MANIPULAçãO COM HORMôNIOS DA TIREOIDE

Transcrição

MANIPULAçãO COM HORMôNIOS DA TIREOIDE
ISSN 2178-8405
Publicação da ANFARMAG – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais.
ANO 5 – Nº 22 – outubro/NOVEMBRO/DEZEMBRO 2013
Manipulação com
hormônios da tireoide:
cálculos para correção de teor e umidade
Pigmentação em foco:
alterações e a melhor
escolha de tratamento
Excipiente:
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editorial
Vamos estudar juntos?
Insumos, tecnologias e formas farmacêuticas estão em constante evolução. Para
acompanhar o ritmo, saber das novidades e, principalmente, ter segurança na manipulação para gerar produtos de qualidade garantida, temos que buscar atualização.
Ainda assim, no cotidiano da profissão nos deparamos com dúvidas.
Quando a dúvida surge, nada melhor que procurar a resposta na experiência dos colegas. É por isso que a Revista Técnica do Farmacêutico é como um grande grupo de estudos.
A cada edição, convidamos especialistas e pautamos temas que julgamos pertinentes para o dia a dia do farmacêutico. São artigos que surgem a partir de estudos
de diferentes profissionais ou de dúvidas que chegam aos ouvidos e aos e-mails de
nossa equipe técnica na rotina de atendimento ao associado.
Ana Lúcia Mendes
dos Santos Povreslo
Diretora técnica da Anfarmag
(Associação Nacional de
Farmacêuticos Magistrais)
Afinal, a dúvida ou a informação surgida da experiência de alguém pode ser útil
até para quem ainda não havia se deparado com o dilema.
A ideia é que o conteúdo que você encontra aqui tenha serventia no laboratório, ajude
a solucionar desafios técnicos, contribua para a qualidade do seu trabalho e gere insights.
Por isso, estamos abertos às suas sugestões. Queremos saber que textos você viu
aqui que foram úteis e que outros assuntos você gostaria de ver abordados.
Também, nossa proposta é que, além de leitor, você seja co-autor. A Revista Técnica do Farmacêutico Magistral só existe a partir da cocriação, pois é pela experiência
múltipla de profissionais de perfil e atuação distintos que conseguimos alcançar um
conjunto pertinente e enriquecedor.
Boa leitura!
|3
sumário
Rua Vergueiro, 1855 - 12o andar - CEP 04101-000 - São Paulo - SP
E-mail: [email protected] - Site: www.anfarmag.org.br
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Revista Técnica do Farmacêutico - Órgão Oficial da Anfarmag Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais
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Presidente - Ademir Valério da Silva - SP
1° Vice-Presidente - Ivan da Gama Teixeira - SP
2° Vice-Presidente - Carlos Alberto P. Oliveira - DF
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2ª Secretária - Rejane Alves G. Hoffmann - PR
Tesoureiro - Adolfo Moacir Cabral Filho - SC
2ª Tesoureira - Márcia Aparecida Gutierrez - SP
Conselho Fiscal
Ana Lúcia Mendes dos Santos Povreslo - SP
Marcos Antonio Costa Oliveira - MG
Marina Sayuri M. Hashimoto - PR
Diretoria Técnica
Ana Lúcia M. Povreslo
Diretoria de Comunicação
Gerson Appel
06 | Atualidades
08 | Farmacotécnica
Hormônios da tireoide
14 | Dermatologia
Pigmentação em foco
22 | Nota técnica
HPMC para cápsulas
24 | Insumo
Fator de correção em SAMe
26 | Legal 1
Resíduos sólidos
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Equipe farmacêutica da área técnica
Maria Aparecida Ferreira Soares, Lúcia Helena S. G. Pinto, Carolina Leiva Fiore,
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CONTATO COMERCIAL
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29 | Legal 2
Rastreabilidade do processo
magistral
32 | Normas
Revisão do Conteúdo Editorial
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Impressão
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Revista destinada aos farmacêuticos magistrais, dirigentes e funcionários de farmácias de manipulação
e de laboratórios; prestadores de serviços e fornecedores do segmento; médicos e outros profissionais
de saúde; entidades de classe de todo o território nacional; parlamentares e autoridades da área de
saúde dos governos federal, estadual e municipal.
Artigos assinados não refletem necessariamente a opinião da Anfarmag. A revista não se responsabiliza
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É expressamente proibida a reprodução total Ou parcial dos textos da Revista Técnica
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relação de
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Atualidades
1. Prescrição de Nutricionista
– avaliação e atendimento
A Anfarmag, no sentido de orientar sobre a recente
norma editada pelo Conselho Federal de Nutrição (CFN)
publicada no DOU de 28 de junho de 2013, Seção 1, páginas 141 e 142, apresenta informações na forma de perguntas e respostas para melhor entendimento.
O trabalho foi elaborado pela Anfarmag, com intercâmbio das entidades APFit e CONBRAFITO.
O embasamento legal foi baseado no texto da resolução em referência.
Referência: RESOLUÇÃO CFN Nº 525, DE 25 DE JUNHO
DE 2013 – Regulamenta a prática da fitoterapia pelo
nutricionista, atribuindo-lhe competência para, nas modalidades que especifica, prescrever plantas medicinais,
drogas vegetais e fitoterápicos como complemento da
prescrição dietética, e dá outras providências.
Dúvidas sobre esta norma ou outra podem ser encaminhadas no portal da Anfarmag, em Acesso Restrito.
Para mais informações, acesse a área restrita ao Associado:
http://www.anfarmag.org.br/ler-comunicado/informativo---res-cff-n-52513---pratica-fitoterapia-no-ambito-do-nutricionista0
2.CONSELHO FEDERAL DE FARMÁCIA disponibiliza Portal “Saúde baseada em evidências”
A Anfarmag informa que o Conselho Federal de Farmácia (CFF) vem trabalhando no sentido de promover
informação para o aprimoramento técnico-científico
dos farmacêuticos. Em parceria com a Secretaria de
Gestão do Trabalho e da Educação na Saúde (SGTES/
MS) do Ministério da Saúde, o CFF disponibiliza em
sua página o link do portal “Saúde baseada em evidências”, para acesso gratuito às publicações científicas
em revistas, periódicos e livros organizados pela Capes
(Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível
Superior/MEC).
O que é?
SAÚDE BASEADA EM EVIDÊNCIAS – Criado pelo Ministério da Saúde em parceria com a Capes/MEC, o Portal
Saúde Baseada em Evidências reitera o compromisso
do governo brasileiro de aprimorar o exercício dos trabalhadores da saúde, democratizando as condições de
acesso, nas suas áreas de atuação, a conteúdos cientificamente fundamentados na perspectiva de melhor
atender à população.
O que irá fornecer?
Conhecimento científico por meio de publicações atuais e
sistematicamente revisadas. Informações, providas de evidências científicas, utilizadas para apoiar tanto a prática
clínica, como também a tomada de decisão para a gestão
em saúde e qualificação do cuidado, auxiliando, assim, os
profissionais da saúde.
pelo e-mail [email protected] ou pelo Disque Saúde 136 (ligação gratuita).
Bases editoriais disponíveis:
Dentre as várias as bases editoriais disponibilizadas, destacam-se:
Atheneu Livros Virtuais
Disponibiliza mais de 200 títulos publicados, com assuntos
que englobam a área de Ciências da Saúde e Medicina em
geral.
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Ferramenta de referência clínica, para uso no local de tratamento, que contém sumários clinicamente organizados e
inclui calculadoras médicas.
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sistemáticas em áreas como farmacologia, ciências farmacêuticas, toxicologia, alergia e imunologia, oncologia, neurologia, cardiologia, química medicinal
e descoberta de drogas.
Fonte: CFF, com informações do Portal Saúde Baseada em Evidências
Quem pode ter acesso?
Os profissionais de saúde vinculados ao respectivo
Conselho Profissional. Terão acesso à pesquisa os
profissionais das áreas de Biologia, Biomedicina,
Educação Física, Enfermagem, Farmácia, Fisioterapia e Terapia Ocupacional, Fonoaudiologia, Medicina, Medicina Veterinária, Nutrição, Odontologia,
Psicologia e Serviço Social.
Como acessar?
Acesse o Portal Saúde Baseada em Evidências pelo
link abaixo:
http://aplicacao.periodicos.saude.gov.br Caso seja
seu primeiro acesso, utilize o link “Cadastro de novo
usuário”.
Suporte – Os profissionais podem solicitar informações
Para mais informações, acesse a área restrita do Associado:
http://www.anfarmag.org.br/ler-comunicado/informe---portal-de-saude-baseado-em-evidencias
|7
Farmacotécnica
Manipulação de Formas
Farmacêuticas com
Hormônios da Tireoide:
Cálculos para correção
de teor e umidade
Anderson de Oliveira Ferreira, MSc.
Ortofarma Laboratório de Controle da Qualidade
Este artigo tem o objetivo de descrever os cálculos envolvidos na obtenção da correta concentração dos hormônios tiroidianos na manipulação e preparo do produto acabado em
acordo com as especificações farmacopeicas. O texto destaca
que a qualidade do medicamento magistral, bem como a minimização de riscos associados, está diretamente envolvida com
a correta interpretação dos resultados expressos no certificado de análise da matéria-prima, na avaliação crítica da prescrição, na precisão dos cálculos farmacêuticos e na execução
correta das operações farmacêuticas.
A terapia de reposição dos hormônios tiroidianos tem
sido realizada por mais de 100 anos no tratamento do hipotiroidismo, e não há dúvida em relação à sua eficácia (WIERSINGA, 2001). Os hormônios tiroidianos levotiroxina sódica
(T4) e a liotironina sódica (T3) são os fármacos normalmente
empregados para a correção dos baixos níveis de T3 e/ou T4
no organismo. O ajuste de doses e o emprego da associação
destes dois hormônios são viabilizados por meio do preparo
de medicamentos individualizados pela farmácia magistral.
Contudo, eventuais desvios da qualidade em medicamentos
manipulados contendo T3 e/ou T4 têm sido relatados e publicados por laboratórios oficiais. Os resultados desses relatos
incluem tanto cápsulas com teores abaixo como acima do especificado para as concentrações rotuladas, além de falta de
uniformidade entre as cápsulas (MAGNELLI et al., 2010).
Assim como para os demais fármacos, o preparo correto e
seguro de medicamento contendo hormônio tiroidiano deve
ter início com uma interpretação minuciosa dos dados relacionados no certificado de análise da matéria-prima. Alguns
8| Revista Técnica do Farmacêutico
resultados dos testes relacionados nesse documento são empregados na realização dos cálculos farmacotécnicos. Neste
artigo, vamos nos ater à explanação dos cálculos envolvidos
para obtenção da correta concentração dos hormônios tiroidianos no produto acabado, em acordo com as especificações
relacionadas nas monografias da Farmacopeia Americana
(USP), uma vez que não há monografia dessas substâncias na
Farmacopeia Brasileira.
