aos objetivos. É muito
habitual em mim e leva-me a repetir e a testar
sucessivas vezes até chegar perto do ideal, se o
Por Água
Miguel Lacerda
não conseguir, crio uma forma de dar a volta à
situação. Quando parto para uma viagem raras
são as surpresas.
Por exemplo, a fase de preparação dos mergulhos na Antártida, fi-los na Lagoa comprida na
Serra da Estrela a 1600 metros de altura do nível
médio do mar em pleno inverno, o que em termos físicos é muito mais violento. Facto que vim
a confirmar quando submergi na Antártida, tudo
me pareceu mais simples.
nos Açores iria para as ilhas mais Ocidentais.
Cascais, é também para mim um local de eleição pois foi a minha grande escola de mergulho. Uma zona para quem gosta na realidade de
mergulhar, onde muitas vezes a visibilidade e a
corrente não colabora. Costuma-se dizer “Quem
mergulha em Cascais mergulha em qualquer
parte do mundo”. É uma zona também extremamente rica em história, com uma fauna muito
interessante e com uma tipologia de fundos
muito variados, mas que por vezes é
afetada devido às águas turvas provenientes do caudal do rio Tejo.
“Sendo um
Quais são, para si, os melhores spots de mergulho em
Portugal?
meio diferente
É muito difícil dizer quais são
Cascais é também o porto com
onde indubitavelos melhores spots de mergulho
mais acessibilidade para mermente há limitações,
em Portugal. Conheço inúmegulhar no Cabo da Roca e na
ros e muito bons, quer no conMontanha do Camões (este
procuro a cada subtinente, Madeira, Porto Santo,
último um mergulho no azul),
mersão, um novo
Desertas, Selvagens e Açores.
dois dos meus spots preferidos
desafio uma nova
No entanto sou um apaixonado
do continente.
pela ilha das Berlengas, não só
aventura.”
pelas características da ilha em si,
Como concilia as suas avenmas pela variedade dos spots, a visituras com a vida profissional?
bilidade das águas, a riqueza da fauna e
Até à data não foi difícil conjugar as mipor toda a história e artefactos depositados no nhas aventuras com a vida profissional. Muitas
fundo.
das aventuras, expedições, viagens, regatas fi-las profissionalmente, representando normalA escolher um spot no arquipélago da Madeira, mente as instituições onde trabalhava ou como
não tinha dúvida em escolher o Ilhéu do Bugio atleta profissional no caso das regatas.
nas Desertas (apesar de hoje estar interdito) e
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
63
Por Água
O que mais o atrai na modalidade?
O mergulho cria em mim uma enorme atração.
Sendo um meio diferente onde indubitavelmente há limitações, procuro a cada submersão, um
novo desafio uma nova aventura. Nenhum mergulho é igual e consigo encontrar nesta modalidade uma forma de descomprimir, de aliviar
tensões, problemas... Desfrutando tudo o que o
mar me presenteia, num silêncio único e próprio onde a flutuabilidade neutra cria em mim
uma sensação de ser um outro organismo.
Mergulhar é também uma forma de confrontarmo-nos com outros organismos marinhos (dos
mais pequenos aos maiores), aprender a coexistir, a respeitar e a desfrutar tudo de belo que
nos proporcionam, reconhecendo-lhes a devida
importância e o seu lugar neste planeta.
O mar é sem dúvida um meio de subsistência da
humanidade.
Mergulhar e a minha postura para com o mar
torna-se também numa espécie de dever e um
ato de cidadania. Partilho o que de belo nele encontro, mas também denuncio comportamentos
menos dignos que comprometem e desrespeitam a sua salubridade e longevidade.
Mergulhar com os tubarões brancos
vai ser o culminar de uma grande aventura?
Mergulhar com os grandes tubarões brancos é
mais um sonho que quero realizar.
Este sonho nasce julgo que no princípio dos
anos 70, quando foi apresentado em Portugal o
documentário “Homens e tubarões” do realizador Bruno Vailati. Fui eu que fiz a decoração do
cinema “Nimas” para a ante estreia, com várias
espécies de tubarões embalsamados provenientes das coleções do Aquário Vasco da Gama.
As imagens deste documentário, tocaram-me de
tal forma que ainda hoje sonho com este mergulho.
O tubarão branco sendo um dos maiores predadores dos oceanos é também um dos mais
responsáveis pelo seu equilíbrio. A chacina que
tem sido efetuada aos tubarões nestas últimas
décadas, com a proliferação da cozinha oriental
(sopa de barbatana de tubarão) e medicamentos
para fortalecer ossos e cartilagens, leva a que
milhares de toneladas sejam capturadas diariamente, onde na maioria dos casos o aproveitamento resume-se às barbatanas (os animais são
devolvidos ainda vivos para o fundo do mar).
Nunca é demais denunciar as atrocidades cometidas pelo homem.
Não saber respeitar o topo da cadeia alimentar,
é assumir a destruição total da vida marinha. É
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Por Água
Miguel Lacerda
neste contexto que pretendo mergulhar com os
grandes tubarões brancos. Aproveitando também o sensacionalismo que as imagens desta
espécie (tipo dinossáurio vivo) nos proporcionam, será também uma forma de mostrar que o
homem consegue coabitar com este “monstro”
sabendo respeitar o seu espaço.
Já o tentei por três vezes, na África do Sul (em
Gansbay), mas nunca tive sorte com o mar, pois
apanhei sempre mau tempo e águas turvas. Agora
as minhas atenções estão viradas para Guadalupe,
uma reserva mundial ao largo do México no oceano pacífico, onde durante a época do verão (agosto
a outubro) existe uma das maiores concentrações
desta espécie e probabilidade de sucesso é de 99%.
Sendo um projeto relativamente barato a conjuntura atual do país tem dificultado conseguir apoios
suficientes para o levar a cabo, mas como costumo
dizer “é uma questão de tempo!” e sim se conseguir mergulhar fora das jaulas junto do grande
tubarão branco “será o culminar de uma grande
aventura”. ø
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
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Fotografia
 Portfólio do mês — Jorge Brás
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Novembro_Dezembro 2011 OUTDOOR
Fotografia
Portfólio
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2011
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Sesimbra
Fotografia
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Fotografia
Portfólio
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
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Fotografia
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Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Fotografia
Portfólio
Biografia:
Por volta do ano 2000, adquiri a minha
primeira SLR, uma nikon F60, mais tarde uma F80. Desde o início que tive dificuldades em me focar num tema específico, para fotografar. Mais tarde, começo
por acompanhar um amigo, Ricardo Alves, para fazer fotografia de paisagem,
digamos que durante uns tempos foi o
meu principal foco, mas levei tempo a
aperfeiçoar a técnica. Entretanto, com a
escalada, as viagens, os objetivos da fotografia ficam mais abrangentes e interessantes. Começo a interessar-me pela
fotografia de desporto, principalmente
dos que praticava e tinha conhecimento
a escalada e o bodyboard.
Decorria o ano de 2008, decidi fazer um
curso de fotografia profissional. Optei
pela Oficina da Imagem, por ser um
curso com um curriculum completo e
sendo essencialmente um curso prático,
o factor preço também pesou. O curso
teve a duração de um ano, o qual terminei em 2009 com uma menção honrosa
em reportagem de desporto.
Desde então, os desportos que tenho fotografado com mais regularidade são a
escalada, o bodyboard e o highline, no
entanto, já fotografei, deep water solo,
btt, bmx, skate, atletismo e natação em
águas abertas, espero que o leque se
alargue, mas sem perder o foco nos desporto de outdoor. ø
Site: www.jorgebras.com
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
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Fotografia
 Foto-Reportagem
MADEIRA WORLD GAMES
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Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Fotografia
Foto-Reportagem
Início da primeira prova de Orientação
Briefing para o início da 1ª etapa
Prova de Canoagem “Bombote” no Clube Naval do Seixal
Partida para o ponto de partida da 1ª etapa
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
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Fotografia
1ª Etapa: Prova de Orientação
1ª etapa: Mapa de orientação
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1ª Etapa: Prova de Orientação
Fotografia
Foto-Reportagem
Prova de Canoagem “Bombote”
Prova de Canoagem “Bombote”
Equipa a finalizar da Prova “Bombote”
Prova de Canoagem “Bombote”
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Local de passagem na prova de Orientação da 3ª Etapa
Fotografia
Prova de Trail Running no Fanal
Briefing prova de BTT
Local de passagem na prova de Trail Running
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Fotografia
Foto-Reportagem
Prova de Tiro com Arco
Prova de Orientação no Fanal
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
Provas de Team Building
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Fotografia
Fotografia de Grupo na entrega dos prémios
MADEIRA WORLD
GAMES
Os Madeira World Games - Tradições e
Jogos da Natureza na Madeira tiveram a
sua primeira edição no âmbito do Festival
da Natureza em outubro passado.
Este desafio à aventura contou com mais
de 100 participantes, de várias idades,
com e sem experiência em atividades na
natureza.
As atividades, todas elas centradas nos
concelhos de Porto Moniz e Calheta, levaram os participantes a locais de uma beleza natural e patrimonial única!
Das atividades Terra, tais como Orientação, BTT e Trail Running, às atividades na
água, nada foi esquecido... Agora resta-nos esperar pela edição de 2013, que se
espera com muitas surpresas. ø
João Rodrigues nos Madeira World Games
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Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Saibam mais em Madeira World Games
S.O.S.
...
fogo à chuva...
C
om bom tempo, qualquer palerma
acende uma fogueira, já diz o ditado.
É nas piores alturas que se vê quem
sabe realmente acender um fogo.
Felizmente o nosso quadradinho está bem provido de uma das árvores mais práticas para
acender um foguinho quando está tudo encharcado: o pinheiro.
A primeira coisa a fazer é preparar o local onde
vamos fazer o fogo. Como a primeira chama é
algo frágil, convém que o local seja abrigado
pelo menos durante a primeira fase, usando um
poncho ou uma lona mesmo por cima do local
do fogo. É importante que não nos caia chuva
nas primeiras chamas.
Depois é preciso ir à lenha. Os ramos mortos
dos pinheiros são excelente combustível. O pri80
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
meiro indício de que o ramo está morto é a ausência de matéria verde nas pontas. O segundo
e claro indício da sua morte é o característico
“tak!” quando se parte.
Os ramos vivos vão dobrar, ainda que ligeiramente, rejeitem esses.
Madeira morta em pé não significa necessariamente ainda agarrada ao tronco: desde que não
estejam em contacto com o chão, servem perfeitamente.
Depois de recolhidos uns ramos valentes, e nesta coisa da chuva mais vale pecar por excesso:
Quando acharem que têm madeira suficiente,
tripliquem a dose, só por segurança. É uma chatice quando está a chover a potes a primeira tentativa falhar por falta de alimento e termos que
apanhar a segunda molha a ir recolher madeira
de novo.
S.O.S.
Fogo à chuva
Portanto temos os nossos ramos debaixo do abrigo. Uma sacudidela valente é mais do que suficiente para lhes retirar o excesso de água que os
cubra. Como não estão em contacto com o chão,
irão estar relativamente secos por dentro.
O processo de preparação é semelhante ao fogo
de gravetos que pode ser encontrado aqui.
Uma base, para permitir uma boa entrada de ar
é manter o fogo longe do chão molhado, a lenha separada por tamanhos de mina de lápis,
lápis e polegares, em molhos que precisem das
duas mãos para os agarrar. Se conseguirem, por
uma questão prática, amarrem os freixes mais
pequenos.
Uma ressalva aqui para o facto das raízes dos pinheiros crescerem perto da superfície e arderem
tipo rastilho, reacendendo por vezes meses depois
de termos feito o fogo. Havendo tempo, escavem
um pouco para retirar alguma raiz que esteja por
debaixo da zona de fogo e permitam que a chuva
encharque bem o buraco antes de o tapar de novo.
