O fantasma dos anos 90 de volta - Sindicato dos Bancários da Bahia
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CONGRESSO DOS FUNCIONÁRIOS DO BB ENTRE 17 E 19 DE JUNHO, EM SÃO PAULO Filiado à O BANCÁRIO O único jornal diário dos movimentos sociais no país Presidente Augusto Vasconcelos Edição Diária 6087 | Salvador, quinta-feira, 09.06.2016 bancos públicos Michel Temer mostrou que, de fato, sabe lidar com os mafiosos. Ele manteve no seu governo todos os metidos em escândalos. ALTAMIRO BORGES - JORNALISTA O fantasma dos anos 90 de volta Não há dúvidas de que os bancários estão sob risco com o governo Temer. A equipe econômica retoma estudo iniciado nos anos 90, no governo FCH, para fundir Banco do Brasil e Caixa. Os funcionários estão apreensivos. Sabem o que a medida pode ocasionar. Página 3 Historicamente, fusões representam demissões. Iniciativa do governo de Temer que visa juntar BB e Caixa piora o clima nas agências bancárias Serviços bancários estão o olho da cara. Custo alto Pautas dos privados são aprovadas em encontros Página 2 Página 4 www. ba n c a r i o s b a h i a . o rg . b r bancariosbahia b an cario sb ah ia o bancário economia Salvador, quinta-feira, 09.06.2016 • www.bancariosbahia.org.br Serviços acima da inflação paulo fridman Desde janeiro, os bancos subiram 75 dos 121 pacotes. BB teve o maior aumento ana beatriz leal [email protected] Qualquer correntista que olha com frequência o extrato bancário sabe que os bancos não pensam duas vezes na hora de aumentar as taxas. Levantamento da Proteste (Associação Brasileira de Defesa do Consumidor) revela que, entre 121 pacotes de serviços, 75 subiram desde janeiro deste ano – a maioria (67) acima da inflação. BB, Bradesco, Caixa, Itaú, Santander, Banrisul, HSBC e Citibank foram analisados, os dois últimos foram os únicos que Bancos exageram no aumento dos valores dos pacotes de serviços. É de assustar o consumidor não reajustaram as 19 cestas pesquisadas. Questionadas, as empresas justificam as elevações como consequência da inflação e do aumento de custos operacionais. O BB registrou o maior avanço, de 50,87%, no pacote Bom pra Todos Pleno, que custa R$ 60,95 ao mês. O Santander cobra a cesta mais cara, a Select Unique (R$ 99,00). Cheque especial bem salgado Em defesa dos funcionários da Desenbahia pode acontecer de tudo no sistema financeiro, mas os bancos mantêm os juros do cheque especial elevados. De maio para junho, as taxas aumentaram novamente. No Itaú, o índice passou de 12,61% ao mês para 12,89% em junho. No Safra, a alta foi de 12% para 12,6%. No Bradesco, o acréscimo de 12,63% para 12,89% e no Banco do Brasil, de 12,3% para 12,4%. Mas, o destaque é o Santander. O banco espanhol tem a maior taxa para a modalidade de crédito (15,49%), além de ter o maior juro para o empréstimo pessoal, que chegou a 8,49% em junho. Programas policialescos ferem a ética Continua a repercutir o arrocho do governo Temer aos sites progressistas. A atitude de retirar, sem motivos, R$ 8 milhões dos R$ 11 milhões em publicidade incendiou os movimentos sociais que lutam contra a exibição de programas policiais de TV e rádio que ferem as leis e a ética jornalística. Os programas continuam a receber as verbas do governo. Segundo a ONG Andi Comunicação e Direitos, em um mês, foram 15,7 mil violações às leis e ao código de ética. E isso a partir da análise de apenas 28 programas policialescos em nove estados brasileiros. O BANCÁRIO Fundado em 30 de outubro de 1939. Edição diária desde 1º de dezembro de 1989 Fundado em 4 de fevereiro de 1933 ARQUIVO 2 Alguns programas de TV violam o código de ética A consulta realizada pela Desenbahia à PGE (Procuradoria Geral do Estado da Bahia), com o objetivo de realizar demissões sem justa, tem causado inquietação entre os funcionários. A ASDEB (Associação dos Empregados da Desenbahia) avalia alguns pontos antes da decisão da Agência de Fomento do Estado da Bahia. O Sindicato dos Bancários da Bahia também tem atuado junto à ASDEB em defesa dos empregados. Em nota, a Associação lembra que em 1988 aconteceu uma medida dessa magnitude. A iniciativa resultou em um grande desgaste para os gestores e gerou um alto passivo trabalhista. A partir dos anos 90, quando surgia a necessidade de redução de custos, era aplicado o PDV (Programa de Demissão Voluntária), com o objetivo de desligar os empregados que ajudaram no crescimento da empresa e do Estado. Diante do quadro, o Sindicato e a ASDEB mostram preocupação com a deterioração do clima organizacional causada pela consulta à PGE. Fato que pode gerar impacto na produtividade dos associados. Informativo do Sindicato dos Bancários da Bahia. Editado e publicado sob a responsabilidade da diretoria da entidade - Presidente: Augusto Vasconcelos. Diretor de Imprensa e Comunicação: Adelmo Andrade. Endereço: