Petróleos: "Este é de todos o sector de maior relevancia

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Petróleos: "Este é de todos o sector de maior relevancia
Petróleos: "Este é de todos o sector
de maior relevancia na economía
angolana, a larga distancia dos outros"
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Pipeline Installation S u rv e y s
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O Petróleo
A n o III n°l 1
Outubro/Novembro/Dezembro-2011
12 Plataforma
Inaugurada aterceira
plataforma petrolífera
A Total Exploragao & Pesquisa Ango­
la realizou no bloco 17, no “offshore”
angolano, a cerimónia oficial de inauguragáo de urna unidade flutuante de
produgáo, arm azenam ento e descar­
ga de petróleo, denominada Plazflor.
15 Economía
Sector automóvel absorve maior
parte dos lubrificantes produzidos
em Angola
Parte considerável da produgáo nacio­
nal de lubrificantes tem sido, até agora,
absorvido pelo sector automóvel, com
cerca de 79,4 por cento da produgao, numa altura em que as necessidades inter­
nas de lubrificantes rondam as 50 mil
toneladas métricas por ano.
16 Entrevista
"Devemos nos unir para enfrentar
os desafíos da angolanizacáo"
O M inistério dos Petróleos está
a desenvolver de forma eficaz
o processo de in te g ra d o de
nacionais na indústria petrolífera.
Mas, existe ainda muito trabalho
por ser feito.
14 Infra-estruturas
10 Sector
Reaberto tráfego ferroviario
inter-urbano Lobito-Benguela
Liberalizapao do mercado de
combustíveis aumenta utilizapao
de produtos petrolíferos
A linha Lobito - Benguela paralisada
desde os idos anos de 2002, está finalmen­
te reaberta. O ministro dos Transportes,
Augusto Tomás inaugurou a sua reabertu­
ra, um passo que vai para já, perm itir uma
maior fluidez na transportagáo de pessoas
e bens a presos baixos entre as duas loca­
lidades.
f
c n já « «
O Vice-Ministro dos Petróleos, Anibal
Silva disse acreditar que a liberalizagáo
do mercado de combustíveis em Angola
vai contribuir para o aumento da utilizagáo de produtos petrolíferos em diver­
sos sectores da economía, predominan­
tem ente no sector dos transportes, com
realce para o transporte terrestre.
SOCIEDADE PETROLIFERA ANGOLANA, S.A
1a Empresa angolana privada de Petróleos a operar no País.
MERCADO PETROLÍFERO - PETROLEUM MARKET
COMERCIALIZAQÁO - MARKETING
CONSULTORIA - CONSULTING
ENERGIA SOLAR E EÓLICA - SOLAR AND WIND ENERGY
N° 6 Rúa dos Coqueiros
Caixa postal: N° 1945
Tel.: 222 324 878 - Fax 222 338 213
Luanda - Angola
E-mail: [email protected]
Editorial
Tem havido nos últimos anos urna clara e inexpugnável luta da parte do Ministério
dos Petróleos em desenvolver de forma eficaz o processo de integragáo de nacionais
na indústria petrolífera, um esforgo que vai tendo bons resultados. Em sede de um
processo complexo, os resultados, obviamente, devem ser operados numa perspectiva
gradual.
Na verdade, o processo de angolanizagáo tem seguido o seu curso normal, apesar de
existir ainda muito trabalho pela frente, no caso específico de os gestores angolanos
virem a ter posigoes mais vantajosas ñas companhias, como defendeu na entrevista
que concedeu á revista “ O Petróleo”, o docente da Universidade Lusíada de Angola,
Carlos Francisco, autor da obra “competencias e requisitos para a cadeia de logística
& Política de Angolanizagáo”.
O processo pode levar algum tempo para ser concretizado efectivamente, na medida
em que envolve interesses de tres partes: Governo, empresa e os socios das compa____ nhias, directamente envolvidas. Cada urna délas tem interesses diferentes.
O sector dos petróleos por ser, entre todos, o de maior releváncia na economía
I angolana, a larga distancia dos outros, como reconheceu o Presidente da RepúI blica, José Eduardo dos Santos, o seu desenvolvimento no país deve ser, de facto,
acompanhado de um forte processo de angolanizagáo.
Se é verdade que o petróleo bruto, por ser fortemente gerador de divisas, é
a principal fonte do Orgamento Geral do Estado, com mais de 80 por cento da
receita fiscal, também é verdade, que é o grande sustentáculo das importagoes
do país, diria o Presidente da República no seu mais recente discurso sobre o
estado da Nagáo.
Em face disso, há necessidade do Executivo fazer urna monitorizagáo ou acompanham ento do processo de angolanizagáo, para que os resultados tenham efeitos práticos táo rápido, porque esta m atéria tem urna carga de complexidade
muito grande, defende Carlos Francisco.
Faz todo sentido que este processo decorra sob a monitorizagáo do Executivo,
já que se trata de um assunto sensível e complexo, diga-se mais um a vez.
Esta edigáo da Revisa “O Petróleo” procura trazer uma abordagem focada pa­
ra o sector, embora trate de falar também de outros dominios.
Neste sentido, trazemos á estampa alguns números do sector da Geología e Minas
que cada vez mais vai se desenvolvendo e os registos sáo reveladores disso. Por exemplo, de 2008 a 2011 o sector de Geología e Minas registou um crescimento médio anual
de 11,8 por cento, consubstanciado numa taxa média anual de produgáo de diamantes
na ordem dos 2,5 por cento e no aumento da produgáo de quartzo e de m ateriais de
construgáo de origem mineira, como areia, burgau e brita.
No subsector dos diamantes estáo em curso acgoes que visam, além da extracgáo, a
valorizagáo de todas as fases da cadeia desta indústria, desde a comercializagáo dos
diam antes brutos á sua transformagáo, incluindo a joalharia.
A liberalizagáo do mercado de combustíveis em Angola vai contribuir para o aumento
da utilizagáo de produtos petrolíferos em diversos sectores da economía, predominan­
tem ente no sector dos transportes, com realce para o transporte terrestre, declarou
recentemente Aníbal Silva, Vice-Ministro dos Petróleos, no seminário nacional sobre
as Especificagóes de Produtos Petrolíferos, realizado pelo Ministério dos Petróleos.
O actual crescimento económico do país tem-se reflectido no aumento e utilizagáo de
vários meios de transporte.
Outro aspecto merecedor de realce e que abordamos nesta edigáo é a XXXIa Cimeira
da SADC, através da qual Angola assumiu pela segunda vez a presidéncia da Comunidade de Desenvolvimento da África Austral. Na cimeira de Chefes de Estado e de
Governo, que decorreu recentemente, em Luanda, participaram catorze dos 15 países
que compoem a regiáo, nomeadamente Angola, Botswana, Namibia, Zámbia, Mogambique, Suazilándia, Lesotho, Tanzánia, Seychelles, Malawi, África do Sul, Ilhas Maurícias, RDC e Zimbabwe, com auséncia de Madagáscar.
Ao presidir um dos organismos de maior peso na economía ao Sul de África, o país
tem para frente desafios acrescidos e responsabilidades que deve levar a níveis de de­
senvolvimento nunca antes vistos. A trigésima primeira reuniáo elegeu como tema de
discussáo A consolidagáo das bases da integragáo regional e o desenvolvimento das
infra-estruturas para facilitar as trocas comerciáis e a liberalizagáo económica”.
0 Petróleo 4
Emloco
Premio
"Poor Economics"
do ano de Econ
"Poor Economics", de Abhijit V.
Banerjee e de Esther Duflo, é o livro do ano de Economía e Gestáo
segundo o FT/Goldman Sachs.
Abhijit Banerjee, co -autor da obra,
revelou recentemente que nao esperava
receber o galardáo "The best business
book of the year".
"Estou surpreendido por pensarem
neste livro como um livro de economía",
disse em tom de brincadeira o autor, que recebeu o
prémio das máos de Lloyd Blankfein, chairm an da
Goldman Sachs, e de Lionel Baber, editor do Finan­
cial Times.
"Poor Economics" é uma obra que apresenta uma
nova abordagem sobre a forma como o mundo deve
lutar contra a pobreza. Os autores sao os fundadores
do MIT's Poverty Action Laboratory. O livro é publica­
do no Reino Unido pela Perseus Books e nos Estados
Unidos pela Public Affairs.
A entrega do prémio ocorreu recentemente no Hertforf House, em Londres, num jantar restrito. O convi­
dado de honra foi Lord Patten, chancellor da universidade de Oxford e chairman da BBC Trust.
Mais uma formada
Helena Marques de
Figueiredo Campos
Passa o tempo e com
ele caminhamos na per­
m anente busca da concretizagáo de aspiragoes
e realizagoes pessoais.
Mas nem sempre as coi­
sas sáo fáceis, aliás nada
é fácil nesse caminho si­
nuoso e íngreme, que é a
vida, onde há necessidade de ser-se obstinado e
persistente.
Foi com este espirito
que Helena M arques de
Figueiredo Campos venceu os dias de sono e iludiu o cansago para abragar as ligoes de econo­
mía. Foi assim durante
quatro anos, tempo em
5 1 Petróleo
que estudou economía
na Universidade Lusíada de Angola. Náo tardou, em breve receberia
o prémio, coroa de todos
estes anos de batalha e
sacrificios. Em pleno dia
30 de Setembro de 2011.
era-lhe outorgado o di­
ploma.
Agora, H elena M ar­
ques de Figueiredo Cam­
pos já há muito colocada
na Direcgáo Nacional de
Recursos Humanos, no
departamento de formagáo, secgáo de gestáo de
verbas, é licenciada, enfim... tem agora o sonho
realizado.
Vindi Banga, partner da Clayton, Dubilier and Rice,
Lynda Gratton, professora de gestáo da London Bu­
siness School, Arthur Levitt, ex- Chairman da SEC,
Mario Monti, presidente da Bocconi University, Jorma Ollila, chairman da Nokia Corporation e do Royal
Dutch Shell e Shriti, directoras da Shriti Vadera, formaram o júri deste galardáo.
Exorbitant Privilege, de Barry Eichengreen, Triump
of the City, de Edward Glaeser, Wilful Blindness, de
M argaret Heffernan, Good Strategy/ Bad Strategy, de
Richard Rumelt e The Quest: Energy, Security, and
the Remarking of the Modern World, de Daniel Yergin
foram as obras que fizeram parte da short-list deste
prémio, que marca já o calendário de muitas editoras.
imfoco
Exoloracáo petrolífera
Angola e Congo estabelecem acordos
A ngola e a República do Congo assinaram re­
centemente, na vila do Soyo, acordos quadro
no dominio fiscal e comercial para o desenvol­
vimento do campo Lanzi na zona de unitizapáo
(um a espécie de área comum). Os acordos foram assinados durante a 16a reuniáo do Órgáo
Inter-Estatal da Zona de Unitiza^áo do Lianzi,
pelo ministro angolano dos Petróleos, Botelho
de Vasconcelos e o ministro congolés de Hidrocarbonetos, Loemba Raphael.
“No encontro foi analisado o desenvolvimento do pros­
pecto Lianzi, cuja produgáo deve ocorrer em 2013,
anunciou o ministro Botelho de Vasconcelos, referindo que no prospecto participaram os dois países e os
consorcios das áreas comuns.
Estes acordos, devem dar origem a acordos no domi­
nio fiscal e comercial váo ser submetidos á apreciagáo dos Conselhos de Ministro de ambos os países e
permitem a decisáo final do investimento, necessário
para a execugáo do projecto.
Toda a documentagáo relacionada com os principios
dos acordos sobre as m atérias fiscal e comercial, declarou, vai ser apreciada pelos consorcios petrolíferos
e equipas técnicas dos dois Estados e posteriormente
subm etida á apreciagáo dos Conselhos de Ministro de
ambos os países para a decisáo final do investimento
necessário para a execugáo do projecto.
Apesar das negociagóes terem sido difíceis, disse, os
resultados preconizados foram alcangados e o mais
im portante em todo dossier foi a definigáo dos prin­
cipios sobre m atéria fiscal e comercial, tendo em consideragáo as especificidades das legislagoes dos dois
Estados.
O ministro congolés afirmou esperar que os rendimentos que advierem da exploragáo petrolífera con­
junta contribuam para a redugáo da pobreza e desen­
volvimento dos dois países.
Angola assumiu, no final do encontro, a presidencia
anual do Órgáo Inter-Estatal na Zona de Unitizagáo.
'¡ü&SJÜtSlf
Sul-coreana registra aum ento de 44 por cento ñas encom endas
Samsung supera Apple
ñas vendas de smartphones
As vendas da Samsung superaram as da Apple
e se tornou na maior fabricante de smartphones
do mundo entre Julho e Setembro de 2011, com
crescimento de 44 por cento ñas encomendas em
relagáo ao trimestre anterior. Os números po­
sitivos representam 27,8 milhóes de unidades,
quase quatro vezes mais que no mesmo período
do ano anterior, segundo a consultoria Strategy
Analytics.
A Apple, por sua vez, registrou queda de 16 por cento,
para 17,1 mílhoes de unidades no terceiro trim estre.
A em presa langou o primeiro iPhone em 2007. A Sa­
msung entrou no segmento de smartphones no fim de
2010, mas as vendas dispararam em decorréncia de
um sistem a de produgáo que rápidam ente leva novos
produtos ao mercado. O lucro da divisáo de telecomunicagóes da sul-coreana dobrou no período de um ano,
para o recorde de 2,5 trilhoes de wons (2,2 bilhoes de
dólares) e respondeu por 60 por cento do lucro total da
Samsung, além de compensar a queda acentuada nos
ganhos da divisáo de chips de memoria.
