Conteúdo de prova de educação física

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Conteúdo de prova de educação física
PROVA DE EDUCAÇÃO FÍSICA
TEXTO 1: A IMPORTÂNCIA DA ATIVIDADE FÍSICA
"A prática regular de atividade física sempre esteve ligada à imagem de pessoas saudáveis. Antigamente, existiam
duas idéias que tentavam explicar a associação entre o exercício e a saúde: a primeira defendia que alguns indivíduos
apresentavam uma predisposição genética á prática de exercício físico, já que possuíam boa saúde, vigor físico e disposição
mental; a outra proposta dizia que a atividade física, na verdade, representava um estímulo ambiental responsável pela ausência
de doenças, saúde mental e boa aptidão física. Hoje em dia sabe-se que os dois conceitos são importantes e se relacionam."
Introdução
Mas o que é atividade física? De acordo com Marcello Montti, atividade física é definida como
um conjunto de ações que um indivíduo ou grupo de pessoas pratica envolvendo gasto de energia e
alterações do organismo, por meio de exercícios que envolvam movimentos corporais, com aplicação de
uma ou mais aptidões físicas, além de atividades mental e social, de modo que terá como resultados os
benefícios à saúde.
No Brasil, o sedentarismo é um problema que vem assumindo grande importância. As
pesquisas mostram que a população atual gasta bem menos calorias por dia, do que gastava há 100 anos,
o que explica porque o sedentarismo afetaria aproximadamente 70% da população brasileira, mais do
que a obesidade, a hipertensão, o tabagismo, o diabetes e o colesterol alto. O estilo de vida atual pode ser
responsabilizado por 54% do risco de morte por infarto e por 50% do risco de morte por derrame
cerebral, as principais causas de morte em nosso país. Assim, vemos como a atividade física é assunto de
saúde pública.
Por que a preocupação com o sedentarismo?
Na grande maioria dos países em desenvolvimento, grupo do qual faz parte o Brasil, mais de
60% dos adultos que vivem em áreas urbanas não praticam um nível adequado de exercício físico. Esse
problema fica mais claro quando levamos em conta os dados do censo de 2000, que mostram que 80% da
população brasileira vive nas cidades.
Os indivíduos mais sujeitos ao sedentarismo são: mulheres, idosos, pessoas de nível sócioeconômico mais baixo e os indivíduos incapacitados. Observou-se que as pessoas reduzem,
gradativamente, o nível de atividade física, a partir da adolescência.
Em todo o mundo observa-se um aumento da obesidade, o que se relaciona pelo menos em
parte à falta da prática de atividades físicas. É o famoso estilo de vida moderno, no qual a maior parte do
tempo livre é passado assistindo televisão, usando computadores, jogando videogames, etc.
Quais são os benefícios da atividade física?
A prática regular de exercícios físicos acompanha-se de benefícios que se manifestam sob
todos os aspectos do organismo. Do ponto de vista músculo-esquelético, auxilia na melhora da força e do
tônus muscular e da flexibilidade, fortalecimento dos ossos e das articulações. No caso de crianças, pode
ajudar no desenvolvimento das habilidades psicomotoras.
Com relação à saúde física, observamos perda de peso e da porcentagem de gordura corporal,
redução da pressão arterial em repouso, melhora do diabetes, diminuição do colesterol total e aumento
do HDL-colesterol (o "colesterol bom"). Todos esses benefícios auxiliam na prevenção e no controle de
doenças, sendo importantes para a redução da mortalidade associada a elas. Veja, a pessoa que deixa de
ser sedentária e passa a ser um pouco mais ativa diminui o risco de morte por doenças do coração em
40%! Isso mostra que uma pequena mudança nos hábitos de vida é capaz de provocar uma grande
melhora na saúde e na qualidade de vida.
Já no campo da saúde mental, a prática de exercícios ajuda na regulação das substâncias
relacionadas ao sistema nervoso, melhora o fluxo de sangue para o cérebro, ajuda na capacidade de lidar
com problemas e com o estresse. Além disso, auxilia também na manutenção da abstinência de drogas e
na recuperação da auto-estima. Há redução da ansiedade e do estresse, ajudando no tratamento da
depressão.
