Leia - Associação Brasileira de Angus

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Leia - Associação Brasileira de Angus
Impresso
Maio/Junho de 2009
Especial
2219/03 – DR/RS
Associação
Brasileira de Angus
CORREIOS
1
2
Maio/Junho de 2009
Associação Brasileira de Angus
Diretoria Biênio 2009/2010
Diretoria Executiva
Diretor Presidente
Joaquim Francisco B. de Assumpção Mello
Diretor 1º Vice-Presidente
Fábio Luiz Gomes
Diretor vice-presidente
Mariana Franco Tellechea
Diretor vice-presidente
José Roberto Pires Weber
Diretor vice-presidente
Paulo de Castro Marques
Diretor Financeiro
Marco Antônio Gomes da Costa
Diretor Administrativo
Angelo Bastos Tellechea
Diretor de Marketing
João Francisco Bade Wolf
Diretor de Núcleos
Ignacio Silva Tellechea
Diretor sem Designação Específica
Ronaldo Zechlinski de Oliveira
Coordenador de Exposições
Luiz Walter Leal Ribeiro
Conselho de Administração
Membros Eleitos
Afonso Motta
Antônio dos Santos Maciel Neto
Cristopher Filippon
Renato Zancanaro
Washington Humberto Cinel
Membros Natos – (Ex-Presidentes da ABA)
Angelo Bastos Tellechea
Antonio Martins Bastos Filho
Fernando Bonotto
Hermes Pinto
João Vieira de Macedo Neto
José Roberto Pires Weber
José Paulo Dornelles Cairoli
Reynaldo Titoff Salvador
Conselho Fiscal
Membros Efetivos
Eduardo Macedo Linhares
Roberto Soares Beck
Ruy Alves Filho
Membros Suplentes
Elizabeth Linhares Torelly
Carla Sandra Staiger Schneider
Roberta Riemke Leon
Conselho Técnico
Susana Macedo Salvador – Presidente
[email protected]
Antônio Martins Bastos Filho
[email protected]
Luis Felipe Ferreira da Costa
[email protected]
Luiz Alberto Muller
[email protected]
Sérgio Tellechea
[email protected]
Ulisses Amaral
[email protected]
Amilton Cardoso Elias - Representante ANC
[email protected]
Coordenação
Simone Patro
[email protected]
Jornalistas Responsáveis
Eduardo Fehn Teixeira - MTb/RS 4655
e Horst Knak - MTB/RS 4834
Colaboradores: jorn. Nelson Moreira e jorn.
Luciana Radicione
Apoio: Assessoria de Imprensa da ABA - jorn.
Luciana Bueno
Diagramação: Jorge Macedo
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Associação Brasileira de Angus
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* Os artigos assinados são de inteira responsabilidade de seus autores.
Fotos de capa: ABA / Divulgação
EDITORIAL
Angus superando expectativas
Prezados amigos da raça Aberdeen Angus, sócios e parceiros.
Apesar de estarmos vivendo um
ano diferenciado, com os efeitos da
crise financeira mundial sendo observados em toda parte do mundo,
inclusive em economias emergentes
como a nossa, estamos movimentando divisas e estimulando giro de
capital nas nossas atividades diárias
na Pecuária.
Neste ano, tanto leilões quanto
exposições da raça vem superando
expectativas através de boas vendas
e número de expositores participantes. Na exposição de Londrina
(PR), ocasião em que abrimos os
leilões chancelados da Associação
Brasileira de Angus, no ano, tive-
HUMOR
mos liquidez com a venda de lotes de
animais Angus e cruza Angus, no 2º
Leilão Conexão Angus. Compradores
daquela região do Paraná, especialmente disputaram animais da raça
mostrando o sucesso que vêm obtendo
no uso do Angus com Nelore, por
exemplo, ao se fazer uma referência
à utilização do cruzamento industrial
com a raça.
No Rio Grande do Sul, nas feiras
de outono, estão sendo verificados
bons resultados diante da terneirada
apresentada com certificação pelo
Terneiro Angus Certificado. Nas
exposições promovidas pela Associação
Brasileira de Angus, desde Avaré,
no início de março; Londrina, em
abril; e a Exposição de Outono de
Uruguaiana, em maio, o que se viu
foi a grande presença de expositores
inscritos e animais de elevado padrão
genético.
Na mostra de Uruguaiana, um
número expressivo de animais (185)
disputou os julgamentos de classificação da raça. Em maio, tivemos
ainda a realização do Outono Angus
Show, na Fenasul, em Esteio (RS),
e em junho teremos a Exposição
Nacional da Raça Aberdeen Angus
a ocorrer novamente na Feicorte, em
São Paulo (SP).
Convocamos os nossos criadores e
expositores a participar levando seus
animais e fazer coro a essa jornada de
sucesso que tem sido o ano de 2009,
para a raça!
Nesta edição do Angus@newS
vamos mostrar assuntos do Programa Carne Angus Certificada,
como o Dia de Campo que ocorrerá em 06 de junho na Moreira
Salles Agropecuária, no Paraná;
reportagem sobre Reserva Legal
nas propriedades; parcerias da
Associação Brasileira de Angus com
a CRI Genética e Semeia Genética,
entre outros assuntos referentes ao
agronegócio brasileiro.
Finalizando, desejamos aos
amigos uma ótima leitura!
Joaquim Francisco Bordagorry
de Assumpção Mello
Presidente da Associação Brasileira de Angus
3
Nacional de Angus acontece durante a Feicorte
MOVIMENTO
Foto: ABA/Divulgação
De 16 a 20 de junho de 2009, o Centro de Exposições Imigrantes, em
São Paulo, SP, será sede da 15ª Feira Internacional da Cadeia Produtiva da
Carne - Feicorte, onde paralelamente será realizada a IX Exposição Nacional
Angus. A Nacional de Angus é promovida em conjunto pela Associação
Brasileira de Angus (ABA) e pelo Núcleo Paulista de Criadores de Angus
(Núcleo Angus São Paulo).
Vem aí o IV Concurso de Carcaças Angus
A Associação Brasileira de Angus (ABA) já está preparando a programação do IV Concurso de Carcaças Angus, que acontecerá no segundo
semestre deste ano, numa promoção da entidade em parceria com o Frigorífico Mercosul.
O concurso vai reunir os melhores produtores com objetivo de evidenciar a qualificação da produção de carcaças a partir da genética Angus,
com foco no consumidor. Em 2008, a terceira edição do concurso contou
com 435 animais inscritos.
EXPOSIÇÕES RANQUEADAS 2009
JUNHO
15º FEICORTE
16/06/2009 a 29/06/2009
JULHO
50º EXPO ARAÇATUBA
01/07/2009 a 10/07/2009
EXPOFEIRA DE BAGÉ
2ª Exposição Nacional de Rústicos
Angus
14/10/2009 a 17/10/2009 EXPOFEIRA DE DOM PEDRITO
A partir de 1º/10/2009 AGOSTO
EXPOINTER
29/08/2009 a 06/09/2009
67° EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA DE
ALEGRETE
12/10/2009 a 31/10/2009
EXPOGUÁ – GUARAPUAVA
EXPOFEIRA DE RIO GRANDE
20/10/2009 a 26/10/2009
SETEMBRO
73º EXPOSIÇÃO DE URUGUAIANA
28/09/2009 a 04/10/2009
OUTUBRO
59º FEAPEC – EXPOSIÇÃO DE
CACHOEIRA DO SUL
01/10/2009 a 11/10/2009
EXPOSIÇÃO DE PELOTAS
02/10/2009 a 15/10/2009
48º EXPO RIO PRETO
1º/10/2009 a 9/10/2009 EXPOSIÇÃO DE LIVRAMENTO
15/10/2009 a 16/10/2009
43° EXPOSIÇÃO AGROPECUÁRIA DE
SÃO FRANCISCO DE ASSIS
22/10/2009 a 26/10/2009
EXPOSIÇÃO STA. VITÓRIA PALMAR
30/10/2009
NOVEMBRO
EXPOVEL – CASCAVEL
OUTROS EVENTOS
03/10/2009 - XXXVIII Exposição Rural de São Borja
29/07/09 a 31/07/2009 - Julgamento de Angus
- Exposição de Palermo, Argentina
10/09/2009 a 21/09/2009 - Exposição do Prado, Uruguai
Na escolha dos campeões Angus
vai atuar como jurado o técnico da
ABA Dr. Luiz Walter Leal Ribeiro. O
julgamento dos machos está marcado
para dia 17 de junho e das fêmeas para
o dia 18, ambos às 9 horas, na pista 3
do centro de exposições.
A programação do evento também
conta com a promoção do Leilão Prime
Angus, evento chancelado pela ABA,
que vai acontecer no dia 17 de junho,
às 20 horas, no recinto da exposição.
Para o presidente do Núcleo Paulista de Criadores de Angus, Renato
Segura Ramires Júnior, o momento é
mesmo excelente, especialmente para
a carne Angus. “Com todo o trabalho
de divulgação desenvolvido até este
momento, o Brasil está literalmente à
procura da bem falada carne Angus. E
Maio/Junho de 2009
como a demanda é sabidamente bem
maior que a oferta, a curiosidade das
pessoas cresce a cada momento”, revela
o dirigente.
Para ele, a Feicorte é a hora de
viabilizar a disponibilização da carne
Angus em São Paulo, por exemplo,
porque as pessoas estão perguntando e
dispostas a pagar mais pelo produto. “A
carne Angus está impulsionando todo
o mercado e inclusive puxando novos
investidores em animais da raça, motivados por esta demanda pelo produto
carne”, avalia.
Ramires Júnior afirma que o mercado interno já está maduro e disposto
a remunerar a qualidade da carne Angus, que precisa urgentemente ganhar
maior escala para tornar possível o
abastecimento de pontos estratégicos
do mercado interno, em especial em
São Paulo, que é o centro nervoso da
economia nacional.
A Feicorte 2008 teve balanço
positivo: R$ 10 milhões em negócios
gerados – somente considerando os
leilões - e 20 mil visitas de pecuaristas,
empresários, especialistas, estudantes e
membros do setor vindos de várias partes do Brasil e também do Exterior.
Preparada para a crescente demanda da pecuária brasileira por genética
selecionada, produtos e serviços, a Feira
Internacional da Cadeia Produtiva da
Carne muda seu formato e coloca em
prática uma nova planta para o evento,
40% maior. O objetivo, segundo os organizadores, é proporcionar mais espaço
e conforto para a exposição de animais e
para a montagem de estandes.
LEILÕES CHANCELADOS – 2009
Leilão Prime Angus
17 Junho 2009 - São Paulo/SP
Remate Selo Racial
Leilão São Xavier
16 Outubro 2009 - Quaraí/RS
25 Setembro 2009 - S. Maria/RS
9º Leilão VPJ Angus
9º Remate Só Angus
1º Agosto 2009 - Jaguariúna/SP 9º Remate 3 Marcas
17 Outubro 2009 - Pelotas/RS
3 Outubro 2009 - São Borja/RS
Remate Rincón Del Sarandy
Leilão Vista Alegre do Ponche
31 Agosto 2009 - P. Alegre/RS 7º Leilão Marca Angus
Verde
7 Outubro 2009 - Camaquã - RS 30 de Outubro 2009 - Dom
1º Leilão FSL Angus Itu
Pedrito/RS
19 Setembro 2009 - Itu/SP
SERVIÇO CARNE ANGUS
ONDE VENDER O GADO (Frigoríficos com Certificação Carne Angus)
- MERCOSUL (RS) – (53) 3240 5700
- NOSSA SENHORA DA GRUTA (RS) – (53) 05332671717
- MARFRIG (SP) – (14) 3541 0099
- VPJ BEEF (GO) – (19) 9159 3839
ONDE COMPRAR A CARNE ANGUS (Pontos de comercialização de Carne Angus Certificada)
CIA ZAFFARI (RS) – MARCA ZAFFARI ANGUS
- Zaffari Bordini (Porto Alegre)
- Zaffari Ipiranga (Porto Alegre)
- Zaffari Higienópolis (Porto Alegre)
- Zaffari Cristóvão Colombo (Porto Alegre)
- Zaffari Otto Niemeyer (Porto Alegre)
- Bourbon Assis Brasil (Porto Alegre)
- Bourbonz Country (Porto Alegre)
- Bourbon Novo Hamburgo (Novo Hamburgo)
RESTAURANTE BARRANCO – MARCA MERCOBEEF ANGUS – Porto Alegre, RS
BOUTIQUE MOUSSALLE – MARCA MERCOBEEF ANGUS – Porto Alegre, RS
CASA DE CARNES ANGUS DA GRUTA – MARCA ANGUS DA GRUTA – Porto Alegre, RS
CALL CENTER VPJ BEEF – Marca VPJ ANGUS PRIME - 0800 77 11 875 (SP)
BOUTIQUE CARNE ANGUS VPJ – Marca VPJ ANGUS PRIME , Jaguariúna, SP
VARANDA FRUTAS - Marca VPJ ANGUS PRIME - São Paulo, SP;
SUPERMERCADO WALLMART – STEAKBURGUER VPJ ANGUS PRIME (SP);
- Lojas Tamboré, Granja Viana, Osasco, Pacaembu, Indianápolis.
REDE NATURAL DA TERRA - STEAKBURGUER VPJ ANGUS PRIME (São Paulo, SP);
EMPÓRIO SÃO PAULO - STEAKBURGUER VPJ ANGUS PRIME (São Paulo, SP)
REDE HORTIFRUTI - STEAKBURGUER VPJ ANGUS PRIME (Rio de Janerio, RJ);
4
CARNE
Maio/Junho de 2009
Terneiro Angus Certificado
Fotos: ABA/Divulgação
A Estrela do Outono
I
ncentivados pela valorização
dos animais obtida em algumas
expressivas feiras realizadas no
ano passado, neste ano alguns produtores já procuraram a Associação
Brasileira de Angus (ABA) para a
realização, de forma antecipada,
do trabalho de certificação de seus
terneiros de genética Angus, para
posterior comercialização nas feiras
especializadas. “Este ano intensificamos o apoio aos produtores de ter-
neiros, mas já fomos surpreendidos
positivamente por uma demanda,
anterior à realização das feiras, pela
certificação de terneiros, o que
mostra que o mercado compreende
e acredita no trabalho da ABA e tem
todo o interesse em participar”, avalia o veterinário Fernando Velloso,
coordenador do programa Terneiro
Angus Certificado da ABA.
Até o fechamento desta edição,
quando as feiras especializadas na
venda de terneiros ainda se realizavam, Velloso informa a certificação
de mais de 1.500 terneiros. “Nos
últimos dois anos, a associação passou a apoiar os criadores, buscando
a valorização dos produtos de touros
Angus registrados. E o mercado
como um todo já percebe com clareza os benefícios desta certificação
do TAC”, diz Velloso.
“Já são perceptíveis as demandas
por terneiros certificados Angus. E
tanto é assim que nas feiras, de modo
geral, esses terneiros certificados,
na comparação com os demais,
conquistaram preços entre 5% a
até 10% mais”, verifica o técnico,
justificando que os compradores
pagam mais por esses terneiros porque esperam ganhar mais com eles
logo a seguir.
O foco da ABA através do programa Terneiro Angus Certificado é justamente de incluir esses animais para
serem abatidos no Programa Carne
Angus Certificada. “Eles já estão
pré-selecionados e pré-aprovados”,
lembra Velloso, que revela o interesse
da ABA em também passar a apoiar
os produtores de gado comercial. “O
mercado de reprodutores já conta
com uma atuação forte da entidade
e, especialmente em função do Programa Carne Angus Certificada, essa
atuação agora fica mais abrangente”,
observa o técnico.
