referências - Revista IIJ

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referências - Revista IIJ
www.iij.com.br
Volume 9 - Número 1 - Janeiro/Abril 2014
Biomaterials and Esthetics
ISSN 1809-2837
ISSN 1809-2837
Volume 9 - Número 1 - Janeiro/Abril 2014
Biomaterials and Esthetics
www.iij.com.br
Innov Implant J, Biomater Esthet
Bauru
v. 9
n.1
jan./abr. 2014
INNOVATIONS IMPLANT JOURNAL: BIOMATERIALS AND ESTHETICS
Editor Cientíco
Renato de Freitas
Comitê Editorial Internacional
Ariadne Machado Gonçalves Letra - University of Pittsburgh. School of
Dental Medicine - Estados Unidos
Cimara Fortes Ferreira - University of Tennessee College of Dentistry Estados Unidos
Gustavo Mazzey – Universidad San Sebastian – Chile
Ingrid de Lourdes Vargas Correa - Universidad de Panamá. Facultad de
Odontología – Panamá
Marly Kimie Sonohara Gonzalez - Círculo Odontológico de Rosario –
Argentina
Nelson Renato Franca Alves da Silva - Nova York University - Estados
Unidos
Paulo Guilherme Coelho - New York University - Estados Unidos
Renato Menezes da Silva - University of Pittsburgh. School of Dental
Medicine - Estados Unidos
Comitê Editorial Nacional
Alailson Domingos dos Santos - FEIS-UNESP - Ilha Solteira/SP
Aline Franco Siqueira - Bauru/SP
Andre Rossi Ferreira - UEFS - Feira de Santana/BA
André Vinicius Marchiori - Jaboticabal /SP
Arthur Belém Novaes Júnior - FORP-USP - Ribeirão Preto/SP
César Augusto Magalhães Benfatti - UFSC - Florianópolis/SC
Cresus Vinicius Depes de Gouvêa - UFF - Niterói/RJ
Daniel Romeu Benchimol de Resende - APCD - Bauru/SP
Danielle Shima Luize Sottovia - UNIOESTE - Cascavel /PR
Danilo Furquim - UNICID - São Paulo/SP
Dayse Aparecida Pieroli - PUC MINAS - Belo Horizonte/MG
Denise Tostes Oliveira - FOB-USP - Bauru /SP
Dickson Martins da Fonseca - Natal/RN
Edgard Franco Moraes Junior - FUNEC - Santa Fé do Sul/SP
Eduardo Alvares Dainesi - Bauru/SP
Eduardo Andrade de Oliva - UNIME - Salvador /BA
Eduardo Sant'ana - FOB-USP - Bauru/SP
Elcio Marcantonio Júnior - FOAR-UNESP - Araraquara/SP
Enio Tonani Mazzieiro - PUC MINAS - Belo Horizonte/MG
Esther Rieko Takamori – UNIGRANRIO - Duque de Caxias /RJ
Euloir Passanezi - FOB-USP - Bauru/SP
Fabio Franceschini Mitri Luiz - UFU - Uberlândia/MG
Fabio Moyses Lins Dantas - INT - Rio de Janeiro/RJ
Fabrício Pinelli Valarelli – UNINGA Maringá/PR
Fátima Cristina de Sá - UEL - Londrina/PR
Fausto Rodrigo Victorino - CESUMAR - Maringá/PR
Fernando Cesar Torres - UMESP - São Paulo/SP
Fernando Costa e Silva Filho - UFRJ - Rio de Janeiro/RJ
Fernando Pedrin Carvalho Ferreira - CORA - Bauru/SP
Flavio Augusto Cardoso de Faria - FOB-USP - Bauru/SP
Gustavo Branco Lopes Petrilli - São Paulo/SP
Gustavo Pompermaier Garlet - FOB-USP - Bauru/SP
Halim Nagem Filho - FOB-USP - Bauru/SP
Heitor Panzeri - FO-USP - São Paulo/SP
Hilton Jose Gurgel Rodrigues - ABO - Natal/RN
Isabela Campos - UFBA - Salvador/BA
Jarcio Victorio Baldi - Assis/SP
João Rodrigo Sarot - UFPR - Curitiba/PR
José de Albuquerque Calasans Maia - UFF - Niterói/RJ
José Antônio Mesquita Damé - UFPEL - Pelotas/RS
José Carlos Yamashita - USC - Bauru/SP
José Mauro Granjeiro - INMETRO - Rio de Janeiro/RJ
José Scarso Filho - FOAR-UNESP - Araraquara/SP
Josiane Dantas Viana - FIEB - Salvador/BA
Juliano Milanezi de Almeida - FOA-UNESP - Araçatuba/SP
Katiúcia Batista da Silva Paiva - FO-USP - São Paulo/SP
Keila Barreto Meira - Natal/RN
Lécio Pitombeira Pinto - UFC - Fortaleza/CE
Leonardo Santos Picinini - SUPREMA - Juiz de Fora/MG
Luciano de Castellucci Barbosa - UFBA - Salvador/BA
Luciano Pedrin Carvalho Ferreira - FOAR-UNESP - Araraquara/SP
Luís Rogerio Duarte - UFBA - Salvador/BA
Luís Ronaldo Picosse - FO-USP - São Paulo/SP
Luíz Carlos Pardini - FORP-USP - Ribeirão Preto/SP
Luíz Fernando Pegoraro - FOB-USP - Bauru/SP
Marcelle Alvarez Rossi - EBMSP - Salvador/BA
Márcia Yuri Kawauchi - Bauru/SP
Márcio Rodrigues de Almeida - UNIMEP - Piracicaba/SP
Marco Antônio Húngaro Duarte - FOB-USP - Bauru/SP
Maria Cecília Fonseca Azoubel - EBMSP - Salvador/BA
Maria da Glória Chiarello de Mattos - FORP-USP - Ribeirão Preto/SP
Maurício Andrade Barreto - EBMSP - Salvador/BA
Nélis Evangelista Luiz - São Paulo/SP
Paulo José Bordini - UNISA - São Paulo/SP
Paulo Martins Ferreira - FOB-USP - Bauru/SP
Paulo Sérgio Flores Campos - UFBA - Salvador/BA
Pedro Menezes - ABO - Salvador/BA
Renata Rodrigues de Almeida Pedrin - CORA - Bauru/SP
Renato Martins - Bauru/SP
Renato Rodrigues de Almeida - FOB-USP - Bauru/SP
Ricardo Affonso Bernardes - ABO - Taguatinga/DF
Ricardo Henrique Alves da Silva - FORP-USP – Ribeirão Preto/SP
Robson Goncalves de Mendonca - UEFS - Feira de Santana/BA
Rodrigo Cardoso de Oliveira - FOB-USP - Bauru/SP
Rodrigo Guerra de Oliveira - SUPREMA - Juiz de Fora/MG
Rosa Maria Viana de Braganca Garcez - UFS - Aracaju/SE
Sandro Bittencourt Sousa - EBMSP - Salvador/BA
Suzie Aparecida de Lacerda - FORP-USP - Ribeirão Preto/SP
Tatiana Miranda Deliberador - UFPR - Curitiba/PR
Telma Martins de Araújo - UFBA - Salvador/BA
Valmir Campos Macarini - UNOESTE - Presidente Prudente/SP
Vinicius Carvalho Porto - FOB-USP - Bauru/SP
Vinicius Pedrazzi - FORP-USP – Ribeirão Preto/SP
William Fernando Zambuzzi - IBB-UNESP - Botucatu/SP
Wilson Andriani Júnior - UFSC - Florianópolis/SC
A Innovations Implant Journal: Biomaterials and Esthetics (ISSN 18092837) é uma publicação quadrimestral.
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Bibliotecária
Maria Helena Souza Ronchesel - CRB-8/4029
Jornalista
Gisele Pompilho Moreno
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Tiragem
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Contato e assinatura
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Innovations Implant Journal : Biomaterials and Esthetics / MMH
Informação. – v. 1, n. 1, maio 2006. Bauru : MMH
Informação, 2006Periodicidade semestral de 2006 - 2007.
Quadrimestral
ISSN 1809-2837 (edição impressa)
ISSN 1984-5960 (edição online)
1. Odontologia - Periódicos. I. T. II. MMH Informação.
CDD 617.6005
SUMÁRIO
6
EDITORIAL
ARTIGO ORIGINAL
7
AVALIAÇÃO DA RESISTÊNCIA À FLEXÃO DE
PRÓTESES FIXAS PROVISÓRIAS SOBRE
IMPLANTES COM QUATRO TIPOS DE
REFORÇOS
Evaluation of bending resistance of provisional fixed
prosthesis with four types of reinforced materials
Eric Jansen Fernandes TINOCO; Lucas César
CALISTRO; Thiago Fernandes TINOCO; Valmir
Campos MACARINI; Fabiano Carlos MARSON;
Cléverson de Oliveira e SILVA; Giovani Oliveira
CORREA
14 O FORAME ZIGOMÁTICOFACIAL É UMA
ESTRUTURA ANATÔMICA CONFIÁVEL
PARA CIRURGIAS MAXILOFACIAIS? UM
ESTUDO ATRAVÉS DE TOMOGRAFIA
COMPUTADORIZADA DE FEIXE CÔNICO
Is zygomaticofacial foramen a reliable anatomical
landmark to maxillofacial surgeries? A study through
cone beam computed tomography
Vitor Hugo Leite de Oliveira RODRIGUES; Carla
Renata Sanomiya IKUTA; Nathalia Bigelli DEL
NERI; Izabel Regina Fischer RUBIRA-BULLEN;
Eduardo Sanches GONÇALES; Osny FERREIRA
JUNIOR
18 ESTABILIDADE DIMENSIONAL LINEAR DE
ALGINATOS DE ÚLTIMA GERAÇÃO EM
FUNÇÃO DO TEMPO DE ARMAZENAGEM
DOS MOLDES
Dimensional stability linear alginates art on the basis
of storage period of the molds
Samuel Lucas FERNANDES; Paulo Afonso Silveira
FRANCISCONI; Luciana Fávaro FRANCISCONI;
Gustavo Gonçalves do Prado MANFREDI; Bruno
Cavalini CAVENAGO; Alcides Urias da COSTA;
Murilo Priori ALCADE; Ana Flávia Sanches
BORGES
23 OVERDENTURE DA MAXILA – REVISÃO
SISTEMÁTICA
Maxillary overdenture - systematic review
Edimilson Santos SILVA FILHO; Halim NAGEM
FILHO; Laurito CAMPI JÚNIOR; Cristina
Tebechrani FIUZA; Nasser Hussein FARES
ARTIGO DE REVISÃO
37 CONE MORSE COM INDEXADOR (INDEX) - A
EVOLUÇÃO DO CONE MORSE
Morse cone with index (index) - the evolution the
Morse cone
Renato de FREITAS; Pollyana MAIA; Thais Mara
MANFRIN; Regina Ivete dos Santos Arruda de
ARAÚJO; Daniel Andres Pulgar GALLARDO;
Rogério Morais AMARAL; Marcel Rubens
JOURDAN; Celso Aparecido CATALAN
44 TOMOGRAFIA COMPUTADORIZADA DE
FEIXE CÔNICO: IMPORTÂNCIA NO
RECONHECIMENTO DE ESTRUTURAS E
DAS LESÕES ENCONTRADAS ALÉM DO
INTERESSE DE PRESCRIÇÃO
Cone beam computed tomography: considerations
pertaining to recognition of structures and lesions
beyond the interest of prescription
Maria Eduarda Carrilho Batista SILVA; Izabel Regina
Fisher RUBIRA-BULLEN; Cássia Maria Fisher
RUBIRA; Ana Lúcia Alvares CAPELOZZA
RELATO DE CASO
48 EFEITO DA DESMINERALIZAÇÃO ÁCIDA NA
CONSOLIDAÇÃO DE ENXERTO ÓSSEO
AUTÓGENO EM BLOCO. RELATO DE CASO
Effect of acid demineralization in the consolidation of
autogenous onlay bone graft. Case report
Maria Lúcia Rubo de REZENDE; Roberta Santos
DOMINGUES; Samira SALMERON
53 FIBROMA OSSIFICANTE PERIFÉRICO:
RELATO DE CASO
Peripheral ossifying fibroma: case report
Juliana Dreyer da Silva de MENEZES; Talita da Silva
Nery de SOUZA; Bruno TREVISO; Renato
Yassutaka Faria YAEDÚ; Annie Karoline TANAKA;
Wilson Yoshihiro SUGUIMATI; Eduardo
SANT'ANA
57 OTIMIZAÇÃO DO MINI-IMPLANTE
BENEFICIANDO O PACIENTE
ORTODÔNTICO – APRESENTAÇÃO DE UM
CASO CLÍNICO
Optimization of the mini implant benefiting the
orthodontic patient - presentation of a clinical case
Fernando Pedrin Carvalho FEREIRA; Renata
Rodrigues de ALMEIDA-PEDRIN; Roberto Flávio
SANTANA FILHO; Leonardo Bueno LOPES
30 AVALIAÇÃO CLÍNICA DA CONDIÇÃO BUCAL
E DA QUALIDADE DE VIDA DE INDIVÍDUOS
PORTADORES DE PRÓTESE DO TIPO
PROTOCOLO BRÅNEMARK
Evaluation clinical of oral health status and quality of
life of individuals with prosthesis type Brånemark
protocol
Thiago Fernandes TINOCO; Eric Jansen Fernandes
TINOCO; Lucas Cesar CALISTRO; Juliano Milanezi
de ALMEIDA; José Burgos PONCE; Silvia Masae de
Araujo MICHIDA
64 TERAPIA ORTODÔNTICA PARA PACIENTES
COM APNEIA OBSTRUTIVA DO SONO
Orthodontic therapy for patients with obstructive
sleep apnea syndrome
Eduardo Alvares DAINESI; Alessandro
SCHWERTNER; Ludimila Mangialardo LIMA;
Márcia Yuri KAWAUCHI
70 ÍNDICE DE AUTOR
71 ÍNDICE DE ASSUNTO
72 DIRETRIZES PARA AUTORES
EDITORIAL
“As pessoas não sabem o que querem
até você mostrar à elas”
Steve Jobs
Acredito que os limites presentes nos dias de hoje devam ser transformados em desaos que serão
vencidos por todos nós, sejam tecnológicos, técnicos cientícos, éticos ou nanceiros.
Para que isso ocorra temos a importância das tomograas computadorizadas no diagnóstico e
planejamento dos implantes osseointegrados, e sempre atento às inovações dos materiais utilizados na
realização das próteses implantorretidas
Os implantes osseointegrados cone Morse com indexadores tem uma importância na excelência
das opções de planejamento das próteses implantorretidas.
Esperamos que este número a Innovations Implant Journal possa colaborar com nossos leitores
nestes tempos de mudança.
Dr. Renato de Freitas
Editor cientíco
6
ARTIGO ORIGINAL
Avaliação da resistência à exão de próteses xas provisórias sobre
implantes com quatro tipos de reforços
Evaluation of bending resistance of provisional fixed prosthesis with four types of reinforced materials
TINOCO, Eric Jansen Fernandes1; CALISTRO, Lucas César1; TINOCO, Thiago Fernandes1; MACARINI, Valmir Campos2; MARSON, Fabiano Carlos2;
SILVA, Cléverson de Oliveira e2; CORREA, Giovani Oliveira2
1. Mestre em Prótese Dentária, Faculdade Ingá, UNINGÁ, Maringá, PR, Brasil.
2. Professor do Programa de Mestrado em Prótese Dentária, Faculdade Ingá, UNINGÁ, Maringá, PR, Brasil
Endereço para correspondência:
Eric Jansen Fernandes Tinoco
Centro de Pós-Graduação em Odontologia
Rua Hermínio Pinto, 13-51
Jardim Brasil
17011-010 – Bauru – São Paulo – Brasil
E-mail: [email protected]
Recebido: 10/02/2014
Aceito: 18/05/2014
RESUMO
A resistência à fratura da prótese xa provisória sobre implantes é de grande preocupação, especialmente em áreas extensas e/ou
quando utilizadas por períodos de tempo prolongado. Desta forma, a utilização de materiais de reforço na confecção de prótese
provisórias tenta melhorar suas propriedades mecânicas. O objetivo desta pesquisa foi avaliar in vitro a resistência à exão de
próteses provisórias sobre implantes com e sem reforço, e ainda, foi avaliado o modo de fratura de cada espécime. Foram
confeccionados cinco grupos (n = 10), utilizando dois tipos de bras (grupo 1 - Ribbon® e grupo 2 - Angelus®), e reforços
confeccionados com o ortodôntico simples (grupo 3 – Morelli®) e duplo (grupo 4 - Morelli®) além de um grupo controle sem
reforço (grupo 5). O ensaio mecânico para o registro da resistência à fratura foi realizado através de uma máquina universal de
ensaios EMIC® sobre as amostras posicionadas em um dispositivo especíco. Os valores de resistência à exão (em kgf) de cada
espécime dos grupos estudados foram submetidos à análise estatística, sem obter diferença signicativa (p > 0.1402).
Conseguiu-se concluir que não existiu diferença da resistência à exão em prótese xas de três elementos sobre implantes
provisórios com e sem reforço. O grupo sem reforço apresentou o maior percentual de fratura total separada.
Palavras-chave: Implantes dentários. Prótese dentária. Estética dentária.
ABSTRACT
The fracture resistance of temporary fixed prosthesis on implants is important, especially in extensive areas and when are used
for prolonged periods of time. Thus, the use of reinforcing materials in the manufacture of provisional prosthesis attempts to
improve its mechanical properties. The aim of this study was to evaluate in vitro the flexural strength of provisional prosthesis on
implants with and without reinforcement; was rated the fracture mode of each specimen too. Were made five groups (n = 10)
using two types of fibers (group 1 - Ribbon® and Group 2 - Angelus®), reinforcements made with simple orthodontic wire (group
3 - Morelli®), double orthodontic wire (group 4 - Morelli®), and a control group without reinforcement (group 5). The
mechanical test to record the fracture resistance was accomplished through a universal testing machine EMIC®. The values of
flexural strength (kgf) of each specimen were subjected to statistical analysis, without obtaining significant difference (p >
0.1402). Concluded that there was no difference in bending resistance element three fixed prosthesis on implants with and
without a temporary reinforcement. The unreinforced group had the highest percentage of overall fracture separated.
Keywords: Dental implants. Dental prosthesis. Esthetics, dental.
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):7-13.
7
Avaliação da resistência à exão de próteses xas provisórias sobre implantes com quatro tipos de reforços
INTRODUÇÃO
MATERIAL E MÉTODOS
As reabilitações com próteses xas sobre implantes
têm a necessidade de uma fase provisória que se estende
durante quase todo tratamento com o intuito de avaliar os
tecidos moles além de manter estética, fonética e função. A
constante busca pela perfeição nos tratamentos
odontológicos faz o clínico prestar cada vez mais atenção
nesta fase importante para o sucesso da restauração
denitiva e do tratamento como todo.
Os procedimentos reabilitadores durante a confecção
de uma prótese provisória são extremamente importantes
porque representam protótipos para uma adequada oclusão
e condicionamento correto dos tecidos adjacentes2. As
etapas de transição utilizando próteses provisórias de
maneira prudente e adequada representam um fator
importante para atingir o sucesso clínico durante o
tratamento protético na reabilitação com implantes
dentários; assim, a prótese provisória serve de referência no
planejamento e confecção da prótese denitiva3,6,11. O
aumento da resistência dos polímeros utilizados na
confecção de próteses provisórias é realizado na tentativa
de melhorar as propriedades mecânicas das próteses9. As
restaurações provisórias devem satisfazer as necessidades
biológicas e estéticas, bem como exigências mecânicas, tais
como resistência a carga funcional, resistências à força de
remoção e manutenção do alinhamento do pilar protético.
Desta forma, a resistência apresentada pelo material
para confecção da prótese provisória, pode ser um
indicador do cumprimento destes requisitos. O teste de
resistência à exão é uma combinação de testes de
resistência à tração e à compressão, e inclui elementos de
limite e proporcional a medidas do módulo de elasticidade.
A resistência à exão dos materiais utilizados nas próteses
provisórias é importante, particularmente no caso do
paciente necessitar utilizá-la por um tempo prolongado9.
Avaliou-se o efeito de cinco materiais de reforço na
resistência à fratura da base da prótese de resina acrílica;
foram pesquisadas as seguintes variáveis: resistência à
exão, e valores no módulo de elasticidade13. Os valores do
ensaio de impacto, mais elevados, foram produzidos pelo
grupo de polietileno reforçado, e os menores valores foram
obtidos a partir de amostras que não continham bras,
demonstrando que a resistência ao impacto foi aumentada
com a inclusão de reforços nas próteses. Já na avaliação de
resistência à exão de coroas provisórias em forma de
cantilever com utilização de dois tipos de bras de reforço,
os resultados mostraram fratura completa dos espécimes
apenas em amostras que não foram reforçados2.
Desta forma, o objetivo deste estudo foi avaliar a
resistência à exão das próteses xas provisórias sobre
implantes com e sem reforço em seu interior, utilizando
espécimes em forma de próteses de três elementos com dois
pilares protéticos e um pôntico.
Foram confeccionados 50 espécimes de próteses
parciais xas sobre implantes de três elementos, simulando
elementos dentários na região do segundo pré-molar,
primeiro molar e segundo molar, seguindo a metodologia
empregada por Colán Guzmán2.
BASE DE FIXAÇÃO
A fabricação de uma matriz em resina acrílica
(polimetilmetacrilato) para ser utilizada como base de
xação dos espécimes foi realizada. Esta base foi obtida de
um molde feito a partir de um protótipo de cera preparado
previamente, e apresentou 32 mm de comprimento, 32 mm
de largura e 18 mm de altura.
A confecção da base foi realizada em conjunto ao
posicionamento dos análogos com ajuda de um dispositivo
especíco para manter o posicionamento e paralelismo
entre os mesmos e delineador (Figura 1). Para a confecção
do dispositivo, foram selecionados dois transferentes de
acordo com a plataforma dos análogos escolhidos para
confecção da base. Estes transferentes foram jateados com
óxido de alumínio para depois serem unidos, através de
soldagem, com uma barra de metal. Os transferentes foram
xados acima de um nivelador para que fossem soldados,
cando assim nivelados paralelamente.
Depois de unidos, outra barra metálica, foi soldada
perpendicularmente a esta, com ajuda do delineador,
exatamente no centro da barra que une os dois análogos. O
dispositivo especíco foi confeccionado para obter o
paralelismo dos análogos durante o seu posicionamento na
base de xação de forma exata, e manter a distância de 11
mm entre um análogo e outro. A manutenção do
paralelismo exato entre os análogos é importante para a
distribuição de forças no momento do ensaio.
Figura 1 - Dispositivo posicionado no delineador.
8
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):7-13.
ARTIGO ORIGINAL
Tinoco EJF, Calistro LC, Tinoco TF, Macarini VC, Marson FC, Silva CO, Correa GO
MATRIZ DE SILICONE
Após confeccionar (em cera) a prótese provisória sobre
os pilares do tipo UCLA, na forma de três elementos
dentários (segundo pré-molar, primeiro molar e segundo
molar) (Figura 2), uma matriz de silicone (Zetalabor
Zhermack, Alemanha) formada por duas partes foi
fabricada: a base e uma caixa superior completando a forma
das coroas protéticas, com o objetivo de padronizar a forma
e as dimensões das próteses provisórias (Figura 3).
Figura 2 - Prótese provisória em cera.
plataforma de 4.1) xados na matriz com torque de 20 N.
Foram confeccionados cinquenta corpos de prova,
simulando próteses provisórias sobre implante de três
elementos, distribuidas em cinco grupos com 10 espécimes
cada grupo, conforme Tabela 1.
Tabela 1 - Distribuição dos grupos com seus respectivos
materiais de reforço.
OBTENÇÃO DAS PRÓTESES PROVISÓRIAS
Sem Reforço
Uma vez xados os componentes na base, a base da
matriz de silicone foi colocada em posição. Seguidamente,
foi preparada a resina utilizando 1 ml de líquido
(monômero) e 2 g de pó (polímero) pesado em balança de
precisão, segundo instruções do fabricante. Após instalação
do caixa superior de silicone, a resina foi injetada até
aparecer pequenas quantidades de excesso pelos orifícios
de escape. Este conjunto foi xado com elásticos para obter
o máximo de contato possível (Figura 4), mergulhado em
água e levado a estufa a 37°C por 20 minutos para
complementação da polimerização. Após remoção dos
excessos, a amostra foi polida e armazenada (Figura 5). Foi
obtido um total de 10 exemplares que constituíram o grupo
controle.
Figura 3 - Matriz de silicone. Base (esquerda) e caixa superior
(direita).
ESPÉCIMES
Todas as próteses provisórias foram preparadas
utilizando resina de polímero baseado em
polimetilmetacrilato (PMMA), Jet Tooth Shade (Lang
Dental Mfg. Co., Wheeling, IL, Estados Unidos), e
confeccionada sobre os componentes tipo UCLA
(Componente provisório de titânio da SIN – Sistema de
Implante, São Paulo, SP, Brasil) parafusados nos análogos
dos implantes (análogo de plataforma de 5.0 e outro de
Figura 4 - Matriz de silicone instalada e xada por elásticos.
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):7-13.
9
Avaliação da resistência à exão de próteses xas provisórias sobre implantes com quatro tipos de reforços
Figura 5 - Espécime polido.
Com Reforço
Para os espécimes reforçados, foram realizados os
mesmos procedimentos anteriormente descritos, porém
sempre com algum tipo de material de reforço (bra ou o)
posicionado antes da inserção da resina acrílica na matriz.
Um total de 40 exemplares foi obtido para conformar os
quatro grupos com reforço (Figura 6).
Figura 7 - Máquina universal de I de ensaios EMIC.
Figura 6 - Tipos de Reforço. a) Fibra Ribbon; b) Fibra Angelus;
c) Fio simples; d) Fio duplo.
ENSAIO MECÂNICO
Foi realizado o ensaio mecânico para o registro da
resistência à exão através de uma máquina universal de
ensaios EMIC (Figura 7). Após xação da base na máquina,
os espécimes foram xados na base com torque de 32 N por
dez segundos. Uma ponta metálica esférica com Ø8.0 mm
de aço temperado, foi posicionada e ajustada sobre à área
central da oclusal do pôntico, sendo a força aplicada à
velocidade constante de 1 mm/min até a fratura dos
espécimes (Figura 8). O valor de carga máximo em kgf,
obtido em cada espécime foi registrado por meio do
software próprio da máquina EMIC.
10
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):7-13.
Figura 8 - Espécime fraturado.
CLASSIFICAÇÃO DAS FRATURAS
Após o ensaio mecânico, cada espécime foi avaliado e
distribuído, com auxílio de uma lupa com aumento de 4x, em
ótimas condições de observação, de acordo ao seguinte
critério de classicação1:
a) Fratura parcial
b) Fratura total não separada
c) Fratura total separada
ANÁLISE ESTATÍSTICA
Os dados obtidos a partir do ensaio mecânico foram
submetidos ao teste de Análise de Variância (ANOVA-1 fator),
com signicância de 5%. O tipo de fratura foi apresentado em
valores percentuais (%).
ARTIGO ORIGINAL
Tinoco EJF, Calistro LC, Tinoco TF, Macarini VC, Marson FC, Silva CO, Correa GO
RESULTADOS
Os valores experimentais para cada um dos grupos
estão mostrados na Tabela 2 e nas Figuras 9 a 13. Não foi
encontrada diferença estatisticamente signicativa entre os
resultados dos grupos analisados (p > 0.05). Na Tabela 3
estão expressados os valores da média, e desvio padrão de
cada um dos grupos.
Tabela 2 - Valores de resistência à exão (em kgf) de cada
espécime em cada grupo estudado.
Figura 10 - Valores de resistência à exão (em kgf) do grupo 2Fibra Angelus.
VALORES EM KGF APÓS TESTE DE FLEXÃO
G4
G5
Fibra Ribbond Fibra Angelus 1 o de aço 0.7
2 os de aço 0.7
sem reforço
2250.60
1969.20
2382.20
2063.80
1612.30
2692.20
2621.20
2505.40
2435.50
1740.20
2224.70
1695.80
2315.50
2116.30
2211.30
2506.90
2062.70
2446.90
2007.60
2128.80
2454.40
2338.20
2547.90
1739.20
2165.20
2462.70
2457.80
2280.50
2390.40
2564.80
2226.70
2535.30
2062.20
2115.80
2064.10
2146.80
2003.00
2189.80
2121.80
2245.30
2635.20
2532.80
1932.10
2324.60
2174.70
2237.60
2527.50
2316.60
2425.40
2330.70
G1
G2
G3
Figura 11 - Valores de resistência à exão (em kgf) do grupo 3 –
o de aço 0.7.
p = 0.1402
Figura 9 - Valores de resistência à exão (em kgf) do grupo 1Fibra Ribbond.
Figura 12 - Valores de resistência à exão (em kgf) do grupo 4 - 2
os de aço 0.7.
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):7-13.
11
Avaliação da resistência à exão de próteses xas provisórias sobre implantes com quatro tipos de reforços
Figura 13 - Valores de resistência à exão (em kgf) do grupo 5 –
sem reforço.
