Diário do Alentejo Nº 1774 ~ 21 de abril de 2016

Transcrição

Diário do Alentejo Nº 1774 ~ 21 de abril de 2016
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André Alves:
Judoca de Almodôvar
perto de se classificar
para os Jogos Olímpicos
pág. 17
QUINTA-FEIRA, 21 ABRIL 2016 | Diretor: Paulo Barriga
Ano LXXXIV, N.o 1774 (II Série) | Preço: € 0,90
Marcelo Rebelo de Sousa inaugura roteiro “Portugal próximo” com visitas a Alvito, Beja, Moura e Serpa
Presidente da República presta
homenagem a Castro e Brito na Ovibeja
JOSÉ FERROLHO
pág. 15 e Editorial + Suplemento de 12 páginas
Tribunal de Contas
“arrasa” concessão
elétrica em Alqueva
pág. 14
Socialistas inviabilizam
reversão do hospital
de Serpa para o SNS
pág. 14
Roteiro completo
das comemorações
do 25 de Abril
Alunos da Lusófona
foram jornalistas
por um dia no “DA”
págs. 12/13
Refugiados sírios em Beja
Tamam, Adnam, Hussein e Abdal
fugiram da guerra na Síria, atravessaram o mar da morte até à
Grécia e “desaguaram” na capital
do Baixo Alentejo com o estatuto
de refugiados. Agora contam ao
“Diário do Alentejo” o terror que
ninguém quer ouvir: o conflito
no Médio Oriente, a travessia do
Mediterrâneo, a espera por notícias da família que tardam a chegar... págs. 8/9
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Vidas
destruídas
pela guerra
Diário do Alentejo
21 abril 2016
04
Editorial
Um caso
Vice-versa
“A cidade não tem camas hoteleiras em número suficiente para alojar os passageiros de um
único avião”.
João Rocha, presidente da Câmara de Beja, “Público”, 13 de abril
Paulo Barriga
É
, para não dizer outra
coisa, muito esquisito imaginar a Ovibeja, excluindo
de tal pensamento a figura de
Manuel Castro e Brito. Não esteve sozinho nesta caminha de
trinta e tal anos, mas não deixou
de ser ele, e penso que isto é consensual, o principal instigador, o
grande mentor, deste fenómeno
altamente bizarro que é a Ovibeja.
Por isso mesmo é tão difícil desfazer o binómio Ovibeja/Castro e
Brito, sem temer pela primeira e
sem recordar com nostalgia o segundo. Este é o tempo do elogio
generalizado ao Manuel Castro e
Brito e de ovação à sua obra. Mas
este também deverá ser o tempo
de parar para pensar sobre o homem e sobre a sua criação, para
garantir que ela, a criação, possa
sobreviver ao seu criador. Hoje
em dia as pessoas olham para a
Ovibeja como uma feira banal,
igual a tantas outras que acontecem por esse país fora. É verdade.
Mas o que a maioria das pessoas
talvez não saiba é que as feiras que
por aí existem são cópias, mais ou
menos fiéis, da Ovibeja, cujo modelo tem sido abundantemente replicado desde meados de 1980.
Mas se o modelo da feira, que está
bem à vista de todos e que hoje já
não guarda grandes segredos, tem
sido reproduzido com eficácia, o
mesmo não acontece no que respeita ao sucesso e à visibilidade
que cada evento, por si, consegue
granjear. Neste ponto, a Ovibeja
é inimitável. Imbatível. E é precisamente e também aqui que entra
o dedinho de Castro e Brito. Que,
desde a primeira hora, percebeu
que o êxito de uma feira, qualquer que fosse a sua temática ou
motivo, passava de forma inevitável pela sua eficiência comunicativa. Muito antes de as agências de
comunicação e imagem começaram a fazer dinheiro em Portugal,
já a Ovibeja trabalhava ao pormenor a sua marca, produzia publicações próprias, campanhas publicitárias, instituía gabinetes de
imprensa que eram verdadeiras
escolas de jornalismo e enchia autocarros com repórteres das publicações de Lisboa que se juntavam
na feira, ou na festa, aos profissionais dos órgãos de comunicação locais. A Ovibeja foi, durante
muitos anos, dos acontecimentos
neste país com mais jornalistas
por metro quadrado, dos eventos
mais mediatizados e, por consequência, aquele que os políticos
pátrios e os demais emplastros
de serviço jamais dispensaram.
A Ovibeja, pelas mãos de Castro
e Brito, obteve um alcance mediático incomparável, o que faz dela,
inquestionavelmente, um “caso de
estudo” no campo dos media. Um
caso singular e valioso que é necessário estudar a fundo para que
quem vier de novo não se esqueça
do fundamental da matéria.
“A cidade de Beja, não sendo um polo turístico por excelência, facto que
reconhecemos, tem para oferecer mais de 500 camas em hotéis, a que
se somam mais 200 camas em unidades de alojamento local, pousadas
e turismos rurais nas freguesias urbanas. Devemos acrescentar
sensivelmente mais 300 em unidades diversas na área do concelho, mas
fora da zona urbana, num total de cerca de 1 000 camas”.
Concelhia de Beja do Partido Socialista (PS), em comunicado enviado ao “DA”
Fotonotícia Todo o Alentejo deste mundo. Decorre, até ao próximo dia 25, no Parque de Feiras e Exposições de Beja, a 33.ª edição daquela que é a grande feira do Sul. Cinco dias de um programa que se desenrola em debates, exposições, concursos, desportos, gastronomia,
espetáculos e muito mais. Um programa que celebra a ruralidade e a tradição, que promove o debate científico e a inovação tecnológica, que transforma a cidade no epicentro das visitas dos protagonistas da cena política portuguesa, que enaltece o convívio, o reencontro entre amigos e a festa.
A fotografia, tirada na última quarta-feira, mostra os preparativos que antecedem a feira que recebe, por edição, cerca de 200 mil visitantes e que
conta anualmente com mais de 1 000 expositores distribuídos pelos mais diversos setores de atividade. Texto e foto José Serrano
Voz do povo O que representa a Ovibeja?
Cristina Barbas
39 anos, empresária
A Ovibeja dinamiza e movimenta o Alentejo em todos os setores: na agricultura,
na área alimentar, no artesanato. Traz a Beja pessoas de todas as partes do País para conhecerem tudo o que esta feira
tem para oferecer aos visitantes. Para mim e para o meu marido, enquanto empresários, a
Ovibeja representa uma evolução de vendas e tem sido benéfica para o nosso negócio.
Inquérito de José Serrano
José Lopes Guerreiro
62 anos, assessor de
direção da ACOS
A Ovibeja representa o que
de melhor existe no Alentejo.
A feira é uma oportunidade
que esta região tem de mostrar todas as suas potencialidades. Por outro lado, recebe,
no seu recinto, o que de melhor existe noutras regiões.
Durante os dias do certame a
cidade de Beja fica com um movimento diferente do resto do
ano, que proporciona o desenvolvimento da economia local.
Fernando Rodrigues
42 anos, desempregado
Sendo uma das grandes feiras
do País, tem uma grande importância para o Alentejo: traz
muitas pessoas, muito movimento à cidade. Beneficia a restauração, a hotelaria, os supermercados, as bombas de
gasolina, muitos negócios. Este
é o grande evento da cidade,
com uma dimensão muito superior a qualquer um outro,
e cria, porventura, algumas
oportunidades de trabalho.
Miguel Pavia
47 anos, delegado de
informação médica
A Ovibeja, que traz um grande
aporte de visitantes à cidade,
é uma mostra do que se faz no
Alentejo: na agricultura, na pecuária, na gastronomia, na
cultura. Representa o nosso
espírito ativo, a alegria do convívio, o reencontro, o prazer que nós, alentejanos, temos em receber. A Ovibeja
é a prova do empreendedorismo, da persistência, da vontade e da dedicação deste povo.
Rede social
DR
Semana passada
QUINTA-FEIRA, DIA 14
FERREIRA GNR RECUPEROU MATERIAL FURTADO
ALCÁCER DO SAL NOVO VEÍCULO
PARA RECOLHA DE RESÍDUOS
A Câmara de Alcácer do Sal anunciou a aquisição de
uma nova viatura para a recolha de resíduos sólidos
urbanos no concelho, que custou cerca de 190 mil
euros. O veículo, explicou o município, “permite a
recolha dos contentores enterrados existentes na
zona da marginal da cidade de Alcácer, o que, até
ao momento, não era possível”. O investimento visa
“otimizar o serviço prestado no âmbito da recolha de
resíduos indiferenciados”, acrescentou a autarquia,
referindo que a viatura está em fase de testes e
deverá, “a curto prazo”, começar a operar.
SEXTA-FEIRA, DIA 15
LITORAL ALENTEJANO CONDIÇÕES DE SAÚDE
LEVADAS AO MINISTRO
A Coordenadora das Comissões de Utentes do Litoral
Alentejano reuniu-se, em Lisboa, com o ministro da
Saúde, com o secretário de Estado da Saúde e com o
presidente da Administração Regional de Saúde do
Alentejo, de modo a informar e exigir uma resolução
para alguns problemas. Alertou a comissão que, no
litoral alentejano, existe cerca de 30 por cento dos
utentes sem médico de família e muitos mais sem
enfermeiros de família. A comissão transmitiu ainda a
sua preocupação relativamente às extensões de saúde
de Palma, Saboia e Vila Nova de Milfontes, por estarem
muito degradadas. E, por fim, explicou que existem
muitas especialidades no hospital só com um médico.
SEGUNDA-FEIRA, DIA 18
MÉRTOLA PROMOÇÃO DO BIRDWATCHING
NA IMPRENSA AMERICANA
A Câmara Municipal de Mértola anunciou que, no âmbito
do seu trabalho de estruturação do produto birdwatching,
por forma a posicionar o sul de Portugal como um destino
de referência para o turismo ornitológico, promoveu
este produto no mercado americano, nomeadamente na
imprensa escrita, designadamente através do editor da
revista “Birdwatcher´s Digest”.
A cada três meses encontrará nesta
caixa mágica receitas, produtos regionais de seleção (azeite, especiarias e ervas aromáticas, vinho, gin,
enchidos, mel, biscoitos, artesanato,
produtos de beleza), ofertas promocionais, fichas de caminhadas para
os amantes da natureza e um mapa
ilustrado da região Alentejo, que
o ajudará a saber a origem de cada
produto.
Como se pode contribuir para a concretização desta ideia?
Para contribuir basta visitar a nossa
página on line (ulule.com/alentejo-magicbox) e escolher a contrapartida que deseja. Pode participar
neste projeto a partir de uma doação mínima de cinco euros e pode
encomendar a sua caixa, ou aderir a
Alentejo Magic Box por um período
seis meses ou um ano. Quem pretender pode contribuir diretamente no
site da Ulule, com cartão de crédito,
ou fazê-lo através de um pagamento
por multibanco, neste caso deve enviar-nos um email para [email protected] com a indicação do montante que pretende doar.
Se conseguirmos os 5 000 euros, no
prazo previsto, pretendemos enviar
as primeiras caixas no mês de julho
e iniciar as encomendas on line.
A Câmara Municipal de Vidigueira promoveu um encontro com
escritor Pedro Chagas Freitas. A iniciativa aconteceu, na sexta-feira passada, no Centro Multifacetado de Novas Tecnologias
de Vidigueira.
DR
Alentejo Magic Box é um projeto de
financiamento participativo (crowdfunding) que pretende angariar,
em donativos, 5 000 euros, até ao final do mês de maio. O que poderemos encontrar, sendo o projeto viabilizado, nesta caixa mágica?
Pedro Chagas Freitas em Vidigueira
Conferência em Beja com Nuno Colaço
Nuno Colaço, neuropsicólogo e presidente do Centro de
Excelência para a Psicologia, esteve em Beja onde participou
numa conferência, que se integrou no mês da Prevenção dos
Maus Tratos na Infância.
DR
A Associação Sócio Profissional Independente
da Guarda (Aspig) criticou os “escassos recursos
humanos e materiais” da GNR, exemplificando que, no
Posto Territorial de Odemira, “não há viaturas” para
realizar o patrulhamento, que tem de ser feito a pé.
“Não há viaturas para executar o serviço de patrulha
às ocorrências, sendo, no entanto, escalados para o
efeito, inclusive no horário das 0 às 8 horas, militares
que constituem patrulhas apeadas”, denunciou a
Aspig. Manifestando-se preocupada “com os critérios
estabelecidos, por certos Comandos da Guarda, para a
gestão dos escassos recursos humanos e materiais”, a
Aspig defendeu que a “situação” de Odemira, que obriga
a recorrer às viaturas de outros postos territoriais
vizinhos, deve “merecer cuidada atenção da hierarquia”,
com vista à sua resolução.
Cofundador
da Alentejo Magic Box
Dia Internacional dos Monumentos e Sítios em Ferreira
No âmbito das comemorações dos 500 anos do Foral Manuelino
a Ferreira do Alentejo, que decorrem durante todo o ano, a
câmara assinalou o Dia Internacional dos Monumentos e Sítios
com uma caminhada.
DR
ODEMIRA ASPIG CRITICA FALTA DE VIATURAS
DA GNR PARA PATRULHAS
3 perguntas
a João
Machado
Poderá este produto constituir um
instrumento de promoção regional?
Acreditamos que a região Alentejo
tem um grande potencial para o turismo. Sabemos também que oferece uma qualidade de vida de dar
inveja a muitos países, com os seus
produtos da terra, a sua vida rica em
tradições, a sua natureza. Cremos
que este produto pode ser uma ferramenta poderosa para a divulgação da região. Para além de destacar
os produtos e os respetivos produtores em cada edição da caixa, iremos
usar o nosso site para apresentar, de
forma mais detalhada e original, os
atores locais (em formato de entrevistas/vídeos). O uso das novas técnicas de comunicação, para divulgar
o Alentejo, é uma prioridade para
nós, bem como o uso de três idiomas diferentes (português, inglês,
francês), disponibilizados ao público no início do projeto. Alentejo
Magic Box pretende ajudar a projetar o Alentejo cá dentro e lá fora.
José Serrano
Mês contra os maus tratos na infância assinalado em Mértola
Mértola, no âmbito do programa do Mês da Prevenção dos Maus
Tratos na Infância, apresentou o livro A Viagem de Peludim,
seguindo-se, na biblioteca municipal local, uma palestra sobre
educação sexual.
DR
A GNR identificou, em Ferreira do Alentejo, um homem
por suspeita de furtos e apreendeu diverso material,
divulgou a força de segurança. Os furtos terão ocorrido
numa residência e num estabelecimento comercial.
Após a realização de uma busca domiciliária, a GNR
recuperou três armas de fogo, 15 cartuchos, dois LCD,
duas consolas, duas máquinas de brindes e 29 euros em
dinheiro. O suspeito, de 23 anos, foi constituído arguido e
sujeito a termo de identidade e residência (TIR).
António Eloy falou de alterações climáticas em Aljustrel
No âmbito do Plano Escolar de Educação Ambiental/Proteção
Civil 2016 foi organizado, em Aljustrel, uma ação que pretendeu
chamar a atenção dos alunos para as alterações climáticas.
António Eloy, professor, foi o orador convidado.
Diário do Alentejo
21 abril 2016
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Diário do Alentejo
21 abril 2016
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Esta
é mesmo
muito
especial
N
os jornais, quando se
dá o caso ou quando a
ocasião o exige, costumam-se dar à estampa edições
especiais. Por norma, trata-se
de impressões que pretendem
aprofundar algum assunto relevante, que querem homenagear determinada personalidade, um feito extraordinário,
celebrar certa data ou assinalar um acontecimento singular. As edições especiais, como
hoje duplamente acontece
com o “Diário do Alentejo”
em relação à Ovibeja e ao 25
de Abril, acontecem, em exclusivo, em função das matérias que as integram.
Por isso mesmo, a presente
edição do “DA” não é apenas
especial. É mesmo muito especial. E aquilo que a torna
assim tão especial é o facto
de a sua excecionalidade advir não apenas das suas histórias e dos seus temas, mas
fundamentalmente de quem
concebeu as próprias peças
jornalísticas. Naquilo que é
substancial, este jornal foi
pensado e concebido por cerca
de três dezenas de alunos da
Universidade Lusófona. Perto
de 30 jovens repórteres que
se juntaram à nossa redação
no final da passada semana
e que quiseram aprender os
fundamentos do jornalismo,
oferecendo em troca toda a
sua energia, irreverência e
audácia.
Esta edição do “Diário do
Alentejo” é mesmo muito,
muito, especial porque, pelo
menos desta vez, o mensageiro
é mais importante do que a
mensagem.
Paulo Barriga
PUB
Esta edição do “Diário do
Alentejo” teve uma redação
JOSÉ SERRANO
Jornal/escola
alargada. Uma boa parte das
histórias que hoje são publicadas foram escritas por alunos do curso de Ciência da
Comunicação e da Cultura
da Universidade Lusófona de
Humanidades e Tecnologias.
Durante meses, prepararam
reportagens e entrevistas.
Durante três dias, invadiram a redação. Foi assim que
tudo aconteceu.
Texto Alexandre Sabino e Marta
Marques, alunos da Univ. Lusófona
Alunos da Universidade Lusófona participam na presente edição do “DA”
Um jornal feito por
estudantes universitários
“O
k, vamos embora.”
Há meses que os alunos de Ciências da
Comunicação e da Cultura da
Universidade Lusófona se estavam
a preparar para este dia. Ricardo J.
Rodrigues, jornalista e professor de
Géneros Jornalísticos, começa por dar
as boas vindas e relembra os estudantes que cada um tem o seu tema. Está
uma confusão para colocar as malas
no autocarro e a chuva não ajuda. Está
vento e falam todos ao mesmo tempo,
o importante é entrar para não ficarem molhados. Agora estão todos sentados aos pares com sorrisos rasga-
dos; o entusiasmo para o projeto que
aí vem é notório. De 14 a 16 de abril,
os estudantes “invadiram” a redação do “Diário do Alentejo”. Mas não
foi para uma visita de estudo, foi para
se tornarem por uns dias jornalistas a
sério. Esta edição tem então uma série de artigos feitos por eles. Desde entrevistas com os cabeças de cartaz da
Ovibeja [D.A.M.A., Carlão, Nelson
Freitas e David Carreira] até à história
dos primeiros refugiados que chegaram a Beja, passando pelos bastidores
do centro de reprodução do lince ibérico ou a história da única esperança
olímpica alentejana. Também foram
descobrir as Catarinas de Baleizão, escreveram para os especiais da Ovibeja
e do 25 de Abril, que saem hoje com o
jornal.
A ideia tinha nascido em fevereiro, no início do semestre académico. Era já uma aspiração antiga do
professor levar estudantes para o terreno e pô-los ao serviço de um público
específico. “Era importante serem os
alunos a propor as reportagens, mas
também era importante perceberem
que tinham de servir a comunidade a
que se destina o jornal.” O “Diário do
Alentejo” reunia as condições ideais
para aplicar este conceito. E o diretor,
Paulo Barriga, alinhou logo na ideia.
Então, no início de março, os alunos
entregaram uma série de propostas
de entrevistas e reportagens. E Barriga
avaliou quais interessavam ao público
do jornal. A partir daí, era preciso preparar os trabalhos o melhor possível.
Foi isso que os alunos fizeram, ainda
em Lisboa.
Foram semanas a estabelecer contactos e a preparar trabalhos. Alguns
alunos não poderiam fazer a viagem,
por isso ficaram responsáveis pelas entrevistas aos cabeças de cartaz
da Ovibeja, que tinham de ser feitas
em Lisboa. Mas era preciso irem bem
A
preparados. Então, uma semana antes,
a jornalista Alexandra Tavares-Teles
passou mais de uma hora a ajudá-los
a preparar perguntas. Foi, aliás, uma
aula de coaching para todos os grupos
de trabalho. O professor convidou vários profissionais do setor e cada um
ocupou-se de uma equipa. A Cláudia
Marques Santos treinou a equipa multimédia, a Helena Geraldes apoiou o
grupo de reportagem sobre o linceibérico, o João Bonifácio ajudou os
alunos que estavam a escrever o perfil do judoca olímpico André Alves, o
João Ferreira Oliveira tomou conta da
equipa de trabalho da Ovibeja, a Maria
João Guimarães auxiliou o grupo que
ia fazer um trabalho sobre o legado de
Catarina Eufémia, em Baleizão, e a
Rita Garcia ajudou a equipa que ia conhecer em primeira mão os refugiados sírios que chegaram a Beja. Havia
ainda uma equipa de redação, com
muito trabalho para o suplemento
do 25 de Abril, e dessa tomou conta
Ricardo J. Rodrigues.
Assim que chegaram ao jornal, os alunos puseram logo mãos
ao trabalho. O diretor do “Diário do
Alentejo” apresentou a equipa residente. “Quem trabalha com um grupo
destes, pode ir depois para qualquer
sítio que faz, de certeza, um brilharete.
Esta é a melhor escola que vocês podem ter”. Alguns estudantes ficaram
pela redação e outros foram logo para
o campo. “Vejo que uma das grandes lacunas do ensino do jornalismo
em Portugal é os alunos não porem a
mão na massa”, dizia Paulo Barriga, e
foi por isso que aceitou recebê-los no
“Diário do Alentejo”:“Quis arriscar e
tenho a certeza que vai ser uma aposta
ganha. Esta edição do jornal vai sair
muito valorizada. Para mim é uma
alegria enorme e eu gosto desta confusão, desta barafunda. Gosto de trabalhar em cima do arame e sob pressão.
O jornalismo, para mim, passa um
bocadinho por isso e foi o que aconteceu esta semana”.
As alunas Jéssica Ferreira, Juliana
Mendes e Filipa Coelho tiveram em
mãos um tema de grande atualidade.
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Nunca vou esquecer
esta experiência.
Foi a primeira
vez que pratiquei
jornalismo a
sério, com toda a
responsabilidade
que isso acarreta.”
Tiago Constantino
Quatro refugiados, dois deles família,
que fugiram da guerra na Síria e estão
agora a viver em Beja. Foram as primeiras, na comunicação social, a ter
acesso a esta informação. Marcaram
uma entrevista com a Cruz Vermelha
de Beja e, quando lá chegaram, deram
de caras com Vânia Castanheiro, psicóloga e técnica que acompanha os sírios em tudo, e tudo pode ser idas ao
médico, a centros comerciais ou ao
Serviço de Estrangeiros e Fronteiras.
Com ela e com Ghassan Al Zorba,
médico do hospital de Beja de nacionalidade árabe, conseguiram entrar e falar com os refugiados, visitar
a casa deles. E conseguiram em primeira mão a informação de que, na
sexta-feira, dia 22, estes quatro homens iriam estar num almoço em
Lisboa com o Presidente da República.
Quando voltaram à redação, não cabiam em si de entusiasmo.
“Tivemos a oportunidade de contactar com pessoas reais, contar histórias verdadeiras e isso é fantástico”,
dizia Jéssica. “Nós não sabíamos se íamos conseguir contactar os refugiados
e aquele momento em que percebemos que tínhamos sacado a história,
que estávamos em casa deles, foi uma
emoção incrível. É por causa dessa
adrenalina que quero ser jornalista.”
Carolina Montez, Joana Ramos
e Margaria Recatia, quiseram saber
mais e escrever sobre os linces ibéricos. Partiram cedo para Silves, com a
vontade toda. “As maiores dificuldades foram sem dúvida o caminho percorrido, perdemo-nos uma série de
vezes”, afirmam. Apesar disso, tiveram o privilégio de entrar no Centro
de Reprodução do Lince Ibérico e
conseguiram observar, através de
câmaras presentes na área, os animais. Depois seguiram para a sede do
Parque Natural do Vale do Guadiana,
para perceber como se trabalha contra a extinção do felino mais ameaçado do mundo. “Esta correria puxa
por nós. Hoje temos muito mais vontade de seguir esta carreira”, confessava Joana.
A curiosidade de Tiago
Constantino e de Maria Calé Gaspar
levou-os até Baleizão. Queriam saber o peso de ser Catarina na terra de
Catarina Eufémia. Tentaram perceber
o que sentem ao terem o mesmo nome
do ícone da terra. “Isto foi difícil, e antes de começarmos até parecia que ia
ser impossível contar estas histórias”,
lamentava-se Tiago. “Mas depois fomos para o terreno e superámo-nos,
conseguimos tudo o que queríamos.
Nunca vou esquecer esta experiência.
Foi a primeira vez que pratiquei jornalismo a sério, com toda a responsabilidade que isso acarreta.”
Enquanto isto, outros alunos ficaram dentro da redação, envolvidos noutros projetos. Quer na construção de notícias para o on line do
“Diário do Alentejo”, como por exemplo João Tojo, quer a escrever uma
peça sobre as homenagens ao fundador da Ovibeja, falecido no final de
março. Ana Torres e Laura Martins
trataram dessa parte. José Costa e
Cláudia Candeias passaram os dias a
ligar para câmaras municipais para
saber todas as atividades culturais de
comemoração do 25 de Abril no distrito de Beja. Depois, saíram para a
rua para fazer um inquérito à população. “Havia gente a fazer reportagens e nós estávamos com as notícias.
Estes dias deram para perceber que
cada tema e cada trabalho têm a sua
importância na vida de um jornal”,
analisava Cláudia.
Depois houve um mundo de gente
a visitar a Ovibeja para fazer uma série
de artigos. O Pavilhão do Cante, das
Artes e dos Ofícios foi trabalhado pela
Joana Lopes, e Carolina Dinis e Filipa
Barradas foram conhecer o pavilhão
Terra Fértil, enquanto Sara Faria e
Sérgia Tavares andaram de volta do
Concurso Internacional de Azeites e a
Sónia Kristina desdobrou-se em contactos para poder escrever sobre o programa “Ao Encontro das Lãs”.
Gonçalo Henriques e Marco dos
Santos propuseram-se a escrever um
perfil do único atleta alentejano que
poderá representar Portugal nos próximos Jogos Olímpicos, André Alves.
O problema é que o judoca vivia em
Munique, então tiveram de falar com
ele por email. Quando chegaram a
Beja, estiveram com o seu primeiro
mestre de judo e falaram com o pai,
para terem um artigo mais completo.
“Quando virmos o artigo nas páginas
do jornal vamos ter a certeza de que
todo o esforço é recompensado”, assegurava Gonçalo. “E é isto que esperamos da profissão. Esforço e recompensa no fim.”
Foram dias intensos num ambiente sério de trabalho. O receio
de errar foi dando lugar à certeza
de que tudo estaria pronto a tempo.
“Ninguém aprende sem errar, aprendemos falhando”, explicava o professor. O diretor do jornal reforçava
a ideia: “Os vossos textos terão de ser
editados para termos a certeza de que
não têm erros. Mas esse processo de
edição é feito convosco ao nosso lado,
para aprenderem com as falhas.” No
final de tudo, e depois de três dias de
esforço alucinante, o ambiente era de
felicidade. A fasquia era alta, mas tinham os alunos sido capazes de superá-la. Agora toda a gente percebia
as palavras de Ricardo J. Rodrigues
no início da viagem: “Este é o melhor
ofício do mundo. Contar aos outros o
que eles ainda não sabem é acrescentar luz à escuridão”.
ntes de ser professor, sou repórter. É
assim que me apresento e é essa a minha profissão primeira. Tenho um
orgulho imenso nela. O jornalismo serve para informar os cidadãos, dar-lhes
ferramentas sérias para tomarem, esclarecidamente,
as suas próprias decisões.
Sem jornalismo, não há democracia.
Antes da prática, vem a
leitura. Há muitos anos, eu
apaixonei-me por artigos
que li e um dia quis aprender
a escrevê-los. Nunca perdi
esse hábito. Ler boas histórias, sim, mas também seguir os repórteres extraordinários, tentar perceber o que
fazem os melhores jornais e
as melhores revistas.
É muito difícil amar
o jornalismo sem amar o
“Diário do Alentejo”. É um
jornal histórico e é tão bem
feito. Tem reportagens extraordinariamente bem escritas e tem à cabeça um diretor
que eu leio há muitos anos.
Um repórter de mão-cheia.
O Paulo Barriga.
Em todos os bons repórteres, e em todos os jornais
onde se pratica bom jornalismo, há uma certa dose de
loucura e ousadia. Sem isso,
nunca uma redação – que
está oleada e tem os seus hábitos – se disporia a aceitar um grupo de universitários para proporem ideias
de reportagens e entrevistas, para escreverem uma
parte do jornal. O “Diário do
Alentejo” aceitou o repto.
Então peguei nos alunos
a quem dou aulas no curso
de Ciências de Comunicação
da Universidade Lusófona,
em Lisboa, e trouxe-os para
aqui. Ficaram uns dias, a investigar e a escrever, a aprender numa redação alentejana
o amor universal que os repórteres têm pelas boas histórias. Não haveria melhor
sítio para fazê-lo. Nem melhores jornalistas, fotógrafos
e gráficos para ajudá-los no
processo. É gente que ama
profundamente a profissão.
E por isso, de uma janela de
Beja, os meus alunos puderam ver o mundo inteiro.
Ricardo J. Rodrigues
Diário do Alentejo
21 abril 2016
Quando
se ama o
jornalismo
07
08
Diário do Alentejo
21 abril 2016
“Quando cheguei à Turquia tentei ligar para ela [namorada],
nada. Depois para a família dela e disseram-me que os
guerrilheiros a tinham morto. Um tiro na cabeça.”