Avenida Sete de Setembro, 1.001, Mercês, Centro, Salvador-Bahia. CEP: 40.060-000 - Fone: (71) 3329-2333 - Fax: 3329-2309 - www.bancariosbahia.org.br - [email protected] Jornalista responsável: Rogaciano Medeiros - Reg. MTE 879 DRT-BA. Chefe de Reportagem: Rose Lima - Reg. MTE 4645 DRT-BA. Repórteres: Ana Beatriz Leal - Reg. MTE 4590 DRT-BA e Rafael Barreto. Estagiários em jornalismo: Bárbara Aguiar e Selma Portugal. Projeto gráfico: Márcio Lima. Diagramação: André Pitombo. Impressão: Muttigraf. Tiragem: 10 mil exemplares. Os textos assinados são de inteira responsabilidade dos autores. o bancário www.bancariosbahia.org.br • Salvador, quinta-feira, 09.06.2016 Proposta circulava no governo FHC. Os funcionários estão temerosos rafael barreto [email protected] A ofensiva neoliberal ressuscita fantasmas do governo do ex-presidente tucano Fernando Henrique Cardoso. As medidas atingem diretamente os bancários. A equipe econômica do governo interino de Michel Temer retoma os estudos iniciados nos anos 90 sobre a fusão entre o Banco do Brasil e a Caixa. bancos públicos Repúdio à possível fusão entre BB e Caixa A tentativa é transformar a Caixa em uma instituição apenas de crédito imobiliário e passar todas as demais operações para o BB, em uma clara intenção de enfraquecer os bancos públicos e facilitar a atuação dos gigantes privados do setor. Para o Sindicato da Bahia, os bancos públicos são essenciais ad bancário e as tarifas para facilitar o consumo, foi fundamental para que o país não entrasse em recessão. As instituições são essenciais para o crescimento do país Ato contra Indicado Gilmar ao BC se Mendes contradiz ARQUIVO Caixa não retoma contratações, mas reabre Plano de Apoio à Aposentadoria Banco quer reduzir ainda mais o quadro A Caixa segue inflexível e faz vistas grossas para a necessidade em ampliar o quadro de pessoal, com a convocação dos aprovados em concurso público. A atual direção tem tornado o momento ainda mais difícil, com a reabertura do PAA (Plano de Apoio à Aposentadoria). O prazo de adesão acaba no dia 30 de junho. O desfalque nas agências certamente vai au- para o desenvolvimento do Brasil e não podem ser tratados como supérfluos. De fato, é só olhar a crise econômica mundial, iniciada em 2008, para perceber a importância das instituições. A atuação anticíclica, principalmente da Caixa, de ampliar a concessão de crédito e diminuir o spre- mentar com a medida, agravando as condições de trabalho, de atendimento, e a sobrecarga. Vale destacar que mais de 30 mil pessoas foram aprovados no concurso público de 2014 e até hoje aguardam a convocação. Mas, a direção da instituição financeira não se manifesta positivamente sobre o assunto. A intenção é reduzir o quadro de pessoal para cerca de 95 mil. hoje, a partir das 10h, os movimentos sociais, convocados pelas frentes Brasil Popular e Povo Sem Medo, fazem manifestação. Desta vez, contra o ministro Gilmar Mendes. Todos estarão reunidos no TRE (Tribunal Regional Eleitoral), no Centro Administrativo da Bahia, onde ele ministra palestra. Gilmar Mendes tem se colocado como mais um instrumento legal dos golpistas contra o governo da presidenta Dilma Rousseff. A próxima atividade é a caminhada em defesa dos direitos, amanhã, com saída do Campo Grande, às 15h. O governo de Michel Temer insiste no discurso de alta do déficit fiscal de R$ 96,7 bilhões para R$ 170,5 bilhões. Até o indicado à presidência do Banco Central, Ilan Goldfajn, mudou de opinião para atender as demandas do presidente interino. Em artigo publicado em agosto de 2015, o economista havia declarado que seria a pior saída possível o aumento do déficit, pois traria inflação, recessão, queda de salário real e piora na distribuição de renda. Agora, se contradiz. Goldfajn declara que as medidas do programa Ponte para o Futuro, do PMDB, são voltadas para o futuro e que, se for olhada apenas a curto prazo, não vai resolver. Sem avanço, pressão em cima do Santander Após uma rodada de negociação frustrante, ontem, em São Paulo, os funcionários resolveram intensificar a pressão contra o Santander. O banco apenas aceitou renovar a cláusulas já existentes no Acordo Aditivo à CCT (Convenção Coletiva de Trabalho). O diretor da Feeb, Francisco Vieira, que representou a Bahia no encontro, lembra que para forçar o banco a avançar na pauta de reivindicações, é necessário que cada trabalhador amplie a mobilização. As queixas são as mais diversas. A principal é a sobrecarga. Não é para menos. A empresa não contrata. Pelo contrário. Tem promovido demissões. Em todo o Brasil, são 50.142 mil empregados para 32.900 milhões de clientes. Cada bancário é responsável por atender, em média, 656 correntistas. Demanda alta, que estressa e adoece. A rotina nas agências é enlouquecedora. Próxima negociação com o Santander no dia 22 3 4 