A previsáo para as vendas da Samsung neste trim es­
tre continuam fortes, segundo o gerente de fundos Kim
Hyun-joong, da Midas Asset Management, que detém
acgoes da empresa. "Na divisáo de telefones movéis, a
Samsung náo tem modelos concorrentes que represen­
ten! alguma ameaga para os seus produtos".
I Petróleo 6
O teu Mundo.
O Roaming Movicel
A Movicel tem a maior cobertura no mundo:
190 países e 500 operadoras.
DESTAQUE
Chefe de Eátado angolano,
EngQJosé Epuardo dos Santos
etrolífero
com maior relevancia
na econLomia nacional"
Produto i
divisas e é a principal fonte
do OGE c
ais de 80 por cento da receita
fiscal alé]
ser também o grande susten­
táculo dáMhl i jrtacóe sj^i^oais
O Chefe de Estado angolano José Eduardo dos
Santos destacou no recente discurso sobre o
estado da Na^áo, que marcou a abertura da IV
Sessáo Legislativa da Assem bleia Nacional, o
papel do sector de petróleo e gás na economía
nacional.
Por Ary da Luz
“Este é de todos, o sector de maior relevancia na eco­
nomía angolana, a larga distáncia dos outros”, disse,
acrescentando que o petróleo bruto, por ser fortemente gerador de divisas, é a principal fonte do Orgamento Geral do Estado, com mais de 80 por cento
da receita fiscal, e o grande sustentáculo das importagoes do país. “O destaque neste momento vai para
a refinagáo de mais petróleo bruto no país e para a
produgáo de combustíveis, lubrificantes, tintas e sol­
ventes, etc.”, frisou o Presidente da República José
Eduardo dos Santos, naquele que foi o discurso sobre
o estado da Nagáo.
Relativamente ao sector de minas, o Presidente da
República disse que de 2008 a 2011 o sector registou
um crescimento médio anual de 11,8 por cento, con­
substanciado numa taxa média anual de produgáo de
diamantes na ordem dos 2,5 por cento e no aumento
da produgáo de quartzo e de m ateriais de construgáo
de origem mineira, como areia, burgau e brita.
Afirmou aínda que no subsector dos diam antes estáo
em curso acgóes que visam, além da extracgáo, a valorizagáo de todas as fases da cadeia desta indústria,
desde a comercializagáo dos diam antes brutos á sua
0 Petróleo 8
transform asáo, incluindo a joalharia.
Foi retom ada, anunciou, através de urna sociedade
mista entre o sector público e o privado, a exploragáo
do ferro e manganés, num projecto integrado que inclui a indústria metalúrgica e siderúrgica e que prevé
a criagáo de mais de tres mil empregos na Huíla. O in­
vestimiento inicial é de cerca de usd 400 milhóes e deve
ascender os dois mil milhSes de dólares.
“Estao muito avanzadas as negociagoes com parceiros
de renome internacional, com vista á exploragáo no
Norte do país dos fosfatos e do potássio, para a pro­
dugáo de adubos e o desenvolvimento da agricultura.
Também estao em curso, iniciativas para a produgáo
do ouro e do cobre e para aum entar a produgáo das
rochas ornam entáis e outras matérias-prim as necessárias para a indústria dos materiais de construgáo”,
sublinhou o Presidente no seu discurso sobre o estado
da Nagáo. José Eduardo dos Santos disse esperar que
a partir de 2013 o sector da Geologia e Minas contribua
de modo significativo para o aumento das receitas do
Estado e para a diversificagáo da economia nacional e
o aumento do emprego.
Sector das Aguas
Relativam ente ao sector das Aguas, o Presidente da
República disse que o programa Agua para todos’ já
beneficia com água potável um milháo e 200 mil pessoas, numa altura em que o consumo de água passou
de 67 litros por habitante/dia, em 2008, para 101 litros
por habitante/dia em 2011. O consumo cresceu em 51
por cento e espera-se que até 2012, o programa assegure o acesso á água potável a pelo menos 80 por cento da
populagáo rural. José Eduardo dos Santos disse existirem vários projectos de média e grande envergadura
em curso, para assegurar o abastecimento de água a
muitos centros urbanos, mas náo existe por enquanto
urna carteira nacional de projectos estruturantes que
resolvam satisfatoriam ente o problema da água, co­
mo há no sector da Energia para a energia eléctrica.
“Faz-se sentir a necessidade de um Plano Nacional da
Agua, que perspective, em fungáo das disponibilidades
hídricas, as suas diferentes utilizagóes na agricultu­
ra, indústria, consumo humano e aproveitamento hi­
droeléctrico”, realgou, afirmando que já foram tomadas
as medidas para que esse Plano Nacional da Agua seja
elaborado o mais depressa possível. Logo a seguir vai
Sector de energía
ser elaborada a carteira de projectos estruturantes pa­
De forma a superar o desafio de reduzir a zero o défi- ra o sector.
ce de energía eléctrica no país, está em curso a reabilitagáo das barragens do Gove, Mabubas, Lomaum Registos na Indústria transformadora
e Cambambe I, a ser concluida em 2012. “Esses empreendimentos seráo responsáveis por adicionar 295,6 O Presidente da República falou da indústria transfor­
madora no país e referiu que de 2008 a 2011, o sector
mega w atts ao sistema energético”.
O Chefe de Estado angolano referiu que numa altura registou um crescimento médio anual na ordem dos
em que o objectivo do Executivo é reduzir a zero o ac­ 8 por cento. “Foram criadas e entraram em funcionatual défice energético, váo ser também instaladas cen­ mento 750 empresas privadas, em quase todos os subtráis térm icas de geragáo de energia em 2011 e 2012 sectores, com destaque para a indústria alim entar e
em Cabinda, Luanda, Dundo, Lubango, Namibe, Me- de bebidas. O número de postos de trabalho directos
cifrou-se em 25.120 e o valor dos investimentos priva­
nongue, Ondjiva, Huambo e Benguela.
Ainda dentro do sector da energia, o Presidente da dos atingiu cerca de 4 mil milhoes de dólares. “O sector
República definiu novas estratégias para urna distri- dos téxteis, vestuário e calgado comega agora a dar os
buigáo eficaz e abrangente deste bem. “Para melhor primeiros passos, com o relangamento da cultura e da
distribuir a energia produzida está a ser criada urna fileira do algodáo e a reabilitagáo e desenvolvimento da
‘grelha de transporte’, cujo principal eixo é a interli- produgáo téxtil, de modo a gerar emprego e a substituir
gagáo entre o norte e o centro do país. Neste momento as importagóes. Em 2012, deveráo entrar em funcionaestáo em curso os trabalhos de reabilitagáo e expansáo mento tres fábricas de tecidos, nomeadamente a Texda rede de distribuigáo de energia eléctrica em Cabin­ tang II, em Luanda, a África Téxtil, em Benguela, e a
da, Saurimo, Dundo, Caxito, Sumbe, Porto Amboim, SATEC, no Cuanza-Norte e Dondo”. Prevé-se que de
2012 a 2017 o sector da indústria transformadora vá
Huambo, Caála, Lubango, Namibe e Tómbwa”.
Estáo aprovados projectos estruturantes que váo ser registar um crescimento médio anual na ordem dos 10
im plementados no Soyo, Cambambe, Laúca, Caculo por cento e que o número médio anual de postos de tra ­
Cabaga, e Keve/Ebo até ao ano de 2016, que váo gerar balho a criar seja de 7.400 directos e 7.580 indirectos,
estando o valor dos investimentos a realizar estimado
urna potencia de 5 mil megawats.
Em torno dos projectos está um investimento de 8 mil em 8 mil e 500 milhSes de dólares, inscritos na car­
milhoes de dólares para a produgáo e de cerca de 9 mil teira dos ministérios da Indústria e da Geologia e Mi­
milhóes para o sistema de transporte e distribuigáo de nas. “Ao avaliarmos o grau de implementagáo desses
programas, constatamos que estamos a cam inhar na
energia.
“Assim, se o subprograma do Executivo para o sector da via certa e que náo nos afastámos do rumo definido á
Energia for integralmente cumprido, o abastecimento partida. Constatamos também que estamos a acelerar
de energia eléctrica vai melhorar significativamente a nossa marcha para chegar o mais depressa possível
em 2013 e, a partir de 2017 os principáis problemas aos objectivos gerais ou fináis dessa Estratégia”, afirmou José Eduardo dos Santos.
estaráo praticam ente resolvidos”, referiu.
9 B Petróleo
SECTOR
VICE MINISTRO DOS PETROLEOS
Liberalizado do mercado de
combustíveis aumenta utilizacáo
de produtos petrolíferos
Em quatro anos o consum o derivados
aum entou em 74 por cento
O Vice-Ministro dos Petróleos Aní­
bal Silva disse acreditar que a libe­
ralizad o do mercado de combustí­
veis em Angola vai contribuir para
o aumento da utilizacáo de produ­
tos petrolíferos em diversos secto­
res da economía, predom inante­
m ente no sector dos transportes,
com realce para o transporte ter­
restre.
Por Ary da Luz
Aníbal Silva, que fez estas declaragoes no seminário nacional sobre
as Especificagoes de Produtos Pe­
trolíferos, realizado pelo Ministério dos Petróleos que decorreu, em
Luanda e afirmou que o actual crescimento económico do país tem-se
reflectido no aumento e utilizagáo
de vários meios de transporte. “Es­
tes meios de transportes terrestres,
marítimos e aéreos e um variadíssimo leque de equipam entos tém
originado o aumento considerável
dos consumos de produtos petrolí­
feros, cuja qualidade pretendemos
que seja cada vez melhor e ambien­
talm ente sustentável”, disse o ViceMinistro.
Lembrou que em apenas quatro
anos (2006 a 2010), os consumos de
produtos petrolíferos, aum entaram
em cerca de 74 por cento, sendo que
em 2010 o consumo atingiu aproxi­
m adam ente os 3,82 de toneladas
m étricas contra um consumo de
I Petróleol 0
cerca de 2,19 milhoes de toneladas métricas por ano,
registados em 2006. Com base nos registos de 2010, o
produto mais consumido foi o gasóleo, tendo atingido
os 1,98 milhdes de toneladas métricas por ano, o que
corresponde a cerca de 52 por cento do total dos consu­
mos, seguido da gasolina com aproximadamente 894
mil toneladas métricas por ano, o que correspondem a
23 por cento do total de consumos.
E specificagóes de p ro d u to s petrolífero s
Ao destacar a im portáncia da actualizagáo e observagáo das especificagóes dos produtos petrolíferos, Aní­
bal Silva referiu que este processo consiste em garantir
a seguranza no abastecimento, quer na qualidade do
produto, quer na redugáo do impacto ambiental resul­
tante do aumento do consumo destes produtos. Disse
ser necessário que periódicamente se actualize as especificagóes dos produtos petrolíferos comercializados no
país, para que possam satisfazer as tendencias e exi­
gencias da industria de construgáo de automóvel. “Julgamos ser conveniente que os valores dos principáis
parámetros das especificagóes dos nossos produtos pe­
trolíferos estejam harmonizados com as especificagóes
dos produtos petrolíferos comercializados a nivel da
SADC e do continente”, sublinhou, acrescentando que
em face disso nao se deve perder de vista as tendencias
tecnológicas m undiais da industria de construgáo de
automóveis e de motores para diversos equipamentos.
Lembrou que fruto da política de harmonizagáo em
resposta á recomendagáo da SADC, aboliu-se, a partir
de Janeiro de 2006 a produgáo do uso da gasolina com
chumbo no país e aumentou-se o seu nivel de octano,
que passou de 91 para 93, o que melhorou a qualidade
da gasolina, tornando-a amiga do ambiente.
Na ocasiáo pediu aos presentes mais contribuigoes em
torno das especificagóes dos produtos petrolíferos para
que venham a corresponder as necessidades.
Com as contribuigoes, pretende-se substituir o Regulamento aprovado em 2008, através do Decreto Executivo n° 54/08 de 16 de Abril, urna vez que o referido decre­
to foi revogado por forga da nova Lei sobre Refinagáo de
Petróleo Bruto, Armazenamento, Transporte, Distribuigáo e Comercializagáo de Produtos Petrolíferos (Lei
28/11 de 1 de Setembro de 2011).
O vice-ministro acredita que com o Regulamento respeitado, evitar-se-á a entrada no mercado interno de
produtos adulterados susceptíveis de danificar moto­
res de diversos equipamentos e contribuir para a degradagáo do ambiente.
Espera por isso, boas conclusóes e recomendagoes para
o enriquecimento do Regulamento.
Pretende-se com o seminário partilhar conhecimentos
entre técnicos do sector e especialistas de outras insti­
tuigóes e companhias que tem interesse no tema, com
particular destaque para os combustíveis gasosos, lí­
quidos e asfaltos.
0 seminário está também voltado para a recolha de
contribuigoes para a elaboragáo de um novo Regula­
mento sobre o assunto.
11I Petraleo
Participantes sugerem criagáo de urna comissáo
técnica multidisciplinar
Os participantes ao Seminário Nacional sobre Especi­
ficagóes de Produtos Petrolíferos, realizado em Luan­
da, sugerem a criagáo de urna Comissáo Técnica M ulti­
disciplinar sobre a questáo.
O Seminário teve como objectivo a partilha de conheci­
mentos entre técnicos do sector, especialistas de outras
instituigóes e companhias com interesse no tem a so­
bre Especificagóes de Produtos Petrolíferos, com realce
para os combustíveis gasosos, combustíveis líquidos e
asfaltos. Com o seminário pretendeu-se igualmente a
recolha de contribuigoes para a elaboragáo de um novo
Regulamento sobre Especificagóes de Produtos Petro­
líferos, em substituigáo do Regulamento aprovado em
2008, através do Decreto Executivo n° 54/08 de 16 de
Abril, urna vez que o referido Decreto foi revogado por
forga da nova Lei sobre Refinagáo de Petróleo Bruto,
Armazenamento, Transporte, Distribuigáo e Comer­
cializagáo de Produtos Petrolíferos (Lei 28 de 1 de Set­
embro de 2011).
