Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra (Lisboa)
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Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra (Lisboa)
U INSPECÇÃO-GERAL DA EDUCAÇÃO Avaliação Externa das Escolas Relatório de escola Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra LISBOA Delegação Regional de Lisboa e Vale do Tejo da IGE Datas da visita: 26 de Fevereiro, 1 e 2 de Março de 2010 I – INTRODUÇÃO A Lei n.º 31/2002, de 20 de Dezembro, aprovou o sistema de avaliação dos estabelecimentos de educação pré-escolar e dos ensinos básico e secundário, definindo orientações gerais para a auto-avaliação e para a avaliação externa. Após a realização de uma fase-piloto, da responsabilidade de um Grupo de Trabalho (Despacho Conjunto n.º 370/2006, de 3 de Maio), a Senhora Ministra da Educação incumbiu a Inspecção-Geral da Educação (IGE) de acolher e dar continuidade ao programa nacional de avaliação externa das escolas. Neste sentido, apoiando-se no modelo construído e na experiência adquirida durante a fase-piloto, a IGE está a desenvolver esta actividade, entretanto consignada como sua competência no Decreto Regulamentar n.º 81-B/2007, de 31 de Julho. O presente relatório expressa os resultados da avaliação externa do Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra – Lisboa, realizada pela equipa de avaliação, na sequência visita efectuada nos dias 26 de Fevereiro, 1 e 2 de Março de 2010. Os capítulos do relatório – Caracterização do Agrupamento, Conclusões da Avaliação por Domínio, Avaliação por Factor e Considerações Finais – decorrem da análise dos documentos fundamentais do Agrupamento, da sua apresentação e da realização de entrevistas em painel. Espera-se que o processo de avaliação externa fomente a autoavaliação e resulte numa oportunidade de melhoria para o Agrupamento constituindo este relatório um instrumento de reflexão e de debate. De facto, ao identificar pontos fortes e pontos fracos, bem como oportunidades e constrangimentos, a avaliação externa oferece elementos para a construção ou o aperfeiçoamento de planos de melhoria e de desenvolvimento de cada escola, em articulação com a administração educativa e com a comunidade em que se insere. A equipa de avaliação externa congratula-se com a atitude de colaboração demonstrada pelas pessoas com quem interagiu na preparação e no decurso da avaliação. O texto integral deste relatório, bem como o contraditório apresentado pelo Agrupamento, estão disponíveis no sítio da IGE na área ES C AL A D E AV ALI AÇ ÃO Níveis de classificação dos cinco domínios MUITO BOM – Predominam os pontos fortes, evidenciando uma regulação sistemática, com base em procedimentos explícitos, generalizados e eficazes. Apesar de alguns aspectos menos conseguidos, a organização mobiliza-se para o aperfeiçoamento contínuo e a sua acção tem proporcionado um impacto muito forte na melhoria dos resultados dos alunos. BOM – A escola revela bastantes pontos fortes decorrentes de uma acção intencional e frequente, com base em procedimentos explícitos e eficazes. As actuações positivas são a norma, mas decorrem muitas vezes do empenho e da iniciativa individuais. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto forte na melhoria dos resultados dos alunos. SUFICIENTE – Os pontos fortes e os pontos fracos equilibram-se, revelando uma acção com alguns aspectos positivos, mas pouco explícita e sistemática. As acções de aperfeiçoamento são pouco consistentes ao longo do tempo e envolvem áreas limitadas da escola. No entanto, essas acções têm um impacto positivo na melhoria dos resultados dos alunos. INSUFICIENTE – Os pontos fracos sobrepõem-se aos pontos fortes. A escola não demonstra uma prática coerente e não desenvolve suficientes acções positivas e coesas. A capacidade interna de melhoria é reduzida, podendo existir alguns aspectos positivos, mas pouco relevantes para o desempenho global. As acções desenvolvidas têm proporcionado um impacto limitado na melhoria dos resultados dos alunos. Avaliação Externa das Escolas 2009-2010 Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra – Lisboa 2 II – CARACTERIZAÇÃO DO AGRUPAMENTO O Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra, constituído em Setembro de 2003, abrange as freguesias do Lumiar e Ameixoeira, em Lisboa. É composto por cinco estabelecimentos de educação e ensino: o Jardim-deInfância (JI) da Ameixoeira, a Escola Básica do 1.º Ciclo (EB1) n.º 31 (Lumiar), a EB1 Eurico Gonçalves (Ameixoeira), a EB1 n.º 204, actualmente Unidade de Apoio Especializado à Educação de Alunos com Multideficiência - Paralisia Cerebral, e a EB 2,3 Professor Lindley Cintra, Escola-Sede. O Agrupamento é frequentado por 1087 crianças e alunos: 125 na educação pré-escolar e os restantes 962 no ensino básico (421 no 1.º ciclo, 284 no 2.º, 241 no 3.º e 16 no curso de educação e formação de Acompanhante de Crianças, de nível II). Quanto à nacionalidade, 12% dos alunos que frequentam o ensino básico são estrangeiros, provenientes de países como o Brasil, Angola, Cabo Verde, Roménia, Rússia, entre outros. Relativamente ao acesso às tecnologias de informação e comunicação (TIC), 43% têm computador e, destes, 84,3% têm ligação à Internet, em casa. A taxa de alunos a beneficiar dos auxílios económicos da Acção Social Escolar atinge os 56,6% (545), dos quais 311 são subsidiados pelo escalão A. Conhecem-se as habilitações académicas de 1266 pais/encarregados de educação e, destes, 33,6% não completaram os nove anos de escolaridade, sendo as suas habilitações correspondentes aos 4.º e 6.º anos; 19,2% têm o 3.º CEB, 30,2% o ensino secundário, 15,5% têm como habilitação o ensino superior, 0,7% possuem outras habilitações e 0,8% não as têm. O corpo docente é constituído por 113 educadores e professores dos quais 58 (51,3%) pertencem ao quadro de Agrupamento, 16 (14,2%) ao quadro de zona pedagógica e 39 (34,5%) são contratados. O grupo etário mais representativo é o que se situa entre os 30 e os 40 anos de idade (35%) e 54 docentes (47,8%) leccionam há 4 ou menos anos e 22 (19,5%) há 30 ou mais anos. Do pessoal não docente fazem parte 11 assistentes técnicos e 31 assistentes operacionais. De entre estes, 17 (40%) têm entre 30 e 40 anos de idade e 22 (52%) exercem funções há mais de 10 anos. III – CONCLUSÕES DA AVALIAÇÃO POR DOMÍNIO 1. Resultados BOM Os resultados académicos do Agrupamento, no triénio 2006-2007 a 2008-2009, revelam oscilações e situam-se, predominantemente, abaixo dos referentes nacionais, em especial, ao nível das provas de aferição dos 4.º e 6.º anos. Destacam-se, contudo, pela positiva, as taxas de transição/conclusão do 3.