Anais • VII FAVE • volume 2

Transcrição

Anais • VII FAVE • volume 2
VII Semana Acadêmica dos cursos de Graduação
V Semana de Iniciação Científica
V Semana Acadêmica de Medicina Veterinária
V Feira de Negócios, Integração Social, Humor e Cultura
V Encontro de Produtores Rurais de Matipó e Região do
Programa de Assistência Técnica Integrada (PATI)
II Feira de Formaturas e Eventos da Zona da Mata Mineira
VOLUME 2
2014
APRESENTAÇÃO
É com grande orgulho que, entre os dias 29 desetembro a 4 de outubro de
2014, a Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX, através da comissão organizadora,
realizou o VII FAVE (Fórum Acadêmico) da Faculdade Vértice – Univértix, que inclui
a VII Semana Acadêmica dos cursos de Graduação, V Semana de Iniciação
Científica, V Semana Acadêmica de Medicina Veterinária V Feira de Negócios,
Integração Social, Humor e Cultura, V Encontro de Produtores Rurais de Matipó e
Região do Programa de Assistência Técnica Integrada (PATI) II Feira de Formaturas
e Eventos da Zona da Mata Mineira.
O evento teve como objetivos: (1) promover intercâmbio entre acadêmicos e
professores da Univértix e de outras instituições; (2) valorizar a produção do
conhecimento científico; (3) divulgar as produções científicas dos diversos cursos de
graduação da Univértix e (4) integrar-se à sociedade, valorizando o comércio, a
cultura e as demais manifestações artísticas e culturais do município e região.
Ao longo dos dias de evento, mais de 40 profissionais de renome de várias
instituições de Minas Gerais e de outros estados do Brasil ministraram palestras e
cursos. Mais de 200 trabalhos científicos foram recebidos pelo comitê e
apresentados no evento em forma de comunicação oral e pôster. Recebemos
também, no evento, professores e acadêmicos de outras instituições.
Além disso, o VII FAVE é um evento que contou com a participação da
sociedade, principalmente através de produtores rurais. Isso se deve ao fato de a
Instituição acreditar que o cumprimento de sua especificidade apenas se
concretizará se ela caminhar ao lado da sociedade.
Engajada em seu compromisso de oferecer ensino de qualidade, a Univértix,
almejou com o VII FAVE, marcar sua história de produção científica, já que
entendemos que a pesquisa é interface do ensino.
Não podemos deixar de mencionar ainda a satisfação que a Univértix tem no
VII FAVE, de estar contando novamente com o apoio da Fundação de Amparo à
Pesquisa de Minas Gerais – FAPEMIG.
Diante do exposto, reiteramos que com o VII FAVE esperamos contribuir para
a sensibilização quanto à necessidade das habilidades de pesquisa como
instrumento para o desenvolvimento profissional permanente.
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Considerando o número de trabalhos recebidos pelo evento optamos por dividir o
anais em dois volumes. Assim, o volume 1 integra os trabalhos do GT (Grupo de
Trabalhos) 2 aos GT 4 e o volume 2 inclui os do GT 5 ao GT 8.
M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento - Coordenadora do V FAVE
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A PALAVRA DO DIRETOR
É com grande honra que recebi a incumbência de redigir um texto para essa
publicação. A Iniciação Científica tem grande importância e envolvimento com o
desenvolvimento do Ensino Superior por ambos possuírem como principio e missão
a fecundação e proliferação do conhecimento, utilizando a pesquisa para atingir
esse objetivo. Atividades como o VII Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX amadurecem o estudante, contribuindo para que este possa se tornar
um formando com habilidades mais refinadas.
Nesta “cápsula de conhecimento” não incluímos apenas a nossa Faculdade e
estudantes puramente, pois a Univértix é mais que uma Instituição de ensino e o
estudante é mais que um aluno dedicado. Ambos consistem em agentes
modificadores da comunidade que os circunda. A comunidade, portanto, também
está inserida na cadeia de conhecimento e participa ativamente desse processo. Na
edição deste ano, o VII FAVE nos brindou com um conjunto de palestras de
altíssimo nível coroadas pela presença e apoio fundamental da FAPEMIG. Através
da difusão do conhecimento gerado nos bancos acadêmicos, sendo devidamente
aplicado e bem aproveitado por todos os envolvidos, damos nossa contribuição para
a construção de um País melhor e mais justo, com condições de competir num futuro
próximo com grandes potências mundiais, mas de sobremaneira, criando melhores
condições para nossa própria população que poderá ter acesso a tecnologias mais
baratas e tratamentos eficazes.
É na prática da Iniciação Científica que o estudante pode testar técnicas e
teorias aprendidas em sala de aula, ampliar e experimentar seu cabedal de
conhecimentos. Defrontar-se com o problema “vivo”, real, fora de um ambiente
restritamente controlado e teórico de uma sala de aula da faculdade, ao mesmo
tempo em que está seguro de que os erros cometidos também compõem o processo
de aprendizado e evolução. Este estudante estará então melhor qualificado e melhor
adequado para as situações a serem encaradas fora da faculdade.
D.Sc. Lucio Flavio Sleutjes - Diretor Geral da Univértix
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SOEGAR - SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA.
João Batista Gardingo
Diretor Presidente
Sebastião Gardingo
Diretor Executivo
FACULDADE VÉRTICE – UNIVÉRTIX
Prof. D.Sc. Lucio Flavio Sleutjes
Diretor geral
Profa D.Sc. Irlane Bastos Costa
Coordenadora do curso de Agronomia
Prof. Celso Abreu de Araújo
Coordenador do curso de Administração
Profº Tadeu Hipólito da Silva
Ciências Contábeis
Prof. M.Sc. André Salustiano Bispo
Coordenador do curso de Educação Física
Profª Esp. Ana Lígia de Souza Pereira
Coordenadora do curso de Enfermagem
Profº Esp. Ailton Moreira Magalhães
Coordenador do curso de Engenharia Civil
Profª M.Sc. Bruna Chaves Amorim
Coordenadora do curso de Farmácia
Prof. D.Sc. Gilberto Valente Machado
Coordenador do curso de Medicina Veterinária
Prof. Esp. Adriana Montes Justino Gardingo
Coordenadora das atividades complementares de Graduação
Prof. M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento
Coordenadora de Pesquisa e Extensão
Prof. Esp. Daniel Vieira Ferreira
Diretor da Escola Técnica Vértix
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COMITÊ ORGANIZADOR
Coordenação geral
M.Sc. Kelly Aparecida do Nascimento
Coordenação Setorial
Esp. Ana Lígia de Souza Pereira
M.Sc. Bruna Chaves Amorim
D.Sc. Lúcio Flávio Sleutjes
M.Sc. Mariana de Faria Gardingo Diniz
M.Sc. Natália Fontes Alves Ambrósio
M.Sc. Renata Aparecida Fontes
Estagiários
Anna Carolina Magalhães Barbosa
Angélica De Lourdes Cotta Lima
Fernanda Oliveira Vieira
Valmira Hoste Dutra
Larissa Carvalho Gomes
Osmar Dias Ferraz Junior
Jesiel Vieira Araújo
Guilherme Henrique Lopes Soares
Altamir Moreira Oliveira Neto
Janaína Geralda Vieira Lage
COMITÊ CIENTÍFICO
Coordenação
M.Sc. Renata Aparecida Fontes
Comitê científico
Patrícia Souza Sarmento
Clésio Gomes de Jesus
Julio César da Mata
Guanayr Jabour Amorim
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Kelly Aparecida do Nascimento
Rodrigo Ataíde dos Santos
Marconi Ribeiro Furtado Júnior
Elder Machado Dutra
Ana Lígia de Souza Pereira
Shiara Martins de Souza
Maria Aparecida Schroder Dutra
Bruno Fabrício Pio de Faria
Joyce Perígolo Breder
Patrícia Luísa de Araújo Mendes
Érica Stoupa Martins
Mateus Zanirate de Miranda
Marcus Ferreira Martins
Cintia de Paiva Carvalho
Hugo Rodrigues Ferreira
Marcos Paulo de Oliveira
Adriano Chaves da Costa
Renata Ferreira Pieroti Machado Pessôa
Laudinei de Carvalho Gomes
Chayany Cristina Gomes Fraga
Deisy Mendes Silva
Gilma Soares de Oliveira
Mariana de Faria Gardingo Diniz
Luiza de Abreu Costa
Pedro Griffo Perciano
Hilton de Souza Pinto
Leandro Silva de Araújo
Max de Andrade Coelho
Marluce Aparecida Fonseca
Keilla de Souza Veggi
Bruna Chaves Amorim
Rosélio Marcos Santana
Carlos Eduardo Toledo
Tadeu Hipólito Da Silva
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Celso Abreu de Araújo
Cristiane Barros Da Cunha
Leililene Antunes Soares
Fabiana Silva de Souza
Viviane Gorete Silveira Mouro
Alessandra Ambrósio Horsth
Érica Estanislau Muniz Faustino
Pedro Genuino de Santana Júnior
Renata Aparecida Fontes
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SUMÁRIO
GT 05 - CIÊNCIAS AGRÁRIAS ................................................................................ 13
RESUMOS ................................................................................................................ 14
OCORRÊNCIA
DE
BOLAX
FLAVOLINEATA
(MANNERHEIM,
1829)
(COLEOPTERA, SCARABAEIDAE) EM MACAÚBA (ACROCOMIA ACULEATA)
EM ACAIACA – MG .................................................................................................. 15
EFICIÊNCIA DE DIFERENTES FUNGICIDAS NO MANEJO DA FERRUGEM DAS
PIMENTAS ................................................................................................................ 19
EFICIÊNCIA DE DIFERENTES FUNGICIDAS EM MISTURA COM CALDA VIÇOSA
.................................................................................................................................. 23
AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA REPRODUTIVA DE REPRODUTORES DE ALTO
VALOR GENÉTICO CRIADOS EM UMA GRANJA DE SUINOS NO INTERIOR DE
MINAS GERAIS ........................................................................................................ 27
AVALIAÇÃO DO BLOQUEIO SENSITIVO E MOTOR DA LIDOCAÍNA E
LIDOCAÍNA ASSOCIADA À METADONA POR VIA EPIDURAL EM CÃES........... 30
AVALIAÇÃO DA PREVALÊNCIA DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NA
GERÊNCIA REGIONAL DE SAÚDE DE ITABIRA- MG ........................................... 33
ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS RELACIONADAS AO TUMOR DE MAMA DE
UMA CADELA ATENDIDA NO H.V. DA UNIVÉRTIX – MATIPÓ – MG ................... 36
EFEITO DA DILUIÇÃO DE SÊMEN DE GARANHÕES EM MEIO COMERCIAL À
BASE DE LEITE DESNATADO PÓS-DESCONGELAMENTO ................................ 40
IDENTIFICAÇÃO DE MASTITE SUBCLÍNICA EM BOVINOS DE LEITE NA BACIA
LEITEIRA DE MATIPÓ-MG ...................................................................................... 43
ESTUDO EPIDEIOLÓGICO DA FERRUGEM EM CAFFEIRO ARÁBICA E SEU
MANEJO QUIMÍCO NA REGIÃO DE MATIPÓ – MG .............................................. 46
PNEUMONIA BACTERIANA EM CÃO – RELATO DE CASO................................. 50
EFEITO ANTIFÚNGICO DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO E DA SEIVA BRUTA
DA JATROPHA MULTIPHIDA L. SOBRE ISOLADOS DE MALASSEZIA SP.,
OBTIDOS EM CÃES COM OTITE EXTERNA. ......................................................... 53
CASCA DE CAFÉ COMO CONDICIONADOR DE SUBSTRATOS PARA
PRODUÇÃO DE MUDAS DE ALFACE E COUVE ................................................... 56
PARTICULARIDADADES DO TRATAMENTO DO TÉTANO EM EQUINOS RELATO DE UM CASO ............................................................................................ 59
USO DE IODETO DE POTÁSSIO PELA VIA ORAL PARA O TRATAMENTO DA
PITIOSE EM EQUINOS - RELATO DE UM CASO ................................................... 62
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ESTUDO DAS AFECÇÕES DENTÁRIAS E PERIODONTAIS NA POPULAÇÃO DE
EQUINOS DA RAÇA CAMPOLINA SUBMETIDOS A DIFERENTES MANEJOS DE
CRIAÇÃO NA ZONA RURAL DO MUNICÍPIO DE MATIPÓ-MG ............................. 65
ESTUDO RADIOGRÁFICO DAS RELAÇÕES ANGULARES DAS ARTICULAÇÕES
INTERFALANGEANAS DISTAIS DOS MEMBROS PÉLVICOS E SUAS
CORRELAÇÕES
COM
ALTERAÇÕES
LAMÍNICAS,
ÁLGICAS
E
RADIOGRÁFICAS DOS DÍGITOS DE EQUINOS DA RAÇA CAMPOLINA DA
ZONA RURAL DE MATIPÓ-MG ............................................................................... 68
GESTÃO DOS RESÍDUOS RURAIS EM CINCO PROPRIEDADES NO MUNICÍPIO
DE MATIPÓ/MG ........................................................................................................ 71
OTIMIZAÇÃO DA BOVINOCULTURA DE LEITE EM DUAS PROPRIEDADES
RURAIS DE MATIPÓ/MG ......................................................................................... 74
ACETONEMIA EM VACAS DE LEITE- REVISÃO DE LITERATURA ..................... 78
A FEBRE DO LEITE E SUA PREVENÇÃO.............................................................. 81
HERMAFRODITISMO EM CÃES- RELATO DE CASO ........................................... 85
ANESTESIA EPIDURAL EM EQUINOS ................................................................... 89
IATF – INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO ........................................... 92
IMPACTO DA IATF EM BOVINOS DE LEITE E CORTE ......................................... 95
CONTROLE DE CARRAPATOS EM BOVINOS ...................................................... 98
AFECÇÕES PODAIS EM BOVINOS LEITEIROS .................................................. 101
ENCEFALOPATIA HEPÁTICA EM CÃO: RELATO DE CASO ............................. 104
AURICULOPLASTIA COM TELA EM EQUINO ..................................................... 108
DIFERENTES MÉTODOS TERAPÊUTICOS PARA O TRATAMENTO DE
TENDINITES EM EQUINOS ................................................................................... 111
ARTIGOS ................................................................................................................ 115
INCIDÊNCIA DE FERRUGEM (HEMILEIA VASTATRIX) E CERCOSPORA
(CERCOSPORA COFFEICOLA) NA CAFEICULTURA DE MONTANHA DAS
MATAS DE MINAS ................................................................................................. 116
CONTRATURA CONGÊNITA DO MÚSCULO QUADRÍCEPS FEMORAL EM CÃO–
RELATO DE DOIS CASOS .................................................................................... 125
TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL NÃO RESPONSIVO A TRÊS
PROTOCOLOS ANTINEOPLÁSICOS ................................................................... 136
USO DO FERTILIZANTE ENERVIG® COMO BIOESTIMULANTE NO
TRATAMENTO DE SEMENTES DE MILHO .......................................................... 148
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DIFICULDADES ENFRENTADAS E BENEFÍCIOS GERADOS PELA LEI Nº
11.947/2009, PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR, ENTRE OS
AGRICULTORES FAMILIARES DO MUNICÍPIO DE ABRE CAMPO ................... 160
ÊXODO RURAL: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS ................................................. 172
EFEITO DA APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO E MOLIBDÊNIO NA CULTURA DE
FEIJÃO ................................................................................................................... 183
RESPOSTA DA ALFACE À ADUBAÇÃO NITROGENADA E ESTERCO BOVINO
(MATÉRIA ORGÂNICA) ......................................................................................... 195
CONFORMIDADE E QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ALFACE
COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE VIÇOSA – MG .......................................... 206
LEVANTAMENTO DA SAFRA DE CAFÉ NA ZONA DA MATA MINEIRA, SAFRA
2014/2015 ............................................................................................................... 215
SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA DE SEMENTES DE CANNA EDULIS L. E
CRESCIMENTO PÓS-SEMINAL DE PLÂNTULAS. .............................................. 221
SUBSTRATOS ALTERNATIVOS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE CANNA
INDICA DESTINADAS AO PAISAGISMO.............................................................. 233
GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE JILÓ EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE
MATURAÇÃO DO FRUTO ..................................................................................... 243
MÉTODOS MANUAIS PARA MEDIÇÃO DO VOLUME FOLIAR DE PLANTAS
ARBÓREAS ............................................................................................................ 253
TRATAMENTOS CIRÚRGICOS DAS DEFORMIDADES FLEXURAIS ADQUIRIDAS
EM EQUINOS – RELATO DE TRÊS CASOS ......................................................... 260
ESTUDO DO CUSTO DE PRODUÇÃO DE UMA LAVOURA CAFEEIRA NA ZONA
DA MATA MINEIRA ................................................................................................ 267
REFLEXÕES ACERCA DO ÊXODO RURAL......................................................... 274
GT 06 – CIÊNCIAS SOCIAIS E APLICADAS ........................................................ 287
RESUMOS .............................................................................................................. 288
RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: UM ESTUDO DA ATITUDE DE
CONSUMO DAS FAMÍLIAS EM MATIPÓ-MG ....................................................... 289
O ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO: NOVAS CONFIGURAÇÕES E VELHOS
DESAFIOS .............................................................................................................. 292
MOTIVOS QUE LEVAM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO A EVASÃO DAS AULAS
DE EDUCAÇÃO FÍSICA ......................................................................................... 296
A INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NA AULA DE EDUCAÇÃO
FÍSICA .................................................................................................................... 300
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FREQUÊNCIA DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DE ALUNOS DO ENSINO
MÉDIO DE UMA ESCOLA PUBLICA ESTADUAL DE UMA CIDADE DA ZONA DA
MATA MINEIRA ...................................................................................................... 303
OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR PARA O PROFESSOR EM
INÍCIO DE CARREIRA ........................................................................................... 307
DESENVOLVIMENTO E CULTURAS LOCAIS: A PERCEPÇÃO DOS
MORADORES SOBRE A CONSTRUÇÃO DA HIDRELÉTRICA DE BAGUARI/MG
................................................................................................................................ 311
EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO MÉDIO: FATORES QUE CONTRIBUEM PARA
OS ALUNOS ABANDONAREM AS AULAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
................................................................................................................................ 314
O LUGAR DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NAS TURMAS DE
EDUCAÇÃO INFANTIL DE ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE
UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA....................................................... 317
NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO ......................................................................... 320
EFEITOS DA FREQUÊNCIA RELATIVA DE CONHECIMENTO DE RESULTADOS
(CR) NA APRENDIZAGEM DO SAQUE POR BAIXO NO VOLEIBOL EM
CRIANÇAS DE 11 A 15 ANOS DE IDADE............................................................. 324
EFEITOS DA FREQUÊNCIA RELATIVA DE CONHECIMENTO DE RESULTADOS
(CR) NA APRENDIZAGEM DO SAQUE POR BAIXO DO VOLEIBOL EM
CRIANÇAS DE 7 A 10 ANOS DE IDADE............................................................... 328
BULLYING NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE UMA ESCOLA PÚBLICA
MUNICIPAL DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA ............................ 332
A EFICIÊNCIA DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO COMO FERRAMENTA NA
GESTÃO POR COMPETÊNCIAS – UMA ANÁLISE NAS COOPERATIVAS DE
CRÉDITO DA ZONA DA MATA – MG .................................................................... 335
ARTIGOS ................................................................................................................ 338
ANÁLISE DA GESTÃO AMBIENTAL EM UMA EMPRESA DE SANEAMENTO
TENDO POR BASE A NBR ISO 14001 .................................................................. 339
CLIMA ORGANIZACIONAL NO SETOR DE VENDAS DE UMA EMPRESA DO
RAMO DE BEBIDAS NO INTERIOR DE MINAS GERAIS ..................................... 351
POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL PARA
FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE JOVENS: ESTUDO SOBRE UM PROGRAMA
DESENVOLVIDO EM JUIZ DE FORA/MG ............................................................. 362
O BASQUETEBOL NO CONTEXTO ESCOLAR ................................................... 375
O PERFIL DOS ALUNOS DO PROJETO GERAÇÃO SAÚDE NA CIDADE DE
MATIPÓ – MG......................................................................................................... 387
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ESTRESSE OCUPACIONAL: UM ESTUDO FEITO COM PROFESSORES DE
CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DE UMA FACULDADE DO
INTERIOR DE MINAS GERAIS .............................................................................. 399
COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL: UMA PESQUISA DE UM ÓRGÃO
PÚBLICO EM UM MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE DE MINAS GERAIS ........ 411
GT 07 - CIÊNCIAS HUMANAS ............................................................................... 424
RESUMOS .............................................................................................................. 425
CARACTERÍSTICAS E VISÃO DE EDUCADORES DA REDE ESTADUAL DE
ENSINO BÁSICO DE MATIPÓ – MG ..................................................................... 426
ANÁLISE MATEMÁTICA E COMPARATIVA ENTRE AS PROVAS DO SIMAVE E
DO ENEM - ESTUDO PARTICULAR SOBRE A DESENVOLTURA DOS ALUNOS
DA ESCOLA ESTADUAL WALDOMIRO MENDES DE ALMEIDA ....................... 430
O PAPEL DO ENSINO SUPERIOR NA PROPOSTA DE UMA EDUCAÇÃO
INCLUSIVA ............................................................................................................. 433
INOVAÇÃO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR.............................................................. 437
O ATO DE PLANEJAR E AVALIAR NO ENSINO SUPERIOR .............................. 441
A DANÇA NO CONTEXTO ESCOLAR .................................................................. 444
CONCEPÇÃO SOBRE A EDUCAÇÃO FÍSICA DE ALUNOS DO 8º E 9º DO
ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL DE UM
MUNICÍPIO DA ZONA DA MATA MINEIRA........................................................... 448
CONHECIMENTO DOS PROFESSORES SOBRE AVALIAÇÃO FÍSICA APLICADA
NO AMBIENTE ESCOLAR ..................................................................................... 451
ARTIGOS ................................................................................................................ 454
A MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA DE TUTORES EM AMBIENTE VIRTUAL DE
APRENDIZAGEM ................................................................................................... 455
O PAPEL DO DESIGNER INSTRUCIONAL NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA ....... 466
TRAJETÓRIAS E IDENTIDADE DE TUTORES NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA . 474
OS DESAFIOS DA INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIAS EM CLASSES
REGULARES DE ENSINO ..................................................................................... 485
A PERCEPÇÃO DOS PAIS DE PESSOAS COM TRANSTORNOS GLOBAIS DO
DESENVOLVIMENTO E DEFICIÊNCIA EM RELAÇÃO À INCLUSÃO ESCOLAR
................................................................................................................................ 497
CONDIÇÕES ESPACIAIS, BRINQUEDOS, BRINCADEIRAS E ROTINA DAS
CRIANÇAS PREDOMINANTES EM UM CENTRO DE EDUCAÇÃO INFANTIL
MUNICIPAL (CEIM) DE UM MUNICÍPIO DO LESTE MINEIRO............................. 509
PERFIL PROFISSIONAL DAS PROFESSORAS DE UM CENTRO EDUCACIONAL
INFANTIL MUNICIPAL (CEIM) EM UM MUNICÍPIO DO LESTE MINEIRO ........... 522
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COMPORTAMENTO DO PROFESSOR DIANTE O BULLYING ........................... 535
PARTICIPAÇÃO NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DO ENSINO MÉDIO ..... 544
INTERAÇÃO ENTRE O LÚDICO E O DESENVOLVIMENTO PSICOMOTOR
INFANTIL ................................................................................................................ 553
DESIGNER, SUSTENTABILIDADE E CONSUMO DE BRINQUEDOS ................. 565
GT 08 - LINGUÍSTICA, LETRAS E ARTES............................................................ 577
RESUMOS .............................................................................................................. 578
PRECONCEITO LINGUISTICO E O PAPEL DA ESCOLA .................................... 579
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GT 05 - CIÊNCIAS
AGRÁRIAS
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RESUMOS
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OCORRÊNCIA DE Bolax flavolineata (Mannerheim, 1829) (Coleoptera,
Scarabaeidae) EM MACAÚBA (Acrocomia aculeata) EM ACAIACA – MG
Sebástian Giraldo Montoya – Doutor em Fitotecnia – Universidade Federal de
Viçosa
Sérgio Yoshimitsu Motoike – Professor Adjunto do Departamento de Fitotecnia da
Universidade Federal de Viçosa
Heloisa Nascimento Rocha – Mestranda em Fitotecnia – Universidade Federal de
Viçosa
Cleber Macedo de Oliveira – Doutorando em Entomologia. Professor da Faculdade
Vértice – UNIVERTIX
Kacilda Naomi Kuki – Doutora em Botânica e Ecofisiologia.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Acrocomia aculeata; besouro-pardo; macaúba.
INTRODUÇÃO
A macaúba (Acromomia aculeata), pertencente à família Arecaceae, é nativa das
Américas Central e do Sul, sendo que o Brasil e o Paraguai possuem as maiores
ocorrências naturais. Sua ocorrência natural está associada às áreas abertas,
quando a vegetação natural é floresta ou cerrado, e nas áreas de pastagens ou
associada a lavouras (SCARIOT et al., 1995). No Brasil é considerada a palmeira
de maior dispersão, com ocorrência de povoamentos naturais em muitos biomas,
como cerrado, caatinga e regiões de floresta atlântica (BONDAR, 1964;
HENDERSON, 1995; LORENZI, 2006). O consumo e a demanda por óleos vegetais
têm aumentado no mundo. O mercado global tornou-se cada vez mais dependente
do óleo de palma, responsável por 57% das exportações de óleos vegetais do
mundo, e projeta-se para 2015 aproximadamente 62 milhões de toneladas de óleo
de palma contra 45,5 milhão toneladas em 2010 (ADNAN, 2011). O interesse pela
macaúba como matéria prima para produção de biodiesel surgiu em função da alta
porcentagem de óleo produzido por sua polpa e amêndoa, com produtividade entre
2 e 4,5 t ha-1 de óleo (ROSCOE et al., 2007). Durante a abertura das espatas florais
da macaúba, insetos, principalmente da ordem Coleoptera e Hymenoptera, são
frequentemente vistos visitando as plantas. Os insetos polinizadores participam
ativamente no sucesso reprodutivo das plantas. Entretanto, outros insetos, em seus
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mais variados estágios de desenvolvimento, são considerados pragas por
interferirem no desenvolvimento da planta. Estes ataques, do ponto de vista
fitotécnico, ocasionam consideráveis perdas econômicas, como observado em
outras palmeiras de importância econômica como o coco (Cocos nucifera), o dendê
(Elaeis guinensses) e o açaí (Euterpe oleracea). A identificação de insetos em
plantas em processo de domesticação e promissoras como a macaúba, permite
estabelecer estratégias de controle às possíveis pragas, favorecendo a viabilidade
produtiva e econômica da espécie. Dentro deste contexto, o objetivo do trabalho foi
identificar espécies de besouros presentes em uma área de macaúba na cidade de
Acaiaca, Minas Gerais.
METODOLOGIA
O estudo foi realizado no município de Acaiaca, Minas Gerais, (Lat: 20° 21' 54'' Sul
Lon: 43° 8' 12'' Oeste) em uma área de população nativa de macaúba. Foram
realizadas amostragens quinzenais entre os meses de dezembro de 2011 e janeiro
de 2012, abrangendo desde o período de floração ao crescimento dos frutos. Os
besouros foram amostrados de forma direta nas folhas da palmeira. Após a coleta
os espécimes foram acondicionados em câmara mortífera com acetato de etila e
encaminhados para o laboratório para triagem, montagem e envio para identificação.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Os besouros desfolhadores foram identificados como sendo Bolax flavolineata
(flavolineatus) (Mannerheim, 1829) (Coleoptera: Rutelinae: Geniatini), também
conhecido popularmente como “besouro-pardo”. As plantas atacadas foram
severamente desfolhadas podendo ser observado à exposição das nervuras.
Segundo Barbosa et al., (2010) os besouros desfolhadores constituem um
importante grupo de insetos pragas para a silvicultura. Bolax flavolieata é relatado na
literatura como sendo praga de diversas culturas, dentre elas podemos citar:
pessegueiro, videira, marmeleiro, goiabeira e eucalipto (GALLO et al., 2002). Esta
espécie é considera uma importante praga da cultura do eucalipto, causando sérios
danos às plantações devido à desfolhação (ZANUNCIO et al., 1993; SANTOS et al.,
1996). Este tipo de informação prevê problemas entomológicos que podem
prejudicar a cultura da macaúba. Altos índices populacionais desses insetos podem
determinar se a cultura será viável ou não numa dada região. Igualmente, essas
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informações serão base para outras investigações entomológicas e ecológicas na
estimação da potencialidade desses indivíduos como pragas. De acordo com
diretrizes do governo, previsto na lei nº 11097 de janeiro de 2005, esta sendo
obrigada a mistura de biodiesel no óleo diesel de forma que por meio desta lei o
governo criou uma demanda pelo biodiesel. Uma das fontes promissoras de
biodiesel é a macaúba devido ao alto volume de óleo por hectare e a rusticidade da
planta. Entretanto, pesquisas têm demonstrado que a planta apesar de ser
considerada rustica, tem havido incrementos produtivos quando adotados algumas
práticas culturais específicas. Espera-se que com o aumento da área planta e
dependendo do manejo cultura a ser adotado é possível enfrentarmos alguns
problemas fitossanitários com a cultura que até o presente momento não
conhecemos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As observações realizadas neste estudo são uma evidencia clara que as folhas de
macaúba são potenciais alvos do ataque de insetos, causando diminuição da área
fotossintética e podendo levar a redução da produtividade da cultura. Este trabalho é
pioneiro e relata a incidência de uma potencial praga à cultura. Novas investigações
são necessárias para determinação do potencial que este inseto tem em causar
perdas à cultura além de estudos ecológicos envolvendo a macaúba, o inseto
fitófago e possíveis inimigos naturais.
REFÊRENCIAS
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em:http://www.thestar.com.my/story.aspx?sec=busines...&file=%2f2011%2f3%2f10%
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EFICIÊNCIA DE DIFERENTES FUNGICIDAS NO MANEJO DA FERRUGEM DAS
PIMENTAS
Otávio de Oliveira Araújo– Graduando em Agronomia – Bolsista PIBIC - FAPEMIG
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Heberth Xavier de Souza, Ana Flávia de Oliveira – Graduandos em Agronomia–
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Alessandro Nicoli - Graduado em Agronomia, Mestrado e Doutorado em
Fitopatologia. Professor do curso de Agronomia da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Pimenta; Puccinia pampeana; controle químico;
INTRODUÇÃO
As pimentas Capsicum são importantes produtos do agronegócio brasileiro, sendo
uma fonte de geração de emprego e renda (VIELA et al., 2008; CARVALHO et al.,
2006). A crescente demanda pelo produto tem impulsionado o aumento da área
cultivada no Brasil, com mercado estimado em mais de R$ 100 milhões ao ano
(NAPOLEÃO, 2006; FILGUEIRA, 2003). O cultivo de pimenta no País é de grande
importância, devido suas características de rentabilidade, principalmente quando o
produtor agrega valor ao produto com aplicação na indústria alimentícia
(CARVALHO et al., 2006). As grandes agroindústrias do ramo de pimentas possuem
extensas áreas de cultivo devido à potencialidade da pimenta empregando um
número significativo de pessoas, principalmente na época da colheita (HENZ, 2003).
Pesquisas científicas atuais mostram que a mesma substância que confere gosto
picante às pimentas apresenta propriedades terapêuticas ativas no tratamento de
algumas enfermidades (CARNEIRO et al., 2010; VILELA et al., 2008). No entanto,
muito dos problemas fitopatológicos atuais decorrem devido à eficiência produtiva
procurada pelo homem (AMORIM et al., 2011). Na cultura da pimenta, as doenças
causadas por fungos, bactérias e vírus são fatores limitantes na produção,
aumentando os custos e dificultando a expansão dessa cultura no Brasil (REIS,
2006). Entre essas doenças, uma que vem se destacando é a ferrugem causada
pelo fungo Puccinia pampeana. Essa doença é importante, principalmente quando
ocorre em períodos úmidos e quentes do ano, quando ataca todo o órgão aéreo
jovens das plantas, causando hipertrofia, distorções, encarquilhamento, fasciação e
super brotamento das gemas apicais e laterais (KIMATI, 2005; PIZETTA, 2013;
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PASSADOR et al., 2007). O controle químico se mostra como uma importante
estratégia, no entanto, pouco se sabe a respeito de sua eficácia sobre o controle do
fungo P. pampeana. Portanto, diante dos danos gerados pela ocorrência desse
fungo, o presente trabalho teve o objetivo de verificar a eficiência de diferentes
fungicidas no controle da ferrugem da pimenta.
METODOLOGIA
Essa pesquisa foi aprovada pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação Científica
(PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de Amparo à
Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG). O experimento foi realizado no campo
experimental da faculdade Univértix. As plantas utilizadas foram da cultivar dedo-demoça por ser suscetível a ferrugem. As mudas foram transplantadas em uma estufa
em espaçamento de 1,2 m entre linhas e 0,8 m entre plantas. O delineamento
experimental foi em blocos ao acaso com sete tratamentos e quatro repetições,
sendo uma testemunha e seis fungicidas. Cada parcela experimental foi
representada por três plantas. Os tratamentos foram T1: testemunha, T2:
azoxtrobina + difenoconazol, T3: tebuconazol + trifloxtrobina, T4: tebuconazol, T5:
propconazol, T6: triadimenol T7: ciproconazol. As plantas foram inoculadas 30 dias
após o transplantio, por meio de uma suspensão de inóculo do fungo (10 4
esporos/ml). Os fungicidas serão aplicados 30 dias após a inoculação, seguindo
intervalos de 30 dias entre as aplicações. Para a avaliação da severidade, será
contado o número de lesões nos terceiros e quartos pares de folhas. Fazendo uma
avaliação da severidade 30 dias após a aplicação dos fungicidas. Com base neste
dado será possível avaliar o número médio de lesões em cada folha. Após, serão
transformadas em médias por tratamento para a análise estatística. O método
adotado para avaliar a evolução da doença será com base numa escala
diagramática.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após ter sido feito a inoculação, os primeiros sintomas surgiram com 12 dias
localizados na face inferior das folhas no primeiro terço da planta. Com base na
escala diagramática, as plantas foram classificadas como apresentando poucas
pústulas de ferrugem.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Apesar de a pesquisa estar na fase inicial pode se observar o rápido
desenvolvimento do fungo e o tempo necessário para causar doenças. Os fungicidas
serão aplicados 30 dias após a inoculação, seguindo intervalos de 30 dias entre as
aplicações, e as avaliações da severidade da ferrugem 30 dias após a aplicação dos
fungicidas.
REFERÊNCIAS
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princípios de controle. Quarta edição. São Paulo. Editora agronômica Ceres. 2011.
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mesquita filho- faculdade de ciências agronômicas- UNESP.
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De Marcadores Bioquímicos Voláteis Para A Resistência À Ferrugem. Botucatu,
2013. 74p. Monografia. Ciência florestal - Agronomia. UNIVERSIDADE ESTADUAL
PAULISTA JÚLIO DE MESQUITA FILHO - FACULDADE DE CIÊNCIAS
AGRONÔMICAS- UNESP.
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EFICIÊNCIA DE DIFERENTES FUNGICIDAS EM MISTURA COM CALDA VIÇOSA
Heberth Xavier de Souza Graduando em Agronomia – Bolsista PIBIC - FAPEMIG
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Otávio de Oliveira Araújo, Ana Flávia de oliveira – Graduandos em Agronomia–
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Alessandro Nicoli - Graduado em Agronomia, Mestrado e Doutorado em
Fitopatologia. Professor do curso de Agronomia da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Irlane Bastos Costa – Graduada em Agronomia, Mestrado e Doutorado em
Genética e Melhoramento de Plantas pela Universidade Federal De Viçosa.
Coordenadora do curso da Agronomia da Faculdade Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Ferrugem do Cafeeiro; Hemileia vastatrix; Fungicidas
INTRODUÇÃO
O Brasil é o maior produtor e exportador mundial de café e o segundo maior
consumidor do produto. A área plantada no País é de 2,311 milhões de
hectares, nos quais foram contabilizados 5,67 bilhões de pés de café, e as
exportações chegaram a 32,01 milhões de sacas. (CONAB), O Patógeno infecta a
face inferior das folhas, onde aparece pequenas manchas de coloração amarelopálida, de 1 a 3 mm de diâmetro, que evolui, atingindo até 2 cm, apresentando
aspectos pulverulentos, com produção de urediniósporos de coloração amareloalaranjado. Na parte superior das folhas, a doença causa manchas cloróticas
amareladas, correspondendo ao limite de pústula na face inferior (COSTA;
ZAMBOLIM; RODRIGUE, 2007). A ferrugem do café (Hemileia vastatrix Berk et Br) é
uma das principais doenças do cafeeiro. Esse fungo ataca as espécies Coffea
arábica (café arábica) e Coffea canephora (café conilon). Sendo o café arábica o
mais suscetível ao fungo. Os principais prejuízos ocasionados pela ferrugem
alaranjada consistem na redução da área foliar, devido à formação de lesão e queda
precoce das folhas, causando a seca dos ramos plageotrópicos e provocando,
gradualmente, a deformação das plantas. A desfolha acarreta em redução do
florescimento,
frutificação
e
perda
de
vigor
das
plantas,
reduzindo,
consequentemente, a produtividade e a qualidade dos frutos (MATIELLO et al.,
2002). O fungicida sistêmico poderá ser empregado quando o controle da doença
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não pode ser feito de maneira preventiva com fungicidas cúprico, devido, por
exemplo,á ocorrência freqüente de períodos chuvosos,que resultando no alto índice
da doença.(H.KIMATI et al., 2005.)
METODOLOGIA
O delineamento utilizado foi o de blocos ao acaso, com 8 tratamentos e quatro
repetições. Os tratamentos serão; T1 testemunha; T2 nutriente (calda viçosa); T3
triazol; T4 triazol + nutriente; T5 estrobirulina; T6 estrobirulina + nutriente; T7 triazol
+ estrobirulina; T8 triazol + estrobirulina + nutriente. Cada unidade experimental será
composta de sete plantas sendo que as cinco centrais serão utilizadas para
avaliação. Os produtos a serem utilizados serão: Calda viçosa (nutrientes: Cu, Zn,
MgO, B, CaOH, K2O ou N), o Triazol (Impact 125 SC) com volume 1,5 a 2 L/ha, a
estrobirulina (Vantigo) 100 g/ha, a estrobirulina com triazol (Opera) 1,5 L/ha. As
avaliações da incidência e severidade da ferrugem serão realizadas de 30 em 30
dias, coletando-se 10 folhas por planta, dos ramos localizados no terço médio,
totalizando 50 folhas por subparcela. Essas folhas serão avaliadas quanto à
incidência e a severidade da ferrugem. A incidência será determinada contando-se o
número de folhas de café com pústulas esporuladas nas 50 folhas coletadas. A
severidade será avaliada, determinando-se a área foliar lesionada e será
quantificada baseando-se na escala diagramática com diferentes níveis de
severidade para a quantificação da ferrugem do cafeeiro (H.vastatrix). Os resultados
obtidos serão submetidos à análise de variância e os dados serão descriminados
pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O projeto está em fase de implantação, sendo assim, não dispomos das variáveis
para realizações das análises estatísticas e obtenção das conclusões.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O experimento já foi implantado no campo. Observa-se que o grau de infestação é
alto. A coleta das folhas para análises já foram iniciadas. Essa pesquisa foi aprovada
pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação Científica (PIBIC) da Faculdade
Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas
Gerais (FAPEMIG).
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REFERÊNCIAS
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AVALIAÇÃO DA EFICIÊNCIA REPRODUTIVA DE REPRODUTORES DE ALTO
VALOR GENÉTICO CRIADOS EM UMA GRANJA DE SUINOS NO INTERIOR DE
MINAS GERAIS
Rafael Custódio Machado – Graduando em Medicina Veterinária – BOLSILTA
PIBIC FAPEMIG - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Alberto Yukio Chaya - Graduado e Mestre em Medicina
Veterinária. Professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Exame andrológico, comportamento sexual, análise seminal.
INTRODUÇÃO
A Suinocultura é um setor que contribui fortemente para valorizar a economia do
país, este ramo do agronegócio gera cerca de 730 mil empregos diretos e contribui
com renda para mais de 2,7 milhões de pessoas (USDA, 2013). Um dos fatores que
irá proporcionar o sucesso técnico e econômico de uma granja de suinos é a decisão
de escolher quais animais ideais para formar o plantel de uma granja.
Absolutamente, grande parte deste sucesso depende do nível genético dos
reprodutores selecionados (FÁVERO & IRGANG, 1997). A seleção dos reprodutores
deve ser baseada principalmente em fatores como: genealogia, anatomia,
desempenho reprodutivo e progênie. Além do tamanho adequado dos testículos e
epidídimos, integridade do pênis, prepúcio e sem deformidades (GAGGINI,
MURGAS & ZANGERONIMO, 2008). Diante deste fato, objetiva-se com este estudo
avaliar o comportamento sexual, o exame físico e a análise seminal de reprodutores
de alto potencial genético criados em uma granja de suinos no interior de Minas
Gerais. E correlacionar estes reprodutores quanto ao número de leitões nascidos
totais, número de leitões nascidos vivos, número de leitões natimortos e número de
leitões mumificados utilizados no manejo reprodutivo da mesma. Esta pesquisa foi
aprovada pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação Científica (PIBIC) da
Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de Amparo à Pesquisa de
Minas Gerais (FAPEMIG).
METODOLOGIA
O trabalho está sendo realizado no período de agosto/2014 a dezembro/2014, em
uma granja multiplicadora de suínos, localizada no município de Matipó, na Zona da
Mata, interior do estado de Minas Gerais. São utilizados 5 reprodutores suínos
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saudáveis de linhagem comercial, aptos à reprodução. Estes estão alojados em
piquetes (3x4m), sendo alimentados por sistema de alimentação manual (2x/dia) e
água a vontade em bebedouros tipo canaleta. Para coleta de sêmen e avaliação, os
machos são submetidos ao exame andrológico e ao teste de libido. Após contenção
individual, os machos são submetidos à biometria testicular com auxílio de um
paquímetro para medição do comprimento e largura escrotal. Realizar-se-á para
análise seminal, 10 ejaculados de cinco cachaços, com um total de 50. Para esta
coleta será utilizada a técnica da mão enluvada no período de manhã (HANCOCH &
HOVELL, 1959). Imediatamente após esta, as características do ejaculado serão
analisadas para o aspecto (Asp) do sêmen, designado na escala de 1-4, sendo
1=aquoso; 2=opalescente; 3=leitoso; e 4=cremoso; o volume total de cada ejaculado
(V) e a fração gelatinosa do mesmo (VGel) serão avaliados. Para as análises físicas
do sêmen, uma gota de sêmen (10 μL) será depositada entre uma lamina e uma
lamínula, aquecida a 38° C e examinada na objetiva de 40x em microscópio de
contraste de fase: a motilidade espermática (Mot, %) e o vigor espermático (Vig, 0-5)
(CBRA, 1998). Em seguida, uma alíquota de sêmen (20 μL) será acondicionada em
1 mL de solução formol salina tamponada para posterior contagem dos
espermatozoides em câmara de Neubauer, para determinação da concentração
espermática e ejaculado total. Quatrocentas células por ejaculado serão avaliadas, a
porcentagem de espermatozoides normais e anormalidades no acrossoma, cabeça,
peça intermediária e cauda, como recomenda o CBRA, 1998. E os espermatozoides
serão classificados como defeitos maiores (Defmai), defeitos menores (Defmen) e
defeitos totais (Deftot), de acordo com Blom (1973). Para mensuração testicular, o
comprimento testicular (C) e largura testicular (L) serão medidos mensalmente. Para
o cálculo do volume testicular (VT), a fórmula de cilindro será usada como Fields et
al. (1979): V = 2[(r2) x π x h], sendo r = raio calculado da largura (L/2); π = 3,14159;
e h = comprimento. Os testículos serão classificados como: comprido, moderado ou
ovalado, de acordo com Bailey et al. (1998). Os sinais fisiológicos avaliados de
comportamento sexual serão: contato nasonasal ou genital, emissão de saliva, urina,
exposição do pênis, flanco de estímulo, comportamento ingestivo, morder o
manequim, e número de montas falsas. Será correlacionada para cada reprodutor,
os resultados do exame andrológico com o número de leitões nascidos totais,
número de leitões nascidos vivos, número de leitões nascidos natimortos, leitões
nascidos mumificados e número de matriz que repetiram o estro.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho se encontra em andamento e por motivo de logística, o mesmo se
encontra atrasado. A etapa de execução do projeto está prevista para agosto e
conclusão do mesmo em dezembro/2014. Neste mês está previsto a se calcular a
estatística. E, início de 2015, serão os meses de elaboração dos resultados,
discussão e conclusão, para em abril/2015 ser entregue o projeto concluído, de
acordo com a norma da FAPEMIG.
REFERÊNCIAS
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Disponível
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AVALIAÇÃO DO BLOQUEIO SENSITIVO E MOTOR DA LIDOCAÍNA E
LIDOCAÍNA ASSOCIADA À METADONA POR VIA EPIDURAL EM CÃES
Lucas Matos Camilo - Graduando em Medicina Veterinária- Bolsista PIBIC
FAPEMIG – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Vanessa Guedes Pereira - Médica Veterinária, Residência em Clínica e Cirurgia de
Pequenos Animais, Mestre em Medicina Veterinária, Professora Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Bloqueio sensitivo e motor, lidocaína, metadona.
INTRODUÇÃO
A anestesia epidural é uma técnica de anestesia regional, que consiste na deposição
de anestésico local ao redor da dura-máter (MASSONE, 2003). Em pequenos
animais, os principais fármacos empregados nessa modalidade são os anestésicos
locais que promovem tanto bloqueio sensitivo quanto motor (SKARDA &
TRANQUILLI, 2007). A administração de opioides por via epidural promove menor
incidência de efeitos adversos associado à prolongada analgesia com o uso de
doses menores quando comparadas a administração parenteral (TORSKE &
DYSON, 2000). A associação de opioides e anestésicos locais na anestesia epidural
pode oferecer vantagens, pois o anestésico local promove o bloqueio motor e
sensitivo imediato, aliviando a dor e permitindo posteriormente, a ação analgésica de
longa duração do opioide (VALADÃO et al., 2002). Além disso, estudos têm sugerido
a possibilidade da extensão cranial do bloqueio anestésico com o uso desta
associação (ISHIY, 2001; CAMPAGNOL et al., 2004, CASSU et al., 2010). A
metadona é um agonista dos receptores opióides µ, delta e kappa e paralelamente,
atua como antagonista dos receptores N-metil D-aspartato (NMDA) bloqueando a
recaptação de serotonina e noradrenalina (SNYDER, 1980). Embora a metadona
apresente características farmacológicas peculiares e ação em diversos receptores
que afetam a nocicepção, informações sobre seus efeitos por via epidural em cães
ainda são escassas na literatura, demonstrando a importância de estudos que
procurem esclarecer a segurança e eficácia analgésica deste opioide.
METODOLOGIA
O projeto será desenvolvido em colaboração institucional da Faculdade Vértice –
UNIVERTIX com o Hospital Veterinário do Departamento de Veterinária da
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Universidade Federal de Viçosa (UFV) fomentado pela Fundação de Amparo a
Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) Serão utilizados oito cães adultos
hígidos, sem raça definida, com peso médio de 20Kg. Os mesmos cães serão
utilizados nos dois tratamentos com intervalo de 7 dias entre cada experimento. Será
realizada indução anestésica com propofol (6mg. Kg-1) intravenoso, para punção do
espaço epidural lombossacro. Os animais serão distribuídos aleatoriamente em dois
grupos experimentais: Grupo L (GL), será empregado lidocaína 2% com
vasoconstritor na dose de 4mg/Kg e Grupo LM (GLM), a metadona na dose de 0,3
mg.Kg-1 será associada à lidocaína 2% na dose de 4 mg/kg com vasoconstritor.
Ambos os grupos apresentarão volume total de 0,23 ml.kg-1 com acréscimo de NaCL
à 0,9%. Serão avaliados os parâmetros fisiológicos: frequência cardíaca, pressão
arterial sistólica, frequência respiratória, pressão parcial de dióxido de carbono ao
final da expiração (EtCO2), fração inspirada de dióxido de carbono ao final da
inspiração
(InsCO2),
saturação
da
oxihemoglobina
(SpO2),
variáveis
eletrocardiográficas e volume minuto. A duração do bloqueio anestésico será
avaliada através de estímulos aplicados na prega interdigital dos membros pélvicos,
imediatamente após a mensuração das variáveis fisiológicas utilizando uma pinça de
Kelly com ranhuras protegidas por borracha, realizando-se o pinçamento até a
primeira cremalheira até resposta positiva do animal, detectada pelo movimento de
retirada do membro (CASSU et al., 2010). A extensão do bloqueio anestésico será
avaliada através de estímulos aplicados na região dorsal, iniciando-se na região
lombossacra em direção cranial às vértebras lombares e torácicas, imediatamente
após a mensuração do reflexo interdigital, com a mesma pinça de Kelly. Dessa
forma, o estímulo será aplicado em cada uma das vértebras, sendo registrado o
ponto na coluna vertebral em que o animal apresentava sensibilidade (CASSU et al.,
2010). As variáveis serão mensuradas anteriormente indução anestésica, após a
indução anestésica; imediatamente após a anestesia epidural e a cada 15 minutos
até 1 hora após a anestesia epidural. Após este período serão avaliados apenas a
duração e extensão do bloqueio anestésico a cada 15 minutos após M6 até a
recuperação do reflexo interdigital e perianal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto está em fase de implantação e ao fim espera-se avaliar os efeitos
analgésicos da lidocaína isolada ou associada à metadona por via epidural em cães,
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com a hipótese de que a associação da lidocaína à metadona por via epidural
resultaria em maior extensão do bloqueio anestésico e aumento da duração do
bloqueio sensitivo.
REFERENCIAS
CAMPAGNOL, D.; MONTEIRO, E.R.; LUNA, S.P.L.; CAPORALLI, E. H. Efeitos
cardiorrespiratório e analgésico da clonidina, xilazina, butorfanol, buprenorfina e
tramadol, associados à lidocaína, na anestesia epidural de cães. Brazilian Journal
Veterinary Research Animal Science, v.41, p.41-42, 2004.
CASSU, R.N.; MELCHERT, A.; SILVA, A. P. G.; REIS, A. M.; MEIRELLES, C. C.
Lidocaína com vasoconstrictor isolada e associada ao fentanil via peridural em cães.
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2007.
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butorfanol,
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epidural
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submetidas
à
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MASSONE, Flavio. Anestesia local. In:_____. Anestesiologia Veterinária:
Farmacologia e Técnicas. 4 ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, p. 33-42,
2003.
SKARDA, R.T.; TRANQUILLI, W.J. Local Anesthetics. In: TRANQUILLI, W.J.;
THURMON, J. C.; GRIMM, K. A. Lumb & Jones’ Veterinary Anesthesia and
Analgesia. 4. ed. Oxford: Blackwell, p 395 – 419, 2007.
TORSKE, K. E.; DYSON, D. H. Epidural analgesia and anesthesia. Veterinary
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SNYDER, E. W.; SHEARER, D. E.; SCHLEHUBER, C.; DUSTMAN, R. E.; BECK, E.
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AVALIAÇÃO DA PREVALÊNCIA DA LEISHMANIOSE VISCERAL CANINA NA
GERÊNCIA REGIONAL DE SAÚDE DE ITABIRA- MG
Guilherme Henrique Lopes Soares- Graduando em Medicina
Veterinária.
Bolsista PIBIC - FAPEMIG. Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Renata Aparecida Fontes - Farmacêutica Bioquímica, Analista Clínica e Mestre em
Ciências Farmacêuticas - Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRA CHAVE : Leishmaniose, Zoonose, Controle.
INTRODUÇÃO
A Leishmaniose Visceral (LV), também conhecida como Calazar, palavra de origem
indiana (Kala-Azar) que significa “doença negra”, é uma doença grave, de alta
letalidade quando não tratada, que apresenta aspectos clínicos e epidemiológicos
característicos para cada região específica (LIRA 2005; GÓES; MELO; JERALDO,
2012). Em quase todas as regiões brasileiras, a Leishmaniose Visceral canina (LVC)
e humana ocorre endemicamente (FEITOSA et al., 2000). A determinação da
distribuição espacial dos casos notificados tem sido ferramenta utilizada em estudos
epidemiológicos relacionados à LV, permitindo identificar padrões espaciais de
morbidade e/ou mortalidade e fatores sócio-econômicos e ambientais associados,
bem como descrever a difusão das doenças e gerar informações para seu controle
(DANTAS-TORRES; BRITO; BRANDÃO-FILHO, 2006). O Brasil é o país americano
com maior número de casos de LV que é registrada em 19 das 27 unidades da
Federação com casos de transmissão autóctone em aproximadamente 1600
municípios. A maior incidência encontra-se no nordeste com mais de 56% dos casos
notificados, seguida pelas regiões sudeste (19%), norte (18%) e centro oeste (7%)
(GÓES; MELO; JERALDO, 2012). No final da década de 90 e início dos anos 2000,
observou-se um aumento da LV de 2154 em 1998 para 3892 em 1999 e 4.511 casos
em 2000 (BRASIL, 2003). Além disso, no Brasil, sobre o ponto de vista
epidemiológico, a leishmaniose canina é considerada mais importante que a doença
humana, pois a grande quantidade de animais infectados com o parasitismo cutâneo
vem sendo considerada fonte de infecção para o inseto vetor Lutzomyia longipalpis
(NEVES, 2005). Os cães infectados podem ser classificados em assintomáticos,
oligossintomáticos e sintomáticos. Os assintomáticos representam 57% dos cães
infectados nas áreas endêmicas; são aparentemente normais, sendo que a infecção
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está na fase inicial e os animais apresentam baixos níveis de anticorpos. Avaliações
parasitológicas revelam-se positivas em 62,1% desses casos (GENARO, 2005;
GONTIJO; MELO, 2004). Oliveira & Araujo (2003) afirmaram que como se trata de
uma doença que está ligada às precárias condições sócio-econômicas e sanitárias,
além das medidas de controle realizadas de forma sistematizada, faz-se necessário
também definir Políticas Públicas que garantam a resolução das distorções e
desigualdades existentes nos padrões de saúde, ultrapassando limites das ações
desse setor, onde novas alternativas deveriam ser incorporadas como acesso à
educação, habitação, renda, suplementação alimentar, saneamento básico e
ambiental que provavelmente teriam um maior impacto na ocorrência desta infecção
parasitária.Contudo, o objetivo desse estudo será avaliar a prevalência e a
distribuição espacial da LVC na Gerência Regional de Saúde de Itabira no período
de 2004 a 2013.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa fomentado pela
Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de Minas Gerais (FAPEMIG) que terá
como base as informações da Gerência Regional de Saúde de Itabira sobre os
casos de LVC. Serão calculadas as prevalências populacionais dos casos caninos
de LV anualmente e de todo o período. Será realizada também comparação das
médias das prevalências médias anuais Todos os testes estatísticos serão
realizados utilizando-se a confiabilidade de 95% (p < 0,05).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto está em fase de implantação e ao fim espera-se contribuir para o maior
conhecimento sobre os aspectos epidemiológicos da LVC nas regiões estudadas. A
partir dessas informações, ações mais eficazes e direcionadas para o controle da
infecção parasitária poderão ser empregadas na região.
REFERÊNCIAS
BRASIL. Ministério da Saúde. Secretaria de Vigilância em Saúde. Leishmaniose
visceral grave: normas e condutas / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em
Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica. – Brasília: Editora do Ministério
da Saúde, 2003.
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DANTAS-TORRES,
F.,
BRITO,
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F.,
BRANDÃO-FILHO,
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Seroepidemiological survey on canine leishmaniasis among dogs from an urban area
of Brazil. Veterinary Parasitology 140:54-60, 2006.
FEITOSA, M. M.; IKEDA, F. A.; LUVIZOTTO, M. C.; PERRI, S. H. V. Aspectos
Clínicos de Cães com Leishmaniose Visceral no Município de Araçatuba, São Paulo,
Brasil. Clínica Veterinária, 5(28), p 36-44, 2000.
GENARO, O.. Leishmaniose Visceral Americana. In: Parasitologia Humana. 10 ed.
São Paulo: Atheneu, p 56-72, 2005
GONTIJO, C. M. F.; MELO, M. N. Leishmaniose visceral no Brasil: quadro atual,
desafios e perspectivas. Revista Brasileira de Epidemiologia,7(3), p 338-348, 2004.
GÓES, M. A. O., MELO, C. M., JERALDO, V. L. S. Série temporal da leishmaniose
visceral em Aracaju, estado de Sergipe, Brasil (1999 a 2008): aspectos humanos e
caninos. Rev. Bras Epidemiol 2012;
LIRA, R. A. de. Diagnóstico da Leishmaniose Visceral Canina: Avaliação do
Desempenho dos Kits EIE-Leishmaniose-Visceral-Canina-Bio-Manguinhos e
IFILeishmaniose - Visceral-Canina-Bio-Manguinhos. Dissertação (Mestrado em
Saúde Pública) -Departamento de Saúde Coletiva, Centro de Pesquisas Aggeu
Magalhães, Fundação Oswaldo Cruz – NESC/CPqAM/FIOCRUZ, 2005.
NEVES, D. P.. Parasitologia dinâmica. São Paulo: Atheneu, 2005
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ALTERAÇÕES HEMATOLÓGICAS RELACIONADAS AO TUMOR DE MAMA DE
UMA CADELA ATENDIDA NO H.V. DA UNIVÉRTIX – MATIPÓ – MG
Adriano Sílvio Neto, Deyvid Lopes de Souza, Luciana Tobias Correia.
Acadêmicos do Curso de Medicina Veterinária. Faculdade Vértice -– UNIVERTIX
Rogério de Oliva Carvalho – Graduado em Medicina Veterinária, Mestrado,
Doutorado e Pós-doutorado em Medicina Veterinária. Professor da Faculdade
Vértice - UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: tumor de mama, adenocarcinoma, hemograma.
INTRODUÇÃO
Os tumores de mama correspondem até a 50% das neoplasias em cadelas,
sendo o adenocarcinoma o tipo histológico mais comum (RICK ,2009). A
transformação neoplásica é multifatorial e as influências hormonais são incriminadas
como uma das causas mais importantes (OLIVEIRA et al., 2003). O perfil
hematológico dos animais com neoplasias mamárias não está bem estabelecido, e
as análises clínicas permanecem sendo a ferramenta mais utilizada como forma de
controle e acompanhamento desses pacientes. O presente estudo tem como
objetivo descrever e discutir as alterações hematológicas em uma cadela com
diagnóstico de tumor de mama atendida no Hospital Escola da Univértix.
RELATO DE CASO
Cadela atendida no Hospital Veterinário da Univertix no dia 12-05- 2014, 11 kg,
SRD (idade) com histórico de tumor mamário de aproximadamente 16 X 6 cm,
irregular, com áreas flutuantes e consistentes, ulcerado e com áreas necróticas, no
antímero esquerdo . O quadro era crônico e progressivo com evolução em 30 dias.
Ao exame físico foi detectado linfonodo mandibular reativo, tempo de preenchimento
capilar (TPC) maior que dois segundos, mucosas pálidas, frequência cardíaca (FC)
de 136 batimentos por minuto (bpm), frequência respiratória (FR) de 76 movimentos
por minuto (mpm), sopro mitral grau V à auscultação cardíaca.
Para realização do estudo avaliou-se os resultados dos exames laboratoriais e
radiológicos da cadela em questão.
A coleta de sangue foi realizada por meio de venopunção, acondicionadas em
tubos com EDTA e encaminhadas para análise laboratorial no Laboratório de
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Análises Clínicas do H.V da Univértix. Sendo realizado exame de hemograma
completo e proteínas plasmáticas totais (PPT).
O eritrograma e plaquetas, bem como a contagem total de leucócitos, foram
realizados em contador automático de células veterinário (BioBrasil BC 2800-Vet). O
diferencial leucocitário foi obtido através da realização de esfregaços sanguíneos
frescos corados com panótico com a posterior análise microscópica de 100 células.
Com relação ao PPT, esse parâmetro foi determinado com a posterior leitura dos
valores através do refratômetro. Para realização do exame radiográfico o animal foi
encaminhado para a sala de Raio X do Hospital Escola onde foram realizadas
radiografias de tórax em duas incidências: ventrodorsal e laterolateral esquerda.
RESULTADO E DISCUSSÃO
As alterações encontradas no hemograma cursam com anemia grave
(Hematócrito: 13.2%, Eritrócitos Totais: 1,62, Hemoglobina: 38g/L, VCM: 81.5, HCM:
23.4, CHCM: 287), macrocítica hipocrômica. Leucocitose (Leucócitos totais: 39.100)
por neutrofilia (Segmentados: 20.332) com desvio e esquerda (Bastonetes: 7.429)
regenerativo
e
monocitose
(2.346).
Proteína
plasmática
total
ligeiramente
aumentada (7,3g/dL). Na avaliação da lâmina observou-se presença de linfócitos
reativos e atípicos (Fig. 6), neutrófilos tóxicos e metarrubrícitos.
Anelise et al (2012) realizou um trabalho com 22 animais diagnosticados com tumor
de mama da qual 50% dos animais apresentaram alterações hematológicas.
Leucocitose por neutrofilia foi observado em todos os animais, corroborando com os
resultados deste estudo. Diante de um processo inflamatório ocorre um processo de
consumo, produção e liberação de neutrófilos com o objetivo de propiciar um
suprimento celular para o local da lesão até que ocorra sua regressão (DUNCAN et
al., 2003; KERR, 2003).
Dos 22 animais estudados Anelise et al (2012) encontrou associada a leucocitose
elevação das células jovens, o mesmo resultado encontrado neste estudo, o que
caracteriza um desvio a esquerda. Após a medula óssea sofrer estímulos durante
um processo inflamatório, o leucograma é caracterizado por leucocitose por
neutrofilia, aumento da relação neutrófilo:linfócito e desvios à esquerda dentro de
aproximadamente 72 horas (WILLARD,1989).
Anemia grave regenerativa foi encontrado nesse estudo correspondendo ao
encontrado por Anelise et al (2012), em que dos 22 animais 4 estavam anêmicos.
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Segundo Trasch et al.(2007); anemia em casos de paciente com neoplasia pode ser
devido à neovascularização ao redor dessa massa, causando sequestro do sangue
para o processo tumoral. Vacca et al. (1999); ainda complementa que esse quadro
anêmico pode ser regenerativo, pois o organismo na tentativa de compensar libera
células imaturas através da medula. Em se tratando especificamente da neoplasia
mamária, a deficiência de ferro é apontada pelos autores como possível causa das
frequentes anemias. As perdas crônicas e contínuas de sangue nos casos de
tumores ulcerados, podem também contribuir na redução da massa eritrocitária
(PARENTE 1996; MERCADANTE et al., 2000).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através da análise do eritrograma, leucograma e PPT, foi possível concluir que as
alterações hematológicas são frequentes no paciente oncológico. A leucocitose
devido ao aumento do número de neutrófilos segmentados é a mais evidente,
demonstrando que o clínico responsável deve além de ponderar todos os aspectos
terapêuticos envolvidos ao tipo tumoral, também considerar possíveis processos
inflamatórios concomitantes, especialmente nos animais que apresentam um
leucograma típico inflamatório.
REFERÊNCIAS
ANELISE, BORGARTZ., et al. Alterações hematológicas relacionadas a processos
tumorais em cães atendidos no HCV-UFPel. In: XIV Encontro de Pós-Graduação
da UFEPEL., 2012, Pelotas. Resumos... Pelotas: Universidade Federal de Pelotas,
2012.
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EFEITO DA DILUIÇÃO DE SÊMEN DE GARANHÕES EM MEIO COMERCIAL À
BASE DE LEITE DESNATADO PÓS-DESCONGELAMENTO
Thiago Braga Portes - Graduando em Medicina Veterinária – Bolsita PIBIC –
FAPEMIG - Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX
Hélio Augusto Chicareli Gomes – Graduando em Medicina Veterinária - Faculdade
Vértice - UNIVÉRTIX.
Bruna Waddington de Freitas – Graduada em Medicina Veterinária, Mestre em
reprodução animal. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Sêmen, Garanhão, Congelamento.
INTRODUÇÃO
Visando aumentar a vida reprodutiva de animais zootecnicamente superiores e o
desenvolvimento de um maior número de produtos produzidos em um menor espaço
de tempo, a inseminação artificial (IA), talvez represente a biotecnologia com maior
impacto na produção animal. Visto o grande interesse comercial pelo uso da IA com
sêmen congelado, pesquisas vem sendo desenvolvidas na área de criopreservação
de sêmen eqüino (ZIMMERMANN, 2007). Nos últimos anos, grandes avanços
ocorreram e novas metodologias, materiais e técnicas alternativas vêm sendo
desenvolvidas (LOOMIS, 2006), uma vez que o congelamento e descongelamento
de sêmen levam a um decréscimo na porcentagem de espermatozóides viáveis
devido aos danos produzidos nas membranas (HAMMERSTEDT et al., 1990). As
lesões ocasionadas pelo processo de congelamento têm sido atribuídas às
mudanças na temperatura, formação de cristais de gelo, danos oxidativos,
alterações na membrana do espermatozóide e em seu DNA, toxicidade dos
crioprotetores e ao estresse osmótico (WATSON, 2000).A composição dos diluidores
utilizados no processo de criopreservação de sêmen eqüino apresenta relação direta
com os resultados obtidos tanto in vitro quanto in vivo. Embora imprescindíveis para
a sobrevivência celular no processo de congelação, alguns crioprotetores possuem
efeitos tóxicos para o espermatozóide (BALL & VOSS, 2001). Os efeitos deletérios
dos crioprotetores estão relacionados a diversos fatores, dentre os quais, o aumento
da permeabilidade da membrana plasmática, a indução da fusão da mesma, além
da inibição da atividade enzimática (FAHY, 1996).
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Sendo assim, a remoção do crioprotetor após o descongelamento vem sendo
estudada em espécies cujas células espermáticas são mais sensíveis aos seus
efeitos deletérios (GAO et al., 1995; GILMORE et al., 1997). Segundo Chalahet et al.
(1999), a remoção do crioprotetor de espermatozóides congelados de aves através
de métodos como a diluição simples, lavagem ou diálise durante o processo de
descongelamento pode restaurar sua capacidade de fertilização.
O objetivo a ser alcançado com o presente estudo é avaliar in vitro o efeito da
diluição pós-descongelamento, do sêmen de garanhões, em meio comercial a base
de leite desnatado (Botu-Crio®), em relação à viabilidade espermática, integridade e
funcionalidade da membrana plasmática e morfologia espermática.
METODOLOGIA
Serão utilizados 3 garanhões com diferentes idades (3 a 15 anos), que serão
submetidos a cinco coletas de sêmen, em dias alternados, utilizando vagina artificial
(modelo Botucatu). Antes do início do experimento, cada reprodutor terá sua reserva
espermática extra-gonádica esgotada por meio de coletas diárias, por cinco dias
consecutivos, seguido por um intervalo de dois dias de repouso sexual. Após a
coleta, será retirada por filtração a fração gel do ejaculado e a avaliação imediata
será realizada, considerando o aspecto, coloração, volume, concentração,
motilidade total e vigor espermáticos. Posteriormente, o sêmen será diluído em meio
comercial à base de leite desnatado (Botu-Sêmen®) na proporção 1:1 e centrifugado
a 600xg por 10 minutos. Após a centrifugação, o sobrenadante será retirado e o
pélete, rico em espermatozoides, ressuspendido com o diluente comercial BotuCrio® numa concentração de 100 x 106 de espermatozoides/mL. As amostras serão
envasadas em palhetas francesas de 0,5 mL, e então, refrigeradas à 5º C por 20
minutos. Após este período, as palhetas serão alocadas em vapor de nitrogênio
líquido, a 6 cm da lâmina de nitrogênio, por 15 minutos
e posteriormente
mergulhadas em botijão criogênico. Após o congelamento as amostras serão
descongeladas a 37º C por 30 segundos em banho-maria. Será feito um pool de 8
palhetas de cada partida, que permanecerá depositado em tubos Falcon (15 mL) até
a aliquotagem em tratamentos, conforme segue abaixo:
- C (controle): 500 µL de sêmen descongelado
- D 10: 500 µL de sêmen descongelado adicionado de 50 µL de Botu-Sêmen®
- D 20: 500 µL de sêmen descongelado adicionado de 100 µL de Botu-Sêmen®
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- D 30: 500 µL de sêmen descongelado adicionado de 150 µL de Botu-Sêmen®
- D 40: 500 µL de sêmen descongelado adicionado de 200 µL de Botu-Sêmen®
- D 50: 500 µL de sêmen descongelado adicionado de 250 µL de Botu-Sêmen®
As amostras serão avaliadas quanto à morfologia espermática, termo-resistência
(TTR), integridade de membrana plasmática por meio do teste supravital (SV) e
funcionalidade da membrana plasmática por meio do teste hiposmótico (HOST).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho foi aprovado pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação
Científica (PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de
Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG) e está em fase de implantação com
previsão de início para setembro de 2014.
REFERÊNCIAS
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soluble cryoprotectants on equine sperm motility, viability and mithocondrial
membrane potential.Journal of Andrology, n. 22, p. 1061-1069, 2001.
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3, p. 1-13, 1996.
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CRISTER, J.K. Prevention of osmotic injury to human spermatozoa during addition
and removal of cryoprotective agent (CPA): modeling and optimization. Cryobiology,
v. 30, p. 649. 1993.
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enigma of glycerol. Cryobiology, v. 29, p. 26-28. 1992.
LOOMIS, P. R. Advanced methods for handling and preparation of stallion semen. In:
CARNEVALE, E. M. Veterinary Clinics North America – Equine Practice, 2006; v.
22, p. 663-676.
WATSON, P. F. The causes of reduced fertility with cryopreserved semen.Animal
Reproduction Science, n. 60-61, p. 481-492. 2000.
ZIMMERMANN, M. F. Efeito da diluição do crioprotetor dimetilformamida em
amostras de sêmen equino descongeladas utilizando-se dois diferentes meios
comerciais.Brasília-DF, 2007. 65p. Dissertação, Faculdade de Agronomia e
Medicina Veterinária – Universidade de Brasília.
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IDENTIFICAÇÃO DE MASTITE SUBCLÍNICA EM BOVINOS DE LEITE NA BACIA
LEITEIRA DE MATIPÓ-MG
Marcos Augusto de Azevedo Junior – Bolsita PIBIC – FAPEMIG – Acadêmico do
Curso de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Caio Trevenzoli de Souza Roiz – Acadêmico do Curso de Medicina Veterinária –
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Pedro Griffo Perciano– Graduado em Medicina Veterinária. Mestre pela UFV.
Professor da Faculdade Vértice–UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Bovinos de leite; Mastite subclínica; California Mastitis Testcmt.
INTRODUÇÃO
O Brasil é o 5° maior produtor de leite no mundo, com uma taxa de crescimento
anual de 4% (FAO, 2010). Possui cerca de 1,3 milhões de produtores, onde a
participação de agropecuaristas familiar é de 80,7% (TEIXEIRA, MOREIRA E
BERNARDO, 2012). Esse mercado é responsável por 6,7 bilhões de reais do PIB
brasileiro (BARBOSA et al., 2010). A região Sudeste é a maior produtora de leite no
Brasil, sendo que em Minas Gerais são produzidos 30% da média nacional. O
Triângulo Mineiro, região Sul, Sudoeste, e Zona da Mata são as principais regiões
produtoras do estado (BRASIL, 2012). A mastite é a principal causa de prejuízo na
indústria leiteira, sendo de grande importância para a saúde pública e economia
(COSTA et al., 1999). Os prejuízos atribuídos às formas clínicas e subclínicas
produzem diminuição na produção de 30 a 70%. Além disso, há gastos com
medicamentos e assistência veterinária, perdas com resíduos de antimicrobianos no
leite, e descartes do rebanho (COSER et at., 2012). Sabendo da preocupação dos
produtores para se adequarem a legislação, que obriga diminuir a contagem de
células somáticas (CCS), este trabalho visa avaliar e identificar animais afetados
pela mastite subclínica, através do California Mastitis Teste (CMT), assim também
avaliar as diferenças nos protocolos de manejo, gerando dados que auxiliarão os
produtores no controle da doença.
METODOLOGIA
O presente trabalho foi aprovado pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação
Científica (PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de
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Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG). Foram avaliadas cinco
propriedades leiteiras no município de Matipó/MG. As propriedades foram agrupadas
de acordo com o manejo de ordenha. Ordenha manual com a presença do bezerro
ao pé (A), ordenha mecânica com a presença do bezerro ao pé (B), ordenha
mecânica sem bezerro (C), sendo utilizadas no total 105 vacas em diferentes
períodos de lactação, totalizando 420 quartos avaliados. Os produtores que
concordaram em participar tiveram instruções de manejo sanitário. Os primeiros
jatos de leite de cada quarto de cada animal foram descartados, com posterior
higienização dos tetos. Após a desinfecção, foram coletados 2mL de leite de cada
quarto, sendo misturado com 2mL de reagente do CMT, após sutil agitação o
resultado foi interpretado da seguinte forma: 0) resultado negativo, amostra fluida e
normal; +) fraco positivo, leve precipitação sem formação de gel; ++) médio positivo,
solução engrossada com formação de gel; +++) forte positivo, solução altamente
viscosa com formação de gel e adesão ao recipiente.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
No grupo A foram avaliados 36 animais, dos quais 12 apresentaram mastite
subclínica no CMT em um quarto, seis em dois quartos e dois animais apresentou
em três quartos, representando um total de 55,5% de animais positivos para mastite
subclínica. Já no grupo B, dos 30 animais avaliados, dez apresentaram mastite
subclínica em um quarto, dois animais em dois quartos e nenhum animal com três
ou quatro quartos e um com mastite clínica. No grupo C, com 39 animais, oito
animais com um quarto com mastite subclínica, cinco animais com dois quartos
afetados, dois animais com três quartos, e apenas um com todos os quartos
afetados. Esses dados reforçam a ideia de que o tipo de ordenha e manejo está
diretamente relacionado com a prevalência da mastite no rebanho. Combellas et al.
(2003) sugeriram que a presença do bezerro ao pé diminui a incidência de mastite,
uma vez que há uma maior esgotamento do leite da glândula mamária devido a
maior liberação de ocitocina e substâncias antibacterianas na saliva do bezerro.
Porém, no presente estudo verificou-se que a propriedade que não utilizava o
bezerro no momento da ordenha apresentou uma menor prevalência de mastite
subclínica, contudo esse resultado pode ser devido a outros fatores como sala de
espera e pós-ordenha limpa e com alimento, utilização de protocolos de prevenção
de mastite como pré e pós-dipping e limpeza dos tetos antes da ordenha. Ainda
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assim, os dados podem ser comparados aos encontrados por Combellas et al.,
(2003), uma vez que os animais do grupo B, apesar de apresentarem maior
prevalência, apresentaram menos animais forte-positivos (+++) quando comparados
aos animais do grupo C. Os animais do grupo A foram os que apresentaram uma
maior prevalência de mastite subclínica e de forte-positivos. Esse trabalho mostrou
que o tipo e o manejo utilizado durante a ordenha pode ter uma interferência direta
na prevalência de mastite subclínica no rebanho, mostrando a importância da
orientação do médico veterinário aos produtores como técnicas simples de manejo
podem melhorar a sanidade e produtividade do rebanho.
REFERÊNCIAS
BARBOSA, P. F.; PEDROSO, A. F.; NOVO, A.L. M.; RODRIGUES, A. A.;
CAMARGO, A. C.; POTT, E. B.; SCHIFFLER, E. A, AFONSO, E.; OLOVEIRA, M. C.
S.; TUPY, O.; BARBOSA, R. T.; LIMA, V. M. B. Importâncias econômicas, Sistema
de produção4: EMBRAPA Gado de Leite . 2010.
BRASIL. Mistério do planejamento. IBGE, Produção da Pecuária Municipal, v.40.
Brasília, 2012.
COMBELLAS, J.; TESORERO, M. Cow-calf relationship during milking and its effect
on milk yield and calf live weight gain. Livestock Res Rural Dev. 3: 1-9. 2003.
COSER, S. M.; LOPES, M. A.; COSTA, G.M.; Mastite bovina: controle e
prevenção. 2012. 31f. Monografia (Especialização em Defesa Sanitaria)Departamento de Medicina Veterinária, Universidade Federal de Lavras.
COSTA, E. O.; RIBEIRO, A. R.; WATANABE, E. T.; SILVA, J. A. B.; GARINO JR., F.;
BENITES, N. R; HORIUTI, A. M. Mastite subclínica: prejuízos causados e os custos
de prevenção em propriedades leiteiras. Revista Napgama, São Paulo, v. 2, n. 2, p.
16-20, mar./abr. 1999.
Organização das Nações Unidas para Agricultura e Alimentação, (FAO). 2010.
TEIXEIRA, S. R.; MOREIRA, M. S. P.; BERNARDO, W. F. Panorama do leite:
EMBRAPA Gado de Leite, ano 6 n° 66 maio/2012.
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ESTUDO EPIDEIOLÓGICO DA FERRUGEM EM CAFFEIRO ARÁBICA E SEU
MANEJO QUIMÍCO NA REGIÃO DE MATIPÓ – MG
Fernanda Oliveira Vieira - Técnica em Informática - Acadêmica do Curso de
Agronomia – Bolsista PIBIC – FAPEMIG - Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Ronnys Müller da Silva Freitas - Técnico em Gestão Comercial, Acadêmico do
Curso de Agronomia – Bolsista PIBIC – FAPEMIG - Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Rogério Gomes Pêgo – Graduado em Engenharia Agronômica, Mestre em
Fisiologia Vegetal e Doutor em Fitotecnia. Professor do curso de Agronomia da
Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Ferrugem do café, Análise experimental, Coffea arábica.
INTRODUÇÃO
Historicamente, o Brasil destacou-se como produtor e exportador de café, hoje
destaca-se como maior produtor, exportador e segundo maior consumidor dessa
commodity. Em 2011, a produção brasileira atingiu 42 milhões de sacas
beneficiadas (60 kg), representando cerca de 30% da produção mundial; e, devido à
bienalidade da espécie Coffea arabica, a produção brasileira de café, em 2007, foi
de 36 milhões de sacas (CONAB, 2012). Desde o plantio até a colheita, a cultura do
café está sujeito a infecções por fitopatógenos, tornando a produção dependente de
aplicações de produtos fitossanitários. Dentre as doenças que infectam esta cultura,
não só no Brasil, mas em todo o mundo, a ferrugem, causada por Hemileia vastatrix
Berk. et Br., é importante por provocar a queda das folhas nas plantas infectadas e,
como consequência, seca dos ramos. A seca progressiva dos ramos reduz a vida
útil da lavoura, tornando-a antieconômica (ZAMBOLIM et al., 1999). O estudo da
epidemiologia da ferrugem nesse patossistema possibilitará não somente quantificar
os danos causados por esta doença, como também, por meio de monitoramento,
compreender o comportamento da doença ao longo do tempo, e estabelecer o
momento mais apropriado para a aplicação de fungicidas, definindo melhor as
estratégias a serem empregados no manejo da doença. Adicionalmente, podem-se
definir quando as pulverizações devem ser iniciadas, a que intervalo ou, ainda, se
devem ser feitas com a mesma frequência em todas as épocas do ano (CAMPBELL;
MADDEN, 1990).
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METODOLOGIA
O presente trabalho foi aprovado pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação
Científica (PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de
Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG). O estudo da dinâmica temporal da
ferrugem em café arábica na região de Matipó-Mg está sendo conduzido em uma
lavoura de um produtor da cidade. Na lavoura encontramos a variedade ‘Catuaí
Vermelho’ que apresenta cerca de 3 a 4 anos. Esta variedade apresenta
uniformidade de maturação dos frutos, alta produtividade, além de outras
características. Todas as plantas da área experimental estão sendo fertilizadas de
acordo com o sistema de recomendação de calagem e adubação da 5ª aproximação
(Ribeiro et al., 1999). Este estudo deverá ser conduzido por pelo menos dois anos
consecutivos. Os tratamentos fitossanitários serão:
1-Testemunha (sem controle da doença); 2-Ciproconazol + tiametoxam (ambos 300g
do i.a./ha) via solo no mês de novembro; 3-Triadimenol (750g do i.a./ha) +
imidaclopride (525g do i.a./ha) via solo no mês de novembro; 4-Flutriafol (375g do
i.a./ha) + imidaclopride (525g do i.a./ha) via solo no mês de fevereiro novembro; 5Ciproconazol (300g do i.a./ha)+tiametoxam (300g do i.a./ha) via solo no mês de
novembro e azoxistrobin (150g do i.a./ha)+ciproconazol (60g do i.a./ha) via foliar no
mês de julho; 6-Tiametoxam+ciproconazol (ambos 300g do i.a./ha) via solo no mês
de novembro e azoxistrobin (150g do i.a./ha)+ciproconazol (60g do i.a./ha) via foliar
no mês de julho; 7-Triadimenol (750g do i.a./ha)+imidaclopride (525g do i.a./ha) via
solo no mês de novembro e trifloxistrobin (187,5g do i.a./ha)+ciproconazol (85g do
i.a./ha) via foliar no mês de julho; 8-Flutriafol (375g do i.a./ha)+imidaclopride (525g
do i.a./ha) via solo no mês de novembro e flutriafol (187,5g do i.a./ha) via foliar no
mês de julho. As aplicações via solo foram realizadas com drench para aplicações
líquidas via solo (vazão de 100mL por planta) e pulverizador costal motorizado para
pulverizações foliares (vazão 400 L/ha). As avaliações da ferrugem serão realizadas
mensalmente. As folhas serão coletadas de ramos localizados nos terços inferiores
das plantas, do terceiro ao quarto par de folhas (Zambolim et al., 1999), nos quatro
lados das plantas, totalizando-se 50 folhas por parcela. Será calculada a incidência,
a severidade e a área abaixo da curva do progresso da ferrugem (AACPF) em cada
tratamento de acordo com a seguinte equação:
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Em que, AACPF = área abaixo da curva de progresso da ferrugem, Y i = severidade
da ferrugem na i-ésima observação, Xi = tempo em dias na i-ésima observação, n =
número total de observações (SHANER; FINNEY, 1977). Inicialmente, os valores de
incidência e severidade da ferrugem em cada tratamento serão submetidos à análise
de variância (teste F, p=0,05) e ao teste Tukey (p=0,05). Estes testes objetivam
avaliar se existem diferenças, na incidência e na severidade da doença, entre os
diferentes tratamentos. A curva de progresso da doença ao longo do tempo será
examinada pela modelagem dos dados com regressões lineares e não lineares,
como exponencial, logístico, Gompertz e monomolecular. A escolha do melhor
modelo será baseada no maior valor do coeficiente de determinação (R 2), menor
quadrado médio do resíduo e pela ausência de padrão no gráfico dos resíduos
(CAMPBELL; MADDEN, 1990). A produtividade média de tratamento será
comparada pelo teste Tukey ao nível de 5% de significância.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O projeto está em seu segundo ano de análise, comparando-se os resultado obtidos
em 2013 com os novos dados deste ano espera-se ao fim do experimento
determinar a curva de progresso da ferrugem do cafeeiro para a região de MatipóMG, realizar um estudo epidemiológico da ferrugem em cafeeiro arábica, determinar
os melhores princípios ativos para o manejo da ferrugem nas condições de MatipóMG.
REFERÊNCIAS
CAMPBELL, C.L.; MADDEN, L.V. Introduction to plant disease epidemiology.
New York: Wiley-Interscience. 1990.
CONAB - Levantamento da produção de café http://www.conab.gov.br. Acessado em 17/03/2012 11pp. 2012.
Safra
2007/2008.
RIBEIRO, A.C., GUIMARÃES, P.T.G., ALVAREZ V.H. Recomendações para o uso
de corretivos e fertilizantes em Minas Gerais - 5ª Aproximação. Comissão de
Fertilidade do Solo do Estado de Minas Gerais – CFSEMG, 1999.
SHANER, G.; FINNEY, R.E. The effect of nitrogen fertilization on the expression of
slow-mildewing resistance in knox wheat. Phytopathology v.67, p.1051-1056,1977.
Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301
ZAMBOLIM, L. et al. Manejo integrado das doenças do cafeeiro. In: ZAMBOLIM, L.
(Ed.) Produção de café com qualidade. Viçosa-MG: Universidade Federal de
Viçosa. pp.134-215, 1999.
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PNEUMONIA BACTERIANA EM CÃO – RELATO DE CASO
Adriano Sílvio Neto, Deyvid Lopes de Souza, Luciana Tobias Correia –
Acadêmicos em Medicina Veterinária da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Rodrigo Viana Sepúlveda – Graduado em Medicina Veterinária, Especialista
em Clínica Médica e Cirurgia de Cães e Gatos e em Cirurgia de Cães e Gatos,
mestre em Medicina Veterinária. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Pneumologia; Doença pulmonar; Clínica veterinária.
INTRODUÇÃO
Pneumonia é uma denominação que pode, adequadamente, referir-se a qualquer
afecção inflamatória dos pulmões (JONES et al., 2000). As causas primárias
incluem aspiração, corpo estranho, infecção viral, doença brônquica, neoplasia,
contusão, parasitas pulmonares e infecção micótica, contudo, o comprometimento
imune, que pode ser secundário a infecções virais (como na cinomose, por
exemplo), endocrinopatias, estresse, imunossupressão iatrogênica e outros podem
predispor a infecção bacteriana secundária, sendo esta apresentação clínica a
doença pulmonar mais comum em cães (ETTINGER & FELDMAN, 2008; NELSON
& COUTO, 2010. A pneumonia bacteriana é diagnosticada com base nos resultados
de hemograma completo, radiografias torácicas e análise citológica do fluido de
lavado traqueal e cultura bacteriana. O tratamento consiste no uso de antibióticos e
terapia suporte (NELSON & COUTO, 2010). Portanto, o objetivo deste trabalho é
relatar um caso de pneumonia bacteriana em uma cadela atendida no Hospital
Veterinário em Matipó, Minas Gerais.
RELATO DE CASO
Relata-se o caso de uma cadela, sem raça definida, de 8 anos de idade atendida no
Hospital Veterinário na cidade de Matipó, Minas Gerais, com histórico de espirros há
4 dias, secreção nasal purulenta bilateral e dificuldade respiratória. Ao exame físico
foi detectado estertor pulmonar difuso evidente em hemitórax direito e temperatura
retal de 40,3ºC sendo esses achados os únicos parâmetros físicos fora da
normalidade para a espécie canina. Diante do quadro clínico, radiografias torácicas
foram realizadas nas projeções laterolateral, direita e esquerda, e ventrodorsal.
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Também realizou-se hemograma completo. A análise radiográfica do tórax revelou
um padrão bronquial com área de consolidação pulmonar, caracterizadas por
aumento de radiopacidade. O hemograma apresentou todos os parâmetros dentro
das faixas de referência para a espécie canina. Diante disso, suspeitou-se de
pneumonia bacteriana e instituiu-se o tratamento com amoxicilina associada ao
ácido clavulânico (20 mg.Kg-¹), por via oral a cada 12 horas, durante 21 dias, bem
como os procedimentos de tapotagem e umidificação das vias aéreas superiores, a
cada 12 horas, também por 21 dias. Após sete dias, no retorno clínico, o animal
apresentou piora do quadro de dispneia, então, foi instituído a umidificação das vias
aérea inferiores através da nebulização com solução salina estéril cinco vezes ao
dia, sendo os outros procedimentos terapêuticos mantidos. Após 24 horas do início
da nebulização, o animal apresentou melhora significativa da dificuldade respiratória
e diminuição das secreções nasais.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As afecções do trato respiratório inferior são comuns na clínica médica de cães e
gatos (ETTINGER & FELDMAN, 2008), sendo a anamnese, exame físico completo
e radiografias torácicas essenciais para o correto diagnóstico (NELSON & COUTO,
2010). Tosse, secreção nasal, dificuldade respiratória, febre, estertores e
crepitações pulmonares são os principais achados em casos de pneumonia
bacteriana em cães. Tais achados associados a leucocitose por neutrofilia, com ou
sem desvio a esquerda, além de aumento da radiopacidade pulmonar com o
aparecimento de padrões intersticiais, em casos brandos, até o padrão alveolar com
consolidação pulmonar em casos severos, contribuem para o diagnóstico dessa
doença em cães (BICHARD & SHERING, 2008). Gray & Shryock (2005) relataram
que antibióticos são utilizados para diversas condições dentro da clínica médica de
cães e gatos, dentre elas o tratamento de doenças das vias aéreas. Ettinger &
Feldman (2008) e Nelson & Couto (2010) descreveram que amoxicilina associada
ao ácido clavulânico é uma importante opção de tratamento inicial para as afecções
pulmonares bacterianas. Além disso, uma terapia suporte deve ser estabelecida
primeiramente com umidificação das vias aéreas superiores, com posterior inclusão
das vias inferiores através da nebulização. Tais procedimentos são importantes
para fornecer umidade a regiões mais profundas das vias aéreas (MONTOYAALONSO, 2007), sendo recomendada a utilização de solução salina estéril pelas
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suas propriedades mucolíticas, além de não ser irritante (NELSON & COUTO,
2010). É necessário ainda que a nebulização seja seguida por fisioterapia por
tapotagem a fim de auxiliar na expectoração do exsudato (ETTINGER &
FELDMAN,2008; NELSON & COUTO, 2010), sendo útil, principalmente, em
secreções deslocáveis mecanicamente e na estimulação da tosse (ETTINGER &
FELDMAN, 2008; HOSKINS, 2008) Dessa forma, existe um grande benefício entre
a associação da nebulização, através da ação umidificadora e mucolítica, com a
tapotagem, que contribui para a expectoração de secreções.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A pneumonia bacteriana é uma doença comum em cães, principalmente sua
apresentação secundária à alguma condição imunossupressora. A anamnese, o
exame físico, exames laboratoriais e de imagem são úteis para o diagnóstico dessa
afecção. A associação entre fisioterapia, umidificação de vias aéreas e antibióticos
de amplo espectro fazem parte do tratamento da pneumonia bacteriana.
REFERÊNCIAS
MONTOYA-ALONSO, José Alberto. Enfermidades respiratórias em pequenos
animais. São Paulo: Interbook, 2007.
BICHARD, Stephen; SHERING, Robert. Saunders manual of small animal
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EFEITO ANTIFÚNGICO DO EXTRATO HIDROALCOÓLICO E DA SEIVA BRUTA
DA Jatropha multiphida L. SOBRE ISOLADOS DE Malassezia sp., OBTIDOS EM
CÃES COM OTITE EXTERNA.
Edinarah Emerick Labate de Melo – Graduanda em Medicina Veterinária – Bolsita
PIBIC – FAPEMIG- Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX.
Ulisses Condé Matos – Graduando em Medicina Veterinária na Faculdade VérticeUNIVÉRTIX.
Rogério Oliva Carvalho – graduado em Medicina Veterinária, mestre e doutor em
Medicina Veterinária. Professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Jatropha multiphida, otite, Malassezia sp.
INTRODUÇÃO
O estudo de produtos derivados de vegetais com aplicação medicinal vem ganhando
grande importância na medicina de forma geral e visa à obtenção de princípios
ativos para uma possível aplicação prática no tratamento de infecções causadas por
fungos uma vez que as infecções fúngicas produzidas por levedura vêm crescendo
nos últimos anos (BELÉM et al., 2003). Comprovada a eficácia do uso de partes da
planta Jatropha multifida por Hamza et al., (2006) no combate a alguns fungos,
verifica-se a possibilidade de se testa-la sobre fungos, como Malassezia sp.,
frequentemente observado em casos de otites externas fúngicas em cães, na
tentativa de diminuir a dose ou o tempo de aplicação dos produtos convencionais
(FERNANDES et al., 2010).Desta forma, na tentativa de minimizar o uso de produtos
químicos e de testar um novo composto fitoterápico, o presente trabalho tem por
objetivo avaliar a atividade antifúngica e determinar a concentração inibitória mínima
(CIM) do extrato hidroalcoólico e da seiva bruta da Jatropha multifida em isolados de
Malassezia sp., fungos leveduriformes causadores de otites e alguns tipos de
dermatite em pequenos animais.
METODOLOGIA
Preparo do material vegetal
Foram utilizadas folhas de J. multiphida L., que depois de lavadas e secas
foram desidratadas em estufa a 45ºC durante 5 dias. Posteriormente, 40 g de folhas
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foram trituradas e misturadas a 400 ml de solução hidroalcoólica 70% peranecendo
por 7 dias. O produto obtido foi concentrado em evaporador na temperatura de 50º55ºC para a eliminação total do solvente. Após evaporação completa do solvente, 4g
do extrato bruto de J. multiphida foi diluído em 10 mL de água destilada estéril,
resultando em concentração final de 40% (400mg/mL). O extrato foi conservado na
geladeira, em frasco estéril e lacrado durante os dias de uso. O látex da J.
multiphida extraído por gotejamento após ranhuras no caule foi pesado e 4g deste
diluído em 10 mL de água destilada estéril, resultando também numa concentração
final de 40% (400mg/mL) que durante os dias de uso será conservado em geladeira.
Atividade antifúngica
Para o isolamento fúngico, as amostras de Malassezia sp provenientes da coleta de
secreção auricular (cerume) a partir do ouvido externo foram semeadas em placas
de Petri contendo agar Sabouraud (SA) suplementado com Cefalexina (0,05%)
mantidas à temperatura de 37º por 5 dias. Após crescimento das colônias, os
microrganismos fúngicos foram identificados com base na morfologia de colônia e
características microscópicas (SIDRIM e MOREIRA, 1999). Os cultivos serão
suspensos em água destilada estéril até ajuste da turvação à escala 0,5 de
McFarland (1,5 x 108 unidades formadoras de colônias/ mL). Sendo os testes feitos
em duplicata, utilizando placas de Petri contendo 10mL do agar Sabouraud (SA)
com cefalexina (0,05%). Cada placa receberá 0,5mL de solução contendo
Malassezia sp. e 0,5mL de tratamento (seiva ou extrato). Os fungos serão
submetidos aos tratamentos com seiva bruta e extrato hidroalcoólico nas
concentrações iniciais de 400mg/mL. Sendo realizadas diluições seriadas a fim de
obter concentrações de 200, 100; 50; 25; 12,5; 6,25; 3,13; 1,56; 0,78; 0,39; 0,19;
0,09; 0,04; 0,02 e 0,01 mg/mL do extrato e da seiva bruta. As placas serão
incubadas em estufa a 37ºC por 48 h. Os resultados serão analisados visualmente e
classificados em “positivo” ou “negativo” (neste caso, demarcaram-se os halos que
se formaram nas placas, determinando o diâmetro de inibição) para a formação de
colônias de Malassezia sp. observadas nas placas e a concentração inibitória
mínima (CIM) será determinada como a menor dose que visualmente apresentar
inibição de crescimento fúngico, de acordo com Suffredini et al., (2007) .
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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O experimento esta em andamento, não tendo sido testado o efeito da planta sobre
o fungo . Foram preparadas soluções concentradas (400mg/ml) do extrato e da
seiva da J. multiphida. Para a obtenção do fungo (Malassezia sp.) foram coletados
vários suabs de diferentes cães e repicados sobre placas com Sabouraud agar,
tendo crescido diferentes espécies de fungos e atualmente estamos purificando a
cultura para obtermos colônias puras de Malassezia sp. e assim realizarmos o teste
de inibição pela planta. O presente trabalho foi aprovado pelo Programa de Incentivo
Básico à Iniciação Científica (PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado
pela Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG).
REFERENCIAS
BELÉM, L.F., et al. Atividade antifúngica de óleos essenciais “in vitro” contra
cepas de Malassezia furfur. Revista Brasileira de Plantas Medicinais, Botucatu, v.6,
n.1, p.77-83, 2003.
COLE, L.K.; KWOCHKA, K.W.; KAWALKI, J.J. et al. Microbial flora and
antimicrobial susceptibility patterns of isolated pathogens from the horizontal
ear and middle ear dogs with otitis media. J. Am. Vet. Med. Assoc., v.212, p.534538,1998.
FERNANDES J.I., CORREIA T.R., RIBEIRO F.A., CID Y.P., TAVARES P.V. &
SCOTT F.B. Eficácia do nim (Azadirachta indica) no controle de Demodex canis
(Leydig, 1859) em cães. Rev. Bras. Med. Vet., 32(Supl. 1): 59-63, 2010.
GREENE, C.E. Enfermidades infecciosas: perros y gatos. Editora Interamericana,
1993.
HAMZA, O. J., VAN DEN BOUT-VAN DEN BEUKEL, C. J., MATEE, M., MOSHI, M.
J., MIKX, F. H., SELEMANI, H. O., et al. Antifungal activity, of some Tanzanian
plants used traditionally for the treatment of fungal infections. Journal of
Ethnopharmacology , v.108, p.124-132, 2006.
NARDONI S., MANCIANTI F., CORAZZA M. e RUM A. Occurrence of Malassezia
species in healthy and dermatologically diseased dogs. Mycopathologia,
v.157,p.383-388, 2004.
SIDRIM, J.J.C. e MOREIRA, J.L.B. Fundamentos clínicos e laboratoriais da
micologia médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999. 287p.
SUFFREDINI, I.B.; VARELLA, A.D.; YOUNES, R.N. Concentração inibitória
mínima e concentração bactericida mínima de três extratos vegetais
antibacterianos selecionados da Floresta Amazônica e da Mata Atlântica
brasileiras. Revista do Instituto de Ciências da Saúde, v.25, n.2, p.127-129, 2007.
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CASCA DE CAFÉ COMO CONDICIONADOR DE SUBSTRATOS PARA
PRODUÇÃO DE MUDAS DE ALFACE E COUVE
Amanda Luíza Ribeiro Diniz, Josiel Dutra, Ariane Severino Gomes, Renata
Martins – Graduando do Curso de Agronomia da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Rogério Gomes Pêgo – Doutor em Fitotecnia. Professor do curso de Agronomia da
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
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PALAVRAS-CHAVES: Lactuca sativa L.; Brassica oleracea Var. acephala
propagação, semeadura.
INTRODUÇÃO
A couve e a alface são duas das principais hortaliças folhosas produzidas no Brasil
(FILGUEIRA, 2008). A qualidade da muda é fundamental para o sucesso da
produção de hortaliças, no entanto, muitos estudos tem surgido para determinar a
viabilidade do uso de materiais alternativos para composição dos substratos de
cultivo com objetivo de diminuir os custos de produção e aumentar a
sustentabilidade da propriedade agrícola reutilizando os resíduos agrícolas no setor
produtivo (OLIVEIRA et al., 2008). Substrato é o meio onde se desenvolvem as
raízes das plantas produzidas em recipientes responsável pela manutenção de um
ambiente ótimo às raízes, garantindo o fornecimento de água e nutrientes às
plantas, permitindo as trocas gasosas entre o ambiente externo e as raízes (BICCA
et al., 2011). Segundo Oliveira et al., (2003) observaram que a casca de café
apresenta baixa relação carbono/Nitrogênio (C/N) além de altos teores de potássio e
cálcio na sua composição sendo um componente potencial para uso na composição
de substratos para produção de mudas de hortaliças. Sendo assim essa pode ser
uma alternativa para os produtores pera produção de mudas olerícolas além de
possibilitar o reaproveitamento da casca do café como resíduo agrícola bastante
comum na região da Zona da Mata Mineira. Por isso, o objetivo desse trabalho foi
avaliar diferentes proporções de casca de café em misturas de substratos para
produção de mudas de alface e couve.
MATERIAL E MÉTODOS
A produção de mudas de alface variedade ‘Regina de verão’ e couve variedade
‘Manteiga da Georgia’ foi realizada no Campo Experimental do curso de Agronomia
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da Faculdade UNIVERTIX, em uma casa de vegetação. O substrato usado para
produção de mudas foi obtida da mistura de solo de horizonte B (subsolo), areia,
esterco bovino curtido e casca de café. As mudas de ambas espécies olerícolas
foram cultivadas em bandeja preenchidas com substratos com diferentes proporções
de casca de café. S1= solo+areia+esterco bovino+casca de café (2:1:1:0,5); S2 =
solo+areia+esterco bovino+casca de café (2:1:1:1); S3 = solo+areia+esterco
bovino+casca de café (2:1:1:1,5); S4 = solo+areia+casca de café (2:1:1:2,0), sendo
as proporções medidas com base no volume de cada substrato. Para a produção de
mudas de alface foram semeadas três sementes por célula e para couve duas
semente por célula. Aos 15 dias após a semeadura realizou-se o desbaste
mantendo uma planta por célula. As bandejas foram mantidas em casa de
vegetação sob sistema de irrigação por microaspersão por um período de 35 dias.
Ao final do experimento avaliou-se o número de folhas por planta, altura média das
plantas (medida do colo ao ápice da planta) e massa seca das plantas, onde foram
colocadas em embalagem de papel e mantidas em estufa de circulação forçada de
ar à temperatura de 70 °C durante por 48 horas. O delineamento estatístico foi o
inteiramente casualizado com oito repetições sendo uma planta por repetição. Os
dados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste
de Tukey a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
As mudas de alface produzidas em substratos constituído de S3 = solo+areia+casca
de café na proporção de 2:1:1:1,5 (v:v:v:v) possibilitou a produção média de folhas
de aproximadamente quatro folhas ao final de 30 dias o substrato S3 foi
significativamente superior ao substrato S1 e S2 que apresentaram mudas de
qualidade inferior. O Substrato S3 também proporcionou a maior altura de plantas de
alface ao final do experimento quando comparados com os substratos S1 e S2, no
entanto, não houve diferença significativa para entre os substratos S3 e S4 para
altura de plantas. Não houve diferença significativa entre os substratos estudados
para a produção de massa seca das mudas de alface (CARON et al., 2004). Não
houve diferença significativa na produção de folhas de plantas de couve cultivadas
nos substratos S2, S3 e S4, no entanto o substrato S1 não permitiu o crescimento
de plantas. É possível que a composição física desse substrato tenha impedido a
germinação das sementes ou o estabelecimento das plantas por apresentar maior
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densidade. As plantas de couve apresentaram maior comprimento quando
cultivadas em substrato S2, seguida das plantas cultivadas nos substratos S3 e S4,
respectivamente. Não houve diferença significativa para a massa seca de plantas de
couve entre os substratos estudados. A mistura de materiais para formação de
substratos pode ser indicada como alternativa viável, pois os substratos formados
apresentam boa capacidade de retenção de água, ou seja, bem próximo do
substrato Comercial. Smiderle et al., (2001) relataram que substratos que são
compostos por solo podem apresentar maior densidade e menores espaços porosos
total eu quantidade de água retida, essas características contribuem para a
produção de mudas de hortaliças de menores comprimento e massa seca de
plantas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos resultados desse trabalho pode-se concluir que para produção de
mudas de alface a proporção de casca de café mais adequada foi solo+areia+casca
de café na proporção de 2:1:1:1,5 (v:v:v:v) enquanto mudas de couve de melhor
qualidade são obtidas em misturas de substrato na proporção de solo+areia+casca
de café na proporção de 2:1:1:1,0 (v:v:v:v).
REFERÊNCIAS
BICCA, ANA MARIA OLIVEIRA; PIMENTEL, EDISON; SUÑE, LUCIANE;
MORSELLI, TÂNIA B. G.; BERBIGIER, PEDRO. Substratos na produção de mudas
de couve hibrida. Revista da FZVA. Uruguaiana, v.18, n. 1, p. 136-142. 2011.
CARON, BRAULIO OTOMAR; POMMER, SANDRO FELISBERTO; SCHMIDT,
DENISE; MAFRON, AUGUSTO, MEDEIROS, SANDRO LUÍS PETTER. Crescimento
da alface em diferentes substratos. Revista de Ciências Agroveterinárias, Lages,
v.3, n.2, p. 97-104, 2004
FILGUEIRA FAR. 2008. Novo manual de olericultura: agrotecnologia moderna na
produção e comercialização de hortaliças. Viçosa: UFV. 421p.
OLIVEIRA, CALTER R.; FREIRE, FRANCISCO M.; VENTURIN, REGIS; CARRIJO,
OSMAR A.; MACARENHAS, MARIA H. T. Caracterização química de substratos
para produção de hortaliças. Horticultura Brasileira, v.21, n.2, jul. 2003.
Suplemento 1. P.288.
SMIDERLE, O.J.; SALIBE, A.B.; HAYASHI, A.H.; MINAMI, K. Produção de mudas de
alface, pepino e pimentão em substratos combinando areia, solo e plantmax®.
Horticultura Brasileira, Brasília, v. 19, n. 3, p. 253-257, novembro 2001.
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PARTICULARIDADADES DO TRATAMENTO DO TÉTANO EM EQUINOS RELATO DE UM CASO
Hélio Augusto C. Gomes, Fábio Gardingo, Rafael Rolim de oliveira, Thiago
Braga Portes – Graduandos em Medicina veterinária – Faculdade Vértice/Univértix
Bruno Santos cândido Andrade, João Luís do Espirito Santo – Docentes do
Curso de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice/Univértix
PALAVRAS-CHAVE: Tétano, Terapia, Equino.
INTRODUÇÃO
O tétano é uma doença infecciosa de alta mortalidade para todas as espécies
animais incluindo seres humanos e apresenta, em equinos, taxa de mortalidade
elevada podendo chegar a 80% (SMITH, 2006). O agente etiológico é a bactéria
gram-positiva anaeróbica e esporulada Clostridium tetani Para que ocorra a
manifestação clinica é necessário que a bactéria penetre no organismo, em geral a
partir de feridas (QUEVEDO et al., 2011) e produza suas exotoxinas (SILVA et al.,
2010). O diagnóstico do tétano se baseia no histórico de feridas perfurocortantes em
especial na região dos cascos (QUEVEDO et al., 2011) e nos sinais clínicos que
incluem apresentação de cauda em bandeira, protrusão de terceira pálpebra,
orelhas eretas, rigidez dos membros e do pescoço, postura de cavalete, cabeça
estendida, dificuldades de apreensão, mastigação e deglutição do alimento e trismo
mandibular. A morte geralmente ocorre por asfixia em função da paralisia dos
músculos envolvidos na respiração (SILVA et al., 2010). O Clostridium tetani é
encontrado no ambiente na forma esporulada em locais ricos em matéria orgânica e
umidade, além de estar abundantemente presente nas fezes dos equinos
(NAKASATO et al., 1998). Os bacilos após penetrarem no organismo proliferam e
produzem três exotoxinas: tetanolisina que é responsável por se difundir no sítio de
infecção e causar necrose tecidual para que o bacilo sobreviva; tetanospasmina que
se distribui por via hematógena até a área pré-sináptica das placas motoras
interferindo na liberação dos neurotransmissores ácido gama aminobutírico e glicina,
causando hipertonia e espasmos musculares; toxina não espasmogênica sendo
provavelmente responsável pela hiperestimulação do sistema nervoso autônomo
simpático (GEORGE, 1993; RAPOSO et al., 1999; RADOSTITIS et al., 2002). O
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objetivo do trabalho foi relatar as particularidades do tratamento indicado em um
caso de tétano atendido no Hospital Veterinário da Univértix e sua evolução.
RELATO DE CASO
Um garanhão da raça Mangalarga Marchador, 8 anos, 400 kg, foi referenciado ao
Hospital Veterinário da Univértix, apresentando cauda em bandeira, orelhas eretas,
protrusão de terceira pálpebra, dificuldade em se locomover, pescoço rígido e
posição de cavalete. Durante a anamnese o tratador relatou que o animal teve um
ferimento causado por um prego que teria ficado alojado na sola do casco. A ferida
foi tratada com imersão em iodo a 10% e administração de três frascos de soro
antitetânico IM. Segundo relato do proprietário o animal é vacinado anualmente
contra tétano. Após diagnóstico, instituiu-se o tratamento com a administração de
100.000 UI de soro antitetânico IV, 50.000 UI IM e 50.000 SC por 6 dias; 22.000
UI/kg de Penicilina Procaína IM BID por 10 dias; 25 mg/kg de Sulfa-trimetropim IV
SID por 6 dias; 0,03 mg/kg de Acepromazina 1% IM TID por 15 dias; 4mg/kg de
Tiocolchicosideo PO BID por 15 dias; 25 mg/kg de Metronidazol PO BID por 30 dias.
Não havendo melhora clínica até o terceiro dia de tratamento, iniciou-se a
administração de 100 mg de Permanganato de potássio diluído em um litro de soro
RL IV lento SID por 5 dias. Até o quinto dia de tratamento o animal apresentou
progressiva deterioração do quadro clínico, com perda da capacidade de deglutição
no quinto dia, quando foi submetido a anestesia geral para a administração de soro
antitetânico via intratecal. A região do forame magno foi previamente tricotomizada e
a punção feita com técnica cirúrgica asséptica usando um mandril de cateter 14
gauge com o paciente em anestesia intravenosa total em decúbito lateral esquerdo.
Para MPA utilizou-se 0,05 mg/kg de Acepromazina 1% associada a 0,02mg/kg de
Detomidina 1%. Anestesia dissociativa induzida por 2 mg/kg de Cetamina 10%. Para
prevenir o aumento da pressão intracraniana, 50 ml de liquor foram drenados
previamente à injeção do volume correspondente de soro antitetânico (50.000 UI). O
animal também foi mantido em uma baia escura e calma e recebeu soro RL
diariamente para manutenção de sua hidratação. Após 10 dias apresentou melhora
e teve alta hospitalar no décimo terceiro dia, sendo prescrito para o tratamento no
haras 25 mg/ kg de Metronidazol PO BID por 30 dias e 4mg/kg de Tiocolchicosideo
PO BID por 30 dias.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Os tratamentos alternativos instituídos após o terceiro e quinto dias de evolução do
caso clínico foram clinicamente efetivos como adjuvantes ao tratamento de rotina,
sendo que o animal apresentou expressiva melhora clínica após o sexto dia. Não
houve sinais de intoxicação pelo Permanganato de potássio, potente agente
oxidante, e a técnica de punção do forame magno e protocolo anestésico
preconizado foram suficientes para a realização do procedimento com segurança.
Nenhum efeito colateral foi percebido durante todo o curso da afecção. O paciente
recuperou-se totalmente em 30 dias, não apresentando sequelas de qualquer tipo.
REFERÊNCIAS
NAKAZATO L., BRUM K. B. Tétano. In: LEMOS, R.A.A. (ed.). Principais
enfermidades de bovinos de corte do mato grosso do sul. Universidade federal
do mato grosso do sul. Campo grande. 1998. p.142-144.
QUEVEDO, P. S. et al. Tétano em bovinos no sul do Rio Grande do Sul: estudo de
24 surtos. Pesq. Vet. Bras. v. 31, n. 12, p. 1066-1070, dezembro 2011.
RADOSTITS O. M., Gay C. C., Blood D. C. et al. Clínica Veterinária Um Tratado de
Doenças dos Bovinos, Ovinos, Suínos, Caprinos e Equinos. 9ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2002.
