Nosotros imigrantes - CAMI - Centro de Apoio e Pastoral do Migrante
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Nosotros imigrantes - CAMI - Centro de Apoio e Pastoral do Migrante
1 Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 10 - Fevereiro/Março 2013 Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 10 - Fevereiro/Março 2013 - DISTRIBUIÇÃO GRATUITA São Paulo avança no combate ao trabalho escravo 2º Festival de Música e Poesia do Migrante Cursos Gratuitos oferecidos pelo CAMI Pág. 10 Planejamento Familiar Pág. 11 • Alasita 2013 em São Paulo Pág. 8 Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 10 - Fevereiro/Março 2013 Editorial Esta edição do jornal NOSOSTROS IMIGRANTES traz o trabalho escravo como pauta central. O Brasil convive com a escravidão desde o seu “descobrimento” pelos portugueses em 1500. Inicialmente os colonizadores, sedentos por ouro, prata e lucros a qualquer custo, escravizaram os indígenas, em seguida os negros, capturando-os no continente africano e transformando-os em mercadoria de alto valor. Por volta de quatro milhões de pessoas foram seqüestradas em suas terras de origem, na África, amontoados em porões de navios e trazidos como escravos ao Brasil. Embora o Brasil tenha assinado a Lei Áurea, libertando os escravos em 1888, em pleno século XXI, o Estado braileira tem ainda que editar Leis para combater o trabalho escravo. Essa realidade, infelizmente, está bastante presente no mundo capitalista que visa, em primeiro lugar à especulação ao lucro, em detrimento da supremacia da pessoa humana, seu habitat e suas relações naturais de preservação da vida. Nesse sentido, São Paulo dá um passo importante ao promulgar a lei nº 14.946/2013 para impor punições às práticas de trabalho escravo. A partir dessa lei, empresas que praticam trabalho escravo, além das sanções federais, têm a sua inscrição estadual cancelada e são proibidas de atuar no mesmo ramo de atividade no Estado. “Nosso Estado não abriga cativeiros, abriga fábricas, fábricas que não geram grilhões, elas geram empregos. O trabalho é para engrandecer o homem, e não para aviltá-lo. Esses são princípios, valores que os brasileiros de São Paulo honram cotidianamente. Essa é a terra do trabalho, da esperança. Vem gente do mundo inteiro para cá, uma grande colméia de trabalho, São Paulo, aqui é a terra que valoriza o trabalho, mas o trabalho que engrandece, o trabalho que faz a felicidade das pessoas, à medida que servem aos seus semelhantes. Estamos muito felizes com a promulgação dessa lei, ela será rigorosamente cumprida no sentido de construirmos juntos uma sociedade mais justa e mais fraterna. Parabéns a São Paulo!” assim se expressou o governador no ato da promulgação da Lei. Destacamos também as tradicionais festas da comunidade boliviana Alasitas e o carnaval 2013. Boa leitura a todos e todas! Expediente: S 2 São Paulo e os Migrantes Pe. Alfredo J. Gonçalves, CS e a sociedade brasileira é historicamente temperada pelo sangue de numerosos povos, raças e nações, que dizer da cidade de São Paulo? A metróple paulistana, na verdade, constitui uma vitrine viva e vibrante desse longo intercâmbio de costumes, culturas e valores. Ao mesmo tempo, riqueza e desafio. Riqueza quando nos damos conta de que o encontro de pessoas nos caminhos mais diversificados da migração sempre traz algo de novo. Todo migrante ou imigrante é, simultaneamente, profeta e protagonista de horizontes mais vastos. O simples fato de pôr-se a caminho reabre as veredas deste grande sertão que é a história humana. Nesta perspectiva, a migração, antes de ser um problma, repesenta uma oportunidade. Oportunidade de encontros, reencontros e de enriquecimento recíproco. Quem vê o migrante como problema é porque, no fundo, nutre o medo de desinstalar-se ou de perder a propria posição. O migrante não vem tomar o lugar de ninguém, apenas sonha com um futuro mais promissor. Seu sonho e sua busca incasável convidam a uma abertura ao novo, para a qual nem sempre estamos preparados. Numa metrópole como São Paulo, porém, o migrante/imigrante e as migrações em geral também representam um desafio. Desafio em várias dimensões. A primeira é a necessidade Foto: Arquivo CAMI “Fraternidade e Juventude” Eleições no Equador: Correa tem 56,9% dos votos com 58% das urnas apuradas N SÃO PAULO, SP, 18 de fevereiro (Folhapress) - O presidente Rafael Correa lidera a apuração dos votos da eleição para o cargo no Equador, que aconteceu ontem. Na manhã de hoje, Correa recebia 56,9% dos votos válidos, com 58% das urnas apuradas. Correa já foi declarado vencedor pela junta eleitoral na noite de domingo, Foto de internet quando haviam sido contados 40% das cédulas eleitorais. No resultado parcial desta manhã, o presidente era seguido pelo opositor Guillermo Lasso, com 23,6%. Desse modo, o atual presidente conseguirá mais seis anos de mandato no país, após assumir o poder em 2007. Este é o mandato mais longo em mais de cem anos no Equador, que passou por diversos golpes militares e civis e destituições de presidentes nos últimos 20 anos. Centro de Apoio ao Migrante - CAMI/SPM Tel.: (0xx11) 2694-5428 www.cami-spm.org - [email protected] Rua Coronel Morais, 377 - Pari - São Paulo/SP Editoração Eletrônica: Hernane Martinho Ferreira (11) 988.375.057 da acolhida, da assistência imediata, incluindo alojamento, documentação, apoio moral, psicológico e jurídico. Em geral, as leis, em lugar de favorecer, dificultam o direito de ir e vir. Depois da acolhida, vem o desafio do trabalho e moradia. Não poucos migrantes e imigrantes são indocumentados, o que lhes fecha a porta a muitas oportunidades. A sociedade muitas vezes busca mão-de-obra barata, mas, ao mesmo tempo, nega ao trabalhador o status de cidadania, deixando-o à margem. A condição de irregularidade leva ao trabalho informal e aos problemas decorrentes. Superados os problemas de acolhida, do trabalho e da moradia, resta ainda a barreira cultural. Nem sempre a cidade e as pessoas estão abertas para receber quem chega. Apesar da fama de cidade acolhedora, São Paulo recebe, sim, mas também rechaça os migrantes e imigrantes. Às vezes até mesmo num simples gesto ou olhar, numa palavra ou no silêncio transparecem a discriminação e o preconceito. Resta o desafio de romper com todo e qualquer sinal de exclusão. Mas não só! Aqui não basta a tolerância e a convivência pacífica. O grande e verdadeiro desafio é chegar ao diálogo verdadeiro e à plena igualdade de participação, bem como ao intercâmbio dos valores presentes nas diferentes culturas. FolhaPress o dia 13 de fevereiro, quarta-feira de cinzas, foi lançada em Brasília, pela CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil), no auditório Hélder Câmara, a Campanha da Fraternidade sobre Juventude, com o lema “Eis-me aqui, envia-me” (Isaias 6,8). É o início da Quaresma, ou seja, dos quarenta dias de vivência cristã, em preparação à cruz e Ressurreição de Jesus Cristo. O tema da juventude é desafiador. Mesmo nas igrejas, o jovem é tratado como problema, ou de forma paternalista, através de conselhos, ou críticas. Ainda falta ouvir de fato o que pensam os jovens, seus problemas, suas lutas por sobrevivência, sentido de vida, falta de auto-estima e, sobretudo seu reconhecimento de sua potencialidade como pessoa ou grupo. Na verdade, não existe apenas “uma” juventude: existem sim juventudes. São grupos, organizados em redes, seja no trabalho, no estudo, no lazer. São jovens migrantes e imigrantes, costureiros; são jovens da periferia, são vendedores ambulantes, são cortadores de cana-de-açúcar, encarcerados. São, também, mães jovens, mulheres no emprego doméstico, mulheres que sofrem violência doméstica, mulheres que sustentam a família. Hoje existe uma imensa variedade de “tribos”, seja pelos costumes, músicas, esportes, etc. Neste tempo de diversidade cultural e convivência entre diferentes, a presença da juventude é intensa. Numa sociedade violenta em todos os sentidos, os jovens, sobretudo os das periferias urbanas, são os mais atingidos ou envolvidos. Ao contrário do que se pensa, o jovem sabe o que quer e o que não quer. Por isso contesta este sistema que está aí. Não quer falsidade, hipocrisia. Mas quer respeito e desafio. Quer ser sujeito de sua história. A Palavra de Deus nas mãos da comunidade jovem adquire um grande poder de transformação, de mudança, de resistência e novas propostas vida solidária. Por isso, muitos jovens se identificam com o Evangelho de Jesus Cristo, vivido na prática e não na teoria. Centro Pastoral do Migrante - CPM Tel.: (0xx11) 3207-0888 www.cpmigrantes.com.br - [email protected] Rua do Glicério, 225 - Liberdade - São Paulo/SP 3 O Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 10 - Fevereiro/Março 2013 Bem viver: a vida em plenitude capitalismo transforma tudo em mercadoria: a terra, a água, a fauna, a flora, o ar, o sol, o trabalho, a religião, o amor, o corpo, a sexualidade, etc. Vivemos uma época de consumismo sem limites, onde o individualismo atingiu seu ponto mais alto, diminuindo sobremaneira os laços de solidariedade, com a competitividade sem limites. Assim, o ser humano foi transformado em consumidor e em mercadoria. Nesse contexto de degradação humana e ambiental, há que se valorizar as várias iniciativas que vêm ocorrendo tendo como valor estruturante o “BEM VIVER”. 