centro universitário positivo adequação de prensas com mecanismo
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CENTRO UNIVERSITÁRIO POSITIVO ADEQUAÇÃO DE PRENSAS COM MECANISMO DE ACIONAMENTO EXCÊNTRICO ÀS NORMAS DE SEGURANÇA VIGENTES CURITIBA 2006 FRANCISCO SILVA CEOLIN JOÃO CARLOS PASSONI JUNIOR ADEQUAÇÃO DE PRENSAS COM MECANISMO DE ACIONAMENTO EXCÊNTRICO ÀS NORMAS DE SEGURANÇA VIGENTES Monografia apresentada para obtenção do título de Engenheiro Mecânico, no Curso de Graduação em Engenharia Mecânica do Centro Universitário Positivo. Orientador: Prof. Eduardo Torres da Rocha CURITIBA 2006 SUMÁRIO LISTA DE TABELAS ..................................................................................................ii LISTA DE FIGURAS .................................................................................................. iii RESUMO.....................................................................................................................v 1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 1 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA .................................................................................. 4 2.1 PRENSAS .......................................................................................................... 5 2.1.1 Prensas mecânicas excêntricas....................................................................... 6 2.1.2 Prensa dobradeira mecânica ......................................................................... 15 2.2 SISTEMAS DE SEGURANÇA APLICADOS A PRENSAS ................................ 20 2.3 MÉTODOS DE PROTEÇÃO DE MÁQUINA...................................................... 25 2.3.1 Barreiras ou anteparos de proteção............................................................... 25 2.3.2 Proteção com dispositivos ............................................................................. 27 2.3.3 Proteção pela localização ou pela distância .................................................. 30 2.3.4 Operação ....................................................................................................... 31 2.3.5 Outros Mecanismos auxiliares de proteção ................................................... 32 2.4 SISTEMAS PNEUMÁTICOS ............................................................................ 33 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA ........................................................................... 35 4 DESENVOLVIMENTO.......................................................................................... 37 4.1 RELAÇÃO DE COMPONENTES NECESSÁRIOS ........................................... 37 4.2 ALTERAÇÃO NO PROCESSO DE OPERAÇÃO DA MÁQUINA....................... 44 4.3 DIMENSIONAMENTOS.................................................................................... 48 4.3.1 Cortina de luz................................................................................................. 48 4.3.2 Proteções fixas .............................................................................................. 49 4.4 ADEQUAÇÕES PROPOSTAS ......................................................................... 49 5 RESULTADOS E VALIDAÇÃO ........................................................................... 58 6 CONCLUSÃO ...................................................................................................... 59 GLOSSÁRIO ............................................................................................................ 61 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................ 62 DOCUMENTOS CONSULTADOS ........................................................................... 64 LISTA DE TABELAS TABELA 1 – MÉTODOS DE SEGURANÇA COM PROTEÇÃO OU BARREIRA ................................. 26 TABELA 2 – MÉTODOS DE SEGURANÇA COM DISPOSITIVOS...................................................... 27 TABELA 3 – RELAÇÃO DE COMPONENTES EXIGIDOS PARA ADEQUAÇÃO................................ 44 ii LISTA DE FIGURAS FIGURA 1 – PEÇA AUTOMOTIVA CONFORMADA EM PRENSA ........................................................ 6 FIGURA 2 – ELEMENTOS BÁSICOS DE UMA PRENSA ...................................................................... 7 FIGURA 3 – EIXO EXCÊNTRICO ........................................................................................................... 8 FIGURA 4 – USINAGEM RASGO DA CHAVETA................................................................................... 9 FIGURA 5 – ELEMENTO DE FRICÇÃO ................................................................................................. 9 FIGURA 6 – FORÇA VARIÁVEL NO MECANISMO EXCÊNTRICO .................................................... 11 FIGURA 7 – FORÇA NOMINAL DE PROJETO .................................................................................... 12 FIGURA 8 – INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO........................................................................................ 13 FIGURA 9 – MOVIMENTO DO VOLANTE............................................................................................ 14 FIGURA 10 – PRENSA DOBRADEIRA MECÂNICA ............................................................................ 15 FIGURA 11 – DETALHE DO PRENSADOR, PUNÇÃO E MATRIZ...................................................... 16 FIGURA 12 – MOVIMENTO DO PRENSADOR.................................................................................... 17 FIGURA 13 – VISTA SUPERIOR MECANISMO DE TRANSMISSÃO DE MOVIMENTO.................... 17 FIGURA 14 – MOTOR ELÉTRICO, VOLANTE E FRICÇÃO ................................................................ 18 FIGURA 15 – PEDAL MECÂNICO ........................................................................................................ 19 FIGURA 16 – ALAVANCA ..................................................................................................................... 19 FIGURA 17 – SISTEMA DE FRENAGEM ACIONADO POR ALAVANCAS......................................... 19 FIGURA 18 – CICLO DE TRABALHO................................................................................................... 20 FIGURA 19 – ACIDENTES E O MODO DE OPERAÇÃO DAS PRENSAS.......................................... 23 FIGURA 20 – DISPOSITIVO FOTOELÉTRICO SENSOR DE POSIÇÃO EM UMA PRENSA MECÂNICA ............................................................................................................................................ 29 FIGURA 21 – COMANDO BIMANUAL EM UMA PRENSA MECÂNICA ............................................. 30 FIGURA 22 – ALIMENTAÇÃO SEMI-AUTOMÁTICA – RAMPA DE ALIMENTAÇÃO......................... 31 FIGURA 23 – CILINDROS PNEUMÁTICOS BÁSICOS ........................................................................ 33 FIGURA 24 – ATUADOR DE SIMPLES AÇÃO COM RETORNO POR MOLA.................................... 34 FIGURA 25 – VÁLVULA ELETROPNEUMÁTICA 3 VIAS E 2 ESTADOS (3/2) SIMPLES AÇÃO ....... 34 FIGURA 26 – CORTINA DE LUZ .......................................................................................................... 38 iii FIGURA 27 – FEIXE DA CORTINA DE LUZ......................................................................................... 39 FIGURA 28 – COMANDO BIMANUAL.................................................................................................. 39 FIGURA 29 – CHAVE SELETORA DE POSIÇÕES ............................................................................. 40 FIGURA 30 – DISPOSITIVO DE PARADA DE EMERGÊNCIA............................................................ 40 FIGURA 31 – PEDAL DE ACIONAMENTO .......................................................................................... 41 FIGURA 32 – PROTEÇÕES FIXAS ...................................................................................................... 42 FIGURA 33 – CHAVE DE SEGURANÇA APLICADA A PROTEÇÃO FIXA ......................................... 42 FIGURA 34 – CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP)...................................................... 43 FIGURA 35 – APLICAÇÃO DO CLP ..................................................................................................... 46 FIGURA 36 – FLUXOGRAMA DA SEQÜÊNCIA LÓGICA DE FUNCIONAMENTO............................. 47 FIGURA 37 – POSICIONAMENTO DA CORTINA DE LUZ .................................................................. 48 FIGURA 38 – INDICAÇÃO DAS PROTEÇÕES FIXAS ........................................................................ 49 FIGURA 39 – MECANISMO DE TRANSMISSAO DE MOVIMENTO ................................................... 50 FIGURA 40 – ACIONAMENTO POR ALAVANCAS (PEDAL MECÂNICO).......................................... 51 FIGURA 41 – ESQUEMA DO SISTEMA PNEUMÁTICO...................................................................... 52 FIGURA 42 – PROPOSTA DE MODIFICAÇÃO NO ACIONAMENTO ................................................. 53 FIGURA 43 – ANTEPARO EM DETALHES PARA FABRICAÇÃO ...................................................... 54 FIGURA 44 – POSIÇÃO DO RECORTE NA LATERAL PARA ADAPTAÇÃO ..................................... 54 FIGURA 45 – BIELA EM CORTE .......................................................................................................... 55 FIGURA 46 – VOLANTE DE REGULAGEM DE ALTURA.................................................................... 55 FIGURA 47 – POSIÇÃO INICIAL DO CILÍNDRO SIMPLES AÇÃO COM HASTE PASSANTE .......... 56 FIGURA 48 – CILÍNDRO SIMPLES AÇÃO COM HASTE PASSANTE ATUADO ................................ 57 iv RESUMO O propósito deste trabalho é buscar uma solução viável para adequação de prensas mecânicas excêntricas do tipo dobradeira aos requisitos de segurança vigentes, prescritos pelo Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Similares (PPRPS). Visa proteger a vida dos operadores no exercício de suas atividades e assegurar uma sobrevida a este tipo de prensa, pois apesar de apresentar risco iminente de acidentes ao operador, é grande o número de unidades atualmente em atividade em todo o território brasileiro. O enfoque deste trabalho está na análise do sistema mecânico deste tipo de prensa em questão, e na proposição de solução que satisfaça aos interesses de prevenção de acidentes, no caso a inserção de um cilindro simples ação com haste passante no acionamento do sistema freio/embreagem. Expõem-se ainda as proteções fixas e as demais proteções necessárias e obrigatórias. Foram reunidas informações quanto às características das prensas mecânicas excêntricas em geral e das prensas dobradeiras mecânicas. Foram pesquisados os sistemas de segurança e os métodos de proteção de máquina utilizados para evitar acidentes de trabalho. Baseado no levantamento de dados realizado, foram relacionados e dimensionados os componentes de segurança que são necessários à prensa, objeto deste estudo, visando atender da melhor forma os requisitos de segurança, bem como as alterações que se fizeram necessárias no processo de operação da máquina. Relevante é também a constatação bibliográfica de que o comando bimanual utilizado para o acionamento não é suficiente para a garantia da segurança. v 1 INTRODUÇÃO No parque industrial brasileiro ainda ocorre à utilização de prensas mecânicas com mecanismo de acionamento excêntrico que oferecem riscos à segurança do operador, com alta incidência de acidentes de trabalho que atingem os membros superiores dos trabalhadores. Existem tantas possibilidades de acidentes de trabalho quanto são os diferentes tipos de máquinas utilizados nas empresas e, em relação a isso, uma regra que não pode ser esquecida é a de que qualquer parte ou modo de funcionamento de uma máquina, que pode causar dano ao operador ou a outras pessoas, precisa ser neutralizado. Em outras palavras, quando a operação de uma máquina pode ferir alguém, o perigo que ela representa precisa ser controlado ou eliminado. As prensas mecânicas com mecanismo de acionamento excêntrico possuem as