º CEB e as classificações obtidas nos exames nacionais de Língua Portuguesa. Como pontos fortes, neste domínio, são de realçar o envolvimento dos alunos em actividades que visam o seu desenvolvimento cívico e a criação de um sentimento de pertença, contribuindo para a sua satisfação em relação à escola e para a construção de percursos individuais de cidadania. O bom comportamento dos alunos, adequado ao desenvolvimento dos processos de ensino e aprendizagem, e as medidas implementadas no âmbito da prevenção e resolução dos casos de indisciplina, constituem outro dos aspectos a merecer destaque. Também o diagnóstico das expectativas dos alunos, em relação à escola e às aprendizagens, e o trabalho realizado pelos docentes no sentido de as elevarem, particularmente ao nível do curso de educação e formação de Acompanhante de Crianças, não podem deixar de ser mencionados. O mesmo se verifica relativamente aos resultados em matéria de abandono escolar, que regista um valor de 0%, fruto do trabalho consolidado com diversos parceiros. A não participação dos alunos na elaboração e discussão dos documentos estruturantes, sobretudo do Projecto Educativo e do Projecto Curricular do Agrupamento, e as fragilidades registadas nos processos de análise e reflexão dos resultados escolares, representam, contudo, outros dos aspectos menos bem conseguidos. 2. Prestação do serviço educativo BOM O Agrupamento presta, globalmente, um bom serviço educativo, evidenciando pontos fortes já bem consolidados. Um deles prende-se com a disponibilização de uma oferta educativa bastante abrangente, integrando dimensões activas, sociais, culturais e artísticas, desde a educação pré-escolar, valorizando-se ainda componentes como a formação de leitores, a educação para a saúde, a educação ambiental e os saberes Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra – Lisboa 3 experimentais, práticos e profissionais. O trabalho realizado com os alunos da EB1 n.º 204, beneficiando de recursos humanos e materiais e de actividades adequados ao seu desenvolvimento, é outro dos aspectos a sublinhar. Os processos de articulação e sequencialidade, geridos através do projecto Inter-Ciclos, apresentam já algumas práticas bem conseguidas, designadamente a articulação entre as actividades de enriquecimento curricular e as áreas curriculares do 1.º e do 2.º CEB, as estratégias que visam facilitar a integração das crianças e alunos no ciclo seguinte e a implementação de projectos transversais a todas as unidades do Agrupamento. Porém, não se registam evidências de uma articulação curricular vertical sólida e estruturada, que abarque todo o percurso escolar dos alunos. A interdisciplinaridade não constitui a tónica do Plano Anual de Actividades nem dos projectos curriculares de turma, não se reconhecendo ainda, nos últimos, processos de diferenciação pedagógica e critérios de actuação comuns bem delineados. A fraca eficácia das medidas de apoio implementadas, para alunos com dificuldades de aprendizagem, em alguns anos de escolaridade, e a ausência de práticas de monitorização, com vista a garantir a confiança na avaliação e nos resultados, representam outros dos pontos fracos. 3. Organização e gestão escolar BOM Regista-se, na generalidade, um bom trabalho na área da organização e gestão escolar. A actividade encontrase bem concebida nos documentos estruturantes, que revelam coerência entre si. A gestão dos recursos humanos representa outro dos pontos fortes, evidente na valorização das competências profissionais e pessoais do pessoal docente e não docente, nos processos de distribuição de serviço, na área da formação, na gestão dos assistentes operacionais, numa lógica de Agrupamento, e no seu envolvimento em projectos de dimensão educativa, no funcionamento dos serviços administrativos e nas actividades de integração dos novos profissionais. No âmbito dos recursos materiais e financeiros, são de relevar as excelentes condições da Escola-Sede, por oposição às da EB1 n.º 31, que apresenta sinais de degradação, e a oportunidade que constitui a construção, já em curso, do JI do Lumiar para as famílias desta freguesia. As actividades desenvolvidas com vista ao envolvimento dos pais e encarregados de educação são outro dos pontos fortes, nomeadamente as que se realizam no âmbito do projecto Escola-Família, sendo, ainda, de reconhecer o papel fundamental desempenhado pelas Associações de Pais e respectivos líderes. Porém, a inexistência de monitorização da participação daqueles, nas diferentes iniciativas promovidas, é um dos pontos fracos, tal como o facto de aquela participação ficar aquém do desejável, em muitos casos. A equidade e justiça, presentes, em geral, na actuação dos responsáveis, é outro dos aspectos positivos a realçar. 4. Liderança BOM As lideranças do Agrupamento, de topo e intermédias, encontram-se motivadas e empenhadas, particularmente o Director, órgão reconhecido também pela sua disponibilidade, abertura, capacidade de diálogo e de resolução dos problemas, características que têm impacto na mobilização dos diferentes profissionais. Estas lideranças revelam também alguma visão e estratégia, visível na definição de objectivos estratégicos e na concepção do Plano Anual de Actividades como plano de acção, bem como na concretização de parcerias que contribuem para a melhoria da prestação do serviço educativo e para a afirmação do Agrupamento na comunidade. A inexistência de metas claras e avaliáveis, dificultando, em especial, a melhoria dos resultados escolares, os processos de inovação, ainda pouco consolidados, e a actuação pouco activa do Conselho Geral, em alguns campos, constituem os pontos mais fracos, nesta área. 5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento SUFICIENTE O Agrupamento implementa algumas acções de auto-avaliação. Apesar de existirem práticas que não têm contribuído significativamente para o desenvolvimento da organização, regista-se, como positivo, o estudo realizado no âmbito das actividades de enriquecimento curricular do 1.º CEB, em que participaram pais e encarregados de educação, alunos, professores e pessoal não docente e que teve algum impacto no planeamento, no presente ano lectivo, já que permitiu a identificação de pontos fortes e fracos. Porém, a inexistência de uma equipa de auto-avaliação, com funções que abarquem as diferentes áreas do Agrupamento, Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra – Lisboa 4 e as evidências recolhidas sobre a continuidade do processo, são aspectos que configuram alguns dos pontos fracos que condicionam o desenvolvimento sustentável da organização. IV – AVALIAÇÃO POR FACTOR 1. Resultados 1.1 Sucesso académico Os resultados académicos dos alunos, no triénio 2006-2007 a 2008-2009, situam-se predominantemente abaixo dos referentes nacionais, revelando, em alguns casos, oscilações significativas. No 1.