Módulo 7: Ameacas e Perdas
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Módulo 7: Ameacas e Perdas
Módulo 7 Ameaças & Perdas Projecto Celeiro da Vida Manual de Facilitação de Práticas Agrárias e de Habilidades para a Vida Para os Facilitadores das Jffls 0 1 Projecto Celeiro da Vida Manual de Facilitação de Práticas Agrárias e de Habilidades para a Vida Módulo 7: Ameaças & Perdas Índice Introdução: Importância da reflexão sobre ameaças e perdas Tópicos especiais Agricultura Tópico M7-3: GIP das hortícolas e de outras culturas Tópico M7-4: Gestão de perdas pós-colheita: Parte 1: Perdas póscolheita Parte 2: Selecção e Conservação de grãos e sementes Página 25-28 29-35 Tópicos especiais Vida 1 Página Tópico M7-1: Como enfrentar e gerir ameaças, doenças e perdas na vida? 2-7 Tópico M7-2: Proteger-nos contra as doenças: 8-28 29-30 Parte 1: O que é a doença? Parte 2: Lidando com o impacto do HIV e SIDA Parte 3: Importância das plantas medicinais 31-35 Resumo e avaliação do módulo 8-14 15-18 19-28 36 Lista de referências para este módulo 37-38 2 Introdução: A Importância da Reflexão sobre Ameaças e Perdas Este módulo surge numa altura em que os jovens já se sentem confortáveis e têm um clima de confiança mútua e com os facilitadores. Contudo, neste módulo “Ameaças e Perdas” serão abordados assuntos sensíveis. Os jovens serão levados a confrontar os seus sentimentos sobre a sua vulnerabilidade e os acontecimentos traumáticos que os levaram a fazer parte do programa. Por conseguinte, os facilitadores das JFFLS terão de tratar os temas com muito cuidado e acompanhar com atenção o estado de espírito dos jovens ao longo dos exercícios. O aspecto central deste módulo consiste na aprendizagem das formas de lidar com as ameaças, doenças e perdas, quer na agricultura, quer nas nossas vidas. Os principais temas serão apresentados de acordo com a estrutura abaixo descrita. Habilidades da Vida: Nesta componente, os jovens irão discutir formas de gerir as ameaças, doenças e perdas na vida. Serão usadas, sobretudo, metodologias de cómico-terapia, com diferentes exercícios que ajudam no processo de fortalecimento do espírito de equipa e de desenvolvimento da auto-estima. Os jovens aprenderão o que são as doenças e como estas podem ser evitadas através de uma boa higiene e alimentação saudável (com base nos conhecimentos adquiridos nos Módulos 3 e 4), vacinação e cuidados apropriados, e como se pode usar a medicina natural. Incluímos igualmente neste módulo a terceira parte do tema HIV e SIDA, repetindo as mensagens principais e discutindo a necessidade de ter uma alimentação nutritiva de forma a fortalecer o sistema imunitário, enfraquecido pela doença. Agricultura: A componente de GIP, introduzida no Módulo 3, continuará este mês, mas centrandose apenas nas culturas de segunda época, ou seja, as hortícolas. Para além das pragas e doenças, muitas perdas da produção agrícola acontecem no período pós-colheita, devido a métodos inadequados de manuseamento e conservação. Será assim dada uma sessão sobre formas de evitar perdas pós-colheita e sobre processos de conservação. Assim como a medicina natural, que ajuda a manter as pessoas saudáveis, complementando a medicina convencional, os pesticidas naturais desempenham um importante papel no combate a pragas e doenças das culturas. DURAÇÃO DO MÓDULO: 9 sessões para um total de 13 horas, MAIS sessões na machamba, MAIS exercícios ao longo do módulo. 3 Tópico M7-1: Como Enfrentar e Gerir Ameaças, Doenças e Perdas na Vida? OBJECTIVO: Ajudar os jovens a falarem abertamente sobre problemas da sua vida, de forma a criarem mais confiança, apoio e força do grupo. DURAÇÃO: Introdução: 2 h. Outras sessões ao longo do mês. MATERIAIS: Veja para cada exercício. PASSOS: 1. Preparação antes da aula: o facilitador deverá ler a 1ª Ficha de Apoio para compreender melhor a situação psicológica dos jovens, particularmente quando têm de lidar com problemas e perdas nas suas vidas. Os facilitadores e o resto da equipa de JFFLS podem dar um grande apoio aos jovens que passam por este tipo de experiências, ao compreendê-los e ao representarem modelos e referências de comportamento. 2. (40 min) Plenário: exercício “Criando a Auto-estima” Comece a sessão com um exercício que ajuda a aumentar a auto-estima e a confiança em relação aos outros membros do grupo: Peça aos jovens para formarem duas linhas paralelas (A e B) de igual número, colocando-se uns em frente dos outros. Quando o facilitador der um sinal, os jovens da linha A deverão aproximar-se do jovem em frente, na linha B, e segredar algo que gostam nesse jovem (pode ser, por exemplo, “tens um cabelo bonito”, “’és inteligente”, “’és muito simpática(o)”, etc.). Depois os jovens da linha B fazem o mesmo para os jovens da linha A. O facilitador dá um sinal para parar. Depois, peça aos jovens da linha B para darem um passo para a direita e passarem a ficar frente a frente com o jovem imediatamente a seguir ao anterior, na linha A. Repita os passos 2 e 3 até que todos os jovens tenham segredado uma qualidade a todos os colegas. Peça aos jovens para se sentarem em círculo e indicarem, um por um, algo bonito que tenham dito sobre ele(a) durante o exercício. 3. (60 min) Plenário e aos pares: exercício “Pesadelos de Criança” Nota para o Facilitador: Neste exercício, os jovens vão interpretar, aos pares, uma pessoa ou objecto que lhes mete medo. Posteriormente, eles irão reflectir em plenário, sobre formas de ultrapassar os medos e de reagir perante eles, sem terem de falar sobre situações pessoais traumáticas vividas no passado (e que talvez ainda vivam dentro delas). Explique que o seguinte exercício serve para reflectir sobre formas de lidar com o sentimento de medo e situações traumáticas. Divida os alunos aos pares. Peça aos jovens para pensarem em personagens ou coisas que possam aterrorizar o colega. Explique que a escolha do personagem 4 deve ser concreta: uma pessoa, um animal, um fantasma, etc. Por exemplo, em vez do medo do escuro, devem interpretar a pessoa ou coisa de que têm medo, oculta na escuridão. (5 min) Aos pares: uma pessoa de cada vez faz a representação do personagem escolhido, através de gestos. (30 min) Em plenário, coloque as seguintes questões aos grupos: 1. Como se sentiram? 2. O que costumam fazer quando estão com medo? 3. O que poderemos fazer para nos ajudarmos uns aos outros quando nos sentimos tristes e com medo? 3. (10-20 min) Em pares: exercício “Marionete sem Fio” ou “Hipnotismo Colombiano” Nota: Estes exercícios ajudarão a fortalecer o sentimento de apoio mútuo e de espírito de equipa no grupo. Materiais: Se for possível, use um aparelho de música, um rádio ou um grupo de músicos, e escolha uma música suave para ajudar a criar um ambiente relaxante. Escolha um dos seguintes exercícios para concluir a sessão: i. (15-20 min) Marionete sem Fio Separe os jovens aos pares. Um jovem fica atrás do outro. O jovem em frente tem de fechar os olhos. O jovem em frente deverá fazer movimentos lentos com os braços e mãos e o que ficar atrás deverá segui-los, como se existisse um fio a ligar as mãos dos dois. O jovem atrás deverá manter as suas mãos a uma distância de cerca de 15 cm acima das mãos do companheiro, como se fosse uma marionete. Ou: ii. (10 min) Hipnotismo Colombiano Aos pares: um jovem põe a mão a poucos centímetros do rosto do outro. Este, como que hipnotizado, deve manter o rosto sempre à mesma distância da mão do hipnotizador, os dedos e os cabelos, o queixo e o pulso. O líder inicia uma série de movimentos com as mãos, rectos e circulares, para cima e para baixo, para os lados, fazendo com que o companheiro execute com o corpo todas as estruturas musculares possíveis, a fim de equilibrar e manter a mesma distância entre o rosto e a mão. A mão hipnotizadora pode mudar, para fazer, por exemplo, com que o jovem hipnotizado seja forçado a passar por entre as pernas do hipnotizador. Outros Exercícios, que se inserem no tema e que podem ser introduzidos ao longo do mês: (30 min) Sempre em Pé (repetição – pág. 23). (20 min) Salto no Espaço (repetição – pág. 24). Diversos exercícios para teatro: (20 min) Improvisando (pág. 9). (30 min) Fazendo de conta (pág.8). 