A atividade física pode também exercer efeitos no convívio social do indivíduo, tanto no
ambiente de trabalho quanto no familiar.
Interessante notar que quanto maior o gasto de energia, em atividades físicas habituais,
maiores serão os benefícios para a saúde. Porém, as maiores diferenças na incidência de doenças
ocorrem entre os indivíduos sedentários e os pouco ativos. Entre os últimos e aqueles que se exercitam
mais, a diferença não é tão grande. Assim, não é necessária a prática intensa de atividade física para que
se garanta seus benefícios para a saúde. O mínimo de atividade física necessária para que se alcance esse
objetivo é de mais ou menos 200Kcal/dia. Dessa forma, atividades que consomem mais energia podem
ser realizadas por menos tempo e com menor freqüência, enquanto aquelas com menor gasto devem ser
realizadas por mais tempo e/ou mais freqüentes.
Como é feita a escolha da atividade física adequada?
A escolha é feita individualmente, levando-se em conta os seguintes fatores:
• Preferência pessoal: o benefício da atividade só é conseguido com a prática regular da
mesma, e a continuidade depende do prazer que a pessoa sente em realizá-la. Assim, não adianta indicar
uma atividade que a pessoa não se sinta bem praticando.
• Aptidão necessária: algumas atividades dependem de habilidades específicas. Para
conseguir realizar atividades mais exigentes, a pessoa deve seguir um programa de condicionamento
gradual, começando de atividades mais leves.
• Risco associado à atividade: alguns tipos de exercícios podem associar-se a alguns tipos de
lesão, em determinados indivíduos que já são predispostos.
Atividade física em crianças e jovens
Nesses grupos, além de ser importante na aquisição de habilidades psicomotoras, a atividade
física é importante para o desenvolvimento intelectual, favorecendo um melhor desempenho escolar e
também melhor convívio social. A prática regular de exercícios pode funcionar como uma via de escape
para a energia "extra normal" das crianças, ou seja, sua hiperatividade.
Atividade física em idosos
A falta de aptidão física e a capacidade funcional pobre são umas das principais causas de
baixa qualidade de vida, nos idosos. Com o avanço da idade, há uma redução da capacidade
cardiovascular, da massa muscular, da força e flexibilidade musculares, sendo que esses efeitos são
exacerbados pela falta de exercício.
Está mais do que comprovado que os idosos obtém benefícios da prática de atividade física
regular tanto quanto os jovens. Ela promove mudanças corporais, melhora a auto-estima, a autoconfiança
e a afetividade, aumentando a socialização.
Antes do início da prática de exercícios, o idoso deve passar por uma avaliação médica
cuidadosa e realização de exames. Isso permitirá ao médico indicar a melhor atividade, que pode incluir:
caminhada, exercício em bicicleta ergométrica, natação, hidroginástica e musculação.
Algumas recomendações são importantes, e valem também para as outras faixas etárias:
• Uso de roupas e calçados adequados.
• Ingestão de grandes quantidades de líquidos, antes do exercício.
• Praticar atividades apenas quando estiver se sentindo bem.
• Iniciar as atividades lenta e gradualmente.
• Evitar o cigarro e medicamentos para dormir.
• Alimentar-se até duas horas antes do exercício.
• Respeitar seus limites pessoais.
• Informar qualquer sintoma.
Atividade física durante a gestação
É necessário a todas as gestantes um trabalho corporal a cada trimestre da gestação, para
facilitar a adequação às alterações que ocorrem nesse período. Uma melhor capacidade
cardiorrespiratória facilita a realização das atividades domésticas; uma melhoria das condições
musculares e esqueléticas ajuda na adaptação às mudanças posturais e no trabalho de parto. Além disso,
é de extrema importância a auto-estima, a convivência com outras gestantes e os sentimentos de
segurança e de felicidade.
Os exercícios de ginástica garantem fortalecimento muscular, protegendo assim as
articulações e reduzindo o risco de lesões. Ajudam também na oxigenação, na circulação e no controle da
respiração. Já os exercícios desenvolvidos na água favorecem o relaxamento corporal, reduzem as dores
nas pernas e o inchaço dos pés e mãos.
