Anuário brasileiro do

Transcrição

Anuário brasileiro do
Milho
2013
Anuário
brasileiro do
997718083420134
ISSN 1808-3420
Brazilian Corn Yearbook
Inor Ag. Assmann
Expediente
Publishers and Editors
EDITORA GAZETA SANTA CRUZ LTDA.
CNPJ 04.439.157/0001-79
Diretor-presidente: André Luís Jungblut
Diretor-de-Conteúdo: Romeu Inacio Neumann
Diretor-Comercial: Raul José Dreyer
Diretor-administrativo: Jones Alei da Silva
Diretor-Industrial: Paulo Roberto Treib
Anuário Brasileiro do Milho 2013
Editor: Romar Rudolfo Beling; textos: Benno Bernardo Kist, Cleiton
Evandro dos Santos, Cleonice de Carvalho, Erna Regina Reetz, Heloísa Poll e Cláudia Priebe; supervisão: Romeu Inacio Neumann;
tradução: Guido Jungblut; fotografia: Sílvio Ávila, Inor Assmann
(Agência Assmann), Robispierre Giuliani e divulgação de empresas
e entidades; projeto gráfico e diagramação: Márcio Oliveira Machado; arte de capa: Márcio Oliveira Machado, sobre fotografia de
Sílvio Ávila; edição de fotografia e arte-final: Márcio Oliveira Machado; marketing: Maira Trojan Bugs, Tainara Bugs e Rafaela Jungblut; supervisão gráfica: Márcio Oliveira Machado; distribuição:
Simone de Moraes; impressão: Gráfica Coan, Tubarão (SC).
Ficha
A636
Anuário brasileiro do milho 2013 / Benno Bernardo
Kist ... [et al.]. – Santa Cruz do Sul : Editora Gazeta 136 p. : il.
ISSN 1808-3420
Santa Cruz, 2013.
1. Milho – Brasil. 2. Milho – Cultivo. I. Kist, Benno
Bernardo.
CDD : 633.150981
ISSN 1808-3420
CDU : 633.15(81)
É permitida a reprodução de informações
desta revista, desde que citada a fonte.
Reproduction of any part of this magazine
is allowed, provided the source is cited.
2
Rua Ramiro Barcelos, 1.224,
CEP: 96.810-900, Santa Cruz do Sul, RS
Telefone: 0 55 (xx) 51 3715 7940
Fax: 0 55 (xx) 51 3715 7944
E-mail: [email protected]
[email protected]
Site: www.editoragazeta.com.br
Catalogação: Edi Focking CRB-10/1197
fmcagricola.com.br
Mais poder
de transformação
para a semente.
• Inseticida para tratamento de semente com o balanço
ideal para novas tecnologias
• Fórmula FMC: proporciona ação sistêmica e de contato
• Efetivo controle de percevejos
• Protege a raiz e a parte aérea da planta
• Excelente arranque inicial e velocidade na emergência
Rocks. Transformando sementes em resultados.
Conheça também outras soluções FMC para milho:
350 EC
ATENÇÃO
ASSOCIAÇÃO NACIONAL
DE DEFESA VEGETAL
Este produto é perigoso à saúde humana, animal e ao meio ambiente. Leia atentamente e
siga rigorosamente as instruções contidas no rótulo, na bula e receita. Utilize sempre os
equipamentos de proteção individual. Nunca permita a utilização do produto por menores
de idade. Faça o Manejo Integrado de Pragas. Descarte corretamente as embalagens e restos
de produtos. Uso exclusivamente agrícola.
CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO. VENDA SOB RECEITUÁRIO AGRONÔMICO.
Fazendo Mais pelo Campo
Inor Ag. Assmann
Sumário
Summary
Apresentação 06 Introduction
Artigo Especial 12 Special Article
Produção 16 Production
Mercado 36 Market
Perfil 64 Profile
Pesquisa 88 Research
Trigo 104 Whealt
Sorgo 114 Sorghum
Pipoca 124 Popcorn
painel 130 Panel
Eventos 132 Events
4
financiado pelo
FINAME BNDES
COM O IPANEMA É MAIS FÁCIL
E A PRODUTIVIDADE VAI ÀS ALTURAS
O Ipanema vem contribuindo para a trajetória de sucesso do
o solo, pousa e decola, mesmo em pistas rústicas. Além disso,
agronegócio do Brasil, há mais de 40 anos, com a mesma
tem fácil manutenção.
certeza de produtividade, que passa de geração para geração.
Fabricado pela Embraer, o Ipanema é o único avião no mundo
Continua sendo a melhor forma para realizar diversas tarefas
a ser movido também a etanol. Ter um avião Ipanema ou
no campo. É possível utilizar em todos os tipos de terreno,
solicitar os serviços de um é mais fácil do que você imagina.
mesmo após as chuvas. Não amassa a cultura, não compacta
Consulte o site: www.aeroneiva.com.br.
Embraer Botucatu
0800 772-8426
www.aeroneiva.com.br
Sílvio Ávila
Apresentação
O
sol
brilha
6
N
o período anterior à chegada dos europeus ao continente americano, os incas, que habitavam grande parte do território hoje compreendido pela América do Sul, tinham no
milho uma de suas bases alimentares. Mais do que um produto essencial, consumido sob
as mais variadas formas, esse grão, por sua coloração, era associado ao sol, o grande elemento
inspirador de toda essa cultura. A própria palavra “inca” significa “filho do sol”, de maneira que o
milho era a principal fonte energética para esse povo.
Pois hoje, cinco séculos depois da
chegada dos espanhóis, logo seguidos
pelos portugueses, e com a ocupação
de todo o continente, não seria exagero
dizer que o milho passa a ter, na realidade do Brasil, significado igualmente
formidável para a sustentabilidade nacional. Onde quer que um indivíduo
ande, do Norte ao Sul, do Leste ao Oeste, em pequenas hortas, em chácaras,
em beiras de estradas, e cada vez mais
nas grandes e extensas propriedades
conduzidas de maneira empresarial, as
espigas de milho estão presentes.
Essa lavoura nunca ficou ignorada
na atenção dos produtores. No entanto, por questões de valorização e demanda no mercado interno ou externo,
durante vários anos o carro-chefe na
economia rural eram outras atividades,
como a criação de gado ou, mais recentemente, a soja. Claro que inclusive a
pecuária (de corte ou de leite), as aves,
os suínos, os ovinos, ou qualquer outra
criação animal, sempre tiveram no milho um sustentáculo alimentar. Porém,
nos últimos anos, e particularmente a
partir da decisão dos Estados Unidos de
aproveitar esse cereal na elaboração
de etanol, o Brasil passou a vislumbrar
no milho oportunidade comercial sem
precedentes.
O avanço da produção dos grãos
em geral em ambiente de cerrado, no
Centro-Oeste e no Nordeste, levou o
milho em sua esteira. Seja como a cultura principal da safra de verão, seja em
cultivo tardio, numa segunda safra, em
sequência à soja ou a outras plantações,
hoje as espigas fazem a fortuna dos agricultores. O incremento na demanda do
grão em âmbito internacional, numa
competição entre a indústria da alimentação e a de energia, acirra a procura e,
com isso, a valorização é cada vez mais
favorável aos produtores.
Neste cenário, como se pode conferir
nas reportagens a seguir, o Brasil torna-se, em 2013, nada menos que o maior
fornecedor mundial de milho, feito praticamente inimaginável até muito recentemente. Com o entusiasmo, e com
terra disponível, solo apropriado e clima
favorável, novo recorde de colheita deve
ser alcançado já na temporada 2012/13,
agora batendo na impressionante casa
de 80 milhões de toneladas. Há limites
para o Brasil? Bem, a depender das necessidades internacionais de matéria-prima
para as criações animais e na alimentação humana, assim como a crescente demanda energética, azar de quem duvide
da capacidade desta nação.
Para o brasileiro, o milho também
é uma espécie de sol. Quanto mais ele
brilha, mais o País cresce, mais se desenvolve, mais qualidade de vida se registra,
em todos os recantos nacionais.
Boa leitura.
7
Introduction
Inor Ag. Assmann
The sun I
is shining
n the period prior to the arrival of the Europeans in
the American continent, corn was a major staple
in the diet of the Incas, who occupied a huge part
of the territory of South America. More than an essential food item, consumed in a variety of forms,
this kernel, because of its color, was associated
with the sun, the element of inspiration of this
culture. The word “Inca” itself means “Son of the
Sun”, with corn being the main source of energy
for these people.
Nowadays, five centuries after the Spanish arrival, soon followed
by the Portuguese, and with the entire continent fully occupied, it
is not an overstatement to say that corn assumes, in the Brazilian
reality, an equally formidable role in our environmental sustainability. Wherever you go, from North to South, East to West, in small
vegetable gardens, on family farms, alongside roads, and increasingly in big commercial farms, corn ears are always there.
This crop has never been ignored by the farmers. Nonetheless,
for reasons of value and demand, both at home and abroad, for
many years, the leading players in the rural activity were cattle
breeding operations or, more recently, soybean cropping. Of
course, cattle farming (beef or milk), poultry, pigs, sheep, or any
other animal rearing operation, have always relied on corn for
their feed needs. Nevertheless, over the past year, and particularly after the decision taken by the United States to use the cereal
for making ethanol, Brazil began to consider corn as an unprecedented trade opportunity.
In the cerrado regions of the Center-West and Northeast, in
general, corn followed on the heels of other cereals. Whether as a
main summer crop, or in late plantings, or as a second crop right
after soybean, corn ears are now a source of wealth for family and
commercial farmers. The ever-increasing demand for the kernel
at international level, in competition between the food industry
and energy concerns, makes demand even tighter, thus adding
value to the cereal, ultimately benefiting the growers.
In this scenario, clearly depicted in the pages that follow, in 2013,
Brazil assumed its position as leading global corn supplier, something unimaginable some years ago. With enthusiasm, much land
available, appropriate soil and favorable climate conditions, a new
bumper crop is likely to be harvested in the 2012/13 cycle, reaching impressive 80 million tons. Are there any limits to Brazil? Well, judging from
the international needs for raw material for the production of livestock
feed and human food, as well as the soaring energy needs, it is unlucky for
those who do not believe in the capacity of this nation.
For Brazilian people, corn is also a kind of sun, and the more its shines, the
more the Country progresses. There is more development and better quality
of life in every corner across the entire territory.
Happy reading!
8
PLANO AGRÍCOLA E
PECUÁRIO 2013/2014.
COMEÇAR COM CRÉDITO
É MUITO MAIS FÁCIL.
O Brasil é um dos líderes da
agropecuária no mundo, com recordes
de produção a cada ano. Praticamente
tudo o que os brasileiros consomem
passa pela cadeia produtiva do
agronegócio, o que movimenta a
economia e garante cerca de
30 milhões de empregos no país.
Parte da produção é exportada,
contribuindo significativamente para
a balança comercial. Por isso, investir
na agropecuária é investir no Brasil.
Com o Plano Agrícola e Pecuário
2013/2014, mais de 5 milhões de
propriedades rurais podem contar com
crédito para desenvolver a produção:
insumos, equipamentos, irrigação,
armazenagem e muito mais. E assim
continua o ciclo de crescimento.
R$ 136 BILHÕES PARA PLANTAR, COLHER E
GARANTIR ABASTECIMENTO. É MELHORIA DE
RENDA E MAIS ACESSO AO SEGURO RURAL.
INFORME-SE:
0800 704 1995 | AGRICULTURA.GOV.BR
FACEBOOK.COM/MINAGRICULTURA
Artigo Especial
A revolução
alimentar do mundo
Alysson Paolinelli
Presidente executivo da Associação Brasileira dos Produtores de Milho (Abramilho)
Q
uando os espanhóis desembarcaram na America do Norte, em meados do século XVI,
depararam-se com uma civilização – os maias – que tinha como alimento básico um
grão de cor amarelada, jamais visto em outras partes do mundo. Era o milho (Zea mays),
imediatamente provado, aprovado e transferido para a Europa, de onde em pouco tempo se
espalharia para as demais regiões do globo terrestre, tornando-se universal e transformando-se
no que hoje é o cereal de maior nível de produção e de consumo mundial, com 850 milhões de
toneladas, contra 650 milhões de toneladas do arroz, o segundo colocado.
Nenhuma outra cultura agrícola tampouco foi mais estudada e pesquisada no
mundo científico, fazendo com que seus
rendimentos, medidos em quilos por
hectare, alcançassem médias superiores
a 10.000 kg/ha em vários países (Estados
Unidos, Canadá, França, Argentina etc),
chegando mesmo a 13-15.000 kg/ha em
várias regiões do planeta, inclusive no
Brasil. O arroz, também segundo colocado, não passa de 8.000 kg/ha. Num mundo carente de novas áreas agrícolas, esse
predicado é de fundamental importância.
As proteínas animais atualmente consumidas pelo homem – carnes de boi,
porco, aves, ovos e leite – são produzidas
a partir de dois insumos básicos: milho
e proteínas vegetais (de soja principalmente). Ou seja, sem o maravilhoso grão
amarelo, o homem moderno teria sérios
problemas de saúde por deficiência proteica, para não dizer de crianças, cujo desenvolvimento fisiológico, principalmente mental, está diretamente associado ao
12
adequado consumo de proteínas.
Lamentavelmente, o futuro próximo – 10 anos ou mais – não parece estar assegurado com um abastecimento
satisfatório desse cereal. Rápido crescimento da renda e da população de alguns países populosos da Ásia levará a
um aumento de necessidade futura de
difícil satisfação. Estudos desenvolvidos
no âmbito da Abramilho concluíram
que a demanda por milho em 2020 será
o dobro do consumo atual, ou mais 400
milhões de toneladas.
Para elas, seriam necessários mais 65
milhões de hectares, mesmo considerando-se um crescimento de produtividade
média de 20% no período. Todas as terras novas teriam que ser alocadas para
a produção de milho a fim de lograr essa
produção, o que não é realista, levando
à conclusão de que os preços inevitavelmente subirão, tirando do mercado de
consumo os menos favorecidos de renda,
principalmente na África negra, que já
lidera a ordem dos famélicos do mundo.
O que fazer? Primeiramente, todos no
mundo devem ser informados dessa realidade, de modo que se possa iniciar imediata discussão. Algumas pistas, porém,
são alentadoras.
Primeiro, não obstante ser o milho
a lavoura de mais alto rendimento por
área, essas mesmas produtividades têm
enorme variação entre países e inter-países. Ou seja, tecnologia há, mas o emprego dela é deficiente, podendo-se aumentar muito a produção sem incorporação
de áreas novas. Segundo, a aceitação
de novas tecnologias, principalmente a
transgenia, por parte de comunidades
ainda reticentes. Terceiro, a liberação de
mercados internacionais do produto e de
seus derivados (carnes, leite etc).
A recente criação da Aliança Internacional do Milho (Maizall), iniciativa de
produtores de milho brasileiros, argentinos e americanos, poderá trazer substancial ajuda nessa busca de soluções.
13
Sílvio Ávila
Special Article
Global food revolution
Alysson Paolinelli
Executive president of the Brazilian Corn Farmers Association (Abramilho)
W
hen the Spanish landed in North America, in the mid-1600s, they came across a civilization - the Mayas – whose staple food was a yellow kernel, never seen in any other
part of the world. It was maize (Zea mays), immediately tasted and approved and taken
to Europe, from where it soon made its way to all the other regions around the globe, acquiring
an international status and turning into the cereal that is now most produced and consumed in
the world, with a total of 850 million tons, against 600 million tons or rice, which ranks as second.
No other agricultural crop has ever been so deeply studied and scientifically investigated, resulting into yields, measured in kilos per hectare,
that reach up to 10,000 kg/ha in several countries (the United States,
Canada, France, Argentina etc), and in various regions across the planet,
Sílvio Ávila
inglês
14
including Brazil, productivity rates are as high as 13-15,000 kg/ha. The performance of rice, ranking second, remains at 8,000 kg/ha. In a world with
a shortage of new arable lands, this attribute plays a fundamental role.
Animal proteins consumed by humans – beef, pork. Chicken,
eggs and milk - are produced from two basic inputs: maize and
vegetable proteins (particularly soybean). That is to say, without the
marvelous yellow kernel, modern day people would face serious
health problems stemming from protein deficiency, not to mention
the children, whose physiological development, especially mental, is
directly linked to appropriate consumption of proteins.
Unfortunately, the near future – 10 years or more – will not count on
satisfactory supplies of this cereal. Soaring income and rising population
in some big Asian countries will lead to soaring demand that is difficult to
fulfill. Studies developed at Abramilho concluded that, by 2020, demand
for corn will double present consumption levels, or 400 million tons.
This would require an extra 65 million hectares, even considering
an average growth of 20% in productivity over the period. All new arable lands should be devoted to maize if such production volume is to
be achieved, a fact that transcends reality, leading to the conclusion that
prices will inevitably skyrocket, preventing the poor populations from
having access to this commodity, especially in African countries, home
to the biggest numbers of hungry people around the globe.
What has to be done? Firstly, all people around the globe should be
made aware of this reality, so as to start a debate immediately. Nonetheless, some tips are very encouraging.
In the first place, although maize is the crop with the biggest productivity per area, this productivity varies considerably from country to
country and between countries. Or else, there is technology, but there is
still deficiency in its use, meaning that productivity could be increased
without the incorporation of new areas. Second, the adoption of new
technologies, particularly genetically modified cultivars, by communities that are still lagging behind. Third, The liberation of the international
market for the crop and its byproducts (meat, milk, etc).
The recent creation of the International Maize Alliance (Maizall),
initiative taken by corn growers from Brazil Argentina and the United
States, could be a good help in this search for solutions.
Sílvio Ávila
Produção
Fazendo
história
O clima afetou a colheita nos principais países
concorrentes e o Brasil deve fechar a safra 2012/13
como o maior exportador mundial de milho
16
N
unca antes na história o milho esteve tão valorizado. O cereal multiuso deve fechar pela
segunda safra consecutiva com recorde de produção no Brasil. Com problemas climáticos
afetando os principais concorrentes, abriram-se as cancelas para o aumento também das
vendas externas e em 2012 o País atingiu volumes e faturamento até então inimagináveis.
O cenário encontrado em 2012 possivelmente não se repetirá em 2013. Pelo
menos, é isso o que se vislumbra no horizonte em meados do ano. Indo contra
a lei natural da oferta e da procura, pela
qual em tempos de grande quantidade
disponível os preços despencam, a situação no ciclo 2011/12 foi de altas cotações, mesmo com a colheita farta de 72,9
milhões de toneladas.
Para o período 2012/13, a Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab), em
seu relatório de junho de 2013, prevê outra temporada com colheita recorde, com
total estimado em 78,4 milhões de toneladas de milho. A maior parte do cereal
deve ser cultivado na segunda safra (a
antiga safrinha), em função de um investimento maior em soja no ciclo principal.
Em 2012, a frustração nas plantações
dos Estados Unidos, país que cada vez
mais tem direcionado o milho à produção de etanol, levou o Brasil a ocupar a
fatia deixada pelos principais concorrentes no mercado internacional. No mesmo
período, outros importantes fornecedores do cereal – Ucrânia e Argentina – também apresentaram retração na produção
em virtude do clima desfavorável.
Esse contexto deve levar o Brasil a um
feito inédito: ser o maior exportador mundial de milho no ciclo 2012/13, considerando-se o período de outubro a setembro.
Conforme relatório do Departamento de
Agricultura dos Estados Unidos (USDA), de
junho de 2013, serão 26,5 milhões de toneladas embarcadas. Se a previsão se confirmar, o País, que tradicionalmente ocupa a
terceira colocação entre os fornecedores
do cereal, vai superar seus maiores concorrentes, Estados Unidos e Argentina.
Em 2012, o Brasil já havia batido o
recorde de exportações do grão, fechando com 19,772 milhões de toneladas
vendidas, conforme dados da Secretaria
de Comércio Exterior (Secex), do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e
Comércio Exterior. O desempenho foi
109,02% superior ao das vendas de 2011.
Na receita obtida, o crescimento foi de
101,38%, chegando a US$ 5,285 bilhões.
Analistas não apostam em duas safras consecutivas com problemas climáticos no hemisfério norte. Por isso,
a tendência para 2013 é de que tudo
volte ao normal e os Estados Unidos recuperem o posto de maior fornecedor
mundial de milho. Tradicionalmente, o
país é responsável por cerca de 50% do
mercado exportador do grão.
De acordo com o relatório do USDA,
de junho de 2013, no ciclo 2012/13
a produção mundial deverá ser de
965,939 milhões de toneladas de milho,
saltando para 962,582 milhões de toneladas na temporada 2013/14. A previsão
para os Estados Unidos é de colheita de
273,832 milhões de toneladas na safra
que fecha em outubro de 2013 e de
355,743 milhões de toneladas na seguinte. O Brasil ocupa a terceira posição
no ranking, atrás da China, com estimativa de 77 milhões e 72 milhões de toneladas, respectivamente, de acordo com
o órgão oficial norte-americano.
17
Production
Making history
N
Sílvio Ávila
All major competitors
suffered from climate
induced problems,
turning Brazil into the
largest global exporter
of corn in 2012
18
ever before in history has corn been so highly valued. The multipurpose cereal is celebrating a record-breaking crop for the second season in a row in Brazil. The climate-induced problems that
took a heavy toll on the competitors’ crops paved the way for bigger foreign sales, and in 2012 the Country hit record shipments abroad and raked
in revenues never imagined before.
The 2012 scenario will certainly not
repeat in 2013. At least, this is the feeling
hovering over the horizon in mid-year.
Contradicting the natural laws of supply
and demand, whereby prices plummet in
times of plentiful supply, the reality during
the 2011/12 cycle pointed to high prices, in
spite of the lush 72.9 million ton harvest.
For the 2012/13 cycle, the National Supply Company (Conab), in its June 2013 report,
anticipates another record corn crop, totaling
78.4 million tons. The biggest portion of the
cereal is to be cultivated in the second cycle
(former winter crop), by virtue of the bigger
investments in summer soybean fields.
In 2012, the reduced corn crop in the
United States, a country that has increasingly been destining the cereal for the production of ethanol, gave Brazil the chance
to take up the chunk left by all major competitors in the international marketplace.
During the same time period, other relevant
suppliers of the cereal – Ukraine and Argentina – also harvested smaller crops due to
unfavorable weather conditions.
This context led Brazil to an unprecedented feat: largest global corn exporter in
the 2012/13 cycle, considering the October
through September time period. According to a report by the United States Department of Agriculture (USDA), published in
June 2013, Brazil will ship abroad 26.5 million tons. Should the prediction confirm, the
Country, which traditionally ranks as third
largest global supplier of the cereal, will outstrip the United States and Argentina.
In 2012, Brazil had already hit record
exports of corn, with 19.772 million tons
shipped abroad, according to data from
the Brazilian Secretariat of Foreign Trade
(Secex), a division of the Ministry of Development, Industry and Foreign Trade (Mdic).
Performance was up 109.02% from the
2011 sales. Revenue was up 101.38%, totaling US$ 5.285 billion.
Analysts never believe in two consecutive crops facing climate problems in the
northern hemisphere. Therefore, the trend
for 2013 suggests that the United States will
recover its leading position as biggest global
supplier of corn. Traditionally, that country
accounts for 50% of all global corn exports.
According to a report by the United
States Department of Agriculture (USDA),
released in June 2013, in the 2012/13
season, global production should reach
965.939 million tons of corn, receding to
962.582 million tons in the 2013/14 crop
year. For the United States, the report anticipates a volume of 273.832 million tons for
the season that comes to a close in October
2013, and 355.743 million tons in the next
season. Brazil ranks as third biggest producer, with a crop estimated at 77 million
and 72 million tons, respectively, according
to the North-American organ.
Dow Sementes
POWERCORE™.
UMA NOVA ERA
NAS LAVOURAS
DE MILHO
E LH R
O
OLA
TR
M
CON
0800 772 2492 | www.dowagro.com.br
O melhor banco de
germoplasma com
a melhor tecnologia
de genes combinados
Dow AgroSciences.
3 modos de ação
para controlar a
Lagarta-do-cartucho.
Amplo espectro de
proteção contra
pragas aéreas
e do solo.
Tolerância a
dois herbicidas,
facilitando o manejo
de ervas daninhas.
Redução da Área
de Refúgio.
MAIS E
Soluções para um Mundo em Crescimento
®™Marcas registradas de The Dow Chemical Company ou companhias afiliadas. POWERCORE™ é uma
tecnologia desenvolvida pela Dow AgroSciences e Monsanto. POWERCORE™ é uma marca da Monsanto LLC.
™
Inor Ag. Assmann
A passos
muito largos
Safra 2012/13 de milho no Brasil deverá passar a anterior, que já foi a
maior da história, quando o cereal superou a soja em quantidade colhida
O
Brasil vem mostrando o seu potencial como grande produtor de milho e tem atingido
resultados expressivos em suas colheitas, provocados pelo bom momento do cereal nos
mercados interno e externo. No ciclo 2011/12 havia sido obtida a maior safra da história,
com 72,979 milhões de toneladas, conforme a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab).
O grão conseguiu a façanha de superar a soja, produto que tradicionalmente é mais demandado,
e que naquela temporada ficou em 66,383 milhões de toneladas.
Se tudo correr como o esperado, na
etapa 2012/13 um novo recorde para o
milho deverá ser atingido no Brasil. No
relatório de junho de 2013, a Conab estima total de 78,468 milhões de toneladas,
o que significa aumento de 7,5% sobre o
período anterior. A maior parte dos grãos
deverá mesmo ser obtida na segunda safra (anteriormente chamada de safrinha),
com 43,622 milhões de toneladas, de acordo com o relatório de junho de 2013.
Com a soja sendo a grande vedete da
safra de verão, o milho acabou sendo favorecido e tornou-se o plantio preferido
na segunda safra, em sucessão à oleaginosa. Se no primeiro ciclo houve queda
de 9,2% na área plantada com o cereal,
20
segundo ocorreu incremento de 17,5%.
Somados os dois períodos, segundo a
Conab, foram plantados 15,817 milhões
de hectares, com aumento de 4,2% sobre a temporada 2011/12.
De acordo com a análise apresentada
pela Conab, a maioria dos estados produtores da região Centro-Sul realizou o
plantio do milho com atraso na primeira
safra. A justificativa é que havia quadro
de escassez e irregularidades de chuva
nessas localidades. No entanto, o que se
constatou mais adiante é que os danos
previstos para ocorrer na produtividade
não chegaram a acontecer na dimensão
esperada. Com isso, o rendimento no cultivo de verão ficou em 5.076 quilos por
hectare, 13,3% maior do que no mesmo
período da safra 2011/12.
Já no segundo ciclo, os estados da região Centro-Sul, principal área de cultivo,
atrasaram o plantio devido à alta incidência de chuvas. O resultado é que houve
coincidência de época com a colheita da
soja de variedades precoces. Na constatação dos analistas da Conab, em Mato
Grosso, que possui a maior área plantada
no segundo ciclo da cultura, a semeadura
se prolongou até março de 2013, quando
o ideal seria até fevereiro. No entanto, o
temor de que a produtividade seria fortemente afetada não deve se confirmar.
A previsão, no relatório de junho, é que a
queda no rendimento fique em 6%.
DE GRÃO EM GRÃO • Kernel by kernel
Safra brasileira de milho - Comparativo safras 2011/12 e 2012/13
Área (mil há)Produtividade (kg/ha)Produção (mil t)
Região/UF
2011/122012/132011/122012/132011/122012/13
Norte
569,5 516,5 2.902 3.126 1.652,41.614,4
RR
6,5 6,52.000 2.000 13,0 13,0
RO
162,3158,62.7962.905453,7460,7
AC
43,8 46,12.290 2.421 100,3111,6
AM
14,4 12,92.500 2.390 36,0 30,8
AP
2,62,6
8258892,12,3
PA
236,3194,62.5382.817599,7548,2
TO
103,6 95,24.321 4.704 447,6447,8
Nordeste
2.421,52.380,9 1.802 1.9384.364,04.613,8
MA
454,6529,11.6092.298731,6
1.215,7
PI
351,6379,82.2391.406787,2533,9
CE
520,6 364,4 142 300 73,9109,3
RN
7,68,2
3373762,63,1
PB
39,860,2106 120 4,2 7,2
PE
205,894,5117 16724,115,8
AL
29,738,5754 75422,429,0
SE
206,8 206,82.629 2.629 543,7543,7
BA
605,0 699,4 3,594 3.083 2.174,32.156,1
Centro-Oeste 5.291,8 6.134,4 5.880 5.377 31.116,332.985,3
MT
2.739,9 3.424,7 5.697 5.378 15.610,418.419,4
MS
1.267,7 1.469,0 5.188 4.618 6.576,46.784,0
GO
1.241,9 1.190,7 6.905 6.164 8.575,97.339,1
DF
42,3 50,08.358 8.855 353,6442,8
Sudeste
2.242,3 2.218,8 5.708 5.617 12.800,012.463,3
MG
1.312,8 1.268,4 5.947 5.849 7.807,47.419,1
ES
31,528,5
2.4292.30076,565,6
RJ
6,1 5,92.435 2.250 14,9 13,3
SP
891,9 916,0 5.495 5.421 4.901,24.965,3
Sul
4.653,0 4.566,8 4.953 5.867 23.046,826.791,5
PR
3.002,8 3.032,8 5.580 5.928 16.757,117.978,2
SC
536,7 500,7 5.491 6.850 2.947,03.429,8
RS
1.113,5 1.033,3 3.002 5.210 3.342,75.383,5
Norte/nordeste2.991,0 2.897,4 2.012 2.150 6.016,46.228,2
Centro/sul
12.187,0 12.920,0 5.495 5.591 66.963,172.240,1
Brasil
15.178,115.817,4 4.808 4.96172.979,578.468,3
Fonte: Conab, levantamento de junho de 2013.
21
Making strides
Brazilian 2012/13
corn crop is poised to
outstrip the previous
year’s biggest volume
on record, when the
cereal for the first time
surpassed the size of the
soybean crop
B
razil has been showing its potential as major corn producer and has reached expressive production volumes,
brought about by the good moment the cereal is experiencing, both in the domestic and foreign scenarios. The
2011/12 cycle witnessed the biggest crop ever harvested in Brazil, with 72.979 million tons, according to the National Supply
Company (Conab). The grain managed to surpass the soybean
crop, which is traditionally in greater demand, and in that season reached a total of 66.383 million tons.
Sílvio Ávila
If everything turns out as expected, a
new record corn crop will be reached in
the 2012/13 cycle. In its June 2013 report,
the state corporation estimates the crop
at 78.468 million tons, up 7.5% from the
previous period. The biggest amount of
grains will again be harvested in the second crop (formerly known as small crop),
with 43.622 million tons, according to the
22
June 2013 report.
With soybean as the star of the summer
crop, corn ended up benefiting from the situation and turned into the favorite choice for
the second crop, in succession to the oilseed.