Abdal Baset
Tema de capa
Há quatro refugiados sírios a viver em Beja
Depois da tempestade, o Alentejo
P
ara trás ficaram quatro
filhos e a mulher, grávida
de seis meses. Tamam
tem 41 anos, vivia em Homs,
na Síria. “Quando a guerra começou, fui apanhado num tiroteio e fui alvejado com dois tiros,
um no braço, outro na perna”,
conta agora, e diz que não quer
falar mais sobre isso. O pai levou-o para a Jordânia, foi lá que
foi tratado. O plano era voltar
atrás para ir buscar a família,
mas depois começaram os bombardeamentos e ninguém podia entrar no país. Então o homem meteu-se à estrada, chegou
à Turquia. Daí meteu-se num
barco, Mediterrâneo adentro,
até à Grécia. O primeiro objetivo
tinha sido alcançado: a Europa.
O segundo, e principal, está por
cumprir – trazer a família para
porto seguro. É só nisso que
Tamam, Adnam, Hussein e Abdal fugiram da guerra na Síria, atravessaram o mar da
morte e desaguaram na capital do Baixo Alentejo com o estatuto de refugiados. Agora
contam o terror que ninguém quer ouvir: o conflito no Médio Oriente, a travessia do
Mediterrâneo, a espera por notícias da família.
Texto Filipa Coelho, Jéssica Ferreira e Juliana Mendes, alunos da Universidade Lusófona Fotos José Ferrolho
Tamam pensa, todos os dias,
desde que chegou a Beja. No momento em que vai poder voltar a
beijar a mulher, abraçar a descendência, conhecer o filho que
nunca viu.
A 7 de março de 2016 chegaram a Portugal 64 refugiados, num voo especial, vindos
da Grécia. Quatro deles vieram para Beja: Tamam, com
o seu pai Adnam, e os amigos Hussein e Abdal Baset. No
decorrer dessa manhã, Vânia
Castanheira, psicóloga e técnica
voluntária da Cruz Vermelha
de Beja, chegou ao aeroporto de
Figo Maduro e deparou-se com
um cenário de solidão e angústia. “Numa sala, enquanto esperavam para ser distribuídos por
localidades, vi famílias com filhos completamente desesperadas e em pânico. Sentia-se o
medo e a solidão. Já os quatro
refugiados que estão agora em
Beja transmitiram-me uma sensação de alívio e conforto, como
se vissem em nós a sua tábua de
salvação.”
Q u a nd o at e r r a r a m e m
Portugal, foi-lhes dito pelo SEF
– Serviço de Estrangeiros e
Fronteiras que teriam acesso a
boas condições de habitação,
emprego e educação. Não foi
bem assim. Por enquanto, estão
muito longe da autonomia que
desejavam. Um mês depois, continuam em casa, sem trabalhar
e com a comida contada. Apesar
de terem diversos apoios por
parte da Cruz Vermelha, preferiam estar a trabalhar. No entanto, o que mais os preocupa é
o tempo. Os seis meses que têm
de permanecer sob a guarda da
Cruz Vermelha são longos e duros. Aquilo que mais ambicionam é, afinal, começarem a ganhar dinheiro para trazerem as
famílias, que continuam em sofrimento. “A calma está a matar-me os filhos”, lamenta Tamam.
Quatro paredes brancas. A
sala está pouco iluminada e
cheira a mofo. É aqui que os quatro refugiados vivem, numa casa
térrea bem no centro de Beja,
onde faltam mordomias mas há
sempre chá para oferecer às visitas. Abdal Baset – ou Zé, como
é tratado pela voluntária que os
segue – conta que foi obrigado a
fugir para não ser levado pelos
terroristas. “O Daesh entrou em
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21 abril 2016
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minha casa e levou toda a gente.
Os meus pais e os meus três irmãos. Eu tive sorte, consegui escapar sem que me vissem.” Tem
20 anos, no peito traz o único tesouro que lhe sobra. É um fio
que nunca larga, oferecido pela
namorada pouco antes da fuga.
“Quando cheguei à Turquia tentei ligar para ela, nada. Depois
para a família dela e disseram-me que os guerrilheiros a tinham morto. Um tiro na cabeça.” E exemplifica, o indicador
apontado à têmpora.
Com uma expressão facial
muito marcada, carrega angústia ao recordar-se do massacre
que viveu até chegar a Portugal.
Pelo telemóvel vai mostrando
fotos e vídeos do terror que experimentou: a família, a travessia de barco, passageiros a caírem borda fora e morrerem
afogados. “O Mediterrâneo é o
mar da morte e eu vi-a mesmo
ao meu lado”.
Zé sempre estudou, tem o
12.º ano e ainda sonhava poder ir para a universidade, ser
engenheiro petrolífero. Com
uma voz trémula diz-nos: “Eu
preciso de ir à escola.” A Cruz
Vermelha de Beja quer apoiá-lo,
mas primeiro vai ter de aprender a língua. Às terças e sextas têm aulas de português em
Évora, com outro grupo de refugiados. “Mas a professora é
brasileira e tenta ensinar-nos a
cantar músicas em português.
Eu não gosto disso.”
O telefone e as redes sociais
mantêm estes refugiados em
contacto com o mundo que deixaram para trás. Vidas duplas,
entre Beja e a Síria. A adaptação
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Os seis meses que
têm de permanecer
sob a guarda da Cruz
Vermelha são longos
e duros. Aquilo que
mais ambicionam é,
afinal, começarem a
ganhar dinheiro para
trazerem as famílias,
que continuam
em sofrimento.
a Portugal, no entanto, não tem
sido fácil. Numa região onde
a carne de porco é o centro da
gastronomia, torna-se difícil
para os muçulmanos adquirirem as suas refeições. Só comem
vaca, enlatados, arroz, macarrão e muitos ovos. Nesta casa o
álcool é impensável. Coca-cola,
por outro lado, há de sobra.
São pessoas muito reservadas
e não se dão com a população
alentejana. Quando não vão à escola, Zé e Hussein têm como passatempo jogar à bola, num campo
desportivo da terra. “Quero ser
como o Cristiano Ronaldo”, diz
o segundo, com uma voz tímida.
Soltam-se largas gargalhadas na
sala, enquanto Tamam nos conta
que Hussein “é um grande pé
de gesso.” Em contrapartida, os
mais velhos passam os seus dias
em casa, e muitas vezes jogam às
cartas.
Adnam carrega já no seu
corpo 88 anos. Foi dos poucos
idosos que aguentaram fazer a
travessia entre a Ásia e a Europa.
Dos quatro foi o que veio com
mais mazelas e problemas de
saúde, tanto devido à turbulência da viagem como à idade que
“já pesa”. Durante a viagem perdeu os óculos no mar, mas nem
por momento algum fraquejou.
Continuou na luta com o seu filho Tamam.
Sentado no sofá vermelho
que se estende ao longo da sala,
tem ao lado um colar de orações.
Adnam é o único dos quatro que
dedica algum do seu tempo à religião. “Sei que há uma mesquita
aqui em Beja, mas nunca tive
oportunidade de lá ir”, conta. Os
anos pesam nos passos.
Amanhã, sexta-feira, irá realizar-se um almoço com os
refugiados de toda a região
do Alentejo e o Presidente da
República, em Lisboa. O objetivo
deste almoço é estabelecer uma
relação com eles a fim de compreender melhor as necessidades
e vivências de cada um.
Todos os dias Tamam vai
ao SEF, para tentar saber se os
seus documentos de residência já estão disponíveis. Sem
eles, não pode chamar a família. Com tantas tentativas fal hadas, este homem sentese “defraudado e com falta de
sorte.” Ao saber que vai poder
estar e falar com o Presidente
da República, mostra-se entusiasmado e diz-nos: “Quero falar muito com o chefe e contar-lhe a minha história.”
A vida já lhe pregou muitas
partidas. Mas no fundo já se vê
uma luz. No meio de tanta vontade de trabalhar, surge uma
oportunidade a Tamam. Uma
empresa de confeção de carros,
situada em Palmela, está atualmente interessada em colaborar com este homem. “Posso
ser refugiado mas não consigo,
nem gosto, de ganhar dinheiro
sentado.”
Numa casa do centro de Beja,
há quatro vidas em suspenso.
Estes homens fugiram como puderam da escuridão da guerra.
E agora, que desaguaram no
Alentejo, podem finalmente aspirar a um raio de luz.
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Diário do Alentejo
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“Participo em todas as homenagens à minha mãe e muitas
são do Partido Comunista, porque ela era militante e
tornou-se um símbolo da luta. Mas não me quero envolver
politicamente em nada, deixo essa parte para eles”.
Maria Catarina Baleizão do Carmo
25 de Abril
Cinco mulheres diferentes mas com algo em comum: o nome e a naturalidade
A importância
de se chamar Catarina
Chamam-se Catarina e o Alentejo as viu nascer. São
cinco. Cinco de Baleizão. Cinco com idades distintas.
Cinco mulheres diferentes mas com algo em comum:
o nome e a naturalidade. Esta é a história de todo o
peso que um nome pode carregar. E do orgulho de
um povo em Catarina Eufémia.
Texto Maria Calé Gaspar e Tiago Constantino, alunos da Universidade
Lusófona Fotos Rui Cambraia
M
aria Catarina Baleizão
do Carmo teve uma vida
complicada. Emprega
a honra do seu nome há 68 anos,
é a filha mais velha da icónica
Catarina Eufémia de Baleizão.
Com apenas seis anos e meio, viu-se desamparada, conjuntamente
com os seus irmãos mais novos,
graças à trágica morte da mãe.
Foram todos separados e colocados em diferentes instituições.
À rapariga calhou um colégio de
freiras, da Casa Pia de Lisboa, e
ali passou 10 anos da sua vida. Em
1967 tomou uma importante decisão: “Foi uma Catarina que foi a
salto pelos Pirenéus para França
à procura de uma vida melhor”.
Aos 19 anos casou, depois nasceram os três filhos.
Mesmo estando longe da
terra onde nasceu e cresceu, a
saudade e a esperança de voltar a Portugal nunca desapareceram. “Entretanto deu-se o 25 de
Abril, e o que é que esta Catarina
fez? Veio para Portugal novamente”, conta com um sorriso
largo. Maria Catarina regressou
a Baleizão no mesmo ano em que
o corpo da sua mãe foi transladado para o cemitério do povoado. A campa ainda hoje é local
de romaria.
“Aqui jaz Catarina Eufémia,
nascida a 13-2-1928. Camponesa
e militante do Partido Comunista
Português, assassinada pelos fascistas, quando encabeçava a luta dos trabalhadores de Baleizão por melhores
jornas, em 19 de maio de 1954”.
Essa foi uma homenagem que
a comoveu, e ao longo dos anos
seguiram-se muitas outras. Mas
nenhuma a comove tanto como a
mais espontânea de todas: a atribuição massiva, “quase como
uma enorme avalanche”, do nome
Catarina às meninas que nasciam
em Baleizão.
Maria Catarina sente todo o
peso do nome que carrega. É, na
sua visão, nomenclatura de coragem, ousadia e rebelião contra a ditadura fascista de Salazar.
“Participo em todas as homenagens à minha mãe e muitas
são do Partido Comunista, porque ela era militante e tornou-se
um símbolo da luta. Mas não me
quero envolver politicamente em
nada, deixo essa parte para eles”,
diz. Simplesmente sente a falta da
mãe, que lhe foi retirada muito
cedo.
Dos 896 eleitores recenseados
em Baleizão, 466 são mulheres e
13 chamam-se Catarinas. O número não representa a totalidade
da tal avalanche, porque muitas
emigraram, outras foram viver
para a cintura de Lisboa, e ainda
há as que são menores de idade,
que não votam.
Ana Catarina Raposo tem oito
anos e muitos colegas na turma
do primeiro e segundo ano. Todos
conhecem o Raul, bisneto de
Catarina Eufémia e neto de Maria
Catarina. Uma coisa é certa, o
povo alentejano tem um dom especial para o coro. A resposta
imediata e uníssona à pergunta
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“Sabem quem foi Catarina
Eufémia?” é a prova de que precisamos. “Sim”, disse ela e disseram todos os colegas.
Na sala no segundo andar da
Escola Primária de Baleizão os
miúdos ouvem falar do nome de
Catarina. É, afinal, a figura incontornável da terra e até o canário, mascote da criançada, tem
esse nome. Ana Catarina Raposo,
por entre o livro de exercícios de
matemática, demonstra um humilde orgulho de criança com o
nome da heroína. “Foi uma senhora que perdeu a vida para nos
salvar. Antigamente havia muitas
pessoas na rua e ela não queria
que elas morressem à fome”, diz,
dispersando da conversa e apontando para os desenhos dos cravos que tinham feito na aula. “A
marca do 25 de Abril é um cravo,
a de Catarina Eufémia uma papoila e um desenho com um
martelo”.
A 14 quilómetros dali a história é diferente. Catarina Sofia
Lampreia Coxilha está no sétimo
ano, vive em Baleizão, mas estuda
na Escola de Santa Maria, em
Beja. E não acha que a nova escola
dê a devida importância ao passado da “ceifeira de Portugal”. “Já
ninguém fala disso. E as pessoas
da minha idade que não são de
cá nem sequer sabem quem foi”.
Para ela, sem Catarina Eufémia, a
sua terra ainda viveria sob o domínio da ditadura.
À beira de fazer 14 anos, diz que
gosta do nome que tem, mas nem
sempre foi assim. “Quando era pequena não gostava. Aqui na terra
não há mais nenhuma com a minha
idade. E cheguei a ouvir comentários sobre ter de honrar o nome
que tenho”. A trisavó contava-lhe a
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“A minha mãe foi
com os meus irmãos
aos protestos, e eu
fiquei em casa com
a minha irmãzinha
mais nova, não
podia ir. Depois
ouvimos os gritos,
na rua toda a gente
berrava: mataram a
Catarina, mataram a
Catarina Eufémia”.
Maria Catarina Baleizão do Carmo
Maria Catarina Lopes
Catarina Maria Beldroegas Amador
história de uma mulher que morreu a lutar pelas condições de vida
e trabalho das pessoas da aldeia. “E
por isso fui aprendendo a gostar de
me chamar assim”.
Além da escola, Catarina
Sofia frequenta o Grupo de Coral
Alentejano de Baleizão. São 17
mulheres que se juntam durante
duas horas, às segundas e quintas-feiras, para ensaiarem e manterem viva a tradição do cante
a lenteja no, Património da
Humanidade. Agora, põe de parte
a vergonha e, sentada numa esplanada no centro da aldeia, presenteia o largo com uma música:
“Ó Baleizão, Baleizão/Ó terra de
Catarina/Onde nasceu e morreu/ Com uma bala assassina/
Com uma bala assassina/Ao lado
do coração/Ó terra de Catarina/Ó
Baleizão, Baleizão”, mereceu
aplausos.
No largo há uma estátua da
ceifeira e é por ali que anda a cirandar Maria Catarina Lopes, 71
anos. “Não foi só em Baleizão que
os pais começaram a dar o nome de
Catarina às filhas. Em tempos trabalhei num infantário em Sobreira
da Caparica e havia tanta miúda
Catarina”. A mulher explica que
a sua avó era tia de sangue e madrinha de batismo de Catarina
Eufémia. “Eu sou prima dela em segundo grau”. Numa viagem a recordações antigas, volta ao dia do homicídio, 19 de maio de 1954. Tinha
apenas nove anos. “A minha mãe
foi com os meus irmãos aos protestos, e eu fiquei em casa com a minha irmãzinha mais nova, não podia ir. Depois ouvimos os gritos, na
rua toda a gente berrava: mataram
a Catarina, mataram a Catarina
Eufémia”.
Catarina Maria Beldroegas
Amador tem 81 anos e genica de
20. Viu tudo e lembra-se bem do
que aconteceu. Era época da ceifa
das favas e 14 assalariadas fizeram greve a pedir melhores condições. Eufémia foi eleita porta-voz,
era ela que ia exigir o aumento ao
feitor. “Quando lá chegámos, estava o tenente Carrajola, da GNR,
que não queria que ela entrasse
dentro da herdade. Mas ela teimou que tinha fome, tinha fome,
tinha fome. Ele puxou pela pistola e deu-lhe um tiro. Ela tinha
um filho de oito meses no braço”.
Há relatos que apontam que estaria grávida, mas nunca foram
confirmados.
Para a otogenária, a elevação
de Catarina a ícone da luta antifascista é causa de orgulho. “As
novas gerações não sabem, porque agora temos camas com lençóis e dormimos quentinhos.
Mas naquele tempo ficávamos
no chão só com um saco do trigo
para nos tapar. E a cabeça de uma
sardinha para comer”.
O que aconteceu em 1954
o povo não esquece. Porque
Catarina foi heroína. Deu força
a um povo inteiro para lutar por
pão e democracia. Tem, e terá
sempre, nome de luta.
Diário do Alentejo
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O Baixo Alentejo volta a comemorar o 25 de Abril. A efeméride, que celebra 42 anos, é assinalada com diversas atividades,
que vão desde concertos, com propostas das mais tradicionais às mais modernas, a palestras, passando por momentos
desportivos. As sessões mais solenes, e evocativas da data, também não foram esquecidas, tal como o tradicional fogo-de-artifício, que à meia-noite em ponto, aqui e ali, iluminará o céu da região. Texto Cláudia Candeias e José Costa, alunos da Universidade Lusófona
Alcacér do Sal
A Revolução dos Cravos celebra, a
25 de abril, o seu 42.º aniversário.
No âmbito desta celebração, o concelho de Alcácer do Sal irá realizar
diversas atividades comemorativas.
Dia 24, às 10 horas, realiza-se uma
caminhada, seguida de aula aberta
de zumba. Às 12 e 30 horas, acontece um almoço convívio com animação musical e, às 15 horas, jogos tradicionais. Nessa noite, pelas
22 horas, atuará o fadista António
Zambujo. À meia-noite, espetáculo
de fogo-de-artifício, seguido da atuação da DJ Olga Ryazanova. Dia 25,
às 9 horas, decorrerá a cerimónia
do hastear da bandeira nos paços
do concelho. E às 12 horas acontecerão a entrega de prémios do XXIV
Concurso de Rendas Tradicionais e
jogos tradicionais.
depois, o espetáculo musical “A
Cantar Abril”, com grupos corais.
Às 21 horas, abre o Espaço Criança,
com pista infantil, insufláveis, jogos e pinturas faciais. Os espetáculos musicais começam às 22 horas, com Nova Aurora “A cantar
Abril”, seguido de espetáculo pirotécnico e acabando com a atuação
da banda ÁTOA. No dia 25, pelas
8 horas, começará a Caminhada
da Liberdade e realiza-se a cerimónia do hastear do bandeira nacional. Pelas 11 e 30 horas, decorre
uma homenagem aos combatentes
da Guerra Colonial.
Alvito
Almodôvar
Aljustrel
No âmbito das comemorações do
25 de Abril, a Câmara Municipal
de Aljustrel preparou algumas celebrações. No dia 24, pelas 8 horas, realizar-se-á a Caminhada
da Liberdade, seguida de um passeio de cicloturismo. Já pelas 9 e
30 horas, acontecerá o Torneio 25
de Abril Armindo Peneque. Às
10 horas, haverá um passeio em
Viaturas 2 CV. Nessa tarde, pelas
15 horas, decorrerão diversas atividades em simultâneo. Torneio
de sueca, caça ao tesouro e desfile musical com Os Alentugas,
do Crira, entre outros. Segue-se,
A C â ma r a Mu n ic ipa l de
Almodôvar, por sua vez, preparou diversas atividades. Dia 24,
pelas 21 e 30 horas, decorrerá um
concerto, denominado “Um novo
Abril”, com Jorge Roque, e, à meia-noite, um espetáculo pirotécnico.
Já no dia 25 de abril, pelas 9 horas,
haverá um torneio de jogos tradicionais, seguido de um desfile
dos Chocalheiros de Vila Verde de
Ficalho e do Corpo de Bombeiros
Voluntários de Almodôvar. Às
10 horas, acontecerá o hastear da
bandeira nos paços do concelho, e,
pelas 11 horas, sessão solene comemorativa do 42.º Aniversário do 25
de Abril. Ocorrerá, às 13 horas, um
almoço de confraternização, comemorativo do 25 de Abril.
A Câmara Municipal de Alvito iniciou este mês um conjunto de atividades que pretendem assinalar os 40
anos das primeiras eleições autárquicas, que ocorreram em 12 de dezembro de 1976. As comemorações decorrerão ao longo do ano, culminando
com uma cerimónia de homenagem
aos autarcas que, durante estas quatro
décadas, exerceram funções no concelho de Alvito. No âmbito das comemorações do 25 de Abril, a Câmara
Municipal de Alvito organiza uma
tertúlia com antigos presidentes de
câmara, contando já com as confirmações de presença dos antigos presidentes de Alvito António Suspiro,
Francisco Trindade, Lopes Guerreiro,
João Trindade e João Penetra. Os antigos autarcas, em mesa redonda, falarão das suas experiências pessoais no
exercício do cargo e das diversas fases
do poder local democrático, ao longo
das últimas quatro décadas.
Barrancos
preparou um variado leque de atividades para celebrar a data em
Beja. No sábado, dia 23, pela manhã, decorrem várias ações nas
Portas de Mértola. Na noite de 24,
o ponto de encontro é a praça da
República, junto às tasquinhas,
para assistir ao espetáculo musical
e pirotécnico. Assim, pelas 21 e 30
horas, a banda da Capricho Bejense
faz a sua atuação, seguindose o espetáculo musical que reúne em palco artistas do concelho. Os Discípulos, Os Cantadores
do Desassossego, Espigas do
Alentejo, Real Aliança Velha,
Eduardo Espinho, Sandra Pereira,
Fernando Pardal, Tiago Bento e JR
cantarão Abril nesta noite. No dia
25 o centro histórico será o palco
do Desfile da Liberdade, com partida agendada para as 9 e 30 horas,
na praça da República. A sessão
solene terá lugar no salão nobre do
antigo Governo Civil, pelas 12 horas. À tarde estão previstas atividades desportivas e culturais, no
jardim público.
Castro Verde
Mais um ano de comemorações do
25 de Abril em Castro Verde e este
ano o cartaz conta com inúmeros
espetáculos. No dia 24 haverá, no
parque infantil, às 10 horas, um
passeio de carrinhos de bebé. E,
pelas 14 e 30 horas, acontecerá um
torneio de malha e outro de sueca.
Mais tarde, pelas 21 e 30 horas,
há cante e música em “Noites de
Revolução”, no cineteatro municipal. Após o concerto, há espetáculo de fogo-de-artifício, e no dia
25, na praça do Município, realizase o hastear da bandeira.
Barrancos, em tempos de comemorar
Abril, resolveu organizar uma Feira do
Livro, que abre as suas portas à população, no sábado, dia 23. O certame já
vai na sua 18.ª edição e, até ao dia 1 de
maio, animará o Posto de Turismo de
Barrancos. Há ainda, no dia 25, um espetáculo de fogo-de-artifício, uma arruada matinal, atividades desportivas
e atividades para os mais novos.
Cuba
Beja
A comissão organizadora das
Comemorações do 25 de Abril
e sábado, no Pavilhão Municipal
de Cuba, decorre a feira do livro, e
ainda no dia 23, haverá jogo de futebol. Já no dia 24, pelas 9 horas,
irá realizar-se uma caminhada
ao Outeiro de Santo António. Às
21 horas, haverá uma atuação
dos alunos do Agrupamento de
Escolas de Cuba e, pelas 21 e 30 horas, acontece a atuação dos grupos corais do concelho, seguindo-se a atuação do grupo Português
Suave, pelas 23 horas. Finalizando
a noite com fogo-de-artifício. Dia
25, decorrerá, às 10 horas, um passeio de cicloturismo à barragem
de Albergaria dos Fusos. Logo às
17 e 30 horas, na biblioteca municipal, ocorrerá uma conversa
com um deputado da Assembleia
Constituinte.
No concelho de Cuba, para celebrar o 42.º aniversário do 25
de Abril, a câmara sugere o seguinte plano de festas. Entre hoje
Ferreira do Alentejo
A câmara municipal, no âmbito
do aniversário da Revolução de
Abril e das Comemorações do 5.º
Centenário da Outorga do Foral
Manuelino a Ferreira do Alentejo,
promove no dia 24, pelas 22 horas,
no Parque de Exposições e Feiras,
um espetáculo musical com Diogo
Piçarra, seguido do lançamento de
fogo-de-artifício, às 24 horas.
Grândola
“Espalhem a notícia”, a liberdade
vai passar por aqui. Dia 24, Sérgio
Godinho apresenta “Liberdade”
na Terra da Fraternidade. No
espetáculo, estreado no Teatro
Diário do Alentejo
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Municipal São Luís para assinalar os 40 anos da Revolução de
Abril, Sérgio Godinho irá interpretar alguns dos temas mais
marcantes da sua carreira, bem
como do Portugal democrático,
não esquecendo a música de Zeca
Afonso. Irá atuar pelas 23 horas,
no palco da Festa Popular, que
assinala o 42.º aniversário do 25
de Abril, e que, à semelhança do
ano passado, irá realizar-se no
centro da Vila Morena, junto ao
Complexo Desportivo Municipal
José Afonso.
alusiva ao 25 de Abril com teatro de fantoches e, à noite, haverá
música e poesia de Abril. No domingo, 24, às 9 horas, realiza-se
o percurso pela cidade “Do castelo ao museu”. Às 9 e 30 horas
há o Passeio da Liberdade pela
Serra de Ficalho e, às 21 e 30 horas, na praça Sacadura Cabral,
tem lugar um espetáculo musical
com as bandas Classe Operária,
Imaginarium, Dúvida Pública
e Tokyfoge, a que se segue uma
oferta de cravos à população. No
dia 25 de abril, segunda-feira, às
9, realiza-se a habitual cerimónia
do içar da bandeira, frente aos
paços do concelho. Neste dia de
comemoração de Abril, a Câmara
Municipal de Moura vai homenagear dois antigos presidentes
do município, Manuel Mestre e
Manuel Romana Ângelo, já desaparecidos, atribuindo os seus nomes a equipamentos municipais.
Ourique
Exposição e decoração do espaço escolar e de espaços públicos, e ainda plantação de cravos, são algumas das propostas.
Nos dias 23 e 24, decorrerá o
Circuito Enduro Urbano de motas TT, minimotas e moto4. Dia
25, pelas 9 e 30 horas, há um
passeio de BTT e, em simultâneo, uma caminhada, com partida do quiosque Tony. Mais
tarde, pelas 14 e 30 horas, inicia-se um torneio de petizes e traquinas, no Estádio Municipal D.
Afonso Henriques, organizado
pelo Ourique Desportos Clube.
Mértola
A Câmara Municipal de Mértola
comemora o 42.º aniversário do
25 de Abril, que terá lugar na
praça do Município, pelas 16 horas. Pelas 16 e 30 horas, acontecerá a intervenção do presidente
da Assembleia Municipal, seguida da “Conferência de Abril”.
Às 17 e 30 horas, intervenção do
presidente da Câmara Municipal
de Mértola, seguida de uma homenagem a antigos autarcas,
pelas 17 e 50 horas. Já ao fim da
tarde, pelas 18 e 10 horas, acontece o lançamento de um livro
sobre o poder local em Mértola.
E para finalizar estas comemorações, pelas 18 e 30 horas, há
abertura da Galeria Honorífica
dos presidentes do Poder Local
Municipal.
Moura
Os 42 anos da Revolução do 25 de
Abril vão ser assinalados no concelho de Moura com um conjunto
de iniciativas promovidas pela
câmara municipal, juntas de freguesia e movimento associativo.
Na cidade o programa inicia-se
no sábado, 23, com um passeio à
beira rio. Nesse dia, na Biblioteca
Mu nicipa l Urba no Tava res
Rodrigues, a hora do conto é
sábado, 23, a manhã começa com
a Feira da Primavera, no centro
histórico, seguindo-se um baile,
uma exposição e a apresentação
de um livro. Espaço ainda para teatro de rua, com Insekto. No domingo, dia 24, continua a decorrer a Feira da Primavera e à noite
há um concerto com Celina da
Piedade, seguido de fogo-de-artifício. No dia 25, pela manhã, há o
hastear da bandeira, a sessão solene da Assembleia Municipal de
Sines, seguindo-se diversas atividades, durante todo o dia, para
pequenos e graúdos.
horas, haverá um Encontro de
Grupos Corais. Nessa noite subirá ao palco a banda D.A.M.A.
Pelas 00 e 30 horas, as atenções
centram-se no simbólico hastear
da bandeira. De seguida terá lugar o habitual espetáculo de pirotecnia, na zona ribeirinha. As
celebrações continuaram noite
fora com a atuação da banda
Amor Electro. Já no dia 25, contamos com a atuação de António
Zambujo.
Serpa
A Câmara Municipal de Serpa,
no âmbito das comemorações do 25 de Abril, organiza alguns espetáculos com entrada livre. Iniciam-se dia 24, pelas 21
e 30 horas, com a participação
do Grupo Coral da Academia
Sénior de Serpa, do Grupo Coral
Os Ceifeiros de Serpa, do Grupo
Coral e Etnográfico da Casa do
Povo de Serpa e da Banda da
Sociedade Filarmónica de Serpa,
no cineteatro municipal. Às 00
horas, haverá uma arruada ao som
de “Grândola Vila Morena”, pela
Sociedade Filarmónica de Serpa,
e espetáculo piromusical na praça
da República. Já no dia 25, pelas
18 horas, teremos, no Cineteatro
Municipal de Serpa, o tributo a
José Carlos Ary do Santos, “Ary, o
Poeta das Canções”.
Odemira
A grande festa de comemoração
da liberdade e da democracia
está de regresso a Odemira. Será
um mês intenso, com diversas
atividades gratuitas para a população. Os momentos chaves
acontecerão de 22 a 25 de abril.
Música, teatro, cinema, literatura, o habitual festival de folclore, cante alentejano, fogo-de-artifício, exposições e desporto
são as propostas das comemorações “Abril em Odemira”, promovidas pelo município, em colaboração com entidades locais.
