chiado - Jornal Bombeiros de Portugal

Transcrição

chiado - Jornal Bombeiros de Portugal
Fotos: Marques Valentim
PRESIDENTE ANPC
“Tudo o que correr mal é comigo”
Páginas 4 e 5
CHIADO
Há 25 anos
Junho de 2013
E dição : 321
A no : XXX
1,25€
D irector : R ui R ama da S ilva
Pág. 8
DIA DO BOMBEIRO PORTUGUÊS
CONCURSOS DE MANOBRAS
Elogios e avisos ao MAI
Meio milhar em competição
Páginas 16 e 17
Páginas 16 e 17
SOBRAL M. AGRAÇO
AGUDA
VILA NOVA DA BARQUINHA
Centenário com dinamismo
Dificuldades são oportunidades
Determinação e coragem
Pág. 13
Pág. 11
Pág. 12
2
JUNHO 2013
“FUEGO”
Oh 49 o teu tempo
é eterno
F
ernando Peixoto era o 49 dos Bombeiros
Voluntários de Fafe. Um trágico acidente
em vésperas do aniversário da instituição libertou-o da lei da morte e deixou naturalmente os seus companheiros profundamente
consternados. Isso deve-se, não só, ao facto
do seu simples desaparecimento, mas também, ao que representava para a instituição,
em apego, dedicação e disponibilidade sempre
marcante. Tenho pena de não te ter conhecido
mas chegam-me os testemunhos daqueles
que atestam o teu carácter e a tua simplicidade. E isso basta.
Quantas histórias temos tido para contar
dos nossos melhores homens e mulheres que
na sua passagem terrena, em diferentes momentos, por diversas formas mas sempre ligados aos bombeiros, algumas com sacrifício da
própria vida, deram-nos exemplos fantásticos
de grande elevação, sacrifico e apego à missão.
Cada associação e corpo de bombeiros terá
os seus heróis, as suas referências e, no conjunto, são muitos, um capital humano de
grande qualidade que constitui a nossa memória colectiva.
Trata-se de um contingente de gente que
saiu do nosso convívio mas que não sairá da
nossa memória e que constitui uma soma, um
por um, de um notável acervo da nossa cultura e da nossa identidade associativa voluntária.
Estou certo, viveremos para sempre. A nos-
sa eternidade está na missão. Na certeza de
que quem cai no seu cumprimento tem sempre alguém que o substitua.
O nosso tributo vai para aqueles que preencheram as nossas fileiras e que a partir de determinado momento passaram então a acompanhar-nos de outro lugar.
Todos eles, contigo 49, fazem parte de um
grupo de elite em que nos revemos, nos inspiramos e de que nos orgulhamos. Mesmo longe, mas próximo de nós, vocês dão razão de
ser ao nosso trabalho presente. Em homenagem à vossa memória, e de tudo o que constituíram de bom, queremos também fazer
mais e melhor.
Oh 49 valeu a pena. E é isso que queremos
continuar a provar-te. Para que tu e os outros
nunca possam pensar que o esforço e o sacrifício foi em vão. Não foi, e vamos continuar a
provar-vos isso.
Oh 49, o teu tempo é eterno, como a memória que nos deixas, tu e todos os que te
acompanham agora.
Acredita que somos fortes para vencer a
adversidade mas também sabemos chorar e
não temos vergonha disso.
Aquilo que fazemos pelos outros também
não tem tempo, é eterno enquanto houver
gente que precise do nosso cuidado. Por tudo
isso, 49, acredito, vais continuar a sair connosco a cada toque de chamada de socorro. O
teu tempo é eterno e o nosso, contigo, também o é.
(Foto de Rui Dário Correia captada no
combate a um incêndio em Laveira.Fafe)
Artigo escrito de acordo com a antiga
ortografia
A
Revista com artigo
português
última edição da revista “Fuego” da “Asociación Española de Lucha Contra el Fuego-ASELF” inclui um artigo do presidente da direção
dos Bombeiros Voluntários de Setúbal, José Luís
Bucho, sobre o “Exercício Mitrex 2012” realizado
em novembro último na península industrial de
Mitrena.
Esta colaboração insere-se na relação de proximidade existente entre os bombeiros dos dois
países, inclusive, neste caso, entre os Voluntários
de Setúbal e os seus congéneres voluntários da
Catalunha.
A revista releva ainda a passagem dos 25 anos
da Escola de Bombeiros e Proteção Civil da Catalunha, diversos artigos técnicos e até a abertura
do quarto museu espanhol alusivo a bombeiros
na localidade de Daganzo.
“SELEÇÕES DO READER´S DIGEST”
O
Bombeiros sempre à frente
s bombeiros são, há 13 anos consecutivos, a
missão em quem os portugueses depositam
maior confiança, segundo os resultados da escolha das profissões e marcas de confiança promovida pela revista “Seleções do Reader´s Digest”
entre os seus leitores e divulgada na sua edição
de maio.
Ao escolherem os bombeiros, os leitores da revista fazem-no mais uma vez de forma concludente, com um expressivo resultado de 94 por
cento de opiniões a favor, não fugindo, porém,
aos resultados registados nas anteriores edições
da iniciativa.
Depois dos bombeiros, na edição de 2013, os
leitores da revista expressam também confiança
nos carteiros (89 por cento), nos professores (88
por cento), médicos (87 por cento), nas organizações de proteção ambiental (82 por cento) e
militares (80 por cento), entre mais 14 atividades
profissionais apresentadas ao sufrágio dos leitores. Em último, como antes, surgem os políticos
com um expressivo resultado de apenas 14 por
cento de confiança.
[email protected]
RÉGUA
Á
porta do Quartel
Delfim Ferreira, no
centro da cidade do
Peso da Régua, o comandante dos Bombeiros da Régua, Antonio
António Manuel Cardoso Fonseca, e o cão
Buick, um labrador de
tenra idade, um animal
fantástico e a nova estrela
da instituição,
num jeep daqueles
cheios de história e memórias felizes.
Bela foto
V
oluntários na missão, mas profissionais na
ação, os bombeiros de Portugal são exemplo de entrega, de abnegação e de coragem, o
que aliás deveria ser seguido por um país
useiro e vezeiro em misturar conceitos, em tomar a árvore pela floresta.
Não raramente voluntariado é confundido
com amadorismo, tal como muitas vezes “caridadezinha” surge como sinónimo de solidariedade, “imprecisões” que acabam por minimizar a atividade das associações humanitárias e dos corpos de bombeiros que afinal serve de motor principal ao movimento nacional
do voluntariado.
Na realidade, os operacionais sabem que a
missão que cumprem em prol dos outros não
se compadece com amadorismos, na mesma
forma que é visível o enorme esforço de direções e comandos, não obstante a conjuntura
nacional, em investir na formação dos bom-
Foto: Marques Valentim
Formação um investimento no futuro
beiros que servem os quartéis deste país e
que garantem a proteção e socorro de pessoas e bens.
A preparação do “braço armado” da proteção civil nacional constitui um fator de preocupação constante. Cursos e exercícios, treinos
e simulacros, recriando aos mais distintos teatros de operações, fazem parte integrante da
formação destes “soldados da paz”, que nos
quartéis, na Escola Nacional de Bombeiros ou,
cada vez mais, nas Unidades Locais de Formação investem na sua segurança, mas sobretudo na qualidade da resposta dada às populações que servem.
Apesar de todas as dificuldades, ampliadas
pela austeridade imposta ao nosso País, os
bombeiros de Portugal superam-se contrariando as adversidades, provando que mesmo
com pouco é possível fazer muito!
Sofia Ribeiro
3
JUNHO 2013
Foto: Paulo Cunha/LUSA
Os fogos evitam-se, não se apagam
P
assou mais um ano. Há coisas que se repetem. As temperaturas começam agora a subir e os primeiros incêndios rurais e florestais
começam a surgir, dando trabalho aos bombeiros e, consequentemente, a preencher tempo
nas televisões, rádios e páginas dos jornais.
Como é natural, a comunicação social estará
especialmente atenta a esse fenómeno recorrente que são os incêndios florestais, porque
faz parte do quotidiano e também das fragilidades da nossa organização económica e social.
Isso ocorre, porém, a par da cobertura da
chamada “silly season”, período de férias, de
abrandamento de atividade de muita gente, férias dos colunáveis, políticos e artistas que, à
falta de melhor, disputam com o esforço dos
bombeiros os destaques na comunicação social.
Neste processo comunicacional, muitas das
vezes estas notícias não retratam os factos, o
esforço e a abnegação dos bombeiros com o
rigor desejado, nem pesam a importância percentual da missão do combate aos incêndios
florestais comparativamente a todas as outras
missões que os bombeiros cumprem durante
todo o resto do ano.
Desejamos que a comunicação social seja o
intérprete fiel de tudo o que se passe no terreno. Para tal, desejamos que não se deixe iludir
pelo “espetáculo” do fogo, pela abordagem redutora da desgraça alheia, que não aja de forma acrítica, sem considerar o histórico do fenómeno dos incêndios florestais, e que não assente apenas a sua mensagem no sentimento
popular, respeitável mas relativizado, de quem
quer sempre os bombeiros à sua porta.
Desejamos que a comunicação social esteja
mais formada, mais conhecedora do fenómeno
dos incêndios, da organização da proteção civil
e, em especial, dos bombeiros. Só assim, poderá, de forma clara e inequívoca fazer o respetivo juízo. Nunca tememos a crítica. Temos
consciência do que fazemos, das limitações
com que trabalhamos e os riscos que nos podem assolar. Só tememos quando, feita sem
conhecimento suficiente, nem bases, a crítica
possa influenciar negativamente a opinião pública de forma injusta e parcial.
Não desejamos que a comunicação social
faça a cobertura dos incêndios florestais, como
às vezes aconteceu, de forma idêntica à cobertura da “silly season” que ocorre em paralelo.
Não são, como se sabe, a mesma coisa, nem é
possível abordar o primeiro tema com a forma
aligeirada e despreocupada com que se cobre
naturalmente o segundo.
Não pretendemos dar lições à comunicação
social, como é óbvio. Mas, já que são os nossos
parceiros mais próximos nos bons e maus momentos, e porque os respeitamos na sua função, desejamos, naturalmente, que façam o
seu trabalho, com total rigor e isenção.
A tendência natural da opinião pública em
anos anteriores tem sido, por vezes, transferir
para os bombeiros, injustamente, uma parte
do ónus do drama dos incêndios florestais, das
dificuldades e obstáculos ao seu combate.
Preocupada com o mediatismo do combate,
nem sempre a comunicação social tem abordado toda a problemática da intervenção que, a
montante do combate que decorre durante cerca de quatro meses, devia ter sido executada
ao longo do ano, de forma consistente e eficaz.
Falo da prevenção, como estratégia fundamental para evitar e salvaguardar o impacto dos
incêndios florestais. Prevenção ainda agora
muito deficitária na ação prática e na própria
avaliação do seu impacto económico e social,
em contraponto aos prejuízos que o fogo sempre acarreta.
Por isso, a minha sugestão à comunicação
social é para que, sempre que faça a cobertura
do combate aos incêndios florestais em determinada zona saiba também, em simultâneo, fazer a leitura e análise de tudo o que se fez ou
não fez na zona em causa, no domínio da prevenção. Irá encontrar por certo, mesmo que
muito poucos, casos de boas práticas de prevenção. Irá também encontrar, sabemos, infelizmente em muito maior número, situações em
que ficam evidentes as consequências da ausência da prevenção.
Há muito anos que os bombeiros fazem o
apelo à prevenção. Ao fazer esse apelo, não
pretendem abrandar, nem o esforço, nem a capacidade no combate mas, acima de tudo, desejam evitar riscos gratuitos e prejuízos evitáveis.
Nós vamos continuar no terreno, disso podem os portugueses ter a certeza. E vamos continuar satisfeitos pelo facto da comunicação social nos acompanhar, com o papel importante
que podem e devem desempenhar neste domínio, com justiça e rigor.
4
JUNHO 2013
PRESIDENTE DA AUTORIDADE NACIONAL DE PROTEÇÃO CIVIL
“A missão primária da
Entrevista: Patrícia Cerdeira
Fotos: Marques Valentim
Notei alguma falta de planeamento
nomeadamente na área financeira e dos
recurso, situação que tem vindo a ser
superada Bombeiros de Portugal
(BP) – Ao fim de seis meses
no cargo de presidente da
ANPC pergunto-lhe se ficou
surpreendido com o que encontrou? Tanto para o bem
como para o mal.
Manuel Mateus Couto
(MMC) – A surpresa foi bastante positiva. Não tinha a noção
de que, principalmente, a estrutura operacional estivesse
tão bem articulada entre o Comando Nacional e os comandos
distritais. O mesmo acontece
com a forma como os comandos distritais se interligam com
os corpos de bombeiros, autarquias e outros agentes, onde se
nota que temos uma estrutura
operacional montada que responde e é reconhecida por todos os intervenientes.
BP – E coisas negativas?
MMC – Notei alguma falta de
planeamento nomeadamente
na área financeira e dos recursos, situação que tem vindo a
ser superada. Para o próximo
ano há já um planeamento definido especialmente ao nível da
centralização de aquisições,
missões ao estrangeiro e formação entre outras, já que as
coisas funcionavam um pouco
assim: aparece uma coisa para
se fazer, faz-se… Posso dizer-lhe que chegámos ao fim do
ano passado e não tínhamos dinheiro para fazer uma inspeção
na área da segurança contra incêndios, o que não pode acontecer. Face às limitações orçamentais é óbvio que tem de haver um planeamento sério. Para
este ano, temos várias rubricas
que estão limitadas e não podemos ultrapassar esses limites.
Estamos também a normalizar alguns procedimentos de
forma a racionalizar recursos.
BP – A casa começa a ficar
‘arrumada’, tanto ao nível
das alterações legislativas
como da nova estrutura de
dirigentes e responsáveis
operacionais. Correu tudo
como queria ou em algum
momento foi contrariado
por decisões da tutela?
MMC – Não. Correu como estava previsto. É normal que
com a entrada de um novo presidente este queira nomear as
pessoas da sua confiança.
Quem nomeia é o Senhor Ministro mas não encontrei constrangimento de qualquer natureza.
BP – Já disse que a casa
mãe da PC está arrumada a
seu gosto. Pergunto-lhe
quais são os objetivos estratégicos que pretende atingir
nos próximos tempos? Como
militar que é calculo que
funcione por objetivos bem
definidos.
MMC – O grande objetivo
que tenho para esta casa é que
seja o próprio cidadão a fazer
uma avaliação positiva do que é
proteção civil e sei que é um
objetivo difícil porque por mais
rápida que seja a resposta, o cidadão nunca está satisfeito.
Mas é nesta área que temos de
corrigir o que possa estar menos bem. Se tivermos cidadãos
descansados e satisfeitos com a
sua proteção civil, então é porque estamos a cumprir os objetivos.
Por outro lado, é preciso
manter e melhorar a articulação
e a resposta operacional porque
nunca nada é definitivo. Em
matéria de incêndios florestais,
a vertente do ataque inicial está
consolidada. Agora, estamos a
apostar no ataque ampliado
com as novidades introduzidas
na nova DON. Para o ano, outras questões irão surgir com
base na experiência dos anos
anteriores.
Depois, há que manter os
bombeiros, o principal agente
de proteção civil, cada vez mais
bem equipados e formados
para que possam dar as respostas necessárias.
BP – Mas a proteção civil
não se esgota nos incêndios.
Que outros objetivos tem
para as restantes áreas de
intervenção?
MMC – A aposta nos planos
distritais e municipais de proteção civil. Toda esta área do levantamento dos riscos e das
vulnerabilidades do território
são decisivas para preparar respostas prontas e eficazes.
Há ainda um grande trabalho
a desenvolver na área dos planos especiais – barragens, sismos, tsunamis – nos quais também já estamos a trabalhar.
Outra área que também considero decisiva é a área dos avisos às populações. Estamos a
desenvolver um trabalho com
operadores de telecomunicações e órgãos de comunicação
social nesta área. Para minha
surpresa encontrei algumas resistências em alguma comunicação social em se envolver na
necessidade de emitir avisos
caso necessário, o que me deixou bastante perplexo.
No fundo, estamos a apostar
na criação de vários sistemas
de aviso às populações em caso
de necessidade.
BP – No meio deste universo, o que o preocupa
mais no imediato?
MMC – Tenho algumas preocupações com o Planeamento
Civil de Emergência (PCE) que
como sabe é uma nova atribuição da ANPC e cuja integração
nesta casa não foi suficientemente valorizada. Neste momento não temos nenhuma es-
O grande objetivo que tenho para esta
casa é que seja o próprio cidadão a fazer
uma avaliação positiva do que é proteção
civil trutura orgânica a que possa
chamar a equipa do PCE. Já fiz
chegar esta preocupação à tutela e agora cabe-me resolver
esta questão na futura orgânica
da casa.
Esta é uma questão muito
sensível porque se não acontecer nada corre tudo bem, se
acontecer uma tragédia é aqui
que vêm perguntar o que se fez
e neste momento fez-se ainda
pouco.
BP – A ANPC tem uma
nova lei orgânica. Eram estas as alterações necessárias ou não foi possível ir
mais longe?
MMC – De um modo geral,
julgo que a Lei Orgânica segue
o que foi proposto pela Autoridade. Quando nos foi pedido
para que preparássemos a nova
Lei, com as restrições óbvias do
momento que atravessamos,
construímos um documento e é
esse documento que está agora
espelhado na nova Lei. Enquanto presidente esta Lei não me
causa grandes constrangimentos ou mesmo transtornos e vai
ao encontro daquilo que propusemos.
BP – Para além da direção
nacional de meios aéreos
que já se sabe passou por
uma opção política que decorre da futura extinção da
EMA, há uma nova direção
nacional que não está a ser
muito bem recebida, nomeadamente pelos bombeiros. Não se corre o risco de
ter uma Inspeção Geral da
Administração
Interna
(IGAI) dentro da própria
ANPC?
MMC – Não, e a grande razão
para não se chamar inspeção é
porque estas só existem ao nível dos ministérios. A Direção
Nacional de Fiscalização e Auditoria tem competências bem
definidas, depende do presidente e atuará coadjuvada com
os técnicos das diferentes áreas
desta casa nas diferentes situações. Não prevejo que a nova
direção funcione em moldes
muitos diferentes da inspeção
que existia até aqui. O que pretendemos é que tenha mais recursos humanos, que fazem falta.
BP – Mas ganhou autonomia. Confirma?
MMC – A autonomia é relativa a meu ver porque todas as
ações dependem do presidente
que pode regular essa mesma
autonomia. Não tenho grandes
preocupações relativamente a
isso porque que seguirei de
perto todas as inspeções, relatórios e consequências.
BP – As competências
atribuídas a esta nova direção acabam por esvaziar um
5
JUNHO 2013
(ANPC), MAJOR GENERAL MANUEL MATEUS COUTO:
GNR não é apagar fogos”
Há que manter os bombeiros, o
principal agente de proteção civil, cada vez
mais bem equipados e formados para que
possam dar as respostas necessárias pouco aquelas que eram as
competências da DNB. O que
pensa disto?
MMC – Não vejo isso dessa
forma. Ficaria preocupado sim
se perdesse-mos essa autoridade para o exterior da própria
instituição, o que não acontece.
A Direção Nacional de Bombeiros não tem feito inspeções
por sua iniciativa e o que vai
acontecer é que a nova direção
nacional fará as suas inspeções
com elementos da DNB quando
estas se destinarem aos bombeiros.
Se a inspeção for de caráter
financeiro, irá sempre alguém
do departamento financeiro da
ANPC. Ou seja, a direção nacional tem técnicos na área da inspeção e será sempre acompanhado por pessoal especializado nas diferentes áreas a que
se destinam as próprias inspeções.
Já agora. Isto é uma coisa
que acontece na maioria dos
organismos públicos, pois quem
regula não deve fiscalizar.
BP – Num passado recente assistimos a inspeções
por parte da ANPC aos corpos de bombeiros em clara
violação da lei, segundo relatos de muitos deles. Garante que coisas destas não
voltam a acontecer?
MMC – Garanto que situações que não estejam previstas
não vão acontecer. Só atuaremos com base na lei. Ponto.
BP – Sendo esta sua entrevista dirigida maioritariamente ao universo dos bombeiros, pergunto-lhe qual a
opinião que tem dos bombeiros em Portugal?
MMC – Tenho uma boa impressão dos bombeiros, não só
ao nível da formação de qualidade que têm como da sua disponibilidade permanente e extrema, característica que muito
me impressiona e que considero fundamental num tempo
onde tal é tão raro. A juntar a
isto, tenho notado bons equipamentos e infraestruturas o que
me leva a dizer que começamos
a ter operacionais capazes de
dar à sociedade a tranquilidade
necessária para que esta sinta
que terá as melhores respostas
e que pode confiar nos seus
bombeiros.
BP – Qual a política da
ANPC para o apoio à sustentabilidade das associações
humanitárias e corpos de
bombeiros?
MMC – Apoiar o setor em
tudo o que nos seja possível,
nomeadamente através do Programa Permanente de Cooperação (PCC), tentar aos poucos,
através das circulares financeiras, melhorar os apoios que são
dados aos bombeiros, como são
exemplo os incêndios florestais,
e destaco aqui os aumentos
deste ano numa altura tão difícil.
Por outro lado, e ainda com
base nas circulares financeiras
que estamos a estudar, tentar
incentivar a substituição de viaturas. As verbas do QREN podem vir a ser reduzidas, e considero que as viaturas muito
velhas devem ser trocadas em
vez de serem reparadas. Estamos a estudar um possível aumento da comparticipação para
incentivar os bombeiros a renovarem, na medida do possível,
o parque de viaturas com mais
utilização.
BP – Considera que os
corpos de bombeiros deveriam ter autonomia face à
ANPC como têm os outros
agentes de proteção civil?
MMC – Essa questão é complicada… mas julgo que o atual
modelo é o mais adequado.
Acho que os corpos de bombeiros devem ter alguma dependência no sentido de reconhecer a ANPC como uma entidade
reguladora que apoia mas também pede algum retorno.
Aliás, daquilo que tenho visto
considero que não há qualquer
contestação ao modelo em vigor
BP – Ao contrário do que
estava previsto, e na sequência das alterações ao
SIOPS, os bombeiros continuam a não estar representados na estrutura. Não têm
assento no CCON, nem nos
CCOD. A LBP já mostrou o
seu descontentamento. Sendo considerados como principal agente acha que faz
sentido?