Os hormônios tiroidianos T4 e T3, destinados para fins
farmacêuticos e relacionados na USP, estão disponíveis nas
respectivas formas químicas de levotiroxina sódica anidra ou
hidratada e liotironina sódica anidra. As fórmulas moleculares
e estruturais desses hormônios estão representadas abaixo:
• Levotiroxina sódica (T4)
Fórmula molecular
C15H10I4N NaO4 (anidra) PM= 798,86 (anidra). CAS:53-03-8
C15H10I4N NaO4 x H2O (hidrato) PM = varia de acordo com
o nº de moléculas de água ligantes (ex. o PM da levotiroxina
mono-hidratada é igual a 816,87 CAS: 25416-65-3 ).
Fórmula estrutural (forma hidratada)
• Liotironina sódica (T3)
Fórmula molecular
Liotironina sódica anidra (T3) (C15H11I3NNaO4) PM=672,96.
CAS: 55-06-1
Liotironina (base) (C15H12I3NO4) PM = 650,97. CAS: 6893-02-3
Fórmula estrutural
Liotironina
sódica
Liotironina
base
É importante considerar previamente algumas definições,
conceitos básicos e informações de química analítica para um
melhor entendimento do que estamos abordando neste artigo:
*Água de adsorção (= água higroscópica): é a água retida
sobre a superfície de substâncias sólidas quando estas estão em
contato com um ambiente úmido. A quantidade de água adsorvida dependerá da temperatura e da superfície específica do
sólido. Quanto mais finamente dividida esta substância sólida se
apresentar, maior será sua área específica exposta ao ambiente e,
consequentemente, maior será a quantidade de água adsorvida.
Portanto, toda substância na forma de pó apresenta uma área
expressiva de exposição à umidade ambiental e tende a adsorver
água em maior ou menor grau de forma específica à sua natureza
química e às condições de temperatura e umidade ambiental.
**Água de hidratação ou água de cristalização: este tipo de
água participa da estrutura dos cristais, ou seja, é parte do retículo cristalino em proporção fixa em relação aos íons presentes.
É representada na fórmula química e é computada no cálculo do
peso molecular. A água está ligada à substância sólida mediante ligações de coordenação covalentes, que são normalmente
mais fracas que as eletrostáticas.
Entendendo os testes de determinação do
conteúdo de água e perda por secagem
Há uma confusão entre os profissionais farmacêuticos relacionada à interpretação dos resultados de conteúdo de água
(expresso nos certificados de análise como água) e os resultados de perda por secagem . Há uma considerável diferença entre esses ensaios que precisa ser compreendida.
|9
Farmacotécnica
Conteúdo de água ou água: é determinado pelo método titrimétrico Karl Fischer e o resultado expressa somente água. O
resultado não inclui outro composto volátil além da água.
Perda por secagem: é determinado pelo aquecimento da
amostra abaixo do seu ponto de fusão em uma estufa e o seu
resultado inclui toda substância volátil, incluindo o conteúdo de
água e solventes. A perda por secagem é uma técnica analítica inespecífica que remove não somente a água, mas todas as
impurezas voláteis da amostra (ex. álcool). A perda por secagem ou conteúdo total de umidade de substâncias farmacêuticas pode incluir tanto água de ligação (ex. água de hidratação)
como a água livre (ex. água de adsorção). Em alguns casos, a
perda por secagem pode ser menor que o conteúdo de água,
devido à não remoção pelo aquecimento da água ligada ao retículo cristalino (ex. água de hidratação ou cristalização). Em outros casos, a perda por secagem pode ser maior que o conteúdo
de água. O teste de perda por secagem envolve o aquecimento
da substância sólida, em estufa, a 105oC por 2 horas, até obtenção de peso constante.
A natureza do ingrediente farmacêutico ativo que será pesado e usado na manipulação de uma formulação relacionada em
uma prescrição precisa ser exatamente conhecida. Por exemplo, se a levotiroxina sódica é um hidrato, seu peso equivalente
à levotiroxina anidra deve ser calculado. Por outro lado, se houver umidade adsorvida relacionada no certificado de análise
no resultado da perda por secagem da liotironina sódica, esta
informação também precisa ser usada no cálculo da quantidade
desse insumo que será pesada, de forma a determinar a quantidade exata de substância anidra requerida.
Entendendo o ensaio de doseamento
O ensaio de doseamento dos insumos farmacêuticos ativos
é geralmente realizado com a amostra previamente dessecada, ou seja, reflete o teor da amostra sem umidade (substância
seca ou substância anidra). Por outro lado, na manipulação o
insumo ativo é empregado sem prévia dessecação. Consequentemente, torna-se imperioso que os cálculos para definição da
quantidade a ser pesada considerem essa situação e se corrija
tanto o teor como a umidade. A observação da forma química
do insumo farmacêutico ativo, expressa no resultado do teor, é
também uma informação relevante a ser considerada nos cálculos farmacêuticos.
Para obtermos um produto acabado consistente com o
teor especificado na rotulagem de formulações com hormônios tiroidianos, é necessário considerar nos cálculos os resultados de dois testes expressos no certificado de análise:
• Ensaio 1 - Determinação do conteúdo de água por Karl
Fischer (aplicado na análise da levotiroxina sódica) ou perda
por secagem (aplicado na análise da liotironina sódica);
• Ensaio 2 - Teor (expresso no doseamento do pó dessecado).
10| Revista Técnica do Farmacêutico
Além desses dados, é importante levar em consideração como o teor é expresso na especialidade farmacêutica
de referência, ou seja, qual forma química do hormônio
é o parâmetro no doseamento no produto acabado. No
caso do T4, o teor no produto final deverá ser expresso em
termos de levotiroxina sódica anidra, e para os produtos
com T3 o teor deverá ser expresso em termos de liotironina base (USP-36).
Para facilitar a compreensão dos cálculos envolvidos, vamos considerar os hormônios separadamente no contexto
dos exemplos abaixo relacionados:
• Levotiroxina sódica
A levotiroxina sódica está disponível nas formas químicas hidratada e anidra. Esta discussão envolve a levotiroxina
sódica mono-hidratada. É preciso considerar que a dose de
levotiroxina sódica nas preparações farmacêuticas é relacionada em termos de levotiroxina sódica anidra.
Exemplo:
Considerando um exemplo de um lote real, seguem
abaixo transcritos os resultados expressos em um certificado de análise levotiroxina sódica hidratada:
1) Determinação de água por Karl Fischer= 7,69% (especificação
relacionada na USP 36 para esse ensaio= máximo de 11%).
2) Ensaio de Doseamento (pó dessecado) = 98,8% de levotiroxina sódica anidra (especificação relacionada na USP 36
para esse ensaio = entre 97 e 103%).
A levotiroxina sódica é um fármaco higroscópico, conforme denota seu alto limite para o ensaio de perda por secagem (máximo de 11%). Portanto, a correção do percentual
de água de adsorção* e de hidratação** expressas de forma
unificada por esse ensaio é impactante e deve ser considerada no cálculo da potência e do fator de correção. O ensaio
de determinação de água por Karl Fisher é um ensaio volumétrico que expressa o total de água presente na amostra,
incluindo o somatório da água de absorção e hidratação.
Os resultados desses dois ensaios relacionados no certificado de análise são utilizados para calcular o fator de correção conforme cálculos a seguir:
Podemos simplificar os cálculos acima e calcular diretamente:
FC =
100
(100% - A%) x T%
onde
A% = percentagem de água (expresso no certificado de análise)
T% = teor de levotiroxina sódica anidra (expresso no certificado de análise)
Farmacotécnica
Efetuando:
FC =
100
=
100
= 100 = 1,096 1,1
(100% - 7,69%) x 98,8% (92,31%) x 98,8% 91,2
→ Fc= 1,1 (Fator multiplicador para correção do teor e água)
Portanto, em relação ao lote de levotiroxina sódica discutida no exemplo, deve-se corrigir a água e o teor com a aplicação do fator de correção 1,1. Multiplicando a dose prescrita
pelo fator 1,1, estaríamos corrigindo a umidade e o teor.
• Liotironina Base
Esta discussão envolve a forma química liotironina sódica,
cuja matéria-prima é doseada em termos de liotironina sódica “seca”. No entanto, a dose de T3 nas preparações farmacêuticas é relacionada em termos de liotironina base, e não
na sua forma de sal sódico (liotironina sódica). Consequentemente, é preciso, então, empregar uma quantidade equivalente da liotironina sódica (C15H11I3NNaO4) correspondente à
quantidade rotulada de liotironina base (C15H12I3NO4). Portanto, além da correção da umidade e do teor, torna-se também
necessária a aplicação do fator de equivalência.
Exemplo:
Considerando um exemplo real, seguem abaixo transcritos os resultados expressos em um certificado de análise
liotironina sódica:
1) Ensaio de Perda por secagem = 3,0% (especificação
relacionada na USP 36 para esse ensaio = máximo de 4%).
2) Ensaio de doseamento (pó dessecado) = 96% de levotiroxina sódica anidra (especificação relacionada na USP 36
para esse ensaio = entre 95 e 101%).
FC =
Feq = 672,96 ≅ 1,034
650,97
Fator de equivalência= 1,034
Portanto, em relação ao lote de liotironina sódica discutido
no exemplo, deve-se corrigir a umidade e o teor com a aplicação do fator de correção 1,07. Deve-se, também, aplicar o fator
de equivalência entre a liotironina sódica e a liotironina base
(1,034). Podemos unificar estes dois fatores em um único fator
de 1,11 (1,07 x 1,034 ≅ 1,11). Multiplicando a dose prescrita
pelo fator 1,11, estaríamos corrigindo a umidade, o teor e a
equivalência entre o sal sódico de liotironina e sua forma base.
Conclusão:
Os hormônios tiroidianos são fármacos de alta potência,
empregados em baixa dosagem (na ordem de microgramas),
e o preparo de medicamentos individualizados com esses insumos ativos deve observar os requisitos de boas práticas de
manipulação (BPM) e preceitos técnicos rigorosos como forma de garantir sua eficácia, segurança, e prevenir a ocorrência
de eventuais erros que possam levar a resultados nefastos. A
qualidade assegurada do medicamento magistral, bem como a
minimização de riscos associados, reside também na observação atenta dos resultados analíticos expressos no certificado de
análise da matéria-prima, na avaliação crítica da prescrição, na
precisão dos cálculos farmacêuticos e na execução correta das
operações farmacêuticas de pesagem, mistura e outras envolvidas diretamente em um procedimento de preparo padronizado
previamente verificado e periodicamente monitorado.
Referências:
1. WIERSINGA, W.M. Thyroid Hormone Replacement
100
(100% - PS%) x T%
Therapy. Horm Res 2001;56(suppl 1):74-81.
2. MAGNELLI, R.F. et al. Problemas reincidentes na
onde
PS% = percentual de umidade determinado por perda por secagem (expresso no certificado de análise)
T% = teor de liotironina sódica determinado no pó dessecado (expresso no
certificado de análise)
Efetuando:
FC =
Temos que considerar ainda os cálculos para conversão
da equivalência entre liotironina sódica anidra (PM= 672,96)
e liotironina base (PM=650,97):
100
=
100
(100% - 3%) x 96% (97%) x 96%
=
100 = 1,07
93,12
→ Fc= 1,07 (Fator de correção para o teor e umidade)
manipulação de fármacos de baixo índice terapêutico.