Angus predominou na Feira de Terneiros de Cachoeira do Sul
Os animais Angus e Cruza Angus predominaram na 32ª
Feira de Terneiros, Terneiras e Vaquilhonas realizada dias 27 e
28 de abril, em Cachoeira do Sul, RS. A mostra se caracterizou
pela forte presença de animais Angus e Cruza Angus – dos
910 animais comercializados, 482 eram Angus e Cruza Angus,
sendo 301 terneiros Angus Certificados – liquidez em pista
e valorização diferenciada. A média dos machos chegou aos
R$ 3,00 quilo vivo (Kg/vv) e das fêmeas R$ 2,71 Kg/vv.
Segundo o coordenador do programa Terneiro Angus Certificado,
da Associação Brasileira de Angus
(ABA), Fernando Velloso, comparado com os valores do boi gordo
praticados no Rio Grande do Sul, a
cotação do terneiro aponta avanço,
demonstrando a procura por gado de
reposição e a preferência por animais
padronizados.
“Os valores superaram os observados pelo boi gordo no Rio Grande
do Sul em função da diferenciação
da feira que mostrou qualidade, bom
peso, uniformidade e animais Angus
certificados”, evidencia o técnico.
O presidente do Núcleo Centro
Angus e vice-presidente do Sindicato
Rural de Cachoeira do Sul, Luís Henrique Sesti, salienta a procura intensa
por animais Angus e Cruza Angus e
o investimento realizado pelo produtor, mesmo em tempos de estiagem
e crise mundial. “Vimos oferta bem
diferenciada, lotes padronizados e um
produtor atento a essas características,
pois estão identificando que animais
de boa qualidade, como os terneiros
Angus certificados, apresentam valor
agregado no futuro”, declara.
O produtor Antonio Carlos
Viana Cardoso, Fazenda Tapera
Branca, em Cachoeira do Sul, RS,
proprietário do lote campeão de terneiros Angus certificados, trabalha há
mais de 20 anos com melhoramento
genético com Angus e destaca as
qualidades observadas a partir da
intensificação da seleção com a raça,
e a padronização obtida no rebanho.
“Toda a produção de machos da
propriedade está certificada. Observamos, entre tantas vantagens, o
quanto agrega valor ao preço como
também o aumento da padronização
e uniformidade dos animais”, avalia.
Cardoso certifica animais Angus há
três anos.
Já o produtor Edgar Lima, Fazenda Boa Esperança, em Cachoeira
do Sul, RS, proprietário do segundo
melhor lote campeão de terneiros
Confira outras premiações
no julgamento realizado
pelo zootecnista
Davi Teixeira dos Santos:
Terneiros - Terneiro Angus
Certificado
1º lugar: Antonio Carlos Viana
Cardoso
2º lugar: Edgar Lima
Angus certificados é outro entusiasta
da certificação Angus no rebanho.
“Estamos vendo, além da preferência
pela raça, a maior valorização da venda dos terneiros. Isto é o retorno que
nós temos ao certificar, pois a Angus é
uma raça diferenciada”, afirma Lima,
que começou a certificar neste ano e
pretende aumentar a ação nos próximos meses, na fazenda.
Terneiras – Terneiro Angus
Certificado
1º lugar: Agropecuária Cuentrilho
2º lugar: Jorge Alberto Porto
Novilhas - Terneiro Angus Certificado
1º lugar: Fazenda do Cedro
2º lugar: Alan Prates Leusin
Semeia premia lote campeão
A Semeia Genética participou,
em abril, da 32ª Feira de Terneiros,
Terneiras e Vaquilhonas de Cachoeira
do Sul realizada no parque de exposições do Sindicato Rural do município. No evento, o representante da
Semeia Genética na região José Maria
Bicalho Neto entregou 10 doses de
sêmen do touro Angus FIELD DAY
ao melhor lote de terneiros Angus
certificados pertencente ao criador
Antonio Carlos Viana Cardoso
(Fazenda Tapera Branca/Cachoeira
do Sul). O lote apresentou 15 terneiros Angus nascidos na Primavera
de 2008, resultado de Inseminação
Artificial por Tempo Fixo (IATF). Os
terneiros Angus pesavam 217 quilos/
vivo, cada, com uniformidade e excepcional caracterização racial.
A 32ª Feira de Terneiros, Terneiras e Vaquilhonas de Cachoeira do
Sul comercializou 910 animais com
média de R$ 3,00 Kg/vv para os 624
terneiros; R$ 2,70 Kg/vv para as 112
terneiras e valor médio de R$ 2,68
Kg/vv para as 174 vaquilhonas. A
participação da Semeia Genética/Select Sires, na feira, ocorreu através da
parceria com a Associação Brasileira
de Angus que atua junto ao Núcleo
Centro Angus, no município.
A Semeia Genética através de seus
colaboradores atende aos produtores,
oferece apoio técnico e orienta na
aquisição de material genético e uso
de tecnologias que incrementam a
produtividade da cadeia de carne
bovina.
CARNE
Dom Pedrito destaca Scalzilli
Angus e Cruzas
em São Borja
O 5º Remate de Ventres Angus e Cruzas promovido pelo Núcleo de Criadores
de Aberdeen Angus de São Borja no dia
16 de maio, em São Borja, RS, evento
chancelado pela Associação Brasileira
de Angus (ABA), também apresentou
liquidez nos terneiros Angus certificados.
Todos os 201 terneiros colocados em
pista foram vendidos. O evento faturou
R$ 210,7 mil com a comercialização
de 422 animais. A média dos terneiros
Angus certificados foi R$ 2,80 o kg vivo,
contra os R$ 2,60 o kg vivo obtidos pelos
terneiros em geral.
O melhor lote da feira, apresentado
por Flávia Aquino Záchia, da Fazenda
das Bonitas, de São Borja, foi arrematado por Luiz Carlos Heinze, da Fazenda
Inhatium, também de São Borja, por
R$ 2,75 o kg vivo. Segundo o presidente
do Núcleo de Criadores de Aberdeen
Angus de São Borja, Miguel Lopes de
Almeida, os valores poderiam ter sido
ainda maiores, não fosse a estiagem que
castigou a região. No bastidor, atuou
Guarany Remates.
A feira de terneiros de Dom Pedrito, dia 16 de maio, deu destaque
para os terneiros Angus Certificados.
Os lotes campeões raça pura da feira,
tanto de machos quando de fêmeas,
foram apresentados pelo Condomínio
Scalzilli.
Ao todo foram negociados nesta
feira mais de 1.300 terneiros e quase
700 terneiras, mas os terneiros Angus
Certificados cravaram média de R$
2,95, contra R$ 2,82 dos demais. E
Cláudia, Antônia e Maria Scalzilli
nas fêmeas, as terneiras Angus Certificadas se venderam à média de R$
3,27, contra R$ 2,95 das demais.
Fenasul valoriza machos e fêmeas
Superou as expectativas a sobrevalorização das fêmeas do Terneiro Angus
Certificado da ABA, na feira realizada
em 28 de maio, durante o Outono
Angus Show, na Fenasul, no parque
Assis Brasil, em Esteio, RS.
Entraram em pista 130 terneiras
TAC, apresentadas pela Fazenda Real, de
General Câmara, RS, registrando média
de R$ 3,00 kg/vivo, o que foi avaliado
pelo gerente do programa Terneiro Angus Certificado, Fernando Velloso, como
um valor elevado para fêmeas.
“O lote de maior destaque chegou
a R$ 3,40 o kg/vivo, uma exceção para
fêmeas pesadas – acima de 200 kg”,
assinala Velloso. Nas vendas do Outono
Angus Show ganhou destaque também a
venda de duas fêmeas PO com prenhez,
de Fausto Amado Gonçalves, da Cabanha São Dionísio, de Bagé, cada uma
delas negociada por R$ 4,5 mil, uma
para Clóvis Fernando dos Santos, da
Cabanha Expoente, de Novo Hamburgo
e outra para a Fazenda São João, de Cachoeira do Sul. A Cabanha São Dionísio,
que antes havia se destacado na seleção
dos ovinos Texel, agora faz sucesso no
Angus. No leilão do Outono Angus
Show colocou em pista lotes de fêmeas
CA de campo, que foram valorizadas
em R$ 2,1 mil.
Cruzas Angus com boa demanda em Livramento
A genética Angus brilhou no remate
1.000 Britânicos de Livramento, realizado
pelo Núcleo Santanense de Angus em
conjunto com as raças Hereford, Braford
e Brangus, dia 16 de maio, na 1ª Feira de
Terneiros e Ventres.
Segundo Liele Almeida, do Balcão
Agronegócios, os terneiros cruzas Angus
alcançaram cotação de R$ 2,88 e as terneiras de R$ 2,60. As vaquilhonas cruzas Angus se venderam à média de R$ 750,00,
vacas por R$ 1,24 mil, para compradores
da região, inclusive de outros estados. Foi
o caso de um dos compradores de destaque, o criador Flávio Valauer, da Fazenda
Recreio, do Mato Grosso do Sul, que
lançou via Novo Canal. Outro comprador
em destaque foi o Condomínio Rural
Paiva Lazo, de Livramento.
“Embora faltasse um pouco de
apresentação à terneirada, em função da
seca que assolava a região, qualidade não
faltou e toda a oferta foi vendida para
compradores de vários municípios, com
ênfase aos animais cruzas Angus, que
foram bastante procurados e bem cotados
em pista”, avalia o técnico e coordenador
de Exposições da Associação Brasileira
de Angus (ABA), veterinário Luiz Walter
Ribeiro.
Programa Carne Angus de olho nos confinamentos
Sempre atenta à possibilidade de
agregar novos fornecedores de animais para
abate, a equipe do Programa Carne Angus
Certificada da ABA, tem realizado visitas
a confinamentos de animais de genética
Angus instalados em vários pontos do País.
O gerente do programa, Fernando Velloso,
esteve no confinamento que a Agropecuária Ribeirão, de Bernardo Rietjens, está
implementando no município de NãoMe-Toque, na região de Carazinho, RS.
O empreendimento, em parceria com a
Semeia Genética, tem estrutura instalada
para terminação de mais de mil animais,
com a meta do abate de mais de três mil
ao ano, todos de sangue Angus.
“Temos identificado crescente interes-
se de agricultores, produtores de grãos, em
intensificar suas atividades através da integração com a pecuária. Daí o surgimento
de alguns confinamentos de, o que não era
prática comum no Estado gaúcho”, revela
Velloso, chamando a atenção para o fato
da preferência desses confinadores pela
genética Angus para esses projetos. “Angus
resulta em velocidade de ganho de peso e
também na preferência dos frigoríficos, o
que justifica a opção dos confinadores por
esta genética”, diz o técnico.
EM GOIÁS
No final de maio, o técnico do
programa Carne Angus, veterinário
Fábio Medeiros, também esteve visitando confinamentos no estado de Goiás.
Foram visitadas as fazendas Ouro Verde,
de Alberto Setugochi, em Itaberaí, GO,
a Fazenda Puruína – de Marcelo Aguiar
Fasano, em Serranópolis, GO, ambas de
ciclo completo, e também a Fazenda
Santa Fé, de Ricardo Merola, em Santa
Helena de Goiás.
Merola preside atualmente a ASSOCON – Associação dos Confinadores, e
está tocando um confinamento comercial
com capacidade estática para 15.000
animais, que termina animais próprios e
também de produtores parceiros.
“Identificamos a necessidade de um
estreitamento de relações com os confinadores, de olho no incremento de animais
aptos ao abate no Programa Carne Angus”,
ratifica Fernando Velloso. Segundo o técnico e gerente do Programa Carne Angus,
a precocidade e desempenho dos animais
Cruza Angus em confinamento é uma
constante entre os produtores visitados.
“Angus no Confinamento é bom
negócio para o produtor, que tem animais
de desempenho superior e terminação precoce, bom para o frigorífico, com carcaças
de qualidade superior e excelente para o
consumidor, que experimenta a inigualável
Carne Angus Certificada, com sua maciez,
sabor e marmoreio superior” sentencia o
técnico Fábio Medeiros.
Maio/Junho de 2009
5
1º Leilão de Produção
PAP Villamil de Castro
Com apoio da Associação Brasileira
de Angus – ABA, o 1º Leilão de Produção
PAP Villamil de Castro, realizado dia 24
de abril, no Parque de Exposições do
Sindicato Rural de Dom Pedrito, RS, foi
o primeiro pregão particular a certificar
os terneiros Red Angus à venda.
Para o diretor da PAP Villamil de
Castro Pecuária e Agricultura, Arthur
Villamil de Castro, os bons preços obtidos pelos terneiros no remate devem-se à
certificação, que garantiu um diferencial
ao produto. “Quem quiser incrementar
os valores da sua oferta precisa fazer a
certificação. A qualidade garantida dos
animais proporcionou melhores preços no
nosso leilão. Investir em genética Angus
faz a diferença”, recomenda Villamil de
Castro.
No leilão foram comercializados 530
terneiros machos, sendo 40% da oferta
terneiros Red Angus ou cruza Angus.
A média geral da categoria alcançou a
cotação de R$ 2,84 o kg/vivo, sendo que
os terneiros cruza Angus obtiveram o
valor top de R$ 3,12 pelo kg/vivo. Nas
fêmeas, a média geral das terneiras ficou
em R$ 2,78 o kg/vivo. Cerca de 25% da
oferta foi de terneiras cruza Angus ou
Red Angus, que fixaram média de R$
2,75 o kg/vivo.
O Leilão contou com oferta geral de
1500 cabeças de gado comercializadas
a 22 compradores de oito municípios
gaúchos. Entre os compradores de Red
Angus, Villamil de Castro destacou a
presença de Fernando Osório, da PaiPasso, em Santana do Livramento, que
pagou o maior preço para terneiros Angus
certificados.
Após o sucesso do evento, a segunda
edição do Leilão de Produção Villamil
de Castro já ficou agendada para 23 de
abril de 2010.
Feira de Terneiros de Herval
Os animais classificados como integrantes do programa Terneiro Angus
Certificado, da Associação Brasileira de
Angus (ABA), tiveram boa valorização na
II Feira de Terneiros de Herval, realizada
dia 16 de maio, no Sindicato Rural de
Herval, RS.
Os terneiros machos certificados
alcançaram preço de R$ 2,95 pelo kg
vivo, contra R$ 2,67 fixados pelos demais
terneiros da feira. Os animas foram certificados pelos técnicos Luiz Sérgio Faria
e Dimas Rocha.
Durante a abertura da feira foi feita
uma breve explanação do programa de
Certificação de Terneiros Angus e Programa de Certificação de Carne Angus,
como também distribuição de materiais
promocionais e informativos aos criadores
Fotos: ABA/Divulgação
e investidores presentes. As divulgações
dos programas da ABA neste evento
foi realizada pelo técnico Rafael Brasil,
integrante da equipe de inspetores do
Programa Carne Angus Certificada.
O melhor lote Angus da exposição
(lote 1) foi apresentado pelo produtor
Vilmar Souza Brasil, de Herval do Sul,
RS.
Calafate e Convidados
em Rio Grande
Os Terneiros Angus Certificados
foram destaque do Remate Especial
Calafate e Convidados, realizado dia 27
de maio, na Associação Rural de Pelotas,
RS, com apoio da Associação Brasileira
de Angus. A Fazenda Calafate é localizada em Rio Grande, RS, propriedade de
Genuino Farias Ferreira.
O evento obteve 100% em vendas,
com destaque para os 200 Terneiros
Angus Certificados, com média R$
508,00 por cabeça. O maior comprador
foi Danilo Garcia, titular da Fazenda
Nossa Senhora da Gruta, em Herval, RS
(leia-se Angus da Gruta) que também
adquiriu o lote mais valorizado Angus
por R$ 600,00. “A pista foi ágil, rápida, com vários
lances demonstrando a liquidez de
Danilo Garcia (centro), equipe Angus da
Gruta, Ana Carolina e José Luiz Kessler,
da Fazenda Calafate
produtos de qualidade”, comentou a
administradora da Fazenda Calafate, Ana
Carolina Ferreira Kessler, satisfeita com
o resultado do evento. Ela avalia que o
cliente da Calafate leva para seu estabelecimento produto rústico e homogêneo,
tão importantes para resposta à engorda
e terminação.
