Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009
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Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 VOLUME 04 - NÚMERO 01 - 2009 - MAGAZINE - Pág. 1 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 É com grande satisfação que, no vigésimo segundo ano de realização do Encontro Nacional de Atividade Física/ENAF, em sua quadragésima quinta edição, publicamos a Revista ENAF SCIENCE Nº 07. Tal publicação pode ser traduzida como uma forma de agradecimento e retribuição a todos aqueles que, direta ou indiretamente, contribuíram para o desenvolvimento e aperfeiçoamento desse evento que integra o universo da atividade física e da saúde. No decorrer desses anos acreditamos ter participado da formação de milhares de acadêmicos e profissionais da área de educação física, fisioterapia, nutrição, enfermagem, turismo e pedagogia. A partir de 2004 passamos a realizar o Congresso Científico vinculado ao ENAF, dando mais um passo na construção dos saberes que unem formação e produção. É a partir desse contexto que a Revista ENAF SCIENCE é novamente lançada. Esperamos que essa publicação enriqueça nossa área de ação. Nesta edição, estão presentes todos os trabalhos apresentados no Congresso Científico, seja sob forma de artigo completo ou como resumo na forma de pôster. Esperamos que este seja o primeiro passo que pretendemos empreender na busca por um novo viés de conhecimento, fazendo com que o ENAF siga seu caminho mais essencial: participar da construção de uma ciência da atividade física. Prof. Dennis William Abdala Prof. Rodney Alfredo Pinto Lisboa Prof. Arthur Paiva Neto Prof. Sebastião José Paulino - Pág. 2 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 Índice – ARTIGOS ARTIGO AUTOR PÁGINA MARCUS VINÍCIUS DE A. CAMPOS 05 AMAIR REZENDE HELENO 10 ELIANA PERES ROCHA CARVALHO LEITE 13 JOGOS E BRINCADEIRAS NA EDUCAÇÃO INFANTIL: UMA ANÁLISE COM A TEORIA BIECOLÓGICA DO DESENVOLVIMENTO HUMANO ANA LÚCIA RATTI BROLO 16 ALTERAÇÃO DOS ÍNDICES DE ABSENTEÍSMO APÓS INTERVENÇÃO DO PROGRAMA DE GINÁSTICA LABORAL EM EMPRESA DO RAMO SIREDÚRGICO PAULO EDUARDO SOUZA MEDEIROS 20 CHRISTIANNE A. P. CALHEIROS 26 MARCOS FERNANDO MISAEL 30 VIVIANE APARECIDA VIEIRA NOGUEIRA 38 EDSON BEZERRA DE SOUZA 42 A INFLUENCIA DE INTERVENÇÕES MULTIDISCIPLINARES NA CONSCIENTIZAÇÃO ALIMENTAR DE ADOLESCENTES IDENTIFICAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE ADOLESCENTES DO MUNICÍPIO DE RIO POMBA, MG INFLUÊNCIA DA ANALGESIA PERIDURAL LOMBAR CONTÍNUA EM RECÉM-NASCIDOS DE PARTO NORMAL IN-SUCESSOS NA ANTICONCEPÇÃO DE ADOLESCENTES GRÁVIDAS: SENTIMENTOS E PERCEPÇÕES DIANTE DE MUDANÇAS PSICOSSOCIAIS INVESTIGAÇÃO DE ALTERAÇÕES DA VELOCIDADE DA MARCHA E CAPACIDADE FUNCIONAL NO IDOSO QUANDO SUBMETIDOS A TREINAMENTO RESISTIDOS. QUALIDADE VIDA RELACIONADA À SAÚDE DE IDOSAS HIPERTENSAS PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO CONHECIMENTO DOS GRADUANDOS DE ENFERMAGEM DO 6º SEMESTRE SOBRE NUTRIÇÃO PARA O PACIENTE DIABÉTICO - Pág. 3 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 Índice – RESUMOS PÔSTER ACUPUNTURA AURICULAR ASSOCIADO AO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA BUSCA DE QUALIDADE DE VIDA EM UMA PACIENTE COM LABIRINTOPATIA PERIFÉRICA PERCENTUAL DE GORURA DE JOVENS ATIVOS E SEDENTÁRIOS DE UMA ESCOLA ESTADUAL AUTOR PÁGINA SUELLEN FERNANDA COUTINHO 51 ADELITA VIEIRA DE MORAIS 51 ADELITA VIEIRA DE MORAIS 52 WANDER LUÍS FERREIRA 53 ANDERSON FERNANDES DA SILVA 53 FERNANDA BARBOSA PEREIRA 54 RAFAEL R. C. VEIGA 54 TATIANE LOPES 55 HEMERSON PATRIARCA 55 HEMERSON PATRIARCA 56 BRUNO LEONARDO DA SILVA GRÜNINGER 56 FERNANDA BARBOSA PEREIRA 57 TATIANE LOPES 57 WANESSA CHRISTINA CAMPOS COSTA 59 ELIZIANA RENATA SOUZA DOS SANTOS 60 SUELLEN FERNANDA COUTINHO 60 ELIZIANA RENATA SOUZA DOS SANTOS 61 SUELLEN FERNANDA COUTINHO 62 A UTILIZAÇÃO DO LÚDICO NO ENSINO DO XADREZ ESCOLAR WENDEL RODRIGO DE ASSIS 63 PERFIL DO IMC E SUA RELAÇÃO COM O TESTE DE SENTARLEVANTAR EM ALUNOS DO 1º SEGMENTO DE ENSINO FUNDAMENTAL PAULO GIL SALLES 64 PROGRAMAS DE INICIAÇÃO ESPORTIVA NAS ESCOLAS NA PERSPECTIVA DOCENTE ANÁLISE DA VELOCIDADE MÉDIA DOS ÁRBITROS DE FUTEBOL DA LIGA ESPORTIVA OUROPRETANA ANÁLISE DOS BENEFÍCIOS DA GINÁSTICA LABORAL NO TRABALHO RELAÇÃO ENTRE A COLUNA CERVICAL E AS DISFUNÇÕES TÊMPORO-MANDIBULARES: REVISÃO DE LITERATURA A IMPORTÂNCIA DA GINÁSTICA LABORAL POSTURAL NO COMBATE ÀS DISFUNÇÕES POSTURAIS AVALIAÇÃO DO EFEITO DA ACUPUNTURA NO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR (DNPM) EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN – ESTUDO DE CASOS. A IMPORTÂNCIA DOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS FRENTE AS ABORDAGENS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ANTES E APÓS A REDEMOCRATIZAÇÃO DO BRASIL AJUDANDO O PACIENTE A PARAR DE FUMAR DRENAGEM LINFÁTICA DO LINFEDEMA DECORRENTE DO CÂNCER DE MAMA INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO PÓS OPERATÓRIO DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO EM PACIENTES OCTOGENÁRIOS – UM RELATO DE CASO INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO PACIENTE FIBROMIÁLGICO PORTADOR DE VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA. RELATO DE CASO ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NO PACIENTE COM NEUROFIBROMATOSE TIPO 1. RELATO DE CASO ACUPUNTURA AURICULAR ASSOCIADO AO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA BUSCA DE QUALIDADE DE VIDA EM UMA PACIENTE COM LABIRINTOPATIA PERIFÉRICA COMPARAÇÃO DE DUAS MANOBRAS DISPONÍVEIS PARA DUCTOLITÍASE DO CANAL POSTERIOR NA VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA. RELATO DE 2 CASOS ANÁLISE COMPARATIVA INTER EXAMINADORES NO MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA FOTOGONIOMETRIA - Pág. 4 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 ARTIGOS A INFLUENCIA DE INTERVENÇÕES MULTIDISCIPLINARES NA CONSCIENTIZAÇÃO ALIMENTAR DE ADOLESCENTES Marcus Vinícius de A. Campos, Educador Físico / Aprimorando em Especializção em Nutrição HCFMRP – USP. E-mail: [email protected] Ana Paula L.M. Sanches; Ana Paula D. Envernize; Marina R. Barbosa; Marília D. Sales; Simara Maria Barboza Nutricionistas / Aprimorandas em Especialização em Nutrição HCFMRP-USP Dr. José Eduardo Dutra-de-Oliveira, Médico / Coordenador Aprimoramento em Especialização em Nutrição HCFMRP-USP RESUMO Pesquisas de base populacional destacam um aumento das taxas de excesso de peso na adolescência, sendo este atribuído ao sedentarismo e adoção de práticas alimentares inadequadas. Com o objetivo de promover a conscientização quanto às escolhas alimentares, 519 adolescentes de uma escola pública de do município de Ribeirão Preto-SP passaram por avaliação antropométrica e responderam questionários referentes ao nível de atividade física no período préintervenção, além de responderem a questionários referentes ao consumo de alimentos no período escolar e ao comportamento alimentar em relação ao consumo de frutas e verduras no período pré e pós intervenção. Os resultados indicaram prevalência de indivíduos fisicamente ativos e eutróficos; mudança significativa no consumo de alimentos durante o período escolar e no comportamento frente ao consumo de frutas e verduras após as intervenções. Com base nestes dados é possível concluir que o programa de educação nutricional proposto foi eficaz para modificação do conhecimento e práticas alimentares saudáveis. PALAVRAS-CHAVE: Intervenção Multidisciplinar – Adolescentes - Comportamento 1 INTRODUÇÃO O conceito de transição nutricional corresponde às mudanças dos padrões nutricionais, referindo-se em geral à passagem da subnutrição para a obesidade. No Brasil, a transição nutricional é caracterizada pela não uniformidade em todo o país da , redução da prevalência de subnutrição e elevação de sobrepeso e obesidade¹ ². 3 A adolescência, que compreende o período dos 10 aos 19 anos de idade , é marcada por grandes transformações fisiológicas, morfológicas, mentais e emocionais que levam o individuo ao estado adulto e, como todo processo de 4 desenvolvimento humano, resulta da interação de determinantes genéticos e influências ambientais . Este período é também caracterizado pela construção de identidade e da capacidade de avaliação. Sendo portanto um momento privilegiado para as intervenções na área da saúde e da nutrição, tendo em vista a adoção de hábitos de vida saudáveis e a 5 promoção da saúde na vida adulta . Pesquisas de base populacional destacam um aumento das taxas de excesso de peso na adolescência. Ao compararmos os dados do Estudo Nacional de Despesa Familiar (ENDEF), realizado em 1996-1997, e o da Pesquisa de Orçamento Familiar (POF) realizado nos anos de 2002-2003, podemos observar uma elevação no percentual de meninos com excesso de peso de 11,8% para 17,9% e a manutenção entre as meninas em 15,3%. Este quadro epidemiológico é atribuído ao sedentarismo e adoção de práticas alimentares inadequadas na adolescência; onde observa-se o consumo freqüente de refrigerantes e fast-food, além da baixa ingestão de frutas e verduras. As recomendações acerca da prevenção, sugerem a 6,7 reeducação alimentar e o estímulo à atividade física . O contexto desafiador da educação nutricional exige o desenvolvimento de abordagens educativas que permitam abraçar os problemas alimentares em sua complexidade, tanto na dimensão biológica como na social e cultural. Por isso, tem sido manifestada, no meio acadêmico, a necessidade de superar as distorções induzidas pelo método convencionais, que envolvem a produção de conhecimento com intervenções supervalorizadas da dimensão biológica em detrimento aos 8 aspectos sociais e culturais . As abordagens inter e transdisciplinares surgem como opções oferecem caminhos alternativos, ou seja, contemplam processos pedagógicos que envolvem os educandos em sua totalidade bio-psicosocial e 8,9 cultural, por intermédio de estratégias que superam a mera transmissão de informações . 2 METERIAIS E MÉTODOS 2.1. Amostra A amostra foi constituída por 519 alunos da Escola Estadual Alcides Corrêa, localizada no município de Ribeirão Preto-SP, matriculados nas 5º, 6º, 7º, 8º séries do ensino fundamental e 1º e 2º ano do ensino médio. - Pág. 5 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 2.2. Delineamento do Estudo A coleta de dados foi realizada por uma equipe multidisciplinar, composta de cinco nutricionistas e um educador físico. Foram coletadas as seguintes informações de cada participante: sexo, idade e dados antropométricos, seguindo 10 procedimentos recomendados por Frisancho ; sendo tais dados utilizados para o cálculo do Índice de Massa Corporal 3 (IMC) e classificação do estado nutricional dos alunos de acordo com a Organização Mundial de Saúde . A avaliação do consumo alimentar no período escolar, foi realizada por meio de um questionário elaborado pelos pesquisadores do presente trabalho, onde era referido através de questões fechadas, o consumo de alimentos vendidos na cantina, alimentos trazidos de casa e/ou oferecidos pela merenda escolar estadual. 11 O comportamento em relação ao consumo de frutas e verduras foi classificado de acordo com Prochaska . Tal classificação foi realizada de forma independente para cada um dos grupos alimentares estudados, por meio de um 12 algoritmo . Para a mensuração do nível de atividade física utilizou-se a versão oito do Questionário Internacional de Atividade Física 13 (IPAQ) . 2.3. Descrição das Intervenções Realizadas Com o intuito de trabalhar a escolha alimentar dos adolescentes, as seguintes intervenções educativas foram realizadas: 14,15,16,17 Tempestade de Idéias; Montagem do Lanche; Vídeo de Propagandas e Normas da Boa Alimentação . 2.4. Análise Estatística A estatística descritiva foi utilizada para parametrização dos dados, sendo calculada a média e desvio padrão da idade, peso, estatura e IMC. O teste t Student pareado foi utilizado para comparar consumo e comportamento alimentar antes e depois da intervenção. Para o estudo das associações entre estado nutricional e nível de atividade física; e gênero com nível de atividade física, comportamento alimentar em relação a frutas e verduras, estado nutricional e consumo no período 18 escolar, foi utilizado o teste exato de Fisher . Para o estudo das associações entre os períodos (pré e pós-intervenção) na 19 análise dos questionários aplicados, foi utilizado o teste de McNemmar , e quando a dimensão da tabela de freqüências foi 20 maior que 2 x 2 utilizou-se o teste de Stuart-Maxwell . A análise estatística foi realizada com o auxílio dos programas de computador Microsoft Office – Excel, 2007 e SAS/STAT® User’s Guide, Version 9, sendo adotado o grau de significância de 5% (p<0,05). 3 RESULTADOS E DISCUSSÃO Em relação à caracterização da amostra quanto à antropometria, os resultados obtidos demonstraram que a média 2 encontrada para idade, peso, altura e IMC foram, respectivamente, 13,7 anos, 54,1 kg, 1,61m e 20,7kg/m . O estado nutricional da amostra, segundo categorização do Epiinfo através IMC para idade, encontra-se apresentado no Gráfico 1. Ao associarmos o gênero, não observamos diferença significativa em relação ao estado nutricional Gráfico 1. Classificação do Estado Nutricional segundo IMC. - Pág. 6 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 Estes dados são concordantes com estudo realizado com 502 adolescentes da rede pública (EPU) e privado (EPR) do Município do Rio de Janeiro, de ambos os sexos e faixa etária compreendendo 11 a 15,9 anos; onde se verificou que na EPU, 82,2% dos adolescentes eram eutróficos, 2,0% apresentavam baixo peso, 9,2% sobrepeso e 9,2% eram obesos. Neste estudo, também foi verificado que o risco para sobrepeso e obesidade foram às alterações nutricionais de maior 21 freqüência entre os adolescentes avaliados, independentemente do tipo de escola . Em estudo realizado com adolescentes de uma escola pública do município de São Paulo, encontrou-se um percentual de 58,1% no que diz respeito à normalidade do estado nutricional, 27,9% de risco para sobrepeso e 4,7% para obesidade em ambos os sexos, o que discorda em parte com o referente trabalho, cujos valores para faixa de normalidade e risco para sobrepeso, foram respectivamente: 75,2% e 12%, porém concordante no que tange aos valores observados em relação a 22 obesidade (4,9%) . Em relação ao nível de atividade física dos adolescentes da 8º série ao 2º ano do ensino médio (n=215; 51,6% da amostra total), os dados encontra-se expressos no Gráfico 2. Gráfico 2 – Classificação do Nível de Atividade Física. A prevalência de adolescentes ativos e muito ativos neste estudo, 87,9% encontra-se superior a grande maioria dos estudos 23,24,25 26 encontrados na literatura . Valor mais próximo ao encontrado neste estudo foi verificado pelo INCA , que avaliou através de inquérito domiciliar o nível de atividade física em 15 capitais, sendo encontrada prevalência de indivíduos ativos e muito ativos de 72,6% e 74,1% em Belém-PA e Natal-RN, respectivamente. Dentre os fatores que justificam a prevalência encontrada neste trabalho, destacam-se os fatores climáticos; uma vez que estudos investigando os fatores que interferem a prática de atividade física, sustentam que no verão os indivíduos tendem a praticar mais atividade física; este fator não deve ser desconsiderado neste trabalho, uma vez que o município de Ribeirão 27 Preto-SP apresenta elevadas temperaturas durante todas as estações do ano . 28 Hallal et al , afirmam que a atividade física ocupacional e de transporte representam grande parte do total de atividade física de indivíduos de países em desenvolvimento, o que justifica o elevado percentual de adolescentes ativos neste estudo, uma vez que o IPAQ, ferramenta utilizada para avaliar o nível de atividade física neste estudo, considera estes modelos de atividade física. Vários estudos se atentam ao fato de adolescentes de classe econômica menos privilegiadas se inserirem no mercado de trabalho precocemente, apresentando alto nível de envolvimento com atividade física laboral, 29,30,31 perfazendo esta um valor considerável do total de atividade física desenvolvida . Ainda referente ao nível de atividade física, vale salientar que houve diferença significativa entre os gêneros, sendo que 60,4% dos indivíduos ativos eram meninas e 39,6% meninos; este resultado se mostra contrários ao observado em outros 23,24 30 trabalhos da literatura, que observaram uma prevalência maior de sedentarismos na população feminina ; Guedes et al sugerem que os resultados deste trabalho podem estar relacionados ao fato das meninas de classe econômica menos favorecida, serem freqüentemente levadas a assumir tarefas domésticas que envolvem trabalho manual. - Pág. 7 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 Ao analisar a associação entre o nível de atividade e o estado nutricional observou-se que 75,5% dos indivíduos considerados ativos estão dentro dos parâmetros de normalidade do IMC para idade; 5,6% obesos; 13,2% em risco de obesidade e 5,6% subnutridos. Em contrapartida, dos indivíduos sedentários 80% estão dentro dos parâmetros de normalidade do IMC para idade e 20% com risco de obesidade, não sendo encontrada associação significativa entre as variáveis. Estudos relatam que a incidência de adolescentes fisicamente ativos com IMC acima dos valores de normalidade pode estar relacionada à participação dos mesmos em atividades que proporcionam ganho de massa muscular, principalmente os adolescentes do sexo masculino; uma vez que o IMC não faz separação dos diferentes tecidos, podendo o aumento do IMC 31,32 nestes adolescentes, estar relacionado ao aumento de massa muscular ao invés de tecido adiposo . A classificação dos adolescentes, segundo o estágio de mudança de comportamento alimentar em relação a frutas e verduras, revelou que cerca de 28% da amostra encontrava-se em decisão e um quarto em manutenção para frutas (Gráfico 3); e cerca de 32% da amostra encontrava-se em decisão e cerca de 24% em manutenção para verduras (Gráfico 4). Ao analisar a mudança do comportamento após intervenção observou-se que não houve diferença estatística (p>0,05) entre pré e pós intervenção em relação ao comportamento de frutas e verduras, assim como entre os gêneros, neste critério. Houve aumento significativo de 7,6% e 10,5% dos individuos que consideravam sua alimentação saudável em relação a frutas e verduras, respectivamente. Assim como, aumentou significativo em 4,6% e 8% os indivíduos que pretendem melhorar sua alimentação através do consumo de frutas e verduras, respectivamente. Para ambas análises houve diferença significativa (p<0,01). Em estudo utilizando metodologia e amostra semelhante, constatou-se que o percentual de indivíduos classificados no estágio de manutenção para frutas era de 29,5%, corroborando com presente estudo. Enquanto que o consumo de verduras nessa mesma categoria foi de 38,9% não sendo condizentes com os resultados encontrados em nosso estudo. Houve diferença também na categoria pré contemplação, onde neste estudo, foi encontrado 14% e 8% para frutas e verduras 12 respectivamente, e em outro trabalho, 35% e 32% respectivamente . Gráfico 3. Comportamento alimentar em relação ao consumo de frutas no pré e pós-intervenção. Gráfico 4. Comportamento alimentar em relação ao consumo de verduras no pré e pósintervenção. - Pág. 8 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 Ao avaliar o consumo alimentar do período escolar antes e após as intervenções, através do questionário aplicado, observase mudanças no hábito alimentar. Tais mudanças podem ser caracterizadas por aumento significativo da inclusão de lanche no período escolar (11%; p< 0,01). Em relação ao consumo dos alimentos provenientes da cantina, houve aumento significativo do consumo de suco natural (12,8%; p=0,03) e redução significativa no consumo de suco artificial (6,8%; p=0,01) e balas (19,3%; p< 0,01), não havendo diferença significativa entre os gêneros. Quanto ao consumo da merenda escolar e outros itens alimentares da cantina não houve diferença significativa no período (p>0,05). Em estudo avaliando a preferência alimentar de adolescentes durante o período escolar, identificou que esta é caracterizada pelo consumo de alimentos predominantemente industrializados, com alto teor de lipídios e carboidratos simples, destacando entre estes: salgadinho tipo chips (28,5%), salgados assados e fritos (9,5%), refrigerantes (15,5%), sorvetes (6,5%), bolacha recheada (20%), chocolate (11,5%) e balas (3,5%), dados estes similares ao observado no presente estudo. Essas escolhas podem ser justificadas pela ausência de reflexo crítico sobre o ato alimentar saudável, comportamento este, característico da fase que compreende a adolescência, além de fatores adicionais como a influência de colegas e da mídia, que contribuem para preferência de alimentos de baixo valor nutricional. 4 CONCLUSÃO A população estudada apresenta uma prevalência de normalidade, porém, já há uma freqüência significativa da presença relevante de sobrepeso/obesidade; portanto, é de extrema importância, ampliar os estudos sobre esta faixa etária visando avaliar a dimensão do problema e criar estratégias de prevenção e controle. Embora haja regulamentos nacionais (Portaria Interministerial de no. 1010 de 8 de maio de 2006) na qual institui diretrizes para a promoção da alimentação saudável por meio da restrição do comércio de alimentos de alto teor de gordura saturada, gordura trans, açúcar livre e sal, há ainda um predomínio do consumo de alimentos com essas características durante o período escolar. O programa de educação nutricional proposto foi eficaz para modificação do conhecimento e práticas alimentares saudáveis. No entanto, ações educativas sobre estilo de vida saudável devem ser continuamente abordadas no ambiente escolar e incluir, além dos alunos, professores, pais, merendeiros e cantineiros a fim de permitir uma intervenção mais eficaz associada com a adoção da mudança permanente. 5. REFERÊNCIAS 1. KAC G.; VELÁSQUEZ-MELENDEZ G. A transição nutricional e a epidemiologia da obesidade na América Latina. Cad. Saúde Públ., n.19, Suppl 1:S4-5, 2003. 2. ESCODA MSQ. 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MONTEIRO, P.O.A.; VICTORIA, C.G.; BARROS, F.C.; TOMASI, E. Diagnóstico de Sobrepeso em Adolescentes: Estudo do Desempenho de Diferentes Critérios para o Índice de Massa Corporal. Rev. de Saúde Públ., v. 34, n. 5, p. 506-513, 2000. IDENTIFICAÇÃO DO NÍVEL DE ATIVIDADE FÍSICA DE ADOLESCENTES DO MUNICÍPIO DE RIO POMBA, MG Amair Rezende Heleno, Licenciado em Educação Física, Faculdade Ubaense Ozanam Coelho, email: [email protected] Paula Guedes Cocate, Mestra em Ciências da Nutrição, Universidade Federal de Viçosa, email: [email protected]. RESUMO A identificação do nível de atividade física em adolescentes é importante para conscientizar o indivíduo sobre os benefícios relacionados à saúde adquiridos pela prática regular de atividade física. O presente estudo teve como objetivo avaliar o nível de atividade física em adolescentes que estudam em escolas públicas e privadas do município de Rio Pomba, MG. Como metodologia, foi realizada uma pesquisa de delineamento transversal com uma amostra representativa de adolescentes de ambos os sexos com a idade entre 14 e 17 anos. Para tal, foi aplicado o questionário internacional de nível de atividade física (IPAQ). Constatou-se que grande parte dos adolescentes tem um índice baixo de sedentarismo. A partir dos dados apresentados, sugeriu-se que os educadores físicos estimulem a manutenção da prática de atividade física regular, para os ativos; e a aquisição deste hábito saudável por aqueles classificados como irregularmente ativos ou sedentários. Palavras-chave: adolescentes, nível de atividade física. - Pág. 10 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 INTRODUÇÃO Alguns autores pesquisados para o desenvolvimento deste trabalho demonstram em seus estudos, que na sociedade atual há uma grande parcela da população de jovens e adultos que apresentam em seu cotidiano um estilo de vida sedentário. O sedentarismo observado é devido ao avanço técnico tecnológico como, por exemplo, o controle remoto, o vídeo game, o computador, a internet como fonte de pesquisa e entretenimento, a maçaneta do carro que se tornou automática, dentre outros meios que são utilizados no dia a dia para a solução de ordem prática. Com isso, diminui a necessidade de atividade física para realizar funções decorrentes do uso dessas tecnologias. A falta de atividade física regular pode ocasionar uma série de doenças, tais como hipertensão, doenças crônicas degenerativas, estresse e obesidade. A atividade física regular apresenta relação inversa ao risco de doenças crônicas degenerativas, e tem um efeito positivo na qualidade de vida trazendo assim, vários benefícios à saúde por meio da influência direta sobre a morbidade na própria adolescência ou por uma influência mediada pelo nível de atividade física na vida adulta (TAMMELIN et al., 2003). Dentro desse contexto, autores têm enfatizado a importância da adoção de atividade física regular para a obtenção de melhorias nos níveis de saúde individual e coletiva (PATE et al., 1995). Além disso, é de grande importância detectar-se precocemente, de forma adequada, o sedentarismo, para a implementação de programas de atividade física, a fim de promover benefícios relacionados à saúde. No entanto, tem-se visto que, no Brasil, há poucos estudos relacionados ao sedentarismo. Além disso, os resultados de incidência e prevalência deste hábito são apresentados com variações diversificadas entre as localidades. Dentre os estudos que podem ser encontrados, destacam-se os desenvolvidos nos municípios de Pelotas, RS; Florianópolis, SC. e Niterói, RJ. (OEHLSCHAEGER et al., 2004; PIRES et al., 2004; SILVA e MALINA, 2000). Vale ressaltar que cada uma das pesquisas mencionadas utilizou-se de um questionário específico para a determinação do nível de atividade física validado para a população de seus estudos. Porém, ainda não se tem uma padronização de seu uso nos estudos nacionais. Um questionário validado para adolescentes brasileiros com idade superior a 14 anos, de fácil aplicação e disponível na versão curta, em português, é o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ), que tem sido utilizado em alguns estudos como no de Matsudo et al (2002) e Amorim et al (2006). Assim, verifica-se que há uma necessidade da padronização dos instrumentos para a identificação do real nível de atividade física da população adolescente em diversas localidades do Brasil. Com base nisso, o objetivo do presente