Bepa 2010;7(79):6-11.
3. STACK, B. Thyroid Potency Calculations. IJPC
2010;14(4):306-309.
4. United States Pharmacopeial Convention, Inc. Levothyroxine Sodium USP Monograph. USP 36-NF 31 2013.
p.4105-4108.
5. Idem. p.4121-4122.
6. Ibidem. p.4109-4110.
7. Ibidem. p.4122-4123.
8. O’NEIL, M.J. et al. The Merck Index. 13th ed. Whitehouse Station, NJ: Merck & CO., INC., 2001.p.5532-5533.
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12| Revista Técnica do Farmacêutico
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O estudo das discromias tem aumentado significativamente em função da importância que se tem atribuído a elas no
campo da dermatologia, visto que influencia as características
funcionais e estéticas da pele e, por conseguinte, da saúde e
das relações sociais. Os agentes despigmentantes configuram-se como elementos de importante escolha no tratamento das
discromias, associados aos cuidados não químicos da pele, e
cabe ao farmacêutico uma atenção cada vez maior com esse
assunto para a adequada orientação de pacientes.
1) RESUMO
Discromias ou distúrbios pigmentares são alterações na
coloração normal da pele que têm atraído uma crescente
preocupação do ser humano, já que tais características refletem negativamente em sua estética. Devido a essa imensa preocupação, diversas linhas de pesquisa têm sido desenvolvidas, tentando estudar as causas de tais alterações
e como revertê-las. Assim, diversos medicamentos cosméticos estão sendo criados com este fim, muitas vezes associando diferentes mecanismos de ação para combater, concomitantemente, múltiplas causas que levam a discromias.
2) INTRODUÇÃO
A pigmentação da pele é determinada essencialmente pela
produção de melanina. Essa substância atua também como
um filtro solar, difratando ou refletindo os raios UV, pelo agrupamento dos melanossomas (vesículas localizadas dentro dos
melanócitos que armazenam melanina) em torno do núcleo,
protegendo assim o material genético da célula (Nicoletti
et al., 2002). A melanogênese, síntese de melanina, ocorre
nos melanócitos, localizados na epiderme. O precursor utilizado é o aminoácido tirosina, que sofre duas reações: uma
14| Revista Técnica do Farmacêutico
de oxidação em diidroxifenilalanina (DOPA), e outra de desidrogenação em dopaquinona, ambas catalisadas pela enzima
tirosinase (Eveline, 2006, apud Tedesco; Adriano; Silva, 2008).
A dopaquinona sofre, então, uma série de reações intermediárias, gerando dois tipos de melanina: a eumelanina (cor
escura da pele negra, branca ou oriental) e a feomelanina (cor
avermelhada característica da raça ultiva - ruiva) (Dornellas,
2009). A tirosinase é sintetizada no retículo endoplasmático
rugoso e armazenada no complexo de golgi do melanócito. As
reações de conversão da tirosina em melanina ocorrem dentro de vesículas chamadas melanossomas, localizadas dentro
do melanócito. Os melanócitos possuem prolongamentos
ascendentes, os dentritos, ao longo dos quais os melanossomas passam por quatro estágios de maturação, sendo, então,
transformados em grânulos de melanina e transferidos para
os queratinócitos, na epiderme, onde eles são metabolizados (figura 1) .
Figura 1: Síntese de melanina em um melanócito
(FONTE: Universidade Estadual de Londrina)
Nos indivíduos de cor branca, os melanossomas se desintegram e os grãos de melanina não atingem a superfície.
Já nos indivíduos de cor negra, esses grãos chegam até as
camadas mais superficiais (Nicoletti et al., 2002).
De acordo com Nicoletti et al. (2002), a melanogênese
pode ser influenciada por diversos fatores, tais como o fator
genético, que controla todas as etapas, inclusive o número,
tamanho, tipo e distribuição de melanossomas; o fator hormonal, pela produção de MSH (Melanocyte Stimulating Hormone), hormônio hipofisário que estimula a melanogênese,
e pela influência do estrógeno e da progesterona; a ação de
raios UV, sendo que os raios UV-B multiplicam os melanócitos e estimulam a tirosinase, aumentando a produção de
melanina e de pigmentação, como uma reação defensiva, e
os raios UV-A oxidam e escurecem os precursores da melanina, também promovendo pigmentação.
Sendo a coloração da pele uma característica de extrema importância funcional e estética, suas alterações têm
se tornado um grande foco de pesquisa cosmética. Essas
alterações, conhecidas como distúrbios pigmentares ou discromias, podem ser causadas por diversos fatores, que podem ser genéticos, hormonais, autoimunidade ou respostas
inflamatórias, podendo estar associados à exposição solar
(Petri, 2009).
As discromias podem ser caracterizadas por manchas
com ausência de pigmento, como no vitiligo, onde há ausência de pigmentação por perda de melanina, causada
pela inativação ou destruição de melanócitos. Pode ocorrer
também uma hiperpigmentação da pele, que se dá por um
aumento do número de melanócitos, resultando em uma
produção excessiva de melanina. Isso pode ocorrer de forma localizada, como no caso do melasma, caracterizado por
uma hiperpigmentação acastanhada localizada principalmente na face, desencadeada por fatores hormonais, uso
de medicamentos e exposição solar. Em gestantes, esta patologia recebe o nome de cloasma ou máscara gravídica. A
hiperpigmentação também pode estar associada a doenças
sistêmicas, como, por exemplo, a hemocromatose ou diabetes bronzeado, incontinência pigmentar e doenças endócrinas, como a Doença de Cushing (Petri, 2009).
O tratamento dos distúrbios hiperpigmentantes se dá
pelo uso de ativos despigmentantes. Estes podem atuar por
diversos mecanismos de ação:
• inibição da síntese de melanina – pode se dar por inibição da biossíntese ou inativação da enzima tirosinase. O
agente mais conhecido com este mecanismo é a hidroquinona, que inibe a atividade da tirosinase. Tem-se também
o ácido kójico, que atua quelando íons cobre no sítio ativo
da enzima;
• destruição de melanócitos – se utilizada em altas con-
centrações, a hidroquinona pode ter um efeito inibidor do
metabolismo celular, afetando a síntese de DNA e RNA (Parvez
et al., 2006);
• antioxidantes – podem possuir efeito direto na produção de
melanina, já que a tirosina, precursor da melanina, sofre reações
de oxidação catalisadas pela enzima tirosinase para ser convertida no composto final. Antioxidantes também podem ser utilizados em associação com substâncias despigmentantes para agir
contra o envelhecimento cutâneo, impedindo a ação das espécies reativas de oxigênio;
• inibição da ET-1 – a endotelina-1 (ET-1) é um mediador
pró-inflamatório estimulado pela exposição cutânea a raios
UV. Um aumento em sua produção ocasiona aumento na
produção da enzima tirosinase e na proliferação, migração e
formação de dentritos dos melanócitos. Inibir sua atividade
leva, portanto, à despigmentação (Costa et al., 2010).
• aceleração do turnover celular – agentes que atuam por
meio deste mecanismo são os AHAs (alfa-hidroxi ácidos),
que são esfoliantes, provocando a descamação de queratinócitos pigmentados. Mecanismos sugeridos para tal ação:
esses ácidos diminuem a coesão entre corneócitos no extrato córneo da pele, acelerando assim a descamação epitelial
(Barquet; Funck; Koester, 2006);
• interferência no transporte de grânulos de melanina – a
soja é um exemplo para este mecanismo, uma vez que ela inibe
a expressão de receptores PAR-2 (protease-activated-receptor
2) em queratinócitos. Isso provoca uma redução na fagocitose
de melanossomas por queratinócitos, reduzindo, consequentemente, a transferência de melanina (Parvez et al., 2006);
• bloqueio na ligação de α-MSH a seu receptor – um dos
fatores endócrinos que estimulam a produção de melanina
é a ação do hormônio melanotrófico-alfa (α-MSH), que se
liga a receptores MC1-R na membrana celular dos melanócitos. Essa ligação provoca ativação da enzima adenilato ciclase mediada por proteína Gs, catalisando a conversão de
ATP e AMPc e ativando a enzima tirosinase. Um agente que
bloqueie a ligação deste hormônio diminui, portanto, a produção de tirosinase, reduzindo a síntese de melanina (Costa
et al., 2010; Miot et al., 2009).
Como mencionado antes, as reações de hiperpigmentação
da pele podem estar relacionadas a uma resposta inflamatória, sendo conhecidas como hiperpigmentação pós-inflamatória. Por isso, são comuns as associações de agentes despigmentantes com anti-inflamatórios. Agentes anti-inflamatórios
utilizados são os glicocorticoides, que atuam por mecanismos
como apoptose de linfócitos, efeitos inibitórios na cascata do
ácido araquidônico e diminuição na produção de citocinas. Os
glicocorticoides tópicos são classificados de acordo com sua
potência, o que também influencia em sua escolha na terapia.
Geralmente são utilizados esteroides mais potentes, seguidos
| 15
Dermatologia
pelos menos potentes (Brunton; Lazo; Parker, 2006).
Agentes despigmentantes também são comumente
associados com retinoides, que são derivados da vitamina A. Essa vitamina era utilizada para tratamento de
discromias devido ao seu efeito de afetar a diferenciação
epitelial. Porém, o aparecimento de efeitos colaterais indesejáveis levou ao abandono de seu uso. Modificações
moleculares levaram, então, à síntese de derivados,
apresentando uma maior margem de segurança. Dentre
vários outros derivados, destacam-se:
• tretinoína – utilizada no tratamento da acne vulgaris. Também atua melhorando a pele fotodanificada.
Seus efeitos epidermais são aumento na grossura granular e epidermal e diminuição na atividade de melanócitos, causando uma redução na hiperpigmentação.
É utilizada em cremes, géis e soluções, e seu uso deve
ser associado à fotoproteção, como uso de bloqueadores solares;
• adapaleno – é um derivado retinoide sintético, dis-
ponível em formulações de gel, creme e solução. Além
de apresentar os efeitos típicos da classe dos retinoides,
apresenta propriedades anti-inflamatórias;
• isotretinoína – utilizada oralmente para o tratamento da acne vulgaris. Atua normalizando a queratinização no folículo sebáceo, reduzindo a síntese de sebo
(Brunton; Lazo; Parker, 2006).
Algumas composições químicas foram desenvolvidas
combinando agentes despigmentantes que atuam por
diferentes mecanismos de ação. Um exemplo disso é
a fórmula de Kligman, desenvolvida em 1975 por Kligman e Willis, composta por hidroquinona 5%, tretinoína
0,1% e dexametasona 0,1%, com efeito no tratamento
de melasma, efélides e hiperpigmentação pós-inflamatória. Neste caso, temos a hidroquinona, que é um
agente despigmentante inibidor da enzima tirosinase,
envolvida na síntese de melanina, tretinoína – que atua
como um esfoliante na descamação epitelial acelerando a renovação celular – e a dexametasona, que é um
anti-inflamatório glicocorticoide, com atuação benéfica
para a hiperpigmentação pós-inflamatória.
