DO DERBY DO KENTUCKY À CRIAÇÃO DE NOSSOS CANÁRIOS

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DO DERBY DO KENTUCKY À CRIAÇÃO DE NOSSOS CANÁRIOS
DO DERBY DO KENTUCKY À CRIAÇÃO DE NOSSOS CANÁRIOS DA TERRA.
Luiz Antonio Taddei – Criadouro Ouro Fino
Você viu, sábado, 03/05/2014, à tarde, pela ESPN, direto, o 140º Derby do Kentucky?
É a prova mais tradicional dos Estados Unidos. 140 anos de competição anual. Os
participantes, cavalos de 3 anos, lá nascidos, e que não simplesmente inscritos, mas sim,
CREDENCIADOS, pela análise dos resultados de suas participações em outras provas e
Derbys importantes ocorridas na América.
Dos 14.000 cavalos de corrida, oficialmente nascidos nos EUA, apenas 20 se credenciaram.
A transmissão da ESPN começou às 16 horas e o Derby teve a largada exatamente às 19:24
hs.
Durante todo o tempo da transmissão, a equipe da ESPN mostrou todos os 20 competidores, o
cartel de cada um, os haras aos quais pertencem, treinadores e jóqueis etc.
Aí, já começamos a fazer uma analogia à criação de nossos canários.
Atenção:
A criação de cavalos de corrida tem mais de 300 anos de seleção; e tal, como nós, partiram de
animais que já tinham uma aptidão natural para correr com velocidade, pois nos primórdios, se
não corresse bastante, virava jantar de algum predador.
Nossos canários também já vieram “do mato” com suas aptidões que ora selecionamos: Fibra,
Valentia, Canto Firme; etc., pois se não tivesse essas qualidades simplesmente, estava fora da
possibilidade de reprodução, pois seriam simplesmente ignorados pelas fêmeas.
Volto aos cavalos: 300 anos de seleção com um só objetivo: Velocidade e ponto. Nada mais
importa.
Os Haras mostrados pela ESPN e a grande maioria dos Haras dos selecionadores de cavalos
de corrida, tem uma enorme estrutura de criação, com instalações adequadas; veterinários de
alto gabarito, que acompanham as condições das éguas, os produtos desde o nascimento,
desenvolvimento e primeiros treinos; técnicos em alimentação; rações especiais; treinadores
experientes, etc. etc. etc. e especialmente, geneticistas experientes, que tem em mãos enorme
arsenal documental, com milhares de informações técnicas, de desempenho, dos ascendentes,
de cada reprodutor que participa do pedigree dos promitentes garanhões e seus resultados em
pistas e de seus filhos, e mais informações laboratoriais e “de cocheira” que os ajudam na
escolha do garanhão ideal para cada fêmea.
Resultado: dos 14.000 cavalos nascidos, apenas 20 se credenciaram. E, na corrida, os 5
últimos classificados, ficaram tão distantes dos 5 primeiros classificados, que nos leva a pensar
que na realidade, apenas 15 cavalos, efetivamente se credenciaram, os 5 últimos, talvez
tenham sido credenciados numa “repescagem” para completar o páreo.
Venceu a prova o cavalo Califórnia Chrome, cuja cotação subiu a milhões de dólares (6
milhões por 51% do animal).
Agora veja:
a) Se com os cavalos de corrida, que são selecionados há mais de 300 anos, em todo mundo,
com um só objetivo – Velocidade e, num dos países onde mais se investe nessa criação, de 14
mil nascidos numa temporada, apenas e efetivamente 15 cavalos foram credenciados, quer
dizer que apenas 0,1% dos produtos, mostraram-se de qualidade.
b) Qual percentual dos 13.985 restantes será efetivamente aproveitado nas criações?
c) Observe que, com total certeza, nenhum acasalamento cujo produto está contido nesta
produção anual de 14.000 cavalos, foi efetuado sem um estudo e criteriosa análise, e o
reprodutor utilizado, de boas qualidades.
Voltemos à nossa criação doméstica de pássaros nativos brasileiros:
a) Começamos a criar “na semana passada”;
b) A quase totalidade de nossas informações veio de nosso próprio meio (que cá entre nós,
muitas das vezes pecamos por excessos);
c) Ainda temos uma ínfima quantidade de informações sobre desempenhos e performances
reprodutivas;
d) Não temos provas de progênies para a efetiva comprovação da eficácia do reprodutor;
e) Selecionamos simultaneamente, diversas qualidades.
E você achou que era fácil?
Um “VIVA”, aos abnegados criadores de canários da terra.

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