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Faculdade Castelo Branco
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REVOLUÇÃO INGLESA DE 1640 - 1649:
ESTRATÉGIAS DOS EXÉRCITOS
Bruno Antônio Morais de Almeida1
RESUMO: Este trabalho de pesquisa tem como objetivo compreender
a Revolução Inglesa de 1640 a partir do estudo da organização militar;
identificar as diferentes estratégias de lutas de classes de Exércitos do Rei
Carlos I e Parlamentar comandado por Oliver Cromwell para alcançar a
vitória durante a Revolução Inglesa (1640-1649); relacionar os resultados
das lutas de classes de exércitos com suas estratégias adotadas e, por fim,
ponderar os resultados dessas lutas de classes de exércitos da Revolução
Inglesa (1640-1649). Sendo no âmbito das estratégias que surgem as primeiras derrotas e vitórias revolucionárias e reais. A justificativa para desenvolver essa pesquisa da Revolução Inglesa de 1640 - 1649: Estratégias
dos exércitos surge em decorrência da real comprovação de somente ser
possível construir novos sistemas de poder baseadas no uso da força associadas ou não com as estratégias, logo, somente se modifica determinada
sociedade dentro desse processo evolutivo em qualquer tempo e espaço.
Este projeto de pesquisa contribuirá de forma significativa para ampliar
os estudos das estratégias militares com ênfase no período da Revolução
Discente do 6º semestre do Curso de História pela Universidade Federal do Oeste
da Bahia - UFOB - Barreiras. Bolsista do Programa Institucional de Bolsas de
Iniciação à Docência - PIBID - História pela Coordenadoria de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Ensino Superior - CAPES.
E-mail: [email protected]
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Inglesa de 1640. Tendo como metodologias as análises documentais do
período da Revolução Inglesa de 1640; aliando o conhecimento teórico
marxista da obra o Manifesto do Partido Comunista com as minhas observações e análises críticas.
PALAVRAS-CHAVE: Classes; Estratégias; Exércitos; Força; Lutas; Revolução
INTRODUÇÃO
Antes de iniciar este estudo específico ao quais outros historiadores e,
agora, igualmente faço, logo, designo-a de Revolução Inglesa de 1640,
porém, é necessário informar seguindo nesse fluxo que não foi somente
uma revolução no século XVII, mas uma série de revoluções na Inglaterra,
conforme se verifica: “As Revoluções Inglesas do século XVII criaram as
condições políticas e econômicas para a industrialização da Inglaterra.”
(APOLINÁRIO, 2007, p.64, grifo do autor).
CONCEITO SOCIOLÓGICO DE REVOLUÇÃO
Antes de iniciarmos nosso estudo específico, convém analisar o fenômeno
da revolução sob o ponto de vista sociológico. Segundo Ruy Ruben Ruschel2 sobre o conceito sociológico da revolução:
Desembargador aposentado do TJ-RS. Doutor em Direito e Livre-Docente em
Direito Constitucional. Titular de Direito Constitucional no Mestrado da PUC-RS.
Membro Efetivo do Instituto dos Advogados do Rio Grande do Sul e do Instituto
Histórico e Geográfico do Rio Grande do Sul.
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Não são unânimes os sociólogos, como também os cientistas políticos, em bem caracterizar o que seja uma revolução. Uns dela têm
um conceito mais largo, outros, mais restrito. Juntando-se os traços
mais freqüentemente admitidos pelos estudiosos do assunto, poder-se-ia dizer: “revolução é o processo de mudanças rápidas e profundas da estrutura de uma sociedade e de seu sistema de poder, geralmente acompanhadas de muita violência.” A revolução francesa,
por exemplo, consistiu na troca da aristocracia da terra pela burguesia do dinheiro, no controle do Estado, com todas as conseqüências
sociais correlatas, transformação esta que se operou em poucos anos
após 1789, acompanhada de toda a espécie de violências, oficializadas ou não, desde simples confiscos e expulsões até numerosíssimas
prisões e matanças. Fenômeno idêntico ocorreu na Rússia, a partir
de 1917, quando a estrutura feudal e capitalista foi substituída por
um modelo comunista de ditadura do proletariado, no meio de milhões de vítimas. Essas duas, a francesa e a russa, são consideradas
as mais clássicas; porém muitas outras, mais ou menos tipificadas,
poderiam ser trazidas à colação. (RUSCHEL, 1997, p.59-60).
