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Transcrição

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E
ABQCT 30 ANOS
Caros Leitores,
Cada um de nós teria muitas histórias para contar desde a fundação até os dias de hoje,
por exemplo, sobre nossas angústias, ansiedades, incertezas, tristezas, alegrias, esperanças, frustrações, sonhos, ideais, sobre os dias em que quase desistimos, enfim, tantos
momentos compartilhados.
R
I
De fato, o que tento passar a tantos quantos se interessam pelo tema é que aí está um bom
momento de recebermos esse apoio e deslancharmos na direção de outros eventos da
mesma natureza, através desse magnífico evento, a 17ª edição do Congresso Latino
Americano de Químicos e Coloristas Têxteis, totalmente preparado pela nossa Associação.
Apoio este que vai da simples adesão individual, através da inscrição, até o co-patrocínio ou
facilitação das ações.
O
Este breve relato, porém, nos remete às seguintes perguntas: não seria hora de
passarmos a contar com mais ajuda ou apoio de nossas instituições, quer sejam privadas ou
governamentais, para aproveitarmos melhor essa nossa vocação pelo desenvolvimento
técnico e científico? Não seria hora, contando com esses apoios, de nos transformarmos em
um centro de apoio, pesquisa e informação para tantos que sentem dificuldades de
esclarecer suas dúvidas ou achar atalhos para solução de seus problemas? Aproveitar,
quem sabe, o contingente de profissionais sem colocação formal ou fixa?
T
Tudo que fizemos e estamos fazendo, seja muito ou pouco, sem entrar no mérito, foi a
custo de muito esforço, sacrifício pessoal e ajuda de alguns poucos que também sempre
acreditaram nos ideais. Ainda estamos aqui com o mesmo idealismo de quando começamos,
preparando um Congresso que será, sem dúvida, um marco nesta longa carreira de nossa
Associação, contribuindo nessa necessidade de enriquecermos cada vez mais os conhecimentos científicos de nossos profissionais.
I
No decorrer desse tempo, em que muitas vezes estivemos diante de eventos positivamente memoráveis e outros nem tanto, sem lugar sequer para nossas reuniões de trabalho, mas
sempre acreditando e lutando muito, superando uma a uma as dificuldades que se
apresentaram, não desistindo jamais. Todos os que trabalharam, e trabalham até hoje, o
fizeram desprendidos de interesse financeiro, sempre por apreço e amor à maravilhosa
carreira de Química Têxtil, enxergando em nossa Associação uma grande possibilidade de
fomento do conhecimento.
D
Nossa Associação está completando 30 anos em 2004.
A
Pensem nisso, opinem, sugiram, indiquem e participem.
Antonio Ajudarte Lopes Filho
L
Presidente da ABQCT
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE QUÍMICOS
E COLORISTAS TÊXTEIS
Membro titular FLAQT
AATCC Corporate Member
site: www.abqct.com.br
CORRESPONDÊNCIA
Sou estudante do 3º ano de biologia e preciso fazer um trabalho sobre
a tecnologia enzimática. Estou muito interessada no artigo da página 54 da
edição 73 (2003), como poderei ter acesso a ele, uma vez que vivo em
Portugal?
Susana Valente
[email protected]
Susana,
o material solicitado foi enviado por e-mail.
DIRETORIA NACIONAL
Presidente: Antônio Ajudarte Lopes Filho
Vice-Presidente: José Clarindo de Macedo
1º Secretário: Calil Hafez Neto
2º Secretário: Haroldo Castanho Pedro
1º Tesoureiro: Agostinho de Souza Pacheco
2º Tesoureiro: Tiago J. Fonseca
Diretor Técnico: Frits V. Herbold
Núcleo Santa Catarina
Coordenador Geral: Carlos Eduardo E. Ferreira Amaral
Vice-Coordenador: Clovis Riffel
Secretário: Wilson França de Oliveira Filho
Tesoureiro: Gilmar Jadir Bressanini
Suplente: Lourival Schütz Junior
Núcleo Rio de Janeiro
Coordenador Geral: Francisco José Fontes
Vice-Coordenador: Francisco Romano Pereira
Secretário: Ricardo Gomes Fernandes
Tesoureiro: Emanuel de Andrade Santana
Suplente: Antonio Wilson Coelho
Núcleo Rio Grande do Sul
SUMÁRIO
Editorial .............................................................................................. 3
30 anos de ABQCT ...................................................................................... 5
3R - Reduzir, reciclar, reaproveitar
(Rafael Augusto Sica Toledo) .......................................................................... 8
Novos desenvolvimentos em têxteis de alto desempenho
(J.N. Etters) ..................................................................................................... 16
Tingimento em peças orientado ao desenho
(Anthony Anton) .............................................................................................. 20
Tingimento de poliéster contendo mistura de elastano - método
alcalino
(Washington Vicente dos Santos) .................................................................. 30
A dinãmica da alteração na limpeza profissional de prendas
(Susan H. Keesee e Manfred Wentz) .............................................................. 33
A evolução dos adesivos na estamparia dos tecidos
(Studio Tessile) ............................................................................................... 44
Acabamentos funcionais e têxteis de alto desempenho
(Warren S. Perkins) ....................................................................................... 45
O que existe de novo na estamparia com pigmentos?
(Thomas Esche) .............................................................................................. 54
Poliamida - fibra versátil utilizada para diversas aplicações
(Thomas Ruchser) .......................................................................................... 60
Memória térmica do poliéster estabilizado em diferentes
temperaturas
(Joaquin Gacén e outros) ............................................................................... 64
Um repasse da estamparia por corrosão
(Jai P. Sharma) .............................................................................................. 72
Produtos & Serviços ...................................................................... 76
4
Coordenador Geral: Clóvis Franco Eli
Vice-Coordenador: Eugênio José Witriw
Secretária: Maria Julieta E. Biermann
Tesoureiro: José Ariberto Jaeger
Suplente: João Alfredo Bloedow
CORPO REVISOR
A revista Química Têxtil conta com uma equipe técnica
para revisar os artigos que são publicados. Os autores
devem enviar seus artigos para publicação com pelo
menos 3 meses de antecedência. A equipe é formada
pelos seguintes profissionais:
Abrão Jorge Abrahão
Antônio Ajudarte Lopes Filho
Ivonete Oliveira Barcellos
Luiz Cláudio R. de Almeida
Úrsula Axt Martinelli
Vidal Salem
IPT
Rosset
FURB
SENAI/CETIQT
FURB
VS Consultoria
EXPEDIENTE
Química Têxtil é uma publicação da Associação Brasileira de Químicos e Coloristas Têxteis. Os artigos aqui
publicados são de inteira responsabilidade dos autores.
Periodicidade: Trimestral (mar./ jun./ set./ dez.)
e-mail: [email protected]
ISSN 0102-8235
Distribuição: mala-direta: associados da ABQCT, indústrias têxteis, tinturarias e entidades filiadas à FLAQT e AATCC.
Circulação: São Paulo, Santa Catarina, Rio de Janeiro,
Minas Gerais, Pernambuco, Rio G. do Sul, Ceará e Paraná.
Jornalista Responsável:
Solange Menezes (MTb 14.382)
e-mail: [email protected]/telefax 3735.3727
Produção Editorial: Evolução Comunicações
Impressão: Ipsis Gráfica
Administração e Depto. Comercial: ABQCT
C.G.C. 48.769.327/0001-59 - Inscr. Est. isento
Praça Flor de Linho, 44 - Alphaville
06453-000 Barueri SP - Tel. (11) 4195.4931
Fax (11)4191.9774 - e-mail: [email protected]
Química Têxtil
n° 74/mar.04
Eventos
ABQCT 30 ANOS
Uma história de conquistas
A ABQCT - Associação Brasileira de Químicos e
Coloristas Têxteis está completando 30 anos e seus
diretores, associados, colaboradores e amigos comemoram muito mais do que um aniversário. Eles brindam inúmeras conquistas conseguidas ao longo desse
período, como a sede própria da associação, o crescente número de associados, os 27 anos de publicação
da revista Química Têxtil, os inúmeros eventos realizados sempre com sucesso e a associação da ABQCT
à FLAQT e à ATCC. E para fechar com chave de ouro
esse curriculum de conquistas, a ABQCT vai organizar, pela primeira vez, o Congresso Latino Americano
de Química Têxtil.
A ABQCT nasceu da necessidade de se ter uma
entidade que congregasse os químicos e técnicos da
área de beneficiamento têxtil. Até então não havia intercâmbio técnico ou união entre os químicos têxteis
no Brasil, como já acontecia em outros países da América latina. Com o intuito de viabilizar essa associação, um grupo de profissionais - entre eles Vidal Salem,
Gilberto B. Pinho, Wilson A. Camargo, Horácio M.
Ribeiro, Gastão L. Camargo, Luciano Migliaccio e João
Thomaz R. de Almeida - se reuniu e esboçou a idéia
de criar uma associação que congregasse os profissionais da química têxtil.
Em uma reunião no auditório do SENAI, em São Paulo, com mais de 300 técnicos presentes, foi aprovada
por unanimidade a proposta para a fundação de uma
associação de químicos e coloristas têxteis. Assim, em
15 de dezembro de 1974, em uma sessão solene no auditório do Sindicato da Indústria de Fiação e Tecela-
gem de S. Paulo foi fundada a ABQCT e eleita sua primeira diretoria, com a presidência de Wilson Augusto
Camargo.
“Inicialmente, pretendíamos trabalhar dentro da estrutura da ABTT, mas como não foi possível, partimos
para uma associação independente”, conta Gilberto Bretz
Pinho. “Nossos objetivos principais eram que os químicos têxteis brasileiros pudessem se conhecer melhor,
participar de reuniões técnicas abertas, aumentar e aperfeiçoar os seus conhecimentos, ajudar a desenvolver a
sua empresa, tivessem voz e representatividade internacional, podendo se corresponder e estar presentes em
eventos, ter uma sede como ponto de encontro/reuniões”. Hoje, Gilberto sente-se realizado ao ver esses propósitos realizados com sucesso.
“A criação da ABQCT representou a independência
dos químicos coloristas”, lembra Horário Ribeiro. “O
entusiasmo dos associados era muito grande e quatro
anos depois criamos e lançamos nossa revista Química
Têxtil. Mais alguns anos e vem a realização de outro
sonho: a conquista da sede própria”. Aposentado desde
1995 e hoje atuando em outro ramo de atividade, Horácio
acompanha até hoje os avanços da ABQCT. “Sigo as
atividades dos nossos colegas têxteis através da bem
informada revista Química Têxtil”, confidencia.
Atividades não faltaram ao longos destes 30 anos. Como
lembra Vidal Salem, ao intenso trabalho da fundação, seguiu-se uma grande adesão de novos valores, contribuindo
para o desenvolvimento de um ideal tão premente. “Fundamos núcleos regionais em Santa Catarina, Rio de Janeiro e Rio Grande do Sul e nesses anos foram proferidas
5
inúmeras palestras e realizados vários simpósios nos diversos núcleos. Durante o congresso da FLAQT, na década de 80, na Argentina, a ABQCT se filiou definitivamente
à essa Federação”, diz ele, acrescentando que no ano em
que completa três décadas a ABQCT se afirma como uma
entidade madura, estável, com uma Diretoria atuante e com
grande número de associados.
O orgulho dos fundadores da ABQCT está também
associado ao brilhantismo com que a entidade driblou
os períodos de crise econômica do país e conseguiu,
não só se manter, como também crescer, junto com várias indústrias do setor. Luciano Migliaccio, sócio de nº
6 da associação, lembra que os anos entre 1975 e 1990
foram muito conturbados para a economia do país. A
indústria têxtil sofreu penosamente nesse período e os
técnicos têxteis foram suas vítimas. “Pessoalmente, tive
momentos que me permitiram acompanhar muito de
perto a evolução da ABQCT. Em 1975 estava terminando o grande projeto de transferência da Karibé da
capital paulista para Santa Isabel, uma cidadezinha a 60
km de São Paulo. Estava portanto, vivendo um momento de grande realização profissional e a ABQCT fazia
parte desse momento mágico de criatividade”, lembra.
Gastão Leônidas Camargo, presidente da FLAQT e
um dos fundadores da ABQCT, conta com entusiasmo
sobre sua efetiva participação no desenvolvimento da entidade. “Tendo participado da maior parte das diretorias
nacionais da ABQCT, pude acompanhar e sentir nossas
vitórias, indecisões, alegrias e tristezas. Houve uma época, estando eu na presidência, que a idéia predominante
era de encerrarmos as nossas atividades associativas. Não
podia sequer pensar em tal hipótese. O que foi construido
com tanta dedicação, desvelo e coragem não poderia ser
desfeito sem luta. Um pequeno grupo otimista conseguiu
criar e disseminar uma nova atmosfera de entusiasmo e,
desde então, não paramos de evoluir”, revela. “Hoje, somos uma associação madura, com mais de mil membros,
coesa, participativa, tecnicamente atualizada e procurando dar aos nossos associados o que de melhor pode-se
encontrar na tecnologia moderna. Temos sede própria,
6
auditório para cursos, biblioteca e nossa tradicional revista Química Têxtil que, sabemos, é lida, respeitada e
fonte de atualização para os que a recebem, sejam eles
veteranos, iniciantes ou estudantes”.
XVII Congresso Latino Americano
de Química Têxtil
Para coroar o trabalho de todos os diretores e colaboradores da ABQCT durante estes 30 anos de muito trabalho mas também muitos sucessos, será realizado de 4 a
7 de agosto de 2004 o XVII Congresso Latino Americano de Química Têxtil, em São Paulo. Até o momento,
foram recebidas mais de 50 propostas de palestrantes de
várias universidades e empresas nacionais e do exterior,
confirmando o sucesso desse congresso.
A FLAQT - Federação Latino Americana de Químicos Têxteis congrega as associações (uma por país) da
quase totalidade dos países latino-americanos. Pela segunda vez (a primeira foi em 1982) promove um congresso no Brasil. Convocada pela FLAQT, cabe à
ABQCT toda a organização e realização do congresso,
através da comissão organizadora nomeada para isso.
Será um congresso de nível internacional, reunindo
renomados especialistas que farão conferências sobre
temas de suma importância para o setor.
Profissionais brasileiros e da América Latina estarão
mais uma vez reunidos e terão a oportunidade de estudar, trocar idéias e evoluir profissionalmente. “É uma
feliz coincidência que este congresso se realize numa
época festiva para a nossa ABQCT, ou seja, no nosso
30º aniversário”, diz Gastão Leônidas.
Esse evento irá trazer muitos benefícios para a indústria têxtil no Brasil, especificamente na área da
tecnologia química. Um dos aspectos positivos é a divulgação do evento, que poderá atrair apoio de industriais e autoridades para o re-equipamento das instalações
dos parques têxteis brasileiros e a adoção de tecnologias
inovadoras. A vinda de mestres e professores de outros
países, por certo, incentivará nossas universidades
na formação de profissionais do mais alto nível.
Química Têxtil
n° 74/mar.04
Tecnologia Fibras
Novos desenvolvimentos
em têxteis de alto desempenho
J. N. Etters, Universidade de Georgia
Artigo publicado na revista Textile Chemist and Colorist
Tradução: Agostinho S. Pacheco - ABQCT
O progresso tecnológico teve como resultado a criação de novas fibras de alto desempenho que oferecem
grandes benefícios para o consumidor. Essas novas fibras permitem a criação de tecidos que possuem propriedades melhoradas, que nunca antes foram possíveis.
Tecidos que respiram, tecidos que isolam e tecidos com
propriedades antimicrobianas, antiestática e até terapêuticas agora estão disponíveis comercialmente.
O propósito deste curto artigo é localizar dois desenvolvimentos recentes de têxteis de alto desempenho
e sugerir possíveis aplicações adicionais para as fibras que servem como base dos novos tecidos. Muitos
dos fornecedores de fibras também estão trabalhando
em outros produtos inovadores de alto desempenho, que
a AATCC espera apresentar em futuras publicações.
Controle de umidade
Uma das características mais importantes que uma peça
de vestuário deve possuir é o conforto. O conforto, por sua
vez, é fortemente influenciado pela habilidade do tecido
em ajudar a manejar a eliminação da umidade da superfície da pele. Quando a umidade não é eliminada em um
ritmo apropriado, o nível de conforto experimentado pelo
consumidor não é ótimo de nenhum modo. Sob condições
que não resultem um intenso nível de transpiração, é bem
sabido que as fibras de algodão ou lã servem para manter
um nível satisfatório de conforto através da natureza
hidrofílica dessas fibras naturais. Essas fibras absorvem a
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umidade do corpo em um ritmo tal que mantém o nível
apropriado de conforto.
Sem dúvida, sob condições de forte transpiração que
ocorrem durante períodos de intensa atividade física, o algodão e a lã não dominam bem a eliminação da umidade. É
paradoxal que quando o corpo produz níveis intensos de
transpiração, a mesma natureza hidrofílica dessas fibras
naturais cause extrema falta de conforto. A razão dessa
falta de conforto se encontra na retenção de água, característica de tais fibras naturais. Os tecidos produzidos a
partir dessas fibras se saturam de umidade com a
transpiração e inibem a difusão da água para a superfície
do tecido onde poderia ter lugar a sua evaporação.
Fibra de poliéster de quatro canais
Sob condições de intensa transpiração, as fibras sintéticas relativamente hidrofílicas tendem a ser muito mais efetivas no manejo do conteúdo de umidade do tecido do que
o algodão ou a lã. A razão é que essas fibras têm a capacidade de difundir a umidade de fora do corpo até a superfície do tecido, onde pode ocorrer sua evaporação. Mas
nem todas as fibras sintéticas são igualmente efetivas para
fomentar a difusão. De acordo com a informação recentemente publicada pela Dupont, sua fibra de poliéster de quatro
canais, que é utilizada para produzir tecidos "CoolMax",
possui uma capacidade superior de difusão. Como exemplo, a Tabela 1 mostra a porcentagem de eliminação da
umidade sob condições similares depois de 30 minutos no
Química Têxtil - n° 74/mar.04
Tecnologia Fibras
caso de tecidos de estrutura semelhante, produzidos a partir de diferentes tipos de fibras.
Tabela 1. Taxa relativa de eliminação da umidade
Fibra
Algodão
Nylon
Polipropileno
Acrílico
Poliéster de quatro canais
% Eliminação de umidade
52
75
81
85
95
A capacidade do poliéster de quatro canais de fomentar a difusão da umidade fora da pele para manter um alto
nível de conforto nos tecidos encontra usos em outras áreas além da relacionada com a vestimenta para atletas.
A força militar canadense equipou suas tropas terrestres com roupa interior térmica e leve (LWTU) confeccionada com CoolMax. De acordo com o diretor do projeto
que cuidou da vestimenta dos soldados canadenses, elaborado pelo Departamento Canadense de Defesa Nacional,
"... o LWTU confeccionado com CoolMax deverá proporcionar a nossos soldados uma excelente proteção contra o
frio, mantendo-os secos e confortáveis...".
É possível que se encontrem muitos outros usos para o
poliéster de quatro canais. Por exemplo, é possível usar tal
fibra em projetos geotêxteis nos quais necessite, de forma
contínua, despejar quantidades massivas de água fora de
áreas específicas para preservar a integridade do ambiente de uma dada extensão de terra.
Fibra antimicrobiana
A prata é um dos elementos elétrica e termicamente
mais condutores, mas as propriedades medicinais amplamente documentadas desse elemento são ainda mais
destacáveis. Os romanos foram os primeiros em estabelecer que a prata possuía propriedades curativas. Hoje em
dia, a prata é reconhecida na comunidade médica como
um dos melhores agentes antimicrobianos. Ela é utilizada
habitualmente no cuidado de queimaduras e feridas para
prevenir infecções. Tendo em conta as propriedades únicas da prata, não é surpreendente que seu uso tenha captado a atenção dos estudiosos têxteis.
Nylon recoberto de prata
A empresa Noble Fiber Technologies tirou proveito das
propriedades benéficas da prata para produzir o "X-static",
uma nova fibra de nylon recoberto de prata. Esse produto,
de propriedades únicas, tem uma capa de prata pura sobre
a superfície da fibra de nylon, com um processo tal que a
fibra permanece com suas características têxteis convencionais. A fibra pode ser tecida como tecido plano ou em
malharia, ou ser processada como qualquer outra fibra.
Além disso, pode ser misturada com qualquer fio de suporte e manter as propriedades antimicrobianas e antiestáticas
em um mínimo nível.
Durante a última década, a fibra de nylon recoberta
de prata foi fundamentalmente um produto industrial,
mas atualmente está sendo desenvolvido um novo interesse na fibra e suas propriedades devido ao advento de
produtos antimicrobianos. A vantagem dessa fibra sobre outros produtos antimicrobianos é sua ampla aceitação pela comunidade médica, além de ser uma alternativa natural. Não existem inquietações com respeito a
ação da fibra sobre indivíduos sensíveis ou a possibilidade de reações tóxicas. No mundo dos produtos de
indumentária, meias e roupas íntimas, a fibra é particularmente adequada para satisfazer diversas demandas
específicas do mercado, a saber:
- é antimicrobiana (mata as bactérias que causam o odor
dos pés e o "pé-de-atleta");
- é um produto natural (não tóxico, sem químicos nem
pesticidas);
- é antiestática (eficiente condutor de eletricidade);
- transfere eficazmente o calor (eficiente condutor de calor);
- tem efeitos terapêuticos devido a suas propriedades
condutoras.