º ciclo do ensino básico (CEB), as taxas de transição/conclusão, no ano lectivo de 2006-2007, atingem os valores nacionais (95,8%), ficando aquém dos mesmos nos anos subsequentes (96% face a 96,1%, em 2007-2008, e 94% versus 96,1%, em 2008-2009, respectivamente). No âmbito das provas de aferição, no período em análise, a percentagem de alunos com Satisfaz, Bom e Muito Bom tem oscilado (91,2%, 78,9% e 86,2%) e situa-se sempre abaixo das médias nacionais (93%, 89,5% e 90,2%) a Língua Portuguesa, e 72,9%, 85,7% e 70,1% versus 85,5%, 90,8% e 88,2%, a Matemática. No 2.º CEB, as taxas de transição/conclusão superam as nacionais em 2007-2008 (94% versus 91,6%), mas ficam aquém daquelas nos anos lectivos de 2006-2007 e 2008-2009: 87,5% face a 88,8% e 89% versus 92 %, respectivamente. Nas provas de aferição de Língua Portuguesa, ainda que os resultados se situem sempre abaixo dos nacionais, regista-se, como positivo, a evolução dos mesmos ao longo do triénio que culmina com uma aproximação em 2008-2009, ano em que o Agrupamento fica apenas a 3,3% da média nacional (85,1% versus 88,4%). Nos anos lectivos anteriores, os resultados obtidos foram de 78,2% e 82,5% face a 85,9% e 93,4%, respectivamente. A Matemática, a percentagem de alunos com Satisfaz, Bom e Muito Bom situa-se, igualmente, sempre abaixo dos referentes nacionais (41,3%, 80% e 57,7% versus 59,9%, 81,8% e 79%, respectivamente). No que diz respeito ao 3.º CEB, as taxas de transição/conclusão situam-se, por sua vez, dentro ou acima das nacionais, no triénio: 86,3%, 88,7% e 85,2% face a 80,1%, 85,3% e 85,2%, respectivamente. Nos exames de Língua Portuguesa do 9.º ano, é de realçar o resultado alcançado em 2007-2008 (100% de alunos com níveis 3, 4 e 5), superando claramente a média nacional de 85%. Em 2008-2009, ainda que se verifique uma descida relativamente ao ano anterior, o Agrupamento obtém resultados superiores aos nacionais (75,9% versus 72%). A Matemática, os resultados revelam oscilações significativas, superando as médias nacionais em 2007-2008 (68% face a 57%), mas ficando aquém daquelas nos anos lectivos de 2006-2007 (18% versus 29%) e 20082009 (56,9% versus 66%). Na educação pré-escolar, as educadoras fornecem aos encarregados de educação, trimestralmente, informação sistematizada sobre a evolução das aprendizagens das crianças, registando-se, como aspecto menos positivo, o facto destes dados não serem objecto de uma reflexão global ao nível do Conselho Pedagógico. Neste órgão, bem como nos departamentos e conselhos de turma, procede-se à análise dos resultados académicos dos alunos dos diferentes níveis de ensino, apesar de se registarem algumas fragilidades neste processo, nomeadamente, na comparação com os referentes nacionais, no âmbito dos exames nacionais e provas de aferição, e com outros estabelecimentos de ensino com contextos educativos semelhantes, bem como ao nível da identificação das áreas e das causas do insucesso. Ainda assim, constata-se que as disciplinas de Matemática, Língua Portuguesa e Inglês são as de maior insucesso, sendo delineadas estratégias de melhoria como as salas de estudo, as aulas de apoio pedagógico e outras medidas mais abrangentes, como as contempladas no Plano de Acção para a Matemática. Como ponto forte, nesta área, destaca-se o trabalho desenvolvido no combate ao abandono escolar que atinge, actualmente, a taxa de 0%, fruto da diversificação da oferta educativa, nos últimos anos, e da articulação com outras entidades, nomeadamente o Centro de Saúde do Lumiar, a Escola Segura e a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens. Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra – Lisboa 5 1.2 Participação e desenvolvimento cívico A participação e o desenvolvimento cívico constituem um dos campos onde o Agrupamento efectua um trabalho bastante consolidado. Efectivamente, ainda que os alunos não participem na elaboração dos documentos estruturantes e demonstrem não conhecer o seu conteúdo, à excepção, neste último caso, do Regulamento Interno, texto trabalhado, em regra, em Formação Cívica, especialmente o capítulo respeitante aos direitos e aos deveres, há um conjunto significativo de iniciativas que visam valorizar a participação dos alunos e promover a construção de percursos individuais de cidadania. As assembleias de turma e de delegados representam, de facto, uma estratégia adequada à intervenção dos alunos nas questões relacionadas com o Agrupamento. Além disso, reconhece-se uma relação de proximidade entre o Director e os alunos, facilitadora de uma participação activa dos discentes. De realçar, também, pela positiva, o seu envolvimento ao nível da programação das actividades, especialmente na selecção das temáticas a abordar nas áreas curriculares não disciplinares de Formação Cívica e Área de Projecto. Salienta-se, ainda, a participação dos alunos em acções/projectos que contribuem para a criação de um ambiente propício ao desenvolvimento cívico, como as campanhas de solidariedade (recolha de tampinhas para entrega de uma cadeira de rodas, de cabos eléctricos para a instituição Abraço, recolha de fundos para apoio ao Haiti), o Cabaz de Natal, iniciativa que envolve toda a comunidade educativa, os projectos Civismo, Cidadania e Segurança, no 1.º CEB, e M-Igual, este destinado à sensibilização para os objectivos de desenvolvimento do milénio, relacionados com os direitos humanos e a igualdade de oportunidades. O Parlamento dos Jovens, actividade desenvolvida no âmbito da Formação Cívica, em algumas turmas, e a existência de critérios de avaliação que contemplam as dimensões do respeito pelos outros, da cooperação, por exemplo, concorrem igualmente para formação cívica dos discentes. Os alunos encontram-se globalmente satisfeitos com a escola. Este facto deve-se, em parte, às actividades promovidas, geradoras de um sentido de pertença, como o Dia do Agrupamento, ou o envolvimento dos alunos do 9.º ano de escolaridade na recepção aos do 5.º ano, desempenhando as funções de “padrinhos” dos mais novos, entre outras. Como boa prática, é de apontar, ainda, a integração de alunos que revelam bons resultados escolares e, cumulativamente, atitudes exemplares, dos três ciclos do ensino básico, num Quadro de Comportamentos Meritórios. Também as Menções Honrosas constituem um bom incentivo no âmbito do desenvolvimento cívico, distinguindo os alunos que se destacam pelas suas atitudes nas áreas da Formação Cívica, Desporto e Expressão Artística. 