Depois é a vez da acendalha, que deixamos para
o fim para que apanhe o mínimo de humidade
possível. Aqui é importante ter um bom molhe
de feathersticks, com aparas bem finas e longas.
Com alguma prática é possível fazer feathersticks que acendam com uma faísca, mas para
já contentemo-nos com uma quantidade do tamanho de uma meloa. Depois de preparada a
acendalha é altura de raspar um pouco de pinho
resinoso, o mais vermelhinho que encontrarem
e que cheire o pior a terbentina que conseguirem. Raspem-no até conseguirem um pó fino na
quantidade de uma uva gorda. Mais uma vez é
preferível pecar por excesso. Se conseguirem
encontrar resina, ainda melhor, que o efeito é o
mesmo e dura mais tempo. Tem é que ser bem
pulverizado para pegar.
Este pó irá acender com facilidade com algumas
faíscas de um firesteel, e esta será a nossa primeira chama. Sobre esta chama vamos colocando muito gentilmente os feathersticks, deixando
que a chama lamba a ponta das penas sem as
depositar à bruta em cima da chama, abafando-a. Esta é a parte mais crítica do fogo. Assim que
as penas ganham chama, é altura de passar aos
gravetos.
Por esta altura, o calor da chama dos feathersticks será suficiente para secar o resto de humidade que ainda esteja agarrado ao vosso primeiro molhe tamanho mina de lápis. De novo,
pega-se o molhe por cima da chama, apenas de
modo a que esta venha lamber os primeiros graOUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
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S.O.S.
vetos, e assim se mantém até que a chama surja
por cima do molhe. Podemos então poisar este
molhe gentilmente em cima do fogo e repetir o
processo com o segundo molhe. Nesta fase a fogueira já deve produzir um calor considerável.
Se por acaso virem a chama esmorecer, sinal
claro de pouca oxigenação, peguem na base do
primeiro freixe, que ainda deve estar amarrada,
e levantem toda a lenha um pouco, permitindo
uma entrada de ar por baixo mais eficiente, o
que irá fazer disparar as labaredas.
Assim que se poisa o segundo molhe, é altura
de começar a alimentar, do lado contrário ao
do vento, a fogueira com os gravetos tamanho
lápis, mais uma vez pousando gentilmente os
ramos. Qualquer atirar de madeira para o fogo
até este estar sustentável pode mandar abaixo
o trabalho todo.
Uma vez empilhados os gravetos médios, podemos passar então a madeira do tamanho polegar.
Assim que estes estiverem a arder, temos então
um fogo sustentável, cujo calor que emite, tanto
da chama como da cama de brasas que entretanto se foi formando, é suficiente para fazer
evaporar a água da chuva antes que ela lhe caia
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em cima. A quantidade de madeira necessária
para isto é diretamente dependente da enxurrada, mas o processo é sempre o mesmo.
Depois disto, quaisquer troncos grossos, mesmo
encharcados, podem ser encostados à fogueira
para irem secando, e vão naturalmente entrar
em combustão quando estiverem secos.
Assim que o fogo está sustentável, aconselha-se
que movam a proteção para o lado da fogueira,
para que o calor das chamas não a derreta. Um
abrigo inclinado irá proteger do vento e refletir
algum calor para as costas, tornando uma estada à chuva bastante aceitável.
A grande vantagem de acampar à chuva é mesmo o facto de não ser preciso ir muito longe para
buscar água boa para beber, e de raramente alguém nos vir chatear.
É então hora de juntar umas agulhas de pinheiro e fazer um chá carregado de vitamina C, para
prevenir alguma constipação enquanto a roupa
molhada seca em frente ao fogo.
Boa caça, e vemo-nos no mato. ø
Pedro Alves
Instrutor de Bushcraft e técnicas de sobrevivência
www.escoladomato.com
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 Livro Aventura
“O Homem das Solas de Vento”
“O Homem das Solas de Vento” é o segundo livro de viagens do escritor,
fotógrafo e viajante Sérgio Brota. Num mundo cheio de segredos, como o
mapa que se estende à sua frente, o livro transporta-nos por vários países
asiáticos num roteiro pessoal nesse Oriente misterioso e longínquo.
Desvenda-nos o país que adoptou a Felicidade Interna Bruta, Butão - o
último Shangri-la, passeia pela simplicidade do Laos, envolve-nos nos
silêncios de Banguecoque, na loucura das ruelas de Deli ou abre-se simplesmente como uma companhia para ver o pôr do sol no Mekong, nesta
que é uma aventura feita tanto de estórias como de imagens. Com prefácio de João Garcia, “O Homem das Solas de Vento” é um livro para viajar. ø
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Gerês
8 pequenas rotas para explorar
E
ste concelho que engloba dois maciços montanhosos de grande Beleza, a Serra Amarela e a famosa Serra do Gerês, e dois vales verdejantes formados pelos rios Homem e Cávado, constitui uma
referência turística significativa a nível nacional.
Os seus atrativos são sobejamente conhecidos e reconhecidos
desde há várias décadas:
O Parque Nacional da Peneda-Gerês; o Santuário de S. Bento
da Porta Aberta; as Termas do Gerês, as suas albufeiras; a Marina de Rio Caldo, a Via Romana (Geira), as suas paisagens, os
seus miradouros, a sua gastronomia.
Com a implementação dos Percursos Pedestres “Na senda de
Miguel Torga”, no ano 2001, pretendeu-se, por um lado, dar
a conhecer e a fruir o património natural e patrimonial do
concelho, bem como a sua história, os usos e costumes de um
povo que soube tirar da serra o seu sustento e o seu modo de
vida e, por outro lado, homenagear Miguel Torga que era um
apaixonado pelo Gerês e pelo concelho de Terras de Bouro,
tendo percorrido as serranias desta terra por mais de 40 anos
e tendo-lhe dedicado várias poesias nas quais exalta a sua
magnificência. ø
“Há sítios no mundo que são como certas existência humanas:
tudo se conjuga para que nada falte à sua grandeza e perfeição. Este Gerês é um deles.” In Miguel Torga, Diário VII
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Gerês
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PR1 – TRILHO DA CALCEDÓNIA
Cidade da Calcedónia é um Trilho pedestre denominado pequena rota (PR), constituído por traçados
declivosos, que o tornam de elevada dificuldade.
Foto: CM Terras de Bouro
Este Trilho desenvolve-se nos territórios de Covide e de Campo do Gerês, os quais apresentam um
enredo histórico-cultural marcante, pelas suas tradições comunitárias e antiguidades arqueológicas.
Este traçado circular, pretende atingir o mítico sítio arqueológico denominado “Fraga da Cidade”,
que os eruditos seiscentistas imortalizaram com o
clássico topónimo de Calcedónia.
características:
Extensão: 7 km
Duração média do percurso: 4 horas
Local de saída/chegada: Lugar do Calvário (Covide)
Dificuldade: Alta
Mais Informações: CM Terras de Bouro
PR2 Trilho do Castelo
Foto: CM Terras de Bouro
O Trilho do Castelo - o Castelo de Bouro ou de Covide - estende-se pelas chãs e cumeadas da memorável e histórica serra de Santa Isabel.
O seu percurso, de 16.376 metros, atinge uma
cota altimétrica de 990 metros e percorre-se com
dificuldade média, por veredas singulares, ladeadas pelos maciço montanhosos da Amarela e do
Gerês.
características:
Extensão: 16,4 Km
Duração média do percurso: 6 horas
Local de saída/chegada:
Santa Isabel do Monte e Covide
Dificuldade: Média
Tipo de Percurso: Circular
Mais Informações: CM Terras de Bouro
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Ao longo do seu traçado apresentam-se notavelmente, as modalidades de organização da paisagem natural e construída, oriundas da época
medieval.
Não é de estranhar o embate natural com que
tudo aparece no seu lugar. Aqui, o Homem ainda
não desfez!
0 Trilho do Castelo abrange o território de três
freguesias: Sta Isabel, Chamoim e Covide. 0 seu
traçado apresenta dois pontos de início:
1. Igreja de Sta Isabel do Monte até ao Monte do
Castelo;
2. Lugar do Calvário, em Covide, até ao Monte
Castelo.
Desta forma, o pedestrianista ou visitante tem
duas opções para calcorrear o Trilho do Castelo:
a primeira, mais longa, possibilita um contacto
direto com a riqueza arquitetónica rural, com
a comunidade e tradição agro-silvo-pastoril da
freguesia de Sta Isabel e a segunda, mais curta,
poderá contemplar a natureza paisagística e o
Castelo de Covide.
Foto: CM Terras de Bouro
O Trilho dos Currais, inserido na temática “tradições comunitárias”, percorre uma área de singular beleza natural da Serra do Gerês.
Percorre-se ao longo de três currais do Baldio de
Vilar da Veiga: o Curral da Espinheira, o Curral da
Carvalha das Éguas e o Curral da Lomba do Vidoeiro, constituindo um percurso de pequena rota
(PR) cuja distância a percorrer é de 10 km, sendo
o grau de dificuldade média a elevada.
Inserido no âmbito Cultural e Paisagístico, o Trilho
dos Currais proporciona um contacto direto com o
espírito e tradições comunitárias locais, a partir da
organização silvo-pastoril na forma de vezeira.
Esta prática comunitária, peculiar da Serra do
Gerês, decorre de maio a setembro, sendo o gado
bovino da comunidade encaminhado pelos caminhos carreteiros até à serra alta, onde se situam
os currais.
Os vezeiros - proprietários do gado - acompanham
durante dias ou semanas o gado, consoante o número de cabeças que possuem, transportando os
utensílios para a alimentação e estadia nas cabanas dos currais.
A manutenção destas estruturas comunitárias é
assegurada anualmente. Todos os anos, previamente à subida do gado para a serra, no dia dos
cubais, os proprietários limpam os caminhos carreteiros, arranjam as cabanas e as fontes.
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Gerês
PR3 - Trilho dos currais
características:
Extensão: 10 km
Duração média do percurso: 4 horas
Local de saída/chegada: Parque de Campismo do Vidoeiro - Gerês
Dificuldade: Média e Elevada
Mais Informações: CM Terras de Bouro
O Trilho dos Moinhos e Regadios Tradicionais
percorre as aldeias rurais de Lagoa, Sequeirós e
Pergoim, pertencentes à freguesia de Chamoim.
Apresenta uma extensão de 9 km, com um tempo
de 4 horas de duração e ostenta um grau de dificuldade média a elevada. A cota altimétrica máxima
de 590m será atingida no sítio do Espigão, identificado como miradouro, sendo a cota mais baixa de
140m, na margem do Rio Homem.
Este trilho traduz-se num percurso rural que confere um reconhecimento da utilidade e valor das
antigas redes viárias caídas em desuso, tais como
os caminhos de pé posto e os caminhos agrícolas
lajeados. As linhas de água, as levadas, os poços, os
regadios e os moinhos-de-água, no seu conjunto,
constituem autênticas relíquias da arquitetura popular de tempos remotos.
O Trilho dos Moinhos e Regadios Tradicionais
inclui um pequeno troço da Via Militar Romana
XVIII do Itinerário Antonino, entre as milhas XXI
e XXII. A calçada, em excelente estado de conservação, encontra-se murada em alvenaria granítica.
Foto: CM Terras de Bouro
PR4 Trilho dos Moinhos e Regadios
Tradicionais
características:
Extensão: 9 km
Duração média do percurso: 4 horas
Local de saída/chegada: Lugar da Lagoa - Chamoim
Dificuldade: Média
Mais Informações: CM Terras de Bouro
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Foto: CM Terras de Bouro
PR5 Trilho da Águia do Sarilhão
características:
Extensão: 9 km
Duração média do percurso: 3 horas
Local de saída/chegada: Museu Etnográfico de Vilarinho das Furnas
Dificuldade: Média
Mais Informações: CM Terras de Bouro
O Trilho da Águia do Sarilhão, localizado na freguesia do Campo do Gerês, possui um património de fortes tradições culturais e etnográficas.