Os participantes deixaram algumas conclusóes e re­
comendagoes, que passam por desenvolver acgóes com
vista ao aumento do índice de cetano do gasóleo co­
mercializado no mercado interno; empreender esforgos
visando a redugáo do teor de enxofre no gasóleo, bem
como a inclusáo na ficha de especificagóes do gasóleo os
valores do parámetro de filtrabilidade.
Incluir a ficha do asfalto 60/70 na regulamentagáo das
Especificagóes de Produtos, bem como rever a praticidade e aplicabilidade de alguns métodos de ensaios
laboratoriais de determ inados parám etros dos pro­
dutos petrolíferos, sáo outras das conclusóes saídas
do seminário nacional. Pretende-se com isso, a sua
substituigáo por métodos mais expeditos e que sáo
igualmente reconhecidos internacionalmente. Partici­
paran! do seminário representantes de instituigóes e
companhias como Ministério dos Transportes/Direcgáo
Nacional dos Transportes Rodoviários, Instituto Angolano de Normalizagáo e Qualidade (IANORQ), Sonangol Refinaria de Luanda e a Sonagás. Partciparam
igualmente representantes da Sonangol Logística, Sonangol Distribuidora, Sonangol, Laboratorio Central
da Sonangol, ITGA, Pumangol e da Sonangalp, entre
outras instituigóes.
Durante o Seminário foram apresentados e discutidos
vários tem as relacionados com as especificagóes de pro­
dutos e efectuadas visitas ao Laboratorio Central da
Sonangol e ao Laboratorio da Refinaria de Luanda. Fruto
das apresentagóes, das visitas efectuadas e das discussóes
havidas durante o seminário, os participantes reconheceram o mérito do Ministério dos Petróleos em ter realizado
o Seminário Nacional sobre Especificagóes de Produtos,
iniciativa que atingiu os objectivos preconizados, e que
deve contribuir para o melhoramento da regulamentagáo
sobre especificagáo dos produtos petrolíferos no país. A
sessáo de encerramento do Seminário foi presidida pelo
Director Nacional de Comercializagáo do Ministério dos
Petróleos Eng“ Albino Ferreira.
Plataforma
Total Explorado & Pesquisa
langa "olhar" em águas
profundas no bloco 17
IN A U G U R A D A TERCEIRA PLATAFORMA PETROLÍFERA
Plazflor produz diariamente 220 mil barris de petróleo
e tem capacidade de armazenamento de 1.9 milhóes
barris de petróleo
P A Í TESE* f
fe
A Total Exploragáo & Pesquisa Angola realizou
no bloco 17, no “offshore” angolano, a cerimónia ofi­
cial de inauguragáo de uma unidade flutuante de
produgáo, arm azenam ento e descarga de petróleo,
denominada Plazflor.
A unidade produz diariam ente 220 mil barris de petró­
leo e tem capacidade de armazenam ento de 1.9 milhóes de
barris de petróleo. Com a sua entrada em operagáo eleva
para 700 mil a produgáo total do bloco 17.
O Pazflor ou Flor da Paz, em portugués, nome escolhido
em alusao aos acordos de Paz assinados em Angola em
2002, é formado pelos campos Perpetua, Antúrio, Zínia e
Horténsia.
O Ministro dos Petróleos, Botelho de Vasconcelos, que
presidiu a cerimónia, destacou as inovagóes da Total E &
P Angola no dominio da exploragáo em águas profundas,
a comegar pelo campo do Girassol e, agora, com o Plazflor
que, que como notou, “vai mais longe com o seu sistema
de produgáo subm arina que extrai óleos com diferentes
densidades, nomeadamente pesado, mioceno, leve e oligoceno”.
Se a extracgáo do petróleo pesado é, por si, um verdadeiro desafio tecnológico, a sua separagáo bi-fásica (gás/
liquido) e a consecutiva injecgáo até a superficie sao, igual­
mente, um a vitória tecnológica, acrescentou o ministro
dos Petróleos.
Além do óleo, o ministro realgou o gás associado que, argumentou, “se nao é reinjectado, é armazenado em reservatórios do Plazflor podendo posteriormente ser transfor­
mado em gas natural liquefeito”. Esse gás nao é queimado, os ganhos sao consideráveis e o ambiente é poupado,
concluiu.
A Total está em Angola há 30 anos e é hoje o maior produtor de petróleo entre as companhias estrangeiras a ope­
rar em Angola.
O presidente do Conselho de Administragáo do Grupo
Total, Christophe de Margerie disse ter recebido do esta­
dista angolano elogio pelo nivel de cooperagáo entre o seu
Grupo, a Sonangol e o M inistério dos Petróleos e a recomendagáo para mais investimentos no capital humano.
Os müitos números do Pazflor
O Pazflor tem um a profundidade equivalente a 1.200
metros de profundidade de água, ou seja, quatro vezes a
torre Eiffel e tem uma pressáo equivalente a 350 vezes a
0 Petroleol 2
■
■
pressáo atmosférica. A área é equivalente a 6 vezes a regiáo
de Paris, ou seja cerca de 600 quilómetros quadrados e tem
urna profundidade do pogo em metros 3900. O investimento
é comparado ao programa espacial Ariane 5, tendo um peso
(FPSO) equivalente a 300 Airbus A-380 e urna área equiva­
lente a 4 campos de futebol.
A altura do FPSO equivale a um predio de quatro anda­
res. Cerca de 1.900.000 habitantes beneficiam dos progra­
mas de responsabilidade social. O Pazflor fez 10 anos entre
a pesquisa e a produgáo e registou 25 milhoes de horas de
trabalho; presente em quatro continentes e envolve 4.500
pessoas.
Situado a 150 quilómetros da costa angolana e a 40 qui­
lómetros do Campo Dália, o campo Pazflor é formado por
quatro reservatórios de turbiditos terciários com uma ar­
quitectura interna complexa, constituida por sedimentos
massivos (canais e lobos) e de fácies compostos (misturas
de areias e de argilas com canais marginais) conforme o
contexto dos depósitos. Esta unidade sedim entar esconde
especificidades próprias a cada tipo de campo: o Miocénio
(Hortensia, Perpétua e Zínia) e do Oligocénico (Acácia).
Enquanto os outros sao pouco profundos, cerca de 1200
metros, pouco estruturados e muito extensos (15 quilóme­
tros do Norte ao Sul), o campo Acácia é mais compacto com
grandes inclinagoes e constituido por unidades sobrepostas
e desconexas. Sao óleos diferentes: um, pesado e viscoso, no
Mioceno, outros mais leves, no Oligoceno; este foi um dos
desafios mais importantes para as equipas das geociéncias.
Com uma lámina de água que varia entre os 600 e 1200 me­
tros, os campos estendem-se numa área de 600 quilómetros
quadrados reunindo dois desenvolvimentos num só.
Parceria sustentável
Uma parceria sustentável com Angola deve decidir-se
também ñas águas ultra profundas do bloco 32, no qual a
Total efectúa 13 descobertas, a uma profundidade entre
1.400 e 2000 metros de água.
Um dos principáis produtores petrolíferos da Africa subsahariana, Angola viu sua produgáo triplicar entre 2001 e
2009, atingindo mais de 1,8 milhoes de barris por dia. Actor
principal deste crescimento, a Total, apoiada pela Sonangol
e os seus parceiros do bloco 17, definiu com a Pazflor, um
novo lim iar decisivo para este crescimento, de acordo com
uma publicagáo da companhia.
O Pazflor deve elevar a capacidade de produgáo instalada
do bloco 17 para mais de 700 mil barris de petróleo por dia,
um incremento em torno dos 10 por cento, o que eleva a ca­
pacidade de produgáo do país. O Pazflor vem no seguimento
do desenvolvimento do Girassol (2001), Jasmim (2003), Dá­
lia (2006) e Rosa (2007).
Esta rentabilidade m utua caracteriza, desde há muito,
o espirito de parceria que une o grupo a Angola, terreno
privilegiado da competéncia da Total em grandes fundos.
O bloco 17 tornou-se palco de inovagóes cruciais para a con­
quista das grandes profundidades.
Desde 1995, 15 descobertas sucessivas vieram revelar o
imenso potencial deste “Golden block”.
1 3 0 Petróleo
Transmissáo de Know-how
Os operadores do FPSO Pazflor devem ser na sua maioria
angolanos nos próximos tempos. Cerca de 50 novos opera­
dores recrutados pela Total E&P Angola para o bloco 17
beneficiaram já de dois anos de formagáo teórica nos cam­
pos do Girassol e Dália. Esta transferéncia de Know-how
abrange igualm ente os engenheiros angolanos, através da
sua integragáo no projecto, frequentemente a níveis de res­
ponsabilidade elevados.
Em 2010, a primeira unidade de separagáo subm arina
(SSU) tinha iniciado a sua longa série de testes fináis na
Noruega. A segunda rem essa de Christm as trees navega
entre a Escocia e Angola, todas as cabegas de pogos reque­
ridas para o arranque da produgáo de petróleo tinham chegado a Luanda e o fabrico angolano dos colectores estava
concluido.
Apesar da sua missáo se encontrar ainda longe de estar
concluida, a equipa do sistem a subm arino de produgáo e
separagáo (SSPS) pode orgulhar-se de ter honrado os seus
compromissos e cumprido o seu objectivo principal: o fabri­
co de SSU conjugando a separagáo gás- líquido e a activagáo
dos líquidos para os reservatórios miocénicos.
Infra-estru turas
SECTOR FERROVIARIO
Linha Benguela-Huambo coloca
regiáo na rota do crescimento
A poucos metros da estagáo de Benguela estava o velho
Ernesto.
Dirigimo-nos a ele e perguntamos o que significau
va aquele momento. Com olhar seco e repleto de satisfagáo,
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j! » fi
Mudam-se os tempos, mudam-se as vontades (...)
todo mundo é composto de mudanzas, disse um dia,
Luis de Camóes. Por cá as m udanzas chegam e os sinais de algum progresso sáo cada vez mais eviden­
tes.
Por Ary da Luz
Com o relangarnento da circulagáo ferroviária do comboio na linha Benguela-Huambo, conectadas ao Porto do
Lobito e ao futuro Aeroporto Internacional da Catumbela, a
situagáo económica torna-se favorável e o crescimento eco­
nómico e a facilidade ñas trocas comerciáis entre as duas
provincias, se evidencia. O Presidente da República, José
Eduardo dos Santos inaugurou, na provincia do Huambo,
o comboio de transporte de passageiros composto por dez
carruagens, na presenga de membros do Executivo.
Além disso, o aeroporto Albano Machado que tinha sido
fechado para obras, reabriu as portas na mesma ocasiáo e
a provincia passa a ter dois voos semanais da companhia
aérea de bandeira.
“O comboio é fundam ental para o desenvolvimento das
provincias do país e do seu povo. Há povoados encravados
que váo precisar do comboio para conhecer algum cresci­
mento”, disse á reportagem da Revista “O Petróleo, Manuel
Macedo, m aquinista do CFB há mais de 40 anos.
“Nao tenhamos dúvidas, com este passo, o Huambo es­
tá na rota do desenvolvimento”, acrescentou o maquinista
M anuel Macedo ao destacar a importáncia deste meio de
transporte ferroviário.
A circulagáo do comboio é um a necessidade nao só pa­
ra Angola mas também para os países vizinhos. As regioes
que váo do Kwanza até ao Luena váo ser beneficiados em
grande medida pelo comboio. Temos também casos de pa­
íses encravados como o Congo e a Zámbia, que váo igual­
mente beneficiar desse meio.
disse que os dias de dificuldades no escoamento de produtos
do campo para cidade estava prestes a ter fim.
“Agora poderemos levar a nossa produgáo para cidade
sem muitas dificuldades e sem gastar tanto dinheiro”, disse
e acrescentou: “parece que a nossa vida, enquanto camponeses e membros de cooperativas, vai mudar com a chegada
do comboio”.
Partimos madrugada adentro (OOhOO) do pequeño muni­
cipio do Cubal em direcgáo á provincia do Huambo. As 6hl5
estávamos em pleno eoragáo da cidade do Huambo, m ar­
cando assim o inicio da circulagáo do comboio de Benguela-Huambo, há muito interrompida.
Quáo o espanto da populagáo! Q uanta alegría! Disso nao
houve brecha para dúvida. O simples aceno, o grito de satisfagáo e o singelo sorriso eram revelador disso.
Em cada povoado, em cada municipio, era visível a satisfagáo das pessoas.
Gongalves Joaquim, residente na provincia do Huambo
acredita á semelhanga dos primeiros, que com a chegada
do comboio, os produtos do campo e mesmo os importados
que poderáo chegar a cidade através do Porto do Lobito, váo
conhecer uma significativa redugáo de pregos. “O comboio
transporta em grandes quantidades e é barato. Se é assim,
entáo náo tem como o prego final dos produtos ser alto”,
concluí. De optimismo náo é tudo. Irene da Silva sente que
com a chegada do comboio á provincia do Huambo e poste­
rior rumo ao Bié e finalmente ao Moxico, a vida deve rum ar
para tempos de “pequeñas glorias”, sem fome e privagóes.
Uma vida dedicada á actividade ferroviária
O maquinista, Manuel Macedo, ainda no activo, tem toda
uma vida dedicada á actividade ferroviária. Sáo 40 anos,
entre altos e baixos, momentos memoráveis e amargos.