MMC – É verdade que não
está expresso na legislação mas
essa ausência está longe de se
verificar porque a Liga estará
representada no CCON ou no
CCOD sempre que assim o entender…
BP – Mas porque a atual
direção da ANPC assim o entende. No futuro poderá haver outro entendimento…
MMC – Acho que essa questão nunca se colocará porque
facilmente se depreende a importância de manter a LBP informada de toda a atividade
operacional.
BP – A ANPC tem um pro-
Estamos a estudar um possível aumento
de comparticipação para incentivar os
bombeiros a renovarem o parque de viaturas
com mais utilização blema complexo em mãos
que está a tentar resolver.
Como pretende fixar os técnicos/ especialistas que ao
longo de vários anos têm
trabalhado para a ANPC que
estão vinculados à Escola?
MMC – Sobre essa matéria
temos duas situações distintas.
A Força Especial de Bombeiros
(FEB) para a qual está já a ser
estudado um estatuto que defina como é que a FEB pode vir a
ser integrada na ANPC. Ou seja,
estes elementos passarem a
pertencer à Autoridade.
Quantos aos restantes elementos, estamos a estudar outra alternativa a qual ainda não
pode ser pública. Posso apenas
dizer-lhe que estamos a procurar uma alternativa.
BP – E como está o processo do pagamento dos retroativos exigido pela Inspeção Geral de Finanças aos
funcionários da ENB que trabalham aqui?
MMC – Sobre isso, posso dizer-lhe que está a ser feito um
levantamento sobre os montantes em causa para cada um dos
funcionários, pela ENB. Quando
tivermos esses dados, solicitaremos a isenção desse pagamento ao Ministério das Finanças, ao abrigo da legislação em
vigor. Tudo isso ainda não foi
feito porque os montantes ainda não estão todos estimados.
BP – O sucesso de um presidente da ANPC e do CONAC
está muito ligado ao sucesso das intervenções em
grandes teatros de operações. Está preocupado com
os incêndios? A história já
mostrou que quando as coisas correm mal há que arranjar bodes expiatórios.
Está preparado para isso?
MMC – Tudo o que correr mal
nesta casa a responsabilidade
será sempre minha, por isso o
bode expiatória só poderei ser
eu. Se escolho uma equipa e se
aprovo ordens de operações
então se algo correr mal a responsabilidade só pode ser minha.
Os incêndios florestais são e
serão sempre uma preocupação. Apesar do tempo até estar
a ajudar, talvez por sorte de
principiante, assumirei sempre
o que correr mal.
BP – A Escola Nacional de
Bombeiros (ENB) tem sido
muito criticada num passado recente. Com uma nova
direção e sendo a ANPC um
dos seus associados o que
vai exigir. O que é mais premente?
MMC – Estou a trabalhar
com a Liga dos Bombeiros Portugueses na atribuição de uma
carta de missão para a nova direção. Penso que é muito importante definir um plano e objetivos a três anos, até para salvaguarda da própria direção da
ENB.
A nossa principal preocupação é levar a formação aos corpos de bombeiros, com reforço
das Unidades Locais de Formação. Definir um plano estratégico para a própria Escola para
que esta se possa aproximar de
outras instituições congéneres
e outros organismos do ensino
superior com o objetivo de lhe
dar maior visibilidade, tornando-se num centro formativo de
excelência tanto para bombeiros como para outras áreas da
proteção civil.
Por outro lado, há que resolver a questão da CENAFOGO o
mais rápido possível para acabar com esse processo.
BP – Está preocupado com
a auditória que está a ser
feita à Escola?
MMC – Não. Normalmente
não me preocupo com as inspeções e ainda há cerca de dois
meses tivemos aqui uma. Não
vejo as inspeções como algo de
mau mas antes como oportunidade de melhoria dos serviços.
Vão aparecer certamente recomendações que podem até servir de alavanca à mudança de
procedimentos menos bons,
pela força que têm.
BP – Qual a sua perspetiva
sobre a integração das organizações privadas de proteção civil no sistema?
MMC – Têm surgido várias
estruturas voluntárias nesta
área e estamos a elaborar legislação enquadradora para regular essas atividades. Há muita
gente a querer mexer e julgo
que esse é um sinal bastante
positivo numa área onde todos
somos precisos.
Uma coisa é juntarmo-nos
em exercícios, outra coisa é
operacionalizar a atuação de todos e é nesse sentido que estamos a trabalhar pois estas estruturas têm um papel muito
importante ao nível local.
BP – O atual ministro da
Administração Interna já falou na eventualidade de retirar os elementos do GIPS
da GNR das brigadas helitransportadas,
mantendo
esta estrutura apenas em
missões de vigilância e fiscalização no terreno, a com-
ponente terrestre. O que
pensa disto?
MMC – Tenho-me apercebido
que a intenção é reduzir gradualmente a dimensão do GIPS
aumentando a da FEB. No futuro ter a FEB em todo o país e o
GIPS passar a ser apenas reserva nacional para situações mais
extraordinárias.
Estou de acordo com esta visão porque a missão primária
da GNR não é apagar fogos.
Apagar fogos é para bombeiros
e temos uma Força Especial que
poderá fazer muito bem esse
trabalho.
BP – Mas foram investidos
milhões de euros no GIPS…
MMC – Certo e eles fizeram o
seu trabalho e bem. O GIPS
tem uma série de meios que
poderão ser reconvertidos mais
tarde e o pessoal será sempre
aproveitado porque antes de
tudo eles são guardas.
BP – Desafio-o a dirigir-se
ao DECIF num tom mais informal. O que diria a estes
homens se pudesse falar
com eles um a um?
MMC – Um a um? (sorrisos)
No fundo era aproveitar mais
esta oportunidade para evidenciar a importância do trabalho
que os bombeiros portugueses
desenvolvem. Agradecer-lhes a
disponibilidade permanente ao
serviço do país que demostram
sempre que são chamados a intervir e dizer-lhes que a ANPC
está confiante no seu trabalho e
sempre disponível para os apoiar.
Não vejo as
inspeções como algo
de mau mas antes
como oportunidade
de melhoria dos
serviços 6
JUNHO 2013
Um capacete alemão… tornado luso
Pesquisa/Texto: Luís Miguel Baptista
Fotos: Arquivo LBP/NHPM
C
omo é sabido, os bombeiros
em Portugal apresentam
uma realidade distinta dos demais países. Um facto que decorre da sua natureza enquanto
expressão, maioritária, da sociedade civil livremente organizada.
Apesar disso, nunca deixaram
de receber influências estrangeiras, sobretudo, e há mais
tempo, da Alemanha, da França
e da Inglaterra, nas áreas do
material e equipamento. São
igualmente detectáveis traços
norte-americanos, embora de
origem muito mais recente, tendo estes atingido a sua máxima
expressão no limiar dos anos 70
do século passado.
As imagens de arquivo que
aqui publicamos são um bom
documento a tal respeito e servem de pretexto para considerações num campo mais vasto.
Datadas de Janeiro de 1960,
temos na nossa presença elementos dos Bombeiros Voluntários de Riba de Ave (BVRA), em
plena fase de experimentação
de uma mangueira de grande
calibre, munida de potente agulheta regulável, de nevoeiro ou
jacto. Aliás, sublinhe-se que
aquele corpo de bombeiros estava guarnecido daquilo que de
mais moderno então havia em
matéria de combate a incêndios.
Por outro lado, de referir que
os dois intervenientes se encontram devidamente uniformizados, de harmonia com o estabelecido no então Regulamento
dos Corpos de Bombeiros, para
efeitos de trabalho, caso do casaco de oleado e da bota de
cano alto. É, porém, excepção à
regra, a par de outro curioso armamento, o capacete de combate, um modelo de origem alemã (“M1934”, conforme é designado pelos coleccionadores modernos), naquele tempo em uso
pelos BVRA.
Entre o alargado número de
peças da sua colecção nacional,
de momento em fase de requa-
lificação, no âmbito dos trabalhos de instalação do Núcleo
História e Património Museológico, a Liga dos Bombeiros Portugueses é proprietária de um
exemplar de capacete igual aos
que são mostrados em ambos
os registos. É, pois, dele que damos conhecimento, focados nalgumas das suas especificidades.
Na posse da Confederação
desde 5 de Março de 1961, mediante oferta do comandante
António Amorim, sabe-se que
foi importado pela firma portuense “Coutinhos – Máquinas,
Motores, Bombas”, pesa 799
gramas e é fabricado em alumínio.
Curiosamente, o mesmo modelo de capacete veio a merecer
preferência na antiga colónia de
Angola, sendo adoptado pelos
Bombeiros Voluntários de S.
Paulo de Luanda e do Lobito.
Quando isso aconteceu, o comandante Manuel Correia, actualmente presidente da Associação de Bombeiros Ultramarinos, comandava aqueles primeiros e tomou parte directa no
processo de escolha.
“A dada altura tivemos necessidade de comprar capacetes de
combate e várias empresas fize-
ram as suas propostas. Entre o
modelo americano e alemão optámos pelo último, por ser fabricado em aço especial, muito
leve e muito resistente; ter uma
crista do mesmo metal polido; e
proteger, de modo significativo,
não só a cabeça mas parte da
face” – explicou, em declarações ao “BP”.
Do ponto de vista estético, os
capacetes da generalidade do
pessoal “eram de cor preta,
baça, e a crista em branco, fosco”. Por sua vez, “o do comandante era revestido de uma
capa niquelada”.
De resto, o aspecto descrito
pelo nosso interlocutor encontra-se visível nas fotografias
que também reproduzimos, memórias de um tempo e de um
espaço, onde proliferaram bombeiros de corpo inteiro… bombeiros de Portugal!
Mas mais importante que a
aparência é de relevar o efeito
surtido, em consequência da
opção tomada. O antigo comandante dos Bombeiros Voluntá-
rios de S. Paulo de Luanda,
hoje, integrado no Quadro de
Honra dos Bombeiros Voluntários do Dafundo, revelou-nos
que “a eficácia deste capacete
foi comprovada em vários acidentes onde os atingidos ficaram ilesos”.
O efeito esperado concretizou-se e o investimento na protecção deu-se por bem empregue, situação também ela verificada, com toda a certeza, em
Riba de Ave.
Um final feliz que, só por si,
traduz um ensinamento e uma
verdade indesmentível: nos diferentes períodos da sua existência, no continente ou fora
dele, os bombeiros portugueses
souberam e sabem, sempre, fazer as escolhas mais adequadas
de modo a verem garantido o
cabal desempenho da sua missão.
Artigo escrito de acordo
com a antiga ortografia
Site do NHPM da LBP:
www.lbpmemoria.wix.com/
nucleomuseologico
CASCAIS
Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de
Cascais foi distinguida pela Câmara Municipal de Cascais
com a medalha de honra do município. A entrega da distinção decorreu na Gala das Medalhas de Mérito realizada no
largo fronteiro aos paços do concelho no passado dia 7, data
em que a atribuição do foral àquela vila completa 649 anos.
A distinção foi recebida pelo comandante João Loureiro e
pelos, presidente e vice-presidente da direção, Rama da Silva e Vitor Neves.
Na mesma cerimónia foi também distinguido com a medalha municipal de solidariedade o também dirigente dos
Voluntários de Cascais, Carlos Santos, mas aqui na qualidade de estomatologista envolvido em acções voluntárias de
apoio à saúde oral da população local.
Foto: Marques Valentim
A
Bombeiros distinguidos
com medalha de honra
7
JUNHO 2013
INCÊNDIO DO CHIADO FOI HÁ 25 ANOS
uma altura em que a cidade de Lisboa assinala os 25 anos sobre
o grande incêndio do Chiado, são várias as iniciativas já calendarizadas para marcar a data. O ponto alto está marcado para o dia
25 de agosto, o fatídico dia que marcou a vida da cidade e dos seus
bombeiros, mas a autarquia antecipou-se e aproveitando o aniversário do Regimento de Sapadores Bombeiros, que festejou os 618
anos no passado dia 19 de maio, chamou à festa as cerca de 60
associações e corpos de bombeiros que vieram em socorro dos
bombeiros da cidade. Todas as corporações foram agraciadas com
louvores e medalhas. António Costa, presidente da autarquia, entregou também a medalha da cidade grau prata à família do bombeiro Diogo Catana Ramos que perdeu a vida no combate ao incêndio do Chiado. O presidente da Câmara atribuiu ainda a medalha
de honra da cidade ao Regimento Sapadores de Bombeiros de Lisboa pelos serviços prestados à cidade e pela coragem e determinação demonstrada no combate ao incêndio do Chiado. No seu discurso, António Costa, invocou a tragédia do Chiado “como momento de rutura modificando a forma de encarar a gestão de situações
de emergência e obrigando à re-estruturação de do sistema de
proteção civil”. Lembrando as inovações introduzidas acrescentou:
Fotos: Marques Valentim
N
Hoje tudo seria diferente
“ser nossa obrigação, enquanto responsáveis políticos, de criar
condições para que a cidade seja capaz de responder adequadamente às catástrofes que sobre ela se podem abater”. No final do
discurso António Costa, lembrou a memória do bombeiro Diogo
Catana Ramos “o reconhecimento pela dádiva maior que fez à ci-
dade e que foi a sua própria vida” e dirigiu aos bombeiros do RSBL
uma palavra de “confiança pelo profissionalismo e entrega com que
diariamente servem a cidade e os seus munícipes”. “Tal como há 25
anos, a cidade de Lisboa confia na vossa exímia qualidade técnica
e humana como garante da sua segurança”, concluiu.
8
JUNHO 2013
Chiado, 25 e 26 de agosto de 1988
Está prestes a comemorar-se um quarto de século
sobre o incêndio que em 25 e 26 de agosto de 1988
reduziu a cinzas a zona do Chiado, em Lisboa. João
António Marques Valentim, repórter fotográfico do
“Bombeiros de Portugal”, trabalhava então no jornal
“Correio da Manhã”, de que tinha sido, aliás, um dos
jornalistas fundadores.
Do seu trabalho, há precisamente 25 anos,
reproduzimos algumas das muitas imagens que então
captou, atestando os níveis elevadíssimos de
destruição e o esforço notável dos muitos bombeiros
que acorreram à chamada e, cuja participação, o
Regimento de Sapadores Bombeiros de Lisboa
recentemente em boa hora lembrou.
9
JUNHO 2013
ESTRUTURA OPERACIONAL QUASE ‘FECHADA’
data de fecho desta edição
faltavam apenas três nomes para concluir o processo
de nomeações dos novos responsáveis operacionais da Autoridade Nacional de Proteção
Civil (ANPC). Ao que apurámos, as escolhas para comandante distal de Viseu e Beja, e
para segundo comandante do
distrito de Bragança, recaíram
sobre três militares, aguardando a ANPC as necessárias autorizações das respetivas chefias das forças armadas. Até às
novas nomeações, os cargos
continuam a ser ocupados pelos atuais responsáveis.
As novas caras foram conhecidas e entraram em funções
em plena Fase Bravo, situação
que gerou muitas e duras críticas em vários distritos. “Não
estando em causa a competência dos recém-nomeados ou
dos que ainda aguardam a
chamada ao lugar todo este
processo de admissão deveria
ter sido feito antes do verão”,
para que pudesse haver mais
tempo para a adaptação necessária. É esta a critica mais
ouvida, sendo que no distrito
de Portalegre a situação continua tensa. Os elementos de
comando das corporações de
bombeiros do distrito de Portalegre manifestaram-se contra
a decisão da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) de
afastar do cargo o segundo Comandante Operacional Distrital
(CODIS), Rui Conchinha.
Em comunicado enviado à
comunicação social, os elementos de comando explicam
que, numa reunião, decidiram
aprovar um “voto de repúdio”
pela decisão da ANPC, já que o
comando distrital de Portalegre
“estava coeso e devidamente
organizado”.
“O comandante Rui Conchinha demonstrou durante os
sete anos que esteve no exercício das funções uma elevada
competência técnica, invulgares qualidades no âmbito das
relações interpessoais, extremo rigor, dedicação e empenho
profissional, sendo, por isso,
uma referência para todos os
bombeiros e demais agentes
de Proteção Civil”, lê-se no documento.
Os elementos do comando
acrescentam ainda que não
entendem “a falta de respeito
pelo homem” e a “falta de respeito pelo ser humano e pela
instituição
bombeiros”, alegando que
Rui Conchinha tomou conhecimento da decisão “via telefone” no dia 3 de junho.
O CODIS de Portalegre continua a ser liderado pelo comandante Luís Belo, tendo sido
nomeada, em comissão de serviço, Sílvia Félix, pelo período
de três anos, para desempenhar as funções de segundo
Comandante Operacional Distrital do Comando Distrital de
Operações de Socorro de Portalegre, nomeação esta que
está a causar muita polémica.
Outra das críticas que se fez
ouvir prende-se com a forma
como os adjuntos dos CDOS
S. JOÃO DA PESQUEIRA
Ambulância vítima de choque frontal
O
s Bombeiros Voluntários de
S. João da Pesqueira foram
vítimas de um acidente em que
se registaram ferimentos em
dois bombeiros, neste momento já convalescentes, e a perda
total de uma ambulância abalroada de frente por um veículo
ligeiro cujo condutor morreu
ainda no local. António Moutinho e Sónia Paíga eram os tripulantes da ambulância atingida.
Na sequência do acidente,
ocorrido na EN222, a ambulância foi retida pela proteção lateral da estrada conseguindo assim evitar a precipitação no
Douro.
Os Voluntários da Régua e de
Lamego prestaram a assistência às vítimas. No local, segundo o comandante dos Bombeiros da Régua, António Fonseca,
estiveram 27 elementos dos
Bombeiros da Régua e Lamego
com 10 veículos, a ambulância
SIV/INEM de Lamego, a viatura
médica (VMER) de Vila Real e o
helicóptero INEM de Macedo de
Cavaleiros.
Na origem do acidente terá
estado uma manobra de ultrapassagem mal calculada pela
única vítima mortal do acidente
que culminou com o abalroamento da ambulância e a colisão com outra viatura.
Durante quatro horas a via
esteve cortada nos dois sentidos para assistência aos sinistrados, incluindo o estacionamento do helicóptero, e remoção dos veículos envolvidos.
O comandante dos Bombeiros de S. João Pesqueira, Paulo
Esteves, lamenta o acidente, o
falecimento do condutor que
esteve na sua origem e os ferimentos nos dois bombeiros.
A par disso, segundo Paulo
Esteves, além dos danos físicos,
infelizmente, os Voluntários de
S. João da Pesqueira também
ficam a braços com uma situação grave provocada pela perda
da ambulância. Segundo aquele
comandante,” ficarmos sem
uma viatura torna a nossa situação muito complicada uma
vez que tínhamos ao nosso dispor três ambulâncias de socorro, uma das quais do INEM,
que, para nosso problema se
encontra em reparação há já algum tempo”. “Neste momento
só dispomos de uma ambulância de socorro o que muito nos
preocupa”, lamenta o mesmo
responsável.
Agradecemos aos Bombeiros
Voluntários da Régua e de S.
João da Pesqueira a cedência
das fotos.
Foto: Marques Valentim
À
Contestação em Portalegre
foram avisados de que deixavam de fazer parte da estrutura. Recordo que ao abrigo do
Decreto-Lei n.º 72/2013 a função que ADOD foi extinta. “Estes adjuntos foram informados
por videoconferência que deveriam abandonar o posto e
entregar todos os bens”, conta
uma fonte que faliu ao ‘BP’, lamentando a forma “desuma-
na” como todo o processo foi
conduzido.
Entretanto, foram já nomeados os quatro novos CADIS.
São eles, António Ribeiro, nomeado para desempenhar as
funções de Comandante Operacional de Agrupamento Distrital
do Agrupamento Centro Norte;
Elísio Oliveira, nomeado para
Comandante Operacional de
Agrupamento Distrital do Agrupamento Sul; Joaquim Chambel, nomeado, para o cargo de
Comandante Operacional de
Agrupamento Distrital do Agrupamento Centro Sul e, finalmente, Paulo Esteves para Comandante Operacional de Agrupamento Distrital do Agrupamento Norte.
Patrícia Cerdeira
10
JUNHO 2013
DIA DISTRITAL DO BOMBEIRO
Federações promovem comemorações
Portalegre
A
Federação de Bombeiros do Distrito de Portalegre comemorou recentemente o seu primeiro dia distrital
e associou-se também à passagem do
114.º aniversário dos Voluntários de
Portalegre e à inauguração da ampliação e beneficiação do seu quartel,
numa intervenção que representou um
investimento global de 460 mil euros,
no âmbito do QREN, tendo cabido à associação suportar 15 por cento desse
valor.
A obra, há muito esperada, é considerada essencial para a prossecução
das missões do corpo de bombeiros e
traduziu-se na substituição da cobertura do quartel, construção de camaratas, balneários e pequenos ginásios,
entre outros. Foi ainda salientado que
a pintura do quartel foi realizada pelos
formandos do centro de formação profissional local.
Outro ponto importante do programa foi a atribuição do crachá de ouro
da Liga dos Bombeiros Portugueses
(LBP) a Adriano Capote, antigo presidente da Associação, presidente da
assembleia-geral da Federação e vice-presidente da LBP, e a Carlos Bello de
Moraes, antigo comandante dos Bombeiros Voluntários de Portalegre.
Após a intervenção do presidente da
LBP, comandante Jaime Marta Soares,
procedeu-se à colocação da Fénix de
Honra da confederação no estandarte
da Associação. Além deste dirigente
estiveram também presentes na sessão solene, antecedida de um desfile
pelas principais artérias da cidade, o
presidente da Federação de Bombeiros
de Portalegre, comandante Francisco
Louro, do presidente da direção, presidente da assembleia geral e comandante dos Bombeiros de Portalegre,
respetivamente, Fernando Biscainho,
Dinis Pacheco e João Batista, do comandante distrital da ANPC, do presi-
dente da comunidade intermunicipal
do Alto Alentejo, Armando Varela, e a
presidente da Câmara Municipal de
Portalegre, Adelaide Teixeira.
As comemorações do primeiro dia
distrital e do 114.º aniversário dos Voluntários de Portalegre ficaram ainda
marcadas pela apresentação de uma
velha relíquia, um pronto-socorro da
marca “Studbaker”, com mais de 80
anos de vida, recuperado primorosamente graças ao esforço dos bombeiros Luís Lagarto e Eduardo Bilé.