vantagens de serem rápidas (boa produtividade), de baixo custo de manutenção (baixo desgaste natural das peças) e que dificilmente apresentam problemas de funcionamento, atendendo perfeitamente a aplicação a que se destinam. No entanto, o risco iminente de acidentes ao operador que apresentam é fator grave que torna inadmissível a continuidade de seu uso quando desprovidas das proteções necessárias para evitar os acidentes. O motivo da realização deste projeto deve-se a um caso real ocorrido em uma empresa metalúrgica localizada na região metropolitana da cidade de Curitiba, no estado do Paraná, na qual se emprega a utilização de prensa dobradeira mecânica excêntrica para dobra de chapas de aço carbono. Após fiscalização realizada pelo Ministério do Trabalho, baseada na Nota Técnica 37/2004, a empresa foi notificada pelo fato dos equipamentos em utilização encontrarem-se desprovidos de proteções aos operadores. Este trabalho visa buscar soluções para adequar os equipamentos no prazo estabelecido na notificação de forma a garantir que este tipo de equipamento entre em operação adequada, de forma segura, evitando acidentes para o operador. Para atingir este objetivo, é necessário que uma transformação completa seja feita no equipamento, conhecida por retrofitting, que seria um processo de modernização do sistema de funcionamento, evitando o sucateamento da máquina e migrando de uma situação de risco para uma situação segura de trabalho. Assim este trabalho 2 não se trata apenas de um simples orçamento, pois não se dispõe de informações do fabricante do que efetivamente precisa ser feito na máquina para obtenção da licença de funcionamento mediante aprovação pelo órgão competente, sendo necessário para tanto planejar e estruturar as necessidades buscando adequar as máquinas à segurança. Um fato relevante a ser considerado é o de que não há interesse por parte do fabricante por realizar este tipo de serviço de adequação do equipamento por se tratar de uma oportunidade para o fabricante incrementar a venda de máquinas novas. Indício disto é o fato da proposta apresentada pelo fabricante para a realização do retrofitting ser de valor superior ao próprio valor de mercado da máquina usada, segundo avaliação recente. O preço proposto para a realização do retrofitting é de aproximadamente R$ 70.000,00 sendo que a máquina usada foi avaliada em R$ 30.000,00. Além destes fatores, uma consideração importante evidenciada pelo fabricante é em relação ao longo prazo para a execução deste serviço, algo em torno de dois meses, e também a necessidade de transportar a máquina até a fábrica, o que gera ainda mais custos, além dos custos de máquina parada, sem produção. O objetivo geral deste trabalho é buscar uma solução apropriada e viável para resolver o problema apresentado e assegurar uma sobrevida a este tipo de máquina (prensa dobradeira mecânica), de relevância justificada devido ao grande número de unidades atualmente em funcionamento em todo o território brasileiro. São objetivos específicos adquirir conhecimento de prensas em geral para entendimento do contexto, entender o princípio de funcionamento para tirar conclusões com embasamento, a respeito da realização do retrofitting no tipo de prensa estudado, através de informações sucintas indicadas pelo fabricante da máquina referente à proposta para tal adequação. Com o estudo destes fatores pretende-se obter uma solução alternativa que contemple todas as exigências previstas. Um estudo de custo-benefício também será apresentado para avaliar a opção por sucatar a máquina, optar pela aquisição de uma máquina nova que já contemple todos os dispositivos de segurança, ou transformar a máquina existente, de forma a instalar todos os dispositivos obrigatórios de proteção em perfeito funcionamento, de forma rápida e eficiente. 3 O enfoque deste trabalho limita-se à análise do sistema mecânico das prensas e dos equipamentos similares do tipo mecânicos, para buscar o entendimento do funcionamento e assim concluir a respeito da viabilidade técnica da realização da adequação em um equipamento do tipo dobradeira mecânica, através de um estudo de caso. No entanto, a adequação deste tipo de máquina não é um procedimento simples. Não basta somente adquirir os componentes e instalá-los para colocar o equipamento em funcionamento. Como exemplo, pode-se citar o acionamento bimanual: o sistema de acionamento existente na prensa do tipo dobradeira mecânica é através de pedal mecânico e este sistema está proibido, conforme o PPRPS. Sendo assim, torna-se necessário que todo o mecanismo envolvido seja revisto e devidamente adequado com uma diferente concepção. Portanto, serão estudados os componentes mecânicos relevantes nas seções subseqüentes deste trabalho. Dentre os tipos de prensas existentes, para efeito deste projeto, serão tratadas somente as prensas do tipo mecânicas, devido às limitações técnicas encontradas neste tipo de equipamento quanto à necessidade de inversão do sentido de funcionamento. A estrutura do trabalho está organizada no levantamento de informações a respeito das normas técnicas brasileiras e ao Programa de Prevenção de Riscos em Prensas e Similares (PPRPS), que reúne as normas estabelecidas para garantir a integridade física do trabalhador, tendo sido elaborado em convenção coletiva por empregados e empregadores, em conjunto com o governo e com a participação dos principais sindicatos nacionais, estaduais e municipais. A seguir foram reunidas informações quanto às características das prensas mecânicas excêntricas em geral e das prensas dobradeiras mecânicas. Foram pesquisados os sistemas de segurança e os métodos de proteção de máquina utilizados para evitar acidentes de trabalho. Baseado no levantamento de dados realizado, foram relacionados e dimensionados os componentes de segurança que são necessários à prensa, objeto deste estudo, visando atender da melhor forma os requisitos de segurança, bem como as alterações que se fizeram necessárias no processo de operação da máquina. 4 2 REVISÃO BIBLIOGRÁFICA A Nota Técnica (NT 37/2004), publicada pelo Ministério do Trabalho, teve como base a convenção coletiva, que estabeleceu uma série de requisitos para a utilização por parte das empresas de prensas e equipamentos similares conhecida por PPRPS, e segundo as disposições contidas neste documento, as prensas e equipamentos similares somente serão aceitos e poderão operar, se dispuserem de um conjunto de dispositivos de segurança, que compreendem: • A possibilidade da pronta paralisação de seu movimento uma vez acionada a parada de emergência; • Sistemas adequados de arranque e parada; • E também garantia de que os trabalhadores não possam ter acesso com dedos ou mãos à área de prensagem, através da instalação de barreiras fixas ou móveis, dotadas de chaves de segurança adequadas ao risco, intertravadas de modo que a remoção destas proteções não permita o funcionamento da máquina. Por sua vez, o PPRPS tem como referências uma relação de Normas Técnicas Brasileiras (NBR) e Normas Regulamentadoras (NR) (vide documentos consultados), que devem ser atendidas por todos os fabricantes e usuários destes tipos de equipamentos. Por existir risco de danos pessoais em caso de falha de algum dos dispositivos de segurança, todos eles deverão obedecer a NBR 14009, ou seja, serem do tipo categoria 4 (quatro), os quais têm como característica a redundância das funções de segurança ou o acionamento positivo dos contatos. Assim, em caso de falha do próprio dispositivo, ocorre a paralisação do equipamento. Com a vigência do PPRPS a partir de abril de 2006, torna-se necessário uma avaliação técnica-econômica criteriosa de cada equipamento e de seu ferramental, pois para muitas operações pode-se tornar economicamente mais viável o sucateamento daquelas máquinas mais antigas ou inadequadas às condições de segurança exigidas. A nota técnica, em sua íntegra, está disponível na página de internet do Ministério do Trabalho e Emprego, www.mte.gov.br, na parte referente à Saúde e Segurança do Trabalho. 5 Para a análise da adequação em específico da prensa dobradeira mecânica, faz-se necessária a pesquisa dos tipos de prensas existentes que dispõem do mecanismo do tipo excêntrico, para então relacionar as medidas a serem tomadas de forma a cumprir satisfatoriamente a exigência do PPRPS. Dentre as exigências do PPRPS tem-se a realização de um projeto mecânico elaborado por profissional legalmente habilitado, acompanhado de Anotação de Responsabilidade Técnica (ART) mediante registro junto ao Conselho Regional de Engenharia e Arquitetura. E para a aprovação deste projeto mecânico deve ser previsto o memorial de cálculo de dimensionamento dos componentes, especificação dos materiais empregados e também o memorial descritivo de todos os componentes. Sendo assim o problema principal envolve os componentes a serem empregados e para definição destes componentes, a alternativa a ser apresentada deve conter todos os mecanismos de funcionamento envolvidos previstos neste projeto. 2.1 PRENSAS As prensas são máquinas ferramentas em que o material em forma de placa ou chapa plana é trabalhado sob operações de conformação ou corte para obtenção de peças que são empregadas por exemplo na fabricação de equipamentos e de veículos automotores. Nas prensas são acoplados diversos tipos de ferramental com a finalidade de conformar, moldar, cortar, furar, cunhar, vazar e outras operações, sendo necessário o emprego de ferramental específico (estampos) para cada processo descrito. Como exemplo, a figura 1 mostra uma peça estampada. 6 FIGURA 1 – PEÇA AUTOMOTIVA CONFORMADA EM PRENSA FONTE: PARKER, 2004 As prensas podem ser divididas em três tipos conforme o princípio de transmissão de força, que seriam as mecânicas, hidráulicas e pneumáticas. Portanto, há uma grande diversidade de prensas, que variam quanto ao tipo, modelo, tamanho e capacidade de aplicação de força ou velocidade. No mercado, encontram-se prensas com capacidade de carga desde poucos quilos até prensas de mais de 50.000 toneladas de força. No parque industrial brasileiro, a maioria das prensas é mecânica do tipo excêntrica, sendo este tipo de equipamento, considerado o mais perigoso e inseguro, o foco deste projeto. 2.1.1 Prensas mecânicas excêntricas A prensa mecânica representa um equipamento essencial para o trabalho à frio de metais, principalmente na indústria de transformação, e são especialmente destinadas para atividades de côncavar com pouca profundidade, puncionar, dobrar e arquear. Nas prensas mecânicas existe sempre um martelo, cujo movimento é proveniente de um sistema mecânico (em que o movimento rotativo é transformado em linear por meio de um sistema de bielas, manivelas ou fusos). 