Dos tempos das locomotivas a vapor ás m áquinas diesel,
as actuais, Manuel Macedo reserva um optimismo face ao
futuro. Lembra que em 1975 frequentou o curso de maqui­
nista de locomotiva diesel. Hoje é chefe de departam ento de
servigo de tracgáo e material, um departam ento que regu­
la o tráfego de comboios entre as diversas localidades até
á fronteira com a RDC. De lá para cá, diversas situagóes
se passaram . Umas boas e outras nem por isso. “As que
mais me marcaram era quando nos encontramos ñas casas
de pasáagens e reportávamos sobre o comportamento das
locomotivas ao longo das linhas”. Somos os sobreviventes
desse mau bocado que o país atravessou por forga da guer­
ra. Mercé deste mal, hoje conta-se menos de um a dezena de
maquinistas da sua época.
0Petrileal4
Economía
MINISTRO DOS PETRÓLEOS
Sector automóvel absorve
maior parte dos lubrificantes
produzidos em Angola
Parte considerável da produgáo nacional de lubri­
ficantes tem sido, até agora, absorvido pelo sector
automóvel, com cerca de 79,4 por cento da produgáo,
numa altura em que as necessidades internas de lu­
brificantes rondam as 50 mil toneladas métricas por
ano.
Por Ary da Luz
A informagáo foi prestada, recentemente em Luanda pe­
lo M inistro dos Petróleos José Maria Botelho de Vasconce­
los, quando presidia a abertura do Seminário Nacional de
Lubrificantes, que visou capacitar os funcionarios do sector
sobre o negocio, desde a sua produgáo a comercializagáo.
O sem inário pretendeu igualm ente p artilhar conhecimento sobre o que de mais inovador existe no país e no
mundo, sobre os lubrificantes e a lubrificagao. O Ministro
disse que actualmente o país tem uma única fábrica de lu­
brificantes, cuja produgáo atingiu a cifra de 20 mil e 987 to­
neladas métricas em 2010. Desta produgáo 16 mil e 665 to­
neladas métricas sao de lubrificantes automotivos, tres mil
e 424 toneladas métricas de lubrificantes de marinha, 686
toneladas métricas lubrificantes para o sector industrial e
212 toneladas métricas destinados a outras aplicagóes.
Relativamente a comercializagáo de lubrificantes no pa­
ís, Botelho de Vasconcelos disse que diversas empresas
estáo a desenvolver o negocio com realce para a Sonangol
Distribuidora com a marca Ngol, a Sonangalp com as mar­
cas Ngol e Galp, a Pumangol com a marca Puma e a Cosal
com a marca Castrol.“Contrariamente ao que se passa com
maior parte dos combustíveis, o prego no negocio de lubrifi­
cantes é livre. Este negocio tem se revelado bastante com­
petitivo e dinámico”, notou o Ministro.
Preocupagóes
O M inistro frisou que entre as preocupagoes do sector
destacam-se as questoes que tém a ver com a produgáo lo­
cal de lubrificantes versus importagáo. “Para determinados
tipos de lubrificantes, muito específicos, de pouco consumo
e cuja m atéria-prim a nem sequer dispomos talvez náo seja
viável a sua produgáo interna”, sublinhou.
Na ocasiáo, o M inistro apelou os participantes a fazerem
uma profunda reflexáo sobre a problemática da importa­
gáo de lubrificantes versus produgáo local. “Devemos todos
1 5 I Petróleo
fazer um esforgo visando o incremento da produgáo local
destes produtos em detrimento das importagóes, sobretudo
para os lubrificantes mais comuns”, referiu, afirmando que
deste modo vai se contribuir para a criagáo de mais postos
de trabalho e consequentemente, transferencia de tecnolo­
gía para a redugáo da pobreza no nosso país.
O Ministro afirmou que há necessidade de se melhorar alguns aspectos relacionados com a importagáo de lubrifican­
tes. “Devemos, por exemplo, rever a questáo da rotulagem
das embalagens dos lubrificantes importados, exigindo que
os rótulos destas embalagens sejam escritos em portugués
de forma a facilitar a leitura por parte dos compradores
destes produtos”, sublinhou Botelho de Vasconcelos.
O Ministro dos Petroleos salientou que uma questáo que
também preocupa o sector tem a ver com a necessidade e o
papel dos servigos de assisténcia técnica no negocio dos lu­
brificantes para garantir-se um melhor servigo aos clientes
particularm ente na implementagáo e consolidagáo da cul­
tura de manutengáo dos seus equipamentos. Para o efeito,
Botelho de Vasconcelos pediu aos participantes que abordassem com profundidade a questáo sobre o tratam ento
dos lubrificantes usados, por se pretender encontrar solugóes para o assunto. Espera, no entanto que estas solugoes
sejam as mais económicas e am bientalmente sustentáveis,
náo descurando a possibilidade da sua reciclagem.
Por se tra ta r de um tem a transversal, a organizagáo
do seminário convidou especialistas da fábrica de lubrifi­
cantes de Luanda da Sonangol distribuidora e técnicos da
Sonangalp e da Pumangol, além das concessionárias da
marca Hyundai, Caterpillar Angola.
‘Veremosnosunirpara
enfrentarosdesafíos
daangoianizacaoH
Entrevista com Carlos Francisco, docente universitário
O Ministério dos Petróleos está a desenvolver de
forma eficaz o processo de integragáo de nacionais
na indústria petrolífera. Mas, existe ainda muito
trabalho pela frente, no caso específico de os
gestores angolanos virem a ter posigóes mais
vantajosas ñas companhias, defendeu na entrevista
que concedeu a revista “Opetróieo”, o docente da
Universidade Lusíada de Angola, Carlos Francisco,
autor da obra “competéncias e requisitos para a
cadeia de logística & Política de Angolanizaqáo”.
Domingos Golombole
Revista Opetróieo - O Sr. lanqou recentemente
uma obra científica sobre angolanizaqáo no
sector. Que avaliaqáo faz deste processo?
Carlos Francisco
- Este é um processo que pode levar
algum tempo para ser concretizado efectivamente,
sabendo que sáo interesses de tres partes, no caso o
Governo, a empresa e os socios das companhias que
estáo directam ente envolvidas. Cada uma délas tem
interesses náo comuns ou diferentes. Por exemplo, sem
publicitar, na empresa onde estou neste momento, o
processo de angolanizacáo, diremos, está a ser
implementado a 35%.
O P - U m a das g ra n d e s questóes que os
especialistas defendem é o facto de os nacionais
náo ocuparem posigóes vantajosas ñas empresas
estran geiras, relativam ente aos cargos de
direcpáo. Acredita que este quadro pode mudar
a longo prazo?
CF-
governamental que vela por estas questoes, possui um
plano estratégico que terá a sua eficácia. Queremos
que o próprio Governo faga um a monitorizagáo ou
acompanhamento do processo de angolamzagáo, para
que os resultados tenham efeitos práticos táo rápido,
porque esta matéria tem um a carga de complexidade
muito grande. É bastante sensível...
OP- Que opiniáo tem sobre o desempenho de
alguns gestores nacionais ñas companhias?
CF-
Antes de aprofundarm os esta questáo, temos
que olhar para várias vertentes: prim eira, temos
angolanos que estudaram no exterior do país e há os
que estudaram internam ente. A tendencia é sempre
priorizarem os que se form aram no exterior do
país, por vários motivos, um dos quais o dominio da
língua inglesa, pontualidade e profissionalismo em
alguns casos. Mas, também temos os que estudaram
localmente que sáo bons técnicos. Nós angolanos
devemos nos u n ir p ara este grande desafio de
enfrentarmos os estrangeiros, claro, no bom sentido,
com a nossa sapiencia peculiar e tornarm os mais
profissionais em muitos aspectos.
OP-A nivel remuneratorio ou salarial também
existe um a d isp arid ad e enorm e entre os
nacionais e expatriados. Deve haver algum a
legislaqáo sobre isso?
CF-
Seria bom que existisse, mas também já temos
angolanos a ganharem mais do que os expatriados,
apesar de ser na sua m inoría. Agora, quanto á
legislarlo também concordo que este processo devia
ser revisto e readaptá-lo ao contexto actual.
Tem algum conhecimento de sucesso da
Creio que sim, mas, conforme disse anteriormente, OPpolítica
valorizaqáo dos quadros locáis?
isso vai levar algum tempo mas, no futuro, poderá ser CF- Sim, de
diremos que a Africa do Sul tem um processo
um facto, já que o Ministério dos Petróleos, a entidade que se chama
“Black Economic Empowerment”, e é
I Petróleo 1 6
1 7 0 Petróleo
“A mera transferencia dos cusios entre
empresas dentro da mesma cadeia de
logística náo irá tornar a oferta mais
atraente para o consumidor final”
similar ao da angolanizacáo, em que as empresas
foram orientadas para até 2014 implementarem o
programa. Caso contrário, poderáo vir a perder o
direito de fazer negocios com o Governo, embora
este processo sul-africano tenha sido aplicado
em todos os sectores económicos por causa do
apartheid na altura.
OP- Quais os requisitos para a cadeia de
logística e política de angolanizacáo?
CF-
Todas as áreas tém os seus requisitos técnicos
para serem angolanizadas, mas, primeiramente,
deve-se saber completamente o processo logístico
que existe na em presa, sobretudo as políticas
internas e externas, assim como a eficácia na
gestao da cadeia de logística que é fundamental,
um a vez que a cadeia de logística tem muito a
ver com a satisfagáo dos fornecedores e clientes.
As relagoes entre estas duas partes tém sido
tradicionalmente encaradas mais numa óptica de
oposigáo do que de cooperagao.
OP- Porqué? Será que a m aior parte olha
mais para os lucros do que na melhoria dos
servidos?
CF- E
uma das razoes, porque o mercado está cada
vez mais exigente. As empresas tentam aum entar
os seus rendimentos á custa dos seus parceiros da
cadeia de logística, porém, a mera transferéncia
dos custos entre empresas dentro da mesma cadeia
de logística náo irá tornar a oferta mais atraente
para o consumidor final. Todas as empresas que
fazem parte de uma cadeia devem esforgar-se pelos
mesmos objectivos e manter-se associadas de forma
integrada (fornecedores, CF Internas e Cliente). A
tendéncia vai no sentido de tornar toda a cadeia
logística mais competitiva, pelo que requer-se a
introdugao de sistemas de informagáo integrados,
que perm itam a partilha de informagoes entre
diferentes organizagoes numa cadeia de logística.
Esta é a chave para o sucesso da gestáo da cadeia
de logística.
OP- De que maneira devem ser desenvolvidas
as competéncias?
CF-
Existem várias m aneiras, entre as quais, o
treinamento prático na área onde este funcionário
será angolanizado, além da componente de
desenvolvimento pessoal e educacional. Por outro
lado, trabalhar directam ente com a pessoa ou o
expatriado que tiver que o substituir.
OP- Quais sáo os grandes desafios para o
aprisionamento?
CF-
A tecnología, porque futuram ente náo se
poderá utilizar mais a máo-de-obra, mas sim a
tecnología avangada. Um bom exemplo prático é o
uso de cartóes para pagar o combustível a qualquer
hora do dia e, isso, tem muitas tendéncias na área
de aprovisionamento. Era necessário sublinhar
que a estrutura do aprisionamento sofreu algumas
mutagoes, ás quais exigem um a constante
adaptagao e transformagáo. Por exemplo, os riscos
devem ser geridos em toda a cadeia de logística,
uma vez que a globalizagáo e a externalizagáo
tornam o processo de abastecim ento m ais
complexo. Todavía, as empresas vivem actualmente
num clima caracterizado por grandes mudanzas
e uma forte concorréncia. Estas condigoes levam
á necessidade de fomentar a colaboragáo em toda
a cadeia de logística para que o produto final seja
competitivo. Uma das medidas para satisfazer as
novas exigencias, é a especializagáo.
OP- Porqué as empresas separem a componente
estratégica o da operacional das compras?
CF- E um a área bastante complexa, cada empresa
tem o seu nivel de gestáo. Tudo que for gizado pela
companhia deve ser planificado a nivel de direcgáo
(estratégico). Defendo que esta área deve ser
separada, aliás, sabe que há certas decisoes que náo
chegam normalmente a níveis operacionais, mais
sim sao dados alguns conhecimentos básicos do que
se discutiu. O servido de compras é responsável por
todas as actividades relacionadas com a aquisigáo
de m ateriais ou servigos a fornecedores externos e
internos da forma mais eficiente e eficaz possível.
Para um a competitividade, deve haver a optimizagáo
de custos, menores custos de transacgoes e despesas
gerais, a utilizagáo de activos, externalizagáo e
gestáo de inventários, bem como a criagáo de valor,
desenvolvimento de processos ou ainda produtos e
melhoria de qualidade. O servido de compras poderá
agilizar a produgáo e garantir a qualidade do produto
final ao assegurar a contratagáo de fornecedores
que facultem os produtos ou servigos adequados,
com qualidade e no prazo devido. Este facto poderá
contribuir ainda para reduzir os prazos de entrega do
produto final e garantir o cumprimento dos mesmos.
OP- O prego do petróleo disparou no mercado
internacional. Na sua opiniáo, esta subida
poderá perdurar por muito tempo?
CF- Tudo depende da variagáo do mercado. O
prego é sempre volátil. Como sabe, actualm ente
existem conflitos na zona árabe, e enquanto esta
situagáo perdurar, a alta do crude será ainda um
facto. Ao manter-se a tendéncia, Angola continuará
a beneficiar-se desse recurso para continuar a
concretizar os seus programas de desenvolvimento
económico e social.