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Maio/Junho de 2009
CARNE
Paraná adota manual
para qualidade da carne
Até o final deste ano a cadeia
produtiva de carnes nobres do Paraná deverá adotar um manual de
procedimentos para certificação e
obtenção de um selo de qualidade para
o produto. O processo será auditado
pelo Tecpar – Instituto de Tecnologia
do Paraná, um dos poucos do País a
trabalhar com certificação nessa área.
Um esboço do manual de procedimentos foi apresentado dia 9 de abril,
durante o 5º Encontro de Cooperativas e Alianças de Produtores de Carnes
Nobres do Paraná, realizado no Recinto José Garcia Molina, como parte da
agenda técnica da Expo Londrina 2009.
O encontro reuniu representantes de
cinco das nove cooperativas de carnes e
uma aliança mercadológica existentes
no Estado. “É de suma importância
que a cadeia produtiva de carnes se
organize porque precisamos de representatividade. Temos um problema
grande no Paraná que é a falta de
frigoríficos e acho excelente que os
produtores se organizem e se aliem
na luta política para conseguirmos
melhores condições para o mercado da
carne”, disse André Carioba, diretor
de fomento da Sociedade Rural do
Paraná, parceira do Instituto Emater
e Seab na realização do evento.
O gerente do Programa Carne
Angus Certificada, da Associação
Brasileira de Angus (ABA), Fernando
Velloso, acompanhou o evento. “As
alianças do Paraná são uma das referências do Programa Carne Angus e
desta forma, participar deste encontro
foi muito importante para entender
melhor o histórico, evolução e limitações ou desafios que este modelo
de produção de carne de qualidade
tem enfrentado”, comenta Velloso,
completando que a impressão que fica
é que este modelo é muito eficiente
quando se mantém pequeno, com
poucos produtores e uma escala de
abates reduzida. Porém, com o crescimento em produtores e volume de
abates, a coordenação e distribuição de
ganhos se torna mais complexa.
Ildefonso Haas, do Instituto
Emater em Londrina lembrou que
a prioridade da instituição é o agricultor familiar e a produção de carne
não é o forte desse segmento. “Mas
acompanhamos esse trabalho desde o
início e vimos como cresceu de forma
empresarial para os pecuaristas que se
dedicaram. É um trabalho que hoje
serve de referência para o Brasil. Este
é o caminho para o produtor rural, a
profissionalização, seja ele pequeno ou
grande”, reforçou.
Atualmente, no Paraná, são nove
cooperativas de carnes nobres e uma
aliança mercadológica. Uma delas é
a Copcarnes Quality, formada em
2008 durante a Expo Londrina, com
a proposta de trabalhar com animais
abaixo de 24 meses. O núcleo ini-
cial de 15 produtores de Apucarana
cresceu para 34 com adesão de pecuaristas de Londrina. Atualmente,
a Copcarnes atende o mercado de
Arapongas mas, segundo o presidente
Edécio David Zerbetto, até junho
o produto deve chegar a estabelecimentos de Londrina. “Já temos
contatos e estamos negociando”, disse.
Segundo Zerbetto, a adoção de um
manual de procedimentos e padrão
de carcaça é um instrumento valioso
para ganhar o mercado externo e
agregar valor ao produto, embora seja
demorado. “Mas faremos devagar até
conseguir padronizar. A dificuldade
maior será a reestruturação da propriedade, que exige investimento, mas não
é nada que seja impossível de fazer”,
completou.
Para o coordenador estadual da
pecuária de corte da Emater, Luiz
Fernando Brondani, o processo de certificação de qualidade exige mudanças
do produtor - na fazenda, na concepção de produção e principalmente de
mentalidade. “Um dos empecilhos
é a obrigatoriedade da rastreabilidade. Sem isso não dá para falar em
certificação’, disse. Outro entrave,
segundo o coordenador, é a qualidade
no padrão da carcaça. “Se quisermos
agregar valor e ganhar mercado este
é o processo, o caminho que nos dá
condição de vendermos para o mundo
todo”, completou.
Primeiro restaurante a servir
Carne Angus comemora 40 anos
No dia 11 de abril, o tradicional
Restaurante e Churrascaria Barranco,
em Porto Alegre, RS, completou
40 anos de fundação. Considerado
um dos mais aprazíveis locais para
a realização de encontros e refeições
legitimamente gaúchas no Sul do
Brasil, foi o primeiro estabelecimento
a servir a Carne Angus Certificada no
País, produto que
consta no cardápio da casa desde
2007, como resultado de acordo
selado entre Associação Brasileira
de Angus (ABA),
Frigorífico Mercosul e Barranco.
Administrado
pelos sócios Elson
Furini e Chico
Tasca, o Barranco
tornou-se marca registrada da capital
gaúcha. Conforme cálculo dos proprietários, atualmente são consumidas quatro toneladas de carne de gado
europeu por mês na churrascaria,
sendo que 50% representam cortes
de Carne Angus.
Elson Furini constata que o consumo da Carne Angus cresce a cada
ano. No início da parceria a Angus
representava 10% do total de carne
consumido no Barranco. A expectativa é que nos próximos dois anos este
número chegue a 70%. “Sem dúvida
a Carne Angus é a melhor carne de
gado europeu do Brasil. Todos os
clientes adoram e temos tranquilidade em recomendar o produto”, exalta
Furini, revelando que “muita gente já
chega pedindo carne Angus”.
O Barranco oferece cortes de
picanha, costela, entrecot e vazio. O
proprietário da churrascaria destaca
que hoje a sugestão da casa é o entrecot, que agrada a todos os paladares
e sua venda já empata com os outros
cortes mais populares.
“A carne Angus satisfaz o cliente
quanto ao paladar e maciez. É gratificante trabalharmos com esta carne,
muito boa também para assar”, elogia
Furini.
Fogo de Chão dos EUA serve
Carne Angus Certificada
Com uma rede de 14 restaurantes
e prestes a inaugurar mais dois em
diversas cidades dos Estados Unidos,
a Churrascaria Fogo de Chão passou
a fornecer Carne Angus Certificada
pelo CAB (Certified Angus Beef) no
final de 2008. Agora, a rede fundada
por dois irmãos gaúchos, também
com oito endereços no Brasil, passou
a ser considerada um fornecedor licenciado pelo programa americano. A
notícia mereceu divulgação na edição de janeiro (pág. 122) do Angus Journal,
demonstrando que a rede Fogo de Chão está preocupada com a qualidade de
carne oferecida a seus clientes.
O Programa de Carne CAB certifica atualmente 287 mil toneladas de carne
Angus, a 14,3 mil licenciados, atingindo suas maiores marcas em 30 anos de
história. No segmento de restaurantes, 7,5 mil pontos oferecem o produto
certificado nos Estados Unidos. Em 2008, 14,2 milhões de cabeças Angus
foram processadas pelo programa, produzindo carne para a marca.
Restaurante Angus na Expolondrina
Pela primeira vez, o qualificado público da Expolondrina
pôde apreciar a saborosa Carne
Angus Certificada, servida num
restaurante dentro do parque da
exposição. Cerca de 450 quilos de
carne foram consumidos durante
a feira no Restaurante Angus, administrado com sucesso por Jorge
Antônio Kowalczyk, que elaborou
um cardápio diversificado, com
destaque para o bife de chorizo e
o assado de tiras, os pratos mais
pedidos na ocasião.
O restaurante foi muito bem
freqüentado, ficando evidente que
as pessoas que não conheciam o
produto, retornaram várias vezes
durante a mostra, tornando-se
clientes assíduos. “Para 2010 já
temos inclusive coquetéis agendados de leilões particulares de
outras raças que servirão Carne
Angus”, impressiona-se Kowalczyk, o mesmo ecônomo do
restaurante Angus da Expointer,
em Esteio, RS.
“Havia temor em abrir o restaurante na Expolondrina, porque
a carne não é tão conhecida naquela
praça. Mas o sucesso foi absoluto,
fidelizamos clientes e saímos de lá
com excelentes perspectivas para o
próximo ano”, exultou.
Carne Angus no I Curso Jovem Jurado
O Programa Carne Angus foi
um dos temas apresentados no I
Curso Jurado Jovem – Introdução ao
julgamento na raça Aberdeen Angus,
coordenado pelo Conselho Técnico
da Associação Brasileira de Angus
(ABA), no dia 10 de abril, durante a
Expo Londrina, em Londrina – PR.
“Falamos especialmente para criadores e estudantes presentes ao curso,
que formam potenciais participantes
do programa de carne de qualidade
certificada pela ABA”, valorizou o
gerente do Programa Carne Angus
Certificada, veterinário Fernando
Velloso.
A qualidade de carne e o biótipo
animal foram os assuntos conduzidos
no curso por Velloso, que despertou
a atenção da atenta platéia.
Carne Angus na rede América
A carne Angus certificada pela Associação Brasileira de Angus
(ABA), através da VPJ Beef, de Valdomiro Poliselli Júnior, participou
pela segunda vez do Festival de Burger promovido pela rede de restaurantes América. O evento foi realizado nos restaurantes da rede América
em todo o Brasil, entre os dias 7 de abril e 25 de maio.
No festival gastronômico a VPJ Beef participou com o VPJ Burger,
um hambúrguer de carne Angus certificada diferenciado, com 210
gramas, servido no prato, uma tradição observada nos Estados Unidos
e Canadá e em países da Europa.
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CARNE
Maio/Junho de 2009
Maciez da carne bovina
A verdadeira influência na satisfação do consumidor
Por Felipe Escobar
Cada vez mais a qualidade da carne bovina é
discutida. Isto é necessário devido à desvantagem
no aspecto preço que ela apresenta em relação à
carne suína e a carne de frango. A qualidade da
carne bovina é avaliada em nível de consumidor
conforme quatro características: coloração, sabor,
suculência e maciez. Diversas pesquisas demonstram que a característica com maior influência
na satisfação de quem consome carne bovina é a
maciez. A maciez é afetada por inúmeros aspectos
como genética, raça do animal abatido, idade
ao abate, sexo do animal, tipo de alimentação,
temperamento dos animais e técnicas pré-abate
e pós-abate. Este artigo não tem a intenção de
discutir os aspectos bioquímicos envolvidos na
transformação do músculo em carne, simplesmente abordar alguns dos aspectos que podem
interferir nesta característica de grande importância no mercado da carne.
Existem dois métodos bem estabelecidos para
avaliar a maciez da carne, um subjetivo e outro
objetivo. Na avaliação subjetiva, é realizado um
painel sensorial, onde um grupo de pessoas treinadas classifica a carne com relação a sua maciez
após provarem as amostras. O método objetivo
mede a força de cisalhamento da carne, ou seja,
a força necessária para se “cortar” o pedaço de
carne que está sendo testado, sendo que, quanto
maior a força necessária, menor é a maciez deste
pedaço. Este método é um pouco criticado por
não mensurar a força de compressão e extensabilidade da carne, embora diversos pesquisadores
afirmem que este é o método com maior acurácia
no momento de avaliar a maciez. Atualmente, já
existem algumas pesquisas com aparelhos que
mensuram tanto maciez, quanto marmoreio e
grau de rendimento da carcaça através da análise
computadorizada de fotos, mas a validação deste
método ainda depende de um maior número de
carcaças avaliadas.
A raça é um dos fatores que mais influenciam
na maciez da carne bovina. Os animais zebuínos
(bos indicus) produzem carne menos macia do
que aqueles animais europeus (bos taurus). Esta
diferença geralmente é justificada pela alta atividade das calpastatinas nestes animais, o que inibe
a atividade das calpaínas, enzimas que atuam após
o abate, tornando a carne mais macia. Estudos
realizados com animais cruzados demonstram que
o aumento da porcentagem de sangue zebuíno
no cruzamento aumenta a força de cisalhamento
desta carne, diminuindo conseqüentemente a
maciez desta.
A maioria dos programas de classificação de
carne ou carcaça utiliza como critério a idade do
animal abatido. Na medida em que o animal vai
se tornando maduro, ou seja, aumenta a sua idade,
as ligações que formam o seu colágeno vão se tornando mais estáveis, o que dificulta a sua digestão
enzimática ou por processos térmicos, dessa forma,
a carne de animais mais velhos se torna menos
macia que a de animais mais jovens.
Quando novilhas e novilhos castrados são terminados em condições semelhantes, geralmente as
fêmeas apresentam um maior grau de terminação
e maior porcentagem de gordura intramuscular
TABELA 1. Comparação da Força de Cisalhamento Warner-Bratzler
(WBSF) para amostras do contrafilé em novilhas e novilhos castrados
Pesquisador
Novilhas
No de
animais WBSF
Novilhos
No de
animais WBSF
Jeremiah et al. (1991)
978
6.21
1985
5.68
Busby et al. (2001)
88
6.95
151
6.63
Maher et al. (2004)
81
5.38
81
4.54
Choat et al. (2006)
51
3.62
96
3.31
(marmoreio) embora, estudos comprovam que a
carne dos novilhos apresenta força de cisalhamento menor (tabela 1). Isto é explicado por uma série
de diferentes fatores. Estudos demonstram que em
novilhas, existe uma maior atividade das calpastatinas nas primeiras 24 horas post mortem. Esta
maior atividade das calpastatinas torna a carne
produzida por fêmeas menos macia. Isto pode ser
revertido com um processo de maturação da carne
por 21 dias. Processos de maturação com tempo
inferior a 21 dias não interferem na diferença da
força de cisalhamento entre carne de novilhas ou
novilhos castrados.
Outro fator que contribui para a carne de
fêmeas ser mais dura que a carne de machos castrados é o temperamento destas fêmeas antes do abate. Pesquisas realizadas na Austrália demonstraram
que fêmeas nulíparas apresentam maior estresse
antes do abate quando comparadas com novilhos
castrados da mesma raça, idade e submetidos ao
mesmo tipo de manejo. Acredita-se que estas
novilhas apresentem um comportamento mais
excitável devido à alta produção de estrógenos.
O temperamento dos animais exerce uma
forte influência na maciez da carne. Pesquisas da
Universidade do Estado do Colorado demonstram
que em sistemas onde o produtor é remunerado
pela qualidade da carcaça, o prejuízo de um criador pode chegar a US$ 62,00 por cabeça quando
ele trabalha com um gado de temperamento
excitável. Estudos da Universidade do Estado do
Mississipi demonstram que animais com temperamento mais dócil apresentam carne mais macia,
sendo que esta maciez diminui à medida que o
temperamento dos animais piora.
Existem variações na maciez da carne dentro
da mesma raça. Uma pesquisa realizada no Canadá
demonstrou que a utilização de um touro que irá
transmitir genes de maciez da carne para sua progênie, quando comparado com a utilização de um
touro que não transmitirá estes genes, aumenta
em 18% o número de animais que apresenta sua
carne classificada como macia. Atualmente, as
pesquisas moleculares permitem identificar dentro
de uma mesma raça animais carreadores dos genes
da maciez, possibilitando selecionar touros que
transmitam esta característica.
A exigência que o consumidor de carne bovina
apresenta com o produto comprado aumenta
ano a ano. A produção de carne com qualidade
é indispensável nos dias atuais. Para que a carne
bovina continue sendo referência no prato dos
consumidores, é necessária a oferta de um produto
com qualidade consistente ao consumidor. Para
isso a utilização de reprodutores que transmitam
boas carcaças e possuam os genes para maciez da
carne é imprescindível.