7 Com o intuito de permitir um melhor entendimento da descrição da prensa mecânica e de seus sistemas de proteção, é de interesse apresentar algumas definições dos termos que serão utilizados além dos elementos básicos indicados na figura 2. FIGURA 2 – ELEMENTOS BÁSICOS DE UMA PRENSA FONTE: SENAI O martelo, também chamado de prensador, é a parte da máquina que se move na estrutura e é onde se fixa o estampo para proporcionar ou realizar o trabalho de conformação da peça mediante aplicação da força sobre o material empregado. A cadeia cinemática é o conjunto de todas as peças que geram o movimento para ser aplicado no martelo, sendo que as peças principais são as engrenagens, eixos, guias, correias e também o volante, que é acionado por um motor elétrico, e que apresenta movimento giratório e é responsável pelo meio utilizado nas prensas mecânicas para o “armazenamento” de energia, que por sua vez, será transmitida ao sistema eixo-martelo por intermédio do sistema de embreagem. A biela é a peça que faz a conexão entre o eixo excêntrico e o martelo. Estas peças citadas serão devidamente destacadas na prensa em estudo. A embreagem corresponde à parte da prensa que acopla ou transmite o torque do volante para o eixo responsável pela movimentação do martelo. A zona de prensagem ou curso representa a distância percorrida pelo martelo na estrutura da máquina. É o espaço entre o martelo e a mesa da prensa, onde se coloca o ferramental e onde o martelo aplica a força. Este elemento também é conhecido por “boca de leão” entre os operadores, termo que demonstra o risco envolvido na operação, área onde o operador deve concentrar toda a sua atenção para realizar o 8 seu trabalho ou atividade. A mesa da prensa é destinada a abrigar através de ranhuras para a fixação, a matriz inferior da ferramenta, sendo a ferramenta um conjunto que compreende duas matrizes, inferior e superior, as quais conferem à peça a forma final pretendida. Geralmente a estrutura da prensa é confeccionada em ferro fundido, aço fundido ou em chapa de aço soldada. O acionamento das prensas pode ser feito por pedais, botoeiras simples, por comando bimanual ou por acionamento contínuo. Uma característica marcante nas prensas mecânicas é o seu tipo de acionamento. Em grande parte, o acionamento se dá por intermédio de pedal, a conjunção entre este tipo de acionamento e a ferramenta totalmente aberta, onde seja possível o ingresso das mãos do trabalhador, ou parte delas, na região de ação do martelo, constitui-se como um grande e expressivo risco de acidentes. Usualmente, as prensas mecânicas são denominadas excêntricas devido ao eixo e ao emprego de bielas. Esta nomenclatura indica o tipo de transmissão que é empregado para provocar o golpe do martelo. No caso, a transmissão de movimento e força entre o volante e o martelo se processa através de um eixo excêntrico, exemplificado na figura 3. Esta transmissão pode se dar por meio de um eixomanivela (virabrequim), ou ainda por outras configurações como por alavanca, pelo sistema de transmissão fricção-parafuso e automáticas. FIGURA 3 – EIXO EXCÊNTRICO FONTE: SIMEC Também é interessante e importante destacar que, segundo a divisão que se fundamenta no tipo de embreagem empregado, existem duas classificações de maior importância: • Prensas mecânicas excêntricas de engate por chaveta, • Prensas mecânicas excêntricas com freio/embreagem. 9 Nas prensas mecânicas de engate por chaveta, as embreagens chamadas de chave-positiva, rígida ou chaveta, também denominada de revolução completa, são montadas diretamente e sempre no virabrequim ou no eixo excêntrico através de um rebaixo, conforme identificado na figura 4, sendo que seu maior emprego é nas prensas mais rápidas e de menor porte, até 150 toneladas. FIGURA 4 – USINAGEM RASGO DA CHAVETA FONTE: HERTZWAGOM Nas prensas mecânicas excêntricas com freio/embreagem a embreagem é do tipo freio-fricção ou revolução parcial, em que o torque transmitido se processa através do contato direto entre o volante e o virabrequim por um elemento de fricção (ver figura 5). Os freios que interrompem a trajetória do martelo em seu curso são aplicados somente neste tipo de embreagem, sendo que este é justamente o tipo de embreagem encontrado na prensa dobradeira mecânica, objeto deste estudo. FIGURA 5 – ELEMENTO DE FRICÇÃO FONTE: OS AUTORES 10 As prensas excêntricas têm uma capacidade nominal de operação, sendo assim as aplicações devem ser previstas levando-se em conta a quantidade de toneladas para executar uma peça. Os equipamentos que trabalham sem levar em conta a capacidade nominal de operação podem operar com sobrecarga, portanto, em situação irregular de trabalho. A dificuldade do cálculo da força aplicada é conseqüência da disposição física do conjunto eixo excêntrico e conjunto biela/martelo. Uma situação de sobrecarga no uso da prensa pode ocasionar acidentes que podem ir da simples quebra de uma biela até a ruptura da estrutura. Além das perdas materiais, a sobrecarga pode provocar acidentes com os operadores, pois as partes da máquina que se rompem podem atingi-los, com conseqüências imprevisíveis. A sobrecarga ocorre quando a execução do trabalho de uma capacidade maior do que a prensa pode oferecer. O operador poderá sobrecarregar a prensa quando efetua uma regulagem muito baixa do martelo, portanto é necessária atenção especial na regulagem da atura do martelo. A força resultante (F) sobre o martelo é função do torque (T) disponível no eixo excêntrico e de sua posição em relação à linha central de força (L), conforme indicado na figura 6, que representa o movimento desprendido pela biela. A força resultante é uma força variável em relação à posição do eixo que muitas vezes é maior que a força nominal que a máquina foi projetada para suportar. Matematicamente, é possível aplicar uma força infinita numa prensa excêntrica, isto ocorre quando a posição do eixo excêntrico está sobre a linha central da aplicação da força (L=0), desta forma a força resultante tende ao infinito. Na prática, a aplicação de uma força infinita só não é possível porque um ou mais componentes da prensa irá se romper. 11 FIGURA 6 – FORÇA VARIÁVEL NO MECANISMO EXCÊNTRICO MOVIMENTO CIRCULAR DO EIXO EXCÊNTRICO BIELA MOVIMENTO LINEAR DO MARTELO FONTE: OS AUTORES Ainda em relação à figura 6, quanto ao ciclo desenvolvido pela biela ligada ao eixo excêntrico, no ponto morto superior (PMS) o martelo permanece parado enquanto não se der o acionamento da prensa, e a abertura da zona de prensagem apresenta seu curso útil máximo. Ao acionar a prensa, inicia-se o movimento de descida do martelo até o ponto morto inferior (PMI) e de subida até retornar ao ponto morto superior (PMS), de forma a completar o ciclo. Na prensa excêntrica de engate por chaveta, uma vez iniciado o movimento, o ciclo se completa sem que se possa interromper e, na prensa excêntrica de freio/embreagem, o movimento é interrompido pela ação do freio. As prensas excêntricas são projetadas para proporcionar capacidade nominal quando a trajetória do centro da biela se encontra a um ângulo beta igual a trinta graus (β = 30°) do ponto morto inferior (PMI) conforme indicado na figura 7. É preciso conhecer o trabalho efetuado no final do curso pois o operador pode sobrecarregar, sem perceber, todos os componentes da máquina, uma vez que a prensa tem em seu volante, energia suficiente para proporcionar uma força efetiva no martelo muitas vezes superior à sua capacidade. Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 9 pt Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 9 pt Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 9 pt 12 FIGURA 7 – FORÇA NOMINAL DE PROJETO FONTE: OS AUTORES O cálculo da força exata necessária para a execução de um trabalho não é simples, principalmente em estampos (matrizes) complexos. É difícil reunir, na prática, as condições ideais da prensa e da ferramenta e ainda confiar na uniformidade e qualidade do material utilizado. A maneira mais apropriada de trabalho é adotar as prensas excêntricas com indicadores de carga ou força. Estes instrumentos mostram a força real aplicada durante a operação de prensagem e normalmente oferecem condições de supervisão e controle que permitem interromper o funcionamento da prensa quando se ultrapassa o limite permitido de força. A figura 8 mostra um exemplo de instrumento de medição. Vale ressaltar que este tipo de instrumento normalmente é oferecido nas versões mais modernas de prensas, principalmente em modelos hidráulicos. 13 FIGURA 8 – INSTRUMENTO DE MEDIÇÃO FONTE: SENAI Uma prensa não deve ser usada em sua capacidade limite, é recomendável usar 70% da capacidade plena da máquina. Se a velocidade exigida para a realização do trabalho for acima de 400 golpes por minuto (gpm), o mais recomendável é utilizar 50% da capacidade plena para garantir as tolerâncias dimensionais do conjunto. Quando a ferramenta está fechada no seu limite e o martelo da prensa ainda continua em seu curso descendente, o corpo da máquina flexionará e o eixo sofrerá uma torção adicional. Assim que o ponto for ultrapassado, ocorrerá o fenômeno efeito mola (contragolpe), atirando o martelo para cima, enquanto o corpo volta ao seu estado original. O forte contragolpe atinge o eixo, engrenagens e chavetas. Há uma intensificação deste efeito em máquinas com longo tempo de uso, que conseqüentemente possuem folgas maiores, aumentando a probabilidade de causar acidentes. É possível aumentar a produtividade da prensa excêntrica ao aumentar a rotação do volante, pois quanto mais golpes, conseguem-se mais peças por minuto, porém o sistema de armazenamento de energia é no volante de inércia e ao aumentar a rotação do volante, ocorre uma alteração completa das características do projeto inicial da máquina. Observa-se na figura 9, a indicação da energia (e) disponível no volante, que é a massa da coroa (m) deste volante, multiplicado pela velocidade periférica da coroa (Vp) elevada ao quadrado. Ou seja, ao aumentar a velocidade do volante, aumenta-se sua capacidade de armazenamento de energia ao quadrado. Cabe ao 14 fabricante da prensa determinar quais as velocidades mínimas e máximas da prensa e, ao usuário, obedecer às especificações. FIGURA 9 – MOVIMENTO DO VOLANTE FONTE: SENAI Quando a energia disponível na cadeia cinemática de uma prensa supera a capacidade de resistência mecânica dos diferentes elementos do conjunto, ocorrem danos ao equipamento, como o rompimento do eixo, do martelo, da biela e de outros elementos. Devido à construção e projeto obsoletos, as prensas mecânicas excêntricas com embreagem rígida ou a chaveta apresentam significativas falhas mecânicas que podem elevar substancialmente o risco de acidentes, tanto que estas máquinas não são mais produzidas na Europa. Uma destas falhas importantes, chamada popularmente como repique, cria um momento especial de risco de acidentes graves. Esse mau funcionamento pode ocorrer basicamente por duas razões, uma delas seria após ter efetuado uma volta (ciclo), a chaveta não encontra a lingüeta, e ocorre então uma nova volta, portanto se trata do golpe redobrado imediato. A outra razão se refere à escora ou lingüeta, que retorna para sua posição desligada ou desembreada com atraso, e ocorre a paralisação da chaveta, mas em posição precária ou instável e, desse modo, pode então retomar novo ciclo sem ter havido imposição do mecanismo de acionamento. Este último caso representa o mais inesperado. Portanto, é o que oferece o maior risco de acidentes. Outro ponto que deve ser destacado como integrante da formação do golpe redobrado ou repique é relacionado com a ruptura das chavetas. Este elemento da máquina está normalmente submetido a diversos esforços, além 15 da natureza da operação, que pode alcançar 8.000 ciclos/dia. Portanto, a fadiga é a principal causa de sua ruptura. As prensas com freio/embreagem, embora existentes em menor número, visto que as prensas com embreagem à chaveta são as que detém a maior predominância nos ambientes de trabalho, também devem ser alvo de análise. Estas máquinas com este tipo de embreagem também são denominadas como prensas com embreagem de revolução parcial. Como exposto anteriormente, a embreagem tem a função de transmitir a energia armazenada no volante para o eixo da máquina, com o fim de acionar o golpe. Em relação às prensas com freio/embreagem, elas têm uma característica importante no que se refere à segurança. Isto se deve ao fato de que o disco da embreagem permanece sob pressão durante todo o tempo de ação do martelo. Quando esta pressão é liberada, ou seja, quando o trabalhador libera o controle bimanual, o martelo pára e estaciona nesta posição. 2.1.2 Prensa dobradeira mecânica No caso da prensa dobradeira mecânica em análise, de uma metalúrgica sediada na região metropolitana de Curitiba, os elementos básicos estão identificados na figura 10. FIGURA 10 – PRENSA DOBRADEIRA MECÂNICA FONTE: OS AUTORES 16 A dobradeira estudada possui capacidade de força Média, visto que desenvolve até 75 toneladas de força. Trata-se de uma prensa mecânica excêntrica, com sistema de freio/embreagem. Sua capacidade de dobra é adequada para chapas de aço carbono de espessura máxima de até 6,3 mm e comprimento máximo de 3 m. O fenômeno dobra é dado pela ação de um conjunto de ferramentas denominado punção e matriz, que interagem em uma chapa posicionada entre ambas. A matriz é estática e o punção movimenta-se alternadamente solidário a um componente denominado prensador, ambos identificados na figura 11. FIGURA 11 – DETALHE DO PRENSADOR, PUNÇÃO E MATRIZ. FONTE: OS AUTORES O movimento do prensador é transmitido por um conjunto de bielas que recebem movimento rotativo de um eixo ligado a um redutor por intermédio de engrenagens, identificados na figura 12 e 13. 