No caso da fibra de poliéster de quatro canais, se espera encontrar muitas aplicações novas para a fibra X-static.
Por exemplo, uma utilidade recomendável para a fibra é a
fabricação de tecidos para velas de navegação ou toldos,
já que o recobrimento de prata na fibra oferece proteção
contra o ataque de forças ambientais, fungos e bactérias.
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Química Têxtil - n° 74/mar.04
Tecnologia Fibras
Aliança de comercialização
A Dupont Performance Fabrics e a Noble Fiber
Technologies formaram uma aliança comercial entre as
duas empresas, que permitirá a venda do sistema de controle da umidade antimicrobiana para aplicações na fabricação de meias, sob uma marca compartilhada. Como resultado do acordo, a Dupont será a fornecedora exclusiva
do poliéster de quatro canais para ser usado com o X-static
em segmentos chave do mercado, incluindo produtos vendidos sob as marcas CoolMax, CoolMax Aitra e
ThermaStat. Os clientes que usam produtos de ambas
empresas serão beneficiados ostensivamente com meias
de qualidade superior, assim como da campanha comercial
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da marca compartilhada. As duas empresas também planejam colaborar em provas de desenvolvimento para usos
e produtos futuros.
Observações conclusivas
Se bem que a indústria têxtil seja bastante madura, é evidente que ainda são possíveis importantes avanços, tendo
em conta o desenvolvimento em tecnologia e ciências têxteis. É provável que o uso de alta tecnologia em fibras novas
e modernas continuará se expandindo em ritmo acelerado.
Só se pode especular quais são os avanços que poderão ser
oferecidos para o consumidor no futuro, mas seguramente
os dos têxteis de alto desempenho será interessante.
Química Têxtil
n° 74/mar.04
Tecnologia Tingimento
Tingimento em peças orientado ao desenho
Anthony Anton, Wilmington, Del. - USA
Tradução: Agostinho S. Pacheco - ABQCT
Artigo Publicado na revista TCC & ADR
O tingimento em peças proporciona ao tecido vários valores agregados, tais como: cobertura, volume e
vantagens operacionais para entregas "just in time",
mas é deficiente com respeito aos sistemas de estamparia e tecelagem com fios tintos no que significa a introdução de desenhos e aspectos multicoloridos em um
tecido. Mais capacidade multicor, técnicas de desenho
únicas e agregar ou melhorar as características das
prestações finais de uso são, portanto, necessárias para
reforçar a oferta do tingimento em peças. Para obter
essa alta tecnologia artística em um simples banho de
tingimento a um custo razoável é necessária uma equipe inovadora de especialistas em fibras, fiação,
tingimento e desenho, que estejam dispostos a usar combinações convencionais e não convencionais de
tecnologias de transformação de tecidos de polímeros.
Os tecidos multicoloridos são feitos diretamente de
fios coloridos ou com o uso de técnicas de estamparia
e, em um grau menor, por tingimento em peças devido
a limitação notada no número de possíveis combinações de cores. Sem dúvida, o tingimento em peça merece mais atenção como uma ferramenta de desenho devido a suas vantagens próprias. Notavelmente, a ação
mecânica úmida e quente, associada ao tingimento em
barcas, jets, paddle ou rotativa, agregam valor ao têxtil em cobertura e toque, realce da textura, nível de
tingimento e penetração.
Os processos de tingimento em peças são mais eficientes para tingir sob pedidos, para satisfazer os pro20
gramas de entregas "just in time" e levar a cabo as
operações integradas. Melhoras contínuas nos processos automatizados e na tecnologia de computação também contribuíram para um fácil acompanhamento e
controle dessas operações. Não obstante, para usos
finais mais competitivos, tais como tapetes, forrações e
indumentária, mais e novas combinações de cores, que
cativam os decoradores e melhoram o valor dos tecidos, devem ser buscadas sempre que seja possível.
Para atingir essa alta tecnologia artística em um
simples banho de tingimento e satisfazer as necessidades dos clientes a um custo razoável, são necessários
os talentos dos especialistas em fibra, fiação tecelagem, tingimento e acabamento trabalhando em conjunto
com um desenvolvimento de produto criativo e uma
organização de marketing atuante e revolucionária. O
enfoque é considerar todas as tecnologias têxteis e
aprender como orquestra-las em uma única e funcional obra de arte. Essas tecnologias podem incluir tipos específicos de fibras, modificação de polímeros e/
ou fibras, desenhos de fios e/ou tecidos, tratamentos
na superfície da fibra, combinações de tipos de corantes
e processos especiais de tingimento.
Seleção da fibras
A tabela 1 mostra a resposta típica da maioria das fibras têxteis não modificadas aos diferentes tipos de corantes
aplicados por processos padrões. Os fios celulósicos, lã,
nylon, acetato e acrílicos são tintos em condições atmosfé-
Química Têxtil - n° 74/mar.04
ricas (100ºC) enquanto que o poliéster é tinto com um carrier
no banho ou, preferencialmente, em alta temperatura com
pressão (120/130ºC).
Alguns dos corantes que mancham profundamente uma
fibra poderão ter um desempenho satisfatório em outra,
como é o caso dos corantes reativos sobre o nylon. Selecionar tipos específicos de corantes e combinações de fibras
da tabela 1 pode oferecer a possibilidade de tingimentos
cruzados com fio de poliéster ou polipropileno pré coloridos ou resistentes ao tingimento para conseguir quatro ou
mais cores no tecido. Por exemplo, corantes ácidos ou
metalizados e catiônicos em um tingimento de mistura de
nylon ou lã com acrílico e poliéster originam duas cores
mais o branco da fibra de poliéster que permanece sem
tingir. Agregando-se polipropileno pigmentado e poliéster
tinto serão obtidas cores adicionais.
Tecnologia Tingimento
Modificação dos polímeros
A capacidade da maioria dos tipos de fibras pode ser
relacionada com propriedades químicas e físicas
mensuráveis (tabela 2).
Essas propriedades das fibras, as que também fornecem os caminhos para alterar a capacidade tintorial são:
corantes e locais de enlace de hidrogênio identificados por
análises químicas ou instrumentais, a afinidade pela água
medida como umidade percentual a uma umidade relativa
(HR) de 60/80%, a natureza iônica (polar) de uma superfície determinada como log R do tecido a 60/80% de HR e o
grau de orientação da cadeia de polimerização determinado por dupla refração ótica, a difração de raios X (orientação e perfeição dos cristais) e espectroscopia infravermelha
(radio dicróico de amido carboxil) e temperatura de mobi-
As fibras tintas
com cores fixas que
sejam resistentes ao
tingimento podem ser
usadas como cores
permanentes para
efeitos, enquanto se
mantém o fundo do
tecido em cru para ser
tinto de acordo com a
escolha do cliente. Os
tecidos mais apropriados para misturar fibras coloridas são geralmente aqueles de
usos finais onde somente se necessite baixa a moderada solidez, tais como: mantas, agasalhos e tapeçarias do lar. Foram
descritas possibilidades adicionais, selecionando corantes e fibras para obter contrastes e
cores unidas de misturas binárias de nylon modificado, outros
sintéticos e fibras naturais.
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Química Têxtil - n° 74/mar.04
Tecnologia Tingimento
lidade molecular por medição da temperatura de transição
vítrea (Tg) ou a temperatura de transição tintorial (Td).
Esses métodos estão descritos de forma adequada na literatura têxtil.
A celulose, o nylon e a lã são fibras fáceis de tingir
devido aos enlaces de tingimento acessíveis, a afinidade
pela água (através do enlace hidrogênio), uma superfície
iônica moderada a baixa estrutura amorfa e uma temperatura de tingimento ao redor de 100ºC (tabela 2). Em
acentuado contraste, o poliéster tem uma afinidade pela
água muito baixa, estrutura amorfa muito baixa e uma
temperatura de tingimento muito alta. O polímero carece
de enlaces tintoriais, é hidrófobo, não tem substitutos
iônicos sobre a superfície e apesar de sua baixa Tg não
tem afinidade tintorial.
A afinidade tintorial, velocidade e capacidade de
tingimento das fibras sintéticas (nylon, acrílicos e poliéster)
podem ser alteradas por modificações nas condições de
polimerização ou por adição de enlaces de tingimento ou
monômeros de cadeia polimérica durante a polimerização.
Nylon
Os fios desenhados com nylon, que podem ser tintos
com misturas de ácidos, foram desenvolvidos para tapetes
e forrações no ano de 1960. Essas fibras ainda hoje são
produzidas por fiação de polímeros de nylon 6,6 ajustados
a níveis diferentes de terminais amino e carboxil ou agregando monômeros contendo grupos ácidos ou básicos. A
diferente capacidade tintorial ácida também é afetada pelos terminais carboxil, pelo pH do banho de tingimento e
pelos aditivos e grau de reserva ou de não transferência do
corante durante o equilíbrio de tingimento. O efeito de reserva de corante é função do número de sulfonatos fixados pela molécula de corante, sendo os mono-sulfatos os
de menor reserva e os di e trisulfatos os de mais reserva e
portanto os corantes de maiores efeitos de contraste.
Os corantes 1:2 metalizados também se comportam
como corantes de reserva devido ao seu grande tamanho
molecular e ao seu complexo metal/ligante negativamente
carregado. Essa classe de corante foi desenvolvida para
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nylon de usos finais que requeiram alto desempenho de
solidez a luz e a lavagem, tais como tapeçaria de exteriores
e tapeçaria automotiva.
Nylon tinto em três etapas
De 1950 a 1980, a tapeçaria de veludos de nylon dos
automóveis era tinta em tonalidades sólidas de preto, cinza,
azul, vermelho e castanho, as quais são ainda hoje as cores
primárias do interior de automóveis. Em 1980, os
decoradores foram consultados sobre a possibilidade de
incluir desenhos multicoloridos e com pequenos desenhos
geométricos. Em resposta, a DuPont Co., um produtor de
fibras; TiCaro, transformador de fios e Collins & Aikman,
produtor de tecidos, formaram uma equipe para desenvolver e introduzir uma fibra de nylon cortada, possível de
tingir em peças utilizando um processo de três etapas e
que seria usada em tapeçaria.
Com o tempo, Collins & Aikman agregaram mais cores
e desenhos pela combinação com poliéster pigmentado na
cor preta e fios de poliéster texturizados e tintos em bobinas. A preferência dos clientes pelo poliéster causou uma
segregação do nylon em tapeçaria para automóveis e o
abandono dos produtos tintos em três etapas.
Acrílico
As fibras acrílicas são tintas com corantes dispersos e
básicos. Os corantes dispersos têm baixos valores de saturação e oferecem tonalidades médias, enquanto que os
corantes básicos têm uma afinidade muito boa, esgotam
rapidamente e oferecem tonalidades brilhantes, intensas e
com boa solidez a lavagem e a luz. Na polimerização, são
agregados monômeros neutros tais como vinil acetato para
incrementar a solubilidade ao solvente, para a fiação e a
difusão do corante, ou, adicionados monômeros ácidos tal
como o estireno sulfonato para aumentar os enlaces acídicos
do polímero. São agregados monômeros básicos como o
vinil piridina quando se deseja capacidade tintorial ácida.
Como o nylon, os acrílicos podem ser fabricados para
obtenção de tingimentos cruzados. Tendo em considera-
Tecnologia Tingimento
ção o uso final, as fibras acrílicas tintas com corantes básicos deveriam ser consideradas como uma alternativa em
misturas com nylon tinto com corantes ácidos devido a sua
solidez a luz superior.
Poliéster
As fibras de poliéster fiadas por fusão do tereftalato
polietilenglicol (PET), ou polímero 2GT, são preferencialmente tintas com corantes dispersos sob condições de pressão e temperatura, como anteriormente mencionado. Um
poliéster experimental que é fiado de tereftalato de
politrimetilenglicol (PTT), ou 3GT, pode ser tinto sem carrier,
em condições atmosféricas (fervura), devido a sua estrutura mais aberta e comparável, em solidezes, com o nylon
tinto com corantes selecionados.
As fibras de poliéster que podem ser tintas com corantes
catiônicos são fabricadas por extrusão com o copolimero
5-sódio sulfoisotalato, que é o mesmo aditivo usado para
fabricar o nylon que pode ser tinto com catiônicos. São
obtidas duas cores quando se tinge o homo-poliéster e o
copoliéster com corantes catiônicos e dispersos. Se o PTT
for introduzido na combinação, é possível uma tonalidade
adicional. Além da adição de monômeros e de produtos
para melhorar a capacidade tintorial, na polimerização, de
uma forma comum, se adiciona pigmento branco (Dióxido
de Titânio, TiO2) para a opacidade e para reduzir o brilho, o
que também pode ser usado para criar efeitos de tonalidade, como será descrito a seguir.
Modificação de fibras
Os polímeros termoplásticos com filamentos contínuos,
como o nylon e o poliéster, podem ser modificados depois
da fusão pela estiragem e outros processos como a
texturização para obter efeitos únicos em peças tintas.
Fiação por fusão
A técnica de fusão pode ser usada para criar brilhos
contrastantes e outros efeitos sobre a cor. O brilho e a
aparência de um fio podem ser alterados pela modificação
24
Química Têxtil - n° 74/mar.04
de sua seção transversal, pela concentração de TiO2 no
polímero, sua texturização ou pelo nível da frisagem.
O efeito da seção transversal e do nível de TiO2 sobre o rendimento aparente do tingimento na produção
em peças de tecidos de veludo de nylon pode ser medido pela reflectância e expresso em valores de K/S como
é mostrado na figura 1. As fibras brilhantes com seção
transversal redonda absorvem luz branca e refletem
grande parte da cor.
Por outro lado, as fibras com seção transversal triangular ou trilobal refletem menos a cor porque transmitem a
maioria da luz branca desde dentro do substrato pela formação de espelhos internos que produzem reflexos. Como
resultado, o brilho das primeiras é mais alto e nas últimas o
rendimento aparente do tingimento é mais baixo. As fibras
Química Têxtil - n° 74/mar.04
Tecnologia Tingimento
com seções transversais redondas produzirão um alto contraste em tonalidade, o qual pode ser modificado pelo uso
de fios de diferentes tipos de fibra com polímeros de distintos níveis de TiO2 (figura 1).
Co-fiação e fiação concêntrica (Core-Spun)
Essas duas tecnologias foram desenvolvidas para obter
maiores efeitos e adicionalmente uma maior capacidade
de cor. No processo de co-fiação, os diferentes tipos de
polímero, ajustados a viscosidades diferentes e de fusão
similares, são aquecidos separadamente e dosificados por
orifícios separados, porém, em uma só fiação, formando
um fio de denier, alongamento e tenacidade específicos,
que dependerão de seu uso final.
Como exemplos podemos citar a co-fiação formada por
poliéster para tingimento catiônico com nylon 6,6 ou 6 e
poliéster homopolímero, com poliéster catiônico e poliéster
regular concêntrico. Dessa forma, foi inventado um tipo de
fio composto por uma poliamida de tingimento com corantes
ácidos no centro e ao redor uma poliamida própria para o
tingimento com corantes básicos, como um meio de agregar uma terceira cor ao fio de nylon normal. Em um pH de
tintura de 4 a 7, o centro aceita corantes ácidos e a periferia do fio corantes básicos.
Também foi criado um fio contínuo com nylon no centro e poliéster na periferia, no qual se tinge o centro com
uma cor diferente da periferia, originando efeitos de irisação
(furta-cor) na superfície do tecido.
Estiragem
A estiragem da fiação por fusão de nylon e poliéster durante sua fabricação é outro aspecto importante na modificação da fibra para afetar suas propriedades tintoriais. Quando
os filamentos são estirados até determinados denier, tenacidade e alongamento específicos, as zonas amorfas permanecem orientadas ao acaso e as zonas cristalinas se tornam mais
alinhadas, baixando o rendimento dos corantes no tingimento.
Os fios estirados com diferentes alongamentos produzirão efeitos de cor ao serem tintos, isso em virtude das
26
diferentes sensibilidades e concorrências entre os corantes,
segundo seu tamanho de moléculas.
Modificação da superfície
A superfície da fibra de determinados tipos de polímeros
e a sua morfologia podem ser tratadas com agentes químicos apropriados e/ou com radiações de energia que alterem suas propriedades tintoriais. O nylon, a lã e o algodão
são as fibras mais usadas para esses tratamentos devido a
suas estruturas químicas, enlaces reativos acessíveis e habilidade para absorver soluções aquosas. O modificador
da superfície pode ser aplicado na fabricação de fios ou
nos tecidos pelos processos tradicionais de esgotamento,
impregnação e técnicas de estamparia. Qualquer que seja
a técnica empregada, a modificação deve ser suficientemente permanente para sobreviver aos rigores do
tingimento e acabamento, mas não danificar as propriedades do artigo final.
Modificações por radiação
O uso de radiação oferece permanência mas não é prático e nem seguro. Durante os anos 50 e 60, praticamente
todos os tipos conhecidos de fibras foram submetidos a
radiações ionizantes na forma de raios gama, provenientes
de células de cobalto 60, ou ao bombardeio de elétrons
com um gerador de Vander Graaff produzindo radicais livres no polímero que afetavam os locais de polimerização
dos monômeros de vinil.
Os monômeros de enxerto, como o ácido acrílico, o vinil piridina, o metil metaacrilato e o acrilonitrilo, alteram
permanentemente as propriedades tintoriais assim como a
hidrofilidade e modificam as cargas estáticas, mas a alta
intensidade das radiações, comuns nessas fontes, também
produz a ruptura da cadeia de polímero e oxidações que
debilitam e descolorem a fibra. Para evitar esses efeitos
colaterais indesejáveis, os investigadores preferiram as fontes de energia mais baixas, como a fotólise por radiação
UV e os agentes químicos para gerar os radicais livres
necessários. As fontes de luz usuais são as lâmpadas de
Tecnologia Tingimento
mercúrio, que têm fortes linhas espectrais nas longitudes
de onda de 254, 313 e 366 nm e a emissão de energia é da
mesma magnitude que as uniões químicas que usualmente
são encontradas nos polímeros.
Para iniciar o processo de fotólise, a fibra é impregnada
com um ativador que absorve a radiação UV. As fibras
são tratadas primeiro com uma solução de benzofenona,
que é o ativador, e em seguida, são expostas à luz que
emite fótons a 350 nm com uma intensidade de 0,1 a 50 j/
cm durante 0,1 a 5 minutos. A exposição prolongada a radiação UV ou o uso de lâmpadas UV de muito alta intensidade produzem a degradação foto-oxidativa do nylon assim como de outros tipos de fibras têxteis.
Como as aminas dos extremos das moléculas se fotooxidam rapidamente no processo de degradação, mediante
técnicas de controle da exposição UV, podem ser criadas
capacidades tintoriais diferentes em fibras de nylon e lã.
Por exemplo, um fio de nylon pode ser convertido de 68/55
a 13/140 amina/carboxilo depois da exposição a uma fonte
de luz de 340 nm e uma intensidade total de 200 Kj/m2,
retendo sua cristalinidade e resistência e dando um efeito
de cor quando tinta com corantes metalizados em um banho junto com fios não expostos.
Aparentemente, no futuro poderiam ser usadas outras
fontes de energia aplicadas diretamente por meio de laser
duais, afetando seletivamente as moléculas funcionais no
estado líquido ou vapor, alterando qualquer tipo de fibra.
Enxertos químicos
Além das alterações por radiação, o nylon pode ser
modificado quimicamente usando primeiro sais de
formaldeído sulfoxilato e em seguida soluções de persulfato
de potássio e sulfato de cobre para gerar radicais livres e a
seguir reagindo com monômeros vinílicos.
Reatividade química
Trata-se de algo buscado permanentemente com a aplicação de corantes modificados, reações seletivas e modificações químicas na superfície do polímero.
28
Química Têxtil - n° 74/mar.04
As misturas de nylon e lã possuem enlaces com hidrogênio de aminas primárias acessíveis e o algodão grupos
hidróxilos. As aminas podem ser neutralizadas com misturas de derivados de ácidos sulfonados, acetilados com
anidrido acético que origina resistência às tinturas ácidas,
ou com reações com anidrido maleico ou com derivados
da diclorotriazina aromática e sulfonato de sódio para dar
afinidade aos tingimentos básicos.
Os grupos hidroxílicos são reativos aos anidridos. A
eficácia e facilidade para aplicar esses modificadores de
superfície dependem de vários fatores: difusão na fibra,
acesso a locais de reação, natureza física do banho (solução, suspensão), corrosividade e toxicidade do banho, velocidade do processo de aplicação, disposição e tecnologia
de recirculação.
O mais lento dos processo é o mais eficiente e simples.