1.3 Comportamento e disciplina Os diversos elementos da comunidade educativa têm a percepção que o Agrupamento não apresenta casos graves de indisciplina, considerando, em geral, o comportamento dos alunos como bom. Há, por isso, uma satisfação de todos, relativamente ao ambiente educativo existente, propício ao desenvolvimento dos processos educativos. O número de procedimentos disciplinares instruídos tem sido residual, atingindo o máximo de cinco em cada um dos dois anos lectivos anteriores, confirmando-se, assim, a reduzida expressão dos casos de indisciplina. Há um conjunto significativo de situações que concorrem, de facto, para o bom ambiente educativo descrito. Em primeiro lugar, os responsáveis (directores de turma, professores titulares de turma e Director) têm uma actuação célere nas diferentes ocorrências. O envolvimento dos alunos na conservação dos espaços escolares representa uma boa estratégia para a sua preservação e contribui também para a interiorização de normas de conduta. De salientar, ainda, o trabalho desenvolvido através do Gabinete de Mediação Comportamental, no âmbito das ocorrências em sala de aula, nos 2.º e 3.º ciclos, e no Clube de Aconselhamento, complementando a acção do anterior, numa perspectiva mais preventiva. Finalmente, a integração das dimensões da pontualidade, da assiduidade e da disciplina nos critérios de avaliação é outro dos aspectos a sublinhar. 1.4 Valorização e impacto das aprendizagens Os directores de turma procedem a um diagnóstico das expectativas dos alunos relativamente à escola e às aprendizagens, através do preenchimento de inquéritos. Este facto permite um conhecimento da situação de cada turma, nos 2.º e 3.º ciclos, não existindo, contudo, uma análise numa perspectiva global que contribua para uma caracterização rigorosa do Agrupamento, nesta matéria. Ainda assim, subsiste a ideia de que as expectativas da maioria dos alunos e respectivas famílias são elevadas, assistindo-se efectivamente a uma Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra – Lisboa 6 valorização das aprendizagens. Neste campo, é de destacar o trabalho levado a cabo pelos docentes, no sentido de elevarem as expectativas dos alunos e de os motivarem para o prosseguimento de estudos. Este aspecto é aliás reconhecido pelos discentes. Interessa referir, também, outras estratégias implementadas para a concretização daquele objectivo, nomeadamente, a diversificação da oferta formativa, nos últimos anos, através de turmas de percursos curriculares alternativos e, no presente ano lectivo, de um curso de educação e formação de Acompanhante de Crianças, contribuindo, assim, para a elevação das expectativas de alunos que se encontravam, em geral, desmotivados e em risco de abandono. O trabalho realizado, no curso de educação e formação, numa perspectiva interdisciplinar e de aproximação ao mundo do trabalho, tem tido impacto na motivação dos alunos. De realçar, uma vez mais, o Quadro de Comportamentos Meritórios, que premeia os alunos que o integram, com uma viagem, no final do ano lectivo, e a adesão a concursos como as Olimpíadas da Matemática, da Ortografia, do Ambiente, da História e o Jogo do 24, que estimulam e valorizam os sucessos dos alunos e, consequentemente, as suas aprendizagens. 2. Prestação do serviço educativo 2.1 Articulação e sequencialidade A elaboração das planificações a longo e médio prazo constitui um dos momentos de trabalho cooperativo entre os docentes que leccionam as (os) mesmas (os) disciplinas/anos. Porém, não se registam evidências significativas de trabalho em grupo, ao nível da preparação de actividades lectivas e construção de materiais, ao longo do ano lectivo, na maioria dos departamentos, existindo, contudo, uma partilha relevante de recursos pedagógico-didácticos, entre docentes, facilitada pela utilização do correio electrónico. A interdisciplinaridade não é a nota dominante no Plano Anual de Actividades nem na maioria dos projectos curriculares de turma. Ainda assim, reconhecem-se algumas iniciativas que congregam a participação e a interacção dos saberes de diferentes áreas curriculares, como a realização de um filme no âmbito da disciplina de Educação Visual e Tecnológica, em articulação com as de Educação Musical, Língua Portuguesa e História e Geografia de Portugal e os projectos A Expressão Humanista do Renascimento Português e Descobrindo a 1.ª República. Também o trabalho desenvolvido com o curso de educação e formação merece destaque, neste contexto, pela interdisciplinaridade delineada no respectivo plano de turma. Como aspecto positivo, é de apontar a articulação existente entre as várias unidades do Agrupamento, designadamente ao nível da implementação de alguns projectos como o Escola-Família, Descobrindo a 1.ª República e o da Educação para a Saúde, bem como os realizados no âmbito do Plano Nacional de Leitura e do programa Eco-Escolas, que contribuem, de facto, para a afirmação do Agrupamento como um todo. Merece igualmente referência a implementação do Projecto Inter-Ciclos, que visa a gestão dos processos de articulação e sequencialidade no Agrupamento. Reconhece-se um empenho notável nesta área, mas com resultados ainda não muito evidentes, ao nível da articulação curricular vertical entre os vários níveis de educação e ensino. Porém, além das práticas já referidas, são de salientar, ainda, pela positiva, a articulação entre as actividades de enriquecimento curricular e as áreas curriculares do 1.º e do 2.º CEB, as estratégias que visam facilitar a transição de ciclos, como as visitas à Escola-Sede, pelos alunos do 4.º ano e as reuniões entre professores titulares de turma do 4.º ano e directores de turma do 5.º ano e o trabalho de orientação vocacional promovido pelos serviços de psicologia e orientação, junto dos alunos do 9.º ano de escolaridade e respectivas famílias. Contudo, como aspecto menos positivo, é de referir a inexistência de estratégias de acompanhamento dos alunos após conclusão do seu percurso formativo no Agrupamento e de articulação com os estabelecimentos de ensino de destino daqueles. 2.2 Acompanhamento da prática lectiva em sala de aula O planeamento individual de cada docente é monitorizado nas reuniões de departamento, conselho de ano e grupo pelo respectivo responsável, através da realização de balanços periódicos sobre o desenvolvimento da planificação definida. Não se registam, porém, mecanismos de supervisão da actividade lectiva em sala de aula, o que representa outro dos aspectos menos positivos da acção do Agrupamento. Também a ausência de critérios de actuação comuns, delineados nos projectos curriculares de turma, constitui outra das debilidades, reveladora de alguma falta de articulação entre os docentes dos conselhos de turma. O Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra – Lisboa 7 mesmo se verifica nas estratégias implementadas no sentido de se garantir a confiança na avaliação interna e nos resultados. Na verdade, ainda que os critérios de avaliação se encontrem bem definidos, os coordenadores de departamento não adoptam quaisquer mecanismos de monitorização da sua aplicação. Além disso, a elaboração/utilização de instrumentos de avaliação comuns à mesma disciplina/ano de escolaridade só acontece de forma consistente no âmbito da avaliação de diagnóstico, em todos os níveis de educação e ensino, e, nas restantes modalidades de avaliação, apenas no 1.