Antes do início dos exercícios, a gestante deve passar por consulta de pré-natal para ser
avaliada pelo obstetra. Após a realização dos exames ele poderá liberar ou não a prática de exercícios. As
mulheres que já praticavam atividade física e que nunca sofreram aborto espontâneo, podem continuar
as atividades após adaptação para seu novo estado. Já aquelas sedentárias devem iniciar os exercícios
após a décima segunda semana de gestação. Não havendo problemas, os exercícios podem ser
continuados até o parto, embora seja necessário reduzir a intensidade aos poucos. Após o parto normal,
as atividades podem ser retomadas após 40 dias. No caso de cesárea, o médico avalia cada caso.
As atividades físicas mais recomendadas às mulheres grávidas são:
• Caminhada: é muito bom para a preparação para o parto, já que melhora a capacidade
cardiorrespiratória e favorece o encaixe do bebê na bacia da mãe. O ideal é caminhar 3 vezes por semana,
cerca de 30 minutos.
• Natação: trabalha bastante a musculatura. Atenção: apenas algumas modalidades são liberadas
durante a gestação.
• Hidroginástica: são os mais indicados para as gestantes!
• Alongamento: ajuda a manter a musculatura relaxada e o controle da respiração.
Considerações finais
Para finalizar devemos ressaltar que a prática de atividade física deve ser sempre indicada e
acompanhada por profissional qualificado, incluindo médicos, fisioterapeutas e profissionais de educação
física. Caso sinta algo diferente é mandatório informar ao responsável. Outro ponto importante, que não
deve ser esquecido, é a adoção de uma alimentação saudável, rica em frutas, legumes, verduras e fibras.
Prefira o consumo de carnes grelhadas ou preparadas com pouca gordura. Evite o consumo excessivo de
doces, comidas congeladas e os famosos lanches de "fast-foods". E lembre-se: beba muito líquido (de
preferência água e sucos naturais).
A atividade física consiste em exercícios bem planejados e bem estruturados, realizados
repetitivamente. Eles conferem benefícios aos praticantes e têm seus riscos minimizados através de
orientação e controle adequados. Esses exercícios regulares aumentam a longevidade, melhoram o nível
de energia, a disposição e a saúde de um modo geral. Afetam de maneira positiva o desempenho
intelectual, o raciocínio, a velocidade de reação, o convívio social. O que isso quer dizer? Há uma melhora
significativa da sua qualidade de vida!
O que precisamos ressaltar é o investimento contínuo no futuro, a partir do qual as pessoas
devem buscar formas de se tornarem mais ativas no seu dia-a-dia, como subir escadas, sair para dançar,
praticar atividades como jardinagem, lavagem do carro, passeios no parque. A palavra de ordem é
MOVIMENTO.
TEXTO 2: HISTÓRIA DO ESPORTE
O homem está interligado e correlacionado ao esporte desde os primatas, quando fugiam de animais
predadores, lutavam por áreas e regiões e disputavam domínios no início das coletividades. Acredita-se que
depois da alimentação, a mais antiga forma de atividade humana é a que hoje se conhece por esporte.
Mas a prática desportiva teve início remoto, onde já havia monumentos de vários estilos dos antigos egípcios,
babilônios, assírios e hebreus com cenas de luta, jogos de bola, natação, acrobacias e danças. Entre os egípcios,
a luta corpo-a-corpo e com espadas surgiram por volta de 2.700 a.C. e eram exercícios com fins militares. Os
outros jogos tinham caráter religioso.
Campeonatos, torneios, olimpíadas, recordes, títulos, medalhas, torcidas e comemorações. A aura
mítica do esporte e seus heróis - os atletas - fazem parte do dia-a-dia de bilhões de pessoas ao redor do planeta.
As disputas esportivas têm o poder de colocar países inteiros em compasso de espera. O Brasil pára para ver os
jogos da seleção na Copa do Mundo e o mesmo se repete na Argentina, na Inglaterra ou na Itália. Nações dos
cinco continentes acompanham as transmissões de provas e partidas dos Jogos Olímpicos, mesmo que seus
esportistas não tenham qualquer chance de vitória.