If in the first cycle corn plantations decreased
by 9.2% in area, in the second, the planted
area soared 17.5 percent. In all, the planted
area of both cycles reached 15.817 million
hectares, up 4.2% from the 2011/12 period.
From an analysis carried out the Conab,
most corn producing states in the CenterSouth region planted their corn later in the
first cycle. The reason was the lack of humidity and erratic rainfalls across the entire area.
Nonetheless, what was later ascertained was
that the damages expected in productivity
did not materialize as seriously as expected.
This raised the yield of the summer crop to
5,076 kilos per hectare, up 13.3% from the
same period in 2011/12.
On the other hand, in the second cycle,
the states of the Center-South region, major
cultivation area, delayed their planting due
to excessive precipitation. The result is that
there was a coincidence with the harvest of
early cycle soybean varieties. Conab analysts
ascertained that in Mato Grosso, the leader
in planted area in the second cycle, seeding
only ended in March 2013, ideally it was supposed to have ended in February . Nevertheless, the fear pointing to severe productivity
damages should not confirm. The June report refers to yield reductions of 6%.
Sílvio Ávila
Tomando
a frente
Mato Grosso deve se tornar o maior produtor de
milho do Brasil na temporada 2012/13,
superando o Paraná, conforme previsão da Conab
S
e os prognósticos com relação à safra 2012/13 se confirmarem, o Mato Grosso vai, pela
primeira vez, deixar o Paraná para trás no ranking dos maiores produtores de milho do
Brasil. A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) mostra, em seu relatório de
junho de 2013, que o Estado do Centro-Oeste deverá fechar o período, somados os dois ciclos
de cultivo, com 3,424 milhões de hectares plantados, enquanto os paranaenses terão implantado 3,032 milhões de hectares.
O grande êxito do Mato Grosso está
atrelado diretamente ao cultivo na segunda safra, que até há pouco tempo era
conhecida como safrinha. O nome fazia
referência à quantidade colhida nesse período, bem menor do que a da temporada
de verão. Atualmente, no entanto, a situação se inverteu e o ciclo que era secundário acabou se tornando principal, pelo
menos no que se refere ao milho.
No Mato Grosso, o cereal ganhou espaços na safrinha porque os produtores
reservam o primeiro ciclo da lavoura
para o plantio da soja, com o uso cada
vez mais disseminado de variedades precoces. Na safra 2012/13, conforme relatório da Conab, de junho de 2013, o Estado
tinha área plantada de apenas 75,6 mil
hectares na primeira safra, com queda de
20% em relação ao mesmo intervalo de
tempo da temporada anterior. Já no segundo período, a previsão é de aumento
de 26,6% no espaço cultivado, que pode
chegar a 3,349 milhões de hectares.
E O VERÃO?
A primeira safra de milho, cultivada no verão, tem Minas
Gerais como principal produtor na temporada 2012/13, com
1,149 milhão de hectares implantados. No somatório dos
dois períodos, o Estado é o quarto maior nesse grão (1,262
milhão de hectares), atrás de Mato Grosso, Paraná e Mato
Grosso do Sul. A colheita prevista é de 7,419 milhões de to-
24
O acompanhamento da Conab revela que a segunda safra de milho teve incremento de 17,5% na área plantada no
Brasil na etapa 2012/13. São 1,33 milhão
de hectares a mais do que no período
anterior, dos quais 703 mil hectares estão no Mato Grosso. A colheita no Estado
deve atingir a 18,419 milhões de toneladas (considerando-se os dois ciclos de
cultivo), com aumento de 18%. A produtividade prevista é de 5.378 quilos por
hectare, com queda de 5,6%.
neladas, com produtividade de 5.849 quilos por hectare.
Os maiores produtores de milho no Brasil estão nos estados do Centro-Sul (regiões Sul, Sudeste e Centro-Oeste).
O Norte e o Nordeste, no entanto, mesmo com participação
menor (18,3% da área plantada no ciclo 2012/13), possui importância estratégica para o abastecimento dessas localidades, onde o produto é bastante consumido.
A EVOLUÇÃO DA SAFRINHA
THE EVOLUTION OF THE SECOND CROP
n O cultivo da segunda safra de milho começou pela Bahia,
na safra 1979/80, com 146 mil hectares.
n O Paraná aderiu à novidade na safra 1983/84.
n No ciclo 1989/90, Mato Grosso do Sul e São Paulo também
passaram a plantar milho na safrinha, que já somava 518,4
mil hectares no Brasil.
n No período 1991/92, outros estados passaram a plantar
em segunda época (Santa Catarina, Mato Grosso e Goiás) e o
País já cultivava 990 mil hectares, tendo Paraná e Bahia como
principais produtores.
n Na safra 1998/99, pela primeira vez o Paraná cultivou mais
de um milhão de hectares na safrinha, com o Mato Grosso
aparecendo em terceiro lugar, atrás de São Paulo.
n A partir da safra 2001/02, o Mato Grosso ocupou a vice-liderança no cultivo de milho em segundo ciclo e o Paraná
seguia em primeiro.
n Na safra 2004/05, o Mato Grosso apareceu pela primeira
vez como principal produtor na safrinha, e no ciclo 2006/07
ultrapassou a um milhão de hectares cultivados.
n A partir da temporada 2007/08, o Mato Grosso assumiu
definitivamente a liderança no plantio de milho na safrinha,
deixando o Paraná para trás.
n The cultivation of the second crop started in Bahia, in the
1979/80 season, with 146 thousand hectares.
n Paraná adhered to the novelty in the 1983/84 crop year.
n During the 1989/90 season, Mato Grosso do Sul and São Paulo also began to cultivate corn in the second crop, which had
already reached a total of 518.4 thousand hectares in Brazil.
n During the 1991/92 crop year, other states adhered to the
second crop (Santa Catarina, Mato Grosso and Goiás) and the
total in the Country amounted to 990 thousand hectares, with
Paraná and Bahia ranking as major producers.
n In the 1998/99 crop year, for the first time, Paraná planted
upwards of one million hectares in the second cycle, with Mato
Grosso ranking third, behind São Paulo.
n As of the 2001/02 crop year, Mato Grosso has occupied the
vice-leadership position in second season corn, while Paraná
remained the leading producer.
n In the 2004/05 crop year, Mato Grosso, for the first time, climbed to
the position as leading second season producer, and in the 2006/07
cycle, the planted area reached upwards of one million hectares.
n As of the 2007/08 crop year, Mato Grosso definitely assumed
the leadership in the production of second season corn, leaving
the state of Paraná behind.
Fonte: Série histórica do milho na segunda safra (Conab).
Source: The trajectory of second season corn (Conab)
COM GASTOXIN B57® VOCÊ NÃO ARMAZENA
SÓ GRÃOS, ARMAZENA LUCROS.
Na hora de fumigar seus grãos armazenados e produtos
processados você já sabe com quem contar. Só Gastoxin B57®
tem a combinação para o sucesso de qualquer armazenagem:
alto controle de qualidade, ótima relação custo-benefício
e eficácia contra as pragas. É o sucesso e a qualidade que
fazem com que Gastoxin B57® seja solicitado e exportado para
mais de cinquenta países, inclusive para os E.U.A. Armazene
com Gastoxin B57® e comprove o resultado.
PABX: (13) 3565-1212 • Vendas: (13) 3565-1208 • www.bequisa.com.br
ADVERTÊNCIAS: Proteção à saúde Humana, Animal e ao Meio
Ambiente. Este produto é perigoso à saúde humana, animal e ao
meio ambiente. Leia atentamente e siga rigorosamente as instruções
contidas no rótulo, na bula e na receita ou faça-o a quem não souber
ler. Aplique somente as doses recomendadas. Mantenha afastadas
das áreas de aplicação, crianças, pessoas desprotegidas e animais
domésticos. Não coma, não beba e não fume durante o manuseio
do produto. Utilize sempre os equipamentos de proteção individual.
Nunca permita a utilização do produto por menores de idade.
Informe-se sobre o Manejo Integrado de Pragas (MIP). Primeiros
Socorros e demais informações, vide o rótulo, bula e a receita.
Evite a contaminação ambiental, preserve a natureza. Não lave as
embalagens ou equipamentos em lagos, fontes, rios e demais corpos
d’água. Não reutilize as embalagens vazias. Descarte corretamente
as embalagens e restos ou sobras de produtos. Periculosidade
ambiental e demais informações, vide o rótulo, a bula e a embalagem.
CONSULTE SEMPRE UM ENGENHEIRO AGRÔNOMO E SIGA
CORRETAMENTE AS INSTRUÇÕES RECEBIDAS. VENDA SOB
RECEITUÁRIO AGRONÔMICO.
Sílvio Ávila
Taking the lead
Mato Grosso is poised
to become the leading
corn producer in Brazil
in the 2012/13 crop year,
outstripping the state
of Paraná, according
to Conab’s most recent
forecast
I
f the predictions for the 2012/13 crop confirm, the state of
Mato Grosso will for the first time leave the state of Paraná
behind in the ranking of the biggest corn producers in Brazil.
In its June 2013 report, the National Supply Company (Conab)
shows that the crop year in the Center-Western Mato Grosso
State, including the summer and winter seasons, should come
to a close with a planted area of 3.424 million hectares, while
in Paraná the planted area will have come to a total of 3.032
million hectares.
The success story of Mato Grosso is directly linked to the second crop, which used
to be referred to as small winter crop. The
name stemmed from the smaller amounts
harvested in that period, in fact, much
smaller than in the summer crop. Currently, nonetheless, there has been a reversal in
this situation, and the secondary cycle has
turned into the main cycle, at least as far as
the amount of corn is concerned.
In Mato Grosso, the cereal ended up
gaining momentum in the second crop
because the farmers reserve the first cycle
for their soybean crop, increasingly using
early soybean varieties. In the 2012/13
season, according to the June 2013 Conab
report, the planted area across the State
WHAT ABOUT THE SUMMER?
Minas Gerais is the leading corn producer in the first season
in 2012/13, with an area of 1.149 million hectares. Including the
two periods, the State ranks as forth biggest producer of the cereal
(1.262 million hectares), coming after Mato Grosso, Paraná and
Mato Grosso do Sul. The harvest is estimated at 7.419 million tons,
26
barely reached 75.6 thousand hectares in
the first crop, down 20% from the same
time period of the previous year. For the
second season, the forecast is for an increase of 26.6% in planted area, which
could reach 3.349 million hectares.
Numbers released by the Conab reveal
that the planted area of the second corn
crop increased by 17.5 percent in Brazil in
the 2012/13 crop year. It is a total of 1.33
million hectares bigger than in the previous year, of which 703 hectares are located in Mato Grosso. This State is estimated
to harvest 18.419 million tons (considering both cycles), meaning an increase of
18 percent. The estimated productivity is
5,378 kilos per hectare, down 5.6%.
with yields of 5,849 kilos per hectare.
All major corn producing states in Brazil are located in the Center-South (South, Southeast and Center-West). On the other hand,
the North and Northeast, although having a smaller share (18.3%
of the planted area in the 2012/13 cycle), play a strategic role in
supplying these locations, where corn is much consumed.
28
Sílvio Ávila
Cavalo
encilhado
Favorecido pela quebra na colheita dos principais concorrentes, Brasil
torna-se o grande fornecedor de milho para o mundo na safra 2012/13
Q
uando um país que tem metade do mercado mundial de milho sofre quebra na colheita, o que acontece? Outros fornecedores precisam ocupar esse lugar. O cenário que se
verificou na safra 2011/12 e vem se repetindo no ciclo 2012/13, com os Estados Unidos
amargando perdas em função de forte estiagem e precisando de cada vez mais matéria-prima
para o etanol, levou o Brasil a se destacar como exportador e produtor do cereal.
Em seu relatório de junho de 2013,
o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) prevê que o Brasil
será o maior fornecedor mundial de
milho ao final da safra 2012/13, que se
encerra em setembro. O número apontado pelo órgão é de 26,5 milhões de toneladas, o que supera em mais de 100%
a temporada anterior, que fechou em
12,6 milhões de toneladas. Isso faz com
que o País se posicione em terceiro lugar no ranking dos principais vendedores, atrás de Estados Unidos e Argentina.
Os americanos, que haviam embarcado 38,4 milhões de toneladas no ciclo
2011/12, devem fechar o atual com apenas 18,5 milhões.
Para que o Brasil pudesse atingir esse
patamar, foi preciso que os seus principais concorrentes sofressem alguma
espécie de revés. A colheita nos Estados Unidos, que foi de 313,9 milhões de
toneladas na safra 2011/12, não deve
passar de 273,8 milhões de toneladas
na temporada em curso, de acordo
com o USDA. Além de o país estar cada
vez mais necessitando de milho para a
produção de etanol, também amargou
prejuízos com uma das mais drásticas
estiagens dos últimos tempos, nos principais estados produtores. “O resultado
é que as exportações despencaram e
os preços explodiram”, lembra Rubens
Augusto de Miranda, pesquisador da
Embrapa Milho e Sorgo.
O ambiente que se formou favoreceu
o Brasil. Miranda explica que em janeiro
de 2012, quando os preços estavam altos
e estimularam o plantio, todas as projeções apontavam para uma super safra
UM GIGANTE QUE SÓ CRESCE
Para a temporada 2012/13, o USDA estimava, no relatório de junho de 2013, produção de 855,7 milhões de toneladas no mundo. Além das perdas nos Estados Unidos e na
Ucrânia, o destaque fica por mais uma super safra no Brasil,
de 77 milhões de toneladas, e a recuperação da Argentina,
que deve colher 26,5 milhões de toneladas. Chama atenção
de milho no mundo, que poderia superar a 1 bilhão de toneladas. “Não foi isso
que aconteceu”, ressalta. No primeiro
semestre, a estiagem no hemisfério sul
atingiu a Argentina, que tinha previsão
de produzir 29 milhões de toneladas e
não passou de 21 milhões de toneladas.
No outro extremo do planeta também
ocorreram problemas na Ucrânia, outro
grande fornecedor do grão.
A safra 2011/12 fechou em 833,2 milhões de toneladas. A China, segunda
maior produtora e consumidora de milho no mundo, ampliou sua colheita no
período. A mesma situação ocorreu no
Brasil: embora apresentando problemas
na região Sul, pelo estresse hídrico, conseguiu colheita recorde, principalmente
em função do excelente resultado obtido no segundo ciclo de plantio.
ainda o crescimento do plantio de milho na China, que tem
projeção de colher 205,6 milhões de toneladas. Mas toda
essa quantidade não é suficiente para o abastecimento do
país, que precisa importar o cereal. “Em breve, a China será a
maior compradora mundial”, acredita o pesquisador Rubens
Augusto de Miranda, da Embrapa Milho e Sorgo. Atualmente, esse posto é ocupado pelo Japão.
29
Saddled horse
W
hen a country that detains half of the global corn market experiences a reduction in its crop, what might
happen? Other suppliers need to fill the gap. The scenario that unfolded during the 2011/12 season, and has been
happening again in the 2012/13 cycle, with the United States enduring losses by virtue of the prolonged drought, whilst in need
of ever increasing volumes of corn for its ethanol industry, paved
the way for Brazil to excel as producer and exporter of the cereal.
In its June 2013 report, the United States
Department of Agriculture (USDA) predicts
that Brazil will be the leading global supplier of corn, by the end of the 2012/13 season,
which comes to a close in September. The
number indicated by the sector is 26.5 million tons, outstripping the previous season by
upwards of 100%, which reached 12.6 million
tons. This makes the Country rank as third
biggest global supplier, coming only after
the United States and Argentina. The United
States shipped abroad 38.4 million tons in the
2011/12 season, but is not expected to export
Sílvio Ávila
Taking advantage of
the corn crop reductions
experienced by all
major competitors,
Brazil becomes the
leading supplier of the
cereal to the world in the
2012/13 season
EVER GROWING GIANT
In its June 2013 report, the USDA estimated the 2012/13 crop at 855.7 million tons in
the world. Although having suffered losses in the United States and Ukraine, the highlight was another bumper crop in Brazil, totaling 77 million tons and the recovery of
Argentina, a country that is supposed to harvest 26.5 million tons. What also captures
attention is China’s crop, projected at 205.6 million tons. This amount is not enough to
supply the needs of this country, with imports filling the gap. “China will soon become
the largest corn purchaser in the world”, says researcher Rubens Augusto de Miranda, of
Embrapa Corn and sorghum. Currently, Japan is the largest importer of corn.
30
more than 18.5 million tons this year.
Brazil managed to climb to the leading
position only because the competitors suffered some kind of setback. The size of the
North-American crop, which totaled 313.9
million tons in the 2011/12 season, is expected
to remain at 273.8 million tons in the current crop year, according to the USDA. While
increasingly in need of more corn for the
production of ethanol, the United States also
incurred huge losses from one of the most severe droughts over the past years, in all major
corn producing states. “As a result, exports
plummeted and prices skyrocketed”, recalls
Rubens Augusto de Miranda, researcher with
Embrapa Corn and Sorghum.
The situation favored Brazil greatly. Miranda explains that in January 2012 prices
were high and encouraged plantings, all
projections were pointing to a bumper corn
crop around the world, with chances to surpass one billion tons. “This was not what happened”, he stresses. In the first half of the year,
the drought conditions in the southern hemisphere that hit Argentina, where the crop had
been estimated at 29 million tons, but barely
reached 21 million. At the other extremity of
the planet, a huge corn supplier, Ukraine,
equally experienced problems.
The 2011/12 crop amounted to 833.2 million tons. China, the second largest producer
and consumer of corn in the world, harvested
a bigger crop over the period. The same occurred in Brazil: although facing flood conditions in the South, the crop reached record
high, especially because of the excellent result
achieved in the second crop.
UM MUNDO DE MILHO • A world of corn
BONS NEGÓCIOS • Good deals
(em milhões de toneladas)
Maiores produtores
(em milhões de toneladas)
Maiores exportadores
País
2011/122012/13 2013/14
Estados Unidos
313,9
273,8
355,7
China
192,7205,6 212,0
Brasil
73,077,0 72,0
Ucrânia
22,820,9 26,6
Índia
21,721,5 21,5
Argentina
21,026,5 27,0
Mundo
883,2855,7 962,5
País
2011/122012/13 2013/14
Estados Unidos
38,4
18,5
33,0
Argentina
16,522,0 16,0
Ucrânia
15,113,5 16,5
Brasil
12,626,5 18,0
Índia
4,64,8 3,5
União Europeia
3,2
1,5
2,5
Mundo
103,8 97,8102,4
Maiores consumidores
Maiores importadores
País
Estados Unidos
China
União Europeia
Brasil
México
Japão
Mundo
País
Japão
México
Coreia do Sul
Egito
União Europeia
China
Mundo
2011/122012/13 2013/14
279,0
265,4
293,3
188,0207,0 224,0
67,2
67,9
67,8
50,553,0 54,0
29,028,2 29,0
14,914,5 15,5
879,0863,7 935,0
2011/122012/13 2013/14
14,814,5 15,5
11,17,0 6,5
7,6
8,0
8,2
7,14,0 4,9
6,2
10,5
7,0
5,23,0 7,0
103,8 97,8102,4
Os dados referentes às safras 2012/13 e 2013/14 são previsões.
Os dados referentes às safras 2012/13 e 2013/14 são previsões.
Fonte: USDA, junho de 2013.
Fonte: USDA, junho de 2013.
Inor Ag. Assmann
Agenda
comum
Brasil, Estados Unidos e Argentina, maiores
produtores e exportadores mundiais de milho,
unem-se para a defesa dos interesses convergentes
E
stados Unidos, Brasil e Argentina, juntos, são responsáveis por cerca de 50% da produção
e de 70% da exportação de milho no mundo. Para resolver questões em comum, as principais entidades que representam os segmentos nesses países fundaram a The International Maize Alliance, batizada de Maizall, em reunião realizada em maio de 2013, em Buenos
Aires, capital da Argentina.
Participam da aliança a Associação
Brasileira de Produtores de Milho (Abramilho); a National Corn Growers Association (NCGA) e a US Grains Council
(USGC), dos Estados Unidos; e a Associação dos Produtores de Milho da Argentina (Maizar). Os três países enfrentam as
mesmas barreiras para a comercialização do cereal e de seus subprodutos.
O ex-ministro da Agricultura do Brasil,
32
Alysson Paolinelli, que preside a Abramilho, explica que, em grupo, os produtores
terão mais força para defender os benefícios da moderna agricultura e enfrentar os
obstáculos que se impõem para a adoção
da biotecnologia. Os países da Maizall consideram o uso da ferramenta como fundamental para atender à crescente demanda
global por alimentos. Há consenso entre
eles de que esse instrumento levará a sa-
fras mais produtivas e de qualidade, pois
reduz o uso de produtos químicos e fertilizantes e conserva o meio ambiente.
A presidência da Maizall será rotativa,
com mandato de dois anos. Os Estados
Unidos serão os primeiros a ocupá-la.
Conforme Alysson Paolinelli, para setembro de 2013 estão agendadas visitas à
China e à Coreia do Sul, dois importantes
mercados consumidores.
Common
agenda
Brazil, the United States and
Argentina, major global corn
producers and exporters,
joined efforts towards their
converging interests
T
ogether, the United States, Brazil and Argentina are responsible for about 50 percent of the entire global corn crop and 70% of all exports across the world. To solve common problems, all
major entities that represent the segment in these countries founded the International Maize
Alliance, known as Maizall, at a meeting held in May 2013, in Buenos Aires, capital city of Argentina.
The alliance consists of the Brazilian Association of Corn Producers (Abramilho); the
National Corn Growers Association (NCGA);
the U.S. Grains Council (USGC) and the Argentine Association of Corn Producers (Maizar). The three countries are being confronted with the same barriers when it comes to
trading their corn and corn byproducts.
Alysson Paolinelli, former minister of
agriculture in Brazil, who presides over the
Abramilho, explains that, as a group, the
producers will have more power to fight on
behalf of the benefits from modern agriculture and face any obstacles that derive from
the adoption of biotechnology. The Maizall
countries maintain that the use of the tool
is of utmost importance to meet the everincreasing need for food around the globe.
There is a consensus among them that the
instrument will lead to more productive and
quality oriented crops, once it reduces the
use of pesticides and fertilizers, whilst preserving the environment.
The chair will be occupied in a rotating system, with a two-year term. The first
president will be from the United States. According to Alysson Paolinelli, for September
2013 visits have been scheduled to China
and South Korea, two leading consumer
markets.
Sílvio Ávila
No caminho
certo
Presidente da Abramilho vê com otimismo o
aumento da produção brasileira de milho, em
virtude da grande demanda mundial do grão
O
aumento substancial da safra de milho no Brasil tem sido visto como boa oportunidade pelo presidente da Associação Brasileira de Produtores de Milho (Abramilho),
Alysson Paolinelli. O ex-ministro da Agricultura, Pecuária e Abastecimento mostra-se
entusiasmado com o atual momento pelo qual passa o setor, que tem previsão de colheita de
78,4 milhões de toneladas no ciclo 2012/13. Em seu entender, excesso de oferta não é problema. “Temos demanda”, argumenta.
Paolinelli lembra que o mundo precisa de mais alimentos e o milho, junto
com a soja, é fundamental para garantir
esse abastecimento. Os dois grãos são as
principais matérias-primas das rações
que alimentam os rebanhos de animais,
fontes de proteína para a população.
Além disso, observa o presidente da
Abramilho, em muitos países o cereal se
constitui em fundamental componente
da dieta das famílias.
Outra vertente importante para o
grão está no uso como fonte energética. Uma forte e crescente demanda para
este fim se concentra nos Estados Uni-
34
dos, que devem fechar a safra 2012/13
com acentuada quebra de safra, em função de severa estiagem. Segundo o ex-ministro, os americanos tinham necessidade de 150 milhões de toneladas para
abastecer as usinas de etanol, mas conseguiram garantir apenas 123 milhões
para essa finalidade. “Eles importaram
milho até do Brasil”, destaca.
Por todos esses motivos, Alysson Paolinelli se diz despreocupado com relação ao
mercado para o milho brasileiro e ainda
vê como positivo o aumento do plantio
na segunda safra. “Os resultados têm sido
excelentes”, comemora, lembrando que
alguns agricultores estão conseguindo colher, em média, 140 sacas por hectare.
Se a demanda não é problema, por
outro lado a falta de políticas públicas
direcionadas ao setor está tirando o sono
do presidente da Abramilho. Ele cita
como entraves a deficiência da rede de
transportes para escoamento da safra, a
insuficiência de crédito e a falta de um
seguro agrícola, além da definição de um
preço mínimo mais remunerador. “Estive
na Argentina e os produtores estavam reclamando que o governo havia taxado a
exportação em 32%. Tive que rir, porque
no Brasil pagamos 66%”, compara.
On the
right track
Abramilho president
enthuses over the rising
Brazilian corn crop, in
response to huge global
demand for the kernel
T
Sílvio Ávila
he substantial increase of the Brazilian
corn crop has been taken as a great opportunity by president of the Brazilian Association of Corn Producers (Abramilho), Alysson
Paolinelli. The former minister of the Ministry of
Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA)
enthuses over the moment the sector is now
experiencing, with a crop estimated at 78.4 million tons in the 2012/13 season. He understands
that excessive supply is not a problem. “There is
demand for it”, he argues.
Paolinelli recalls that the world needs more food, and corn,
along with soybean, plays a fundamental role in meeting
this need. The two grains constitute the major ingredients in
livestock feed, and are a source of protein for the population.
Furthermore, the president of Abramilho recalls that, in many
countries, corn is a staple food for most families.
Another relevant variable for this kernel lies in its use as a
source of energy. A source and soaring demand towards this
end is taking place in the United States, where the 2012/13 crop
is likely to come to a close with a great reduction in size, due to
drought conditions. According to the former minister, the United
States needed 150 million tons to supply the ethanol mills, but
managed to get only 123 million tons for this purpose, resulting
into huge imports, even from Brazil”, he mentions.
For all these reasons, Alysson Paolinelli feels completely comfortable about the corn market in Brazil and views the soaring
second crop as a positive factor. “All results have been excellent”,
he celebrates, recalling that some farmers are now harvesting up
to 140 sacks per hectare, on average.
If demand is no problem, there is, nonetheless, the lack of public policies directed towards the sector, a fact that is giving the
president sleepless nights. In his opinion, hurdles include transportation deficiencies for shipping the crop to its destinations, the
lack of a farm insurance program, and the absence of a more remunerating minimum price at farm gate level. “I have been to Argentina and the growers were complaining about the 32 percent
tax rate levied on exports. It made me laugh, because in Brazil we
pay 66 percent”, he compares.
35
36
Inor Ag. Assmann
Mercado
Mar
amarelo
Estoques de milho no Brasil devem chegar ao recorde
de 17,4 milhões de toneladas no final da safra 2012/13,
conforme estimativa realizada pela Conab
A
s duas safras consecutivas com recordes de produção tendem
a elevar os estoques de milho às maiores quantidades já registradas no Brasil. Pelo levantamento da Companhia Nacional de
Abastecimento (Conab), de junho de 2013, a temporada 2012/13, com
previsão de colheita de 78,4 milhões de toneladas, deve ser finalizada
com 17,5 milhões de toneladas armazenadas. No fechamento do ciclo
2011/12, que teve desempenho de 72,9 milhões de toneladas, eram
apenas 5,8 milhões de toneladas estocadas, números considerados
normais para a situação nacional.
Mesmo com a superação de todos os limites
na exportação de milho em 2012 (19,7 milhões
de toneladas) e com as excelentes vendas em
2013 (8,1 milhões de toneladas até maio), o
desempenho não foi suficiente para escoar a
grande produção brasileira do cereal na safra
2012/13. Os embarques acima do previsto somente foram possíveis porque os Estados Unidos tiveram quebra em suas lavouras.
Os problemas climáticos não devem ocorrer com a produção norte-americana no ciclo
2013/14, cujo plantio se encerrou em junho de
2013. Nesse mês, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) apresentou
relatório com projeção de colheita de 355,7
milhões de toneladas de milho para o maior
produtor mundial. Com isso, o país deve voltar
a dominar o mercado do cereal, fazendo com
que o grão brasileiro perca espaço, a partir do
segundo semestre de 2013.
Se por um lado o Brasil deve diminuir os
embarques, por outro convive com a realidade de consumo interno praticamente estável.
Para o período 2012/13, o quadro de oferta e
demanda da Conab apresenta previsão de 52
milhões de toneladas em termos de abastecimento doméstico, superior em apenas 500 mil
toneladas em relação à temporada anterior.
No estudo “Projeções do Agronegócio
– Brasil 2012/13 a 2022/23”, divulgado em
junho de 2013, o Ministério da Agricultura,
Pecuária e Abastecimento (Mapa) mostra que
a produção irá aumentar bem mais, em uma
década, do que a necessidade do grão para
atendimento das demandas interna e externa. Segundo o documento, o País passará de
78,4 milhões de toneladas colhidas para 93,6
milhões de toneladas no período analisado.
Nesse mesmo intervalo, o consumo interno
deve subir de 52 milhões de toneladas para
62,6 milhões; e as exportações, de 18 milhões
para 24,7 milhões de toneladas.
37
Market
Yellow sea
Corn ending stocks
in Brazil are likely to
reach record levels of
17.4 million tons at the
close of the 2012/13
season, according to
Conab estimates
T
he two consecutive bumper corn crops in Brazil tend to
raise ending stocks to levels never registered before. According to a survey conducted by the National Supply
Company (Conab), in June 2013, the projection for the 2012/13
season is for 78.4 million tons, resulting into ending stocks of
17.5 million tons. At the close of the 2011/12 cycle, which totaled 72.9 million tons, ending stocks had reached about 5.8
million, numbers viewed as normal for the national situation.
Sílvio Ávila
Although having outstripped all corn
export limits in 2012 (19.7 million tons)
and with excellent sales in 2013 (8.1 million tons by May), this performance was
not enough to ship abroad the huge production volumes in the 2012/13 season.
38
Larger-than-projected exports were only
possible because of the smaller crop harvested in the United States.
No climate problems are expected in the
United States in the 2013/14 cycle, where
corn plantings ran through the end of June.
A time when the United States Department
of Agriculture (USDA) released a report on
the crop, projecting it at 355.7 million tons
in the entire country. This should put that
country again on the forefront of the global
corn market, making the Brazilian kernels
lose ground as of the second half of 2013.
If on the one hand Brazil is supposed to reduce its shipments abroad, on the other hand
the Country is going through a period of stable domestic consumption. For the 2012/13
time period, Conab’s supply and demand picture presents a projection of 52 million tons in
terms of domestic supply, only 500 thousand
tons bigger from the previous season.
In the study “Agribusiness Projections
– Brasil 2012/13 to 2022/23”, published
in June 2013, the Ministry of Agriculture,
Livestock and Food Supply (MAPA) shows
that production will exceed by far the demand for the kernel in both the domestic
and the foreign market. According to the
document, Brazil’s corn crop will jump
from the present 78.4 million tons to 93.6
million tons over the period in question.