Departamento Técnico Semeia
www.semeia.com.br
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Maio/Junho de 2009
CONSELHO TÉCNICO
O criador dá a devida importância
aos problemas estruturais?
Parado, o animal pode corresponder ao standard
da raça. Mas ao andar, pode revelar defeitos
funcionais que o tornam um indivíduo negativo
para a raça. A estrutura física torna-se uma
medida muito objetiva quando gera uma perda
de função e uma diminuição na produtividade
dos animais em seu rebanho
Por Fernanda Kuhl
C
omo esta época do ano
muitos criadores realizam
avaliações para descarte de
animais que não se enquadram nos
padrões da raça ou nos objetivos de
criação, vamos relembrar algumas
informações importantes a respeito
de estrutura animal e problemas que
possam ocorrer e comprometer o
desempenho produtivo*.
* I Seminário Avaliação Funcional
de bovinos de corte e Formação do
Corpo de Jurados da raça Angus,
2004.
A estrutura física torna-se uma
medida muito objetiva quando gera
uma perda de função e uma diminuição na produtividade dos animais em
seu rebanho.
A longevidade dos animais depende quase que completamente de uma
boa estrutura física. A longevidade
constitui uma característica importante em todas as fases da pecuária
de corte, pois afeta o número de
reposições necessárias para manter os
números em rebanhos comerciais e
em plantéis de animais puros. Cascos,
pernas e articulações mal estruturados
afetam a habilidade dos touros de
seguir e montar as vacas em potreiros
de monta, reduzindo desta forma a
produtividade do rebanho.
Observando o animal lateralmente um aprumo correto de cascos e
pernas considera que uma linha reta
descendo na ponta do ísquio no ponto
das nádegas do animal deve cruzar o
jarrete e sobreunha da perna traseira
(figura 2).
Na figura, podemos observar
alguns dos defeitos estruturais que
podem ocorrer, como as descritas
abaixo:
Se o animal for muito pesado
para seu tamanho ósseo, o resultado
Figura 2 – Bom Exemplo de um aprumo correto. Observe como uma linha que
desce da ponta do ísquio quase cruza o jarrete e o casco. (Cortesia Universidade
Purdue)
Figura 3 – Este animal apresenta um jarrete foiçado. As pernas traseiras estão
demasiadamente para baixo do ventre. (Cortesia Universidade Purdue)
Figura 4 – Animal com pernas retas. As pernas traseiras estão demasiadamente
para trás, deixando-as retas. (Cortesia Universidade Purdue)
Figura 5 - Estrutura correta das pernas dianteiras. (Cortesia Universidade
Purdue)
Figura 6 – Dedos para fora (splay-footed) na parte dianteira. (Cortesia Universidade
Purdue)
Figura 7 – Dedos para dentro (dedos de pombo) na parte dianteira. (Cortesia
Universidade Purdue)
freqüente é o problema chamado de
“jarrete foiçado” nas pernas traseiras.
A tensão sobre as pernas traseiras de
animais com jarretes foiçados pode
interferir na atividade durante a monta ou alimentação (Figura 3).
Outro problema que ocorre nos
membros traseiros chamado “aprumo acampado de trás” (pata reta)
ou ângulo muito aberto das pernas
traseiras parece ser uma característica
Banco de Embriões - Vacas Líderes
Com os objetivos principais
de valorizar as fêmeas Angus que
possuem destaque na produção de
animais comprovadamente superiores, assim como de auxiliar na
comercialização entre produtores
da raça e também com a meta de
fomentar a realização de avaliações
genéticas em fêmeas, a Associação
Brasileira de Angus (ABA), através de
seu Conselho Técnico, criou o Banco
de Embriões – Vacas Líderes. O novo
produto deverá ser lançado no mercado juntamente com o sumário de
touros da raça.
Segundo a assessora do Conselho
Técnico da ABA, veterinária Fernanda Kuhl, será realizada uma seleção
nas vacas líderes do Sumário, para
participação no Banco de Embriões
– Vacas Líderes. “Os criadores que tiverem interesse e forem proprietários
destes animais poderão se inscrever
no programa e comercializar embriões do acasalamento desejado destas
Fotos: ABA/Divulgação
O Banco de Embriões - Vacas Líderes será lançado junto com o Sumário de Touros
fêmeas com destacada produção”,
sintetiza a técnica. Segundo ela,
poderão participar vacas PO e PC,
que constem na lista de vacas líderes
no sumário.
Os pré-requisitos
Para uma fêmea entrar nesta listagem como vaca líder, deve obedecer
os critérios, já estabelecidos, a seguir.
E são feitas duas listagens, uma para
vacas PO e outra para vacas PC.
A questão dos
aprumos está
merecendo
maior atenção
do Conselho
Técnico, já que
os aspectos
estruturais e
funcionais são
essenciais
para a
raça Angus
- Vacas que tem produtos avaliados no Promebo, superiores para
Índice Final Angus (Deca 1);
- Fêmeas precisam estar ativas, ou
seja, produzindo crias anualmente;
- Devem conter dados de desmama na última produção avaliada e
apresentar três crias com dados completos de desmama e pós-desmama.
Maiores informações com Fernanda
Kuhl - [email protected]
herdável, especialmente prevalente
no gado de osso fino. O resultado é o
estiramento muscular e rompimento
de ligamentos e tendões.
Nos membros dianteiros a colocação correta destes está descrita na
figura 5, onde podemos observar que
as patas dianteiras estão aprumadas
no centro do corpo, permitindo o
máximo de apoio e estabilidade durante a locomoção. Quando o peso
do corpo é distribuído de forma igual
nos membros, isto coloca a tensão e
a deformação nas partes mais fortes e
resistentes do casco, pernas e articulações, resultando em pouquíssimos
problemas de estrutura física. Nas
figuras 6 e 7 podemos observar os dois
problemas estruturais mais comuns
nos membros dianteiros, que seriam
animais com joelhos mais próximos do
que o normal resultando em animais
com casco voltado para fora do corpo,
e animais com o defeito oposto dando
aspecto de pernas arqueadas (espaçadas
na altura do joelho).
A seleção para características
estruturais e funcionais é de fundamental importância para a raça. Isto
porque não basta um reprodutor ter
somente as características do padrão
racial (cabeça, pelagem, etc). É preciso também que os animais tenham
uma estrutura correta (esqueleto,
linha de lombo, aprumos, testículos,
úbere, etc) para desempenharem suas
funções produtivas e reprodutivas:
caminhar, pastejar, cobrir vacas, etc.
Por isto quando for selecionar seus
animais, não esqueça de analisar esta
importante característica, e solicitar
o auxilio de um técnico da ABA para
maiores informações.
Assessora Técnica da ABA
Promebo inicia avaliação
de filhos de touros do
teste de progênie de 2007
Neste ano iniciam as avaliações
de desmame dos
terneiros filhos dos
touros participantes
do Teste de Progênie
do ano de 2007.
Lembrando que foram 3 touros participantes naquele
ano, com 800 doses
distribuídas para 15
cabanhas que acreditam e trabalham em prol do melhoramento
genético da raça.
Os terneiros deverão ser avaliados dentro do seu grupo de
manejo, para todas as características que contempladas no Prome-
bo (Conformação, Precocidade,
Musculatura, Tamanho, Escore
para Pelo, Peso aos Desmame).
Com isso, no próximo sumário Angus, já haverá informações
do desempenho destes animais,
baseado nas avaliações de desmame dos seus filhos.
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CONSELHO TÉCNICO
Reunião anual do Conselho Técnico
Fotos: ABA/Divulgação
O Corpo Técnico da Associação Brasileira de Angus (ABA) acompanhou uma série de atividades
que envolveram capacitação e atualização como também padronização de critérios de seleção da
raça Aberdeen Angus de 15 a 17 de abril. As atividades ocorreram na ANC, Estância Santa Eulália
e Cabanha Santa Joana, em municípios da Metade Sul do Rio Grande do Sul. O treinamento
proporcionado pelo Conselho Técnico da ABA contemplou ações teóricas, através de palestras, e
parte prática, com simulações que mostravam o dia-a-dia do trabalho a campo dos profissionais.
Grupo de técnicos na Estância Santa Eulália, em Pelotas, RS
Ulisses Amaral, da Cabanha Santa Joana, em Santa Vitória do Palmar, RS, recebeu os participantes
C
oordenada pela nova presidente do Conselho Técnico
(CT) da ABA, Susana Macedo Salvador, e com o apoio da
assessora técnica da ABA, Fernanda
Kuhl, a reunião começou em Pelotas
(RS), na sede da Associação Nacional
de Criadores - Herd Book Collares
(ANC), seguindo na Estância Santa
Eulália (Pelotas/RS), de propriedade
do criador e presidente da ABA,
Joaquim Francisco Bordagorry de
Assumpção Mello. Já no terceiro dia,
as visitas ocorreram na Cabanha Santa
Joana (Santa Vitória do Palmar/RS),
de Ulisses Amaral.
Na sede da ANC, foi apresentado
o fluxo de trabalho e o organograma
da entidade, além da apresentação dos
funcionários. Na ocasião, o Conselho
Técnico da ABA apresentou suas
metas para 2009 e as atualizações
do Programa de Melhoramento de
Bovinos de Carne (Promebo). No
segundo dia, ainda em Pelotas, o
Corpo Técnico da ABA passou por
treinamento e avaliação prática na
Estância Santa Eulália. O proprietário
apresentou o histórico da Santa Eulália e informou como é realizada sua
seleção e os motivos que o levaram a
optar pela criação de Angus.
Em seguida, ocorreu treinamento
de avaliação fenotípica orientado por
representantes do Conselho Técnico
da ABA. Estavam presentes Susana
Salvador, Luis Müller, Ulisses Amaral,
Luis Felipe Ferreira da Costa e Amilton Elias. A realização da prova prática
ficou a cargo do Corpo Técnico. À
tarde, o gerente do Programa Carne
Angus Certificada, Fernando Velloso,
conduziu uma palestra sobre as atualizações do programa de carnes da ABA.
Os integrantes do Conselho Técnico
também apresentaram as atividades
que o CT desenvolveu em 2008,
como o Teste de Progênie Angus.
Encerrando a jornada, uma atividade
teórica e treinamento nas mangueiras
de avaliação de desmame do Promebo/
Angus. Além de observar a satisfação
em receber os técnicos em sua propriedade, o presidente da ABA ressaltou a
importância da reunião e a necessidade
de que seja realizada. “Através da reunião anual ocorrem troca de ideias e é
a oportunidade do Conselho Técnico
atualizar os técnicos a trabalharem
com a maior uniformidade possível
sob o comando da Susana Salvador",
destacou Joaquim Mello.
No terceiro dia, os técnicos visitaram, em Santa Vitória do Palmar,
rebanho de animais Puros de Origem
e Puros por Cruza da Cabanha Santa
Joana, onde acompanharam todas as
etapas desenvolvidas no estabelecimento, como cria, recria, preparo de touros
para exposições e venda em remate. A
propriedade realiza avaliações de todo
o gado no Promebo/Angus desde
1988, e o processo de seleção do rebanho é sempre baseado no desempenho
destes na avaliação genética. De acordo
com Amaral, a visita do CT foi muito
importante para afinar conceitos e
mostrar o trabalho que vem sendo
desenvolvido. “Em 2007 recebemos
o Prêmio Mérito Genético oferecido
pela ABA. As atividades realizadas aqui
aproximaram técnicos de diferentes regiões do Estado com a tecnologia usada
em nossos animais” ressaltou.
A presidente do Conselho Técnico
da ABA, Susana Salvador, comentou
sobre o foco desta edição da Reunião
Anual do Corpo Técnico da ABA.
“Cada ano temos um foco e neste
queríamos integrar o Corpo Técnico
da Associação Brasileira de Angus e os
funcionários da ANC, que é detentora
dos registros da raça.” Susana ainda
defendeu que a reunião também foi
uma oportunidade importante de se
solicitar uma atitude pró-ativa dos
técnicos, já que “o Corpo Técnico da
Angus é muito maduro e capacitado”.
Para a assessora técnica da ABA, Fernanda Kuhl, as atividades realizadas
nos três dias foram um sucesso.
“A ida à Cabanha Santa Joana,
por exemplo, teve grande valia. Foi
proveitosa a visita, pois podemos
conhecer uma propriedade que real-
mente utiliza as informações geradas
pelas avaliações genéticas do Promebo como ferramenta de seleção em
todo o rebanho.” Fernanda também
observou a importância da visita à
Santa Eulália. “Além dos técnicos
visualizarem o rebanho Angus, foi
uma oportunidade de se aproximarem
e conhecerem o novo presidente da
ABA que disponibilizou a propriedade e nos recebeu com café da manhã
e almoço, com sua família.”
Curso para avaliadores do Promebo
A Associação Brasileira de Angus (ABA), através de seu Conselho Técnico,
realiza nos dias 25 e 26 de junho, em Porto Alegre, RS, o Curso de Capacitação
e Credenciamento de Avaliadores do Promebo. O curso, segundo a veterinária
Fernanda Kuhl, assessora técnica do Conselho Técnico da ABA, tem como metas
a atualização, capacitação, padronização de critérios de avaliações genéticas e
fomento ao Programa de Melhoramento Genético Angus.
No dia 25, os participantes terão o curso teórico de capacitação, com a
realização de palestras explicativas sobre os benefícios da utilização do melhoramento genético nos rebanhos, quais as características que devem ser avaliadas
e quais os usos que se pode dar a estas informações: utilização em relatórios
genéticos, como ler um sumário de touros, etc.
Já no dia 26 acontece o credenciamento de avaliadores do Promebo, com o
desenvolvimento prático das teorias estudadas. Será uma atividade de campo,
realizada na Cabanha dos Tapes, no município de Tapes, RS, onde serão apresentadas as informações mais importantes aos profissionais que estão buscando
o credenciamento, além das simulações práticas de avaliações a campo. Também
haverá um treinamento prático para avaliações de CPMT.
Para o dia 26 serão somente 30 vagas e para o dia 25 haverá mais vagas
disponíveis. Os interessados nas inscrições para o curso ou em maiores informações podem procurar a assessora técnica Fernanda Kuhl, na ABA, telefone
51.3328.9122.
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Maio/Junho de 2009
CONSELHO TÉCNICO
O bom jurado precisa conhecer o
standard da raça e ter total isenção
Critérios de Julgamento é o tema sugerido pelo leitor
Recebemos do criador Paulo
Roberto de Carvalho Garcia, a
solicitação da publicação de uma
matéria sobre “critérios para o julgamento de classificação de animais
da raça Aberdeen Angus”.
Proprietário da Cabanha PG,
de Viamão, RS, o associado da
Associação Brasileira de Angus
(ABA), Sr. Paulo Garcia, coloca
um questionamento, na forma de
sugestão para abordagem no jornal
que, num primeiro momento, pode
parecer assunto dominado entre os
criadores.
Mas segundo o Conselho Téc-
nico da entidade, nunca é demais
falar sobre o tema que ordena esses
procedimentos e que, diga-se de passagem, são atitudes e regramentos
técnicos e muito claros, objetivos, e
alinham a conduta dos profissionais
que atuam como juízes da raça em
todo o País e até no exterior.
Pois o jurado internacional de Angus, médico veterinário e
tradicional criador da raça, Antonio Martins Bastos Filho, titular
da Cabanha São Bibiano, em Uruguaiana, RS, embora observe
que o tema é vasto e complexo, com suas incomuns experiência e
objetividade, vai direto ao ponto. Ele enumera três itens amplos
que, em sua opinião, são fundamentais para o trabalho de um
jurado de pista e para uma maior compreensão do assunto.