SILVA, A. A. et. al. Uso de antitoxina tetânica por via intratecal e endovenosa no
tratamento de tétano acidental em equino: relato de caso. Revista científica
eletrônica de medicina veterinária, Ano VIII, n. 14, Janeiro De 2010, Periódicos
Semestral.
SMITH, B. P. Medicina Interna de Grandes Animais. Davis: Manole, 2006.
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USO DE IODETO DE POTÁSSIO PELA VIA ORAL PARA O TRATAMENTO DA
PITIOSE EM EQUINOS - RELATO DE UM CASO
Hélio Augusto C. Gomes, Fábio Gardingo, Rafael Rolim de oliveira, Caique
Celof Francisco Melo– Graduandos em Medicina veterinária – Faculdade
Vértice/Univértix
Bruno Santos cândido Andrade, Pablo Herthel Carvalho, João Luís do Espirito
Santo – Docentes do Curso de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice/Univértix
PALAVRAS-CHAVE: Pitiose, Pythium insidiosun, Tratamento, Equino.
INTRODUÇÃO
A pitiose é uma afecção ulcerativa, proliferativa, granulomatosa e pruginosa da pele,
com exsudação mucossanguinolenta e caseosa causada pelo fungo Pythium
insidiosun, encontrado em áreas alagadas na forma de zoósporos. Os zoósporos
penetram na pele a partir de soluções de continuidade e causam lesões micóticas
que se assemelham a habronemose, zigomicose entre outras, dificultando assim o
diagnóstico (AIELLO, 2001; REIS et al., 2002). O ciclo de vida do fungo envolve a
colonização de plantas aquáticas e liberação de seus zoósporos na água, que são
atraídos por vegetais e animais, incluindo humanos (RADOSTITS et al., 2000). Nos
equinos a manifestação da afecção ocorre principalmente na pele e tecido
subcutâneo dos membros, cabeça e região tóraco-abdominal ventral (MENDOZA et
al., 1996). A lesão é de evolução rápida e de aumento progressivo podendo levar o
animal ao emagrecimento, debilidade e até a morte. As lesões são comuns nas
regiões distais dos membros, peito, abdômen, tórax, cabeça e o diagnostico é dado
com base no histórico, nos sinais clínicos, citologia, histopatologia e teste de ELISA
(MENDOZA et al., 1996). O iodeto de potássio tem reconhecida ação antifúngica e
seu uso pela via endovenosa é amplamente recomendado no tratamento da Pitiose
em equinos, havendo apenas poucos relatos de caso de sua utilização pela via oral,
sem padronização de doses ou descrição de efeitos adversos. Este trabalho tem
como objetivo relatar o diagnóstico, tratamento e evolução positiva do quadro de um
equino portador de Pitiose, referenciado ao Hospital Veterinário da Univértix (HVUnivértix) e suas particularidades.
RELATO DE CASO
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Um potro da raça Mangalarga Marchador, 400 kg, um ano e dois meses de idade, foi
referenciado ao HV-Univértix com uma ferida de aspecto ulcerativo, friável, bordas
elevadas, com presença de tecido necrótico, secreção mucossanguinolenta,
localizada no terço proximal, borda ventro-lateral esquerda do pescoço, com
histórico de evolução progressiva de 20 dias, apesar do tratamento instituído nesse
período. Segundo o proprietário a ferida começou com um nódulo e com secreção
purulenta. O cavalo foi atendido por médico veterinário que suspeitou de corpo
estranho e indicou desbridamento cirúrgico, implante de dreno de látex e lavagem
diária da ferida com solução antisséptica. O proprietário ao realizar as lavagens da
ferida utilizou água não tratada de uma nascente da propriedade, o que coincidiu
com a evolução negativa e aumento da ferida, que passou a apresentar prurido
intenso e secreção mucossanguinolenta. Após preparo cirúrgico, realizou-se
palpação e rebaixamento cirúrgico do tecido necrosado, percebendo-se range ao
corte e presença de Kunkers, o que colaborou para a suspeita de pitiose. Foram
realizados imprints em lâminas coradas por panótico, que permitiram a visualização
de hifas, o quê confirmou o diagnóstico. Iniciou-se o tratamento terapêutico, com
administração da vacina Ptium-Vac (Laboratório de Pesquisas Micológicas LAPEMI/UFSM e Embrapa Pantanal), uma dose por via subcutânea a cada 14 dias
totalizando 4 aplicações; Iodeto de potássio PA na dose de 100mg/ kg PO SID por
30 dias; tratamento tópico da ferida com limpeza diária com solução salina e
Polivinilpirrolidona, seguida de proteção das bordas da ferida com camada fina de
pomada tipo unguento e cauterização química do leito da ferida com iodo 10% e
alúmen de potássio.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A administração endovenosa de iodeto de potássio é amplamente indicada na
literatura para o tratamento da Pitiose em equinos, dado o conhecido efeito
antifúngico do fármaco. Todavia, a necessidade da administração endovenosa por
longos períodos geralmente acarreta em efeitos tóxicos ao equino, riscos do
desenvolvimento de tromboflebites e em outros casos reações de anafilaxia
importantes, o quê, frequentemente torna necessário internação por longos
períodos. A utilização de iodeto de potássio pela via oral apresenta poucos relatos
na literatura, resultados inconsistentes em termos de eficácia do tratamento e, ainda,
grandes divergências em relação à padronização de doses por essa via. A dose de
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100 mg/kg por 30 dias adotada nesse caso mostrou-se efetiva como adjuvante no
tratamento da afecção, possibilitando tratamento na propriedade, dado a facilidade
de administração pela via oral. O paciente não demonstrou nenhum sinal de
intoxicação pelo iodeto de potássio durante todo o período. A ferida cicatrizou
totalmente em 60 dias, comprovando a eficiência do tratamento preconizado, já que
o curso da afecção muitas vezes pode se estender por meses e frequentemente o
óbito é observado. A utilização da vacina Pitium Vac em quatro doses também tem
sido indicada e colaborou para a rápida resolução do caso, pontuando-se em
observação a ocorrência de reações vacinais de intensidade crescente a cada
administração, tendo por essa razão sua utilização suspensa aos 40 dias de
tratamento.
REFERÊNCIAS
AIELLO, S. E. Manual Merck de Veterinária. Ed. Roca, São Paulo. 8ª Edição, 2001.
MENDOZA, L., ALFARO, A. A. Equine pythiosis in Costa Rica: report of 39 cases.
Mycopathologi, v.94, p.123-129, 1986.
RADOSTITS, O. M., GAY, C. C., BLOOD, D. C., et al. Clínica Veterinária – um
tratado de doenças dos bovinos, ovinos, suínos, caprinos e equinos. Ed. Guanabara
Koogan , Rio de Janeiro. 9ª Edição, 2000.
REIS, J. L. Jr., NOGUEIRA, R. H. G. Estudo anatomopatológico e imunoistoquímico
da pitiose em equinos naturalmente infectados, 2001. Arquivo Brasileiro de
Medicina Veterinária e Zootecnia, 2002.
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ESTUDO DAS AFECÇÕES DENTÁRIAS E PERIODONTAIS NA POPULAÇÃO DE
EQUINOS DA RAÇA CAMPOLINA SUBMETIDOS A DIFERENTES MANEJOS DE
CRIAÇÃO NA ZONA RURAL DO MUNICÍPIO DE MATIPÓ-MG
Hélio Augusto C. Gomes, Rafael Rolim de Oliveira – Graduandos em Medicina
veterinária – Faculdade Vértice/Univértix.
Bruno Santos cândido Andrade, João Luis do Espírito Santo Junior– Docente
do Curso de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice/Univértix.
PALAVRAS-CHAVE: afecções dentárias, manejo nutricional, equinos
INTRODUÇÃO
O rebanho equino brasileiro é expressivo no cenário mundial, situando-se em
segundo lugar em número de animais, muito próximo dos EUA que detém a
vanguarda mundial com um rebanho em torno de 6.931.000 equinos (ALVES, 2004).
O estudo sobre o complexo do agronegócio do cavalo, divulgado pela Confederação
de Agricultura e Pecuária do Brasil (CNA), mostrou que a indústria equina brasileira
movimenta valor superior a R$ 7,3 bilhões/ano, permitindo concluir que as atividades
relativas aos produtos e serviços ligados ao setor apresentam dimensões
econômicas e sociais relevantes (LIMA et al., 2006). A população de equinos do
município de Matipó-MG e seus arredores segue a tendência mundial, já com
considerável rebanho e inúmeros haras das raças marchadoras. Contudo, ainda é
incipiente a prática dos cuidados preventivos periódicos que devem ser desvelados
ao equino para manutenção de sua saúde bucal, seja por desconhecimento dos
proprietários sobre o assunto, seja pela escassez de profissionais especializados em
odontologia equina. O presente trabalho tem por objetivo realizar um levantamento
epidemiológico qualitativo e quantitativo sobre as principais afecções dentárias e
periodontais em uma população de equinos da raça campolina submetidos a
diversos manejos de criação, bem como buscar associações entre as lesões
encontradas e os fatores de risco associados a cada tipo de manejo.
REVISÃO DE LITERATURA
As alterações dentárias e de componentes anatômicos relacionados à cavidade oral
são frequentes na espécie equina, contudo nem sempre são percebidas pelo
proprietário ou diagnosticadas e tratadas pelo Médico Veterinário. Tal fato se deve à
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grande dificuldade técnica de observação dos dentes pré-molares e molares dos
equídeos, dado a conformação estreita e profunda da cavidade e por esses animais
possuírem língua musculosa de grande mobilidade, o que dificulta ainda mais a
visualização direta (PAGLIOSA et al., 2006). Os equinos são animais que possuem
erupção dentária contínua ao longo da vida, processo fisiológico equilibrado pelo
desgaste dentário, também contínuo e presente durante os processos mastigatórios
(BORGDORFF, 2009). Distúrbios da normalidade da mastigação, como tempo
reduzido de mastigação e menor amplitude dos movimentos de excursão lateral da
mandíbula durante os ciclos mastigatórios em função de dietas concentradas, tenras
ou cominuídas são fatores predisponentes para o desenvolvimento das alterações
mais comumente encontradas na espécie, as Alterações de Desgaste Dentário
(ADD) (DIXON, 2000). Por terem comportamento silencioso essas podem passar
despercebidas por longos períodos e, quando não tratadas de forma adequada,
podem predispor ao desenvolvimento de afecções de maior gravidade e pior
prognóstico, como as doenças periodontais, formação de diastemas, doenças
periapicais, cáries, doenças infundibulares, fraturas, entre outras (PAGLIOSA et al.,
2006).). Diversos são os tipos de manejo de criação empregados em haras de
criação e essas diferenças de manejo podem certamente interferir na distribuição
das afecções da cavidade oral devido a fatores predisponentes particulares a cada
tipo de manejo (CARMALT e RACH, 2003).
METODOLOGIA
Essa pesquisa foi aprovada pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação Científica
(PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de Amparo à
Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG) e apoio do Haras São João. Serão utilizados
60 cavalos da raça Campolina, proveniente do Haras São João, sem sinais clínicos
de doenças prévias e sem histórico de realização de exames ou procedimentos
odontológicos no último ano. Todos os animais serão distribuídos em três grupos
experimentais, de acordo com os diferentes manejos empregados de criação. Após
identificação e registro das afecções, esses animais serão submetidos a
procedimentos odontológicos para correção das Alterações de Desgaste Dentário
presentes. Todos os animais serão incluídos e uniformemente distribuídos, de
acordo com as características de manejo em três grupos experimentais: grupo 1
(G1) – animais criados em regime de confinamento em baias, recebendo como dieta
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volumosa feno de Tifton e concentrada ração comercial; grupo 2 (G2) – animais
criados em regime de confinamento parcial em baias, recebendo como dieta
volumosa feno de Tifton e pastejo voluntário e concentrada ração comercial; grupo 3
(G3) – animais criados em regime extensivo tendo como dieta volumosa o pastejo
voluntário. Após o jejum de 12h, os animais serão contidos em brete e sedados de
acordo com os protocolos anestésicos indicados para cada grupo. Todas lesões
dentárias e periodontais serão registradas em fichas odontológicas específicas e
individuais para cada equino. Após esse registro, os dados serão dispostos em
planilhas para análise estatística.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Até o presente momento, esse trabalho de pesquisa não possui resultados passíveis
de análise, visto que está em fase de instrumentação, havendo ainda a necessidade
de aguardar a disponibilização dos equinos para os exames odontológicos.
REFERÊNCIAS
ALVES, G.E.S. Odontologia como parte da gastroenterologia: sanidade e
digestibilidade. In: Cong. Bras. Cir. Anest. Vet. Mini Curso de Odontologia
Equina, 6, 2004, Indaiatuba, 2004, p.7-22.
BORGDORFF, P. Dental care guide. www.equinedentalpractice.com 04 Mai 2009.
CARMALT, J.; RACH, D. Equine Dentistry – Moving into the 21st Century. Large
Animal Veterinary Rounds, v. 3, n. 5, 2003.
DIXON, P. M. Removal of equine dental overgrowths. Equine veterinary education,
v. 12, n. 2, p. 68-91, 2000.
LIMA, J.T.M.; ANDRADE, B. S. C.; SCHWARZBACH, S.V.; DEMARVAL, C. A.;
LEAL, B. B. ; FALEIROS, R.R.; ALVES, G.E.S. Ocorrência de doença infundibular,
sobremordida e ganchos em equinos de cavalaria militar. Arquivo Brasileiro de
Medicina Veterinária e Zootecnia, v. 63, p. 6-11, 2011.
LIMA, R.A.S., SHIROTA, R., BARROS, G.S.A.C. ESTUDO DO COMPLEXO DO
AGRONEGÓCIO CAVALO NO BRASIL. Centro de estudos avançados em
economia aplicada da ESALQ, Confederação da Agricultura e Pecuária da
Brasil. – Brasília: CNA; MAPA, 2006. 68p.: il. – (Coletânea Estudos Gleba; 40)
PAGLIOSA, G.M.; ALVES, G.E.S.; FALEIROS, R.R. et al. Influência das pontas
excessivas de esmalte dentário na digestibilidade e nutrientes de dietas de equinos.
Arq. Bras. Med. Vet. Zootec., v.58, p.94-98, 2006.
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ESTUDO RADIOGRÁFICO DAS RELAÇÕES ANGULARES DAS ARTICULAÇÕES
INTERFALANGEANAS DISTAIS DOS MEMBROS PÉLVICOS E SUAS
CORRELAÇÕES COM ALTERAÇÕES LAMÍNICAS, ÁLGICAS E
RADIOGRÁFICAS DOS DÍGITOS DE EQUINOS DA RAÇA CAMPOLINA DA
ZONA RURAL DE MATIPÓ-MG
Pedro Augusto Mendes Junior, Hélio Augusto C. Gomes – Graduandos em
Medicina veterinária – Faculdade Vértice/Univértix
Bruno Santos cândido Andrade, Pablo Herthel Carvalho, João Luís do Espirito
Santo – Docentes do Curso de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice/Univértix
PALAVRAS-CHAVE: Estudo radiográfico, equinos, raça campolina.
INTRODUÇÃO
As injúrias musculoesqueléticas constituem a principal causa de perdas econômicas
na equideocultura. Mais de 50% dos equinos apresentam pelo menos um episódio
de claudicação durante a vida (BAILEY et al., 1999), sendo as articulações distais
dos membros as principais regiões que apresentam alterações resultando em
claudicação (BAXTER et al., 2011a). Diferentes componentes anatômicos podem
estar envolvidos nas afecções, em especial quando ocorrem erros de casqueamento
e ferrageamento, causando alterações nas relações angulares das articulações,
como é o caso da articulação interfalangeanas distal (STASHAK, 2004).
É frequente, em equinos marchadores, a realização de casqueamento e
ferrageamento dos cascos dos membros pélvicos objetivando aumentar a relação
entre pinça e talões, promovendo um aumento do Break-over no momento da fase
caudal da passada. Tal prática visa à custa de aumento de tensão em diversas
estruturas flexoras palmares, articulações e ligamentos, o aumento forçado da
amplitude da passada, elemento avaliado de forma positiva nas competições de
marcha. Contudo, estudos que avaliem a correlação dessa prática com o
desenvolvimento de claudicações e alterações radiográficas do dígito ainda não
foram publicados. Este trabalho tem como objetivo realizar estudo radiográfico das
relações angulares das articulações interfalangeanas distais dos membros pélvicos
e relacionar com alterações lamínicas, álgicas e radiográficas dos dígitos de equinos
marchadores casqueados de forma inadequada, comparando com equinos
casqueados de forma correta.
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REVISÃO DE LITERATURA
A artrite da articulação interfalangeana distal é principal causa de claudicação em
equinos, sendo observada sinovite e inflamação da cápsula articular, contudo as
alterações na cartilagem articular podem não ocorrer. A lesão reincidente
caracteriza-se pela progressão das lesões com envolvimento da cartilagem articular,
gerando lesões articulares dissecantes, entorses, instabilidade articular, artrose e
claudicação (STOKES et al., 2004).
A identificações de alterações precoces das articulações por meio de exames de
imagem é de extrema importância por se tratar de estruturas não visíveis a olho nu.
A mensuração da interlinha articular e dos ângulos e relações estabelecidas entre os
oosos e o casco são de importância crucial para o diagnóstico precoce de alterações
articulares. O ângulo do casco é o ângulo formado entre a parede dorsal do casco e
a superfície solear, sendo medido na região da pinça (BALCH et al., 1997). O ângulo
depende fundamentalmente da conformação e do tipo de trabalho que o animal
desenvolve, variando entre os membros pélvicos e torácicos (BUSHE et al., 1987;
STASHAK,1994). Existe uma concordância quase universal no sentido de que
cascos com ângulo de aproximadamente 54 graus ou maior são mais saudáveis e
são encontrados comumente em condições naturais, a exemplo dos equinos
selvagens. Ângulos inferiores a 54 graus não são naturais, são cansativos para os
músculos e ligamentos, alteram a distribuição do peso ao longo da pinça, aumentam
a tensão no tendão flexor digital profundo e contribuem para a ocorrência dos talões
contraídos, o causador de quase todas as enfermidades do casco (STASHAK,1994;
BALCH et al., 1997).
A identificação precode de alterações nos ângulos do casco e sua correlação com
sinais radiográficos de afecções osteoarticulares permite o diagnóstico precoce e a
instauração de terapias corretivas, evitando surgimento de quadros graves de
claudicação e da qualidade de vida dos pacientes. Adicionalmente há diminuição
das perdas econômicas com os animais submetidos à competição.
METODOLOGIA
Quarenta cavalos da raça Campolina, proveniente do Haras São João, sem sinais
clínicos aparentes de doenças prévias e sem histórico de claudicações no último ano
foram distribuídos em dois grupos experimentais, de acordo com as diferentes
angulações da articulação interfalangeanas distal, medidas realizadas com
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transferidor específico para o fim. Seguiu-se a realização dos exames radiográficos
dos dígitos dos membros pélvicos de todos os animais. As lesões radiográficas
foram descritas e seguiu-se a análise das imagens em software do equipamento de
radiologia.
Todos os dados serão tabulados em planilhas para análise estatística para
determinação das angulações metatarsofalangeana, interfalangeana proximal e
interfalangeana distal.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O presente trabalho encontra-se em fase de coleta dos exames radiográficos, não
havendo no momento resultados parciais.
RERÊNCIAS
BAILEY, C. J.; REID, S. W.; HODGSON, D. R.; ROSE, R. J. Impact of injuries and
disease on a cohort of two- and three-year-old thoroughbreds in training. Veterinary
Records, London, v. 145, n. 17, p. 487-493, 1999.
BALCH, O.; BUTLER, D.; COLLIE, M. A. Balancing the normal foot: hoof preparation,
shoe fit and shoe modification in the performance horse. Equine Veterinary
Education , v. 9, n. 3, p. 143- 154, 1997.
BAXTER, G. M.; STASHAK, T. S.; BELKNAP, J. K.; PARKS, A. Functional Anatomy
of the Equine Musculoskeletal System. In: BAXTER, G. M. Adams and Stashak's
Lameness in Horses. 6.ed. Wiley-Blackwell, 2011a. cap.1, p.1272.
BUSHE, T.; TURNER, T. A.; PAULOS, P. W.; HARWELL, N. M. The effect of hoof
angle on coffin, pastern and fetlock joint angles. In: Annual convention of the
americam
association
equine
practitioners,
33.,
1987,
New
Orleans.Proceedings...New Orleans: AAEP, 1987. p. 729-737.
STASHAK, T. S. (2004). Claudicación, el pie. In T.S. STASHAK, ADAMS:
Claudicación en el caballo, (5ª ed.).(pp.685-706). Editorial Inter-Médica: Buenos
Aires, Argentina.
STOKES, A.M., EADES, S.C. & MOORE, R.M. (2004). Pathophysiology and
treatment of acute laminitis. In S.M. Reed, W.M. Bayly & D.C. Sellon, Equine
internal medicine, (2nd ed.).(pp.522-530). Saunders: St. Louis, USA.
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GESTÃO DOS RESÍDUOS RURAIS EM CINCO PROPRIEDADES NO MUNICÍPIO
DE MATIPÓ/MG
Jesiel Vieira Araújo – Graduando em Medicina Veterinária da Faculdade Vértice –
UNIVERTIX
Mariana de Faria Gardingo Diniz – Graduada em Biologia. Especialista em Gestão
Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e
Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade
Vértice - UNIVERTIX.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Resíduos rurais, lixo, meio ambiente.
INTRODUÇÃO
Toda atividade produtiva causa duplo impacto no meio ambiente: por um lado,
requer o uso contínuo dos recursos naturais, por outro, acarreta geração
indiscriminada de
resíduos. Resíduos sólidos resultam de atividades industrial,
doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos
os resíduos provenientes do tratamento de água e equipamentos de controle de
poluição (CAMPANHOLA e SILVA, 2012).
Para Lopes (2011), o meio rural não é mais um espaço onde são desenvolvidas
atividades exclusivamente agrícolas. Esse meio tem passado por intensas
mudanças, que induzem a pluralidade, fazendo com que o espaço seja tido como
uma continuação da zona urbana.
Diante da ineficiência do sistema atual de coleta de resíduos rurais no Brasil, o qual
abrange apenas 13% das áreas agrícolas, muitos produtores buscam outras formas
de eliminação, na maioria das vezes inadequadas. Do total do lixo produzido em
2012 na zona rural, 56,5% foram enterrados ou queimados (IBGE, 2014).
O conhecimento da produção e composição do lixo de uma propriedade fornece
dados preliminares fundamentais para criação de possíveis formas de manejo.
Nesse sentido, questiona-se: como ocorre o gerenciamento dos resíduos sólidos
oriundos das atividades desenvolvidas na zona rural de Matipó/MG?
Mediante ao problema apresentado, a proposta de pesquisa tem como objetivo:
identificar os métodos de gestão desses resíduos em cinco propriedades do
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município.
Com
este
estudo
pretende-se
contribuir
para
indicação
do
desenvolvimento de técnicas para reciclar e reutilizar parte dos resíduos gerados,
para que estes possam ser no vamente utilizados.
Essa pesquisa foi aprovada pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação Científica
(PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de Amparo à
Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG).
METODOLOGIA
Esta pesquisa é exploratória e tem, de acordo com Diehl (2004), como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais
explícito ou a construir hipóteses.
A área de referência escolhida para o presente estudo foi zona rural da cidade de
Matipó - MG. As propriedades foram selecionadas a partir do banco de dados do
Programa de Assistência Técnica Integrada (P.A.T.I.), foram selecionadas cinco
propriedades com maior área e número de moradores. A coleta de dados foi
realizada em junho de 2014.
Nas propriedades foram feitos levantamentos de informações junto a 5 proprietários
e 15 funcionários através de roteiro previamente definido, contendo questões
relacionadas a gestão de resíduos agropecuários e os originados da prática da
atividade rural.
RESULTADOS E DISCUSSÕES PRELIMINARES
O presente trabalho encontra-se em andamento. Levantamentos preliminares
relacionam-se com os tipos de resíduos gerados na atividade agropecuária. A maior
quantidade de resíduos é a que está sendo gerada na criação do gado leiteiro,
sendo o principal resíduo gerado nesta atividade produtiva os dejetos dos animais.
Outra atividade produtiva desenvolvida em algumas propriedades é a cafeicultura.
De acordo com os proprietários, os principais resíduos desta atividade são as
cascas e água contaminada.
Outro resíduo produzido nas propriedades são as embalagens vazias de
agrotóxicos. Segundo Hannigan, (2010), essas embalagens oferecem risco ao meio
ambiente e à saúde da vida humana. Nesse aspecto, os proprietários revelaram que
ações estão sendo desenvolvidas com o objetivo de orientar melhor a destinação
das embalagens vazias de agrotóxicos, evitando, assim, qualquer tipo de dano
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ambiental e ameaça à saúde humana. Entrevistados afirmam que tais embalagens
devem ser adequadamente manejadas e terem uma destinação final segura, o que
vai ao encontro da ideia da reciclagem.
Para os proprietários, os dejetos e resíduos podem ser usados na fertilização das
lavouras, recuperando a fertilidade, melhorando as condições físicas do solo,
tornando-o mais permeável e com maior capacidade de retenção de água e
penetração das raízes das plantas, gerando ganhos econômicos ao produtor rural,
sem comprometer da qualidade do solo e do ambiente.
Para que tal atividade tenha sucesso é fundamental a elaboração de um plano
técnico de manejo e adubação, considerando a composição química dos
dejetos/resíduos, a área a ser utilizada, a fertilidade, o tipo de solo e as exigências
da cultura a ser implantada.
CONSIDAÇÕES FINAIS
O desenvolvimento rural já não pode estar alicerçado apenas sobre atividades
agrárias tradicionais, permanentemente submetidas ao risco, à incerteza e à
exaustão dos fatores de produção, sendo necessário diversificar a pauta de produtos
e serviços que geram o sustento das unidades rurais.
A gestão ambiental não é um conceito novo, nem mesmo uma necessidade nova. O
homem sempre teve de interagir responsavelmente com o meio ambiente. Nos
casos em que isto não ocorreu, o homem teve de enfrentar as consequências
nefastas da sua atuação.
O objetivo maior da gestão ambiental é a busca permanente de melhoria da
qualidade ambiental dos serviços, produtos e ambiente de trabalho de qualquer
organização pública ou privada. A busca permanente da qualidade ambiental é,
portanto, um processo de aprimoramento constante do sistema de gestão ambiental
global de acordo com a política ambiental estabelecida pela organização. A gestão
ambiental responsável não está restringida somente as empresas, mas também
para a população em geral.
REFERÊNCIAS
CAMPANHOLA, C.; SILVA J. G. O. O agroturismo como uma fonte de renda para o
pequeno agricultor brasileiro. In: ALMEIDA J.A.; RIEDL, M. (Org.) Turismo Rural:
ecologia, lazer e desenvolvimento. Bauru: São Paulo, EDUSC, 2012.
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DIEHL, A. A. Pesquisa aplicadas. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
HANNIGAN, J. A. Sociologia Ambiental: a formação de uma perspectiva Social.
Cidade: editora, 2010.
LOPES, I. Gestão Ambiental no Brasil. 5.ed. Rio de Janeiro: FGV, 2011.
OTIMIZAÇÃO DA BOVINOCULTURA DE LEITE EM DUAS PROPRIEDADES
RURAIS DE MATIPÓ/MG
Osmar Dias Ferraz. Graduando em Medicina Veterinária da Faculdade Vértice –
UNIVERTIX
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix.
Mariana de Faria Gardingo Diniz – Graduada em Biologia. Especialista em Gestão
Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e
Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade
Vértice - UNIVERTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Bovinocultura, Leite, rebanhos.
INTRODUÇÃO
O Brasil possui, atualmente, cerca de 170 milhões de cabeças bovinas e produz, em
média, 1000 litros de leite por vaca por ano, o que o coloca como 23 o produtor
mundial de leite, depois da Argentina (3.122 litros/vaca/ano) e México (1.535
litros/vaca/ano) (FRANTZ e NETO, 2005).
Segundo Lorenzoni (2011), nos últimos 20 anos, a produtividade média brasileira
aumentou apenas 272 litros/vaca/ano em comparação aos EUA que aumentaram
2.321 litros/vaca/ano.
Para Lorenzoni (2011) o sucesso da atividade leiteira em países desenvolvidos foi
atribuído, principalmente, a dois fatores fundamentais, o processo de educação
formal dos envolvidos no processo de produção de leite (pesquisadores, produtores,
técnicos e estudantes) e o uso de sistema informatizado no gerenciamento dos
rebanhos.
O trabalho tem como objetivo avaliar em duas propriedades na cidade de Matipó/MG
o processo de produção de leite consolidando um processo de produção sustentável
de leite bovino. Assim, com o monitoramento das ações de manejo e gerenciamento
dos rebanhos e com os cursos de capacitação espera-se o aumento do
conhecimento tecnológico de produção de leite favorecendo o desempenho da
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atividade e como consequência a melhoria da produtividade e aumenta da renda
bruta do leite.
METODOLOGIA
Elegeram-se duas propriedades rurais com maior produção por gado leiteiro, através
de um levantamento realizado na base de dados do Programa de Assistência
Técnica Integrada (P.A.T.I.) desenvolvido pela Univértix, nas quais foram
desenvolvidos os trabalhos de pesquisa e desenvolvimento da otimização da
bovinocultura de leite.
O projeto está sendo desenvolvido com público alvo estimado em 50 moradores e
funcionários, considerando que nas duas propriedades temos aproximadamente oito
moradias, nas quais diversos membros da família atuam em diferentes funções,
mais os funcionários. A coleta de dados foi realizada em junho de 2014.
A coleta de dados foi realizada através de roteiro previamente definido, contendo
questões as necessidades e condições da produção de leite. A pesquisa exploratória
tem, segundo Diehl (2004), o objetivo de proporcionar maior familiaridade com o
problema, com vistas a torná-lo mais explícito ou a construir hipóteses.
Essa pesquisa foi aprovada pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação Científica
(PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de Amparo à
Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG).
RESULTADOS E DISCUSSÕES PRELIMINARES
O estudo encontra-se em andamento. Levantamentos preliminares nas propriedades
com os produtores e funcionários apontam para a grande capacidade de adaptação
a diferentes condições; os sistemas de produção leiteiros desenvolvidos pelos
produtores raramente seguem os padrões tecnológicos recomendados pela indústria
e por parte significativa de profissionais que atuam no fomento da atividade leiteira,
especialmente no que diz respeito ao rendimento físico em litros de leite por animal
e às escalas de produção.
De acordo com Ministério da Agricultura (2013), os rendimentos leiteiros observados
preliminarmente
nas
unidades
de
produção
familiares
são
técnica
e
economicamente, bastante coerentes com as condições prevalecentes nestes
estabelecimentos, indicando que os sistemas de criação que garantem melhor nível
de renda para os agricultores, mesmo nas condições mais otimistas, ficam aquém
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dos padrões de eficiência tomados como referência por representantes dos demais
segmentos da cadeia produtiva do setor leiteiro.
Para Basso et al. (2012), a melhoria da qualidade da alimentação fornecida aos
animais em termos de energia e proteína proporciona não apenas um aumento da
lotação de animais por unidade de área como também um incremento da
produtividade média dos animais em produção.
Pode-se dizer que o baixo desempenho dos rebanhos na cidade de Matipó/MG e,
particularmente, nas duas propriedades avaliadas, deve-se a vários fatores, entre
eles podemos citar: falta de tecnologias adequadas utilizadas nos sistemas
produtivos, alimentação e manejo alimentar inadequados, potencial genético
inadequado dos rebanhos, pouca qualificação dos produtores e a falta de
assistência técnica ao gerenciamento precário das propriedades.
A assistência técnica inadequada se deve muitas vezes a falta de conhecimento
técnico compatível com a realidade social e econômica dos assentados, gerando
uma condição de ausência de competitividade com as condições de mercado
globalizado. Como sequela dessa realidade, instalam-se sistemas de produção,
muitas vezes, extrativistas e predatórios, responsáveis pela disseminação de
doenças como brucelose, tuberculose etc. e a falta de controle de poluentes. Eles
não apresentam sustentabilidade, levando seus produtores à falência ou à baixa de
qualidade de vida e como consequência, a degradação do meio ambiente, o
desemprego e o êxodo rural.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As
propostas hegemônicas
que
têm
pautado
as discussões
voltadas à
reestruturação da produção de leite no interior das unidades de produção podem ser
desastrosas para o desenvolvimento de pequenas propriedades.
As propriedades analisadas nesse trabalho não têm motivos para pessimismo
quanto à viabilidade de proposições alternativas em torno de uma estratégia de
desenvolvimento do setor leiteiro em Matipó/MG, baseada no estímulo aos
pequenos e médios agricultores, que poderia ser adotada com o envolvimento dos
representantes da indústria de laticínios e cooperativas de produtores, dos
representantes do Estado e das organizações dos produtores rurais.
REFERÊNCIAS
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29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301
BASSO, David; SILVA NETO, Benedito; BERTO, Jorge Luiz. Otimização da
produção de leite em função da qualidade dos alimentos nas condições do Noroeste
do Rio Grande do Sul. Pesquisa Agropecuária Gaúcha, Porto Alegre: Fepagro, v.
8, n. 1-2, p. 137-147, 2012.
DIEHL, Astor Antônio. Pesquisa aplicadas. São Paulo: Prentice Hall, 2004.
FRANTZ, Telmo Rudi; SILVA NETO, Benedito. A dinâmica dos sistemas agrários e
o desenvolvimento rural. In: SILVA NETO, Benedito; BASSO. David (Orgs.).
Sistemas Agrários do Rio Grande do Sul: análise e recomendações de
políticas. Ijuí: Ed. Unijuí, 2005. p. 109-156.
LORENZONI, Jaime. Análise da reprodução social dos agricultores e de
alternativas de desenvolvimento agrícola para o município de Nova Ramada
(RS). Ijuí: Unijuí, 2011. (Dissertação de Mestrado apresentada ao Programa de PósGraduação em Desenvolvimento, Gestão e Cidadania. Orientador: Benedito Silva
Neto).
MINISTÉRIO da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Instrução Normativa n. 51.
Disponível em http://www.agricultura.gov.br/agrolegis. Acesso em: 23.ago.de 2014.
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ACETONEMIA EM VACAS DE LEITE- REVISÃO DE LITERATURA
Janaína Geralda Vieira Lage, Thais Aparecida de Castro, Wardley Nunes
Ribeiro – Graduandos em Medicina Veterinária,
Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes – Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica, Mestre em
Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Vacas de Leite; Cetose, Corpos Cetônicos.
INTRODUÇÃO
Cetose é uma enfermidade definida como uma desordem do metabolismo de
carboidratos e das gorduras e caracterizada pelo incremento de corpos cetônicos no
sangue (SANTOS, 2008). Esta doença é relativamente comum em vacas de alta
produção leiteira e com elevado escore corporal, sendo as multíparas mais afetadas
do que as primíparas. Geralmente a enfermidade ocorre entre os dias 8 e 60 dias do
pós-parto, período em que o animal enfrenta um balanço energético negativo
(SOUZA, 2003; NANTES e SANTOS, 2008). Dentre as enfermidades mais
frequentes em vacas leiteiras a cetose, jutamente com a hipocalcemia, a lipidose
hepática, o deslocamento de abomaso, a retenção de placenta e a acidose ruminal,
destaca-se como as patologias de maior incidência (CAMPOS et al., 2005).A cetose
pode ocorrer em intensidades variadas e ser induzida por dietas ricas em gorduras e
pobres em carboidratos, função hepática diminuída, inanição, distúrbios endócrinos
como diabete mellitus e anestesias (SANTOS, 2008). Segundo Nantes e Santos
(2008), esta condição clínica possui taxa de mortalidade baixa. No entanto, pode
acarretar perda acentuada na produção de leite e no peso corpóreo dos animais.
Com isso, resulta grandes prejuízos econômicos para o produtor de leite. Dessa
forma, este trabalho tem como objetivo realizar um levantamento bibliográfico sobre
a acetonemia em vacas leiteiras.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
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Observando os trabalhos encontrados sobre o tema em estudo, foi possível detectar
que a cetose é uma doença metabólica causada por um desequilíbrio energético,
que ocasiona acúmulo de corpos cetônicos no plasma sanguíneo. Cetose ocorre
principalmente em decorrência do balanço energético negativo nos pós-parto e
coerente a isto, poderia acontecer um aumento dos níveis de gordura, devido a
mobilização de tecido adiposo (BARBOSA et al., 2009). Em situações que levam a
um estado hipoglicêmico crônico, o organismo utiliza rotas metabólicas, como a
lipólise, para compensar a falta de substrato energético. Os ácidos graxos são então
clivados em várias moléculas de acetil-CoA, que entram no ciclo do ácido cítrico
para produzir energia. O excedente de acetil-CoA é transformado em corpos
cetônicos, que se estiverem em excesso no organismo, provocam toxidez e
manifestação da doença (CAMPOS et al., 2005).
Esta doença acomete
principalmente vacas em lactação e de alta produção e começa a ser moléstia
apenas quando a absorção e a produção de corpos cetônicos chega a exceder seu
consumo pelo ruminante como fonte de energia (SOUZA, 2003). De acordo com
Barbosa et al., (2009) a cetose pode ser classificada como clínica e subclínica, onde
na primeira o animal apresenta sinais clínicos sensoriais, motores e nervosos, sendo
de fácil diagnóstico porém, menos recorrente. Já a segunda não apresenta sinais
clínicos, prevalecendo por falta de diagnóstico. O diagnóstico de cetose pode ser
confirmado através de análises de glicose e dos ácidos graxos livres no sangue, e
dos corpos cetônicos no leite, sangue ou urina. A condição corporal permite avaliar
de forma subjetiva o grau de deposição de gordura no animal, utilizando uma escala
de 1 a 5, onde 1 é o animal muito magro e 5 o animal muito gordo. Já em bovinos de
leite é recomendado determinar a condição corporal em 3 oportunidades do ciclo
reprodutivo, sendo vacas secas até o parto com valores de 3 a 4, primeiros dois
meses de lactação com valores de 2,5 a 3 e depois ao longo da lactação onde o
animal recupera sua condição para 2,5 a 3,5 (CAMPOS et al., 2005). Como medida
de prevenção recomenda-se ao produtor o uso de uma alimentação adequada aos
animais durante o período seco e também no pós-parto e evitar o excesso de
alimentação para os animais em período seco para que, ao parto, a condição
corporal esteja entre 3,5 e 4 no escore de avaliação. O tratamento mais comum para
a doença é a utilização de soluções glicosada a 5% ou 50% (SOUZA, 2003).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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Diante do estudo realizado, pode-se verificar que a cetose é um transtorno comum
nos rebanhos leiteiros, definida como uma desordem do metabolismo de
carboidratos e gorduras, caracterizada pelo incremento de corpos cetônicos no
sangue . O diagnóstico é feito através da detecção de corpos cetônicos no sangue,
leite ou urina, e análise de glicose e ácidos graxos presentes no plasma sanguíneo.
O tratamento mais comum é a utilização de soluções glicosadas e como prevenção
deve-se realizar o balanceamento da alimentação do animal de acordo com sua fase
de vida reprodutiva.
REFERÊNCIAS
SOUZA, Alexandre N. M., Seminário apresentado na disciplina de Bioquímica do
Tecido Animal do Programa de Pós–Graduação em Ciências Veterinárias da
UFRGS. Seminário... 2003/1.
BARBOSA, José D., Cetose Nervosa em Bovinos , Diagnosticada pela Central de
diagnóstico Veterinário (CEDIVET) da Universidade federal do Pará no Período de
2000 a 2009.
NANTES, J. H.; SANTOS, T. A. B. Cetose - Revisão de literatura. Revista Científica
Eletrônica de Medicina Veterinária, Garça, n. 10, 2008.
CAMPOS et al. Determinação de corpos cetônicos na urina como ferramenta para o
diagnóstico rápido de cetose subclínica bovina e relação com a composição do leite.
Archives of Veterinary Science v. 10, n. 2, p. 49-54, 2005.
SANTOS, T. Cetose - Revisão de Literatura. Revista Científica Eletrônica de
Medicina Veterinária, Ano VI – Número 10 – Janeiro de 2008.
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A FEBRE DO LEITE E SUA PREVENÇÃO
Davyla Mystica Magalhães do Carmo, Rhai Basilato Campos, Cinthia Genelhu
Silva – Graduandos em Medicina Veterinária, Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes –Farmacêutica Bioquímica Analista Clínica, Mestre em
Ciências Farmacêuticas. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Cálcio, Fósforo, Vacas leiteira, Prevenção.
INTRODUÇÃO
Os transtornos metabólicos devido ao desequilíbrio orgânico de cálcio e fósforo em
vacas leiteiras pós-parto causam uma hipocalcemia aguda, que levam a chamada
Febre do Leite (FL), também conhecida como febre vitular, paresia puerperal, ou
síndrome da vaca caída (HIGUTI E REZENDE, 2011; OLIVEIRA, 2012; SUGUI et
al., [s.d.]). Esse transtorno pode ocorrer nas primeiras 72 horas ou ao longo do
período de lactação. Nestes momentos existe grande necessidade do organismo por
cálcio, para a produção de colostro e leite. Alguns fatores podem predispor à FL, os
mais comuns são idade, raça, superalimentação, consumo inadequado de cálcio,
ordenhas de colostro e uso de antibióticos (OLIVEIRA, 2012). Se não prevenida e/ou
tratada corretamente esta condição clínica pode levar a diversas complicações
secundárias, como, retenção de placenta, redução da motilidade ruminal e
abomasal, além de ocasionar a morte do animal (HIGUTI E REZENDE, 2011).
Dessa forma, o manejo preventivo é a melhor forma de evitar prejuízos ao rebanho e
consequentemente à produção (RODRIGUES, 2004;). Contudo, o objetivo deste
trabalho é fazer um levantamento bibliográfico sobre maneiras de prevenir a FL.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A FL é um distúrbio que ocorre quando o cálcio deixa o sangue pela secreção láctea
no pós-parto, mais rapidamente do que é introduzido no sangue pela ingestão.
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Dessa forma, ocorre mobilização dos estoques de cálcio do organismo SUGUI et al.,
[s.d.]). O diagnóstico é dado pela história clínica do animal e os sinais clínicos,
sendo estes divididos em três estágios. No primeiro estágio o animal encontra-se de
pé com tremores muscular da cabeça e dos membros, evita se movimentar e comer;
no segundo estágio o sinal mais evidente é o animal em decúbito com a cabeça
voltada para o flanco, com flacidez muscular podendo apresentar parada ruminal e
timpanismo secundário; e no terceiro estágio o animal fica em decúbito total com ,
com pulso diminuído, perda da consciência que evolui para o coma e morte do
animal se não tratada a tempo (HIGUTI E REZENDE, 2011; OLIVEIRA, 2012;
RODRIGUES, 2004 ). O tratamento da FL é a reposição imediata de cálcio e este
tem o custo relativamente baixo, porém pode trazer complicações. Contudo, o
manejo preventivo é sempre a melhor opção, pois além de evitar o desenvolvimento
da hipocalcemia, matem a saúde do rebanho, além de evitar que os bezerros filhos
destas vacas tornem-se fracos e tardios (OLIVEIRA, 2012). Uma alimentação correta
é essencial para prevenir a FL, pois, reduz a sua prevalência de 7 a 16% para de 3 a
4 % em vacas de alta produção. Evitando assim perdas econômicas para os
produtores e melhorando o bem estar das vacas leiteiras. A prevenção da FL
consiste no estabelecimento de uma dieta equilibrada e distinta para cada categoria
e finalidade do animal (RODRIGUES, 2004). Deve ser realizado o manejo nutricional
adequado, evitando a ingestão excessiva de cálcio principalmente na duas semanas
antecedentes ao parto, sendo que o animal não deve ingerir mais que 80 gramas por
dia de cálcio , em toda sua alimentação, tornando-as menos susceptíveis a doença
(JACQUES,2011). A ingestão excessiva de cálcio pode alterar a forma correta de
utilização desse mineral no organismo do animal. Também apresentando um
elevado nível de cálcio no sangue, sendo incapazes de manter estes níveis próximo
ao normal durante o parto, ou seja, o organismo estaria adaptado a estas grandes
quantidades sendo fornecidas e durante o parto ele não seria capaz de absorver os
cálcio das reservas corporais (OLIVEIRA, 2012). A utilização de dietas com baixo
nível de cálcio e alto nível de fósforo durante a parte final da gestação, estimula a
ação do PTH estimulando a desmineralização óssea, ativando a absorção de cálcio
no intestino conseguindo assim, diminuir a incidência da FL. (HIGUTI E REZANDE,
2011; JACQUES,2011).
Deve ser tomado cuidados 48 horas antes do parto e 48 horas após o parto,
reduzindo a incidência de hipocalcemia puerperal e suas complicações, associa-se
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dietas com altos níveis de fósforo durante a gestação e administração de vitamina D.
No pós-parto utiliza a administração via subcutânea de cálcio para prevenir o risco
de hipocalcemia. (HIGUTI E REZANDE, 2011).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante do estudo realizado, pode-se observar que a FL pode ser indícios de erros no
processo produtivo, principalmente do manejo pré-parto e/ou nutrição, causando
então prejuízos diretos ou indiretos. Portando deve-se aproveitar da facilidade da
prevenção para que sejam reduzidos os casos de FL, tendo assim menor perda
econômica. Contundo vacas de leite bem manejas e nutridas, não possuem perdas
significativas com a febre do leite.
REFERÊNCIAS
HIGUTI, K. D.; REZENDE, M. Febre do Leite. Ouro Fino Agronegócio. Publicado
em 2011. Disponível em: < http://www.ourofino.com/blog/febre-do-leite/>. Acesso
em: 15 ago. 2014.
JACQUES, F. E. S. Hipocalcemia puerperal em vacas de leite. 2011. 22 f.
Disserataçao (Graduação em Medicina Veterinaria) Universidade Federal do Rio
Grande do Sul. Porto Alegre. RS
MARQUES, L. T.; FISCHER, V.; ZANELA, M. B.; RIBEIRO, M. E. R.; JUNIOR, W. S.;
RODRIGUES, C. M. Produção leiteira, composição do leite e perfil bioquímico
sanguíneo de vacas lactantes sob suplementação com sal aniônico. Revista
Brasileira de Zootecnia, v. 40, n. 5, p. 1088-1094, 2011.
NOVAES, L. P.; PIRES, M. F. A.; CAMPOS, A. T. Procedimentos para o manejo
correto da vaca gestante, no pré-parto, ao parto e pós-parto.
OLIVEIRA, C. L. M. Febre do leite. Emater-MG. Publicado em 19/04/2012.
Disponível
em:
<
http://www.emater.mg.gov.br/portal.cgi?flagweb=site_tpl_print_conteudo&id=9122
>. Acesso em: 15 ago. 2014.
RODRIGUES, R. Distúrbios do Metabolismo do Cálcio: Hipocalcemia Puerperal
e Eclampsia. 2004. 12f. Dissertação (Pós- Graduação em Ciências Veterinária)
Universidade Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, RS.
SUGUI, P. R. C.; VENTURELLI, B. C.; CARVALHO, R. J.; GONÇALVES, J. P. C.;
PEREIRA, M. N.. Teores de Cálcio Sanguíneo ao Parto em Vacas Leiteiras
Suplementadas com Sais Aniônicos: Relato de Caso. Poli-Nutri Nutrição Animal.
[s.d.] Disponível em: http://www.polinutri.com.br/upload/artigo/220.pdf. Acesso em:
15 ago. 2014.
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HERMAFRODITISMO EM CÃES- RELATO DE CASO
Camila Rocha Toledo e Renata Da Silva Reis – Acadêmicas do Curso de Medicina
Veterinária Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Bruno Santos Cândido Andrade- Graduado em Medicina Veterinária UFMG,
Mestre em Ciência Animal pela UFMG. Professor do curso de Medicina Veterinária
da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX
Bruna Waddington de Freitas- Graduada em Medicina Veterinária, Mestre em
Medicina Veterinária. Professora do curso de Medicina Veterinária da Faculdade
Vértice - UNIVÉRTIX
Gilberto Valente Machado- Graduado em Medicina Veterinária UFRRJ, Mestre e
Doutor pela USP. Coordenador e Professor do curso de Medicina Veterinária da
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Pablo Herthel de Carvalho – Graduado, Residência Medico Veterinária e Mestre
em Medicina Veterinária. Professor do curso de Medicina Veterinária da Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Hermafroditismo, cães, genitália.
INTRODUÇÃO
Hermafroditismo ou intersexo é o termo utilizado em animais que apresentam sexo
impreciso, caracterizados por genitália externa inconclusiva. Ocorrem com maior
incidência em bovinos, suínos e caprinos (HAFEZ, 2004). O presente trabalho tem
como objetivo relatar um caso de hermafroditismo em cão com genitália externa
masculina, bem como as etapas histopatológicas e de cariotipagem para
classificação do hermafroditismo.
REVISÃO DE LITERATURA
Hermafroditismo verdadeiro caracteriza-se por um paciente que apresenta tecido
ovariano e testicular em uma gônada denominada ovotestis ou em gônadas
separadas. Pseudo-hermafrodita masculino apresenta tecido gonadal testicular e
genitália com características femininas e o pseudo-hermafrodita feminino possui
tecido gonadal ovariano e genitália masculinas (HAFEZ, 2004; ETTINGER, 2004;
BURKE, 1986).Na fertilização o zigoto é constituído pelos cromossomos XX ou XY e
mantido em divisão mitótica nos tipos celulares, nesse inicio a gônada é
indiferenciada. Durante o desenvolvimento ocorre formação de ovários nos
indivíduos XX e testículos se XY. Quando o desenvolvimento ocorre normalmente os
testículos vão produzir substancias responsáveis pela formação de estruturas
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internas e externas masculinas. As células de Sertoli promovem a regreção dos
ductos de Müller e a testosterona produzida pelas células de Leydig estabilizam os
ductos de Wolff formando os vasos deferentes e o epidídimo. Em um embrião
indiferente se torna fêmea fenotípica quando não há presença dos testículos, ocorre
persistência do ducto de Müller formando os ovidutos, útero e vagina cranial. Ocorre
regreção dos ductos de Wolff. A vagina caudal, vestíbulo, clitóris e vulva são
formados pelo tubérculo genital e as tumefações genitais (ETTINGER, 2004).
O hermafrodita verdadeiro apresenta sua parte testicular localizada na medula da
gônada e a porção ovariana no córtex. A porção testicular é constituída de túbulos
seminíferos hipoplásicos com revestimento de células de Sertoli possuindo ou não
células germinativas. É desconhecido ainda se a ausência dessas células tem
influência da hipertermia devido à localização pélvica do ovotestes, ou pela
incapacidade das mesmas em habitarem os túbulos seminíferos que ainda se
encontram primitivos durante a diferenciação testicular. É comum à presença de
túbulos reticulares na região hilar dos ovotestes e presença de células intersticiais
entre os túbulos seminíferos hipoplásicos. Na porção ovariana a presença de
ovogônias, ovócitos e folículos primários e secundários, é rara a ocorrência de
ovulação e prenhes em animais hermafroditas verdadeiros (JONES, Hunt e KING,
2000).
A diferenciação entre hermafroditas verdadeiros e pseu-hermafroditas é realizada
através das características histológicas das gônadas, sendo fundamental a
realização da histologia (DONAHOE, 1978)
RELATO DE CASO
Foi atendido na Clínica Veterinária Escola da Faculdade Vértice um paciente canino,
Schnauzer, macho de um ano e meio de idade, com diagnóstico prévio de
criptorquidismo bilateral. O paciente foi encaminhado por outro profissional para
celiotomia exploratória e orquiectomia. Os téstículos não foram identificados à
palpação e o paciente não apresentava alterações clínicas ao exame geral e
nenhuma alteração hematológica ou bioquímica. À exploração cirúrgica da cavidade
abdominal pela celiotomia retro umbilical foram identificadas duas estruturas
arredondadas mediocaudais aos rins, com aspecto macroscópio de testículos,
incluindo estrutura semelhante ao epidídimo e ao plexo pampiniforme. Ambas as
estruturas testiculares eram contínuas com os cornos uterinos, que se uniam
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caudalmente formando o corpo uterino e o colo uterino. O mesmo conectava-se
caudalmente ao trígono vesical e cranialmente à prostata. Toda a peça cirúrgica foi
removida
em
bloco,
utilizando-se
a
técnica
das
três
pinças
para
ovariosalpingohisterectomia. Procedeu-se o fechamento da cavidade abdominal,
redução do espaço morto e dermorrafia com padrões rotineiros. Frente às alterações
observadas no trans-operatório, recomendou-se avaliação histológica de todas as
estruturas cirurgicamente removidas e a cariotipagem com amostra sanguínea para
determinação do sexo genotípico. A peça cirúrgica foi conservada em solução de
paraformaldeído 4% tamponado por 24 horas e posteriormente armazenados em
álcool 70º. As estruturas foram incluídas em paraplast, cortadas a 4µm de espessura
e coradas em hematoxilina e eosina segundo técnica rotineira do Laboratório de
Histopatologia da UFMG. Para cariotipagem, a amostra sanguínea foi enviada ao
Laboratório de Genética Molecular da UFMG.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As análises histopatológicas e de cariotipagem estão em andamento, não havendo
no
momento
resultados definitivos. Tais análises são fundamentais para
caracterização do hermafroditismo, visto que o paciente apresentava genitália
externa masculina concomitantemente com estrutura compatível com útero no
abdômen. Embora a gônada observada apresente características macroscópicas de
testículo, a análise microscópica é fundamental para diferenciar de ovotestis.
REFERÊNCIAS
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diagnosis and treatment. Philadelphia Lea & Febiger, 248-252 p., 1986.
DONAHOE, H. J.; CRAWFORD, J. D.; HENDREN, W. H. True Hermaphroditism: a
clinical description and proposed function for the long arm of the Y chromosomes. J
Pediart, 293-301 p., 1978.
JONES, Thomas Carlyle; HUNT, Ronald Duncan; KING, Norval W. Patologia
Veterinária. 6ª ed. Barueri: Manole, 2000. 1171 p.
MENON, Mushtaq A.; MICKELSEN, W. Duane. Distúrbios hereditários e congênitos
dos sistemas reprodutivos do macho e da fêmea. In: ETTINGER, Stephen J.;
FELDMAN, Edward C. Tratado de Medicina Interna Veterinária: Doenças do cão e
do gato. 5ª Ed. Vol. 2. Rio de Janeiro: Guanabara, 2004. 1666, 1668-1669 p.
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NEMZEK, J. A. et al. Cistic ovaries and hyperestrogenism in a canine female
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Y. ROSNINA, M. R. Jainudeen; HAFEZ, E. S. E. Genética das Falhas Reprodutivas.
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ANESTESIA EPIDURAL EM EQUINOS
Bruno José Dutra e Gabriela Moreira Pinto- Acadêmicos em Medicina Veterinária
na Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX.
Vanessa Guedes Pereira- Graduada em Medicina Veterinária. Especialização em
clínica e cirurgia de cães e gatos. Mestre em Medicina Veterinária. Professora na
Faculdade Vértice- UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Anestesia, Epidural, equinos.
INTRODUÇÃO
A analgesia em equinos é particularmente dificultada devido a maior predisposição à
efeitos adversos, comum em outras espécies, mas que pode ser deletérios nestes
animais. Os efeitos adversos mais comuns nos equinos são a hipomotilidade
intestinal, ataxia, sedação intensa, excitação do sistema nervoso central e bloqueio
motor com risco de recumbência. (TAYLOR et al., 2002). O uso da anestesia
epidural em equinos avaliando-se a aplicação de diferentes fármacos é o foco de
diversos estudos, com o objetivo de buscar um protocolo seguro e eficaz no controle
da dor, buscando reduzir os efeitos colaterais promovidos pela analgesia sistêmica
nestes animais. Contudo, o objetivo deste trabalho é fazer uma levantamento sobre
fármacos utilizados para anestesia peridural em equinos.
METODOLOGIA
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A anestesia epidural caudal promove dessensibilização das regiões perineal, sacral,
lombar e parte caudal da região torácica, permitindo a realização de diversos
procedimentos cirúrgicos sem o uso de anestesia geral, bem como, analgesia
perioperatória e alívio da dor crônica, inflamatória e traumática (SKARDA &
TRANQUILLI, 2007). Para a realização desta técnica, uma agulha espinhal,
selecionada de acordo com o porte do animal, é introduzida no primeiro espaço
vertebral intercoccígeo. A agulha é introduzida perpendicularmente à pele e
direcionada ventralmente, ultrapassando o ligamento amarelo até que haja perda de
resistência. Uma gota de água ou soro fisiológico estéril é colocada no canhão da
agulha e se for aspirada, indica que a agulha está no espaço epidural (GREEN &
COOPER, 1985). Diferentes classes de fármacos isolados ou associados, podem
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ser utilizados por via epidural como os anestésicos locais, opioides e agonistas dos
receptores α-2 adrenérgicos (SKARDA & TRANQUILLI, 2007). Os anestésicos locais
promovem bloqueio sensorial, motor, neuronal e axonal impedindo as sinapses
nervosas. O início da anestesia local é marcada por relaxamento da cauda e do
ânus (ROBINSON & NATALINI, 2002). A bupivacaína é um amido-amina anestésico
local de elevada potência e longa duração, devido à sua elevada lipossolubilidade
(STRICHARTZ & COVINO, 1993), que provoca bloqueio sensorial e motor mas com
moderado relaxamento muscular. No entanto, altas concentrações pode causar
efeitos adversos relacionados ao bloqueio simpático. A ropivocaína é um anestésico
local de longa duração e baixa lipossolubilidade, semelhante à bupivacaína, porém
apresenta menor neuro e cardiotoxicidade (NATALINI & DRIESSEN, 2007)
Apresenta maior afinidade pelas fibras nociceptivas do que pelas fibras motoras
(ROBINSON & NATALINI, 2002). A lidocaína 2% é um anestésico local bastante
utilizado por via peridural em equinos. Suas vantagens sobre outras drogas são o
rápido bloqueio e a analgesia quase completa (SCHELLING e KLEIN, 1985). Os
opioides promovem excelente analgesia (TAYLOR & PASCOE, 2003), sendo a
morfina o agonista µ padrão. Quando administrada por via epidural, promove
analgesia isenta de depressão respiratória, hipomotilidade, hipertermia ou alterações
locomotoras (MUIR III et al., 2001). A metadona é um opioide sintético agonista dos
receptores µ com propriedades semelhantes à morfina (BLEY, 2004). Assim como a
meperidina, o fentanil, o sufentanil e a buprenorfina, a metadona é um opioide
altamente lipofílico e pouco ionizado. Quando administrados por via epidural, os
opióides lipofílicos difundem-se rapidamente através das membranas durais,
alcançando o LCR e a medula espinhal, promovendo um rápido início da analgesia.
Devido à alta afinidade por seus receptores e lenta velocidade de dissociação, a
metadona promove analgesia mais prolongada por via epidural quando comparada a
outros opioides lipofílicos (VALADÃO et al., 2002).A associação de opioides e
anestésicos locais por via epidural apresenta vantagens por promover maior período
de ação analgésica além de ampliação cranial do bloqueio sensitivo. (SKARDA &
TRANQUILI, 2007).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ainda há poucos relatos consistentes quanto aos efeitos benéficos e adversos de
fármacos por via epidural em equinos. Entretanto, com base nos estudos de cada
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fármaco e seus efeitos locais e sistêmicos nesta espécie, os riscos de efeitos
deletérios relacionados a dosagem podem ser monitorados.
REFERÊNCIAS
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IATF – INSEMINAÇÃO ARTIFICIAL EM TEMPO FIXO
Amarildo Monteiro Esperança Jr e Rogério Soares de Freitas – Acadêmicos do
curso de Medicina Veterinária – UNIVÉRTIX.
Vivían Rachel de Araújo Mendes – Doutoranda em Medicina Veterinária –
Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected];
[email protected]
PALAVRAS CHAVE: IATF; Inseminação Artificial; Reprodução; Bovinos.
INTRODUÇÃO
A pecuária mundial se desenvolveu buscando alcançar a máxima eficiência
reprodutiva dos rebanhos bovinos para ter retorno econômico satisfatório aos
criadores. Deste modo, o melhoramento genético é um importante fator que irá
contribuir para que se consiga aumentar a eficiência reprodutiva e a produtividade
dos rebanhos (PEREIRA, 2014; RIBEIRO FILHO et al., 2013). A inseminação
artificial (IA), assim como outras biotecnologias, tais como produção in vitro de
embriões (PIVE), transferência de embriões, sexagem de espermatozoides, entre
outras, são utilizadas com o intuito de acrescentar melhorias nesses aspectos
(PEREIRA, 2014). A IA é considerada a principal ferramenta para se obter
melhoramento genético. No entanto, esta técnica possui limitações, como baixos
índices reprodutivos relacionados à falhas na detecção de estro e anestro pós-parto,
que implicam diretamente na produção de bovinos. (RIBEIRO FILHO et al., 2013;
SOUZA, 2008). Desta forma, protocolos hormonais aplicados na Inseminação
Artificial em Tempo Fixo IATF, foram desenvolvidos com o objetivo
de
solucionar/minimizar tais problemas. Desta forma, o objetivo deste trabalho foi
realizar um levantamento bibliográfico sobre a IATF.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
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A IATF consiste na sincronização da ovulação para inseminação artificial em tempo
fixo (CREPALDI, 2009) sem que houvesse a necessidade da detecção do estro
(PEREIRA, 2014). A IATF tem como meta sincronizar a ovulação a partir da
administração de hormônios, sem que haja a necessidade da manifestação de estro.
Essa biotécnica permite que um maior número de animais sejam inseminados em
um mesmo período de tempo pré-determinado sem estabelecer programas
intensivos para detecção de cio (ALVES e JACKSON, 2006), encurtando a estação
de monta, produzindo bezerros uniformes e simplificando o uso da inseminação
artificial (CREPALDI, 2009). Os protocolos de sincronização para IATF consistem na
indução de uma nova onda de crescimento folicular, controlar a duração do
crescimento folicular até o estágio pré-ovulatório, sincronizar a inserção e a retirada
da fonte de progesterona exógena e endógena e assim, induzir a ovulação
sincronizada em todos os animais simultaneamente (BARUSELLI et al., 2006). Estes
protocolos de inseminação controlam a emergência do folículo, regressão do corpo
lúteo e a indução da ovulação, utilizando para tal, dispositivo intravaginal de
progesterona, prostaglandina, GnRH, LHp, FHp e benzoato de estradiol (CERRI,
2011). Neste contexto, a IATF apresenta vantagens em relação à redução do custo
com mão de obra para observação do estro, eliminando também possibilidades em
erros de detecção de estro; redução de custos em manejos de outros animais, já
que descarta a utilização de rufiões; melhoria no planejamento diário, a partir da
concentração dos trabalhos em períodos de tempo pré-determinados, incluindo os
partos; aumento da quantidade de animais inseminados; geração de lotes mais
homogêneos; além de causar a ciclicidade de vacas em anestro, tornando possível a
inseminação das mesmas e reduzindo o gasto com touros (PEREIRA, 2014).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Através do uso do IATF permitimos que um maior número de animais sejam
inseminados em um mesmo período de tempo, sem que se estabeleça programas
para detecção de cio (ALVES e JACKSON, 2006), tendo assim diminuído a estação
de monta, e proporcionando uma produção uniforme de bezerros (CREPALDI,
2009). Com o uso do IATF reduzimos os gastos com touros, e causamos a ciclagem
de vacas em anestro (PEREIRA, 2014).
REFERÊNCIAS
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inseminação artificial em tempo fixo e taxa de concepção em vacas nelores.
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corte. In: 2º SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE REPRODUÇÃO ANIMAL APLICADA,
2006, Paraná. Anais. Paraná, 2006. p. 113-128.
PEREIRA, Jhonata Vieira Tavares do Nascimento. Variáveis morfométrica e
hormonais ovariana e sanguínea de vacas nelores submetidas a diferentes
protocolos de IATF. Viçosa, 2014. 58p. Monografia/Pós-graduação. Medicina
veterinária – Universidade Federal de Viçosa – UFV
BARUSELLI, P. S.; MARQUES, M. O.; CARVALHO, N. A. T.; MADUREIRA, E. H.;
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em tempo fixo na eficiência reprodutiva de vacas de corte lactantes. Revista
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Paulo.
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http://www.veterinaria.org/revistas/redvet/n020206.html > Acesso em: 2 de setembro
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CREPALDI, Gabriel Armond. Eficácia de diferentes protocolos de indução da
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São Paulo, 2009. Dissertação/ Pós-graduação. Reprodução animal – Faculdade de
Medicina Veterinária e Zootecnia da Universidade de São Paulo.
CERRI, Ronaldo Luis Aoki. Opções e fatores que interferem no sucesso da
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produção e reprodução de bovinos. Uberlândia, 2011. P. 187-199.
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IMPACTO DA IATF EM BOVINOS DE LEITE E CORTE
João Nero Silveira de Paula e Ronielly Augusto de Freitas; - Acadêmicos de
Medicina Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Vívian Rachel de Araújo Mendes- Doutoranda em Medicina Veterinária, docente
em Medicina Veterinária - Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
PALAVRAS-CHAVE: Inseminação, Bovinos, Corte.
INTRODUÇÃO
O Brasil é um país potencial na criação de bovinos, nos segmentos destinados a
produção de leite e corte, cujo rebanho soma aproximadamente 211 milhões de
animais (SEPEA, 2012). Visando a otimização da produção desses dois ramos do
agronegócio, diversos pesquisadores buscam meios de melhorar a eficiência
reprodutiva desses animais. Uma das ferramentas utilizadas é a Inseminação
Artificial em Tempo Fixo (IATF), que sincroniza o momento da inseminação por meio
de hormônios e assim permite melhores resultados nos índices zootécnicos dos
animais (BARUSELLI et al., 2006). Dessa forma, o objetivo deste trabalho é a
realização de um levantamento bibliográfico que revele as vantagens da utilização
da IATF em gado de leite e corte.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A IATF tem como objetivo a sincronização da ovulação das fêmeas, fazendo com
que seja possível a inseminação de um maior número de animais dentro de um
mesmo período de tempo, além de concentrar o retorno ao estro em fêmeas não
gestantes após a primeira inseminação artificial. Esta biotécnica também reduz o
período de serviço e intervalo de partos, aumentando a produção de bezerros, que
nascem em uma estação de parição concentrada em épocas mais desejáveis
(BARTOLOMEU et al., 2003). Além disso, induz a ciclicidade de fêmeas em anestro,
gerando um melhor aproveitamento reprodutivo do rebanho, visto que animais que
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não estão reproduzindo, representam perdas econômicas para o produtor
(BARUSELLI et al., 2006). Os programas mais comuns de IATF, são baseados na
utilização de hormônios como estradiol, GnRH e PGF2α e incluem o uso de um
dispositivo intravaginal de liberação lenta de progesterona (BARUSELLI et al., 2006).
Em rebanhos de corte com grande número de animais, a observação e a detecção
do estro são um entrave na produtividade, resultando em baixos índices de prenhez
e consequentemente menor quantidade de bezerros nascidos. Uma das causas da
menor eficiência reprodutiva em rebanhos leiteiros de alta produção é a diminuição
da expressão e da detecção de estros. Com a utilização da IATF tem-se a
possibilidade de maximizar o índice de fertilidade desses rebanhos, uma vez
solucionaria o problema da ineficiência da detecção de estro (LOPEZ et al., 2004).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A utilização da IATF visa otimizar a eficiência reprodutiva e contribuir para a melhora
do desempenho produtivo e da lucratividade dos rebanhos bovinos de leite e corte.
A eliminação da observação de estro, com a programação da data e horário da
inseminação permite obter uma maior eficiência nas taxas de penhez, minimizando
falhas que podem ocorrer durante este processo. Apesar de envolver um maior
custo e mão-de-obra especializada para sua implantação, o custo/benefício da
atividade e a praticidade tornam viável a sua aplicação na propriedade rural.
REFERÊNCIAS
BARTOLOMEU, C. C.; DEL REI, A. J.; OLIVEIRA, M. A. L.; LIMA, P. F.; SILVA, J. E.
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BARUSELLI, P. S.; AYRES, H.; SOUZA, A. H.; MARTINS, C. M.; GIMENES, L. V.;
TORRES JR, J. R. S. Impacto da IATF na eficiência reprodutiva em bovino de corte.
In: 2º SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE REPRODUÇÃO ANIMAL APLICADA, 2006,
Paraná. Anais. Paraná, 2006. p. 113-128.
LOPEZ, H., SATTER, L. D., WILTBANK, M. C. Relationship between level of milk
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SEPEA (SECRETARIA
ABASTECIMENTO).
DE
ESTADO
DE AGRICULTURA,
Disponível
PECUÁRIA
E
em:
Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301
<http://www.agricultura.mg.gov.br/images/files/perfil/perfil_brasil1.pdf>. Acesso em:
08/09/2014.
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CONTROLE DE CARRAPATOS EM BOVINOS
Cássio Domingos Mariano e Elias Rodrigues Dias - Acadêmico do curso de
Medicina Veterinária – Univertix.;
Rogério Oliva Carvalho – Graduado em Medicina Veterinária – Doutor em Medicina
Veterinária- Professor da Faculdade Vértice – Univertix
[email protected]
PALAVRAS CHAVE: Ripicephalus microplus; graviola; jambo.
INTRODUÇÃO
No Brasil a pecuária bovina é um dos setores de maior relevância do agronegócio,
tendo expressiva contribuição na economia nacional (CHAGAS, 2001). No entanto,
esta atividade sofre diversas intercorrências, dentre eles a presença de parasitas no
rebanho. Dentre os parasitas mais importantes estão os carrapatos, principalmente
os da espécie Ripicephalus (Boophilus) microplus. Este é responsável por causar
prejuízos econômicos calculados em mais de 1bilhões de dólares por ano (ALVES et
al., 2012). Contudo, o objetivo deste trabalho e descrever formas de combate a
ectoparasitas em destaque o carrapato, tomando como base a outros experimentos
já realizados sobre as plantas que demonstraram eficiência ao controle do carrapato
do boi.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Esse ectoparasita é causador de grandes perdas, sendo por baixa produção leiteira
e conversão alimentar, quanto aos prejuízos com os gastos com tratamentos de
doenças transmitida pelo carrapato. (SANTOS, 2010; SOUZA, 2012). O R.(B.)
microplus é causador de grandes danos aos animais devido ao processo
espoliativos de sangue, prurido, anemia que acarreta perdas na produção leiteira e
ganho de peso implicando assim no processo produtivo trazendo prejuízos aos
proprietários. Além disso, esses parasitas estão relacionados com a transmissão de
doenças, tais como Babesiose e anaplasmose que juntas são denominadas Tristeza
Parasitária Bovina- TPB, porém nem sempre ocorrem juntas (SANTOS, 2010;
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SOUZA, 2012). São varias as estratégias e produtos químicos conhecidos e
utilizados para o controle desse ectoparasita pelos produtores de bovinos (ALVES,
2012). A maior parte dos produtores combate o carrapato aplicando produtos
carrapaticidas sobre os animais. Estes procedimentos ocorrem a partir da
observação da presença dos parasitos fixados nos animais. O grande problema
desta prática é a utilização subdoses devido ao preparo inadequado dos
medicamentos, aplicações mal feitas e intervalos entre aplicações irregulares. Além
disso, não se leva em conta as características biológicas e climáticas, pois não
extermina e nem controla a população de carrapatos apenas proporcionando-os a
adquirirem resistência para demais gerações (FURLONG, 2003; SOUZA, 2012).
Atualmente a utilização de extratos vegetais em sido pesquisados para o controle
dos carrapatos (VALENTE et al., 2007). Em um experimento feito por BroglioMicheletti et al.,(2009) com o objetivo de avaliar a eficiência de alguns extratos
vegetais no controle do R.(B.) microplus, teve como resultado mais eficaz o extrato
da semente da graviola (Annona muricata L.) e as de flores de jambo (Syzygium
malaccensis (L.). Estes extratos apresentaram 100% e 75% de poder acaricida,
respectivamente. Segundo VALENTE et al., (2007) o Azadiracta indica (Nim) vem
também sendo muito estudado e demonstrado ser um bom pesticida com baixo
poder residual e a utilização correta pode substituir a amabectina. Com a busca de
novos medicamentos para o controle dos carrapatos é de essencial importância o
estudos e experimentos de diferentes extratos de plantas.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O prejuízo causado pelo B. microplus ainda é muito grande e esta de longe o
alcance do controle necessário desse ectoparasita na pecuária brasileira, devido à
carência de informações e conscientização dos produtores. Hoje existem vários
estudos sobre extratos de plantas para o controle de carrapatos, sendo na maioria
das vezes utilizados estudos in vitro, sendo que no animal possa não demonstrar tão
bom desempenho. Com todos os estudos pode-se concluir que certas plantas
possuem poder significativo, que possam substituir vários produtos hoje do mercado.
REFERÊNCIA
Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301
ALVES, W. V.; LORENZETTI, E. R,; GONÇALVES, F. C. Utilização de acaricidas a
base de plantas no controle de rhipicephalus (boophilus) microplus: uma
contribuição para a produção e desenvolvimento sustentável. Revista Brasileira de
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BROGLIO-MICHELETTI, S. M. F.; VALENTE, E. C. N; SOUZA, L. A; DIAS, N. S;
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microplus (Canestrini, 1887) (Acari: Ixodidae) em laboratório. Alagoas, Rev. Bras.
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DO EXTRATO HEXÂNICO DE Annona muricata L. (ANNONACEAE) NO
CONTROLE DE Rhipicephalus (Boophilus) microplus (CANESTRINI, 1887)
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Engenheiro Agrônomo. Universidade Federal de Alagoas – UFAL.
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AFECÇÕES PODAIS EM BOVINOS LEITEIROS
Cleverson Tavares Peron, Washington Carlos Peron – Acadêmicos do Curso de
Medicina Veterinária – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Renata Aparecida Fontes – Graduada em Farmácia com Habilitação em Análises
Clínicas. Mestre em Ciências Farmacêuticas – Professora da Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX
PALAVRAS – CHAVE: Afecções Podais, Bovinos,Produção.
INTRODUÇÃO
O Brasil possui o maior rebanho comercial de bovinos do mundo, sendo que desses
20,7% correspondem a animais de produção leiteira (SILVA et al.,
2006). Nos
últimos anos, devido ao aumento na produção leiteira do país (em especial no setor
de laticínios) tem exigido dos produtores, tanto grandes quanto pequenos, a
adaptação a novas tecnologias de produção (DIAS, 2004). Com a implantação dos
sistemas intensivo e semi- extensivo de criação de bovinos, começaram a ocorrer
sérios problemas, dentre os mais importantes àqueles relacionados às afecções
podais (FAYER E LOSCOURRET, 1989). As afecções podais são responsáveis por
90% dos casos de claudicações em bovinos, estas representam perdas de produção
de 30 a 40% nos países em desenvolvimento, como o Brasil (GREENOUGH et
al.,1983). Contudo o objetivo deste trabalho foi fazer um levantamento sobre
afecções podais em bovinos, permitindo assim o maior conhecimento desta afecção
tão prevalente.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo de revisão bibliográfica, onde foram utilizados artigos
pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Periódicos Capes, Portal de Pesquisa
da Biblioteca Virtual de Saúde (BVS) referente ao tema.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O Brasil registrou nas últimas três décadas um significativo crescimento na produção
de leite devido à valorização do mercado e introdução de tecnologias a partir de
grandes investimentos em melhoramento genético do rebanho, hoje caracterizado
por animais de alto valor zootécnico, alta produtividade e de baixa rusticidade,
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juntamente com a adoção de sistemas semi-intensivo e intensivo de criação. Tal
somatório resulta no aparecimento de diversos transtornos locomotores em bovinos
leiteiros (MOLINA et al., 1999; MARTINS et al., 2002; FERREIRA et al., 2003;
MACHADO, 2008). A principal consequência das afecções podais é a manqueira,
nome popular dado à claudicação. Esta se relaciona à baixa produção de leite em
decorrência da menor ingestão de alimentos, redução do desempenho reprodutivo,
causado pela perda de escore corporal e liberação de cortisol, que inibe hormônios
reprodutivos, e aumento de casos de mastites (SOUZA et al., 2006). As afecções
apresentam
incidência
e
prevalência
elevadas
em
animais
estabulados,
especialmente em locais com precariedade de higiene, umidade excessiva e
acúmulo de matéria orgânica. (MOLINA et al., 1999; MARTINS et al., 2002;
FERREIRA et al., 2003; MACHADO, 2008). As afecções podais podem ser primárias
e secundárias. São classificadas como primária à dermatite digital, a dermatite
interdigital, o panarício e laminite. São consideradas afecções secundárias a úlcera
da sola, os abscesso podais, o tiloma, a erosão do talão, a fissura vertical e a fissura
horizontal. As doenças podais são reconhecidas pela forma como se apresentam. E
importante conhecer as causas das afecções podais, uma vez que o melhor
tratamento das afecções corresponde à eliminação das suas causas (SILVA et al.,
2001; BLOWEY, 2005). O que o produtor deseja em seu criatório é melhorar os
lucros, tornando a atividade economicamente viável, eficiente e rentável. Por isso o
produtor deve estar atento às novas tecnologias e conhecer os principais fatores que
podem estar relacionados às constantes perdas identificadas na pecuária leiteira,
como na sanidade, produção de leite, reprodução, nutrição e genética, bem-estar
animal e mão de obra auxiliar (BLOWEY, 2005; SILVA et al., 2008).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Em vista os argumentos apresentados entenderam que para diminuir as
claudicações dos bovinos leiteiros devem-se tomar as seguintes medidas, melhorar
o conforto dos animais, melhorar as instalações visando maior higienização e
procurar um melhor entendimento na alimentação e nutrição desses animais,
também e de fundamental importância a correção funcional periódica das úngulas,
ou seja, do casco e usar pedilúvios de preferência na entrada da ordenha.
REFERÊNCIA
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29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301
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ENCEFALOPATIA HEPÁTICA EM CÃO: RELATO DE CASO
Deyvid Lopes de Souza, Luciana Tobias Correia – Graduandos em Medicina
Veterinária na Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Paloma Sayegh Arreguy Silva –Médica Veterinária, Especialista em Clínica Médica
e Cirúrgica de Pequenos Animais. Mestre em Medicina Veterinária.
Vanessa Guedes Pereira - Médica Veterinária, Especialista em Clínica Médica e
Cirúrgica de Pequenos Animais. Mestre em Medicina Veterinária. Professora do
curso de Medicina Veterinária da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Encefalopatia; Síndrome; Fígado
INTRODUÇÃO
A encefalopatia hepática é uma síndrome que acomete o sistema nervoso central de
forma reversível, causado por toxinas não metabolizadas pelo fígado, em
decorrência de uma insuficiência hepática grave, seja por desvio porto sistêmico,
displasia microvascular, hipoplasia da veia porta, cirrose ou fibrose hepática
(MILLER, 2013). Os sinais clínicos observados na encefalopatia hepática ocorrem
de maneira súbita e incluem tremores, ataxia, histeria, demência, alteração marcante
da personalidade (geralmente agressividade), andar em círculos, pressão da
cabeça, cegueira cortical ou convulsões (NELSON e COUTO, 2010). As afecções
que comprometem as funções do fígado são de difícil tratamento, exigindo
acompanhamento rotineiro e cauteloso, para que o animal não descompense e
desenvolva os sinais clínicos da encefalopatia hepática, que se não tratada, pode
levar a óbito (BRUNETTO et al., 2007). Contudo, o objetivo deste trabalho é relatar
um caso de encefalopatia hepática em um cão macho atendido no Centro
Veterinário de Caratinga, em Minas Gerais.
RELATO DE CASO
No dia 21/01/2011 foi atendido no Centro Veterinário de Caratinga um cão macho,
SRD, de 10 anos de idade, domiciliado, sem contactantes, pesando 6,4kg. Durante a
anamnese foi relatado que o animal apresentava depressão, anorexia, vômito,
sialorreia, confusão mental, andar em círculos, há aproximadamente 2 dias. No
exame físico o paciente demonstrou-se deprimido, não foram observadas alterações
nos linfonodos regionais e a temperatura retal estava em 38,5ºC. No exame
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cardiopulmonar,
na
palpação
abdominal
e
musculoesquelética
não
foram
encontradas alterações. No exame neurológico foi observado desorientação, andar
em círculo e alteração do nível de consciência. Com isso, foram solicitados exames
complementares incluindo hemograma, alanina aminotransferase (ALT), foafatase
alcalina (FA), ureia, creatinina e urinálise onde foi constatado aumento de ALT (263
U/L). Os outros exames não demostraram nenhuma alteração, o que possibilitou a
suspeita de encefalopatia hepática, devido ao alto nível de ALT sem uso de
nenhuma
medicação.
Foi
solicitado
a
biopsia
incisional
do
fígado
para
esclarecimento do da causa da encefalopatia hepática, mas este procedimento não
foi autorizado pelo proprietário. Apesar disso, foi iniciado o tratamento para
encefalopatia hepática com fluidoterapia intravenosa, metronidazol na dose de 7,5
mg/kg por via oral a cada 12 horas por 10 dias, lactulona na dose se 0,5mg/kg por
via oral a cada 8 horas por 7 dias, ração hepática (Hepatic® da Royal Canin) e
Silimarina (protetor hepático) na dose de 30 mg/kg por via oral a cada 24 horas. O
paciente apresentou melhora clínica dois dias após o início do tratamento, não
apresentando mais os sintomas neurológicos, confirmando o diagnóstico de
encefalopatia hepática. Nos exames de rotina houve uma redução dos níveis de
ALT. Foi mantido a ração hepática e a silimarina até novas recomendações.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Corroborando com Santos e Alessi (2011), os sinais clínicos apresentados no caso
descrito, como depressão, pressão da cabeça contra objetos e andar em círculos,
são sinais típicos da encefalopatia hepática. A ALT é uma enzima com alta
concentração nos hepatócitos de cães e gatos, além de ser considerada uma
enzima hepatoespecífica. Aumentos de sua atividade sérica em geral indicam danos
dos hepatócitos com liberação da enzima para circulação (BUSH, 2004), o que
justifica que o animal teve uma lesão hepática durante a apresentação do caso
clínico. De acordo com Thrall et al. (2007), os animais com hepatopatias crônicas
podem apresentar ALT normal ou ligeiramente elevados, pois a massa hepática
nestes casos encontra-se muito diminuída e, consequentemente, há uma diminuição
dos hepatócitos, o que os deixam insuficientes para aumentar atividade da ALT.
Com base nestas informações, pode-se suspeitar que o animal tenha uma
hepatopatia crônica, devido a ALT estar somente 5 vezes aumentada. O aumento do
teor sanguíneo de glicocorticoides devido a um tratamento com essa medicação
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pode aumentar atividade sérica da ALT (STOCKHAM e SCOTT, 2011), o que não foi
observado no caso descrito, pois o animal não fez uso de nenhuma medição. Com
base nas descrições de Birchard e Sherding (2013), a biopsia hepática é um
procedimento necessário para diferenciar doença aguda de crônica e para avaliar a
resposta ao tratamento, o que não foi possível de se realizar neste caso.
Corroborando com Nelson e Couto (2010), o uso de metronidazol na dose de 7,5
mg/kg é eficaz para diminuir a neutoxidade como potencial efeito adverso da
eliminação hepática, além de ser um dos antibacterianos preferíveis para tratamento
da encefalopatia hepática e o uso de lactulona e protetor hepático se faz necessário
nesses casos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Atualmente, já com três anos que a doença foi diagnosticada, o animal vive
normalmente com o tratamento preventivo prescrito, não apresentando nenhum
sintoma clínico da encefalopatia hepática.
REFERÊNCIAS
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animais. 3 ed. São Paulo: Roca, 2013.
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AURICULOPLASTIA COM TELA EM EQUINO
Fábio Gardingo Heleno de Oliveira– Graduando em Medicina
Veterinária – Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Pablo Herthel de Carvalho, Bruno Santos cândido Andrade – Docente do Curso
de Medicina Veterinária – Faculdade Vértice/Univértix.
PALAVRAS-CHAVE: Auriculoplastia com tela em equinos. Polipropileno. Orelhas
externas.
INTRODUÇÃO
O Brasil apresenta o terceiro maior rebanho mundial de equinos e o primeiro na
América Latina, que considerando os muares (mulas e asnos), atinge 8 milhões de
animais, pertencendo à região Sudeste o maior rebanho. O agronegócio equino
brasileiro gera cerca de 3,2 milhões de formas de trabalho direto e indireto
(BARROS, LIMA e SHIROTTA; 2006), destacando-se como grande fonte de renda,
como fornecedores de insumo, serviços e produtos para criação (como rações,
medicamentos, selas e assessórios), serviços médico veterinários, formação de
treinadores, transportes, ensino e pesquisas citado por (BARROS, LIMA e
SHIROTTA. 2006). Frequentemente afecções da orelha externa acometem equinos,
destacando-se parasitismos por Anocentor nitens, papilomatose cutânea equina
(placa aural) e as otites bacterianas (LANCASTER et al.,1984; WILLIAMS, 1987,
GUERREIRO E MARY 1988 citado por ADORNO et al., 2008). Os parasitismos por
carrapatos e a papilomatose, além das diversas causas de traumatismo, podem
resultar em alterações da cartilagem auricular e deformidades do pavilhão auricular.
Tais alterações predispõem desenvolvimentos de otites secundárias, e geram
prejuízos estéticos, sobretudo em animais de alto valor zootécnico e com grande
valor afetivo (WILLIAMS, 1997 citado por ADORNO et al., 2008). Poucos recursos
cirúrgicos estão disponíveis para a reconstrução da orelha externa em equinos. O
uso de implantes cirúrgicos como telas de polipropileno pode ser uma alternativa
para correção das deformidades anatômicas da orelha externa.
METODOLOGIA
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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Implantes sintéticos ou biológicos são rotineiramente utilizados para o tratamento de
hérnias perineais e inguinais quando não é possível ter uma adequada aproximação
das bordas do anel herniario pelas suturas tradicionais (RIBEIRO, 2010). Todo
implante utilizado cirurgicamente não deve ser alergênico, não pode ser alterado
fisicamente por fluidos teciduais, não gerar reações de corpo estranho, não devem
liberar químicos irritantes, devem ser inertes, apresentar resistência compatível com
sua finalidade, e ter a possibilidade de estabilidade sem sofrer alterações de suas
qualidades. Dentre todos os materiais encontrados, o polipropileno é o que mais se
encaixa nesses requisitos de biocompatibilidade, sendo considerado o melhor dos
implantes sintéticos (NIERI, 2005; ARAÚJO, 2009). O polipropileno é uma matéria
prima sintética que não produz muita reação tecidual e apresenta uma resistência
tênsil boa, sendo mantida por vários anos em organismos vivos (DINSMORE et al.,
2000; VRIJLAND et al., 2000). O polipropileno é muito usada em peritoniostomias e
na reconstrução de hérnias abdominais. Poucas reações teciduais são descritas
com a utilização do polipropileno, destacando-se reação granulomatose de corpo
estranho, inflamação crônica e fibrose acelerada (MAZZINI E MANTOVANI, 1999).
Devido os benefícios da utilização do polipropileno, as características do material e
os poucos relatos de reações, a utilização de tela de polipropileno para
auriculoplastia em equinos gera boas expectativas. As alterações auriculares em
equinos podem resultar em deformidades do pavilhão auricular, predispondo às
otites secundárias e causando danos estéticos (WILLIAMS, 1997 citado por
ADORNO et al., 2008). Frequentemente estas deformidades são ocorrem por
parasitismo por carrapatos, larvas de moscas ou traumas. O tratamento disponível
atualmente envolve a remoção da causa e técnicas cirúrgicas para manter as
características do pavilhão auricular. Geralmente armações locais visando proteção
do local e apoios da cartilagem auricular são mantidos até completa cicatrização da
orelha externa (FLORENTINO JÚNIOR, 2014)
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Frente ao insucesso das técnicas rotineiras, diferentes grupos de pesquisa estudam
métodos mais completos para realizar a plástica mais adequada para orelha de
equinos e assim, promover uma melhora no seu valor zootécnico.
REFERÊNCIAS
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29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301
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DIFERENTES MÉTODOS TERAPÊUTICOS PARA O TRATAMENTO DE
TENDINITES EM EQUINOS
Adriano Sílvio Neto – Graduando em Medicina Veterinária da Faculdade Vértice.
Pablo Herthel Carvalho – Graduado em Medicina Veterinária, Especialista em
Cirurgia de Pequenos Animais, Mestre em Medicina Veterinária. Professor da
Faculdade Vértice.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Tendão, células-tronco, terapia regenerativa, células-tronco
mesenquimais
INTRODUÇÃO
As lesões tendíneas e ligamentares em equinos são as principais causas de
morbidade e retirada prematura de equinos atletas de suas atividades esportivas
(CLEGG, 2012). O tratamento destas afecções permanece como um desafio aos
clínicos de equinos apesar dos diversos tratamentos preconizados (SMITH et al.,
2003; SHARMA & MAFFULLI, 2005; SMITH & WEBBON, 2005).
O uso de células-tronco mesenquimais em equinos vem sendo utilizadas há
aproximadamente 10 anos, com o tecido adiposo de equinos adultos, composto de
grandes quantidades de células-tronco, sendo um material fácil de ser coletado
(DAHLGREN, 2005). O uso de células-tronco a partir de medula óssea resulta em
um tecido de alta qualidade, sem formação de tecido cicatricial (POPHAM, 2005). O
objetivo deste trabalho é descrever os diferentes tratamentos empregados para
tendinites em equinos.
CONTEÚDO
As lesões tendíneas e ligamentares são causas comuns de lesões em equinos,
especialmente nos atletas de hipismo e corrida. Além de afastar os animais das
competições, provocar dor e claudicação, a resolução de lesões de ligamentos e
tendões geralmente falha em restaurar as características morfológicas e funcionais
da estrutura. Isso pode comprometer o desempenho futuro do animal ou predispor a
um aumento no risco de recorrência de lesões (GOODSHIP et al., 1994).
Rotineiramente, são empregados anti-inflamatórios locais e/ou sistêmicos; injeções
intralesionais de glicosaminoglicanos como o ácido aracdônico (REDDING, 1999);
além de métodos fisioterapêuticos como crioterapia, ultra-som, laser e, mais
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recentemente, a terapia por ondas de choque extracorpórea (CAMINOTO, 2003). No
entanto, nenhum destes promove uma melhora na qualidade ou rapidez do reparo,
além de não permitirem a regeneração tecidual, formando apenas um tecido
cicatricial no local (MADISON, 1995). Com a descoberta do potencial de
diferenciação das células-tronco, tem-se explorado sua aplicação terapêutica em
enfermidades complexas ou lesões de difícil reparo, como as lesões tendíneas e
ligamentares em equinos. Assim, protocolos com o uso da fração celular da medula
óssea a fresco (BARREIRA, 2008) e de células-tronco mesenquimais oriundas da
medula óssea e do tecido adiposo vem sendo desenvolvidos (SMITH, 2008).
Os métodos terapêuticos atuais têm apenas efeitos marginais uma vez que o tecido
cicatricial formado não apresenta as mesmas características funcionais do tecido
tendíneo, havendo então necessidade de estudar opções terapêuticas para
regenerar o tecido (DOWLING et al., 2000). Neste contexto surge um grande
interesse nos possíveis benefícios terapêuticos das células-tronco mesenquimais
(CTM) para cura de tendões e ligamentos (WOO et al., 1999; HILDEBRAND et al.,
2002). As células-tronco quando aplicadas na área da lesão se diferenciam sob a
influência das outras células locais que se encontram em processo de reparação e
produzem a matriz apropriada para a reparação do tecido lesionado, por possuírem
altas quantidades de fatores de crescimento, devido a essa característica a
formação do tecido final apresenta a mesma constituição do tecido original
(POPHAM, 2005; DALGREN, 2005).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Vários são os métodos empregados para o tratamento de tendinites em equinos,
sendo
que
o
uso
de
células-tronco
mesenquimais
(CTM)
tem
crescido
significativamente em medicina veterinária, principalmente em cavalos atletas, com o
objetivo de regenerar os tecidos tendíneos e ligamentares devido ao fato de
restaurar as características morfológicas e funcionais do tecido original, o que não é
observado com o tratamento convencional.
REFERÊNCIA
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and tendon healing. Clin.Orthop.,v.367, p.S312-323, 1999.
Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301
ARTIGOS
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29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301
INCIDÊNCIA DE FERRUGEM (Hemileia vastatrix) e CERCOSPORA (Cercospora
coffeicola) NA CAFEICULTURA DE MONTANHA DAS MATAS DE MINAS
Sidmar Alves de Oliveira e Stênio Alves de Olvieira – Graduados em Engenharia
Agronômica.
Renata de Abreu e Silva Oliveira – Licenciada em Letras, Especialista em Língua
Inglesa. Professora da Faculdade Univértix.
[email protected]
RESUMO
A orientação agronômica é grande aliada do produtor na região das Matas de
Minas, reconhecida como uma das maiores produtoras de café do país. O objetivo
deste estudo é identificar a incidência de ferrugem (Hemileia vastatrix) e cercospora
(Cercospora coffeicola), na cafeicultura de montanha, através do monitoramento das
lavouras cafeeiras das cidades de Manhuaçu, Santa Margarida e Matipó. Por meio
das análises dos resultados, identificou-se que os níveis de incidência de ferrugem
(Hemileia vastatrix) e cercospora (Cercospora coffeicola) têm uma estreita relação
com o tamanho das propriedades. O presente artigo aponta os causadores dessas
doenças. Além disso, pretende também enfatizar a importância da orientação
agronômica aliada à experiência do produtor como promotoras de uma produção de
qualidade.
PALAVRAS-CHAVE: Microrregião de Manhuaçu, doenças, controle, Coffea
arabica, orientação agronômica.
INTRODUÇÃO
Em seus estudos, Taunay (1939) diz que o café é oriundo da Etiópia, país
localizado ao norte da África, e se espalhou para diversos países a partir da
península Arábica. Essa cultura, largamente plantada no Brasil, foi introduzida em
1727 no estado do Pará, com sementes e mudas provindas da Guiana Francesa.
Desde então, os cafezais se ampliaram, expandindo pelos contrafortes da Serra
do Mar e, em 1825, ocupavam vastas áreas do Vale do Rio Paraíba,
alcançando os estados de São Paulo e Minas Gerais. A cultura chegou ao norte
do Paraná entre 1928 e 1930 e ao estado do Espírito Santo a partir de 1920.
Logo estava implantado no Brasil o ciclo do café, ocorrendo assim as
primeiras exportações em quantidades, a partir de 1820. Em 1845, o Brasil
destacava-se como principal produtor, sendo responsável por 45% da produção
mundial.
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Em virtude disso, a cafeicultura alcançou as regiões montanhosas de Minas
Gerais, especificamente a Zona da Mata, hoje denominada Matas de Minas. Ali se
iniciou o seu cultivo, obtendo grande sucesso na microrregião de Manhuaçu, a
qual conta com clima e altitude favoráveis à cultura do café. Essa atividade
prospera até os dias atuais, sendo a cidade de Manhuaçu uma referência e um
grande pólo da cafeicultura.
O presente artigo pretende apresentar os resultados da pesquisa de campo
realizada no período de dezembro de 2010 a junho de 2011, buscando identificar
os níveis de incidência de ferrugem (Hemileia vastatrix) e cercospora (Cercospora
coffeicola), principais doenças que atingem a cafeicultura.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Conforme os pesquisadores Matiello et al., (2005) e Carvalho et
al.,
(2005) a ferrugem (Hemileia vastatrix) caracteriza-se por atacar as folhas, nas
quais provoca manchas (pústulas) circulares de coloração amarelo-alaranjadas,
cobertas, na face inferior da folha, por uma massa pulverulenta de uredosporos
(cerca de 150 mil/pústulas) com diâmetro de 0,5 cm, que são as sementes do
fungo. As lesões provocam a morte de tecidos, começando pelo centro, e, em
estádio mais avançado, algumas partes do tecido foliar são destruídas e
necrosadas. Os esporos dessa massa pulverulenta são disseminados a longas
distâncias, por ventos, insetos, animais e pelo homem. E em uma mesma
plantação a maior disseminação ocorre pelas gotas de chuva, sendo transportada
de uma planta a outra e de folha em folha.
As condições favoráveis à doença são os fatores climáticos, que promovem
a incidência da ferrugem de dezembro a maio/junho. Os fatores principais que
proporcionam a manifestação da ferrugem são: umidade e temperatura em torno
de 21° a 22°C, condições que o fungo causador da moléstia encontra nas
principais regiões cafeeiras no período compreendido entre dezembro-janeiro e
abril-maio (TOLEDO FILHO, 2002).
Segundo Chaves e Sarruge (1984) e Cruz Filho e Chaves (1985) apud
Zambolim et al. (2006) na fase de crescimento dos frutos ocorrem grandes
reduções nas concentrações foliares de N, P, K, Ca e Mg, por isso as plantas
sofrem um esgotamento nutricional. Uma vez que suas reservas são transferidas
para os frutos, as plantas são fortemente atacadas pela ferrugem (Hemileia
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vastatrix). Esse processo resulta em desfolha precoce e seca de ramos laterais
antes da época de florescimento do cafeeiro.
A cercospora (Cercospora coffeicola) é uma doença até há pouco tempo
considerada de importância secundária na cafeicultura, porém atualmente tem
causado muitas perdas de produtividade nas regiões produtoras da America do Sul
e Central (MIGNUCCI et al., 1986 citado por ZAMBOLIM et al., 2006).
A cercosporiose afeta a cultura do café em todas as fases, desde as mudas
nos viveiros até a lavoura adulta, na qual ataca folhas e frutos, principalmente
em cafezais jovens ou em lavouras estressadas por alta carga ou por falta de
água. A característica dessa doença na folha apresenta-se inicialmente com
pequenas manchas circulares de coloração marrom-escura, que se desenvolvem
rapidamente ficando o centro das lesões cinza-claro, com um anel arroxeado ou
amarelado em volta da lesão. Há também outra forma da lesão com manchas
escuras e não formam o centro claro, na qual origina a cercospora negra, sendo
comum em folhas mais novas com forte deficiência de fósforo, as folhas atacadas
caem rapidamente, sendo que basta uma única lesão por folha para causar sua
queda (MATIELLO et al., 2005).
Matiello et al., (2005) e Zambolim et al., (2006) afirmam que em lavouras
adultas a doença provoca quedas de folhas e seca de ramos, pois eles ficam
expostos à ação dos raios solares e secam rapidamente. Nos frutos, o ataque
inicia quando ainda estão na fase de chumbinho, intensificando seu ataque no
início da fase de granação e permanecendo até o amadurecimento do fruto. As
lesões no fruto são pequenas, de cor marrom-claro ou arroxeado, deprimidas,
crescendo no sentido polar do fruto, com maior incidência nos ramos expostos
diretamente ao sol. Logo esses frutos afetados aceleram o processo de
maturação, caindo antes da colheita.
Os fatores que promovem o aparecimento e desenvolvimento da cercospora
(Cercospora coffeicola) são as condições climáticas, como umidade relativa alta,
temperaturas amenas, excesso de insolação e déficit hídrico, qualquer condição
que leva a planta a um estado nutricional deficiente, principalmente nitrogênio e
magnésio,
desequilíbrio
ou
desequilíbrio
da
como
relação
excesso
de
potássio
nitrogênio/potássio
e
também do
favorecem
doença (CARVALHO et al., 2005).
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a
METODOLOGIA
A pesquisa de campo foi realizada no período de dezembro de 2010 a junho
de 2011. A coleta de dados foi realizada através de visitas às propriedades, cujo
objetivo principal era vistoriar criteriosamente as lavouras e fazer um relatório
de campo, através da coleta de folhas para análise do desenvolvimento da
ferrugem (Hemileia vastatrix) e cercospora (Cercospora coffeicola). A coleta de
dados ocorreu em propriedades pertencentes à região das Matas de Minas,
selecionando como objeto para esta pesquisa, mais especificamente, as cidades
de Manhuaçu, Matipó e Santa Margarida.
Foram levantados dados sobre a incidência de ferrugem (Hemileia vastatrix)
em relação à quantidade de plantas de café (Coffea arabica) por propriedades. E
também a incidência de cercospora (Cercospora coffeicola) em relação ao nível de
incidência de ferrugem (Hemileia vastatrix).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Nas cidades pesquisadas observa-se grande incidência dessas doenças
devido aos fatores que serão analisados a seguir e principalmente ao manejo
ineficiente de muitos produtores.
Neste trabalho foi utilizada uma metodologia para verificar a incidência de
ferrugem, que também segue a metodologia proposta por Carvalho et al., (2005) a
(0%) e Toledo e Filho et al., (2002) a (5%). De acordo com a Figura 1,
podemos verificar os intervalos de incidências de ferrugem 0,0 – 5,00%; 5,01
– 10,00%; 10,01 – 20,00%; 20,01 – 30,00% e 30,01 – 40,00%, a relação entre
0,0 – 5,00% e os demais índices diferenciam-se do modo de controle onde
margeia entre as aplicações de fungicida cúpricos e fungicidas sistêmicos. E no
caso dos intervalos de ferrugem 5,01 – 10,00%; 10,01 – 20,00%; 0,01 – 30,00% e
30,01 – 40,00%, foi fracionado para melhor observação e detalhamento da
ferrugem nas propriedades. Estabeleceu-se a incidência de ferrugem até 40% de
infecção nas lavouras, pois não foi detectada infecção superior a esse nível
nas lavouras analisadas.
E entre o número de plantas por propriedades, os intervalos foram
definidos para melhor distinção das propriedades e representação didática, e no
caso em especial de até 10000 mil plantas por propriedades, foi definido para
explorar ainda mais a situação das pequenas propriedades em relação a
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incidência de ferrugem. E as maiores propriedades a cima de 150000 mil plantas
por propriedades, consta com algumas propriedades e m t o rn o de 200000, a
450000 mil plantas por propriedades. O que se observa nas figuras a seguir:
Figura 1: Porcentagem de propriedades em relação aos níveis de incidência de ferrugem
(Hemileia vastatrix).
Como podemos verificar na Figura 1, 32% das propriedades analisadas
apresentam incidência de ferrugem em torno de 10% a 20%, índice este que
indicaria o controle através do fungicida sistêmico, pois já estaria causando danos
econômicos na produtividade. Uma proporção de 29% das propriedades estaria
entre 0,0% a 5,0% de incidência de ferrugem, faixa ainda considerada menos
danosa à lavoura. Configura-se então um período apropriado para que seja feito
o controle com produtos adequados e na dosagem recomendada, para evitar
super dosagens, evitando que o fungo se torne resistente ao modo de ação.
Em
uma
propriedade com maior número
de
plantas,
dever-se-ia
possivelmente identificar maior incidência de ferrugem, uma vez que o controle
das doenças, pragas e também promover os eventuais manejos da cafeicultura,
exigem maior dedicação em relação às pequenas propriedades. Essas contam
com menor número de plantas e o controle é mais eficiente, pois é possível
observar melhor o foco da doença e combate-la seletivamente, assim, as
incidências de ferrugem e cercosporiose, por exemplo, seriam menores. Através
desta pesquisa constatou-se justamente o contrário, como se pode verificar na
Figura 2. Em relação ao índice de ferrugem, entre 0,0% a 5,0%, 66% estão
em propriedades entre 10.001 a 60.000 plantas, 17% estão em propriedades em
torno de 60.001 a 90.000 plantas, e apenas 8% estão em propriedades inferiores a
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10.000 plantas. Também se pode observar que não há propriedades com esse
nível de ano em lavouras acima de 150.001 plantas.
Figura 2: Incidência de ferrugem (Hemileia vastatrix) em relação ao número de plantas
de café (Coffea arabica), por propriedades.
Logo o menor índice de ferrugem não se encontra onde se verifica menor
área. Entretanto, deve se ressaltar que há produtores com diferentes níveis
tecnológicos e possuem assistência técnica, diferenciando apenas o modo de
aplicação do fungicida que cada produtor adota. Atualmente, muitos produtores
estão optando pela pulverização a canhão. Em algumas lavouras, além disso,
existe a necessidade de se fazer pulverizações com bombas costais nas áreas do
meio do talhão devido ao não recebimento de fungicida. Esse procedimento
ocorre por não ter havido um planejamento adequado da dimensão entre um
carreador e outro, formando um talhão largo. Além desses métodos destacam-se
os pulverizadores costais, pulverizadores/atomizadores costais motorizados e
pulverizadores de mangueira, sendo este último acionado por trator, motor
estacionário ou manualmente. Em conversas com alguns cafeicultores durante as
visitas observou-se que, independentemente do mecanismo de controle, eles não
têm o hábito ou nunca fizeram uma manutenção nos equipamentos e pulverização
e nem a regulagem da vazão do pulverizador, mesmo sendo aconselhado pelo
técnico de tal serviço.
Ao aumentar o índice da presença de ferrugem de 5,01% a 20,00% são
percebidas mudanças nos valores:
Como se pode notar na Figura 3, as lavouras com 30.001 a 60.000 plantas,
possuem maior porcentagem de ferrugem nesse nível de infecção, a mesma já
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causa danos por desfolhas como descrito anteriormente. As lavouras acima de
150.000 plantas possuem menor incidência em comparação a lavouras inferiores a
60.000 plantas. Ou seja, o tamanho da plantação é inversamente proporcional à
incidência de ferrugem.
Figura 3: Incidência de ferrugem (Hemileia vastatrix), em relação ao número de plantas
de café (Coffea arabica) por propriedade.
Podemos verificar, na figura 4, que não foi detectada incidência de
ferrugem em lavouras de 60.000 a 90.000 plantas e em propriedades acima de
150.000 plantas. Trata-se do maior índice de ocorrência nas lavouras cafeeiras,
das regiões estudadas, uma vez que não encontramos níveis maiores que 40%
nessa época de análise. A maior ocorrência foi encontrada em lavouras de 10.001
a 30.000 e 30.001 a 60.000 plantas, o que confirma a tese de que em maiores
propriedades há menor incidência de ferrugem em relação às menores.
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Figura 4: Incidência de ferrugem (Hemileia vastatrix) em relação ao número de plantas
de café (Coffea arabica) por propriedade.
Isso se deve ao fato de que alguns dos produtores, com propriedades
inferiores a 60000 mil plantas, não se comprometem com as orientações
agronômicas recebidas.
inadequado
de
De maneira equivocada, optam por fazer um número
aplicação,
utilizam
os produtos quando a doença já esta
instalada na lavoura, ou seja, na alta incidência, e não fazem controle preventivo.
Percebe-se também falta de manutenção e regulagem inadequada dos
pulverizadores, aplicações fora do alvo, utilização de produtos com folhagem
molhada e adubações mal feitas. Sendo assim, por meio de práticas tão
inadequadas, há um controle ineficiente das doenças.
A Figura 5 estabelece a relação existente entre o aparecimento da
cercospora na incidência de ferrugem:
Figura 5: Relação total de cercospora (Cercospora coffeicola) para cada nível de incidência
de ferrugem (Hemileia vastatrix).
Na Figura 5 observa-se que 58% da incidência de cercospora (Cercospora
coffeicola)
nas lavouras observadas estão numa faixa de 5,01 a 20% de
ferrugem e apenas 15% da cercospora (Cercospora coffeicola) encontrada nas
lavouras estão em uma incidência de ferrugem de 20,01% a 40%, quase a metade
da incidência de ferrugem de a 0% a 5%, que apresenta 27% de cercospora
(Cercospora coffeicola).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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As ações do produtor voltadas à prevenção de eventuais problemas, como
ferrugem (Hemileia vastatrix) e a cercospora (Cercospora coffeicola), devem ser
muito bem orientadas para que se possa alcançar a máxima eficiência possível.
Em seu cotidiano, o produtor tem que lidar com questões que fogem ao seu
controle como condições climáticas, tipos de solo e entre outras, portanto deve
trabalhar com maior dedicação naquilo que está em seu controle, como manejo da
plantação e de recursos disponíveis para melhorar sua produção. Nesse propósito,
precisa contar com a ajuda de profissionais capacitados com todo um suporte
técnico, teórico e prático para que ele consiga usufruir ao máximo de sua
produção.
Por meio de monitoramento das doenças e pragas, o produtor consegue
sanar eventuais problemas que podem levar a grandes danos econômicos.
Qualquer prejuízo, seja em massa, seja em um pequeno grupo de produtores,
gera uma série de transtornos e afeta muito a região. A orientação agronômica
aparece também para evitar isso, traçando caminhos para uma boa produção.
REFERÊNCIAS
CARVALHO, A. Histórico do desenvolvimento do cultivo do café no Brasil.
Campinas: (Documentos IAC 34) Instituto Agronômico, 2007.8 p.
CARVALHO, V. L. de; CHALFOUN, S. M. Manejo das doenças do cafeeiro
para a cafeicultora familiar. Informe Agropecuário, Belo Horizonte, v. 26, p.86101, 2005. Edição Especial.
COMISSÃO ESPECIAL DA CAFEICULTURA MINEIRA. Relatório Final da
Comissão Especial da Cafeicultura Mineira. Belo Horizonte. Dezembro, 2004.
MATIELLO, J.B.; SANTINATO, R.; GARCIA, A.W.R.; ALMEIDA, S.R. &
FERNANDES, D.R. Cultura de café no Brasil: novo manual de
recomendações. Rio de Janeiro, MAPA/PROCAFE, 2005. 438p. (248-262)
TAUNAY, A. de E. História do café no Brasil: no Brasil Imperial 1822-1972.
Rio de Janeiro: Departamento Nacional do Café, 1939. v.3.
TOLEDO F.; ALVES, J. A. et. al., Cultura do café. Campinas. CATI,
2002- 5 ed. Atualizada. 103 p. Boletim técnico, 193.
ZAMBOLIM, L.; SOUSA, A.F.; ZAMBOLIM, E. M.; RENA, A.B. Boas práticas
agrícolas na produção de café. Viçosa: UFV, DFP, 2006. xv, 234p.
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CONTRATURA CONGÊNITA DO MÚSCULO QUADRÍCEPS FEMORAL EM CÃO–
RELATO DE DOIS CASOS
Winnie Alves Lopes - Acadêmica do curso de Medicina Veterinária – Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX
Vanessa Guedes Pereira - Médica Veterinária.Residente de Clínica e Cirurgia de
Pequenos Animais. Mestre em Medicina Veterinária. Doutoranda em Medicina
Veterinária. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Gilberto Valente Machado - Médico Veterinário. Mestre e Doutor em Anatomia dos
Animais Domésticos e Silvestres. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Bruno Cândido Santos Andrade - Médico Veterinário. Mestre em Ciência
Animal.Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Pablo Herthel de Carvalho
Médico Veterinário. Residente de Clínica e Cirurgia de Pequenos Animais. Mestre
em Medicina Veterinária.Doutorando em Ciência Animal. Professora da Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
RESUMO
Foi diagnosticado contratura do músculo quadríceps femoral em ambos os
membros, em duas cadelas da mesma ninhada, da raça Bull Terrier, com 2 meses
de idade, que apresentavam andar saltitante associado a não flexão da articulação
femorotibiopatelar (0º). O tratamento indicado foi cirúrgico associado a fisioterapia,
através das técnicas de tenotomia e tenoplastia em “Z”, miotomia do músculo
quadríceps femoral e trocleoplastia em cunha dos fêmures em ambos os membros.