Tabela 3 - Estatística básica correspondente a cada grupo
estudado.
GRUPO MEDIANA MÉDIA
DESVIO SOMA
PADRÃO
MÍNIMO MÁXIMO NÚMERO
Tipo 1 2352.50
2383.78 191.47
23837.80 2146.80 2692.20
10
Tipo 2 2379.70
2254.35 298.24
22543.50 1695.80 2535.30
10
Tipo 3 2316.05
2297.91 193.46
22979.10 1932.10 2547.90
10
Tipo 4 2119.05
2174.04 220.96
21740.40 1739.20 2435.50
10
Tipo 5 2169.95
2123.74 274.14
21237.40 1612.30 2564.80
10
DISCUSSÃO
As próteses provisórias representam uma fase
importante na terapia da prótese parcial xa, e deve
proporcionar proteção periodontal e pulpar. bem como
manter uma boa integridade e estética marginal além de ter
durabilidade suciente para resistir às forças da mastigação5.
Embora a maioria dos estudos mostre propriedades
mecânicas superiores quando reforços de bra são utilizados
na confecção de prótese provisórias. Tais materiais ainda
não são utilizados na rotina clínica da odontologia4.
Vericou-se12 através da utilização de diversos tipos de
materiais, que os reforços nas próteses provisórias podem
aumentar a resistência à fratura. Contudo, não observaram
diferença estatística signicativa entre as amostras reforçada
e não reforçada, concordando com os resultados de estudo
realizado em 200910 e os obtidos em nosso estudo. As bras
utilizadas como reforço, aumentam a sobrevida da prótese
temporária, o que implica menor tempo no processo de
reabilitação5,7-8.
12
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):7-13.
No entanto, as propriedades mecânicas das resinas
acrílicas (a base de metacrilato) utilizadas na confecção da
prótese provisória podem variar dependendo da sua
composição. Resinas acrílicas com quantidades diferentes
do agente iniciador e ativador, possivelmente, apresentarão
comportamento variados7. Não parece haver correlação
nenhuma entre resistência à exão e o tipo de resina dentária
provisória. Logo, as quantidades de polímero e monômero
utilizadas em todas nossas amostras foram sempre
constantes para não ter variabilidade nas propriedades
mecânicas6.
Mesmo não obtendo diferença na resistência à fratura
das próteses provisórias com os materiais pesquisados,
entretanto no modo de fratura houve variação, observandose maior percentual de separação total nos espécimes sem
reforço comparado com os espécimes reforçados, que
apresentaram maior percentual de fratura parcial e total não
separada, coincidindo com os resultados obtidos por outros
autores2,12. Desta forma, podemos deduzir que nas amostras
reforçadas, o material de reforço permanece intacto, sem se
quebrar; e poderia permitir, em algumas situações clínicas, o
reparo das próteses parciais provisórias. Contudo, o
tratamento aplicado à bra de reforço imediatamente antes
da sua inclusão no PMMA (polimetilmetracrilato) pode
representar uma variável importante nos resultados2, já que
esta união reforço – PMMA pode determinar um grau de
fratura “parcial” na prótese provisória10, demostrando que a
fenda nunca se propaga através da secção transversal da
restauração, nem na interface entre a resina e o reforço,
indicando que a adesão entre a bra e o PMMA é
sucientemente forte para impedir a fratura através da
secção transversal ou ao longo da interface.
Também devemos notar que a resistência à exão é
apenas um dos comportamentos do material provisório em
resposta ao estresse, e que a força é apenas uma propriedade
dos materiais das próteses provisórias6,8. A estética é outra
das propriedades das prótese provisórias, desta forma, os
reforços de bra resultam mais benecios, comparado
aqueles de o, quando a área reabilitada se apresenta no
setor anterior.
CONCLUSÃO
Após obtenção dos dados propostos. conseguiu-se
concluir que:
- Não existe diferença da resistência à exão em prótese
xas de três elementos sobre implantes provisórios com e
sem reforço.
- Em relação à resistência a fratura, os grupos estudados
não apresentaram diferença entre eles no seu valor médio.
- As amostras sem reforço apresentaram a maior
percentagem de fraturas total separadas, porém aqueles
espécimes com reforço alcançaram valores percentuais
maiores em fraturas parciais e totais não separadas.
ARTIGO ORIGINAL
Tinoco EJF, Calistro LC, Tinoco TF, Macarini VC, Marson FC, Silva CO, Correa GO
REFERÊNCIAS
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Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):7-13.
13
O forame zigomáticofacial é uma estrutura anatômica conável para
cirurgias maxilofaciais? Um estudo através de tomograa
computadorizada de feixe cônico
Is zygomaticofacial foramen a reliable anatomical landmark to maxillofacial surgeries? A study through cone
beam computed tomography
RODRIGUES, Vitor Hugo Leite de Oliveira1; IKUTA, Carla Renata Sanomiya2; DEL NERI, Nathalia Bigelli1; RUBIRA-BULLEN, Izabel Regina Fischer3;
GONÇALES, Eduardo Sanches4; FERREIRA JUNIOR, Osny4
1. Mestre em Estomatologia, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
2. Mestranda em Estomatologia, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
3. Professora da Disciplina de Radiologia, Departamento de Estomatologia, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
4. Professor da Disciplina de Cirurgia, Departamento de Estomatologia, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
Endereço para correspondência:
Carla Renata Sanomiya Ikuta
Faculdade de Odontologia de Bauru – USP
Departamento de Estomatologia
Alameda Octávio Pinheiro Brisola, 9-75
Vila Universitária
17012-901 – Bauru – São Paulo – Brasil
E-mail: [email protected]
Recebido: 10/04/2014
Aceito: 18/05/2014
RESUMO
O osso zigomático é uma das estruturas anatômicas mais importantes durante procedimentos cirúrgicos maxilofaciais. O
desconhecimento da anatomia pode causar lesões no nervo zigomaticofacial durante essas cirurgias, que pode emergir no osso
zigomático através do forame zigomaticofacial usado como ponto de referência para osteotomias. A presença e a quantidade do
forame zigomaticofacial é variável. A tomograa computadorizada de feixe cônico (TCFC) permite a visualização e
mensuração desta estrutura com maior detalhamento e contribui para o planejamento cirúrgico. O objetivo deste trabalho foi
quanticar e mensurar o forame bilateralmente através da TCFC e localizar por quadrantes. Foram encontrados 73 forames, 33
do lado esquerdo e 40 do direito, mais localizados no quadrante superior posterior do osso zigomático com distância média de
6.48 mm em relação à órbita. A variação em número e localização deste trabalho e em comparação com a literatura mostra que o
forame zigomáticofacial não é uma estrutura anatômica estável, portanto, não conável como referência anatômica para
cirurgias maxilofaciais.
Palavras-chave: Zigoma. Tomograa. Cirurgia bucal.
ABSTRACT
Zygomatic bone is one of the most important anatomical structures during maxilofacial surgeries. The unknownledge of
anatomy in surgeries can damage zygomaticofacial nerve that emerges through zygomaticofacial foramen, used as an
anatomical landmark to osteotomies. Presence and quantity of zygomaticofacial foramen is variable. Cone beam computed
tomography (CBCT) allows preview and mensuration with details and contributes to surgical planning. The aim were quantify
and measure this foramen through CBCT and locate by quadrants. Were found 73 foramens, 33 in left side and 40 in right side,
more located in posterior superior quadrant of zygomatic bone, with average distance to orbital cavity of 6.48 mm. The number
and localization variation in literature demonstrate that zygomaticfacial bone is not a stable anatomical strutucte, so is not
reliable as an anatomical landmark to maxilofacial surgeries.
Keywords: Zygoma. Tomography. Surgery, oral.
14
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):14-17.
ARTIGO ORIGINAL
Rodrigues VHLO, Ikuta CRS, Del Neri NB, Rubira-Bullen IRF, Gonçalves ES, Ferreira O Jr
INTRODUÇÃO
Uma grande variedade de procedimentos cirúrgicos
maxilofaciais requerem incisões na face e retalhos
músculo-cutâneos para a exposição da região frontal e
periorbital5. Nesse contexto, o osso zigomático é uma das
estruturas mais importantes devido a sua localização
anatômica1. O osso zigomático (OZ) forma a proeminência
da bochecha, contribui para a formação da parede lateral e
assoalho da órbita. Em sua superfície externa, próximo ao
rebordo infraorbital emerge o nervo zigomaticofacial, e em
alguns casos um pequeno ramo da artéria infraorbital8.
Durante os procedimentos cirúrgicos, nessa região, pode m
ocorrer lesões a esse nervo, resultando em um distúrbio
sensorial, que inclui todos os tipos de distesias e dores
nevrálgicas na região abaixo do olho, bochecha, asa do
nariz, lábio superior, mucosa labial, gengiva e dentes10-12.
Variações na frequência e na localização do fôrame
zigomáticofacial (FZF), presente no OZ, são extremamente
importantes para o sucesso dos procedimentos
maxilofaciais e orbitais que envolvam osteotomias através
do zigoma2. Muitos autores sugerem o FZF como referência
anatômica para a dissecção profunda da face2,4,8.
Ocasionalmente, o nervo e o forame podem estar
ausentes. A ausência do FZF pode ser uma explicação para a
ausência do nervo, ou vice-versa1,7. A ausência também
pode ser congênita1. Num estudo anatômico, os FZF
variaram de ausentes até quatro pequenas aberturas: um
único forame foi à frequência mais observada (40%),
enquanto que a presença de quatro forames foi a frequência
menos encontrada (1%)6.
O objetivo deste estudo foi analisar a presença do(s)
FZF no osso zigomático, em imagens de tomograa
computadorizada de feixe cônico (TCFC), obtidas de
pacientes, num aparelho i-CAT Classic®, como
contribuição para sua localização durante cirurgias
maxilofaciais para acesso a base do crânio.
com o protocolo Full 13 cm, 20 sec. 0.3 Voxel. As imagens
foram analisadas através do programa Dolphin®. O critério
de exclusão foi presença de patologia óssea localizada no
osso zigomático.
CALIBRAÇÃO
Nas TCFC foram analisados os parâmetros: (1)
presença ou ausência do FZF, (2) número de forames e (3) a
distância do fôrame de maior calibre ao ponto mais próximo
da cavidade orbitária. A superfície do osso zigomático foi
dividida em quatro regiões, com o traçado de duas linhas
(uma horizontal e uma vertical), formando regiões
nomeadas de A, B, C, e D, conforme ilustrado na Figura 1. A
linha vertical foi traçada a partir do ponto mais lateral da
cavidade orbital ao ponto mais inferior da sutura
zigomaticomaxilar. A linha horizontal foi traçada a partir do
ponto mais inferior do rebordo inferior da órbita ao ângulo
zigomático (junção do arco do osso zigomático com o
processo frontal do osso zigomático), interseccionando a
linha vertical1.
Figura 1 - Retas horizontal e vertical para divisão do OZ em
regiões.
RESULTADOS
MATERIAL E MÉTODOS
SELEÇÃO DA AMOSTRA
Foram selecionadas 40 TCFC (80 ossos zigomáticos)
do arquivo de pacientes da Faculdade de Odontologia de
Bauru, Universidade de São Paulo (FOB-USP), que contém
mais de 500 exames obtidos num aparelho i-CAT Classic®
(Imaging Science International, Hateld, PA, Estados
Unidos). O projeto de pesquisa foi aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da FOB-USP pelo processo de número
146/2011. Os critérios de inclusão foram exames de
pacientes com idade entre 40 e 78 anos de idade e realizados
Foram estudados 80 OZ (Tabela 1). Analisando,
individualmente, o osso zigomático do lado esquerdo, um
forame foi encontrado em 13 (32.5%) exames, em 10 (25%)
exames haviam dois forames e em 17 exames (42.5%)
observou-se a ausência do FZF. No lado direito, foi
constatado 13 ausências (32.5%) do forame, em 16 (40%)
exames, um forame, em 9 (22.5%) exames, dois forames, e
em apenas 2 exames (5%) foi observada a presença de 3
forames zigomaticofaciais (Tabela 2). Os ossos
zigomáticos que possuam FZF foram analisados quanto à
localização dos forames em relação às regiões A, B, C, D.
Do total de 73 forames: 20 estavam na região A (27.40%),
21 na região B (28.77%), 31 na região C (42.46%) e 1 na
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):14-17.
15
O forame zigomáticofacial é uma estrutura anatômica conável para cirurgias maxilofaciais? Um estudo através de tomograa computadorizada de feixe cônico
região D (1.37%) (Tabela 3). Outra análise feita foi à
medida da menor distância do forame de maior calibre até a
órbita (Figura 2). A média dessas medidas, do lado
esquerdo, foi de 6.69 mm, com um desvio padrão de
1.82mm. No lado direito, a média foi de 6.28 mm e desvio
padrão de 1.45 mm. A média total encontrada foi de 6.48
mm com desvio padrão de 1.63 mm (Tabela 4).
Tabela 1 - Quantidade de exames do OZ em que foram
encontrados FZF.
QUANTIDADE DE FZF
OCORRÊNCIA
%
Ausentes
30
37.5
1
29
36.25
2
19
23.75
3
2
2.5
Figura 2 - Medida da menor distância do forame de maior calibre
até a órbita.
Tabela 4 - Média das distâncias entre o FZF e a órbita.
TOTAL
DISTÂNCIA FZF-ÓRBITA
DESVIO PADRÃO
Direito
6.28 mm
1.45
Esquerdo
6.69 mm
1.82
Ambos
6.48 mm
1.63
100
80
Tabela 2 - Ocorrência de FZF hemilateral.
QUANTIDADE DE
LADO
LADO ESQUERDO
LADO DIREITO
Ausentes
17
13
1
13
16
2
10
9
3
0
2
TOTAL DE FORAMES
33
40
FORAMES
Tabela 3 - Localização dos FZF de acordo com as regiões
determinadas.
16
REGIÃO
N (%)
A
20 (27.40%)
B
21 (28.77%)
C
31(42.46%)
D
1 (1.37%)
TOTAL
73 (100%)
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):14-17.
DISCUSSÃO
A utilização da TCFC em cirurgias maxilofaciais tem
aumentado consideravelmente com a atual viabilidade
econômica desse tipo de exame. A necessidade de
visualização de estruturas do complexo dentomaxilofacial
com boa resolução e acurácia, tem forçado a utilização de
imagens tridimensionais, sobrepujando, dessa maneira as
imagens bidimensionais, como as radiograas
convencionais. As imagens fornecidas pela TCFC
permitem a visualização detalhada de estruturas
anatômicas, sem a sobreposição de imagens encontradas
nas radiograas convencionais, fornecendo dessa forma,
medidas e análises mais apuradas, que contribuem para um
planejamento cirúrgico mais seguro.
O FZF tem sido usado como marcador para osteotomia,
na região do OZ, que se estende até a ssura orbital inferior34,8
. A osteotomia orbitozigomática é usada para expor a base
do crânio para acesso a lesões vasculares e neoplásicas4.
Para ser considerada uma estrutura anatômica
conável cirurgicamente, a estrutura deve ser facilmente
reconhecida e relativamente constante8. Entretanto, nesse
estudo, o FZF esteve presente em 62.5% dos casos, sendo
único em 36.25%, duplo em 23.75% e triplo em apenas
2.5% da amostra. Não tendo sido observado, como em
ARTIGO ORIGINAL
Rodrigues VHLO, Ikuta CRS, Del Neri NB, Rubira-Bullen IRF, Gonçalves ES, Ferreira O Jr
outros estudos1,6,8 a presença de 4 ou 5 forames. Dessa forma
há variação de posicionamento e frequência tornando o FZF
uma referência não conável para o ato cirúrgico1,8.
Podemos observar também uma distância média de
6.28 mm ± 1.63 mm do forame principal à cavidade
orbitária, em acordo com trabalho2 que encontrou uma
distância de 5.94 mm ± 1.43 mm. A localização do FZF é de
extrema importância quando se planejam intervenções
cirúrgicas no OZ, como implantes zigomáticos e durante a
estabilização de fraturas zigomáticas envolvendo a
colocação de parafusos acima da sutura zigomáticofrontal8-9. Corroborando com o estudo1, a região C foi a que
apresentou a maior prevalência do forame, sendo em seu
estudo, 46.9% e, neste estudo, 42.46% da amostra.
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CONCLUSÃO
A variação da frequência e localização do FZF, com o
alto percentual de ausência, requerem especial atenção do
cirurgião e não permitem que possa ser considerado uma
referência anatômica conável para procedimentos na
região periorbital.
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Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):14-17.
17
Estabilidade dimensional linear de alginatos de última geração em
função do tempo de armazenagem dos moldes
Dimensional stability linear alginates art on the basis of storage period of the molds
FERNANDES, Samuel Lucas1; FRANCISCONI, Paulo Afonso Silveira2; FRANCISCONI, Luciana Fávaro3; MANFREDI, Gustavo Gonçalves do Prado4;
CAVENAGO, Bruno Cavalini5; COSTA, Alcides Urias da6; ALCADE, Murilo Priori7; BORGES, Ana Flávia Sanches8
1. Mestrando em Endodontia, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
2. Professor Associado da Disciplina de Materiais Odontológicos, Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Odontológicos, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo,
Bauru, SP, Brasil.
3. Professora Doutora do Departamento de Dentística, Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo, São Paulo, SP, Brasil.
4. Cirurgião-dentista, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
5. Mestre em Ciências Odontológicas Aplicadas, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
6. Técnico em prótese dentária, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
7. Especialista em Endodontia, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
8. Professora Doutora da Disciplina de Materiais Odontológicos, Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Odontológicos, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo,
Bauru, SP, Brasil.
Endereço para correspondência:
Samuel Lucas Fernandes
Faculdade de Odontologia de Bauru – USP
Disciplina de Endodontia
Alameda Octávio Pinheiro Brisola, 9-75
Vila Universitária
17012-901 – Bauru – São Paulo – Brasil
E-mail: [email protected]
Recebido: 06/01/2014
Aceito: 18/05/2014
RESUMO
Este estudo avaliou a estabilidade dimensional linear de alginatos de última geração, ao longo de 5 dias, em comparação àquela
apresentada por um alginato convencional e por uma silicona de adição. Modelos de gesso pedra foram confeccionados a partir do
vazamento, depois de diferentes tempos de armazenagem, de moldes obtidos, com os diferentes materiais de moldagem, de uma
placa metálica indicada pela ADA para avaliação da capacidade de reprodução de pormenores dos alginatos e gessos. Os dados
obtidos foram avaliados estatisticamente. A silicona de adição foi o único material que não sofreu alteração signicante, em
nenhum momento, ao longo do tempo. Apenas quando imediatamente vazados todos materiais apresentaram comportamentos
estatisticamente semelhantes. Quando armazenados por 96 h, os alginatos de última geração sofreram alteração equivalente à
sofrida pela silicona e diferente da sofrida pelo Jeltrate. Quando armazenado por 120 h, o Hydrogum 5 sofreu alteração
estatisticamente semelhante à sofrida pela Express, que, por sua vez, tende a assemelhar-se à sofrida pelo Jeltrate, o Cavex
ColorChange sofreu a maior alteração dimensional, estatisticamente diferente da sofrida por todos os demais materiais. Concluise que moldes em alginato deveriam, idealmente, ser vazados imediatamente. Entretanto, aqueles obtidos de alginatos de última
geração podem ser armazenados por até 4 dias ou, se obtidos do Hydrogum 5, por 5 dias.
Palavras-chave: Materiais para moldagem odontológica. Materiais dentários. Sulfato de cálcio.
ABSTRACT
This study evaluated the linear dimensional stability of alginate art, over 5 days compared to that presented by a conventional
alginate and a vinyl polysiloxane. Stone plaster casts were made from the leak, after different storage times, the patterns obtained
with the different impression materials, a metal plate indicated by the ADA to assess the reproducibility of details of alginate and
plaster. The data were statistically evaluated. The vinyl polysiloxane was the only material that has not undergone a significant
change over time. Just when everyone immediately leaked, materials showed statistically similar behaviors. When stored for 96 h,
alginates last generation suffered the equivalent change experienced by different silicona and suffered by Jeltrate. When stored
for 120 h was altered to Hydrogum5 statistically similar to that experienced by express, which, in turn, tends to resemble Jeltrate
suffered by the colorchange Cavex suffered the largest dimensional change was statistically different from that experienced by all
other materials. It concluded that alginate mold should ideally leaked immediately. However, those obtained from alginates art
can be stored for up to 4 days or, if obtained from Hydrogum5 for 5 days.
Keywords: Dental impression materials. Dental materials. Calcium sulfate.
18
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):18-22.
ARTIGO ORIGINAL
Fernandes SL, Francisconi PAS, Francisconi LF, Manfredi GGP, Cavenago BC, Costa AU, Alcade MP, Borges AFS
INTRODUÇÃO
Um modelo de gesso pode fornecer informações
valiosas para diagnóstico, planejamento e tratamento de um
caso, para educação do paciente e para comunicação entre
cirurgiões-dentistas. Além disso, pode ser utilizado para
confecção de placas acrílicas ou de silicone e para outros
diversos ns e propósitos na odontologia12.
Desde a época da II Guerra Mundial, o hidrocolóide
irreversível, ou alginato, tem sido um dos materiais de
moldagem mais utilizados para obtenção de modelos totais
ou parciais, tanto de estudo, em gesso comum, tipo III ou
pedra, quanto de trabalho, em gesso pedra e/ou especial17.
Devido à grande quantidade de água os alginatos estão
propensos a sofrer alterações dimensionais decorrente da
expansão associada à embebição (absorção de umidade) ou
da contração associada à sinérese (perda de umidade)20.
Porém o baixo custo e a fácil manipulação do material torna
este material de moldagem um dos mais utilizados. Os
alginatos por não serem estáveis dimensionalmente, irão
sofrer alterações consideráveis ao longo do tempo26.
Por essas razões, e buscando-se contornar uma grande
limitação dos alginatos convencionais, o pouco tempo em
que podem ser vazados, por sofrerem alteração
dimensional, novos alginatos foram lançados no mercado.
Esses materiais de última geração parecem permanecer
estáveis por até cinco dias12,22, quando impressões com eles
obtidas são guardadas corretamente em recipiente plástico
hermeticamente selado, conforme raticam os fabricantes.
Apesar das informações fornecidas pelos fabricantes, é
importante avaliar se, de fato, tais alginatos de última
geração apresentam estabilidade dimensional em longo
prazo. E este trabalho foi realizado com o objetivo de
investigar a estabilidade dimensional de um alginato
comum, dois alginatos de última geração e uma silicona de
adição.
MATERIAL E MÉTODOS
Avaliou-se a estabilidade dimensional linear de quatro
materiais moldagem elásticos sendo um alginato
convencional, Jeltrate Dustless (Dentsply Caulk, Milford,
DE, Estados Unidos) - controle negativo, dois alginatos de
última geração, Cavex ColorChange (Cavex Holland B.V.,
Holanda) e Hydrogum 5 (Zhermack SpA, Alemanha), e
uma silicona de adição, Express (3M ESPE, St Paul, MN,
Estados Unidos) - controle positivo, ao longo do tempo em
12 níveis (0 min., 15 min., 30 min., 1 h, 2 h, 12 h, 24 h, 48 h,
72 h, 96 h, 100 h e 120 h). Toda a fase experimental desta
pesquisa foi realizada em ambiente com temperatura de 23
(± 2)ºC e umidade relativa do ar de 50 (± 10)%.
Modelos de gesso pedra (Gesso Pedra Herostone;
Vigodent S/A Indústria e Comércio, Rio de Janeiro, RJ,
Brasil) foram confeccionados a partir do vazamento de
moldes obtidos de uma placa metálica (Figura 1),
originalmente indicada pela ADA2,3 para avaliação da
capacidade de reprodução de pormenores dos alginatos e
gessos, de acordo com as seguintes condições
experimentais:
Números
Larguras
da escala
dos sulcos (mm)
1
0.300
2
0.200
3
0.150
4
0.100
5
0.075
6
0.050
7
0.025
Figura 1 - Desenho esquemático da placa metálica de teste, onde
pode ser observada a região de interesse para o estudo (delimitada
pela circunferência pontilhada). Dimensões indicadas em mm.
Para obtenção de cada molde com os diferentes
alginatos (CCC, HG5, JCN) a proporção pó:água
recomendada pelo fabricante foi utilizada.
O frasco contendo o pó do material foi várias vezes
movimentado para se promover sua homogeneização. Cada
porção de pó foi pesada em uma balança eletrônica de
precisão (Sauter, modelo K 1200, August Sauter Gmbh,
Ebingen, Alemanha), com acuidade de 0.01 g. A
espatulação foi efetuada, por 30 segundos para o CCC e o
HG5, e por 1 minuto para o JCN, em gral de borracha com
espátula de lâmina metálica, utilizando-se água deionizada,
vertendo-se o pó sobre a água previamente medida.
Uma moldeira individual de resina acrílica foi, então,
carregada com a mistura recém espatulada e manualmente
comprimida contra a região de interesse da placa metálica.
Esta pressão manual foi mantida por um minuto e
aguardou-se mais um minuto e trinta segundos para que o
molde fosse removido da placa.
Para obtenção de cada molde com a silicona de adição
Express, a pasta uida, disponível em cartuchos de automistura, foi utilizada. A proporção pasta base:pasta
catalisadora recomendada pelo fabricante foi determinada
pelo uso de um dispensador especíco que permite a automistura das mesmas, e o material, já misturado, foi
dispensado nas moldeiras por meio do uso de ponteiras
próprias para este m, também fornecidas pelo fabricante
da silicona.
A moldeira individual, então, carregada com a mistura
recém misturada, foi manualmente comprimida contra a
região de interesse da placa metálica. Esta pressão manual
foi mantida por um minuto e aguardou-se mais quatro
minutos para que o molde fosse removido da placa.
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):18-22.
19
Estabilidade dimensional linear de alginatos de última geração em função do tempo de armazenagem dos moldes
Independentemente do material utilizado para
moldagem, os moldes que foram armazenados, de acordo
com os tempos experimentais, foram acondicionados em
recipientes plásticos hermeticamente selados, em
temperatura ambiente de 23 (± 2)ºC.
Os modelos de gesso pedra (Gesso Pedra Herostone;
Vigodent S/A Indústria e Comércio, Rio de Janeiro, Brasil)
foram confeccionados a partir de cada molde utilizando-se
uma proporção água/pó de 30/100, em peso, e um tempo de
espatulação de 1 minuto. Depois de manipulado, o gesso foi
vazado no interior de cada molde sob vibração, até
preenchimento do mesmo. Para confecção de cada modelo,
foram utilizados 40.0 g de gesso e 12 ml de água
deionizada. Após 60 minutos (contados a partir do início da
espatulação), cada modelo foi separado do respectivo
molde, para serem efetuados os procedimentos de medição
para avaliação da alteração dimensional dos mesmos.
A placa metálica utilizada para a obtenção dos moldes
do presente estudo apresenta, na região de interesse
delimitada pela circunferência traçada com linha
pontilhada (Figura 1), duas marcas circulares e, entre elas,
um conjunto de sete sulcos paralelos entre si e uma linha de
referência perpendicular a estes (linha A).
A distância entre essas duas marcas (aproximadamente
20.0 mm), aferida em um microscópio comparador
(Mitutoyo MFG. Co. Ltd., Japão), com capacidade de
leitura na extensão máxima de 25.0 mm e acuidade de 0.005
mm (5 µm), cuja lente ocular possibilita um aumento de 15
x e a objetiva de 2 x, foi referência para o cálculo da
porcentagem de alteração dimensional dos modelos de
gesso obtidos a partir dos diferentes materiais de moldagem
e nos diferentes tempos de armazenagem. Os sulcos
paralelos entre si, de larguras cada vez menores, permitiram
que se avaliasse, apenas qualitativamente, a capacidade de
reprodução de pormenores dos materiais de moldagem
utilizados.
Foram, então, obtidos, por meio do uso do microscópio
comparador, os valores (em mm) relativos à distância entre
as duas marcas nos modelos. Tal leitura foi realizada três
vezes, tomando-se, então, a média das mesmas como a
distância entre as duas marcas.
A porcentagem de alteração dimensional linear de cada
modelo de gesso obtido a partir dos diferentes materiais de
moldagem e, consequentemente, a estabilidade
dimensional linear desses materiais, em longo prazo, foi
determinada pela divisão da diferença entre a distância
aferida para cada modelo e a distância referência obtida da
medição da placa metálica, multiplicada por 100, pela
distância referência obtida da medição da placa metálica.
Vericando-se a aderência dos valores obtidos à curva
normal, foram aplicados os testes de Análise de Variância a
2 critérios e Tukey, com nível de signicância de 5%. O
programa estatístico utilizado foi o SAS System 6.11
software.
20
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):18-22.
RESULTADOS
A estabilidade dimensional linear dos moldes,
indiretamente avaliada, foi material e tempo-dependente (p
< 0.001), e houve interação entres ambas as variáveis (p <
0.001). A silicona de adição (ECP) foi o único material que
não sofreu alteração signicante, em nenhum momento,
com o passar do tempo. Apenas quando imediatamente
vazados é que todos os materiais apresentaram
comportamentos estatisticamente semelhantes entre si.