A longa história do esporte ajuda a entender como um fenômeno surgido há milênios se perpetuou
no imaginário do homem. Inicialmente, a prática esportiva está ligada aos exércitos e às guerras. Aprimorar e
desenvolver a força física do soldado, além de significar mais chances de vitória nas batalhas, serve para
demonstrar a superioridade de um povo.
Na China desenvolveu-se o Kung-fu há mais ou menos 5 mil anos. Acredita-se que foram os gregos
e os persas os pioneiros na sistematização da prática do esporte. A luta corpo-a-corpo e com espadas.
Arqueólogos encontraram monumentos de babilônios, assírios e hebreus com representações de jogos com
bola, natação, acrobacia e danças.
Os gregos foram o primeiro povo europeu a atingir alto grau de civilização. A Educação Física,
assim como a Filosofia, a Lógica, a Arquitetura e as artes em geral, está entre as principais heranças por eles
deixadas ao mundo moderno.
Mas é na Grécia Antiga que o esporte passa a ocupar um lugar de destaque na sociedade. A
Educação Física deixa o campo militar e se torna motivo de distinção social. A prática esportiva é a única
atividade que, mesmo gerando suor, causa orgulho nos cidadãos. O trabalho, por exemplo, cabe ao escravo e
não confere prestígio aos homens livres. O filósofo Sócrates registra a importância do esporte para a sociedade
da época: "Nenhum cidadão tem o direito de ser um amador na matéria de adestramento físico, sendo parte de
seu ofício, como cidadão, manter-se em boas condições, pronto para servir ao Estado sempre que preciso. Além
disso, que desgraça é para o homem envelhecer sem nunca ter visto a beleza e sem ter conhecido a força de que
seu corpo é capaz de produzir".
Escavações feitas na Grécia revelaram que, por volta de 2.500 a.C., os micênios (povo que vivia na
região) haviam formado uma civilização em que se cultivavam tanto as artes como os jogos.
Conta-se no livro VIII da Odisséia que Ulisses, ao ser desafiado pelos lutadores e atletas do rei Alcino, lançou
um peso maior que os convencionais neste tipo de competição a uma distância nunca alcançada mesmo com
pesos normais.
Tanto Aristóteles como Hipócrates escreveram reconhecendo o valor dos exercícios físicos,
chegando até a achar que a educação do corpo deveria preceder a do intelecto.
O esporte ocupava lugar de destaque entre espartanos e atenienses. Na Idade Média, com o
crescimento da força do Cristianismo, que pregava mais a purificação da alma do que a do corpo, o esporte
entrou em uma fase de estagnação, pois foi um período de guerras e conquistas. Na Renascença (século XVI e
XVII), com o surgimento do Humanismo, a Educação Física foi revivida.
Com a conquista da Grécia Antiga pelos romanos, em 456 a.C, os jogos olímpicos entram em
declínio. A proposta de integrar os cidadãos em competições marcadas pela cordialidade cede espaço a disputas
cada vez mais violentas. A última Olimpíada da Era Antiga acontece em 393 d.C, quando o imperador romano
Teodósio I proíbe a realização de festas para adoração de deuses.
A partir do século IV, passando por toda a Idade Média, o esporte vive um período de estagnação,
principalmente no Ocidente. O cristianismo prega a purificação da alma; o corpo, colocado em segundo plano,
serve mais às penitências do que ao desenvolvimento de aptidões esportivas. A Educação Física, pelo menos na
perspectiva adotada na Grécia antiga, desaparece ou é praticada de forma isolada por pequenos grupos.
A retomada do esporte se dá lentamente. O Humanismo, nos séculos XVI e XVII, redescobre a importância a
atividade física. As bases dos conceitos modernos de esporte surgem na Europa do século XVIII, quando a
Educação Física volta a ser sistematizada. No século seguinte, em Oxford (Inglaterra), se dá a reforma dos
conceitos desportivos, com a definição das regras para os jogos. A padronização dos regulamentos das disputas
favorece a internacionalização do esporte.