estudo foi avaliar o nível de atividade física em adolescentes com a idade de 14 a 17 anos, estudantes do ensino fundamental e médio, do município de Rio Pomba, MG. MATERIAIS E MÉTODOS A Organização Mundial da Saúde considera a adolescência o período da vida entre 10 e 19 anos (WORLD HEALTH ORGANIZATION, 2008). Porém optou-se por realizar o presente estudo apenas com os adolescentes com a idade entre 14 e 17 anos, em observância ao instrumento de avaliação do nível de atividade física (IPAQ) que foi validado para indivíduos com idade superior a 14 anos (GUEDES et al., 2005). Assim, a amostra foi composta de 362 adolescentes de ambos os sexos (201 femininos e 161 masculinos) cursando o ensino médio da rede pública e particular da educação regular da cidade de Rio Pomba, MG. A presente pesquisa apresentou-se delineamento transversal, sendo realizada por meio da aplicação do questionário internacional de atividade física (IPAQ) para a avaliação do nível de atividade física dos adolescentes. Para a classificação do nível de atividade física pelo IPAQ, adotou-se as categorias: sedentário, irregularmente ativo, ativo e muito ativo. Essas categorias estão publicadas juntamente com o referido documento disponível no site www.celafiscs.org.br (CELAFISCS, 2008). Os dados foram apresentados em percentuais, sendo realizada sua análise descritiva. RESULTADOS E DISCUSSÃO Na Figura 1 estão representados os níveis de atividade física dos meninos e das meninas nascidos entre 1991 e 1994 (14 a 17 anos), obtidos por meio do questionário IPAQ. - Pág. 11 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 47,76 % 50 45 42,85 42,25 40 35 27,88 23,37 30 25 Feminino 20 13,66 Masculino 15 10 1,00 0,64 5 0 Sedentário Irregularmente ativo Ativo Muito ativo Figura 1: Nível de atividade física de adolescentes de ambos os sexos obtidos pelo questionário IPAQ. Ao somar a prevalência de sedentarismo, irregularmente ativos, ativos e muito ativos dos meninos e das meninas, constatou-se que 0,82% (3 adolescentes) foram classificados como sedentários, 19,06% (69 adolescentes) como irregularmente ativos, 45,58% (165 adolescentes) como ativos e 34,54% (125 adolescentes) como muito ativos. Ao somar o percentual de indivíduos ativos e muito ativos separados por gênero, os meninos se sobressaíram em relação às meninas, sendo os valores correspondentes a 85,1% e 75,64%, respectivamente. A diferença encontrada entre meninos e meninas pode ser explicada em razão da quantidade de atividade física, em geral, os meninos participam mais de atividades físicas do que as meninas (GIUGLIANO e CARNEIRO, 2004). Os resultados obtidos no atual estudo concordam com os resultados observados por Hallal et al. (2006) em que se verificaram que os meninos (51%) foram mais ativos nas atividades físicas do que as meninas (33%). Em oposição ao resultado obtido no presente estudo, Amorim et al. (2006) verificaram que as meninas são mais ativas do que os meninos, revelando-se que as meninas realizam três vezes mais atividades na sessão casa que os meninos. Tal diferença apresentada nessa sessão demonstra que esta seja uma característica cultural ainda arraigada na sociedade, em que a maior parte do trabalho doméstico é considerada como de responsabilidade do sexo feminino. Ao analisar a prevalência de sedentarismo em alguns estudos nacionais, constatou-se que no estudo de Oeshlschaeger et al. (2004) foi verificado que 22% dos adolescentes de 15-19 anos da cidade de Pelotas,RS eram sedentários. Já no trabalho de Silva e Malina (2000), 85% dos estudantes de 14 e 15 anos foram classificados como sedentários. E na pesquisa de Oliveira et al. (2008), ao aplicar o questionário IPAQ para adolescentes do ensino médio de uma escola estadual em Juazeiro do Norte,CE, também constataram uma alta prevalência de sedentarismo nesta população (45%). A partir desses dados, observa-se que a prevalência do sedentarismo no atual estudo (0,82%) foi inferior ao resultado obtido em outros estudos realizados em outras regiões brasileiras. O resultado encontrado quanto ao bom nível de atividade física da amostra estudada, possivelmente, foi devido ao fato desta pesquisa ter sido realizada em uma cidade do interior de Minas Gerais, que apresenta forte influência na prática de atividades físicas tradicionais. Nesta cidade mineira são desenvolvidos, todos os anos, jogos escolares que incentivam e motivam os alunos a participarem de esportes. CONCLUSÃO A maioria dos participantes foi classificada como adolescentes ativos e muito ativos, pelo questionário IPAQ, sendo observado que os maiores níveis de atividade física encontram-se entre os meninos. Verificou-se, também, que os baixos níveis de sedentarismo na população estudada são divergentes em relação a outros estudos publicados no Brasil. A partir dos dados apresentados, sugere-se que os educadores estimulem a manutenção da prática de atividade física regular para os adolescentes ativos, e a aquisição deste hábito saudável para aqueles adolescentes que não praticam atividade física de forma regular, que são considerados sedentários. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS AMORIM, P.R.S.; FARIA, R.C.; BYRNE, N.M.; HILLS, A.P. Análise do questionário internacional de atividade física em adolescentes. Fitness & Performance Journal, v.5, nº 5, p. 300-305, 2006. CELAFICS. Questionário nível de atividade física. Disponível em: <http:www.celafscs.org.br>. Acesso em: 5 mai. 2008. - Pág. 12 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 GIUGLIANO, R.; CARNEIRO, E.C. Fatores associados à obesidade em escolares. Jornal de Pediatria, v. 80, n. 1, p. 17-22, 2004. GUEDES, D.P.; LOPES, C.C.; GUEDES, J.E.R.P. 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Caderno de Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 16, n. 4, p. 1091-1097, 2000. TAMMELIN, T.; NAYHA, S.; HILLS, A.P.; JARVELIN, M.R. Adolescent participation in sports and adult physical activity. American Journal Preventive Medicine, v. 24, p.22-28, 2003. WORLD HEALTH ORGANIZATION. 10 facts on adolescent health. Disponível em: <http://www.who.int/features/factfiles/adolescent_health/en/index.html >. Acesso em: 4 de dez 2008. INFLUÊNCIA DA ANALGESIA PERIDURAL LOMBAR CONTÍNUA EM RECÉM-NASCIDOS DE PARTO NORMAL Eliana Peres Rocha Carvalho Leite, UNIFAL, Doutoranda, [email protected] Maria Jose Clapis, Doutora Christianne Alves Pereira Calheiros, Mestre Maria Inês Barbosa Braga Bérgamo, MestreLuana Rodnitzky Fassina, Graduação Luciana Souza Siqueira, Graduação Patrícia Alves Pereira Carneiro, Mestranda Paulo Mozart Fernandes, Graduação Marina Conceição Peres Carvalho, Especialista RESUMO O estudo objetivou verificar as condições de APGAR dos recém nascidos de mães submetidas ou não a analgesia peridural lombar contínua. Trata-se de um estudo descritivo de corte transversal com abordagem quantitativa, sendo analisadas pelos pesquisadores 212 fichas de recém-nascidos no período de 2003 a 2005. Os aspectos éticos foram preservados, o projeto foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa e os dados submetidos à análise descritiva. Os resultados evidenciaram que nas pontuações de APGAR no 1º minuto na característica Cor, a maioria obteve pontuação 1, com ou sem analgesia sendo 99,06% e 98,11% respectivamente. Para o 5º minuto, na mesma característica, aproximadamente 25,50% dos neonatos continuaram com a pontuação 1(um), tanto aqueles nascidos de mulheres com ou sem analgesia. Conclui-se que não houve alterações importantes nas condições de APGAR dos recém-nascidos de acordo com a utilização ou não da analgesia peridural lombar contínua. Palavras chave: Analgesia peridural. Neonato. Índice de APGAR. INTRODUÇÃO A experiência da maternidade é um dos eventos mais marcantes na vida da mulher, devendo ser vivenciada de forma plena, consciente, possibilitando a participação da mulher como protagonista deste momento único de sua vida. Isso implica em promover mudanças profundas nos conceitos de atenção à saúde da mulher. No Brasil estas mudanças ocorreram a partir de medidas adotadas pelo Ministério da Saúde, conforme propostas da - Pág. 13 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 Organização Mundial de Saúde (OMS), e Organização Pan-Americana de Saúde (OPAS) onde questões relacionadas ao bem estar da mulher durante o trabalho de parto e parto vem sendo discutidas, revistas e reformuladas, entre elas o controle da dor, visando o alcance da maternidade segura e humanizada. Propõe, neste sentido, oferecer uma atenção ao parto que possibilite o controle da dor, a ser garantido como um direito da mulher brasileira pelas portarias do Ministério da Saúde nº 2.815 de 1998 e, posteriormente, a de nº 572 de 2000, que incluem a analgesia de parto na tabela de procedimentos obstétricos remunerados pelo Sistema Único de Saúde (SUS) (BRASIL, 2003). A analgesia peridural lombar, um dos métodos farmacológicos mais utilizados, considerada segura e eficaz ganhou muita popularidade nas últimas décadas. Segundo Eberle et al (2006) há controvérsias quanto à possibilidade dessa técnica interferir no andamento do trabalho de parto e na vitalidade do neonato, porém para Baraldi, et al. (2007) não existe consenso sobre os efeitos da analgesia no bem estar fetal. Diante da possibilidade da analgesia peridural interferir na vitalidade fetal verifica-se ser de vital importância a avaliação das condições do neonato. Para proceder esta avaliação, pode-se utilizar a Escala de APGAR, que foi desenvolvida pela anestesiologista Virgínia APGAR em 1952, com o objetivo de avaliar rapidamente as condições físicas e vitalidade do neonato após o parto evidenciando um índice que varia de 0 a 10 (LOTH; VITTI; NUNES, 2001; SILVA, 2002; EGEWARTH, ALMEIDA, GUARDIOLA, 2005). A avaliação é normalmente realizada duas vezes: uma no primeiro minuto após o nascimento, e novamente no 5° minuto. De acordo com D’Orsi e Carvalho (1998); Silva (2002); Hübner e Juárez (2002), a escala compreende uma avaliação dos sistemas cardiopulmonar e neurológico após a verificação de cinco fatores, como: freqüência cardíaca, respiração, irritabilidade reflexa, tônus muscular e cor da pele. Cada um desses fatores recebe nota de 0 (zero) a 2 (dois). A classificação proposta em 1981 subdivide o APGAR em: boas condições ao nascimento (APGAR entre 8 e 10), anóxia leve (APGAR igual a7), anóxia moderada (APGAR entre 4 e 6) e anóxia grave (APGAR entre 0 e 3) (MELLO JORGE, et al.,1993). Apesar do Ministério da Saúde garantir a analgesia possibilitando as parturientes o parto sem dor, algumas maternidades da região de Alfenas - MG e do interior do país, não disponibilizam tal procedimento alegando riscos para o feto e o neonato. Diante desta realidade o presente estudo teve por objetivo verificar as condições de APGAR dos neonatos de mães submetidas ou não a analgesia peridural lombar contínua MATERIAL E MÉTODOS Trata-se de um estudo descritivo de corte transversal com abordagem quantitativa. A população em estudo foi constituída por nascidos vivos nos anos de 2003, 2004 e 2005 cujos partos foram assistidos na maternidade do município de Alfenas – MG. A amostra foi composta por 212 neonatos a termo, excluindo os gemelares, baixo peso ao nascer, assim como os prematuros, tendo em vista que os mesmos apresentam maior pré-disponibilidade a alterações de APGAR. As mães possuíam idades entre 20 a 34 anos e foram excluídas àquelas portadoras de patologias. Dos 212 prontuários analisados, 106 foram de neonatos nascidos de parto normal sem utilização de analgesia constituindo 50% da amostra e os demais foram prontuários de neonatos nascidos de parto normal com a utilização da analgesia. Os dados foram coletados pelos autores no período de maio a julho de 2006, analisando as fichas de avaliação das condições de nascimento dos recém-nascidos (Escala de APGAR). As variáveis do estudo foram às condições do neonato no 1° e 5° minuto contidas na escala de APGAR (freqüência cardíaca, respiração, irritabilidade reflexa, tônus muscular e cor da pele), idade materna, paridade e acompanhamento prénatal, todas relacionadas com a realização e não de analgesia peridural lombar contínua. O estudo foi realizado após autorização da Instituição preservando o anonimato dos participantes, considerando que os dados foram originados de fonte secundária. Foi garantido o anonimato da Instituição envolvida e o trabalho final foi encaminhado à mesma. O projeto foi encaminhado e aprovado pelo Comitê de Ética e Pesquisa da Pró-reitoria de PósGraduação e Pesquisa da UNIFAL-MG de acordo com a Resolução 196/96 (BRASIL, 1996). RESULTADOS E DISCUSSÃO Os resultados mostraram as condições de nascimento, segundo o APGAR, de 106 recém-nascidos de mães submetidas à analgesia peridural lombar contínua e 106 recém-nascidos de mães que tiveram seus partos sem a utilização de tal procedimento (106). Tabela 1 – Distribuição das condições de nascimento segundo as características e pontuações do APGAR, na presença e na ausência de analgesia peridural lombar contínua. Alfenas, 2006. - Pág. 14 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 Nas Pontuações de APGAR obtidas pelos neonatos no 1º minuto (Tab. 1), observa-se quanto à característica Batimento Cardíaco, que todos os neonatos apresentam pontuação 2 (dois) e, quanto a Cor, a maioria com pontuação 1(um), tanto na presença (99,06%) como na ausência de analgesia (98,11%). Para o 5º minuto, a maioria dos neonatos passaram a apresentar pontuação 2 (dois), com exceção da Cor, em que aproximadamente 25,50% dos neonatos continuam com a pontuação 1(um), tanto aqueles nascidos de mulheres submetidas à analgesia como aqueles nascidos de mulheres que não se submeteram ao procedimento. O miocárdio do neonato tem reserva funcional bastante reduzida. Por esta razão, os neonatos nascem com dificuldade no bombeamento sangüíneo, principalmente para as extremidades, levando a uma cianose nas mesmas. Com o tempo o neonato vai se adaptando a vida extra-uterina e esse quadro se normaliza (GARCIA, 1998). Este aspecto fisiológico pode justificar a alteração na pontuação da cor observada no presente estudo independentes ou não da ação analgésica. Segundo Eberle et al (2006), o baixo valor do índice de APGAR é muito empregado como sinônimo de asfixia neonatal. Valores reduzidos no 1º minuto são muitas vezes determinados por depressão temporária, enquanto no 5º minuto implica a presença de complicações de importância clínica, indicando que o neonato não respondeu bem às manobras para reanimálo. Todos os neonatos que foram estudados tiveram bons resultados do índice de APGAR no 1º minuto. Aqueles que nasceram sob a vigência de analgesia pela técnica peridural tiveram valores mais altos desse índice ressaltando o fato de terem nascido exclusivamente por via vaginal, o que levou a supor que outros problemas não relacionados com a técnica de analgesia podem ter sido influenciados pela via de nascimento. Quanto ao registro da avaliação, cabe ressaltar que os resultados encontrados por Santoro e Martinez (2004), mostraram que, se o registro do índice de APGAR for feito por memorização (equipe de assistência na sala de parto), o índice ao 5º minuto poderá ser falho. A exceção da freqüência cardíaca, cuja aferição não sofreu alteração em relação à maneira como o índice foi avaliado, os outros componentes, ao quinto minuto, tiveram seus valores superestimados. Recomenda-se que o registro do APGAR seja tão rigoroso quanto o escrito originalmente. Na prática utilizada pelo profissional de enfermagem de nível médio, na assistência imediata ao recém-nascido na maternidade em que foi desenvolvido o estudo, o registro das condições de nascimento (APGAR) é feito por memorização, após a realização de todos os procedimentos necessários nesta assistência, comprometendo a fidelidade dos resultados. - Pág. 15 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 Ao avaliar as condições de APGAR de acordo com a utilização e não da analgesia e a idade materna, os resultados evidenciaram para todas as faixas etárias, condições satisfatórias de nascimento segundo o APGAR de 5º minuto. No 1º minuto verificou-se anóxia leve em 4,72% de recém-nascidos de mães com analgesia em faixa etária de 20 a 34 anos. Isto pode sugerir alguma interferência nas condições de nascimento em partos normais sob a ação analgésica. De acordo com o número de partos (de 1 a 3) observou-se 4,72% de recém-nascidos, com anóxia leve no 1º minuto de mães submetidas à analgesia. No APGAR de 5º minuto todos apresentaram boas condições de nascimento. Não foi observada nenhuma interferência nas condições de nascimento de acordo com a variável número de consultas de pré-natal e utilização e não de analgesia peridural lombar contínua. CONCLUSÕES Após a análise das tabelas verificou-se que nas pontuações de APGAR, quanto a Cor, que a maioria dos neonatos tiveram pontuação 1(um) no 1º minuto e, no 5º minuto, aproximadamente 25,50% dos neonatos continuaram com a pontuação 1(um), independente de terem nascidos de mães submetidas ou não a analgesia peridural lombar contínua. Os resultados evidenciaram que não houve alterações importantes nos resultados da avaliação das condições de APGAR dos recém-nascidos de acordo com a utilização ou não da analgesia peridural lombar contínua bem como nas variáveis relacionadas à idade materna, número de partos e de consultas de pré-natal. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BARALDI, A.C.P., et al. O uso de analgesia peridural em obstetrícia: uma metanálise. Revista de Enfermagem da UERJ. Rio de Janeiro, v.15, n.1, p.64-71, jan.mar., 2007. BRASIL. Fundação Nacional da Saúde. Resolução nº 196, de 10 de outubro de 1996. Sobre pesquisas envolvendo seres humanos. Informe Epidemiológico do SUS, Brasília, ano 5, n. 2, p. 13 – 41, abr/jun. 1996. Suplemento 3. ______ Parto, aborto e puerpério: assistência humanizada à mulher. Brasília, DF, 2003. D’ORSI, E.; CARVALHO, M. S. Perfil de nascimento no município do Rio de Janeiro: uma análise espacial. Cad. Sde. Publ., v. 14, n. 2, p. , abr./jun. 1998. EBERLE, A. S. et al. 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Um programa de Educação Física com jogos e brincadeiras foi oferecido duas vezes por semana, e incluiu organização e cuidado com os espaços físicos e com os materiais e a elaboração de regras. Atividades, relações interpessoais e demandas pessoais foram analisadas. Os dados - Pág. 16 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 mostraram que atividades de jogos e brincadeiras auxiliam no desenvolvimento infantil, sugerindo a introdução de aulas de Educação Física para estas crianças como possibilidade de minimizar impactos negativos das mudanças sociais que tem ocorrido nos dias de hoje. PALAVRAS-CHAVE: Jogos e Brincadeiras; Desenvolvimento Infantil; Instituição Infantil. INTRODUÇÃO Desde a época da escravidão já se presenciava mães que entregavam seus filhos aos cuidados de outra pessoa, contudo, foi durante o processo de industrialização, no início do século XX, que surgiram as creches, com caráter assistencialista e filantrópico, como tentativa de solucionar problemas sociais, tais como alimentação e cuidados de crianças cujas mães ingressaram no mercado de trabalho (BASSAN, 1997). Com as demandas da sociedade pós-moderna houve uma pressão social para que estas instituições passassem a ter caráter educacional e, com a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional nº. 9.394/96 (BRASIL, 1998), as creches passaram a ser consideradas Instituições de Ensino Infantil. De acordo com esta Lei, a Educação Infantil passou a ser a Primeira etapa da Educação Básica, tendo como objetivo o desenvolvimento integral da criança até os seis anos de idade, incentivando a complementaridade destas instituições com a família. Em conseqüência, as crianças começam a ingressar cada vez mais cedo nas escolas, passando a ter menos tempo livre para brincarem. Outras mudanças sociais, tais como: tráfico urbano, diminuição dos espaços públicos e das moradias, êxodo rural, criação de brinquedos eletrônicos, surgimento da TV, internet e vídeo game (SILVA et al, 2006), podem diminuir ainda mais as possibilidades de movimentação fisicamente ativa e vivência de brincadeiras livres das crianças. O que se observa, segundo Marcellino (2005), quando se foca o olhar para a criança inserida neste contexto social, é um furto das oportunidades de vivências lúdicas, bem como o oferecimento, em contrapartida, de instrumentos préestabelecidos, como os brinquedos industrializados ou atividades passivas (TV, vídeo game, DVD...) que, direcionando as atividades das crianças, restringem suas escolhas, criatividade e autonomia. Porém, é muito evidente a importância das brincadeiras e atividades motoras nesse período crucial da vida, que são os primeiros anos. Nessa fase, a criança é essencialmente “motora”, aprende sobre as coisas do mundo vivenciando-as. Stabelini Neto et al. (2004) afirmam que, em tempos atrás, essas experiências motoras eram vivenciadas espontaneamente pelas crianças no seu dia-a-dia, pois elas dispunham de espaços livres para suas brincadeiras, como praças, ruas e parques, mas que, atualmente, as crianças são “relegadas a brinquedos, na maioria das vezes, eletrônicos ou a atividades desenvolvidas em pequenos espaços, que limitam a aventura lúdica e a experimentação ampla de movimentos” (STABELINI et al, 2004, p.136). Autores como Marcellino (2005), Carlos Neto (2000, 2001), Nicoletti e Guerra Filho (2004), Roedel e França (2004) e Pasdiora e Hort (2006) destacam a importância do brincar, do brinquedo, do lazer e do tempo “livre” para a criança, ressaltando, também, estes elementos como direito legal garantido na Constituição Brasileira de 1988, na Declaração dos Direitos da Criança, aprovada pela ONU em 1959, no Estatuto da Criança e do Adolescente em seu capítulo 4, artigo 59. Além das questões legais sobre o direito da criança ao lazer e ao brincar, existem outros aspectos que podem ser citados para “justificar” a sua relevância. Para Marcellino (2005), o primeiro deles seria o simples fato de que brincar é gostoso, dá prazer, gera felicidade. Além disso, por meio dessa satisfação atingida, a criança tem a possibilidade de vivenciar plenamente a sua infância e desenvolver-se como ser genuinamente humano, participante e inserido ativamente numa sociedade e não como mero expectador e recebedor de padrões já estabelecidos. O distanciamento da criança das possibilidades de brincar, reforçado, inclusive, pela ida das crianças às instituições de ensino infantil, onde, muitas vezes, lá permanecem de 9 a 10 horas diárias durante a semana, com raríssimas oportunidades de brincar, como mostrou Batista (1998), pode causar sérios prejuízos ao seu desenvolvimento; poucos são os estudos que têm observado o desenvolvimento das crianças inseridas nestas instituições. Este fato agrava-se ainda mais quando se percebe, como denunciou Bronfenbrenner (1996), que a maioria dos estudos em desenvolvimento humano é realizado observando-se características isoladas e sem levar em consideração que o meio ambiente exerce papel fundamental sobre o desenvolvimento infantil. Portanto, este estudo adota a Teoria Bioecológica do Desenvolvimento Humano postulada por Bronfenbrenner (1996), como seu alicerce, a utilização desta teoria justifica-se, pois esta pesquisa foi realizada em uma instituição de ensino infantil, ou seja, um ambiente direto no qual a criança está inserida, tendo como objetivo promover oportunidades de vivências lúdicas no ambiente da instituição e analisar o comportamento das crianças buscando possibilidades de promover o desenvolvimento infantil . Assim, a perspectiva ecológica expressa a relação entre o indivíduo, o ambiente e a tarefa. Bronfenbrenner (1996, p. 10) define o desenvolvimento “como a concepção desenvolvente da pessoa do meio ambiente ecológico, e sua relação com ele, e também como a crescente capacidade da pessoa descobrir, sustentar ou alterar suas propriedades”. Originada na crítica às pesquisas formuladas em laboratórios, Bronfenbrenner (1996) ofereceu-nos um novo olhar sobre as pesquisas em desenvolvimento humano. Este parte da importância da análise do contexto de inserção da pessoa, não apenas o imediato, mas também os outros contextos relacionados, direta ou indiretamente, no desenvolvimento; relações estas que são ignoradas em muitas pesquisas sobre o desenvolvimento humano. - Pág. 17 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 No modelo bioecológico, postulado por Bronfenbrenner (1996), o desenvolvimento se dá pela interação de quatro elementos: o processo, que envolve formas particulares de interação entre o organismo e o ambiente; a pessoa, cujas propriedades incluem as características pessoais; o contexto, que é sistematizado pelas estruturas microssistema, mesossistema, exossistema e macrossistema, e o tempo, que é um elemento que considera duas dimensões, o período vital e o período social (VIEIRA, 2003). Os ambientes ecológicos podem ser entendidos como estruturas encaixáveis, no nível mais interno encontra-se o ambiente imediato da pessoa em desenvolvimento, o microssistema, este é composto por três elementos essenciais: as atividades, as relações interpessoais e os papéis. As atividades podem ser molares, que compreendem aquelas que são significativas para a pessoa, ou moleculares, que são consideradas atividades passageiras. As relações interpessoais ocorrem quando uma pessoa participa com outra em uma atividade ou presta atenção à atividade de outrem. Os papéis, terceiro elemento, correspondem aos papéis que uma pessoa assume perante a sociedade. No segundo nível desta estrutura encontra-se o mesossistema formado pelos ambientes no qual a pessoa em desenvolvimento participa efetivamente. No terceiro nível encontra-se o ambiente ecológico no qual a pessoa em desenvolvimento não participa, mas os eventos ocorridos neste a afeta diretamente, este é o exossistema. Por último, englobando o complexo de sistemas, encontra-se o macrossistema, que diz respeito às influências da cultura, subcultura e sociedade, de uma forma mais ampla, sobre o desenvolvimento da pessoa (Bronfebrenner, 1996). MATERIAIS E MÉTODOS Neste estudo foram observadas 68 crianças de ambos os sexos, faixa etária 04 a 06 anos, freqüentadoras de uma instituição de ensino de Piracicaba/SP, na qual foi oferecido um programa de Educação Física que contou com duas aulas semanais, com duração de 40 minutos cada aula, para os níveis Jardim I e II. Foram realizadas 29 sessões em cada turma. O programa teve como conteúdo brincadeiras e jogos infantis, em sua maioria com atividades fisicamente