5 Ficha de Apoio para o Tópico M7-1: Dando Apoio aos Adolescentes para Enfrentarem e Gerirem Perdas na Vida (pág. 1) Adolescentes: jovens entre os 13-18 anos A missão de desenvolvimento de um adolescente é de criar um conceito sobre si próprio. Ele tem de perceber quem é, qual o seu propósito de vida e aonde pertence. Desenvolver uma identidade envolve desenvolver uma imagem física, um papel de género e uma personalidade. Os adolescentes são inseguros. Estão preocupados com as mudanças geradas no seu corpo e têm receio de que algo os possa magoar. As doenças e a morte são ameaçadoras. Eles estão a preparar-se para ter uma vida própria e a ideia de uma doença lhe pôr fim ameaça o conceito semi-desenvolvido de si próprio e da vida. Como os Adolescentes Compreendem a Morte Os adolescentes já compreendem totalmente as consequências da morte e têm consciência de que esta é final e irreversível. Eles têm tendência para ser egocêntricos (concentrados em si mesmos e nos seus problemas) e, por isso, quando um dos pais morre, eles podem culpar-se disso. Eles aplicam as consequências da morte dos pais à sua vida e pensam, “Eu tenho que deixar a Escola” ou, “Eu tenho que tomar conta dos meus irmãos” – e isto pode ser ameaçador para eles. Os Adolescentes têm Atitudes Ambivalentes sobre o seu Corpo Apesar de terem a consciência de que algo de mal lhes pode acontecer, os adolescentes correm riscos, porque estão convencidos de que isso não lhes irá acontecer. No entanto, quando confrontados com situações de vulnerabilidade, dor e morte, receios profundos e insegurança são invocados e podem causar-lhes confusão e descrença. Por isso, esses pensamentos são rapidamente rejeitados: “Isso não pode ter acontecido comigo!”. Há várias formas de comportamentos de risco. Alguns adolescentes começam com o consumo de álcool, drogas e a fumar tabaco. Uma outra forma de comportamento de risco relaciona-se com a atitude perante a ameaça do HIV e SIDA. A maioria dos adolescentes conhece o HIV e SIDA e sabe que este se transmite através de relações sexuais desprotegidas. Eles sabem que o vírus leva a uma doença fatal. No entanto, a maioria dos adolescentes iniciam muito cedo a sua vida sexual, em parte, devido à pressão dos pares. Frequentemente, não se protegem. No seu conceito de segurança, eles acreditam que nada de mal lhes irá acontecer e que não serão infectados, porque “foi só uma vez”, ou porque “foi só a primeira vez”. A Transição da Infância para a Idade Adulta A transição da infância para a idade adulta pode ser demonstrada pela reacção do adolescente perante a morte. A sua compreensão cognitiva (intelectual) sobre a morte é a mesma que a de um adulto. Mas, enquanto alguns adolescentes expressam o sentimento de perda e dor através de emoções, tal como chorar, falar da morte e do que sentem em relação a alguém, outros mostram aparentemente uma indiferença, apatia ou sentimentos de raiva. É muito comum que os adolescentes reajam com a negação, renegação de sentimentos e reacções extemporâneas. 6 Ficha de Apoio para o Tópico M7-1: Apoiando os Adolescentes a Enfrentar e a Gerir Perdas na Vida (pág. 2) A Influência de um Grupo de Pares O grupo de pares é essencial para um adolescente. Visto que um adolescente ambiciona a independência, a orientação e direcção de um adulto é muitas vezes rejeitada. Um adolescente quer pertencer a um grupo e ser aceite é muito importante. A aceitação é manifestada pela conformidade ao grupo, isto é, os adolescentes têm a necessidade de mostrar que pertencem a um mesmo grupo, adoptando características semelhantes, tais como a forma de agir, de se vestir, o tipo de actividades que fazem, etc. Para eles é importante que não se distingam do grupo. Os adolescentes temem o isolamento do grupo. Têm receio de serem discriminados. A perda de um dos pais devido ao HIV e SIDA pode ser vista como uma ameaça a esta conformidade e por isso a maioria dos jovens tendem a esconder a causa da morte, devido ao receio de serem estigmatizados. Solidão O fenómeno do HIV e SIDA leva a que muitos adolescentes tenham de assumir a responsabilidade de chefes de agregado familiar, tomar conta e providenciar o sustento dos irmãos em tenra idade. Apesar de alguns jovens o fazerem com todo o empenho e dedicação, esta responsabilidade acrescida ocupa a maior parte do seu tempo e afasta-os do seu grupo de pares. Dado que é este grupo que dá a maior parte do apoio durante esta fase de desenvolvimento, o adolescente perde o seu principal suporte e passa a ficar isolado e inseguro. Para além de passar a assumir uma enorme responsabilidade, passa a sentir-se só e sente-se traído pelos seus familiares (incluindo, por vezes, os parentes perecidos). O sentimento de solidão numa altura do desenvolvimento em que os jovens precisam de muito apoio, pode torná-los vulneráveis ao abuso, especialmente quando do sexo feminino. Para os adolescentes, em geral, torna-se difícil encontrar um lugar na sociedade. Devido sobretudo à sobrecarga de responsabilidades, eles não têm a possibilidade de participar em actividades colectivas, nos grupos da escola ou da comunidade. Isto pode ter reflexos severos no que se refere à auto-estima e confiança, e no desenvolvimento da sua identidade. Visto que muitos adolescentes nesta situação acabam abandonando a escola para tomar conta dos seus irmãos e para sustentar a casa, todos os seus sonhos e esperanças sobre o futuro são destruídos. Por esta razão, muitos se sentem incrédulos e não vislumbram quaisquer oportunidades quanto ao seu futuro. Como Poderemos Ajudar um Adolescente Os adolescentes têm mais experiência de vida e capacidades cognitivas do que as crianças, mas na maioria dos casos (particularmente nos agregados chefiados por crianças) o órfão adolescente tem que gerir muitas responsabilidades. Isto significa que este tem de lidar com a perda dos pais, ou um dos pais, assim como com a responsabilidade de sustentar uma família, numa altura em que passa por uma fase de desenvolvimento muito difícil. 7 Ficha de Apoio para o Tópico M7-1: Apoiando os Adolescentes a Enfrentar e a Gerir Perdas na Vida (pág. 3) Por isso, temos que tomar extrema atenção às questões, comentários e ao comportamento de um adolescente e responder-lhe, oferecendo-lhe apoio psicológico e compreensão. Ao mesmo tempo, é preciso dizer-lhes claramente quais são os limites do comportamento. Eles também precisam que se lhes diga quais são as suas responsabilidades. A situação destes adolescentes pode ser extremamente desgastante. Por exemplo, se tiverem de deixar a escola, eles perdem a auto-confiança e a orientação relativamente ao futuro. O adolescente precisa então de ajuda para continuar a acreditar que a sua situação pode melhorar e que ainda pode ter esperança de prosseguir com os seus sonhos e objectivos de futuro. 8 Ficha de Apoio para o Tópico M7-1: Apoiando os Adolescentes a Enfrentar e a Gerir Perdas na vida (pág. 4) Como Apoiar os Jovens que Lidam com Perdas Garanta que ele(a) continue a estudar. Procure a sua integração numa família (pais substitutos, avós, tios) para o assistir nas responsabilidades familiares e para lhe dar mais tempo para estudar ou fazer algum tipo de formação profissional. Os adolescentes lutam pela sua independência, mas ao mesmo tempo precisam de apoio. Frequentemente, recusam conselhos dos pais ou dos encarregados, mas também olham para eles como modelos. É importante que haja outras pessoas de referência (como, por exemplo, professores, líderes e membros da comunidade) com as quais o adolescente se possa identificar. Quando tentar assistir um adolescente, procure saber do que ele precisa para conseguir lidar melhor com a situação. Não presuma que o que lhe quer dar é o melhor para ele. Tenha a consciência de que ele está a passar por uma situação difícil. Ofereça ajuda, esteja presente, mas deixe-lhe algum espaço para decidir. Os adolescentes têm de compreender o conceito de “direitos” e “responsabilidades”. Apesar de, nesta fase, eles terem mais independência e liberdade, também têm mais responsabilidades, especialmente quando ambos ou um dos pais morre e eles assumem a responsabilidade de cuidar e sustentar os irmãos. Como encarregado de educação, esteja claro sobre o que se pode esperar de um adolescente. Crie um ambiente em que ele tenha a possibilidade de tomar decisões, mas que conheça claramente os seus limites. Quando um adolescente toma um comportamento de risco, discuta com ele as consequências desse comportamento. Se esse comportamento se torna autodestrutivo, estabeleça normas claras. 