Amanhã, 22, será uma noite dedicada à música eletrónica, com
a presença dos DJ RedDeep e
Christian F. A noite de 23 está
reservada para o rock português. Com a atuação de bandas
locais, Contra Mão e Suspeitos
do Costume, fechando com os
Peste & Sida. No dia 24, pelas 16
Santiago do Cacém
A Câmara Municipal de Santiago
do Cacém traz no dia 24, pelas 9 horas, um torneio de hóquei em patins. Pelas 22 horas, no Pavilhão Municipal de
Desportos, haverá o espetáculo
comemorativo dos 42 anos do
25 de Abril, com Carlão e convidados, tais como Sara Tavares e
Sam The Kid. A noite acaba com
DJ Dadão. No dia 25, no jardim
municipal, pelas 8 e 30 horas, começa a Feira de Artesanato.
Sines
As comemorações do 25 de Abril
em Sines comtemplam uma sessão solene que acontecerá já hoje,
quinta-feira, nos paços do concelho, onde participarão alunos do
4.º ano do ensino básico. Amanhã,
sexta-feira, será exibido o filme
“Capitães de Abril” e está prevista
uma caminhada noturna. No
Vidigueira
No âmbito das comemorações do
25 de Abril, a Câmara Municipal
e a Assembleia Municipal de
Vidigueira, com a colaboração
das juntas de freguesia do concelho, da Escola Profissional
Fialho de Almeida (EPFA) e do
Agrupamento de Escolas de
Vidigueira, vão organizar um
programa comemorativo que integra diversas iniciativas. Hoje,
21, o agrupamento de escolas (2.º e 3.º ciclo) irá apresentar “História de Uma Revolução”.
Amanhã, 22, pelas 9 e 30 horas,
no Centro Multifacetado de Novas
Tecnologias, o agrupamento de
escolas apresentará uma mostra
de trabalhos sobre a Constituição
e, juntamente com a EPFA, uma
estafeta da Constituição. Dia
23, pelas 17 e 30 horas, haverá
uma exposição de pintura de Rui
Pereira, no museu municipal. A
24 de abril, na assembleia municipal, pelas 18 horas, irá decorrer uma sessão solene comemorativa do 25 de Abril, no salão nobre
dos paços do concelho. No dia 25
de abril, pelas 9 horas, irá realizar-se cicloturismo e uma caminhada com almoço convívio.
Nilza de Sena
convidou ministro
da Educação
a visitar escolas
do distrito de Beja
Diário do Alentejo
21 abril 2016
14
Atual
E audição parlamentar na Comissão de Educação na Assembleia da República, a deputada do PSD eleita pelo
Em
ccírculo de Beja convidou o ministro da Educação a visitar as escolas do distrito, disponibilizando-se para o
aacompanhar. Nilza de Sena referiu-se às escolas secundárias de Serpa, Castro Verde e Odemira, à Básica de Santiago
Maior, em Beja, e ao Pavilhão da Escola de Santa Maria, também em Beja, “como escolas com graves problemas
M
eestruturais e a necessitar de obras urgentes, nomeadamente na remoção definitiva das placas de fibrocimento,
nos problemas de iluminação, pinturas exteriores, entre outros”. A deputada questionou ainda o ministro sobre
n
a falta de segurança nas portarias de alguns agrupamentos, de psicólogos e de assistentes operacionais.
IPBeja elabora plano estratégico educativo do município de Alvito A equipa dos Serviços de Planeamento e
Desenvolvimento Estratégico do Instituto Politécnico de Beja (IPBeja) vai elaborar o Plano Estratégico Educativo Municipal de Alvito
(PEEM) que inclui, simultaneamente, a revisão da Carta Educativa Municipal, mediante um contrato de prestação de serviços estabelecido com a Câmara Municipal de Alvito. A sua conclusão está prevista para o próximo mês de julho. De acordo com o IPBeja, a elaboração do PEEM “desenvolve-se através de metodologias participativas, estando previstas ações de trabalho colaborativo com os
agentes locais, já no próximo mês de maio”.
Hospital de S.Paulo
Exploração hidroelétrica de Alqueva e Pedrogão
PS inviabiliza
reversão
para o SNS
Ajuste direto à EDP
prejudicou interesse público
O
futuro do Hospital de São Paulo foi a votos no dia 15 no Parlamento através de
três propostas: uma do PSD, que defendia
o status quo; um projeto de resolução do Bloco de
Esquerda; e um projeto de lei do PCP, que propunha o regresso à esfera pública. A abstenção do PS
nos três documentos inviabilizou as propostas dos
partidos à esquerda e permitiu a aprovação da iniciativa do PSD.
Numa nota à imprensa, a Coordenadora
Distrital do BE critica o PS por ter “lavado as mãos
como Pilatos”. Alberto Matos, em declarações à
Rádio Voz da Planície, acusou Pedro do Carmo de
ser “seguidista” e do seu “compromisso pessoal”
com o Baixo Alentejo pouco valer.
Também o PCP, através de um comunicado da
comissão concelhia de Serpa, diz que o “hospital de
Serpa não regressa ao Serviço Nacional de Saúde
(SNS) porque o PS não quis”.
Pedro do Carmo reagiu às críticas dos bloquistas, considerando que a sua posição “não passa de
um número político inconsequente”. O deputado
do PS eleito por Beja recordou que, em janeiro, o
Governo, “apoiado pelo Bloco de Esquerda, PCP e
PEV, decidiu que a situação dos hospitais de Fafe,
Anadia e Serpa seria avaliada por uma comissão
de acompanhamento”, reiterando “o compromisso
do Governo em reintegrar os hospitais no SNS”.
João Ramos, deputado PCP, estranha a posição
do PS e lembra que “a privatização avançou sem estudos”. No seguimento da discussão o deputado
comunista fez chegar à mesa do Parlamento uma
série de perguntas com o objetivo de “verificar o
cumprimento do acordo” feito com a Misericórdia
de Serpa, nomeadamente, no que concerne ao número de consultas de especialidade efetuadas ou
quantos episódios de urgência ocorreram.
PUB
Segundo o Tribunal de Contas (TC), no
contrato de subconcessão entre a EDIA
e a EDP para a exploração hidroelétrica
das barragens de Alqueva e Pedrogão
“o interesse público não foi devidamente salvaguardado”.
Texto Aníbal Fernandes
A
história começa em 2007, durante o
governo de José Sócrates. O decreto
lei n.º 313, de 17 de setembro, concedeu à EDIA – Empresa de Desenvolvimento
e Infraestruturas do Alqueva, por 75 anos,
“a gestão, exploração e utilização privativa do domínio público hídrico afeto ao
Empreendimento de Fins Múltiplos do
Alqueva, para fins de rega e exploração hidroelétrica”, lê-se no relatório que o TC tornou público na passada semana.
De seguida, a EDIA subconcessionou
à EDP, por ajuste direto, a exploração das
centrais hidroelétricas, por 35 anos, “mais
cinco do que inicialmente estimado”, apesar de ter sido equacionado, pelo Governo e
pela EDIA, entre finais de 2006 e o primeiro
trimestre de 2007, “a realização de um concurso público internacional ou a criação
de uma empresa pública, cujo capital seria
maioritariamente detido pela EDIA”.
Aliás, a ideia de uma “empresa mista
com a EDIA e a EDP” para a exploração hidroelétrica do Alqueva já tinha sido anunciada no parlamento, em 2004, por Amílcar
Theias, então ministro do Ambiente do governo liderado por Durão Barroso.
Contra o que seria de esperar, “a escolha
do procedimento por ajuste direto não foi
objeto de uma adequada fundamentação”,
diz o TC. Para justificar o negócio com a,
ainda na altura, elétrica portuguesa, foram
“invocados direitos adquiridos com base
num quadro legislativo de referência que tinha sido alterado e num protocolo e acordo
celebrado entre as duas empresas em 1995”.
Segundo o Tribunal de Contas, no contrato de subconcessão então assinado “é
aludida legislação entretanto revogada, reportada a 1973, 1995 e 2001, são omitidas as
alterações legais ocorridas no mercado da
energia e são enfatizados os direitos adquiridos pela EDP”, aspeto que o TC garante
não ter sido provado documentalmente durante a instrução do processo.
Conclui o relatório que, face ao exposto,
“a salvaguarda do princípio da concorrência
e dos princípios gerais de contratação pública exigia uma atuação diferente por parte
do Estado, em defesa do interesse público”.
A EDIA, contatada pelo “Diário do
Alentejo”, optou por não fazer qualquer comentário sobre o assunto, mas no uso do
direito ao contraditório escreveu ao TC informando que, “embora a opção pela atribuição da subconcessão da exploração das
centrais hidroelétricas do Alqueva e de
Pedrogão à EDP por ajuste direto tenha sido
claramente uma opção do acionista corporizada em diploma legal aprovado para o
efeito, admite-se que a mesma se tenha suportado numa fundamentação técnica, designadamente técnico-jurídica, baseada na
existência de direitos adquiridos”.
No entanto, o TC considera que esta
argumentação “não se coaduna com as conclusões de um parecer intitulado “Eventuais
direitos do Grupo EDP à exploração da componente hidroelétrica do Empreendimento
para Fins Múltiplos do Alqueva (EFMA)”, solicitado pelo conselho de administração da
EDIA em setembro de 2006, no qual se conclui que não existem direitos adquiridos por
parte da EDP com base no protocolo assinado em 11 de setembro de 1995, pelos presidentes de ambas as empresas”.
No final do relatório, o TC recomenda ao
Estado que “os processos de contratação, em regime de ajuste direto, devem, no futuro, ser precedidos da adequada fundamentação técnica,
económica e jurídica, de modo a salvaguardar
a transparência e o value for money do negócio
para o interesse público”, enquanto aconselha a
EDIA a “publicitar na sua página eletrónica os
contratos de cessão e subconcessão das centrais
hidroelétricas de Alqueva e Pedrogão”.
PCP pergunta Depois da divulgação deste
relatório pelo Tribunal de Contas, o PCP,
através dos deputados João Ramos e Bruno
Dias, apresentaram no passado dia 15,
uma série de perguntas ao Governo, dirigidas ao ministro da Agricultura, Florestas e
Desenvolvimento Rural, Capoulas Santos.
Para os comunistas, é importante saber se
“o Governo pretende exigir o cumprimento
por parte da EDP do protocolo estabelecido em 1995” e, em consequência disso, se
“equaciona a possibilidade de renegociar
o contrato de concessão da exploração das
centrais hidroelétricas por forma a assegurar a defesa do interesse público”.
A Turismo do Alentejo/Ribatejo lançou o projeto “Transalentejo – Percursos pedestres do
Alqueva” nos municípios de Beja e Portel. O evento contemplou a apresentação de um guia que,
composto por 11 percursos pedestres, estruturados na zona de influência do lago Alqueva e do
rio Guadiana, está editado em português e inglês, e apresenta diferentes trilhos devidamente
estudados, mapeados, sinalizados, possibilitando aos caminheiros a oportunidade de descobrir as
diversificadas paisagens que formam o vasto e rico património natural e cultural do Alentejo.
Ação de formação sobre património artístico da igreja em Beja Realiza-se em Beja, no próximo dia 28, na Igreja de Nossa Senhora dos Prazeres,
uma ação de formação sobre o património artístico da
Igreja, intitulada “Critérios e Práticas de Conservação
Preventiva”. Promovida pelo Secretariado Nacional
para os Bens Culturais da Igreja, em colaboração com o
Departamento do Património Histórico e Artístico e o
Secretariado de Liturgia da Diocese de Beja, esta atividade é aberta a todos os interessados. Decorrerá entre
as 10 e as 17 e 30 horas, e encontra-se vocacionada para
quem está em contacto permanente com o património
artístico e religioso, em igrejas e museus, coordenando
ou assegurando a sua manutenção; destina-se também
a responsáveis, técnicos e colaboradores com funções nas
diversas áreas dos bens culturais da Igreja, bem como
a todos aqueles que pretendam obter formação neste
domínio.
PRESIDÊNCIA DA REPÚBLICA PORTUGUESA
PUB
Marcelo Rebelo de Sousa visita Alvito, Beja, Moura e Serpa
Presidente da República
no Alentejo em nome
de um “Portugal próximo”
Quatro concelhos. Alvito, Beja, Moura e Serpa. Todos eles na rota do
Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, na sua volta a Portugal,
em nome de um “Portugal próximo”. Volta ao País, esta, que terá como
ponto de partida, tal como escolheu o chefe de Estado, o Alentejo. Três
dias, dois deles passados no distrito de Beja, num ritmo alucinante, onde todos os passos do presidente estão cronometrados com uma agenda preenchida ao minuto. O presidente, entre outras iniciativas, passeará no bairro
da Mouraria, em Moura, participará numa homenagem a Nicolau Breyner,
em Serpa, doará livros à biblioteca, em Alvito, e, por fim, visitará a Ovibeja
e prestará uma última homenagem a Manuel de Castro e Brito.
M
arcelo Rebelo de Sousa,
Presidente da República, escolheu o Alentejo para arrancar com o seu programa “Portugal próximo”. Três dias para o chefe de Estado
calcorrear os caminhos da região, com
paragem obrigatória, já no segundo e
último dia, como anuncia o programa
oficial, em Alvito, Beja, Moura e Serpa.
Cerca de 400 quilómetros, entre
Fronteira, no distrito de Portalegre, e
Beja, cidade onde culminará a visita,
nomeadamente na Ovibeja, no sábado,
com Marcelo Rebelo de Sousa a visitar
o certame e a participar, assim, na homenagem organizada pela Associação
de Agricultores do Sul (ACOS) a Manuel
de Castro e Brito, seu antigo presidente,
que faleceu recentemente.
A visita do Presidente da República
ao distrito de Beja só começará amanhã, sexta-feira, dia 22, em Moura,
onde fará um passeio pelo bairro histórico da Mouraria, recentemente requalificado, seguindo-se depois uma visita
ao núcleo de atendimento a vítimas de
violência doméstica.
Marcelo Rebelo de Sousa rumará
depois em direção a Serpa, onde terminará o seu dia, mas só depois de participar numa homenagem a Nicolau
Breyner, que contará, entre outros, com
a presença das filhas do ator. O presidente irá ao teatro, precisamente na
sala que acolherá o nome do ator alentejano, como anunciou a Câmara de
Serpa, para assistir à peça “A Dama das
Camélias”, encenada por Celso Cleto e
protagonizada por Ruy de Carvalho e
Sofia Alves.
A manhã de sábado, dia 23, será
preenchida com uma visita a Alvito,
que, segundo foi anunciado, é um dos
concelhos que há mais tempo não é visitado por um Presidente da República.
Aqui, Marcelo Rebelo de Sousa assinalará o Dia Mundial do Livro. Como?
Doando, a título institucional e pessoal,
livros à biblioteca municipal local.
A linha férrea também não ficará
de fora da rota de Rebelo de Sousa,
que, depois de visitar Alvito, viajará
para Beja de comboio. E, uma vez já em
Beja, acontecerá uma visita a uma estufa de morangos, criados em hidroponia, e ao Centro de Paralisia Cerebral.
O dia e este périplo de Marcelo Rebelo
de Sousa por terras alentejanas terminarão, assim, com uma visita à Ovibeja.
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Diário do Alentejo
21 abril 2016
Turismo
do Alentejo
lançou projeto
de percursos
pedestres
Diário do Alentejo
21 abril 2016
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Câmara de Aljustrel
quer que escola de Rio
Moinhos continue aberta
A Câmara Municipal de Aljustrel anunciou
que voltou a solicitar, por escrito, ao
Ministério da Educação, que volte a considerar
a excecionalidade da abertura da escola de
1.º ciclo de Rio de Moinhos, para que esta
continue a funcionar como polo do Centro
Escolar de Aljustrel, no ano letivo 2016/2017.
A Câmara de Aljustrel argumenta que “no
próximo ano letivo estarão matriculados em
Rio de Moinhos 16 alunos no 1.º ciclo, mais
três alunos do que no ano transato, acrescidos
de mais 13 inscrições no pré-escolar”, o
que, segundo o município, “garante 29
alunos com intenção de frequentar esta
escola”. A Câmara de Aljustrel voltou ainda
a confirmar ao ministério que não tem
condições para garantir os transportes dos
alunos desta localidade para o centro escolar
na sede do concelho, que a escola de Rio de
Moinhos reúne todas as condições para o
desenvolvimento da atividade letiva e que
a transferência de uma nova turma para o
Centro Escolar de Aljustrel, por ausência
de salas disponíveis, obrigaria à criação
de mais uma turma de 1.º ciclo, que teria
que funcionar fora do centro escolar.
Lançado programa
para dinamizar empresas
As associações empresariais do Alentejo
lançaram em conjunto um novo programa
para apoiar as empresas da região no seu
processo de inovação e diferenciação,
intitulado “Inovar +”, com apoio de fundos
estruturais. A iniciativa, que envolve as
associações empresariais dos distritos de
Évora (NERE), Beja (Nerbe) e Portalegre
(Nerpor), prevê a realização de um
conjunto de ações, com a participação de
investigadores e consultores de mercado.
Segundo os promotores, a participação no
projeto não implica custos para as empresas.
PUB
“A história de Joana em busca de um final feliz”
“DA” galardoado em prémio
nacional de jornalismo
A reportagem “A história de Joana em
busca de um final feliz”, publicada no
“Diário do Alentejo”, no dia 3 de abril
de 2015, da autoria de Bruna Soares,
jornalista do “DA”, foi galardoada no
Prémio Nacional de Jornalismo “Os
Direitos da Criança em Notícia”.
A
atribuição deste prémio é da competência do Fórum Sobre os
Direitos das Crianças e Jovens que
é composto, entre outra entidades, pela
Assistência Médica Internacional (AMI),
a Amnistia Internacional, a Unicef, e a
Fundação do Gil.
A reportagem do “Diário do Alentejo”
arrecadou uma menção honrosa na categoria de “Imprensa”. “A história de Joana
em busca de um final feliz” aborda a temática dos maus tratos a crianças e jovens e revela um dos muitos casos que
são acompanhados pela Comissão de
Proteção de Crianças e Jovens de Beja.
Fala da história de Joana que foi sinalizada por considerar-se que estava em
risco, em perigo. Um caso, revelado no
mês da Prevenção dos Maus Tratos na
Infância, um, entre muitos, mas que é o
espelho de tantos.
Na categoria de “Imprensa” foi ainda
galardoada, com o primeiro prémio, a
reportagem “Retrato da Pornografia
Infantil em Portugal. O João foi o DVD
5 no mundo de José”, publicada no jornal “Público”, da autoria de Cláudia
Bancaleiro.
Foram ainda galardoados mais dois
trabalhos, nomeadamente na categoria
“Televisão”. A reportagem “Querido Pai”,
da SIC, da autoria de Ana Paula Vieira,
arrecadou o primeiro prémio e a reportagem “Labirinto de Soraia”, também da
SIC, da autoria de Miriam Alves, exibida
no programa “Grande Reportagem”, foi
distinguida com uma menção honrosa.
Em defesa da criação das regiões administrativas
Amorba apresentou manifesto e objetivos
A
Associação Mov imento Pró
Região Administrativa Baixo
Alentejo (Amorba) apresentou
um manifesto onde divulgou os seus
objetivos, lembrando que constitui finalidade principal e prioritária da associação a mobilização da opinião pública junto dos 18 concelhos da região,
para, “no respeito e em harmonia com
a Constituição e leis em vigor, contribuir para o aprofundamento da democracia local nas suas diversas vertentes,
participar e intervir nas dinâmicas de
mudança de organização territorial do
Estado, visando a criação em concerto e
em simultâneo das regiões administrativas no território”.
A intenção da associação é “promover e defender a institucionalização da Região Administrativa do Baixo
Alentejo” e, neste sentido, já foram definidos os objetivos da Amorba.
Pretende a associação apelar à intervenção do poder local autárquico a favor da institucionalização do poder regional autárquico, as designadas regiões
administrativas e peticionar a reposição do mapa das regiões administrativas
para o continente.
Recorde-se que a Amorba defende a
criação, em concreto, da região administrativa do Baixo Alentejo tendencialmente com os 18 concelhos supra
identificados.
É objetivo ainda da associação acompanhar as futuras alterações ao regime eleitoral e recolher, tratar e divulgar a informação pública disponibilizada pela Unidade
de Missão para a Valorização do Interior.
17
DR
Diário do Alentejo
21 abril 2016
Sempre foi uma criança que trabalhava muito
e, para além das aptidões, era um miúdo
inteligente e com um grande força psicológica
e, por isso, é que ele chegou onde chegou”.
Perfil
Judoca André Alves a um passo de se classificar para os Jogos Olímpicos
De Almodôvar ao Rio de Janeiro?
André Miguel Lança Alves, 28 anos, natural de Beja mas com raízes em Almodôvar, pratica judo desde os seis. E agora está a um passo de se classificar pela primeira vez para os
Jogos Olímpicos.
Texto Gonçalo Henriques e Marco dos Santos, alunos da Universidade Lusófona
DR
“T
udo poderá acontecer. Esta é uma prova
onde já foi, mais do
que uma vez, provado que qualquer um está à altura de conquistar uma medalha”. Quem o diz
é André Alves, a esperança do
Alentejo para os próximos Jogos
Olímpicos. Quando começou a
praticar esta modalidade, aos seis
anos, ainda não tinha como objetivo chegar a umas olimpíadas,
mas sim o desporto como forma
de se divertir com os seus amigos.
Aos 13 anos, na sua primeira
participação no campeonato nacional, conseguiu imperar no tatami (tapete de judo) e trazer
a medalha de campeão para o
Alentejo. Foi nesta altura que foi
possível começar a ver no horizonte o tema “Jogos Olímpicos”.
Situação que parece possível e
bastante provável com o aproximar da data da prova.
Sendo Beja a cidade a que pertence o primeiro clube de judo em
Portugal, o Judo Clube de Beja,
fundado em 12 de junho de 1957,
André lamenta o pouco desenvolvimento da modalidade que
se pode verificar na região. “Nos
dias de hoje, encontrar um atleta
alentejano na seleção nacional de
judo é, diria, muito pouco provável.” Esta declaração complementa o facto de que o judo, nesta
zona a sul do Tejo, vive longe
do potencial que no passado foi
atingido por uma “geração de
ouro”, como a denomina o mestre Veríssimo Segurado. O pai do
atleta, Nélson Alves, conclui que
a modalidade peca por falta de
apoios e não por falta de talento.
Pelas suas palavras, “no Alentejo,
se os atletas fossem apoiados, não
seriam menos que os outros”.
Almodôvar foi a terra que o
viu surgir para o judo. Confessa
que na sua infância não era muito
ligado à tecnologia em geral e que
preferia mais uma tarde a “jogar
à bola” do que estar agarrado ao
telemóvel. Por vezes chegava a
pingar suor da testa derivado às
correrias que dava no intervalo.
André evidenciou-se pelo seu
caráter trabalhador e ambicioso
que, segundo Nélson Alves, “faz
sempre tudo para ganhar e nunca
desiste”, pois não gosta “de perder nem a feijões”.
Aos seis anos, pela primeira
vez, foi “obrigado” pelo pai a participar num treino de judo, à experiência. Mesmo preferindo o
desporto rei, via valores no judo
que não encontrava no futebol.
Muitas vezes, a família teve de
prescindir de outras coisas para
o acompanhar no desenvolvimento da modalidade. E foi nesse
seguimento que o pai acabou
por ficar responsável pela secção
de judo do Clube Desportivo de
Almodôvar.
Hoje, confessa Nelson Alves,
fica mais nervoso que o próprio filho antes de um combate.
Mas se foi o pai que apresentou
André Alves ao judo, foi o mestre Veríssimo Segurado que apresentou o judo a André Alves. Foi
o seu primeiro mestre, mas não
só: foi também um amigo. Uma
relação que se firmou e que se
destaca pela sinceridade, honestidade, humildade e respeito mútuo, como reconhece Veríssimo
Segurado. O mestre, ao relembrar
o passado conjunto, recorda o judoca alentejano com bastante carinho e visível emoção.
“A vida de um atleta de alta
competição não é fácil”, afirma
André Alves. Neste caso, segundo
o próprio atleta, que está dedicado à modalidade a tempo integral, é necessário complementar o horário de treinos diários de
quatro a cinco horas com os treinos técnicos e físicos.
“Sempre foi uma criança que
E é precisamente
este jovem médico
que nasceu em
Beja e que cresceu
em Almodôvar
que agora está a
um passo de se
classificar pela
primeira vez para
os Jogos Olímpicos.
E, segundo o seu
pai, “se vai lá é
para ganhar!”.
trabalhava muito e, para além
das aptidões, era um miúdo inteligente e com um grande força
psicológica e, por isso, é que ele
chegou onde chegou”, reforça o
mestre, relembrando a “fome”
que ele tinha de aprender “mais
e cada vez mais” e nunca ficar
satisfeito.
Com 16 anos surge a André
Alves a oportunidade de se mudar
para o centro de alto rendimento,
no Jamor. Até esta altura, sempre
tinha conseguido atingir os resultados que pretendia mas, à medida
que o tempo avançava, “as exigências começavam a tornar-se cada
vez maiores”. A quantidade de
pessoas para treinar era pequena
em Almodôvar e se o judoca queria chegar a patamares mais elevados tinha de mudar o seu treino
para um patamar mais profissional
e exigente, pelo que aceitou a proposta de ir para o Jamor.
Devido ao grande respeito
que tinha para com o seu mestre e à gratidão que tinha ao
clube, André Alves passou a treinar nas instalações do Sport
Algés e Dafundo, a conselho de
Veríssimo Segurado, embora continuando a representar o clube de
Almodôvar. Veríssimo ainda hoje
se sente orgulhoso desta atitude
e considera mesmo André Alves
como o seu ídolo. Foi esta oportunidade que impulsionou a sua ida
para Lisboa. Aos 18 anos passa a
representar em definitivo o clube
de Algés e, segundo o seu pai, é lá
que pretende continuar, mas sempre demonstrando fidelidade aos
dois clubes que já representou.
Hoje, possui 22 anos de experiência (16 deles em alta competição), terminou os estudos na
Faculdade de Ciências Médicas
de Lisboa (2013) e tem definido,
para quando terminar a “vida
de judoca”, exercer a profissão
de médico em Munique. E é precisamente este jovem médico
que nasceu em Beja e que cresceu em Almodôvar que agora
está a um passo de se classificar
pela primeira vez para os Jogos
Olímpicos. E, segundo o seu pai,
“se vai lá é para ganhar!”.
Diário do Alentejo
21 abril 2016
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Reportagem
Em março nasceram em Silves 11 crias de lince-ibérico. No início do próximo ano, vão juntar-se aos 17 animais que já foram soltos nas serras
de Mértola. Oportunidade para perceber como biólogos, veterinários e
voluntários trabalham para salvar da extinção o felino mais ameaçado
do mundo.
Texto Carolina Montez, Joana Ramos e Margarida Recatia, alunos da Universidade Lusófona
Fotos José Ferrolho
Mértola prepara-se para receber
mais 11 linces-ibéricos em 2017
“Pensava
que eram pequenos
tigres, afinal
são gatos grandes”
O
uve-se um barulho, a equipa fica em
silêncio e todas as cabeças se viram
para uma das câmaras de videovigilância. Era claro para todos quem estaria a querer aparecer: Juromenha. A fêmea
de lince ibérico solta um gemido e acorda as
três crias que estavam a descansar. Parecem
gatos, erguem logo as cabeças para ver o que
se passa e, ao perceberem que é a progenitora, aproximam-se para serem reconfortados com leves turras. Depois das brincadeiras e lambidelas, deitam-se todos juntos.
Estas são três das 11 novas crias do Centro
de Reprodução do Lince Ibérico que vão
ocupar as paisagens alentejanas a partir do
início de 2017.
Artemisa, Era, Fruta e Juromenha deram à luz entre 3 e 28 de março alargando
PUB
assim a família de 84 animais que já foram
introduzidos no terreno através do projeto
Iberlince, que está a trabalhar em Portugal
e Espanha para salvaguardar a espécie de felino mais ameaçada do mundo. Do lado espanhol existem quatro instituições a trabalhar na reprodução destes animais, mas
em Portugal tudo começa no Centro de
Reprodução do Lince Ibérico (CRLI), em
Silves. É aqui que se monitorizam os nascimentos e se acompanha o crescimento das
crias. Onze meses depois do parto, são soltas numa herdade dos arredores de Mértola.
“São animais importantíssimos para a saúde
do ecossistema, podemos chamar-lhes os
árbitros do ecossistema”, diz Rodrigo Serra,
diretor do centro. “Os linces estão no topo
da cadeia alimentar, são eles que regulam a
pirâmide. Comem coelhos doentes, eliminam excessos e, se houver uma população
saudável, isso significa que tudo está a funcionar em condições.”
No CRLI vivem hoje 32 linces, entre adultos e crias. E uma mão cheia de humanos,
muitos deles voluntários, que trabalham
afincadamente para dar uma nova hipótese
de sobrevivência aos “gatos selvagens”. Além
dos cercados para os animais há uma série
de casas térreas que servem de habitação
aos técnicos, biólogos e veterinários do centro. “Eu vivo cá, os voluntários vivem cá, e
os que têm casa fora daqui podem achar que
não, mas no fundo passam aqui tanto tempo
que também se pode dizer que vivem aqui”,
diz Rodrigo Serra em tom de brincadeira.