Antoninho Bastos diz que primeiramente deve ser buscada a tipicidade racial do animal. “Significa que
o jurado deve examinar se o animal
está enquadrado no modelo de exemplar determinado como o standard
ideal para a raça – aquele modelo de
animal buscado pela entidade da raça
como o ideal, que deve ser a meta
de todos os criadores. Então o juiz
vai verificar se o animal tem o tipo
ideal, de acordo com o que determina a Associação Brasileira de Angus
(ABA), que é a entidade responsável
pela condução da seleção da raça no
Brasil”, explica.
Outro ponto destacado pelo
técnico como primordial na conduta
do jurado, é a verificação das características de conformação carniceira.
“Como a Angus é uma raça direcionada à produção de carne, o jurado
vai examinar o corpo do animal, a
sua carcaça, e especialmente o posterior, onde estão os cortes nobres,
verificando se o exemplar apresenta
I Curso Jurado Jovem promoveu
integração em Londrina
Flávio Alves foi um dos palestrantes
O evento, dividido em aulas teóricas e práticas, reuniu 43 estudantes
na atividade realizada no Auditório
Antônio Fernandes Sobrinho, no
parque de exposições, ocasião no
qual foram abordados diferentes
temas: padrão racial e regulamentos
da Associação Brasileira de Angus,
apresentado pela assessora técnica da
ABA, Fernanda Kuhl. A qualidade de
carne e o biótipo animal foi conduzida pelo gerente do Programa Carne
Angus Certificada, Fernando Velloso.
Já a introdução ao julgamento da
raça Aberdeen Angus foi a temática
ressaltada pelo técnico da ABA Flávio
Montenegro Alves.
Os estudantes de universidades
como Universidade Estadual de Londrina (UEL) e Universidade Norte do
Paraná (Unopar), tiveram aulas práticas no dia 10. Na ocasião, 23 alunos
participaram de um treinamento com
animais para reforçar as informações
recebidas no dia anterior. Os alunos
conduziram um julgamento a partir
de filas formada por machos e fêmeas
de argola.
Os três primeiros colocados receberam troféus na ocasião da entrega
de prêmios da exposição. Confira:
1º lugar: Débora Dias de Carvalho
2º lugar: Ana Paula Silva Possamai
3º lugares: Thaciana José dos Reis e
Jamile Maria de Oliveira
Além de proporcionar uma integração entre os jovens participantes
com a raça Aberdeen Angus, o I
Curso Jurado Jovem – Introdução ao
julgamento na raça Aberdeen Angus
também motivou os estudantes a
trabalharem, no futuro, com a Angus.
Segundo a assessora técnica da ABA,
Fernanda Kuhl, o evento foi muito
produtivo com a participação de um
público interessado. “Daqui a pouco
esses alunos estarão no mercado de
trabalho e com este diferencial de
conhecimento sobre a raça. Além
disto, na atividade prática tivemos a
oportunidade de esclarecer dúvidas
e explicar aos presentes como deve
ser feita a correta avaliação de um
exemplar Angus, tanto em exposições
como a campo”, observou.
uma construção de esqueleto e uma
conformação de carcaça capaz de
produzir boa carne”, detalha.
E um terceiro ponto citado como
fundamental por Antonio Bastos
Filho são as características sexuais.
“A fêmea, além de ser correta, precisa
também expressar feminilidade. Tem
que apresentar os atributos próprios
de sua função, que é de reproduzir,
de parir com normalidade o terneiro
(exame da inserção de cola, vagina,
órgãos sexuais, linha de lombo, etc), e
de cuidar desta cria com dedicação de
boa mãe, alimentando, amamentando
corretamente a sua cria (exame cuidadoso do úbere)”, esclarece. E também
o macho, conforme Antoninho,
precisa expressar sua masculinidade e,
além de ter as características da raça,
precisa ter musculatura e mostrar funcionalidade, para poder cumprir sua
principal função, que é saltar e cobrir
as fêmeas no campo”, ensina.
Dados complementares
Mas se antes os julgamentos de
classificação eram somente avaliações
e comparações visuais (que são de
suma importância), hoje o jurado
conta, na pista, com os dados complementares do animal, ou seja, com
outras informações sobre o animal,
que são importantes para auxiliar
numa tomada de decisão.
“Juntamente com a avaliação morfológica, o jurado também conta com
os dados de performance complementares do animal, tais como idade, peso,
frame, área de lombo, performance de
ganho de peso (CDP), além de informações de DEPs para algumas características”, diz Antoninho, para quem
esses informes vão ajudar o jurado em
suas escolhas. “Mas se formos julgar
só por esses dados, o campeão poderá
ser até um morcego”, brinca o articulado técnico, frisando que são dados
importantes, mas complementares à
avaliação visual, morfológica.
Para Antoninho, é natural, humano, que cada jurado tenha suas preferências, seu gosto pessoal por certos
animais da raça. “Mas ele tem que
observar as regras estabelecidas pela
ABA e sempre buscar em suas escolhas
animais que tenha o biótipo mais
aproximado do standard descrito pela
associação para a raça”, assevera.
Por fim, do alto de seu indiscutível
conhecimento e larga experiência,
Antonio Martins Bastos Filho comenta que um bom jurado precisa
ter personalidade própria, muita
serenidade para “enfrentar a pista” e,
especialmente, total isenção.
Curso de julgamento reuniu
estudantes durante a Fenasul
O Curso Introdução ao Julgamento da raça Aberdeen Angus, com
aulas teóricas e práticas, reuniu 37
estudantes, durante o 5º Outono Angus Show. A assessora técnica da ABA,
Fernanda Kuhl, juntamente com o
técnico Fernando Velloso, falaram sobre o padrão racial e os regulamentos
da ABA, na parte teórica do curso. Já
na parte prática, Velloso e o técnico
da ABA Dimas Rocha, trataram do
biótipo animal e da simulação de
julgamentos.
O curso foi realizado nos dias
29 e 30 de maio e segundo um dos
participantes, Breno Cunha, do Centro Universitário de Maringá, PR, o
julgamento de machos e fêmeas foi
bastante proveitoso, focado no que
a raça está buscando. Já a mestranda
em reprodução animal de bovinos
na UFRGS, Carolina Heller Pereira,
enfatiza que é preciso observar que
a raça tem o propósito de produzir
carne de qualidade.
Já André Pereira dos Santos (zootecnista e filho do técnico da ABA
Pedro Adair dos Santos), que obteve
o primeiro lugar ente os participantes
do curso, achou tanto a parte teórica
como as simulações dos julgamentos
bastante esclarecedoras. “Todo o
criador deveria ter acesso a essas informações, que o ajudariam a produzir
sempre melhores animais”, observa.
Os vencedores, agraciados com troféus pela direção da ABA, foram: 1º
lugar: André Pereira dos Santos; 2º
lugar: Natália Pinheiro Teixeira e 3º
lugar: Simone Stefanello.
CONTINUA
Maio/Junho de 2009
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CONSELHO TÉCNICO
Maio/Junho de 2009
CONTINUAÇÃO
Padrão racial da raça Aberdeen Angus
da e com orelhas maiores que as dos
machos.
A presença de vestígios de chifres,
batoques ou rudimentos córneos não é
permitida. A característica de “Polled”
deve ser bem pronunciada.
diferenciação intermuscular. O lombo
deve ser bem largo para que tenha uma
boa Área de Olho de Lombo (AOL), os
quartos compridos com músculos que
desçam até os jarretes.
Nas fêmeas as massas musculares
da paleta não devem ser proeminentes, nem os quartos musculosos em
demasia.
A Aberdeen Angus é uma raça
produtora de carne nobre, de tamanho
moderado, mocha e com pelagens
preta e vermelha. Reconhecida por sua
precocidade sexual, de crescimento e de
terminação, facilidade de parto, habilidade materna e longevidade.
Os exemplares da raça devem
possuir boas massas musculares e produzir carne de qualidade (marmorizada,
macia, saborosa e suculenta). Devem
ser volumosos, profundos, com linha
superior reta e linha inferior o mais reta
possível, sem excesso de peito, pregas
de pele, mesmo no umbigo e prepúcio.
Suas formas devem ter contornos suaves
arredondados e sem acúmulo excessivo
de gordura.
O temperamento dos animais deve
ser ativo, mas não agressivo, com movimentação ágil, demonstrando aprumos
corretos e articulações fortes.
Os terneiros devem ser longilíneos
em seus primeiros meses de vida, com
maior comprimento das extremidades
do que a profundidade do tórax. É
importante que na sua primeira idade
mantenham o aspecto juvenil, sem
excessivo desenvolvimento de pescoço
e cabeça e com pouca deposição de
gordura.
Tamanho
O tamanho moderado dá ao Angus
equilíbrio, funcionalidade e facilidade
de terminação a campo ou em confinamento. O porte pode variar conforme
as condições de meio ambiente e os
objetivos da criação, evitando sempre os
extremos. Animais maiores tem maior
exigência nutricional e terminação
mais tardia. A vaca Angus de tamanho
médio obtém altos índices reprodutivos
a baixo custo.
Massas musculares
A musculatura deve ser suficientemente desenvolvida e adequada,
seu volume muscular não deve ser
excessivo para não afetar a fertilidade
das fêmeas – uma das principais características da raça. Quando observamos
um animal pronto para o abate, as
massas musculares devem formar um
conjunto de músculos indiferenciados,
formando um quarto, um lombo, etc.
Não devendo observar-se definição ou
Pele e pelagem
A pele deve ser medianamente
fina, elástica, coberta de pelame suave e
curto. O rápido pelechamento e o pelo
brilhoso são indicativos de precocidade,
fertilidade e adaptabilidade.
A pelagem deve ser preta ou vermelha. Aceitam-se variações nas tonalidades da cor vermelha, porém são
preferenciais tonalidades médias a mais
escuras.
A presença de manchas brancas e/
ou lunares é regulamentada em capítulo
específico.
Cabeça
A cabeça deve possuir perfil levemente côncavo a reto, narinas amplas,
boca grande, de lábios desenvolvidos e
olhos bem separados. As orelhas são de
tamanho médio nos machos e grandes
nas fêmeas, ligeiramente eretas e bem
cobertas de pêlos, não devendo ser
frouxas ou caídas.
Nos machos a cabeça é de tamanho
médio, levemente alongada (com largura correspondente a aproximadamente
2/3 do comprimento) e arredondada.
Nas fêmeas é mais fina e alonga-
Normas Específicas – Manchas brancas e lunares
Manchas brancas – consideram-se manchas brancas
quando os pelos brancos estão sobre pele branco-rosada.
Só serão permitidas manchas brancas nas seguintes
regiões:
Machos
Na linha ventral (inferior) na região compreendida
entre o saco escrotal e prepúcio, excluindo estes, na
face medial (interior) das pregas de pele da virilha (sem
sobressair lateralmente);
Somente no colo do saco escrotal (inserção no
corpo), não sendo admitidas manchas no corpo do
saco escrotal;
Fêmeas
Na linha ventral (inferior) entre o umbigo e o úbere,
excluindo o umbigo, e na face medial (interior) das pregas
de pele da virilha (sem sobressair lateralmente);
Lunares – são considerados lunares regiões com pelos
brancos ou de outra coloração sobre pele pigmentada de
coloração normal (pigmentada). Os lunares não constituem um defeito.
Nota: Pêlos brancos sobre pele pigmentada são permitidos nas seguintes condições:
- uma série fina de pelos brancos na região perineal;
- presença de pelos brancos no prepúcio;
- presença de pelos brancos na parte inferior da
vulva;
- alguns pelos brancos entremeados na cola.
Expressão
Os machos devem apresentar expressão de masculinidade, representada
pela forte massa muscular no pescoço
e cabeça de aspecto musculoso, com
mandíbulas bem desenvolvidas.
As fêmeas devem apresentar expressão de feminilidade, de cabeça pequena
e de pescoço menos musculoso e mais
suave, bem inserido no corpo.
Pescoço e peito
O pescoço é de comprimento
médio, com musculatura firme e bem
inserido no corpo. A inserção do pescoço na cabeça deve ser harmônica (sem
o aspecto de “degolado”). Não deve
apresentar excessos de pregas de pele
(papada). Nos machos deve ser musculoso e com proeminência muscular
na linha superior. Nas fêmeas é mais
comprido e fino.
O peito deve ser limpo e sem excessos de pele e deposição de gordura.
Paletas e mãos
As paletas devem ser musculosas,
porém não proeminentes. Nas fêmeas
devem ser mais leves.
Corpo
Os animais devem ser compridos,
com lombo amplo e com boa profundidade corporal.
Devem apresentar bom arqueamento de costelas, que resultará em melhores
capacidades respiratória e digestiva,
otimizando seu desempenho produtivo.
Não deve apresentar deposição excessiva
e localizada de gordura.
Trem posterior
O quadril deve ser uma continuação
uniforme da linha dorso-lombar. Am-
Características
desclassificatórias
As características a seguir descritas são consideradas desclassificatórias, ou seja, os animais não podem
receber registros:
- aspas, batoques ou rudimentos
córneos;
- manchas brancas fora da região permitida (Ex: peito, umbigo,
escroto, etc);
- defeitos congênitos (ex: hérnias,
bragnatismo, criptorquidismo, lordose, defeitos sérios de aprumos, etc)
plo, com uma boa separação dos ossos
coxais e bom comprimento até a cola.
Os quartos posteriores devem ser
amplos, de contornos arredondados,
devendo a musculatura descer o máximo possível em proximidade dos
jarretes. A musculatura não deve ser
muito proeminente, especialmente nas
fêmeas. A região entre as pernas deve ser
limpa, sem excesso de gordura.
Aprumos
A correção dos aprumos é essencial
para a funcionalidade dos animais. Os
sistemas pastoris (extensivos) requerem
grandes deslocamentos para a busca de
alimentos.
As mãos devem ser médias a longas, bem separadas e praticamente
paralelas, evitando-se desvios laterais
ou mediais.
As patas devem ser médias, com
ossos fortes, separadas entre si, indicando boa aptidão carniceira. Devem ser
paralelas e com angulosidade adequada
(nem retas e nem angulosas demais).
Por ocasião do deslocamento, a pata
deve pisar ponto no solo mais próximo
onde a mão se apoiou.
Deve-se dar atenção especial aos
membros posteriores nos machos, pois
estes sustentam a totalidade do peso do
animal ao servir as vacas.
Testículos
Devem ser desenvolvidos e sem
excesso de deposição de gordura no
saco escrotal.
Úbere
De tamanho intermediário, sem
excessiva cobertura de pelos, corretamente conformado e implantado, com
os quartos mamários bem desenvolvidos
e simétricos, tetos finos e de tamanho
médio.
Prepúcio e umbigo
Os animais devem ter a linha baixa
o mais reto possível, não sendo desejado
prepúcios e umbigos proeminentes,
afastados do corpo.
Características não desejáveis
As características a seguir descritas são consideradas não
desejáveis. Animais que possuam um somatório de características não desejáveis não podem ser registrados:
- pregas de pele pronunciadas no pescoço (papada) ou
ventre;
- pregas de pele pronunciadas no umbigo ou prepúcio;
- cabeça sem caracterização racial (sem o típico “Polled”,
orelhas frouxas ou caídas, conformação atípica);
- com presença de mais de uma mancha branca ou de dimensão maior do que a 1/3 da distância compreendida entre
o umbigo e úbere/escroto, principalmente para machos;
- tetos brancos (não pigmentados);
- presença excessiva de pelos brancos na cola ou no períneo.
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REPORTAGEM
Angus cresce e mantém liderança em vendas de sêmen
A raça Aberdeen Angus comercializou em 2008 quase o triplo do
sêmen negociado pela totalidade das demais raças européias (taurinas) no Brasil no mesmo período. Segundo aponta o relatório da
Associação Brasileira de Inseminação Artificial (ASBIA), a venda de
doses de sêmen Angus cresceu 20,64% no Brasil em 2008, período
em que o mercado nacional de corte obteve incremento de 9,31%.
Por Eduardo Fehn Teixeira
cipação no mercado de corte nacional
de apenas 1,95%.