Este trilho pedestre de pequena rota (PR), de
âmbito histórico e cultural, tem uma extensão de
9 km, com cerca de 3 horas de duração e apresenta um grau de dificuldade Média. Estende-se
por terrenos aplanados de um vale alargado, por
onde passa o Ribeiro de Rodas, entre o Museu
Etnográfico e a margem esquerda da albufeira
de Vilarinho das Furnas, sendo esta a sua extremidade Norte.
Percorre os aglomerados rurais deste antigo
povoado e descortina, por entre os arruados estreitos, os espigueiros e habitações com as suas
cruzes cimeiras e varandas com madeiramentos
costumeiros abertas ao logradouro.
Do legado patrimonial realça-se, com distinção,
a Via Nova XVIII (Geira), com passagem pelas
milhas XXVII, XXVIII e XXIX e pelo núcleo de
padrões romanos. Nas proximidades da milha
XXIX avultam vestígios indeléveis da trincheira
do Campo que, na Idade Média, serviu de defesa
da raia portuguesa nas invasões hostis.
Inserido numa importante área do Parque Nacional da Peneda Gerês, este trilho aproxima-se
de outros locais de interesse, como a fraga do Sarilhão, a Mata Nacional de Albergaria e a extinta
aldeia comunitária de Vilarinho das Furnas.
PR7 Trilho de São Bento
Foto: CM Terras de Bouro
O Trilho do São Bento, de âmbito cultural e paisagístico, apresenta-se como um percurso pedestre
de pequena rota (PR), tem uma extensão de aproximadamente 10,5 km, com um tempo de duração
de 4 horas, sendo o grau de dificuldade Média,
com alguns desníveis acentuados.
características:
Extensão: 10.5 km
Duração média do percurso: 4 horas
Local de saída/chegada: Lugar da Seara - Rio Caldo
Dificuldade: Média a elevada
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Este percurso estende-se ao longo da encosta sudoeste do vale do Rio Caldo sendo interceptado,
em dois locais, pelo troço da E.N 304, que liga as
freguesias de Rio Caldo e Covide. O seu traçado
caracteriza-se por locais de interesse histórico-cultural, de cariz religioso, que despertam curiosidade ao pedestrianista e visitante. Um dos principais atrativos deste trilho são os antigos fornos de
fabrico de carvão, denominados de furnas, o fojo
do lobo - locais de captura do animal e as rochas
graníticas com as pegadas de Santa Eufémia, representando vestígios que remetem às tradições
e mitologias da freguesia de Rio Caldo. O fojo do
lobo e a furna são estruturas que demonstram e
confirmam a relação de coexistência vivencial,
com benefícios e malefícios, entre o homem e determinados animais, inclusive o urso e o lobo.
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Gerês
PR8 Trilho do Couto de Souto
características:
Extensão: 5 km
Duração média do percurso: 4 horas
Local de saída/chegada: Lugar do Paço, Souto
Dificuldade: Média
Mais Informações: CM Terras de Bouro
Foto: CM Terras de Bouro
O Trilho do Couto de Souto, de âmbito histórico-cultural, é um percurso pedestre de pequena
rota (PR) que apresenta uma extensão real de
9,5 km, com um tempo de duração de 4 horas
e um grau de dificuldade média. Desenvolve-se
em áreas situadas na encosta sudeste do vale do
Rio Homem, em que atravessa povoações rurais
pertencentes às freguesias de Souto e Ribeira.
Este traçado circular, com início e fim na freguesia de Souto, região que outrora foi conhecida por Couto e Vila de Souto, visita vestígios
edificados pertencentes ao Couto atribuído por
D. Afonso III, no ano de 1254, tendo-se extinguido no ano de 1836.
Do valioso património cultural enredado neste
trilho, faz-se referência à aldeia de St.ª Cruz,
sendo o local que principia, com a milha XIV, os
30 km de via romana (Geira) que se alonga pela
extensa área do concelho de Terras de Bouro.
PR9 Trilho da Geira
Este percurso alonga-se pelos caminhos agrícolas das freguesias de Chorense e da Balança,
que encerram em si vestígios históricos de elevado interesse turístico e cultural.
Esse interesse advém, sobretudo, da existência
de marcas da atividade romana, a Geira e as Milhas: XV, no sítio de Cantos ou Bico da Geira, XVI
no lugar do Penedo dos Teixugos, XVII junto à
ribeira de Cabaninhas, XVIII Mutatio Saliniana,
na Chãos de Vilar. O conjunto de miliários reunidos nas referidas milhas patenteiam epigrafia
a homenagear os imperadores da época.
O interesse da mesma região pode, obviamente, estender-se ao ambiente arquitetónico das aldeias típicas em granito, onde subsiste um ambiente rural bastante acolhedor,
e ao ambiente físico e natural que é facilmente perceptível em muitos dos locais do trilho.
Foto: CM Terras de Bouro
O Trilho da Geira, um percurso pedestre de pequena rota (PR), de âmbito histórico e paisagístico, apresenta uma extensão de 9,5 km, com
um tempo de duração de 4 horas, sendo o grau
de dificuldade média.
características:
Extensão: 9,5 km
Duração média do percurso: 4 horas
Local de saída/chegada: São Sebastião da Geira
Dificuldade: Média
Mais Informações: CM Terras de Bouro
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 Atividades Outdoor no Gerês
trilho do lindoso ao soajo
Foto: Oficina da Natureza
Lindoso e Soajo são o ponto de partida para conhecer a cultura, o património e a natureza deslumbrante desta área
de montanha, no coração do Parque Nacional da PenedaGerês. Chegue mais perto da natureza da melhor maneira...
Longe do reboliço da cidade estes são os ingredientes que
lhe vão garantir um dia.
Partindo da aldeia de Lindoso, mesmo na fronteira com Espanha, irá percorrer trilhos ancestrais que rasgam a exuberante paisagem serrana, tendo como destino a vila do Soajo.
Ao longo do percurso terá oportunidade de visitar alguns
aglomerados rurais, deslumbrar-se com paisagens de uma
imensidão sem fim, conhecer algumas das tradições e modos de vida local bem como provar da sua gastronomia. Este
é um percurso carregado de história!
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Ficha Técnica
Duração (Tempo de atividade): 3H30
Grau de dificuldade: Fácil
Distância aproximada: 11 Km
Tipo de Percurso: Circular
Preço: 25€ por pessoa
Mais Informações: Oficina da Natureza
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
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Gerês
passeio de jipe
Passeio de jipe com monitor pela serra do Gerês, onde os participantes poderão desfrutar
de toda a paisagem envolvente, bem como
visitar aldeias ancestrais com usos e costumes tradicionais, fazendo transparecer toda
uma vivência rural. Por vezes encontram-se
animais selvagens, como cavalos (Garrano),
corça, esquilos, e outros.
Os passeios têm o objetivo de dar a conhecer
aos participantes locais que seriam de difícil
acesso com transporte normal, pois são, na
sua maioria realizados em caminhos de terra batida, por entre a flores e bosques de Rio
Caldo – Gerês.
Foto: Javsport
Fotos: Clik Outdoor
Ficha Técnica
Duração: Mínimo 1 hora
Número Mínimo Participantes: 2
Preços: Sob Consulta
Mais Informações: Clik Outdoor
canyoning no rio arado
Uma descida emocionante através de cordas
no Rio Arado!
Para quem experimenta pela primeira vez ou
para quem já conhece trata-se de um espetáculo sempre diferente. A beleza natural do
Parque Nacional Peneda Gerês, a pureza da
água do Rio Arado, as grutas, a descida das
cascatas em rapel, os saltos para água...
Ficha Técnica
Dificuldade: Baixo
Duração: N/D
Preços: Sob Consulta.
Mais Informações: Javsport
Foto: Javsport
Pelo leito do Rio, caminhando, nadando, descendo as cascatas em rapel (cascatas com altura máxima de 50 m).
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 Atividades Outdoor no Gerês
travessia na peneda
Foto: Caminhos da Natureza
Esta é uma travessia no Parque Nacional da Peneda-Gerês, situado bem a norte de Portugal.
É uma oportunidade de caminhando ligar dois lugares de especial beleza no nosso único Parque Nacional.
Por entre caminhos, veredas e calçadas antigas iremos redescobrir um património muitas vezes esquecido, nos confins da nossa terra.
Ficha Técnica
Dificuldade: Moderado. Desníveis acentuados e um
dia de 6-7h
Duração: 2 dias / 2 noites
Tipo de Percurso: Fim de semana em travessia
Preços: Sob Consulta.
Mais Informações: Caminhos da Natureza
Foto: Gerês Equi’Desafios
passeio a cavalo
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“Um contacto de excelência com a natureza”
A relação de amizade e companheirismo que se estabelece entre o homem e o cavalo torna-se uma componente aliciante nos momentos de lazer e descoberta, e nada melhor que as paisagens do Gerês para que
esta conjugação atinja o seu esplendor.
Proporcionamos aos clientes inesquecíveis passeios a
cavalo pela serra, servindo-se de um leque variado de
raças equestres, incluindo o Garrano, raça autóctone
do Gerês em vias de extinção.
Dóceis e portadores de grande tolerância no desempenho do seu trabalho, os nossos cavalos permitem a
vivência desta experiência até àqueles que não tiveram até então qualquer contacto com o animal.
O Batismo de Cavalo e os passeios pela serra com
duração compreendida ente 1 hora e 6 dias, são as
propostas que colocamos aos nossos clientes, fornecendo-lhes ainda o acompanhamento de guia que fará
destes percursos um momento único e personalizado.
Dificuldade: Baixa
Preços: Desde 8€
Local : Campo do Gerês
Mais informações: Gerês Equi’Desafios
Casa Beira Rio
Foto: Casa Beira Rio
O alojamento da Casa Beira Rio é uma opção
mais económica e caracteriza-se pelo seu
ambiente familiar. Está situado naquela que
é conhecida como uma das mais belas serras
de toda a Europa e no único Parque Nacional.
Os amantes da natureza podem visitar diversos cenários ainda inalterados pela mão do
Homem, podem apreciar uma fauna e flora
únicas. É uma oportunidade de conhecer o
Parque Nacional Peneda-Gerês pelas nossas
mãos.
Venha conhecer e amar o Gerês.
Foto: Casa Beira Rio
Dispõe: 12 Quartos confortáveis equipados
com TV, Aquecimento, WC Privativo, Ar Condicionado, Acesso ao Rio, Wi-Fi Grátis e Esplanada com vista para a Albufeira da Caniçada.
Serviços: Bar, Esplanada e Pequeno almoço
Contactos:
Morada: Lugar de Alqueirão nº650
4845-062 Gerês
Telefone: +351 253 391 197
E-mail: [email protected]
Mais Informações: Casa Beira Rio
Casa de émaus
Foto: Casa de Émaus
A proximidade do Parque Nacional da Peneda Gerês e de um contexto de Natureza
no seu estado mais puro, fazem da Casa de
Emaús um excelente local para uma fuga da
rotina.
Com seis quartos com WC privativo e aquecimento central, pode ainda usufruir de uma
magnífica piscina, campo de ténis, e zonas
exteriores com Wi-Fi.
Serviço standard: Dormida e pequeno almoço. Pode trazer os seus amiguinhos de
quatro patas!
Foto: Casa de Émaus
Aguardamos pela sua visita!
Contactos:
Morada: Lugar de Emaús, nº 85 Chorense,
4840-060 Terras de Bouro
Tel: +351 253 351 570 | 912 543 468
Email: [email protected]
Mais Informações: Casa de Emaús
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Gerês
 Alojamento
Descobrir
 Corporate
team-building
Tem uma empresa e pretende organizar
um evento de team-building?
Consulte as nossas sugestões!
TEAM BUILDING – ORI-4x4
Prova de orientação em 4x4, onde a equipa terá de fazer a
navegação por matas, vales, montes, caminhos sinuosos,
etc. Munidos de bússola e carta militar terão de conquistar os postos de controle que lhes são propostos.