No fim do século XIX, há três linhas doutrinárias de atividade física: a ginástica nacionalista
(alemã), que valoriza aspectos ligados ao patriotismo e à ordem; a ginástica médica (sueca), voltada para fins
terapêuticos e preventivos; e o movimento do esporte (inglês), que introduz a concepção moderna de esporte e
impulsiona a restauração do movimento olímpico, com o barão Pierre de Coubertin. Esta última linha prevalece
e leva à realização da primeira Olimpíada da Era Moderna em 1896, em Atenas.
A primeira metade do século passado é marcada por um desenvolvimento lento do esporte. Duas
guerras mundiais (1914/1918 e 1939/1945), a revolução comunista de 1917, o crack da Bolsa de Nova York em
1929 criam dificuldades em escala planetária para o treinamento de atletas, a realização de competições e
viagens das equipes. Por causa das guerras mundiais, três edições dos Jogos Olímpicos foram canceladas 1912, 1940 e 1944. Neste quadro de relativo marasmo, a Associação Cristã de Moços (ACM) se destaca nos
Estados Unidos, criando novas modalidades esportivas - como o basquete e o vôlei - ou inovando com as
concepções pioneiras de ginástica de conservação.
Na segunda metade do século XX, notadamente entre 1950 e 1990, o esporte é sacudido por uma
nova realidade. A concepção do "Ideário Olímpico" e sua máxima de "o importante é competir" saem de cena.
A Guerra Fria estimula o uso ideológico do esporte, colocando em segundo plano o fair play. A simples prática
esportiva deixa de ser relevante, pois o que importa é o rendimento, o resultado. Inicia-se um rápido processo
de profissionalização dos atletas, alçados à condição de estrelas da mídia e heróis nacionais. A corrida em busca
de recordes e títulos faz com que organismos internacionais lancem manifestos denunciando a exacerbação da
competição e alertando os governos para as novas responsabilidades do Estado no que se refere às atividades
físicas. Os textos destacam a necessidade de garantir à população em geral - e não apenas aos atletas condições que levem à democratização do esporte.
A última década do século passado revela a aceleração das mudanças na prática esportiva.
Consolida-se a idéia de esporte como direito de todos. Grupos até então pouco atendidos na questão da
atividade física ganham mais atenção. Dois exemplos de tal transformação são a terceira idade e a pessoa
portadora de deficiência. Amplia-se o próprio conceito de esporte, desmembrado em esporte-participação
(lazer) e esporte de rendimento (competição). O papel do Estado também se altera. Ele deixa de apenas tutelar
as atividades esportivas. Passa a investir em recursos humanos e científicos. Além disso, no campo do alto
rendimento, dá atenção especial às questões éticas, como o combate ao doping.
No caso do esporte de alto rendimento, percebe-se o avanço da lógica mercantilista. Provas,
partidas e torneios são espetáculos; atletas, produtos em exibição. Equipes de futebol, atletismo, vôlei ou
basquete funcionam como uma espécie de grande companhia artística, com astros (atletas) milionários e shows
(partidas ou provas) que mobilizam a mídia e o público. Estimuladas pela cobertura das TVs, novas
modalidades ganham importância. Os chamados esportes radicais (surfe, skate, kitesurfe, bicicross, motocross,
entre outros) proporcionam imagens de impacto e conquistam novos fãs a cada dia. Além disso, multiplicam-se
os "esportes-filhotes", derivações de modalidades amplamente difundidas. Vôlei de praia, futsal e beach soccer
são alguns exemplos do fenômeno.
No século XVIII é quando surgem as bases dos conceitos modernos do esporte de hoje. Até o
Século XIX, porém, tudo o que se entendia como esporte era a Educação Física sistematizada. Foi quando em
Oxford, na Inglaterra, iniciou-se o processo de reforma estrutural dos conceitos desportivos, surgindo então as
primeiras regras definidas de jogos. Logo depois, houve a internacionalização deste conceito, quando nasceu
definitivamente o esporte moderno.
www.scribd.com/doc/.../Historia-do-Esporte
TEXTO 3: A HISTÓRIA DA EDUCAÇÃO FÍSICA
A História da Educação Física relaciona-se com todas as ciências que estudam o passado e o
presente das atividades humanas e a sua evolução. O homem, condicionado à situações de ser pensante,
desempenhou, em todas as etapas da vida, um papel importante na história da educação física, a qual se propõe
a investigar a origem e o desenvolvimento progressivo de suas atividades físicas, através do tempo: sua
importância, as causas de seu apogeu e da sua decadência.