DESENVOLVIMENTO
Quais as causas das primeiras derrotas dos revolucionários ingleses de
1640? E quais as causas das primeiras vitórias do exército do rei? Em hipótese isso se deveu a desorganização do exército dos parlamentares frente
ao organizado exército do rei. A Revolução Inglesa de 1640 foi resultado
dos abusos cometidos pelas autoridades dos reis das dinastias dos Tudor
(Henrique VII, Henrique VIII e Elizabeth I - sécs. XV - XVII) e Stuart (Rei
Jaime I, Carlos I, Carlos II, Jaime II, Guilherme - sécs. XVII - XVIII). Uma
série de acontecimentos assolava a classe da baixa burguesia e camponeses expulsos dos campos com a política dos cercamentos iniciada ainda
no século XVI na dinastia Tudor e acirrada na dinastia dos Stuart até o
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século XVIII, e que davam direitos aos grandes proprietários de terras para
produzirem tecidos provenientes da lã das ovelhas. Segundo Christopher
Hill sobre essa questão estratégica para o bom funcionamento do sistema
feudal-capitalista na Inglaterra:
A agricultura <<progressiva>> (isto é, capitalista) dos séculos XVI e
XVII conduziu à expropriação de inúmeros pequenos camponeses; a
riqueza produzida pelos novos métodos concentrou-se nas mãos de
um pequeno grupo de exploradores; a comunidade de aldeia foi destruída. (HILL, 1955, p.9).
Logo, a dinastia dos Stuart foi marcada pela ambição do poder absoluto
e pela busca incansável do enfraquecimento dos burgueses, em geral, dos
pequenos burgueses, que como vimos somente os grandes burgueses proprietários de terras e produtores de lã faziam parte do círculo de poder e
prestígio dos Stuart. Analisando em específico o governo de Carlos I, não
conseguindo manter os acordos com o Parlamento e muito menos a paz nos
territórios ingleses este inflige uma ação militar contra os parlamentares
contrários à sua autoridade.
O rei Carlos I com o apoio do exército de cavalaria estava a priori numa
posição estratégica já bastante definida, em que há muito tempo estavam
experimentados desde as guerras de vassalagem, ao contrário, os parlamentares eram representados pelos cabeças redondas3. Logo, analisando
esse momento histórico de revolução inglesa de 1640 é imprescindível
Membros ou defensores do partido Parlamentar ou Puritano, durante a guerra
civil; na origem, o termo referia-se ao cabelo cortado curto dos Puritanos, em
contraste com o cabelo comprido do Cavaliers (N.T).
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notabilizarmos as divisões de exércitos que possibilitaram as campanhas
militares. Segundo Christopher Hill:
A Guerra Civil foi uma guerra de classe, em que o despotismo de
Carlos I foi defendido por forças reaccionárias da Igreja vigente e
dos proprietários de terras conservadores. O Parlamento venceu o
Rei porque pôde apelar para o apoio entusiástico das classes mercantis e industriais na cidade e no campo, para os pequenos proprietários rurais e a pequena nobreza progressiva e para massas
mais vastas da população, sempre que, pela livre discussão, estas se
tornavam capazes de compreender as causas reais da luta. (HILL,
Christopher, 1955, p.12).