2º Festival de Música e Poesia do Migrante O Centro de Apoio ao Migrante – CAMI/SPM, visando fortalecer e promover a cultura popular e a identidade dos migrantes e imigrantes, vai promover o 2º Festival de Música e Poesia do Migrante. O evento está programado para acontecer no mês de setembro de 2013. Conceito de Sociedade do Bem Viver - A crise socioambiental que vem se acentuando, leva à reflexão sobre a necessidade de adoção de práticas para a promoção do bom relacionamento entre grupos humanos, povos e nações. Muitas organizações, movimentos populares, pastorais sociais, etc, estão envolvidas nesse sentido. Mobilizam pessoas e comunidades, fortalecendo experiências alternativas com vistas a construir outros mundos possíveis, di- Foto: Internet ferentes dos vigentes no sistema capitalista. Essas iniciativas são expressões de uma nova consciência capaz de estimular práticas de economia solidária, justiça social e ambiental, valorização da pluralidade cultural, democratização política e econômica, enfim, princípios de uma sociedade sustentável. Povos Indígenas: harmonia, solidariedade e integração com a natureza A população nativa, dos Andes, utilizam a expressão Sumak Kawsay em referência à busca do “bem viver” ou “vida em plenitude”. Daí surge o conceito “sociedade do bem viver”, que recentemente começou a ser usado em vários países da América Latina. Trata-se de uma visão diferenciada da ocidental, que se orienta na direção do “viver bem”, de caráter individualista, explorador e colonizador. Para o fortalecimento da “sociedade do bem-viver” é fundamental resgatar e incorporar a sabedoria e o modo de vida dos povos originários. Eis alguns princípios (conforme o texto base de 2012 da CNBB - 5ª Semana Social Brasileira) desse novo modo se ser e pertencer: priorizar a vida e os direitos cósmicos de todo o ser vivo e da Mãe Terra; Nas conversas se constrói o entendimento: saber aprender a escutar e negociar; Respeitar as diferenças: o respeito vai além da tolerância e significa aceitar as diferenças e viver bem com elas; Equilíbrio: democracia, justiça, meios de comunicação, Terra, natureza, tudo o que hoje é usado como mecanismo de exclusão deve ser convertido em ferramenta de justiça e inclusão; Valorizar a identidade; Saber comer, beber, dançar, trabalhar; Valorizar a agricultura; saber se comunicar. As experiências de novas configurações sociais são plurais, presentes no meio urbano e rural. Elas se encontram em comunidades que imprimem outras possibilidades de convívio social, por exemplo, comunidades organizadas, ribeirinhas, assentamentos rurais, quilombolas, povos indígenas, pescadores e tantas outras. Como se pode perceber, o “bem viver” é pautado por uma infinidade de valores, os quais os povos originários ou populações tradicionais são portadores e têm muito a ensinar. Há que se ressaltar ainda a importância da Foto: internet economia solidária, alimentação saudável sem uso de agrotóxicos, saúde alternativa priorizando qualidade de vida, tratamento às doenças com medicamentos naturais e homeopáticos, energias renováveis como a eólica e solar e a educação ambiental. Essas novas configurações destacadas e tantas outras que vêem ocorrendo no Brasil são muito importantes na construção de um país justo, ético, solidário e, sobretudo, humano. Assim, na sociedade do “bem viver” haverá pão, música e poesia, com muita alegria, onde todos e todas terão vida em abundância. Antonio Alves de Almeida PARTICIPE deste importante evento que prestigia e estimula os migrantes a mostrarem o seu talento. O 2º Festival está aberto a candidatos de todas as nacionalidades Convidamos os(as) artistas populares músicos, poetas e poetisas a prepararem, de próprio punho, a música ou poesia para participar desse importante evento que propiciará a confraternização de diversas culturas, com o espírito de solidariedade, otimismo e cidadania. O festival terá como tema: Migração e Juventude - BEM VIVER. Os participantes devem encaminhar um CD gravado, pois serão selecionadas dez músicas e oito poesias para o Festival. Como critério de seleção, será levado em conta o conteúdo (letra) e a interpretação As inscrições estão das músicas e poesias. abertas até o dia O 2º Festival está aberto a to30 de julho de 2013 das as nacionalidades. Contato tel. Além do reforço da identidade e valorização das culturas, haverá (11) 26945428 premiação em dinheiro. Prepare-se ou pelo e-mail: para participar desta importante [email protected] nifestação cultural e democrática. INSCRIÇÕES Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 10 - Fevereiro/Março 2013 4 São Paulo avança no combate ao “A escravidão é desumana na medida em que discrimina o ser humano e lhe rouba a liberdade”. escravidão acabou? Infelizmente não! No Brasil, essa “chaga social” foi declarada extinta no dia 13 de maio de 1888, com a Lei Áurea, assinada pela princesa Isabel Cristina Leopoldina de Bragança. Todavia, na prática, ela permaneceu. A Princesa Isabel libertou os escravos do cativeiro, mas se “esqueceu” de assinar a carteira de trabalho deles após a abolição. Assim, esse gravíssimo problema social persiste no Brasil até hoje. Há, somente no meio rural, algo em torno de 25 mil trabalhadores escravizados. São escravos de “toda cor”: pretos, mulatos, brancos, indígenas. O que eles têm em comum é a pobreza absoluta e a baixa escolaridade, sendo a maioria migrantes ou imigrantes, em condições vulneráveis, com pouca ou nenhuma autonomia. O que caracteriza um ser humano como trabalhador escravizado? A legislação brasileira, através do Código Penal de 7 de dezembro de 1940, no artigo nº 149, trazia a seguinte definição: Lei 14.946 de Combate A O Trabalho escravo e a legislação brasileira Artigo 149 (CPB) – Reduzir alguém a condição análoga à de escravo, quer submetendo-o a trabalhos forçados ou a jornada exaustiva, quer sujeitando-o a condições degradantes de trabalho, quer restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto: Pena: reclusão, de dois a oito anos, e multa, além da pena correspondente a violência. Parágrafo 1º - Nas mesmas penas incorre quem: I – cerceia o uso de qualquer meio de transporte por parte do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho; II – mantêm vigilância ostensiva no local de trabalho ou se apodera de documentos ou de objetos pessoais do trabalhador, com o fim de retê-lo no local de trabalho. Parágrafo 2º - A pena é aumentada de metade, se o crime é cometido: I – contra criança e adolescente; II – por motivo de preconceito de raça, cor e etnia. Foto: Internet A Lei dispõe sobre a cassação da inscrição no cadastro de contribuintes do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação – ICMS, de qualquer empresa que faça uso direto ou indireto de trabalho escravo ou em condições análogas. Trabalho escravo fazendas Bolivia. Foto: Internet Conforme a Lei acima, as circunstâncias concretas para que haja trabalho escravo são: sujeição do ser humano a trabalhos forçados ou à jornada exaustiva; sujeição a condições degradantes de trabalho; restrição à locomoção dos trabalhadores em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto. No entendimento do fiscal do trabalho Marcelo Campos, trabalho escravo é aquele trabalho que desumaniza, que subtrai do trabalhador os seus direitos, que ocorre em quatro modalidades: 1) Trabalho forçado – quando o trabalhador é obrigado, por alguma forma, a trabalhar; 2) A servidão por dívida – quando ele faz uma dívida e é obrigado a trabalhar; 3) A jornada exaustiva que pode ser além do horário permitido ou dentro do horário com muita produtividade; 4) Trabalho degradante - quando o trabalhador tem todos os seus direitos trabalhistas negados, direitos à seFoto: Internet