Introdução
A educação física evolui à medida que se processa a evolução cultural dos povos. Assim, a sua
orientação no tempo e no espaço está em sintonia com os sistemas políticos, sociais, econômicos e científicos
vigentes nas sociedades humanas.
Na Pré-História havia a preocupação do desenvolvimento da força bruta, sob o ponto de vista
utilitário-guerreiro, sem idéia definida do ponto de vista moral. Na Antiguidade, os gregos, entretanto, mais
evoluídos, visavam ao desenvolvimento físico e moral do homem. Nesse período, a educação física visava o
aspecto somático, harmonia de formas, musculatura saliente, sem exagero, de onde surgiram os atletas de porte
esbelto. É a fase anatômica da educação física. Já entre os romanos, que herdaram com a conquista da Grécia as
atividades físicas dos gregos, em plena decadência, orientavam a educação física, objetivando o
desenvolvimento das massas musculares. Pouco se dedicavam à cultura intelectual e muito menos a da moral.
Na idade média, caracteriza-se a reação contra a adoração pagã do físico, e o espírito passa a
predominar sobre a matéria. Os exercícios físicos são relegados a plano secundário e a "justo" e o "torneio" são
as formas bárbaras de sua manifestação, por influência das ordens de cavalaria. Modernamente, com o
desenvolvimento da fisiologia e outras ciências, cai, o conceito anatômico e passa a prevalecer o fisiológico. O
que se deseja não é a força, mas sim a saúde, mais do que a força. É preciso, também, considerar o lado moral.
A moral deve ser levada em conta pela educação física, pois é necessário que ela concorra para formar um
coração generoso, uma moral elevada, além de uma inteligência lúcida. Estamos, pois, hoje, na fase em que a
educação física visa, a par do preparo físico, a educação, no seu tríplice aspecto: físico, moral e intelectual.
Ramos Pré-históricos
Estuda a origem e a prática da educação física desde o aparecimento do homem sobre a terra, ao
início da antiguidade oriental.
Idade da Pedra: Época em que os instrumentos eram feitos de "Sílex". Nesse período, o homem melhora a sua
biomorfologia e a musculatura torna-se mais forte; manifesta seus sentimentos através das lutas, danças e gestos
mímicos; à proporção que se evoluía e se aperfeiçoava, a atividade muscular se adapta às condições novas;
quando as sociedades se constituíram, os fortes dominavam os fracos, porque só podia ser chefe quem tivesse
poderosa musculatura, compreende
Idade do Metal: É o período em que os instrumentos de pedra são substituídos pelos de metal. Inicia-se a
formação das sociedades, à medida que o homem adquire consciência de suas atitudes, estreita os laços da
família, formam as cidades e os Estados; os objectos encontrados revelam as atividades manuais: os jogos, as
danças, marchas, corrida, saltos, lutas, remo e nado.
Origem dos exercícios físicos
Quando se fala em educação física forma-se logo no pensamento a imagem de movimento ou
locomoção. Logo, não se pode pensar em exercícios físicos sem primeiro atentar para a sua origem: Os
antropólogos e paleontólogos, pesquisando certos terrenos geológicos, descobriram que o homem apareceu
entre o fim Plioceno e o começo do Pleistoceno. A existência humana determina necessidades econômicas.