Por conseguinte, o processo de estamparia de tecidos é
um dos mais fáceis, seguido das técnicas de tingimento por
lotes e dos tratamentos de fios e tecidos; a aplicação mais
difícil é aquela na qual são realizadas as modificações durante a fabricação dos filamentos. Sem dúvida, já foram
feitas demonstrações de aplicação durante a fabricação
de filamentos que se revestiram de pleno êxito.
Em 1986 foi apresentado um dispositivo para aplicar
líquidos ou suspensões líquidas de forma contínua ou intermitente em um extrusor que produz um fio a 700-2000 yd/
min. O líquido foi alimentado com um fluxo medido, diretamente a um atomizador por vibração ultra-sônica perto da
boca do extrusor. A duração dos pulsos, intervalos e freqüência de repetição foram controlados eletronicamente
por um osciloscópio, com uma geração de pulsos segundo
uma onda programável ou aleatória. O intervalo pulsante
de borrifo do líquido na boca do extrusor pode ser ajustado
para se assemelhar ao tingimento de fios. Também foi citada a aplicação de um produto com resistência ao
tingimento, N-acetil-succinimida, que misturado ao banho
de acabamento de fios pode conseguir efeitos especiais no
tingimento de peças.
Em uma demonstração, foi aplicado um produto
modificador de forma contínua e intermitente na boca de
Química Têxtil - n° 74/mar.04
Tecnologia Tingimento
um extrusor que fabricava fios DuPont 100-34-T285 para
criar zonas mais claras e setores mais tintos, aleatoriamente, em tingimentos em peças com corantes ácidos. Dois ou
mais modificadores de tingimento podem ser co-aplicados
alternadamente, usando aplicadores ultra-sônicos intermitentes, produzindo mais do que um efeito ao longo das peças tintas. A aplicação de um produto resistente ao tingimento e um receptor catiônico daria propriedades especiais de tingimento ao longo dos fios.
A estamparia por injeção com tintas, contendo ativadores,
recentemente usada para têxteis, também pode ser usada
para obter grande variedade de desenhos nas peças.
Embeber durante a estiragem
Outra possibilidade para agregar à fibra fundida receptores e modificadores de tingimento, como retardantes de
chama e antioxidantes, é embebendo o fio durante a
estiragem. As fibras são estiradas a frio, sob condições
que geram uma rede de micro-pontos ocos interconectados;
em seguida entram em contato com um solvente líquido ou
vapor que contenha o aditivo. A falta de fixação do aditivo
químico que se une ao polímero, o tamanho da partícula na
dispersão ou emulsão que excede dois microns e a pobre
umectação e penetração do solvente contribuirão para a
pobre fixação do aditivo. Para melhorar o processo, devese pré-tratar o fio, por exemplo, com radiação polarizada.
Sucessos no tingimento em peças
O primeiro objetivo de um feliz tingimento em peça desse
tipo envolve o uso de tecnologias inovadoras disponíveis e
futuras para obter alteração na aparência do fio comum,
gerando um tecido multicolorido. O segundo objetivo é criar um desenho de cor única e exclusiva. O terceiro objetivo é agregar mais valor ao artigo, como melhora das solidezes do tingimento, conforto e/ou durabilidade. Com esses tratamentos se consegue agregar um toque especial e
único ao fio.
Os tratamentos podem ser aleatórios para dar mais do
que um aspecto especial no tingimento entre es extremos
da peça. A impressão multicolorida não pode ser
reproduzida com o tingimento em peças, as impressões
resistentes e um substrato multicolorido oferecem uma
maneira de criar modelos únicos de desenhos de cores.
Circularam informações que, atualmente, o uso de duas
fibras misturadas e o tratamento dos fios permite imitar modelos de tingimento de fios em tecidos. Outras possibilidades
que estão sendo consideradas comercialmente poderiam
substituir o nylon tradicional tinto com ácidos por uma versão de nylon que poderia ser tinto com corantes catiônicos.
Conclusão
O tingimento em peças pode crescer e tornar-se mais
competitivo com outras técnicas de tingimento, incorporando as tecnologias descritas nos processos de fabricação dos tecidos. Essas práticas obrigam, na etapa de desenho e fases de desenvolvimento, a considerar essas
tecnologias não convencionais, como misturar fibras ou o
tratamento da superfície das fibras.
O melhoramento de solidezes, conforto, uso e durabilidade é possível com a modificação da tecnologia de
tingimento descrita, convertendo o tingimento de fios em
tingimento de peças.
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Tecnologia Tingimento
Química Têxtil
n° 74/mar.04
Tingimento de poliéster
contendo mistura de elastano - método alcalino
Edinilson Rossini
*Washington Vicente dos Santos
É fato corriqueiro nas tinturarias de malha e tecido
plano, as dificuldades para se conseguir beneficiar
substratos contendo misturas de poliéster com elastano,
considerando-se as particularidades e especificidades
inerentes a esse tipo de artigo. Em grande parte dos casos, a procedência do elastano utilizado na mistura e o
tipo de óleo de encimagem são ignorados. Há casos ainda em que os corantes utilizados no processo de
beneficiamento possuem algum tipo de óleo em sua composição, objetivando inibir a volatização do pó, quando
de sua pesagem. O baixo ponto de fusão e a perda da
elasticidade do elastano em temperaturas mais elevadas
são fatores a se considerar. Por fim, temos ainda a tendência do surgimento de quebraduras quando o material é exposto a diferenças abruptas de temperaturas.
A indisponibilidade de material técnico que disserte
sobre o tema é um outro agravante, do ponto de vista do
químico dentro da tinturaria. Tendo como parâmetros
essa realidade técnica industrial, realizamos um trabalho conjunto com uma grande tinturaria de Santa Catarina
para obtermos algumas soluções que possam ser aplicadas no dia a dia das tinturarias.
Estudos específicos realizados sobre esses substratos
mostraram que óleos insolúveis de origem mineral são
os agentes que mais causam danos ao beneficiamento
desse tipo de material, alguns de forma irreversível como:
- quebra na dispersão do corante disperso, precipitando
sobre o substrato e ocasionando o surgimento de pintas na
30
cor do corante utilizado por toda a extensão do material;
- redeposição de gotas do óleo presente no banho em
cima do substrato. Alguns desses óleos possuem alta
condutividade energética, alcançando uma temperatura
maior que a temperatura do banho de tingimento, fundindo o elastano naquele ponto. O resultado é o
surgimento de buracos na malha ou tecido plano que em
alguns casos possuem vários centímetros de diâmetros;
- redeposição de resíduo de óleo na parede da máquina,
carregando consigo resíduos de corantes e acarretando
uma sujidade desproporcional do maquinário, chegando ao extremo de entupir canos e válvulas;
- acúmulo do produto da saponificação de óleo no interior e partes sensíveis da máquina.
Outro fator importantíssimo que concorre para a obtenção de uma boa qualidade do artigo final tinto é o
hidrorelaxamento, esse por sinal um item muito pouco
pautado nas tinturarias.
O hidrorelaxamento pode ser realizado simultaneamente com a purga. Os objetivos de tal procedimento
são remover os óleos de encimagem e preparar a fibra
para a pré-fixação na rama. Para obtermos uma purga e
um hidrorelaxamento perfeitos, devemos observar alguns tópicos:
- tipo de malha ou tecido plano que iremos processar;
- hidrorelaxadora ideal para o tipo de material;
- receita da purga de acordo com a quantidade e tipo do
óleo de encimagem;
Tecnologia Tingimento
- temperatura e velocidade da máquina acertadas para
maximizar os resultados;
- considerar se iremos pré-fixar e tingir ou tingir e
pós-fixar.
Química Têxtil - n° 74/mar.04
A seguir temos as funções químicas das fazes do fluxograma e os gráficos correspondentes:
Parâmetros para a hidrorelaxadora
- Trabalhar com uma máquina que não deixe a
malha ainda quente acumular; como em um J-BOX
a malha precisa estar com uma leve tensão (préesticada).
- Sistema de bicos de lavação que emitem o flow de
uma máquina de tingimento para remover óleos e
impurezas mais facilmente, sem quebrar a malha.
- Concentração de auxiliares no banho
não pode variar do início ao final do processo; dessa forma consegue-se uma remoção ideal e linear de impurezas.
Como vemos, o beneficiamento do
poliéster contendo elastano precisa
necessariamente seguir um fluxograma
físico-químico diferenciado para se
obter resultados tintoriais e físicos
satisfatórios.
* Produto contendo doadores de hidroxila especiais, emulgadores, igualizantes e dispersantes.
Obs.: A temperatura no tingimento não deve
ultrapassar 125ºC (perda de elasticidade).
O trabalho técnico apresentado é resultado
de experiências iniciais realizadas em laboratório e complementadas na prática em
maquinário têxtil industrial e com partidas
normais de produção quando obtivemos resultados de qualidade surpreendentes.
*Washington Vicente dos Santos
Coordenador Técnico da CASSEMA
CORANTES (tel. 011-6411-1100)
[email protected]
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Química Têxtil
n° 74/mar.04
Tecnologia Lavanderia
A dinâmica da alteração
na limpeza profissional de prendas
Susan H. Keesee - AATCC - Research Triangle Park, N.C. e
Manfred Wentz* - North Carolina State University - Raleigh
Tradução: Agostinho S. Pacheco - ABQCT
Analisamos o processo de alteração na limpeza profissional de prendas confeccionadas. Com a evolução
de tecnologias alternativas, surge a necessidade de explorar seu impacto na etiquetagem de cuidado da
indumentária. O Comitê de Métodos de Ensaio para a
Limpeza Profissional de Têxteis (USA) está participando de gestões internacionais e nacionais para desenvolver métodos de análise que determinem a
performance têxtil nesses novos processos de limpeza.
A base de dados gerada mediante esses esforços produzirá a comunicação entre todos os membros da cadeia têxtil, as agências reguladoras e o consumidor.
O impacto ambiental do percloroetileno é a razão
principal pela qual estão se desenvolvendo métodos alternativos para limpar prendas profissionalmente. Usando uma aproximação consensual e democrática, facilitada pelo processo de desenvolvimento dos métodos de
ensaio da AATCC, os ambientalistas, as organizações
de consumidores, a indústria de limpeza profissional e
os reguladores governamentais resolverão os problemas
tecnicamente em vez de ater-se a políticas e defesas.
É recomendada uma tecnologia de limpeza alternativa (um solvente diferente, novo equipamento ou um
processo totalmente novo) que ofereça uma vantagem
ambiental com respeito a um processo estabelecido. Os
tintureiros comerciais devem então determinar se a qualidade e os custos resultantes são aceitáveis. A participação no diálogo como investidores, lhes permite o
acesso a informações científicas, além de poderem determinar melhor do que ninguém como as respectivas
alterações nas regulamentações ambientais e a
etiquetagem de limpeza afetarão o êxito e a rentabilidade de suas operações.
Importância do ambiente
Os processos convencionais de limpeza a seco geram
níveis quantificáveis de resíduos perigosos, como foi estabelecido pela Agência de Proteção Ambiental dos Estados
Unidos (EPA) e estão sujeitos aos requerimentos da Ata de
Preservação e Recuperação dos Recursos (RCRA). Dependendo das condições usadas no processo, podem ser fixadas regulamentações ambientais adicionais aos tintureiros
comerciais, incluindo a Ata da Água Limpa, a Ata do Ar
Puro, Superfund, a Ata de Planificação de Emergência e
Direito da Comunidade a Saber, a Ata da Água Inócua para
Beber e a Ata de Controle de Substâncias Tóxicas(1).
Logo depois de ter sido realizada uma Mesa Redonda
de Indústrias sobre a limpeza a seco, em 1992, a EPA criou
uma associação voluntária com a indústria de limpeza têxtil profissional e os grupos de interesse públicos para
minimizar as exposições ao percloroetileno e avaliar as
tecnologias alternativas. Com o amparo do Programa de
Desenho para o Ambiente da EPA (DfE), começou o Programa para a Limpeza de Prendas e Têxteis (GTCP) com
o objetivo primordial de reduzir a exposição pessoal e
ambiental ao percloroetileno.
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Química Têxtil - n° 74/mar.04
Tecnologia Lavanderia
Métodos de limpeza profissional
Em uma apresentação levada a efeito durante a Conferência e Exibição Internacional da AATCC, em Charlote,
N.C. em 1999, Manfred Wentz posicionou as opções de
limpeza profissional "aquosa/polar" e "não aquosa/não polar" em um espectro de processos para comparar mecanismos de limpeza, potencial de danos e efeito nas propriedades como a solidez da cor e encolhimento(2).
Wentz recordou operações onde a água remove mais
efetivamente manchas solúveis (polares) e outras onde
os solventes não aquosos removem as manchas de graxas (não polares). A estrutura e as propriedades de fibras, fios, tecidos e corantes determinam finalmente que
processo de limpeza utilizar. Os profissionais da limpeza
otimizam a remoção de manchas através de suas capacidades de observação e experiência e da eficiência de
ambos os tipos de solventes.
A indústria de limpeza profissional de têxteis tem a opção de selecionar entre cinco solventes não aquosos, de
acordo com o nível de limpeza usado hoje em dia. Eles são
os solventes já provados [percloroetileno e hidrocarboneto]
e os solventes novos [glicol éter, dióxido de carbono líquido
e siloxanos cíclicos]. A limpeza profissional aquosa/polar,
denominada limpeza em úmido, é o sexto método a ser
escolhido no espectro de limpeza têxtil(2).
Especialistas nos cinco métodos com base não aquosa expuseram na Convenção TexCare, patrocinada pela
Associação Internacional de Tintureiros Comerciais, em
Outubro de 1999(3). A seguir temos um breve resumo
dessas exposições.
escolha de solvente não somente nas considerações
regulamentadoras, mas também nas necessidades dos consumidores, mantendo assim um equilíbrio econômico.
"Muitos produtos para a limpeza a seco são ainda compostos completamente por percloroetileno", disse Carolyn
Schwass na revista American Drycleaner, "deixando de
lado a disputa pelas regulamentações, este solvente tem
uma eficiência tão boa como sempre. De fato, limpa excelentemente e, quando é manejado apropriadamente, causa
muito pouco incomodo ao operador"(4).
Hidrocarbonetos
Na década de 50, o percloroetileno substituiu o
hidrocarboneto solvente "Stoddard", que era altamente inflamável, e deu origem a uma quantidade de pequenos comércios de limpeza a seco. Atualmente, o DF-2000, um
hidrocarboneto solvente modificado e com um alto ponto
de inflamabilidade, apresentado pela Exxon em 1994, é usado em mais de 1200 plantas de produção, de acordo com
Sherman Hampton, um porta-voz daquela empresa. A
Associação de Proteção contra o Fogo (NFPA) está revisando a norma de proteção NF-PA-32, aplicável a máquinas que utilizam hidrocarbonetos, para que os riscos de
incêndios causados pelos hidrocarbonetos solventes modificados sejam virtualmente suprimidos. Também agregou
que estão disponíveis 15 equipamentos diferentes para usar
o solvente sem perigo algum. Essa nova tecnologia de
hidrocarbonetos foi recentemente aprovada para o uso na
cidade de Nova York.
Glicol Éter
Percloroetileno
Janet Hickmam, da Dow Chemical, manteve que a redução no consumo de percloroetileno, utilizado pelas tinturarias comerciais durante os últimos 15 anos, é de aproximadamente 70% e é o resultado de equipamentos mais eficientes
e melhores práticas de uso, como contrapartida a uma diminuição do volume de limpeza ou uma substituição do solvente.
Ela advertiu os tintureiros comerciais para basearem sua
34
Bill Hayday, da Rynex Corporation, expressou que os
solventes glicol éter da empresa estão sendo utilizados em
12 localidades dos Estados Unidos e Canada(3). Também
indicou que os solventes Rynex serão usados brevemente
em uma grande cadeia de tinturarias comerciais na França
e proximamente estarão comercialmente disponíveis. O uso
de glicol éter como potencial solvente de limpeza a seco
também foi discutido na revista American Drycleaner(5).
Química Têxtil - n° 74/mar.04
Tecnologia Lavanderia
Dióxido de carbono líquido
Duas empresas estão desenvolvendo diferentes sistemas a base de dióxido de carbono líquido e cada uma
delas tem apresentado os sistemas ao mercado durante
os últimos meses.
A empresa Global Technologies patenteou seu sistema
DryWash, baseado em CO2, para fabricantes de maquinarias e fornecedores de produtos químicos. Quatro empresas (Forenta, Alliance, Charl e Sailstar) expuseram as
máquinas durante a exposição TexCare. Jack Belluscio,
presidente da Global Technologies, salientou que o sistema
está comercialmente disponível nas cidades de Nova York,
Nova Jersey e Pennsylvania.
Joseph DeSimone, que fundou a Micell Technologies em
1995, manifestou que a empresa está oferecendo locações
de venda exclusiva para sua franquia de comércios Hangers.
O primeiro comércio foi inaugurado em Wilmington, N.C.
em fevereiro de 1999, e desde então foram abertos muitos
outros. Além disso, a empresa anunciou seu ingresso no
mercado de New England durante a exposição TexCare.
Uma planta construída em uma localidade nas imediações
de North Smithfiel, R.I. estará fornecendo o produto a três
comércios em Providence e eventualmente a 24 comércios
em Rhode Island e no sul de Massachusetts.
Wentz publicou um boletim técnico sobre a evolução e
aspectos técnicos dessa inovadora e promissora tecnologia
de limpeza têxtil.
Siloxanos cíclicos
Jim Barry da GreenEarth Solutions, descreveu o produto alternativo de limpeza profissional da empresa, que foi
inicialmente anunciado durante o Congresso Internacional
da Limpeza a Seco (IDC), em janeiro de 1994, e demonstrado durante a exposição Clean, em 1999. Tal produto,
baseado em silicones e desenvolvido por um grupo de profissionais da limpeza a seco, está quase pronto para ser
testado em 32 diferentes localidades dos Estados Unidos e
Canadá. Barry informou que esse produto é compatível
com qualquer máquina de limpeza que use solvente tipo
36
IIIA, segundo a classificação do NFPA-32. Também afirma que a principal vantagem do solvente é sua capacidade
de limpar grandes quantidades de roupa com pouca ou nenhuma restrição por peso, cor ou tipo de tecido. De todos
os modos, não foi publicada nenhuma informação objetiva
para fundamentar essas afirmações.
Lavagem
Nas décadas de 30 e 40, os tintureiros comerciais lavaram aproximadamente um quarto de todas as prendas que
receberam em seus estabelecimentos. Esse sistema de trabalho intensivo foi praticamente eliminado quando os químicos descobriram que as manchas polares poderiam ser
removidas dos têxteis e solubilizadas em solventes não polares de limpeza a seco.
As preocupações pela toxicidade dos solventes, os avanços da tecnologia das lavanderias e o cuidado com as prendas restabeleceram a lavagem como um complemento potencial da limpeza a seco convencional. Os profissionais
experientes da limpeza são capazes de lavar muitas prendas que tenham sido tipicamente limpas a seco, tais como:
sedas, lãs, linhos, camurças e couros.
As máquinas especializadas, necessárias em plantas de
alto volume, podem ser programadas para grande quantidade de variáveis, como a ação mecânica, nível de água,
patamares de temperatura e umidade no secador. Hoje em
dia, novos detergentes formulados e aditivos para esse processo também estão disponíveis comercialmente. Essa flexibilidade permite ao tintureiro adaptar o processo de lavagem às necessidades dos tecidos. Os aditivos são agregados para prevenir a descoloração das prendas, remover
manchas sem perda da cor e restaurar o toque do tecido
durante a secagem das prendas(7). Muitas destss afirmações são derivadas de observações empíricas, sem nenhuma verificação objetiva ou científica.
Etiquetagem de lavagem
A adoção de tecnologias alternativas de limpeza é questionada pela regulamentação atual de etiquetagem de pren-
Tecnologia Lavanderia
das, a qual especifica a etiquetagem de "limpeza unicamente a seco" para a maioria das prendas que necessitam
qualquer tipo de limpeza profissional. Por exemplo, o regulamento da Comissão Federal do Comércio dos Estados
Unidos (FTC), concebida para a proteção do consumidor,
determina que se um tintureiro comercial utilizar o processo de lavagem e danificar uma prenda que tenha a etiqueta
"limpar unicamente a seco", o comerciante é responsabilizado pelo prejuízo.
Desde julho de 1997, a FTC tem permitido o uso de
símbolos de lavagem, em lugar de palavras, nas etiquetas
de cuidados anexadas às prendas de vestir. A etiquetagem
se torna muito complexa se cada processo alternativo necessitar de um símbolo novo.
Oferecer informações sobre o cuidado recomendado
tem seus benefícios e desvantagens. O propósito da
etiquetagem é proteger o consumidor que está aprendendo
a usar os símbolos, mas essa etiquetagem cria frustração
nos mesmos quando fornece instruções que não podem
ser entendidas nem interpretadas. Agregar diferentes etiquetas origina um novo encargo para os fabricantes de
indumentária, que devem manter os baixos custos. Aos
tintureiros comerciais agrada o benefício da informação
para manipular apropriadamente as prendas entregues aos
seus cuidados, mas não o tipo de informação que ofereça
certa dose de tentação aos consumidores de cuidarem eles
mesmos das prendas, talvez com resultados desastrosos.