gurança, saúde, etc. O governo brasileiro, reconheceu, em 1995, por pressão da sociedade civil, a existência do trabalho escravo no Brasil. Então teve início o seu combate, com uma série de iniciativas. Recentemente, São Paulo deu mais um passo significativo no combate ao trabalho escravo. O governador do estado, em 28 de janeiro de 2013 sancionou um projeto de lei de autoria do deputado estadual Carlos Bezerra Júnior. A referida lei, sancionada sob o nº 14.946, dispõe sobre a cassação da inscrição no cadastro de contribuintes do Imposto sobre Operações Relativas à Circulação de Mercadorias e sobre Prestações de Serviços de Transporte Interestadual e Intermunicipal e de Comunicação (ICMS), de qualquer empresa que faça uso direto ou indireto de formas de trabalho análoga à de escravo, ou seja, o que popularmente chamamos de trabalho escravo. As restrições previstas na lei prevalecerão pelo prazo de 10 anos (dez) anos, contados da data de cassação. As autoridades envolvidas no combate ao trabalho escravo destacam que São Paulo não abriga cativeiros e sim fábricas, sendo a geração de emprego mais importante do que o lucro. O trabalho serve para engrandecer o ser humano e não para transformá-lo em mercadoria que se usa e se descarta. A nova lei, se realmente for cumprida, irá contribuir de forma significativa na luta pela erradicação do trabalho escravo e, além disso, dará mais visibilidade aos inúmeros casos de trabalhadores escravizados em São Paulo na cana-de-açúcar, na laranja, na construção civil, nas oficinas de costura etc. Essa luta é de todos nós, imigrantes e brasileiros que almejam um país justo, solidário, humano. Como nos lembra Albert Camus “Sem trabalho, toda vida apodrece. Mas, sob um trabalho sem alma, a vida sufoca e morre”. Antonio Alves de Almeida Foto: Internet O GOVERNADOR DO ESTADO DE SÃO PAULO: Faço saber que a Assembleia Legislativa decreta e eu promulgo a seguinte lei: Artigo 1º – Além das penas previstas na legislação própria, será cassada a eficácia da inscrição no cadastro de contribuintes do imposto sobre operações relativas à circulação de mercadorias e sobre prestações de serviços de transporte interestadual e intermunicipal e de comunicação (ICMS) dos estabelecimentos que comercializarem produtos em cuja fabricação tenha havido, em qualquer de suas etapas de industrialização, condutas que configurem redução de pessoa a condição análoga à de escravo. Artigo 2º – O descumprimento do disposto no artigo 1º será apurado na forma estabelecida pela Secre- Foto: Internet taria da Fazenda, assegurado o regular procedimento administrativo ao interessado. Artigo 3º – Esgotada a instância administrativa, o Poder Executivo divulgará, através do Diário Oficial do Estado, a relação nominal dos estabelecimentos comerciais penalizados com base no disposto nesta lei, fazendo nela constar, ainda, os respectivos números do Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), endereços de funcionamento e nome completo dos sócios. Artigo 4º – A cassação da eficácia da inscrição do cadastro de contribuintes do ICMS, prevista no artigo 1º, implicará aos sócios, pessoas 5 Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 10 - Fevereiro/Março 2013 trabalho escravo contemporâneo ao Trabalho Escravo físicas ou jurídicas, em conjunto ou separadamente, do estabelecimento penalizado: I – o impedimento de exercerem o mesmo ramo de atividade, mesmo que em estabelecimento distinto daquele; II – a proibição de entrarem com pedido de inscrição de nova empresa, no mesmo ramo de atividade. 1º – As restrições previstas nos incisos prevalecerão pelo prazo de 10 (dez) anos, contados da data de cassação. 2º – Caso o contribuinte seja optante pelo Regime Especial Unificado de Arrecadação de Tributos e Contribuições (Simples Nacional), instituído pela Lei Complementar federal nº 123, de 14 de dezembro de 2006, a cassação da eficácia da sua inscrição no cadastro de contribuintes do ICMS, prevista no artigo 1º, implicará cumulativamente: 1 – a perda do direito ao recebimento de créditos do Tesouro do Estado, instituído pelo Programa de Estímulo à Cidadania Fiscal do Estado de São Paulo, de que trata a Lei nº 12.685, de 28 de agosto de 2007; 2 – o cancelamento dos créditos já calculados ou liberados, referentes ao Programa de Estímulo à Cidadania Fiscal do Estado de São Paulo, citado no item 1, independentemente do prazo previsto no § 2º do artigo 5º da Lei nº 12.685, de 28 de agosto de 2007. Artigo 5º – Passam a vigorar com a redação que se segue os dispositivos adiante indicados da Lei nº 12.685, de 28 de agosto de 2007:I – o inciso I do artigo 5º:”I – utilizar os créditos para reduzir o valor do débito do Imposto sobre a Propriedade de Veículos Automotores (IPVA) do exercício seguinte, relativo a veículo de sua propriedade;” (NR)II – o inciso III do artigo 5º:”III – solicitar depósito dos créditos em conta corrente ou poupança de sua titularidade, mantida em instituição do Sistema Financeiro Nacional.” (NR)Parágrafo único – Fica revogado o inciso II do artigo 5º da Lei nº 12.685, de 28 de agosto de 2007. Artigo 6º – As despesas decorrentes da execução desta lei correrão à conta de dotações orçamentárias próprias, suplementadas se necessário. Artigo 7º – Esta lei entra em vigor na data de sua publicação. Palácio dos Bandeirantes, aos 28 de janeiro de 2013. Entrevista: “Trabalho escravo existe, acontece e está perto da gente, muitas vezes, na roupa que vestimos ou no chocolate que comemos...” N a entrevista que concedeu ao Jornal Nosotros Imigrantes (JNI), o Deputado Carlos Bezerra Jr. (DCB), autor do projeto de Lei contra o trabalho escravo salienta os desafios e as potencialidades para que a lei seja aprovada. Foto: Internet JNI. Quais foram os principais desafios para que a lei fosse sancionada? (DCB) A elaboração da nova lei paulista contra o trabalho escravo foi fruto de construção coletiva. Procuradores e auditores do trabalho, especialistas no assunto, ONGs e entidades como o próprio CAMI tiveram contribuição importante em sua formação e consolidação. Desde o início dessa caminhada, houve muitos desafios. Primeiro, acredito, veio o entrave da conscientização sobre o tema. Muitos não imaginavam que trabalho escravo existisse mesmo hoje. Quando se falava nisso, pensavam em pelourinhos, correntes etc. Assim, foi preciso chamar atenção: trabalho escravo existe, acontece e está perto da gente, muitas vezes, na roupa que vestimos, ou no chocolate que comemos, por exemplo. Depois, veio o trabalho no parlamento, para dar ao projeto viabilidade para que fosse votado e aprovado por unanimidade como foi. E que trabalho! Não é nada simples: são muitos interesses a serem conjugados e a conjuntura quase sempre varia mais do que é possível supor. Com a aprovação na Assembleia Legislativa, passamos a preparar a sanção da proposta. O governador, felizmente, se mostrou sensível à iniciativa e atento à causa da defesa dos Direitos Humanos – isso, sem dúvida, facilitou o trabalho. No meio disso tudo, claro, foi preciso escapar das represálias articuladas por aqueles que, agora, terão prejuízo com a oficialização dessa nova lei. (JNI) Como a Lei define o trabalho escravo? Quais os alcances desta lei? (DCB) Na verdade, essa lei não define trabalho escravo. Ela se vale do conceito já conhecido, estabelecido pelo Código Penal Brasileiro, em seu artigo 149: trabalho escravo é aquele que submete o trabalhador a jornada exaustiva – aquela em que o trabalhador não pode recuperar-se física e psicologicamente de seu trabalho ou impede que tenha vida social –, a condições degradantes de trabalho – que ferem sua dignidade –, a trabalho forçado, ou restringindo, por qualquer meio, sua locomoção em razão de dívida contraída com o empregador ou preposto. A lei é válida para todo o Estado de São Paulo. Ela inova ao propor que, se o trabalho escravo contemporâneo não tem outro objetivo que não o do lucro, então, para combatê-lo é preciso gerar prejuízo a quem o pratica. Assim, ela inverte a lógica. Empresas que hoje obtém lucros 200% maiores do que a concorrência valendo-se de trabalho escravo vão perder seus ganhos repentinamente. Agora, São Paulo se afirma como Estado onde o lucro a qualquer custo jamais se sobreporá à defesa dos Direitos Humanos. (JNI) Depois da regulamentação quais serão os maiores desafios? (DCB) Acredito ser o de zelar por seu cumprimento, garantir fiscalização ostensiva e o de trabalhar para que essa lei seja o dispositivo para uma mudança de cultura na sociedade paulista, que comece