Estas obrigaram o homem a locomover-se, de uma região para outra, numa mesma época do ano, ou em épocas
diferentes, iniciando, assim, inconscientemente o adestramento do corpo, melhorando, através de milhões de
anos, o seu aspecto físico para vencer melhor a luta pela vida, quer procurando os bens econômicos, quer
defendendo-se ou atacando, sem, no entanto, constituir-se uma preocupação diária, em virtude de ser uma
prática natural, do saltar, trepar, correr, lançar, nadar, aprimorando, conseqüentemente, as funções orgânicas. O
elevado grau de desenvolvimento físico, decorrente do trabalho orgânico, agudeza dos sentidos de que eram
dotados os povos selvagens, são provas irrefutáveis de que os exercícios físicos, nasceram instintivamente com
o homem, em razão de suas necessidades econômicas e biológicas. A observação que se faz e a conclusão a que
se chega, no recém-nascido, por onde, constata-se que "o movimento é o seu gesto mais pronunciado". O
instinto de mover o tronco e as extremidades primeiramente arrastando-se, depois andando de gatinhas
(quadruptação), logo depois andando, trepando, correndo, saltando e, quando já adulto, sentindo-se forte, surgelhe o instinto da luta, procurando dominar os mais fracos, depois os de igualdade de condições e às vezes os
mais fortes. Esses movimentos e meios de locomoção, certamente, eram mais acentuados nos recém-nascidos
primitivos do que nos civilizados, os quais sofreram os influxos progressivos do regime e do meio que
passaram a viver. Nessa altura compreende-se, pois, que a educação física teve origem com o ser vivo e sua
racionalização. Com o homem, quando compreendeu ser, o desenvolvimento da potência física, necessária à
sobrevivência, remontando a sua prática aos mais antigos povos orientais.
Educação física pelo homem primitivo: Surgiu, como já vimos, com o aparecimento do homem. Porém, na
pré-história, não se encontram indícios concretos de como foram praticados tais exercícios pelo homem
primitivo, além da imitação. Partindo, todavia, da Lei do Uso (Lamarck), segundo a qual a utilização freqüente
dos diferentes órgãos, sistemas e aparelhos, em época e situações também diferentes, de acordo com os estágios
pelos quais passou o homem, desenvolveu-se e, ao mesmo tempo, aperfeiçoou as funções determinando
mudanças morfofuncionais; e do seu aforismo: "A função cria o órgão" (Lamarck), conclui-se que, existindo a
espécie animal, existe movimento e, portanto, exercícios físicos, os quais, pela sua repetição, aperfeiçoam e
desenvolvem os órgãos, sistemas e aparelhos.
O homem primitivo: Deslocava-se de um lugar para outro a procura de alimentos, marchando, trepando,
nadando, saltando e lançando as suas diferentes armas de arremesso. Pela repetição contínua desses exercícios,
na luta pela sobrevivência, aperfeiçoava as funções educando-as gradativa e inconscientemente, segundo as leis
naturais de criação (biológicas), confirmando pelo aforismo: "Natura non facit saltus" (Cuvier).
As atividades físicas dos povos primitivos desenvolveram-se tendo em vista, não somente as
necessidades fisiológicas, mas, acima de tudo, a sua aplicação utilitária, tudo com base na imitação das
diferentes fases das ocupações diárias. Os exercícios corporais se caracterizam pelas lutas, pelos jogos, pelos
combates simulados ou verdadeiros, armados, com ou sem proteção, culminando com o caráter recreativo,
porque cada sessão terminava com cenas cômicas
Educação Física na Antiguidade
Mundo Egeu, Civilização Pré-Helênica
A respeito dos gregos anteriores a 2000ªC., pouco se sabia até o século passado, quando, em 1878,
um comerciante cretense, Minos Kalokairinos, desenterrou estranhas antiguidades ao sul de [[Candia (antiga
Creta, a seguir, os arqueólogos Heinrich Schliemann, alemão 1822-1890, Arthur Evans, inglês, (1851-1941),
investigando, efetuaram escavações na Ásia Menor (Tróia) e no Peloponéso (Micenas, Pilos e Tirinto),
encontrando vestígios de antiguíssima civilização, que florescera a uns 3000 a.C. Estudos efetuados
posteriormente forneceram elementos que permitiram melhor conhecimento da Grécia pré- histórica, revelando
ao mundo ter existido a Civilização Egeana, até então ignorada, originária da Ilha de Creta, cujos habitantes
eram chamados Kefti (insulanos ou marítimos), que formaram a base da civilização egéia, precursora da grega.
As escassas informações, dessa civilização, passaram à história através de estranhos hieróglifos
gravados em monumentos, armas, ídolos, cerâmicas, jóias, tabletes de argila etc., estes, descobertos nas ruínas
de Cnossos, até hoje pemanecem indecifráveis. A falta da escrita, as pinturas encontradas, não proporcionam
dados expressivos a respeito dos costumes e instituições de Creta.