º CEB e, pontualmente, em algumas disciplinas dos 2.º e 3.º CEB. 2.3 Diferenciação e apoios Neste campo, importa destacar, em primeiro lugar, o trabalho desenvolvido na EB1 n.º 204, onde funciona uma Unidade de Apoio Especializada para a Educação de Alunos com Multideficiência, com 13 alunos com paralisia cerebral. Além do papel das docentes de Educação Especial, que incide especialmente na abordagem funcional do currículo, aqueles alunos desenvolvem ainda um conjunto de actividades como o Inglês e as Tecnologias de Informação e Comunicação, dinamizadas por docentes do Agrupamento, e Carpintaria, Educação Física, Artes Gráficas e Artes do Fogo, por técnicos do Centro de Reabilitação de Paralisia Cerebral Calouste Gulbenkian, com o qual existe uma parceria. É, ainda, de sublinhar, o trabalho articulado com outros técnicos como fisioterapeutas, assistentes sociais e psicólogos e com as famílias destes alunos. O seu envolvimento em actividades do Agrupamento é outro dos aspectos a merecer destaque, valorizando-se assim os seus processos de inclusão/integração. Para outros alunos com necessidades educativas especiais de carácter permanente, o Agrupamento implementa, entre várias medidas, apoios pedagógicos, para onde são canalizados muitos dos recursos humanos. A taxa de aprovação destes alunos é de 100%. Os alunos com dificuldades de aprendizagem usufruem de apoio educativo, no 1.º CEB, ainda que alguns leccionados fora da sala de aula, descontextualizados do trabalho curricular realizado pela turma, e de salas de estudo, nos 2.º e 3.º ciclos, entre outras medidas. Uma análise da taxa de transição dos alunos com planos de acompanhamento/recuperação evidencia, contudo, alguma falta de eficácia das medidas implementadas, em alguns anos de escolaridade, especialmente no 2.º ano (56%), no 3.º ano (45%) e no 7.º ano (44%), em 20082009. Não se registam evidências, ao nível dos projectos curriculares de turma dos 2.º e 3.º ciclos, de processos de diferenciação pedagógica bem delineados. As parcerias com a Psicodomus, Instituto de Psicologia Aplicada e Formação – Lisboa e Carmoteca representam um dos aspectos positivos a realçar pela disponibilização de recursos para apoio psicológico/acompanhamento de alunos do 1.º CEB e famílias. 2.4 Abrangência do currículo e valorização dos saberes e da aprendizagem O Agrupamento disponibiliza uma oferta educativa bastante abrangente, integrando componentes activas, culturais, sociais e artísticas. O próprio Projecto Educativo contempla, nos seus objectivos estratégicos, o desenvolvimento global do aluno e uma relação pedagógica mais estimulante. Na educação pré-escolar, no âmbito das actividades de apoio à família, as crianças desenvolvem o projecto Amigos e Brincadeiras, integrando, por exemplo, dimensões como o teatro, a culinária e a pintura. No 1.º CEB, no período de enriquecimento curricular, os alunos frequentam o Ensino da Música/Expressões, Actividade Física e Desportiva, o Ensino de Inglês e TIC Magalhães, sendo de realçar ainda a prática de natação, no âmbito da Expressão Físico-Motora, na componente curricular. Também ao nível da oferta de clubes, nos 2.º e 3.º ciclos, se verifica a integração das componentes referidas, nomeadamente, os clubes de Música, do Desporto Escolar (patinagem, golfe, badmington, entre outras modalidades), de Xadrez, de Informática, de Judo, Europeu Intercultural, entre outros. A motivação para a leitura e a formação de leitores, desde a educação pré-escolar, representa outra das áreas em que o Agrupamento aposta, através das iniciativas do Plano Nacional de Leitura e da Biblioteca, contemplando encontros com escritores, idas a bibliotecas, hora do conto, diversos ateliês (poesia, “quem conta um conto acrescenta um ponto”), a semana da leitura, os projectos Histórias no Sótão, Leitura-a-Par, Mochila Vai e Vem e Sacos de Leitura, por exemplo. A educação ambiental constitui outros dos eixos fundamentais para a formação integral dos alunos. Além das actividades desenvolvidas em todos os níveis de educação e ensino no âmbito do projecto Eco-Escolas, outras iniciativas merecem referência como as campanhas de troca de lâmpadas e de pequenos electrodomésticos e o projecto Lisboa Limpa tem Outra Pinta. A educação para a saúde é igualmente outro dos campos importantes, incidindo em temáticas como a educação alimentar, drogas, protecção individual e social, educação sexual, esta última objecto de um plano Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra – Lisboa 8 bem estruturado, concretizado nas áreas de Formação Cívica e Área de Projecto, e em algumas áreas curriculares, nos 1.º, 2.º e 3.º ciclos, e na educação pré-escolar. As componentes experimentais são também valorizadas, em geral, ainda que se reconheçam turmas do 1.º CEB onde o trabalho experimental é pouco realizado. Nos 2.º e 3.º ciclos, são de sublinhar, ainda, neste contexto, os clubes da Ciência e das Ciências Naturais. Como boa prática, é de salientar a valorização dos saberes práticos e profissionais no curso de educação e formação, já que os alunos são envolvidos em actividades da respectiva área profissional, como as acções levadas a cabo com as crianças da educação pré-escolar e com os alunos da EB1 n.º 204. 3. Organização e gestão escolar 3.1 Concepção, planeamento e desenvolvimento da actividade A actividade do Agrupamento encontra-se, em geral, bem concebida nos documentos estruturantes. O Projecto Educativo define quatro grandes linhas orientadoras. O Projecto Curricular do Agrupamento é um documento bastante completo e revela coerência com o anterior. O Plano Anual de Actividades, por sua vez, contempla um conjunto significativo de iniciativas em sintonia com as grandes opções delineadas. O planeamento das áreas transversais de Estudo Acompanhado e de Área de Projecto está em concordância, também, com as linhas orientadoras do Projecto Educativo. A primeira incide, especialmente, no reforço de disciplinas como a Matemática, no sentido de melhorar as aprendizagens, e, na segunda, são desenvolvidos projectos que visam o desenvolvimento global dos alunos, de acordo com as prioridades definidas. A organização de cada ano lectivo apresenta também alguns aspectos bem conseguidos. Além da existência de critérios de distribuição de serviço, contemplados no Projecto Curricular do Agrupamento, são de sublinhar o envolvimento dos coordenadores de departamento neste processo e a boa gestão do tempo escolar efectuada, ao prever-se, nos horários dos docentes, tempos para potenciar a articulação e, no âmbito dos horários dos alunos, nos 2.