por uma nova lógica de mercado, que valoriza o capital humano, a concorrência igual e comércio justo, e que chegue também aos consumidores, produzindo mudança nos hábitos de consumo. Além de, claro, resultar em garantia de direitos a imigrantes andinos e a brasileiros que hoje sofrem com essa exploração. (JNI) Quais são os pontos principais da lei, e aspectos mais impor- Foto: Internet tantes? (DCB) A lei cassa o registro no cadastro de contribuintes do Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da empresa flagrada com trabalho escravo. E impede aos sócios autuados de entrar com nova inscrição por 10 anos. Na prática, as organizações pegas com trabalho escravo ou se beneficiando conscientemente desse crime deixarão de existir formalmente e serão fechadas. A legislação é dura. Mas com trabalho escravo não deve haver contemporizações. Todos os dias, milhares de imigrantes andinos, especialmente bolivianos, por exemplo, tem sido vítimas dessa violência que há muito já devia ter sido superada. É inaceitável conviver com esse crime, comprar produtos de quem lucra com isso ou se omitir diante dessa exploração. Daí o rigor da iniciativa, que faz dela a medida que mais causará prejuízo a escravagistas desde a Lei Áurea. (JNI) Com esta Lei, São Paulo, centro de poder econômico, será um exemplo de Estado que combate ao trabalho escravo? (DCB) A lei põe São Paulo na vanguarda da defesa dos Direitos Humanos em todo mundo. Como escrevi em recente artigo publicado pela Folha de S.Paulo, trabalho escravo é questão social. Mas é também assunto econômico. Na Califórnia, empresas são obrigadas a relatar o que fazem para combatê-lo. O tema é discutido em seminários de importantes universidades ao redor do mundo. Por isso, ao decretar tolerância zero a esse crime, São Paulo passa a seguir uma tendência internacional, acreditando que a luta contra o trabalho escravo não apenas assegura dignidade a trabalhadores, mas dá à sua economia diferencial que servirá de exemplo ao país. O mercado saberá: o que é produzido em território paulista é feito com transparência. Mais: ela faz de São Paulo um Estado que acolhe os imigrantes com dignidade, garantia de direitos e justiça – sem explorá-los ou oprimi-los. (JNI) Organismos e representantes internacionais se manifestaram com esta iniciativa? (DCB) A Organização das Nações Unidas (ONU), por meio de sua relatora para Formas Contemporâneas de Escravidão, Gulnara Shahinian, apontou a nova lei como referência mundial no combate ao trabalho escravo. Depois da sanção do projeto, fui a Washington D. C., nos Estados Unidos, encontrar-me com o embaixador norte-americano do Escritório para Monitoramento e Com- bate do Tráfico de Pessoas, Luiz CdeBaca. Lá, dividi com ele a experiência da criação da lei e propus a criação de um fórum binacional com sede em São Paulo e Califórnia (EUA) – estados com as mais avançadas legislações nesse tema no mundo. Com dois encontros anuais, o fórum reuniria parlamentares, ONGs, universidades e militantes, para troca de informações e subsídio de novas ações contra esse crime. Fui também convidado pela ONG Free The Slaves, uma das principais entidades do mundo no enfrentamento da escravidão contemporânea, para apresentar a lei em sua sede. A organização, ao saber sobre o fórum, se prontificou a apoiá-lo e pretende ainda aplicar medidas semelhantes a legislação de SP em países da África e da Ásia. Também participei de reuniões com a cúpula da Organização Internacional do Trabalho e com especialista no tema na Georgetown University. Foto: Gabinete do Deputado Carlos Bezerra Jr. deputado estadual e líder do PSDB. Autor da nova lei paulista contra o trabalho escravo. Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 10 - Fevereiro/Março 2013 A VOZ 6 DAS Italia Perú Scalabrini e l’emigrazione Peruanos en São Paulo, aspectos generales P rima di consegnare al nostro caro lettore di questo bellissimo e originale periodico alcune frasi prese dalle lettere che lo stesso Scalabrini scrisse durante i suoi viaggi in Brasile, Argentina e Stanti Uniti per incontrare i suoi missionari, desidero collocare in queste righe le motivazioni che portarono il vescovo di Piacenza a fondare due Congregazioni religiose per l’assistenza ai marittimi e agli emigranti. Oltre a collaborare con una certa insistenza nella formulazione di leggi che lo Stato italiano emanava sul fenomeno migratorio, scese in campo con varie iniziative. Numerosi sono i suoi scritti. Inoltre, percorse l’Italia facendo conferenze per sensibilizzare l’opinione pubblica sul grave problema dell’emigrazione. Ricordiamo anche gli uffici di informazione nei porti italiani ed esteri, quelli di collocamento nei porti di sbarco degli emigranti, la collaborazione con lo Stato italiano e quello americano per organizzare la “colonizzazione”, la protezione dei migranti durante il viaggio e l’istituzione di scuole italiane nelle comunità all’estero. Come vescovo che visitava annualmente le parrocchie del piacentino notava che i paesi perdevano numericamente sempre di più gli abitanti che si recavano a loro volta fuori d’Italia. Ma sopratutto vale la pena riprendere l’impressione che Scalabrini ha avuto passando per la stazione ferroviaria di Milano: “In Milano, parecchi anni or sono, fui spettatore di una scena che mi lasciò nell’animo un’impressione di tristezza profonda. Di passaggio alla stazione vidi la vasta sala, i portici laterali e la piazza adiacente invasi da tre o quattro centinaia di individui poveramente vestiti (...) Erano vecchi curvati dall’età e dalle fatiche, uomini nel fiore della virilità, donne che si traevano dietro o portavano in collo i loro bambini, fanciulli e giovanette tutti affratellati da un solo pensiero, tutti indirizzati ad una meta comune”. Erano emigranti diretti ai porti italiani, soprattutto quello di Genova, per andare nelle Americhe. Mossi dal bisogno, affermavano che la Patria é quella che gli dà il pane. Nelle Americhe, ricordava Scalabrini, pensano di trovare il pane meno scarso, se non meno sudato. Il vescovo di Piacenza aggiungeva di vederli sbarcare in terra straniera, facili vittime di speculazioni disumane. “Di fronte ad uno stato di cose così lacrimevole, io mi sono fatto sovente la demanda come poter rimediarvi?” Dopo aver letto una lettera di alcune famiglie emigrate in cui appariva questa frase “Dica al nostro Vescovo che ricordiamo sempre i suoi consigli, che preghi per noi e che ci mandi un prete, perché qui si vive e si muore come bestie”, Scalabrini sospira “Quel saluto dei figli lontani mi suonò quale un rimprovero”. La fondazione delle Congregazioni religiose dei Missionari e Missionarie di S. Carlo sarà una delle principali risposte dell’apostolo dei migranti per avere persone che si dedicheranno totalmente all’assistenza degli emigranti e dei marittimi. P. Giorgio Cunial E studios indican un alto porcentaje de la migración internacional en las últimas décadas, ésta llega al 10% del total de la población, así en torno de 3 millones de peruanos salieron al exterior en busca de un “futuro mejor”. Los países de destino han sido tradicionalmente Estados Unidos y Europa, tendencia que está cambiando por causa de la crisis económica en estos países. En América Latina, también hubo un cambio en los países de destino, de ser Venezuela décadas atrás, se destacan en la actualidad Argentina y Chile, en los que puede alcanzar un aproximado de 400 mil peruanos residentes. Brasil tiene una cifra bastante inferior. Sin embargo, se observa una tendencia creciente en los últimos meses, a raíz del acuerdo del Mercosur (Libre tránsico y residencia, firmado entre Brasil y Peru, en vigencia desde Febrero de 2012.) Mientras en la última amnistía (2009) se registraron 4400 peruanos, en el primer trimestre de 2012, casi 2000 peruanos solicitaron visa de residencia provisional. A parte de las cifras, estudios también indican algunas características de los flujos migratorios peruanos. Siguiendo la tendencia general de migración internacional, hay un aumento de la migración femenina. Las mujeres están dejando el país, en todas las condiciones de estado civil: solteras, casadas y separadas. Sondeos realizados por Inti Wasi en São Paulo indican que este fenómeno está teniendo un impacto en la estructura de la familia. Podemos constatar lo que se denomina familias transnacionales. No solo el padre migra para buscar el sustento de la familia, sino que son las mujeres que están yendo a trabajar en el exterior para enviar dinero a sus familias. En España