17 FIGURA 12 – MOVIMENTO DO PRENSADOR EIXO EXCÊNTRICO MOVIMENTO ROTATIVO BIELA ESQUERDA MOVIMENTO LINEAR PRENSADOR OU MARTELO FONTE: OS AUTORES FIGURA 13 – VISTA SUPERIOR MECANISMO DE TRANSMISSÃO DE MOVIMENTO EIXO REDUTOR EIXO VOLANTE E FREIO EIXO VOLANTE E FREIO BIELA VOLANTE FRICÇÃO VOLANTE BIELAS FREIO (DISCO) REDUTOR FREIO ENGRENAGEM REDUTOR ENGRENAGEM EIXO REDUTOR EIXO EXCÊNTRICO EIXO EXCÊNTRICO FONTE: OS AUTORES A operação executada nesta prensa dobradeira é a dobra de perfis metálicos. Para a execução desta operação, são necessários dois operadores para alimentar e retirar as peças, devido ao tamanho das peças trabalhadas. 18 Para que a dobra seja executada exige-se certa quantidade de energia (força) aplicada ao punção, mensurada em função das propriedades mecânicas do material a ser dobrado, além da espessura, comprimento e largura do canal da matriz que limita o tamanho mínimo da aba a ser obtido na dobra. A força a ser empregada é gerada por um volante que gira com rotação e sentido constante, alimentado por um motor elétrico e é transmitido ao redutor através do acoplamento da embreagem no volante. Este mecanismo está indicado na figura 14. FIGURA 14 – MOTOR ELÉTRICO, VOLANTE E FRICÇÃO MOTOR ELÉTRICO VOLANTE VOLANTE EMBREAGEM OU FRICÇÃO FONTE: OS AUTORES A fricção transmite o movimento pelo atrito de componentes internos que são acionados no momento em que se quer executar a dobra. O acionamento da prensa é realizado por um dos operadores com um dos pés através de um pedal mecânico (ver figura 15), que é composto por alavancas (ver figura 16). O acionamento da fricção ocorre ao pisar no pedal, dando início ao movimento do punção, sendo que no mesmo momento é desativado um dispositivo de frenagem que impede o movimento involuntário do conjunto sem que haja ação do operador, conforme figura 17. 19 FIGURA 15 – PEDAL MECÂNICO FONTE: OS AUTORES FIGURA 16 – ALAVANCA FONTE: OS AUTORES FIGURA 17 – SISTEMA DE FRENAGEM ACIONADO POR ALAVANCAS FONTE: OS AUTORES 20 Ao liberar o pedal, a fricção é desacoplada e o conjunto de frenagem é acionado por ação de molas e cessa o movimento do prensador quase que instantaneamente, independente de sua posição. Ao manter o pedal mecânico acionado, a prensa completa o ciclo de trabalho, conforme figura 18, e atinge o ponto morto superior (PMS), estando pronta para iniciar um novo ciclo. FIGURA 18 – CICLO DE TRABALHO FONTE: OS AUTORES 2.2 SISTEMAS DE SEGURANÇA APLICADOS A PRENSAS Em relação aos sistemas de segurança aplicados a prensas, para cada dispositivo envolvido na adequação se faz necessário rever como estão sendo empregados nas prensas e se seu emprego produz ou não resultados favoráveis. 21 Em se tratando do comando bimanual, este tipo de dispositivo não deve ser classificado como dispositivo de proteção para este tipo de prensa mecânica excêntrica, pois este mecanismo ainda oferece riscos consideráveis, como no caso de falha mecânica no equipamento, como o golpe repetido do martelo, por exemplo. Conforme investigação realizada por Gonzalez (1978) citado por SILVA (1995), foram estudados 221 acidentes com prensas na comunidade Basca, na Espanha. Em 26% do total de acidentes, o comando bimanual estava presente, levando o autor a suspeitar da eficiência deste tipo de comando. A utilização de proteções, caracterizadas por maior simplicidade, são de relativamente de fácil execução, constituindo medida rápida que pode ser tomada para amenizar o risco de acidentes. As proteções se dividem em fixas e móveis: • Fixas: Visam à cobertura de complementação da proteção principal que envolve a área da ferramenta ou a região de trabalho, e somente pode ser removida com o auxílio de ferramentas. Pode ser construída de chapa de metal, tela, tecido de arame, barras, plástico ou qualquer outro material resistente o bastante para suportar qualquer impacto que possa receber, garantindo uso prolongado. • Móveis: Possuem uma subdivisão, em manuais e automáticos. Os manuais são utilizados para cobrir a região principal nas prensas, durante o movimento do martelo, sendo especialmente importante quando as prensas mecânicas não apresentarem possibilidade de frenagem. Quanto aos automáticos, estes são aplicados tanto para os trabalhos nos quais é necessário comando por parte do trabalhador ("golpe por golpe"), como para os realizados continuamente. Assim como nas proteções manuais, o funcionamento da máquina está associado à posição do protetor móvel, o que implica que a máquina somente deve ser operada se o protetor se encontrar na posição devidamente fechada, pois caso haja deficiência em seu fechamento, o movimento da prensa será interrompido somente no final do ciclo, no ponto morto superior, PMS. Durante este, os protetores móveis não podem ser abertos, pois se encontram bloqueados, por exemplo, por uma válvula piloto mecânica. 22 Segundo Adam & Mougeot (1990) citado por SILVA (1995), outra alternativa complementar de proteção e prevenção são as ferramentas fechadas, pois existe uma deficiência comum entre as prensas mecânicas quanto ao comando inesperado do acionamento do motor, podendo gerar relevantes riscos de acidentes se ela se encontrar em posição embreada na parada. Este tipo de proteção consiste num invólucro metálico não possibilita qualquer outro acesso a não ser abrigar a peça a ser trabalhada. Estas ferramentas são empregadas em atividades de punção e recorte. De acordo com Garde citado por SILVA (1995), cerca de 19% dos acidentes ocorridos na Suécia entre 1964 e 1970 com prensas mecânicas do tipo freio-fricção estavam ligados a defeitos das máquinas no acoplamento, freio e controles. Ainda segundo o autor citado, na Inglaterra o controle bimanual é proibido para as prensas com qualquer tipo de embreagem. Enquanto que na Suécia, o controle bimanual era aceito para prensas com revolução parcial (com embreagem à freio-fricção), sendo que o regulamento vigente naquela época previa fosse realizada uma inspeção anual nas máquinas, cuja inserção ou retirada de peças fosse manual. Após a percepção da existência de riscos com a utilização de controles simples (limites mecânicos atuados por came no eixo e válvulas de controle simples) nas máquinas construídas antes de 1965, Garde cita que foram confeccionadas normas na Suécia que impuseram o emprego de controles eletro-pneumáticos ou eletro-hidráulicos, aumentando a segurança. Quanto as questões de causalidade dos acidentes ocorridos referentes ao modo de operação das prensas, tomando-se como base 414 casos com prensas à freio-fricção, 242 estavam relacionados com comando à pedal (59%), 121 com bimanual (29%) e 51 com alavanca (12%), conforme figura 19. Restringindo o olhar para os eventos com comando bimanual, Garde observou que entre o total de 121 acidentes onde este comando foi utilizado, 75 estiveram associados com defeitos na embreagem, freio ou controle. 23 FIGURA 19 – ACIDENTES E O MODO DE OPERAÇÃO DAS PRENSAS 12% Pedal 29% Bimanual 59% Alavanca FONTE: OS AUTORES Para que os comandos bimanuais sejam adequados devem ter construção rígida para não serem afetados por vibrações durante a operação da máquina, uma vez que o ciclo somente deve ser iniciado com a atuação de ambas as mãos, não permitindo o acionamento com os cotovelos. Devem cumprir também os requerimentos básicos para distância de segurança, de forma que o tempo de alcançar a zona de trabalho seja superior ao tempo de parada do martelo no momento de acionamento do comando. Esta distância pode ser determinada pela multiplicação do tempo total de parada da prensa pela velocidade de reação do operador. Segundo a OSHA (Occupational Safety and Health Administration), esta velocidade está padronizada em 1,6 m/s. Estas considerações são importantes devido ao comando através de bimanual ser de uso obrigatório conforme previsto pelo PPRPS. Podem também serem aplicadas às prensas com embreagem à freio-fricção os dispositivos de proteção eletro-óticos. No entanto, conforme salientado por Garde, se faz fundamental que o conjunto embreagem, freio e controle sejam projetados e mantidos evitando assim a ocorrência de golpes repetidos. Além disto, o feixe de luz ou a célula fotoelétrica não deve acionar o ciclo da máquina, pois este somente pode se iniciar após o acionamento do botão de controle. Após a interrupção de um ciclo, pela passagem pelo campo de ação da célula fotoelétrica, este somente pode ser recomeçado após a atuação do botão. Ainda segundo Garde, citado por SILVA (1995), as recomendações que cercam o dispositivo de cortina de luz visam evitar a possibilidade de acesso residual 24 acima ou abaixo do feixe de luz, situação esta em que podem ocorrer acidentes. Por esta razão, é recomendado que seja prevenido o acesso a estas regiões através da cobertura destas. Assim como no caso do comando manual, também no caso da cortina de luz é importante a utilização de distância segura de instalação do sistema, entre o campo de luz e a região de risco, levando em conta a velocidade de acesso das mãos do trabalhador. Com a análise destas informações sobre a realidade das prensas à freiofricção, verifica-se que a prevenção de acidentes comporta uma série de variáveis que devem ser controladas, como a embreagem, o comando e, principalmente o desempenho de frenagem, não sendo permitidas falhas no momento em que há a introdução das mãos do trabalhador à região de trabalho. O tempo de frenagem deve ser inferior ao tempo necessário para ingresso das mãos do trabalhador à região de ação do martelo. Desta forma, é importante que a empresa introduza manutenção preventiva em suas máquinas, analisando periodicamente seus equipamentos. A vantagem da adequação do equipamento específico, prensa dobradeira mecânica, está na continuidade do uso do equipamento existente através da implementação das medidas necessárias para garantir a segurança do operador, de forma a descartar a possibilidade de ter que necessariamente sucatar o equipamento. Em contrapartida, a substituição por um equipamento novo sempre traz benefícios como a melhoria da qualidade do serviço prestado, por exemplo. No entanto, um equipamento novo demanda investimentos, os quais grande parte das empresas não tem condições de fazer, de forma imediata. Para as empresas que dispõe deste tipo de máquina, outro inconveniente é a desvalorização e a falta de demanda na compra por este tipo de máquina. O fabricante da máquina oferece serviço de retrofitting, assegurando garantia e assessoria de segurança. Portanto, existe a viabilidade técnica. Um ponto negativo está no custo elevado previsto pelo próprio fabricante para realizar a adequação, que numa análise primária inviabiliza tal alternativa, pois o custo apresentado pelo fabricante é maior do que o dobro do valor de mercado. Cabe a este estudo verificar de que forma pode ser viabilizado tecnicamente o retrofitting (pois isto não é divulgado pelo fabricante), e qual seria o custo da solução encontrada. 25 2.3 MÉTODOS DE PROTEÇÃO DE MÁQUINA A definição do modo de proteção a ser utilizado contra os riscos mecânicos depende do tipo de operação, o tamanho ou forma de material, o método de manipulação, o layout físico da área de trabalho e as exigências ou limitações da produção. Os métodos de proteção de máquinas podem ser divididas em cinco classificações gerais: • Barreiras ou anteparos de proteção; • Dispositivos de segurança; • Isolamento ou separação pela distancia de segurança; • Operações; • Outros. 