Foto: Vertente Natural
Pelo meio irão encontrar alguns enigmas que terão de resolver em conjunto e 3 desafios extra (jogos de dinâmica
de grupo). Uma prova onde a gestão de tempo, de equipa
e a estratégia adotada farão toda a diferença.
Um programa: Vertente Natural
website: www.vertentenatural.com
e-mail: [email protected]
Telef: +351 210 848 919
Mountain bike tour
Foto: Guincho Adventours
O tour inicia se junto á praia do Guincho e prossegue pela
floresta dentro. O percurso tem uma passagem pela lagoa
azul, subindo até ao pico com 477 metros. No final, vai ser
possível fazer uma visita à Peninha! Durante o percurso,
a flora fauna deste fabuloso parque natural, serão objeto
de observação.
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Nível de dificuldade: Médio | Elevado
Público-alvo: Grupos com espírito de aventura
Um programa: Guincho Adventours
website: www.guinchoadventours.net
e-mail: [email protected]
Telef: +351 934 479 075
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Propomos uma atividade outdoor hi-tech que combina
tecnologia e aventura, onde os participantes seguem
coordenadas GPS para encontrar geocaches (caixas) escondidas perto de monumentos-chave do centro histórico de Lisboa. Cada geocache envolve perguntas, enigmas ou tarefas.
Foto: Fuga Perfeita
Uma excelente forma de conhecer cidades e vilas, ou outros locais, e testar as capacidades competitivas das equipas de geocachers onde o empenho de todos é essencial
para o sucesso da missão.
Um programa: Fuga Perfeita
website: www.fugaperfeita.com
e-mail: [email protected]
Telef: +351 968 694 146
Grupos de Incentivos na ilha da Madeira
A Ilha da Madeira é sem dúvida um dos melhores locais
da europa para atividades ao ar livre. A Madeira Adventure Kingdom oferece um grande leque de atividades de
aventura e lazer para grupos de incentivos tais como:
Foto: Madeira Adventure Kingdom
Canyoning | Caminhadas pelas levadas | Jeep Safari |
Atividades de Teambuilding | Geocaching
Estes são apenas alguns exemplos de atividade para grupos de incentivos que podem ser realizados nesta ilha de
contornos naturais simplesmente fantásticos.
Um programa: Madeira Adventure Kingdom
website: www.madeira-adventure-kingdom.com
e-mail: [email protected]
Telef: +351 968 101 870
mission: impossible
“MISSION IMPOSSIBLE” tem um conceito de teambuilding que recria o ambiente do suspense, surpresa e desafio audaz sempre associado à memória que temos da
Missão Impossível! Estamos a viver realidades paralelas
e só agora estamos a ser chamados para a nossa verdadeira realidade de espiões. A Missão promete!
Em versão TT ou Walk, munidos de GPS, esta é uma dinâmica de orientação e estratégia que estimula o trabalho em equipa e promove a interação.
Foto: Equinócio
Um programa: Equinócio, Cultura de Ação
website: www.equinocio.com
e-mail: [email protected]
Telef: +351 210 155 139
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
95
Descobrir
Team-Building
Geocaching em Lisboa/ Sintra /Óbidos
Descobrir
 Corporate
Centro de Formação Sniper
O Centro de Formação Sniper tem o seu local privilegiado
em Bucelas, Loures, a 23 km de Lisboa, onde várias infraestruturas foram idealizadas e construídas por forma
a contribuir para a criação de excelentes programas de
desenvolvimento das capacidades pessoais e relacionamentos interpessoais.
A realização de encontros, conferências, reuniões, formações, programas de incentivo, ações de Team Building,
entre outros, torna-se possível num único espaço onde o
futuro se encontra com a natureza.
Foto: Sniper
Um programa: Sniper
website: www.sniper.pt
e-mail: [email protected]
Telef: +351 219 694 778
team building experience sport
A Experience Sport concebe programas de desenvolvimento Team Building em estreita parceria com os clientes e, sempre, à medida das suas necessidades.
Foto: Experience Sport
Objetivos dos programas: Trabalho em Equipa, Liderança, Comunicação e Diversão.
Um programa: Experience Sport
website: www.experience.sport.com
e-mail: [email protected]
Telef: +351 261 984 221
team building puzzle
Esta é uma atividade composta pelos nossos melhores
produtos, enquadrados com a história, gastronomia e
hábitos locais, escolhidos por si e compostos por nós de
forma a criarmos em conjunto o programa que mais lhe
convém.
Analise os desejos e necessidades da sua empresa, as
competências a ampliar e venha até nós que construímos o seu evento, à sua medida.
Um programa: MuitAventura
website: www.muitaventura.com
e-mail: [email protected]
Telef: +351 967 021 248
96
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Descobrir
 Projeto
de cabo a cabo
98
Julho_Agosto 2011 OUTDOOR
     
Descobrir
Cabo a Cabo
      
a pé por portugal
OUTDOOR Julho_Agosto 2011
99
Descobrir
E
stamos na ponta norte de Portugal.
Depois de semanas de sol e calor, o
outono que há dias chegou trouxe
com ele a chuva, e bastou que nos
fizéssemos ao caminho para que ela
nos brindasse com a sua presença, como uma
lembrança subtil da dificuldade daquilo a que
nos propomos.
Daqui em direção a Lamas de Mouro o caminho
faz-se quase sempre a subir. Dos 15Km até lá,
apenas os últimos dois ou três são planos ou com
uma ligeira inclinação descendente. O rio Minho vai ficando para trás à medida que subimos
as suas veredas salpicadas de ramadas nestas
encostas verdes que se espelham com Espanha.
Na manhã seguinte, ainda com chuva, uma boleia leva-nos até à Peneda. Na margem esquerda
do rio com o mesmo nome, sob a chuva intensa
que não permite sequer uma foto, o santuário, a
sua escadaria monumental e a encosta rochosa
de onde jorram cascatas de água, proporcionam
um postal de inverno magnífico.
Idosas nas suas capas de chuva guiam o gado em
direção a casa, enquanto seguimos para Rouças
fustigados pelo metralhar da chuva impiedosa
na cara, na parte de trás de uma carrinha de caixa aberta.
Um nevoeiro persistente cobre a montanha
ocultando os seus cumes. O som das encostas é
o badalar das cabras que por ali apascentam, e
que formam um belo presépio quando combinadas com pequenas casas ladeadas por um riacho, num qualquer vale de tapete verde.
A chuva parou e aproveitamos para retomar a
100
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Depois de um dia de descanso forçado devido à
chuva, a manhã deste quarto dia desperta animadora. À medida que vamos subindo em direção a Germil, o sol que se apruma vai recolhendo a sombra à nossa passagem. Um céu que
se mancha de azul depois de dias carregado de
negro.
Apesar de ainda estarmos em setembro, por estas encostas sombrias já é comum ver-se fumegar das chaminés destas casas que se mostram
através de uma ramada que lhes faz frente e me
lembra tempos idos em casa dos meus avós.
O silêncio destes vales escondidos entre curvas
e contra curvas, é apenas cortado pelo correr
de riachos que se precipitam montanha abaixo
e pelo troar dos sinos nas aldeias vizinhas, que
acompanham o passo das horas com badaladas
marianas.
Seguimos em direção à barragem de Vilarinho
das Furnas. A aldeia que lhe dá nome encontra-se submersa pela albufeira desde 1971, sendo
no entanto, possível um pequeno vislumbre das
suas ruínas quando o caudal da mesma se encontra bazo.
À medida que descemos, o ziguezaguear da estrada que se prolonga e se avista do outro lado
do vale, faz-me lembrar os fjords da Noruega,
onde também, para se fazer o equivalente a um
ou dois quilómetros em linha recta, é necessário
andar uma boa dezena deles. Não há renas mas
há cavalos a pastar na berma da estrada e apenas o vale não é mar…
De Campo do Gerês seguimos em direção à pequena aldeia da Ermida.
A vista do alto da serra sobre a vila do Gerês é
assombrosa! Pontes e rios numa imensidão a
perder de vista. A própria vila é uma viagem no
tempo e no espaço, fazendo lembrar uma qualquer estância termal alpina, com os seus chalés e edifícios palacianos, lembrando hotéis de
charme de um tempo de cartolas e espartilhos.
À saída da vila, a estrada que sobe até à aldeia
enche-nos as narículas ora de um odor a bosta
ora de um perfume medicinal a eucalipto… Bois
de longos cornos retorcidos param espantados à
nossa passagem. A estrada sobe e desce, recordando penosamente que a pé, custa tanto uma
coisa como a outra…
A Ermida, como nos contam, é seguramente
uma das últimas aldeias comunitárias do país.
Aqui ainda se ‘convoca o povo’ para arbitrar de
qualquer assunto relativo à aldeia e que se resolve de uma só vez com quem estiver presente,
sem mais delongas ou possibilidade de contestação, qual reunião de condomínio…
Descemos a Cabril de onde saímos às primeiras
horas da manhã desta segunda semana, com a
neblina tosca a pairar sobre as águas do Cávado.
As aldeias da nossa companhia – de videiras e
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
101
Descobrir
Cabo a Cabo
caminhada.
Depois dos espigueiros do Soajo, seguimos ao
encontro do rio Lima onde, à sua passagem,
escondida pelas encostas escarpadas, nos deparamos com a velha central hidroeléctrica do
Lindoso, um edifício sóbrio e interessante, que
mais parece saído de um qualquer filme de espionagem dos anos 30 ou 40.
Descobrir
latadas por onde perscrutamos ainda com uva
– vão-se sucedendo mudas e caladas. O paradigma da desertificação do interior do país, é ser
possível encontrar na mais inóspita e silenciosa
das aldeias, uma matrícula estrangeira e uma
arquitetura de mau gosto e persiana corrida…
À medida que subimos para Alturas do Barroso,
a Barragem do Alto Rabagão à nossa esquerda
perfila-se quase como a muralha de uma fortaleza das ‘terras altas’ dos livros de Tolkien. No
cimo das colinas, gigantescas eólicas mais parecem ‘vira-ventos’ de criança em dia de romaria.
A sua sombra projetada sobre os prados verdes
são relógios perpétuos e hipnóticos.
Descemos a Boticas. Este regresso à urbanidade deprime-me. Questiono-me sobre de que
forma olharemos daqui a 30 ou 40 anos, para a
nossa arquitetura ‘popular’ (não de autor) dos
anos 80 e 90… Vale-me o cheiro a camarinhas
na descida para Vidago e o vento de frente que
me faz cantarolar; “wind in my hair I feel part of
everywhere…”
102
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
À entrada da vila, cruzo o Tâmega e penitencio-me da minha ignorância; sabendo eu que a linha de caminho-de-ferro que servia este destino
termal era a do Corgo, julgava eu que por aqui
não passava o Tâmega nem seguia até Chaves…
O parque de campismo de Valpaços fica a mais
de 30 quilómetros. Chegar até lá tornará a etapa
de hoje na mais longa até ao momento. Paramos
vezes sem conta para apanhar uvas, amoras,
maças, pêras e figos, fazendo-me crer que seria
possível alimentar-me apenas desta fruta que se
debruça sobre o caminho, até Faro.
Por estes lados ainda se vindima e é frequente
ver passar carrinhas e tractores com enormes
balseiros de uva e pequenos retalhos na encosta
tratados por chapéus de aba larga entre fileiras
de videira.
No dia seguinte, para lá de Valpaços – no vale do
Tuela – julgo pressentir a chegada do verão sob
o calor intenso deste sol de outubro. Na parada
mas a recompensa é agradável. Vimioso parece-nos encantado neste final de tarde, com as ruas
floridas e aprumadas do seu centro histórico.
Um sol que se põe sobranceiro ao monte e que
se avista da traseira da igreja entre nuvens lanudas, distante e pesaroso, renova a sensação de
estar a sul. Delicia-nos!