Necessidade de um processo para
uma decisão objetiva
Em setembro de 1996, a EPA patrocinou uma conferência sobre "A Limpeza de Indumentária e o Ambiente:
Tecnologias Alternativas e Etiquetagem” (9). Os assistentes representaram as indústrias têxteis de indumentária, de
vendas e de limpeza de têxteis, agências governamentais,
grupos de interesse público e consumidores. O objetivo
dessa conferência foi intercambiar informação e iniciar
programas para minimizar ou eliminar as preocupações
ambientais associadas à limpeza têxtil profissional.
Ao finalizar a conferência da EPA, ficou claro que era
38
Química Têxtil - n° 74/mar.04
necessário utilizar o processo consensual para gerar informação objetiva, que serviria de fundamento para que as
avaliações pudessem ser baseadas no método científico e
não só em recomendações. Apesar de os projetos da sociedade industrial DfE serem concebidos sob pedido, cada
um tem o objetivo de desenvolver documentação técnica
específica para cada indústria do organismo de Avaliação
de Substitutos para Tecnologias Mais Limpas (CTSA). As
tecnologias atuais e emergentes se comparam em função
dos custos, da performance, da saúde humana e das preocupações ambientais. Para gerar um Programa de Limpeza de Prendas e Têxteis que seja viável, a EPA implementou
maior participação dos comerciantes e formou grupos para
examinar as funções de alcance, técnicas e de comunicação.
Antes da conferência de 1998, a EPA convidou aproximadamente 140 participantes para uma reunião, em janeiro de 1998, para definir objetivos atingíveis(10). Esses esforços ainda deverão produzir resultados quantificáveis.
Necessidade de informação técnica
Os fabricantes de indumentária podem selecionar as
instruções de limpeza sem examinar as prendas. Os fornecedores de fibras, tecidos e aviamentos devem participar
do intercâmbio de informação referida à performance de
seus produtos na limpeza.
De uma forma ideal, os fornecedores, fabricantes de
indumentária e profissionais de limpeza deveriam ter acesso
a uma base de dados que documentaria a performance dos
têxteis representativos, usando tecnologias de limpeza
estabelecidas e alternativas com métodos de controle internacionalmente aceitos. Isto facilitaria a adoção adequada de
instruções de cuidado de prendas para assegurar o nível projetado de qualidade, através de múltiplos ciclos de limpeza.
Os comitês de investigação técnica da AATCC estão
estruturados para incentivar a investigação, facilitar o desenvolvimento dos métodos de ensaio e difundir o conhecimento profissional na indústria têxtil, particularmente na
área de aplicação de química e tinturaria. A participação
de diversos interesses na cadeia têxtil é essencial para que
esses métodos sejam estabelecidos com um nível de soli-
Química Têxtil - n° 74/mar.04
dez não atingível por somente um grupo de interesse. Isso
é particularmente importante para indústrias e entidades
de regulamentação, as quais desenvolvem relações técnicas dentro de um processo consensual. A participação
permite aos comerciantes tomarem decisões que protegerão o ambiente, assegurarão a proteção do consumidor e
prevenirão as possíveis restrições ao comércio ou penalidades aos negócios.
Relação crescente da AATCC
Os membros e a diretoria da AATCC participaram de
reuniões dos Grupos de Trabalho de Ciência e Tecnologia
e Têxtil. Os onze objetivos específicos dos dois grupos de
trabalho estão indicados em um resumo do artigo sobre a
conferência do EPA, de 1998(11). Três desses objetivos se
converteram nos fundamentos necessários para desenvolver novos métodos de ensaio, mediante o processo
consensual da AATCC.
Um dos objetivos do Grupo de Trabalho de Ciência e
Tecnologia foi examinar cada sistema tecnológico alternativo, usando protocolos padronizados de controle, e produzir uma matriz que comparará as tecnologias mediante
medidas normalizadas, com o propósito de fornecer proteção aos profissionais da limpeza a seco e um entendimento
científico mais profundo.
O primeiro objetivo do Grupo de Trabalho Têxtil foi estabelecer delimitações para os processos alternativos de
limpeza. O segundo objetivo foi desenvolver métodos de
ensaio dos processos alternativos de limpeza para determinar as propriedades físicas e estéticas das prendas e identificar as fibras e os tecidos que causem problemas de limpeza. O resultado desses estudos serão devidamente informados a indústria têxtil.
A AATCC concordou em fomentar o desenvolvimento
das tecnologias alternativas de limpeza de prendas, dentro
do âmbito do Comitê de Métodos de Ensaio para a Limpeza Profissional de Têxteis (RA43), formalmente chamado
Métodos de Ensaio para Limpeza a Seco. Os registros das
reuniões do comitê RA43 mostram o elevado compromisso com os objetivos definidos dentro do projeto da EPA.
Tecnologia Lavanderia
Participação do RA43
O propósito do RA43 é "desenvolver métodos de ensaio para a medição do efeito da limpeza profissional (incluindo limpeza a seco, limpeza em úmido e remoção de
manchas) tendo em conta as propriedades dos têxteis". Um
dos objetivos do comitê é desenhar e desenvolver uma base
de dados para que todos os interessados possam comparar
as tecnologias profissionais de limpeza de prendas, tanto
estabelecidas como alternativas.
Impacto global: normas internacionais
Como as importações e exportações têxteis e de
indumentária afetam a cada consumidor em quase todos os
países, se tornou lógico, viável e desejável para a Organização Internacional de Normalização (ISO) desenvolver uma
norma de etiquetagem internacional. Na reunião do Comitê
de Política dos Consumidores da ISO (COPOLCO), em 1998,
foi proposta uma normativa sobre a etiquetagem para têxteis e prendas que incluía o tipo de fibra, país de origem,
pessoal responsável do produto têxtil ou da indumentária e
instruções ou símbolos de lavagem e manutenção.
Para o desenvolvimento de tais normativas nos Estados
Unidos, a AATCC tem a principal responsabilidade com o
Comitê Técnico da ISO 38, Subcomite 1, Controle para
Têxteis Tintos e Corantes, e com o Subcomite 2, Lavagem,
Acabamento e Ensaios de Resistência a Água. Para beneficiar os consumidores e ultrapassar barreiras no comércio
é também necessário buscar o consenso, que é bem conhecido por todos os participantes da ISO. Com esse consenso, os participantes definem cada processo de limpeza
da indumentária quantificando os parâmetros de cada etapa interveniente.
Uma vez que as definições quantitativas e processos
estejam confirmados por todos os países participantes, serão desenhados e controlados os protocolos, através de uma
rodada de ensaios. Depois que os participantes do grupo
de trabalho da ISO recolherem, revisarem e analisarem a
informação experimental, serão estabelecidos e adotados
métodos de ensaios internacionais.
39
Química Têxtil - n° 74/mar.04
Tecnologia Lavanderia
O processo necessário para chegar a um acordo internacional é democrático, mas leva muito tempo. Garante
que os métodos aprovados representem os diversos interesses dos consumidores, grupos de defesa, organizações
governamentais e indústrias , da melhor forma possível.
Em julho de 1998, os delegados da ISO se reuniram em
Charleston, S.C., para revisar as normas internacionais
estabelecidas e propostas sob sua jurisdição(13). Durante a
reunião, os delegados dos Estados Unidos pediram que fosse
estabelecida uma união formal entre a AATCC e o projeto
AQUACARB, patrocinado pela Comunidade Européia.
Seis institutos de investigação europeus estão desenvolvendo protocolos e programas para gerar procedimentos
de controle para a limpeza em úmido comercial e processos de limpeza com hidrocarbonetos solventes. Os seis institutos de investigação receberam uma alta subvenção da
Comunidade Européia para financiar a maior parte da investigação. Uma segunda resolução foi o requerimento de
uma cópia total do anexo técnico do projeto AQUACARB.
Com o apoio da EPA, foi iniciado um projeto de investigação na Universidade de North Carolina (NCSU) e na
Universidade da Mulher no Texas (TWU). O objetivo do
projeto é determinar a eficiência de limpeza das tecnologias
atuais e alternativas recentemente surgidas e seus efeitos
nas propriedades dos têxteis. Em agosto de 1998, foram
delineadas as necessidades e temas a serem tratados acerca
do projeto, com a finalidade de dirigir a investigação sobre
a limpeza têxtil alternativa. Para evitar a duplicidade no
trabalho de investigação e manter centrado o objetivo de
desenvolver definições e base de dados de métodos de
controle da AATCC, os esforços de investigação na NCSU
e TWU são coordenados com as atividades da RA43 e o
projeto europeu da AQUACARB.
As rodadas de ensaios internacionais estão na etapa
final de planificação. A cooperação internacional acelerará o desenvolvimento de métodos de controle internacionais e nacionais para estabelecer as tecnologias alternativas de limpeza. Com esses métodos de controle, as
etiquetas de lavagem podem ser estabelecidas objetivamente enquanto que as tecnologias de limpeza mais
40
ambientalmente aceitas se tornam mais proeminentes.
Conclusões
O que parecia um sonho impossível está se tornando
uma realidade e está sendo montada uma base de dados
sobre novas tecnologias de limpeza profissional. Terá a integridade científica requerida pela comunidade nacional e
internacional de normas e garantirá que as decisões sobre
a etiquetagem de limpeza possam ser tomadas objetivamente. Também fornecerá delimitações para determinar a
performance dos têxteis quando submetidos a métodos de
limpeza profissional novos e mais aceitos ambientalmente.
Quem mais vai lucrar no final será o consumidor, que
obterá uma maior satisfação com as opções de limpeza
alternativas, e mais amigáveis ambientalmente, para prendas disponíveis no mercado de hoje em dia.
Os detalhes e vínculos quanto a regulamentações
ambientais sobre limpeza de indumentária estão disponíveis através do site da EPA:
- www.epa.gov/dfe/garment/garment.html.
Para aprender mais sobre etiquetagem de lavagem visite a página do FTC:
- www.ftc.gov/bcp/conline/pubs/products/clostcue/.htm.
E para informação adicional sobre ISO:
- www.aatcc.org/magazine/may1997/p13-18.html.
Sites comerciais
Para informação adicional sobre os produtos mencionados na Convenção TexCare, visite os seguintes sites:
- métodos de limpeza profissional baseados em
percloroetileno: www.dowper.com
- DF-2000: www.df2000.com
- Glycolether: www.rynex.com
-Sistema da Global Technologies, DryWash, baseado em
CO2: www.globaltechno.com
- Micell Technologies: www.micell.com
- GreenEarth Solutions: www.greenearthcleaning.com
* Manfred Wentz - e-mail: [email protected]
material será enviado via correio e disponibilizado
em nosso site que é www.abqct.com.br e atualizado
semanalmente.
No momento, apresentamos as primeiras informações relativas ao Congresso e as primeiras notícias
das empresas contratadas.
O XVII Congresso Latino Americano de Química
Têxtil será realizado entre os dias 4 e 7 de Agosto de
2004, no Hotel Gran Meliá, em São Paulo.
Trata-se do maior encontro de profissionais do setor na América Latina, e que é periodicamente promovido pela Federação Latino Americana de Química Têxtil (FLAQT), sendo que cada edição é realizada em um dos países membros e organizada pela
Associação local.
Nesta oportunidade, cabe ao Brasil e à ABQCT a
organização e preparação do citado Congresso, e
estamos bastante entusiasmados com as perspectivas
que as negociações relativas à realização de conferências estão nos apresentando. A diretoria da ABQCT e
a Comissão Organizadora do Congresso estão trabalhando com muito afinco para atingir objetivos significativos e, temos certeza que o nosso empenho e dedicação serão recompensados com a presença marcante
de técnicos e químicos do setor têxtil em geral.
Temos mantido contatos com as maiores Universidades, tanto nacionais como internacionais, e também
com empresas químicas e de equipamentos, buscando os temas mais atuais para podermos apresentar
um escopo de Congresso que venha acrescentar algo
mais ao conhecimento técnico dos congressistas.
Para este Congresso, pretendemos realizar um
programa de cunho essencialmente científico, que
venha agregar valor ao currículo dos participantes.
Para assessorar a organização do Congresso contratamos a empresa CMF Eventos e Congressos, que
cuidará da secretaria do evento, onde os congressistas poderão efetivar suas inscrições antecipadas
e buscarem maiores detalhes.
No tocante a reservas de hotéis e passagens, foi
contratada a agência de viagens Ecology Passagens e
Turismo, que estará oferecendo facilidades e preços
realmente especiais nas diárias dos congressistas. Essa
agência elaborou uma lista de hotéis alternativos, com
preços interessantes e todos eles muito próximos do
hotel sede, dispensando a utilização de transportes.
Estamos preparando farto material informativo,
onde serão mencionados programas de conferências, horários e demais detalhes da programação. Esse
COMISSÃO ORGANIZADORA
Presidente:- Gastão Leônidas de Camargo
Vice-Presidente:- Willi Wege
Diretor Financeiro:- Adir Grahl
Diretor Técnico:- Frits V. Herbold
Diretor Secretario:- Luciano Migliaccio
Diretora Social:- Leila Macedo
Diretora de Marketing:- Maria José de Carvalho
Secretaria Geral:- Agostinho S. Pacheco
XVII Congresso Latino Americano de Química Têxtil
Local: Hotel Gran Meliá - av. das Nações Unidas, 12551
Assessoria: CMF Eventos e Congressos - www.cmfeventos.com.br
Turismo: Ecology Passagens e Turismo - www.ecology.com.br
Organização: ABQCT - www.abqct.com.br
O programa oficial do Congresso ainda não está fechado,
mas adiantamos alguns temas e congressistas que já mantivemos contato. Nossa meta é apresentar o mais alto nível de
conferências técnicas, com enfoque na diversidade tecnológica
atual nas áreas chave do beneficiamento têxtil internacional.
Ink-Jet Printing / Digital Printing
- Participação programada: North Carolina State University (US), DuPont
Ink Jet (US); Stork Digital Imaging (NL); Gruppo Reggiani (I); DyStar (D),
Ciba (CH); Sintequímica (BR) e outros.
Tecidos Inteligentes / Nanotecnologia/ Encapsulamento
- Participação programada: Hohenstein Institut e DTNW Deutsches
Textilforschungszentrum Nord-West e.V. (D); UMIST Manchester; Universitat
Politècnica de Catalunya (E); Department of Polymer Science and
Engineering (J); North Carolina State University (US); Cognis (D); Clariant
(BR); Ciba (BR); Coatema (D); Invista (US); Golden Química (BR) e outros.
Novos processos de preparação e tratamento de fibras
- Participação programada: Universidade do Minho (P); Universidade da
Beira Interior (P); Auburn University (US); North Carolina State University
(US); Universitat Politècnica de Catalunya (E); Küsters (D); Texima (BR);
Savio (I); Lafer (I); Rossari (I); Clariant (CH); CHT (D); Novozymes (DA);
FURB (BR) e outros.
Tinturaria / Indigo / Colorimetria / Ecologia
- Participação programada:
Universitat Politècnica de Catalunya (E);
Nicca (J); Universidade do Minho (P); DyStar (D); Universität Innsbruck
(AU); Bezema (CH); Clariant (BR); Consultoria em Cores (BR); Datacolor
(BR); Mathis (BR); X-Rite (US) e outros.
Efeitos de Lavanderia Industrial
- Participação programada: ANEL (BR); Texpal (BR/I); Denisul (E) e outros.
Nãotecidos / Tecidos Técnicos / Fibras
- Participação programada: University of Leeds (UK); ABINT (BR); Não
Tecidos Consultoria e Assessoria (BR); Tencel (US/BR); CGTex (BR);
Nordson (US/BR); DuPont Advanced Fiber Systems (US/BR).
A CMF Eventos e Congressos é a agência de eventos oficial do
XVII CONGRESSO LATINO AMERICANO DE QUÍMICA TÊXTIL.
Após uma criteriosa avaliação, a comissão organizadora do congresso optou pela contratação da
CMF Eventos e Congressos devido sua experiência e profissionalismo.
A CMF Eventos e Congressos atua no mercado de organização de Eventos há 10 anos, tendo
realizado eventos de grande porte em nível nacional e internacional.
Seus principais diferenciais são: versatilidade e especialização.
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profissionalização nas diferentes áreas, tais como: empresas de sonorização, tradução simultânea, cenografia, entre outras.
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Brasileira de Bancos Estaduais e Regionais, ABE-SP - Associação Brasileira de Endodontistas
de São Paulo, APCD - associação Brasileira de Cirurgiões Dentistas, SESCON - Sindicato das
Empresas de Serviços Contábeis do Estado de São Paulo, Editora Abril, Arno S/A, Baan Brasil,
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XVII CONGRESSO LATINO AMERICANO DE QUÍMICA TÊXTIL
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Tecnologia Estamparia
Química Têxtil
n° 74/mar.04
A evolução dos adesivos
na estamparia dos tecidos
*Studio Tessile
te alcança 30-40°C. Outrossim, os
Há pouco tempo atrás, os tecidos
Os
adesivos
permanentes
adesivos solúveis em água devem ser
submetidos ao processo de estampa
e termoplásticos resistem aplicados continuamente, pois são
manual eram presos às mesas de eseliminados totalmente na lavagem a
tampa por intermédio de alfinetes.
de maneira excelente à
cada passagem do tapete.
Com o aparecimento das máquinas
lavagem do tapete e seu
de estampar com tapetes de borraOs adesivos permanentes e
poder colante dura longo termoplásticos resistem de maneira
cha, passou-se a utilizar adesivos solúveis em água a base de fécula,
tempo sem necessidade de excelente à lavagem do tapete e seu
dextrina etc. Em seguida, por terem
poder colante dura longo tempo e,
renovação.
soluções técnicas mais vantajosas,
dependendo do tipo de fibra que for
Essa peculiaridade traz
começaram a ser usadas emulsões
estampada, podem resistir durante
aquosas de resinas acrílico-vinílicas
menor custo de estampa e longos meses sem necessidade de reque, todavia, apresentavam problenovação. Essa peculiaridade traz um
menor contaminação do
mas de secagem, ancoragem à sugrande resultado: menor custo de esmeio ambiente.
perfície de estampa e sua asportação
tampa e menor contaminação do
total. Então passou-se a utilizar ademeio ambiente.
sivos solúveis em água do tipo álcool polivinílico e
É preciso lembrar também que os adesivos solúsimilares, ótimos para a estampa de fibras naturais
veis permitem que a pasta de estampa passe através
como algodão, lã, linho, seda etc.
do tecido e se deposite no tapete, enquanto que com
Com a entrada das fibras sintéticas no mercado,
os adesivos permanentes e termoplásticos esse depófoi necessária a utilização de adesivos permanentes à
sito ocorre apenas sobre o adesivo e o tapete fica probase de polímeros acrílico-vinílicos, pois aqueles à
tegido. Esse fenômeno é ainda mais evidente quando
base de álcool polivinílico não tinham efeito colante
se estampa pigmentos, pois eles atravessam o tecido
sobre tais fibras.
e se depositam sobre o tapete e não sendo eliminados
Com o aperfeiçoamento das máquinas de estampa
totalmente durante o processo de lavagem provocam
planas e rotativas, que permitem o aquecimento do
seu sujamento e seu desnivelamento.
tecido antes de sua colagem ao tapete, apareceram os
A STUDIO TESSILE ( [email protected]) representa a
adesivos termoplásticos, apenas solúveis em solventes,
ATR Chemicals da Suíça, que é a maior e mais importante fabrique têm poder colante quando a temperatura do tapecante de colas permamentes.
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Química Têxtil
n° 74/mar.04
Tecnologia Acabamento
Acabamentos funcionais e têxteis
de alto desempenho
Warren S. Perkins - Universidade de Georgia
Tradução: Agostinho S. Pacheco - ABQCT
Este artigo resume uma seleção de trabalhos apresentados em um Simpósio da AATCC sobre Acabamentos Funcionais e Têxteis de Alto Desempenho, realizado na cidade de Charlotte, USA. Todos esses trabalhos
foram publicados, na íntegra, na revista da AATCC.
Novos desenvolvimentos em fibras
Poliéster resistente a chamas
Vicki Bousman e Suzette McHugh da empresa KoSa
apresentaram uma conferência sobre os novos desenvolvimentos em fibras de poliéster, especificamente sobre a fibra Avora e o uso do poliéster resistente a chamas em hospitais e indústrias de cuidado com a saúde,
tapeçarias, móveis e tecidos industriais.
A fibra Avora é fabricada com cadeias de poliéster
formadas por monômeros, aos quais foram incluídos
átomos de fósforo, obtendo-se assim a resistência ao
fogo. Foram comparadas as vantagens dessa nova fibra contra os acabamentos tradicionais quanto a durabilidade, ausência de problemas ambientais associados freqüentemente com esses tipos de acabamentos,
ausência de alergias e/ou irritações da pele e baixa
toxicidade dos gases ao ser queimada.
Outras propriedades dos tecidos com essa fibra
são a alta estabilidade dimensional, boas solidezes
da cor, longa vida útil, excelente resistência ao desgaste e quase nenhuma restrição quanto ao desenho
e confecção.