(Com a colaboração do jornal
Alto Alentejo)
Santarém
O
dia distrital do bombeiro de Santarém foi comemorado em Rio Maior,
com a homenagem em praça pública a
autarcas e comandantes dos corpos de
bombeiros.
Com organização da federação dos
bombeiros do distrito de Santarém
esta cerimónia visou distinguir personalidades autárquicas que nas suas
funções apoiaram as associações e
corpos de bombeiros com medalhas de
serviços distintos grau ouro da Liga
dos Bombeiros Portugueses (LBP). Na
ocasião, o comandante distrital Joa-
quim Chambel foi agraciado com Crachá de Ouro da LBP
As distinções foram entregues pelo
secretário de estado da proteção civil
Filipe Lobo D’Ávila que foi acompanhado pela presidente da autarquia de Rio
Maior, Isaura Morais e por Diamantino
Duarte, presidente da federação dos
bombeiros de Santarém.
Brio e rigor estiveram patentes na
formatura integrando elementos de todos os corpos de bombeiros do distrito
acompanhados pela fanfarra dos voluntários de Rio Maior. O dia festivo
culminou com um imponente desfile.
Sérgio Santos
COIMBRA
Muitas homenagens em gala
A
Federação de Bombeiros do
Distrito de Coimbra promoveu recentemente a 1.ª Gala
dos Bombeiros durante a qual
prestou homenagem a um conjunto de personalidades, instituições e entidades, com especial destaque para o comandante Jaime Marta Soares, anterior presidente da Federação
dos Bombeiros de Coimbra e
atual presidente do conselho
executivo da Liga dos Bombeiros Portugueses, e para o último governador civil de Coimbra, Henrique Fernandes.
A estas distinções sucederam-se outras, eleitas por cada
uma das associações e corpos
de bombeiros do distrito. Assim, os Voluntários de Arganil
elegeram o comandante Eduardo Ventura, os de Brasfemes, a
empresa Cimpor, os Voluntários
de Cantanhede, o bombeiro
Fernando Dourado, os Sapadores de Coimbra, o chefe Urbano
Santana Soares a título póstumo, os Voluntários da Figueira
da Foz, o Casino da Figueira na
pessoa de Domingos Silva, os
Bombeiros de Góis, a Câmara
Municipal. Entretanto, os Voluntários de Lagares da Beira
elegeram Amadeu Gonçalves
Cura, os Municipais da Lousã, o
corpo ativo do corpo de bombeiros, os Voluntários de Mira,
a Câmara Municipal, os Bombeiros de Miranda do Corvo,
Isidoro Correia Silva, os de
Montemor-o-Velho, a Federação dos Bombeiros de Coimbra
na pessoa do seu presidente
comandante António Simões,
os Bombeiros de Oliveira do
Hospital, a homenagem a Manuel Rodrigo Lages, a título
póstumo, e família, os Voluntários de Pampilhosa, o comandante José Alberto Brito Dias,
os Bombeiros de Penacova, a
empresa “Águas das Caldas de
Penacova”. Na sequência das
mesmas homenagens, os Bombeiros de Vila Nova de Poiares
elegeram a Câmara Municipal,
os de Vila Nova de Oliveirinha,
o bombeiro Carlos Lobo, os
Bombeiros de Tábua, o coman-
FIGUEIRA DA FOZ
O
presidente da direção dos
Bombeiros Voluntários da
Figueira da Foz, Lídio Lopes, foi
recentemente agraciado com o
crachá de ouro da Liga de Bombeiros Portugueses, numa cerimónia que ficará certamente
para a história da instituição.
Na presença de mais de 150
convidados e sob o olhar atento
do Corpo de Bombeiros e da
Escola de Infantes em formatura, amigos e familiares, o galardão foi entregue pelo vice-
Lídio Lopes recebe crachá de ouro
-presidente do Conselho Executivo da LBP, Gil Barreiros,
que invocou a capacidade de
liderança, a inteligência e a entrega desinteressada de Lídio
Lopes à causa dos Bombeiros
Voluntários. Entre os oradores
estiveram, para além do presidente da assembleia geral, coronel Carlos Gonçalves e do
próprio homenageado, o presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Coimbra, comandante António Simões, o
vice-presidente da Câmara Municipal da Figueira da Foz, Carlos Monteiro, o comandante do
Quadro de Honra e crachá de
ouro, João Mota.
Na ocasião, foram realçadas
a competência, dedicação e capacidade de gestão que Lídio
Lopes tem colocado ao serviço
da sua associação e da comunidade figueirense em geral.
Lembramos que Lídio Lopes
tomou posse como Presidente
dos Bombeiros Voluntários da
Figueira da Foz em 1997, tendo
promovido, desde início, um
conjunto de reformas e investimentos que permitiram garantir o futuro da instituição.
Lídio Lopes era um homem
feliz, orgulhoso e agradecido,
não deixando de partilhar a sua
felicidade e a distinção com todos os bombeiros voluntários
da Figueira da Foz e com os
que mais apoio lhe têm dado ao
longo desta caminhada: “a família e a equipa diretiva”.
dante Henrique Esteves, os Voluntários de Soure, o presidente da autarquia local João Gouveia, e os Bombeiros de Serpins elegeram a empresa
Efapel, na pessoa de Américo
Duarte. Por fim, os Municipais
da Figueira da Foz propuseram
a homenagem ao bombeiro
Duarte Samuel vítima recente
de doença grave e que se encontra de novo ao serviço.
11
JUNHO 2013
AGUDA
Dificuldades são oportunidades
Aos 88 anos a Associação Humanitária dos Bombeiros de Aguda,
no distrito do Porto, pode falar de estabilidade, mesmo em tempos
conturbados para o setor.
As dificuldades impostas aos corpos de bombeiros pela situação
económica que o pais enfrenta, acabaram por ser transformadas
numa oportunidade de aproximação à comunidade, às populações
e às empresas da região, com ganhos óbvios para a instituição.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
F
undada a 29 de março de
1925 a Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários
da Aguda é na atualidade a concretização de um sonho de um
punhado de homens inconformados com a escassez de
meios do pequeno posto avançado, o n.º 4 dos Municipais de
Vila Nova Gaia, servido apenas
pela entrega e boa vontade de
valorosos bombeiros, apoiados
por uma bomba braçal e uma
escada de ganchos oferecida
pela autarquia.
No presente a instituição é
exemplo de operacionalidade mas também da
boa gestão de recursos. Rigor e critério são imagens de marca da equipa diretiva liderada por
Manuel Oliveira Guedes, mas também da estrutura operacional a cargo do comandante Olímpio
Pereira.
Em declarações ao jornal Bombeiros de Portugal, o presidente da direção, sublinha os “seis mil
associados individuais e mais centena e meia de
associados-empresa”, números que valorizam a
atividade da instituição e confirmam a sua proximidade com a comunidade que serve.
“Podemos contar com o apoio dos empresários
da região, o que nos tem permitido re-equipar o
quartel, reforçar meios”, sublinha o 2.º comandante César Lourenço.
Ainda assim, direção e comando batem-se por
alcançar a meta dos 10 mil associados, o que,
feitas as contas, se traduziria em 50 por cento do
orçamento a associação, garantindo a estabilidade que foi algo abalada com os cortes a nível de
transportes de doentes.
O dirigente revela preocupações e até alguma
revolta pelo facto de “muitas pessoas estarem a
abandonar os tratamentos ou a faltarem às con-
O
presidente da Federação dos
Bombeiros do Distrito do Porto
para falar do presente dos seus bombeiros, recua ao passado recente sublinhando que há cerca de um ano “a
estrutura tremeu” uma situação provocada pelo corte drástico no número
de serviços de transportes de doentes, que “causou muita preocupação”,
mas que se foi dissipando.
Mercê do diálogo e da troca de experiências e de saberes, o presente
dos 45 corpos de bombeiros do distrito dá conta que “10 a 12 por cento
mantém uma situação preocupante
ou seja apuram mensalmente apenas
para pagar as despesas, trabalham
no gume da faca”, sendo que o grosso
da coluna, cerca de 50 a 60 por cento
gozam alguma estabilidade e as restantes “estão bem”.
sultas porque não têm como pagar o transporte”,
o que segundo Manuel Oliveira Guedes deve “é
situação que deve ser denunciada”.
“Perante situações desta natureza, não podemos continuar a olhar para o lado”, advoga.
Neste sentido, direção e comando trabalham
todos os dias para chegar mais próximo da população, para servir mais e melhor”, diz o presidente, declarando que de outra forma não faria sentido a existência dos bombeiros.
No hercúleo trabalho de servir bem, com parcos recursos nada é descurado, nomeadamente a
disponibilização de meios e equipamentos para
os operacionais. Entre as prioridades do quartel
está a ampliação das instalações, há muito exíguas para responder á ampla atividade do corpo
de bombeiros. Mas por aqui, o lema é “não dar
passos maiores que a perna”, pelo que o projeto
elaborado há já algum tempo deverá ser alterado
adaptado às reais necessidades do corpo de bombeiros. Desta forma, o presidente fala da necessidade de ampliar o parque de viaturas, de transferir a secretaria e de criar novas áreas de apoio
ao funcionamento, nomeadamente uma nova camarata masculina.
Numa outra vertente o 2.º comandante César
Lourenço considera importante a renovação da
frota nomeadamente a nível de ambulâncias de
socorro e de transporte de doentes, mas congratula-se com os investimentos da associação a nível de equipamento de proteção individual, de
material de combate a incêndios urbanos, sem
esquecer a componente da formação”.
Para além da grande atividade a nível de incêndios e de acidentes no eixo viário que serve a cidade, com a chegada do verão surgem outras
preocupações, nomeadamente o patrulhamento
e vigilância dos areais, uma vertente operacional
que mobiliza, a título voluntário, seis a sete elementos por dia, de um grupo que integra mais de
30 bombeiros com formação e preparação nesta
área e devidamente equipado, que a partir de 15
de junho e até meados de setembro garante a
segurança de milhares de banhistas.
Também por aqui emigração tem roubado alguma mão-de-obra, designadamente “elementos
altamente qualificados”, uma situação que só é
possível minimizar porque “felizmente”, como sublinha o presidente, “não faltam bombeiros na
Aguda”.
E, assim sendo, comando e direção encaram o
futuro com natural otimismo e o compromisso em
manter elevados os padrões de qualidade do serviço prestado às populações
Palavra de Presidente
Dentro das dificuldades, o dirigente
faz uma balanço positivo da atividade
das associações e corpos de bombeiros, tendo em conta que “em 2011 o
total dos orçamentos foi de 33 milhões de euros; em 2012, de 32 milhões e em 2013 deve rondar os 30
milhões”, o que quer dizer que a redução receita, provocada pela diminuição do número de serviços transportes de doentes “foi devidamente
acautelado com cortes na despesa”
O Porto conta com dirigentes “muito bons”, mas porque também existem os “menos bons” Joaquim Miranda congratula-se que fosso esteja a
aumentar, a bem do futuro das associações. Numa outra vertente, salienta que nos últimos três anos todos os
comandos sofreram alteração algo
que considera “muito significativo”,
revelador de uma preocupação generalizada em arrumar a casa e criar a
desejada sintonia entre a associação
e o corpo de bombeiros, que “devem
dar as mãos na resolução dos problemas”.
A emigração começa a causar baixas nos quartéis, sobretudo nos do
interior do distrito, ainda que o presidente garanta que o desemprego
acaba por levar mais gente a procurar
os bombeiros, o que permite suprir
lacunas.
Por outro lado, revela que “muitos
corpos de bombeiros todos os anos
abrem e terminam uma escola, o que
é fantástico”.
E porque as mulheres já ocupam o
seu espaço, por direito próprio, nos
quartéis, Joaquim Miranda deixa uma
palavra de apreço às operacionais
que diz serem “muito mais cuidadosas e preocupadas no exercício da
missão, compensando de uma forma
estrondosa, a alegada fraca capacidade física, com as outras qualidades.”
Questionado sobre a postura das
câmaras municipais face ao trabalho
dos bombeiros, Joaquim Miranda revela que os apoios das autarquias seguem padrão diferenciado, algumas
apoiam os seus bombeiros, outras
nem tanto, defendendo, contudo, que
cabe às associações trabalharem
para assegurar a desejada autonomia.
A federação está empenada na
agregação de esforços para a resolução dos problemas comuns possa ser
agilizada, facilitada, até porque os
meios existem, tal como bombeiros
devidamente formados para os operar.
12
JUNHO 2013
VILA NOVA DA BARQUINHA
Coragem, força
e determinação
SANTARÉM
Bombeiro sonha
com jogos mundiais
Há cerca de um ano o infortúnio tocou Elsa Madeira, bombeira dos Voluntários de Vila Nova
da Barquinha. A ativa operacional que servia esta associação do distrito de Santarém há 26
anos, sofreu um grave acidente que a empurrou para uma cadeira de rodas.
Depois do choque veio a reação e hoje esta mulher contrariando todas as adversidades
recuperou a autonomia, tentando dar novo rumo à nova vida.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
S
ó se passaram 12 meses, mas Elsa
Madeira garante que já consegue recordar com serenidade aquela tarde
do junho, quando se entregava aos preparativos para a festa que se realiza anualmente no Parque Urbano de Vila Nova da
Barquinha. Conta que as associações do
município são convidadas a participar neste
evento, com o intuito de angariar receitas
para a concretização dos mais variados
projetos. A bombeira de 2.ª estava a ajudar
na montagem da tasquinha da banda de
música dos Voluntários de Vila Nova da
Barquinha quando um muro se abateu sobre a estrutura, apanhando Elsa Madeira,
que de imediato teve noção das prováveis
consequências daquele acidente.
“Quando os meus colegas bombeiros me
vieram socorrer, disse-lhes logo para tomarem as devidas precauções, porque eu não
sentia as pernas.” Revela, adiantando que
quis acreditar que “depois de uma operação
iria ficava bem”.
Mas o otimismo de Elsa Madeira não foi
suficiente para inverter a gravidade da lesão que a deixou paraplégica. Diz-nos que
durante duas semanas deixou-se levar por
uma tristeza profunda, mas pela família
“pelo marido, filhas e neta tinha que sair
daquele buraco”. Mais de dois meses de internamento ajudaram-se a “reprogramar” a
vida, a preparar o regresso a casa e o início
de um novo ciclo de rotinas.
Na verdade, garante, foi bem mais fácil
do que imaginava. Estava determinada em
continuar a sentir-se “útil” e por isso tratou
de encontrar respostas para cada dos novos desafios. Hoje faz tudo e de tudo.
“Na cadeira de rodas de verticalização
que me foi oferecida pelos bombeiros, consigo fazer tudo em casa: passo a ferro, cozinho, arrumo e limpo tudo”, revela-nos,
adiantando “não gosto, nem posso estar
parada”.
Elsa Madeira fala com desenvoltura sem
se prender a pormenores deste passado
ainda recente, preferindo recuar ao ano de
1984, quando, contrariando a vontade do
seu pai, ingressou nos Voluntários de Vila
Nova da Barquinha.
“O meu pai, também era bombeiro,
achava que esta não era uma missão para
mulheres, por isso só depois de casar pude
concretizar um sonho antigo. Casei em dezembro, em janeiro já cá estava no quartel”, conta.
Fala da paixão com que abraçou a causa
ao lado do seu marido também operacional
nos Voluntários de Vila Nova da Barquinha
e deixa claro que sempre se sentiu “em pé
de igualdade com os homens”, defendendo
que no quartel não podem existir “essas diferenças”.
“Sempre quis estar na linha da frente
qualquer que fosse o teatro de operações.
Nos incêndios, fazia trinta por uma linha
para estar na agulheta, não tinha medo,
nunca tive!”, declara.
Hoje divide os dias entre as tarefas de
casa, os compromissos familiares, as brincadeiras com a neta, as sessões de fisioterapia e uma ou outra visita ao quartel, porque há “vícios difíceis de tratar”. Garante
que tem uma vida preenchida, ainda assim
assegura que sente saudades de envergar a
farda, de tripular uma ambulância ou o veículo de incêndio.
Atualmente, o marido e uma das filhas
integram a banda de música da associação
humanitária de Vila da Nova da Barquinha,
enquanto a outra filha está no corpo ativo
dando continuidade ao sonho interrompido
desta mãe guerreira, desta bombeira de
corpo e alma que soube enfrentar a adversidade com força, coragem e determinação,
constituindo, por isso um exemplo para todos nós.
ENB
A
Cooperação com ACP em marcha
direcção da Escola Nacional de Bombeiro (ENB) reuniu-se recentemente
com representantes do Automóvel Clube
de Portugal (ACP) para avaliar o desenvolvimento de projetos de cooperação
em diferentes domínios de actuação.
Inserem-se nesse âmbito, a formação
de bombeiros adequada aos novos tipos de
veículos (elétricos e híbridos) ou a articulação com as marcas mais presentes nas frotas dos corpos de bombeiros para recolha
de informação sobre características e especificidades relevantes dos veículos.
As duas partes acordaram ainda na
participação nos seminários da ENB em
que o reconhecido know-how da ACP represente uma mais-valia para o desenvolvimento dos temas e no desenvolvimento de projetos de sensibilização cívica relacionados com a sinistralidade e
prevenção rodoviária.
O
jovem Joaquim Rafael Gomes, estagiário nos Bombeiros
Municipais de Santarém, um atleta com créditos firmados no Taekwondo, tenta reunir os apoios indispensáveis à
participação, já no próximo mês de agosto no “World Police
& Fire Games”, que este ano se realiza em Belfast, na Irlanda
do Norte.
Embora a conjuntura económica do País não seja propícia
a concretização deste género de projetos, certo é que Joaquim Rafael Gomes não desiste deste seu sonho.
Garante que o pódio está ao seu alcance e sublinha até
que “o primeiro lugar é o objetivo principal” da sua participação nesta competição.
Registe-se, conforme o jornal Bombeiros de Portugal teve
oportunidade de revelar há alguns meses, o atleta tem um
currículo desportivo invejável, onde figura, entre outros, o
título de campeão nacional de Sub 21, alcançado em 2011.
Nos últimos tempos, participou no Open da Alemanha,
com os melhores atletas do mundo, tendo derrotado, no seu
primeiro combate, uma das estrelas da seleção da Sérvia.
A exigência desta modalidade esteve, contudo, na origem
de algumas lesões que o afastaram do tatan, sendo que
atualmente se encontra a recuperar e a preparar-se para o
torneiro de apuramento para Taça de Portugal Taekwondo.
Entre a azáfama dos treinos e atividade nos Municipais de
Santarém, o jovem tenta assegurar um patrocínio que lhe
permita realizar mais este sonho, uma luta que se afigura
mais difícil do que as que trava em ringues nacionais e estrangeiros.
Ainda assim, não obstante todas as incertezas do atleta, o
bombeiro garante que está a “viver uma fase muito interessante”, conseguiu concretizar o sonho de ser bombeiro profissional e agora a terminar o estágio de cinco meses nos
Municipais de Santarém aguarda, com particular emoção, a
almejada promoção.
Sofia Ribeiro
13
JUNHO 2013
SOBRAL DE MONTAGRAÇO
Centenário com dinamismo
A Associação Humanitária dos Bombeiros
Voluntários de Sobral de Montagraço
assinala, no próximo dia 7 de julho,
o centenário, uma efeméride que tem
levado a instituição para rua, ao mesmo
tempo que desafia as populações
a conhecerem melhor a atividade
desenvolvida pelos soldados da paz.
Texto: Sofia Ribeiro
Fotos: Marques Valentim
O
s Voluntários do Sobral
de Montagraço desdobram-se em atividades
no âmbito das comemorações
do centenário numa demonstração clara de vitalidade e dinamismo.
O comandante Pedro Lima
considera que o ponto forte
desta instituição assenta no
facto de “direção, comando e
corpos de bombeiros terem objetivos comuns, trabalharem
todos para o mesmo”. A determinação e união do grupo resultam na dinamização de atividades várias cujos proventos
revertem para o re-equipamento e formação do corpo de bombeiros.
Ainda há poucas semanas o
quartel acolheu o Festival do
Caracol, certame promovido
pelos Voluntários do Sobral de
Montagraço que já conquistou
estatuto e fama na região. A
este propósito a presidente da
direção Maria Margarida Ribeiro
fala da empatia, “da ligação
próxima da população com os
seus bombeiros”, assegurando
que muito embora “os tempos
não sejam favoráveis, há sempre boa vontade em colaborar
com a associação, tanto por
parte dos cidadãos com das
empresas locais”. A dirigente
recorda, a título de exemplo, o
sucesso da “campanha da moeda”, fundamental para a aquisição de um Veículo Urbano de
Combate a Incêndios, que será,
aliás, apresentado à população
no decorrer das comemorações
oficiais do centenário, ou seja
dentro de dias.
A este propósito o comandante garante que, com a entrada ao serviço desta nova viatura, “está resolvida uma das
mais grave lacunas do quartel”
que, afiança, dispor dos meios
apropriados para responder às
solicitações e garantir o socorro
às populações.
O corpo ativo conta com 68
operacionais, uma equipa motivada e bem preparada que merece os maiores elogios de Pedro Lima. A propalada crise do
voluntariado parece ter ficado à
porta dos Voluntários do Sobral,
pois, por aqui, sucessivas escolas têm permitido reforçar o
contingente de soldados da
paz.
Apesar do otimismo e dos
olhos colocados no futuro, Maria Margarida Ribeiro não escamoteia os problemas, revelando-nos que “em 2010 a associação garantia transporte a 50
doentes por dia e que atualmente não serão mais uma de-
Simulacro garante operacionalidade
A
formação, a preparação e o treino dos bombeiros são prioridades no quartel do Sobral
de Montagraço, que no âmbito da comemoração do centenário promoveu, no lugar da Sapataria, mais um exercício para testar a capacidade de resposta de meios e de operacionais.
Num cenário de acidente rodoviário, foi recriado o despiste de um veículo e a colisão com
uma árvore, com um total de três vítimas, uma
delas um bebé que seguia na viatura numa cadeirinha.
O exercício decorreu sem quaisquer contra-
tempos perante o olhar curioso de muitos populares e também do presidente da Câmara
Municipal de Sobral de Montagraço, António
Bogalho, que aproveitou a ocasião para elogiar
o trabalho desenvolvido pela associação e pelo
corpo de bombeiros.