ativas, incluindo vivência de jogos populares, organização e cuidado com os espaços físicos e com os materiais, elaboração de propostas de modificação dos jogos vivenciados. Foram realizados 15 jogos e brincadeiras diferentes, utilizando materiais como: lenços coloridos de TNT, tubos de papelão, bolas, pneus. Foram realizadas também atividades com habilidades motoras básicas, nas quais foram feitas solicitações para que as crianças, individualmente corressem, saltassem, arremessassem, recebessem ou chutassem uma bola, ou desviassem dela Todas as aulas ministradas foram registradas em um diário de campo (MINAYO et al, 1994), com itens previamente selecionados e os dados coletados foram analisados de acordo com a proposta de Bronfrenbrenner (1996). O estudo foi aprovado pelo Comitê de Ética em Pesquisa, de uma instituição de ensino superior, com Parecer nº 61/06 e os responsáveis das crianças assinaram o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido. RESULTADO E DISCUSSÃO As aulas foram abordadas no contexto de desenvolvimento primordial, que é aquele no qual a criança pode observar e engajar-se em padrões de atividades conjuntas, progressivamente mais complexas, com ou sob a orientação direta de pessoa que já possua conhecimentos e habilidades ainda não adquiridos pela criança (KREBS, 1997). A freqüência de participação das crianças nas aulas de Educação Física mostrou que a maioria dos alunos esteve presente em quase todas as aulas sendo que apenas três faltaram em 20% do programa. O programa de aulas foi composto por jogos e brincadeiras proporcionando o brincar coletivo, ora predominando a ação livre e marcada pela presença da fantasia e da improvisação (brincadeira) e, ora pela presença de regras (jogo) (OLIVEIRA, 1986). As atividades do pega-pega rabinho, tapete mágico, lenço atrás, acorda seu urso, gato e rato, pega-pega ajuda, equilibristas, corrida de lenços, corrida de revezamento e corrida de cavalinhos foram molares, pois, as crianças participaram com bastante entusiasmo e pediam para não interromper o jogo ou a brincadeira, ou no início da próxima aula pediam para brincar novamente. As atividades de estátua, estafeta, cachorrinho e seu osso, salada de frutas e serpente foram consideradas moleculares, porque as crianças deram pouca importância às mesmas. Em relação às atividades realizadas no microssistema predominaram as fisicamente ativas, ou seja, aquelas que demandam maior gasto energético. As crianças se identificaram com as atividades de corrida que por serem realizadas em um espaço grande e diferente do vivenciado em sala de aula, permitindo a exploração de várias formas de locomoção. Essas atividades foram classificadas como molares porque foram significativas paras as crianças que queriam permanecer nelas. (BRONFENBRENNER,1996). Isto já não foi observado com tanta freqüência nas atividades como a estátua e a estafeta, onde algumas crianças demonstraram pouco interesse sendo caracterizadas como atividades moleculares. Uma possibilidade que possa justificar as atividades se tornarem molares seria que elas davam oportunidade das crianças realizarem brincadeiras e jogos diversificados, fato este que ocorre muito pouco na rotina estabelecida pela instituição. No estudo de Martins e Szymansk (2006) as autoras abordam que as brincadeiras são um importante veículo para a comunicação entre o adulto e a criança. Por meio do brincar as crianças vivenciam momentos agradáveis durante o - Pág. 18 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 processo de socialização e adquirem conhecimentos, contribuindo para o seu desenvolvimento. De acordo com Bronfenbrenner (1996), o potencial desenvolvimental de um ambiente depende das oportunidades criadas pelos adultos para que a criança se envolva em atividades molares e interações sociais progressivamente mais complexas, proporcionais às suas capacidades, permitindo um equilíbrio de poder de forma que a criança possa atuar criativamente. As regras foram apresentadas pela professora de acordo com cada atividade. As crianças jogavam e depois que se percebia que elas haviam entendido, formava-se uma roda de conversa e, a partir daí, eram reconstruídas as regras, de acordo com as sugestões e necessidades que as crianças apresentavam. A criação de regras aconteceu mais rápida em alguns jogos como, por exemplo, Pega-Pega Ajuda, Pega-Pega Rabinho, Lenço Atrás e Acorda seu Urso, pois esse jogos foram rapidamente compreendidos, em outros jogos houve a necessidade de maior número de vivências para que as crianças criassem as regras. Dentre as regras criadas destacou-se: a delimitação do espaço da atividade; o uso do material; o respeito pelo próprio material e do outro; regras de convivência como: não empurrar, não beliscar, não morder, não puxar a camiseta, não gritar no ouvido do outro, quando alguém caísse a atividade seria paralisada para ver se o aluno precisava de ajuda e, em alguns jogos poderia haver mais de uma aluno no comando, como por exemplo, na atividade Acorda seu Urso, mais alunos seriam o urso, na atividade do Tapete Mágico poderiam ser criadas outras formas de trocar de lugar. Durante algumas atividades, algumas crianças se destacaram pela liderança. Foi observado como líder positivo aquele que durante a atividade incentivava os colegas a jogarem, que foi escolhido por várias vezes pelo grupo para ser o “comandante” do jogo e pelo seu nome ter sido lembrado em vários momentos da aula. O líder negativo neste estudo foi observado quando influenciava os demais alunos a não respeitarem as regras, quando estimulava a saída deles da atividade ou quando demonstrava pouco respeito ao material usado e, com base neste gesto fazia com que outros o copiassem. No decorrer das aulas alguns papéis sociais foram representados pelas crianças durante o jogo, como: personagens de histórias, fugitivo, pegador, motorista, perseguidor, caçador, inimigo, pai, piloto de Fórmula I, motoqueiro, cavaleiro, pintor, varredora, equilibrista, jogador de futebol e vendedor. No microssistema das aulas, os papéis sociais que foram desempenhados estavam relacionados com as atividades molares realizadas (atividades significativas). Sendo o papel social um elemento do microssistema, não se pode negar que ele é influenciado pelo macrossistema em que a criança está inserida (BROFENBRENNER, 1996). Isto ocorreu nos papéis sociais em que a crianças representavam os personagens de história, como por exemplo, os Power Rangers (desenho assistido com freqüência pelas crianças da creche e que elas os tomam como seus heróis prediletos). O jogador de futebol foi representado pela forte influência da figura do pai torcedor na vida do filho. O motorista também apareceu representando familiares da criança que trabalham nesta profissão ou mesmo o motorista do ônibus. Personagens de histórias contadas pelas professoras/monitoras da sala de aula também surgiram em algumas atividades. Ramalho (1996) apresenta em seu estudo a importância de oportunizar diferentes vivências, desafios, estímulos para que a criança possa se desenvolver. O contexto lúdico permite a criança construir relações sociais e formação de grupos importantes para seu desenvolvimento positivo. O contexto lúdico permitiu muitas crianças vivenciarem novas experiências contribuindo para seu desenvolvimento. Foram observadas algumas mudanças nas relações pessoais durante o processo; percebeu-se que as aulas aproximaram as crianças. Através dos jogos e brincadeiras, as crianças foram estimuladas a resolver conflitos, questionar, criar, relacionar. Os desafios propostos levaram muitas crianças, que no início do programa se mostraram tímidas e inseguras, a ousarem mais e essas atitudes as tornaram parte do grupo, e não somente espectadores como no início. Conforme Blascovi-Assis (1999), as brincadeiras proporcionam um enorme potencial educativo e de desenvolvimento, por meio delas a criança se diverte, aprende e interage com o mundo. Segundo a autora, ao oferecer atividades variadas ao grupo, o professor prepara as crianças para conviver em sociedade, de forma tranqüila e segura em diferentes situações. CONSIDERAÇÕES FINAIS Ao longo deste estudo observou-se que a participação das crianças nas atividades lúdicas, propostas no programa de aulas de Educação Física auxiliaram no seu desenvolvimento global. É inegável a contribuição das brincadeiras e jogos ao mundo de movimento das crianças, embora, lamentavelmente, exista uma carência muito grande de profissionais que considerem o brincar uma prioridade na educação infantil. Prioriza-se os cuidados com a higiene, alimentação, descanso, negando-se o brincar como algo “não sério” desfavorecendo uma educação que valorize o “ser criança”. Ao analisar os dados deste estudo, evidencia-se a importância das aulas de Educação Física na instituição infantil, pois contribuem para o desenvolvimento da criança auxiliando na aquisição de experiências motoras, na construção de relacionamentos pessoais, na resolução de problemas, nos questionamentos sobre regras e no desempenho de papéis sociais. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS BASSAN, S. A constituição social do brincar: um estudo sobre o jogo de papéis. 1997. Dissertação (Mestrado em Educação) – Faculdade de Educação da Universidade Estadual de Campinas, Campinas, SP, 1997. - Pág. 19 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 BATISTA, R. A rotina no dia-a-dia da creche: entre o proposto e o vivido. Dissertação (Mestrado em Educação). Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 1998. BLASCOVI-ASSIS, S.M. Lazer para deficientes mentais. In: MARCELLINO, N.C. Lúdico, Educação e Educação Física. 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Mediante a sociedade moderna, a globalização, a competitividade, este trabalho objetivou comparar os níveis de absenteísmo antes e após a implantação de um programa de ginástica laboral. Foram utilizados dados do Serviço Especializado de Segurança e Medicina do Trabalho e do Departamento Pessoal para - Pág. 20 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 comparação dos índices de absenteísmo, quanto a licenças médicas e afastamento pelo Instituto Nacional de Seguridade Social, durante julho de 2004 a dezembro de 2005 e janeiro de 2006 a junho de 2007, lembrando que o segundo período possuía a intervenção do Programa de Ginástica Laboral. Os resultados quantitativos mostraram uma redução bastante numerosa no registro dos casos de absenteísmo por Lesão por Esforço Repetitivo / Distúrbio Osteomuscular Relacionado ao Trabalho no período avaliado. Visto que obtivemos redução de 90% dos afastamentos pelo Instituto Nacional de Seguridade Social do segundo período em relação ao primeiro e redução de 52,6% dos dias atribuídos a licença médica do segundo período em relação ao primeiro. Após todo este estudo conclui-se que a redução de licenças médicas tão quanto de afastamentos pelo Instituto Nacional de Seguridade Social foram influenciados diretamente pela inserção e aplicação dos exercícios de ginástica laboral no local de trabalho. Confirmando assim a relação benéfica existente com Programa de Ginástica Laboral sendo parte integrante do Programa de Qualidade de Vida. Palavras-chave: sociedade; redução; afastamento. INTRODUÇÃO O absenteísmo diminui a qualidade do trabalho, acarreta problemas de ordem produtiva e financeira, pois ao faltar ao trabalho, este deixa de ser feito ou é suprido parcialmente por outro colaborador e isto afeta o produto final. Assim, faz-se mister um trabalho de pesquisa e análise das causas do absenteísmo e a busca de possíveis soluções para este problema que tanto prejudica e aflige o ser humano, procurando promover qualidade de vida nas pessoas em sua vida cotidiana e no trabalho. Esta pesquisa teve como objetivo quantificar e relacionar os índices de absenteísmo num estudo comparativo longitudinal, levando-se em consideração a análise quantitativa entre antes e após a intervenção da implantação de ginástica laboral, em uma empresa do ramo siderúrgico, no período compreendido entre julho de 2004 a junho de 2007. No primeiro capítulo, Enquadramento teórico, foram relacionados temas que influenciam os níveis de absenteísmo, como: qualidade de vida no trabalho; inclusão de programas de ginástica laboral visando a promoção de saúde e qualidade de vida; termos utilizados para indicar sintomas e doenças relacionadas ao trabalho, com seus devidos conceitos fisiológicos, limitações funcionais e como exemplo, alguns tipos de acometimentos. Já no segundo capítulo, Materiais e métodos, todos os procedimentos da pesquisa foram descritos, citando o local, período e amostra de onde o programa de ginástica laboral foi executado para a realização do estudo. Em seqüência, o terceiro capítulo tratou dos resultados obtidos, provindos do comparativo dos três anos, que foram apresentados na forma de gráfico e a discussão da relevância desses resultados frente ao contexto empresarial. Por fim, o estudo enfatizou a influência do programa de exercícios sobre a redução dos índices de absenteísmo. Firmando assim a significante importância do programa de ginástica laboral como um dos instrumentos para prevenção de doenças ocupacionais. MATERIAIS E MÉTODOS A pesquisa foi realizada em uma empresa do ramo siderúrgico, localizada no centro oeste mineiro, na cidade de Divinópolis, que tem como foco principal a produção e venda de ferro gusa, tanto no mercado interno quanto no externo. Os dados foram analisados num período de três anos compreendidos entre julho de 2004 a junho de 2007. Sendo dividido em dois períodos iguais (1 ano e 6 meses) cada. O estudo utilizou como principal embasamento de dados da empresa, os registros do Serviço Especializado de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) e do Departamento Pessoal (DP), que serviram como fundamento para a análise documental realizada. Para tal análise comparamos os índices de absenteísmo dos dois períodos, sendo que o segundo período havia intervenção do PGL. Amostra Os índices de absenteísmo na empresa avaliada foram o foco desse estudo. Para isso, foi necessário obter o número total de colaboradores da empresa em cada período: - Primeiro período 2004/2005 = 196 participantes - Segundo período 2006/2007 = 228 participantes Caracterização do estudo A ginástica laboral era executada na área fabril separada por turmas de acordo com o setor e função executada, sem a necessidade de se parar a produção. Já no setor administrativo a GL era executada em duas turmas numa área separada dos escritórios, em que uma turma participava da GL enquanto a outra trabalhava, após a sessão trocava-se as turmas. Segundo PATRÍCIO (1999), o estudo de caso pode ser entendido como o conhecimento profundo de uma limitada realidade, onde se busca responder os meios e razões de determinados fenômenos. Para THOMAS e NELSON (2002), o estudo de caso, igualmente utilizado na pesquisa quantitativa, serve para oferecer detalhada informação sobre um indivíduo, - Pág. 21 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 instituição, comunidade, etc., visando determinar características únicas sobre o sujeito ou a condição. A pesquisa descritiva, de acordo com THOMAS e NELSON (2002), relaciona-se com o status, sendo que sua importância está embasada na premissa de que problemas podem ser solucionados e as práticas aprimoradas através da observação, análise e descrição, de caráter objetivo e completo. Tais autores afirmam que por intermédio de estudos longitudinais, os pesquisadores podem investigar a influência mútua do crescimento e maturação e da aprendizagem e as variáveis de desempenho. THOMAS e NELSON (2002) esclarecem que a pesquisa quantitativa tende a centralizar-se na análise (por exemplo, separa e examina os elementos de um fenômeno), enfatizando a dedução, enquanto a pesquisa qualitativa almeja entender o significado para os indivíduos de uma experiência em determinado ambiente, além de quais maneiras os elementos se combinam a fim de compor o todo, enfatizando a indução. Esta pesquisa caracteriza-se como um estudo de caso descritivo longitudinal, de abordagem quantitativa. Objetivou comparar o índice de absenteísmo num período de três anos, sendo 50% desse período com intervenção da ginástica laboral. Foram utilizados dados do Serviço Especializado de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) e do Departamento Pessoal (DP) para comparação dos resultados de índice de absenteísmo, quanto a licenças médicas e afastamento por INSS, durante julho de 2004 a dezembro de 2005 e janeiro de 2006 a junho de 2007, lembrando que o segundo período possuía a intervenção do Programa de Ginástica Laboral. Limitações do estudo Apesar do objetivo principal desta pesquisa ter sido a relação do Programa de Ginástica Laboral (PGL) com a alteração dos índices de absenteísmo, foi inviável a mensuração correta dos dados devido à carência de um grupo controle. Com isso, foi constatado que outras ações além de PGL puderam ter influência sobre os resultados. Descrição do programa de ginástica laboral O programa de ginástica laboral (PGL) foi constituído pela ministração de três aulas semanais de ginástica laboral compensatória, com duração média de dez a quinze minutos acompanhada de palestras, treinamentos e programas que visam à qualidade de vida. Exercícios físicos compensatórios as posturas indicadas na análise profissiográfica foram executados com o intuito de resguardar a saúde na execução de tarefas ocupacionais. Para criação do PGL, foram necessárias as seguintes avaliações: * Análise Biomecânica - análise dos postos de trabalho, quanto a posturas mantidas com maior predominância, geralmente encontrados nos setores administrativos; - musculatura que era mais solicitada atentando para movimentos considerados repetitivos; - movimentos realizados com o extenuante da carga; * Análise Profissiográfica - Avaliação dos postos de trabalho quanto a condições ambientais - Avaliação dos riscos ergonômicos Com esses dados foi possível a criação de um programa de ginástica laboral específico às necessidades reais da empresa, que adotou uma gestão de ginástica laboral regida por um professor de educação física que atuava diretamente na aplicação das aulas, bem como no planejamento e controle do programa. GINÁSTICAL ABORAL 1- Manutenção 2-Social 3-Coordenativo 4- Lúdico Adaptado da planilha de treinamento de SZMUCHROWSKI (2007) 5- Físico 6- Criativo - Pág. 22 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 RESULTADOS E DISCUSSÃO A análise documental dos dados provenientes do Serviço Especializado de Segurança e Medicina do Trabalho (SESMT) e do Departamento Pessoal (DP), segundo os índices de absenteísmo relacionados a LER/DORT da empresa avaliada, foram analisados com total sigilo resguardando assim os princípios éticos. O número total de colaboradores empregados na empresa durante a pesquisa era de: - Período compreendido entre julho de 2004 a janeiro de 2005 = 196 colaboradores - Período compreendido entre janeiro de 2006 a julho de 2007 = 228 colaboradores GRÁFICO 1: AFASTAMENTO INSS (Nº DE COLABORADORES) Nº DE COLABORADORES 10 10 8 6 2004/2005 2006/2007 4 4 2 0 2004/2005 2006/2007 - Pág. 23 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 GRÁFICO 2: LICENÇA MÉDICA (Nº DE DIAS) Nº DE DIAS 114 120 100 75 2004/2005 80 2006/2007 60 40 20 0 2004/2005 2006/2007 Os dados estatísticos se mostram com grande significância, sendo apresentados da seguinte forma: - Análise de absenteísmo relacionada ao número de colaboradores afastados pelo Instituto Nacional de Seguridade Social (INSS). - Análise de absenteísmo relacionada ao número de dias faltosos com devida licença médica, autorizada pelo médico responsável. Em decorrência do primeiro período avaliado 2004/2005, no qual não era executado nenhum tipo de programa de exercícios, tivemos 10 colaboradores afastados pelo INSS e 114 dias atribuídos a licenças médicas. Já para o segundo período avaliado 2006/2007, com intervenção direta do Programa de Ginástica Laboral (PGL), tivemos 4 colaboradores afastados pelo INSS e 75 dias atribuídos a licenças médicas. Dessa forma os dados podem ser apresentados em: - Redução de 60% dos afastamentos pelo INSS do segundo período em relação ao primeiro - Redução de 34,2% dos dias atribuídos à licença médica do segundo período em relação ao primeiro. GRÁFICO 3: REDUÇÃO DO ABSENTEÍSMO 1 100% 80% 60% 60% 40% INSS Licença Médica 34,2% 20% 0% REDUÇÃO DO ABSENTEÍSMO Vale ressaltar que dos 4 colaboradores afastados pelo INSS no segundo período avaliado, apenas 1 foi realmente afastado em 2006/2007 os outros três eram continuação do ano de 2005. Também é necessário ser lembrado que dos 75 dias atribuídos às licenças médicas do segundo período avaliado 2006/2007, 15 dias foram destinados a um colaborador que tentava reabilitação após liberação do INSS. Analisando essas ressalvas, podemos alterar os dados para: - Redução de 90% dos afastamentos pelo INSS do segundo período em relação ao primeiro - Redução de 52,6% dos dias atribuídos à licença médica do segundo período em relação ao primeiro. - Pág. 24 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 GRÁFICO 4: REDUÇÃO DO ABSENTEÍSMO 2 100% 90% 80% 60% 52,6% INSS Licença Médica 40% 20% 0% REDUÇÃO DO ABSENTEÍSMO A redução do absenteísmo do segundo período em relação ao primeiro ficou bem evidenciada após este comparativo. Porém, as limitações deste estudo impossibilitam afirmar com fidelidade que essa numerosa redução parte apenas do PGL. Levando a possibilidade de que todo o conjunto da QVT influenciou no resultado e que o PGL serviu como um instrumento inserido nesse Programa de Qualidade de Vida (PQVT). CONCLUSÃO Após a pesquisa e análise dos resultados, amplia-se a visão da responsabilidade e poder da GL na QV, QVT e consequentemente na redução do absenteísmo por licenças médicas e afastamentos pelo INSS advindos dos LER/DORT, que hoje se apresentam como fatores negativos no trabalho e que prejudicam a saúde das pessoas. A grande diversidade de aspectos envolvidos na compreensão das LER/DORT, tem sido objeto de atenção há alguns anos no Brasil e no mundo. Frente à complexidade dos fatores contributivos envolvidos neste fenômeno, a sociedade busca soluções e adequações, que passam por diversos ramos de atividade e do conhecimento. A luta pela compreensão aprofundada sobre as queixas dos trabalhadores e suas conseqüências, inicialmente foco da atenção apenas de profissionais da segurança e da saúde do trabalho, no decorrer da evolução histórica, passa a ser preocupação também de sindicatos, empresários, governo, ONG’s, pesquisadores, associações de trabalhadores lesados, poder judiciário, entre outros. Os resultados quantitativos mostraram uma redução bastante numerosa no registro dos casos de absenteísmo por DORT no período avaliado. Após todo este estudo conclui-se que a redução de licenças médicas tão quanto de afastamentos pelo INSS podem ter sido influenciados pela inserção e aplicação dos exercícios de ginástica laboral no local de trabalho, onde as pessoas tiveram a possibilidade de fazer tal programação assistida por profissionais adequados. Confirmando assim a relação benéfica existente com Programa de Ginástica Laboral (PGL) integrando o Programa de Qualidade de Vida (PQV). Foi possível constatar, por meio da comparação dos níveis de absenteísmo, que o PGL pode promover QV e QVT através da pausa orientada com exercícios, induzindo por sua vez a redução dos níveis de absenteísmo por DORT. Com esses resultados conseguimos criar um ciclo em que a GL reduz os números de DORT na empresa e com isso aumentamos a QV e a QVT, o que nos induz a continuar com o PGL na empresa. Firmando com esse estudo, a significante importância da continuação do PGL nesta empresa e a necessidade das demais empresas em aderir a um programa que esteja diretamente ligado a QV e QVT. Além de induzir a produção de novos trabalhos que avaliem a funcionalidade da atividade física ocupacional como um dos instrumentos para prevenção de doenças, podendo, estes processos serem aplicados diretamente no local de trabalho. REFERÊNCIAS ALVES, J. H. F. Ginástica Laborativa – Método para Prescrição de Exercícios Terapêuticos no Trabalho. 