Sistema educativo
Os muros, recentemente desenterrados, revelaram que a cultura física era praticada com tal paixão,
sob o aspecto de exercícios de força e destreza, que chegaram a construir praças de jogos ou circo. Pelos
pictogramas e pinturas de cenas esportivas, encontradas, nos muros. Conclui-se que os cretenses praticavam
diversos jogos (corridas de carros, corrida a pé, saltos, touradas; danças, exercícios ginásticos; Pugilismo Boxe
e lutas e gladiadores; jogos de xadrez e caça. A educação física era praticada, como se pôde deduzir, sob os
aspectos militar, esportivo, médico e rítmico.
Aspecto militar: Com este objetivo preparavam o exército para a guerra, sob o caráter guerreiro, em toda sua
amplitude, para desenvolver o sangue frio e a coragem, utilizando-se da luta de gladiadores entre homens, e
entre homens e mulheres com os animais ferozes, tal qual foi mais tarde praticado em Roma, e com o mesmo
fim, isto é, de alegrar a aristocracia debochada e sedenta de crueldade e prazer, e acostumar a ver matar.
Aspecto esportivo: Desenvolvia, individual e coletivamente, as qualidades guerreiras:
Caráter individual: Praticavam os esportes que desenvolviam as qualidades inatas do guerreiro, tais como
coragem, ousadia, resistência e confiança em si mesmo. Entre muitos exercícios salienta-se de uma maneira
especial:
a) Corridas a pé: As quais formavam a base dos exercícios de destreza e agilidade, com o objetivo
de aplicá-lo as corridas de touros.
b) Pugilismo: Constituído de uma espécie de Boxe, parecido com o boxe dos dias atuais, no qual
era permitido golpearem-se tanto com os pés como com os punhos. Muitos lutadores encontravam a mais das
vezes, a morte no decorrer do combate. Os atletas, já nessa longínqua época, eram divididos em categorias,
assim compreendidas: peso leve, que lutavam de mãos livres, podendo golpearem-se com os pés; peso médio,
que usavam capacetes, com penachos e luvas; peso pesado, que eram protegidos com um capacete, máscara e
luvas de couro acolchoadas, compridas e trançadas. Lutavam até que um deles caísse exausto e o vencedor o
pisasse triunfante.
c) Combate de gladiadores: Este combate, levado a efeito no próprio local do sacrifício ao culto a
Minotauro, em que se sacrificavam vítimas humanas (escravos ou prisioneiros), no qual o vencedor obtinha a
liberdade e o vencido era sacrificado, costume esse encontrado na Grécia primitiva como herança da civilização
cretense e, mais tarde, em Roma como herança da Grécia, quando a conquistaram.
d) Corridas de touros: Com o passar dos tempos, a luta de gladiadores tornou-se insípida e foi
substituída pela corrida de touros dentro da arena, como parte integrante do culto sagrado ou touromáquico, em
homenagem a divindade touro-homem, em que a vítima em geral terminava espetada nos chifres dos touros
bravios.
Caráter coletivo: Este compreendia as caçadas e corridas de carros, com o espírito de competição e recreativo.
Na caça empregava-se gatos semi selvagens, águias, cães de raça, costume que passou aos povos de origem
asiáticas (árabes e egípcios).
Conclusões
A ilha de Creta, como primeiro império, se estendeu através de uma série de ilhas que, agrupadas,
formavam quatro pontes, ligando-se com a Ásia e a Europa, constituindo o Mundo Egeu. Dessa civilização se
encontram vestígios entre os árabes, egípcios, espanhóis e gregos. A Grécia foi a principal herdeira de suas
instituições, suas artes e educação física.
As festas públicas em circos faziam parte da vida cotidiana do cretense, como demonstrações: de
exercícios ginásticos e acrobáticos; de jogos de força e destreza (tourada). Foi com estas mesmas características
que emigrou para a Grécia onde, encontrando um ambiente propício ao seu total desenvolvimento, chegou a ser
o centro irradiador da cultura física, ditando aos gregos e ao mundo egeu, os processos de trabalho físico.

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