O exercício, que contou também com o apoio
da Guarda Nacional Republicana, mobilizou
quatro viaturas e 12 operacionais.
Refira-se que as três freguesias do concelho
vão receber o corpo de bombeiros para ações
idênticas
zena”, um decréscimo de serviços que, obviamente, tem feito
estragos nos cofres da instituição, e obrigou a ajustamentos
vários, cortes nas despesas e a
uma musculada gestão de recursos.
Bem equipados e instalados,
com condições de trabalho, os
Bombeiros do Sobral de Montagraço, assinalam, com particular entusiasmo, cem anos ao
serviço da comunidade, sendo
esta uma oportunidade única
para dar a conhecer a sua história, que será publicada em livro,
mas que já começou a ser contada no museu que instituição
exibe com particular orgulho e
que, de resto, importa mesmo
conhecer.
14
JUNHO 2013
ENB
DIA MUNICIPAL
Criação de polo na Madeira
Autarquias
Almada
A
s bases de um protocolo para a criação de um polo da Escola
Nacional de Bombeiros (ENB) na Região Autónoma da Madeira
foi um dos temas abordados entre o presidente da Escola, José
Ferreira, e o presidente do Serviço Regional de Proteção Civil da
Madeira (SRPCM), coronel Luís Nery, na reunião realizada em Sintra na sede da ENB.
A ENB e o SRPCMP pretendem desenvolver entre si sinergias que
permitam garantir a qualidade da formação dos agentes de proteção e socorro madeirenses, cabendo à Escola assegurar a formação
e recertificação de formadores, a análise de conteúdos pedagógicos e respetivos materiais e a avaliação e auditoria à formação
ministrada.
CASCAIS
Proteção civil reúne
especialistas
A
s comemorações do dia municipal do bombeiro em Almada culminaram no dia 2 de junho com uma parada na Praça da Liberdade e uma exposição de veículos dos corpos de bombeiros do
concelho.
Reconhecer o trabalho dos soldados da paz é um dos objetivos
destas celebrações que levaram a atribuição de medalhas municipais de ouro, prata e bronze pelos bons serviços prestados pelos
bombeiros do concelho. Houve ainda a entrega de diplomas aos
participantes no projeto “Bombeiro por 5 dias”.
A celebração de protocolos entre a autarquia e as associações de
bombeiros de Almada, Cacilhas e Trafaria foi realizada na presença
dos seus dirigentes e comandantes e pela autarca Maria Emília de
Sousa.
Junto da exposição dos veículos, foi apresentada e inaugurada a
nova ambulância de socorro dos voluntários de Cacilhas que num
gesto de reconhecimento convidaram a “cidadã almadense Maria
Emília Neto de Sousa” a apadrinhar a viatura.
No final houve um desfile apeado da imponente formatura dos
bombeiros do concelho que se finalizou com a colocação de uma
coroa de flores junto ao Monumento ao Bombeiro.
Sérgio Santos
Palmela
A
s 3.ªs Jornadas de Proteção Civil de Cascais debruçaram-se
sobre “A ação das câmaras municipais no sistema nacional de
proteção civil”. Para tal, reuniu um conjunto de especialistas no
auditório da Casa das Histórias Paula Rego.
A abertura do encontro contou com a presença de representantes do Ministério da Administração Interna e da Autoridade Nacional da Proteção Civil, do vice-presidente da Liga dos Bombeiros
Portugueses (LBP), Rodeia Machado, e do presidente e vereador da
proteção civil da Câmara de Cascais, Carlos Carreiras e Pedro Mendonça.
“O papel dos municípios no sistema nacional de proteção civil”
foi o tema abordado pelo vice-presidente da LBP, integrado no primeiro painel do encontro.
Na oportunidade, Rodeia Machado fez questão de referir que,
infelizmente,” a cultura da proteção civil não está ainda enraizada
na maioria dos nossos eleitos autárquicos” e que, por isso, “ em
muitos municípios ela é manifestamente o parente pobre, logo os
bombeiros também são o parente pobre do sistema”.
O dirigente da LBP sublinhou também as discrepâncias existentes entre as câmaras que asseguram financiamentos de um milhão
de euros por ano às associações de bombeiros do seu concelho
enquanto outras não garantem qualquer financiamento. No seu
entender,”tais discrepâncias não podem continuar”. E, a propósito
destacou que “a realidade de Cascais é bem diferente, é conhecida
de todos a disponibilidade financeira que é dedicada aos seus corpos de bombeiros e consequentemente no apoio à população por
essa via”.
A
s comemorações do Dia Municipal do
Bombeiro 2013, em Palmela, decorreram durante um mês e terminaram
com uma sessão solene de homenagem
aos bombeiros do concelho no auditório
dos Bombeiros Voluntários de Pinhal
Novo, que assumiram, este ano, a organização da iniciativa, de acordo com o
princípio da rotatividade.
O programa de encerramento integrou,
ainda, uma exposição de viaturas de socorro e de combate a incêndios, o desfile
apeado e motorizado e um almoço convívio entre a Câmara Municipal, Juntas de
Freguesia, direções, comandos e corpos
ativos das associações de bombeiros do
concelho.
Com o lema “Voluntários por Opção,
Profissionais na Ação”, as comemorações
promoveram a cultura de segurança,
com a realização de oito simulacros de
incêndio em escolas básicas do concelho
e, integraram, também, um exercício de
atuação em acidente rodoviário envolvendo as três corporações, formação e
momentos de convívio entre associações.
15
JUNHO 2013
DO BOMBEIRO
distinguem bombeiros
Barreiro
T
ambém o concelho de Sintra
prestou uma mais simbólica
homenagem a todos os soldados da paz do município que
desfilaram pelas ruas de Almoçageme acompanhados de cerca de 30 veículos, operacionais
e antigos, em representação
das nove corporações do Concelho. Esta homenagem é o momento mais solene das comemorações do mês do Bombeiro,
este ano promovidas pela Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Almoçageme,
e têm como nobre propósito
reafirmar, perante a população,
uma imagem de coesão, disciplina, organização e prontidão
para as missões.
Fernando Seara, presidente
da Câmara Municipal de Sintra,
abriu o desfile com um discurso
de grande estima e apreço por
todas as corporações de bombeiros do concelho. Proferiu palavras de saudade e de reconhecimento por todas as mulheres
e homens que arriscam a vida
nas missões que lhes são atribuídas. Na cerimónia, esteve
também presente, o vice-presidente da autarquia Sintrense e
também vereador do Serviço
Municipal de Proteção Civil,
Marco Almeida. Entre as entidades oficiais presentes encontrava-se o então comandante operacional distrital, Elísio Oliveira,
em representação da Autoridade Nacional de Proteção Civil.
pela Câmara Municipal do Barreiro em conjunto com os
bombeiros do Corpo de Salvação Pública e Sul e Sueste, tiveram início com o hastear das
bandeiras nos dois quartéis.
De seguida, no Largo do
Mercado Municipal 1º de maio,
decorreu a cerimónia de atribuição de condecorações pelo
Município do Barreiro. Entre os
bombeiros distinguidos encontrava-se o bombeiro de 1ª do
Corpo de Salvação Pública por
25 anos de atividade.
Na cerimónia, Acácio Coelho, comandante dos Bombei-
ros Voluntários do Sul e Sueste, enalteceu o trabalho de todos os bombeiros que, diariamente, “dão força a esta frase:
‘a verdadeira solidariedade começa quando não se espera
nada em troca’. A sua motivação advém de uma vontade
própria de ajudar o próximo”.
Considerou ainda que seria importante a atribuição ao Barreiro das equipas de intervenção permanente, de modo a
“sermos mais fortes no trabalho prestado”.
Por seu lado, José Figueiredo, comandante dos Bombei-
ros Voluntários do Barreiro –
Corpo de Salvação Pública, salientou que o “bombeiro é um
ser humano igual a todos os
outros, mas é visto pela população com um grau de exigência muito elevado”. “É com
gosto, alegria e satisfação que
estamos aqui hoje [1 de junho] a homenagear aqueles
que todos os dias intervêm
para o bem-estar da população”, referiu o Presidente da
CMB, Carlos Humberto de Carvalho, na Cerimónia de Entrega das Medalhas.
“Não seria possível estarmos
onde estamos sem o sacrifício
de centenas de seres humanos.
Temos uma esperança imensa
nas duas corporações que, no
quotidiano, nos ajudam a ultrapassar problemas e angústias”,
referiu Carlos Humberto de
Carvalho, terminado a sua intervenção com um “abraço de
reconhecimento e agradecimento aos bombeiros”.
Após a cerimónia de condecorações, foram entregues às
duas associações os donativos
no âmbito do Serviço de Recolha de Óleos Alimentares Usados do Barreiro OAU!. Além da
Sintra
recolha dos 33 oleões colocados na via pública, o serviço
engloba ainda a recolha em
estabelecimentos de ensino,
instituições e estabelecimentos de restauração. Os litros
recolhidos de óleo têm sido
convertidos em donativos entregues, anualmente, pela empresa OLEOTORRES aos bombeiros do Barreiro.
As comemorações do Dia
Municipal do Bombeiro terminaram com o desfile das forças
em parada, desde a Avenida
Alfredo da Silva, até aos Paços
do concelho.
Vila Franca de Xira
Foto: Ricardo Caetano
município do Barreiro comemorou, a 1 de junho, o
Dia Municipal do Bombeiro
com diversas iniciativas que
destacam o mérito do papel
social desempenhado pelos
corpos de bombeiros voluntários do Barreiro e respetivos
soldados da paz. No âmbito
das comemorações foram homenageados, com a medalha
de bons serviços e dedicação,
os bombeiros que completaram 10, 15 e 25 anos de serviço voluntário em prol da comunidade.
As atividades, promovidas
O desfile e consequente beberete contaram com a participação de cerca de duzentos e
cinquenta bombeiros, pertencentes às nove corporações do
concelho de Sintra, acompanhados por três fanfarras também
do município. A população assistiu em massa ao desfile e foi
uma das principais responsáveis
pelo cenário criado de marcada
emoção e beleza, resultante da
passagem da formatura apeada
e da imponência das viaturas
que a acompanhou.
Todos os anos uma das nove
corporações do concelho de Sintra promove as comemorações
integradas no Dia Municipal do
Foto: Ricardo Caetano
O
A
Bombeiro; para o ano, dita a ordem, será a Corporação de Belas a fazê-lo. A Associação Humanitária dos Bombeiros de Al-
moçageme vai esperar por mais
uma década para promover e
dignificar todos os Bombeiros do
Município de Sintra.
câmara municipal de Vila Franca de Xira homenageou e reconheceu o trabalho dos soldados da paz do concelho no decorrer
da sessão comemorativa do dia municipal do bombeiro.
A cerimónia que se realizou no dia 18 de maio no quartel dos
voluntários de Vila Franca de Xira ficou patente pela imponente
formatura dos bombeiros de todo o concelho que ouviram das entidades convidadas palavras de gratidão e empenho nas missões
de salvar vidas e bens em prol das populações. Houve ainda a imposição de condecorações municipais que foram impostas pela presidente da autarquia Maria da Luz Rosinha, pelo comandante distrital Elísio Oliveira, entre outros.
No final houve ainda um desfile apeado e motorizado com todos
os meios dos corpos de bombeiros do concelho que culminou num
lanche convívio no quartel local.
Sérgio Santos
16
JUNHO 2013
DIA DO BOMBEIRO PORTUGU
«Gabaste-o, e
Entre elogios e avisos, o presidente da Liga dos Bombeiros
Portugueses (LBP) enalteceu mais uma vez a postura
e profissionalismo do principal agente de proteção civil.
Num discurso de agradecimentos e alertas à tutela,
Jaime Marta Soares dirigiu-se a todos os bombeiros do país
para enaltecer o papel de todos, nomeadamente dos voluntários,
no bem-estar e segurança dos cidadãos.
O Dia do Bombeiro Português, assinalado em Fátima
com baixas temperaturas, ficou marcado pelo início da entrega
de novos rádios SIREPS.
Texto: Patrícia Cerdeira
Fotos: Marques Valentim
“A
s coisas têm vindo a
melhorar mercê do
esforço do Governo
que tem ouvido a Liga dos
Bombeiros Portugueses”, subli-
nhou Jaime Marta Soares no
discurso do Dia do Bombeiros
Português que este ano se realizou em Fátima. Mais à frente,
o presidente da Liga recorreu a
um ditado popular para lembrar
ao ministro da Administração
Interna que ainda há coisas por
fazer e os bombeiros vão estar
atentos: “Gabaste-o, estragas-
te-o!”, disse Jaime Marta Soares para concluir que só vai
continuar a elogiar o executivo
enquanto este o merecer. Na
resposta, Miguel Macedo disse
estar consciente de que os elogios têm “todos um tempo curto” e prometeu manter o investimento no setor dos bombeiros
e da proteção civil.
O Dia do Bombeiro Português
ficou ainda marcado pela cerimónia de entrega dos primeiros
46 rádios SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal) de
cerca de mil, que irão reforçar
as várias corporações do país.
“Iniciamos hoje a entrega dos
rádios SIRESP, cujo reforço irá
praticamente duplicar a capacidade de comunicação instalada
nas corporações”, o que é “muito importante do ponto de vista
operacional”, adiantou Miguel
Macedo, revelando que o minis-
tério irá distribuir cerca de mil
rádios durante o período do verão.
A Hora da homenagem
Tal como vem sendo hábito,
a cerimónia do Dia do Bombeiro Português foi palco para o
tão aguardo momento. Perante
as dezenas de convidados e
uma formatura composta por
elementos dos bombeiros do
CONCURSOS NACION
Equipas demonstram
LIGA DOS BO
A
C ON F E D E RA Ç ÃO D A
FU NDADA EM 18 DE AGOSTO D E 1
FE DE RADA N O “C OM IT É TÉ CHN IQU
IN STITUIÇÃO
DE UTILIDADE
PÚBLICA
Foto: Mara Jerónimo
Concurso
Tipo Equipa
Foto: Mara Jerónimo
s numerosas equipas que
disputaram em 25 e 26 de
Maio últimos, no Estádio Municipal de Fátima, os 32.º Concursos Nacionais de Manobras para
Bombeiros e os 31.º de Cadetes
demonstraram mais uma vez
um evidente trabalho de preparação. Nível que viria a animar o
decurso das provas e até a determinar os próprios resultados.
As provas decorreram num
ambiente animado e competitivo congregando para o local
onde decorreram muitos elementos ligados às várias equipas mas ainda outros corpo de
bombeiros que participaram no
Dia do Bombeiro Português, comemorado também em Fátima,
bem como residentes naquela
vila.
No âmbito dos concursos para
voluntários (masculino A) os
Bombeiros de Ourém saíram
vencedores, seguidos dos de
Paço de Sousa, Ribeira Grande,
Fátima, Rebordosa, Ponta Delgada, Montemor – o –Novo e
Marco de Canavezes. No feminino A, a equipa de Loures saiu
vencedora seguida da de Ourém.
Nos concursos para voluntários B (veteranos) saíram vencedores os representantes de
Paço de Sousa, seguindo-se Ourém e Marco de Canavezes.
Nos concursos para profissionais (A) ganhou a equipa do Regimento de Sapadores de Lisboa
seguindo-se a do Porto e de
Coimbra.
Nos concursos para profissionais (B) inverteu-se a ordem,
ganharam os Sapadores do Por-
to e Lisboa ficou em segundo lugar.
Cadetes
Equipas mistas crescem
O aumento do número de
equipas mistas ficou a marcar a
edição dos concursos para cadetes. Integradas no grupo das
masculinas, contudo, foram em
maior número que estas, 4
masculinas em 13 mistas. Nesta versão sai vencedora a equipa dos Voluntários de Rebordosa (masculina) seguida das
equipas da Ribeira Grande
(masculina) e Colares (mista).
No quadro anexo está patente a
classificação final completa.
No âmbito dos cadetes femininos, Freamunde ficou à frente
seguindo-se Rebordosa e São
Pedro da Cova.
Cadetes
Cadetes
Cadetes
Cadetes
Cadetes
Cadetes
Cadetes
Cadetes
Cadetes
Cadetes
Cadetes
Cadetes
Cadetes
Cadetes
Cadetes
Cadetes
Cadetes
Cadetes
Cadetes
Cadetes
Emissão: 30-05-2013
Clas
17
JUNHO 2013
UÊS ASSINALADO EM FÁTIMA
estragaste-o!»
distrito de Santarém, que mais
tarde desfilou ao som da Fanfarra dos Bombeiros Voluntários de Rio Maior, ouviu-se o
nome Idálio Serrão, o bombeiro da Associação Humanitária
dos Bombeiros Voluntários de
Cascais, escolhido pelo júri
como Bombeiro de Mérito
2012. Idálio Simão protagonizou e coordenou uma equipa
de bombeiros e agentes da
PSP, que evitou o suicídio de
uma mulher, que se preparava
para se lançar de um 10º andar. Idálio Simão, que além de
bombeiro voluntário é também
agente da Divisão de Cascais
da PSP, evitou a queda da mulher ao ter segurado a vítima
pelo pulso. Por se encontrar de
férias, Idálio Simão chegou a
Fátima já depois do final da cerimónia. Aos jornalistas, o galardoado disse que “Este prémio é uma gratificação, um
agradecimento de uma vida
que damos em prol dos outros,
quer numa profissão quer noutra. É também dos colegas,
porque não é um prémio meu,
é um prémio de todos os que
estiveram no local e não só. De
todos os bombeiros”, referiu. O
homenageado garantiu que
hoje voltaria a fazer “exatamente o mesmo”, apesar de ter
consciência dos riscos. “Sinto-me feliz por as coisas terem
corrido bem. Só quem lá esteve
é que consegue ter a sensação
do que se passou ali. Tive segundos para agir, se demorasse
mais alguns segundos a pensar
o desfecho seria outro”, recordou.
Para além do Prémio Bombeiro de Mérito foram ainda entregues as seguintes menções
honrosa: Menção Honrosa –
Categoria Câmara Municipal,
que este ano foi para a Câmara
Municipal de Figueiró dos Vinhos. Menção Honrosa – Categoria Dirigente Associativo, entregue a José Alfredo Almeida,
presidente da direção da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Peso da
Régua. Menção Honrosa – Categoria Quadro de Comando,
atribuída ao comandante Rui
Laranjeira, dos voluntários de
Águas de Moura. A Menção
Honrosa – Categoria Personalidade da Sociedade Portuguesa
foi entregue a António Manuel
Pinto Soares Machado, comandante do Quadro de Honra dos
Bombeiros Velhos de Aveiro.
Por último, a Menção Honrosa
– Categoria Personalidade Empresarial ou Empresa foi para
empresa Baía do Tejo, SA pelo
apoio prestado à Associação
Humanitária de Sul e Sueste do
Barreiro.
NAIS DE MANOBRAS
m grande preparação
OMBEIROS PORTUGUESES
A S A S S OCI AÇ Õ E S E C OR P O S D E BO M B E IR O S
LIGA DOS BOMBEIROS PORTUGUESES
C o m e nda d o r d a O r dem d e Be n e me r ên c ia – 1 9 35
Mem bro Ho no rá rio d a Ord e m Militar de Cristo – 19 80
M em b ro H on o rá ri o da O rd em d a L ib erd a d e – 2 0 08
Pré mi o Di re ito s Hum ano s – 2 0 0 8
C ON F E D E RA Ç ÃO D A S A S S OCI AÇ Õ E S E C OR P O S D E BO M B E IR O S
C o m e nda d o r d a O r dem d e Be n e me r ên c ia – 1 9 35
Mem bro Ho no rá rio d a Ord e m Militar de Cristo – 19 80
M em b ro H on o rá ri o da O rd em d a L ib erd a d e – 2 0 08
Pré mi o Di re ito s Hum ano s – 2 0 0 8
FU NDADA EM 18 DE AGOSTO D E 1 93 0  L EGALIZADA PO R PORT ARIA DO M I NI STÉRIO DO INT ERIO R DE 30-5-1932  D IÁRIO DO GOVERNO – II SÉ RIE , Nº 12 9 DE 4 -6-1 93 2
FE DE RADA N O “C OM IT É TÉ CHN IQUE INT ERN ATIONA L D E L A PRÉVE NT IO N E T DE L’ EX TI N CT ION DU FEU  ME MBRO D A “NAT I ON AL F IRE PRO TECT IO N ASSO CIATION
93 0  L EGALIZADA PO R PORT ARIA DO M I NI STÉRIO DO INT ERIO R DE 30-5-1932  D IÁRIO DO GOVERNO – II SÉ RIE , Nº 12 9 DE 4 -6-1 93 2
UE INT ERN ATIONA L D E L A PRÉVE NT IO N E T DE L’ EX TI N CT ION DU FEU  ME MBRO D A “NAT I ON AL F IRE PRO TECT IO N ASSO CIATION
IN STITUIÇÃO
DE UTILIDADE
PÚBLICA
os Nacionais de Manobras
Concursos Nacionais de Manobras
Fátima
Fátima
domingo, 26 de Maio de 2013
domingo, 26 de Maio de 2013
sse
Mas/Fem/Misto
Associação/CB's
Resultado
Masculino
Masculino
Misto
Masculino
Misto
Misto
Misto
Masculino
Misto
Misto
Misto
Misto
Misto
Misto
Misto
Misto
Misto
Rebordosa, A.H.B.V.
Ribeira Grande, A.H.B.V.
Colares, A.B.V.
Freamunde, A.H.B.V.
Sintra, A.B.V.
Fafe, A.H.B.V.
Caldas da Rainha, A.H.B.V.
Vila Aves, A.H.B.V.
Cartaxo, Municipais
Caneças, A.H.B.V.
Loures, A.H.B.V.
São Pedro da Cova, A.H.B.V.
Torrejanos, A.H.B.V.
Matosinhos Leça da Palmeira, A.H.B.V.
Oliveira de Frades, A.H.B.V.
Vila Real Stº. Antº., A.H.B.V.
Almada, A.H.B.V.
1021
1015
1014
1011
973
955
951
941
938
928
921
916
887
877
868
852
718
Feminino
Feminino
Feminino
Freamunde, A.H.B.V.
Rebordosa, A.H.B.V.
São Pedro da Cova, A.H.B.V.