Quando armazenados por 96 h, os alginatos de última
geração (CCC e HG5) sofreram alteração equivalente entre
eles e à sofrida pela silicona (ECP), que foi diferente da
sofrida pelo Jeltrate (JCN). Quando armazenado por 120 h,
o Hydrogum 5 (HG5) sofreu alteração estatisticamente
semelhante à sofrida pelo Express (ECP), que, por sua vez,
tende a assemelhar-se à sofrida pelo Jeltrate (JCN); o Cavex
ColorChange (AC) sofreu a maior alteração dimensional,
estatisticamente diferente da sofrida por todos os demais
materiais.
Os valores médios de porcentagem de alteração
dimensional (±dp) dos diferentes materiais (CCC; HG5;
JCN; ECP), em função do tempo de armazenagem dos
moldes, são descritos na Tabela 1. A Figura 2 ilustra os
resultados.
Tabela 1 - Valores médios ± desvio padrão de porcentagem
de alteração dimensional linear dos diferentes materiais em
função do tempo de armazenagem dos moldes.
CCC
HG5
JCN
ECP
±
Ad
Aab
0.778 0.171
0.647 1.142
±
ABd
0.27 ± 0.245Babc
±
±
Aab
0.869 0.848
0.261 0.877
±
Aa
0.629 ± 0.204Ba
±
Aa
0 min.
0.997 0.589
15 min.
1.134 0.400
30 min.
0.303 ± 0.535ABbcd
1.108 ± 0.718BCabc
0.123 ± 0.412Aa
0.845 ± 0.202Ca
1h
-0.564 ± 0.645Babc
-0.936 ± 0.093Babc
0.950 ± 0.575Aabc
0.910 ± 0.250Ba
2h
0.757 ± 0.566ABcd
0.699 ± 1.121Aba
-0.009 ± 0.222Aa
1.090 ± 0.432Ba
12 h
0.580 ± 0.554ABcd
1.653 ± 0.659ABbc
2.123 ± 1.532Abc
0.743 ± 1.600Ba
24 h
0.605 ± 0.815ABcd
1.695 ± 0.983Bc
2.638 ± 0.729Ac
0.950 ± 0.276Ca
48 h
1.260 ± 0.559Ad
1.062 ± 0.615Aabc
2.459 ± 0.868Ac
0.871 ± 0.293Ba
72 h
1.255 ± 0.367Ad
1.025 ± 0.164Aabc
2.065 ± 0.574Abc
0.917 ± 0.425Ba
96 h
0.876 ± 0.773Ad
1.032 ± 0.199Aabc
1.993 ± 0.904Abc
0.822 ± 0.274Ba
100 h
-1.053 ± 2.303ABab
0.696 ± 0.724Ba
2.280 ± 2.100Abc
1.334 ± 1.215BAa
120 h
-1.802 ± 1.318Ba
0.985 ± 0.213BCabc
2.585 ± 1.928Ac
1.255 ± 0.316Ca
*Diferentes letras maiúsculas indicam diferença
estatisticamente signicante (p < 0.05) em cada linha.
Diferentes letras minúsculas indicam diferença
estatisticamente signicante (p < 0.05) em cada coluna.
ARTIGO ORIGINAL
Fernandes SL, Francisconi PAS, Francisconi LF, Manfredi GGP, Cavenago BC, Costa AU, Alcade MP, Borges AFS
Figura 2 - Alteração dimensional linear (%) dos materiais em
função do tempo de armazenagem dos moldes.
DISCUSSÃO
Em concordância com o tradicional e logicamente
estabelecido na literatura6, os alginatos mostraram-se, no
presente estudo, relativamente instáveis quando
comparados à silicona de adição, material de moldagem
elastomérico e controle positivo, único que se mostrou
estável com o passar do tempo. Mesmo que os alginatos
possam tornar-se tão precisos quanto os elastômeros, ainda
apresentam desempenho inferior quando se considera sua
estabilidade dimensional, no caso, linear7,9,11,25.
Entre si, os diferentes alginatos avaliados também
mostraram, de forma geral, a partir dos 15 minutos de
armazenagem, diferentes comportamentos em cada tempo,
demonstrando que a estabilidade dimensional linear dos
moldes, indiretamente aferida nos modelos de gesso, é
inuenciada pelo material utilizado10,22,26. Tais resultados
poderiam estar relacionados à diferente composição
química dos alginatos. No entanto, pouca informação é
disponibilizada pelos fabricantes e não há literatura recente
que explique a inuência dos componentes químicos
individuais na estabilidade dimensional desses materiais de
moldagem22,24.
Por sua vez, a evaporação de água pode induzir à
contração dos hidrocolóides4,24 e a razão pó-líquido pode
exercer alguma inuência na estabilidade dimensional dos
moldes5,8. No presente estudo, tal razão foi determinada de
acordo com o indicado por cada fabricante, e diferente para
cada material, portanto. Ainda que esta seja uma possível
explicação para os resultados observados, a estabilidade
dimensional dos alginatos é provavelmente mais
relacionada à habilidade do material em manter a água no
interior de sua massa, do que à quantidade global de água
presente em cada molde22.
Outros fatores podem, então, explicar as diferenças
observadas. Eles incluem a sinérese, o movimento da água
livre via evaporação e embebição, as razões cálcio:sódio e
partículas:polímeros, e o peso molecular dos polímeros
algínicos e de outros constituintes peculiares, dentre
outros10,12,22.
O comportamento favorável dos alginatos de última
geração (CCC e HG5), quando armazenados por 96 h, e do
HG5, diante da armazenagem por 100 ou 120 h, quando
comparado ao dos demais materiais indica, todavia, que
quando adequadamente armazenados13,16 moldes obtidos
dos mesmos podem ser considerados sucientemente
estáveis para obtenção, por exemplo, de modelos de estudo,
de placas interoclusais, de dispositivos de acrílico e,
possivelmente, de estruturas para próteses parciais
removíveis1,12,14-15,19,21.
Como acontece com qualquer investigação in vitro,
porém, o presente estudo relaciona-se a algumas
limitações. A heterogeneidade dos resultados, por exemplo,
que pode reetir-se em diculdades relacionadas à
extrapolação dos mesmos ao contexto clínico, deve-se, em
parte, à variabilidade inerente a um material de moldagem,
os alginatos, que é composto principalmente por água18,23,26.
No entanto, ainda que seja interessante, com base nos
resultados, produzir modelos de gesso a partir de
impressões de alginato o mais rápido possível após a
remoção do molde da boca22,24 o pressuposto de que moldes
em alginato jamais podem ser armazenados, em condições
satisfatórias, para só serem vazados mais tarde, não mais é
categoricamente válido para os materiais de última
geração10,12.
CONCLUSÃO
A partir dos resultados encontrados e em consonância
com demais estudos que vem sendo realizados ao longo dos
anos os moldes em alginato deveriam, idealmente, ser
vazados imediatamente. Contudo, aqueles obtidos de
alginatos de última geração podem ser armazenados por até
4 dias ou, se obtidos do Hydrogum 5, por 5 dias, mantendose sem alteração dimensional signicativa.
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ARTIGO ORIGINAL
Overdenture da maxila – revisão sistemática
Maxillary overdenture - systematic review
SILVA FILHO, Edimilson Santos1; NAGEM FILHO, Halim2; CAMPI JÚNIOR, Laurito3; FIUZA, Cristina Tebechrani4; FARES, Nasser Hussein5
1. Mestre em Endodontia, CPO – Faculdade São Leopoldo Mandic, Campinas, SP, Brasil.
2. Professor Titular da Disciplina de Materiais Odontológicos, Departamento de Dentística, Endodontia e Materiais Odontológicos, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP,
Brasil.
3. Doutorando, CPO – Faculdade São Leopoldo Mandic, Campinas, SP, Brasil.
4. Doutora em Materiais Dentários, Faculdade de Odontologia, Universidade de São Paulo, Sâo Paulo, SP, Brasil.
5. Doutor em Dentística, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
Endereço para correspondência:
Halim Nagem Filho
Rua João Poletti, 4-33
17012-360 – Bauru –São Paulo – Brasil
E-mail: [email protected]
Recebido: 10/04/2014
Aceito: 18/05/2014
RESUMO
Objetivo desta revisão sistemática da literatura foi avaliar as razões para recomendar determinado número de implantes para
reter ou suportar overdentures na maxila. A estratégia de busca nas bases de dados foi abrangente nos idiomas português
(Brasil) e inglês no período pré-selecionado do ano 1994 a 2014. Os critérios de inclusão e exclusão das modalidades dos
artigos foram pré-determinados e os artigos selecionados foram dispostos para leitura completa do texto. Os resultados das
interpretações dos dados obtidos na literatura das overdentures da maxila pode-se inferir que houve plena satisfação do
paciente, quanto à retenção e a função mastigatória. Este tipo de prótese independe do número de implantes ou tipo de sistema
de conexão. Na overdenture com dois implantes interligados por barra ocorre menor número de complicações, mas a maioria
dos pesquisadores aconselha usar no mínimo quatro implantes. A extensão e estrutura palatal adequada da overdenture são
fatores importantes e necessários para transmitir as cargas para as áreas de suporte na maxila. Mas, infelizmente essa estrutura
pode causar redução do sabor dos alimentos, ou do uxo salivar.
Palavras-chave: Implantes dentários. Prótese dentária. Reabilitação bucal.
ABSTRACT
Aim of this systematic literature review was to evaluate the reasons that recommend a certain number of implants retaining or
supporting overdentures in maxilla. A search strategy in databases was comprehensive in portuguese (Brazil) and english in
the pre-selected the year from 1994 to 2014. Criteria for inclusion and exclusion of the rules of the articles were pre determined and selected items were willing to read the full text. The results of the interpretations of the data obtained in the
literature of maxillary overdentures can be inferred that there was full satisfaction of the patient, as retention and masticatory
function. The prosthesis is not dependent on the number of implants or type of connection system. On the overdenture with two
implants connected by a bar has fewer complications, but most researchers advice using at least four implants. The extent and
proper structure of the overdenture palatal are important and necessary to transmit the loads to support areas of the maxilla
factors. But unfortunately this structure can cause reduction in food flavors, or salivary flow.
Keywords: Dental implants. Dental prosthesis. Mouth rehabilitation.
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):23-29.
23
Overdenture da maxila – revisão sistemática
INTRODUÇÃO
A satisfação do paciente com uma prótese total
convencional maioria das vezes é péssima devido à
instabilidade, aspectos fonéticos falhos e principalmente se
a prótese não oferecer conforto e funcionalidade. Neste
caso a confecção de uma overdenture implanto-suportada
ou mucoso-suportada no maxilar é o tratamento
pressuposto para reabilitação com capacidade de reduzir a
reabsorção do rebordo residual, aumentar a eciência
mastigatória e melhorar a estabilidade e retenção da
prótese6. Em 1998 deniram-se alguns parâmetros para a
confecção de overdentures em pacientes com maxila
edêntula, considerado bom seria um número de quatro
implantes distribuídos uniformemente ao longo da arcada15.
A averiguação do local do implante ponderando a qualidade
e quantidade óssea sugere que a overdenture pode em seu
desenho ter ou não cobertura palatina, dependendo do
planejamento e a correta seleção do caso.
A overdenture maxilar implanto-suportada ou mucosuportada substitui a prótese convencional em edentulos e
possui capacidade de reduzir a reabsorção do rebordo
residual, aumentar a eciência mastigatória e melhorar a
estabilidade e retenção da prótese, mas em relação a outros
tratamentos os implantes endósseos, a perda é maior6. Uma
revisão sistemática23 foi realizada com ênfase no número,
comprimento, e distribuição dos implantes, sistemas de
ancoragem, manutenção e satisfação do paciente e em
conformidade com os resultados encontrados,
demonstraram também elevada perda em relação a outras
modadlidades endósseas de tratamentos com implantes.
Também denominadas sobredentaduras, apresentam
maiores vantagens sobres às próteses convencionais e
podem ser classicadas como próteses parciais ou totais
confeccionadas sobre dentes naturais ou implantes8. Estes
elementos de suporte auxiliam na transmissão da força
mastigatória evitando que o tecido bromucoso seja
comprimido excessivamente, e quando se utiliza algum
sistema de encaixe sobre estes pilares, as sobredentaduras
oferecem melhores retenções e estabilidade, gerando maior
conforto ao paciente28.
A extensão do palato na overdenture, para alguns
pesquisadores, é importante e necessária porque transmite a
carga primária para as áreas de suporte na maxila. Mas,
lamentavelmente essa estrutura pode causar redução do
sabor dos alimentos, ou do uxo salivar. Em alguns
pacientes, também, não é possível confeccionar
overdenture com cobertura palatal completa devido à
existência de grande torus palatal ou severo reuxo29. As
overdentures maxilares são indicadas em casos de
reabsorção severa da maxila, pobre qualidade óssea e em
pacientes cuja única opção é a colocação de implantes
curtos15. A overdenture tem menor custo, é acessível para a
maioria dos pacientes, quando comparada ao tratamento a
uma prótese xa sobre implantes e podem propiciar ao
24
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):23-29.
paciente melhoria na fonética, higiene e fonecer uma maior
retenção1. Nas maxilas severamente atroadas enxertos são
indicados para superar o limite comprometido da extensão
do rebordo e aumentar em altura óssea o local de inserção.
Diferenciais positivos dos procedimentos na maxila
atroada sem enxerto seria a instalação de implantes
angulados ou implantes zigomáticos, para redução da
complexidade23. A utilização de implantes curtos em vez do
tamanho normal é uma estratégia para evitar a necessidade
de aumento do osso e simplica os procedimentos de
tratamento. Mas, em controvérsia eleva a carga de apoio
osséo e diminuição da resistência às forças laterais2.
Todos esses relatos clínicos são importantes, mas não
foram adicionados aos critérios selecionados para esta
revisão, deste modo foram descartados. O número de
implantes, diâmetro, comprimento e distribuição são
necessários para suporte da overdenture e devem ser
observados durante o planejamento. O diâmetro do
implante depende da largura alveolar, enquanto que a altura
do osso disponível determina o comprimento do implante13.
O comprimento do implante deve ser ≥ 10 mm, e um
diâmetro mínimo de 4.1 milímetros para a maxila. O
número de implantes, suas posições e grau de inuência do
paralelismo correspondem ao projeto da overdenture
maxilar e seleção subjetiva do sistema. Esses fatores são
essenciais em relação ao suporte da mucosa e a cobertura
palatal das áreas de suporte de estresse12.
A literatura divulga existência de um aumento na taxa
de falhas quando se usa implantes curtos (7 e 10 mm) e de
diâmetros reduzidos (2.5 a 3.0 mm). Em ambos a maxila e
mandíbula, implantes de grande diâmetro podem fornecer
suporte adicional para próteses parciais removíveis23.
Um número exato que se deve colocar na overdenture é
inespecíco. Uma revisão sistemática determinou qual é o
número ideal de implantes para overdentures implantosuportadas, concluindo que no momento presente não há
modo para denir quantos implantes devem apoiar uma
overdenture21.
No consenso, mundialmente conhecido como o
Consenso de McGill da Universidade McGill, em
Montreal, no Canadá foi estabelecido que a elaboração da
overdenture com dois implantes não é considerado o padrão
ouro, porém é o número mínimo que deve ser suciente
para a maioria das pessoas, tendo em conta o desempenho,
satisfação do paciente, custo e tempo clínico30. A utilização
de dois implantes interforaminal com uma prótese total
pode proporcionar benefícios neuromusculares de longo
prazo para pacientes desdentados, mas sempre suportado
pela cobertura palatal22. As diferenças de satisfação dos
pacientes com overdentures maxilares implantes
conectados por barra com ou sem cobertura palatal não
foram signicativas entre os tratamentos sugerindo que os
pacientes caram igualmente satisfeitos. As avaliações
dadas para as overdentures maxilares não foram
signicativas às novas próteses maxilares convencionais.
Isto sugere que as próteses de implantes superiores não
devem ser consideradas como um tratamento de primeira
ARTIGO ORIGINAL
Silva ES Filho, Nagem H Filho, Campi L Jr, Fiuza CT, Fares NH
escolha para pacientes com um bom suporte ósseo para
próteses convencionais1.
Os conceitos básicos aplicados aqui representam a
operacionalização de uma revisão sistemática de
apontamentos relacionados com a propriedade da
I m p l a n t o d o n t i a , e n v o l v e n d o o v e rd e n t u re s d o s
maxilares19,26. Uma revisão sistemática foi organizada para
estabelecer critérios e as considerações para tratamento
sobre implantes de overdentures dos maxilares focando
com ênfase os implantes em número, comprimento, e
distribuição. O objetivo da revisão sistemática é de resumir
em uma forma fundamentada as evidências do
conhecimento atual em publicações especializadas
controladas, com viés de avaliações clínicas com suas
propriedades positivas e falhas ou desvantagens17.
Alguns autores7,21-23 foram determinados na explanação
de seus resultados indicando o número e distribuição dos
implantes, por esta razão, os seus artigos foram
interpretados em seu texto completo, outros pesquisadores
zeram uma revisão sistemática sobre o tema e por este
motivo não tem um número denido de implantes inseridos
contudo, por serem intrísecos no assunto, estão na Tabela 1.
MATERIAL E MÉTODOS
RESULTADOS
Para tomar uma resolução se o resultado de uma revisão
sistemática possui validade e aplicabilidade, o pesquisador
deve estar apto para avaliá-la quanto à qualidade
metodológica, a importância dos dados obtidos e a
qualidade de seu conteúdo.
A estratégia de busca em bases de dados eletrônicas foi
abrangente nos idiomas português (Brasil) e inglês para
avaliação dos resultados clínicos e estabelecer a priori os
critérios de inclusão e exclusão das modalidades de
tratamento. Os artigos referidos na bibliograa foram
coletados no período pré-selecionado do ano 1994 a 2014.
As bases mais comuns foram: Web of Science, PubMed,
SciELO, BBO, LILACS, Dental Review e revistas
brasileiras não indexadas. Na busca utilizou-se como
termos os seguintes descritores: maxillary overdenture;
maxila implant overdenture, oral ± dental ± implant(s),
sobredentaduras superiores. Alguns artigos foram
identicados nas listas de referencias dos artigos coletados
nas bases de dados de revistas não indexadas.
Os critérios de inclusão para o conteúdo dos artigos de
revisão foram:
Os títulos e resumos (abstracts) foram coletados nas
bases de dados: Web of Science (n = 193), PubMed (n =
534), google acadêmico (n = 71) e 84 foram incluídos de
revistas não contabilizadas. Do total, de 882 títulos e
resumos (abstracts) 841 foram eliminados por duplicidade
ou por não obedecerem aos critérios estabelecidos. Dos
demais relacionados com o tema, 21 tinham pouca
relevância por focalizarem principalmente relatos de casos
clínicos e os 20 artigos restantes pertinentes foram
selecionados e seus textos completos foram impressos para
um estudo minucioso (Tabela1). As listas de referências de
todos os artigos relacionados ao assunto foram submetidas
às avaliações detalhadas para possível inclusão ou
exclusão, por dois revisores independentes. Um terceiro
avaliador somente era designado se houvesse divergêcias
de opniões dos dois relatores. Os artigos selecionados nesta
revisão sistemática apresentaram com clareza suas
características e sobrevivências, outros descartados não
concluíram com precisa previsibilidade as propriedades da
overdenture da maxila (maxillary overdenture) implantosuportada ou implanto-retida. Os artigos que descreviam a
importância de overdenture com ou sem palato foram bem
explorados como também o número mínimo para realizar
uma overdenture implanto-suportada.
1) Número de implantes no maxilar para retenção e
estabilidade.
2) Grau de satisfação do paciente.
3) Posicionamento e distância dos implantes.
4) Longevidade da overdentures.
5) Retenção e estabilidade da overdenture.
6) Overdenture com e sem cobertura palatal.
Os critérios de exclusão dos artigos de revisão
sistemática foram:
1) Outras próteses de implantes, além de overdentures.
2) Período de menos de 1 ano de acompanhamento.
3) Comparação de overdenture com prótese
convencionais.
4) Enxertos aumentar altura óssea.
5) Comparação de marcas comerciais de de implantes.
6) Carga imediata de implantes.
7) Overdentures parciais.
8) Protocolo do estudo in vitro.
9) Cirurgia seletiva.
10) Artigo fora do período determinado.
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):23-29.
25
Overdenture da maxila – revisão sistemática
Tabela 1 - Lista dos artigos selecionados da revisão
sistemática.
AUTORES
REVISTA/REFERÊNCIAS
Naert I, Quirynen M, Hooghe M, van Steenberghe D.16
A comparative prospective study of splinted and unsplinted Branemark
implants in mandibular overdenture therapy: a preliminary report.
J Prosthet Dent. 1994;71:486-92.
Bergendal T, Engquist B.3
Implant-supported overdentures: a longitudinal prospective study.
Int J Oral Maxillofac Implants. 1998;13:253-62.
NÚMEROS DE
IMPLANTES
Revisão
Sistemática
2
Albuquerque Junior RF, Lund JP, Tang L, Larive´e J, de Grandmont
Rubens Ferreira de P, Gauthier G, Feine JS.1
Within-subject comparison of maxillary long-bar, implant-retained
prostheses with and without palatal coverage: patient- based outcomes.
Clin Oral Impl Res. 2000;11: 555-65.
4-6
Ochiai KT, Williams BH, Hojo S, Nishimura R, Caputo AA.18
Photoelastic analysis of the effect of palatal support on various
implant-supported overdenture designs.
J Prosthet Dent. 2004;91:421-7.
4-6
Payne AG, Tawse-Smith A, Thomson WM, Duncan WD, Kumara R.20
One-stage surgery and early loading of three implants for maxillary
overdentures: a 1-year report.
Clin Implant Dent Relat Res. 2004;6:61-74.
Jivraj S, Chee W, Corrado P.10
Treatment planning of the edentulous maxilla.
Br Dent J. 2006;201:261-79
3
4-6
Sadowsky SJ.23
Treatment considerations for maxillary implant overdentures: a
systematic review.
J Prosthet Dent. 2007;97:340-8.
Klemetti E.12
Is there a certain number of implants needed to retain an overdenture?
J Oral Rehabil. 2008; 35:80-4
Revisão
Sistemática
4-6
24
Slot JW, Meijer HJ.
An implant-supported overdenture in an edentulous upper jaw.
Ned Tijdschr Tandheelkd. 2011;118:577-82.
4-6
13
Laurito D, Lamazza L, Spink MJ, De Biase A.
Tissue-supported dental implant prosthesis (overdenture): the search for
the ideal protocol. A literature review.
Ann Stomatol. 2012;3:2-10.
Revisão
Sistemática
Thomason JM, Kelly SA, Bendkowski A, Ellis JS.30
Two implant retained overdentures--a review of the literature supporting
the McGill and York consensus statements.
J Dent. 2012;40:22-34.
Revisão
Sistemática
Osman RB, Payne AG, MS.19
Prosthodontic maintenance of maxillary implant overdentures: a
systematic literature review.
Int J Prosthodont. 2012;25:381-91
Revisão
Sistemática
Roccuzzo M, Bonino F, Gaudioso L, Zwahlen M, Meijer HJ.21
What is the optimal number of implants for removable reconstructions?
A systematic review on implant-supported overdentures.
Clin Oral Implants Res. 2012;23:229-37.
Revisão
Sistemática
Slot W, Raghoebar GM, Vissink A, Meijer HJ.25
Maxillary overdentures supported by four or six implants in the anterior
region; 1-year results from a randomized controlled trial.
J Clin Periodontol 2013; 40: 303-10.
Dudley J.7
Maxillary implant overdentures: current controversies.
Aust Dent J. 2013;58:420-3.
Calvert G, Lamont T.4
Four implant bar-connected implants sufcient to support a maxillary
overdenture.
Evid Based Dent. 2013;14:49-50.
4-6
2
4-6
Sousa SA, Bezerra LAM, Machado DAR, Germano AR, Miranda LM.28
Os benefícios da overdenture maxilar sobre implantes sem cobertura
palatina - relato de caso.
Ful Dent Sci. 2013;4:263-8.
5
Dudley J.8
The 2-implant maxillary overdenture: a clinical report.
J Prosthet Dent. 2014
2
26
Slot W, Raghoebar GM, Vissink A, Meijer HJ.
A comparison between 4 and 6 implants in the maxillary posterior region to
support an overdenture; 1-year results from a randomized controlled trial.
Clin Oral Implants Res. 2014;25:560-6.
26
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):23-29.
4-6
DISCUSSÃO
O conceito de colocar um número limitado de
implantes para suportar uma overdenture superior pode ser
uma opção, mas, ainda não está claro se o suporte somente
sobre os implantes oferece benefícios. Não há diretrizes
especícas para o número de implantes necessários para
apoiar uma overdenture maxilar13,23. Um mínimo de quatro
implantes equidistantes é recomendado para manter a
overdenture implanto-suportada. Relatos de casos com dois
implantes com parcial cobertura são escassos. Ao mesmo
tempo, existe pouca literatura cientíca sobre orientação do
número, comprimento e distribuição de implantes, sistemas
de ancoragem e manutenção necessária para overdentures
implantes maxilares15,23.
A utilização de dois implantes em overdenture sem a
estrutura do palato, com sistema de encaixe em forma de
bola ou barra tem sido usada como um procedimento sem
ser padrão, pois pode provocar movimentos indesejáveis e
desconforto. Assim este processso necessita de maior
suporte geralmente proporcionado com a cobertura palatal.
O uso de dois implantes em overdentures nos maxilares
com encaixes de bola proporcionaram retenção, o que
permitiu o movimento de rotação da prótese com apoio
igual da mucosa11. A justicativa da estabilização estaria na
combinação de ambos, ou seja, dos implantes e mucosa. Os
resultados de um estudo para avaliar a efeito do número e
distribuição dos implantes para a carga transmitida ao
palato demonstraram que ainda está para ser determinado
se a distribuição de carga sobre os implantes oferece
vantagens6. Os valores médios das forças mensuradas para
quatro conexões tipo locator em espaços de 8 mm, 16 mm e
24 mm foram signicantemente menores do que
overdentures sem sistemas de conexões ou quando havia
somente 2 sistemas tipo locator6,28. Em caso clínico usou
cinco implantes (3.75 diâmetro por 10 mm comprimento)
na maxila. Uma grande extensão do palato deixou de ser
coberta, possibilitando desta forma, maior conforto, além
de tornar a prótese mais leve28.
Em um estudo, a sobrevivências dos implantes em
maxilares foram de 75.4% e 100% em mandíbulas, mas não
houve diferenças em relação aos sistemas de conexões. A
barra rígida ligando os implantes é uma estrutura de metal
fundido que reforça a base da prótese garante a estabilidade
e rigidez3.
Vericou-se que quatro implantes conectados por uma
barra eram sucientes para suportar uma overdenture
maxilar 4 . Uma overdenture implanto-suportada com
inserção de seis implantes conectados a uma mesoestrutura
barra-clip não mostrou diferença signicante em relação a
quatro implantes, porém as barras proporcionam mais
retenção quando sujeitas às forças verticais e oblíquas. Se
uma conexão em forma de barra interfere com espaço para a
língua, então conexão em formato de bola tem
preferência16.
ARTIGO ORIGINAL
Silva ES Filho, Nagem H Filho, Campi L Jr, Fiuza CT, Fares NH
Paciente com perdas de implantes quando
caracterizado pela severidade da reabsorção do rebordo
alveolar ou qualidade óssea inferior em combinação com
uma carga desfavorável o uso de implantes curtos nestas
circunstâncias evita complicações de ajustes17. A prótese
overdenture nos maxilares está associada a número mínimo
de implantes, assim, como recomendam alguns
pesquisadores 1 0 , 1 8 . Com dois implantes torna-se
indispensável o complemento de suporte com a cobertura
da estrutura palatal. Quando mais de dois implantes é
inserido para a retenção, a responsabilidade do suporte é
transferida da mucosa para os implantes, por esta razão
devem-se levar em consideração as distâncias e
paralelismos dos implantes para ter uma distribuição de
força adequada6. As overdentures sem a estrutura palatal
têm o seu uso bastante elevado pela preferência dos
pacientes pelo fato de melhorar o paladar, sentido
responsável pela sensação de gosto e inuenciar no uxo
salivar10. Para ter uma overdenture sem cobertura palatal, no
minimo quatro implantes devem ser colocados. Muitos
prossionais tem reportado que o sucesso clínico depende
do metodo de uso4,11. Enquanto alguns preferem por
economia ou diferentes fatores usar quatro implantes outros
acham melhor usar seis implantes29.