As técnicas cirúrgicas permitiram obter flexão parcial da articulação
femorotibiopatelar, sendo possível atingir flexão de 30º no pós-cirúrgico imediato.
Apesar de indicado outras intervenções cirúrgicas, o mesmo não foi realizado, e a
quantidade de fisioterapia foi insuficiente para obter melhores resultados. O
prognóstico para esta afecção é ruim, e os animais relatados continuaram com os
membros em hiperextensão, só que em menor grau.
PALAVRAS-CHAVE: Fibrose muscular; Tenoplastia; Luxação de patela.
INTRODUÇÃO
A contratura muscular ou fibrose ocorre quando há substituição do tecido
muscular ou tendíneo por tecido fibroso, resultando em encurtamento funcional e
anormalidades na movimentação das articulações adjacentes (FOSSUM, 2005).
Comumente as lesões músculo-esqueléticas evoluem para fibrose e contratura. O
grau da contratura esta correlacionado à extensão e gravidade da lesão muscular
(PIERMATTEI, GRETCHEN e CHARLES, 2006).
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Os sinais clínicos comumente observados em pacientes com contraturas são
claudicação, diminuição da amplitude de movimento das articulações e um andar
com os membros em hiperextensão (LEIGHTON, 1981).
Qualquer músculo ou grupo muscular pode sofrer contratura,
sendo mais
descritas na literatura as contraturos do músculo infra-espinhoso e músculo
quadríceps femoral. Relatos de contraturas dos músculos supra-espinhal, redondo
menor, sartório, grácil e semitendinoso são menos frequentes (TAYLOR e
TANGNER, 2007).
O objetivo do trabalho é relatar dois casos de contratura congênita do músculo
quadríceps femoral em cadelas da raça Bull Terrier, o tratamento cirúrgico e a
evolução pós-operatória.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Contratura muscular ou miopatia fibrótica é caracterizada pela substituição do
tecido muscular por tecido cicatricial, devido a lesão parcial ou total do músculo
afetado, resultando em diminuição ou perda do movimento normal das articulações
relacionadas (MONTGOMERY e FITCH, 2007).
A contratura do músculo quadríceps femoral é caracterizada por uma
hiperextensão do membro pélvico com redução do movimento das articulações
femorotibiopatelar e tibiotársica. É uma afecção mais comum em cães (STEAD et al.,
1977; LIEBER, MCKEE-WOODBURN E GERSHUNI, 1989; MOORES e SUTTON,
2009; ULUSAN et al., 2011) no entanto há relatos em gatos (LEIGHTON, 1981;
LIPTAK e SIMPSON, 2000). Ulusan et al., (2011), relatou a contratura do quadríceps
em 12 animais, destes, 10 eram cães e 2 gatos, concordando com Nieddu (2009),
que relatou o caso de 11 animais, sendo 10 cães e 1 gato.
A afecção pode ser adquirida, sendo as causas traumáticas as principais neste
grupo, ou congênita, ainda pouco estudada (STEAD et al., 1977).
As
causas
adquiridas
da
contratura
do
m.
quadríceps
incluem
o
desenvolvimento de um grande calo ósseo secundário a fraturas femorais com
adesão do músculo vasto intermédio ao calo da fratura, danos aos músculos vastos
como laceração muscular, hematomas e contusões, dano ao nervo femoral ou
suprimento sanguíneo da região dos músculos quadríceps femoral após o trauma,
osteossíntese tardia ou inadequada de fraturas de fêmur, osteomielite femoral
(LEIGHTON, 1981; LIEBER, MCKEE-WOODBURN E GERSHUNI, 1989; LIPTAK e
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SIMPSON, 2000; MONTGOMERY e FITCH, 2007), infecções por Toxoplasma gondii
(SUTER et al., 1984) e/ou Neospora caninum (DUBEY et al., 1988) ou a doença
pode ser congênita (STEAD et al., 1977).
A fisiopatologia da forma congênita permanece desconhecida e a mesma é
relativamente rara, havendo poucos dados na literatura. Stead et al., (1977) relatou
um caso e nos levantamentos de Ulusan et al., (2011) e Nieddu (2009) a prevalência
foi 8,3% de (n=12 animais) e 36,3% (n=11 animais), respectivamente.
Os sinais clínicos observados em pacientes com contratura do m. quadríceps
femoral incluem andar saltitante com os membros pélvicos extendidos, atrofia do m.
quadríceps
femoral
e
articulação
femorotibiopatelar
pode
permanecer
completamente extendida ou apresentar amplitude de movimento reduzida,
geralmente com flexão de 20º a 30º (LIPTAK e SIMPSON, 2000; FOSSUM, 2005;
NIEDDU, 2009), sendo que o normal é de 130º a 135º (EVANS e de LAHUNTA,
1988), podendo diminuir gradualmente para menos de 10º, parecendo que o
membro está hiperextendido (genu recurvatum) (MOORES e SUTTON, 2005;
ULUSAN et al., 2011). Os músculos tornam-se atrofiados, sem dor e à palpação são
sentidos como estruturas tensas e espessas (FOSSUM, 2005). Os casos crônicos
evoluem para aderências do músculo com porçao distal do fêmur e a cápsula
articular do joelho, limitando ainda mais a capacidade de flexão (TAYLOR e
TANGNER, 2007).
Afecções secundárias à contratura poderão ser observadas, sendo mais
descritas a luxação medial da patela, deslocamento proximal da patela na tróclea
femoral (KAISER et al., 2001), encurtamento do membro e subluxação ou luxação
coxofemoral (LIPTAK e SIMPSON, 2000; NIEDDU, 2009; ULUSAN et al., 2011).
Indivíduos com a forma congênita da contratura do quadríceps geralmente
desenvolvem sintomas nos primeiros meses de vida. Os membros pélvicos se
encontram em hiperextensão e há atrofia dos m. glúteos e quadríceps femoral. Não
há alteração de sensibilidade do membro e a articulação femorotibiopatelar
permanece em extensão, tornando impossível sua flexão, a articulação tíbiotarsica
permanece na maioria dos casos em hiperextensão (STEAD et al., 1977).
Contraturas congênitas do músculo quadríceps femoral já foram reportadas,
mas a etiopatogenia não é conhecida (STEAD et al., 1977; FOSSUM, 2005).
Pacientes infectados por Neospora sp. podem apresentar a contratura devido a
lesão do neurônio motor inferior ou polirradiculoneurite com consequente miosite
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(DUBEY et al., 1988), enquanto as infecções por Toxoplasma gondii podem resultar
em atrofia neurogênica por lesão dos neurônios motores inferiores localizados na
medula espinhal. Recomenda-se que os pacientes com as formas congênitas sejam
testados quanto a presença de infecções por estes protozoários (NIEDDU, 2009).
A miosite pode ocorrer como uma das características de lesões causada por
toxoplasmose. A polimiosite em cães infectados por Toxoplasma gondii, causa
lesões necrosantes e inflamatórias multifocais que consistem de degeneração e
necrose das miofibras, acompanhadas de infiltrados de neutrófilos, histióscitos,
plasmócitos e linfócitos, resultando em substituição das miofibrilas por tecido fibroso
(JONES, 2000).
O diagnóstico da contratura do quadríceps é baseado na história clínica e
exame físico do animal (LIPTAK e SIMPSON, 2000; NIEDDU, 2009).
As radiografias simples devem ser realizadas para diferenciar fraturas,
osteomielite e neoplasias, que podem ter a claudicação como sinal clínico principal.
(TAYLOR e TANGNER, 2007).
Deve-se diferenciar a contratura do quadríceps das doenças que tem os sinais
clínicos de claudicação, tais como o trauma ou osteoartrite, ou de disfunção
mecânica como a luxação da patela e atrofia muscular congênita (WEIGEL et al.,
2005).
O tratamento é exclusivamente cirúrgico e visa restaurar a função do membro.
As técnicas descritas são: desbridamento de adesões entre o vasto intermédio
femoral e porção distal do fêmur, alongamento do músculo-tendão do quadríceps,
liberação do tecido periarticular, reposicionamento do joelho em seu ângulo
fisiológico , e os tratamentos para luxação medial da patela, quando associada
(FOSSUM, 2005; TAYLOR e TANGNER, 2007; NIEDDU, 2009). Nos casos
infecciosos (neosporose e toxoplasmose), o tratamento deverá ser realizado com a
finalidade de tratar o agente causador (NIEDDU, 2009).
Para escolher a técnica mais adequada deve ser levado em consideração os
seguintes fatores: duração do quadro clínico, grau de osteopenia
por desuso,
osteoartrite, grau de encurtamento do membro, co-existência de luxação ou
subluxação femoral, co-existência de luxação de patela, osteomielite femoral
(NIEDDU, 2009).
A fisioterapia pós-operatória visa diminuir a dor e edema relacionado com a
cirurgia, levando a um maior alongamento possível do tecido cicatricial fibroso
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produzido pela contratura muscular e prossegue para a reeducação do paciente
para utilizar o membro (NIEDDU, 2009).
A fisioterapia da articulação femorotibiopatelar e metatarsofalangeana deve ser
iniciada logo que o paciente permitir a manipulação do membro. Se uma bandagem
90/90 for utilizada, ela deve ser mantida por 3 dias, e após a sua remoção devem
ser realizadas flexão e extensão passiva das articulações. (FOSSUM, 2005). O
tratamento fisioterápico permite maximizar o resultado na recuperação da amplitude
de movimento do membro (BAGLEY, 1999; LIPTAK, 2000; DAVIDSON, 2005;
SCOTT, 2007; TAYLOR, 2007), podendo reverter quadros de atrofia do músculo
quadríceps femoral. Sendo imprescindível para o sucesso do tratamento (LIEBER,
MCKEE-WOODBURN E GERSHUNI, 1989).
O prognóstico para contratura do quadríceps depende da gravidade da
afecção ao diagnóstico e início do tratamento. Se a mobilidade desejada for
alcançada e bons cuidados no pós-operatório forem tomados, o prognóstico é bom,
mas ainda existe a possibilidade de recorrência da contratura (TAYLOR e
TANGNER, 2007).
Em geral, quando associada a fratura, o prognóstico para o retorno completo
da função é ruim até mesmo para a o retorno parcial da função do membro. Muitos
pacientes acabam sendo submetidos à amputação do membro após o que
inicialmente parecia ser um reparo de sucesso da fratura (DAVIDSON, KERWIN e
MILLIS, 2005; SCOTT e MCLAUGHLIN, 2007)
O tratamento é recomendado quando há possibilidade de restabelecer a função
do membro. Nas formas mais graves a correção cirúrgica não é eficaz, sendo
recomendado amputação do membro (BAGLEY, 1999).
RELATO DE CASO
Foi atendido na Clínica Veterinária da Faculdade Vértice-Univértix, duas
cadelas da mesma ninhada, da raça Bull Terrier, com 60 dias de idade, com
histórico de claudicação e andar saltitante desde que os animais começaram a
andar. Ao exame ortopédico, observou-se hiperextensão bilateral das articulações
femorotibiopatelar e tíbiotársica, rigidez dos membros pélvicos durante a locomoção,
ausência de flexão da articulação femorotibiopatelar bilateral, luxação medial da
patela e atrofia muscular em ambos membros pélvicos. As pacientes foram
submetidos à avaliação radiográfica nas projeções craniocaudal e laterolateral da
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articulação femorotibiopatelar, sendo o único achado o deslocamento medial da
patela bilateral.
Contratura do quadríceps congênita, luxação de patela e atrofia muscular
congênita foram considerados os diagnósticos diferenciais, sendo o diagnóstico
presuntivo a contratura congênita do quadríceps, baseado nos achados clínicos e
histórico dos pacientes. Foi recomendado o tratamento cirúrgico e fisioterápico para
o retorno funcional dos membros.
As pacientes foram submetidas as mesmas intervenções cirúrgicas. Para isso
os animais foram sedados com Maleato de acepromazina (0,04mg/kg) associada
com morfina (0,5mg/kg) por via intramuscular. Seguiu-se a indução anestésica após
15 minutos da sedação, utilizando-se propofol (6mg/kg) por via intravenosa. A
manutenção anestésica foi realizada com isofluorano a 2,5% em oxigênio a 100%
em ventilação controlada por pressão de 20cmH2O. Como antimicrobianoprofilaxia,
foi utilizada cefalotina por via intravenosa na dose de 10 mg/kg.
As pacientes foram submetidas
à
tricotomia
dos membros pélvicos
extendendo-se da região sacroilíaca até a articulação metatarsofalangeana. Foram
posicionadas em decúbito lateral, e foi realizada a assepsia da região tricotomizada.
As técnicas de tenotomia e tenoplastia em “Z” , miotomia do músculo quadríceps
femoral e trocleoplastia em cunha dos fêmures foram realizadas em ambos os
membros.
A cápsula articular foi exposta após incisão semicircular craniolateral à
articulação femorotibiopatelar e dissecção romba com tesoura de Metzenbaum. Foi
realizada exposição do tendão do músculo quadríceps femoral.
Com auxílio de tesoura romba de Metzenbaum curva foi realizada liberação
das aderências do músculo vasto intermédio ao fêmur à capsula articular, e entre o
músculo quadríceps e o fêmur. Após a liberação das aderências foi realizado o
alongamento da unidade músculo-tendão do quadríceps, através da plastia em “Z”.
Na extensão proximal da incisão longitudinal, foi feito uma incisão transversa
lateralmente através do músculo e tecido fibroso. Na extensão distal da incisão
longitudinal, foi feito uma incisão transversa medialmente através do músculo e
tecido fibroso. O joelho foi flexionado permitindo que as bordas do corte da incisão
longitudinal deslizassem uma sobre a outra. Quando uma amplitude de flexão
máxima foi atingida realizou-se a sutura em padrão para manter o alongamento
desejado da unidade músculo-tendão do quadríceps.
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Com uma lâmina de bisturi nº 15, foi realizado uma incisão em estocada na
cápsula articular, e prolongada a incisão com uma tesoura de Metzenbaum curva, e
realizado um deslocamento lateral da patela e do ligamento patelar, para
visualização do sulco troclear. Após a exposição do sulco troclear, foi realizada a
secção em cunha em formato de V da tróclea femoral, com auxilio de um bisturi nº
20, e após a secção em V da tróclea, uma maior parte de osso foi removida do sulco
neoformado para rebaixar o local, certificando-se de que foram preservadas as
cristas trocleares e de que a profundidade era suficiente para acomodar 50% da
patela e então foi feita a recolocação da cunha em formato de V no sulco
neoformado, conforme a técnica descrita por PIERMATTEI, GRETCHEN e
CHARLES, 2006.
A cápscula articular foi suturada com ponto separado em X, da mesma forma a
musculatura foi aproximada, com fio de ácido poliglicolico 2-0 e o tecido subcutâneo
foi aproximado com fio ácido poliglicolico 2-0 e padrão simples contínuo e a
dermorrafia foi realizada com padrão isolado simples e fio de náilon 3-0.
Após a cirurgia foi realizado uma bandagem em espiral nos dois membros de
cada paciente, utilizando faixa e algodão ortopédico, mantendo os membros em
flexão por 72 horas. O proprietário foi orientado a realizar tratamento fisioterápico
intenso no pós-operatório. Adicionalmente foi recomendado reavaliação periódica e
o proprietário foi informado da necessidade de novas intervenções cirúrgicas em
caso de recuperação parcial da flexão do joelho, no entanto o mesmo não seguiu as
recomendações, comprometendo o resultado final.
Após 10 dias da cirurgia, o animal retornou para retirada dos pontos de pele e
reavaliação clínica, mas não houve melhora clínica significativa, devido ao pouco
tempo de cirurgia e ausência do tratamento fisioterápico.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
No presente relato obtivemos o diagnóstico da contratura do músculo
quadríceps femoral facilmente pelo exame ortopédico. Concomitante foi realizado o
diagnóstico de luxação medial de patela bilateral. O andar saltitante associado a não
flexão do joelho permitiu elucidação diagnóstica fácil. Ambas afecções podem ser
correlacionadas como causa e consequência, sendo difícil afirmar qual das afecções
foi primária,
devido a precocidade da afecção e a gravidade do quadro ao
diagnóstico. A luxação de patela congênita resulta em desvio do eixo do membro e
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consequentemente da amplitude de movimentos, causando atrofia ou mesmo
contratura do m. quadríceps femoral (KAISER et al., 2001; WEIGEL et al., 2005;
ULUSAN et al., 2011).
A avaliação radiográfica realizada foi exclusivamente para eliminar alterações
ósseas associadas (NIEDDU, 2009) sendo apenas confirmada a luxação medial da
patela em ambos os membros nas duas pacientes, corcordando com Stead et al.,
(1977), que observou um deslocamento medial da patela, em um caso congênito.
Embora não presente no caso, a luxação coxofemoral foi relatada por Ulusan et al.,
(2011) em 66,5% (n=8) de pacientes com contratura do quadríceps (n=12).
No presente relato não foram realizados os testes sorológicos ou biópsias
musculares para exclusão de neosporose ou toxoplasmose, não sendo possível
excluir totalmente estes agente etiológicos. De acordo com Dubey et al., (1988),
paresia dos membros pélvicos em cães jovens da mesma ninhada, sugerem
infecção congênita por Neospora sp., mas a ausência de sinais clínicos adicionais
diminuem a probabilidade da infecção.
As técnicas cirúrgicas empregadas no presente caso permitiram obter flexão
parcial da articulação femorotibiopatelar, sendo possível atingir flexão estimada de
30º no pós-cirúrgico imediato. As pacientes apresentavam quadro de extensão total
dos membros, com ausência de flexão (0º) no pré-operatório, sendo o resultado
considerado satisfatório para início do tratamento. Liptak e Simpson (2000) descreve
recuperação de 110º na flexão da articulação, no entanto os estudos não foram
realizados com mesmo grau da afecção, sendo atribuído nossos resultados
comparativamente menores à gravidade do quadro das pacientes relatadas.
Associação de outras técnicas cirúrgicas podem ser utilizadas para melhorar o
grau de flexão da articulação do joelho. Estas técnicas podem ser realizadas na
mesma intervenção cirúrgica ou em novas intervenções, de acordo com a
estabilidade dos pacientes ao procedimento anestésico e o tempo trans-operatório.
Neste relato, devido a utilização de três técnicas cirúrgicas em ambos os membros
dos pacientes, optou-se por intervenções cirúrgicas futuras, frente ao tempo de
anestesia e manipulação dos tecidos (LIPTAK e SIMPSON, 2000; NIEDDU, 2009;
ULUSAN et al., 2011).
A
fisioterapia é imprescindível para um melhor resultado na amplitude de
movimento do membro e impedir atrofia muscular e óssea, além de problemas
articulares. De acordo com Liptak e Simpson (2000), o tratamento conservador com
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fisioterapia passiva não resulta em sucesso nos casos de contratura, no entanto
associada a intervenção cirúrgica, a fisioterapia permite maximizar a recuperação do
paciente e o sucesso do tratamento. A ausência do tratamento fisioterápico no
presente relato pode ter contribuido para a amplitude limitada de flexão do joelho
após o tratamento e para manutenção da atrofia muscular observada no pósoperatório.
A atrofia muscular grave justifica a ausência de amplitude de flexão adequada
no pós-cirúrgico imediato (LIEBER, MCKEE-WOODBURN e GERSHUNI, 1989); já
evidenciada por Stead et al. (1997) ao observar grande área de tecido conjuntivo
dentro do m. vasto, evitando a função muscular normal. Idealmente a realização de
biopsia muscular no trans-operatório ou previamente a cirurgia permite avaliar
quantitativamente e qualitativamente a substituição de miofibrilas por tecido
conjuntivo fibroso, inferindo um prognóstico mais acurado.
Após a realização da trocleoplastia, a patela posicionou-se no sulco troclear,
que aumentando a ação de alavanca mecânica aplicado pelo músculo quadríceps
femoral, estimulando sua contração e diminuindo o grau de atrofia (WEIGEL et al.,
2005).
O prognóstico ruim para a contratura do quadríceps foi relatado por outros
autores (STEAD et al.,, 1977; MOORES e SUTTON, 2009; ULUSAN et al., 2011), e
apenas em um caso o tratamento foi bem sucedido (LIPTAK e SIMPSON, 2000). A
realização insuficiente do tratamento fisioterápico e ausência das intervenções
cirúrgicas posteriores foram as principais causas da resposta terapêutica ruim nos
pacientes relatados.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluímos que a contratura do quadríceps deve ser tratada o mais cedo
possível, porque quanto maior a progressão da contratura maior será a dificuldade
para recuperação do ângulo de flexão normal da articulação do joelho. Após a
liberação cirúrgica de aderências fibrosas entre os músculos do quadríceps e o
alongamento dos músculos do quadríceps, o ângulo de flexão do joelho melhorou de
0° a 30°, porém mesmo o tratamento para contratura do quadríceps trazer alguma
melhora em alguns casos, o prognóstico para a recuperação completa é ruim,
principalmente devido ao curto período de tempo com o tratamento fisioterápico e
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por não ter sido realizada outras intervenções cirúrgicas, e o paciente certamente
terá claudicação.
Um bom prognóstico pode ser conseguido com utilização de um dispositivo de
flexão e intensa fisioterapia pós-operatória.
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TUMOR VENÉREO TRANSMISSÍVEL NÃO RESPONSIVO A TRÊS
PROTOCOLOS ANTINEOPLÁSICOS
Aline Botelho Aguilar - Graduanda em Medicina Veterinária da Faculdade Vértice Univértix
Pablo Herthel de Carvalho - Médico Veterinário. Residente de Clínica e
Cirurgia de Pequenos Animais. Mestre em Medicina Veterinária.Doutorando em
Ciência Animal. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Gilberto Valente Machado - Médico Veterinário. Mestre e Doutor em Anatomia
dos Animais Domésticos e Silvestres. Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Vanessa Guedes Pereira - Médica Veterinária.Residente de Clínica e Cirurgia
de Pequenos Animais. Mestre em Medicina Veterinária. Doutoranda em Medicina
Veterinária. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
RESUMO
Objetivou-se relatar um caso clínico de tumor venéreo transmissível (TVT) não
responsivo a três protocolos antineoplásicos. O tumor venéreo transmissível é uma
neoplasia que acomete, preferencialmente, a mucosa genital de cães de ambos os
sexos, com maior incidência em animais errantes, já que a transmissão ocorre pelo
contato direto. No presente relato de caso, foi atendida uma cadela, sem raça
definida (SRD), com 6 anos de idade, que ao exame clínico apresentava uma massa
na região vulvar. O diagnóstico foi realizado através de citologia, histologia e
imunoistoquímica. O primeiro agente antineoplasico utilizado foi o sulfato de
vincristina, mas como o tumor não regrediu, optou-se pelo uso de outros
antineoplásicos, como a doxorrubicina e a associação de ciclofosfamida,
metrotexano e vimblastina, no entanto, não ocorreu a regressão total da massa
tumoral. A radioterapia, eletroquimioterapia e a crioterapia, são alternativas para o
tratamento de pacientes com TVT, que não responde a quimioterapia.
PALAVRAS-CHAVE: Quimioterapia, Imunoistoquímica, Neoplasia, Vincristina,
Doxorrubicina.
INTRODUÇÃO
O tumor venéreo transmissível (TVT) é uma neoplasia de células redondas,
contagiosa e benigna, que acomete os cães (JOHNSON, 2010). Não há
predisposição racial, por sexo ou idade, sendo que há uma maior incidência em
animais errantes (SOUZA et al., 2000). Em um estudo descritivo realizado no Brasil,
Amaral et al., (2004), relataram que o TVT é a segunda neoplasia mais incidente em
cães.
A transmissão ocorre pelo contato sexual entre cães, mas pode haver a
implantação de células tumorais por meio de lambedura ou contato direto, em locais
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onde houver abrasão cutânea (SILVA et al., 2007a). O diagnóstico pode ser
realizado através de exame citológico e histopatologia (MOYA et al., 2005).
Os protocolos para o tratamento do TVT incluem a quimioterapia, excisão
cirúrgica, crioterapia, radioterapia, hemoterapia e eletroquimioterapia (JOHNSON,
2010). O quimioterápico mais utilizado é o sulfato de vincristina (FILGUEIRA, 2010),
no entanto, outros antineoplásicos que podem ser empregados no tratamento, como
doxorrubicina, ciclofosfamida, vimblastina e metotrexato (ANDRADE, 2008).
Este trabalho tem como objetivo relatar o caso clínico de tumor venéreo
transmissível não responsivo a três protocolos de tratamento antineoplásico.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
ASPECTOS CLÍNICOS
A principal característica do TVT é a presença de uma massa visível de
superfície ulcerada e hemorrágica (SILVA et al., 2007a). Esta massa pode ser
solitária ou múltipla, podendo ser nodular, ou ter formas multilobulares, com aspecto
de couve-flor (DRUMOND et al., 2013) e de tamanho e coloração variados, podendo
ser esbranquiçado, cinza ou rosado. (MARCHAL et al.,1997).
A transmissão do TVT ocorre através de cães infectados (KISANI, 2009),
podendo ser transmitido pelo coito, lambeduras, arranhões, mordidas ou pelo ato de
cheirar dos animais (ROGERS, 1997). Acredita-se que filhotes possam ser
acometidos pelo contato com a mãe portadora (AMARAL et al., 2004).
Durante o coito, a transmissão de células tumorais é facilitada devido as lesões
que são causadas na mucosa dos órgãos genitais, ocorrendo à transplantação de
células tumorais viáveis (KISANI, 2009). Após a implantação, o tumor pode ter
crescimento lento ou inexistente durante anos, ou ainda, serem invasivos produzindo
metástases (SILVA, et al., 2007a).
Em machos o tumor é mais frequente na área do bulbo peniano (AMARAL et
al., 2012) e nas fêmeas, localiza-se com maior frequência na vagina e vulva
(THANGTHURAI et al., 2008). Embora não seja muito comum, pode ter localização
primária na pele, cavidade nasal, cavidade oral e linfonodos superficiais (AMARAL et
al.,2004).
Sua classificação varia de acordo com sua localização, em genitais e
extragenitais, e pelo seu comportamento em primário, metastático, ou recorrente
(AMARAL et al., 2007). De acordo com Kisani (2009), as metástases são raras,
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ocorrendo em cerca de 5% dos animais acometidos e não tratados. Todos os órgãos
podem estar envolvidos, incluindo linfonodos, fígado, baço, rins, pulmões, olhos,
mediastino e pele (BOSCOS et al., 1998; GASPAR et al., 2009).
Quando localizado na cavidade nasal, o animal pode apresentar aumento de
volume e sensibilidade no local com sinais respiratórios, dispneia, corrimento nasal
crônico, epistaxe, espirros (SILVA et al., 2007b).
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico de TVT é realizado através da citologia e histopatologia
(AMARAL et al., 2004; GASPAR et al., 2009), podendo ainda ser necessário a
realização de imunoistoquímica (CANGUL, 2001; CRUZ et al., 2009).
Segundo Silva et al., (2007a), a citologia pode ser realizada por meio da
técnica de “imprint”, ou pela técnica aspirativa com agulha fina, sendo os dois
métodos práticos, eficientes e conclusivos para o diagnóstico (AMARAL et al., 2004;
GASPAR et al., 2009). No exame citológico do TVT são observadas células
arredondadas ou ovais, com bordas citoplasmáticas bem definidas, citoplasma
basófilo, podendo ter vacúolos. Os núcleos são imaturos com padrão de cromatina
aglomerada e delicadamente reticulados, tendo a presença de figuras mitóticas
(AMARAL et al., 2004; FILGUEIRA, 2010).
Os tumores de células redondas têm aspecto morfológico semelhantes, sendo
assim, o diagnóstico baseado na histopatologia muitas vezes é um desafio, e
mesmo utilizando colorações especiais pode não se ter resultados satisfatórios
(RODRIGUES et al., 2001). No exame histopatológico são encontradas células
tumorais arredondadas, com tamanho uniforme, núcleo centralizado e grande, com
cromatina agregada. Contém citoplasma vacuolizado e finamente granular, as
células estão presentes em trabéculas de tecido conjuntivo fibroso, irrigado com
vasos sanguíneos (MARCHAL et al.,1997).
Segundo Amaral et al., (2007) o tipo plasmocitoide ocorre quando pelo menos
70% das células neoplásicas apresentam-se ovoides, com o núcleo excêntrico e
menor que o citoplasma. Os tumores com aspecto linfocitoide possuem no mínimo
70% das células tumorais arredondadas, com o núcleo redondo, central e maior do
que o citoplasma. No tipo linfoplasmocitoide ou misto, ambos os tipos celulares
estão presentes (AMARAL et al., 2004).
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A imunoistoquímica é um método de diagnóstico complementar útil em 95%
dos casos que contribui para a conduta terapêutica e cirúrgica. É uma técnica
simples onde a reação do antígeno com o anticorpo é demostrada através da
histoquímica de cor visível por microscopia óptica ou fluorocromos com luz
ultravioleta (RAMOS-VARA, 2005).
Estudos de caracterização imunoistoquímica do TVT mostraram que esta
neoplasia apresenta imunorreatividade para vimentina, lisozima, alfa1-tripsina, CD45
e CD45RA. Além disso, não apresenta imunorreatividade para CD3. (MOZOS et al.,
1996; PEREIRA et al., 2000).
De acordo com o estudo de Mozos et al (1996) que realizaram
imunoistoquímica
de 25
amostras de TVT, mais de
90%
apresentaram
imunorreatividade para vimentina, 14 amostras foram positivas para alfa1-tripsina,
10 foram positivas para lisozima e todas foram negativas para o anticorpo CD3.
A vimentina é um marcador de células mesenquimais, comprovando a origem
mesenquimal das células do TVT (PEREIRA et al., 2000). A expressão de lisozima e
alfa1-tripisina demostram a origem histiocitária esta neoplasia e excluem linfomas,
melanomas amelanóticos, carcinomas pouco diferenciados e mastocitomas (MOZOS
et al., 1996).
O marcador CD3 possui reatividade para linfócitos T de cães e é utilizado como
marcador para linfomas do tipo T (TRAIL e YANG,1985). Como o TVT não apresenta
imunoreatividade para o CD3, este marcador é utilizado para diferenciar o TVT de
linfomas (MOZOS et al., 1996; MARCHAL et al., 1997).
DIAGNÓSTICOS DIFERENCIAIS
O TVT é um tumor de células redondas, e deve ser diferenciado de outros
tumores
que
pertencem
a
essa
categoria,
como
linfomas,
melanomas,
plasmacitomas, histiocitomas, mastocitomas, e tumor neuroendócrino (CANGUL,
2001). Segundo Kisani (2009), dentro do diagnóstico diferencial de TVT podemos
incluir ainda hematoma, granuloma e abscesso. Sinais clínicos como corrimento
genital sanguinolento, massa visível e deformação externa da genitália podem ainda
ser confundidos com cistite, prostatite, uretrite, ou estro (ROGERS et al., 1998).
TRATAMENTO
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O método terapêutico mais utilizado é a quimioterapia com antineoplásicos,
sendo descritos o uso de vincristina, vimblastina, doxorrubicina, metrotexato e
ciclofosfamida (ANDRADE, 2008).
O quimioterápico sulfato de vincristina é o fármaco de eleição para este fim e,
na maioria dos casos, é capaz de levar a remissão total da massa tumoral (SOUSA
et al., 2000). O Sulfato de Vincristina e o Sulfato de Vimblastina são alcaloides
derivados da planta pervinca (Vinca rósea L.). Estes se ligam a subunidade tubulina,
bloqueando a mitose e a metáfase no ciclo celular (PEREZ et al., 2005),
interrompendo a divisão celular na metáfase, interferindo nos microtúbulos que
formam os fusos, responsáveis pela mobilização dos cromossomos (DAGLI e
LUCAS, 2011). Durante a quimioterapia com este fármaco, alguns efeitos colaterais
podem ser observados, como depressão medular, anemia, leucopenia e
trombocitopenia. Alguns animais podem desenvolver anorexia, vômito, alopecia e
diarreia. (PEREZ et al., 2005).
O Cloridrato de Doxorrubicina é um antibiótico derivado do microrganismo
Streptomyces sp, pertence à classe de medicamentos das antraciclinas (ROGERS e
COPPOC, 2003) que se intercalam com o DNA, causando ruptura de filamento único
e filamentos duplos, e troca de cromátides irmãs, impedindo a multiplicação celular
(NASCIMENTO e MARTINS, 2005). Este fármaco pode promover efeitos colaterais
agudos como perda de peso, anorexia, diarreia, vômito, mielodepressão, atrofia
linfoide, alopecia, além de toxicidade cardíaca, que levam à arritmias e
cardiomiopatias (ROGERS e COPPOC, 2003), com disfunção ventricular sistólica e
diastólica (DOBSON et al., 2010).
O metrotexato é um antimetabólico que inibe a enzima di-hidrofolato redutase
impedindo a formação de tetraidofolato, que é necessária para a síntese de timidina
e de certos aminoácidos (ROGERS e COPPOC, 2003). Os efeitos colaterais incluem
leucopenia, náuseas, vômito, anemia, toxicidade gastrintestinal e doses altas podem
causar necrose dos túbulos renais (ANDRADE, 2008). Os anquilantes são
medicamentos que atuam independente da fase do ciclo celular. Sua ação é no
DNA, portanto, não tem ação seletiva sobre células neoplásicas (DAGLI e LUCAS,
2011). A Ciclofosfamida pertence a essa classe, sendo indicada principalmente para
tratamento de neoplasias linfoides, sarcomas de tecidos moles e tumor
transmissível. Os efeitos colaterais que podem ser observados são: supressão de
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medula óssea, levando a leucopenia e trombocitopenia, e cistite hemorrágica
(ROGERS e COPPOC, 2003).
A resistência à terapia antineoplásica é um obstáculo no tratamento de
pacientes que estão em tratamento com medicamentos quimioterápicos. Esta é de
causa multifatorial, podendo ocorrer em virtude de uma adaptação das células
tumorais ou uma mutação, com o aparecimento de células que são menos afetadas
pelo agente antineoplásico, tendo uma vantagem seletiva em relação às células
sensíveis (ANDRADE, 2008).
Outras opções de tratamento para neoplasia incluem a eletroquimioterapia,
radioterapia,
hemoterapia,
além
da
crioterapia
e
excisão
cirúrgica.
A
eletroquimioterapia consiste basicamente na administração do agente antineoplásico
no tecido tumoral, e posteriormente realização da eletroporação, que acontece
através de pulsos elétricos. Essa técnica é capaz de potencializar a ação de um
fármaco, que antes não conseguia agir, por ter uma baixa ou nenhuma
permeabilidade na membrana celular (RANGEL et al., 2008). A radioterapia é uma
técnica extremamente eficaz nos casos em que o tumor está presente em um único
local, como também, pode ser curativa em sítios metastáticos ou para lesões que
não respondem aos antineoplásicos (ROGERS et al., 1998). Na hemoterapia, o
sangue é colhido da veia jugular e aplicado nos músculos glúteos, numa dose de 10
ml, semanalmente, durante 7 semanas. Os animais tratados com hemoterapia
tiveram a regressão parcial macroscópica da massa tumoral em 50% (DRUMONT et
al., 2013). A crioterapia é baseada na destruição das células neoplásicas por
congelamento, o que parece ser útil nos TVTs superficiais da vagina (GOLOUBEFF
e OLIVEIRA, 1999).
A realização de procedimento cirúrgico como terapia para o TVT é indicada nos
casos de emergência, como obstrução uretral ou em casos que haja a necessidade
de reduzir o tumor, que geralmente já foi tratado previamente com fármacos
antineoplásicos (SOUZA et al., 2000).
RELATO DE CASO
Foi atendida, no Centro Veterinário de Caratinga, uma cadela, sem raça
definida (SRD), de aproximadamente seis anos de idade, pesando 6,3 kg. O animal
apresentava uma massa na região vulvar, de coloração avermelhada, com exsudato
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sanguinolento.
Segunda
a
proprietária,
esta
alteração
foi
observada
há
aproximadamente dois meses, quando o animal foi retirado da rua e castrado.
No exame clínico do aparelho urogenital, observou-se um aumento vulvar de
crescimento
vegetativo,
eritematoso,
com
bordas
irregulares,
exsudato
sanguinolento, de odor fétido, medindo aproximadamente cinco centímetros de
diâmetro e sete centímetros de profundidade.
Foi realizado exame citológico da massa, sendo o material coletado através
das técnicas de “imprint” e “swab”. A amostra citológica foi corada com kit panótico
rápido e examinado por meio de microscopia óptica onde foi observado a presença
de grande número de células grandes, redondas, com delimitação núcleocitoplasma, inúmeros vacúolos citoplasmáticos, com citoplasma pouco definido e
fracamente corado, sugestivo de tumor venéreo transmissível (TVT).
Após estabelecer o diagnóstico citológico de TVT, o antineoplásico de escolha
foi o sulfato de vincristina, empregado na dose de 0,7 mg/m², utilizado por via
intravenosa lentamente, semanalmente (FILGUEIRA, 2010), totalizando oito
sessões. Na primeira semana de quimioterapia a massa tumoral reduziu
aproximadamente 10% do seu tamanho e se manteve inalterada até a oitava
semana de quimioterapia.
Como não houve remissão total da massa tumoral, optou-se pelo uso da
doxorrubicina, na dose de 30 mg/m², intravenoso, diluído em dextrose 5%,
semanalmente, totalizando seis sessões (ANDRADE, 2008). Durante essa
quimioterapia até a terceira semana, a massa tumoral reduziu 50 % do tamanho, no
entanto, voltou a aumentar. Após o uso deste medicamento o animal desenvolveu
tosse noturna e dispneia após exercício físico. Foi indicada avaliação cardíaca, e
solicitado exame radiográfico do tórax, eletrocardiografia e ecocardiografia com
doppler.
Como não houve regressão do tumor com os antineoplásicos administrados,
optou-se por realizar uma biópsia incisional sendo o material encaminhado para a
realização de exame histopatológico no Laboratório de Patologia Veterinária Werner
e Werner (Curitiba - PR), onde foi confirmado o diagnóstico de TVT. No entanto,
devido ao histórico clínico da paciente, foi sugerido a realização de imunoistoquimica
(Laboratório VetMol - Consultoria e Diagnóstico em Patologia Molecular Veterinária e
Pesquisa – Botucatu/SP), selecionando-se os testes com os anticorpos lisozima,
CD45RA, HLA-DR, CD20, e CD3. O exame de imunoistoquímica também confirmou
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o diagnóstico de TVT, sendo positivo para os marcadores lisozima, CD45RA, HLADR e negativo para CD20 e CD3.
Sendo assim, foi instituído o terceiro protocolo com a associação de
vimblastina, na dose de 2mg/m² intravenoso semanalmente, ciclofosfamida, na dose
de 50mg/m² por via oral em dias alternados e metotrexato, na dose de 2,5mg/m² por
via oral, também em dias alternados, por 4 semanas (ANDRADE, 2008) mas o tumor
não regrediu com esta quimioterapia que foi suspensa após a 4 semana.
Foram indicados outros tratamentos ao proprietário, no entanto, estes não
foram realizados e o animal veio a óbito meses após o último atendimento clínico.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
No presente estudo a paciente, uma cadela sexualmente ativa, recentemente
retirada da rua, teve uma contaminação e implantação das células de TVT na vulva,
corroborando com observado por Silva et al., (2007a). No exame ginecológico as
características encontradas foram as mesmas descritas por Drumond et al., (2013),
um tumor friável, hemorrágico e de formato irregular.
Na citologia foram encontradas características observadas por Santos et al.,
(2001), como células predominantemente arredondadas, volumosas, com núcleo
arredondado, citoplasma levemente corado e vacúolos claros bem definidos. De
acordo com Rodrigues et al., (2001) esses vacúolos desempenham papel de
diagnóstico, diferenciando o TVT de outras neoplasias de células redondas, tais
como mastocitoma, histiocitoma e linfossarcoma.
No exame histopatológico foi observado proliferação neoplásica nodular,
expansiva, infiltrativa, moderadamente bem delimitada e não revestida por cápsula
fibrosa, semelhante ao relatado por Rivera et al., (2005). Foram encontradas células
tumorais redondas, pouco diferenciadas, com núcleo grande, redondo, central e
citoplasma moderadamente abundante, eosinofílico
claro e
ocasionalmente
vacuolar, propagando-se em blocos celulares irregulares separados por delicado
estroma fibrovascular, corroborando com os achados descritos por Santos et al.,
(2001).
Apesar da vincristina utilizada como quimioterápico único, na dose de 0,7mg/m²
ter sido descrita com sucesso anteriormente (AMEBER et al, 1990; BOSCOS et
al.,1998; RODRIGUES et al., 2001), este fármaco não apresentou resultado
satisfatório no presente trabalho.
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Neste animal, o cloridrato de doxorrubicina foi utilizado nas doses e intervalos
descritos por Andrade (2008). No entanto, de acordo com Dobson et al., (2010), a
dose máxima, a ser administrada durante o tratamento com doxorrubicina é de 270
mg/m² para cães, devido à potencial efeito cardiotóxico, o que pode ter acontecido
com este animal, visto que começou a apresentar tosse noturna e dispneia após
atividade física. Este quimioterápico também não promoveu resultados satisfatórios
neste caso, diferindo-se do descrito por Brandão (2002), que obteve remissão
completa da massa tumoral quando utilizou este medicamento.
A administração de vimbastina, ciclofosfamida e metotrexato foi escolhido
como protocolo quimioterápico pois a vincristina foi utilizada e não apresentou
resultado satisfatório (Rogers & Coppoc, 2003), no entanto, esta associação não
promoveu remissão completa do tumor.
O insucesso do tratamento quimioterápico deste TVT pode ser explicado pelo
fenômeno de resistência à múltiplas drogas antitumorais (MDR multiple drug
resistance) semelhante a descrição de Zandem (2005) que pode ser causada pelo
aumento da concentração da glicoproteína-p, que age como uma bomba de efluxo
de ATP - dependente, promovendo ativamente a saída do antineoplásico do interior
da célula (ZANDEM, 2005; GASPAR et al., 2009,). No exame de imunoistoquímica
desta paciente, o tumor foi positivo para os anticorpos HLA-DR, marcador MGH-II,
que representa a expressão de glicoproteínas (GROSS et al., 2005). Essas
glicoproteínas podem conferir resistência a uma diversidade de medicamentos,
dentre elas
estão vincristina,
vimblastina,
doxurrubicina, metotrexato e
a
ciclofosfamida (ROGERS & COPPOC, 2003).
CONSIDERAÇOES FINAIS
Apesar da citologia ser uma técnica simples, segura e barata para o
diagnóstico de TVTs, em alguns casos é necessário a realização de exames
complementares como a histopatologia e a imunoistoquímica para diferenciação das
demais neoplasias de células redondas.
A resistência à múltiplas drogas antitumorais pode dificultar o tratamento
quimioterápico.
Sendo assim, são necessários novos estudos para o tratamento de tumor
venéreo transmissível em cadelas que não respondem aos agentes antineoplásicos
usuais.
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USO DO FERTILIZANTE ENERVIG® COMO BIOESTIMULANTE NO
TRATAMENTO DE SEMENTES DE MILHO
Maurilio Eduardo Costa de Miranda – Graduado em Agronomia – Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
Irlane Bastos Costa - Graduada em Agronomia, Mestrado e Doutorado em
Genética e Melhoramento de Plantas. Professora do curso de Agronomia da
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Alessandro Nicoli - Graduado em Agronomia, Mestrado e Doutorado em
Fitopatologia. Professor do curso de Agronomia da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Sementes; Zea mays L.; enerVIG®; Bioestimulantes.
RESUMO
O milho é uma cultura importante, sendo utilizado na alimentação humana e animal.
A aplicação de reguladores de crescimento via semente tem sido proposta por várias
empresas e o uso de bioestimulantes incorporado em sementes tem influenciado na
produção final das culturas. O objetivo foi avaliar o efeito do fertilizante enerVIG®
como bioestimulante e a influência nas características agronômicas. O experimento
foi conduzido em uma propriedade e o delineamento foi em DBC, com 4 repetições e
6 tratamentos: testemunha (sementes não tratadas), sementes tratadas com o
fertilizante enerVIG®nas doses 50 ml, 100 ml, 200 ml, 400 ml, e 800 ml para 100 kg
de sementes. Foram avaliados o diâmetro do colmo nos estágios V4 e V7, altura de
inserção da primeira espiga e produtividade. Para todas as variáveis analisadas, não
houve efeito de tratamento e a utilização do fertilizante enerVIG ® não foi importante.
PALAVRAS-CHAVE:
Bioestimulantes.
Tratamento
de
Semente;
Zea
mays
L.;
enerVIG®;
INTRODUÇÃO
O milho (Zea mays L.) é uma espécie pertencente à família Poaceae e está
entre as culturas mais importantes no cenário da produção agrícola do mundo,
sendo produzido em várias áreas de cultivo no Brasil (CAMARGO & CASTRO,
2012). Atualmente, os produtos do milho são utilizados principalmente na
alimentação humana e na formulação de rações para criação de animais como aves,
suínos e bovinos. A produção mundial é de aproximadamente 875 milhões de
toneladas e o Brasil está entre os países mais produtores, sendo mais de 70 milhões
de tonelada registrada na última safra (CONAB, 2014).
A divisão do cultivo em duas épocas de plantio é o que tem caracterizado a
produção de milho no país. Os plantios de primeira safra ou de verão são realizados
durante o período chuvoso, que nas regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste variam
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entre final de agosto até os meses de outubro/novembro (no Nordeste, esse período
ocorre no início do ano). Os plantios de segunda safra ou safrinha que se refere ao
milho de sequeiro plantado extemporaneamente em fevereiro ou março, vêm
aumentando a produção recentemente. Estes plantios predominam principalmente
em áreas recentemente ocupadas com soja precoce, na região Centro-Oeste e nos
estados do Paraná e São Paulo.
Segundo Paula et al, (2013), é necessário para as plantas apresentarem todo
o seu potencial vegetativo e produtivo, a disponibilização de nutrientes, seja
presente no solo ou através de adubação complementar, via foliar ou sementes de
boa qualidade. Na cultura do milho, as sementes têm se tornado veículo de
transferência de tecnologias. Além do melhoramento genético, entre as práticas
pode-se citar a incorporação de vários produtos fitossanitários, micronutrientes e
biorreguladores. Técnicas que induzem melhor qualidade fisiológica são fatores
importantes para aumentar o potencial de desempenho das sementes e, por
conseguinte, a uniformidade das plantas em condições de campo (ARAGÃO et al.,
2001). Cultivos tecnológicos como o milho, absorvem inovações no sistema
produtivo, mas deve-se atentar para os reais ganhos com a incorporação desses
produtos às sementes, que são o principal insumo da agricultura moderna, pois são
responsáveis pelo potencial genético e produtivo que garantem o sucesso do
empreendimento agrícola (PAULA et al., 2013).
A aplicação de reguladores de crescimento via semente tem sido proposta por
várias empresas. Devido o uso de bioestimulantes incorporado em sementes de
cereais influenciarem na produção final e as empresas de agroquímicos do ramo
industrial e comercial estarem incentivando cada dia mais o uso deste produto em
tratamento de sementes, surgiu o interesse em estudar o desempenho da cultura do
milho sobre o uso do fertilizante enerVIG®, pois esse pode apresentar efeito
bioestimulante.
O enerVIG® é classificado pelo Ministério da Agricultura Pecuária e
Abastecimento, como fertilizante mineral misto com micronutrientes, e atualmente é
bastante indicado na cafeicultura da região de Manhuaçu-MG como bioestimulante
em lavouras jovens ou em produção, submetidas a condições de estresse por
processos naturais da planta,como a indução ao florescimento ou proporcionado por
danos mecânicos, sendo mais freqüente durante a colheita.
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O estudo teve como principal objetivo, avaliar se há incremento na
produtividade do milho em condições de campo, através do tratamento de sementes
com diferentes concentrações de enerVIG® como bioestimulante na pré-semeadura.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Para o sucesso do cultivo do milho, é preciso garantir que a cultura tenha um
ambiente propicio para a germinação e vigor, pois esses fatores iniciais são de
grande importância e determinantes para uma boa produção (ARAGÃO et al., 2001).
Assim, tem aumentado o uso de bioestimulantes aplicados via semente e via foliar,
principalmente nos cereais, buscando interferir nos fatores de produção, fazendo
com que as plantas explorem melhor o seu ambiente de fixação convertendo em
incremento na produtividade e promover assim sustentabilidade ao cultivo.
Na cafeicultura de montanha da região de Manhuaçu-MG, é bastante comum
a utilização de produtos como bioestimulantes, visando proporcionar o equilíbrio
hormonal das plantas, expostas a situação de estresse. O enerVIG ®, mesmo não
sendo registrado como bioestimulante, vêm proporcionando satisfação aos
agricultores, que afirmam, além das plantas suportarem melhor ao estresse após a
colheita, sua recuperação é mais rápida, o que certamente favorecerá a próxima
safra.
Lana et al., (2009) realizou experimento com o objetivo de avaliar a
produtividade do
feijoeiro sobre tratamento de semente e aplicação foliar do
regulador decrescimento Kelpak®, em diferentes doses em comparação com o
Stimulate®, considerado como referência. Os resultados mostraram que, para os
dois bioestimulantes testados houve aumento na produção de grãos em comparação
à testemunha sem aplicação, e que a combinação de tratamentos via semente e via
foliar obteve maior produtividade em relação à via de aplicação isolada.
Klahold et al., (2006) estudou o desenvolvimento e a produtividade da soja
sob aplicação de Stimulate® em tratamento de semente e via foliar, bem como a
comparação das duas formas de aplicação. Os resultados mostraram que a
aplicação do produto ocasionou aumento do número de vagens por planta, número
de grãos por planta e produtividade por planta.
Albrecht et al., (2009) avaliou o uso de biorregulador sobre a produtividade do
algodoeiro, qualidade da fibra e alguns componentes de produção, aplicado via
semente por ocasião da semeadura e via foliar nos estádios de desenvolvimento V 3
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(terceiro nó vegetativo) e B1 (primeiro botão floral). Os resultados mostraram que o
uso do biorregulador não apresentou tóxico à planta, e incrementou na produtividade
do algodão em caroço, no rendimento da fibra, na massa média do capulho e em
atributos da qualidade da fibra.
Coelho (2006) avaliou a eficiência de produtos compostos de aminoácidos,
aplicados via semente e foliar no desenvolvimento e produtividade do milho safrinha.
Os resultados obtidos mostraram que o tratamento de sementes com o produto
Aminol Forte® proporcionou maior velocidade de emergência e aumento na
produtividade de grãos em 14%, em comparação ao tratamento controle sem
aplicação de nutrientes via semente ou foliar.
De acordo com Ono et al., (1999) os bioestimulantes são complexos que
promovem o equilíbrio hormonal das plantas, favorecendo a expressão do seu
potencial genético, estimulando o desenvolvimento do sistema radicular. Para Castro
& Vieira, (2001), esses produtos agem na degradação de substâncias de reserva
das sementes, na diferenciação, divisão e alongamento celulares.
Atualmente, são reconhecidos alguns grupos de reguladores vegetais onde
podemos citar, as auxinas, giberelinas, citocininas, os retardadores e inibidores,
etileno, ácido absísico e os brassinosteróides. Essas substâncias de origem natural
ou sintética podem ser aplicadas via folhas, frutos ou sementes tendo a finalidade de
incrementar a produção, melhorar a qualidade e facilitar a colheita através de
alteração nos processos vitais e estruturais das plantas (CASTRO & VIEIRA, 2001).
A auxina foi o primeiro hormônio descoberto, e as evidências sugerem que as
auxinas desempenham importante função na regulação do crescimento e
desenvolvimento. São chamadas de hormônio de crescimento, mas podem ser
definidas como compostos que possuem atividades biológicas semelhantes aquelas
do AIA, capazes de proporcionar além de alongamento celular em coleóptilos e
segmentos de caules, formação de raízes adventícias em caules e folhas
destacadas, divisão celular em culturas de calos sob presença de citocininas, entre
outros fatores relacionados com a ação do AIA (TAIZ & ZEIGER, 2009).
As citocininas são conhecidas como reguladoras da divisão celular, podendo
apresentar vários outros efeitos nos vegetais como promover a expansão dos
cotilédones nas dicotiledôneas, formação de gemas ou raízes a partir de calos em
cultura, mobilização de nutrientes, dominância apical, desenvolvimento floral,
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retardar a senescência foliar, quebra de dormência de gemas e germinação de
sementes (TAIZ & ZEIGER, 2009).
As giberelinas são conhecidas como reguladoras de altura das plantas e da
germinação de sementes, influenciando em uma grande variedade de processos do
desenvolvimento dos vegetais, como estimular o crescimento do caule, influenciar a
iniciação floral e a determinação do sexo, regular a transição da fase juvenil para a
fase adulta, promover o desenvolvimento do pólen e crescimento do tubo polínico,
promover a frutificação e a partenocarpia, entre outros processos de regulação de
crescimento e desenvolvimento dos vegetais (TAIZ & ZEIGER, 2009).
Alguns agroquímicos além de proporcionar um simples efeito fitotônico nas
plantas cultivadas, podem promover também seu controle hormonal (CASTRO,
2012). À medida que as técnicas de cultivos evoluem, os bioestimulantes vêm
merecendo maior atenção principalmente em cultivos de maior importância
econômica na agricultura tropical (CAMARGO E CASTRO, 2012).
METODOLOGIA
Essa pesquisa foi aprovada pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação
Científica (PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de
Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG). O experimento foi conduzido na
Zona da Mata Mineira, em uma pequena propriedade no município de Abre CampoMG a uma altitude de 630 m. Aproximadamente 45 dias antes da implantação da
cultura, foi realizada a limpeza de restos culturais da área de plantio da propriedade
de aproximadamente 1 hectare, mas não houve o revolvimento do solo com aração
e gradagem comumente utilizado em plantio convencional,pois o plantio foi realizado
com semeadora de plantio direto e tração animal, menos a quadra demarcada
antecipadamente para a localização do experimento, centralizada na área de plantio
e com características físicas bastante homogêneas, onde a abertura dos sulcos e o
plantio foram realizados manualmente.
Para adubação de plantio, foram aplicados 350 kg ha-1do formulado NPK 0828-10, com B: 0,1%, Mn: 0,2 e Zn: 0,5%. O plantio foi realizado em novembro de
2013,com o híbrido BR 206 (Riber Sementes), que vem apresentando bom
desempenho com produtores de baixo e médio nível tecnológico na região.A
adubação de cobertura foi realizada no estágio V4 por meio de 200 kg ha -1da
formulação NPK 32-00-16, sendo aplicados manualmente. O controle de plantas
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daninhasfoi realizado 22 dias após o plantio, por meio de controle químico com os
herbicidas pós-emergentes, Atrazina (500 g/L) e Nicossulfuron (40 g/L).
O experimento foi constituído por 6 tratamentos, sendo: testemunha
constituída por sementes não tratadas com o fertilizante (T0); sementes tratadas
com 50 ml do fertilizante enerVIG® para 100 kg de sementes (T1); sementes tratadas
com 100 ml para 100 kg de sementes (T2); sementes tratadas com 200 ml para 100
kg de sementes (T3); sementes tratadas com 400 ml para 100 kg de sementes (T4)
e sementes tratadas com 800 ml para 100 kg de sementes (T5).
O enerVIG® é registrado no Ministério da Agricultura, Pecuária e
Abastecimento como Fertilizante Mineral Misto com Micronutriente, possuindo as
seguintes garantias: Cu= 17,02 g L-1, Fe= 22,02 g L-1, Mn= 17,02 g L-1 e Zn= 33,92 g
L-1. Densidade 1.280 g L-1 e natureza física suspensão heterogênea.
As sementes foram tratadas manualmente utilizando um recipiente plástico
isento de contaminantes, esse procedimento foi realizado no dia do plantio e as
sementes tratadas acondicionadas em sacolas de papel proporcionando respiração
e secagem das mesmas para serem semeadas na sequência. Foi utilizada solução
de 10 ml para tratar 500 gramas de sementes, essa solução contendo enerVIG ® +
água. A água foi utilizada apenas como veículo para facilitar a homogeneização e
melhorar a cobertura do produto na superfície das sementes.
O delineamento utilizado foi de Blocos cazualizados (DBC), com 4 repetições
para cada tratamento.O plantio foi realizado em um espaçamento de 0,90 m entre
linhas e 6 sementes por metro, e cada unidade experimental (parcela) foi composta
por duas linhas de plantio com dois metros de comprimento. Não foi necessária a
utilização de bordadura para o experimento em questão, devido o campo
experimental estar centralizado em uma área de produção. Para semeadura da área
experimental foram abertos pequenos sulcos manualmente com o uso da enxada,
para melhor distribuição dos fertilizantes e das sementes. Todas as plantas de cada
unidade experimental foram avaliadas, tendo em vista que o tratamento das
sementes é localizado.
A pesquisa foi de caráter quantitativo, onde foram avaliadas as seguintes
características agronômicas: diâmetro do colmo, avaliado nos estágios V4 e V7 por
meio do uso de um paquímetro; altura de inserção da primeira espiga, avaliada após
o embonecamento das plantas com utilização de uma trena; e a produtividade,
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avaliada após as espigas serem colhidas e debulhadas manualmente e seus grãos
com aproximadamente 15% de umidade pesados em uma balança de precisão.
Posteriormente, os dados coletados durante o trabalho, foram submetidos a
análise de variância pelo teste F a nível de 5%, através do programa estatístico
Sisvar®. Foi realizada análise de regressão para as variáveis avaliadas.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na Tabela 1 encontram-se os resultados das análises de variâncias das
características avaliadas. Verifica-se que para todas as características avaliadas não
houve efeito de tratamento. Ou seja, a utilização do fertilizante enerVIG ® não foi
importante em aumentar a produtividade, e não interferiu na altura de inserção da
primeira espiga nem no diâmetro do colmo no milho híbrido BR206. As Figuras 1 à 4
apresentam a disposição das médias de cada tratamento (dosagens do fertilizante
enerVIG®: 0, 50, 100, 200, 400 e 800ml) em relação à média geral do experimento
para todas as características avaliadas. Verifica-se que para todos os tratamentos as
médias estimadas foram bem próximas à média geral do experimento para todas as
características avaliadas. Tal fato era esperado devido a não significância dos
quadrados médios dos tratamentos para as variáveis estudadas.
Resultados semelhantes foram observados nos trabalhos de Ferreira et al.,
(2007) onde sementes de milho tratadas com o bioestimulante Stimulate® e
fertilizante Cellerate®, seis meses antes da semeadura e na pré-semeadura, reduziu
a qualidade fisiológica das sementes e não interferiu na produtividade em campo.
Libera (2010) verificou que o uso dos bioestimulantes Booster ®, SupraSílica®
e
Maxi Zinc® aplicados via sementes e via foliar não interferiu nos componentes de
rendimento e na produtividade do milho. Zanuzo et al., (2012) concluíram que a
aplicação de ácido giberélico via foliar na dosagem 30 mg.L-1 em dois estádios
fenológicos na variedade de milho 30F90 na safrinha, não influenciou altura de
plantas, índice de área foliar, fitomassa total e rendimento dos grãos.
Resultados significativos, ou seja, opostos aos verificados no experimento em
questão com aplicação de fertilizantes na cultura do milho, foram observados por
Vinhas et al., (2011), onde a adubação foliar com Zn aumentou o diâmetro do colmo,
incrementou a produtividade e reduziu a altura da inserção da primeira espiga. Neto
et al, (2004) verificou que a aplicação de fitorregulador contendo Citocinina (0,135g)
+ Ácido Indol-Butílico (0,075g) + Ácido Giberélico (0,075g),em tratamento de
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sementes aumentou o diâmetro do colmo e o rendimento de grãos na cultura do
milho. Além disso, verificou que a aplicação de fitorregulador é mais eficiente em
tratamento de semente comparado a pulverização na linha ou via foliar aos 43 dias
após o plantio. Oliveira et al., (2013) observou que a aplicação do produto
ZincoKelp® em tratamento de semente de milho proporcionou aumento da
produtividade em até 561 kg ha
-1
em relação à testemunha, também proporcionou
maior rentabilidade.
O fertilizante enerVIG® também foi utilizado como fornecedor de zinco em
experimento com limoeiro ´Cravo`, com o objetivo de avaliar o enraizamento e
desenvolvimento de porta-enxertos. No entanto, os tratamentos submetidos ao
enerVIG® apresentaram plantas com menor altura, além de menores valores de
diâmetro do caule dos porta-enxertos (GOMES, 2013). Segundo o autor, esse efeito
pode estar relacionado com uma excessiva indução da síntese de auxina endógena,
levando ao efeito inibitório na indução radicular.
Através do conhecimento dos efeitos e benefícios promovidos pelos
reguladores vegetais, e com a finalidade de aumentar a qualidade e produtividade
das culturas, muitos outros compostos e combinações dos produtos estão sendo
pesquisados (CAMARGO e CASTRO, 2012). No entanto, de acordo com os nossos
resultados, o fertilizante enerVIG® não apresentou efeito como bioestimulante por
meio de tratamento de sementes na cultura do milho.
Tabela 1. Resultados da análise de variância para as características altura de
inserção da primeira espiga, diâmetro do colmo com quatro folhas totalmente
expandidas (DCV4), diâmetro do colmo com sete folhas totalmente expandidas
(DCV7) e produtividade avaliadas no milho híbrido BR206 visando verificar a
eficiência da utilização do fertilizante enerVIG® no tratamento das sementes na présemeadura.
QUADRADOS MÉDIOS
Altura
DCV4
DCV7
FV
GL
(cm)
(mm)
(mm)
ns
ns
Blocos
3
6.513750
0.352639
0.198333ns
ns
ns
Tratamentos
5
5.482750
0.260750
0.789000ns
Resíduo
15
37.700083ns 0.134306ns
0.524333ns
CV (%)
6.92
5.28
3.52
Média geral
88.7375000 6.9375000
20.5750000
nsnão significativo ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F.
Produtividade
(T/ha)
0.177893ns
0.461098ns
0.864973ns
19.11
4.8662500
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Média geral
Figura 1 – Médias da característica altura de inserção da primeira espiga para as
diferentes dosagens do fertilizante enerVIG® (0, 50, 100, 200, 400 e 800ml)
aplicadas nas sementes do híbrido de milho BR206 na pré-semeadura.
Figura 2 – Médias da característica produtividade (T/ha) para as diferentes dosagens
do fertilizante enerVIG®(0, 50, 100, 200, 400 e 800ml) aplicadas nas sementes do
híbrido de milho BR206 na pré-semeadura.
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Figura 3 – Médias da característica diâmetro do colmo (mm) no estádio V4, para as
diferentes dosagens do fertilizante enerVIG® (0, 50, 100, 200, 400 e 800ml)
aplicadas nas sementes do híbrido de milho BR260 na pré-semeadura.
Figura 4 – Médias da característica diâmetro do colmo (mm) no estádio V7, para as
diferentes dosagens do fertilizante enerVIG® (0, 50, 100, 200, 400 e 800ml)
aplicadas nas sementes do híbrido de milho BR260 na pré-semeadura.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Conclui-se que o uso do fertilizante enerVIG® aplicado em tratamento de
semente de milho como bioestimulante, não influenciou nas variáveis diâmetro do
colmo, altura de inserção da primeira espiga, bem como não incrementou na
produção de grãos em condições de campo.
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DIFICULDADES ENFRENTADAS E BENEFÍCIOS GERADOS PELA LEI Nº
11.947/2009, PROGRAMA NACIONAL DE ALIMENTAÇÃO ESCOLAR, ENTRE OS
AGRICULTORES FAMILIARES DO MUNICÍPIO DE ABRE CAMPO
Ana Paula Pinheiro Amorim Magalhães – Graduada em Agronomia pela
Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Maria Aparecida Salles Franco - Graduada em Zootecnia. Mestre em Meio
Ambiente e Sustentabilidade. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX.
Itaciane Toledo Bastos Tomasini - Graduada em Engenharia Agrícola. Licenciada
em Matemática e Especialista em Matemática, Gestão Escolar e Educação Infantil.
Professora na EE "Dom João Bosco"
Irlane Bastos Costa - Graduada em Agronomia. Mestre e Doutora em Genética e
Melhoramento de Plantas. Professora da Faculdade UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
Este trabalho buscou levantar as dificuldades enfrentadas e benefícios gerados
entre os agricultores familiares do município de Abre Campo pela Lei Nº
11.947/2009 que regulamenta o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE),
na qual em seu artigo 14, determina que o mínimo de 30% da alimentação escolar
seja proveniente da agricultura familiar. Para alcançar os objetivos deste trabalho, a
estrutura metodológica foi dividida em duas etapas: levantamento de dados
secundários e um estudo de caso; para isso, foram consultadas referências
relevantes sobre a temática e foram levantados dados na EMATER/MG, na
Prefeitura Municipal de Abre Campo-MG, na Secretaria da Educação, entre escolas,
pais de alunos e agricultores familiares. A pesquisa realizada mostra os benefícios e
as dificuldades encontradas tanto para produtores como para as escolas na
implantação do PNAE e a avaliação dos agricultores quanto à importância desses
programas na economia familiar.
PALAVRAS-CHAVE: Agricultura Familiar; Diversificação; Renda; Alimentação
Escolar; Programa Nacional de Alimentação Escolar.
INTRODUÇÃO
Segundo Zaluar (1997 citado por OTONI, 2012, p.4), o mercado de trabalho
está se transformando em todo o mundo. Na atual fase de globalização da economia
e reestruturação produtiva, transformações tecnológicas alteram profundamente o
processo de trabalho, resultando em desemprego em massa e crescimento do
mercado informal. É neste contexto que os agricultores familiares, principalmente os
excluídos do mercado agrícola convencional, defrontam-se com mais dificuldades,
além da carência de alternativas como, por exemplo, oportunidade de trabalho nas
cidades e no meio rural (COUTO ROSA, 1999).
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“Diante deste quadro, tem-se questionado sobre quais políticas públicas devem
ser implementadas para que o problema do desemprego e desocupação seja
minimizado. É um imenso desafio, tanto para o governo como para a sociedade.”
(OTONI, 2012, p.4).
Do ponto de vista das soluções internas, os desafios são aumentar a
produção de alimentos e, ao mesmo tempo gerar novas oportunidades de
trabalho e renda para os agricultores, defender os interesses nacionais e
dos agricultores diante dos mercados globalizados. Os agricultores
familiares, principalmente os excluídos do mercado da grande agricultura,
defrontam-se com mais dificuldades, agravadas pela carência de
alternativas como oportunidade de trabalho nas cidades e no meio rural
(COUTO ROSA, 1999 citado por OTONI, 2012, p.5).
Com base no exposto acima, pode-se considerar que a criação do Programa
de Nacional de Alimentação Escolar (PNAE) através da Lei n.º 11.947 de 16 de
junho de 2009, é um instrumento de intervenção que visa gerar maior oportunidade
de renda para os agricultores familiares, com o objetivo imediato de estimular a
permanência no campo, evitando, assim, o êxodo rural, que, como foi citado
anteriormente, tem sua ascensão por falta de oportunidade de renda para a
manutenção da família no meio rural.
No artigo 14 da referida Lei, fica estabelecido que:
Do total dos recursos financeiros repassados pelo FNDE, no âmbito do
PNAE, no mínimo 30% (trinta por cento) deverão ser utilizados na aquisição
de gêneros alimentícios diretamente da agricultura familiar e do
empreendedor familiar rural ou de suas organizações, priorizando-se os
assentamentos da reforma agrária, as comunidades tradicionais indígenas e
comunidades quilombolas. Lei n.º 11.947/2009. (Brasil, 2009).
Assim sendo, por se tratar de um estudo de caso, esta pesquisa apresenta
quais foram os benefícios e dificuldades gerados pela Lei nº 11.947/2009 (PNAE),
para os agricultores familiares do município de Abre Campo-MG. Foi realizado um
estudo bibliográfico sobre a mesma para dar embasamento teórico à pesquisa
realizada com os agricultores familiares do referido local.
Estando a pesquisa em andamento, foi aprovada a resolução nº 26 de 17 de
junho de 2013 que regulamenta o atendimento da alimentação escolar aos alunos
da educação básica no âmbito do Programa Nacional de Alimentação Escolar
(FNDE, 2013). Com a intenção de ser fidedigna à realidade atual, no que concerne a
legislação pertinente ao assunto, tal resolução foi pesquisada em caráter
exploratório, ou seja, o que se refere a ela não está contemplado no estudo de caso
realizado no município que perfaz o lócus da pesquisa de campo.
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Justifica-se este estudo, uma vez que o PNAE é recente e os resultados deste
trabalho poderão contribuir não só com a implantação desse programa, mas também
com o fortalecimento da agricultura familiar.
Temos como principal objetivo identificar o impacto da lei 11.947/2009, na
agricultura familiar no município de Abre Campo-MG. E os objetivos específicos
procuram identificar as dificuldades iniciais para a implantação desta lei, verificar a
melhoria na qualidade nutricional do cardápio das escolas e verificar os impactos
positivos da lei na qualidade de vida dos agricultores beneficiados por ela.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Segundo Denardi (2004, p. 26), “O desenvolvimento da agricultura familiar
deve começar com conhecimento das necessidades dos produtores e das formas
como eles as percebem.” Schuch (2004) afirma que é necessário para o
desenvolvimento municipal ou regional, com base na agricultura familiar sustentável,
estabelecer projeto que permita não só o desenvolvimento da agricultura familiar,
mas também o fortalecimento destes municípios envolvidos.
A diversificação agrícola é uma das maneiras de promover o desenvolvimento
da agropecuária familiar para o município ou região e, consequentemente, promover
uma melhoria da qualidade de vida desses produtores. Sendo assim, o PNAE
possibilitará o desenvolvimento econômico e, consequentemente, melhorias da
qualidade da alimentação dos estudantes das escolas beneficiadas. (DENARDI,
2004)
Segundo dados coletados pelo censo agropecuário de 2011, realizado pelo
IBGE, o município de Abre Campo possui pouca diversidade agrícola, pois os dados
apontam que a atividade pecuária possui 21.733 cabeças de bovinos sendo a
maioria gado leiteiro cuja produção anual é de 6.115.000 litros. A avicultura produz
em média 43000 dúzias de ovos por ano com uma população de aves de 12.297
cabeças; a suinocultura consta de 13.875 cabeças além da produção de 1.682
quilos de mel de abelha. As lavouras permanentes do município fornecem
anualmente 145.000 quilos de banana, 5.638.000 quilos de café e 15.000 quilos de
maracujá.
Em relação às lavouras temporárias que fornecem os principais itens da
merenda escolar, as mesmas apresentam pouca diversificação, cuja produção anual
listada foi de 6000 quilos arroz, 4.320.000 quilos de cana de açúcar, 686.000 quilos
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de feijão, 336000 quilos de mandioca 336.000, 1508000 quilos de milho e 105000
quilos de tomate. (IBGE, 2011).
Os alunos matriculados na rede pública municipal de Abre Campo totalizam
875 e se encontram distribuídos em 18 escolas, contando a educação infantil, ensino
fundamental, anos iniciais, finais e a creche.
Em relação à rede estadual, constatou-se que a Escola Estadual Abre Campo
possui um total de 970 alunos matriculados do 6º ao 9º ano do ensino fundamental e
nas três séries do ensino médio. A Escola Estadual Dom João Bosco, possui um
total de 545 alunos, contando com a educação infantil, ensino fundamental, anos
iniciais e finais. Já a Escola estadual Dr. José Grossi, possui um total de 258 alunos,
contando com a educação infantil, ensino fundamental, anos iniciais, contando,
também, a Sala de Recurso que atende alunos que precisam de atenções especiais,
no qual estão inclusos 32 alunos.
A partir de junho de 2009, a Lei nº 11.947 determinou que pelo menos 30% do
valor destinado à alimentação escolar deve ser proveniente da compra direta de
produtos da agricultura familiar. Os processos da aquisição de alimentos vindos da
agricultura familiar para a alimentação escolar é regulamentada pela resolução nº 38
de 16 de julho de 2009, do Fundo Nacional de Desenvolvimento da Educação
(FNDE).
Os recursos do PNAE para Minas Gerais, em 2012, foram de R$
279.826.900,00, sendo que estes são repassados as Prefeituras Municipais e à
Secretaria Estadual de Educação. Os valores disponíveis às escolas estaduais
podem ser obtidos nas próprias escolas ou na superintendência regional de ensino.
Destes valores, R$ 0,30 são referentes a cada aluno do ensino fundamental, do
ensino médio e da Educação de Jovens e Adultos (EJA), R$ 0,50 são para os alunos
da pré-escola, R$ 0,60 são para os indígenas e quilombolas, R$ 0,90 são destinados
aos alunos pertencentes ao programa mais educação e R$ 1,00 são para aqueles
que ficam na creche.
O limite de comercialização pelo agricultor familiar é de R$ 20.000,00 (vinte
mil reais) por Declaração de Aptidão ao Pronaf por ano referente a sua produção
(art. 24 Resolução 38/2009/ FNDE – valor alterado pela Resolução 25 de
04/07/2012). O preço dos produtos orgânicos é acrescido de até 30%, no Programa
de Aquisição de Alimentos (PAA) – conforme o art. 2º, parágrafo único, do art: 1º da
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Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB) e na Alimentação escolar,
conforme § 4º da resolução 39 de 26 de janeiro de 2010.
Os passos do processo de compra e venda são: mapeamento dos produtos
da agricultura familiar, construção do cardápio, chamada pública,
elaboração de
projeto de venda, seleção dos projetos de venda, assinatura do contrato e execução.
METODOLOGIA
Para esse estudo, foram utilizadas pesquisas quantitativas, que fazem “uma
relação dinâmica e indissociável entre o mundo objeto e a subjetividade do sujeito
que não pode se traduzir em números”. (NETO, 2012, p.135)
A estrutura metodológica foi dividida em duas etapas: levantamento de dados
secundários e um estudo de caso. Na etapa do levantamento de dados secundários,
foram consultadas referências bibliográficas relevantes e pesquisa documental sobre
políticas públicas, especificamente o Programa Nacional de Alimentação Escolar
(PNAE). Na segunda fase, foi realizada análise de documentos existentes na
Prefeitura Municipal de Abre Campo- MG e na Empresa de Assistência Técnica e
Extensão Rural de Minas Gerais (EMATER/MG), referentes à implantação do PNAE.
Posteriormente, para alcançar os objetivos propostos, a pesquisa foi conduzida
através do emprego de questionários estruturados com perguntas abertas e
fechadas aplicados aos agricultores e de entrevistas semi-estruturadas utilizadas
entre os responsáveis pela aquisição da merenda escolar.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Segundo a Secretaria Municipal de Educação, desde maio de 2010, o
município vem adquirindo parte da alimentação escolar dos agricultores familiares,
sendo destinado a este fim a verba de aproximadamente R$ 25.000,00 e que ainda
não ultrapassou o mínimo dos 30% determinados pelo PNAE em relação as
compras diretas dos agricultores familiares.
A entrega acontece semanalmente e os itens adquiridos são: cebola, cenoura,
beterraba, couve, feijão, canjiquinha, repolho, banana nanica e prata, laranja
campista, mexerica, abacate, mandioca, inhame, cheiro verde, pão de sal, pão de
cachorro quente, pão de cebola, pão nutritivo, bolo de fubá, bolo nutritivo, rosca
nutritiva, doce de coco, doce de abóbora, doce de amendoim, doce de banana, doce
de goiaba, rapadura, cará, brócolis, alface, abóbora japonesa, couve-flor, acerola,
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maracujá, milho verde, mostarda, almeirão, taioba, limão, leite, café, chuchu, quiabo,
morango, moranga, canjica de milho, polpa de fruta, entre outros produtos.
Um dos principais gargalos encontrados, segundo a Secretaria Municipal de
Educação (SME) para a implantação do PNAE, é o número reduzido de agricultores
familiares dispostos a participar do programa. Outra questão que serve de entrave
para a inserção no programa é o fato de muitos agricultores do município já
participarem da Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB).
A Secretaria Municipal de Educação (SME) informou que a distribuição dos
itens da alimentação entre os agricultores participantes tem gerado insatisfação.
Além disso, a distância da propriedade até as escolas, pelo custo não computado no
valor dos produtos entregues, tem sido um problema de logística.
Isto agora deixa de ser um entrave, uma vez que a resolução nº 26 de 17 de
junho de 2013 no art. 29 diz que,
na definição dos preços de aquisição dos gêneros alimentícios da
Agricultura Familiar e/ou dos Empreendedores Familiares Rurais ou suas
organizações, deverá considerar todos os insumos exigidos na licitação
e/ou chamada pública, tais como despesas com frete, embalagens,
encargos e quaisquer outros necessários para o fornecimento do produto.
(FNDE, 2013)
Outro fator inibidor, citado pela secretaria, é a burocracia do processo para se
integrar ao PNAE. Também disseram desmotivados pelo fato de ficarem
comprometidos as datas específicas de entrega e pelo valor mais baixo que o
conseguido em suas vendas a varejo na cidade.
Das três escolas da rede Estadual, nenhuma ultrapassou a meta dos 30%, os
itens entregues pelos produtores nestas escolas também são os mesmos que os
das escolas municipais e a entrega é feita semanalmente.
A Escola Estadual “Abre Campo” integrou-se ao PNAE no início do ano de
2010 e a verba destinada à compra de produtos da agricultura familiar é de
aproximadamente R$ 16.500,00/ ano; a Escola Estadual Dom João Bosco iniciou
suas compras à partir da vigência da lei e a verba destinada ao PNAE é de
aproximadamente R$ 7.869,00/ ano, a Escola Estadual Dr. José Grossi integrou-se
ao programa no começo de 2010 e a verba com destino aos 30% da alimentação
escolar é por volta de R$ 3.930,00/ ano, num total de R$ 53.299,00/ ano em função
do PNAE para o município de Abre Campo-MG em benefício aos agricultores
familiares.
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A EMATER/MG e a Prefeitura Municipal tiveram a participação na
disponibilização de dados referentes ao programa e ao município para a realização
do trabalho. A assistência dada aos participantes do programa, no município, é feita
pelos técnicos da EMATER-MG do Escritório Local.
A análise da pesquisa realizada entre os agricultores determinou que 64%
dos produtores participantes do PNAE são mulheres e 36% são homens, isto está
relacionado com a existência de três Associações de mulheres participantes do
PNAE em Abre Campo; segundo, as mulheres são responsáveis pelos trabalhos de
horta e criação de pequenos animais.
Em relação à renda dos produtores entrevistados antes do PNAE, observase que 72% dos entrevistados apresentaram até 1 salário mínimo, 16%
apresentaram entre 1 e 2 salários, 8% entre 2 e 3 salários ,4% apresentaram entre 3
e 4 e ninguém havia uma renda superior a 4 salários.
Após a implantação do PNAE no município, houve melhoras significativas na
renda dos produtores participantes. Verificou-se que ninguém manteve a renda
restrita a 1 salário, 72% passaram a ter entre 1 e 2 salários mínimos, 16% desses
agricultores melhoraram suas rendas de 2 e 3 salários, 8% conseguiram entre 3 e 4
salários e 4% obtiveram mais de 4 salários mínimos. Desde a vigência da lei no
município até os dias atuais, é notável o crescimento social e econômico entre os
agricultores integrados ao programa.
De acordo com os dados oferecidos pela EMATER/MG (2013), a implantação
do PNAE no município trouxe aumentos visíveis na renda dos agricultores
participantes se for comparada a daqueles agricultores que por algum motivo não se
integrou ao programa. Outro impacto relevante foi a mudança nos sistemas
produtivos como, por exemplo, novas culturas implantadas e aumento da área
plantada. A mudança predominante até o momento foi a maior a diversificação dos
alimentos.
Os agricultores familiares participantes das políticas públicas implantadas no
município de Abre Campo participam de organizações sociais, sendo a Associação
Rural a única forma apresentada
Em relação as políticas públicas governamentais, 4% recebem Bolsa Família,
2% tem aposentadoria rural, nenhum dos entrevistados possui Garantia Safra e
nem participa do Programa de Aquisição de Alimentos (PAA) e todos participam do
PNAE e PRONAF.
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Dos produtos fornecidos pela agricultura familiar em questão, 28% são pães e
bolos nutritivos, biscoitos nutritivos, entre outros; 12% doces, 12% são frutas, 8%
polpa de frutas e 40% de olerícolas. Assim sendo, podemos dizer que o PNAE
possibilitou o aumento da diversificação dos gêneros alimentícios do município, uma
vez que as atividades predominantes são a monocultura do café e a bovinocultura
de leite e com a necessidade de atender a demanda do programa desperta os
produtores em produzir novas culturas, como retrata figura 1.
FIGURA 1- Produtos fornecidos no PNAE
A entrevista aponta que das dificuldades encontradas na comercialização, 56%
é decorrente do preço baixo dos gêneros alimentícios, 20% apontam os impostos
elevados, 8% acreditam que seja pelo cardápio regionalizado, 4% atribuem à
legislação sanitária, e 4% disseram que são por outros fatores. Apenas 4% dos
entrevistados não tiveram dificuldades (Figura 2).
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Figura 2- Principais dificuldades encontradas pelos produtores
Os resultados mais relevantes para a pesquisa estão expostos nos Figuras 3
e 4, respectivamente.
Figura 3: Importância do PNAE na produção familiar
Dos agricultores inclusos no programa, 48% tiveram um aumento em suas
rendas, 24% tiveram oportunidade de comercialização de seus produtos, 24%
consideram o PNAE como incentivo a produção, 4% disseram ser outros fatores e
28% dos produtores avaliam como ótimo, 44% bom, 20% regular e 8% ruim (Figura
3).
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A maior parte dos pais de alunos matriculados nas escolas do município (80%)
considerou ótima a mudança na alimentação escolar, por oferecer a seus filhos uma
FIGURA 4- Avaliação do PNAE pelos agricultores familiares de Abre Campo
alimentação mais balanceada, uma vez que muitos pais trabalham fora e, em função
do tempo ou de condições financeiras, ficam limitados de oferecer aos seus filhos a
alimentação adequada. Além disso, muitos pais reconhecem a importância dos
alimentos serem produzidos no próprio município, pois a maior parte deles não sabe
qual é a procedência dos alimentos vindos das feiras. Apenas 20% dos
entrevistados não fazem muita questão dessa nova alimentação (Figura 4).
Esse estudo, nos mostra a importância das políticas públicas, no intuito de
incentivar a agricultura familiar e manter o homem em seu lugar de origem,
melhorando sua condição de vida,e fazendo-os sentir mais importantes diante a
sociedade.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A agricultura familiar tem um grande papel no processo produtivo e comercial
dos produtos agrícolas. Ela é responsável por 70% dos produtos produzidos para a
subsistência dos brasileiros.
A implantação do PNAE, na cidade de Abre Campo, MG, garantiu a compra de
parte da produção familiar pelos Conselhos das escolas municipais e da prefeitura
local a compra da produção familiar, dando maior estabilidade à atividade agrícola,
incentivando a permanência no campo, consequentemente contribuindo com a
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diminuição do êxodo rural, possibilitando a ocupação e melhor renda ao produtor em
sua propriedade. Além disso, o PNAE oferece melhores condições de vida, garante
inclusão social dos agricultores beneficiados e fortalece a agroecologia. Contudo, os
agricultores passam a desenvolver suas atividades de maneira diferente, dando
mais valor ao seu próprio trabalho.
O PNAE possibilita a circulação de aproximadamente R$ 53.299,00 por ano na
economia local, vindos da compra de produtos agrícolas de algumas comunidades
pertencentes ao município, beneficiando diretamente pequeno agricultor e
indiretamente os alunos.
Com a aquisição das mercadorias para a alimentação de 21 escolas e a
creche, a agricultura familiar passa a representar como uma oportunidade de
desenvolvimento e incentivo a produção para o município de Abre Campo, em
contrapartida este fator permite que o homem permaneça no meio rural.
A renda gerada pela maioria dos entrevistados é igual ou maior que um salário
mínimo mensal e as famílias procuram completar suas rendas através de outras
atividades como criação de galinhas, gado de leite, plantio de milho, feijão, café e
outros. O fator mais importante até o momento diagnosticado foi a diversificação dos
produtos agrícolas e melhorias na renda familiar.
Vimos que além de beneficiar a economia local, o PNAE dá suporte ao
produtor, fazendo com que tenha um melhor aproveitamento de seus produtos
priorizando aqueles da época, fortalecendo a agroecologia, contribuindo com a
diminuição da migração das pessoas do campo para a cidade e, sobretudo,
refletindo uma alimentação saudável entre os alunos das escolas do município.
REFERÊNCIAS
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ÊXODO RURAL: CAUSAS E CONSEQUÊNCIAS
Tadeu Vieira Otoni - Graduado em Agronomia – Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Orismário Lúcio Rodrigues: Graduado em Agronomia, Mestre e Doutor em
Produção Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa.
Itaciane Toledo Bastos Tomasini _ Graduada em Engenharia Agrícola. Licenciada
em Matemática. Especialista em Matemática, Gestão Escolar e Educação Infantil.
Professora na EE "Dom João Bosco".
Irlane Bastos Costa - Graduada em Agronomia. Mestre e Doutora em Genética e
Melhoramento de Plantas. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
Este artigo representa um estudo sobre o êxodo rural tema de grande importância
que deve ser considerado nos meios acadêmicos e científico. É também uma
reflexão sobre as principais carências existentes no meio rural que favorecem
fortemente o êxodo rural, com a procura de melhores condições de vida e que em
grande parte leva fatalmente ao inchaço das grandes cidades em detrimento da
escassez de mão de obra no meio rural. São apresentadas neste estudo, algumas
sugestões, sejam elas de origem social ou governamental que possam estimular o
desenvolvimento de atividades no meio rural com geração de conhecimento,
trabalho, emprego e renda e que possa tornar mais prazerosa e economicamente
viável a permanência e não a fixação do homem no campo.
PALAVRAS-CHAVE: Êxodo rural; desenvolvimento rural; agricultura familiar.
INTRODUÇÃO
É conhecida mundialmente a vocação natural que o Brasil possui para a
agricultura. A vasta extensão territorial combinada com a oferta abundante de sol e
água é fator importante para a agricultura e contribui diretamente para colocar o
Brasil como o quinto maior produtor agrícola do mundo com produção somando
cerca de US$ 100 bilhões, segundo dados do Instituto de Estudos do Comércio e
Negociações Internacionais (ÍCONE, 2012). É superado pela China US$ 600
bilhões, União Européia, US$ 420 bilhões Estados Unidos, US$ 287 bilhões e Índia
US$ 140 bilhões, vindo o Japão, com US$ 90 bilhões, logo após o Brasil.
Esses dados ressaltam a importância que a produção agrícola possui para o
país, mas apesar das vantagens geográficas e climáticas e do volume crescente, a
agricultura brasileira ainda tem bastante espaço para evoluir. Em uma comparação
com o setor agropecuário dos países citados,é possível observar que no Brasil, a
produção por estabelecimento é de US$ 19 mil por ano, sendo que este valor é de
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US$ 130 mil nos Estados Unidos, US$ 83 mil na União Européia e US$ 31,5 mil no
Japão, China e índia, US$2,9 mil e US$ 1,3 mil respectivamente (ÍCONE, 2012).
O pequeno produtor brasileiro é responsável por boa parte do abastecimento
do mercado interno. De acordo com dados da Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab), as famílias que trabalham no campo são responsáveis pela
geração de mais de 80% da ocupação no setor rural e respondem por sete em cada
10 empregos no campo. No que diz respeito a produção agrícola, colaboram com
40% do total. Portanto falar em impactos e incentivos econômicos e sociais sem
destacar o pequeno agricultor brasileiro é praticamente impossível, pois são os que
mais sofrem com o despreparo técnico e falta de incentivos sociais e econômicos
(ÍCONE, 2012).
Entendo ser ambiciosa a tarefa de abordar, nos limites de um artigo científico,
temas de tamanha complexidade como as ações de políticas públicas no espaço
rural brasileiro. Entretanto, busca-se aqui, uma modesta contribuição e reflexão a
respeito de desafios de se alcançar uma política pública e social no sentido de se
estabelecer um espaço de interlocução não apenas na área acadêmica, mas
sobretudo com os agentes de desenvolvimento implicados nos processos de
transformação social, sejam eles de caráter público ou privado.
Acredito não ser apenas em nossa região, mas estamos vivenciando uma
grande escassez de mão de obra no campo. O crescente migração do campo para
as cidades acontece devido a vários fatores: mecanização agrícola; a procura de
melhores condições de vida; trabalho menos árduo; crescimento econômico dos
grandes centros urbanos.
É comum em nossa região o pequeno produtor rural, sobretudo nas regiões
montanhosas, depender das forças braçais para poder gerir sua produção,
enfrentando momentos de carência de mão de obra para a execução dos trabalhos
de suas atividades produtivas devido ao êxodo rural. Uma das causas é a escassez
de programas socioeconômicos e uma política voltada para manter o homem no
campo. Há falta de projetos educacionais específicos que destinem uma educação
dirigida aos jovens das zonas rurais, fomento a cultura, lazer, acesso ao esporte,
infraestrutura de estradas, saneamento básico, falta de acesso a comunicação
(telefonia fixa ou móvel), a internet dentre outras.
Neste contexto o objetivo do estudo é compreender o êxodo rural, suas causas
e consequências.
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Com esse estudo pretendemos contribuir para a reflexão dos motivos e que
levam o individuo a migrar para cidades.
METODOLOGIA
Foi realizada uma pesquisa bibliográfica utilizando as bases de dados
eletrônicos Scielo, Biblioteca virtual CREA-SP com o objetivo de detectar
informações a acerca do êxodo rural.
A análise dos estudos teve como critérios de inclusão: publicações do período
de 1995 e 2012 na língua portuguesa e disponibilidade na íntegra no formato
eletrônico, considerando os seguintes descritores: êxodo rural, desenvolvimento
urbano, agricultura familiar. As dissertações e teses não foram incluídas.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Durante algum tempo, a indústria e a construção civil, principalmente,
absorveram mão-de-obra de baixo nível educacional reforçando a ideia de que os
que iam para as grandes cidades conseguiam emprego com carteira assinada,
sinônimo de progresso e qualidade de vida. Dessa forma, grandes contingentes
populacionais migraram para as metrópoles, deixando nos municípios menores
bolsões de pobreza, espaços econômicos rarefeitos, mercados anêmicos e não
integrados à região do País e o resto do mundo e, por outro lado, provocando
inchaço nas grandes cidades (LIMA, 1995).
Considerando a heterogeneidade do mercado de trabalho, fato que tem
preocupado os governantes e a sociedade civil como um todo, colocando a difícil
missão de criar muitos e muitos empregos, em um contexto tão difícil, como
prioridade nacional.
Em uma conjuntura pós-industrial, o grande desafio passa ser a busca de
soluções para a melhoria das condições da agricultura, agora envolvendo garantia
de emprego e renda para trabalhadores urbanos e rurais.
Dessa forma, temas como agricultura familiar, desenvolvimento rural
sustentável e manutenção do homem rural em seu espaço de origem começam a
ser amplamente considerados nos meios acadêmico e científico, bem como tem
ocupado espaços privilegiados na agenda e nos discursos políticos por sua
relevância como alternativa em um tempo de escassez de empregos.(ABRAMOVAY,
2000)
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Resultados de pesquisas apresentam, apesar de inúmeras falhas na política
agrícola do país, um panorama das tendências demográficas brasileiras e
internacionais que já apontam para migração de retorno em direção a pequenos
municípios, com o crescimento da população rural em diversas regiões do país
(ABRAMOVAY, 2000).
Para boa parte da população do nosso país, ainda persiste a opinião de que
desenvolver atividades produtivas no campo está relacionado ao atraso e que morar
em grandes centros está relacionado ao progresso e modernização, ou seja, o
trabalho do agricultor não é valorizado.
Até a década de 1960, a maioria da população brasileira ainda vivia na zona
rural, fato que se inverteu no final do século passado: de acordo com o censo 2000.
De acordo com Weis et al. (2001, p28) “o êxodo rural fez do Brasil um dos países
mais urbanizados do mundo. Dos 169,5 milhões de habitantes, 81,2% vivem nas
cidades. Nos Estados Unidos a taxa é de 80%. Na América Latina, de 55%”
Couto Rosa (1999) considera que, no Brasil, durante muitas décadas,
predominou um conceito de desenvolvimento rural que partia da suposição de que a
tecnologia aliada ao capital é que promove o desenvolvimento. A partir dessa
premissa, o desenvolvimento rural passou a ser medido através do nível crescente
de produtividade dos produtos agrícolas, do aumento do mercado exportador e da
balança comercial. O modelo produtivista impunha uma fórmula e, para atendê-la, se
convocava ciência, tecnologia e capital.
O pensamento dominante em relação ao êxodo rural era que quase nada se
poderia fazer: afinal o esvaziamento dos campos era uma questão de tempo, como
prova a experiência de países desenvolvidos. Mas, o fluxo migratório compromete o
futuro. Famílias chegam à cidade grande e não encontram melhoria de vida. Assim,
esse problema passa a ser visto como fonte de problemas de concentração e de
aglomeração das cidades provocados pela urbanização. Sem condições de
sobreviver no campo, as pessoas que foram viver nas cidades encontraram
dificuldades, como falta de emprego, de moradia, de saneamento básico, e
condições mínimas de saúde (ARAUJO, 2002).
Percebe-se que o mercado de trabalho esta se transformando em todo o
mundo. Na atual fase de globalização da economia e reestruturação produtiva,
transformações tecnológicas alteram profundamente o processo de trabalho,
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resultando em desemprego em massa e crescimento do mercado informal (ZALUAR,
1997).
Diante deste quadro, tem-se questionado sobre quais políticas públicas devem
ser implementadas para que o problema do desemprego e desocupação seja
minimizado. È um imenso desafio tanto para o governo como para a sociedade.
Do ponto de vista das soluções internas, os desafios são aumentar a produção
de alimentos e, ao mesmo tempo gerar novas oportunidades de trabalho e renda
para os agricultores, defender os interesses nacionais e dos agricultores diante dos
mercados globalizados. Os agricultores familiares, principalmente os excluídos do
mercado da grande agricultura, defrontam-se com mais dificuldades, agravadas pela
carência de alternativas como oportunidade de trabalho nas cidades e no meio rural
(COUTO ROSA, 1999).
Hoje se fala muito em apoio ao pequeno agricultor e a agricultura familiar é
defendida com base em razões econômicas, sociais, culturais e ecológicas. O
agricultor, em tempo integral, e a capacidade produtiva da população residente no
campo se expressam em “novas formas de atividade agrícola como uma alternativa
ao êxodo rural, ao desemprego urbano e ao padrão de desenvolvimento agrícola
dominante” (CARNEIRO, 1998 apud COUTO ROSA, 1999, p.23).
Há uma busca por parte de organizações do Terceiro Setor em também
contribuir para desencadear um processo que resulte na permanência do agricultor
familiar e dos jovens no campo.
A esse respeito, Dollé (1997) afirma ser um novo paradigma instituído,
apontando para a necessidade de uma nova revolução verde, super verde e
duplamente verde, que depende de condições de acesso a terra de populações
marginalizadas, crédito, meios de comunicação, transporte, condições de acesso a
cidadania com acesso a educação, saúde, habitação.
O desenvolvimento local sustentável, compreendido como um espaço dinâmico
de ações locais, bem sucedidos,determinados por metodologias de descentralização
e pela participação comunitária, é que constrói as bases para o desenvolvimento
rural
efetivo,
constituindo-se
como
uma
estratégia
de
redefinição
do
desenvolvimento local (COUTO ROSA, 1999).
O Conselho da Comunidade Solidária define desenvolvimento local sustentável
como:
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Um novo modo de promover o desenvolvimento que possibilita o surgimento
de comunidades mais sustentáveis, capazes de suprir suas necessidades
imediatas, descobrir ou despertar suas vocações locais e desenvolver suas
potencialidades específicas; além de fomentar o intercâmbio externo
aproveitando-se de suas vantagens locais. O Conceito de local não é
sinônimo de pequeno, e não alude a necessariamente à diminuição ou
redução. O local não é um espaço micro, podendo ser tomado como um
município ou, inclusive, como uma região compreendendo vários municípios
(1998, p. 4 apud COUTO ROSA, 1999, p. 7).
É no local onde ocorrem os empreendimentos agrícolas e não agrícolas,
tornando-se o espaço onde o processo de desenvolvimento rural acontece (COUTO
ROSA, 1999).
A mídia explora uma imagem negativa do agricultor, que muitas vezes é visto
como um jeca, matuto, caipira, quando aparece, sempre está no labor,com roupas
simples, com sua casinha modesta.
È lamentável que se pense que os que trabalham e moram no campo são
menos cidadãos.
No entanto, de acordo com Zaluar (1997, p 4), “a própria concepção de
trabalho tem que ser modificada, recuperando as ideias de Keynes no início do
século: não a ideia do trabalho produtivo economicamente mas, a ideia do trabalho
socialmente útil.”
Ressalta-se o comentário do ex Presidente Luis Inácio Lula da Silva: “se
agente imaginar o benefício social para o nosso País com a manutenção do homem
em sua terra natal.”
Importa destacar que no reduzido inventário de mudanças político-institucionais
não pode passar despercebida a criação do Programa Nacional de Fortalecimento
da Agricultura Familiar (PRONAF), em 1995. Nos mais de 15 anos de existência o
PRONAF contribuiu a democratização ao acesso ao crédito de custeio e
investimento.
Não
menos
importante
são
os
recursos
destinados
a
financiar
a
comercialização agropecuária, como decisivo papel assumido pelas “compras da
agricultura familiar” realizadas pelo governo brasileiro via aquisição de produtos,
posteriormente destinados ao público alvo do Programa Fome Zero, e também as
compras governamentais que estabelecem o mínimo de 30% de compras de
produtos da Agricultura Familiar para a merenda escolar (lei 11.947/2009, art. 14 ),
que diga-se .de passagem, não tem conseguido atingir este percentual, por falta de
produtos ofertados pelos agricultores.
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Nesta linha do PRONAF também são valores consideráveis de recursos para
financiamento de máquina e equipamentos com juros subsidiados (2% ao ano),
entre outras linhas de crédito.
Outra política pública que deve ser lembrada é com relação ao surgimento da
Lei 8.212 e 8.213, que instituem a condição de “segurado especial” aos
trabalhadores rurais que trabalham em regime de economia familiar, aos quais são
garantidos
aposentadoria
para
mulheres
e
homes
aos
55
e
60
anos
respectivamente, independente do tempo de contribuição ao regime previdenciário.
Mas apesar dos avanços, o PRONAF permanece ancorado numa concepção
fortemente produtivista, no qual a maior parte dos recursos é destinada para os
setores mais integrados aos mercados,particularmente os grandes complexos
agroindustriais (suínos, aves, leite,etc.) induzindo os produtores a especialização
produtiva e à forte dependência de algumas poucas fontes de renda.
O cultivo da monocultura de grandes extensões, padrão predrominante do
modelo de modernização aumentou a produção agrícola no país, mas não
promoveu, porém, o bem estar social da maioria da população rural, ao contrário,
provocou a concentração da propriedade da terra, êxodo rural, fome e violência com
o inchaço das grandes cidades e o surgimento de favelas.
Sem condições de sobreviver no campo, as populações que foram viver nas
cidades encontraram dificuldades como falta de empregos,de moradia, e de
condições mínimas de saúde.(MENEZES, 2008)
Chama-nos
muita
atenção
também
é
o
processo
generalizado
de
envelhecimento da população e saber que este processo tem sido visivelmente mais
intenso nos espaços rurais. Isso decorre de que o êxodo rural é cada vez mais
seletivo, remetendo para as cidades a população jovem que parte em busca de
oportunidades, bem como na luta para acessar os chamados “elevadores de
ascensão social”, que invariavelmente estão a milhas do campo, como é o caso de
escolas mais qualificadas e dos centros de capacitação profissional.
Além das conhecidas dificuldades a permanência da população rural pode
estar ameaçada em face da própria dificuldade dos agricultores de encontrar
sucessores para a própria atividade, até dentro da própria família. È o que mostram
estudos como o de Mello et al (2003), e principalmente o que podemos observar
cada vez com maior frequência em nossa região.
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Existe ainda outra grande tendência que é a masculinização da população do
campo em todo o país e constatado nos estados do sul do Brasil, reafirmando que
como mencionado anteriormente o êxodo rural tem sido cada vez mais seletivo,
desta vez remetendo às cidades uma mão de obra predominantemente feminina,
constituindo de mulheres que buscam empregos domésticos, simultaneamente ou
não, ao objetivo de frequentar uma escola ou curso preparatório para atender algum
ofício. Infelizmente estes traços da paisagem rural não tem sido incorporados à
agenda política de organizações civis que insistem em pensar no meio rural do
ponto de vista estrito de atividade agrícola. Muitas lideranças e organizações falam
em desenvolvimento rural, quando na verdade estão pensando em desenvolvimento
agrícola. Parece óbvio mas não o é. Ambas as noções podem levar, inclusive, a
resultados opostos (SACCO DOS ANJOS e CALDAS, 2005),
Pode-se fazer desenvolvimento agrícola com pouca gente, de preferência o
mínimo possível, para que os lucros sejam mais altos, seguindo a nacionalidade
capitalista. Mas não se pode fazer desenvolvimento rural sem as pessoas que nele
habitam.
Há que se considerar hoje “novos atores sociais” no campo brasileiro. Este
entendimento compõe parte das conclusões apresentadas pelo Projeto Rurbano,
cujas pesquisas trazem à tona a existência de novas dinâmicas que incidem desde o
final dos anos 1980, nos espaços rurais do Brasil. Entre outros aspectos, é
destacado o papel que desempenham as rendas e atividades não agrícolas , não só
para a permanência no campo (GRAZIANO DA SILVA, 1997; CAMPANHOLA et
GRAZIANO SILVA, 2000), mas sobretudo para a ampla viabilização de amplos
setores da agricultura familiar. O que estes dados demonstram tem a ver com o fato
de que cresce o entendimento de que cada vez mais são atividades desvinculadas
da agricultura que estão retendo a população no campo.
Entre esses “novos atores sociais” há também os chamados agricultores
pluriativos, que devido a problemas como queda das rendas agrícolas, aumento dos
custos de produção, instabilidades e incertezas do mercado, seca, etc. optam por
conciliar a exploração agropecuária com o exercício de atividades não agrícolas
dentro ou fora dos estabelecimentos rurais.
A definição do IBGE: as áreas rurais são aquelas que se concentram fora
dos limites das cidades, cujo estabelecimento é prerrogativa das prefeituras
municipais. O acesso a infraestruturas e serviços básicos e um mínimo de
adensamento são suficientes para que a população se torne “urbana”.
(ABRAMOVAY, 2003, p.19).
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Neste contexto, os dados do último censo demográfico do IBGE (2010) indicam
a existência de 5.561 municípios no Brasil, destes nada menos que 1382 (24,8%)
têm até 5000 habitantes, reunindo em seu interior uma população de 4.617.749
pessoas.
No intervalo de zero a 10 mil habitantes existem, segundo a mesma fonte, nada
menos que 2690 municípios que correspondem a 48,4% do total existente no Brasil,
onde vivem 13.964.029 pessoas, ou 8,2 % do total de habitantes. Caso de adotasse
a classificação italiana ou espanhola (menos de 10 mil habitantes),mais de 2.200
municípios brasileiros passariam a ser rurais. A adoção de limite de 20 mil habitantes
ampliaria de 22% para 33% a população rural brasileira.
Assim, para que aconteça uma mudança na vida dos pequenos e médios
agricultores, mulheres e sobretudo jovens, é necessário um ambiente social que
estimule o conhecimento e favoreça que as novas ideias tenham chance de se
tornar empreendimentos (ABRAMOVAY, 2005).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma política de desenvolvimento rural voltada para a juventude não pode
limitar-se à agricultura. Os futuros agricultores serão cada vez mais pluriativos, em
um ambiente que estimule a formulação de projetos inovadores que façam do meio
rural, para eles, não uma fatalidade, mas uma opção de vida. Sendo muito
importantes além do aprendizado de técnicas agronômicas, como também os
conhecimentos de gestão, contabilidade e funcionamento dos mercados.
É necessária a urgente reformulação da política agrícola brasileira com a
inclusão de medidas que possam estimular a produção nas pequenas e médias
propriedades com um programa de assistência técnica presente nas propriedades
com um rigoroso acompanhamento das atividades, com diversificação de culturas
visando o mercado.
Parece que as ações governamentais estão de certa forma invertidas, uma vez
que o governo oferece benefícios de alto custo como casa própria, energia elétrica,
financiamento de máquinas e equipamentos, em detrimento de uma assistência
técnica presente e que realmente acompanhe os produtores rurais com o intuito de
geração de renda, caminho que sem dúvida poderão permitir o acesso dos mesmos
nos elevadores sociais que tanto almejam.
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É preciso investimento em logística para distribuição dos produtos produzidos
por micro, pequenos e médios agricultores, fazendo com que seus produtos possam
chegar aos centros consumidores (faltam produtos agrícolas e sobram agricultores e
propriedades ociosas). Essa realidade precisa ser mudada.
Incentivo às pequenas e médias propriedades que desenvolvem agroindústrias,
com capacitação de agricultores e agricultoras,além de serviços locais com
disponibilização de profissionais da área de engenharia de alimentos, entre outros
que possam assistir este setor e com eficiência poder atender não só o mercado
interno, como também o mercado externo.
Investimento em educação, novas tecnologias e assistência técnica efetiva, e
subsídios constituem a base de uma política agrícola que pode consolidar a
evolução socioeconômica da agricultura familiar brasileira e equilibrar a situação em
relação às economias desenvolvidas.
Neste estudo acreditamos que foram levantados assuntos que se colocados
em prática podem interferir decisivamente para amenizar o êxodo rural, promovendo
melhores condições para que as pessoas permaneçam na agricultura e no campo
com geração de renda, com dignidade e sustentabilidade.
REFERENCIAS
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contemporâneo. In: O Futuro das Regiões Rurais, Porto Alegre: UFRGS, 2003.
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EFEITO DA APLICAÇÃO DE NITROGÊNIO E MOLIBDÊNIO NA CULTURA DE
FEIJÃO
Wesley Horsth Catheringer- Graduado em Agronomia - Faculdade Vértice
UNIVÉRTIX.
Itaciane Toledo Bastos Tomasini _ Graduada em Engenharia Agrícola. Licenciada
em Matemática. Especialista em Matemática, Gestão Escolar e Educação Infantil.
Professora na EE "Dom João Bosco".
Irlane Bastos Costa - Graduada em Agronomia. Mestre e Doutora em Genética e
Melhoramento de Plantas. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
Este estudo teve por objetivo comparar o efeito da adubação nitrogenada em cobertura;
(90kg/há, parcelado e aplicados ao 15 e 25 dias após a emergência). A aplicação de
molibdato de sódio via foliar (100g/há aplicado aos 26 dias após emergência), e a
associação de ambos respectivamente. O delineamento experimental utilizado foi o de
blocos casualizados com quatro tratamentos e cinco repetições, sendo os tratamentos:
(Aplicação de nitrogênio em cobertura, aplicação de molibdênio via foliar, aplicação de
nitrogênio e molibdênio e a testemunha). O estudo constatou que a aplicação conjunta do
nitrogênio em cobertura e do molibdênio via foliar apresentou resultado superior aos demais
tratamentos para a característica teor de N total nas folhas; entretanto, para as
características IRC, peso de 100 sementes, número de vargens por planta e produtividade o
tratamento não deferiu dos demais, com exceção da testemunha que obteve o pior
resultado.
PALAVRAS-CHAVE: Phaseolus vulgaris l.; Nitrogênio em cobertura; Molibdênio via foliar.
INTRODUÇÃO
O feijão Phaseolusvulgaris L. é um dos alimentos básicos de vários povos. No
Brasil é a principal fonte de proteína vegetal já que seu teor protéico pode chegar a
33%
com
valor
energético
de
341cal/100g
(POMPEU,
1987
citado
por
AMBROSANO, 1996).
De acordo com a Companhia Nacional de Abastecimento (CONAB), safra
2013/2014; o feijão é cultivado em três épocas distintas: a “das águas”
predominando na região Sul e Sudeste, com área cultivada de 1.174,3 milhões de
ha; a “da seca” cultivada por todo o Brasil, mas sendo os principais estados
produtores: Paraná, Mato Grosso, Minas Gerias e Ceará, com área total cultivada de
1.530,0 ha; e na época “de inverno” predominando no Centro-Oeste, Sul, Sudeste e
Nordeste com área cultivada de 654,4 mil ha. Varia-se, no entanto a média de
produção de cada época, obtendo 858 kg/ha no cultivo das águas, 851 kg/ha no
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cultivo da seca, e sendo possível atingir 2.800 kg/ha no cultivo de inverno (CONAB,
2014).
O correto fornecimento de nitrogênio associa-se à alta atividade fotossintética,
vigoroso desenvolvimento vegetativo, proporcionando folhas verdes escuras. Ao
passo que a falta do nutriente provoca pouco desenvolvimento das plantas, e folhas
verdes pálidas ou amarelas (VIEIRA et al., 2006).
Estudos indicam que o uso de molibdênio é capaz de aumentar em 90, 100 ou
até mesmo 200% a produtividade (ANDRADE et al., 2001 citados por ASCOLI,
2008); MEIRELES et al., 2003 citados por VIEIRA et al., 2006).
Neste contexto, considerando que a cultura de feijão com o uso de molibdênio
tem apresentado respostas positivas através da aplicação foliar, torna-se relevante
um estudo com o objetivo de verificar se este nutriente é capaz de proporcionar os
mesmos resultados de produtividade que o nitrogênio aplicado em cobertura.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
De acordo com Rosolem e Marubayash (1994) citados por Lima (2001), devido
ao sistema radicular do feijão ser superficial e a planta ser de ciclo curto, a planta se
torna exigente em nutrientes, devendo ser fornecidos no tempo e locais adequados.
Importa destacar que para um bom e normal desenvolvimento, as plantas
necessitam de alguns elementos químicos. Estes elementos são divididos em dois
grupos: macronutrientes e micronutrientes (VIEIRA et al., 2006).
Importa destacar que os macronutrientes são os elementos químicos
absorvidos e demandados em maiores quantidades pelas plantas, como o
Nitrogênio, Potássio, Fósforo, Cálcio, Magnésio e Enxofre. Os micronutrientes são
os elementos químicos absorvidos e demandados em menores quantidades pelas
plantas, como Zinco, Boro, Manganês, Cobre, Molibdênio, Ferro, Cloro, Cobalto,
Níquel e Selênio. Apesar da quantidade absorvida e demanda dos elementos pelas
plantas serem diferentes, todos são fundamentais para o bom e perfeito
desenvolvimentos das culturas (VIEIRA et al., 2006).