988
959
957
Tipo Equipa
Classe
Mas/Fem/Misto
Bombeiros Voluntários
Bombeiros Voluntários
Bombeiros Voluntários
Bombeiros Voluntários
Bombeiros Voluntários
Bombeiros Voluntários
Bombeiros Voluntários
Bombeiros Voluntários
A
A
A
A
A
A
A
A
Masculino
Masculino
Masculino
Masculino
Masculino
Masculino
Masculino
Masculino
Ourém, A.H.B.V.
Paço de Sousa, A.H.B.V.
Ribeira Grande, A.H.B.V.
Fátima, A.H.B.V.
Rebordosa, A.H.B.V.
Ponta Delgada, A.H.B.V.
Montemor-o-Novo, A.H.B.V.
Marco de Canaveses, A.H.B.V.
399
395
388
384
377
372
371
358
Bombeiros Voluntários
Bombeiros Voluntários
A
A
Feminino
Feminino
Loures, A.H.B.V.
Ourém, A.H.B.V.
351
325
Bombeiros Voluntários
Bombeiros Voluntários
Bombeiros Voluntários
B
B
B
Masculino
Masculino
Masculino
Paço de Sousa, A.H.B.V.
Ourém, A.H.B.V.
Marco de Canaveses, A.H.B.V.
406
400
394
Bombeiros Profissionais
Bombeiros Profissionais
Bombeiros Profissionais
A
A
A
Masculino
Masculino
Masculino
Lisboa, Sapadores
Porto, Sapadores
Coimbra, Sapadores
383
382
374
Bombeiros Profissionais
Bombeiros Profissionais
B
B
Masculino
Masculino
Porto, Sapadores
Lisboa, Sapadores
410
388
Emissão: 30-05-2013
Associação/CB's
Resultado
18
JUNHO 2013
ESPINHO
SOURE
Espinhenses assistem a mais um nascimento
Bombeiros vão ser padrinhos
N
o passado dia 2 de junho, os
Bombeiros Voluntários Espinhenses foram acionados para
uma emergência pre-hospitalar.
No local encontrava-se uma
grávida de 40 semanas em trabalho de parto.
Após avaliação dos parâmetros vitais e recolha de informação, verificou-se que o parto teria de ser feito de imediato.
Foi contactado o Centro de
Orientação de Doentes Urgentes (CODU), solicitando apoio
diferenciado com Viatura Médica de Emergência e Reanimação (VMER).
A equipa acabou por assistir
o parto em casa., dentro da desejada normalidade, Depois de
prestados todos os cuidados, o
bebé e a mãe foram transportados ao hospital.
GRÂNDOLA
Operacionais assumem missão de parteiros
O
s dois bombeiros dos Voluntários de Soure, Coimbra,
que ajudaram recentemente o
Hugo Filipe a vir ao mundo deverão vir a ser os seus padrinhos, conforme informação que
nos chegou.
O bombeiro de 1.ª e enfermeiro, Sérgio Marques, e a
bombeira de 3.ª, Marta Santos,
foram os protagonistas de mais
um parto ocorrido no interior de
uma ambulância dos bombeiros.
O alerta foi dado pelo CODU/
INEM (Centro de Orientação de
Doentes Urgentes) na madrugada do passado dia 6 aos Bombeiros de Soure. Foi então acionada uma ambulância e respetiva tripulação da 4.ª Secção, de
Granja do Ulmeiro, localidade
de onde havia sido recebido o
pedido de socorro.
Depois, a viatura médica do
Hospital dos Covões (VMER)
chegou para apoiar os dois
bombeiros. O parto ocorreu na
via rápida de Taveiro já perto do
local de destino, a maternidade.
No final, mais um parto realizado por bombeiros com plena
eficácia numa das suas ambulâncias.
ÓBIDOS
C
N
o passado dia 27 de maio,
poucos minutos depois das
9 horas, soou o alarme no quartel dos Bombeiros de Grandola,
dando conta de uma mulher de
38 anos em trabalho de parto.
Chegados ao local, os bombeiros mal tiveram tempo para fazer a avaliação da parturiente,
pois o rompimento da bolsa de
águas acabou por precipitar o
nascimento do pequenito César,
que às 9.30 já era o centro de
todas as atenções, principalmente do 2.º comandante Joaquim Duarte e dos bombeiros
Paulo Morgado, Luís Conceição
e Ana Nunes, que assumiram
com mérito a missão de parteiros.
Mãe e filho foram posteriormente avaliados pela tripulação da VMER do Hospital do Litoral Alentejano e, depois, encaminhados, com acompanhamento
médico,
para
a
maternidade de Setúbal.
BARREIRO
Corpo de Bombeiros do Sul
e Sueste assegurou o dispositivo de prevenção às comemorações do Dia da Marinha,
no Barreiro.
O dispositivo integrou três
viaturas e 13 operacionais dos
Bombeiros do Sul e Sueste, comandados pelo adjunto Bruno
Loureiro, e ainda três viaturas e
nove bombeiros do Corpo de
Salvação Pública, dirigidos pelo
2.º comandante Rui Silva, bem
como com o Veículo de Comunicações do Comando Distrital de
Operações de Socorro de Setúbal da Autoridade Nacional de
Proteção Civil.
O sucesso desta operação
mereceu reconhecimento das
estruturas de comando dos
bombeiros e da Marinha Portuguesa.
om o intuito de proporcionar “um dia pleno de felicidade e diversão” aos alunos da
Unidade de Multideficiência da
Escola Josefa de Óbidos, o Corpo de Bombeiros de Óbidos
acompanhou este grupo numa
visita ao Jardim Zoológico de
Lisboa.
“Foi um dia inesquecível
para estas crianças, com a partilha de muitos sorrisos e com
muito mimo”, refere fonte dos
Bombeiros de Óbidos, sublinhando que esta ação se insere numa aposta de proximidade com a população, congratulando-se com o facto de, para
alguma destas crianças, esta
ter sido uma oportunidade única para “desfrutarem de momentos que podem ser importantes para o seu desenvolvimento”
O Corpo de Bombeiros de
Óbidos acredita “no quanto é
bom a aceitação daquilo que
somos e dos que os outros
são”, defendendo que ser “diferente não é ser desigual”.
BARREIRO
Fotos: Marques Valentim
O
Prevenção nas comemorações
do Dia da Marinha
Apoio em deslocação ao zoo
O
Exercício testa meios
s Bombeiros Voluntários do Sul
Sueste (Barreiro) realizaram, no
âmbito do Plano de Emergência Interno da Escola EB1 do Lavradio, no
concelho do Barreiro, um de simulacro de incêndio estrutural.
Este exercício teve como objetivo
testar tanto a capacidade de intervenção do corpo de bombeiros na
resposta a situações que possam
ocorrer no estabelecimento de ensino, como a operacionalidade das
equipas de evacuação escolar.
O exercício de simulacro envolveu
14 elementos do Corpo de Bombeiros
e quatro viaturas operacionais: VCOT,
VUCI e duas ABSC.
19
JUNHO 2013
LISBOA
Acidente aéreo em exercício
A
aterragem de uma aeronave foram dos limites da pista 03 do aeroporto de Lisboa originando um grave acidente, foi mote para um exercício que mobilizou muitos operacionais e meios
durante toda a noite de 1 de junho.
“Um “runway excursion” ocorre pouco antes do
avião ter saído da pista e ter-se partido em duas
partes, ficando a posterior às asas dentro na área
do aeroporto e a restante na via rápida (CRIL)”,
uma situação de extrema gravidade que recriada
permitiu testar e treinar a capacidade de intervenção dos vários agentes e proteção civil.
O exercício “ALS2013” envolveu mais de 2500
pessoas, nomeadamente bombeiros, Polícia de
Segurança Pública, Guarda Nacional Republicana,
INEM, CDOS, serviços municipais e meios da ANA
aeroportos.
Este mega exercício permitiu a avaliar a resposta e coordenação dos meios internos do aeroporto e a articulação com os dispositivos e socorro externos e supra municipais de.
Sérgio Santos
CASTELO BRANCO
OLIVEIRA DE AZEMÉIS
Simulacro na escola agrária
Resposta certificada
R
Fotos: António Júnior
ealizou-se na EB1 de Fonte
Joana um simulacro de incêndio, que mobilizou 10 operacionais e três viaturas dos Voluntários de Oliveira de Azeméis, e envolveu alunos, professores e funcionários.
O cenário recriado permitiu
testar reações e ações ao alerta
de foco de incêndio, quando os
meios primeira intervenção
existentes na escola se revelaram ineficazes, tendo contudo
sido possível, apesar do muito
fumo, evacuar todos os ocupantes do edifício para local seguro.
Coube aos Bombeiros de Oliveira de Azeméis dominar e extinguir o incêndio e de seguida
R
ealizou-se, recentemente, nas instalações da
Escola Superior Agrária de Castelo Branco
(ESACB) um simulacro de incêndio, com o intuito
de testar o plano de emergência deste polo de
ensino, elaborado com o contributo dos alunos no
âmbito da atividade letiva do curso de Engenharia de Proteção Civil.
A organização da iniciativa esteve a cargo de
um grupo de finalistas do referido curso em colaboração com os elementos técnicos e órgãos diretivos da instituição.
Este exercício permitiu avaliar a capacidade e a
operacionalidade dos meios de primeira intervenção interna e os procedimentos definidos para situações de emergência. Simultaneamente, esta
iniciativa visou promover a designada cultura de
segurança e alertar a comunidade escolar para
medidas de autoproteção, de atuação e de evacuação, que todos os cidadãos devem ser capazes de executar em caso de acidente.
O cenário do exercício assentou num incêndio
numa fotocopiadora, instalada no 1.º piso, nas
proximidades da biblioteca. Deste cenário resultou um ferido ligeiro em consequência de uma
nas escadas no momento da evacuação.
Após a deteção do foco de incêndio foi dado o
alerta e logo depois acionados os meios de primeira intervenção da escola. A resposta da comunidade escolar foi ajustada, tendo a evacuação para os Pontos de Encontro estipulados ocorrido com normalidade.
Os Bombeiros Voluntários de Castelo Branco
colaboraram ativamente na preparação do simulacro e responderam com prontidão, fazendo deslocar para o local um Veiculo Urbano de Combate
a Incêndios (VUCI) e uma ambulância, com as
respetivas guarnições. A forma rápida e coordenada como as equipas atuaram permitiu perceber
o grau de preparação e treino dos operacionais, o
que serviu para reforçar a confiança da comunidade escolar relativa aos meios de socorro disponíveis.
proceder às operações de ventilação do edifício.
Terminado o exercício, a co-
munidade escolar pode assistir
à demonstração de técnicas de
extinção de incêndios urbanos.
SÃO BRÁS DE ALPORTEL
Intercâmbio e partilha de experiências
A
Equipa de Intervenção Permanente (EIP)
dos Voluntários de São Brás de Alportel
realizou um exercício de Salvamento em
Grande Ângulo, na ponte da Atalaia, em Aljezur, tendo posteriormente os Bombeiros de Aljezur promovido um simulacro de Salvamento
e Desencarceramento em São Brás de Alportel, ações que visaram o intercâmbio e a partilha de conhecimentos entre congéneres,
tendo em vista a melhoria do desempenho
profissional dos operacionais que garantem
proteção e socorro às populações.
20
JUNHO 2013
TRAFARIA
OEIRAS
Fuga num depósito em exercício
Simulacro de abalo sísmico
U
ma fuga num depósito de gás das instalações da RepsolGás na Banática, no
concelho de Almada levou ao acionamento
do dispositivo de segurança da empresa e
dos meios de socorro exteriores, em mais
um simulacro que visou testar tanto os pro-
cedimentos de segurança numa empresa
que armazena gás (GPL) como a articulação dos operacionais no teatro de operações.
Esta iniciativa, inserida nas comemorações do Dia Municipal do Bombeiro, mobili-
zou meios humanos e veículos dos corpos
de bombeiros de Trafaria, Almada e Cacilhas que contaram com o apoio do serviço
municipal de proteção civil e da Policia de
Segurança Pública.
Sérgio Santos
ALMADA
Operacionais testam meios
N
o âmbito das comemorações do Dia Municipal do Bombeiro, os Voluntários de
Almada realizaram, no passado mês de
maio, realizaram cinco simulacros de In-
cêndio em escolas básicas, com a finalidade
de testar os planos de emergência interno e
externo destas unidades de ensino.
Os exercícios permitiram ainda, “de-
monstrar a capacidade técnica e operacional dos Bombeiros de Almada, bem como a
sua prontidão em missões de socorro”.
SETÚBAL
Fotos: CMsetúbal
Capacidade de articulação de equipas
U
m simulacro de um sismo
com forte impacto na zona
do centro histórico, realizado,
em Setúbal, no passado dia 6
de junho, demonstrou a capacidade de articulação das equipas de proteção e socorro locais e nacionais para resposta a
um cenário de catástrofe.
Poucos minutos antes do fim
do exercício “Bocage 2013”, a
presidente da Câmara Municipal de Setúbal e autoridade
máxima da proteção civil local,
Maria das Dores Meira, resumia
que “tudo correu muito bem.
Todas as entidades evolvidas
responderam da melhor forma
aos desafios do simulacro.
Além disso, a evacuação das
escolas também correu muito
bem”.
Na sequência do alarme de
um sismo de 6,4 na escala de
Richter com epicentro na Ribeira de Coina, foram evacuadas
duas escolas do centro de Setúbal, a EB/JI dos Arcos e a Escola Secundária Sebastião da
Gama, assim como os Paços do
Concelho, o edifício sede da
Câmara Municipal.
Além das equipas e meios
técnicos de várias forças de segurança e socorro, o simulacro
mobilizou 1480 alunos, 80 professores, 25 funcionários escolares e mais de uma centena de
técnicos municipais.
O comandante da Companhia de Bombeiros Sapadores
de Setúbal (CBSS) sublinhou a
importância da realização de
exercícios desta natureza, “não
apenas para testar a capacidade de reação” das equipas da
proteção civil, mas também
porque considera ser necessário incutir “uma cultura de segurança na população”.
Além da evacuação dos edifícios com maior número de pessoas a funcionar na Baixa da
cidade, o simulacro, preparado
com mais de um mês de antecedência, obrigou a proteção
civil a prestar assistência num
cenário em que se teriam registado 16 mortos, 750 feridos,
3500 desalojados e duas centenas de edifícios danificados.
Todas as equipas e entidades
envolvidas no “Bocage 2013”,
incluindo, entre outros, 40
bombeiros sapadores e voluntários e agentes da PSP e da
GNR, seguiram as diretrizes
traçadas no Plano Municipal de
Intervenção para o Centro Histórico de Setúbal.
N
o âmbito da semana da proteção civil de Oeiras, realizou-se no
dia 1 de junho um simulacro de abalo sísmico que originou um
incêndio no edifício da câmara municipal e ainda um acidente de
viação no largo Marques de Pombal, em Oeiras.
Na resposta ao “sinistro” estiveram envolvidos os sete corpos de
bombeiros do concelho, nomeadamente Algés, Barcarena, Carnaxide, Dafundo, Linda-a-Pastora, Oeiras e Paço de Arcos com múltiplos meios humanos e operacionais que foram apoiados pela Policia
de Segurança Pública, Policia Municipal, CDOS e pelo serviço municipal de proteção civil entre outros departamentos da autarquia.
Sérgio Santos
21
JUNHO 2013
OVAR
Fotos: BVO/Henrique Gomes
Câmara avalia e ajusta procedimentos
C
om o intuito de testar a capacidade de resposta do Corpo de
Bombeiros de Ovar em responder a um incêndio no edifício
dos Paços do Concelho, realizou-se recentemente um exercício
que permitiu ainda ajustar procedimentos das equipas de 1.ª in-
tervenção, bem como as tática e manobras no reconhecimento,
busca e salvamento e estabelecimento dos meios de ação em situações de incêndio urbano.
Segundo fonte dos Voluntários de Ovar, o simulacro foi iguala-
mento importante para certificar as atuações do comando no
controlo e organização de teatros operacionais, articulação de
meios e a cooperação entre os diferentes agentes de proteção
civil.
ALIJÓ
VILA NOVA DE GAIA
Intervenção conjunta
Município testa meios
O
s Bombeiros Voluntários de
Alijó, em colaboração com a
Escola Básica de 2.º e 3.º ciclos
da vila sede do município, realizaram um simulacro de incêndio nas instalações da estabelecimento de ensino.
Este exercício envolveu, para
além dos operacionais de Alijó,
os bombeiros de Favaios, Sanfins do Douro e Cheires, numa
clara aposta na cooperação e
trabalho de equipa “essenciais
para o sucesso de toda e qualquer operação de proteção civil”.
Em declarações ao nosso jornal, os responsáveis operacionais salientam que a realização deste simulacro fica a dever-se “à grande colaboração da direção da escola, bem como ao empenho
dos professores responsáveis pelo Clube da Proteção Civil local, que distribuíram CDs e deram
informação às turmas envolvidas sobre as principais regras numa suposta evacuação, para que
caso surja uma situação real a evacuação seja
eficaz e eficiente”.
A chegada dos bombeiros à escola “foi rápida e
a transmissão da informação foi eficaz” O 2.º comandante do Corpo de Bombeiros de Alijó, responsável pela operação, desenvolveu uma estratégia e iniciou desde logo o combate ao foco de
incêndio e à busca e salvamento das vitimas.
À medida que as equipas dos outros corpos de
bombeiros foram chegando, foi-lhes atribuída
missão, cabendo aos operacionais de Favaios a
evacuação das vitimas que iam sendo resgatadas
do edifício e aos de Sanfins do Douro a busca e
salvamento de uma das vitimas que se encontrava num 2.º andar do complexo e ainda a extinção
de um foco secundário de incêndio. Neste cenário
os bombeiros de Cheires tiveram como missão
proteger pontos sensíveis e abastecer as viaturas
envolvidas no combate direto.
No briefing, o comandante José Rebelo dos
Voluntários de Alijó agradeceu a presença de to-
O
dos e enalteceu a qualidade da intervenção dos
bombeiros e o seu empenho no teatro de operações
município de Vila Nova de Gaia tem sido palco
de vários simulacros que visam testar planos
de segurança de várias instituições concelhias,
avaliar respostas operacionais e treinar atuações
e procedimentos da comunidade em situação de
emergência, nomeadamente em caso de incêndio.
Neste âmbito, a Associação das Aldeias de
Crianças SOS foi cenário para um exercício que
envolveu os Sapadores de Gaia, os Voluntários de
Valadares e ainda a Polícia de Segurança Pública
e Polícia Municipal e que segundo fonte do Serviço Municipal de Proteção Civil “cumpriu os objetivos propostos.
Também Antiga Casa Pompeu – Carlos Ferreira
da Silva & Filhos, Lda, realizou um simulacro de
incêndio nas suas instalações, na Travessa do
Barroco, em Vila Nova de Gaia.
A evacuação e socorro, a cargo dos Sapadores
de Gaia decorreram de uma forma organizada,
tendo a empresa demonstrado preparação para
responder a este tipo de sinistros.
A Fundação Couto, na Av. da República, Mafamude, também testou, recentemente o plano de
segurança interno com a simulação de um incêndio na cozinha, que mobilizou para além dos Sapadores de Gaia, a Polícia de Segurança Pública e
a Polícia Municipal, envolvendo 239 pessoas, entres as quais 193 crianças, nomeadamente 30
bebés e 40 crianças com um ano.
A Proteção Civil Municipal pode desta forma
comprovar “a organização e rapidez com que a
instituição consegue fazer o exercício de evacuação, provando que a prática é a única garantia de
êxito nestas situações”.
Também a EB1/JI de Chouselas, do Agrupamento de Escolas D. Pedro I realizou o exercício
de incêndio que mobilizou os Bombeiros Sapadores de Gaia, os Voluntários de Coimbrões envolveu 244 pessoas.
22
JUNHO 2013
GONDOMAR
Avenida serve de cenário a exercício
S
eis corpos de bombeiros do concelho de Gondomar, num total
de 61 operacionais participaram no dia 16 de junho, num simulacro de um acidente de viação na Avenida Oliveira Martins, numa
iniciativa promovida
Este exercício operacional, integrado nas comemorações do cen-
tenário Voluntários de Gondomar, visou testar os meios humanos e
materiais na resposta a um acidente de viação seguido de um fogo
florestal.
O “cenário” preparado para o simulacro previa um choque frontal
entre um veículo ligeiro e um veículo pesado de passageiros, ha-
vendo, ainda, um capotamento de um outro veículo após embate,
situação que causaria 21 feridos, seis dos quais em estado grave.
Além bombeiros de Gondomar, Valbom, Areosa, S. Pedro da
Cova e Melres, também os voluntários de Valongo participaram
nesta ação.
ESPINHO
Operacionais em Sevilha
U
ma força operacional conjunja dos Bombeiros
da Cidade de Espinho participou, recentemente, no exercício Internacional Task Force
2013 em Sevilha, num presença notada e que
mereceu até o reconhecimento do comandante
da Força Sanitária do Exercito Espanhol.
Com temperaturas rondando os 40º C, o gru-
po de Espinho marcou presença “em todas as
ocorrências que foram injetadas ao longo do
exercício e que geraram um total de 222 vítimas”.
Em jeito de balanço os bombeiros de Espinho
sublinham terem “no meio de centenas de participantes”, deixado “uma marca pela qualidade,
disponibilidade, trabalho em equipa, capacidade
logística e de organização, prontidão, espírito de
corpo, sentido de missão e empenho máximo”.
“Dormimos em períodos de 4 horas e comemos pouco. Mas nem isso impediu de deixarmos
indiscutivelmente lembranças únicas a todos que
lidaram connosco”, dizem.
VAGOS
ODIVELAS
Treino em elevação de emergência
D
O
s Bombeiros Voluntários de Odivelas promoveram, recentemente, mais um workshop subordinado à temática. “Elevação de emergência
de autocarros”.
“O desencarceramento pesado destaca-se dos
outros cenários de acidente pelo desafio que representa estabilizar e elevar cargas ou objetos
com dimensões e pesos significativos”, salientou
um dos responsáveis por este treino técnico que
durante 11 horas permitiu abordar, entre outras
matérias, conceitos básicos de elevação de
emergência, o desenho de autocarros, equipamentos e “cribbing”.
Saliente-se a forte componente prática desta
iniciativa que permitiu testas os conhecimentos
de operacionais dos corpos de bombeiros de Al-
cabideche, Almoçageme, Arruda dos Vinhos, Cadaval, Fanhões, Póvoa de Santa Iria e Torre de
Moncorvo.