º e 3.º ciclos, o terminus das actividades lectivas às 16h40, abrindo espaço para a frequência de actividades de enriquecimento curricular ou apoios e salas de estudo, disponibilizados após aquele período. 3.2 Gestão dos recursos humanos O Director conhece e valoriza as competências pessoais e profissionais do pessoal docente e não docente, considerando-as no processo de distribuição de serviço, em consonância com os critérios definidos. Este aspecto é evidente, por exemplo, na afectação de docentes a projectos específicos, como a turma do curso de educação e formação, onde foram privilegiados a experiência profissional e o vínculo ao Agrupamento. Também a nomeação do coordenador do Plano Tecnológico da Educação e da professora bibliotecária teve por base o perfil e as competências profissionais de cada um dos elementos. A constituição de equipas pedagógicas que, regra geral, acompanham as turmas ao longo de um ciclo, à semelhança do que acontece com o cargo de director de turma, é outro dos aspectos positivos a realçar. A formação dos profissionais do Agrupamento constitui outro dos pontos fortes em matéria de gestão de recursos humanos. De salientar a existência de um plano de formação bem estruturado, elaborado após um diagnóstico das necessidades. Nos últimos anos, os docentes têm participado em diversas acções, como o Programa de Formação Contínua em Matemática e outras realizadas internamente, especialmente no âmbito das TIC. O mesmo se verifica com o pessoal não docente. Os assistentes técnicos têm realizado formação sobre Orçamento de Estado e no âmbito dos programas informáticos utilizados e os assistentes operacionais em Gestão de Conflitos e Primeiros Socorros, entre outras. Destes, os que se encontram em funções na Biblioteca e no Bufete dispõem também de formação específica. Ainda assim, perpassa a ideia de que a formação para o pessoal não docente tem sido insuficiente. De sublinhar, como boa prática, a gestão dos assistentes operacionais, efectuada numa lógica de Agrupamento. O seu envolvimento em projectos de dimensão educativa é outro dos aspectos a destacar, como a participação no Cabaz de Natal, em peças de teatro e nas actividades da Biblioteca. Os serviços administrativos prestam, em geral, um bom serviço à comunidade. De referir a formação académica de nível superior de muitos dos seus elementos e a disponibilização aos utentes de informação on-line, como a avaliação dos alunos, orientações para a realização das matrículas, entre outras. Contudo, a existência do Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra – Lisboa 9 tradicional balcão dificulta um atendimento mais próximo, reservado e personalizado. Apesar de não existir um plano formal, os novos profissionais são bem integrados, demonstrando satisfação pelas acções levadas a cabo pelo Director e pelos coordenadores de departamento e de estabelecimento. 3.3 Gestão dos recursos materiais e financeiros O Agrupamento dispõe, no geral, de espaços físicos adequados à prestação do serviço educativo. Apenas a EB1 n.º 31 do Lumiar apresenta alguns problemas de infiltrações, evidenciando sinais de degradação. Neste estabelecimento de ensino não existem condições para a confecção in loco de refeições. Em oposição, a EB 2,3 Professor Lindley Cintra, de construção recente, apresenta excelentes recursos físicos para o desenvolvimento da actividade do Agrupamento. A inexistência de refeitório, contudo, representa o único constrangimento, resolvido com a utilização do da Escola Secundária do Lumiar, que é contígua. De sublinhar, pela positiva, os recursos tecnológicos existentes, um auditório, uma biblioteca bastante atractiva, laboratórios, salas para a educação artística, um pavilhão desportivo, partilhado com a Escola Secundária, e infra-estruturas e equipamentos destinados a pessoas com mobilidade condicionada. Nos JI e EB1 não se encontra a funcionar o acesso à internet, o que representa outro constrangimento. A oferta da educação pré-escolar não responde totalmente à procura, já que se verifica uma pequena lista de espera no JI da Ameixoeira. A construção, já em curso, do novo JI do Lumiar, representa, contudo, uma boa oportunidade que irá contribuir para a satisfação das necessidades das famílias. A segurança é uma das áreas que tem suscitado, no geral, a atenção dos responsáveis. Na Escola-Sede, os planos de prevenção e de emergência encontram-se em elaboração e, nos restantes estabelecimentos de educação e ensino, estão aprovados. Porém, a realização de simulacros não acontece com a periodicidade desejável, particularmente na EB1 Eurico Gonçalves e no JI da Ameixoeira. De apontar, também, os recursos/equipamentos disponibilizados aos alunos da EB1 n.º 204, adequados ao desenvolvimento dos seus processos educativos. Do ponto de vista financeiro, é de salientar a angariação de receitas próprias, através de patrocínios de alguns parceiros, que tem impacto no financiamento de algumas actividades desenvolvidas. 3.4 Participação dos pais e outros elementos da comunidade educativa O Projecto Educativo define como um dos princípios orientadores o reforço do diálogo com os pais e encarregados de educação, procurando envolvê-los na educação dos seus educandos. O Plano Anual de Actividades contempla, na verdade, um conjunto de acções com vista ao envolvimento dos pais e encarregados de educação na vida do Agrupamento. Neste âmbito, é de realçar o trabalho desenvolvido com o projecto Escola-Família, nomeadamente ao nível da realização de acções de formação, após um levantamento das temáticas de interesse. Assim, têm sido promovidas iniciativas sobre saúde, alimentação saudável, apoio ao estudo pelos pais e, muito recentemente, “como transmitir valores às crianças.” A disponibilidade manifestada pelos educadores, professores titulares de turma e directores de turma em termos de horários de recepção aos encarregados de educação é outra das estratégias a realçar, facto, aliás, reconhecido pelos pais. O seu envolvimento em actividades de final de período, de promoção da leitura, entre outras, é também de destacar, ainda que estas aconteçam com maior expressão na educação pré-escolar e no 1.º CEB. Porém, há a percepção de que a participação dos pais e encarregados de educação fica aquém do desejável, em muitos casos. Como aspecto menos positivo, é de salientar a inexistência de monitorização da presença daqueles, nas diferentes iniciativas, que permita aferir o verdadeiro grau da sua participação. As três associações de pais existentes desempenham um papel preponderante, colaborando na resolução de problemas concretos e apresentando propostas de actividades, numa perspectiva de complementaridade. Alguns dos seus líderes detêm um conhecimento bastante aprofundado das especificidades do Agrupamento e têm noção do rumo a seguir. 