Administrador da Samba autoriza construção anárquica no Kifica

Transcrição

Administrador da Samba autoriza construção anárquica no Kifica
Administrador da Samba autoriza
construção anárquica no Kifica
Semanário Angolense
21 de Julho de 2012
O administrador da Samba, Adão António
Malungo, autorizou em 14 de Dezembro
de 2011, a construção de uma obra
anárquica numa das principais ruas do
Kifica, na comuna do Benfica.
O espaço está situado defronte das futuras
instalações da subestação da Empresa de
Distribuição de Electricidade de Luanda
(EDEL), num dos cruzamentos mais
movimentados daquela zona.
Entre os moradores do bairro localizado a
sul de Luanda cresce o receio de que a
obra, além de atentar contra a harmonia
urbanística da zona, poderá, no futuro,
causar acidentes rodoviários, por dificultar
a visibilidade dos transeuntes.
Documentos em posse do Semanário
Angolense, nomeadamente uma
Declaração de Titularidade, croquis de
localização e Recibo de Depósito atestam
que o administrador da Samba deu luz
verde no ano passado para a construção
de uma residência a favor de Francisco
António dos Santos Sequeira, um oficial da
Polícia Nacional.
O beneficia rio chegou inclusive a pagar
em 25 de Janeiro deste ano a quantia de
cem mil Kwanzas pela Declaração de
Titularidade, como refere o Recibo de
Depósito emitido pela Administração da
Samba.
Embora tenha autorizado a execução
dessa obra, Adão Malungo terá,
paradoxalmente, ordenado em duas
ocasiões que a mesma fosse demolida.
Este jornal apurou que a Declaração de
Titularidade é um documento verdadeiro,
assinado pelo punho do próprio
administrador da Samba, Adão António
Malungo, o que afasta a ideia do mesmo
ter sido forjado ou viciado.
A autenticidade do referido documento foi,
aliás, confirmada por um outro funcionário
da mesma edilidade, quando confrontado
com o assunto esta semana pelo
Semanário Angolense.
A fonte do SA, que pediu o anonimato, por
razões óbvias, mostrou-se surpresa com o
documento em questão, por segundo ela,
ser «inapropriado» para aquela zona.
«Este tipo de documento tem sido única e
exclusivamente emitido para os munícipes
que construíram as suas residências fora
dos planos urbanísticos elaborados pelo
Governo Provincial de Luanda (GPL), o
que não é o caso do Kifica, onde os
moradores são detentores de Contratos
Promessa.
Acredito que esse documento foi emitido
com o objectivo de legitimar uma
ilegalidade, algo que terá sido feito a troco
de dinheiro» adicionou.
Verdade ou mentira, o facto é que a nova
Administração Municipal de Belas, que
agora tem sob sua jurisdição a área do
Kifika, encontra-se amarrada, sem
legitimidade para demolir a referida obra,
já que a mesma, em socorro da verdade,
está legal.
«Todas as tentativas que fizemos para
demolir esta obra ilegal não surtiram
efeito, porque o proprietário do terreno, o
Sr. Francisco António dos Santos
Sequeira, foi autorizado a construir
legalmente naquele espaço», revelou um
funcionário sénior ligado à Administração
de Belas, que falou sob anonimato.
O Semanário tentou ouvir a versão do
administrador Adão Malungo, mas não
teve sucesso, visto que ele não atendeu
às chamadas que foram feitas para o seu
aparelho celular.

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