Uma série de fatores como quantidade, qualidade, armas, estratégias, moral pode decidir ou não uma guerra. Para tanto irei identificar esses fatores
e transitar em busca da adequada eficiência das suas utilizações durante a
Revolução Inglesa de 1640. Uma estratégia de luta da Classe de Exército
Parlamentar é segundo Christopher Hill:
A explicação da revolução do século XVII mais comum, é a que foi
apresentada pelos leaders do Parlamento em 1640, nas suas declarações de propaganda e apelos ao povo. E tem sido repetida desde aí,
com pormenores e enfeites adicionais, pelos historiadores Whigs e
liberais. Esta explicação diz que os exércitos parlamentares lutavam
pela liberdade do indivíduo e pelos seus direitos, consagrados na
lei, contra um Governo tirânico, que o lançava para a prisão sem
processo jurídico, o tributava sem o seu consentimento, aquartelava
soldados na sua casa, lhe saqueava os bens e procurava destruir as
suas estimadas instituições parlamentares. Ora, tudo isto é verdade,
por agora. Os Stuarts procuravam realmente impedir o povo de se
reunir e de participar de discussões, cortavam as orelhas dos que criCastelo Branco Científica - Ano III - Nº 05 - janeiro/junho de 2014 - www.castelobrancocientifica.com.br
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ticavam o governo, cobravam arbitrariamente as taxas, desiguais na
sua incidência, tentaram fechar o Parlamento e nomear funcionários
para governarem o país. Tudo isto é verdade; E, se bem que no século XVII o Parlamento fosse ainda menos genuinamente representativo do comum das pessoas do que é hoje, contudo a sua vitória era
importante, na medida em que punha alguns limites ao governo autônomo das classes mais ricas da sociedade. (HILL, 1955, p.13-14).
É fato notório que o governo de Carlos I desde muito tempo já vinha perdendo poder político e econômico na Inglaterra e nos seus territórios anexados. Isso se deveu ao seu governo tirânico de centralização do poder em
suas mãos com o absolutismo real. Em contrapartida, o Parlamento objetiva
ganhar a política dentro de casa! O Parlamento tinha um objetivo definido o
que é importante para qualquer empreendimento: ascensão do capitalismo.
É tentador aos historiadores indagar: Carlos I não defendia o capitalismo
uma vez que garantia aos grandes proprietários burgueses a liberdade de produção de lã das ovelhas para confecção de tecidos? Isso não renderia enormes capitais para o desenvolvimento industrial da Inglaterra? A indagação
é difícil responder, mas tentarei respondê-la. Se analisarmos somente o fato
de acúmulo de capitais para a Inglaterra isso seria correto defender, porém, a
verdade é que esse fenômeno se concentrou nas mãos de uma minoria elítica
associada com os abusos de poder de Carlos I. Ao contrário, a baixa burguesia ambicionava maiores participações populares e mais possibilidades de
ascensão de classe. O que segundo Christopher Hill:
Não obstante, produzia-se mais riqueza: a alternativa teria sido a
estagnação econômica ou a retrogressão. A Espanha dos séculos
XVIII e XIX mostra o que essa estagnação teria significado para
a vida política e cultural da comunidade. A longo prazo, a criação
de uma nova riqueza, com a ascensão do capitalismo em Inglaterra,
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abriu a possibilidade de uma distribuição mais equitativa em novos moldes, tal como os horrores da revolução industrial, no século
XIX, criaram a base económica para uma transição para o socialismo. (HILL, 1955, p.9).
Existe uma máxima que afirma: “A propaganda é a alma do negócio.” Isso
é uma verdade que foi bastante aplicada durante a Revolução Inglesa de
1640 por ambas as classes, conforme afirma Christopher Hill:
A explicação da revolução do século XVII mais comum, é a que foi
apresentada pelos leaders do Parlamento em 1640, nas suas declarações de propaganda e apelos ao povo. E tem sido repetida desde aí,
com pormenores e enfeites adicionais, pelos historiadores Whigs e
Liberais. (HILL, Christopher, 1955, p.13).
Baseando-me na Teoria Marxista, em que a mesma apresenta as várias
estratégias de lutas da classe do proletariado de forma a alcançar a vitória,
entendamos nesse caso vitória como a ascensão do socialismo e comunismo, Karl Marx preconiza que a propaganda é desenvolvida antes e durante
a revolução como plano ideológico antes mesmo do plano prático, exemplo a literatura de Babeuf. Segundo Karl Marx sobre essa estratégia de luta
das classes em conflito:
No lugar da atividade social, aparece necessariamente sua atividade
inventiva, pessoal; no lugar das condições históricas da libertação,
apenas condições fantasiosas; no lugar da organização paulatina
do proletariado até se constituir em classe, apenas a organização
de uma sociedade inventada por eles. A história futura do mundo
resume-se à pura propaganda e à execução prática de seus planos
sociais. (MARX, Karl, 2008, p.61).