3.5 Equidade e justiça O Projecto Educativo expressa princípios de equidade e justiça, ao ambicionar o sucesso educativo de todos os alunos, objectivo que está ainda longe de ser atingido, apesar do esforço evidente no sentido de ser alcançado, quer através da diversidade dos apoios educativos disponibilizados, ainda que alguns não se revelem totalmente eficazes, quer na diversificação de uma oferta educativa, mais ajustada às necessidades de todos os Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra – Lisboa 10 alunos. Os diferentes interlocutores têm, no geral, a percepção que os responsáveis se pautam por aqueles valores, facto que é visível nos processos de distribuição de serviço, de elaboração dos horários e de constituição de turmas, processos organizados através de critérios explícitos e rigorosos. Ainda assim, alguns encarregados de educação do 1.º CEB não reconhecem equidade e justiça na formação de turmas, no estabelecimento de ensino que os seus educandos frequentam, situação que indicia alguma falta de divulgação desses critérios junto de todos os interessados. A concessão de reforços alimentares e o financiamento de actividades dos alunos mais carenciados é um dos aspectos positivos a apontar, neste campo, evidenciando-se assim a concretização do princípio da igualdade de oportunidades. 4. Liderança 4.1 Visão e estratégia O Projecto Educativo hierarquiza claramente os objectivos considerados estratégicos e o Plano Anual de Actividades assume-se como um verdadeiro plano de acção, em resposta às quatro grandes prioridades definidas, consubstanciando um conjunto significativo de acções que poderão efectivamente contribuir para a sua melhoria. Porém, como ponto fraco, destaca-se a inexistência de metas que possam efectivamente servir de referente ao trabalho realizado pelas diferentes estruturas e órgãos, o que é particularmente evidente, no campo dos resultados escolares, dificultando a melhoria dos mesmos e comprometendo o desenvolvimento futuro da organização. O Agrupamento goza de uma imagem bastante positiva na comunidade, reconhecido pelo seu ambiente calmo e seguro, sendo bastante procurado por alunos de outras áreas de abrangência. 4.2 Motivação e empenho As lideranças do Agrupamento encontram-se, em geral, bastante motivadas e empenhadas. O Director é reconhecido, ainda, na comunidade pela sua disponibilidade, abertura, diálogo e capacidade de resolução de problemas. O Conselho Pedagógico conhece, globalmente, o seu campo de actuação, ainda que se registem as fragilidades já referidas nos campos da articulação e nas estratégias adoptadas com vista a garantir-se a confiança na avaliação interna e nos resultados. Apesar disso, a constituição de secções no seu seio (cultural, da formação, da avaliação, por exemplo) constitui uma boa estratégia para a organização do trabalho a desenvolver. O Conselho Geral, que se encontra em funções há relativamente pouco tempo, ainda não perspectivou a sua estratégia de actuação, em algumas áreas, como a promoção do relacionamento com a comunidade educativa, nem desencadeou os mecanismos necessários a um conhecimento cabal da acção do Agrupamento, aspecto evidenciado, por exemplo, no campo da auto-avaliação. Ainda assim, reconhece-se, neste órgão, elementos com percursos e experiências profissionais distintos que poderão dar um contributo muito relevante para o seu funcionamento e, consequentemente, do Agrupamento. Os coordenadores de estabelecimento desempenham também um papel importante na gestão dos problemas das EB1 e JI, agindo com autonomia e responsabilidade. As características das lideranças do Agrupamento, especialmente do Director, contribuem para um bom clima de escola, com reflexos positivos na mobilização e envolvimento dos diferentes profissionais. 4.3 Abertura à inovação A inovação não constitui uma das áreas fortes do Agrupamento. Porém, reconhece-se que há capacidade de adesão a novos projectos e desafios. São exemplo disso a participação no projecto europeu Assistentes Comenius, a implementação de uma oferta educativa diversificada e a procura de parceiros com vista à resolução de determinados problemas. Os recursos tecnológicos da Escola-Sede poderão representar também uma excelente oportunidade para a construção de um caminho mais sólido, em matéria de inovação. 4.4 Parcerias, protocolos e projectos Esta constitui uma das áreas mais fortes. Além das parcerias já referidas, o Agrupamento mantém como parceiros privilegiados as autarquias (Câmara Municipal de Lisboa, Juntas de Freguesia da Ameixoeira e do Lumiar) e as associações de pais. As primeiras são responsáveis, por exemplo, pela dinamização da Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra – Lisboa 11 componente de apoio à família na educação pré-escolar e no 1.º CEB e pela concretização de projectos como A Terra dos Sonhos, Intervir Ameixoeira, Programa de Natação Curricular no 1.º CEB, Eco-Escolas, bem como pelo apoio a outras iniciativas levadas a cabo pelo Agrupamento. As associações de pais são parceiras fundamentais em projectos como o Escola-Família e noutros transversais a todos os estabelecimentos de ensino. O trabalho com o Centro de Saúde do Lumiar, essencialmente no âmbito da educação para a saúde, é outro dos aspectos positivos a sublinhar. A K’ Cidade, responsável pela dinamização das actividades de enriquecimento curricular, no 1.º CEB, colabora também em algumas iniciativas do Plano Nacional de Leitura. É de destacar, ainda, a parceria com o Museu do Teatro, no âmbito do projecto Oficina de Teatro, do curso de educação e formação. O Instituto Superior de Psicologia Aplicada, o Banco Alimentar da Ameixoeira, a Escola Segura, a Comissão de Protecção de Crianças e Jovens, o Instituto Superior de Educação e Ciências, entre outros, constituem-se igualmente como parceiros do Agrupamento. De salientar, também, a adesão a projectos como o Comenius, o Plano de Acção para a Matemática, o Plano Nacional de Leitura, a Rede de Bibliotecas Escolares, o M-Igual, que, tal como o trabalho de todos os parceiros, têm um impacto positivo na prestação do serviço educativo e contribuem para a afirmação do Agrupamento na comunidade. 5. Capacidade de auto-regulação e melhoria do Agrupamento 5.1 Auto-avaliação O Agrupamento implementa, há já alguns anos, práticas de auto-avaliação como a análise dos resultados escolares e a elaboração de relatórios de avaliação das actividades do Plano Anual. As mesmas revelam, contudo, algumas fragilidades, não constituindo, efectivamente, estratégias de melhoria da organização. Na verdade, o processo de análise dos resultados apresenta algumas debilidades, já referidas, e os relatórios de avaliação das actividades poucas vezes integram o contributo dos diferentes intervenientes. No ano lectivo anterior, a equipa responsável, constituída por docentes e representantes dos pais e encarregados de educação, conduziu um processo de auto-avaliação das actividades de enriquecimento curricular do 1.