Dentro do grupo dos macronutrientes o nitrogênio (N) amplamente utilizado,
representa fator imprescindível na obtenção de altas produtividades. Assim, tem sido
positiva e de forma generalizada a resposta na produtividade em função da
utilização desse nutriente pelo país. Porém, estudos atuais visam demostrar a
importância de minimizar o uso do nitrogênio na cultura do feijão devido à possíveis
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risco de contaminação das águas superficiais com o nitrato. Destaque para o
trabalho realizado por Silva et al., (2006) no qual é proposto o fornecimento de dose
mais baixas de nitrogênio em cobertura em associação o molibdênio aplicado via
foliar, ou até mesmo a total substituição do nitrogênio em cobertura pela aplicação
do molibdênio via foliar. O nitrogênio, provêm de três fontes a saber: do solo (em
função da mineralização da matéria orgânica), dos fertilizantes nitrogenados, sendo
os mais utilizados: uréia, sulfato de amônio e nitrato de amônio e da fixação
biológica de nitrogênio (FBN) pelos rizóbios. Estes microrganismos são tipicamente
capazes de penetrar nas raízes das plantas leguminosas de regiões temperadas e
tropicais provocando a formação do nódulo. Nos nódulos o rizóbio está normalmente
implicado na fixação do nitrogênio atmosférico dentro de uma forma combinada
(amônia), que pode ser aproveitada pela planta hospedeira. Atualmente, são
conhecidos
cinco
Azorhizobium,
gêneros
diazotrofos
Bradyrhizobium,
da
Rhizobium,
família
Rhizobiaceae,
Sinorhizobium,
a
saber:
Mesorhisobium
e
Allorhizobium (CABALLERO-MELLADO, 1996; JARVIS et al., 1997 citados por
SILVA et al., 2006; ).
A eficiência na fixação do nitrogênio atmosférico depende de um importante
micronutriente: o molibdênio. Este é componente de duas importantes enzimas a
nitrogenase e a redutase do nitrato. A nitrogenase é responsável pela quebra da
tríplice ligação do nitrogênio gasoso (N2), durante a fixação biológica do nitrogênio
pelo rizóbio, transformando-o em duas moléculas de amônia (NH3). A redutase
reduz o nitrato (NO3) em amônia (NH3) mudança necessária para que a planta
aproveite o nitrogênio absorvido na forma de nitrato. Assim torna-se evidente que a
deficiência de molibdênio, pode comprometer o metabolismo do nitrogênio, e
consequentemente, reduzir a produtividade (PESSOA et al., 2001).
De acordo com Marschner (1995) citado por Pessoa (2000) para o pleno
funcionamento da simbiose com o rizóbio o feijoeiro necessita ser cultivado em solos
com excelentes condições de fertilidade. A este respeito, é comprovada a influência
do molibdênio no desenvolvimento da planta e da bactéria, resultando na eficiência
da simbiose.
O molibdênio tem sua disponibilidade aumentada em cem vezes a cada
unidade de aumento de potencial de hidrogênio (pH) sendo assim, a calagem é um
procedimento importante para corrigir a deficiência de molibdênio em algumas
situações. As fontes mais utilizadas para o fornecimento de molibdênio à planta são
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o molibdato de amônio (54% de MO) e o molibdato de sódio (39% MO) (CLIBAS,
2006 citado por VIEIRA et al., 2008).
De acordo com Berger et al., (1995) citados por Crusciol et al., (2003) a
aplicação do molibdênio na forma de pulverização foliar pode ser tão ou mais
positiva que a aplicação no solo. Os autores enfatizam que estudos realizados na
Zona da Mata e no Sul de Minas Gerais vem comprovando o efeito benéfico de tal
elemento via foliar, operação esta simples de se executar e de uso apenas se
necessário, ou seja, a partir do momento em que as folhas do feijoeiro começarem a
ficar pálidas.
METODOLOGIA
O experimento foi conduzido no campo experimental da Agronomia
pertencente à Faculdade Vértice – Univértix, situado a 3km do campus,
no
município de Matipó, interior de Minas Gerais.
Após a preparação do espaço através de capina e sulcamento manual, passouse a semeadura, em 14 de março de 2013. Utilizou-se 15 sementes por metro a fim
de se obter, após o desbaste, uma densidade de 240.000 plantas por hectare.
Optou-se pelo delineamento utilizando blocos casualizados com 5 repetições.
Os tratamentos aplicados nas parcelas foram: testemunha, nitrogênio, molibdênio e
nitrogênio e molibdênio.
O Nitrogênio foi fornecido de forma parcelada aos 15 e 25 dias após a
emergência em filete contínuo a 10 cm da linha da cultura sem incorporação e com
irrigação por aspersão pós adubação evitando perdas por volatilização. O
molibdênio foi aplicado via foliar com pulverizador costal manual aos 26 dias após a
emergência no período entre 8 e 9 horas da manhã visando evitar perdas por
evaporação.
Todos os
tratamentos
receberam
nos sulcos
de
plantio,
o
correspondente a 500 kg/ha do formulado 4-14-8 (N, P2O5 e K2O) imediatamente
antes da semeadura.
As fontes de Nitrogênio e Molibdênio foram respectivamente uréia e molibidato
de sódio.
Os tratos culturais e o controle de pragas e doenças seguiram as
recomendações para a cultura (FRANCIELLI e DOURADO NETO, 2007 citados por
CALONEGO et al., 2010).
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O experimento foi implantado em blocos ao acaso, com cinco repetições. As
unidades experimentais foram compostas por quatro fileiras de 4 metros de
comprimento, espaçadas com 50 centímetros entre as linhas e 1 metro entre as
unidades experimentais.
Todas as amostragens foram realizadas na área útil da parcela que
corresponde às duas linhas centrais de cada unidade experimental descartando-se
1,5m de suas extremidades.
As características avaliadas foram: índice relativo de clorofila (IRC) (a clorofila,
pigmento verde presente em plantas, captura a luz solar usada na fotossíntese, e o
nitrogênio
clorofila);
feijoeiro
é
o
nitrogênio
(N
total);
planta
de
100
elemento-chave
da
total
do
nas
folhas
número de vagens por
(vagens/planta);
sementes
peso
(P100S)
e
produtividade.
Para obtenção
utilizou-se
de
um
o
aparelho
desenvolvido
pela
Development
dos valores do IRC
clorofilômetro. Trata-se
portátil
e
Soil-Plant
(SPAD),
leve
Analyses
da
Minolta
que tem sido utilizado para estimar o nível de clorofila nas folhas (Figura 1).
Figura 1: Demonstração da utilização do clorofilômetro
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O aparelho afere, de forma não destrutiva, a porção de luz deslocada através
da folha. Em fundamento, o clorofilômetro afere a proporção da coloração verde das
folhas. Dois segundos após pressionar uma folha entre os “dedos” do aparelho
(Figura- 1), exibe-se a leitura do índice relativo de clorofila, que varia de 0 a 99,9.
Esse índice geralmente tem alta concomitância com o teor de nitrogênio na planta.
Essa grande concomitância significa que o clorofilômetro pode se sobrepor, com a
primazia do resultado imediato, à análise do nitrogênio nas folhas (realizada em
laboratório) para predizer a nutrição nitrogenada do feijoal. Qualquer variação na cor
das folhas interfere na leitura. Logo, recomenda-se evitar plantas doentes e sujas.
Uma forma objetiva de usar o aparelho é confrontar a leitura auferida na
lavoura com a realizada numa área de referência (área com plantas bem supridas de
nitrogênio a saber: Nitrogênio no plantio mais 180 kg/ha de nitrogênio em cobertura
parcelada em duas ou três aplicações). Há divergência entre leituras do
clorofilômetro, mesmo se feitas em folhas distintas da mesma planta. Em função de
tal, a média do índice relativo de clorofila (IRC) de cada gleba da lavoura deve advir
de pelo menos 20 leituras. O índice de suficiência de nitrogênio (ISN) é calculado
pela divisão da média das leituras advinda da lavoura pela média da leitura advinda
da área de referência; e o resultado dessa divisão é multiplicado por 100. Se o ISN
for inferior a 0,90 o feijoal deve receber nitrogênio em cobertura. Porém, somente o
uso do clorofilômetro não aponta a dose de nitrogênio a ser aplicada na lavoura.
Fatores como: resultados experimentais, produtividade esperada, histórico da gleba
e cultivar devem ser levados em conta no momento da indicação da dose a ser
utilizada.
A determinação do (IRC) aconteceu aos quarentas dias após a emergência em
pleno estádio R6 de desenvolvimento do feijoeiro. Coletou-se a terceira folha
completamente expandida da porção mediana da planta. Foram avaliadas 30 folhas
por parcela.
Para a determinação do teor de nitrogênio total, as mesmas folhas foram
acondicionadas em sacolas de papel, devidamente numeradas e identificadas com
envio imediato para laboratório. No laboratório foram submetidas, à secagem, em
estufa de circulação forçada à temperatura de 70°C durante 72 horas. Após este
período foram trituradas e 100mg de cada amostra submetida à digestão sulfúrica,
considerando a metodologia proposta por Sarruge e Haag (1974) (NASCIMENTO et
al., 2004).
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Para obtenção das características número de vagens por planta; peso de 100
sementes e produtividade, as plantas foram coletadas em estádio (R9) após a total
queda das folhas. Após efetuou-se o arranque e contagem das vagens essas foram
acondicionadas em sacos de ráfia e expostos ao sol por um período de três dias
onde as sementes atingiram um teor de umidade de 13%. Após esse período as
vargens foram abertas e separadas da palha para obtenção do peso das sementes
da área útil que foram convertidos em produtividade (Kg/ha). Posteriormente
efetuou-se o peso de 100 sementes.
De posse dos dados procedeu-se a análise de variância e teste de média
visando identificar e discriminar as médias dos tratamentos.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Verifica-se na Tabela 1 que houve efeito significativo de tratamento para as
características: IRC, nitrogênio total, número de vagem por planta e produtividade.
Para a característica peso de 100 sementes a análise de variância não apresentou
significância. O resultado se comprova, haja vista que o maior e menor peso de 100
sementes é uma aptidão associada com o tipo de cultivar utilizado, ainda que esta
possa sofrer ação de fatores externos (TABELA 1).
Tabela 1: Resultados da análise de variância para as características IRC, nitrogênio total (N total),
número de vagem por planta (vagem/planta), peso de 100 sementes (P100S) e produtividade
avaliadas no feijão carioca visando comparação entre o nitrogênio e o molibdênio
QUADRADOS MÉDIOS
FV
GL
Blocos
4
Tratamentos 3
Resíduo
12
CV (%)
Média geral
IRC
61.8305*
29.0458*
4.8725
4,79
46,05
N total
Vagem/planta
(g/kg)
4.8142ns
0,0421*
31.0333*
4,05*
2.8379
0,0079
4,66
2,81
36,12
10,05
P100S
(gramas)
1,875ns
1,9333ns
1,4750
3,72
32,50
Produtividade
(Kg/ha)
100274,95ns
690029,7833*
66784,78333
7,66
3375,35
*Significativo a 5% de probabilidade pelo teste F; nsnão significativo a 5% de probabilidade pelo teste F
Fonte: dados da pesquisa
No estudo dessa característica, Crusciol et al., (2003) obtiveram resultados
semelhantes, ou seja, não houve significância no peso de 100 sementes. Em
contrapartida Bassan et al. (2001) constataram significância para a característica
Peso de 100 sementes quando utilizaram adubação nitrogenada em cobertura,
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enquanto que Leite et al. (2007) obtiveram resultados positivos com a adubação
foliar molíbdica. Porém ambos trabalhando com outra cultivar.
Em relação à produtividade Amane et al., (1999) constataram efeito
significativo do nitrogênio em cobertura e do molibdênio foliar.
A significância dos quadrados médios para os tratamentos indica que existe
pelo menos um contraste entre médias de tratamentos que diferem de zero ao nível
de 5% de probabilidade para as variáveis IRC, N total, Vagem/planta e
produtividade. No entanto, para a característica peso de 100 sementes não houve
efeito de tratamento, ou seja, todos os contrastes entre médias de tratamento são
estatisticamente nulos ao nível de 5% de probabilidade.
Conforme disposto na Tabela 1, constatou-se que os coeficientes de variação
foram baixos para todas as características avaliadas indicando alta precisão do
experimento.
Visando discriminar qual tratamento foi melhor procedeu-se com um teste de
média cujos resultados encontram-se na Tabela 2.
Tabela 2: Resultados do teste de médias para as características IRC, nitrogênio total (N total),
número de vagem por planta (vagens/planta), peso de 100 sementes (P100S) e produtividade
avaliadas no feijão carioca visando comparação entre o nitrogênio e o molibdênio.
IRC
N total
(g/kg)
Vagens/planta
P100S
(gramas)
Produtividade
(Kg/ha)
m̂4 = 48,20 a
m̂4 = 39,62 a
m̂4 = 10,80 a
m̂4 = 33,40 a
m̂4 = 3710,00 a
m̂2 = 47,54 a
m̂2 = 36,12b
m̂3 = 10,60 a
m̂3 = 32,40 a
m̂3 = 3550,00 a
m̂3 = 45,66 ab
m̂3 = 34,72b
m̂2 = 10,00 a
m̂2 = 32,20 a
m̂2 = 3387,00 a
m̂1 = 42,82b
m̂1 = 34,02b
m̂1 = 08,80 b
m̂1 = 32,00 a
m̂1 = 2854,40 b
As médias seguidas pela mesma letra não diferem entre si pelo teste Tukey a 5% de probabilidade.
Verifica-se que para as características IRC, vagens/planta, peso de 100
sementes e produtividade os tratamentos nitrogênio em cobertura (2), molibdênio (3)
e nitrogênio e molibidênio (4) não diferiram estatisticamente entre si pelo teste Tukey
ao nível de 5% significância e, todos estes tratamentos foram superiores à
testemunha. Tal fato implica que houve resposta aos tratamentos.
Para a característica N total, o tratamento nitrogênio e molibidênio (4) mostrouse superior aos demais pelo teste Tukey. Evidencia-se que para esta característica
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que o nitrogênio e o molibdênio quando aplicados separadamente não dão resultado
significativo.
Destaca-se que para todas as características avaliadas a testemunha (1)
apresentou a menor estimativa de média.
Um fato que chama a atenção é a produtividade estimada para o tratamento 4
foi de 3710 kg/ha em comparação com a produtividade estimada para a testemunha
que foi de 2854,40 kg/ha, implicando num acréscimo de 23% na produtividade.
Os teores médios de nitrogênio total (N total) nas folhas, no estádio de floração
variaram de 30,80g/Kg a 40,60g/Kg, enquadrando-se no nível adequado, indicado
por Maravolta et al., (2011).
As variações dos teores de nitrogênio total e IRC foliar foram estatisticamente
significativas, sendo que, em geral, os maiores teores ocorreram para os
tratamentos que receberam nitrogênio em cobertura e Molibdênio foliar.
Em seus estudos Franco et al., (2008) citados por Maravolta et al., (2011),
obtiveram aumento significativo do teor de nitrogênio na folha em função das doses
crescentes de nitrogênio aplicado em cobertura e molibdênio via foliar, (N: 0; 30; 60;
90 e 120 kg/ha. Molibdênio:0; 10; 20; 30 e 40 g/ha)
Em relação à produtividade Fullin et al., (1999) utilizando doses inferiores de
Nitrogênio e molibdênio (10 kg/ha de N na semeadura, 40 kg/ha em cobertura e 20
g/ha de Molibdênio via foliar) quando comparadas às utilizadas no experimento
atual, observaram resultados significativos na produtividade. Entretanto, Nascimento
et al. (2004), em experimento também com nitrogênio em cobertura e molibdênio via
foliar na região de Selvíria, Estado do Mato Grosso do Sul, não verificaram aumento
na produtividade do feijoeiro.
Os estudos de Pessoa et al.,. (2000) verificaram elevação da produção de
grãos do feijoeiro apenas com o fornecimento de Molibdênio, tanto para a aplicação
via solo, quanto para a aplicação via foliar. Tal fato se explica porque o molibdênio
contribui para aumentar a incorporação do nitrogênio absorvido na forma de nitrato
(NO3) por intermédio da redutase do nitrato e também maximiza a redução do
acetileno e remobilização do nitrogênio no decorrer do estádio de formação e
enchimento das vagens (MARSCHNER, 1995 citado por VIEIRA, 2008). De acordo
com VIEIRA et al. (2006) os efeitos combinados desses processos resultam em
maior produtividade de grãos em função do maior números de vagens por planta.
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A esse respeito, Alves Júnior et al. (2003) citado por Fernandes et al., (2005)
também verificaram aumento no número de vagens por planta com a aplicação de
nitrogênio em cobertura, resultado também constatado por Andrade et al., (1998)
citados por Moreira et al., (2003).
Entretanto, Soratto et al., (2000) e Bassan et al., (2001) citados por Calonego
(2004) não encontraram resposta significativa para a aplicação de nitrogênio e
molibdênio para a característica número de vagem por planta.
Verifica-se que houve uma elevada produção da testemunha (2.854,4 Kg/ha)
quando comparada aos padrões atuais para a cultura do feijão e o que justifica tal
fato seria a alta fertilidade do solo onde o experimento foi implantado.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O trabalho mostrou que a aplicação conjunta do nitrogênio em cobertura e do
molibdênio via foliar apresentou resultado superior aos demais tratamentos para a
característica teor de N total nas folhas; entretanto, para as características IRC, peso
de 100 sementes, número de vargens por planta e produtividade tal tratamento não
diferiu dos demais, com exceção da testemunha que obteve o pior resultado.
Sendo assim, verifica-se que a aplicação do Molibdênio via foliar poderia ser
uma excelente opção para o produtor, em função do seu baixo custo por hectare
decorrente da pequena quantidade aplicada (100 g/ha de molibdato de sódio) e da
forma simples de aplicação que é via pulverização.
Outro fator importante é que a substituição dos adubos nitrogenados aplicados
via solo pelo molibdênio aplicado via foliar contribui para reduzir a contaminação
ambiental advinda dos excessos dos nitrogenados via solo, não aproveitados pela
cultura. Tal fato é facilmente percebido devido à grande discrepância na quantidade
de adubo aplicada à cultura em função das diferentes fontes. A título de comparação
verifica-se que o recomendado para o molibdênio é de 100 gramas por hectare de
molibidato de sódio via foliar enquanto que para o nitrogênio é de 90 quilos por
hectare ou mais quando se tem a intenção de obter altas produtividades.
REFERÊNCIAS
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nitrogenada e molíbdica da cultura do feijão na zona da mata mineira de Minas
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RESPOSTA DA ALFACE À ADUBAÇÃO NITROGENADA E ESTERCO BOVINO
(MATÉRIA ORGÂNICA)
Mirelle Rodrigues Dornelas – Graduada em Agronomia pela Univétix
Orismário Lúcio Rodrigues: Graduado em Agronomia, Mestre e Doutor em
Produção Vegetal pela Universidade Federal de Viçosa.
Itaciane Toledo Bastos Tomasini _ Graduada em Engenharia Agrícola. Licenciada
em Matemática. Especialista em Matemática, Gestão Escolar e Educação Infantil.
Professora na EE "Dom João Bosco".
Irlane Bastos Costa - Graduada em Agronomia. Mestre e Doutora em Genética e
Melhoramento de Plantas. Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
A alface é uma das hortaliças mais cultivadas em todo o mundo, sendo ela
consumida de forma in natura. O nitrogênio é um nutriente mais exigido pelas
culturas e essencial para as plantas. A adubação com esterco bovino tem sido
bastante utilizada como melhoramento na qualidade física, química e biológica do
solo. A aplicação de doses elevadas de adubos nitrogenados poderá significar perda
de dinheiro e aumento da possibilidade de poluição ambiental pelo nitrogênio (N)
residual no solo e nos restos das plantas. O trabalho objetivou avaliar o rendimento
da alface (Lactuca sativa L.) em função da adubação nitrogenada e a utilização de
esterco bovino (matéria orgânica), com irrigação por aspersão diariamente. O
delineamento estatístico utilizado foi o de blocos casualizados, com cinco
tratamentos e quatro repetições. Conclui-se que os tratamentos não apresentaram
diferenciação no produto final.
PALAVRAS CHAVE: Lactuca sativa L., Irrigação, Nitrogenada, Matéria orgânica.
INTRODUÇÃO
A alface é a hortaliça folhosa mais consumida no Brasil, sendo a mais popular.
É uma olerícola de grande importância na economia brasileira já que seu comércio e
consumo estão disseminados em todas as regiões do país. Ocupa o primeiro lugar
entre as hortaliças mais plantadas e consumidas pela população brasileira
(PURQUERIO et al., 2007)
O Brasil possui uma área de aproximadamente 35.000 hectares plantados com
alface, caracterizados pela produção intensiva, pelo cultivo em pequenas áreas e
por produtores familiares, gerando cerca de cinco empregos diretos por hectare
(RESENDE et al., COSTA; SALA, 2005).
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A região Central mineira é responsável por 48,7% do volume total dessa
hortaliça, destinado à Central de Abastecimento. Sua cultura exige grande fertilidade
do solo, sendo necessários adubações e tratos constantes. (CEASAMINAS, 2008)
A Ceasa Minas - Unidade Grande Belo Horizonte comercializou no ano de
2007, cerca de 900 toneladas dessa olerícola, gerando aproximadamente 1,6
milhões de reais e contribuindo para o aumento do Produto Interno Bruto (PIB) de
diversos municípios mineiros (CEASAMINAS, 2008)
A adubação com matéria orgânica é utilizada como condicionadora do solo,
tendo como finalidade a troca gasosa, aumentando assim a permeabilidade do solo
e auxiliando a retenção de água.
O presente trabalho tem como objetivo avaliar os efeitos da adubação
nitrogenada e em conjunto com a adubação orgânica de esterco bovino na
produtividade da cultura.
REFERENCIAL TEÓRICO
A alface (Lactuca sativa L.) é uma planta herbácea, pertencente à família das
Asteraceae (SONNENBERG, 1985 e LISBÃO et al., 1990). Hortaliça típica de
saladas, considerada como uma planta de propriedades tranquilizantes e que,
devido ao fato de ser consumida crua, conserva todas as suas propriedades
nutritivas. Segundo Maroto-Borrego (1986) e Camargo (1992) é uma excelente fonte
de vitamina A, possuindo ainda as vitaminas B 1, B2, B5 e C, além dos minerais Ca,
Fe, Mg, P, K e Na, cujos teores variam de acordo com a cultivar, além de baixo
valor energético, é recomendada para uma dieta alimentar rica em fibras.
Caracteriza-se a alface por ser uma planta delicada, com caule diminuto, ao
qual se prendem as folhas. Estas são amplas e crescem em roseta em volta do
caule, podendo ser lisas ou crespas, formando ou não uma cabeça, com coloração
em vários tons de verde, ou roxa, conforme a cultivar, o sistema radicular é muito
ramificado e superficial, explorando apenas os primeiros 25 cm do solo, a raiz é
pivotante e pode atingir até 60 cm de profundidade (FILGUEIRA, 2003).
Tradicionalmente o cultivo da alface é realizado em canteiros com
espaçamento de 30 x 30 cm, em condições de campo e utilizando principalmente o
método de irrigação por aspersão convencional. Atualmente, com o desenvolvimento
da plasticultura nacional, o cultivo de hortaliças em estufas e túneis plásticos tem
sido muito difundido.
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Desenvolve bem em climas amenos, principalmente no período de crescimento
vegetativo. O acréscimo na temperatura e dias longos acelera o ciclo da cultura
provocando o pendoamento precoce (EMBRAPA, 2009), tornando as folhas leitosas
e amargas, conseqüentemente perdendo seu valor comercial.
Exige
solo
de
textura média com boa disponibilidade de nutrientes e matéria orgânica, apresenta
baixa tolerância a solos ácidos sendo que seu melhor desenvolvimento ocorre em
solos com pH entre 6 e 6,8, as maiores produções são obtidas quando há o
acréscimo de melhorias nas características químicas e físicas do solo (SEDIYAMA,
2007).
O uso de fertilizantes tem como objetivo repor ao solo os nutrientes
necessários extraídos por culturas anteriores para o crescimento adequado das
plantas, todos os solos possuem certa quantidade de nutrientes vegetais
provenientes da parte mineral do solo, (areia, argila, etc.) e do húmus gerado pela
reciclagem de matérias vegetais e animais caídos sobre a superfície (folhas, raízes
mortas, etc.) (MALAVOLTA, 1997).
Ao cultivar as plantas, o equilíbrio altera-se, dado que o processo de
reciclagem natural dos elementos essenciais do solo é mais lento do que o tempo
que a planta demora a utilizá-los (MALAVOLTA, 1997).
A perda mais importante afeta 3 elementos: I) Nitrogênio (N); II) Fósforo (P) e
III) Potássio (K).
O nitrogénio promove o crescimento da planta; o potássio é responsável pela
multiplicação celular e pela formação de tecidos mais resistentes à seca e às
geadas; o fósforo favorece a maturação de flores e frutos, e fomenta o seu perfume
e doçura. Estes elementos são os principais nutrientes vegetais, e as plantas
precisam deles em grandes quantidades para o seu bom desenvolvimento, por isso
é necessário voltar a incorporá-los no solo com regularidade. Além disso, as plantas
extraem do solo os chamados "micro-elementos" e, embora só necessitem deles em
quantidades mínimas, são também muito importantes para a sua nutrição
(MALAVOLTA, 2006).
De maneira geral a produtividade das culturas seja ela qual for, depende da
aplicação de fertilizantes nitrogenados, que de acordo com a espécie custa pouco
em relação ao valor da perda de produtividade, estimulando o produtor a aplicar
doses altas de nitrogênio. A relação dose x produtividade é regida pela lei dos
incrementos decrescentes, pois a aplicação de doses elevadas poderá significar
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perda de dinheiro e aumento da possibilidade de poluição ambiental pelo nitrogênio
(N) residual no solo e nos restos das plantas (FONTES & ARAUJO, 2007)
Dependendo da espécie de planta a quantidade para um ótimo crescimento
varia entre 2 a 5% do peso da planta. Quando o suprimento está abaixo do ótimo, o
crescimento é retardado e o nitrogênio é remobilizado das folhas mais velhas para
as mais novas (regiões de crescimento), neste caso os sintomas típicos de
deficiência de nitrogênio podem ser observados, como também um aumento no teor
de nitrogênio não somente decresce a senescência e estimula o crescimento, mas
também altera a morfologia da planta de maneira típica, principalmente se a
disponibilidade do nitrogênio é alta no meio radicular durante o início do
desenvolvimento (BONATO, 1998)
O nitrogênio é absorvido do meio em diferentes formas, sendo através de
bactérias fixadoras de nitrogênio (ex.: leguminosas), na forma de mineral e como
uréia. A forma predominante que a planta absorve em condições naturais é a do
nitrato, devido ao processo de nitrificação, é transportado via xilema, variando em
função da forma do nitrogênio absorvido pelo sistema radicular e do tipo de
metabolismo da raiz, algumas plantas reduzem 100% do nitrato nas raízes, outras
plantas podem reduzir 100% do nitrato na parte aérea, mas a maioria das plantas
reduz o nitrato em ambas às partes da planta, e assim tanto nitrato como
aminoácidos podem ser encontrados, sendo o nitrogênio um elemento de alta
mobilidade na planta, desta forma, na deficiência deste elemento o N é facilmente
redistribuído na forma de aminoácidos via floema para as partes novas,
principalmente folhas jovens e regiões meristemáticas. A maior parte do nitrogênio
se encontra na forma orgânica (reduzida). É um componente fundamental das
proteínas (enzimas), tem importante função como ligante de íons metálicos,
principalmente na forma de anéis heterocíclicos, como por exemplo, na clorofila
(BONATO, 1998).
Dentre
os
nutrientes,
o
nitrogênio
destaca-se
pelas
modificações
morfofisiológicas promovidas nos vegetais. Na planta, o N tem função central na
produtividade, sendo componentes de aminoácido, amidas, proteínas, ácidos
nucléicos, nucleotídeos, coenzimas, hexoaminas, clorofila e metabólitos secundários
como alcalóides, glicosídeos cianogênicos, glucosinolatos e aminoácidos nãoprotéicos que atuam na defesa da planta além de favorecer o crescimento vegetativo
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expandindo a área fotossintética elevando o potencial produtivo (TAIZ e ZEIGER,
2004).
Em geral, a adubação nitrogenada recomendada para a alface gira em torno de
100 a 130 kg/ha-1 de N ou 40 a 60 t ha-1 de esterco de curral (IAC, 2005).
Hoje em dia existe uma enorme gama de fonte de adubos nitrogenados no
mercado, devendo a escolha do adubo ser adotada de acordo com a necessidade
da cultura e o preço do mercado. Os principais adubos nitrogenados utilizados são:
uréia, sulfato de amônia, sulfonitrato, além das misturas complexas fosfato
monoamônico (MAP) e fosfato diamônico (DAP), que são adubos contendo
nitrogênio e fósforo nas suas constituições, sendo ainda empregado em menor
escala o nitrocálcio.
O adubo orgânico é constituído de resíduos de origem animal e vegetal: folhas
secas, gramas, restos vegetais, restos de alimentos, esterco animal e tudo mais que
se decompõem, virando húmus. O húmus é o fruto da ação de diversos
microorganismos sobre os restos animais e vegetais, este apresenta em média 58%
de carbono e 5% de nitrogênio. De maneira geral, dosando o teor de C e de N podese avaliar a % de matéria orgânica humificada, multiplicando-se respectivamente
pelos fatores 1,724 pelo teor de carbono e 20 pelo teor de nitrogênio (EMBRAPA,
1988).
O adubo orgânico de origem animal mais conhecido é o esterco, que é formado
por excrementos sólidos e líquidos dos animais este pode estar misturado com
restos vegetal sendo sua composição muito variada. São bons fornecedores de
nutrientes, tendo o fósforo e o potássio rapidamente disponível e o N fica na
dependência da facilidade de degradação dos compostos (EMBRAPA, 1988).
METODOLOGIA
O experimento foi realizado na fazenda experimental da Faculdade Univértix,
localizada no município de Matipó (MG), no período de 21 de agosto a 21 de
setembro de 2012. O solo do campo experimental é classificado como um solo de
textura argilosa. Utilizada a cultivar da alface lisa (Lactuca sativa L.), mudas foram
produzidas em substrato constituído por areia, terra virgem, esterco e transplantadas
quando atingiram uma média de 5 cm. O delineamento estatístico utilizado foi o de
blocos casualizados, com cinco tratamentos e quatro repetições. A parcela foi
composta por quatro linhas de plantas, com 2m de comprimento e 1,20m de largura,
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entre as plantas foi 0,30 x 0,30 metros. Como área útil da parcela utilizou-se as
linhas centrais, perfazendo um total de 16 plantas por parcela.
Os tratamentos realizados foram: T1: testemunha, sem adubação, sendo
utilizado apenas o super simples e o cloreto de potássio; T2: 10 kg de esterco bovino
por metro quadrado no plantio, incorporado ao solo; T3: 2 kg esterco bovino por
metro quadrado no plantio, incorporado ao solo mais três adubações de coberturas
de 2,7 kg cada de esterco em um intervalo de 7 dias entre as aplicações; T4: 0,018
kg de Sulfato de amônia por metro quadrado incorporada no plantio com mais três
adubações de cobertura de sulfato de amônia, contendo cada uma 0,018 kg. T5 2 kg
de esterco bovino por metro quadrado incorporado ao solo no plantio com mais três
coberturas de 0,018 kg de sulfato de amônia, sendo que em todos os tratamentos
foram usados 0,060 kg de super simples e 0,006 kg de cloreto de potássio como
adubação de plantio.
As adubações de plantio foram realizadas seguindo as recomendações para a
cultura da alface segundo a quinta aproximação. A freqüência de irrigação foi diária,
com duas horas de molhamento foliar por dia.
A
colheita
ocorreu
quando
as
plantas
apresentaram-se
totalmente
desenvolvidas, sendo necessários 31 dias, onde foram avaliados massa fresca (MF),
fazendo a pesagem das alfaces em um total de 16 plantas por parcela, ignorando a
bordadura; peso seco da planta (PSP) foi obtido através de secagem na estufa por
um período de 72h a uma temperatura de 75º C; número de folhas por planta (NFP)
foi obtido através de contagem; o diâmetro da cabeça (DC) foi feito a medição
utilizando fita métrica.
Os dados coletados em planilhas foram submetidos às análises de variância,
ao nível de 5% de probabilidade pelo teste F, utilizando o software GENES (CRUZ,
2006).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Não houve diferença estatística entre os tratamentos ao nível de 5% de
significância pelo teste F. As diferentes fontes e formas de aplicação do adubo
nitrogenado, não propiciaram diferença nas características diâmetro da cabeça,
massa fresca e peso seco da parte aérea da planta.
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Provavelmente os teores de matéria orgânica presentes no solo, 2,2 dag kg
-1
(tabela 1), foram suficientes para suprir a demanda das plantas por nitrogênio,
durante o seu ciclo.
Tabela 1 - Características químicas do solo utilizado no experimento em Matipó, Estado de Minas
Gerais, 2012
PH
M.O.
P
H+Al
K
Ca
Mg
SB
CTC
V
CaCl2
6,69
dag/kg mg/dm³ cmolc/dm³ mg/dm³ cmolc/dm³ cmolc/dm³ cmolc/dm³ cmolc/dm³
2,22
95
2
192
5
1,53
7,02
9,02
%
77,83
Quanto ao diâmetro da cabeça, observou-se no tratamento 4, valores 7%
superiores aos encontrados nos tratamentos 2 e 3, onde foi adicionado apenas o
adubo orgânico. Estes resultados podem estar relacionados à imobilização de
nutrientes ocorrida nos tratamentos 2 e 3. A aplicação de adubo químico combinado
com o adubo orgânico, pode ter contribuído para maior mineralização da matéria
orgânica, e consequentemente maior disponibilidade de nutrientes (FIGURA 1).
FIGURA 1 – Diâmetros (cm) de planta de alface em função de fontes e formas de aplicação do adubo
nitrogenado
A aplicação de adubo químico combinado com matéria orgânica no tratamento
5, proporcionou um aumento de 33% na massa fresca quando comparado com o
tratamento 2, onde foi adicionado apenas o adubo orgânico (FIGURA 2).
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Gráfico 2 – Massa Fresca (g) de planta de alface em função de fontes e formas de aplicação do
adubo nitrogenado
O número de folhas também obteve um aumento no tratamento 5, onde
utilizou-se adubo químico combinado com matéria orgânica, foi 14% superior
comparado ao tratamento 2, que foi adicionado apenas o adubo orgânico (FIGURA
3)
FIGURA 3 – Número de Folhas de planta de alface em função de fontes e formas de aplicação do
adubo nitrogenado
O peso seco obteve um aumento de 18% no tratamento 5, onde utilizou-se
adubo químico combinado com matéria orgânica, comparado aos tratamento 1, 2, 3,
onde o tratamento um não houve aplicação de adubo químico nem matéria orgânica,
e os tratamentos 2 e 3 houve a adição apenas do adubo orgânico (FIGURA 4).
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FIGURA 4 – Peso Seco (g) de planta de alface em função de fontes e formas de aplicação do adubo
nitrogenado
Segundo ARAÚJO, et al., as doses de N utilizada afetaram negativamente
todas as alfaces analisadas e que a adubação com matéria orgânica aumentou o
nível de fertilidade do solo.
Santos et al., (1994) também estudaram o desempenho da alface adubada
com composto orgânico juntamente com à presença e à ausência de adubação
mineral e concluíram que a aplicação de adubo mineral não exerceu influência sobre
a produção da alface; a produção máxima de massa fresca obtida foi 321,69
g/planta, com a aplicação de 65,85 t/ha de composto orgânico. O peso médio da
massa fresca da parte aérea foi superior a 300 g/planta, em todos os tratamentos,
característica importante para a comercialização.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Concluímos que não houve diferença nas características avaliadas em função
das fontes e formas de adubação nitrogenada avaliada, para as condições de solo
presentes ou que estatisticamente não houve efeito de tratamento ao nível de 5% de
probabilidade pelo teste F, para todas as variáveis avaliadas (Tabelas 1, 2, 3 e 4).
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CONFORMIDADE E QUALIDADE FISIOLÓGICA DE SEMENTES DE ALFACE
COMERCIALIZADAS NA CIDADE DE VIÇOSA – MG
Rogério Gomes Pêgo – Doutor em Fitotecnia. Professor do curso de Agronomia da
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Caio Tobias Estanislau Souza – Engenheiro agrônomo.
Ana Flávia De Oliveira – Graduanda do Curso de Agronomia da Faculdade Vértice
– UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
O estudo teve como objetivo avaliar a influência da qualidade fisiológica de
diferentes lotes de sementes de alface (Lactuca sativa L.) averiguar a conformidade
com as informações disponibilizadas nas embalagens comerciais. Para isso três
lotes de alface do grupo Manteiga Lisa e Americana foram adquiridas em casas
comerciais na cidade de Viçosa-MG. Para análise da qualidade fisiológica as
sementes foram submetidas aos testes de germinação, primeira contagem de
germinação, índice de velocidade de germinação, comprimento de plântulas, massa
fresca. O delineamento experimental usado foi o inteiramente casualizado, com 40
repetições contendo 50 sementes cada. Os dados foram submetidos à análise de
variância e as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade. Os
dados obtidos pela análise em laboratório foram comparadas com aquelas emitidas
nas embalagens comerciais. Foram observadas divergências dos dados informados
em embalagens comerciais e os resultados obtidos em laboratório. O lote 1 e 3 de
sementes de alface Lisa Manteiga apresentaram porcentagens de germinação
condizentes com os autorizados para comercialização e apresentaram a melhor
qualidade fisiológica. Somente um lote de semente de alface Americana apresentouse dentro dos padrões de comercialização. É necessário maior rigor na fiscalização
para comercialização de sementes de alface.
PALAVRAS-CHAVE: Lactuca sativa, fiscalização, embalagem comercial, análise de
sementes.
INTRODUÇÃO
A alface (Lactuca sativa L.) é uma importante folhosa consumida em várias
partes do mundo. No Brasil, o grupo predominante comercializado é o crespa
liderando com 70% do mercado, a participação dos grupos americana e lisa é de
aproximadamente 15% e 10%, respectivamente enquanto as outras (vermelha,
mimosa e romana) correspondem a 5% (SALA e COSTA, 2012).
No Brasil, os estados de São Paulo e Minas Gerais são os maiores
produtores de alface cujas áreas de produção comercial estão localizadas próximas
aos principais centros de comercialização e consumo dessa folhosa (SUINAGA,
2013).
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Nascimento et al., (2012) relataram que a produção de mudas e de plântulas
sadias depende em grande parte da utilização de sementes de boa qualidade, as
quais podem ser expressas pela interação de quatro componentes: genético, físico,
sanitário e fisiológico. Dessa forma, a avaliação do potencial fisiológico fornece
informações para a detecção e solução de problemas durante o processo produtivo
e, também, sobre o desempenho das sementes (MARCOS-FILHO, 2001).
O objetivo do trabalho foi avaliar a qualidade fisiológica de sementes de alface
do grupo Lisa e Americana adquiridas no comércio no município de Viçosa – MG e
averiguar a conformidade com as informações disponibilizadas nas embalagens
comerciais.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O conhecimento do potencial fisiológico das sementes permite a produção de
mudas com tamanho e qualidade uniformes, com vantagens ao desenvolvimento
das plantas, principalmente em espécies em que a condução da cultura comercial
requer o transplante, como a alface (KIKUTI e MARCOS FILHO, 2012). O sucesso
na produção de produtos hortícolas depende da qualidade de sementes usadas,
uma vez que sementes de baixo vigor podem causar falhas na formação do estande
e refletir na produtividade final de algumas hortaliças (MARCOS FILHO, 1999B). O
uso de sementes de baixo vigor tem efeito em outras hortaliças de curto, sobretudo
nos períodos iniciais de desenvolvimento, como observado para a cultura de rúcula
(PÊGO et al.,2011).
Outro aspecto sobre a qualidade de sementes é a conformidade do lote de
acordo com as normas para comercialização regulamentação vigente (BRASIL,
2009). No entanto, o potencial de germinação é expresso somente pela
porcentagem final, não sendo obrigatórios os testes de vigor (BRASIL, 2005).
As
sementes
olerícolas
são
comercializadas
dentro
dos
padrões
estabelecidos pelo Ministério da Agricultura Pecuária e Abastecimento, no entanto,
as informações da qualidade fisiológica das sementes, como porcentagem de
germinação, afixadas nas embalagens podem não representar a qualidade
adequada por problemas advindos do armazenamento e acondicionamento
inadequado destas sementes (BARBOSA et al.,2011).
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É comum ocorrer divergências entre as informações fornecidas nas
embalagens comerciais de sementes de espécies olerícolas e ornamentais
comparadas ao teste de germinação realizada em laboratório (PÊGO et al.,2011).
Pêgo et al., (2012) enfatizaram a importância de uma fiscalização mais
rigorosa para a produção, embalagem e comercialização de sementes. No entanto a
perda de viabilidade de sementes pode ocorrer pelo armazenamento inadequado
das sementes como, por exemplo, em locais com umidade relativa do ar e
temperatura elevadas (MARCOS FILHO, 1999a).
Com a demanda crescente de sementes de alta qualidade, é crescente a
importância do monitoramento de cada fase do processo produtivo da indústria de
sementes (RODO et al.,2001). A qualidade fisiológica é particularmente importante
em sementes olerícolas, não só pelo alto custo de produção, mas também porque a
produção envolve, frequentemente, altos investimentos, cujo retorno depende, em
grande parte, da qualidade das sementes utilizadas (BITTENCOURT, 1991).
METODOLOGIA
Os experimentos foram conduzidos no Laboratório de Sementes, da
Faculdade Univertix, em Matipó/MG, de outubro a novembro de 2013. As sementes
utilizadas foram adquiridas de casas agrícolas na cidade de Viçosa/MG,
armazenadas em envelopes multifoliados, representando três lotes de alface dos
grupos Lisa e Americana. Para análise da porcentagem de germinação e da
qualidade fisiológica de cada lote de sementes foram realizados os seguintes testes:
Germinação – foi realizado com quatro repetições de 50 sementes semeadas
sobre três folhas de papel germitest, umedecidas com água destilada na proporção
de 2,5 vezes o peso do substrato, no interior de caixas tipo gerbox, envolvidas em
sacos de polietileno, com o objetivo de evitar a perda de água para o meio. As
caixas plásticas contendo as sementes foram levadas ao germinador à temperatura
de 20°C. As avaliações das plântulas foram realizadas aos quatro dias para alface, e
aos sete dias para alface, aos (contagem final do teste de germinação) registrandose a porcentagem de plântulas normais (BRASIL, 2009). Ao final de teste de
germinação foi realizado o registro das plântulas anormais infeccionadas. Os dados
foram expressos em porcentagem média de germinação para cada lote.
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Primeira contagem do teste de germinação (vigor) – foi feito o registro da
porcentagem de plântulas normais ocorridas no quarto dia, após a implantação do
teste de germinação (Brasil, 1992).
Índice de velocidade de germinação (IVG) - A contagem da germinação de
sementes foi realizada diariamente contabilizado o número de plântulas germinadas.
Ao final de sete dias, calculou-se o índice de velocidade de germinação (IVG)
através da fórmula de Maguire (1962): IVG = G1/N1 + G2/N2 + ... + Gn/Nn onde: G1,
G2, onde Gn = número de plântulas germinadas na primeira, segunda, até a última
contagem e N1, N2, Nn = número de dias desde a primeira, segunda, até a última
contagem.
Comprimento de plântulas – foram utilizadas quatro subamostras de 10
sementes. A avaliação foi realizada aos sete dias medindo-se o comprimento das
plântulas normais e o valor médio expresso em centímetros.
Massa fresca de plântulas (MS) - conduzido com quatro repetições de 10
plântulas, as plântulas foram pesadas em balança de precisão 0,0001g. Os
resultados foram expressos em mg/plântula.
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado com três
lotes de sementes, para cada variedade, e quatro repetições sendo semeadas 50
sementes por repetição. As médias foram comparadas entre si pelo teste de Tukey a
5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
As informações fornecidas pelas embalagens de alface Lisa Manteiga para
pureza foram de 99,8%; 99,0% e 99,9% e para germinação foram 90%; 85% e 89%,
para os lotes 1, 2 e 3, respetivamente. Para a variedade alface Americana as
informações fornecidas pelas embalagens para pureza foram de 99,8%; 99,0% e
99,6% e para germinação foram 90%; 80% e 89%, para os lotes 1, 2 e 3,
respetivamente, conforme análises e prazos de validade, atendendo as normas de
comercialização para a espécie (TABELA 1).
Todos os lotes estavam dentro do prazo de validade, conforme indicado na
embalagem (TABELA 1). Analisando os dados informados nas embalagens
comerciais pode-se observar que todos os lotes comerciais apresentaram
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germinação acima do padrão mínimo exigido para a comercialização para esta
espécie, que é de 80% (BRASIL, 2005).
TABELA 1. Valores de pureza (%) e germinação (%), data da realização das análises e data de
validade dos testes.
Alface Lisa Manteiga
Pureza (%)
Germinação (%)
Análise
Validade
L1
L2
99,8
99,0
90
85
05/2013
01/2013
05/2015
01/2015
L3
99,9
89
10/2012
10/2014
L1
L2
99.8
99,0
Alface Americana
90
05/2013
80
11/2012
05/2015
11/2014
L3
99,6
89
01/2015
01/2013
Fonte: Embalagens de três lotes de sementes (L) de alface (Lactuca sativa L.) tipo lisa manteiga e
americana, comercializados em Viçosa, MG, 2013.
Os dados obtidos para o teste de germinação analisados no laboratório para a
variedade alface Lisa Manteiga foram de 96,0%; 11,5% e 79,5%, para os lotes 1, 2 e
3, respectivamente (TABELA 2). Dessa forma, verifica-se que o lote 1 ficou acima do
valor informado na tabela 1, o lote 2 ficou muito abaixo dos valores informados pelas
embalagens e inferiores ao padrão estabelecido para a comercialização de
sementes de alface (80%). Esses resultados comprovam que eventualmente pode
ocorrer discordância dos dados informados na comercialização de sementes e os
dados reais de germinação.
TABELA 2. Primeira contagem de germinação (PC) germinação (G), índice de velocidade de
germinação (IVG), plântulas anormais (AN), sementes mortas (MOR), comprimento de plântulas (CP)
e peso fresco de plântulas (PF) obtidos pela germinação de sementes de lotes de alface (Lactuca
sativa L.) tipo lisa manteiga, comercializados em Viçosa, MG, 2013.
L1
L2
L3
CV (%)
1Médias
PC (%)
G (%)
IVG
AN (%)
MOR (%)
CP (cm)
PF (mg.p-1)
90,0 a1
4,5 c
75,0 b
96,0 a
11,5 c
79,5 b
70,7 a
3,7 c
50,0 b
2,5 b
12,0a
9,0 a
1,5 c
77,5 a
12,5 b
4,3 a
0,0 c
4,0 b
14,2 a
0,0 b
12,6 a
12,5
10,5
11
26,6
14,58
2,3
9,4
seguidas da mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo Teste de Tukey a 5%.
Os dados mostrados na Tabela 3 foram obtidos das análises laboratoriais
onde para o teste de germinação de sementes de alface Americana foram de 84,5%;
41,5% e 4,5%, para os lotes 1, 2 e 3, respectivamente. A porcentagem de
germinação do lote 1 estava de acordo com o valor informado na tabela 1, no
entanto os lotes 2 e 3 tiveram a porcentagem de germinação muito abaixo dos
valores informados pelas embalagens e inferiores ao padrão estabelecido para a
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comercialização de sementes de alface (80%). Tornando inviável a comercialização
de sementes para fins produtivos.
TABELA 3. Primeira contagem de germinação (PC) germinação (G), índice de
velocidade de germinação (IVG), plântulas anormais (AN), sementes mortas (MOR),
comprimento de plântulas (CP) e peso fresco de plântulas (PF) obtidos pela
germinação de sementes de lotes de alface (Lactuca sativa L.) tipo Americana,
comercializados em Viçosa, MG, 2013.
MOR (%) CP (cm) PF (mg.p1)
L1
78,5 a1 84,5 a 92,3 a
5,5 a
10,0 c
4,7 a
13, 3 a
L2
32,5 b
41,5 b 29,7 b
11 a
47,5 b
4,4 a
14,2 a
L3
0,5 c
4,5 c 0,97 c
11 a
84,5 a
0,0 b
0,0 b
CV (%)
13,2
17,7
17,2
34,69
16,64
11,25
13,13
1Médias seguidas da mesma letra nas colunas não diferem entre si pelo Teste de
Tukey a 5%.
PC (%)
G (%)
IVG
NA (%)
Para comercialização não são emitidos dados de vigor de sementes, sendo
somente exigido as informações de pureza, porcentagem de germinação, nome da
espécie e variedade, além da data da análise e validade da análise (Brasil, 2009).
No entanto outros dados são importantes para a determinação da qualidade
fisiológica de semente, como por exemplo, a primeira contagem de germinação,
índice de velocidade de germinação, número de plântulas anormais ou sementes
mortas (MARCOS FILHO 1999a). Também é usualmente estudados o vigor baseado
no desempenho de plântulas como análise do no comprimento e de peso da
biomassa formada (MARCOS FILHO 1999b).
A primeira contagem de germinação de sementes de alface Lisa Manteiga foi
significativamente superior no lote 1 e a menor porcentagem de germinação de
sementes aos 4 dias foi obtida no lote 2 (Tabela 1). Para alface Americana o lote de
melhor qualidade fisiológica foi o lote 1 e o lote 3 o lote de qualidade inferior (Tabela
3). A primeira contagem de germinação é uma variável usada para estimar o vigor
de sementes. Para sementes de alface a primeira contagem de germinação é
realizada aos 4 dias após a montagem do teste e essa porcentagem de germinação
esta relacionada á eficiência de sementes mais vigorosas germinarem e
estabelecerem em um ambiente de cultivo (BRASIL, 2009). Torres e Minami (2000)
relataram em estudos realizados com sementes de pimentão que é possível que a
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avaliação da primeira contagem para estratificar lotes de sementes, pode ser pouco
sensível para diferenciar lotes de sementes, principalmente quando as diferenças de
vigor são relativamente estreitas, sendo necessária aplicação de outros testes.
O maior IVG sementes te alface lisa manteiga foi obtido no lote 1 e o menor
no lote 2 (Tabela 1). Para sementes de alface Americana o maior índice de IVG foi
obtido no lote 1 e o menor no lote 3 (Tabela 3). O índice de velocidade de
germinação é um teste baseado no desempenho de sementes sendo usado para
estimar a capacidade que determinado lote tem de se estabelecer mais rapidamente
no ambiente de cultivo. Assim, lotes que apresentam maior IVG germinam mais
rapidamente e apresentam melhor qualidade fisiológica (Marcos Filho, 1999a). De
acordo com Vieira & Carvalho (1994), a rápida germinação e estabelecimento de
plantas favorecem o desenvolvimento de estruturas vegetativas, pois, sementes de
alto vigor conseguem mobilizar com maior rapidez suas reservas energéticas,
proporcionando maior crescimento inicial e desenvolvimento. Lima & Marcos filho
(2009) verificaram maior velocidade de emergência para as sementes mais
vigorosas, as quais foram responsáveis pela formação de estande homogêneo.
Qualidade fisiológica de sementes pode ser estimado pelo desempenho de
plântulas conforme apresentado por Marcos Filho (1999b). Par isso são mais
frequentemente usados os testes de comprimento de plântulas e o peso de
plântulas. Pode-se observar que houve correção positiva entre os testes de primeira
contagem de germinação e IVG e os dados de comprimento e peso de plântulas de
alface lisa manteiga, no entanto o peso de plântulas foi menos sensível para
discriminação da qualidade de lotes de sementes de alface manteiga (Tabela 2).
Para alface Americana, os testes de desempenho de plântulas baseado no
comprimento ou peso são sensíveis para discriminação de vigor, somente quando
se compara com lotes com ampla variação de porcentagem de germinação.
O vigor das sementes de rúcula interferiu no desenvolvimento inicial da
cultura, pois sementes provenientes de lotes de maior nível de vigor originaram
mudas mais vigorosas, porém essas diferenças não foram suficientes para afetar a
produção. (PÊGO et al, 2011). Sementes consideradas vigorosas são mais efetivas
na mobilização e utilização de suas reservas energéticas, resultando na emergência
mais rápida e uniforme, além do desenvolvimento de plântulas normais sob
diferentes condições de campo (MARCOS FILHO, 1999a).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se concluir baseado nos resultados dessa pesquisa que existem
divergências dos dados informados em embalagens comerciais e os resultados
obtidos em laboratório.
O lote 1 e 3 de sementes de alface Lisa Manteiga apresentaram porcentagens
de
germinação
condizentes
com
os
autorizados
para
comercialização
e
apresentaram a melhor qualidade fisiológica.
Somente um lote de semente de alface Americana apresentou-se dentro dos
padrões de comercialização.
Os demais lotes não apresentaram características mínimas de germinação e
vigor para comercialização.
É necessário maior rigor na fiscalização para comercialização de sementes de
alface.
REFERÊNCIAS
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de espécies oleráceas. Pesquisa Agropecuária Tropical, v. 41, n. 3, p. 328-335,
jul./set. 2011.
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sementes. Brasília: SNDAV/DNDV/CLAV, p. 309, 2009.
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comercialização
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2005.
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Sementes, 31: n. 1, 27-37, 2009.
MAGUIRE, J.D. Speed of germination-aid in selection and evaluation for seedling
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MARCOS FILHO, J.: KRZYZANOWSKI, F.C.; VIEIRA, R.D.; FRANÇA NETO, J.B.
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de cor vermelha intensa. Horticultura Brasileira, v.23, n.1, p. 158-159, 2005.
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Scientia Agricola, Piracicaba, v. 57, n. 1, p. 109-112 2000.
VIEIRA, R.D.; CARVALHO, N.M. Teste de vigor em sementes. Jaboticabal:
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LEVANTAMENTO DA SAFRA DE CAFÉ NA ZONA DA MATA MINEIRA, SAFRA
2014/2015
Josiel Dutra – Acadêmico do Curso de Agronomia da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
Rogério Gomes Pêgo – Doutor em Fitotecnia. Professor da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
A previsão de safra de café fornece uma estimativa da produtividade das culturas
agrícolas e auxilia no processo de tomada de decisão dos operadores
do agronegócio, podendo minimizar os riscos de mercado. Por isso esse trabalho teve
como objetivo estimar a produção da safra de café 2014-2015 na Zona da Mata
mineira. Para isso, dividiu-se a área de estudo em cinco grupos de município levando
em consideração a localização de cada uma deles de forma a possibilitar a melhor
logística de avaliação. Assim, foram coletadas 2 amostras em cada cidade totalizando
10 amostras, sendo, 6 de lavoura adulta (acima de 5 anos), 3 de lavoura nova (até 5
anos) e 1 de lavoura podada (decote, esqueletamento, recepa etc.). As amostras de
café foram colhidas manualmente diretamente do pé ou do pano. O Café colhido foi
seco, beneficiado e classificado. Após o beneficiamento de cada amostra, os grãos
foram pesados sendo esses resultados usados para estimativa da safra. De acordo
com a pesquisa a queda na safra 2014 será de 16,83%. Algumas considerações para
a queda de produção pode ser em parte explicada por manejo cultural, pois algumas
áreas apresentaram variações em sistemas de poda e adubação da lavoura. Outro
ponto observado nessa pesquisa é a presença de doenças a ferrugem e antracnose
recorrente nas lavouras avaliadas além de pragas como o bicho mineiro, cigarra e
ácaros também foram observados nas áreas de produção analisadas.
PALAVRAS-CHAVE: Coffea canephora Pierre; Coffea arabica L.; precisão de safra;
colheita de café.
INTRODUÇÃO
O Brasil deve produzir 43,3 milhões de sacas de café beneficiado na safra
2014, abaixo das 48 milhões de sacas previstas. Devido à ocorrência de veranico no
período de enchimento e granação dos grãos de café. As chuvas que ocorreram em
abril vieram muito tarde para atenuar os efeitos da severa estiagem do primeiro
trimestre do ano (Safras & Mercado).
Em 2013/2014, o Brasil produziu 49,2 milhões de sacas de 60 quilos. Desta
produção segundo a ABIC (Associação Brasileira de Indústria de Café) o Brasil
exportou cerca de 31 milhões de sacas de café e importou pouco mais de 62 mil
sacas. Os pesquisadores da Fundação Procafé explicaram que os danos causados
pela seca e as altas temperaturas foram mais acentuados nos cafezais com menor
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nível tecnológico, nos quais o produtor utilizou poucos insumos, principalmente os
fertilizantes, devido aos preços aviltados do mercado antes da seca", segundo a CNC
(Samora, 2014).
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A produção de Minas Gerais está estimada em 22.992.048 sacas de café na
safra 2014. A produtividade média do estado deverá atingir 22,97 sc/ha. Em
comparação com a safra anterior, a estimativa sinaliza um recuo da produção
cafeeira em 16,9%, refletindo um cenário diferente do esperado nos levantamentos
iniciais.
No primeiro levantamento de safra de 2014 a CONAB a estimativa de produção
foi de 26,4 sacas de café por hectare (CONAB, 2014a), no entanto no segundo
levantamento de safra para esse ano a estimativa de produção foi inferior, de
apenas 22,97 sc/ha (CONAB, 2014a).
A expectativa inicial de produção para a safra 2014 sinalizava que seria uma
safra de alta bienalidade, o levantamento inicial aponta para um cenário diferente do
esperado. Esta situação de atenuação e/ou inversão da bienalidade já vem sendo
objeto de análise por parte da Conab, pois o parque cafeeiro do estado não
apresenta mais homogeneidade produtiva, haja vista a grande diversidade de
sistemas de plantio, de variedades utilizadas, de tratos culturais específicos para
cada região produtora, dos inúmeros métodos de poda e renovação, da variada
idade média das lavouras, do estado nutricional de cada uma, entre outros (Conab,
2014b).
Neste sentido, a região da Zona da Mata nesta safra apresenta uma estimativa
de redução significativa de sua produção, com uma quebra de 29,6% quando
comparada com a safra anterior. Ressaltamos que todos os municípios visitados
apontam para uma diminuição expressiva da produtividade na próxima safra,
refletindo a redução do potencial produtivo dos cafezais da região na esteira de uma
safra recorde em 2013, e demonstrando uma vez mais o descompasso de produção
existente entre a região da Zona da Mata e as demais regiões cafeeiras do estado
(Conab, 2014b). A safra poderá ser comprometida pela seca, redução na adubação e
tratos como podas que foram realizadas para renovar as lavouras e diminuir custos.
A previsão de safra fornece uma estimativa da produtividade das culturas
agrícolas
e
auxilia
no
processo
de tomada
de
decisão
dos
operadores
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do agronegócio, podendo minimizar os riscos de mercado (CARDOSO et al., 2007).
Além disso, a estimativa de safra possibilita a formulação de políticas públicas, o
abastecimento e a segurança alimentar da população, a formação de preços nos
mercados interno e externo. Por isso esse trabalho teve como objetivo estimar a
produção da safra de café 2014-2015 na Zona da Mata mineira.
METODOLOGIA
Devido a importância da cafeicultura no estado de Minas Gerais essa pesquisa
visou estimar a produção de café 2014/2015 na região das Matas de Minas,
especificamente as cidades de Manhuaçu, Manhumirim, Alto Caparaó, Caparaó, Alto
Jequitibá, Martins Soares, Espera Feliz, Reduto São João do Manhuaçu,
Abre
Campo, Caputira, Matipó, Pedra Bonita, Santa Margarida, Luisburgo, Durandé
Laginha, Mutum, Santana do Manhuaçu, Simonesia, Caratinga, Inhapim, Santa
Barbara do leste, Santa Rita de Minas, São domingos das Dores.
A pesquisa foi dividida em cinco grupos, e cada grupo continha cinco cidades. A
ordem para a escolha das cidades que integraram cada grupo se deu, independente
de clima, altitude e temperatura ou seja, levou-se em conta apenas a localização de
cada uma delas de forma a possibilitar a melhor logística de avaliação.
A pesquisa realizada pelo aluno, teve inicio no dia 05 de abril de 2014,
começando pelo Grupo 1 (constituído dos municípios de Manhuaçu, Manhumirim,
Martins Soares, Reduto e São João do Manhuaçu); Grupo 2 (Abre campo, Caputira,
Matipó, Pedra Bonita, Santa Margarida); Grupo 3 (foi constituído dos municípios de
Alto Caparaó, Alto jequitibá, Caparaó, Espera Feliz, Luisburgo); Grupo 4 (Durandé,
Lajinha, Mutum, Santana do Manhuaçu, Simonesia); Grupo 5 (Caratinga, Inhapim,
Santa Barbara do Leste, santa Rita de Minas, São Domingos das Dores).
Os tipos de amostragem e a quantidade se repetiram foi procedida da mesma
forma em cada um dos municípios estudados. Assim, foram coletadas 2 amostras em
cada cidade totalizando 10 amostras, sendo, 6 de lavoura adulta (acima de 5 anos), 3
de lavoura nova (até 5 anos) e 1 de lavoura podada (decote, esqueletamento, recepa
etc.).
As amostras de café foram colhidas manualmente diretamente do pé ou do
pano.
A preferencia era para lavouras que já estivessem sedo colhidas ou que
começariam a colheita.
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Imediatamente apos a colheita era pesado 5 litros do café, e anotado na ficha de
campo, onde também se anotava os dados da fazenda, altitude da lavoura, variedade
do café, idade, cidade, peso e nome do produtor. Foi montado uma estrutura do tipo
estufa com quatro prateleiras de arquivos, divididas em cinco compartimentos, nesta
estrutura foram adaptadas 40 lâmpadas incandescentes de 60w, que ficavam por
cima de 20 bacias e uma lona plástica própria para estufa foi jogada por cima da
estufa cobrindo a mesma por inteiro. As bacias eram retangulares 30x40cm de
coloração preta.
As amostras de café foram dispostas nas bacias e devidamente identificado de
acordo com a ficha de campo que a acompanhava, cada amostra era revolvida a cada
2 horas (o café era revolvido também nos finais de semana), o período de secagem
de cada uma durou cerca de 2 a 3 dias, com temperatura variando de 45 a 50ºC.
Ao final da secagem (café em coco) cada amostra foi pesada novamente,
anotado o valor do peso na ficha de campo, e levadas ate o beneficio. Após o
beneficio cada amostra era catada retirando as pedras, paus e cascas que não saiu
no beneficio, e pesada novamente. As pesagens dos cafés colhidos ainda na lavoura,
mais o peso seco em coco e o peso dele já beneficiado sendo esses resultados
usados para estimativa da safra.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Na pesquisa realizada na Zona da Mata Mineira a área amostrada foi de 46% de
todo o parque cafeeiro, sendo que hoje estima-se que toda a área produtiva da Zona
da Mata chega a 330.505 hectares em café. De acordo com a pesquisa a queda na
safra 2014 será de 16,83%. Contudo se levar em consideração toda a área cafeeira
da Zona da Mata as perdas podem chegar a pouco mais de 30%. A produtividade
media estimada é de 20,1 sacas/ha (CONAB, 2014b), ou seja o equivalente a
6.643.150,5 de sacas para a produção na Zona da Mata.
Algumas considerações para a queda de produção pode ser em parte explicada
por manejo cultural, pois algumas áreas apresentaram variações em sistemas de
poda e adubação da lavoura. Outro ponto observado nessa pesquisa é a presença de
doenças a ferrugem e antracnose recorrente nas lavouras avaliadas além de pragas
como o bicho mineiro, cigarra e ácaros também foram observados nas áreas de
produção analisadas.
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Com isso afirma-se que as pesquisas levantadas pela FAEMG, Conab e outras
empresas de pesquisas chegaram a um valor aproximado de uma produção no
estado de Minas Gerais 26.640.622 sacas de café na safra 2014, com variação
percentual de 2,9% para mais ou para menos (WOLFGANG, 2014). A produtividade
média do estado deverá atingir 26,4 sacas de café por hectare (CONAb, 2014b).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Além da queda na produção ocorrida pela estiagem, alguns produtores
intensificaram o manejo de podas dos cafezais, visando a recuperação/ renovação
das lavouras mais sentidas, velhas ou desestruturadas, bem, como, a redução dos
custos com a mão de obra de colheita na próxima safra. Por outro lado, a cadeia
produtiva do café em Minas Gerais, enquanto aguarda a recuperação dos preços,
enfrenta um dilema crucial, qual seja, continuar investindo nas lavouras mantendo a
capacidade produtiva, ou reduzir os tratos culturais, minimizando os custos e
comprometendo sua produção futura. Todavia, a preocupação está na possibilidade
real de diminuição de tratos e, na esperança de o clima seja favorável para a
próxima safra.
REFERÊNCIAS
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SUPERAÇÃO DE DORMÊNCIA DE SEMENTES de Canna edulis L. E
CRESCIMENTO PÓS-SEMINAL DE PLÂNTULAS.
Ronnys Müller da Silva Freitas – Acadêmico do Curso de Agronomia da Faculdade
Vértice - UNIVÉRTIX.
Rogério Gomes Pêgo – Doutor em Fitotecnia. Professor da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
No Brasil, o gênero Canna é uma planta ornamental propagada sexuadamente cujas
sementes apresentam dormência física. Por isso, o objetivo desse trabalho foi
apresentar o melhor método para superação de dormência de semente de Canna
edulis. Para isso, as sementes foram submetidas a diferentes tipos de tratamentos
como exposto a seguir: (T1) testemunha – sementes não tratadas, (T2) imersão em
água fervente (100ºC) por 5 minutos, (T3) imersão em H 2SO4 por 0,5 horas (T4),
imersão água à temperatura ambiente por 24 horas, (T5) imersão em água a 80ºC
por 24 horas. Após cada tratamento as sementes foram dispostas em rolo de papel
umedecido e acondicionadas em câmara de germinação B.O.D sob temperatura de
25ºC ± 2 e fotoperíodo de 8 horas sob luz branca de lâmpadas fluorescentes. A
superação de dormência de sementes de pode ser realizada por imersão em água
fervente (100ºC) por 5 minutos, imersão em água à 80ºC por 24 horas e imersão em
H2SO4 por 0,5 horas. O pré-tratamento de sementes por imersão em água fervente
(100ºC) por 5 minutos, imersão em água à 80ºC por 24 e imersão em H 2SO4 por 0,5
horas possibilita a germinação de 74%, 54% e 52%, respectivamente. Sementes não
tratada e/ ou tratadas com água à temperatura ambiente não germinaram ao fim do
experimento. A imersão em água fervente (100ºC) por 5 minutos possibilita a
germinação mais rápida de sementes. Plântulas com maior hipocótilo e raízes foram
obtidas de sementes tratadas com imersão em água 80ºC e imersão em água
fervente (100ºC) por 5 minutos.
PALAVRAS-CHAVE: Quebra de dormência; Canna edulis; Morfometria de flores.
INTRODUÇÃO
Canna edulis são plantas amplamente utilizadas em projetos paisagísticos
para ornamentação de praças e jardins, são adaptadas a regiões de pleno sol, em
canteiros maciços ou cultivadas isoladamente. Suas características ornamentais
foram valorizadas por grandes paisagistas brasileiros e estão presentes em famosos
projetos paisagísticos de Roberto Burle Marx (CAVALCANTI et al., 2004; CHAGAS
et al., 2007). Três características de Canna ssp. têm conferido à essas plantas uma
excelente escolha para ornamentar ambientes externos, como praças e jardins: cor
da flor, altura e folhagem. Essas plantas estão entre as poucas plantas que
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oferecem cores de longa duração durante o verão e necessitam de baixa
manutenção (KESSLER, 2007).
No Brasil, o gênero Canna é amplamente distribuído em todas as regiões
sendo encontradas diversas cultivares. As flores são tipicamente de coloração
vermelha, laranja ou amarela, ou qualquer combinação destas cores como
frequentemente encontradas nas variedades híbridas (LORENZI & SOUZA, 2008).
As folhas são verdes, mas alguns cultivares tem marrom, bronze, verde, creme,
rosa, vermelho ou ainda variegado de branco (KESSLER, 2007)
Há uma diversidade de usos para o gênero Canna. Segundo Jyoti Srivastava
e Vankar (2010), as flores vermelhas de Canna indica possuem compostos que são
uma promissora fonte de pigmento para aplicações em alimentos. No Sul da Ásia e
Norte da Índia esta planta foi domesticada para extração de rizomas visando
produção de amido, fonte de araruta. Outras aplicações são a remoção de poluentes
orgânicos, fósforo e metais pesados em zonas úmidas utilizando Canna indica
(DEBUST et al., 1995;. NERALLA et al., 1999; YUE et al., 2007). No entanto, as
plantas desse gênero diferem na sua capacidade de assimilar, acumular e tolerar
metais pesados, a seleção de espécies de plantas também é importante para
aplicações não agrícolas de tratamento de lodo (DOLGEN et al., 2004).
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O gênero Canna é único para a família Cannaceae, com aproximadamente 50
espécies herbáceas, distribuídas pelas regiões tropicais do mundo (Castro 1995). O
nome do gênero é proveniente do latim (“canna” = cana), devido à semelhança do
caule aéreo de suas espécies semelhantes a colmos de algumas plantas como cana
(RICHARDSON & SMITH 1972). Segundo Dahlgren et al., (1985), as espécies do
gênero Canna possuem hábito rizomatoso, apresentando rizoma horizontal e
ramificado, com a emissão de caule aéreo ereto, folhas e inflorescência terminal.
A hibridação dessas plantas é comum e muitas das suas características também
foram modificadas para tornar Cannas mais adequadas para uso no paisagismo
(TJIA E BLACK, 1991). Em áreas tropicais e subtropicaiselas variam de75 cm a
300cm de altura (TJIA E BLACK, 1991).
Cannas desenvolvem-se em solo bem-drenado, argiloso, rico em matéria orgânica
ecomuma oferta abundante de nutrientes. O único fator limitante no seu crescimento
geralmente é a falta de umidade adequada e fertilizante. (Tijia e Black, 1991).
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De acordo com Graven et al., (1997), plantas da família Cannaceae apresentam
dormência que permitem sobreviver por mais de 550 anos após colhida. Embora a
dormência de sementes, muitas vezes, seja indesejada em espécies agrícolas, para
espécies nativas esse é um importante fator de perpetuação de descendentes.
Graven et al.,. (1997) estudando o tegumento de C. indica L., C. flaccida, C.
tuerckheimii, C. tutea, C. jaegeriana e C. gIauca L. observaram que as sementes
dessas espécies apresenta tegumento duro, que confere dormência física.
Almeida et al., (1991) trabalhando com Canna warzeviczzi, observaram que
esta espécie apresenta altos percentuais de germinação que, na natureza, são
dificultadas pela dormência tegumentar. Resultados semelhantes foram observados
em Canna indica, por Joshi e Pant (2010), em que a dormência tegumentar dificultou
a germinação de sementes, o que evidencia uma tendência para o gênero. Devido a
esta característica, muitas vezes a produção comercial desta planta torna-se inviável
devido ao tempo necessário para a germinação das sementes e formação de uma
planta adulta. Tijia e Black (1991) mostraram que embebendo as sementes por 24
horas em água morna e escarificando-as mecanicamente antes do plantio há
aumento no percentual de germinação.
Com isso, tem-se a necessidade de testar métodos práticos de superação da
dormência que melhorem a germinação e o desempenho de mudas no viveiro, para
acelerar e uniformizar o estabelecimento inicial de plantas (NASCIMENTO et al.,
2009). Dessa forma, o trabalho teve por objetivo determinar tratamentos prégerminativos eficientes para superar a dormência de sementes e analisar o
crescimento pós-seminal de plântulas.
METODOLOGIA
Frutos secos contendo sementes de C. edulis coletadas de plantas matrizes
localizadas nas áreas de paisagismo da Universidade Federal de Viçosa e levados
ao Setor de Floricultura para posterior beneficiamento. As sementes foram extraídas
e beneficiadas para retirada de materiais inertes e sementes chochas sendo
armazenadas em recipiente plástico à temperatura ambiente para análises
posteriores no Laboratório de Sementes da Faculdade Univértix.
As sementes foram submetidas a diferentes tipos de tratamentos como
exposto a seguir: (T1) testemunha – sementes não tratadas, (T2) imersão em água
fervente (100ºC) por 5 minutos seguida de resfriamento em água a temperatura
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ambiente, (T3) imersão em H2SO4 por 0,5 horas (T4), imersão água à temperatura
ambiente por 5 minutos, (T5) imersão em água a 80ºC e mantidas em temperatura
ambiente até o completo resfriamento por 24 horas. Após a aplicação de cada
tratamento as sementes foram semeadas em rolo de papel germitest umedecidos
com água destilada em quantidade equivalente a 2,5 vezes o peso do papel seco
(Brasil, 2009). Os rolos de papel foram mantidos em câmara de germinação B.O.D
sob temperatura de 25ºC ± 2 e fotoperíodo de 8 horas sob luz branca de lâmpadas
fluorescentes.
A contagem da germinação de sementes foi realizada diariamente
contabilizando o número de plântulas germinadas. A primeira contagem de
germinação foi obtida pela contagem de sementes germinadas aos 7 dias e a
contagem final foi realizada aos 15 dias, considerando plântulas com radículas
superiores a 0,5 cm de comprimento. Aos 15 dias também foi obtido o comprimento
de plântulas e o peso fresco das plântulas, para isso foram retirados os cotilédones
para evitar interferência de partes das sementes sobre o peso das plântulas.
Ao final de 15 dias, calculou-se o índice de velocidade de germinação (IVG)
através da fórmula proposta por Maguire (1962): IVG = G 1/N1 + G2/N2 + ... +
Gn/Nn onde: G1, G2, onde Gn = número de plântulas germinadas na primeira,
segunda, até a última contagem e N1, N2, Nn = número de dias desde a primeira,
segunda, até a última contagem.
O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com cinco
tratamentos e quatro repetições sendo utilizadas 50 sementes por repetição. Os
dados obtidos foram submetidos à análise de variância pelo teste F, sendo que as
médias dos valores qualitativos foram comparadas pelo teste de Tukey, e os
quantitativos submetidos à regressão polinomial, ambos à 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
O início da germinação de sementes ocorreu no quinto dia após o início do
experimento. Maiores porcentagens de sementes germinadas foram obtidas pelos
tratamentos com imersão em água fervente (100ºC) por 5 minutos e imersão em
água à 80ºC por 24 horas, 64,5 e 47,5%, respectivamente (FIGURA 1). As sementes
não tratadas (controle) e as sementes tratadas com água à temperatura ambiente
por 24 horas tiveram porcentagem de germinação inferiores a 2% entauanto que o
tratamento com ácido sulfúrico permitiu a germinação de 13,5%.
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Figura 1. Primeira contagem de germinação de sementes de C. edulis submetidas a diferentes
tratamentos pré-germinativos. Médias seguidas das mesmas letras não diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade.
A primeira contagem de germinação é um teste usado para avaliar o vigor de
sementes, ou seja, auxilia na discriminação de sementes quanto à capacidade de
expressão do potencial fisiológico (NAKAGAWA, 1999).
A Utilização de água quente para quebra de dormência de semente com
tegumento duro impermeável é viável e eficaz, pois este método tem a vantagem de
ser prático, de baixo custo e de fácil manuseio sendo, portanto, recomendado para
uso pelos viveiristas (BIANCHETTI, 1981).
Na segunda contagem de germinação as os tratamentos com água fervente
(100ºC), imersão em H2SO4 por 0,5 horas e imersão em água 80ºC não diferem-se
significativamente, apresentando medias de germinação de 72%, 53% e 51,5%,
respectivamente (Figura 2).
Figura 2. Segunda contagem de germinação de sementes de C. edulis submetidas a diferentes
tratamentos pré-germinativos. Médias seguidas das mesmas letras não diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade.
Nesse trabalho ficou claro que as sementes de C. edulis apresentam
dormência física causada por tegumento duro. Esses resultados corroboram com os
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apresentados por Joshi e Pant (2010) afirmaram a presença de dormência física em
sementes de C. indica.
Iami et al., (2014) concluíram que o melhor método para a quebra de
dormência de Canna indica L. que resultou em um aumento da porcentagem de
germinação de 95% e produziu plantas com maior vigor foi imersão em ácido
sulfúrico por 4 horas. No entanto, é possível a quebra de dormência em períodos de
escarificação menores como apresentado no presente trabalho. Nascimento et al.,
(2009) relataram que em laboratório, a ruptura do tegumento permite a imediata
embebição e o início do processo germinativo, sendo que o uso de água quente
pode ser utilizada de forma bem sucedida, para eliminar a dormência física de
tegumentos das sementes.
O maior índice de velocidade de germinação foi obtido pelo tratamento prégerminativo em imersão em água fervente (100ºC) por 5 minutos, seguido de
imersão em água 80ºC e imersão em ácido sulfúrico por 0,5 horas (Figura 3). No
entanto o menor índice foi obtido de sementes não tratadas, seguido de imersão em
água à temperatura ambiente por 24 horas.
Figura 3. Índice de velocidade de germinação de sementes de C. edulis submetidas a diferentes
tratamentos pré-germinativos. Médias seguidas das mesmas letras não diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade.
O IVG é uma medida adimensional frequentemente usada para predizer o
vigor relativo de lotes de sementes, no entanto, quando usado para avaliar métodos
para superação de dormência, os resultados permitem quantificar o melhor
desempenho de sementes em função do método usado, assim, quanto maior o IVG,
melhor será a metodologia para superação de dormência (Marcos Filho 1999;
Vanzolini et al.,2007).
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Figura 4. Germinação acumulada de sementes de C. edulis submetidas a diferentes tratamentos prégerminativos. Médias seguidas das mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de
probabilidade.
A Figura 4 demonstra visivelmente a maior rapidez de germinação das
sementes tratadas por métodos de escarificação para quebra de dormência quando
comparados com o controle e a imersão em água por 24 horas
Tratamentos que possibilitam a maior velocidade de germinação são mais
recomendados para germinação e produção de mudas em campo pois favorecem a
formação de estande mais homogêneo.
Os maiores comprimentos da parte aérea das plântulas de C. edulis foi de 6,1
cm e 5,8 cm foram obtidos de plantas germinadas após o tratamento com imersão
em água fervente (100ºC) 24 horas e imersão em água 80ºC por 24 horas,
respectivamente (Figura 5). Não foi possível medir a parte aérea das plântulas dos
tratamentos controle e imersão em água quente por 24 horas, pois ao fim do
experimento não foi obtido número de plântulas suficientes amostragem, por isso
foram considerados comprimentos iguais a zero para análise estatística em ambos
os tratamentos.
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Figura 5. Comprimento de parte aérea de plântulas e C. edulis obtidas da germinação de sementes
submetidas a diferentes tratamentos pré-germinativos. Médias seguidas das mesmas letras não
diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Os métodos de superação de dormência permitem a germinação mais rápida
e homogênea de sementes, isso pode refletir no crescimento de plantas. O
comprimento de plantas tem sido usado para auxiliar na discriminação de vigor de
plântulas (NAKAGAWA, 1999). No caso de tratamentos para superação de
dormência, pode-se inferir que aqueles que possibilitam o maior crescimento de
plântulas podem mais adequados. Joshi e Pant (2010) Observaram que a
escarificação química de sementes usando ácido sulfúrico por 2 horas possibilitou a
produção de plântulas com no máximo 3,1 cm, resultados inferiores os observados
no presente trabalho.
Assim como ocorreu com o comprimento de hipocótilo, os maiores
comprimento de radícula foram obtidos de plantas tratadas com imersão em água
fervente (100ºC) por 5 minutos, imersão em água 80ºC e imersão em H 2SO4 por 0,5
horas medindo 11.2 cm, 11,0 cm e 9,9 cm respectivamente (Figura 6). Não foi
possível medir o comprimento das raízes das plântulas obtidas nos tratamentos
controle e imersão em água quente por 24 horas, pois ao fim do experimento não foi
obtido número de plântulas suficientes amostragem, por isso foram considerados
comprimentos iguais a zero para análise estatística em ambos os tratamentos.
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Figura 6. Comprimento de raízes de plântulas e C. edulis obtidas da germinação de sementes
submetidas a diferentes tratamentos pré-germinativos. Médias seguidas das mesmas letras não
diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Joshi e Pant (2010) observaram raízes de até 7,5 cm de comprimento em
plântulas de C. indica produzidas de sementes tratadas com ácido sulfúrico. Esses
autores relatam que o ácido pode causar perda de viabilidade dos propágulos.
Os maiores pesos de plântulas foram obtidos de plantas produzidas pela
germinação de sementes tratadas com imersão em água 80ºC ou imersão em água
fervente (100ºC) por 5 minutos, sendo o peso por plântulas 1,9 e 1,7
respectivamente; plântulas do tratamento imersão em H2SO4 por 0,5 horas pesaram
em média 1,4g (Figura 7). Para os tratamentos controle e imersão em com água a
temperatura ambiente por 24 h o peso das plântulas foi considerado zero para
análise estatística.
Figura 7. Peso fresco de plântulas e C. edulis obtidas da germinação de sementes submetidas a
diferentes tratamentos pré-germinativos. Médias seguidas das mesmas letras não diferem entre si
pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
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Embora o peso de plântulas também possa ser usado como valor quantitativo
para discriminar a qualidade fisiológica de sementes ou metodologias para
superação de dormência, pouco se sabe o acúmulo de biomassa de plântulas de
Canna edulis. Imani et al. (2014) obtiveram plantas com 0,47g após o tratamento de
sementes de C. indica, por imersão em ácido sulfúrico. No presente trabalho p peso
das plantas foi superior possivelmente pelo menor tempo de exposição das
sementes ao reagente químico que pode ter evitado toxidez e favorecido o
desenvolvimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Sementes de C. indica apresentam dormência física que pode ser superada
por métodos de escarificação química ou física.
A superação de dormência é mais eficiente pela imersão em água fervente
(100ºC) por 5 minutos ou em água à 80ºC por 24 horas.
O maior índice de velocidade de germinação é obtido pelo tratamento de
sementes em imersão em água fervente (100ºC) por 5 minutos.
Plântulas com maior hipocótilo e raízes foram obtidas de sementes tratadas
com imersão em água 80ºC e imersão em água fervente (100ºC) por 5 minutos.
AGRADECIMENTOS
Essa pesquisa foi aprovada pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação Científica
(PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de Amparo à
Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG).
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Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301
SUBSTRATOS ALTERNATIVOS PARA PRODUÇÃO DE MUDAS DE Canna
indica DESTINADAS AO PAISAGISMO
Ronnys Müller da Silva Freitas – Acadêmico do Curso de Agronomia da Faculdade
Vértice - UNIVÉRTIX.
Rogério Gomes Pêgo – Doutor em Fitotecnia. Professor da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
Canna indica é uma espécie ornamental cuja qualidade das mudas produzidas
dependem do tipo de substrato usado. No entanto existem poucas informações
sobre o efeito de substratos para produção de mudas dessa espécie. Por isso, o
objetivo desse trabalho foi determinar o melhor substrato para produção de mudas
de alta qualidade para fins paisagísticos. Para isso plântulas obtidas da germinação
de sementes foram cultivadas em vaso contendo os seguintes substratos: T1:
comercial, T2: solo+areia (1:1; v/v), T3: solo+areia+esterco bovino (2:2:1; v/v/v), T4:
solo+areia+casca de café (2:2:0,5; v/v/v), T5: Solo+areia+cama de galinha (2:2:0,5;
v/v/v). As plantas foram cultivadas por período de 90 dias. Ao final do experimento
foram analisada a altura das plantas, número de pseudocaules por vaso, número de
folhas por planta, índice SPAD, peso fresca do rizoma e peso seco da parte aérea
determinadas a partir da pesagem das plântulas recém-cortadas no colo e a massa
seca da parte aérea pelas plantas cortadas e secas em estufa a 65ºC até peso
constante. O Substrato comercial ou as misturas constituídas de solo+areia+esterco
bovino (2:2:1; v/v/v), solo+areia+casca de café (2:2:0,5; v/v/v) e solo+areia+cama de
galinha (2:2:0,5; v/v/v) podem ser usados para produção de mudas de C. edulis.
PALAVRAS CHAVE: misturas de substratos, biri, propagação, ornamental.
INTRODUÇÃO
Canna indica é uma espécie amplamente utilzadas em projetos paisagísticos
para ornamentação de praças e jardins; essas plantas são adaptadas a regiões de
pleno sol, em canteiros formando maciços ou cultivadas isoladamente, o que tornou
possivel o uso em famosos projetos paisagísticos de Roberto Burle Marx
(CAVALCANTI et al., 2004; CHAGAS et al., 2007) .
No Brasil, o gênero Canna é distribuído em todas as regiões sendo
encontradas diversas cultivares que são utilizadas como plantas ornamentais. As
flores são tipicamente de coloração vermelha, laranja ou amarela, ou qualquer
combinação destas cores como frequentemente encontradas nas variedades
híbridas (LORENZI & SOUZA, 2008). As folhas são tipicamente verdes, mas alguns
cultivares têm marrom, bronze, verde, creme, rosa, vermelho ou ainda variegatas de
branco (KESSLER, 2007).
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Atualmente, vários estudos tem sido realizados com a produção de Canna sp.
para fins ornamentais em projetos paisagísticos de praças e jardins bem como em
sistemas de tratamento de esgoto com finalidade de aumentar o aspecto visual
desses locais, particularmente em regiões tropicais (BRIX et al., 2007;. KONNERUP
et al., 2009;. ZURITA et al., 2009). Uma das vantagens das Canna spp. é que ela
pode crescer em ambientes terrestres e aquáticos, mas pouco se sabe sobre suas
necessidades fitotécnicas.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
O gênero Canna é único para a família Cannaceae, com aproximadamente 50
espécies herbáceas, distribuídas pelas regiões tropicais do mundo (CASTRO, 1995).
Plantas de C. edulis são tradicionalmente, cultivadas em jardins residenciais,
a facilidade de acesso possibilitou o desenvolvimento do conhecimento popular e
atualmente são utilizadas no tratamento de ulceras, as raízes e radículas de C.
glauca também se destacaram na medicina popular no tratamento de feridas
(FENNER et al., 2006). De forma semelhante, C. indica tem sido utilizada como
calmante em forma de chás, sendo as flores e folhas utilizadas para emulsão
(TEIXEIRA E MELO, 2006).
Recentemente pesquisas têm demonstrado a importância dessas plantas
como alternativa na produção de amido para fins alimentícios (LEONEL, 2007). No
sul da Ásia, norte da Índia e na Colômbia os rizomas de C. edulis são
tradicionalmente utilizados como matéria prima para extração de amido para
produção de biscoitos entre outros produtos (LEONEL et al., 2002).
Sua principal forma de propagação e pela semeadura de sementes que
apresentam dormência física. Após a germinação e emergência das plântulas, um
importante fator para a produção de mudas de qualidade é o substrato utilizado.
Em geral os substratos são formados por mais de um componente, visando o
equilíbrio físico e químico da combinação a ser utilizada na produção de mudas, isso
porque materiais utilizados de forma isolada normalmente não atendem a todas as
exigências da planta. Esses componentes podem ter diversas origens: animal
(esterco e húmus), vegetal (cascas, tortas, bagaços, xaxim e serragem), mineral
(vermiculita, perlita e areia) e artificial (espuma fenólica e isopor) (BARBOSA E
LOPES, 1996).
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O uso de misturas de substratos é comum na produção de mudas. Isso ocorre
pela necessidade de se ajustar as características químicas e físicas para otmizaçao
do processo de produçao consequentemente obtenção de mudas de alta qualidade.
No entanto, é necessário estabelecer o melhor substrato para cada espécie,
sobretudo daquelas que apresentam amplo potencial de uso e ainda sao pouco
exploradas como e o caso de C. edulis.
Os melhores substratos devem apresentar, entre outras importantes
características, disponibilidade de aquisição e transporte, ausência de patógenos,
riqueza em nutrientes essenciais, pH adequado, textura e estrutura (SILVA et al.,
2001). Além de ter as características químicas apropriadas, é necessário que o
material a ser utilizado como substrato esteja disponível nas propriedades do local
de produção em quantidade suficiente e apresentar baixo custo (BARBOSA E
LOPES, 2006).
Plantas do gênero Canna desenvolvem-se em solo bem-drenado, argiloso,
rico em matéria orgânica e com uma oferta abundante de nutrientes. O único fator
limitante no seu crescimento geralmente é a falta de umidade adequada e fertilizante
(TIJA & BLACK, 1991). Mas pouco se sabe sobre a composição química e física das
misturas de substratos para a produção comercial de mudas de C. edulis.
Devido à pouca informação sobre substratos para produção de mudas dessa
espécie, o objetivo desse trabalho foi determinar o melhor substrato para produção
de mudas de alta qualidade para fins paisagísticos.
METODOLOGIA
O trabalho foi realizado no Departamento de Fitotecnia da Universidade
Federal de Viçosa no setor de floricultura usando sementes de Canna edulis
coletadas manualmente de plantas matrizes localizadas no campus universitário da
UFV.
As sementes foram tratadas pela imersão em com ácido sulfúrico durante 30
minutos para superação da dormência física sendo posteriormente lavadas em água
corrente para retirada do excesso de ácido. As sementes foram semeadas em
bandejas contendo areia lavada e mantidas dentro de casa de vegetação por 30
dias.
As plântulas obtidas da germinação de sementes foram cultivadas transplantadas
para vaso de polientileno n° 14 de cor preta contendo os seguintes substratos: T1:
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comercial, T2: solo+areia (1:1; v/v), T3: solo+areia+esterco bovino (2:2:1; v/v/v), T4:
solo+areia+casca de café (2:2:0,5; v/v/v), T5: Solo+areia+cama de galinha (2:2:0,5;
v/v/v). As mudas foram conduzidas em ambiente protegido por malha de
sombreamento com que permitiu a passagem de 50% da radiação solar. As plantas
foram irrigadas diariamente, e fertirrigadas semanalmente com adubo solúvel
solução de 10:10:10 (NPK). Foi realizada a análise química e física de cada mistura
de substrato. As plantas foram cultivadas por período de 90 dias e semanalmente foi
analisado a altura das plantas e o número de folhas.
Ao final do experimento foram analisada a altura das plantas, número de
pseudocaules por vaso, número de folhas por planta, índice SPAD, peso fresca do
rizoma e peso seco da parte aérea determinadas a partir da pesagem das plântulas
recém-cortadas no colo e a massa seca da parte aérea pelas plantas cortadas e
secas em estufa a 65ºC até peso constante.
O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com cinco
tratamentos e cinco repetições sendo uma planta por vaso. Os dados foram
submetidos à análise de variância e a comparação entre as médias foi feita pelo
teste de Tukey a 5% de probabilidade.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
O substrato comercial possibilitou a produção de plantas de maior altura
enquanto plantas cultivadas mas misturas de substratos constituídas de solo+areia
(1:1; v/v) (Figura 1).
Figura 1. Altura de plantas de C. edulis cultivadas em diferentes substratos. T1: comercial, T2:
solo+areia (1:1; v/v), T3: solo+areia+esterco bovino (2:2:1; v/v/v), T4: solo+areia+casca de café
(2:2:0,5; v/v/v), T5: Solo+areia+cama de galinha (2:2:0,5; v/v/v). Médias seguidas das mesmas letras
não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
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De acordo com os substratos possuem a função de promover suporte ao
crescimento das plantas e regular a disponibilidade de nutrientes e água no meio,
estes podem ser considerados fatores relevantes no desenvolvimento (LIMA et al.,
2013). Materiais orgânicos usados como condicionadores de solo contribuem a
diminuição da densidade e aumentam a capacidade de aeração e a porosidade
possibilitando o desenvolvimento de plantas ornamentais (STRINGHETA et al.,
2005).
Não houve diferença significativa no número de pseudocaule de plantas de C.
edulis, independente do substrato (Figura 2).
Figura 2. Número de pseudocaule de plantas de C. edulis cultivadas em diferentes substratos. T1:
comercial, T2: solo+areia (1:1; v/v), T3: solo+areia+esterco bovino (2:2:1; v/v/v), T4: solo+areia+casca
de café (2:2:0,5; v/v/v), T5: Solo+areia+cama de galinha (2:2:0,5; v/v/v). Médias seguidas das
mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Nesse trabalho foi trasnplantada para o vaso apenas uma planta jovem sem
rizoma definido, no entanto após 90 dias as todas as plantas apresentaram,
indepentente do substrato urilizado, pelo menos dois pseudocaules comprovando a
capacidade dessas plantas de formarem novas mudas a partir dos rizomas
subterraneos. Kesler (2007) relatou que a propagacao vegetativa de pantas do
gênero cannaceae é possivel pela presença de gemas vegetativas presentes no
rizoma das plantas e cada gema vegetativa desenvolvida poderá originar um novo
pseudocaule.
Plantas com maior numero de folhas foram produzidas em substrato
comercial e o menor número de folhas foi obtido em plantas crescidas na mistura
composta de solo+areia (1:1; v/v) (Figura 3). Não houve diferença significativa para o
número de folhas cultivadas nos substratos solo+areia+esterco bovino (2:2:1; v/v/v),
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solo+areia+casca de café (2:2:0,5; v/v/v) e solo+areia+cama de galinha (2:2:0,5;
v/v/v).
Figura 3. Número de folhas produzidas em plantas de C. edulis cultivadas em diferentes substratos.
T1: comercial, T2: solo+areia (1:1; v/v), T3: solo+areia+esterco bovino (2:2:1; v/v/v), T4:
solo+areia+casca de café (2:2:0,5; v/v/v), T5: Solo+areia+cama de galinha (2:2:0,5; v/v/v). Médias
seguidas das mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
O número de folhas é uma das principais características analisadas na
produção de plantas ornamentais, uma vez que essas plantas são valorizadas pelo
aspecto visual. Sendo assim, substratos que possibilitam a produção de maior
número de folhas por planta são mais adequados para produção de mudas.
Não houve diferença significativa para o índice SPAD analisados em folhas de
plantas cultivadas nos substratos
solo+areia+esterco bovino (2:2:1; v/v/v),
solo+areia+casca de café (2:2:0,5; v/v/v) e solo+areia+cama de galinha (2:2:0,5;
v/v/v) (Figura 4). No entanto, o índice SPAD de folhas crescidas em substrato
comercial foi superior aos observados naquelas crescidas em mistura composta por
solo+areia (1:1, v/v).
O índice SPAD mede a intensidade de cor verde das folhas assim, pelo
aspecto visual pode-se afirmar que as folhas com maior índice SPAD apresentam
cor verde mais intensa. Esse índice é frequentemente usado em pesquisas agrícolas
para estimar ou correlacionar a nutrição nitrogenada de plantas com a qualidade
fisiológica das folhas, uma vez que o nitrogênio é o elemento químico central da
molécula de clorofila (GIL et al., 2002). Assim, pode-se inferir que os substratos
orgânicos testados nesse trabalho como condicionadores do substrato favoreceram
a absorção de nutrientes, principalmente nitrogênio, responsável pela intensificação
da cor verde das folhas.
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Figura 4. Índice SPAD de folhas de C. edulis cultivadas em diferentes substratos. T1: comercial, T2:
solo+areia (1:1; v/v), T3: solo+areia+esterco bovino (2:2:1; v/v/v), T4: solo+areia+casca de café
(2:2:0,5; v/v/v), T5: Solo+areia+cama de galinha (2:2:0,5; v/v/v). Médias seguidas das mesmas letras
não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Não houve diferença significativa no massa seca da pare aérea de plantas
cultivadas em substrato comercial, solo+areia+esterco bovino (2:2:1; v/v/v), e
solo+areia+casca de café (2:2:0,5; v/v/v) (Figura 5). No entanto, a menor produção
de massa seca de parte aérea foi observada em plantas crescidas em substrato
composto de solo+areia (1:1; v/v).
Figura 4. Peso seco da parte aérea de plantas de C. edulis cultivadas em diferentes substratos. T1:
comercial, T2: solo+areia (1:1; v/v), T3: solo+areia+esterco bovino (2:2:1; v/v/v), T4: solo+areia+casca
de café (2:2:0,5; v/v/v), T5: Solo+areia+cama de galinha (2:2:0,5; v/v/v). Médias seguidas das
mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
A matéria orgânica presente no substrato pode ter favorecido a absorção de
nutrientes e consequentemente o acumulo de biomassa. O uso da matéria orgânica
também afeta a densidade dos substratos, possibilitando o maior crescimento do
sistema radicular que por sua vez possibilita o desenvolvimento e a produção de
biomassa vegetal.
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Não houve diferença significativa para a produção de rizomas de plantas
cultivadas nos substratos solo+areia+esterco bovino (2:2:1; v/v/v), solo+areia+casca
de café (2:2:0,5; v/v/v) e solo+areia+cama de galinha (2:2:0,5; v/v/v) (Figura 6). No
entanto, menores rizomas foram produzidos por plantas crescidas em mistura
composta por solo+areia (1:1, v/v).
Figura 6. Peso fresco de rizomas de plantas de C. edulis cultivadas em diferentes substratos. T1:
comercial, T2: solo+areia (1:1; v/v), T3: solo+areia+esterco bovino (2:2:1; v/v/v), T4: solo+areia+casca
de café (2:2:0,5; v/v/v), T5: Solo+areia+cama de galinha (2:2:0,5; v/v/v). Médias seguidas das
mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Meleiro (2003) relatou que os rizomas são importantes para propagação de
plantas da ordem zingiberales, da qual a família Cannaceae faz parte. Os rizomas
são órgãos de reserva que que acumulam amido, essa fonte de energia é usada
como reserva energética para a planta ou ainda pode ser extraída para produção de
alimentos (MARTINS et al., 2011). Substratos com menor densidade, favorecem o
crescimento dos rizomas. Silva e Mongelo (2008) relataram que plantas de C. edulis
cultivadas durante 150 dias podem produzir rizomas pesando 88g.
Esse é o primeiro estudo da produção de mudas de C. edulis para fins de
comercialização. Esse trabalho poderá ser usado como fonte de informações para
estudos futuros com testes para outros substratos buscando a inserção dessa
espécie no mercado nacional de plantas para o paisagismo
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Substrato comercial ou as misturas constituídas de solo+areia+esterco
bovino (2:2:1; v/v/v), solo+areia+casca de café (2:2:0,5; v/v/v) e solo+areia+cama de
galinha (2:2:0,5; v/v/v) podem ser usados para produção de mudas de C. edulis.
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AGRADECIMENTOS
Essa pesquisa foi aprovada pelo Programa de Incentivo Básico à Iniciação
Científica (PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela Fundação de
Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG).
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GERMINAÇÃO DE SEMENTES DE JILÓ EM DIFERENTES ESTÁGIOS DE
MATURAÇÃO DO FRUTO
Ana Flávia De Oliveira, Denise Acipreste Machado – Acadêmico do Curso de
Agronomia da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Rogério Gomes Pêgo – Doutor em Fitotecnia. Professor da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
Este trabalho teve como objetivo avaliar a germinação das sementes de jiló em
diferentes estágios de maturação de fruto. As análises iniciais consistiram da
avaliação do peso de 1000 sementes e determinação do grau de umidade das
sementes pelo teste da estufa, a 105±2ºC. Para análise do teste de germinação
foram utilizadas 50 sementes por repetição. Antes do início do teste as sementes
foram tratadas com solução de hipoclorito de sódio para diminuir a incidência de
fungos, detectados em ensaios preliminares. Para avaliação de germinação e vigor
as sementes germinadas foram contabilizadas diariamente, até 25° dia. Com base
nos resultados observados nesse trabalho pode-se concluir que a maturidade
fisiológica de sementes de jiló é determinada em frutos no estágio final de
maturação, sedo esse ponto ideal para colheita das sementes cuja porcentagem de
germinação é de 88%. Frutos completamente maduros apresentam perdas de
qualidade das sementes. Sementes de frutos colhidos nos estágios iniciais de
maturação apresentam baixa porcentagem de germinação.
PALAVRAS CHAVE: Germinação, Jiló, Análise de Sementes
INTRODUÇÃO
O jiloeiro (Solanum gilo Raddi) é uma planta pertencente à família das
Solanáceas com origem provável na África, e introduzida no Brasil pelos escravos.
Atualmente, diversas cultivares de jiló são ainda bastante cultivadas na Nigéria,
sendo empregadas na medicina caseira.
Segundo ODETOLA
et
al.,
(2004),
plantas de jiló contêm flavonoides, alcaloides e esteroides e seus frutos têm
propriedades antioxidantes com habilidade de abaixar o nível de colesterol.
Os
frutos contêm aproximadamente 92,5% de água, 1% de proteína, 0,3% de gordura e
6% de carboidrato (ODETOLA et al.,2004).
O jiló é uma hortaliça anual de porte herbáceo, rico em fibras solúveis
(DERIVI et al., 1998), de sabor amargo. Nesta cultura, praticamente se desconhece
a qualidade, e muitas vezes, também, a origem das sementes utilizadas para a
semeadura, visto que sua aquisição é feita através de Cooperativas, companhias
particulares ou adquiridas dos próprios produtores (PEREIRA et al., 1980).
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Uma das maneiras de avaliação da qualidade das sementes é o teste de
germinação, que fornece o potencial máximo de germinação que um lote poderá
atingir se plantado em condições favoráveis (CALDWELL, 1960).
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Pureza genética, capacidade para alta porcentagem de germinação, ausência
de doenças e pragas, ausência de mistura de sementes de outros vegetais e
materiais inertes são os requisitos para que um lote de sementes seja considerado
de boa qualidade. Outro fator de grande influência na qualidade da semente é o
estádio de maturação na ocasião da colheita. Diversos trabalhos mostram que o
número de dias requeridos para que uma semente atinja o máximo de germinação é
variável, e depende da espécie considerada, como também da variedade (PEREIRA
et al., 1980).
Existem algumas dificuldades que podem ocorrer durante o processo de
determinação do ponto de maturação fisiológica, impedindo o sucesso da operação,
dentre eles, como no caso específico de frutos secos, o alto teor de umidade da
planta e da semente nesta época, impedindo a colheita mecânica. As sementes
também estariam sujeitas a danos mecânicos de amassamento que as levariam a
uma deterioração rápida, requerendo assim, para sua conservação, uma imediata
secagem artificial, onerando ainda mais o custo de produção das sementes
(ALVARENGA et al., 1991.).
A semente, logo após ter sido formada, tem, normalmente, um alto teor de
água, oscilando entre 70 e 80%. Poucos dias depois, observa-se uma pequena
elevação em seu teor de água, geralmente no máximo de uns cinco pontos
percentuais, para, em seguida, começar uma fase de desidratação. O teor de água,
então, decresce até certo ponto, começando, em seguida, a oscilar com os valores
da umidade relativa do ar, demostrando que, a partir daquele ponto, a planta-mãe
não mais exerce controle algum sobre o teor de água da semente (CARVALHO;
NAKAGAWA, 2012).
As primeiras etapas da embriogênese compreendem intensa divisão celular e
sua expansão, essas ocorrências determinam aumento progressivo do tamanho da
semente em formação, atingindo o máximo aproximadamente na metade do período
de acúmulo de matéria seca. Em seguida, há redução, com intensidade variável,
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dependendo da espécie considerada e do grau de desidratação verificada ao final da
maturação (MARCOS FILHO, 2005).
O início do desenvolvimento das sementes é caracterizado pelo acúmulo
relativamente lento de matéria seca, pois nessa fase predominam a divisão e a
expansão celular. Vencida essa etapa, o fluxo de acúmulo de matéria seca é
intensificado até atingir o ponto máximo, nesse momento, considera-se que as
sementes se desligaram fisiologicamente da planta-mãe, passando a atuar como
indivíduos independentes. É importante enfatizar que a máxima massa de matéria
seca é alcançada enquanto as sementes apresentam graus de umidade
relativamente elevados, o período de manutenção desses níveis de elevados de
matéria seca depende diretamente da influência do ambiente, pois condições menos
favoráveis de umidade relativa, temperatura e ação de insetos e microrganismos
geralmente contribuem para a aceleração do processo respiratório e a consequente
oxidação de substâncias de reserva, com redução do peso das sementes (MARCOS
FILHO, 2012).
METODOLOGIA
Este trabalho foi realizado No Laboratório de Sementes da Faculdade Vértice
– Univertix, em Matipó. As sementes de jiló cultivar ‘Tinguá verde claro’ que possui
maior aceitação no mercado devido a sua estrutura física.
Os frutos em quatro estágios de maturação foram utilizados nesse trabalho
(Figura 1).
Figura 1. Padrões de coloração de frutos de jiló nos estádios de maturação FV (100% da superfície
da casca com coloração verde); IM (cerca de 50% da superfície da casca de coloração alaranjada);
FM (cerca de 75% da de coloração vermelha) e MA (fruto com 100% da com superfície da casca de
coloração vermelha). Barras = 5 cm.
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As sementes foram extraídas dos frutos por fricção da poupa em peneira sob
água corrente sendo secas à sombra por 24 horas antes do início do teste.
As análises iniciais consistiram da avaliação do peso de 1000 sementes e
determinação do grau de umidade das sementes pelo teste da estufa, a 105±2ºC, de
acordo com as Regras para Análise de Sementes (BRASIL, 2009).
Para análise do teste de germinação foram utilizadas 50 sementes por
repetição. Antes do início do teste as sementes foram tratadas com solução de
hipoclorito de sódio para diminuir a incidência de fungos, detectados em ensaios
preliminares.
As sementes foram dispostas sobre papel umedecido no interior de caixas
gerbox. As caixas foram mantidas em Câmara de Germinação B.O.D. à temperatura
de 25°C ± 2 e fotoperíodo de 8 horas sob luz branca de lâmpadas fluorescentes
conforme as Regras para Análise de sementes (BRASIL, 2009).
A contagem da germinação de sementes foi realizada diariamente
contabilizando o número de sementes germinadas até 25° dia. No final do teste
foram tomados o comprimento das plântulas usando régua graduada e o peso fresco
das plântulas pela pesagem das plantas em balança analítica.
O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado com 4
tratamentos e 5 repetições sendo utilizadas 50 sementes por repetição. Os dados
qualitativos foram submetidos à análise de variância pelo teste F. As médias dos
tratamentos foram comparadas pelo teste de Tukey (p < 0,05). Sendo os dados
qualitativos submetidos à análise de regressão polinomial com auxílio do programa
Sigmaplot.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
As sementes de jiló apresentam alta umidade no momento da colheita,
independente do grau de maturação. Na determinação do grau de umidade pode-se
observar que as sementes obtidas dos frutos no estágio final da maturação ou de
frutos completamente maduros, possuem cerca de 37% e 32% de teor de umidade,
respectivamente, no entanto o grau de umidade das sementes em ambos estágios
de maturação não diferem significativamente entre si (Figura 2).
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Figura 2. Teor de umidade de sementes de jiló nos diferentes estágios de maturação do fruto. As
médias seguidas das mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
Já as sementes dos fruto verdes possui alto teor de umidade, chegando a
57% enquanto que as obtidas de frutos no início da maturação apresenta o teor de
umidade em torno de 48%.
Dessa forma, o que se observa é que as sementes diminuem o teor de umidade à
medida que o fruto amadurece, no entanto, a umidade das sementes tende a se
estabilizar nos estágios mais avançados de maturidade.
Normalmente o teor de agua de ovulo recém-fecundado e de mínimo 80%
(base Úmida), tanto para dicotiledônia e monocotiledôneas. Este valor decresce
durante o processo de maturação, embora permaneça relativamente elevado
durante todo este período, pois a transferência de matéria seca da planta para a(s)
semente(s) deve ocorrer em meio líquido (CARVALHO et al., 2012).
Esses resultados estão de acordo com os observados por Alvarenga et al.,
(1991) que observaram que o teor de umidade das sementes abóbora japonesa
decresceu de aproximadamente 89% para 42% nas diversas idades, dentro dos
períodos de armazenamento, decréscimos esses significativos em todas as idades
dos frutos.
Os mecanismos de desidratação das sementes durante a maturação não são
perfeitamente conhecidos. Alguns estudos sugerem a existência de um mecanismo
passivo, em que agua e perdida por evaporação, a partir da superfície da semente;
outros falam da movimentação da agua da semente para planta, mediante ao
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processo metabolicamente ativo, como se a planta “sugasse” agua durante a
senescência. (MARCOS FILHO, 2005)
O peso das sementes é influenciado pelo grau de maturação dos frutos. As
sementes extraídas de frutos no estágio completamente maduro (MA) apresentaram
o maior peso de sementes, seguido de sementes obtidas de frutos no estágio final
de maturação, sendo que não houve diferença significativa para o peso de sementes
de frutos verdes e frutos colhidos no início da maturação (Figura 3).
Figura 3. Peso de mil sementes de jiló nos diferentes estágios de maturação do fruto. As médias
seguidas das mesmas letras não diferem entre si pelo teste de Tukey a 5% de probabilidade.
O início de germinação de plantas leve em consideração a época da
fecundação do ovulo (Delouche,1971).
Teoricamente, é licito considerar que a porcentagem de sementes aptas a
germinar seja crescente durante a maturação, atingindo o nível máximo em época
próxima a paralisação do fluxo de matéria seca da planta para a semente (MARCOS
FILHO, 2005).
Sementes obtidas de frutos no final da maturação (FM) iniciaram a
germinação mais rápida comparada aos demais estágios de maturação, atingindo
em média 88% de germinação ao final de 25 dias (Figura 4).
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Figura 4. Porcentagem de germinação de sementes de jiló nos diferentes estágios de maturação do
fruto.
Observa-se que a porcentagem de germinação de sementes de frutos
completamente maduros foi de aproximadamente 37%. Enquanto que semente de
frutos verdes ou no início da maturação a porcentagem de germinação foi de 5% e
15%, respectivamente.
É importante ressaltar que mesmo as sementes de frutos verdes são aptas a
germinar, embora tenham atingido máximo de 5% de germinação ao final de 25 dias,
As modificações do vigor da semente ocorre paralelamente a evolução da
transferência de matéria seca da planta para as sementes, ou seja a proporção da
semente vigorosa aumenta com o decorrer da maturação, atingindo o máximo em
época muito próxima ou coincidente com o máximo acumulo de reservas (MARCOS
FILHO, 2005).
As sementes obtidas de frutos no estágio final de maturação ou frutos
completamente maduros apresentaram o maior comprimento de plântulas, não
diferindo significativamente entre si (Figura 5).
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Figura 5. Comprimento das plântulas obtidas da germinação de sementes jiló nos diferentes estágios
de maturação do fruto. As médias seguidas das mesmas letras não diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade.
Plantas com menor comprimento foram obtidas da germinação de sementes
de frutos verdes. Isso pode ser explicado pelo menor acumulo de matéria seca pela
semente ao longo do desenvolvimento e maturação do fruto.
As plantas que apresentam maior desenvolvimento germinativo também
apresenta uma porcentagem de peso maior devido ao se vigor, e cada estágio de
germinação, pois de acordo com eles a planta apresenta um acumulo maior de
reservas para o desenvolvimento da plântula.