Deixamos Vimioso com destino ao ponto mais
oriental do país.
Eu que sou amante do sul – descobri nesta “Terra Fria” de burros, sobreiros e granito; de rolos
de palha e rebanhos de ovelhas a pastorear livremente; de pombais tradicionais brancos e
em forma de ferradura, o mesmo sentimento de
estar em casa. ø
Mateus Brandão
www.caboacabo.blogspot.com
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
103
Descobrir
Cabo a Cabo
de oliveiras em sentido e sob o cheiro que sempre julguei ser de alfarroba – e que me acusava
de forma inconfundível e com eficiência a entrada no Algarve – acho estar já para lá do Tejo…
Apesar do sol e do calor dos últimos dias, o outono reivindica a sua vez numa chuva de folhas
secas sopradas tenuemente pelo vento sobre a
estrada.
Os ocres, amarelos e vermelhos não tardarão
a dar lugar a este verde primaveril e cada vez
mais persistente. Ainda assim, há na planura
da várzea por onde ocasionalmente passámos,
a sensação de estar algures numa Toscana de
ciprestes altos e campos de trigo florido…
Seguimos em direção a Izeda e de lá para Vimioso. Por estas ruas empedradas, onde um cheiro
a vinho novo se impregna na calçada. No atalho
que nos leva ao Sabor, é um perfume herbáceo
indistinguível que me transporta para lá do mediterrâneo, para os souks de Marraquexe ou Fez.
O caminho para Vimioso é tortuoso, sendo preciso ultrapassar os vales do Sabor e do Maçãs,
Descobrir
 Onde Estivemos
madeira
C
hegámos à Madeira! Temos 4 dias
vindas no seu escritório.
para explorar, viver e descobrir este paraíso Outdoor
Após análise do mapa, partimos até
“Cononde é possível uma conao Funchal. Carro estacionado e
jugação de atividades
mochila às costas, iniciamos a
tinuamos o
de mar e terra numa harmonia
nossa aventura!
nosso percurso
perfeita com a natureza.
A hora de almoço estava a apropelas Ruas do FunPor onde vamos começar? Bom,
ximar-se e vamos caminhando
chal… Há tanto
não conseguimos ter resposta para
até a Zona Velha… pergunta
esta pergunta… a paisagem à saíaqui, pergunta ali, descobrimos
para exploda do aeroporto já nos deixou sem
um local onde poderíamos exrar!”
fôlego!
perimentar algumas iguarias maSomos recebidos no aeroporto pela
deirenses, o Restaurante Venda da
Dona Maria.
equipa Madeira Rural, que nos deu as boas
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Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Seguimos caminho e só paramos no nosso alojamento, na Colina da Fajã situado na Fajã da Ovelha. A calma e tranquilidade imperam! Este local
é dos mais rurais da zona Oeste da Ilha, não há
palavras para descrever o que se vê e se sente.
A Colina da Fajã é uma pequena unidade de turismo rural com 9 quartos, todos com vista para
as Serras da Fajã da Ovelha e para o imenso mar
azul, lá no fundo. Somos recebidos com um sorriso e após uma breve apresentação do espaço,
somos encaminhados para os nossos quartos.
Fazemos um pequeno briefing e estipulamos o
nosso 2º dia na Ilha… agora resta-nos descansar!
Acordamos cedo, com o sol a iluminar a paisagem. Tomamos um pequeno almoço fantástico e
partimos para mais uma aventura, desta vez no
Paúl da Serra! Queremos fazer uma levada (uma
experiência a não perder na ilha) e sugerem-nos
a das 25 fontes. No caminho do Paúl da Serra o
nevoeiro fica cerrado, e aparecem as primeiras
chuvas da nossa estadia… Agora sim, percebemos o que nos diziam… na Madeira o tempo é incerto, tão depressa faz sol como chove! Sempre a
subir e com alguns encontros pelo caminho com
simpáticos animais, chegamos ao nosso destino,
o ponto de partida do PR 6.
Continuamos o nosso percurso pelas ruas do
Funchal… Há tanto para explorar! O mercado
dos Lavradores, o Teleférico e os famosos carros-de-cesto chamam-nos à atenção nesta fantástica cidade! Como o tempo não é muito, decidimos ir conhecer o Mercado, onde descobrimos
algumas histórias e tradições deste povo que tão
bem sabe receber.
O carro marca 13 graus e nós de t-shirt (há que
ter sempre roupa no carro pois o tempo altera
muito rapidamente). Por sorte tínhamos impermeáveis no carro. Começámos a descer e os raios
de sol começam a tornar o nosso caminho mais
reconfortante… são 3 horas a caminhar e dois tri-
Estamos a 40 minutos da Fajã da Ovelha, local
onde vamos pernoitar. Queremos chegar cedo
para aproveitar o alojamento mas torna-se impossível ficar indiferente ao imenso verde e aos
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
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Descobrir
Madeira
tons azuis do mar que nos rodeia.
De 5 em 5 minutos estacionamos o carro somente para observar! A natureza aqui sim, está no seu
máximo esplendor… do lado do mar, um sol fantástico e o céu azul, do outro lado, as montanhas
cobertas por nuvens que teimam em querer esconder o que estava por detrás!
Paramos em Câmara de Lobos, cidade piscatória e um dos pontos de passagem obrigatórios na
ilha da Madeira… ao olharmos para a baía deparamo-nos com mais de 20 jovens nas suas canoas
a desfrutar do imenso mar azul! Ponto assente,
vamos fazer canoagem na nossa estadia! Para
além da baía, vamos encontrando mais alguns
locais que merecem uma paragem, tal como o
Cabo Girão.
Descobrir
O caminho é longo,
mas vale a
pena…chegámos às 25
fontes…
reconfortante… são 3 horas a caminhar e dois trilhos a percorrer.
Decidimos inicialmente percorrer o
trilho 6.1, a levada do Risco que nos
leva a uma impressionante queda de
água… Sentamo-nos no miradouro e
observamos! Mais uma vez, ficámos sem
palavras. Voltamos para trás, no caminho da
casa do Rabaçal, até encontrarmos a vereda que
nos indica o percurso para o PR6, as 25 fontes.
Começamos a descer e no caminho seguiam
companheiros caminhantes de todos os cantos
do Mundo. “Hello”, “bonjour “, “Hallo”, e muitos
mais idiomas acompanham o nosso percurso! O
caminho é longo, mas vale a pena…chegámos às
25 fontes… uma lagoa onde vertem as águas de
algumas nascentes e ficamos sem fôlego, completamente deslumbrados com uma das mais
belas paisagens que alguma vez tínhamos visto.
Por sorte o sol já brilha e conseguimos aproveitar
melhor o local e observar toda a sua envolvente
natural.
Voltamos para o ponto de partida! O percurso, de
grau de dificuldade médio, é acessível à maior
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Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Descobrir
PortoMadeira
Santo
alguns aventureiros, contam-nos que este percurso é realizado em média por 250 pessoas por
dia, sendo que na época alta este número aumenta.
Aproveitamos o resto do dia para explorar a zona
e descobrir alguns pequenos paraísos outdoor.
Ao fim do dia, dirigimo-nos para a Fonte do Bispo para acompanharmos a 1ª etapa dos Madeira World Games, programa integrante do Festival da Natureza da Madeira. O que nos espera
é uma prova de Orientação noturna… de mapa,
bússola e lanterna na mão, partimos à descoberta! Terminada a prova, jantámos com a organização e seguimos caminho até à Colina da Fajã
para repor energias para o dia seguinte.
Mais um dia dedicado à aventura! Na baía do Seixal está a decorrer mais uma etapa dos Madeira
World Games. Da parte da manhã, atividades de
água, onde temos a oportunidade de fazer uma
breve prova de canoagem e mergulho nas límpidas águas quentes da ilha da Madeira. Olhamos
em redor e conseguimos ver cascatas a cair diretamente no mar, sendo a mais conhecida, o Véu
da Noiva. Fantástico! Da parte da tarde partimos
para o Rabaçal onde realizamos mais algumas
atividades, tais como Orientação, Trail Running,
BTT e Tiro com Arco. Como amantes de desporto aventura que somos, esta é uma experiência que recomendamos.
Chegou o fim do dia e estamos
O que nos
exaustos… encontrámo-nos com
dois aventureiros, o Emanuel Pomespera é uma
prova de Orientação noturna…
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
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Descobrir
dois aventureiros, o Emanuel Pombo (Campeão
Nacional de Downhill) e a Corina, responsável
pela empresa de animação turistica Loko Loko,
que nos levam a jantar à Madalena do Mar. A noite é de partilha de experiências e sugerem-nos
trilhos fantásticos para BTT! Será que vamos ter
tempo?
Só já temos dois dias no paraíso e tanto para descobrir… Na parte da manhã estamos com a equipa dos jogos integrantes do Festival da Natureza
e antes do almoço ainda vamos ter a oportunidade de descobrir algumas caches a caminho do
Seixal! O Geocaching é um desporto em ascensão
por estes lados… através dele conseguimos descobrir alguns dos recantos imusitados da ilha.
Da parte da tarde preparamo-nos para mais uma
descoberta, com as temperaturas a rondar os 28
graus, decidimos ir visitar Porto Moniz! Mais um
local fantástico, um ponto de passagem obrigatório. O calor aperta e as piscinas naturais chamam
por nós! Vestimos os fatos de banho e fomos aproveitar a piscina de água proveniente do mar.
Quando saímos de Porto Moniz, a caminho da
Fajã vamos parando em alguns pontos para apreciarmos a vista e conseguimos detetar mais um
ponto de paragem obrigatório, o Farol da Ponta
do Pargo.
Já é tarde. Chegamos à Colina da Fajã, tomamos
um duche rápido e partimos para o Jardim do
Mar, onde podemos desfrutar de mais uma refeição. Percorremos a pequena vila a pé, as enormes falésias deixam-nos sem palavras. Com uma
localização privilegiada esta encantadora vila é
um paraíso para os fãs de surf, atraindo anualmente um número elevado de praticantes.
Chegou o último dia… da parte da manhã conseguimos desfrutar do alojamento, um espaço
maravilhoso e de toda a paz que o envolve. Um
mergulho na piscina e estamos de partida para o
Funchal onde nos espera um emocionante passeio para observação de golfinhos e baleias.
Chegamos à Marina do Funchal e procuramos
os responsáveis da empresa Seaborn. Estamos
ansiosos, vão ser três horas fantásticas para observar algumas espécies marinhas! A bordo do
catamarã e passado uma hora de caminho começamos a ver alguma atividade na água. O que
será? Bastam cinco segundos para nos apercebermos que são os golfinhos que estão à nossa
volta... e não só, em conversa com o responsável
da Seaborn, verificamos que também temos baleias ao pé de nós! Os golfinhos estavam divertidos e queriam mostrar-se aqui e ali! Parecia que
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Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Descobrir
PortoMadeira
Santo
queriam que os apreciássemos. Este é sem dúvida um dos momentos altos da nossa viagem, ao
paraíso outdoor madeirense!
Terminado o passeio, a fome aperta. Temos de
estar no aeroporto dentro de 2 horas e ainda não
provámos as famosas lapas! Vamos até ao Caniçal, ao reconhecido restaurante Muralhas!
Palavras para quê? Um local fantástico e uma paragem obrigatória para os fãs de petiscos!
Desta forma termina a nossa viagem! Ainda estamos no aeroporto, mas as saudades já apertam.