Carlos Domingos Francisco,
docente universitário, natural de
Luanda, nascido aos 16 de Maio
de 1980, é licenciado em Gestao
de Empresas, pela Cape Península
University and Technology (Africa
do Sul- 2005) e mestre em Gestáo
& Logística, em Florida, EUA,
em 2007, na Atlantic International
University, onde também concluiu
o doutoramento em Economía e
Gestáo Estatística, em 2010. Neste
mesmo ano, publicou a sua primeira obra intitulada “Competencias e
Requisitos para a Cadeia de Logísti­
ca & Política de Angolanizaí^ao”, da
1 9 I Petróleo
“A estrutura do
aprisionamento
sofreu algumas
mutacóes, as
quais exigem
uma constante
adapta^áo e
transformado”.
qual vendeu 950 copias. Este trabalho de cariz científico analisa as necessidades futuras das empresas em
matéria de logística, face á continua
evoluq:áo macroeconómica e identi­
ficar potenciáis cidadaos angolanos
que, eventualmente, possam bene­
ficiar do processo de angolanizacao
em curso na indústria petrolífera
angolana. O autor já trabalha numa
próxima obra, que deve designar-se “O impacto de derramamento
de petróleo na economia e ambiente
em Angola”. Em Agosto de 2011,
lan^ou a obra "Mercado de Capitais
em Angola”.
Arte
Arquitetura e designer petulante
A Ecología em acpao
dos prétfios do futuro
Arquitetura futurista, estrutura ecológica e design petulante. Essas
sao algumas das características que definem os prédios do futuro,
formagoes verticais que parecem ter saído da mente de um roteirista de ficgáo científica.
Com projetos espalhados por todo o mundo, esses edificios sao a
saída encontrada pelos arquitetos para exibir o poder de gigantes
multinacionais, ou resolver o continuo aumento da populagao ñas
grandes cidades, cada vez mais sem espago.
Dancing Towers ou Signature Towers (Dubai)
Com carácter de obra faraónica, as Torres que dangam de Dubai,
nos Emirados Arabes Unidos, vao ser a sede da empresa Business
Bay. O projeto comegou a ser construido em 2008, mas já foi paralisado e ainda nao há previsao de retorno. As tres torres foram
“coreografadas” para reflectir o movimento de fluidos, de acordo
com a arquiteta iraniana Zaha Hadid, responsável pelo projeto e
vencedora de diversas competigoes intemacionais.
Bosco Verticale (Milán)
Proeza incrível da arquitectura verde, a Bosco Verticale promete
ser a primeira floresta vertical do mundo.
A construgáo coberta de vida vegetal será erguida em Milao, na
Itália, e protege os moradores da poluigáo do ar e sonora através da
capacidade das plantas em gerar umidade, absorver C02, produzir
oxigénio e proteger o edificio da poluigao atmosférica.
Todas estas características melhoram a qualidade do espago e eco­
nomizan) dramáticamente o consumo de energia durante todo o
ano. Cada um dos 27 andares do edificio terá uma varanda planta­
da com árvores capazes de responder ao clima da cidade - sombra
será fomecida no verao, e luz do sol entrará ñas casas no invernó,
uma vez que as árvores estarao despidas.
A Bosco Verticale é de autoría do arquiteto Stefano Boeri.
56 Leonard Street (Nova lorque)
Este arranha-céu modernista e residencial terá 145 andares e será
localizado na cidade de Nova lorque, nos Estados Unidos. O prédío é projetado pela empresa suíga Herzog & de Meuron e descrito
pelo arquiteto como "casas empilhadas no céu."
O 56 Leonard Street já foi elogiado por publicagoes como Vanity
Fair e New York Magazine, mas atualmente está embargado e com
as obras paradas.
I Petróleo 2 0
Burj Al Alam (Dubai)
energía do edificio. O projeto, de autoría do arquiteto Chad
Oppenheim, é o primeiro condominio sustentável de Miami,
Com um elevador que chega a mais de 350 km por hora, o nos Estados Unidos.
Burj Al Alam (Torre do mundo, em portugués) é um luxuoso arranha-céu que será construido na cidade de Dubai, nos Logistic City (Shenzhen)
Emirados Árabes Unidos. A estrutura terá 501 metros de altu­
ra e uma espécie de coroa na cobertura, com jardim suspenso Com impressionantes 1111 metros de altura, a torre auto sus­
e spa. Sua construyo comegou em 2006, mas o projecto foi tentável projectada para a cidade de Shenzhen, na China, será
paralisado devido ao atraso no pagamento das parcelas de uma comunidade vertical com residencias, empreendimenclientes e investidores. A previsao actual para a conclusao do tos, comércio e áreas verdes.
projecto é no final de 2012.
A altura do super arranha-céu permitirá a circulado abun­
dante de vento que será colectado por turbinas eólicas para a
Edificio COR (Miami)
geragao de energia.
Para manter as plantas sempre verdes, um sistema de reciclaO edificio COR consiste em um condominio vertical multi- gem vai aproveitar a água da chuva para regar e cultivar as
funcional de estrutura metálica e vidro cercado por um exoes- partes naturais da construpao.
queleto parecido com um queijo sui'90. No topo, os orificios Outro aspecto positivo é o uso de energia solar para alimentar
circulares - ás vezes individual, ás vezes juntos - possuem todas as áreas comuns aos moradores.
grandes turbinas eólicas que agem em conjunto com o sis­ O projecto audacioso ainda nao passa de uma ideia e nao há
tema de painéis fotovoltáicos e colectores solares para o qualquer previsao de sua implantado ou do inicio de suas
aquecimento de água, que formam o sistema de gerayao de obras na cidade de Shenzhen.
2 1 I Petróleo
Opiniáo
STEVE JOBS
“Seu espirito sempre
será a base da Apple’
O aforism o segu n d o a q u a l a “arte é lon ga e
a v id a b rev issim a” (a rs longa, vita b revis em
la tim ), p o p u la riz a d a pelo poeta rom an o S é­
neca, tem razáo de ser, na m ed id a em que a
ex p re ssá o dos nossos feitos, q u e r tan gíveis,
q u e r in ta n g ív e is se p r o lo n g a m p a ra lá d a
sim ples v id a física do hom em , en quanto ser
m ortal.
P o r A ry da Luz
E verdade e os latinos sempre tiveram razáo. Fica
a marca e os feitos do homem, que náo raro, penetram o “ámago” de geragoes inteiras. Mas será
que sem Jobs, o mundo ficará realmente órfáo das
verdadeiras obras prima das tecnologías dos nossos dias?
Esta é de facto uma pergunta cuja resposta está
reservada para o tempo.
O mundo está hoje repleto de homens criativos,
génios e inovadores cujo olhar está voltado para a
mudanga do mundo. Mas, diga-se, Steve Jobs, é na
minha visáo, o maior visionário que o mundo um
dia teve. Sempre com elegáncia, arte e inovagáo,
mudou o mundo e deixou uma marca indelével no
universo das tecnologías. Se há radicalismos para
o mal, é também verdade que há radicalismos para
o bem e Steve Paul Jobs, nascido em Sáo Francisco,
California a 24 de Fevereiro de 1955, é disso exemplo. A sua morte já náo é novidade para ninguém,
principalmente para aqueles que sáo “os filhos e
aficcionados pelas tecnologias”. Porém, a verdade
é que a morte daquele que é tido como visionário,
provocou comogáo universal e náo foi porque tenha
sido um mau ou bom chefe, foi sobretudo porque os
seus feitos cessaram com a sua morte e o mundo
fica órfáo de possíveis obras geniais para o futuro,
como foram as que mudaram o nosso mundo hoje
e a forma de se comunicar, trabalhar e até ouvir
música.
Será verdade? Como será o futuro da Apple?
Diante de uma questáo destas, despontam duas
posigoes. A primeira leva-nos a questionar se com
a morte de Jobs, o génio inventivo da Apple há-de
permanecer. A outra, por sinal mais pessimista,
leva-nos a pensar que toda a “nata criativa”, que levou a empresa á mó de cima desaparece com a sua
morte. Verdade ou náo, paira uma preocupagáo no
ar sobre como vai ser doravante a Apple sem Jobs.
Há um antes e um depois de Steve Jobs. Antes de
fundar a empresa de informática Apple os com­
putadores eram
máquinas difíceis
de operar, lentas
e complexas, que
exigiam dos seus
utilizadores a leitura de manuais
volumosas. Com a
Apple, os compu­
tadores humanizaram-se, tornando-se poderosos
aliados no nosso
dia-a-dia. Em plena década de 80, o mercado esta­
va repleto de entusiastas. A Apple fundada no final
dos anos 70 por Steve Jobs, Steve Wozniak e Mike
Markkula, teve o seu revés, as suas lutas e difi­
culdades. Entre tentativas e dificuldades, a Apple
langa Macintosh, um computador pessoal que viria
a servir de molde para os futuros computadores (os
actuais).
No final da década de 1970, Jobs, em conjunto
com os seus companheiros, Steve Wozniak e Mike
Markkula, entre outros, desenvolveu e comercializou uma das primeiras linhas de computadores
pessoais de sucesso, a série Apple II. Estava langada a sorte. Mas nem tudo estava bem, apesar de
ter estado entre os primeiros a perceber o potencial
comercial da interface gráfica do usuário guiada
pelo mouse, o que levou á criagáo do Macintosh.
Estava-se em plena década de 80.
Após perder uma disputa de poder com a mesa di­
rectora, 4 anos depois, Jobs demitiu-se da Apple e
fundou a NeXT, uma poderosa companhia de des­
envolvimento de plataformas direccionadas aos
mercados de educagáo superior e administragáo,
na altura. Todavia, Jobs náo se dá por satisfeito e
parte para a compra da NeXT pela Apple em 1996,
o que lhe garantiu o seu regresso á companhia que
ele ajudara a fundar, na qual serviu como seu di­
rector executivo de 1997 a 2011, ano em que anunciou sua renúncia ao cargo, recomendando Tim
Cook como sucessor.
Morreu em 5 de Outubro de 2011, aos 56 anos, devido a um cáncer no páncreas. Foi um inventor,
empresário e magnata americano no sector da in­
formática. Notabilizou-se como co-fundador, presi­
dente e director executivo da Apple Inc. Foi tam­
bém director executivo da empresa de animagáo
por computagáo gráfica Pixar e accionista indivi­
dual máximo da The Walt Disney Company.
(Petróleo 2 2
Reflexáo
Há mercado para os
combustiveis alternativas?
Com o surgimento da revolugiáo industrial, o homem es­
tá incansavelmente a procura
de u m “modus operandi” favo­
rável para melhorar cada vez
mais a sua forma de viver. Mas
nem sempre as coisas se revelaram fáceis. Em face disso, o
homem, génio que é, correu
sempre para as alternativas.
Hoje, há inegavelmente uma
frenética corrida aos combustíveis alternativos.
Por Joana Pires
Há mercado para estes combustiveis?
Esta é uma questáo, cuja resposta está a mercé do tem ­
po. Verdade ou náo, o certo é que a necessidade de satisfazer determinados fins conduziu sempre a solugoes.
A busca pelo alternativo está em evidéncia. Pesquisas
com biomassa, hidrogénio, gás e híbridos já saíram da
fase dos prototipos e os novos combustiveis, aos poucos,
váo sendo comercialmente testados.
Cerca de 800 milhoes de veículos em circulagáo, em to­
do mundo, no ano 2000, devem se multiplicar, supe­
rando os 2 mil milhoes até o ano 2050. Ainda que novos
pogos de petróleo continuem a ser descobertos, as re­
servas sao limitadas e concentradas em alguns poucos
países, o que assegura uma perspectiva favorável para
o desenvolvimento de combustiveis alternativos. A par
do álcool, já consolidado como fonte renovável, a indús­
tria automobilística testa outras alternativas, tendo
passado, em muitos casos, da fase de prototipos para
testes comerciáis.
Entre as alternativas, capazes de reduzir náo só a de­
pendencia em relagáo ás reservas de petróleo, como
também as emissdes de poluentes, despontam o hidrogénio, o gás natural veicular, os motores eléctricos,
bio-combustíveis e sistemas híbridos. Estes náo substituem os derivados de petróleo, mas aumentam signi­
ficativamente seu aproveitamento. Durante o Michelin Challenge Bibendum 2003, realizado entre 23 e 25
de Setembro, na California, Estados Unidos, mais de
100 veículos, entre automóveis ligeiros, camióes e autocarros movidos com combustiveis alternativos foram
testados. O objectivo foi comparar seu desempenho. Do
conjunto destes veículos, diversos modelos já sao expe­
rim entalm ente comercializados, na Europa e Estados
23 IPetrilei
Unidos.
Entretanto, iniciativas desta natureza e a este nivel
exigem parcerias novas e fortes. Muitos estados fede­
ráis e até prefeituras, caso dos Estados Unidos e Brasil,
desenvolvem programas experimentáis, para substituigáo de combustiveis nos sistemas urbanos de trans­
porte colectivo. Existe, inclusive, um guia com directrizes internacionais de transporte limpo, resultante
de uma reuniáo realizada em Bellagio, na Itália, em
2001, e um Conselho Internacional para o Transporte
Limpo (cuja sigla, em inglés, é ICCT), com sede em Sao
Francisco, EUA.
No Brasil, a titulo de exemplo, foram adquiridos em
2004, através do financiamento da Hewlett Founda­
tion, 10 autocarros híbridos (diesel e sistema eléctri­
co) da empresa brasileira Electra. Os autocarros foram
testados. Com este passo pretendeu-se comprovar a
redugáo estimada de 50 a 60 por cento das emissoes.