Outras composições conhecidas são a de Pathak,
que consiste de hidroquinona a 2% e tretinoína a 0,05
– 0,1%, e a fórmula de Westerhof, composta por N –
acetilcisteína a 4,7%, hidroquinona a 2% e acetonido de
triancinolona. Neste último, associa-se acetonido de
triancinolona, que é um corticoesteroide utilizado
para o tratamento de queloides e cicatrizes hipertróficas (Achôa et al., 2011), com hidroquinona e
N-acetilcisteína, um antioxidante.
Outra substância que merece destaque por
sua atuação como agente despigmentante é o
mequinol. Este é um despigmentante de ação local, que atua impedindo a produção de melanina
e aumentando sua excreção pelos melanócitos.
Estudos recentes comprovam a eficácia da associação de mequinol a 2% com tretinoína a 0,01%,
atuando pela sinergia de mecanismos de ação, já
que o último é um retinoide com ação despigmentante esfoliante. Fleischer et al. (1993) mostraram
que esta associação foi clinicamente superior do que
ao utilizar-se cada um dos ativos isoladamente no tratamento da lentigo solar.
3) MATERIAIS E MÉTODOS
Foram solicitadas a diversos fornecedores e fabricantes lâminas informativas sobre substâncias despigmentantes. A partir do material levantado, foram excluídas
composições complexas, bem como extratos vegetais,
elaboradas por determinadas empresas, evitando assim
a implicação da necessidade de utilização de nomes co-
16| Revista Técnica do Farmacêutico
merciais. Foram priorizadas, assim, lâminas a respeito
de substâncias sintéticas puras. A partir das lâminas
obtidas após este processo de filtragem, foi elaborada
uma tabela resumindo as principais informações nelas
contidas, listando os principais ativos despigmentantes
encontrados atualmente no mercado, com seus respectivos mecanismos de ação, possibilidades e incompatibilidades de associação, e o número caracterizando
sua referência, que pode ser encontrada ao final deste
artigo, na sessão de informes técnicos.
4) RESULTADOS
Como resultado deste trabalho de compilação, foi
obtida a tabela 1 - Vide tabela nas páginas 18 e 19.
5) DISCUSSÃO E CONCLUSÃO
Ao longo deste trabalho, pode-se observar que há
uma ampla variedade de substâncias despigmentates disponíveis no mercado. Estes produtos são fruto,
como mencionado antes, de uma imensa preocupação
que o ser humano tem com sua estética, que originou
uma série de estudos para descobrir detalhadamente
o que causa os distúrbios pigmentares. Sabe-se, então,
que é a produção excessiva de melanina que provoca
tais alterações, sendo que são conhecidas diversas vias
pelas quais esta substância pode ser produzida. Assim,
a grande variedade de agentes despigmentantes atua
por meio de diferentes mecanismos de ação, que podem
ser relacionados com a inibição de enzimas envolvidas
na produção de melanina ou à transferência desta para
as camadas superficiais da pele. Existem, ainda, agentes
que estimulam a renovação celular epitelial, provocando
uma descamação que é benéfica para o tratamento da
hiperpigmentação.
Outra conclusão à que podemos chegar a respeito das
substâncias despigmentantes é que há outros ativos que
são utilizados em associação com tais substâncias, embora não possuam ação despigmentante. É o caso dos
anti-inflamatórios, que podem atuar na pigmentação
pós-inflamatória. Muito comum são também as associações com demais agentes dermatológicos, como agentes
antienvelhecimento, atingindo assim mais de um objetivo terapêutico na mesma formulação. Vale destacar
que é importante observar características como pH e
concentração ideais de uso dos ativos despigmentantes,
para que estes possam ser associados a substâncias adequadas para tais exigências.
Finalmente, podemos concluir que os agentes despigmentantes proporcionam um tratamento eficaz para a
hiperpigmentação, mas é um esforço em vão utilizar tais
agentes sem tomar os devidos cuidados com relação à
| 17
Dermatologia
proteção solar. Conforme foi explicado anteriormente,
diversos distúrbios de pigmentação são causados pela
exposição em longo prazo aos raios UV-A e UV-B; portanto, evitá-los é essencial para a terapia destes distúrbios. Deve-se, então, concomitantemente ao tratamento despigmentante, evitar a exposição direta aos raios
solares, utilizando também um filtro solar. Desta forma,
se adota duas frentes para o tratamento: a frente farmacológica, que são os agentes despigmentantes, e a não
farmacológica, que é evitar uma das possíveis causas da
hiperpigmentação.
6) AGRADECIMENTOS
Gostaria de agradecer ao Dr. Ademir Valerio da Silva e a
todos da Farmácia Equilíbrio (Equilíbrio Homeopatia e Manipulação – São Paulo/SP), que me deram a oportunidade
de estagiar por um mês, que, apesar de pouco tempo, foi
o suficiente para complementar meu aprendizado como farmacêutico, e onde também pude obter todo o suporte necessário para desenvolver este trabalho.
Agradeço também a Anfarmag pelo interesse em meu
trabalho e me dar esta oportunidade de poder fazer uma pequena contribuição em sua revista periódica, e, assim, contribuir também com o farmacêutico magistral.
SUBSTÂNCIA
MECANISMO DE AÇÃO
ASSOCIAÇÕES E INCOMPATIBILIDADES
Nº
SILICATO DE
ALUMÍNIO
Adsorção de melanina
Cremes, loções não iônicas e suspensões aquosas são os veículos
mais adequados
Incompatível com hidroquinona, lanette N e gel de carbopol
1
HIDROQUINONA
Inibição da biossíntese de melanina
Recomendada a utilização de sistemas antioxidantes por causa
da reatividade
Em associação com ácido glicólico, deve-se utilizar veículos não
iônicos
ÁCIDO MÁLICO
Reação com grupamentos polares
da queratina, aumentando a
plasticidade da camada córnea
1
Em caso de pele extremamente ressecada, com escamação
severa, é preferível o uso de um veículo que seja uma emulsão
óleo/água, com o AHA solúvel em água
1
Ligeiro efeito de peeling, por
diminuir a coesão entre os
corneócitos
ÁCIDO
GLICÓLICO
Pode ser utilizado em emulsões renovadoras para a pele, géis e
Atua como esfoliante, possuindo
também ações antienvelhecimento e cremes esfoliantes, sérums e loções antienvelhecimento, cremes e
loções hidratantes para a pele, formulações para o tratamento da 2
hidratante
acne, tônicos faciais e peelings rejuvenescedores (a critério médico)
N6-FURFURILADENINA
Melhora a eficiência de caminhos
de manutenção e reparo da síntese
proteica, modulando a ação de
genes que influenciam a idade
Utilizado em substituição ao ácido retinoico em géis, cremes e
loções, sem causar vermelhidão ou descamação significativa.
Promove redução na perda de água
Ação antioxidante, antiradical livre
e clareadora, por ser um inibidor da
enzima tirosinase
Pode ser associado ao ácido glicólico e utilizado em pacientes
com peles mais sensíveis
ÁCIDO FÍTICO
Não foram observadas incompatibilidades com bases
Pode ser associado a formulações contendo vitamina C,
oligoelementos umectantes e antirradicais livres
Contraindicado em feridas abertas e herpes ativos
Vale destacar a importância do uso concomitante de
fotoprotetores para o tratamento de manchas pigmentadas
18| Revista Técnica do Farmacêutico
1
1
SUBSTÂNCIA
MECANISMO DE AÇÃO
ASSOCIAÇÕES E INCOMPATIBILIDADES
GLABRIDINA
Inibição da enzima tirosinase
envolvida na síntese de melanina
Pode ser associado no final da formulação, à temperatura
ambiente
Atuação como antioxidante,
Pode ser usado em gel, loção ou creme
Nº
1
Ação bacteriostática
ÁCIDO KÓJICO
Atua quelando íons cobre no
sítio ativo da enzima tirosinase,
bloqueando sua ação e,
consequentemente, a formação de
melanina
Pode ser associado ao ácido glicólico e outros AHAs, além de
hidroquinona
Apresenta incompatibilidade com metais; pode hidrolisar ésteres
da formulação
2
Instável na presença de luz, quela com íons metálicos como ferro,
podendo ocorrer mudança de coloração da formulação final
ARBUTINA
É uma hidroquinona glicosilada,
apresentando maior estabilidade e
menor grau de efeitos tóxicos que a
hidroquinona
Inibição da ação da enzima
tirosinase
Para evitar hidrólise, acrescentar tampão citrato/ácido cítrico nas
formulações
Deve-se adicionar de 0,1 a 0,2% de EDTA dissódico às
formulações, para evitar possíveis reações de oxidorredução, que
podem ser causadas pela presença de metais provenientes de
outros ingredientes
Não aquecer acima de 70ºC
Inibição da atividade enzimática
da tautomerase DOPAcromo,
estabilizando o DOPAcromo,
intermediário na síntese de
melanina
Alta estabilidade em solução aquosa
É seguro e não citotóxico.
ÁCIDO TRANEXÂMICO
Inibição da enzima tirosinase
Interferência na interação de
melanócitos com queratinócitos.
Recomenda-se a incorporação em sérum
4-HEXILRESORCINOL
Inibição das enzimas tirosinase
e peroxidase
Sugere-se a aplicação com loção base não iônica
NIACINAMINDA
(VITAMINA B3)
Impedimento da transferência
dos melanossomas dos
melanócitos para os
queratinócitos
Apresenta hidrossolubilidade
Pode ser associado ao ácido retinoico e resultar em melhora da
função barreira cutânea do extrato córneo (TEWL)
ÁCIDO OCTADECENODIOICO
Apresenta afinidade pelo
complexo protéico PPARγ, que
regula a transcrição do gene da
tirosinase
Incorporar na fase oleosa acima de 60ºC
ÁCIDO AMINOETILFOSFÍNICO
1
3
4
4
5
6
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Dermatologia
7) REFERÊNCIAS
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S, M. K.; B, H. Survey and Mechanism of Skin Depigmenting and
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16. TEDESCO, I. R.; ADRIANO, J.; SILVA, D. Produtos Cosméticos Despigmentantes Nacionais disponíveis no mercado.
Artigo Científico. 8f. Curso de Tecnologia em Cosmetologia e
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17. UNIVERSIDADE ESTADUAL DE LONDRINA. Mecanismos de
controle térmico. Disponível em <http://www.uel.br/pessoal/
ambridi/Bioclimatologia_arquivos/caracteristicas%20cutaneas.pdf >. Acesso em 18/02/2011.