Sérgio Santos
“Claro que aprendemos muito, mas também
ensinamos. Acima dos Corpos de Bombeiros de
Espinho e Espinhenses, FOCON do Agrupamento, cidade de Espinho, deixamos, com muita elevação, a marca dos bombeiros portugueses”,
acrescenta Pedro Louro, o comandante operacional do agrupamento,
Bombeiros avaliam técnicas
de escoramento e desobstrução
ecorreu no quartel dos Voluntários de Vagos, uma ação de
formação de Técnicas de Escoramentos e Desobstrução, que reuniu operacionais de Vagos e de
Oliveira do Bairro.
O curso com a duração de 50
horas permitiu aos formandos
trabalharem em técnicas de escoramento de estruturas em pré
colapso, na desobstrução em estruturas colapsadas, na progressão em espaços confinados, assim como na abertura de acessos
em estruturas urbanas para a extração e salvamento de vítimas.
Foi ainda abordado o treino de
escoramento e resgate em valas
e trincheiras.
Os intervenientes fazem um
balanço “muito positiva” desta
iniciativa que permitiu não só colmatar “uma lacuna formativa
nesta área do socorro”, mas que
também “serviu para a aproximação e interação entre os elementos destes corpos de bombeiros que cada vez mais têm de
ser cooperantes nos diversos teatros de operações”.
23
JUNHO 2013
R
SETÚBAL
FERREIRA DO ZÊZERE
Máquinas de rasto mobilizam bombeiros
Operacionais em treino
ealizou-se, recentemente,
em Mação o primeiro Treino
Operacional com Máquinas de
Rasto envolvendo operacionais
dos corpos de bombeiros do
distrito de Setúbal e a participação de três elementos de comando.
Esta ação teve como objetivo
preparar as estruturas de comando para a coordenação de
operações de combate a incêndios florestais com o apoio de
máquinas de rasto.
O
s Voluntários de Ferreira do Zêzere receberam treino em salvamento de grande angulo,
uma formação teórico-prática que permitiu “ex-
BARCELOS
N
ALGARVE
Ação de treino operacional
Incêndios urbanos e industriais
reúnem chefes de equipa
uma iniciativa do CDOS de
Braga realizou-se uma ação
de treino operacional para elementos que executem as funções de 1.º comandante de
operações de socorro, envolvendo 20 elementos do Corpo
de Bombeiros Voluntários de
Barcelos
Em jeito de balanço, formandos e formadores reconhecem a
importância destas iniciativas
que permitem interação e articulação entre as diversas entidades nos diferentes teatros de
operações.
D
ecorreu no quartel de Vila
Real de Santo António o 1.º
curso da Escola Nacional de
Bombeiros (ENB) para chefes
de equipas de combate a incêndios urbanos e industriais dirigido aos bombeiros algarvios, iniciativa que segundo os intervenientes constituiu “um grande
passo na preparação dos bombeiros do Algarve permitindo
suprimir necessidades formativas nesta área determinadas
pela ausência na região de um
polo de formação de incêndios
estruturais”.
Os Bombeiros de Vila Real de Santo António
cederam as instalações para realização desta
ação, depois de trem sido efetuados melhoramentos na casa de fogo, o que permitiu “elevar
ao nível extremo o grau de exigência necessário
para a preparação dos operacionais nomeadamente na vertente de incêndios estruturais”.
ENTRONCAMENTO
V
Visita à Central do Pego
ários elementos dos Voluntários do Entroncamento visitaram a Central de Ciclo Combinado do Pego, concelho de
Abrantes. A visita, inserida no
Plano de Formação Interna permitiu aos operacionais complementar a componente teórica
com o contacto direto com sistemas de combate a incêndios,
instalações de gás natural e instalações elétricas de AT/MT/BT.
Esta ação contou com o apoio
das empresas PEGOP e ELECGÁS.
João Pitacas
D
plorar as potencialidades dos equipamentos”, recentemente oferecidos aos bombeiros por empresários do concelho
O grupo integrou graduados dos corpos de
bombeiros de Aljezur, Portimão, Albufeira e Tavira, orientados por Valter Raimundo dos Bombeiros de Portimão e João Horta dos Bombeiros de
Tavira, formadores da ENB na área de Combate a
Incêndios Urbanos e Industriais.
in Safeplace 52
BARREIRO
CELORICO DE BASTO
Sul e Sueste investe em formação
Exigência e profissionalismo
no teatro de operações
ezenas de operacionais
do Corpo de Bombeiros
do Sul e Sueste participaram
em várias ações de formação, dando assim continuidade a uma política assente
no investimento na formação, considerado prioritário
pela direção e comando.
Neste âmbito, 48 operacionais deslocaram-se ao
Quartel de Pinhal Novo para
participar numa formação
em “Prevenção e Técnicas
de Luta Contra Fogos De
Gás – Nível I”, ministrada
pela DIGAL GÁS. Esta ação
juntou ainda bombeiros de
Pinhal Novo, Palmela, Trafaria e do Corpo de Salvação
Pública do Barreiro.
Refira-se ainda no âmbito
do Curso de Instrução Inicial do Bombeiro, que 4 es-
O
tagiários dos Voluntários de
Sul e Sueste terminaram
entretanto o curso de técnicas de socorrismo”, ministrado por formadores da Escola Nacional de Bombeiros,
no quartel do Seixal.
Da mesma forma, também sete operacionais concluíram com sucesso o Mó-
dulo 3 do curso de Tripulante de Ambulância de Socorro (TAS).
A direção da Associação
Humanitária dos Bombeiros
Voluntários do Sul e Sueste
sublinha “o empenho e a dedicação do comando e de
todos os bombeiros e bombeiras que, ocupando volun-
tariamente o seu tempo livre se disponibilizaram para
participar nestas ações,
num sinal inequívoco de
grande comunhão de objetivos e sempre com os olhos
postos no servir cada vez
melhor o concelho do Barreiro, o distrito de Setúbal e
o país”.
quartel da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários Celoricenses acolheu uma
formação de 1.º COS, promovida
pela Autoridade Nacional de Proteção Civil, que contou com a
participação de 25 operacionais,
entre subchefes, bombeiros de
1.ª, de 2.ª e de 3.ª.
Os bombeiros participantes puderam, desta forma, adquirir conhecimentos necessários a “exercerem da melhor forma a função de Comandante de Operações de Socorro “.
O comandante dos Voluntários Celoricenses, António Marinho Gomes, vê a formação “como alicerce primordial na evolução dos bombeiros”, salientando que
“independentemente de se tratar de bombeiros assalariados ou não, a formação
é fundamental para que todos atuem com o profissionalismo exigido em qualquer
teatro de operações”.
“Temos noção de que é necessário estarmos sempre atualizados com os novos
equipamentos que vão surgindo e com as novas situações que vão aparecendo e
só com a devida formação é possível poder contar com um corpo ativo apto para
qualquer situação”, destacou o mesmo responsável operacional.
24
T
JUNHO 2013
MIRA
FAFE
Formação conjunta
Ação de treino em incêndios
endo em vista o Dispositivo Especial de Combate
a Incêndios Florestais (DECIF) para o ano de 2013, o
Corpo de Bombeiros de Mira
promoveu uma instrução
conjunta em condução fora
de estrada, envolvendo também uma dezena de operacionais dos Voluntários Penacova.
À semelhança de ações
anteriores com outros quartéis da região, este treino
operacional teve como finalidade adaptar motoristas às características de um tipo de terreno
arenoso, que exige alguma perícia para fazer progredir os veículos.
Em declarações ao nosso jornal, os responsáveis declararam que esta instrução considerada
como uma “mais valia para intervenções futuras”, permitiu “promover o espírito de amizade e
camaradagem entre os elementos dois corpos de bombeiros”.
A
zona da Pica, S. Gens, foi o
cenário escolhido para uma
ação de treino de combate a incêndios florestais, promovida
pelos Bombeiros Voluntários de
Fafe (BVF), com a colaboração
do Comandante Operacional
Municipal e a Junta de Freguesia de S. Gens.
Durante a manhã os operacionais abriram faixas de contenção com material sapador e
outro apropriado para este tipo
de trabalho, com a supervisão
de José Novais, adjunto de comando dos Voluntários de Fafe,.
Ao início da tarde foram efetuadas queimadas controladas.
No final, os participantes sa-
COIMBRA
s Bombeiros Voluntários de
Coimbra continuam a apostar na formação dos seus operacionais tendo nos últimos meses
realizado dois cursos através da
empresa 4EMES no centro de
formação da CBS Coimbra.
Reforçaram aptidões técnicas
combate a incêndios em estruturas 24 bombeiros, que viram
nesta formação uma oportunidade de estarem melhor preparados para as intervenções na
zona histórica, que traz sempre
uma grande preocupação devido a especificidade da baixa da
cidade.
Um outro curso, de técnicas de salvamento e
desencarceramento, mobilizou 16 operacionais e
assentou na organização e sistematização do
conceito SAVER bem como na extração de vítimas encarceradas.
Os formadores Carlos Ferreira, Jorge Humberto e Nelson Antunes investiram na preparação
dos operacionais desenvolvendo múltiplos exercí-
Preparação para novas realidades
C
cios procurando desta forma assegurar “maior
eficácia e capacidade de resposta no socorro e
salvamento”.
A Associação Humanitária de Bombeiros Voluntários de Coimbra tem, no corrente ano, reforçado a aposta na formação diversificada dos seus
bombeiros.
Sérgio Santos
priamente na a época de incêndios que se aproxima e que promete ser trabalhosa”.
ALIJÓ
Bombeiros apostam em formação
O
lientaram a importância destas
formações “bastante úteis para
lidar em cenário real, mais pro-
om o intuito de preparar os
seus operacionais os Voluntários de Alijó investiram na
formação em Técnicas de Salvamento em Grande Ângulo,
numa ação que contou com a
iniciativa e empenho da Federação dos Bombeiros do Distrito
de Vila Real, em estreita colaboração com a NERVIR.
Em declaração ao nosso jornal fonte dos Voluntários de Alijó refere ser esta mais “uma
demonstração de que os bombeiros voluntários de Portugal
continuam, sem sombra de dúvidas, empenhados em servir e
proteger as populações”, salientando ainda o empenho do comando em preparar os seus
operacionais, agora com responsabilidades acrescidas, dando como exemplo as obras na
Barragem de Foz Tua.
25
JUNHO 2013
SINTRA
Formação com fogo real
SOURE
Reforçar aprendizagens
A
emergência pré-hospitalar, tem muitas vertentes de socorro nomeadamente o trauma, matéria que os Voluntários de Soure puderam aprofundar, recentemente, numa ação de formação.
O curso de trauma intensivo com duração de
dezasseis horas permitiu aos operacionais realizar várias atividades a nível de salvamento de
vítimas em meio aquático, em espaços confinados, em poços e em acidentes rodoviários.
Sérgio Santos
ESMORIZ
Nadadores salvadores (re)certificados
A
Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Sintra realizou, na localidade de
Peroleite (Assafora), uma formação de incêndios
florestais/rurais, com fogo real.
Os incêndios florestais “propiciam condições
para o surgimento de situações complexas, normalmente potenciadas por condições meteorológicas extremas de difícil previsão”, podendo originar situações graves do ponto de vista de perdas
de vidas humanas e bens, o que na ótica deste
corpo de bombeiros exige “preparação e aperfeiçoamento das várias forças e entidades, que têm
um papel ativo e fundamental na proteção da floresta, enquanto bem precioso do nosso pais”,
conforme defendem os Voluntários de Sintra.
S. JOÃO DA MADEIRA
V
Aprender para servir melhor
ários elementos do corpo ativo dos Voluntários de São João da Madeira participou
num curso de condução de ambulâncias de
emergência ministrado por dois formadores
do INEM, uma ação que teve como objetivo
dotar os formandos de técnicas de condução,
que lhes permitem garantir a segurança no
decorrer dos serviços de emergência, quer
para a vítima e tripulação da ambulância, quer
para os restantes automobilistas. Os forman-
dos tiveram assim a oportunidade de aperfeiçoar o seu desempenho no transporte e melhorar as suas capacidades na condução das
viaturas.
Numa época em que todas as associações
lutam contra os efeitos nefasto da crise direção e comando não poupam esforços para
proporcionar ao corpo de bombeiros condições de trabalho com notórios reflexos na
qualidade do serviço prestado à comunidade.
FAFE
S
ete operacionais dos Bombeiros de Esmoriz
que também assumem a missão de nadadores salvadores, depois de um mês de árduo trabalho de preparação, realizaram com sucesso o
exame de recertificação, estando agendadas outras ações para concluir este processo que habilitará para funções na praia outros elementos do
corpo ativo.
Registe-se que as praias situadas entre Esmoriz e Maceda, numa extensão de costa de sete
quilómetros, são frequentadas por um elevado
número de banhistas aos fins de semana, mesmo
fora da designada época balnear exigem prontidão e eficácia aos bombeiros de Esmoriz.
Há 15 anos que a Secção de Nadadores Salvadores deste corpo de bombeiros assegura esta
missão, com bons resultados, muito embora os
apoios escasseiem e as condições de trabalho nomeadamente de acessos aos areais não sejam as
melhores, nada que faça esmorecer os operacionais sempre prontos para responder às solicitações dos banhistas.
SÃO BRÁS DE ALPORTEL
O
Operacionais apuram técnica
s Bombeiros de
São Brás de Alportel realizaram no
quartel dos Voluntários da Ortigosa, no
distrito Leiria, uma
ação de formação em
Busca e Resgate em
Estruturas Colapsadas
(BREC), numa iniciativa que visou a obtenção de conhecimentos
e o aperfeiçoamento
técnico dos operacionais nesta área do socorro.
Fotos: BV Fafe
Estagiários complementam instrução
O
s estagiários dos Bombeiros
Voluntários de Fafe (BVF)
deslocaram-se à Unidade Local
de Formação (ULF) de Castro
Daire, com o intuito de tomarem contacto com fogo real, em
contentor, nesta que foi a última instrução do módulo de Extinção de Incêndios Urbanos e
Industriais.
A formação incluiu a preparação física e ainda ações na vertente da ventilação hidráulica e
busca e salvamento no contentor. Os estagiários participaram
ainda num exercício de extinção
de incêndios no interior do contentor.
Nesta deslocação os futuros
reforços dos Voluntárias de Fafe
foram acompanhados pelo adjunto Paulo Ferreira, do subche-
fe Hélder Pereira e da bombeira
de 2.ª, Filipa Ribeiro, e puderam contar com o apoio dos
operacionais Filipe Rodrigues e
João Cardoso dos Bombeiros de
Castro Daire.
26
JUNHO 2013
FAMALICÃO DA SERRA
Combate a incêndios florestais em jornada
U
m Curso de Combate a Incêndios Florestais com o
qual se abriu a 7.ª Jornada de
Análise ao Incêndio de Famalicão, que se realizou no passado
mês de maio em Famalicão da
Serra, no distrito da Guarda.
Pelo sétimo ano consecutivo,
o Projeto Sérgio Rocha e o Portal Bombeiros.pt associaram-se
para trazer à memória de todos
o trágico acidente que a 9 de
julho de 2006 ceifou a vida a
seis bombeiros, entre eles o
bombeiro português Sérgio Rocha, e assim evitar que os mesmos erros sejam cometidos e
que mais vidas se percam. Desta forma, uniram-se e contaram
com o apoio dos Bombeiros Voluntários de Famalicão da Serra, da Junta de Freguesia de Famalicão da Serra, da Afocelca e
do Centro de Estudos sobre Incêndios Florestais (CEIF) da
Universidade de Coimbra para
realizar um Curso de Combate a
Incêndios Florestais com um
enfoque extremamente prático.
Esta formação ofereceu aos
cerca de 40 participantes um
conjunto de informações que
visam aumentar a capacidade
de análise e de atuação das
equipas de combate, garantindo assim a melhoria na intervenção e na capacidade de observação que permita uma ação
eficaz e em segurança.
Na lição de abertura, Daniel
Rocha, responsável pelo ProjetoProjecto Sérgio Rocha, visitou
a história e fez o retrato dos
principais momentos do incêndio de 2006, apresentando depois algumas das conquistas
que desde 2007 e até 2012 a
Jornada de Análise ao Incêndio
de Famalicão já tinha obtido
com a sugestão de alterações a
entidades governamentais. Finalizou com a apresentação dos
objetivos para o que resta de
2013 e para o ano de 2014,
anunciando a intenção de realizar um documentário sobre o
incêndio de Famalicão e anunciado que seguirá para a Liga
dos Bombeiros Portugueses
(LBP) uma proposta de colaboração para o lançamento de um
projeto de fabrico de uma mochila de transporte de “fire-
-shelter” de origem portuguesa
e que possa conjugar os fatores
da segurança, da eficiência, do
conforto e do preço.
Após esta apresentação, Carlos Rossa abordou o tema da segurança no combate, destacando-aquele que é, no seu entender, um instrumento extremamente fácil de utilizar e com
uma capacidade enorme de permitir um combate eficaz e seguro. Baseado no sistema norte-americano LACES, Rossa defendeu a implementação deste
sistema de segurança no combate através da sua tradução
para o sistema MARCA – Monitorização, Ancoragem, Rotas de
Fuga, Comunicação e Área de
Segurança, permitindo desta
forma uma maior identificação
do combatente português com a
terminologia portuguesa e uma
maior capacidade de implementação pela proximidade linguística.
Seguiu-se a intervenção de
David Davim, centrada na temática do combate e que forneceu algumas pistas de atuação
tendo em consideração a observação de um conjunto de fatores são essenciais no desenrolar
de um combate eficaz. Destacou-se nesta lição a questão do
Alinhamento de Fatores e a importância da sua integração no
Sistema de Gestão de Operações (SGO), possibilitando desta forma uma maior capacidade
de previsão da evolução do
combate. Foram duas lições
muito complementares e que
forneceram dicas de atuaçãoactuação muito úteis e que tiveram uma excelente receçãorecepção por parte dos participantes.
Já Domingos Xavier Viegas
fez num primeiro momento
uma revisão da história recente
ao nível dos números de incêndios florestais ocorridos depois
de uma época de chuvas intensa, revelando que é a primeira
vez que estamos a chegar ao
final do mês de maio com um
índice de chuvas tão elevado e
alertando que, caso a época de
chuvas termine agora, poderemos esperar uma fase complicada ao nível dos incêndios florestais no final de julho ou início
de agosto. Após esta chamada
de atenção, seguiu-se uma lição sobre as medidas de segurança mais eficazes perante a
possível ocorrência de fenómenos extremos do fogo, não se
coibindo de alertar os presentes
para a possibilidade de, perante
alguns desses fenómenos extremos e perante algumas condições do incêndio, ser impossível fazer um combate em segurança, sugerindo que nesses
casos se recue para uma redefinição de estratégia. Numa lição
sempre pontuada com conselhos de combate (como ocorreu
nas lições da manhã), Domingos Xavier Viegas terminou a
sua intervenção com uma referência ao Incêndio que em 2012
consumiu os concelhos de Tavi-
ÓBIDOS
O
Encontro de grupos cinotécnicos
grupo de cinotécnia do Corpo de Bombeiros de Óbidos,
recebeu no a visita do congénere do Regimento Sapadores
Bombeiros de Lisboa (RSBL),
um encontro surge “da necessidade de reforçar a importância da formação contínua nesta
área”.
Os sapadores aceitaram o
desafio e o resultado foi um dia
em cheio marcado por muito
trabalho, aprendizagem e valiosos contributos o desenvolvimento e crescimento do grupo
cinotécnico dos Bombeiros de
Óbidos.
ra e de São Brás de Alportel, fazendo referência às falhas existentes e dando conselhos sobre
atuação em condições idênticas.
Após este conjunto de lições
comunicações, que aconteceram na Casa da Cultura de Famalicão, o grupo deslocou-se
para o local do acidente, em plena serra de Famalicão, fazendo
a pé o trajeto que em 2006 foi
percorrido pelos seis homens e
tomando conta das dificuldades
que eles teriam sentido naquele
trágico dia. Este “staff-ride”, o
único que se realiza na Europa,
foi orientado por Domingos Xavier Viegas e foi complementa-
do com as palavras de alguns
dos homens que combatiam em
2006 naquele incêndio, tendo
Mário Santos (hoje 2.º Comandante da Corporação de Famalicão da Serra) relatado visivelmente emocionado o momento
em que viu o Sérgio Rocha pela
última vez e o momento em que
saiu queimado do incêndio. No
final, antecedendo o minuto de
silêncio que encerra cada Jornada, todos os presentes sentiram
vontade em apoiar a iniciativa
de criação da Mochila de transporte do “fire-shelter”, pois será
uma forma de ser ultrapassado
o desconforto que cria resistência por parte dos bombeiros à
sua utilização. Orlando Ormazabal, um dos apoiantes da iniciativa e representante máximo da
Afocelca, aproveitou este momento junto ao local onde foram
encontradas as ferramentas dos
seus combatentes e compatriotas para contar a sua experiência pessoal ao nível da utilização
do “fire-shelter”, revelando-se
emocionado com a forma como
é acarinhada e lembrada a memória daqueles que caíram. A
sessão terminou com um minuto de silêncio e com uma fotografia de grupo, prometendo a
organização mais atividades
para os próximos meses.
Bombeiros.pt
PAÇO DE ARCOS
A
Cooperação com Cabo Verde
Associação Humanitária dos Bombeiros de
Paço de Arcos (Portugal) assinou um protocolo de cooperação com a Câmara Municipal
de Santa Catarina (Cabo Verde), que visa
apoiar os bombeiros do município cabo-verdiano com formação e equipamentos.
Segundo a Inforpress, o protocolo foi assinado na terça-feira pelo presidente da associação portuguesa, Tiago Fernandes, e pelo
vereador da área da Proteção Civil, José Alves, em substituição do presidente santa-catarinense, e visa capacitar a corporação de
bombeiros de Santa Catarina (centro da ilha
de Santiago) nos domínios de salvamento e
de incêndios em florestas.
“A cooperação incide, sobretudo, a nível
técnico, na formação dos bombeiros, que
pode ser ministrada em Portugal e em Santa
Catarina. Nos equipamentos, vão fornecer
aquilo que poderem. Contamos, assim, trabalhar juntos para melhorar a nossa capacidade
técnica”, disse José Alves.