9 Tópico M7-2: Proteger-nos contra Doenças (em 3 partes) OBJECTIVO GERAL: Compreender como ocorrem as doenças e que medidas podem ser tomadas para nos protegermos. Parte 1: O que é a doença. Parte 2: Componente final sobre HIV e SIDA. Parte 3: Plantas Medicinais. DURAÇÃO: Parte 1: 2he 30 min Parte 2: 1 h e 15 min Parte 3: 2 h e 30 min Parte 1: O que é a Doença? MATERIAIS: Papel gigante, marcadores. Jogo de alimentos (use cartões ou alimentos como no Módulo 3 – Tópico M3-4). PASSOS: a. (15 min) Plenário: chuva de ideias O que é a doença? Que doenças ocorrem na comunidade? Como é que as pessoas ficam doentes? Como podemos proteger-nos das doenças? Como podemos ajudar as pessoas doentes? b. (80 min) Plenário: discussão sobre estas questões. Caso seja possível: convide um médico ou uma enfermeira local para falar com os jovens. [Veja as 1a–2a Fichas de Apoio nas páginas 9-12 para informação sobre estas questões]. c. (20 min) Plenário: revisão sobre a importância da alimentação e nutrição para uma boa saúde. (10 min) Jogo de alimentos (use os cartões ou alimentos como no Módulo 3) para rever as aulas sobre “Alimentação e Nutrição”. Peça a alguns jovens para fazerem receitas de refeições equilibradas, seguindo os 4 grupos de alimentos. Chuva de ideias: Qual é a importância de refeições equilibradas para a saúde? b. (10 min) Concluir, resumindo o valor nutritivo de cada grupo de alimentos (com exemplos). Veja a 3a Ficha de Apoio, pág. 13. d. (30 min) Plenário: canção sobre medidas de protecção contra doenças 10 1a Ficha de Apoio para o Tópico M7-2: O que é a Doença? O que é a Doença: Tudo o que altera o equilíbrio interno de um ser vivo ou com o meio que o circunda. Uma deficiência que nos impede de ficarmos fortes e de nos desenvolvermos bem. Muitas doenças vêm de micróbios (ou “microrganismos”) que atacam o corpo. Recorde-lhes o que aprenderam no Módulo 6 (Tópico M6-3), que os micróbios provocam as doenças quando entram no nosso corpo e, na maior parte das vezes, por não observarmos cuidados básicos (como boas práticas de higiene e de saneamento, por exemplo). Há muitas espécies de micróbios (bactérias, fungos, vírus, parasitas, etc.): uns provocam o Bem e, outros, o Mal nas pessoas (ou nos animais ou nas plantas...): o Exemplo de micróbios “amigos”: bactérias que ajudam os nossos intestinos na digestão da comida, bactérias que estimulam reacções imunes, para destruir tóxicos, etc.); o Exemplos de micróbios maus: os que provocam diarreias, constipações, malária e outras infecções. Micróbios na Agricultura Lembrar que durante AESA: Observámos as plantas para detectar pragas, predadores e sinais de doenças. Tal como com as pessoas, também há micróbios que provocam doenças nas plantas. Mas também há micróbios que são amigos do camponês... São eles que os ajudam, por exemplo, a desenvolver um solo fértil, a decompor as folhas e os restos orgânicos até obter um bom composto (bactérias e fungos – decompositores). Como as Pessoas Apanham Doenças através de Micróbios? Os micróbios são muitas vezes transmitidos através das fezes dos doentes e dos “portadores” (que são pessoas que têm micróbios, mas não manifestam a doença). As fezes contaminam a água, as mãos das pessoas (se não forem sempre bem lavadas) e os alimentos (aqueles que são regados com águas dos esgotos ou contaminadas – ou que são preparados com mãos contaminadas). A água contaminada transmite micróbios: às pessoas, às loiças, aos talheres e aos alimentos (peixes, amêijoas, mariscos que vivem em águas contaminadas...). As moscas (e outros animais como baratas, pulgas, ratos, etc.) poisam nas fezes e no lixo e transportam os micróbios para os alimentos e loiças. É o Sistema Imunitário das pessoas que defende a saúde e combate os micróbios que causam doenças. Em certos casos, porém, é necessário tomar remédios que ajudem o sistema imunitário a combater ou prevenir a doença. Na 2a Ficha de Apoio (págs. 10-12) discutimos medidas para nos protegermos contra as doenças. “A nossa defesa mais importante contra os micróbios e as doenças é o conhecimento de como nos podemos prevenir delas e assim evitarmos ficar doentes!” 11 2a Ficha de Apoio para o Tópico M7-2: Proteger-nos contra Doenças comuns em Moçambique A. Diferentes Doenças e as suas Medidas Específicas MALÁRIA A Malária é uma doença grave provocada por parasitas (um tipo de micróbio) e é transmitida através de picadas do mosquito. A Malária é a primeira causa de morte em Moçambique. A Malária é um dos factores determinantes para a elevada taxa de mortalidade das crianças com idade abaixo de 5 anos em Moçambique. É também um grave problema de saúde para as mulheres grávidas, causando-lhes anemia aguda e sendo responsável pelo baixo peso das crianças à nascença. Como proteger-nos da Malária: A melhor forma de evitar as picadas dos mosquitos é dormir debaixo de uma rede mosquiteira tratada com um insecticida recomendado. Assim que começar a escurecer, usar roupa que cubra os braços e as pernas (mangas e calças ou saias compridas). Os mosquitos nascem em qualquer sítio onde existam águas paradas (ex. covas, drenos, na humidade de capins e arbustos) ou em montes e depósitos de lixo a céu aberto e não tratado; também podem nascer nas margens dos cursos de água, em recipientes de água, em tanques e em campos de arroz. É possível prevenir a malária se as famílias e as comunidades tomarem medidas para impedir a reprodução dos mosquitos, tais como: Boas práticas de Saneamento do Meio a. Cobertura ou drenagem dos locais onde a água se acumula. b. Cobertura dos recipientes de água e tanques. c. Pondo óleo queimado em cima das pequenas poças para que as larvas dos mosquitos não consigam respirar. d. Limpeza à volta das casas. DIARREIA A diarreia é uma das doenças mais comuns e perigosas para as crianças. É a maior causa de morte nas crianças em Moçambique por desidratação e malnutrição. A diarreia é causada por micróbios que são engolidos, principalmente através das mãos sujas e de alimentos mal lavados, em particular as hortaliças e os produtos do mar. A contaminação acontece mais frequentemente quando a remoção das fezes não é segura, quando há poucos hábitos de higiene ou falta de água limpa para beber. Caso especial: Cólera Em Moçambique, registam-se anualmente surtos e epidemias de cólera que provocam muitas mortes. É uma doença altamente contagiosa que provoca diarreia e vómitos intensos e pode provocar a morte por desidratação grave, muito rapidamente, se não forem garantidos cuidados de saúde urgentes à pessoa doente, numa unidade de saúde adequada. A cólera é transmitida através das fezes humanas, quando se entra em 12 contacto com água e alimentos contaminados que não tenham sido bem lavados e/ou desinfectados. 2a Ficha de Apoio para o Tópico M7-2: Proteger-nos contra Doenças Comuns em Moçambique (pág. 2) Como Proteger-nos da Diarreia: Primeiro, protegemo-nos da diarreia através de Boas práticas de Higiene e Saneamento do Meio (Reveja também as Fichas de Apoio para Tópico M3-5 no Módulo 3): a. Lavar bem as mãos com água limpa e sabão ou cinza sempre depois de contacto com fezes e antes de se tocar em alimentos ou dar de comer a pessoas. b. Para prevenir a diarreia, todas as fezes devem ser removidas para uma latrina ou retrete, ou enterradas. NB: Não se deve tocar o doente com cólera, sobretudo nas suas fezes e vómitos, sem proteger as mãos. Lavá-las bem em seguida. c. Garantir que as fezes de animais são mantidas longe das casas, poços e locais de recreio dos jovens (ex. tapar bem os poços). d. A comida deve ser preparada e cozida cuidadosamente antes de ser ingerida. Os alimentos crus devem ser lavados em água limpa ou cozidos. Quando se guardam restos de comida, eles podem ganhar germes, que podem causar diarreia. Duas horas depois de cozidos, os alimentos já não são seguros, salvo se forem mantidos muito quentes ou muito frios. Beber água tratada (filtrada, fervida ou com “Certeza”). e. Logo que a diarreia começa: os perigos da diarreia são a desidratação e a desnutrição. Os jovens morrem de diarreia, porque, geralmente, o seu corpo perdeu muitos líquidos (água). Esta perda chama-se desidratação. Beber muitos líquidos (água, chás, etc.) ajuda a repor os líquidos perdidos. Também se deve preparar a mistura SRO (“Sais de Reidratação Oral” – veja a receita no Módulo 6 – Tópico M6-3) se a diarreia e desidratação continuarem. Se a diarreia não parar ao fim de uma semana, deve consultar um agente de saúde ou médico mais próximo. Assegure que não se dê a desidratação! 13 2a Ficha de Apoio para o Tópico M7-2: Proteger-nos contra Doenças Comuns em Moçambique (pág. 3) HIV/SIDA O HIV/SIDA é uma doença muito grave que existe no mundo, incluindo Moçambique. Ainda não há vacinas para evitar o SIDA e ainda não há cura para esta doença. (As sessões sobre HIV/SIDA apresentam mais explicações sobre o assunto: Veja os Tópicos M3-5 e M5-1 nos Módulos 3 e 5; e a sessão final deste módulo, nas págs. 15-18). B. Medidas Gerais Prevenção de algumas Doenças Graves com Vacinações As vacinas ajudam a reforçar o nosso Sistema imunitário (de defesa) contra diferentes doenças graves, tais como: Hepatite B e Hib, BCG (contra algumas formas de Tuberculose e Lepra), DPT (Difteria, Pólio, Tétano), Tosse convulsa, Sarampo, Febre-amarela, Papeira e Rubéola. A vacinação é importante. Todas as crianças precisam de uma série de vacinas durante o primeiro ano de vida. Para cada pessoa que esteja a ser vacinada, devem ser utilizadas agulhas ou seringas novas. As pessoas têm de exigir isto e recusarem-se a ser picadas com seringas/agulhas usadas. 