Figura 6. Comprimento das plântulas obtidas da germinação de sementes jiló nos diferentes estágios
de maturação do fruto. As médias seguidas das mesmas letras não diferem entre si pelo teste de
Tukey a 5% de probabilidade.
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A maior quantidade de reserva contribui para o maior vigor da plântula isso
porque sementes bem formadas apresentam maior acumulo de reservas e aparato
bioquímico adequado para degradação de reservas dos cotilédones e mobilização
de reservas para o eixo embrionário (MARCOS FILHO, 2005).
De acordo com Carvalho; Nakagawa (2012) o maior peso das plantas pode
ser considerado uma resposta do alto vigor das sementes. Esses autores relatam
que a qualidade fisiológica das sementes é determinada durante a formação, mas
também pode ser afetada por etapas pós-colheita como o beneficiamento e o
armazenamento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Com base nos resultados observados nesse trabalho pode-se concluir que a
maturidade fisiológica de sementes de jiló é determinada em frutos no estágio final
de maturação, sedo esse ponto ideal para colheita das sementes cuja porcentagem
de germinação é de 88%.
Frutos completamente maduros apresentam perdas de qualidade das
sementes.
Sementes de frutos colhidos nos estágios iniciais de maturação apresentam
baixa porcentagem de germinação.
REFERÊNCIAS
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MÉTODOS MANUAIS PARA MEDIÇÃO DO VOLUME FOLIAR DE PLANTAS
ARBÓREAS
André Luís da Silva Quirino – Graduado em Engenharia Agronômica,
Mestre e Doutor em Mecanização Agrícola- Universidade Federal de Viçosa.
Mauri Martins Teixeira, Haroldo Carlos Fernandes, Domingos Sárvio
Magalhães Valente, Francisco de Assis de Carvalho Pinto – Doutores em
Mecanização Agrícola- Universidade Federal de Viçosa.
[email protected]
RESUMO
Objetivou-se com este trabalho avaliar 3 métodos manuais para a determinação do
volume do dossel de plantas arbóreas. O seguinte experimento foi realizado nas
dependências do Laboratório de Mecanização Agrícola. Três plantas dispostas em
vaso, disponibilizadas em linha e espaçadas uma das outras de 2,10 m, foram
utilizadas para o procedimento de mensuração manual: método manual de
mensuração do volume de Whitney, método de mensuração do volume
considerando o dossel como um esferóide prolato e o método da altura estratificada.
Independentemente do método utilizado, todos os três identificaram a segunda
planta como a de maior e a terceira planta como a de menor volume. Os métodos
utilizados forma eficientes em determinar o volume do dossel de plantas arbóreas.
Mesmo sendo considerado mais preciso, o método de determinação do volume do
dossel de forma estratificada, dos três, é considerado o mais trabalhoso, exigindo de
técnicos e aplicadores maior qualificação.
PALAVRAS CHAVE: tecnologia de aplicação, dossel, agrotóxico
INTRODUÇÃO
De acordo com dados da Associação Brasileira das Indústrias de Química Fina,
Biotecnologia e suas Especialidades (ABIFINA, 2013) foram gastos, pelo Brasil, no
ano de 2011, um total de US$ 8.500.000,00 na importação de agrotóxicos,
colocando-o em primeiro, à frente dos Estados Unidos da América. Considerando o
fato de que o método químico é principal método utilizado no controle e pragas e
doenças (FERREIRA et al., 2007) e cerca de 70% do total pulverizado é perdido
para o ambiente segundo ZHU et al., (2006) conclui-se que a tecnologia de
aplicação de agrotóxicos atualmente utilizada apresenta um grande potencial
contaminador do ambiente.
Um fator que pode levar ao desperdício de agrotóxicos é a forma como é
definido o volume a ser pulverizado. Com o objetivo de diminuir o volume de calda
pulverizado em plantas arbóreas, MORGAN (1964) aborda pela primeira vez o
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problema, até então as recomendações do volume de pulverização eram feitas com
base na área total da lavoura e não no volume foliar do dossel.
A mensuração de plantas através do método TRV considera cada linha de
plantas a ser pulverizada como uma parede de folhagens, sendo o volume de
pulverização suficiente para recobri-la. Esta consideração não leva em conta a
desuniformidade do dossel, com relação à altura, profundidade e densidade foliar
das plantas.
Considerando a variabilidade espacial do dossel de plantas, quanto à altura,
profundidade e densidade torna-se necessário a individualização da aplicação de
agrotóxicos sobre as copas, ou seja, as recomendações deixam de ser em L.ha-1,
passando a ser em L.planta-1.
Desta maneira, objetivou-se com este trabalho avaliar 3 métodos manuais para
a determinação do volume do dossel de plantas arbóreas.
MATERIAL E MÉTODOS
O trabalho foi realizado nas dependências do Laboratório de Mecanização
Agrícola. Três plantas dispostas em vaso, disponibilizadas em linha e espaçadas
uma das outras de 2,10 m, foram utilizadas para o procedimento de mensuração
manual: método manual de mensuração do volume de Whitney, método de
mensuração do volume considerando o dossel como um esferóide prolato e o
método da altura estratificada.
A mensuração manual do volume de plantas foi realizada através da
metodologia de mensuração de volume de Whitney (TUMBO et al. 2002), conforme
Equação 1.
em que
Vw = volume do dossel, (m3)
AT = altura total do dossel, (m);
DE = distância entre plantas na linha, (m);
R = raio máximo do dossel perpendicular à linha da cultura, (m) e
D2 = diâmetro máximo do dossel paralelo à linha da cultura, (m).
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A segunda mensuração manual será realizada considerando o volume do
dossel como um esferóide prolato conforme a Equação 2.
em que
Vp = volume do dossel, (m3);
R = raio máximo do dossel perpendicular à linha de plantio, (m);
AT = altura total do dossel, (m);
AM = altura até o ponto de máximo diâmetro do dossel, (m) e
AS = altura do solo até a saia da planta, (m).
A Figura 1, abaixo, apresenta um desenho esquemático do pontos de
mensuração manual do dossel das plantas arbóreas para comparação com método
de mensuração eletrônica, realizada pelo LMS.
D2
AT
R
AM
AS
Solo
Figura 1. Desenho esquemático dos pontos de mensuração do dossel de plantas arbóreas,
considerando o método de Whitney e considerando o dossel como um objeto de volume
prolato (Vista Frontal).
Também foi utilizada a metodologia de cálculo manual denominada por
MANKTELOW & PRAAT, (1997) como método da altura estratificada (método das
áreas). O método consistiu em medir a cada 20 cm a distância do eixo central da
planta (tronco principal) até a extremidade mais distante (raio). Sendo assim foi
determinado, a cada 0,20 m, a área do semicírculo através da Equação 3.
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em que
Ac = área do semicírculo, (m) e
r = distância entre o eixo central da planta e o ponto mais externo, a cada 0,20 m,
(m).
De posse deste resultado calculou-se, então o volume ocupado por cada uma
das fatias (EQUAÇÃO 4). Por fim calculou-se o somatório de todos os volumes para
a determinação do volume do dossel de cada uma das três plantas utilizadas neste
trabalho (EQUAÇÃO 5).
em que
Vf = volume da fatia a cada 20 cm, (m3);
Va = volume total do dossel pelo método das áreas, (m3) e
L = distância entre as fatias, (m).
O trabalho foi conduzido no delineamento inteiramente casualizado com cinco
repetições. As médias foram analisadas pelo teste Tukey a 1%.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A quantificação do volume do dossel de plantas arbóreas utilizando os
métodos manuais propostos demostrou ser uma ferramenta útil para coleta de dados
com vistas a recomendação do volume de pulverização.
Segundo ZHU et al., (2006) menos de 30% do volume pulverizado atinge o
alvo, em parte devido à má caracterização do dossel foliar de plantas arbóreas, o
método atualmente utilizado (TRV) superestima o volume de calda a ser pulverizado
uma vez que considera as plantas como um alvo homogêneo, uma parede de folhas.
Este método desconsidera os espaços presente entre um dossel e outro, além de
sua heterogeneidade. Faz-se assim necessário a utilização de métodos de
quantificação manuais que individualizem o dossel foliar, considerando sua
heterogeneidade.
A Tabela 1 apresenta os valores de volume do dossel das três plantas
utilizadas neste trabalho. Observa-se que, independentemente do método utilizado,
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todos os três identificaram a segunda planta como a de maior e a terceira planta
como a de menor volume.
Tabela 1. Volume do dossel (m 3) de plantas arbóreas utilizando diferentes métodos (VW – Volume de
Whitney, VP Volume Prolato, Va Volume pelo método das áreas)
Plantas
Vw
Vp
Va
P1
0,813c
0,951a
0,822b
P2
1,129b
1,175a
0,921c
P3
0,725c
0,921a
0,751b
(*) médias seguidas por uma mesma letra na linha não diferem entre si ao nível de significância de
1% pelo teste Tukey.
O número de pontos a serem referenciados nos três métodos propostos, é
maior em relação ao método comumente utilizado (TRV), podendo assim implicar
em sua possível rejeição por parte do produtores, porém a utilização de métodos
que individualizam o volume do dossel promovem uma maior confiabilidade dos
dados, subsidiando maiores informações para o procedimento de recomendação do
volume de calda. Deve-se ressaltar também a necessidade de individualização do
dossel de plantas arbóreas com o objetivo de reduzir o volume de pulverização,
devido a desconsideração do espaço presente entre plantas.
O método para determinação do volume do dossel de forma estratificada foi
utilizado por MANKTELEON & PRAAT, (1997). Os autores determinaram o volume
do dossel para uma mesma planta, 59% menor que o método TRV, comumente
usados na cultura da maçã. O procedimento de estratificação a cada 0,2 m aumenta
a precisão do processo justificando assim esta diferença.
Mesmo sendo considerado mais preciso, o método de determinação do
volume do dossel de forma estratificada, dos três, é considerado o mais trabalhoso,
exigindo de técnicos e aplicadores maior qualificação (MANKTELEON e PRAAT,
1997).
Utilizando o método de determinação do dossel de Whitney e o método do
volume prolato TUMBO et al., (2002) concluíram que estes dois métodos
apresentam uma forte correlação, sendo necessário, no mínimo, duas repetições por
cada método.
Através da Tabela 2 observa-se que os valores de volume do dossel
utilizando o método de Whitney são menores do que os obtidos através método do
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volume prolato, estes valores se explicam, segundo TUMBO et al., (2002) devido ao
fato de que o método de Whitney utiliza dois pontos de referência para a medição do
diâmetro: paralelo e perpendicular à linha de plantio da cultura. Por outro lado no
método do volume prolato as medição do diâmetro são realizadas paralelemente à
linha de plantio. Os autores ainda recomendam uma possível integração entre os
dois métodos, desta forma abrangendo todas as dimensões possíveis de uma
planta.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Independentemente do método utilizado, todos os três identificaram a
segunda planta como a de maior e a terceira planta como a de menor volume.
Os métodos utilizados forma eficientes em determinar o volume do dossel de
plantas arbóreas.
Mesmo sendo considerado mais preciso, o método de determinação do
volume do dossel de forma estratificada, dos três, é considerado o mais trabalhoso,
exigindo de técnicos e aplicadores maior qualificação.
REFERÊNCIAS
ABIFINA. Defensivos Agrícolas - notícias. In: Associação Brasileira das Indústrias de
Química Fina, Biotecnologia e suas Especialidades. Disponível em:
http://www.abifina.org.br/importacoes.asp. Acesso em 13 de dez. 2013.
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TRATAMENTOS CIRÚRGICOS DAS DEFORMIDADES FLEXURAIS ADQUIRIDAS
EM EQUINOS – RELATO DE TRÊS CASOS
Rafael Rolim de Oliveira, Adriano Silvio Neto, Lais da Silva Santos Graduandos em Medicina Veterinária (Faculdade Vértice / UNIVERTIX)
João Luis do Espírito Santo Júnior - Docente (Faculdade Vértice / UNIVÉRTIX)
Bruno Santos Cândido de Andrade – Docente (Faculdade Vértice / UNIVÉRTIX)
[email protected]
RESUMO
As deformidades flexurais adquiridas nos equinos são parte do complexo das
doenças ortopédicas do desenvolvimento, devendo ser diagnosticadas
precocemente para o estabelecimento do tratamento e obtenção de prognósticos
favoráveis. Entre as principais abordagens, podemos destacar as conservativas, por
adoção de medidas de manejo e terapia medicamentosa e as cirúrgicas, que
envolvem a secção de componentes relacionados ao aparelho flexor do dígito do
equino. Foram avaliados nesse estudo os tratamentos cirúrgicos e evolução de três
casos de deformidade flexural adquirida em equinos jovens, oito e vinte e seis
meses de idade. Os tratamentos consistiram na tenonomia do tendão flexor digital
profundo (TFDP), desmotomia do ligamento acessório distal do tendão flexor digital
profundo (LADTFDP) e tenotomia da cabeça medial do tendão flexor digital
profundo, conforme indicado para cada caso. Nos três casos avaliados, a
abordagem cirúrgica apresentou melhores resultados para a resolução das afecções
do que as tentativas de tratamento conservativo empregadas. Não foram
observadas intercorrências que restringissem a indicação das técnicas.
PALAVRAS CHAVE: Deformidades Flexurais Adquiridas, Tratamentos Cirúrgicos,
Equinos.
INTRODUÇÃO
As deformidades flexurais do tipo contraturas músculo-tendíneas são
caracterizadas por flexão acentuada das articulações do carpo, metacarpofalangeana e interfalangeanas proximais e distais dos equídeos, podendo acometer
um ou ambos os membros torácicos. Contudo, pode ser uma afecção encontrada
em menor frequência nos membros pélvicos. As principais causas podem ser
relacionadas à dor no membro ocasionando um reflexo de afastamento pela flexão
resultando em uma contração da musculatura flexora e consequente alteração no
posicionamento articular (STASHAK, 2006).
Deformidades de flexão geralmente envolvem vários componentes anatômicos,
como o tendão flexor digital profundo (TFDP), tendão flexor digital superficial
(TFDS), aparato suspensor e componentes musculares e ligamentares. Vários
fatores etiológicos têm sido relacionados e numerosos elementos determinantes são
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associados com deformidades de flexão. Um fator é a dor crônica, que pode ser
resultado de epifisite, osteocondrose, doenças articulares, fraturas, danos aos
tecidos moles, osteocondrite dissecante, entre outros. Possíveis fatores causais
incluem crescimento rápido associado com desequilíbrios minerais nutricionais,
superalimentação energética ou proteica, falta de exercícios, casqueamento
inadequado, predisposição genética e fatores endócrinos (MCLLWRAIT, 2004).
O diagnostico é realizado com base na observação dos sinais clínicos, como
flexão acentuada das articulações metacarpo-falangeana, causando uma projeção
dorsal da articulação do boleto (emboletamento) e interfalangeana distal que tende a
causar elevação dos talões, com transferência do apoio apenas para as pinças dos
cascos. O tratamento é indicado de acordo com a intensidade da afecção podendo
ser conservativo ou cirúrgico. O tratamento conservativo consiste na administração
parenteral de oxitetraciclina, utilização de talas, indicação de exercícios físicos,
cuidados com o casco e adequação do manejo nutricional. Os animais com
deformidades flexurais da articulação interfalangeana distal devem ter os talões
aparados de modo com que a força seja colocada sobre o tendão flexor digital
profundo para induzir um reflexo miotático inverso, sendo esta conduta indicada com
bons resultados nos casos leves. Quando a pinça do casco estiver desgastada,
contundida ou deformada é importante combinar o cuidado com os talões com a
aplicação de acrílico nas pinças. Nas deformidades flexurais do boleto recomendase a elevação dos talões e desgaste das pinças para produzir uma diminuição da
carga sobre o TFDP e consequente transferência de carga para o TFDS (STASHAK,
2006).
O tratamento cirúrgico é indicado nos casos não responsivos ao tratamento
conservativo. As deformidades flexurais da AID no estagio 1 devem ser tratadas com
a desmotomia do ligamento acessório distal do tendão flexor digital profundo. A
tenotomia do TFDP é indicada em casos graves de evolução longa de deformidade
flexural da AID. O tratamento cirúrgico das deformidades flexurais da articulação do
boleto varia com a estrutura que esta mais acometida. Se ao exame clínico for
disgnosticado maior tensão no TFDS com o membro em extensão, pode-se indicar a
tenotomia do mesmo. Nos casos em que o TFDP estiver mais tenso pode ser
indicada a desmotomia do ligamento acessório distal do TFDP ou o próprio TFDP e
utilização de uma tala de PVC forçando a extensão do membro como medida
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auxiliar. Em casos muito severos onde o TFDS e TFDP estão muito tensos pode ser
realizada a tenotomia de ambas as estruturas (MCLLWRAITH e ROBERT, 1998).
RELATOS DE CASOS
CASO 1
Uma potra da raça campolina, 280 kg, 24 meses de idade, de uma propriedade
situada na zona rural de Reduto-MG, foi referida com queixa principal de acentuada
deformidade flexural da articulação do boleto dos membros torácicos de origem e
início desconhecidos. À inspeção e em dinâmica, o animal apresentou uma
alteração acentuada no ângulo da articulação metacarpofalangeana com projeção
dorsal o que comprometia de forma importante a sua deambulação. À palpação foi
possível avaliar a tensão dos componentes relacionadas ao problema e verificou-se
que os TFDP apresentavam tensão excessiva, estando o TFDS relativamente
frouxo, mesmo forçando-se a extensão máxima dos membros. O proprietário relatou
que diversos tratamentos conservativos foram instituídos com a administração de
vários ciclos de Oxitetraciclina via endovenosa, colocação de talas, casqueamento e
ferrageamento corretivos, sem nenhum sinal de melhora dos sinais clínicos. Sendo
assim, o tratamento cirúrgico foi indicado.
A técnica cirúrgica indicada foi a desmotomia do LADTFDP e tenotomia no
TFDP à altura do terço médio do metacarpo, em ambos os membros torácicos. O
animal foi preparado segundo as técnicas de cirurgia asséptica e o procedimento
realizado
em
decúbito
lateral
esquerdo.
Realizou-se
tranquilizacão
com
acepromazina 1% (0,05mg/kg, IV), sedação com detomidina 1% (0,01mg/kg, IV).
Indução anestésica com Cetamina 10% (2mg/kg, IV) Após indução, a manutenção
anestésica foi feita por administração intravenosa total em infusão contínua (1-2
ml/kg/h) de solução de Éter Gliceril Guaicol (25g), Xilazina 10% (0,5g) e Cetamina
10% (1g) diluídos em 500 ml de soro Ringer Lactato. Duas incisões de pele
aprofundadas até o subcutâneo e fáscia profunda foram realizadas sobre TFDP para
sua exposição. As incisões de aproximadamente 5 centímetros localizaram-se no
terço proximal dos metacarpos esquerdo face medial e direito face lateral. Através
de dissecção romba com tesoura de Metzenbaum curva, o tendão TFDP foi
identificado em ambos os membros. Após exploração cirúrgica foi possível identificar
o TFDP e o LADTFDP. Foi realizada a dissecação do TFDP do LADTFDP para a
exposição do LADTFDF. Introduziu-se uma tesoura de Mayo curva entre o TFDP e o
LADTFDP com objetivo de deixá-lo em evidencia para a realização da incisão com o
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bisturi. Após a realização da técnica foi feito um teste de extensão da articulação
metacarpo-falangeana para avaliar a eficácia do procedimento. Porém houve
apenas uma discreta melhora na extensão articular. Devido aos resultados
insatisfatórios optou-se por realizar a tenotomia do TFDP com obtenção de uma
melhora significativa. Procedeu-se então redução do espaço morto com sutura
simples contínua com fio Ácido Poliglicólico 2-0 e dermorrafia por pontos simples
interrompidos com fio de náilon 2-0 nas duas incisões. Imediatamente após a
cirurgia observou-se melhora significativa do ângulo da articulação afetada. .Durante
o período pós-operatório o animal foi mantido em baia com o uso de talas para
imobilização e para manter uma tensão apropriada sobre a articulação por cinco
dias. Após uma semana de recuperação houve melhora significativa da condição.
CASO 2
A segunda potra referida, também da raça campolina, 250 kg, 26 meses de
idade, da mesma propriedade que a anterior, também apresentou acentuada
deformidade flexural das articulações metacarpo-falangeanas de origem e início
desconhecidos, com projeção dorsal ainda mais grave que o primeiro caso. À
palpação foi possível avaliar a consistência das estruturas relacionadas ao problema
e verificou-se que os TFDP estavam muito tensos em relação ao TFDS com os
membros em extensão. Foram empregadas as técnicas cirúrgicas de desmotomia do
LADTFDP e tenotomia do TFDP. Os procedimentos cirúrgicos e pós-operatórios
foram realizados no animal exatamente da mesma forma como descritos no primeiro
caso. No período pós operatório imediato, observou-se significativa melhora no
ângulo articular e na postura do animal. Casqueamento corretivo foi também
empregado, objetivando-se o balanceamento dos talões e desgaste do excesso das
pinças dos cascos.
CASO 3
A terceira potra, da raça Quarto de Milha, 180 kg, 8 meses de idade, de uma
propriedade situada na zona rural de Caratinga-MG, foi referida com queixa principal
de acentuada deformidade flexural das articulação metacarpo-falangeanas e das
articulações interfalangeanas distais dos membros pélvicos. À inspeção e em
dinâmica o animal apresentou uma alteração no ângulo das articulações do boleto
com projeção dorsal nos membros torácicos. Nos membros pélvicos observou-se
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uma hiperflexão da AID que impossibilitava o apoio dos cascos no solo, levando o
animal a apoiar-se apenas sobre as pinças dos cascos. Houve também tentativas
sucessivas do emprego de Oxitetraciclina como tratamento conservativo, porém sem
sucesso, sendo indicada a abordagem cirúrgica. Para os membros torácicos, tendo
em vista a menor intensidade da afecção, indicou-se a desmotomia do LADTFDP,
realizada através de incisão de pele de cinco centímetros no terço proximal dos
metacarpos direito (face lateral) e esquerdo (face medial), aprofundada pelo
subcutâneo até a fáscia profunda, seguida de dissecação romba com tesoura
Metzenbaum curva para exposição do LADTFD, que foi posteriormente seccionado
com bisturi. Logo após o retorno anestésico, percebeu-se evidente melhora na
angulação doas articulações metacarpo-falangeanas do animal.
Para a resolução da contratura dos membros pélvicos, tentou-se em primeiro
momento a tenotomia da cabeça medial do TFDP, técnica indicada para o alívio da
tensão no referido tendão principalmente nos casos de subluxação dorsal da
articulação interfalangeana proximal, contudo sem sucesso, permanecendo o animal
incapaz de apoiar os talões dos membros pélvicos no solo. Quinze dias após os
primeiros atos operatórios, realizou-se a tenotomia do TFDP nos membros pélvicos
do animal, desta vez conseguindo-se remissão dos sinais clínicos imediatamente
após o retorno anestésico. Para ambos os procedimentos anestésicos o animal foi
preparado segundo as técnicas de cirurgia asséptica e os procedimentos realizados
em decúbito lateral. O protocolo anestésico empregado foi exatamente igual ao
descrito no primeiro caso.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Todos os três casos de contratura músculo-tendínea descritos foram
diagnosticados ainda com os animais em idade variando entre 7 a 18 meses, pois as
deformidades flexurais adquiridas ocorrem mais frequentemente na fase de
desenvolvimento, sendo identificadas facilmente. Todos os animais do relato foram
tratados com dietas ricas em carboidratos e proteínas, o que pode predispor a um
crescimento rápido, além de terem sido mantidos confinados em baias durante sua
fase de crescimento, sendo estes fatores predisponentes para o desenvolvimento de
deformidades flexurais adquiridas, concordando com Stashak (2006) e Szczurek et
al. (1988).
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O segundo caso de deformidade flexural era mais intenso em relação ao
primeiro, apresentando o animal uma flexão dorsal do boleto ainda mais acentuada.
Após a desmotomia do LADTFDP e tenotomia do TFDP, os animais dos casos 1 e 2
apresentaram resultados significativos com melhora imediata, porém o primeiro caso
apresentou ainda melhores resultados, observado clinicamente por uma angulação
do boleto mais próxima da normalidade. Sabe-se que os melhores resultados das
intervenções cirúrgicas para o tratamento das deformidades flexurais adquiridas são
relacionadas à precocidade da intervenção, recomendando-se um limite de 18
meses de idade para melhores prognósticos. Talvez este fator, além da intensidade
das afecções, tenha sido relacionado ao resultado menos consistente do segundo
caso.
O terceiro caso apresentou uma particularidade de o animal ter passado por
dois procedimentos anestésicos, em datas diferentes para a obtenção de um
resultado satisfatório. No primeiro momento foram realizadas a tenotomia da cabeça
medial do TFDP nos membros pélvicos e a desmotomia do LADTFDP nos membros
torácicos. A melhoria da angulação das articulações do membro torácico foi
percebida imediatamente após a cirurgia, mostrando-se o procedimento bastante
efetivo na correção do problema. Contudo, a indicação da tenotomia da cabeça
medial do TFDP nos membros pélvicos não demonstrou resultados positivos. Tal
fato pode estar relacionado com a intensidade da afecção, que apresentava-se em
estágio 2, com o ângulo da muralha do casco acima de 90 graus em relação ao solo.
Após a segunda intervenção (tenotomia do TFDP bilateral nos membros pélvicos)
observou-se resolução definitiva da deformidade flexural. Acredita-se que a não
remissão dos sinais clínicos nos membros pélvicos após a primeira intervenção
deveu-se unicamente à intensidade da deformidade da AID, que necessitou de uma
liberação total das tensões transmitidas à terceira falange pelo TFDP para seu
retorno à posição de normalidade. O casqueamento corretivo, com desgaste dos
talões e conservação das pinças dos cascos também é fundamental nesses casos
de deformidade flexural, não devendo ser negligenciado.
De acordo com Stashak (2006) a intervenção cirúrgica imediata é indicada na
apresentação inicial das deformidades flexurais para uma correção rápida e
consequentemente
prevenção
do
desenvolvimento
de
lesões
articulares
degenerativas permanentes. Após a avaliação dos resultados obtidos nos três
casos, pode-se afirmar com segurança que a intervenção precoce, mesmo tratandoAnais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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se de casos intensos de deformidades flexurais, apresenta resultados muito mais
consistentes do que a intervenção em animais que apresentem idade mais
avançada.
O protocolo anestésico empregado nos três casos foi suficiente para a
realização dos procedimentos com segurança à campo, com a manutenção dos
parâmetros vitais dos animais dentro das faixas de normalidade. Não houve
necessidade de administração de fármacos de emergência ou outro fármaco com
propriedades sedativas ou dissociativas em forma de bólus. Nenhuma intercorrência
perioperatória relacionada á anestesia foi observada, sendo que todos os animais
recuperaram-se da anestesia em até 30 minutos após o término do procedimento.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As técnicas cirúrgicas empregadas para o tratamento das deformidades
flexurais adquiridas nos animais do estudo mostraram-se efetivas para a solução
dos problemas e mais eficientes que as abordagens conservativas nos casos
relatados, além de terem se mostrado seguras para execução a campo, já que não
foram observadas intercorrências que restringissem sua indicação.
REFERÊNCIAS
MCLLWRAIT, Wayne C; ROBERTSON, James T. Equine Surgery – Advanced
Techniques. 2.ed. [S.l.:s.n.], 1998.
STASHAK, Ted, S. Claudicação em Equinos – segundo Adams. 5.ed. São Paulo:
Roca, 2006.
MCLLWRAIT, Wayne C et al. Developmental Orthopedic Disease: Problems of
Limbs in Young Horses. Disponível em <http://csu-cvmbs.colostate.edu> Acesso
em 23 de Ago. 2013.
SZCZUREK, E.M. et al. Influence of confinement, plane of nutritionand low heel on
the acquired, forelimb contracture in weanling horses. Equine Nutrition e
physiology society. vol.8, n.5. pág.386-392,1988.
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ESTUDO DO CUSTO DE PRODUÇÃO DE UMA LAVOURA CAFEEIRA NA ZONA
DA MATA MINEIRA
Túlio Magestes de Abreu
Leililene Antunes Soares - Graduada em Economia Doméstica. Mestre em
Educação pela Universidade Federal de Viçosa. Professora da Univértix
Irlane Bastos Costa - Graduada em Agronomia. Mestre e Doutora em Genética e
Melhoramento de Plantas pela Universidade Federal de Viçosa. Professora
Univértix.
Érica Stoupa Martins - Graduação em Serviço Social pelas Faculdades Integradas
de Caratinga (2003). Especialista em Gestão de Recursos Humanos. Mestre em
Serviço Social pela Universidade Federal de Juiz de Fora. Professora Univértix.
[email protected]
RESUMO
Conhecer as variáveis que afetam os custos de produção da cultura do café torna-se
fundamental, haja vista que são essas, juntamente com a influência dos preços de
mercado, as causas que determinam uma maior ou menor rentabilidade para os
empreendedores rurais, por meio de uma administração eficiente. Logo, o trabalho
teve como objetivo avaliar os custos de uma propriedade agrícola tradicional no
cultivo da cultura do café arábica, situada no município de Matipó, Estado de Minas
Gerais. Para obtenção dos dados, foram calculados todos os gastos referentes à
1.020.000 covas de café em produção. A colheita totalizou a quantia de 8.329,28
sacas de café beneficiado. Das variáveis analisadas, as que provocaram impactos
mais significativos sobre o custo total da cultura do café arábica foi mão de obra
temporária e fixa, e insumos.
PALAVRAS CHAVE: Coffea arábica; Matipó; Zona da Mata Mineira; Custo de
produção; Colheita.
INTRODUÇÃO
O cultivo do café foi introduzido no Brasil em 1727, no Pará, com sementes
trazidas da Guiana Francesa, se espalhando posteriormente pelos estados da
Bahia, Rio de Janeiro, Espírito Santo, Minas Gerais, São Paulo e Paraná (DEON e
SOUZA, 1989). As duas espécies cultivadas no Brasil são o Coffea arábica (café
arábica) e Coffea canephora (café robusto).
O café arábica é um café adaptado às condições de clima tropical de altitude,
preferencialmente acima de 1000 metros e o robusto adapta-se bem às regiões
equatoriais baixas, quentes e úmidas. O café arábica apresenta melhor qualidade,
dando bebida de maior valor e alcançando preços superiores ao robusta. O café
robusto é considerado uma bebida neutra, usado em misturas (blends) e utilizado na
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indústria de café solúvel e nas torrefações, pois possui uma maior concentração de
sólidos solúveis, o que resulta em maior rendimento industrial (MATIELLO, 1991).
Em relação às espécies de café cultivadas no Brasil, conforme dados da
CONAB(2009), a produção de arábica representa 72,49% da produção do país, e
concentra-se nos estados de São Paulo, Paraná, Bahia, parte do Espírito Santo e no
estado de Minas Gerais, sendo este último o maior produtor dessa variedade.
A cultura do café é altamente dependente de fatores fisiológicos, tratos
culturais e ambientais. Dos fatores ambientais, o clima exerce um importante papel,
uma vez que as condições meteorológicas, como temperaturas mínimas e máximas
do ar durante os estágios fenológicos críticos, interferem na produtividade da cultura.
Por outro lado, a disponibilidade hídrica constitui o que mais pode afetar a
produtividade biológica e, assim, a econômica (ASSAD et al., 2004).
Com isso, a cultura do café sofre a influência desses elementos externos
sobre os quais o empresário rural não tem controle a exemplo do mercado, do clima,
que faz parte da ação da natureza, e da bienalidade, que é uma característica
própria do cafeeiro. Além disso, existem aqueles fatores que o empreendedor pode
controlar como é o caso da alocação dos recursos de produção. Diante do exposto,
conhecer as variáveis que afetam os custos de produção da cultura do café torna-se
fundamental, haja vista que são essas, juntamente com a influência dos preços de
mercado, as causas que determinam uma maior ou menor rentabilidade para os
empreendedores rurais, por meio de uma administração eficiente.
Assim, este trabalho justifica-se, por calcular os custos mais relevantes de
produção de uma saca do café arábica em uma lavoura localizada na Zona da Mata
Mineira na safra de 2011/2012, mostrando, ao produtor, que gerenciando melhor
seus gastos, terá melhores desempenhos.
REFERENCIAL TEÓRICO
O custo de produção é uma informação financeira fundamental para a
avaliação do desempenho do negócio café. Segundo HOFFMANN (1980), “para fins
de Análise Econômica, o termo ‘custo’ significa a compensação que os donos dos
fatores de produção, utilizados por uma firma para produzir determinado bem,
devem receber para que eles continuem fornecendo esses fatores à mesma”.
Segundo Lima et al. (2008), os custos consistem em medidas monetárias ligadas
diretamente ao processo produtivo. Assim, a utilização de recursos na produção de
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café resulta em custos, os quais devem ser recuperados por meio da exploração da
atividade. Além disso, o custo de produção constitui uma importante informação
financeira para a avaliação do desempenho econômico do negócio café.
A temática dos custos de produção tem ocupado posição de destaque na
administração das propriedades produtoras de café. A estrutura da cadeia produtiva
tem exigido maior eficiência do processo produtivo, o qual é composto de setores
intrinsecamente relacionados, que devem, portanto, culminarem em resultados
financeiros favoráveis e assim, gerarem lucro.
Custos representam os gastos necessários para a fabricação de um produto.
Estes gastos são compostos pelos fatores de produção que serão consumidos e
transformados em um novo produto. Neste sentido, custo representa um recurso
sacrificado para produção de bens e serviços (MAHER, 2001; HORNGREN; DATAR;
FOSTER, 2004; MARTINS, (2010).
Um sistema de custos tem como objetivo gerar informações úteis e
adequadas, quedarão, ao gestor de qualquer empreendimento, inclusive, do
agronegócio café, suporte no processo de tomada de decisão, a fim de que tome
decisões acertadas. Este sistema deve ser suprido com dados e informações
consistentes e que contemplem todas as operações ocorridas no empreendimento.
Neste contexto, Santos, Marion e Segatti (2004) afirmam que esses sistemas
devem atender a alguns objetivos, tais como: (i) auxiliar a administração na
organização e no controle da unidade de produção, revelando ao administrador às
atividades de menor custo, as mais lucrativas, as operações de maior e menor custo
e as vantagens de substituir umas pelas outras; (ii) permitir uma correta valorização
dos estoques para a apuração dos resultados obtidos em cada cultivo ou criação;
(iii) oferecer bases consistentes e confiáveis para a projeção dos resultados e
auxiliar o processo de planejamento rural, principalmente quando o administrador
precisa decidir o que plantar, quando plantar e como plantar; e (iv) orientar os
órgãos públicos e privados na fixação de medidas, como garantia de preços
mínimos, incentivo à produção de determinado produto em escala desejada,
estabelecimento de limites de crédito.
METODOLOGIA
Os dados foram levantados em uma propriedade agrícola tradicional no
cultivo da cultura do café arábica, situada no município de Matipó, Estado de Minas
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Gerais – foi obtido entre os meses de setembro de 2011 a setembro de 2012,
portanto refere-se à safra de 2011/2012.
Para obtenção dos dados, foram calculados todos os gastos referentes à
1.020.000 covas de café em produção. A colheita totalizou a quantia de 8.329,28
sacas de café beneficiado.
O método empregado para se chegar aos objetivos foi a pesquisa descritiva,
a qual, conforme Andrade (2004), é desenvolvida na forma de levantamento ou
observações sistemáticas do objeto de pesquisa, em que os fatos são observados,
registrados, analisados, e interpretados, sem que o pesquisador interfira sobre eles.
Quanto ao procedimento de coleta de dados, utilizou-se a pesquisa documental, que
se fundamenta no levantamento de documentos em que os dados esses dados
ainda não receberam organização, tratamento analítico e publicação (ANDRADE,
2004; SANTOS, 2002).
As variáveis de custos estudadas na lavoura de café foram: fertilizantes /
calcário / gesso / agrotóxicos; mão de obra fixa/temporária; operação/despesas com
máquinas; encargos sociais, como FGTS e INSS e despesas diversas, se dividindo
em energia elétrica, alimentação, limpeza entre outros.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A coleta e a sistematização das despesas resultaram na possibilidade de
visualização detalhada dos itens incorridos pelo cafeicultor na condução da cultura.
Na lavoura com 1.020.000 pé observou elevado nível de custo com mão de obra e
insumos. Na Tabela 1, temos as variáveis estudadas com seus respectivos gastos.
Tabela 1 – Apresentação dos gastos obtidos na colheita da cultura do café arábica, numa
propriedade situada no município de Matipó, Estado de Minas Gerais referente à safra de
2011/2012
VARIÁVEIS
GASTOS (R$)
PORCENTAGEM (%)
M.O F/T ¹
1.177.637,96
36
Insumos ²
1.148.723,73
35
Máquinas ³
278.390,69
9
Encargos Sociais
397.125,81
13
Despesas diversas
228.199,12
7
3.230.077,31
100
VALOR TOTAL:
Fonte: Dados da Pesquisa
¹ Mão de obra Fixa / Temporária
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² Fertilizantes; calcário; gesso, agrotóxicos
³ Operação e despesas.
No gráfico 1 é possível ter uma melhor compreensão da dimensão dos gastos
na colheita. Podemos verificar que M.O F/T ¹ e Insumos ², foram as variáveis que
mais tiveram gastos representando 36% e 35% da despesa.
Gráfico 1- Apresentação dos gastos obtidos na colheita da cultura do café arábica, numa
propriedade situada no município de Matipó, Estado de Minas Gerais referente à safra de
2011/2012
Gomes, Lima e Custódio (2007) mostraram que as lavouras adubadas ou que
tiveram utilização de outros insumos, teve uma melhor produtividade, demonstrando
assim que todos os gastos com essa variável é de suma importância, mas sempre,
quando feito da forma correta. É de mesma opinião Carjaval (1984), citado por
Souza (2001), o qual argumenta que a utilização de insumos no cultivo do café pode
aumentar de 30% a 65% a produção ao ano.
A forma como a colheita é conduzida influencia as variáveis de custos para o
produtor e, conseqüentemente, a sua rentabilidade, posto que dependendo do
sistema de colheita, irá utilizar mais mão de obra aumentando os custos. Assim,
estes aspectos devem ser analisados e avaliados pelos mesmos no sentido de
verificar qual sistema é mais adequado ao tipo da lavoura (variedade do café, tipo de
terreno, dentre outros), a fim de que proporcionem menores custos e maior retorno.
O valor das máquinas, implementos e despesas diversas corresponde
efetivamente com os serviços realizados diariamente. Essa situação representa
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gastos com manutenção das máquinas e todos fatores que levam ao seu ideal
funcionamento.
Todos os valores obtidos são referentes ao ano em que se estudou o custo de
produção da saca de café arábica. Esses valores poderão ter reajustes devido à
demanda na procura e por outros fatores.
Com as variáveis e gastos, chegamos ao resultado de que 1 saca de café
arábica com 60 kg, produzido em uma lavoura situada no município de Matipó, fica
com o valor final de R$ 387,79 (Tabela 2).
Tabela 2 – Apresentação do custo total da lavoura e da Saca de café com 60 Kg
CUSTO TOTAL (R$)
PRODUÇÃO/SACA (60 KG)
3.230.077,31
8.329,28
Custo Médio/R$/Saca
387,79
Fonte: Dados da Pesquisa
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O custo de produção de uma lavoura cafeeira é um importante instrumento de
planejamento e gestão de uma propriedade, permitindo mensurar o sucesso da
empresa em seu esforço econômico. A condição ideal para qualquer processo
produtivo é aquela em que, dado o preço de mercado, este permita cobrir os custos
de produção e de comercialização.
Das variáveis analisadas, as que provocaram impactos mais significativos
sobre o custo total da cultura do café arábica foi mão de obra temporária e fixa, e
insumos. Como em qualquer tipo de empreendimento, quanto melhor o produtor
utilizar seus recursos produtivos no sentido de potencializar sua produtividade,
melhores será seus ganhos. Daí, a importância de identificar quais as variáveis se
aponta como mais relevantes dentro dos custos de uma lavoura de café para o
produtor gerir com maior eficiência e eficácia o seu negócio.
Finalmente, um resultado econômico que irá dar ao empresário cafeicultor a
justificativa de fazer novos investimentos ou não em sua propriedade.
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REFLEXÕES ACERCA DO ÊXODO RURAL
Carlindo Cezimar da Cruz - graduado pela Univértix.
Leililene Antunes Soares - Graduada em Economia Doméstica. Mestre em
Educação pela Universidade Federal de Viçosa. Professora da Univértix.
Irlane Bastos Costa - Graduada em Agronomia. Mestre e Doutora em Genética e
Melhoramento de Plantas pela Universidade Federal de Viçosa. Professora
Univértix.
[email protected]
RESUMO
Este artigo representa um estudo sobre o êxodo rural e é também uma reflexão
sobre as principais carências existentes no meio rural que favorecem fortemente o
êxodo rural, com a procura de melhores condições de vida e que em grande parte
leva fatalmente ao inchaço das grandes cidades em detrimento da escassez de mão
de obra no meio rural. É preciso investimento em logística para distribuição dos
produtos produzidos por micro, pequenos e médios agricultores, fazendo com que
seus produtos possam chegar aos centros consumidores (faltam produtos agrícolas
e sobram agricultores e propriedades ociosas). Essa realidade precisa ser mudada.
Incentivo às pequenas e médias propriedades que desenvolvem agroindústrias, com
capacitação de agricultores e agricultoras, além de serviços locais com
disponibilização de profissionais da área de engenharia de alimentos, entre outros
que possam assistir este setor e com eficiência poder atender não só o mercado
interno, como também o mercado externo.
PALAVRAS-CHAVE: Êxodo rural; Desenvolvimento rural; Agricultura familiar.
INTRODUÇÃO
Entre todas as regiões do globo, talvez a mais apropriada à agricultura seja o
Brasil, pois em sua vasta extensão encontramos climas e terrenos diversificados.
Assim, torna-se conhecida mundialmente a vocação natural que o país possui para a
agricultura. O Brasil é o quinto maior produtor agrícola do mundo com produção
somando cerca de US$ 100 bilhões, segundo dados do Instituto de Estudos do
Comércio e Negociações Internacionais, sendo superada pela China US$ 600
bilhões, União Européia, US$ 420 bilhões Estados Unidos, US$ 287 bilhões e Índia
US$ 140 bilhões, vindo o Japão, com US$ 90 bilhões, logo após o Brasil (ÍCONE,
2012).
Esses dados ressaltam a importância da produção agrícola para o país, mas
apesar das vantagens geográficas e climáticas e do volume crescente, a agricultura
brasileira ainda tem bastante espaço para evoluir. Em uma comparação com o setor
agropecuário dos países citados, é possível observar que no Brasil, a produção por
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estabelecimento é de US$ 19 mil por ano, sendo que este valor é de US$ 130 mil
nos Estados Unidos, US$ 83 mil na União Européia e US$ 31,5 mil no Japão, China
e índia, US$2,9 mil e US$ 1,3 mil respectivamente (ÍCONE, 2012).
O produtor brasileiro é responsável por boa parte do abastecimento do
mercado interno. De acordo com dados da Companhia Nacional de Abastecimento
(Conab), as famílias que trabalham no campo são responsáveis pela geração de
mais de 80% da ocupação no setor rural e respondem por sete em cada 10
empregos no campo. No que diz respeito à produção agrícola, colaboram com 40%
do total. Portanto falar em impactos e incentivos econômicos e sociais sem destacar
o pequeno agricultor brasileiro é praticamente impossível, pois são os que mais
sofrem com o despreparo técnico e falta de incentivos sociais e econômicos
(ÍCONE,2012 ).
Neste contexto, o presente estudo busca contribuir para a reflexão sobre o
êxodo rural estabelecendo um espaço de interlocução não apenas na área
acadêmica, mas sobretudo com os agentes de desenvolvimento implicados nos
processos de transformação social, sejam eles de caráter público ou privado.
O objetivo do estudo é compreender o êxodo rural, suas causas e
consequências, contribuindo para a reflexão dos motivos e que levam o indivíduo a
migrar para cidades.
METODOLOGIA
Optou-se por uma pesquisa bibliográfica utilizando as bases de dados
eletrônicos Scielo,Biblioteca virtual CREA-SP com o objetivo de detectar
informações a acerca do êxodo rural.
De acordo com Cervo e Bervian (2002, p. 65), a pesquisa bibliográfica procura
explicar um problema a partir de referenciais teóricos publicados em documentos,
buscando conhecer e analisar as contribuições culturais ou científicas do passado
existentes sobre um determinado assunto, tema ou problema.
A análise dos estudos teve como critérios de inclusão: publicações do período
de 1995 e 2013 na língua portuguesa e disponibilidade na íntegra no formato
eletrônico, considerando os seguintes descritores: êxodo rural, desenvolvimento
urbano, agricultura familiar. Optou-se por não incluir dissertações e teses.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
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Apesar de oposto à perspectiva de modernidade, o rural parece indissolúvel do
urbano. Porém, e ao contrário do simplismo da teoria da modernização, esta
indissolubilidade caracteriza-se mais por atritos dentro de uma parceria obrigatória,
do que pela convergência harmoniosa, gradual e evolutiva de duas entidades com
interesses essencialmente compatíveis. O grau de especificidade ou autonomia do
rural em relação ao urbano, e o tipo de interação (ou seja, formas de
interdependência
transacionais,
políticas
e/ou
culturais,
mais
ou
menos
assimétricas) entre eles, permanecem como a dimensão fundamental da definição.
Subindo um nível na hierarquia territorial, chegamos à conclusão que, quanto
mais uma região sofre um processo de diversificação das suas atividades
econômicas, mesmo mantendo o peso relativo do setor agrário, mais difícil é a sua
definição simplesmente em termos do binômio rural – urbano. Em alternativa à
análise da tipologia espacial que, de uma maneira geral, tem sido adaptada,
contrapõe-se o binômio local – regional, cuja aplicação permite a identificação de
entidades territoriais pela via das funções que desempenham, do tipo de mudanças
que ocorrem no seu seio, e, finalmente, do grau de convergência ou divergência
entre estes padrões e os perfis estruturais daí resultantes (SARACENO, 1994).
Em termos geográficos, das condições sociais, e da sua herança histórica,
política e cultural, as zonas rurais caracterizam-se por divergirem bastante umas
das outras. Contrariamente às expectativas da teoria da modernização, e enquanto
a industrialização e urbanização tendiam a desencadear processos de relativa
convergência (morfológica, cultural, organizacional, etc.), o meio rural – essa outra
face de uma moeda em constante mutação – mantinha uma forte heterogeneidade,
não apenas ao nível de um determinado território, mas em termos comparativos.
Assim, apesar das dificuldades de conceituar o termo rural, podermos
identificar, essencialmente, três categorias definicionais que, não só apresentam
fortes inter-relações entre si, mas estão, igualmente, sujeitas a uma reformulação ao
longo do tempo, devido, sobretudo, a mudanças no ambiente externo e às respostas
dos atores, das estruturas e das instituições rurais.
Importa destacar que neste estudo, ao utilizamos o termo “rural”, nos
remetemos ao que é relativo ao campo, ao sistema agrícola.
Durante algum tempo, a indústria e a construção civil, principalmente,
absorveram mão-de-obra de baixo nível educacional reforçando a ideia de que os
que iam para as grandes cidades conseguiam emprego com carteira assinada,
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sinônimo de progresso e qualidade de vida. Dessa forma, grandes contingentes
populacionais migraram para as metrópoles, deixando nos municípios menores
bolsões de pobreza, espaços econômicos rarefeitos, mercados anêmicos e não
integrados à região do País e o resto do mundo e, por outro lado, provocando
inchaço nas grandes cidades (LIMA, 1995).
Considerando a heterogeneidade do mercado de trabalho, fato que tem
preocupado os governantes e a sociedade civil como um todo, colocando a difícil
missão de criar muitos e muitos empregos, em um contexto tão difícil, como
prioridade nacional.
Em uma conjuntura pós-industrial, o grande desafio passa ser a busca de
soluções para a melhoria das condições da agricultura, agora envolvendo garantia
de emprego e renda para trabalhadores urbanos e rurais.
Dessa forma, temas como agricultura familiar, desenvolvimento rural
sustentável e manutenção do homem rural em seu espaço de origem começam a
ser amplamente considerados nos meios acadêmico e científico, bem como tem
ocupado espaços privilegiados na agenda e nos discursos políticos por sua
relevância
como
alternativa
em
um
tempo
de
escassez
de
empregos.
(ABRAMOVAY, 2000).
O autor supracitado afirma que resultados de pesquisas apresentam, apesar de
inúmeras falhas na política agrícola do país, um panorama das tendências
demográficas brasileiras e internacionais que já apontam para migração de retorno
em direção a pequenos municípios, com o crescimento da população rural em
diversas regiões do país (ABRAMOVAY, 2000).
Para boa parte da população do Brasil, ainda persiste a opinião de que
desenvolver atividades produtivas no campo está relacionado ao atraso e que morar
em grandes centros está relacionado ao progresso e modernização, ou seja, o
trabalho do agricultor não é valorizado ocasionando o êxodo rural.
Importa destacar que êxodo rural é o termo pelo qual se designa o abandono
do campo por seus habitantes, que, em busca de melhores condições de vida, se
transferem de regiões consideradas de menos condições de sustentabilidade a
outras, podendo ocorrer de áreas rurais para centros urbanos (DEANDRE, 2011).
Com a industrialização na década 50, houve outra onda de migração da área
rural para as grandes cidades, de diversos pontos do Brasil. As indústrias
necessitavam de mão de obra específica, os indivíduos que migravam não tinham
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qualificação para o aproveitamento como operários, iniciando uma aceleração da
miséria, da criminalidade, da prostituição e da promiscuidade nas periferias das
grandes cidades, já inchadas pelo excesso populacional. O aproveitamento se deu
muitas vezes em subempregos, nos serviços domésticos e de construção civil, os
trabalhadores migrantes se sujeitavam a condições de quase escravidão, daí a
necessidade de implantação de um salário mínimo que resultasse nas mínimas
condições de sobrevivência (DEANDRE, 2011).
O autor supracitado acrescenta que na década de sessenta, logo após o golpe
militar de 1964, houve novamente um grande movimento de massa populacional
devido à propaganda governamental, que propagava o crescimento do Brasil, e a
erradicação da pobreza. A partir dos grandes centros, com urbanização acelerada e
a construção civil, oferecendo oportunidades de emprego cada vez maiores à mão
de obra não especializada e analfabeta, os migrantes tiveram melhoras salariais e
de condições de vida. Em função desta melhora, começaram a mandar dinheiro para
as regiões de onde vieram, chamando a atenção dos parentes, amigos e vizinhos,
que se encontravam ainda vivendo em condições precárias nas áreas rurais. Isto
ocasionou uma aceleração do êxodo rural, causando ainda mais inchaço nos
grandes centros, aumentando ainda mais os problemas ocasionados pela miséria na
periferia das grandes cidades. Fato relevante é que até a década de 1960, a maioria
da população brasileira ainda vivia na zona rural, fato que se inverteu no final do
século passado: de acordo com o censo 2000. De acordo com Weis al. (2001, p.28)
“o êxodo rural fez do Brasil um dos países mais urbanizados do mundo. Dos 169,5
milhões de habitantes, 81,2% vivem nas cidades. Nos Estados Unidos a taxa é de
80%. Na América Latina, de 55%.”
Couto Rosa (1999) considera que, no Brasil, durante muitas décadas,
predominou um conceito de desenvolvimento rural que partia da suposição de que a
tecnologia aliada ao capital é que promove o desenvolvimento. A partir dessa
premissa, o desenvolvimento rural passou a ser medido através do nível crescente
de produtividade dos produtos agrícolas, do aumento do mercado exportador e da
balança comercial. O modelo produtivista impunha uma fórmula e, para atendê-la, se
convocava ciência, tecnologia e capital.
O pensamento dominante em relação ao êxodo rural era que quase nada se
poderia fazer: afinal o esvaziamento dos campos era uma questão de tempo, como
prova a experiência de países desenvolvidos. Mas, o fluxo migratório compromete o
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futuro. Famílias chegam à cidade grande e não encontram melhoria de vida. Assim,
esse problema passa a ser visto como fonte de problemas de concentração e de
aglomeração das cidades provocados pela urbanização. Sem condições de
sobreviver no campo, as pessoas que foram viver nas cidades encontraram
dificuldades, como falta de emprego, de moradia, de saneamento básico, e
condições mínimas de saúde (ARAUJO, 2002).
Percebe-se que o mercado de trabalho está se transformando em todo o
mundo. Na atual fase de globalização da economia e reestruturação produtiva,
transformações tecnológicas alteram profundamente o processo de trabalho,
resultando em desemprego em massa e crescimento do mercado informal (ZALUAR,
1997).
Diante deste quadro, tem-se questionado sobre quais políticas públicas
devem ser implementadas para que o problema do desemprego e desocupação seja
minimizado, sendo um desafio tanto para o governo como para a sociedade.
Do ponto de vista das soluções internas, os desafios são aumentar a
produção de alimentos e, ao mesmo tempo gerar novas oportunidades de trabalho e
renda para os agricultores, defender os interesses nacionais e dos agricultores
diante dos mercados globalizados. Os agricultores familiares, principalmente os
excluídos do mercado da grande agricultura, defrontam- se com mais dificuldades,
agravadas pela carência de alternativas como oportunidade de trabalho nas cidades
e no meio rural (COUTO ROSA, 1999).
Hoje se fala muito em apoio ao pequeno agricultor e a agricultura familiar é
defendida com base em razões econômicas, sociais, culturais e ecológicas. O
agricultor, em tempo integral, e a capacidade produtiva da população residente no
campo se expressam em “novas formas de atividade agrícola como uma alternativa
ao êxodo rural, ao desemprego urbano e ao padrão de desenvolvimento agrícola
dominante” (COUTO ROSA, 1999, p.23).
O autor acrescenta que há uma busca por parte de organizações do Terceiro
Setor em também contribuir para desencadear um processo que resulte na
permanência do agricultor familiar e dos jovens no campo.
A esse respeito, Dollé (1997) afirma ser um novo paradigma instituído,
apontando para a necessidade de uma nova revolução verde, super verde e
duplamente verde, que depende de condições de acesso à terra de populações
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marginalizadas, crédito, meios de comunicação, transporte, condições de acesso a
cidadania com direito a educação, saúde, habitação.
O desenvolvimento local sustentável, compreendido como um espaço
dinâmico de ações locais, bem sucedidos, determinados por metodologias de
descentralização e pela participação comunitária, é que constrói as bases para o
desenvolvimento rural efetivo, constituindo-se como uma estratégia de redefinição
do desenvolvimento local (COUTO ROSA, 1999).
A mídia explora uma imagem negativa do agricultor, que muitas vezes é visto
como um jeca, matuto, caipira, quando aparece, sempre está no labor, com roupas
simples, com sua casinha modesta.
Importa destacar ser lamentável o pensamento que os que trabalham e
moram no campo são menos cidadãos.
No entanto, de acordo com Zaluar (1997, p. 4), “a própria concepção de
trabalho tem que ser modificada, recuperando as ideias de Keynes no início do
século: não a idéia do trabalho produtivo economicamente mas, a idéia do trabalho
socialmente útil.”
Ressalta-se o comentário do ex Presidente Luis Inácio Lula da Silva: “se
imaginarmos o benefício social para o nosso País com a manutenção do homem em
sua terra natal.”
Importa destacar que no reduzido inventário de mudanças políticoinstitucionais não pode passar despercebida a criação do Programa Nacional de
Fortalecimento da Agricultura Familiar (PRONAF), em 1995. Nos mais de 15 anos de
existência o PRONAF contribuiu para a democratização do acesso ao crédito de
custeio e investimento.
Não
menos
importante
são
os
recursos
destinados
a
financiar
a
comercialização agropecuária, como decisivo papel assumido pelas “compras da
agricultura familiar” realizadas pelo governo brasileiro via aquisição de produtos,
posteriormente destinados ao público alvo do Programa Fome Zero, e também as
compras governamentais que estabelecem o mínimo de 30% de compras de
produtos da Agricultura Familiar para a merenda escolar (lei 11.947/2009, art. 14 ),
que diga-se .de passagem, não tem conseguido atingir este percentual, por falta de
produtos ofertados pelos agricultores.
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Nesta linha do PRONAF também são valores consideráveis de recursos para
financiamento de máquina e equipamentos com juros subsidiados (2% ao ano),
entre outras linhas de crédito.
Outra política pública que deve ser lembrada é com relação ao surgimento da
Lei 8.212 e 8.213 de 1991, que instituem a condição de “segurado especial” aos
trabalhadores rurais que trabalham em regime de economia familiar, aos quais são
garantida
aposentadoria
para
mulheres
e
homens
aos
55
e
60
anos
respectivamente, independente do tempo de contribuição ao regime previdenciário.
Mas apesar dos avanços, o PRONAF permanece ancorado numa concepção
fortemente produtivista, no qual a maior parte dos recursos é destinada para os
setores mais integrados aos mercados, particularmente os grandes complexos
agroindustriais (suínos, aves, leite, etc.) induzindo os produtores à especialização
produtiva e à forte dependência de algumas poucas fontes de renda.
O cultivo da monocultura de grandes extensões, padrão predominante do
modelo de modernização aumentou a produção agrícola no país, mas não
promoveu, porém, o bem estar social da maioria da população rural, ao contrário,
provocou a concentração da propriedade da terra, êxodo rural, fome e violência com
o inchaço das grandes cidades e o surgimento de favelas.
Sem condições de sobreviver no campo, as populações que foram viver nas
cidades encontraram dificuldades como falta de empregos, de moradia, e de
condições mínimas de saúde (MENEZES, 2008).
Além das conhecidas dificuldades, a permanência da população rural pode
estar ameaçada em face da própria dificuldade dos agricultores de encontrar
sucessores para a própria atividade, até dentro da própria família. Esses aspectos
são retratados nos estudos de Mello et al. (2003) e podem ser observados com
maior frequência em nossa região.
Existe ainda outra grande tendência que é a masculinização da população do
campo em todo o país. Constata-se isso nos estados do sul do Brasil, reafirmando
que como mencionado anteriormente, o êxodo rural tem sido cada vez mais seletivo,
desta vez remetendo às cidades uma mão de obra predominantemente feminina,
constituído de mulheres que buscam empregos domésticos, simultaneamente ou
não, ao objetivo de frequentar uma escola ou curso preparatório para atender algum
ofício. Infelizmente estes traços da paisagem rural não têm sido incorporados à
agenda política de organizações civis que insistem em pensar no meio rural do
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ponto de vista estrito de atividade agrícola. Muitas lideranças e organizações falam
em desenvolvimento rural, quando na verdade estão pensando em desenvolvimento
agrícola. Parece óbvio, mas não o é. Ambas as noções podem levar, inclusive, a
resultados opostos (SACCO DOS ANJOS e CALDAS, 2005),
Pode-se fazer desenvolvimento agrícola com pouca gente, de preferência o
mínimo possível, para que os lucros sejam mais altos, seguindo a nacionalidade
capitalista. Mas não se pode fazer desenvolvimento rural sem as pessoas que nele
habitam.
Há que se considerar hoje “novos atores sociais” no campo brasileiro. Este
entendimento compõe parte das conclusões apresentadas pelo Projeto Urbano,
cujas pesquisas trazem à tona a existência de novas dinâmicas que incidem desde o
final dos anos 1980, nos espaços rurais do Brasil. Entre outros aspectos, é
destacado o papel que desempenham as rendas e atividades não agrícolas, não só
para a permanência no campo (GRAZIANO DA SILVA, 1997; CAMPANHOLA et
GRAZIANO SILVA, 2000), mas sobretudo para a ampla viabilização de amplos
setores da agricultura familiar. O que estes dados demonstram tem a ver com o fato
de que cresce o entendimento de que cada vez mais são atividades desvinculadas
da agricultura que estão retendo a população no campo.
Entre esses “novos atores sociais” há também os chamados agricultores
pluriativos, que devido a problemas como queda das rendas agrícolas, aumento dos
custos de produção, instabilidades e incertezas do mercado, seca, etc. optam por
conciliar a exploração agropecuária com o exercício de atividades não agrícolas
dentro ou fora dos estabelecimentos rurais. O IBGE define áreas rurais como:
aquelas que se concentram fora dos limites das cidades, cujo
estabelecimento é prerrogativa das prefeituras municipais. O acesso a
infraestruturas e serviços básicos e um mínimo de adensamento são
suficientes para que a população se torne “urbana” (ABRAMOVAY, 2003,
p.19).
Neste contexto, os dados do último censo demográfico do IBGE (2010)
indicam a existência de 5.561 municípios no Brasil, destes nada menos que 1382
(24,8%) têm até 5000 habitantes, reunindo em seu interior uma população de
4.617.749 pessoas.
No intervalo de zero a 10 mil habitantes existem, segundo a mesma fonte,
nada menos que 2690 municípios que correspondem a 48,4% do total existente no
Brasil, onde vivem 13.964.029 pessoas, ou 8,2 % do total de habitantes. Caso de
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adotasse a classificação italiana ou espanhola (menos de 10 mil habitantes) ,mais
de 2.200 municípios brasileiros passariam a ser rurais. A adoção de limite de 20 mil
habitantes ampliaria de 22% para 33% a população rural brasileira.
Assim, para que aconteça uma mudança na vida dos pequenos e médios
agricultores, mulheres e, sobretudo jovens, é necessário um ambiente social que
estimule o conhecimento e favoreça que as novas idéias tenham chance de se
tornar empreendimentos (ABRAMOVAY, 2005).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Uma política de desenvolvimento rural voltada para a juventude não pode
limitar-se à agricultura. Os futuros agricultores serão cada vez mais pluriativos, em
um ambiente que estimule a formulação de projetos inovadores que façam do meio
rural, para eles, não uma fatalidade, mas uma opção de vida. Sendo muito
importantes além do aprendizado de técnicas agronômicas, como também os
conhecimentos de gestão, contabilidade e funcionamento dos mercados.
É necessária a urgente reformulação da política agrícola brasileira com a
inclusão de medidas que possam estimular a produção nas pequenas e médias
propriedades com um programa de assistência técnica presente nas propriedades
com um rigoroso acompanhamento das atividades, com diversificação de culturas
visando o mercado.
Parece que as ações governamentais estão de certa forma invertidas, uma
vez que o governo oferece benefícios de alto custo como casa própria, energia
elétrica, financiamento de máquinas e equipamentos, em detrimento de uma
assistência técnica presente e que realmente acompanhe os produtores rurais com o
intuito de geração de renda, caminho que sem dúvida poderão permitir o acesso dos
mesmos nos elevadores sociais que tanto almejam.
É preciso investimento em logística para distribuição dos produtos produzidos
por micro, pequenos e médios agricultores, fazendo com que seus produtos possam
chegar aos centros consumidores (faltam produtos agrícolas e sobram agricultores e
propriedades ociosas). Essa realidade precisa ser mudada.
Incentivo
às
pequenas
e
médias
propriedades
que
desenvolvem
agroindústrias, com capacitação de agricultores e agricultoras, além de serviços
locais com disponibilização de profissionais da área de engenharia de alimentos,
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entre outros que possam assistir este setor e com eficiência poder atender não só o
mercado interno, como também o mercado externo.
Investimento em educação, novas tecnologias e assistência técnica efetiva, e
subsídios constituem a base de uma política agrícola que pode consolidar a
evolução socioeconômica da agricultura familiar brasileira e equilibrar a situação em
relação às economias desenvolvidas.
Neste estudo foram levantados assuntos que se colocados em prática podem
interferir decisivamente para amenizar o êxodo rural, promovendo melhores
condições para que as pessoas permaneçam na agricultura e no campo com
geração de renda, com dignidade e sustentabilidade.
REFERÊNCIAS
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contemporâneo. In: O Futuro das Regiões Rurais, Porto Alegre: UFRGS, 2003.
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GT 06 – CIÊNCIAS
SOCIAIS E APLICADAS
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RESUMOS
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RESPONSABILIDADE SOCIOAMBIENTAL: UM ESTUDO DA ATITUDE DE
CONSUMO DAS FAMÍLIAS EM MATIPÓ-MG
Paulo Soares Martins Júnior – Acadêmico de Ciências Contábeis – Faculdade
Vértice – UNIVÉRTIX.
Sérgio Luiz Agostinho Gonçalves, Daniel Vieira Ferreira e Tadeu Hipólito da
Silva – Professores da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Gestão ambiental; Marketing ambiental; Pequenas empresas.
INTRODUÇÃO
Com o constante aumento da concorrência das empresas em geral (pequenas,
médias e grandes), o fator ambiental vem se tornando motivo de preocupação,
devido às agressões feitas tanto pelas indústrias quanto pelo próprio consumidor,
que acaba participando, às vezes, indiretamente dos impactos ecológicos,
consumindo produtos advindos de organizações que não prezam pela proteção ao
meio ambiente. Essa pesquisa foi aprovada pelo Programa de Incentivo Básico à
Iniciação Científica (PIBIC) da Faculdade Vértice – Univértix, fomentado pela
Fundação de Amparo à Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG) e tem como objetivo
avaliar a visão dos consumidores da cidade de Matipó - MG sobre as questões
acerca dessas situações. A busca de formas de frear ou reduzir os danos ao meio
ambiente ganham força devido ao fato de lidarmos, muitas vezes, com recursos
exauríveis, além de reduzir cada vez mais as matérias primas encontradas com mais
abundância.
Segundo Neto (2007, p. 10),
“Ante um cenário de escassez de recursos naturais e de um processo
contínuo de degradação da natureza que só tende a se agravar, estudiosos,
de diversas áreas do conhecimento, como por exemplo: Canotilho (Coord.)
(1998); Diamond (2005); Garrard (2006); May (Org.) (1995); Sobral (2002);
Souza (2000); chegaram à conclusão de que o viver com qualidade
depende da otimização da relação do ser humano com o meio em que vive.
Destarte, incluíram a preservação do ambiente na pauta de suas
preocupações, cientes de que o meio não está apenas a serviço da
humanidade, mas também, se constitui suporte de vida para todos que
vivem no planeta “
METODOLOGIA
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De acordo com o Dicionário BARSA de Língua Portuguesa, “a pesquisa é uma
indagação ou busca minuciosa para averiguação da realidade; investigação e estudo
sistemáticos que visam a descobrir ou estabelecer fatos ou princípios relativos a um
campo qualquer do conhecimento”. Para a construção do presente estudo foram
utilizadas estratégias de investigação como levantamento de fontes primárias, como
material bibliográfico e através de uma pesquisa de campo, que consistirá em um
questionário com perguntas relacionadas aos seus conhecimentos quanto à origem
dos produtos finais e a posição da organização que os produzem em relação ao
meio ambiente, com linguagem de fácil interpretação e entendimento, entregues aos
gestores de família. Do ponto de vista dos objetivos da pesquisa, conforme Veloso
(2005) esta é uma pesquisa descritiva, pois visa descrever as características de
determinada população ou fenômeno, ou então o estabelecimento de relações entre
as variáveis. Partindo desse conceito, serão aplicados questionários com análise do
mesmo com a finalidade de diagnosticar as concepções da comunidade envolvida
na pesquisa relacionadas ao apelo social e sua influência nas decisões de compra
do consumidor final. Verificar-se-á, por meio de análise dos fatores que afetam sua
atitude se o mesmo estaria disposto a desembolsar em função do apelo ou
comprometimento socioambiental e discussão dos aspectos relacionados à
responsabilidade socioambiental das empresas e consumidores.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Tendo em vista que se trata de um processo em andamento e que a entrega dos
questionários (ponto crucial para o levantamento dos dados e obtenção de
resultados) ainda não foi realizada, torna-se difícil a exposição de um consenso ou
qualquer fato que dependa da pesquisa de campo para ser levantado, comentado
e/ou discutido no presente trabalho. Por conseguinte, não há resultados específicos
dessa pesquisa. Contudo, vale lembrar que a conscientização do público alvo é um
objetivo desse trabalho, sendo possível alertá-los para as consequências da não
responsabilidade com o meio ambiente e de ter uma visão empreendedora dessa
situação, visto que o marketing ambiental está se difundindo cada vez mais com o
passar dos anos. Todavia, isso preocupa os ambientalistas, pois “muitos acreditam
que as marcas estão usando o posicionamento “verde” como um artifício para
agradar aos consumidores sem, entretanto, abraçar medidas efetivas para preservar
o planeta” (MARINHO, 2012).
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Embora não esteja concluído, este estudo interfere “nos dois lados da moeda”, ou
seja, mostra como deve ser a visão de cliente e fornecedor, já que são dois tipos de
indivíduos que têm fortíssimas relações entre si e ambos com o meio ambiente, haja
vista que o ser humano faz parte deste. O ser humano, em sua maioria, vê o meio
ambiente como algo que fica ao seu redor, e se coloca alheio aos danos que ele
poderá lhe causar.
REFERÊNCIAS
BARSA, Dicionário da Língua Portuguesa. São Paulo: 2004. Vol. I . Vol. II.
MARINHO, Luiz Alberto. Marketing Verde: Pequenos gestos sustentáveis não
trazem mudanças substanciais para a saúde do planeta. Revista Abril. Disponível
em: < http://planetasustentavel.abril.com.br>. Acesso em: 10.ago.2014
NETO, Themístocles Barbosa Ferreira; Assimilação do valor meio ambiente pela
sociedade brasileira. São Carlos: Universidade de São Paulo Escola de
Engenharia de São Carlos, 2007.68 p. Dissertação (Mestrado) – Programa de
Mestrado e Área de Concentração em Ciências da Engenharia Ambiental; Escola de
Engenharia de São Carlos da Universidade de São Paulo, 2007.
SILVA, Daniele Aita da. Ambiente e educação ambiental: rumo ao
desenvolvimento sustentável. Ijuí: UNIJUI, 2006.115 p. Dissertação (Mestrado) Pós-graduação em Desenvolvimento, área de concentração: Direito, Cidadania e
Desenvolvimento, Universidade Regional do Noroeste do Estado do Rio Grande do
Sul, Ijuí, 2006.
VELOSO, Waldir de Pinho. Como redigir trabalhos científicos: monografias,
dissertações, teses e TCC. 1a Edição. São Paulo: IOB Thomson, 2005.
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O ENSINO SUPERIOR BRASILEIRO: NOVAS CONFIGURAÇÕES E VELHOS
DESAFIOS
Rosélio Marcos Santana – graduado em Sistemas de Informação, Licenciado em
Matemática, Pós-graduado em MBA e Gestão de Pessoas e Negócios. Pós
graduando em Docência do Ensino Superior. Professor da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
Ana Paula Rolim de oliveira, Graduada em Serviço Social. Pós graduanda em
Docência do Ensino Superior.
Vinícius Sigilião Silveira Silva – Graduado em Engenharia Agronômica. Pós
graduando em Docência do Ensino Superior. Professor Faculdade VérticeUNIVÉRTIX.
Fernanda Maria de Assis Dornelas – Graduada em Educação Física. Pós
graduanda em Docência do Ensino Superior. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
Lígia Rosa Dornelas Bastos - Graduada em Administração e Matemática. Pós
graduanda em Docência do Ensino Superior.
Orozelina Viviane Gomes de Sá – Graduada em Administração. Pós graduando
em Docência do Ensino Superior. Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Miliane Gonçalves Santana. Graduada em Letras.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Universidade. Pesquisa. Conhecimento. Política.
INTRODUÇÃO
Sociedade e Governo reconhecem a importância do ensino universitário para
formação de profissionais, preparação de administradores e lideranças culturais e
sociais. Além de representar ascensão social especialmente para aqueles que
adentram as universidades públicas. No entanto somente 10,7% do total das
universidades é pública, o que mostra a dificuldade de ingresso nestas instituições.
O objetivo a ser alcançado refere-se à análise e reflexão sobre a situação atual do
ensino superior público no Brasil, apontando pressupostos teóricos de uma
universidade comprometida com o conhecimento, a extensão e a pesquisa e,
consequentemente com a mediação da cidadania e da democracia. A elite da
sociedade escolheu uma opção política e econômica onde a educação relaciona-se
ao trabalho a partir da Teoria do Capital Humano onde formam-se trabalhadores
para o exercício de tarefas simples (GENTILI, 2002). A Constituição de 1988 dedica
poucos artigos ao ensino superior apesar de assegurar autonomia didático-científica,
administrativa e de gestão financeira e patrimonial. Já a Lei de Diretrizes e Bases da
Educação Nacional (1996), regulamenta os principios constitucionais relativos ao
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ensino superior ao mesmo tempo em que consolida as opçoes políticas e
ideológicas do Estado brasileiro.
METODOLOGIA
A metodologia utilizada foi a revisão de literatura e como estratégia a pesquisa em
documentos oficiais, na rede mundial de computadores através de sítios como a
base de dados Scientific Electronic Library Online (Scielo), Google acadêmico e
bancos de teses e dissertações de universidades.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A Lei nº. 9.394/1996 dedica todo o capítulo IV à educação superior com 14 artigos
(do 43 ao 57) onde estabelece finalidades, define cursos e programas, graus de
abrangência
ou
especialização,
regulamenta
processos
de
autorização
e
reconhecimento, ano letivo, emissão de diplomas, transferências, disponibilidade de
vagas, regime jurídico, carreira docente,
compromisso da União, recursos
orçamentários, além da obediência ao “princípio da gestão democrática, assegurada
a existência de órgãos colegiados deliberativos, de que participarão os segmentos
da comunidade institucional, local e regional”. Saviani (1998) destaca que mesmo
antes de ser aprovada a LDB já estava sendo regulamentada. O Decreto 2.306
(1997) classifica as instituições do sistema federal de ensino superior, regulamenta
sua manutenção e organização acadêmica, dividindo-as em universidades, centros
universitários,
faculdades
integradas,
faculdades
e
institutos
superiores.
Regulamenta também a intervenção do MEC, autorização e reconhecimento de
cursos, credenciamento, criação de cursos na área de saúde, critérios de seleção de
alunos e qualificação dos docentes. Outras medidas tomadas pelo Governo foram o
Plano Nacional de Educação, o PDE e programas especiais como PROUNI e
REUNI. O Plano Nacional de Educação foi, na realidade, um anexo do Projeto da
sociedade civil organizada. Já o PDE foi lançado em 2007 com intuito de melhorar o
desempenho das instituições de ensino de todos os níveis, com destaque para as
metas do ensino superior que envolviam ampliação do acesso e articulação entre
programas de financiamento. Apesar de embalados por um discurso que defende a
qualidade do ensino os projetos governamentais têm sofrido críticas que envolvem a
frustração quanto às expectativas alimentadas, promessas não cumpridas, fraco
desenvolvimento e progresso da sociedade, desvalorização da cultura, banalização
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de alguns setores da vida humana, dentre outros fatores (MOREIRA, 2001). De
acordo com Oliveira (2007, p.18), as universidades públicas “lutam por ajustar-se às
políticas de educação superior e às demandas do mercado e desenvolver um projeto
político-pedagógico próprio, coerente com a construção de sua autonomia”. Do
mesmo modo as universidades públicas vivem o paradoxo de atender às
necessidades surgidas no seio da sociedade, de modernizar-se e desenvolver-se
enquanto resistem aos arrastamentos da política neoliberal imperante.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O momento é de desafios para o ensino superior que tem que enfrentar o modelo
capitalista neoliberal representado pelo poder público. Ao mesmo tempo deve
superar as pressões da sociedade que reclama a contribuição das universidades
para sua emancipação. A realidade leva a universidade pública a afastar-se de sua
responsabilidade de elaborar uma nova consciência social através do conhecimento.
Os desafios enfrentados pela universidade pública são aqueles enfrentados por toda
a educação pública nos seus variados níveis e modalidades que podem ser
resumidos no dilema de promover uma educação baseada na teoria do capital
humano ou na emancipação humana. Ou seja, escolher entre estar a serviço do
mercado ou da construção de uma existência mais humanizada onde o trabalho tem
a função de contribuir para o existir do homem. É imprescindível que a educação
invista no desenvolvimento e amadurecimento de uma nova consciência social e
cultural das gerações.
REFERÊNCIAS
GENTILI, P. Três teses sobre a relação trabalho e educação em tempos neoliberais
In: LOMBARDI, J. C.; SAVIANI, D.; SANFELICE, J. L. (Org.). Capitalismo, trabalho
e educação. Campinas: Autores Associados/HISTEDBR, 2002.
MOREIRA, A. F. Currículo, cultura e formação de professores. Educar, Curitiba,
n. 17, p. 39-52, 2001.
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metamorfose das universidades públicas. In: PEREIRA, F. M. de A.; MULLER, M.
Lúcia R. Educação na interface relação estado/sociedade. Cuiabá: EDUFMT/
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SAVIANI, D. Da nova LDB ao novo Plano Nacional de Educação: por uma outra
política educacional. Campinas: Autores Associados, 1998.
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SEVERINO, A. J. Fundamentos ético-políticos da educação no Brasil de hoje. In:
LIMA, J. C.; NEVES, L. M. W. Fundamentos da educação escolar no Brasil
contemporâneo. Rio de Janeiro: Fiocruz/EPSJV, 2006. p. 289-320.
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MOTIVOS QUE LEVAM ALUNOS DO ENSINO MÉDIO A EVASÃO DAS AULAS
DE EDUCAÇÃO FÍSICA
Francielli de Barros Delazari e Silvânia Milani Aguiar- Acadêmicas do 4º Período
de Educação Física da Univértix.
Carlos Eduardo Toledo – Graduado em Educação Física, Especialização em
Qualidade de Vida e Promoção à Saúde. Professor e coordenador de estágio da
Univértix.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix.
Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em
Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da
Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Motivos; Alunos; Ensino médio; Evasão; Educação Física.
INTRODUÇÃO
Na fase da adolescência, a prática da Educação Física é essencial em virtude das
transformações físicas e psíquicas que os jovens experimentam nesse momento da
vida, além de melhor a compreensão deles sobre os seus próprios corpos. No
entanto, os adolescentes parecem não compreender o lugar da Educação física em
suas vidas, haja vista que notadamente no Ensino Médio há uma maior resistência
dos alunos em realizar as atividades propostas pelo professor e, consequentemente,
grande evasão das aulas dessa disciplina. Temos que considerar também que,
muitas vezes, falta criatividade dos professores e até mesmo falta de habilidade de
certos alunos, o que dificulta que os alunos dessa faixa etária mantenham-se
interessados nas aulas. Por ser um período de contestações, os adolescentes
muitas vezes se negam a participar das aulas. Muitos deles ainda consideram essa
aula desinteressantes e sem importância. Além disso, o fato de a Educação Física
ser facultativa nos turnos noturnos acaba por corroborar para isso. Mesmo com a
mudança ocasionada pela lei n. 10.793, alterando a redação do artigo 26 da LDB
(1996), pouco se avançou no contexto final da Educação Física noturna. Ocorre que
o professor de Educação Física (EF) e o trabalho com essa disciplina na escola
envolve-se em peculiaridades fortemente ligadas a trajetória histórica e de
características próprias da área que contribuem para a percepção de situações que
nem sempre contribuem para a percepção positiva das pessoas a respeito dessa
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área do conhecimento. Ao contrário disso, sabemos que a Educação Física é uma
disciplina fundamental no currículo escolar. Ela auxilia no desenvolvimento motor,
afetivo, social e físico. Através da prática corporal, o professor deve procurar “ater-se
à busca da formação integral de seus alunos” (BETTI, 1992, p.285). Ao encontro
dessa abordagem, os Parâmetros Curriculares Nacionais (PCN) (1997) afirmam que
a Educação Física precisa buscar sua identidade como área de estudo
indispensável à compreensão e entendimento do ser humano, enquanto produtor de
cultura. Segundo Medina (2006), delimitando nossa área de análise à realidade
brasileira, podemos dizer que, no caso da Educação Física, ela não tem sido capaz
de justificar a si mesma, quer como disciplina formal e predominantemente
educativa, quer como atividade que auxilie alguns aspectos de desenvolvimento
humano fora da escola e, em especial, no esporte de alta competição ou de
rendimento. Ao encontro dessa abordagem, podemos citar o estudo de Lovisolo
(1995), que realizou um estudo com alunos e seus responsáveis de escolas da rede
municipal da cidade do Rio de Janeiro sobre o ponto de vista destes sobre o
significado e interesse pela disciplina Educação Física. Entre os resultados, a
Educação Física obteve o primeiro lugar entre as disciplinas que os alunos mais
gostam. Entretanto, quando o autor indaga sobre qual disciplina os alunos
consideram mais importante, a Educação Física caiu para sétimo lugar, ficando à
frente apenas da disciplina Química, Francês e Educação Musical. Portanto,
mantém-se explícito que os alunos distinguem entre o gostar, o prazer que uma
disciplina pode lhes proporcionar, e a utilidade que a Educação Física pode ter em
suas vidas. Diante do relato desse quadro, acabamos esbarrando no âmbito da
formação
profissional.
Nesse
caso,
Medina
(2006)
destaca
que
mesmo
considerando as dificuldades organizacionais e as limitações intrínsecas dos
professores, quem faz a Educação Física são as pessoas nela envolvidas. Assim, as
finalidades, os objetivos, os conteúdos, os métodos e o próprio julgamento dessa
disciplina são condicionados pelo grau de consciência individual e coletiva dos que
trabalham com a Educação Física. Portanto, em virtude das diferentes visões de
homem e de mundo que porventura possamos ter, diferentes serão as nossas
concepções a seu respeito. O reconhecimento deste quadro de pesquisas fez
emergir a necessidade de aprofundar o conhecimento no que tange as perspectivas
de alunos sobre a Educação Física na escola. Diante disso, o objetivo do estudo é
compreender os motivos que levam alunos do ensino média de uma Escola Estadual
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de uma Cidade da Zona da Mata Mineira a evasão das aulas de Educação Física.
Com a realização desta investigação, pretendemos contribuir a ampliação da
produção de um conhecimento que vise à ressignificação do sentido e significado da
Educação Física para os alunos da escola básica, bem como o lugar desta disciplina
no currículo escolar.
METODOLOGIA
Essa pesquisa qualitativa será realizada através de observação participante e
entrevista semiestruturada com alunos do ensino médio de uma escola pública
estadual de uma cidade da zona da Mata Mineira. Sobre essa abordagem de
pesquisa, Bogdan e Biklen (1994) afirmam que:
exige que o mundo seja examinado com a idéia de que nada é trivial, que
tudo tem potencial para constituir uma pista que nos permita estabelecer
uma compreensão mais esclarecedora do nosso objecto de estudo.
(BOGDAN e BIKLEN, 1994, p.49).
A participação dos alunos será realizada mediante a assinatura do Termo de
Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) pelos pais dos participantes e da direção
da escola. Para resguardar a identidade dos sujeitos serão utilizados nomes fictícios.
As entrevistas e as observações serão realizadas nos meses de outubro, novembro
e dezembro de 2014. As entrevistas serão gravadas, transcritas e armazenadas em
arquivo tipo Word versão 2010, o que possibilitará a recuperação dos dados nos
momentos necessários. Das observações participantes serão produzidas as notas
de campo expandidas, que também serão transcritas e armazenadas em arquivo
tipo Word versão 2010.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
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discente. UNICAMP, Campinas, 1992.
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A INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIA FÍSICA NA AULA DE EDUCAÇÃO
FÍSICA
Igor Henrique Soares Carlota e Danilo de Paula Leandro – acadêmicos do 4º
período do curso de Educação Física da Univértix.
Janine Lopes Carvalho Janine Lopes de Carvalho – Graduada em Psicologia,
especialista em Saúde Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Mestranda
em Psicologia UFRRJ. Professora da UNIVÉRTIX.
Kelly Aparecida Nascimento – Professora e coordenadora de Pesquisa e
Extensão da Univértix.
Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em
Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da
Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Inclusão, deficiência física, Educação Física.
INTRODUÇÃO
SantaÁna (2005) aponta que a inclusão de alunos com necessidades especiais é um
desafio a ser vencido não só pela escola, mas também por toda a sociedade. Segundo
Glat (2009) a educação inclusiva visa incluir no seio do ensino regular pessoas com
deficiência, como transtornos globais do desenvolvimento e altas habilidades com toda a
outra demanda que a escola já acolhe. A educação inclusiva significa dar acesso a todos
os níveis escolares aos grupos chamados “especiais”. A Política Nacional de educação
Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva define aluno com deficiência como:
Àqueles que têm impedimento de longo prazo, de natureza física,
mental, intelectual ou sensorial, que em interação com diversas
barreiras podem ter restringida sua participação plena e efetiva na
escola e na sociedade (BRASIL, 2008, p. 15).
As deficiências podem ser físicas, sensoriais, mentais e múltiplas. Di Matteo (2012) aponta que
as deficiências podem ser parte de uma condição de saúde, mas não sugerem essencialmente a
presença de uma doença. Para a atenção a esses alunos na rede regular de ensino, deve-se
adotar a máxima da Declaração da Guatemala (1999) que é tratar igualmente os iguais e
desigualmente os desiguais. Assim, deve-se admitir as diferenciações com base na deficiência
para se permitir o acesso aos seus direitos e não para negá-los.
Pires, Blanco, Oliveira (2009, p.137) afirma que:
É denominada deficiência física a perda ou a redução da capacidade
de movimento de qualquer parte do corpo. Indivíduos amputados,
com hemiplegia (dificuldades motoras em um dos lados do corpo) ou
usuários de cadeiras de rodas são exemplos de sujeitos com
deficiência física.
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Segundo Freitas (2002), a Educação Física adaptada é uma área de conhecimento
dentro da Educação Física, que busca a inclusão de deficientes em grupos de
atividades, jogos e esportes, já que estes são excluídos por motivo de suas condições
físicas. Neste sentido, a Educação Física adaptada tem como objetivo o estudo da
motricidade humana das pessoas com necessidades educacionais especiais, buscando
métodos de ensino para melhor atendê-los, observando e respeitando as necessidades
e diferenças de cada aluno. Diante das considerações apresentadas, o presente
trabalho tem como objetivo identificar a inclusão de alunos com deficiência física nas
aulas de Educação Física nas escolas de um Município da Zona da Mata Mineira.
Através deste, pretendemos contribuir para o debate sobre a inclusão de alunos com
deficiência no ensino regular. Mesmo garantida por lei sabemos que a inclusão de
alunos com deficiência ainda é um tabu para algumas escolas, como também para
alguns professores.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa descritiva, de abordagem qualitativa. Segundo Minayo (2000,
p.118), a pesquisa qualitativa é:
A pesquisa é assim, a atividade básica da ciência na sua construção
da realidade. A pesquisa qualitativa, no entanto, trata-se de uma
atividade da ciência, que visa a construção da realidade, mas que se
preocupa com as ciências sociais em um nível de realidade que não
pode ser quantificado, trabalhando com o universo de crenças,
valores, significados e outros construto profundos das relações que
não podem ser reduzidos à operacionalização de variáveis.
A pesquisa será realizada com professores de Educação Física de escolas estaduais,
municipais e particulares de um município da zona da mata mineira. Como instrumento
de coleta de dados utilizaremos a entrevista semiestruturada.
As entrevistas serão
realizadas nos meses de setembro, outubro, e novembro. Elas serão transcritas e
digitadas em programas tipo Word versão 2010, o que possibilitará uma formatação
adequada para o trabalho.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
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BLANCO, L. Falando sobre necessidades educacionais especiais. Rio de Janeiro. SMERio/Instituto Helena Antipoff, 2001.
BRASIL. Política Nacional de Educação Especial na Perspectiva da Educação Inclusiva.
Distrito Federal: Ministerio da Educação/Secretaria de Educação Especial, Brasilia, 2008.
CUCOLICCHIO, S. Inclusão Escolar. Revista Síndromes Julho, Agosto, 2012.
DI MATTEO, Julianna. Inclusão da pessoa com deficiência no trabalho. Revista Síndromes.
Mai/jun, n.3, 2012.
FREITAS, P, S. Educação Física e Inclusão: considerações para a prática pedagógica na
escola. Revista Integração. Ministério da Educação. Secretaria de Educação Especial. Ano14.
Edição especial 2002 pg.26 – 30.
GLAT, R. Educação Inclusiva: cultura e cotidiano escolar. Rio de Janeiro: 7 Letras, 2009.
MINAYO, M.C. de S. (Org.) Pesquisa social: teoria, método e criatividade. 22 ed. Rio
de Janeiro: Vozes, 2003. SILVA, E. L.; MENEZES, E. M. Metodologia da Pesquisa e
Elaboração de Dissertação. Florianópolis: LED/UFSC, 2000. 118p.
SANT´ANA, M.I. Educação Inclusiva: concepções de professores e diretores.
Psicologia em Estudo, Maringá, v. 10, n° 2, 2005.
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FREQUÊNCIA DA PRÁTICA DE ATIVIDADE FÍSICA DE ALUNOS DO ENSINO
MÉDIO DE UMA ESCOLA PUBLICA ESTADUAL DE UMA CIDADE DA ZONA DA
MATA MINEIRA
Mateus Chaves Couto e Sergio Luiz Fernandes da Silva - acadêmicos do 4º
período do curso de Educação Física da Univértix.
Carlos Eduardo Toledo – Graduado em Educação Física, Especialização em
Qualidade de Vida e Promoção à Saúde. Professor e coordenador de estágio da
Univértix.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix.
Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em
Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da
Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: frequência; prática de atividade física; Educação Física.
INTRODUÇÃO
A atividade física vem cada vez mais sendo esquecida pelas pessoas,
principalmente os jovens e o que vem contribuindo cada vez mais para que isso
aconteça é o avanço da tecnologia (BLAAK et al., 1992; ROMANELLA et al., 1991).
A consequência disso é uma geração onde há um grande número de pessoas
obesas e o sedentarismo é a realidade de muitos. Segundo Fiatarone-Singh (1998):
a maioria dos estudos transversais sugere que a atividade física
tem um papel de modificação das alterações do peso e
composição corporal relacionada à idade e de acordo com sua
análise, os indivíduos que se classificam como mais ativos tem
menor peso corporal, índice de massa corporal, porcentagem de
gordura corporal e relação cintura/quadril do que os indivíduos
considerados sedentários.
A saúde está diretamente relacionada à atividade física. As pessoas com hábitos
sedentários possuem menor aptidão física, isto é, menor capacidade para executar
exercícios físicos. Por outro lado, as características de estrutura muscular, de
nossas articulações, da constituição do corpo ou da capacidade cardiorrespiratória,
determinam também os limites de nossa aptidão física (AZEVEDO, 2000). O
principal afetado dessa nova era de avanços são os adolescentes, que estão
passando cada vez mais tempo em frente ao computador, vídeo game e celular,
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esquecendo-se de praticar algum tipo de atividade física. Isso pode trazer várias
consequências. Para Halpern (2000, p.27):
o acúmulo de gordura na região abdominal, especialmente entre as vísceras,
apresenta grande risco de alterações metabólicas e de desenvolvimento de
patologias secundárias, o que pode ser extremamente perigoso para o
adolescente, no que tange à aquisição de outras doenças, como: problemas
de colesterol alto, triglicerídeos alto, problemas de coração, entre outros.
Atividades físicas realizadas durante a adolescência parecem ser determinantes de
um estilo de vida ativo na idade adulta. Segundo James, (1995) citado por Azevedo
Júnior, Araújo e Pereira (2006) as pessoas mais rapidamente persuadidas a aderir a
um programa de atividades físicas são aquelas que, quando crianças, foram
fisicamente ativas na escola e no lazer. Moore et al. (1991) afirmam que o nível de
atividade física em criança e em seus pais demonstram também que os filhos de
mães ativas são duas vezes mais ativos que os filhos de mães inativas e quando os
dois pais eram ativos as crianças foram 5,8 vezes mais ativas que os filhos de pais
inativos. Entendendo ser a inatividade física, um dos grandes problemas que afetam
a sociedade atual, veio o interesse em pesquisar tal fenômeno. Assim, o objetivo do
estudo é verificar a frequência de atividade física dos alunos do Ensino Médio de
uma Escola pública estadual de uma cidade da Zona da Mata Mineira. Com este
estudo pretendemos contribuir para a conscientização dos adolescentes e suas
famílias em relação á importância da atividade física para a qualidade de vida.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de natureza descritiva, que, para Gil (2008), possuem
como objetivo a descrição das características de uma população, fenômeno ou de
uma experiência e geralmente assumem a forma de levantamentos. O estudo, ainda
em andamento, será realizado com alunos do ensino médio de uma escola estadual
de uma cidade da Zona da Mata Mineira, e será levado em conta apenas atividades
de intensidade moderada e vigorosa. Para coletar os dados, será aplicado o
Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ) (CELAFISC, 2014). Esse
questionário, proposto pela Organização Mundial de Saúde (1998), apresenta oito
questões sobre esse assunto é o mais indicado para validar os resultados da
pesquisa.
A pesquisa será realizada durante as aulas de Educação Física, nos meses de
outubro e novembro de 2014, e a participação dos alunos será realizada mediante a
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assinatura do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE) pelos pais e
direção da escola. Para resguardar a identidade dos sujeitos serão utilizados nomes
fictícios. Após a coleta dos dados, este serão tabulados no Microsoft Excel, através
de estatística descritiva. Desses dados gerarão gráficos que irão nos orientar na
escrita dos resultados, assim poderemos discutir mais sobre o estudo.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
AZEVEDO,
J.
R.
D.
(2000).
Atividade
www.boasaude.uol.com.br Acesso em: 25. Maio. 2014.
física. Disponível
em
AZEVEDO JUNIOR, M. R.; ARAUJO, C. L. P.; PEREIRA, F. M. Atividades físicas e
esportivas na adolescência: mudanças de preferências ao longo das últimas
décadas. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte. São Paulo, v. 20, n. 1,
p.
51
58,
mar.
2006.
Disponível
em:
<http://www.revistasusp.sibi.usp.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S180755092006000100005&lng=pt&nrm=iso>. Acesso em: 29.ago.2014.
BLAAK, E.E., et al. Total energy expenditure and spontaneous activity in relation to
training in obese boys. Am J Clin Nutr, n. 55. p.777-782, 1992.
CELAFISCS. Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ). Disponível
em:
http://
www.celafiscs.org.br/index.php/contribuições-aciência%3Ftask%3Dcallelement%26format%3D. Acesso em: 02.set. 2014.
FIATARONE-SINGH, M.A. Body composition and weight control in older adults. In:
Lamb DR, Murray r. Perspectives in exercise science and sports medicine:
exercise, nutrition and weight control. V.111. Carmel: Cooper, p. 243-288. 1998ª.
GIL, A. C. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas, 2008.
HALPERN, A. Pontos para o gordo! 6. ed. Rio de Janeiro: Record, 2000.
JAMES, W. P. T. A public health approach to the problem of obesity. International
Journal of Obesity, United Kingdow, n. 19, p. 37-45, 1995. Disponível em:
<www.ncbi.nlm.nih.gov/pubmed/8581075>. Acesso em: 29 ago. 2014.
MOORE, L. L. et al. influence of parents physical activity levels on activity levels of
young children. J. Pediatrics, n.118, p.215-219, 1991.
ROMANELLA, NE.E. et al. physical activity and attitudes in lean and obese children
and their mothers. International Journal of Obesity, n.15, p.407-414, 1991.
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OS DESAFIOS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR PARA O PROFESSOR EM
INÍCIO DE CARREIRA
Alan Martins Ferreira e Warley de Oliveira Frade– acadêmico do 4º período do
curso de Educação Física da Univértix.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix.
Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em
Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da
Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: desafios; Educação Física Escolar; professor em início de carreira.
INTRODUÇÃO
O professor de Educação Física (EF) e o trabalho com essa disciplina na escola
envolve-se
em
peculiaridades fortemente
ligadas
a
trajetória
histórica
e
de
características próprias da área, notadamente para aquele em início de carreira.
Segundo Huberman (1995), a carreira é caracterizada em ciclos ou estágios que
influenciam à atuação do profissional. O autor elaborou um modelo de síntese do
desenvolvimento profissional em cinco fases: a primeira fase denomina-se entrada ou
tateamento, e vai de um a três anos de carreira; a fase de estabilização, de 4 a 6 anos; a
fase de diversificação, de 7 a 25 anos; a fase de serenidade, de 25 a 35 anos; a última
fase, denominada desinvestimento, ocorre entre os 35 e 40 anos de profissão. Propõese aprofundar as discussões a respeito da primeira fase, uma vez que ela é
caracterizada por um período de sobrevivência, que engloba a distância entre os ideais
elaborados no período de formação inicial e as realidades cotidianas do contexto
escolar. No início da carreira os professores elaboram princípios norteadores de sua
posição profissional, geralmente marcado por momentos de sobrevivência e de
exploração. Segundo Huberman (1995) o aspecto da sobrevivência traduz o “choque do
real”, a confrontação inicial com a complexidade das instituições em que os professores
principiantes irão atuar. Nesta fase, emergem as descontinuidades, os riscos, as
decepções, as repressões e as contradições que se entrelaçam com um momento de
profundo aprendizado e de mudanças radicais em seus modos de pensar e de agir
perante a profissão. A distância entre os ideais e as realidades cotidianas, a
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fragmentação do trabalho, à relação pedagógica e a construção do conhecimento, a
oscilação entre as relações afetivas professor-aluno, a dificuldade e a escassez de
material didático. Em contrapartida ao aspecto da sobrevivência, Huberman (1995)
destaca outro, a descoberta ou exploração. Os dois aspectos são vividos paralelamente
e, para este autor, é o aspecto da descoberta que permite “aguentar” o da sobrevivência.
A descoberta traduz o entusiasmo inicial, a experimentação, a sensação de estar em
responsabilidade e de tornar-se colega num determinado corpo profissional. Ambos os
aspectos influenciam as decisões do profissional de prosseguir ou abandonar o ofício de
professor. No âmbito da Educação Física Escolar, os profissionais enfrentam muitos
desafios, alguns generalistas e outros peculiares à área, entre eles a falta de recursos
materiais, de espaço físico e indumentária adequada, de desvalorização da EF em
relação às demais disciplinas, falta de qualificação profissional, baixa remuneração, falta
de interesse dos alunos pelas aulas, exposição da EF a todos da escola por ser
realizada em espaço aberto, entre uma série de outros. E no caso do profissional em
início de carreira, tal situação parece se agravar ainda mais em função do período de
descoberta e sobrevivência. Sabemos o quanto esses entraves comprometem o trabalho
desses educadores, no entanto, ao mesmo tempo, a realidade escolar exige um
profissional preparado, que faça tempo para estudar. Mas como, com dupla jornada de
trabalho e geralmente mal remunerado, encontrar tempo suficiente para realizar todas as
tarefas cotidianas e ainda estudar? E, finalmente, como tornar-se professor sem
estudar? Pois, para Freire (2002, p.172) que “professor é profissão de quem estuda”.
Para Pérez Gómez (1997), o professor intervém num meio ecológico complexo, num
cenário psicossocial vivo e mutável, influenciado pela interação simultânea de múltiplos
fatores e condições. Segundo este autor, nesse ecossistema o professor enfrenta
problemas relacionados a situações individuais de aprendizagem ou a formas de
comportamento de grupos, que requerem um tratamento singular na medida em que se
encontram fortemente determinados pelas características situacionais do contexto e pela
própria história de uma turma enquanto grupo social. Segundo Medina (2006),
delimitando nossa área de análise à realidade brasileira, podemos dizer que, no caso da
Educação Física, ela não tem sido capaz de justificar a si mesma, quer como disciplina
formal e predominantemente educativa, quer como atividade que auxilie alguns aspectos
de desenvolvimento humano fora da escola e, em especial, no esporte de alta
competição ou de rendimento. Ao contrário disso, o trabalho do professor de Educação
Física, como socializador da cultura erudita, vai além da pura e simples transmissão das
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técnicas da ginástica e do desporto. É fundamental que a aula de Educação Física se
transforme num ambiente crítico, onde a riqueza cultural se estabeleça como trampolim
para a crítica (GHIRALDELLI JÚNIOR, 2001, p. 58). Diante do exposto, o objetivo do
estudo é identificar os desafios enfrentados pelo profissional de Educação Física em
início de carreira que atuam em escolas públicas estaduais e municipais de um
Município da Zona da Mata Mineira. Com este estudo pretendemos contribuir para que
os professores de Educação Física possam compreender melhor os desafios peculiares
e generalistas enfrentados pela profissão, notadamente os profissionais em início de
carreira.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa que será realizada à luz da abordagem de pesquisa
qualitativa. Serão realizadas entrevistas semiestruturadas com professores em início de
carreira, que atuam nas escolas públicas estaduais e municipais de um município
localizado na Zona da Mata mineira. Sobre essa abordagem de pesquisa, Bogdan e
Biklen (1994) afirmam que:
exige que o mundo seja examinado com a idéia de que nada é trivial, que
tudo tem potencial para constituir uma pista que nos permita estabelecer
uma compreensão mais esclarecedora do nosso objecto de estudo.
(BOGDAN e BIKLEN, 1994, p.49).
A participação dos professores será realizada mediante a assinatura do Termo de
Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Para resguardar a identidade dos sujeitos
serão utilizados nomes fictícios. As entrevistas serão realizadas nos meses de outubro,
novembro e dezembro. Elas serão gravadas, transcritas e armazenadas em arquivo tipo
Word versão 2010, o que possibilitou a recuperação dos dados nos momentos
necessários.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
BOGDAN, R. e BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução à
teoria e aos métodos. Portugal: Porto, 1994.
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GHIRALDELLI JUNIOR, P. Educação Física Progressista: a pedagogia crítico-social
dos Conteúdos e a Educação Física Brasileira. 7.ed. São Paulo: Loyola, 2001. 63p.
HUBERMAN, Michael. O ciclo de vida profissional dos professores. In: Nóvoa, Antônio
(org) Vida de professores. 2.ed. Porto Codex: Porto, 1995. 31-61p (Coleção Ciências
da Educação).
MEDINA, João Paulo Subirá. A Educação Física cuida do corpo... e “mente”. 21.ed.
Campinas SP: Papirus, 2006.
PÉREZ GÓMEZ, Angel. O pensamento prático do professor: a formação do professor
como profissional reflexivo. In NÓVOA, Antônio (Org.). Os Professores e a sua
Formação. Lisboa: Dom Quixote, 1997. (temas de Educação). 93-114p.
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DESENVOLVIMENTO E CULTURAS LOCAIS: A PERCEPÇÃO DOS
MORADORES SOBRE A CONSTRUÇÃO DA HIDRELÉTRICA DE BAGUARI/MG
Kelly Aparecida Nascimento – Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão
da Univértix. Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia.
Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade.
Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix.
Mariana de Faria Gardingo Diniz – Graduada em Biologia. Especialista em Gestão
Ambiental. Mestre em Engenharia dos Materiais Processos Químicos e
Metalúrgicos. Doutoranda em Engenharia Ambiental. Professora da Faculdade
Vértice - UNIVERTIX. (Colaboradora).
Érica Luciana do Nascimento. Graduada em Ciências Biológicas. Professora das
escolas públicas da cidade de Caratinga.
PALAVRAS-CHAVE: Culturas locais, desenvolvimento, hidrelétrica.
RESUMO
As usinas hidrelétricas constituem um dos empreendimentos que mais causam
polêmicas na atualidade. Em geral, os empreendimentos hidrelétricos têm se
revelado insustentáveis tanto no cenário brasileiro como também internacional,
levando-se
em
consideração
os
impactos
causados
sobre
os
fatores
socioambientais. Nosso estudo busca compreender o significado da instalação da
Usina
Hidrelétrica
de
Baguari,
localizada
no
município
de
Governador
Valadares/MG, para as categorias de atores sociais envolvidas com esse processo
considerado de desenvolvimento para a região. A UHE Baguari tem capacidade
instalada de 140 mW e produzirá energia suficiente para abastecer uma população
de 450 mil habitantes. Considerando-se essas argumentações, a questão
norteadora dessa pesquisa é: como as cinco categorias de atores sociais percebem
a chegada da UHE Baguari? A estratégia metodológica utilizada nessa pesquisa de
caráter qualitativo foi a entrevista semi-estruturada, realizada em dezembro de 2008,
com os proprietários e os inquilinos de lotes urbanos de uso residencial/lazer,
meeiros, famílias alvo de reassentamento pelo INCRA de famílias do Movimento dos
Sem Terra, proprietários de ilhas fluviais e de estabelecimentos rurais, totalizando 57
investigados. As respostas dos atores sociais expressam as diferentes percepções
sobre um mesmo fenômeno. Eles se referem a UHE como o fim de suas vidas, de
sua alegria e da convivência em comunidade; alguns até acreditam que será positivo
para o progresso na região, outra parte diz que ela representa atraso e prejuízo;
outros parecem aceitar as coisas como estão sem se envolverem com os
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acontecimentos, entre outras respostas. Os proprietários e inquilinos de lotes
urbanos de uso residencial/lazer evidenciam o sentimento de pertencimento ao lugar
e o resultado de seu trabalho realizado durante um longo período e que parece ser
desconsiderado por aqueles que são “de fora” (BRANDÃO, 1999), nesse caso o
Consórcio. São coisas que não podem ser substituídas pelo dinheiro ou
simplesmente trocadas de lugar, são os afetos da terra (BRANDÃO, 1999). De um
total de 40 famílias reassentadas, 08 foram transferidas para uma distância de cerca
de 100 km desse assentamento, município de Frei Inocêncio. Por tudo que já
passaram até alcançarem essa conquista, a chegada da UHE representa em suas
vidas uma mudança de percurso inesperada, de fato, grande atraso na história de
luta pela terra, onde as práticas sociais terão de recomeçar. Os proprietários e/ou
posseiros das ilhas tinham nesse ambiente a sua fonte básica de sobrevivência, já
que a terra representa mais que um lugar de moradia. Acompanhando-os nas ilhas
foi possível perceber também a fertilidade do solo, a diversidade e quantidade de
produção, além do cuidado que eles tinham com a terra. Os fazendeiros sentem-se
muito prejudicados com a chegada da UHE. Embora sejam donos de grandes
quantidades de terras, a área que será inundada em suas fazendas compromete
significativamente a produção, haja vista se tratar, praticamente da parte mais
produtiva, mais fértil, já que é próxima ao rio. Os meeiros sobrevivem praticamente
da relação de trabalho com a terra que não lhes pertencem, mas que lhes possibilita
a reprodução social do seu grupo familiar. Sentem-se intimidados com o Consórcio,
como se não houvesse nada a fazer para que as coisas fossem diferentes;
entendendo, dessa forma, que não existe alternativa, mesmo que a vontade deles
seja não sair de onde plantam há tantos anos. Enfim, os resultados desta pesquisa
mostram que as hidrelétricas podem trazer, para um país ou para uma região, a
esperança de salvação da economia, a segurança do progresso, a integração no
mundo, etc., por outro lado, também representam um repensar sobre as culturais
locais e suas relações com o espaço perdido e os novos espaços, cuja realidade
impõe novos saberes e novos sentimentos. Nesse sentido, com esse estudo
pretendemos contribuir para que a voz dos atores sociais atingidos por barragens
seja ouvida através dos estudos qualitativos e que esse tipo de pesquisa torne-se
um instrumento de sensibilização para o Estado, os empreendedores, a própria
comunidade científica e a sociedade geral, a fim de que novas alternativas sejam
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pensadas para a mitigação dos impactos e, portanto, que pelo menos sejam
atendidas as necessidades dos grupos sociais atingidos pelas barragens.
REFERÊNCIAS
BRANDÃO, C. R. O Afeto da Terra: imaginários, sensibilidades e motivações de
relacionamentos com a natureza e o meio ambiente entre agricultores e criadores
sitiantes do bairro dos Pretos, nas encostas paulistas da serra da Mantiqueira, em
Joanópolis. São Paulo: Unicamp, 1999.
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EDUCAÇÃO FÍSICA NO ENSINO MÉDIO: FATORES QUE CONTRIBUEM PARA
OS ALUNOS ABANDONAREM AS AULAS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
Camila Gomes da Costa e Camila Carvalho Pio - graduandas do 4º período do
curso de Educação Física.
Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em
Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da
Univértix.
Kelly Aparecida do Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação
Física, licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade.
Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Educação Física Escolar, ensino médio.
INTRODUÇÃO
Os Parâmetros Curriculares Nacionais têm como propostas para o Ensino Médio que
os profissionais da Educação Física trabalhem de forma lúdica e educativa,
permitindo que o aluno aprenda diferentes conteúdos, tornando-se um cidadão
capaz de resolver diferentes situações da vida cotidiana (BRASIL, 1999). A
Educação Física Escolar no Ensino Médio tem como objetivo acrescentar e
aprofundar conhecimentos, e não aplicar fundamentos já conhecidos sobre esportes
e jogos. Com isso, o aluno aprende a solucionar o problema durante as aulas,
tornando-as mais atraentes, evitando que se torne para o aluno aulas repetitivas e
cansativas, visto que uma vez que continuam reproduzindo os conteúdos e modelos
já vivenciados no ensino fundamental, fazendo com que os alunos deixem de
praticar aulas nas quadras, no pátio e nos espaços escolares para frequentar clubes,
academias, parques, festas, entre outros lugares (BRASIL, 1999; DARIDO, 2004).
Segundo Betti (1992), o aluno deverá ser instrumentalizado para usufruir dos jogos,
esportes, danças, lutas e ginásticas em benefício do exercício crítico da cidadania e
da melhoria da qualidade de vida. A Educação Física na escola deveria propiciar
condições para que os alunos obtivessem autonomia em relação à prática da
atividade física. Este objetivo é facilitado se os alunos encontram prazer nas aulas
de Educação Física, pois, apreciando determinada atividade é mais provável desejar
continuá-la, caracterizando uma ligação de prazer (BETTI, 1992; DARIDO, 2004).
Segundo Darido (2004), o que pode tornar o ensino mais significativo é possibilitar
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aos alunos conhecerem o corpo humano e quais as consequências que isso exerce
em decisões pessoais da maior importância tais como fazer dieta, utilizar
anabolizantes e praticar exercícios físicos. Para Paiano (2006) existem vários
motivos que influenciam neste desinteresse, dentre eles a falta de materiais e
instalações adequadas para a realização da aula, a carência de profissionais
capacitados, além de problemas sociais e familiares, que também podem
desencadear o desânimo para a prática das aulas de Educação. O professor que
propiciar atividades que despertem interesse dos alunos ajuda a não afastá-los da
disciplina, caso contrário, ele estará auxiliando a formação dos não praticantes de
atividade física (DARIDO, 2004). Outro aspecto que merece atenção é a busca de
processos de ensino-aprendizagem eficazes, buscando desenvolver nos alunos o
respeito por diferenças no desempenho, devem ser objetivos primordiais para
aqueles que desejam a participação de todos os alunos. As diferenças individuais
afastam os alunos das atividades não apenas pela percepção do fraco desempenho
e a experimentação do insucesso, mas, principalmente pela falta de apoio, de
compreensão e de incentivo por parte dos colegas. Acredita-se ser este também um
fator determinante para o distanciamento e ausência às aulas (PAIANO, 2006).
Nesse sentido, percebe-se uma preocupação dos professores de Educação Física
considerando que um grande número de alunos não participa efetivamente desta
disciplina dizendo-se desmotivados. Diante do exposto, o objetivo da presente
pesquisa é verificar, na perspectiva dos alunos, as origens e as razões pelas quais
eles se afastam da prática da atividade física na escola analisando o universo da
Educação Física Escolar no Ensino Médio.