Para conservar as propriedades de resistência a
chama é sumamente importante eliminar completamente as impurezas dos tecidos, depois do tingimento
e acabamento final. Os acabamentos usados normalmente para limpeza fácil não afetam o efeito retardante
dos tecidos feitos com Avora, mas não devem ser usados antiespumantes siliconados porque podem destruir essa propriedade.
Para usar a marca Avora é necessário obter uma licença da KoSa.
Polímeros de PTT
Trata-se da fibra Corterra da KoSa, fabricada com o
polímero tereftalato de politrimetileno (PTT). Descrita
como "a fibra elastomera do futuro", as fibras de PTT
apresentam atributos atraentes que incluem conforto,
estiramento e recuperação, suavidade, volume,
tingimento fácil, cores sólidas e vibrantes e durabilidade. Algumas aplicações incluem tecidos de baixo peso,
tecidos para camisas, tecido de malha circular, roupas
íntimas e aplicações automotivas. Atualmente estão disponíveis filamentos texturizados de PTT; as fibras lisas
ainda estão na fase de desenvolvimento.
A fibra Corterra é facilmente tinta com corantes
dispersos sob condições atmosféricas e não necessita de carrier. A temperatura de tingimento é de 130ºC
no máximo. Os tecidos requerem manuseio com pouca tensão e não se recomenda o tingimento de fios
em bobinas.
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Química Têxtil - n° 74/mar.04
Tecnologia Acabamento
Polipropileno resistente a chamas
Phil M. Strickland, da American Fibers and Yarns
Co., fez uma exposição sobre fibras de polipropileno
(PP) com propriedades retardantes de chamas. O PP tem
um ponto de fusão baixo comparado com o nylon, poliéster (tereftalato de polietileno), acrílico e celulose.
O polipropileno se encolhe longe das fontes de ignição, já que tem baixo ponto de inflamabilidade e um
alto calor de combustão. As características de resistência a chama são obtidas com tratamentos e/ou aditivos
na formulação do polímero.
De acordo com Strickland, os aditivos para a resistência a chama incluem substâncias que acumulam água na
fibra, que é liberada quando esta se decompõe termicamente. Compostos fosforados que trabalham na fase sólida promovendo a carbonização e compostos halogenados
que atuam na fase gasosa, sufocando a chama. Essa fibra
é usada em cortinas, coberturas, forrações etc.
Fibras de melamina
Basofil é a marca de fábrica da BASF para sua fibra
de melamina, uma nova geração de fibras resistentes as
altas temperaturas. Segundo Alan C. Handermann, da
BASF, é quimicamente similar à melamina usada em
móveis de cozinha, mas muito mais flexível. O retardante
de chama da Basofil limita o índice de oxigênio (LOI) a
32, tem estabilidade dimensional ao aquecimento e à
chama e a condutividade térmica é baixa para as aplicações da indústria.
Resistência ao pilling
Peter V. Alston, da DuPont-Akra Poliéster LLC, descreveu o pilling como "uma distorção da superfície do
tecido produzida por pequenas bolinhas de fibras
embaraçadas".
O pilling se forma quando, por atrito, as fibras de um
tecido liberam pontas que se embaraçam com outras
pontas do mesmo tecido ou até de outro. Ele pode ser
gerado por rupturas da fibra ou quando uma fibra é ar46
rancada da estrutura do tecido. A resistência de um tecido ao pilling está muito relacionada com a flexibilidade e vida útil do poliéster em uma mistura com o algodão. Se a velocidade de perda de fibras excede a velocidade de formação de pilling o efeito decresce.
Com a união da DuPont com a empresa mexicana
Akra foi possível desenvolver uma tecnologia para produzir poliéster com resistência ao pilling, obtendo-se um
poliéster mais débil e com menor flexibilidade.
Têxteis condutores
Andrew Chil, da Milliken Research Corp., apresentou
uma dissertação sobre têxteis condutores baseados em
polipirrol. Estão baseados na polimerização do pirrol no
tecido ou em um meio aquoso, produzindo uma película
muito fina de polipirrol condutivo na superfície da fibra. A
força e a flexibilidade do substrato têxtil são mantidas. Por
este método se pode cobrir uma ampla gama de substratos,
incluindo vidro, poliéster, nylon e polipropileno, dando uma
grande variedade de resistências superficiais.
Child mencionou como limitações desses produtos
a limitada resistência da superfície, a pobre estabilidade ambiental e a suscetibilidade à oxidação. As aplicações dos têxteis condutivos incluem: a dispersão das
correntes estáticas, resistência ao calor e aplicações
militares como a absorção de microondas para a camuflagem de equipamentos.
Couro artificial
Hirofumi Tochikawa e G. Fletcher Walch, da Nicca
USA Inc., disseram que as dispersões aquosas de resinas de poliuretano produzem couro artificial com boa
flexibilidade, alta força, suavidade acima de uma ampla
faixa de temperaturas, resistência aos solventes e
lavabilidade. Esse couro consiste em 50 a 70% de uma
base tecida, impregnada com poliuretano. O processo
convencional para fabricar couro artificial usa
dimetilformamida (DMF) para coagular o poliuretano
no tecido. Um processo caro e contaminante.
Tecnologia Acabamento
Os palestrantes descreveram um processo aquoso
baseado no uso de um poliuretano sensível à temperatura que gelatiniza durante a secagem. Como resultado da
formação do gel, se evita a migração do poliuretano e
os restos do mesmo se distribuem uniformemente através do tecido. Esse processo produz couro artificial com
maior resistência a abrasão, hidrólise e volumoso.
Retardantes de chama (FR)
James R. Johnson, da Olympic Industries, disse que
nos últimos anos tem havido poucas novidades no desenvolvimento da química para os FR em têxteis; sem dúvida, foram desenvolvidas novas tecnologias de aplicação.
Johnson explicou que o primeiro passo na combustão é a vaporização, que gera um combustível. Uma vez
que esse vapor combustível se incendeie, o calor que
emite se propaga decompondo o resto do material.
Os FR trabalham no estado condensado, tornando o
substrato difícil de vaporizar, ou que, no estado de vapor não produza a ignição dos mesmos. Entre os FR
não duráveis se incluem o brometo de amônio e vários
sais inorgânicos que contêm nitrogênio e fósforo. As
misturas do ácido bórico e boratos são FR temporais
que funcionam formando uma película vítrea que retarda a formação de vapores combustíveis.
Os FR duráveis são principalmente substâncias específicas. O único sistema de FR durável para as misturas de poliéster/algodão é o sal THP (sal Tetrakishidroximetil phosphonium) com uréia. Existem variações desse sistema. A reação e o desempenho desse acabamento dependem do tempo e da temperatura. Os
parâmetros térmicos que influem são: temperatura, velocidade, umidade e tudo o que influa na formação do
perfil tempo/temperatura. É muito importante obter um
correto perfil para produzir tecidos FR.
O poliéster pode se tornar retardante aplicando-se
hexabromociclododecano (HBCD) ou um fosfonato
cíclico por um processo de pad-dry-fixação. Por esgotamento com ácido tetrabromophtalico (TBPA) pode-se
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Química Têxtil - n° 74/mar.04
produzir FR durável em lã ou nylon. Devido a formação
de um produto de decomposição térmica muito volátil e
inflamável o nylon 6 é muito difícil de tratar.
Acabamentos de fácil cuidado (DP)
James C. Winchester, da BFGoodrich, falou da
tecnologia de acabamento de fácil cuidado. Os principais
fatores para o desenvolvimento dos acabamentos DP são
o desempenho, questões de normas e temas econômicos.
As tecnologias dos acabamentos DP se desenvolveram nos anos 20. A primeira patente para essa
tecnologia foi emitida para a Tootal, Broadhurst & Lee,
para condensados de uréia-formaldeído que produzia
algodão resistente às rugas. Em 1978, foram concedidas mais de 3.000 patentes para os acabamentos DP
de algodão. Muitas outras patentes foram concedidas
desde 1978 até agora.
Os parâmetros do desempenho para tecidos DP incluem anti-rugas, encolhimento, recuperação de pregas,
durabilidade, retenção de resistências, não alterar a tonalidade, resistência ao amarelamento, resistência ao
cloro, compatibilidade com outros agentes de acabamento e facilidade de uso.
Existem produtos para os acabamentos DP que contêm formaldeído e outros que não o contêm. Os esforços para reduzir o formaldeído livre começaram em
1960, quando os fabricantes exigiram diminuir o
formaldeído para aliviar o incômodo nas salas de corte
e costura. Em 1987 e 1992, foram promulgadas regulamentações (OSHA, instituição americana) que limitavam a quantidade de formaldeído livre no ar do local de
trabalho. Desde os anos 70, o formaldeído livre do
dimetilol dihidroxi etilen uréia (DMDHEU) foi reduzido de 1000 para 50/150 ppm.
Grande parte da investigação foi dedicada ao desenvolvimento de acabamentos sem formaldeído. A maioria dos acabamentos sem formaldeído tem menor perda
de resistência do que os acabamentos baseados em
formaldeído. Porém, os acabamentos sem formaldeído
geralmente custam consideravelmente mais.
Química Têxtil - n° 74/mar.04
Tecnologia Acabamento
Acabamentos de fácil cuidado (DP) sem formaldeído
John Turner, da Cotton Inc., falou sobre a redução
do pó nas fábricas têxteis, a redução dos níveis de ruído
e a redução do uso de produtos químicos tóxicos como
uma tendência para melhorar o meio ambiente.
O formaldeído é um dos produtos químicos usados
no acabamento têxtil que pode afetar a saúde humana.
Turner fez uma apreciação global sobre a química sem
formaldeído que melhora as características de DP dos
tecidos de algodão. Disse também que os fatores que
influem nas características do DP incluem a construção
do tecido, a preparação e a química de fixação.
Construção do tecido: um alto micronaire e uma
maior longitude de fibra melhoram a suavidade do tecido. O fio grosso se recupera melhor de deformações do
que o fio fino. Um tecido mais solto se recupera melhor
do que um tecido firme e o tecido mais pesado se recupera melhor do que o tecido leviano. O tecido processado aberto se recupera melhor do que o processado em
forma de cordas. A mercerização, o gazeado, o tratamento enzimático com celulasa, calandragem e pré-encolhimento ajudam o tecido a recuperar-se das deformações, as rugas normalmente desaparecem ou são finas e pouco visíveis.
Química: foram consideradas muitas formas de diminuir ou eliminar o formaldeído nos agentes de fixação.
Podem ser usados outros aldeídos em lugar de formaldeído.
Alguns são eficazes e duráveis, mas tem odor, tendem a
descolorir e produzem uma severa perda de resistência.
Os epóxidos polifuncionais, o vinil sulfona
polifuncional e outros possíveis agentes de fixação foram estudados extensivamente. As limitações dos
epóxidos são a volatilidade e a toxicidade. Os ácidos
policarboxílicos mostraram ser a maior promessa como
agentes de fixação isentos de formaldeído.
Ciclodextrinas
Peter J. Hauser, da Universidade Estatal da Carolina
do Norte, comentou sobre as ciclodextrinas como agentes de acabamento.
50
As ciclodextrinas são oligosacarídeos cíclicos gerados na natureza por ação de enzimas naturais sobre o
amido. Podem ser sintetizadas como produtos industriais. Elas se apresentam em forma de grupos de seis,
sete ou oito D (+) unidades de glucopiranosa. Os prefixos alfa, beta e gama significam seis, sete ou oito unidades de glucopiranosa, respectivamente.
As ciclodextrinas têm uma estrutura molecular única
que combina uma cavidade hidrófoba e uma superfície
hidrófila. Essa estrutura permite as ciclodextrinas se comportarem como complexos de inclusão. Por exemplo, o
tolueno pode se encaixar na cavidade formando um complexo com as ciclodextrinas. Elas permitem ainda a solubilidade em água e a viabilidade de usar substâncias
pobremente solúveis. Também podem ser fabricados produtos farmacêuticos de descarga controlada.
Usando ciclodextrinas em algumas aplicações, pode-se
eliminar a necessidade de cosolventes orgânicos, reduzindo odores e sabores desagradáveis, perda de materiais voláteis e protegendo as substâncias sensíveis. Entre as possíveis aplicações em têxteis que estão sendo investigadas
atualmente estão o complexamento de corantes para controlar o esgotamento e o uso como aditivo para incorporar
antibióticos, retardantes de chama e outras substâncias.
Silicones
Keith Zimmerman, da High Point Chemicals, disse
que o silicone "ideal" para a modificação do toque de
tecidos não existe.
O silicone ideal seria um material de baixo custo,
muito baixa tendência ao amarelamento, hidrófilo, sedoso, bom efeito de recuperação de ângulo, suave e
compatível com resinas. Posto que nenhum silicone tem
essas características, devemos criar formulações químicas com as mesmas, para produzir o efeito que o cliente
e o mercado desejam. As emulsões se classificam pelo
tamanho das partículas e, segundo este tamanho, cobrem a superfície da fibra oferecendo maior suavidade.
As emulsões de partículas de tamanho pequeno penetram originando melhor caída.
Tecnologia Acabamento
Um bom efeito de recuperação de ângulo pode ser
obtido com emulsões de fixadores de alto peso
molecular e fluidos epoxifuncionais. A suavidade é
definida pelo mercado e é difícil de definir quimicamente. Os silicones proporcionam uma grande flexibilidade ao tecido, obtendo a característica que tipicamente se descreve como suavidade.
As microemulsões de silicones são muito compatíveis com as resinas. Na ordem crescente de custos, alguns tipos de silicones disponíveis são: fluidos dimetil,
silanols de alto e baixo peso molecular, aminofuncionais,
epoxifuncionais, emulsões funcionais terciárias, emulsões especiais e formulações com polímeros.
A oxidação do grupo amino em silicones amino-funcionais causa a tendência ao amarelamento. Esse efeito
pode ser minimizado baixando a quantidade de grupos
amino primários.
Acabamentos antimicrobianos
James W. Krueger, da Aegis Environments, disse que
foram desenvolvidos vários antimicrobianos no período de
1992 a 1998 e foram rapidamente transformados em acabamento normal para alguns tipos de produtos têxteis.
Os acabamentos antimicrobianos proporcionam proteção contra o odor, o manchamento, a deterioração, as
alergias e as enfermidades infecciosas. Adicionalmente
à morte dos microorganismos, esses acabamentos dever se apresentar seguros, duráveis e não afetar outras
propriedades do produto têxtil.
A maioria dos antimicrobianos atua em superfície como
um "veneno" para os microorganismos com os quais entram em contato. Segundo Krueger, esses acabamentos,
quando usados em tecidos que têm contato com a pele,
podem matar organismos úteis ou podem cruzar a barreira superficial da pele e causar reações alérgicas. Nesses
acabamentos, os microorganismos têm a oportunidade
para se adaptarem e se tornarem resistentes.
Krueger descreveu um segundo tipo de acabamento
como "Limite Molecular". Esse acabamento é um composto de um silano organofuncional que reage com a fi52
Química Têxtil - n° 74/mar.04
bra têxtil ou é polimerizado permanentemente. Os grupos hidrófobos da molécula do acabamento penetram no
microorganismo deixando um grupo amônio quaternário
que rompe a célula do organismo. Esses acabamentos
baseados em silanos antimicrobianos superam a maioria
das limitações dos outros tipos de acabamentos.
Tecidos protetores de radiação UV
K. Martin Jôllenbeck, da Ciba Especialidades Inc.,
apresentou uma excelente apreciação global do problema da radiação UV (luz ultravioleta) e dos produtos têxteis de proteção. Disse que a situação entre especialistas
têxteis consumidores se tornou confusa devido a uma proliferação de normas e desinformação sobre o assunto. A
radiação ultravioleta (UVR) normalmente é classificada
como UV-A (400-320 nm), UV-B (320-280 nm) e UV-C
(< 280 nm). As ondas de UVR que alcançam a superfície
da terra são maiores do que 300 nm e aumentam sua intensidade em longitudes de onda mais longas. A UVR mais
prejudicial é a UV-B na faixa de onda de 310-300 nm.
A UVR que se transmite através dos tecidos têxteis é
composta pelas ondas que atravessam inalteradas pelos
interstícios do tecido e ondas que interatuam com o tecido.
A lã e o poliéster absorvem radiação UV devido a presença de grupos aromáticos em sua estrutura, mas o algodão e
a poliamida permitem a passagem dos raios UV.
O Fator de Proteção Ultravioleta (UPF) é expresso
como sendo a proteção eficaz que o produto têxtil exerce sobre a pele humana contra a UVR. Somente a
transmitância através das fibras pode ser bloqueada; a
porosidade ótica de um tecido limita o potencial desse
tecido para proporcionar proteção contra a UVR.
A Ciba desenvolveu dois absorventes de UV para o
algodão. O primeiro é o 1,3-cloro-5-(4-sulfofenil)-striazina, vendido para tingimento de tapetes. O segundo
é um derivado do ácido oxálico bi-reativo di-anilida desenvolvido para algodão. Ambos absorvem UV-A e UVB e têm máxima absorção ao redor dos 300 nm, onde o
efeito de proteção contra UVR é mais necessário.
Química Têxtil - n° 74/mar.04
Tecnologia Acabamento
Acabamentos hidrófilos
seguir melhor qualidade se deve selecionar o produto
baseando-se no efeito desejado do acabamento e nos
requisitos de durabilidade.
Segundo um trabalho apresentado por Gary S.
Dagenhart e Larry A. Rast, da Hodgson Textiles
Chemicals Inc., os acabamentos hidrófilos alteram a
conduta natural das fibras sintéticas. Eles descreveram
o uso de um "block" de copolímeros poliéster/polietileno
glicol como um acabamento hidrófilo que melhora o
transporte de umidade, absorção, dispersão de carga
estática e características de descarga para a terra dos
tecidos que contenham fibras sintéticas.
Os copolímeros tipo aniônico derivam de monômero
sulfonados enquanto que os tipos não-iônicos derivam
de copolímeros de tereftalatos ou monômeros de
adipatos. O tipo não-iônico foi desenvolvido para melhorar a durabilidade dos têxteis frente a limpeza a seco
e lavanderias.
O equilíbrio entre os componentes hidrófilos e
hidrófobos no copolímero determina as propriedades e
durabilidade do acabamento. Uma maior hidrofilidade
na molécula leva a uma menor durabilidade; para con-
Os copolímeros hidrófilos atuam sobre os
contaminantes da água, atraindo a parte oleosa para a
parte hidrófoba da molécula, enquanto a parte hidrófila
mantém a dispersão. Funciona como um acabamento
"soil release"; o copolímero é esgotado na superfície da
fibra. A parte hidrófoba da molécula vincula o
copolímero à superfície da fibra enquanto a parte hidrófila, que penetra para longe da superfície, abre caminho
para a umidade e a remoção de partículas oleosas.
Os copolímeros hidrófilos proporcionam benefícios
nos processos de acabamento não duráveis e duráveis
que dependem das propriedades do copolímero selecionado. Os possíveis benefícios nas fibras de poliéster são
a lubrificação e a remoção de partículas oleosas. Outros
efeitos nos acabamentos duráveis e não duráveis desses
copolímeros são o melhoramento do transporte de umidade, controle da estática e remoção de pó.
A ABQCT DÁ AS BOAS VINDAS
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importância para o fortalecimento da Associação e para o aprimoramento técnico do setor têxtil
brasileiro.
Nós da ABQCT procuramos sempre fornecer informações atualizadas através da revista Química
Têxtil e abrir canais de comunicação entre os profissionais através de cursos, palestras e outros
eventos de integração.
53
Tecnologia Estamparia
Química Têxtil
n° 74/mar.04
O que existe de novo na estamparia com pigmentos?
Desafios técnicos e ecológicos do sistema de estamparia com pigmentos
Thomas Esche - Ciba Especialidades Químicas - Basel, Suíça
Tradução: Agostinho S. Pacheco - ABQCT
Artigo publicado na revista International Dyer
A percepção de que a estamparia com pigmentos é
um método inferior de coloração têxtil desapareceu há
muito tempo, pelo menos na Europa. Hoje em dia é um
processo bem estabelecido para obter um alto grau de
estampados sobre diferentes materiais. Com conhecimento disso, a Ciba Especialidades Químicas é a empresa que mais expandiu sua linha de produtos nesse
campo. O primeiro passo foi o desenvolvimento de dispersões de pigmentos Uniperse e a linha de auxiliares
Alcoprint. Em seguida, continuaram novos e inovadores desenvolvimentos. Especialmente na Europa, a estamparia com pigmentos enfrenta crescentes demandas,
as quais apresentam desafios ecológicos e tecnológicos.
que não alcance reação total no processo de polimerização.
A quantidade de acrilamida no produto final depende, em
maior ou menor medida, da eficiência da reação de
polimerização. Os espessantes e ligantes Alcoprint não têm
conteúdo algum dessa substância.
A principal origem do formaldeído na estamparia com
pigmentos é o agente de fixação, mesmo que pequenas
quantidades sejam atribuídas ao ligante (figura 1). As dispersões de pigmentos também podem produzir uma
significante quantidade, dependendo do fornecedor.