fue tildado de “las madres de locutorio” las mujeres que acompañan el desarrollo de sus hijos por el teléfono. Generalmente es la abuela que se encarga de cuidar a los nietos mientras la madre trabaja fuera del país. Estas entrevistas también indican que hay una fuga de personas calificadas del país. A los profesionales que antes salían: médicos, dentistas, ingenieros, etc. se ha incrementado otros profesionales, como administradores, contadores, técnicos en informática, etc. que se suman a los artesanos. Las dificultades para inserirse en otro país (por el idioma, cultura diferente, documentos) los obliga a vivir en guetos, barrios alejados, realizar trabajos informales, etc., lo que significa exclusión social y vulnerabilidad. En algunos casos los lleva a cometer actos delictivos o son víctimas de mafias. Muchas mujeres sufren de depresión profunda. Clamamos por una mayor preocupación del estado en hacer que los ciudadanos peruanos sean informados de lo que les espera en el exterior cuando dejan el país. Carmen de Watson – Coordinadora de Inti Wasi Chile Voto: avance hacia una democracia más amplia e integradora E n pleno siglo XXI los chilenos que residen en el extranjero son objeto del mismo trato discriminatório, los argumentos que se han dado para impedir su incorporación al proceso democrático no son tan distintos a los que en su momento se esgrimieron, para impedir el voto. Estos argumentos, paternalistas y arrogantes por esencia, pretenden establecer el ejercicio de los derechos políticos de acuerdo a ellas. La asignación de derechos políticos en función al territorio de residencia parte del supuesto que los chilenos que viven en el extranjero no tienen interés en los procesos políticos que se desarrollan en Chile No es un privilegio y no es un acto de caridad política, votar es un derecho consagrado en la Constitución, es decir, todos los chilenos residentes en el extranjero, deberíamos este año ya votar y sin condiciones, participar en las elecciones de nuestro país y de esta manera avanzar hacia una democracia más amplia e integradora . Durante la primera reunión de la “Cumbre CELAC y de la Union Europea”!. Que fue realizada en Chile en enero de este año, varias agrupaciones de Chilenos que viven en el exterior, enviaron una sentida carta, expresando: “queremos derecho a voto”, en la carta se plantea que la Constitución de nuestro país establece que todos los ciudadanos, mayores de 18 años que no hayan sido condenados a pena aflictiva, tienen derecho a votar, sin que haga diferencia alguna con respecto al domicilio, sea éste en Chile o en el extranjero”. En este contexto, varios parlamentarios han presentado, diversos proyectos de ley destinados a implementar este precepto constitucional, inclusive el gobierno de la ex Presidenta Michelle Bachelet envió al congreso, en 2009 un proyecto en este mismo sentido. Todas estas iniciativas fracasaron, ya que unos de los amarres de la Constitución impuesta durante la dictadura exige una mayoría calificada para hacer posible su aprobación, los partidos de derecha se han opuesto a su adopción de manera sistemática ilegítima e inaceptable. Los chilenos que vivimos en el exterior exigimos el derecho a voto. Miguel Ahumada www.miguelimigrante.blogspot.com C Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 10 - Fevereiro/Março 2013 7 OMUNIDADES Bolívia Brasil Imigrantes y el derecho a la salud P Qué les parece hablar de la vida? Especialmente sobre su defensa. ero ¿Dé dónde vino el principio de la defensa de la vida? Para la Teología Cristiana, todo ser humano fue creado a imagen y semejanza de Dios. Es el principio del “Imago Dei”, imagen de Dios. Los seres humanos poseen una dignidad en su origen y esencia, prestada de la naturaleza del propio Dios, donada a todos. Tal dignidad es inalienable, o sea, nadie puede negarla o quitarla del ser humano, ni él mismo puede apartarse de ella,aun que lo desee. La dignidad se materializa cuando podemos vivir, recibir protección, tener un nombre y nacionalidad reconocidos, acezar alimentos, SALUD, educación, documentos, trabajo, sueldo, posibilidad de migrar y libertad para ser, pensar, hablar, creer, ir-y-venir. Y por hablar en Salud… La Constitución Federal de Brasil, en su artículo 5°, define que todas las personas, sean nacionales o extranjeras, son iguales para la ley e tienen los mismos derechos sociales. Expertos en el tema definen que en este derecho está garantizado el derecho a la salud pública gratuita y de calidad para todos. En Brasil, la salud pública es definida y organizada por el SUS, Sistema Único de Salud, para todas las esferas, (nacional, estaduales y municipales) y presenta sus principios: Universalidad (derecho a la salud para todos, sin distinciones), Integridad (abarcar todas las necesidades de salud) y Equidad (todos deben ser tratados de manera igual). La puerta de entrada en el sistema son los puestos de salud (UBS, Unidad Básica de Salud) a partir de agentamientos de consultas con los médicos clínicos generales. Para los casos de urgencia o emergencia, se debe dirigir a un hospital. Todos deben ser bien atendidos, con consultas agentadas rápidamente y con médicos con tiempo y disposición para escuchar, recetar y encaminar para especialistas según las necesidades de cada paciente. Es derecho del paciente: ser atendido mismo que todavía no posea documentos nacionales; llevar un(a) acompañante(a) para facilitar la comunicación, caso todavía no hable portugués; comprender totalmente sobre la enfermedad, tratamiento, examines y medicinas indicados por el médico; recibir encaminamientos para médicos especialistas; tener acceso rápido a tratamientos especiales o cirugías; participar de las reuniones del Consejo Gestor del puesto de salud. ¿Qué hacer en de que caso no pase esto? Reclamar con el gerente del puesto de salud o del hospital; Denunciar el maltrato a la Coordinadoria Regional de Salud más cercana; Buscar apoyo en la asociación de su comunidad o en Centro de Apoyo al Migrante. Nello Pulcinelli /Asistente Social Foto: Internet A Lei da Mãe Terra: um novo momento da luta na Bolívia O presidente boliviano, Evo Morales, encerrou no último dia 15 de janeiro um importante ciclo de luta contra o latifúndio no país, quando promulgou a Lei da Mãe Terra e Desenvolvimento Integral para Bem Viver. Com ela, o Estado pretende equilibrar a posse da terra e garantir direitos à natureza, visando em última instância que as pessoas possam viver bem, com qualidade e em harmonia com a terra. “Temos que trabalhar para viver bem e garantir o que necessitamos. Não mais que isso”, afirmou o presidente, para o qual o consumo desenfreado capitalista é um dos grandes responsáveis pela destruição do planeta. Quando Evo Morales assumiu o governo em 2006 a Bolívia praticamente não tinha uma lei que garantisse a legalidade das terras comunais, assim como crescia o latifúndio na região oriental, inclusive garantido na famosa reforma de 1953, a qual permitia que uma única propriedade pudesse ter até 50 mil hectares. Não foi sem razão que partiu de Santa Cruz de La Sierra a primeira grande onda de protesto contra o governo de Morales, ainda em 2008, quando a Bolívia chegou quase a uma convulsão social patrocinada pelos fazendeiros da região. Eles não queriam a aprovação, na Constituição, do limite de até 5 mil hectares propriedade. Naqueles dias houve um plebiscito sobre o tema e mais de 80% do país votou favorável a diminuição do tamanho da propriedade. Era uma primeira queda de braço vencida. Agora, essa nova legislação, nascida do debate permanente com a organizações sociais, garante a proteção da Mãe Terra, assim como recupera e fortalece os saberes locais e conhecimentos ancestrais. Mas, o que é considerado um avanço Foto: Internet tremendo para a maioria da população não está sendo bem visto pelos grandes proprietários. Com a lei, que aparece de forma singela, fica comprometido todo um projeto que as grandes empresas transnacionais tem para o país, dono de riquezas minerais imensas. Como a elite boliviana tem ligação visceral com esse projeto que se projeta desde fora, a resposta promete ser forte. A Lei da Mãe Terra acaba se contrapondo à mineração, aos mega projetos energéticos, aos transgênicos e muitos de seus artigos necessitam leis complementares. Essa será uma nova batalha a ser travada. O presidente da Associação Nacional de Produtores de Oleaginosas e Trigo, Demetrio Pérez, deu declarações nos jornais afirmando que proibir os transgênicos é colocar travas no