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Mas afinal, qual a explicação plausível para essa realidade histórica em que
a propaganda ideológica seja por meio da literatura seja por meio do discurso no Parlamento inglês é extremamente utilizada? Segundo Karl Marx:
Como a evolução do conflito de classes acompanha o desenvolvimento da indústria, os socialistas e comunistas utópicos não encontram tampouco as condições materiais para a libertação do proletariado e procuram uma ciência social, leis sociais, que crie essas
condições. (MARX, 2008, p.60).
Logo, a propaganda foi uma das primeiras estratégias utilizadas pela classe
Parlamentar e seus líderes de forma eficiente com o objetivo de conquistar
a massa inglesa. Além dos discursos fervorosos dos parlamentares, sendo
assim superior ao discurso do rei Carlos I, outra estratégia de propaganda
adotada por ambos as classes buscando o apoio de seus comandados foi o
uso da astrologia com seus discursos astrológicos na figura dos astrólogos,
estes sendo financiados por Carlos I e pelos parlamentares influenciavam
significativamente nas previsões astrológicas favorecendo assim o seu lado
do campo. Isso seria possível? Segundo Juliana Ferreira sobre o poder de
influência dos astrólogos para a Guerra Civil na Inglaterra:
Logo no início do século XVII, Francis Bacon, um dos filósofos ingleses mais influentes, acenou com a possibilidade de prever eventos relacionados a grandes massas populacionais, incluindo eventos
de caráter político e religioso. Para ele, a previsibilidade das guerras
era comparável à previsibilidade das inundações. Eram ocorrências
naturais, que permitiam prognósticos igualmente legítimos. Durante
a Guerra Civil, a capacidade efetiva de motivação das previsões políticas foi explorada. A astrologia serviu como “propaganda de guerra” a ambos os lados do conflito. As previsões sobre o desenrolar
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dos combates eram aceitas pela maior parte dos pobres soldados que
se amontoavam nos campos de batalha. Promessas de vitória eram
o encorajamento de que muitos precisavam, e alguns astrólogos,
cientes disso, fizeram uso de seus escritos como instrumentos de
persuasão. O ritmo daquela “batalha de publicações” foi frenético,
e pareceu coincidir com o próprio ritmo intenso dos combates. Nos
seus almanaques anuais e outras obras publicadas incessantemente, astrólogos como George Wharton, William Lilly e John Booker
apresentaram prognósticos sobre questões políticas, sociais e religiosas. Os astrólogos, estivessem eles a favor do rei Charles I ou do
Parlamento, tinham consciência do poder da “arma de propaganda”
em suas mãos. (FERREIRA, 2007).
Outra estratégia aplicada nesse período de guerra civil na Inglaterra por
parte dos soldados milicianos da classe dos parlamentares foi por meio de
atentados terroristas, isso era uma realidade que fazia parte do universo das
revoluções inglesas, conforme se verificou no caso que ficou conhecido
como “A conspiração da pólvora de 1605” em que o rei Jaime I era o principal alvo e seus súditos da alta burguesia.
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Terror em Londres: A conspiração da pólvora de 1605
Na ilustração, o rei Jaime I interroga Guy Fawkes antes de sua execução.
Foto: Getty Images (VOLTAIRE, 2013)
ÚLTIMA BATALHA DA REVOLUÇÃO INGLESA
DE 1640 – 1649
A guerra política travada entre o rei Carlos I e o Parlamento chegou ao seu
auge com manifestações populares contra a postura tirânica do rei, este ao
descumprir a Petição de Direitos do Parlamento desativando essa instituição por meio da força militar. Em 1640, o rei Carlos I reativa o Parlamento
com o objetivo de obtenção de recursos para acabar com os conflitos de
religiões escocesas.
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O retorno do Parlamento é também o marco do surgimento de uma figura
emblemática de nome Oliver Cromwell que juntos organizaram as tributações e as causas religiosas inglesas. O Parlamento decreta autonomia de
funcionamento da instituição parlamentar e proíbe o rei Carlos I a possuir
um exército. Logo, Carlos I combate mais uma vez o Parlamento, porém,
este consegue organizar a milícia do povo. Segundo Rainer Souza sobre
esse momento crítico de término da Revolução Inglesa de 1640 – 1649:
O rei se deslocou para a cidade de Oxford, onde organizou a formação
de um exército com mais de 20 mil homens fiéis à causa realista. Para
tanto, contou com o apoio de membros da nobreza britânica e figuras
conservadoras da grande burguesia. Do outro lado, os parlamentares
contaram com o apoio de pequenos burgueses, artesãos, proletários e
camponeses para a formação do Exército de Novo Tipo.