In the meantime, internal consumption is
projected to increase from 52 million tons
to 62.6 million; whilst shipments abroad
will go from 18 million to 24.7 million tons.
MAYS
+MAYS
++
Programa
ProgramaMAYS
MAYS
Ajudando
a produzir
mais.
Ajudando
a produzir
mais.
O programa
+Mays,
idealizado
especialmente
O programa
+Mays,
idealizado
especialmente
para
milho,
conta
com
uma
combinação
ideal
de de
para
milho,
conta
com
uma
combinação
ideal
fertilizantes
com
características
químicas
fertilizantes
com
características
químicas
e físicas
superiores
e únicas,
para
proporcionar
e físicas
superiores
e únicas,
para
proporcionar
facilidade
de de
aplicação,
altas
produtividades,
facilidade
aplicação,
altas
produtividades,
qualidade
de
grãos
e
maior
rentabilidade
ao produtor.
qualidade de grãos e maior rentabilidade
ao produtor.
NPK
no no
grânulo,
Nitrogênio
eficiente
e versatilidade
de de
aplicação
NPK
grânulo,
Nitrogênio
eficiente
e versatilidade
aplicação
Nitrogênio
sem
perdas
porpor
volatilização,
qualidade
física
superior
e rendimento
operacional
Nitrogênio
sem
perdas
volatilização,
qualidade
física
superior
e rendimento
operacional
Nutrição
foliar
de de
altaalta
tecnologia
com
eficiência
e segurança
de de
aplicação.
Nutrição
foliar
tecnologia
com
eficiência
e segurança
aplicação.
www.yarabrasil.com.br
www.yarabrasil.com.br
Inor Ag. Assmann
Tarefa de casa
As melhores alternativas para assegurar o escoamento tranquilo dos
excedentes da safra brasileira de milho passam a ser o desafio do setor
A
discussão para os próximos anos na cadeia produtiva do milho tende a se concentrar
numa questão básica: como o Brasil vai escoar todo o excedente do cereal? Ao menos,
essa é a impressão do pesquisador Rubens Augusto de Miranda, da Embrapa Milho e Sorgo. Ele lembra que 70% da produção de milho tem como destino a fabricação de ração animal,
sendo metade para o setor de aves e o restante para a pecuária leiteira e os suínos.
Segundo o pesquisador, mesmo o País
sendo autossuficiente, há problemas de
desabastecimento. Isso ocorre, explica
ele, porque algumas regiões produzem e
também consomem o grão, caso do Sul,
enquanto outras, como o Centro-Oeste,
colhem muito, mas precisam escoar o
produto para outros locais. Já o Nordeste,
mesmo com grande quantidade disponível para seu uso, sofre com secas frequentes, que prejudicam a oferta. “O problema
é que em anos de grande demanda inter-
40
nacional, como em 2012, muitas vezes a
opção é pela exportação, ao invés do escoamento interno”, conclui Miranda.
A intenção de consolidar o Brasil como
grande exportador é o foco principal do
Programa de Desenvolvimento do Milho
que está sendo elaborado pela Associação
Brasileira de Produtores de Milho (Abramilho), em conjunto com a Embrapa Milho e
Sorgo e a Fundação Dom Cabral. O documento deve ser finalizado em julho de 2013
para poder ser enviado ao governo federal.
O chefe-geral da Embrapa Milho e
Sorgo, Antônio Álvaro Corsetti Purcino,
explica que foram ouvidos produtores
de todo o País, representados por suas
federações de Agricultura. Eles ajudaram
a formar o cenário do milho no Brasil e
também puderam apresentar sugestões.
Foram visitados os estados do Rio Grande do Sul, Paraná, São Paulo, Goiás, Mato
Grosso, Minas Gerais e Bahia. A ideia dos
organizadores é apresentar políticas públicas para o setor até 2020.
The best alternatives
for trading the
surpluses of the
Brazilian corn crop are
now a big challenge
for the sector
T
Homework
he debate for the coming years of the corn supply chain
tends to be focused on one basic question: how will Brazil trade the surpluses of the cereal? At least, this is the
impression of researcher Rubens Augusto de Miranda, of Embrapa Corn and Sorghum. He recalls that 70% of the entire corn
crop is destined for making animal feed, half of it for the poultry
sector and the other half for hogs and dairy cattle.
According to the researcher, although
the Country is self-sufficient, there will be
problems of shortages. This occurs, he explains, because some regions produce and
consume the cereal, like it happens in the
South, while other regions, like the CenterWest, harvest huge amounts but need to
ship the product to other regions. On the
other hand, the Northeast, although producing enough for its own consumption, is
subject to drought conditions that interfere
negatively with the question of supply and
demand. “The problem lies in the fact that,
in years of huge international demand,
like in 2012, frequently the export option
prevails, instead of supplying the domestic
market”, Miranda concludes.
The intention of consolidating Brazil as
a huge corn exporter is the major focus of
the Corn Development Program, now being defined by the Brazilian Corn Farmers
Association (Abramilho), jointly with Embrapa Corn and Sorghum and the Dom
Cabral Foundation. The document should
be fully concluded by July 2013 and then
forwarded to the federal government.
The chief-executive at Embrapa Corn
and Sorghum, Antônio Álvaro Corsetti Purcino, explains that corn farmers from all over
the Country were consulted, represented
by their Agriculture Federations. They were
responsible for creating the entire Brazilian corn scenario and also had the chance
to give suggestions. The following states
were visited: Rio Grande do Sul, Paraná, São
Paulo, Goiás, Mato Grosso, Minas Gerais and
Bahia. The idea of the organizers is to come
up with public policies for the sector, by 2020.
41
Vai ter
Robispierre Giuliani
um preço
Com a entrada no mercado
de mais uma super safra
brasileira de milho, a
previsão é de tempos
difíceis, com tendência de
queda nas cotações
There is a
price to pay
42
As another Brazilian
bumper corn crop
reaches the market, the
forecast points to difficult
times, with a trend
towards lower prices
U
ma nova super safra de milho no Brasil, com colheita de 78,4 milhões de toneladas e perspectiva de 17,5 milhões de toneladas no estoque final, na temporada 2012/13, de acordo
com previsão da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), deve trazer na carona
a queda dos preços ao produtor. Tudo leva a crer que a baixa das cotações passe a ser sentida a
partir do segundo semestre de 2013, quando o mercado começa a ser abastecido com o grão dos
Estados Unidos, fazendo com que a demanda pelo cereal brasileiro perca fôlego.
O pesquisador Rubens Augusto de
Miranda, da Embrapa Milho e Sorgo,
prevê cenário negro para o setor, caso
esse novo recorde produtivo se confirme. Ele acredita que as situações mais
graves serão verificadas nas regiões
que possuem grande produção e, no
entanto, registram pouco consumo. É
o caso do Mato Grosso, segundo maior
produtor nacional. Conforme projeções
da consultoria Agroconsult, em janeiro
de 2014 o preço da saca de milho no Estado pode chegar a R$ 5,00, enquanto o
custo para produzir o grão oscila entre
R$ 11,00 e R$ 13,00. “A confirmação da
previsão vai demandar socorro do go-
verno federal”, entende.
No início de junho de 2013, de acordo com acompanhamento da consultoria AFNews, a cotação no Mato Grosso
apresentava-se na média de R$ 12,65
por saca, enquanto no mesmo período
do ano anterior estava em R$ 14,07. O
preço mínimo estipulado pelo governo
federal para a venda do cereal no Estado é de R$ 13,02.
Na entrada do segundo semestre
de 2013, a situação para os produtores
mato-grossenses era de dúvida quanto a
venda ou não do cereal. O pesquisador
Rubens Miranda, analisando o momento, avaliava que os agricultores estavam
aguardando por definições do mercado.
“Vendendo logo, consolidam-se as perdas, que podem aumentar com a espera
de uma ocasião mais oportuna, tendo
em vista que o cenário futuro é mais pessimista em termos de preços”, enfatiza.
O governo federal já havia começado
a intervir no mercado por meio da realização dos leilões de contrato de opção,
a fim de aliviar a pressão sobre os estoques. Pelo instrumento de venda futura,
com prazo determinado, os produtores
podem deixar de cumprir o compromisso na data combinada, caso o preço em
vigor no mercado seja mais interessante
do que o fixado pela Conab.
A
new bumper corn crop in Brazil, estimated at 78.4 million tons and perspective for ending
stocks of 17.5 million tons in the 2012/13 season, according to the forecast by the National
Supply Company (Conab), should entail lower farm gate prices. There is every indication
that prices are likely to decrease as of the second half of 2013, when the market begins to receive
corn from the United States, making demand for the Brazilian crop recede.
Researcher Rubens Augusto de Miranda, of Embrapa Corn and Sorghum,
anticipates a jittery scenario for the
sector, should this new production record confirm. He has it that the most
serious situations will certainly occur in
regions that produce a lot of corn but
consume very little. This is the case of
Mato Grosso, second-largest national
producer. According to projections by
Agroconsult, in January 2014 the price
of a sack of corn across the State could
drop to R$ 5.00, while the production
cost ranges from R$ 11.00 and R$ 13.00.
“If the situation materializes, it will
require help from the federal govern-
ment”, he understands.
In early June 2013, according to AFNews, a consultancy firm, prices in Mato
Grosso averaged R$ 12.65 per sack, while
the average in the same period in the previous year was R$ 14.07. The minimum
price set by the federal government for
sales across the State is R$ 13.02.
At the start of the second half of
2013, the situation for the Mato Grosso
corn farmers was of great apprehension, especially with regard to selling or
not their cereal. Analyzing the moment,
researcher Rubens Miranda concluded
that the farmers were waiting for market
definitions. “Selling immediately would
entail losses, which could grow even bigger while awaiting for a more favorable
moment, and this is happening in light
of a very pessimistic future scenario in
terms of prices”, he emphasizes.
The federal government had already started intervening in the market
through option contract auctions, in order to reduce the pressure over the prices. Through the future sales instrument,
within a specific timeframe, the farmers
are not under obligation to make good
on their commitments at the pre-set
date, in case the price practiced by the
market is more convenient that the price
set by the Conab.
43
nobre
44
Robispierre Giuliani
Produto
Competitivo em
termos de custo e
rico em aspectos
nutricionais, o cereal
agrada ao paladar dos
brasileiros, mas ainda
tem baixo consumo
D
emonstrar para o consumidor as propriedades nutricionais do milho, um produto nobre e com inúmeras
aplicações, mas cujo consumo ainda é relativamente
acanhado. Esse é o principal objetivo da campanha que vem
sendo liderada desde junho de 2012 pela Associação Brasileira
da Indústria do Milho (Abimilho), entidade representativa das
principais empresas de processamento do cereal no País. Mais
do que divulgar os benefícios do grão, pouco conhecidos por
grande parte da população brasileira, a proposta é provocar a
mudança saudável dos hábitos alimentares, mostrando que o
alimento é um dos mais nutritivos e versáteis que existe.
Conforme o responsável pela assessoria de imprensa da Abimilho, Alex Branco,
as ações incluem a distribuição de material informativo para veículos de comunicação, publicações dirigidas, como revistas
femininas de grande circulação; e cursos
com nutricionistas, merendeiras e donas
de casa, além da divulgação de receitas e
de entrevistas com médicos especialistas
em bem-estar e técnicos da Embrapa. O
trabalho ainda é multiplicado pela parceria mantida com outras entidades.
Com tudo isso, pretende-se aumentar
em 800 mil toneladas o consumo do cereal. Em um ano, o setor moageiro buscará
elevar de 4,2 milhões para 5 milhões de
toneladas o volume de milho processado e destinado ao consumo humano. Ao
mesmo tempo, quer incrementar em até
20% a utilização de produtos derivados
VERSATILIDADE
Extremamente versátil, o milho e
seus derivados são utilizados em mais
de 150 produtos de diferentes setores. O
grão é empregado pela indústria têxtil,
de processamento de papéis e papelões,
medicamentos, cosméticos, couro e resinas, entre outros. Na indústria de alimentação, pode ser consumido diretamente
ou como componente na fabricação de
balas, biscoitos, pães, chocolates, geleias,
sorvetes, maionese e até cerveja.
Cultivado em todo o País, também
é matéria-prima de vários pratos, como
do milho pela população.
Atualmente, de acordo com o presidente da associação, Nelson Kowalski, o consumo de milho no Brasil varia de região para
região, sendo o Nordeste a que mais demanda, com 18,35 quilos per capita ao ano.
Quando comparado com outros países em
condições socioeconômicas semelhantes,
como o México, onde o consumo é de 63
quilos por habitante ao ano, os índices brasileiros ainda são praticamente irrelevantes.
Outra análise pode ser feita com relação ao consumo de flocos de milho, contidos nos cereais matinais, que chega a
5,8 quilos nos Estados Unidos, enquanto
o índice brasileiro não ultrapassa a 100
gramas por habitante. Esse, aliás, é um dos
segmentos com maior potencial de crescimento, junto com as polentas instantâneas e os produtos prontos e semiprontos.
cuscuz, polenta, angu, bolos, canjicas,
mingaus e cremes. Sem contar que
maior parte de sua produção é utilizada
na alimentação animal. Energético, o
cereal é composto de vitaminas A e do
complexo B, proteínas, gorduras, carboidratos, cálcio, ferro, fósforo e amido.
Vê-se, portanto, que o grão tem potencial de sobra. Num País como o Brasil, com imensas áreas cultiváveis e com
problemas de desnutrição, mais do que
uma questão comercial, o aumento no
consumo de milho por parte da população é, acima de tudo, uma solução social.
45
Sílvio Ávila
46
Distinguished
product
Competitive in terms
of cost and rich in
nutritional values,
the cereal pleases the
Brazilian palate, but
consumption is still
lagging behind
K
eeping consumers aware of the nutritional values of corn,
a very distinct kernel with countless uses, but with consumption still lagging behind. This is the main objective
of the campaign that has been run since June 2012 by the Brazilian Association of Corn Industries (Abimilho), an organ that
represents the major corn processing companies in the Country. More than just spreading the benefits of the kernel, still ignored by most Brazilian people, the idea is to trigger a change
to the eating habits, showing that corn is one of the most nutritive and versatile foods in the world.
According to the man in charge of the
Media Advisory Council at the Abimilho,
Alex Branco, initiatives include the distribution of informative materials to communications agencies, specific publications, like
women’s magazines of large circulations;
and courses given by nutritionists, school
lunch servers, housewives, besides food
recipes, interviews with welfare specialists and Embrapa technicians. This work is
even further expanded through partnerships with other entities. The idea behind it
is to make consumption of corn soar to 800
thousand tons. In one year, the corn milling
industry is set to increase from 4.2 million to
5 million tons the volume of corn processed
for human consumption. In the meantime,
the intention is to increase by 20% the use
of corn-based products by the population.
Currently, according to the president
of the association, Nelson Kowalski, consumption of corn in Brazil varies from
one region to the other. With the Northeast as leader in demand, where per
capita consumption is 18.35 kilos a year.
Compared to other countries, where socioeconomic conditions are similar, like
Mexico, with a consumption of 63 kilos
per person a year, consumption of corn
in Brazil is almost irrelevant. Another
analysis could include corn flakes, normally consumed at breakfast, totaling
5.8 kilos per person in the United States,
while in Brazil and does not even exceed
100 grams per person. The latter, by the
way, is a segment that has a huge potential to soar, along with instant polentas,
semi ready and ready-to-eat foods.
VERSATILITY
Extremely versatile, corn and corn-based products are utilized in upwards of 150
products of different segments. The kernel is used by the textile industry, paper and cardboard processing, medicines, cosmetics, leather and resins, among others. In the food
industry it is consumed directly, or as component in candy, biscuits, bread, chocolate,
jellies, ice cream, mayonnaise and beer.
Grown all over the Country, corn is also an ingredient in several dishes, like cuscuz,
polenta, angu, cakes, canjicas, porridge and creams. Not to mention that the bulk of the
corn crop is fed to cattle. Laden with energetic ingredients, the cereal contains vitamin A,
complex B vitamins, proteins, fat, carbohydrates, calcium, iron, phosphorus and starch.
This makes it clear that the kernel has potential to spare. In a country like Brazil, with
immense stretches of arable lands, but facing malnutrition problems, more than a commercial question, more consumption of corn by the people is, above all, a social solution.
47
48
Inor Ag. Assmann
Fábrica
de sabores
Abimilho investe em campanhas de incentivo ao
consumo e em inovações para aumentar os 4,6
bilhões de milho processados anualmente
O
s grãos de milho colhidos pelos produtores brasileiros são transformados em inúmeros
produtos adequados à alimentação humana ou para outros segmentos industriais. As
indústrias de moagem a seco e úmido demandam cerca de 4,6 bilhões de toneladas do
cereal ao ano. Movimentam receita de aproximadamente R$ 4,8 bilhões. Os resultados foram
divulgados pela Associação Brasileira da Indústria do Milho (Abimilho). Os números demonstram
que a produção dos derivados encontra-se estabilizada. “Em 2012, o mercado foi concorrido. As
indústrias tiveram faturamento alto, principalmente pelo fato de o preço do milho estar valorizado”, destaca Nelson Kowalski, presidente da Abimilho.
De acordo com a associação, o segmento processador do cereal responde
por mais de 12 mil empregos diretos e
100 mil indiretos. Entre as metas da entidade, composta por 15 indústrias associadas, estão o apoio ao aumento da
produtividade e da qualidade do milho
e a promoção da demanda dos alimentos à base do grão. Atualmente, a Abimilho entra em ação com a campanha
de incentivo ao consumo e defende a
continuação do processo de desoneração tributária em toda a cadeia.
O grão de milho apresenta grande
número de aplicações. Mas é no prato
dos brasileiros que ele mais se destaca.
Inclusive, é um dos cereais mais consumidos do mundo. Ao lado do trigo e
do arroz, o grão faz parte da chamada
pirâmide alimentar, apresentando altos
níveis de carboidratos, substâncias essenciais à obtenção de energia. O óleo
de milho é indicado por especialistas
da saúde por apresentar baixo índice de
gorduras saturadas. O alimento é rico
em vitamina E.
De acordo com o presidente da Abimilho, os derivados mais produzidos
PARA FORA
Os derivados do milho também são demandados pelo
mercado externo. Em 2012, o Brasil exportou 83,420 mil
toneladas de farinha de milho, menos do que as 96,049 mil
toneladas embarcadas no ano anterior, conforme divulgou
a consultoria Safras & Mercado, no Informativo do Milho, de
atualmente pelas indústrias associadas
à Abimilho são as farinhas de milho, os
grits (para produção de cerveja ou salgadinhos) e o amido. Os mais consumidos são farinhas, flocos para cuscuz,
grits e óleo. Já os itens que apresentam
maior potencial de demanda são amido
de milho, flocos de milho, produtos lights e para celíacos. Para o futuro, prevê
o crescimento de novos produtos feitos
sob medida na área industrial e a difusão de produtos regionais em outras
áreas, como o cuscuz nordestino na região Sudeste.
17 de junho de 2013. Os envios de óleo de milho somaram
35,071 mil toneladas, resultado superior às 33,986 mil toneladas negociadas em 2011. Outro item comercializado fora
do Brasil foi o amido, que totalizou 11,013 mil toneladas em
2012, superando as 9,111 mil toneladas vendidas ao exterior
no ano anterior.
49
Taste factory
T
he corn kernels harvested by the Brazilian growers are
transformed into an array of products appropriate for human consumption, or useful for other industrial purposes.
The dry and wet corn milling industries need some 4.6 billion kilos of corn a year. They generate revenue of R$ 4.8 billion. The
results were released by the Brazilian Corn Trade Assocation
(Abimilho). These numbers demonstrate that the production of
corn-based items has stabilized. “In 2012, the market operated at
full speed. Most industries raked in hefty revenues because corn
prices were high”, notes Nelson Kowalski, president of Abimilho.
According to association sources, the
processing segment of the cereal is responsible for upwards of 12 thousand direct jobs
and 100 thousand indirect ones. The targets
of the entity, made up of 15 associated industries, include ample support to higher
productivity and better kernel quality initiatives and much publicity about corn-based
foods. Currently, Abimilho is running a consumption incentive program and is fighting
towards exempting the entire supply chain
from the taxes levied on its products.
Corn kernels have a diversity of uses that
reach upwards of 150 applications. It may
sound odd, but the cereal is present in paper,
textiles, medicines, paints, leathers and resins.
It is a major ingredient in beer and is equally
used in mining operations. But it is in the Brazilian cuisine that the kernels are particularly
present. Corn is also one of the most consumed
cereals in the world. Along with wheat and rice,
the kernel is one of the pillars of the so-called
food pyramid, with high carbohydrate content, a substance that is essential for energy
purposes. Corn oil is much recommended by
healthcare specialists for its low levels of saturated fats. The food is rich in vitamin E.
According to Kowalski, currently, the
most produced corn-based products by
the industries associated with Abimilho are
cornmeal, grits for the production of beer or
snacks) and starch. The most consumed are
flours, flakes for cuscus, grits and oil. On the
other hand, the items that present the big-
50
gest potential for demand are as follows:
corn starch, corn flakes, light products and
foods for celiac sufferers. For the future, the
association anticipates a series of tailor-made
products for the industry, and much publicity about regional products in other areas,
like Northeastern cuscus in the Southeast.
Inor Ag. Assmann
Abimilho is investing in
consumption incentive
campaigns and in
innovations to surpass
the present 4.6 billion
kilos of corn processed
annually
OVERSEAS
Corn-based products are also in great demand abroad. In
2012, Brazil exported 83.420 thousand tons of cornmeal, representing a small decrease from the 96.049 thousand tons exported the previous year, according to the Maize Newsletter,
published by Safras & Mercado, on 17th June 2013. Corn oil
shipments abroad amounted to 33.986 thousand tons in 2011.
Another item negotiated overseas was starch, which totaled
11.013 thousand tons in 2012, outstripping the 9.111 thousand
tons shipped abroad the year before.
FUBÁ PARA VIAGEM CAKE FOR THE TRIP
A Seara Indústria e Comércio de Produtos
Agropecuários, com sede em Sertanópolis (PR),
também atua na produção de derivados do milho.
Em 2011, colocou em funcionamento a nova
indústria de moagem de milho, em Ibiporã (PR),
com capacidade para processar em torno de 7 mil
toneladas de grão por mês. Na indústria, o milho é
triturado, dando origem a vários subprodutos, como
milho picado, germe para produção de ração ou
óleo, canjica, grits, flocos de milho, cuscuz e polenta
pronta. “O que ocorreu de novo foi a demanda de
fubá por parte de alguns países da África”, destaca
Maurício Bernardes, gerente comercial de varejo da
Seara. Segundo ele, o principal comprador de fubá
do Brasil é Angola. Igualmente houve
embarques de canjiquinha para o Haiti.
Seara Indústria e Comércio de Produtos
Agropecuários, based in Sertanópolis (PR), also
manufactures corn-based products. In 2011, the
company inaugurated its new maize milling
plant, in Ibiporã (PR), with a capacity to process
approximately 7 thousand tons per month. At
the industry, the kernels are ground, giving rise to
several products, like grits, germ for the production
of feed or oil, canjica, grits, corn flakes, cuscuz and
ready-to-eat polenta. “What has occurred again
were orders for corn cake from countries in Africa”,
says Maurício Bernardes, commercial manager
at Seara’s retail department. According to him,
Angola is the country that imports the biggest
amount of corn cake from Brazil. Shipments of
canjiquinha to Haiti have also occurred.
51
Sem moderação
Sílvio Ávila
Produção de rações e de suplemento mineral ficou próximo de 65
milhões de toneladas em 2012 e movimentou cerca de R$ 48 bilhões
52
A
s porções de alimentação animal servidas em 2012 foram menores do que as demandadas no ano anterior. A produção total de rações somou cerca de 63 milhões de toneladas, 2,3% menos do que o volume consumido em 2011, de acordo com o Sindicato Nacional da Indústria de Alimentação Animal (Sindirações). Queda maior se verificou
no consumo de suplementos minerais, que ficou próximo de 1,95 milhão de toneladas, 17%
aquém do volume alcançado em 2011. “A interrupção no fornecimento de sal mineral elimina a transferência de tecnologia e compromete sobremaneira a produtividade do rebanho”,
alerta Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo da entidade.
No geral, conforme Zani, o desempenho do setor de alimentação animal em
2012 foi prejudicado pela evaporação
do capital de giro, provocada pelas recuperações judiciais requeridas por produtores descapitalizados. O resultado
também foi afetado pela explosão dos
preços do farelo de soja e do milho, pela
redução do alojamento de matrizes, pintinhos e bovinos; e ainda pela diminuição do ritmo exportador. A movimentação financeira do setor foi estimada em
R$ 48 bilhões com cereais, oleaginosas,
ingredientes de origem animal e aditivos
utilizados nas rações. “Mas esse montante não leva em conta o custo industrial,
as embalagens e o frete”, observa Zani.
O milho constitui cerca de 60% da
composição das rações, além de entrar
em alimentos para cães, gatos, peixes, camarões e os concentrados utilizados na
alimentação de bovinos de corte e de leite,
caprinos e ovinos. “O cereal é a principal
fonte energética capaz de maximizar os
ganhos de peso diário e de conversão alimentar de aves e suínos”, destaca Zani. A
alta nos preços do milho e da soja fez recuar a margem das empresas do setor, uma
vez que o produtor de proteína animal
também encontrou resistência por parte
do varejo no repasse de preços aos consumidores. “O alto custo dos insumos das
rações foi em grande parte diluído entre os
elos da cadeia de suprimentos”, aponta.
Segundo Zani, o desempenho de 2012
aprofundou a preocupação dos empreendedores frente à perda de competitividade
e à pressão sobre as cadeias de produção e
de alimentação animal, que vem se acentuando pela persistente insegurança jurídica, falta de clareza sobre direitos e deveres e sucessivas alteração nas legislações
e nos marcos regulatórios. Além disso, ele
cita que a indústria enfrenta a burocracia
estatal, permeada por excessivos e complexos procedimentos, e a asfixiante carga
de impostos, que onera os preços por conta do sistema cumulativo de tributos. “Esse
ambiente pouco confiável e hostil aos
negócios, além de ser desestimulador aos
investimentos, prejudica cada vez mais os
diversos segmentos”, avalia.
COMPASSO DE ESPERA
Como a reação econômica do País era esperada somente para a partir do segundo semestre de 2013, a projeção da indústria de alimentação animal era crescer 3% no ano em curso. Para o Sindirações, este avanço representaria apenas a
recuperação do retrocesso apurado em 2012. No primeiro trimestre de 2013, a entidade já havia registrado um tímido desempenho, de pouco mais de 14,6 milhões
de toneladas de rações, quase 1% abaixo do produzido no mesmo período de 2012.
Conforme Ariovaldo Zani, do Sindirações, o setor busca o aperfeiçoamento
ininterrupto dos padrões de segurança dos alimentos para garantia do consumidor, desoneração tributária para fortalecimento da competitividade e promoção da qualificação através da educação e do treinamento da mão de obra
para aumentar a produtividade.
53
Sílvio Ávila
Without
moderation
inglês
Production of livestock
feed and mineral
supplements came
close to 65 million tons
in 2012 and involved
about R$ 48 billion
54
T
he portions of animal feed consumed in 2012 were
smaller than in the previous year. In all, about 63 million tons of feed were produced, down 2.3% from the
previous year, according to sources from the Trade Union
of Brazilian Animal Feed Industries (Sindirações). Mineral
supplements suffered major decreases in consumption, and
the total remained at 1.95 million tons, down 17% from the
amount reached in 2011. “The interruption in the supply of
mineral salt eliminates any technology transference and
greatly jeopardizes the productivity of the herd”, warns Ariovaldo Zani, executive vice-president of the entity.
Corn represents about 60% of all ingredients used in animal feed, besides being
the basis for feed for dogs, cats, fish, shrimp
and concentrates utilized as food for beef
cattle, dairy cattle, goats and sheep. “The
cereal is the major energy source capable of
maximizing daily weight gains and poultry
and hogs food conversion capacity”, Zani
points out. The soaring corn and soybean
prices negatively affected the profit margins of the companies of the sector, since
the producers of animal protein were also
confronted with resistance from the retailers who found difficulty passing on price
hikes to consumers. “The high cost of feed
inputs was for the most part absorbed by the
links of the supply chains”, he comments.
According to Zani, the 2012 performance
BEM SERVIDOS • Well served
Produção brasileira de ração
(milhões de toneladas)
Segmento
deepened the concern of the entrepreneurs
in light of the loss of competitiveness and the
pressure over the production chains and animal feed, a fact that has been getting more
and more serious in light of the juridical uncertainties, the lack of clarity on rights and
duties and successive legislation changes,
besides the variables stemming from the
regulatory marks. Furthermore, he recalls
that the industry also has to put up with
bureaucratic hurdles, permeated by successive and complex procedures, and the overwhelming tax burden, which pushes prices
up on account of the cumulative taxation
system. “The little reliable and very hostile
business environment, besides discouraging
investments of any kind, is increasingly jeopardizing the various segments.
Sílvio Ávila
In general, in Zani’s view, the performance of the animal feed sector in 2012 was
adversely affected by the evaporation of the
working capital, brought about by requests
for judicial reorganization filed by cashstrapped farmers. The result was also affected by the skyrocketing prices of soybean
and corn meal, translating into a reduction
in the number of hens in the hatching enclosures, smaller numbers of young chickens
and calves; and also by slow moving exports.
In financial terms, the sector transacted
some R$ 48 billion in the trade of cereals,
soybean, ingredients of animal origin and
additives used in feed preparations. “Nonetheless, this amount does not take into consideration the industrial cost, packaging
materials and freight”, Zani observes.
2012 2013*%13/12
Aves
36,337,1 2,1
Frangos
31,131,7 2,1
Poedeiras 5,25,42,6
Suínos
15,115,5 2,5
Bovinos
7,47,63,3
Leite
4,84,93,0
Corte
2,62,74,0
Cães e gatos
2,26
2,37
5,0
Equinos
0,560,57 2,0
Aquacultura0,650 0,740 13,8
Peixes
0,5750,661 15,0
Camarões 0,0750,079
4,9
Outros
2,0
0,7530,768
Total rações
63,0
64,6
2,6
Sal mineral
1,95
2,24
15,0
Total
64,966,8 3,0
Fonte: Sindirações. * Previsão
MARKING TIME
As the economic reaction of the country had been expected
only for the second half of 2013, the animal feed industry had
projected a 3% increase over the current year. Sindirações sources
view this advance as a mere recovery from last year’s setback. In
the first quarter in 2013, the entity had registered a very shy performance, reaching a production of barely more than 14.6 million
tons of feed, down almost 1% from the same period in 2012.