A Madeira é certamente um local a voltar e redescobrir. Aqui sim, respira-se Natureza! ø
Isa Helena
Descubra a Madeira em: www.visitmadeira.pt
www.madeira-rural.com
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
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Descobrir
onde ficar
Colina da Fajã - Casa de Campo
Morada:
Caminho da Soalheira - Sítio de São João
9370-303 Fajã da Ovelha - Calheta
GPS: 32.7777, -17.2288
Contactos (Via Madeira Rural):
Site: Colina da fajã
Madeira Rural - Associação de Turismo em
Espaço Rural da RAM, (Região Autónoma da
Madeira e Porto Santo)
Morada: Aeroporto da Madeira - Piso 0 / 9100105 Santa Cruz - Madeira
Contactos:
+351 291 520 868 | 938 420 842 | 966 230 212
Email: [email protected]
Site: madeirarural.com
110
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Restaurante Venda da Dona Maria
Restaurante Muralhas (Caniçal)
Morada: Rua de Santa Maria 51
Santa Maria Maior
9060-291 Funchal
Contactos: +351 291 621 225 | 914 061 989
Email: [email protected]
Site: www.bas-fond.com
Morada: Rua da Pedra D’Eira
Banda da Silva
9200-031 Caniçal
Contactos:
Telefones: +351 291 961 468 | 914 087 953
Email: [email protected]
atividades
Seaborn
Venham observar num catamaran toda a fauna da Madeira
Contactos
Marina 9000-000 Funchal
Telefone: +351 291 231 312
Email: [email protected]
aluguer
de viatura
Loko Loko Madeira
Rua Baden Powell, 9125-036 Caniço de Baixo
- Madeira
Contactos
Email: [email protected]
Telefone: +351 291 939 191
Site: www.lokoloko.com.pt
Millenium Rent-a-Car
Contactos: +351 291 954 300 | 966 081 515
email: [email protected]
Site: www.milleniumrentacar.com
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
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Descobrir
PortoMadeira
Santo
onde comer
Kids
CAMPOS FÉRIAS
NATAL
Reunimos neste espaço algumas sugestões
de campos de férias recheados de animação, desporto e aventura! Vão ser as férias
mais divertidas da tua vida!
Mini-Campos de Férias roda viva
Viver as emoções dos Mini-Campos de Férias Roda
Viva, é o desafio da Roda Viva para as próximas férias de Natal.
Uma equipa de excelentes Monitores Roda Viva está
pronta para assegurar umas Férias super ativas e
divertidas, cheias de jogos dinâmicos, passeios, charadas, cluedos, cinema, karaoke, ateliers criativos,
Festa de Natal e Festa de fim de ano de arrasar!
Quando?
De 2ª fª, 17 a 6ª fª, 21 de dezembro - Viv’ó Natal
De 6ª fº, 28 de dezembro a 3ª fª, 1 de janeiro - Viv’ó
Novo Ano
Onde?
Almoçageme – Praia Grande, Sintra
Uma casa alegre, própria para Campos de Férias,
perto da praia, da serra e da cidade
Para quem?
Viv’ó Natal – dos 6 aos 9/10 anos e dos 10/11 aos
13/14 anos
Viv’ó Novo Ano – dos 14 aos 18 anos
Quanto?
€ 180 cada turno
€ 170 a partir do 2º filho, Estrelas e Ouriços e Parceiros Roda Viva
Inclui alojamento, alimentação, atividades, acompanhamento e seguro.
Iva não incluído.
Extras opcionais: Transporte de ida e volta (de Lisboa) €10
Atividades radicais € 20
Nº mínimo de Participantes: 14
Data limite de inscrição: 10 de dezembro
Promotor: Roda Viva
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Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Quer brindar o seu pequenote como “Embaixador
da Natureza” do Jardim Zoológico? Nestas férias de
Natal, inscreva-o no ATL que vai decorrer entre os
dias 17 e 31 de dezembro (exceto fins de semana e
feriados) no Jardim Zoológico.
A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam.
Durante as férias, nada melhor do que despertar a
curiosidade. Entre as 9h00 e as 18h00, a diversão
está garantida. Os mais pequenos podem aprender,
explorando e investigando os mistério da vida selvagem.
Os participantes podem contactar de perto com os
tratadores dos animais favoritos. Mas não é tudo,
o ATL do Jardim Zoológico inclui várias atividades
emocionantes, como peddy papers, jogos e quizzes
temáticos.
Ofereça esta oportunidade ao seu filho, aprenda a
viver integrado num ambiente global, respeitando
todos os animais.
Esta atividade está disponível em dias temáticos
(43€/dia) – mamíferos terrestres, mamíferos marinhos, répteis e anfíbios, aves e conservação – ou em
turnos de cinco dias (187€).
Telefone: 217 232 960
E-mail [email protected]
Promotor: Jardim Zoológico de Lisboa
Campo de Férias Sniper Natal 2012
Vamos transmitir aos participantes várias técnicas
de sobrevivência, tais como, orientação pelo Sol e
pelas estrelas, deslocações diurnas e noturnas em
ambientes hostis, defesa contra ataques de animais
(cães, cobras), sobrevivência em situações de frio
extremo, situações de calamidade, fazer fogo, etc.
E ainda, como novidade deste ano, a exploração de
uma gruta e de uma mina. E como estas podem também ser usadas para sobreviver, além de aprenderem todas as potencialidades de ocupação, incluindo
pelos nossos antepassados e outros animais no caso
das grutas.
Vamos também ter atividades, como Workshops, Jogos e Oficinas para além das atividades que o parque
oferece.
Algumas atividades serão feitas em regime indoor
visto haver possibilidade de frio ou chuva.
Não existe melhor forma de ensinar e de aprender.
Idades: Dos 6 aos 17 anos
Email: [email protected]
Telef: +351 219 694 778
Local: Parque Aventura em Bucelas
Promotor: Sniper
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
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Kids
Campos de Férias
Festeje as férias de Natal com os Animais
cultural bike tour
Canoagem no alva
Venha conhecer a zona do Oeste
duma forma diferente. Através de
um bike tour levamo-lo a conhe-
Venha conhecer esta modalidade
no Rio Alva e emocione-se com
esta descida!
cer esta zona lindíssima!
Preço: Desde 20€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Experience Sport
Realizado por marcação.
Preço: 20€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Transserrano
lisboa, cidade dos
miradouros
Batismo surf
Nesta caminhada vemos em cada
miradouro abraçamos o Tejo e
respiramos a luz única reflectida
nas águas do Mar de Palha.
Preço: 20€ / pax
Um Programa: Geosphera
der esta modalidade.
Preço: 25€ / pax
Dificuldade: Iniciação
Um Programa: Pocean Surf
Academy
paintball
linha torres vedras
E que tal um jogo entre os seus
amigos de Paintball?
Desafie-os!
Onde: Bucelas
Preço: 17,50€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Sniper
Quem disse que a história é aborrecida? Um dia passado em boa
companhia e com muitas histórias divertidas. Atrevam-se!
Preço: 9,90€ / pax
Dificuldade: Fácil/Médio
Um Programa: Sniper
bridge jumping
soft rafting
Saltar de uma ponte com cerca de
50 metros de altura, apenas com
O percurso que vai realizar possui uma bela paisagem num vale
protegido do vento, descendo por
umas águas tranquilas e limpidas.
Preço: 20€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Rafting Atlântico
uma corda especial e um arnês.
Onde: Minho
Preço: 25€ / pax
Um Programa: Rafting Atlântico
114
E que tal um batismo de surf na
praia da Ericeira? Venha apren-
peninha
Caminhada capuchos
Nesta caminhada vamos circular
a serra, e vamos entrando no bosque “mágico” que cobre a encosta
Norte do Convento da Peninha.
Preço: 25€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Caminhos da Natureza
Partimos do Convento dos Capuchos em caminhada e seguimos
rumo a Pedra Amarela para con-
canoagem no zêzere
rota aldeias xisto
A beleza natural, a água translúcida ou a proximidade de Lisboa
são fatores que o levarão a descer
este Rio.
Preço: Sob consulta
Dificuldade: Fácil/Médio
Um Programa: Aventur
Inclui visita às aldeias serranas
do Talasnal, Vaqueirinho, Chiqueiro e Casal Novo, com passa-
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
templar uma vista privilegiada.
Onde: Serra de Sintra
Preço: 25€ / pax
Um Programa: Caminhos da Natureza
gem por locais de rara beleza.
Preço: 10€ / pax
Dificuldade: Fácil/Médio
Um Programa: Transserrano
A revista Outdoor não se responsabiliza por eventuais alterações de preços e informações das atividades divulgadas. As mesmas são da responsabilidade das empresas que as organizam.
OUTDOOR Até 25€
Atividades Outdoor
esteiros e salinas
Este passeio é de grau fácil, durante a marcha faremos paragens
para conhecermos locais de grande interesse natural.
Preço: 20 € / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Papa-Léguas
Este passeio de inverno é muito
interessante sob o ponto de vista
ornitológico. Não perca esta oportunidade.
Preço: 20 € / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Papa-Léguas
vale aventura
crista do risco
Uma atividade nova desenvolvida no enquadramento natural da
Serra da Azoia/Espichel onde irá
fazer rappel, slide e escalada.
Preço: Desde 25€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Vertente Natural
Iniciaremos o passeio subindo à
Serra do Risco, a escarpa calcária
mais alta da Europa Continental.
Local: Serra da Arrábida
Preço: Desde 15€ / pax
Dificuldade: Médio/Alto
Um Programa: Vertente Natural
canoagem óbidos
escalada serra da
freita
Um passeio em plena Lagoa de
Óbidos onde desfrutará de paisagens magníficas.
Local: Lagoa de Óbidos
Preço: Desde 25€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: ExperienceSport
trekking sintra cascais
Venha experimentar escalada em
vários lagos e escalar a Cascata
da Mizarela por uma via acessível.
Preço: 20€ / pax
Um Programa: Nicho Verde
bike tour
Conheça o Parque Natural Sintra
Cascais num trekking fabuloso.
Venha desfrutar de um passeio de
btt pelas mais bonitas paisagens
de Sintra.
Onde: Sintra/Cascais
Preço: 20€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Guincho Adventours
Onde: Guincho
Preço: 20€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Guincho Adventours
rappel australiano
cascais gps paper
Procura novas experiências? Procura ver por um outro ângulo as
experiências que já realizou?
Entre na Aventura Cascais GPS
Paper e de uma forma saudável e
Onde: Sintra/Cascais
Preço: 20€ / pax
Dificuldade: Fácil
Um Programa: MuitAventura
arribas
Saímos da Malveira em direção
ao mar, passamos pelas Almoinhas Velhas e seguimos rumo em
direção a Biscaia.
Onde: Malveira da Serra
Preço: 25€ / pax
Um Programa: Caminhos da Natureza
divertida.
Preço: 25€ p/ 2 pax´s
Dificuldade: Iniciação
Um Programa: MuitAventura
Escalada guia em
cascais
Venha passar um momento único, escalando em rocha natural,
junto ao mar de Cascais.
Preço: 15€ / pax
Dificuldade: Iniciação
Um Programa: MuitAventura
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
115
Atividades Outdoor
matas arrábida
Atividades Outdoor
OUTDOOR até 75€
buggy ou moto4
Desafiamos-te à diversão num
dos nossos automáticos Moto 4
ou Buggy todo o terreno.
Onde: Sintra
Preço: 75€ /2 pax´s
Dificuldade: Fácil
Um Programa: Guincho Adventours
lisboa fátima btt
Aproveite um fim de semana e
faça o Caminho do Tejo até Fátima em BTT.
Onde: Fátima-Lisboa
Dificuldade: Alto
Preço: 55€ / pax
Um Programa: Caminhos da Natureza
Venha aprender como se confeccionam os licores e compotas de
forma tradicional e com produtos
caseiros.
Preço: 48€ /por pessoa.
Um Programa: Oficina da Natureza
Guadiana e Minas
de São Domingos
Uma travessia no Alentejo profundo, junto ao grande rio do Sul
- o Guadiana.
Dificuldade: Alto
Preço: 45€ / pax
Um Programa: Caminhos da Natureza
lapa furada
garganta do cabo
Trata-se de uma gruta ideal para
quem quer ter um 1º contacto
com a espeleologia e as suas técnicas de progressão vertical.