CRUZAMENTOS
PUXAM DEMANDA
“A expressão da Angus entre
as européias no mercado de corte
nacional ratifica o grande desempenho da raça quando utilizada em
cruzamento industrial”, analisa o
presidente da Associação Brasileira
de Angus (ABA), Joaquim Francisco
Bordagorry de Assumpção Mello. Ele
não tem dúvidas de que características
da genética Angus como fertilidade e
precocidade, aliadas à qualidade da
carne que produz, que apresenta sabor da Gruta, no Rio Grande do Sul, e nética Angus, aquecendo as vendas de
e maciez inigualáveis, são diferenciais Marfrig e VPJ Beef (VPJ Pecuária), sêmen da raça”, examina.
que garantem a continuidade do uso no Brasil central.
Ele igualmente atribui o cresci“Além
do
Rio
Grande
do
Sul,
da raça em cruzamentos bem sucedimento da demanda por sêmen Angus
dos. “Ao experià ampliação do
mentar a Angus
Programa CarO sêmen Angus é reconhecido pelo mercado e
no cruzamenne Angus Certito industrial,
ficada, que hoje
comprovado tecnicamente como a melhor
o criador fica
conta com mais
opção para o cruzamento com zebuínos
fascinado pelas
parceiros tanto
grandes quano Rio Grande
lidades apresentadas em termos de Paraná e São Paulo, estamos obser- do Sul como no Brasil Central, assim
vando a formação de novos rebanhos como a maior aplicação de prograresultados”, completa.
Joaquim Mello avalia ainda que Angus também em Santa Catarina mas de sincronização de cio, caso da
o resultado superior a 1 milhão de e em outras regiões do centro do Inseminação Artificial a Tempo Fixo
doses de sêmen Angus comercializa- País, pois somando-se à aceitação da (IATF).
das no ano passado deve-se em muito raça é também preciso considerar a
ao trabalho de divulgação realizado melhor remuneração paga pela carne
ANGUS COMPLEMENTA
pela ABA e da atuação de projetos diferenciada obtida”, argumenta o
O ZEBU
dirigente.
como o Programa Carne Angus CerNo mercado brasileiro, onde a
tificada, que conta com a parceria de
pecuária é 80% zebuína, existem dois
QUALIDADE ANGUS
frigoríficos como o Mercosul e Angus
pontos fortes para a comercialização
VENDE MAIS
de sêmen, examina o diretor da CiaO sócio-gerente da Semeia Ge- le Brasil, veterinário Luiz Alberto
nética, Léo Warszawsky, associa a Muller. Conforme o técnico, que
liderança da Angus ao reconhecimen- também integra o Conselho Técnico
to do mercado à qualidade da carne da ABA, um desses caminhos é de
Angus. “As qualidades da genética zebu para zebu, onde supremacia
Angus geram uma carne com maciez e é da raça Nelore, o que é natural,
marmoreio e o mercado brasileiro está incontestável. O outro ponto são os
consolidando essa carne - valorizada cruzamentos de raças européias com
mundialmente - e disposto a pagar zebuínas, e neste contexto – sustenta
mais por ela”, diz.
Muller – a raça Angus, em função de
Warszawsky também aponta suas qualidades complementares ao
como responsáveis pelo crescimento zebu, é a preferida.
da comercialização de sêmen Angus o
“O sêmen Angus é reconhecido
fomento aos programas de cruzamen- pelo mercado e comprovado tecnicatos e à formação de confinamentos. mente como a melhor opção para o
“Há necessidade de animais ½ sangue cruzamento com zebuínos”, assinala
ou ¾ de sangue para o abastecimento Muller. Ele diz ainda que além da
desses mercados. E isso faz com que complementariedade, a genética
Produtos oriundos de cruzamentos de Angus com Nelore
haja uma procura acentuada por ge- Angus oferece uma possibilidade que
A Angus segue na liderança isolada entre as raças européias (taurinas),
com uma comercialização que alcançou no ano passado 1,047 milhão
de doses de sêmen, representando
um acréscimo de 179,27 mil doses
sobre o ano anterior e contra 371.680
doses de sêmen no somatório do que
venderam em 2008 as outras 24 raças
européias analisadas.
Em 2007, ano em que o mercado
nacional de corte apresentou recuo
de 0,65% na comparação com igual
período de 2006, a venda de doses
de sêmen Angus já havia crescido
nada menos de 41,5%. A Angus
comercializou em 2007 868.184
doses de sêmen, representando um
crescimento de 254.778 doses sobre
as quantidades vendidas em 2006,
contra 401 mil doses de sêmen no
somatório de mais de 20 raças taurinas
citadas no mesmo ano.
E além de apresentar quase que
o triplo da comercialização obtida
pela totalidade das taurinas em
2008, a Angus responde por 25,21%
do mercado de comercialização de
sêmen de corte no Brasil, contra
tão somente 8,94% totalizado pelas
demais européias.
No meticuloso relatório divulgado
pela ASBIA, a segunda colocada entre
as taurinas aparece com 81.176 doses
de sêmen vendidas, registrando parti-
Fotos: ABA/Divulgação
outras raças européias não tem: sua
grande população e variabilidade
genética, permitem a permanente
oferta de uma genética provada e
sabidamente muito produtiva. “A
complementariedade ao zebu se baseia
na precocidade sexual e de terminação, bem como agrega qualidade de
carne através de características como
maciez e marmoreio.
SEM NOVIDADE
Para a CRI Genética Brasil, a liderança da Angus na comercialização de
sêmen no mercado brasileiro não representa nenhuma novidade. “A raça
Angus já lidera há anos nos Estados
Unidos e no Brasil estar à frente das
demais raças européias na venda de
sêmen era somente uma questão de
tempo”, examina o diretor da CRI
Genética Brasil, médico veterinário
Auro Andrade.
“O Angus é nos Estados Unidos o que o Nelore é no Brasil. E
considerando que a genética Angus
complementa o zebu, gerando, através
do cruzamento, uma carcaça mais
correta, de maior qualidade, não
surpreende o avanço e a liderança do
sêmen Angus no mercado nacional”,
constata Andrade.
Para o diretor da CRI, quanto
mais tecnificada for a avaliação do
criador, mais ele vai utilizar a genética
Angus. Auro Andrade aponta também
que o uso de sêmen para a produção
pecuária no Brasil vem crescendo porque é a melhor opção, especialmente
nos rebanhos comerciais do Brasil
Central e nos Estados do Centro
Oeste e Norte Brasileiro.
MOVIMENTO
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CARNE
Programa Marfrig Fomento
colhe os primeiros resultados
Na estação de monta 2008-2009, 50 participantes inseminaram 32.500 matrizes
O Programa Marfrig Fomento Pecuária – que financia o uso de genética Angus nos rebanhos
brasileiros, visando à produção de carne tipo grill – fechou a estação de monta 2008/2009
com saldo positivo. Até meados de abril, 32.500 vacas haviam sido submetidas à inseminação
artificial por tempo fixo (IATF) ou convencional, 47% delas mediante financiamento integral
oferecido pelo Marfrig (R$ 45,00/cab); 50% mediante financiamento parcial e 3% com recursos
próprios. “Nossa expectativa é obter 20 mil produtos, um número excelente, considerando-se
que esta é nossa primeira estação de monta”, informa Luciano de Andrade, gerente do programa,
que foi lançado em dezembro de 2007 mas somente começou a funcionar de fato em 2008.
Por Maristela Franco
No total, cerca de 50 pecuaristas
de oito Estados brasileiros (Goiás, São
Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso
do Sul, Minas Gerais, Paraná, Rio de
Janeiro e Rondônia) receberam do
Marfrig R$ 894.888,00 em financiamento sem juros, que foram convertidos em arrobas pelo valor da tabela
Esalq/Cepea, no dia da assinatura do
contrato de adesão. Essas arrobas serão
descontadas do pecuarista somente
por ocasião da venda dos animais, em
2010/2011. O Marfrig se compromete a adquirir 100% da produção,
na forma de bezerros desmamados,
Luciano de Andrade, gerente do programa, espera obter 20 mil produtos para
garrotes ou bois gordos. O dinheiro
recria ou abate em idade precoce, nos dois próximos anos
foi depositado diretamente na conta
do pecuarista para a compra do sêmen e materiais necessários, além do
pagamento à equipe técnica creden- comercialização dos produtos cruza- dos. O Marfrig dispõe-se a adquiri-los
com base na tabela Esalq/Cepea para
ciada pelo Marfrig para realização da dos, em condições favoráveis.
a região de Araçatuba, menos R$ 1,
inseminação.
valor superior ao praticado normalSegundo Andrade, os produtores
Esquema de compra
que participam do programa têm
O criador Antônio Franco Vilela, mente no sudoeste goiano, onde a
porte médio e bom nível gerencial. proprietário da Fazenda Três Pontes, arroba tem ficado R$ 6-7 abaixo das
cotações de São
Não constam da
Paulo.
Lista Suja do TraComo o
balho Escravo,
O
Marfrig
financia
a
IATF
mediante
garantia
de
Marfrig Fomennem respondem
to está diretaa processos por
100% dos machos e no mínimo 50% das fêmeas mente ligado ao
crime ambiental
Programa Carne
no Ibama. Cada
Angus Certificaum deles inscreveu uma média de 500 matrizes para em Caiapônia, GO, inscreveu 1 mil da, que a empresa conduz no Centroinseminação. O mínimo viável é de vacas no programa este ano, atraído Oeste em parceria com a Associação
100 vacas, para compensar despesas pelo financiamento da IATF a juro Brasileira de Angus (ABA), o produtor
com logística e frete. A maioria dos zero e pela possibilidade de vender que opta pela venda de animais acabaparticipantes faz ciclo completo, bem seus cruzados. “É a primeira vez dos ainda pode receber prêmios, que
tem experiência com cruzamento que se faz algo concreto no País para variam de 2% a 5% sobre o valor da
industrial e informação razoável sobre valorizar animais de qualidade”, afir- arroba, desde que produza carcaças
IATF, mas não utilizava regularmente ma. Vilela possui um confinamento no padrão estipulado (veja detalhes
essa tecnologia por falta de recursos para 500 cabeças e pensa entregar os na tabela). O frete é assumido pela
financeiros ou de garantias quanto à 1/2 sangue Angus ao frigorífico já gor- empresa em um raio de até 500 km
de distância da planta de abate. Os
trechos excedentes são pagos pelo
produtor.
Quanto aos bezerros desmamados de 7-8 meses, são adquiridos a
preço de arroba de boi gordo, conforme cotação da Esalq/Cepea na região
do produtor, mais um ágio mínimo
de 15%. Para se chegar ao valor por
cabeça, é preciso pesar o animal e
descontar 50% do peso vivo, caso
este tenha sido submetido a jejum
por 10-12 horas antes da pesagem.
Ou seja, se um pecuarista do sudoeste
goiano fornecer ao Marfrig um bezerro cruzado de 220 kg pós-jejum,
receberá 7,33 @ de boi gordo, que,
pela cotação da arroba na região (R$
73,50) lhe dará R$ 538,75. Acrecentando os 15% de ágio, chega-se a R$
620,00/cab, valor acima do praticado
nessa praça.
Esse sistema de compra busca
valorizar o peso à desmama. Quanto
mais arrobas o bezerro pesar por
ocasião da entrega, mais o produtor
ganhará. Segundo Luciano de Andrade, 15% é o ágio mínimo garantido
pela empresa. “Se o preço do bezerro
subir por algum motivo, a empresa
poderá renegociar esse percentual,
para que o produtor não tenha prejuízo”, diz ele. Novilhos castrados de
até 21 meses ou inteiros de até 15
meses são adquiridos pela arroba de
boi gordo mais 3,5% de ágio. Para
as bezerras desmamadas e novilhas
de até 21 meses, o Marfrig garante
aquisição pela @ de boi, descontados
50% do peso vivo. No máximo, 50%
das fêmeas podem ser reservadas para
reposição.
Carcaça com cobertura uniforme, ideal para cortes de churrascaria
CARNE
Maio/Junho de 2009
21
Frigorífico criou tabela progressiva, para
estimular a melhor escolha das matrizes
Tabela de descontos
Como o sucesso do Programa
Marfrig Fomento depende de bons
resultados na IATF, o frigorífico
criou uma tabela de descontos sobre
o valor financiado, para estimular o
participante a caprichar na escolha das
matrizes, no manejo nutricional, na
qualidade da mão-de-obra e em outros itens que afetam a produtividade.
Se o pecuarista receber, por exemplo,
recursos equivalentes a 200 @ para
custear todo o processo de IATF e
registrar uma taxa de devolução em
produtos (bezerros ou bois gordos)
de 36% a 45%, terá desconto de
10% sobre o valor devido; se obtiver
taxa de 46% e 60%, o desconto será
de 20%; e se ele entregar ao Marfrig
mais de 60% em produtos (resultado
considerado excelente), terá direito a
um deságio de 30%.
Caso o produtor tome recursos
apenas para compra de sêmen, a empresa concede abatimento de 40% a
100% sobre o total financiado, con-
forme a taxa de devolução de animais.
Mas a empresa libera esse tipo de empréstimo somente para fazendas que participam do Marfrig Fomento pre- mil cabeças por ciclo.
têm bom protocolo de IATF, infraes- tendem comercializar bezerros, mas
trutura adequada e equipe capacitada. têm até 60 dias antes da desmama
Desafios
“Também checamos se os hormônios para confirmar essa intenção. Todos
Apesar dos bons resultados obutilizados na sincronização de cio os animais serão cadastrados ao nas- tidos pelos Programas Marfrig Fotêm registro no Ministério da Agri- cer. A empresa avalia se aproveitará mento e Carne Angus Certificada,
cultura, para evitar problemas legais o número do Sisbov e utilizará chip ainda existem desafios pela frente.
e garantirmos
Um deles é a questão
o retorno do
do acabamento dos
investimenanimais. Em 2007,
to. Exigimos O produtor obtém desconto de 10% a 30% sobre o valor dos 17.232 avaliados
ainda, para
do empréstimo conforme a taxa de retorno dos animais pelo Marfrig, somentodos os parte 2.863 (16,6%)
ticipantes, a
foram classificados.
entrega das
No ano seguinte, o
fichas de inseminação com registro eletrônico para identificá-los. Os desempenho melhorou, mas o índice
do escore corporal, raça, produtos bezerros desmamados, garrotes e ainda foi considerado insatisfatóusados, partida do sêmen etc”, explica novilhas serão recriados pelo Marfrig rio. Dos 21.965 avaliados, 10.376
Edmundo Rocha Vilela, da empresa em terras próprias ou arrendadas. A (47,2%) foram considerados como
goiana Lageado Consultoria, que terminação será feita nos dois confi- dentro do padrão (mínimo de 15@,
presta serviços de IATF para o Marfrig namentos que a empresa mantém nos para machos, e gordura de cobertura
e é responsável pela gestão técnica do municípios paulistas de Guapiaçu e mediana).
programa.
Pereira Barreto, com capacidade para
Para que o produtor tenha ampliaQuase 80% dos pecuaristas que engordarem, juntos, de 40 mil a 50 do o seu acesso à bonificação, o índice
de classificação precisa subir.
Mas a isso se contrapõe, por
exemplo, a tradição do boi
inteiro, ainda forte nos Estados do Centro-Oeste. A saída
para o problema seria a melhoria do manejo nutricional.
É o que demonstra a experiência de Augusto de Oliveira
Carvalho, dono da Fazenda
Monte Alto, em Mineiros,
GO, que tem 500 matrizes
inscritas no programa e produz novilhos superprecoces,
com 15@ aos 12 meses. Em
2008, muitos desses animais
chegaram ao frigorífico com
cobertura escassa. “Neste ano,
vou utilizar uma dieta final
mais energética, para atingir
maior percentual de cobertura mediana e abatê-los aos 14 meses”.