O projeto de ancoragem para a maxila é de quatro
implantes equidistantes, mas para osso comprometido
devem ser colocados seis implantes27. O posicionamento
dos implantes no maxilar na mesial dos primeiros molares
aumenta a estabilidade da prótese total. Para uma
overdenture sem cobertura palatal, o consenso favorece um
mínimo de quatro implantes11. A m de evitar mudanças
drásticas no desenho protético, recomenda-se seis
implantes4,9,26 compararam os resultados clínicos em
pacientes de overdentures maxilares apoiados por quatro ou
seis implantes conectados por barras. Após um ano de
acompanhamento, a média de sobrevivência dos implantes
foi de 100% para quatro implantes e 99.99% para seis
implantes, portanto não houve difereças nas respostas entre
os grupos. Todos os pacientes apresentaram satisfação e
uma autoestima mais elevada em ambos os grupos. Por
razões de custo-benefício, o tratamento com quatro
implantes conectados à barra para apoiar uma overdenture
maxilar é o preferido. Uma sobredentadura implantosuportada com inserção de seis implantes conectados a uma
mesoestrutura barra-clip24 foi o tratamento mais bemsucedido, em relação à opção ao tratamento com inserção
de quatro implantes e similares mesoestruturas. Não
obstante a diferença nos números de implantes outros
fatores podem afetar a decisão do prossional. O alto nível
de estresses entorno do implante com barra e sem palato
pode podruzir uma maior transferência de carga e maior
concentração, contudo ao produzir uma overdenture com
palato pode ser mais importante do que o tipo de sistema de
conexão selecionado18. Outra opção considerada válida
relata que onde existe insuciência óssea, poderia utilizar
implantes com diâmetro estreito20. O diâmetro chamado
padrão é considerado essencial para suportar pressão da
overdenture maxilar embora recomendações sugiram que
um pequeno número de implantes considerados curtos ou
estreitos pode ser incluído entre um número suciente de
implantes de comprimento padrão (> 10 mm) e diâmetros
regulares (3.75 - 4.10 mm). Evidências na literatura mostra
que implantes de diâmetro reduzido pode ser usado com
sucesso para tratar cristas ósseas estreitas, embora mais
estudos de longo prazo são necessários para comparar os
resultados de implantes de diâmetro estreito e
convenciona5. A distribuição de suportes nos implantes
também pode inuenciar a sobrevivência devido às forças
que atuam sobre a overdenture, como também a falta de
padronização das conexões e número de implantes tem
dicultado o modo de selecionar a retenção preferida do
sistema de implante overdentures maxilar23. A cobertura
total do palato é necessária para alcançar o apoio adequado,
a retenção e estabilidade, quando apenas dois implantes são
utilizados, por outro lado, quando quatro ou mais implantes
são interligados por uma barra a retenção é melhor, a
higiene é mais ecaz e o reuxo pode ser controlado1.
Pacientes edentulos superiores overdentures implantosuportadas quando solicitados a responder o grau de
satisfação ele manisfestaram maior contentamento com a
estética, estabilidade, maior conforto, melhor facilidade de
limpeza e melhor capacidade de mastigação 3 1 . O
posicionamento dos implantes interligados por uma barra
em forma de ferradura é mais suscepitível de ser mais
aceitável14. Os pacientes são mais propensos em aceitar a
prótese com este modo de esplintagem porque ela reduz a
espessura da extensão palatina. Evidência para fornecer
orientações sobre o número comprimento e distribuição de
implantes não existem e os sistema de conexões não são
elementos que contribuem para as diferenças nas retenções
bem como a manutenção necessária para overdentures bem
sucedidas. Durante o planejamento de overdentures o
número de implantes deve focar na inserção de quatro a seis
ou se houver espaço oito implantes (10-15 mm de
comprimento) implanto-retida. Também têm sido feitas
indicações no que diz respeito para overdentures implantosuportadas com quatro implantes. Na maxila um mínimo de
quatro implantes é preconizado como um número suciente
de apoio de implantes em overdenture sem palato de modo a
beneciar de uma maior percepção do sabor10.
Os fatores-chave para implante na overdenture maxilar
recomendam uma avaliação detalhada da qualidade óssea,
grau de atroa e potencial localização dos implantes7. O
tratamento inclui objetivar a estética, modo função e
fonética. A overdenture usa dois mecanismos de apoio, os
implantes dentários e o rebordo ósseo subjacente. A prótese
é projetada para distribuir o estresse em ambas às
estruturas, unindo os implantes com uma barra colocada
corretamente adequada a força, função e higiene.
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):23-29.
27
Overdenture da maxila – revisão sistemática
CONCLUSÃO
Baseados nos fundamentos adquiridos nos relatos
expostos nas opiniões dos pesquisadores são certos inferir
que:
- A overdenture do maxilar é uma substituição
adequada da prótese convencional.
- Somente dois implantes inseridos obriga o
prossional a intregar o suporte com uma cobertura palatal.
- Quatro ou mais implantes são necessários para uma
overdenture sem palato.
- Sem a cobertura do palato o paciente sente maior
conforto, melhor paladar e contrle do reuxo.
- Para quatro ou mais implantes não há diferença em
estabilidade.
- A distribuição e distância entre implantes são fatores
que inueciam na retenção da overdenture.
REFERÊNCIAS
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Albuquerque RF Júnior, Lund JP, Tang L, Larivée J, Grandmont P,
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11. Kiener P, Oetterli M, Mericske E, Mericske-Stern R. Effectiveness of
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18. Ochiai KT, Williams BH, Hojo S, Nishimura R, Caputo AA.
Photoelastic analysis of the effect of palatal support on various
implant-supported overdenture designs. J Prosthet Dent.
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19. Osman RB, Payne AG, Ma S. Prosthodontic maintenance of maxillary
implant overdentures: a systematic literature review. Int J Prosthodont.
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20. Payne AG, Tawse-Smith A, Thomson WM, Duncan WD, Kumara R.
One-stage surgery and early loading of three implants for maxillary
overdentures: a 1-year report. Clin Implant Dent Relat Res.
2004;6(2):61-74.
21. Roccuzzo M, Bonino F, Gaudioso L, Zwahlen M, Meijer HJ. What is
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26. Slot W, Raghoebar GM, Vissink A, Meijer HJ. A comparison between
4 and 6 implants in the maxillary posterior region to support an
overdenture; 1-year results from a randomized controlled trial. Clin
Oral Implants Res. 2014;25(5):560-6.
27. Slot W, Raghoebar GM, Vissink A, Meijer HJ. Maxillary overdentures
supported by four or six implants in the anterior region; 1-year results
from a randomized controlled trial. J Clin Periodontol.
2013;40(3):303-10.
ARTIGO ORIGINAL
Silva ES Filho, Nagem H Filho, Campi L Jr, Fiuza CT, Fares NH
28. Sousa AS, Bezerra LAM, Machado DAR, Germano AR, Miranda LM.
Os benefícios da overdenture maxilar sobre implantes sem cobertura
palatina - relato de caso. Ful.Dent Sci. 2013;4(14):263-8.
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Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):23-29.
29
Avaliação clínica da condição bucal e da qualidade de vida de
indivíduos portadores de prótese do tipo protocolo Brånemark
Evaluation clinical of oral health status and quality of life of individuals with prosthesis type Brånemark protocol
TINOCO, Thiago Fernandes1; TINOCO, Eric Jansen Fernandes1; CALISTRO, Lucas Cesar1; ALMEIDA, Juliano Milanezi de2; PONCE, José Burgos3;
MICHIDA, Silvia Masae de Araujo4
1. Mestre em Prótese Dentária, Faculdade Ingá, UNINGÁ, Maringá, PR, Brasil.
2. Professor Assistente Doutor da Disciplina de Periodontia, Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba, SP, Brasil.
3. Mestre em Ciências da Reabilitação, Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
4. Professora do Programa de Mestrado em Prótese Dentária, Faculdade Ingá, UNINGÁ, Maringá, PR, Brasil.
Endereço para correspondência:
Thiago Fernandes Tinoco
Centro de Pós-Graduação em Odontologia
Rua Hermínio Pinto, 13-51
Jardim Brasil
17011-010 – Bauru – São Paulo – Brasil
E-mail: [email protected]
Recebido: 16/01/2014
Aceito: 28/05/2014
RESUMO
O número de indivíduos desdentados a procura de reabilitação oral implanto suportada é cada vez maior. O presente estudo teve
por objetivo avaliar clinicamente a condição bucal dos pacientes portadores de prótese do tipo protocolo Brånemark além de
vericar o índice de satisfação relacionado à qualidade de vida após a sua implantação. Foram selecionados aleatoriamente 52
indivíduos de ambos os gêneros com idade entre 45 e 85 anos, portadores de prótese do tipo protocolo Brånemark. Para
avaliação dos pacientes foram utilizados dois questionários. No primeiro questionário foi avaliado: grau de higiene bucal,
fratura da prótese e substituição de implantes. No segundo representado pelo OHIP-14 na versão em português. Após análise
estatística descritiva dos resultados concluiu-se que o maior percentual dos indivíduos apresentou uma higiene bucal ótima,
sendo que a presença de fratura na prótese e a substituição de implantes teve um índice baixo. O OHIP-14 mostrou valores
positivos referentes à qualidade de vida quando relacionada à prótese utilizada. Dentro dos limites do presente estudo,
podemos concluir que os pacientes portadores de prótese do tipo protocolo Brånemark apresentam ótima higiene bucal e alto
índece de satisfação e qualidade de vida.
Palavras chave: Prótese dentária. Satisfação do paciente. Implantes dentários.
ABSTRACT
The number of edentulous individuals searching dental implant supported rehabilitation is increasing. The aim of this study
was to evaluate the oral condition of patients with prosthetic Brånemark protocol and check the level of satisfaction related to
quality of life. The sample consisted of 52 individuals of both genders, aged between 45 and 85 years old, with prosthetic
Brånemark protocol, using for this porpuse, two questionnaires; the first involved three issues: oral hygiene, prosthesis
fracture and replacement of implants. The second was represented by the OHIP-14 portuguese version. After statistical
analysis of the descriptive results it was concluded that the highest percentage of subjects showed a good oral hygiene, and the
presence of fractures on the prosthesis and substitution of implants had a low rate. The OHIP-14 showed positive values
regarding quality of life related to the prosthesis. Within the limits of this study, we conclude that patients with prosthesis type
Brånemark's protocol have optimal oral higiene and high level of satisfaction quality of life.
Keywords: Dental prosthesis. Patient satisfaction. Dental implants.
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Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):30-36.
ARTIGO ORIGINAL
Tinoco TF, Tinoco EJF, Calistro LC, Almeida JM, Ponce JB, Michida SMA
INTRODUÇÃO
O número de pacientes que se apresenta desdentados e
com severa reabsorção óssea e que buscam uma
reabilitação implanto suportada tem aumentado nas últimas
duas décadas19. O edentulismo está mais presente nos idosos
que corresponde ao grupo etário mais representativo na
procura de reabilitação oral por meio de próteses implantosuportadas por edentulismo9.
Em 2000, aproximadamente 10% da população
mundial tinham 60 anos ou mais de idade. De acordo com a
Organização Mundial da Saúde, a queda da fertilidade e da
taxa de mortalidade são algumas das causas do aumento da
população, que crescerá em mais de 20% em 2050. No
Brasil, segundo o Instituto Brasileiro de Geograa e
Estatística (IBGE), o número de idosos (indivíduos acima
de 60 anos de idade) chega a 14.5 milhões, passando a
representar 9.1% da população brasileira, enquanto no
inicio da década somavam 11.4 milhões. Este número
corresponde a 7.9% do total, podendo-se considerar a
população brasileira como uma das maiores do mundo9.
A perda de dentes é uma via comum para muitas
condições e doenças dentárias4, esta perda dos dentes pode
deixar impactos substanciais na qualidade de vida dos
indivíduos5. Após a extração dos dentes o osso alveolar
residual perde estímulo funcional resultando em um
progressivo e irreversível processo de reabsorção óssea19.
Naturalmente, num esforço para prevenir ou melhorar
alguns desses decréscimos na qualidade de vida relacionada
à saúde bucal, dentistas recomendam frequentemente a
utilização de aparelhos de prótese removível ou prótese xa
no tratamento reabilitador à perda do dente4. Indivíduos que
usam próteses totais por longos períodos de tempo,
geralmente exibem uma falta de osso e mucosa
queratinizada na área do rebordo, devido à atroa do osso
alveolar20.
Os indivíduos que sofrem este fenômeno tem
geralmente uma prótese removível instável e não retentiva,
resultando em trauma continuo da mucosa, dor, e limitações
funcionais (fala, mastigação) e falta de estética18.
Atualmente, a reabilitação oral pela utilização de
próteses implanto-suportadas resulta em uma alternativa
eciente na reabilitação de indivíduos desdentados. A
avaliação do efeito das doenças orais e condições de
funcionamento social podem ser de grande valor para
pesquisadores, planejadores e prestadores de cuidados de
saúde oral11. Assim a avaliação clínica da condição bucal e
do índice de satisfação relacionado à qualidade de vida dos
indivíduos reabilitados por próteses implanto-suportadas
do tipo protocolo Brånemark são de fundamental
importância para determinar a qualidade dos tecidos periimplantares e a mudanças no perl dos pacientes
reabilitados funcionalmente, esteticamente e socialmente.
MATERIAL E MÉTODOS
ASPECTOS ÉTICOS
O presente estudo foi encaminhado ao Comitê de Ética
em Pesquisa da Faculdade Ingá o qual foi aprovado pelo
protocolo número 196/96. Antes do início do presente
estudo, os pacientes foram recepcionados em uma sala
privada, onde se realizou um contato inicial e os mesmos
foram informados sobre os objetivos do estudo e todas as
dúvidas sobre os aspectos éticos relacionados à pesquisa
foram sanadas. Em seguida, os pacientes assinaram o termo
de consentimento livre e esclarecido para participar da
pesquisa.
AMOSTRA
Os pacientes incluídos no presente estudo foram
selecionados a partir de um levantamento dos prontuários
no CPO Uningá – Unidade de Bauru - SP. Os critérios de
inclusão foram determinados pela presença de prótese tipo
protocolo Brånemark na reabilitação oral do indivíduo com
um tempo de utilização entre 12 e 24 meses; idade entre 45 e
85 anos, ambos os gêneros e não fumantes, diabéticos ou
portadores de outras doenças sistêmicas degenerativas.
Assim, foram selecionados aleatoriamente 120
prontuários de indivíduos portadores de prótese do tipo
protocolo Brånemark. Os pacientes pertencentes ao estudo
eram residentes da cidade de Bauru e região com raio
máximo de 200 km.
Foi realizado, inicialmente, contato telefônico com
todos os pacientes, e após aceitarem a participar do estudo,
foi efetuado o agendamento com antecedência entre as
datas e horários que os entrevistados indicaram como
convenientes. Dos 120 prontuários selecionados,
compareceram à entrevista e avaliação clínica 52
indivíduos.
PRIMEIRA FASE (IDENTIFICAÇÃO E
EXAME CLÍNICO)
Em uma primeira fase foi feita uma avaliação clínica da
condição bucal dos indivíduos estudados, empregando
material para exame clínico (sonda exploradora e espelho
clínico número cinco). Neste exame, foram avaliados três
aspectos: higiene bucal, fratura da prótese e substituição de
implantes. A avaliação foi realizada por um operador
previamente calibrado e cego ao experimento com o
paciente acomodado na cadeira odontológica, auxílio de
iluminação. Conjuntamente com a avaliação clínica foi
preenchido um questionário (Questionário 1) com dados de
identicação do paciente e complementado com dados
obtidos na avaliação clínica.
Para avaliação da higiene bucal foi avaliada a presença
ou ausência da placa bacteriana na superfície da prótese
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):30-36.
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Avaliação clínica da condição bucal e da qualidade de vida de indivíduos portadores de prótese do tipo protocolo Brånemark
tipo protocolo Brånemark. O índice utilizado para
avaliação da quantidade de placa bacteriana presente, foi
adaptada ao estudo com base no Índice de Higiene Oral
Simplicado (IHO-S)6. Os valores referentes à presença de
placa seguiram uma escala pré-estabelecida sendo: GRAU
0 – ausência de placa bacteriana (índice ótimo); GRAU 1 –
presença de placa bacteriana em até 1/3 da supercie
dentária da prótese (índice bom); GRAU 2 – presença de
placa bacteriana em até 2/3 da supercie dentária da prótese
(índice ruim).
Ao exame clínico, o examinador vericou, através de
visualização direta e relato do paciente, a possível fratura da
prótese, quando presente, sendo o fato registrado no
Questionário 1.
O quesito “Substituição de Implantes” foi levantado
através da cha clínica de cada paciente. Os dados
observados também foram marcados no Questionário 1.
RESULTADOS
No presente trabalho foi observada uma amostra de 52
pacientes e na distribuição quanto ao gênero, foram
observados 18 pacientes do sexo masculino e 34 do sexo
feminino, podendo ser vericado na Figura 1 através da
representatividade em percentual.
SEGUNDA FASE (QUESTIONÁRIO OHIP-14)
A segunda fase do estudo consistiu em uma entrevista
individual com cada paciente previamente agendado,
realizada fora do consultório odontológico, em sala privada
com condições ideais de iluminação. Foi aplicado um
questionário, preenchido com dados de identicação do
paciente e questões do ORAL HEALTH IMPACT
PROFILE – 14 (OHIP-14) (Questionário 2), na versão em
português11. Nesta fase o avaliador foi explicando uma a
uma as questões para o indivíduo entrevistado. A m de
minimizar a probabilidade de o entrevistado esquecer as
cinco possíveis opções de resposta, após cada pergunta
realizada, o avaliador repetiu, com clareza, todas as
escolhas possíveis de resposta.
O OHIP-14 contem 14 questões que mensuram a
percepção das pessoas a respeito do impacto de suas
condições bucais sobre o bem estar nos últimos seis meses.
As perguntas realizadas abrangem sete áreas: limitação
funcional, dor física, desconforto psicológico, limitação
física, limitação psicológica, limitação social e
incapacidade; somando um total de 14 questões, duas para
cada uma das áreas. Os resultados obtidos para cada
questão foram distribuídos na seguinte escala: Nunca =
valor zero (0); Quase nunca = valor um (1); Às vezes = valor
dois (2); Quase sempre = valor três (3); Sempre = valor
quatro (4).
O valor nal do questionário OHIP-14 foi obtido pela
soma dos valores das 14 respostas. O resultado, para cada
indivíduo, variou entre 0 a 56, sendo que os valores maiores
indicaram uma saúde bucal mais pobre e menor índice de
satisfação relacionada à qualidade de vida do indivíduo.
Os resultados dos dados obtidos foram analisados com
testes de estatística descritiva, através do programa
estatístico Pacotico (FOB-USP).
Figura 1 - Representação em percentual dos gêneros de
indivíduos portadores de prótese tipo protocolo Brånemark.
O grau de higiene dos indivíduos esta representado na
Figura 2, sendo que 54% dos indivíduos apresentaram uma
ótima higiene bucal ao exame clínico; 35% apresentou uma
boa higiene e 11% dos indivíduos apresentaram uma
higiene bucal ruim.
Figura 2 - Representação do grau de higiene bucal nos indivíduos
portadores de protocolo Brånemark (número de pacientes).
Em relação ao quesito fratura da prótese foi observado
este evento em apenas um único indivíduo do grupo
estudado, representando 2% da amostra (Figura 3).
32
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):30-36.
ARTIGO ORIGINAL
Tinoco TF, Tinoco EJF, Calistro LC, Almeida JM, Ponce JB, Michida SMA
Tabela 2 - Incidência no valor nal do OHIP-14 em relação
ao gênero.
Gênero Valor 0 Valor<10 Valor 10-19 Valor 20
Masculino
14
2
2
0
Feminino
14
16
4
0
Tabela 3 - A correlação entre OHIP-14, o gênero e a faixa
etária dos indivíduos entrevistados.
Figura 3 - Figura representativa da presença de fratura nas
próteses de indivíduos portadores de protocolo tipo Brånemark.
Na avaliação da perda de implantes no total de
indivíduos avaliados foram substituídos dois implantes em
um mesmo paciente, conforme observado na Figura 4.
Figura 4 - Figura representativa do percentual de pacientes com
perda de implantes.
Em relação ao índice de satisfação dos pacientes
envolvidos no estudo, estão contidos nas Tabelas 1, 2, 3 e 4 e
Figuras 5 e 6.
Tabela 1 - Estatística descritiva do OHIP-14 relacionada
com os gêneros em indivíduos portadores de protocolo tipo
Brånemark.
Idade
Gênero Valor 0 Valor<0 Valor10-19 Valor20-29 Valor30-39 Valor 40
45-54 F
2
0
2
0
0
0
45-54 M
2
0
0
0
0
0
55-64 F
4
12
2
0
0
0
55-64 M
0
0
0
0
0
0
65-74 F
6
2
0
0
0
0
65-74 M
8
0
2
0
0
0
75-85 F
2
2
0
0
0
0
75-85 M
4
2
0
0
0
0
Tabela 4 - Média dos resultados dos domínios no
questionário OHIP-14.
Domínio 1Domínio 2Domínio 3Domínio 4 Domínio 5 Domínio 6Domínio 7
Gênero Mediana Média D.padrão Soma Mínimo Máximo Número
Masculino 0.22
0.22
0.33
0
0.22
0.22
0.66
Masculino 0.00
3.77
Feminino 20.00 7.76
68.00
0
30
18
Feminino
1
0.64
1.29
0.05
0.64
0.11
0.11
10.15 264.00
0
36
34
Total
0.73
0.5
0.96
0.038
05
0.15
0.30
9.62
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):30-36.
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Avaliação clínica da condição bucal e da qualidade de vida de indivíduos portadores de prótese do tipo protocolo Brånemark
Figura 5 - Figura representativa do OHIP-24 no gênero
masculino.
Figura 6 - Figura representativa do OHIP-24 no gênero feminino.
DISCUSSÃO
A avaliação do efeito das doenças orais e condições de
comportamento social são de grande valor para
pesquisadores, planejadores de saúde oral e prestadores de
serviços de saúde11,20. A qualidade de vida proporcionada
pela saúde oral (Oral health-Related quality of life:
OHRQoL) caracteriza a percepção individual da saúde
bucal e pode ser utilizado como indicador das vantagens e
estratégias na reabilitação protética20.
Modernas abordagens terapêuticas em indivíduos
submetidos a tratamentos reabilitadores com prótese
implanto-suportadas têm avaliado principalmente nos
últimos anos as deciências técnicas, comparações entre
diferentes materiais e implantes, porém, tem se observado
na literatura a ausência de estudos que abordam o
levantamento do grau de satisfação do paciente bem como
as alterações no nível psicossocial e na qualidade de vida
dos pacientes reabilitados com próteses implantosuportadas. Alguns autores têm chamado atenção para o
assunto, justicando assim a realização do presente estudo.
O presente estudo tem caráter inédito por estimar a
relação existente entre qualidade de vida e utilização de
34
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):30-36.
prótese tipo protocolo Brånemark em indivíduos
desdentados utilizando a versão brasileira do OHIP-14,
sendo esta a versão reduzida do OHIP – Oral Health Impact
Prole16. Diferentes estudos já foram realizados em outros
países com versões especícas do OHIP-148,10, validando o
questionário na mensuração da qualidade de vida em
estudos relacionados à saúde oral.
A versão brasileira de OHIP-14 apresenta propriedades
psicométricas semelhantes ao modelo original em língua
inglesa11. Este questionário mede através de sete domínios,
aspectos relacionados com: limitação funcional, dor física,
desconforto psicológico, limitação física, limitação
psicológica, limitação social e incapacidade. O OHIP-14
diminui o tempo para ser completado, e implica menos
problemas para as pessoas idosas na frequência das
respostas. Assim, a escolha do presente método foi aplicada
em forma de entrevista para evitar desconforto e poupar
tempo aos participantes, uma vez que a pontuação obtida
com a aplicação deste instrumento não é inuenciada pelo
método de administração. Por outro lado, quando aplicado
em formato de questionário escrito pode resultar em perda
de dados valiosos para o clínico17.
No presente estudo, o grau de satisfação dos
participantes pode ser observado pelos elevados índices
apontados pelo teste quando este quesito foi levado em
consideração (Figura 4 e 5).
Na análise da higiene oral, foi realizada a análise da
presença da placa bacteriana e esta quanticada utilizando
o Índice de Higiene Oral Simplicado (IHO-S)6. Pode-se
observar que independentemente do gênero, 54% dos
indivíduos apresentaram ótimo índice de placa (Grau 0),
demonstrando que a grande maioria dos indivíduos foi
colaboradora com o método de higiene e sioterapia
preconizado nas consultas prévias ao tratamento
reabilitador com próteses implanto-suportadas tipo
protocolo (Figura 2). O controle mecânico da placa exige
participação ativa do indivíduo, e, portanto, o
estabelecimento do hábito de cuidados caseiros orais
apropriados é um processo que, em grande proporção,
envolve mudança de comportamento e é dependente desta.
Assim, os resultados em relação à higiene oral permitem
salientar que é de fundamental importância à adoção de
técnicas de higiene e sioterapia oral nos pacientes
previamente ao tratamento reabilitador e este controle de
placa irá favorecer a saúde bucal em longo tempo. Estes
resultados podem ser colaborados com estudos que avaliam
o grau de higiene oral nos pacientes submetidos a um
programa de controle de placa realizado pelo paciente1,14.
Na análise dos resultados em relação à fratura na
prótese e perda de implantes foi observado um baixo índice
para ambos os itens (Figura 3 e 4). Frente a estes resultados
foi possível demonstrar e corroborar com outros estudos
que avaliam a taxa de sucesso da reabilitação oral com
prótese implanto suportada sendo esta uma técnica
previsível e com alto índice de sucesso clínico e
sobrevida2,12.
Em geral, os indivíduos incluídos e entrevistados no
ARTIGO ORIGINAL
Tinoco TF, Tinoco EJF, Calistro LC, Almeida JM, Ponce JB, Michida SMA
presente estudo após receberem orientação, não
apresentaram diculdade na interpretação dos
questionamentos e em relação à elaboração das respostas
aos questionamentos do OHIP-14, resultado similar ao
obtido em outros estudos que utilizaram a mesma
metodologia15.
Por outro lado, algumas limitações no que diz respeito à
utilização do OHIP-14 como ferramenta de análise do grau
de satisfação no presente estudo pode ser levantada como o
não relacionamento do grau de satisfação com a mastigação
após instalação das próteses implanto-suportadas, sendo
este um dado altamente relevante em estudos os quais são
realizados com usuários de prótese total7.
No grupo de indivíduos entrevistados no presente
estudo, os valores obtidos no OHIP-14 foram baixos, como
observado na Tabela 1. A média observada variou de 3.77
para o gênero masculino e de 7.76 para o gênero feminino.
Estes dados permitem sugerir que os pacientes submetidos
ao tratamento reabilitador por meio de próteses implantosuportadas, apresentaram uma mudança signicativa na
qualidade de vida. Pode-se chegar a esta armativa, pois a
análise do questionário sinaliza que os valores numéricos
entre 0 e 56, determinaram que os valores maiores estão
relacionados a baixa qualidade de vida e os valores menores
a uma melhor qualidade de vida. Resultados similares
foram encontrados na avaliação da qualidade de vida de
indivíduos utilizando prótese sobre implantes3.
No estudo onde implantes unitários foram avaliados
utilizando a mesma metodologia do presente estudo (OHIP14) demonstrou melhora signicativa na qualidade de vida
dos indivíduos submetidos à pesquisa13.
Em relação ao gênero, os participantes do gênero
feminino expressaram menor qualidade de vida o que pôde
ser evidenciados pelos maiores valores obtidos (Tabela 2).
Nos indivíduos do gênero masculino, evidenciou-se maior
qualidade de vida após tratamento reabilitador com
próteses implanto-suportadas tipo protocolo nos quesitos,
Domínios de Limitação Social e Incapacidade Superadas
(Tabela 2). Esta diferença de resultado entre os gêneros
pode ter ocorrido pela diferença cultural entre o gênero
masculino e feminino. Estes resultados são similares aos
encontrados na aplicação do OHIP-14 em idosos
brasileiros9. Por outro lado, na aplicação do OHIP para
avaliar a satisfação de indivíduos antes e após a instalação
de implantes unitários, demonstrou valores maiores nos
resultados do OHIP-14 nos indivíduos do gênero feminino
antes da instalação dos implantes, porém após a instalação
dos implantes os resultados mais altos foram obtidos nos
indivíduos do gênero masculino13.
Na análise dos resultados quando foi considerada a
idade dos participantes do presente estudo, aqueles entre 65
e 74 anos demostraram uma melhor qualidade de vida
relacionada à utilização de prótese implanto-suportadas
tipo protocolo Brånemark, atribuindo os maiores valores,
tanto no gênero masculino como no feminino (Tabela 3).
Estes dados foram maiores em faixa etária mais avançada
provavelmente devido há vários anos de reclusão social que
estes indivíduos passaram ao longo da vida e o tratamento
reabilitador promoveu uma ressocialização destes
pacientes favorecendo assim o seu bem estar.
CONCLUSÃO
Atualmente, a reabilitação oral por próteses implantosuportadas tem sido uma constância na odontologia,
principalmente quando se deseja aumentar o conforto
mastigatório ao paciente. Por outro lado, pode-se observar
que os pacientes reabilitados também podem passar por
uma transformação psicossocial, melhorando o seu
relacionamento com os diferentes setores da sociedade e
familiar. Assim, os implantes e as reabilitações protéticas
obtidas tornam-se uma solução viável, indispensável e uma
ótima alternativa de tratamento reabilitador oral e
psicossocial do indivíduo aumentando a sua qualidade de
vida. Assim, dentro dos limites do presente estudo clínico,
podemos concluir que os pacientes portadores de prótese do
tipo protocolo Brånemark apresentaram ótimos néveis de
higiene bucal e altos índeces de satisfação e qualidade de
vida.
