Pralevantara - Grupo Fênix de Educação

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Pralevantara - Grupo Fênix de Educação
DIÁRIO DO GRANDE ABC
DOMINGO, 30 DE AGOSTO DE 2009
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No Grande ABC, ainda são
poucos os colégios que já aderiram ao cheerleading. Entre
elas, estão o Barão de Mauá,
em Mauá, e o Fênix Santa Paula, em São Caetano. Nas duas,
o esporte substituiu a tradicional aula de educação física.
“Como nem todos gostam
(dessa aula), eles adoraram a
novidade”, explica Leonardo
Melão, professor do Fênix.
Quem teve a ideia de criar
uma equipe de cheerleaders lá
foi Hellynd Feltrin, 15 anos.
Fã dos filmes norte-americanos de líderes de torcida, a garota sempre teve curiosidade
de saber como funcionava.
Ela pesquisou tudo sobre a atividade e formou um grupo há
quatro meses. “Nosso colégio
é forte em esportes e estavam
faltando animadores”, conta.
Além de coreógrafa, Hellynd
Orlando Filho
virou a líder. “Não é fácil, mas
tento ver o que cada um tem
de melhor.”
Para a equipe ficar boa e fazer acrobacias e pirâmides, é
preciso que garotos enfrentem o preconceito e se candidatem. “São eles que dão a
BURRA E FÚTIL? NÃOOO!
Outro rótulo que as animadoras
enfrentam é o de populares,
mas fúteis e burras. Mal o time
começou a ensaiar, as meninas
do Colégio Fênix já sentiram
os olhares tortos.
“Dizem que a gente só quer
chamar a atenção e usar saia
curta. Não é nada disso”, enfatiza
Renata Tardini, 15. “Vamos
provar que viemos para arrasar e
defender o nome do colégio”,
completa Maythê Marques, 14.
base”, explica. Por enquanto,
apenas Gabriel Yuri, 15, faz
parte da equipe. “Já ouvi muita piadinha, mas não me importo. Estou muito bem, rodeado de meninas lindas”, garante ele.
No Barão, o único garoto que participava, desistiu.
Mas, nem assim, as
animadoras deixaram de defender o
nome do colégio.
“Nosso objetivo é
trazer alegria”, fala Camila dos Santos, 12. Para manter
a união da equipe,
elas ensaiam uma vez
por semana. “Nossos movimentos têm de ser
iguais. Se uma erra, fica
feio”, justifica Thayná da
Silva, 11.
Equipe do Fênix
Santa Paula quer
estreia de arrasar
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Confira mais fotos de cheerleaders e bandas
na versão eletrônica do D+ (www.dgabc.com.br)
Andréa Iseki
Atividade invadiu as escolas
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DIÁRIO DO GRANDE ABC
Divulgação
destaque
DOMINGO, 30 DE AGOSTO DE 2009
Balizas da Raphael
Pellegrino se dizem
muito unidas
Linha de frente também anima
O filme ‘As
Apimentadas – Ainda
mais Apimentadas’
sai em DVD
em outubro
Pra levantar a
Os primeiros filmes sobre
cheerleaders surgiram nos anos 1980. Os cinco
da série As Apimentadas representam bem o esporte. O primeiro, Teenagers, de 2000, conta as aventuras de Torrance Shipman e Isis, que precisam preparar os times para o campeonato. Depois vieram Mandando Ver (2004), Tudo ou Nada (2006), Entrar Para
Ganhar (2007), e agora em outubro estreia o quinto
da série: Ainda Mais Apimentadas (foto). Na trama,
Christina Milian faz Lina Cruz, líder do grupo de cheerleaders. Tudo muda quando ela vai viver em outra cidade e tem de formar nova equipe. O filme, com trilha de Lady Gaga, sai direto em DVD e o trailer está no www.bringitonmovie.com
No Brasil é mais comum a presença de um grupo, em geral,
de meninas que segue à frente
de fanfarras e bandas marciais
com a tarefa de animar os músicos. “Elas têm de acompanhar a coreografia
sem sair do passo
da marcha”, diz
Alessandra de
Siqueira, coordenadora do Projeto Fanfarras de
São Caetano.