desenvolvimento produtivo. E já avisou que no processo de discussão das leis complementares eles estarão atuando. Também o presidente da Confederação de Criadores de Gado da Bolívia, Mario Hurtado, acredita que a nova lei trará muitas incertezas para os proprietários e eles haverão de agir. De qualquer forma, ainda que venham novas lutas, a Bolívia deu um passo importante em nível mundial ao reconhecer a condição “sagrada” da terra, recuperando elementos ancestrais da cultura andina que nunca deixaram de existir, embora estivessem escondidos sob o domínio colonial e depois nos sucessivos governos de marionetes. A terra vista como “Pachamama”, não na sua percepção folclórica ou anacrônica, mas como um sistema vivo, no qual o ser humano é só mais um elemento. Garantir o equilíbrio desse sistema passa a ser fundamental também para a sobrevivência da espécie. A lei sobre o direito da Terra não está sozinha dentro do complexo sistema de “justiça climática” que está em voga hoje no país. Também existe a Lei da Revolução Produtiva (com amplo apoio ao pequeno e médio produtor), o processo de distribuição de sementes de qualidade, o seguro agrícola para ajudar em casos de desastres naturais e o Observatório Ambiental. Cada uma dessas iniciativas formam um sistema para garantir a segurança alimentar da população assim como a proteção da terra. A questão ambiental, que o sistema capitalista tenta impor ao mundo como um problema causado sempre pelo “outro”, se resolve assim mesmo. Cada microrregião do planeta pode cuidar de si, garantindo a proteção à terra e tornando possível que a sociedade assuma o definitivo controle sobre seu ambiente, atuando de maneira protagônica no processo e não apenas como quem denuncia. Agora, na Bolívia, esse é o desafio. Cada pessoa tem o direito e o dever de atuar na proteção e na formulação das políticas. E, além das leis que asseguram a proteção à Pachamama ainda poderão contar com o Fundo Plurinacional da Mãe Terra, formado de verbas públicas e privadas, para que seja possível administrar essa nova foram de interagir com a natureza. Uma nova fase da luta pelo equilíbrio da vida começa agora na Bolívia. Não vai ser coisa fácil e precisa de tempo para se fortalecer e vingar. Elaine Tavares Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 10 - Fevereiro/Março 2013 8 Feira das Alasitas é a festa do “Ekeko” E m 24 de janeiro, é celebrada a feira de Alasitas, uma tradicional festa pagã boliviana em que se reverencia a abundância e melhores condições financeiras. Foto: Arquivo CAMI Alasitas, palavra que vem do Aimará (idioma nativo), tem o significado de “comprame”. Esta festa tem como principal característica a aquisição de miniaturas com a finalidade de que se convertam em realidade, seguido de um ritual, comemorado sempre ao meio dia, e que pode variar segundo o celebrante. O ritual consiste basicamente em uma ch´alla, rito andino que inclui algumas pitadas de álcool ou vinho, pétalas de flores, incenso y orações, misturando tradições hispânicas e católicas. Como parte da imigração boliviana, Alasitas acontece há anos na capital paulista, demonstrando que as e os imigrantes não esquecem sua cultura e sua fé. Festa do Ekeko Pela crença religiosa, quando a graça é alcançada é preciso agradecer, na forma de oferenda à imagem de Ekeko, Deus da Fortuna. Coloca-se um cigarro em sua boca e as cinzas são guardadas na carteira. Por mais um ano, o ator boliviano Juan Cusicanki representou ao Ekeko em Saõ Paulo. Nesta ocasião ele fez a saudação ao público do palco em aimará e depois atravessou a multidão de pessoas distribuindo as tradicionais notas fal- evento, cerca de 20 mil pessoas passaram pela festa de Alasitas 2012. “Nesta feira a gente vem a buscar um sonho” Segundo o presidente da Pça. Kantuta Paulo Araujo, “esta festa é uma costume boliviana, milenar em aquilo que a gente acredita, hoje é um dia que a gente vem a buscar um sonho e tudo que o imigrante vai levar é para concretizar um sonho, é muito bom. Eu mesmo faço parte deste povo maravilhoso faz 20 anos, casado com uma boliviana. È UMA FESTA ÚNICA”. A feira contou com a presença do Grupo Semilla, do Grupo Génesis e apresentação de grupos de dança como a diablada, caporales entre outros. Foto: Arquivo CAMI sas de dinheiro. Este ano, a festa foi realizada na Rua Maria Cândida, na Zona Norte de São Paulo. Diversas barracas de comidas típicas da Bolívia ofereciam, entre outros pratos, o prato paceño, tradicional da festa. Ele é feito à base de (choclo) milho branco, carne, queijo frito, fava e batatas cozidas. Segundo dados da Associação Gastronômica Cultural Folclórica Boliviana Padre Bento, organizadora do Carla Yanapa - Marina Novaes/CAMI Foto: Arquivo CAMI Foto: Arquivo CAMI Passatempo EKEKO - Foto: Arquivo CAMI Paulistanos comemoram 459 Aniversário da Cidade de São Paulo. Em 25 de janeiro de 1554, os padres Manuel da Nóbrega e José de Anchieta fundaram o Colégio dos Jesuítas, com a intenção de estabelecer um colégio para a educação dos indígenas da região. O Pátio do Colégio, no centro da cidade, é considerado o marco zero da fundação de São Paulo. A cidade recebeu esse nome, pois nesse dia a igreja católica celebra a conversão do Apóstolo Paulo, tornando-se São Paulo e assim, dando seu nome à cidade. Por Ever Sanchez A W Q O I G E L O C F I L P Y G G K Y H J S N M E R V X P Q E Z 2 5 X F T Ã B V K L A T O R W Y R P V C K O S D U M I I B C I D A D E Q A P L T R Y T O X Y T J K O N S I A A J G A N W Q C V Z E Y S P S U D I P A Z T H P G C T R R O E L T M D C R Q I B A I E N M X T O H L R T D U N E V X J Q K Y W J E T N W O G I V Q I B V U R B U I X S T N J O A Ç A C U D E N R V C A W Z O 1 5 5 4 E I M A W V O L U A P L O T S O P A M A T E I H C N A A D E S O J Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 10 - Fevereiro/Março 2013 9 Música, baile, agua, colorido, alegría y mucho entusiasmo en carnaval 2013 en São Paulo A l ritmo de bombos, Foto: Arquivo CAMI platillos, quenas, zampoñas este domingo 10 de febrero en la Plaza Kantuta la numerosa colectividad de residentes bolivianos en São Paulo celebraron los carnavales 2013. Fraternidades y conjuntos bolivianos realizaron la tradicional entrada con danzas de chu´tas carnavaleros, caporales e conjuntos autóctonos aquí, porque aunque estemos lejos de que vistieron trajes típicos y vestuanuestra tierra disfrutamos de nuestra rios ornamentados con serpentinas y cultura aquí” flores. Octavio Choque (especFoto: Arquivo CAMI Ésta es una fiesta al que asisten cada vez más un mayor número de inmigrantes entre peruanos, paraguayos y bolivianos, es una de las fiestas más notorias y esperadas por los residentes porque aunque estén lejos de su tierra lo festejan con las mismas creencias y tradiciones y por supuesto con el mismo entusiasmo, colorido y alegría. “Toda mi familia está aquí, aprovechamos para divertirnos y sabemos que todos nos mojaremos ya sea por la lluvia o globos, para eso estamos Foto: Arquivo CAMI Foto: Arquivo CAMI tador boliviano de la ciudad de La Paz) “Hace cinco años que bailo chu´tas, mi traje está guardado para ésta fecha, me siento orgulloso de bailar como en Bolivia” Fredy Mamani (Bailarín de Chu´tas) Espuma, tinta, globos y pistolas con agua A esta gran fiesta de integración cultural este año se dieron cita más de 15 mil personas; en calles, avenidas cercanas a la Plaza Kantuta estaban multitudes de personas Foto: Arquivo CAMI que acompañaron esta entrada con juegos de espuma, globos con agua. Bailarines, músicos y espectadores fueron víctimas de un disparo con tino de agua o fueron rociados por la infaltable espuma. Todos ellos hicieron que esta gran fiesta sea marcada por la diversión. Pepinos y chu´tas fi- Foto: Arquivo CAMI guras protagonistas Las figuras protagonistas que no pueden faltar en carnaval son los pepinos y chu´tas, el primero con un disfraz de apariencia similar a la de un payaso, de un llamativo traje bicolor, risueño y atrevido este travieso personaje golpea con un “chorizo” a los espectafotógrafos, para presenciar el desfile dores de la entrada y luego les salpica de las comparsas y por qué no aprocon un preparado a base de harina, esvechar de saborear un poco de la culicondido en el anonimato que le pronaria típica boliviana. porciona su colorida máscara. Se cree En el palco principal el jurado que el Pepino nace como una sátira calificador e invitados especiales predel arlequín español que amenizaba senciaron atentos la entrada de comlos carnavales en la época republicana parsas, que fuerán premiadas con