• Informes Técnicos:
1. GALENA
2. DEG
3. ION TECNOLOGIA & SERVIÇOS
4. LEMMA
5. DSM
6. VIA FARMA
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20| Revista Técnica do Farmacêutico
Nota Técnica 1
Emprego de Hpmc
como Excipiente
para Cápsulas em
Formulações Magistrais
Hélio Martins Lopes Júnior
Farmacêutico – Proquimo Laboratório Ltda
A utilização de hidroxipropilmetilcelulose (HPMC) como
excipiente para a forma farmacêutica cápsula em preparações magistrais requer uma avaliação adequada de sua
aplicação pelo farmacêutico, em função das características
gerais da formulação, dos ativo(s) empregados e das condições requeridas para liberação do(s) fármacos constantes
da fórmula. Entre os problemas mais incidentes encontrados na preparação de cápsulas está a escolha inadequada dos excipientes. Assim, é de fundamental importância considerar as
características do fármaco e/ou da formulação para eleger
um excipiente que seja mais adequado para cada caso. Baseado nas informações de literatura oficial abaixo descritas, observa-se que o uso deste excipiente em cápsulas
manipuladas deve se restringir a situações específicas, como
por exemplo, nos casos em que se necessita a obtenção de
um produto de liberação retardada ou prolongada. Por meio
do monitoramento de controle de qualidade que a Anfarmag efetuou por meio do projeto SINAMM, no qual centenas de amostras das farmácias participantes foram avaliadas, observou-se que nem sempre o critério de utilização da
HPMC estava correto ou seu emprego deu-se em concentrações inadequadas, demonstrando – em alguns casos – que
o farmacêutico não fez a escolha do excipiente baseada em
referências ou estudos consistentes para tal aplicação. A seguir estão descritas informações sobre a HPMC, respaldadas em literatura oficialmente aceita(1):
22| Revista Técnica do Farmacêutico
Dados gerais
A. Fórmula estrutural.
HPMC: R=-H, -CH3, -CH2C(OH)H-CH3
Peso molecular: 10.000 - 1.500.000
Número C.A.S.: 9004-65-3
D.C.B.: Não há.
Obtenção Da Hpmc
A forma purificada da celulose obtida do algodão é colocada sob reação com solução de hidróxido de sódio, produzindo uma celulose alcalina que é mais reativa do que a
celulose não tratada. A celulose alcalina é, então, tratada
com clorometano e óxido de propileno para produzir os éteres de metilhidroxipropilcelulose, os quais são purificados e
quebrados em grumos. Na sequência, tais grumos passam
por tratamento de uniformização, transformando-os em
grânulos ou pó.
Uso da HPMC
A HPMC é utilizada para várias funções, dependendo do
contexto da formulação, entre as quais como agente de revestimento, formador de filme, matriz para liberação controlada, agente estabilizante, agente suspensor, aglutinante, agente de viscosidade. Adicionalmente, também pode
ser empregada na manufatura de cápsulas como adesivo,
plastificante e agente umidificante.
Na concentração de 2 a 5 %, é empregada com a função
de agente aglutinante tanto para via úmida como seca para
comprimidos. Já em altas concentrações (10 % a 80 %), é
empregada para a liberação retardada em comprimidos ou
cápsulas.
Descrição das propriedades físicas da HPMC
Acidez/alcalinidade: pH 5,5 – 8,0 para solução 1% (p/p) de
solução aquosa
Densidade (bulk): 0,341 g/cm³
Densidade (tapped): 0,557 g/cm³
Densidade (true): 1,326 g/cm³
Umidade: hidroxipropilmetilcelulose absorve umidade da
atmosfera, sendo que a quantidade absorvida depende do
conteúdo de umidade inicial, temperatura e umidade relativa da atmosfera.
Densidade especifica: 1,26 g/cm³
Incompatibilidades
A Hidroxipropilmetilcelulose é incompatível com alguns
agentes oxidantes, desde que estes sejam não iônicos. A hidroxipropilmetilcelulose não complexa com sais metálicos ou moléculas orgânicas iônicas para formar precipitados insolúveis.
Conclusão
As informações disponibilizadas acima devem nortear o farmacêutico acerca do uso correto da hidroxipropilmetilcelulose
(HPMC), baseada em critérios científicos e referências confiáveis
que indiquem quando este excipiente deve ser utilizado e como
deve ser sua utilização em cada caso. O estudo levantado a partir de dados contemplados por meio do Programa de Controle de
Qualidade do SINAMM identificou que algumas vezes este excipiente foi empregado incorretamente. Sugere-se, a partir disso,
que o farmacêutico sempre observe a formulação desejada, o(s)
fármaco(s) que comporão a fórmula e as condições específicas de
cada prescrição para a elaboração correta e coerente da preparação magistral que atenda à especificidade de cada paciente.
Referências bibliográficas
1. Handbook of Pharmaceutical Excipients, 3ª Ed, p. 252.
2. Farmacopeia Japonesa. 15ª Ed. - Disponível em <http://
jpdb.nihs.go.jp/jp15e/JP15.pdf>. Acesso em: 08/05/2013.
3. Farmacopeia Europeia – Disponível em <http://www.
edqm.eu/en/background-50.html>. Acesso em 08/05/2013.
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| 23
Nota Técnica 2
Aplicação de fator de
correção em insumo SAMe
(Ademetionina)
Elaborado pela Equipe Técnica da Anfarmag
Sinônimos: Ademethionine; Ademetioniini; Adémétionin;
Ademetionin;Adeetionina; Ademetioninum; S-Adenosyl-Lmethionine; Methioninyl adenylate; SAMe.
Nome Químico: (S)-5′-[(3-Amino-3-carboxypropyl)
methylsulphonio]-5′-deoxyadenosine hydroxide, inner salt.
C15H22N6O5S = 398.4
DCB: 00417 – DCI: 5479 - CAS: 17176-17-9.
Informações: ademetionina é uma molécula de ocorrência
natural encontrada em todos os tecidos e fluidos corporais.
Atua como um grupo dador de metila em muitas reações de
transmetilação e, portanto, está envolvida na síntese ou no
metabolismo de uma vasta gama de compostos que mantêm
a função celular normal. Sulfato tosilato de ademetionina
e butanedisulfonate ademetionina são formas estáveis ​​de
ademetionina que têm sido utilizados para o tratamento da
depressão, distúrbios hepáticos e osteoartrite.(1) No mercado
nacional, é possível encontrar a forma dissulfato tosilato de
ademetionina.
Dissulfato tosilato de ademetionina
Nome Químico: S-(Adenosyl)-L-methionine disulfate
tosylate
;
(3S)-5′-[(3-Amino-3-carboxypropyl)
methylsulfonio]-5′-deoxyadenosine, disulfate-methylbenzenesulfonate (2)
C22H34N6O16S4 = 766.80 (2)
DCB: nd – DCI: nd - CAS 97540-22-2 (3) ou CAS 29908-08-0 (2)
Informações: dissulfato tosilato de ademetionina é o sal
misto dissulfato-tosilato de uma mistura de diastereoisómeros
dos ions ademetionine. Contém não menos que 95% e não
24| Revista Técnica do Farmacêutico
mais de 105% de ademetionina calculado em relação a base
anidra.(2) Segundo método de análise, não deve conter mais
que 3% de água. (2) Referências relatam a necessidade de revestimento entérico para aumento da estabilidade e melhora da
absorção do SAMe.(5,6)
Especialidades
Gumbaral®
1 Tablet enth.: Ademetionin-tosilat-bis(sulfat) 384 mg
(entspr. 200 mg Ademetionin). Adult Dosage Mannitol, Siliciumdioxid-Gel, Magnesiumstearat, Celluloseacetatphthalat, Diethylphthalat, Methylpolysiloxan. (7)
Samyr®
One 400-mg gastro-resistant tablet contains: ademetionine (S-Adenosyl-L-Methionine) 1.4-butanedisulfonate, 760
mg equal to 400 mg. Excipients: Microcrystalline cellulose,
magnesium stearate, polyethylene glycol 6000, polymethacrylate, polysorbate, colloidal silica, emulsified silicone, sodium starch glycolate, talc. (8)
Transmetil®
300 mg Compresse gastroresistenti
Una compressa gastroresistente contiene:
Principio attivo:
Ademetionina (Solfo-Adenosil-L-Metionina) 1,4-butandisolfonato 570 mg pari a ione 300 mg
500 mg Compresse gastroresistenti
Una compressa gastroresistente contiene:
Principio attivo:
Ademetionina (Solfo-Adenosil-L-Metionina) 1,4-butandisolfonato 949 mg pari a ione 500 mg (9)
Diante dessas informações, e para a correta manipulação
desse insumo, recomendamos a correção em função dos dados do quadro a seguir:
SAMe
Correção
Referência
Equivalência
sal/base
1,92
Peso molecular
SAMe dissulfato
tosilato 766,79/Peso
molecular SAMe base
398,44
Correção
umidade
(água)
Correção de
acordo com o
lote adquirido
Não mais que 3% (2)
Teor
Correção em
relação à base
anidra de
acordo com o
lote adquirido
Não menos que 95% e
não mais de 105% de
ademetionina (2)
Cálculo da correção:
Quantidade a ser pesada = Q prescr. X f. equiv. X f
cor U x f cor T. x u. posol.
Onde:
Q prescr.= quantidade prescrita no receituário
f. equiv. = fator de equivalência sal/base
f cor U = fator de correção da umidade
f cor T. = fator de correção do teor
u. posol. = unidades posológicas, ou seja, número de doses
solicitadas na prescrição
Exemplo:
Para o atendimento de uma prescrição de SAMe 400mg,
30 cápsulas, o cálculo a ser aplicado para obtenção total
deste insumo ativo é:
Quantidade a ser pesada = Q prescr. X f. equiv. X f
cor U* X f cor T.** X u. posol.
Quantidade a ser pesada = 400 X 1,92 X 1,02 X 1,02 X 30
Quantidade a ser pesada = 23970,81 mg
* considerado o valor fictício de umidade = 2% (f cor U =
100/100 – 2 = 1,02)
** considerado o valor fictício de teor = 98% (f cor T = 100/98
= 1,02)
Referências
1. Martindale 36th, p. 2247.
2.USP/NF 2008, Dietary Supplements, vol.1, p. 907.
3. <http://www.chemblink.com/products/97540-22-2.
htm>, acesso em 13/12/2012.
4. <http://www.drugs.com/mtm/s-adenosylmethionine.
html?printable=1>, acesso em 13/12/2012.
5. Najm WI, Reinsch S, Hoehler F, Tobis JS, Harvey PW (February 2004). “S-Adenosyl methionine (SAMe) versus celecoxib for the treatment of osteoarthritis symptoms: A
double-blind cross-over trial. ISRCTN36233495”. BMC
Musculoskelet Disord 5: 6.
6. <http://en.wikipedia.org/wiki/S-Adenosyl_methionine>, acesso em 14/12/2012.
7. < h t t p : / / w w w . d r u g c o r e . c o m / b e n c a n d y .
php?fid=48&id=57160>, acesso em 14/12/2012.
8. <http://www.biogenesis-antiaging.com/product_info.
php?products_id=64>, acesso em 14/12/2012.