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36
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):30-36.
ARTIGO DE REVISÃO
Cone Morse com indexador (index) - a evolução do cone Morse
Morse cone with index (index) - the evolution the Morse cone
FREITAS, Renato de1; MAIA, Pollyana2; MANFRIN, Thais Mara3; ARAÚJO, Regina Ivete dos Santos Arruda de2; GALLARDO, Daniel Andres Pulgar4;
AMARAL, Rogério Morais2; JOURDAN, Marcel Rubens2; CATALAN, Celso Aparecido4
1. Doutor em Reabilitação Oral. Professor Assistente Doutor da Disciplina de Prótese, Departamento de Prótese, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
2. Especialista em Prótese Dentária, EAP-Goiás, Goiânia, GO, Brasil.
3. Doutora em Clínica Integrada, Faculdade de Odontologia de Araçatuba, Universidade Estadual Paulista, Araçatuba, SP, Brasil.
4. Especialista em Implantodontia, Fundação Bauruense de Estudos Odontológicos, Bauru, SP, Brasil.
Endereço para correspondência:
Renato de Freitas
Rua Baptista Antônio de Angelis, 1-30
Vila Regina
17044-400 – Bauru – São Paulo – Brasil
E-mail: [email protected]
Recebido: 07/03/2014
Aceito: 22/05/2014
RESUMO
O implante com base de assentamento cone Morse com indexador veio facilitar, solucionar e simplicar a confecção das
próteses implantorretidas, solucionando as adversidades experimentadas com as conexões tipo cone Morse convencional ou
sem indexador. Este trabalho visa apresentar a evolução do sistema cone Morse com indexador nos implantes osseointegrados,
a partir da revisão das marcas comerciais e suas propriedades.
Palavras-chave: Implantes dentários. Prótese dentária. Estética dentária.
ABSTRACT
The dental implant with the settlement cone Morse base with indexer came to make easier, solve and simplify the connection of
the prosthesis implant, fixing all the problems that were found in the cone Morse connection with or without indexer. This essay
wants to introduce the evolution of the cone Morse system with indexer in the dental implant from the review of the commercial
marks and its value.
Keywords: Dental implants. Dental prosthesis. Esthetics, dental.
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):37-43.
37
Cone Morse com indexador (index) - a evolução do cone Morse
INTRODUÇÃO
O sistema cone Morse surgiu com o intuito de
solucionar as complicações observadas nos modelos de
conexões protéticas pré-existentes: a padrão Brånemark de
hexágono externo e a conexão de hexágono interno. A
altura do hexágono externo, de somente 0.7 mm, é um fator
determinante na reabsorção óssea marginal ou
saucerização, além de problemas como afrouxamento de
parafuso e gap. Já nas conexões de hexágono interno, o
prossional se vê obrigado a lidar com a incompatibilidade
comercial e diculdade na obtenção dos componentes
protéticos. Assim, o sistema Morse foi desenvolvido para
solucionar as complicações observadas ao longo de
acompanhamentos clínicos.
Esse novo conceito de conexão protética apresenta um
design interno cônico preciso, que através de retenção
friccional promove íntima adaptação entre as superfícies
sobrepostas: implante – pilar protético, adquirindo alta
resistência mecânica, com ausência de microgap e maior
resistência aos movimentos rotacionais. Soma-se a isto a
diminuição dos pontos de tensão, principalmente sobre o
parafuso de retenção, promovendo uma estabilidade à
prótese-implante concomitantemente uma diminuição na
soltura dos parafusos de retenção e xação, além da
ausência de inltração salivar e bacteriana e da ocorrência
de reabsorção óssea após sua colocação.
Do ponto de vista restaurador, os implantes com
conexões tipo cone Morse convencional ou sem indexador
permitem a instalação do componente protético em 360
posições diferentes. Portanto, não é aconselhável que o
intermediário seja removido após a instalação. Muito
embora tenhamos uma grande variedade de componentes
protéticos disponíveis no mercado, algumas situações
clínicas dicultam a sua seleção devido às limitações
estéticas e/ou mecânicas peculiares a cada um deles9-10.
Os intermediários angulados ou personalizáveis1,8
foram desenvolvidos para solucionar situações nas quais os
implantes estão mal posicionados, mas algumas limitações
clínicas são inerentes à utilização dos mesmos. A presença
de parafusos passantes, cuja fratura pode ocorrer durante o
aperto manual; a altura da cinta dos pilares angulados que
podem comprometer a estética em função da profundidade
do sulco peri-implantar, além da desvantagem de perdemos
a reversibilidade do trabalho, por se tratar de uma prótese
xa implantorretida cimentada. Ainda, para angulações
maiores que 30 graus, não dispomos de componentes
protéticos similares ao UCLA, impossibilitando a
conclusão da prótese pela ausência da confecção de um
munhão personalizado, pois como a instalação dos pilares é
rotacional, a sua estabilização é alcançada quando
atingimos o torque desejado sem permitir a escolha da
posição de xação8.
O desenvolvimento técnico e cientíco do sistema
Morse com indexador veio facilitar e simplicar a
38
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):37-43.
confecção das próteses implantorretidas, solucionando as
adversidades experimentadas com as conexões tipo cone
Morse convencionais ou sem indexador. Este trabalho visa
apresentar a evolução do sistema cone Morse com
indexador nos implantes osseointegrados, a partir da
revisão das marcas comerciais e suas propriedades.
REVISÃO DE LITERATURA
As conexões protéticas cone Morse convencional (sem
indexador) e cone Morse com indexador serão apresentadas
de acordo com algumas marcas comerciais disponíveis no
mercado (Tabela 1).
Tabela 1 - Conexões protéticas cone Morse convencional
(sem indexador) e cone Morse com indexador.
MARCA
COMERCIAL
CONEMORSE
SEM
INDEX
CONEMORSE
COM
INDEX
TIPO DO
INDEXADOR
ANGULAÇÃO
DAS PAREDES
DO CONE
UCLA
PARA CM
COM
INDEX
Bicon
Sim
Não
n
8º
Não
Neodent
Sim
Sim
Hexágono
11.5º
Não
Straumann
Não
Sim
Octógono
8º
Sim
Nobel Active
Não
Sim
Hexágono
Não informado
Sim
Ankylos
Sim
Sim
Hexágono
11.5º
Sim
Conexão
Sim
Sim
Hexágono
20º
Sim
Titanium Fix
Não
Sim
Octógono
8º
Sim
Pi-Brånemark
Não
Sim
Hexágono
20º
Sim
SIN
Não
Sim
Hexágono
11.5º
Sim
Astra Tech
Sim
Não
Não informado
Não
3i
Não
Sim
10º
Sim
Hexágono
A empresa Bicon dispõe de implantes tipo cone Morse
sem indexador com encaixe locking taper. Foi o primeiro
sistema cone Morse que surgiu no mercado em 1985. Esta
empresa criou uma técnica de procedimento simples,
limpa, fácil, rápida, sem parafusos e sem catracas. O
sistema promove 360º de posicionamento universal do
abutment. Esta exibilidade permite: cimentação extraoral
de coroas; o uso do abutment coroa integrado e paralelismo
dos abutments mesmo os implantes não estando paralelos.
A posição do abutment ocorre através do locking taper que
são de múltiplas batidas suaves na direção do longo eixo do
implante. Não há necessidade do uso de cimento, parafuso e
catracas para o torque. Desde então o abutment está
travado. O locking taper da Bicon de 1.5º cria um selamento
bacteriano com uma segura e retentiva conexão. Não
existem parafusos para se soltar ou quebrar (Figura 1).
ARTIGO DE REVISÃO
Freitas R, Maia P, Manfrim TM, Araújo RISA, Gallardo DAP, Amaral RM, Jourdan MR, Catalan CA
Figura 1 - Implante cone Morse da empresa Bicon.
A Ankylos possui opções de implantes cone Morse:
cone Morse com indexador para instalações simples e
precisas e cone Morse sem indexador (1985) para múltiplas
posições de abutments (Figura 2).
Figura 2 - Implante cone Morse Ankylos.
O novo cone Morse da Neodent possui um indexador
hexagonal interno com angulação de 11.5º que garante
muito mais vantagens e segurança no procedimento
cirúrgico não na instalação da prótese. Anteriormente os
implantes cone Morse utilizavam o sistema de montador.
Agora a instalação é realizada com a tecnologia torque
interno, ou seja, foi criada uma chave especica com
encaixe hexagonal que captura e aplica o torque nos
implantes com mais segurança e rapidez, eliminando o
montador e seu parafuso. Ela também mostra a posição
vestibular do implante através das seis marcas que
apresenta, orientando o posicionamento da prótese e
dispensando as ranhuras do encaixe do montador do
implante. Para a indexação protética, criou-se também a
nova linha de componentes protéticos Exact, mas continua
não possuindo componentes com index, por exemplo, não
possui o pilar protético UCLA. Com isso a linha Exact por
não ter UCLA inviabiliza a confecção de munhão
personalizado principalmente em implantes
vestibularizados com inclinações maiores de 30ª (Figura 3).
Figura 3 - Implante cone Morse da empresa Neodent.
Os implantes cone Morse da empresa Straumann
(Figura 4) possuem octógono interno com uma excelente
inclinação de 8ª. Esta combinação única entre cone e
octógono possui toda a segurança possível contra a rotação
ou contra o afrouxamento dos parafusos através de
micromovimentos. A Straumann oferece implantes com
três tipos de diâmetro: 3.5 mm Narrow Neck – hexágono
externo; 4.8 mm Regular Neck – octógono interno e 6.5 mm
Wide Neck – octógono interno. Para a linha Regular e Wide
Neck existe o sistema protético Synocta. Este sistema pode
ser resumido em alguns tópicos:
1 - óctogono no cone de ligação ao implante (Synocta).
Para um reposicionamento seguro dos vários pilares no
implante;
2 - ligação Morse taper – para uma distribuição
uniforme do esforço e uma ligação estável entre o implante
e o pilar, com bloqueio de rotação impedindo a soltura do
parafuso;
3 - ombro de 45º - para o ajuste perfeito do implante e da
prótese e a minimização do micro espaço;
4 - momentos de aperto standartizado. Todos os pilares
são xados no implante com 35 Ncm, os parafusos oclusais
com 15 Ncm;
5 - sistema de parafusos SCS (Screw Carrying System)
- sistema de cabeças de parafusos com autorretenção, com
chave de parafusos “standartizada” (principio de torque)
como segurança contra aspiração. Exceto no parafuso
lateral.
A linha Synocta oferece como intermediário: pilar de
ouro, pilar cimentado, pilar parafusado e pilar transversal
(parafuso transversal).
Figura 4 - Implante cone Morse da empresa Strumann.
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):37-43.
39
Cone Morse com indexador (index) - a evolução do cone Morse
Já a empresa Nobel Biocare (Figura 5) apresenta duas
linhas de implantes cone Morse: Nobel Active (conexão
cônica interna hexágona) e Nobel Replace Conical
Connection (Figura 6), apresentado como o sistema de duas
peças concebido para assegurar os níveis mais elevados de
versatilidade, simplicidade e exibilidade.
ápice cônico (Figura 8). Conexão tipo cone Morse com
indexação octógono interno. Seu colar transgengival de 1.8
mm com ombro de 45º, associado ao encaixe cônico interno
de 8º criam um conceito único que facilita o ajuste e a estética
da prótese sobre implante, otimiza a biomecânica de absorção
de forças da mastigação e promove uma melhor adaptação
gengival com restaurações rápidas. Possui os componentes
protéticos: pilar parafusado, pilar sólido e pilar o`ring.
Figura 5 - Implante cone Morse da empresa Nobel Biocare.
Figura 8 - Implante cone Morse da empresa Titanium Fix.
A brasileira Pi-Brånemark desenvolveu a Amplied®
com conexão interna cônica, por ter uma angulação de 20° e
indexação hexagonal ,não sendo uma conexão cone Morse
(Figura 9). Sua instalação dá-se ao nível ósseo ou
ligeiramente abaixo (0.5 -1.0 mm). As opções para a
confecção das próteses são: pilar cônico, pilar-cilindro
cimentado, pilar estético e ucla (cilindro sobre implante).
Figura 6 - Implante cone Morse da empresa Replace.
A linha de implante AR-Morse da Conexão priorizou o
implante 2 em 1, ou seja, cone Morse e hexágono interno
(Figura 7). Com interesse de eliminar tráfegos de
microorganismos entre implantes e conexões, aumentar a
previsibilidade estética e vida útil das reabilitações dentais
pela importante melhoria de sua estabilidade biomecânica.
Disponibilizando como pilares protéticos: pilar speed,
micro-unit e ucla hex. O selamento bacteriano nesta
conexão 2 x 1 é duvidoso.
Figura 9 - Implante cone Morse da empresa Pi-Brånemark.
Figura 7 - Implante cone Morse da empresa Conexão.
A Titanium Fix apresenta a linha cone Morse c-x – cone
Morse black caracterizando um implante cilíndrico com
40
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):37-43.
O Sistema de Implante Nacional – SIN possui a família
de implantes Strong SW um conjunto composto por cinco
características macro e micro-geométricas especicamente
projetadas para a estabilidade óssea Peri-implantar na
região cervical tratamento de superfície total, acoplamento
protético interno, plataforma switching, selamento
marginal e microrroscas cervicais que, combinadas,
conferem proteção mecânica e biológica ao tecido ósseo do
módulo da crista óssea. Além de apresentar, alta resistência
às forças mastigatórias. Dentro desta família destaca-se a
Strong SW-Morse que é um cone Morse Revolution que é
ARTIGO DE REVISÃO
Freitas R, Maia P, Manfrim TM, Araújo RISA, Gallardo DAP, Amaral RM, Jourdan MR, Catalan CA
um cone Morse com indexador hexagonal com inclinação
de 11.5ª (Figura 10). Os pilares protéticos presentes para
reabilitar são: miniabutment, miniabutment angulado,
abutment cônico e ucla com base cobalto-cromo indexado.
Figura 10 - Implante cone Morse da empresa SIN.
Com o sistema de implantes Astra Tech da linha
OsseospeedTMTX a estética está integrada no desenho do
implante. Existe uma combinação de características que
integram esse sistema como: estímulo biomecânico do osso;
formação óssea; designer em forma de cone torna mais
estável e forte ajuste; um aumento do volume e da área do
tecido mole. Com essa conexão é possível instalar pilar reto
20º, pilar reto 45º, pilar angulado; pilar atlantis (CAD/CAM),
pilar direto, Ti design (titânio), Zir design (Zircônia) e cast
design (liga de ouro não oxidante).
Bonelike® é o novo implante dentário da Biomet 3i
fabricado no Brasil que obedecem aos mais rigorosos
padrões de qualidade da matriz norte-americana (Figura 11).
É uma nova geração de implantes que possui duas superfícies
consagradas em uma só: óxido de alumínio jateado com
ataque ácido. É uma proposta revolucionária em que a
superfície passa por um processo de tratamento por
subtração, contando ainda com uma ponta ativa ICE®.
Depois do jateamento, um duplo ataque ácido é realizado,
resultando numa face regular com rugosidade muito próxima
ao do tecido ósseo. Possui na versão econe-Morse indexado
com inclinação de 10° sendo uma das menores encontradas
no mercado e com todos os pilares protéticos.
Figura 11 - Implante cone Morse da empresa 3i.
DISCUSSÃO
O protocolo original de Brånemark exigia que alguns
implantes fossem inseridos na região interforaminal, a m
de se restaurar a arcada inferior totalmente desdentada,
unindo-os através de uma barra onde uma prótese xa seria
construída. Mas para que os implantes pudessem ser
inseridos, um hexágono externo foi adicionado na
plataforma desses implantes. Sendo assim, esse hexágono
não tinha o papel de funcionar como um sistema
antirotacional, mas apenas como um dispositivo de
preensão e inserção.
Com a reconstrução de elementos dentários unitários, o
hexágono se tornou a concepção mecânica para evitar que a
coroa girasse ao redor do seu próprio eixo. Porém, a altura
desse hexágono, de somente 0.7 mm, nunca foi desenhada
para suportar as forças oclusais geradas durante a
mastigação. Os problemas de reabsorção óssea marginal,
gap, afrouxamento e fratura de parafuso em implantes de
interface protética externa1,3-6 levaram ao desenvolvimento
de novos desenhos de conexões protéticas entre a coroa e o
implante, com o objetivo de garantir a estabilidade do
conjunto1-2,7.
Com o desenvolvimento técnico cientíco dos
sistemas de implantes em caráter mundial surgiu então um
novo conceito de conexão protética denominada conexão
tipo cone Morse.
O sistema cone Morse utilizado na odontologia é
similar ao cone Morse utilizado na engenharia mecânica, na
qual qualquer encaixe cônico entre duas estruturas
metálicas2 , com ângulo entre 3 a 8 graus, cria um
travamento por assentamento sob fricção. O atrito entre as
duas superfícies levemente divergentes, combinado com
uma pressão criada pela força de inserção, xa o cone
macho ao cone fêmea. A união entre implante e pilar
protético se mantém de forma eciente mesmo quando a
força aplicada para inserção cessa.
A estabilidade do cone Morse é em decorrência da
maior profundidade de retenção da conexão interna,
aumentando consideravelmente a área de contato entre as
paredes do abutment e o implante. Reduzindo a tensão
exercida sobre o parafuso de retenção, este ca menos
sujeito às forças funcionais ou parafuncionais,
compensando a fragilidade das conexões do tipo hexágono
externo e diminuindo as complicações protéticas.
Outra vantagem da interface implante-pilar protético
nos implantes cone Morse é a redução do microgap,
diretamente relacionada com a diminuição da inamação
peri-implantar. Outro fator contribuinte na diminuição da
perda óssea marginal é a ausência de uma área de
assentamento protética sobre a parte superior da região
cervical do implante. Para tanto, é necessário que a
instalação do implante seja pelo menos 1 a 2 mm infraósseo.
Apesar dos benefícios proporcionados pelo sistema
cone Morse, a prática clínica tem mostrado algumas
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):37-43.
41
Cone Morse com indexador (index) - a evolução do cone Morse
limitações nas próteses implantorretidas com conexões tipo
cone Morse (sem indexador). Como o abutment é o próprio
parafuso e gira, diculta o reposicionamento na
transferência para o modelo. A ausência de componentes
protéticos UCLA não permite a confecção de munhão
individualizado para angulações maiores que 30 graus,
base da confecção deste munhão (abutment post) pelo
técnico de laboratório, dicultando o planejamento
protético em situações de implantes mal posicionados.
Mesmo perdendo-se o benefício biológico do conceito
Morse, o implante depois de instalado não pode impedir a
posterior confecção da peça protética, por qualquer motivo
que seja12.
Muito embora tenhamos à disposição intermediários
angulados de no máximo 30ª1,8, estes apresentam parafusos
passantes, gerando outras complicações. Como o torque
recomendado é de apenas 10 a 15 N.cm1,8, mesmo com
bastante cautela a chance de fratura deste parafuso é muito
grande11, com o simples aperto manual. É a partir do
parafuso passante que se obtém a xação do pilar. Porém, a
rosca deste parafuso é de diâmetro maior do que a sua haste,
sendo, assim, unida à haste por soldagem a laser, com o
número dos pontos de solda variando de acordo com cada
empresa, podendo apresentar 2, 3 ou até 18 pontos. Mas a
empresa Neodent apresentou somente com três pontos de
solda o que causou muitas fraturas nos parafusos passantes.
Ainda, há que se considerar a estética com o
aparecimento da cinta metálica, pois com a altura da cinta
dos pilares angulados de até 3 mm ,que muitas vezes o
cliente não aprova. Neste caso tem que vericar a
profundidade do sulco peri-implantar, a m de se evitar
prejuízos estéticos8-11, além da desvantagem de perdemos a
reversibilidade do trabalho, por se tratar de uma prótese xa
implantorretida cimentada.
A colocação de implantes cone Morse (sem indexador)
deve ser indicada somente quando for possível uma correta
inclinação e posicionamento em relação aos dentes
adjacentes11.
Assim, em face dos problemas encontrados na prática
clínica diária, houve um desenvolvimento tecnológico por
parte das empresas, criando os implantes cone Morse com
indexador para melhor atender às necessidades dos
cirurgiões-dentistas. Assim a desvantagem do cone Morse
convencional foi corrigida com a inserção de um
travamento na base do cone (hexágono ou octógono),
facilitando o reposicionamento na transferência para o
modelo. Ainda, dispomos de componentes protéticos
UCLA.
Com isso foi possível utilizar a técnica dos encaixes
tubo-parafuso, parafuso transversal ou parafuso lateral
ainda é pouco utilizada, que necessita da utilização do pilar
UCLA para ser individualizado em munhão com encaixe
tubo-parafuso de diversas marcas comerciais, pode
solucionar casos de alta complexidade, nas quais a
angulação do implante é maior que 30º e não permite o uso
de intermediários convencionais, mantendo a
reversibilidade das próteses implanto retidas. Para tanto, é
42
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):37-43.
uma técnica dependente do planejamento intelectual do
protesista e da experiência e competência do técnico em
prótese dentária9-10.
Com o UCLA também é possível à realização de
munhões personalizados em implantes de diferentes
inclinações obtendo assim paralelismo em casos de
reabilitação oral com próteses implantorretidas
parafusadas.
De acordo com as informações presentes nos catálogos
das empresas, a única que não dispõe de cone Morse com
indexador é a Bicon, pioneira no conceito Morse e a
Neodent por não possuir UCLA.
No mercado mundial, as empresas Straumann e Nobel
desenvolveram implantes cone Morse com indexador sem
terem experimentado as desvantagens apresentadas do
conceito cone Morse tradicional. Já as empresas Neodent e
Conexão precisaram aperfeiçoar o sistema Morse sem
indexador para atender às necessidades clínicas dos
prossionais. Os benefícios da associação do travamento
interno com o sistema Morse tornaram o uso implantes
cone Morse com indexador uma tendência na odontologia
moderna.
Os benefícios do cone Morse indexados são:
•
Design interno cônico preciso
•
Retenção friccional – íntima adaptação
•
Alta resistência mecânica
•
Ausência de microgap
•
Maior resistência aos movimentos rotacionais
•
Diminuição dos pontos de tensão
•
Ausência de inltração salivar e bacteriana
•
Ausência de reabsorção óssea
Benefícios do cone Morse com index:
•
Montador (guia)
•
Pilar Ucla
•
Confecção de munhão para implantes com
inclinação maiores que 30°
•
Transferência da plataforma de assentamento do
implante através de moldeira aberta
Seria oportuno por parte das empresas informarem nos
seus catálogos a inclinação das paredes do cone Morse, pois
o selamento bacteriano é um fator preponderante para a
ecácia do sistema e validação das propriedades
oferecidas. Já que todo cone Morse é plataforma reduzida
não promovendo a perda óssea denominada de
saucerização.
A evolução das conexões protéticas (externa, interna e
cone Morse sem indexador) levou à criação de um modelo
cone Morse com indexador, para solucionar a maioria das
situações clínicas. A execução de um tratamento de
excelência depende, assim, não só da habilidade
prossional, mas também do conhecimento comercial do
implante e respectivos componentes protéticos indexados a
serem utilizados.
ARTIGO DE REVISÃO
Freitas R, Maia P, Manfrim TM, Araújo RISA, Gallardo DAP, Amaral RM, Jourdan MR, Catalan CA
CONCLUSÃO
8.
Inoue RT, Inoue NJ, Inoue LT, Feltrin PP. Resolução protética em
implante com conexão Cone Morse, de único estágio cirúrgico,
utilizando-se de poste sólido sem e com preparo. ImplantNews.
2006;3(6):625-32.
A evolução do sistema cone Morse com indexador nos
implantes osseointegrados levou à criação de um modelo
para solucionar a maioria das situações clínicas no
planejamento intelectual. O desenvolvimento técnico e
cientíco do sistema Morse com indexador veio facilitar e
simplicar a confecção das próteses implantorretidas,
solucionando as adversidades experimentadas com as
conexões tipo cone Morse convencional ou sem indexador.
Aproveitando todas as “vantagens” que o sistema cone
Morse tem, o com indexador apresenta solução protética em
implantes com inclinações vestibulares maiores que 30ª, e
também promovendo o paralelismo dos munhões
personalizados em reabilitações orais implantorretidas. É
fundamental que o prossional esteja atualizado e tenha
conhecimento das marcas comerciais disponíveis no
mercado, condicionada à qualidade das mesmas. Só assim o
cirurgião-dentista será capaz de desenvolver espírito
crítico, aperfeiçoando seu trabalho e atingindo a excelência.
Devemos lembrar que os componentes protéticos do
sistema cone Morse não são compatíveis. Com isso o
cirurgião-dentista tem que estar ciente que ao escolher a
marca do implante estará vinculado à empresa, na compra
dos componentes protéticos. É de boa norma vericar os
custos de todos os componentes que serão utilizados desde
a colocação do implante até a realização das próteses
implantorretidas.
9.
Norton MR. An in vitro evaluation of the strenght of a 1-piece and 2piece conical abutment joint in implant design. Clin Oral Implants
Res. 2000;11(5):458-64.
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Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):37-43.
43
Tomograa computadorizada de feixe cônico: importância no
reconhecimento de estruturas e das lesões encontradas além do
interesse de prescrição
Cone beam computed tomography: considerations pertaining to recognition of structures and lesions beyond
the interest of prescription
SILVA, Maria Eduarda Carrilho Batista1; RUBIRA-BULLEN, Izabel Regina Fisher2; RUBIRA, Cássia Maria Fisher3; CAPELOZZA, Ana Lúcia Alvares4
1. Cirurgiã-dentista, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
2. Professora Associada da Disciplina de Radiologia, Departamento de Estomatologia, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
3. Professora Doutora da Disciplina de Radiologia, Departamento de Estomatologia, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
4. Professora Titular da Disciplina de Radiologia, Departamento de Estomatologia, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
Endereço para correspondência:
Prof Dra Ana Lúcia Alvares Capelozza
Faculdade de Odontologia de Bauru – USP
Departamento de Estomatologia
Alameda Octávio Pinheiro Brisola, 9-75
Vila Universitária
17012-901 – Bauru – São Paulo – Brasil
E-mail: [email protected]
Recebido: 03/04/2014
Aceito: 18/05/2014
RESUMO
A rápida aceitação da tomograa computadorizada por feixe cônico pelos cirurgiões-dentistas preocupa especialistas do
mundo todo. O erro na prescrição e a não interpretação da totalidade da imagem solicitada são frequentes. Neste trabalho, nos
propusemos a discutir o assunto.
Palavras-chave: Tomograa. Prescrições. Interpretação de imagem radiográca assistida por computador.
ABSTRACT
The rapid acceptance of cone beam computed tomography for dental practitioners, worries experts around the world,
especially the error in not interpreting the entire volume acquired. In this work, we set out to discuss the matter.
Keywords: Tomography. Prescriptions. Radiographic image interpretation, computer-assisted.
44
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):44-47.
ARTIGO DE REVISÃO
Silva MECB, Rubira-Bullen IRF, Rubira CMF, Capelozza ALA
INTRODUÇÃO
As primeiras imagens em 3D foram utilizadas pelo
cirurgião-dentista a partir da tomograa computadorizada
(TC) utilizada para o diagnóstico médico. Derivada dos
termos gregos “tomos”, que signica “camadas”
expressando à ideia de parte, e “graphos” que signica
“registro”, na TC a aquisição da imagem é obtida, como em
qualquer técnica que utiliza radiação X, após a absorção da
radiação, de acordo com a densidade da estrutura.
As imagens obtidas a partir da TC evidenciam as
relações estruturais em profundidade, e por esse motivo
tornou-se um método auxiliar de diagnóstico muito
importante no diagnóstico e no plano de tratamento. Após
muitos anos interpretando imagens em duas dimensões,
surgiu uma nova técnica tomográca adequada para o uso
em odontologia: a tomograa computadorizada de feixe
cônico (TCFC) que rapidamente teve ampla aceitação entre
os cirurgiões-dentistas (CDs). A semelhança com os
aparelhos radiográcos panorâmicos e a menor dose e
radiação ao paciente, auxiliaram na sua rápida divulgação
entre a classe odontológica por oferecer maior detalhe das
estruturas ósseas, a TCFC é um excelente método auxiliar
no diagnóstico e no planejamento minucioso do tratamento.
REVISÃO DE LITERATURA
I N T E R P R E TA Ç Ã O D A T C F C P O R
CIRURGIÕES-DENTISTAS
A maioria dos cirurgiões-dentistas desconhece os
critérios de prescrição deste método disponível no mercado
desde 1997, desenvolvida na Universidade de Nihon
(Japão)2-14. Enquanto os prossionais da área médica e os
especialistas em bucomaxilofacial já haviam se habituado
às imagens em 3D disponíveis desde 1970, poucos
prossionais da odontologia conheciam a técnica9,14,19.
O aprendizado supercial sobre o uso da TCFC durante
o período da graduação e a acanhada inclusão das imagens
de TCFC como uma ferramenta de diagnóstico em seus
currículos de pós-graduação, diminuem a capacitação dos
prossionais para a prescrição e interpretação das imagens
em 3D. Assim sendo faz-se necessária à presença dos
cirurgiões-dentistas em cursos de educação continuada ao
longo da vida prossional21.