Para conseguir manter a diversidade
genética e conservar a espécie, os técnicos
têm de seguir um protocolo rigoroso. Há
três fases críticas que determinam as hipóteses de sobrevivência do lince. A primeira
acontece três dias após o parto, é aqui que
as equipas percebem se a cria vai conseguir
viver e adaptar-se ao ambiente. A segunda
acontece entre a sétima e a oitava semana,
quando as crias entram em confrontos diretos. Por norma, só a mãe os pode separar,
contudo, e apenas em último caso, a equipa
do centro também pode intervir. “Só entramos em ação se existir ameaça de morte”,
explica o diretor do centro, “É importante
que os animais se aprendam a defender sozinhos.” A última fase acontece ao fim 120
dias. É nessa altura que se despistam definitivamente as doenças de cada animal. Se
Diário do Alentejo
21 abril 2016
19
sobreviverem a tudo isto, os bichos têm condições para viverem em estado selvagem.
Há um centro de operação onde os animais são vigiados 24 horas por dia. Há monitores que recebem as imagens das câmaras
que estão dentro dos cercados. É importante
que os linces não tenham qualquer contato
com as pessoas. Para que depois, quando forem devolvidos à natureza, não se aproximem das populações humanas. A alimentação nunca é entregue pelos tratadores, por
exemplo. É preciso estimular a caça, e por
isso são colocados coelhos vivos – a base de
alimentação do lince – dentro dos cercados.
Os animais são também conforntados com
alguns sustos, gritos e batidas nas cercas,
para que aprendam no futuro a evitar o confronto com os humanos.
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Passam-se os tais 11 meses e a vivência do lince no centro chega ao fim. Então
os animais são levados para Mértola numa
jaula de captura e soltos no campo. O trabalho dos técnicos, no entanto, não termina aqui. Carlos Carrapato é membro
das equipas do Instituto da Conservação
da Natureza e das Florestas que seguem o
lince após este ser solto. “Eu pensava que
eles eram pequenos tigres e agora vejo-os
como gatos grandes.” Até agora, já foram
devolvidos 17 exemplares às planícies alentejanas. Todos têm dispositivos de localização GPS e são alvo de observações regulares para verificar o estado físico dos
animais. Esta observação é feita quinzenalmente. “Só saímos do terreno depois
de vermos o lince, e isso normalmente leva
Tudo começa no Centro
de Reprodução do Lince
Ibérico (CRLI), em Silves.
É aqui que se monitorizam
os nascimentos e se
acompanha o crescimento
das crias. Onze meses
depois do parto, são
soltas numa herdade dos
arredores de Mértola.
um dia inteiro”, afirma Carrapato.
Os homens do terreno receavam o impacto que a devolução de um animal selvagem pudesse ter na população de Mértola.
As primeiras libertações causaram desconfiança junto de autarcas e caçadores. “Agora,
até o padeiro gosta dos linces”, diz Carlos
Carrapato. “Se os próximos dois anos forem
iguais aos dois anos anteriores”, e o homem
bate três vezes na madeira, “as expetativas
de travar o processo de extinção são elevadas. As equipas de trabalho têm funcionado
bem, os gatos têm facilitado o nosso trabalho e a população de Mértola tem acolhido
cada vez melhor a ideia. Já há páginas de fãs
no Facebook e até uma pastelaria que fazia
bolos de menta e decidiu chamar-lhes línguas de lince.”
Taça
de Honra
2.ª Divisão
Diário do Alentejo
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(5.ª Jornada): Aldeia dos Fernandes-Alvorada, 1-0; Castrense
B-Salvadense, 3-0. Classificação: 1.º
Castrense B, 12 pontos. 2.º Salvadense,
12. 3.º Aldeia dos Fernandes, 4.
4.º Alvorada, 1. Próxima jornada
(23/4): Alvorada-Salvadense;
Castrense B-Aldeia dos Fernandes.
Futsal
2.ª Divisão
Nacional
Seniores Masculinos Série F (4.ª
Jornada): Quinta Conde-Indefetíveis,
2-1; Fabril-Tires, 12-4; Atlético-Sonâmbulos, 4-4; Albufeira-Baronia,
8-1. Líder: Fabril, 33 pontos. 8.º Baronia,
2. Próxima jornada (30/4): Fabril-Atlético; Sonâmbulos-Albufeira;
Baronia-Quinta Conde; Tires-Indefetíveis.
Futsal
Distrital
Seniores Masculinos (18.ª J): Leões
Almodôvar-Vasco Gama, 3-3; CB Castro
Verde-Ferreirense, 0-12; NS Moura-Ourique,
2-1; CD Beja-Luzerna, 7-1. Classificação: 1.º
Ferreirense, 43 pts. 2.º Despertar, 37. 3.º CD
Beja, 26. 4.º Leões Almodôvar, 24. 5.º Vasco
Gama, 23. 6.º NS Moura, 20. 7.º Ourique,
17. 8.º Luzerna, 16. 9.º CB Castro Verde, 1.
Nacional Promoção Feminino Série D (22.ª J): EF Setúbal,
0-Castrense, 1; BS António-Pontinha, 0-5; Montijo-Malveira, 2-3;
Estoril-Quintajense, 5-1; Paio Pires-Guia, 2-1; Sintrense-Belenenses,
1-2. Classificação final: 1.º Pontinha, 63 pontos. 2.º Estoril, 61. 3.º
Quintajense, 48. 4.º Paio Pires, 42. 5.º Castrense, 39.
Desporto
Mesmo sem jogar o Mineiro Aljustrelense
ficou isolado no “Distritalão”
Maré baixa na praia
O Praia de Milfontes perdeu em casa
com o Renascente e o Aljustrelense,
que folgou, ganhou vantagem ao seu
principal adversário na corrida pelo
título, quando só faltam três jornadas
para o final do campeonato.
Texto e foto Firmino Paixão
P
rognósticos? Só no final! É um
irónico chavão do futebol, que
aqui se aplica na perfeição. Mas
há uma pergunta que é preciso fazer.
Será o Renascente capaz de bater o
Aljustrelense, no próximo domingo, com
a mesma clareza com que ganhou no
terreno do Milfontes, e pelo segundo ano
consecutivo? Se assim for, o campeonato
renasce, mas nada está decidido, porque
há duas equipas que têm vindo a subir
na tabela e que ainda se atravessarão no
trajeto final, quer do Milfontes, quer do
Aljustrelense, são o Guadiana e o Vasco
da Gama. Já se percebeu, então, que o líder
vai a São Teotónio, enquanto o Milfontes
viaja para Mértola. Temos um dérbi entre
Aldenovense e Serpa e um curioso embate
entre o Penedo Gordo e o Piense. Quanto às
equipas do fundo da tabela, o São Marcos
joga em Almodôvar e o Desportivo de Beja
em Vidigueira, campos de onde não será
expectável trazerem pontos. Resultados
(23.ª Jornada): Milfontes-Renascente,
2-3; Desportivo Beja-Guadiana, 1-2;
Serpa-Vasco da Gama, 0-2; Piense-Aldenovense, 4-0; São Marcos-Penedo
Distritalão Guadiana de Mértola veio a Beja bater o Desportivo (2-1)
Gordo, 1-5; Odemirense-Almodôvar, 3-0.
Classificação: 1.º Aljustrelense, 50 pontos.
2.º Milfontes, 47. 3.º Vasco da Gama, 41. 4.º
Odemirense, 38. 5.º Serpa, 37. 6.º Piense,
33. 7.º Penedo Gordo, 32. 8.º Renascente, 30.
9.º Almodôvar, 30. 10.º Guadiana, 23. 11.º
Aldenovense, 20. 12.º Desportivo Beja, 7.
13.º São Marcos, 4. Próxima jornada (24/4):
Renascente-Aljustrelense; Guadiana-Milfontes; Vasco Gama-Desportivo
Beja; Aldenovense-Serpa; Penedo Gordo-Piense; Almodôvar-São Marcos.
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Campeões Despertar Sporting Clube é campeão da 2.ª Divisão AFBeja
O Despertar Sporting Clube sagrou-se
já Campeão Distrital da 2.ª Divisão
Uma ponta final à “rasga”
O
Despertar foi à Cabeça Gorda
vencer a equipa local e trouxe de
lá o título de Campeão Distrital
da 2.ª Divisão e a consequente promoção
ao campeonato principal da próxima
temporada. Um regresso que se saúda.
O percurso não foi fácil, admita-se.
Mas uma ponta final de época muito
aguerrida permitiu à jovem equipa
do Despertar, e ao seu treinador Jorge
Martelo, materializarem o objetivo que
perseguiam. Falta apenas encontrar o
clube que acompanhará os bejenses na subida de divisão, o Messejanense, que joga
na Cabeça Gorda, ou o Saboia, que recebe os novos campeões. O Cabeça Gorda
já está arredado dessa possibilidade.
Resultados (5.ª Jornada): Messejanense-Saboia, 2-1; Cabeça Gorda-Despertar,
0-2. Classificação: 1.º Despertar, 12 pontos. 2.º Messejanense, 7. 3.º Saboia, 7.
4.º Cabeça Gorda, 2. Próxima jornada
(23/4): Saboia-Despertar; Cabeça GordaMessejanense. FP
21
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FREGUESIA DE BALEIZÃO
MOÇÃO
SOBRE AS QUESTÕES DE SEGURANÇA
DOS CIDADÃOS NA FREGUESIA DE BALEIZÃO
Consagra a Constituição da República Portuguesa, o direito à
segurança e à protecção dos cidadãos, sendo criado para o efeito,
forças de segurança, cujas respostas devem ser consentâneas.
Apesar das diligências efectuadas pelo órgão autárquico
mais próximo dos cidadãos, a Junta de Freguesia, sem respostas
adequadas por parte dessas forças de segurança e considerando
que na freguesia de Baleizão, continuam a verificar-se dia após
dia e consecutivamente, assaltos a habitações, criando nos
cidadãos uma onda de insegurança, angustia e desespero em
alguns casos, por se tratar de população idosa, sem retaguarda
familiar presente que lhes garanta alguma protecção e em outros
casos dos cidadãos emigrantes que noutros países vêm os seus
domicílios ser constantemente devassados; considerando igualmente a inoperância das forças de segurança face ao descrito,
vem esta Assembleia de freguesia pela presente manifestar a sua
mais veemente discordância face à situação e exigir:
1. Atuação eficaz das forças de segurança face à situação e,
2. A reposição do posto da GNR, deslocalizado para uma
outra freguesia sem justificação plausível para o efeito dada
a existência de condições físicas para a sua permanência em
Baleizão.
Campeão Sporting Clube Ferreirense venceu o Campeonato Distrital de Futsal
Ferreirense conquistou distrital em futsal
Olhos postos na supertaça
O Sporting Ferreirense sagrouse Campeão Distrital de Futsal,
em seniores masculinos. Um título que o clube e o seu treinador,
Jesus Neca, procuravam há duas
épocas. Agora já estão focados na
supertaça.
Texto e foto Firmino Paixão
A
duas jornadas do final do
campeonato, o Ferreirense
pôde celebrar o título. Concluiu
a prova com uma única derrota e um
empate e seis pontos de avanço sobre
o segundo classificado (Despertar).
Uma derrota em Almodôvar, na
2.ª eliminatória da Taça Distrito
de Beja, deixou a equipa afastada
da competição. Agora esperam
pelo vencedor da final (Núcleo
Sportinguista de Moura ou Leões
de Almodôvar) para conhecerem
o adversário no jogo da supertaça,
que encerra uma temporada de
sucesso e projeta a equipa para a
segunda divisão nacional, na próxima
temporada.
Um grande campeonato que permitiu
celebrar o título duas jornadas antes
de a prova terminar?
Já na época passada perseguimos este
título, mas ficámos em segundo lugar. Esta época, à semelhança do ano
passado, temos na equipa o melhor
guarda- -redes, o melhor marcador e
a defesa menos batida, índices que demonstram que temos uma equipa organizada. Felicito todos os jogadores
porque sem eles nada seria possível. O
título foi inteiramente justo, mas queremos ganhar mais qualquer coisa,
ainda nos falta disputar a supertaça,
temos o objetivo de a ganhar.
Os principais adversários reconhecem
o mérito do vosso percurso e a justiça
do título conquistado…
Provámos o nosso valor dentro do
campo e pela forma como trabalhamos durante a semana, antes dos jogos, para conseguirmos pôr em prática
aquilo que ensaiávamos nos treinos.
Temos o nosso modelo de jogo, trabalhamos bem a organização ofensiva e defensiva, temos treino específico para os guarda-redes, ensaiamos
as bolas paradas, e as coisas depois
acontecem porque existe trabalho de
retaguarda e os jogadores vão certificando os resultados do seu trabalho.
Mas é tudo mérito dos atletas e também estou grato à direção, porque tem
acreditado no meu trabalho.
Um percurso quase imaculado, apenas um empate e uma derrota no
campeonato?
Empatámos no reduto do Despertar,
que era um forte candidato, e sofremos uma derrota em Moura, que é outra equipa muito forte. Vencemos todas as outras partidas. Mas fomos
superiores em todos os jogos, gostamos de ter bola e a estratégia para o
sucesso passa por aí. Trabalhamos
muito a posse de bola e as estatísticas
comprovam o nosso mérito.
E quais são as maiores virtudes da
equipa?
O nosso plantel, esta época, como na
anterior, teve sete seniores, dois deles
são guarda-redes e cinco são jogadores de campo, depois temos quatro juniores. Temos um núcleo de cinco jogadores seniores muito fortes e, sem
abdicarmos de dar algumas oportunidades aos mais jovens, conseguimos
construir um grupo coeso, com muito
espírito de sacrífico e humildade.
A Taça Distrito de Beja era outro dos
objetivos de que foram afastados em
Almodôvar, aliás só perderam jogos
com os dois finalistas da taça…
Sim, mas um jogo de taça é sempre diferente. Em Almodôvar até estivemos
a ganhar 1-0 e podíamos ter feito um
segundo golo. Mas eu consigo identificar a razão dessas duas derrotas. Os
jogos aconteceram numa altura das
festas de Natal, não treinámos tão assiduamente como devíamos e as coisas não nos correram bem. Mas não
tiro o mérito às outras equipas, porque ganharam bem, mas nós podíamos ter feito melhor.
Focados na supertaça com o objetivo
de a conquistar?
Acreditamos no sucesso, gerimos bem
a questão dos castigos e lesões até ao
final do campeonato, espero que não
aconteçam imprevistos, o grupo sabe
aquilo que tem que fazer, se pudermos ganhar dois troféus não vamos
ganhar apenas um, e certamente teremos uma palavra a dizer, sabendo que
é um daqueles jogos de taça, imprevisível, contra um adversário que ainda
não conhecemos, mas iremos motivados para vencer esse jogo.
Já ganhou um campeonato, uma taça
distrito e uma supertaça? O seu sonho
terá que ser reavaliado?
Já ganhei tudo ao nível distrital, faltava-me apenas este título enquanto
treinador principal, porque já o havia conquistado como adjunto. Quero
agradecer o apoio da minha família,
dos amigos que sempre me apoiaram
e acreditaram em mim e também aos
que não acreditavam no meu trabalho, mas esses motivavam-me todos
os dias a mostrar-lhes que estavam errados. E a prova está no percurso que
fizemos. Agora, o meu sonho é manter o clube na segunda divisão nacional, o que seria inédito no distrito.
Está tudo acertado para mantermos o
nosso compromisso com o clube, vamos escolher alguns jogadores para
darmos maior equilíbrio ao plantel,
acrescentando-lhe mais intensidade
e maior dinâmica de jogo. A segunda
divisão exige outro andamento, temos
essa consciência.
Moção aprovada por unanimidade pelos presentes na reunião da
Assembleia de Freguesia de Baleizão realizada no dia 18/04/2016.
Presidente da Assembleia de Freguesia,
Drª Antónia da Graça Troncão Patrício
1º Secretário, Maria Luísa Blé Bate Grade
2º Secretário, Rui Manuel Torrão Rebolo
Vogal, António Fernando Silva Calisto
Vogal, Joaquim Manuel Fernandes Carrilho
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Diário do Alentejo
21 abril 2016
Diário do Alentejo n.º 1774 de 21/04/2016 Única Publicação
Diário do Alentejo
21 abril 2016
22
Hóquei
em patins
2.ª Divisão
Zona Sul (22.ª Jornada): Marítimo-Hóquei de Grândola, 4-3; Salesiana-C.
Ourique, 4-3; Sintra-Alenquer, 1-0;
Oeiras-Benfica B, 5-2; Tomar-Biblioteca,
4-1; Nafarros-Académica, 3-8; Tigres-Sesimbra, 8-5. Líder: Sporting Tomar,
60 pontos. Próxima jornada (23/4):
Hóquei de Grândola-Salesiana.
Futebol do Inatel A primeira mão das meias-finais do
Campeonato Distrital de Futebol de 11 do Inatel realiza-se amanhã, pelas 16 horas, com os seguintes jogos: Faro do Alentejo-Vale
Figueira; Santa Luzia-Luso Serpense. A segunda mão está marcada para o dia 30 de abril. Participam nesta fase os vencedores
das três séries e o melhor segundo classificado.
Hóquei
em patins
3.ª Divisão
Seniores (24.ªJ): CP Beja-Murches, 2-5;
Boliqueime-Vasco Gama, 4-5; Parede-Lobinhos, 7-2; Tojal-Castrense, 7-4; Odivelas-Estremoz, 5-8; Cascais-Setubalense,
4-5. Líder: Paredes, 59 pontos. Próxima
jornada (23/4): CP Beja–Setubalense;
PDL-Vasco Gama; H. Santiago-Parede;
Castrense-Odivelas; Estremoz-Cascais.
Andebol 3.ª Divisão Seniores Masculinos 2.ª Fase (6.ª
J): Samora-Ginásio Sul, 25-26; Albicastrense-Sassoeiros, 34-29;
Vela Tavira-Zona Azul, 21-24; Oriental-Serpa, 20-26. Líderes:
Albicastrense, Vela Tavira e Zona Azul, 16 pontos. Próxima jornada (23/4): Sassoeiros-Samora; Ginásio Sul-Vela Tavira; Serpa-Albicastrense (17h); Zona Azul-Oriental (18h).
Hóquei
em patins
formação
Infantis (8.ª J): CP Beja-Paço d’Arcos,
0-10; Líder: Benfica, 22 pontos. Próxima
jornada (25/4): Benfica-CP Beja. Juvenis
(10.ª J): Vasco Gama-Oeiras, 3-8;
Sporting-Grândola, 3-2. Classificação:
1.º Benfica, 25 pontos. 2.º Paço d’Arcos,
23. 3.º Sporting, 21. 4.º Oeiras, 8. 5.º
Vasco Gama, 6. 6.º Grândola, 4.
Futebol Escalões Jovens Juniores (9.ª Jornada):
Despertar-Pinhalnovense, 0-3. Próxima jornada (23/4): Farense-Despertar. Juvenis (9.ª jornada): Lusitano Évora-Milfontes, 4-0.
Iniciados (11.ª jornada): Lagos-Sporting Cuba, 3-4; Despertar-Farense, 3-0. Próxima jornada (24/4): Sporting Cuba-Louletano.
Folga o Despertar.
A chuva e a lama endureceram
o 2.º Trail Serpa Por Vales e Planícies
Ganhar é chegar ao fim
O
Clube Serpafit Challenge
promoveu a segunda
edição do “Trail Serpa Por
Vales e Planícies”, iniciativa que
reuniu cerca de 140 atletas, numa
verdadeira aventura que durou
várias horas.
A chuva e as dificuldades dos
trilhos deixaram alguns atletas,
não muitos, pelo caminho, ainda
assim foram 113 os que lograram atingir o objetivo de cortar
a meta, depois de uma incursão
por vales e encostas da margem
esquerda do rio Guadiana.
Verdadeiro herói foi o concorrente Paulo Caetano (millenium/bcp), último concorrente a voltar a Serpa gastando
6.45.13 horas, para cumprir
os 40 km do percurso longo. O
trail vai atraindo cada vez mais
participantes e, em Serpa, entre as duas edições, isso notou-se. Hugo Ramos dirigente do
Serpafit Challenge fez notar: “O
objetivo é esse, aumentarmos
progressivamente o número de
participantes e tornarmo-nos
uma referência em Serpa e no
Alentejo, e estamos satisfeitos
porque, este ano, foram muitas
as pessoas que vieram até Serpa,
para conhecerem estas paisagens magníficas”.
Mas outro objetivo foi conseguido. “Queríamos puxar os atletas de Serpa, incutir-lhes a prática desta modalidade e acho que
fomos bem-sucedidos, porque tivemos mais concorrentes naturais deste concelho”.
Entre trails, o clube mantém
a sua atividade vocacionada para
os desportos de natureza e para o
fitness, naturalmente menos mediáticas, por isso Hugo Ramos
garantiu: “Continuaremos a ser
uma referência no movimento
associativo local e na região, já
somos conhecidos em todo o
País e também os nossos vizinhos espanhóis aderem às nossas organizações, portanto o
Serpafit está consolidado, sobretudo graças à realização do trail
que foi a organização que mais o
projetou”.
Resultados: 20 Km - Masculinos:
1.º João Paulo Correia (Runners
VRSA), 1.43.08 h. Femininos: 1.º
Margarida Amaro (Monsanto),
2.11.31 h. 40 Km - Masculinos: 1.º
Ezequiel Lobo (BVMontemor),
3.11.50 h. Femininos: 1.ª Ana
Guedes (Caapp), 4.53.19 h. FP
Oradores António Valério (CM Alvito), Mário Perdigão (CRSul) e Joaquim Patrício (CNA)
A situação do pedestrianismo
no distrito de Beja foi debatida em Alvito
Ordem para caminhar
O Conselho Regional Sul da
Federação de Campismo e
Montanhismo de Por tugal
t r ou xe a A lvito o 1.º
Encontro Regional Sul de
Pedestrianismo, com apoio
do Clube Natureza de Alvito
e patrocínio do município
local.
Texto e foto Firmino Paixão
“U
Trail Serpa Entre Vales e Planícies reuniu cerca de 130 participantes
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nir os promotores
de eventos de pedestrianismo
(disciplina do montanhismo),
debater a sit u aç ão at u a l
da at i v id a d e e e nc ont r a r
caminhos para a sua promoção
e desenvolvimento” eram os
propósitos desta reunião. “Um
debate necessário”, considerou
Joaquim Patrício, presidente
do Clube Natureza de Alvito.
Que explicou: “A prática desta
atividade está muito difusa, toda
a gente faz coisas e ninguém
faz nada em conjunto. Daí a
necessidade de promovermos
um debate coletivo, para ver
se as pessoas se encontram, se
põem alguma ordem na prática
destas atividades”.
A adesão ficou aquém do esperado e, por isso, o dirigente
alertou: “Isto é uma atividade
que diz respeito não só aos grupos que realizam caminhadas.
Alguns clubes que têm programas anuais de caminhada e as
próprias autarquias, e era esse
conjunto que pretendíamos juntar para conseguirmos arranjar pontes entre uns e outros,
pormos alguma ordem na casa,
mas a resposta não foi muito
positiva. Só vieram três autarquias, Mértola, Alvito e Viana
do Alentejo”.
Patrício lidera um dos clubes da região que mais promove
desportos de natureza e, instado
a elencar as dificuldades, sustentou: “Fizemos uma primeira
tentativa de identificar toda a
problemática da coordenação
do pedestrianismo no sul do
Alentejo, fizemo-lo mesmo com
pouca adesão à iniciativa e continuaremos a lutar para que isso
seja possível”. E pormenorizou:
“Fá-lo-emos não só no contacto
com as autarquias, mas com todas as associações que têm prática regular, ou pontual, de realização de eventos, através da
Federação das Coletividades do
Distrito de Beja, que também
está no terreno, para unirmos
as vontades numa perfeita coordenação, porque a tutela desta
atividade está na Federação de
Campismo e Montanhismo de
Portugal e será através dela que
teremos que negociar com as autarquias, clubes e grupos de caminheiros a realização destas
atividades”.
A associação Cultural e Recreativa
Zambujeirense (Zambujeira do
Mar) promove, no dia 1 de maio,
pelas 9 e 30 horas, um evento de
corrida (15 km) e caminhada (7
km) denominado “Corrida do
Mar”. As inscrições encerram
no próximo dia 27 de abril.
Atletismo
em Beja
“24 Horas Strong Run” O Beja Atlético Clube venceu a
primeira edição da “24 Horas Strong Run Team Challenge”, disputada em Loulé, num circuito de 6 km, em que cada equipa teria
que efetuar o maior número de voltas. A equipa bejense, constituída por Celso Graciano, Custódio António, João Cruz e Rui Fontes,
ganhou também a volta mais rápida.
O XVI Prémio de Pista do Beja Atlético
Clube realiza-se amanhã, pelas 15 horas,
na pista de atletismo do Complexo
Desportivo Fernando Mamede, em Beja,
em simultâneo com a 7.ª Jornada da Taça
de Benjamins da Associação de Atletismo
de Beja. A competição insere-se nas
comemorações da revolução de Abril.
Corrida
Cidade
de Beja
5.º Congresso Ibérico de Atividade Física
e Desporto A Comissão Técnico Científica e Pedagógica do
Curso de Desporto do Instituto Politécnico de Beja organiza, nos
dias 11 e 12 de maio, o 5.º Congresso Ibérico de Atividade Física
e Desporto. O tema central será a “Educação e Certificação dos
Profissionais de Atividade Física e Desporto”.
Realiza-se, no dia 15 de maio (9
horas), a segunda edição da “Corrida
Cidade de Beja”, evento integrado nas
comemorações do dia do concelho. É uma
organização do município em articulação
com o Regimento de Infantaria 1 e a Base
Aérea 11. A prova (corrida e caminhada)
disputa-se entre o RI1 e a BA11 (10 km).
23
Diário do Alentejo
21 abril 2016
Corrida
do Mar
João Almeida venceu em Odemira O ciclista João
Almeida (Bairrada) ganhou as duas provas do Troféu José Poeira
disputadas no concelho de Odemira (Amoreiras Gare/Zambujeira
do Mar e Milfontes/Odemira), e reforçou a liderança na Taça de
Portugal de Juniores. O corredor da bairrada já tinha ganho a primeira prova, disputada em Alcobaça.
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Diário do Alentejo n.º 1774 de 21/04/2016 Única Publicação
COMARCA DE BEJA
Beja – Inst. Local – Secção Cível – J1
ANÚNCIO
Processo: 467/16.5T8BJA
Interdição/Inabilitação
Requerente: Ministério Público
Requerido: José Inácio Guerreiro
N/Referência: 27751334
Data: 31/03/2016
Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/
Inabilitação em que é requerido José Inácio Guerreiro, com residência
em domicílio: Praça do Ultramar, n.º 6, 1.º esq.º, 7800 Beja, para efeito
de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.
A Juiz de Direito
Dr.ª Sara Isabel Rodrigues Viana
O Oficial de Justiça
Maria Guadalupe Horta
Diário do Alentejo n.º 1774 de 21/04/2016 Única Publicação
Formação Judocas e oito clubes competiram no Pavilhão de Beja
1.º Torneio de Judo União de Freguesias
de Santiago Maior/S. João Batista
Prioridade à formação
O Judo Clube de Beja reuniu oito
clubes e cerca de 120 atletas, no
Pavilhão Municipal de Beja, a competirem no 1.º Torneio de Judo União
de Freguesias de Santiago Maior e
São João Batista.
Texto e fotos Firmino Paixão
S
ubiram ao tapete mais de uma
centena de pequenos judocas nos
escalões de benjamins infantis e
iniciados. Nos kimonos, emblemas como
o do Judo Clube de Beja, Judo Clube
de Alvito, Judo BV Beja, Judo Clube de
Albufeira, Recreativo Alturense, CAMA
Altura, Judo Clube de Lagos e Judo Clube
de Portimão.
Mais do que uma jornada de promoção da modalidade, foi uma manhã
de formação competitiva, de convívio e
troca de experiências entre miúdos de diferentes realidades.
O Judo Clube de Beja colocou a iniciativa no terreno, ou seja nos tapetes do
Pavilhão Municipal João Magalhães, em
Beja, e, no final, o seu presidente, Francisco
Gaitinha, confessou: “Estamos satisfeitos
com a forma como decorreu o torneio, foi
uma boa manifestação de divulgação do
judo, reunimos aqui atletas de vários clubes do sul do País, mas é para isso que estamos cá, para ajudar a divulgar o judo e para
proporcionarmos a estes miúdos uma atividade muito saudável”.
Gaitinha lembrou que este é o
caminho para descobrir grandes atletas e
assumiu: “Estamos a apostar nisso, com
muitos jovens, muita formação, quer no
Judo Clube de Beja, quer no Judo Clube de
Alvito ou no Judo dos Bombeiros de Beja,
falando apenas dos clubes da região, mas
no Algarve também existe uma grande
aposta nas camadas jovens”. Mas lamentou: “É pena não sermos mais apoiados,
porque o caminho que estamos a percorrer é correto e pode dar frutos”.
Miguel Ramalho, autarca que lidera a
união de freguesias, assistiu ao evento e deu
a conhecer: “O torneio surgiu da sequência de uma proposta que nos chegou, a partir do Judo Clube de Beja, que aceitámos
de braços abertos, porque promove a prática desportiva entre os jovens e, por outro
lado, também ajuda a trazer mais pessoas
a esta cidade, promovendo-a”. E acentuou:
“São objetivos que consideramos muito importantes, daí termos acolhido esta iniciativa com agrado e estamos disponíveis para
lhe dar continuidade no futuro”. Miguel
Ramalho recordou ainda: “Tem sido nossa
prática estimular a iniciativa do movimento
associativo para promover a prática desportiva a nível geral e de um modo muito eclético. Temos iniciativas próprias, mas, principalmente, incentivamos e apoiamos o
movimento associativo para ter autonomia
nas suas iniciativas”.