2.3.1 Barreiras ou anteparos de proteção São quatro os tipos gerais de barreiras: proteção ou barreira fixa; proteção ou barreira interligada; proteção ajustável e proteção auto-ajustável. Devido à simplicidade e à permanência das barreiras fixas, estas são normalmente preferíveis a todos os outros tipos de proteção (tabela 1). Barreiras fixas construídas com material vazado, como grades e telas, devem ser projetadas, construídas e posicionadas de forma a impedir que qualquer parte do corpo atinja a área de perigo, conforme a Norma Brasileira NBR13928 (1997). É vantagem das telas o fato de elas minimizarem o aquecimento dos componentes. As distâncias de Segurança e aberturas devem obedecer a NBR13761 (1996). É recomendado que, com o objetivo de evitar a remoção da proteção fixa, seja planejado um painel de inspeção. As barreiras interligadas podem usar mecanismos de acionamento elétricos, mecânicos, hidráulicos ou pneumáticos, ou qualquer combinação destes. 26 TABELA 1 – MÉTODOS DE SEGURANÇA COM PROTEÇÃO OU BARREIRA MÉTODO AÇÃO DE SEGURANÇA Proteção ou Barreira Fixa Assegurar uma barreira Proteção ou Barreira Interligada Bloqueia ou desliga a energia e previne a partida da máquina quando a proteção esta aberta. Pode assegurar a parada da máquina antes que o trabalhador acesse a zona de risco VANTAGENS Adapta-se a muitas aplicações. Pode ser concebida no projeto Assegura uma proteção máxima Usualmente requer um mínimo de manutenção Desejável em produção elevada e operações repetitivas Assegura proteção máxima Permite acesso a máquina para a remoção de obstáculos sem consumo de tempo na remoção e instalação de barreiras de proteção LIMITAÇÕES Proteção ajustável Assegura uma barreira que pode ser ajustada para facilitar uma variedade de operações de produção Pode ser construída para se adaptar a muitas aplicações especificas Pode ser ajustada para aceitar uma variedade de tamanhos de material Proteção autoajustável Assegura uma barreira que move de acordo com o tamanho do material que esta na zona de risco FONTE: GERECKE, 1998 Podem ser encontradas avulsas para venda no mercado Pode Interferir na visibilidade Limitada a operações especificas Ajuste na máquina e manutenções geralmente, requerem a sua remoção, necessitando de outras medidas de segurança para a manutenção. Requer ajuste cuidadoso e manutenção Pode ser facilmente anulada Operador pode entrar na zona de risco. A proteção pode não ser completa em todo momento Pode requerer manutenção e ajuste constante Pode ser anulada por um operador Pode interferir na visibilidade Nem sempre asseguram uma proteção máxima Podem interferir na visibilidade Podem requisitar ajustes e manutenção freqüentes 27 2.3.2 Proteção com dispositivos Há cinco tipos básicos de dispositivos de segurança, conforme resumido na tabela 2. TABELA 2 – MÉTODOS DE SEGURANÇA COM DISPOSITIVOS MÉTODO AÇÃO DE SEGURANÇA VANTAGENS LIMITAÇÕES Possibilita liberdade de movimento ao operador Não protege contra falhas mecânicas de máquina Pode requerer constante alinhamento e calibração Vibração excessiva pode causar obstrução de filamentos e destruição prematura. Limitado a máquinas que podem parar antes de completar o ciclo. Máquina não dá partida quando o campo capacitor é interrompido. Ao acessar a zona de risco, Capacitor de radiofreqüência interrompe-se o campo capacitor, acionando imediatamente o sistema de freio. Possibilita liberdade de movimento ao operador Não protege contra falhas mecânicas da máquina. Sensibilidade da antena deve ser adequadamente ajustada. Limitado às máquinas que podem parar antes de completar o ciclo Barra de contato ou sonda percorre uma distancia prédeterminada entre o corpo do Eletromecânico operador e a área de risco, interrupção deste movimento impede a partida do ciclo da máquina. Barra de contato ou sonda deve ser adequadamente Possibilita o acesso ajustada para cada ao ponto de aplicação. operação. Este ajuste deve ser mantido apropriadamente. Célula Fotoelétrica Arraste Máquina não dá partida quando o campo de luz é interrompido Ao acessar a zona de risco, interrompe-se o feixe de luz, acionando imediatamente o sistema de freio. Assim que a máquina começa o ciclo, as mãos do operador são puxadas para fora da zona de risco. Elimina a necessidade de barreiras auxiliares ou outras interferências na zona de risco. Limita e aprisiona os movimentos do operador; Pode obstruir o espaço de trabalho ao redor do operador; Ajustes devem ser feitos para cada operação e para cada indivíduo; Requer supervisão rigorosa para uso do equipamento. 28 MÉTODO AÇÃO DE SEGURANÇA VANTAGENS Barra ou vareta de desengate Para a máquina quando acionada. Apropriada como mecanismo de parada de emergência Simplicidade de uso. Controle bimanual Uso concorrentes das duas mãos é requisitado prevenindo o acesso do operador na zona de risco Assegura uma barreira entre Porta / cancela área de risco e o operador ou outras pessoas. Mãos do operador estão a uma distância prédeterminada fora da zona de risco As mãos do operador ficam livres após que a metade do ciclo é completada Pode prevenir o acesso ou entrada dentro da área de risco. LIMITAÇÕES Todos os controles devem ser acionados manualmente; Localização pode dificultar o acionamento; Protege somente o operador Pode necessitar de fixação especial para o segurador Pode necessitar de freio na máquina. Requer uma máquina de ciclo parcial com freio Alguns controles podem ser anulados pelo braço ou bloqueados, possibilitando o acesso de uma mão na zona de risco Protege somente o operador Pode requerer fixação especial Pode ser danificado com vibração da máquina. Pode requisitar inspeção e manutenção freqüente Pode interferir na visibilidade FONTE: GERECKE, 1998 Dentre os dispositivos sensores de posição existem o dispositivo fotoelétrico (célula fotoelétrica), o dispositivo de presença por capacitor de rádio freqüência e o dispositivo sensor eletromecânico, que interrompem o ciclo de trabalho quando um trabalhador ingressa na zona de perigo. O dispositivo fotoelétrico exige que a máquina tenha uma embreagem de freio-fricção ou outro meio eficaz de freio para parar de modo imediato. A figura 20 mostra um dispositivo fotoelétrico de sensor de presença, usado em uma prensa mecânica. 29 FIGURA 20 – DISPOSITIVO FOTOELÉTRICO SENSOR DE POSIÇÃO EM UMA PRENSA MECÂNICA FONTE: GERECKE, 1998 O dispositivo de presença por capacitor de rádio-freqüência usa um feixe de ondas eletromagnéticas que é parte do circuito de controle da máquina. Já o dispositivo sensor eletromecânico tem uma sonda ou barra de contato que se posiciona a uma distância predeterminada quando o operador inicia o ciclo de máquina. Dispositivos de arraste ou de restrição: são dispositivos que utilizam uma série de cabos presos às mãos ou pulsos do operador. Possuem muita resistência ao seu uso devido ao aprisionamento literal do trabalhador à máquina. Dentre os métodos de controle de segurança existem a barra ou vareta de desengate; o controle bimanual e a porta ou cancela. Todos estes dispositivos de controle de segurança são ativados manualmente, e devem ser reajustados para reiniciar manualmente a máquina. Em uma situação de emergência há controles manuais que proporcionam meios rápidos para desativar a máquina como as barras de pressão, barras de impacto e cordas de impacto, que, quando ativados, irão desligar a máquina no caso do operador ou qualquer pessoa tropeçar, perder o equilíbrio ou ser jogado para a máquina. O posicionamento da barra é importante, pois deve parar a máquina antes que uma parte do corpo alcance a área de perigo. Os cabos de segurança são localizados próximos à área de risco e tem a função de parar a máquina, quando 30 acionados. O operador deve poder alcançar o cabo com qualquer mão para parar a máquina. Controles bimanuais requerem pressão simultânea e constante das duas mãos do operador para acionar a máquina, até que termine o seu movimento de risco. Quando instalado em prensas mecânicas à freio-fricção, estes controles usam uma embreagem de ciclo parcial e um monitor de freio, como mostrado na figura 21. Com este tipo de dispositivo, as mãos do operador são mantidas em uma localização segura (em botões de controle) e a uma distância de segurança da área de perigo, enquanto a máquina completa seu ciclo final. FIGURA 21 – COMANDO BIMANUAL EM UMA PRENSA MECÂNICA FONTE: GERECKE, 1998 Portas são dispositivos de controle de segurança que freqüentemente são projetadas para serem operadas com cada ciclo da máquina. Outra aplicação de portas é o uso como um componente de sistema de segurança de um perímetro de segurança onde as portas ou cancelas garantem a proteção para os operadores e para o tráfego de pedestres. 2.3.3 Proteção pela localização ou pela distância Consiste no posicionamento das partes móveis perigosas de modo que estas áreas não sejam acessíveis ou não apresentem um perigo para o trabalhador durante a operação normal da máquina. Isto pode ser obtido com paredes de 31 fechamento ou com cercas que impedem o acesso às máquinas. Outra possibilidade é localizar as partes perigosas em local alto o bastante de modo a estar fora do alcance de qualquer trabalhador (mais de 2,50m acima do piso ou plataforma). 2.3.4 Operação As operações compreendem a alimentação e a extração de forma automática ou semi-automática, conforme indicado. Alimentação automática: reduz a exposição do operador durante o processo de trabalho, pois geralmente não requer a intervenção do operador na zona de risco. Alimentação semi-automática: a matéria-prima é alimentada por rampas, pratos giratórios, gavetas e etc. A figura 22 mostra uma alimentação por rampa onde cada peça é colocada manualmente, com zona de operação fechada. No entanto, este tipo de proteção não pode ser empregado nas prensas dobradeiras porque a área de alimentação precisa estar livre para a realização do movimento da dobra. FIGURA 22 – ALIMENTAÇÃO SEMI-AUTOMÁTICA – RAMPA DE ALIMENTAÇÃO ` FONTE: GERECKE, 1998 Extração automática: pode empregar ar comprimido ou dispositivo mecânico para remover a peça da prensa, podendo estar relacionada com os controles operacionais para prevenir a operação da máquina até que a extração seja concluída. 32 Extração Semi-automática: as peças são extraídas através de dispositivos mecânicos, pela iniciativa do operador. Robôs: realizam o trabalho feito pelo operador, sendo desejáveis em operações com fatores altamente estressantes, como ruído e calor excessivos. Robôs podem criar riscos adicionais, sendo necessário à instalação de proteções específicas. 2.3.5 Outros Mecanismos auxiliares de proteção Os mecanismos auxiliares podem proporcionar para os operadores uma margem extra de segurança. Dentre estes tipos de mecanismos auxiliares de proteção tem-se: • Barreiras de advertência: servem somente para advertir os operadores que eles estão se aproximando da área de perigo. • Escudos: asseguram a proteção contra arremesso de partículas ou cavacos, respingos de fluidos, de metal ou gotículas. • Ferramentas manuais: auxiliam na alimentação e remoção de peças do ponto de operação de uma máquina, como: alicates, pinças, ganchos magnéticos. • Alavancas de empurrão ou bloqueio: podem ser usados para alimentar uma máquina, como uma serra de disco. Quando é necessária a proximidade das mãos do disco, a alavanca de empurrão ou bloqueio pode garantir uma margem de segurança ao operador. A Manutenção preventiva e preditiva, além de aumentar o tempo de vida da máquina, é fundamental para assegurar o correto funcionamento dos dispositivos de segurança. A manutenção preventiva e preditiva pode assegurar que componentes sejam substituídos antes da sua danificação, evitando assim a ocorrência de acidentes. Um programa de manutenção voltado para a segurança das máquinas deve ser documentado, contendo no mínimo informações como: data da revisão; serviços e trocas efetuadas; recomendação de data para próxima revisão; nome e assinatura dos responsáveis pelo serviço e autorização ou permissão para o funcionamento da máquina. 