According to Ariovaldo Zani, of Sindirações, the sector has
constantly been seeking improved food safety standards that
benefit consumers. In the meantime, there have been requests
for tax exemptions, with an eye towards competitiveness, quality-oriented educational initiatives and workforce training, in an
attempt to reach higher productivity rates.
55
Robispierre Giuliani
O principal
ingrediente
A avicultura e a
suinocultura consumiram
80% da produção total
de rações em 2012,
produto no qual o milho
representa mais de 60%
56
B
oa parte dos grãos de milho colhidos no Brasil é transformada em alimento para várias
espécies de animais. Em 2013, a produção de rações deverá atingir a 64,6 milhões de toneladas, 2,6% além do consumido em 2012, segundo o Sindicato Nacional da Indústria de
Alimentação Animal (Sindirações). Calcula-se que o milho representa 64% das rações destinadas
à avicultura e 65% do alimento próprio à suinocultura. As duas espécies consumiram 80% da
produção total de rações em 2012. A participação dos frangos de corte foi de 49% e a de suínos,
de 23%. As poedeiras demandaram 8% do total elaborado.
O Sindirações aponta que a avicultura
de corte poderá produzir mais de 13 milhões de toneladas de frango em 2013. Isso
se o vigor da demanda doméstica for recuperado e se as exportações tiverem novos
destinos. De acordo com a entidade, de
janeiro a março de 2013, o setor avicultor
diminuiu em 4,2% o consumo, no comparativo com o demandado no mesmo
período de 2012. A previsão é de que a
avicultura adquira total de 31,7 milhões de
toneladas de rações em 2013, 2,1% a mais
do que em 2012. A entidade prevê que, ao
longo de 2013, a avicultura de postura poderá demandar 5,4 milhões de toneladas
de rações, o que representará incremento
de 2,6%. O segmento de postura fechou
2012 com 5,2 milhões de toneladas, 5,4%
acima da quantia do ano anterior.
O volume de rações para a suinocultura regrediu 1% no primeiro trimestre
de 2013, contra a temporada passada.
Os preços da carne suína foram pressionados pela retração dos embarques e
pelo enfraquecimento do consumo doméstico. O Sindirações estima consumo
de 15,5 milhões de rações para suínos
em 2013, 2,5% superior ao produzido no
ano anterior. No entanto, é decisivo que
o custo de produção não sofra tanta volatilidade ao longo de 2013. Conforme o
Sindicato, as outras espécies também deverão registrar demanda maior de rações
em 2013, caso de gado de leite e de corte
(3,3%), cães e gatos (5%), equinos (2%),
aquacultura (13,8%) e outros (2%).
The main ingredient
Hog and poultry farming consumed 80 percent of the total volume of feed
produced in 2012, which is 60 percent corn
L
arge portions of the corn kernels harvested in Brazil are transformed into food for several
livestock species. In 2013, the production of feed is estimated to reach 64.6 million tons,
up 2.6% from the total consumed last year, according to sources from the Trade Union of
Brazilian Animal Feed Industries (Sindirações). It is estimated that corn represents 64 percent of
all feed for poultry farming and 65 percent for hog-raising operations. The two livestock species
consumed 80% of the total amount of feed produced in 2012, with the broilers’ share reaching
49%, while the hogs’ share remained at 23%. Laying hens consumed 8% of the total.
Sindirações maintains that meat
chicken operations are likely to produce
upwards of 13 million tons of broilers
throughout 2013. This will happen if tight
domestic demand gets back on track and if
new destinations are found for shipments
abroad. According to the entity, January
through March 2013, broiler consumption was down 4.2% from
the same period last year. The
forecast is for the chicken
farming sector to ac-
quire 31.7 million tons of feed in 2013, up
2.1% from 2012. The entity anticipates that,
throughout 2013, the laying hen segment
may demand 5.4 million tons of feed, representing an increase of 2.6%. Laying hens
consumed 5.2 million tons of feed in 2012,
up 5.4 percent from the previous year.
The volume of feed for hogs went
down 1% in the first quarter of 2013, compared to the previous season. Pork prices
suffered pressure from fewer shipments
abroad and from declining domestic
consumption. Sindirações anticipates a
consumption of 15.5 million tons of feed
by the hog segment in 2013, up 2.5% from
the previous year. Nonetheless, there is a
decisive factor at stake: the production
cost must stop being volatile throughout 2013. Union sources also anticipate
stronger demand for feed from such segments that include dairy operations and
beef cattle (3.3%), dogs and cats (5%),
equines (2%), aquaculture (13.8% and
others (2%).
57
Sílvio Ávila
Novas
clientelas
Animais de estimação, assim como os segmentos da
aquacultura, são responsáveis por significativo
incremento no consumo de rações
O
s únicos segmentos que consumiram mais rações em 2012 foram aquacultura (14%),
cães e gatos (4%) e poedeiras (5,4%). A produção de ração para peixes somou 575 mil
toneladas, 15% a mais do que em 2011. Os camarões demandaram 75 mil toneladas do
alimento, 7,1% acima do adquirido em 2011.
“O lançamento, em 2012, do plano-safra do governo federal de incentivo à
produção aquicola e a expectativa de harmonização nos requisitos para concessão
de licenças devem manter o dinamismo
apurado nas respectivas cadeias”, avalia
Ariovaldo Zani, vice-presidente executivo do Sindicato Nacional da Indústria de
Alimentação Animal (Sindirações). No
primeiro trimestre de 2013, mais de 200
58
toneladas de rações já tinham sido destinadas para peixes e camarões. “Isso permite prever a produção de mais de 740 mil
toneladas de rações em 2013, com crescimento de no mínimo 14%”, comenta.
O apetite de cães e gatos deu conta
de 2,3 milhões de toneladas de rações em
2012. A projeção é que o volume degustado
por esses animais de estimação em 2013 fique acima de 2,4 milhões de toneladas, 5%
de acréscimo sobre o anterior. “O consumo
maior deste segmento se deve à crescente
antropomorfização (dar qualidades humanas) que caracteriza a relação entre esses
animais de companhia e seus proprietários”, relata Zani. Ele também destaca que
parcela da população brasileira se estabeleceu no mercado de trabalho formal e teve a
renda e o crédito aumentados, aspecto que
se refletiu sobre a capacidade de compra.
New clients
Pet animals, along with segments like aquaculture,
are responsible for the uptrend in feed consumption
T
he only segments that consumed more feed in 2012 are as follows: aquaculture (14%), cats
and dogs (4%) and laying hens (5.4%). The production of feed for fish amounted to 575
thousand tons, up 15% from the previous year. Shrimp farming required 75 thousand tons
of food, 7.1% above the amount required in 2011.
“The implementation of the crop-plan
by the federal government in 2012, with
an eye towards expanding aquaculture
operations, along with the expectation for
the harmonization of the requirements regarding new licenses should help maintain
the vivid spirit of dynamism now pervading
the various supply chains”, says Ariovaldo
Zani, vice-president at the Trade Union of
Brazilian Animal Feed Industries (Sindirações). In the first quarter of 2013, upwards
of 200 thousand tons of feed were destined
for fish and shrimp farms. “This allows us to
anticipate the production of more than 740
thousand tons of in 2013, an increase of at
least 14%, he comments.
The strong appetite of dogs and cats accounted for the consumption of 2.3 million
tons of feed in 2012. The projection is for the
volume to be consumed by these two pet
animals, throughout 2013, to reach 2.4 million tons, up 5% from the previous period.
“The soaring feed consumption by these
animals is due to the ever-rising anthropomorphization initiatives (when human
forms or attributes are ascribed to animals)
that characterize the relationships between
these animals and their owners”, says Zani.
He also refers to the fact that a large portion
of the Brazilian population has adhered to
formal jobs, with higher earnings and more
access to credit lines, with reflections on the
purchasing power.
59
Sílvio Ávila
Para quem
duvidava...
Depois de se colocar em evidência mundial na
exportação de milho, Brasil espera repetir ou
até mesmo superar seu desempenho em 2013
O
milho é uma nova força que vem do campo. Essa condição foi comprovada em 2012,
quando o País atingiu seu melhor resultado nas vendas externas em todos os tempos.
No período, 19,7 milhões de toneladas do cereal brasileiro foram comercializadas além
fronteiras. Além disso, o Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) prevê, em seu
relatório de junho de 2013, que o País será o maior exportador mundial no fechamento do ciclo
2012/13 (que se estende de outubro a setembro), atingindo 26,5 milhões de toneladas.
O desempenho em 2012 se deu pela
positiva convergência de fatores, como
o aumento da área plantada na segunda safra; o clima favorável, que garantiu
excelente produtividade; e a quebra na
produção dos Estados Unidos, principal produtor e exportador do grão. De
acordo com o presidente da Associação
Nacional dos Exportadores de Cereais
(Anec), Felício Aguiar, a expectativa é de
que em 2013 se exporte a mesma quantia registrada no ano anterior. Se depen60
der dos números verificados até o mês
de maio (8,1 milhões de toneladas, o que
representa aproximadamente 41% de
todo o volume comercializado em 2012),
essa projeção deverá ser facilmente alcançada, ou até mesmo superada.
O dirigente explica que a exportação
brasileira acontece praticamente no segundo semestre. Pelo fato de a safrinha
do Brasil ser colhida a partir de julho e a
colheita americana chegar ao mercado
a partir de outubro, ele considera que há
chances de se vender bons volumes do
grão até meados de setembro – algo que
dependeria, ainda, da situação dos portos.
Depois desse período, no entanto,
será preciso ajustar-se aos preços do
produto americano. Já em relatório divulgado na primeira quinzena do mês
de junho, a Organização das Nações
Unidas para a Alimentação e Agricultura
(FAO) apontou a recuperação nos estoques dos Estados Unidos e a queda nas
exportações de milho no Brasil até 2014.
NOVOS MERCADOS
O Brasil deve seguir firme na busca por novos mercados. O presidente da Anec, Felício Aguiar, destaca que um
dos principais destinos a ser conquistado é a China, que,
apesar de ter grande produção (a segunda maior, logo atrás
dos Estados Unidos), está importando mais milho. As negociações com os chineses iniciaram-se nos últimos dois
anos e a tendência, conforme os especialistas, é de que se
mantenham, tanto pelo incremento de renda quanto pelo
aumento da população nos centros urbanos.
Atualmente, os tradicionais mercados consumidores
do milho brasileiro são Japão, Coreia do Sul e Taiwan, que
absorvem 50% da produção in natura. O Brasil tem potencial para exportar de 25 a 30 milhões de toneladas anuais,
segundo projeção da Anec. Isso demonstra que a safra de
milho deixou de ser “doméstica” e que o grão se tornou
uma commodity, com condições de disputar mercado. É
uma realidade bem diferente da verificada até 2011, quando o País plantava e colhia para abastecer basicamente o
mercado interno.
61
Inor Ag. Assmann
For those who
had doubts...
After achieving
global recognition as
reliable corn exporter,
Brazil hopes to repeat
or even exceed its
performance in 2013
C
orn represents a new source of strength that comes
from the countryside. This achievement was confirmed
in 2012, when the Country celebrated an all-time record
in foreign sales. Over the period, 19.7 million tons of the cereal
were negotiated abroad. Furthermore, the United States Department of Agriculture (USDA) anticipates, in its June 2013 report, that the Country is poised to become the leading exporter
at the close of the 2012/13 cycle (which extends from October
through September), totaling 26,5 million tons.
PLANETA MILHO • Planet corn
Exportações brasileiras de milho
Ano
US$ FobVolume (t)
20112.624.194.064 9.459.144
20125.284.861.057 19.772.337
2013 *
2.321.192.943
8.151.341
* Janeiro a maio - Fonte: Secex/MDIC
62
The 2012 performance was the result of positively converging factors, like
the bigger planted area in the second
crop; favorable climate, responsible for
excellent productivity; and the smaller
crop in the United States, leading corn
producer and exporter. According to the
president of the National Association of
Cereal Exporters (Anec), Felício Aguiar,
the expectation in 2013 is for a repeat
of last year’s exports. Judging from the
numbers reached up to the month of
May (8.1 million tons, which represent
approximately 41% of the entire amount
traded in 2012), this projection should be
achieved without any problem, or could
even be exceeded.
The official explains that most Brazilian exports take place in the second
half of the year. It happens because the
harvest of the second crop starts in July
and the North-American crop reaches
the market in October. This is why the official believes in substantial corn sales up
NEW MARKETS
Brazil is set to conquer new markets. Anec president Felício
Aguiar says that one of the main destinations to be conquered
is China, a country that is the second-largest producer of corn in
the world, coming right after the United States, but is now importing more corn. Negotiations with China started two years
ago and the trend, according to specialists, is for these negotiations to proceed, because the population of urban centers in
China is soaring and so is people’s purchasing power.
to mid-September – something that also
depends on the manner the ports fare
during this period of the year.
After this period, nonetheless, it will be
necessary to adjust to the prices practiced
by the United Sates. On the other hand, in
a report released in the first half of June,
the Food and Agriculture Organization
of the United Nations (FAO) pointed to
stock recovery in the United States and
declining Brazilian corn exports through
the end of 2014.
Nowadays, the traditional markets that purchase Brazilian
corn are Japan, South Korea and Taiwan, and they absorb 50 percent the fresh corn. Brazil has the potential to export from 25 to 30
million tons a year, according to Anec sources. This clearly shows
that Brazil’s corn crop is no longer “only domestic” and that the
kernel has become a commodity, with every condition to work its
way into the global market. This reality is quite different from the
situation up to 2011, when the Country almost exclusively planted
and harvested corn to supply the domestic market.
63
Inor Ag. Assmann
Perfil
64
Bom camarada
Do irrigado no Sul ao crioulo semeado nos confins
da Amazônia, o milho é o mais democrático
parceiro de inúmeras culturas Brasil afora
O
milho pode ser considerado o grão mais democrático entre as culturas estabelecidas no
Brasil: é cultivado em todos os 26 estados e no Distrito Federal, consorciado com inúmeras culturas e fundamental em diversos sistemas de produção, apesar das diferentes características de solo e de clima de um País de proporções continentais.
Na safra 2012/13, o milho teve a segunda maior área no Brasil entre os
grãos, com 15,8 milhões de hectares,
contra os 27,7 milhões de hectares da
soja, conforme levantamento de junho
da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab). Em termos de produção,
foram colhidas 78,5 milhões de toneladas de milho e 81,3 milhões de toneladas
de soja. No mundo, é o terceiro principal
grão produzido, atrás de trigo e arroz.
O pesquisador José Carlos Cruz, especialista em sistemas de produção da Embrapa Milho e Sorgo, de Sete Lagoas (MG),
é entusiasta do cereal e considera esta a
cultura mais conhecida do brasileiro, de
Norte a Sul. “Todo o agricultor sabe plantá-lo, pois se encaixa em diferentes sistemas
de cultivo e atende às necessidades da
propriedade rural e do mercado”, diz.
O plantio começa em agosto no Sul
do País e termina em março no Nordeste,
acompanhando características do clima,
como o regime de chuvas. Na última década, o Brasil deixou de ser um importador
do cereal para tornar-se autossuficiente e
grande exportador. A cultura é chamada
de democrática porque não escolhe tamanho de área ou perfil do agricultor. Está em
todas as dimensões de lavouras. E até em
hortas e terrenos na cidade.
Cultivado em ambiente urbano, é direcionado ao autoconsumo e à venda de
excedentes, principalmente como milho
verde. Já o pequeno agricultor produz
para atender às criações, algo também
para o consumo alimentar, e vende pequenos excedentes; o milhocultor médio
AGRICULTURA FORTE
Atualmente, destaca-se o cultivo de milho na segunda
safra no Centro-Oeste, em sucessão à soja, concentrando o
uso de quase 8 milhões de hectares e com potencial de crescer bem mais. Isso, inclusive, deslocou a época tradicional de
plantio na região, e a adaptação é promovida por tecnologia
nacional. Além disso, é cultura adaptada ao sistema de plantio direto na palha, algo relevante do ponto de vista ambiental e agronômico.
Dulphe Pinheiro Machado Neto, gerente técnico da Empresa de Assistência Técnica e Extensão Rural (Emater/RS),
direciona a safra para a demanda interna nacional, da indústria de rações e/ou
alimentar, principalmente; enquanto o
grande atende o mercado interno, mas
igualmente está focado nas exportações.
A tecnologia segue avançando para
garantir o desenvolvimento das lavouras e
da qualidade do cereal. Na última década,
com as variedades, os híbridos e os transgênicos disponíveis, além da evolução do
manejo, o sistema de plantio direto do milho em sucessão à soja se consolidou com
uma segunda safra cada vez mais robusta. Foi neste período que o Brasil, mesmo
diante de uma super produção, mostrou-se eficiente e exportou quase 19 milhões
de toneladas num ano, bateu recordes de
produtividade e agregou novas e importantes tecnologias à lavoura.
destaca o papel integrador da cultura do milho. “É um cereal que se ajusta de forma excepcional às demais atividades
agropecuárias”, enfatiza. “Comparece como ração ou silagem para as cadeias pecuárias, na alimentação humana, ou
no cultivo em rotação, sucessão ou integração com diversas
atividades agroeconômicas.”
Segundo ele, não há agricultura familiar forte sem milho
em casa. “Hoje, a garantia de oferta de milho é sinônimo de
desenvolvimento, atrai investimentos de indústrias importantes, como as cadeias de aves, suínos e leite; e garante a sobrevivência dos agricultores, grandes ou pequenos”, finaliza.
65
Profile
Good guy
C
Inor Ag. Assmann
orn could be viewed as the most democratic of all
From irrigated fields in
crops established in Brazil: it is cultivated in all 26
the South to Creole corn in
states and in the Federal District, in association with
the remote Amazon, corn numerous crops and fundamental in several production
is the most democratic systems, despite an array of soil and climate characteristics
partner of an array of of a Country with continental dimensions.
In the 2012/13 season, the cereal occu- or the profile of the farmer. It is present in
crops across Brazil
pied the second biggest area among all grain
crops, with 15.8 million hectares, against 27.7
million hectares devoted to soybean, according to a survey by the National Supply Company (Conab). In terms of production, the size
of the crop amounted to 78.5 million tons,
compared to 81.3 million tons of soybean. In
the world, it is the third most produced cereal,
coming only after wheat and rice.
Researcher José Carlos Cruz, specialist
in production systems at Embrapa Corn
and Sorghum, based in Sete Lagoas (MG), is
very keen on the kernel and has it that corn
is the crop that Brazilians are most familiar
with, from North to South. “Every farmer
knows how to plant it, as it fits into different
systems and is in line with the needs of the
rural holdings and the market”, he says.
Planting starts in August in South Brazil
and ends in March in the Northeast, following climate characteristics, like rainy seasons. In the past decade, Brazil left behind
its status as huge corn importer and turned
into an exporter of the cereal. The crop enjoys a democratic status because it makes
no requirements as to the size of the area
ROBUST AGRICULTURE
Nowadays, the highlight is the second corn crop in the CenterWest, right after soybean, comprising almost 8 million hectares
and with the potential to grow even further. This, as a matter of
fact, has displaced the traditional planting time across the region, an adaptation that relies on national technology. Furthermore, corn is a crop that is planted into mulch, which is relevant
from an environment and agronomic viewpoint.
Dulphe Pinheiro Machado Neto, technical manager at the
Rural Extension and Technical Assistance Corporation (Emater/
RS), highlights the integrating role of the corn crop. “It is a cereal
66
all field sizes, and even in vegetable gardens
and in the backyards of city homes.
Grown in urban settings, it is directed
towards consumption and sales of surpluses, especially like green corn. Smallscale farmers normally grow this crop for
their livestock operations, and some of it for
consumption, while selling small surpluses;
medium corn growers normally direct their
crop to domestic demand, feed and/or food
industries, as a rule; while commercial
farmers supply the domestic market, whilst
keeping an eye on shipments abroad.
Technology continues on a soaring trend
with an eye towards field development and
the production of quality kernels. Over the past
decade, the crop reached the status as the second most robust in Brazil, as a result of better
varieties, hybrids, transgenic cultivars, significant evolution in management practices and
direct planting in rotation with soybean. During this period, even in light of a bumper crop,
Brazil proved very efficient and shipped abroad
almost 19 million tons in one year, hit productivity records and added new and very effective
technologies to the farming system.
that integrates exceptionally well with other agricultural activities”, he emphasizes. “It turns into feed or silage for the supply
chains, it is an ingredient in human food, performs well in crop
rotation and succession systems, and integrates perfectly with
several agroeconomic activities”.
In his view, there is no strong family farming without corn.
“Now, wherever corn supplies are assured, there is development
on the way, important industries are attracted, like poultry and
hogs farming, and dairy operations. Corn represents the survival
of small-scale farmers, and the same holds true for huge commercial operations”, he concludes.
Seu portal para fazer
negócios com o Brasil!
www.brasilglobalnet.gov.br
Ÿ Informações sobre 8.700 empresas exportadoras brasileiras;
Ÿ Dados sobre 2.700 produtos relacionados a comércio exterior;
Ÿ Indicadores econômicos, tabelas e gráficos sobre comércio exterior;
Ÿ Mais de 300 feiras comerciais a serem realizadas no Brasil em 2011;
Ÿ Oportunidades de investimento em infraestrutura, energia, indústria
pesada e megaeventos esportivos.
Ministério das Relações Exteriores
Subsecretaria-Geral de Cooperação, Cultura e Promoção Comercial
Departamento de Promoção Comercial e Investimentos
O parceiro
ideal
Inor Ag. Assmann
Muito adequado ao consórcio com outras culturas,
o milho é o parceiro agronômico ideal para
diferentes sistemas produtivos agropecuários
O
milho é considerado um dos mais eficientes e dinâmicos produtos em plantio consorciado com outras culturas. O aspecto não é apenas econômico, mas também agronômico. A rotação é indicada para recuperar ou ampliar a qualidade das características
físicas, químicas e biológicas do solo, bem como quebrar ciclos de pragas, doenças e invasoras. Além disso, contribui para assegurar renda extra ao produtor.
A pesquisa já comprovou que o uso
do milho em rotação ou sucessão a outras culturas tem função complementar
em rendimento. Ou seja, tanto o milho
potencializa a produtividade e a qualidade da cultura subsequente, quanto é
beneficiado pelo residual de adubos ou
defensivos desta.
O grão integra sistemas de produção
que passam por arroz, tabaco, feijão, soja,
pastagens, florestas, café, cana-de-açúcar,
fava e até aipim, em algumas regiões do
País. O pesquisador José Carlos Cruz, da
Embrapa Milho e Sorgo, de Sete Lagoas (MG), enfatiza que desde a década de
1970 o uso da cultura em consórcio é difundido no País. “No Sul, planta-se milho
e feijão; no Norte e no Nordeste, mandio-
68
ca e milho”, explica. No Sudeste, principalmente em Minas Gerais, aparece nas
entrelinhas das lavouras de café.
Atualmente, o uso integrado da cultura vai de Sul a Norte. A primeira experiência já começa no extremo Sul brasileiro,
na cidade de Santa Vitória do Palmar (RS),
onde o Instituto Rio-Grandense do Arroz
(Irga) desenvolve o cultivo em rotação com
arroz em várzea, sobre microcamalhão.
Neste sistema, na temporada 2012/13, o
Estado plantou 25 mil hectares.
Na região central gaúcha, em Santa
Catarina e no Paraná, o milho entra em
sucessão ao tabaco, aproveitando a resteva e o residual de adubo. Ainda partindo do Rio Grande do Sul, é cultivado
em rotação com soja, na primeira safra,
na Metade Norte, passando por Santa
Catarina e Paraná, visando a demanda
da forte indústria de rações da região, na
qual se concentram importantes polos de
produção de aves e de suínos. O Paraná
também faz safrinha, em sucessão à soja.
No Sudeste, a começar por São Paulo, o milho é o parceiro ideal de culturas
como aipim, cana-de-açúcar, pastagens,
soja e até hortigranjeiros. Em menor escala, está entre as linhas de citros e em áreas
de horticultura. No Rio de Janeiro, o grão
tem mais força no consórcio com feijão
e pastagens. No Espírito Santo, é grande
parceiro do café, bem como em Minas
Gerais, Estado no qual é consorciado com
diferentes culturas para atender à grande
demanda dos rebanhos leiteiros.
No Centro-Oeste, o milho praticamente desapareceu do
período de safra de verão e concentrou o seu poder de produção na safrinha. Este sistema é adotado pelos grandes produtores nacionais em sucessão à soja. Na mesma operação
em que a soja é colhida, atrás das colhedeiras vêm os tratores
e as plantadeiras aplicando no solo a semente de milho. “É o
grande sistema de produção do cereal no Brasil. Atualmente,
é mais importante para boa parte do País do que a safra de verão, pois assim alcançamos a autossuficiência e a exportação
de excedentes”, revela Otávio Celidônio, superintendente do
Instituto Mato-grossense de Economia Agropecuária (Imea).
No Norte e no Nordeste predomina ainda o cultivo de aipim
ou feijão, e até fava, com o milho, consorciados nas pequenas
propriedades. As médias e grandes lavouras utilizam a cultura em rotação ou consórcio com forrageiras e, no cerrado, no
mesmo sistema que se encontra no Centro-Oeste, sucedendo a
soja. Há também cultivos adotados nas fases iniciais do plantio
de florestas, juntamente com forrageiras, consolidando o sistema de produção lavoura-pecuária-florestas. No extremo Norte
do Brasil, pertinho do Oiapoque, variedades crioulas são consorciadas com feijão e mandioca em áreas indígenas.
Para José Carlos Cruz, a produção de milho seguirá avançando no Brasil, acompanhando a lavoura de soja, mas também na recuperação de pastagens degradadas. “O milho
pode alcançar área mais significativa no chamado Mapitoba
(cerrado formado por regiões de Maranhão, Piauí, Tocantins e
Bahia), com grande potencial, bem como em Roraima”, frisa.
“O desafio, nestas regiões, não é agronômico, mas logístico. Se
tivermos como tirar o milho colhido, e a valores competitivos,
pode-se alcançar ali um teto de 20 milhões de hectares, ou
seja, o equivalente a duas safrinhas e meia”, conclui.
Inor Ag. Assmann
NOVAS FRONTEIRAS
69
Inor Ag. Assmann
An ideal partner
Very appropriate for
associated cropping,
corn is the ideal
agronomic partners for
different agricultural
productive systems
C
orn is viewed as one of the most efficient and dynamic
product in mixed-cropping systems. It is not just from an
economic point of view, but the agronomic side is also a
factor. Rotation is recommended for recovering or improving
the quality of the physical, chemical and biological properties of
soil, as well as for interrupting the cycles of diseases, pests and
weeds. Furthermore, it brings in extra income for the farmers.
It has equally been proved that corn,
either in rotation or succession schemes,
plays a complementary role in terms of
yields. It means that corn potentiates
both the productivity and quality standarts of the subsequent crop and takes
advantage of fertilizer and pesticide residues of the previous one.
The kernel integrates well with production systems that include such crops as
rice, tobacco, beans, soybean, pastures,
forests, coffee, sugarcane, horse bean
and even cassava, in some parts of the
Country. Researcher José Carlos Cruz,
of Embrapa Corn and Sorghum, in Sete
Lagoas (MG), recalls that since the 1970s
70
corn has been recommended for associated cropping systems across the Country.
“In the South, corn and beans are common crops; in the North and Northeast,
it is cassava and corn”, he explains. In the
Southeast, particularly in Minas Gerais, it
appears in-between the coffee rows.
Nowadays, corn in mixed-cropping
systems is common from North to South.
The first experiment has just started in the
very South of Brazil, in the town of Santa
Vitória do Palmar (RS), where the Rio
Grande do Sul Rice Institute (Irga), has
established trial fields of corn in rotation
with meadowland rice, over small ridges.
In the 2012/13 season, 25 thousand hect-
ares were cultivated under this system.
In the central portion of Rio Grande do
Sul, in Santa Catarina and Paraná, corn
comes right after tobacco, taking advantage of fertilizer and crop residues. Farther
up the State, in a region referred to as MidNorth, corn is grown in rotation with soybean, in the summer crop. The same holds
true for Santa Catarina and Paraná, where
there are strong feed industries that rely on
corn. The two states comprise several poultry ad hogs farming hubs. In Paraná corn is
planted as second crop, after soybean.
In the Southeast, starting with São
Paulo, corn is the ideal partner for cassava, sugarcane, pastures, soybean and
some vegetables. On a smaller scale, it is
grown in-between citrus rows and vegetable gardens. In Rio de Janeiro, the crop
is frequently grown in association with
beans and pasturelands. In Espírito Santo,
it is a great partner of coffee, as well as in
Minas Gerais, where it is grown in association with several crops, mainly to fulfill the
needs of the dairy cattle operations.
NEW FRONTIERS
In the Center-West, the kernel has almost disappeared from the summer crops, but
is strongly present in the second crop. This system is very common among commercial
farmers, where corn comes after soybean. In an almost simultaneous operation, while
soybean harvesters are followed by tractors and planters that apply fertilizers and sow
corn. “This is the corn farming system across Brazil. Currently, the second crop is what
really matters in most parts of Brazil, whilst the summer crop is losing its allure. This is
how Brazil achieved self-sufficiency with surpluses to export”, says Otávio Celidônio,
chief-executive at the Mato Groso Agricultural Economy Institute (Imea).
In the North and Northeast corn is predominantly intercropped with cassava, beans
or even horse beans, in small family farms. In medium-sized and commercial farms, corn
is intercropped with forage crops and, in the cerrado region, the system in place is similar
to the Center-West, with corn coming after soybean. There are also cultivations used for
the initial stages of forests, along with forage crops, consolidating the crop, livestock and
forestry integration system. In the very North of Brazil, near the Oiapoque river, Creole
varieties are intercropped with beans and cassava in indigenous settlements.
Carlos Cruz understands that corn will continue making strides in Brazil, on a par
with soybean operations, but also as a degraded pastureland recovery crop. “Corn
could achieve a more significant share in the so-called Mapitoba (cerrado made up
of regions of Maranhão, Piauí, Tocantins and Bahia), with great potential, as well as
in Roraima”, he insists. “The challenge in these regions is not agronomic, but has to
do with logistic problems. If we manage to get the corn out of these regions, at competitive prices, there will be 20 million hectares available, which could materialize
into two and a half second crops”, he concluded.
71
Inor Ag. Assmann
Cenário muito
promissor
Tecnologias estão
evoluindo para que
o milho se estabeleça
em consórcios com
outras culturas,
potencializando
a produção e a
produtividade
N
a última década, a cultura do milho experimentou um
boom no Brasil. Áreas foram multiplicadas, novos sistemas de produção foram incorporados e aumentos de
produtividade foram alcançados. Dois fatores mostraram-se
fundamentais para esse crescimento: o avanço tecnológico e,
mais recentemente, a valorização do cereal. A tecnologia está
na frente porque, mesmo quando o valor não cobria custos de
produção, algumas regiões insistiam na safrinha, diante das
vantagens agregadas à lavoura de soja.