Dificuldade: Baixo/Médio
Preço: 28€ / pax
Um Programa: Vertente Natural
A Gruta da Garganta do Cabo situa-se no Cabo Espichel e é parte
integrante do sistema cársico
deste. Venha experimentar!
Dificuldade: Alto
Preço: 75€ / pax
Um Programa: Vertente Natural
via ferrata
rafting minho
Qualquer pessoa pode aventurar-se e sentir a emoção que leva
montanhistas a subir montanhas,
O percurso que vai realizar possui uma bela paisagem num vale
protegido do vento, descendo por
umas águas tranquilas e limpidas.
Preço: 75€ para 3 pessoas
Dificuldade: Médio
Um Programa: Rafting Atlântico
com uma segurança máxima.
Onde: Encosta Monte do Pilar
Preço: Sob consulta
Um Programa: Rafting Atlântico
paintball + Aventura 3
Tenha um fim de semana em
cheio! Venha connosco fazer
116
workshop compotas e
licores
Passeio a cavalo por
terras do Vez
Uma atividade que mostra uma
multi-atividades!
vila carregada de história: O Vez.
Onde: Bucelas
Preço: Desde 34€ / pax
Dificuldade: Fácil/Médio
Um Programa: Sniper
Onde: Arcos de Valdevez
Preço: 75€ / pax
Um Programa: Oficina da Natureza
btt Idanha a monsanto
aventura 6
Muitos single tracks e trilhos por
calçadas históricas esperão por si
Um dia com muita curtição,
adrenalina e boa disposição.
Atrevam-se!
para dias intensos de BTT.
Preço: 51€ / pax
Dificuldade: Fácil/Médio
Um Programa: Caminhos da Natureza
Onde: Bucelas
Preço: A partir de 48€ / pax
Dificuldade: Baixa
Um Programa: Sniper
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Este é um rio para um contacto inicial para a modalidade
Rota dos antepassados em Buggy
Conheça Cascais e Sintra em
Onde: Rio Paiva
Preço: Sob consulta
Dificuldade: Fácil/Médio
Um Programa: Rafting Atlântico
buggy.
Preço: 105€ (inclui entrada e
vista ao Convento dos Capuchos)
Um Programa: Guincho Adventours
aulas surf
léguas alvão premium
Venha aprender a modalidade
na praia da reserva de surf portuguesa.
Dificuldade: Iniciação
Onde: Praia de Ribeira d´Ilhas
Preço: 100€ /pack de 10 aulas
Um Programa: Pocean Surf Academy
Este é um fim de semana que lhe
permite conhecer a pé duas belas
regiões de um dos recantos mais
pitorescos.
Preço: 210€ / pax
Um Programa: Papa-Léguas
de Rafting.
por terras durienses
Passeio pelas Terras Centenárias
da Região Demarcada do Douro que terá início no Porto com
uma viagem de comboio até ao
Pinhão.
Preço: Sob consulta
Um Programa: Nicho Verde
Curso de iniciação à
fotografia
Este curso foi concebido para
quem quer dar os primeiros passos na fotografia, abordando os
principais temas da fotografia.
Preço: 325€ / pax
Um Programa: Papa-Léguas
porto covo ao cabo
sardão
ddeserto dunas e
oásis
Venha descobrir a pé a espetacular linha de costa de Lagos a
Sagres com as suas falésias, ense-
Uma expedição inédita numa região pouco explorada e genuina.
adas de água cristalina.
Preço: Desde 185€ / pax
Um Programa: Caminhos da Natureza
trekking deserto
Nesta viagem propomos mais que
uma visita, sugerimos uma aventura de vários dias a pé a acompanhar uma caravana de camelos.
Preço: Desde 580€ / pax
Dificuldade: Médio/Alto
Um Programa: Papa-Léguas
sem dúvida a não perder.
Preço: Desde 799€ / pax
Dificuldade: Médio
Um Programa: Caminhos da Natureza
curso essencial
bushcraft
Bushcraft é a arte de prosperar no
mato, ou uma extensão a longo
prazo das técnicas de sobrevivência.
Preço: Desde 95€ / pax
Um Programa: Equinócio
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
117
Atividades Outdoor
OUTDOOR mais de 75€
rafting no paiva
Desporto Adaptado
uma cavaleira por paixão
 Sara Duarte
Desporto Adaptado
Sara Duarte
Sara Duarte dispensa apresentações... É atleta
equestre profissional e representa a bandeira
Portuguesa nos Jogos Paralímpicos. Sara
esteve à conversa com a Outdoor e contou-nos
alguns dos seus segredos e projetos para o futuro... Uma conversa que nos deixou ainda mais
fascinados pelo desporto com animais fantásticos como os cavalos!
Iniciou-se na modalidade (equitação) bastante jovem. Foi logo desde pequena que
o gosto por este desporto surgiu?
Sara Duarte: Sim... A equitação começou por
ser um a brincadeira. Depois tornou-se uma forma de tratamento que me permitiu melhorar a
minha condição física e uma escola para a vida, onde a aprendizagem nunca se esgotará.
Depois soube da equitação adaptada quando
entrei para o Centro Equestre João Cardiga,
pelo próprio João Cardiga que me perguntou se
eu gostaria de fazer provas de equitação adaptada.Na altura ainda era pouco desenvolvida
em Portugal. Assim tornou-se uma maneira de
praticar a equitação como meio terapêutico e
lúdico e ao mesmo tempo como um desporto de
competição, que me exigia um maior empenho
e esforço.
Para esta modalidade é necessário ter
uma ligação muito forte entre o cavaleiro e o animal, correto?
Sim, sem dúvida...
Sabemos que tem um amigo muito especial
que a acompanha nesta modalidade, o
Neapolitano Morella. Considera importante para a sua evolução?
Sim... Muito! Esta modalidade depende não só
de um, mas sim de dois atletas, e o cavalo é fundamental!
O Neapolitano veio para mim com 4 anos, sem
qualquer ensino, aprendeu e cresceu já na equipa que me rodeia, João Cardiga e João Pedro
Cardiga, e assim como ele foi evoluindo, também eu evoluí com ele...
Como atleta de competição, como é o seu
dia a dia?
Atualmente, treino dia sim dia não, uma hora
com o meu treinador João Cardiga, o cavalo é
trabalhado à guia e também montado pelo João
Pedro Cardiga, responsável pela preparação física do cavalo…. É tudo um trabalho de equipa!
Foto: Escola Equestre João Cardiga
por Sofia Carvalho
Foi fácil conciliar o seu curso de Farmácia com a exigência da modalidade?
Neste momento já terminei o curso, mas na altura foi bastante difícil... houve momentos em
que tive de dar prioridade aos treinos e outros
momentos ao estudo, e era possível fazê-lo graças à ajuda que os meus treinadores sempre me
deram, compensando quando eu não conseguia
ir treinar.
Como é feita a preparação para as competições?
Os treinos são diários, e por vezes, o cavalo ainda é trabalhado à guia pelo meu treinador.
Sabemos que esteve pela segunda vez nos
Jogos Paralímpicos, como correu a sua
presença este ano?
Para quem não estava à espera de ir, já foi uma
grande vitória conseguir estar presente em mais
uns Jogos. São os melhores do Mundo que têm
este privilégio e o facto de estar entre eles já é
um orgulho!
O nosso objetivo era fazer uma boa prestação,
sabendo que podíamos ficar entre os primeiros
dez. E conseguimos cumprir com essa nossa
meta nas duas primeiras provas... Foi bastante
positivo!
Qual a sensação de poder participar nos
Jogos Paralímpicos?
É muito boa... é um orgulho e uma satisfação
por ver que o nosso trabalho deu frutos e foi reconhecido. O nosso prémio é estar lá entre os
melhores!
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
119
Entrevista
Sente que esta é uma modalidade valorizada no nosso país?
Ainda não... talvez por ser pouco desenvolvida e
sermos poucos a praticá-la em Portugal. Espero
que no futuro venha a ser dado o devido valor e
reconhecimento!
Foto: Escola Equestre João Cardiga
Quais são os seus próximos objetivos a
longo prazo?
Os próximos objetivos são cumprir o ciclo para-
límpico, realizando provas nacionais e internacionais, assim como os Campeonatos da Europa
e do Mundo, para conseguir alcançar os mínimos para os Jogos 2016.
Qual o seu conselho para pessoas que
praticam desporto adaptado?
Os jovens com deficiência devem antes de mais
ser motivados pela família e por todos os que os
rodeiam. É olharem para si como seres válidos
e com um papel a desempenhar na vida. “Todos
diferentes, todos iguais”.
Tudo começa na nossa cabeça e uma atitude positiva a boa auto-estima deve ser cultivada e ensinada a toda a gente, sobretudo a estes jovens.
Depois, deverão lutar pelo que desejam, mesmo
que por vezes isso exija um esforço acrescido. ø
Foto: Escola Equestre João Cardiga
Quais são as maiores dificuldades para os
iniciantes na modalidade?
As maiores dificuldades são encontrar um cavalo adequado à modalidade e ao atleta, consoante
o tipo de deficiência. É um desporto dispendioso, nem toda a gente consegue suportar os custos e a obtenção de ajudas e patrocínios é muito
difícil.
“Todos
diferentes, todos
iguais”.
120
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Espaço APECATE
CARTA ABERTA
AOS OPERADORES MARÍTIMOTURÍSTICOS DE PORTUGAL
C
aros Colegas,
Venho fazer-vos um apelo em nome
da Direcção da APECATE e da sua
Secção de Animação Turística. Estamos a desenvolver um trabalho que
será fundamental para todos os Operadores Marítimo-Turísticos (OMT) do país e precisamos do
vosso apoio para podermos falar a uma só voz.
Os nossos interlocutores são vários: o Governo e
as muitas entidades regionais e locais que tutelam a nossa actividade, quer sob o ponto de vista
administrativo e fiscalizador, quer sob o ponto
de vista da promoção dos nossos produtos nos
mercados interno e externo. A coordenação da
122
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
nossa acção é essencial. Juntar esforços é a melhor forma de o conseguir.
Com a publicação do DL nº108/2009 que, em
boa hora, unificou num mesmo sector as empresas de animação turística (EAT) e os OMT, a
APECATE considerou o seu âmbito de actuação
objectivamente alargado: decidimos de imediato que, no que respeita às actividades marítimo-turísticas, a nossa problemática não poderia
continuar a limitar-se às questões das EAT que
operavam com actividades em meio aquático e
eram obrigadas a um duplo licenciamento – era
o caso da canoagem e do rafting, por exemplo.
A evolução operada dentro da APECATE fala por
si. Começámos por criar um grupo de trabalho
sobre a actividade marítimo-turística. Perante a
complexidade dos problemas identificados, entendemos por bem dar um espaço mais amplo
a este trabalho e criar o Departamento OMT da
Secção de Animação Turística, que terá ramificações em todas as zonas portuárias do país.
Entretanto, a ACOMTS – Associação Comercial
dos Operadores Marítimo-Turísticos de Sesimbra, consciente da importância de dar uma dimensão nacional à sua acção, deliberou a sua
integração na APECATE.
Em Maio deste ano, a nossa solicitação, fomos
recebidos pelo Senhor Secretário de Estado do
Mar, Prof. Doutor Pinto de Abreu.
Pareceu-nos ter havido nesta audiência um ambiente de grande cordialidade e compreensão e,
sobretudo, vontade de resolver problemas. Perante as questões apresentadas que, na nossa
opinião, decorrem fundamentalmente de uma
legislação que consideramos pouco transparente e que permite interpretações diferentes de
capitania para capitania – com as decorrentes
acções de fiscalização da Polícia Marítima –, entendeu este Secretário de Estado que a primeira
acção a desenvolver deveria ser a criação de um
Grupo de Trabalho que tivesse como objectivo
a elaboração de um Manual de Procedimentos
para a fiscalização da actividade. Com este trabalho seria possível, por um lado, promover desde já a uniformização nas acções de fiscalização;
e, por outro, verificar se haverá ou não necessi-
dade de proceder a novas alterações legislativas
ao Decreto-Lei nº 269/2003 (RAMT)
Pareceu-nos uma boa ideia. Este Grupo ainda
não foi criado, mas estamos convencidos de
que, resolvidas as alterações em curso ao enquadramento jurídico da Pesca Lúdica, em cujo
Grupo de Trabalho a APECATE está a participar,
chegará a nossa vez.