Desafios ecológicos
Um dos grandes desafios ecológicos da estamparia com
pigmentos é a emissão de gases. Existem outras considerações, tais como, diminuir a contaminação de efluentes,
evitar a contaminação do solo e a higiene industrial, mas as
emissões gasosas são em particular um tema importante
para os estampadores têxteis na atualidade, especialmente
onde essas emissões trazem complicações para o acabamento em geral. Considerando as emissões gasosas de
hidrocarbonetos, formaldeído e acrilamida, hoje em dia é
necessário o estabelecimento de requisitos mais rigorosos
para espessantes sintéticos, agentes de fixação e ligantes.
Os espessantes e ligantes podem gerar acrilamida. Esta
é usada freqüentemente como monomêro, mas pode ser
54
Os agentes de fixação convencionais estão baseados
em resinas melamínicas e conseqüentemente contêm
formaldeído livre. Podem distribuir sobre os tecidos ao redor de 100 ppm de formaldeído, dependendo da qualidade
e concentração de uso.
O Alcoprint PFL é um fixador com baixo conteúdo de
formaldeído, deixando entre 20 e 50 ppm de formaldeído
Tecnologia Estamparia
livre sobre os tecidos, segundo a concentração de uso. Essa
quantidade é aceitável para a maioria dos casos, mas se a
concentração de formaldeído especificada for menor do
que 20 ppm pode ser recomendado o Alcoprint LFF que é
um agente de fixação livre de formaldeído.
Quanto aos ligantes de pigmentos, são uma fonte menor
de formaldeído e na maioria dos casos, insignificante. O
Alcoprint LFF, basicamente um acrilato, produz 10/20 ppm de
formaldeído livre. A contribuição dos ligantes baseados em
butadieno, tal como o Alcoprint PB55, é virtualmente zero.
O desenvolvimento de um ligante do tipo acrilato, livre
de formaldeído, está próximo de ser terminado e em breve
poderemos esperar um produto comercial dessa natureza.
A presença de formaldeído na formulação da dispersão
de pigmentos é freqüentemente esquecida. Algumas marcas podem conter até 0,2% em uma concentração de uso de
50 g/kg de pigmento na pasta de estampar, deixando 100
ppm de formaldeído livre sobre os tecidos. Sem dúvida as
dispersões de pigmentos Unisperse não contêm formaldeído.
O espessante é a fonte principal de emissões de
hidrocarbonetos, que são citados como carbônico orgânico
(C orgânico) ou carbônico orgânico volátil (COV). A magnitude dessas emissões pode diferir acentuadamente e depende da matéria-prima usada no espessante. Além disso,
é um dos parâmetros-chave para os estampadores têxteis,
dentro do contexto do futuro e revisado "German Clean
Air Act" (TA-LUFT).
O carbônico orgânico volátil se origina dos óleos minerais utilizados na produção de espessantes sintéticos. A
formulação, e portanto o conteúdo de
hidrocarbonetos no produto final, depende do processo de fabricação. Os produtos em pó não contém hidrocarbonetos porque não necessitam de um
meio "oleoso". Porém, têm freqüentemente associados outros problemas, tais como: a formação de
nuvens de pó ou empedrar durante a fabricação,
problemas de armazenagem e transporte devido seu
baixo peso específico e grande volume. Por outro
lado, são muito higroscópicos e portanto devem ser
cuidadosamente protegidos da umidade.
56
Química Têxtil - n° 74/mar.04
As emulsões aquosas quase não contêm COV, mas os
espessantes produzidos por essa metodologia são totalmente
inutilizáveis como primários. Possuem uma baixa eficiência e não têm as propriedades necessárias para os processos de estamparia.
Os espessantes que são produzidos pelo método de
emulsão inversa ou como dispersões de pó usualmente têm
uma baixa concentração de polímero. Devido a alta concentração necessária para espessar, introduzem altos níveis de
óleos e componentes voláteis na pasta de estamparia.
Quase todos os espessantes Alcoprint são produzidos
como dispersões líquidas de polímeros. A polimerização
tem lugar na fase de emulsão, dando uma estrutura de
polímero extremamente regular e uma alta concentração
do mesmo. Em virtude do tamanho uniforme de partícula,
esses produtos têm destacadas propriedades de fluidez e
não causam entupimento do equipamento de estamparia.
Para melhorar a performance ambiental em termos de
emissões de hidrocarbonetos, a manufatura de espessantes
tem duas opções: usar alta qualidade de óleos na fabricação ou elevar a eficiência do produto incrementando o conteúdo polimérico. No caso de nossos espessantes, foram
aplicadas ambas opções.
A comparação dos diferentes tipos de espessantes
mostra que o conteúdo médio de sólidos, o qual é ao
mesmo tempo similar ao de polímeros, está ao redor de
30%. Sem dúvida, para a maioria dos espessantes
Alcoprint é 55%. No caso do Alcoprint PTP é maior do
que 65% (Figura 2).
Química Têxtil - n° 74/mar.04
Esse alto conteúdo de sólidos, o qual pode ser duas
vezes o de outros espessantes, tem um duplo benefício.
Primeiro, a formulação contém menos componentes voláteis e óleos. Segundo, é necessária somente a metade da
quantidade utilizada geralmente para obter um efeito
espessante. Isso reduz drasticamente a emissão de
hidrocarbonetos orgânicos. Um típico espessante produzido pelo método de emulsão inversa tem um COV aproximado de 20-35%, enquanto que o Alcoprint PTP tem um
COV de 7%. Além disso, o uso de um espessante como o
Alcoprint PTZ, o qual é formulado com um óleo de baixa
volatilidade, diminui ainda mais o COV para cerca de 4%.
Como essas modificações afetam a emissão de
hidrocarbonetos em uma pasta de estampar?
Se medimos a emissão de hidrocarbonetos do
espessante utilizado e calculamos, de acordo com a concentração de uso, a emissão de carbono orgânico em kg
referido a uma tonelada de pasta de estamparia, percebemos que um espessante de emulsão inversa emite 10 kg de
COV/tonelada de pasta de estampar, em contraste com
somente 0,6-0,9 kg de COV/tonelada de pasta emitido pelos espessantes Alcoprint (Figura 3).
Tecnologia Estamparia
zonas periféricas do desenho, efeito que aumenta com porcentagens de fibras sintéticas na composição do tecido.
Além disso, as propriedades reológicas do espessante tem
relação com a regularidade e uniformidade da estamparia;
isso faz com que a penetração da pasta e por conseguinte
o consumo possam ser controlados. Essas propriedades
também influem na nitidez do contorno e na resolução das
tonalidades médias e em quanto viscosa e maleável deve
ser a pasta de estampar para uma boa definição.
Uma propriedade chave dos espessantes é a estabilidade
em presença de eletrólitos. Essa propriedade determina como
a viscosidade responde frente a adição de eletrólitos como
ligantes e pigmentos, mas também de agentes redutores para
descarregar o pigmento. Hoje em dia as pastas de estamparia
requerem espessantes se as tonalidades a estampar necessitam de grandes concentrações de pigmentos e ligantes.
Uma viscosidade constante não só é importante na cozinha de cores, onde são preparadas as pastas, mas também durante o processo de estamparia. Se, por algum motivo, os tecidos contenham eletrólitos ou resíduos de detergentes provenientes do pré tratamento, pode ocorrer que
durante a estamparia, em vez de permanecer sobre a superfície, a pasta de estamparia perca viscosidade e literalmente penetre o tecido.
A figura 4 compara a estabilidade frente aos eletrólitos
do Alcoprint PT-RV com um espessante convencional.
Requisitos tecnológicos
Quanto maior for a qualidade da estampagem com pigmentos, maiores serão os requisitos a serem cumpridos pelo
sistema de estamparia. Particularmente com efeitos de
degradação tipo molhado sobre molhado, contornos e tonalidades médias, a pasta de estampar tende a fluir para as
Quando 40-50 g/kg de dispersão de pigmentos Unisperse
são agregados, a viscosidade do Alcoprint PT-RV permanece quase constante, enquanto que o produto padrão decai
de 20.000 mPas inicial para 10.000/15.000 mPas. Se fossem utilizados outros produtos mais sensíveis aos eletrólitos,
a perda de viscosidade seria mais marcada ainda.
A fluidez geralmente é causada pelos eletrólitos presentes nos tecidos depois do pré tratamento, nos tecidos
com alto conteúdo de fibra sintética ou nos tecidos que
tenham sido pré acabados. Contornos pouco nítidos e estampas que escorrem com claros sinais de fluidez podem
ser resolvidos reduzindo a sensibilidade do espessante frente
aos eletrólitos e modificando suas propriedades reológicas.
Em tecidos 100% poliéster podem ser obtidos bons resul57
Química Têxtil - n° 74/mar.04
Tecnologia Estamparia
tados com o uso de Alcoprint PT-RV. Podem ser balanceadas diferenças em pré tratamentos atribuídas a resíduos
de eletrólitos ou de detergentes.
Outra propriedade do Alcoprint PT-RV é o controle na
transferência da pasta de estampar. Como resultado das
modificações reológicas desse espessante, a penetração é
menor do que a obtida com outros produtos. Isso gera uma
redução do consumo da pasta de estampar, melhor resolução, melhores contornos e um toque mais suave. Ao mesmo tempo não existe perda de profundidade nas tonalidades e nem no poder de cobertura. Se for necessária maior
penetração, o produto pode ser utilizado em uma viscosidade menor do que a de produtos convencionais com similar ou melhor definição de filetes.
Conclusão
Ao repetir a pergunta inicial "o que existe de novo na
estamparia com pigmentos?", claramente a resposta deve
ser que os desenvolvimentos nos sistemas de estamparia
com pigmentos não chegaram ao seu final.
A última geração dos produtos da Ciba oferece vantagens ecológicas com baixo COV e benefícios tecnológicos,
tais como: estabilidade frente a eletrólitos, melhora na fluidez, modificações reológicas e redução do consumo de pasta
de estampar. Novamente, as demandas ecológicas e
tecnológicas aumentam, o que significa que os fornecedores químicos-têxteis necessitarão prosseguir na inovação
de auxiliares de estamparia.
XVII CONGRESSO LATINOAMERICANO DE QUÍMICA TÊXTIL
de 4 a 7 de agosto de 2004, em São Paulo SP
informações no site: www.abqct.com.br
58
Química Têxtil
n° 74/mar.04
Tecnologia Fibras
Poliamida
fibra versátil utilizada para diversas aplicações
Thomas Ruchser, DyStar Textilfarben GmbH & Co. Deutschland
KG, Frankfurt am Main, Germany
Poliamida é uma fibra versátil e que pode ser utilizada
em uma variedade de aplicações: roupas da moda, de esporte e lazer, meias femininas e lingerie, linha de costura,
tapetes, estofados e até em aplicações técnicas como tecido de seda de balões e pára-quedas e tecido para automóveis e veleiros. A poliamida e as misturas de fibra de
poliamida têm lugar certo na roupa do dia-a-dia de homens e mulheres por apresentar facilidades no tratamento e vestimenta. A tendência para artigos têxteis funcionais trouxe um crescimento adicional da demanda.
Sportswear está entrando no mercado fashion e vice-versa. Individualidade e combinação de diferentes fibras, tecidos e estilos estão em: sapatos de salto alto usados com
calças "workout", "outdoor jackets" com mini saia - uma
mistura de moda e funcionalidade extrema.
A Polimida está sendo largamente utilizada em misturas com fibras naturais e outras fibras artificiais. Cada
vez mais misturas mais complexas de três ou mais fibras,
muitas vezes incluindo poliuretano, são possíveis; tingimento e estamparia desses tecidos é um real desafio que
requer processos e maquinários especiais. Portanto, habilidade e corantes adequados são essenciais para produzir resultados em níveis ainda mais econômicos.
Um tecido - diversos tipos de fibras
Uma grande variedade de fibras de poliamida está
disponível, desde microfibras ultrafinas, que contém
fibrilas com menos de 1.0 dtex, utilizadas em artigos
leves como meias e lingerie, até fibras mais grossas,
acima de 2100 dtex, para artigos mais robustos como
malas de viagem, mochilas e sapatos. O número de
60
filamentos do fio varia enormemente e é isso que determina as propriedades do produto final. Se diferentes tipos de fios são combinados em malhas ou tecidos, efeitos bicolores ou mesclas podem ser alcançados em processos de tingimento de um só banho.
A aparência das fibras de poliamida pode variar de
um brilho intenso ao opaco e as fibras com aparência
metálica são a mais recente tendência. Essas fibras podem ser usadas em roupas do dia-a-dia, lingerie e
sportswear e também possibilitaram o ressurgimento das
roupas estampadas de natação e lingeries ultrafinas.
Consumidores ficam mais exigentes
Os consumidores esperam cada vez mais altos padrões
de conforto e funcionalidade das roupas: eles exigem peças de roupas que proporcionem uma melhor respiração
e que afastem a transpiração do corpo. Ao mesmo tempo
esperam roupas que repelem a água ou sejam resistentes
à água, à luz UV e com propriedades bactericidas. Como
também acontece com outras fibras, há uma clara tendência a uma maior propriedade de solidez, especialmente
solidez à lavagem para tonalidades escuras.
No passado, lavagens a 30ºC eram consideradas suficientes. Agora espera-se que as peças de roupa tenham
solidez a repetidos ciclos de lavagem a 40ºC, 50ºC e até
mesmo a 60ºC. Isso aumentou consideravelmente o uso
de corantes metais complexos nos últimos anos.
Uma pesquisa feita com as receitas usadas para tingir sportswear mostrou que há dez anos aproximadamente 20% das peças de roupas desse segmento eram
tingidas com corantes ácidos (Telon®), que possuem uma
Química Têxtil - n° 74/mar.04
estrutura molecular pequena, e uma mínima porcentagem era tingida com corantes metais complexos
(Isolan®). Atuamente, corantes ácidos de peso molecular
baixo são raramente encontrados nas coleções de sportswear, já que são tingidos com corantes Telon® A e M,
que apresentam estrutura molecular mais larga ou com
corantes metais complexos. O uso de corantes metais
complexos cresceu rapidamente e agora são responsáveis por 40% dos corantes usados no setor de sportswear.
Crescentes padrões de qualidade acompanhados de
uma crescente pressão nos custos são os maiores desafios para toda a indústria têxtil. A concorrência existente ainda é um assunto chave na indústria têxtil de acabamento, especialmente em tingimento com poliamida.
Como líder em tecnologia, a DyStar é o parceira ideal.
Os programas "Controlled Coloration" e "Color
Confidence" da DyStar proporcionam a todos os clientes produtos e serviços de alta qualidade, inovações e
assistência técnica que auxiliam na otimização de custos e aumento da qualidade.
Os corantes adequados para todas as exigências
A DyStar comercializa uma completa linha de corantes
para poliamida e suas misturas, desde corantes standard
econômicos de alta qualidade a inovadores solucionadores
de problemas para alcançar as mais altas exigências de
solidez. A linha de corantes inclui alguns vindos da Bayer
e BASF - como corantes Acidol - que atualmente são
comercializados como Isolan® 2S. Em 2003 a linha de
corantes para poliamida foi reestruturada para tornar mais
claro como podem ser utilizados.
Isolan® SP - a DyStar desenvolveu a linha de corantes
Isolan® SP especialmente para atender a demanda por
corantes versáteis que podem ser utilizados em todos os
processos de tingimento. A mais importante linha de
apenas quatro corantes cobre um vasto espectro de tonalidades médias a escuras. Esses corantes compreendem misturas especiais de 1:2 corantes metais complexos que garantem uma boa cobertura de riscos causados pela diferente estrutura dos materiais e apresentam
ótimo esgotamento e poder de igualização, mesmo em
Tecnologia Fibras
condições não tão favoráveis. Esses corantes formam a
base para o "Controlled Coloration" de diferentes qualidades de poliamida com uma série de diferentes procedimentos de tingimento.
O tingimento "Right-First-Time" é padrão com
corantes Isolan® SP. Uma vez que o Isolan® SP, Telon®
M e Isolan® S possuem propriedades de esgotamento
similares, eles podem ser facilmente combinados entre
si. Os corantes Isolan® SP são também uma boa representação da filosofia do "Color Confidence", já que não
há nenhuma redução na solidez à luz quando aplicado
em combinação com corantes ácidos.
Os corantes Isolan® SP determinaram um novo padrão para tingimentos sólidos em poliamida e suas misturas. Já que praticamente não há manchas das fibras de
celulose e poliéster em misturas, altas propriedades de
solidez podem ser obtidas nessas misturas. Por outro
lado, os corantes Isolan® SP apresentam excelentes propriedades de solidez a úmido e à luz e atendem as
especificações exigidas pelos principais fabricantes de
sportswear. Além dos corantes Isolan® SP, a DyStar
comercializa uma completa linha de corantes ácidos e
1:2 metal complexos.
Isolan® 1:2 metal complexo - a DyStar comercializa três
grupos de corantes metais complexos: corantes Isolan®
dyes não são sulfonados para tonalidades claras a médias, por exemplo no setor automotivo. Os corantes Isolan®
S dyes contêm um grupo sulfônico, dando-lhes boas propriedades de solidez úmido, exigidas para artigos têxteis
do dia-a-dia. Os corantes Isolan® 2S, com dois grupos
sulfônicos, podem ser usados para obter excelentes propriedades de solidez à lavagem em tonalidades intensas,
como por exemplo, em roupas profissionais.
Corantes ácidos Telon® - essa linha de produto também é dividida em três grupos: corantes Telon ®, que são
principalmente usados para tapeçaria e lingerie; corantes
Telon® A, que possuem ótimas propriedades de solidez
a úmido e geralmente são usados em sportswear; e
corantes Telon® M, com altas propriedades de solidez a
úmido para sportswear e roupas de natação.
61
Tecnologia Fibras
Processos testados para "Controlled Coloration"
Além da extensa gama de diferentes artigos e a crescente exigência de solidez, as empresas têxteis de acabamento enfrentam outro grande problema: o comportamento do tingimento individual de fibras de poliamida
não pode ser mais previsto com exatidão. Dessa forma,
um teste confiável do comportamento do tingimento das
fibras vem se tornando cada vez mais importante.
Para oferecer assistência aos seus clientes, a DyStar
desenvolveu um processo exclusivo de teste, o processo Poliamida S. Este possibilita aos responsáveis pelo
tingimento determinar o exato comportamento das fibras de poliamida em tingimentos por esgotamento e ter
a certeza que o processo de tingimento é especificamente
feito para sua fibra e unidade de tingimento.
O processo Poliamida S determina a informação chave da fibra (valor de saturação da fibra) e o resultado
obtido possibilita um melhor entendimento do processo
de tingimento e conseqüentemente um melhor controle.
Química Têxtil - n° 74/mar.04
Com o programa Optidye N, a DyStar continuou o desenvolvimento do programa Poliamida S, que utiliza propriedades conhecidas do material e a programação das
máquinas para calcular o pH, a concentração de auxiliares, taxa de aquecimento e o menor tempo de
tingimento. O Optidye N é um bom exemplo de como o
"Controlled Coloration" pode melhorar a qualidade dos
produtos e reduzir os custos dos processos.
Sendo a empresa líder no fornecimento de corantes têxteis, a DyStar oferece aos seus clientes produtos de alta qualidade, processos de aplicação eficientes e assistência técnica especializada em minimizar custos e maximizar a qualidade, utilizando "Controlled Coloration" e "Color Confidence".
O "Controlled Coloration" é direcionado principalmente
às empresas têxteis e de estamparia, destacando as habilidades da DyStar em aumentar a velocidade e segurança dos processos, garantir o tingimento e estamparia "Right-First-Time"
e reduzir os custos de produção. O "Color Confidence" é um
conceito mais amplo que cobre toda a cadeia de produção
têxtil e foca em aspectos como solidez, consistência de tonalidade e segurança ao consumidor dos substratos tingidos.
Processo de tingimento eletroquímico DyStar: 1ª planta piloto para tingimento de bobinas cruzadas com corante índigo
Em dezembro 2003 a empresa de acabamento têxtil Orta
Anadolu de Kayseri, Turquia, assinou um acordo de cooperação da instalação da primeira planta piloto para tingimento
eletroquímico de bobinas cruzadas com corantes índigo. Essa
nova tecnologia, patenteada pela DyStar, é o resultado de
uma aliança de pesquisa entre a DyStar Textilfarben GmbH
& Co. Deutschland KG, Alemanha, o Instituto para Química e Física Têxtil da Universidade de Innsbruck, Áustria, e o
fabricante de máquinas Thies GmbH & Co. KG, Coesfeld,
Alemanha. Orta Andolu iniciará suas operações este ano.
Orta Anadolu atualmente tinge índigo com o processo
convencional de fio. Entretanto, essas unidades não são
apropriadas para tingimento de fios finos ou com total penetração. Tingimentos eletroquímicos de bobinas cruzadas
irão possibilitar à Orta Anadolu o acesso a novos segmentos de artigos como tecidos para camisaria com solidez à
lavagem (de jeans) nos mais diversos deniers.
Embora existam processos convencionais para tingimento
de índigo em bobinas cruzadas, estes são raramente utilizados pelo fato de os resultados tenderem a tingimentos desiguais e outros problemas. Além disso, apenas uma pequena
proporção do índigo é absorvida pela fibra e os agentes redutores poluem a água residual da produção.