9. <http://www.torrinomedica.it/farmaci/schedetecniche/TRANSMETIL.asp#axzz2F3QNQ8Wm>, acesso em
14/12/2012.
10. Manual de equivalência Anfarmag, 3ª edição, 2010,
pp. 10-12.
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| 25
Legal
Programa de Gerenciamento
de Resíduos Sólidos
das Farmácias - Necessidade
de atualização
Elaborado pela Equipe Técnica da Anfarmag
Compete ao farmacêutico que acompanhar a inspeção
colocar à disposição da autoridade sanitária a
documentação que compõe o Manual das Boas Práticas
de Manipulação (BPMF), conforme determina a RDC nº
67, de 2007, itens 5.19.1 e 5.19.2.
Dentre os documentos, temos o
PGRSS – Programa de Gerenciamento
de Resíduos de Serviços de Saúde
(PGRSS), que deve ser atualizado
sempre que houver alteração
no programa original.
O PGRSS é um plano para gerenciar os resíduos, seguindo rigorosamente as legislações – e, em especial, a RDC
306, de 2004. (5.2, Anexo 6.3, 6.3.1, 6.4 e 6.5 do ANEXO VII
da RDC 67/2007).
O PGRSS é um conjunto de procedimentos de gestão que visam ao correto gerenciamento dos resíduos produzidos no estabelecimento. Tais procedimentos consistem em detectar riscos
e tomar medidas que eliminem, previnam ou minimizem esses
riscos. É o documento que aponta e descreve as ações relativas
ao manejo dos resíduos sólidos, observadas as suas características, no âmbito dos estabelecimentos, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta
interna, armazenamento, transporte, tratamento e destinação
final, bem como os aspectos relativos à proteção da saúde pública e à segurança ocupacional do pessoal envolvido nas etapas
do gerenciamento de resíduos baseado nas características e na
classificação dos mesmos. (item 6.2, Anexo I da RDC 67/07).
Esses procedimentos devem ter o objetivo de minimizar
a produção de resíduos e proporcionar aos resíduos gera-
26| Revista Técnica do Farmacêutico
dos um encaminhamento seguro, de forma eficiente, visando à proteção dos trabalhadores, à preservação da saúde pública, dos recursos naturais e do meio ambiente. Os
procedimentos definidos concentram seu foco no risco do
resíduo propriamente dito, na sua capacidade de transmitir infecção ou de contaminar – decorrências de acidentes
ocupacionais ou de seu manejo indevido.
A elaboração do PGRSS consiste em fazer uma análise quantitativa de cada resíduo gerado e organizar sua
forma correta de manuseio, da geração até a destinação
final, seguindo a legislação de acordo com o tipo de resíduo gerado.
Sempre que houver alguma alteração em um dos fluxos
ou organização, a farmácia deverá rever o programa, efetuar a alteração e implantá-la por meio de treinamentos
do pessoal envolvido.
Ressalte-se que nenhuma situação é estática. Faz-se o
diagnóstico de uma situação específica, num momento determinado, como um retrato. Por isso, o plano é avaliado
e deve ser ajustado continuamente (por exemplo, a cada
ano), de acordo com as necessidades de mudanças.
O PGRSS é específico, direcionado, integrado e
contínuo, não sendo apenas um documento
passivo.
As etapas de manejo externo devem estar de acordo
com as orientações dos órgãos de limpeza urbana e, especificamente, com a etapa de destinação final, que dependerá
sempre do licenciamento ambiental da instalação de destino e com a qual a farmácia tenha um contrato firmado.
As decisões estão baseadas na premissa da existência
de destinos ambientalmente seguros.
O PGRSS NÃO É APENAS UM DOCUMENTO!
RESUMO – PLANO DE GERENCIAMENTO DE RSS
1. Manejo, Tratamento e Destino Final dos Resíduos de
Serviços de Saúde
2. Geração – Redução na Fonte
3. Segregação
4. Acondicionamento
5. Identificação (usar as cores e símbolos de tipo de material reciclável)
6. Coleta e Transporte Interno
7. Armazenamento temporário
8. Armazenamento externo
9. Coleta e Transporte Externo
10. Disposição Final
11. Recursos Humanos: Capacitação, Treinamento e Educação Ambiental Continuada
12. Descrição de Controle de Vetores
13. Cronograma para Implantação e Implementação do PGRSS
14. Administração (Documentação)
15. Responsabilidade
O programa deverá contemplar ações de capacitação
e treinamento dos trabalhadores que estão envolvidos
no PGRSS. Nessas ações, deverão estar contempladas
medidas preventivas e de intervenção que assegurem
condições adequadas de saúde. Deve, ainda, abordar
itens como:
• origem dos resíduos e os respectivos riscos operacionais;
• importância da segregação dos resíduos na origem;
• padronização de acondicionadores por tipo de lixo gerado e forma de apresentação para a coleta;
• identificação dos acondicionadores, veículo de coleta e
armazenamento de resíduos;
• importância e uso de EPI.
Capacitação dos Recursos Humanos
(Programa de Treinamento)
Elaborar um treinamento dos funcionários envolvidos,
visando à conscientização e valorização dos trabalhadores
envolvidos no gerenciamento da importância da segurança e da proteção coletiva e individual no trato com os resíduos, inclusive com o lixo. Este treinamento deve estar
incluído em um programa de treinamento, elaborado com
base em um levantamento de necessidades e nos registros.
(item 3.2 do Anexo da RDC nº 67/2007).
Empresa incumbida da Disposição Final
Ter um contrato com a empresa que irá proceder à destinação final dos resíduos. Verificar se a mesma está devidamente licenciada ou autorizada junto ao órgão do meio
ambiente, bem como saber tudo sobre a empresa que estará procedendo à destinação final dos resíduos gerados
pela farmácia. Ver a indicação do sistema de tratamento
externo adotado para os resíduos dos Grupos A, B, C e D,
indicando o nome da empresa, endereço completo, telefone, CNPJ, e-mail, fax e nome do responsável.
Diagnóstico da situação dos RSS
É o “estudo da situação do estabelecimento em relação
aos RSS, o qual identifica as condições do estabelecimento,
| 27
Legal
as áreas críticas, e fornece dados (indicadores) necessários
para a implantação do plano.” Um bom indicador deve ser:
• sensível: capaz de registrar diversos tipos de modificações num dado período de tempo;
• específico: atribuído a um objetivo/resultado. O mesmo
indicador geralmente só pode ser utilizado uma vez;
• mensurável: seja em termos quantitativos ou qualitativos;
• frequente: os dados necessários para sua leitura estão à disposição, podendo ser obtidos notempo necessário e mediante recursos proporcionais ao objetivo a
ser medido;
• pertinente: as mudanças medidas estão diretamente ligadas às intervenções do PGRSS;
• confiável: quando utilizado por várias pessoas, num contexto idêntico, chega-se ao mesmo resultado.
O diagnóstico abrange o estudo da situação do estabelecimento em relação aos PGRSS. Fornece os dados necessários para a implantação do plano de gestão conforme a
situação seja crítica ou não. Para tanto, deverá:
• levantar atividades;
• identificar os tipos de resíduos gerados;
• avaliar as etapas atuais do processo de GRSS: rotas de
coleta e fluxos definidos, compatibilidade com as demais
atividades do estabelecimento;
• disponibilizar e utilizar os EPI’s;contratadas
• apresentarfrequência e modo operacional de coleta;
• utilizarveículos ou carros de transporte compatíveis com RSS; e
• possuir aslicenças operacionais da farmácia, quando necessário, e da empresa que procede à destinação conveniente dos resíduos.
• riscos existentes;
• danos possíveis (acidentes, doenças, agravos, incidentes);
• medidas de controle necessárias; e
• Medidas de controle existentes.
O Fluxo das atividades da Farmácia em cada laboratório (sólidos, líquidos e semissólidos, bem como controle
de qualidade) deve ser inserido também no PGRSS, com a
indicação de onde ocorre a retirada dos resíduos gerados.
Fluxo da coleta interna:
• Verificar o traçado e desenhar os roteiros (itinerários) das
coletas até o abrigo (caminho dos resíduos).
• Levantar as frequências, fluxo, nível de ruído e horário
das coletas.
• Levantar e sistematizar as características de cada roteiro
para os diversos resíduos.
• Verificar a compatibilidade de roteiros previamente definidos para cada tipo de resíduo, bem como horários das
coletas em função da distribuição de roupas, alimentos e
medicamentos, períodos de visita ou de maior fluxo de
pessoas ou atividades.
Referência bibliográfica
1. BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Resolução - RDC Nº 67, de 08 de outubro de 2007 - Dispõe
sobre as Boas Práticas de Manipulação de Preparações
Magistrais e Oficinais para Uso Humano em Farmácias.
“Estabelecer os períodos e formas de avaliação
do PGRSS, de acordo com indicadores:”
• Definir estratégias de acompanhamento.
• Construir indicadores.
• Avaliar resultados.
• Discussão com equipe e sugestão de modificações.
• Disponibilizar o documento na área de trabalho o da
quantidade gerada de resíduos/habitante/unidade de
tempo recuperação de resíduos.
• Impactos socioambientais.
Elaborar um fluxograma específico, documentando os seguintes aspectos:
• atividades envolvidas;
• produtos e equipamentos envolvidos;
• recursos humanos envolvidos;
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28| Revista Técnica do Farmacêutico
Legal 2
Rastreabilidade do
Processo Magistral
Vagner Miguel
Gerente Técnico e de Assuntos Regulatórios Anfarmag
Maria Aparecida Ferreira Soares
Farmacêutica do Serviço de Atendimento ao Associado Anfarmag
A rastreabilidade é um conceito que surgiu devido à
necessidade de saber em que local um produto se encontra na cadeia logística, sendo também muito usado em
controle de qualidade. Este conceito representa a capacidade de traçar o caminho da história, aplicação, uso e
localização de uma mercadoria individual ou de um conjunto de características de mercadorias, por meio da impressão de números de identificação – ou seja, a habilidade de se poder saber, por meio de um código numérico,
qual a identidade de uma mercadoria e suas origens. Não
se encontra o significado de rastreabilidade no dicionário
da língua portuguesa, por ser uma palavra composta pelo
verbo rastrear, que significa “seguir o rasto ou a pista de;
investigar; inquirir; indagar”, e pelo substantivo feminino
habilidade, que significa “qualidade de hábil”.
Em termos práticos, rastreamento é saber “o quê”
(o produto ou bem), “de onde” veio (a origem) e “para
onde” foi (destino). Com isso em vista, a definição de rastreamento exige três dados básicos, quais sejam:
• o produto necessita estar identificado – o que se está
rastreando;
• a origem deve ser conhecida – de onde vem o produto
que se está rastreado; e
• o destino deve estar definido – para onde este produto
será embarcado/enviado.
O sistema de rastreabilidade, numa cadeia de produção, é baseado no conjunto de documentos eletrônicos
ou físicos, ordenados cronologicamente, demonstrando
o recebimento/aquisição, posse, controle, transferência e
disposição de um produto – o que permite a recuperação
de todo seu histórico, assegurando a efetividade da gestão considerada ideal pela organização.