O autarca revelou depois: “Se existir disponibilidade do Judo Clube de
Beja continuaremos a apoiar e até a melhorar uma eventual segunda edição do
torneio e a desenvolvermos outros eventos que nos venham a ser propostos, ou
que entendamos propor ao movimento
associativo das freguesias e da cidade,
porque não se pode falar só das freguesias, a cidade não está compartimentada e este trabalho tem sido desenvolvido também pela União de Freguesias
de Santa Maria e Salvador, naturalmente em colaboração e articulação
com o município”.
A esta união de vontades acresce uma
resposta positiva da comunidade, com boa
participação em eventos que estimulam
e enriquecem a prática desportiva e, por
isso, Miguel Ramalho lembrou: “Temos
um evento cuja segunda edição começaremos em breve, o projeto ‘Aparece e
Experimenta’, com animação de espaços públicos, que ocorrerá entre maio e
agosto, que tem como filosofia base levar modalidades de pavilhão ao encontro
dos jovens e da população. Vamos às pracetas, aos polidesportivos de rua, vamos a
todo o lado, com a colaboração do movimento associativo, oferecendo essas atividades. E isso dá visibilidade às modalidades e atrai jovens e menos jovens para essa
prática desportiva. É uma iniciativa que se
estreou no ano passado. Este ano vamos
fazer a segunda, mas o retorno que tivemos dos dirigentes associativos é que foi
uma iniciativa muito importante para ajudar a promover as modalidades fora das
quatro paredes em que habitualmente se
desenvolvem”.
COMARCA DE BEJA
Cuba – Inst. Local – Sec. Comp. Gen. – J1
ANÚNCIO
Processo: 49/16.1T8CBA
Interdição/Inabilitação
Requerente: Magistrado do Ministério Público – Comarca de Beja
– Instância Local de Cuba
Requerido: Manuel Lourenço Coreixo Leão
N/Referência: 27797666
Data: 14/04/2016
Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/
Inabilitação em que é requerido Manuel Lourenço Coreixo Leão, com
residência em domicílio: Rua Luís de Camões, 27, 7940 Cuba, para
efeito de ser decretada a sua interdição por anomalia psíquica.
O Juiz de Direito
Dr. Bruno Manuel de Almeida Henriques Nunes Ferreira
A Oficial de Justiça
Ana Maria N. Sota C. Ildefonso
Diário do Alentejo n.º 1774 de 21/04/2016 Única Publicação
ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS
DO BAIXO ALENTEJO E ALENTEJO LITORAL
EDITAL
Marcelo David Coelho Guerreiro, Presidente da
Mesa da Assembleia Intermunicipal da Associação
de Municípios do Baixo Alentejo e Alentejo Litoral, faz
saber, nos termos do artº. 56º da Lei nº. 75/2013, de 12
setembro, que em reunião ordinária de 11 de abril de
2016, foram aprovados por unanimidade os seguintes
documentos:
1. Relatório de Atividades e Contas de 2015
Os documentos em causa podem ser consultados
no serviço de Secretariado da Administração das 9 h
às 12h30m e das 14h às 17h30m, de segunda-feira a
sexta-feira nos dias úteis.
Para constar, se publica o presente que vai ser
afixado nos lugares públicos do costume.
Beja, 11 de abril de 2016
O Presidente da Assembleia Intermunicipal
Marcelo David Coelho Guerreiro
saúde
24
Diário do Alentejo
21 abril 2016
Análises Clínicas
Medicina dentária
▼
▼
Médica Dentista
Dr. Fernando H.
Fernandes
Dr. Armindo Miguel
R. Gonçalves
Directora Clínica
da novaclinica
Exclusividade em Ortodontia
(Aparelhos)
Master em Dental Science
(Áustria)
Doutoramento (PhD)
(Kanagawa)
Dental University (Japão)
Membro Conselho Geral da
Ordem dos Médicos Dentistas
Investigadora no Centro
de Medicina Forense (Portugal)
www.novaclinica.pt
Rua Manuel António Brito
n.º 6-1.º frente
7800-522 Beja
Telefone: 284 328 100
Horários das 8 às 18 horas;
Acordo com beneficiários
da Previdência/ARS; ADSE;
SAMS; CGD; MIN. JUSTIÇA;
GNR; ADM; PSP; Multicare;
Advance Care; Médis
FAZEM-SE DOMICÍLIOS
Rua de Mértola, 86, 1º
Rua Sousa Porto, 35-B
Telefs. 284324157/
284325175
Fax 284326470
7800 BEJA
Técnica de Prótese
Dentária
Vários Acordos
(Diplomada pela Escola
Superior de Medicina
Dentária de Lisboa)
Rua General Morais
Sarmento. nº 18, r/chão
Telef. 284326841
7800-064 BEJA
Cardiologia
CONSULTAS
5ªs feiras
CARDIOLUXOR
Clínica Cardiológica
Av. República, 101, 2ºA-C-D
Edifício Luxor, 1050-190 Lisboa
Tel. 217993338
www.cardioluxor.com
Sábados
R. Heróis de Dadrá, nº 5
Telef. 284/327175 – BEJA
▼
MARIA JOSÉ
BENTO SOUSA
e LUÍS MOURA
DUARTE
- Assistente de Cardiologia
do Hospital SAMS
Médico
oftalmologista
Especialista pela
Ordem dos Médicos
Chefe de Serviço
de Oftalmologia
do Hospital de Beja
MARCAÇÕES
das 17 às 19.30 horas
pelo tel. 284322973
ou tm. 914874486
Consultas em Beja
Policlínica de S. Paulo
Rua Cidade de S. Paulo, 29
Marcações:
telef. 284328023 - BEJA
Ginecologia/
/Obstetrícia
Otorrinolaringologia ▼
DR. J. S. GALHOZ
Ouvidos,Nariz,
Garganta
Exames da audição
Consultas a partir das 14 horas
Praça Diogo Fernandes,
23 - 1º F (Jardim do Bacalhau)
Telef. 284322527 BEJA
▼
CLÍNICA MÉDICA
ISABEL REINA,
LDA.
Obstetrícia,
Ginecologia,
Ecografia
Fisioterapia
Fisiatria
Dr. Carlos Machado
Neurocirurgia
Dr.º Daniel
Maymone
Psicologia Educacional
Drª Elsa
Silvestre
Psicologia Clínica
Drª M. Carmo
Gonçalves
Urologia
Tratamentos
de Fisioterapia
Classes de Mobilidade
Classes para
Incontinência Urinária
e Reeducação
do Pavimento Pélvico
Classes de Reeducação
Postural/Pilates
Reabilitação
Pós Mastectomia
Técnicas
de Acupunctura
Tratamento por Ondas
de Choque
Hidroterapia/Classes
no Meio Aquático
▼
AURÉLIO SILVA
UROLOGISTA
▼
Terapeuta da Fala
VERA LÚCIA BAIÃO
Hospital de Beja
Doenças de Rins e Vias Urinárias
Consultas em Beja
CLINIBEJA – 2.ª a 6.ª feira
Consultas às 6ªs feiras na Policlínica de S. Paulo
Rua António Sardinha, 25,
r/c esq. Tm. 962557043
Rua Cidade S. Paulo, 29
Marcações pelo telef. 284328023 BEJA
[email protected]
Estomatologia
Cirurgia Maxilo-facial
DR. MAURO
FREITAS VALE
▼
▼
(Edifício do Instituto do Coração,
frente ao Continente)
Cardiologia
▼
CONSULTAS
DE FISIATRIA
Carlos Machado
Médico Fisiatra
MACHADO RODRIGUES
TRATAMENTOS
DE FISIOTERAPIA
Marcações: Tel: 284 341 588
Segunda a sexta-feira, das 10 às 13 horas e das 14 às 19 horas
Clínica Rainha D. Leonor, Rua Manuel António de Brito, 4 – 1º Dtº
7800-544 Beja
Chefe de Serviço de Cardiologia
do Centro Hospitalar Lisboa Norte
Acordos com: ADSE, ADM,
SAMS, SAD/PSP, PT/ACS,
SS da CGD, SAD/GNR,
Comp. de Seguros
Clínica dentária
Marcações pelo tel. 284322778
Rua Sousa Porto, n.º 35 – BEJA
▼
HELENA MANSO
ANGIOLOGIA
CIRURGIA VASCULAR
TRATAMENTO
DE VARIZES
BEJA: Clinibeja
Rua de Angola, n.º 1, loja 1
7800-468 Beja
Telefone: 284 092 243
Tms. 917716528/916203481
MOURA: MRP Centro de Medicina
Física e Recuperação de Moura
Avenida dos Bombeiros
Voluntários,
n.º 15 7860-107 Moura
Tel. 285 252 944
SANTIAGO DO CACÉM: Centro
Clínico de Santiago do Cacém
Avenida Manuel da Fonseca, 37
7540-105 Santiago do Cacém
Tel. 269 086 900 Tm. 917 637 440
ÉVORA: CDI
Praça Dr. Rosado da Fonseca, 8,
Urb. Horta dos Telhais
7000-749 Évora Tel. 266 749 740
www.hms.com.pt
Oftalmologia
▼
CÉLIA CAVACO
Oftalmologista
pelo Instituto Dr. Gama
Pinto – Lisboa
Assistente graduada
do serviço de oftalmologia
do Hospital José Joaquim
Fernandes – Beja
Marcações de consultas
de 2ª a 6ª feira,
entre as 15 e as 18 horas
Rua Dr. Aresta Branco, nº 47
7800-310 BEJA
Tel. 284326728 Tm. 969320100
Clínica geral
GASPAR CANO
Prótese/Ortodontia
Marcações pelo telefone 284321693 ou no local
Rua António Sardinha, 3 1º G
7800 BEJA
Marcações a partir das 14 horas Tel. 284322503
Clinipax Rua Zeca Afonso, nº 6-1º B – BEJA
▼
Dr. José Loff
Angiologia
Cirurgia Vascular
MÉDICO ESPECIALISTA
EM CLÍNICA GERAL/MEDICINA FAMILIAR
MÉDICO DENTISTA
▼
Consultas às 4ª feiras tarde
e sábado
MARCAÇÃO
DE CONSULTAS:
Diariamente, dias úteis: Tel:
218481447 Lisboa
4ª feiras: 14h30 – 19h
Tel: 284329134 Beja
e.mail:
clinidermatecorreia@ gmail.com
Rua Manuel António de Brito
nº 4 1ºFte
7800- 544 - BEJA
CENTRO
DE FISIOTERAPIA
DE BEJA
Marcações pelo 284322446;
Fax 284326341
R. 25 de Abril, 11 cave esq. –
7800 BEJA
Terapia da Fala
Dermatologia
▼
MÉDICA
DERMATOLOGISTA
MARCAÇÕES E CONSULTAS
▼
Psicologia
TERESA
ESTANISLAU
CORREIA
HELIODORO
SANGUESSUGA
DOENÇAS
DO SISTEMA
NERVOSO
Fisioterapia
Acordos com A.D.S.E., SAD//GNR,
SAD/PSP, CGD, PT,ADM, SAMS,
Medis,Advance Care,
Multicare,Allianze,
Seguros/Acidentes de Trabalho,
Planuscard
CONSULTAS
2ªs, 3ªs e 5ªs feiras
Rua Zeca Afonso, nº 16 F
Tel. 284325833
▼
Consultas de 2ª a 6ª
Acordos com:
ACS, CTT, EDP, CGD, SAMS.
Marcações
pelo telef. 284325059
Rua do Canal, nº 4 7800 BEJA
Cardiologistas
Especialistas pela Ordem
dos Médicos e pelo
Hospital de Santa Marta
Assistentes de Cardiologia
no Hospital de Beja
Neurologia
às 3ªs feiras,
a partir das 15 horas
pelos telfs.
284322387/919911232
Rua Tenente Valadim, 44
7800-073 BEJA
Centro
de Fisioterapia
S. João Baptista,
Lda
FERNANDA
FAUSTINO
RUI MIGUEL CONDUTO
Cardiologista
▼
JOÃO HROTKO
Dr.ª Heloisa Alves
Proença
Laboratório
de Análises
Clínicas
de Beja, Lda.
Oftalmologia
▼
Urgências
Prótese fixa e removível
Estética dentária
Cirurgia oral/Implantologia
Aparelhos fixos e removíveis
VÁRIOS ACORDOS
Consultas :de segunda a sexta-feira, das 9 e 30 às 19 horas
Rua de Mértola, nº 43 – 1º esq. Tel. 284 321 304 Tm. 925651190 7800-475 BEJA
saúde diversos
CENTRO
DE IMAGIOLOGIA
DO BAIXO ALENTEJO
TOMOGRAFIA
COMPUTORIZADA (TAC)
ECOGRAFIA
MAMOGRAFIA
ECO DOPPLER
RADIOLOGIA DENTÁRIA
Médicos Radiologistas
António Lopes / Aurora Alves
Helena Martelo / Montes Palma
Médica Neuroradiologista
Alda Jacinto
Médica Angiologista
Helena Manso
Convenções:
ULSBA (SNS)
ADSE, ACS-PT, SAD-GNR, CGD, MEDIS, SSMJ,
SAD-PSP, SAMS, SAMS QUADROS, ADMS,
MULTICARE, ADVANCE CARE
Marcações: Tel. 284318490
Tms. 960284030 ou 915529387
Horário: de 2ª a 6ª feira, das 8 às 19 horas
e aos sábados, das 8 às 13 horas
Av. Fialho de Almeida, nº 2 7800 BEJA
Dr. Sidónio de Souza – Pneumologia/Alergologia/
Desabituação tabágica – H. Pulido Valente
Dr. Fernando Pimentel – Reumatologia – Medicina Desportiva
– Instituto Português de Reumatologia de Lisboa
Dr.ª Verónica Túbal – Nutricionismo – H. de Beja
Dr. Francisco Barrocas – Psicologia Clínica/Terapia Familiar –
Centro Hospitalar do Baixo Alentejo.
Dr. Rogério Guerreiro – Medicina preventiva – Tratamento
inovador para deixar de fumar
Dr. Gaspar Cano – Clínica Geral/ Medicina Familiar
Dr. Sérgio Barroso – Especialista em Oncologia – H. de Beja
Dr. Francisco Fino Correia – Urologia – Rins e Vias Urinárias
– H. Beja
Dr. Daniel Barrocas – Psiquiatria – Hospital de Évora
Dr.ª Lucília Bravo – Psiquiatria H.Beja , Centro Hospi-talar de
Lisboa (H.Júlio de Matos).
Dr. Carlos Monteverde – Medicina Interna, doenças de
estômago, fígado, rins, endoscopia digestiva.
Dr.ª Ana Cristina Duarte – Pneumologia/Alergologia
Respiratória/Apneia do Sono
Dr.ª Isabel Santos – Psiquiatria de Infância e Adolescência/
Terapeuta familiar – Centro Hospitalar do Baixo Alentejo
Dr.ª Paula Rodrigues – Psicologia Clínica – Hospital de Beja
Dr.ª Luísa Guerreiro – Ginecologia/Obstetrícia
Dr. Luís Mestre – Senologia (doenças da mama) – Hospital da
Cuf – Infante Santo
Dr.ª Ana Montalvão – Hematologia Clínica /Doenças do
Sangue – Hospital de Beja
Dr.ª Ana Cristina Charraz – Psicologia Clínica – Hospital de Beja
Dr.ª Madalena Espinho – Psicologia da Educação/Orientação
Vocacional
Dr.ª Ana Margarida Soares – Terapia da Fala
Dr.ª Isabel Brito Lança – Pediatria LINHA DE APOIO À
PEDIATRIA – 284 092 503
Dr. Gabriel Gomes – Cirurgia Geral – Cabeça/Pescoço e
Varizes
Dr.ª Helena Pinheiro – Terapia Sexual
Dr.ª Joana Banza – Terapia Ocupacional
Dr.º Ricardo Lopes – Consulta de Gastrenterologia e
Proctologia - Endoscopia e Colonoscopia
Enfermeira Maria José Espanhol – Enfermeira especialista
em saúde materna/Cuidados de enfermagem na clínica e ao
domicílio/Preparação pré e pós parto/amamentação e cuidados
ao recém-nascido/Imagem corporal da mãe – H. de Beja
Enfermeira Marta Dias – Mesoterapia/Mesoplastia Facial
Dr. Rui Filipe Rosário – Osteopatia
Dr. Rafael Lopes – Medicina Tradicional Chinesa
Dr.ª Inês Cortes – Ecografia Emocional 3D e 4D
Dr.ª Helena Manso-Ribeiro – Angeologia e Cirurgia Vascular
Dr. Dinis Reis – Endocrinologia
Dr. Eduardo Cruz – Fisioterapeuta – Thai Yoga e Massagem de
Relaxamento
Dr. André Ramos – Ortopedia e Traumatologia
Marcações diárias pelos tels. 284 092 243
Tm. 91 7716528 | Tm. 916203481
Rua de Angola n.º 1 loja 1, 7800-468 Beja
[email protected]
www.clinipax.pt
25
Diário do Alentejo
21 abril 2016
Clínica
Médico-Dentária
de S. FRANCISCO,
LDA.
Gerência
de Fernanda Faustino
Acordos: SAMS, ADMG, PSP, A.D.M.E.,
Portugal Telecom e Advancecare
Rua General Morais Sarmento, nº 18, r/chão;
TEL. 284327260 7800-064 BEJA
necrologia
26
Diário do Alentejo
21 abril 2016
MISSA
António Domingos Beijinho Lopes
MISSA
AGRADECIMENTO
Maria Adelaide
Lopes Valente
Paulo dos Santos
da Silva Correia
MISSA
Dr. José Alexandre Pacheco Covas Lima
14 Anos de dor e saudade
2.º Ano de Eterna Saudade
Esposa, filhos, noras, netos e restante família recordam
com muito amor e profunda saudade o seu ente querido
e participam que será celebrada missa pelo seu eterno
descanso no dia 28/04/2016, quinta-feira, pelas 18 horas,
na igreja de Santa Maria, em Beja. Agradecemos a todos
os que nela participarem.
Que a tua alma descanse em paz.
Esposa, filhos, nora, genros, netas e restante família recordam com muito amor e profunda saudade o seu ente
querido no 2.º ano do seu falecimento. Participam que
será celebrada missa pelo seu eterno descanso no dia
26/04/2016, terça-feira, às 18 e 30 horas, na igreja do
Carmo, em Beja, e agradecem desde já a quem se dignar
assistir a esta celebração.
9.º Ano de Eterna Saudade
15/03/1954 – 11/04/2016
Sua família participa a todas as pessoas de suas
relações e amizade que
será celebrada missa
pelo eterno descanso da
sua ente querida no dia
01/05/2016, domingo, pelas 12 horas, na igreja do
Carmo, em Beja, agradecendo desde já a todos
os que comparecerem no
piedoso ato.
A família, esposa e filho, na
impossibilidade de o fazermos pessoalmente como
seria nosso desejo, vimos
por este meio agradecer
reconhecidamente aos
que o acompanharam à
sua última morada, bem
como a todos os que de
alguma forma se solidarizaram com a nossa dor.
A todos o mais comovido
agradecimento.
necrologia institucional diversos
Serpa
PARTICIPAÇÃO
E AGRADECIMENTO
Vales Mortos
PARTICIPAÇÃO
E AGRADECIMENTO
27
Diário do Alentejo
21 abril 2016
CONSULTAS DE CARTOMÂNCIA
E LEITURA LINHAS DA MÃO
Saiba o Presente, o Futuro
e como resolver Problemas.
Contactar tm. 969083928
Maria Falcão
Diário do Alentejo n.º 1774 de 21/04/2016 Única Publicação
Ana Maria Medeiro
Francisca Maria Rita
Nasceu a 28/05/1921
Faleceu a 13/04/2016
Nasceu a 01/02/1919
Faleceu a 19/04/2016
Filhos, netos e restante família cumprem o doloroso
dever de participar o falecimento da sua ente querida,
e na impossibilidade de o
fazerem individualmente
vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que
a acompanharam à sua
última morada ou que de
outra forma manifestaram
o seu pesar.
Filhos, netos e restante família cumprem o doloroso
dever de participar o falecimento da sua ente querida,
e na impossibilidade de o
fazerem individualmente
vêm por este meio agradecer a todas as pessoas que
a acompanharam à sua
última morada ou que de
outra forma manifestaram
o seu pesar.
AGÊNCIA FUNERÁRIA SERPENSE, LDA
Gerência: António Coelho
Tm. 963 085 442 – Tel. 284 549 315
Rua das Cruzes, 14-A 7830-344 SERPA
Unidade Colectiva de Produção
Agro Pecuária Freguesia Sem Medo Cooperativa
de Responsabilidade Limitada
COOPERATIVA AGRÍCOLA DE GRANJA, CRL
Assembleia Geral Ordinária
ASSEMBLEIA GERAL ORDINÁRIA
Nos termos estabelecidos no art.° 49, alíneas b) c)
e d) do Código Cooperativo, convoco a Assembleia Geral da
Unidade Colectiva de Produção Freguesia Sem Medo, CRL,
para reunir em sessão ordinária no próximo dia 07/05/2016,
pelas 10:00 horas, no edifício da Junta de Freguesia de Alcaria
Ruiva, com a seguinte ordem de trabalhos:
1. Eleição de novos corpos gerentes.
A Assembleia encontra-se legalmente constituída, quando
se encontrarem à hora marcada, o número legal de cooperadores estatutariamente previsto, ou meia hora mais tarde com
a presença de qualquer número de cooperadores.
Vale de Açor de Baixo 22 de abril de 2016.
O Presidente da Mesa da Assembleia Geral
António Francisco Silva
Diário do Alentejo n.º 1774 de 21/04/2016 Única Publicação
Diário do Alentejo n.º 1774 de 21/04/2016 Única Publicação
COMARCA DE BEJA
Beja - Inst. Local - Secção Cível - J2
COMARCA DE BEJA
Beja - Inst. Local - Secção Cível - J2
ANÚNCIO
Processo: 617/16.1T8BJA
Interdição/Inabilitação
Requerente: Ministério Público
Requerido: Francisco António Vargas Vieira
N/Referência: 27791402
Data: 13-04-2016
Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/
Inabilitação em que é requerido Francisco António Vargas Vieira, com
residência em domicilio: Francisco António Vargas Vieira, Rua Mário
Castrim, 7, Beja, 7800-589 Beja, para efeito de ser decretada a sua
interdição por anomalia psíquica.
O Juiz de Direito
Drª Lara Velho Rua
O Oficial de Justiça
Maria de Fátima Coelho
ANÚNCIO
Processo: 614/16.7T8BJA
Interdição/Inabilitação
Requerente: Ministério Público
Requerido: Luís Filipe da Palma
N/Referência: 27791083
Data: 13-04-2016
Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/
Inabilitação em que é requerido Luís Filipe da Palma, com residência
em domicilio: Luís Filipe da Palma, Centro Social e Paroquial Nª Srª
da Luz, Largo da Igreja, 1, Santa Clara do Louredo, 7800-721 Santa
Clara do Louredo, para efeito de ser decretada a sua interdição por
anomalia psíquica.
O Juiz de Direito
Drª Lara Velho Rua
O Oficial de Justiça
Maria de Fátima Coelho
Diário do Alentejo n.º 1774 de 21/04/2016 Única Publicação
CONVOCATÓRIA
Nos termos do disposto nos artigos 23.°, n.°s 1 e 2 e 25.° dos
Estatutos da Cooperativa Agrícola da Granja, CRL, convoca-se
a Assembleia Geral Ordinária da instituição, a qual decorrerá no
próximo dia 30 de Abril de 2016, pelas 14:30 horas na sede da
Cooperativa e subordinada à seguinte Ordem de Trabalhos:
1. Apreciação e votação do Relatório de Gestão e Contas
do ano de 2015
2. Apreciação e votação dos Estatutos da Cooperativa
Agrícola da Granja, CRL alterados em função da entrada em
vigor do Código Cooperativo aprovado pela Lei n.° 119/2015, de
31 de Agosto
3. Apreciação e votação da criação de uma secção de
organização de produtores no sector do vinho organizada em
assembleia sectorial
4. Apreciação e votação do regulamento interno da secção
de organização de produtores no sector do vinho
5. Outros assuntos de interesse geral da Cooperativa Agrícola
da Granja, CRL
A Assembleia Geral, na ausência do quorum ditado pelo
artigo 26.°, n.° 1 dos Estatutos reunir-se-á, em segunda convocação, meia-hora após a hora marcada para o início da primeira
convocatória, funcionando e deliberando com o número de
associados presentes nesse momento.
No prazo dos dez (10) dias anteriores a data designada para
a Assembleia Geral será disponibilizada aos associados, na sede
da Cooperativa Agrícola da Granja, a documentação atinente
com os assuntos contidos na Ordem de Trabalhos, a qual será,
ainda, dada a conhecer por comunicação eletrónica endereçada
aos associados que expressamente requererem o envio da citada
documentação para endereço eletrónico que deverão indicar.
Granja, 14 de Abril de 2016.
O Presidente da Mesa da Assembleia Geral
Assinatura ilegível
Diário do Alentejo n.º 1774 de 21/04/2016 Única Publicação
COMARCA DE BEJA
Beja - Inst. Local - Secção Cível - J1
Diário do Alentejo n.º 1774 de 21/04/2016 Única Publicação
PROCURO
COMARCA DE BEJA
Beja - Inst. Local - Secção Cível - J2
ANÚNCIO
Processo: 616/16.3T8BJA
Interdição/Inabilitação
Requerente: Ministério Público
Requerido: Celestina Maria Bralia Moita
N/Referência: 27791366
Data: 13-04-2016
Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/
Inabilitação em que é requerido Celestina Maria Bralia Moita, com residência em domicílio: Celestina Maria Bralia Moita, Rua Mário Castrim,
7, Beja, 7800-589 Beja, para efeito de ser decretada a sua interdição
por anomalia psíquica.
O Juiz de Direito
Drª Lara Velho Rua
O Oficial de Justiça
Maria de Fátima Coelho
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URGENTE.
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ANÚNCIO
Processo: 615/16.5T8BJA
Interdição/Inabilitação
Requerente: Ministério Público
Requerido: Maria Augusta Costa Neves
N/Referência: 27801170
Data: 15-04-2016
Faz-se saber que foi distribuída neste tribunal, a ação de Interdição/
Inabilitação em que é requerida Maria Augusta Costa Neves, natural da
freguesia de Alqueva, concelho de Portel, nascida em 09/02/1995, com
domicílio em: Lar Residencial Vidas Coloridas, Rua Mário Castrim, Lote
7, Beja, 7800-589 Beja, para efeito de ser decretada a sua interdição
por anomalia psíquica.
O Juiz de Direito
Drª Sara Isabel Rodrigues Viana
O Oficial de Justiça
Maria Guadalupe Horta
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Diário do Alentejo
21 abril 2016
29
Com o mote “Vai uma maçã?”, a Câmara de Santiago do Cacém, está a realizar,
até 7 de maio, uma campanha de sensibilização contra a obesidade, sobretudo
a infantil. O município pretende, com a iniciativa, alertar para “a urgência
em travar este problema, em particular junto das crianças”. No âmbito da
campanha, a autarquia disponibiliza, gratuitamente, maçãs para todos os
utentes dos vários serviços de educação e saúde do concelho e procura “incutir
nas famílias, e nas crianças em particular, hábitos de vida saudáveis”.
Diário do Alentejo
21 abril 2016
Uma maçã
para combater
a obesidade
em Santiago
À solta
Passo
a passo
Com a cabeça nas nuvens é uma proposta
fácil e tontamente divertida. Segue os os
diferentes passos que
as imagens sugerem
e podes usar fotografias da tua família. De
certeza que vai haver
umas boas risadas.
DOWNLOAD na App
Store: https://itunes.
apple.
com/app/us/
hatmonkey/
id904565251
A páginas tantas
Mamã? é o mais recente livro editado pela Orfeu
Negro, sob a chancela Orfeu Mini, e conta-nos a
história de um pequeno mocho que adormeceu
e caiu do ninho.
Oh, não!
Perdeu-se da Mamã Mocho e vai precisar da ajuda dos outros animais
da floresta para a reencontrar… Felizmente, um esquilo amigável decide-se a salvar o dia.
Uma deliciosa e ternurenta história para os mais pequeninos!
Uma história sobre a partida e o reencontro, a libertação e a procura de
um lugar seguro no planeta.
A par dos seus inúmeros livros, Chris Haughton é um apaixonado pela animação e
este bichinho não ficou adormecido com
todas as possibilidades que as novas tecnologias colocam ao
dispor de tanta gente.
Dar aos artistas ferramentas para colocar
em prática as suas
ideias foi meio caminho andado para nascer “Chapéu de macaco”, uma aplicação que está disponível para iphones, em
14 línguas, nomeadamente em português.
Podes ver um pouco
do vídeo aqui:
https://www.
youtube.com/
atch?v=cnNSVDsso98
O autor
Dia da Mãe
Chris Haughton, irlandês, um dos ilustradores mais conhecidos
e aclamados a nível
internacional, chega
finalmente a Portugal
com o livro Mamã?,
para deliciar miúdos
e graúdos.Este livro
foi premiado em 2012
com o Prémio Sorcières e em 2013 com
o Prémio Andersen
para melhor livro dos
zero aos seis anos.
Pintar pedras é um
clássico e de certeza
que tanto tu como os
teus pais já o fizeram, mas desta vez
a ideia é transformar as pedras em retratos com a cara da
tua mãe. “Mom you
Rock!” acaba por ter
dois significados, o
retrato em pedra e
ela estar sempre presente com a força de
uma rocha.
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Diário do Alentejo
21 abril 2016
Letras
Não se pode
viver nos
olhos de
um gato
A
Boa vida
Comer
Costeletas
de borrego
com caril
Ingredientes
para 4 pessoas:
1,2 kg. de costeletas de
borrego;
q.b. de azeite;
400 gr. cebola picada;
4 dentes de alhos picados;
q.b. de caril;
1 folha de louro;
q.b, de vinagre de vinho
branco;
2 dl. de vinho branco;
q.b. de água;
q.b. sal grosso;
q.b. pimenta preta moída.