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Manual de Cinesioterapia/Ginástica Laboral: uma tarefa interdisciplinar com ação multiprofissional. São Paulo: LOVISE, 2002. IN-SUCESSOS NA ANTICONCEPÇÃO DE ADOLESCENTES GRÁVIDAS: SENTIMENTOS E PERCEPÇÕES DIANTE DE MUDANÇAS PSICOSSOCIAIS Christianne A. P. Calheiros, Mestre, UNIFAL-MG, [email protected] Eliana Peres Rocha Carvalho Leite, Doutoranda Maria José Clapis, Doutora Dagoberto de Sá Cavalcante, Enfermeiro Patrícia Alves Pereira Carneiro, Mestranda Marina Conceição Peres Carvalho, Especialista - Pág. 26 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 RESUMO Este estudo objetivou identificar mudanças significativas na vida das adolescentes grávidas- primigestas – advindas de insucessos da anticoncepção - verificando transformações psicossociais, descrevendo sentimentos, perspectivas e expectativas sobre seu novo papel social: ser mãe. Realizou-se um estudo qualitativo, descritivo. A coleta de dados deu-se através de entrevista gravada, perguntas estruturadas, previamente testadas e reformuladas. Atendeu-se aos aspectos éticos conforme legislação 196/96. Os resultados mostraram que a maioria das jovens não desejaram engravidar, possuiam pensamentos negativos sobre a gravidez: medo, desespero, susto, tristeza, o despreparo. Verificou-se a consciência de mudanças significativas após o parto e revelação do desejo de se programar responsavelmente para estudar, trabalhar, oferecer um futuro melhor para o filho. A aceitação e apoio da família foram significativos, contribuindo para adaptação a esta nova realidade. Verificou-se maior responsabilidade quanto a anticoncepção objetivando oferecer proteção e a busca de um futuro melhor para seu filho e si própria. PALAVRAS- CHAVE Anticoncepção, Adolescentes, Gravidez. INTRODUÇÃO A gravidez na adolescência vem sendo discutida, nas últimas décadas, sendo, portanto, considerado um fenômeno não tão recente. Observa-se um aumento relativo de mães adolescentes com menos de vinte anos. Aquino et al. (2003). Os autores esclarecem e enfatizam a temática como um problema social sob o aspecto de que essas mulheres não teriam a completa maturidade física, nem tão pouco a capacidade psicológica para ter uma criança e criá-la. Dias e Aquino (2006) afirmam que nos últimos vinte anos, a taxa de fecundidade elevou-se juntamente com nascimentos em mulheres na faixa etária dos 15 aos 19 anos. Freitas, Vaz e Botega (2002) confirmam a incidência de gravidez precoce, sendo a primeira causa de internação, em mulheres dos 10 aos 19 anos correspondendo 66% do total. Esclarecem que essas jovens grávidas têm tendências à depressão e quadros de ansiedade. Não reconhecem apoio social sobre sua situação e suas percepções geralmente estão ligadas a situação atual de vida dessas adolescentes. O adolescente nesta fase de transição se vêm frente a um processo conflitante que desperta, em seu íntimo, crises de ansiedade podendo levar a uma maternidade precoce. Torres, Davim e Nóbrega (1999) trazem a relação do desenvolvimento juvenil, ligado a crise existencial que repercute na crise da gravidez. Apontam também, como interferência, a rejeição familiar, restrições sociais e econômicas. Os autores através de estudos sociais e epidemiológicos verificaram que a atividade sexual inicia-se dois anos após a menarca e que 5 a cada 10 adolescentes tornam-se sexualmente ativas. A situação de uma gravidez na fase de desenvolvimento impõe uma responsabilidade psicológica, social e econômica contrária ao processo de maturidade da adolescente, resultando em um mal preparo da jovem em assumir a maternidade. Também, deve-se citar conjuntamente a essa condição, situações de transtornos afetivos, o não apoio dos familiares e maus tratos com o filho frente a uma gestação não esperada. No campo psicológico essa gravidez acaba por afetar diretamente a auto-estima da jovem devido a ausência do apoio da família, stress, poucas expectativas sobre o futuro, depressão durante a gestação totalizando uma taxa de 44 a 59% de ocorrência desses problemas durante a gestação. Luca (1980), salienta que, no campo psicossocial, uma gestação não programada gera pensamentos de interrupção da gravidez provocando conseqüências desastrosas: alta morbidade, esterilidade, infecção do aparelho reprodutivo. Inconscientemente as adolescentes desejam a gravidez para provarem sua condição de mulher e, dessa forma, rejeitam o uso de contraceptivos. A feminilidade neste contexto também é posto à prova para tal afirmação inconsciente, mesmo que, conscientemente, neguem uma gestação. A partir da bibliografia consultada verificou-se a importância de realizar uma pesquisa sobre a gravidez na adolescência. O estudo, sobre essa temática, poderá contribuir para o desenvolvimento das atividades de saúde realizadas pelos profissionais atuantes na equipe de Saúde da Família que trabalham com adolescentes podendo esclarecer um pouco sobre o universo da adolescente grávida, sua visão da vida e os motivos que a levaram, tão cedo, a se depararem com uma gravidez numa fase em que sua personalidade, seu desenvolvimento holístico está em processo de formação. O objetivo deste estudo foi identificar mudanças significativas na vida das adolescentes grávidas- primigestas – advindas de in-sucessos da anticoncepção – em um município do interior de Minas Gerais, verificando transformações psicossociais, descrevendo sentimentos, perspectivas e expectativas sobre seu novo papel social: ser mãe. MATERIAIS E MÉTODOS Realizou-se um estudo qualitativo, descritivo com análise de conteúdo de Bardin. A coleta de dados deu-se através de entrevista gravada, com roteiro constando de sete perguntas estruturadas, previamente testadas e reformuladas. Foram entrevistadas 9 gestantes nos meses de Julho e Agosto de 2007, mediante autorização dos responsáveis, atendendo aos - Pág. 27 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 aspectos éticos conforme legislação 196/96. RESULTADO E DISCUSSÃO: Os resultados mostraram que a maioria das jovens entrevistadas não desejaram engravidar, possuiam pensamentos negativos sobre a gravidez como: medo, desespero, susto, tristeza, o despreparo para assumir a maternidade. Verificou-se a consciência de mudanças significativas após o parto e revelação do desejo de se programar responsavelmente para estudar, trabalhar, oferecer um futuro melhor para o filho. A aceitação e apoio da família foram significativos, contribuindo para adaptação das jovens a nova realidade. O desejo de engravidar Gráfico 1. Porcentagem de adolescentes que desejaram ou não a gravidez “Nunca. Meus planos não era esse. Meus planos era casar primeiro, ter filhos, mas não agora!” “Não! Ah! Sei lá... eu falava que não queria, que não ia ter filho.” Gravidez Programada: a conscientização do despreparo para a maternidade. “Não. Nunca pensei ser mãe jovem. Tanto que eu nem pensei em casamento... Casei com 18 anos. Eu tive um problema de infecção e achava que não poderia ter filho. Eu até clamei pra Deus assim. Será que eu não vou poder ser mãe?. Mal sabia que eu já estava grávida. Deus já tinha me concedido de ser mãe.” “Jamais. Não! ... Eu acho que eu tô muito nova. Praticamente uma criança cuidando de outra criança.” “Não! Eu acho que não era a hora certa de eu ficar grávida... Eu sou muito nova!” A experiência de uma Gestação: sentimentos de uma adolescente. “Fiquei apavorada! Muito nervosa, com medo. Fiquei com medo da reação do meu pai, da minha mãe, da minha família...” “Eu fiquei assustada, mas em momento nenhum eu pensei em rejeitar. Tive apoio da família, graças a Deus, dos meus pais, meu esposo, também... Fiquei assustada quando fiquei sabendo, mas... eu sabia que ele [o esposo] ia assumir... Fiquei feliz!” “Muito triste, muito triste. Eu não queria de jeito nenhum. Agora já ta melhor, mas eu não queria. Mas fazer o quê né?!” “Pensei que era brincadeira, eu não queria acreditar.” - Pág. 28 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 “Sei lá! Fiquei apavorada... Não esperava isso, não!” O impacto da notícia de uma gestação: pensamentos e atitudes “Fugir. Ir embora daqui. Não quero ver mais ninguém. Foi a primeira coisa que eu pensei.” “Tô perdida! O quê que eu vô fazer? Eu fiquei desesperada. Não sabia... Acho que na hora eu comecei a chorar, eu não queria de jeito nenhum. Fazer o quê?” As mudanças na vida da jovem mãe. “Trabalhar.” “Vai mudar totalmente! Vou ter que trabalhar, vou ter que cuidar e levar pro resto da vida!” “Eu pretendo, né, arrumar um emprego, terminar meus estudos pra poder dar um futuro melhor pra ele [o bebê].” Estes achados coincidem com estudos de Pantoja (2003), que referem adolescentes com projetos em relação a vida profissional expressando o desejo de continuação dos estudos – entrar na faculdade para ter formação profissional, obtendo, dessa forma de um bom emprego no mercado de trabalho. Os estudos passa a ser um fator de extrema importância para as jovens, tornando-se a base para as conquistas e estabilidades social e econômica, tanto para a mãe quanto para o filho. A contemporaneidade e a maternidade como formadora de valores. “Ser mãe?... Tá difícil? Ah, cuidar, trabalhar pra dar as coisas, ensinar e levar pro resto da vida. Agora não tem como voltar atrás. É dar carinho, ensinar as coisas da vida. É cuidar!” “Não casar, não ter mais filho. Sei lá: arrumar um serviço por aí. Menos, casar!” “Só ter esse [o bebê], se Deus quiser. Jamais ter outro. Dá de tudo. Tudo que eu puder fazer pra ele [o bebê] ser feliz, eu vou fazer.” “...terminar meus estudos, entrar num trabalho numa área que eu goste de fazer, uma profissão que eu esteja gostando, me aperfeiçoando ali. É esse meu futuro!” “Eu penso em deixar [o bebê] na creche, arrumar um serviço na fábrica de jeans, estudar, trabalhar!” Este estudo mostra, conforme encontrado no estudo de Esteves e Menandro (2005), que a gravidez traz conseqüências diversas com mudanças significativas na vida da jovem, em âmbito sociocultural, psicológico e econômico: a não vivência da fase da adolescência, evasão escolar, vergonha, diminuição das possibilidades de inserção no mercado de trabalho; falta de construção de uma estrutura familiar com autonomia; falta de projeção de sua vida quanto as perspectivas de vida futura: trabalho; estudos; situação econômica instável gerando dependência da família; situação conjugal sem qualquer estrutura emocional estável. Porém verificou-se que após a gestação, ao questionar sobre a descoberta da concepção e as expectativas futuras, as jovens verbalizam a certeza de um processo de mudanças em suas vidas, o medo, despreparo para ser mãe, a possibilidade de rejeição da família e do companheiro, a possibilidade de fuga e até mesmo de aborto, um futuro restrito a maternidade e ao trabalho para o sustento do filho. Sobretudo fazem menção ás novas responsabilidades e necessidades,como a retomada aos estudos e ao trabalho, já que seria uma forma de segurança para o bebê, pois os cuidados requerem os esforços, enquanto mães e verifica-se também que com o passar dos meses há uma aceitação e até mesmo relato de felicidade com a vinda deste novo ser, principalmente quando há apoio de familiares e do companheiro. O pensamento de compromisso já é percebido e enfatizado pelas adolescentes gestantes que já visam a prevenção de uma nova gravidez como essencial para o futuro. CONCLUSÃO Concluiu-se, neste estudo, que as gestantes adolescentes não estão preparadas para assumir a maternidade. A maioria das jovens não desejam ser mães, baseado na conscientização do despreparo para assumir a maternidade não desejada, refletida por sentimentos negativos em relação a gestação precoce, porém não se deram conta desta situação e não se - Pág. 29 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 preveniram para evitar. A gestação, vivenciada pelas adolescentes, provoca profundas mudanças psicossociais, fazendo com que as jovens assumam, desde cedo, responsabilidades, numa fase em que o desenvolvimento pessoal da adolescente ainda está em formação. A busca por melhores condições de vida, para a criação de seus filhos, torna-se evidente, na medida que o pensamento volta-se para as questões de realização pessoal, profissional e educacional, baseado na retomada dos estudos e a busca por trabalho. O sentido de grandes mudanças reflete as expectativas e perspectivas em relação a maternidade. O senso de responsabilidade sobre maternidade foi muito discutido e bastante significativo para as adolescentes em relação a educação de seu filho conscientizando-a para maior responsabilidade quanto a anticoncepção objetivando oferecer proteção e um futuro melhor ao seu filho e a si própria. REFERÊNCIAS AQUINO, E. M. et al. Adolescência e reprodução no Brasil: a heterogeneidade dos perfis sociais. Cad. Saúde Pública, Rio de Janeiro, v. 19, suppl. 2, S377-379, 2003. CHIPKEVITCH, E. Puberdade e Adolescência: aspectos biológicos, clínicos e psicossociais. São Paulo: Roca, p. 112600, 1995. DIAS, A.; AQUINO, E. M. L. Maternidade e paternidade na adolescência: algumas constatações em três cidades do Brasil. Cad. Saúde Pública, jul., vol.22, n. 7, p. 1447 - 1448, 2006. ESTEVES, J. R.; MENANDRO, P. R. M. 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Marcos Fernando Misael Especializado em Reabilitação Cardíaca e Grupos Especiais Universidade Gama Filho-RJ Studio Fitness & Saúde [email protected] Cristine Costa Bueno Especializada em Reabilitação Cardíaca e Grupos Especiais Universidade Gama Filho-RJ Studio Fitenss & Saúde [email protected] São João da Boa Vista-SP - 2009 RESUMO O objetivo desta pesquisa é avaliar se há alguma alteração na velocidade da marcha do idoso, quando submetidos a treinamento resistido. Segundo IBGE, 2000 houve um aumento na expectativa de vida do homem em função da melhora do nível de saúde. Mas este aumento esta relacionado a vários fatores, tais como: assistência médica, medicamentos, hábitos - Pág. 30 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 de vida e atividade física, Matsudo (2000). Com tudo isso a uma grande preocupação do homem, pois com o envelhecimento sofremos por algumas alterações no nosso corpo, que esta relacionada a perda da massa muscular, massa óssea, declínios hormonais, capacidade cardiovascular e perda da força muscular. Portanto será realizada uma pesquisa constituída por 06 (seis) mulheres idosas com idade de 60-85 anos. Para esta amostra foi utilizado 3 testes para poder averiguar os comportamentos das variáveis funcionais em relação a uma proposta de programação de exercícios resistidos a uma população de idosos. Durante a aplicação dos exercícios resistidos foram utilizados aparelhos de musculação e pesos livres, por um período de 03(três) meses. Depois de realizado a pesquisa, concluímos que houve uma melhora significativa no teste apresentado (velocidade da marcha-10 m). Porem nesta pesquisa foi constatado uma melhora nos comportamentos funcionais como também na melhoria da velocidade da marcha. Palavra-chave: idoso- capacidade funcional- treinamento resistido. 1.0 INTRODUÇÃO Com o passar dos anos tem se notado um aumento na expectativa de vida do homem. Esse aumento pode estar relacionado em função da melhora do nível de saúde, IBGE, 2000. Segundo a estatística do World Population Prospects:- the 2002 revision, em 1995 o número de idosos com idade acima de 65 anos era de 6,5% da população mundial. Em 2000, elevou-se para 6,9% e estima-se que em 2050, atingirá 15,9%. De acordo com Matsudo (2000), este aumento da população idosa este relacionado a alguns fatores determinantes: assistência médica, hábitos de vida (nutricionais, econômicos, culturais, sociais), acesso a medicamentos, atividades físicas. Mas hoje com o aumento da idade a uma grande preocupação do homem, que é como vai ficar nossas condições de vida. No envelhecimento a uma perda na aptidão funcional do homem. Há diversos fatores que influência, tais como, a perda da massa muscular, declínio dos níveis hormonais, perda da massa óssea, declínio da capacidade cardiovascular, perda da força muscular, diminuição da flexibilidade. E todos esses fatores são de grande importância para a execução das atividades da vida diária (AVDS). Segundo Fleck e Kramer (1999), o maior pico de força que conseguimos é estabelecendo entre 20 e 30 anos, após isso ele permanece estável ou diminui ligeiramente durante os vinte anos seguintes. Com o envelhecimento sofremos alguns declínios no andar, segurar objetos, na mobilidade (ROOS et al., 1997). Além disso, nos tornamos mais frágeis e dependentes (ROOS et al, 1997). Segundo FREITAS 2002, o idoso passa a ter uma imagem negativa sobre si mesmo, devido às formas do corpo envelhecido. Devido a todos os problemas já mencionados a proposta de amenizar esses decréscimos ou perdas nos idosos, será um programa de treinamento resistido. De acordo com Seynnes et al. (2004), o exercício regular e sistemático aumenta ou mantém a aptidão física desta população, melhorando o bem estar funcional, e diminuindo a taxa de morbidade e mortalidade do idoso. Idosos praticantes de exercícios são mais inteligentes, imaginativos e independentes do que os não praticantes, (FREITAS, 2002). Além disso, se tornam mais confiantes, alegres, dispostos para realizações das próprias tarefas das atividades da vida diária (AVDs), ou até mesmo capazes de novos desafios, novas tarefas. De acordo com Campos (2000), a força é um fator importante para as capacidades funcionais, a fraqueza muscular pode evoluir até que não se possam realizar atividades comuns da vida diária. Dificuldades na marcha ou no andar esta relacionada ao declínio da força muscular, particularmente de membros inferiores, levando ao idoso a maior risco de fraturas facilitadas pela desmineralização óssea típica do idoso. (American College of Medicine, 1998). Alterações degenerativas da coluna, como uma maior curva cifótica, podem favorecer o desequilibro e pode alterar a marcha do idoso (SPIRDUSO, 1980). De acordo com Balsamo e Simão (2005), alterações do sistema visual auditiva, neuromuscular podem levar ao idoso a desequilibro e quedas. Alterações nas fibras musculares como a perda de fibras vinculadas à redução do numero de sarcômeros, podemos chamar de sarcopenia, Doherty (2003). No idoso a perda de fibras musculares acontece em maior números nos membros inferiores e com maior comprometimento nas fibras tipo II, levando a maior lentificação dos movimentos, (VADERVOORT, 2002). A perda de unidades motoras leva o idoso a uma diminuição de velocidade de condução, queda na duração a amplitude do potencial de ação, reduzindo a capacidade de gerar ou produzir força. De acordo com Fleck e Kraemer, 2006 o treinamento de força em idosos promove adaptações como melhora da força muscular, tamanho das fibras musculares, densidade mineral óssea, níveis de dor, porcentual de gordura, fatores neurais (melhora da coordenação neuromuscular). O treinamento pode aumentar as capacidades de força dos idosos, promovendo também o aumento da massa muscular, e essas melhoras geram impactos positivos para melhorias das tarefas funcionais, TRAPPE et al, 2002. De acordo com Hagerman et al., (2000), o treinamento de força de alta intensidade (85-90% de 1 Rm) induz a hipertrofia muscular e aumento de força em idosos após 16 semanas. Idosos entre 60-66 anos toleram este tipo de carga e exibem melhorias significativas na aptidão física. - Pág. 31 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 Segundo American College of Sports Medicine, 2002 a prescrição do treinamento de força para idosos para ganho de força e hipertrofia é de 8 a 12 repetições, e sua intensidade é de 60 a 80% de 1RM, onde sua progressão é de maquinas para pesos livres utilizando exercícios multiarticulares e monoarticulares, com uma freqüência de duas a três vezes por semana em dias alternados com um tempo de recuperação entre as séries de 1 a 2 minutos. 2. Materiais e Métodos No primeiro momento de nossa pesquisa, realizamos um levantamento bibliográfico, que vem ser: Investigação de alterações da velocidade da marcha, e capacidade funcional no idoso quando submetidos a treinamento resistidos. Outros recursos metodológicos utilizados foram às coletas de dados, realizada através de aplicação de questionários e testes. Para a coleta de dados em nossa pesquisa usamos o questionário de auto Avaliação de Capacidade Funcional (vide anexo 1), do Grupo de Desenvolvimento Latino Americano para a Maturidade (GDLAM) apud (Sipilã e colaboradores, 1996), teste de velocidade da marcha-10 metros, do Grupo de Desenvolvimento Latino Americano para a Maturidade (GDLAM) apud (Sipilã e colaboradores, 1996), e teste de 1RM citado por Bossi, 2008. Os participantes foram informados sobre os riscos do estudo, no qual todos assinaram o termo de consentimento antes de iniciarem as atividades dentro do grupo de treinamento. 2.1 População estudada: Para elaboração e aplicação da proposta foi necessário estabelecer etapas para sua efetivação. No primeiro momento foi feito um contato com os membros do Studio Fitness& Saúde, da cidade de São João da Boa vistaSP, visando à participação voluntária do mesmo no estudo proposto. Na seqüência, foi aplicado um questionário para avaliar a capacidade funcional de cada participante, do Grupo de Desenvolvimento Latino Americano para a Maturidade (GDLAM) apud (Sipilã e colaboradores, 1996); no mesmo dia foi realizada uma entrevista prévia com todos os presentes, no qual cada individuo teve que preencher uma ficha prévia individual (vide anexo 2), para o recolhimento de informações pessoais em relação ao histórico de vida (prática de alguma atividade física, portador de patologias, tais como: insuficiência cardíaca, hipertensão, diabetes, entre outras). Como critério de exclusão foram adotados: indivíduos que não apresentavam nenhum grau de incapacidade funcional avaliado pelo questionário de AUTO-AVALIAÇÃO DE CAPACIDADE FUNCIONAL, indivíduos que foram submetidos a algum tipo de cirurgia recentemente com o tempo mínimo de 06(seis) meses, indivíduos que não apresentaram ou não obteve liberação médica, indivíduos que apresentaram alguma patologia que pudesse ser agravada pelo treinamento resistido, indivíduos que não tinham no mínimo 1 mês de prática de atividade física. Desta maneira foram estudados 06 voluntários do sexo feminino, com idade entre 60 a 75anos. O treinamento resistido foi realizado no Studio Fitness & Saúde de São João da Boa Vista-SP, periodicamente 02(duas) vezes na semana, por um período de 03 (três) meses. CLASSIFICAÇÃO DE AMOSTRA VOLUNTARIO IDADE 1 2 3 4 5 6 72 63 65 62 60 68 3,333333 SEXO F F F F F F PESO 85,2 51 67 44,2 89,6 80 15,43333 ESTATURA 1,58 1,59 1,63 1,48 1,58 1,5 0,046667 (Demonstrativo desvio padrão da idade, sexo, peso e estatura de cada participante). 2.2 Instalações: Todo o programa de treinamento resistido será desenvolvido no Studio Fitness & Saúde da cidade de São João da Boa Vista-SP, utilizando uma sala equipada com aparelhos de musculação da marca PORTICO®, como também acessórios de treinamento muscular, tais como: halteres, barras, anilhas, tornozeleiras e colchonetes. 3.AVALIAÇÕES FUNCIONAIS: Para que um programa de atividade física integre fundamentos científicos e ações pedagógicas que levam à prática da atividade física permanente e à conquista dos objetivos dos idosos, ou qualquer outra pessoa, é necessário que, antes de iniciá-lo e após o seu desenvolvimento, as pessoas sejam avaliadas por um questionário de capacidade funcional e por 02(dois) testes, (velocidade da marcha-10metros e 1RM ). O objetivo da nossa avaliação é investigar se há uma melhora na velocidade da marcha e capacidade funcional da nossa população de idosos, em relação às atividades da vida diária (avds). - Pág. 32 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 Autores como PHILLIPS e HASKELL (1995) apud. MATSUDO (2000) fazem referência das atividades da vida diária (AVDS) e das atividades instrumentais da vida diária (aivds). A primeira (AVDS) refere-se às atividades de cuidados pessoais básicos, tais como: se vestir, tomar banho, sentar em uma cadeira, caminhar em uma pequena distância. Já na segunda (AIVDS) refere-se às tarefas mais complexas do cotidiano e incluem, necessariamente aspectos de uma vida independente, como fazer compras, cozinhar, limpar a casa, lavar roupa e utilizar meios de transporte. Dessa maneira, optamos pelos seguintes testes que seguem abaixo, onde estarão englobados situações direcionadas as AVDS e AIVDS, exercendo um papel importante na condição para uma vida independente a uma população de idosos. • QUESTIONÁRIO DE AUTO AVALIAÇÃO DE CAPACIDADE FUNCIONAL • TESTE DE VELOCIDADE DA MARCHA (10 metros) • TESTE DE 1 RM 3.1 TESTE DE VELOCIDADE DA MARCHA (10 metros) O propósito deste teste é avaliar a velocidade que o individuo leva para percorrer a uma distância de 10 metros, embora não seja esta a distância das ruas no perímetro urbano, mas foi esta a medida preconizada pelo estudo de Sipilã e colaboradores (1996). O professor irá demarcar uma linha no chão onde será o ponto de partida, e outra demarcando o ponto de chegada com uma distância de 10 metros entre elas. Ao comando de voz de “JÁ”, o individuo deverá caminhar 10 metros o mais rápido possível, até a linha de chegada, sendo assim, o cronômetro será parado quando o individuo transpor a faixa. 3.2 TESTE DE 1 RM Este teste irá avaliar a força do individuo ao executar o número maximo de repetições nos exercícios propostos pelos professores, sendo assim executado com segurança e sem exagero na execução dos movimentos e com uma boa técnica de execução, Bossi, 2008. Durante o teste foram realizadas 05 séries: 1ª Série: foi realizado um aquecimento 2ª a 5ª Série: foram realizadas as tentativas, onde houve um aumento das cargas progressivamente de 3 a 5 kg por séries. 4. Etapas do Programa de treinamento resistido O Programa de Treinamento Resistido foi estruturado em três etapas: • Fase I • Fase II • Fase III 4.2 FASE I Nesta fase os indivíduos foram encaminhados para o Studio Fitness & Saúde para fazer o reconhecimento do local, aparelhos e instalações. Após o reconhecimento do local os indivíduos foram submetidos a treinamento de 2 (duas ) semanas objetivando adaptações músculo esquelética. Foi adotado, para fase I, o método de múltiplas séries, no qual os indivíduos executavam 3 (três) séries de 10 (dez) repetições, com uma carga de 40% de 1RM e com intervalo de 1 minuto entre as séries, com velocidade de execução de lenta a moderada, os indivíduos foram orientados sobre a respiração para cada exercício. Os exercícios utilizados nesta fase foram: 1- Alongamento ativo 2- 10 minutos de atividade contínua (esteira ou bicicleta ergométrica) com a intenção de aquecimento. 3- Leg press 4- Cadeira extensora 5- Rosca direta com halter 6- Puxada por trás das costas 7- Peck Deck 8- Extensão tríceps na polia 9- Desenvolvimento com halter (deltóide) 4.3 FASE II Nesta fase, a carga foi aumentada de forma progressiva para 50% de 1 RM. Foram realizadas 3 séries de 10 repetições, com um intervalo de 1 minuto entre as séries, com uma velocidade de execução do exercícios de moderada a rápida, os indivíduos foram orientados sobre a respiração para cada exercício. Os exercícios também foram modificados: 1- Alongamento ativo - Pág. 33 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 2- 10 minutos de atividade contínua (esteira ou bicicleta ergométrica) com a intenção de aquecimento. 3- Abdução da coxo-femural em pé com tornozeleira 4- Flexão do quadril em pé com tornozeleira 5- Soleador 6- Rosca alternada com halter 7- Elevação frontal (deltóide) 8- Extensão tríceps na polia inversa 9- Puxada na polia com estribo 10- Supino reto na maquina 4.4 FASE III (FASE PRINCIPAL) Nesta fase, sendo a principal do treinamento, houve um aumento progressivo da carga de 50% de 1RM para 60% de 1RM, sendo 3 séries de 12 repetições com um intervalo mínimo de 45 segundos entre as séries, com uma velocidade de lenta a moderada, os indivíduos foram orientados sobre a respiração no exercício. Exercícios propostos: 1-Alongamento ativo 2- 10 minutos de atividade contínua (esteira ou bicicleta ergométrica) com a intenção de aquecimento. 3- Leg Press 45° 4- Cadeira extensora 5- Flexão do quadril em pé 6- Soleador 7- Puxada na polia por trás das costas 8- Rosca direta no halter 9- Extensão tríceps na polia, na barra W 10- Elevação lateral com halter (deltóide) 5. RESULTADOS Teste da Velocidade da Marcha (10 m) 8,5 8 TEMPO (s) 7,5 7 6,5 7,87 7,36 1 6,84 7,1 6,84 2 6,35 6,47 6,32 4 6 5,5 3 5 6 5,53 5,42 5,15 5 4,5 ANTES APÓS - Pág. 34 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 Fig. I - Comparação da alteração da velocidade da marcha antes e após os sujeitos serem submetidos ao treinamento resistido por um período de 03(três) meses. 