É fato que a rastreabilidade por si só não resolve
todos os problemas da cadeia de valor, mas sem dúvida
estabelece a transparência necessária às medidas de
controle, resgatando a confiança de consumidores e
clientes – um valor agregado que, incorporado ao produto, lhe confere diferenciação. Afinal, um sistema eficiente de rastreabilidade – junto aos atuais sistemas de
monitoramento, políticas sustentáveis e investimentos
em tecnologia– atrelado às ideias de desenvolvimento
sustentável, pode apresentar resultados consistentes no
mercado global.
O rastreamento é um instrumento fundamental, tendo
em vista que hoje a identificação da origem das matérias-primas e das circunstâncias em que se realiza a produção dos alimentos é bastante complexa. Esta indicação
permite, ainda, no caso de surgir um problema de saúde
pública, identificar todo o lote contaminado e, se necessário, retirá-lo do mercado, bem como definir a responsabilidade de cada um dos intervenientes na produção.
Permite, assim, uma intervenção rápida por parte das
autoridades competentes. No cado do produto magistral,
por ser individualizado e único, permite pesquisar e saber
com precisão se o processo utilizado e seu respectivo monitoramento foram eficientes para assegurar a qualidade
preconizada do produto.
A Rastreabilidade, segundo padrões internacionais (ISO
8402 - 1994), é definida como a capacidade de traçar o
histórico, a aplicação ou a localização de um produto por
meio de informações previamente registradas. Rastrear é
manter os registros necessários para identificar e informar
os dados relativos à origem e ao destino de um produto.
O processo magistral possui peculiaridades que devem
ser registradas em cada fase, de forma a garantir a qualidade do mesmo por meio do controle dos seus insumos
ativos, dos insumos inertes e do processo, com todas
suas etapas rastreáveis.
Através do esforço organizado e documentado dentro
da empresa, o processo rastreável garante as características do produto, de modo que cada unidade do mesmo
esteja de acordo com suas especificações.
A Rastreabilidade do processo é uma exigência Sanitária.
A Resolução RDC 67, de 8 de outubro de 2007 (dispõe sobre
| 29
Nota Técnica
Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e
Oficinais para Uso Humano em farmácias), traz as seguintes
diretrizes em relação à rastreabilidade do processo:
Anexo I
CAPÍTULO V - CONDIÇÕES GERAIS
5.19. Todo o processo de manipulação deve ser documentado, com procedimentos escritos que definam a especificidade das operações e permitam o rastreamento dos produtos.
5.19.1. Os documentos normativos e os registros das preparações magistrais e oficinais são de propriedade exclusiva da farmácia e devem ser apresentados à autoridade
sanitária, quando solicitados.
5.19.2. Quando solicitado pelos órgãos de vigilância sanitária competentes, devem os estabelecimentos prestar as
informações e/ou proceder à entrega de documentos, nos
prazos fixados, a fim de não obstarem a ação de vigilância e as medidas que se fizerem necessárias.
CAPÍTULO VIII – DA MANIPULAÇÃO
Produto
Acabado
Devem existir procedimentos operacionais escritos para
manipulação das diferentes formas farmacêuticas preparadas na farmácia.
8.1. A farmácia deve garantir que todos os produtos manipulados sejam rastreáveis.
CAPÍTULO XV – DA GARANTIA DA QUALIDADE
15.5. Documentação.
A documentação constitui parte essencial do Sistema de
Garantia da Qualidade.
15.5.4. A documentação deve possibilitar o rastreamento
de informações para investigação de qualquer suspeita de
desvio de qualidade.
15.5.7. Os documentos referentes à manipulação de fórmulas devem ser arquivados durante 6 (seis) meses após o
vencimento do prazo de validade do produto manipulado.
Rastreabilidade no processo
Figura 1. Documentação para rastreabilidade do
processo magistral
Quem
Treinamento
Quando
Data
Qualificação
do Fornecedor
Processo
Como
POPs
Fornecedor
Externo
Semiacab
ado
Ficha de
Especificação
Ativos
Produção
Interna
Ordem de
Manipulação
POPs
Insumos
Fornecedor
Externo
Qualificação
do Fornecedor
Ficha de
Especificação
Inertes
Produção
Interna
Ordem de
Manipulação
POPs
30| Revista Técnica do Farmacêutico
A farmacotécnica magistral possui especificidades no
seu processo que envolvem a utilização de doses mínimas
de princípios ativos diversos, associados ou não, podendo
haver diluições dos ativos, condições adequadas de homogeneização destes com os excipientes e cuidados em
boas práticas, entre outras. Esta peculiaridade possibilita
o controle analítico do produto acabado e, quando for o
caso, o monitoramento do processo e sua consequente
rastreabilidade.
A inclusão na rotina de vários procedimentos, registros,
ordens de manipulação, fichas de especificação, de referência e de análise, pode se apresentar como um entrave ao
processo, e muitas vezes, um bloqueio para a sua aplicação.
Contudo, considerando a importância da rastreabilidade dentro do processo da Garantia da Qualidade do medicamento magistral, é fundamental que o farmacêutico
estabeleça os processos dentro do fluxograma do receituário da sua farmácia e aplique os controles e registros
necessários que viabilizam a rastreabilidade.
Baseado na esquematização acima, se observa que os
documentos de registro dos processos e procedimentos
devem estar articulados entre si, e cada documento deve
possuir informações específicas e não repetitivas em relação aos documentos de interface.
Preferencialmente, toda a documentação utilizada
para registro de processos e procedimentos, bem como
os documentos que descrevem tais ações, deve possuir
uma codificação estabelecida pela farmácia, obedecendo
a um sequenciamento ou numeração ordenada e versão
atualizada. É desta forma que a farmácia controlará o sistema documental e o atualizará sempre que necessário,
sem perder o histórico dos registros anteriores.
Toda a sistemática de documentação também assegurará à farmácia a comprovação de sua qualidade, quando
necessário for, para defesa perante inspeções sanitárias,
denúncias ou simplesmente para levantamento de possíveis não conformidades ante reclamações de clientes/
usuários de preparações magistrais.
Certamente, o responsável pela Garantia da Qualidade
da farmácia é o melhor profissional para controlar todo o
sistema documental farmacêutico, bem como para atender as necessidades declaradas no parágrafo anterior,
acompanhar inspeções sanitárias, auditorias farmacêuticas, autoinspeções, ou simplesmente efetuar correções
contínuas e coerentes com os procedimentos da farmácia – os quais se alteram com o tempo e o espaço, com
os profissionais envolvidos e sua qualificação, e com as
necessidades de otimização dos processos internos do
estabelecimento.
Assim, da qualificação dos fornecedores à entrega das
preparações magistrais finais ao cliente/usuário, é mister
manter o acervo documental correto, preciso e conciso.
Referência bibliográfica
1.
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária.
Resolução RDC 67, de 08 de outubro de 2007 - Dispõe
sobre Boas Práticas de Manipulação de Preparações Magistrais e Oficinais para Uso Humano em farmácias.
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| 31
NORMAS
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Revista Técnica do Farmacêutico
Normas para Apresentação de Artigos
Escopo e Política
A Revista Técnica do Farmacêutico é uma publicação
trimestral da Anfarmag – Associação Nacional de Farmacêuticos Magistrais, que objetiva a comunicação e ensino
de farmacêuticos e outros profissionais da cadeia da saúde
em assuntos/temas relevantes, atuais e de grande interesse
para suas práticas profissionais. Tal objetivo atende à ordem
estatutária da Entidade em apoio ao segmento, como mais
uma de suas ferramentas de apoio à contínua qualificação e
melhoria da qualidade da área da Saúde no país.
Possui circulação em todo o território nacional e no exterior, e seu público-alvo envolve farmácias magistrais, universidades, instituições regulatórias/sanitárias, entidades,
empresas da cadeia farmacêutica e profissionais.
Dentro dessa política, tem por premissa publicar artigos
de revisão, artigos técnicos e notas técnicas, redigidos em
português, que podem ser elaborados por quaisquer profissionais, com o escopo voltado para a área magistral.
A Revista Técnica do Farmacêutico possui corpo editorial
próprio, formado por acadêmicos de universidades que também participam de câmaras temáticas da Anfarmag, bem
como profissionais farmacêuticos convidados, com relevantes conhecimentos e serviços prestados à causa magistral.
Toda essa estrutura permite o fortalecimento de ações e
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ser apresentados em lauda padrão A4, espaço de 1,5 entre linhas
e parágrafos, com margem superior e esquerda de 3 cm e inferior
e direita de 2 cm, parágrafo justificado e não hifenizado, digitados
em fonte Times New Roman tamanho 12. Os artigos de revisão
devem ter entre 9 e 15 páginas; os artigos técnicos, entre 4 e 8
páginas; as notas técnicas, no máximo 3 páginas.
Estrutura
Cabeçalho: constituído por: Título do trabalho, que deve
ser breve e indicativo da exata finalidade do trabalho; Autor(es) por extenso e apenas o sobrenome em letra maiús-
32| Revista Técnica do Farmacêutico
cula, indicando a(s) instituição(ões) à(s) qual(is) pertence(m)
mediante números. O responsável pela publicação deve ser
expressamente indicado entre os colaboradores. O autor
para correspondência deve ser identificado com asterisco,
fornecendo o endereço completo, incluindo o eletrônico.
Resumo (em português): deve apresentar a condensação
do conteúdo, expondo objetivos, metodologia, resultados e
conclusões, não excedendo 250 palavras. Deve vir acompanhado do Abstract e Keywords.
Unitermos: devem representar o conteúdo do artigo, evitando-se os de natureza genérica. Observar o limite máximo
de 6 (seis) unitermos.
Introdução: deve estabelecer com clareza o objetivo do
trabalho e sua relação com outros trabalhos no mesmo campo. Extensas revisões de literatura devem ser substituídas
por referências aos trabalhos bibliográficos mais recentes,
nos quais tais revisões tenham sido apresentadas.
Materiais e Métodos: a descrição dos materiais e métodos usados deve ser breve, porém suficientemente clara para
possibilitar a perfeita compreensão e repetição do trabalho.
Processos e Técnicas já publicados, a menos que tenham sido
extensamente modificados, devem ser apenas referidos por
citação. Estudos em humanos e em animais devem fazer referência à aprovação do Comitê de Ética correspondente.
Resultados e Discussão: devem ser apresentados de forma concisa e em ordem lógica. Tabelas ou figuras, quando
possível, devem substituir o texto, na apresentação dos
dados. Sempre que pertinente, fornecer as faixas e desvios
padrão, e indicar as significâncias das diferenças entre os valores numéricos obtidos. A discussão deve se restringir ao
significado dos dados obtidos e resultados alcançados, procurando, sempre que possível, relacionar sua significância
com trabalhos anteriores da área. Especulações que não encontram justificativa para os dados obtidos devem ser evitadas. É facultativa a apresentação destes itens em separado.
Conclusões: quando pertinentes, devem ser fundamentadas no texto.