A ação dos revolucionários foi liderada por um pequeno proprietário
de terras puritano chamado Oliver Cromwell. Liderando o Exército
de Novo Tipo, esse novo líder promoveu a organização de tropas
organizadas por meio da incorporação de soldados que poderiam
ascender militarmente graças ao bom desempenho de suas funções.
As fileiras desse exército foram tomadas pelos “roundheads”, puritanos que não utilizavam as perucas que simbolizavam as tradições
nobiliárquicas. Na batalha de Naseby, travada em 1645, a vitória
das tropas lideradas por Oliver Cromwell forçaram Carlos I a se
refugiar na Escócia. Naquela região, onde sua figura era pouco apreciada, acabou sendo entregue às forças revolucionárias por meio da
denúncia do próprio Parlamento escocês. Logo em seguida, Carlos
I conseguiu fugir das mãos dos revolucionários, possibilitando uma
rápida reorganização das tropas anti-revolucionárias. Entretanto, os
realistas não conseguiram bater os exércitos revolucionários que
conseguiram recapturar Carlos I. Em meio às agitações do processo
revolucionário, o rei foi decapitado e a República foi proclamada na
Inglaterra. Com isso, Oliver Cromwell chegou ao poder dando fim
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à hegemonia monárquica em solo britânico. A revolução puritana
chegou ao seu fim, abrindo novas possibilidades políticas dentro da
Inglaterra. (SOUSA, Rainer, 2014).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A conclusão é que a Revolução Inglesa de 1640 - 1649 foi efeito de uma série
de fatores que aqui tentei delinear, em especial do absolutismo do rei Carlos I,
algo impossível de ser realizado para a época como não existia uma comunicação com o Parlamento. Foi um revanchismo de outros tempos com outros reis
absolutistas. Concluo que a classe baixa burguesa estava por assim dizer por
vezes em situação estratégica vulnerável, mas que conseguiu organizar forças irregulares de luta revolucionária. Fatores imprescindíveis por vezes numa guerra
estavam do lado do rei Carlos I como, por exemplo, a experiência versus a classe
de exército Parlamentar não tão experiente em guerras. Porém, como apresentei
nem sempre esses fatores definem um conflito, pois, o uso da força é apenas mais
uma estratégia a ser considerada. Logo, outras podem ser aplicadas.
REVOLUTION ENGLISH 1640 - 1649:
STRATEGIES OF HOSTS
ABSTRACT: This research aims to understand the English Revolution
1640 from the study of military organization , identifying the different
strategies of class struggles of armies of King Charles I and the Parliamentary commanded by Oliver Cromwell to achieve victory during the
Revolution English (1640-1649) ; relate the results of the class struggles
of armies with their adopted strategies and, finally , consider the results
of these class struggles of armies of the English Revolution ( 1640-1649
). Being within the strategies which are the first revolutionary defeats and
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victories and real. The rationale for developing this research the English
Revolution de1640 -1649 : Strategies of hosts arises due to the real proof
only be possible to build new power systems based on the use of force
or not associated with the strategies , so only changes given society within this evolutionary process at any time and space. This research project
will contribute significantly to expand the studies of military strategy with
emphasis on the period of the English Revolution of 1640. Having such
methodologies documentary analyzes the period of the English Revolution
1640, combining Marxist theoretical knowledge of the work the Communist Manifest with my observations and analysis critical. A conclusion is
that the English Revolution 1640-1649 was driven by a number of factors
that have tried to outline here, in particular the absolutism of King Charles I, which is impossible to be carried out for the season as there was no
communication with the Parliament. It was a revenge of other times with
other absolutist kings. Conclude that the low bourgeois class was so mean
sometimes in vulnerable strategic position, but managed to organize irregular forces of revolutionary struggle. Indispensable factors sometimes a
war were on the side of King Charles I, for example, the experience versus
the class of Parliamentary army not as experienced in wars. But not always
presented as these factors define a conflict because the use of force is just
another strategy to consider. Soon, others may apply.
KEYWORDS: Classes; Strategies; Hosts; Force; Fights; Revolution
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