Em contrapartida, o tingimento eletroquímico com o Índigo
Vat 40% Solução pré-reduzido da DyStar garante ótima uni62
formidade. Elétrons de uma corrente elétrica são utilizados
no lugar do hidrossulfito como agente redutor. Estes são aplicados ao corante através de um mediador regenerável, assim
o banho de corante pode ser reutilizado. Isso minimiza tanto a
quantidade de produtos químicos necessários no processo
como a contaminação da água residual da produção.
DyStar e Thies apresentaram a nova tecnologia na ITMA
em Birmingham, UK, já antecipando a alta demanda para
essa inovação ecologicamente correta.
O tingimento eletroquímico oferece benefícios técnicos,
ecológicos e econômicos: processos de tingimento mais curtos e garantidos, reprodutibilidade aperfeiçoada, menores custos com efluentes e alta qualidade. Esse processo, patenteado pela DyStar, foi desenvolvido em colaboração com o Instituto para Química e Física Têxtil da Universidade de
Innsbruck, Áustria, e o fabricante de máquinas Thies GmbH
& Co. KG, Coesfeld, Alemanha. Ele é adequado para corantes
Indanthren, Indigo e Cassulfon. Diferentemente dos processos de tingimento convencionais, que utilizam agentes redutores não regeneráveis, o novo processo eletroquímico utiliza corrente elétrica para a redução dos corantes com o auxílio do sistema regenerador redox Fe2+/Fe3+ (mediador).
Através da medição do potencial do redox no banho do
corante é possível controlar o processo de tingimento e
minimizar a quantidade de produtos químicos no processo.
Química Têxtil
n° 74/mar.04
Tecnologia Fibras
Memória térmica do poliéster estabilizado
em diferentes temperaturas
Joaquín Gacén, Josefina Maillo e Isabel Gacén
Universidade Politécnica da Catalunha - Espanha
Tradução: Agostinho S. Pacheco - ABQCT
Multifilamentos de poliester estabilizados em diferentes temperaturas (180-220ºC), na planta de produção, foram tratados em condições térmicas similares
àquelas do tingimento em alta temperatura ou com
carrier. Os substratos originais e os tratados foram caracterizados através das técnicas de solubilidade diferencial e absorção de iodo. Os substratos estabilizados em diferentes temperaturas e depois tratados continuam apresentando diferenças de estrutura fina, sobretudo quando esta é avaliada através da técnica de
solubilidade diferencial.
Introdução
Como etapas do processo de fabricação da fibra de poliéster (PET) que condicionam, em boa medida, a estrutura
fina dessa fibra, devemos mencionar o estiramento pós-fiação e a fixação ou estabilização térmica que se segue. Nelas são produzidas variações mais ou menos importantes na
orientação e/ou cristalinidade das regiões cristalinas,
paracristalinas e amorfas. Em trabalho anterior(1) foi estudada a variação da estrutura fina das fibras de PES que se
produz ao modificar a relação de estiramento e a temperatura da placa de estabilizações como conseqüência de desvios razoáveis dessas variáveis no processo de fabricação
de um fio de multifilamento de PES. Neste novo estudo,
pretendemos conhecer em que medida as diferenças de estrutura fina de fios estabilizados em diferentes temperaturas, manifestadas através das técnicas de solubilidade dife64
rencial e de absorção de iodo, se mantém, diminuem, aumentam ou desaparecem depois do tingimento. Acreditamos que um estudo deste tipo pode ser interessante para
conhecer se um comportamento tintorial não uniforme pode
ser atribuído ou não a diferenças de estrutura fina do substrato
existentes antes do tingimento, que se manteriam em maior
ou menor medida após a operação de tingimento, o que significaria uma maior ou menor memória térmica.
PARTE EXPERIMENTAL
Material
Fios de multifilamento de título 170 dtex/30 filamentos,
preparados pela empresa A Seda, de Barcelona, variando
a temperatura de estabilização. As temperaturas usadas
foram de 180, 190, 200, 210 e 220ºC. Às amostras estabilizadas em diferentes temperaturas foram aplicadas, previamente, uma relação de estiragem de 3,32.
Tratamentos de tingimento
Os fios estabilizados em diferentes temperaturas foram
submetidos a tratamentos de tingimento cego a 130ºC e a
100ºC, neste último caso em presença de carrier. Para avaliar o efeito produzido por esse tratamento na estrutura fina
do poliéster, se procedeu também um tratamento a 100ºC
sem a utilização de carrier. O tratamento a 130ºC foi aplicado em um banho que continha 1 g/l de Sandozin NIA
(Clariant) com uma relação de banho de 1/30. O correspondente substrato foi introduzido no banho a 60ºC e a tem-
Tecnologia Fibras
peratura foi elevada até 130ºC em 45 minutos. Essa temperatura foi mantida durante 60 minutos, em seguida o banho foi resfriado até 80ºC em 20 minutos.
O tratamento a 100ºC foi feito em um banho que continha 6,5 g/l de Dilatin BJLS (Clariant), 2 g/l de sulfato de
amônio, pH 5,5 (ácido fórmico) e relação de banho de 1/
30. O material foi introduzido a 60ºC, a temperatura foi
elevada em 30 minutos até 100ºC e mantida durante uma
hora. O banho foi resfriado até 80ºC em 20 minutos.
CARACTERIZAÇÃO DA ESTRUTURA FINA
Solubilidade diferencial
Se entende por solubilidade de uma fibra de poliéster a
uma temperatura determinada a porcentagem de fibra dissolvida depois de permanecer 30 minutos em contato com uma
mistura fenol/tetracloroetano (Ph/TCE)(2)(3). Quanto maior for
a intensidade de um tratamento térmico ao qual a fibra de
poliéster foi submetida, menor é sua solubilidade diferencial.
Absorção de iodo
A absorção de iodo é definida através dos miligramas
de iodo absorvido por grama de fibra de poliéster depois de
permanecer em contato durante 20 minutos com
uma solução 0,5M de iodo em água que contenha fenol como agente de inchação(2)(4). A absorção de iodo é tanto menor quanto maior for a
intensidade do tratamento térmico ao qual a fibra
de poliéster foi submetida.
RESULTADO E DISCUSSÃO
Os resultados obtidos estão contidos nas tabelas 1 a 4 e representados graficamente nas figuras 1 a 4.
Solubilidade diferencial
A tabela 1 contém os valores da solubilidade
diferencial em várias temperaturas do substrato
original, estabilizado em 200ºC, e do mesmo
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Química Têxtil - n° 74/mar.04
substrato após ter sido submetido a tratamentos similares
aos tingimentos em alta temperatura e em presença de
carrier. Também contém os valores da solubilidade diferencial deste substrato tratado em um banho a 100ºC sem
a presença de carrier.
A figura 1 mostra os gráficos de solubilidade diferencial desses substratos a diferentes temperaturas. Nela podese observar que os tratamentos aplicados produzem uma
diminuição da solubilidade diferencial em praticamente todos os intervalos de temperaturas. A menor diminuição da
solubilidade é a que tem lugar no substrato tratado em presença de carrier e a maior no tratado nas condições de
tingimento em alta temperatura.
As diferenças de solubilidade são maiores nos intervalos
das baixas temperaturas desse ensaio (60-70ºC). O tratamento hidrotérmico a 100ºC em presença de carrier conduz
a solubilidades maiores do que em sua ausência. Isso pode
ser interpretado no sentido de que o carrier, por seu efeito
plastificante, pode ocasionar uma certa desordem na estrutura fina da fibra, o que conduziria a uma solubilidade maior
do que a que se produz no mesmo tratamento em sua ausência. De tudo isso se deduz que os tratamentos de tingimento
modificam a estrutura fina da fibra de poliéster e que o
tingimento em alta temperatura é o que mais a modifica.
Química Têxtil - n° 74/mar.04
Tecnologia Fibras
Na tabela 2 estão indicados e na figura 2 representados
graficamente os valores da solubilidade diferencial na mistura 5/95 (Ph/TCE) na temperatura de 70ºC. Essa temperatura foi selecionada em virtude dos níveis razoáveis de solubilidade que apresenta o substrato estabilizado a 200ºC e tratado de diferentes maneiras. Na figura 2, podemos observar
que a solubilidade diferencial dos substratos iniciais diminui
lenta e linearmente no intervalo 180/210ºC de temperaturas
de estabilização e muito mais fortemente entre 210/220ºC.
Se prescindirmos do valor da solubilidade a 200ºC, podemos
assinalar que a evolução da solubilidade dos substratos tratados hidrotermicamente a 100ºC em presença de carrier
evolui quase paralelamente a dos substratos originais.
O tratamento a 130ºC produz, entre os substratos estabilizados a diferentes temperaturas, diferenciais muito maiores do que o tratamento a 100ºC em presença de carrier.
Por último, os valores da tabela 2 mostram a quase sempre
maior solubilidade dos substratos tratados a 100ºC em presença de carrier frente a dos tratados em sua ausência.
Absorção de iodo
A tabela 3 contém os valores da absorção de iodo a
diferentes temperaturas por parte do substrato estabilizado
a 200ºC e do mesmo substrato depois de ter experimentado tratamentos hidrotérmicos similares aos de tingimentos
anteriormente descritos.
Os valores correspondentes foram representados graficamente na figura 3. Nela se pode verificar que o tingimento
a 130ºC produz uma grande variação da estrutura fina do
poliéster, segundo se deduz do grande deslocamento da curva de absorção, em direção à direita do eixo de temperaturas. Como é habitual(5), esse deslocamento da curva é acompanhado também pelo do valor máximo de absorção e por
uma menor absorção na temperatura de máxima absorção.
Concretamente, o substrato original apresenta o
máximo a 50ºC com uma absorção de iodo de
90.6 mg/g, frente a 60ºC e 54.0 mg/g, respectivamente(3)(5), no caso do tratado a 130ºC(3)(5).
O tingimento cego a 100ºC em presença de
carrier modifica menos a curva de absorção do
poliéster, de modo que o máximo se desloca a
55ºC com uma absorção de 68.9 mg/g. O tratamento a 100ºC sem a presença de carrier conduz a uma curva muito similar em sua trajetória
ascendente, exceto na absorção máxima.
Para conhecer em que medida os tratamentos de tingimento modificam ou mantém as diferenças de estrutura fina dos substratos estabilizados a diferentes temperaturas, foi determinada a absorção de iodo a 45ºC nos substratos
68
Química Têxtil - n° 74/mar.04
Tecnologia Fibras
mente situadas na metade do percurso da trajetória ascendente das correspondentes curvas de
absorção (figura 3).
A tabela 4 e a figura 4 mostram a evolução
da absorção dos diferentes substratos estabilizados nas temperaturas assinaladas, assim como a
dos substratos originais a 45ºC. A este respeito
convém assinalar que não se indica a absorção
dos substratos originais a 55ºC porque esta temperatura se situa na trajetória descendente das
correspondentes curvas de absorção(1).
tratados a 100ºC e a 55ºC nos tratados a 130ºC. Essas
temperaturas foram escolhidas por estarem aproximada-
Na figura 4 pode-se observar que o tingimento
com carrier mantém as diferenças de estrutura
fina presentes nos substratos originais, com uma
evolução da absorção de iodo, de certo modo,
paralela. Em ambos os casos a capacidade
de diferenciação é mínima no intervalo 190/
210ºC e muito importante entre 180/190ºC
e entre 210/220ºC. Quanto ao tratamento
de tingimento a 130ºC se pode assinalar que
os substratos estabilizados a diferentes temperaturas apresentam diferenças mínimas de
absorção em todos os intervalos de temperaturas, com absorções quase sempre menores a medida
em que aumenta a temperatura de estabilização.
Química Têxtil - n° 74/mar.04
Tecnologia Fibras
se conclui pela solubilidade diferencial e absorção de iodo dos substratos estabilizados em diferentes temperaturas na planta de produção.
2. O tingimento a 130ºC produz uma estabilização muito maior do que o tingimento a 100ºC
em presença de carrier.
3. A presença de carrier no banho de tingimento
conduz a um substrato mais aberto ou menos
compacto, com maior solubilidade diferencial e
absorção de iodo do que quando se aplica o
mesmo processo sem a presença de carrier.
4. Após o tingimento a 100ºC em presença de
carrier, as diferenças de estrutura fina entre os
substratos estabilizados em diferentes temperaturas são similares aquelas apresentadas pelos substratos originais.
5. O tingimento a 130ºC conduz a substratos
com maior capacidade de diferenciação
quando a estrutura fina é avaliada através
da solubilidade diferencial e com diferenças
pequenas quando são caracterizados fazendo-se uso das técnicas de absorção de iodo.
Os tratamentos hidrotérmicos aplicados produzem uma
grande diminuição da absorção de iodo do substrato estabilizado a 180ºC e muito pequena no que foi estabilizado a
220ºC. Por último, cabe indicar que, segundo pode-se observar na tabela 4, o tratamento hidrotérmico a 100ºC em
presença de carrier conduz a absorções quase sempre
maiores do que quando do tratamento em ausência de
carrier. Esse comportamento é similar ao observado ao tratar da solubilidade diferencial e significa uma estrutura fina
mais permeável e mais solúvel. Também significa que a
presença do carrier ocasiona uma modificação adicional
irreversível da estrutura fina da fibra.
Bibliografia
1. Gacén, Maillo, Olmos y Baixauli, Bull. Scient., I.T.F.,
vol.2, nº 47, 1983, p. 21.
2. Gacén y Maillo; “Fine Structure Variations in Polyester
Fibres Heat Treated”, COMET-EUROTEX, 1995.
3. Gacén, Maillo y Baixauli; Melliand Textilberichte, Febrero
1980, p. 187.
4. Gacén, Maillo y Bordas; Bull. Scient. I.T.F., vol. 6, nº 23,
1977, p.155.
5. Gacén, Maillo, Cayuela y Rodríguez; Melliand
Textilberichte, August 1993, p. 797.
Agradecimentos
Conclusões
Nas condições experimentais próprias deste estudo
pode-se concluir que:
1. Os tratamentos de tingimento em presença de carrier e
a 130ºC significam uma fixação térmica adicional, segundo
70
Este trabalho faz parte do Projeto MAT 97-1186, financiado pela Comissão Interministerial de Ciência e Tecnologia - CICYT (Espanha) no
âmbito do Programa de Materiais.
Os autores agradecem a Francisco Jimbel e a Marina Castellví sua ajuda
na parte experimental deste trabalho. Também desejam expressar seu
agradecimento a empresa A Seda de Barcelona pela preparação dos
substratos usados.
Química Têxtil
n° 74/mar.04
Tecnologia Estamparia
Um repasse da estamparia por corrosão
Jai P. Sharma - Safer Textiles, Newark, N.J. - USA
Tradução: Agostinho S. Pacheco - ABQCT
Artigo publicado na revista Galaxia - Argentina
A tecnologia envolvida na estamparia por corrosão é
revisada em detalhe. A seqüência de processos, a seleção
de corantes, os agentes de corrosão e outros produtos
químicos tais como espessantes são aqui tratados. Os problemas gerais encontrados no processo de aplicação e
considerações de custo são repassados também.
Na estamparia por corrosão, primeiro se deve tingir o
tecido com corantes que possam ser destruídos por agentes corrosivos selecionados. A pasta corrosiva é estampada sobre o tecido tinto com ajuda de uma máquina de
estampar, seguido por um processo de vaporização que
provoca a decomposição do corante. Após a vaporização, o tecido é lavado, seco e acabado. Os processos
envolvidos, geralmente se sucedem na seguinte ordem:
- Preparação do tecido para ser estampado.
- Tingimento do tecido com corantes corrosíveis.
- Preparação da pasta de corrosão.
- Estamparia da pasta de corrosão sobre o tecido tinto.
- Secagem.
- Vaporização em condições atmosféricas ou sob pressão.
- Lavagem e enxágüe.
- Secagem.
- Acabamento.
- Envio para o consumo final.
Seleção de corantes
A escolha do corante é facilitada pelos fabricantes que
geralmente classificam seus produtos em uma escala de
corrosibilidade de 1 a 5. Um corante classificado como 5
72
ou 4/5 na escala será apropriado para corrosão em branco.
Para uma corrosão colorida, um corante classificado como
4 será admissível e até um corantes 3/4 pode ser apropriado para corrosões com cores intensas.
Aqueles corantes com uma corrosibilidade de somente
1 são, virtualmente, não-corrosíveis e portanto adequados
como cores aplicáveis em corrosão colorida. Só um teste
em condições reais de trabalho pode dar informação completa e final sobre a conveniência de um corante para a
estamparia corrosiva.
A correta escolha do corante é de fundamental importância em uma estamparia corrosiva perfeita. Os corantes
que são adequados para serem corroídos geralmente contêm grupos azo, os quais podem ser separados por redução. Por exemplo, alguns corantes monoazo no grupo dos
corantes dispersos, os quais são derivados de azo benzeno
e têm a fórmula geral demonstrada abaixo, podem ser
corrosíveis com facilidade.
A conveniência desses corantes para a produção de
fundo corrosível, de qualquer modo, depende dos
substituintes na posição orto do grupo azo, particularmente
das posições R1 e R2. Os substituintes na posição R3 têm
menos influência na corrosão. Um corante com um átomo
de cloro na posição R1 ou R2 é mais fácil de ser corroído
do que um átomo de Br na mesma posição, tal como:
Química Têxtil - n° 74/mar.04
Tecnologia Estamparia
Tabela 6. Processos de corrosão-reserva sobre fibra de poliéster
Substrato
Fundo Colorido
Corrosão Branca
Corrosão Colorida
Processo
Outros exemplos de corantes corrosíveis incluem
Amarelo Ácido Cl 17 e Azul Básico CI 41. A grande
maioria dos corantes resistentes à corrosão não são
corantes azo. Sem dúvida, como foi mencionado anteriormente, existem exceções tais como Laranja Cl 5.
Muitos dos corantes resistentes à corrosão são do tipo
antraquinônico, ftalocianina ou tipo trifenil metano. A
escolha final do corante depende da cor requerida, do
agente de redução utilizado e do substrato empregado,
como indicado nas tabelas 1 a 8.
Tabela 1. Corrosão sobre fibras celulósicas
Substrato
Fundo colorido
fibras celulósicas (algodão, rayon, etc.)
tinto com corantes azóicos, diretos e reativos
selecionados
agente redutor
corantes tina selecionados
Corrosão branca
Corrosão colorida
Tabela 2. Pigmentos. Corrosão
Substrato
Fundo colorido
Corrosão branca
Corrosão colorida
celulósico, nylon e poliester
tinto com corantes azóicos, diretos, reativos,
ácidos e dispersos
agente redutor selecionado
Pigmentos selecionados
Tabela 3. Corrosão sobre lã e seda
Substrato
Fundo colorido
Corrosão Branca
Corrosão Colorida
lã e seda
corantes selecionados ácidos e reativos
formaldeído de zinco solúvel em água, sulfoxilato,
agente redutor CI6
corantes básicos, ácidos e dispersos selecionados
Tabela 4. Corrosão sobre acetato de celulose
Substrato
Fundo colorido
Corrosão Branca
Corrosão Colorida
acetato de celulose
corantes dispersos selecionados
tiouréia
tinas, básicos e corantes dispersos selecionados
Tabela 5. Corrosão sobre triacetato de celulose
Substrato
Fundo colorido
Corrosão Branca
Corrosão Colorida
triacetato de celulose
corantes dispersos selecionados
tiouréia
tinas, corantes dispersos e básicos selecionados
poliéster
corantes dispersos selecionados
a) agente redutor - b) álcali
corantes dispersos resistentes a corrosão
Esse processo é muito difícil e somente
estampadores experientes podem conseguir êxito total. Foram feitas poucas amostras usando
este processo, mas os corantes que se difundiram dentro da fibra de poliéster são virtualmente impossível de descarregar; sem dúvida, é possível usar o processo reserva.
Tabela 7. Corrosão sobre nylon
Substrato
Fundo Colorido
Corrosão Branca
Corrosão Colorida
nylon
corantes selecionados ácidos, dispersos, básicos e diretos
formaldeído de zinco, sulfoxilato
corantes ácidos, diretos e básicos selecionados
Tabela 8. Corrosão sobre fibras acrílicas
Substrato
Fundo Colorido
Corrosão Branca
Corrosão Colorida
acrílico
corantes básicos selecionados
sulfoxilatos, cloreto de estanho
corantes básicos selecionados
Agentes de corrosão
O tratamento corrosivo depende da destruição química do corante original nas áreas estampadas para produzir
um desenho determinado. Os agentes de corrosão usados
podem consistir de agentes de oxidação ou redução, ácidos, álcalis ou diferentes sais. O principal problema com o
uso de um agente oxidante no processo de oxidação é o
efeito adverso do agente sobre o substrato de algodão. O
algodão pode ser facilmente debilitado por um agente de
oxidação se as condições apropriadas não forem mantidas.