Agradecimentos: devem constar de parágrafo à parte,
antecedendo as referências bibliográficas, e ser compatíveis
com as exigências de cortesia e divulgação. Se houve suporte
financeiro, deve ser incluído neste item.
Referências: devem ser citadas apenas as essenciais ao
conteúdo do artigo e organizadas em ordem alfabética pelo
sobrenome do primeiro autor, de acordo com as normas da
Associação Brasileira de Normas Técnicas - ABNT NBR-6023.
A exatidão das referências é de responsabilidade dos autores. A seguir, são transcritos alguns exemplos:
4. Artigos de periódicos
1. Livros
5. Eventos Científicos
Com até 03 autores:
ADES, L.; KERBAUY, R. R. Obesidade: realidade e indignações. Psicologia USP, São Paulo, v. 13, n. 1, p. 197-216, 2002.
FARMACOPÉIA brasileira. 4. ed., São Paulo: Atheneu, 1988, XXp.
Com mais de 3 autores:
Na citação referenciar como et al., e nas referências, colocar
todos os nomes.
Autores Corporativos:
BRASIL. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. RDC nº. 44,
de 17 de agosto de 2009. Dispõe sobre Boas Práticas Farmacêuticas para o controle sanitário do funcionamento, da
dispensação e da comercialização de produtos e da prestação de serviços farmacêuticos em farmácias e drogarias
e dá outras providências. Diário Oficial da União, Brasília,
DF, 18 de agosto de 2009, Seção 1, páginas 78 a 81. Disponível em: <http://e-legis.bvs.br/leisref/public/show Act.
php?id=16614>. Acesso em: 11 nov. 2007.
CONGRESSO BRASILEIRO DE MANIPULAÇÕES FARMACÊUTICAS, 2., 1998, Goiânia. Manual do participante e resumo dos
trabalhos. Goiânia: Conselho Federal de Farmácia, 1998. 54 p.
2. CapítuloS de livros
FIESE, E.F.; HAGEN, T.A. Pré-formulação. In: LACHMAN, L.;
LIEBERMAN, H.A.; KANIG, J.K. Teoria e prática na indústria
farmacêutica. Lisboa: Calouste Gulbenkian, 2001. p.295-340.
3. Teses e Dissertações
3.1 Trabalho de Conclusão de Curso
BARREIRO, Antônio Carlos Sotto; CARESATTO, Claudia Tereza;
PEREIRA, Selma Gomes. As Representações Sociais de usuários sobre o atendimento em um Serviço de acompanhamento farmacoterapêutico estruturado em universidade
da Baixada Santista [monografia]. São Paulo: Curso de Pós-graduação em Atenção Farmacêutica, Instituto Racine, 2010.
3.2 Dissertação de Mestrado e Tese de Doutorado
CLAUMAN, R. C. N. O farmacêutico e a atenção farmacêutica no novo contexto de saúde. 2003. 98 p. Dissertação
(Mestrado) – Curso de Pós-graduação em Engenharia da
Produção como requisito parcial para a obtenção do Título
de Mestre em Engenharia da Produção-Universidade Federal de Santa Catarina-UFSC, Florianópolis, 2003.
BRAGA, G. K. Identificação dos riscos sanitários na manipulação de medicamentos alopáticos não estéreis em farmácia
comunitária e o papel das boas práticas de manipulação no
controle desses riscos. 2009. 126f. Tese (Doutorado em Medicamentos e Cosméticos) - Faculdade de Ciências Farmacêuticas
de Ribeirão Preto, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2009.
STORPIRTIS, S. Biofarmácia e farmacocinética: ensino e pesquisa. Infarma, Brasília, v. 2, n. 4, p. 19-20, 1993.
6. Normas
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 9000:
normas de gestão da qualidade e garantia da qualidade: diretrizes para seleção e uso. Rio de Janeiro, 1990.
Citação bibliográfica: As citações bibliográficas devem ser
apresentadas no texto pelo(s) sobrenome(s) do(s) autor(es),
em letras maiúsculas, seguidas do ano de publicação. No
caso de haver mais de três autores, citar o primeiro e acrescentar a expressão et al., todavia nas referências deverão ser
incluídos todos os autores.
Abreviaturas e Siglas: podem ser utilizadas, desde que descritas integralmente na primeira vez em que aparecem no texto.
Por exemplo: Agência Nacional de Vigilância Sanitária - Anvisa.
Ilustrações: as ilustrações (gráficos, tabelas, estruturas químicas, equações, mapas, figuras, fotografias, dentre outros) devem ser apresentadas em preto e branco, indicando o local de
inserção no texto. Mapas e fotografias devem ser digitalizados
em extensão .jpg. As tabelas devem ser numeradas consecutivamente em algarismos romanos, e as figuras em algarismos
arábicos, seguidos do título. As palavras TABELA e FIGURA devem aparecer em maiúsculas apenas no título ou na legenda,
respectivamente. Legendas e títulos devem acompanhá-las
nos arquivos separados, assim como no texto.
Nomenclatura: pesos, medidas, nomes de plantas, animais
e substâncias químicas devem estar de acordo com as regras
internacionais de nomenclatura. A grafia dos nomes de fármacos deve seguir as Denominações Comuns Brasileiras (DCB)
em vigor, podendo ser mencionados uma vez (entre parênteses, com inicial maiúscula) os registrados.
Nova Ortografia: Apesar de a nova regra ortográfica estar em
vigor desde janeiro de 2009, as duas normas – anterior e
atual –, poderão vigorar até dezembro de 2012.
Publicação
A publicação de artigos na Revista Técnica do Farmacêutico está condicionada à aprovação do Conselho Editorial.
Para o recebimento da edição da revista em que constar a
publicação do artigo, os autores responsáveis deverão fornecer seus endereços.
Comissão de Publicações Técnicas Anfarmag.
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endereços das regionais e sucursais da anfarmag
REGIONAIS
REGIONAL RIO DE JANEIRO
REGIONAL BAHIA/SERGIPE
REGIONAL MATO GROSSO
Presidente: Edza Martins Brasil
Endereço: Av. Tancredo Neves, 1632, Ed. Salvador
Trade Center, Loja 25, Caminho das Árvores
Salvador – BA – CEP: 41820-020
Telefone: (71) 3113-4011
E-mail: [email protected]
Presidente: Célio Fernandes
Endereço: Av. Ipiranga, 70
Cuiabá – MT – CEP: 78020-550
Telefone: (65) 3027-6321
E-mail: [email protected]
Presidente: Aline Coppola Napp
Endereço: Rua Conde de Bonfim, 211 - Sala 401
– Tijuca - Rio de Janeiro – RJ - CEP: 20520-050
Telefone: (021) 2569-3897 / Fax (21) 3592-1765
E-mail: [email protected]
REGIONAL DISTRITO FEDERAL
REGIONAL MATO GROSSO DO SUL
Presidente: Eduardo Aranovich de Abreu
Endereço: Av. Mauá, 2011 - Sala 607 – Centro
Porto Alegre – RS – CEP: 90030-080
Telefone: (51) 3225-9709
E-mail: [email protected]
Presidente: Cleide Regina da Silva
Endereço: SIG - Quadra 04 - Lote 25 - Sala 110 –
1º andar - Empresarial Barão de Mauá
Brasília – DF – CEP: 70.610-440
Telefone/Fax: (61) 3326-1251
E-mail: [email protected]
Presidente: Maria Beatriz Ferenz
Endereço: Av. Rodolfo José Pinho, 66 - Jardim
São Bento Campo Grande – MS - CEP: 79004-690
Telefone: (67) 3026-4655
E-mail: [email protected]
REGIONAL GOIÁS/TOCANTINS
Presidente: Alessandro Marcius Silva
Endereço: Rua 7-A, nº 189, Edifício Marilena Sala 201 - Setor Aeroporto
Goiânia – GO - CEP: 74075-230
Telefone: (62) 3225-5582 E-mail: [email protected]
REGIONAL SANTA CATARINA
Presidente: Rodrigo Michels Rocha
Endereço: Rua Lédio João Martins, 435 – Sala
409 - Kobrasol - São José – SC – CEP: 88102-000
Telefone: (48) 3247-3631
E-mail: [email protected]
REGIONAL MINAS GERAIS
REGIONAL ESPÍRITO SANTO
Presidente: Hugo Guedes de Souza
Endereço: - Av. Nossa Senhora da Penha, 1495 - Sala
608 - Torre BT - Edifício Corporate Center - Santa Lúcia
Vitória - ES – CEP: 29056-245
Telefone: (27) 3235-7401
E-mail: [email protected]
REGIONAL RIO GRANDE DO SUL
Presidente: Andréa Vilela O. Santos
Endereço: Av. do Contorno, 2646
Sala 1104 – Floresta
Belo Horizonte - MG - CEP: 30110-080
Telefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955
E-mail: [email protected]
REGIONAL PARANÁ
Presidente: Cleunice Fidalski
Endereço: Rua Silveira Peixoto, 1040, 9° andar,
Sala 901 - Curitiba – PR – CEP: 80240-120
Telefone: (41) 3343-0893 - Fax: (41) 3343-7659
E-mail: [email protected]
Sucursais
SUCURSAL ACRE/RONDÔNIA
SUCURSAL PARAÍBA
SUCURSAL VARGINHA
Diretora: Êrika Fernandes Rosas C. da Silva
Telefone: (68) 3901-6314
E-mail: [email protected]
Diretora: Célia Buzzo
Telefone: (83) 3218-2600
E-mail: [email protected]
Diretor: Leonardo José da Silva
Telefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955
E-mail: [email protected]
SUCURSAL ALAGOAS
SUCURSAL PERNAMBUCO
Diretora: Tânia Bernadete P. Gomes
Telefone: (82) 3335-2806
E-mail: [email protected]
Diretor: José Andrade
Telefone: (81) 3301-7676
E-mail: [email protected]
SUCURSAL JUIZ DE FORA
SUCURSAL RIBEIRÃO PRETO
Diretor: Rômulo Augusto Modesto
Telefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955
E-mail: [email protected]
Diretora: Rita de Paula Ignácio
Telefone: (16) 3625-8019
E-mail: [email protected]
SUCURSAL MARÍLIA/PRESIDENTE
PRUDENTE
Diretora: Odete Aparecida de Andrade
Telefone: (18) 8118-9874
E-mail: [email protected]
SUCURSAL UBERLÂNDIA
Diretor: Hélio Batista Júnior
Telefone: (31) 2555-6875 / 2555-2955
E-mail: [email protected]
SUCURSAL PARÁ
SUCURSAL VALE DO PARAÍBA
Diretor: Marcelo Brasil do Couto
Telefone: (91) 3244-2625
E-mail: [email protected]
Diretora: Ana Helena Cunha
Telefone: (12) 3942-9736
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primeiros meses sujeito a reajuste conforme índice do IGPM acumulado. A consultoria de 16
horas na farmácia deve ser agendada com antecedência. Ficam por conta do cliente as despesas
de transporte ou traslado, alimentação e hospedagem do consultor.
(11) 2152.8100
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