14 3a Ficha de Apoio para o Tópico M7-2: Importância de uma Boa Alimentação para a Nossa Saúde A alimentação é essencial para a nossa saúde, visto que, através de processos físicos e químicos como a digestão, permite ao nosso corpo: Desenvolver, substituir e reparar as células; Produzir energia para nos mantermos em movimento e trabalharmos; Fortalecer o nosso sistema imunitário para nos protegermos, combatendo os micróbios que causam infecções e doenças. Revisão dos 4 grupos de alimentos: Nota Didáctica: Lembre-se de que no Módulo 3 (Tópico M3-4), falámos mais profundamente dos grupos de alimentos e nutrientes. No Módulo 4 (Tópico M4-3), discutimos a importância de uma dieta equilibrada. Alimentos de Base: coma este tipo de alimentos em todas as refeições. Estes alimentos são relativamente baratos e fornecem energia, proteínas e pequenas quantidades de vitaminas e minerais. Alimentos mais apropriados para Crescer: Se possível coma nozes ou grãos de leguminosas todos os dias. Coma alimentos de origem animal e peixe sempre que puder. Estes alimentos fornecem proteínas, vitaminas e minerais e energia de alta qualidade. Insectos, como, por exemplo, lagartas ou gafanhotos também oferecem bons nutrientes. Alimentos mais apropriados para Proteger: Coma vegetais e fruta todos os dias. Estes alimentos fornecem vitaminas importantes que garantem um crescimento saudável e o combate a infecções. Alimentos com mais Energia: fonte de alta energia em quantidades pequenas – estes são importantes para manter ou recuperar o peso. Também adicionam sabor à comida e estimulam o apetite. MAS estes alimentos não deverão ser ingeridos em substituição de outros, visto que são pobres em nutrientes (ex.: não ingira doces e refrescos, em vez de uma boa refeição, dado que não têm valor nutricional, apenas dão energia de forma rápida). 15 3a Ficha de Apoio para o Tópico M7-2: Importância de uma Boa Alimentação para a Nossa Saúde (pág. 2) Exemplos da Importância de Alimentos para a Nossa Saúde: Folhas verdes, feijões, amendoins, peixe, carne e fígado: contêm ferro que é importante para evitar a anemia ou sangue fraco. Evite beber chá ou café durante a refeição, dado que inibem o corpo de absorver o ferro contido nos alimentos. Frutas e hortícolas de cor alaranjada (ex: papaia, manga, cenoura, abóbora, batata-doce de polpa alaranjada): contêm vitamina A que ajuda a ter uma boa visão e a proteger as pessoas contra diferentes doenças. Limão, laranja, ananás, tangerina, toranja, feijão verde e pimento, contêm vitamina C que é necessária para combater as infecções comuns, como a gripe. Peixes e outros alimentos do mar, sal iodado: contêm Iodo que é uma substância nutritiva produzida pela glândula tiróide, que regula o crescimento e o desenvolvimento físico e mental do indivíduo ou animais. Água: beba cerca de 8 copos de água potável e outros líquidos (ex.: sumos de fruta, sopas, etc.), por dia e quantidades superiores, se sofrer de diarreia, vómitos ou febre. Alimentação e Doenças Durante a doença: porque durante a doença a pessoa perde muita energia, devido às febres, vómitos e diarreia, deve alimentar-se bem: comer muitas vezes ao dia pequenas quantidades de alimentos e beber muitos líquidos. Após a doença: a pessoa necessita de se alimentar bem, deve aumentar a quantidade de comida durante 1-2 semanas, comer nos intervalos das refeições, ter uma alimentação equilibrada em qualidade e quantidade de modo a recuperar o peso perdido durante a doença. 16 Tópico M7-2 (Parte 2): Lidando com o Impacto de HIV e SIDA (pág. 1) OBJECTIVO: Concluir a discussão sobre o HIV e SIDA, concentrando-se no seu impacto sobre as famílias e em formas de lidar com situações de estigmatização. DURAÇÃO: 1 h e 15 min. MATERIAIS: Papel gigante e marcadores. PASSOS: 1. (35 min) Plenário: exercício “A família Fulano” (5 min) Leia a seguinte história para a classe e garanta que todos a percebem (usando de preferência a língua local). História: A Família Fulano A família Fulano tinha um negócio rentável, que era a venda de vegetais. A família tem 4 filhos (com 13, 11, 9 e 6 anos). Todos eles ajudavam a mãe no negócio de produção e venda de vegetais quando voltavam da escola. Infelizmente, a Sra. Fulana faleceu de SIDA há 6 meses. Agora as outras crianças na escola não brincam com os filhos da Sra. Fulana e chamam-lhes nomes feios. O Sr. Fulano é um motorista de camião: recentemente ele ficou doente e não tem tido a possibilidade de ir trabalhar. Os seus filhos estão tristes e preocupados. Eles ajudam o mais que podem: limpam a casa, tratam da horta, cozinham e cuidam do pai. Uma das vizinhas ajuda-os, comprando-lhes vegetais e dando-lhes uma mão na cozinha. No entanto, muitos vizinhos deixaram de comprar vegetais à família Fulano. (20-30 min) Plenário ou em grupos: discussão. As seguintes questões são apenas algumas sugestões, mas sinta-se livre de colocar outras que considere relevantes e apropriadas ao tema (isto poderá ser feito em plenário ou em pequenos grupos, em que cada um debate uma ou duas questões): o Como acha que as crianças se sentiram depois da morte da mãe? o O que acha da reacção das outras crianças da escola? o Como acha que os filhos do Sr. Fulano se sentem na escola, depois da morte da mãe? O que eles podem fazer em relação a esta situação? o Porque é que os vizinhos deixaram de comprar vegetais da família Fulano? o Quem poderia ajudá-los? o Pense nas formas de a comunidade ajudar as famílias que têm este tipo de problemas. o Como é que podemos contribuir para acabar com o estigma (discriminação)? 17 Nota para o Facilitador: É importante lembrar que este exercício aborda assuntos muito sensíveis, particularmente para os jovens que passaram por situações idênticas. Por isso, se pensa que não está suficientemente preparado(a) para lidar com estes assuntos sozinho(a) convide alguém da comunidade que tenha experiência de acompanhamento deste tipo de situações, para o(a) assistir. 18 Tópico M7-2 (Parte 2): Lidando com o Impacto de HIV e SIDA (pág. 2) 2. (15 min) Trabalho em grupos: cuidar de pessoas vivendo com HIV Peça aos grupos para pensarem como podem ajudar a melhorar a saúde de uma pessoa vivendo com HIV? (Veja a Ficha de Apoio na pág. 18 para ideias). i. Em relação à sua Alimentação/Nutrição. ii. Em relação às condições de Higiene, Saneamento e Meio. iii. Outras ideias. 1. (20 min) Plenário: apresentações e discussão das conclusões 2. (10-15 min) Plenário: jogo “A minha Mensagem” Este exercício ajuda os jovens a seleccionarem os aspectos mais importantes aprendidos sobre o HIV, de forma a transmiti-los aos outros. Solicite aos jovens que formem um círculo. Peça para que pensem numa mensagem (ou palavra) que gostariam de transmitir a um amigo ou amiga como informação importante sobre o HIV e SIDA (por exemplo, "Deixe o sexo para mais tarde!", “O HIV e SIDA não se transmitem através de um abraço”, etc.). Explique que cada um deverá dizer a mensagem em que pensou a todo o grupo e fazer algum movimento ou sinal a acompanhar a mensagem. Depois de cada um dizer a mensagem, todos deverão repeti-la, fazendo o mesmo movimento que este, até que todos no grupo tenham transmitido as suas mensagens e movimentos. Peça aos jovens para não repetirem mensagens já mencionadas pelos outros. Notas para o Facilitador: Lembre-se que acabaram de mencionar algumas questões muito importantes e que nesta última sessão seria importante pensar no modo como estes jovens poderão influenciar os amigos e amigas a adoptar comportamentos responsáveis e a melhorar as vidas deles e delas. Este exercício deverá ser feito como forma de reter os aspectos que os jovens lembraram mais e consideraram mais importantes para transmitir aos amigos/ colegas/ família. Serve, assim, como uma avaliação final desta componente. As mensagens poderão ser registadas e usadas em canções e teatro. 3. Fazer uma peça de teatro sobre o que aprenderam sobre o HIV e SIDA Exemplos de temas possíveis: Situação em que confrontamos o problema de estigmatização. Situação numa família confrontada com a doença de SIDA. Situação entre namorados, em que um queria ter relações sexuais e o outro queria deixar para mais tarde, quando estivesse mais maduro. 19 Ficha de Apoio para o Tópico M7-2: Cuidando de Pessoas Vivendo com HIV e SIDA HIV/SIDA e Nutrição Uma boa nutrição e uma dieta equilibrada são particularmente importantes para uma pessoa vivendo com HIV e SIDA. Ajudam a proteger o corpo das infecções, para manter o peso estável e também reforçam o efeito dos medicamentos administrados. No início da infecção por HIV é muito importante ingerir mais alimentos, para evitar a perda de peso e doenças, como a tuberculose, anemia e diarreia. Ganhar peso, aumentando o consumo dos seguintes alimentos: cereais e batatadoce, amendoim, feijão, carne, peixe, galinha, ovos. Acrescentar óleo, se a pessoa não tiver diarreia. Aumentar a frequência das refeições, comer frutas e papas fermentadas nos intervalos. HIV e SIDA, Higiene e Saneamento do Meio É necessário ter mais cuidados com boas práticas de higiene e de saneamento do meio. As pessoas com SIDA são mais susceptíveis e, por isso, estão mais expostas, e o seu corpo não pode combater as infecções. (Reveja Módulo 3: Tópico M3-5). 