As balizas, como são denominadas,
apresentam-se uniformizadas e têm gritos de guerra, como as cheerleaders. Em vez
de pompons, usam espadas,
bambolês e bandeiras. Em cada equipe há sempre uma ou
duas garotas de destaque, as
chamadas ‘mor’, que comandam e marcam o passo. “Para
estar na linha de frente é preciso ter disciplina e postura,
inclusive, nos dias de cólica”,
diz Thainá Gomes, 13, ‘mor’
no Alcina Dantas Feijão.
Diferentemente das cheerleaders, quem sai da escola,
pode continuar no grupo, como Aline Sanches, 20. “A banda mudou tanto minha vida,
que não consigo mais viver
sem ela.”
A professora do grupo da
escola Raphael Pellegrino,
Camila dos Santos, 24 anos,
ainda participa da linha de
frente. Suas alunas garantem
que adoram fazer parte do
projeto e que já aprenderam
muito mais do que coreografias. “Fizemos amizades inesquecíveis também”, completa Andressa de Campos, 16.
Andréa Iseki
CHEERLEADERS NO CAMPO
O Campeonato Paulista de Futebol teve uma novidade este ano: animadoras de torcida. Cada time criou
uma equipe. A do Santo André foi montada por Luciana Domingues, que escolheu meninas acima de 18
anos da Fefisa. “Elas foram as primeiras a apresentar
acrobacias, mas tinha equipe que só ficava na dancinha”, explica a professora, que acredita que em 2010
os times vão levar o esporte mais a sério. “Este ano
serviu para aprender como funciona.”
Quer aprender a ser cheerleader? A Comissão Pau-
lista dá cursos aos sábados, das 9h30 às 11h30, no
Centro Franciscano de Cultura, Esporte e Lazer (Avenida Juriti, 368, Moema, tel.: 5054-4378), em Sampa.
O treino inclui condicionamento físico, saltos, acrobacias, execução de pirâmides, dicas de organização e
criação de cantos. Cada aula custa R$ 10 (individual)
e R$ 20 (por equipe). Mais informações pelo e-mail
[email protected]
Para saber mais acesse www.cheerleading.com.br,
www.cheerleading.com.br/ubc, www.cheerunion.org
ompom nas mãos e grito de guerra na ponta da
língua. Missão? Animar a galera! Os cheerleaders (ou animadores de torcida) são bem conhecidos, principalmente por
quem curte filmes com as aventuras de líderes e competições,
como os cinco da série As Apimentadas.
O cheerleading é muito popular nos Estados Unidos, e a atividade está chegando por aqui
aos pouquinhos. A princípio, ligado ao futebol americano e à
liga de basquete profissional,
hoje assume caráter atlético,
presente em diferentes competi-
ções ao redor no mundo.
No Brasil, o esporte (sim é
considerado um esporte) ainda
está engatinhando, mas já existe a União Brasileira de Cheerleaders e a Comissão Paulista
de Cheerleading, que começaram a organizar as equipes e ensinar atletas e técnicos (os coachers).
“Temos a missão de divulgar
e promover o cheerleading nos
padrões rígidos norte-americanos, com pirâmides, acrobacias, danças e gritos de guerra
(sidelines)”, explica Rodrigo
Gonzalves, coordenador técnico da Comissão Paulista.
O esporte é mais complexo
do que parece e exige boa estrutura. A equipe deve ter meninas e também meninos que, em
geral, formam as bases das pirâmides e impulsionam as garotas para os saltos. Aprendem
não só as coreografias, mas noções de liderança, trabalho em
equipe e até administração.
O coordenador diz que, hoje,
pelo menos em São Paulo, não
há nenhuma equipe que siga o
padrão americano. “Queremos
mudar isso e, quem sabe, realizar campeonatos tão profissionais quanto os que acontecem
em outros lugares do mundo.”
SÓ MENINOS
Embora Thomas Peebles, da
Universidade de Princeton, nos
Estados Unidos, tenha introduzido a ideia do uso de torcidas
organizadas para dar suporte
ao futebol americano, a primeira surgiu com Johnny Campbell, da Universidade de Minnesota, em 2 de novembro de 1898.
Na época, só participavam
garotos! As meninas passaram
a fazer parte das equipes na década de 1920. De lá para cá, foi
se espalhando. Na América do
Sul, os principais representantes são Chile e Equador.
Por Marcela Munhoz
Disciplina e força
de vontade são os
ingredientes da
banda da Alcina
Dantas Feijão