33 2.4 SISTEMAS PNEUMÁTICOS Sendo uma tecnologia que viabilizará as adequações, descrevem-se os sistemas pneumáticos. Estes possuem custo significativamente menor em relação aos sistemas hidráulicos. Seus custos operacionais são baixos e a manutenção, fácil. Seus componentes são robustos, característica inerente aos controles pneumáticos, que os torna relativamente insensíveis a vibrações e golpes, permitindo que ações mecânicas do próprio processo sirvam de sinal para as diversas seqüências de operação. Como os sistemas pneumáticos envolvem sempre pressões menores que os sistemas hidráulicos, tornam-se mais seguros contra possíveis acidentes envolvendo pessoas e equipamentos. O vazamento de ar comprimido não traz problemas à saúde das pessoas nem ao meio-ambiente, diferente do vazamento de fluido hidráulico. A implantação de sistemas pneumáticos nas máquinas convencionais exige pequenas modificações e disponibilidade de ar comprimido. As limitações dos sistemas pneumáticos estão diretamente relacionadas às propriedades físicas do ar comprimido. São a dificuldade de obtenção de velocidades muito baixas e a impossibilidade de se obter paradas intermediárias e velocidades uniformes. Um sistema de atuação pneumático genérico recebe um sinal e ar comprimido; e fornece energia mecânica manifestada através do atuador visto na figura 23, com determinada força, velocidade e deslocamento. FIGURA 23 – CILINDROS PNEUMÁTICOS BÁSICOS FONTE: FESTO, 1994 34 O atuador utilizado neste trabalho é o cilindro de simples ação com retorno por mola e com haste visto na figura 24. As válvulas eletropneumáticas consistem em componentes do sistema eletropneumático automatizado, que recebem comandos do circuito elétrico de controle, acionando assim o atuador pneumático. A válvula eletropneumática direcional pode ser encontrada em várias versões, sendo a de simples ação do tipo 3 vias e 2 estados (3 ⁄ 2) com acionamento unidirecional vista na figura 25. FIGURA 24 – ATUADOR DE SIMPLES AÇÃO COM RETORNO POR MOLA E COM HASTE FONTE: FESTO, 1994 FIGURA 25 – VÁLVULA ELETROPNEUMÁTICA DE 3 VIAS E 2 ESTADOS (3/2) DE SIMPLES AÇÃO FONTE: FESTO, 1994 Segundo BONACORSO (2004), a posição de repouso é a posição que a válvula assume enquanto não é acionada eletricamente. Na posição de repouso desta válvula, há o bloqueio da via de pressão e o orifício de utilização é direcionado ao escape. Acionando-se a válvula de comando unidirecional, a válvula troca de estado, bloqueando o escape e possibilitando a passagem de ar comprimido do orifício da via de pressão para o orifício de utilização. Enquanto for mantido o acionamento, a válvula permanece neste estado. Caso contrário, retorna à posição de repouso. 35 3 FUNDAMENTAÇÃO TEÓRICA Através do conhecimento e entendimento das prensas mecânicas e equipamentos apresentados, é possível relacionar os requisitos e alternativas a serem adotadas para o desenvolvimento da solução. Nos parágrafos a seguir são comentados os requisitos mínimos para proteção de máquina. As partes móveis de máquinas e equipamentos representam riscos potenciais, que podem ser minimizados ou neutralizados quando as máquinas e equipamentos forem adequadamente projetados e construídos, bem instalados e operados por pessoas capacitadas. As partes da máquina onde se processam as operações de trabalho constituem-se nos pontos críticos principais, pois geralmente a alimentação e a retirada de peças é feita manualmente. As partes perigosas da máquina que não precisam ter contatos freqüentes com o homem precisam ser isoladas, por meio de grade protetora de malha fina. Quando os locais da máquina nos quais se processam a operação não podem ser isolados, devem ser protegidos por grades protetoras ou outros dispositivos. De acordo com exigência do PPRPS, é necessário que estas proteções possuam intertravamento por meio de chave de segurança, a fim de garantir a pronta paralisação de máquina sempre que forem movimentadas, removidas ou abertas. A proteção de uma máquina tem que atender alguns requisitos para garantir segurança contra os riscos mecânicos. Na prevenção do contato a proteção tem que impedir ou prevenir que as mãos, braços ou qualquer parte do corpo ou vestimenta de um trabalhador entre em contato com as partes móveis perigosas, eliminando a possibilidade de acidentes. Em relação à estabilidade no tempo, as proteções e dispositivos de segurança devem ser feitos de material durável que suporte as condições de uso, sendo firmemente afixados à máquina. Somente pessoas autorizadas, normalmente somente o pessoal de manutenção ou teste pode, temporariamente, remover, deslocar, ou retirar uma proteção. Para proteger de queda de objetos, a proteção deve assegurar que nenhum objeto possa cair nas partes móveis, danificando o equipamento ou se tornando um projétil, que pode ser arremessado contra uma pessoa causando ferimento. 36 A proteção perde seu objetivo quando cria em si um perigo novo, adicional, tal como um ponto de cisalhamento, uma extremidade dentada ou uma superfície inacabada. Proteções que impedem ou dificultam os trabalhadores de executar normalmente suas atividades são rapidamente desconsideradas e deixadas de lado. Componentes para lubrificação, por exemplo, devem ser instalados de fora de uma porta de proteção, de modo que a lubrificação possa ser feita sem necessidade de ingresso do trabalhador na área de risco. De acordo com o PPRPS, é obrigatória a instalação de cortina de luz, conjugada com comando bimanual, que atendam às normas brasileiras, pois no caso em estudo não é possível trabalhar com as ferramentas fechadas. O PPRPS proíbe a utilização de pedais mecânicos, recomendando a utilização de pedais com atuação elétrica, pneumática, ou hidráulica. O número de pedais deve ser igual ao número de operadores. 37 4 DESENVOLVIMENTO O primeiro passo a ser tomado diante da missão de proteger o operador dos riscos iminentes de acidentes em uma prensa é determinar a relação dos componentes necessários obrigatoriamente, sem deixar de atentar para o tipo de prensa em questão, que no caso deste projeto, trata-se da prensa dobradeira mecânica. A seção 4.1 apresenta a definição da relação dos componentes obrigatórios aplicáveis à prensa dobradeira mecânica excêntrica com freio/embreagem. A partir deste levantamento, obteve-se a necessidade de dimensionar alguns dos componentes especificados além de uma previsão de adequação no acionamento do freio/embreagem, responsável pela transmissão de força do volante para o eixo excêntrico. É necessário uma análise deste mecanismo mecânico para assegurar que a adequação proposta para o acionamento não comprometa a operação da máquina, de forma a apresentar perfeitas condições de uso e com total segurança aos operadores. Estas definições bem como os desenhos técnicos mecânicos estão apresentados ao longo das seções deste capítulo. Na seção 4.2, apresenta-se algumas considerações em relação à alteração no processo de operação da máquina que foram levadas em consideração nas adequações propostas. 4.1 RELAÇÃO DE COMPONENTES NECESSÁRIOS Em função do maior fator de risco de acidentes em prensas estar na zona de prensagem, o início deste levantamento se dá a partir desta área da máquina a ser protegida. No caso da prensa dobradeira mecânica em relação a esta área, são admissíveis três opções de medidas de segurança possíveis, das quais duas são inapropriadas por interferir diretamente no processo do movimento de dobra e por dificultar a troca de ferramentas sendo que há a necessidade de trocas freqüentes na máquina em estudo. Uma das opções seria o enclausuramento da zona de prensagem, com frestas ou passagens que não permitem o ingresso dos dedos e mãos nas áreas de risco, porém ao iniciar o movimento de dobra, dependendo do tipo de peça, pode vir a colidir nesta proteção, e a outra opção permitida é a da 38 ferramenta fechada, significando o enclausuramento do par de ferramentas, ou seja, para cada troca de ferramenta é necessário retirar a proteção e após a substituição da ferramenta, recolocar. Portanto a opção definida para o caso da prensa dobradeira mecânica quanto à proteção da zona de prensagem, seria a única opção apropriada e esta consiste na utilização de uma cortina de luz conjugada com comando bimanual. A cortina de luz deve apresentar obrigatoriamente algumas características, esta deve ser com redundância e auto-teste, do tipo ou categoria 4, ou seja, têm como característica a redundância das funções de segurança ou o acionamento positivo dos contatos e que em caso de falha do próprio dispositivo ocorre a paralisação do equipamento. O feixe da cortina de luz se dá através de um par de cabeçotes ópticos, conforme figura 26, e estes cabeçotes são fixados um em cada extremidade da máquina de maneira a formar um feixe de luz visto na figura 27. Este feixe de luz deve ficar localizado em frente à zona de prensagem e precisa ser dimensionado para a máquina em questão. O dimensionamento e a indicação da posição apropriada desta cortina de luz na máquina está devidamente indicada, em detalhes, na figura 37 da seção 4.3.1. FIGURA 26 – CORTINA DE LUZ FONTE: ACE SCHMERSAL (2006) 39 FIGURA 27 – FEIXE DA CORTINA DE LUZ FONTE: ACE SCHMERSAL (2006) A cortina de luz deve ser conjugada com o comando bimanual, indicado na figura 28, com simultaneidade e auto-teste, tipo IIIC, conforme a NBR 14152 e o item 4.5 da NBR 13930. O número de comandos bimanuais deve corresponder ao número de operadores na máquina, sendo assim, no caso da prensa dobradeira mecânica em estudo, são necessários dois comandos bimanuais devido à operação ser realizada por dois operadores. Estes comandos bimanuais serão controlados através de comandos elétricos por meio de chaves seletoras de posições tipo yale visto na figura 29, para impedir o funcionamento acidental da máquina sem que os dois comandos sejam acionados simultaneamente. Estas chaves seletoras de posições tipo yale serão ligadas ao CLP para possibilitar a seleção do número de comandos bimanuais a ser usado, portanto permite a seleção de apenas um comando bimanual no caso de conformação de pequenas peças, para que apenas um operador realize a operação da máquina. FIGURA 28 – COMANDO BIMANUAL FONTE: ACE SCHMERSAL (2006) 40 FIGURA 29 – CHAVE SELETORA DE POSIÇÕES FONTE: ACE SCHMERSAL (2006) A máquina também deve dispor de dispositivos de parada de emergência visto na figura 30, que garantam a interrupção imediata do movimento da máquina. Os dois comandos bimanuais empregados já dispõem de botão de parada de emergência, no entanto são conectáveis por tomada, ou seja, removíveis, portanto estes não poderão ser os únicos, sendo assim é necessário à instalação de dois dispositivos de parada de emergência no corpo da máquina, na parte frontal, para que sempre estejam ao alcance próximo de pelo menos um dos operadores durante a operação da máquina. FIGURA 30 – DISPOSITIVO DE PARADA DE EMERGÊNCIA FONTE: ACE SCHMERSAL (2006) Os procedimentos de operação da prensa sofrerão modificações após a realização do retrofitting, e o seu acionamento não poderá ser apenas através dos comandos bimanuais conforme previsto pelo PPRPS, sendo necessário também o uso de um pedal de acionamento para cada operador. Portanto a operação será em duas etapas conforme mencionado na seção 4.2, onde a queda livre do martelo será obtida através do acionamento dos comandos bimanuais e a realização efetiva da dobra com retorno do martelo ao PMS será obtida através do acionamento dos pedais. O uso de pedais com atuação mecânica não é mais permitido, portanto o pedal mecânico original da máquina será eliminado. Na operação de prensas dobradeiras pode ser utilizado o pedal com atuação elétrica, pneumática ou 41 hidráulica, sem a exigência de enclausuramento da zona de prensagem devido ao sistema de proteção conjugado entre a cortina de luz e o comando bimanual previamente definido. O número de pedais deve corresponder ao número de operadores na máquina conforme citado anteriormente, e assim como nos comandos bimanuais, também devem dispor de chave seletora de posições para impedir o funcionamento acidental da máquina sem que ambos os pedais sejam acionados. Dentre as opções de pedais de acionamento permitidos, do tipo visto na figura 31, a definição do pedal de acionamento a ser utilizado será posteriormente indicado, pois depende da solução proposta para a modificação do acionamento do sistema freio/embreagem conjugado visto que não é mais permitido o emprego de força através de alavancas movidas por pedal mecânico porque dependem da força imposta pelo operador. FIGURA 31 – PEDAL DE ACIONAMENTO FONTE: ACE SCHMERSAL (2006) Devido ao acesso às áreas de risco não monitoradas pela cortina de luz, ou seja, que não se referem à proteção frontal, foram instaladas proteções fixas soldadas a estrutura da máquina para evitar que sejam removidas conforme figura 32 com indicação das proteções laterais e também a proteção na parte traseira da máquina. Estas proteções estão dotadas de intertravamento por meio de chaves de segurança, conforme visto na figura 33. 