20 Tópico M7-2 (Parte 3): Importância das Plantas Medicinais OBJECTIVO: Explicar o uso e aproveitamento de plantas medicinais. DURAÇÃO: 3 h (em 3 partes). MATERIAIS: 1: Papel e marcadores. 2. Plantas medicinais locais. 2: Sementes e instrumentos da machamba. 3: Materiais para cozinhar mais ingredientes. Nota Didáctica Importante: Trate este assunto com muito cuidado, para assegurar um bom conhecimento do uso e dos perigos das plantas medicinais. PASSOS: Parte 1: Introdução às plantas medicinais 1. (30-45 min) Plenário: chuva de ideias e discussão Convide uma pessoa da comunidade que tenha conhecimentos desta área. Comece com uma caminhada pela comunidade e peça aos grupos de jovens para recolherem as plantas medicinais que conhecem, OU Peça aos jovens no dia anterior, para trazerem amostras de plantas medicinais. [Baseie-se na 7a Ficha de Apoio nas próximas páginas para orientar a discussão]. Pergunte aos jovens que plantas medicinais conhecem e o que as suas famílias usam para tratar problemas de saúde em casa; Discuta o papel de plantas medicinais: podemos confiar totalmente nelas? Não: nós usamos plantas medicinais para tratar pequenas doenças e sintomas de doenças (tais como diarreia, dores de cabeça, constipações – mas precisamos de medicamentos convencionais, do hospital, para tratarmos doenças mais severas – tais como cólera, malária, tuberculose ou pneumonia). Parte 2: Prática: semeando uma horta medicinal 2. (60 min) Prática na machamba de aprendizagem a. Usando os princípios já aprendidos sobre como fazer viveiros e canteiros, semear sementes e plantas medicinais recolhidas do mato. b. Pergunte aos jovens que conhecimentos têm sobre as plantas e complemente com o seu conhecimento. Pode igualmente convidar alguns idosos(as) da comunidade para transmitirem os seus conhecimentos. Parte 3: Prática: preparando plantas medicinas 3. (1-2 horas dependendo das receitas): preparar alguns remédios simples, dependendo do que é acessível localmente, seguir algumas das receitas simples elaboradas na 8a Ficha de Apoio, págs. 23-24. 21 5a Ficha de Apoio para o Tópico M7-2: Informação sobre o Uso de Plantas Medicinais (pág. 1) A. Cultivo e Colheita das plantas O cultivo de plantas medicinais não requer cuidados especiais, isto é, pode-se cultivar junto às outras hortícolas. Os procedimentos para colheita das plantas, são os seguintes: Não se deve colher as plantas à beira da estrada. Colher folhas inteiras e maduras. Lavar a planta e secar à sombra. Guardar em frascos de vidro ou sacos de plástico ou papel. Proteger da luz e da humidade. B. Uso de Plantas Medicinais para Tratar Sintomas de Doenças Orientações Importantes de Dosagem 1. Para se medir a planta fresca ou seca, utiliza-se como medida a colher de sopa. 2. A quantidade recomendada para a planta fresca deve ser o dobro da indicada para a planta seca (uma colher de sopa de erva fresca picada pesa 5 g enquanto uma colher de sopa de ervas secas pesa 2 g). 3. Na indicação da quantidade de folhas inteiras ou plantas inteiras deve-se considerar valores médios, ou seja, folhas de tamanho médio e plantas de tamanho médio, quando não especificado de outra forma. 4. Na indicação do volume, usualmente emprega-se a chávena como medida padrão, ou o litro para quantidades maiores. 5. As doses, quando indicadas de modo genérico, dizem respeito a um paciente adulto, para outras orientações as doses recomendadas são as seguintes: De 6 a 14 anos: ½ dose do adulto; De 3 a 6 anos: ¼ dose do adulto; Até três anos: ⅛ dose do adulto; Abaixo de três anos: preparar a dose de ⅛ e dar em colherezinhas ou em gotas a quantidade que o bebé aceitar. Consulte pessoas com experiências e de confiança na zona. 6. Cuidado: Observar que existem plantas que não podem ser utilizadas por jovens, ainda que em doses reduzidas (plantas que contêm hormonas, estimulantes, calmantes, coca, haxixe, morfina, beladona) e outras plantas medicinais cuja dose tóxica é muito próxima da dose curativa (Avelóz – muheji). 22 5a Ficha de Apoio para o Tópico M7-2: Informação sobre o Uso de Plantas Medicinais (pág. 2) CHÁ ou INFUSÃO A infusão é uma forma de extracção pelo calor, dos princípios activos da planta, em que estas não são levadas ao fogo. É utilizada para as partes moles da planta como folhas e flores. A extracção dos princípios curativos realizada pela infusão é menos severa e, portanto, usada para os princípios activos que são facilmente libertados pela planta. Os procedimentos para o preparo de uma infusão são os seguintes: i. Pique as partes das plantas indicadas e coloque-as num recipiente. ii. Ferva a quantidade de água indicada e verta sobre as partes picadas das plantas. iii. Tape a panela e deixe-a abafada durante 15-30 min. iv. Coe e coloque num recipiente limpo, que não seja de ferro, alumínio ou de esmaltado amachucado, evitando assim a oxidação. v. Tome todo o chá durante o dia. Não deixe para o dia seguinte. Deite fora o que restar. DECOCÇÃO A decocção é uma forma de extracção dos princípios curativos das plantas pelo calor, diferindo da infusão por levar ao fogo todos os componentes, ou seja, as partes da planta picada e a quantidade de água. Normalmente é empregada para as partes mais duras da planta, como, casca, raízes, folhas secas, etc. Os procedimentos para o preparo de uma decocção, são os seguintes: i. Pique as partes das plantas e coloque-as na panela. ii. Acrescente a quantidade de água indicada. iii. Leve a ferver pelo tempo indicado, cerca de 5-10 min. iv. Tire do fogo, deixe a panela tapada por 15-20 min. v. Coe e coloque o chá num recipiente limpo. vi. Para um efeito mais rápido, tome quente ou morno. XAROPE Um extracto mais espesso retirado de uma mistura de ingredientes cozinhados ou esmagados e que deve ser tomado em pequenas doses. Os procedimentos para o preparo de um xarope, são os seguintes: i. Pique as partes das plantas indicadas e coloque-as num recipiente limpo ou numa panela. ii. Siga as instruções individuais para cada xarope (veja a 8a Ficha de Apoio, págs. 23-24). 23 5a Ficha de Apoio para o Tópico M7-2: Informação sobre o Uso de Plantas Medicinais (pág. 3) POMADA Para uso externo, as pomadas podem ajudar no tratamento de feridas e borbulhas. Os procedimentos para o preparo de uma pomada são os seguintes: i. Pique em pedacinhos, 5 mãos de partes das plantas (pode usar folhas, frutos, flores, casca e raízes) e coloque-as numa panela. ii. Frite a mistura com 1 litro de óleo ou outra gordura, até ficar crocante. iii. Retire do fogo e coe. iv. Coloque vela ou cera de abelha, testando até chegar ao ponto de ficar cremosa. v. Deixe esfriar e coloque nos recipientes. Ingredientes possíveis: Aloé vera e férox (folha); Erva gorda (folha); Trapoeraba “Goche” (toda a planta); Eucalipto (folhas); Tansagem (folhas). 24 6a Ficha de Apoio para o Tópico M7-2: Receitas Básicas de Medicina Natural NB: estas receitas baseiam-se em conhecimentos transmitidos por diferentes pessoas sobre tratamentos e remédios naturais. Os seus efeitos podem não ser iguais para todas as pessoas. Seja cuidadoso e siga a dosagem recomendada: o excesso pode causar problemas e provocar intoxicações. Planta Alho Aloé Vera Banana Batata-africana (hypoxis) “hikwi” ou “chinangaboana” Beijo de mulata Benefícios medicinais Como usar Função antibacterial, antiviral e antifungal, particularmente nos intestinos, pulmões e vagina. Ajuda a digestão e a superar a fraqueza. Também é bom para infecções da garganta, herpes e diarreia. Alivia a constipação e problemas de estômago, limpeza do sangue. Alivia as feridas. Chá: (Adicione 3-4 de dentes de alho cortados numa chávena de água a ferver. Ferva durante 10 min. Cubra e deixe arrefecer. Adicione mel ou açúcar para dar melhor sabor. (beba 3x por dia). ou use alho na comida (alho pilado em óleo). Xarope de flor de bananeira, para asma, tosse. Reforça o sistema imunológico e ajuda a sarar as feridas. A Batata -africana parece uma cebola quase podre, tem cor preta e fica coberta de fibras, como um coco. Leva muito tempo a crescer bem. Para febre e dor Capim limão (cympogon citrafus) “Chambalacate” Cordão de frade Eufórbia “chinyamukaka” Eucaliptus Tem um efeito calmante, ajuda a digestão e a aliviar o stress. Funcho Ajuda a aumentar o apetite, combate a flatulência e excesso de gases. Para diarreia e para tosse. Goaiabeira “Maguiava” Xarope: Bata no liquidificador com mel: 1/3 folha para ½ l de mel. Tome o xarope em quantidades limitadas; pare imediatamente se lhe causar cãibras ou diarreia (CUIDADO: pode causar aborto). Dosagem: adultos - 1 colher de sopa 3 vezes ao dia; crianças 1/2 colherzinha de chá 3 vezes ao dia Pomada: Ver receita de pomadas Chá ou Xarope: use as folhas do caule, fruto e raiz. Chá: 1 batata média, tire bem a casca, pique e mergulhe em 1 l de água. Após 2 h, consuma o sumo aos poucos e adicione mais água. Até que a água mantenha a cor, continue adicionando e consumindo (pode dar para 2-3 dias). Quando a água perder a cor, deite fora e prepare outra. (Tomar durante 20 dias e parar por 10 dias; o uso em excesso é tóxico. Continue até atingir 3 fases. Dosagem: adultos – 3 copos por dia). Chá ou Xarope em pequenas quantidades (CUIDADO: pode causar abortos) Chá: faça uma infusão. Para febre e dor. Para diarreia e para tosse. Chá ou Xarope Chá ou Xarope: use a planta inteira. Alivia as dores de garganta. Função antibacterial, particularmente para os pulmões e para bronquite. O óleo estimula a circulação do sangue e reduz os sintomas da inflamação. Xarope: encha uma garrafa limpa com folhas de eucalipto. Pressione com um pau ou colher para que fiquem bem compactadas no frasco e para que insira o maior número possível de folhas. Adicione álcool (40%). Pressione novamente para deixar sair o ar. Feche a garrafa. Deixe num local escuro durante 2 semanas. Coe antes de usar. (Coloque 3 gotas do extracto na garganta, para desinfectá-la. Continue a usar as gotas de 2-3 h até que a dor desapareça). Chá ou Tempero: Adicione, como tempero, na comida ou prepare chá a partir das sementes. Use em quantidades limitadas. Chá ou Xarope: Usar as folhas, em chá ou xarope. 