“O milho mantém a área limpa, pronta para a nova semeadura, quebra ciclos
de invasoras, pragas e doenças; melhora
SEM LIMITES
Nos últimos anos, a novidade tecnológica são os cultivos de
milho irrigado e também do milho em várzea. No primeiro caso,
o patamar de rentabilidade e de produtividade compensa amplamente o investimento. Há produtores colhendo 18 toneladas
de milho irrigado por hectare. “Até nas várzeas gaúchas, limita72
as condições químicas, físicas e biológicas do solo; ajuda a descompactar algumas áreas e pode auxiliar no controle
das pelo excesso de umidade, o milho entrou, e com potencial
produtivo de 10 toneladas por hectare”, enfatiza José Carlos
Cruz. Hoje, o Brasil dispõe de 500 tipos de cultivares no mercado, entre milho variedade, híbridos simples, duplos, triplóides e
transgênico. “A maior demanda é pelos híbridos simples, de alto
potencial produtivo”, informa o pequisador.
de nematóides”, diz José Carlos Cruz,
especialista em sistemas de produção
da Embrapa Milho e Soja, de Sete Lagoas (MG). “É cultura de excelência após a
soja, pois a leguminosa expressa maior
produtividade por até dois anos após
a sucessão do que se cultivada na área
continuamente”, acrescenta.
Até meados dos anos de 1990, a cultura do milho patinou no Brasil, buscando sua melhor inserção nos sistemas de
produção, enquanto as cadeias de carnes
e de leite esperavam por uma autossuficiência em rações. “Houve a evolução
simultânea das tecnologias, do mercado
e da qualificação dos agricultores”, opina
José Carlos Cruz. Segundo ele, a consolidação do plantio direto no cerrado é o
primeiro fator de ingresso do milho nos
sistemas de produção da região.
O agricultor se capacitou e hoje
sabe onde, quando e em que circunstâncias cultivar o milho. Além disso,
o manejo do solo foi otimizado, também por tecnologias que esse sistema
agregou, como rotação, sucessão ou
integração. Melhorando o ambiente e
a mão de obra, a resposta da cultura
também aumentou por conta da evolução genética, com o surgimento dos
híbridos de grande potencial produti-
vo e com alta qualidade de sementes e
transgênicos. “Isso favoreceu o manejo
de tal forma que, atualmente, se tem
lavouras com densidade de plantio de
75 mil plantas por hectare. E sem mexer na plantadeira de soja”, assinala.
INOVAÇÕES
Técnicas importantes foram adotadas, caso do tratamento de sementes. “A
soma de qualificação do manejo do solo e do material genético tem sido expressada pelas altas produtividades nas lavouras brasileiras”, revela José Carlos Cruz,
da Embrapa Milho e Sorgo. Conforme ele, há seis ou sete anos, raros eram os agricultores que realizavam tratamento para doenças do milho. Com o avanço das
tecnologias, praticamente o ano todo há lavouras com esse cereal no Brasil e, apesar de todos os materiais serem tolerantes às doenças, os cuidados preventivos
avançaram, colaborando para a produtividade média mais alta.
As variedades transgênicas inibiram os problemas com invasoras, por serem
tolerantes a herbicidas. Mas os ataques de lagartas tornaram-se quase uma catástrofe. Além do avanço nas tecnologias de tratamento químico, o uso de sementes
de milho transgênico resistente às lagartas (Bt), com o Manejo Integrado de Pragas, dá resultado. “Em algumas regiões, o número de insetos caiu de 10 para zero
a dois por metro quadrado”, revela o pesquisador da Embrapa. “Isso reduziu os
custos e o número de aplicações de defensivos.”
Nos últimos cinco anos, à medida em que o Brasil se tornou
produtor estável e exportador confiável, os preços do milho
evoluíram, tornaram-se remuneradores e deram suporte aos
investimentos tecnológicos, gerando correlação entre rentabilidade e produtividade. O mercado evoluiu, dando mais segurança ao agricultor na comercialização.
“O grão pode ser cultivado em todo o Brasil, mas o uso da tecnologia, a qualificação e a capacidade de comercialização é o que vai
determinar se o agricultor é bom ou não, e que tipo de resultado isso
trará à cultura”, encerra José Carlos Cruz. Sendo assim, atualmente,
o milho é uma cultura indissociável nos sistemas de produção do
País, com futuro tão brilhante quanto as cores de suas espigas.
73
Sílvio Ávila
Promising scenario
Technologies are
evolving towards
intercropping maize
with other crops,
potentiating production
and productivity levels
“Maize keeps the area clean, ready
for the new crop, it breaks the cycles of
pests, diseases and weeds; it improves the
chemical, physical and biological properties of soil; it helps decompact arable
lands and control nematodes”, says José
Carlos Cruz, specialist in production systems at Embrapa Corn and Sorghum.
It is a crop par excellence after soybean,
once the oilseed expresses higher productivity rates up to two years after its
succession to corn, compared to soybean grown without interruption on
the same field”, he adds.
Until the 1990s, corn growing lagged
74
D
uring the past decade, maize crops experienced a boom
across Brazil. Plantations were established throughout
the Country, new production systems have been introduced and productivity improved considerably. Two factors played a fundamental role in this growth: technological
breakthroughs and, more recently, the higher value of the cereal. Technology is a major factor because, at times when the
crop did not cover the production costs, some regions continued investing on the second crop, in light of the benefits
reaped by subsequent soybean crops.
behind in Brazil, but gradually working its way into the production systems,
while the meat and dairy production
chains were waiting for self-sufficiency in
feed. “There was simultaneous evolution
of both market technologies and farmer
qualification initiatives”, says José Carlos
Cruz. According to him, the consolidation of the direct planting system in the
cerrado regions is the first factor that accounts for the introduction of maize in
the region’s production systems.
Farmers got qualified and now know
perfectly where, when and under what
circumstances maize is to be cultivated.
Furthermore, soil management practices were maximized, also through
technologies brought by the system, like
crop rotation, succession or integration.
With the improvement of the environment and labor, the response of the crop
also followed suit on account of genetic
evolution, with the arrival of hybrids and
huge productive potential and with high
quality seeds and transgenic crops. “This
has favored management practices to
such an extent that, currently, there are
fields with a density of up to 75 thousand
plants per hectare. And without changing the soybean planter”, he notes.
NO LIMITS
Over the past years, technological
novelties include irrigated maize
fields and also maize grown in
meadowlands. In the first case,
profitability and productivity levels
make up for the investment by
far. There are farmers harvesting
18 tons of maize per irrigated
hectare. “Even in the southern
meadowlands, limited by excessive
moisture levels, corn has come in,
and with a productive potential for
10 tons per hectare”, José Carlos
Cruz comments. Currently, there are
500 maize cultivars in the market,
including variety maize, single
hybrids, double hybrids, triploid and
transgenic maize. “Single hybrids
are the most demanded cultivars,
as they are highly productive”, the
researcher explains.
Over the past five years,
as Brazil turned into a steady
producer and reliable exporter,
maize prices evolved, became
more remunerating and began
to lend support to technologyoriented investments, generating
correlation between productivity
and profitability. The market has
INNOVATIONS
Relevant techniques were introduced, like seed treatment practices. “The sum of
soil management qualification and genetic material has been expressed through the
high yields of the maize fields in Brazil”, reveals José Carlos Cruz, of Embrapa Corn and
Sorghum. According to him, six or seven years ago, only a few farmers used to control field diseases. As technology began to make strides, corn fields across Brazil can
be found all year round and, although all these varieties bear resistance to diseases,
preventive cares have also improved, having a say in the higher average yields.
Transgenic varieties have inhibited weed advances, as they are tolerant to herbicides. On the other hand, caterpillar outbreaks have almost reached catastrophic proportions. Besides advances in chemical treatment technologies, the use of transgenic
maize resistant to caterpillars (Bt), along with Integrated Pest Management, have produced positive results. “In some regions, the number of insects has receded from 10 to
zero or two per square meter”, the Embrapa researcher notes. “This has reduced costs
and the number of pesticide applications”.
also evolved, making the farmers
feel safer when it comes to trading
the crop.
“The cereal can be grown all over
Brazil, but the use of technology,
qualification and the capacity
to trade the crop will determine
whether the farmers are prepared
or not, and what kind of result it
will bring to the crop”, José Carlos
Cruz concludes. As things are now,
maize is an indispensable crop in
the production systems across the
Country, with a future as shiny as
the color of its ears.
75
A última
Divulgação
fronteira?
Com o avanço das tecnologias, o milho afirma-se
como alternativa agronômica e econômica viável
nas várzeas de arroz do Rio Grande do Sul
76
O
estresse por excesso hídrico sempre foi limitante para a produção de milho em várzeas no
Sul do Brasil. O avanço da qualidade das sementes e no manejo da cultura, porém, modifica este perfil e consolida o milho como alternativa agronômica e econômica em rotação
de culturas nas áreas de arroz. Assim, fica mais próxima do alcance também a autossuficiência do
Estado num grão básico para a ração de suas importantes cadeias de aves e de suínos.
Na safra 2012/13, o Rio Grande do Sul
plantou cerca de 25 mil hectares de milho
em terras baixas, volume surpreendente
diante das limitações de solo e de clima.
Com arroz, foram cultivados 1,07 milhão
de hectares, segundo o Irga, e mais 250
mil hectares de soja. A meta do instituto,
em cinco anos, validando tecnologias de
rotação, é manter a área de arroz e elevar
para até 600 mil hectares a de soja e a 100
mil hectares a de milho neste ambiente. E
ainda agregar pastagens de inverno após
colheita das culturas do “seco”.
Cinco fatores determinam o avanço
do milharal em regiões tradicionalmente
alagadiças: a quebra de ciclo de invasoras resistentes aos herbicidas na lavoura
de arroz, principal atividade do terreno;
o avanço das tecnologias de manejo e
de cultivares, especialmente os híbridos;
a renda proporcionada pelo milho nas
últimas safras, considerando-se a alta demanda do grão no Rio Grande do Sul; e a
melhoria das características do solo.
O pesquisador Sérgio Gindri Lopes,
diretor-técnico do Instituto Rio-Grandense
do Arroz (Irga), alerta que nem todas as
várzeas podem cultivar o grão. Segundo
ele, é preciso utilizar áreas com melhor
drenagem e adotar tecnologias como a
microcamalhoeira, que cria um camalhão
de até 10 centímetros, reduzindo os riscos
de perda por excesso hídrico. Lopes afirma
que os ensaios do Irga tiveram resultado
excelente, mesmo com a adversidade do
clima na safra 2012/13, mas entende que
precisam ser mais avaliados. Nesta temporada, o Irga e a Embrapa Clima Temperado,
de Pelotas (RS), desenvolveram estudos de
validação das tecnologias.
UM GRANDE DESAFIO
Os ensaios foram realizados em áreas do Irga em Cachoeirinha, Cachoeira do Sul e Santa Vitória do Palmar, além de
lavouras em Agudo, Camaquã e Restinga Sêca, no Rio Grande do Sul. “É possível produzir 10 toneladas por hectare”, enfatiza o pesquisador Rodrigo Schoenfeld. “O microcamalhão
se mostrou eficiente no controle do excesso hídrico. E a tecnologia RR, com o uso de glifosato, mais atrazine/cimazine,
controla as plantas daninhas. Além disso, observamos que
a irrigação complementar é o fator fundamental para altas
produtividades e aumento da densidade de seis para oito
plantas por metro quadrado”, destaca.
Já o pesquisador Rodrigo Schoenfeld,
também do Irga, salienta que, apesar de
sensíveis ao estresse hídrico e às variações
climáticas, os ensaios mostraram ser possível produzir 10 toneladas de milho por
hectare com a tecnologia disponível. “Para
falta de água, a opção é o milho irrigado
por sulco ou aspersão. No excesso hídrico,
entra o cultivo em microcamalhões, alternativa consolidada com a soja e usada em
outros países. E para enfrentar plantas daninhas e pragas, usamos a tecnologia mais
eficiente e viável, os millho Bt e RR”, relata.
Os ensaios avaliaram quatro híbridos
semeados em duas épocas (a preferencial,
em setembro, e a tardia, em novembro),
com e sem irrigação. “O sulco é a melhor
opção, pois o produtor de arroz dispõe de
estrutura de bombeamento, irrigação e
drenagem”, enfatiza Rodrigo Schoenfeld.
Também são vitais para o resultado produtivo a calagem e a
adubação, principalmente de cobertura. Schoenfeld acrescenta
que os ensaios ainda evidenciaram a tecnologia Bt como ferramenta eficiente no controle de lagarta do cartucho. Mesmo
com o desempenho francamente positivo, são muitos os desafios para a expansão da cultura em área de várzea. “Há mais
dúvidas do que certezas, mas a soma de esforços entre agricultores e pesquisadores trará gradualmente as respostas a fim
de obter bons resultados”, assinala. “Deste modo, será possível
agregar, em definitivo, o milho como uma das culturas do sistema de produção de grãos em ambiente de várzea, o que trará
benefícios não só aos produtores mas para toda a agricultura.”
VARZEANO
O desempenho do milho na várzea
n 1. Produz 10 toneladas por hectare utilizando a tecnologia disponível.
n 2. Controla o arroz vermelho e outras invasoras importantes da cultura do arroz.
n 3. Recupera as condições físicas e químicas do solo.
n 4. Quebra o ciclo de pragas e doenças.
n 5. Potencializa os ganhos com a pecuária à medida em que otimiza as condições e antecipa a formação de pastagens de inverno.
n 6. Gera alternativa de renda ao produtor e eficiência no uso de seus recursos (terra, água, equipamentos, armazéns, máquinas etc).
Fonte: Irga.
77
The last frontier?
As technology makes strides, maize steps in as a viable agronomic and
economic alternative in the rice plains throughout Rio Grande do Sul
E
Inor Ag. Assmann
xcess water stress has always been a limiting factor for the production of maize
on the plains in South Brazil. Advances
in seed quality and management practices
have modified this profile and have consolidated maize as an economic and agronomic
alternative for crop rotation systems in areas
devoted to rice. This helps the State achieve
self sufficiency in a grain that is essential for
the production of feed for the poultry and
hogs supply chains.
78
In the 2012/13 crop year, Rio Grande do Sul devoted 25 thousand hectares of lowland to maize, a surprising volume in light
of the limitations posed by soil and climate conditions. Rice
fields occupied 1.07 million hectares, say Irga sources, while
250 thousand hectares were devoted to soybeans. The target of
the institute, in five years, validating rotation technologies, is to
keep the present area devoted to rice and increase to 600 thousand hectares the areas planted with soybean, whilst reserving
100 thousand hectares for maize in this environment.
Five factors account for the advances of maize fields into
traditional wetlands: a break in the cycle of rice field weeds resistant to herbicides, since these lands used to be exclusively devoted to rice; advances in cultivar management practices, especially hybrids; income brought in by maize over the past crops,
by virtue of the rising demand for this kernel in Rio Grande do
Sul; and soil improvement practices.
Researcher Sérgio Gindri Lopes, technical director of the
Rio Grande do Sul Rice Institute (Irga), warns that there are
meadowlands unfit for maize. According to him, the recommendation is for well drained areas, along with the use of such
technologies as micro-ridging, which creates up to 10 cm high
ridges, thus reducing the risks from excess water stress. Lopes
says that Irga’s trial fields showed excellent results, although climate conditions were unfavorable in the 2012/13 crop year, but
admits that more evaluations are needed. During the current
season, Irga and Embrapa Temperate Climate, in Pelotas (RS),
conducted technology validation studies.
On the other hand, researcher Rodrigo Schoenfeld, also of
Irga, stresses that, although being sensitive to water stress and
climate variations, the trials and experiments have shown that
it is possible to produce 10 tons of corn per hectare with the
now available technology. “Under dry conditions, options include surface or sprinkler irrigation. In areas that get flooded,
micro-ridges are recommended, a consolidated alternative for
soybean, also used in other countries. And for battling weeds
and invasive plants, we resort to the most efficient and viable
alternative: Bt and RR maize”, he explains.
The trials included four hybrids sown in two different time
periods (the preferred one, in September, and the late one, in
November), with or without irrigation. “Furrows are the best option, since rice growers are equipped with pumping, irrigation
and drainage systems”, confirms Rodrigo Schoenfeld.
Inor Ag. Assmann
A BIG CHALLENGE
All trials were conducted in areas that belong to Irga, located in Cachoeirinha, Cachoeira do Sul and Santa Vitória
do Palmar, besides farms in Agudo, Camaquã and Restinga
Sêca, in Rio Grande do Sul. “It is possible to produce 10 tons
per hectare”, says researcher Rodrigo Schoenfeld. “Microridges proved very effective in areas that get flooded. And
the RR technology, with the use of glyphosate, plus atrazine/
cimazine, is efficient at controlling the weeds. Furthermore, it
was ascertained that complementary irrigation plays a fundamental role in high productivity rates and in the increase
from six to eight plants per square meter”, he clarifies.
Lime applications, fertilization and sidedressing are also
vital for good productive results. Schoenfeld adds that the trials also attested to the efficiency of the Bt technology in fighting armyworm infestations. Although having a weak positive
performance, there are still lots of challenges to be surmounted when it comes to raising corn in meadowlands. “Doubts
still outstrip certainties, but joint efforts by farmers and researchers will gradually come up with responses that lead
to excellent results”, he recalls. “This will make it possible to
definitively introduce corn into meadowland environments,
benefiting not only the farmers, but agriculture as a whole”.
FROM THE WETLAND
The performance of corn in the wetland
n 1. Produces 10 tons per hectare using available technology.
n 2. Controls red rice and other major invasive plants.
n 3. Recovers soil chemical and physical properties.
n 4. Breaks the cycle of pests and diseases.
n 5. Leads to gains from improved conditions for livestock operations, and anticipates the growth of winter pasturelands.
n 6. Generates income alternatives for farmers, and leads to an
efficient use of all resources (land, water, equipment, warehouses, machines, etc).
Source: Irga.
Inor Ag. Assmann
Ordem
na casa
Armazenagem é o grande foco de novo plano
agrícola e traz esperança para atender ao déficit na
área em virtude do aumento na produção nacional
80
O
crescimento constante da produção de grãos no País, entre os quais se destaca o incremento no milho, requer a adequação da estrutura de armazenagem, que, segundo o governo, apresenta déficit de 32 milhões de toneladas em sua capacidade estática. Por isso
mesmo, o plano agrícola oficial lançado em 2013 em nível federal para a nova safra prevê atenção especial à ampliação de unidades armazenadoras.
Foram disponibilizados R$ 5 bilhões
para a construção de silos privados na
temporada (R$ 25 bilhões em cinco
anos), com prazo de 15 anos para pagar e juros de 3,5% ao ano. Além disso,
deverão ser investidos R$ 500 milhões
para melhoria e expansão do setor na
área pública, onde o milho é estratégico no atendimento das necessidades na
cadeia produtiva de carnes e representa
um dos grãos mais movimentados.
A expectativa governamental é de que
a capacidade de estocagem na iniciativa
privada, hoje por volta de 144 milhões
de toneladas, possa ser ampliada em 40
milhões de toneladas com as linhas de
créditos especiais oferecidas. No plano
público, a meta é passar de 1,96 milhão
de toneladas para 2,81 milhões de toneladas, conforme anuncia a Companhia
Nacional de Abastecimento (Conab), que
executa a política no setor. Atualmente,
com 96 armazéns, deverá reformar 84 e
construir 10 novas unidades.
Com contratações a serem feitas por
meio do Banco do Brasil, após diagnósticos, pretende-se modernizar a atual rede
de armazenamento da Conab, incluindo
troca e recuperação de equipamentos, o
que também pode ampliar a capacidade. Os novos armazéns previstos deverão atender especialmente o Nordeste
– Campina Grande (PB), Maracanaú (CE),
Eliseu Martins (PI), Petrolina (PE), Luís
Eduardo Magalhães (BA) e Itaqui (MA) –,
como também outros pontos estratégicos, casos de Anápolis (GO), Viana (ES),
Xanxerê (SC) e Estrela (RS).
A iniciativa vai fortalecer a empresa
para atuar de forma incisiva nos estoques
e na regulação dos preços dos produtos,
atingindo positivamente toda a população, destaca Rubens Rodrigues dos Santos,
presidente da Conab. Serão ampliadas as
condições de atendimento aos programas
sociais do governo e de abastecimento dos
principais alimentos básicos, com maior
oferta e menores riscos inflacionários.
Neste campo é destacada a participação do milho. Em 5 de junho de 2013, o
estoque do cereal junto à Conab era de
365 mil toneladas. A companhia ressaltava
também neste mês que havia atingido total de 500 mil toneladas do grão comercializado pelo Programa de Vendas em Balcão
nos municípios nordestinos atingidos pela
seca. A região foi atendida por operação
especial iniciada em maio de 2012 para
garantir milho aos pequenos criadores
que utilizam o grão na ração animal.
81
Inor Ag. Assmann
Tidying up
the house
Warehousing is the real focus of
the new agricultural plan and
raises hopes for making up for the
deficiency in this area because of
constantly soaring farm crops
82
T
he constantly expanding grain production in the Country, especially soaring corn crops,
requires an adjustment to the warehousing structures, which, according to government
sources, are falling 32 million tons short of their static capacity. Therefore, the official agricultural plan launched at federal level in 2013 for the new crop, devotes special attention to the
expansion of the warehousing facilities throughout the Country.
R$ 5 billion were earmarked for the construction of private silos during the current
season (R$ 25 billion in five years), under a
15-year repayment period, at a 3.5-percent
interest rate a year. Moreover, R$ 500 million
have been earmarked for government silos,
where corn plays a strategic role in the fulfillment of the needs of the meat supply chain,
representing one of the most used grains.
The government expects that the specific credit lines will increase by 40 million
tons the present storing capacity of 144
million tons provided by private initiative.
With regard to public warehousing facilities, the target is to expand their capacity
from 1.96 million tons to 2.81 million tons,
according to sources from the National
Supply Company (Conab), in charge of the
sector’s policy. From the present 96 ware-
houses, 84 are to be refurbished, besides
the construction of 10 new ones.
With the loans to be provided by Bank of
Brazil, after detailed diagnoses, the idea is to
upgrade the present network of warehouses
administered by Conab, including the recovery of equipment, which also could expand
the capacity. The new warehouses will serve
the interests of the following towns in the
Northeast: Campina Grande (PB), Maracanaú (CE), Eliseu Martins (PI), Petrolina (PE),
Luís Eduardo Magalhães (BA) and Itaqui
(MA) –, and equally other strategic locations,
like Anápolis (GO), Viana (ES), Xanxerê (SC) and Estrela (RS).
The initiative is aimed at
strengthening the corporation giving it the power to act decisively in
matters related to stocks and price
regulations of the products, indirectly benefiting the entire population, says Rubens
Rodrigues dos Santos, president of Conab.
It also allows the government to extend its
social assistance programs and the supply
of basic staples, relying on bigger supplies,
whilst curbing potential inflationary risks.
In this field, the highlight is the share of
corn. On 5 June 2013, the Conab stock of
the cereal reached 365 thousand tons. On
that occasion, the company also pointed
to sales of 500 thousand tons of the cereal through the Over-the-Counter Sales
Program in northeastern municipalities
hit by drought conditions. The entire region was assisted by the special operation
started in May 2012 to supply corn to
small-scale farmers who use the cereal in their animal feed.
83
Inor Ag. Assmann
Um plano
bem encorpado
Ações e recursos
para a nova safra
aumentam e também
incentivam as
novas tecnologias,
as práticas sustentáveis
e os produtores
de menor porte
84
A
lém da armazenagem, o Plano Agrícola e Pecuário
(PAP) 2013/14 contempla também com juros mais baixos (3,5%) programas voltados à aquisição de equipamentos com tecnologias inovadoras (Inovagro) e para irrigação, conforme anunciou o Ministério da Agricultura, Pecuária
e Abastecimento (Mapa). A taxa média de juros controlados
é de 5,5%, situando-se abaixo ainda, no âmbito do plano do
Mapa, para o médio produtor rural (4,5%, no Pronamp) e para
práticas sustentáveis (5%, onde há o Programa ABC – Agricultura de Baixa Emissão de Carbono).
O total de recursos do PAP de 2013
aumentou 18% em relação ao anterior,
alcançando a R$ 136 bilhões, segundo
informações divulgadas pelo ministro
Antonio Andrade, do Mapa, que projeta safra total de 190 milhões de toneladas. Mereceram destaque ainda: seguro
rural, com R$ 700 milhões, 75% a mais;
limite de custeio, aumentado para R$
1 milhão, com mais 25%; R$ 5,6 bilhões
para apoiar a comercialização, e R$ 2,1
bilhões para aquisição de produtos e
manutenção de estoque; modernização
da defesa agropecuária; e atenção ao cooperativismo, com R$ 5,3 bilhões.
Programas para cooperativas e associações igualmente são enfatizados
no Plano Safra da Agricultura Familiar
2013/14, divulgado por meio do Ministério do Desenvolvimento Agrário
(MDA). Para incentivar a produção na
área, onde o milho ganha destaque, o
ministro Pepe Vargas apresentou valor
global de R$ 39 bilhões, dos quais R$
21 bilhões aplicados pelo Programa de
Fortalecimento da Agricultura Familiar
(Pronaf). O volume de recursos para
este fim, de acordo com a mesma fonte,
cresceu 400% em 10 anos.
Na nova temporada, aumentou o
limite de financiamento neste programa, que tem encargos mais baixos
(R$ 80 para R$ 100 mil no custeio, com
taxa anual de juros diminuindo de 4%
para 3,5%, ou 3% até R$ 30 mil financiados, e de R$ 130 para R$ 150 mil, no
investimento, ou R$ 300 mil, para suinocultura, avicultura e fruticultura).
Para o chamado Pronaf (renda até R$
10 mil), o valor passou de R$ 2,5 para R$
3,5 mil. Há também o Pronaf Mulher e
Agroindústria (em 2013 sem perder a
condição de segurado especial), além
da Garantia-Safra e do Seguro da Agricultura Familiar (Seaf).
Em termos de recursos, salientam-se
ainda na área o Programa de Aquisição
de Alimentos (PAA) e o Programa Nacional de Alimentação Escolar (FNDE), ambos com mais de R$ 1 bilhão alocados.
A Assistência Técnica e Extensão Rural
(Ater), por sua vez, está sendo contemplada com R$ 830 milhões. Para ampliar
o número de agricultores e melhorar o
suporte ao segmento, o governo federal
anuncia para o novo ano-safra a criação
de Agência Nacional na área, a Anater.
Integrada com a Embrapa, deverá priorizar o aumento da produtividade e da
renda na agricultura familiar.
85
Inor Ag. Assmann
A very
comprehensive plan
Initiatives and
resources concerning
the new crop equally
soar and encourage
new technologies,
sustainable practices
and small-scale farmers
86
B
esides warehousing issues, the 2013/14 Agriculture and
Livestock Plan (ALP) also encompasses lower interest
rates (3.5%), programs geared towards the acquisition of
innovative technology equipment (Inovagro) and irrigation
equipment, according to an announcement by the Ministry
of Agriculture, Livestock and Food Supply (MAPA). The average rate of controlled interest is 5.5%, but it is even below this
rate in Mapa’s plan for medium-scale farmers (4.5%, at the
Pronamp) and for sustainable practices (5%, where there is the
LCA Program – Low Carbon Agriculture).
The total resources of the 2013 ALP increased by 18%
from last year, to R$ 136 billion, according to figures released by Antonio Andrade, minister of Agriculture, Livestock and Food Supply, who is projecting a total crop of
190 million tons. Other relevant initiatives include rural
insurance, R$ 700 million, up 75%; production cost limit
increased by 25% to R$ 1 million; R$ 5.6 billion in support of commercialization, and R$ 2.1 billion for product
acquisition and stock maintenance; modernization of
agricultural defense; and special heed to cooperative
initiatives, with R$ 5.3 billion.
Programs focused on cooperatives and associations
are equally encompassed by the 2013/14 Family Farming Crop Plan, disclosed by the Ministry of Agrarian Development (MDA). In order to encourage agricultural
operations in the area, where corn is the highlight, Minister Pepe Vargas offered a total of R$ 39 billion, of which
R$ 21 billion are applied through the National Program
for Strengthening Family Farming (Pronaf). The volume
of resources for this purpose, according to the same
source, has increased by 400% in 10 years.
For the new season, the credit limit for this program
has been expanded, and now incurs lower bank fees
(R$ 80 thousand to R$ 100 in production cost financing,
with an annual interest rate reduced from 4% to 3.5%,
or 3% for up to R$ 30 thousand loans, and from R$ 130
to R$ 150 thousand, in investments, or R$ 300 thousand
for pig, poultry and fruit farming operations. For the
so-called Pronaf (income of up to R$ 10 thousand), the
amount went from R$ 2.5 to R$ 3.5 thousand. And there
is equally the Pronaf Woman and Agroindustry (in 2013
without losing the special pensioner status), besides the
Crop Assurance program and Family Farming Insurance (Seaf).
In terms of resources, other highlights are the Food
Acquisition Program (FAP) and the National School
Meals Program (NSMP), both with upwards of R$ 1 billion allocated. Technical Assistance and Rural Extension
(TARE), in turn, is receiving a financial grant of R$ 830
million. In an attempt to increase the number of farmers and improve the actions focused on the segment, the
federal government has just announced the creation of
the National Agency for the area, known as Anater, for
the next crop year. Working jointly with Embrapa, the
new agency intends to give priority to productivity and
income of all family farming operations.
Inor Ag. Assmann
Pesquisa
MODO DE AÇÃO
Os ovos da Helicoverpa armigera são geralmente postos
sobre o “cabelo” do milho, assim como a espécie H. Zea. Ao
eclodir, as larvas consomem os grãos em desenvolvimento.
Além desse dano direto, são comuns as infecções bacterianas secundárias. De acordo com o pesquisador Ivan Cruz,
as larvas também podem se alimentar das folhas do cartucho, das mais desenvolvidas na planta e do pendão.
88
O ciclo de vida do inseto, de aproximadamente um mês,
é uma das características que tornam sua presença ainda
mais severa. O período permite a existência de várias gerações anuais e contínuas, especialmente nas áreas mais
quentes. Durante seu crescimento, ocorrem seis estágios
larvais. Quando completamente desenvolvida, a larva pode
chegar a até 40 milímetros de comprimento, explica o pesquisador Ivan Cruz.
Perigo à vista
Preocupação absoluta
no setor algodoeiro, a
lagarta Helicoverpa
armigera também
assombra as lavouras
de milho em todo o País
A
o contrário das boas notícias costumeiras do milho brasileiro, em 2013 houve uma novidade que não agradou
em nada a produtores, pesquisadores e empresários.