Confeção:
Tempere as costeletas com sal,
caril e pimenta.
Leve ao lume uma frigideira
com azeite e, quando quente,
frite as costeletas de ambos os
lados.
Retire as costeletas e na gordura junte a cebola picada,
alho e o louro. Deixe cozinhar
lentamente. Logo que a cebola
esteja alourada, adicione o vinho branco e acrescente mais
um pouco de caril.
Adicione um pouco de vinagre e junte as costeletas e um
pouco de água. Deixe ferver
para apurar.
Retifique os temperos a seu
gosto.
Acompanhe com arroz de
manteiga e salada de tomate
temperada a seu gosto.
Bom apetite…
Toiros
Clube Taurino
Beringelense
visitou
Sevilha e viu
triunfo de Padilha
O
Clube Taurino Beringelense realizou, no
passado sábado, dia 16, uma excursão à
Feira de Abril, em Sevilha. A adesão por
tarde dos associados e aficionados em geral superou as expetativas da organização, o que obrigou a alugar um segundo autocarro, tendo no total viajado 90 pessoas até à capital da Andaluzia.
Os visitantes passearam pela “féria” e de tarde
assistiram, na Real Maestranza de Sevilha, à saída, pela porta do príncipe do matador de toiros, Juan José Padilla, que cortou três orelhas.
Viram ainda “El Fandi” cortar uma orelha ao último toiro da tarde e ainda à atuação de Finito de
Córdoba.
Beja recebe Corrida Ovibeja No próximo sábado,
António Nobre
Chefe executivo de cozinha
– Hotéis M’AR De AR, Évora
23, em Beja, realiza-se a tradicional Corrida de
Toiros integrada na 33.ª Ovibeja.
Atuarão os cavaleiros Luís Rouxinol, o rejoneador Andy Cartagena, João Moura Jr. e o praticante Joaquim Brito Paes que lidará um novilho.
Nas pegas estarão em competição os Amadores
de Alcochete e Beja.
Será lidado um curro da ganadaria Passanha
e um novilho de Brito Paes.
Cuba assinal 20 anos de alternativa de Tomás
Soudo A vila alentejana de Cuba recebe, no pró-
ximo dia 1 de maio, uma corrida de toiros que
assinará a passagem pelos 20 anos de alternativa
de José Soudo, cavaleiro daquela localidade.Com
Soudo alternarão João Moura e Miguel Moura,
na lide três toiros de Cunhal Patrício e outros
tantos de Silva Herculano.
Atuarão os cavaleiros Luís
Rouxinol, o rejoneador Andy
Cartagena, João Moura
Jr. e o praticante Joaquim
Brito Paes que lidará um
novilho. Nas pegas estarão
em competição os Amadores
de Alcochete e Beja.
pós o êxito de Que importa a fúria do mar, Ana
Margarida de Carvalho publica o segundo romance confirmando os dotes de contadora de
histórias e criadora de “personagens do assombro” que faz da citação e evocação subtis matéria para
a cumplicidade com o leitor.
Mulheres fortes-frágeis; mulheres intocáveis, fortaleza, na fragilidade. Homens (e mulheres)
nem completamente bons nem
maus. Sobreviventes. Capazes de
salvar, um dia, correndo risco de
vida; assassinos noutro dia, dia de
sobreviver.
A barca do inferno onde navegam, no século XIX, as personagens que serão náufragos de Ana
Margarida de Carvalho, é um navio negreiro, clandestino, em tempos posteriores à abolição da escravatura no Brasil. Vai carregado
de miséria humana, de fome, cobiça. Também carrega luxúria (e
uma santa de cabelo de índia, para
quem os marinheiros levantam os
olhos, em prece). Ambição e vontade de punir convocam o naufrágio. Salvam-se um capataz e o seu
criado, um padre e um fidalgote,
mais uma mulher dominadora e
a sua filha, além de um pretinho
que mal sabe andar. A eles se junta
um escravo liberto, muitas vezes
sobrevivente.
Reunidos numa ilha, vivem ao
ritmo imposto pelas marés, vencidos progressivamente pela fome e
assombrados pelos seus fantasmas.
A autora não se compraz em compor personagens que são amores fáceis. Em todas as criaturas tremendas há, porém, uma humanidade
que ganha sobre os feitos hediondos dos quais são culpados-vítimas. Todos os transgressores são
inocentes e capazes de grandeza.
Quase todas as personagens têm
momentos em que são ignóbeis.
Em todos há humanidade. Menos
na santa, que não dá paz nem é capaz de misericórdia.
Escrita fluída, humor mordaz,
sem maniqueísmo, Ana Margarida
de Carvalho afirma-se como escritora com este Não se pode viver nos
olhos de um gato.
Maria do Carmo Piçarra
As pegas estarão a cargo de uma seleção de
forcados alentejanos, essencialmente dos grupos
de São Manços, Moura, Cuba e Beja.
Livro Arenas apresentado na Ovibeja Esta sexta-
-feira, 22, pelas 17 horas, na Ovibeja, será apresentado o livro Arenas, de Manuel Peralta
Godinho e Cunha, e cuja apresentação será feita
por Manuel Calejo Pires. Este evento é promovido pelo Circulo Taurino do Alentejo.
Vítor Besugo
Ana Margarida de Carvalho
Teorema
17,50 euros
352 páginas
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Diário do Alentejo
21 abril 2016
Filatelia
Lubrapex
é para a semana
N
a próxima terça-feira, dia 26, é inaugurada, em Viana
do Castelo, a Lubrapex 2016 – XXII Exposição Filatélica
Luso-Brasileira. A Lubrapex é a exposição bilateral
mais antiga do mundo.
Originalmente esta exposição estava aberta apenas à participação de filatelistas de Portugal e do Brasil e, a partir de 1992,
passou a admitir os restantes países de expressão portuguesa.
Os correios portugueses vão emitir no dia da inauguração
uma série de nove selos: dois de €0,80 e uma folha miniatura
com sete de €0,47 dedicados aos Palop. Segundo informam os
correios, as suas ilustrações são as seguintes:
Portugal Pendente, filigrana em prata dourada e esmalte;
séc. XX; Brasil Coroa radial com cobre-nuca, talas vegetais,
fios de algodão, penas;séc. XX; Angola Adorno, grupo cultural
Mucubal; col. Museu Nacional de Etnologia; Cabo Verde Colar
em fibras vegetais e missangas; Guiné-Bissau Adorno de costas em madeira, pele e algodão, grupo cultural Bijagós; Macau
Leque em madrepérola e papel pintado; Moçambique Amuleto
de caça em madeira, pele e cordel, grupo cultural Mwangalie,
Planalto Maconde; São Tomé e Príncipe Máscara de Gamalão;
Timor-Leste Colar em fibra vegetal, fio de canutilho e algodão.
À exceção do selo de Portugal e do de Macau, que mostram adereços do Museu de Arte Popular e do Museu Nacional
Machado de Castro, os adereços de todos os outros são do
Museu Nacional de Etnologia. O design é de AF Atelier.
Os correios também emitiram cinco carimbos de 1.º dia
(Lisboa, Porto, Ponta Delgada, Funchal e Viana do Castelo) e
ainda seis carimbos comemorativos (CC). Para ser usado no
local da exposição, no dia do encerramento (dia 1), os correios
também emitiram um CC para assinalar os 30 anos da revista
do Clube do Colecionador.
Para comemorar o evento, os Correios do Brasil emitiram
um bloco com dois selos e dois carimbos, um para Brasília e outro para Viana do Castelo, que serão ambos usados no dia 26.
Os selos mostram-nos a coroa radial com cobrenuca e
um pendente, em forma de coração, adereços pertencentes,
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respetivamente, aos museus portugueses de Etnologia e de Arte
Popular .
O cante alentejano em selos Na próxima quarta-feira, dia 27,
o cante alentejano é celebrado com uma emissão de dois selos
e um bloco, também com dois de €1,00. O design é de Atelier
Design&etc.
O selo de €0,47 mostra um pormenor de traje masculino –
Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa, e o de €0,80
um de traje feminino – Grupo Coral Feminino de Cantares de
Alcáçovas. Os selos do bloco mostram o Grupo Coral Alma
Alentejana de Peroguarda e o Grupo Coral do Sindicato dos
Mineiros de Aljustrel.
O fundo mostra-nos na metade superior a Associação
Grupo Coral e Etnográfico Amigos do Alentejo, Feijó, o Grupo
Coral Mainantes, Pias e o Rancho Coral e Etnográfico Os
Camponeses de Vale de Vargo. Na metade inferior pode ver-se o
Grupo Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Brinches, o Grupo
Coral e Etnográfico da Casa do Povo de Serpa e o Grupo Coral
Feminino de Cantares de Alcáçovas.
A capa da pagela é ilustrada com uma fotografia feita no
âmbito da candidatura do cante a património da humanidade.
Geada de Sousa
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Diário do Alentejo
21 abril 2016
Mike
Bramble
apresenta
“Platonic”
em Beja
Mike Bramble, o músico de Leiria que se formou no Institute of Contemporary
Music Performance, em Londres, está de visita a Beja para um concerto que
terá lugar no sábado, 23, na Galeria do Desassossego, a partir das 22 e 30 horas.
Consigo traz “Platonic”, o seu primeiro EP, tido como um “projeto ambicioso de
canções onde a melodia do pop se mistura com o aroma do blues/jazz e a textura
do rock”. Para além de Bramble (voz e guitarra) estarão no palco intimista
bejense João Loureiro (bateria), Hugo Santos (baixo) e Mike Gomes (guitarra).
Fim de semana
Aljustrel recebe
II Feira do Livro Usado
O Mercado Municipal de Aljustrel acolhe a
partir de hoje, quinta-feira, e até sábado, 23,
a segunda edição da Feira do Livro Usado e
Velharias, organizada pela biblioteca local.
O certame, de portas abertas entre as 10 e
as 19 horas, coincide com as comemorações
do Dia Mundial do Livro, que se assinala
no sábado, e inclui igualmente momentos
musicais. Amanhã, pelas 18 horas, atuará
o grupo Ritmos do Sul e no sábado, à
mesma hora, o palco fica por conta dos
Cantares de Rua. Os munícipes estão,
assim, convidados a levarem os seus livros
usados e velharias, ou ainda qualquer
outro objeto que já não utilizem mas que
possa ter algum interesse para outros,
entre “brinquedos, loiças, capacetes de
motos, botas de borracha, estátuas, etc.”.
Aivados celebra
história comunitária
DR
Foi a 20 de abril de 1975 que as gentes da
aldeia comunitária de Aivados, no concelho
de Castro Verde, recuperaram parte das
terras que há mais de 500 anos lhes haviam
sido usurpadas. Uma efeméride que o
Museu da Ruralidade e a Associação do
Feira do Livro e da Liberdade em Ferreira Decorre desde segunda-feira,
18, na Biblioteca Municipal de Ferreira do Alentejo, a IX Feira do Livro e da Liberdade,
que se prolonga até ao próximo dia 6 de maio. No programa, para comemorar o Dia
Mundial do Livro, está prevista para amanhã,sexta-feira, pelas 15 horas, a apresentação do livro Pelas ruas de uma cidade sem nome, de Carla Ramalho.
Povo dos Aivados vão relembrar no sábado,
23, no centro de convívio da localidade com
um programa que inclui uma caminhada
(9 e 30 horas), um encontro de poesia
popular (15 horas) e um baile à antiga,
com tocadores de harmónica (16 e 30
horas). “Aivados – 41 anos de memória”
é, segundo a organização, um “encontro
com uma das histórias mais românticas da
história do coletivo das gentes de Castro”.
Biblioteca
de Castro Verde
sopra 21 velas
Brasileiro Pedro Lobo expõe
no Museu Regional de Beja
“In Nomine Fidei”, exposição do fotógrafo
brasileiro Pedro Lobo, mantém-se
patente no antigo coro baixo do Museu
Regional de Beja até ao próximo dia 13
de maio. O autor, também investigador
na área do património histórico, tem
sido responsável pela documentação
fotográfica da proposta de inclusão na
lista Unesco de cidades como Olinda, Ouro
Preto, Salvador, Santuário do Bom Jesus
de Matosinhos e São Miguel das Missões.
Para Pedro Lobo, que já expôs em museus
no Brasil, Portugal, Estados Unidos,
Dinamarca, Alemanha, Bélgica, China e
Colômbia, fotografar património significa
“ilustrar a condição humana e refletir sobre
a memória e o que deve ser preservado”.
Afonso Cruz e Fernando
Guerreiro apresentam livros
S
ão 21 anos de serviço público que
a Biblioteca Municipal Manuel da
Fonseca comemora amanhã, sexta-feira, com um programa em que convida
a comunidade de Castro Verde a assistir
a duas apresentações de livros, seguidas
de uma conversa e de um momento musical. As comemorações arrancam pelas
21 e 30 horas, e os primeiros convidados
são os escritores Afonso Cruz e Fernando
Guerreiro. O primeiro traz na bagagem
a obra Flores, descrita como uma “história inquietante, narrada na primeira pessoa sobre a memória e o que resta de nós
quando a perdemos”. Depois de cinco
anos a publicar micro-contos na sua página de Facebook, Fernando Guerreiro re-
solveu selecionar as melhores narrativas e
fazer publicar a coletânea Ficou tanto por
dizer, que hoje também se apresenta em
Castro Verde. Os dois autores participam
depois numa conversa moderada pelo jornalista Paulo Barriga, finda a qual entra em palco o trio Nau (vozes e guitarras
de José Pedro Grazina, Fernando Pardal
e Artur Silva), que propõe uma viagem
pela “universalidade da cultura portuguesa”. Revisitam-se, assim, temas de
Zeca Afonso, Vitorino, Fausto e Trovante,
sem esquecer o cante alentejano, “expressão identitária que o grupo pretende reforçar”. No final, “haverá açorda de letras
e bolo de aniversário”, desvenda a equipa
da biblioteca aniversariante.
Renato Sanches faltou ao Dia da Defesa Nacional. Jogador encarnado alega
que já cumpriu o seu dever militar quando lutou no Ultramar.
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Diário do Alentejo
21 abril 2016
João Soares indigna-se com impeachment de Dilma Rousseff
e ameaça deputados brasileiros com bofetadas através do Orkut.
facebook.com/naoconfirmonemdesminto
Depois de Axl Rose ir para os AC/DC,
Tonicha é a nova vocalista dos Pearl Jam
O mundo da música entrou em estado de choque ao saber que Axl Rose
substituirá Brian Johnson, que sofre de problemas auditivos, como vocalista dos AC/DC. Os fãs da banda estão furiosos e prometem boicotar a digressão. Mas esta não será a única alteração marcante no que se refere a
bandas rock: Tonicha, cantora bejense, será a próxima vocalista dos Pe-
Portugueses poupados nos brinquedos
sexuais, mas aumentou
o uso de curgetes e cenouras
Foi notícia no “Correio da Manhã” (pois claro) que os portugueses estão a investir menos em brinquedos sexuais.
A “Não confirmo, nem desminto” quis saber se no Alentejo as coisas também são assim e as conclusões são surpreendentes. Visitámos a megastore de produtos sexuais de Alfundão e falámos com a sua dona, a empresária
Susete Garganta Funda: “Antigamente as pessoas ainda
se entusiasmavam com ‘As 50 sombras de Grey’ ou com
a sua versão alentejana, ‘Às 50 sombras do chaparro’, e
compravam algemas, chicotes e banha de porco. Agora,
nem pó… Mas as mercearias aqui da zona florescem,
nomeadamente ao nível das curgetes e cenouras, alternativas mais amigas do ambiente ao tradicional vibrador. E nem quero imaginar quando começar a época da
meloa. Para ser franca, acho que as pessoas estão, por
um lado, sem dinheiro, e, por outro, fartas de sexo. Tudo
é sexualizado: as apresentadoras na TV vestem-se de
forma provocadora, os cantores são todos bonitos e de
abdominais definidos, as finanças sodomizam os contribuintes sem dó nem piedade e nem sequer têm a decência de usar lubrificante!”. Todavia, a empresária não
desiste de lutar pelo seu negócio e lançou uma petição
com o objetivo de pedir a diminuição do IVA dos dildos.
Pode assinar a petição em sites como petiçõesmarotas.
com ou canetaseretas.org.
arl Jam, numa digressão europeia que passará por cidades como Paris, Estocolmo, Londres, Roma e Zambujeira do Mar. A cantora bejense interpretará temas da banda como “Jeremy” e “Even Flow”, mas também incluirá temas como “Zumba na caneca” e “Menina”. De referir ainda que o Trio Odemira está em negociações avançadas para ser a próxima banda de Adele.
Ministério da Educação e Ciência
estuda a hipótese de fundir o IPBeja
com a Universidade de Évora
e a Universidade da Vida
Trata-se de um exclusivo “Não confirmo, nem desminto”/Tá Bonito (Os melhores vídeos da Internet).
O Ministério da Educação e Ciência quer reorganizar
a rede do ensino superior e o IPBeja pode ser abrangido por essas mudanças. Segundo apurámos, o IPBeja está na iminência de se fundir com a Universidade de Évora, a Universidade da Vida, o Instituto Politécnico de Montoito, a Escola de Hotelaria de Vale de
Rocins, a Academia Militar de Corte Gafo e o Instituto
das Artes e do Design da Amareleja. Pretende-se com
a união destas instituições otimizar recursos e melhorar a oferta educacional da região. A grande surpresa
foi a inclusão da Universidade da Vida, organismo que
tem produzido cada vez mais licenciados que acabam
em carreiras tão bonitas como guarda-florestal ou indignado de Facebook. O Ministério da Educação acredita que esta universidade pode enriquecer a oferta
académica com o lançamento de workshops como: “Só
tenho o 9.º ano mas tenho muito mais sucesso profissional do que licenciados e doutorados” e “Como parecer que tenho uma vida muito melhor no Instagram do
que na vida real?”.
Paz entre os lusitanos e os romanos
esteve tremida, mas a intervenção
de Diogo Lacerda Machado
(amigo de Costa) foi decisiva
para alcançar um consenso
Foi, porventura, a notícia da semana que passou.
Diogo Lacerda Machado, pessoa que está inscrita nas
Finanças como “advogado” e “amigo do Costa”, terá
estado envolvido em negócios como representante
do Estado, apesar de, na altura, não ter qualquer vínculo com o mesmo. Mas a influência de Lacerda Machado não é de agora. Aquando da negociação para alcançar a paz entre os Lusitanos e os Romanos assinada
em Pax Julia (atual Beja) as coisas estiveram tremidas. Lacerda teve de intervir e ofereceu uma caixa de
bombons do Mestre Cacau aos representantes de Júlio César, ajudando a desbloquear a situação. Lacerda
também foi responsável pela edificação do Castelo de
Beja, entregando, por ajuste direto, a sua construção à
Somague. Lacerda ficou ainda encarregue de resolver
o problema do mau cheiro vindo do matadouro, até
agora sem sucesso.
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FUNDADO A 1/6/1932 POR CARLOS DAS DORES MARQUES E MANUEL ANTÓNIO ENGANA PROPRIEDADE DA AMBAAL – ASSOCIAÇÃO DE MUNICÍPIOS DO BAIXO ALENTEJO
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Nº 1774 (II Série) | 21 abril 2016
Franco, António Nobre, Francisco Silva Carvalho, Geada de Sousa, José Saúde, Maria do Carmo Piçarra, Pedro Emanuel Santos, Ricardo Cataluna, Rute Reimão, Vítor Encarnação, Vítor
Moraes Besugo | Opinião Ana Paula Figueira, António Bettencourt , Beja Santos, Bruno Ferreira, Domitília Soares, Filipe Nunes, João Mário Caldeira, Luís Covas Lima, Manuel
António do Rosário, Marcos Aguiar, Martinho Marques, Rui Xavier, Ruy Ventura, Viriato Teles | Publicidade e assinaturas Ana Neves e Dina Rato | Departamento Comercial
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01774
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nada mais havendo a acrescentar...
Coisa sem dono A liberdade não tem dono. Nem os capitães, nem
os generais, nem os livros, nem a constituição, nem as ideologias,
nem sequer o mês de abril. Por isso é que se chama liberdade, porque se houver quem mande nela e invoque a sua paternidade, então a liberdade terá de se chamar outra coisa qualquer. Outra coisa
feita de perspetiva, outra coisa feita de preconceito, outra coisa feita
num molde predefinido. Se houver quem lhe chame sua e a prenda
às suas medalhas, às palavras formatadas, aos discursos, aos símbolos, então a liberdade é apenas uma definição, uma teoria, um
conceito abstrato, uma vaga ideia de uma suposta necessidade
individual e social. Nos tempos que correm, animados pelas festividades, comemoramo-la como outra espécie de Natal, em vez de
azevinho, cravos. A liberdade não tem pais nem mães, só filhos e filhas e amigos e amantes. Os homens e as mulheres é que são os seus
reais guardiões, é neles que ela vive e se multiplica. É dentro das cabeças dos homens e das mulheres independentes que ela resiste e se
espalha. É no anonimato das pessoas comuns que a liberdade gosta
de viver, é aí o seu lugar, é aí que abre a boca, é aí que encontra a sua
razão de ser, é aí que se concretiza, é aí que vai fazendo História. A liberdade tem os mesmos donos que o vento tem. Vítor Encarnação
quadro de honra
Joaquina Rebelo, 55 anos, natural de Panoias, Ourique
É licenciada em Serviço Social. Em 1980 foi nomeada diretora do departamento cultural do Clube Desportivo
e Cultural de Panoias. Foi animadora/monitora dos cursos de alfabetização de adultos da Direção Regional
do Sul, na coordenação distrital da extensão educativa de Beja (Ministério da Educação), nos anos letivos
1982/83 e 1988/89. Participou na coletânea Literatura Popular do Baixo Alentejo e publicou alguns
trabalhos no jornal “Viva Voz”, no “Jornal do Sul” e na revista “Alentejana”, da Casa do Alentejo.
Novo livro de Joaquina Rebelo
será apresentado em Beja, no domingo, 24
A revalorização da agricultura
J
oaquina Rebelo, autora de Ouro
Sobre o Chão (1999) e A Dança
do Trigo (2005), apresentará ao
público, no próximo dia 24, no âmbito da programação da Ovibeja, o seu
mais recente livro: Império de Sol – A
Questão da Agricultura. Uma obra
que, segundo a autora, reflete sobre a
“importância da revalorização da atividade agrícola”.
É a agricultura, no nosso país e nomeadamente no Alentejo, uma atividade
desconsiderada?
Considero que a agricultura e as pessoas que trabalham a terra deveriam
ser olhadas de um modo mais justo. É
muito importante reabilitar a sua imagem, pois constituem um benefício
para toda a sociedade, contribuindo
para a produção de alimentos, na qual
o nosso país deveria ser mais autossuficiente. Por isso apelo à reflexão, empenho e responsabilidade social de todas
as pessoas, grupos e comunidades para
a revalorização da agricultura, como
base, em paralelo com outros setores,
do desenvolvimento socioeconómico
dos territórios.
PUB
Para a elaboração deste livro conversou com vários agricultores da região
de Aljustrel. Quais os principais obstáculos e anseios que lhe transmitiram?
As preocupações são, fundamentalmente, o desnivelamento entre os preços dos fatores de produção e os preços
dos produtos, que implicam a quebra
de rendimentos e o consequente abandono, nalguns casos, da atividade agrícola. Os limites impostos à produção e
a falta de comunicação com as instituições governamentais. Os agricultores
anseiam por um Alentejo mais desenvolvido, com mais postos de trabalho,
preços mais equilibrados e maior atenção da parte dos governantes em relação à agricultura.
Qual a importância que as culturas cerealíferas têm hoje no Alentejo, outrora
visto como celeiro da nação?
Não têm a mesma importância de antigamente mas continuam a ser muito relevantes, sendo a cultura do trigo considerada “o pão nosso de cada dia” pelos
agricultores de Aljustrel. Penso que esta
cultura deveria ser mais protegida porque, certamente, chegará a hora em que
www.diariodoalentejo.pt
Períodos de céu muito
nublado com possibilidade
de ocorrência de
aguaceiros sexta e sábado.
A temperatura máxima vai
chegar aos 23ºC no domingo
e a mínima 8ºC.
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Feira do Mel, Queijo e Pão
em Mértola até domingo
Começa amanhã, em Mértola, a XVIII Feira do Mel,
Queijo e Pão, que pretende dar a conhecer o melhor
dos produtos tradicionais produzidos no concelho.
Para além das iguarias em destaque, há ainda espaço
para o vinho, ervas aromáticas e enchidos. Na sextafeira, após a abertura oficial, está agendado um
momento musical a cargo de João Pestana e do grupo
Mato Bravo, seguindo-se um bailarico à moda antiga.
No sábado, dia 23, Dia Mundial do Livro, acontece
uma iniciativa, no espaço da feira, que apresenta o
mel, o pão e o queijo na literatura e na tradição oral.
Destaque ainda para os espetáculos com Amigos da
Pinguinha e Nova Aurora. O último dia do certame
recebe também a tradicional Feira de Abril. Cante,
tasquinhas e muitas provas de iguarias são ainda
outros dos ingredientes desta festa.
toda a sociedade lhe dará o justo valor.
Considera que o desenvolvimento do
Alentejo depende necessariamente de
um correto planeamento agrícola da
região?
Depende, sobretudo, da atenção de
toda a sociedade e das instituições governamentais a esta temática da atividade agrícola em paralelo com outros
setores.
O que representa a água, que vem de
Alqueva, para os agricultores?
Constitui uma esperança para os agricultores que têm explorações em zonas
de regadio, porque permite novas culturas. Mas há possibilidades de a água
de Alqueva beneficiar também alguns
agricultores da zona de sequeiro. A água
será sempre a afirmação de um território. Relativamente ao Alentejo persiste
um problema: a desigualdade entre a
zona de sequeiro (87 por cento) e a zona
de regadio (13 por cento). Há ainda outros obstáculos que poderão, ou não, ser
superados dependendo da união de todos para a criação de uma região e de
um país mais fortes. José Serrano
Luís Afonso apresenta novo livro
em Lisboa, no Bar Irreal
Luís Afonso, cartoonista, lança amanhã, sexta-feira,
dia 22, pelas 19 horas, no Bar Irreal, em Lisboa, o
seu mais recente livro. O quadro da mulher sentada
a olhar para o ar com cara de parva contará com a
apresentação de Rui Cardoso Martins.
Exposição de José Manuel
Rodrigues em Moura
A exposição “Gotas de Água”, composta por 20
fotografias e três instalações do fotógrafo José
Manuel Rodrigues, vai estar patente ao público até
31 de julho, no Museu Municipal de Moura.
Flores comestíveis em Grândola
As flores comestíveis são as “estrelas” de uma
mostra gastronómica de cozinha criativa que
decorre em 14 restaurantes de Grândola, promovida
pela câmara municipal. Designada “Em Abril Flores
Mil”, a iniciativa, a realizar até ao dia 1 de maio,
combina “arte e cultura culinária” e integra as
comemorações do 42.º aniversário do 25 de Abril.
Quinta-feira, 21 abril 2016, Nº 1774 (II Série)
Políticos
visitam
Ovibeja
Diário do Alentejo | 33.ª Ovibeja
21 abril 2016
02
O primeiro-ministro, António Costa, desloca-se amanhã, sexta-feira, pelas 11 e 30 horas, à 33.ª
edição da Ovibeja, certame que decorre no Parque de Feiras e Exposições de Beja até ao próximo
dia 25, numa organização da ACOS – Associação de Agricultores do Sul. Também amanhã, a feira
será visitada pela presidente do CDS-PP, Assunção Cristas, pelas 11 e 30 horas, pelo presidente do
PSD, Pedro Passos Coelho, às 18 horas, e pelo secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, às 18
e 30. João Ramos, deputado do PCP eleito por Beja, também acompanhará a visita. No domingo,
dia 24, pelas 17 horas, será a vez de Pedro Filipe Soares, líder parlamentar do Bloco de Esquerda.
Ministro da Agricultura quase a “tempo inteiro” na feira do Alentejo:
“Visitar a Ovibeja sem a presença de Castro e Brito é algo que ainda me custa imaginar”
“A melhor montra de tudo
o que o Alentejo tem de positivo”
São, pelo menos, seis os “pontos
de Interesse” do programa da
33.ª Ovibeja que contarão com a
presença de Capoulas Santos. Ou
não fosse esta feira, nas palavras do ministro da Agricultura,
“o maior emblema e espaço de
projeção do Alentejo”. Numa entrevista em que se compromete
a honrar os compromissos já assumidos ao nível do Programa
de Desenvolvimento Rural,
Capoulas Santos não deixa de
revelar que anda “em busca de
fontes de financiamento” para
alargar o regadio de Alqueva
em mais 45 mil hectares e que
as metas deste Governo para
a agricultura passam por, em
cinco anos, equilibrar a balança
comercial e, em 10, repor os 150
mil hectares de floresta perdidos nos últimos 15 anos.
Entrevista Paulo Barriga
Fotos César Cordeiro
O senhor ministro, mesmo nos períodos em
que não exerceu cargos políticos, nunca
deixou de visitar a Ovibeja. Qual é o sentimento que o traz a esta primeira edição da
feira sem o seu principal mentor, o engenheiro Castro e Brito?
Visitar a Ovibeja sem a presença do engenheiro Castro e Brito é algo que ainda me
custa imaginar. Tive o prazer de com ele
partilhar todas as edições deste evento e de
assistir à sua progressiva afirmação, sob sua
orientação. Testemunhei também o seu empenho e o seu entusiasmo com uma iniciativa que se tornou no maior emblema e espaço de projeção do Alentejo. A partida do
engenheiro Castro e Brito é uma imensa
perda que nos obriga a tornar a Ovibeja
cada vez mais pujante. É a melhor homenagem que lhe podemos prestar.