25 6a Ficha de Apoio: Receitas Básicas de Medicina Natural Gengibre Melhora a digestão, dá energia, alivia a diarreia e estimula o apetite. Usado para tratar constipações, gripes e náuseas. Mil em rama N’cacana (Mamordica Balsamina) Para febre e dor Para reforçar o sistema imunológico Papaia Para tosse e constipação Pata de vaca “masaquesa” Quebra pedra Para doenças renais Chá, Xarope ou Tempero: Use como tempero ou prepare um chá (esmague o gengibre em água fria e deixe ferver por 10 min. Coloque o chá num recipiente fechado, coe e beba 3 chávenas do líquido por dia, antes das refeições). Adicione sumo de limão na comida ou nas bebidas. Sumo ou Xarope: Sumo de 5 limões + ½ kg de mel + 3 folhas de couve pilada. Misture tudo e bata bem (não pôr água, nem cozinhar). (Adulto: 1 Colher de sopa 3 vezes ao dia, após as refeições; Criança de 6-14: 1 colher média 3 vezes ao dia; Criança < 6 anos: 1 colherzinha 3 vezes ao dia). Chá: corte um ramo fresco, retire as folhas e ferva-as em água; beba como chá. Dosagem: Adultos - 1 chávena por dia para 15 dias. O ramo pode ser igualmente mastigado. CUIDADO: pode causar aborto. Anti-séptico: Ponha um pouco de mel directamente na ferida, e cubra-a. Lave-a cuidadosamente e substitua o penso em intervalos de quatro a cinco horas. Chá: Junta-se com diferentes chás (limão, gengibre, etc.). Chá ou Xarope: 5 ramos para 1 litro de água. Esta planta tem várias vitaminas e minerais, incluindo vitamina C, ferro, vitamina A, e alguns tipos de vitamina B. Também contém proteínas e propriedades antioxidantes. Decocção: poucas folhas (ex.: 15 folhinhas) fervidas com 1 litro de água (Dosagem: Adultos - tomar 1 litro durante 24 horas – 3 vezes por dia 1/3 l). CUIDADO: pode causar aborto. Chá, Sumo ou Xarope: Para fazer xarope: colha a papaia antes de completar a maturação. Faça uma tampa quadrada. Coloque 3-5 colheres de açúcar dentro da papaia, feche a tampa. Coloque no forno ou em panela ou pote (panela de barro) para assar. Quando assada ficará de cor escura e mole. Retire do forno, tire a tampa e despeje o xarope num recipiente limpo. (Adultos: tomar 1 colher de sopa 3 vezes ao dia). Chá ou Xarope: use a folha e a casca. Limão Antibacterial e ajuda na digestão Para doenças renais Chá ou Xarope: use toda a planta Xarope: para gripes, constipação, anemia Margoza Neem Diminui a febre. Mel Para cortes e feridas, e como anti-séptico. Para tosse 26 Tópico M7-3: GIP das Hortícolas e de outras Culturas OBJECTIVOS: 1. Rever a discussão sobre a GIP no Módulo 3, concentrando-se, desta vez, nas culturas de segunda época. 2. Fazer uma ligação entre a GIP das plantas e o cuidado da saúde de pessoas. DURAÇÃO: 2 h , mais tempo para a sessão prática. MATERIAIS: Papel e marcadores, instrumentos agrícolas. PASSOS: Revisão sobre GIP: Baseia-se nas fichas de apoio para o tópico M3-3 sobre GIP no Módulo 3: 1. (10 min) Plenário: chuva de ideias Pergunte se os jovens acharam que a GIP é um bom método e porquê? 2. (40 min) Trabalho em grupos a. Quais são os 4 princípios de GIP? Peça aos jovens para fazerem ilustrações dos princípios. b. Quais são os 5 métodos diferentes para controlar pragas e doenças segundo a GIP? Peça aos jovens para fazerem ilustrações dos métodos. c. O que são os predadores (ou inimigos) naturais e dar 2 exemplos de como podemos atrai-los (ou pelo menos evitar destrui-los)? 3. (30 min) Plenário: apresentações e discussão do trabalho 4. (40 min) Actividade cultural em plenário Faça um poema ou canção que ilustre as ligações entre GIP de plantas e os cuidados com a saúde das pessoas. Nota Didáctica para o Facilitador: Se os jovens são capazes de ver a importância e o valor de manter a vida de uma planta sempre sã, também poderão fazê-lo em relação à necessidade de manter uma pessoa sempre sã. E isto pode ser aplicado à prevenção de doenças, infecções diversas e particularmente ao SIDA. 5. Prática na machamba de aprendizagem Aplique a prática de GIP durante AESA: veja a Ficha de Apoio (págs. 2628). 27 Tópico M7-3: GIP para as Principais Hortícolas de JFFLS (pág.1) [Segundas Culturas na JFFLS] Cultura Praga ou doença Descrição Tomate Míldio (Queimado de frio) (Phytoftera infestans) Nas folhas a doença manifesta-se por numerosas manchas muito pequenas de cor purpúrea. Com boas condições alargam com cor amarela e pequenas frutificações do fungo e no conjunto têm aspecto pulverulento de cor branca acinzentada. Nos viveiros a doença pode causar grandes danos, provocando pontuações necróticas na página superior da folha. Finalmente secam e caem. O fungo provoca lesões necróticas de cor parda escura, com zonas concêntricas circulares e angulares por vezes com um halo clorótico nas folhas bem desenvolvidas. No caule e nos pecíolos formam-se lesões alongadas especialmente graves quando ocorre na junção do caule ou nos ramos, enfraquecendo os ramos que, a seguir, podem partir com o peso dos frutos. Geralmente, os frutos são afectados quando atingem um terço a metade do seu desenvolvimento. Aparece inicialmente uma mancha aquosa no ápice do fruto que depois se alarga e a sua superfície fica deprimida e escuro. A doença pode manifestar-se antes ou depois da emergência das plantas. Antes da emergência, o patogeno ataca a radícula e o caulículo, logo no início da germinação provocando a morte da planta. Nas plântulas recém germinadas estes fungos provocam dificuldades no crescimento e desenvolvem-se pouco; assim, no viveiro pode haver muitas falhas e plantinhas fracas e mal desenvolvidas. Pimento Beringela DOENÇA: FUNGO Nota: Todos têm esses problemas porque são da mesma família Solanáceas Mancha Concêntrica (Alternária solani) DOENÇA: FUNGO Seca Apical do Tomateiro DOENÇA FISIOLOGICA Murchidão-das-plântulas (Vários fungos como Phytium, Rizhoctonia sclerotium e fusarium) DOENÇA: FUNGO Estratégias de controlo Lagarta americana 28 Semear em lugares altos/secos, distante de outras Solanáceas; Semear em linhas bem espalhadas, com compasso largo; Fazer rotação de culturas, mas não incluir plantas da família Solanáceas (ex. batata reno, tabaco, beringela, pimento, tomate); Queimar os restolhos infectados; Químicos (fungicidas). Usar sementes sãs; Evitar fazer a cultura em zonas baixas; Fazer rotação de culturas; Arrancar as plantas doentes e queimar o material infectado; Fazer adubação equilibrada e um compasso bastante largo; Químicos (fungicidas). Regar com regularidade; Aplicar cal nos solos deficientes em cálcio (porém, na forma de superfosfato de cálcio); Usar variedades resistentes. Fazer um viveiro elevado, com boa drenagem – “solarização” antes de pôr viveiro <O que é a Solarização?: Pôr plástico preto em cima do viveiro por um tempo, para eliminar doenças (isto aquece o solo para matar bactérias e fungos). Isto é uma alternativa em relação a queimar o campo.