A diculdade de acesso ao equipamento, custo do
exame e a deciente relação custo-benefício no uso da
técnica são motivos de preocupação13.
Os erros na interpretação de imagens radiográcas
panorâmicas disponíveis para os CDs persistem desde o
nal da década de 60, e o surgimento da TCFC em 2000,
alterou severamente o cenário das prescrições em
odontologia, o que já era preocupante com as imagens
convencionais.
A justicativa de que a dose recebida pelo paciente nos
exames de TCFC é menor do que a dose em TC, associada à
ideia de que com o escaneamento da cabeça toda (FULL) os
especialistas contavam com as imagens panorâmicas e
cefalométricas em uma só técnica, resultou em uso
indiscriminado11.
Nos centros de pesquisa, a documentação de pacientes
para composição de um banco de dados é considerada
proibitiva21.
A preocupação com a exposição da população ca clara
no trabalho realizado em 2012, onde os autores
demonstraram que a exposição da população americana aos
exames médicos em 1980 correspondia a 1/6 da radiação
natural a qual a população era exposta, já em 2012 equivale
à mesma quantidade de radiação natural22.
O protocolo de escaneamento do paciente deve
considerar os fatores de exposição, que permitam obtenção
de uma imagem aceitável para sua indicação com a menor
dose, a imagem deve ter o tamanho e posicionamento do
FOV (Field of View) apropriados e reconstrução de
qualidade11,19,21.
A comparação com a imagem radiográca panorâmica
é inevitável, por ser esta a imagem radiográca mais
utilizada em odontologia na atualidade, entretanto dois
aspectos devem ser considerados:
1 - A dose: a dose efetiva em um exame por TCFC com
FOV de 13 cm (maxila e mandíbula) é de aproximadamente
45 a 110 µSv se considerarmos a maior dose (110) o
paciente recebe o equivalente a 5% da dose de radiação
natural anual, enquanto a dose em um exame radiográco
panorâmico varia de 13 a 24 µSv, aproximadamente 0.59%
da radiação natural8,17,22.
2 - O diagnóstico da maioria das lesões dos maxilares é
feito com o auxílio de imagens panorâmicas e periapicais
complementares e seguem o princípio de ALARA
(obtenção das imagens com a menor dose possível)7,13,15.
Entretanto, a radiograa panorâmica apresenta
algumas limitações inerentes, pois as estruturas em 3D são
projetadas em 2D, com um lme distante do objeto e em
movimento dentre elas: ampliação, sobreposição,
diculdade da interpretação da profundidade e a
impossibilidade de interpretação de apenas um segmento
da imagem11,13.
O discernimento na escolha da técnica convencional ou
por TCFC depende de vários fatores dentre eles:
1 - Reconhecimento da anatomia e das variações
anatômicas do complexo maxilo-mandibular16,21.
2 - Reconhecimento das lesões e anomalias dos
maxilares nas imagens convencionais para conseguir
interpretá-las na imagem tridimensional.
3 - Conhecimento sobre as limitações da TCFC como:
artefatos, ruídos e pouco contraste nos tecidos moles3-4.
Os artefatos são distorções ou erros que não estão
associados ao objeto estudado, e dicultam especialmente a
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):44-47.
45
Tomograa computadorizada de feixe cônico: importância no reconhecimento de estruturas e das lesões encontradas além do interesse de prescrição
interpretação de imagens peri-implantares, de dentes
tratados endodonticamente ou próximas a restaurações
metálicas ou de amálgama e que também variam de acordo
com a composição do material. Entre os mais conhecidos
estão o beam hardening que aparece como estrias ou bandas
escuras decorrentes da absorção dos raios por objetos muito
densos e provocam imagens similares a espaços vazios ou
de destruição que podem ser confundidos com defeitos
peri-implantares. Este mesmo efeito pode simular uma
fratura inexistente e que nos casos mais severos, quando os
fótons que chegam ao detector são insucientes, um vazio é
formado o que se chama de photon starvation que pode ser
traduzido como ausência de fótons no detector4,10,18.
Outro efeito causado pela radiação de espalhamento
pode aparecer em forma de faixas brancas conhecidas como
stars artifacts, também predominante na reconstrução
axial, na altura do plano oclusal e associados com os
materiais de preenchimento e implantes de titânio4,10,18.
Outro tipo de artefato também relatado na literatura é
descrito como artefato em anel visualizado na reconstrução
axial como imagens circulares claras concêntricas em torno
da localização do eixo principal de rotação, resultado de
erro na calibração do detector de imagem3-4,10,18,20.
DISCUSSÃO
As imagens obtidas por TCFC ainda são muito
discutidas na literatura, e muitos são os fatores que
suscitam a discussão.
A interpretação de todo o volume do exame, parece ser
uma das preocupações mais importantes. Achados
secundários em TCFC das regiões de cabeça e pescoço que
não são descritos nos exames por desconhecimento ou por
economia de tempo na interpretação, tem sido motivo de
preocupação.
A responsabilidade dos CDs na interpretação de
estruturas fora do complexo bucomaxilofacial e o direito do
paciente em receber um diagnóstico correto das anomalias
que afetam estas estruturas, infelizmente ainda não estão
claramente estabelecidas21.
As ossicações do complexo estilo-hióideo,
tonsilólitos e ateromas são os exemplos de calcicações em
tecidos moles encontrados com frequência em exames que
foram realizados para outros propósitos, e muitas vezes de
difícil diagnóstico diferencial e embora estas ossicações
possam ser observadas nas imagens radiográcas
panorâmicas, o número de ossicações no tecido mole é
signicantemente maior nos exames de TCFC5.
A alta incidência de erros na identicação de lesões em
imagens obtidas por TCFC interpretadas por ortodontistas e
residentes em ortodontia foi descrita em um trabalho1. Em
vista disso, e sabendo que a maioria dos processos judiciais
ocorre por erros na interpretação, os autores recomendam
46
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):44-47.
que um radiologista treinado deve estar envolvido na leitura
e na interpretação das imagens obtidas por TCFC21.
A aquisição correta da imagem está diretamente
relacionada ao campo de visualização desejado (Field of
View) determinado de acordo com a área de interesse e que
pode ser modicado. Assim a utilização de protocolos se
faz necessária. Quando o cirurgião-dentista pretende
avaliar áreas limitadas como dente e o periápice, a
utilização de um FOV menor está indicada. Entretanto, se
uma área maior for examinada, como por exemplo, o
escaneamento de todo o crânio, todo o seu volume deve ser
interpretado.
Quando solicitamos o escaneamento de áreas que
atingem as órbitas e seios paranasais, toda a extensão do
exame deverá ser laudada e não somente da região de
interesse6,21. A não-interpretação do volume total da imagem
só é justicada, caso o solicitante trabalhe em uma equipe
de radiologistas que auxilie a interpretação fora da área de
interesse12.
A maior diculdade na interpretação de todo o volume
pode ser atribuída ao tempo demandado na interpretação,
em decorrência da riqueza de informações contidas na
imagem e a obrigatoriedade do conhecimento de anatomia
seccional.
CONCLUSÃO
A TCFC é uma tecnologia avançada recente e
completa. Seu uso e prescrição devem ser baseados no
princípio de ALARA7 e o uso de técnicas alternativas que
alcancem resultados satisfatórios deve ser considerado. A
TCFC é um exame complementar de diagnóstico que exige
treinamento para sua interpretação, pois o volume de
imagens a ser interpretado é maior, o que resulta no
aparecimento de estruturas não usualmente visualizadas ou
fora do escopo do cirurgião-dentista. Mesmo assim, os CDs
e o radiologista dividem a responsabilidade da emissão de
um laudo para o paciente, incluindo todo o volume
adquirido. Uma consequência direta do advento da TCFC é
a maior frequência de achados incidentais e de variações
anatômicas.
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47
Efeito da desmineralização ácida na consolidação de enxerto ósseo
autógeno em bloco. Relato de caso
Effect of acid demineralization in the consolidation of autogenous onlay bone graft. Case report
REZENDE, Maria Lúcia Rubo de1; DOMINGUES, Roberta Santos2; SALMERON, Samira3
1. Professora Associada da Disciplina de Periodontia, Departamento de Prótese, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
2. Doutora em Ciências Odontológicas Aplicadas, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
3. Doutoranda em Ciências Odontológicas Aplicadas, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
Endereço para correspondência:
Maria Lúcia Rubo de Rezende
Av. Affonso José Aiello, 6-100, N9
Vila Aviação
17018-520 – Bauru – SP – Brasil
E-mail: [email protected]
Recebido: 10/04/2014
Aceito: 18/05/2014
RESUMO
Este relato de caso objetiva exemplicar como a desmineralização ácida pode melhorar a consolidação de enxertos ósseos
autógenos em bloco realizados previamente à reconstrução por implantes osseointegrados. A consolidação insuciente dos
enxertos pode comprometer, ou até mesmo impedir a instalação dos implantes. Métodos como desgaste e/ou perfurações da
cortical do leito receptor e aplicação de substâncias osteopromotoras na interface enxerto/leito têm sido empregados para
melhorar a consolidação, mas um padrão conável ainda não está estabelecido para esta nalidade. Recentemente, a
desmineralização óssea supercial com ácido cítrico em animais aumentou signicantemente a neoformação óssea nessa
interface e estimulou a proliferação de osteoblastos em cultura. Uma paciente saudável e não fumante, de 39 anos de idade
apresentando severa reabsorção do rebordo alveolar anterior superior desdentado e com indicação para receber implantes
osseointegrados recebeu enxertos ósseos autógenos em bloco removidos da linha obliqua da mandíbula. Do lado direito, o
enxerto foi realizado da forma convencional após perfurações do leito e do lado esquerdo, foi feita desmineralização com ácido
cítrico a 50% em pH 1 durante 3 minutos nas superfícies de contato entre o enxerto e o leito receptor antes da xação com
parafusos de titânio. Cinco meses após a cirurgia, a área foi reaberta para instalação dos implantes evidenciando a melhor
consolidação do enxerto no lado esquerdo. Concluiu-se que os resultados prévios alcançados em animais e em cultura de
células com a desmineralização podem ser vantajosamente reproduzidos na situação clínica.
Palavras-chave: Transplante ósseo. Ácido cítrico. Regeneração óssea.
ABSTRACT
This case report aims to illustrate how the acid demineralization can improve the consolidation of autogenous onlay bone
grafts performed prior to reconstruction by dental implants. Insufficient consolidation of the grafts may impair or even prevent
the installation of implants. Methods such as decortication and/or perforations of the recipient bed and osteopromotive
substances placed at the interface graft/bed have been employed to improve the consolidation but a reliable standard has not
yet been established for this purpose. Recently, demineralization of bone surface with citric acid in animals significantly
increased bone formation at the interface and stimulated the proliferation of osteoblasts in culture. A healthy and nonsmoking, 39-year- old woman presenting with severe resorption of the edentulous anterior superior alveolar ridge and
indicated to receive dental implants received autogenous onlay bone grafts harvested from the oblique line of the mandible
bilaterally. On the right side, the graft was carried out in the conventional manner and on the left side, demineralization was
performed with 50% citric acid at pH 1 for 3 minutes at the surfaces of contact between the graft and the recipient site prior to
grafts fixation with a titanium screw. Five months later, the area was reopened for implant placement e best evidencing better
consolidation of the graft on the left side. It was concluded that the previous results obtained with bone demineralization in
animals and in cell culture can be reproduced in the clinical situation.
Keywords: Bone transplantation. Citric acid. Bone regeneration.
48
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):48-52.
RELATO DE CASO
Rezende MLR, Domingues RS, Salmeron S
INTRODUÇÃO
A contínua reabsorção do processo alveolar
consequente a toda extração dentária resulta em um volume
ósseo deciente, que pode dicultar ou até mesmo
contraindicar a reabilitação estética e funcional da área
edêntula com implantes, o que também se espera de áreas
onde ocorreu atroa por agenesias dentárias e perda óssea
traumática19.
Atualmente, a instalação de implantes é o
procedimento de escolha como tratamento reabilitador de
espaços edêntulos, mas requer a adoção de medidas para
compensação da reabsorção óssea pós-exodontia. Por isso,
técnicas de aumento ósseo têm sido empregadas, incluindo
enxertos alógenos, xenógenos, aloplásticos e autógenos,
sendo os enxertos autógenos considerados “padrão ouro”
entre os enxertos31.
A experiência clínica tem mostrado, entretanto, que a
união do enxerto em bloco com o leito receptor nem sempre
oferece a resistência adequada para manter a sua
integridade quando do preparo das lojas cirúrgicas e∕ou
instalação dos implantes, cedendo às forças de
cisalhamento produzidas durante esses procedimentos18,27-28,
podendo levar ao destacamento do bloco ósseo enxertado.
A matriz óssea mineralizada é osteocondutiva, mas não
osteogênica e possui pouco ou nenhum potencial
osteoindutor, já que os fatores osteoindutores estão
contidos dentro da fase orgânica da matriz34. Foram
identicadas proteínas ósseas morfogenéticas (BMPs) em
extratos solúveis de osso desmineralizado, o que levantou a
consideração de que o processo de desmineralização
liberaria essas proteínas da matriz óssea, permitindo que
induzissem células indiferenciadas dos tecidos adjacentes a
se diferenciarem em osteoblastos34. Essa base cientíca
levou ao desenvolvimento e aplicação clínica de preparados
comerciais de osso alógeno liolizado desmineralizado e
não desmineralizado de diversas origens, usados
isoladamente ou como adjuntos aos enxertos ósseos
autógenos5,24.
A desmineralização faz parte do processo biológico de
remodelação do tecido ósseo no qual células clásticas
lançam ácidos sobre a matriz mineralizada, formando
cavidades superciais e expondo a matriz orgânica com seu
conteúdo osteoindutor que atrai e estimula células
mesenquimais indiferenciadas a se transformarem em
osteoblastos20. A observação desse efeito benéco da
desmineralização ácida natural de tecidos mineralizados e
de resultados favoráveis alcançados com o uso de
desmineralização radicular e óssea em procedimentos de
regeneração de defeitos periodontais 8,11-12 motivou o
desenvolvimento de outros experimentos que conrmaram
ação favorável da desmineralização ácida supercial do
osso sobre o comportamento de pré-osteoblastos13 e na
consolidação de enxertos ósseos25,28.
Esta é a primeira vez que o princípio da
desmineralização óssea é relatado em um procedimento de
enxerto ósseo autógeno em bloco em humanos. O sucesso
alcançado conrma os resultados preliminares laboratoriais
e estimula o prosseguimento nessa linha de pesquisa em
busca de antecipar e melhorar os fenômenos regenerativos,
favorecendo o tratamento como um todo.
RELATO DE CASO
Uma paciente de 39 anos de idade, saudável e não
fumante apresentou-se para o tratamento reabilitador da
maxila anterior com ausência dos elementos 12, 11, 21 e 22
perdidos em um trauma mecânico havia aproximadamente
10 anos (Figura 1). A paciente manifestou o desejo de ser
reabilitada por implantes osseointegrados, mas frente à
avançada reabsorção do rebordo ósseo desdentado, foram
propostos dois enxertos ósseos autógenos em bloco, ambos
colhidos da linha oblíqua da mandíbula do lado direito,
previamente à instalação dos implantes.
Figura 1 - Região anterior maxilar edêntula evidenciando
reabsorção tecidual que compromete a reabilitação por implantes
osseointegrados.
Tendo a paciente concordado com o plano de
tratamento proposto, a cirurgia de enxerto foi realizada em
12 de maio de 2008. Durante a cirurgia de aumento do
rebordo ósseo, os leitos receptores dos enxertos expostos
pelo levantamento de um retalho muco-perióstico
receberam: do lado direito, perfurações superciais na
cortical óssea com o objetivo de expor os espaços
medulares e assim, favorecer o acesso à neovascularização;
do lado esquerdo, foi feita a desmineralização do leito
receptor não perfurado e da face do bloco ósseo a voltada
para o leito com gel de ácido cítrico a 50% e pH 1 durante 3
minutos (Figura 2). Após esse tempo, o ácido foi
profusamente lavado com soro siológico. Os enxertos
foram então xados com parafusos de titânio após serem
adaptados ao leito (Figura 3) e o retalho foi suturado.
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):48-52.
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Efeito da desmineralização ácida na consolidação de enxerto ósseo autógeno em bloco. Relato de caso
houve outras intercorrências e os implantes apresentaram
boa estabilidade inicial. O osso receptor dos implantes foi
classicado como tipo III nas posições 11 e 21 e tipo II nas
posições 12 e 22.
Figura 2 - A mesma região da Figura 1 após a elevação de um
retalho muco-perióstico que expôs as tábuas ósseas vestibulares
reabsorvidas e nas quais foram realizadas perfurações do lado
direito e desmineralização com gel de ácido cítrico do lado
esquerdo.
Figura 4 - Vista frontal dos enxertos após 5 meses de sua
realização, no momento da instalação dos implantes. É possível
observar que, do lado direito, os limites do enxerto são facilmente
identicáveis, enquanto que do lado esquerdo, há uma perfeita
fusão entre o enxerto e o osso adjacente.
Figura 3 - Enxertos em bloco removidos da linha oblíqua direita
da mandíbula xados com parafusos de titânio especícos para
esse m.
Cinco meses após a cirurgia de enxerto, em 10 de
novembro de 2008, a área foi reaberta para instalação de
implantes, momento no qual se vericou que do lado
esquerdo, a desmineralização produziu uniformidade de
consolidação do enxerto, cujas bordas não estavam mais
identicáveis e, aparentemente, houve neoformação óssea
excedendo os limites do enxerto, de forma a promover
maior continuidade com o osso adjacente em comparação
ao lado oposto, onde os limites do enxerto estavam ainda
bem denidos e limitados ao tamanho original (Figuras 4 e
5). Foram então instalados 4 implantes osseointegráveis de
titânio em forma de parafuso cilíndrico nas dimensões de
3,75 X 11,5mm nas posições dos dentes 11 e 21 e de 3,3 x
11,5mm nas posições dos dentes 12 e 22 (Master Porous,
Conexão Sistemas de Prótese, São Paulo, SP, Brasil)
(Figura 6). O implante instalado na posição do dente 11
cou localizado fora da área do enxerto, resultando em
fenestração da tábua óssea vestibular. Por outro lado, o
implante instalado na posição do 21, ainda que fora da área
do enxerto, cou totalmente coberto por osso neoformado
além dos limites do enxerto, onde o ácido foi aplicado. Não
50
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):48-52.
Figura 5 - Vista oclusal dos enxertos, onde se observa que do lado
esquerdo, no qual houve desmineralização com ácido cítrico,
houve neoformação óssea se estendendo além dos limites da
instalação do enxerto.
Figura 6 - Implantes de titânio em forma de parafusos instalados na
área enxertada. Verica-se que na posição do dente 11, não
envolvida no enxerto, houve ligeira fenestração da tábua vestibular,
expondo a plataforma do implante. O implante instalado na posição
do dente 21, ainda que fora dos limites originais do enxerto, o
implante cou totalmente envolvido por osso neoformado.
RELATO DE CASO
Rezende MLR, Domingues RS, Salmeron S
A prótese implanto-suportada foi concluída em 16 de
novembro de 2011 e encontra-se em função até o presente
sem nenhuma intercorrência.
DISCUSSÃO
O caso clínico apresentado demonstra a viabilidade da
desmineralização ácida da interface enxerto-leito em
procedimentos de aumento ósseo previamente à instalação
de implantes. Até então, esta técnica não havia sido relatada
em humanos e baseia-se em resultados preliminares
favoráveis em animais e em cultura de células13-14,25.
A adaptação congruente do enxerto ao leito e o
tratamento dado à interface para otimizar a consolidação do
tecido enxertado tem recebido atenção em publicações as
quais recomendam exposição da medula óssea pela
perfuração da cortical do leito e/ou enxerto1,6 e pela remoção
por desgaste da camada cortical do osso receptor1,7,16, além
da aplicação de plasma rico em plaquetas (PRP)21, proteínas
ósseas morfogenéticas15 e laser de baixa potência na
interface22. Entretanto, foi vericado que ocorre perda de
volume por reabsorção do leito quando a cortical do leito é
perfurada ou desgastada1-2. Ao contrário, a aplicação do
ácido na interface resultou em maior manutenção de
volume ósseo do que a perfuração do leito em trabalhos
anteriores14,25 assim como neste caso clínico.
Alguns mecanismos biológicos podem fundamentar o
resultado favorável aqui apresentado. Foi evidenciado que
no ambiente ósseo, ocorre crescente atividade osteoclástica
em pH menor ou igual a 6.5 e total dissolução dos cristais de
apatita em pH abaixo de 4.017. O pH do ácido cítrico
empregado neste caso clínico é igual a 1.0, podendo ser
especulado que tenha promovido acidicação do espaço
correspondente à interface enxerto-leito receptor
antecipando assim, um dos efeitos da atividade
osteoclástica. Assim, pode-se presumir que a aplicação do
ácido cítrico promoveu exposição precoce do conteúdo
osteoindutor da matriz orgânica do osso, acelerando os
fenômenos de reabsorção e formação óssea que são
mediados pela rede de moléculas de sinalização presentes
na matriz orgânica4,35.
Foi vericado ainda que a atividade osteoclástica
resulta em modicações da topograa supercial, traduzida
em cavitações que logo são preenchidas por proteínas
responsáveis pela quimiotaxia e diferenciação de células
osteoprogenitoras em osteoblastos 2 9 , 3 3 . As mesmas
alterações topográcas são produzidas pela aplicação do
ácido cítrico sobre a superfície óssea que pode ter se tornado
irregular e porosa13,29, sendo provavelmente esta uma das
razões da vericação da antecipação da neoformação óssea
na interface e nas superfícies de consolidação dos enxertos
após a aplicação do ácido.
Além disso, a desmineralização pode ter propiciado a
exposição de moléculas osteopromotoras da matriz
orgânica do osso34, como BMPs diretamente relacionadas
com a formação óssea por induzirem a diferenciação de
células mesenquimais indiferenciadas em células
ósteoprogenitoras9-10,26,30,32,34, além de induzirem a expressão
de fatores angiogênicos importantes para a
revascularização dos enxertos ósseos em bloco3,23,36.
O tempo de duração da desmineralização foi objeto de
um estudo que vericou que entre 15 e 30 segundos de
aplicação de ácido cítrico (50%, pH 1) é produzido maior
espalhamento e morfologia compatível com estágios mais
avançados de diferenciação de pré-oteoblastos em cultura13.
Talvez a variação do tempo de desmineralização, assim
como do agente desmineralizante em estudos subsequentes
possa trazer respostas mais consistentes a respeito do
possível estabelecimento de um protocolo para este
procedimento.
Devido ao fato que procedimentos como perfuração e
desgaste implicam em remoção de parte da estrutura óssea
em reconstrução, que já se encontra diminuída, a
desmineralização seria uma alternativa vantajosa em
relação a esses procedimentos, mantendo o mesmo efeito,
uma vez que não implica em nenhuma perda adicional de
substância óssea.
Outra aplicação para os prováveis benefícios da
desmineralização óssea in situ pode ser estudada no reparo
de defeitos periodontais a receberem técnicas
regenerativas, nos quais a cortical do defeito é difícil de ser
perfurada para dar acesso às fontes de células osteogênicas
dos espaços medulares. Para lograr encontrar respostas a
esta e outras questões que possam vir a sustentar o uso da
desmineralização óssea em procedimentos regenerativos
periodontais e maxilomandibulares, pesquisas adicionais
estão sendo desenvolvidas na Disciplina de Periodontia da
Faculdade de Odontologia de Bauru, para investigar: em
nível molecular, os eventos que ocorrem na superfície óssea
frente a diferentes protocolos de desmineralização; em
defeitos críticos, para vericar a capacidade regenerativa de
enxertos particulados desmineralizados; clinicamente, em
defeitos periodontais preenchidos por osso
desmineralizado sobre leito tratado da mesma forma.
CONCLUSÃO
A desmineralização com ácido cítrico das superfícies
de contato entre leito receptor e enxerto ósseo autógeno em
bloco mostrou-se vantajosa em relação à perfuração do
leito apenas, com melhor consolidação e neoformação
óssea clinicamente mais intensa, podendo representar uma
alternativa viável, principalmente nos casos onde o
tratamento convencional com perfurações e/ou desgastes
implicarem em signicativa redução da estrutura óssea.
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):48-52.
51
Efeito da desmineralização ácida na consolidação de enxerto ósseo autógeno em bloco. Relato de caso
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RELATO DE CASO
Fibroma ossicante periférico: relato de caso
Peripheral ossifying fibroma: case report
MENEZES, Juliana Dreyer da Silva de1; SOUZA, Talita da Silva Nery de2; TREVISO, Bruno3; YAEDÚ, Renato Yassutaka Faria4; TANAKA, Annie
Karoline5; SUGUIMATI, Wilson Yoshihiro6; SANT'ANA, Eduardo7
1. Mestranda em Reabilitação de Anomalias Hospital de Reabilitação de Anomalias Craniofaciais, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
2. Graduanda em Odontologia, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
3. Graduando em Odontologia, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
4. Professor Doutor da Disciplina de Cirurgia, Departamento de Estomatologia, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
5. Mestre em Estomatologia, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
6. Doutor em Estomatologia, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
7. Professor Associado da Disciplina de Cirurgia, Departamento de Estomatologia, Faculdade de Odontologia de Bauru, Universidade de São Paulo, Bauru, SP, Brasil.
Endereço para correspondência:
Juliana Dreyer da Silva de Menezes
Faculdade de Odontologia de Bauru – USP
Disciplina de Cirurgia
Alameda Octávio Pinheiro Brisola, 9-75
Vila Universitária
17012-901 – Bauru – São Paulo – Brasil
E-mail: [email protected]
Recebido: 17/04/2014
Aceito: 18/05/2014
RESUMO
O broma ossicante periférico é uma lesão proliferativa reacional, não neoplásica, de crescimento lento, com potencial de
recidivar após exérese. Sua etiologia é incerta, mas seu desenvolvimento é frequentemente associado a fatores irritantes locais.
Clinicamente, caracteriza-se por um aumento volumétrico assintomático, podendo promover com o tempo, assimetria facial.
O objetivo deste trabalho é descrever um caso de broma ossicante periférico em paciente de 72 anos, sexo feminino,
encaminhada para avaliação de lesão exotica em palato com 10 anos de evolução, associado a trauma crônico por prótese
total. A paciente foi submetida à cirurgia de remoção da lesão juntamente com os prováveis fatores irritantes, sendo o
diagnóstico anatomopatológico de broma ossicante periférico. Conclui-se que é de extrema importância a identicação e
eliminação de fatores locais potencialmente capazes de provocar lesões proliferativas reacionais, de modo a evitar danos
estéticos/funcionais ao paciente. Quando na presença destas lesões é fundamental aliar o correto diagnóstico e a remoção
completa da lesão para minimizar a tendência à recidiva com a eliminação dos prováveis fatores etiológicos.
Palavras-chave: Fibroma ossicante. Boca. Diagnóstico bucal.
Abstract
Peripheral ossifying fibroma is a reactive proliferative lesion, non-neoplastic, of slow growth, with potential to recur after
excision. Its etiology is uncertain, but its development is often associated with local irritating factors. Clinically, it is
characterized by an asymptomatic increase in volume, and may promote over time facial asymmetry. The objective of this
paper is to describe a case of peripheral ossifying fibroma in a 72-year-old female patient, referred for evaluation of exophytic
lesion on the palate with 10 years of evolution, associated with chronic trauma by dentures. The patient underwent surgical
removal of the lesion along with the probable irritating factors, and the anatomopathological diagnosis of peripheral ossifying
fibroma. It was concluded that it is of utmost importance to identify and eliminate local factors potentially capable of causing
reactive proliferative lesions, in order to avoid aesthetic/functional damages to the patient. In the presence of these lesions is
essential to combine the correct diagnosis and complete removal of the lesion to minimize the tendency to relapse with the
elimination of the probable etiologic factors.
Keywords: Ossifying, fibroma. Mouth. Diagnosis, oral.
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):53-56.
53
Fibroma ossicante periférico: relato de caso
INTRODUÇÃO
Atualmente, na prática odontológica, é comum
observarmos lesões orais decorrentes do uso de próteses
iatrogênicas ou até mesmo de uma inadequada orientação
do paciente pelo cirurgião dentista quanto ao uso e
higienização destes aparelhos. Os cuidados inerentes à
confecção das próteses são imprescindíveis de tal forma
que estas possam integrar-se biologicamente não
comprometendo a longevidade dos tecidos adjacentes7.
O broma ossicante periférico apresenta-se como
uma das lesões hiperplásicas inamatórias reacionais mais
comuns da cavidade bucal, representando 9.6% das
biópsias gengivais 1 3 . Este consiste em uma lesão
proliferativa não neoplásica oriunda dos broblastos do
ligamento periodontal ou do periósteo3. A patogênese desta
lesão permanece incerta, mas acredita-se que a excessiva
proliferação de tecido maduro relacionado a esta patologia
seja uma resposta às injúrias crônicas por cálculos, placa
dental, aparelho ortodôntico, destruição de coroas, próteses
mal adaptadas, restaurações traumatizantes, além de forças
mastigatórias e impacção de alimentos9,21.