trofeos por su participación otorgando el primer lugar a senorial Illmani com la danza de chutas. Foto: Arquivo CAMI El tradicional chu´ta lleva un traje colorido y una máscara (rostro de piel rosada, ojos claros, barba y bigote) que es una ironización del hombre blanco que hizo del indígena su sirviente. Este personaje carnavalero tomado de la mano de sus dos cholitas se enrosca en interminables vueltas en la comparsa. La alegría lo caracteriza cuando de rato en rato su voz chillona dice ocurrencias e incoherencias capaces de hacer reír al público. El chu´ta y pepino fueron los grandes animadores del carnaval. La lluvia no impidió el desfile de las comparsas Ni siquiera la torrencial lluvia que cayó por la tarde logró alejar a la gran multitud de personas concentradas en la plaza Kantuta, a la que también llegaron muchos turistas y Cha´lla, epílogo del carnaval, tradición de generaciones La challa es una ceremonia de reciprocidad con la Pachamama por los favores prestados, se basa en el acto de regar la tierra, bienes y negocios con alcohol y elementos simbólicos. La comunidad boliviana em São Paolo festejó esta tradición el día martes, con serpentina de colores, globos, flores, confites y el alcohól que es rociado en las esquinas de las casas o negocios. Hoy en día es característico ver entre las familias bañar las paredes de los domicilios con cerveza. El estruendo de los cohetillos no puede faltar, toda vez que es una manera de ahuyentar los malos augurios. El Centro de Apoio al Migrante también compartió este tradicional festejo junto a su equipo de trabajo e invitados. Esta última jornada carnavalera marcó el epílogo del carnaval y dio paso al inicio de la cuaresma en el mundo católico. Carmen Hilari Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 10 - Fevereiro/Março 2013 10 El Centro de Apoio al Migrante CAMI/SPM te brinda de forma GRATUITA !!! E l Centro de Apoio al Migrante CAMI/SPM con el fin de fortalecer junto a los inmigrantes el ejercicio de la cidadania plena y una formación continuada en las mas diferentes áreas de conocimiento ofrece: • 1 - REGULARIZACIÓN MIGRATORIA Orientamos PASO A PASO a la comunidad migrante sobre la regularización de diversos trámites. Proporcionamos de forma ágil la documentación y requisitos correspondiente a: • • • Residencia permanente por hijo(a) brasileiro (a) y/o cónyugue brasileiro (a), reunión familiar. Acuerdo MERCOSUR de libre tránsito y residencia. Renovación de documentación permanente. Orientación a profesionales para reconocimiento de títulos. Foto: Arquivo CAMI 2 - ASESORÍA y ORIENTACIÓN JURÍDICA Encaminamos la documentación y trámites sobre: Demandas laborales • De- Foto: Arquivo CAMI claraciones y autorizaciones de viajes.• Custodia de niños/pensión familiar;• Violencia doméstica• Tráfico de personas. 3 - INCLUSIÓN SOCIAL Y CIUDADANÍA Con el fin de promover el autoestima, conocimiento y otras formas de manifestación artística que sirva como una base de convivencia y respeto a las diversidades CAMI te brinda: Cursos de Informática Aulas de Portugués Actividades y encuentros socio-culturales 4 - TALLERES, CHARLAS Y ASESORÍAS EN 1. Regularización Migratoria y Ciudadanía; 2. Regularización de oficinas de costura con responsabilidade social; 3. Oficina de Arte, teatro y Ciudadania 4. Salud em general y Ciudadania 5. Lideranza Comunitaria e Ciudadania; 6. Trabajo Esclavo, Trabajo Decente y Ciudadania Cursos oferecidos por el CAMI en la Gestión 2013 con inscripciones abiertas: • Portugués y ciudadania (em vários lugares de la Grande São Paulo); • Inclusión Digital/ Informática (en CAMI); • Modelaje (en CAMI); • Inglés (en CAMI); • Eletricista (en CAMI). 5 - VISITAS A OFICINAS POR AGENTES SOCIAIS OS AGENTES SOCIAIS: CAMINHANDO JUNTOS COM OS IMIGRANTES O centro de Apoio ao Migrante CAMI/SPM, desde a sua fundação em 2005, está atento às necessidades dos menos favorecidos, sobretudo imigrantes. Para isso, procura estar presentes junto à população imigrante, seja na cidade de São Paulo, nos mais diferentes bairros, ou na grande São Paulo em diversos municípios como Carapicuíba, Guarulhos, Itaquaquecetuba, entre outros. A equipe de agentes sociais é compota atualmente por quatro pessoas imigrantes, fazendo o trabalho de base sempre em dupla: homem e mulher. Esse trabalho consiste na realização de visitas às oficinas de costura de imigrantes, diagnóstico de problemas enfrentados pelos donos e empregados, bem como disponibilização, em seguida, (via CAMI), de um técnico de segurança do trabalho para auxiliar na adequação do empreendimento industrial à legislação trabalhista e ambiental, às Normas Regulamentadoras (NRS), ao uso de Equipamentos de Proteção Individual (EPIs). Os agentes sociais também visitam famílias de imigrantes em seus lares, pequenos comércios (loja, padaria, açouFoto: Arquivo CAMI gue...), presença em torneios de futebol aos domingos, etc. Disponibilizam o jornal Nosotros Inmigrantes, cartilhas e registram o que vêem e ouvem, percebem os principais problemas vivenciados pelas famílias. Os casos de urgência em saúde, regularização migratória, violência doméstica e outros são Foto: Arquivo CAMI atendidos prontamente pelo CAMI, sendo os demais encaminhados aos órgãos e entidades competentes. Ainda cabe aos agentes sociais levantar os temas de palestras e cursos que os imigrantes necessitam. Dessa forma, são organizados eventos em escolas, igrejas, praças, nos locais em que eles se encontram, trabalham, residem, facilitando a mobilização e a formação continuada dessa população ajudando-os a se organizarem e lutar pelos direitos como pessoas humanas, trabalhadores e cidadãos. Contacto CAMI/SPM: Dirección: Rua Coronel Morais, 377 - Pari - CEP: 03029-000 Cerca Iglesia Santo Antonio de Pari. Estaciones de metro más cercanas Armenia o Bresser Tel. (11) 2694-5428 - E-mail: [email protected] - Web site: cami-spm.com.br Horarios de Atención: De Lunes a Jueves de 9:00 a 17:00 horas 11 Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 10 - Fevereiro/Março 2013 Planificación familiar una responsabilidad compartida L a planeación familiar es la consciente, responsable y libre determinación para servir adecuadamente a la família en núcleo y calidad compatible com uma vida digna, este importante concepto familiar implica conocer los derechos y responsabilidades de pareja, decidir el número de hijos y espacio en el cual tenerlos, este derecho reproductivo es una garantía constitucional respaldada por las instituciones de salud del país. Por la importancia de este tema, con el fin de orientar e informar, destacamos en ésta edición, los derechos de salud reproductiva y sexual para uma buena planificación familiar. Al hablar de Salud Sexual y Reproductiva también se está hablando de: • Combatir la violencia sexual basada en género • Lucha contra el aborto inseguro • Promoción de los derechos de los que van a ser padre o madre • Promoción de la salud perinatal • La prevención del embarazo no deseado • Derecho a la elección de métodos anticonceptivos • Derecho a ser respetados en su identidad sexual • Promoción de una sexualidad sana y responsable Al hablar de salud sexual y reproductiva se está hablando DERECHOS Recuerda que toda persona que vive en Brasil tiene derecho a los servicios públicos de salud, nadie puede ser discriminado cuando precisa de asistencia. En Brasil el Ministerio de Salud proporciona a la población servicio gratuito en ocho tipos de métodos anticonceptivos que pueden ser solicitados en las Unidades Básicas de Salud (puestos de salud) con la presentación del cartón SUS. Ellos son: los condones femenino y masculino, la píldora oral, inyectables/ inyecciones mensuales, dispositivo intrauterino (DIU), la píldora anticonceptiva para en emergencia (más conocida como la píldora del día después), medidores de diafragma y anillos. Sólo TÚ puedes decidir qué es lo mejor para ti !!! ¿Cuáles son las clases de métodos anticonceptivos? Métodos de Barrera • Preservativo (Femenino - Masculino) • Diafragma • • • • Métodos Hormonales Por vía oral oPíldora o Píldora del día después Por vía intravaginal y transdérmica o Anillo vaginal Inyectables o Inyección mensual o Inyección trimestral Implante Subcutáneo o De una o dos varillas • • Diu (Dispositivo Intra-Uterino) T de cobre Diu de liberación hormonal • • Esterilización Voluntaria Ligadura De Trompas Vasectomía Características de cada método Anticonceptivo inyectable (mensual e trimestral) Los anticonceptivos inyectables son altamente efectivos por arriba del 