Os métodos mais importantes de corrosão estão baseados na redução. Esse método geral pode ser variado e adaptado para originar uma corrosão com mais classes de corante
em uso e sobre mais tipos de tecidos. Os agentes redutores
mais usados são os sulfoxilatos formaldeído. A estabilidade
desses compostos é tal, que somente limitadas perdas de
sulfoxilato ocorrem durante a estamparia e antes da vaporização. O uso de sulfoxilato formaldeído de sódio (sais como
Formosul da Ciba ou Rongalit da BASF) é muito popular.
Os possíveis mecanismos para a ação de redução do
sulfoxilato formaldeído de sódio são mostrados na figura 1.
73
Química Têxtil - n° 74/mar.04
Tecnologia Estamparia
A quantidade real de agente redutor necessária para
uma corrosão ótima depende dos corantes a serem corroídos; da intensidade do fundo e do tecido a ser estampado.
Outros produtos químicos e auxiliares
Antraquinona - é usada freqüentemente para melhorar o
efeito corrosivo de um agente redutor, portanto, é usada sobre
tecidos tintos com aqueles corantes azo selecionados que são
difíceis de corroer em sua ausência. Durante a vaporização,
esse catalisador químico é reduzido a hidroantraquinona, a qual
reduz o corante e se reconverte em antraquinona. Esse ciclo
continua até que a redução do corante esteja completa. O uso
de antraquinona também promove a reprodutibilidade em condições de vaporização flutuantes. Sem dúvida, para prevenir
subseqüentes descolorações, toda a antraquinona deve ser
removida no processo de lavagem.
Leucotropos - são compostos de certas bases terciárias com
cloreto de benzilo e seus produtos de substituição. Esses compostos são usados para melhorar o branco na parte corroída.
Agentes umectantes e de penetração - favorecem a
penetração durante a vaporização e consistem em químicos tais como: glicerol, uréia, etilenglicol, tiodiglicol, glicerina,
carriers etc.
Outros aditivos - outros aditivos químicos empregados
no processo de estamparia por corrosão incluem TiO2,
ZNO2, ZNSO4, dióxido tiouréia e alvejantes óticos.
Espessantes - na estamparia por corrosão, a correta escolha do espessante é muito importante. O estampador deve
conhecer e ter experiência prática sobre a estabilidade do
espessante em presença de agentes redutores sob condições
74
de vaporização. Os espessantes não-iônicos são inevitáveis e
os espessantes aniônicos, tais como os tipos carboximetilatos,
devem ser evitados. Em pH baixo (2-3) podem apresentar
algo de hidrólise do espessante com a conseguinte baixa da
viscosidade. O pH baixo (2-3) pode também dar lugar a estampados manchados. É muito importante usar espessantes
de baixa viscosidade e alto conteúdo de sólidos. Os espessantes
que têm sido utilizados em estamparia corrosiva incluem nãoiônicos, éteres de algarroba, éteres de amido e gomas cristal.
Um critério essencial para uma estamparia por corrosão
perfeita é o equilíbrio correto entre a penetração do tecido e o
controle de fluidez. A fluidez de uma corrosão branca resulta
em limites borrados e uma perda de detalhes finos. O controle
da penetração com umectantes e o uso de espessantes de alto conteúdo de sólidos ajudará a conseguir uma boa estamparia. O controle da viscosidade da pasta de estamparia por corrosão, a quantidade de pasta aplicada e as condições de vaporização também contribuirão para um bom resultado final.
Conclusões
Como qualquer processo industrial, deve-se ter fortes
razões técnicas e comerciais para o projeto e continuidade
do processo. No caso de estamparia por corrosão, as seguintes considerações determinam a utilidade do processo
comparado com outras técnicas de estamparia:
- Podem ser produzidos materiais estampados com grandes áreas de fundo colorido.
- A intensidade de cor, igualização e penetração seriam difíceis de serem obtidas por outros métodos de estamparia.
- Cores delicadas podem ser reproduzidas sobre fundos de
qualquer intensidade, com clareza e nitidez adequadas às
necessidades do mercado.
O processo extra requerido e o custo adicional das pastas de corrosão implicam em custos de produção altos. Sem
dúvida, os resultados estéticos superiores dão ao produto um
alto valor e, portanto, as margens de lucro são capazes de
serem mantidas ou melhoradas. O custo mais alto da estamparia por corrosão é freqüentemente compensado quando
se aplica em desenhos tecidos nobres, como os de gravatas,
lenços de seda, xales e prendas de senhoras.
Henkel patrocina encontro da indústria têxtil
A Henkel é um dos patrocinadores do 8º Encontro
Anual da Indústria Química, que acontece no dia 5 de
dezembro no Hotel Renaissance, em São Paulo. Na ocasião, serão discutidos importantes aspectos do cenário
atual do mercado químico, além de perspectivas e desafios para 2004. Organizado pela Abiquim - Associação
Brasileira de Indústria Química, o encontro deste ano
tem como convidado principal o secretário executivo
do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, Márcio Fortes. Também são esperados
membros do Congresso Nacional e representantes da indústria química da Argentina e do Uruguai. Durante o
encontro também será anunciado o trabalho vencedor do
2º Prêmio Abiquim de Tecnologia, criado com o objetivo
de incentivar pesquisas e inovações na indústria química.
A Henkel é lider em marcas e tecnologias que facilitam a vida das pessoas. Em 2002, o grupo Henkel gerou
vendas de 9.66 bilhões de euros e um lucro operacional
de 666 milhões de euros. No Brasil, o sucesso da Henkel
se baseia na tecnologia avançada, com qualidade assegurada pelos certificados ISO/QS 9000, ISO/TS16949,
ISO 14001 e OHSAS 18001, oferecendo ao mercado
produtos sempre inovadores.
No ano fiscal de 2003, o Grupo Henkel efetuou vendas de 9.436 milhões de euros, um decréscimo de 2,3%.
Após ajustes dos efeitos do câmbio, as vendas cresceram em 4,2%. O lucro operacional (EBIT) para o ano
todo cresceu em 6,0% atingindo 706 milhões de euros,
com todos os setores de negócios contribuindo para esse
desempenho positivo. Após ajustes dos efeitos de câm76
bio, o lucro operacional foi 11,7% maior do que no ano
anterior. O lucro operacional gerado pelo setor de Adesivos de Consumo e Profissionais foi particularmente
positivo, aumentando em 14,6% apesar dos efeitos altamente negativos dos efeitos do câmbio. O retorno em
vendas (EBIT) do Grupo Henkel aumentou 0,6 pontos
porcentuais chegando a 7,5%.
As vendas no setor de negócios Henkel Technologies
mostraram um declínio de 3,5%, atingindo 2.666 milhões de euros. Após ajustes dos efeitos do câmbio, entretanto, as vendas cresceram em 5,9%. O lucro
operacional aumentou em 4,9% chegando a 194 milhões
de euros. Após ajustes dos efeitos do câmbio, o aumento foi de 19,2%. O retorno sobre as vendas (EBIT) aumentou em 0,6 ponto percentual para 7,3%. O retorno
sobre o capital empregado (ROCE) cresceu de 1,05%
para 11,3%. O desempenho das vendas no setor de negócios Henkel Technologies foi caracterizado pelo forte crescimento orgânico.
Grupo Henkel conquista iNOVA Bronze Award
Pela terceira vez, a empresa americana Mercomm.
Inc. conquistou o prestigiado iNOVA Award pelo melhor site corporativo da Internet. Este ano, o website do
Grupo Henkel (www.henkel.com) recebeu o iNOVA
Bronze Award pela excelência em websites corporativos.
Feicontex acontece em abril
A Feicontex - Feira de Fornecedores da Indústria de
Confecção e Têxtil acontece de 27 a 29 de abril de 2004,
no Centro de Convenções FIDAM, na cidade de Americana SP. O evento mostrará as novidades, lançamentos
e inovações tecnológicas em tecidos, insumos, matérias-primas, máquinas e equipamentos para a indústria
têxtil e de confecção. Paralelamente serão realizadas
palestras técnicas com a finalidade de oferecer aos profissionais do setor a oportunidade de reciclarem seus
conhecimentos. Informações: tel. (47) 3264267 - site:
www.latinevent.com.br.
GB ganha dois prêmios
A GB Lavanderia e Tinturaria foi contemplada com
2 prêmios importantes no final de 2003. Primeiro, o Prêmio Sesi de Qualidade no Trabalho, que contemplou
empresas renomadas no Espírito Santo. A GB recebeu
o prêmio na categoria empresa de pequeno porte por
ações na melhoria de qualidade no trabalho e relações
interpessoais. O segundo foi o Prêmio Agulha de Ouro,
oferecido pelo Findes e Sinconfec aos melhores profissionais e empresas do ano.
Guarany comemora 80 anos
Tradição e aprimoramento contínuo foram fatores
determinantes para que a Guarany se destacasse no cenário brasileiro e internacional por oito décadas. Nestes
tempos de instabilidade econômica, onde grandes empresas buscam soluções alternativas para driblar a concorrência e permanecer em evidência, a Guarany conserva-se fiel a seu princípio primordial: prover aos consumidores uma gama de produtos com extrema qualidade e características inovadoras, respeitando sempre o
meio ambiente, a comunidade e as reais necessidades
do mercado. Fundada em 1923, a Guarany é líder nacional no mercado de corantes, comercializados por sua Divisão de Artesanato, que também oferece tintas, fixadores
e produtos de utilidades domésticas.
Com ampla participação no mercado internacional,
a Guarany exporta para mais de 40 países e é certificada
pelos mais importantes institutos do mundo. Tal sucesso deve-se, em grande parte, à extrema preocupação da
empresa com os seus clientes, parceiros, colaboradores
e acionistas e com as causas sociais e ambientais, evi-
denciada através da dedicação à preservação das florestas e das águas, bem como da correta utilização de seus
produtos e serviços. Site: www.guaranyind.com.br.
Solven faz parceria com a Petrobrás e
inaugura moderno laboratório de testes
Visando pesquisar e desenvolver novos produtos e novas tecnologias, a Solven Indústria Química e a Petrobrás
realizaram uma parceria e inauguraram um laboratório
de pesquisas na sede da Solven, em Hortolândia. O primeiro equipamento desse moderno centro de pesquisas é
um Cromatógrafo, que detalha com precisão os elementos existentes numa composição química.
A Cromatografia é um método de análise química muito eficiente. Basicamente consiste em fazer passar uma
mistura de substâncias por um meio que tenha a capacidade de separar seus componentes para posterior
quantificação. O Cromatógrafo existente na Solven é o
gasoso, onde a amostra é vaporizada e passa por uma
coluna com temperatura compatível para mantê-la nesse
estado. Um gás sob pressão transporta a amostra pela
coluna que irá reter por mais ou menos tempo seus componentes de acordo com a afinidade, permitindo a separação da mistura dos componentes da amostra analisada.
e-mail: [email protected].
Encontro Nacional de Negócios TIQ Brasil
Como em todos os anos, aconteceu na TIQ Brasil o
Encontro Nacional de Negócios, reunindo representantes de todo o Brasil e profissionais ligados as áreas administrativas, comercial, marketing e técnica. O Encontro teve a duração de três
dias e além dos assuntos
atinentes, foi exibida a
nova proposta de reestruturação comercial e administrativa que já está em curso, orientada pela assessoria do sr. Salvador Medeia
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- experiente conhecedor e estrategista do mercado e suas
nuances. Já como reflexo da nova política, foi nomeado
o sr. Aluisio Andrade da Silva para a Gerencia Nacional
de Vendas e os srs. Oswaldo L.S. Nogueira, Rodrigo
Orsolon e Cláudio Luiz Góes para reforçarem o quadro
de Representações.
Rohm and Haas muda de endereço
O escritório da Rohm and Haas no Brasil, em São
Paulo, está de casa nova. O novo escritório está localizado na das Avenida Nações Unidas, número 12551, no
13o andar, no edifício World Trade Center, CEP: 04578913. O novo número do telefone é (11) 5112.9000. Os
ramais continuam os mesmos.
Cofina compra máquina Cibicompactex
A Studio Tessile, representante da Cibitex da Itália,
vendeu à Tinturaria e Estamparia Cofina Ltda., com sede
em Bom Jesus dos Perdões - SP, uma máquina de encolhimento combinada, chamada Cibicompactex, totalmente computadorizada. A máquina, acoplada a uma
rama, permite obter toques fantásticos, tanto em tecidos
como em malhas, inclusive de fibras sintéticas. Ela vem
completa, com toda a tecnologia eletrônica apresentada
na última IKME de Milano.
Jolitex compra Vaporizador Arioli
A Studio Tessile, representante da Arioli da Itália,
vendeu à Jolitex Indústria e Comércio S/A, com sede
em Diadema-SP, mais um vaporizador Arioli de um total de três. A máquina, acoplada à máquina de estampar, permite a fixação dos corantes catiônicos sobre a
fibra de acrílico. Ela vem completa, com toda a
tecnologia eletrônica apresentada na última ITMA de
Birmingham. (e-mail: [email protected])
FEI cria curso de pós-graduação na área têxtil
Acelerar e solidificar o processo de desenvolvimento industrial da cadeia têxtil é um dos objetivos do curso
de pós-graduação em Tecnologia Têxtil que o Centro
Universitário da FEI (Fundação Educacional Inaciana)
criou para este ano. Dirigido a profissionais que atuam
na área têxtil ou afins e não possuem formação específica, o curso tem duração de três semestres e carga horária de 432 horas/aula. Com aulas teóricas ministradas
no Iecat (Instituto de Especialização em Ciências Administrativas e Tecnológicas), pertencente à FEI, em São
Paulo, e práticas nos laboratórios do campus São
Bernardo, o curso aborda, além das matérias específicas da área têxtil, como fibras têxteis, fabricação de fios,
malhas e não-tecidos, tecidos e beneficiamento, também a capacitação para o exercício de funções gerenciais
em empresas, entre as quais planejamento estratégico,
logística e pesquisa operacional. A grade completa do
curso está no site www.iecat.fei.edu.br. Outras informações podem ser obtidas pelos telefones (11) 4353-2900 r.2019 e 287-7600www.fei.edu.br.
Normativa Consulting oferece
consultoria para implantação
de linhas fabris
Máquina de encolhimento Cibicompactex
comprada pela Cofina
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Com sede no Brasil, Estados Unidos e
Europa, a Normativa Consulting é uma
consultoria internacional que oferece um serviço completo para indústrias no conceito onestop-shop. Com 20 anos de experiência, ela
alia conhecimento técnico e legal para tornar viável a
entrada ou expansão de indústrias estrangeiras no país.
Nesse pacote de serviços, há desde a pesquisa de mercado até implantação de linhas fabris, passando pela
importação de máquinas para diferentes segmentos industriais. “A Normativa administra todos os fornecedores e controla todo projeto, desde a desmontagem da
fábrica no exterior até a montagem no Brasil, passando
pelas barreiras alfandegárias”, diz Paulo Cesar Ribeiro,
diretor-presidente da Normativa na América Latina.
Para agilizar o processo, há três etapas que garantem
o sucesso da operação. Na primeira etapa, um consultor
levanta as necessidades do cliente e as opções para novos negócios no mercado brasileiro ou a ampliação dos
investimentos. O segundo passo tem por objetivo desenvolver o plano estratégico e aprová-lo de acordo com
a legislação brasileira. Esaa tarefa inclui consultoria tributária e financeira, além da realização de pesquisas de
mercado. A terceira etapa, feita já no Brasil, executa as
operações logísticas, verificações de materiais, liberação aduaneira e implantação final.
Fundada em 1984, a Normativa foi criada como uma
empresa de perícia técnica do setor de engenharia. A oferta
de soluções completas para a indústria faz parte de uma
nova fase da história da Normativa Consulting. Desde o
início dos anos 90, com a abertura do mercado no Brasil,
a Normativa começou a focar seu core business em serviços de importações para indústrias, principalmente com
a transferência de linhas fabris e de máquinas já em funcionamento, por um menor custo. Informações: tel. (11)
5561.1692/ 9941.3366 - [email protected].
Nalco América Latina conquista
certificação ISO 9000:2000
A Nalco - Latin American Operations, recebeu recentemente a certificação ISO 9000:2000, que se aplica às seis subsidiárias da América Latina: Brasil, Argentina, Chile, Colômbia, México e Venezuela. A
Nalco é uma das primeiras empresas a obter
certificação de uma operação regional como um todo
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na América Latina, em vez de certificar país por país.
O diretor administrativo da Nalco na América Latina, Sérgio Sousa, ressalta que a certificação foi entregue após conclusão de extenso trabalho de auditoria
externa nas subsidiárias na América Latina e que a decisão de fazer uma certificação regional foi inicialmente um desafio. A Nalco é líder mundial em aplicações
para tratamento de águas e melhoria de processos, oferecendo serviços, produtos e equipamentos para clientes industriais e institucionais. Atualmente a empresa
atende a mais de 60 mil instalações de clientes, nos mais
diversos segmentos industriais e institucionais. Os mais
de 10 mil funcionários da Nalco operam em 130 países,
apoiados por uma rede de instalações industriais, escritórios de vendas e centro de pesquisa.
Área de e-business da Eastman
registra crescimento de 200%
No último mês de novembro, a Eastman do Brasil
participou de um importante seminário promovido pela
Associação Brasileira de e-business. No evento foram
expostas as vantagens obtidas com a utilização desta
ferramenta. A rota de ascensão não deixa dúvidas. As
transações on-line têm crescido ano a ano e, simultaneamente, proporcionado às empresas ganhos de tempo e otimização de custos. A Eastman começou a realizar transações desse tipo em 1999 e em 2001 o processo de comercialização de seus produtos, bem como
o acesso às informações técnicas de suas matérias-primas por internet, correspondiam a 5% do total geral
registrado pela companhia. Já em 2002 esse percentual
subiu para 12% e, em 2003 os negócios on line representaram 20% do total das vendas. Isso significa que
nos últimos dois anos o crescimento acumulado chegou a 220%. Esses números são referentes às transações efetuadas na América Latina, por meios dos sites
www.eastman.com e www.eastman.com.br. O Brasil
lidera este ranking, seguido, respectivamente em ordem crescente de valores, pelo México, Argentina,
Chile, Peru, Costa Rica, Porto Rico e Bolívia.
No final de novembro último, Marcelo Tamura participou de um seminário promovido pela Associação
Brasileira de e-Business, batizado de B2B - Práticas e
Resultados. Ao lado de importantes corporações do
país, Tamura expôs com sucesso todo o processo ebusiness da companhia.
Segundo Tamura, esse tipo de evento é de extrema
importância para debater tendências e tipos de serviços
prestados em toda a cadeia de suprimentos (fornecedores, clientes e colaboradores). Entende que o Brasil sempre se destacou mercadologicamente como um campo
propício para o desenvolvimento, aceitação e utilização
de ferramentas deste gênero.
Abiquim promove curso de gestão
na indústria química
A Associação Brasileira da Indústria Química Abiquim abriu inscrições para o curso de pósgraduação“Gestão Empresarial para a Indústria Química – Getiq”. Coordenado pela Escola de Química da
Universidade Federal do Rio de Janeiro, o Getiq analisa
questões estratégicas relacionadas ao desenvolvimento
e competitividade do setor, apresentando uma visão atualizada da indústria química no Brasil e no mundo.
Este é o quinto ano consecutivo em que a Abiquim
realiza o curso em São Paulo. Mais de 70 profissionais já participaram do Getiq, um curso reconhecido
pelo MEC, com carga de 360 horas/aula e formato
MBA. O programa do curso aborda, entre outros tópicos, a estrutura industrial do setor, gestão da produção, análise de investimentos, estratégias competitivas, gestão ambiental e logística. As aulas terão início em março. No endereço www.abiquim.org.br é
possível obter mais informações sobre o Getiq.
Reconhecido pelo MEC, este curso é uma alternativa diferenciada de educação continuada, na forma de
MBA. Fornece uma visão atualizada da indústria química no Brasil e no mundo e analisa questões estratégicas relacionadas ao desenvolvimento e competitividade
do setor. O curso, realizado por convênio entre a Escola
de Química da Universidade Federal do Rio de Janeiro
e a ABIQUIM, aborda tópicos relevantes da economia
e da administração. O início das aulas está previsto para
o dia 26 de março.
Nalco Brasil atende mercado latino americano
A fábrica da Nalco Brasil, localizada na cidade de
Suzano, em São Paulo, é a primeira e única do País especializada em produtos químicos para tratamento de
água, a ser certificada pela NSF International, organização americana que se dedica à segurança da saúde pública e à proteção do meio ambiente. A conquista da
certificação vem resultando no aumento das exportações da companhia, que cresce significativamente em
toda a América Latina, além de possibilitar redução nos
custos referentes à logística de seus clientes e contribuição com a balança comercial brasileira.
A planta foi certificada para fabricar os programas
PermaCare - PermaClean e PermaTreat – específicos
para tratamento de sistemas de osmose reversa. Esses
programas são utilizados em fábricas que necessitam de
água purificada para seus processos, e em plantas de
dessalinização de água do mar para consumo humano.
A NSF é reconhecida amplamente por sua experiência científica e técnica nas ciências da saúde e do ambiente. Sua equipe é composta por engenheiros, químicos, toxicólogos, microbiólogos e profissionais da área
de saúde ambiental, com larga experiência tanto em organizações públicas como privadas.
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