Pelo Brasil afora, a identificação de uma nova espécie de praga
nas plantações do cereal deixou todos em alerta e fez com que
fossem criadas ações emergenciais para controle. É a Helicoverpa armigera, que chegou com tudo, capaz de assustar até espantalho no milharal.
Muito similar a uma espécie mais comum e já conhecida pela maioria dos agricultores, a lagarta-da-espiga, ou Helicoverpa
zea, a Helicoverpa armigera tem causado
elevadas perdas de produtividade, mesmo
com a aplicação de inseticidas químicos. As
ocorrências de maior severidade, por sua
vez, foram registradas no Oeste da Bahia,
onde comprometeu bastante a produção.
De acordo com o pesquisador Ivan Cruz,
da Embrapa Milho e Sorgo, de Sete Lagoas
(MG), as diferenças entre as duas espécies
são muito sutis. “Elas não são facilmente
separáveis visualmente. As diferenças estão na genitália das
duas espécies”,
d i z .
Conforme ele, a Helicoverpa armigera é
muito severa em países da Ásia e da África e
na Austrália. Além do milho, tem como hospedeiros as culturas da soja, do algodão, do
sorgo granífero, do painço, do girassol; os
cereais de inverno (trigo, aveia, cevada e triticale), e ainda linhaça, grão-de-bico, feijão
e culturas hortícolas, como cerejas, tomate,
pepino e frutas cítricas.
O fato de possuir alta mobilidade, polifagia (alimentação excessiva) e alta taxa de
reprodução torna o quadro muito preocupante. “Um problema agravante ao manejo
da praga tem sido o desenvolvimento da
resistência aos inseticidas, fato já documentado na literatura, especialmente em
relação a piretroides sintéticos, embora já
haja registro de resistência a outros grupos
de compostos, como carbamatos e
organofosforados”, explica o
pesquisador.
89
Research
Danger in plain sight
Overwhelming concern
in the cotton sector, the
Helicoverpa armigera
Caterpillar is also
threatening corn fields
across the Country
C
ontradicting the usual good news about Brazilian
corn, in 2013 a new problem surfaced, putting growers, researchers and entrepreneurs on the alert. Across
Brazil, the identification of a new pest attacking the cereal
crop left the farmers jittery and prompted the creation of
emergency control measures. It is the Helicoverpa armigera caterpillar, which arrived in full force, capable of leaving
scarecrows frightened.
Inor Ag. Assmann
Very similar to a common species,
well known to most farmers, the corn
earworm, Helicoverpa zea or Helicoverpa
armigera has caused huge productivity
losses, although chemical pesticides were
applied. The most serious outbreaks, in
turn, took place in Western Bahia, where
production was greatly damaged.
MODE OF ACTION
Helicoverpa armigera caterpillars normally lay their eggs on
the “silk” of corn ears, and this is what H. Zea caterpillars also do.
As soon as they emerge, the larvae feed on the kernel in their development stage. Besides this direct damage, secondary bacterial infections are common. According to researcher Ivan Cruz,
the larvae may also feed on the leaves and tassels of the plants.
90
According to researcher Ivan Cruz, of
Embrapa Corn and Sorghum, in Sete Lagoas (MG), the differences between the two
strains are very subtle. “They are not easily
detected visually. The two species only differ
with regard to their genital organs”, he says.
According to him, the Helicoverpa armigera
is much more severe in Asian countries, as
well as in Africa and Australia. Besides corn,
other host plants include soybean, cotton,
grain sorghum, millet, sunflower; winter cereals (wheat, oats, barley and triticale), and
also linseed, chickpea, beans and vegetables,
cherries, tomatoes, cucumbers and citric fruit.
Because of such characteristics as high
mobility, polyphagia and high propagation
rate turn the picture all the more worrying.
“An aggravating problem to the management of this pest is the development of resistance against insecticides, a fact that has
already been documented in pest literature,
especially with regard to synthetic pyretroids,
and there are reports referring to resistance
to other compounds, like carbamates and
organophosphates”, the researcher explains.
The insect’s lifecycle, approximately a month, is one of the
characteristics that turn its presence even more serious. This
time period allows for the existence of several annual and
continual generations, especially in warm climates. During
their growing stage, they go through six larval stages. Once
fully grown, larvae can reach a length of 40 millimeters, explains researcher Ivan Cruz.
Nem as lagartas
mais difíceis
do milho resistem
a essa eficácia.
Estudos apontam que a Spodoptera frugiperda,
também conhecida como lagarta-do-cartucho,
vem mostrando cada vez mais resistência
devido ao aumento de pressão, dando prejuízo
novamente para os produtores de milho.
Belt é o inseticida com excelente desempenho
contra lagartas de difícil controle e seletividade
aos inimigos naturais, referência nas culturas
de soja, tomate e algodão, além de ser indicado
para o Manejo Integrado de Pragas (MIP).
www.bayercropscience.com.br
Belt. Controlar lagartas ficou fácil.
92
Inor Ag. Assmann
Direto
no gene
E
nquanto a Helicoverpa armigera ataca milharais brasileiros,
Controle biológico
os pesquisadores preenchem suas horas de trabalho em
vem sendo a aposta
busca de um meio de controle eficiente da praga. Na Emdos pesquisadores brapa Milho e Sorgo, em Sete Lagoas (MG), por exemplo, estão
para frear a ação da sendo identificados genes promissores de Bt que possam ter efiHelicoverpa armigera ciência comprovada contra o inseto.
e evitar os estragos no
Em seguida deve-se apostar na o alto índice de parasitismo natural
milharal brasileiro multiplicação dos agentes por bio- de ovos da lagarta-da-espiga indica a
fábricas, primeiro através de escala-piloto. Essa deve ser feita por atores
que tenham interesse na tecnologia
desenvolvida. De acordo com Ivan
Cruz, da Embrapa Milho e Sorgo, os
principais agentes de controle biológico a ter liberação, em nível de campo,
para o controle de ovos de diversas espécies de lepidóptera são as vespinhas
do grupo Trichogramma, um inseto diminuto, porém com alta eficiência no
controle das pragas.
“A liberação desse agente de controle biológico deve estar associada com
armadilha contendo feromônio sexual,
que, ao ser utilizado no campo, serve
para detectar a chegada da mariposa
na área-alvo e indicar a época de liberação”, explica. “A armadilha, bem como
o feromônio sexual, já está disponível
no mercado internacional.”
O correto manejo das pragas de
milho deve considerar necessariamente a possibilidade de liberação do
Trichogramma tanto para o controle
da lagarta-do-cartucho como para o
controle do complexo de Helicoverpa
(zea e armigera). Segundo Ivan Cruz,
adaptação da espécie ao agroecossistema milho e a real possibilidade de
uso também para o controle da nova
espécie, H. Armigera.
No Brasil, muito se tem pesquisado
sobre o tema, mostrando a importância
dos agentes de controle biológico das
diferentes espécies de insetos fitófagos
associados ao milho. Tanto em áreas de
produção onde se utiliza o milho convencional como em áreas onde há uso
de milho Bt, o papel fundamental de
insetos (parasitoides e predadores) e de
microrganismos como tática essencial
no manejo integrado não pode e nem
deve ser negligenciado, afirma Cruz.
Conforme o pesquisador, a introdução de uma nova espécie de praga
no sistema agrícola brasileiro mostra
a importância de se ter rotineiramente o manejo integrado como princípio
fundamental. Deste modo, o produtor
pode rapidamente adequar medidas
que também sejam eficientes, econômicas e ambientalmente corretas para
reduzir a população da nova praga a níveis que não comprometam a sustentabilidade do seu negócio.
93
Inor Ag. Assmann
Tackling
the gene
Researchers have opted for
biological control methods
for curbing the devastation
caused by Helicoverpa
armigera caterpillars to the
Brazilian corn fields
94
W
hile Helicoverpa armigera caterpillars attack Brazilian corn fields, lots of researchers
are deeply engaged in coming up with manners to efficiently control the pest. At Embrapa Corn and Sorghum, in Sete Lagoas (MG), for example, the work consists in identifying promising Bt genes that might be thoroughly efficient against the insect
Then comes the agent propagation stage through biofactories, first
by means of the pilot-scale system. It
should be performed by players who
have an interest in the technology. According to Ivan Cruz, of Embrapa Corn
and Sorghum, most biological control
agents to be liberated into the corn
fields for controlling the eggs of several
Lepidoptera species are Trichogramma
wasps, minute insects but very efficient
at controlling pests.
“The liberation of this biological control agent should be associated with a
sexual pheromone trap, which, if used at
field level, detects the arrival of the moth
at the target area, thus indicating the
ideal liberation time”, he explains. “The
trap and sex pheromones are already
available in the international market”.
The correct management of corn pests
should necessarily consider the chance to
liberate the Trichogramma wasps, both
for the control of the armyworm and for
controlling the Helicoverpa (zea e armigera) complex. According to Ivan Cruz,
the high content of natural parasitism of
the eggs of the corn ear worm points to
the adaptation of the species to the corn
ecosystem, providing a real chance for
controlling the new species, H. Armigera.
In Brazil, there has been much research on the theme, attesting to the
importance of biological control agents
of the various phytophagous insects associated with corn. Both in production
areas where conventional corn is grown
and in Bt corn areas, the basic role of insects (parasitoids and predators) and of
microorganisms as an essential strategy
in integrated management cannot and
should not be neglected, Cruz says.
The researcher understands that
outbreaks of a new pest species in the
Brazilian agricultural system attests to
the importance of routinely resorting
to integrated management practices as
a fundamental principle. This makes it
possible for growers to rapidly resort to
efficient, economical and environmentally correct measures to reduce the
population of the new pest to levels that
do not affect the sustainability of their
business.
www.heringer.com.br
Inor Ag. Assmann
Diabruras
na lavoura
Conhecida também
como larva-alfinete, a
Diabrotica deixa em
alerta os produtores
de milho no Brasil,
sendo um mal
que literalmente
ataca pela raiz
96
P
rodutores brasileiros de milho, especialmente aqueles
cujas plantações ficam nos estados do Paraná e do Rio
Grande do Sul, estão em alerta. A incidência da Diabrotica
é, literalmente, a raiz do problema. Na lavouras de milho, as perdas diretas pela ação da praga podem ser de 20%. Conhecida
também como vaquinha, patriota, brasileirinho ou larva-alfinete, ela é uma das principais ameaças à cultura.
O ataque da Diabrotica inicia-se quando
uma fêmea põe centenas de ovos perto do
pé da planta, dando origem a larvas que se
alimentam preferencialmente da raiz do milho e de tubérculo de batata. Porém, existem
evidências de que este inseto possa multiplicar-se em outras plantas hospedeiras. É justamente por ali que a planta absorve água e
nutrientes. Portanto, ao atingir essa parte, a
praga afeta diretamente a produtividade.
De acordo com o gerente de Produtos de
Biotecnologia de Milho da Monsanto, Alexandre Chaves, os prejuízos causados às lavouras podem variar dependendo do clima,
da região e da época do ano. Em situações
de escassez de chuva, contudo, o dano pode
ser maior, uma vez que a raiz terá ainda mais
dificuldades para absorver água e nutrientes.
Outra dificuldade refere-se ao controle,
tendo em vista que muitos produtores ainda desconhecem os efeitos da Diabrotica. A
praga ataca a raiz da planta, de modo que
os danos não são percebidos facilmente.
Em muitos casos, o agricultor leva de 50 a
60 dias após o plantio do milho para perceber a presença da praga. Nesse momento,
a planta já está tombando e não há mais
medidas para controlá-la. Por isso, especialistas salientam a importância de se fazer o
controle na época do plantio.
OLHO ABERTO
n As larvas da Diabrotica são subterrâneas e se alimentam
das raízes das plantas, danificando-as e reduzindo a capacidade de absorção de água e de nutrientes e aumentando o
tombamento das plantas.
n Na cultura do milho, a fase larval do inseto é a mais prejudicial. Após a eclosão das larvas (de cor esbranquiçada, corpo
cilíndrico e extremidades pretas) no solo, começa a busca por
alimento (nesse caso, a raiz do milho).
n Como esse ataque ocorre abaixo do nível do solo, na maioria das vezes sua presença não é percebida pelo agricultor.
Quanto mais se desenvolvem, mais graves e visíveis são os
danos para as lavouras.
n Com a presença de chuvas e de ventos fortes, as raízes
danificadas não conseguem sustentar a planta e ocorre o
tombamento, sintoma conhecido pelos agricultores como
‘pescoço de ganso’.
n O impacto que a larva da Diabrotica causa na produtividade das lavouras de milho varia de acordo com os danos
provocados na raiz; por isso, a importância de descobrir
logo o problema.
Uma vez que a Diabrotica ataca a parte subterrânea da
planta, métodos tradicionais de manejo, como o uso de
inseticidas químicos, não demonstram eficiência contra
ela. Apesar de ser uma prática pouco utilizada no Brasil,
a prevenção ao problema pode ser feita por meio da inserção de defensivos agrícolas no interior da terra – o que
nem sempre é garantia de sucesso, alerta Thiago Bortoli,
gerente de Biotecnologia em Milho da Monsanto.
Segundo o pesquisador Paulo Viana, da Embrapa Milho e Sorgo (MG), no Brasil ainda existem poucos estudos
sobre como combater o problema. No entanto, em outros
países que enfrentam outras espécies de Diabrotica as informações são mais abundantes. No Sul do País, devido à
maior incidência da praga, os produtores da região já se
aprofundaram mais nas alternativas.
A região é mais afetada devido ao solo rico em matéria orgânica e à retenção de mais umidade, o que favorece a biologia das larvas. Além disso, características de
clima e de rotação de culturas colaboram para o aparecimento da praga. Em solos secos e bem drenados, por
exemplo, encontrados no cerrado brasileiro, a Diabrotica
tem mais dificuldades para sobreviver.
Enquanto a unidade da Embrapa desenvolve um projeto de manejo, controle e monitoramento para dar suporte aos produtores, os pesquisadores recomendam o
controle preventivo, com base em análises do histórico da
área e nas previsões do conteúdo de umidade do solo. Ao
mesmo tempo, a Monsanto já possui tecnologia aprovada no Brasil para o controle da Diabrotica, que em breve
estará disponível aos produtores. “Com esse lançamento,
o agricultor irá proteger sua lavoura e assegurar níveis de
produtividade cada vez maiores”, finaliza Bortoli.
Inor Ag. Assmann
PARA FAZER FRENTE
KEEPING EYES OPEN
n Larvae of Diabrotica species live underground and feed on
the roots of plants, damaging them and reducing their capacity
to absorb water and nutrients, causing them to lodge.
n In corn plants, the larval stage of the insect is very damaging.
Right after emergence, the larvae (whitish, cylindrical body and
black extremities) penetrate the soil and start looking for food
(in this case, the roots of corn plants).
n As these outbreaks only take place underground, in most cases their presence is not detected by the growers. The more they
develop, the more serious are the damages to the crops.
n With the occurrence of rainfalls and cold winds, the affected
roots are unable to sustain the plants, and they begin to lodge,
a symptom known by the farmers as “gooseneck”.
n The impact caused by Diabrotica attacks on corn productivity varies in accordance with the damages suffered by the
roots; hence, the importance of detecting its presence as early
as possible.
97
Inor Ag. Assmann
Crop scourges
Also known as corn rootworm,
Diabrotica keeps Brazilian corn
farmers on the alert, and it is
a pest that tackles the corn
plant at its source
B
razilian corn growers, particularly those
who cultivate the crop in the states of
Paraná and Rio Grande do Sul, are on the
alert. The incidence of Diabrotica is, literally,
the root of the problem. In corn fields, direct
losses from Diabrotica outbreaks could reach
20%. Also known by such Brazilian names as
vaquinha, patriota, brasileirinho or banded
corn worm, it is a major threat to the crop.
Diabrotica attacks start when a female lays hundreds of eggs
near a plant, giving rise to larvae that feed perfectly on the roots of
corn and potato tubers. However, there is evidence attesting that the
insect can propagate on other host plants, too. It is through the roots
that these plants absorb water and nutrients. Therefore, by attacking
the roots the pest directly impairs the productive capacity of the crop.
According to the manager at the Monsanto Biotechnology Products Department, Alexandre Chaves, field losses could vary depending on climate, region and time period. Under dry weather conditions, however, losses tend to be more serious, because it gets even
more difficult for the roots to absorb water and nutrients.
Another difficulty has to do with control, since lots of farmers are
still unaware of the damages caused by the rootworm. The pest attacks the root system of the plants, making it difficult to perceive the
damages. In many cases, it takes 50 to 60 days for farmers to detect
the presence. At this moment, the corn plants are beginning to lodge
and any attempt to control the insects is fruitless. This is why scientists
are unanimous in recommending control measures at planting.
98
ATTACKING THE PROBLEM
Since Diabrotica attacks below-ground plant parts, traditional management practices, like the application of chemical
insecticides, are not efficient against the scourge. Although not
common in Brazil, the problem could be prevented through the
insertion of pesticides below the surface of the ground – which
does not always translate into a successful practice, warns Thiago Bortoli, Corn Biotechnology manager at Monsanto.
According to researcher Paulo Viana, of Embrapa Corn and
Sorghum (MG), very few studies have been conducted in Brazil on
how to fight the problem. Nonetheless, in other countries that face
the problem, there is much more information available. In South
Brazil, due to the higher incidence of the pest, the growers across
the region have already access to more alternatives.
The region is more affected due to its soil rich in organic content and the retention of more humidity, factors that favor the
biology of the larvae. Furthermore, climate and crop rotation
characteristics are also a factor that prompts outbreaks of the
pest. In dry and aerated soils, for example, very common in the
Brazilian cerrado, Diabrotica has difficulty surviving.
While the Embrapa unit is developing a management, control and monitoring project, intended to provide support to the
farmers, researchers recommend preventive control practices,
based on the history of the region’s soil analyses and on soil
moisture contents. In the meantime, Monsanto already possesses technology approved in Brazil for keeping Diabrotica
attacks under control, soon to be available to the growers. “This
new technology will provide the farmers with means to ensure
ever-increasing productivity levels”, Bortoli concludes.
Robispierre Giuliani
D
iante da novidade da Embrapa, o personagem He-Man,
dos desenhos animados, tem tudo para deixar a espada
de lado e reconhecer: não é só ele que tem a força. Lançada em maio de 2013, a cultivar de milho BRS 4104 possui, como
grande diferencial, a quantidade de carotenoides pró-vitamina
A. No novo cereal, o composto, essencial para a vida, é cerca de
três vezes superior ao encontrado em cultivares comuns.
Oito anos de pesquisa, desde a
caracterização de linhagens e de materiais comerciais, resultaram no lançamento, realizado durante a Reunião
da Rede Brasileira de Biofortificação e
a abertura da 6ª Semana de Integração
Tecnológica (SIT), em Minas Gerais. Conduzido por pesquisadores da Embrapa
Milho e Sorgo (MG), o trabalho resulta
de ações de pesquisa dos projetos Harvest Plus, rede internacional de pesquisa em biofortificação, e BioFORT, rede
nacional coordenada pela Embrapa.
O objetivo desta última é o melhoramento genético de culturas agrícolas
para o aumento das concentrações de
nutrientes em suas partes comestíveis,
que constituem a base da dieta de populações onde deficiências nutricionais ainda são prevalentes. No Brasil,
por exemplo, pesquisadores já conseguiram cultivares de batata-doce com
maiores concentrações de vitamina A;
e arroz, feijão e feijão-caupi mais ricos
em ferro e zinco.
De acordo com o pesquisador Paulo Evaristo de Oliveira Guimarães, co-responsável pelo desenvolvimento, a
cultivar apresentou, sob condições favoráveis, índices de produtividade de 5.600
quilos por hectare nas últimas duas safras, competitiva com a das variedades
BR
106 e
Sol da
Manhã.
“De 2006
até hoje,
identificamos seis linhagens com maiores
teores de pró-vitamina A e chegamos à BRS
4104. A variedade vem sendo melhorada continuamente”, explica. Durante o processo de melho-
Eu tenho
a força!
Embrapa lança a primeira cultivar de milho
biofortificado, direcionada a comunidades
carentes e programas sociais de merenda escolar
100
ramento, no entanto, uma das grandes dificuldades foi a identificação das
linhagens cujos grãos apresentavam
maiores concentrações dos carotenoides precursores da pró-vitamina A. Portanto, para iniciar o programa de melhoramento, foram necessárias análises
químicas sofisticadas, com o intuito de
identificar os melhores materiais.
Como os carotenoides são compostos sensíveis a luz, calor e presença de
oxigênio, alguns cuidados tornam-se
necessários nas etapas de colheita e pós
-colheita da cultivar, visando minimizar
as perdas no valor nutritivo. Conforme
a cientista de alimentos e coordenadora dos estudos Maria Cristina Dias Paes,
da Embrapa Milho e Sorgo, identificou-se que as menores ocorrem quando os
grãos são secados na espiga ainda com
pallha. “Para manter a retenção
dos carotenoides nos grãos
colhidos, deve-se evitar
exposição à luz e ao
calor”, afirma.
UM BOM ALIADO
Os focos da nova cultivar são comunidades onde a deficiência de vitamina A ainda é prevalente. Sua disseminação será realizada junto ao sistema
público nacional de assistência rural e também em projetos com prefeituras.
Haverá prioridade à produção por agricultores familiares e, também, em programas sociais, como o Programa Nacional de Alimentação Escolar (PNAE),
afirma Maria Cristina Dias Paes, da Embrapa Milho e Sorgo.
A BRS 4104, por sua vez, assim como os produtos biofortificados, pode
melhorar a dieta de crianças – combatendo a desnutrição e a carência de
nutrientes essenciais ao ser humano. Por extensão, favorece a renda de produtores, uma vez que até um terço do total de alimentos adquiridos para
consumo na merenda escolar deve ser originado da agricultura familiar.
PARA FAZER
A DIFERENÇA
A partir de reações químicas no organismo, a pró-vitamina A se transforma em
vitamina A. Entre suas funções está
a manutenção de uma boa visão e de
uma pele saudável, além de ela favorecer o bom funcionamento do sistema
imunológico. Sua falta no organismo
resulta na hipovitaminose A, deficiência
associada à perda de visão em crianças,
considerada um dos principais problemas de nutrição no mundo.
Segundo a cientista de alimentos
Maria Cristina Dias Paes, da Embrapa
Milho e Sorgo, o milho biofortificado
apresenta concentração de carotenoides percursores da vitamina A na faixa
de 6 a 8 microgramas por grama de
grãos. O tipo comum apresenta entre
2,5 e 4 microgramas.
De coloração amarela intensa, a
4104 foi desenvolvida a partir de um
trabalho de seleção onde os grãos que
apresentaram maior quantidade de
pró-vitamina A foram selecionados e
utilizados no processo de melhoramento. “Esse milho apresenta ciclo precoce
e estamos muito otimistas com suas
características agronômicas”, destaca
Paulo Evaristo Guimarães, pesquisador
da área de melhoramento.
101
I have the strength
I
Embrapa launches n light of Embrapa’s novelty, the fictional character He-Man
the first cultivar of has it all to leave aside his sword and acknowledge he is not
the only one who has power. Launched in May 2013, the BRS
biofortified maize, 4104 corn cultivar is known for its huge content of vitamin A
geared towards poverty- carotenoids. In the new cereal, the compound, essential for hustricken communities man life, is about three times bigger than in common cultivars.
and school meal
Eight years of research works, from the basis of the diet of poor populations where
programs characterization of breeds and commercial nutritional deficiencies still prevail. In Brazil,
Robispierre Giuliani
materials, resulting into the launching of
the new cultivar during the Brazilian Biofortification Network Meeting and the opening
of the 6th Technological Integration Week
(TIW), in Minas Gerais. Conducted by Embrapa Corn and Sorghum (MG), the work is the
result of research projects conducted by Harvest Plus, an international network doing
research on biofortification, and BioFORT,
national network coordinated by Embrapa.
The aim of the latter consists in genetically enhancing staple food crops that are the
102
for example, researchers have already come
up with sweet-potato cultivars with higher
content of vitamin A; and rice, beans and
caupi-beans richer in iron and zinc content.
According to researcher Paulo Evaristo
de Oliveira Guimarães, co-responsible for
the development of the program, under favorable conditions the cultivar reached productivity rates of 5,600 kilos per hectare over
the two past seasons, competing with the BR
106 and Sol da Manhã varieties. “From 2006
to date, we have identified six breeds with
higher provitamin A contents, compared to
the BRS 4104. The variety has been constantly improved”, he explains. During the enhancement process, nonetheless, a huge difficulty consisted in identifying the breeds whose kernels presented
bigger concentrations of carotenoids, precursors of provitamin A. Therefore, before
starting the enhancing program there was
need for sophisticated chemical analyses,
with the aim to detect the best materials.
Since carotenoids are compounds sensitive to light, heat and the presence of oxygen,
some cares should be taken at the harvest
and post-harvest stages, with the aim to
minimize nutritive losses. According to food
scientist and coordinator of the studies, Maria Cristina Dias Paes, of Embrapa Corn and
Sorghum, nutritive losses are lower when
the kernels are dried on the cob, with the removal of the straw. “In order to retain the carotenoid content on the kernel in harvested
corn, exposure to light and heat should be
avoided”, she recommends.
Sílvio Ávila
MAKING A DIFFERENCE
As soon as the chemical reactions start in the body,
provitamin A turns into vitamin A. Its functions
include healthy eyes and a healthy skin, besides
strengthening the immunological system. Its
absence in the organism results into a pathology
known as hypervitaminosis A, deficiency
associated with vision loss in children, and viewed
as a major malnutrition problem in the world.
According to food scientist Maria Cristina Dias
A GOOD ALLY
The focus of the new cultivar are communities where provitamin A deficiencies still prevail. Its dissemination will be conducted jointly with the
national rural assistance program and also through town hall projects.
Priority will be given to family farmers and, equally to social programs, like
the National School Meals Program (NSMP), says Maria Cristina Dias Paes,
of Embrapa Corn and Sorghum.
The BRS 4104, in turn, as well as biofortified products, can improve the
diet of the children – fighting malnutrition and the deficiency of essential
nutrients for human beings. By extension, it improves the income of the
farmers, since one third of all school meal items should mandatorily come
from family farmers.
Paes, of Embrapa Corn and Sorghum, biofortified
corn contains a concentration of carotenoids
precursors of vitamin A, at a rate of eight
micrograms per gram of grains. The common type
contains 2.5 to 4 micrograms.
With an intense yellowish color, the BRS 4104
was developed through a selection work where
the kernels that contained the biggest content
of vitamin A were chosen and utilized in the
enhancement process. “This is a short cycle corn
and we feel very encouraged at its agronomic
traits”, says Paulo Evaristo Guimarães, researcher
at the enhancement area.
Inor Ag. Assmann
Trigo
Ventos
a favor
Preços melhores motivam os produtores a retomar
parte da área de trigo na safra 2013/14, que deverá
ultrapassar os dois milhões de hectares
104
A
melhoria dos preços registrada a partir da safra 2012/13, com menor produção mundial e
brasileira, fez aumentar a área destinada ao cultivo do trigo no Brasil para a nova temporada. Pelo levantamento da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), divulgado
no início de junho, o plantio para o ciclo 2013/14 deverá avançar em 9,4% na comparação com
o período anterior, havendo previsão de que atinja a 2,074 milhões de hectares, ainda um pouco
abaixo do registrado no ciclo 2011/12.
A produção de trigo poderá elevar-se
em quase 27%, para algo próximo de 5,55
milhões de toneladas, considerando-se
que o resultado anterior foi prejudicado
pelo clima no Rio Grande do Sul. Geadas
tardias, vendavais e chuvas constantes
provocaram queda de 31% no volume
produzido, conforme divulgaram a Empresa de Assistência Técnica e Extensão
Rural (Emater/RS-Ascar) e a Embrapa Trigo. Os gaúchos, ao lado dos paranaenses,
ambos no Sul, respondem por mais de
91% da cultura no País.
No Paraná, sem problemas climáticos,
houve redução na área plantada, que foi
a menor desde os anos de 1980, enfrentando forte competição com o milho
da segunda safra. Para o novo período
produtivo, no entanto, volta a crescer o
cultivo, cuja área deve ficar próximo de
900 mil hectares, de acordo com levantamento do Departamento de Economia
Rural (Deral), da Secretaria da Agricultura
e Abastecimento (Seab), feito em maio.
Os produtores paranaenses, conforme se verificou então, estavam com
PANORAMA
O aumento dos preços e a necessidade de rotação incentivam produtores da área central do País a apostarem no
trigo, embora ainda em menor escala, conforme verifica o
pesquisador Julio Cesar Albrecht, da Embrapa Cerrados, de
Planaltina (DF). É a primeira região a colher o grão no Brasil
(entre agosto e setembro), o que lhe dá melhores condições
de comercialização. Em Minas Gerais, conforme a Conab, o
cultivo deve aumentar 34%, avançando para 29 mil hecta-
mais de 50% da área plantada e animados com a possibilidade de manter preços firmes para o produto também no
momento da comercialização. A Conab
apurou que o valor da saca de trigo encontrava-se em R$ 38,51 no Estado, contra os R$ 25,98 registrados há 12 meses.
No Rio Grande do Sul, a Emater levantou
remuneração de R$ 30,69 em 30 de maio
e R$ 25,50 no ano anterior. Gervásio Paulus, diretor técnico, lembra o papel do
cereal como opção na cobertura do solo
e na rotação de culturas no inverno.
res, e 27% em Goiás, subindo para 11,4 mil hectares.
Mais dois estados, porém, têm área do cereal maior do
que a destes. Trata-se de Santa Catarina e de São Paulo. Os
catarinenses mantêm estabilidade no cultivo, que está sendo ampliado em 1,5% e deverá situar-se em 68,1 mil hectares. Já os paulistas respondem pelo maior incremento
em área na temporada, na ordem de 50,3%. O espaço a ser
ocupado pela cultura, conforme a Conab, deverá chegar a
68,1 mil toneladas.
105
Whealt
Downwind
Inor Ag. Assmann
Attractive prices have
prompted the farmers
to resume part of
their areas devoted to
wheat in the 2013/14
cycle, now estimated to
reach upwards of two
million hectares
106
T
he better prices in force since the 2012/13 crop year, with
production down in Brazil and abroad, have prompted
the farmers to devote more land to wheat in the new
season. According to a survey conducted by the National Supply Company (Conab), published in early June, in the 2013/14
cycle wheat plantations will be up 9.4% from the previous
year, reaching an estimated total of 2.074 million hectares, still
slightly below the total planted area in the 2011/12 period.
On the other hand, production might
increase by almost 27%, totaling close to
5.55 million tons, considering that the
previous crop was affected by adverse
climate conditions in Rio Grande do Sul.