6. Análise e Discussão do Resultado do Gráfico I – Velocidade da Marcha (10 m) Neste teste mediu-se a capacidade do idoso em percorrer um percurso determinado na máxima velocidade, onde foi realizado duas tentativas, sendo a primeira como aquecimento e a segunda como valor final em segundos e centésimos de segundo. Nesse teste constatamos que todos os idosos obtiveram uma melhora na velocidade da marcha na aplicação do teste após três meses de treinamento resistido. A capacidade de locomoção dos idosos é uma importante variável a ser mensurada, pois está relacionada à sua autonomia diária, portanto o exercício resistido (ER) torna-se de grande importância para a melhora da marcha e suas atividades da vida diárias. 7. CONCLUSÃO No presente estudo constatamos que o treinamento resistido é eficaz na melhoria da marcha dos indivíduos (idosos), além disso, constatamos que houve uma melhora na auto-estima e na qualidade de vida dos participantes. REFERÊNCIA ANDREOTTI, R.A.; OKUMA, S.S. 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Atividades 1Tomar conta de suas necessidades pessoais, como vestir-se sozinha. 2Tomar banho, usar a banheira 3Caminhar fora de casa (1-2 quarteirões) 4Fazer atividades domésticas leves, como cozinhar, tirar o pó, lavar pratos, varrer ou andar de lado a outro da casa. 5Subir ou descer escadas ou marchar 6Fazer compras no supermercado ou no shopping 7Levantar e carregar 5Kg, como exemplo, saco de arroz. 8Caminhar 6 – 7 quarteirões 9Caminhar 12 – 14 quarteirões 10Levantar e carregar 13 kg de peso (mala média a grande) 11Fazer atividades domesticas pesadas como aspirar, esfregar pisos, passar o rastelo. 12Fazer atividades vigorosas como andar grandes distâncias, cavoucar o jardim, mover objetos pesados, atividades de dança aeróbia ou ginástica vigorosa. 1 2 3 Avançado: realiza 12 itens sem dificuldades Moderado: realiza de 7 a 11 itens sem dificuldades Baixo: 6 sem dificuldades ou inábil para realizar 3 ou mais avds (carregar 5kg, caminhar de 6 a 7quarteiroes , fazer tarefas domesticas ). - Pág. 36 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 ANEXOS 2 QUESTIONÁRIO DE DADOS PESSOAIS E ANAMNESE FISIOLÓGICA QUESTIONÁRIO DE DADOS PESSOAIS Número do voluntário: _____ Data: ____ /____ /2008 IDENTIFICAÇÃO Nome: __________________________________ Idade: ______________________ Data Nascimento: __________________ Peso:__________ Altura:______________ HÁBITOS DE VIDA 1) Nos últimos seis meses, você tem praticado (ou praticou) algum tipo de exercício, atividade física ou esporte? ____________________________________________ 2) Qual (is)? ___________________________________________________________________________________________________ ___________________________________ Quantas vezes na semana? _________ Quantos minutos por dia? ______________ Em que local: ________________________________________________________ 3) É ou já foi fumante? _________________________________________________ 4) Quanto tempo? _____________ Quantos cigarros fuma por dia? _____________ Quantas vezes por semana? ____________________________________________ 5) Consome ou já consumiu bebida alcoólica? ______________________________ 6) Quanto tempo? ____ Quantas vezes na semana? ___ Quantidade?___________ 7) Bebe café? ________________________________________________________ 8) Quanto tempo? ____Quantas vezes na semana? ______ Quantidade? ________ 9) Nos últimos seis meses, você tem utilizado ou já fez uso de algum tipo de medicamento? _______________________________________________________ 10) Qual (is)? ________________________________________________________ ___________________________________________________________________ Quanto tempo? ______ Quantas vezes na semana? _____ Quantidade? _________ ANAMNESE FISIOLÓGICA 11) Você Possui Antecedentes Pessoais? a) Metabólicos: Diabetes ( ) sim ( ) não _________________________________________________ Osteopenia ( ) sim ( ) não _______________________________________________ Osteoporose ( ) sim ( ) não _____________________________________________ b) Respiratórios: Bronquite ( ) sim ( ) não Asma ( ) sim ( ) não c) Traumáticos: Fraturas ( ) sim ( ) não local e tipo: _______________________________________ ___________________________________________________________________ Luxações ( ) sim ( ) não local e tipo: ______________________________________ ___________________________________________________________________ Distensões ( ) sim ( ) não local e tipo: _____________________________________ ___________________________________________________________________ Hérnias ( ) sim ( ) não local e tipo: ________________________________________ ___________________________________________________________________ d) Cirúrgicos: ( ) sim ( ) não local, tipo e data: ______________________________ ___________________________________________________________________ e) Alergias: ( ) sim ( ) não tipo: _________________________________________ - Pág. 37 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 QUALIDADE VIDA RELACIONADA À SAÚDE DE IDOSAS HIPERTENSAS PRATICANTES E NÃO PRATICANTES DE EXERCÍCIO FÍSICO Viviane Aparecida Vieira Nogueira¹ [email protected] Evelyn Aparecida Nogueira¹ Ronaldo Júlio Baganha² 1 Acadêmica do Curso de Educação Física da UNIVÁS, Pouso Alegre, MG. 2 Docente do Curso de Educação Física da UNIVÁS, Pouso Alegre, MG. Resumo O presente estudo teve como objetivo analisar a Qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) de idosas hipertensas praticantes e não praticantes de exercício físico, cadastradas na Unidade Básica de Saúde da cidade de Paraisópolis/MG. Como método foi aplicado um questionário validado de QVRS. Os resultados encontrados indicam que as idosas hipertensas praticantes de exercício físico apresentam uma melhor QVRS, quando comparada com as não praticantes. A prática do exercício físico colaborou para tais resultados. O exercício físico se mostrou eficiente no controle dos sintomas (falta de ar, fraqueza nas pernas, tontura, vista embaraçada, tosse, vermelhidão no pescoço, enjôo ou vomito, dor de cabeça e sonolência) desencadeados pelo tratamento farmacológico da hipertensão arterial sistêmica (HAS). Melhorando assim a percepção do paciente sobre como a doença compromete seu bem estar e saúde. Palavras Chave: Hipertensão, Exercício Físico, Qualidade de vida relacionada à saúde Introdução A hipertensão arterial sistêmica (HAS) é uma doença crônica caracterizada pela manutenção elevada da pressão arterial. O desenvolvimento da HAS ocorre a partir de diversos mecanismos que se interligam, sendo que muitos desses se alteram com o processo de envelhecimento (CARVALHO FILHO; AZUL; CURIAT, 2003). Evidências apontam a existência de uma relação entre o processo de envelhecimento e o desenvolvimento da HAS. Dentre os mecanismos responsáveis pela elevação da pressão arterial podemos citar: rigidez da aorta e das grandes artérias, menor sensibilidade dos barorreceptores, hiper-ativação do sistema nervoso simpático e disfunção endotelial (SANDOVAL, 2005; CARVALHO FILHO; AZUL; CURIAT, 2003; CERQUEIRA; YOSHIDA, 2002; IRIGOYEN; KRIEGER; CARVALHO, et al. 2001). A população idosa vem crescendo mundialmente. No Brasil esse processo ocorre em ritmo acelerado, segundo estimativas da Organização Mundial de Saúde (OMS, 2003), em 2025 o país terá a sexta maior população de idosos do mundo, o que irá representar 15% da população (BRANDÃO, 2008). O problema fundamental da longevidade está relacionado com aquelas pessoas que vivem com má qualidade de vida (QV). Segundo Vechhia et al. (2005) a QV está relacionada à auto-estima e ao bem estar pessoal, abrangendo uma série de aspectos como por exemplo: a capacidade funcional, o nível sócio econômico, o estado emocional, a interação social e o próprio estado de saúde. A busca pela QV na terceira idade (indivíduos com mais de 60 anos de idade) é muito importante, já que o processo de envelhecimento resulta na maioria das vezes em um declínio desta. O processo de envelhecimento associado a HAS resulta em prejuízos ainda maiores para a Qualidade de vida relacionada à saúde (QVRS) de pacientes hipertensos (SILQUEIRA, 2005). A QVRS está relacionada com a percepção do paciente sobre como a doença e seu tratamento farmacológico compromete sua saúde e seu bem estar (MELCHIORS, 2008). A HAS representa um dos mais importantes fatores de incapacidade e de morte prematura na população idosa no mundo civilizado. A incidência da HAS aumenta extraordinariamente com a idade, já que após os 65 anos ela atinge 50% dos idosos (CARVALHO FILHO; AZUL; CURIAT, 2003). Segundo Liberman (2007), a HAS é uma doença que atinge principalmente as mulheres idosas. Quando comparamos as mulheres com os homens de mesma idade (acima de 65 anos), a prevalência da HAS é de 69,2% para os homens e de 83,4% para as mulheres. Essa alta prevalência da HAS em mulheres idosas é consequência do processo de envelhecimento associado ao período pós-menopausa. Após a menopausa, a mulher perde sua “proteção cardiovascular”, devido à diminuição dos níveis de estrogênio. A musculatura lisa se torna mais ativa, aumentando a vasoconstrição, o que resulta em aumento na pressão arterial e posteriormente na HAS (SANDOVAL, 2005). Além das alterações que ocorrem no período pós-menopausa, as alterações relacionadas ao processo de envelhecimento também estão relacionadas com a HAS em mulheres idosas. O processo de envelhecimento causa modificações no coração e no sistema vascular, o que reduz a capacidade de funcionamento eficiente dos mesmos (ARMANDO; ARRUDA, 2004). Um progressivo aumento da rigidez das grandes artérias é uma característica típica dos idosos com mais de 50 anos. Na parede da aorta e das grandes artérias observa-se uma perda na funcionalidade das fibras elásticas. Por outro lado, ocorre um aumento da quantidade de colágeno, formando uma rede, que com o processo de envelhecimento se torna mais densa, - Pág. 38 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 dando maior rigidez aos tecidos. As alterações que a parede arterial sofre, fazem com que ela se torne menos elástica e mais rígida, sendo essa perda de elasticidade o fator fundamental e determinante na elevação da pressão arterial no idoso (CARVALHO FILHO; AZUL; CURIAT, 2003). Além da HAS, o tratamento farmacológico utilizado pelo idoso proporciona um declínio na QVRS, uma vez que eles podem proporcionar efeitos colaterais (falta de ar, fraqueza nas pernas, tontura, vista embaraçada, tosse, vermelhidão no pescoço, enjôo ou vomito, dor de cabeça, sonolência entre outros), dessa forma, para se obter uma vida com mais QVRS é necessário controlar a HAS e amenizar os efeitos colaterais do tratamento farmacológico (SILQUEIRA, 2005). O estudo de Melchiors (2008) nos apresenta que o controle da pressão arterial tem relação positiva na QVRS. Uma melhora na QVRS de pacientes com HAS pode ser observada com a prática de exercícios físicos. Tem sido demonstrado que o exercício físico pode causar hipotensão arterial por um período de até nas 24 horas subsequentes a realização do mesmo, dentre os fatores envolvidos com a hipotensão podemos citar: aumento do tônus parassimpático, diminuição do tônus simpático, aumento na produção e liberação de subprodutos do metabolismo energético com ação vasodilatadora. O exercício físico vem se destacando como um tratamento não farmacológico eficiente na redução da pressão arterial e como meio de se obter uma melhor QVRS. O exercício físico também melhora os sintomas do tratamento farmacológico da HAS, minimizando seu impacto no dia a dia da vida do hipertenso (MELCHIORS, 2008). O objetivo do presente estudo foi analisar a qualidade de vida relacionada à saúde de idosas hipertensas praticantes e não praticantes de exercício físico. Materiais e Métodos Participaram do estudo 30 hipertensas, praticantes e não praticantes de exercícios físicos (15 praticantes de exercício aeróbio e 15 não praticantes), cadastradas na Unidade Básica de Saúde da cidade de Paraisópolis/MG. Na tabela 1 encontram-se as características das voluntárias participantes do estudo. TABELA 1. Características das idosas participantes no estudo Idade (anos) Peso Corporal (Kg) Altura (m) Média 63 63,87 1,58 Desv Pad 5 5,87 0,03 2 IMC (Kg/m ) 25,72 2,51 Em dia e hora marcados previamente com as voluntárias, as mesmas compareceram as dependências da Unidade Básica de Saúde e responderam ao questionário de Bulpitt; Fletcher, validado no Brasil por Gusmão (2005). A análise estatística utilizada foi a análise descritiva. Resultados Os resultados encontrados no presente estudo sugerem que as idosas praticantes de exercício físico possuem uma melhor QVRS se comparada com aquelas que não praticam exercício físico de acordo com a classificação do Escore de QVRS (Gusmão, 2005) apresentado na tabela 2. GRÁFICO 1. O gráfico 1 apresenta o escore de QVRS das idosas hipertensas praticantes de exercício físico. GRÁFICO 2. O gráfico 2 apresenta o escore de QVRS das idosas hipertensas não praticantes de exercício físico. - Pág. 39 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 TABELA 2. A tabela 2 apresenta a classificação do Escore de QVRS segundo Gusmão (2005): Escore Qualidade de Vida relacionada à Saúde - QVRS 0 Morte. 0,125 Confinado à cama. 0,375 Confinado a casa, mas não à cama. 0,500 Dormindo ou em repouso constante. 0,625 Desempregado por razões médicas. 0,750 Incapaz de trabalhar por período superior a três dias. 0,800 Hipertensão ou seu tratamento interferindo em atividades de lazer ou sociais. 0,875 Nenhuma das situações descritas anteriormente, porém o paciente apresenta 30% dos sintomas, conforme questões de 1 a 30 do questionário. 0,975 Nenhuma das situações descritas anteriormente, o paciente apresenta menor que 30% de respostas positivas nas questões de 1 a 30 do questionário. 1,000 Nenhuma das situações descritas anteriormente, sem nenhuma resposta positiva nas questões de 1 a 30. GRÁFICO 3. O gráfico apresenta a porcentagem de sintomas desencadeados pelo tratamento farmacológico da HAS segundo o questionário de Bulpitt; Fletcher, validado no Brasil por Gusmão (2005). 86,67% 90% 80% 73,33% 73,33% 73,33% Porcentagem de Participantes 70% 60,00% 60,00% 60% 46,66% 46,66% 50% 40% 33,33% 30% 20,00% 20,00% 20% 10% 13,33% 6,66% 13,33% 6,66% 13,33% 6,66% 0,00% 0% Tontura Vista embaraçada Tosse Vermelhidão no pescoço Enjoo ou vomito Sintomas Não Praticantes de Exercicio fisico Dor de cabeça Falta de ar Fraqueza nas pernas Sonolência Praticantes de Exercicio Físico Discussão Os resultados indicam que as idosas hipertensas não praticantes de exercício físico apresentam um menor escore de QVRS. Podemos observar que a alta prevalência de sintomas desencadeados pelo tratamento farmacológico da HAS contribui para a obtenção de tais resultados. Em um estudo realizado por Bardage; Isacson (2000, apud Magnabosco, 2007), com o objetivo de comparar a QVRS de hipertensos e normotensos, com 5.404 pessoas, usando o instrumento de QV SF-36, contatou-se que pessoas com hipertensão têm uma menor QVRS do que aquelas não hipertensas. Sendo assim uma patologia e seu tratamento farmacológico têm uma correlação com o declínio da QVRS. Por outro lado podemos observar que a QVRS das idosas hipertensas praticantes de exercício físico está no escore máximo, ou seja, o exercício físico se mostrou eficiente em amenizar os efeitos colaterais do tratamento farmacológico da HAS, melhorando assim a QVRS das idosas. Segundo Magnabosco (2007), o efeito do exercício físico sobre os níveis da pressão arterial de repouso é importante, uma vez que, o individuo com HAS pode diminuir a dosagem dos seus medicamentos anti-hipertensivos. Podemos observar que a fraqueza nas pernas é o sintoma que esteve mais presente no grupo de hipertensas não praticantes de exercício físico (86,67%). Essa fraqueza tem relação com a diminuição na resistência muscular e com a - Pág. 40 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 utilização de remédios anti-hipertensivos. Segundo Tartaruga et al. (2005), existem diversos fatores que contribuem para a perda da força muscular com o passar da idade, entre eles podemos destacar: as alterações músculo-esqueléticas; acúmulo de doenças crônicas, uso de medicamentos para o tratamento de doenças e atrofia por desuso. Em contrapartida apenas 13,33% das idosas praticantes de exercício físico apresentaram fraqueza nas pernas, uma vez que, o exercício físico proporciona um fortalecimento da musculatura, proporcionando assim uma maior resistência muscular. Pedroso et al. (2007) demonstraram que oito semanas de treinamento de força foram eficientes para aumentar a força muscular em 9 mulheres portadoras de HAS. Foi observado um aumento significativo de 29% na carga máxima no exercício supino e de 21% no leg-press. Pode ser observado no gráfico 3 que o grupo que realiza exercícios físicos, não apresentou queixa sobre a existência de falta de ar. O exercício aeróbio promove o melhora do condicionamento cardiorrespiratório. Essa melhora evita a fadiga e a falta de ar quando se realiza qualquer tipo de exercício físico. O estudo de Monteiro et al. (2007), com 40 indivíduos portadores de HAS, apresentou que quatro meses de treinamento físico regular foi suficiente para melhorar a capacidade aeróbia de hipertensos através do aumento do volume máximo de oxigênio (VO2max) em 42%. Já no grupo das hipertensas não praticantes de exercício físico o número de idosas hipertensas que apresentam falta de ar chega a 73,33%. Esse valor pode ser explicado pela associação do baixo nível de condicionamento físico (já que se trata de um grupo de idosas sedentárias) com a utilização de remédios anti-hipertensivos. Com relação aos demais sintomas, podemos observar que o grupo de idosas hipertensas não praticantes de exercício físico apresentou uma maior prevalência de sintomas, desta forma, acreditamos que a prática de exercício físico contribuiu para a diferença na prevalência de sintomas entre os grupos. Conclusão Conclui-se com o presente estudo que as idosas hipertensas praticantes de exercício físico apresentam o escore máximo de QVRS. A falta de exercício físico pode ter contribuído para a diferença na QVRS entre os grupos, sendo assim, acreditamos que o exercício físico é eficiente não só no controle da HAS, mas também ameniza os efeitos colaterais do tratamento farmacológico, melhorando a percepção do paciente sobre como a doença compromete seu bem estar e saúde. Referências ARMANDO, T. C. F.; ARRUDA, I. K. G. Hipertensão arterial no idoso e fatores de risco associado. Rev Bras Nutr Clin, v. 19, n. 2, p. 94-99, 2004. CARVALHO, et al. Hipertensão arterial: o endotélio e suas múltiplas funções. Rev Bras Hipertensão, São Paulo, v. 8, p. 7688, 2001. CARVALHO FILHO, E. T.; AZUL, L. G. S.; CURIAT, J. A. E. Hipertensão arterial no idoso. Arq Bras Cardiol, São Paulo, v. 41, n. 3, p. 211-220, 2003. CERQUEIRA, N. F.; YOSHIDA, W. B. Óxido de nítrico, revisão. Acta Cirúrgica Brasileira, v. 17, n. 6, p. 417-423, 2002. GUSMÃO. L. J. MION. J. D. PIERIN. G. M. A. Avaliação da qualidade de vida do paciente hipertenso: proposta de um instrumento. Revista Bras Hipertensão, v. 8, n. 1, p. 22-29, 2005. IRIGOYEN, M. C.; KRIEGER, E. M.; COLOMBO, F. M. C. Controle fisiológico da pressão arterial pelo sistema nervoso. Rev Bras Hipertensão, São Paulo, v. 8, n. 3, 2005. LIBERMAN, A. Aspectos epidemiológicos e o impacto clínico da hipertensão no individuo idoso. 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SILQUEIRA, F. M. S. O questionário genérico SF-36 como instrumento de mensuração da qualidade de vida relacionada à saúde de pacientes hipertensos. 112 f. Dissertação (Pós Graduação em Saúde Doença e Epidemiologia) – Universidade de São Paulo, Ribeirão Preto, 2005. TARTARUGA, M. P, et al. Treinamento de força para idosos: uma perspectiva de trabalho multidisciplinar. Revista Digital, - Pág. 41 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 Buenos Aires, a. 10, n. 82, 2005. UEHARA, et al. Hipertensão arterial no idoso. In: BRANDÃO. A. A. Como tratar: hipertensão arterial. São Paulo: Manole, p. 118-136, 2008. VECCHIA, et al. Qualidade de vida na terceira idade: um conceito subjetivo. Rev Bras Epidemiol, v. 8, n. 3, p. 246-252, 2005. CONHECIMENTO DOS GRADUANDOS DE ENFERMAGEM DO 6º SEMESTRE SOBRE NUTRIÇÃO PARA O PACIENTE DIABÉTICO Knowledge of the graduandos of nursing of 6º semester on nutrition for the diabetic patient EDSON BEZERRA DE SOUZA Graduando em Enfermagem pelo Centro Universitário Nove de Julho [email protected] JULIANA MAGALHÃES BINI Graduanda em Enfermagem pelo Centro Universitário Nove de Julho [email protected] MARIA LEIDIANE REZENDE MICHELIN Graduanda em Enfermagem pelo Centro Universitário Nove de Julho [email protected] FERNANDA BORGES CARLUCIO Especialista em Nutrição Esportiva Fone: 8101-6675 [email protected] ROSANA STOPIGLIA Especialista em Educação - Docência do Ensino Superior Fone: 7133-8950 [email protected] RESUMO Para o estudo de nível de conhecimento com relação á orientação nutricional do diabetes mellitus dos alunos de graduação do curso de enfermagem do 6º semestre da universidade nove de julho, foi aplicado um questionário cuja finalidade foi narrar, classificar e descrever a base teórica e conceitual dos mesmos. Os resultados demonstraram que os alunos possuem um bom grau de conhecimento com relação a orientação adequada ao tratamento do paciente diabético, quais sejam; (96) 96% dos alunos consideram que “fritar” é uma forma incorreta de preparação de um alimento, (23) 23% consideram o fracionamento de uma refeição em até 6 refeições/dia adequado, (55) 55% afirmam que o consumo de frutas e legumes, para os diabéticos, deve ser moderada. Palavras-chaves: Diabetes Mellitus, Enfermagem, glicose e Terapia nutricional. INTRODUÇÃO 1.1 Diabetes Mellitus A prevalência do diabetes no mundo inteiro vem se elevando sendo considerado pela Organização Mundial de Saúde - OMS 1 como uma epidemia . Tal patologia afeta as pessoas de todas as faixas etárias e níveis sociais, com prevalência nos afroamericanos, hispano-americanos e brancos de 9,6% , 10,9% e 6,0% respectivamente. Nas Américas, o número de indivíduos com diabetes foi de cerca de 35 milhões para o ano 2000 e projetado para 64 2 milhões em 2025 . No Brasil, as cidades das regiões Sul e Sudeste, consideradas de maior desenvolvimento econômico do país, apresentaram maiores prevalências de diabetes mellitus e de tolerância à glicose diminuída. As principais causas associadas ao aumento de incidência de diabetes no Brasil relacionam-se com a obesidade, envelhecimento populacional e o histórico familiar da 2 doença . O Diabetes Mellitus é um grupo de doenças metabólicas caracterizadas por hiperglicemia (aumento dos níveis de açúcar no sangue), resultado da deficiência de insulina na secreção pancreática. Trata-se de uma doença complexa, na qual coexiste um transtorno que envolve o metabolismo dos carboidratos, lipídios e proteínas. É multifatorial pela existência de múltiplos 3 fatores implicados em sua patogênese . - Pág. 42 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 1.2 CLASSIFICAÇÃO E ETIOLOGIA DO DIABETES MELLITUS Diabetes Mellitus Tipo I O Diabetes Mellitus insulino-dependente do tipo I normalmente se inicia na infância ou adolescência, e se caracteriza por um déficit de insulina, devido à destruição das células β do pâncreas por processos auto-imunes (Tipo I A) ou idiopáticos (Tipo I 3 4 B ) . Uma breve descrição desses tipos de patologia será efetuada a seguir, quais sejam ; O diabetes tipo I A é caracterizado pela destruição auto-imune das células β designada como diabetes juvenil. Tal patologia é uma deficiência catabólica caracterizada por ausência absoluta de insulina no pâncreas, com conseqüente elevação da taxa de glicose sanguínea e metabolização de ácidos graxos situados no fígado, resultando em quadro clínico de 4 cetoacidose . O diabetes tipo I B é fortemente hereditário. Os portadores deste distúrbio têm cetoacidose episódica devido aos variáveis 4 níveis de deficiência da insulina com períodos de deficiência absoluta de insulina que pode ir e vir . Diabetes Mellitus Tipo II O diabetes Mellitus insulino-dependente do tipo II desenvolve-se em etapas adultas da vida e descreve uma condição de hiperglicemia em jejum que ocorre apesar da disponibilidade de insulina. As anormalidades metabólicas que contribuem para a hiperglicemia em pessoas com diabetes tipo II consistem em distúrbio da secreção de insulina, resistência periférica a 4 insulina e a maior produção hepática da glicose . A resistência á insulina estimula inicialmente a secreção de insulina pelas células do pâncreas, para superar a maior demanda e manter um estado normoglicêmico. Com passar do tempo, a resposta 4 da insulina (pelas células β), cai devido a exaustão, alterando níveis pós-prandiais de glicose sanguínea . Durante a fase evolutiva, o indivíduo com diabetes tipo II pode vir apresentar insulinopenia devido à insuficiência das células 4 β. As complicações agudas do diabetes são as causas mais comuns das emergências médicas decorrentes das doenças metabólicas, pois esta é um fator de risco significativo de Coronariopatias e Acidente Vascular Cerebral fato este um dos grandes responsáveis pela incidência de cegueira, doença renal em estágio terminal e amputações das extremidades 4 inferiores . Outros Tipos Específicos de Diabetes Mellitus A categoria de outros tipos específicos de diabetes, designada diabetes secundário, está geralmente associada a algumas condições e síndrome. Esse diabetes pode ocorrer em função de distúrbios pancreáticos, com a remoção do seu tecido e em doenças endócrinas como acromegalia, síndrome de Cushing ou Focromocitoma. Os distúrbios endócrinos que 4 produzem hiperglicemia fazem o aumento da produção hepática da glicose ou diminuindo o uso celular da glicose . Diabetes Gestacional O diabetes mellitus gestacional é designada pela intolerância à glicose, que é detectada pela primeira vez durante uma gravidez e afetam mais freqüentemente mulheres com histórico familiar de diabetes com glicosúria (glicose na urina), com história de natimorto ou abortos espontâneos, anomalias fetais numa gravidez anterior ou bebê anterior grande e pesado 4 para idade gestacional , que estão obesas , possuem idade materna avançada ou tiveram cinco ou mais gestações . Manifestações do Diabetes O diabetes mellitus pode ter inicio rápido ou insidioso. No diabetes tipo I, os sinais e sintomas manifestam-se muitas vezes subitamente. No tipo II, geralmente se desenvolve mais insidiosamente e sua presença pode ser detectada durante o exame 4 médico de rotina ou quando o paciente procura cuidados médicos por outras razões . Os aspectos sintomáticos do diabetes mais comumente identificados são a polis – poliúria (urinar em excesso), polidipsia (sede em excesso) e polifagia (fome excessiva), e esses sintomas estão estreitamente relacionados à hiperglicemia e glicosúria da referida patologia. Cabe ressaltar que outros sintomas também apresentam relevância, tais como: vista turva 4 recorrente, fadiga, parestesia e infecção cutânea . Diagnóstico e Tratamento O diagnóstico médico em adultos não gestantes baseia-se nos níveis de glicose sanguínea em jejum, teste de glicemia ao acaso ou nos resultados de teste de carga de glicose. Deve-se considerar o teste para diabetes em todos os indivíduos 4 acima de quarenta e cinco anos, teste de hemoglobina glicosilada e testes urinários . Controle da Dieta O resultado desejado para controle da glicemia tanto no diabetes tipo I quanto no tipo II, é a normalização da glicose sanguínea como meio para prevenir complicações a curto prazo. Os planos de tratamento envolvem geralmente terapia nutricional, exercícios e drogas anti-diabéticas. As pessoas com diabetes tipo I necessitam de insulinoterapia desde a ocasião do diagnóstico. A perda de peso e o controle da dieta podem ser suficientes para controlar os níveis sanguíneos de glicose em pessoas com diabetes tipo II, pois a secreção da insulina pelas células β pode diminuir ou aumentar resistência à 4 insulina, caso em que são prescritas drogas anti-diabéticas orais . - Pág. 43 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 Terapia Nutricional Alterações na estrutura da dieta associadas a mudanças econômicas, sociais e demográficas bem como suas repercussões 2 na saúde populacional, vêm sendo observadas em diversos países em desenvolvimento . 