No sector de biomassa, a Empresa Brasileira de Pes­
quisa Agropecuária (Embrapa) assinou um convénio
com o Banco Nacional de Desenvolvimento Económico
e Social (BNDES) e a Petrobrás, para ampliar os projec­
tos de pesquisa com combustiveis, incluindo inovagoes
tecnológicas relacionadas ao álcool de cana. Biocombustíveis á base de soja, girassol, amendoim, mamo­
na e dendé estao na lista de prioridades e as pesquisas
devem incluir análises das cadeias produtivas, além de
desenvolver processos tecnológicos.
O Brasil deve aproveitar melhor as boas condigoes cli­
m áticas para produgáo de bio-combustíveis, visando
também o mercado externo de energías renováveis.
Em Angola, embora náo estejam identificadas as em­
presas que eventualm ente possam vir a desenvolver
o sector das energías alternativas, deve haver algum
interesse da parte do Executivo em canalizar algum
investimento neste dominio, ou se náo reforgar as Par­
cerias Público ou Privadas (PPP), no ámbito do desen­
volvimento das energías renováveis ou alternativas.
De resto, o país tem vastíssimas parcelas de térra associado a um clima favorável para desenvolver combustíveis alternativos, através de cultura da cana-deagúcar, dendém e outros cultivos.
Omeu ponto de vista
ENERGIAS
Renováveis na vanguarda
das fontes energéticas
do Sec. XXI
i
(
<
i
esde os primordios
da h u m a n id a d e
que os bens que a
n a tu re z a dispóe
rep resen tam quase que
de forma inquestionável a
fonte de riqueza que os homens tém para a satisfagáo
das suas necessidades. Es­
tas necessidades sao dinámicas e estáo sempre
em constantes mutagóes, mudanzas constantes
e obedecem sempre a um critério de valoragáo
em fun^áo do uso que se faz das mesmas.
♦POR OSWALDO CAPEJA
Embora algumas opinioes caminhem em sentido con­
trario, o uso que o homem faz dos bens que a natureza
fornece tem em vista a melhoria das suas condigoes
de vida. Os seres hum anos sempre buscaram e ainda
hoje buscam tira r dos recursos naturais as maiores
vantagens possíveis e fazendo uso da sua inteligen­
cia, do seu engenho e da sua capacidade de criar e
aperfeigoar, váo desenvolvendo tecnologías cada vez
mais avanzadas tendo em atengáo a melhoria da sua
qualidade de vida.
Desde os tem pos im emoráveis que o homem busca
aperfeigoar os instrum entos usados para explorar e
extrair tais recursos. Antes da revolugáo industrial
operada na Inglaterra no século XVIII, existiam re­
cursos energéticos que eram explorados com tecnolo­
gía bastante rudim entar. Hoje o quadro é bem dife­
rente, havendo um a clara e favorável incursáo no pro­
cesso de exploragáo das energías renováveis com alta
tecnología, o que abre caminho para a táo apregoada
sustentabilidade.
Mas a descoberta de matérias-prim as dentre as quais
se destaca o carváo e o advento da máquina a vapor e
os principios da termodinámica, propiciaram o surgimento dos meios de transporte e consequentemente a
descoberta de novos recursos naturais dentre os quais
o petróleo e gás natural. Entenda-se por energías re­
nováveis aquelas em que existe uma taxa de utiliza­
gáo bastante inferior a taxa de renovagáo. Sao na sua
esséncia energías provenientes de recursos naturais,
tais como o Sol, chuva, vento, calor, marés, etc., etc.,
Sao reabastecidos pelas forgas da natureza. Isto é, na­
turalm ente. As energías renováveis tém vindo a ganhar destaque ao nivel dos Estados ñas últim as déca­
das isto porque, por um lado sao praticam ente inesgotáveis. O seu uso e aproveitamento náo comprometem
a sua disponibilidade para as geragoes futuras. Os ris­
cos ecológicos da sua utilizagáo sao mais baixos, se nos
ativermos ao modo clássico de produgáo de energia e
permitem reduzir em grande escala a dependencia do
petróleo e do carváo, para se ter algum exemplo.
Por outro, o modo como a atmosfera está constituida
tem sido alterado em grande medida, devido ao uso em
grande escala dos combustíveis fósseis. O aquecimento global, as chuvas ácidas, degelo nos polos sao alguns
exemplos. O recurso ás energías limpas e sustentáveis
é uma condigáo que se impoe com uma certa urgencia,
embora se reconhegam os custos elevados de investi­
mento no sector e os períodos de recuperagáo muito
longos. Assiste-se a uma certa atitude de resistencia
generalizada a mudanga, existem também problemas
ligados ás flutuagoes sazonais de certas energías (eólica e solar).
Em Angola, há uma clara “viagem” para esta direcgáo.
O país tem potencial para aproveitar fontes de energia
renováveis e o Executivo está empenhado em que sec­
tores importantes da economía se desenvolvam dentro
das “melhores práticas am bientáis”.
A transigáo para a economía verde “é um a realidade
internacional” e que parece ser imprescindível para
uma economía como é a Angolana. Este esforgo permi­
te que Angola dé passos rumo a uma economía mais
verde e um desenvolvimento sustentável.
Actualmente, a populagáo m undial ronda aos 6 mil
milhóes de habitantes. E segundo dados demográfi­
cos, até meados do sec XXI, poderá atingir a cifra dos
10 mil milhóes de habitantes, sendo que a maior taxa
de crescimento está localizada nos países em vía de de­
senvolvimento. Estima-se que o consumo de energia
mundial venha a atingir duas a tres vezes o consumo
actual. Portanto, prevé-se que os grandes aumentos
na procura de energia no futuro sejam dos países em
vias de desenvolvimento, devido ao maior crescimento
da populagáo e desenvolvimento económico e tecnoló­
gico. Nos países industrializados, mesmo com grandes
quantidades de consumo, assiste-se ao iniciar de uma
gestáo de eficiéncia e poupanga energética relaciona­
da com a evolugáo.
*Jurista
IPetróleo24
Ciencia
Os portáis Web e a sua
importáncia na nova era
N o mundo moderno onde o uso das tecnolo­
gías de informagáo e comunicagáo tem vindo
a melhorar a relagáo entre os seus cidadáos, o
processo de prestagáo de servigo tem sido araplamente discutido. Se anteriormente a oferta
de servidos e/ou produtos era feita de forma fí­
sica, na actualidade este procedimento já náo é
a única alternativa.
POR GILBERTO MOISÉS *
poderá criar um portal onde irá disponibilizar este
material.
Os portáis permitem melhorar a gestáo de pessoas:
No sentido de tornar mais eficiente o processo de ges­
táo de pessoas, as organizagóes deveráo disponibili­
zar nos seus portáis catálogos com cursos para que os
seus funcionários seleccionem os cursos que preten­
dan» fazer e que estejam de acordo com o seu perfil e
as suas habilidades.
Podem até matricularem-se em on-line.
Os portáis deveráo permitir que os funcionários solicitem material de escritorio, equipamentos, e caso a
organizagáo tenha algum contrato com uma clínica,
deveráo permitir que os funcionários marquem as su­
as consultas médicas sem precisarem sair do local de
trabalho.
Os portáis melhoram os servigos prestados á comunidade: Em alguns países, com maior realce para a
Europa e os Estados Unidos da América, a interacgáo
na comunidade é feita utilizado portáis electrónicos.
Sáo utilizados os portáis para entrega das declaragóes de rendimentos (IRC e IRS), sáo utilizados os
portáis, por exemplo, do Ministério da Educagáo onde
é apresentada a classificagáo das escolas a fim dos
país e encarregados de educagáo escolherem quais as
melhores escolas para m atricular os filhos.
Os portáis sáo utilizados também, pelas instituigóes
de saúde para divulgarem os seus servigos a fim de
captarem o maior número de clientes. O mesmo acon­
tece com empresas que queiram divulgar os seus pro­
dutos e/ou servigos.
Os portáis ampliam os canais de vendas, aumentam
a competitividade das empresas, reduzem os custos
em todos os processos realizados com auxilio da In­
ternet, disponibilizam operagóes 24 horas por día,
permitem rapidez na realizagáo dos processos, redu­
zem da incidencia de erros nos processos, agilizam a
integragáo com fornecedores, reduzem a circulagáo
física de documentos e diminuem o ciclo de compras.
No entanto, e apesar dos grandes beneficios trazidos
pelos portáis electrónicos, a sua criagáo e desenvolvim ento é uma tarefa difícil.
Para criar um portal que tenha sucesso é preciso em
primeiro lugar torná-lo atraente aos utilizadores e
disponibilizar os servigos e ferram entas certos. Desta
forma, os utilizadores seráo atraídos até o portal e
comegaráo a usá-lo regularmente.
A Internet tem sido o grande veículo utilizado para a
transformagáo dos servigos oferecidos fisicamente, e
as vezes restrito apenas a pessoas e entidades que se
encontravam num espago físico relativamente próxi­
mo da empresa, para oferta um público cada vez mais
abrangente, ultrapassando desta forma as barreiras
físicas, como distáncia, espatos geográficos e até bar­
reiras lingüísticas e tradigóes e costumes. Mas para
que a oferta de servigos fosse feita de forma organi­
zada, surgiu uma ferram enta informática, conhecida
por portal.
Os portáis electrónicos sáo aplicativos que permitem
as organizagóes fornecer informagóes arm azenadas
interna e externam ente e fornecer aos utilizadores
uma única porta de entrada para a informagáo perso­
nalizada necessária para a tomada de decisáo. Quanto ao contexto de utilizagáo os portáis podem ser classificados como em:
• Portáis Públicos - também conhecidos como Por­
táis Web ou Portáis de Internet. Oferecem aos utili­
zadores uma interface com a rede de servidores que
compóem a Internet. Possuem a fungáo de atrair o
público em geral e funcionar como uma meio adicio­
nal para o marketing de produtos.
• Portáis de negocios ou corporativos - incorporam
novas tecnologías que possibilitam a identificagáo,
captura, armazenamento, recuperagáo e distribuigáo
de grandes quantidades de informagáo de múltiplas
fontes, internas e externas, para as pessoas e equipas
de uma organizagáo.
O desenvolvimento dos portáis tem sido de impor­
táncia fundam ental para as empresas, permitindo
maiores ganhos com a reorganizagáo dos processos
produtivos.
Os portáis permitem melhorar os processos organizacionais: Geralmente, m uitas organizagóes possuem
diversos processos e para a sua execugáo é necessário
que esteja munida de normas, regulamentos, m anu­
ais de procedimentos e catálogos de servigo. Assim,
em vez da organizagáo gastar grandes somas de di- *Doutorando em Engenharia e Gestáo
nheiro para im pressáo destes m anuais em papel, de Sistemas de Informagáo
25 IP etrilei
Análise
— — —^
1
O uso de dispersantes
e os planos de contingencias
no offshore angolano
a semana de 7 a 10 de
N ovem bro de 2011, foi
realizado no Ministério dos
P etróleo s, em L u an d a , o
W orkshop sobre o “Uso de
Dispersantes e os Planos de
Contingéncia Local”.
N
Por Octávio Alves Macieira
Louren^o *
O Ministério dos Petróleos, sendo o órgáo da administragáo central do estado que tutela o sector dos petró­
leos é o responsável pela execugáo da política nacional,
coordenagáo, supervisáo, controlo e fiscalizagáo de toda
actividade petrolífera, tendo por isso, o direito de coor­
denar e supervisionar o workshop, através do seu gabi­
nete de Seguranga e Meio ambiente.
O workshop visou esclarecer e ilustrar a importancia do
Uso de Despersantes e os respectivos Planos de Contin­
géncia do Executivo Angolano e das companhias petro­
líferas contra derrames de petróleo no offshore (mar).
E ste workshop dem onstrou o interesse comum das
autoridades nacionais e da indústria petrolífera em
desenvolver o mapeamento de sensibilidade da costa
nacional, permitindo que os participantes chegassem
a um acordo sobre uma metodología específica para o
mapeamento de sensibilidades costeira de Angola e de
propor uma estrutura de projecto envolvendo o Execu­
tivo e a indústria petrolífera.
Como resultado, um projecto de mapeamento está a ser
implementado como um passo essencial para a preparagáo e as operagóes de respostas a derrames de petró­
leo no offshore.
A realizagáo do evento dem onstra a preocupagáo do
Executivo face aos problemas ambientáis causados por
derram es em águas m arinhas.
Cada companhia presente no workshop, procurou apresentar os seus planos de contingéncia, os devidos processos de acgáo em caso de derrame no m ar e os meca­
nismos esséncias de uso dos dispersantes na contengáo
das gotículas de petróleo langados ao mar.
E de louvar a iniciativa, que visou criar condigoes de
debates sobre questóes que dizem respeito da protecgáo
de derram es, salvaguardando um clima harmonioso
entre o petróleo e o meio em que nos rodeia.
Há a necessidade destes tem as chegarem até ás uni­
versidades que adm inistram cursos de Engenharia de
Petróleos e Ambiental, através de palestras e seminá-
rios para que os estudantes possam conhecer melhor as
perspectivas e tecnologías a serem usadas no futuro.
Derrames de petróleos no m ar prejudicam de forma in­
tensa e duradoura a vida m arinha. Desde o Fitoplanton, base da cadeia alim entar oceánica até as aves. To­
dos sofrem com esta triste ocorréncia.
As manchas de petróleo impedem e diminuem a entra­
da da luz no mar, o que prejudica a fotossíntese dos
vegetáis, sobre tudo o fitoplanton, o petróleo também
fica impregnado ñas penas da aves, matando-as por hi­
potermia, entope as vias respiratorias dos mamíferos,
interfere nos químio-receptores dos anim ais migrato­
rios, deixando-os desorientados, afecta as actividades
de quem vive da pesca e do turismo, promove em fim
uma auténtica devastagáo ambiental.