Late frost conditions, windstorms and
constant rainfalls were responsible for
losses of up to 31% in volume, according
to the Rural Extension and Technical Assistance Corporation (Emater/RS-Ascar)
and Embrapa Wheat. The States of Rio
Grande do Sul and Paraná, both located
in South Brazil, are responsible for 91% of
the entire crop in the Country.
Although suffering no climate induced
problems, the State of Paraná reduced
its planted area, which was the smallest
since the 1980s, facing strong competition from corn in the winter crop. For the
new productive period, however, the area
devoted to wheat is estimated to increase
to almost 900 thousand hectares, from a
survey by the Rural Economy Department
(Deral), of the Secretariat of Agriculture
and Supply (Seab), conducted in May.
Back in May, the growers in Paraná
had already planted 50% of the area
and were feeling very encouraged with
the chances to keep prices steady until
the moment of selling their crop. Conab
ascertained that a sack of wheat was
fetching R$ 38.51 in the State, against R$
25.98 practiced 12 months before. In Rio
Grande do Sul, a price survey conducted
by Emater detected a remuneration of R$
30.69 a sack on 30th May and R$ 25.50 in
the previous year. Gervásio Paulus, technical director, recalls the role of the cereal
as an option for a cover crop in rotation
with winter cultivations.
PÃO NO CAMPO • Bread in the farm
Situação do trigo em três safras no País
e principais estados produtores
Indicadores
2011/122012/132013/14
PR/RS/BRPR/RS /BRPR/RS/BR
Área (mil há)
1042/932/2166
774/976/1895
897/1010/2074
Produtividade (kg/ha) 2399/2941/2672
2730/1860/2269
2926/2430/2678
Produção (mil t)
2501/2742/5789
2113/1816/4300
2624/2455/5556
Fonte: Conab
PANORAMA
Higher prices and the need for crop rotation have been encouraging the farmers in
Central Brazil to shift to wheat, but still on a small scale, observes researcher Julio Cesar
Albrecht, of Embrapa Cerrados, in Planaltina (DF). It is the first region to harvest the grain
in Brazil (in August and September), a fact that provides for better trading operations. In
Minas Gerais, according to Conab, wheat cultivations are estimated to soar 34%, to 29
thousand hectares, and 27% in Goiás, to 11.4 thousand hectares.
Two other States, nonetheless, devote more areas to wheat than the latter. They are
Santa Catarina and São Paulo. The growers in Santa Catarina have kept their production stable, and the area is now estimated to go up by 1.5% to a total of 68.1 mil hectares.
São Paulo is responsible for the biggest area increase during this cycle, about 50.3%. The
area to be devoted to the crop is estimated at 68.1 thousand tons.
107
Inor Ag. Assmann
Fermento
na massa
Produção mundial de trigo deve crescer em 2013 e
influir nos valores, mas baixos estoques nacionais
podem neutralizar efeitos em nível interno
A
estimativa da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) relativa à produção mundial de trigo em 2013, feita em maio, é de 695 milhões de toneladas,
a segunda maior já alcançada. São 35,4 milhões de toneladas a mais do que na safra anterior, que teve redução e, com isso, levou à elevação nos preços. A nova situação certamente vai
exercer influência nos valores a serem alcançados pelo cereal na nova temporada, mas outros
fatores deverão interferir e poderão equilibrar estes efeitos.
Avaliação feita pela Embrapa Trigo
no início de junho destacava o paralelo crescimento do consumo mundial.
Enquanto este tem aumentado 2,1%, a
produção tem incremento de 1,54% ao
ano, conforme os apontamentos. Chama atenção para a demanda crescente
do uso do trigo na alimentação animal,
108
em substituição ao milho, e também
na produção de biocombustível, particularmente na Europa, além de o mercado chinês se mostrar aquecido.
As cotações do cereal têm se mantido firmes nos últimos meses, comentava a instituição. Para tanto, estavam contribuindo situações como
a redução do rendimento das lavouras de inverno nos Estados Unidos,
por adversidades climáticas; possíveis
problemas de qualidade na Ucrânia
e chuvas excessivas na Europa Ocidental. Em relação ao novo plantio,
o cenário era de ampliação de área
na União Europeia, Rússia, Ucrânia,
Cazaquistão e Canadá, mas lembrava
que aumento de consumo dificultaria a recomposição de estoques.
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab), por sua vez, em análise conjuntural feita ainda em maio,
citava que apenas Estados Unidos e
Índia apresentariam recuos. A produção do Mercosul deveria elevar-se de
16,6 milhões de toneladas para 21,2
milhões de toneladas, superando a
demanda do bloco. A da Argentina, de
onde provém normalmente 80% do
cereal importado pelo Brasil, chegaria
a 13 milhões de toneladas, disponibilizando cerca de 6,5 milhões de tonela-
das para exportação.
A nova produção brasileira está prevista em 5,5 milhões de toneladas, com
o que a necessidade de importação deverá ser reduzida de 7,2 milhões de toneladas para 6,8 milhões de toneladas,
conforme números da Conab divulgados no início do mês de junho. Mostravam, porém, ampliação do consumo de 10,5 milhões de toneladas para
10,7 milhões de toneladas e estoques
de passagens bastante baixos (564 mil
toneladas na safra 2012/13 e 719 mil
toneladas na seguinte), o que poderá
neutralizar os efeitos de eventual queda de preços internacionais, ainda na
apreciação da Embrapa Trigo.
Por outro lado, registrava-se no começo de junho que, apesar do aumento estimado para a produção mundial,
de isenção da Tarifa Externa Comum
(TEC) e da importação de trigo americano, além de leilões da Conab, os preços
permaneciam firmes internamente,
com a pouca disponibilidade do grão
no mercado brasileiro. “Mantida a
conjuntura atual de preços internos e
externos favoráveis, e de cotações futuras aquecidas, como ora se verifica, as
perspectivas para o produtor são muito
promissoras”, completava Paulo Magno Rabelo, analista da Conab.
109
Inor Ag. Assmann
The leaven
in the dough
Global wheat production is poised to soar in 2013 and
exert influence over prices, but low national stocks could
neutralize such effects in the domestic market
110
I
n May this year, the Food and Agriculture Organization of the United Nations (FAO) estimated the 2013 global wheat production at 695 million tons, the second largest on record. This
amount represents an increase of 35.4 million tons from the previous crop, which had suffered a reduction in volume, a fact that accounted for the higher prices. The new situation will
certainly exert an influence on the prices of the cereal during the season, but other factors might
interfere and offset these effects.
The evaluation by Embrapa Wheat in
early June pointed to parallel growth in
global consumption. While the latter soared
by 2.1%, production has been increasing by
1.54% a year, according to the surveys. What
captures attention is the ever-increasing use
of wheat as an ingredient in animal feed, in
replacement of corn, and also for the production of biofuels, particularly in Europe,
besides the Chinese market now heated up.
The prices of the cereal, according to
Embrapa sources, have continued steady
over the past months. The reasons seem
to lie in situations like the reduction of the
productivity rates of the winter fields in
the United States, brought about
by climate adversities;
possible
quality problems
in Ukraine and
excessive precipitation levels in West-
ern Europe. With regard to the new crop, the
scenario was pointing to bigger areas in the
European Union, Russia, Ukraine, Kazakhstan and Canada, but there was concern
about recomposing the carryover stocks,
once consumption is on the rise, too.
The National Supply Company
(Conab), in turn, in an analysis conducted
in May, referred to crop reductions only in
India and the United States. For Mercosur,
the analysis pointed to an increase from
16.6 million tons to 21.2 million tons, exceeding the bloc’s needs. The crop in Argentina, which normally supplies 80% of
the cereal imported by Brazil, was estimated at 13 million tons, of which, 6.5 million
tons were supposed to be exported.
The Brazilian crop is estimated at 5.5
million tons, thus reducing the need to
import from 7.2 million tons to 6.8 million
tons, according to Conab numbers published in early June. The numbers equally
showed consumption rising from 10.5 million tons to 10.7 million tons and rather low
carryover stocks (564 thousand tons in the
2012/13 cycle and 719 thousand tons in
the next), which could neutralize effects of
possible smaller international prices, according to Embrapa Wheat sources.
On the other hand, observations in
early June pointed to the fact that, in spite
of the estimated higher global production
volumes, the exemption of the Common
External Tariff (CET) and the importation of
American wheat, besides the auctions promoted by Conab, prices continued steady
in the domestic scenario, with scarce availability of the cereal in the market. “Should
the present situation of high internal prices
and favorable foreign prices, and future
quotes remain heated, as things are now,
there are very good perspectives for the
growers”, concluded Paulo Magno Rabelo,
analyst with Conab.
CAMPOS AMARELOS • Yellow fields
Balanço do trigo brasileiro
(Em mil toneladas)
SafraProdução
2011/12 5.788,6
2012/13 4.379,5
2013/14 5.555,8
Import.Suprimento Consumo
Export. Estoque
6.011,813.566,510.444,9 1.901,01.220,6
7.200,012.800,110.552,3 1.683,4 564,4
6.800,012.920,210.701,1 1.500,0 719,1
Fonte: Conab, junho de 2013.
111
Inor Ag. Assmann
Brando
ou forte
Cultivares de trigo desenvolvidas nos últimos anos atendem mais à classe
pão, mas há espaço para produto que tenha menor força de glúten
O
trigo enquadrado na classe pão representava 40% das cultivares existentes na atividade
em 2006 e atualmente corresponde a 80%, conforme divulgou no início de 2013 a Embrapa Trigo, durante debate sobre a organização do complexo agroindustrial na área para
atender a nichos de mercado. Antes predominavam as opções do cereal considerado brando,
com menor força de glúten (W) e proteínas.
O quadro se alterou em virtude das
exigências da área panificadora, que
responde pela maior parte do uso do
trigo no Brasil. Porém, considera-se
novamente a ocorrência de oportunidades para o produto que ficou em
segundo plano. O fato se apresenta especialmente a partir do crescimento da
indústria de biscoitos, na qual o País é o
segundo produtor mundial (1,2 milhão
de toneladas) e o consumo quase que
dobrou em menos de uma década.
As empresas de melhoramento, para
se ajustar ao mercado nos últimos anos,
passaram a desenvolver cultivares de
112
trigo pão, com força de glúten e teor de
proteínas cada vez mais altos, capazes
de atender tanto à indústria de moagem
quanto às padarias, comenta Ricardo
Lima de Castro, pesquisador da Embrapa
Trigo. Porém, diante de nova realidade,
trata-se também de dimensionar o tamanho do mercado para trigo brando.
Com isso, surge espaço para a formação de um novo nicho, especialmente para os pequenos produtores
de trigo, que correspondem a 60% do
total, observa Ana Christina Sagebin Albuquerque, chefe de Pesquisa e Desenvolvimento da mesma instituição. Ela
assinala que, com a demanda definida,
foi direcionada a pesquisa para chegar a
uma cultivar voltada à indústria de biscoitos, com força de glúten baixa, pouca proteína e baixa absorção de água.
O primeiro resultado, informa a dirigente, foi a obtenção da BRS 374, lançada
em 2011, tendo como uma das características o teor de proteína em 11,7%, um dos
menores do mercado. Outras opções na
área, segundo ela, são a BRS Louro e a BRS
Umbu, ressaltando que o produtor deve
escolher a cultivar tomando por base tanto a demanda do mercado quanto questões relativas ao ambiente e ao manejo.
Soft or strong
Cultivars developed
over the past years
are more focused on
bread wheat varieties,
but there is room for
the production of lowgluten wheat, too
MELHORADOR
Ainda na área de pesquisa da cultura, a Embrapa Trigo lançou em março de
2013, durante a Expodireto 2013, de Não
Me Toque (RS), a cultivar BRS Parrudo, que
é da classe melhorador, de ponta na área.
“É uma nova proposta de tipo de planta,
com resistência ao acamamento, excelente potencial produtivo, ciclo precoce,
estatura baixa, vigoroso sistema radicular
e sanidade de folha e espiga”, avalia Pedro
Scheeren, pesquisador da unidade.
A união de suas características, conforme ele, permite a utilização de alta tecnologia no seu cultivo, associando qualidade
e rendimento de grãos. Foram ouvidos
também os produtores e multiplicadores
de sementes antes do lançamento do material: numa escala de um a cinco, o avaliaram com a nota quatro na maioria dos
quesitos apresentados. Para tanto, foi ativado o Portal de Avaliação de Cultivares,
nova estratégia adotada na área.
Outra inovação divulgada pela Embrapa Trigo em eventos é o sistema de rastreabilidade digital para o trigo. A tecnologia
contribui para assegurar a qualidade final
dos alimentos. Os lotes podem ser segregados de acordo com a cultivar, a classe
comercial, a umidade, o glúten e a presença de micotoxinas, dentre outros atributos. Procura-se identificar a procedência e
comunicar informações sobre o manejo e
a qualidade, o que permite agregar valor.
B
read wheat represented 40% of all cultivars used in Brazil
in 2006 and now corresponds to 80%, according to figures
released by Embrapa Wheat in early 2013, during a debate
on the organization of the agroindustrial complex in the area
to fulfill the needs of market niches. Before this, the predominant cultivars were the ones referred to as soft wheat, with less
gluten strength (W) and proteins.
The picture has altered by virtue of the
requirements coming from Bread baking
businesses, which account for the biggest
use of wheat in Brazil. Nevertheless, at the
moment, new opportunities are being considered for the product that now ranks as
second in importance. This fact stems predominantly from the revitalization of the
biscuit industries, at which Brazil ranks as
second biggest producer in the world (1.2
million tons) and consumption almost doubled in the course of half a decade.
In attempt to adjust to the market,
meliorating companies began to develop
bread wheat cultivars, with ever-increasing
gluten strength and higher protein content,
capable of meeting the requirements of the
milling industries and bakeries, comments
Ricardo Lima de Castro, researcher with Embrapa Wheat. However, in light of the new
reality, it is also a matter of dimensioning the
size of the soft wheat market.
This paves the way for a new market
niche, especially for small-scale wheat
growers, who represent 60% of the total,
observes Ana Christina Sagebin Albuquerque, head of the institution’s Research and
Development department. She points out
that, with demand well defined, research
was focused on coming up with a cultivar
geared towards the biscuit industry, with
low gluten strength , low protein levels
and low water absorption.
The first result, she informs, was the BRS
374 cultivar, launched in 2011, with a protein content of 11.7%, very small if compared
to other cultivars. Other options in the area
include the BRS Louro and the BRS Umbu,
warning that the farmers should opt for the
cultivar taking into consideration market
demand as well as matters related to the environment and management practices.
MELIORATOR
Also in the area of crop research, Embrapa Wheat in March 2013, during the Expodireto
2013, in Não Me Toque (RS), launched the cultivar BRS Parrudo, which belongs to the top
meliorator class in this area. “It is a new idea of a type of plant, with resistance to lodging, excellent productive potential, early cycle, low in size, healthy root system and healthy leaves
and ears”, comments Pedro Scheeren, researcher with the Embrapa unit.
The union of the characteristics, according to him, allows for the use of high technology
in its cultivation, associating quality and yield. Seed multipliers and producers were also
consulted before the cultivars were launched: On a 1 – 5 scale, the cultivar was rated 4 in
most of the requisites. To this end, they activated the Cultivars Appraisal Portal, new strategy now in use in the areas.
Another innovation in events is the digital traceability system for wheat. The technology
has given its contribution towards ensuring the final quality of the food. The batches can be
segregated according to cultivar, commercial class, humidity, gluten and the presence of
microtoxins, among other attributes. The target consists in identifying its origin and present
information on management and quality, thus adding value to the wheat.
113
Inor Ag. Assmann
Sorgo
114
Tá no clima
A
produção de sorgo no cerrado brasileiro é paradoxal:
ao mesmo tempo em que é cultura secundária, utilizada em áreas e períodos nos quais o milho não pode ser
plantado, por deficiência hídrica, tem grande importância para
consolidar o sistema produtivo neste ambiente. Nas últimas décadas, a época preferencial de plantio do milho deslocou-se da
safra de verão para a safrinha, após a soja, no Brasil central.
Em Goiás e em algumas regiões de
Minas Gerais, Bahia, Piauí, Tocantins, Maranhão e Mato Grosso, o tempo de semeadura da segunda safra é curto, pelo fim
da temporada de chuvas. Assim, quanto
maior a demora em semear, menor a
chance de chover o necessário para o milho se desenvolver. Então, quanto mais tardar o plantio da soja, ou quanto mais longo
for o ciclo da cultivar, menor será o tempo
para semear a safrinha e maior a área de
sorgo, por sua resistência à seca. Isso explica a flutuação de área do grão no Brasil.
O pesquisador André May, da Embrapa
Milho e Sorgo, de Sete Lagoas (MG), destaca
que o sorgo é rústico, tolerante à estiagem
e de maior sistema radicular, adaptando-se melhor ao clima e ao solo e produzindo mais sob condições de seca do que o
milho. As vantagens são a reciclagem de
nutrientes em profundidade, a palhada no
plantio da soja ou das pastagens, a quebra
dos ciclos de doenças, pragas e invasoras; e
o retorno econômico, pois o investimento
é baixo, principalmente com adubação de
base. Alguns produtores nem realizam essa
adubação, tendo em vista que a soja fixa até
80 quilos de nitrogênio por hectare. Porém,
nestas condições, a produtividade média é
baixa, de 1,5 a quatro toneladas por hectare.
Apesar de ocupar um nicho de comercialização no País e de corresponder a valor
médio entre 70% e 75% do milho, o sorgo
estabeleceu sua participação no mercado
brasileiro de rações. “Ele não tem a fluidez
do milho, mas é importante nos aspectos
agronômico e econômico para estas regiões”, explica André May.
No Brasil, 70% do sorgo cultivado é granífero, seguido pelo forrageiro, com 27%
a 28%. O restante é formado por espécies
como vassoura, sacarino ou biomassa. “Em
geral, os pecuaristas preferem o milho para
a forragem; no entanto, em ambientes nos
quais essa cultura tem limitações de clima e
de solo, o sorgo é a solução”, ressalta André
May, da Embrapa. Segundo ele, o sorgo forrageiro tem praticamente o mesmo valor
biológico e alimentar, e mínima deficiência
em alguns aminoácidos, que podem ser
adicionados à ração ou à silagem. A espécie
forrageira produz 35 toneladas de massa
fresca e é muito utilizada na alimentação
do gado leiteiro em Minas Gerais, Goiás, Paraná e Rio Grande do Sul, por exemplo.
Inor Ag. Assmann
Sorgo mantém-se como
cultura secundária
de safrinha, mas
de importância
fundamental para os
sistemas de produção
do Centro-Oeste
115
Sorghum
In line with local
climate patterns
Sorghum falls into the
category of secondary
winter crops, but with
a fundamental role for
the production systems
in the Center-West
T
he production of sorghum in the Brazilian cerrado is paradoxical: while it is a secondary crop, utilized in areas and
periods when corn is not viable, due to water deficiency,
it plays a very relevant role in consolidating the production system within this environment. Over the past decades, the ideal
time period for planting corn shifted from the summer crop to
the winter crop, after soybean, in central Brazil.
In Goiás and in some regions of Minas
Gerais, Bahia, Piauí, Tocantins, Maranhão
and Mato Grosso, seeding time of the winter crop is very limited, and takes place at
the end of the rainy season. Therefore, the
longer it takes to sow the crop, the smaller
the chance for the corn to get the necessary rain for its development. As a result,
the later the soybean crop is planted, or
116
the longer the cycle of the cultivar, the
shorter the time for seeding the winter
crop and the bigger the area for sorghum,
due to its resistance to drought conditions. This accounts for the big fluctuations in area of the Brazilian grain crops.
Researcher André May, of Embrapa
Corn and Sorghum, based in Sete Lagoas
(MG), explains that sorghum is a coarse
SORGO NO BRASIL • Sorghum in Brazil
Quadro comparativo de safras
Safra
Área plantada (mil/ha)Produtividade (kg/ha)Produção (mil/t)
2010/11 817,4
2.8312.314,0
2011/12 786,9
2.8242.221,9
2012/13 797,3
2.6562.116,6
Inor Ag. Assmann
grain crop, tolerant to drought conditions
and with a healthy root system, adapting
well to climate and soil conditions, with a
bigger output under adverse conditions,
compared to corn. The advantages include
nutrient recycling deep in the ground, the
amount of straw at soy planting or at the
establishment of pasturelands, a break in
the disease, pest and weed cycles; and economic returns, since investments are low,
especially with regard to base fertilization.
Some farmers do not apply this fertilization, once soybean fixates up to 80 kilos of
nitrogen per hectare. Nonetheless, under
Fonte: Conab, junho de 2013.
such conditions, average productivity is
low, from 1.5 to 4 tons per hectare.
In spite of occupying a market niche in
the Country, fetching an average price that
represents from 70% to 75% of the price
of corn, sorghum has already worked its
way into the
Brazilian feed
market. “The
crop is not as
fluid as corn,
but plays an
important role
for the region
as far as agronomic and
economic
aspects
go”,
André May explains.
Grain sorghum accounts for 70% of
the Brazilian crop, followed by forage sorghum, with 27% to 28%. Other sorghum
species include broomcorn, saccharin
sorghum and high-biomass sorghum.
“As a rule, cattle farmers prefer corn as
forage; however, in environments where
corn suffers soil and climate restrictions,
sorghum fills the gap”, says André May,
of Embrapa. According to him, forage
sorghum bears the same biological and
food value, with a minimum deficiency
of some amino acids, which could be
added to feed or silage. Forage sorghum
produces 35 tons of fresh biomass per
hectare and is much used for dairy cattle
in Minas Gerais, Goiás, Paraná and Rio
Grande do Sul, for example.
117
Inor Ag. Assmann
Faz muita
falta
Associada ao sistema de cultivo de soja no cerrado, a
produção de sorgo no Brasil mantém trajetória
em queda, mas reafirma a sua importância
É
de queda gradual a trajetória da produção de sorgo no Brasil nas três últimas safras,
comportamento que, ao contrário do que ocorre com a maioria dos grãos, não está
associado à maior ou à menor aceitação no mercado ou a flutuações de preços. Essa
retração está diretamente ligada ao desempenho da soja, carro-chefe da agricultura do cerrado brasileiro, pois o sorgo entra em sucessão de cultivo na chamada safrinha em áreas
nas quais, por clima e solo, há limitações à semeadura do milho. Nestas condições, o sorgo
é indispensável agronômica e economicamente.
118
A safra 2011/12 de sorgo encolheu
4%, recuando para 2,22 milhões de toneladas, ou 92 mil toneladas a menos do
que no ciclo anterior. Já na temporada
2012/13 foram colhidas 2,11 milhões de
toneladas, com retração de 4,7% na colheita, ou 105 mil toneladas. Em ambas as
safras há interferência negativa do clima.
Com o plantio mais acentuado de
soja de ciclo tardio e o atraso no estabelecimento da lavoura, pela demora na
chegada das chuvas em algumas regiões, também foi retardada a semeadura do sorgo, que já ocorre no ciclo final
do período de plantio da safrinha. Desta forma, ele enfrentou mais problemas
com estiagem. A área aumentou 1,1%,
para 796,3 mil hectares, mas a produtividade caiu 5,9%, para 2.656 kg/ha, na
temporada 2012/13.
O analista Leandro Corder, da Companhia Nacional de Abastecimento
O RANKING DO SORGO
Segundo levantamento da Conab, Goiás segue liderando o
ranking nacional, com 47,2% da produção, ou seja, 934 mil toneladas. Ainda assim, houve queda de 6,5% sobre a safra anterior, pela retração do rendimento para 3.150 quilos por hectare.
Em seguida vêm Minas Gerais, com distantes 434,6 mil toneladas, e Mato Grosso, com 408,8 mil toneladas.
A próxima safra tende a manter números similares de área,
produção e produtividade. A estimativa de colheita do sorgo
(Conab), destaca que o Levantamento
de Avaliação da Safra de Grãos 2012/13,
divulgado em junho, confirma a área de
sorgo em queda nas regiões Centro-Oeste e Nordeste, mas crescente no Sudeste
e no Norte, com estabilização no Sul. “A
produção caiu mais um ano seguido no
Nordeste, devido à seca, que derrubou a
produtividade”, assinala. A região Sul se
recuperou da seca de 2012, mas com menor rendimento frente a 2011.
no ciclo 2013/14 só será divulgada no final do ano, pois depende de fatores como a dimensão da lavoura de soja e sua época
de plantio, o ciclo das cultivares, o tempo necessário para o
agricultor semear o milho na safrinha e o comportamento
do clima, principalmente na metade final do período de semeadura da segunda safra. À medida em que estas culturas
forem se estabelecendo, descortina-se o cenário para o sorgo,
segundo André May, especialista em sistemas de produção da
Embrapa Milho e Sorgo, de Sete Lagoas (MG).
OLHAR GLOBAL
O Departamento de Agricultura dos Estados Unidos (USDA) projeta produção mundial de sorgo 8,33% maior no período
2012/13, saltando de 48 milhões de toneladas para cerca de 52 milhões de toneladas. O crescimento no consumo será tímido, de
1,5%. Chama atenção a contínua queda da Índia, que já foi a maior produtora global e viu sua safra cair em 2012 para 6 milhões de
toneladas. Enquanto isso, a Nigéria assumiu a condição de líder mundial em produção, com 6,9 milhões de toneladas, seguida pelo
México, com 6,8 milhões de toneladas.
119
Something is missing
Associated with the
soybean farming
system in the
Brazilian Cerrados,
the production of
sorghum is on the
decline, but keeps its
economic relevance
T
he production of sorghum in Brazil has been gradually
decreasing over the past three crop years, a behavior
that, contrary to what happens with most crops, is not associated with bigger or smaller demand by the market, nor to
price fluctuations. This reduction is directly linked to the performance of the oilseed crop, now the flagship of the Brazilian cerrados, simply because sorghum comes in as a succession crop
in the so-called winter crop in areas where, because of climate
and soil limitations, corn crops would perform poorly. Under
such circumstances, sorghum turns out to be indispensable in
agronomic and economic terms.
The 2011/12 crop shrank by 4%, receding to 2.22 million tons, or 92 thousand tons
smaller than the crop of the previous cycle.
In the 2012/13 season the crop amounted
to 2.11 million tons, down 4.7%, or 105
thousand tons. In both seasons, climatic
conditions were unfavorable.
With more plantings of late cycle soybean and delays in the establishment of
the fields, because of delays in the rainy
season in some regions, sorghum planting
was also delayed, a crop that is normally
seeded at the final cycle of the winter crop.
This caused the crop to face more severe
SORGHUM PRODUCTION BY STATE
According to the Conab survey, the state of Goiás continues
ranking as biggest national producer, with 47.2% of the total, that
is to say, 934 thousand tons. Even so, there was a decrease of 6.5 percent from the previous year, as a result of a decline in yield to 3,150
kilos per hectare. Goiás is followed b y Minas Gerais, with 434.6 thousand tons, and Mato Grosso, with 408.8 thousand tons.
The next crop tends to be similar in planted area, production
drought problems. The planted area soared
1.1% to 796.3 thousand hectares, but productivity dropped 5.9 percent to 2,656 kilos
per hectare in the 2012/13 season.
Analyst Leandro Corder, of the National
Supply Company (Conab), mentions that
the 2012/13 Grain Crops Survey, released
in June, confirms the declining trend of the
areas planted with sorghum in the CenterWest and Northeast, while it is soaring in
the Southeast and North, and stable in the
South. The South has just recovered from
the 2012 drought, but with smaller yields
compared to 2011.
and productivity. The estimated size of the 2012/13 sorghum crop
will only be released late this year, since it depends on such factors as
the dimension of the soybean fields, planting time, cultivar cycle, the
time needed by the farmers to seed their corn in the winter crop, and
the behavior of the climate, particularly midway through the seeding
period of the second crop. As these crops start shaping up, the scenario for sorghum unfolds, says André May, specialist in production
systems at Embrapa Sorghum and Corn, based in Sete Lagoas (MG).
GLOBAL VIEW
The United States Department of Agriculture (USDA) projects an increase of 8.33 percent to the global sorghum crop in the 2012/13 season, jumping from 48 million tons to about 52 million tons. Nonetheless, consumption will not follow suit, soaring only 1.5 percent. What captures attention is
the continued decrease of the crop in India, a country that once was the leading global producer and witnessed its crop shrink to 6 million tons in 2012.
Meanwhile, Nigeria has climbed to the position of leading global producer, with 6.9 million tons, followed by Mexico, with 6.8 million tons.
120
Inor Ag. Assmann
Energia pura
Muito além do grão ou da silagem, o sorgo toma impulso para se tornar
matéria-prima importante na produção de biocombustível e de bioenergia
E
ntre 2% e 3% do sorgo cultivado no Brasil tem objetivo distinto da alimentação e da ração
animal. O mais tradicional deles, muito utilizado no País, é o sorgo vassoura, que tem a exata
finalidade de produzir vassouras de palha. Oriundo da agricultura familiar, é transformado
artesanalmente e comercializado em todo o País. É o de menor expressão econômica.
Mas a pauta do meio científico, governamental e da iniciativa privada recai
sobre duas espécies energéticas de sorgo:
sacarino e biomassa. Ambos são desenvolvidos em sistemas de produção diferentes
do forrageiro e do granífero. No caso do
sacarino, 10 mil hectares foram cultivados
por usinas sucroalcooleiras na última safra
para a produção de etanol, em sistemas de
renovação de lavouras de cana-de-açúcar.
Tecnologia e variedades têm origem nas
pesquisas pública e privada.
Segundo o pesquisador André May, da
Embrapa Milho e Sorgo, o Brasil tem potencial para cultivar milhares de hectares
e suprir a demanda por matéria-prima
na entressafra da cana-de-açúcar. Diferentemente da cana, que é uma cultura
ELETRICIDADE
O sorgo biomassa também é avaliado, mas pelas empresas de geração de energia elétrica. Cultivado entre setembro e
março, após o corte, o produto é encaminhado à queima para
gerar vapor e energia elétrica. Esta será vendida ao sistema
nacional de distribuição. Algumas empresas de geração cultivaram de 50 a 300 hectares com variedades da Embrapa na
safra 2011/12 para testar a capacidade agronômica, industrial
e econômica. O resultado acima do esperado fez algumas empresas solicitarem sementes para até seis mil hectares.
No entanto, as tecnologias ainda precisam de mais tempo para a validação, bem como a produção de sementes, que
começa na temporada 2013/14. O pesquisador André May
122
semi-perene, o sorgo é cultivado em novembro e colhido em março/abril. “Em
situação ideal, antes de abrir a colheita da
cana, a usina teria esse produto alternativo como solução para produzir etanol
entre 20 a 30 dias”, explica o pesquisador. No entanto, questões estruturais, de
manejo e agronômicas precisam evoluir
para chegar a este cenário.
reconhece que a demanda nacional por energia e o déficit
de investimentos, além de problemas que entravam o avanço de outros modelos energéticos, podem favorecer o sorgo.