5 Conforme Monteiro et. al. no período entre 1988 a 1996, observou-se um aumento do consumo de ácidos graxos saturados, açúcares e refrigerantes, em detrimento da redução do consumo de carboidratos complexos, frutas, verduras e 5 legumes, nas regiões metropolitanas do Brasil . A redução do consumo de frutas, verduras e legumes, observada pelo mesmo autor pode favorecer o aumento da prevalência das doenças crônicas no Brasil, já que a ingestão desses alimentos tem sido apontado como um fator protetor 6 para o desenvolvimento de doenças cardiovasculares arteroscleróticas . Estudos recentes sobre padrões alimentares têm demonstrado que o consumo habitual da dieta “ocidental”, caracterizada por uma alta ingestão de carnes vermelhas, produtos lácteos integrais, bebidas adocicadas, açúcares e sobremesas, está 7. diretamente relacionado ao risco de desenvolver obesidade e doenças cardiovasculares O controle da dieta é geralmente prescrito para atender as necessidades específicas de cada pessoa com diabetes. Os objetivos e princípios da terapia dietética diferem nos diabéticos tipo I e II , assim com nas pessoas magras e obesas. É parte integrante do tratamento do diabetes um plano prescrito da terapia nutricional. Os objetivos da terapia são a manutenção de níveis sanguíneos de glicose praticamente normais, obtenção de níveis lipídicos ótimos, calorias adequáveis, prevenção e tratamento das complicações crônicas do diabetes e melhora da saúde geral por uma nutrição 4 adequada . Em contrapartida, um padrão alimentar mais saudável, rico em frutas, verduras, legumes e peixes, associado ao consumo não freqüente de frituras e embutidos, demonstrou ser um fator protetor para o desenvolvimento de tolerância à glicose 8 diminuída e da síndrome metabólica . O tratamento para estes pacientes é obrigatório e contínuo. Além da insulina, são necessárias outras providências como: 9 dieta adequada, atividades físicas praticadas regularmente, apoio psicológico e social . Em relação à dieta proposta para o tratamento, a transgressão alimentar está de algum modo, sempre presente no inconsciente do paciente diabético; bem como na sua maneira de driblar o profissional da saúde e o seu principal cuidador. A terapia nutricional é um componente 10 essencial para o tratamento bem sucedido do diabetes . O plano alimentar deve fornecer calorias suficientes para manter ou alcançar índices de crescimento e desenvolvimento normais para um paciente diabético. Deve também, manter equilíbrio entre o consumo de alimentos e a insulina disponível, fornecer alimentação nutricional equilibrada de acordo com as necessidades individuais e manter um bom controle metabólico para prevenir e/ou retardar complicações agudas e crônicas proporcionando qualidade de vida ao portador de 11 diabetes . A seguir, faremos um breve comentário a respeito da contribuição do enfermeiro visando orientação adequada para a melhora da qualidade de vida e tratamento dos diabéticos. 1.2 O papel do Enfermeiro e sua contribuição para o paciente com Diabetes Mellitus Nas últimas décadas o Enfermeiro tem ampliado suas áreas de atuação nas instituições tanto nos aspectos assistenciais 12 quanto administrativos. De acordo com VANZIN & NERY ele precisa associar ao conhecimento, a flexibilidade e habilidade na abordagem de problemas com o paciente no núcleo familiar e no contexto social. A Enfermagem contemporânea exige que o profissional possua conhecimentos e habilidades em diversas áreas. No passado, a principal função era prestar o cuidado e oferecer conforto, entretanto, com as mudanças na enfermagem, verifica-se maior ênfase e preocupação visando à promoção da saúde e a prevenção da doença, além da observação do cliente de maneira holística. Tal comportamento profissional tem sido decisivo no tratamento de doenças crônicodegenerativas que estão associadas ao ritmo acelerado da sociedade pós-moderna, marcada pelas conseqüências da empregabilidade e do estresse. Nesse âmbito, o diabetes mellitus está associado pela alta prevalência na população de faixa etária produtiva, devido o grau de incapacidade que confere aos portadores ao longo curso da doença. Assim sendo, a sua relevância como problema de saúde pública desencadeia a necessidade de constante estudo e atualização visando fornecer orientações adequadas aos portadores da doença e conseqüentemente gerando melhora na qualidade de vida. O processo de enfermagem consiste na metodologia científica da assistência de enfermagem e consta de etapas sistematizadas e inter-relacionadas capazes de oferecer uma estrutura organizada e seqüencial em coleta de dados, 13 diagnóstico, planejamento, implementação e avaliação dos resultados. O presente projeto de trabalho consiste na avaliação do conhecimento dos graduandos de enfermagem relacionadas à nutrição para o paciente diabético. 3. OBJETIVOS 3.1 Objetivo Geral - Identificar o conhecimento do Graduando em Enfermagem em relação à orientação nutricional ao paciente diabético e discutir os resultados obtidos. 3.2 Objetivo Específico - Aplicar o questionário para identificar o conhecimento. - Identificar a atuação dos graduandos de enfermagem na orientação realizada ao paciente com diabetes mellitus. - Pág. 44 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 4. MATERIAL E MÉTODO 4.1 Tipo de Estudo Tratava-se de uma pesquisa de campo, de forma descritiva, com abordagem quantitativa, foi montado um questionário fechado envolvendo alunos do curso de enfermagem do 6º semestre da Universidade Nove de Julho, com objetivo de identificar o conhecimento dos Graduandos sobre orientação nutricional para paciente diabético. O estudo quantitativo consistia em investigações de pesquisa empírica cuja principal finalidade foi o delineamento ou análise 14. das características de fatos ou fenômenos, a avaliação de programas, ou isolamento de variáveis principais ou chave A finalidade do estudo descritivo era narrar, classificar e descrever características de uma situação, fazendo ligações 15 necessárias entre a base teórica e o conceitual existente . Em relação ao questionário foram de múltipla escolha, com perguntas fechadas, mas que apresentavam uma série de possíveis respostas, abrangendo várias facetas do mesmo assunto. Seriam previamente esclarecidos os objetivos da pesquisa e demais itens do Termo de Consentimento Livre e Esclarecido, após, desde que não haviam nenhuma dúvida, os que concordavam assinavam o referido termo e preencherão o questionário de próprio punho. A técnica de múltipla escolha foi facilmente tabulada e proporcionavam uma exploração em profundidade quase tão boa quanto à de perguntas abertas. A combinação de respostas de múltipla escolha com as respostas abertas possibilitava mais informações sobre o assunto, sem prejudicar a tabulação. 4.2 População e Amostra A pesquisa foi realizada na Universidade Nove de Julho com 100 alunos do 6º semestre de Enfermagem do Campus Memorial do período matutino. O público alvo foram os Graduandos de Enfermagem do 6º semestre da Universidade Nove de Julho – Campus Memorial, com idade entre 20 e 50 anos de ambos os sexos, que estavam dispostos a participarem da pesquisa após consentimento livre e esclarecido. Critério de Inclusão: 100 alunos do 6º semestre de Enfermagem do Campus Memorial do período matutino Critérios de Exclusão: Os graduandos de Enfermagem que estiverem cursando o 1º, 2º, 3º, 4º, 5º, 7º e 8º semestres do Campus Memorial - períodos tarde e noite. - Todos os graduandos de Enfermagem do 1º ao 8º semestre das unidades Vila Maria, Vergueiro e Santo Amaro. - Todos os graduandos de Enfermagem com idade inferior a 20 e superior a 50 anos dos Campus: Vila Maria, Memorial, Vergueiro e Santo Amaro. -Foram excluídos os participantes que não concordassem em participarem da pesquisa. 4.3 Local de Pesquisa A pesquisa foi realizada na Universidade Nove de Julho – Campus Memorial – Barra Funda – São Paulo. 4.4 Coleta de Dados Foram feito um levantamento bibliográfico, leitura crítica e seleção do material específico para o tema. Foi elaborado um questionário (já descrito anteriormente) que deveria ser aplicado para alunos do 6º semestre de enfermagem. Foram esclarecidos os objetivos da pesquisa e, os que concordavam assinavam o Termo de Consentimento Livre e Esclarecido e posteriormente seriam entregue um questionário para serem respondido individualmente. 4.5 Pressupostos Éticos Os dados foram coletados após a análise e a aprovação deste projeto pela Comissão de Ética da Universidade Nove de Julho. As entrevistas ocorriam após a leitura e assinatura do termo de consentimento livre e esclarecido. Seriam assegurado o esclarecimento de todas as dúvidas existentes sobre a pesquisa. RESULTADOS E DISCUSSÃO A partir dos dados coletados pelo preenchimento do questionário, foram obtidos os seguintes resultados: Para identificar se os alunos do 6º semestre do curso de enfermagem julgam ser importante o cuidado nutricional com paciente diabético, foi observado que 4 (4%) acreditam que o diabético deve fracionar a dieta em até 4 refeições /dia; 12 (12%) afirmam que o paciente diabético necessita fracionar a dieta em 5 refeições /dia; 59 (59%) consideram que um paciente diabético precisa fracionar a dieta fazendo 6 refeições /dia; já 23 (23%) avaliam que o diabético deve fracionar a dieta em mais do que 6 refeições /dia; 2 (2%) não avaliaram a questão. - Pág. 45 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 Gráfico 1: Quanto a distribuição dos entrevistados para o fracionamento diário de refeições para um paciente diabético, São Paulo, 2008. 4% 12% 59% 23% 2% 0% 20% 40% 60% 80% 100% 4 refeições diárias 5 refeições diárias 6 refeições diárias Mais que 6 refeições diárias Não avaliaram a questão 100% 4 refeições diárias 80% 59% 5 refeições diárias 60% 6 refeições diárias 40% 23% 20% Mais que 6 refeições diárias 12% 4% 2% Não avaliaram a questão 0% O fracionamento adequado das refeições representa um item importante da alimentação do diabético, pois facilita o controle da glicemia, um fator limitante ao maior fracionamento, é possível corrigir esta situação, orientando cada indivíduo de acordo 16 com sua história alimentar e condição social, sem alterar os custos com a alimentação . A dieta deve ser fracionada com mais de 6 refeições diárias, mantendo intervalo de 2h/3h, sendo que três refeições precisa 16 ser básicas e três refeições complementares Com relação a escolha de alimentos diet ou light por pacientes diabéticos, foi observado que 1 (1%) acreditam que o mais adequado seja exclusivamente os alimentos lights; 70 (70%) concordam que para o paciente diabético os alimentos mais adequados são os denominados “diet”; já 28 (28%) afirmam que os mais adequados além dos diets são também os “lights”; 1 (1%) demonstraram o contrário em relação a importância desses alimentos; Gráfico 2: Distribuição dos entrevistados quanto a utilização de alimentos Diet x Light, São Paulo, 2008. 1% 70% 28% 1% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Alimentos Light Alimentos Diet Alimentos Diet e Light NDA - Pág. 46 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 100% 80% 70% Alimentos Light 60% Alimentos Diet 40% 28% Alimentos Diet e Light 20% 1% NDA 1% 0% De acordo com Agencia Nacional de vigilância Sanitária, os termos diet e light são utilizados na designação de alimentos para fins especiais. Os produtos diet foram desenvolvidos para suprir pessoas com restrição a algum componente presente nos alimentos convencionais, como os hipertensos e diabéticos que necessitam de produtos com ausência de determinada substancia (açúcar e sal), sendo substituída por outro ingrediente. Já os produtos light são definidos como alimentos com redução mínima de 25% de algum componente ou redução de calorias em relação ao produto 17 convencional . Na tabela 1 pode-se observar a distribuição dos resultados após questionamento, se seria adequado a substituição de açúcar por adoçante, onde 2 (2%) afirmam que a substituição do açúcar pelo adoçante é para melhorar o fluxo sanguíneo; 45 (45%) acreditam que a substituição do açúcar por adoçante sirva para controlar a glicemia sanguínea; 50 (50%) avaliam que essa substituição serve para diminuir o nível de glicose no sangue; 1 (1%) consideram que essa substituição não interfere no controle do fluxo sanguíneo, da glicemia sérica e do nível de glicose sangüínea; 2 (2%) não avaliaram a questão. Tabela 1: Distribuição dos resultados, sobre a substituição de açúcar pelo adoçante. Respostas Quantidade % Para melhorar o fluxo sanguíneo 2 2% Para controlar a glicemia 45 45% Para diminuir nível de glicose 50 50% NDA 1 1% Não avaliaram a questão 2 2% TOTAL 100 100% A substituição do açúcar por adoçante, refere-se a misturas de frutose e lactose que são úteis para reduzir a ingesta calórica 17 e o índice glicêmicos . Os adoçantes são utilizados em substituição ao açúcar, com o objetivo de emagrecer, evitar doenças ou até mesmo reduzir os níveis de glicose na corrente sangüínea. O consumo de adoçantes alternativos e produtos dietéticos aumentou muito nos últimos anos. Estes produtos desempenham um fator importante no plano alimentar de pacientes com diabetes (DM), uma vez que eles podem proporcionar o sabor doce sem acréscimo de calorias. Contribuem também no aspecto psicológico e 18 social destes indivíduos . Contudo, é necessário alertar o consumidor que eles são produtos artificiais e podem trazer uma ação tóxica para o organismo. O uso em excesso desse produto pode ocasionar alguns efeitos adversos na saúde como diarréia e dores abdominais. Na verdade, tudo que é consumido pelo indivíduo deve basear-se no equilíbrio, na relação de proporção entre o 19 que é ingerido . Com relação ao consumo de frutas e legumes, pode-se observar que 3 (3%) acreditam que o diabético deve consumir frutas e legumes em abundância; 55 (55%) julgam que o paciente diabético deve consumir frutas e legumes com moderação; 39 (39%) afirmam que o consumo destes alimentos seja freqüente; 1 (1%) concordam que os pacientes não precisam consumir frutas e legumes regularmente; 2 (2%) não avaliaram a questão. - Pág. 47 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 Gráfico 3: Distribuição dos resultados em relação ao consumo de frutas e legumes. 3% 55% 39% 1% 2% 0% 20% 40% 60% 80% 100% Em abundância Com moderação Com freqüência NDA Não avaliaram a questão 100% Em abundância 80% Com moderação 55% 60% Com freqüência 39% 40% 20% NDA 3% 1% 2% Não avaliaram a questão 0% O paciente diabético deve consumir frutas e legumes com moderação porque são armadilhas para a dieta dos diabéticos e 20 também possuem lactose, galactose naturais que ajudam a elevar os níveis glicemicos no sangue . É comum o paciente classificá-las como alimentos muito saudáveis que podem ser ingeridos à vontade. Na verdade, não podem, assim como os não-diabéticos, eles devem consumir em média quatro porções de frutas por dia, pois, apesar de muito saudáveis, as frutas são calóricas e podem dificultar a perda de peso nos obesos e a titulação da insulina nos pacientes insulino-dependentes 21 devido aos altos teores de carboidratos, especialmente frutose e sacarose . Para o cuidado nutricional com o paciente diabético, 11 (11%) afirmam que é importante para o diabético manter estado nutricional adequado; 14 (14%) avaliam que os cuidados nutricionais controlam a glicemia; 76 (76%) consideram que os cuidados nutricionais são bastante importantes; Nenhum avaliam que os cuidados nutricionais não previnem as doenças renais, cardíacas e oftalmológicas; 2 (2%) não avaliaram a questão. O plano alimentar, com base na avaliação nutricional do indivíduo e no estabelecimento de objetivos terapêuticos específicos, leva em consideração aspectos nutricionais, clínicos e psicossociais e preconiza: o controle metabólico e prevenção das complicações agudas e crônicas; a individualização de acordo com a idade, sexo, estatura, estado fisiológico e metabólico; atividade física, doenças intercorrentes, hábitos socioculturais, situação econômica, disponibilidade de 22 alimentos, dentre outros . O tratamento dietético não está pautado na proibição de determinados alimentos, mas sim em restrições quanto à quantidade ingerida além de uma reeducação alimentar que o paciente deve aprender a realizar efetuando escolhas que 3 incluem os melhores alimentos para ele . Com relação à ingestão de água, 2 (2%) acreditam que a dosagem diária de água seja de 1 litro/dia; 7 (7%) avaliam a quantidade de água para o diabético deve ser de 1 a 1.5 litro/dia; 48 (48%) afirmam que é importante a quantidade de água diária e esta deve ser de 1.5 a 2.0 litros/dia; já 41 (41%) concordam que a quantidade de água ingerida deve ser maior que 2.0 litros/dia; 2 (2%) não avaliaram a questão. A água é um componente essencial de todos os tecidos corporais, passando a ser facilitadora da função renal, transportando os produtos do metabolismo e diminuindo a quantidade de soluto renal. Atua também como coadjuvante no 23 processo digestivo e facilita a eliminação de fezes , muitos solutos disponíveis para a função celular e é um meio 3 necessário para todas as reações metabólicas, nos processos fisiológicos de digestão, absorção e excreção . Com relação ao consumo de sal para o paciente diabético, 95 (95%) acreditam que o paciente diabético tem que reduzir o consumo do sal para evitar hipertensão; 4 (4%) afirmam que deve-se reduzir o consumo do sal para evitar hiperglicemia e 1 - Pág. 48 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 (1%) consideram que o consumo do sal deva ser reduzido para evitar o colesterol sérico; Nenhum demonstram ciência de que a redução do consumo de sal para evitar a hipoglicemia. O diabético precisa reduzir o sal (sódio/NaCl), para diminuir a pressão sanguínea, porque as respostas ao sódio podem ser 24 maiores em indivíduos “sensíveis ao sódio” características de um diabético . O diabetes aumenta o risco de desenvolver pressão alta (hipertensão arterial). Grandes quantidades de cloreto de sódio (sal de cozinha) na alimentação podem aumentar ainda mais esse risco. Portanto, em casos selecionados o médico ou o nutricionista podem orientar o paciente diabético a diminuir seu consumo de sal (principalmente se o paciente já for 24 hipertenso) . 20 Alguns tipos de alimentos devem ser evitados por pessoas que precisam restringir seu consumo de sal . Indústrias que investem em fast-foods ricos em calorias, bebidas carbonatadas, cereais açucarados matinais, alimentos ricos em gorduras e sal, como batatas fritas, frituras, hambúrgueres, enlatados, devem ser restritos aos pacientes diabéticos e 20 com tendência a terem hispertensão . Para o preparo correto do alimento, pode-se observar que 96 (96%) consideram que o fritar seja o modo incorreto de preparação dos alimentos; 1 (1%) avaliam que o modo incorreto de preparar dos alimentos seja o refogar; também 3 (3%) afirmam que o modo incorreto de preparar os alimentos seja grelhar; Nenhum demonstram ciência de que o assar como modo incorreto no preparo. O diabético não pode ingerir frituras, porque deve controlar a ingesta do alto percentual de energia derivada de carboidratos, 25 devendo controlar a quantidade de colesterol ingerida, reduzindo as chances de doenças cardiovasculares . É melhor optar por pratos que possam ser assados, grelhados, cozidos ou fervidos. Experimente também reduzir a 3 quantidade de óleo utilizada nos refogados . Com relação as complicações que uma alimentação não adequada pode causar, 12 (12%) acreditam que uma nutrição não adequada pode causar aumento do apetite; 7 (7%) demonstram ciência de que uma nutrição não adequada pode causar retenção urinária aos diabéticos; 81 (81%) consideram que uma nutrição não adequada para o diabético pode causar cegueira; Nenhum atribuíram a perda da fala a uma dieta inadequada. Uma nutrição não adequada por um paciente diabético pode levar a várias complicações como, a cegueira, na medida em que a doença progride para estágios médios de retinopatia diabética não proliferativas, moderada, grave e muito grave, 3. ocorre perda gradual da microvasculatura retiniana, resultando em isquemia da mesma CONCLUSÃO O presente trabalho consiste na identificação do nível de conhecimento do graduando em Enfermagem com relação a orientação nutricional ministrada ao paciente diabético, e posterior análise técnica dos resultados obtidos. Considerando que o diabetes mellitus é uma doença crônica, que o controle glicêmico, assim como a terapia nutricional são fundamentais à prevenção de complicações e seqüelas temos que, a formação acadêmica e constante atualização técnica dos profissionais da saúde são aspectos relevantes no tratamento e melhora da qualidade de vida dos pacientes envolvidos. Analisando os resultados da pesquisa, os graduandos demonstraram bom grau de conhecimento em relação a uma orientação nutricional adequada ao tratamento do paciente diabético. Constatamos que (96%) dos graduandos consideram que “fritar” o alimento é o modo incorreto de preparação; (23%) dos graduandos declararam que o diabético deve fracionar a dieta em até 6 refeições/dia. Em relação a alimentação mais adequada, (70%) consideram que para o paciente diabético, os alimentos Diets são os mais adequados e (55%) afirmaram que o paciente diabético deve consumir frutas e legumes com moderação. O controle da saúde, a prevenção dos riscos e as complicações decorrentes do diabetes mellitus, dependem não só de mudanças nos hábitos dos pacientes, mas também de um acompanhamento multidisciplinar dos profissionais da saúde, incluindo o enfermeiro que deve estar capacitado a realizar orientações nutricionais adequadas ao dia-a-dia do paciente diabético. 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Prevalência do consumo de produtos diabéticos por pacientes diabéticos na cidade de Faz do Iguaçu. Centro de especialização médica de Foz do Iguaçu: Paraná, 2003. 18. Castro, Adriana G. P. de; Franco, Laercio J. Caracterização do consumo de adoçantes alternativos e produtos dietéticos por indivíduos diabéticos. Disponivel em: http://www.scielo.br/scielo. 19. Duarte MJD, Oliveira TC. Conhecimento e forma de consumo de adoçantes e produtos dietéticos em Indivíduos hipertensos e diabéticos do programa hiperdia de um PSF do Município de Itabira, MG, Nutrir Gerais. Revista Digital de Nutrição. Ipatinga: Unileste - MG, V. 2 – N. 2 – Fev./Jul. 2008. 20. Paiva E. Comunidade Diabetes. Disponivel em: http://www.comunidadediabetes.com.br 21. Ferraz AEP, Zanetti ML, Brandão ECM, Romeu LC, Foss MC Paccola GMGF; et. al., Atendimento multiprofissional ao paciente com diabetes mellitus no Ambulatório de Diabetes do HCFMRP-USP. Medicina, Ribeirão Preto, abr./jun. 2000; p. 33: 170-171. 22. Bavelloni FP. Diabetes Mellitus:Como Controlar. São Paulo, 2007. Disponível em: http://www.estudanteonline.com.br 23. Rique ABR, Soares EA, Meirelles CM. Nutrição e exercício na prevenção e controle das doenças cardiovasculares. Revista Brasileira de Medicina do Esporte, vol.8 no.6 Niterói Nov./Dec. 2002. 24. Diehi L, Portal Endócrino. São Paulo, 2006. Disponível em: http://www.webmd.com 25. Dez passos para uma alimentação saudável para diabéticos e hipertensos. Disponível em: http://www.busm.saude.gov.br 26. Ministério da Saúde. Análise de Evidencias da Estratégia Global da Organização Mundial de Saúde para Alimentação Saudável, Atividade Física e Saúde. Disponível em: http://www.saude.gov.br/alimentacao e www.saude.gov.br/svs 27. Sociedade Brasileira de Diabetes, 2005. Disponível em: http://www.bancodesaude.com.br/guiadiabetico - Pág. 50 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 PÔSTER ACUPUNTURA AURICULAR ASSOCIADO AO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA BUSCA DE QUALIDADE DE VIDA EM UMA PACIENTE COM LABIRINTOPATIA PERIFÉRICA Suellen Fernanda Coutinho Graduanda em Fisioterapia, UNIVÁS. [email protected] Wanessa Christina Campos Costa Graduanda em Fisioterapia, UNIVÁS. [email protected] Eliziana Renata Souza dos Santos. Graduanda em Fisioterapia, UNIVÁ[email protected] Sidney Benedito Silva Docente da UNIVÁS e UNIVERSITAS. [email protected] Adriana Teresa Silva Docente da UNIVÁS e UNIFENAS. [email protected] RESUMO INTRODUÇÃO: As vertigens são manifestações de desorientações espaciais advindas do aparelho vestibular. A causa é o deslocamento de pequenos cristais de carbonato de cálcio que flutuam pelo fluido da orelha interna devido a mudanças posturais. A incidência é variável entre 11 e 64 casos por 100 mil, na faixa etária entre 50 e 55 anos nos casos idiopáticos. Com as características clínicas, os pacientes tornam-se apreensivos e podem limitar sua qualidade de vida. OBJETIVO: Relatar o caso de uma paciente com disfunção labiríntica periférica. RELATO DO CASO: Paciente, 48 anos, sexo feminino. Procurou o serviço de Otorrinolaringologia devido a desequilíbrios, desorientação espacial, náuseas e zumbidos. Através do teste de Dix – Hallpike desencadeou nistagmo unilateral direita na mudança posicional, confirmando as suspeitas de disfunção labiríntica periférica. No exame de audiotemetria constatou-se perda auditiva e condutiva de ambos os lados, intensificando-se o lado direito como mais afetado com 30 dB. Foi encaminhada a fisioterapia. Para avaliação foi utilizada “Escala de Berg” pontuando 33 evidenciando maior risco de quedas e o “Inventário das Deficiências de Vertigem” pontuou 98 de 100 pontos, sendo quanto maior a pontuação maior a deficiência. Para o tratamento optou-se pela acupuntura auricular através da semente de mostarda e o protocolo de Cawthorne e Cooksey, em 2 sessões por semana com duração de 1 hora e meia cada, durante 6 meses. Foram utilizados 10 pontos auriculares que eram trocados a cada semana após aplicação do protocolo, que consiste de exercícios de habituação e compensação do SNC realizados em 20 repetições onde aumentava--se a velocidade gradativamente a cada sessão. A paciente foi reavaliada pontuando 45 na “Escala de Berg” e 8 no “Inventário das Deficiências de Vertigem”. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A acupuntura auricular juntamente com o protocolo teve papel fundamental no restabelecimento do equilíbrio possibilitando melhor qualidade de vida a paciente. PERCENTUAL DE GORURA DE JOVENS ATIVOS E SEDENTÁRIOS DE UMA ESCOLA ESTADUAL Adelita Vieira de Morais, acadêmica de Educação Física, Faminas [email protected] Guilherme Tucher, Mestre em Ciência da Motricidade Humana, Faminas [email protected]; Emerson Filipino Coelho, Mestre em Psicofisiologia do Exercício, Faminas [email protected] Palavras-Chave: Gordura corporal, sedentários e escolares. O estudo objetivou comparar o percentual de gordura de jovens escolares fisicamente ativos e sedentários. Foram avaliados 50 alunos com idade média de 18 anos, de ambos os gêneros, matriculados na Escola Estadual Padre Alfredo Kobal (Miradouro-MG). Os indivíduos formam subdivididos de acordo com o Questionário Internacional de Atividade Física (IPAQ). Após o resultado do IPAQ, a amostra foi dividida em grupo sedentário (Sed; n = 25) e fisicamente ativos (Ati; n = 25). O percentual de gordura corporal (%g) foi avaliado pelo Protocolo de Pollock de três dobras. Os indivíduos concordaram em participar da pesquisa através do termo de consentimento livre esclarecido, assinado pelos responsáveis, quando menores - Pág. 51 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 de 18 anos. Realizou-se a estatística descritiva e Teste-t independente entre o percentual de gordura de cada grupo, assumindo-se p < 0,05. No gráfico 1 são exibidos os resultados do estudo. O grupo Ati apresentou %g de 12,05 ± 4,51% e o Sed de 24,39 ± 6,56%, sendo classificados, respectivamente em “acima da média” e “muito ruim”. Não foi observada diferença significativa (p > 0,05) no %g entre os grupos. Entretanto, ficou claro que o grupo Sed possui %g mais elevado. A partir deste estudo é possível afirmar que uma grande parcela de jovens está com o percentual de gordura acima dos padrões de normalidade. Mesmo os jovens classificados como fisicamente ativos pelo questionário IPAQ apresentam composição corporal inadequada. Tal situação encontra-se associada a uma série de implicações ligadas a aquisição e ou manutenção da saúde, qualidade de vida e alimentação adequada. Gráfico 1 - Percentual de gordura, avaliado pelo protocolo de três dobras, apresentado pelos grupos de estudantes classificados em fisicamente ativos (Ati) e sedentários (Sed) pelo questionário IPAQ. PROGRAMAS DE INICIAÇÃO ESPORTIVA NAS ESCOLAS NA PERSPECTIVA DOCENTE Adelita Vieira de Morais, acadêmica de Educação Física, Faminas [email protected] Jairo Antônio da PAIXÃO, Doutorando, UTAD, Portugal, Faminas [email protected] Palavras-Chave: Iniciação esportiva, escola, percepção docente. A “iniciação esportiva” pode ser compreendida como uma fase na qual o aluno vivencia determinado repertório de vivencias motoras ligadas à prática de modalidades esportivas. O treinamento que privilegiará aspectos orgânicos, funcionais, técnicos e táticos indispensáveis a pratica de determinada modalidade esportiva. O presente trabalho buscou analisar a percepção do professor de Educação Física a despeito de programas de iniciação esportiva realizados no âmbito escolar. A amostra foi constituída por 10 professores de Educação Física atuantes no ensino fundamental. Foi utilizado um questionário semiestruturado composto por 05 questões abertas e 01 fechada, que abordam questões relativas a percepção do professor de Educação Física a despeito dos programas de iniciação desportiva realizados em escolas da rede pública e particular de ensino da cidade de Muriaé, MG. Em um programa de iniciação esportiva na escola deve-se considerar a determinação por parte do aluno em praticar determinada modalidade esportiva e a valorização de vivências motoras que o aluno traz consigo. MOIOLI (2006), afirma que, apesar da crítica recorrente a despeito da forma como é trabalhada a competição pelos professores, percebe-se possibilidades de se trabalhá-la no contexto escolar de forma coerente uma vez que o professor se comprometa com o espírito esportivo, o sentido de justiça e os valores éticos e morais nas aulas. Os programas de iniciação esportiva podem se configurar como momentos diferenciados, nos quais através da perspectiva de trabalho adotado pelo professor - por meio de propostas e estratégias pedagógicas que não se resumam tão somente na busca da perfeição do gesto motor e performance mas também valores, regras sociais de convivência e inclusão – propiciem possibilidades mais concretas de interação e de aprendizagem. No entanto, a realidade apresentada neste este estudo não representa a - Pág. 52 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 totalidade. ANÁLISE DA VELOCIDADE MÉDIA DOS ÁRBITROS DE FUTEBOL DA LIGA ESPORTIVA OUROPRETANA WANDER LUÍS FERREIRA Graduado em Educação Física – FASAR [email protected] REINALDO JULIANO DE OLIVEIRA MENDES Graduado em Educação Física - FASAR [email protected] EDSON LUCAS MOREIRA E SILVA Graduado em Educação Física -Unipac RESUMO Hoje em dia os Árbitros que atuam no futebol, querem seja profissional ou amador, necessita de boa preparação física para poder acompanhar de perto todas as jogadas existentes durante uma partida de futebol. Mas,essa evolução deve-se a boa preparação física dos jogadores bem como a movimentação rápida e o ritmo das jogadas.Estes vários aspectos exigem dos responsáveis pelo andamento de uma partida,um bom condicionamento físico e psicológico.Onde para tal,as confederações,federações e ligas as quais são subordinados,devem fazer periodicamente uma avaliação da capacidade física deles(árbitros)para analisar e avaliar quem estar bem fisicamente.Isto quer dizer que,quem estiver bem fisicamente terá grandes chances de acompanhar de perto uma jogada e realizar uma boa partida.Partindo desta premissa, o presente estudo teve por objetivo analisar a velocidade média dos árbitros de futebol amador da liga esportiva ouro-pretana (L. E. O) através do teste determinado pela FIFA para árbitros nacionais e internacionais. Este teste foi realizado na cidade de Ouro Preto-MG, no campo da barra. A amostra deste estudo foi constituída por 10 árbitros, todos do sexo masculino. A bateria de teste sugerido para avaliar a velocidade média é constituída de 6 tiros de 40 metros, Em média os árbitros da L. E. O levaram 6,1 segundos para realizar um tiro de 40 metros. O tempo médio dos árbitros internacionais e nacionais são 6,2 e 6,4segundos, respectivamente. De acordo com os resultados apresentados pelas diversas categorias de árbitros avaliados, verificou-se que os árbitros amadores apresentaram um valor dentro dos padrões estatísticos, velocidade bem próxima em relação aos demais que integram o quadro da FIFA e CBF. Palavras chave: Arbitragem; Futebol; Velocidade. ANÁLISE DOS BENEFÍCIOS DA GINÁSTICA LABORAL NO TRABALHO Anderson Fernandes da Silva Graduando Educação física – FUNEC [email protected] Henning Costa da Silva Graduando Educação Física - FUNEC Este estudo analisa os benefícios da ginástica laboral nas empresas, pois o estar no mercado de trabalho induz os indivíduos a uma vida sedentária, havendo um desequilíbrio harmônico e físico-mental, contribuindo para uma baixa qualidade de vida. Observou-se que a ginástica laboral, ajuda a estar melhor fisicamente, evitando doenças e dando mais disposição, pois a prática de exercícios é o maior promotor de saúde além dos remédios e ajuda para que haja boa qualidade de vida. Constatou-se que a ginástica laboral é muito útil, pois faz com que os indivíduos pratiquem atividade física mesmo estando no ambiente de trabalho, dando-lhes mais disposição no trabalho, diminuindo o stress, e restabelecendo-lhes o equilíbrio harmônico e físico-mental. Quanto à visão das empresas, pôde-se observar que as mesmas, visam além de proporcionar qualidade de vida aos trabalhadores, aumentar a produtividade, pois tendo boa qualidade de vida o indivíduo produz mais, o trabalho se desenvolve com maior eficácia e com isso tanto o trabalhador como a empresa ganham. Concluiu-se ainda que, muitas empresas e até mesmo trabalhadores ignoram o fato de que podem aumentar a produtividade e qualidade de vida com a prática da ginástica laboral. Porém o estudo apresenta resultados positivos obtidos por empresas como o BNDES que ao implantarem a ginástica laboral conseguiu num curto espaço de tempo diminuir as faltas por motivos de saúde e a disposição dos funcionários no trabalho aumentou. A Siemens diminuiu em 60% as reclamações de dores corporais por parte dos funcionários, a Xérox do Brasil aumentou sua produtividade em 39% e em duas empresas alimentícias do sul do Brasil houve aumento de 27% na produtividade e diminuição de 40% nos acidentes de trabalho. Esses resultados indicam que a ginástica laboral beneficia os funcionários e também influenciam no desempenho e produtividade da empresa. - Pág. 53 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 RELAÇÃO ENTRE A COLUNA CERVICAL E AS DISFUNÇÕES TÊMPORO-MANDIBULARES: REVISÃO DE LITERATURA Fernanda Barbosa Pereira Acadêmica de Fisioterapia, UNIVÁS, [email protected] Éder Demas Ferreira da Silva Acadêmico de Fisioterapia, UNIVÁS, [email protected] Rodrigo Luciano de Moraes Acadêmico de Medicina, UNIVÁS, [email protected] Ricardo Cunha Bernardes Professor Mestre, UNIVÁS, [email protected] Disfunções têmporo-mandibulares apresentam-se com uma gama de sintomas e sinais como dores nas regiões da cabeça, pescoço, músculos da mastigação e principalmente na região da articulação têmporo-mandibular (TOMACHESKI et. al., 2004). Dor na região crânio-mandibular pode ser devido a uma desarmonia na coluna principalmente na região cervical que poderá favorecer a uma disfunção da articulação da mandíbula com o osso temporal, isso poderá causar a fadiga dos músculos cervicais, levando ao aparecimento das áreas de disparo (trigger points) e indução de dores craniofaciais, seja por um deslocamento do osso hióide ou por uma alteração de posição postural da mandíbula (MONGINI, 1998). Segundo Bates (1993), 215 pacientes com DTM foram analisados e nesse estudo um terço deles revelou terem antecedentes traumáticos ou lesões da coluna cervical. Uma pesquisa feita com animais de laboratório mostrou que existe uma ativação reflexa dos músculos mastigatórios quando a musculatura paravertebral profunda da região cervical está irritada (HU, 1993). Outra pesquisa demonstrou que estimulando as raízes nervosas posteriores de C1-C4 conseguia-se a excitação dos músculos inervados pelo nervo trigêmeo (KERR, 1961). Segundo Mongini (1998), as alterações posturais da cabeça, do pescoço e dos ombros podem desencadear uma desordem que poderá ser no plano sagital ou frontal. Arellano (2001) relata que o posicionamento anterior da cabeça favorece a hiperlordose cervical com retrusão da mandíbula, podendo causar dor irradiada para a cabeça e pescoço. Portanto uma análise postural deve ser feita sempre que se constatar uma disfunção têmporo-mandibular para verificar se há hiperlordose cervical, e se esta alteração está contribuindo para a ocorrência do distúrbio e da dor na região crânio mandibular. A IMPORTÂNCIA DA GINÁSTICA LABORAL POSTURAL NO COMBATE ÀS DISFUNÇÕES POSTURAIS Faculdades Integradas Padre Albino Autor: Rafael R. C. Veiga [email protected] Co-autores: Gabriela Senise Gussi; Silvana Frey Dias. INTRODUÇÃO: Sabemos que a Ginástica Laboral atua de forma preventiva e terapêutica, visando despertar o corpo, reduzir acidentes de trabalho, prevenir doenças, corrigir vícios posturais, além de aumentar a disposição para o trabalho, entre outros. Visando os aspectos citados relatamos aqui, uma experiência desenvolvida na Usina Santa Isabel de Novo Horizonte –SP, com um grupo de funcionários que apresentam disfunções posturais. OBJETIVOS: Constatar a redução efetiva dos distúrbios musculares e dos impactos causados pelo estresse, identificando as disfunções posturais, orientando posicionamentos adequados para o trabalho. METODOLOGIA: Esta amostra realizada de junho a agosto de 2008 foi composta por 17 funcionários do setor administrativo da Usina. Aplicamos 02 questionários: o primeiro com o objetivo de identificar os desgastes pela falta de atividade física e o segundo aplicado após três meses, para indicar os resultados obtidos e comprando-os com a primeira avaliação. RESULTADOS: Participaram do estudo 17 funcionários que trabalham no período diurno, tendo entre 18 e 42 anos de idade. No primeiro questionário, 64,71% dos funcionários apresentaram alguma disfunção postural ou queixaram-se de dores musculares, os 35,29% restantes não apresentaram problemas. No segundo questionário, apenas 17,65% dos funcionários reclamaram de dores ou apresentaram alguma disfunção postural, e 6% não participaram das atividades propostas. No geral, houve uma redução de 47,06% dos problemas apresentados inicialmente. CONCLUSAO: O trabalho realizado mostrou-se positivo, pois diminuiu os relatos de dores musculares, disfunções posturais, cansaço e estresse, e proporcionou mais disposição e energia ao trabalhador para que suas tarefas diárias pudessem ser realizadas. - Pág. 54 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 AVALIAÇÃO DO EFEITO DA ACUPUNTURA NO DESENVOLVIMENTO NEUROPSICOMOTOR (DNPM) EM CRIANÇAS COM SÍNDROME DE DOWN – ESTUDO DE CASOS. 2 3 4 5 LOPES, T.A.¹; ORIOLO, L.C ; PEREIRA, P.C. ; RIOS, D.F.C.R. ; SILVA, A.T. . 1. Dicente do curso de Graduação de Fisioterapia da Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVÁS; [email protected]. 2. Docente do curso de graduação em Fisioterapia da Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVÁS. [email protected] 3. Fisioterapeuta, Fisioterapeuta. [email protected]. 4. Docente do curso de graduação em Fisioterapia da Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVÁS. [email protected] 5. Docente do curso de graduação em Fisioterapia da Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVÁS. [email protected] Resumo O desenvolvimento motor é caracterizado por mudanças no comportamento motor que envolve tanto maturação do SNC quanto a interação com o ambiente. As crianças com síndrome de Down (SD) apresenta-se atraso no desenvolvimento motor decorrente de um erro genético, são crianças hipotônicas com crescimento físico e cognitivos lentos. A acupuntura vem sendo usada como recurso terapêutico que visa equilíbrio energético entre duas forças o Ying e Yang. O objetivo do presente estudo foi o de avaliar o efeito da acupuntura no desenvolvimento neuropsicomotor (DNPM) em crianças com SD. Foram selecionados duas crianças do gênero feminino com idade variando com diagnóstico de SD para participar do estudo com idade variando de 5 a 6 meses em atendimento no setor de Fisioterapia do Hospital das Clínicas Samuel Libânio (HCSL). A Escala de Desenvolvimento funcional motor (Gross Motor Function Measure – GMFM) foi a avaliação de escolha para o relato, e para a aplicação da acupuntura foram utilizadas sementes de mostarda nos pontos ancestrais. Todas as crianças já estavam em tratamento neurofuncional infantil duas vezes na semana e uma vez na semana aplicava-se a acupuntura totalizando 10 sessões. Podemos concluir que a acupuntura associada ao tratamento neurofuncional infantil é uma técnica que poderá ajudar na aquisição do desenvolvimento motor de crianças com síndrome de Down. A IMPORTÂNCIA DOS PARÂMETROS CURRICULARES NACIONAIS FRENTE AS ABORDAGENS DA EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR Hemerson Patriarca Mestrando em Educação Física Universidade Metodista de Piracicaba-UNIMEP e-mail: [email protected] Resumo A Educação Física mergulhou numa crise de identidade após romper com o paradigma da aptidão física e do esportivismo no final dos anos 70 (GRAMORELLI, 2007). Nas décadas seguintes vários autores tentaram esboçar propostas pedagógicas à Educação Física escolar. Nosso objetivo foi analisar se os Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação Física contribuíram com essas propostas, tidas como abordagens (DARIDO, 2003) para o avanço da área. Realizamos uma pesquisa qualitativa, com análise bibliográfica e documental, nas bibliotecas da USP, UNICAMP, UNESP, utilizamos as palavras-chave: abordagens da educação física escolar, crise de identidade, Parâmetros Curriculares Nacionais para delimitarmos as unidades de leitura, procedendo posteriormente com análise textual, temática e interpretativa (SEVERINO, 2002) seguida de problematização e conclusão dos textos. Descobrimos que os Parâmetros Curriculares Nacionais constituiu uma importante abordagem para a Educação Física escolar, que apresentou outras propostas, sendo expressas neste trabalho juntamente de seus principais autores: Desenvolvimentista/Go Tani, Construtivista/João Batista Freire, Crítico-superadora/Valter Bracht, Lino Castellani Filho, Celi Taffarel, Carmem Lúcia Soares, Sistêmica/Mauro Betti, Psicomotricidade/Jean Lê Bouch, Crítico-emancipatória/Elenor Kunz, Cultural/Jocimar Daólio, Jogos cooperativos/Fabio Brotto, Saúde renovada/Nahas Guedes, (DARIDO, 2003). Destacamos como pontos positivos nos Parâmetros Curriculares Nacionais da Educação Física o princípio da inclusão, as dimensões dos conteúdos (conceituais, procedimentais, atitudinais) e os temas transversais (DARIDO et al., 2001), como crítica observamos o ecletismo na elaboração do documento. Concluímos que os Parâmetros Curriculares Nacionais avançou as propostas pedagógicas da Educação Física escolar contribuindo com as abordagens da área, mas que seu ecletismo de idéias e concepções, dificulta o entendimento do documento e consequentemente sua aceitação pelos professores da educação básica (GRAMORELLI, 2007). - Pág. 55 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 EDUCAÇÃO FÍSICA ESCOLAR ANTES E APÓS A REDEMOCRATIZAÇÃO DO BRASIL Hemerson Patriarca Mestrando em Educação Física Universidade Metodista de Piracicaba-UNIMEP e-mail: [email protected] Resumo Realizamos este estudo sobre as concepções de Educação Física no período da ditadura militar e redemocratização do Brasil. Nosso objetivo foi diagnosticar os paradigmas da Educação Física nessa época. Fizemos uma pesquisa documental e bibliográfica confrontando decretos, leis, produções científicas que envolviam a Educação Física até então. Constatamos que a Lei 5.692/71 fixava orientações sobre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional 4.024/61, onde no Artigo 7º estabelecia a obrigatoriedade da Educação Física nos currículos escolares de 1º e 2º graus. Sua obrigatoriedade foi normatizada pelo Decreto-Lei 69.450/71, que deu ênfase a aptidão física e iniciação esportiva e utilizando o termo “atividade regular escolar”, marginalizou a Educação Física como “mero fazer”, sem constituir uma área de conhecimento. A Constituição de 1988 exigiu uma nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional e em 1996 com sua criação, ficou estabelecido em seu Artigo 26, que a Educação Física seria “componente curricular obrigatório” da educação básica, integrada a proposta pedagógica da escola, contribuindo assim, com as várias abordagens da Educação Física escolar (DARIDO, 1999) para instaurar um novo paradigma à área. Concluímos que após a redemocratização do Brasil e a nova Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional a Educação Física escolar rompeu com o paradigma da aptidão física e esportivismo instaurados pela ditadura militar, e avançou por deixar de ser concebida como “atividade regular escolar” se apropriando do termo “componente curricular obrigatório”, dessa forma abriu espaço legal para o professor se integrar a proposta pedagógica da escola passando a ser reconhecida como área de conhecimento. AJUDANDO O PACIENTE A PARAR DE FUMAR Bruno Leonardo da Silva Grüninger, Graduando do curso de Fisioterapia, Universidade Federal de São Carlos - UFSCar – SP, bolsista do sub-programa “TREINAMENTO DE ALUNOS DE GRADUAÇÃO”, e-mail: [email protected] Daniela Maria Xavier Souza e Lima, Mestre em Psicologia UFSCar -SP Karina Rabelo da Silva, Mestre em Fisioterapia UFSCar – SP Introdução: Vários estudos evidenciam o uso do tabaco como o fator causal das doenças cardiovasculares, câncer e doenças respiratórias obstrutivas crônicas. A cessação tabágica promove redução significativa na taxa de mortalidade, além de produzir inúmeros benefícios à saúde, representando um custo-benefício à rede pública. Todos os profissionais de saúde deveriam ser sensibilizados e capacitados para orientar e ajudar os seus pacientes que querem parar de fumar. Estudos têm verificado que a terapia cognitivo-comportamental pode ser uma grande aliada dos fumantes que desejam abandonar o vício do cigarro. Objetivo: Ajudar os usuários fumantes da USE deixar de fumar utilizando a abordagem básica (PAAPA) – “Perguntar, Avaliar, Aconselhar, Preparar e Acompanhar”. Métodos: Participantes: Usuários da USE que queiram deixar de fumar. Procedimentos: Avaliação quanto grau de ansiedade e depressão, feito por psicólogos; Avaliação médica; Entrevista aos fumantes com aplicação do teste de Fagerström para identificação do grau de dependência e questionário dirigido para tipo de dependência; Grupo de apoio ou atendimento individual utilizando a abordagem cognitivo-comportamental, que constará de 6 encontros semanais, 2 quinzenais e 10 mensais. Resultados: Foram coletados os dados de 351 prontuários de pacientes ativos da unidade saúde escola (USE) sendo que 9% (32 usuários) fumavam e destes, 75% (24 indivíduos) aceitaram participar do programa anti-tabagismo. Dos 24 usuários avaliados, 8% (2) tiveram grau muito elevado de dependência nicotínica, 38% (9) grau elevado, 4% (1) moderado, 25% (6) grau baixo e 25% (6) muito baixo. O tipo de dependência predominante dos fumantes da USE foi a comportamental, seguida pelas dependências física e psicológica. Serão montados dois grupos de apoio a partir de Abril de 2009. - Pág. 56 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 DRENAGEM LINFÁTICA DO LINFEDEMA DECORRENTE DO CÂNCER DE MAMA Fernanda Barbosa Pereira Acadêmica de Fisioterapia, UNIVÁS, [email protected] Lilian Bertolaccini Acadêmica de Fisioterapia, UNIVÁS, [email protected] Éder Demas Ferreira da Silva Acadêmico de Fisioterapia, UNIVÁS, [email protected] Lídia Oriolo Professor (a) Especialista, UNIVÁS, [email protected] O câncer de mama é uma neoplasia maligna que é principal causa de morte entre as mulheres brasileiras (GUIRRO, 2002). Esse tumor é um dos principais problemas de saúde pública no Brasil e Ocorre principalmente em mulheres entre 40 e 50 anos, podendo afetar também, ainda que raramente mulheres mais novas. A etiologia dessa doença está relacionada com predisposição genética, idade avançada, menarca precoce, menopausa tardia, nuliparidade, contraceptivos, ingestão de álcool, obesidade, exposição a substâncias químicas, entre outros (BERGMANN, 2004) (CAMARGO, MARX, 2000). Uma das principais seqüelas do pós – operatório desse tipo de câncer é o linfedema. O linfedema pode ser classificado em: primário (precoce e congênito) e secundário sendo este causado pela radioterapia A principal causa do linfedema são as metástases de tumores malignos e a ressecção cirúrgica de gânglios e vasos linfáticos, resultando em verdadeiros obstáculos na drenagem da linfa. Além disso, a radioterapia também pode contribuir para o agravamento do quadro, pois os níveis de dosagem são suficientes para causar fibrose e uma esclerose subcutânea que pode comprometer a drenagem linfática remanescente, podendo levar ao linfedema (PICARÓ; PERLOIRO, 2005). A drenagem linfática é uma técnica complexa representada por um conjunto de manobras visando drenar o excesso de líquido acumulado no interstício nos tecidos e dentro dos vasos. Essa drenagem trás benefícios como melhora defensiva imunitária, aumenta a velocidade do transporte da linfa, reduz o edema, promovendo também certo relaxamento e também melhora da estética da paciente (LEAL et.al., 2005). Portanto a linfodrenagem manual deverá ser iniciada já no pós-operatório com o objetivo de diminuir a quantidade de líquido drenado e melhorar a reabsorção linfática pelas vias colaterais naturais (CAMARGO, MARX, 2000). INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO PÓS OPERATÓRIO DE REVASCULARIZAÇÃO DO MIOCÁRDIO EM PACIENTES OCTOGENÁRIOS – UM RELATO DE CASO. LOPES, T.A.¹; PEREIRA, P.C.²; SALES, E.V.³. 1. Aluna do curso de Graduação de Fisioterapia da Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVÀS; [email protected]. 2. Fisioterapeuta, Especialista em Fisioterapia Pneumo-Funcional da Universidade Gama Filho – UGF; [email protected]. 