METODOLOGIA
Visando a obtenção de dados sobre o objetivo proposto, será realizado no presente
estudo uma análise descritiva, especificamente contendo questionamentos aos
alunos em relação às razões que levam o afastamento das aulas de Educação
Física escolar. Participarão do estudo todos os alunos devidamente matriculados em
escolas estaduais de ensino médio do município de Santa Margarida, na Zona da
Mata mineira. Primeiramente será encaminhado aos responsáveis dos participantes
deste estudo um Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, os termos serão lidos
e devidamente assinados pelos mesmos. Nestes Termos constaram os aspectos
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relativos ao estudo como, objetivo, caráter de voluntariedade da participação de tais
indivíduos para aderir e/ou sair do estudo, benefícios e possíveis riscos,
procedimentos de avaliação, procedimentos de emergência, entre outros. A coleta
de dados será realizada nos meses de outubro e novembro de 2014, durante as
aulas de Educação Física, devidamente autorizada pela equipe gestora da escola.
Os questionários serão distribuídos aos alunos e será realizada uma pré-leitura com
os pesquisadores para minimizar qualquer duvida que eventualmente possam
apresentar.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
BETTI, M. Ensino de primeiro e segundo graus: Educação Física para quê? Revista
Brasileira de Ciências do Esporte, Campinas, v.13, n.2, p.282-7, 1992.
BRASIL, Ministério da Educação, Secretaria da Educação Média e Tecnológica.
Parâmetros Curriculares Nacionais: Ensino Médio / Ministério da Educação.
Secretaria de Educação Média e Tecnológica / Brasília: Ministério da Educação,
1999.
DARIDO, S.C. A Educação Física na escola e o processo de formação dos não
praticantes de atividade física. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte,
São Paulo, v.18, n.1, p.61-80, 2004.
PAIANO, R. Possibilidades de orientação da prática pedagógica do professor de
Educação Física: situações de desprazer na opinião dos alunos. Revista Mackenzie
de Educação Física e Esporte, v.5, n.1, p.47-58, 2006.
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O LUGAR DOS PROFISSIONAIS DE EDUCAÇÃO FÍSICA NAS TURMAS DE
EDUCAÇÃO INFANTIL DE ESCOLAS PÚBLICAS ESTADUAIS E MUNICIPAIS DE
UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA
Cássia Tensol da Silva e Kaique Júnior de Oliveira – graduandos do 4º período
do curso de Educação Física da Univértix.
Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em
Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da
Univértix.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Educação Física; professores; educação infantil.
INTRODUÇÃO
A educação infantil, a partir da Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional
(LDB) promulgada em dezembro de 1996 (Lei nº 9394), é o atendimento institucional
educacional às crianças de zero a cinco anos de idade em creches e pré-escolas. É
compreendida como um espaço fundamental para a construção de novos
conhecimentos, permitindo a interação da criança com outras pessoas e com o
mundo dos fatos e dos objetos socioculturais, onde se ampliam as experiências
individuais, culturais, sociais e educativas sendo essas situações de aprendizagem
diferenciadas qualitativamente daquelas que perpassam a vida fora da escola em
ambientes distintos dos da família (BRASIL, 2013). Uma especificidade que merece
atenção é que a educação infantil é um espaço para o desenvolvimento da criança
(TANI, 2004; BASEI, 2008). É preciso lembrar que quando se pensa na criança, a
expressão corporal caracteriza-se como um dos aspectos fundamentais a serem
trabalhadas na infância. A riqueza de possibilidades da linguagem corporal revela
um universo a ser vivenciado e desfrutado. A criança, através do movimento, ela se
descobre, descobre o outro, descobre o mundo à sua volta (BASEI, 2008).
Adicionalmente, é necessário refletir a partir do conhecimento acerca da intervenção
necessária para promover o desenvolvimento integral da criança, ou seja, um
programa de Educação Física capaz de atender suas expectativas e necessidades.
Considerando os aspectos referentes ao conteúdo das aulas e visando um
adequado projeto pedagógico da educação infantil, poderia ser atribuída à Educação
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Física a responsabilidade de garantir o desenvolvimento ótimo do potencial motor
das crianças, promovendo a melhora na sua capacidade de se movimentar. Dessa
forma, as crianças iriam interagir de maneira harmoniosa e eficiente com o meio
físico, social e cultural em que vivem (TANI, 2004, 2011). Além disso, o movimento é
o elemento fundamental que possibilita a interação do ser humano com o meio
ambiente e, portanto, o seu não desenvolvimento tornaria a educação da criança
incompleta (TANI, 2011). De acordo com as especificidades da educação infantil, o
profissional de Educação Física tem uma importante função nesta fase. Entretanto, a
inexistência de aulas de Educação Física e a precariedade dos projetos
pedagógicos das Escolas de Educação Infantil torna-se uma preocupação para os
profissionais dessa área (FERRAZ e FLORES, 2004). Outro aspecto considerado é
a amplitude da dimensão de conteúdo em Educação Física Escolar. Dada sua
importância, os aspectos conceituais e atitudinais dos conteúdos necessitam de
tratamento didático-metodológico adequado, no momento da estruturação do
ambiente de aprendizagem. A perspectiva é a estruturação de ambientes de
aprendizagem em que as crianças possam fortalecer o julgamento sobre suas
competências motoras e compreender como aperfeiçoá-las (FERRAZ e FLORES,
2004). Sendo assim, a meta é aprender a aprender, mediante conhecimentos
perceptivos motores e conceituais essenciais, que possibilitem uma prática posterior
diferenciada. Estudos sobre o significado da Educação Física na educação infantil,
tendo uma concepção consistente de educação e de educação infantil constituem
um esforço intelectual relevante e absolutamente necessário. Nesse sentido, o
presente estudo tem como objetivo identificar o lugar dos profissionais de
Educação Física nas turmas de Educação Infantil de escolas públicas estaduais e
municipais de uma cidade da Zona da Mata Mineira.
Com este estudo pretendemos contribuir para a conscientização dos diversos
profissionais da escola a respeito da necessidade de aulas de Educação Física (de
qualidade) para a educação infantil.
METODOLOGIA
Participarão do estudo todos os professores das aulas de Educação Física de
escolas estaduais e municipais de educação infantil de uma cidade da Zona da Mata
Mineira. Primeiramente será encaminhado aos participantes deste estudo um Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido, os termos serão lidos e devidamente
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assinados pelos mesmos. Nestes Termos irão constar os aspectos relativos ao
estudo como, objetivo, caráter de voluntariedade da participação de tais indivíduos
para aderir e/ou sair do estudo, benefícios e possíveis riscos, procedimentos de
avaliação, procedimentos de emergência, entre outros. A coleta, será realizada nos
meses de outubro e novembro de 2014, diante da autorização pela equipe gestora
da escola. Os questionários serão distribuídos aos professores e será realizada uma
pré-leitura
com
os
pesquisadores
para
minimizar
qualquer
duvida
que
eventualmente possam apresentar. Os dados serão tabulados em uma planilha do
Excel e posteriormente descritos em distribuição de frequência absoluta e serão
apresentados em forma descritiva.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
BASEI, P. B. A Educação Física na Educação Infantil: a importância do movimentarse e suas contribuições no desenvolvimento da criança. Revista Iberoamericana de
Educación. V.3, p1-12, 2008.
BRASIL. Presidência da República. Casa Civil. Subchefia para Assuntos Jurídicos.
Lei nº 12.796, de 4 de abril de 2013. Altera a Lei no 9.394, de 20 de dezembro de
1996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para dispor sobre
a formação dos profissionais da educação e dar outras providências. Disponível em:
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/_ato2011-2014/2013/lei/l12796.htm.
Acessado
em: 30 agosto, 2014.
FERRAZ, O. L. e FLORES, K. Z. Educação física na educação infantil: influência de
um programa na aprendizagem e desenvolvimento de conteúdos conceituais e
procedimentais. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, v.18, n.1, p.4770, 2004.
TANI, G. Educação física na educação infantil: pesquisa e produção do
conhecimento. Revista Paulista de Educação Física, v. 4, p.110-15, 2001.
TANI, G. Leituras em Educação Física: Retratos de uma jornada. São Paulo:
Phorte, 2011.
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NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR
DE ALUNOS DO ENSINO MÉDIO
Jéssica Ramos de Castro, Vanuzia Henrique Neves – Acadêmicas do 4º período
do curso de Educação Física da Univértix – Matipó.
Fábio Florindo Soares – Bacharel, Licenciado e Especialista em Educação Física,
Professor do Curso de Educação Física da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Atividade Física; Sedentarismo; Educação Física Escolar.
INTRODUÇÃO
Atividade física pode ser entendida como qualquer movimento corporal, produzido
pela musculatura esquelética, que resulta em gasto energético, tendo componentes
e determinantes de ordem biopsicossocial, cultural e comportamental, podendo ser
exemplificada por jogos, lutas, danças, esportes, exercícios físicos, atividades
laborais e deslocamentos. (CASPERSEN et al. 2005). Na clássica epidemiologia da
atividade física, as variáveis respostas normalmente são doenças crônico
degenerativas, taxas de mortalidade ou longevidade, enquanto que atividade física é
variável preditora. Este modelo de estudo evidencia uma clara associação entre
atividade física/ exercício físico (GUEDES, 2002). A atividade física realizada
regularmente é associada com benefícios à saúde tais como: controle de peso,
melhora da capacidade cardiorrespiratória e bem estar psicossocial. Segundo Faria
(2008) a atividade física é comportamento que trabalhada em conjunto com a
genética, nutrição e o ambiente, contribuem para que o indivíduo atinja seu potencial
de crescimento, desenvolvendo plenamente a aptidão física e tenha como resultante
um bom nível de saúde. Conforme Toscano (2001), a relação entre exercício físico e
saúde se justifica pelas muitas evidências de que níveis apropriados de aptidão
física, mantidos durante toda a vida por meio de exercícios regulares, exercem
efeitos benéficos nas funções dos órgãos em geral, tendo como consequência o
prolongamento da vida e a vida com qualidade. Informações epidemiológicas da
Sociedade Brasileira de Cardiologia (2002), relacionadas ao sedentarismo e à
obesidade de populações jovens, revelam que ao se perpetuarem estas tendências
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comportamentais, atualmente observadas, estima-se que em 2020, 73% dos adultos
poderão apresentar disfunções orgânicas decorrentes da aquisição de hábitos
alimentares e de prática de atividade física inadequados. O sedentarismo, portanto,
é atualmente um dos grandes problemas da modernidade e também atingem
diretamente o adolescente. Segundo Soares et al. (2013) atualmente adolescentes
apresentam um baixo nível de atividade física e que os mesmos dedicam boa parte
do seu tempo livre a atividades sedentárias por intermédios de aparelhos
eletroeletrônicos, dando ênfase ao uso de computador, televisor e aparelhos
celulares, sendo as aulas de Educação Física as únicas atividades físicas
significantes dos mesmos participam. Guedes (1994) levantam a hipótese de que
uma possível modificação nos programas de Educação Física Escolar poderia
auxiliar na prevenção do sedentarismo das próximas gerações de adultos. Neste
contexto, o professor de Educação Física possui um papel de grande relevância,
pois ele é o responsável por despertar o interesse do adolescente na prática de uma
atividade física prazerosa para o seu cotidiano (BETTI, 1991). O referente interesse
por este tipo de pesquisa justifica-se pelo visível aumento dos índices de inatividade
física, sedentarismo em crianças e adolescentes. Dessa forma, o presente estudo
tem como objetivo verificar o nível de atividades física nas aulas de Educação Física
de alunos do ensino médio de escolas públicas e particulares de uma cidade da
Zona da mata Mineira. Pretendemos com este estudo contribuir para uma melhor
análise e compreensão do nível de atividade física em aulas de Educação Física a
fim melhor direcionar as ações e estratégias no combate ao sedentarismo de
crianças e adolescentes.
METODOLOGIA
Esta pesquisa descritiva será realizada com alunos dos anos finais do ensino
fundamental das redes públicas e privadas da cidade de Matipó-MG. Segundo Gil
(2007) pesquisas descritivas:
Tem como objetivo primordial a descrição das características
de determinada população ou fenômeno ou, então, o
estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os
estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das
características mais significativas está na utilização de técnicas
padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a
observação sistemática.
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Para a avaliação do nível de atividade física durante as aulas de Educação Física,
serão aplicados questionários fechados a crianças e adolescentes, durante os
meses de agosto e novembro de 2014.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
BETTI M. Educação Física e sociedade. São Paulo: Movimento, 1991.
CASPERSEN. C.J., POWELL, K.E., CHRISTENSON, G.M. Physical activity,exercise
and physical fitness. Public Health Reports, 1985. 100, 2, 126-131.
FARIA, Carlos Garçon de. Atividade Física na Infância e adolescência. Disponível
em: http://www.dsa.ufv.br/noticia.php?escolha=28. Acesso em: 26.ago.2014.
GIL, Antônio Carlos. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo:
Atlas, 2007.
GUEDES, D. P. Composição corporal, princípios, técnicas e aplicações. 2. ed.
Londrina: APEF de Londrina, 1994.
GUEDES, D. P.; GRONDIN, L.M. Percepção de hábitos saudáveis por
adolescentes: associação com indicadores alimentares, pratica de atividade
física e controle de peso corporal. Revista Brasileira de Ciência do Esporte.
Campinas, n. 1 v. 24. p.23-45, 2002.
MCARDLE, W, D.; KATCH, F, I. & KATCH, V, L. Fundamentos da fisiologia do
exercício. 2.ed. Rio de Janeiro: Guanabara, 2002.
POLLOCK, M. L. et al. Exercícios na saúde e na doença: avaliação e prescrição
para prevenção e reabilitação. Rio de Janeiro: Médica Científica, 1986.
SOARES. F. F. et al. Nível de Atividade Física dos Alunos do Ensino Médio das
Escolas de uma Cidade do Interior da Zona da Mata Mineira. In: VI Fórum
Acadêmico da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX, 2013, Matipó - MG.
SOCIEDADE BRASILEIRA DE CARDIOLOGIA. Diretrizes para cardiologistas sobre
excesso de peso e doença cardiovascular dos departamentos de aterosclerose,
cardiologia clínica e FUNCOR da Sociedade Brasileira de Cardiologia. Arquivos
Brasileiros de Cardiologia. v.78, (suplemento I), 2002.
TOSCANO, José Jean Oliveira. Academia de ginástica: um serviço de saúde latente.
Ver. Bras. Ciênc. Movi; 9 (1): 40-2, jan. 2001.
Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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WORLD HEALTH ORGANIZATION (WHO). Obesity: Preventing and Managing the
Global Epidemic. Genebra: World Health Organization, 2000.
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EFEITOS DA FREQUÊNCIA RELATIVA DE CONHECIMENTO DE RESULTADOS
(CR) NA APRENDIZAGEM DO SAQUE POR BAIXO NO VOLEIBOL EM
CRIANÇAS DE 11 A 15 ANOS DE IDADE
Josélia Mendes e Simone Higidio – acadêmicas do 4º período do curso de
Educação Física da Univértix.
Marluce Aparecida Fonseca – Orientadora e Professora do curso de Educação
Física e Engenharia Civil da Univértix.
Kelly Aparecida Nascimento – Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão
da Univértix. Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia.
Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade.
Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em
Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da
Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Efeitos; Frequência de conhecimento
aprendizagem; Saque por baixo; Voleibol; Crianças.
de
resultados;
INTRODUÇÃO
Para Schmidt e Wrisberg (2001), a Aprendizagem Motora é caracterizada como
mudanças relativamente permanentes em processos internos que determinam à
capacidade do indivíduo de produzir uma tarefa motora. O nível de aprendizagem
motora de um indivíduo aumenta com a prática e é frequentemente inferido pela
observação de níveis relativamente estáveis do desempenho motor da pessoa. O
feedback, juntamente com a prática, constitui um dos principais aspectos no
processo de ensino-aprendizagem (SALMONI; SCHMIDT; WALTER, 1984). De
acordo com Magill (2000), o feedback é tido como uma informação que o indivíduo
recebe sobre seu desempenho, durante ou após sua realização, gerado por fontes
intrínsecas ou fontes extrínsecas. O feedback extrínseco, advém de fontes externas,
como por exemplo, a fala de um professor ou vídeo, e; é subdividido em
conhecimento de resultados (CR) e conhecimento de performance (CP). Uma das
formas de se investigar o efeito dessa variável (CR) quanto ao seu fornecimento é
denominada frequência de CR que se refere à quantidade de CRs fornecidos em
determinada quantidade de prática, subdividida em frequência absoluta e relativa
(CHIVIACOWSKY; GODINHO, 2004; VIEIRA, 2012). A frequência absoluta refere-se
ao número total de CRs fornecidos em uma sequência de tentativas, enquanto a
frequência relativa é a porcentagem de CRs fornecidos durante uma sessão de
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prática (BILODEAU; BILODEAU, 1958; SALMONI et al., 1984). Os primeiros estudos
sobre frequência de fornecimento de CR propuseram que somente a frequência
absoluta seria crucial para o processo de aprendizagem motora, ou seja, a
aprendizagem seria otimizada quando o CR fosse fornecido com alta frequência
(BILODEAU; BILODEAU, 1958). No entanto, essa visão foi contrastada por Salmoni
et al.(1984) através de um estudo de revisão sobre CR, que apontou a ausência de
testes nos delineamentos de alguns estudos como um dos motivos para a
separação dos efeitos transitórios da fase de aquisição dos efeitos relativamente
duradouros. A frequência relativa passou então a ser interpretada como mais
importante que a frequência absoluta e mais eficaz quando fornecida em menores
quantidades (WINSTEIN; SCHMIDT, 1990). Estudos como Chiviacowsky e Tani
(1993); Chiviacowsky e Godinho (2004); Teixeira (1993); Vieira et al. (2012; 2014)
demonstraram superioridade para frequências inferiores a 100% de CR, como por
exemplo, frequências relativas de 50% e 33% sendo superiores a frequências altas.
Nesse sentindo, ainda se faz necessário investigar qual a melhor frequência de CR
para aprendizagem do saque por baixo no Voleibol em crianças de 11 a 15 anos de
idade, já que a maioria desses estudos tem demonstrado superioridade em adultos.
Portanto, o objetivo do presente estudo será verificar os efeitos da Frequência
Relativa de Conhecimento de Resultados (CR) na aprendizagem do saque por baixo
no Voleibol em crianças de 11 a 15 anos de idade.
METODOLOGIA
Participarão deste estudo 30 crianças de ambos os sexos com idade de 11 a 15
anos, matriculados em uma escola da rede pública de ensino, divididos
aleatoriamente em três grupos (n=10). A fase de aquisição será realizada em 3 dias
com 17 tentativas a cada dia, totalizando 51 tentativas. Após 48h será realizado o
teste de retenção com 20 tentativas sem CR. Na aquisição os grupos receberão CR
de acordo com as seguintes frequências: grupo 100% receberá CR em todas as
tentativas, 66% receberá CR em 2/3 das tentativas e 33% receberá CR em 1/3 das
tentativas (figura 1). A tarefa consistirá em realizar o saque por baixo no voleibol a
partir do lado I da quadra e acertar a maior pontuação do alvo (09 a 06 pontos)
afixado no chão do lado II. A rede será coberta com um plástico preto de forma que
os indivíduos não terão a visão do alvo, e assim poder ser manipulada a variável
dependente. As bolas que caírem fora do alvo também eram pontuadas. A coleta de
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dados será realizada em outubro e novembro de 2014. Após a coleta dos dados,
este serão tabulados no Microsoft Excel, através de estatística descritiva. Desses
dados gerarão gráficos que irão nos orientar na escrita dos resultados, assim
poderemos discutir mais sobre o estudo.
FREQUÊNCIA
NÚMERO DE CR
100%
51
66%
36
33%
18
Figura 01: Representação esquemática do delineamento experimental
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento, sendo que os resultados parciais
registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
BILODEAU, E. A.; BILODEAU, I. M. Variable frequency of knowledge of results and
the learning of a simple skill. Journal of Experimental Psychology, Washington,
v.55, n.4, p. 379-383, 1958
CHIVIACOWSKY, S.; GODINHO, M. Conhecimento de resultados na
aprendizagem de tarefas motoras: efeitos da frequência versus complexidade da
tarefa. Revista Brasileira de Educação Física e Esporte, São Paulo, v.18, n. 1,
p.81-99, 2004.
CHIVIACOWSKY, S.; TANI, G. Efeitos da frequência de conhecimento de
resultados na aprendizagem de uma habilidade motora em crianças. Revista
Paulista de Educação Física, v.7, n.1, p.45-57, 1993.
MAGILL, R. A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. 5.ed. São Paulo:
Edgard Blucher, 2000.
Salmoni, A.W; Schmidt, R. A; Walter, C. B. (1984). Knowledge of results and motor
learning: A review and critical reappraisal. Psychological Bulletin, v. 95, p.355386, 1984.
SCHMIDT, R. A.; WRISBERG, C. A. Aprendizagem e performance motora: uma
abordagem da aprendizagem baseada no problema. Porto Alegre: Artmed,
2001.
Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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TEIXEIRA, L. A. Frequência de conhecimento de resultados na aquisição de
habilidades motoras: efeitos transitórios e de aprendizagem. Revista Paulista de
Educação Física, São Paulo, v.7, n.2, p.8-16, 1993.
VIEIRA, M. M.; UGRINOWITSCH, H.; OLIVEIRA, F. S.; GALLO, L. G.; BENDA, R.
N. Effects of knowledge of results (KR) frequency in the learning of a timing skill:
absolute versus relative KR frequency. Perceptual and Motor Skills, Missoula,
v.115, n.2, p.360-369, 2012.
WINSTEIN, C. J.; SCHMIDT, R. A. Reduced frequency of Knowledge of results
enhances motor skill learning. Journal of Experimental Psychology: Learning,
Memory and Cognition, Washington, v.16, n.4, p.677-91, 1990.
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EFEITOS DA FREQUÊNCIA RELATIVA DE CONHECIMENTO DE RESULTADOS
(CR) NA APRENDIZAGEM DO SAQUE POR BAIXO DO VOLEIBOL EM
CRIANÇAS DE 7 A 10 ANOS DE IDADE
Ruth Alves Fagundes Silva e Aline Oliveira da Silva – Acadêmicas do 4º período
do curso de Educação Física da Univértix.
Marluce Aparecida Fonseca – Orientadora e Professora do curso de Educação
Física e Engenharia Civil da Univértix.
Kelly Aparecida Nascimento – Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão
da Univértix. Bacharel e Licenciada em Educação Física, licenciada em Pedagogia.
Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade.
Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em Biodinâmica do
Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Efeitos; Frequência de conhecimento
aprendizagem; Saque por baixo; Voleibol; Crianças.
de
resultados;
INTRODUÇÃO
Aprendizagem motora pode ser definida como um conjunto de processos
relacionados com a prática ou experiência e que leva a mudanças relativamente
permanentes na capacidade de executar habilidades motoras (SCHMIDT; LEE,
1999). Alguns fatores como prática e o feedback são cruciais nesse processo de
aprendizagem motora. O feedback refere-se a toda informação de retorno sobre o
desempenho realizado e que permite ao aprendiz fazer possíveis ajustes e
correções necessárias a fim de que se alcance a meta estabelecida e que pode ser
dividido em duas categorias: intrínseco e extrínseco (MARTENIUK, 1976; TANI,
1989). O feedback intrínseco consiste na informação sensorial, disponível durante
ou após o movimento e o feedback extrínseco provém de fontes externas como por
exemplo, a fala de um professor/instrutor, escores ou vídeo e que pode informar
sobre o resultado do desempenho de uma habilidade ou sobre a obtenção ou não da
meta do desempenho, denominado conhecimento de resultados (CR) (MAGILL,
2000; SCHMIDT, 1993). Uma das formas de se investigar o efeito dessa variável
quanto ao seu fornecimento é denominada frequência de CR, a qual se refere à
quantidade de CRs fornecidos em uma sessão de prática, dividida em frequência
absoluta e relativa. A frequência absoluta é o número de CRs fornecidos em uma
sessão, enquanto a frequência relativa é a porcentagem de CRs fornecidos em
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relação ao número de tentativas executadas (BILODEAU; BILODEAU, 1958;
SALMONI et al., 1984). Os primeiros estudos sobre frequência de fornecimento de
CR propuseram que somente a frequência absoluta seria crucial para o processo de
aprendizagem motora, ou seja, a aprendizagem seria otimizada quando o CR fosse
fornecido com alta frequência (BILODEAU; BILODEAU, 1958). No entanto, essa
visão foi contrastada por Salmoni et al. (1984) através de um estudo de revisão,
demonstrando que menores quantidades de CRs são mais eficazes para o processo
de aprendizagem. Nesse sentido, frequências relativas reduzidas, auxiliariam nesse
processo. Chiviacowsky e Tani (1993) também investigaram os efeitos da frequência
de CR em crianças de diferentes faixas etárias (7 e 10 anos) utilizando uma tarefa
de arremesso em um alvo, com diferentes frequências de CR (100%, 66%, 50% e
33%), os quais receberam 30 CRs. Seus achados apresentaram superioridade da
frequência de 66% de CR. Confirmando esses resultados, Teixeira (1993) utilizou
uma tarefa de posicionamento linear, em duas diferentes frequências de CR (100%
e 50%), fornecendo 20 CRs para todos os grupos. Outros estudos, como o de
Petroski (1994); Vieira et al. (2012) e Vieira et al. (2014) também demonstraram
superioridade para frequências relativas reduzidas. Nesse sentindo, ainda se faz
necessário investigar qual a melhor frequência de CR para aprendizagem do saque
por baixo no Voleibol em crianças de 7 a 10 anos de idade, já que a maioria desses
estudos tem demonstrado superioridade em adultos. Portanto, o objetivo do
presente estudo será verificar os efeitos da Frequência Relativa de Conhecimento
de Resultados (CR) na aprendizagem do saque por baixo no Voleibol em crianças
de 7 a 10 anos de idade.
METODOLOGIA
Participarão deste estudo 30 crianças de ambos os sexos com idade de 7 a 10 anos,
matriculados em uma escola da rede pública de ensino, divididos aleatoriamente em
três grupos (n=10). A fase de aquisição será realizada em 3 dias com 17 tentativas a
cada dia, totalizando 51 tentativas. Após 48 hs será realizado o teste de retenção
com 20 tentativas sem CR. Na aquisição os grupos receberão CR de acordo com as
seguintes frequências: grupo100% receberá CR em todas as tentativas, 66%
receberá CR em 2/3 das tentativas e 33% receberá CR em 1/3 das tentativas (figura
1). A tarefa consistirá em realizar o saque por baixo no voleibol a partir do lado I da
quadra e acertar a maior pontuação do alvo (09 a 06 pontos) afixado no chão do
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lado II. A rede será coberta com um plástico preto de forma que os indivíduos não
terão a visão do alvo, e assim poder ser manipulada a variável dependente. As bolas
que caírem fora do alvo também era pontuado. A coleta de dados será realizada em
outubro e novembro de 2014. Após a coleta dos dados, este serão tabulados no
Microsoft Excel, através de estatística descritiva. Desses dados gerarão gráficos que
irão nos orientar na escrita dos resultados, assim poderemos discutir mais sobre o
estudo.
FREQUÊNCIA
NÚMERO DE CR
100%
51
66%
36
33%
18
Figura 01: Representação esquemática do delineamento experimental
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento, sendo que os resultados parciais
registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
BILODEAU, E. A.; BILODEAU, I. M. Variable frequency of knowledge of results and
the learning of a simple skill. Journal of Experimental Psychology, Washington,
v.55, n.4, p. 379-383, 1958.
CHIVIACOWSKY, S.; TANI, G. Efeitos da frequência de conhecimento de
resultados na aprendizagem de uma habilidade motora em crianças. Revista
Paulista de Educação Física, v.7, n.1, p.45-57, 1993.
MAGILL, R. A. Aprendizagem motora: conceitos e aplicações. 5.ed. São Paulo:
Edgard Blucher, 2000.
MARTENIUK, R. G. Information processing in motor skills. New York, Holt,
Rinehart: Winston, 1976.
PETROSKI, E. C. Efeitos da frequência relativa do conhecimento de resultado na
aquisição e retenção de uma habilidade motora fechada em universitários. Kinesis,
Santa Maria, v.14, p.57-74, 1994.
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Salmoni, A.W; Schmidt, R. A; Walter, C. B. (1984). Knowledge of results and motor
learning: A review and critical reappraisal. Psychological Bulletin, v. 95, p.355386, 1984.
SCHMIDT, R. A. Aprendizagem e performance motora: dos princípios à
prática. São Paulo: Movimento, 1993.
SCHMIDT, R. A; LEE, T. D. Motor control and learning: a behavioral emphasis.
3 ed. Champaign: Human Kinetics, 1999.
TANI, G. Significado, detecção e correção do erro de performance no processo
ensino- aprendizagem de habilidades motoras. Revista Brasileira de Ciência e
Movimento, Brasília, v.3, n.4, p.50-58, 1989.
TEIXEIRA, L. A. Frequência de conhecimento de resultados na aquisição de
habilidades motoras: efeitos transitórios e de aprendizagem. Revista Paulista de
Educação Física, São Paulo, v.7, n.2, p.8-16, 1993.
VIEIRA, M. M.; UGRINOWITSCH, H.; OLIVEIRA, F. S.; GALLO, L. G.; BENDA, R.
N. Effects of knowledge of results (KR) frequency in the learning of a timing skill:
absolute versus relative KR frequency. Perceptual and Motor Skills, Missoula,
v.115, n.2, p.360-369, 2012.
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BULLYING NAS AULAS DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE UMA ESCOLA PÚBLICA
MUNICIPAL DE UMA CIDADE DA ZONA DA MATA MINEIRA
Fernando Henrique Oliveira Scala Dias e Wesley Manoel Alexandre–
acadêmicos do 4º período do curso de Educação Física da Univértix.
Leililene Antunes Soares – Mestre em Educação. Professora da Universidade do
Estado de Minas Gerais e da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Kelly Aparecida Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia. Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão da Univértix.
Natália Fontes Alves Ambrósio – Licenciada em Educação Física. Mestre em
Biodinâmica do Movimento Humano. Professora do curso de Educação Física da
Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Bullying, Educação Física, Escola.
INTRODUÇÃO
A violência pode ser caracterizada como um problema crônico e recorrente em
diversas faixas etárias. Assim como a agressão, a violência é um assunto que está
presente no cotidiano, sendo veiculado em vários meios de comunicações. Cenas
como assaltos, guerras, sequestros, ofensas, brigas, atos de vandalismo e crimes já
se tornaram naturais em muitos países sociedades e regiões, não importando o
ambiente, a idade, o sexo, as condições sociais, psicológicas e físicas das pessoas
(BOTELHO; SOUZA, 2007). Durante muito tempo, comportamento como apelidar
alguém foi considerado como inofensivos ou naturais da infância e da relação entre
as crianças e adolescentes na escola. Porém, esse tipo de conduta passou a ser
seriamente considerada. Devido a acontecimentos que ocorreram e ocorrem em
várias partes do mundo, causados por jovens muitas vezes frutos de maus tratos
que ocorrem nas escolas. O tema da violência na escola começou a ganhar
repercussão e, a partir da década de 1970, estudos vem sendo realizados para
classificar esta forma de violência que tem sido chamada bullying. A violência
escolar refere-se a todos os comportamentos agressivos e anti-sociais, que variam
de conflitos interpessoais até atos criminosos de grande relevância. Muitas destas
situações dependem de fatores externos, onde as intervenções podem estar além
da responsabilidade e da capacidade das instituições de ensino e de seus
funcionários (SOUZA; ALMEIDA, 2011). O bullying pode assumir várias formas de
violência, caráter direto e indireto o de caráter misto, podendo ser verbais diretas e
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indiretas, oscilando entre bater, empurrar, tirar dinheiro, envolver ameaças como
provocações, chamar nomes, até à exclusão social (MELO, 2007). Os atos de
buIlying, ou seja, os comportamentos agressivos, desenvolvidos intencionalmente,
de forma continua podem magoar outrem, e são responsáveis por vários problemas,
que se fazem sentir tanto ao nível imediato da rejeição e insucesso escolar tanto na
adolescência quanto na vida adulta. As vítimas da violência escolar poderão ser
mais a determinados problemas associados à violência, como por exemplo,
depressões; enquanto que os agressores tenderão a desenvolver comportamentos
anti-sociais e marginais (MELO, 2007). Diante do exposto, a questão eixo do estudo
indaga: ocorre bullying nas aulas de Educação Física de uma escola pública
municipal de uma cidade da Zona da Mata Mineira? Neste contexto o objetivo do
estudo é identificar a ocorrência de bullying nas aulas de Educação Física de uma
escola pública municipal de uma cidade da Zona da Mata Mineira. Com esse estudo
pretendemos contribuir para que os professores repensem sua prática pedagógica
passando a considerar a importância da prevenção da prática de bullying.
METODOLOGIA
A presente pesquisa será quantitativa, por segundo Silva (2011) ser mais adequadas
para apurar opiniões e atitudes explícitas e conscientes dos entrevistados, pois
utilizam instrumentos padronizados (questionários). A amostra será composta por
alunos do 9º ano do ensino fundamental de uma escola pública municipal de uma
cidade da Zona da Mata Mineira. Será elaborado e apresentado aos pais ou
responsáveis pelos alunos menores de 18 anos um Termo de Consentimento Livre
Esclarecido (TCLE), informando os objetivos, justificativa, importância da pesquisa;
assegurando-lhes sigilo absoluto da identidade de cada participante. Será utilizado,
como instrumento de coleta de dados, um questionário validado por Freitas (2011),
contendo 12 questões fechadas e 2 questões abertas, no qual os alunos poderão
marcar mais de uma opção. Os dados serão coletados em outubro e novembro de
2014. Posteriormente, os dados obtidos serão analisados e discutidos com base em
referenciais teóricos que retratam a temática do estudo.
REFERÊNCIAS
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BOTELHO, R. G.; SOUZA, J. M. C. de. Bullying e educação física na escola
características, casos, consequências e estratégias de intervenção. Revista de
Educação Física. Niterói, n.139, p.58-70, dez. 2007.
FREITAS, W. Ocorrência de bullying nas aulas de educação física. Trabalho de
conclusão de curso – Educação Física. Faculdade Ozanam Coelho. 2011.
MELO, J. A. A agressividade entre jovens do 2º Ciclo do Ensino Básico nos
espaços escolares do concelho da Ribeira Grande. 2007. Disponível em:
<www.uma.pt/defd/index>. Acesso em: 01 set. 2014.
SOUZA, C. P.; ALMEIDA, L. C. Bullying em ambiente escolar. Enciclopédia
Biosfera, Centro Científico Conhecer - Goiânia, v.7, n.12; 2011. Disponível em:
<http://diferenca-entre-pesquisa-qualitativa-e.html>. Acesso em: 03 set. 2014.
SILVA, K. V. Diferença entre pesquisa qualitativa e quantitativa. 2011. Disponível
em: <http://diferenca-entre-pesquisa-qualitativa-e.html>. Acesso em: 04 set. 2014.
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A EFICIÊNCIA DA AVALIAÇÃO DE DESEMPENHO COMO FERRAMENTA NA
GESTÃO POR COMPETÊNCIAS – UMA ANÁLISE NAS COOPERATIVAS DE
CRÉDITO DA ZONA DA MATA – MG
Juliana Graciele Carvalho Ferreira – Graduanda em Administração-Faculdade
Univértix - [email protected]
Ronnys Muller da Silva Freitas - Graduando em Agronomia-Faculdade Univértix
Juliene Rocha Borges – Mestre em Economia Empresarial pela UCAM/RJ
Graduada em Administração Faculdade Machado Sobrinho/JF/MG
Celso Abreu de Araújo – Mestre em Administração/Udelmar;
Especialista em Gestão Empresarial/FGV/RJ;
Graduado em Administração/FACIG
Professor Faculdade Univértix
PALAVRAS-CHAVE: Avaliação, Desempenho, Comportamento Organizacional.
INTRODUÇÃO
Pode-se definir o termo avaliação como um conjunto de procedimento que visa
medir um fenômeno com o intuito de verificar o seu desempenho. Nas organizações
não é diferente. Elas necessitam avaliar o desempenho de diversos setores como
marketing, financeiro, vendas, operacional e principalmente o humano. Portanto,
hoje em dia é necessário um ótimo desempenho humano para que a empresa tenha
competitividade para atuar e se sair bem nesse mundo globalizado.
Desse modo, a avaliação de desempenho é uma ferramenta para verificar o
desempenho do empregado. O seu principal objetivo é melhorar a performance dos
colaboradores da organização. Com a avaliação pode-se identificar as necessidades
de treinamento dos profissionais, elaborar planos de ação visando corrigir
desempenhos insatisfatórios e obter subsídios para redefinir o perfil requerido dos
ocupantes dos cargos, se necessário e, também, permitir a implantação de um plano
de carreira na empresa.
Segundo Chiavenato (2002), a avaliação de desempenho é definida como um
processo que busca medir os objetivos do desempenho e fornecer aos
colaboradores informações sobre a própria atuação na organização. Para Scott
(1998), a avaliação de desempenho deveria preocupar-se também, com o nível
habitual de desempenho no trabalho atual, em determinado período, a contar desde
a
última
avaliação.
Portanto,
ao
longo
deste
processo
de
avaliação
e
desenvolvimento organizacional, as empresas não podem esquecer-se de atentar
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para o desenvolvimento das competências profissionais. Pois, segundo Gramignia
(2002), a avaliação de desempenho por competências é um poderoso meio de
identificar os potenciais dos funcionários, de melhorar o desempenho da equipe, a
qualidade das relações entre dirigentes e empregados, assim como estimular aos
colaboradores a assumir a responsabilidade pela excelência dos resultados
pessoais e empresariais.
A partir do momento em que as cooperativas de crédito foram autorizadas pelo
Banco Central do Brasil a funcionarem, estas estão inclusas na economia brasileira.
Elas têm como finalidade dar assistência aos seus cooperados no que diz respeito a
finanças.
A participação no processo de elaboração das decisões e no controle de sua
execução passa a ser uma exigência cada vez maior por parte do quadro social.
Dessa forma, é importante que o empreendimento possa retratar um processo
democrático que propicie a autogestão.
Doravante, o problema proposto para essa pesquisa é: Quais são os desafios e
benefícios inerentes à avalição desempenho em uma organização tendo como
referencia o comportamento organizacional de cooperativas de crédito da região da
Zona da Mata Mineira?
Partindo dessas constatações, o objetivo dessa pesquisa é verificar a eficiência da
avaliação de desempenho como ferramenta na gestão por competências nas
cooperativas de crédito da Zona da Mata – MG.
METODOLOGIA
Esta pesquisa está sendo desenvolvida nos moldes do Programa Institucional de
Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC) e é apoiada pela Fundação de Amparo a
Pesquisa de Minas Gerais (FAPEMIG).
Neste sentido, esta pesquisa foi classificada quanto aos fins, segundo Gil (2008)
como exploratória, pois a pesquisa exploratória procura “proporcionar maior
familiaridade com o problema. Pode envolver levantamento bibliográfico, entrevistas
com pessoas experientes no problema pesquisado. Geralmente, assume a forma de
pesquisa bibliográfica e estudo de caso.”
O universo amostral é dotado de agências de cooperativas de crédito inseridas na
Zona da Mata Mineira, onde leva em conta um número que assegure credibilidade a
amostragem. Os sujeitos da pesquisa são os gestores de pessoas localizados no
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terço superior das empresas.
O instrumento de coleta de dados é um questionário contendo 15 questões. Tal
instrumento de coleta abrangerá as doze agências do Siccob da região da Zona da
Mata, e será distribuído entre os 31 gerentes ou subgerentes que ocupam cargos
avaliativos do capital humano das agências.
Serão aplicados, conforme cronograma do projeto de pesquisa, tanto na empresa in
loco como também, via e-mail, aos profissionais sabidamente ocupantes de
posições relevantes na área de recursos humanos.
Os dados serão coletados no segundo semestre de 2014.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Trata-se de uma pesquisa em andamento e os resultados parciais registram até o
momento a realização do levantamento bibliográfico.
REFERÊNCIAS
CHIAVENATO, Idalberto. Recursos Humanos. São Paulo: Atlas, 2002.
GIL, Antonio Carlos. Gestão de pessoas: enfoque nos papéis profissionais. São
Paulo: Atlas, 2008.
GRAMIGNA, Maury Rian. Modelo de Competências e Gestão dos Talentos. São
Paulo: Pearson Education, 2002.
SCOTT, Arlon Administração construindo vantagem competitiva. São Paulo,
1998.
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ARTIGOS
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ANÁLISE DA GESTÃO AMBIENTAL EM UMA EMPRESA DE SANEAMENTO
TENDO POR BASE A NBR ISO 14001
Karine Esther da Silva – Graduanda em Administração Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX
Juliene Rocha Borges – Graduada em Administração. Mestre em Economia
Empresarial.
Celso Abreu de Araujo – Graduado em Administração. Especialista em Gestão
Empresarial. Mestre em Administração. Professor Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
RESUMO
As ações do homem sempre causaram impactos na natureza, porém, com o passar
do tempo e o aumento da tecnologia e da capacidade produtiva, esses impactos
foram intensificados. Em contrapartida, surgiram vários movimentos que combatiam
a degradação ambiental. Atualmente, a grande luta é equilibrar o uso dos recursos
naturais, que em sua maioria são utilizados para favorecer a expansão econômica,
com a preservação do meio natural. O Sistema de Gestão Ambiental (SGA) tem
esse objetivo. Este estudo analisa a gestão ambiental de uma empresa de
saneamento tendo por base os princípios propostos pela NBR ISO
14001:2004/ABNT tendo se sustentado por referências bibliográficas e por
questionário aplicado aos empregados da empresa COPASA situado em Rio
Casca/MG. Os estudos revelaram que a empresa não tem um SGA consolidado,
conforme a percepção de 65% dos respondentes que afirmaram que somente "às
vezes" as ações da empresa contribuem para a diminuição dos impactos ambientais.
PALAVRAS CHAVE: Sistema de Gestão Ambiental, impactos, ações ambientais.
INTRODUÇÃO
Com o advento da Revolução Industrial, os novos modelos de produção e o
aumento do poder monetário, o capitalismo se solidificou trazendo à tona o
consumismo desenfreado que favorece a economia. O consumo aumentou, as
indústrias aumentaram a sua produção, mais funcionários foram contratados e estes
adquiriram maior poder de compra passando a consumir mais e a alimentar o ciclo
da expansão econômica. Porém, durante muito tempo os impactos decorrentes
deste processo não foram avaliados, tendo-se a ingênua crença de que as fontes de
recursos eram ilimitadas.
No final da década de 50 a atenção voltou-se para a questão ambiental devido
às constantes catástrofes ocorridas no período pós-guerra e que a partir de então,
desenvolveu-se estudos em prol da utilização adequada dos recursos naturais.
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Dentre os vários métodos desenvolvidos para gerir de maneira sustentável os
recursos e demonstrar a mudança de atitude das empresas, o Sistema de Gestão
Ambiental (SGA) é o que há de mais integrado e abrangente capaz de atingir todos
os impactos oriundos das atividades econômicas da organização.
Segundo Curi (2011), Sistema de Gestão Ambiental é um conjunto de ações
integradas desenvolvidas com intuito de amenizar ou evitar os efeitos nocivos das
operações da empresa sobre o ambiente.
Vários órgãos nacionais e internacionais desenvolveram o seu próprio SGA,
porém o mais utilizado é o modelo proposto pela International Organization for
Standardization (ISO), instituição mundial que promove a padronização de produtos
e serviços com objetivo de tornar mais fácil o comércio internacional.
Portanto, este estudo objetivou analisar os processos da Gestão Ambiental da
empresa Companhia de Saneamento de Minas Gerais (COPASA) levando-se em
consideração os métodos propostos pela NBR ISO 14001.
Especificamente, procurou relacionar as ações da empresa com os princípios
propostos na NBR ISO 14001, analisando a proximidade dessas ações com um
SGA e ressaltando os pontos divergentes com o mesmo.
A relevância deste estudo se justifica pela contemporaneidade do tema e pelo
caráter multidisciplinar, além de estar alinhado ao cenário da empresa que atua
diretamente na exploração de recursos hídricos. Sendo assim, um momento
oportuno para o desenvolvimento deste trabalho devido às exigências do mercado e
às novas legislações relacionadas às responsabilidades ambientais cabíveis a
qualquer organização. Adicionalmente, as atividades econômicas desencadeiam
impactos ambientais (BENEDUZI, 2011), e o SGA é uma alternativa para mitigar
estes impactos, propiciando o surgimento de soluções e inúmeras vantagens
relacionadas à diminuição dos custos, melhoria da imagem e cumprimento da
legislação.
EVOLUÇÃO DA QUESTÃO AMBIENTAL
Contrariando o senso comum de que em um passado distante homem e
natureza se confundiam, Curi (2011) afirma que o ser humano sempre utilizou os
recursos naturais como se estes fossem infinitos, o que mudou ao longo do tempo
foi o poder destrutivo dos métodos utilizados, e que os impactos ambientais só foram
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percebidos de forma mais drástica após a Revolução Industrial devido ao
desenvolvimento tecnológico.
O crescimento demográfico é outro fator que contribui para o desgaste dos
recursos naturais, como afirma Seiffert:
A notável expansão das capacidades técnico-produtivas e o acelerado
crescimento demográfico mundial vêm colocando em evidência,
especialmente ao longo da segunda metade do século XX, que os recursos
naturais e os bens e serviços deles derivados não são ilimitados, e que sua
escassez ou esgotamento e contaminação constituem uma séria ameaça à
qualidade de vida e ao bem-estar das gerações atuais e futuras.
(SEIFFERT, 2011, p.01).
O homem sempre causou impactos no meio em que vive devido às suas
atividades de sobrevivência, e estes resultaram em acidentes ambientais de grandes
proporções que tiveram a importância (além de seus efeitos catastróficos) de
despertar a humanidade para relevância da questão ambiental, como relata Naime
(2013) em seu artigo “Grandes marcos de acidentes ambientais.”:
Na década de 50, o primeiro marco foi o acidente ambiental da cidade de
Minamata no sul do Japão. A indústria Chisso, liberando efluentes com alto
teor de Mercúrio e sem tratamento causou uma doença conhecida como
mal de Minamata cujos reflexos se estenderam por muitos anos.
Neste momento a humanidade desperta para a questão ambiental, se
formam os primeiros movimentos ambientalistas, e na década de 70
ocorrem as primeiras iniciativas governamentais para proteção ambiental.
(NAIME, 2013).
Em 1962, o mundo tomou ciência de uma série de desastres ambientais em
diversas partes do globo devido aos descuidos das indústrias. Neste ano, Rachel
Carson publicou o livro Primavera Silenciosa que provocou intensas discussões
internacionais devido às denúncias e projeções dos efeitos danosos do modelo de
desenvolvimento vigente. (DIAS, 1991 apud SOUZA, 2008).
Carson (2010) afirmava que enquanto o ser humano proclama seu objetivo de
conquistar a natureza, simultaneamente ele compõe uma triste lista de destruições
destinadas não apenas à Terra como também a todos os seres vivos que nela
habitam.
Segundo Pelicioni (2004), foram publicados gradativamente, na década de
1960, relatórios que ressaltavam os efeitos nocivos da ação humana na natureza,
especialmente provenientes do processo de industrialização. No entanto, o foco
estava nos avanços da ciência e na necessidade de ações direcionadas à correção
dos problemas ambientais recorrentes.
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A primeira ação mundial em defesa ao meio ambiente foi a Conferência de
Estocolmo, realizada em 1972 na capital da Suécia com a participação de
diplomatas de diversos países. Deu origem à Declaração sobre o Meio Ambiente
Humano, documento com 110 recomendações e 26 princípios que visavam a
preservação ambiental a nível mundial e a construção de um órgão responsável
pelos debates da gestão ambiental, o Programa das Nações Unidas para o Meio
Ambiente (Pnuma). (CURI, 2011)
No ano de 1988, a questão ambiental no Brasil tomou novos rumos devido à
Constituição Federal que garantiu uma legislação ambiental moderna, tendo um
capítulo dedicado ao meio ambiente, explicitando os direitos e deveres do poder
público e da sociedade em relação ao mesmo. (PELICIONI, 2004). Onde se lê no
Capítulo VI – Do meio ambiente, “Art. 225. Todos têm o direito ao meio ambiente
ecologicamente equilibrado, bem de uso comum do povo e essencial à sadia
qualidade de vida, impondo-se ao poder público e à coletividade o dever de defendêlo e preservá-lo para as presentes e futuras gerações.” (CURIA, 2013).
Um marco no início da década de 1990 foi a Conferência das Nações Unidas
para o Meio Ambiente e Desenvolvimento (CNUMAD), também denominada Rio 92,
Eco-92 ou Cúpula da Terra. Foi realizada em junho de 1992, no Rio de Janeiro,
reunindo membros da sociedade civil, Organizações Não-Governamentais (ONGs) e
chefes de Estado, representantes de 178 países. Deu origem a importantes
documentos e retomou a ideia de desenvolvimento sustentável, já proposta em 1987
pela Comissão Mundial sobre Meio Ambiente e Desenvolvimento através do relatório
“Nosso Futuro comum” ou Relatório Brundtland, como alternativa ao combate de
ações predatórias. (CURI, 2011)
Como afirma Moreira (2006), as preocupações ambientais surgiram aos poucos
e foram mudando de foco de acordo com as evoluções tecnológicas, produtivas e
científicas, gerando problemas com diferentes características. O mais recente foco é
a responsabilidade ambiental por parte das empresas.
Dentre as diversas estratégias que podem ser adotadas pelas organizações
para aprimorarem seu desempenho ambiental, o SGA segundo as diretrizes da ISO
14001 é uma alternativa interessante para atender ao mercado mais exigente e
promover a racionalização e eficácia do processo produtivo dentro dos padrões
ambientais. (SEIFFERT, 2011).
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ISO 14001
A International Organization for Standardization (ISO) foi criada em 1946 em
Londres, após o fim da Segunda Guerra Mundial, com o objetivo de unificar os
padrões de industrialização a nível internacional, promovendo a normalização de
produtos e serviços com intuito de melhorar continuamente a qualidade dos
mesmos. A ISO é representada no Brasil pela Associação Brasileira de Normas
Técnicas (ABNT).
O processo de normalização visa uniformizar a produção e comercialização de
bens e serviços, objetivando reduzir vantagens e equalizar as relações no mercado.
A ABNT define como “atividade que estabelece, em relação a problemas existentes
ou potenciais, prescrições destinadas à utilização comum e repetitiva com vistas à
obtenção do grau ótimo de ordem em um dado contexto.” (ABNT, 2006).
Como resultado da Conferência das Nações Unidas de Meio Ambiente e
Desenvolvimento Sustentável – Rio-92 foi proposta a elaboração de normas
relacionadas ao meio ambiente. Cerca de 56 países, dentre eles o Brasil
representando a ABNT através do Grupo de Apoio à Normalização Ambiental
(GANA), integraram o comitê técnico ISO/TC 207 responsável por elaborar a série
de normas ISO 14000 interagindo com o ISO/TC 176 que elaborou as normas ISO
9001 que se referem à Gestão da Qualidade, demonstrando a necessidade de
interação entre esses conceitos.
A ISO 14001 é reconhecida no Brasil como NBR ISO 14001 – Sistemas de
Gestão Ambiental - e é aplicável as organizações de todos os portes adequando-se
às diversidades regionais nas quais a empresa está inserida.
O pilar de embasamento da NBR ISO 14001 é o ciclo plan, do, check e act
conhecido como PDCA, ou seja: planejar, executar, verificar e agir corretivamente,
como afirma Moreira (2006).
O documento da norma define o PDCA de forma sucinta e objetiva. Sendo:
- Planejar: Estabelecer os objetivos e processos necessários para atingir os
resultados em concordância com a política ambiental da organização.
- Executar: Implementar os processos.
- Verificar: Monitorar e medir os processos em conformidade com a política
ambiental, objetivos, metas, requisitos legais e outros, e relatar os
resultados.
- Agir: Agir para continuamente melhorar o desempenho do sistema da
gestão ambiental. (NBR ISO 14001:2004, VI / ABNT).
A simplicidade do ciclo PDCA garante o sucesso de qualquer sistema desde
que esses conceitos sejam aplicados e executados corretamente. Utilizando o
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PDCA, pode-se sustentar um estágio já alcançado impedindo o regresso a um
inferior, ou favorecer melhorias por meio da redefinição, em longo prazo, das metas
estabelecidas. (MOREIRA, 2006)
A NBR 14001 especifica requisitos ou princípios concernentes ao SGA, através
dos quais é possível verificar os avanços da empresa e sua relação com as
questões ambientais. O Requisito geral da Norma declara que para a organização
manter-se em conformidade com os demais requisitos deve “estabelecer,
documentar, implementar, manter e continuamente melhorar um sistema da gestão
ambiental.” (NBR ISO 14001:2004, p.04 / ABNT).
Organização é definida pela norma como:
(...) empresa, corporação, firma, empreendimento, autoridade ou instituição,
ou parte ou uma combinação desses, incorporada ou não, pública ou
privada, que tenha funções e administração próprias. (NBR ISO
14001:2004, p.03 / ABNT).
Os princípios estabelecidos pela NBR ISO 14001 / ABNT (2004) são:
 Política Ambiental
A política ambiental de uma empresa deve ser definida pela alta administração,
através de documentos que garantam sua implantação e validade. Sendo adequada
para
combater
os
impactos
ambientais
inerentes
às
atividades
por
ela
desenvolvidas.
 Planejamento
Ao planejar o SGA é necessário levar em consideração os aspectos
ambientais, os requisitos legais e os objetivos, metas e programas. A organização
deve identificar os impactos ambientais relacionados às suas atividades, tendo por
sua responsabilidade combatê-los e incentivar essa consciência em seus clientes e
fornecedores.
 Implementação e operação
A empresa deve prover todos os recursos necessários para a instalação e
continuidade do SGA. Outro fator importante é a definição de funções e autoridades
responsáveis por coordenar o sistema. A organização deve ainda treinar,
desenvolver competências e conscientizar seus colaboradores de todos os níveis.
 Verificação
A organização deve estabelecer procedimentos que monitorem e regulem suas
operações visando identificar não conformidades com os demais requisitos e se
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necessário desenvolver ações corretivas e preventivas. As auditorias internas,
definidas pela NBR ISO 14001 / ABNT (2004), deve ser uma prática constante.
 Análise pela administração
O SGA deve ser analisado pela alta administração em intervalos programados
para garantir a adequação à legislação, à política ambiental e aos demais objetivos
da empresa.
Segundo Curi (2011), para que o SGA obtenha resultado satisfatório, não se
deve restringir apenas ao cumprimento da legislação, mas, como orienta a comissão
técnica da ISO, é preciso mensurar o impacto ambiental gerado pelas atividades da
empresa buscando mitigar seus efeitos, independente de ser exigência legal.
METODOLOGIA
O estudo desenvolvido pode ser qualificado como uma pesquisa quantitativa,
pois esta parte do princípio que informações e opiniões podem ser quantificadas e
transformadas em números que representem os resultados de determinada análise.
(BOTELHO, 2013).
Esta pesquisa é embasada metodologicamente na NBR ISO 14001:2004 /
ABNT – Sistema de Gestão Ambiental e em autores de referências bibliográficas,
utilizando seus conceitos para desenvolver o estudo e a análise dos resultados
obtidos.
O método utilizado para a coleta de dados foi um questionário, com 10
perguntas relacionadas aos processos da metodologia PDCA proposta pela NBR
ISO 14001:2004, que é “um instrumento de coleta de dados, constituído por uma
série ordenada de perguntas que devem ser respondidas sem a presença do
pesquisador”. (LAKATOS, 2007, p. 203).
O questionário foi aplicado no dia 18 de junho de 2014, no Distrito do Vale do
Piranga (DTVP), situado em Rio Casca – MG, que é um Distrito Operacional
pertencente à Companhia de Saneamento de Minas Gerais – COPASA, onde atuam
25 empregados dispostos nas seguintes áreas: Gerência (1), Recursos Humanos
(2), Planejamento e Controle (1), Financeiro (1), Administrativo (2), Comercial (2),
Produção e Operação (2), Suprimentos (1), Área técnica (1), Setor de Hidráulica (1),
Patrimônio e Transporte (1) e Operacional (10). Destes, 20 responderam ao
questionário, obtendo assim uma amostra de 80% em relação ao universo
pesquisado.
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RESULTADOS E DISCUSSÕES
Segundo Curi (2011), Sistema de Gestão Ambiental é um conjunto de ações
integradas, desenvolvidas com intuito de amenizar ou evitar os efeitos nocivos das
operações da empresa sobre o ambiente. Em sua opinião, as ações ambientais
desenvolvidas pela empresa constituem um Sistema de Gestão Ambiental?
Fonte: Dados da autora com base na coleta de dados.
O gráfico 1 é o resultado da primeira pergunta do questionário que contém a
definição de SGA, no qual é possível notar que 65% dos entrevistados entendem
que segundo a definição dada, as ações desenvolvidas pela empresa constituem um
SGA, 35% não concordam, logo percebe-se que a maioria tem ciência do que vem a
ser um SGA e pode perceber características deste na empresa em questão.
Tendo por base a metodologia PDCA (planejar, executar, verificar e agir
corretivamente) aplicada no Sistema de Gestão Ambiental proposto pela NBR ISO
14001. Assinale quais destes processos são executados na Gestão Ambiental da
empresa.
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Fonte: Dados da autora com base na coleta de dados.
Segundo os dados coletados, o gráfico 2 demonstra que 60% dos
respondentes percebem que todos os processos (Planejar, executar, verificar e agir
corretivamente) são desenvolvidos na empresa, 30% acreditam que executar e
verificar são os processos mais desenvolvidos, 5% veem que o processo de planejar
é o que mais se desenvolve e os outros 5% entendem que planejar e agir
corretivamente são mais desenvolvidos. Percebe-se que essa diversidade de
opiniões pode ser proveniente das diversas áreas pesquisadas, pois o funcionário
pode vizualizar a realização destes processos através das atividades de seu setor,
ficando evidente apenas alguns destes processos em suas atividades diárias, mas
em suma o gráfico demonstra que todos os processos são desenvolvidos na
empresa.
As ações ambientais desenvolvidas pela empresa conseguem diminuir os
impactos causados por suas atividades?
Fonte: Dados da autora com base na coleta de dados.
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O gráfico 3 evidencia que as ações ambientais que a empresa realiza nem
sempre conseguem diminuir os impactos que as suas atividades causam no meio
socioambiental, pois 65% responderam que apenas “às vezes” essas ações surtem
efeito, já 35% acredita que as ações ambientais “sempre” conseguem diminuir os
impactos causados pela empresa. É possível analisar que a maioria dos
respondentes possuem uma visão crítica em relação à eficiência das ações
praticadas na empresa. Há também a possiblidade de falha na disseminação das
informações relacionadas ao combate de impactos, o que pode gerar essa visão nos
colaboradores.
A empresa dissemina sua política ambiental em quais níveis da empresa?
Fonte: Dados da autora com base na coleta de dados.
No gráfico 4 nota-se que as opiniões são bastante fragmentadas com relação à
disseminação da política ambiental, 50% acreditam que a política ambiental é
disseminada em todos os níveis, 30% que a política ambiental é disseminada
apenas nos níveis institucional e gerencial, 10% que o nível operacional recebe mais
informações sobre a política ambiental da empresa, 5% percebem a disseminação
apenas na gerência e os demais 5% acreditam que a política é disseminada apenas
no nível institucional (alta administração e investidores). Apesar da diversidade de
opiniões é possível perceber que em todos os níveis a política é desenvolvida, o que
muda é o ponto de vista dos respondentes.
De acordo com as estratégias de expansão de mercado da empresa, o setor no
qual ela se inclui e as novas legislações; você considera que a certificação ISO
14001 seja:
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Fonte: Dados da autora com base na coleta de dados.
As opiniões quanto a importância da certificação ISO 14001 para a empresa
são favoráveis à certificação, como demonstra o gráfico 5. Dos respondentes 50%
acreditam que a certificação é necessária e 50% acreditam ser essencial, logo
percebe-se que os mesmos reconhecem as vantagens do SGA e da certificação no
contexto no qual a empresa está inserida.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Sistema de Gestão Ambiental proposto pela NBR ISO 14001:2004 tem sido
um grande aliado das empresas para mitigar os impactos ambientais e aumentar a
eficiência produtiva, tendo em vista que o SGA integra todos os setores da empresa
visando minimizar desperdícios.
Na empresa pesquisada não existe um SGA consolidado, mas há a prática da
gestão ambiental, que segundo os dados coletados, apresenta resultados positivos.
A empresa pode alavancar suas vantagens, em relação ao mercado, exigências
legais e principalmente com o compromisso socioambiental, caso opte por estruturar
um SGA e até mesmo buscar a certificação, visto que alguns dos princípios
propostos pela norma já são cumpridos.
Apesar das conformidades da empresa em relação aos princípios do ciclo
PDCA, é possível perceber a necessidade de orientar os colaboradores à respeito
das ações que a empresa realiza e dos resultados das mesmas, pois através dos
dados fica evidente o desconhecimento de algumas informações, o que pode ser
solucionado com uma comunicação mais ativa entre empresa e colaboradores.
REFERÊNCIAS
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BOTELHO, Joacy Machado. Metodologia científica / Joacy Machado Botelho,
Vilma Aparecida Gimenes da Cruz. – São Paulo: Pearson Education do Brasil, 2013.
CARSON, Rachel, 1907 – 1964. – Primavera Silenciosa / Rachel Carson;
[traduzido por Claudia Sant’Anna Martins]. – 1. Ed. – São Paulo: Gaia, 2010.
CURI (org), Denise - Pearson Education do Brasil – Gestão ambiental / Denise Curi
(org) – São Paulo: Pearson Prentice Hall, 2011.
CURIA (col.), Luiz Roberto. Constituição da República Federativa do Brasil:
Promulgada em 5 de outubro de 1988/ obra coletiva de autoria da Editora Saraiva
com a colaboração de Luiz Roberto Curia, Lívia Céspedes e Juliana Nicoletti. – 48.
Ed. atual. e ampl. – São Paulo: Saraiva, 2013. – (Coleção Saraiva de Legislação).
LAKATOS, Eva Maria; MARCONI, Marina de Andrade. Fundamentos de
metodologia científica. - 6. ed. – 4. reimpr. – São Paulo: Atlas, 2007.
MOREIRA, Maria Suely – Estratégia e Implantação do Sistema de Gestão
Ambiental Modelo ISO 14000 / Maria Suely Moreira. – Nova Lima: INDG
Tecnologia e Serviços Ltda., 2006.
PELICIONI, Andréa Focesi – Trajetória do movimento ambientalista in Curso de
Gestão Ambiental / Arlindo Philippi Jr., Marcelo de Andrade Roméro, Gilda Collet
Bruna, (edit.). – Barueri, SP: Manole, 2004.
SEIFFERT, Mari Elizabeth Bernardini - Sistemas de gestão ambiental (SGA-ISO
14001): melhoria contínua e produção mais limpa na prática e experiência de 24
empresas brasileiras / Mari Elizabeth Bernardini Seiffert. – São Paulo: Atlas, 2011.
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CLIMA ORGANIZACIONAL NO SETOR DE VENDAS DE UMA EMPRESA DO
RAMO DE BEBIDAS NO INTERIOR DE MINAS GERAIS
Rosélio Marcos Santana – Graduado em Sistemas de Informação, Licenciado em
Matemática, Pós-graduado em MBA e Gestão de Pessoas e Negócios. Professor da
Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Janine Lopes de Carvalho – Graduada em Psicologia, especialista em Saúde
Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Mestranda em Psicologia.
Professora da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Érica Stoupa Martins – Graduada em Serviço Social, Especialista em Gestão de
Recursos Humanos e Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade Vértice
UNIVÉRTIX.
Alex Sandro da Silva – Graduado em Sistemas de Informação, Pós-graduado em
Administração e Negócios.
Renata de Abreu e Silva Oliveira. Graduada em Letras. Professora da Faculdade
Vértice - UNIVERTIX.
[email protected]
RESUMO
O objetivo deste trabalho é avaliar o clima organizacional no setor de vendas de uma
empresa do ramo de bebidas em um município do interior de Minas Gerais no intuito
de evidenciar a satisfação ou não do colaborador. A metodologia utilizada foi a
pesquisa de campo com aplicação de questionário a vendedores, supervisores e
gerentes de vendas e repositores num total de 29 colaboradores. Os resultados
apontam satisfação e orgulho dos colaboradores em trabalhar na empresa, bem
como reconhecimento da possibilidade de crescimento, bons salários e benefícios.
Entretanto, percebeu-se que ainda há o que melhorar no que se refere a cursos e
treinamento, valorização pessoal e relacionamento interpessoal.
PALAVRAS-CHAVE: Clima Organizacional. Qualidade de vida no Trabalho,
Satisfação.
INTROUÇÃO
Segundo Chiavenato (2002), o conceito de clima organizacional envolve fatores
estruturais como o tipo de organização, tecnologia utilizada, políticas da companhia,
metas, regimentos internos, além de atitudes e comportamento social que são
encorajados ou não através dos fatores sociais.
A partir deste conceito percebe-se que o colaborador quer se sentir valorizado
e reconhecido, quer orgulhar-se da atividade que exerce, quer sentir-se seguro e
sentir a possibilidade de crescimento profissional. Enfim, quer que suas
necessidades individuais sejam atendidas e quando isso não ocorre surgem as
reclamações, ausências frequentes ao trabalho e alta rotatividade de funcionários, o
que pode levar a organização à falência.
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Neste contexto o objetivo do presente trabalho é de avaliar e analisar o grau de
influência dos fatores do clima organizacional no setor de vendas de uma empresa
do ramo de bebidas em um município do interior de Minas Gerais. Analisando o grau
de satisfação dos colaboradores em relação à organização e, também, procurando
compreender o relacionamento interpessoal com os colegas e o sentimento dos
mesmos quanto ao futuro dentre da empresa.
O comportamento do indivíduo na organização afeta sua qualidade de vida no
trabalho e define o tipo do clima organizacional vigente. A gestão do fator humano
nas organizações precisa de métodos que propiciem análise e avaliação de seu
ambiente interno, no sentido de detectar a influência dos variados fatores da gestão
de pessoas no clima da empresa.
A identidade e a imagem da organização são formadas pelo comportamento
dos indivíduos ligados a ela e dos grupos formados em seu interior, o que traz
grande impacto no cotidiano das decisões, atribuições, formas de relacionamento,
de distribuição de recompensas, punições, estilo de liderança, comunicação interna,
área de atuação dentre outros fatores (LUZ, 2006).
O ambiente das organizações mostra-se instável e, diante desta realidade lidar
com pessoas e suas necessidades envolve inúmeros desafios dentro do processo
administrativo de gestão. Todas as mudanças afetam pessoas e organizações nos
âmbitos econômico, financeiro, operacional e psicossocial, destacando-se que cada
um é capaz de afetar o outro e levar ao surgimento de crise (XAVIER, 2006).
Através da pesquisa de clima organizacional é possível a obtenção de
elementos norteadores da gestão do fator humano na busca de soluções e melhoria
nos aspectos de maior incidência de insatisfação apontados pelos colaboradores.
Na visão de Chiavenato (2005) os valores estabelecidos nas organizações
constituem os referenciais aceitos para o chamado comportamento social que
permite a previsão de reações afetivas e desempenho individual, assim como o
coletivo nos ambientes organizacionais.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Na visão de Robbins (2004), o comportamento organizacional refere-se ao
estudo sistemático das ações e atitudes das pessoas dentro das organizações. Para
Chiavenato (2004, p.6) está relacionado ao estudo de indivíduos e grupos atuantes
em organizações e a influência destas sobre essas pessoas e grupos. “Retrata a
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contínua
interação
entre
pessoas
e
organizações
que
se
influenciam
reciprocamente”.
Merece destaque que, na atualidade, as pessoas têm buscado além da
satisfação profissional, qualidade de vida no trabalho. Sendo assim, cabe às
organizações oferecer condições para que as necessidades e expectativas de seus
colaboradores sejam alcançadas para que eles tenham um desempenho de acordo
com o esperado pelos administradores.
Para tanto é necessário desenvolver estratégias voltadas para a Gestão da
Qualidade de Vida no Trabalho, definida por França (2010, p.168) como a
capacidade administrativa de gerir um conjunto de ações que incluem “diagnóstico,
implantação das melhorias e inovações gerenciais, tecnológicas e estruturais no
ambiente de trabalho alinhado e construído na cultura organizacional com prioridade
absoluta para o bem-estar das pessoas da organização”.
Chiavenato (2008, p.487-488) ressalta que a qualidade de vida no trabalho
envolve uma constelação de fatores, tais como satisfação na execução do trabalho,
possibilidade de crescimento dentro da organização, “reconhecimento pelos
resultados alcançados, salário percebido, benefícios auferidos, relacionamento
humano dentro do grupo e da organização, ambiente psicológico e físico de
trabalho, liberdade e responsabilidade na tomada de decisões”.
Segundo Bennis (1996, p.6), clima organizacional “é um conjunto de valores ou
atitudes que afetam a maneira como as pessoas se relacionam umas com as outras
e com a organização”.
O clima organizacional reflete o modo como as pessoas interagem umas com
as outras, com os clientes e fornecedores internos e externos, bem como o grau de
satisfação com o contexto que as cerca. Pode ser agradável, receptivo, caloroso,
envolvente em um extremo, ou frio, agressivo e alienante em outro (VILAS BOAS;
ANDRADE, 2009). Ressalta-se que o clima organizacional depende das relações
humanas e tem como protagonista a coletividade.
Neste contexto considera-se o clima organizacional como aspecto de suma
importância na qualidade de vida no trabalho, pois configura o ambiente humano
onde são desenvolvidos e percebidos sentimentos de satisfação ou não, favoráveis
ou não à execução do trabalho pelo colaborador. Mostra a leitura geral que os
colaboradores possuem sobre a organização indicando causas e consequências dos
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problemas que o afetam como pessoa ou parte de um grupo e suas relações no
ambiente de trabalho.
Quanto à satisfação no trabalho Robbins (2005, p.66) recorda que o trabalho
representa muito mais do que o desenvolver de atividades, posto que requer
convivência com colegas e superiores, “obediência a regras e políticas
organizacionais, alcance de padrões de desempenho” e aceitação das condições de
trabalho oferecidas. Neste contexto, a avaliação realizada pelo colaborador quanto à
sua satisfação ou insatisfação resulta de uma “complexa somatória de diferentes
elementos”.
A partir desta perspectiva “os estudos sobre clima organizacional são úteis por
proverem um diagnóstico geral para a organização, indicando as áreas mais
deficitárias” (TORRES, OLIVEIRA, 2007, p.1).
METODOLOGIA
A metodologia utilizada envolveu pesquisa aplicada de campo, exploratória,
descritiva e quantitativa. Os dados foram coletados diretamente na organização
através de entrevista semiestruturada com aplicação de questionário com 13
questões fechadas, aplicados a 29 colaboradores entre vendedores, supervisores de
vendas, gerentes de vendas e repositores, de um total de 35.
A escolha do setor de vendas para aplicação do questionário se deve ao fato
de que este é um dos setores mais importantes da organização, responsável pelas
receitas da empresa e onde recaem maiores cobranças por resultados e metas.
Segundo Gil (2007, p.41) a pesquisa exploratória “tem como objetivo
proporcionar maior familiaridade com o problema, com vistas a torná-lo mais
explícito ou a construir hipóteses”.
O questionário foi aplicado no período de 14 a 21 de outubro de 2013, durante
as reuniões matinais da equipe. Depois foram tabulados no Microsoft Office Excell
2007 e analisados qualitativamente, visando descrever a interação de fatores e o
entendimento das particularidades do comportamento dos indivíduos, bem como
verificar seus níveis de satisfação e insatisfação em trabalhar na organização.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
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O engajamento dos colaboradores quanto à visão, missão e objetivos da
empresa demonstra sua identificação com esta e aponta o nível de credibilidade
destes. Fator de crucial importância para que a organização alcance sucesso.
Com relação ao fator “sente orgulho de trabalhar na empresa (representar a
marca)”, 100% dos funcionários do setor de vendas estão satisfeitos.
De acordo com Chiavenato (2005) e Luz (2006), o orgulho de trabalhar na
empresa está relacionado a uma gestão de pessoas cujas práticas estão focadas,
na mesma intensidade, nos objetivos da organização e nas expectativas dos
colaboradores.
A respeito do fator se os funcionários de vendas sentem orgulho da atividade
que exercem na empresa, observa-se que 100% dos entrevistados afirmam estar
satisfeitos.
Os processos de trabalho, juntamente com os resultados alcançados,
contribuem para que o colaborador construa sua identidade. Assim, os participantes
da pesquisa apontaram não somente a empresa onde trabalham, mas as atividades
que desempenham como motivo de orgulho, status e reconhecimento social,
conforme se observa, também, nos estudos desenvolvidos por Morin, Tonelli e
Pliopas (2007).
Perguntou-se aos funcionários da força de vendas se a empresa oferece
possibilidade de crescimento, sendo que 97% deles afirmam que sim, enquanto
apenas 3% mencionam mais ou menos para este quesito.
O plano de carreira é um processo contínuo que permite a integração entre o
empregado e a organização, sua finalidade é atender aos objetivos e interesses de
ambas as partes. Para Tachizawa (2001), o desenvolvimento de
novos
conhecimentos, habilidades e atitudes capacita o profissional a atender requisitos
sempre mais complexos, o que aumenta sua capacidade e versatilidade. O
profissional, então, torna-se apto a exercer cargos e funções que lhe proporcionem
maior reconhecimento ou compensação, e eleva seu status.
A organização está em franco crescimento e seu plano de cargos e salários
ainda está em processo de confecção, mesmo assim considerou-se positivo o
resultado deste fator junto à força de vendas, visto que quanto maior for o
reconhecimento da possibilidade de ascensão na empresa, maior será o
engajamento do colaborador e maior retenção deste profissional.
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Quando a pergunta referiu-se à preocupação com o futuro da empresa, 66%
dos funcionários afirmam que realmente se preocupam com isso, 10% mencionaram
mais ou menos, enquanto 24% dos mesmos dizem não se preocupar com isso.
A preocupação com o futuro da empresa deve reforçar o orgulho em trabalhar
na mesma e levar ao entendimento de que os colaboradores pretendem continuar
na organização por longo tempo, no entanto o resultado da pesquisa mostrou que,
apesar de sentirem orgulho da empresa, 34% não se preocupam tanto com os
rumos da empresa.
Chiavenato (2006) sugere que, ao se sentirem fortalecidas, as pessoas
envolvem-se mais nas decisões em equipe e preocupam-se com os resultados e
sobrevivência da organização, tendo em vista que a motivação é responsável pela
intensidade, direção e persistência dos esforços para alcance das metas propostas.
Quanto à continuidade familiar dentro da empresa, 48% dos funcionários
afirmam que gostariam que seus filhos trabalhassem na mesma empresa, 28% mais
ou menos, enquanto 24% deles não gostam da ideia de que seus filhos trabalhem
na empresa.
A continuidade familiar junto à empresa, não é desejada por grande parte dos
funcionários, especialmente em função do alto grau de cobrança exigido aos
funcionários deste setor. Entretanto quase a metade dos entrevistados deseja que
seus filhos façam carreira na organização, o que traz, por parte destes, relevância à
identificação com a empresa representando integração com os objetivos da mesma.
Na opinião de Luz (2006), só é excelente a empresa que estende excelência à
qualidade de vida de seus funcionários.
Quando a pergunta foi o reconhecimento do seu trabalho 48% afirmam que a
empresa reconhece e valoriza o seu trabalho, 48% dos funcionários entrevistados
dizem que a empresa reconhece mais ou menos o seu trabalho. Já 4% deles dizem
que a empresa não valoriza e nem reconhece o trabalho exercido.
O reconhecimento e a valorização do trabalho são fatores que influenciam a
motivação ao transformarem-se em possibilidade de desenvolvimento pessoal e
profissional, configurando oportunidade de autorrealização (MOREIRA, 2002).
Segundo Chiavenato (2004), o reconhecimento do esforço das pessoas é
demonstrado através da implantação de um sistema de recompensas. Já na opinião
de Milkovich e Boudreau (2009), é necessária a implantação de um sistema de
assistência e benefícios que aborde remuneração fora do trabalho.
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Analisando o salário e benefícios dos funcionários observa-se que 76% deles
consideram justo o salário\benefícios que recebem atualmente, 21% afirmam estar
mais ou menos satisfeitos, e apenas 3% se consideram insatisfeitos com o que
recebem atualmente.
Segundo Milkovich e Boudreau (2009), os salários somados aos benefícios e
bonificações devem ser suficientemente atraentes para reter os empregados, pois a
possibilidade de encontrar outra organização que lhe traga maior satisfação e
remuneração considerada mais adequada pode levar o funcionário a buscar novos
caminhos profissionais.
Quanto ao nível cultural e intelectual, 62% dos funcionários mencionam ter um
nível cultural e intelectual favorável e compatível à atividade exercida, 35% deles
afirmam estar parcialmente satisfeitos com esse quesito, enquanto 3% estão
insatisfeitos.
Tachizawa (2001) afirma ser necessária, por parte da liderança, a implantação
de políticas que estimulem e motivem mais os funcionários a se desenvolverem
cultural, intelectual e profissionalmente. Enquanto Chiavenato (2002) aponta que
inteligência, talento e conhecimento são os recursos mais importantes para se obter
melhoria no trabalho que favoreça melhoria na qualidade de vida das pessoas.
No quesito relacionamento com os colegas de trabalho, 62% afirmam ter um
bom relacionamento, 28% se dizem parcialmente satisfeitos, enquanto 10%
classificam este quesito como insatisfeito.
Segundo Chiavenato (2005), para poder alcançar resultados, as pessoas
precisam estar envolvidas, que o ambiente de trabalho seja favorável e que na
cultura da organização tenha lugar para participação e democracia.
Observando o fator “cursos e treinamentos”, 52% dos funcionários dizem estar
satisfeitos com os mesmos, já 31% deles afirmam estar mais ou menos satisfeitos,
enquanto 17% os consideram insatisfatórios.
O treinamento dos colaboradores de uma empresa, além de favorecer o
aumento da lucratividade, contribui para que ocorra melhor sintonia da educação de
seu corpo funcional com atividades que exijam trabalho em equipe (MILKOVICH;
BOUDREAU, 2009).
Cerca de 66% dos colaboradores dizem que o ambiente de trabalho na força
de vendas é favorável à execução de suas atividades, 24% dizem estar parcialmente
satisfeitos, enquanto apenas 10% dizem estar insatisfeitos com este quesito.
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Chiavenato (2008, p.470) assim se coloca a respeito do tema:
O ambiente de trabalho se caracteriza por condições físicas e
materiais e por condições psicológicas e sociais. De um lado,
os aspectos ambientais que impressionam os sentidos e que
podem afetar o bem-estar físico, a saúde e integridade física
das pessoas. De outro lado, os aspectos ambientais que
podem afetar o bem-estar psicológico e intelectual, a saúde
mental e a integridade moral das pessoas. De um lado a
higiene e segurança do trabalho e, de outro, a qualidade de
vida na organização.
Lacombe (2005) afirma que ambiente é tudo que envolve o sistema
organizacional, ou seja, ambientes macro e microeconômicos, sendo o primeiro
referindo-se
aos aspectos tecnológicos,
científicos,
demográficos,
políticos,
econômicos, sociais e culturais e o segundo mais pertinentes à empresa,
abrangendo os fornecedores, os clientes, concorrentes, parceiros, os órgãos
governamentais e reguladores.
No que se refere ao sucesso na carreira profissional, 79% dos funcionários da
força de vendas consideram-se bem sucedidos, 17% dos entrevistados dizem ter
mais ou menos sucesso na carreira, enquanto apenas 4% afirmaram não ter
expectativa de sucesso neste setor.
O principal motivo para um funcionário continuar na empresa onde trabalha é
representado pela oportunidade de crescimento. No entanto, essas oportunidades
são influenciadas pela chefia imediata, que deve avaliar corretamente o funcionário
e procurar motivar todos na busca de crescimento e aquisição de aptidões que
facilitem sua ascensão (MARRAS, 2002).
Quando se perguntou aos funcionários se eles se preocupam com o futuro da
família, 100% deles afirmaram que sim, resultando em uma persistência no seu
trabalho cotidiano, ou seja, quanto mais o funcionário é preocupado com o futuro da
família, mas ele tende a desempenhar um melhor trabalho para garantir o sustento
da família.
Chiavenato (2005) destaca que a motivação constitui a mola mestra do
comportamento das pessoas, sendo assim, seu conhecimento é necessário para
que o administrador reconheça os fatores que motivam seus funcionários, para
contar com a colaboração efetiva de todos, o que leva à importância de se conhecer
o grau de preocupação do funcionário com o futuro de sua família.
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Para Kotter (2001), a motivação e a inspiração energizam as pessoas ao
satisfazer suas necessidades, incluídas a preocupação com o futuro próprio e do
grupo familiar. Tendo em vista que satisfazem as necessidades de realização,
pertencimento ao grupo, reconhecimento, autoestima, vivência dos próprios ideais e
outros sentimentos que dão origem a um nível de dedicação superior.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
A presente pesquisa buscou identificar fatores que influenciam, negativa ou
positivamente, a motivação e a satisfação do colaborador, apontando atitudes que
possam minimizar ou até mesmo eliminar a insatisfação, quando possível.
De acordo com os fatores analisados considera-se como pontos fortes o
orgulho dos trabalhadores pela função que exercem, sua percepção quanto ao
sucesso na referida atividade, orgulho de trabalhar na empresa, condições de
crescimento dentro da organização, satisfação com salários e benefícios percebidos,
bem como condições adequadas ao desenvolvimento de seu trabalho. A
continuidade familiar também merece destaque, posto que mostra indícios de
comprometimento maior com o trabalho.
Enquanto que, como pontos a ser melhorados destacam-se a necessidade de
introdução com maior frequência de cursos e treinamentos para elevar o nível
cultural e intelectual da equipe, qualificando ainda mais os colaboradores. Do
mesmo modo o reconhecimento do trabalho fora do contexto econômico, o
relacionamento com os colegas merecem maior atenção e cuidado para que seja
possível promover melhorias nas relações interpessoais tornando-as mais
duradouras e próximas.
Dentro deste contexto, sugere-se que a empresa elabore plano de carreira
embasado na contribuição dos colaboradores que devem apresentar suas ideias e
sugestões de fatores que possam motivá-los em relação ao crescimento dentro da
organização.
Assim, destaca-se a importância da autonomia concedida aos colaboradores
nas tomadas de decisões e rumos da empresa para que possam sentir-se
reconhecidos e participantes diretos do futuro da mesma. Neste sentido, ressalta-se
que além de bons salários, a possibilidade de se trabalhar em um ambiente inovador
que contribua para melhoria da qualidade de vida do colaborador aumenta a
motivação e solidifica o interesse em permanecer na organização.
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Por outro lado, sugere-se a elaboração de programas que promovam e
incentivem a busca de conhecimento, a participação em cursos e seminários,
incentivando o acúmulo de capital intelectual que agrega valor à empresa e capacita
os colaboradores para novas oportunidades dentro da organização.
A escolha dos cursos deve obedecer aos resultados observados em pesquisa
diagnóstica a ser realizada, tendo em vista que este trabalho não abrange as
necessidades de treinamento e capacitação dos colaboradores da organização. O
que leva à necessidade de elaboração de nova pesquisa que aborde as áreas de
treinamento prioritárias à capacitação e qualificação dos funcionários.
Quanto aos conflitos e divergências nas relações interpessoais recorda-se que
o diálogo é a melhor forma para se encontrar soluções e caminhos que fortaleçam
um relacionamento saudável, harmonioso e que contribua para a união de todos.
A possibilidade de sucesso na carreira faz com que o colaborador se sinta
realizado, no entanto, aos que já conseguiram tal patamar, é imprescindível que a
organização proponha cotidianamente desafios para que o profissional mantenha-se
focado e não se desmotive.
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POLÍTICAS PÚBLICAS DE EDUCAÇÃO E ASSISTÊNCIA SOCIAL PARA
FORMAÇÃO PROFISSIONAL DE JOVENS: ESTUDO SOBRE UM PROGRAMA
DESENVOLVIDO EM JUIZ DE FORA/MG
Érica Stoupa Martins – Graduada em Serviço Social, especialista em Gestão de
Recursos Humanos e Mestre em Serviço Social. Professora da Faculdade Univértix.
Renata de Abreu e Silva Oliveira – Licenciada em Letras, especialista em Língua
Inglesa. Professora da Faculdade Univértix.
Rosélio Marcos Santana – Graduado em Sistemas de Informação, licenciado em
Matemática. Especialista em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor da
Faculdade Univértix.
Cristiano de Oliveira Ferrari – Graduado em Engenheira Civil, Especialista
em MBA em Gestão de Negócios e Pessoas. Professor da Faculdade Univértix.
Ailton Moreira Magalhâes – Graduado em Engenheira Civil, Especialista em
Gestão Ambiental. Professor da Faculdade Univértix.
Rafael Eler de Souza- Graduado em Designer de Produtos (UEMG) e Mestre
em Engenharia de Materiais (REDEMAT). Professor no curso de Engenharia civil da
Faculdade Univértix.
RESUMO
O acesso restrito à educação de qualidade, a inadequada qualificação profissional, a
dificuldade de inserção no mercado de trabalho formal e a luta pelo primeiro
emprego estão, entre os principais problemas com os quais os jovens brasileiros se
deparam hoje. O presente artigo apresenta ações da política assistencial de
formação profissional de jovens, desenvolvida no programa “Projovem” em Juiz de
Fora/MG, que atuam no combate a estas disparidades1. A partir da análise de
dados obtidos em entrevistas e grupos de discussões com os sujeitos envolvidos no
programa, se buscou refletir sobre a política educacional de formação profissional de
jovens que vem se desenvolvendo no interior da política pública de assistência
social. Após a análise conclui-se que, em tal política pública, as finalidades e
concepções de formação profissional restringem-se, em geral, a uma formação
restrita, direcionada a trabalhos precários que demandam pouca qualificação e baixa
escolarização. Proporcionar ao jovem experiência profissional, participação social e
uma política integrada de proteção social ainda se torna desafio e pauta para as
agendas governamentais.
PALAVRAS-CHAVE: Jovens, formação profissional, educação, trabalho, assistência
social.
INTRODUÇÃO
Perante as atuais transformações no modo de produção capitalista e no
mundo do trabalho, ampliam-se as requisições por níveis cada vez maiores de
1
Neste ensaio utilizamos parte da dissertação de mestrado da Profa. Érica Stoupa Martins (capítulo
3), defendida em 2010, sob o título: “Formação profissional de jovens: entre a educação e a
assistência”.
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escolaridade e qualificação profissional, ao mesmo tempo em que são precarizadas
as relações de trabalho e crescem as taxas de desemprego. Concomitantemente, as
perspectivas de trabalho se restringem especialmente para os jovens; o que,
somado ao desolador quadro educacional do país, afirma a urgência de
investimentos em políticas sociais para a juventude (ARAÚJO, 2009).
Neste limiar, pretendemos abordar a política educacional de formação
profissional de jovens, que vem se desenvolvendo no âmbito das políticas de
assistência social. Para compor os conteúdos do trabalho ora apresentado,
elegemos como pesquisa de campo o Programa Nacional de Inclusão de Jovens –
Projovem, desenvolvido em Juiz de Fora/MG, o qual se dedica a promover a
reinserção do jovem de 18 a 29 anos no mercado de trabalho.
Por meio da exposição das informações obtidas entre as percepções dos
coordenadores e dos jovens beneficiários do Programa Projovem Urbano de Juiz de
Fora/MG, o presente trabalho objetiva refletir sobre ações de formação e
qualificação profissional para jovens e sua efetiva contribuição na geração de
oportunidades, inclusão, trabalho e formação de suas subjetividades.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
Deluiz (1995) informa que a formação do homem é um processo totalizante:
não se dá somente no espaço escolar, abrange as relações dos indivíduos no
trabalho e na produção, bem como suas relações com a natureza, com os outros
homens, consigo mesmo e com o conjunto sociedade. Assim, falar de formação do
trabalhador pressupõe uma reflexão sobre as relações entre trabalho e educação,
suas mediações entre as demandas do processo produtivo e as necessidades
humanas de realização e emancipação.
Antunes (1999) elucida que a crise atual do mundo do trabalho afetou a
materialidade e a subjetividade da classe trabalhadora, ou seja, a sua forma de ser.
O autor faz referência ao conjunto de transformações instauradas no capitalismo e
no sistema de produção de mercadorias, especialmente a partir de meados da
década de 1970, as quais redundam em alterações no padrão de acumulação, no
processo de produção e reprodução social e nas relações de trabalhistas, que
afetam significativamente as classes trabalhadoras, sua organização social,
econômica e política.
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Neste contexto, o funcionamento do mercado desfavorece a expansão de
empregos num nível suficiente para absorver toda a população que busca uma
ocupação, especialmente os jovens. Destarte, verifica-se o desemprego juvenil
como reflexo das mudanças mais amplas no mundo do trabalho que não estão
circunscritas aos jovens, mas os afetam mais intensamente em termos de
oportunidades de trabalho (ARAÚO, 2009).
O processo de competição do mercado de trabalho, bem como a escassez de
oportunidades a que os jovens se expõem leva a uma dimensão objetiva imposta
pelo cotidiano alienado. A fragmentação material e social da classe operária coíbe
que seus sujeitos se percebam como parte do novo segmento da classe produtora
da riqueza social. Paralelamente, os novos aspectos das condições gerais da
atualidade histórica, profundamente marcada pelas metamorfoses do proletariado,
geram atitudes e comportamentos peculiares nos “jovens-adultos flexíveis” – do
“individualismo-consumismo” à fragilização dos laços de solidariedade, observa
Araújo (2009).
Atravessamos uma crise no mundo do emprego ao lado da desarticulação
dos trabalhadores como classe e a dissolução da esfera pública e coletiva. As
questões adversas que vitimam os indivíduos são naturalizadas, recaindo sobre eles
próprios, a culpa e a responsabilidade de revertê-las. A possibilidade do pensar e do
agir coletivamente é substituída pela conduta individual e pragmática do consumidor.
Aqui reside o fundamento da ideologia pós-moderna.
Mas a sociedade capitalista não sobrevive sem o trabalho porque nele reside
o seu fundamento. Como nos alude Antunes (1999), a despeito dos fenômenos
contemporâneos que vêm metamorfoseando a classe operária e fragmentando-a,
via trabalho flexível, a força de trabalho permanece como fonte insubstituível à
criação de valor. Os fenômenos da desproletarização do trabalho industrial
(caracterizado pela contração numérica do operário fabril), paralelamente à
subproletarização (ou seja, expansão do trabalho assalariado precário, parcial,
temporário, terceirizado), representam uma nova forma de exploração da força de
trabalho.
Para além da independência financeira, através do trabalho, o jovem visualiza
a possibilidade de se auto-realizar e afirmar sua dignidade; de adentrar na vida
adulta, tornar-se parte da sociedade. Portanto, além de um direito básico inscrito na
legislação brasileira (que permite o acesso aos meios de subsistência, aos bens
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culturais, simbólicos e aos recursos tecnológicos da sociedade), o trabalho pode ser
para o jovem o meio de realização de práticas sociais potencialmente libertadoras.
Guimarães (2005) circunscreve uma hipótese:
(...) a centralidade do trabalho para os jovens não advém dominantemente
do seu significado ético (ainda que ele não deva ser de todo descartado),
mas resulta da sua urgência enquanto problema; ou seja, o sentido do
trabalho seria antes o de uma demanda a satisfazer que o de um valor a
cultivar. (...) Diria que é, sobretudo enquanto um fator de risco,
instabilizador das formas de inserção social e do padrão de vida, que o
trabalho se manifesta como demanda urgente, como necessidade, no
coração da agenda para uma parcela significativa da juventude brasileira.
Ou, de outra forma, é por sua ausência, por sua falta, pelo não-trabalho,
pelo desemprego, que o mesmo se destaca. (GUIMARÃES, 2005, p. 159)
Por outro lado, Guimarães (2005) aponta que a inserção precoce de crianças,
adolescentes e jovens no mercado de trabalho também pode ser pensada, não
como uma escolha, mas uma imposição de uma realidade social excludente –
desigualdade na distribuição de renda no país, situação social e econômica
desfavorável das famílias, insuficiência de políticas públicas, processo cultural de
significado do trabalho, busca pelo alcance de padrões de consumo; mas também a
necessidade de se firmar enquanto cidadão através de sua inserção no mundo dos
adultos e ser reconhecido como tal.
MATERIAL E MÉTODOS
Os dados desta pesquisa foram obtidos através de entrevistas com dois dos
coordenadores do Projovem Urbano de Juiz de Fora e grupos de discussão com
alguns dos jovens participantes deste programa, compreendendo: um grupo de 8
(oito) jovens com a faixa etária de 18 a 21 anos; um grupo de 08 jovens com a faixa
etária de 22 a 25 anos; um grupo de 08 jovens com a faixa etária de 26 a 29 anos. A
coleta foi realizada no mês de junho de 2010.
Na oportunidade, a carga horária total do programa era de 1.248 horas, a
serem cumpridas ao longo de 18 meses letivos ou 78 semanas. Distribuídas em:
Ensino Fundamental: 936 horas; Qualificação Profissional: 234 horas; e Participação
Cidadã: 78 horas. Sendo que o jovem beneficiário do programa deveria cumprir 75%
de freqüência escolar. As aulas do Projovem Urbano aconteciam de segunda à
sexta-feira, nas cinco escolas municipais que aderiram ao programa e em dois
espaços cedidos pela AMAC (Associação Municipal de Apoio Comunitário). Os
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locais: Escola Municipal Gabriel Gonçalves da Silva; Escola Municipal Manuel
Bandeira; Escola Municipal Tancredo Neves; Escola Municipal Oswaldo Velloso;
Escola Municipal Cecília Meireles; NET e Curumim Olavo Costa. Posteriormente,
teve a saída do NET e as aulas foram transferidas para o CPA (Casa do Pequeno
Artista).
A proposta do grupo de discussão veio ao encontro da perspectiva teórica de
dar voz aos jovens, revelar suas percepções e expectativas, além de nos possibilitar
refletir, à luz das orientações coletivas do grupo social que os entrevistados
pertencem - ou seja, considerar os jovens enquanto representantes do meio social
em que vivem e não apenas como detentores de opiniões.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
A proposta metodológica do ProJovem Urbano em Juiz de Fora é trabalhar
com um currículo integrado através de três eixos: ensino fundamental, qualificação
profissional e ação comunitária. Os educadores e toda a equipe de profissionais
envolvidos passam por periódicas capacitações. O material didático-pedagógico
utilizado é disponibilizado pelo governo federal, sendo elaborado especificamente
para os jovens beneficiários do programa.
Os coordenadores do programa Projovem Urbano de Juiz de Fora elucidaram
que o resgate de valores está implícito no eixo de Ação Comunitária. Nas aulas
teóricas e oficinas, discutem-se questões como direitos humanos, direitos do
consumidor, acesso a bens e serviços, ética e cidadania, assim como questões de
saneamento, saúde pública, qualidade de vida e acessibilidade dos serviços
públicos,
preservação
do
meio
ambiente,
violência,
drogas,
sexualidade,
participação social, direito à cultura e ao lazer, entre outros temas.
Os arcos de qualificação profissional visam proporcionar aos aprendizes
conhecimentos específicos de iniciação profissional. Nos primeiros meses de aula,
os alunos estudam conteúdos e aspectos teórico-práticos. Em seguida, são
repassadas aos jovens as especificações do arco ocupacional escolhido. “Esta
formação não os torna especialistas, entretanto cada um conhecerá muito mais
amplamente o trabalho desenvolvido no conjunto das ocupações” - pondera um dos
coordenadores do programa.
Em Juiz de Fora, o processo de qualificação profissional, conta com dois
Arcos Ocupacionais: Construção e Reparos II, Alimentação e Serviços Pessoais. Os
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Cursos de qualificação profissional são desenvolvidos em espaços com instalações
físicas e equipamentos adequados para o desenvolvimento dos cursos. De acordo
com os coordenadores do programa, os jovens puderam optar por um destes Arcos
Ocupacionais, levando em consideração aquele em que mais se identificavam. Na
perspectiva dos coordenadores do programa,
(...) os cursos oferecidos em Juiz de Fora foram escolhidos conforme a
estrutura operacional que cada curso necessita para a sua realização e a
real estrutura da Prefeitura para fornecer os cursos com qualidade. Assim
como, principalmente, devido a uma análise dos Arcos e a questão do
mercado de trabalho na cidade. Todas as três modalidades são cursos de
prestação de serviço, área de crescimento e de demanda empregatícia
local. Observa-se que os três cursos profissionalizantes têm
aproximadamente o mesmo número de inscritos. Ambos os arcos estão
aptos para atender as expectativas dos alunos, para entrarem no mercado
de trabalho, assim como empreender um negócio próprio. Todas as
modalidades são vistas, pelos estudantes, como áreas de excelentes
oportunidades de trabalho/emprego local.
Visando que os jovens estudem perto da comunidade onde residem e que
seja ampliada sua condição de participação no programa, eles recebem uma bolsa
mensal de R$ 100,00 e as aulas acontecem em diversos locais da cidade, no horário
noturno (a partir das 18:30 horas), com a carga horária de vinte horas semanais.
Mesmo assim, o considerável índice de faltas e evasão é uma realidade que traz
prejuízos tanto para o desempenho dos jovens beneficiários, como para o efetivo
desenvolvimento do programa, conforme observa um dos Coordenadores do
Projovem Urbano de Juiz de Fora:
O grande desafio - ponto negativo - do ProJovem Urbano no plano nacional
é a questão da evasâo escolar. A coordenação local tenta através de um
maior diálogo/aproximação manter contato com os alunos. Está sendo
realizado um trabalho de envio de cartas e contato telefônico no intuito de
resgatar os estudantes.
Os jovens participantes do programa elencam situações particulares de vida,
porém comuns na realidade da maioria do público-alvo do programa, vistas como
motivações reais para o crescimento da taxa de desistência: obrigações familiares,
cuidado e convivência com os filhos, dificuldade de conjugar horário de trabalho,
tarefas domésticas e estudos, dentre outras. Conjunto de situações estas, também
citadas por uma das jovens:
Hoje em dia tá muito difícil mesmo você estudar, trabalhar e ir numa escola
regular, tá difícil você ir todos os dias. Mas já o Projovem ficou um
pouquinho difícil para vir, entendeu? Porque eu trabalho de cinco da manhã
até treze e trinta, tenho que chegar em casa, arrumar casa, fazer comida.
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Eu tenho quatro filhas, então é um pouco puxado para vim pra cá. Sendo
que eu acordo todos os dias duas e meia, tenho que deixar tudo pronto pra
elas irem para a creche. O que me motiva a participar do Projovem é
mesmo a força de vontade realmente, de querer acabar e seguir, porque se
parar, a vida te atropela, eu penso assim (Idade: 29 anos).
Assim como na pesquisa de Abramo e Branco (2005), se percebe que grande
parte dos participantes do Projovem constituiu família precocemente, tornou-se
chefe de família, não teve a chance de prosseguir os estudos ou abandonou a
escola para ingressar em situações laborais. Considera-se em situação de
desvantagem no mercado de trabalho devido ao baixo nível de escolaridade,
ausência de formação profissional e encaram o Projovem como uma oportunidade
de reverter esta rota. Reafirmando esta realidade, extraímos de suas falas:
E aqui é uma oportunidade que você termina o ensino fundamental todo,
em um ano e oito meses, você faz o ensino fundamental todo completo,
ganha o certificado e ainda tem a qualificação profissional, que é o
fundamental, porque hoje em dia para trabalhar em qualquer emprego, se
você não tiver uma qualificação, você não tem oportunidade. E aqui eles
estão oferecendo esta oportunidade para a gente: da qualificação
profissional (Idade: 26 anos).
Eu estou aqui é mais para terminar os estudos, mesmo, o ensino
fundamental. Porque eu engravidei, parei de estudar, aí isto está sendo
uma oportunidade para mim voltar, e tal, fora os cursos que a gente tem, é
uma oportunidade boa (Idade: 19 anos).
Pra mim é uma oportunidade de acabar os meus estudos porque eu parei
na sétima série. Eu trabalho de babá, mas pretendo obter a profissão do
curso que eu estou fazendo, que é Curso de Construções e Reparos,
manutenção, tudo que envolve o serviço de eletricista, mesmo. O que me
motiva a participar do Projovem, além da oportunidade é a capacidade,
porque se a gente for ver mesmo, é uma oportunidade única que tem na
nossa vida (Idade: 23 anos).
Convergente ao que elucida Cassab et al (1990), nos debates travados com
os jovens participantes do Projovem Urbano ficaram explícitas suas consciências,
acerca da importância da educação e da capacidade de transformação objetiva e
subjetiva que dela se deriva. Alguns acreditam que teriam mais êxito em suas
trajetórias profissionais e sociais se lhes fossem garantida a conquista de maiores
graus de escolaridade. Aprender a se organizar, expressar, fazer uso de seu direito
à voz, se fazer ouvir, ser entendido e respeitado na comunidade onde vive e no
conjunto da sociedade enquanto cidadão de direito, são objetivos comuns dos
jovens e aspectos por eles percebidos como os maiores benefícios adquiridos
através do ensino que lhes vem sendo proporcionado no programa Projovem
Urbano:
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Eu sempre priorizei o trabalho e não o estudo. E hoje eu vejo que eu estou
precisando muito mais do estudo agora do que do trabalho, senão eu vou
ficar sempre na mesma coisa, eu nunca vou mudar, eu nunca vou crescer
(Idade: 28 anos).
Eu acho assim, a respeito do ensino, é um ensino que ajuda bastante, né,
todas as matérias, abrange todas as matérias. E eu acho assim, o que eu
vi, o que eu destaquei assim para mim, o mais importante, o que eles
tentam passar para a gente, é a sua entrada na sociedade. A convivência,
você aprender a dialogar, você aprender a conversar uns com os outros,
você aprender às vezes a suportar algum defeito dos outros, entendeu? A
você aprender a se portar lá fora com os pessoais de classe social melhor
do que nós, entendeu? Porque às vezes a gente erra muito, por a gente
não ter conhecimento, por a gente não saber como falar, como agir... e o
Projovem também tá dando essa oportunidade. Não é porque você é
pobre, que você não tem uma oportunidade, você não tem uma condição
material boa, que você vai se “arrebaxar”. Você é pobre, mas você sabe
conversar, você sabe entender e você sabe dialogar. Você sabe passar a
compreensão para as pessoas e ao mesmo tempo, que as pessoas te
compreendam e te entendam. E então, para mim, é uma coisa muito boa
essa parte, que é uma parte que a gente às vezes, na escola, no ensino lá
fora, a gente não tem, entendeu? (Idade: 30 anos)
Conforme Deluiz (1995), os lugares sociais reservados aos jovens na
sociedade atual se restringem. Desta forma, o convívio habitual, porém
estigmatizante, com a discriminação social em relação à suas origens e situação de
classe, foram destaques nos diálogos travados nos grupos de discussão com o
público do Projovem Urbano de Juiz de Fora. Mirando para a oportunidade de
conquistar melhores níveis de escolaridade e trabalho/emprego, os jovens acreditam
que, a partir deste programa, vêm adquirindo maior dignidade e afirmação social.
Na minha família, é o seguinte: a minha mãe sempre pensou a profissão
assim: ah, não precisa estudar muito não, porque não vê fulano, tem
diploma, mas ta trabalhando em balcão. Então eu cresci com isso na minha
cabeça durante muito tempo. Eu sempre fui balconista na minha vida. Só
que cheguei a uma conclusão, por mim mesma, vendo as pessoas e tudo e
tal, que a vida não era bem assim. Que muitas amigas minhas, tiveram
oportunidade porque estudaram. E chegando aqui, com certeza, o que eu
mais ouvi foi: “não, você também tem oportunidade de crescer e chegar
mais à frente”. E hoje em dia eu vi que mesmo que você esteja parada,
mas você tendo um diploma, muda muito o tratamento da sociedade e das
pessoas com você. Ainda que você não esteja exercendo a função com a
qual futuramente você possa ter o diploma, ser formada em certa área;
mas só de você já ter, você já é uma outra concepção, um outro ponto de
vista que as pessoas já te olham.
Antunes (1999) expõe que a centralidade do trabalho se faz enquanto
elemento fundante e estruturante do processo de socialização humana, dotando a
vida de sentido e realização. Na busca de uma vida cheia de sentido, a atividade
laborativa, que está muito próxima da criação artística, transforma-se em elemento
humanizador.
Aferimos assim que, a formação acessada pelos jovens neste
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programa, os levam a uma expectativa de inserção no mercado descortinando novos
horizontes a partir da importância conferida ao trabalho para o seu desenvolvimento
pessoal e coletivo.
Apesar de visualizarem favoráveis oportunidades para aquisição de
benefícios educacionais e instrutivos no Projovem Urbano de Juiz de Fora, os jovens
abordados compreendem que a certificação a ser adquirida neste programa é
restrita,
sendo
baixa
a
probabilidade
de
efetivamente
os
promovem
socioeconomicamente. Reafirmando as análises de Souza (2009) demonstraram
que o programa se limita por não condizer com as expectativas educacionais e
profissionais dos jovens, além de se demonstrar incapaz de conduzi-los a patamares
emancipatórios, especialmente porque almejam especialização, melhores situações
de trabalho, renda, além de sua afirmação pessoal, familiar, comunitária e social.
È notável que as opiniões dos jovens se convergem, a respeito da
necessidade e interesse de prosseguir os estudos, em busca de maior
especialização
e
formação
profissional.
Colocam
sobre
si
próprios
a
responsabilidade de conseguir melhores inserções laborais e condições de vida, a
partir de investimentos em educação e capacitação profissional. Perguntados sobre
suas perspectivas após concluírem os cursos realizados no Projovem Urbano - se
acreditam que conseguirão alguma oportunidade de emprego/trabalho e renda, ou
seja, exercer uma nova atividade profissional, trabalhar como autônomo, cooperado,
contratado formal ou informal - os jovens declaram:
Acredito que vamos trabalhar primeiramente como autônomo. Só que pelo
o que a gente tem ouvido, a nossa professora, estão tentando negociar
estágio remunerado pra gente. Então eu acredito que através deste
estágio, vai ser uma porta imensa aberta pra gente conseguir. E mesmo
que muitas não consigam trabalhar num salão, pelo menos o básico que
aprender aqui, pode fazer dentro de casa, não vai ser um salário
maravilhoso, mas não vai faltar nada, já vai dar um complemento na renda,
já vai ajudar futuramente. Então é continuar estudando, aperfeiçoando, pra
chegar lá na frente (Idade: 25 anos).
No momento, eu te digo que se hoje eu tivesse de sair daqui e arrumar um
emprego, eu não iria. Porque eu não tenho essa auto-confiança de chegar
e fazer sozinho o que eu aprendi aqui. Eu preciso ainda dar continuidade
(Idade: 20 anos).
Vou ter mais oportunidade de emprego. Vai depender de cada um, dá para
trabalhar como autônomo, sozinho ou prestar serviço para uma outra
pessoa. Hoje o que precisa mais no mercado de trabalho é profissional
bem eficiente, precisa também ter técnica, acabar esse curso e fazer outros
em cima do que você fez, ir trabalhando e não parar. Acredito que vamos
sair com sucesso e com esperança de um futuro melhor, mais digno, com o
objetivo de alcançar o ensino médio, uma faculdade... e vamos lá,
continuar, com o objetivo não parar, não desistir (Idade: 29 anos).
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Em consonância com as análises de Antunes (1997), nestas representações,
os jovens demonstraram grandes expectativas, porém certa dimensão das
exigências atuais do mercado de trabalho e da cruel disputa a se travar para nele se
estabelecerem. No Projovem Urbano, a relação entre escolaridade, ação
comunitária e qualificação para o trabalho podem se tornar indicativos abrangentes
de construção de caminhos de emancipação desta parcela da juventude, pela via do
desenvolvimento de ações educativas formadoras da sua consciência crítica. No
entanto, captamos na análise de um dos coordenadores do programa, perspectivas
divergentes:
O ProJovem Urbano é um Programa com o objetivo de resgate social de
uma população em parte vulnerável, eis que são jovens de 18 a 29 anos
que não concluíram o ensino fundamental e muitos não possuem
habilidades específicas para estarem aptos ao mercado de trabalho. Desta
forma, a junção do ensino fundamental à prática profissional eleva a
escolaridade, assim como cria uma grande expectativa nos estudantes de
conseguirem um emprego através da qualificação profissional.
Em tal intervenção, observamos pretensões que ao invés de promover,
podem reforçar os lugares socialmente reservados aos filhos das classes
trabalhadoras e gerar incertezas, como nos alerta Cassab et al (1990). “Resgatar” a
juventude “vulnerável”: seria o jovem em situação de pobreza, desemprego,
ociosidade, marginalidade, etc? Classificá-los como sem “habilidades específicas
para estarem aptos ao mercado” é consequentemente compreendê-los enquanto
sujeitos às ocupações que o mercado potencialmente demandar (se demandar),
desconsiderando seus reais interesses/vocações? Não podemos afirmar. Mas,
qualificá-los profissionalmente e gerar “uma grande expectativa” de colocação no
mundo do trabalho é no mínimo constrangedor, especialmente quando nos
reportamos aos níveis altíssimos de desemprego juvenil em nosso país e à
crescente e cada vez mais exigente requisição por altos níveis de formação
profissional.
Contraditoriamente, os coordenadores do Projovem Urbano de Juiz de Fora
expõem que, ao término do programa, os jovens simplesmente “perdem o vínculo”
com o mesmo, sem levantarem perspectivas de dar continuidade às ações, realizar
encaminhamentos e inserção profissional. No entanto, advertem que durante sua
execução, ocorrem integrações ou articulações das ações de qualificação do
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programa com outros órgãos de assistência social, como SENAI, Departamento de
Geração Emprego e Renda, entre outros.
A formação profissional de jovens pobres, baseada no aprendizado e
capacitação meramente tecnicista - cuja prioridade é sobrepor à racionalidade
técnica qualquer opção de ordem política dos jovens e trabalhadores - se torna
educação para a subalternidade, ao favorecer condições e consciência de aceitação
do processo de reprodução de desigualdades sociais no qual o jovem se insere
historicamente. Por outro lado, educação abrangente, formação intelectual e carreira
acadêmica permanecem privilégios das minorias. Faz-se com isto, apologia à
dualidade do ensino (DELUIZ, 1995).
A educação é uma relação social e política que não pode ser reduzida a
programas de ensino aligeirado e treinamento profissionalizante de jovens. Com a
finalidade de evitar que políticas de educação sejam confinadas à dimensão
eminentemente assistencial e, para a materialização de políticas públicas como
elemento de inclusão e desenvolvimento socioeconômico, torna-se imperioso
investir e aproximar educação formal e profissional. E ainda, primar para que o
objetivo da educação profissional seja complementar a educação formal, sem
substituí-la, como nos informa Souza (2009).