“Ele produz até 190 toneladas de matéria fresca por hectare,
com crescimento vigoroso e ciclo de quatro meses, com alta
produção de biomassa, excelente poder calorífico e manejo
mecanizável”, revela.
“Há grande concentração de recursos da pesquisa pública nesta área para elaborar um pacote tecnológico que contemple os processos da lavoura à indústria”, afirma. Ainda
em 2013, a Embrapa lançará dois novos híbridos deste sorgo
dirigidos ao cultivo no Sudeste e em parte do Centro-Oeste
brasileiro, onde se concentra a demanda.
Pure energy
F
Inor Ag. Assmann
Much beyond its
kernel and silage
scope, sorghum is also
gaining momentum
as raw material for the
production of biofuels
and bioenergy
rom 2% to 3% of all sorghum species grown in Brazil are
destined for purposes other than food or livestock feed.
The most traditional of them, much used across the country, is a variety known as broomcorn, which is destined for the
production of straw brooms. Coming from family farming, it is
transformed manually and traded throughout the Country. It is
the species with the smallest economic expression.
On the agenda of the scientific establishment, government and private initiative
the focus is on two types of sorghum: saccharin and biomass. Both are developed in
production systems that differ from grain
sorghum and forage sorghum. In the case
of saccharin, 10 thousand hectares were
cultivated by sugar and alcohol mills in the
past crop, for the production of ethanol,
under sugarcane field renewal systems.
Technology and varieties originate from
public and private research institutions.
According to researcher André May, of
Embrapa Corn and sorghum, Brazil has
the potential to grow thousands of hectares and supply the demand for raw material during the off-season sugarcane
crop. Contrary to sugarcane, which is a
semi-perennial crop, sorghum is planted
in November and harvested in March and
April. “Ideally, before starting the sugarcane harvesting period, the mill could
use this alternative product as a solution
for producing ethanol during 20 to 30
days”, the researcher explains. Nonetheless, structural, management and agronomic questions still have to evolve until
this scenario materializes.
ELECTRICITY
Biomass sorghum is also being evaluated, but by the electric energy generating
companies. Grown from September to March, the crop is cut and discharged into kilns
for the generation of steam and electric energy, which is sold to the national electric
power company. Some energy companies grew 50 to 300 hectares with cultivars furnished by Embrapa, in the 2011/12 crop year in order to test the agronomic, industrial
and economic capacity. The result that exceeded expectations by far, prompted some
companies to order seeds for up to six thousand hectares.
Nevertheless, the technologies in use still need further testing for validation, and there
is also need to produce seeds, an initiative that is supposed to start at the 2013/14 season.
Researcher André May acknowledges that our national demand for energy and lack of
investments, besides problems that impair any advances towards other energy models,
might favor sorghum crops. “A hectare of sorghum produces up to 100 tons of fresh mass.
It is a four-month cycle crop that grows vigorously and produces plenty of biomass, with
an excellent caloric power and ideal for mechanized management”, he adds.
“Huge amounts of public funding have been geared towards this area with the
purpose to set up a technology package that encompasses all steps from field to industry”, he says. Before 2013 comes to a close, Embrapa will launch two new hybrids of
this variety of sorghum destined for the fields in the Southeast and some regions in the
Center-West, where there is big demand.
123
Sílvio Ávila
Pipoca
124
Explosão
de alegria
A produção de milho
pipoca segue em
expansão no Mato
Grosso, a ponto de
totalizar cerca de
195 mil toneladas do
grão em 2013
O
s produtores de milho pipoca do Estado do Mato Grosso
deverão colher em 2013 mais do que o dobro do volume registrado no ano anterior. A produção foi projetada
em 194.776 toneladas de grãos pela unidade estadual do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE/MT), em maio de
2013. Se o volume se confirmar, serão registradas 99.703 toneladas a mais do que o total de 95.073 toneladas colhido em 2012.
A área plantada também quase que dobrou. Em 2013, o plantio
ocupou 47.379 hectares, muito acima dos 26.256 hectares plantados no ano anterior.
A cultura do milho pipoca, de acordo
com o órgão público que apura os números desde 2010, tem registrado volumes crescentes no Mato Grosso. A produção foi de 43.403 toneladas de grãos
em 2010, 44.575 toneladas em 2011 e
95.073 toneladas em 2012. Com isso, o
Estado se consagra cada vez mais como
o principal polo dessa cultura no Brasil.
O Rio Grande do Sul também apresenta
plantios do cereal, mas não conta com
acompanhamento do IBGE.
“A região Centro-Oeste oferece clima, solo e topografia propícios ao cultivo do cereal”, destaca Antônio de la
Bandeira, gerente do Sindicato Rural
de Campo Novo do Parecis. Ele salienta que os produtores rurais assimilam
com facilidade novas tecnologias e
aceitam os desafios. Além disso, conforme Bandeira, a qualidade é excepcional. “A colheita do grão em um período seco garante a umidade ideal para
uma expansão perfeita da pipoca.”
Em 2012, a produtividade média atingiu a 3.621 quilos por hectare no Estado,
conforme apurou o IBGE. No município
de Campo Novo do Parecis e na região, a
média ficou em 4.200 kg/ha. “Alguns produtores alcançaram rendimento médio
superior a 5.200 kg/ha”, destaca Bandeira. A colheita do milho pipoca estava em
andamento em maio de 2013; o gerente
da entidade verificava que a produtividade deveria se manter igual ou até superior à verificada na safra anterior.
São essas características apontadas
por Bandeira que motivaram as empresas a investirem na região. “Este cenário
está fazendo a produção migrar, principalmente do Rio Grande do Sul, para o
Mato Grosso”, observa. Os produtores
de milho pipoca destes dois estados
plantam o cereal integrados a empresas
como a Yoki Alimentos, que fornecem as
sementes e garantem a compra da safra.
125
126
Inor Ag. Assmann
Popcorn
Burst of happiness
The production of
popcorn continues
soaring in Mato
Grosso, reaching a
total of about 195
thousand tons in 2013
I
n 2013, the popcorn producers in the State of Mato Grosso are
expected to harvest double the amount registered in the previous year. The size of the crop has been projected at 194,776
tons of grains by the State Office of the Brazilian Institute of
Geography and Statistics (IBGE/MT), in May 2013. Should this
volume confirm, there will be 99,703 tons in excess of the total of 95,073 harvested in 2012. The planted area has equally
almost doubled. In 2013, the crop occupied 47,379 hectares,
much more the 26,256 hectares cultivated in the previous year.
The crop, according to the public organ
that has been ascertaining the numbers since
2010, has been on a rising trend throughout
the State. The total popcorn crop reached
43,403 tons of grains in 2010, 44,575 tons in
2011 and 95,073 tons in 2012. As a result, the
State of Mato Grosso has turned into the leading production hub in Brazil. Rio Grande do
Sul is also a place where much land is devoted
to popcorn, but it is not under the umbrella of
the IBGE.
“The Center-West region offers appropriate climate, soil and topographic conditions
for the crop”, says Antônio de la Bandeira,
manager at the Rural Union in Campo Novo
do Parecis. He notes that most farmers are always ready to resort to new technologies and
stand up to any challenges that may arise.
Furthermore, according to Bandeira, quality
is exceptionally good. “The fact that the crop
ESTOUROS • Explosions
is harvested in dry periods ensures the ideal
Milho pipoca no Mato Grosso
moisture levels for the kernels to burst propMunicípios
Área (ha)Produção (t)Produtividade (kg/ha)
erly”.
Campo Novo do Parecis
29.400
123.480
4.200
In 2012, average productivity reached
Brasnorte
5.00021.000
4.200
3,621 kilos per hectare across the State, as
Sapezal
4.07417.111
4.200
ascertained by the IBGE. In the municipality
Campos de Júlio
3.200
12.480
3.900
of Campo Novo do Parecis and across the rePrimavera do Leste
2.200
7.260
3.300
gion, average yield remained at 4.200 kg/ha.
Tangará da Serra
1.900
7.600
4.000
“Some farmers were lucky to harvest in excess
Querência
4201.512
3.600
of 5,200 kg/ha, on average”, says Bandeira.
Lucas do Rio Verde
400
1.800
4.500
Popcorn harvesting was in full swing in May
Diamantino
4001.400
3.500
2013; the manager of the entity maintained
Outros
3851.133
2.820
there should be no change to productivity,
Total
47.379194.776
4.111
which is supposed to remain on a par with the
Fonte: IBGE, unidade estadual do Mato Grosso, maio de 2013.
previous year, or even a little bigger.
These are the traits pointed out by BandeiPIPOCOU • Popped up
ra that encouraged the companies to invest
Safras de milho pipoca no Mato Grosso
more in the region. “This scenario is responsible for shifting the production of popcorn from
Ano
ÁreaProdução (t)
Rio Grande do Sul to Mato Grosso”, he ob201014.473
43.403
serves. The popcorn producers in both states
201112.869
44.575
grow their crops under the umbrella of Yoki
201226.256
95.073
Alimentos, which furnishes the seed and is
2013*47.379
194.776
under obligation to purchase the entire crop.
Fonte: IBGE, unidade estadual do Mato Grosso, maio de 2013.
127
Inor Ag. Assmann
Para entrar
em campo
Negócios na cadeia do milho pipoca podem ser aquecidos com os
grandes eventos esportivos que acontecem no Brasil nos próximos anos
O
negócio da pipoca, como o próprio grão ao ser aquecido, tende a se expandir ainda mais,
inclusive para além do território brasileiro. Em 2012, o Mato Grosso exportou 15 mil toneladas de milho pipoca embalado em sacas de 50 quilos. No mercado interno, os preços
dos contratos antecipados estiveram cotados em cerca de R$ 38,00 pela saca. “Mas chegaram a
alcançar a até R$ 60,00 no comércio, pela escassez do produto”, salienta Antônio de la Bandeira,
gerente do Sindicato Rural de Campo Novo do Parecis.
A maior procura pelo produto em
2012 estimulou a ampliação da área
plantada na temporada 2012/13 no Mato
Grosso. Um dos principais produtores é
justamente o município de Campo Novo
do Parecis, que plantou 29.400 hectares,
de acordo com levantamento do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE), em maio de 2013. A sua colheita
foi estimada em 123.489 toneladas para
128
o ciclo; iniciou-se em maio e deveria ser
finalizada em julho. Outros destaques
são os municípios de Brasnorte (com
5.000 hectares), Sapezal (4.074 hectares)
e Campos de Júlio (3.200 hectares).
“Além da produtividade, também a
qualidade do grão que está sendo colhido é muito boa”, destaca Antônio de la
Bandeira. Para os próximos anos, acredita que a tendência é de aumento de área.
Mas observa que o produtor não arriscaria tanto, uma vez que o mercado também tem sua volatilidade. “Os agricultores geralmente exigem uma garantia,
contrato antecipado e preços estabelecidos”, esclarece. Bandeira ressalta que em
2013 e em 2014 ocorrem grandes eventos esportivos no Brasil, como a Copa do
Mundo, e que estes deverão contribuir
para o aumento no consumo de pipoca.
Off to a good start
Businesses of the popcorn
supply chain may take
off with the great sports
events scheduled to take
place in Brazil over
the next years
T
he popcorn business, like the kernel itself when heated
up, tends to expand even further, spreading even beyond
the Brazilian territory. In 2012, Mato Grosso exported 15
thousand tons of popcorn packed in 50 kg bags. In the domestic market, anticipated contracts fetched up to R$ 38.00 per
bag. “In stores, however, they fetched up to R$ 60.00, because
of tight supply”, explains Antônio de la Bandeira, manager of
the Rural Union in Campo Novo do Parecis.
Bigger demand for the kernel in 2012
encouraged the farmers to expand their
planted areas in the 2012/13 season in
Mato Grosso. A major producer is the
municipality of Campo Novo do Parecis,
which devoted 29,400 hectares to the
crop, according to a survey conducted by
the Brazilian Institute of Geography and
Statistics (IBGE), in May 2013. Harvest was
estimated at 123,489 tons for the season;
it started in May and was supposed to
come to a close in July. Other highlights
are the municipalities of Brasnorte (with
5,000 hectares), Sapezal (4,074 hectares)
and Campos de Júlio (3,200 hectares).
“Besides productivity, the quality of
the kernels being harvested is also excellent”, says Antônio de la Bandeira.
For the next years, he believes in a trend
pointing to bigger planted areas, but
observes that growers will not go deep
into it, since the popcorn market is
rather volatile. “As a rule, the farmers
require a sales guarantee, anticipated
contracts and preset prices”, he clarifies.
Bandeira recalls that in 2013 and 2014
Brazil will host big sports events, like
the FIFA Soccer Cup, and these events
should contribute towards a boost in
consumption.
129
Painel
Panel
Energia para crescer
Adubação
orgânica favorece
o desenvolvimento
das lavouras e pode
garantir o aumento da
produtividade em curto
espaço de tempo
O
rendimento da plantação pode ser um indicativo da
saúde do solo. Por isso, a aplicação de fertilizantes se torna aposta vantajosa e segura. No Rio Grande do Sul, a
Extratus Compostos Orgânicos tornou-se uma das grandes responsáveis pelo desenvolvimento de adubação que auxilia no
desenvolvimento de lavouras em todo o País. Instalada em Garibaldi, na Serra gaúcha, a empresa apresenta aos agricultores
o que há de melhor para garantir o aumento da produtividade.
Entre os inúmeros setores já beneficiados destacam-se videiras,
milho, fumo, flores e hortaliças.
Inor Ag. Assmann
De acordo com o gerente da empresa,
Daniel Chies, a aplicação da adubação
orgânica melhora a qualidade do solo
porque a matéria composta se liga às partículas da planta, ajudando na retenção
e na drenagem e, por conseguinte, favorecendo a aeração. Explica que a Extratus
iniciou o beneficiamento de resíduos orgânicos em 2010 e que hoje tem produção mensal de 2.500 m³ de fertilizantes.
A matéria-prima utilizada é recebida de
parceiros, como frigoríficos, vinícolas, in-
130
dústrias papeleiras e fumageiras.
Com processo de produção que dura
oito meses, em média, o adubo orgânico é
feito à base de resíduos de serragem, incubatório, bagaço de uva, pó de fumo, esterco de poedeira, lodo de frigorífico e cinzas.
A compostagem é feita em pavilhões que
somam área coberta de 10.800 m², aproximadamente, cuja capacidade para recebimento é de 2.500 toneladas por mês.
O composto passa por várias etapas até
ser embalado. Assim que os resíduos são
recebidos das empresas, são elaboradas e
formadas as leiras, onde o material permanece, com temperatura controlada, umidade, aeração, pH e grau de maturação.
Depois, são revolvidas as leiras e é feito o
peneiramento. Para venda, o fertilizante é
oferecido embalado e a granel.
Em breve, conforme Chies, serão fornecidas embalagens de 5, 10 e 20 quilos
nos supermercados. “Queremos conquistar não só os produtores rurais, mas também aquelas pessoas que precisam de
um fertilizante para colocar nas plantas
e nas flores que costumam cultivar em
casa”, comenta.
VANTAGEM
O insumo produzido pela Extratus tem certificação da
Ecocert Brasil, o que lhe confere a qualidade esperada pelos produtores. Além de tornar a lavoura mais rentável, a
destinação de resíduos orgânicos, por parte das empresas,
contribui para a preservação do meio ambiente e a redução
da poluição e garante o desenvolvimento sustentável. “Esse
material deixa de ir para aterros sanitários e se transforma
em uma alternativa de renda, que mais tarde ainda propor-
ciona a melhoria dos solos”, considera Daniel Chies.
Outros benefícios são o aumento da capacidade de infiltração de água na terra, o aumento do número de microorganismos desejáveis e a manutenção da temperatura e dos
níveis de acidez do solo. A empresa tem participado ativamente de feiras e outros eventos das cadeias produtivas, divulgando os potenciais de seus produtos, a exemplo do que
aconteceu durante a Expoagro Afubra, em Rincão del Rey, no
interior de Rio Pardo (RS), em março de 2013.
Energy to grow
Organic fertilization can
drive the development
of agricultural crops
and boost yields in a
short period of time
A
gricultural productivity may be an indication of healthy
soils. That is why the application of fertilizers turns out
to be a safe and advantageous bet. In Rio Grande do Sul,
‘Extratus Compostos Orgânicos’ is responsible for the development of organic fertilization methods that boost crop development across the Country. Based in Garibaldi, in the Gaucho
Sierra region, the company provides the farmers with the best
in fertilization for boosting productivity at farm level. The various sectors that have already benefited from the innovation
include vineyards, corn, tobacco, flowers and vegetables.
The manager of the company, Daniel
Chies, understands that the application of
organic fertilizers improves soil quality because composted matters stick to the particles of the plant, boosting the retention and
drainage system and, as a result, turning
plant aeration more effective. He explains
that Extratus started processing organic
waste in 2010 and its present output reaches 2,500 m³ of fertilizers a month. The raw
material comes from partners that include
ADVANTAGE
The farm input produced by Extratus is certified by Ecocert Brasil, attesting to the quality
standards expected by the farmers. Besides turning the farms more profitable, the disposal
of organic waste, by the companies, contributes towards preserving the environment and
reduces pollution levels, whilst ensuring sustainable development. This material is not
dumped in landfill sites and turns into an income alternative, when used for soil enrichment purposes”, says Daniel Chies.
Other benefits include higher water infiltration capacity, an increase in the number of
desirable microorganisms, stable soil temperature and normal acidity levels. The company
has actively taken part in exhibitions and other events staged by the supply chains, giving
publicity to the potential of its products, following on the heels of what happened during
the Expoagro Afubra fair, in Rincão del Rey, interior of Rio Pardo (RS), in March 2013.
wineries, meat packing companies, paper
industries and tobacco processing plants.
Submitted to an eight-month production process, on average, organic fertilizers
are made from sawdust, waste from incubators, grape bagasse, tobacco dust, laying hen
manure, sludge from meat packing plants
and ashes. Composting is done in pavilions
that cover an area of approximately 10,800 m²
under roof, with a capacity to deal with 2,500
tons a month. The compost goes through
several steps before it is packed. As soon as the
organic waste is delivered to the company, the
material is segregated into ridges, where it is
kept under controlled temperature, moisture
levels, aeration, pH and degree of maturation.
After this, the ridges are revolved and the
matter goes through a sieving process. This
fertilizer is sold in bulk or in bags.
According to Chies, the idea is soon to offer the fertilizer in 5, 10 or 20 kg bags. “We do
not want to win over only rural producers,
but also those people who are keen on flowers and ornamental plants cultivated in the
backyard”, he comments.
131
Inor Ag. Assmann
Eventos
Events
Para colher
sabedoria
Seminário Nacional de Milho
Safrinha está consolidado como o
principal fórum técnico-científico
sobre a cultura realizado no Brasil
Reaping
wisdom
National Second Corn Crop Seminar has
consolidated as the most important technical
and scientific forum on the crop grown in Brazil
132
U
ma das estratégias de produção com maior evolução em produtividade e expansão de
área cultivada no País voltará a ser tema de debate para pesquisadores, professores, técnicos, agricultores e profissionais do agronegócio entre os dias 26 e 28 de novembro de
2013, na cidade de Dourados (MS). É quando acontecerá o XII Seminário Nacional de Milho Safrinha, evento que tem contribuído para o avanço do conhecimento, proporcionando diálogos e
divulgação de resultados, novos estudos e tecnologias. A edição será promovida pela Associação
Brasileira de Milho e Sorgo (ABMS) e realizada em parceria pela Embrapa Agropecuária Oeste e
pela Universidade Federal da Grande Dourados (UFGD).
Realizado a cada dois anos, o encontro terá como enfoque a estabilidade e
a produtividade. Pelo fato de ser o principal fórum técnico-científico realizado
sobre a cultura no Brasil, contará com
abordagens nas mais diversas áreas de
conhecimento, de forma multidisciplinar
e interdisciplinar. Entre os temas, serão
debatidos o cenário econômico da cultura, a situação da produção de milho safrinha no Brasil, os aspectos relacionados a
ecofisiologia das plantas, tratos culturais,
fitossanidade; a inclusão do cereal nos sistemas integrados de produção, a lavoura
transgênica e o manejo de plantas dani-
nhas, bem como o controle de pragas.
Conforme o presidente da comissão
organizadora, engenheiro agrônomo
Gessi Ceccon, da Embrapa Agropecuária Oeste, a programação é elaborada de
acordo com os trabalhos apresentados
nos últimos eventos. “Hoje, a lavoura é
vista como uma empresa e já não se pensa apenas no cultivo do milho”, afirma. “É
importante reunir os aspectos econômicos, discutir sobre as pesquisas e as novidades do setor. Afinal, a ciência precisa
dar resposta às pressões comerciais.”
Considerando-se que a região Centro-Oeste é a maior produtora de milho
safrinha no Brasil, contribuindo com
47% da produção nacional, a expectativa com relação à participação do público
é forte. A importância da cultura para a
economia do País justifica plenamente a
necessidade de estudos constantes e debates e a divulgação de resultados sobre
os aspectos da produção.
De modo geral, a meta é estimular a
evolução do milho safrinha nas lavouras
brasileiras, uma vez que o seminário dá
acesso direto às últimas novidades e às principais práticas de manejo. Outras informações podem ser obtidas no site www.cpao.
embrapa.br/milhosafrinha2013/.
O
ne of the production strategies that has evolved the most in productivity and planted
area expansion across the Country is back on the agenda of a seminar to be held 26 – 28
November 2013, involving researchers, professors, technicians, farmers and agribusiness
professionals, in the town of Dourados (MS). It is the XII National Second Corn Crop Seminar, an
event that greatly contributed towards knowledge improvement, featuring dialogs, spreading
results, new studies and technologies. The edition is under the umbrella of Embrapa Western
Region Agriculture and the Federal University of Grande Dourados (UFGD).
Held every other year, the next gathering will be focused on stability and productivity. Once it is the most important technical and scientific forum held on the crop
in Brazil, it will address an array of knowledge-related areas, in multidisciplinary
and interdisciplinary format. The themes
include the economic scenario of the crop,
the situation of the second corn crop in Brazil, aspects related to echophysiology, cultural practices, phytosanitary matters; the
incorporation of the cereal into integrated
production systems, transgenic crops and
weed management, as well as pest control.
According to the president of the organizing committee, agronomic engineer
Gessi Ceccon, of Embrapa Western Region
Agriculture, the program is set up in accordance with the papers presented in
the past events. “Now a farm is viewed as
a company, not only focused on the production of corn, he says. “It is important to
include the economic variables, hold debates on research works and novelties of
the sector. After all, science must come up
with responses to commercial pressures”.
Considering that the Center-West is
the biggest producer of second crop corn
in Brazil, accounting for 47 percent of the
entire national volume, there are great
expectations regarding attendance at
the fair. The importance of the crop for
the economy of the Country attests to
the need to conduct studies and debates,
whilst spreading the production results.
In general, the target is to encourage
the farmers to go for the second corn crop,
since the seminar provides direct access
to the latest novelties and major management practices. For more information
please access site www.cpao.embrapa.br/
milhosafrinha2013/.
133
Grande
Inor Ag. Assmann
como o Brasil
Maior feira voltada à
agricultura familiar
em todo o País,
Expoagro Afubra
ajuda a promover
a diversificação das
pequenas propriedades
As big
as Brazil
134
Largest agricultural fair
in the Country focused on
family farmers, Expoagro
Afubra promotes crop
diversification on small
holdings
M
ostrar ao produtor o que há de melhor em termos de tecnologia e incentivá-lo a adotar mecanismos que possam otimizar sua atividade na lavoura. Essas são duas das propostas da Expoagro Afubra, uma das maiores feiras voltadas à agricultura familiar em todo o País. Desenvolvida
anualmente pela Associação dos Fumicultores do Brasil (Afubra), em parque de 30 hectares localizado
no distrito de Rincão Del Rey, às margens da BR 471, em Rio Pardo (RS), ela surgiu a partir da necessidade
de promover a diversificação das propriedades. A última edição, ocorrida entre 20 e 22 de março de 2013,
movimentou R$ 44 milhões em negócios, reuniu 370 expositores e público de 69 mil pessoas.
Do contingente de visitantes da Expoagro Afubra 2013, 81% eram produtores rurais, dos quais 65% citaram o tabaco como
principal fonte de renda. Para a próxima, a
14ª, programada para o período de 25 a 27
de março de 2014, a expectativa é superar
esses números. Conforme o coordenador
geral do evento, engenheiro agrônomo
Marco Antônio Dornelles, os trabalhos
estão sendo intensificados com a meta de
elaborar a programação do ano seguinte.
Ela é definida por 30 entidades ligadas ao
agronegócio, representantes dos produtores rurais e pesquisadores. Considerando-se os resultados de anos anteriores, os
quais demonstram franco crescimento, a
feira tende a ser cada vez mais exitosa.
De acordo com Dornelles, a Expoagro
Afubra proporciona o debate de assuntos
atuais para que os agricultores possam
investir em atividades produtivas e se sintam estimulados a iniciar outras. “A feira
tem poder muito grande de difusão de
ideias, tecnologias e produtos”, menciona. Os produtores dos mais de 170 municípios que atualmente participam do
evento encontram em um único espaço
o que há de mais moderno em tecnologia e produtos (equipamentos, sementes
etc), recebem informações sobre os programas governamentais e ainda acompanham demonstrações técnicas e de
manejo. Trata-se de feira dinâmica e que
dá visibilidade para o potencial da região.
Durante a sua realização, reúne instituições e empresas públicas e privadas,
conta com exposições de animais e máquinas, palestras, reuniões de conjuntura
com setores e lideranças do agronegócio e
da agricultura familiar, nas quais são debatidos os problemas do meio agropecuário.
Dentre os principais segmentos representados, destacam-se arroz, agroindústria
familiar, hortaliças, agroenergia e florestas.
Uma das possíveis novidades para a
edição de 2014 é o programa de irrigação
do governo do Estado do Rio Grande do
Sul. Em 2013, o público prestigiou especialmente o painel sobre educação, que
discutiu formas de ensino no meio agrícola; o programa estadual de expansão da
agropecuária irrigada, o seminário sobre
compras públicas e o programa de aquisição de alimentos, além da presença da
cadeia produtiva da ovinocultura. Mais
informações podem ser obtidas no site
www.afubra.com.br.
K
eeping farmers abreast of the best technologies, whilst encouraging them to resort to mechanisms capable of maximizing their agricultural activities, are two targets set by Expoagro Afubra,
one of the largest exhibitions focused on family farmers in the entire Country. Held annually by
the Tobacco Growers’ Association of Brazil (Afubra), in a 30-hectare venue located in the district of
Rincão Del Rey, alongside the BR 471, in Rio Pardo (RS), the fair arose from the need to promote crop
diversification on small holdings. The past edition, 20 – 22 March 2013, prompted businesses amounting to R$ 44 million, attracted 370 exhibitors and 69 thousand visitors.
Of this total number of people, 81% were
farmers, of which 65% cited tobacco as their
major source of income. For next year’s edition, the 14th, scheduled for 25 – 27 March
2014, the expectation is for outstripping these
numbers. According to the general coordinator of the event, Marco Antônio Dornelles,
there is much work going on with the focus
on the program for next year. The fair is defined by 30 entities linked to agribusiness, representatives of farmers and researchers. Considering the outcome of previous editions,
with ever-increasing results, the fair tends to
become more and more successful.
According to Dorneles, Expoagro Afubra
features debates on urgent matters for the
farmers to make investments in productive
activities and encouraged to venture into new
initiatives. “The fair is very powerful in terms of
spreading ideas, technologies and products”,
he notes. The farmers from upwards of 170
municipalities that actually take part in the
event find in one venue alone the most advanced technologies and products (equipment, seed, etc), they are given instructions on
government programs and have a chance to
attend technical and management demonstrations. It is a dynamic fair that puts into the
limelight the potential of the region.
It attracts institutions, public and private
companies, it features livestock and machinery exhibitions, lectures, meetings with agribusiness leaderships, family farming operations, and the debates are normally focused
on problems experienced by agricultural and
livestock rearing operations. Major segments
that are represented include rice farming
sectors, family agroindustries, vegetable segments, agroenergy and forests.
A novelty that might show up to next
year’s fair is the Rio Grande do Sul state government irrigation program. In 2013, all
visitors appreciated very much the panel on
education, which dealt with learning methods in the rural setting; the state program on
the expansion of irrigated crops, the seminar
on public purchases and the food acquisition program, along with the presence of the
sheep supply chain. For more information
please access site www.afubra.com.br http://
www.afubra.com.br/ .
135
Sílvio Ávila
Marque na agenda
Select on the agenda
Feira da Agricultura Familiar e do
Trabalho Rural (Agrifam 2013)
Data: 02 a 04 de agosto de 2013
Local: Lençóis Paulista (SP)
Telefone: 14 2106 2800 ou 2828
E-mail: [email protected]
Site: www.agrifam.com.br
Expointer 2013
Data: 24 de agosto a 1º de setembro de 2013
Local: Esteio (RS)
Telefone: 51 3458 8500
E-mail: [email protected]
Site: www.expointer.rs.gov.br
XVIII Congresso Brasileiro de Sementes
Data: 16 a 19 de setembro de 2013
Local: Florianópolis (SC)
Telefone: 43 3025 5223
E-mail: [email protected]
Site: www.abrates.org.br/cbsementes
XII Seminário Nacional de Milho Safrinha
Data: 26 a 28 de novembro de 2013
Local: Dourados (MS)
Telefone: 67 3416 9754 ou 9740
E-mail: [email protected]
Site: www.cpao.embrapa.br/milhosafrinha2013
136
Expodireto
Data: 10 a 14 de março de 2014
Local: Não-Me-Toque (RS)
Contato: 54 3332 2200 ou 3636
E-mail: [email protected]
Site: expodireto.cotrijal.com.br
Expoagro Afubra
Data: 25 a 27 de março de 2014
Local: Rincão Del Rey, Rio Pardo (RS)
Telefone: 51 3713 7700 ou 7715
E-mail: [email protected]
Site: www.afubra.com.br
Agrishow 2014
Data: 28 de abril a 02 de maio de 2014
Local: Ribeirão Preto (SP)
Telefone: 11 3598 7800
E-mail: [email protected]
Site: www.agrishow.com.br
ACESSO NEGADO PARA
AS PRINCIPAIS DOENÇAS.
Aplique somente as doses recomendadas. Descarte corretamente as embalagens e restos de produtos. Incluir outros
métodos de controle dentro do programa do Manejo Integrado de Pragas (MIP) quando disponíveis e apropriados.
Uso exclusivamente agrícola. Registro MAPA nº 9210.
Chegou Abacus® HC,
o produto recomendado para o seu milho.
• Excelente controle de Ferrugens
e Mancha-de-phaeosphaeria.
• Alta seletividade para a cultura do milho.
• Alta eficiência nas doses recomendadas.
0800 0192 500
www.agro.basf.com.br