3. Professora do curso de graduação em Fisioterapia da Universidade do Vale do Sapucaí – UNIVÀS. Especialista em Fisioterapia Respiratória pela Irmandade da Santa Casa de Misericórdia de São Paulo – ISCMSP; [email protected]. Resumo Esta pesquisa teve como objetivo verificar os benefícios da fisioterapia nos pós operatório de Revascularização Miocárdica (RM) em um paciente octogenário. A avaliação fisioterapêutica e inspeção foram realizadas em um paciente do gênero masculino de 86 anos de idade, submetido à cirurgia de revascularização miocárdica sem circulação extra-corpórea (CEC). Foi realizado 8 atendimentos consecutivos, utilizando manobras de higiene brônquica, manobras de reexpansão pulmonar, cinesioterapia respiratória e reabilitação cardiovascular (fase hospitalar). Resultado: A reabilitação cardiovascular e respiratória mostrou-se eficaz na melhora da capacidade funcional, da qualidade de vida, alívio dos sintomas pósoperatórios, promovendo mudança de hábitos após o evento, redução dos índices de mortalidade e modificação dos fatores de risco. Palavras Chaves: Fisioterapia, revascularização do miocárdio, pós operatório. Introdução Nos últimos anos o número de idosos no Brasil vem aumentando significativamente. O envelhecimento é caracterizado por um processo dinâmico e progressivo em que ocorrem alterações morfológicas, funcionais e bioquímicas que tornam os idosos mais susceptíveis a doenças e lentificam a sua recuperação. Dentre as doenças mais comuns nesses indivíduos - Pág. 57 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 destaca-se o aumento do número de casos de doenças cardiovasculares (LUSTRI; MORELLI, 2007). A quantidade de pacientes maiores de 80 anos submetidos à cirurgias cardíacas vem aumentando a cada ano devido aos avanços da medicina permitiram resultados mais satisfatórios em relação à morbidade e mortalidade de indivíduos idosos. Com o principal objetivo de melhorar a qualidade de vida e se obter alívio nos sintomas. A recuperação após a cirurgia depende de múltiplos fatores, entre eles a saúde geral do paciente, o desejo e o temor vividos pelo paciente de se submeter à cirurgia cardíaca e o apoio dos familiares frente às incapacidades iniciais (KAUFFMAN, 2001; MONTEIRO, 2003). A reabilitação cardíaca é tem por objetivo melhorar a capacidade funcional, a qualidade de vida, a mudança de hábitos após o evento, redução dos índices de mortalidade e modificação dos fatores de risco. De acordo com as Diretrizes de Reabilitação Cardíaca, o estilo de vida sedentário associa-se a um risco duplamente elevado de doença arterial coronariana, havendo uma redução em torno de 20% a 25% no risco de morte nos pacientes pós-infarto do miocárdio que participam de programa de reabilitação cardiovascular, quando comparados aos que não realizam atividades (COSTA et al. 1997; MORAES et al., 2005). A fisioterapia tem sido considerada um componente fundamental na reabilitação de pacientes cirúrgicos cardiovasculares com o intuito de melhorar o condicionamento cardiovascular e evitar ocorrências tromboembólicas e posturas antálgicas, oferecendo maior independência física e segurança para alta hospitalar e posterior recuperação das atividades de vida diária. Programas de reabilitação cardíaca baseiam-se na reabilitação física com conseqüentes reduções da morbidade e mortalidade, sendo ainda, a redução do estresse emocional, parte importante nos programas de reabilitação cardíaca. Indivíduos que participaram destes programas obtiveram diminuição de 75% das mortes no primeiro ano pós-infarto ou revascularização do miocárdio (COERTJENS et al., 2005; REGENGA, 2000). Objetivo Verificar os resultados da fisioterapia respiratória e da reabilitação cardiovascular - fase hospitalar, em um paciente octogenário no pós-operatório de revascularização miocárdica no Hospital das Clínicas Samuel Libânio – HCSL. Materiais e Métodos Este estudo caracteriza-se como um relato de caso, realizado na Enfermaria da Cardiologia do Hospital das Clínicas Samuel Libânio, da Universidade do Vale do Sapucaí, na cidade de Pouso Alegre-MG, no ano de 2008. A avaliação fisioterapêutica e inspeção foram realizadas em um paciente do gênero masculino de 86 anos de idade, submetido à cirurgia de revascularização miocárdica sem circulação extra-corpórea (CEC). Foram realizados 8 atendimentos consecutivos, utilizando manobras de higiene brônquica, manobras de reexpansão pulmonar, cinesioterapia respiratória e reabilitação cardiovascular (fase hospitalar). Resultados Houve uma significativa melhora do estado geral do paciente, com evolução positiva, quanto a ausculta pulmonar (AP), pressão arterial (PA), freqüência cardíaca (FC), freqüência respiratória (FR), SpO 2, diminuição de edemas de membros inferiores assim como melhora na capacidade respiratória. Comprovando que a reabilitação cardiovascular e respiratória mostrou-se eficaz na melhora da capacidade funcional, da qualidade de vida, alívio dos sintomas pós-operatórios, promovendo mudança de hábitos após o evento, redução dos índices de mortalidade e modificação dos fatores de risco. Discussão Segundo a Organização Mundial da Saúde (OMS), reabilitação cardíaca é o somatório das atividades necessárias para garantir aos pacientes portadores de cardiopatia as melhores condições física, mental e social, de forma que eles consigam, pelo seu próprio esforço, reconquistar uma posição normal na comunidade e levar uma vida ativa e produtiva. FROWNFELTER; DEAN (2004) denota os principais objetivos do programa reabilitação como: melhora da capacidade funcional, melhora da qualidade de vida, mudança de hábitos após o evento coronariano, redução dos índices de mortalidade e modificação dos fatores de risco. Para CARVALHO, et al. (2006) os programas estruturados de reabilitação cardíaca têm sido apresentados como uma modalidade terapêutica das mais interessantes em termos de custo-efetividade, bastante segura, cuja ausência de contraindicações deve ser recomendada como parte do tratamento. Segundo ARAÚJO; CARVALHO; CASTRO (2004) atualmente, as novas técnicas terapêuticas permitem que a maioria dos pacientes tenha alta hospitalar precocemente após infarto, sem perder a capacidade funcional; excluindo-se desta condição os pacientes com comprometimento miocárdico grave e instabilidade hemodinâmica, distúrbios importantes do ritmo cardíaco, necessidade de cirurgia de revascularização miocárdica ou outras complicações não-cardíacas. STONE, et al. (2001) caracteriza-se que além de dar ênfase à prática da atividade física, os programas de reabilitação cardíaca também envolvem outras ações desenvolvidas por profissionais das áreas de enfermagem, nutrição, assistência - Pág. 58 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 social e psicologia visando modificar outros aspectos que contribuem com a diminuição do risco cardíaco de forma global. Com o avanço tecnológico, a quantidade de pacientes maiores de 80 anos submetidos à cirurgia cardíaca vem aumentando a cada ano. Nesses pacientes, o principal objetivo é a melhora da qualidade de vida e o alívio dos sintomas. ALEXANDRE (2005) em seu estudo com um grupo de 50 octogenários operados observou-se grande incidência de complicações pósoperatórias, destacando-se as cardiovasculares (68%), seguidas das pulmonares (36%) e neurológicas (28%). Apesar da alta prevalência, as complicações cardiovasculares isoladamente não tiveram influência negativa na evolução pós-operatória desses pacientes. Dessa forma a fisioterapia apresenta boa resposta em octogenários, sobretudo quando o paciente apresenta condições clínicas pré-operatórias favoráveis. Conclusão A reabilitação cardiovascular e respiratória é um somatório das atividades necessárias para garantir aos pacientes portadores de cardiopatias as melhores condições físicas, mental e social, de forma que eles consigam, pelo seu próprio esforço, recuperar uma vida ativa e produtiva. Os pacientes octogenários que aderem ao programa de reabilitação apresentam inúmeras mudanças hemodinâmicas, metabólicas, miocárdicas, vasculares, alimentares e psicológicas que estão associados ao melhor controle dos fatores de risco. A reabilitação cardiovascular associada à mudança de estilo de vida diminui a mortalidade cardíaca, levando também a melhoras significativas de múltiplas variáveis as quais estão relacionadas à doença coronariana nessa faixa da população. INTERVENÇÃO FISIOTERAPÊUTICA NO PACIENTE FIBROMIÁLGICO PORTADOR DE VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA. RELATO DE CASO Wanessa Christina Campos Costa Graduanda em Fisioterapia, UNIVÁS. [email protected] Suellen Fernanda Coutinho Graduanda em Fisioterapia, UNIVÁS. [email protected] Eliziana Renata de Souza Santos Graduanda em Fisioterapia, UNIVÁS. [email protected] Juscelino Sérgio Amâncio Graduado em Fisioterapia, UNIVÁ[email protected] Sidney Benedito Silva Docente da UNIVÁS e UNIVERSITAS. [email protected] Adriana Teresa Silva Docente da UNIVÁS e UNIFENAS. [email protected] RESUMO INTRODUÇÃO: A fibromialgia é uma síndrome de dor difusa e crônica, caracterizada por dores músculo-esquelético não inflamatória, espalhada por todo o corpo, e pela presença de 11 dos 18 pontos chamados de Tender points. A dor difusa é o sintoma principal, associado aos distúrbios do sono e depressão. A Vertigem Posicional Paroxística Benigna (VPPB) é caracterizada por episódios de vertigens desencadeados por movimentos da cabeça ou mudanças posturais. Ambos possuem diminuição nas atividades de vida diária e tem maior incidência no sexo feminino. OBJETIVO: Relatar o caso de uma paciente com hipótese diagnóstica de fibromialgia portadora de VPPB. RELATO DO CASO: Paciente, 52 anos, sexo feminino. Foi encaminhada a fisioterapia com tontura, dor região cervical e zumbidos. Obteve-se a confirmação diagnóstica de VPPB através da manobra de Dix-Hallpike positiva desencadeando vertigem e nistagmo posicional e desequilíbrio corporal. Após avaliação minuciosa observou-se uma diminuição da flexibilidade e dores difusas pelo corpo, além da paciente relatar insônia e depressão. A terapia ocorreu durante 2 meses, 5 vezes por semana sendo 3 vezes com ênfase na fibromialgia e 2 vezes na vertigem. Cada sessão teve duração de uma hora. Foram realizados exercícios resistidos e aeróbios que desempenharam um papel positivo no tratamento da fibromialgia, associados com TENS e liberação miofacial. A fisioterapia auxiliou na reeducação postural e na musculatura do pescoço. Envolveu mudanças na posição da cabeça em séries de 4 repetições para restaurar a função semicircular normal e desta forma eliminar o nistagmo posicional e vertigem, para isso foi feito reposicionamento canalicular de Epley. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A fisioterapia teve papel fundamental no restabelecimento do equilíbrio, na estabilização visual durante a movimentação da cabeça além de minimizar a dor e melhorar a flexibilidade, permitindo a paciente executar e retornar as atividades de vida diária. - Pág. 59 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 ABORDAGEM FISIOTERAPÊUTICA NO PACIENTE COM NEUROFIBROMATOSE TIPO 1. RELATO DE CASO Eliziana Renata Souza dos Santos Graduanda em Fisioterapia, UNIVÁS. [email protected] Suellen Fernanda Coutinho Graduanda em Fisioterapia, UNIVÁS. [email protected] Diego Guimarães Openheimer Graduando em Fisioterapia, UNIVÁS. [email protected] Anderson Luís Coelho Docente em Fisioterapia, UNIVÁS. [email protected] Ricardo Cunha Bernardes Docente em Fisioterapia, UNIVÁS. [email protected] RESUMO INTRODUÇÃO: A Neurofibromatose Tipo I (NF1) é uma doença congênita e hereditária, originada por um gene autossômico dominante localizado no cromossomo (17q11. 2) com prevalência estimada de cerca de 1: 2500 – 3300 nascidos vivos. O diagnóstico é baseado em achados clínicos, feito por biópsia de um dos nódulos subcutâneos, além de dois ou mais achados como: manchas café-com-leite, neurofibromas, sardas na região axilar ou inguinal, glioma do nervo óptico e nódulos de Lisch. OBJETIVO: Relatar um caso de NF1 enfatizando o tratamento fisioterapêutico, demonstrando melhoras significativas na evolução do quadro clínico. RELATO DO CASO: Paciente, 40 anos, gênero masculino. Procurou o serviço de fisioterapia, por dores em região lombar e no joelho, ao deambular e em repouso. Na avaliação observou-se perda de equilíbrio, força muscular, déficit cardiovascular, escoliose lombar, tórax infundibuliforme, nódulos de Lisch e osteolordose, manchas café-com-leite e uma massa muscular inervada e vascularizada na região lombar. O programa fisioterapêutico teve duração de 30 sessões, durante três sessões por semana com duração de uma hora. A fisioterapia utilizou-se de cinesioterapia e eletroterapia. O programa de exercícios resistidos foi executado em três séries de dez repetições, com o objetivo de alívio da dor, fortalecimento muscular, aumento da ADM e restabelecimento da postura e equilíbrio. Foi utilizado TENS acupuntura com freqüência de 4 Hz, largura de pulso de 200 μs, por 40 minutos, e corrente russa com freqüência de 2500Hz, intensidade de 100 mA para estimulação e fortalecimento da musculatura. Foi utilizada o EVA para mensurar o grau de dor do paciente antes e após o tratamento. Na primeira sessão o paciente classificou sua dor como 9 e na trigésima, 2. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A abordagem fisioterapêutica obteve resultado esperado, observou-se que a doença não evoluiu e as dores cessaram, possibilitando melhor qualidade de vida. ACUPUNTURA AURICULAR ASSOCIADO AO TRATAMENTO FISIOTERAPÊUTICO NA BUSCA DE QUALIDADE DE VIDA EM UMA PACIENTE COM LABIRINTOPATIA PERIFÉRICA Suellen Fernanda Coutinho Graduanda em Fisioterapia, UNIVÁS. [email protected] Wanessa Christina Campos Costa Graduanda em Fisioterapia, UNIVÁS. [email protected] Eliziana Renata Souza dos Santos Graduanda em Fisioterapia, UNIVÁS. [email protected] Sidney Benedito Silva Docente da UNIVÁS e UNIVERSITAS. [email protected] Adriana Teresa Silva Docente da UNIVÁS e UNIFENAS. [email protected] RESUMO INTRODUÇÃO: As vertigens são manifestações de desorientações espaciais advindas do aparelho vestibular. A causa é o deslocamento de pequenos cristais de carbonato de cálcio que flutuam pelo fluido da orelha interna devido a mudanças posturais. A incidência é variável entre 11 e 64 casos por 100 mil, entre 50 e 55 anos nos casos idiopáticos. Com as características clínicas, os pacientes tornam-se apreensivos e podem limitar sua qualidade de vida. OBJETIVO: Relatar o caso de uma paciente com disfunção labiríntica periférica. RELATO DO CASO: Paciente, 48 anos, sexo feminino. Procurou o serviço de Otorrinolaringologia devido a desequilíbrios, desorientação espacial, náuseas e zumbidos. Através do teste de - Pág. 60 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 Dix – Hallpike desencadeou nistagmo unilateral direita na mudança posicional, confirmando as suspeitas de disfunção labiríntica periférica. No exame de audiotemetria constatou-se perda auditiva e condutiva de ambos os lados, intensificandose o lado direito como mais afetado com 30 dB. Foi encaminhada a fisioterapia. Para avaliação foi utilizada “Escala de Berg” pontuando 33 evidenciando maior risco de quedas e “Inventário das Deficiências de Vertigem” pontuou 98 de 100 pontos, sendo quanto maior a pontuação maior a deficiência. Para o tratamento optou-se pela acupuntura auricular através da semente de mostarda e o protocolo de Cawthorne e Cooksey, em 2 sessões por semana com duração de 1 hora e meia cada, durante 6 meses. Foram utilizados 10 pontos auriculares que eram trocados a cada semana após aplicação do protocolo, que consiste de exercícios de habituação e compensação do SNC realizados em 20 repetições onde aumentavase a velocidade gradativamente a cada sessão. A paciente foi reavaliada pontuando 87 na “Escala de Berg” e 8 no “Inventário das Deficiências de Vertigem”. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A acupuntura auricular juntamente com o protocolo teve papel fundamental no restabelecimento do equilíbrio possibilitando melhor qualidade de vida a paciente. COMPARAÇÃO DE DUAS MANOBRAS DISPONÍVEIS PARA DUCTOLITÍASE DO CANAL POSTERIOR NA VERTIGEM POSICIONAL PAROXÍSTICA BENIGNA. RELATO DE 2 CASOS Eliziana Renata Souza dos Santos Graduanda em Fisioterapia, UNIVAS. [email protected] Suellen Fernanda Coutinho Graduanda em Fisioterapia, UNIVAS. [email protected] Wanessa Christina Campos Costa Graduanda em Fisioterapia, UNIVAS. [email protected] Sidney Benedito Silva Docente em Fisioterapia, UNIVAS e UNIVERSITAS. [email protected] Adriana Teresa Silva Docente em Fisioterapia, UNIVAS e UNIFENAS. [email protected] RESUMO INTRODUÇÃO: A vertigem posicional paroxística benigna (VPPB) é uma vestibulopatia periférica caracterizada por episódios vertiginosos desencadeados por mudanças posturais, devido ao deslocamento de pequenos cristais de carbonato de cálcio provenientes de ruptura de estatólitos da mácula utricular que podem flutuar na corrente endolinfática do ducto semicircular (ductolitíase). Sua incidência é maior no sexo feminino entre 42 a 60 anos. OBJETIVO: Relatar o caso de duas pacientes do gênero feminino com VPPB e avaliar a efetividade de duas manobras para ductolitíase do canal posterior. RELATO DOS CASOS: Utilização da manobra de Epley e Liberatória de Semont durante 10 sessões, e a EVA modificada para avaliar o desequilíbrio das pacientes juntamente com o teste de ROMBERG na primeira e última sessão. Relato do 1º caso: Paciente, 52 anos. Apresentou episódios de vertigens, desequilíbrio, zumbidos e nistagmo. Na avaliação obteve escore 7, representando desequilíbrio moderado e tontura forte. A manobra de Epley foi utilizada sem uso do vibrador na mastóide e sem sedação da paciente. Foram executadas 2 sessões por semana, com 4 repetições na mesma sessão, 2 minutos em cada posição, e um intervalo de 10 minutos a cada repetição. Na última sessão houve habituação do SNC e relatou 0 com ausência de desequilíbrio, cessando o nistagmo posicional. Relato do 2º caso: Paciente, 48 anos. Apresentou cefaléias, desequilíbrios, zumbidos, nistagmo posicional e náuseas. Na avaliação o escore foi de 9. Foi aplicada a manobra Liberatória de Semont com 2 repetições na mesma sessão e um intervalo de 15 minutos a cada repetição. A manobra foi muito agressiva, a paciente teve seus sintomas exacerbados durante sua realização. Na última sessão obteve 4 representando desequilíbrio e tontura leve. CONSIDERAÇÕES FINAIS: A manobra de Epley demonstrou melhores resultados que a manobra Liberatória de Semont, porém são necessários estudos com casuísticas maiores. - Pág. 61 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 ANÁLISE COMPARATIVA INTER EXAMINADORES NO MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA FOTOGONIOMETRIA Suellen Fernanda Coutinho Graduanda em Fisioterapia, UNIVÁS. [email protected] Fernanda Andrade Biondi Ribeiro Graduanda em Fisioterapia, UNIVÁS. [email protected] Ricardo Cunha Bernardes Docente do curso de Fisioterapia, UNIVÁS e UNIFENAS. [email protected] Adriana Teresa Silva Docente do curso de Fisioterapia UNIVÁS e UNIFENAS. [email protected] RESUMO INTRODUÇÃO: O fotogoniômetro clínico é um software de análise angular, que atua como ferramenta de avaliação articular favorecendo demarcação precisa dos pontos fixos, atuando nos fatores que influenciam na identificação dos comprometimentos e das limitações funcionais e/ou incapacidades dos pacientes avaliados e permite ao fisioterapeuta execução de tratamentos dirigidos objetivando um diagnóstico com acompanhamento permanente da evolução do paciente. OBJETIVO: Fazer uma análise comparativa da eficiência da fotogoniometria inter examinadores. METODOLOGIA: Participaram do estudo 3 examinadores com casuística de 20 alunos do curso de Fisioterapia da Univás. O estudo foi realizado durante 3 dias consecutivos, sendo realizado cada dia por um examinador. Para a damarcação dos pontos foi utilizado adesivo específico na articulação crômioclavicular, epicôndilo lateral e processo estilóide da ulna aplicados unilateralmente do lado direito, para os alunos realizarem extensão e flexão do braço. Para a coletas dos dados foram utilizados: uma máquina digital fotográfica do modelo Vivitar, um tripé da marca vídeo & photo e marcadores de proeminência óssea. Os resultados foram analisados pelo Software para avaliação postural – SAPO versão 0.68 – julho/2007. RESULTADOS: Na extensão, o 1º examinador obteve média de ± 161,605 e desvio padrão de ± 5,49, o 2º examinador teve média de ± 171,735 e desvio padrão de ± 5,07 e o 3º examinador obteve média de ± 169,76 e desvio padrão de ± 5,20. Durante flexão o 1º examinador teve média de ± 32,41 e desvio padrão de ± 5,70, o 2º examinador obteve média de ± 37,44 e desvio de ± 6,25 e o 3º examinador média de ± 34,86 e desvio padrão de ± 6,23. CONCLUSÃO: Com referência a análise dos resultados, houve pouca diferença em relação ao desvio padrão, portanto, o método de avaliação é um instrumento muito eficiente para o uso da avaliação da goniometria inter examinadores. ANÁLISE COMPARATIVA INTER EXAMINADORES NO MÉTODO DE AVALIAÇÃO DA FOTOGONIOMETRIA Suellen Fernanda Coutinho Graduanda em Fisioterapia, UNIVÁS. [email protected] Fernanda Andrade Biondi Ribeiro Graduanda em Fisioterapia, UNIVÁS Ricardo Cunha Bernardes Docente do curso de Fisioterapia, UNIVÁS e UNIFENAS. [email protected] Adriana Teresa Silva Docente do curso de Fisioterapia UNIVÁS e UNIFENAS. [email protected] RESUMO INTRODUÇÃO: O fotogoniômetro clínico é um software de análise angular, que atua como ferramenta de avaliação articular favorecendo demarcação precisa dos pontos fixos, atuando nos fatores que influenciam na identificação dos comprometimentos e das limitações funcionais e/ou incapacidades dos pacientes avaliados e permite ao fisioterapeuta execução de tratamentos dirigidos objetivando um diagnóstico com acompanhamento permanente da evolução do paciente. OBJETIVO: Fazer uma análise comparativa da eficiência da fotogoniometria inter examinadores. METODOLOGIA: Participaram do estudo 3 examinadores com casuística de 20 alunos do curso de Fisioterapia da Univás. O estudo foi realizado durante 3 dias consecutivos, sendo realizado cada dia por um examinador. Para a damarcação dos pontos foi utilizado adesivo específico na articulação acrômio clavicular, epicôndilo lateral e processo estilóide da ulna aplicados unilateralmente do lado direito, para os alunos realizarem extensão e flexão do braço. Para a coletas dos dados foram utilizados: uma máquina digital fotográfica do modelo Vivitar, um tripé da marca vídeo & photo e marcadores de proeminência óssea. Os resultados foram analisados pelo Software para avaliação postural – SAPO versão 0.68 – - Pág. 62 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 julho/2007. RESULTADOS: Na extensão, o 1º examinador obteve média de ± 161,605 e desvio padrão de ± 5,49, o 2º examinador teve média de ± 171,735 e desvio padrão de ± 5,07 e o 3º examinador obteve média de ± 169,76 e desvio padrão de ± 5,20. Durante flexão o 1º examinador teve média de ± 32,41 e desvio padrão de ± 5,70, o 2º examinador obteve média de ± 37,44 e desvio de ± 6,25 e o 3º examinador média de ± 34,86 e desvio padrão de ± 6,23. CONCLUSÃO: Com referência a análise dos resultados, houve pouca diferença em relação ao desvio padrão, portanto, o método de avaliação é um instrumento muito eficiente para o uso da avaliação da goniometria inter examinadores. A UTILIZAÇÃO DO LÚDICO NO ENSINO DO XADREZ ESCOLAR WENDEL RODRIGO DE ASSIS LICENCIADO EM EDUCAÇÃO FÍSICA FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE JAGUARIÚNA [email protected] PROFA. MARIA ALICE COELHO DOUTORA EM EDUCAÇÃO E DESENVOLVIMENTO FACULDADE DE EDUCAÇÃO FÍSICA DE JAGUARIÚNA [email protected] RESUMO Em 1967, quando se deu início a introdução do xadrez em âmbito escolar no Brasil, houve a difusão deste nas escolas, aplicado como uma poderosa ferramenta pedagógica, desenvolvendo diversas capacidades que o aluno utilizará para aprender de forma mais eficiente os conteúdos curriculares. No entanto, tal difusão ocorreu, predominantemente, através de enxadristas que, não necessariamente, tinham conhecimento pedagógico para tanto. Esta pesquisa de cunho bibliográfico estudou o xadrez escolar nos aspectos do esporte, do jogo e do brinquedo além da importância da ludicidade no processo de ensino-aprendizagem. Através deste estudo pudemos associar a utilização do xadrez de forma lúdica, através do brinquedo, ou do esporte lúdico informal, ou do jogo nas escolas, o qual auxilia o aluno no seu desenvolvimento integral e que a ausência do fator lúdico pode prejudicar a formação social do discente no processo de ensino-aprendizagem além da possibilidade de desmotivar o mesmo. Pudemos analisar que muitos são os professores que privilegiam as expectativas de pais, antes das do próprio aluno além de que muitos destes possuem uma má formação acadêmica no que tange a preparação sobre metodologias e conteúdos de ensino. Julgamos necessária a constante reflexão do professor sobre sua função e a do xadrez escolar para que as necessidades do aluno sejam privilegiadas perante as de outros e que a atividade efetivamente lúdica seja utilizada como o resultado de uma atividade e não o objetivo da mesma para que o aluno, tendo sua opinião respeitada e participando ativamente do processo de ensino-aprendizagem, possa tornar-se um integrante crítico e ativo na sociedade a qual está inserido. - Pág. 63 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 PERFIL DO IMC E SUA RELAÇÃO COM O TESTE DE SENTAR-LEVANTAR EM ALUNOS DO 1º SEGMENTO DE ENSINO FUNDAMENTAL Paulo Gil Salles UNIABEU Órgão financiador: PROAPE [email protected] Paulo Eduardo Ferreira Campista Cássia Ribeiro de Carvalho Silva O Teste de Sentar-Levantar foi proposto como um procedimento capaz de avaliar a destreza com que os indivíduos executam as ações de sentar e levantar do solo. Estas ações são consideradas habilidades motoras básicas, pois fazem parte do repertório motor de crianças e adultos. Uma relação peso/altura desfavorável já se tornou um problema de saúde pública e pode causar efeitos negativos sobre a qualidade de vida. Este estudo se propõe a verificar o perfil do índice de massa corporal (IMC) de alunos do 1º segmento do ensino fundamental de uma escola particular de Belford Roxo e analisar a sua influência sobre o Teste de Sentar-Levantar destas crianças. A amostra estudada foi composta de 60 alunos do sexo masculino e 45 do feminino, correspondendo a 84% dos alunos matriculados nestas séries. Os indivíduos do sexo masculino possuíam 8,6 ± 1,5 anos (média ± desvio padrão), variando de 6 a 12,5 anos, altura de 135 cm ± 10 cm e peso de 34,6 ± 10,6 Kg, enquanto os do sexo feminino tinham 8,8 ± 1,4 anos, variando de 6,5 a 11 anos, altura de 134 ± 9 cm e peso de 32,4 ± 9,7 Kg. Para quantificação do grau de associação entre o IMC e os resultados do TSL, foi utilizado o coeficiente de correlação linear de Pearson e considerou-se 1% de probabilidade como critério de significância. Foi encontrado excesso de peso em 34,3% dos sujeitos avaliados e que o IMC associa-se inversamente com o TSL, indicando que o excesso de peso compromete, pelo menos em parte, as ações de sentar e levantar. Observou-se que o Índice de Massa Corporal discrimina objetivamente aqueles indivíduos com dificuldade no desempenho do Teste de Sentar-Levantar, tanto para os do gênero masculino quanto para os do gênero feminino. - Pág. 64 - Revista ENAF Science Volume 4, número 1, abril de 2009 - Órgão de divulgação científica do 46º ENAF - ISSN: 1809-2926 - Pág. 65 -