Carvalho diz que entrou no programa não apenas por causa dos incentivos
financeiros mas também porque a
IATF eleva os índices reprodutivos do
rebanho. “Antes, eu conseguia no máximo 70% de prenhez, agora consigo
90%, 58% garantidos pela IATF e o
restante pelo repasse com touro. As fêmeas 1/2 Angus são mais férteis, dóceis
e precoces. Pretendo manter parte delas
na fazenda e cruzá-las com Brangus”,
informa. O Marfrig Fomento tem permitido mapear potenciais fornecedores
de genética Angus para a indústria.
“Além das vacas inscritas no programa,
localizamos outras 35 mil matrizes
que já produzem bezerros cruzados e
poderão ser incorporadas nos próximos
anos”, conclui Luciano Andrade.
Jornalista - Revista DBO Rural – maio 2009
Reprodução autorizada
IATF permite programar a produção
Bezerros ½ sangue Angus são adquiridos com base na arroba do boi gordo,
conforme tabela Esalq da região de origem, mais ágio mínimo de 15%
A escolha da IATF como principal ferramenta do
Programa Marfrig Fomento deve-se ao fato de a tecnologia permitir a concentração dos nascimentos em
época determinada, além de tornar possível um maior
controle sobre o processo reprodutivo, simplificar o
manejo e formar lotes homogêneos e padronizados.
Isso é considerado ótimo pelo frigorífico, que assim
pode programar mais facilmente os abates e garantir
regularidade na entrega a seus clientes (no caso, churrascarias e restaurantes).
A confirmação da prenhez por IATF é feita em 100%
das fêmeas, com auxílio de ultrassom. Depois do exame,
prepara-se um aditivo contratual, assinado pelo produtor
e a empresa de assistência técnica, no qual se registra o
número provável de animais que deverá ser entregue ao
Marfrig e a possível data de entrega. Além da Lageado, seis
prestadores de serviços independentes estão credenciados
para realizar IATF. Por enquanto, o sêmen utilizado no
programa é fornecido por três touros Angus PO, em
coleta na Central Bela Vista, de Pardinho, SP.
24
Maio/Junho de 2009
EXPOSIÇÕES RANQUEADAS
Reconquista e Rincon del Sarandy
brilham em Londrina
ocorre há alguns anos durante a
Expointer, em Esteio, RS. Veja nesta
edição, respectivamente nas páginas
do Conselho Técnico e da Carne
Angus, matérias completas sobre o
sucesso do curso e do restaurante
Angus na Expo Londrina.
A Reconquista Agropecuária,
propriedade de José Paulo Dornelles
Cairoli, em Alegrete, RS, faturou
as posições tops nas premiações de
pista. A cabanha gaúcha levantou
os grandes campeonatos tanto de
machos como também nas fêmeas
Angus durante a 49ª Exposição
Agropecuária e Industrial de Londrina (Expo Londrina 2009). A
feira, considerada estratégica por sua
posição no País e também uma das
mais importantes do circuito da raça
no Brasil, foi realizada de 7 a 12 de
abril, no Parque de Exposições Gov.
Ney Braga, no município paranaense de Londrina.
Como tem ocorrido nos últimos
anos, a Associação Brasileira de
Angus (ABA) desenvolveu durante
esta mostra uma consistente programação, com destaque para o Curso
de Jurados Jovens, organizado pelo
Conselho Técnico da ABA, e para a
abertura do Restaurante Angus, que
com o apoio do Programa Carne
Angus Certificada pela primeira vez
serviu cardápios valorizados com a
Carne Angus Certificada no parque
de Londrina, a exemplo do que já
PRESIDENTE PRESENTE
Para o presidente da Associação
Brasileira de Angus (ABA), Joaquim
Francisco Bordagorry de Assumpção
Mello, Londrina teve mais uma vez
este ano uma representação de Angus
muito boa, com um elevado nível
zootécnico. “Um grupo de animais,
tanto machos quanto fêmeas, cuja
ponta faria boa figura em qualquer
exposição “A” do circuito”, avalia o
dirigente.
Joaquim Mello, que fez questão de estar presente em todos os
momentos importantes para a raça
na Expo Londrina, elogiou a organização da feira e destacou eventos
como o Curso de Jurados Jovens e
o novo restaurante Angus no parque
de Londrina.
“O leilão capitaneado pelo criador Galvão Bueno (1º Seleção GB
Corticeira e convidados) foi sucesso e
também conquistou destaque a venda
dos terneiros cruzas Angus, no 2º
Leilão Conexão Angus, que registrou
excelente demanda e muito bons
preços pelos animais”, argumenta
Joaquim Mello.
JURADO APONTOU
APRUMOS
Falando objetivamente sobre a
representação de Angus que avaliou
em Londrina, o jurado, zootecnista
Roberto Vilhena Vieira, observou
que os criadores, no trabalho de seleção, não devem descuidar dos aprumos dos animais. “Especialmente
nos touros, cuja principal função no
campo é perseguir e cobrir as fêmeas”,
enfatizou, na forma de contribuição
para o trabalho de melhoramento
genético da raça.
“Vi que os criadores estão trabalhando em sintonia com o mercado,
e avaliando o grupo de animais,
fica visível a padronização, a correta
conformação das carcaças, esqueletos
com boa musculatura e especialmente nobreza racial”, completou Vilhena
Vieira.
O jurado apontou o touro Reconquista 1292 Zorzal Grand Canyon
como grande campeão. O exemplar
de pelagem preta e 884 quilos já havia
conquistado o título de reservado de
grande campeão na Exposição de
Avaré 2009.
A Cabanha Rincon Del Sarandy, de Cláudia Indarte Silva, em
Uruguaiana, RS, obteve o título de
reservado de grande campeão com
o macho Rincon 1249 Brigadier
del Sarandy. O terceiro melhor
macho foi para o terneiro de sete
meses da Estância Olhos D’Água,
de Antonino Souza Dorneles, em
Alegrete, RS.
Nas fêmeas, Reconquista 1220
Marca Payador, da Reconquista
Agropecuária, ficou com o título
de grande campeã. A Rincon del
Sarandy também conquistou o
título de reservada grande campeã,
com a terneira de oito meses Rincon
Morocha TE 1332 del Sarandy. Já
como terceira melhor fêmea Angus
da exposição, destaque para a Agropecuária HR, em Pontalinda, SP, de
Luís Henrique Campana Rodrigues,
que conquistou a premiação com a
fêmea Cia. Azul 0627 – CO124 7
Trouxas.
A mostra paranaense pontuou
como “A” no Ranking Oficial de Expositores e Criadores da Associação
Brasileira de Angus - ABA.
Grande Campeã
Reservada Grande Campeã
Terceira Melhor Fêmea
Grande Campeão
Reservado Grande Campeão
Terceiro Melhor Macho
EXPOSIÇÕES RANQUEADAS
Cícero da VPJ
foi melhor
cabanheiro
Durante a Expolondrina 2009, Cícero
Almeida de Assis, conhecido como
Baiano (à esquerda na foto), foi
eleito melhor cabanheiro da mostra
Maio/Junho de 2009
25
Genética Angus para universitários de Londrina
A Associação Brasileira de Angus
(ABA) realizou no dia 8 de abril, em
seu estande no parque de exposições
da Expolondrina (Londrina/PR),
uma palestra sobre qualidade de
carne e padrão racial para estudantes
do curso de Ciências Agrárias, da
Universidade Estadual de Londrina
(UEL), no Paraná. No encontro
com os alunos, o zootecnista Tito
Mondadori, a assessora técnica e o
técnico da Associação Brasileira de
Angus, respectivamente, Fernanda
Kuhl e Rednilson Góis, passaram
informações sobre o padrão da raça
e suas características produtivas,
dando ênfase para a qualidade da
carne e a utilização em cruzamentos
industriais. Os estudantes receberam
materiais promocionais da Associação
Brasileira de Angus e tiveram uma
pequena demonstração de animais
da raça junto aos galpões.
A palestra foi uma iniciativa da
Dra. Profa. Ana Maria Bridi, da
Universidade Estadual de Londrina.
Ela reuniu alunos com o intuito de
apresentar as qualidades da raça e a
sua utilização no estado do Paraná.
Também, entre os objetivos, a aproximação dos futuros e atuais profissionais da área com a Associação
Brasileira de Angus.
Rednilson (acima), Fernanda e
Mondadori (abaixo) falaram aos alunos
DADOS COMPLETOS DOS ANIMAIS CAMPEÕES DA EXPOLONDRINA
GRANDE CAMPEÃ
RECONQUISTA 1220 MARCA PAYADOR STRY
HBB: 116167 Pel: P Tatuagem: 1220
Nascimento: 02/07/2006 Idade: 1011d
Pai: TRES MARIAS 6241 PAYADOR TE
HBB: IA848
Mãe: ANGUS DA RECONQUISTA 146
HBB: 73015
Peso: 794 Alt: 1,37 Frame: 6.42
Expositor: JOSÉ PAULO D. CAIROLI,
RECONQUISTA AGROPEC. LTDA, ALEGRETE/RS
Criador: JOSÉ PAULO DORNELLES CAIROLI
RESERVADA GRANDE CAMPEÃ
RINCON MOROCHA TE1332 DEL SARANDY
HBB: RINCON 01 Pel: P Tatuagem: TE1332
Nascimento: 29/07/2008 Idade: 253d
Pai: TRES MARIAS 5887 HORNERO TE
HBB: IA849
Mãe: RINCON MAMY 461 DEL SARANDY
HBB: 81493
Peso: 354 Alt: 1,11 Frame: 4,85
AOL: 50.00 EGS: 7.60 P8: 6.00
Expositor: CAB. RINCON DEL SARANDY, CABANHA
Criador: CABANHA RINCON DEL SARANDY
3ª MELHOR FÊMEA
CIA AZUL 0627-C0124 7TROUXAS
HBB: 115442 Pel: P Tatuagem: 0627
Nascimento: 04/09/2006 Idade: 947d
Pai: CIA AZUL 0124 G5480 G5672
HBB: 87572
Mãe: CIA AZUL 041 7TROUXAS GABO 567
HBB: 82572
Peso: 708 Alt: 1.32 Frame: 5.37
Expositor: LUIZ HENRIQUE CAMPANA
RODRIGUES, FAZENDA TABAPUÃ, SÃO PAULO/SP
Criador: SUSANA MACEDO SALVADOR
GRANDE CAMPEÃO
RECONQUISTA 1292 ZORZAL G. CANYON
HBB: 121376 Pel: P Tatuagem: TE1292
Nascimento: 11/03/2007 Idade: 759d
Pai: TRES MARIAS ZORZAL TE HBB: IA850
Mãe: RECONQUISTA 592 GLEBA CANYON
BARTOLOME HBB: 93050
Peso: 884 C.E.: 43.00 Alt: 1.35
Frame: 4.53
AOL: 137.0 EGS: 15.07 P8: 10.90
Expositor: JOSÉ PAULO D. CAIROLI,
RECONQUISTA AGROPEC. LTDA, ALEGRETE/RS
Criador: JOSE PAULO DORNELLES CAIROLI
RESERVADO GRANDE CAMPEÃO
RINCON 1249 BRIGADIER DEL SARANDY
HBB: 123633 Pel: V Tatuagem: 1249
Nascimento: 07/09/2007 Idade: 579d
Pai: PASTORIZA 565 BRIGADIER TE
HBB: IA796
Mãe: BARTOLOME DEL SARANDY 828
HBB: 68732
Peso: 760 C.E.: 38.00 Alt: 1.36 Frame: 5.42
AOL: 99.30 EGS: 19.50 P8: 8.70
Expositor: CAB. RINCON DEL SARANDY,
URUGUAIANA/RS
Criador: CABANHA RINCON DEL SARANDY
3º MELHOR MACHO
ASD 778 PAYADOR CARTUCHO
HBB: 128192 Pel: V Tatuagem: 778
Nascimento: 03/09/2008 Idade: 217d
Pai: TRES MARIAS 6241 PAYADOR HBB:
IA848 Mãe: ASD 178 PANCHO YER CHIEF
HBB: 83092
Peso: 345 C.E.: 27.00 Alt: 1.11
Frame: 4.85
AOL: 70.20 EGS: 6.00 P8: 3.80
Expositor: ANTONINO SOUZA DORNELES,
ESTÂNCIA OLHOS D’ÁGUA, ALEGRETE/RS
Criador: ANTONINO SOUZA DORNELES
26
Maio/Junho de 2009
EXPOSIÇÕES RANQUEADAS
Exposição de Outono de Uruguaiana
destaca qualidade dos animais
Fotos: Gabriel Becco/ABA
Grande Campeã
Grande Campeão
O jurado argentino Nelson Ariel Macagno, assim como o presidente
da ABA, fizeram questão de elogiar a qualidade e a uniformidade dos
animais apresentados na 7ª Exposição de Outono de Uruguaiana.
A mostra foi realizada de 4 a 9 de maio, no Parque de Exposições
de Uruguaina, na região da Fronteira Oeste gaúcha, numa promoção da ABA e do Núcleo Angus Três Fronteiras. A Exposição de
Outono uruguaianense contou com a participação de 34 expositores
e pontuou como “A” no Ranking Oficial de Expositores e Criadores
da associação.
“O gratificante aqui é que todos
que integram o núcleo de criadores
trabalham juntos. Então conseguimos
fazer uma exposição que a cada ano
apresenta crescimento e novidades,
num nível de qualidade dos animais
que muito nos orgulha”, comenta
o presidente do Núcleo Angus Três
Fronteiras, Sérgio Tellechea. Segundo
ele, o grupo já está trabalhando para
fazer, em 2010, uma exposição de
Angus do Cone Sul, trazendo expositores da Argentina e do Uruguai.
“Vamos promover, com o apoio da
ABA, uma mostra internacional,
porque nossa meta é nosso sonho”,
avisa Tellechea.
JURADO IMPRESSIONADO
“Os animais estavam nivelados,
havia uma homogeneidade em pista,
que mostra crescimento e qualidade da criação de Angus no Brasil”,
avaliou o jurado. Tradicional criador
Reservada de Grande Campeã
Terceira Melhor fêmea
Reservado de Grande Campeão
Terceiro Melhor Macho
“Foi trabalhoso apontar os melhores, mas também foi gratificante
circular em meio a tantos exemplares
tão qualificados e tão bem apresentados. Só posso parabenizar os criadores, que a julgar pelo material que vi,
estão fazendo um excelente trabalho,
acima da média”, reforçou o jurado,
que foi secretariado em pista pelo
técnico da ABA, veterinário Renato
Pinto Paiva.
“Ele ficou tão impressionado que
solicitou a organização de uma gira
pelas principais cabanhas gaúchas,
Mello, que foi recepcionado e acompanhado na pista pelo presidente do
Núcleo Angus Três Fronteiras, criador
Sérgio Tellechea.
CRESCIMENTO
EXPRESSIVO
Qualidade em quantidade. Assim o presidente da ABA, Joaquim
Mello, começa a descrever a mostra de
Uruguaiana, que ele já bem conhece.
argentino, titular da Cabanha Cony
“Vi um crescimento expressivo em
Antu, na província da Pampa, Nelson
número de animais expostos, tanto
Ariel Macagno ainda não conhecia a
de argola quanto em rústicos, todos
exposição de Angus de Uruguaiana.
apresentando um padrão racial realmente
O jurado argentino Nelson Ariel Macagmno considerou gratifican- elevado”, avalia.
