mo que chegue a Grande Prémio, haverá sempre
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mo que chegue a Grande Prémio, haverá sempre
EQ65miolo.qxd 07-01-2008 12:15 Page 30 gum problema de conformidade, temos de compreender que, mesmo que chegue a Grande Prémio, haverá sempre alguns exercícios ou andamentos em que nunca conseguirá mais do que determinada cotação em prova (5 ou 6). Sou da opinião que muitas vezes é melhor deixar as dificuldades um pouco por conta do cavalo. Por exemplo, quando ensino cavalos novos, se sinto que o galope ou as passagens de mão são um problema não insisto, trabalho mais o trote, porque sei que desse trote sairá mais tarde e quando o cavalo estiver mais forte, um galope de melhor qualidade. Não luto com o problema, prefiro contornalo e trabalhar em seu redor. O problema do mau comportamento é uma questão verdadeira? De uma forma geral os cavalos não têm mau temperamento, têm as suas razões para o facto de não quereremm fazer determinados exercícios, como lhes ter sido exigido ou mesmo forçado, provavelmente cedo de mais, determinado exercício. É famosa pela capacidade de reunir os cavalos. Pode-nos expli car como o consegue, lembro-me de recentemente ter visto uma Kür em Estugarda onde realizava as piruetas a galope segurando os dois pares de rédeas numa única mão? Penso que a reunião não é possível sem a utilização das rédeas, trata-se de uma cooperação das ajudas. De modo a não perturbar o equilíbrio e impulsão do cavalo, tento ser o mais ligeira possível 30 Revista Equitação com TODAS as minhas ajudas. Se conseguimos tornar a reunião mais fácil para o cavalo ele será mais cooperativo connosco. Como melhora a qualidade dos andamentos? Melhorando o equilíbrio do cavalo através da ligeireza das ajudas. Quando um cavaleiro consegue controlar o comprimento e a velocidade das passadas com ajudas ligeiras, consegue controlar a energia e a reunião e assim estará a melhorar a qualidade dos andamentos. Compete normalmente com warm-bloods quais as diferenças entre estes e os Lusitanos? Hoje em dia os warm-bloods estão cada vez mais parecidos com os lusitanos. Os lusitanos têm algo que se perdeu com os warm-bloods e vice-versa. Não quero dizer com isto que a solução seja apenas a de misturar estas raças (os warm-blood já são uma mistura), talvez se deva optar pela selecção dentro da própria raça. Devo dizer que quando reparo na boa conformação que determinados cavalos lusitanos têm para o desporto de Dressage, pergunto a origem e esta é quase sempre a mesma linha: Opus 72, Xaquiro, Firme, Hostil. Enquanto treinadora de alguns cavaleiros portugueses e dos seus cavalos (quase todos Lusitanos), que avaliação faz dessa experiência? Estaremos em Pequim em 2008 e em Londres em 2012? A avaliação é muito positiva e recompensadora. Curiosamente há em Portugal muitos cavaleiros masculinos o que, resulta normalmente numa equitação mais forte no emprego das ajudas. O que eu noto é que, quer os cavalos, quer os cavaleiros, são muito sensíveis, isso é uma das coisas que mais aprecio, uma equitação leve sem ser forçada ou bruta. Outro aspecto positivo é a qualidade da colocação em sela, os cavaleiros portugueses que comigo treinam têm um bom equilíbrio e uma boa educação de base. Já os cavalos... em alguns os andamentos não são suficientemente bons, será uma questão de selecção dentro da raça como disse na resposta anterior? Na verdade, já há cavalos Lusitanos com óptimos andamentos e suficientemente bons para a competição internacional mas, o principal problema são os posteriores, que deviam ser mais fortes e com mais acção. Quanto aos objectivos, os Jogos Olímpicos de Pequim são apenas um passo para o principal objectivo que deverão ser os Jogos Olímpicos de Londres em 2012. É preciso mais de dois anos para montar uma equipa com três ou mais conjuntos. Estando no centro da Dressage internacional, competindo ao mais alto nível desde 1972, como vê a evolução da disciplina nestas últimas décadas? Qual tem sido a evolução dos seus diver sos intervenientes: cavaleiros, cavalos e juízes? Quando comecei as coisas eram muito diferentes, hoje em dia os cavalos são muitos melhores. Há vinte anos o objectivo era o de criar cavalos bonitos e úteis, com boa apresentação geral, há hoje uma especialização muito maior. Há uns anos, qualquer cavalo que conseguisse fazer os exercícios exigidos em Grande Prémio, tinha verdadeiras hipóteses de subir ao pódio, algo que hoje em dia está longe de acontecer. O mesmo se pode dizer da qualidade, há dez ou quinze anos havia um ou dois cavalos absolutamente fabulosos. Agora? Há 15 fantásticos. Quanto aos juízes… dão uma opinião, que é apenas isso mesmo, uma opinião, não é necessário que todos julguem da mesma forma, se assim fosse seria necessário apenas um único juiz. O que me parece importante é chamar à atenção para a diversidade de opiniões e de aspectos a ter em conta: o que é melhor, um cavalo que faz um círculo de oito metros com um trote fantástico mas em dez metros ou outro que não tem trote nenhum, com contacto, mas que faz o círculo de oito metros? Nunca haverá juízes perfeitos, não só porque são humanos como, o próprio acto de julgar, é difícil. Já os cavaleiros beneficiam hoje em dia de haver óptimos treinadores, com uma abertura muito maior a novas técnicas e formas de ensinar um cavalo, com uma mente muito mais receptiva a novas soluções. Como em todos os desportos, a competição presentemente é muito maior