Que importância reconhece à Ovibeja
no panorama da agricultura nacional e,
essencialmente, na discussão dos problemas que respeitam a este setor?
A Ovibeja conseguiu conquistar o estatuto
de certame de referência no panorama nacional, para além de se constituir como a melhor montra de tudo o que o Alentejo tem de
positivo. A Ovibeja tem tido também um importante papel na reflexão sobre a agricultura alentejana, em todas as suas componentes, e é um ponto de convergência entre
agentes económicos, especialistas e administração pública, tendo como denominador comum a procura de soluções para potenciar o
aproveitamento dos recursos e o desenvolvimento da região.
Estará presente na sessão de abertura da feira,
mas não deixará igualmente, no dia seguinte,
de encerrar um colóquio sobre os desafios da
agricultura e sobre o PDR 2020. Vai anunciar na
Ovibeja alguma novidade de substância sobre
o presente quadro comunitário de apoio?
A Ovibeja tem tido
também um importante
papel na reflexão
sobre a agricultura
alentejana, em todas
as suas componentes,
e é um ponto de
convergência entre
agentes económicos,
especialistas e
administração pública.
Dedicarei, com gosto, algum tempo à
Ovibeja deste ano. Além dos momentos a
que se referiu, estarei também presente noutros momentos do programa da Ovibeja,
como é o caso do Fórum Politécnico e
da Conferência do Prémio Nacional de
Agricultura. Tenciono igualmente acompanhar as visitas dos senhores Presidente
da República e primeiro-ministro. Sobre o
PDR 2020 irei seguramente deixar duas notas muito importantes. A primeira prende-se com a execução do programa, à qual,
como se sabe, estamos agora a imprimir um
novo ritmo, mais compatível com as necessidades dos agricultores e da própria economia nacional. Não poderei deixar de sublinhar, mais uma vez, que o Estado honrará
os compromissos assumidos no âmbito
das candidaturas aprovadas ao abrigo do
PDR 2020 e também não deixarei de fazer
um ponto de situação relativamente a novas candidaturas. Por outro lado, tal como
já tive oportunidade de referir noutras circunstâncias, vamos levar a cabo uma reprogramação do PDR 2020, por forma a dar
cumprimento ao programa do Governo no
que à agricultura diz respeito e a torná-lo
mais justo e equitativo.
A respeito da execução do Programa de
Desenvolvimento Rural em 2014 e 2015, classificou a anterior gestão de “muito imprudente”. Foi assim tão má a performance portuguesa na contratualização do PDR 2020?
Em 2014, o PDR 2020 teve uma execução de
zero por cento e em 2015 não foi além de 12
por cento. Em 2016 pretendo executar 100
por cento. Em matéria de contratualização,
penso que estas percentagens falam por si.
Quando classifiquei a gestão anterior como
“muito imprudente” estava a referir-me ao
processo de candidaturas a algumas medidas
do PDR 2020, designadamente as que levam
a maior fatia do orçamento do programa e as
que atraem mais agricultores. Foram aceites
candidaturas nas medidas agroambientais
que ultrapassam as dotações orçamentais em
margens impensáveis, de quase 300 milhões
de euros!
Acha mesmo possível que, em 2016, a execução do PDR possa vir a ser de 100 por cento?
É esse o objetivo do Governo. O primeiro
passo, que foi obter no Orçamento do Estado
a comparticipação nacional necessária, foi
conseguido com a aprovação do documento
na Assembleia da República. Agora, cabe à
administração e aos beneficiários fazer o seu
trabalho.
Não foi apenas em relação à execução do
PDR que o senhor ministro entrou “a matar” face ao anterior Governo. Foi também
em relação à suposta ausência de cobertura financeira para terminar obras que já
estavam em execução, nomeadamente o
Alqueva. Qual é a saúde financeira atual
deste empreendimento?
Antes de mais, não é meu timbre “entrar a
matar”. Eu não me revejo nesse registo. O que
A Associação de Agricultores do Sul (ACOS) anunciou que escolheu Rui Garrido
para presidente da direção, substituindo, assim, no cargo, Manuel de Castro
e Brito, que faleceu recentemente. Rui Garrido é engenheiro agrónomo, é
agricultor e sócio-gerente de uma empresa, com sede em Beja. Desempenhou
ainda as funções de diretor Regional da Agricultura e de vereador da Câmara
Municipal de Beja, eleito pelo PSD. Nuno Ribeiro subiu a presidente substituto,
Miguel Madeira é vice-presidente e Claudino Matos passou a ser o diretor-geral.
aconteceu foi que o grupo parlamentar do
CDS resolveu questionar-me sobre a suspensão do pedido de reprogramação do PDR que
o anterior Governo apresentou em Bruxelas,
pedido esse que onerava ainda mais o Estado
português, ao pretender aumentar a contrapartida nacional de 15 para 20 por cento, o
que significaria um esforço adicional de comparticipação nacional em mais 30 milhões de
euros para utilização do mesmo montante
comunitário. É evidente que tive de explicar
os motivos dessa suspensão e é claro que o
problema da gestão do PDR teve de ser abordado. Face ao que foi feito, não há escolha
de palavras que atenue a irresponsabilidade
e a ligeireza com que o anterior Governo e a
anterior equipa de gestão agiram. Quanto a
Alqueva, não há problemas de saúde financeira. O que há é um plano de investimentos
que está a ser levado a cabo e que o anterior
Governo, num determinado projeto, deixou
sem fonte de financiamento a partir de 31 de
dezembro de 2015.
O alargamento do projeto Alqueva em mais
45 mil hectares é uma ambição deste ministério ou não passa de uma miragem?
Mais do que uma ambição deste Governo,
é uma ambição dos agricultores e de toda
a região! Desde a década de 50 do século
passado que o Plano de Valorização do
Alentejo prevê a concretização de uma extensa área de regadio na região, capaz de
potenciar o desenvolvimento de uma nova
agricultura que represente um novo paradigma de desenvolvimento para o Alentejo
e para o País. Para concretizar esta ampliação da área de regadio é necessário um investimento de grande dimensão, mas cujo
retorno a longo prazo e a todos os níveis
representa uma mais-valia tremenda para
o País. Chegar aos 165 ou 170 mil hectares
de regadio na região alentejana é uma pequena revolução na agricultura portuguesa.
É trazer investimento, criar emprego, gerar riqueza, promover o desenvolvimento
de toda uma região que, historicamente, é
das mais pobres de Portugal. Não pode ser
uma miragem, não é uma miragem, é um
projeto concreto. Ambicioso, mas concreto.
Estou a bater-me pela sua concretização e
em busca de fontes de financiamento para
Chegar aos 165 ou 170 mil
hectares de regadio na
região alentejana é uma
pequena revolução na
agricultura portuguesa.
É trazer investimento,
criar emprego, gerar
riqueza, promover o
desenvolvimento de
toda uma região que,
historicamente, é das mais
pobres de Portugal. Não
pode ser uma miragem,
não é uma miragem, é
um projeto concreto.
valores que atingem os 200 milhões de euros, num contexto financeiramente muito
difícil para o País.
Esta fase do projeto Alqueva está quase concluída. Que papel terá a EDIA no futuro da região, nomeadamente ao nível da gestão da
água para consumo agrícola?
A EDIA reuniu, ao longo da sua existência,
um capital de conhecimento técnico e um
conjunto de recursos humanos que o País
não pode desprezar. Há uma missão para
cumprir, até 2020, que é a conclusão do empreendimento. Entretanto, haverá que definir o seu papel para lá dessa data e o respetivo modelo de financiamento.
Hoje em dia, os holofotes incidem de forma
constante sobre a agricultura de regadio.
No entanto, o grande território agrícola do
Alentejo, e de Portugal, continua a ser de
sequeiro e em regime extensivo. Nos tempos que correm, ainda há cabimento para a
03
Diário do Alentejo | 33.ª Ovibeja
21 abril 2016
Rui Garrido
é o novo
presidente
da ACOS
agricultura tradicional sem as devidas compensações agroambientais?
Efetivamente, 86 por cento da Superfície
Agrícola Utilizada [3 milhões e 700 mil hectares] correspondem a terrenos agrícolas de
sequeiro. Apenas 14 por cento do território
agrícola [500 mil hectares] são terrenos de
regadio. Naturalmente, isso decorre das condições geoclimáticas do nosso país. Não podemos mudá-las. Podemos, contudo, definir
estratégias e aplicar medidas, essencialmente
no âmbito da Política Agrícola Comum, enquanto Estado-Membro da União Europeia,
para compensar handicaps e para potenciar
condições de competitividade e recursos que,
felizmente, permitem garantir atividade económica rentável em muitas regiões de agricultura de sequeiro.
É que, apesar da grande dinâmica e euforia
que se vive no regadio, não deixa de ser crescente o número de agricultores que cessam
a atividade. Como se pode inverter este ciclo
que é, de alguma forma, paradoxal?
Portugal é, no contexto da União Europeia,
o terceiro país com maior número de ativos,
logo a seguir à Roménia e à Grécia, o que não
é propriamente um bom indicador de desenvolvimento. Interessa, por isso, criar condições para que a agricultura, nas suas diversas
vertentes, regiões e setores, seja competitiva
e capaz de gerar rendimentos que permitam
aos que nela trabalham ter um nível de vida
e de rendimento similares aos dos que trabalham nas demais atividades económicas.
É isso que estamos a fazer, investindo em infraestruturas de apoio às regiões desfavorecidas. Dispomos dos instrumentos vertidos
no PDR 2020 que queremos utilizar eficazmente e de forma justa e equilibrada entre setores e regiões. Os nossos objetivos passam
por manter o ritmo de crescimento do setor
a um nível equivalente ao dobro do resto da
economia, incentivar o ritmo de crescimento
das exportações, conseguir o equilíbrio da
balança comercial agrícola, em valor, num
horizonte de cinco anos substituindo importações e recuperar, numa década, os 150
mil hectares de floresta perdidos nos últimos
15 anos. Se conseguirmos, como desejamos,
atingir estes objetivos, inverteremos, seguramente, o ciclo de declínio que refere.
Diário do Alentejo | 33.ª Ovibeja
21 abril 2016
04
O boxe para desmistificar preconceitos
É
já no próximo domingo, dia 24, pelas 16 horas, que vamos poder contar com grandes nomes do boxe nacional e internacional, na 33.ª
edição da Ovibeja. A Boxerpa, equipa de boxe com
residência em Serpa, vai pela terceira vez à Ovibeja.
E traz João “Bento Algarvio”, campeão mundial de
boxe, Pedro Matos, “number one” e um dos melhores jogadores do boxe português, e Paulo Seco, que
é considerado o melhor treinador português da modalidade.
O convite partiu do Instituto Português do
Desporto e da Juventude e a equipa serpense vem
a Beja trazer o melhor do boxe nacional. Numa demonstração, na qual se pretende passar ao público o
que é o boxe, e, ao mesmo tempo, tentar abrir a mente
das pessoas para que se perceba que o boxe não é violência, mas sim uma arte.
Falando com Carlos Gaspar, treinador desportivo,
percebe-se que o treinador do Boxerpa aguarda mais
um grande momento na feira alentejana. “Espero que
as pessoas consigam perceber o que é o boxe e que percebam a diferença entre ele e a violência”, disse.
A equipa serpense já existe há cinco anos e possui
alguns títulos e grandes atletas. Esta, que é a única
equipa oficial que existe de Setúbal ao Algarve, já
ajudou muitas crianças e adultos. Graças a protocolos realizados com escolas, conseguiu criar os projetos “Cuidar de mim” e “ISA” (Intervenção para
Segurança no Amor), nos quais tem conseguido angariar alguns atletas e ajudar muita gente a sair de
caminhos menos bons.
João Tojo, aluno da Universidade Lusófona
“Terra Fértil”: um só pavilhão de inovação
Mais uma vez a economia agrícola e as inovações tecnológicas vão ter direito a pavilhão
próprio na Ovibeja. “Terra Fértil”
será o espaço privilegiado para
pensar no futuro da agropecuária no Alentejo.
Texto Carolina Dinis e Filipa Barradas,
alunas da Universidade Lusófona
E
ste ano, mais uma vez na
Ovibeja, a inovação, a tecnologia e o negócio vão estar presentes num só pavilhão, designado
por “Terra Fértil”. O principal objetivo é a afirmação e o desenvolvimento da economia agrícola. Ou
seja, é o espaço da feira dedicado ao
negócio e às maiores inovações tecnológicas do setor primário: agricultura e pecuária.
No pavilhão “Terra Fértil” vão
ser contemplados subtemas como
o sequeiro, o regadio e o montado,
dando ênfase ao valor da paisagem
natural e da biodiversidade alentejanas. Contudo, este ano, a ACOS –
Associação de Agricultores do Sul,
que organiza o evento, aposta numa
agricultura de extrema precisão.
Vai existir um espaço de negociações e encontros num sistema
B2B e B2C (business-to-business e
business-to-consumer – em tradução livre, de empresa para empresa
e de empresa para consumidor), que
reúne empresas nacionais e internacionais, marcas, entidades e organizações de produtor, num intercâmbio entre a produção e o consumidor
final.
A organização deste evento tem
objetivos ambiciosos, nomeadamente expandir a agricultura tradicional e colocá-la nas fileiras mundiais. Segundo Luísa Castro e Brito,
porta-voz da Ovibeja, “este é um lugar para pensar o futuro da agropecuária, mas partindo sempre de
uma raiz tradicional.” Até porque é,
afinal, nos pequenos produtores que
está a maior fatia de público da feira.
E foram eles que fizeram do certame
um sucesso: “Temos de ver que esta
só é a maior feira agrícola do País
porque conseguiu cair nas graças da
sociedade civil.”
Na zona dedicada às exposições e ao contato direto com os visitantes, marcam presença diversas
empresas, tanto de cariz nacional,
ALUNOS UL
Ovibeja abre portas à riqueza
das terras alentejanas
como internacional. Entre as empresas portuguesas, há nomes como
a Adega Cooperativa de Vidigueira,
Aquagri, CBH Portugal Unipessoal,
a Ag roGa ra nte, Consu la i,
Irricampo, Imper Regas e Anpco,
entre outras. Já fora dos limites da
fronteira aparecem nomes como a
Agrimarketing (Estados Unidos),
Fairfruit (Hungria) ou a Moyano
Gomez S.C (Espanha).
Numa perspetiva de ajuda financeira aos produtores, apoio mútuo,
organização e planeamento de novos
projetos, o nome incontornável é a
Agrogarante. Esta empresa é uma
das quatro Sociedades de Garantia
Mútua no País e marca a sua presença, neste evento, com a realização
de um seminário, designadamente
“Conversa de agricultura”, amanhã,
sexta-feira, pelas 15 horas. O financiamento de novos projetos agrícolas
vai estar no centro da equação.
Há também uma zona de exposição de diversas máquinas agrícolas e sistemas de rega, assim
como uma zona de apresentações
e demonstrações dos vários produtos do setor. Haverá, ao longo de
todo o evento, colóquios de promoção regional, transferência de conhecimentos e experiências entre
diversas entidades e instituições.
No centro do palco estarão o Cebal,
a Associação Alentejo de Excelência,
a Universidade de Évora, o Nerbe,
a GS1 Portugal, o Espaço Visual –
Consultoria Agrícola, a AlumnISA,
a Câmara Agrícola Lusófona, a
Trevo, Consulai e a ACOS, que vão
discutir temas como a tecnologia, o
empreendedorismo, o desenvolvimento agrícola, a rentabilidade do
prado, os negócios, a agricultura de
precisão e a agricultura vista pela
sociedade.
O pavilhão “Terra Fértil” cresceu proporcionalmente à Ovibeja. A
feira, este ano, conta com uma área
de 11 hectares, 17 pavilhões, mil expositores e recebe mais de 200 mil
visitantes. “A nossa feira é a entidade do Alentejo. Está aberta a novas
ideias, novos programas e projetos,
mantendo sempre a componente popular, e preservando a nossa região”,
diz Luísa Castro e Brito. “Porque o
Alentejo é uma terra fértil”.
Entrega dos prémios aos vencedores acontecerá no sábado
Ovibeja tem o melhor concurso de azeites do mundo
O
Concu rso de A zeites
Vi rgem E x t ra-Prémio
CA Ovibeja atingiu o primeiro lugar na competição dos
melhores concursos de azeites do
mundo pelo “The World’s Best
Oive Oils”. É um ranking criado
pelo alemão Heiko Schmidt, considerado um guru de renome
mundial nesta área de investimento. Entre os concursos de
azeite que ocorrem no mundo, a
Ovibeja andava há três anos empatada com o Concurso Mario
Solinas em Espanha, do Conselho
Oleícola Internacional (COI), mas
agora Portugal conseguiu atingir
o topo.
As portas da feira só abrem
hoje, mas o concurso começou
dias antes. Foram 42 jurados de 13
nacionalidades diferentes a provar 140 amostras de azeites. Este é
já o 6.º Concurso Internacional de
Azeites Virgem Extra.
Para os jurados, foram dois
dias intensos de troca de sabores.
Provas às cegas, onde é preciso determinar se o azeite sabe a relva
ou se tem um sabor mais amendoado, por exemplo. É preciso muita
concentração entre os provadores,
pois é um concurso onde reina a
seriedade.
José Gouveia, presidente do júri,
forma grupos de cinco a seis pessoas, todos de nacionalidades diferentes. Cada grupo é designado
para uma mesa redonda, cada
mesa com uma categoria diferente
de azeite. Depois da prova, é altura de morder uma maçã e beber
água, para limpar o palato. Cada
experiência é qualificada com uma
pontuação.
Em concurso estiveram 104
azeites, provenientes de oito países. Destes, 62 eram portugueses. E
10 foram premiados. Portugal conseguiu uma medalha de ouro, duas
de prata, uma de bronze e seis menções honrosas. Espanha arrecadou
11 prémios, Itália dois e a Grécia
um. A concurso estiveram ainda os
azeites de Israel, Eslovénia, Chile e
Alemanha. Existem quatro categorias: frutado maduro; frutado
verde ligeiro, onde Portugal se destacou mais, atingindo todos os lugares do pódio; existe ainda o frutado verde médio e o frutado verde
intenso. Para cada uma são atribuídas medalha de ouro, prata e
bronze, mais três menções honrosas. Este ano, a medalha de ouro foi
atribuída à Quinta do Castro, S.A.,
na categoria frutado verde ligeiro.
O Alentejo é responsável pelo
facto de Portugal ser autossuficiente em produção de azeite. “O
nosso segredo é termos o melhor
de dois mundos”, afirma Luísa
Castro e Brito, coordenadora
de comunicação da ACOS e da
Ovibeja. “Ter um azeite diferenciado com as variedades tradicionais, mas também ter um azeite
de alta qualidade.” Este segundo
é colhido em olivais modernos,
até porque a condução agrícola do
olival é um processo importante
na qualidade das azeitonas. Se estas forem saudáveis, se não tiverem fungos nem pragas, e forem
bem tratadas, isso vai refletir-se
no sumo da azeitona.
Dia 23 é o dia oficial da entrega dos prémios, pelas 12 horas, na Arena do Azeite – Pavilhão
Terra Fértil. O concurso é organizado pela ACOS – Associação de
Agricultores do Sul, em parceria
com a Casa do Azeite – Associação
do Azeite de Portugal, e patrocinado em exclusivo pelo Crédito
Agrícola.
Os azeites premiados estarão
expostos e haverá provas para todos os visitantes. Também haverá
guias a comentar os pormenores
de cada produção. Depois de saborear, é só escolher o azeite preferido e levá-lo para casa.
Sara Faria, Sérgia Tavares,
alunas da Universidade Lusófona
PUB
“Foi um episódio inesperado para todos,
todas as homenagens feitas serão simbólicas”
Ovibeja despede-se
do presidente Manuel
de Castro e Brito
A maior feira de agricultura do
País irá realizar algumas cerimónias em honra do falecido presidente. Natural de Baleizão,
Manuel de Castro e Brito ingressou no mundo da agricultura em 1974. A partir de 1989,
assume a presidência da ACOS
– Associação de Agricultores do
Sul e da comissão organizadora
da Ovibeja, e em 2004 passa a dirigir os destinos da Federação
das Associações de Agricultores
do Baixo Alentejo (Faaba).
Texto Ana Torres e Laura Martins,
alunas da Universidade Lusófona
Foto José Ferrolho
A
33.ª edição da Ovibeja fica
marcada pelo desaparecimento do seu fundador,
Manuel de Castro e Brito, falecido
no passado dia 29 de março, com 65
anos. Realizar-se-ão duas cerimónias de homenagem. “Foi um episódio inesperado para todos e muito recente. Dadas as circunstâncias, todas
as homenagens que conseguirmos fazer neste espaço de tempo, serão pequenas. É o que é possível agora, pro-
vavelmente para o ano irá ser feito
algo maior’’, afirma Luísa Castro e
Brito, porta-voz do certame e filha do
fundador. Ainda assim, as menções
ao trabalho de Castro e Brito deverão
ser referência para as mais altas figuras do Estado e da região.
Logo na sessão de inauguração,
hoje, pelas 16 horas, no auditório do
Nerbe, estará presente o ministro da
Agricultura, Luís Capoulas Santos, que
deverá lembrar a vida e obra de Castro
e Brito. Será depois mostrado um vídeo
em louvor ao presidente, numa retrospetiva da sua vida, tanto pessoal como
profissional, demonstrando assim a importância que este tinha para a sua terra.
E, claro, para a própria Ovibeja. A pouco
e pouco foi fazendo com que este evento
se tornasse na maior feira de agricultura do País, não só evoluindo em termos empresariais como também em lazer, mostrando o mundo rural, agrícola
e cultural da região.
“Era um sério defensor dos seus
ideais, e aquilo em que acreditava
para a agricultura é aquilo que podemos ver hoje na Ovibeja. Ele tinha um
carácter peculiar e, por detrás desta
feira, está muito desse espírito’’, reforça Luísa Castro e Brito.
O segundo momento de homenagem a Manuel de Castro e Brito, a que
se associa o Presidente da República,
Marcelo Rebelo de Sousa, acontece no
sábado, dia 23, “numa ação repleta de
simbolismo” que vai acontecer, a partir das 15 e 30 horas, na alameda principal do recinto da feira.
Recorde-se que ambos, ministro da
Agricultura e Presidente da República,
já tinham estado presentes nas cerimónias fúnebres do “pai” da Ovibeja, que
aconteceram a 30 de março, em Beja.
Na altura, o Presidente da República
disse ao “Diário do Alentejo”: “É
uma perda largamente irreparável.
Tratava-se de uma personalidade invulgar na luta pela agricultura, pelos
agricultores, pela obra que fez ao longo
de três décadas na Ovibeja.”
A morte de Castro e Brito aconteceu a menos de um mês da abertura
das portas da feira. Esta 33.ª edição
ainda foi organizada por ele e o seu desaparecimento marca definitivamente
a Ovibeja de 2016. “Uma perda muito
grande. Obviamente que é uma vida
que é para ser celebrada, mas enfim,
ainda não estamos preparados para a
festejar, só estamos prontos para homenagear’’, conclui Luísa, sua filha.
05
Diário do Alentejo | 33.ª Ovibeja
21 abril 2016
“Foi um episódio inesperado para todos e muito recente. Dadas
as circunstâncias, todas as homenagens que conseguirmos fazer
neste espaço de tempo, serão pequenas. É o que é possível agora,
provavelmente para o ano irá ser feito algo maior’’. Luísa Castro e Brito
DR
Diário do Alentejo | 33.ª Ovibeja
21 abril 2016
06
PUB
Arte chocalheira e lã ganham espaço na Ovibeja
Cante, artes e ofícios
Pela segunda vez na história da
Ovibeja o plano de feira inclui o
Pavilhão do Cante, mas este ano
com novidades alargadas na área
das artes e dos ofícios artesanais.
Nesta 33.ª edição, a feira procura
fazer uma nova homenagem, não
só ao cante alentejano, mas também às pessoas que dedicam
o seu tempo a fazer arte, assim
como à lã e à arte chocalheira,
que foi recentemente classificada
Património Cultural Imaterial com
Necessidade de Salvaguarda
Urgente, pela Unesco.
Texto Joana Lopes,
aluna da Universidade Lusófona
“M
ais do que um espaço
de feira, este local é
feito a pensar no verdadeiro Alentejo e nas pessoas que
acreditam na sua tradição, por isso
esta feira permite o enriquecimento
cultural e a partilha dos velhos costumes e tradições que tendem a ser esquecidos pelos mais jovens”, explica
a Associação de Agricultores do Sul
(ACOS), entidade organizadora do
evento.
E, assim, ao ser um espaço de exposições e de comercialização, é
também um local de convívio e de várias ligações entre feirantes, visitantes e futuros projetos.
O Pavilhão do Cante, das Artes e
dos Ofícios encontra-se num antigo
pavilhão de exposição agropecuária recuperado. “Este facto permite
criar um ambiente contextualizado e
dar um cariz ainda mais forte a este
espaço, que remete para a tradição
e para as memórias de toda uma região, mas que mantém sempre um
espírito de contemporaneidade alusivo à essência desta feira”, adianta a
organização.
Este ano, segundo revelou ainda a
ACOS, foi acrescentada também uma
zona exterior adjacente para expor e
comercializar produtos artesanais ligados à ruralidade.
Ao viver o verdadeiro espírito da
festa alentejana, a Ovibeja aposta em
força nas tertúlias e em apresentações, nos petiscos e também em provas de vinho, sem esquecer os espaços de degustação e convívio, assim
como a partilha de saberes nos mais
variados expositores tradicionais.
A preservação da tradição é um elemento base na organização do programa da feira Ovibeja, que assim
começa por homenagear o cante alentejano, através de apresentações dos
mais variados grupos alentejanos.
Virão ao certame grupos musicais dos municípios de Beja, Ourique,
Castro Verde, Aljustrel, Almodôvar,
Ferreira do Alentejo, Serpa, Mértola,
Moura, Barrancos, Vidigueira, Alvito
e Cuba.
Além disso, o pavilhão aposta num
conceito de “museu vivo” de artes e
ofícios tradicionais”. Haverá cerca de
60 artesãos a trabalhar ao vivo e um
grupo de 30 entendedores na área da
lã e da arte de fiar, que vão promover
atividades diárias e workshops.
Nesta feira, estão também representadas várias câmaras municipais,
que se encontram presentes para
mostrarem os seus produtos artesanais e darem a conhecer o melhor da
sua cultura, dos chocalhos aos tapetes
de Arraiolos, passando pelos barros e
teares antigos e tradicionais e não esquecendo os projetos para mostrar e
inovar o artesanato.
“Também haverá projetos inovadores nesta área, mas partindo sempre dos conceitos tradicionais”, diz
Luísa Castro e Brito, porta-voz da
Ovibeja. Que conclui: “Há projetos
muito interessantes de artesãos que
pegam em materiais e técnicas antigas para apresentar produtos muito
modernos”.
30 artesãos de todo o País juntam-se na Ovibeja
Um dia dedicado à lã
“A
o encontro das lãs” é o
nome do evento nacional
de artesãos que acontece
no sábado, 23, no Pavilhão do Cante, das
Artes e dos Ofícios da Ovibeja. Trata-se
de uma reunião de artesãos de diferentes gerações, provenientes de todo o País,
em torno do fabrico de artesanato. Neste
dia dedicado às lãs, não faltarão demonstrações de tosquia e apresentação das diferentes raças de ovinos.
A Oficina de Tecelagem de Mértola
estará presente neste encontro com as
típicas mantas de lã alentejanas, toalhas, mantas de retalho e passadeiras.
Produtos que estarão disponíveis para
venda, numa área onde uma fiadeira
estará a tecer ao vivo. A Associação de
Defesa do Património de Mértola e o
Campo Arqueológico de Mértola são as
entidades que apoiam esta oficina, onde
as artesãs, diariamente, lavam, cardam,
fiam e tecem a lã.
Também estarão presentes artesãs
de Arraiolos para demonstrarem como
é fabricado o tradicional tapete originário daquela localidade do Alto Alentejo.
O município de Arraiolos pretende candidatar estas tapeçarias a Património
Cultural da Unesco, uma vez que se trata
de um bem com grande valor cultural,
histórico e económico para a região. A
referência mais antiga aos tapetes de
Arraiolos data de 1498.
Cerca de 30 participantes de todo o
País responderam ao desafio “Quem
ainda sabe fiar? Tricotar, fazer malha ou
trabalhar a lã?”. Assim, no dia das lãs, a
partir das 15 horas, estes artesãos vão
mostrar ao público da Ovibeja os seus
projetos pessoais. Esta é mais uma das
novidades da presente edição da Feira
do Alentejo, uma vez que utiliza o conceito inovador do Do it Yourself (Faça
você mesmo). O dia encerra com uma
tertúlia subordinada ao tema “A lã – Do
campo ao saber-fazer, oportunidades e
desafios”.
Em paralelo, no Pavilhão de Pecuária,
no dia dedicado à lã, vários técnicos do setor, veterinários e avaliadores de lã explicarão ao público em geral as propriedades
desta fibra natural, o processo de avaliação
das lãs no animal e os desafios que se colocam a todo o setor das lãs em Portugal.
Sónia Oliveira,
aluna da Universidade Lusófona
07
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Diário do Alentejo | 33.ª Ovibeja
21 abril 2016
Diário do Alentejo | 33.ª Ovibeja
21 abril 2016
08
“Nós acima de tudo baseamo-nos em experiências que são nossas ou de pessoas
próximas de nós. Eu acho que 99 por cento das músicas são para mulheres, ou de
mulheres para homens, portanto não estamos a fazer nada de inédito. O que acaba
por ser mais inédito é a maneira como nós desmaterializamos os sentimentos e os
tornamos simples na música. A nossa maneira de escrever baseia-se naquilo que
sentimos quando nos fazem alguma coisa, ou quando sentimos algo por alguém.