º CEB, revelador de maior consistência. Além da aplicação de inquéritos a docentes, não docentes, pais e encarregados de educação e alunos, destaca-se, ainda, como positivo, a divulgação dos resultados junto dos órgãos de direcção, administração e gestão e dos parceiros envolvidos. Este estudo permitiu a identificação dos pontos fortes e fracos e teve já repercussões no planeamento daquelas actividades, no presente ano lectivo. Porém, como aspectos menos positivos são de salientar o facto da análise estatística dos resultados escolares ser feita por um outro grupo de docentes, pouco articulado com a equipa de auto-avaliação, o que dificulta a organização de um processo abrangente e aglutinador das diferentes áreas do Agrupamento, e a continuidade da própria auto-avaliação, já que, no presente ano lectivo, ainda não foram desenvolvidas acções significativas com vista à concretização do objectivo definido: o de conhecer o grau de satisfação dos elementos da comunidade educativa sobre o serviço prestado. De referir, como boa prática, o aproveitamento das conclusões de uma actividade de acompanhamento levada a cabo pela Inspecção-Geral da Educação, no âmbito da gestão curricular, tendo contribuído para o aperfeiçoamento do Projecto Educativo. 5.2 Sustentabilidade do progresso O conhecimento de pontos fortes e fracos, oportunidades e constrangimentos não se encontra devidamente estruturado. De facto, a auto-avaliação não tem abrangido todas as áreas do Agrupamento, não existindo, assim, um diagnóstico profundo que possa sustentar o desenvolvimento global da organização. Além disso, a ausência de metas claras e avaliáveis, as fragilidades registadas nos processos de monitorização em diversos campos, a par da coexistência de diferentes grupos responsáveis pela auto-avaliação, com funções relativamente estanques, e as evidências recolhidas no que diz respeito à continuidade do processo, dificultam, na verdade, o progresso sustentável do Agrupamento. Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra – Lisboa 12 V – CONSIDERAÇÕES FINAIS Neste capítulo, apresenta-se uma selecção dos atributos do Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra, (pontos fortes e fracos) e das condições de desenvolvimento da sua actividade (oportunidades e constrangimentos). A equipa de avaliação externa entende que esta selecção identifica os aspectos estratégicos que caracterizam o agrupamento e define as áreas onde devem incidir os seus esforços de melhoria. Entende-se aqui por: • Pontos fortes – atributos da organização que ajudam a alcançar os seus objectivos; • Pontos fracos – atributos da organização que prejudicam o cumprimento dos seus objectivos; • Oportunidades – condições ou possibilidades externas à organização que poderão favorecer o cumprimento dos seus objectivos; • Constrangimentos – condições ou possibilidades externas à organização que poderão ameaçar o cumprimento dos seus objectivos. Os tópicos aqui identificados foram objecto de uma abordagem mais detalhada ao longo deste relatório. Pontos fortes As taxas de transição/conclusão do 3.º ciclo do ensino básico, situadas acima das médias nacionais, e os bons resultados obtidos pelos alunos do 9.º ano nos exames nacionais de Língua Portuguesa; Os bons resultados obtidos na prevenção do abandono escolar, que regista a taxa de 0%, fruto de um trabalho consolidado com diversos parceiros; As estratégias que visam o desenvolvimento cívico dos alunos e a criação de um sentimento de pertença, contribuindo para a construção de percursos individuais de cidadania e para a sua satisfação em relação à escola; O bom comportamento dos alunos e as medidas implementadas na prevenção/resolução da indisciplina, com impacto no desenvolvimento dos processos educativos; A disponibilização de uma oferta educativa abrangente, promovendo a formação integral dos alunos; O projecto Inter-Ciclos, com algumas práticas já bem conseguidas a nível da articulação e sequencialidade, com reflexos positivos na integração de crianças/alunos nos ciclos de aprendizagem e na afirmação do Agrupamento como um todo; As iniciativas desenvolvidas no âmbito do projecto Escola-Família e o papel das associações de pais na dinamização de actividades adequadas ao envolvimento dos pais e encarregados de educação; Os atributos da liderança de topo e a boa gestão dos recursos humanos efectuada, concorrendo para a motivação e empenho dos diferentes profissionais; A capacidade de concretização de parcerias, com impacto positivo na prestação do serviço educativo. O trabalho realizado com os alunos da EB1 n.º 204, beneficiando de recursos humanos e materiais e de actividades adequados ao seu desenvolvimento; Pontos fracos Os fracos resultados obtidos pelos alunos dos 4.º e 6.º anos nas provas de aferição; A não participação dos alunos na elaboração e discussão dos documentos estruturantes, especialmente no Projecto Educativo e Projecto Curricular de Agrupamento, não se promovendo o seu contributo no planeamento da actividade; Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra – Lisboa 13 As práticas de interdisciplinaridade, pouco evidentes no Plano Anual de Actividades e nos projectos curriculares de turma, prejudicando a concretização de projectos integradores dos diferentes saberes; A ausência de práticas de monitorização da aplicação dos critérios de avaliação e as fragilidades no âmbito da calibragem de instrumentos de avaliação, não se garantindo plenamente a confiança na avaliação e nos resultados; A fraca eficácia das medidas de apoio prestadas aos alunos com dificuldades de aprendizagem, em alguns anos de escolaridade, dificultando-se os seus processos de recuperação; A inexistência de práticas de monitorização da participação dos pais e encarregados de educação, não permitindo aferir o verdadeiro grau dessa participação; A inexistência de metas claras e avaliáveis, comprometendo, especialmente, a melhoria dos resultados escolares; As debilidades registadas nos processos de auto-regulação e melhoria do Agrupamento, condicionando a sustentabilidade do seu progresso. Oportunidade A construção do novo Jardim-de-Infância do Lumiar, alargando-se a oferta da rede pública da educação pré-escolar, com benefícios para um maior número de famílias. Constrangimento A falta de acesso à Internet, nas escolas do 1.º ciclo e nos jardins-de-infância, condicionando a utilização de uma ferramenta útil para o desenvolvimento dos processos educativos. Agrupamento de Escolas Professor Lindley Cintra – Lisboa 14