É neste quadro que se insere o nosso apelo. Os
projectos profissionais deste sector de actividade económica não podem estar sistematicamente a esbarrar com problemas e obstáculos, sobretudo num momento de crise como este que
estamos a atravessar. Temos que os resolver de
uma vez por todas. Por outro lado, os produtos
turísticos ligado ao Mar, tendo em atenção o valor que acrescentam ao Turismo, precisam de
ser estruturados e promovidos de acordo com a
vontade e as necessidades do sector. Temos que
ser proactivos e dizer a quem de direito o que
queremos.
As associações sectoriais existem precisamente
para cumprir, entre outras, esta dupla função:
identificar e resolver problemas e representar
os seus associados em todas as relações e dinâmicas que contribuam para o seu desenvolvimento.
Aceite o nosso convite. Contacte o nosso Departamento OMT, conheça o nosso trabalho e associe-se à APECATE. Dê força à voz de todos nós.
Ana Barbosa
Presidente da Direcção da APECATE
[email protected]
A pedido da autora este texto encontra-se escrito com o antigo acordo
ortográfico.
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
123
Espaço APECATE
OMT´s
Deveria estender-se a todos os produtos dos
OMT.
NATAL com Aventura
merrel TRANSPORT RUCK
Descrição: Uma mochila altamente funcional em
todos os sentidos. Atualizações e modernizações
acrescentam uma vibe urbana a esta mochila
clássica. Simples mas ao mesmo tempo repleta
de detalhes, possui um compartimento na parte
superior da mochila, para além de um espaço
para o portátil (até 13 polegadas) com acolchoamento e um fecho à prova de água.
Com compartimentos expansíveis no exterior, organização dos espaços interiores bastante intuitiva e um fecho do género cinto para uma adaptação mais confortável e que se pode esconder
nas laterais da mochila, este modelo é ideal para
“trazer a casa às costas”.
Materiais: 100% Polyester com acabamento encerado, detalhes em pele genuína e costuras em
Nylon 210D
Volume: 25L
timberland Benton 3 in 1
Descrição: Blusão impermeável multifunções
com blusão polar interior destacável, produzido
com 70% de algodão orgânico e materiais reciclados amigos do ambiente.
timberland pathrock
124
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
timberland Bayfield Straight Cargo
Descrição: Calças cargo de algodão orgânico com
joelhos articulados para uma melhor movimentação.
Descrição: Ténis com membrana gore-tex para
uma impermeabilização total, sola intermedia em
EVA comprimido que proporciona maior amortecimento e absorção de choques, placa TPU anti-torção, sola green-rubber e com desenho especifico para uma tração superior.
Descrição: O novo Fénix
inclui um abrangente
conjunto de ferramentas de navegação que
permite aos utilizadores planearem viagens,
criarem rotas e registarem pontos de direção.
Os amantes do desporto
de ar livre podem navegar segundo as coordenadas GPS ao longo
de um percurso ou de
uma rota, em direção a
waypoints ou ao longo
de qualquer outra opção selecionada.
casaco orbea
Descrição: Passar horas em cima de uma bicicleta é sinónimo de liberdade, paixão. Para isso necessita de um casaco Orbea para a máxima proteção. Este casaco é cómodo, absove o suor e com
um desenho inovador que poderá ser escolhido
consoante o seu peso e tamanho. o casaco possui
um zip integral com bloqueio automático, aba
interior de isolamento e proteção do pescoço.
Tem um bolso traseiro com três bolsos e bolso
com zíper central adicional reflexivo selados.
Para que o casaco fique ajustado na cintura existe um silicone elástico.
garmin oregon 550t
Descrição: O Oregon
550t é um equipamento
de navegação por GPS
que combina navegação em ecrã táctil resistente para exterior com
uma câmara digital e
mapas da Europa pré-carregados. É perfeito
para todas as atividades Outdoor, em qualquer clima, em qualquer terreno e, ainda
assim, suficientemente
simples para ser dominado por principiantes.
orbea culote largo authentic
Descrição: Um material antibacteriano de alta proteção.
2 interiores camadas laminadas para
assegurar a elasticidade e ergonomia
óptima durante a
sua utilização. Tecido exterior com fibra de carbono, que
reduz a acumulação
de humidade na sua
superfície.
Ajuste
ergonômico
com
elástico nos tornozelos. Tiras laterais
reflexivas para a visibilidade.
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
125
Descobrir
Garmin Fénix
Equipa-te para a Neve
PARA ELE
LUVAS BERG
PVP: 8,99€
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Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
CALÇA BERG
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Neve
Equipa-te com a Berg
PARA ELa
CASACO BERG
PVP: 79,99€
LUVAS BERG
PVP: 8,99€
CALÇA BERG
PVP: 44,99€
CASACO BERG
PVP: 79,99€
CASACO BERG
PVP: 49,99€
CASACO BERG
PVP: 69,99€
para criança
Luvas Berg
PVP: 9,99€
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
127
Vouchers
Para usufruir dos descontos indicados nos vouchers, deverá imprimir a página e entregar à
respetiva empresa no ato da marcação ou compra da atividade ou serviço.
ATIVIDADE:
Oeiras by Kayak
VALOR:
25€ por pessoa
DESCONTO REVISTA OUTDOOR:
- 30%
Para mais informações:
Email: [email protected]
Telefone: +351 919 506 136
Site: www.borkyou.com
ATIVIDADE:
Todas as atividades de um dia
VALOR:
Variável consoante a atividade
DESCONTO REVISTA OUTDOOR:
5€ de desconto na inscrição da 2ª pessoa
Para mais informações:
Email: [email protected]
Telefone: +351 966 127 626
Site: www.geosphera.pt
ATIVIDADE:
Caça ao tesouro, Conquista ao Castelo, Gps
Paper, Geocaching, Rappel Noturno e diurno, escalada, passeios pedestres, btt, programas infantis - desafio & aventura.
VALOR:
Variável consoante a atividade
DESCONTO REVISTA OUTDOOR:
60% na sua inscrição + 5% por cada amigo
que trouxer.
Condições de utilização: www.muitaventura.com
Para mais informações:
Email: [email protected]
Telefone: +351 211 931 636
Site: www.muitaventura.com
128
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
Vouchers
Para usufruir dos descontos indicados nos vouchers, deverá imprimir a página e entregar à
respetiva empresa no ato da marcação ou compra da atividade ou serviço.
ATIVIDADE:
Rafting no Rio Paiva
VALOR:
50€ por pessoa
DESCONTO REVISTA OUTDOOR:
- 20%
Para mais informações:
Email: [email protected]
Telefone: +351 253 738 054
Site: www.rafting-atlantico.pt
ATIVIDADE:
Escalada
VALOR:
Variável consoante a atividade
DESCONTO REVISTA OUTDOOR:
20% de desconto em atividades de escalada
em calendário até dia 31 de Dezembro
Para mais informações:
Email: [email protected]
Telefone: +351 210 848 919
Site: www.vertentenatural.com
ATIVIDADE:
Fim de semana na Serra de Aires e Candeeiros
VALOR:
Desde 149€
DESCONTO REVISTA OUTDOOR:
10% de desconto na atividade
Para mais informações:
Email: [email protected]
Telefone: +351 214 029 752
Site: www.caminhosdanatureza.pt
OUTDOOR Novembro_Dezembro 2012
129
Vouchers
Para usufruir dos descontos indicados nos vouchers, deverá imprimir a página e entregar à
respetiva empresa no ato da marcação ou compra da atividade ou serviço.
ATIVIDADE:
Curso Essencial de Bushcraft
VALOR:
116.85€ por pessoa
DESCONTO REVISTA OUTDOOR:
- 15% na atividade
Para mais informações:
Email: [email protected]
Telefone: +351 210 155 139
Site: www.equinocio.com
ATIVIDADE:
Kayak Tour em Cascais com fato térmico
incluído
VALOR:
50€ por pessoa
DESCONTO REVISTA OUTDOOR:
-10% de desconto
Para mais informações:
Email: [email protected]
Telefone: +351 934 479 075
Site: www.guinchotours.net
ATIVIDADE:
Rota do Azeite
VALOR:
38,50€ por pessoa
DESCONTO REVISTA OUTDOOR:
-10% de desconto
Para mais informações:
Email: [email protected]
Telefone: +351 235 778 938
Site: www.transserrano.com
130
Novembro_Dezembro 2012 OUTDOOR
A fechar
El Corte Inglés São Silvestre de Lisboa
Dois mil e doze é o ano da quinta edição da El Corte Inglés São Silvestre de Lisboa.
Praça dos Restauradores, no coração de capital, é o ponto de encontro para todos os que querem despedir-se de
2012 em festa e em passo de corrida...
A 29 de dezembro, pelas 17h30, terá início a prova, com
a distância de 10 km, assim como a Mini São Silvestre de
Lisboa, a qual oferece a possibilidade a muitos de correr/
caminhar num percurso de 5 mil metros.
Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt
aplicação portal aventuras
A Aplicação Portal Aventuras para smartphones apresenta-se como um guia de sugestões sobre as temáticas de
Turismo Ativo, Atividades ao Ar livre, Desporto e Natureza. Para onde for, ou onde estiver não pode deixar de
consultar as sugestões do Portal Aventuras.
Brevemente disponível no teu smartphone!
Fitness Hut no Arco do Cego
O novissímo clube Fitness Hut está pronto para os seus
treinos e em pleno funcionamento desde o dia 22 de outubro.
É o 4º clube da marca Fitness Hut e mora junto ao Saldanha e Estefânia, precisamente na Rua Visconde de Santarém, n.º 69 – Lisboa, ao lado da Av. Duque D’Ávila; no Arco
do Cego.
Mais informações em www.fitnesshut.pt
Porto City Race
A segunda edição do Porto City Race é um evento de
Orientação pedestre urbano, organizado pelo Grupo
Desportivo dos Quatro Caminhos em parceria com a Câmara Municipal do Porto, através da Porto Lazer. É já no
próximo dia 11 de maio de 2013.
O evento faz parte do Circuito Nacional urbano da Federação Portuguesa de Orientação (CiNU) e é aberto a
pessoas de qualquer idade, podendo participar individualmente, ou em grupo.
Sabe mais em www.portalaventuras.clix.pt
132
Setembro_Outubro 2011 OUTDOOR
De 26 dedezembro de 2012 a 8 de janeiro de 2013... Não
pode perder esta grande aventura!
O «Dakar Desert Challenge - A grande aventura africana»
é uma grande expedição trans-sahariana, sem carácter
competitivo, que liga dois continentes, Europa e África,
atravessa Portugal, Espanha, Marrocos, Mauritânia e termina na capital do Senegal.
Sabe mais em www.portalaventuras.pt
Norte Alentejano “O” Meeting 2012
Se gostas de praticar desporto e de explorar a natureza o
Grupo Desportivo dos Quatro Caminhos tem para ti um
evento muito especial!
Pelo sétimo ano consecutivo, o Grupo Desportivo dos
Quatro Caminhos, organiza o Norte Alentejano O’ Meeting, desta vez em parceria com a Câmara Municipal de
Nisa e a Federação Portuguesa de Orientação.
Sabe mais em www.portalaventuras .pt
Percorrer pequenas rotas na Madeira
Venha desfrutar de paisagens únicas, percorrendo 22
PR’s na fantástica Ilha da Madeira.
A maioria dos percursos são acessíveis a todos, no entanto é necessário que verifique o grau de dificuldade antes
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OUTDOOR Setembro_Outubro 2011
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