O vereador mostrou-se satisfeito pelo
apoio que a associação portuguesa vai conceder aos bombeiros municipais em relação
ao salvamento marítimo, tendo em conta
que, há pouco tempo, duas crianças perderam a vida no mar de Rincão e a equipa não
tinha meios nem pessoal formado para fazer
o resgate dos corpos.
Por seu lado, Tiago Fernandes realçou o
facto de os bombeiros servirem para “prestar um serviço público, neste caso, salvar
vidas”.
Por essa razão, acrescentou, a associação
a que preside vai, dentro das possibilidades,
apoiar o município de Santa Catarina com
fardamentos, equipamentos e formação.
“Vamos formar bombeiros para o curso de
socorrismo e capacitá-los para intervirem
em fogos florestais e em operações náuticas, com ações de formação para nadadores
salvadores”, realçou.
JSD // MLL
OLIVEIRA DE AZEMÉIS
C
CB dispõe de nova valência
om o intuito de continuar a
prestar um serviço de excelência à à população os Bombeiros de Oliveira de Azeméis dispõem desde o início do ano de
elementos habilitados a intervir
em árvores de grande porte.
Conciliando técnicas de grande ângulo e arborismo, estes
operacionais conseguem abater árvores que pela
sua envergadura, localização ou outro tipo cons-
trangimentos não podem ser
intervencionadas de modo convencional.
Este pioneiro método trabalho consiste no abate na vertical
evitando cortes de ruas e o uso
de maquinaria pesada,
Todas as operações são devidamente acompanhadas pelos
técnicos do gabinete técnico florestal da autarquia.
27
JUNHO 2013
T
ÁGUAS DE MOURA
ALMADA
Escola conjunta
Bombeiros na apresentação
de dispositivo municipal
eve início mais um curso de
formação inicial para novos
bombeiros, no distrito de Setúbal desta vez envolvendo Voluntários de Águas de Moura e
Palmela, num total de 21 estagiários.
O curso com a duração de
395 horas, contempla as componentes teórica e prática, em
seis módulos de formação que
se realizam no quartel dos
Bombeiros de Águas de Moura.
OEIRAS
Quartel recebe VECI
O
s Voluntários de Almada, marcaram presença
na apresentação da “Operação Floresta Verde, Floresta Segura 2013”.
Este corpo de bombeiros integra o dispositivo
municipal contra incêndios, conjuntamente com
os outros dois do concelho, assegurando o trabalho de prevenção e vigilância á zona verde do
concelho de Almada com uma equipa na zona da
Arriba Fóssil, área de paisagem protegida.
Registe-se que este pré-posicionamento de
meios tem garantido resultados muito positivos,
já que no ano de 2012, apesar do elevado número de ignições, Almada foi o concelho que a nível
nacional registou menor área ardida.
CASCAIS
Mota no quartel
N
o passado dia 18 de maio a
Associação Humanitária de
Bombeiros de Oeiras batizou
um veículo especial de combate
a incêndios, numa cerimónia
simples mas de grande significado para o corpo de bombeiros.
Este veículo acidentado a 18
de outubro de 2011, quando
circulava numa rotunda, junto
ao Cacem a cerca de 19 km/h
(registo dos instrumentos de
bordo) e se dirigia para um incêndio florestal junto à Ericeira,
provocou cinco feridos e um dos
quais com gravidade.
A sua recuperação durou
mais de ano e meio e agora, fi-
nalmente, o corpo de Bombeiros de Oeiras conseguiu, finalmente, colocar o carro operacional.
Os padrinhos foram os cinco
tripulantes acidentados.
Frente à formatura foram
agraciados o 2.º Comandante
Pedro Gaspar, transferido para
Mafra, e uma colaboradora da
secretaria que atingiu a idade
de reforma.
PAREDE
O
Duas novas viaturas entram ao serviço
Foto: Carlos Pereira
s Bombeiros Voluntários da
Parede, Cascais, apresentaram recentemente as três viaturas obtidas através de uma
candidatura da instituição ao
Quadro de Referência Estratégica Nacional (QREN) com o
apoio da Câmara Municipal de
Cascais.
O dia 1 de junho marcou a
entrada ao serviço das três viaturas de socorro: um veículo
urbano de combate a incêndios
(VUCI), um veículo tanque tático rural (VTTR) e um veículo
florestal de combate a incêndios (VFCI).
A cerimónia informal de
apresentação contou com a
presença do vereador da Câmara Municipal de Cascais Nuno
Piteira, do presidente da Junta
de Freguesia de Parede, Carlos
Oliveira, do presidente da Federação de Bombeiros do Distrito
de Lisboa, comandante António Carvalho, do comandante municipal, Manuel João Ribeiro, anfitreados
pelo comando e pela direção da instituição.
A
mota do INEM instalada recentemente
no concelho de Cascais
tem a particularidade
de operar com técnicos
daquele Instituto mas a
partir do quartel da Associação Humanitária de
Bombeiros Voluntários
de Cascais, na sequência do acordo estabelecido entre as duas instituições.
Os bombeiros do concelho de Cascais acolheram positivamente a
iniciativa dado constituir uma mais-valia para
o dispositivo de socorro local. A esse propósito, lembram também a expectativa em relação à criação de mais um posto INEM numa
das duas associações concelhias que ainda
não dispõem desse meio. A expectativa é suportada pelo número de acionamentos feitos
diariamente, quer para os Voluntários da Parede, quer para os Voluntários de Carcavelos,
muito superior a muitos dos atuais postos
INEM/PEM espalhados pelo país.
Recorde-se que a viatura médica (VMER)
de Cascais foi a primeira do país a funcionar
fora de Lisboa e, durante muitos anos, mantida em parceria com a Câmara Municipal de
Cascais, Hospital de Cascais e INEM, e operada na quase totalidade por tripulantes bombeiros, incluindo médicos.
Hoje, a VMER sediada no hospital de Cascais insere-se no padrão nacional mas continua a ser, na ótica dos bombeiros, uma elemento fundamental de interação local e regional para a prestação do socorro. “ Todos
somos necessários nesse objetivo, sendo certo que a relação estabelecida entre os bombeiros do concelho de Cascais e as várias tripulações da VMER, e agora da mota, constituem e, por certo, vão constituir ainda mais
um fator importante de conhecimento e ação
mútuas”, defende o comandante dos Voluntários de Cascais, João Loureiro.
28
N
JUNHO 2013
VIANA DO CASTELO
CAMPEONATO NACIONAL DE SALVAMENTO E DESENCARCERAMENTO
Novas viaturas a chegar
Sul e Sueste acolhe primeira edição
ove viaturas de combate a
incêndios estão a chegar às
respetivas associações e corpos
de bombeiros na sequência do
investimento realizado, de quase um milhão de euros, comparticipado por fundos comunitários em 85 por cento no âmbito do Quadro de Referência Estratégico Nacional (QREN).
O investimento teve por base
a candidatura apresentada, em
2011, pela Federação Distrital
dos Bombeiros de Viana do
Castelo ao Programa Operacional do Norte, no valor de 934
mil euros para a aquisição de
novas viaturas para corporações de sete concelhos.
Os Voluntários de Vila Nova
de Cerveira já tem desde o ano
passado uma nova viatura para
intervenção em fogos florestais
e, recentemente, coube aos
Bombeiros de Paredes de Coura
e de Arcos de Valdevez também
receberem os respetivos veículos ligeiros de combate a incêndios. Está já programada a chegada de outra viatura para os
Municipais de Viana do Castelo.
O presidente da federação
distrital mostra-se satisfeito,
com a renovação da frota em
curso e também com o grau de
execução da candidatura. Se-
gundo Luís Brandão Coelho, a
nível nacional, a região está
“muito bem posicionada” com
50 por cento da candidatura
executada.
Das doze associações e corpos de bombeiros de bombeiros
do distrito de Viana do Castelo,
ficaram de fora desta candidatura de re-equipamento os Voluntários de Melgaço, Valença e
Ponte de Lima. Brandão Coelho
acredita e defende que outras
oportunidades surgirão, para as
quais a federação “ promete estar atenta”.
Com dois anos previstos de
execução, até final de 2013, a
maioria dos bombeiros do Alto
Minho vão receber uma nova
viatura. Em resumo, a candida-
tura permitiu a aquisição de
quatro veículos ligeiros de combate a incêndios para as corporações de voluntários de Paredes de Coura, Vila Praia de Âncora (Caminha), Arcos de Valdevez e Viana do Castelo.
A candidatura incluiu ainda
quatro viaturas pesadas, das
quais duas de combate a incêndios urbanos (voluntários de
Ponte da Barca e municipais de
Viana do Castelo) e outras duas
para intervenção em fogos florestais (Voluntários de Caminha
e de Vila Nova de Cerveira).
À associação de Monção será
entregue um tanque cisterna
pesado, de posicionamento tático, com capacidade para
transportar 8 mil litros de água.
PAREDES
Transporte de doentes certificado
A
Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários do
Sul e Sueste acolheu nos dias 7
a 9 de junho, no quartel-sede, o
primeiro Campeonato Nacional
de Salvamento e Desencarceramento.
No evento realizado em parceria com a Associação Nacional de Salvamento e Desencarceramento (ANSD), seguindo
as regras da World Rescue Organization (WRO), participaram
19 equipas, representando corpos de bombeiros de todo o
país que competiram entre si.
O Regimento de Sapadores
Bombeiros de Lisboa, vencedor
deste campeonato nacional, representará Portugal no World
Rescue Challenge 2013, a realizar na Flórida (Estados Unidos),
no próximo mês de outubro.
As manobras a concurso
(Standard e Rápida; 20 e 10
minutos, respetivamente) consistiram em operações de salvamento e desencarceramento
de uma vítima em variados cenários de acidentes rodoviários,
os quais simularam as condições com que os
bombeiros se deparam em situações reais, tendo
as provas sido avaliadas por um júri de avaliadores da ANSD, na área de Gestão e Comando de
Incidentes, Resgate Médico e Técnico, membros
da World Rescue Organization.
Estiveram representadas no evento as principais marcas de equipamentos de salvamento e
desencarceramento do mundo, tendo ainda havido oportunidade para a realização de uma sessão
técnica tendo como oradores a Comandante Operacional Distrital de Setúbal, Patrícia Gaspar, que
falou sobre “Gestão de Emergências e Comunica-
ções” e o presidente da direção da Associação
Nacional de Salvamento e Desencarceramento,
Rui Santos, que abordou a temática “Salvamento
e Desencarceramento em veículos pesados”.
Refira-se que o I Campeonato Nacional de Salvamento e Desencarceramento reuniu equipas do
RSB Lisboa, BV Vila do Conde I, BV Vila do Conde
II, BV Aguda, BM Figueira da Foz, BV S. Brás de
Alportel, BV S. João da Madeira, BV Cacilhas I, BV
Cacilhas II, BV Sul e Sueste (Barreiro), BM Tavira, BV Mangualde, BV Alcobaça, BV Minde, BV Aljezur, BV Carvalhos, BV Leça do Balio, BV Moreira
da Maia e BV Lagoa.
VILA DO CONDE
O
A
comemoração do 129.º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Paredes, no passado dia 9, ficou
assinalada pela entrega à instituição do certificado de qualidade no âmbito do transporte
de doentes não urgentes e pela inauguração
de duas novas viaturas de socorro.
A entrega do certificado e da respetiva bandeira relativa ao processo de certificação de
qualidade através da norma ISO9001/2008 foi
feita por José Leitão, diretor executivo da Associação Portuguesa de Qualidade. Na oportunidade, aquele responsável sublinhou a importância da certificação na adoção de empenho e dinamismo de gestão de topo, a necessidade de adequar as infraestruturas às
atividades desenvolvidas e a importância do
uso de técnicas de gestão empresarial que
permitem obter excelentes resultados de produtividade e de redução de custos.
Trata-se da quarta associação de bombeiros
do distrito do Porto a obter a certificação de
qualidade e a primeira do concelho de Paredes.
O programa de aniversário dos Voluntários
de Paredes inclui ainda a inauguração de duas
viaturas. Em primeiro lugar, foi inaugurado
um VSAT, veículo de salvamento e desencarceramento, obtido através de candidatura ao
QREN efetuada pela Federação de Bombeiros
do Distrito do Porto, aguardando-se ainda que
a componente desse financiamento de 85 por
cento seja entregue à instituição Em segundo
lugar, foi inaugurado um veículo ligeiro de
combate a incêndios oferecido pela EDP Comercial.
Bombeiro de Ferro 2013
s Bombeiros Voluntários de
Vila do Conde, em parceria
com a Companhia de Sapadores
Bombeiros de Vila Nova de Gaia,
a Federação de Bombeiros do
Distrito do Porto e a Câmara Municipal de Vila do Conde, organizaram a 2.ª edição do “Bombeiro de Ferro”, que decorreu em
Vila do Conde nos dias 24 e 25
do passado mês de maio.
O evento reuniu 81 homens e
7 mulheres, num total de 88
bombeiros concorrentes, vindos
de 20 Corpos de Bombeiros todo
o país.
O concurso que consiste numa
prova física que avalia a resistência e perícia do bombeiro em
atividades similares ao combate
a incêndio num prédio de 3 andares, intervenção em escombros e salvamento de vítimas.
Este ano, os tempos alcançados demonstram uma melhoria
significativa, associada a um
maior número de participantes.
Foram muitos os espetadores
que assistiram com entusiasmo
incentivando os participantes.
A classificação individual (feminina – 1.º escalão) ficou assim determinada 1.ª – Cátia
Montes (3,45 minutos) – B.V.
São Brás de Alportel; 2.ª – Raquel Vilela (4,13 minutos) – B.V.
Valadares; 3.ª – Ana Rita Silva
(6,03 minutos) – B.V. Valadares.
A classificação individual
(masculina) ficou assim ordenada: (1.º Escalão) – 1.º – Bruno Cardoso (1,30 minutos) –
Aeroporto RSB. Lisboa; 2.º –
João Paulo Carvalho (1,31 minutos) – B.V. Alcobaça; 3.º
– Hugo António (1,33 minutos)
– RSB Lisboa; (2.º Escalão) –
1.º – Alexandre Ferreira (1,31
minutos) – BSB Porto, 2.º – Rui
Marques Ferreira (1,32 minutos) – BSB Porto, 3.º – Carlos
Amaro (1,35 minutos) – Aeroporto RSB. Lisboa; (3.º Esca-
lão) – 1.º – Joaquim Sousa
(1,45 minutos) – B.S.B. Porto,
2.º – Adelino Conde (1,48 minutos) – Aeroporto RSB Lisboa
e 3.º – José Wiajoen (1,49 minutos) – RSB. Lisboa.
Na classificação coletiva, ficou
em primeiro lugar a equipa do
Batalhão Sapadores Bombeiros
Porto, seguidas das equipas do
Destacamento Aeroporto do Regimento Sapadores Bombeiros e
do Regimento Sapadores Bombeiros Lisboa.
29
JUNHO 2013
MONCORVO
A
Câmara Municipal de Torre
de Moncorvo foi distinguida
com o crachá de ouro da Liga
dos Bombeiros Portugueses
(LBP) por proposta da direção
da Associação Humanitária de
Bombeiros Voluntários de Torre
de Moncorvo. A entrega da distinção ao vice-presidente da
Autarquia, José Manuel Aires,
ocorreu durante a sessão solene comemorativa do 80.º aniversário da Associação.
As comemorações começaram em 4 de maio, com uma
ação de formação especializada
para bombeiros relativa ao sal-
Autarquia distinguida com crachá de ouro
vamento e desencarceramento
em veículos híbridos e elétricos.
No dia 10 realizou-se uma
ação “portas abertas” para dar
a conhecer mais diretamente as
atividades da instituição e, no
dia 12, decorreu então a imposição de medalhas, a missa solene, a romagem ao cemitério e
a inauguração de duas novas
viaturas, uma de comando e
outra autotanque de grande capacidade, esta oferecida pela
Câmara Municipal.
Destaque também para a
presença de uma delegação de
bombeiros franceses (Marly le
Roi – SDIS 78) que, inclusive,
integraram a formatura.
O presidente da direção dos
Voluntários de Torre de Moncorvo, António Salema, na oportunidade, fez questão de sublinhar que, “apesar das vicissitu-
des, temos imprimido uma dinâmica em todas as nossas
atividades com alguma inteligência, ornando-nos assim capazes de nos permanecer coesos e com o estado de espírito
elevado, que nos permite che-
gar quase sempre onde é necessário”.
O dirigente adiantou ainda que
“ a aposta na formação tem sido
um apanágio da nossa parte e
tudo faremos para que continue
nesse sentido” e referindo, inclu-
sive, que “mais do que nunca, o
Pais necessita de um voluntariado
cada vez mais forte e preparado”.
No dia 13, por último, decorreu
um simulacro de resgate em
grande ângulo na casa escola do
quartel.
VILA FRANCA DE XIRA
Fotos: Marques Valentim
Apelo ao aproveitamento de sinergias
A
sessão solene comemorativa do 131.º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Vila Franca
de Xira ficou marcada pela atribuição de condecorações e distinções a dirigentes e bombeiros e emblemas a associados com
mais de 25 e 50 anos de ligação à instituição.
No primeiro caso incluiu-se a entrega de distinções a quatro
dirigentes, incluindo, Alberto Pires, presidente da assembleia-geral e antigo dirigente da Liga dos Bombeiros Portugueses
(LBP), e Vitor Batalha Henriques, presidente do conselho fiscal e
antigo presidente da direção, e aos elementos de comando, Elvi-
ro Alves Passarinho (comandante) e João Paulo Carolino (adjunto
de comando).
Procedeu-se ainda à entrega de uma distinção a uma funcionária e de medalhas de assiduidade a diversos elementos do
corpo de bombeiros.
Na sua intervenção, com a franqueza que o caracteriza, o presidente da direção, Carlos Fernandes, criticou os “velhos do Restelo” que têm obstado às mudanças a que inevitavelmente as
associações de bombeiros estarão sujeitas reiterando a necessidade de tirar partido das sinergias comuns e de rentabilizar as
oportunidades que a cooperação entre associações trará à sua
sustentabilidade.
A presidente da Câmara Municipal de Vila Franca de Xira, Maria
da Luz Rosinha, retomou o tema e apelou, inclusive, à necessidade de reorganização das estruturas locais dos bombeiros.
A sessão solene contou também com a presença do vice-presidente da Federação de Bombeiros do Distrito de Lisboa, comandante Pedro Araújo, do vice-presidente da LBP, Rui Rama da
Silva, e do adjunto do comando distrital da ANPC, Francisco Miguel.
BOTICAS
Homenagem em dia de aniversário
Texto: O Atual
Fotos: CMBoticas
O
42.º aniversário da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Boticas ficou indelevelmente
marcado pela homenagem que o Município prestou aos soldados da paz,
inaugurando, no dia 9 de junho, um
monumento dedicado aos bombeiros
botiquenses “pela entrega, dedicação
e coragem colocados na defesa, socorro e auxílio da população do Concelho”.
O “monumento aos bombeiros”, localizado na rotunda da Rua 5 de outubro,
junto ao Largo Conde de Vila Real, prima pela simplicidade, mas também
pelo seu simbolismo, já que representa o carinho que o povo do concelho
nutre pelos seus bombeiros.
A inauguração do monumento
transformou-se num momento de
grandes emoções, por “homenagear
os homens e as mulheres que ao longo destas mais de quatro décadas de
existência dos bombeiros de Boticas
se entregaram à nobre causa do voluntariado e deram o melhor do seu
esforço, sacrificando os seus interesses pessoais e das suas famílias e
pondo, inclusivé, em risco a sua própria vida para ajudar todos os que
precisaram de auxilio”, referiu o presidente da câmara, Fernando Campos,
sublinhando que “esta é uma homenagem justa prestada no momento justo”. De resto, como fez questão de referir, Fernando Queiroga, presidente
da Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários de Boticas, “os
bombeiros sentem-se lisonjeados com
esta homenagem prestada pela autarquia e é justo reconhecer também o
apoio que sempre sentimos por parte
do seu presidente, que se mostrou
sempre e em cada ocasião disposto a
ajudar a resolver os problemas desta
Associação e a contribuir decisivamente para que os Bombeiros de Boticas tenham ao seu dispor os meios e
as condições necessárias para respon-
derem com prontidão e eficácia às diferentes ocorrências, defendendo e
auxiliando a população do concelho”.
Da mesma opinião partilhou o presidente da Liga de Bombeiros Portugueses, que fez questão de se associar às
comemorações. Jaime Soares lembrou
que “os bombeiros são uma das maiores riquezas do país e o seu mais precioso tesouro. Os municípios e o estado central têm obrigação de apoiar os
bombeiros e de os dotar dos meios
necessários à sua atividade, tendo
sempre presente que os bombeiros
são o garante da segurança e do auxílio à população e fazem-no de uma
forma perfeitamente voluntária e gra-
tuita. Boticas é um exemplo a seguir,
pela perfeita sintonia que existe entre
os seus bombeiros e o Município, que
sempre percebeu que ao apostar nos
Bombeiros está também a apostar e a
garantir a segurança não só da sua
população, como também da população dos concelhos vizinhos e de toda a
região.
Neste dia que se quis de festa não
só para os Bombeiros de Boticas, mas
também para toda a população, outro
dos pontos altos foi a bênção na nova
ambulância recentemente adquirida.
Esta nova viatura que, como sublinha
Fernando Queiroga, “garantirá um
apoio fundamental na resposta às necessidades ao nível do socorro em cuidados de saúde”, envolveu um investimento ligeiramente superior a 50 mil
euros, “o que obrigará a AHBVB, que
carece de recursos, a um esforço redobrado para fazer face a este compromisso”, referindo ainda que “a câmara municipal comparticipou esta
aquisição com 60 por cento do valor e
tem havido muitas iniciativas por parte da sociedade civil para angariar
fundos que ajudem a suportar o restante financiamento, quer através da
recolha de donativos, quer da realização de festas e eventos cujas receitas
revertem a favor dos bombeiros”.
Estas sinergias foram também elogiadas pelo vice-presidente da Federação dos Bombeiros do Distrito de
Vila Real, Joaquim Teixeira, que aproveitou a ocasião para lembrar o empenho da federação, para a causa dos
bombeiros, “procurando todos os dias
defender os interesses dos soldados
da paz, que mais não são do que os
interesses de toda a população”.
As comemorações deste 42.º aniversário contaram ainda, com o tradicional desfile apeado e motorizado pelas ruas de Boticas, animado pela fanfarra dos Voluntários de Montalegre, a
missa solene em memória de todos os
bombeiros já falecidos, uma cerimónia
de promoções e ainda um almoço convívio, no pavilhão multiusos.