O aspecto clínico mais comum é de crescimento focal
de tecido bem delimitado, de superfície lisa, usualmente
com coloração normal da mucosa, base séssil ou
pedunculada e consistência rme10-12,14,18. Pode ocorrer em
qualquer ponto da superfície mucosa, porém são mais
comuns na gengiva e no rebordo alveolar, sendo 50% dos
casos em região anterior da maxila e maior prevalência para
indivíduos do sexo feminino10,19.
Quando em estágio inicial ou até mesmo desenvolvido,
pode ser facilmente confundido clinicamente com um
granuloma piogênico. A presença de calcicação,
característica histopatológica mais marcante dessa lesão, irá
diferenciá-la de outros tipos de proliferações brosas11-12,14.
Radiogracamente podem exibir áreas de difusas
calcicações radiopacas, porém muitas lesões não exibem
este aspecto radiográco24.
O tratamento de eleição é a excisão cirúrgica (exérese)
com a concomitante eliminação dos fatores irritantes
locais. Apesar do bom prognóstico, o índice de recidiva
pode chegar a 20%5,8,15,22.
mais de 10 anos com crescimento gradual. Ao exame
radiográco observou-se a presença de áreas de
calcicações difusas radiopacas na região posterior do
palato, lado esquerdo (Figura 2).
Figura 1 - Aspecto clínico da lesão.
Figura 2 - Radiograa panorâmica evidenciando calcicações
radiopacas na região posterior do palato, lado esquerdo.
O plano de tratamento incluiu uma biópsia excisional
sob anestesia local (articaína a 4% com adrenalina na
proporção de 1:100.000) na região dos forames palatino
maior e incisivo. O procedimento foi realizado através de
uma incisão no pedúnculo da lesão de modo remove-la
completamente juntamente com o periósteo de
recobrimento, seguido de hemostasia e sutura com o
reabsorvível (Figuras 3 e 4).
RELATO DE CASO
Paciente do gênero feminino, 73 anos, leucoderma,
apresentou-se com queixa de instabilidade da prótese total.
Ao exame clínico detectou-se uma massa endurecida,
recobrindo parcialmente o palato duro, com contorno
regular, de forma arredondada, implantação pedunculada,
coloração rósea, medindo aproximadamente 4 cm no seu
maior diâmetro (Figura 1). Paciente relatou evolução de
54
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):53-56.
Figura 3 - Aspecto pós-operatório imediato.
RELATO DE CASO
Menezes JDS, Souza TSN, Treviso B, Yaedú RYF, Tanaka AK, Suguimati WY, Sant'Ana E
Figura 4 - Conteúdo da lesão após a enucleação.
Ao exame histopatológico foi vericada a presença de
tecido epitelial supercial, tecido conjuntivo do tipo broso
denso e trabéculas ósseas abundantes na profundidade desse
tecido concluindo o diagnóstico de broma ossicante
periférico (Figura 5).
Figura 5 - Exame histológico, presença de tecido conjuntivo
broso denso e tecido ósseo na porção mais profunda, concluindo o
diagnóstico de broma ossicante periférico.
O acompanhamento da paciente foi realizado aos 7, 15 e
30 dias de pós-operatório, observando-se a cicatrização do leito
cirúrgico (Figuras 6 e 7). Até 18 meses de acompanhamento
pós-operatório não foi observada recidiva da lesão.
Figura 6 - 15 dias de pós-operatório.
Figura 7 - 30 dias de pós-operatório.
DISCUSSÃO
O broma ossicante periférico é uma lesão broóssea reativa benigna, de etiologia frequentemente
associada à trauma crônico6. Sua denominação justica-se
pelo fato desta lesão originar-se do ligamento periodontal e
conter como componente principal, os broblastos, e pela
presença de mineralização em forma de osso ou cemento22.
Geralmente acomete crianças e adultos jovens com idades
entre 5 e 25 anos, afeta ambos os sexos, com leve predileção
pelas mulheres15,23.
Clinicamente o broma ossicante periférico se
manifesta como uma massa de crescimento lento, bem
delimitada, de base séssil ou pediculada, medindo não mais
que 3 cm de diâmetro. A coloração pode ser idêntica à da
gengiva ou ligeiramente avermelhada, e sua superfície pode
apresentar-se ulcerada devido a um trauma
secundário4,17,20,25. No presente caso, a lesão era pediculada,
normocorada e não ulcerada, tendo 3 cm no seu maior
diâmetro.
Usualmente os dentes não são afetados, contudo em
alguns casos as unidades dentárias adjacentes podem estar
deslocadas e amolecidas18. Por estar inserido no palato
duro, o referido caso não apresentava esta característica
clínica.
Radiogracamente pode-se observar em alguns casos
de broma ossicante periférico uma radiopacidade difusa
no interior da massa tumoral decorrente de graus variáveis
de material calcicado no seu interior semelhante a tecido
ósseo, cemento ou na forma de calcicação distróca4,15.
Neste caso relatado não observou-se na radiograa
panorâmica uma massa calcicada no interior da lesão.
Microscopicamente, o broma ossicante periférico
pode exibir epitélio intacto ou estraticado ulcerado
escamoso1. O componente broblástico profundo é muito
celular com áreas centrais de calcicações. O tecido
mineralizado geralmente é constituído por osso e material
cementóide2. No presente caso observou-se a integridade
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):53-56.
55
Fibroma ossicante periférico: relato de caso
do epitélio supercial e, assim como na literatura
pesquisada, o exame histopatológico revelou uma
quantidade abundante de tecido conjuntivo broso denso
associado á áreas de tecido mineralizado.
A literatura relata a origem dos bromas ossicantes na
papila interdental e células pluripotenciais do ligamento
periodontal ou periósteo18. Assim, a terapia de escolha para
o broma ossicante periférico é a remoção cirúrgica,
devendo-se estender a incisão ao periósteo e ligamento
periodontal adjacente ao dente envolvido, removendo as
células que originam a lesão e evitando recidivas que
correspondem a 20% dos casos. Além disso, os fatores
irritantes locais devem ser eliminados 19 . Dentre as
alterações siológicas mais comuns associadas ao
envelhecimento encontra-se a atroa da mucosa oral,
tornando-as mais susceptíveis a ação de agentes
traumáticos. Em alguns casos indica-se a substituição de
próteses removíveis convencionais por próteses xas sobre
implantes, por não apresentarem suporte mucoso,
minimizando os dde lesões reacionais16.
Devido à alta taxa de recidiva o acompanhamento pósoperatório se torna imprescindível. Até o momento nenhum
sinal de recidiva foi apresentado e a mucosa palatal
apresenta-se intacta.
CONCLUSÃO
O cirurgião-dentista deve estar atento aos sinais de
anormalidade na mucosa bucal. A identicação e
eliminação de fatores locais potencialmente capazes de
provocar lesões proliferativas reacionais são fundamentais
de modo a evitar danos estéticos e funcionais ao paciente.
Além disso, a formação básica em estomatologia para todos
os cirurgiões-dentistas que atuam na clínica odontológica é
essencial permitindo a realização de um correto
diagnóstico e tratamento apropriado.
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RELATO DE CASO
Otimização do mini-implante beneciando o paciente ortodôntico –
apresentação de um caso clínico
Optimization of the mini implant benefiting the orthodontic patient - presentation of a clinical case
FERREIRA, Fernando Pedrin Carvalho1; ALMEIDA-PEDRIN, Renata Rodrigues de2; SANTANA FILHO, Roberto Flávio3; LOPES, Leonardo Bueno3
1. Doutor em Ortodontia. Professor, CORA - Centro Odontológico Rodrigues de Almeida, Bauru, SP, Brasil.
2. Pós-Doutorado em Ortodontia e Odontologia em Saúde Coletiva. Professora, Universidade Sagrado Coração, Bauru, SP, Brasil.
3. Especialista em Ortodontia. Professor, CORA - Centro Odontológico Rodrigues de Almeida, Vilhena, RO, Brasil.
Endereço para correspondência:
Fernando Pedrin Carvalho Ferreira
CORA - Centro Odontológico Rodrigues de Almeida
Rua Manoel Pereira Rolla, 18-9
Vila Nova Cidade Universitária
17012-190 - Bauru - São Paulo - Brasil
E-mail: [email protected]
Recebido: 11/04/2014
Aceito: 18/05/2014
RESUMO
O tratamento ortodôntico em pacientes com agenesia de incisivos laterais superiores afetam a estética, a função mastigatória e a
fonética. Como opção de tratamento pode-se fechar ou abrir o espaço do incisivo lateral. O paciente pode optar desde uma
prótese removível a um implante ou se fechar o espaço pode optar por facetas de resina ou fragmentos de porcelanas como as
lentes de contato. A escolha para o paciente muitas vezes está diretamente ligada ao custo. O presente trabalho permeia mais um
protocolo de tratamento para os pacientes com agenesia e mais uma opção para o ortodontista oferecer ao seu cliente com a
apresentação de um caso clínico. O mini-implante entra no contexto das agenesias como uma possibilidade simples e viável do
ponto de vista técnico e nanceiro para os tratamentos das agenesias de incisivos laterais.
Palavras-chave: Implantes dentários. Aparelhos ortodônticos. Procedimentos de ancoragem ortodôntica.
ABSTRACT
Orthodontic treatments in patients with agenesis of maxillary lateral incisors affect aesthetics, mastication and phonetics. As a
treatment option space can be closed or maintenance. The patient can choose from a removable denture to an implant or close
the space can opt for veneers resin or porcelain fragments as contact lenses. The choice for the patient is often directly linked to
the cost. This study permeates more a treatment protocol for patients with agenesis and one more option to the orthodontist
offer their clients with the presentation of a clinical case. The mini implant enters the context of agenesis as a simple and viable
option technically and financially for the treatment of agenesis of lateral incisors.
Keywords: Dental implants. Orthodontic appliances. Orthodontic anchorage procedures.
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):57-63.
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Otimização do mini-implante beneciando o paciente ortodôntico – apresentação de um caso clínico
INTRODUÇÃO
A oclusão normal representa uma meta clínica para os
ortodontistas conceitos, diagnósticos e tratamentos são
muito abordados e difundidos, porém o que chama atenção
da população para a procura de um tratamento ortodôntico é
a má oclusão. Motivos estes muitas vezes pela situação
social, fonética ou funcional. A classicação de Angle1, em
1899, propicia ferramenta básica para comunicação e
conceitua a má colusão e sem dúvida é a mais usada
atualmente pelos ortodontistas.
A ausência dentária constitui uma quebra do equilíbrio
desta oclusão e quando envolve a relação estética e
funcional acentua a necessidade do tratamento ortodôntico
pelo paciente. Dos pacientes que procuram o tratamento
ortodôntico os dentes mais acometidos são os terceiros
molares, os incisivos laterais superiores e os pré-molares7.
A etiologia da agenesia dentária é multifatorial,
incluindo pré-disposição genética, fatores externos, radiação
e síndromes. A ausência clínica do elemento dentário deve
ser vericada radiogracamente e vericação da presença
dentária de acordo com a idade do paciente. Sendo assim é de
fundamental importância a realização da tomada
radiográca para a conrmação da agenesia4.
Um estudo com 2123 indivíduos de 6 a 25 anos por meio
de exame radiográco periapical apresentou uma
prevalência de 5.37%, excluído os terceiros molares. Os
dentes mais afetados foram: segundos pré-molares
inferiores, incisivos laterais e segundos pré-molares
superiores respectivamente. Não houve diferença estatística
signicante entre os sexos masculino e feminino5.
O ortodontista quando se depara com a agenesia de
lateral, deve em seu diagnóstico avaliar o tipo de perl, a
relação dos lábios em repouso, o sorriso, a relação dos
molares, as condições de espaço e diastemas. Em m após
um minucioso diagnóstico a escolha da modalidade de
tratamento deve ir de encontro com as expectativas do
cliente e de acordo com as necessidades encontradas em
cada caso. Basicamente recupera-se o espaço para inclusão
de um elemento protético ou fecha-se o espaço
transformando-se o canino em incisivo lateral e o pré-molar
em canino. E vale ressaltar que cada uma das técnicas
apresentam vantagens e desvantagens.
Na manutenção do espaço opta-se por um elemento
unitário e indica-se o implante e a prótese2ou quando se fecha
os espaços novas opções são lançadas, como por exemplo,
facetas de porcelanas ou lentes de contato (com o mínimo de
desgaste dentário), devido à evolução dos materiais
restauradores tanto em coloração como resistênca6.
Quando mantido o espaço para prótese, alguns itens
dever ser levados em consideração: a idade do paciente, a
quantidade óssea, a qualidade periodontal dentre outras.
Porém a idade quando se menciona a idade deve levar em
consideração o tempo em que o paciente cará com um
provisório, pois se sabe que o implante só será indicado
58
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):57-63.
após o término do crescimento ou acorrerá uma
infraoclusão do elemento protético com até o nal do
crescimento8.
Até aguardar a época correta para a instalação do
implante e próteses lança-se mão de uma placa de Hawley
com um elemento dentário protético, porém é removível e
diculta a fala. Com o intuito de favorecer a estética, a
fonética, e sabendo-se que o mini-implante pode
permanecer na cavidade bucal por período indeterminado
pode-se incorporar o mini-implante associado ao elemento
protético provisório. Outro fator relevante é o custo que
hoje se torna muito viável, sem contar que a instalação dos
mini-implantes está ao alcance dos ortodontistas,
favorecendo a escolha do mini-implante.
Este artigo tem como objetivo apresentar um caso
clínico onde o mini-implante foi utilizado como opção da
pacientes com agenesia e que precisam o querem esperar
para o uso do implante denitivo. Isto viabiliza mais um
procedimento simples e viável.
O mini-implante deve ser colocado na mesma posição
da raiz do incisivo lateral, é importante que a cabeça do miniimplante tenha uma boa área de retenção para estabilizar o
elemento protético. A prótese não pode car em contato
oclusal, sendo assim eliminando as forças oclusais.
RELATO DE CASO
Sexo: masculino
Idade: 27 anos
Queixa: Não gosta dos dentes tortos.
Diagnóstico:
- Classe II de Angle; mordida cruzada anterior;
mordida cruzada posterior bilateral.
- Mordida aberta anterior; desvio de linha média
(superior 4 mm e inferior 2 mm); apinhamento superior
acentuado (9 mm); apinhamento inferior moderado (6
mm); agenesia do dente 22; dentes 16, 26 e 36 com extensa
cárie e lesão radicular.
Objetivo do tratamento:
Corrigir o apinhamento, a mordida aberta anterior, evitar
a extração dos dentes 14 e 24, corrigir a classe II de Angle.
Tratamento:
Extração dos dentes com cárie, manter espaço para os
dentes 22 e 36. Ancoragem máxima para retração do dente
13. Mini-implante para ancoragem do dente 17 e 27 e miniimplante para suporte provisório do elemento protético do
dente 22.
O paciente não poderia investir em próteses e implante
ao nal do tratamento, e se queixava que o provisório que
substituía o incisivo lateral não parava na boca. Sendo assim
um tratamento convencional com extrações dos primeiros
pré-molares não seria o melhor para o paciente, pois este teria
que tratar os dentes 16, 26, e 36 por grande cárie, que se não
extraídos receberiam tratamento de canal e prótese, gerando
RELATO DE CASO
Ferreira FPC, Almeida-Pedrin RR, Santana RF Filho, Lopes LB
um custo nanceiro inviável para o paciente e que questionou
se haveria outra opção. Priorizando a economia nanceira e
beneciando o paciente, foi decidido a extração dos dentes
cariados e o dente 44.
ANTES DO TRATAMENTO
Figura 3 - Vista lateral evidenciando um perl com falta de
mandíbula, linha queixo-pescoço diminuída, com selamento
labial, boa espessura de lábios e bom ângulo nasolabial.
Figura 1 - Vista frontal com o paciente em repouso, selamento
labial passivo. Simetria entre os lados direito e esquerdo da face, e
equilíbrio dos terços faciais. Face com predomínio de crescimento
equilibrado (mesofacial).
Figura 2 - Vista frontal com o paciente em sorriso espontâneo,
evidenciando assimetria do arco superior (3 mm de desvio para o
lado direito) e inferior (3 mm de desvio para o lado esquerdo) em
relação à face. Mordida cruzada posterior bilateral, acentuando o
corredor bucal. Canino superior direito em infravestíbulo versão e
incisivo lateral superior direito lingualizado e cruzado com o arco
inferior. Mordida aberta anterior.
Figura 4 - Vista lateral evidenciando um sorriso espontâneo, com
grande apinhamento do canino superior e incisivo lateral superior
cruzado com o arco inferior. Corroborando com a insatisfação do
paciente, quando questionado sobre seu sorriso.
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):57-63.
59
Otimização do mini-implante beneciando o paciente ortodôntico – apresentação de um caso clínico
Figura 5 - Vista intrabucal frontal evidenciando-se a assimetria do
arco superior (3 mm de desvio para o lado direito) e inferior (3 mm
de desvio para o lado esquerdo) totalizando um dente inferior.
Mordida cruzada posterior bilateral. Canino superior direito em
infravestíbulo versão e incisivo lateral superior direito lingualizado,
rotacionado e cruzado com o arco inferior. Mordida aberta anterior.
Prótese provisória do incisivo lateral superior esquerdo.
Figura 11 - Vista da telerradiograa em norma lateral inicial,
evidenciando o trespasse horizontal de 0 mm e o trespasse vertical
de 1 mm.
PRIMEIRO MÊS DE TRATAMENTO
Figuras 6 e 7 - Vista intrabucal lateral direita e esquerda
respectivamente, evidenciando a Classe II, a mordida cruzada e
aberta bilateral. O espaço da agenesia do incisivo lateral esquerdo.
Figuras 12 e 13 - Vista intrabucal lateral direita e esquerda
respectivamente, evidenciando as extrações dos dentes 16, 26, 36 e
44 e a retração com uso de mola fechada de NITI, para o
nivelamento e alinhamento.
Figuras 8 e 9 - Vista intrabucal oclusal superior e inferior
respectivamente. Na vista oclusal superior observa-se grande falta de
espaço para o canino superior direito. Grande lesão cariosa dos
primeiros molares superior esquerdo e direito. Observa-se uma placa
de resina no palato que com o incisivo lateral, muito instável durante a
fala a mastigação. Na vista oclusal inferior observa-se apinhamento
acentuado anterior e grande lesão cariosa do primeiro molar esquerdo.
Figura 10 - Vista da radiograa panorâmica inicial, evidenciando
a grande falta de espaço para todos os dentes no arco, além de
lesões radiculares dos dentes cariados. E os terceiros molares
inferiores em infraoclusão e acentuadamente inclinados.
60
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):57-63.
Figura 14 - Vista oclusal superior imediatamente após a instalação
do mini-implante na mesial do dente 17. Confeccionou-se uma
barra transpalatina de aço inox e apoiou no mini-implante para
ancoragem máxima dos molares. Priorizando a economia
nanceira do paciente e otimizando o uso do mini-implante, usando
um mini-implante para ancorar dois molares 17 e 27 durante a
retração, o que normalmente seria 1 mini-implante para cada molar.
RELATO DE CASO
Ferreira FPC, Almeida-Pedrin RR, Santana RF Filho, Lopes LB
OITAVO MÊS DE TRATAMENTO
Figuras 15, 16 e 17 - Vista intrabucal frontal, lateral direita e
esquerda, evidenciando o tracionamento do de 13. Os elásticos
estão sendo usados também para auxílio do fechamento da
mordida aberta.
DÉCIMO PRIMEIRO MÊS DE TRATAMENTO
DÉCIMO SEXTO MÊS DE TRATAMENTO
Figuras 23, 24, 25 e 26 - Vista intrabucal frontal, lateral direita e
oclusal, evidenciando o mini-implante instalado e a adaptação da
prótese provisória com o dente de estoque da antiga prótese do
paciente. Priorizando a economia nanceira do paciente e
otimizando o mini-implante para gerar maior estabilidade ao
provisório. É importante ressaltar que o dente deve estar fora de
contato oclusal com o antagonista.
FINAL DE TRATAMENTO
Figuras 18 e 19 - Vista intrabucal anterior e lateral direita,
evidenciando a correção da linha média inferior. Foi colado um
acessório no dente provisório 22.
DÉCIMO QUARTO MÊS DE TRATAMENTO
Figuras 20, 21 e 22 - Vista intrabucal anterior e lateral direita e
esquerda, evidenciando o fechamento do espaço do lado direito
inferior e o uso da mola aberta para auxiliar na correção da classe II
do lado esquerdo.
Figuras 27, 28 e 29 - Vista frontal com o paciente em repouso e
sorriso espontâneo e lateral com sorriso espontâneo, evidenciandose a correção da linha média e suprindo as expectativas do cliente.
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):57-63.
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Otimização do mini-implante beneciando o paciente ortodôntico – apresentação de um caso clínico
DISCUSSÃO
Figuras 30, 31 e 32 - Vista intrabucal frontal, laterais direita e
esquerda respectivamente, com linha média corrigida. E relação
oclusão satisfatória.
Figura 33 - Vista da radiograa panorâmica nal. Evidenciando-se
o mini-implante na substituição do incisivo latera superior direito.
O mini-implante é uma ferramenta indispensável ao
ortodontista que almeja um tratamento mais previsível, sem
a dependência da colaboração do paciente e movimentos
que outrora não seriam possíveis sem a sua utilização. Cada
vez mais difundidos na especialidade, por sua simplicidade
de instalação e seu baixo custo, a importância de um correto
planejamento se torna fundamental3.
No tratamento da agenesia de incisivo lateral superior,
quando se faz a abertura de espaço, signica que um
elemento protético deverá ser indicado. Deve-se lembrar de
que haverá o envolvimento de outras especialidades como o
implantodontista e o protesista. Para a instalação do
implante deve-se avaliar a idade do paciente, as condições
periodontais, mas para o paciente o custo acaba sendo um
dos pontos importantes. Logo o mais viável em relação ao
custo é uma placa de acrílico com um dente de resina
também chamado de estoque no local da agenesia. Um
problema nestas placas é que além da diculdade de
fonética esta inda acumulam placa entre o palato e o
aparelho, sem contar com o mau hálito que cam.
Com relação à estabilidade local estas com o tempo
cam soltas e saem da boca. Para as crianças o problema
ainda é maior, o risco de perda. Todos estes motivos fazem
com que o cirurgião-dentista faça uma prótese adesiva e
assim favorecendo alguns pontos. Porém o custo aumenta
por depender de um pequeno preparo nos dentes adjacentes
e o trabalho protético.
O uso do mini-implante para o apoio da prótese
provisória, aumenta a estabilidade da mesma. Algumas
características durante a instalação do mini-implante
devem ser seguidas. Após a instalação do mini-implante
deve apresentar estabilidade inicial e a posição a cabeça
deve favorecer a confecção do provisório, deve-se fazer um
alívio na borda incisal do provisório com o antagonista
evitando assim forças oclusais e mastigatórias.
CONCLUSÃO
O mini-implante entra no contexto das agenesias como
uma possibilidade simples e viável do ponto de vista
técnico e nanceiro para os tratamentos das agenesias de
incisivos laterais, favorecendo a estética do sorriso, a
estabilidade do provisório, além de ser um dispositivo que
pode ser utilizado em qualquer idade.
Figura 34 - Vista da telerradiograa em norma lateral inicial,
evidenciando a correção de trespasse horizontal.
62
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):57-63.
RELATO DE CASO
Ferreira FPC, Almeida-Pedrin RR, Santana RF Filho, Lopes LB
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Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):57-63.
63
Terapia ortodôntica para pacientes com apneia obstrutiva do sono
Orthodontic therapy for patients with obstructive sleep apnea syndrome
DAINESI, Eduardo Alvares1; SCHWERTNER, Alessandro2; LIMA, Ludimila Mangialardo3; KAWAUCHI, Márcia Yuri4
1. Pós-Doutorado em Ortodontia, Faculdade de Odontologia de Bauru, Bauru, SP, Brasil.
2. Doutorando em Ortodontia. Professor Titular de Ortodontia, Universidad Católica Alto Paraná, Hernandarias, Paraguai.
3. Especialista em Ortodontia, Faculdade de Pimenta Bueno, Pimenta Bueno, RO, Brasil.
4. Doutora em Ortodontia, Faculdade de Odontologia de Bauru, Bauru, SP, Brasil.
Endereço para correspondência:
Eduardo Alvares Dainesi
Av. José Vicente Aiello, 8-09, A-11
Parque das Nações
17053-191 – Bauru – São Paulo – Brasil
E-mail: [email protected]
Recebido: 01/04/2014
Aceito: 18/05/2014
RESUMO
Muitos pacientes procuram os ortodontistas em busca de tratamento da apneia obstrutiva do sono, encaminhados ou não por
outros prossionais da área da saúde. Este problema conhecido como Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono
(SAHOS) é caracterizado por episódios repetitivos de obstrução completa (apneia) ou parcial (hipopneia) das vias aéreas
superiores, durante o sono. Sua classicação varia de acordo com a quantidade de eventos obstrutivos, podendo ser suave,
moderada ou severa. A terapêutica para a SAHOS depende de sua severidade. Casos severos são tratados cirurgicamente,
severos e moderados com aparelhos de Pressão Aérea Positiva Contínua (CPAPs), e casos moderados e suaves tendem a ser
trabalhados preferencialmente com avanço mandibular por meio de aparelhos intrabucais, pois se trata de um procedimento
não invasivo. Esta terapia com reposicionamento mandibular apresenta ótima aceitação por ser um procedimento
relativamente simples e de baixo custo, diferentemente da terapia com os CPAPs. Este trabalho apresenta um caso de SAHOS
severa em que foi utilizado um aparelho removível de avanço mandibular. Exames polissonográcos foram realizados sem e
com a utilização do aparelho e os resultados mostraram uma melhora da qualidade do sono (redução do número de
microdespertares) e uma redução nos eventos de apneia e hipopneia, com a utilização do aparelho de avanço mandibular,
durante o sono.
Palavras-chave: Apneia do sono tipo obstrutiva. Avanço mandibular. Ortodontia.
ABSTRACT
Many patients whit obstructive sleep apnea could be treated by orthodontist. This problem known like Obstructive Sleep
Apnea-Hypopnea Syndrome (OSAHS) is characterized by repetitive complete (apnea) or partial (hypopnea) cessation of
upper airway, during sleep. This classification vary according whit the amount of obstructive events, may be mild, moderate
and severe. The therapy for the OSAHS depends on its severity. Moderate and mild cases tend to be treated mainly whit
mandibular advancement by intraoral appliance, because it is a non invasive procedure, whereas in severe cases
uvulopalatopharyngoplasty surgery or maxillomandibular advancement is elected. The therapy with mandibular
advancement, with intraoral appliances, shows great acceptation because different aspects like simple procedure and lower
cost, differently of Continuous Positive Airway Pressure (CPAP) therapy. The aim of this study was to evaluate a case of severe
OSAHS it was used a removable mandibular advancement appliance. Polysomnography was done with and without the
intraoral appliance and the results shown a better sleep quality (decreasing sleep fragmentation) and decreasing
apnea/hypopnea events, with mandibular advancement appliance, during sleep.
Keywords: Sleep apnea, obstructive. Mandibular advancement. Orthodontics.
64
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):64-69.
RELATO DE CASO
Dainesi EA, Schwertner A, Lima LM, Kawauchi MY
INTRODUÇÃO
A Síndrome da Apneia e Hipopneia Obstrutiva do Sono
(SAHOS) caracteriza-se por ser uma alteração do sono com
repetições de interrupção total da respiração (apneia) ou
parcial (hipopneia),, devido ao estreitamento das vias aéreas
superiores causando despertares repetidos e sono leve.
Essas interrupções podem durar de 10 a 50 segundos22.
A SAHOS pode ser classicada como suave, moderada
ou severa, de acordo com o número de eventos de apneia ou
hipopneia que ocorrem por hora de sono (índice de
deciência respiratória – IDR), sendo considerado de 5 a 14
eventos SAHOS leve, de 15 a 29 eventos, moderada e acima
de 30 eventos por hora, severa7,22.
Em geral, a SAHOS afeta 5% dos adultos2,8, sendo de 2
a 3 vezes maior no gênero masculino e pessoas de meia
idade10-11. No gênero feminino é mais comum após a
menopausa. Alguns fatores aumentam a prevalência, como
o aumento da massa corporal, acúmulo de tecido adiposo,
circunferência do pescoço e principalmente a obesidade9.
Há muitos sintomas associados à SAHOS, sendo o
principal deles, o ronco. Porém, os sintomas mais
frequentes são sonolência diurna, cansaço, irritabilidade,
depressão, décit de memória, inabilidade de concentração
e desatenção. Já foi relatado maior risco de acidentes
automobilísticos e ocupacionais e diminuição da qualidade
de vida1-2,6,14,16,18.
Pacientes com SAHOS, devido às fragmentações do
sono, sofrem hipoxemia e hipercapnia, aumentado o risco
de hipertensão tanto no sono, como durante o dia1,5,7,12,14.
Muitos estudos já mostraram o aumento das evidencias da
ligação de SAHOS com a morbidade cardiovascular2,5,8,12,19.