Também em térra sao graves os problemas causados
por derrames de petróleo e seus derivados, na medida
em que oleoductos sem manutengáo prévia adequada
podem romper-se e provocar sérios problemas com o
agravante de tornarem difícil a identificagáo do vazamento, em fungáo das suas grandes extensóes. Pogos
em térra (Onshore), tanques de arm azenamento, vagóes e camióes de armazenamento, podem trazer pro­
blemas drásticos ao solo. E todos estes danos demoram
muito tempo para serem recuperados, além do risco de
contaminagáo de eventuais lengóis freáticos, que po­
dem afectar negativam ente o abastecim ento de água
ñas cidades.
O sector petrolífero angolano constituí 80 por cento das
receitas fiscais da economía nacional. Em face disso, é
relevante redobrar a atengáo no que concerne aos Pro­
gram as de Desenvolvimento e Prevengáo de Futuros
Impactos Ambientáis causados pelo Derrame de Petró­
leo de grande dimensao no On/Offshore Angolano.
O derram e do golfe do México, Estados Unidos em
2010, resultado da explosáo de um a plataform a pe­
trolífera da BP, culminando num a enorme catástrofe
ambiental, fortaleceu a perspectiva local nos aspectos
relacionados ao controlo e planos de acgáo no combate e
prevengáo de derrames de petróleo em Angola.
As denúhcias de derrames de petróleo em Angola feito por entidades locáis, populagoes em geral, imprensa
nacional - internacional, e mesmo pelas companhias
petrolíferas que actuam no offshore, sao encaradas com
seriedade e releváncia pelos Ministérios do Ambiente e
dos Petróleos.
As companhias devem ajudar o governo Angolano a
identificar as zonas poluídas, apresentar os seus pro­
jectos e trabalhar conjuntam ente com especialistas e
I Petrólei 2 6
am bientalistas nacionais com vista a minimizar os im­
pactos criado pela insergáo do crude no mar.
Diante dos potenciáis riscos inerentes as actividades
das empresas petrolíferas, muitos investimentos estáo
a ser realizados no desenvolvimento de novas tecnolo­
gías de protecgáo ambiental, bem como treinamentos
de pessoal especializado de políticas e programas de
preservagáo na defesa ambiental.
O uso de Despersantes como tecnología de Combates
a Derrames, traz ao offshore uma forma evidente de
controlo aos derrames em Angola, dando esperanga aos
que diariam ente usam o Mar como fonte de rendimentos, e uma luz efectiva na preservagáo da fauna e da
flora marinha.
Os dispersantes sao utilizados principalmente em de­
rram es de petróleo no alto mar. Como o próprio diz,
possuem a propriedade de quebrar a mancha de petró­
leo em milhóes de partículas, permitindo a oxigenagáo
na água e a passagem de luz.
Assim, o ambiente marinho é protegido, pois o processo
de biodegradagáo do petróleo é acelerado.
Os dispersantes sendo produtos químicos, necessitam
ter os devidos cuidados e serem aprovados o seu uso,
para se verificar se estáo com baixa toxidade, se sáo
biodegradáveis e se obedecem os padróes específicos
de utilizagáo.Para alem dos dispersantes exitem ainda
outros produtos tecnológicos usados contra derram es
petrolíferos tais como: Os Absorventes Sintéticos e Na­
turais, os Adsoventes para óleos viscosos, as Barreiras
de Contengáo para prevenir ou conter vazamentos de
petróleo ou derivados.
O plano de Contingéncia contra os derram es de pe­
tróleo aprovado pelo executivo Angolano desde 2008,
vem cimentar mais uma vez, o que já acima referí, da
preocupagáo neste momento do Governo de Angola em
introduzir mecanismos suficientes, eficazes e econó­
micos para se impor no offshore barreiras tecnológicas
apropriadas contra derrames de petróleo no mar.
A Industria petrolífera a nivel mundial é considerada
como sendo a principal poluidora das águas do mar, lo­
go todos os planos de contingencias contra derram es
devem ser encarados em primeiro lugar como sendo a
forga motriz de defesa marinha.
A criagáo de planos de fiscalidade para se confrontar
com exactidáo se os produtos utilizados estáo a satisfazer as necessidades desejadas, e se os planos pré estabelecidos pelas entidades governamentais estáo a ser
implementados com rigorosidade, poderáo ajudar no
desenvolvimento do sector.
*jEngenheiro de Petróleo e
Professor Universitário.
Regiáo
ANGOLA ACOLHEU A XXXIa CIMEIRA
Os desafios da presidencia
angolana da SADC
Angola assumiu pela segunda vez a presidéncia da Comunidade de Desenvolvimento
da Africa Austral (SADC), na Cimeira de Chefes de Estado e de Governo, que decorreu recentemente, em Luanda, onde participaram
catorze dos 15 países que compóem a regiáo,
nomeadamente Angola, Botswana, Namibia,
Zámbia, Mozambique, Suazilándia, Lesotho,
Tanzánia, Seychelles, Malawi, África do Sul,
IIbas Maurícias, RDC e Zimbabwe, com ausen­
cia de Madagáscar.
Ismael Botelho
Ao presidir um dos organismos de maior peso na
economía ao Sul de Africa, o país tem para frente
desafíos acrescidos e responsabilidades que deve le­
var a níveis de desenvolvimento nunca antes vistos.
A trigésima primeira reuniáo elegeu como tema de
discussáo “A consolidagáo das bases da integragáo
regional e o desenvolvimento das infra-estruturas
para facilitar as trocas comerciáis e a liberalizadlo
económica”. Entre outros aspectos, foi ponto assente
que o processo de integragáo regional está a ser reconhecido como um factor im portante e complemen­
tar para os passos de desenvolvimento dos países da
comunidade. Existem esforgos maiores para que os
Estados consigam im plem entar os programas de­
finidos, embora especialistas afirmem haver ainda
algumas dificuldades para o alcance de progressos
nessa direcgáo, como a falta de pessoal qualificado,
recursos adequados e uma “massa crítica” necessária á implementagáo de mudangas, sobretudo para
Angola, em que a questáo das infra-estruturas é o
principal desafio do país, bem como a base para a
entrada na zona de comércio livre (ZCL), a dominar
a agenda.
Desafios de Angola
D urante o presente mandato de um ano, a presi­
dencia rotativa da SADC definiu entre os principáis
assuntos, o estabelecimento de uma regiáo forte,
próspera e que promova os interesses dos povos
que a representa. Entre as prioridades, merece des­
taque a questáo da consolidagáo das bases da in­
tegragáo regional, através do desenvolvimento de
infra-estruturas do comércio e da liberalizagáo eco­
nómica, bem como da revisáo do Plano Indicativo
Estratégico de Desenvolvimento Regional (RISDP).
A implementagáo de uma Estratégia de Financiamento do Fundo de Desenvolvimento Regional e
a sua operacionalizagáo para a preparagáo e des­
envolvimento de Projectos de Infra-estruturas e a
execugáo do Observatorio Regional da Pobreza da
SADC, bem como, o incremento do combate e con­
trolo das doengas transmissíveis, nomeadamente, o
HIV/SIDA, malária, tuberculose e a materializagáo
dos programas para a gestáo conjunta de recur­
sos naturais transfronteirigos, com énfase para as
Areas de Conservagáo, constam das prioridades da
presidencia da organizagáo.
Outras prioridades tém a ver com a concepgáo de
um Programa de Desenvolvimento Industrial e im ­
plementagáo do Centro de Coordenagáo de Pesquisa
Agrícola e Desenvolvimento, bem como a resolugáo
pacífica dos conflitos existentes na regiáo e para a
consolidagáo da paz, da seguranga, dos Direitos H u­
manos e da Democracia.
Conforme disse o Presidente da República, José
Eduardo dos Santos, na sua intervengáo, a SADC
já percorreu uma longa trajectória, desde os tem ­
pos dos Países da Linha da Frente, e soube sempre
ultrapassar as m uitas provagoes e adversidades
com as quais se confrontou, gragas a dedicagáo dos
seus actuais líderes e dos seus antecessores, além
do espirito de sacrificio e abnegagáo dos respectivos
povos.
Indicadores da regiáo
Recorrendo ao exemplo de Angola, para ilustrar as
grandes transformagóes que a regiáo tem vivido, o
agora Presidente da SADC lembrou que registou-se
o aumento da taxa de crescimento da economía em
3,4 por cento no ano de 2010, a redugáo da taxa de
inflagáo de tres mil por cento para os actuais 14,13,
além do aumento do investimento público e priva­
do constituem prova inequívoca da forga regional.
Por esta razáo, avangou que a recuperagáo e cons­
trugáo de estradas, caminhos-de-ferro, sistem as de
energía eléctrica e abastecimento de água potável
levaráo á melhoria significativa do índice de des­
envolvimento humano no país, o que fez com que
José Eduardo dos Santos solicitasse á adequagáo
dos planos regionais, que constam do Programa In­
I Petróleo 2 8
dicativo Estratégico de Desenvolvimento Regional
(RISP), aos procedimentos da organizagáo para a
obtengáo de melhores resultados.
Integragáo e comércio
No que toca á integragáo e o comércio, o novo Pre­
sidente da SADC reconheceu que a zona nao é aín­
da um espago económico homogéneo, no qual os
efeitos benéficos do crescimento económico podem
ser absorvidos pelos países com mais elevados ín­
dices de desenvolvimento, caso náo se estabelegam
regras adequadas. Por essa razáo, pediu que o pro­
cesso de integragáo acautelasse as diferengas estruturais, sociais e de ritmos de crescimento exis­
tentes entre os países, para que náo desemboque
em altas taxas de desemprego e pobreza.
Ainda sobre a integragáo na Regiáo Austral, o es­
tadista angolano pediu que esta seja sustentada
e equilibrada, de forma a influenciar uma nova
ordem económica, onde os legítimos interesses de
todas as Nagoes sejam respeitados e tidos em consideragáo. Mas para isso, advogou a necessidade
de a SADC se tornar parte activa do desenvolvi­
mento de África e do mundo, através da elevagáo
dos seus patam ares. O estabelecimento de uma
verdadeira zona de livre comércio, integrada por
todos os países membros da regiáo, persiste en­
tre os grandes desafios da organizagáo. Contudo,
a presidencia da SADC acredita que este desiderato é já um a realidade, pois os países que ainda
náo a aderiram estáo empenhados na criagáo de
condigoes internas para a concretizagáo, em breve,
deste compromisso. Assim, a intengáo agora é de
se avangar para a criagáo da grande Zona de Co­
mércio Livre COMESA-EAC-SADC, processo que
vai integrar as regióes leste e austral do continen­
te africano, como sendo objectivo final da acgáo da
comunidade.
Balangas comerciáis
Na visáo do Presidente José Eduardo dos Santos, o
défice ñas balangas comerciáis dos Estados-membros estáo na base da migragáo de muita máo-deobra da regiáo para outras partes do mundo. Daí
que para o equilibrio e superagáo destes constrangimentos deve surgir o aumento da competitividade de cada Estado e que se preste a atengáo de­
vida á conjugagáo dos interesses colectivos entre
os países. Na sua condigáo de Presidente de An­
gola, Eduardo dos Santos adiantou que o seu país
está interessado em fomentar o desenvolvimento
de infra-estruturas que constituam um estímulo
adicional para o crescimento económico e muito,
em particular, para o investimento e o desenvol­
vimento do comércio, quer seja na regiáo, quer no
continente em si. A manutengáo da paz no conti­
nente e, particularm ente, na Regiáo Austral, a situagáo da fome prevalecente na Somália, causada
2 9 1 Petrtlei
pelo conflito interno e pela sua situagáo de seca
constituem outras das grandes preocupagóes da
lideranga da comunidade. Os Chefes de Estado e
de Governo acordaram que a XXXIIa Cimeira da
SADC tem lugar em Agosto de 2012 na cidade de
Maputo, em Mogambique. Neste evento, Mogambique vai assum ir também a presidencia rotativa
da organizagáo.
Tratado de Luanda
O tratado Okavango-Zambeze, aprovado em Luan­
da, no decurso da Cimeira, é um projecto transfronteirigo que vai contribuir para o desenvolvi­
mento do turismo na Regiáo Austral do continen­
te. O documento, segundo o Secretário Executivo
da SADC, Tomaz Salomáo, visa o estabelecimento
de uma área transfronteiriga de conservagáo que
se estende por cinco países da comunidade, nomeadam ente Angola, Botswana, Namibia, Zámbia e Zimbabwe, cuja aplicagáo deve promover o
desenvolvimento sustentável da área abrangida
pelo projecto, através de práticas de conservagáo e
do ecoturismo. Segundo ele, o projecto OkavangoZambeze deve constituir, também, um meio eficaz
para a redugáo da pobreza e facilitagáo da livre
circulagáo de pessoas e bens na regiáo. O Tratado,
na visáo de alguns analistas, pode ainda benefi­
ciar o desenvolvimento das comunidades locáis e
residentes na área abrangida pelo projecto, criar
postos de trabalho para jovens desmobilizados e
constituir-se numa mais-valia para a economía no
seu todo.
Saudacao aos participantes dos Presidentes da Namibia, Lucas Pohamba e de Angola, Engenheiro José Eduardo dos
Santos
De acordo com dados apresentados, o OkavangoZambeze tem uma dimensáo de 278 mil quilómetros
quadrados, detendo Angola a segunda maior parce­
la, com 87 mil quilómetros quadrados.
O facto de existirem na área grandes parques nacionais, como o do lona, do Luengue e a Coutada
Pública do Mucusse, a Reserva de Caga de Mavinga,
tornam o país num dos marcos fundamentáis para o
desenvolvimento, náo só cultural, histórico e social,
mas sobretudo económico.