30
JUNHO 2013
CAXARIAS
Bombeiros requalificaram quartel
A
Associação Humanitária do
Corpo dos Bombeiros Voluntários de Caxarias, concelho de
Ourém, assinalou recentemente
o seu 30.º aniversário aproveitando para inaugurar duas novas viaturas e assinalar a requalificação e ampliação do
quartel.
O desfile do corpo de bombeiros e a receção às entidades
iniciaram a programação do primeiro dia, que incluiu a sessão
solene com promoções e condecorações a bombeiros. O mo-
mento mais alto desse dia foi a
inauguração da requalificação e
ampliação das instalações do
quartel e a apresentação de
duas novas viaturas ao.
As obras de remodelação e
ampliação do quartel contaram
com um apoio municipal, num
total de 121.934 euros, correspondente a 30 por cento do valor global da empreitada, tendo
os restantes 70 por cento sido
comparticipados por de fundos
comunitários (QREN).
Na sessão solene, António
Gameiro, presidente da assembleia-geral da Associação, iniciou os discursos com um agradecimento generalizado a todos
os responsáveis pela constituição e manutenção dos Bombeiros Voluntários de Caxarias. De
seguida, o comandante Paulo
Jorge da Graça Major congratulou-se com “a melhoria de condições e meios de combate a
incêndios que progressivamente e apesar das dificuldades,
permitem aos Bombeiros Voluntários de Caxarias cumprir
as suas obrigações e responsabilidades”. O presidente da Câmara Municipal de Ourém, Paulo Fonseca, congratulou-se com
o empenho demonstrado ao
longo de 30 anos por todos os
elementos dos Bombeiros Voluntários de Caxarias e aproveitou para homenagear os seus
fundadores e outras individualidades que contribuíram para o
desenvolvimento da corporação.
nova ambulância contempla
uma homenagem póstuma ao
bombeiro José Quintino (“Jó”).
As comemorações do 30º
aniversário terminaram no dia
12 de maio com a romagem aos
cemitérios de Urqueira, Olival e
Caxarias e a celebração de uma
eucaristia pela intenção dos sócios, órgãos sociais e bombeiros já falecidos.
CANEÇAS
A
em junho de 1993
Após a sessão de promoções
e condecorações a vários elementos do corpo de bombeiros,
realizou-se o descerramento da
lápide que assinala a ampliação
e remodelação do quartel e
também a bênção das duas novas viaturas da corporação. Refira-se que a viatura de combate a incêndios contou com a
contribuição do Comendador
Armando Silva Lopes em cerca
de 30 por cento do seu valor e a
Aniversário comemorado com desfile
fanfarra dos Bombeiros de Caneças comemorou o 19.º aniversário com um
desfile que encheu de público as principais
artérias da vila.
Participaram neste encontro, para além
da anfitriã, as fanfarras dos voluntários de
Coja, Sines, Benavente, Alcochete, Amora,
Agualva-Cacém, Bucelas, Pontinha e Odivelas.
A iniciativa terminou com o lanche que
reuniu no quartel de Caneças todos os participantes, numa convívio marcado pela
amizade, camaradagem e boa disposição.
Sérgio Santos
ANIVERSÁRIOS
2 de Julho
Bombeiros Voluntários de Alhandra . . . . . . . . . 113
Bombeiros Voluntários
de Carcavelos – S. Domingos Rana . . . . . . . . . 102
Bombeiros Voluntários de Riba de Ave . . . . . . . . 63
Bombeiros Voluntários de Vila de Aves . . . . . . . . 36
4 de Julho
Bombeiros Voluntários de Gouveia . . . . . . . . . 109
5 de Julho
Bombeiros Voluntários de Linda-a-Pastora . . . . 122
Bombeiros Voluntários de Caneças . . . . . . . . . . 36
6 de Julho
Bombeiros Voluntários de Penafiel . . . . . . . . . . 132
Bombeiros Voluntários de São Pedro do Sul . . . 128
7 de Julho
Bombeiros Voluntários
de Sobral de Monte Agraço . . . . . . . . . . . . . . . 100
8 de Julho
Bombeiros Voluntários de Benavente . . . . . . . . 128
Bombeiros Voluntários de Alcoentre . . . . . . . . . 77
9 de Julho
Bombeiros Voluntários de Alijó . . . . . . . . . . . . . 81
12 de Julho
Bombeiros Voluntários
de Matosinhos Leça da Palmeira . . . . . . . . . . . 140
Bombeiros Voluntários de Freamunde . . . . . . . . 82
13 de Julho
Bombeiros Voluntários de Estarreja . . . . . . . . . . 89
Bombeiros Voluntários de Fajões . . . . . . . . . . . . 31
15 de Julho
Bombeiros Voluntários de Santo Tirso . . . . . . . 135
Bombeiros Voluntários de Belas . . . . . . . . . . . . 88
18 de Julho
Bombeiros Voluntários de Cercal do Alentejo . . . 38
Bombeiros Voluntários de Serpa . . . . . . . . . . . . 34
19 de Julho
Bombeiros Voluntários de Vouzela . . . . . . . . . . 128
22 de Julho
Bombeiros Voluntários de Lamego . . . . . . . . . . 136
Bombeiros Voluntários de Meda . . . . . . . . . . . . 83
Bombeiros Voluntários da Golegã . . . . . . . . . . . 70
Bombeiros Voluntários de Águas de Moura . . . . . 33
Bombeiros Voluntários de Madalena . . . . . . . . . 33
Bombeiros Voluntários de Serpins . . . . . . . . . . . 20
23 de Julho
Bombeiros Voluntários Sul e Sueste, Barreiro . . 119
24 de Julho
Bombeiros Municipais de Viseu . . . . . . . . . . . . 186
Bombeiros Voluntários de Lagos . . . . . . . . . . . 127
Bombeiros Voluntários de Santa Marta de
Penaguião . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 32
25 de Julho
Bombeiros Privativos Nestlé . . . . . . . . . . . . . . . 28
26 de Julho
Bombeiros Voluntários de Bucelas . . . . . . . . . . 122
Bombeiros Voluntários da Mealhada . . . . . . . . . 86
29 de Julho
Bombeiros Voluntários de Mougadouro . . . . . . . 81
Bombeiros Voluntários da Ilha do Corvo . . . . . . . 26
30 de Julho
Bombeiros Voluntários de Mangualde . . . . . . . . 84
Bombeiros Voluntários de Brasfemes . . . . . . . . . 74
31 de Julho
Bombeiros Municipais de Santarém . . . . . . . . . 183
Fonte: Base de Dados LBP
31
JUNHO 2013
LORDELO
Inaugurações e promoções em dia de festa
N
O
s Bombeiros de Lordelo assinalaram, recentemente, o
43.º aniversário com um festa
que ficou marcada pela inauguração da central de comunicações e das camaratas femininas
e ainda a bênção de duas viaturas, uma MAN adquirida ao
abrigo do QREN, e a outra uma
Mazda oferecida pela EDP que
direcção transformou em VCOT.
Nesta ocasião, foram também promovidos seis elementos à categoria de bombeiros de
2.ª e homenageados os voluntários falecidos.
A efeméride teve ainda como momento maior
a entrega da medalha de mérito da Liga de Bom-
beiros Portugueses e uma lembrança da direção a
Vitorino Moreira, presidente da assembleia geral
que 24 anos serve a instituição.
FAFE
prevista festa comemorativa do 123.º aniversário da Associação Humanitária dos
Bombeiros Voluntários de Fafe, que incluía a
inauguração das obras de requalificação do
quartel, acabou por ser inesperadamente cancelada, em virtude do trágico falecimento do
bombeiro de 2.ª classe Fernando José Peixoto,
de 45 anos.
O destemido voluntário, bombeiro desde
1986, já com mais de 25 anos de serviço, com
vários louvores e ações de formação no seu
currículo, todos os anos, por ocasião do aniversário da instituição que servia, se empolgava em lançar fogo para assinalar a efeméride.
Este ano, depois de ter tirado férias do Centro Hospitalar do Alto Ave, onde trabalhava,
para, juntamente com alguns colegas, restaurar e pintar a casa-escola, “que ficou como um
brinco”, Fernando Peixoto foi jantar com o presidente Pedro Frazão e outros voluntários. Ao
transcorrer a meia-noite e consequente entrada no dia de aniversário da associação, fundada em 19 de abril de 1890, Fernando Peixoto
foi rebentar uma caixa de morteiros, para assinalar a efeméride. Por motivos indeterminados, o bombeiro foi atingido mortalmente, por
um dos morteiros.
De imediato, foram acionados os meios de
socorro e assistência, mas a tragédia cumpriu-se.
O presidente da direção dos Voluntários de
Fafe, Pedro Frazão, considera que este foi “um
dos dias mais trágicos para a associação que
ficou destroçada, por esta terrível morte”.
O “49” ou “o cabriteiro”, como era conhecido, “estava felicíssimo da vida, tinha concluído
com outros colegas o restauro da casa-escola
dos bombeiros, que eram a sua paixão e por
aquela casa dava tudo”, considerou ainda Pedro Frazão.
No dia do velório, o ministro da Administração Interna, Miguel Macedo, deslocou-se ao
quartel dos voluntários fafenses, onde o corpo
esteve em câmara ardente, manifestando solidariedade e pesar e inteirando-se da situação e da sorte da viúva e dos dois filhos órfãos, uma menina de 18 e um menino de 11
anos, no que foi acompanhado pelo presiden-
Foto: Dario Correia
A
Aniversário marcado pela tragédia
te do município, José Ribeiro e pelo presidente
da corporação enlutada.
Nas cerimónias fúnebres, causou imensa
emoção o discurso da sua filha Flávia Andreia,
de louvor ao pai. Disse, designadamente:
“Foste um homem orgulhoso, corajoso,
sempre disposto a ajudar os outros, pondo,
por vezes, a tua própria vida em risco.
‘Vida por vida’ deixou de ser verso da tua
música, transformaste-o no hino da tua vida.
O quartel era a tua segunda casa, salvar a
tua missão de vida. Aqui sentias-te realizado,
aqui era feliz, por isso tal como sempre quiseste, aqui te despediste do mundo e aqui nos
despediremos de ti.
Apesar de estares longe dos nossos olhares,
nunca estarás ausente nos corações de todos
os que contigo conviveram e aprenderam,
brincaram e amaram”.
O seu funeral, realizado no dia 20 de abril,
constituiu uma manifestação de imenso pesar.
Os seus colegas não conseguiram reprimir as
lágrimas quando se formaram para acompanhar o corpo do seu companheiro até ao cemitério municipal da cidade, onde foi a sepultar,
no jazigo dos Bombeiros Voluntários.
De todo o distrito chegaram representações
de corporações de bombeiros e muitos populares, amigos e colegas de trabalho acompanharam o féretro até à sua última morada.
Artur Coimbra
Caderno de encargos
de um dirigente
um país em que tudo parece estar em crise, falarmos
de crise do associativismo ou
do voluntariado constitui um
exercício gratuito de autoflagelação. Dito isto, importa reconhecer que as Associações
Humanitárias de Bombeiros
(AHB) estão a viver um momento particularmente difícil
da sua história, com sintomas
de natureza estrutural que nos
convocam para uma reflexão
serena e profunda, sobre os
seus caminhos de futuro.
Neste texto deixarei à margem as responsabilidades dos
governos nesta matéria. Primeiro, porque ao longo dos últimos 20 anos da história dos
bombeiros portugueses – período que conheço muito bem,
porque o vivi diariamente – a
postura dos sucessivos governos não foi igual, destacando-se uns em relação aos outros,
pela iniciativa e capacidade de
esboçar soluções estratégicas
para o sector de bombeiros.
Segundo, porque o recurso às
responsabilidades dos governos tem constituído uma forma de nos desculparmos do
que não queremos ou não sabemos fazer, no que à nossa
parte se refere, como dirigentes das nossas associações,
federações e Confederação.
Durante décadas as nossas
associações viveram inseridas
no seu meio, desenvolvendo
no espaço territorial que lhe
corresponde uma intensa e relevante actividade no apoio e
socorro às populações, em especial através dos respectivos
corpos de bombeiros, enquanto escopo principal de missão.
Com excepção do combate
aos incêndios florestais, as
AHB e os seus corpos de bombeiros têm uma vocação predominantemente local. Isto
não invalida, naturalmente,
que actuem em conjunto em
caso de ocorrências de maior
dimensão, mas de frequência
mais reduzida.
Com a sangria demográfica
que o país tem sofrido nos últimos anos, com o encerramento de muitas empresas e a
consequente perda de oferta
local de emprego, muitas localidades do país vão ficando
entregues à população mais
velha, uma vez que os jovens
(e também os menos jovens)
têm de partir à procura de futuro noutros locais.
Por outro lado o sistema de
protecção civil, no qual as AHB
como entidades detentoras de
corpos de bombeiros assumem uma missão essencial,
sofreu uma significativa evolução – com aspectos positivos e
negativos – criando mais exigências e pressupondo mais
informação e qualificação, da
parte dos seus dirigentes e
dos elementos de comando.
Resulta da situação sintetizada anteriormente, que não é
possível encarar a gestão das
nossas estruturas com a abordagem que delas fazíamos há
mais de 20 anos.
Hoje a eficácia da missão do
dirigente está directamente
dependente da sua competência, conhecimento e bom-senso na tomada de decisão. O
dirigente de uma AHB não é
um capataz, que tudo controla
e vigia. O dirigente deve ser
um líder que controla objectivos, potencia desempenhos e
oferece bons exemplos.
O novo paradigma da gestão associativa na instituição
bombeiros pressupõe orientar
os recursos humanos, materiais e financeiros, de modo a
que os objectivos da AHB sejam alcançados para satisfação daqueles que serve e a
realização dos que nela prestam serviço, voluntário ou
profissional.
Na sequência da reflexão e
estudo que venho fazendo à
realidade vivida das nossas
associações – nas quais continuo a acreditar convictamente
– com base na muita informação que recolhi ao longo dos
18 anos como dirigente da
Liga dos Bombeiros Portugueses (12 dos quais como presidente do Conselho Executivo)
e como presidente da Direcção
de uma AHB durante uma década, construí um caderno de
encargos do dirigente destas
associações especificas que
consubstancia o que, no meu
ponto de vista, deverá ser o
quadro de referência do projecto de liderança de qualquer
estrutura, da base ao topo, na
nossa instituição.
São então as 9 tarefas essenciais do dirigente que passo a enumerar:
1.º Tomar decisões precisas
e em tempo útil, porque muitos dirigentes tomam decisões
no “ar”, impulsionados apenas
por estados de alma, ou seja
sem a reflexão necessária. Por
vezes fazem-no rapidamente
porque foram surpreendidos
pelas circunstâncias, outras
vezes porque não têm um método para decidir.
2.º Perspectivar um futuro
desejável para a AHB e desenvolver um plano para torná-lo
realidade, porque o dirigente
deve ser um visionário. Deve
ver para além do horizonte
imediato do seu mandato. Não
lhe cabe prever o futuro, mas
sabe o que quer que a sua Associação seja no futuro.
3.º Supervisionar a efectiva
implementação do plano estratégico e dos planos de actividades, porque o planeamento deve ser um indispensável
guia para acção e não um
mero amontoado de papel
para a assembleia geral ver.
4.º Manter uma equipa directiva forte e coesa, porque
nela assenta a base do sucesso consistente da organização.
Isto consegue-se através do
envolvimento e responsabilização de todos os elementos
directivos, com inteligente
respeito pelas suas competências específicas e espirito de
abertura para novas formas de
fazer, o que tem de ser feito.
5.º Definir e criar uma estrutura organizacional sólida e
ao mesmo tempo flexível, porque uma estrutura organizacional é para a AHB o que o
esqueleto é para o corpo: sustenta-a e permite que todas as
funções se desenvolvam normalmente.
6.º Promover a motivação
dos colaboradores, porque,
sejam voluntários ou profissionais, eles são o alicerce quotidiano da AHB. O respeito pelos
colaboradores
expressa-se
pela adopção de uma postura
justa, pelo reconhecimento e
pelo empenho em torna-los
mais felizes e melhores no desempenho da sua missão.
7.º Criar um ambiente de
diálogo e permanente audição
dos associados e utentes dos
serviços, porque só assim é
possível preservar a identidade institucional e promover a
excelência.
8.º Assegurar a formação e
qualificação permanentes de
todos os intervenientes no
cumprimento da missão da
AHB, incluindo os dirigentes,
porque a qualidade e excelência adquirem-se com mais saber, mais saber ser e mais saber fazer.
9.º Garantir o respeito e salvaguarda dos valores e reputação da instituição, porque só
desta forma a comunidade se
continuará a rever na sua
AHB.
Este caderno de encargos
carece de desenvolvimento
mais preciso. Essa tarefa ficará para outra ocasião.
Mas antes de dar por concluído este texto, quero deixar
um desafio, Criem-se núcleos
descentralizados de estudo e
discussão sobre o futuro das
AHB e o papel dos seus dirigentes. Tirem-se conclusões e
faça-se a análise integrada
das mesmas, para definição de
um Plano Estratégico de Desenvolvimento das AHB, em
geral.
Se esta análise for feita,
com serenidade e sem fulanizações redutoras, certamente
que dela poderão resultar,
também, pistas orientadoras
para um novo desenho das
nossas estruturas, no quadro
do aprofundamento estatutário da Confederação que a lista
vencedora do último Congresso da LBP comprometeu-se
realizar.
Afinal o que proponho é um
processo de decisão, da base
para o topo, no que à definição do futuro das nossas estruturas se refere.
Duarte Caldeira
32
JUNHO 2013
POMBAL
H
Bombeiros na praia
á já alguns anos que os
Bombeiros Voluntários
de Pombal asseguram a
vigilância e apoio aos areais da
Praia do Osso da Baleia, durante toda a época balnear, de
15 de junho a 15 se setembro,
todos os dias, das 9 às 19 horas.
O dispositivo, que integra
dois operacionais e uma ambulância, constitui um fator de
tranquilidade para os banhistas e mais um certificado qualidade para esta praia que en-
tre outros galardões exibe
Bandeira Azul.
O comandante dos bombeiros de Pombal, José Costa, fala
com orgulho deste serviço
prestado ao concelho e ao turismo da região, sublinhando a
preparação dos homens e mulheres que asseguram os piquetes diários. Refira-se que
estas equipas integram do
destacamento do Carriço, uma
das cinco companhias dos Voluntários de Pombal.
O jornal Bombeiros de Por-
tugal esteve, na passada semana, na Praia do Osso da Baleia onde os bombeiros de 3.ª
Hugo Martins e Ana Pinto,
cumpriam mais um turno de
oito, sem nada a reportar, até
porque o verão tímido que se
fez sentir até à passada semana, levou muito poucas pessoas à praia.
Esta missão é cumprida pelos Voluntários de Pombal desde 2007, no âmbito de um
protocolo firmado com a câmara municipal e que este
ano será reforçado com a disponibilização de uma moto 4
que permitirá garantir o acesso facilitado e mais e célere a
qualquer zona daquele areal,
ainda em estado natural, servido por caminhos quase rudimentares.
Em declarações ao nosso
jornal, os operacionais de ser-
viço à Praia do Osso da Baleia
falam da mais-valia deste serviço prestado à comunidade,
que permite no local tratar pequenas lesões ou escoriações
e em situações mais graves
prestar os primeiros socorros e
garantir a rápida evacuação da
vítima para o hospital.
Sofia Ribeiro
ENB
Formação em condução de emergência
A
Escola Nacional de Bombeiros (ENB) vai promover em breve um curso para formação de
formadores de técnicas avançadas de condução de emergência.
Nesta primeira fase, segundo o presidente da ENB, José Ferreira, “a formação tem por objectivo formar 12 formadores recrutados de entre os formadores de condução fora de estrada contratando para tal uma empresa da especialidade”.
Além de incluir o coordenador técnico da ENB nessa área, a formação abrange uma selecção
de 4 elementos do Norte, 4 do Centro, 2 de Lisboa, 1 do Alentejo e 1 do Algarve.
Estes formadores irão, no futuro próximo, repercutir os conhecimentos obtidos pelas diferentes associações e corpos de bombeiros daquelas zonas.
LOUVOR/REPREENSÃO
A todos os bombeiros que
mais uma vez responderam ao
desafio do DECIF, pelo esforço
pessoal que isso representa e
que, apesar de tudo, qualquer
compensação nunca irá pagar
na totalidade.
Aos cidadãos que não cuidam de salvaguardar o perímetro de segurança das suas casas limpando-o, não cumprindo
a lei nem respeitando o esforço
desenvolvido pelos bombeiros,
até com risco da própria vida.
A Crónica
do bombeiro Manel
E
screvo estas linhas, amigos,
quando as temperaturas altas
estão aí a chegar, uns vão para as
praias, alguns bombeiros também
o fazem mas é para ir cuidar dos
banhistas e outros bombeiros permanecem lá nos seus quartéis para
responder de imediato ao alarme
para fogo.
Isto não trás nada de novo, é
sempre assim todos os anos. E
quando a coisa aquece mais e não
Isto está a aquecer
há notícias então os fogos passam
a todas as horas nas televisões.
Mas antes do fogo chegar ninguém
vem cá ver quantos somos e como
estamos preparados para responder, o que temos e do que precisamos. Até parece que estamos assim como abandonados. Esta gente
toda que está nos quartéis, muitos
que tiraram férias do trabalho ou
das escolas para estarem aqui, pelos vistos não é notícia. Faço uma
exceção para a comunicação social
aqui da terra que até aqui passou
para falar connosco mas a outra,
da rádio, das televisões e dos grandes jornais estão à espera que isto
se complique para então falar de
nós.
Passou também mais um ano e
pouco se fez de prevenção. Aqui a
junta e a câmara lá foram melhorando caminhos e aceiros, limpando as bermas mas pouco mais que
isso. Alguns proprietários lá limparam também em volta das casas
mas muitos outros terrenos continuam por limpar.
Como aconteceu noutros anos
poderá haver ocasiões em que deixamos o combate direto ao fogo
para ir proteger as casas de muitos
que não cuidaram de o fazer como
era sua obrigação e às vezes até
nos mandam bocas e reclamam
que já lá devíamos estar.
Ninguém põe cobro a isso?
[email protected]
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