42 FIGURA 32 – PROTEÇÕES FIXAS FONTE: OS AUTORES FIGURA 33 – CHAVE DE SEGURANÇA APLICADA A PROTEÇÃO FIXA CHAVE DE SEGURANÇA FONTE: ACE SCHMERSAL (2006) Estas medidas foram tomadas rapidamente em função da fiscalização realizada pelo ministério do trabalho ao decorrer do ano de 2006, que estabeleceu um prazo de trinta dias, por meio de notificação apresentada à empresa para se dar inicio a realização do retrofitting, nesta e nas demais máquinas desprovidas dos dispositivos de segurança. Na figura 33 está indicada à chave de segurança responsável pelo intertravamento das proteções, esta chave é responsável por encaminhar um sinal para que ocorra interrupção imediata do movimento da máquina no momento em que for aberta qualquer uma das cancelas, seja para acesso a troca de ferramenta nas laterais ou o acesso à área de risco na parte traseira. É necessário para tal finalidade o emprego de uma chave de segurança Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 9 pt 43 para cada proteção existente. As proteções apresentadas foram previamente dimensionadas antes de seu emprego, conforme dimensionamento realizado na seção 4.3.2. As chaves de segurança das proteções móveis, a cortina de luz, os comandos bimanuais, as chaves seletoras de posições e os dispositivos de parada de emergência serão ligados a um controlador lógico programável de segurança, ilustrado na figura 34, com redundância e auto-teste, classificado como tipo ou categoria 4, conforme a NBR 14009, com rearme manual. Como os dispositivos de segurança serão ligados ao CLP de segurança e não apenas a relés de segurança isolados, o software instalado deverá garantir a sua eficácia, de forma a reduzir ao mínimo a possibilidade de erros provenientes de falha humana além de possuir sistema de verificação de conformidade, a fim de evitar o comprometimento de qualquer função relativa à segurança, bem como não permitir alteração do software básico pelo usuário. FIGURA 34 – CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL (CLP) FONTE: SIGHIERI & NISHINARI (1998) A relação dos componentes identificados está indicada na tabela 3. Estes foram determinados de forma direta, pois independem da solução de adequação proposta na seção 4.4, pois são de uso obrigatório e previstos por normas de segurança para a máquina em estudo. Já em relação às suas especificações, quanto a modelo, marca, funções e demais componentes a serem utilizados, estes dependem da adequação proposta na seção indicada. 44 TABELA 3 – RELAÇÃO DE COMPONENTES EXIGIDOS PARA ADEQUAÇÃO ITEM COMPONENTE QTDE. UN 1 CORTINA DE LUZ 01 UN 2 COMANDO BIMANUAL 02 UN 3 PEDAL DE ACIONAMENTO 02 UN 4 PROTEÇÃO FIXA 03 UN 5 CHAVE DE SEGURANÇA 03 UN 6 CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL . CHAVE SELETORA DE POSIÇÕES BOTAO DE PARADA DE EMERGENCIA 01 UN 7 8 04 UN 02 UN AÇÃO PROTEÇÃO FRONTAL CATEGORIA 4 . DISPOSITIVO DE ACIONAMENTO DISPOSITIVO DE ACIONAMENTO ISOLAMENTO DA ÁREA DE RISCO . SEGURANÇA NAS PROTEÇÕES FIXAS . CONTROLE DE VARIAEIS OPERACIONAIS E DE SEGURANÇA EVITAR FUNCIONAMENTO ACIDENTAL PARALISAÇÃO DA MÁQUINA LOCAL IMPLANTADO ZONA DE PRENSAGEM 01un POR OPERADOR 01un POR OPERADOR 01un. LATERAL ESQUERDA 01un LATERAL DIREITA 01un TRASEIRA 01un. LATERAL ESQUERDA 01un LATERAL DIREITA 01un TRASEIRA PAINEL LOCALIZADO NA LATERAL ESQUERDA 02un. Comando bimanual 02 un. Pedal acionamento CORPO DA MAQUINA FRONTAL FONTE: OS AUTORES 4.2 ALTERAÇÃO NO PROCESSO DE OPERAÇÃO DA MÁQUINA A operação da prensa dobradeira mecânica ocorre através de alimentação manual e este processo não sofrerá alterações, pois o processo de dobra envolve a conformação dos materiais empregados em ângulos variados e como pode ocorrer à necessidade de várias dobras numa mesma peça, a alimentação precisa continuar sendo manual. Para o início do funcionamento da prensa primeiramente cada operador deverá acionar o seu comando bimanual de forma simultânea de modo que os operadores tenham que manter as mãos no comando durante a operação até o final da queda livre do punção. A alimentação manual será realizada somente após a liberação dos comandos bimanuais. Em relação à descida do punção, a altura de queda livre será regulada por um sensor mecânico que enquanto não for atuado não libera o acionamento dos pedais. Como nesta máquina a espessura máxima a ser dobrada é de até 6,3mm, a altura livre para ingressar a chapa na zona de prensagem depois da descida do punção em queda livre fica definida em 10mm. Esta definição não é por acaso, pois a folga que haverá entre a altura livre e a espessura máxima da chapa a ser utilizada quando estiver posicionada é o suficiente para a realização da operação de dobra 45 sem interferir na qualidade da dobra obtida, e esta folga também não permite o ingresso dos dedos do operador por falta de espaço na zona de prensagem, evitando-se a ocorrência de acidentes. Este é o ponto crítico em relação ao novo processo de operação da máquina, pois a cortina de luz tem que ser obrigatoriamente desativada após a queda livre do punção, caso contrário os operadores não conseguem obter produtividade dentro dos padrões aceitáveis devido à paralisação constante da máquina, pois a peça a ser dobrada sofre uma inclinação durante a conformação e como os operadores devem ficar segurando a peça com as mãos, acabam por obstruir o feixe de luz da cortina, que apresenta recursos de controle de resolução que não detectam a chapa, mas detectam a mão humana, porém desta forma por um instante os operadores ficam sujeitos a uma falsa sensação de segurança. O movimento de descida restante do punção em que se obtém efetivamente a dobra é acionado através de pedais, desta forma o punção desce até o PMI e retorna ao PMS completando um ciclo no eixo excêntrico. Os pedais devem ser acionados simultaneamente logo após a alimentação manual realizada pelos operadores, que devem posicionar a chapa segurando-a com as mãos na posição correta para obter a dobra na peça. O emprego do CLP será fundamental, pois este será responsável por garantir o funcionamento de todos os dispositivos de segurança implantados na adequação proposta. O levantamento de todas as variáveis de entrada e de saída deve ser elaborado necessariamente para proceder com a programação do CLP, para assegurar o funcionamento controlado da prensa dobradeira mecânica, conforme ilustrado na figura 35. O software a ser empregado deverá estar devidamente programado com a seqüência lógica de operação da máquina, baseado no fluxograma indicado na figura 36. 46 FIGURA 35 – APLICAÇÃO DO CLP SENSORES VARIÁVEIS DE CONTROLE VARIÁVEIS DE ENTRADA CLP RELÉS CONTATORES VÁLVULAS FONTE: OS AUTORES VARIÁVEIS DE SAÍDA 47 FIGURA 36 – FLUXOGRAMA DA SEQÜÊNCIA LÓGICA DE FUNCIONAMENTO INÍCIO 1 Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt, Negrito, Cor da fonte: Azul Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt, Sobrescrito CORTINA DE LUZ, CHAVE DE SEGURANÇA OU BOTÃO DE PARADA ACIONADA ? N Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 8 pt, Negrito S Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt INTERROMPE A SEQUÊNCIA LÓGICA 2 Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 8 pt Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt, Sobrescrito DESACIONA O MOTOR ELÉTRICO Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 8 pt DESACIONA CILÍNDRO SIMPLES AÇÃO Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 8 pt AGUARDA INTERVENÇÃO DO OPERADOR Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 8 pt 2 FIM Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt, Sobrescrito Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt, Negrito, Cor da fonte: Azul FONTE: OS AUTORES 1 Rotina de segurança funciona de modo paralelo. Em relação ao comando bimanual duplo, para o caso de dois operadores, é necessário o acionamento simultâneo de dois comandos bimanuais. O mesmo se aplica ao pedal pneumático duplo, ou seja, é necessário o acionamento simultâneo de dois pedais pneumáticos para o caso de dois operadores. 2 48 4.3 DIMENSIONAMENTOS Dos componentes relacionados na seção 4.1, apenas a cortina de luz e as proteções fixas devem ser dimensionadas para o caso da prensa dobradeira mecânica. 4.3.1 Cortina de luz Dentre as várias aplicações da cortina de luz, nos casos em que a interrupção do feixe é usada para parar o movimento perigoso da máquina, não se aplica o cálculo da distancia de segurança, ou seja, de afastamento da máquina, pois o feixe deve estar posicionado ligeiramente à frente da zona de prensagem. Em relação à altura da cortina para proteger a zona de prensagem, a altura definida é de 500mm em função da abertura máxima da zona de prensagem desta máquina ser de 250mm, desta forma previne-se o acesso por cima e por baixo da zona de prensagem sem que a cortina de luz seja obstruída. A resolução deve ser de 14mm (padrão recomendado para detecção dos dedos das mãos) e a distância entre o transmissor e receptor será de 3000mm devido à largura da máquina, conforme indicado na figura 37. FIGURA 37 – POSICIONAMENTO DA CORTINA DE LUZ FONTE: OS AUTORES 49 4.3.2 Proteções fixas As dimensões ideais para as proteções foram determinadas no local, com critérios baseados nas dimensões de largura, altura e profundidade de forma a isolar o acesso ao corpo da máquina pelas laterais e pela parte traseira da máquina. Estas devem ser rígidas e soldadas no corpo da máquina para garantir que não sejam removidas, e dispõem de cancela para acesso, interligadas por chave de segurança para que a máquina não opere quando não estejam devidamente fechadas. Adotou-se a sua confecção a partir de cantoneiras de 25x25mm com espessura de 3,0mm, para formação de quadros preenchidos com chapa perfurada para não obstruir totalmente a visão, esta chapa também com espessura 3,0mm, sendo estas as espessuras mínimas necessárias para resistir aos esforços impostos por uma pessoa na tentativa de remover ou avariar as proteções. As proteções estão indicadas na figura 38. FIGURA 38 – INDICAÇÃO DAS PROTEÇÕES FIXAS FONTE: OS AUTORES 4.4 ADEQUAÇÕES PROPOSTAS Além da instalação de todos os componentes já definidos e especificados anteriormente para a realização do retrofitting, identificou-se que o mecanismo de freio/embreagem conjugados, identificado na figura 39, deve ter seu acionamento adaptado, pois a prensa dobradeira mecânica possui o acionamento através de 50 alavancas movidas por pedal mecânico que dependem da força imposta pelo operador, por este motivo o uso de pedais mecânicos não são mais permitidos. Para movimentar a alavanca de acionamento responsável por acoplar a embreagem ao volante, para então transmitir o movimento ao eixo excêntrico, não são necessários grandes esforços, isto é evidente pelo fato da máquina apresentar sistema mecânico por alavancas conforme figura 40, onde a força transmitida ao ponto de acoplamento é de 80kg, mensurado através de dinamômetro, portanto o uso de sistema hidráulico não é necessário devido ao baixo esforço, tendo sido desconsiderado para efeito deste projeto. FIGURA 39 – MECANISMO DE TRANSMISSAO DE MOVIMENTO BIELA Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt BIELA ENGRENAGEM Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt EIXO EXCÊNTRICO Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt ENGRENAGEM VOLANTE REDUTOR EIXO REDUTOR Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt EIXO FREIO/EMBREAGEM EMBREAGEM OU FRICÇÃO Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt FREIO LATERAL Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt FONTE: OS AUTORES 51 FIGURA 40 – ACIONAMENTO POR ALAVANCAS (PEDAL MECÂNICO) VOLANTE Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt FREIO Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt EMBREAGEM Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt F=80kg Formatado: Fonte: 10 pt PEDAL MECÂNICO Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt LATERAL Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt FONTE: OS AUTORES Para o emprego do sistema pneumático, devido ao mecanismo freio/embreagem conjugados, identificou-se a necessidade do uso de apenas um atuador para executar o movimento de acionamento e este pode ser um cilindro de simples ação com retorno por mola e de haste passante conforme esquema da figura 41, onde o sentido de atuação da força está indicado. 