Da parte de Angola, integram a comissáo, que é
coordenada pelo M inistério de Hotelaria e T uris­
mo e coadjuvado pelo Ambiente, os Ministérios da
Agricultura, Desenvolvimento Rural e das Pescas,
do Interior, Transportes, Geología e Minas e da Indústria.
Área protegida
Segundo alguns observadores que participaram
do encontro, a área protegida com base no tratado
assinado é do tam anho correspondente a metade
da Franga, e abrange as bacías dos rios Zambeze
e Okavango.Tem por vocagáo transform ar-se num
paraíso do ecoturismo no mundo. A área protegida
de Okavango-Zambeze está situada entre os territo­
rios de Angola, Botswana, Namibia, Zámbia e Zimbabwe. Permite, entre outras, a ligagáo a 14 p ar­
ques nacionais e reservas naturais desses países e,
principalmente, para as C ataratas Vitoria e o Delta
do Okavango, permitindo-lhe, assim, ser a maior
zona protegida com vocagáo turística do mundo. O
projecto tem por objectivo a conservagáo da biodi0 Petróleo 3 0
versidade, o desenvolvimento
sustentável das comunidades
locáis, o estímulo ao ecoturismo e a partilha dos recursos da
regiáo, muito rica em espécies
raras, especialm ente Leopar­
dos, Rinocerontes e antílopes
diversos.
Por exemplo, só a populagáo de
Elefantes que habita na área
ronda aos cerca de 250 mil. Os
países membros do projecto assinaram o memorando de entendim ento em Dezembro de
2006 e só agora entra em vigor.
tariado Executivo da SADC, a
atengáo está concentrada na
revisáo do Plano Estratégico
Indicativo do Desenvolvimen­
to Regional 2000-2010 e na
conclusáo do Plano Director do
Desenvolvimento de Infra-estruturas. Além disso, anunciou
que será dada especial atengáo
á operacionalizagáo e Desen­
volvimento dos Produtos, para
a criagáo do Centro de Coordenagáo de Investigagáo Agrária
da África Austral.
Integragáo de Angola
Metas económicas da regiáo
Para o Secretário Executivo, os
Chefes de Estado e de Governo
devem trabalhar para a concretizagáo dos objectivos propostos
aos mais diversos níveis para a
regiáo, reflectindo, igualmente,
os esforgos dos países da regiáo
para vencer a pobreza e prepa­
rar um futuro melhor para as
novas geragóes. O executivo salientou que a situagáo económi­
ca da regiáo apresenta, actual­
mente, uma viragem positiva,
após o abrandam ento provo­
cado pela crise económica e financeira mundial, sublinhando
que em 2010 a regiáo registou
um crescimento do Produto In­
terno Bruto (PIB) na ordem dos
cinco por cento, em comparagáo
com os 2,4 por cento registados
em 2009.
A regiáo ainda enfrenta algumas dificuldades, apesar de a
taxa média de inflagáo ter sido
de cerca de cinco por cento em
2011, contra 2,4 por cento de
2010, e as poupangas iniciáis
registaram melhorias, subindo
de 13 para 15,6 por cento. Já
a taxa de investim ento em relagáo ao PIB cresceu de 22 para
24 por cento. O grande desafio
que se coloca á comunidade é fazer com que os vários Estadosmembros continuem a registar
subidas ñas suas receitas, ñas
projecgóes de médio prazo, e
que os principáis indicadores
macroeconómicos permanegam
estáveis. Tomaz Salomáo disse
também que, a nivel do Secre­
31 IPetrdlei
O Centro de Estudos e Investi­
gagáo Científica da Universidade Católica de Angola (CEIC)
promoveu também recentemente, em parceria com a Fundagáo
Open Society, uma conferencia
subordinada ao tema genérico
“Integragáo Regional de Angola
na SADC: Mito ou Realidade”,
cujo objectivo principal foi o de
promover uma discussáo públi­
ca, e estratégica sobre as opor­
tunidades, desafios e constrangimentos da integragáo regio­
nal efectiva de Angola na zona e
o seu impacto na vida e os inte­
resses dos cidadáos angolanos.
Segundo o economista Carlos
Rosado, se Angola é um impor­
tante ponto central para o des­
envolvimento e de estabilidade
na Regiáo Austral do continen­
te africano é indispensável a
construgáo de infra-estruturas
básicas para darem suporte
ao crescimento de Angola e da
Regiáo. Segundo ele, Angola
enfrenta ainda desafios que
devem ser ultrapassados nos
próximos anos, nomeadamente
os aspectos que tém a ver com
a elaboragáo de regras aduaneiras, os padróes de qualidade dos
produtos e servigos, as questóes
meteorológicas, medidas sanitárias, a promogáo do sector pri­
vado para resolver as restrigóes
do lado da oferta, a avaliagáo do
investimento público, o aum en­
to e facilidade do comércio agrí­
cola, bem como a aplicagáo dos
acordos já existentes.
Carlos Rosado disse igualmente
ser necessária a eliminagáo das
tarifas aduaneiras, pelo menos
até 2012, referindo que existem
ainda grandes im passes nos
países da regiáo neste aspecto
particular.
Passos dados
Até ao momento aderiram ao
pacto da Zona de Comércio Livre 12 dos 15 países que integram a SADC, restando Angola,
RDC e as Ilhas Seychelles, que
aderiu nesta cimeira. Em 2008,
foram elim inados os direitos
sobre 85 por cento do comércio
intra-comunitário. Já em 2010,
estes passaram para 98 por cen­
to, encerrando a entrada em vi­
gor da Uniáo Aduaneira. A totalidade dos processos de criagáo
de um mercado comum deverá
estar pronta em 2015. O proto­
colo da Zona de Comércio Livre
foi assinado em 1996 e entrou
em vigor em 2000.
Comércio intra-regional
No que toca ao comércio intraregional, o especialista é de
opiniáo que se deve aum entar
o volume de negocios entre os
países da regiáo em todos os do­
minios, para se promover a concorréncia.
Por seu turno, o presidente da
Associagáo Industrial de An­
gola (AIA), José Severino, defendeu que seja quadruplicado
o crédito agro-industrial e se
aprove a reforma aduaneira e
fiscal, bem como o Imposto so­
bre Valor Acrescentado (IVA),
e adequar a pauta aduaneira e
a Lei Geral de Trabalho á nova
realidade do país.
Segundo ele, um país que ficou
cerca de 40 anos sem crescer,
náo pode correr o risco de aderir á integragáo de forma alea­
toria. José Severino referiu
igualm ente ser necessário in­
vestir fortemente na educagáo
e na saúde, salientando serem
áreas que faráo a diferenga na
zona e perm itiráo uma concorréncia moderada com os paí­
ses da comunidade.
Eventos
Lopes
A angolana Leila Lopes venceu a
60a edigáo do concurso Miss Universo
2011, numa eleigáo que decorreu em
Sáo Paulo, Brasil, num cenário reple­
to de glamour, requinte e elegáncia.
De resto, a eleigáo da angolana tem
constituido destaque noticioso na im­
prensa mundial. Ela tem 25 anos e
é natural de Benguela. No universo
das 98 candidatas, Leila destacou-se
pela sua extraordinária beleza mas
também pela dimensáo intelectual,
que para já pareceu ser acutilante e
profunda.
A sua eleigáo mereceu felicitagoes.
O Presidente da República de Ango­
la, José Eduardo dos Santos felicitoua, por via de uma nota de imprensa.
O Comité Miss Angola náo ficou
de parte. Pela conquista Leila Lopes,
foi convidada a ser embaixadora das
Regioes Aridas da Convengáo das
Nagoes Unidas sobre o Combate á
Desertificagáo.
A ser convidada, o que se pretende
é sensibilizar, entre os decisores pú­
blicos, grupos da sociedade civil, da
política sobre a importáncia do com­
bate á desertificagáo e degradagáo da
térra, bem como a mitigagáo dos efeitos da seca.
Durante o seu mandato, Leila Lo­
pes vai residir em Nova Iorque. Neste
concurso de beleza universal, a repre­
sentante angolana bateu na concorréncia as candidatas da U cránia e
do Brasil, Olesya Stefanko e Priscila
Machado, respectivamente.
O concurso Miss Universo é orga­
nizado pelo m agnata americano Donald Trump, que reúne candidatas
com idades dos 18 aos 27 anos, todas
solteiras, sem filhos e que nunca posaram nuas.
0 Petróleo 3 2
Leila Lopes
passa "legado”
á Marcelina
Miss Angola 2012
A Miss Universo, Leila
Lopes, deixou Nova Iorque e veio a Angola passar
a coroa, um verdadeiro
“legado” á Marcelina Vahekeni, agora eleita Miss
Angola 2012, que deixou
para trás 23 candidatas
ao prémio.
O titulo dá a Marcelina
Vahekeni novos e hori-
Na Pra^a da Independencia
zontes e “amontoados de
sonhos”.
Mas para disso, a nova
Miss Angola vai caminhar
para os “caminhos” de Leila, já que é a representante de Angola ao concurso
Miss Universo 2012. E se
vencer?
Leila vai passar-lhe, mais
uma vez, o testemunho.
Gerafoes de músicos
“cruzam-se” num só palco
Há muito que a praga da independencia tem
sido o palco, aonde diferentes geragoes de mú­
sicos “se cruzam” para comercializar “música”.
Em Angola ela vende e esta evolugáo comega a
marcar geragóes. Recentemente, trés músicos
venderam “música” no local, em simultáneo.
Bonga, Big Nelo e C4 Pedro náo se coibiram
e dividir o espago. O mesmo viria a repetir-se,
dias depois, com a cantora Lina Alexandre,
Chetekela e Edmásia.
Lina Alexandre comercializou e autografou o
seu DVD, baseado num seu espectáculo, rea­
lizado em 2009, no Cine Atlántico. No palco
da música, a artista aproveitou para vender o
seu terceiro disco, “Kilulieve”. A voz da jovem
cantora Edmásia também foi posta á prova
na “Praga da Cultura”, no seu disco de estreia
“Erro Bom”. Quem aproveitou o local para a
apresentagáo dos seus discos foram os artistas
Chetekela com o seu disco de origináis, “Wpite”, e o kudurista Da Beleza com o álbum “Le­
vantado das Cinzas”.
33 IPttrilei
Gente da Casa: Manuel Joaquim
M an u el Jo a q u im , té c n ic o
de te le c o m u n ic a g ó e s é o
convidado p a ra o “G ente da
C asa” d e sta edigáo e neste
m o m e n to e s tá c o lo c ad o
n o D e p a r ta m e n to de
T ecnologías de Inform agáo
e C om unicagáo (DTIC) do
M in isté rio dos P e tró le o s,
onde foi adm itido no final da
d écad a de 70. A ngolano de
“gem a”, M anuel Joaquim tem
n a h um ildad e, a sua m aior
v irtu d e , em b o ra te n h a no
outro lado da m oeda, o ciúm e
como defeito. Mas defende ser
um com portam ento n atu ral,
que deve ser visto igualm ente
com
n a t u r a 1i d a d e ,
fu n d a m e n ta lm e n te q uan d o
se é casado e com sete filhos,
com o é o seu caso. Mas náo
é tu d o, o convidado p a ra o
“Gente da C asa” desta edigáo
aprecia tam bém boa m úsica,
com realce p ara o sem ba feito
com a rte e m agia pelo m ais
recente vencedor do Top dos
M ais Q ueridos: Paulo Flores.
De resto , boa cerveja e um a
ja rd in e ira á m an eira, fazem
sem p re um bom c a rd á p io
p a ra M anuel Joaquim .
Nom e
Joaquim
c o m p le t o :
Ocupagáo:
Telecomunicagoes
M anuel
T é c n ic o
de
Desde quando? 2010
A n o de a d m is s á o :
19 de
Novembro de 1979
A r e a a c t u a l: D e p a rta m e n to
de Tecnologías de Inform agáo e
Comunicagáo (DTIC)
Sonho: Chefe de departam ento
ídolo: Desidério Costa
Estado Civil: Casado
Filhos: 7
Nacionalidade: angolana
D a ta de n ascim en to : 28 de
Margo de 1961
Virtude: ser hum ilde
E ciumento? Sim
P o rq u é: acho que o ciúm e é
comportamento natu ral
Músico preferido: Paulo Flores
Calcado: 42
Religiáo:
Comida:
Bebida:
Já a lg u m a vez foi aliciado?
Católica
Jardineira
Cerveja
sim. J á fui aliciado
O Petróleo
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Petróleo". Toda a transcrifáo
ou reprodujo, parcial ou total,
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Redac^áo
Av.4 de Fevereiro, 105 R/C
Luanda - Angola
IPetrilei34
AH Cambambe
NOSSAS
ACgÓES SOCIAIS
GE RAM TANTA
QUANTO NOSSAS
AH Gove
Programa Semear
Aprendí no Gove
Programa Acreditar
Programa Acreditar
Programa Semear
Há quase 27 anos em Angola, a Odebrecht mantém o compromisso de criar
oportunidades de crescimento ñas comunidades onde actúa e, com sua política de
reinvestimento, fortalece sua responsabilidade social.
Com foco na melhoria da qualidade de vida da comunidade, o Projecto AH Gove
implantou os programas Semear e Aprendí no Gove. Programas que buscam, além
de proporcionar a fo rm a d o da máo de obra local, incentivar e apoiar na gera^áo
de renda, a ¡mpulsionar o desenvolvimento sócio-económico da regiáo.
No Projecto AH Cambambe o Programa de Qualificagáo Profissional Continuada
Acreditar já é realidade, a formar pessoas, a desenvolver suas habilidades técnicas,
pessoais e sociais, a prepará-las para o mercado de trabalho.
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