A sociedade é historicamente ordenada em classes, que se distinguem pela
apropriação da terra e da riqueza advindas tanto da produção social, como da
distribuição dos saberes. Reafirma-se então, a necessidade de as políticas públicas
de formação profissional superarem o viés assistencialista/compensatório e
promover a inclusão social (CASSAB et al, 2006). Assim, elas devem estar
necessariamente articuladas às políticas de desenvolvimento econômico locais,
regionais e nacional, ao sistema público de educação, emprego, trabalho e renda,
sem o que não é possível oferecer perspectivas de melhoria da qualidade de vida e
possibilidades dos jovens proverem seus próprios meios de existência.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Diante das revelações até aqui expostas, podemos aferir que, além da
conclusão do ensino fundamental e formação profissional inicial, o Programa
Projovem Urbano de Juiz de Fora oferece benefícios secundários aos jovens, tais
como: mudança de comportamento, resgate de auto-estima e da auto-confiança,
maior sociabilidade, respeito à diversidade e ao próximo, entre outros. No que se
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refere à efetividade política desta iniciativa, ficam subtendidos princípios de
participação que instigam a cooperação, a consciência do papel e dos deveres dos
jovens enquanto cidadãos. Neste sentido, é estimulado o trabalho comunitário, ou
seja, a co-responsabilidade do jovem sobre a situação social e econômica de sua
comunidade.
Porém desvendamos que, políticas de qualificação profissional de jovens,
com apelo à solidariedade e ao voluntariado, estão assentadas no discurso do
ideário neoliberal e se traduzem em recurso teórico e filosófico diante da crise
capitalista e seus reflexos no mundo do trabalho. Além disto, o papel educativo apesar do discurso crítico - atua no sentido de alívio à tensão social, da transmissão
de valores de solidariedade e da redução do grau de vulnerabilidade destas
populações; ou seja, acaba por educar para o conformismo.
Tais políticas públicas remetem aos sujeitos a responsabilidade pela
organização das condições necessárias para concorrerem no mercado e se
manterem nele. Deixam assim, de apontar as reais causas das degradantes
condições materiais de existência das maiorias juvenis e não fortalecem a efetiva
participação destes sujeitos na esfera pública.
Através de programas como Projovem Urbano, o Estado busca melhorar o quadro
educacional do país e ensinar um ofício aos jovens filhos dos trabalhadores que
precisam trabalhar, para contribuir no sustento familiar. Porém, outras finalidades
ficam implícitas: amenizar conflitos, legitimar ações governamentais e suas políticas
compensatórias, atuação na perspectiva da assistência/contenção para amortecer
(em vez de erradicar) a explosão do desemprego e outras expressões da questão
social que atingem as juventudes.
REFERÊNCIAS
ANTUNES, Ricardo. Os sentidos do trabalho. Ensaio sobre a afirmação e negação
do trabalho. SP: Boitempo, 1999.
______. Adeus ao trabalho? Ensaios sobre as Metamorfoses e a Centralidade do
Mundo do Trabalho. 4ª ed. São Paulo: Cortez: 1997.
ARAÚJO, Renan. O metalúrgico jovem-adulto flexível do ABC paulista e o novo
metabolismo produtivo-social do capital à época contemporânea. In: FIGARI,
Claudia; ALVES, Giovanni (orgs.). La precarización del trabajo en América Latina
– Perspectivas del Capitalismo global. Londrina: Práxis; Bauru: Canal 6, 2009.
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CASSAB, Maria Aparecida Tardin et al. Juventude e políticas públicas no Brasil nos
anos 1990. Notas de uma pesquisa sobre jovens em Juiz de Fora – MG. In: Revista
Libertas. Vol 1, nº 1. Juiz de Fora: Editora UFJF, 2006.
DELUIZ, Neise. Formação do trabalhador: produtividade & cidadania. RJ: Shape
Ed., 1995; p. 174-202.
GUIMARÃES, Nádya Araújo. Trabalho: uma categoria-chave no imaginário juvenil?
In: ABRAMO, H. W. e BRANCO, P. P. M. (orgs.). Retratos da juventude brasileira:
análises de uma pesquisa nacional. SP: Editora Fundação Perseu Abramo, 2005.
MARX, Karl. Resultados do processo de produção imediata. Capítulo VI Inédito.
São Paulo: Editora Moraes, 1969.
SOUZA, Fátima Valéria Ferreira de. De Planfor a PNQ: permanecem os dilemas da
política de qualificação profissional. In: Serviço Social & Sociedade, v. 97. São
Paulo: Cortez Editora, 2009, p. 166- 177.
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O BASQUETEBOL NO CONTEXTO ESCOLAR
Fábio Florindo Soares – Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista
em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e Personal TrainingProfessor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Renata de Abreu e Silva Oliveira – Licenciada em Letras, Especialista em Língua
Inglesa, Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Géssica de Oliveira Moraes e Vanessa Barbosa Dias – Acadêmicas de
Educação Física – Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
[email protected]
RESUMO
O Esporte é uma das ferramentas mais completas para ser usado como manutenção
da saúde e prevenção de doenças metabólicas, cardíacas e etc. O basquetebol, por
ser um esporte coletivo, constitui-se em prática e ambiente favoráveis para a melhor
compreensão do significado da cooperação, bem como para tê-la como um princípio
no processo de educação de jovens e crianças. Apesar dos inúmeros benefícios da
prática do basquetebol, o mesmo vem sendo pouco difundido no meio escolar. Para
análise do basquetebol no contexto escolar, foram aplicados questionários a 50
professores de 35 cidades do estado de Minas Gerais. Os resultados desta pesquisa
indicam a falta de interesse da maioria dos alunos para a prática do basquetebol,
falta de infraestrutura, assim como a falta de formação específicas dos profissionais
envolvidos com principais causas da crise do basquetebol no meio escolar.
PALAVRAS CHAVE: Basquetebol, Adolescentes, Contexto Escolar.
INTRODUÇÃO
O esporte, na atualidade, assume o status do fenômeno globalizado,
motivador de parte dos maiores eventos internacionais, responsável por parcela
significante da movimentação financeira mundial, palco para manifestações políticas
e de poder. Ao mesmo tempo é também um acontecimento local, que envolve
grupos específicos que se reúnem para sua prática com diferentes objetivos, dando
ao esporte novos significados. Desta maneira, é possível hoje denominá-lo com
fenômeno sócio cultural de múltiplas manifestações, cada vez mais integrado às
demandas dos que com ele convivem (GOELLNER, 2005; PAES, 2002; GALATTI,
2006).
Neste
contexto
o
basquetebol
proporciona
ao
seu
praticante
um
desenvolvimento integral, tanto a nível, motor, cognitivo, afetivo e social.
O Basquetebol tem suas origens nas mais antigas sociedades, porem na sua
forma atual e conhecida desde 1891. Foi criado pelo professor de Educação Física
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canadense James Naishmith, na associação crista de Moços (ACM) de Springfield
(Massachussetts) EUA. O Basquetebol é jogado por duas equipes de cinco
jogadores, sendo que o objetivo de cada equipe é o de marcar pontos na equipe
adversária e evitar que a outra faça pontos. (VIEIRA e FREITAS, 2006).
Os autores supracitados apontam que Naismith criou o jogo pela necessidade
de incentivar a prática da atividade física pelos alunos da ACM local, em razão da
falta de interesse devido à monotonia das aulas, atividade que pudesse ser realizada
em local coberto, para fugir do inverno rigoroso e envolver um grande número de
pessoas na mesma atividade.
De acordo com Rose Junior e Tricoli (2005), no Brasil o basquetebol começou
a ser praticado quando Augusto Shaw introduziu o esporte na Associação Atlética
Marckenzie de São Paulo, em 1896.
Ferreira e De Rose Junior (2003), traz mais detalhes mostrando que o
Basquetebol no Brasil passa por um momento de transição, onde a prática do
mesmo apresenta-se em declínio nas últimas décadas. E o papel da escola é de
fundamental importância para recuperação da prática do Basquetebol, tanto a nível
do esporte quanto educacional, participativo ou de rendimento.
O referente interesse por este tipo de pesquisa se resume a nossa vivência
como alunos e estagiários de educação física em escolas públicas e privadas, onde
inúmeras vezes observamos pouca ou nenhuma prática do Basquetebol sendo
ministrado pelos professores em suas aulas.
Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo verificar a prática do
Basquetebol em escolas públicas e privadas do interior da Zona da Mata Mineira.
Pretendemos com este estudo contribuir para uma melhor análise do o
Basquetebol no contexto escolar a fim da criação de estratégias para a
implementação de programas para a prática e massificação do Basquetebol no
contexto escolar.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A prática de atividade física esportiva é de grande importância para o
crescimento de desenvolvimento saudáveis, o processo de socialização, como
oportunidade de lazer, desenvolvimento de aptidões e melhoria da autoestima,
confiança, enquanto a inatividade física leva ao estresse e distúrbios alimentares e
psicológicos. (BRACCO et al, 2003).
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A idade escolar é o melhor período para desenvolvimento da aptidão física e
para adoção de um estilo de vida mais ativo que pode ser mantido na vida futura,
além de melhorar o desempenho acadêmico (BRACCO et al, 2003; COSTA et al,
2004).
Segundo Bracco et al (2001) e Costa et al (2004) a atividade física para
criança deve ser prazerosa e alegre para que se torne um hábito em sua vida. A
criança escolhe o esporte que ela mais gosta para que tenha motivação de praticálo, facilitando sua permanência e continuidade no esporte que escolheu com prazer
e alegria. Segundo Lopes (2010) o corpo é feito para se movimentar e não para ficar
parado, ele necessita de atividade física.
Montagner (1993) afirma que não se consolida a formação de um homem em
apenas um dia e nem tampouco com a influência de apenas uma agência. Depende
de uma transmissão lenta e graduada em seu cotidiano, nas diferentes agências de
transmissão de educação e a somatória desses contatos pode levar a formação de
um jovem que possa refletir criticamente e questionar esses valores. O autor ainda
coloca que: “Somente se acredita na educação, através da prática esportiva de
competição, à medida que se prepara à criança e o jovem para serem capazes de
enfrentar os desafios em um universo sócio-cultural em constante mutação.” Para
isso Montagner defende que não se deve doutrinar, mas sim instigar a liberdade de
ação, de pensamento, de contestação, baseada em valores de responsabilidade e
respeito ao seu semelhante e suas individualidades.
Segundo
Bracht
(1992)
atualmente,
o
esporte
tornou-se
conteúdo
hegemônico das aulas de Educação Física, tais como o futebol, basquetebol e
voleibol. Mas nem sempre esses conteúdos citados ainda são trabalhados na
escola, o esporte que é visto e predomina na maioria das escolas é o futebol. Talvez
por ser bem mais acessível e adaptável, por estar presente na mídia, os alunos vêm
para escola tendo uma idéia do que é futebol. O basquete que é pouco ensinado nas
aulas de Educação Física, os professores têm uma menor preocupação com o
basquete talvez seja por falta de material específico e espaço físico adequado para
a prática ou até mesmo por falta de interesse. (KUNZ, 1989).
Apesar de pouco praticado no contexto escolar, o basquetebol é uma das
modalidades desportiva mais popular do mundo e praticado por milhões de pessoas
(HERCHER, 1983).
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Para Ferreira e De Rose Jr (1987), o basquetebol é constituído por uma soma
de habilidades que, unidas, compõem o jogo. Cada uma dessas habilidades,
isoladamente, constitui uma unidade significativa e total em si mesma. Pela prática
do basquetebol podemos determinar como objetivos diretamente ligados ao
praticante o seu desenvolvimento físico, técnico, tático, psicológico, moral e social.
O Basquete é considerado uma das modalidades esportivas hegemônicas
desenvolvidas no âmbito escolar nas aulas de educação física. Segundo Guarizi
(2007), o basquetebol é um esporte coletivo que teve seu início em 1891 na cidade
de Springfield, Estado de Massachussets nos Estados Unidos da América, pelo
professor de Educação Física da Associação Cristã de Moços (A.C.M.), James
Naismith que o criou como estratégia para que os alunos na época, por conta do
inverno rigoroso, pudessem praticar algum esporte em lugar fechado, além do
beisebol e futebol americano, praticado em espaço totalmente aberto.
É jogado por duas equipes de 5 jogadores que tem o objetivo de passar a
bola por dentro de um cesto colocado na extremidade da quadra num ginásio ou ao
ar livre. Os aros que formam os cestos são colocados a uma altura de 3 metros e 5
centímetros. Os jogadores podem caminhar no campo desde que driblem (batam a
bola contra o chão) a cada passo dado. Também é possível executar um passe, ou
seja, atirar a bola em direção a um companheiro de equipe.
O basquetebol é um desporto olímpico desde os Jogos Olímpicos de Verão
de 1936 em Berlim. O nome vem do inglês basketball, que significa literalmente
"bola na cesta". É um dos desportos mais populares do mundo.
É inquestionável que a prática do Basquetebol tanto a nível educacional,
participativo ou de rendimento contribui na formação integral do ser humano, o
objetivo deste estudo é realizar uma pesquisa, a fim de diagnosticar como esta
sendo a prática do Basquetebol no contexto escolar.
Em nenhum dos estudos até aqui os autores se preocuparam em descrever a
prática do Basquetebol no contexto escolar em cidades do interior do estado de
Minas Gerais.
METODOLOGIA
Esta pesquisa descritiva foi realizada com professores de Educação Física do
ensino das redes públicas e privadas de cidades das regiões Zona da Mata e Vale
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do Aço do Estado de Minas Gerais, a maioria dos questionários foram respondidos
em reuniões técnicas do Jogos Escolares de Minas Gerais de 2014.
Segundo Gil (1997) pesquisas descritivas:
Tem como objetivo primordial a descrição das características
de determinada população ou fenômeno ou, então, o
estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os
estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das
características mais significativas está na utilização de técnicas
padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a
observação sistemática.
Para a mensuração da prática do ensino do Basquetebol nas aulas de
Educação Física, foi aplicado questionários fechados durante os meses de março e
abril 2014, a professores de Educação Física visando compreender como o
basquetebol está sendo ministrado no contexto escolar.
Os questionários foram aplicados depois de assinado o Termo Consentimento
Livre Esclarecido (TCLE) e as informações serão agrupadas por questões e
tabuladas em arquivo Excel versão 2014. A pesquisa será quantitativa, apresentada
em forma de gráficos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Os resultados e discussão desse estudo apresentam uma etapa quantitativa,
organizada através de gráficos, e outra descritiva, estabelecida com respostas das
entrevistadas.
Através dos questionários aplicados a 50 professores de 35 cidades
principalmente das regiões da Zona da Mata e Vale do Aço do estado de Minas
Gerais obtivemos os seguintes resultados:
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Figura 1 – Cidades participantes
A amostra foi composta por n=50, professores de Educação Física, sendo
66% do gênero masculino e 34% do gênero feminino, com média de 30,5 anos
idade.
Em relação à formação profissional dos professores entrevistados, podemos
46 % são Licenciados em Educação Física; 38% são Bacharéis e Licenciados em
Educação Física e 16% não possuem formação acadêmica específica, onde 60%
possuem mais de 6 anos de formação acadêmica, sendo que 40% não se sente
Figura 2 – Tempo de Formação Acadêmica.
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Segundo o Conselho Federal de Educação Física (CONFEF, 2006) A
LICENCIATURA: RESOLUÇÃO CNE/CP 1, DE 18 DE FEVEREIRO DE 2002 é a
formação de professores que atuarão nas diferentes etapas e modalidades da
educação básica, portanto, para atuação específica e especializada com a disciplina
Educação Física. O BACHARELADO: RESOLUÇÃO No 7, DE 31 DE MARÇO DE
2004 (oficialmente designado de graduação) qualificado para analisar criticamente a
realidade social, para nela intervir por meio das diferentes manifestações da
atividade física e esportiva, tendo por finalidade aumentar as possibilidades de
adoção de um estilo de vida fisicamente ativo e saudável, estando impedido de atuar
na educação básica. Em resumo, são duas formações distintas com intervenções
profissionais separadas. Para o LICENCIADO é exclusividade atuar especificamente
na disciplina Educação Física na educação básica e ao BACHARELADO é
impossibilitada a atuação docente na educação básica. A esse respeito refere-se,
inclusive, a resolução CNE 7/2004 em seu art. 4o 2º que distingue a formação do
graduado do licenciado, estabelecendo: o professor da educação básica, licenciatura
plena em Educação Física, deverá estar qualificado para a docência deste
componente curricular na educação básica, tendo como referência a legislação
própria do Conselho Nacional de Educação, bem como as orientações específicas
para esta formação tratadas nesta resolução.
Em relação a participação dos alunos nas aulas de Educação Física no
conteúdo Basquetebol, 70% dos professores entrevistados responderam que a
minoria dos alunos participa, conforme a figura 3
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Figura 3 – Participação dos alunos nas aulas de Educação Física no conteúdo
basquetebol.
O ensino de educação física na escola é marcado por uma triste dicotomia:
por um lado, parte dos alunos gosta das aulas e creem na importância do esporte e,
por outro, uma importante parcela a consideram chata e até desagradável (BETTI e
LIZ, 2003).
Em geral os professores utilizam a Internet e livros didáticos para auxiliar na
elaboração de planejamentos e planos de aula e 70% conseguem ter fácil acesso a
materiais didáticos que o auxilie na aplicação de atividades lúdicas relacionadas ao
conteúdo basquetebol.
O professor de Educação Física, na qualidade de promotor do processo de
ensino e aprendizagem, a partir do instante em que insere atividades lúdicas em
suas aulas, deve ser capaz de interpretá-las e encontrar nelas qualidades
pedagógicas pertinentes, as quais devem adequar-se a sua metodologia e seus
princípios estabelecidos anteriormente (SCAGLIA ;FREIRE, 2005).
Em relação aos conteúdos com maior frequência ministrados anualmente
pelos professores, o conteúdo Basquetebol aparece com apenas 2% de prática,
sendo que 70% dos mesmos ministram menos de 10 aulas deste conteúdo em um
período anual conforme as figuras 4 e 5.
Figura 4 – Conteúdos com maior frequência.
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Figura 5 – Frequência anual do Conteúdo Basquetebol.
Em consonância com os Conteúdos Básicos Comuns (CBC, 2006), no Eixo
Temático I – Esporte, em média cada conteúdo ministrado deve ser trabalhado
aspectos como: História, Elementos Técnicos Básicos, Táticas das Modalidades
Esportivas e Regras, totalizando 19 aulas anuais para o conteúdo em questão.
Dos conteúdos ministrados, o Futebol(Futsal), aparece com 90% de
preferência por parte dos alunos seguido do voleibol com 10% .
Os Conteúdos Básicos Comuns (CBC, 2006), apresentam quatro eixos
temáticos a serem ministrados nas aulas de Educação de Física:
Eixo temático I – Esporte;
Eixo temático II – Jogos e Brincadeiras;
Eixo temático III – Ginástica;
Eixo temático IV – Dança e Movimentos Expressivos.
90% dos professores consideram que o basquetebol está em crise a nível
escolar, sendo a falta de infraestrutura e a falta de formação específica por parte dos
profissionais como causa da pouca prática deste esporte no contexto escolar.
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Figura 6 – Causas da Crise do Basquetebol no contexto escolar.
Segundo Rodrigues (2012) O basquetebol é um esporte de massa, praticado
em todo mundo por mais de 300 milhões de pessoas, de acordo com a
Confederação Brasileira de Basquetebol (CBB). Ainda assim, a modalidade briga
para ter maior espaço na mídia. No Brasil, o basquete já esteve em evidência,
principalmente na era Oscar Schmidt, considerado até hoje o maior jogador
brasileiro da história. Após a aposentadoria do ídolo Oscar, o basquete brasileiro,
tanto na mídia como nos resultados de campeonatos, tomou um rumo inesperado,
sem brilho e sem ídolos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O Esporte é uma das ferramentas mais completas para ser usado como
manutenção da saúde e prevenção de doenças metabólicas, cardíacas e etc. A
prática do Esporte nos possibilita trabalhar todos quesitos que envolvem a saúde,
melhorando a aptidão física, a interação social e o cognitivo do praticante.
O basquetebol, por ser um esporte coletivo, constitui-se em prática e
ambiente favoráveis para a melhor compreensão do significado da cooperação, bem
como para tê-la como um princípio no processo de educação de jovens e crianças.
Apesar dos inúmeros benefícios da prática do basquetebol o mesmo vem
sendo pouco difundido no meio escolar. Diante deste cenário, o presente trabalho
buscou apurar as causas da pouca prática do basquetebol neste contexto, onde
concluímos através do presente instrumento de pesquisa que inúmeras são causas
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deste fenômeno a qual podemos destacar: Falta de interesse da maioria dos alunos
para a prática do basquetebol, falta de infraestrutura, assim como a falta de
formação específicas dos profissionais envolvidos.
Recomenda-se a realização de estudos periódicos envolvendo diversas faixas
etárias e gêneros, assim como, abrangendo diferentes regiões a níveis regionais e
estaduais a fim de analisar o basquetebol de forma mais macro, servindo como
alicerce para a reconstrução no basquetebol no meio escolar.
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requisito parcial para a obtenção do grau de Licenciada em Educação Física da
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O PERFIL DOS ALUNOS DO PROJETO GERAÇÃO SAÚDE NA CIDADE DE
MATIPÓ – MG
Fábio Florindo Soares – Bacharel e Licenciado em Educação Física, Especialista
em Atividades Motoras em Academias, Atividades Aquáticas e Personal TrainingESFM, Professor da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Renata de Abreu e Silva Oliveira – Licenciada em Letras, Especialista em Língua
Inglesa, Professora da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
Josiana Cristina da Felicidade Santos – Graduanda em Educação Física –
Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX
Zurleide Martins Pinto – Graduanda em Educação Física –
Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
RESUMO
A Organização Mundial de Saúde (2000) indica o sedentarismos, o sobrepeso e a
obesidade como os principais problemas de saúde pública, assumindo proporções
de epidemia mundial. Partindo deste princípio, o estudo apresentado tem como
objetivo verificar o perfil dos alunos do projeto Geração Saúde na cidade de MatipóMG, que consiste na promoção da prática de atividades físicas, esporte e lazer para
jovens e adolescentes estudantes na faixa etária de 12 a 19 anos, orientadas por
profissionais de Educação Física em Academias de Ginástica. Para avaliação deste
perfil foram coletados dados de avaliação do IMC e questionários a 100 alunos
participantes através do Sistema de Gestão de Informações do Projeto Estratégico
Geração Saúde (SIGE), onde concluímos que a grande maioria dos adolescentes
participantes no Programa Geração Saúde no município de Matipó, apresentam alto
comportamento sedentário ao ingressar no programa, assim como adotam hábitos
diários pouco saudáveis.
PALAVRAS CHAVE: Atividade Física, Adolescentes, Políticas Públicas.
INTRODUÇÃO
A sociedade moderna tem passado por profundas transformações, as quais vêm
acompanhadas de novos paradigmas que ocorrem constantemente no meio social e
consequentemente na vida e hábitos das pessoas. Atualmente a prevalência do
sedentarismo e da obesidade atinge proporções elevadas de pessoas, de todas as idades,
constituindo-se como um sério problema de saúde pública e má qualidade de vida.
A cada ano pelo menos 1,9 milhões de pessoas morrem como resultado da
inatividade física (ORGANIZAÇÃO MUNDIAL DA SAÚDE OMS, 2013).
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Segundo Pollock et al., (1986), existem fortes evidências de que em 80 a 86% dos
adultos obesos sua origem vem da infância e da adolescência. Neste contexto, muito dos
hábitos adquiridos na juventude, podem ser transferidos para a fase adulta (GUEDES,
2002).
Dados da Organização Mundial de Saúde (2000) indicam o sobrepeso e a
obesidade como os principais problemas de saúde pública, assumindo proporções de
epidemia mundial. A prevalência do excesso de peso em populações pediátricas vem
crescendo de forma preocupante e, em algumas cidades brasileiras, o excesso de peso já
atinge cerca de 30% das crianças e adolescentes.
Tendo em vista o aumento quadro de sedentarismo e obesidade em adolescentes, o
governo do Estado de Minas Gerias lançou o Projeto Geração Saúde Geração 2013, que
consiste na promoção da prática de atividades físicas, esporte e lazer para jovens e
adolescentes estudantes na faixa etária de 12 a 19 anos, orientadas por profissionais de
Educação Física em Academias de Ginástica e atividades afins, em municípios atendidos
pelas Equipes de Saúde da Família (ESF), e que disponham de nutricionista e psicólogo
para complementar o atendimento. O Projeto Estratégico Geração Saúde, desenvolvido pela
Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude - SEEJ em parceria com a Secretaria de
Estado de Saúde - SES, é uma atividade do Programa Estruturador 008 – Avança Minas
Olímpica, representado pela Ação 1186 (“Geração Saúde – Promoção do Hábito da Prática
Esportiva, Atividades Físicas Orientadas e de Lazer” – (Secretaria Estadual de Esportes e
Juventude de Minas Gerais – (SEEJ), e Ação 1297 “Geração Saúde” – Secretaria Estadual
de Saúde – SES). (SECRETARIA ESTADUAL DE ESPORTES E JUVENTUDE DE MINAS
GERAIS, 2013).
O referente interesse por este tipo de pesquisa justifica-se pelo visível aumento dos
índices de sedentarismo em adolescentes.
Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo verificar qual o perfil dos alunos
do Projeto Geração Saúde na cidade de Matipó - MG.
Pretendemos com este estudo contribuir para uma melhor análise e compreensão do
perfil dos participantes do projeto Geração Saúde a fim melhor direcionar as ações e
estratégias das políticas publicas voltada a saúde e ao adolescente.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
No mundo existem mais de 1(um) bilhão de pessoas afetadas pelo sobrepeso e
neste total, 300 (trezentos) milhões são obesos. A questão se torna ainda mais alarmante
porque esta doença não distingue classe social ou raça. Países em desenvolvimento estão
vivendo um paradoxo: onde se encontra a subnutrição de um lado e a obesidade de outro.
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Nos Estados Unidos da América (EUA), o número de crianças de 6 até 11 anos obesas
dobrou da década de 1960 para 2003. A obesidade deve-se ao consumo elevado de lipídios
e açúcares, combinados com o sedentarismo. As soluções apontadas por profissionais da
saúde são políticas públicas para promoção e acesso de alimentos com pouca gordura e
açúcares e com um elevado teor de fibras, além de atividade física regular e
comportamentos de vida saudável. (WORLD HEALTH ORGANIZATION “WHO”, 2000).
De acordo com Viunisk (1999) obesidade é definida como o desequilíbrio entre o que
ingerimos e o que gastamos de energia. Já para Mcardle et al., (2002) obesidade é definida
como um desequilíbrio de ingestões calóricas e gastos energéticos.
Atualmente as crianças obesas tendem a serem adolescentes obesos e adultos
obesos. Podendo desta forma, no futuro aparecerem doenças e até mesmo sofrimento no
convívio social. (SANTOS, 2003).
Segundo a Organização Mundial de Saúde (1995) a adolescência é um período da
vida que começa aos 10 anos e vão até os 19 anos.
Para Tadoro (2001) “sedentário, do latim sedentarius, tem origem na palavra sedere
(estar sentado), é o sinônimo de inativo, passividade, ou seja, aquele que faz o mínimo
possível de movimento”.
Em consonância com Groenninga (2009) sedentarismo é considerado a falta de
atividade física suficiente e pode causar danos a saúde. Para Nahas (1999) o sedentarismo
é um fator que leva a obesidade, como também a ingestão de alimentos calóricos, onde as
pessoas comem muito mais do que o suficiente para sobreviver com saúde. Assim as
pessoas engordam no que elas ficam sedentárias e não conseguem fazer uma dieta
equilibrada.
Castro (2010) afirma que a péssima alimentação e o sedentarismo têm aumentado o
índice de pessoas com excesso de peso no Brasil de uma forma rápida.
A idade escolar é o melhor período para desenvolvimento da aptidão física e para
adoção de um estilo de vida mais ativo, que pode ser mantido na vida futura, além de
melhorar o desempenho acadêmico (BRACCO et al.,2003).
De acordo com Tammelin et al., (2003) adolescentes encontram-se em uma fase de
transição tanto física, como comportamental. Dentro dos aspectos comportamentais,
destaca-se na atualidade a falta de prática de atividade física adquirida a partir dos avanços
tecnológicos. Tal comportamento pode ocasionar uma série de doenças, tais como:
hipertensão, diabetes, dislipidemia, câncer e obesidade. Sendo assim, é de grande
importância detectar o sedentarismo precocemente, para a implementação de programas de
atividade física que promovam benefícios relacionados à saúde.
Segundo Faria (2008) a atividade física é comportamento que trabalhada em
conjunto com a genética, nutrição e o ambiente, contribuem para que o indivíduo atinja seu
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potencial de crescimento, desenvolva plenamente a aptidão física e tenha como resultante
um bom nível de saúde. A atividade física realizada regularmente é associada com
benefícios à saúde tais como: controle de peso, melhora da capacidade cardiorrespiratória e
bem estar psicossocial.
Barros (2002) afirma que os adolescentes praticam exercício por várias razões, que
se diferenciam de acordo com a idade. Os principais fatores podem ser: adquirir
autoconfiança, satisfação pessoal, sair da rotina das atividades curriculares e sociabilização.
O ideal é que se façam exercícios físicos no mínimo três vezes por semana. E isso vale até
mesmo para quem está apenas começando, pois os músculos necessitam ser trabalhados
frequentemente, para evitar a sobrecarga na musculatura, os desgastes e as lesões. Para
entrar em forma, o ideal é iniciar com exercícios leves em dias alternados em vez de duas
horas em um dia só.
O Governo do estado de Minas Gerais, preocupado com a situação atual no número
alarmante de jovens em sobrepeso, lançou o Projeto Estratégico Geração Saúde,
favorecendo a convivência solidária entre os jovens, potencializando e diversificando as
ações das Equipes de Saúde da Família (ESF) do município e buscando estimular mudança
de hábitos, promovendo a melhoria da qualidade de vida por meio de um estilo de vida mais
saudável. Tendo como objetivo promover a prática de atividade física orientada aos
adolescentes, na faixa etária de 12 a 19 anos, contribuindo para a melhoria da saúde,
reduzindo o sedentarismo e o sobrepeso.
A Constituição Federal, em seu art. 217, determina que “É dever do Estado fomentar
práticas desportivas formais e não formais, como direito de cada um...”. Em seu art. 6º, “São
direitos sociais, a educação, a saúde, o trabalho, o lazer, a segurança...”. Complementando
essa ideia, o art.196 do mesmo ordenamento jurídico define que “A saúde é direito de todos
e dever do Estado, garantindo mediante políticas sociais e econômicas que visem à redução
do risco de doença...”.
Para alcançar os objetivos traçados, o Projeto Estratégico Geração Saúde contará
com a atuação integrada de múltiplos atores e entidades municipais, coordenados em
conjunto pela Secretaria de Estado de Esportes e da Juventude e pela Secretaria de Estado
de Saúde, devendo orientar as equipes de saúde sobre a captação, avaliação e
acompanhamento dos jovens aptos a participar do Projeto Estratégico Geração Saúde.
Depois de autorizada a prática regular de exercícios físicos pela equipe de saúde e, se
necessário, dos responsáveis pelo menor, o jovem deve procurar a referência municipal
para que receba o Cartão do Geração Saúde e seja encaminhado à academia.
(SECRETARIA ESTADUAL DE ESPORTES E JUVENTUDE DE MINAS GERAIS, 2013).
A Academia contratada deverá ter disponível horário para as atividades dos jovens
participantes do Projeto Estratégico Geração Saúde. As atividades físicas oferecidas
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deverão ter a frequência mínima de 03 (três) vezes por semana com uma duração mínima
de cinquenta (50’) minutos. A participação do jovem no Projeto Estratégico Geração Saúde
envolve o acompanhamento de um educador físico disponibilizado pela academia
contratada e ainda de acompanhamento por profissional nutricionista e psicólogo da rede
municipal, que deverão avaliar em cada caso a periodicidade e o tipo de atendimento
necessário.
Além disto, é importante a realização de atividades coletivas que envolvam a
participação dos jovens promovendo a prática de hábitos saudáveis e demais objetivos
elencados no Projeto Estratégico Geração Saúde.
São requisitos para participação no Projeto Geração Saúde:

Estar na faixa etária entre 12 a 19 anos;

Estar devidamente matriculado e frequente em uma instituição de ensino;

Apresentar Percentil de IMC por Idade igual ou maior que 85 conforme tabela
de IMC do Projeto Estratégico Geração Saúde. (SECRETARIA ESTADUAL DE ESPORTES
E JUVENTUDE DE MINAS GERAIS, 2013).
O objetivo deste estudo foi realizar uma pesquisa, a fim de diagnosticar o perfil dos
participantes do Projeto Geração Saúde na cidade de Matipó – MG.
Sendo o Projeto Geração Saúde lançado no ano de 2013 não existe nenhuma
literatura sobre o perfil de seus participantes.
METODOLOGIA
Esta pesquisa descritiva foi realizada com alunos das redes públicas e privadas
participantes do Programa Geração Saúde da cidade de Matipó-MG. Segundo Gil (2007)
pesquisas descritivas:
Tem como objetivo primordial a descrição das características
de determinada população ou fenômeno ou, então, o
estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os
estudos que podem ser classificados sob esse título e uma das
características mais significativas está na utilização de técnicas
padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a
observação sistemática.
Para a avaliação do Perfil dos participantes do Projeto Geração Saúde foram
utilizados como instrumento de pesquisa, avaliações de Índice de Massa Corpórea (IMC) e
questionários elaborados a partir da anamnese existente no Sistema de Gestão de
Informações do Projeto Estratégico Geração Saúde (SIGE) e coletados nos meses de março
e abril de 2014.
Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) (2010), a cidade de
Matipó localiza-se no estado de Minas Gerais, na Zona da Mata Mineira. Foi fundada em 17
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de dezembro de 1938. Localizada numa altitude de 615 metros e a 244 km quilômetros da
capital. Sua população estimada é de 17.639 habitantes e a base de sua economia é
agropecuária e cafeicultura.
As informações foram coletadas no Sistema de Gestão de Informações do Projeto
Estratégico Geração Saúde (SIGE) após a autorização do gestor local do projeto e assinado
o Termo Consentimento Livre Esclarecido do (TCLE) e as informações foram agrupadas por
questões e tabuladas em arquivo Excel versão 2014.
RESULTADOS E DISCUSSÃO DOS DADOS
Os resultados e discussão desse estudo apresentam uma única etapa
quantitativa, organizada através de gráficos e outra descritiva.
Através da coleta dos dados da avaliação do IMC e questionários a 100
alunos participantes do Projeto Geração Saúde na cidade de Matipó através do
sistema SIGE, obtivemos os seguintes resultados.
Quanto ao gênero, 61% dos participantes são do sexo feminino e 39% do
sexo masculino, n=100.
Os indivíduos do sexo feminino apresentaram em média, IMC de 29,18 e os
do sexo masculino 28,82.
Sabendo que o requisito para participação do Projeto Geração Saúde é o
jovem apresente um percentil de IMC maior ou igual a 85, caracterizando sobrepeso,
o que pode variar de acordo com a idade e o sexo, conforme a tabela abaixo.
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Figura 1 – Tabela Percentil do IMC.
Em relação ao nível de atividades físicas semanais realizadas.
Figura 2 – Frequência de Atividades Física Semanal
A amostra apresenta o mesmo comportamento, onde a maioria dos mesmos
não realiza nenhuma atividade física significativa durante o dia no período de uma
semana, apresentando um comportamento sedentário, apesar que 92% considerar
sua saúde em um padrão de bom a excelente.
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Para Barros (2002), o ideal é que se faça exercícios físicos no mínimo três
vezes por semana. E isso vale até mesmo para quem está apenas começando, pois
os músculos necessitam ser trabalhados frequentemente, para evitar a sobrecarga
na musculatura, os desgastes e as lesões. Para entrar em forma, o ideal é iniciar
com exercícios leves em dias alternados em vez de duas horas em um dia só.
Segundo a OMS (2004) a fim de melhorar a aptidão cardiorrespiratória e
muscular, a saúde óssea, cardiovascular e metabólica, crianças e jovens com idades
entre 5 a 17 anos devem acumular pelo menos 60 minutos de atividade física diária.
A maior parte da atividade física deve ser aeróbica com uma frequência de pelo
menos três vezes por semana.
Analizando o tempo em que os pesquisados permanecem sentados durante o
dia, mais uma vez fica evidênciado o alto indice de sedentarismo,onde 72% da
amostra permance 4 ou mais horas sentados por dia.
Em consonância com a American College of Sport Medicine ACSM´s, (2000)
"Passar muito tempo sentado é uma atividade letal". Assim que você se ajeita na
cadeira, uma série de processos negativos tem início em seu corpo: a atividade
elétrica dos músculos da perna é cessada, a queima de calorias cai para apenas
uma por minuto (o normal é queimar entre 3,5 e 5,5 calorias nesse período) e a
quantidade de enzimas lipoproteínas lipase, que ajudam a quebrar a gordura, é
reduzida em 90%. Após duas horas (pare para pensar há quantas horas você está
sentado...) o colesterol bom, que evita a formação de placas de gordura nas artérias,
diminui 20%. Com mais tempo ainda sentado, a eficácia da insulina cai 24%,
aumentando o risco de diabetes. O maior prejudicado é o coração. A inatividade
provocada pelo excesso de tempo sentado provoca mudanças prejudiciais nos
músculos, aumentando a resistência à insulina e do nível de gordura no sangue, o
que pode levar a uma série de problemas cardiovasculares.
A questão abordada anteriormente pode ser um dos indícios para justificar o
fato que 75% da amostra apresentem frequentemente dores nas costas ou no
pescoço, apesar que somente 19% trabalham de forma ativa.
Para Nieman (1999) O estilo vida sedentário e a inatividade física estariam
relacionadas direta ou indiretamente com dores na coluna; a maior parte da atenção
dirige-se
a
considerá-la
um
subproduto
da
combinação
da
aptidão
musculoesquelética deficiente e uma ocupação que force essa região.
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Em relação à média de sono dos pesquisados a maioria apresentam um
padrão satisfatório quanto ao número de horas de sono.
Andrade (1997) afirma que o período ideal de sono para um adolescente gira
em torno de nove horas e quinze minutos por noite, apesar das mudanças nos
horários de dormir e despertar. "Em nível prático, isto quer dizer que um adolescente
comum tem dificuldade de cair no sono antes das 23h, portanto o horário ideal para
levantar seria em torno das 8h.
Analisando a ingestão de bebidas alcoólicas e a utilização de cigarros, 97%
não fumam e 34% consomem bebida alcoólica.
O uso disfuncional de alcoólicos é um grande problema para a saúde pública,
constituindo-se em causa estimada de aproximadamente 4,5% das incapacidades,
3,8% (ou 2,5 milhões) do total de mortes no mundo em 2004. É o maior fator de
risco evitável de diversas patologias, entre essas a doença hepática alcoólica cujo
espectro varia da esteatose a hepatite e cirrose. (BRASIL, 2014).
Atualmente, segundo Meireles (2006), morrem no Brasil cerca de duzentas
mil pessoas por ano por conta do tabagismo, número considerado alarmante.
69% da amostra não consomem nenhuma fruta por dia e 44% ingerem
menos de 2 copos de água diariamente.
Segundo a Revista Saúde Pública, pode-se afirmar que desde o início do
século XX a utilização de frutas, verduras e legumes (FVL) na alimentação diária é
primordial para a manutenção da saúde e prevenção às doenças. Essa constatação
faz parte de estudos realizados pela Organização Mundial de Saúde (OMS), que no
início do século XXI, estimava que o consumo inadequado desses alimentos
estivesse entre os principais fatores de risco para a carga total global de doenças
em todo mundo (JAIME, 2009).
Philippi (2008) cita que a ingestão de água é controlada pela sensação de
sede. A média diária de ingestão oral de água, pelo adulto, é de 1.500 a 3.000L ou
em torno de 30 a 40ml/kg de peso corpóreo.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
O sedentarismo aliado aos hábitos nutricionais errados tem um impacto
maléfico na saúde da população, podendo resultar no sobrepeso e na obesidade e
numa série de doenças crônico-degenerativas, acometendo de forma preocupante
crianças e adolescentes. O impacto negativo da falta de atividade física pode levar a
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agraves consequências, e por isso deve ser tratado como problema de saúde
pública. Dessa forma há uma necessidade urgente de aplicação de programas que
tenham o objetivo de estimular o aumento da atividade física espontânea no
cotidiano dessa população, como meio profilático e de tratamento de doenças
crônicas já instaladas.
Através do presente instrumento de pesquisa concluímos que a grande
maioria dos adolescentes participantes no Programa Geração Saúde no município
de Matipó apresentam alto comportamento sedentário ao ingressar no programa,
assim como adotam hábitos diários pouco saudáveis. É pertinente ressaltar a
importância da prática de exercícios físicos regulares, orientados por profissionais
habilitados, para que se possa conseguir um impacto positivo no crescimento e
desenvolvimento dos adolescentes, possibilitando a promoção da socialização, da
motricidade, do autoconhecimento corporal, da melhora da autoestima e do auxílio
na prevenção da obesidade e de outras doenças crônico-degenerativas.
Recomenda-se a realização de estudos periódicos envolvendo diversas faixas
etárias e gêneros, assim como abrangendo diferentes regiões a níveis regionais e
estaduais, a fim de traçar um mapa do nível de sedentarismo e obesidade da
população em geral, servindo como alicerce para as políticas públicas a serem
adotadas.
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ESTRESSE OCUPACIONAL: UM ESTUDO FEITO COM PROFESSORES DE
CIÊNCIAS CONTÁBEIS E ADMINISTRAÇÃO DE UMA FACULDADE DO
INTERIOR DE MINAS GERAIS
Janine Lopes de Carvalho – Graduada em Psicologia, especialista em Saúde
Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Mestranda em Psicologia UFRRJ.
Professora dos cursos de Administração, Ciências Contábeis, Educação Física e
Enfermagem da UNIVÉRTIX.
Elza Virgínia Costa – Bacharel em Ciências Contábeis pela Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
Érica Stoupa Martins – Graduada em Serviço Social, Especialista em Gestão de
Recursos Humanos e Mestre em Serviço Social.
Professora e Assistente Social da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Rosélio Marcos Santana – graduado em Sistemas de Informação, licenciado
em Matemática, pós-graduado em MBA e Gestão de Pessoas e Negócios. Professor
da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Rita de Cássia F. P. Lazaroni – Graduada em Filosofia. Mestrado em Educação
Univerisadade DelMar. Professora FAMINAS e Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Lucinei de Souza Lopes – Graduada em Psicologia. Pós-graduação em
Psicologia da Educação. Professora Faculdade do Futuro.
[email protected]
RESUMO
Este trabalho aborda o estresse ocupacional em professores de uma faculdade do
interior de Minas Gerais. Teve como objetivo avaliar se os professores de
administração e ciências contábeis da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX sofrem de
estresse ocupacional. Através de estudo descritivo com abordagem quantitativa,
foram aplicados dois questionários, um para levantamento dos dados
sociodemográficos e o outro é a escala de estresse no trabalho onde estão listadas
várias situações que podem ocorrer no dia a dia do trabalho, a 13 professores, em
outubro de 2013. Onde os resultados apontam a inexistência de estresse junto aos
mesmos apesar da presença de fatores que facilitam a ocorrência do estresse.
PALAVRAS-CHAVE: Estresse Ocupacional; Professores; Educação.
INTRODUÇÃO
Atualmente pode ser observado que devido ao fenômeno da industrialização,
dos meios de comunicação e dos avanços tecnológicos, as pessoas levam uma vida
muito agitada. Nesse novo contexto social, o estresse sobressai-se como um dos
problemas da sociedade moderna, trazendo implicações nos níveis social,
psicológico, profissional e familiar.
Entre as principais causas do estresse estão as constantes mudanças que
vem ocorrendo na sociedade moderna. Podemos destacar também a necessidade
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de ganhar mais dinheiro, de atingir melhores níveis de conforto e status social,
conseguir um bom emprego e competir por melhores oportunidades profissionais.
O estresse tornou-se preocupação mundial, sendo desenvolvidas várias
pesquisas sobre o tema, além das publicações em todos os meios de comunicação,
que divulgam informações sempre atualizadas e propõem soluções e formas de
combater o problema.
A Organização Mundial da Saúde (OMS) reconhece, através de um
levantamento feito em 2012, que o estresse se tornou uma epidemia, atingindo mais
de 90% da população. Irritações no trânsito, excesso de trabalho, falta de descanso
e até mesmo falta de um ambiente familiar favorável, favorecem para o
aparecimento do problema; foi observado também, que algumas profissões
predominantemente relacionadas a um contato interpessoal mais exigente como:
áreas de saúde, educação e empresariais, como médicos, psicanalistas, carcereiros,
assistentes sociais, professores, contadores, executivos em geral, atendentes
públicos, enfermeiros e bombeiro são as profissões mais afetadas.
No ambiente de trabalho podemos relacionar o estresse com o funcionamento
organizacional, à pressão, à sobrecarga e também ao horário de trabalho às vezes
inadequado. Alguns sintomas físicos e psicológicos do estresse que estão presentes
nos profissionais da educação são: irritabilidade excessiva, falta de concentração,
sensibilidade acentuada, sensação de desgaste físico, fadiga, alteração de apetite,
pensamento em um só assunto, tonturas ou sensação de estar flutuando, dentre
outros (OSWALDO, 2012).
Esta pesquisa tem como objetivo avaliar se os professores de administração e
ciências contábeis da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX sofrem de estresse
ocupacional.
Este estudo visa contribuir para que os profissionais da educação identifiquem
seus sintomas e saibam lidar com suas manifestações, melhorando cada vez mais a
sua qualidade de vida, pois o mundo nunca esteve tão estressante e o que podemos
fazer é aprender a lidar com o estresse do cotidiano pessoal e também
organizacional conseguindo assim uma rotina saudável e com qualidade que a vida.
REFERENCIAL TEÓRICO
Definição e fases do estresse
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Um dos primeiros significados da palavra stress foi a "aflição" e "adversidade",
que vem do século XIV. Já no século XVII a palavra Stress que se origina do latim
foi popularmente utilizada para se referir a cansaço e fadiga. Nos próximos séculos –
XVIII e XIX – força, esforço e tensão foram relacionados ao termo stress. Foi
atribuído ao endocrinologista Hans Selye a iniciação deste termo ao meio científico
(PEREIRA, 2010).
O estresse é uma reação do organismo quando o indivíduo passa por
qualquer tipo de acontecimento seja ele bom ou mau e assim afetando a vida desse
sujeito. A partir desses conceitos observamos que boa parte de pessoas
reconhecem o estresse no momento que o sentem, e apesar de não ser unânime, já
se observou uma concordância na definição de estresse, como um desequilíbrio
físico, mental e psíquico (BENKE, CARVALHO, 2008).
Por esse motivo Selye (1965) acreditava que o estresse podia ter dois lados –
o positivo e o negativo – e a esses lados ele chama sucessivamente de Eutresse e
Distresse (PEREIRA, 2010).
Selye (1965) apud Pereira (2010, p. 30) caracterizava o eutresse com:
Quando a intensidade do estresse era positiva e/ou breve, e as respostas
de estresse suaves e controláveis, poderiam ser estimulantes e excitantes
ao indivíduo, possibilitando crescimento, prazer, desenvolvimento emocional
e intelectual.
O distresse é caracterizado por Selye (1965) como:
Quando o estressor tem um caráter negativo, é mais prolongado ou denota
maior gravidade. Poderíamos dizer que o distresse sobrevém quando o
estresse ultrapassa um determinado limite, que pode ser distinto de
organismo para organismo, ou dependendo das perdas e transtornos que
acarreta ameaça (PEREIRA, 2010, p. 30).
Selye (1965) apud Limongi-França & Rodrigues (1997, p 24.) utiliza o termo
estresse para denominar “o conjunto de relações que um organismo desenvolve ao
ser submetido a uma situação que exige esforço de adaptação”. A esse conjunto de
reações não específicas que acontecem no organismo Selye as chama de Síndrome
Geral de Adaptação, e as divide em três fases: a de alarme, a da resistência e da
exaustão. Não é necessário que o organismo desenvolva a fase até o final para que
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aconteça o estresse apenas nas situações mais graves é que se chega à última fase
– de exaustão.
Na fase de alarme o organismo se prepara para a reação de luta ou fuga,
para preservação da vida, ou seja, é uma defesa do organismo (LIMONGI-FRANÇA
& RODRIGUES, 1997).
Após a primeira fase caso o estresse permaneça por tempo indeterminado,
inicia-se a fase de resistência, nesta fase surge então uma sensação de desgaste e
cansaço (LIMONGI-FRANÇA & RODRIGUES, 1997).
A presença do estressor de forma consecutiva num organismo sem táticas
para lidar com o estresse gerado esgota as reservas de energia adaptativa,
desencadeando a fase de exaustão, período no qual podem aparecer doenças
graves (LIMONGI-FRANÇA & RODRIGUES, 1997).
Estresse Ocupacional
O estresse ocupacional ou relacionado ao trabalho pode ser definido como
situações do ambiente de trabalho que ameaçam as necessidades de realização
pessoal, profissional e a saúde física ou mental do trabalhador. Prejudicando a sua
integração com o ambiente onde trabalha (OSWALDO, 2012).
O estresse ocupacional é definido por Rossi, Perrewé e Meurs (2011, p 213)
como:
As respostas prejudiciais físicas e emocionais que ocorrem quando as
exigências do trabalho não correspondem às capacidades, recursos ou
necessidades do trabalhador. O estresse ocupacional é um problema
prevalente e oneroso nos locais de trabalho da atualidade.
O interesse no estudo do estresse ocupacional te aumentado no mundo. Boa
parte desse interesse é por causa do impacto do estresse na saúde do trabalhador e
aos impactos organizacionais proporcionados, como: aumento das despesas com
atendimento médico e afastamentos e a diminuição da eficácia do trabalhador (JEX
et. al. 2009).
Em um curto período de tempo, o estresse ocupacional pode afetar as
atitudes e comportamentos de uma pessoa, mas seus efeitos podem ser sentidos de
uma forma negativa quando ele se aloja por demorado espaço de tempo. Segundo
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Jex et al. (2009) o aparecimento do estresse pode levar a três tipos comuns de
resultados: fisiológicos, psicológicos e comportamentais.
Por meio do aumento das consultas clínicas e afastamentos por licenças
médicas podemos observar os efeitos fisiológicos. O conjunto de sintomas
psicossomáticos passa a ser constantes e vão desde lombalgias, gastrite e cólon
irritável, correm risco maior de doenças cardiovasculares ou hipertensão, síndromes
coronárias, de cefaleias e até mesmo alteração do sono (ZULAR, 2011).
As frustrações, ansiedade e atitudes negativas em relação ao trabalho podem
ser causadas pelos efeitos psicológicos. Alteração de humor desde a ansiedade até
quadros depressivos severos, muitas vezes chegando até o suicídio (JEX et. al.
2009).
A mudança na qualidade do relacionamento matrimonial e na vida familiar, ao
aumento do absenteísmo, o uso de substâncias psicoativas, queda no desempenho
e afastamento do trabalho são os efeitos comportamentais causados pelo estresse
(GUIMARÃES & FREIRE, 2004).
Podemos concluir que trabalhar horas demais pode trazer consequências
adversas para a saúde, inclusive aumento das taxas de lesões e maior morbidade e
mortalidade devido às doenças cardiovasculares (NIOSH, apud ROSSI, PERREWÉ
E MEURS, 2004).
Hurrell Jr. e Sauter (2011) apontam que os estressores ocupacionais são
colocados em três categorias: demandas do trabalho/tarefas, fatores organizacionais
e condições físicas.
Na categoria demandas de trabalho/tarefas encontramos: a carga de trabalho,
o trabalho em turno e em rodízio e também as tarefas limitadas. Estudos da NIOSH
(2004) apontam que a carga excessiva de trabalho - causa tensão fisiológica,
psicológica e comportamental, pode levar a aumento das taxas de lesões, maior
morbidade e mortalidade por causa de doenças cardiovasculares, além de estar
relacionado a uma percepção de saúde ruim. O trabalho em rodízio também pode
causar problemas à saúde física estando associado a problemas cardiovasculares e
intestinais (HURRELL JR. & SAUTER, 2011).
Hurrell Jr. e Sauter (2011) ressaltam os seguintes problemas no grupo de
fatores organizacionais: os conflitos de papéis, clima organizacional ou cultura
organizacional, desequilíbrio entre esforço e recompensa e relações interpessoais.
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A desordem de papéis se inicia quando as duas ou mais fontes dos
colaboradores confrontar-se com exigências incompatíveis. Quando as demandas
do trabalho começam a interferir nos papéis familiares inicia a forma mais comum de
conflito é entre família e trabalho. Para amenizar essas cobranças entre vida familiar
e trabalho varias empresas têm observado a necessidade de constituir ambientes
que ajudem a família como forma de tornar mínimos os efeitos negativos sobre a
saúde e o trabalho (ZIMMERMAN, HAMMER & CRAIN, 2011).
O estado de tensão e problemas de saúde do colaborador acontece quando
há o desequilíbrio entre esforço e recompensa sendo recompensas financeiras, de
carreira, de estima que estão muito abaixo do esforço feito (HURRELL JR. &
SAUTER, 2011).
Má liderança, agressão ou violência podem levar a problemas de tensão e
são causados por relações interpessoais insatisfatórias no trabalho. Quando os
superiores são abusivos os colaboradores apresentam baixos níveis de satisfação e
comprometimento com o trabalho, desagrado com a vida, maior possibilidade de
conflitos familiares e sintomas psicossomáticos e sofrimento psíquico (HURRELL JR.
& SAUTER, 2011).
As condições ambientais como: excesso de ruído, temperaturas extremas,
ventilação e iluminação indevida, ergonomia imprópria, são condições integradas às
queixas de saúde física e psicológica do funcionário, estes são destacadas na
categoria condições físicas (HURRELL JR. & SAUTER, 2011).
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo com abordagem quantitativa, realizado com
profissionais que atuam em uma Faculdade da Zona da Mata de Minas Gerais. A
população de estudo foi composta por 13 professores dos cursos de administração e
ciências contábeis da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Estes dados foram
coletados em outubro de 2013.
Para Gil (2007) a pesquisa descritiva tem como objetivo a descrição de
características ou fenômenos relacionados ás variáveis através da coleta de dados.
A pesquisa descritiva caracteriza-se por observar, registrar e analisar os fatos sem
nenhum tipo de manipulação.
Esta Instituição localiza-se na Zona da Mata Mineira, no município de Matipó MG. Atualmente, a Faculdade Vértice possui 8 (oito) cursos de graduação em
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funcionamento,
a
saber:
Administração,
Agronomia,
Ciências
Contábeis,
Licenciatura em Educação Física, Enfermagem, Engenharia Civil, Farmácia e
Medicina Veterinária, além de três cursos técnicos. Possui ainda 1620 alunos
matriculados; 130 funcionários, destes um total de 98 professores.
Durante a aplicação do questionário houve esclarecimento do objetivo da
pesquisa, garantindo o anonimato dos informantes, a explicação detalhada dos
mesmos e um Termo de Consentimento Livre a ser assinado por todos os
participantes (TCLE).
Foram utilizados dois questionários, um com o objetivo de conhecer a
situação sóciodemográfica e socioeconômica dos participantes, composto por 12
questões relacionadas a gênero, escolaridade, atividade laboral, uso de bebidas
alcoólicas e relacionamento interpessoal. O Job Scale Stress, adaptado para o
português por Alves et al. (2004) citado por Silva e Yamada (2008), com o nome de
Escala de Estresse no Trabalho representa o segundo questionário onde são
apresentadas 17 questões que avaliarão a demanda psicológica (questões de 1 a 5),
controle (discernimento intelectual – questões 6 a 9, e autoridade – questões 10 e
11) e apoio social (questões 12 a 17).
Para a tabulação dos dados e criação dos gráficos e tabelas foram utilizados
os programas Word 2007 e Excell 2007.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Participaram da pesquisa 13 professores de Ciências Contábeis e
Administração da faculdade Univértix de Matipó município da Zona da Mata Mineira.
Os resultados obtidos com a aplicação do questionário para conhecimento da
situação sócio demográfico e socioeconômica a maior parte dos entrevistados é do
gênero masculino 76,9%, a idade média foi inferior a 40 anos 84,6%, com
prevalência de professores com mestrado 53,8%, renda salarial mensal até 6
salários mínimos 53,8%. Em relação ao trabalho 69,2% têm dois empregos, 46,2 %
trabalham mais de 60 horas semanais. Quanto ao relacionamento entre os
profissionais é de coleguismo 61,5% e foi considerado bom 46,2%. E em ralação ao
trabalho foi avaliado como gratificante 61,5%.
Quanto às atividades realizadas no tempo livre assistir televisão foi a de maior
prevalência com 53,8% e foi identificado uso de bebidas alcoólicas uma vez por
semana 61,5%.
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Os resultados das análises da Escala de Estresse no Trabalho são
apresentados em quatro gráficos, separados em demanda psicológica, controle
sobre discernimento intelectual, controle de autoridade sobre decisões e avaliação
de apoio social.
Em relação às questões de 1 a 5 o escore encontrado aponta alta demanda
psicológica, conforme se observa no gráfico 1.
Gráfico 1 – Demanda psicológica segundo Escala de Estresse no Trabalho.
Ressaltamos que em relação á demanda psicológica, ou seja, as questões se 1
a 5 os entrevistados apresenta alta demanda de controle, pois 40% das respostas
foram frequentemente.
Os gráficos 2 (discernimento intelectual) e 3 (autoridade sobre decisões)
demonstra elevado nível do discernimento intelectual e baixo nível de controle sobre
as decisões.
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Gráfico 2 – Discernimento intelectual segundo Escala de Estresse no Trabalho
Gráfico 3 – Autoridade sobre decisões segundo Escala de Estresse no Trabalho
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Este ambiente de trabalho apresenta alta demanda de discernimento intelectual
74,9%, e baixo controle 42,8%, estes são os resultados encontrados.
O gráfico 4 traz os índices do apoio social, que tiveram resultados consideráveis.
Gráfico 4 – Apoio social de acordo com a Escala de Estresse no Trabalho
Os resultados apontando a existência de excelência nas relações
interpessoais traduzida por alto apoio social, o que influencia positivamente a saúde
dos trabalhadores.
De acordo com Silva e Yamada (2008) a aplicação da Escala de Estresse no
Trabalho indica que quando a demanda psicológica e o nível de discernimento
intelectual são altos e o poder de controle é baixo sugere que o local da pesquisa é
ativo, e quando o apoio social é elevado, demonstra a facilidade nas relações
interpessoais, interferindo positivamente na saúde dos trabalhadores.
O que significa dizer que, mesmo sendo excessivas as demandas
psicológicas, quando estão aliadas a alto nível de discernimento tornam-se menos
danosas porque permitem que o trabalhador escolha como planejar seu trabalho de
acordo com seu próprio ritmo. Tudo isso contribui para que ele crie estratégias que
facilitem superar as dificuldades encontradas, não ocorrendo, assim, a presença do
estresse ocupacional.
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CONSIDERAÇÕES FINAIS
Neste estudo, no entanto, não se percebeu a presença de estresse
ocupacional mesmo com o reconhecimento da carga excessiva de trabalho dos
professores entrevistados, tendo em vista que a maioria trabalha mais de 60 horas
semanal. Outro fator de risco percebido foi a inexistência de atividades de lazer, ou
seja, são muito poucas as atividades desse tipo realizadas pelos entrevistados.
Por outro lado, como fator que contribui para a diminuição ou inexistência do
estresse, detectou-se grande nível de apoio social oferecido pela instituição. O que
demonstra a importância desse fator na influência positiva sobre a saúde dos
trabalhadores.
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COMUNICAÇÃO ORGANIZACIONAL: UMA PESQUISA DE UM ÓRGÃO
PÚBLICO EM UM MUNICÍPIO DE PEQUENO PORTE DE MINAS GERAIS
Janine Lopes de Carvalho – Graduada em Psicologia, especialista em Saúde
Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Mestranda em Psicologia UFRRJ.
Professora UNIVÉRTIX.
Rafaela Aparecida da Costa Acipreste – Bacharel em Ciências Contábeis pela
Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Érica Stoupa Martins – Graduada em Serviço Social, Especialista em Gestão de
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Professora e Assistente Social da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Rosélio Marcos Santana – graduado em Sistemas de Informação, licenciado
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Lucinei de Souza Lopes – Graduada em Psicologia. Pós-graduação em
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RESUMO
Este trabalho tem como objetivo verificar como é o processo de comunicação dentro
de um órgão público em um município de pequeno porte da zona da Mata mineira.
Foi realizada uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa. Os instrumentos
para coleta de dados utilizados foram um questionário de perguntas fechadas,
validado, utilizado na pesquisa do artigo de “Comunicação entre líderes e liderados:
visão dos enfermeiros” de Kátia Massuada Alves Batista dos Santos e Maria Julia
Paes da Silva (2003) e um questionário sociodemográficos elaborado pela
pesquisadora. Através das análises de chefia geral, chefia imediata, questões
relacionadas aos colegas e questões relacionadas ao entendimento próprio percebese que o órgão público estudado deve melhorar a sua comunicação.
PALAVRAS-CHAVE: Comunicação, Organização, Gerência e Colaboradores..
INTRODUÇÃO
Segundo Albuquerque e Puente-Palacios (2004), a comunicação não é algo
fácil mesmo estando sob as melhores condições. A capacidade que as pessoas têm
de se relacionarem e de trabalhar de forma eficaz umas com as outras depende em
grande medida da habilidade de comunicação. A comunicação pode ser entendida
como o processo em que as pessoas criam e enviam mensagens para serem
recebidas, interpretadas e respondidas por outras pessoas. O objetivo desse
processo é desenvolver significados a serem compartilhados por membros do grupo.
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As questões relevantes deste estudo são: Há uma boa comunicação dentro
do órgão público pesquisado? Os gerentes utilizam comunicação como meio de
desenvolver o mesmo? A comunicação é realmente importante na busca dos
resultados?
O objetivo geral foi verificar como é o processo de comunicação dentro em
um órgão público de um município de pequeno porte da zona da mata mineira.
Os objetivos específicos são: apurar se a comunicação interfere na relação
entre líderes e liderados; Rever a teoria da Comunicação Organizacional a fim de
estabelecer categorias teóricas de análise; Identificar os tipos de comunicação
existentes no órgão público pesquisado.
A comunicação esta inteiramente relacionada com a contabilidade. Para que
um processo contábil alcance seu objetivo é necessário que os procedimentos da
comunicação sejam realizados de uma forma adequada. As informações contábeis
podem se relacionar aos grupos internos ou externos, por isso a comunicação deve
ser feita de uma forma clara, para que não haja transtornos.
REFERENCIAL TEÓRICO
Comunicação Organizacional
Para Maximiano (2011) em qualquer processo de comunicação, sempre
haverá os elementos: emissor, receptor, mensagem, canal de comunicação, ruídos e
feedback. O processo de comunicação envolve um emissor que transmite a
mensagem por algum meio até o receptor. Antes da transmissão a fonte codifica a
mensagem convertendo-a em símbolos. A mensagem segue por um canal ou meio
de comunicação. Assim na outra ponta da linha, o receptor decodifica a mensagem
desde que esteja usando o mesmo sistema de símbolos do emissor. Então a
mensagem é interpretada pelo receptor. Lembrando que esses símbolos podem ser:
idioma, sons, letras, números e outros tipos de símbolos.
Segundo Casado (2002) a comunicação é composta por redes onde passam
as informações as quais são chamadas de: formais e informais. As redes formais
normalmente são verticais e centralizadas e por elas passam as informações
técnico-administrativas do trabalho São exemplos de redes formais: reuniões,
jornais, memorandos. As redes informais nem sempre obedecem às direções
estabelecidas pela empresa, à comunicação que começa por meios informais
podem atravessar níveis de autoridade e ir para qualquer ambiente.
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Kunsch (2002) entende por comunicação formal aquela que procede da
estrutura organizacional onde transmite informações por diferentes vínculos, como
impressos, auditivos, visuais dentre outros. É uma comunicação administrativa que
se relaciona com sistemas ou normas que conduzem o comportamento, as
estratégias e os objetivos conduzindo as responsabilidades dos integrantes da
organização.
Stephen, Timothy e Sobral (2010) afirmam que a comunicação informal dentro
de uma organização ou um grupo é chamada de rede de rumores. A rede de
rumores não é controlada, sendo considerada pelos funcionários mais confiável do
que a comunicação formal vinda da diretoria, é utilizada para servir aos interesses
pessoais dos que a agregam. Mesmo sendo informal não significa que não seja uma
importante fonte de informação, a rede de rumores é uma parte importante do
sistema no qual merece ser bem compreendida.
Maximiano (2011) afirma que os administradores tendem a fazer com que a
comunicação circule em três direções sendo elas para cima (ascendente), para
baixo (descendente) ou para os lados (lateral).
Para acrescentar o que foi dito, Kunsch (2002) descreve que a comunicação
descendente liga o processo de informações da cúpula diretora das organizações
para os subordinados, comunicação de cima para baixo, caracterizando-se como
uma comunicação administrativa oficial.
Para Stephen, Timothy e Sobral, (2010) comunicação ascendente é usada
para fornecer feedback aos gestores, mostrando-os sobre as melhorias em relação
às metas e expondo as dificuldade que ocorrem. Essa comunicação permite que os
gestores saibam como os colaboradores se sentem em relação ao trabalho, aos
colegas e à organização. Para uma boa comunicação, os funcionários devem
diminuir as distrações, comunicar-se por tópicos e não parágrafos, opinar
esclarecendo o que acham que vai acontecer, e planejar atividades que garantam a
atenção do chefe.
Kunsch (2002) compreende comunicação lateral ou horizontal a comunicação
realizada entre pessoas com do mesmo nível em posições hierárquicas
semelhantes. É uma comunicação que acontece entre seções, unidades de
negócios, serviços e departamentos. Se for bem conduzida pode criar condições
favoráveis de recursos e do desempenho organizacional.
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METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa descritiva com abordagem quantitativa direcionada
aos profissionais de uma Prefeitura Municipal localizada na Zona da Mata de Minas
Gerais, cujo estudo será realizado com os funcionários da Secretaria Municipal de
Saúde.
Vergara (2013, p.42) explica a pesquisa descritiva como:
A pesquisa descritiva expõe características de determinada população ou
de determinado fenômeno. Pode também estabelecer correlações entre
variáveis e definir sua natureza. Não tem compromisso de explicar os
fenômenos que descreve, embora sirva de base para tal explicação.
Neto e Lima (2012) definem pesquisa quantitativa como pesquisa fechada,
implica que tudo pode ser quantificável, como opiniões, informações, atitudes e
comportamentos, para que assim possam classificá-los e analisá-los.
A Secretaria Municipal de Saúde tem como responsabilidade a gestão do
Sistema Único de Saúde (SUS) no âmbito municipal. O órgão é responsável por
formular e implantar políticas, programas projetos que tem como objetivos promover
uma saúde de qualidade aos usuários. A equipe é composta por vários
colaboradores com diferentes funções sendo elas: 11 médicos, 9 enfermeiros, 2
farmacêuticos, 1 nutricionista, 3 psicólogos, 2 fonoaudiólogos, 3 fisioterapeutas, 5
dentistas, 8 técnicos em enfermagem, 5 auxiliares de atendimento bucal, 5 auxiliares
de atendimento médico, 2 recepcionistas, 33 agentes comunitários de saúde, 11
agentes de endemias, 8 auxiliares administrativo, 8 auxiliares de limpeza, totalizando
em aproximadamente 116 funcionários.
Os dados foram coletados através de um questionário com perguntas
fechadas que se divide em duas partes, sendo a primeira com dados
sociodemográficos, como: sexo, idade, grau de escolaridade, tempo de serviço
prestado na organização.
A segunda parte tem como propósito avaliar a relação da comunicação dos
membros da empresa, foi utilizado um questionário fechado (Anexo 1) com 16
perguntas criado por Kátia Massuada Alves Batista dos Santos e Maria Julia Paes
da Silva (2003) utilizado no artigo “Comunicação entre líderes e liderados: visão dos
enfermeiros”. Não foram feitas quaisquer adaptações ao modelo original. As 16
questões foram subdivididas em quatro grupos, sendo eles: questões relacionadas
com a Chefia Geral (1, 9, 12 e 13), questões relacionadas com a Chefia Imediata (3,
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4, 8, 10, 11 e 14), questões relacionadas com os Colegas (2, 5 e 7), questões
relacionadas com o Entendimento Próprio (6 15 e 16). Para a análise foi
estabelecido um score totalizador dos resultados. O score foi de 1 a 5 de acordo
com as respostas de discordo totalmente e concordo totalmente respectivamente,
assim a pontuação obtida em cada questionário passou a oscilar entre 16 e 80
pontos.
Para a aplicação dos questionários foram explicitados os motivos da pesquisa
a justificativa da escolha dos entrevistados a garantia de sigilo e anonimato, aqueles
que concordaram em participar assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido (TCLE).
Os questionários foram respondidos 74 colaboradores da Secretaria de
Saúde, ou seja, totalizando 63,79 % dos funcionários.
Após a coleta de dados, estes foram tabulados no Microsoft Excel, através de
estatística descritiva e dessa tabulação foram gerados gráficos.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A partir da análise dos dados obtidos pelos questionários pôde-se perceber
que 78,37% dos funcionários da Secretaria de Saúde são do sexo feminino,
32,43% têm a faixa etária entre 18 e 25 anos de idade. A maior parte dos
colaboradores possui apenas o ensino médio, totalizando em 48,64%. Ao analisar
o vínculo e o tempo de serviço dos funcionários, pôde-se perceber que 59,45% dos
funcionários são contratados dos quais, 41,89% trabalham na instituição há 3 ou
mais de 3 anos.
A Tabela 1 onde estão agrupadas as questões 1, 9, 12 e 13 refere-se às
respostas dadas em relação à chefia imediata.
Tabela 1 – Distribuição das respostas ligadas a Chefia Geral.
VARIÁVEIS
DISTRIBUIÇÃO
Questão 1
Nº de pessoas entrevistadas
Discordo Totalmente
03
Discordo
25
Não Concordo nem Discordo
27
Concordo
14
Concordo Totalmente
05
Questão 9
Nº de pessoas entrevistadas
Discordo Totalmente
03
Discordo
28
%
4,50
33,78
36,48
18,91
6,75
%
4,50
37,83
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Não Concordo nem Discordo
Concordo
Concordo Totalmente
Questão 12
Discordo Totalmente
Discordo
Não Concordo nem Discordo
Concordo
Concordo Totalmente
Questão 13
Discordo Totalmente
Discordo
Não Concordo nem Discordo
Concordo
Concordo Totalmente
23
17
03
Nº de pessoas entrevistadas
10
15
23
19
07
Nº de pessoas entrevistadas
02
20
20
24
08
31,08
22,97
4,50
%
13,51
20,27
31,08
25,67
9,45
%
2,70
27,02
27,02
32,42
10,81
FONTE: Elaboração da autora conforme coleta de dados em anexo.
A Tabela 1 demonstra que para a questão 1 houve um predomínio de
desaprovações 33,78% seguido de abstenções 36,48% sugerindo desaprovação
dos esforços adotados pela Secretaria Municipal de Saúde em saber a opinião e
pensamentos dos seus funcionários. Para a questão 9, observa-se um predomínio
de desaprovações 37,83% seguido de abstenções 31,08%, sugerindo desaprovação
sobre o processo de comunicação ser eficiente, eficaz, aberto e claro. Para a
questão 12, predominam aprovações 25,67% seguindo por abstenções 31,08%,
sugerindo aprovação sobre o sistema de sinalização da Secretaria Municipal de
Saúde. Para questão 13 houve um predomínio de aprovações 32,42% seguido por
abstenção 27,02% sugerindo aprovação sobre os problemas de comunicação de
outras áreas terem afetado o desempenho individua dos funcionários.
Albuquerque e Puente-Palacios (2004) afirmam que a comunicação entre as
pessoas, as equipes e os grupos deveria ser mais cuidada nas organizações, pois
frequentemente é muito descuidada ocasionando fortes resistências, confusões e
prejuízos que poderiam ser evitados.
No entanto Stephen, Timothy e Sobral (2010) acreditam que a comunicação
aberta e eficaz não é uma prática muito comum nas organizações apesar de
desfazer qualquer rumor, como em caso de uma crise, que torne o clima da empresa
muito pesado.
Para completar Crivelaro e Takamori (2010) dizem que as confusões
interpessoais devem ser evitadas, pois comprometem vários ambientes onde nos
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relacionamos sendo eles empresarial, familiar e social podendo assim favorecer os
polos de discordâncias.
A Tabela 2 onde estão agrupadas as questões 3, 4, 8,10, 11 e 14 refere-se às
respostas dadas em relação à chefia geral.
Tabela 2 – Distribuição das respostas ligadas a Chefia Imediata.
VARIÁVEIS
DISTRIBUIÇÃO
Questão 3
Nº de pessoas entrevistadas
%
Discordo Totalmente
05
6,75
Discordo
21
28,37
Não Concordo nem Discordo
14
18,91
Concordo
26
35,13
Concordo Totalmente
08
10,81
Questão 4
Nº de pessoas entrevistadas
%
Discordo Totalmente
04
5,40
Discordo
18
24,32
Não Concordo nem Discordo
22
29,72
Concordo
26
35,13
Concordo Totalmente
04
5,40
Questão 8
Nº de pessoas entrevistadas
%
Discordo Totalmente
07
9,45
Discordo
21
28,37
Não Concordo nem Discordo
24
32,43
Concordo
17
22,97
Concordo Totalmente
05
6,75
Questão 10
Nº de pessoas entrevistadas
%
Discordo Totalmente
05
6,75
Discordo
13
17,56
Não Concordo nem Discordo
18
24,32
Concordo
30
40,54
Concordo Totalmente
08
10,81
Questão 11
Nº de pessoas entrevistadas
%
Discordo Totalmente
05
6,75
Discordo
16
21,62
Não Concordo nem Discordo
24
32,43
Concordo
18
24,32
Concordo Totalmente
11
14,86
Questão 14
Nº de pessoas entrevistadas
%
Discordo Totalmente
07
9,45
Discordo
16
21,62
Não Concordo nem Discordo
24
32,43
Concordo
21
28,37
Concordo Totalmente
04
5,40
FONTE: Elaboração da autora conforme coleta de dados em anexo.
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A Tabela 2 demonstra que para a questão 3 houve um predomínio de
aprovações 35,13% seguido de abstenções 18,91%, sugerindo ausência de elogios
imediato aos funcionários. Para a questão 4 observa-se um predomínio de
aprovações 35,13% seguido por abstenções 29,72%, sugerindo que há críticas
construtivas sobre o desempenho. Para a questão 8 predominam desaprovações
28,37% seguido por abstenções 32,43%, sugerindo que as opiniões dos funcionários
não são aceitas de maneira acolhedora. Para a questão 10 observa-se um
predomínio de aprovações 40,54% seguido por abstenções 24,32%, sugerindo que
o superior imediato mantém um relacionamento claro, direto e constante com os
funcionários. Para a questão 11 predominam aprovações 24,32% seguido por
abstenções 32,43%, sugerindo que o superior imediato fornece oportunidade ao
funcionário de dar opiniões e exercer um trabalho estimulante e interessante. Para
questão 14 observa-se um predomínio de aprovações 28,37% seguido por
abstenções 32,43%, sugerindo que o superior imediato não demonstra favoritismo
por determinados colaboradores.
Segundo Minicucci (2011) a verdadeira comunicação somente se realiza
quando se escuta e compreende a posição e finalidade do locutor, primeiro deve
ouvir com atenção o que é dito por ele esperando que termine para logo fazer
comentários, críticas ou observações necessárias. A administração deve organizar e
conduzir a rede de comunicação da empresa com finalidade de desenvolver entre
funcionários o mais alto nível de competência e realizações.
A Tabela 3 onde estão agrupadas as questões 2, 5 e 7 refere-se às
respostas dadas em relação aos colegas.
Tabela 3 – Distribuição das respostas Relacionadas aos Colegas.
VARIÁVEIS
DISTRIBUIÇÃO
Questão 2
Nº de pessoas entrevistadas
Discordo Totalmente
04
Discordo
07
Não Concordo nem Discordo
15
Concordo
36
Concordo Totalmente
12
Questão 5
Nº de pessoas entrevistadas
Discordo Totalmente
08
Discordo
29
Não Concordo nem Discordo
17
Concordo
15
Concordo Totalmente
05
%
5,40
9,45
20,27
48,64
16,21
%
10,81
39,18
22,97
20,27
6,75
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Questão 7
Discordo Totalmente
Discordo
Não Concordo nem Discordo
Concordo
Concordo Totalmente
Nº de pessoas entrevistadas
07
17
19
23
08
%
9,45
22,97
25,67
31,08
10,81
FONTE: Elaboração da autora conforme coleta de dados em anexo.
A Tabela 3 demonstra que para a questão 2 houve aprovações 48,64%
seguido por abstenções 20,27%, sugerindo que as os funcionários são pessoas
alegres e bem humoradas. A questão 5 apresenta desaprovação 39,18% seguido
por abstenção 22,97%, sugerindo que as pessoas não falam de forma honesta e
aberta. Para a questão 7 observa-se um predomínio de aprovações 31,08% seguido
por abstenções 25,67%, sugerindo que a constante cooperações entre os grupos da
Secretaria Municipal de Saúde.
Para estabelecer a relação na empresa com um bom humor, Crivelaro e
Takamori (2010) relatam que os membros de uma empresa devem deixar de acirrar
ou usar ataques pessoais que desenvolvem mal humor no ambiente. Se alguém se
sentir agredido com palavras deve procurar o melhor momento para esclarecer a
situação, mas nunca entrar em uma discussão.
Segundo Maximiano (2008) os integrantes de um determinado grupo trocam
informações e coordenam tarefas através da comunicação. No entanto geram
sentimentos com os colegas e desenvolvem certas qualidades. Esses sentimentos
podem beneficiar ou comprometer o desenvolvimento grupal. As questões
favoráveis estão relacionadas ao interesse da continuação do grupo, relações de
amizade, e tarefas de motivação. Os sentimentos desfavoráveis então acontecem
quando o grupo se divide em partes que conflitam e concorrem entre si,
prejudicando o desempenho.
A tabela 6 onde estão agrupadas as questões 6, 15 e 16 refere-se às
respostas dadas em relação ao entendimento próprio.
Tabela 4 – Distribuição das respostas ligadas ao Entendimento Próprio.
VARIÁVEIS
DISTRIBUIÇÃO
Questão 6
Nº de pessoas entrevistadas
%
Discordo Totalmente
05
6,75
Discordo
13
17,56
Não Concordo nem Discordo
21
28,37
Concordo
30
40,54
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Concordo Totalmente
Questão 15
Discordo Totalmente
Discordo
Não Concordo nem Discordo
Concordo
Concordo Totalmente
Questão 16
Discordo Totalmente
Discordo
Não Concordo nem Discordo
Concordo
Concordo Totalmente
05
Nº de pessoas entrevistadas
04
16
24
20
10
Nº de pessoas entrevistadas
05
17
25
18
09
6,75
%
5,40
21,62
32,43
27,02
13,51
%
6,75
22,97
33,78
24,32
12,16
FONTE: Elaboração da autora conforme coleta de dados em anexo.
A Tabela 4 apresenta para a questão 6 aprovações 40,54% seguido por
abstenções 28,37%, sugerindo que os funcionários entendem como o seu
desempenho é avaliado. Para a questão 15 há um predomínio de aprovações
27,02% seguido por abstenções 32,43%, sugerindo que os funcionários são
reconhecidos quando fazem um bom trabalho. Para a questão 16 observa-se
aprovações 24,32% seguido por abstenções 33,78%, sugerindo que os funcionários
se sentem respeitados e realizados na empresa
Para Moscovici (2012) o feedback tem que ser compatível com as
necessidades tanto do emissor quanto do receptor, não deve satisfazer apenas as
comunicador desconsiderando o receptor pois, poderá ser tornar completamente
destrutivo, causando frustrações para o receptor e discórdia entre ambos
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao concluir o trabalho nota-se que o órgão público estudado apresentou
características de uma comunicação razoável, demonstrando falhas que poderiam
ser evitadas. Os gerentes ainda não fazem da comunicação uma ferramenta para o
desenvolvimento da mesma. Ao analisar a pesquisa, observa-se uma elevação no
índice de abstenção, demonstrando que os funcionários não possuem opinião
formada ou preferiram não se pronunciar.
No órgão público avaliado a comunicação interfere na relação entre líderes e
liderados, os problemas de comunicação de uma área podem interferir nas demais,
mostrando que o processo de comunicação deve ser entendido e analisado com
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muito cuidado para que um fato de uma determinada área não afete as demais. A
chefia tem que transmitir as informações de forma clara, mas antes de tudo precisa
saber ouvir os colaboradores.
Por fim pôde-se concluir que a comunicação é realmente um fator
indispensável para os resultados. A forma que se passa ou recebe uma informação
pode fazer com que a empresa se desenvolva almejando seus objetivos e
alcançando os resultados esperados.
REFERÊNCIAS
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Leme. As pessoas na Organização. São Paulo: Gente, 2002, 247-248p.
CRIVELARO, Rafael; TAKAMORI, Jorge Yukio.
Interpessoais. 2 ed. Campinas: Alínea, 2010.
Dinâmica
das
Relações
KUNSCH, Margarida Maria Krohling. Planejamento de Relações Públicas na
Comunicação Integrada. 2 ed. São Paulo: Summus Editorial, 2002.
MAXIMIANO, Antonio Cesar Amaru. Introdução à Administração. 8 ed. São Paulo:
Atlas, 2011.
MINICUCCI, Agostinho. Psicologia Aplicada à Administração. 5 ed. São Paulo:
Atlas A.S, 2011.
MOSCOVICI, Fela. Desenvolvimento interpessoal: Treinamento em grupo. 21
ed. Rio de Janeiro: Olympio, 2012.
NETO, José Antonio Chehuen; LIMA, Willian Guidini, Tipos de pesquisa científica.
In: NETO, José Antonio Chehuen. Metodologia da pesquisa científica: da
graduação à pós-graduação. 1 ed. Curituba: Editora CRV, 2012.
SANTOS, Kátia Massuada Alves Batista dos; SILVA, Maria Julia Paes da.
Comunicação entre líderes e liderados: visão dos enfermeiros.USP, São Paulo,
2003.
STEPHEN, Robsins P; TIMOTHY, Judge A; SOBRAL, Felipe. Comportamento
Organizacional teoria e prática no contexto brasileiro. 14.ed. São Paulo:
Pearson, 2010.
VERGARA, Sylvia Constant. Projetos e Relatórios
Administração. 14 ed. São Paulo: Atlas S A, 2013.
de
Pesquisa
em
ZANELLI, Jose Carlos; BORGES- ANDRADE, Jairo Eduardo; BASTOS, Antonio
Virgílio Bittencourt. Psicologia, Organização e Trabalho no Brasil. In:
Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
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ALBUQUERQUE, Francisco José de; PUENTE-PALACIOS, Katia Elizabeth. Grupos
e Equipes de Trabalho nas Organizações. São Paulo: Artmed, 2004, 357-379p.
Anexo: 1
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FACULDADE VÉRTICE
SOCIEDADE EDUCACIONAL GARDINGO LTDA. – SOEGAR
CURSO: CIÊNCIAS CONTÁBEIS 8º PERÍODO – 2013/02
Questionário Comunicação Organizacional
Concordo
totalmente
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
11
12
13
14
15
16
Concordo
Não
concordo
nem
discordo
Discordo
Discordo
totalmente
A diretoria da Secretaria Municipal de Saúde
se esforça em saber a opinião e os
pensamentos dos colaboradores
As pessoas com as quais convivo são
alegres e bem humoradas
Costumo receber elogios do meu superior
imediato quando faço um bom trabalho
Em geral recebo crítica construtiva com
relação ao meu desempenho / trabalho
As pessoas da minha área, falam de forma
honesta e aberta
Entendo como meu desempenho é avaliado
Existe constante cooperação entre os grupos
de trabalho da minha área
Em minha área, as opiniões são aceitas de
maneira acolhedora
O processo de comunicação utilizado pela
Secretaria Municipal de Saúde é eficiente,
eficaz, aberto e claro
Meu superior imediato mantém um
relacionamento claro, direto e constante com
seus colaboradores
Meu superior imediato me fornece
oportunidade de dar opiniões e de exercer
um trabalho estimulante e interessante
O sistema de sinalização na Secretaria
Municipal de Saúde é claro; permitindo fácil
locomoção e localização dos setores
Os problemas de comunicação com outras
áreas têm afetado meu desempenho
profissional
Meu superior imediato não demonstra
favoritismo por determinados colaboradores
Sou reconhecido quando faço um bom
trabalho
Sinto-me respeitado e realizado na empresa
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GT 07 - CIÊNCIAS
HUMANAS
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RESUMOS
Anais do VII FAVE – Fórum Acadêmico da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX – Matipó/MG –
29 de setembro a 4 de outubro de 2014 –ISSN – 2178-7301
CARACTERÍSTICAS E VISÃO DE EDUCADORES DA REDE ESTADUAL DE
ENSINO BÁSICO DE MATIPÓ – MG
Maria do Carmo Ribeiro e Sidinéia Aparecida Ribeiro Costa – Graduandas em
Pedagogia – Universidade Norte do Paraná - UNOPAR.
Cíntia de Fátima Ribeiro – Graduanda em Farmácia – Faculdade Vértice –
UNIVÉRTIX.
Sandra Albuquerque Chitarra – Graduada no curso Normal Superior, Pósgraduada em Psicopedagogia e Gestão Escolar, Tutora da Universidade Norte do
Paraná - UNOPAR.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Educadores; Rede Estadual; Matipó.
INTRODUÇÃO
O professor é o profissional responsável por mediar o conhecimento, o saber, a
educação aos indivíduos. A formação que o professor propicia aos seus alunos é
proveniente de sua cultura e do seu saber, dessa forma, os modelos de ensino e a
prática educativa são influenciados pelas características/perfil destes profissionais
(BIGATON, 2005). Embora constituam peça fundamental na educação, percebe-se
uma forte desvalorização destes profissionais na sociedade. Em um levantamento
realizado pela Pesquisa Internacional sobre Ensino e Aprendizagem (Talis) da
Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), verificouse que somente 12,6% dos professores brasileiros consideram-se valorizados. Esta
proporção está abaixo da média internacional, de 30,9% (TOKARNIA, 2014). O
presente trabalho tem como objetivo identificar o perfil e a visão que os educadores
da rede estadual de ensino básico de Matipó – MG tem sobre a profissão escolhida,
a situação atual do ensino e as expectativas para o futuro.
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo descritivo quantitativo realizado nos meses de maio e junho
de 2014, onde foram entrevistados, com ajuda de questionário estruturado, 32
educadores da rede estadual de ensino básico de um município do estado de Minas
Gerais - Matipó. Os participantes da pesquisa foram informados dos objetivos do
estudo e a participação dos mesmos foi concretizada mediante assinatura do Termo
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de Consentimento Livre e Esclarecido. Os dados obtidos foram tabulados através da
estatística descritiva no Microsoft Excel 2010.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Dentre os educadores entrevistados (N=32), 100% são do sexo feminino, 78,1%
apresentam idade entre 31 a 50 anos. 50% dos educadores são formados no curso
Normal Superior, 34,4% se formaram no curso de Pedagogia e 9,4% possuem
formação em ambos os cursos. 71,8% (n=23) dos educadores possuem pósgraduação. Quanto ao tempo de profissão, 28,1% atuam na área entre 5 e 10 anos e
21,8% já trabalham com alfabetização entre 26 e 35 anos. Analisando o fator de
influência na escolha do curso/área de atuação, 21,9% disseram que no período da
escolha, a área da educação era a opção mais viável, 40,6% efetuaram a escolha
devido à aptidão, 15,6% por falta de opção, 6,3% por tradição/influência familiar e
3,1% devido à falta de recursos financeiros para custear outro curso. Em relação ao
grau de satisfação sobre a atuação no âmbito educacional, as alternativas mais
apontadas foram as seguintes: No início da profissão, 53,0% se declaravam muito
satisfeitos e 34,4% satisfeitos. Atualmente, 50% se sentem satisfeitos em trabalhar
como educadores, 28,1% estão pouco satisfeitos e 12,5% afirmam estar
insatisfeitos. 96,9% dos professores acham necessária a presença de um
profissional auxiliar dentro de sala de aula. 81,3% dos professores entrevistados não
se
sentem
valorizados,
devido,
principalmente,
aos fatores
financeiros e
disciplinares. Além disso, cerca de 60% não pretendem se qualificar mais na área e
46,9% dos indivíduos em questão manifestam o desejo de mudar de profissão.
81,3% revelaram que não aconselhariam outras pessoas a se formarem
professores. Ao solicitar que escolhessem a frase com a qual melhor se
identificavam, 46,9% (n=15) dos professores em estudo, apontaram a seguinte
afirmativa: “Mesmo sendo evidente a desvalorização dos profissionais da minha
área, sinto-me realizado (a) em atuar lecionando”. A segunda alternativa - “Só atuo
nesta área, porque não foi possível que eu me formasse em outro curso” foi
escolhida por 6,25% (n=2) dos participantes. 12,5% (n=4) se identificaram com a
seguinte opção “Não me sinto realizado (a) atuando nesta área, mas o faço porque é
necessário” e 21,9% (n=7) apontaram a frase a seguir: “Acredito que a situação de
nossa classe irá mudar. Amo o que faço!”. Em uma pesquisa conduzida por
Cavalcante e Corrêa (2012), também foi possível identificar que a totalidade dos
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educadores da amostra em estudo pertencia ao sexo feminino, sendo que a maioria
apresentou idade próxima aos 35 anos. No Brasil, em 2004, a UNESCO
(Organização das Nações Unidas para a Educação, a Ciência e a Cultura), em
parceria com outros colaboradores, desenvolveu um estudo que tinha como principal
objetivo apresentar um retrato dos professores brasileiros do ensino fundamental e
médio, de escolas públicas e privadas, nas 27 unidades da Federação. A partir de tal
estudo foi possível detectar que, entre os 5.000 docentes que responderam ao
questionário auto-aplicável, a maior parte deles era composta por educadores do
sexo feminino (81,3%), com idade média de 37,8 anos. Neste mesmo estudo foi
ressaltado que as maiores proporções de docentes pertencentes ao gênero feminino
aparecem, principalmente, no ensino fundamental. No que tange à satisfação dos
professores em relação à sua profissão tendo como termo de comparação o início
da carreira, verificou-se que 24,3% assinalaram a opção “menos satisfeito (a)” e
12,3% apontaram a opção “insatisfeito (a)”. Observa-se que os resultados
encontrados no estudo descrito são semelhantes aos dados obtidos na presente
pesquisa.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Pode-se identificar que quase 100% dos professores acham necessária a presença
de um profissional que auxilie nas atividades dentro de sala de aula. Esta
informação apresenta-se como uma excelente sugestão de estratégia para
solucionar vários problemas relacionados ao ensino.
REFERÊNCIAS
BIGATON, R. A. S. Perfil de professores da educação básica e análise
multidimensional. Itajaí, 2005. 58p. Dissertação/Mestrado. Programa de Mestrado
Acadêmico em Educação, Universidade do Vale do Itajaí – UNIVALI.
CAVALCANTE, L .I. C.; CORRÊA, L. S. Perfil e trajetória de educadores em
instituição de acolhimento infantil. Cadernos de Pesquisa, v.42, n.146, p. 494-517,
mai/ago. 2012.
TOKARNIA, M. Quase 90% dos professores brasileiros se sentem desvalorizados,
diz
estudo.
EBC
Agência
Brasil.
2014.
Disponível
em:
http://agenciabrasil.ebc.com.br/educacao/noticia/2014-06/professores-acreditamque-profissao-nao-e-valorizada-diz-estudo. Acesso em: 05.ago.2014.
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UNESCO. Perfil dos professores brasileiros: o que fazem, o que pensam, o que
almejam. Pesquisa Nacional UNESCO. São Paulo, 2004.
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ANÁLISE MATEMÁTICA E COMPARATIVA ENTRE AS PROVAS DO SIMAVE E
DO ENEM - ESTUDO PARTICULAR SOBRE A DESENVOLTURA DOS ALUNOS
DA ESCOLA ESTADUAL WALDOMIRO MENDES DE ALMEIDA
Renata Pessoa Bifano. Graduada em Física. Professora da Faculdade Vértice UNIVERTIX.
Renata de Abreu e Silva Oliveira. Graduada em Letras. Professora da Faculdade
Vértice - UNIVERTIX.
Imaculada Coelho da Silva Cardoso. Graduada em Matemática. Professora da
Faculdade Vértice- UNIVERTIX.
Marcelo de Carvalho Mendes. Graduado em Matemática. Professor da Faculdade
Vértice- UNIVERTIX.
Carlos Eduardo Toledo. Graduado em Educação Física. Professor da Faculdade
Vértice- UNIVERTIX.
Aline Rodrigues Soares. Doutora em Química Analítica
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Simave, Enem, Provas em Larga Escala.
INTRODUÇÃO
Devido à democratização do acesso à escola e do prolongamento da escolarização
obrigatória surge a necessidade de acompanhar os resultados dessa expansão,
levando os países a uma série de estudos educacionais, cujos levantamentos
propiciaram ajustes nas políticas existentes bem como a reiteração do que está
produzindo bons resultados.(BONAMINO e MARTINEZ, 2002). Dentre esses
estudos destacam-se os mecanismos de avaliação externa SIMAVE e ENEM. O
SIMAVE (Sistema Mineiro de Avaliação da Educação Pública) é um sistema de
avaliação criado pela Secretaria de Educação do Estado de Minas Gerais com o
intuito de analisar o desempenho escolar dos alunos que frequentam as escolas
públicas estaduais (MINAS GERAIS, 2010). O programa em questão busca
identificar as necessidades e problemas das escolas estaduais, para que consigam
traçar metas a serem alcançadas, além de buscar soluções para as dificuldades
identificadas. O SIMAVE visa retratar uma Matemática mais prática, não limitando ao
conhecimento de números e expressões, mas permitindo que o estudante seja
capaz de construir conhecimentos e desenvolver a capacidade de resolver com
facilidade uma situação cotidiana. O ENEM (Exame Nacional do Ensino Médio) é
uma avaliação realizada anualmente no Brasil pelo Ministério da Educação cujo
objetivo é avaliar a qualidade do ensino das escolas brasileiras bem como
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possibilitar o acesso ao ensino superior em Universidades Públicas através das
notas obtidas (BRASIL, 2010). Esse exame se divide em quatro áreas: Ciências
Humanas, Ciências da Natureza, Português e Matemática, sendo essa última
matéria nosso objeto de pesquisa. O presente estudo tem como objetivo comparar
as questões de Matemática do SIMAVE com as dessa mesma área no ENEM,
identificando semelhanças e, ou, diferenças bem como discutir os benefícios
decorrentes dessa relação no trabalho com os discentes da Escola Estadual
Waldomiro Mendes de Almeida.
METODOLOGIA
Esta pesquisa, que se classifica como estudo de caso, ocorreu em quatro etapas. A
primeira destinou-se a comparar as matrizes curriculares de referência do SIMAVE
com as do Enem.
Já a segunda etapa consistiu em analisar as questões dos
referidos mecanismos de avaliação no ano de 2012. Foi feito um levantamento dos
conteúdos cobrados, suas relações e o nível de dificuldade de cada questão. O foco
da terceira etapa foi localizar semelhanças entre ambos que pudessem beneficiar os
discentes da escola em questão nas próximas edições desses mecanismos de
avaliação. Por fim, na quarta e última etapa elaborou-se uma proposta de trabalho
interdisciplinar com a finalidade de melhorar os resultados nessas avaliações e o
desempenho dos alunos das escolas públicas, principalmente os discentes da
Escola Estadual Waldomiro Mendes de Almeida.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Após análise e comparação dos resultados pode-se observar que ambos os
programas de avaliação têm um objetivo comum: identificar as habilidades de
raciocínio matemático do aluno. O SIMAVE é uma proposta do Estado de Minas
Gerias e o ENEM é uma avaliação nacional e as matrizes de ambas têm o mesmo
foco, porém as questões das avaliações são bem diferentes no que diz respeito à
abordagem e ao que se quer avaliar. Após a análise de um caderno de questões do
ENEM com o modelo de questões disponibilizado pelo Boletim Pedagógico da
Avaliação da Educação do SIMAVE/Proeb (MNAS GERAIS, 2010) identificou-se
diferentes abordagens para um mesmo tema: a porcentagem. Percebeu-se que as
questões diferem muito no grau de dificuldade de interpretação. Enquanto os itens
do SIMAVE são mais diretos, as questões do ENEM são mais interpretativas e
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apresentam uma contextualização relacionada com a atualidade. O SIMAVE é uma
avaliação externa com o objetivo de resultado para o governo, não tem o objetivo de
selecionar. Percebeu-se uma grande simplicidade dos itens. Em contrapartida, no
ENEM, observou-se maior complexidade de questões, ou seja, utilizando as
mesmas matrizes de referência, porém com uma maior exigência de raciocínio por
parte do aluno. Uma das razões disso pode ser o caráter seletivo que o mesmo
assume uma vez que atualmente ele faz o papel do antigo vestibular.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As avaliações de larga escala servem como base para identificar os problemas e dar
suporte para a melhoria da qualidade do ensino nas escolas. Após as comparações
concluímos que há muitas diferenças entre os dois sistemas de avaliação em
questão e que há muito que se discutir sobre eles. Observou-se que, mesmo
seguindo matrizes semelhantes, a maneira como as questões são elaboradas é
divergente devido aos objetivos distintos dos mecanismos de avaliação do SIMAVE
e do ENEM. Este priorizando a seleção de alunos e aquele mais voltado a
conhecimentos mínimos. Por meio dos resultados dos programas de avaliação aqui
apresentados, na escola em questão, surgiram projetos interdisciplinares e
atividades diversificadas elaboradas por todos os profissionais integrantes da
comunidade escolar, com o objetivo de melhorar o desempenho dos alunos nos
testes de larga escala.
REFERÊNCIAS
BONAMINO, A.; MARTÍNEZ, S.A. Diretrizes e Parâmetros Curriculares Nacionais
para o ensino fundamental: a participação das instâncias políticas do Estado
Educação e Sociedade, Campinas, v. 23, n. 80, p. 371-388, set. 2002.
Brasil (2010). Histórico do Enem. Disponível em <www.enem.inep.gov.br> acesso
em: 22/06/2014.
Minas Gerais (2010). Boletim Pedagógico da Avaliação da Educação do
SIMAVE/Proeb 2010: Matemática 3º Ano do ensino médio. UFJF/Caed, Faculdade
de Educação. Juiz de Fora – MG Jan/Dez. 2007. p. 75.
_______ Matrizes de Referência para Avaliação. Sistema Mineiro de Avaliação
da Educação Pública – SIMAVE – Matemática. Secretaria do Estado da Educação.
Belo Horizonte, MG., 2009.
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O PAPEL DO ENSINO SUPERIOR NA PROPOSTA DE UMA EDUCAÇÃO
INCLUSIVA
Pollyana Brandão Gomes¹, Luana Marques Parente Canuto², Bruno César
Veríssimo Gomes³- Graduada em Psicologia¹ – Centro Universitário de Caratinga –
UNEC; Graduada em Pedagogia ² - UNOPAR, Graduado em Engenharia
Agronôma³- Univertix
[email protected]
PALAVRAS CHAVES. Ensino Superior. Educação brasileira. Política educacional.
INTRODUÇÃO
Quando se fala em inclusão social, é pensar em justiça e direito que cada um tem
em viver em sociedade sendo um desafio, conseguir que todos os alunos tenham
realmente acesso a educação básica por meio da inclusão social. Baseando-se
nesta argumentação as instituições educacionais trabalham no sentido de elaborar
estratégias que visem à formação do aluno em todos os sentidos, procurando um
processo de ensino aprendizagem que visem uma qualidade de ensino. Uma escola
se torna inclusiva quando atende as diversidades do novo alunado em termos de
necessidades especiais. ( Sassaki 1997, p.03) .A conscientização da inclusão é uma
meta de toda instituição de educação e da sociedade. O aparecimento do tema
inclusão desde a década de 90 tem sido bastante polêmico nesse sentido o seguinte
trabalho aborda sobre a verdadeira inclusão demonstrando o verdadeiro papel do
ensino superior nesse sentido.
METODOLOGIA
A metodologia do presente artigo é de cunho teórico, direcionado especialmente aos
colegas professores universitários, visando provocar um repensar e levantar um
debate inicial a respeito de nossa própria prática como professores a partir dos
princípios de uma educação inclusiva. Foram pesquisados nas plataformas de busca
Scielo, Portal de Pesquisa da BVS e em Livros, assuntos relacionados ao tema.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Inclusão não é a proposta de um estado ao qual se quer chegar não se resume na
simples inserção de pessoas deficientes no mundo do qual têm sido geralmente
privados, Inclusão é um processo que reitera princípios democráticos de
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participação social plena. A inclusão social dependem da renovação da escola, só
aparece quando as pessoas envolvidas percebem discrepâncias entre o que eles
querem fazer e o que permitem os atuais limites. (Stainback e Stainbaick, 1999). A
inclusão envolve um trabalho de consciência direcionado a resolução de problemas
que promova a reconsideração dos limites dos relacionamentos, das estruturas e
dos benefício, uma luta, um movimento que tem por essência estar presente em
todas as áreas da vida humana, inclusive a educacional. Inclusão se refere,
portanto, a esforços que visem garantir a participação máxima de qualquer cidadão
em qualquer arena da sociedade em que viva, à qual ele tem direito, e sobre a qual
ele tem deveres. diferentes estudos visam garantir a educação escolar em todos os
níveis, atentando para as especificidades culturais e sociais dos diferentes
segmentos sociais e a escola é o local ideal para conscientização dos
alunos.(Goncalves, 2002). A prática da inclusão social repousa em princípios até
então considerados incomuns, tais como: a aceitação das diferenças individuais, a
valorização de cada pessoa, a convivência dentro da diversidade humana, a
aprendizagem através da cooperação, a inclusão chegou para reafirmar o maior
princípio já proposto internacionalmente: o princípio da educação de qualidade como
um direito de todos, oficialmente formalizado na Declaração Mundial sobre
Educação para Todos: necessidades básicas de aprendizagem, na Conferência de
Jomtiem, Tailândia, em 1990. Nesse sentido o processo de inclusão se refere a
quaisquer lutas, nos diferentes campos sociais, contra a submissão de pessoas
excluídas. No campo educacional a inclusão é enfatizada na Declaração de
Salamanca, e toda essa movimentação teórica e prática a favor da inclusão tem
provocado um repensar do papel da educação. .A educação inclusiva possui a
proposta de acolher em escolas regulares todas as diferenças, sendo necessário
que educadores adaptam seus currículos e estilos de ensino para atender à gama
de diversidades encontradas entre os alunos de qualquer turma, e, em se tratando
do atendimento às necessidades de todo e qualquer aluno, as atitudes de uma
instituição educacional inclusiva enfatizam uma postura não só dos educadores, mas
de todo o sistema educacional. Uma instituição educacional com orientação inclusiva
é aquela que se preocupa com a modificação da estrutura, do funcionamento e da
resposta educativa que se deve dar a todas as diferenças individuais, implica uma
mudança de perspectiva educacional, não se limita aos alunos com deficiência aos
que apresentam dificuldades de aprender, envolve todos os demais, para que
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obtenham sucesso na corrente educativa geral. Assumir as funções sociais, culturais
e políticas, a educação, na perspectiva da inclusão é necessário que a instituição de
educação, professores visem reorientar-se a partir dos mesmos; na busca da
garantia das necessidades básicas essenciais ao desenvolvimento e aprendizagem
e da construção do conhecimento de forma significativa, como também promover a
oportunidade de convívio com a diversidade e singularidade, exercitando suas
funções de forma aberta, flexível e acolhedora. O objetivo da inclusão nas escolas é
criar um mundo em que todas as pessoas se reconheçam e se apoiem mutuamente,
cabe ao profissional examinar e procurar metas e meios que possam aumentar o
desenvolvimento dessa auto identidade no contexto do movimento escolar inclusivo.
No que diz respeito ao currículo diz respeito à organização de conteúdos a serem
ensinados, as relações que perpassam o processo dessa organização: a escolha
sobre o que priorizar a ser ensinado na escola, a decisão sobre quem determina
esses e outros e aspectos que comporão o processo ensino-aprendizagem como um
todo, não é a quantidade de conteúdos que garante uma boa formação, mas todo
um conjunto de fatores: pedagógicos, culturais, sociais poderá ocorrer a exclusão.
Para que ocorra a inclusão escolar o sistema educacional precisa ser reestruturado
visando atender as necessidades dos alunos. (Silva, 2010). Outro ponto a ser
destacado no que diz respeito aos eixos temáticos é a prática pedagógica depende
de gestos e atitudes na prática relacionada às crenças (culturas) e posturas políticas
do educador onde esse necessita ser criativo, ter competência, experiência,
investigação, critica, humildade. A avaliação é outro a ser destacado, devendo ser
inclusiva e diversificada ter como ênfase o desenvolvimento e a aprendizagem do
aluno, em que a mesma seja entendida como processo permanente de análise das
variáveis que interferem no processo de ensino e aprendizagem, para identificar
potencialidades e necessidades dos alunos e condições da instituição educacional
para atender tais aspectos.
CONSIDERAÇÕES FINAIS.
O assunto abordado é delicado e, inspira cuidado, já que o conceito de inclusão
pode contrariar convicções arraigadas pelo convívio familiar. É muito importante que
se tenha em mente as consequências das atitudes excludentes. É um grande
desafio para a educação lidar com a discriminação, desigualdades e inclusão
existentes dentro da própria escola e também fora da escola.
A inclusão nas
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instituições educacionais pretende reverter o percurso de exclusão de qualquer
natureza e ampliar as possibilidades de inserção de crianças, jovens e adultos,
assim a pergunta a ser feita é que tipo de educador uma orientação inclusiva prevê?
As escolas inclusivas devem procurar atender às necessidades diversas de seus
alunos acomodando ambos os estilos e ritmos de aprendizagem e assegurando uma
educação de qualidade a todos através de um currículo apropriado, arranjos
organizacionais, estratégias de ensino, recursos e parceria com as comunidades,
porque é preciso educar todas as crianças.
REFERÊNCIAS
GONÇALVES Luiz Alberto Oliveira e SILVA Petronilha Beatriz Gonçalves. O Jogo
da Diferenças- O Multiculturalismo e seus Contextos- 3ª edição- 1ª reimpressãoBelo Horizonte, 2002.
SASSAKI Romeu Kazumi-. Inclusão: Construindo uma sociedade para todos. 4ª
edição- Rio de Janeiro, 1997.
STAINBACK Susan e STAINBACK William. Inclusão: Um Guia para Educadores.
Tradutora : Magda França Lopes- Porto Alegre, 1999.
SILVA; Aline Maria. Educação Especial e Inclusão Escolar. 1ª edição.Editora
IBEPX.2010.
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INOVAÇÃO NA EDUCAÇÃO SUPERIOR
Luana Marques Parente Canuto¹, Pollyana Brandão Gomes²; Bruno César
Veríssimo Gomes ³. Graduada em Pedagogia ¹ - UNOPAR, - Graduada em
Psicologia²– Centro Universitário de Caratinga – UNEC, Graduado em Engenharia
Agronôma³- Univertix
[email protected]
PALAVRAS CHAVES. Ensino Superior. Integração. Conhecimento.
INTRODUÇÃO
Inovação no Ensino Superior pode ser entendida como conjunto de alterações que
afetam pontos chave e eixos constitutivos da organização do ensino universitário
provocadas por mudanças na sociedade ou por reflexões sobre concepções
intrínsecas à missão da Educação Superior. Várias alterações visando a inovação
na educação superior, podem ser citadas como elemento constitutivo como o projeto
pedagógico de um curso ou de uma Instituição desde o inicio de sua elaboração e
alterações conforme as necessidades da sociedade ou de politicas governamentais
e segundo Gil (2009) as mudanças do ensino superior requer profissionais
competente, com conhecimentos técnicos dentre outros.
METODOLOGIA
A metodologia do presente artigo é uma reflexão sobre a Inovação na Educação
Superior de vários autores sobre as novas mudanças na educação superior, sendo
baseado em um referencial teórico buscando reflexão sobre a
formação de profissionais críticos e competentes, exigidos pela sociedade atual.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
A explicitação de objetivos educacionais mais amplos inclui aspectos cognitivos,
habilidades e competências humanas, profissionais, atitudes e comportamentos
exigidos
pela
sociedade
atual,
como
ética,
política,
profissionalismo.