Para um diagnóstico correto da SAHOS torna-se
necessária a realização de uma anamnese dirigida,
complementada pelo exame clínico e polissonográco. Na
anamnese, procura-se obter informações sobre os hábitos
do paciente, de sua saúde e de sua rotina. No exame físico o
paciente deve ser analisado como um todo: obesidade,
diâmetro do pescoço, largura das tonsilas, retrognatia ou
micrognatia, edema de palato mole, altura e forma do
palato. Na polissonograa, serão denidos diversos
parâmetros relacionados à SAHOS, inclusive sua
severidade, que é determinada de acordo com a quantidade
de eventos de apneia e/ou hipopneia por hora de sono. De 5
a 14 eventos, é classicada como suave, de 15 a 29, de
moderada, mais de 30 eventos, severa22. Para a realização da
polissonograa, o paciente deve ser encaminhado a uma
clínica especializada. Assim, em ambiente adequado,
diversos aspectos do sono serão monitorados e gravados.
Vários exames são realizados, como eletromiograa
(EMG), eletroencefalograa (EEG), parâmetros e
movimentos respiratórios, saturação de oxigênio, avaliação
da postura do corpo, tempo total de sono (TST), tempo total
de gravação (TRT), eciência do sono (SE), latência do
sono (LSO), latência do REM (LREM), estágios do sono,
acordar, microdespertar, movimento dos olhos, IDR e
pressão sanguínea4,12-13,19.
O tratamento da SAHOS varia de acordo com o grau de
severidade. Deste modo, em casos de SAHOS severa podese optar por uma intervenção cirúrgica, atuando na
orofaringe, como a uvulopalatofaringoplastia, ou
promovendo o avanço maxilomandibular. A intervenção
cirúrgica apresenta alta taxa de sucesso, porém por ser
muito invasiva, não tem grande aceitação3-4,12,21. Na SAHOS
moderada e suave pode-se atuar com a terapia de Pressão
Aérea Positiva Contínua (CPAP), mas suas desvantagens
envolvem o alto custo do aparelho e a intolerância do
paciente a longo prazo2-3,7,10-12,16,21. A utilização de aparelhos
intrabucais, principalmente os aparelhos de avanço
mandibular (AAM) para paciente com SAHOS suave e
moderada, apresenta-se como uma opção menos invasiva,
de ótima aceitação por parte dos pacientes e de custo menor
que as terapias anteriores. Esse tipo de tratamento consiste
na protrusão da mandíbula, que induzem a alterações na
posição anterior da língua, palato mole e parede lateral da
faringe2-3,12,15,20,23.
Além disto, o paciente com a SAHOS ao usar o AAM
previne doenças relacionadas ao sistema cardiorespiratório, como por exemplo: acidentes cardiovasculares e/ou vásculo-cerebral. A melhora da respiração
nasal carrega os pulmões de ar ltrado, sob pressão,
aquecido e umidicado, prevenindo ressecamento e
patologias nas vias aéreas. A melhor oxigenação sanguínea,
o aumento da qualidade do sono levam ao paciente
relevantes melhoras nas condições sistêmicas,
restabelecimento, equilíbrio e restauração das funções do
corpo humano8,17,23.
Deve ser esclarecido ao paciente que o consumo de
álcool, excesso de peso, estresse físico e mental, sedativos,
miorrelaxantes, mudanças no horário de dormir, alteração
na quantidade do sono, são fatores que potencializam a
SAHOS, prejudicando a ação terapêutica do AAM8-17.
Deste modo, este artigo apresenta um paciente com
SAHOS severa, tratado com AAM e seus resultados.
RELATO DE CASO
Paciente do gênero masculino, 51 anos de idade
(Figura 1), procurou tratamento com queixa de roncos,
apneias e sonolência excessiva diurna, apresentando
diculdade para iniciar o sono e vários despertares durante
a noite. Durante a anamnese, o paciente relatou que
apresentava roncos e paradas respiratórias, além de
movimentos repetitivos e involuntários das pernas durante
o sono. Pela manhã, diculdade de despertar e xerostomia.
Durante o dia, sonolência, dores pelo corpo acompanhadas
de sensação de fadiga/cansaço. Ultimamente tem sentido
diminuição de capacidade de memória e concentração, e
desânimo. Salienta que, para tentar diminuir a sensação de
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):64-69.
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Terapia ortodôntica para pacientes com apneia obstrutiva do sono
fadiga, ingere oito xícaras/copos de bebida estimulante
(chá, café ou refrigerante). Além disto, tem hipertensão
arterial e quadros similares de ronco e apneia em familiares.
Figura 3 - Aparelho de avanço mandibular - parte inferior.
O AAM foi confeccionado com registro de mordida em
cera com suave avanço mandibular, ou seja, pequeno
posicionamento anterior da mandíbula para permitir maior
espaço aéreo posterior (Figura 4).
Figura 1 - Telerradiograa lateral inicial.
DESCRIÇÃO DO APARELHO
No caso apresentado a terapêutica recomendada seria
com CPAP, devido à apneia severa, porém o paciente se
recusou e como tratamento paliativo foi confeccionado um
aparelho de avanço mandibular (AAM). Este aparelho
consiste de duas bases de armação metálica fundida
(superior e inferior), tipo prótese removível com resina
acrílica termopolimerizável e alças tipo ganchos
posicionadas na região ântero-superior e póstero-inferior
para posterior utilização de elásticos interarcos de Classe II
(Figuras 2 e 3).
Figura 2 - Aparelho de avanço mandibular - parte superior.
66
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):64-69.
Figura 4 - Confecção do aparelho com suave avanço mandibular
de acordo com o registro de mordida obtido.
Os cuidados com o aparelho incluem guardá-lo em
ambiente saturado com água, quando não estiver em uso; e
sua higienização deve ser realizada diariamente, antes de
sua instalação e após o seu uso, com pasta dentifrícia e
escova de dente e com pastilhas efervescentes, duas ou três
vezes por semana. Após dois ou três dias de adaptação, há
conforto e comodidade. O paciente foi orientado a renovar
os elásticos a cada quatro dias, sendo denido de acordo
com a quantidade de força aplicada, somente para produzir
uma suave protrusão mandibular, e medida no tensiômetro
(Figuras 5, 6, 7 e 8). Após um mês de terapia, uma nova
telerradiograa lateral foi tomada, com o aparelho em
posição (Figura 9).
RELATO DE CASO
Dainesi EA, Schwertner A, Lima LM, Kawauchi MY
Figura 5 - Paciente com aparelho em posição - lateral direita.
Figura 8 - Aplicação do tensiômetro para quanticar a força
elástica necessária para o avanço mandibular.
Figura 6 - Paciente com aparelho em posição - frontal.
Figura 9 - Telerradiograa com o aparelho em posição, após um
mês de terapia.
EXAME POLISSONOGRÁFICO
Figura 7 - Paciente com aparelho em posição - lateral esquerda.
Após um mês de terapia com o aparelho de avanço
mandibular (AAM), o paciente foi orientado a realizar o
exame polissonográco, no modo split-night, ou seja, o
exame dividido em duas fases. Na primeira, o paciente
dorme metade da noite sem o aparelho intrabucal e na
segunda, o paciente dorme a outra metade com o aparelho4,8.
Os resultados deste exame apresentam-se na Tabela 1.
Para a realização da polissonograa, o paciente deve ser
encaminhado a uma clínica especializada. Assim, em
ambiente adequado, diversos aspectos do sono serão
monitorados e gravados. Vários exames são realizados,
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):64-69.
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Terapia ortodôntica para pacientes com apneia obstrutiva do sono
como eletromiograa (EMG), eletroencefalograa (EEG),
parâmetros e movimentos respiratórios, saturação de
oxigênio, avaliação da postura do corpo, tempo total de sono
(TST), tempo total de gravação (TRT), eciência do sono
(SE), latência do sono (LSO), latência do REM (LREM),
estágios do sono, quantidade de eventos de apneia e/ou
hipopneia, movimento dos olhos, IDR e pressão
sanguínea4,13.
Tabela 1 - Resultados do exame polissonográco splitnight.
SEM APARELHO COM APARELHO
PARÂMETROS DO SONO
0
0
Ecácia do sono
87.03%
96.02%
Número de despertares
2
4
Número de microdespertares
208
83
APO
106
34
HIPO
85
31
IAH
54.57
20.64
Saturação O2 Basal
99%
99%
Média de Saturação de O2
94%
95%
Menor Saturação de O 2
71%
78%
Total de apneias e Hipopneias
191
66
Total de microdespertares
208
83
Total de movimentos periódicos:
12
0
Número total de eventos
405
149
Índices de microdespertares
115.71/Hora
46.59/Hora
ALTERAÇÕES RESPIRATÓRIAS
Tipos de apneia
OXIMETRIA
MICRODESPERTARES
DISCUSSÃO
O diagnóstico da SAHOS pode ser realizado por meio
de anamnese, exame físico e exame polissonográco.
Contudo, parece que a polissonograa por ser um exame
que abrange vários aspectos da saúde geral e da qualidade
do sono, torna-se essencial para diagnosticar a presença da
SAHOS, bem como indicar a sua severidade4,8,15,17,23.
Neste trabalho, o paciente foi submetido ao exame
polissonográco do tipo split-night, no qual o sono é
avaliado na primeira metade sem o uso do aparelho
intrabucal e a outra metade com o aparelho, sendo avaliado
como portador de uma SAHOS severa, pois sem o uso de
aparelho apresentou um índice de apneia e/ou hiponéia de
54, 57 eventos por hora. Os resultados obtidos mostraram
que sem o aparelho intrabucal o paciente teve sono
68
Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):64-69.
fragmentado por apneia e hipopneia, com ecácia do sono
em 87.03%. Com o uso do aparelho intrabucal a ecácia do
sono aumentou para 96.02%. O índice de apneia/hipopneia
foi de 54, 57/hora sem o aparelho, e 20, 64/hora com o
aparelho, indicando uma grande melhora do quadro de
apneia com o tratamento por meio de aparelhos intrabucais
de avanço mandibular, mesmo em SAHOS do tipo severa.
Há na literatura indicações de que a SAHOS severa seja
tratada cirurgicamente2,4,21, ou até mesmo com a utilização
dos CPAPs15, por apresentarem maior efetividade em
relação ao tratamento com os AAMs, segundo a American
Academy of Sleep Medicine (AASM)15, enquanto que a
terapia com AAM esteja mais indicada para casos de
SAHOS leve ou moderada. Mas apesar destas diferentes
indicações, tanto o tratamento com CPAPs quanto com
AAMs reduzem os eventos obstrutivos, o cansaço diurno, o
ronco, normalizam o sono, melhoram o sistema
cardiovascular, a saturação de oxigênio, a qualidade de vida
e a pressão sanguínea1,12-13,23. Assim, neste trabalho, indicouse a utilização do AAM, mesmo com o paciente
apresentando uma SAHOS severa, pela recusa do mesmo
em utilizar os CPAPs. Esta terapia possibilitou a protrusão
mandibular conseguida pelo AAM, parecendo aumentar o
diâmetro da luz do trato respiratório sem restrições, e assim,
evitando que a língua deslizasse em direção a parede
posterior da faringe e permitindo um maior espaço para a
acomodação lingual e consequentemente o retorno de uma
deglutição normal, durante o sono. Neste estudo, não foi
possível um controle a longo prazo, porém seria ideal
acompanhamentos constantes para controle da quantidade
de avanço mandibular e manutenção do aparelho, assim
como realização de exames polissonográcos, pois apesar
da grande melhora no índice de apneia/hipopneia esta é uma
abordagem paliativa e o caso deve ser preservado.
Apesar dos resultados de tratamento com os CPAPs e
AAMs mostrarem-se semelhantes, muitos estudos indicam
que estes últimos promovem diversos efeitos colaterais,
como boca seca, aumento da salivação, desconforto dental,
disfunção temporomandibular (DTM), movimentos
dentários indesejáveis, dor nos dentes e dor miofacial.
Contudo, muitos desses efeitos são transitórios e bem
tolerados pelo paciente21,23. Outros autores armam que os
efeitos colaterais que causam movimentações indesejáveis
nos dentes só ocorrem a longo prazo, sendo que os
pacientes que usaram os AAMs durante 5 anos não
desenvolveram nenhum efeito colateral, já a DTM pode
ocorrer inicialmente, melhorando a longo prazo1,10-11,21. Um
estudo avaliou as movimentações dentárias no prazo de
dois anos e os resultados mostraram que houve uma
diminuição do overjet e overbite pouco signicativa que
ocorre devido à força realizada pelo aparelho para avançar a
mandíbula, porém isso pode ser minimizado conforme o
desenho do aparelho utilizado. No presente estudo, a base
de acrílico recobrindo os dentes incisivos inferiores
minimiza este efeito colateral. Foi demonstrado também
que há uma diminuição no número de contatos oclusais na
região de pré-molares, devido ao avanço mandibular ser
RELATO DE CASO
Dainesi EA, Schwertner A, Lima LM, Kawauchi MY
guiado pelos incisivos, permitindo uma abertura na
mordida posterior. Esse efeito colateral se auto corrige a
longo prazo10.Por outro lado, os pacientes que fazem uso dos
CPAPs desenvolvem uma intolerância aos mesmos,
principalmente por não se sentirem confortáveis durante a
utilização, sendo que há uma desistência a longo prazo em
torno de 29% a 83%1,12-13,23.
CONCLUSÃO
- Os AAMs são indicados principalmente para SAHOS
leve.
- A utilização dos AAM parece promover uma melhora
considerável no quadro apnéico dos pacientes com SAHOS
suave ou moderada.
- No caso apresentado, mesmo na presença de uma
SAHOS severa, o AAM permitiu uma melhora na qualidade
do sono e na saturação de oxigênio, além de uma redução de
microdespertares.
- Os AAMs mostraram-se como uma opção de conduta
em pacientes com SAHOS severa ou moderada,
principalmente em casos de intolerância aos CPAPs, porém
a conduta deve ser paliativa e o tratamento deverá ser
proservado.
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Innov Implant J, Biomater Esthet. 2014;8(1):64-69.
69
ÍNDICE DE AUTOR
Alcade, Murilo Priori
Almeida, Juliano Milanezi de
Almeida-Pedrin, Renata Rodrigues de
Amaral, Rogério Morais
Araújo, Regina Ivete dos Santos Arruda de
Borges, Ana Flávia Sanches
Calistro, Lucas César
Campi Júnior, Laurito
Capelozza, Ana Lúcia Alvares
Catalan, Celso Aparecido
Cavenago, Bruno Cavalini
Correa, Giovani Oliveira
Costa, Alcides Urias da
Dainesi, Eduardo Alvares
Del Neri, Nathalia Bigelli
Domingues, Roberta Santos
Fares, Nasser Hussein
Fernandes, Samuel Lucas
Ferreira Junior, Osny
Ferreira, Fernando Pedrin Carvalho
Fiuza, Cristina Tebechrani
Francisconi, Luciana Fávaro
Francisconi, Paulo Afonso Silveira
Freitas, Renato de
Gallardo, Daniel Andres Pulgar
Gonçales, Eduardo Sanches
Ikuta, Carla Renata Sanomiya
Jourdan, Marcel Rubens
Kawauchi, Márcia Yuri
Lima, Ludimila Mangialardo
Lopes, Leonardo Bueno
Macarini, Valmir Campos
Maia, Pollyana
Manfredi, Gustavo Gonçalves do Prado
Manfrin, Thais Mara
Marson, Fabiano Carlos
Menezes, Juliana Dreyer da Silva de
Michida, Silvia Masae de Araujo
Nagem Filho, Halim
Ponce, José Burgos
Rezende, Maria Lúcia Rubo de
Rodrigues, Vitor Hugo Leite de Oliveira
Rubira, Cássia Maria Fisher
Rubira-Bullen, Izabel Regina Fischer
Salmeron, Samira
Sant'ana, Eduardo
Santana Filho, Roberto Flávio
Schwertner, Alessandro
Silva Filho, Edimilson Santos
Silva, Cléverson de Oliveira e
Silva, Maria Eduarda Carrilho Batista
70
18
30
57
37
37
18
7, 30
23
44
37
18
7
18
64
14
48
23
18
14
57
23
18
18
37
37
14
14
37
64
64
57
7
37
18
37
7
53
30
23
30
48
14
44
14, 44
48
53
57
64
23
7
44
Souza, Talita da Silva Nery de
Suguimati, Wilson Yoshihiro
Tanaka, Annie Karoline
Tinoco, Eric Jansen Fernandes
Tinoco, Thiago Fernandes
Treviso, Bruno
Yaedú, Renato Yassutaka Faria
53
53
53
7, 30
7, 30
53
53
ÍNDICE DE ASSUNTO
Ácido cítrico
48
Aparelhos ortodônticos
57
Apneia do sono tipo obstrutiva
64
Avanço mandibular
64
Boca
53
Cirurgia bucal
14
Diagnóstico bucal
53
Estética dentária
7, 37
Fibroma ossicante
53
Implantes dentários
7, 23, 30,37, 57
Interpretação de imagem radiográca assistida por computador
44
Materiais dentários
18
Materiais para moldagem odontológica
18
Ortodontia
64
Prescrições
44
Procedimentos de ancoragem ortodôntica
57
Prótese dentária
7, 23, 30, 37
Reabilitação bucal
23
Regeneração óssea
48
Satisfação do paciente
30
Sulfato de cálcio
18
Tomograa
14, 44
Transplante ósseo
48
Zigoma
14
71
DIRETRIZES PARA AUTORES
A revista Innovations Implant Journal: Biomaterials and
Esthetics (ISSN 1809-2837 – versão impressa; ISSN 1984-5960
– versão online), de periodicidade quadrimestral, destina-se à
publicação de trabalhos originais de pesquisa aplicada, relatos
de caso clínico e revisão de literatura na área de implantodontia
e de especialidades multidisciplinares que a envolvam.
1 Normas gerais
1.1 Os trabalhos enviados para publicação devem ser inéditos e
redigidos em português, inglês e espanhol não sendo permitida a
sua apresentação simultânea em outro periódico.
1.2 Critérios de arbitragem
1.2.1 Os trabalhos serão avaliados primeiramente quanto ao
cumprimento das normas de publicação, sendo que no caso de
inadequação não serão aceitos.
1.2.2 Os trabalhos aprovados na primeira análise serão
submetidos à apreciação quanto ao mérito cientíco por dois
membros do Comitê Editorial de instituições distintas a de
origem do trabalho, além do Editor Cientíco.
1.2.2.1 Havendo necessidade de alterações, o trabalho será
encaminhado ao(s) autor(es) para as devidas providências.
1.2.3 Os nomes dos relatores permanecerão em sigilo e estes não
terão ciência dos autores do trabalho apreciado.
1.3 A revista Innovations Implant Journal: Biomaterials and
Esthetics reserva todos os direitos autorais do trabalho
publicado.
1.4 O material enviado, uma vez publicado o trabalho, não será
devolvido.
1.5 As informações contidas nos trabalhos e a exatidão das
referências são de responsabilidade do(s) autor(es).
1.6 Resultados de pesquisas relacionadas a seres humanos
devem ser acompanhados de cópia do parecer do Comitê de
Ética da Instituição de Origem, ou outro órgão credenciado
junto ao Conselho Nacional de Saúde. No último parágrafo do
item Material e Métodos deverá constar uma clara armação do
cumprimento dos princípios éticos da Declaração de Helsinki,
além do atendimento a legislações especícas do país no qual a
pesquisa foi realizada.
1.6.1 Nos experimentos com animais devem ser seguidos os
guias dos conselhos nacionais de pesquisa sobre o uso e cuidado
dos animais de laboratório e quando envolverem procedimentos
cirúrgicos, em Material e Métodos, devem ser descritas as
evidências de que a dosagem anestésica produziu efeito
adequado e por tempo necessário para a condução do ato
cirúrgico.
1.7 Juntamente com os trabalhos deverá ser entregue o Termo de
Cessão de Direitos Autorais, assinado por todos os autores.
1.7.1 Modelo de Termo de Cessão de Direitos Autorais
[Local e data]
Os autores [nomes e sobrenomes completos, sem abreviaturas,
dos autores] do trabalho [título do trabalho] submetem à
apreciação da revista Innovations Implant Journal: Biomaterials
and Esthetics para nela ser publicado. Declaram concordar, por
meio deste suciente instrumento, que os direitos autorais
referentes ao citado trabalho tornam-se propriedade exclusiva
da revista Innovations Implant Journal: Biomaterials and
Esthetics a partir da data de sua submissão, sendo vedada
qualquer reprodução, total ou parcial, em qualquer outra parte
ou meio de divulgação de qualquer natureza, sem que a prévia e
necessária autorização seja solicitada e obtida junto à
72
Innovations Implant Journal: Biomaterials and Esthetics.
Informam que o trabalho é original e não contém dados
falsicados, plagiados ou fraudulentos, não foi publicado
anteriormente e não está sendo considerado para publicação em
outro periódico, quer seja no formato impresso ou eletrônico.
Declaram, ainda, que o estudo cujos resultados estão relatados
no trabalho foi realizado observando-se as políticas vigentes,
nas instituições às quais os autores estão vinculados, relativas ao
uso de humanos, material derivado de humanos e animais.
Entendem que se o trabalho, ou parte dele, for considerado
deciente ou fraudulento, os autores assumirão a
responsabilidade, eximindo a Innovations Implant Journal:
Biomaterials and Esthetics de quaisquer alegações, custos,
honorários advocatícios, indenizações ou custos de licenças. No
caso de não aceitação do trabalho para publicação, essa cessão
de direitos autorais será automaticamente revogada.
[Nomes]
[Assinaturas]
2 Categoria dos trabalhos
2.1 Artigos originais - apresentam resultados inéditos de uma
pesquisa (Introdução, Material e Métodos, Resultados,
Discussão e Conclusão).
2.2 Revisões de literatura – analisam e descrevem as
contribuições da literatura em uma determinada especialidade
(Introdução, Revisão de Literatura, Discussão e Conclusão).
2.3 Relatos de caso clínico – divulgam experiências baseadas
em estudo de casos peculiares e/ou novas técnicas (Introdução,
Relato de Caso, Discussão e Conclusão).
2.4 Texto dos elementos que compõem os trabalhos
2.4.1 Introdução – descrição da natureza do problema e seu
signicado, justicativa, objetivo(s) e hipótese(s) do trabalho,
citando somente referências pertinentes.
2.4.2 Material e Métodos – descrição detalhada do método,
materiais e técnicas empregadas. Identicar os aparelhos e
equipamentos empregados, indicando entre parênteses o nome,
cidade, estado e país do fabricante. Identicar precisamente
todas as drogas e substâncias químicas utilizadas, incluindo
nome(s) genérico(s), dose(s) e via(s) de administração. Dar
referências de métodos estabelecidos, incluindo métodos
estatísticos. Descrever os métodos estatísticos com detalhe e
denir os termos estatísticos, abreviações e símbolos.
Especicar o software de computador usado. Os artigos de
revisão de literatura deverão incluir uma descrição dos métodos
utilizados para localizar, selecionar, extrair e sintetizar os dados.
2.4.3 Resultados – apresentação dos resultados de forma lógica
e direta, sem interpretação subjetiva. Não repetir no texto dados
apresentados em tabelas e guras. Usar grácos como uma
alternativa às tabelas com muitas entradas. Dados estatísticos
devem ser submetidos a análises apropriadas. Quando os dados
são resumidos na seção Resultados, dê os resultados numéricos
não apenas como seus derivados (por exemplo, percentagens),
mas também como números absolutos, dos quais os derivados
foram calculados e especicar os métodos estatísticos usados
para analisá-los. Evitar o uso de termos técnicos em estatística,
tais como "random" (que implica um mecanismo de
aleatorização), "normal", "signicativo", "correlações" e
"amostra". Quando for cienticamente adequado, as análises
dos dados por variáveis como idade e sexo devem ser incluídas.
2.4.4 Discussão – interpretação dos resultados, relacionando-os
DIRETRIZES PARA AUTORES
ao conhecimento já existente e aos obtidos em outros estudos
relevantes, evitando-se hipóteses não fundamentadas nos
resultados.
2.4.5 Conclusão – deve ser pertinente aos objetivos propostos e
justicados nos resultados obtidos, evitando armações não
qualicadas e conclusões não adequadamente corroboradas
pelos dados. A hipótese do trabalho deve ser respondida ou
estabelecer novas hipóteses quando tal se justique.
3 Estrutura do trabalho
3.1 Título – apresentado nos idiomas português e inglês,
devendo ser conciso e conter somente informações necessárias
para a identicação do conteúdo do trabalho.
3.2 Autoria - nome(s) do(s) autor(es) por extenso, indicando
uma única titulação e uma única liação institucional, por
extenso, por autor. Deverá ter indicação do endereço, e-mail e
telefone do autor correspondente.
3.3 Resumo – apresentação concisa e sequencial, em parágrafo
único de forma estruturada, ressaltando objetivos, métodos,
resultados e conclusão. Deverá ter no mínimo 100 e no máximo
250 palavras. Não deve conter citações e abreviaturas.
3.4 Abstract – resumo apresentado em língua inglesa
obedecendo às mesmas características do resumo em português.
3.5 Palavras-chave – indicação de três termos de indexação,
utilizando os Descritores em Ciências da Saúde – DeCS,
disponível em: http://decs.bvs.br
3.5.1 Exemplo:
Implantes dentários. Osseointegração. Reabilitação bucal.
3.6 Key words – palavras-chave apresentadas em língua inglesa.
3.7 Desenvolvimento – apresentado de acordo com as
categorias de trabalho (item 2).
3.8 Agradecimentos – opcional, podem ser dirigidos a
instituições ou pessoas que colaboraram efetivamente para a
realização do trabalho, em parágrafo não superior a três linhas.
3.9 Referências - o trabalho deve conter apenas referências
efetivamente citadas no texto.
3.9.1 As referências devem ser normalizadas de acordo com o
estilo Vancouver, conforme orientações do International
Committee of Medical Journal Editors, na publicação Uniform
Requirements for Manuscripts Submitted to Biomedical
J o u r n a l s ,
d i s p o n í v e l
e m :
http://www.nlm.nih.gov/bsd/uniform_requirements.html
3.9.2 Os títulos de periódicos devem ser abreviados de acordo
com o List of Journals Indexed for MEDLINE, disponível em:
http://www.ncbi.nlm.nih.gov/sites/entrez?db=journals
3.9.3 As referências devem ser ordenadas alfabeticamente pelo
sobrenome do autor e numeradas em ordem crescente. A ordem
de citação no texto obedecerá a esta numeração.
3.9.4 Exemplos:
Livro
Machado WAS. Periodontia clínica. Rio de Janeiro: Medsi;
2003.
Chicago: Quintessence; 1988. p. 168-79.
Artigo de periódico
Welander M, Abrahamsson I, Berglundh T. Placement of twopart implants in sites with different buccal and lingual bone
heights. J Periodontol. 2009;80(2):324-9.
Shahidi P, Jacobson Z, Dibart S, Pourati J, Nunn ME, Barouch
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implant dentistry: a preliminary study. Int J Oral Maxillofac
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Dissertação e tese
Totta T. Características da deglutição em idosos submetidos a
diferentes estratégias de reabilitação oral protética
[dissertation]. Bauru (SP): Universidade de São Paulo,
Faculdade de Odontologia de Bauru; 2008.
4 Citação
4.1 Citação - no texto indicar apenas o número da referência na
forma sobrescrita, onde os números sequenciais devem ser
separados por hífen e os aleatórios por vírgula.
4.2 Exemplos:
Como bactérias ... superfícies de titânio3-4, um dos ...
A realização... em situação limite5,7.
5 Formatação
5.1 Texto - deve ser digitado em fonte Arial, tamanho 12,
alinhamento justicado, margens de 3 cm, espaçamento entre
linhas 1,5 cm, em folha tamanho A4.
5.2 Tabelas – devem ser inseridas no texto imediatamente após
sua citação, centralizadas na página e numeradas
consecutivamente em algarismos arábicos. As tabelas devem ter
as bordas laterais abertas e as legendas devem ser incluídas em
sua parte superior.
5.3 Figuras – devem ser obrigatoriamente citadas no texto e
numeradas consecutivamente em algarismos arábicos.
5.3.1 Devem ser enviadas individualmente, em formato jpg ou
tif, com no mínimo resolução de 300 dpi e 10 cm de largura.
5.3.2 Na apresentação de imagens e texto, deve se evitar o uso de
iniciais, nome e número de registro de pacientes. O paciente não
poderá ser identicado ou estar reconhecível em fotograas, a
menos que expresse por escrito o seu consentimento, o qual
deve acompanhar o trabalho encaminhado.
5.3.3 As legendas devem estar localizadas ao nal do trabalho
em forma de lista e precedidas da numeração correspondente.
6 Submissão
Para submissão dos trabalhos, acesse o site www.iij.com.br
Cardoso RJA, Machado ME de L, coordenadores. Odontologia,
arte e conhecimento. São Paulo: Artes Médicas; 2003.
Capítulo de livro
Belinfante L. Adjusting the jaw through surgery: new treatment
for bad bites. In: Goldstein RE. Change your smile. 2nd ed.
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www.iij.com.br