>; Mudar o local do viveiro (longe de outras Solanáceas); Semear em linhas com compassos largos; Regar com água limpa; Arrancar as plantas atacadas e queimá-las. (Veja para Couve) Ficha de Apoio para o Tópico M7-3: GIP para as Principais Hortícolas de JFFLS (pág. 2) Afídeos PRAGA Pequenos insectos de cor verde que ficam na parte inferior da folha ou envolvem toda a bandeira em ninhadas. As plantas muito atacadas ficam pequenas, com folhas mal formadas. Liberta-se um líquido sacarino que convida as formigas a impedirem o crescimento da planta, tornando-a defeituosa. Ácaro vermelho (Tetranychus evansi) Couve Repolho Tsunga (família das Crucíferas) Alface PRAGA Murchidão-das-plântulas Podridão-Preta Amarelecimento das folhas, começando das margens em (Xanthomonas campestris) forma de V com o vértice virado para o centro da folha, as nervuras da parte clorótica tornam-se pretas. No caule das DOENÇA: BACTERIA plantas doentes, em corte transversal, nota-se um anel preto logo abaixo da casca. Broca-da-couve Broca: O adulto é uma pequena borboleta nocturna de cor (Hellula undalis) castanha-cinzenta, as lagartas têm cor creme, com algumas listras laterais de cor castanha avermelhada. Lagarta Americana Lagarta Amer: de vários tamanhos encontra-se nos frutos (Licoverpa armegera) onde faz buracos redondos por onde penetra, mantendo a cabeça no interior do fruto e a parte posterior de fora. Lagarta da Couve Lagarta de couve: Folhas completamente roídas e (Crocidolomia binotalis) cobertas por teias com excremento das lagartas que podem viver agrupadas e destroem toda cabeça de repolho. PRAGA: LAGARTA Caracóis PRAGA 29 Consociar com alho/cebola; Regar bem; Predadores naturais como joaninhas; Predadores naturais contra afídeos . Fazer rotação de culturas; Regar para manter o solo húmido; Predadores naturais como joaninhas; Pesticidas naturais contra ácaros . (Veja nas Solanáceas) Fazer rotação de culturas por 2 anos (e sem cucíferas ou solanáceas); Evitar fazer a cultura nos períodos quentes e húmidos; Usar variedades resistentes a bactérias; Fazer viveiros em solos não contaminados. Tirar manualmente as lagartas e esmagar; Observar cuidadosamente a cultura 5 a 5 dias e verificar os sintomas; Broca: Destruir os ápices e tirar todos os rebentos novos deixando apenas um após a sua formação. Destruir o resto da cultura logo após a colheita; Fazer rotação de culturas; Usar pesticidas naturais contra lagartas; Usar químicos (Baithroyd). Tirar os caracóis manualmente; Usar pesticidas naturais (ex.: cinza, semente de ata...); Usar tambores de água enterrados (com a abertura ao nível da terra), abrindo valas para a água. Eles podem cair lá dentro e afogar-se. Ficha de Apoio para o Tópico M7-3: GIP para as Principais Hortícolas de JFFLS (pág. 3) Cebola Murchidão-das-plântulas Mancha Arroxeada Alho DOENÇA: FUNGO Tripes-de-Cebola (Tripes tabaci) PRAGA Feijão verde Cenoura (Veja nas Solanáceas). Fazer rotação com ciclo de 3-5 anos; Fazer uma boa drenagem; Usar variedades resistentes (ex.: Cebola vermelha “Texas Grande”); Usar pesticidas químicos. A intensidade moderada provoca manchas prateadas nas Semear pouco antes da época fresca; folhas, as folhas tornam-se amarelas, nestes casos os bolbos Estrumar bem o campo; ficam pequenos. Usar pesticidas naturais (ex.: margosa, mutica); Usar pesticidas químicos. (Faça referência à Tabela da 3ª Ficha de Apoio do Tópico M3-3 no Módulo 3: sobre os Feijões – a 4ª página) Moscas brancas Consociar com cebola/alho; Usar pesticidas naturais como margosa. PRAGA 30 Tópico M7-4: Gestão de Perdas Pós-colheita OBJECTIVOS: 1. Aprender como evitar perdas pós-colheita (partindo do módulo Póscolheita – Tópico M6-4). 2. Aprender como seleccionar e conservar as sementes, grãos e feijões. DURAÇÃO: 1a Parte: 60-65 min. 2a Parte: 55 min para introdução. Tempo adicional para sessões práticas: experiências na machamba de aprendizagem. MATERIAIS: Papel e marcadores. PASSOS: Parte 1: Perdas Pós-Colheita 1. (15-20 min) Plenário na machamba: chuva de ideias sobre perdas póscolheita Leve o grupo a observar o celeiro e secador construídos no mês anterior, ou modelos melhorados que eventualmente existam na comunidade. Comece com uma revisão dos pontos vistos no Tópico M6-4: peça aos jovens para mostrarem: o Aspectos que foram “melhorados” em relação aos modelos usados na comunidade; o O que procuramos evitar quando construímos estruturas melhoradas. Explique que há tipos diferentes de perdas pós-colheita (veja o 1º ponto da 1ª Ficha de Apoio na página seguinte); Pergunte aos jovens quando e porquê as perdas ocorrem; Facilitador: Faça uma lista dos pontos apresentados pelos jovens e adicione pontos que faltam, baseando-se no 2º ponto da 1a Ficha de Apoio na página seguinte. 2. (20 min) Trabalho em grupos Explique que as principais perdas ocorrem depois da colheita, afectando a nossa segurança alimentar e que por isso temos que encontrar maneiras de as evitar. Pergunte aos grupos: Como poderemos evitar os diferentes tipos de perdas enumeradas durante a sessão anterior? 3. (25 min) Plenário: apresentação e discussão Depois das apresentações, resuma as conclusões sobre o que é preciso para alcançar uma boa conservação pós-colheita (veja os bons princípios de pós-colheita na 1a Ficha de Apoio). 31 1a Ficha de Apoio para o Tópico M7-4: Perdas Pós-Colheita O que são Perdas pós-colheita? Perda completa de produtos; Perda de peso no produto; Perda de cor, cheiro ou sabor; Perda de valor nutritivo (degradação de proteínas e vitaminas); Perdas qualitativas ao cozinhar, moer, ou cozer no forno. Quando e Porque ocorrem as Perdas depois da Colheita Durante a colheita: métodos de colheita inadequados, falta de cuidado; Durante o transporte: transporte e carregamento inadequados, falta de cuidado; Durante a secagem: secagem insuficiente antes do armazenamento, estrutura para secagem inadequada; Durante a malhada: manipulação, malhada, descasque, limpeza e separação inadequadas; Durante o armazenamento: estrutura inadequada, temperaturas/humidade demasiado altas, limpeza insuficiente, protecção inadequada contra infestações; Durante a transformação: métodos inadequados, higiene insuficiente. Bons Princípios de Pós-Colheita 1. Limpar bem para evitar a infestação de pragas ou doenças Limpar cuidadosamente e secar ao sol os sacos, cestos e o celeiro, de sujidade e grãos velhos (queimar ou enterrar resíduos que podem estar infestados), etc. Usar fumo para espantar os insectos para fora do celeiro ou armazém. 2. Manter o celeiro/armazém seco Secar suficientemente o produto antes do armazenamento. Impermeabilizar o armazém e armazenar sobre paletas. Deixar espaço entre as pilhas de sacos. 3. Manter uma temperatura constante e fresca no celeiro/armazém Providenciar sombra para os armazéns ou silos (celeiros). Armazenar sobre paletas para melhorar o arejamento. Deixar espaço entre as pilhas para melhorar o arejamento. 4. Tomar mais medidas para proteger o produto de infestações de pragas Proteger com medidas naturais (veja a 3a Ficha de Apoio, págs. 34-35) 32 Tópico M7-4 (Parte 2): Selecção e Conservação de Grãos e Sementes OBJECTIVO: Aprender como seleccionar e conservar as sementes e grãos DURAÇÃO: 55 min introdução, Sessões de experiências na machamba de aprendizagem MATERIAIS: instrumentos agrícolas. Papel e marcadores, PASSOS: 1. (5 min) Plenário: introdução Porque as pessoas conservam sementes? Introduza o tópico de selecção e conservação de sementes para o ano seguinte. 2. (30 min) Plenário na machamba de aprendizagem Chuva de ideias sobre os aspectos que os jovens deverão considerar ao seleccionar as sementes. Peça aos grupos para seleccionarem as plantas das quais irão tirar as sementes e que expliquem a sua escolha. Peça aos jovens para dizerem como e quando devem seleccionar as sementes. Resumir o processo de selecção (veja a 2a Ficha de Apoio, na pág. 33). 3. (10 min) Trabalho em grupos Que métodos de conservação as pessoas da nossa comunidade usam para protegerem os grãos, culturas comestíveis, feijões e sementes contra as pragas? 4. (15 min) Plenário: apresentações e resumo da sessão Resumir alguns destes métodos e introduzir outros que faltam (veja a 2a Ficha de Apoio, nas págs. 33-34). 5. (Ao longo dos meses) Prática na machamba de aprendizagem Experimentar diferentes métodos e combinações de métodos de protecção, usando grãos, feijões e sementes de hortícolas (3a Ficha de Apoio, nas pág. 34-35). 33 2a Ficha de Apoio para o Tópico M7-4: Conservação de Produtos e Sementes no Celeiro Etapas na Conservação de produtos e sementes no Celeiro 1. Limpeza: Limpar bem os recipientes, sacos e o celeiro: se for necessário, fumar para ajudar na desinfecção ou esterilização destes. 2. Sementes: Seleccionar sementes de plantas: Que não tenham sido atacadas pelas pragas; Que mostrem uma boa colheita; Que estejam bem adaptadas ao ambiente local; Que vão ter características similares na próxima geração (i.e., garanta que não tenha havido polinização com outras culturas semelhantes ao redor da machamba, dado que estas podem adquirir características indesejáveis na geração seguinte); Que não sejam híbridos (têm de ser de “polinização aberta” para produzirem boas sementes). 3. Processar as sementes: a. Para frutas carnudas com sementes molhadas (ex.: tomate, beringela, pepino, abóbora): i. Seleccione frutas bem maduras de plantas saudáveis. ii. Corte e retire todas as sementes e o sumo para um recipiente limpo. Feche bem a tampa. Deixe repousar durante 4-7 dias. A mistura começará a fermentar ligeiramente. iii. Agite ligeiramente o frasco com o sumo fermentado e coloque o conteúdo num balde. iv. Adicione água limpa. As sementes boas afundarão e as sementes não viáveis flutuarão. v. Cuidadosamente, retire a água e as sementes não viáveis, de forma a ficar apenas com as sementes boas. vi. Lave as sementes seleccionadas (com água limpa!) e coloque-as num pano em cima de uma rede de arame, num local elevado e à sombra para secarem, durante 2-4 dias. Para frutas carnudas ou secas com sementes secas (ex.: piripiri, paprica, feijão, repolho, couve, alface, cebolas): i. Frutas frescas: coloque toda a fruta num pano seco. ii. Todas as frutas: Coloque os frutos secos num saco e triture-os até libertarem as sementes. iii. Separe as sementes e coloque-as num saco ou esteira e deixe-as a secar durante 2-3 dias. iv. Peneire as sementes de forma a remover o que não presta. 