A
reorganização e flexibilização curricular visando atendimento às novas exigências do
projeto pedagógico ou metas educacionais e segundo Sacristan (2000) o currículo
está basicamente ligado ao contexto educacional, mas para compreender seu
significado deve-se conhecer as estruturas internas. A reconceptualização do papel
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das disciplinas como componentes curriculares, selecionadas em função dos
objetivos formativos. A integração das disciplinas e atividades curriculares em
função dos objetivos educacionais havendo interação entre as disciplinas, como
também uma metodologia mais diversificada voltada para aulas expositivas dentre
outras que visem atingir os objetivos educacionais onde os aluno se sintam
motivados em aprender e nesse contexto a exploração das novas tecnologias,
baseadas na informática ,telemática, internet, propiciando atividades a distância, fora
do espaço sala de aula, ao mesmo tempo estimulando o aluno para o encontro com
o professor e os colegas. Nesse contexto alcançar maior coerência interna na
determinação dos objetivos e nos meios mais adequados para atingi-los. Outro
ponto a ser destacado é no que tange a avaliação, como, instrumento de feedback
(retro-informação) que motive o aluno a aprender e aprender
como também
acompanhar o processo de aprendizagem de forma continua com a participação de
todos funcionando deve possibilitar ao professor analisar criticamente sua prática
educativa. Segundo Vasconcellos,( 2000) “a avaliação é um procedimento da
existência humana, que pensa criticamente a prática, que tenta perceber os
avanços, resistências, dificuldades, objetivando decidir o que fazer para superar
problemas e obstáculos de variadas situações. No que diz ao professor não só
transmita informações, mas seja mediador do processo ensino aprendizagem, e
conforme Freire ( 2002) o professor não pode ser um mero transmissor, é preciso
ensinar para que o aluno realmente aprenda. Também é muito importante o
compromisso do educador com as novas mudanças, sendo necessário que este se
comprometa realmente com o processo ensino aprendizagem promovendo uma
metodologia diversificada que busque a qualidade do ensino, e para tal é necessário
a integração, ou seja,
intercâmbio entre os professores da mesma área e de
outras áreas, para que novos caminhos possam ser abertos. Uma instituição deve
sempre buscar a inovação, assim, tecnologias, bibliotecas, laboratórios adequados
dentre outros que possam contribuir positivamente para as mudanças da nova
educação. O segundo elemento constitutivo de conceito de inovação apresentado
são alterações provocadas por mudanças na sociedade, onde hoje denominamos
sociedade do conhecimento, informações a todo o momento, quer seja de revista,
mídias e outros que abordam assuntos outrora só encontrados em periódicos
científicos, informações, em que nos atualizam, Nesse contexto, a matéria prima da
educação superior é o conhecimento, onde é necessário reflexão sobre as
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consequências das alterações na sociedade, ocorrida pela tecnologia nos trabalhos
acadêmicos, exigindo mudanças na cultura organizacional da instituição. As
demandas da sociedade do conhecimento também nos conduz a crise na carreira
profissional pela exigência de novas habilidades e competências, sem desconsiderar
a competência técnica: trabalho em equipe, adaptação a situações novas, aplicação
de conhecimento e aprendizagens, atualização contínua pela pesquisa, abertura à
crítica, busca de soluções criativas, inovadoras, fluência em vários idiomas, domínio
do computador e de processos de informática, gestão de equipe, diálogo entre
pares. Também as atuais políticas governamentais do ensino superior dão novos
espaços para a proposta de inovação no ensino de graduação, pesquisa exigindo
mais o conhecimento interdisciplinar, cooperativo e integrado. O último componente
constitutivo do conceito de inovação apresentado – alterações que traduzem na
vidadas instituições as reflexões atuais sobre concepções intrínsecas à missão da
Educação Superior encontra-se voltada para a formação de pessoas altamente
qualificadas e cidadãos responsáveis, aprendizagem permanente, promoção,
geração e difusão da pesquisa e proteção e consolidação de valores atuais. O
documento da UNESCO explicita aspectos a exigir mudanças essenciais,
inovadoras, na educação superior: nos currículos, métodos pedagógicos, na
formação contínua de professores, incluindo a formação pedagógica; além da
incorporação crítica da tecnologia, da distância e da compreensão e exploração dos
ambientes virtuais. Autores da área da Administração (Drucher, 2000; Senge, 1996;
Kanter,1996) têm colocado a questão da inovação na pauta de debate atual sobre a
crise das organizações sociais. Drucker (2000) afirma que nos próximos cinqüenta
anos as escolas euniversidades sofrerão mudanças e inovações mais drásticas que
nos seus últimos trezentos anos quando se organizaram em torno da mídia. Senge
(1996) comenta sobre o compromisso de todos que se encontram envolvidos no
projeto de mudanças, e Kanter (1996) enfatiza que para as mudanças é preciso
parceria, para que se criem vínculos e assim o fortalecimento. Imbernón (2000)
desenvolve várias reflexões sobre as mudanças, dentre elas valorização do
conhecimento, o controle
dos professores sobre seu processo de trabalho,
valorização da comunidade dentre outros.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
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O presente artigo demonstrou através de uma reflexão que para ocorrer mudanças
no ensino superior é preciso inovar em vários sentidos, vivemos na era do
conhecimento e isso requer mudanças onde novas metodologias que incluam a
Tecnologias de Informação e Comunicação na prática docente; como também
recursos tecnológicos para os alunos, laboratórios mais equipados, dentre outros
que visem uma melhoria na qualidade do ensino superior onde o aluno esteja
realmente sendo preparado para o mercado de trabalho.
REFERÊNCIAS
FREIRE, Paulo. Pedagogia da Autonomia: Saberes Necessários à Prática
Educativa. São Paulo: Paz e Terra, 2002.
GIL, Antônio Carlos. Didática do Ensino Superior. São Paulo, Atlas, 2009.
MASSETO, Marcos. Inovação Na Educação Superior. Disponível em:
http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1414-32832004000100018.
Acesso em: 18/08/2014.
SACRISTAN, Gimeno. O Currículo, uma reflexão sobre a prática. Porto Alegre:
Editora Artmed, 2000.
VASCONCELLOS, Celso dos Santos. Avaliação: concepção dialético-libertadora
do processo de avaliação escolar. São Paulo: Libertad, 2000.
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O ATO DE PLANEJAR E AVALIAR NO ENSINO SUPERIOR
Bruno César Veríssimo Gomes ¹, Pollyana Brandão Gomes², Luana Marques
Parente Canuto³ - Graduado em Engenharia Agronôma¹- Univertix
Graduada em Psicologia² – Centro Universitário de Caratinga – UNEC; Graduada
em Pedagogia ³ - UNOPAR.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Avaliação. Ensino superior. Planejamento.
INTRODUÇÃO
A educação tem como objetivo e meta principal preparar indivíduos para exercerem
atividades num determinado contexto social, político e cultural. Preparar o aluno
para desempenhar bem sua função de humanização e emancipação onde tenha de
se desenvolver em seus múltiplos aspectos; repensando sua prática, refletindo sobre
o significado social do seu trabalho e buscando novas alternativas para os inúmeros
problemas educacionais. A avaliação parece um termo amplo e nada fácil de definir.
Hadji (1993) muito bem coloca que “dela não se pode ter uma definição única e
exata”. Hadji 1993, p.31 afirma que “[...] o ato de avaliação, é um ato de “leitura” de
uma realidade observável, que aqui se realiza com uma grelha predeterminada, e
leva a procurar, no seio dessa realidade, os sinais que dão o testemunho da
presença dos traços desejados”. Luckesi (2002) coloca que “a avaliação deve
também orientar a tomada de decisões que terá como consequência a melhoria do
ensino, colaborando no replanejamento das aulas a partir do que foi constatado,
para que estas sejam cada dia mais produtivas e significativas”. O ensino superior,
em qualquer sociedade, representa um dos fatores de desenvolvimento econômico e
é um dos pólos da educação por toda a vida dos indivíduos. Além de criar
conhecimentos, é o instrumento principal da transmissão da experiência cultural e
científica de qualquer sociedade. O trabalho tem como objetivo expor os princípios
que norteiam a prática pedagógica de um professor universitário e seu processo
avaliativo visando uma verdadeira formação profissional de qualidade, levando
assim a uma reflexão sobre os pilares da educação “aprender a ser, aprender a
conviver, aprender a fazer, aprender a aprender”, para que o professor possa fazer
uma reflexão e uma auto avaliação sobre sua prática pedagógica.
METODOLOGIA
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Foram pesquisados nas plataformas de busca Scielo, Portal de Pesquisa da BVS,
Livros, assuntos relacionados com o Planejamento e Avaliação no Ensino Superior.
Para a realização deste trabalho foram utilizadas as palavras chaves Avaliação,
Ensino Superior, Planejamento.
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Na
prática
como
docente,
percebe-se
que
a
aprendizagem
acontece
verdadeiramente quando está associada o que está sendo trabalhado em sala com
o que é real, com aquilo que tem sentido e valor para o aluno. A avaliação não pode
ser autoritária e conservadora, mas sim diagnóstica, propiciando avanços e
propondo novas metas. (Luckesi 1999). Sendo assim pode-se dizer que o processo
de avaliação deve ser capaz não apenas de verificar o que o aluno foi capaz de
memorizar, mas também o nível de compreender o significado desse material e de
transferências do que foi aprendido em aula para outras situações. A avaliação
precisa acontecer num contexto em que dê condição ao aluno de refletir tanto sobre
os conhecimentos constituídos, o que sabe, quanto sobre os processos pelos quais
isso ocorreu como conseguiu aprender. A avaliação não é, portanto unilateral, mas
dialógica.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Para que o processo de avaliação assuma nova configuração e desempenhe um
novo papel deve-se romper o estereótipo da avaliação que reprova, pune e exclui e
buscar seu real significado e função na educação, também considerar a avaliação
como prática continuada do trabalho pedagógico. O ato de planejar e avaliar no
ensino superior se faz necessário, portanto para que ocorra a aprendizagem
significativa o professor antes de avaliar precisa planejar seguindo os passos
necessários para que se chegue à avaliação, sendo necessário conhecer melhor os
alunos, para que, a implementação de metodologias educacionais mais adequadas
torna-se um recurso que facilita a interação professor-aluno. O levantamento de
conhecimentos prévios dos alunos nos vários assuntos a serem ministrados facilita o
planejamento visando atingir os objetivos desejados e a utilização dos recursos
metodológicos a serem aplicados.
REFERÊNCIAS
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HADJI, Charles. A Avaliação, Regras do Jogo. Das Intenções aos Instrumentos. 4.
ed. Portugal: Porto, 1993.
LUCKESI, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar. 3.ed. São Paulo
Cortez, 1999.
_________, Cipriano Carlos. Avaliação da aprendizagem escolar.
Paulo: Cortez, 2002.
12.ed. São
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A DANÇA NO CONTEXTO ESCOLAR
Daiane Aparecida Dias Ferreira – graduanda do 6º período do curso de Educação
Física da Univértix.
Natália Fontes Alves Ambrósio – Orientadora. Professora do curso de Educação
Física da Univértix.
Leililene Antunes Soares – Professora da Universidade do Estado de Minas Gerais
e da Faculdade Vértice.
Kelly Aparecida Nascimento – Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão
da Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Dança, Escola, Educação Física.
INTRODUÇÃO
A dança é vista superficialmente dentro dos espaços escolares, o que tem por
consequência a permanência da ideia de que a dança na escola seria apenas
destinada, na maioria das vezes, para as datas comemorativas, ocasiões festivas,
shows de talentos, onde é oferecido às crianças um tempo do período escolar
(geralmente educação física) para o ensaio de uma determinada coreografia,
geralmente representativa de determinada cultura (MARQUES, 2007).
Segundo Bracht (1992), o objetivo da escola se predomina na aprendizagem do
esporte, ficando a ginástica e a corrida, por exemplo, como simples aquecimento,
além dos jogos populares terem sido transformados em "jogos pré-desportivos”. O
esporte passou a ser o conteúdo hegemônico da Educação Física. Sentidos tais
como o expressivo, o criativo e o comunicativo, como o conteúdo da dança, se
manifestam em outras atividades, não são explorados quando o conteúdo escolar é
apenas o esportivo (KUNZ, 1989).
A dança tem o objetivo de ajudar o ser humano a encontrar uma relação e
expressão corporal (LABAN, 1990). É preciso que cada um de nós, ao sair de um
espetáculo de dança que o tenha entusiasmado, se debruce sobre esse problema e
o encare em nível da existência e não apenas no do espetáculo, transpondo desse
modo a satisfação interior para o plano da participação duradoura. O lugar da dança
é nas casas, nas ruas, na vida (BÉJART, citado por GARAUDY, 1980, p. 10).
O referente interesse por este tipo de pesquisa deve-se à minha vivência como
aluna e estagiária de educação física em escolas públicas e privadas, onde
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inúmeras vezes observei pouca ou nenhuma prática da Dança sendo ministrado
pelos professores em suas aulas.
Dessa forma, o presente estudo tem como objetivo verificar a prática da Dança em
uma escola pública e privada do interior da Zona da Mata Mineira da Cidade de
Matipó.
Pretendo com este estudo contribuir para uma melhor análise da Dança no contexto
escolar a fim da criação de estratégias para a implementação de programas para a
prática e massificação da Dança no contexto escolar.
METODOLOGIA
Esta pesquisa descritiva foi realizada com alunos de educação Física do ensino de
uma rede pública e privada da cidade de Matipó, MG.
Segundo Gil (1997), as pesquisas descritivas têm como objetivo primordial a
descrição das características de determinada população ou fenômeno ou, então, o
estabelecimento de relações entre variáveis. São inúmeros os estudos que podem
ser classificados sob esse título e uma das características mais significativas está na
utilização de técnicas padronizadas de coleta de dados, tais como o questionário e a
observação sistemática.
Para a mensuração da prática do ensino da Dança nas aulas de Educação Física,
foram aplicados questionários fechados e abertos durante o mês de agosto de 2014,
visando compreender como a dança está sendo ministrada no contexto escolar.
Os questionários foram aplicados depois de assinado o Termo Consentimento Livre
Esclarecido (TCLE) e as informações foram agrupadas por questões e tabuladas em
arquivo Word (versão 2010).
RESULTADOS E DISCUSSÃO
Foram analisados dados dos questionários de 70 escolares, sendo 20% do gênero
masculino e 29% do gênero feminino, com média de 14 a 19 anos idade que
participaram da pesquisa.
De acordo com os resultados para a primeira questão em relação ao conhecimento
dos alunos sobre o que é a Dança e se conhecessem sobre a Dança, a maioria dos
alunos (74.4%) respondeu que conhecem destes alunos, 38,6% relataram que a
Dança está relacionada à expressão corporal, ritmo e música, 21,4% responderam
que a Dança é legal, uma forma de comemorar e sentir-se livre, os outros 14,4%
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responderam que a Dança está relacionada à atividade física, ao esporte, ao
movimento e saúde.
Em relação ao gosto pela Dança, à maioria dos alunos (51%) entrevistados
disseram que gostam, alguns relataram que depende da dança (27%), os outros
alunos gostam apenas um pouco (13%) e uma pequena quantidade de alunos não
gosta (9%). Quanto aos motivos que levam os alunos a gostarem da dança, 41,4%
responderam que a dança porque levanta a alto estima e é uma forma de se divertir.
Pode-se observar que muitos alunos entrevistados (76%) não têm ou tiveram aula
de Dança na escola, apenas 20% disseram ter tido nas aulas de educação Física e
4% em outras disciplinas. A inexistência de aulas de dança na escola faz com que
os alunos desconheçam este conteúdo e acabam não vivenciando e assim não
conhecem a dança. Entretanto, foi observado que a maioria dos alunos (76%)
gostaria de ter as aulas de dança na escola.
Outro aspecto questionado foi referente a presença da dança na vida dos alunos
fora da escola, a maioria deles (64%) relataram que são influenciados fora do
ambiente escolar. No entanto, apesar da dança influencia-los fora da escola, ela
está presente no dia-a-dia de apenas 30% dos alunos.
Nesse sentido, pode-se pensar que a dança, por si só, trata da construção da
personalidade e da manifestação do lado humano uma vez que possibilita a livre
expressão e o desenvolvimento de potencialidades. Entretanto, na maioria das
vezes, a dança está presente nas escolas apenas em datas comemorativas, e não é
vista enquanto processo educativo, que necessita de fundamentação teórica - e não
meramente coreográfica - e principalmente, de continuidade no tempo para que
propicie resultados verdadeiramente satisfatórios. Com isso, é necessário que um
conhecimento sólido sobre o papel da Dança nas escolas seja passado e refletido
por alunos e professores.
REFERÊNCIAS
BETTI, M. Atitudes e opiniões de escolares de 1º grau em relação à Educação
Física. In: XIV Simpósio de Ciência do Esporte. 1986. São Caetano do Sul. Anais.
São Caetano do Sul. Celafiscs. Fec. do ABC,1994.
GARAUDY, R. Dançar a vida. Rio de Janeiro: Nova Fronteira, 1980.
GIL, A. C. Métodos e técnicas de pesquisa social. 5.ed. São Paulo: Atlas, 1997.
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LABAN, R. Dança educativa moderna. São Paulo: Ícone, 1990.
MARQUES, I. A. Ensino de dança hoje: textos e contextos. São Paulo: Cortez,
1999.
MARQUES, I. A. Dançando na escola, 4. ed. São Paulo, SP: Cortez, 2007.
KUNZ, E. O esporte enquanto fator determinante da Educação Física. Contexto &
Educação, v.15, p.63-73, 1989.
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CONCEPÇÃO SOBRE A EDUCAÇÃO FÍSICA DE ALUNOS DO 8º E 9º DO
ENSINO FUNDAMENTAL DE UMA ESCOLA PÚBLICA ESTADUAL DE UM
MUNICÍPIO DA ZONA DA MATA MINEIRA
Élcio Júnior Frade Araújo e Luana de Abreu Alves– acadêmicos do 6º período do
curso de Educação Física da Univértix.
Kelly Aparecida Nascimento – Orientadora. Professora e coordenadora de
Pesquisa e Extensão da Univértix.
Leililene Antunes Soares –.Professora da Universidade do Estado de Minas Gerais
e da Faculdade Vértice.
Natália Fontes Alves Ambrósio – Professora do curso de Educação Física da
Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Educação Física, Ensino Fundamental, Escola.
INTRODUÇÃO
Medina (2006) publicou a 1ª edição de sua obra em 1983, com um estudo que se tornou
marco na Educação Física Brasileira e defendia que esta disciplina precisava entrar em
crise para conseguir superar, naquela época, o quadro de indefinições quanto à sua
identidade. O estudo do autor versa sobre os graus de consciência (intransitiva,
intransitiva ingênua e transitiva crítica) dos estudantes de Educação Física, denunciando
a precariedade do processo de formação acadêmica nos cursos de graduação. Ocorre
que tal obra, escrita há mais de 30 anos, parece trazer um discurso totalmente coerente
aos dias atuais, o que se constitui em grande lástima
O quadro identificado anteriormente, a respeito da profissão, acaba por influenciar o
lugar que a Educação Física ocupa na concepção dos próprios alunos.
O reconhecimento deste quadro de pesquisas fez emergir a necessidade de aprofundar
o conhecimento no que tange as perspectivas de alunos sobre a Educação Física na
escola. Assim, o objetivo do estudo foi identificar a concepção sobre Educação Física
escolar de alunos do 8º e 9º ano do ensino fundamental de uma escola pública estadual
de um município da Zona da Mata mineira.
Com a realização desta investigação, pretendemos contribuir a ampliação da produção
de um conhecimento que vise à ressignificação do sentido e significado da Educação
Física para os alunos da escola básica, bem como o lugar desta disciplina no currículo
escolar. Além disso, apontar caminhos que contribuam para a conscientização do
profissional de Educação Física sobre a sua prática docente.
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METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa de abordagem quantitativa, do tipo descritiva, que foi
realizada através de questionário fechado, contendo 10 questões, com 171 alunos do 8º
e 9º ano de uma escola pública estadual de uma cidade da Zona da Mata Mineira.
Segundo o IBGE CIDADES (2014) o município possui uma população de 13.311
habitantes.
Segundo Gil (2006) a pesquisa quantitativa tem como objetivo a descrição das
características e fenômenos relativos a uma determinada população, ou fenômeno. Uma
das características dessa modalidade está na utilização de técnicas padronizadas de
coleta de dados.
O estudo foi realizado em julho de 2014, em uma escola que possui 934 alunos, dos
quais 97 são do 8º ano e 108 do 9º ano, totalizando 205 alunos. A Escola tem 55
professores, sendo 3 da disciplina Educação Física. Participaram do estudo 171 alunos
do 8º e 9º ano, amostra constituída pelos alunos presentes na escola na data da
aplicação do instrumento. A participação desses alunos foi mediante a assinatura do
Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Os dados foram colhidos e
tabulados em programa Microsoft Excel e apresentados em forma de percentil simples.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
De acordo com os objetivos propostos foram analisados dados dos questionários de 171
escolares que participaram da pesquisa. Os resultados evidenciaram para a primeira
questão quanto à participação nas aulas de Educação Física, que a maioria dos
entrevistados sempre participa (69,6%). Em relação ao conceito dessas aulas, os alunos
apreciam a Educação Física, julgando-a ótima (42,7%) ou muito boa (34,5%). Também
foi observado que o professor mantem relacionamento adequado com os alunos, como
respondido ao questionário o relacionamento é ótimo (42%), muito bom (27,5%) ou bom
(25%).
Em relação ao conhecimento dos alunos sobre o que é a Educação Física, estes
relataram que essa aula é para se desenvolverem em todos os aspectos, principalmente
para a saúde (62,6%), poucos destes responderam que a Educação Física é tempo livre
(17,5%), para descansar (5,8%) ou um momento de brincadeiras (8,8%). Diversos
desses relatos são importantes fatores para a Educação Física escolar, a participação
frequente, o gosto pelas aulas, o entendimento dos seus objetivos e o relacionamento
com o professor.
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Entretanto, assim como foi apontado no estudo de Lovisolo (1995), no presente estudo
apesar da maioria dos alunos (57,9%) responderem que a Educação Física é a
disciplina que mais gostam, por outro lado, quando os alunos foram questionados
quanto à importância da disciplina, a Educação Física ficou em terceiro lugar com um
baixo percentual de alunos que a consideram importante (14,6%) em relação à
Matemática (40,9%) e a Língua Portuguesa (32,2%).
Além disso, a questão que investigou o que o professor de Educação Física faz durante
as aulas, os alunos responderam que ele apenas fica vigiando (60,8%) ao invés de
explicar o conteúdo da aula do dia, fazendo intervenção durante essas aulas (22%).
Pode-se notar que a pouca intervenção do professor de Educação Física quanto à
explicação do conteúdo, também é um aspecto que interfere na reflexão dos mesmos
sobre a importância dessas aulas. Outro aspecto evidenciado foi em relação às
atividades propostas, a maioria dos alunos respondeu que o professor promove apenas
brincadeiras (32,7%), apenas o vôlei (32,7%) e outros responderam apenas o futebol
(23,4%). Referente à atitude do professor quando um aluno atrapalha a aula, a maioria
respondeu que o professor retira o aluno da atividade realizada (67%). É necessário que
um conhecimento sólido sobre o papel da Educação Física nas escolas seja passado e
refletido por alunos e professores.
Diante desses resultados apresentados, pode-se discutir a necessidade de se pensar
em intervenções sistematizadas sobre a Educação Física Escolar, que possam
ultrapassar o mero nível de informação sobre a realidade e que busque formar
indivíduos a partir de grupos de reflexão, análise crítica. Além disso, torna-se importante
educar para uma formação que possa fazer os profissionais de Educação Física analisar
conteúdos e propostas que mudem a dimensão de suas aulas e com isso, possam
contribuir em uma adequada formação dos seus alunos.
REFERÊNCIAS
GIL, Antônio Carlos. Como elaborar projetos de pesquisa. 5. ed. São Paulo: Atlas,
2008.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICO - IBGE. Cidades.
Disponível em http://www.Ibge.Gov.br/cidadesat/topwindo. Acesso em: 04. ago. 2014.
LOVISOLO, Hugo. Educação Física: a arte da mediação. Rio de Janeiro: Sprint, 1995.
MEDINA, João Paulo Subirá. A educação física cuida do corpo... e “mente”. 21.ed.
Campinas SP: Papirus, 2006.
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CONHECIMENTO DOS PROFESSORES SOBRE AVALIAÇÃO FÍSICA APLICADA
NO AMBIENTE ESCOLAR
Erick José Leles de Oliveira – Acadêmico do 6º período do curso de Educação
Física da Univértix.
André Salustiano Bispo – Orientador. Professor e coordenador do curso de
Educação Física da Univértix.
Leililene Antunes Soares –Professora da Universidade do Estado de Minas Gerais
e da Faculdade Vértice.
Kelly Aparecida Nascimento – Professora e coordenadora de Pesquisa e Extensão
da Univértix.
[email protected]
PALAVRAS-CHAVE: Professores, Educação Física, Avaliação física.
INTRODUÇÃO
As discussões sobre a temática relacionada à avaliação educacional já existe desde
a década de 30, e tem se intensificado cada vez mais na atualidade. No contexto da
educação física especificamente, é possível afirmar que as pesquisas no campo da
avaliação começaram a expressar suas reflexões em meados da década de 1970
(SANTOS e MAXIMIANO, 2013), no entanto, o número de publicações cientifica
neste contexto ainda são escassas.
Antes de se iniciar toda e qualquer modalidade de atividade e/ou exercícios físicos é
importante que se faça uma avaliação física, possibilitando assim ao professor
identificar pontos fortes e fracos de cada aluno, além de permitir a comparação de
resultados futuros com intuito de verificar suas evoluções (FERNANDES FILHO,
2003; MARINS e GIANNICHI, 2003). No contexto escolar não deveria ser diferente.
A avaliação física também serve como instrumento para que os alunos conheçam o
seu próprio corpo e venham a valorizar a atividade física, reconhecendo a mesma
como um fator de qualidade de vida. (MARANGON, 2003).
Atualmente existem vários instrumentos utilizados como proposito de avaliar o
indivíduo e indicar se ele está apto ou não fisicamente. Alguns estudos mostram que
níveis satisfatórios de aptidão física relacionada à saúde podem ajudar na
prevenção, manutenção e melhoria da capacidade funcional, reduzindo a
probabilidade de inúmeras disfunções de doenças degenerativas, como diabetes,
obesidade, doenças cardiovasculares e hipertensão. (BORGES, 2012).
Inúmeros benefícios são relativos à avaliação física como: Identificar possíveis
distúrbios de ordem
motora, postural e metabólica, assim também podendo
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classificar indivíduos ou grupo de risco, ou elaborar programas preventivos
(AMARAL e BARROS, 2007).
Para muitos a escola é considerada a segunda casa, o adolescente e a criança são
assistidos por diversos profissionais de cunho educacional. Na formação de
profissionais da educação muitas vezes constitui-se o entendimento de alguns
sintomas e sinais pertinentes de atenção e quando estes encontrados poderão ser
instruídos e encaminhados ao profissional correto (RODRIGUES, 2008). É
importante destacar que no decorrer do período escolar o acompanhamento
minucioso do desenvolvimento da criança e do adolescente, é relatado como a base
da avaliação física. Além disso, a avaliação tem ligação direta com outros fatores
determinantes da aula de educação física: Planejamento, métodos, objetivos e
conteúdos. E, de acordo com as estratégias adotadas, os objetivos pretendidos, os
métodos escolhidos e os conteúdos trabalhados a avaliação poderá ser realizada de
maneiras distintas. Ainda, um fator determinante para a utilização da avaliação é o
estilo de trabalho do professor que está ministrando as aulas (BAGNARA, 2011).
Diante disso, será realizada uma pesquisa com professores de escolas publicas da
rede estadual da zona da mata mineira, sobre a avaliação física aplicada no
ambiente escolar. Tendo como objetivo do estudo procurar esclarecer e entender a
razão e o porquê do profissional de educação física aplicar ou não uma avaliação
física em seus alunos no ambiente escolar.
METODOLOGIA
Trata-se de uma pesquisa que será realizada à luz da abordagem qualitativa. Serão
aplicados questionários aos professores que ministram aulas de educação física nas
escolas públicas estaduais e municipais de um município localizado na Zona da
Mata mineira. Essa característica de pesquisa baseia-se na exigência de que o
mundo seja examinado com a ideia de que nada é trivial, que tudo tem potencial
para constituir uma pista que nos permita estabelecer uma compreensão mais
esclarecedora do objeto de estudo (BOGDAN e BIKLEN, 1994, p.49).
Os professores serão orientados a preencher um questionário estruturado com
proposito de identificação das variáveis relacionadas a seus conhecimentos gerais
sobre avaliação física na escola.
RESULTADOS PARCIAIS
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Trata-se de uma pesquisa em andamento, sendo que os resultados parciais
registram até o momento a realização do levantamento bibliográfico. Após a coleta
de dados, pretende-se realizar a analise através de estatística descritiva destes,
levando em consideração os valores médios e desvio padrão obtidos.
REFERÊNCIAS
BAGNARA, I. C. Perspectivas da avaliação na Educação Física Escolar. Revista
Digital. Buenos Aires, n.159, ago. 2011.
BOGDAN, R.; BIKLEN, S. Investigação qualitativa em educação: uma introdução
à teoria e aos métodos. Portugal: Porto Editora, 1994.
BORGES, L. L. Importância da avaliação física. Disponível em:
http://www.portaleducacao.com.br/educacao-fisica/artigos/16585/importancia-daavaliacao-fisica. Acesso em: 04. ago. 2014.
FERNANDES FILHO, J. A Prática da Avaliação Física, 2 ed. Rio de Janeiro,
Shape, 2003.
MARANGON, C. Como avaliar na educação física. Revista Digital Nova Escola.
mai. 2003.
MARINS, J. C. B. GIANNICHI, R. S. Avaliação e Prescrição de Atividade Física –
Guia Pratico. Rio de Janeiro: Shape, 2003.
RODRIGUES, C. Avaliação na educação física escolar. Revista Digital, Buenos
Aires, n. 127, dez. 2008.
SANTOS, W. MAXIMIANO, F. L. Avaliação na educação física escolar:
Singularidades e diferenciações de um componente curricular. Revista Brasileira
Ciência do Esporte, Florianópolis, v. 35, n. 4, p. 883-896, out./dez. 2013.
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ARTIGOS
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A MEDIAÇÃO PEDAGÓGICA DE TUTORES EM AMBIENTE VIRTUAL DE
APRENDIZAGEM
Leililene Antunes Soares – Mestre em Educação. Professora da Universidade do Estado
de Minas Gerais e da Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Rita Márcia Andrade Vaz de Mello – Pós-doutora em Educação. Professora da
Universidade Federal de Viçosa.
Cristiano Dini Antunes – Especialista em Ciências da Computação. Professor da
Universidade do Estado de Minas Gerais.
Maria das Graças Soares Floresta - Doutora em Educação. Professora da Universidade
Federal de Viçosa.
Mariana Schiavon Ferreira - Graduanda em Design de Produto na Universidade do Estado
de Minas Gerais.
[email protected]
RESUMO
O presente estudo objetivou identificar a mediação pedagógica dos tutores do Curso
de Pós-Graduação Lato Sensu em Coordenação Pedagógica no âmbito da Escola
de Gestores da Educação Básica através do ambiente virtual de aprendizagem
(PVANet) favorecendo a formação continuada de professores na modalidade a
distância. O estudo desenvolveu-se por meio da abordagem qualitativa. Utilizaramse, como instrumentos de coleta de dados, questionários e entrevistas
semiestruturadas. Os dados obtidos foram analisados segundo a técnica de análise
de conteúdo. Os sujeitos pesquisados foram três tutoras presenciais e nove
cursistas. Nos resultados, tutoras e cursistas comentam que o processo de
mediação, no qual o vínculo entre estes sujeitos foram relevantes para que ambos
se sentissem parte fundamental do processo de formação continuada. As tutoras
utilizaram as diferentes ferramentas do PVANet como instrumento de informação,
acompanharam o desenvolvimento das atividades, favorecendo a construção da
própria aprendizagem, o desenvolvimento da autonomia e reflexão, elementos
mediadores imprescindíveis na formação de professores na modalidade a distância.
PALAVRAS-CHAVE: mediação pedagógica, ambiente virtual de aprendizagem,
educação a distãncia, formação de professores
INTRODUÇÃO
A educação a distância (EaD), entendida no âmbito da educação em geral e
organizada para formar as novas gerações, transmitir o conhecimento científico e
cultural produzido pelo conjunto da sociedade, torna-se uma opção do cidadão do
século XXI, trazendo em si os limites e as contradições da sociedade moderna e
também a possibilidade de inclusão social (FARIA, 2010).
Ao se reconhecerem as mudanças no cenário mundial e, consequentemente,
no cenário educacional, espera-se que os professores também estejam em processo
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de mudança, afinal é necessário que estejam em sintonia com as novidades que se
inserem no contexto escolar. Novas tecnologias se impõem ao ser humano face às
transformações epistemológicas e tecnológicas que se produzem (SOARES, 2012).
O professor é instado a uma nova postura frente à tamanha revolução
científica, tecnológica e cultural. Não será mais o centro da prática pedagógica, do
processo de transmissão do conhecimento, mas se tornará necessariamente um
organizador, planejador e articulador das informações dispersas, do conhecimento
tácito e do conhecimento científico, (re)construindo, (re)ligando, (res)significando e
integrando-os num processo crítico-reflexivo que permite produzir conhecimento com
base nas diversas fontes midiáticas. Os educadores, numa visão emancipadora, não
só transformam a informação em conhecimentos e em consciência crítica, mas
também formam pessoas (VAZ DE MELLO e SOARES, 2013).
Neste contexto, o presente trabalho dedica-se ao estudo da importância da
mediação pedagógica dos tutores do Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em
Coordenação
Pedagógica
efetivadas
através
de
um
ambiente
virtual
de
aprendizagem favorecendo a formação continuada de professores na modalidade a
distância.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A educação pode ser entendida como um processo dinâmico de formação da
competência humana, que utiliza a mediação de vários meios de comunicação de
maneira a complementar ou apoiar a função do professor em sua interação com os
estudantes (DEMO, 2000).
A EaD pode ser entendida como agente de inovação dos processos de ensino
e aprendizagem, incentivando a incorporação de novas Tecnologias da Informação e
Comunicação (TICs) aos métodos didático-pedagógicos, e possibilitando ao cidadão
o acesso à educação superior pública e de qualidade, a partir da democratização do
acesso à educação. Estes fatores contribuem para a redução das diferenças
socioculturais que se perpetuam na sociedade (BÉDARD, 2004).
Neste cenário, a Universidade Federal de Viçosa (UFV) integra o Programa
Nacional Escola de Gestores da Educação Básica e, em parceria com o Ministério
da Educação, oferece o Curso de Pós-Graduação Lato Sensu em Coordenação
Pedagógica, com 400 matrículas iniciais, sendo 200 vagas (50%) para a rede
estadual e 200 vagas (50%) para a rede municipal. Esses coordenadores escolares
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são oriundos de 47 municípios do estado de Minas Gerais. Uma das razões que
levou a UFV a integrar o grupo de IES Mineiras que ministrariam o Curso foi, sem
dúvida, a evidente demanda de formação de profissionais da educação (SOARES,
2012).
A Coordenadoria de Educação Aberta e a Distância (CEAD), instituída em
2001, na Universidade Federal de Viçosa é responsável pela coordenação,
supervisão, assessoramento e prestação de suporte técnico às atividades realizadas
em diferentes áreas de ensino, utilizando novas tecnologias de informação e
comunicação. Além de apoiar os professores nas suas atividades de ensino e
extensão, sua proposta é diversificar as formas de atuação para atingir o maior e
mais variado público possível. Em 2007, o regimento da CEAD foi revisto e passou a
ser regido pelas determinações da Resolução 06/2007, do Conselho Universitário
(UFV, 2011).
O Ministério da Educação consentiu que o Curso de Pós-graduação Lato
Sensu em Coordenação Pedagógica utilizasse o ambiente virtual de aprendizagem
utilizado pela UFV (PVANet), por sua credibilidade e por ser uma plataforma
concebida para receber conteúdos das mais diversas disciplinas e cursos, nas
modalidades presenciais e a distância. Suas ferramentas garantem a inclusão de
conteúdos nos mais diferentes formatos: textos, vídeos e simulações, interação
aluno-tutor-professor síncrona e assíncrona (VAZ DE MELLO e SOARES, 2013).
A mediação pedagógica em EaD requer tecnologias da informação e
comunicação, possibilitando através dos ambientes virtuais que tutores, professores
e estudantes compartilhem atribuições específicas e primordiais ao sucesso de todo
o processo de ensino e aprendizagem (RUMBLE, 2003)
Importa destacar que na educação a distância a tutoria é um tema que possui
relação direta com o processo de ensino-aprendizagem; tendo papel relevante no
desenvolvimento de projetos e/ou cursos na modalidade a distância. A tutoria
privilegia a mediação pedagógica, assunto bastante estudado por Vygotsky que
destaca a importância da relação e da interação com outras pessoas como origem
dos processos de aprendizagem e desenvolvimento (VYGOTSKY, 1994).
A aprendizagem é um processo de construção determinado por condições
socioculturais e históricas, no qual a linguagem tem papel de extrema importância
(VYGOTSKY, 1984). Dada essa situação, entendemos que “a ação do outro sobre
cada sujeito que aprende é fundamental, não só como incentivadora, mas também
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como uma ponte indispensável entre este e a realidade que o circunda” (LINS et al.
2005, p.37).
O tutor reveste-se da responsabilidade de atuar como mediador “de
verdadeiras aprendizagens, que possam levar o sujeito a realizar interações que o
desenvolvam” (LINS et al. 2005, p.38).
O tutor deve promover a realização de atividades e apoiar sua resolução,
oferecer novas fontes de informação e favorecer sua compreensão. Guiar, orientar,
apoiar devem se referir à promoção de uma compreensão profunda, e estes atos
são responsabilidade tanto do docente no ambiente presencial como do tutor na
modalidade a distância (LITWIN, 2001).
O tutor presencial pode assumir um papel diferenciado como mediador do
processo de aprendizagem. A experiência de aprendizagem mediatizada é uma
interação na qual o mediatizador se situa entre o organismo do indivíduo
mediatizado e os estímulos, de forma a selecioná-los, mudá-los, ampliá-los ou
interpretá-los, utilizando estratégias interativas para produzir significação para além
das necessidades imediatas da situação (FONSECA, 2007).
O tutor desempenha os mais diversos papeis, utilizando-se das mais
modernas ferramentas de tecnologias de informação e comunicação (TICs). Devem
compor em seu perfil, além das funções de educador para a construção do
conhecimento, papéis de suporte às necessidades dos alunos, uma vez que é o
canal que pode atender aos anseios deles (MOREIRA, 2009).
METODOLOGIA
O presente estudo é qualitativo, que por ser desenvolvido numa situação
natural, é rico em dados descritivos, tendo um plano aberto e flexível, focaliza a
realidade de forma complexa e contextualizada (LUDKE e ANDRÉ, 1996).
Na pesquisa qualitativa, a coleta de informações pode envolver diversos
instrumentos. Para a realização dessa investigação foram utilizados: questionários e
entrevistas semiestruturadas.
Foram elaborados questionários distintos. O questionário dos tutores,
composto por 15 questões abertas, foi enviado a três tutoras (33,33% do total de
tutores) que atuam nas turmas A, B e C – assim denominadas para manter o
anonimato das cidades polo.
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O questionário dos cursistas compreendia 14 questões abertas e foi
encaminhado aos cursistas das turmas A, B e C, sendo que, dos 30 enviados,
apenas 3 pessoas de cada turma responderam (10%). Os nomes fictícios utilizados
a fim de se manter o sigilo quanto aos sujeitos pesquisados: Diva, Mara, Eva, Val,
Sisi, Mel, Rose, Mari e Bia.
Ambos os questionários foram enviados via email e Google docs (pacote de
aplicativo que permite a portabilidade de documentos).
As entrevistas foram realizadas com 3 tutoras - Ana, Maria e Lia, nomes
fictícios - a fim de complementar informações.
A opção pelo modelo de entrevista semiestruturada deu-se pelo fato de esta
permitir a realização de perguntas previamente selecionadas e, ao mesmo tempo,
possibilitar ao informante e ao pesquisador liberdade para abordar o tema proposto
(CRUZ NETO, 2004).
As entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas para a realização
do processo de análise. Os dados obtidos nas entrevistas foram analisados segundo
a técnica de análise de conteúdo (PUGLISI e FRANCO, 2004).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
As tutoras comentam acerca da expansão da educação a distância, a qual
caracterizam como “moderna”, destacando o surgimento e implantação de
tecnologias educacionais.
As tecnologias da informação e comunicação (TICs) e sua inserção nos
processos educacionais é uma forma de democratizar o acesso ao conhecimento,
bem como de expandir oportunidades de aprendizagem (ROSINI, 2011).
Um dos efeitos mais notáveis das tecnologias digitais é que eles permitem e
facilitam maior comunicação entre as pessoas, independentemente da sua situação
geográfica ou temporal, facilitando a interação entre as pessoas (MOREIRA, 2009).
Através dos comentários das tutoras percebemos o quanto seu papel na
mediação das ações pedagógicas e de interação entre professores, alunos e
material pedagógico é importante para o Curso de Pós-graduação em Coordenação
Pedagógica. Elas atuam como facilitadoras do processo de ensino e aprendizagem,
buscando a concretização dos princípios da autonomia e responsabilidade do
aprendiz,
contribuindo
para
a
constituição
de
espaços
colaborativos
aprendizagem.
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de
“A mediação pedagógica acontece quando atuo como facilitadora e
incentivadora da aprendizagem, quando colaboro ativamente para que o
aprendiz chegue aos seus objetivos.” (Ana – tutora da turma “A”).
“Mediação pedagógica é o ato/ou instrumentos que facilitam o aprendizado.
Fui mediadora ao utilizar o PVANet para favorecer a aprendizagem dos
cursistas." (Lia – tutora da turma “C”).
Cabe ao tutor, em seu trabalho de mediação pedagógica com o auxilio das
TICs incentivar o
processo espontâneo de construção do conhecimento,
enxergando-se como pessoa e sujeito de todo o processo. Para tanto, “é necessário
que os tutores tenham formação e sensibilidade para que sejam mediadores e
aglutinadores do processo de aprendizagem” (ASSIS, 2007).
As tutoras relataram preocupação em motivar as cursistas a participarem e
colaborarem, estimulando-as à reflexão durante o processo de ensino-aprendizado
que se desenvolveu, viabilizado pelas TICs.
De acordo com Santos e Resende (2008) essa ação é importante, já que
apresenta a mediação pedagógica em processos a distância como o tratamento do
conteúdo e das formas de expressão dos diferentes temas para que seja possível a
ação educativa, ressaltando que o uso da tecnologia deve ser balizado pelo
favorecimento da capacidade expressiva dos sujeitos, pois a considera como
essência da interlocução. Por conseguinte, a essência do processo educativo a
partir da mediação pedagógica é a formação do sujeito como interlocutor. A
capacidade expressiva pode ser definida como o domínio do tema e da matéria
discursiva, ou seja, do significado e do significante, que se manifesta por meio de
características como clareza, coerência, segurança, riqueza e beleza no manejo das
formas e diferentes linguagens.
As tutoras auxiliam na estruturação dos componentes de estudo, orientam e
estimulam, além de provocar as cursistas a construírem o seu próprio saber,
partindo do princípio de que cabe a elas criar um posicionamento de protagonista de
uma ação que tem a sua realidade como referência.
Acerca do uso das Tecnologias da Informação e Comunicação (TICs) através
do PVANet (ambiente virtual de aprendizagem da UFV utilizado no Curso), as
tutoras comentaram que não tiveram dificuldades para manusear as TICs.
Ambientes digitais de aprendizagem são sistemas disponíveis na internet,
destinados ao suporte de atividades mediadas pelas tecnologias de informação e
comunicação que permitem integrar múltiplas mídias e recursos, apresentar
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informações de maneira organizada, desenvolver interações entre pessoas e objetos
de conhecimento, elaborar e socializar produções tendo em vista atingir
determinados objetivos. As atividades se desenvolvem no tempo, ritmo de trabalho e
espaço em que cada participante se localiza, de acordo com uma intencionalidade
explícita e um planejamento prévio denominado design educacional, o qual constitui
a espinha dorsal das atividades a realizar, sendo revisto e reelaborado
continuamente no andamento da atividade (ALMEIDA, 2003).
Nesse contexto, os recursos do PVANet (fórum, chat, biblioteca virtual,
sistema de e-mail, dentre outros à disposição dos tutores) foram de grande
relevância, auxiliando na mediação pedagógica das tutoras, facilitando o
acompanhamento dos prazos estabelecidos para postagem das atividades, controle
de frequência do acesso ao curso, interação e mediação entre professores e tutores,
além do controle de informações estabelecidas segundo os critérios de organização,
definidos de acordo com as diretrizes do Curso.
Para desenvolver a educação a distância com suporte em ambientes digitais
e interativos de aprendizagem, torna-se necessária a preparação de profissionais
para desenvolver os recursos tecnológicos (software) condizentes com as
necessidades educacionais, o que implica estruturar equipes interdisciplinares
constituídas
por
educadores,
profissionais
de
design,
programação
e
desenvolvimento de ambientes computacionais para EaD, com competência na
criação, gerenciamento e uso desses ambientes (ALMEIDA, 2003). E isto, a equipe
da CEAD faz com excelência, proporcionando maior qualidade ao Curso de Pósgraduação em Coordenação Pedagógica.
As cursistas conceituam mediação pedagógica e identificam os processos
efetivados pelas tutoras:
“A mediação é o elo (ponte) feita para que o conhecimento chegue até o
seu destino final. Identifico o processo de mediação através do PVANet.”
(Diva, turma “A”).
"É a colaboração no trabalho pedagógico, é a motivação para a
aprendizagem. A tutora foi sempre uma figura incentivadora e facilitadora de
nossa aprendizagem.” (Rose, turma “C”).
“Mediação é o envolvimento entre o processo de ensino aprendizagem. A
tutora sempre esteve pronta a nos ajudar, motivando e orientando em todos
os momentos.” (Bia, turma “C”).
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Foi consenso entre as cursistas que as tutoras desenvolveram um intenso
papel de mediação que permeou as interações no processo ensino-aprendizagem,
atuando como facilitadoras, incentivadoras e/ou motivadoras educacionais.
Ser um facilitador educacional ou orientador acadêmico na mediação
pedagógica significa conduzir atividades e situações numa “estrutura mais livre, uma
espécie de conjunto que permite aos alunos explorar não só o material do curso,
mas também, materiais a ele relacionados, sem restrições”, assim como qualquer
outra tecnologia adotada no curso (FERREIRA, 2009).
“Mediação pedagógica é o tutor levar o aluno a refletir, a relacionar o
aprendizado ao contexto social é a interação entre o tutor e o aluno. E o
aluno identifica esses processos de mediação pedagógica durante as
orientações das atividades individuais e coletivas.” (Mara, turma “A”).
“O tutor participa do ensino-aprendizagem mais como um mediador e
motivador na relação do aluno com material didático, em busca do
conhecimento. O tutor é responsável pela mediação pedagógica da
construção do saber de seus alunos. Percebo esse processo na mediação
tutor-universidade e nas trocas de experiências.” (Eva, turma “A”).
Destaca-se a assertiva de Mel, da turma “B”, que ressalta o papel de
mediadora da tutora, salientando a preocupação dela com a qualidade do processo
educacional e destacando a utilização dos recursos do PVANet como agente para
incrementar a interação entre docentes e cursistas, facilitando a atuação coletiva.
“Mediação é motivar para o estudarmos e aprendermos. Identifico os
processos de mediação pedagógica efetivadas por minha tutora através dos
retornos em tempo e por sempre nos estimular a usar os recursos
disponíveis no PVANet para interagir com os professores, outros colegas e
tutores. Ela se preocupava com o coletivo tanto no presencial quanto no
ambiente virtual.” (Mel, turma “B”).
O papel de mediador é salientado diante da preocupação com a qualidade do
processo educacional e a indicação da utilização de diversas mídias como agentes
para incrementar a interação entre docentes e discentes e facilitar a atuação
coletiva. As autoras ainda destacam que a EaD caracteriza-se por ser um processo
composto por duas mediações: a mediação humana e a mediação tecnológica,
imbricadas uma na outra. A primeira, pelo sistema de tutoria; a segunda, pelo
sistema de comunicação que está a serviço da primeira, para viabilizar a mediação
pedagógica. A mediação pedagógica resultante da concepção planejada entre estas
duas mediações é potencializada pela convergência digital que disponibiliza acesso
e portabilidade por meio de dispositivos de comunicação síncrona e assíncrona,
cada vez mais integrados, velozes e potentes (SOUZA, 2010).
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As cursistas comentaram sobre a atuação do seu tutor quanto ao
relacionamento com as tecnologias de informação e comunicação (TICs) adotadas
no Curso através do PVAnet. Para todas, essa relação “foi positiva”. Na opinião de
Bia (turma “C”), a tutora “demonstrou conhecimento suficiente para repassar todas
as informações necessárias para o desenvolvimento dos trabalhos e o bom
andamento do Curso. Também percebi que houve incentivo para utilizarmos
interagindo com ela, com os professores e outros colegas.”
As TICs podem ampliar as possibilidades de formação em EaD, ao favorecer
a criação de redes de comunicação, facilitar a interação entre pessoas e destas com
as informações disponíveis em diversas mídias. Mas seu potencial mediador cresce
quando se adota uma visão progressista, para promover a participação, a
cooperação e a emancipação de alunos e professores (FERREIRA, 2009).
Participar de um curso a distância em ambientes virtuais e colaborativos de
aprendizagem significa conviver com a diversidade e a singularidade, trocar ideias e
experiências, realizar simulações, testar hipóteses, resolver problemas e criar novas
situações, engajando-se na construção coletiva de informações, na qual valores,
motivações, hábitos e práticas são compartilhados (ALMEIDA, 2003).
No âmbito da formação de professores na EaD, o grande desafio é que os
tutores utilizem as TICs como meios para que estes possam fazer a reflexão sobre
seus conhecimentos e vivências, identificando possibilidades e dificuldades em sua
atuação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Partindo do entendimento de que o tutor presencial é indispensável para o
processo
de
ensino-aprendizagem
estando
mais
próximo
d@s
cursistas,
consideramos importante “dar voz” aos tutores e cursistas, sujeitos desta pesquisa.
As tutoras, através da mediação pedagógica, estabeleceram ligação entre os
conteúdos do curso, auxiliando as cursistas no processo de aprendizagem na
modalidade a distância, reconhecendo-as como sujeito do processo educativo.
Ressalta-se que a práxis esteve associada à maneira dinâmica com que as
tutoras utilizaram as tecnologias da informação e comunicação (TICs), através do
PVANet, auxiliando as cursistas na realização de atividades, na participação de
fóruns, chats e/ou na interação com a IES gestora do curso.
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As tutoras orientaram, auxiliaram academicamente, acompanharam o
desenvolvimento das atividades, relacionando a teoria à prática, e utilizaram as
diferentes ferramentas do PVANet como instrumento de informação. Essas ações
favoreceram a construção da própria aprendizagem, o desenvolvimento da
autonomia e reflexão, elementos mediadores imprescindíveis na formação de
professores em EaD.
Importa ressaltar que a EaD cumpre papel de destaque no mundo
globalizado, haja vista que novas tecnologias e possibilidades são acrescentadas a
essa modalidade, atualmente prestigiada por diversos organismos nacionais e
internacionais. No Brasil, a formação continuada por intermédio de cursos a
distância, implementados por órgãos oficias, é uma realidade, por exemplo, o curso
Lato Sensu de Pós-graduação em Coordenação Pedagógica, analisado neste
estudo.
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dos ambientes digitais de aprendizagem. Educação e Pesquisa, São Paulo, v. 29,
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O PAPEL DO DESIGNER INSTRUCIONAL NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Mariana Schiavon Ferreira - Graduanda em Design de Produto na Universidade do
Estado de Minas Gerais.
Leililene Antunes Soares – Orientadora. Mestre em Educação. Professora da
Universidade do Estado de Minas Gerais e da Faculdade Vértice.
Taciana Lúcio Hummel - Graduanda em Design de Produto na Universidade do
Estado de Minas Gerais.
Cristiano Dini Antunes – Coorientador. Especialista em Ciências da Computação.
Professor da Universidade do Estado de Minas Gerais.
[email protected]
RESUMO
O atual cenário educacional é marcado pela expansão dos cursos oferecidos na
modalidade a distância já que alcança mais adeptos desde sua formalização pela
LDB 9.394 de 1996. E, dentro de um sistema de educação a distância (EaD), a
elaboração do material didático ou instrucional diferencia-se devido a
multidisciplinariedade e multifuncionalidade da equipe responsável pela elaboração
do mesmo, e, principalmente, a importância do professor especialista e do designer
instrucional. Neste contexto, o presente artigo tem por objetivo identificar o papel do
designer instrucional na educação a distância. Para tanto, realizou-se uma pesquisa
de campo, com abordagem qualitativa, sendo utilizada para coleta de dados uma
entrevistada semiestruturada direcionada a 5 designers instrucionais que atuam na
Coordenadoria de Educação Aberta e a Distância (CEAD) da Universidade Federal
de Viçosa. Os resultados foram evidenciados nas falas dos sujeitos pesquisados
demostrando que o papel do designer instrucional é fazer todo o acompanhamento
do processo de elaboração, desenvolvimento e produção do material didático.
Palavras-chave: designer instrucional, educação a distância, material didático.
INTRODUÇÃO
A educação a distância (EaD) tem sido associada à democratização do
acesso às novas tecnologias da informação e comunicação, sendo reconhecida
como uma política pública com potencial para a formação dos sujeitos, bem como
sinalizadora da construção de novos paradigmas na expansão do conhecimento
(FARIA, 2010).
Ao
se
reconhecerem
as
mudanças
no
cenário
mundial
e,
consequentemente, no cenário educacional, espera-se que os atores sociais na EaD
também estejam em processo de mudança, afinal é necessário que estejam em
sintonia com todas as novidades que se inserem no contexto escolar (SOARES,
2012).
E, dentro de um sistema de educação a distância, a elaboração do material
didático ou instrucional é diferente do utilizado no curso presencial, baseado
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principalmente em livros textos e material de apoio.
Esta diferença ocorre pela
multidisciplinariedade e multifuncionalidade da equipe responsável pela elaboração
deste material e, principalmente, a importância do professor especialista e do
designer instrucional (SOARES, 2012).
Nessa equipe multidisciplinar o designer instrucional tem papel relevante nos
ambientes virtuais de aprendizagem (AVA), sendo responsável pela elaboração do
material instrucional, ou seja, pelo material impresso, multimídias e o material
disponibilizado em ambiente virtual (FILATRO, 2008).
Neste contexto, o presente estudo tem por objetivo verificar o papel do
designer instrucional na equipe multidisciplinar responsável pela elaboração de
material instrucional utilizado na educação a distância.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A educação a distância, só foi considerada modalidade de ensino no Brasil a
partir de 1996, quando a Lei de Diretrizes e Bases da Educação, LDB 9.394 foi
promulgada e oficializou esta modalidade de ensino como educação formal no país,
este acontecimento favoreceu a expansão e democratização do acesso à educação
no Brasil (CHAQUIME e FIGUEIREDO, 2013).
Sua história remete há anos atrás quando o ensino era mediado pelo uso de
correspondências, uma grande mudança ocorreu com o advento das transmissões
via rádio e TV, e em tempos mais atuais, o grande diferencial ficou a cargo do uso
de novas tecnologias que expandiram as dimensões do ensino (ROSTAS e
ROSTAS, 2009).
Mediada pela internet, a EaD apresenta-se, como um elemento importante
nessa “rede” de aprendizado, utilizando a tecnologia de uma “rede global”,
favorecendo a troca de experiências e a difusão de conhecimentos, que se tornam
mais amplos e possíveis de serem oferecidos para uma gama maior de pessoas
(SOARES, 2012).
Os cursos na modalidade de educação a distância estão cada vez mais
ganhando espaço na realidade das pessoas. Chaquime e Figueiredo (2013, p.2)
corroboram com esta afirmativa admitindo que “em virtude de sua flexibilidade
espaço-temporal, a EaD permite aos indivíduos ter acesso a cursos de graduação,
pós-graduação, capacitação e formação continuada sem sair de suas casas ou
locais de trabalho”.
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Entretanto é de suma importância ressaltar que o ensino através da web
alterou as interações e relações de tempo e espaço, além do papel do design, que
passará a assentar as atividades a serem desenhadas com as características
próprias de cada uma das ferramentas necessárias (RAMOS, 2009).
Sobre os modelos de educação vigentes, Serafim (2011) assegura que
grande parte das escolas na atualidade conserva a comunicação no modelo vertical
em que o professor age como único possuidor do conhecimento a ponto de ignorar
as experiências e conhecimentos prévios que os alunos possuem. Apesar desse
retrato, o autor acrescenta que o conhecimento não deve ser tratado como um
objeto a ser transportado diretamente do professor para o aluno, e que, o ideal para
a sociedade atual é que “o professor se aproprie de gama de saberes advindos com
a presença das tecnologias digitais da informação e da comunicação para que estes
possam ser sistematizadas em sua prática pedagógica” (Serafim, 2011, p.20).
A EaD é uma modalidade que o aluno não está fisicamente presente em
todos os momentos do processo ensino-aprendizagem. Mas, apesar desta questão
espacial, é imprescindível a existência de uma permanente interação e o material
didático representa este instrumento de diálogo (SOARES, 2012).
Não se trata de simplesmente disponibilizar ao aluno uma grande quantidade
de informações e de exercícios propostos, acreditando que tais recursos bastam
para que o processo se concretize. Se assim fosse, ocorreria simplesmente a
informatização do ensino presencial com consequências pedagógicas ainda mais
lamentáveis. Dessa forma, faz-se necessária a existência de uma equipe
multidisciplinar, tanto na criação do conteúdo pelo professor como na adaptação
deste conteúdo à mídia mais apropriada pelo designer instrucional (SOARES, 2012).
Dentro dessa equipe multidisciplinar, encontra-se o designer instrucional que,
segundo a Classificação Brasileira de Ocupações (CBO), é o profissional
responsável por aplicar metodologias e técnicas que facilitem o processo de ensinoaprendizagem (BRASIL, 2012).
Importa destacar que o design “é uma ferramenta com a qual se pode contar
para melhorar o padrão de qualidade de objetos”. Essas qualidades são planejadas,
concebidas, especificadas e determinadas, aliadas à tecnologia e aos processos de
sua produção (GOMES FILHO, 2003, p.21).
O design ainda pode ser concebido como uma prática criativa e inovadora de
novas realidades, de resolução de problemas que envolvem contextos diversificados
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e sujeitos. Cauduro (1996, p.18) os referencia como “sujeitos históricos sujeitos a
desejos, emoções, hábitos e ideologias contraditórias”. Baseado nesse conceito,
uma linha de pensamento se deriva para a educação, ao inserir as pessoas e seus
intelectos tão necessários a uma interação, dentro de um contexto de EaD.
O
campo
de
atuação
do
design
instrucional
é
o
planejamento,
desenvolvimento e a utilização sistemática de métodos, técnicas e atividades de
ensino para projetos educacionais apoiados por tecnologias (FILATRO, 2008).
Neste contexto, pode-se definir o design instrucional como um processo de
concepção e desenvolvimento de projetos em EaD, explicitados nos materiais
didáticos, nos ambientes (virtuais) de aprendizagem e sistemas tutoriais de apoio ao
aluno, construídos para otimizar a aprendizagem de determinadas informações em
determinados contextos (FILATRO, 2008).
Importa destacar que o designer instrucional deve atuar como um agente que
apoie e participe ativamente do processo de planejamento, construção, avaliação e
adequação de cursos oferecidos, auxiliar na produção de materiais e atividades que
valorizem e sustentem o processo de ensino-aprendizagem e se alinhem à proposta
pedagógica do curso e aos seus objetivos (MENDOZA et al., 2010).
Assim, depreende-se que o designer instrucional desempenha um papel
estratégico na equipe multidisciplinar no sentido em que cabe a ele gerenciar a
comunicação entre todos os envolvidos em projetos de cursos de EaD.
METODOLOGIA
O presente estudo de campo fundamenta-se na abordagem qualitativa, por se
tratar de um nível da realidade que não pode ser quantificado, não requerendo o uso
de métodos e técnicas estatísticas. Para Ludke e André (1986), no estudo
qualitativo, a fonte direta dos dados pesquisados é o ambiente natural do sujeito a
ser pesquisado.
O termo de consentimento esclarecendo o objetivo e justificativa da pesquisa foi
assinado por todos os 5 designers instrucionais que atuam na Coordenadoria de
Educação Aberta e a Distância (CEAD), da Universidade Federal de Viçosa, sendo
responsável pela coordenação, supervisão, assessoramento e prestação de suporte
técnico às atividades realizadas em diferentes áreas de ensino.
Utilizou-se como instrumento de coleta de dados a entrevista semiestruturada
por permitir a realização de perguntas previamente selecionadas e, ao mesmo
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tempo, possibilitar ao informante e ao pesquisador liberdade para abordar o tema
proposto (CRUZ NETO, 2004).
As entrevistas foram gravadas e posteriormente transcritas para a realização
do processo de análise. Os dados obtidos foram analisados segundo a técnica de
análise de conteúdo por ser considerada um conjunto de técnicas de análises de
comunicações, que utiliza procedimentos sistemáticos e objetivos de descrição do
conteúdo das mensagens (PUGLISI e FRANCO, 2004).
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Ao traçar o perfil dos entrevistados, constatou-se que 2 indivíduos são
graduados em Ciências da Computação, 1 em Pedagogia, 1 em Administração e 1
em Design Gráfico. E, todos executam funções diversas que se complementam na
elaboração dos materiais instrucionais da Universidade Federal de Viçosa.
A esse respeito, Kenski e Barbosa (2007) destacam que o designer
instrucional exerce funções complexas e diferenciadas. Em virtude disso, sua
formação deve abarcar conhecimentos de diferentes áreas, como design, tecnologia,
educação, gestão de pessoas, comunicação e produção de textos e hipertextos.
O
profissional
de
design
instrucional
deve
apresentar
um
“perfil
interdisciplinar, em especial nas áreas de educação, comunicação e tecnologia,
articulando várias funções” (MOREIRA, 2009, p.373). Para esta autora, é de
fundamental importância a formação abrangente desse profissional, uma vez que
sua atuação ocorre desde o planejamento até as etapas finais de avaliação do
projeto ou curso desenvolvido na modalidade EaD.
Questionados sobre seu papel na educação a distância, os designers
evidenciaram que suas ações estão relacionadas ao sistema de ensino, que envolve
o planejamento, o desenvolvimento e a utilização de métodos, técnicas, atividades,
materiais, eventos e produtos educacionais em situações didáticas específicas, a fim
de facilitar a aprendizagem humana a partir dos princípios de aprendizagem e
instrução conhecidos.
“É importante pensar as estratégias pedagógicas; refletir sobre o belo, o
novo e o alvo do produto, ou seja, do material a ser produzido para a
educação a distância.” (Designer 1).
“Embora o designer trabalhe em várias áreas do conhecimento, considero
imprescindível ter aprofundamento pedagógico para facilitar o aprendizado.”
(Designer 2).
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“Busco desenvolver estratégias pedagógicas, didáticas e tecnológicas com
o objetivo de viabilizar a compreensão do conteúdo pelos alunos e
proporcionar a distribuição desse material pelas mídias impressa e web.”
(Designer 3).
“Penso no material como um todo, os softwares são criados para apoiar o
ensino e a aprendizagem e me preocupo que estes auxiliam o professor a
preparar, estabelecer e gerenciar um módulo ou um curso on-line. (Designer
4).
“O designer instrucional precisa estabelecer conexão com conteúdos,
objetivos e estratégias instrucionais, para produzir os materiais em diversos
formatos de apresentação dando suporte ao professor ou a quem for utilizar
os mesmos”. (Designer 5).
Pela fala dos sujeitos, o papel do designer instrucional é fazer todo o
acompanhamento do processo de elaboração, desenvolvimento e produção do
material didático.
Em consonância estão os estudos de Soares (2012) pois constata que o
designer instrucional é responsável pelo planejamento, desenvolvimento e aplicação
de situações didáticas específicas, além de escolher as teorias pedagógicas
adequadas a cada curso, o conteúdo a ser desenvolvido, as estratégias de ensino,
as mídias a serem utilizadas na aprendizagem, a definição dos meios e instrumentos
de avaliação.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este artigo articulou o papel ativo do designer instrucional em relação aos
cursos na modalidade a distância. Neste cenário, este profissional atua na projeção,
elaboração e aplicação dos materiais instrucionais através das tecnologias da
informação e comunicação com o intuito de torná-las didáticas facilitando o processo
de ensino e aprendizagem.
Os materiais instrucionais funcionam como mediadores de informação e
conhecimento facilitando o acesso a um público cujo conhecimento e ou concepção
que têm sobre o design e seus processos de atuação, limita-se a uma construção
midiática.
Assim, o papel do designer instrucional é elaborar os materiais didáticos dos
cursos oferecidos na modalidade EaD participando das etapas de planejamento,
desenvolvimento, implantação e avaliação de projetos de cursos virtuais. Cabe a ele
conhecer e aplicar metodologias facilitadoras do processo de ensino-aprendizagem
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e a possibilidade de utilizar a EaD como forma de capacitar profissionais em
conteúdo exigido pela legislação.
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TRAJETÓRIAS E IDENTIDADE DE TUTORES NA EDUCAÇÃO A DISTÂNCIA
Leililene Antunes Soares – Mestre em Educação. Professora da Universidade do
Estado de Minas Gerais e da Faculdade Vértice.
Rita Márcia Andrade Vaz de Mello – Pós-doutora em Educação. Professora da
Universidade Federal de Viçosa.
Cristiano Dini Antunes – Especialista em Ciências da Computação. Professor da
Universidade do Estado de Minas Gerais.
Maria das Graças Soares Floresta - Doutora em Educação. Professora da
Universidade Federal de Viçosa.
Mariana Schiavon Ferreira - Graduanda em Design de Produto na Universidade do
Estado de Minas Gerais.
[email protected]
RESUMO
O presente trabalho trata-se de um estudo baseado nos pressupostos da história
oral e das narrativas de vida. Em meio às transformações no contexto educacional e
o crescimento de cursos na modalidade a distância, torna-se instigante a questão da
inserção de diferentes profissionais neste contexto discutindo os motivos de escolha
pela tutoria. Assim, objetivou-se conhecer a trajetória e a história de vida que levam
as pessoas à função de tutor; compreender quais os condicionantes que interferem
nesta escolha e investigar como se identificam enquanto tutores. Os relatos de suas
trajetórias até se tornarem tutores envolveram um trabalho de memória, construindo
narrativas. Desta forma, foram identificados elementos que dizem muito a respeito
do tutor, são eles: inserção no trabalho com Educação a Distância, o lugar de
fronteira professor/tutor, os caminhos e anseios por ser professor universitário.
Então, pensar na história de cada tutor convoca a articular processos objetivos e
subjetivos de suas trajetórias de vida, bem como de suas opções para um caminho e
não para outro, em determinado momento, mas as histórias se entrelaçam no
significado que cada um atribui à educação e sua identificação enquanto
profissionais da área.
PALAVRAS-CHAVE: memória, narrativas, tutor, educação a distância
INTRODUÇÃO
O surgimento das novas tecnologias da informação e da comunicação deu
impulso à Educação a Distância (EaD), fazendo aparecer, através da internet,
formas alternativas de geração e de disseminação do conhecimento. Altera-se, pois,
as formas de relacionamento humano em que o diálogo, enquanto mediação
interativa de construção do conhecimento proporciona o processo educacional em
uma perspectiva de compreensão da necessidade da condição humana para
interagir, intercambiar saberes, repensar valores, refletir conceitos, reformular visões
de mundo (SOARES, 2012).
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Com o desenvolvimento da EaD, surgem novas figuras profissionais, de
diferentes áreas do conhecimento, atuando como tutor. Entre as denominações a ele
atribuídas percebemos tutor virtual, tutor presencial, tutor de sala de aula, tutor local.
O que caracteriza este trabalhador é sua função de acompanhar os alunos no
processo de aprendizagem, que se dá, na verdade, pela intensa mediação
tecnológica (MILL et al., 2008).
Neste contexto, torna-se instigante a questão da inserção de diferentes
profissionais na Educação a Distância, discutindo os motivos de escolha pela tutoria.
Assim objetivou-se analisar a trajetória e a história de vida que levam as pessoas a
função de tutor; compreender quais os condicionantes que interferem nesta escolha
e investigar como se identificam enquanto tutores.
Os relatos de suas trajetórias até se tornarem tutores, envolveram um
trabalho de memória, construindo narrativas. Estas, de acordo com Bertaux (2010),
possibilita-nos compreender melhor o que se passa no interior desse processo,
trazendo dados sobre fenômenos inacessíveis por meio de outras técnicas.
FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA
A tutoria surge no século XV na universidade, usada como orientação de
caráter religioso aos estudantes, com o objetivo de infundir a fé e a conduta moral.
No passado, o tutor era um fellow (companheiro) agregado à universidade, era um
conselheiro (PETERS, 2003), pessoa que dá assistência no estudo, embora não
seja responsável pelo ensino. Posteriormente, no século XX, o tutor assumiu o papel
de orientador e acompanhante dos trabalhos acadêmicos, e é este o mesmo sentido
do trabalho desenvolvido nos programas de educação a distância (SÁ, 1998).
Na perspectiva tradicional da educação a distância, era comum sustentar a
ideia de que o tutor dirigia, orientava, apoiava a aprendizagem dos alunos, mas não
ensinava. Assumiu-se a noção de que eram os materiais que ensinavam e o lugar
do tutor passou a ser o de um “acompanhante” funcional para o sistema. O lugar do
ensino assim definido ficava a cargo dos materiais, “pacotes” auto-suficientes
sequenciados e pautados, que finalizava com uma avaliação semelhante em sua
concepção de ensino (LITWIN, 2001).
O tutor deve promover a realização de atividades e apoiar sua resolução,
oferecer novas fontes de informação e favorecer sua compreensão. Guiar, orientar,
apoiar devem se referir à promoção de uma compreensão profunda, e estes atos
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são responsabilidade tanto do docente no ambiente presencial como do tutor na
modalidade a distância (LITWIN, 2001).
Preti (2002) considera que o papel do tutor, toma-o como orientador. E,
considerá-lo apenas como o que protege, numa concepção de educação libertadora
é minimizar esse papel como sujeito passivo, dependente do outro. Por outro lado,
ao colocá-lo como o profissional que orienta, dá real sentido de quem apoia,
estimula, acompanha e estimula a aprendizagem do aluno, em construção coletiva.
Peters (2006) afirma que a tutoria é indispensável no processo de orientação
dos alunos de um curso a distância. O tutor aos poucos deve fazer com que os
alunos percebam o quanto o trabalho colaborativo pode ajudar no processo ensinoaprendizagem. Para auxiliar o aluno nesse processo é necessário que o tutor
assuma o papel de orientador e motivador e que o material didático e os métodos
utilizados sejam adequados.
Na concepção de Mill (2008), o tutor e um elemento-chave para o
desenvolvimento cognitivo do estudante nas atividades individuais e coletivas ao
longo da disciplina. Ele é responsável por acompanhar, orientar, estimular e
provocar o estudante a construir o seu próprio saber, desenvolver processos
reflexivos e “criar” um pronunciamento marcadamente pessoal.
Neste contexto, o papel do tutor ultrapassa a visão puramente técnica,
transcende a exacerbação da especialidade, adquirindo competência para
instrumentalizar a tecnologia. O papel do tutor, sobremodo, supera assim o conceito
reducionista de propostas estritamente técnicas. O tutor é um educador a distancia.
Aquele que coordena a seleção de conteúdos, que discute as estratégias de
aprendizagem, que suscita a criação de percursos acadêmicos, que problematiza o
conhecimento, que estabelece o diálogo com o aluno, que media problemas de
aprendizagem , sugere, instiga, acolhe (VAZ DE MELLO e SOARES, 2008).
METODOLOGIA
Trata-se de um estudo qualitativo baseado nos pressupostos da história oral e
das narrativas de vida.
A história oral é uma metodologia de pesquisa que consiste em realizar
entrevistas gravadas com pessoas que podem testemunhar sobre acontecimentos,
conjunturas, instituições, modos de vida ou outros aspectos da história
contemporânea (ALBERTI, 2004, p. 24).
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Em seus estudos, Bertaux (2010) complementa que esse respeito faz-se
mediante a relação dialógica entre o pesquisador e o sujeito pesquisado através das
narrativas de vida.
Segundo Jovchelovitch e Bauer (2002, p. 98), é por meio da narrativa que as
pessoas lembram o que aconteceu, colocam a experiência em uma sequência,
encontram possíveis implicações para isso e jogam com a cadeia de acontecimentos
que constroem a vida individual e social.
Alarcão (2004, p.9), comenta sobre o ato de narrar como revelador do sentido
da vida, onde ela se refere que “ao ato de narrar subjaz uma atitude e uma
capacidade de observar e interpretar fenômenos e acontecimentos inseridos nos
contextos da sua ocorrência e nas relações espaciais e temporais.”
Josso (2004, p.60) comenta que “a narrativa é centrada na formação e nas
aprendizagens do seu autor, orientada por um processo de reflexão para
compreender o percurso da sua formação”.
Já a memória apóia-se sobre o “passado vivido”, o qual permite a constituição
de uma narrativa sobre o passado do sujeito de forma viva e natural, mais do que
sobre o “passado apreendido pela história escrita” (HALBWACHS, 2004, p.75).
Neste estudo, a memória é trabalhada, especialmente, como memória
individual, não obstante imbricada às relações vivenciadas – sociais e culturais – e
por elas informada-significada-resignificada, desde que o sujeito, ao rememorar
fatos e situações, lhes imprima significação singular (BOSI, 1994, p. 86).
Tendo estes conceitos como referência, a questão norteadora deste estudo é
a inserção de diferentes profissionais na Educação a Distância discutindo os motivos
que os levaram a atuar como tutores, através da história oral.
Os três entrevistados, sendo 1 e 2 mulheres – ambas Bacharel em
Administração, tutoras dos cursos de Administração e Ciências Contábeis - e 3,
homem - Bacharel em Ciência da Computação, tutor do curso Tecnólogo em
Segurança do Trabalho -
atuam numa mesma Instituição de Educação a
Distância localizada numa cidade do interior de Minas Gerais.
A entrevista aconteceu de forma livre e espontânea, seguindo as orientações
de Bertaux (2010), interagindo com os entrevistados. Em prol de organizar e
direcioná-la utilizou-se um roteiro buscando atender e ser coerente com os objetivos
propostos. As questores direcionaram para o tutor narrar sobre como se tornou tutor,
sua escolha e os marcadores para sua atuação.
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Foram seguidas as considerações de Bertaux (2010) sugerindo com uma das
técnicas de analisar narrativas, a análise temática, consistindo em descobrir em
cada narrativa de vida as passagens relativas a algum tema, com o objetivo de
comparar, em seguida, os conteúdos das passagens de uma narrativa para outra.
Neste contexto, para o exercício de análise, foram identificados elementos
que dizem muito a respeito do tutor, são eles: inserção no trabalho com Educação a
Distância, o lugar de fronteira professor/tutor, os caminhos e anseios por ser
professor universitário.
Após a transcrição das entrevistas, passou-se à transcriação considerando os
ensinamentos de Bolívar (2002) citado por Braúna (2007) sobre configurar os dados
em uma história que una e dê significado aos mesmos, sem manipular a voz dos
participantes.
RESULTADOS E DISCUSSÕES
Para Josso (2004, p.48), “falar das próprias experiências é, de certa maneira,
contar a si mesmo a própria história, as suas qualidades pessoais e socioculturais, o
valor que se atribui ao que é vivido na continuidade temporal de nosso ser”. Neste
processo de formação podemos tecer com fios de memórias de vários tempos,
lugares, falas, fragmentos de escritas, registros, e reflexões.
Ressalta-se que na Educação a Distância, os atores sociais envolvidos com
os alunos, os tutores, desempenham importante papel na mediação do processo
ensino-aprendizagem sendo interessante conhecermos as trajetórias que os levaram
a atuar nesta modalidade de ensino.
Os três entrevistados tiveram suas trajetórias marcadas por estudarem em
escolas públicas do ensino fundamental ao médio e participaram do processo
seletivo na Universidade Federal de Viçosa (UFV). A tutora 1 relata que seu desejo
era estudar na UFV, devido a qualidade do curso de Administração e poder
participar das festas tão faladas pelos amigos. Segundo a tutora 2 a UFV é mais
perto de casa e a situação financeira não lhe permitiria ir para mais longe. Já o tutor
3 narrou que gostaria de estudar na UFV pela qualidade do curso de Ciências da
Computação principalmente pela altíssima probabilidade de “sair empregado”.
Como não obtiveram êxito, tiveram por opção não continuar “prestando
vestibular” e estudar na própria cidade, numa Instituição particular (a única que
oferecia, na época, os cursos que desejavam). Importante destacar que os tutores
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estudaram na mesma Faculdade, no mesmo período, iniciando o curso em 2003,
finalizando em 2006.
A relação com o ensino fica evidente nas narrativas do entrevistado 3, já que
ele ressaltou vários fatos ocorridos durante sua trajetória acadêmica, onde ensinar
os outros a fazer algo que não sabiam era sua prioridade, destacando ainda ter sido
monitor. Segundo ele, já era indicio de querer atuar na área educacional, embora
estivesse se formando em Ciências da Computação:
“Eu naquela época, por volta de 2004 já fui ser monitor, queria era ter
oportunidade de participar das aulas, ensinar os colegas e aprender com os
professores como dar aula. Eu gosto de ensinar, me faz bem. Hoje,
puxando pela memória tudo que eu fazia, entendo que já era porque eu
queria ser professor.”
As narrativas dos entrevistados remetem a Bosi (2003, p. 39), quando afirma
que “na maior parte das vezes, lembrar não é reviver, mas refazer”; e a Bertaux
(2010, p. 49) acrescentando que a narrativa de vida é estruturada em torno de uma
sucessão temporal de situações, acontecimentos, ações e projetos e que esta
sequência constitui a “coluna vertebral” como a linha de uma vida.
Na Educação a Distância, os agentes envolvidos nos processos de ensinoaprendizagem percebem suas práticas mediatizadas pelo uso sistêmico de materiais
educativos, reforçados pelos meios de comunicação adequados às suas realidades,
integrados no seu contexto sócio-educativo.
O tutor, um dos atores envolvidos na educação a distância, é, segundo
Gomes (2010) ora o individuo que intermedia ações educativas em ambientes
virtuais e ordena as atividades decorrentes desta ação: correção de atividades,
intervenções teóricas e metodológicas em exercícios, atribuição de pontuação a
atividades, dentre outras; ora aquele que concebe o material didático das unidades
curriculares. No presente estudo, os tutores são presenciais.
“Nós tutores não participamos da elaboração de material, utilizamos o que
vem pronto.” (Tutora 2).
“Eu incentivo os alunos a usarem as ferramentas e as mídias que a
Instituição disponibiliza, mas não ajudo a preparar nada.” (Tutor 3).
Associada a essa aparente semelhança das atribuições e atividades do tutor
em EAD, há também um preconceito, no sentido mesmo de um conceito préestabelecido, sobre tutoria que finaliza, quase que empiricamente e sem
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problematizações complexas, em afirmações que concebem o tutor como professor
pela natureza de sua atividade e papel desempenhado no processo de construção
do conhecimento (GOMES, 2010).
Para Freire (1996), ensinar é uma especificidade humana e exige um elenco
de atitudes primordiais dos atores envolvidos no processo de ensino-aprendizagem.
Dentre os saberes necessários às práticas pedagógicas destaca-se que o ensino
exige risco, aceitação do novo e rejeição a qualquer forma de discriminação.
Neste sentido, só se consegue pensar em educação, e em qualquer
modalidade, se houver concretamente a possibilidade de reconhecimento do novo e
do velho em situação de igualdade e pertinência; disponibilizando-se, primeiramente,
a respeitar suas particularidades.
Corroborando com esta ideia, Corrêa (2004.) apresenta a Educação a
Distância não como a salvadora da pátria, tampouco redentora de todos os nossos
pecados coletivos nas nossas práticas educacionais arcaicas; mas na perspectiva
de uma modalidade de ensino que considere, analise, utilize e seja conectiva com as
possibilidades contemporâneas de comunicação, rompendo com o paradigma inicial
do surgimento da EaD exclusivamente para superar as limitações da modalidade
presencial nos diferentes níveis de ensino.
Nela os agentes envolvidos nos processos de ensino-aprendizagem
percebem suas práticas mediatizadas pelo uso sistêmico de materiais educativos,
reforçados pelos meios de comunicação adequados às suas realidades, integrados
no seu contexto sócio-educativo. Tal fato é relatado pelo tutor 3:
“Os alunos precisam saber usar as ferramentas da EaD, isso é o básico do
dia a dia deles.”
Neste estudo, utiliza-se o sentido de construção de identidade dado por
Ciampa (2001), ou seja, identidade como metamorfose; como movimento. Esse é
um processo que se verifica durante toda a vida da pessoa.
A construção de uma identidade profissional está relacionada, entre outros,
aos saberes dos professores (PIMENTA, 2002 citado por BRAÚNA, 2007). Neste
contexto, os tutores se consideram professores justamente por precisarem deter
conhecimentos para ensinar aos alunos.
“Eu faço papel de professor, porque para o aluno da EaD o tutor é o
professor. O tutor é a pessoa que ele tem aquele contato direto, físico.”
(Tutor 3).
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“Eu tento fazer o papel de professora e me considero assim. Os
conhecimentos específicos da área de Tecnólogo tudo é novo, mas eu
estudo. Agora também sou tutora no curso que formei, Administração, e
neste me sinto uma professora”. (Tutora 2).
Ciampa (2001, p.72) afirma que é do contexto histórico e social em que o
homem vive que decorrem suas determinações e, consequentemente, emergem as
possibilidades ou impossibilidades, os modos e as alternativas de identidade, o que
dá ritmo aos movimentos de construção da própria história e, também, do processo
de formação profissional, contemplando em larga escala um preparo qualificado
deste sujeito em formação, consequência da reflexividade adquirida com este
processo que remexe com as memórias, essenciais para a legitimidade e
continuidade desta trajetória nem sempre linear.
“Embora estude e ajude meus os alunos, não me considero professora, eu
poderia ate ser uma professora, mas a Instituição não me permite isso.
porque pelo regimento da Faculdade eu não posso ir lá pra frente explicar
matéria pros alunos. Somos proibidos de fazer isso... não vou falar que não
faço, porque senão não fica um aluno dentro da sala de aula, eu faço isso
por eles. Preciso estudar muito para ajudá-los e ensino tudo que eu sei. Ah!
As vezes me considero professora, mas na verdade não sou” (Tutora 1)
E, neste lugar de fronteira, os tutores comentam sobre os alunos e
consideram que “o lugar do aluno” é aquele que permite o entendimento, o acesso e
a permanência às demandas educacionais e profissionais contemporâneas; que
afirma e legitima sua identidade cultural e social, que o reconhece como ser singular
e independente, respeitando suas particularidades.
A identidade construída junto ao contexto em que se está inserida pode ser
gerida sob a perspectiva de Ciampa (2001), citada anteriormente, compreendendo o
processo de Identidade, como movimento e metamorfose. Para o referido autor, é do
contexto sócio-histórico, vivido pelos homens que provém as possibilidades ou
impossibilidades, bem como as alternativas e os modos de identidade, em
movimentos, construtores da própria história e do processo de formação profissional.
Estar em formação implica investimento pessoal sobre os percursos e,
também sobre os próprios projetos, quando é possível fabricar os próprios modos de
viver, em que os limites, também, suscitam possibilidades (HOSSEIN e ABRAHÃO,
2010).
Para as tutoras, sua função lhes proporcionará alcançar seu objetivo maior: o
da docência na Instituição e por consequência realização profissional.
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O exposto está em consonância com Moita (1995, p.139) quando afirma que
a profissão pode ser para cada pessoa, “um projeto que integra um projeto mais
vasto”, e que assim o vivido pode ser extremamente mobilizador, desta forma:
Identidade pessoal/identidade profissional é uma grande variedade de
relações que se estabelecem. Há nessas relações uma atividade de autocriação e
de transformação vividas entre a tensão e a harmonia, a distância e a proximidade, a
integração e a desintegração. A pessoa é o elemento central, procurando a
unificação possível e sendo atravessada por múltiplas contradições e ambiguidades
(MOITA, 1995, p.139).
CONSIDERAÇÕES FINAIS
As experiências, ao serem contadas, possibilitaram entendimento sobre o ser
tutor num curso de modalidade a distância. Ancorar-me às histórias de vida para
entender os tutores, seus anseios, valores, ações e identidade foram importantes
para minha formação enquanto educadora e profissional interessada neste contexto
de ensino-aprendizagem.
Tal fato, só foi possível pela possibilidade de compartilhar as memórias dos
tutores através de suas narrativas e onde foram, através da correlação com o tempo,
articulando passado, presente e futuro, no exercício significativo de mencionar o
vivido.
Neste sentido, pensar na história de cada tutor convoca a articular processos
objetivos e subjetivos de suas trajetórias de vida, bem como de suas opções para
um caminho e não para outro, em determinado momento, mas as histórias se
entrelaçam no significado que cada um atribui a educação e sua identificação
enquanto profissionais da área.
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OS DESAFIOS DA INCLUSÃO DE ALUNOS COM DEFICIÊNCIAS EM CLASSES
REGULARES DE ENSINO
Kelly Aparecida do Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia, Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Graciane Vieira Sousa e Ione Tomaz Quioperro Moreira – Licenciadas em
Pedagogia pelo Centro Universitário de Caratinga – UNEC.
Janine Lopes de Carvalho – Graduada em Psicologia, especialista em Saúde
Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Mestranda em Psicologia UFRRJ.
Professora da UNIVÉRTIX.
Érica Stoupa Martins – Graduada em Serviço Social, Especialista em Gestão de
Recursos Humanos e Mestre em Serviço Social.
Professora e Assistente Social da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Érica Estanislau Muniz Faustino - Graduada em Física. Especialista em Ensino de
Física. Mestranda em Ensino de Física. Professora da Faculdade Vértice UNIVÉRTIX.
Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor
em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX
[email protected]
RESUMO
O objetivo deste estudo foi compreenderos desafios da inclusão de alunos com
deficiências em classes regulares de ensino. Esta pesquisa qualitativa foi realizada
através de observação participante das aulas eentrevista semiestruturada com uma
professora do 5º ano do ensino fundamental. A turma possui 28 alunos, sendo que 2
deles apresentam deficiências (surdos). Realizamos ainda entrevista com a
Pedagoga, que nos forneceu informações gerais sobre a escola e o atendimento aos
alunos com deficiência. Ao final deste estudo podemos afirmar que na história da
humanidade temos que admitir que as sociedades avançaram muito em relação ao
processo de inclusão através de legislações, de comportamentos e atitudes mais
conscientes, porém ainda existe um abismo a se transpor.Percebemos que na
escola pesquisada não existe inclusão, apenas integração dos alunos deficientes na
sala de aula regular. É o aluno deficiente que tem que se adaptar ao funcionamento
da escola. Ao contrário disso, a inclusão acontece quando toda a escola e a
comunidade são transformadas para inserção do aluno no ambiente escolar.
PALAVRAS-CHAVE: desafios; inclusão; deficiências; classes regulares de ensino.
INTRODUÇÃO
A escola tem sido alvo de questionamentos e conflitos por apresentar a
diversidade e compartilhar interesses e contradições, valores, direitos e identidades.
E os profissionais que nela atuam ficam expostos pelo modo de agir, pelas escolhas
e decisões e as organizações de tempo e espaço.
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Até a década de 1980, a escola era modelo de formação e qualificação para o
mercado de trabalho, o professor desempenhava o papel de instrutor, reforçava a
teoria e a prática de transmissor de conhecimentos. A partir da década de 1990,
percebemos mudanças na perspectiva teórica, em que o professor passou a ser
reconhecido, deixou de ser instrutor ou “aulista” e se tornou professor pesquisador,
numa relação dialógica com os alunos, onde o foco principal passou a formação
permanente em serviço, com referência as experiências individuais e coletivas
vividas na sala de aula e no sistema escolar (SÁ, 2009).
Entre os fatores promotores de tais mudanças está a obrigatoriedade da
inclusão, a partir de 24 de outubro de 1989, com a Lei nº 7 853,que regulamenta a
integração das pessoas com deficiência, consolidam as normas de proteção e dão
outras providências.
Verotti e Callegari (2010) relatam também que por muitos séculos, as crianças
com deficiência eram tratadas como doentes e que precisavam de atendimento
médico e não de Educação, perspectiva que começou a ser mudada a partir da
década de 1950. Mas, somente em 1990, que os atendimentos assistenciais foram
substituídos pela tese da Inclusão, procurando garantir acesso a Educação a todos,
sendo marco desse movimento documentos como a Declaração Mundial de
Educação para Todos de 1990 e a Declaração de Salamanca, de 1994, que define
políticas e princípios da Educação Especial e influi nas políticas publicas da
Educação.
A Organização Mundial de Saúde (OMS) estima que 10% da população
mundial apresenta deficiência. Se esse percentual for aplicado ao Brasil, teremos
cerca de 18 milhões de pessoas com deficiência. De acordo com a Sinopse
Estatística da Educação Básica /Censo Escolar de 1998 do MEC/INEP, havia
293.403 alunos com deficiência matriculados em estabelecimentos escolares. Ora,
se, segundo a estimativa da OMS, o Brasil realmente tiver 18 milhões de deficientes,
este pouco mais de 293 mil que se encontram matriculados é apenas uma parte
ínfima desta população (MACÊDO, 2006).
Mesmo com a presença desta parte ínfima da população com deficiência na
escola regular, os professores sofrem por desconhecerem os comportamentos
docentes mais adequados para lidar com as diferença e singularidades de seus
alunos.
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Além disso, os currículos dos cursos de licenciaturas vêm sofrendo
modificações, no entanto, a formação pedagógica não é suficiente, existem lacunas
na conciliação entre teoria e prática. As disciplinas pedagógicas do curso são
insuficientes para preparar o futuro professor que vai lidar com os problemas que
aparecem nas salas de aulas (SIMAS, 2009).
Ao ingressarmos no curso de Pedagogia percebemos que a Matriz Curricular
não traz nenhuma disciplina exclusiva que trata da formação do professor para lidar
com alunos com deficiências e no campo de estágio percebemos que os professores
também não são qualificados para lidar com tal situação, em que o maior fluxo de
crianças com deficiência inclusa na rede escolar regular está no início do Ensino
Fundamental.
Diante isso, a questão eixo do estudo foi: quais os desafios da inclusão de
alunos com deficiências em classes regulares de ensino? Assim, o objetivo do
estudo foi compreender os desafios da inclusão de alunos com deficiências em
classes regulares de ensino.
Através dessa pesquisa pretendemos contribuir para que os governantes, a
sociedade civil e aos responsáveis de uma maneira geral pela educação no país
possam compreender as lacunas da escola básica a respeito do trabalho com
alunos que apresentam deficiência quando inseridos na escola regular de ensino.
METODOLOGIA
Esta pesquisa qualitativa foi realizada através de observação participante e
entrevista com 1 professora do 5º ano do ensino fundamental de uma escola pública
estadual da cidade de Caratinga-MG. A turma possui 28 alunos, sendo que 2 deles
apresentam deficiências (surdos). Realizamos ainda entrevista com a Pedagoga,
que nos forneceu informações gerais sobre a escola e o atendimento aos alunos
com deficiência. Informamos que os alunos surdos foram tratados como categoria
geral de deficientes, não havendo interesse nessa pesquisa de dar enfoque à
surdez.
Essa abordagem de pesquisa inaugura a possibilidade de alterar a forma de
conceber e interpretar os fenômenos humanos e de se construir uma teoria para
além do conhecimento objetivo da verdade, já que a investigação qualitativa:
ao invés de procurar a formulação de leis causais que permitem o controle
do fenômeno social, procura-se compreendê-lo através de processos em
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que seus participantes se envolvem e nos quais, por sua própria agência, 2
constroem seus pontos de vista (MONTEIRO,1998, p.08).
Foram realizadas três observações participantes das aulas da professora e
uma entrevista semi-estruturada. As entrevistas foram gravadas e transcritas e as
observações participantes das aulas foram organizadas em nota de campo
expandida.
As pesquisadoras explicaram à professora os objetivos da pesquisa, como
também seus riscos e desafios, e o início da investigação se deu após a assinatura
do Termo de Consentimento Livre Esclarecido (TCLE). Para resguardar a identidade
dos sujeitos foram utilizados nomes fictícios. A coleta de dados foi realizada entre os
meses de setembro e outubro do ano de 2012.
A Escola pública estadual, local da pesquisa, tem uma tradição no
atendimento a alunos com deficiência. Atende desde a fase introdutória de
alfabetização ao Ensino Médio e situa-se em um bairro populoso da cidade de
Caratinga- MG. Segundo o IBGE cidades (2010) a referida cidade possui 85.239 de
habitantes e sua principal atividade econômica é a cafeicultura, agricultura e
comércio.
O horário de funcionamento da escola é de 07h00min as 11h25min e das
13h00min às 17h25min. Atualmente, a escola atende uma clientela de 860 alunos
aproximadamente, divididos em dois turnos, matutino e vespertino, com diferentes
níveis socioeconômicos, predominando os de baixa renda.
A escola possui 48 professores, todos com formação superior, também possui
uma diretora, uma vice-diretora, uma secretaria e cinco auxiliares de secretaria, três
professores em ajustamento funcional e uma eventual.
CATEGORIAS EMERGENTES DA COLETA DE DADOS
Para Lacerda (2006) a inclusão se apresenta em meio a uma proposta
adequada para o âmbito educacional,em que todos os alunos têm os mesmos
direitos à educação. Nas escolas inclusivas todos os estudantes frequentam o
mesmo espaço e as salas de aula são lugares comuns a todos. Contudo, nem
sempre esse contato é satisfatório para aqueles que possuem deficiência, já que
Segundo Monteiro (1998), a palavra agência refere-se a agência humana, isto é, à plena
participação da pessoa na articulação das relações sociais com quais seu universo social e
cultural se estrutura.
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essas pessoas necessitam de uma série de condições que,na maioria das vezes,
não têm sido propiciadas pela escola.
Segundo a Pedagoga da escola pesquisada, em relação ao atendimento a
alunos com deficiência na escola, do 1º ano ao 5º anos do ensino fundamental são
12 turmas com 17 alunos deficientes, apresentado laudo médico. Entre as
deficiências são identificadas nos laudos: Surdos; Síndrome de Willians; EID – F81Distúrbio de aprendizagem associado à alteração comportamental; Distúrbio de
aprendizagem e de linguagem; Transtorno e déficit de atenção; Dicção; Quadro de
epilepsia; Disfunção cerebral mínima; CID-R46. 3 TDAH;TDAH com distúrbio de
linguagem. A Pedagoga informou ainda que certamente existe um número maior de
alunos com deficiência na escola, porém eles não têm laudo médico. Assim, não há
como contabilizá-los.
Os alunos com laudo são distribuídos nas seguintes salas de aula: um aluno
deficiente no 1º ano e outro no 2º ano; três alunos deficientes no 3º ano; sete alunos
com deficiência no 4º ano e cinco alunos deficientes no 5º ano.
Nenhum dos professores que atende a esses alunos deficientes possui
monitores para auxiliá-los com esses alunos, somente intérprete nas salas que tem
surdos. Os alunos que apresentam dificuldades de aprendizagem a escola
disponibiliza aulas de reforço em horário extraclasse.
Na primeira aula observada do 5º ano do ensino fundamental a professora
iniciou com a disciplina Língua Portuguesa, dando continuidade à leitura de um texto
da aula do dia anterior. Ela pediu que eles fizessem a leitura silenciosa e assim
fizeram. Enquanto isso, percebemos que os alunos surdos, um menino e uma
menina, permaneceram sentados sem que alguém explicasse a eles o que deviam
fazer. Eles sentam na coluna de carteiras perto da porta, na frente da sala, em
dupla, uma ao lado do outro. A intérprete estava no fundo da sala organizando
alguns materiais em um armário e lá continuou.
Durante 20 minutos a turma ficou lendo, em seguida a professora começou a
fazer perguntas aos alunos sobre o texto. Enquanto isso, os alunos surdos ficaram
conversando entre si, sem fazer a mesma atividade que os colegas, na verdade sem
fazer atividade alguma. Observamos que eles ficavam olhando para os lados e para
fora da sala, sem ninguém para ajudá-los, já que a intérprete continuava na
organização do armário, onde continuou praticamente até o fim da aula. A intérprete
ainda interrompia a aula perguntando para os alunos de quem eram alguns dos
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materiais e brinquedos que estavam dentro do armário e os entregava aos donos.
Os alunos surdos permaneceram durante todo o período de aula sem que a
professora regente também se aproximasse deles. Foi como se eles não existissem
na sala.
Segundo Quadros (2004) quando não existe o trabalho do intérprete de língua
de sinais, a interação entre surdos e pessoas que desconhecem a língua de sinais
fica prejudicada. As implicações disso para o surdo são: (i) os surdos não participam
de vários tipos de atividades (sociais, educacionais, culturais e políticas); (ii) não
conseguem avançar em termos educacionais; (iii) ficam desmotivados a participarem
de encontros, reuniões, aulas etc.
Aproximando-se do final da aula a intérprete sentou-se à frente dos alunos
surdos e começou a fazer o seu trabalho, interpretando o que a professora estava
falando como os demais alunos. Este foi, efetivamente, o momento em que
percebemos que ela era a intérprete. Dado o sinal para o recreio, todos saíram da
sala.
Na segunda aula observada, quando chegamos os alunos já estavam
acomodados, fazendo uma atividade avaliativa da disciplina Língua Portuguesa, do
texto da aula anterior. Alguns alunos estavam brincando, sem fazer a atividade. A
professora chamou a atenção, mas a conversa continuou sem que ela se
importasse. A medida que iam terminando, os alunos pegavam um livro para ler e
outros ficavam desenhando no caderno ou fazendo outra coisa que quisessem.
Os dois alunos surdos também estavam fazendo a atividade e se
comunicavam através da língua de sinais. Novamente não havia a presença da
intérprete da sala. A professora passou nas carteiras recolhendo a atividade, foi até
aos alunos surdos e conversou com eles durante aproximadamente um minuto. No
decorrer da aula não houve outros momentos de comunicação entre a professora e
os alunos surdos.
Segundo
Tavares
e
Carvalho
(2012)
a
escola
inclusiva
implica,
conceitualmente, uma educação apropriada e de qualidade dada conjuntamente
para todos os alunos considerados dentro dos padrões da normalidade com também
os que apresentam deficiência nas classes do ensino regular, onde deve ser
desenvolvido
um
trabalho
pedagógico
que
sirva
a
todos
os
alunos
indiscriminadamente. Assim, a educação inclusiva é a prática da inclusão de
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todos,independente de seu talento, deficiência (sensorial, física ou cognitiva), origem
socioeconômica, étnica ou cultural.
Depois que a maioria dos alunos já havia terminado, a professora passou
para aula de Matemática. No entanto, percebemos que 5 alunos não haviam
concluído, entre eles os dois surdos e outros dois meninos e uma menina.
A menina que não terminou a atividade senta no final dacoluna localizada no
centro da sala e praticamente ficou com a atividade de Língua Portuguesa durante
toda a aula de Matemática, sem que a professora em momento algum fosse até a
sua carteira. Desde a primeira aula observada, essa alunanos chamou a atenção
pelo fato de se manter sempre isolada da turma,parece não interagir com eles, fica
todo o tempo calada, quase não olha para os lados e quando olhávamos para ela,
imediatamente abaixava a cabeça.A professora em momento algum foi até a carteira
desta aluna. Ela tem a pele negra, cabelo crespo, estatura superior ao restante da
turma e é obesa.
Os outros dois alunos que não terminaram a atividade, um deles a professora
disse que apresenta problema de dicção e o outro parece ter dificuldade de
aprendizagem. Ao final da aula conversamos com a professora sobre eles e ela nos
informou que não existe laudo algum dessas 3 crianças.
A professora corrigia os exercícios de Matemática no quadro para que os
alunos pudessem acompanhá-la. Os alunos surdos estavam copiando os exercícios,
mas a professora parecia não perceber, inclusive observamos que ela nunca olhava
na direção deles. A professora apagou o quadro e observamos que a expressão
facial e o movimento das mãos da aluna surda, ao se comunicar com o colega
surdo, evidenciou que ela havia ficado nervosa. A aula continuou sem que a
professora percebesse.
Segundo Oliveira, Trigueiro e Aquino (2012), a formação de professores
precisa remodelar-se para atingir os objetivos de um ensino especializado para
todos os alunos. Quando perguntada na entrevista se ela se comunica com eles a
professora disse:
Eu comunico até bem com eles,mas às vezes a aula passa toda eeu nem falo
alguma coisa a gente nem conversa, entende? Mas, eu sei trabalhar com eles
também, caso de ela faltar e não ter jeito é difícil, mas num caso de urgência,
uma coisa que não dá pra eles ficar sem,dá pra fazer.
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Tal relato da professora contradiz a observação da falta de comunicação da
dela com os alunos surdos que percebemos na primeira e segunda aula observada.
No entanto, existem outros fatores, tais como a indisciplina, falta de conhecimento
sobre inclusão e o próprio fato de termos observado poucas aulas, o que dificulta
essa compreensão.
Entende-se por inclusão a garantia, a todos, ao acesso contínuo ao espaço
comum da vida em sociedade, sociedade essa que deve estar orientada por
relações de acolhimento à diversidade humana, de aceitação das diferenças
individuais,
de
esforço
coletivo
na
equiparação
de
oportunidades
de
desenvolvimento com qualidade em todas dimensões da vida (DIRETRIZES
NACIONAIS PARA EDUCAÇÃO ESPECIAL NA EDUCAÇÃO BÁSICA, 2001,, p.20)
Ao final da aula tivemos a oportunidade de falar com a professora e ela
afirmou que a sala é muito difícil de trabalhar, os alunos são muito indisciplinados,
só se comportam com ela e não respeitam as professoras de disciplinas
especializadas (Religião e Libras). Os próprios alunos também disseram isso para as
pesquisadoras.
Perguntamos a professora se naquelaturma não tem intérprete para os surdos
e ela nos respondeu que a intérprete não havia ido nesta data porque foi ao médico.
Aproveitamos para saber dela se existia outros alunos deficientes na sala e a
professora disse que tinha um aluno com problema na dicção e outra com
dificuldades de aprendizagem, a mesma menina e um dos meninos que não
concluíram a atividade avaliativa de Língua Portuguesa. A professora ainda informou
que não há diagnóstico deles. Sobre os alunos com deficiência, na entrevista ela
ainda relatou:
Minha sala tem dois alunos surdos e eles têm necessidades especiais sim,
necessidade da intérprete o tempo todo para eles, eles tem muita
necessidade também de material visual, que nem sempre a gente está em
condições de trabalhar do jeito que precisam porque tem outros alunos,
porque aquela turma ali tem várias necessidades, só que não tenho
diagnóstico de nenhum outro então eu não posso ficar rotulando que
necessidades.
A falta de diagnóstico de muitos alunos parece ser um grande entrave na
escola. A Pedagoga e a professora não revelaram que a Instituição busca esses
documentos junto à família ou participa a família da necessidade de a escola ter o
conhecimento sobre as deficiências destes alunos.
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Sobre a preparação dos alunos para receber os colegas com deficiência, a
professora entrevistada afirmou não ter conhecimento a esse respeito. Sua filha, que
estudou na escola e teve na sua turma um colega com deficiência, ao ouvir a
pergunta, interveio na conversa e disse que nunca tiveram preparação. Eles
aprenderam algumas coisas pelo fato de os próprios colegas surdos ensinarem
algumas coisas.
Observamos de forma geral que existe uma lacuna nas informações sobre
inclusão passadas pela professora e até mesmo pela Pedagoga, o que parece
demonstrar que muitas definições/orientações não estão claras dentro da própria
escola.
A professora regente relatou que os alunos se comunicam muito bem entre si
através da libras, porém, não foi isso que percebemos durante as observações.
Sobre a relação entre eles, ela disse:
Num trata naturalmente, eles falam “o mudinho”, às vezes não chama pelo
nome, outro dia mesmo um menino falou, o tia o mudinho, entendeu? Sendo
que ele tem nome igual todo mundo.
Essa é uma demonstração de que a relação entre eles ainda é carregada de
preconceitos, o que parece ser uma lacuna de responsabilidade da própria escola.
Na terceira aula observada a professora regente havia faltado e logo na porta
da sala encontraram com a intérprete saindo e ela nos informou que pela ausência
da professora a sala de aula estava um caos. Ao entrarmos na sala a professora
eventual disse para não ficarmos assustadas, já que a turma é muito difícil, não
obedecem, não gostam de fazer nada, a não ser bagunça e gritos, isto é,
indisciplina. Neste dia os alunos surdos não foram à aula. Durante toda a aula existiu
apenas situações de indisciplina. A professora eventual não conseguiu ministrar a
sua aula e nem a de Ensino Religioso que assumiu em seguida. Somente a menina
descrita na segunda aula, que não interage com os colegas, mantinha-se em
silêncio. Em geral, as meninas da turmanão são tão indisciplinadas como os
meninos, apenas conversam entre si.
Durante três aulas consecutivas notamos a ausência da intérprete conforme
descrito nas observações, embora no terceiro dia os alunos surdos não foram a
aula. Perguntamos a professora regente sobre as ausências da intérprete e ela
respondeu:
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Então não sei o que foi, mas de vez em quando, eles (a Escola) pedem ela(a
intérprete) para fazer alguma coisa, porque ela é muito habilidosa,ai eles pede
pra ela fazer alguma coisa aí ela vai.
Pelo que compreendemos as solicitações da escola para a intérprete estavam
ligadas naquele período a um evento de poesia e artes. Lamentavelmente, na
ausência da intérprete o desempenho dos alunos surdos, que dependem
excepcionalmente
dela
para
compreender
o
conteúdo,
fica
totalmente
comprometido.
Lacerda (2006) afirma que a inclusão se apresenta em meio a uma proposta
adequada para o âmbito educacional, onde todos os alunos têm os mesmos direitos
à educação. Nas escolas inclusivas todos os estudantes frequentam o mesmo
espaço e as salas de aula são lugares comuns a todos. Contudo, este estudo é uma
evidencia que nem sempre esse contato é satisfatório para aqueles que
possuemdeficiência, uma vez que essas pessoas necessitam de uma diversidade de
condições que na maioria das vezes, não têm sido propiciadas pela escola.
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Ao final deste estudo podemos tecer algumas incipientes inferências sobre os
alunos com deficiência inseridos nas classes regulares de ensino, tanto na escola
pesquisada como também no contexto geral. Na história da humanidade temos que
admitir que as sociedades avançaram muito em relação ao processo de inclusão
com legislações, comportamentos e atitudes mais conscientes, porém ainda existe
um abismo a se transpor.
Com as situações adversas, criadas pela falta de preparo dos professores,
por legislações indefinidas e escolas mal adaptadas para receber esses alunos a
situação
se
agrava
e
os
deficientes inseridos
na
classe
regular
ficam
impossibilitados de avançar. As leis servem de apoio a situações específicas, porém
é fundamental a existência adaptações diversas para o cumprimento dessas
legislações.
Percebemos que na escola pesquisada não existe inclusão, apenas
integração dos alunos deficientes na sala de aula regular. É o aluno deficiente que
tem que se adaptar ao funcionamento da escola. Ao contrário disso, a inclusão
acontece quando toda a escola e a comunidade são transformadas para inserção do
aluno no ambiente escolar.
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Observamos que há uma carência em relação ao conhecimento específico
dos professores no que diz respeito à inclusão, acredita-se que a escola, ao receber
estes alunos com deficiência, necessita qualificar os professores e os próprios
alunos colegas dos deficientes a fim de que eles também compreendam o processo
de inclusão.
A formação de profissionais é fundamental para que estejam aptos a atender
às diversidades de sujeitos, em contextos complexos e diversificados. É
indispensável que as universidades ofereçam disciplinas ou projetos curriculares que
qualifiquem o futuro profissional para atuar com a proposta inclusiva, possibilitando a
atuação dos futuros professores/profissionais com alunos/pessoas que apresentam
algum tipo de deficiência.
REFERÊNCIAS
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Especial nº24, 2010. A deficiência e vários tipos existentes. Disponível em:
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A PERCEPÇÃO DOS PAIS DE PESSOAS COM TRANSTORNOS GLOBAIS DO
DESENVOLVIMENTO E DEFICIÊNCIA EM RELAÇÃO À INCLUSÃO ESCOLAR
Janine Lopes de Carvalho – Graduada em Psicologia, especialista em Saúde
Mental e MBA em Gestão Estratégica de Pessoas. Mestranda em Psicologia UFRRJ.
Professora UNIVÉRTIX.
Márcia Elionalda da Silva e Bruna Kelly Pereira Abreu – Licenciadas em
Educação Física pela Faculdade Vértice - UNIVÉRTIX.
Kelly Aparecida do Nascimento – Bacharel e Licenciada em Educação Física,
licenciada em Pedagogia, Mestre em Meio Ambiente e Sustentabilidade. Professora
e coordenadora de Pesquisa e Extensão na Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Érica Stoupa Martins – Graduada em Serviço Social, Especialista em Gestão de
Recursos Humanos e Mestre em Serviço Social.
Professora e Assistente Social da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Lucio Flávio Sleutjes – Graduado em Fisioterapia. Mestre em Motricidade e Doutor
em Cinesiologia. Professor e Diretor Geral da Faculdade Vértice – UNIVÉRTIX.
Lia Márcia Emerick Breder – Gruaduada em Psicologia e Educação Física. Pós –
graduação em Saúde Mental UFRJ/IPUB. Coordenadora do CAPS II de Manhuaçu.
Cintia Mendes de Assis – Graduada em Psicologia e Pedagogia. Pós-graduação
em Educação Especial. Psicóloga Prefeitura Municipal de Matipó.
[email protected]
RESUMO
O processo de educação inclusiva vem para despertar interesses e desafios na
sociedade que vê o mesmo com diferentes pontos de vista. O presente trabalho teve
como objetivo identificar a percepção dos pais sobre a educação dos filhos que
apresentam transtornos globais do desenvolvimento e deficiências em uma pequena
cidade da zona da mata mineira. A pesquisa realizada foi do tipo descritiva, foi
realizada na residência de 9 famílias, onde foi aplicado um questionário validado.
Pôde-se verificar que existe um desejo muito grande que aconteça a inclusão
escolar, porém ainda são muitas as barreiras enfrentadas.
PALAVRAS-CHAVE: inclusão escolar; família; escola especial; escola regular.
INTRODUÇÃO
O processo da inclusão escolar tem sido um tema bastante discutido nos dias
atuais. Pereira (2008) diz que quando a sociedade reconhece a diferença, assim
como valoriza a mesma, esta pode ser considerada como inclusiva, pois possui a
característica que é considerada importante a constituição desta.
A escola inclusiva garante a qualidade do ensino de seus alunos,
independente de suas diferenças ou dificuldades, pois trata com respeito cada um
de acordo com o seu potencial. Para atender as crianças com qualidade de ensino,
a construção de uma escola inclusiva implica em transformações do contexto
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educacional no âmbito didático pedagógico, administrativo, político e nas relações
sociais (BRASIL, 2004).
Quando o assunto é voltado para os pais, percebe-se que os mesmos ainda
se sentem inseguros quando vêem a possibilidade de inserção de filhos com
transtornos globais do desenvolvimento e deficiências em escolas regulares. Mesmo
que as escolas recebam essas crianças de maneira esperada, existem pais e
educadores que consideram que a mesma não está preparada para essa recepção.
(ARAÚJO E LIMA, 2011).
As questões que nortearam a presente pesquisa foram: Qual o papel dos pais
no processo de inclusão? Quais as barreiras encontradas pelos pais para inserção
dos filhos no ensino regular? E ainda, procura buscar informações, de quais são as
opções de ensino, os pais tem preferência quando vão inserir seus filhos na escola.
O Objetivo desse estudo foi identificar a concepção dos pais sobre a
educação dos filhos que apresentam transtornos globais do desenvolvimento e
deficiências em uma pequena cidade da zona da mata mineira.
Pretende-se com esse estudo contribuir de forma positiva, já que o tema
educação inclusiva vem despertando interesse nos dias atuais. Pretendemos
mostrar aos acadêmicos e futuros profissionais de Educação Física as dificuldades
enfrentadas pelos pais, assim como buscar soluções para que essas sejam
sanadas.
REFERENCIAL TEÓRICO
A história da educação especial no mundo e no Brasil
Embora tenha havido várias propostas de educação inclusivas em períodos
anteriores, foi a Declaração Mundial sobre a educação para todos (UN

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