Agro Inovação pretende fomentar a cultura de Grão de Bico na

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Agro Inovação pretende fomentar a cultura de Grão de Bico na
Novas culturas
Agro Inovação pretende fomentar a cultura
de Grão de Bico na região do Alentejo
Começaram com uma área
de 100 hectares e para a
campanha agrícola 2015/2016
estimam contar com mais
de 1000 hectares.
A Agro Inovação S.A. é uma empresa focada
no ramo agrícola com dois anos de existência e
que se dedica à produção e comercialização de
culturas proteaginosas, oleaginosas e outras.
Iniciou atividade na investigação da cultura
da Stevia, com o intuito de extrair desta um
adoçante natural passível de ser utilizado na
indústria agroalimentar e substituir substâncias à base de aspartamo, substâncias estas
com malefícios ao consumidor. No entanto, e
nas primeiras fases da investigação, segundo
informação avançada pela Empresa com sede
em Évora, verificaram também que o déficit
de proteína vegetal se situava em valores extremamente preocupantes. Assim, resolveram
também apostar nesta vertente e iniciar com a
produção e comercialização de uma leguminosa, o Grão de Bico.
A filosofia da Agro Inovação tem como
base a substituição das importações, ou seja,
“só produzimos o que importamos e nesse
sentido relacionamo-nos em áreas de mercado
nacional que são deficitárias”.
A cultura do grão de bico foi a eleita pela
Agro Inovação, pela tradição que tem no nosso país, ao ponto de há uns anos ser uma das
culturas com mais expressão no Alentejo e com
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o passar dos anos perdeu praticamente toda a
sua expressão. A Empresa considera que é uma
cultura bastante rústica e perfeitamente adaptada ao clima mediterrâneo, clima com uma
elevada irregularidade ao longo dos anos. Ao
mesmo tempo, é uma cultura com vantagens
agronómicas inquestionáveis e uma excelente
opção para incluir numa rotação de culturas.
Portugal é um grande consumidor de grão de
bico no entanto, e infelizmente, quase 80% é
importado pelo que, e tendo em conta a filo-
sofia da Empresa, “esta cultura enquadrou-se
perfeitamente nas nossas pretensões”.
“Ao longo destes dois anos temos experiência em várias zonas de Portugal no entanto,
queremos concentrar a produção nas zonas
que nos oferecem as condições para o sucesso,
nomeadamente em termos de solos e foi por
isso que decidimos apostar no baixo Alentejo
e na zona de Elvas. São áreas geográficas onde
os solos possuem uma elevada aptidão para a
cultura do grão de bico”, explicam.
Novas culturas
Junto dos produtores desenvolvem um
trabalho de acompanhamento técnico e monitorização desde a sementeira até à colheita
desta cultura, garantindo também a compra
de toda a produção do agricultor.
De referir que, a Empresa desenvolve um
trabalho conjunto com o INIAV (ex-Estação
Nacional de Melhoramento de Plantas) na
busca de selecionar variedades interessantes, não só de grão de bico mas também de
outras culturas onde Portugal é deficitário,
voltando assim ao princípio da substituição
das importações.
Começaram com uma área de 100 hectares e
para a campanha agrícola 2015/2016 estimam
contar com mais de 1000 hectares ocupados
com a cultura do grão de bico, o que representa uma produção que chega quase a 1/3
das necessidades nacionais deste produto,
“cumprindo assim o objetivo de nos tornármos um “player” no mercado”.
Com o ojetivo de divulgar a cultura do grão
de bico junto dos novos produtores, promover o debate e a troca de ideias e experiências
entre os antigos e novos produtores e apresentar as novas culturas nas quais pretendem
apostar, foram objeto para a Agro Inovação
realizar recentemente, em Elvas, uma Conferência. Na Conferência participaram algumas
empresas da área agrícola como a Bayer, a
John Deere através do concessionário Tractomoz, EDIA, INIAV e Universidade de Évora.
Com estas duas últimas instituições públicas
a Empresa desenvolve trabalho de parceria e
tal como com algumas cooperativas agrícolas
e organizações de produtores da região de
Beja e Elvas.
No futuro a Agro Inovação e falando em
perspetivas, pretende chegar até aos 1500
hectares na cultura do grão de bico bem
como continuar a desenvolver a investigação
em torno da Stevia e diversificar o leque de
culturas como o feijão, algodão e feijão frade. A área da multiplicação de sementes e
transformação também estão nos horizontes
da Agro Inovação.
Pub.
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