Esse sentimento é muito automático e simples, e é essa simplicidade que nós queremos transmitir na música”. Quem o diz é Francisco Pereira (Kasha), dos D.A.M.A.
Entrevista Débora Ferreira, Liliana Menezes e Suraya Pereira, alunas da Universidade Lusófona
D.A.M.A atuam hoje, quinta-feira, na Ovibeja
“Somos putos betos e fazemos rap”
D.A.M.A significa “deixa-me aclarar-te a
mente, amigo”. Porquê a escolha deste nome
para a vossa banda?
Francisco Pereira (FP) - Hoje em dia olhamos para o nosso nome e achamos um bocadinho caricato, mas, na verdade, como costumamos dizer, naquela altura com 14 e 15 anos
éramos jovens adolescentes com muitas borbulhas na cara e pouco juízo na cabeça. Se nós
analisarmos bem as palavras, “deixa-me aclarar-te a mente”, não é num sentido pretensioso da palavra, mas sim na procura de que
as nossas músicas transmitam algo. Isso é o
que nós procuramos fazer, procuramos relatar situações e sentimentos e, acima de tudo,
que as pessoas façam o que têm vindo a fazer,
que façam das nossas músicas as músicas delas. É sempre bom saber que as nossas músicas
são as músicas do namoro, ou que até se identificam com o fim de uma relação. Nós temos
sentimentos para dar e para vender.
O vosso primeiro concerto foi no Colégio São
João de Brito. Porquê esta escolha?
FP – Não foi bem uma escolha, nós na altura
não podíamos escolher nada, basicamente
foi o colégio que nos escolheu. O nosso colégio sempre recebeu muitas bandas e sempre
fez muitos concursos, daí a oportunidade.
Como eram vistos na escola?
Miguel Cristovinho (MC) – Éramos todos
bons rapazes. Fazíamos as nossas asneiras,
como qualquer adolescente, mas acima de
tudo aquilo que gostávamos mais de fazer
era jogar à bola e música, que foi o que acabou por ser a nossa vida.
Inicialmente começaram por divulgar o
vosso trabalho no Youtube...
FP – Ao início era só eu e o Miguel Coimbra,
o Cristovinho só se juntou em 2007.
No início a vossa banda era composta por
dois rapazes e uma rapariga. Atualmente ela
já não faz parte, porquê?
FP – A Pipa não faz parte da banda atualmente, porque há uma altura na vida de uma
banda em que temos que decidir se as coisas
são a sério ou não, e, acima de tudo, manter
aquilo que nos juntou, que foi a amizade. E
a verdade é que quando é a sério, as pessoas
veem-nos no palco e acham que é só aquilo,
mas não. É uma vida de muito trabalho e de
muita dedicação. Nós no ano passado demos
cerca de 190 concertos. Era concerto dia sim,
dia não, gravámos o albúm pelo meio e estávamos meses em que só dormíamos quatro a
cinco horas por noite.
Mas foi uma decisão mútua?
FP – Sim, sim, foi de mútuo acordo e completamente na boa. Depois fomos procurar,
eu e o Miguel Coimbra, um rapaz que fosse
mais parecido connosco, e com o nosso estilo musical, e lembrámo-nos do Miguel
Cristovinho.
Por que é que se consideram betinhos do
rap?
FP – Nós “répamos”, não nos classificamos como rap music, mas como um pop/
rap, como é óbvio. Nós gostamos desse género musical que, normalmente, está associado aos mais desfavorecidos e relata muito
bem as dificuldades pelas quais passam. Mas
a verdade é que nós não viemos desse meio e
gostamos de hip hop e de rap e até achamos
que temos algum jeito para a coisa. A verdade
é que não passámos por qualquer dificuldade
na nossa vida. Nós andámos em colégios privados e, graças aos nossos pais, nunca passámos por grandes dificuldades, mas não é por
isso que fazemos ou deixamos de fazer rap
legitimamente. Simplesmente, para nós, não
fazia sentido termos andado em colégios em
que se pagam 700 euros por mês e depois nas
nossas músicas dizermos “yo, dread somos
do guetto”. Nós não fugimos àquilo que somos e, por isso, nós somos putos betos, sim
somos, e fazemos rap.
Quanto às participações de outros cantores
nas vossas músicas, acham importante fazer
músicas com artistas que são conhecidos há
mais tempo?
Maioritariamente as vossas músicas são românticas, porquê?
MC – Não, de todo. Fazemos as músicas pela
música. Quando criámos a música do “Não
faço questão”, com o Gabriel O Pensador,
quando começámos a compor imaginámos
logo a voz dele lá. Se ele não tivesse aceitado,
não iríamos procurar outro artista brasileiro.
FP – Hoje em dia 99 por cento das músicas
são de homens para mulheres, e vice-versa,
por isso não fazemos nada de inédito. Nós temos a capacidade de desmaterializar os sentimentos e torná-los simples. Trazemos essa
simplicidade para as nossas músicas e queremos que as pessoas se identifiquem com
elas.
Então as vossas músicas são escritas através
das experiencias vividas?
FP – Sim, ou do que já aconteceu a muitas
pessoas.
MC – Muitas bandas têm por base o instrumental, ou muitas inicialmente escrevem os
poemas e de seguida musicam os poemas,
mas nós fazemos o contrário. Criamos uma
melodia e por aí escrevemos um tema.
Foi fácil para O Gabriel O Pensador aceitar?
MC – Foi de um dia para o outro. Como o
nosso agente já tinha sido agente dele, tornou-se mais fácil. Mostrámos a música e
ele ouviu e, do dia para a noite, escreveu. O
Gabriel até nos confidenciou que a tinha escrito num café.
Quem consideram ser o vosso público-alvo?
FP – Nós, graças a Deus, não temos um target definido. Num concerto podemos ter pessoas dos oito aos 80 anos. É a melhor coisa
que podemos ter, queremos chegar ao maior
número de pessoas possível.
O que faziam antes da música?
FP – Temos os três cursos superiores. O
Miguel Cristovinho trabalhava numa empresa internacional de cosméticos. O Miguel
Coimbra trabalhou um ano na China e eu
trabalhava num escritório de advogados.
Por que motivo deixaram essas profissões?
MC – Porque é a nossa paixão. Claro que
foi um risco e para os nossos pais custou
muito mais, mas nós hoje em dia utilizamos
muito dos conhecimentos que adquirimos
na faculdade no nosso dia a dia. Tirando
um pouco o romantismo, os D.A.M.A. acabam por ser uma empresa e nós, enquanto
banda, empregamos pessoas, temos estratégias, uma missão, visões. Apesar de não
sermos um grupo corporativo, somos um
grupo criativo.
Acreditam serem as mesmas pessoas que
eram antes da fama?
FP – Acho que sim, mas não vem de nós.
Tivemos a sorte de ser muito bem educados
pelos nossos pais e termos os valores no sítio,
por isso não nos deslumbramos. Claro que,
às vezes, há sempre aquele momento em que
o nosso ego está mais alto do que aquilo que é
suposto, mas é perfeitamente controlável.
Para finalizar, onde é que se imaginam daqui
a 20 anos?
FP – É uma pergunta difícil. Já terei 47 anos,
já estarei reformado, numa ilha, com o meu
jato privado (risos). Imagino-me a fazer exatamente a mesma coisa e espero ter o mesmo
sentimento que tenho todos os dias ao acordar – ser feliz.
09
Diário do Alentejo | 33.ª Ovibeja
21 abril 2016
Tenho muito boas memórias do Alentejo. Já toquei na Ovibeja com os
Da Weasel e lembro-me de um concerto que foi mesmo muito bom.
Por isso, não só não é a primeira vez que piso estes palcos, como
também posso dizer que gosto muito da gastronomia da região”.
Carlão apresenta novo álbum na segunda “ovinoite”
Beja ouve “Na batalha”
quase em primeira mão
O Carlão é este ano cabeça de cartaz da
Ovibeja, apesar de não ser a primeira vez que
pisa palcos alentejanos. Existe uma ligação especial à região?
Tenho muito boas memórias do Alentejo. Já toquei na Ovibeja com os Da Weasel e lembro-me
de um concerto que foi mesmo muito bom. Por
isso, não só não é a primeira vez que piso estes
palcos, como também posso dizer que gosto
muito da gastronomia da região. De uma forma
geral gosto de tocar em todos os sítios… o único
lugar onde não gosto muito de tocar é em Lisboa
– de resto quase todos os sítios de Portugal têm
um sabor muito especial. E as pessoas também
se entregam de uma forma diferente daquela
com que se entregam em Lisboa. Isto porque as
pessoas na capital já são muito cínicas, lá está,
têm aquela coisa da batalha e do stresse. Às vezes vão ver um concerto e parece que te estão
a fazer um favor, quando não se trata de fazer
favor a ninguém. Trata-se de ir curtir um bocado e acho que, num sítio como Beja, tu sentes isso bem. As pessoas estão lá para se divertirem e curtirem e acho que, desta vez, não vai
ser diferente.
O que pode esperar o público da Ovibeja do
concerto de amanhã, sexta-feira?
Vou tocar o álbum novo, vai ser o segundo
concerto onde será apresentado. O primeiro
onde toquei estes temas novos foi na Costa, no
Caparica Surf Fest. Correu bem, mas acho que
agora no Alentejo vai ser melhor ainda. Isto porque já vou estar mais rodado, mais preparado.
Quando vou a sítios onde ainda não toquei com
este disco tento não inventar muito, nem complicar muito, porque as pessoas ainda não ouviram. Então é tocar aquilo de uma forma fixe,
sem muitos enganos e fazer um bom concerto.
Como nesta fase é ainda tudo muito novo para
a maior parte das pessoas, porque ainda não me
viram, não invento muito, é tocar os temas e
pronto [risos].
Este álbum novo chama-se “Na batalha”. Sente
que está em guerra contra alguma coisa?
Sim, acho sempre que a vida e a sociedade obrigam-te um pouco a isso. Não sei se sempre foi
assim, mas já há uns milhares de anos que é.
Nós vivemos num mundo que é supercompetitivo, onde muitas vezes a mensagem que passa
é que tens de ser sempre melhor do que o outro.
Tens de ser melhor, tens de ser mais bonito, tens
de ter mais dinheiro, tens sempre de ter mais
e fazer mais do que os outros. Infelizmente,
é raro passar-se a mensagem de que o importante é ser melhor pessoa. Então, quando falo
desta coisa da batalha, é realmente uma batalha
na vida. Basta ligares a televisão no noticiário,
Carlão é cabeça de cartaz da edição deste ano da Ovibeja e sobe ao palco
do Parque de Feiras e Exposições amanhã, sexta-feira. O músico garante
que “tem boas memórias do Alentejo” e espera, assim, que este seja mais
“um bom concerto”. Mostrará ao público alentejano o seu álbum novo.
Entrevista João Lopes, aluno da Universidade Lusófona
ou andares um bocado para cima e para baixo
no Facebook, para veres que realmente a altura
que estamos a viver é muito stressada. É muita
informação, muitas coisas a acontecerem ao
mesmo tempo, muito drama e muita guerra,
mas também é tudo muito descartável. Estas
coisas sempre existiram, só que agora estão ao
nosso alcance, são mais visíveis. Já não vives
num buraco e isso é bom. Agora, também é verdade que cada vez encontras mais dificuldades
para fazeres as coisas simples. Uma pessoa que
viva num centro urbano está hoje completamente anulada, seja pelo trabalho, seja por drogas, seja por outra coisa qualquer. E se sentires
as coisas tens de sentir que estás numa batalha,
porque a vida moderna é mesmo assim.
As raízes dos Da Weasel estão em Almada, que
é um desses centros urbanos de que fala, onde
é preciso batalhar para ser feliz.
Era inevitável que o hip-hop
português nascesse aqui?
Apesar de estarmos nos
primórdios do movimento, os Da Weasel
não foram os responsáveis pelo nascimento do hip-hop em
Portugal. Mas, sim,
acompanhámos de
perto o surgimento
dos primeiros MC, dos
primeiros
grupos. Era algo completamente diferente e
marginal. Os Da Weasel nunca fizeram hip-hop
puro e duro, e mesmo que o tenham feito sempre fizeram algo mais que isso. Éramos uma fusão de vários estilos e a nossa formação vem de
coisas tão diferentes como o punk, o hardcore,
o metal, o funk, e misturávamos isso tudo nas
nossas músicas. O que me seduziu no hip-hop
foi aquele certo inconformismo que existe, a
raiva, o desconforto. E foi isso que me fez despertar esse sentimento, porque o hip-hop na altura era supermarginal – e agora é algo mais
mainstream. Antes não ouvias hip-hop na rádio, agora tornou-se cultura.
Onde iam buscar a inspiração?
Nos primórdios, na fase do inglês, eu ia buscar aos americanos. Era aquilo que ouvia e roubava um bocado as ideias daquilo que ouvia [ri[ri
sos]. Mas com o avançar, e com a fase do
português, tive de começar a olhar e a
cuidar da minha identidade – e isso
foi um passo gigante para mim. E
quase sempre as minhas letras
vêm de experiências amorosas,
relatos sociais, coisas do dia
a dia. Houve uma vez que bloqueei enquanto
gravávamos um disco dos Da Weasel e o meu
irmão disse-me: “Tu podes escrever sobre o que
quiseres, desde que o escrevas bem”. Acredito
mesmo nisso, às vezes podemos fazer uma letra muito boa com uma coisa corriqueira, como
sair de casa para ir beber um café.
É desta que vai contar por que é que os Da
Weasel acabaram?
De facto é algo de que nós não falamos muito,
ou melhor, nunca falámos. Talvez algum dia
cheguemos a falar disso, mas o que acho que é
importante é que acabámos numa altura porreira, em que estávamos bem e isso é positivo.
Não acabámos numa altura em que fazíamos
música por fazer – e isso é raro. Mas em relação aos porquês, talvez um dia se venha a saber
[risos].
Como é que se passa de rosto de uma banda
para cantor a solo? Precisou de mudar de estilo? O primeiro single a solo, “Os tais”, foi um
grande sucesso, mas é muito diferente do que
estávamos habituados.
Uma das minhas características na música foi
fazer coisas diferentes, não ser muito repetitivo.
Apesar de arriscar algumas coisas cantadas,
não sou cantor, não tenho voz para isso. Mas
aquilo que à partida podia ser um defeito tornou-se uma vantagem, porque este registo monocórd
nocórdico, quase falado, adapta-se a um sem
númer
número de bases musicais. Posso ir do kizomba
ao metal
met e é isso que eu procuro, reinventar-me
e expe
experimentar bases novas. Eu não estava à esd sucesso que “Os tais” teve, mas ainda
pera do
bem qu
que o teve, porque depois me permite mosqu estou sempre pronto para fazer coisas
trar que
novas e diferentes.
Esse é o single de apresentação de “Quarenta”,
álbum que, aos olhos do público, viu moro álbu
Pacman dos Da Weasel e nascer o Carlão.
rer o P
Como é estar nos 40?
Com
É bbom. Pensava que não, que a vida não ia
ter muita piada e que ia estar muito confo
formado,
mas não. Costumo brincar a diz que os adultos me enganaram muito
zer
b porque eu pensava que quando chebem,
gasse aos 40 ia saber muito mais do que
sei. Continuo a ser o mesmo puto, mas
mais gordo, com mais rugas, com outras
preocupações. E acho que tudo aquilo
que fizer no futuro terá sempre, e forçosamente, que passar pela música. Em que
pprojeto, com banda ou sem banda, a solo,
hhip-hop ou não, não sei. Mas, lá está, enqquanto for física e mentalmente possível,
eu vou fazer música.
10
Diário do Alentejo | 33.ª Ovibeja
21 abril 2016
No entanto, na minha memória fica a ideia de que os
alentejanos formam realmente um bom público. E que as
coisas só podem correr bem num concerto no Alentejo”.
Nelson Freitas é esperado no sábado, 23
“As coisas só podem correr bem
num concerto no Alentejo”
Nelson Freitas animará a noite de sábado. O músico holandês, que se enÉ um holandês de origens cabo-verdianas.
Gosta de vir a Portugal?
Sim, tenho vindo a Portugal há já alguns
anos. Gosto da cultura, gosto do País, principalmente quando está calor lá fora. Tem
bons restaurantes, bons bares. Sim, gosto
bastante.
cantou pelo País, regressa ao Alentejo para apresentar o seu trabalho na
Ovibeja, esperando que o público lhe volte a transmitir a “mesma energia” que já sentiu, em outros concertos, em terras alentejanas.
Sim, penso que sim. Venho aqui tantas vezes que acabo por considerá-lo como a minha segunda casa agora. Sim.
Então produziu o seu álbum?
Sim, produzi-o, mas pedi a outros produtores musicais para se juntarem a mim.
Neste último álbum trabalhei com Mikkel
Solnado, trabalhei com Loony Johnson…
Tento em cada som escolher a pessoa que
crie aquilo que tinha em mente.
O que conhece do Alentejo?
Sei que o vinho é bom [risos] e sei que é uma
região muito bonita. Já vim ao Alentejo algumas vezes, é muito calmo, tranquilo.
Acredita que a sua nova música, “Break
of dawn”, com a participação de Richie
Campbell, poderá superar o sucesso de “Bo
tem mel”?
Em 2016, esgotou o Coliseu dos Recreios,
no seu primeiro concerto em Portugal. O
que recorda desse dia?
Foi um grande dia, na verdade, porque foi o
meu primeiro grande concerto em Portugal
e foi tudo perfeito. O público estava com uma
grande energia, a minha própria equipa deu
200 por cento, então esse concerto foi o concerto perfeito para mim. Foi o passo que nos
levou, em Portugal, a alcançar o sucesso que
temos agora, que temos hoje.
Definitivamente, tem ainda mais potencial.
Primeiro porque a música é em inglês, o
que a torna mais internacional. E penso que
é mais moderna, é mais do agora, é mais
2016. Por isso acredito que poderá ser mais,
ter mais sucesso que o “Bo tem mel”.
Onde aprendeu a falar português?
Na realidade foi nas ruas. Eu tenho vindo a
Portugal e ido a Angola e Moçambique há
já alguns anos, então comecei a dar as entrevistas em crioulo, que aprendi com a família, mas algumas pessoas não percebiam.
Passei a fazê-las em inglês, mas ainda existem pessoas que têm dificuldade em perceber o inglês. Então tive realmente de agarrar o português para me fazer entender.
Os portugueses são um bom público?
Sim, sem dúvida. É um público que transmite muita energia e para mim, como artista, necessito disso. Quando estou em
palco necessito de sentir a energia do público porque assim que recebo a energia
dou muita energia de volta e assim se faz
um bom concerto.
E sente isso em Portugal?
Entre “cachupa” e os doces holandeses,
curioso para provar iguarias alentejanas?
Sim, sem dúvida. Sinto que o público português realmente gosta da minha música.
No meio de tanto estilo musical, qual elege
como o estilo Nelson Freitas?
Penso que o meu estilo é uma mistura de diferentes géneros. É um pouco de R&B e hip-hop misturado com zouk, misturado com
música tradicional cabo-verdiana e com um
pequeno sabor de África.
De dançarino passou a vocalista de uma
banda, “Quatro”. O que o levou a seguir o
caminho a solo?
Nós fizemos três álbuns, com tournées por
todo o mundo, e chegou a um ponto em que
eu tinha diferentes tipos de ideias. Eu queria seguir o meu próprio caminho, então
Equilibro ambas, isto é, sei um pouco de
tudo. Então, quando estou a produzir um álbum, ele é produzido por fases fases. Tenho
a sorte de perceber o processo todo, e posso
ser ao mesmo tempo o produtor, o cantor e
o compositor.
DR
Entrevista Cisoca Sá, Helga Serrano Marques e Sara Melo, alunos da Universidade Lusófona
Considera Portugal uma segunda casa?
Como gere a carreira de cantor e produtor
musical?
expliquei-lhes que iria seguir o meu próprio
rumo e toda a gente estava bem com isso. E,
pronto, o solo foi o meu próximo passo e estou feliz por ter feito essa escolha.
É frequente convidar outros artistas para
as suas músicas. O que tem em conta nessa
escolha?
Gosto de cruzar mundos. Gosto de convidar
artistas que façam da música que estou a criar
uma melhor mistura. Por exemplo, o Richie
Campbell, que vem do reggae… Adoro combinar dois mundos e criar um bom produto. E
“Break of Dawn” é um bom exemplo disso.
Dos artistas presentes no cartaz da
Ovibeja – David Carreira, D.A.M.A. e Carlão
– qual escolheria para uma participação
especial?
Penso que neste ponto teria de escolher os
D.A.M.A., simplesmente porque adoro a
maneira como eles escrevem músicas. Eles
têm um ouvido muito inteligente para escreverem músicas de sucesso… É isso que
admiro neles.
Daqui a 10 anos vai ser cantor ou produtor?
Penso que vou estar principalmente a produzir, mas obviamente ainda a cantar [risos].
Ainda não experimentei nenhuma iguaria
alentejana, mas estou sempre muito curioso
em experimentar novas coisas. Certamente
quando chegar irei experimentar.
Não sendo a primeira vez a atuar no
Alentejo, como caracteriza este público?
Penso que é um público que transmite
muita energia, ainda que, na realidade,
nas minhas últimas atuações não tenha
ficado a conversar com as pessoas da região porque a seguir tinha outros concertos. No entanto, na minha memória fica
a ideia de que os alentejanos formam realmente um bom público. E que as coisas
só podem correr bem num concerto no
Alentejo.
Diário do Alentejo | 33.ª Ovibeja
21 abril 2016
DR
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David Carreira a encerrar, na véspera do 25 de Abril
Um concerto “diferente”
para ouvir e dançar
Caberá a David Carreira encerrar os concertos na Ovibeja e o músico proA caminho da Regi-Concerto, que é o seu
estúdio na Caparica e o lugar onde acontece esta entrevista, o que estava a ouvir na
rádio?
mete um concerto diferente. Na véspera do 25 de Abril haverá música e
Estava a ouvir uma música para o novo álbum francês. A criar uma música. Quando
não tenho instrumentais, às vezes ouço karaoke no Youtube. Normalmente é no carro
que me surgem melodias e letras e aproveito
para escrever ou até mesmo gravar mensagens vocais. Algo diferente.
Entrevista Cisoca Sá, Helga Serrano Marques e Sara Melo, alunas da Universidade Lusófona
Canta muitas histórias
Considera-se romântico?
de
amor.
Sim. Se bem que o meu romantismo não é
um romantismo convencional. São as mulheres que me inspiram e sinto-me mais à
vontade a falar e a escrever sobre amor.
Apesar de nem todas as músicas falarem de
amor. Neste momento vejo a série “Narcos”
e é dela que retiro grande parte das ideias
para as minhas músicas.
muita dança em palco.
[Risos] Não é por causa do boneco do Michael.
“White” terá uma onda mais pop e o “Black”
mais eletrónica. Cada álbum funciona de maneira diferente. A ideia da reedição surgiu para
criar algo especial, uma edição com conteúdos
especiais, para marcar o lançamento de todos
os videoclips deste último álbum.
O facto de ser filho de Tony Carreira influencia de alguma forma as suas decisões?
[Silêncio] É uma pergunta complicada.
Acho que não. Sempre fiz as coisas à minha
maneira. Sempre fui muito autónomo.
Sente que existe uma competição saudável
entre os “Carreira”?
O que se vê a fazer daqui a 10 anos?
Não sei. Muito da minha carreira vai, cada
vez mais, passar por França. Fico muito
agradecido se daqui a 10 anos conseguir
continuar a fazer aquilo que eu faço agora
e continuar entre França e Portugal. Talvez
daqui a 10 anos esteja na Jamaica ou até
mesmo no Alentejo, só para descansar.
Em entrevista à revista “LUX”, em dezembro
de 2015, referiu o Alentejo e o Japão como
dois possíveis destinos para umas férias. O
que o traz ao Alentejo?
Eu gosto muito de viajar. Gosto muito do
Alentejo, gosto do vinho alentejano, principalmente do vinho tinto. O Alentejo é bonito e lá come-se bem.
Todas as músicas são diferentes. Para o álbum “3”, criei 30 músicas. Comecei por perceber qual o conceito que me podia surgir.
Percebi que, ao longo deste álbum, existiam
várias músicas que formavam uma história.
Competição há sempre. Quem vende mais
discos. Quem dá mais concertos. Nós trocamos muitas opiniões e conselhos sobre
música, nunca sobre gestão de carreira. Há
coisas que o meu pai faz que eu não faria e
vice-versa. São identidades diferentes, pessoas diferentes.
Em criança tinha posters no quarto? De que
artista?
Os seus objetivos de carreira passam por
sair fora da Europa?
Apesar do sucesso alcançado, alguma vez
se cansou de ser quem é?
Sim. De jogadores de futebol. Eu queria ser
futebolista. Mas tinha também no quarto
um boneco igual ao Michael Jackson que
o meu pai me ofereceu no Natal. O boneco
cantava aquela música… “Black or White”.
Eu nunca pensei chegar a este patamar,
ser cantor. Não ambiciono porque duvido que isso possa acontecer, sendo as
minhas músicas em português e francês. O português já nos leva a tantos países, eu não tenho razão de queixa, pois
cada vez mais conseguimos estar em países que falam a nossa língua. Mas por
que não? Quem sabe…
Há certas coisas que evito fazer. Por mais
que me queira divertir com os amigos e
família, como os rapazes da minha idade
fazem, há coisas que faço com mais atenção pois qualquer coisa pode ser mal interpretada. O truque é ir para a Tailândia
ou para sítios mais escondidos e conseguir ter duas semanas como uma pessoa
normal.
Mas tenta que as músicas formem uma narrativa sentimental?
Está a trabalhar numa reedição do último
álbum, com dois conceitos diferentes. O
que nos pode adiantar sobre esse trabalho?
Que locais conhece no Alentejo?
Alguns. Já vou conhecendo alguns sítios
do Alentejo e cada vez mais as digressões
ajudam. Conheço a cidade de Estremoz,
Almodôvar, Beja e Mora.
Troca ideias com o Francisco, dos D.A.M.A.
É importante trabalhar com outros artistas?
Trabalhámos juntos em alguns temas. Para
mim é importante trabalhar com outros artistas e outros músicos.
Não é o seu primeiro concerto em Beja. O
que pode esperar o público do espetáculo
de domingo?
É sempre muito complicado dizer. No panorama da música portuguesa eu não vejo
muitos artistas que tenham a ligação da
música com a dança e até o lado mais eletrónico, essa performance em palco durante os
concertos. É e será um concerto diferente.
No meio de tanta atividade enquanto cantor, compositor e ator, há tempo para
descansar?
Não. E quando há, a equipa resolve inventar alguma coisa para trabalharmos. Eu divirto-me a fazer aquilo que faço.
O 25 de Abril é importante para muitos portugueses. Também é importante para si,
que cresceu em Paris?
Para mim é como o 14 de Julho em França.
Tem o mesmo simbolismo. Uma data que representa uma nova era na vida dos portugueses. Algo que, para mim, parece muito distante mas, quando falo sobre este dia com o
meu avô, em que ele me diz que teve de fugir da PIDE pelas montanhas para ir para
França, na altura… Creio que a minha geração já não valoriza muito. Hoje em dia temos a hipótese de viver os lucros das pessoas que viveram e sofreram até àquela data.
Creio que na minha geração não damos valor, é algo que é normal. As coisas mudaram
muito e para melhor. Mas é bom relembrar
para que não se percam esses direitos e possamos continuar a ter esta qualidade de vida.
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Diário do Alentejo | 33.ª Ovibeja
21 abril 2016
Comunidade Intermunicipal do Baixo Alentejo
PROGRAMA CULTURAL
33.ª OVIBEJA
40.º Aniversário da Constituição da República Portuguesa
42.º Aniversário do 25 de Abril
23 DE ABRIL
DIA DA SERRA, DA PLANÍCIE E DO CAMPO BRANCO
15h30 | Grupo de Cantares Feminino do Centro Republicano de Instrução e
Recreio – Aljustrel
16h00 | Grupo Coral “Misto da Sete” – Castro Verde
16h30 | Grupo Coral de Ourique
17h00 | Grupo Coral e Instrumental “Os Saramagos” de Garvão – Ourique
18h00 | Grupo Coral “Flores do Campo” – Almodôvar
18h30 | Grupo de Música Tradicional “Vozes do Sul” – Beja
24 DE ABRIL
DIA DA RAIA E MARGEM ESQUERDA DO GUADIANA
16h00 | Grupo Coral e Instrumental “Devaneios Filarmónicos” – Serpa
17h00 | Grupo Coral da Mina de S. Domingos – Mértola
17h30 | Grupo de Sevilhanas e Flamenco “Las Gitanillas”– Alunas da Casa da
Cultura de Beja e da Musibéria de Serpa (atuação a convite da ACOS)
25 DE ABRIL
DIA DA LIBERDADE E DO BACO
15h00 | Grupo Musical e Instrumental “Improvisos do Sul” – Vidigueira
16h00 | Grupo Coral “Bafos de Baco” – Cuba
16h30 | Grupo de Sevilhanas e Flamenco da SFUM – Moura e da Turma Infantil
da Casa da Cultura de Beja (atuação a convite da ACOS)
Os espetáculos realizam-se no palco exterior
junto ao Pavilhão Institucional
Organização:
AMBAAL
Apoios:
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QUINTA-FEIRA, 21 ABRIL 2016 | Diretor: Paulo Barriga
Ano LXXXIV, N.o 1774 (II Série) | Preço: € 0,90
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9 771646 923008
01774

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