34 2a Ficha de Apoio para o Tópico M7-4: Conservação de Produtos e Sementes no Celeiro (pág. 2) 4. Armazenar as sementes i. Reserve as sementes secas num frasco ou garrafa que não deixe passar o ar, num local fresco e seco. Coloque um rótulo na garrafa, indicando o tipo de planta e a data da colheita. ii. Para manter as sementes frescas, misture-as com cinza arrefecida, retirada do fogão ou fogueira (0,5 kg de cinza para 1 kg de sementes). Coloque as sementes ao sol de vez em quando, para que mantenham um nível de humidade baixo. 5. Proteger os grãos, sementes ou produtos conservados de pragas (veja a 3a Ficha de Apoio, pág. 34). 6. Período de conservação: De preferência, semeie as sementes depois de as conservar por 3-6 meses. Não conserve as sementes por mais de 2 anos, dado que estas não irão germinar. 35 3a Ficha de Apoio para o Tópico M7-4: Medidas de Protecção contra Pragas 1. Usando camadas de areia alternadas com grãos A função é preencher os espaços vazios entre os grãos num recipiente (de feijão, milho, etc.) armazenados, removendo desta forma o ar existente e, consequentemente, inibindo o desenvolvimento de insectos. Como Fazer: Comece e conclua com camadas de areia. Tenha o cuidado de não deixar os grãos fora da areia. Tem de peneirar os grãos para separá-los da areia. 2. Misturando a cinza de madeira com os grãos A cinza forma uma camada protectora contra os insectos. Quando o insecto entra em contacto com a cinza esta causa a desidratação da pele e, consequentemente, a sua morte. Como Fazer: Para cada 100 kg de grãos (de leguminosas e cereais), limpos e secos, misture 10 kg de cinza peneirada. Guardar em sacos de ráfia, caixas de madeira ou outro tipo de recipiente disponível. 3. Conservação com pó de piripiri ou de margoza Piripiri e Margoza inibem o desenvolvimento de diferentes pragas (reveja a Tabela M3-4 no Módulo 3: Crescimento Saudável). Como Fazer: Coloque uma camada fina de piripiri (pilado até ficar um pó bem fino) dentro do recipiente. Cubra a camada de piripiri com uma camada de grãos secos e limpos. Intercale as camadas, finalizando a última camada com o piripiri. Guardar em sacos de ráfia, caixas de madeira ou outro tipo de recipiente disponível. 4. Proteger espigas (de Milho) com folhas de eucalipto, tabaco ou baramombe As folhas de Eucaliptus citrodorus, de tabaco ou de baramombe (Lantana camara) repelem os gorgulhos no celeiro. Como Fazer: Cubra o fundo do celeiro com uma camada de folhas. Intercale camadas de espigas com folhas. Finalize a última camada com folhas. NB: Renovar as folhas de tabaco de 6 em 6 meses; para eucalipto: de 3 em 3 meses. 5. Conservação com flores/folhas repelentes Como Fazer: plantar plantas, como flores “Cravo de Defunto” ou “Beijo da Mulata” – ou outras plantas com folhas repelentes como Kambange (Targetes minuta – da família myrtaceae) ou Chitsinga (Datura stramonium – da família solanaceae) à volta do celeiro para que o mau cheiro exalado pelas plantas afugente os insectos. 6. Conservação dos grãos com Fumo 36 3a Ficha de Apoio para o Tópico M7-4: Medidas de Protecção contra as Pragas Conservação de Hortícolas e Frutas Cada hortícola e fruta tem a sua particularidade. Em boas condições, algumas podem estar armazenadas durante um longo período (por exemplo, abóboras e cebolas) e outros por curto tempo (por exemplo, bananas e tomates). No próximo Módulo (Tópico M8-2), falaremos sobre métodos de conservação e transformação de produtos agrícolas nas JFFLS. 37 Resumo e Avaliação do Módulo (30 min) Plenário: resumo No fim do módulo, faça um resumo com os jovens, para avaliar o seu nível de compreensão. Escolha diversos assuntos e discuta-os. Por exemplo: Explique a importância da água para as nossas vidas e para as culturas. Qual a importância do sistema imunológico. Indique pelo menos 2 maneiras de prevenir a transmissão do HIV. Indique pelo menos 2 maneiras para prevenir a malária. O que temos de fazer na nossa vida diária para prevenir a diarreia. O que podemos fazer para evitar perdas pós-colheita. Dê exemplos de como conservar as sementes contra pragas. Nomeie diversas plantas de medicina natural e a sua importância. Depois da discussão, faça o seguinte exercício, ou outro exercício simples para concluir o módulo. (20 min) Exercício de conclusão do módulo: o que gostei, o que não gostei 1. Solicite aos jovens que formem um círculo. 2. Peça aos jovens para dizerem do que gostaram ou do que não gostaram no módulo. Estimule-os a falarem sobre as suas impressões em cada tópico dado neste módulo. 3. Outra modalidade: peça a cada um dos grupos para elaborar um desenho ou uma peça de teatro relacionada com algo que tenham aprendido e que considerem muito importante para as suas vidas. 36 Lista de Referências Este módulo foi compilado por: Mundie Salm, Consultora da JFFLS. Tradução e revisão: Leonor Quinto, Consultora de Género e Formadora JFFLS. Ilustrações: Hélder Moisés João Macamero. Os textos foram baseados e adaptados de diferentes fontes: Tópico M7-1: Como enfrentar e gerir ameaças, doenças e perdas na vida? Escrito por Mundie Salm, Consultora de JFFLS, baseado no treinamento de uma equipe italiana sobre Cómico-terapia para JFFLS, Março, 2006. Ficha de Apoio: baseada no manual Building Resilience in Children Affected by HIV/AIDS. Sr. Silke-Andrea Mallmann CPS, Catholic AIDS Action, Namibia. Cape Town: Maskew Miller Longman and Catholic Aids Action, Namíbia, 2 ª edição, 2003: 35-38. Tópico M7-2: Proteger-nos contra as Doenças Escrito por Mundie Salm, com apoio de Isabel Almeida, Consultora de Nutrição. Parte 1: O que é a Doença? 1ª Ficha de Apoio: baseada no manual: Aprender a Viver Melhor! Machambas Escolares, Draft, FAO, 2006: págs. 53-58 (adaptado por Mundie Salm) 2a Ficha de Apoio: baseada no manual: Saúde e Vida, UNICEF, 2002, Malária, págs. 108111; Diarreia = págs. 75-85; Vacinações = págs. 65-73 (adaptado por Mundie Salm e Isabel Almeida, FAO Moçambique) 3a Ficha de Apoio: baseada nos manuais: Living well with HIV/Aids: A manual on nutritional care and support for people living with HIV/Aids, FAO & WHO, 2002, págs. 13-16; e Manual de Nutrição Comunitária, MISAU, 2004, págs. 32-33, 43-48, e 54 (adaptado por Mundie Salm e Isabel Almeida, FAO Moçambique) Parte 2: Lidando com o Impacto do HIV/SIDA: Primeiro exercício: Ross Kidd and Sue Clay (2003) Understanding and Challenging HIV Stigma: A Toolkit for Action. The CHANGE project, Washington DC: Academy for Educational Development (pág. 124). Segundo exercício: de Meu Futuro é Minha Escolha, Maputo, UNICEF e GOM, 2004, pág. 90. Parte 3: Importância das plantas medicinais Escrito por Mundie Salm. 7ª Ficha de Apoio: A maior parte desta ficha foi baseada em: Relatório do Encontro JFFLS de Medicina Natural, Caritas-Messica, 2005 (adaptado por Mundie Salm) 8ª Ficha de Apoio: Receitas vêm de: Medicina Natural, Caritas-Messica, 2005; e Living well with HIV/Aids: A Manual on Nutritional Care and Support for People Living with HIV/Aids, Roma: FAO/WHO, 2002 (adaptado por Mundie Salm) Tópico M7-3: GIP das hortícolas e outras culturas Escrito por Mundie Salm. Ficha de Apoio: compilada pelo engenheiro João Sevene Jeque, Técnico na Estação Agrária de Sussundenga, Ministério de Agricultura, Manica. 39 Lista de Referências (pág. 2) Tópico M7-4: Gestão de perdas pós-colheita Parte 1: Perdas pós-colheita 1ª Ficha de Apoio: baseada no: Manual sobre a Prevenção das Perdas de Grão Conservação de Grãos depois da Colheita, Gwinner, Joost, et al, GTZ, Eschborn, 1997, págs. 18-28; e Apresentação para o ToT JFFLS sobre Pós-Colheita de Manuel A. Temo, Técnico Agrário, Estação Agrária de Sussundenga, Março, 2006 (adaptado por Mundie Salm) Parte 2: Selecção e Conservação de grãos e sementes Baseada na aula facilitada por Jaap van de Pol, Consultor FFS (adaptado por Mundie Salm, Consultora de JFFLS) 2ª Ficha de Apoio: baseada nos manuais: Sustainable Agriculture Extension Manual for Eastern and Southern Africa, IIRR, Nairobi, 1998, págs.184-186; Armazenagem de Grãos, INDER, Maputo, 1992, pág.32 ; Armazenagem de Frutas e Hortícolas, INDER, Maputo, 1993, pág.12 (adaptado por Mundie Salm) 3ª Ficha de Apoio: baseada nos manuais: Armazenagem de Grãos, INDER, Maputo, 1992, pág.32; Armazenagem de Frutas e Hortícolas, INDER, Maputo, 1993, pág. 12; e Sustainable Agriculture Extension Manual for Eastern and Southern Africa, IIRR, Nairobi, 1998, págs.184186 (adaptado por Mundie Salm 40