99%, no requieren de una atención diaria, son reversibles y fáciles de usar. Otorgan ciertos beneficios La Familia es el mejor presente de todos - Foto: Internet importantes para la mujer: • Son reversibles. Qué es Planificación Familiar? Cuando decida embarazarse, Es un proceso en el que la mujer al dejar de utilizarlos se puede decide cuantos hijos quiere tener y recuperar su ovulación en dos o 3 cuando quiere tenerlos. meses • Ayuda a que las mujeres tengan Qué son los métodos anticonceptivos? menos cólicos y dolores menstruales Los métodos anticonceptivos • Previene el cáncer en los ovarios y nos permiten prevenir un embarazo y del endometrio (40%) planificar el mejor momento para tener • Disminuyen la aparición de un hijo. enfermedad benigna de mama Existen muchos métodos (40%) anticonceptivos seguros y efectivos • Disminuyen la frecuencia de disponibles en el mercado. Cada uno de anemia por deficiencia de hierro nosotros tiene necesidades diferentes a (50%) la hora de elegir un método. Si estás Es importante tener en cuenta tratando de decidirte por un método que los anticonceptivos inyectables anticonceptivo, infórmarte sobre cada no protegen contra el VIH-SIDA uno de los métodos y sobre el más y las Infecciones de transmisión adecuado. sexual (ETS). Dispositivo Intrauterino (Diu) Es otro de los métodos reversibles seguros de los que se dispone; aunque a nivel popular no cuenta con la aceptación general de las usuarias, Imagem: Internet sus parejas o sus familias. El DIU puede permanecer hasta diez años dentro cuerpo de la mujer. El DIU (Dispositivo Intrauterino) es un objeto pequeño de plástico (polietileno) flexible que mide 4 cm aproximadamente. Se coloca dentro del útero para ofrecer protección anticonceptiva y tiene unos hilos guía para su localización y extracción. El Diafragma Consiste en un capuchón de látex reutilizable que impide que el esperma penetre en el útero. El mecanismo puede ser lavado y reutilizado. Recubre el cuello uterino y se mantiene en su sitio gracias a los músculos vaginales, se puede insertar hasta dos horas antes de mantener una relación sexual . La efectividad del diafragma es de un 80%, para mejorarla, se puede combinar con otro método anticonceptivo, como los espermicidas. Anillo anticonceptivo vaginal El anillo anticonceptivo vaginal es un pequeño y flexible anillo de plástico que se inserta en la vagina. El anillo contiene las mismas hormonas (estrógeno y progesterona) que se encuentran en la mayoría de las píldoras anticonceptivas. Las hormonas también actúan induciendo la espeses del moco cervical, el cual bloquea la fertilización de un óvulo. Condón Femenino y Masculino El preservativo femenino o condón vaginal es un método anticonceptivo de barrera de uso alternativo al preservativo masculino. Consiste en una delgada funda que se ajusta a las paredes de la vagina y se puede llevar puesto hasta 8 horas. El condón masculino tiene una efectividad entre 85% y 97%, pero el uso inadecuado disminuye su efectividad. Este método es eficaz para la prevención de las enfermedades de transmisión sexual, no tiene efectos secundarios y no precisa prescripción médica. Píldora de emergencia o del día después Las píldoras anticonceptivas de emergencia no son lo mismo que “píldoras abortivas”. Una píldora abortiva es para mujeres que saben que están embarazadas y desean terminar el embarazo precoz. Los anticonceptivos de emergencia impiden o demoran la liberación de un óvulo de los ovarios de una mujer y preferiblemente es mejor tomar lo más antes posible de después de una relación sexual. Es importante saber que no se puede hacer uso frecuente de ésta píldora. Píldoras Generalmente cada envase tiene 21 píldoras. La primera se toma el primer día de la hemorragia menstrual y después una cada día durante los 20 días siguientes. Al finalizar las 21 píldoras se deja una semana de descanso -en la que aparece de nuevo la "regla"- y se comienza otro envase tras los 7 días de descanso. Como es lógico, en esta ocasión no se toma el primer día de la "regla", sino tras los 7 días de descanso. Supongamos que el primer día de la regla fue un lunes. Se comienza la toma ese lunes. Se toma una píldora cada día durante 21 días. Se descansa 7 días y el 8º día, que será otra vez lunes, se empieza de nuevo. Ritmo Puede ser utilizado por las mujeres que reciben una orientación adecuada y conocer su ciclo menstrual. Método Billings Indica cuando la mujer es fértil moco cervical y evitar las relaciones sexuales durante este período. Jaleas Espermicidas Los productos se colocan en la vagina antes del coito, pero se debe utilizar en asociación con el condón o un diafragma. Foto: Internet Recordatorios importantes: No use ningún medicamento sin la ayuda del equipo de salud (Evite la automedicación); • Busque la Unidad Básica de Salud más cercano a su residencia para obtener acceso a la información ya los métodos anticonceptivos y solicitar su participación en los grupos educativos; • En el puesto de Salud también acerca de la prevención del cáncer cervical de útero y de mama. Recuerda: el planeamiento familiar fomenta la participación de las mujeres en la economía y en el mercado laboral. Es un instrumento de transformación social • * * Fuentes: Ministerio De Salud Asociación De Obstetricia Y Ginecología Del Estado De Sào Paulo. Nosotros imigrantes - Ano II - Edição Número 10 - Fevereiro/Março 2013 12 Requisitos para el acuerdo mercosur temporario por dos años (Menor de edad) CAMI (*) El Centro de Apoyo al Migrante te facilita los formularios y documentos. 1. (*) FORMULARIO 154 Formulario y agendamiento en la Policía Federal. (www.dpf. gov.br) 2. 2 COPIAS AUTENTICADAS DE CÉDULA DE IDENTIDAD VIGENTE O PASAPORTE. En caso de no contar con estos documentos, puede ser substituido por la Inscripción Consular que se tramita con: fotocopia del Cedula Identidad o Certificado de Nacimiento, 2 fotos 3x4 / Comprobante dirección / Depósito del Arancel Consular 3. 1 COPIA AUTENTICADA DEL CERTIFICADO DE NACIMIENTO Caso contrario también puede ser substituido por la Inscripción Consular 4. (*) DECLARACIÓN JURADA DEL MENOR La declaración de menor debe ser realizada por los padres, en caso de que el menor no este acompañado de los padres, puede ser realizada por la personas que tenga la guarda tutelar del menor. 5. CÉDULA DE IDENTIDAD DE LOS PADRES Fotocopia autenticada de la Cédula de Identidad de los padres, si ellos ya se encuentran regularizados en Brasil, anexar fotocopia del R.N.E. y/o Protocolo. 6. (*) PAGAMENTO DE TASAS - GRU Impresión de las boletas de pago - GRU de la página: www. dpf.gov.br - Código: 140120 para R$ 124,23 / Código: 140082 para R$ 64,58 7.FOTOGRAFÍAS 2 fotografías recientes a color de 3x4 cm, sin fecha, fondo blanco 8. COMPROBANTE DE DIRECCIÓN Factura luz o teléfono. Número de teléfono o celular IMPORTANTE: • Para el registro en la policia federal, el menor debe estar acompañado de los padres o del responsable legal que tenga los documentos, en originales, que comprueben la guarda regular del menor. • El trámite de transformación del provisorio a permanente por el Mercosur deberá ser presentado dentro de los 90 días anteriores a la fecha de vencimiento del r.N.E. Actividades Deportivas de Integración CASA VERDE: Asociación deportiva de futsal IMIRIN “EXPRESIÓN SOCIAL” Invita a participar del torneo de integración 2013 que se inicia el domingo 24 de febrero. Informes: telf. 34966218 BOM RETIRO: COPA VIMAR, inicia Campeonato en el Complejo Prates el domingo 24 de febrero a hrs. 8:00 am. Informes: cel. 970307652 A M W A R N I U N T E T R L R C D T Z A W N X O C B W R Z E G G W A T V V X Q Y I Y 2 K Q E O C S W D Q H C T D R 5 Y O I L A T O U I P V J A P X H I H U W N G N B G Z K D V F J G C A Z J I E A C E O E C T S E N P O O V V I T Y N Q K Ã N L A L 1 A Q X E R S S A O B M O A O 5 Ç I J N R P I P S V E C D T 5 A B Q M O S A L D K R F E S 4 C V K X E U A T U L V I S O E U U Y T L D J R M A X L O P I D R W O T I G Y I T P P J A M E B J H M P A T I O Q Y A CUT Brasil está organizando no final de fevereiro um seminário para debater a questão dos trabalhadores e trabalhadoras migrantes. O seminário será uma oportunidade de discutir com a Direção Nacional da CUT os atuais desafios das migrações para o mundo do trabalho. Pretendemos discutir e definir um plano de trabalho rico em iniciativas e propostas para continuarmos marchando junto aos trabalhadores e trabalhadoras migrantes defendendo seus direitos e suas conquistas! Nenhum direito a menos para os/as imigrantes!