52 FIGURA 41 – ESQUEMA DO SISTEMA PNEUMÁTICO SENTIDO ATUAÇÃO FONTE: OS AUTORES Para o emprego do atuador pneumático será preciso adaptar as alavancas de acionamento do sistema freio/embreagem e baseado na concepção existente das alavancas, propõe-se uma modificação conforme identificado na figura 42. Nesta figura está indicado na cor azul o sistema de freio e na cor vermelha o braço de alavanca responsável pelo acoplamento da embreagem, e também pode ser visualizado a posição do atuador pneumático. É necessário a fabricação de um anteparo metálico em chapa de aço carbono para a adaptação das alavancas existentes. Este anteparo apresenta uma base para fixação do cilindro pneumático e é responsável por suportar a alavanca giratória que transmite a força do pistão por meio de alavancas (haste passante) para liberação do freio e acoplamento da embreagem através de um único movimento. É necessário também executar um pequeno recorte na lateral da máquina por onde passa a alavanca, de forma a manter este movimento solidário. Em função do nível de detalhamento, o detalhe da peça a ser fabricada está na figura 43 e a indicação da posição do recorte na lateral esquerda da máquina, está apresentado na figura 44. Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, Cor da fonte: Automática 53 FIGURA 42 – PROPOSTA DE MODIFICAÇÃO NO ACIONAMENTO VOLANTE EMBREAGEM Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt FREIO Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt SENTIDO ATUAÇÃO ALAVANCA GIRATÓRIA Formatado: Fonte: Não Negrito, Cor da fonte: Automática CILINDRO C/ HASTE PASSANTE BASE PARA FIXAÇÃO DO PISTÃO PNEUMÁTICO ANTEPARO METÁLICO RECORTE NA LATERAL LATERAL Formatado: Fonte: Não Negrito, Cor da fonte: Automática Formatado: Fonte: Não Negrito, Cor da fonte: Automática Formatado: Fonte: Não Negrito, Cor da fonte: Automática FONTE: OS AUTORES 54 FIGURA 43 – ANTEPARO EM DETALHES PARA FABRICAÇÃO FONTE: OS AUTORES FIGURA 44 – POSIÇÃO DO RECORTE NA LATERAL PARA ADAPTAÇÃO RECORTE NA LATERAL FONTE: OS AUTORES Formatado: Fonte: Não Negrito, Cor da fonte: Automática 55 Neste projeto, o eixo excêntrico bem como as duas bielas não sofrerão nenhuma alteração, pois o curso presente na biela para regulagem de dobra, indicado na figura 45, atende a necessidade de subir o martelo o mínimo que seja apenas através do movimento linear de forma automática através do motor elétrico acoplado ao volante de regulagem, figura 46. FIGURA 45 – BIELA EM CORTE REGULAGEM DE ALTURA FONTE: OS AUTORES FIGURA 46 – VOLANTE DE REGULAGEM DE ALTURA FONTE: OS AUTORES 56 Uma vez definido o tipo de atuador e encontrada a solução para a sua aplicação por meio da adaptação proposta, é necessário indicar o tipo de válvula a ser utilizado para receber o comando do circuito elétrico de controle enviado pelo CLP e acionar o atuador. Entre os vários tipos de válvulas existentes, identificou-se que a válvula eletropneumática de três vias e duas posições (3/2) convencional atende satisfatoriamente a condição imposta pelo sistema pneumático apresentado. A posição inicial e a posição atuada do cilindro de simples ação com retorno por mola e de haste passante estão identificados nas figuras 47 e 48, respectivamente. Nestas figuras estão indicadas as condições do freio/embreagem, do volante e do eixo para cada uma das duas posições do atuador. FIGURA 47 – POSIÇÃO INICIAL DO CILÍNDRO SIMPLES AÇÃO COM HASTE PASSANTE GIRO CONTÍNUO Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt DESACOPLADO Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt PARADO Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt ACIONADO (REPRESENTATIVO) HASTE PASSANTE SOLENÓIDE Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt MOLA NÃO COMPRIMIDA Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt VÁLVULA ELETROPNEUMÁTICA ( 3 VIAS e 2 POSIÇÕES ) COM ACIONAMENTO UNIDIRECIONAL FONTE: OS AUTORES Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt 57 FIGURA 48 – CILÍNDRO SIMPLES AÇÃO COM HASTE PASSANTE ATUADO GIRO CONTÍNUO ACOPLADO Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt MOVIMENTO GIRATÓRIO Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt LIBERADO (REPRESENTATIVO) SENTIDO ATUAÇÃO HASTE PASSANTE MOLA COMPRIMIDA SOLENÓIDE VÁLVULA ELETROPNEUMÁTICA ( 3 VIAS e 2 POSIÇÕES ) COM ACIONAMENTO UNIDIRECIONAL FONTE: OS AUTORES O pedal de acionamento a ser utilizado não definido previamente, será do tipo elétrico em função da solução encontrada para o acionamento do freio/embreagem conjugados. Os dispositivos pneumáticos devem dispor também de válvula de retenção que impeça a descida do martelo em caso de falha do sistema pneumático. A atenção redobrada deve estar no sistema de alimentação de ar comprimido da empresa que deve garantir a eficácia da válvula de segurança e, portanto deve possuir purgador ou sistema de secagem do ar, e também sistema de lubrificação automática com óleo específico para este fim. Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt Formatado: Fonte: (Padrão) Arial, 10 pt 58 5 RESULTADOS E VALIDAÇÃO A instalação das proteções fixas laterais esquerda, direita e traseira foram às únicas das medidas implantadas, por se tratar de adaptação menos complexa e de rápido resultado. Os operadores facilmente se adaptaram a estes novos dispositivos de proteção. As proteções são de simples manuseio, possuindo chaves de segurança, que desligam a máquina caso alguma das proteções seja aberta. Adicionalmente, foi instalado um sistema de alerta visual e sonoro. Neste dispositivo, uma lâmpada na cor verde fica acesa, na parte superior da máquina, indicando que a mesma está funcionando corretamente. Caso algum sistema de segurança seja acionado, imediatamente a lâmpada verde se apaga e a lâmpada vermelha se acende, sendo emitido também um aviso sonoro (alarme). A instalação do alarme de sinal visual e sonoro não são obrigatórios mas são medidas recomendadas pois contribuem para reduzir o perigo de acidentes de forma relativamente rápida. As demais medidas de proteção, devido à relativa maior complexidade e da necessidade de maior tempo para instalação, ainda não foram implementadas, não sendo possível ainda avaliar seus resultados. São elas: • Instalação de dois comandos bimanuais; • Instalação de cortina de luz; • Instalação de sistema pneumático de mecanismo de freio/embreagem. A empresa estuda a possibilidade de implantar estas medidas de proteção restantes num período em que não haverá produção na fábrica, como por exemplo, nas férias coletivas dos operadores. Para que isto possa acontecer, a empresa está reprogramando seu planejamento de produção. 59 6 CONCLUSÃO A consciência da prevenção de acidentes deve ser fator constantemente presente nas relações de trabalho. As perdas (materiais e principalmente pessoais) que os acidentes acarretam constituem graves conseqüências do descuido e da negligência da observância dos requisitos de segurança. As instalações das proteções laterais e traseiras na prensa dobradeira mecânica excêntrica, limitando o acesso dos operadores a partes perigosas da máquina, foi bem sucedida, protegendo efetivamente e sendo bem aceita pelos operadores. Não foi possível comprovar na prática as soluções propostas, pois não houve condições favoráveis para que a empresa viabilizasse a implantação das medidas de imediato. No entanto, a empresa está consciente de que a situação necessita ser regularizada o mais rápido possível e está se planejando para que isto ocorra em curto espaço de tempo. Existe viabilidade técnica para a adaptação da máquina, objeto deste estudo. A viabilidade econômica não pôde ser avaliada, visto que apenas as proteções fixas foram realizadas na prática e os componentes indicados neste projeto não foram devidamente orçados. No entanto, devido a necessidade do emprego de componentes, em sua maioria, convencionais, o custo do retrofitting tende a ser menor do que o valor de mercado da máquina estudada. O item de maior custo é a cortina de luz, chegando a custo de 18% do valor de mercado da máquina. Como recomendações para futuras monografias, pode-se indicar o estudo da viabilidade econômica para comprovar a conclusão prévia de que o custo do retrofitting para este tipo de prensa é realmente viável, estando abaixo do próprio valor de mercado da máquina, e que não se justifica que a mesma seja sucatada. Recomenda-se também a elaboração do manual de operação da máquina, com os procedimentos de manuseio dos sistemas de segurança. Como informações adicionais à empresa, recomenda-se que sejam elaborados cronogramas equipamentos, incluindo de manutenções nestes cronogramas preditivas também e as preventivas verificações dos de 60 funcionamento adequado dos dispositivos de segurança. Em se tratando de situações de riscos de acidentes, se deve utilizar todas as ferramentas disponíveis para evitar situações de manutenção corretiva, pois isto geralmente significa que a falha ocorreu. E ocorrendo a falha, algumas vezes o dano à saúde do operador é irreversível, daí a importância de todos estarem engajados e serem eles próprios agentes da promoção da segurança no ambiente de trabalho. 61 GLOSSÁRIO CLP - CONTROLADOR LÓGICO PROGRAMÁVEL INRS - INSTITUT NATIONAL DE LA RECHERCHE SCIENTIFIQUE OSHA - OCCUPATIONAL SAFETY AND HEALTH ADMINISTRATION PMI - PONTO MORTO INFERIOR PMS - PONTO MORTO SUPERIOR PPRPS - PROGRAMA DE PREVENÇÃO DE RISCOS EM PRENSAS E SIMILARES 62 REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ACESHMERSAL. Safety Division, BRA. Disponível: http://www.aceshmersal.com.br [capturado em 27 mar. 2006]. ALMEIDA, I. M. Construindo a culpa e evitando a prevenção: caminhos da investigação de acidentes do trabalho em empresas de município de porte médio, Botucatu, São Paulo, 1997. São Paulo, 2000. [Tese de doutoramento, Faculdade de Saúde Pública da USP]. BATISTA, L. Inversores aplicados ao acionamento de prensas excêntricas. São Paulo, 1991, 385 p.. BOLLMANN, A. 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Gestão e segurança com prensas e similares, Caxias do Sul, RS, Nordeste – 2001. 64 DOCUMENTOS CONSULTADOS NBR 13759 Equipamentos de parada de funcionais, princípios para projetos (EN 418) emergência, aspectos NBR 13761 - Distâncias seguras para impedir acesso a zonas de perigo pelos membros superiores (EN 294) NBR 13928 - Requisitos gerais para o projeto e construção de proteções (fixas e móveis) (prEN 953) NBR 13929 - Dispositivos de intertravamento associados a proteções Princípios para projeto e seleção (EN 1088) NBR 13930 - Prensas mecânicas Requisitos de Segurança Segurança NBR 14009- Princípios para apreciação de riscos (EN 1050) NBR 14152 - Segurança em máquinas Dispositivos de comando bimanuais Aspectos funcionais e princípios para projeto (EN 574) NBR 14153 - Segurança de máquinas: Parte de sistemas de comando relacionadas à segurança, princípios gerais de projeto (EN 954-1) NBR 14154 - Segurança em máquinas: Prevenção de partida inesperada (EN 1037) NBR NM 213 - Segurança de máquinas. Conceitos básicos, princípios gerais para projetos parte 1 e 2 EN 292 -1/2/3 NR 12 - Máquinas e Equipamentos Equipamentos NT 37/2004 - Nota Técnica do MTE nº 37/2004 nº 37/2004 PPRPS - Programa de prevenção de riscos em prensas e similares, MTB - DRT / SP
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