o bancário BANCOS PRIVADOS Salvador, quinta-feira, 09.06.2016 • www.bancariosbahia.org.br Emprego é prioridade Funcionários do Itaú, HSBC, Mercantil e Bradesco elencam prioridades da campanha Bancários definem pautas específicas da campanha 2016 REDAÇÃO [email protected] Garantia de emprego. Esta é a prioridade para os funcionários dos bancos privados, que aprovaram, ontem, durante encontro nacional, as pautas de reivindicações específicas. No Itaú, além do emprego, saúde e melhores condições de trabalho foram os principais pontos da minuta. Entre as propostas, a criação de um Grupo de Trabalho sobre re- muneração, para discutir principalmente previdência complementar e PCS, e nova base de cálculo para o PCR. O evento contou com a participação de 150 bancários de todo o país. No caso do Bradesco, 120 delegados apontaram a manutenção do emprego como questão prioritária. A pauta ainda contém auxílio-educação; adiantamento de férias; plano de cargos e salários; segurança; plano de saúde e seguro saúde; fim do assédio moral e metas e promoção. Também definiram as pautas os funcionários do HSBC e Mercantil do Brasil. DICA CULTURAL Gafieira do Dadá O bancário que quiser curtir o Samba Gafieira do Dadá, pode comparecer ao restaurante Camafeu de Oxossi, no Mercado Modelo, todas as sextas-feiras até 17 de junho. O sindicalizado tem 50% de desconto na entrada ao apresentar a carteira. O grupo faz uma apresentação bem eclética, com a mistura de vários ritmos clássicos que marcam o cenário musical brasileiro. O show começa a partir das 17h. SAQUE DUALIDADE A pesquisa da CNT (Confederação Nacional dos Transportes), feita pelo MDA, que mostra o ex-presidente Lula na frente em todos os cenários, na estimulada e na espontânea, pode ser vista para o bem e para o mal. De um lado mostra a força da popularidade do petista, apesar de todo massacre midiático, do outro serve como senha para as elites golpistas. Se não encontrarem uma armação para prendê-lo e tirá-lo legalmente do páreo, a extrema direita perde mais uma eleição, seja agora ou em 2018. Se acontecer, será a quinta derrota consecutiva. DIANTEIRA Os incríveis números da pesquisa da CNT, que coloca o ex-presidente Lula na fren- te de todos os adversários na corrida presidencial, com 22% da preferência do eleitorado, revelam um detalhe a ser considerado. Todos os golpistas ficam atrás. Marina Silva (Rede-AC) tem 16,6%, Aécio Neves (PSDB-MG) 16% e Geraldo Alckmin 9%. Sinal de que o golpe e o massacre midiático não estão colando no povão, que efetivamente decide a eleição. REJEIÇÃO Para quem, mesmo interinamente, assumiu com total apoio midiático, apresentado como a salvação do Brasil e de todos os problemas econômicos e políticos brasileiros, a rejeição de 40,4%, conforme a pesquisa CNT, é um sinal concreto de que o governo Michel Temer (PMDB-SP) tem remotas chances de ser exitoso, no caso da confirmação do impeachment. INCAPACIDADE Para o cientista social Emir Sader, o governo Temer não tem a “mínima” chance de oferecer esperanças ao povo brasileiro. "Diariamente está convulsionado por novas acusações, por riscos de prisão e possibilidades de novas substituições no governo. Não tem a mínima estabilidade desde dentro mesmo do governo e está sitiado pelas manifestações populares". GANGRENA Um dos mais famosos jornais do Mundo, o Le Monde vê amplas possibilidades de a presidenta afastada Dilma Rousseff voltar à presidência e faz duras críticas ao presidente interino Michel Temer. “A governabilidade continua frágil. E, sobretudo, a falta de credibilidade continua a envolver uma elite política implicada na operação Lava Jato”. Afirma em editorial que o povo está descobrindo que a corrupção não afeta somente o PT. “Todo o sistema político está gangrenado". Riscos de epidemias A saúde pública, um direito de todos, corre sérios riscos. O governo Temer pretende reduzir os investimentos no SUS (Sistema Único de Saúde), medida que pode elevar o número nos casos de epidemia. De acordo com especialistas, é na recessão que os governos mais devem investir em saúde. Pesquisas mostram que a redução nos investimentos em épocas de menor crescimento coincide com a volta de epidemias. É quando os desempregados e famílias são desvinculados de planos de saúde e há aumento da demanda na rede pública, que precisa estar preparada. OPORTUNISMO Na esperança de que a crise política, com movimentos de golpe e contragolpe, possa lhe render dividendos políticos, a ex-senadora Marina Silva (Rede-AC), insiste na defesa de eleições gerais agora em outubro. Diz que os pedidos de prisão da Procuradoria-Geral “comprometem” toda a linha sucessória da República. "O TSE tem em mãos a possibilidade de dar ao Brasil uma nova perspectiva". O direito à saúde está na Constituição
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