Mello também
te circular em meio a tantos exemplares tão qualificados e tão bem
gostou bastante das
apresentados. Ele parabeniza os criadores, porque a julgar pelo ma- atividades sociais orterial que viu, estão fazendo um excelente trabalho, acima da média ganizadas pelo Núcleo
Angus Três Fronteiras
para a exposição. “A
Ao se deparar com as filas da raça para para que possa conhecer o trabalho festa de entrega de prêmios foi basa seleção dos campeões, ele ficou real- dos criadores e os respectivos planteis. tante concorrida, mostrando a grande
mente surpreso, impressionado com E também se prontificou a receber motivação dos criadores e o remate
o nível dos animais. Não imaginava os criadores de Angus brasileiros em de sêmen em benefício do núcleo
que a mostra contasse com tantos sua cabanha, na Argentina”, revela fez sucesso, demonstrando que foi
muito bem aceito pelo grupo”, opina
animais e de tamanha qualidade. Renato Paiva.
Joaquim Mello.
O
julgamento
contou
com
a
“Que uniformidade e que padrão de
Ele avalia que o remate de fêmegado”, descreveu. No Brasil, ele já presença de associados, interessados
havia estado nas mostras de Cascavel na raça e do presidente da Associação as, realizado durante a mostra, foi a
(PR), de Alegrete e na Expointer Brasileira de Angus (ABA), Joaquim semente de promoções crescentes no
Francisco Bordagorry de Assumpção futuro.
(ambas no RS).
CONFIRA
OS CAMPEÕES
Nos animais de argola, a Reconquista Agropecuária, de José Paulo
Dornelles Cairoli, em Alegrete, RS,
venceu o grande campeonato tanto
nos machos quanto nas fêmeas. A
grande campeã foi Reconquista 1338
Naja Nostradamus da parceria dos expositores José Paulo Dornelles Cairoli
e Rubens Zogbi (Estância Carapuça,
Cristal, RS). Como reservada grande
campeã foi escolhida Penélope 711
Pay da Corticeira, da parceria Cabanha da Corticeira de Luis Anselmo
Cassol, em São Borja, RS e GB
Agropecuária, de Carlos Eduardo dos
Santos Galvão Bueno, em Porecatu,
PR. Já a terceira melhor fêmea foi para
Catanduva 1239 Querência TE 213,
apresentada pela Cabanha Catanduva,
em Cachoeira do Sul, RS, de Fábio e
Fabiana Gomes.
Nos machos, a Reconquista Agropecuária venceu o grande campeonato
com Reconquista 1301 Naco Cachafaz. A Cabanha da Maya, em Bagé,
RS, de Zuleika Borges Torrealba,
ganhou o reservado grande campeonato com Maya 40TE Ditador. A
Cabanha Catanduva também faturou
o terceiro melhor lugar os machos
com o reprodutor Catanduva 1324
Relâmpago.
EXPOSIÇÕES RANQUEADAS
Maio/Junho de 2009
Boas disputas nos rústicos
27
Fotos: Gabriel Becco/ABA
Lote Grande Campeão Machos PO
Lote Grande Campeão Machos PC
Sérgio Tellechea e o presidente da ABA, Joaquim Mello
Lote Grande Campeão Fêmeas PO
A Cabanha Rincon del Sarandy,
em Uruguaiana, RS, de Claudia
Indarte Silva, venceu nos machos
e fêmeas PC a campo (rústicos) na
Exposição de Outono de Uruguaiana.
O trio grande campeão PC foi dos
animais tatuagens 617, 619 e 1238,
da geração setembro de 2007, sendo
o touro 619 escolhido como o melhor
touro PC da mostra.
O trio reservado grande campeão
PC foi 01017, 01015 e 01007 per-
tencente à Estância Santa Eulália, de
Joaquim Francisco Bordagorry de
Assumpção Mello, em Pelotas, RS.
Já o terceiro melhor trio PC (R415,
R215 e R211) pertence à GAP Genética de Eduardo Macedo Linhares,
em Uruguaiana, RS.
A Rincon Del Sarandy também
faturou nas fêmeas a campo PC. O
trio grande campeão PC (626, 624 e
614) encantou o jurado Macagno. O
argentino apontou como melhor fêmea
Melhor Fêmea PC
PC o exemplar de tatuagem 614.
RÚSTICOS PO
Nos animais a campo PO destaque para a Cabanha São Bibiano, em
Uruguaiana, RS, de Antonio Martins
Bastos Filho, que venceu com o trio
grande campeão PO tatuagens 6685,
6671 e 6627. O exemplar 6671, geração outubro de 2007, foi apontado
como o melhor touro Angus PO da
exposição.
A GAP Genética, em Uruguaiana,
RS, de Eduardo Macedo Linhares,
venceu como trio reservado grande
campeão PO (3137, 3111 e 3105). Já
o terceiro melhor trio PO foi para os
animais tatuagens TE1177, TE1170 e
1178, pertencentes à Cabanha Rincon
del Sarandy, de Claudia Indarte Silva.
Nas fêmeas, a Cabanha Umbu,
em Uruguaiana, RS, de Angelo Bastos
Tellechea, faturou o grande campeonato PO com os exemplares 1337,
1333 e 1301, sendo a fêmea 1301
escolhida como melhor PO.
A Cabanha Rincon del Sarandy
obteve êxito com o trio reservado
grande campeão de fêmeas PO (1183,
TE1176 e TE1174) e a GAP Genética
venceu com o terceiro melhor trio PO
(3314, 3356 e 3336).
Melhor cabanheiro
é da Reconquista
Funcionário da Reconquista
Agropecuária, Gilnei Santos de Araújo (conhecido como Jacu) foi eleito
melhor cabanheiro da Exposição de
Outono de Uruguaiana.
DADOS DOS ANIMAIS DE ARGOLA CAMPEÕES DE URUGUAIANA
GRANDE CAMPEÃ
RECONQUISTA 1338 NAJA NOSTRADAMUS G
HBB: 121378 Pel: V Tatuagem: TE1338
Nascimento: 22/07/2007 Idade: 656d
Pai: CATANDUVA TE213 NOSTRADAMUS K. ROBTE12
HBB: 99045
Mãe: RECONQUISTA 592 GLEBA CANYON
BARTOLOME HBB: 93050
Peso: 644 Alt: 1.28 Dent: DL
Frame: 5.00 ER: P+
AOL: 72.33 EGS: 10.00 P8: 16.51
Expositor: PARC JOSÉ PAULO CAIROLI E RUBENS
ZOGBI, RECONQUISTA AGROPECUARIA LTDA,
ALEGRETE/RS
Criador: JOSÉ PAULO DORNELLES CAIROLI
RESERVADA GRANDE CAMPEÃ
PENÉLOPE 711 PAY DA CORTICEIRA
HBB: 114304 Pel: V Tatuagem: P711
Nascimento: 17/10/2006 Idade: 934d
Pai: TRÊS MARIAS 5839 QUEBRACHO TE
HBB: IA755
Mãe: EMANUELE DA CORTICEIRA 5155
HBB: 70858
Peso: 710 Alt: 1.34 Dent: 4
Frame: 6.00 ER: P+
AOL: 77.74 EGS: 14.22 P8: 20.57
Expositor: PARC.CABANHA DA CORTICEIRA E GB
AGROPEC, CAB.DA CORTICEIRA/GB AGROPEC, SÃO
BORJA/RS
Criador: LUIS ANSELMO CASSOL
3ª MELHOR FÊMEA
CATANDUVA 1239 QUERENCIA TE 213-TE0
HBB: 114684 Pel: V Tatuagem: 1239
Nascimento: 01/10/2006 Idade: 950d
Pai: CATANDUVA TE 213 NOSTRADAMUS K ROB TE 12
HBB: 99045
Mãe: TE 004 REENA CASAMU DO COQUEIRAL
HBB: 83027 Peso: 806 Alt: 1.36
Dent: 6 Frame: 4.00
AOL: 80.30 EGS: 12.00 P8: 18.25
Expositor: FÁBIO LUIZ GOMES E FABIANA DEFERRARI
GOMES, CAB. CATANDUVA, CACHOEIRA DO SUL/RS
Criador: FÁBIO GOMES E FABIANA GOMES
GRANDE CAMPEÃO
RECONQUISTA 1301 NACO CACHAFAZ FONO
HBB: 122718 Pel: V Tatuagem: TE1301
Nascimento: 24/06/2007 Idade: 684d
Pai: TRES MARIAS 7031 CACHAFAZ 6556 TE
HBB: 745150
Mãe: TRES MARIAS 6972 FENOMENA 5494 TE
HBB: 741868
Peso: 920 C.E.: 44.00 Alt: 1.37 Dent: 2
Frame: 5.50
AOL: 90.00 EGS: 14.00 P8: 23.37
Expositor: JOSÉ PAULO D. CAIROLI, RECONQUISTA
AGROPECUÁRIA LTDA, ALEGRETE/RS
Criador: JOSÉ PAULO DORNELLES CAIROLI
RESERVADO GRANDE CAMPEÃO
MAYA 40 TE DITADOR HBB: 121762 Pel: V
Tatuagem: TE040
Nascimento: 17/02/2007 Idade: 811d
Pai: CATANDUVA TE213 NOSTRADAMUS K. ROB TE12
HBB: 99045
Mãe: SALA ANCIA HBB: 84246
Peso: 980 C.E.: 44.00 Alt: 1.41 Dent: 2
Frame: 5.80 AOL: 79.00 EGS: 8.00 P8: 11.69
Expositor: ZULEIKA BORGES TORREALBA,
CABANHA DA MAYA PAP, BAGÉ/RS
Criador: ZULEIKA BORGES TORREALBA
3º MELHOR MACHO
CATANDUVA 1324 RELÂMPAGO TE213-0221
HBB: 121667 Pel: P Tatuagem: 1324
Nascimento: 10/08/2007 Idade: 637d
Pai: CATANDUVA TE213 NOSTRADAMUS K.ROB
TE12 HBB: 99045
Mãe: CIA. AZUL 0221 ZHAURY G12446
HBB: 93379
Peso: 900 C.E.: 39.00 Alt: 1.41 Dent: 2
Frame: 6.50
AOL: 95.30 EGS: 9.40 P8: 14.22
Expositor: FÁBIO LUIZ GOMES E FABIANA
DEFERRARI GOMES, CAB. CATANDUVA,
CACHOEIRA DO SUL/RS
Criador: FÁBIO GOMES E FABIANA GOMES
28
Maio/Junho de 2009
MOVIMENTO
EXPOSIÇÕES RANQUEADAS
Maio/Junho de 2009
29
Angus mostra correta representação em Itapetininga
Grande Campeã
Reservada Grande Campeã
Terceira Melhor Fêmea
Grande Campeão
Reservado Grande Campeão
Terceiro Melhor Macho
A raça Aberdeen Angus
marcou importante presença
na 40ª Expoagro - Exposição
Agropecuária, Industrial e
Comercial de Itapetininga, rea­li­
za­da de 16 a 26 de abril naquele
município do interior de São
Paulo - SP.
mostra é uma organização
conjunta do Núcleo Paulista de
Criadores de Angus – que tem
na presidência o criador Renato Segura
Ramires Júnior – e da Associação Brasileira de Angus (ABA), que este ano
foi representada em Itapetininga por
seu vice-presidente (e também vicepresidente administrativo do Núcleo
Angus São Paulo), criador Paulo de
Castro Marques.
A
TONINHO SURPREENDEU
“Tivemos um juiz estreante – o
Toninho – que surpreendeu pela linha
de trabalho que desenvolveu e pelas
escolhas que fez em pista”, avalia Paulo
de Castro Marques. “Durante e após
os julgamentos, os comentários do
lado de fora da pista foram positivos,
o que vem ao encontro dos anseios dos
criadores e também do Núcleo de São
Paulo e da Brasileira de Angus, que
é a atuação de juizes profissionais na
raça”, comenta.
Castro Marques gostou da representação que viu em Itapetininga e
igualmente destacou a presença de um
bom número de animados criadores
da raça. “A cada certame, a Angus
se fortalece mais e conquista novos
criadores e investidores no centro do
País”, sacramentou.
Ainda sobre os julgamentos, ele
ponderou que o jurado pode e deve
ter suas preferências pessoais, mas
precisa examinar uma série de quesitos
importantes na seleção da raça e especialmente seguir uma linha de trabalho
do início ao final da escolha dos campeões, o que aconteceu em Itapetininga
e agradou aos criadores.
NÃO MUITOS, MAS BONS
“Em Itapetininga, me deparei com
uma representação ainda pequena de
Angus, na comparação com praças
mais tradicionais na raça, mas formada
por animais de qualidade e muito bem
preparados pelos criadores”, começou
dizendo o técnico da Associação Brasileira de Angus (ABA), veterinário
Antonio Francisco Chaves Neto, que
atuou como jurado de classificação
da mostra.
Toninho, como também é conhecido no meio, entretanto, mostrou
preocupação com o frame de alguns
dos exemplares levados à pista. “Vi animais que, apesar de bem caracterizados
racialmente e muito bem nutridos, deixavam a desejar quanto ao frame, que
avaliei como menor do que deveriam
apresentar, considerando tratar-se de
uma genética que vai produzir animais
para trabalho de campo”, alertou.
“Se bem alimentados chegaram
àquele frame”, explicou, “então em
condições de campo, com maior carência nutricional, os descendentes não
vão dar conta do trabalho, comprometendo a produção ou ainda produzindo
indivíduos que não terão a valorização
desejada nos frigoríficos”, prospectou,
apontando a necessidade de alguns
criadores que apresentaram animais em
Itapetininga, aumentarem um pouco o
tamanho, o frame dos exemplares.
Toninho, porém, apontou como
altamente positiva a participação da
raça na exposição. “Saindo do Rio
Grande do Sul, onde existe um grande
número de cabanhas com planteis afiadíssimos, no restante do Brasil são raras
as vezes onde os criadores e investidores
têm a oportunidade de visualizar vários
reprodutores Angus juntos numa pista
de julgamento. E isto é importante,
porque a raça que não é vista, não é
lembrada”, alerta.
Nesta linha de raciocínio, Toninho
defende que a ABA precisa fomentar
a presença da raça no maior número
possível de exposições pelo País, como
forma de se mostrar ao mercado e
incrementar sua expansão de forma
ainda mais rápida. “Isso sem falar que
os criadores precisam se comparar entre
si, comparar os trabalhos de seleção,
colocando seus animais ao lado dos
demais”, sacramentou o jurado.
CONFIRA OS DADOS DOS CAMPEÕES ANGUS DE ITAPETININGA
GRANDE CAMPEÃ
CIA AZUL 0627-C0124 7TROUXAS
HBB: 115442 Pel: P
Tatuagem: 0627
Nascimento: 04/09/2006 Idade:963d
Pai: CIA AZUL 0124 G5480 G5672
HBB: 87572
Mãe: CIA AZUL 041 7TROUXAS GABO 567
HBB: 82572
Peso: 709 Frame: 5,91
Expositor: LUIZ HENRIQUE CAMPANA
RODRIGUES, FAZ. TABAPUA, SÃO PAULO/SP
Criador: SUSANA MACEDO SALVADOR
RESERVADA DE GRANDE CAMPEÃ
FATAL 246 DA CORTICEIRA
HBB: 114309 Pel: V
Tatuagem: P707
Nascimento: 03/10/2006 Idade:934d
Pai: TRES MARIAS 5839 QUEBRACHO TE
HBB: IA755
Mãe: GENEBRA DA CORTICEIRA G246
HBB: 75967
Peso: 674 Frame: 5,96
Expositor: PARC.CABANHA DA CORTICEIRA E GB
AGROPEC, CAB.DA CORTICEIRA/ GB AGROPEC,
SÃO BORJA/RS
Criador: LUIS ANSELMO CASSOL
3º MELHOR FÊMEA
VPJ RED VICOSA HBB: 126456 Pel: V
Tatuagem: 064V
Nascimento: 28/08/2008 Idade:239d
Pai: PASTORIZA 565 BIRGADIER TE HBB: IA796
Mãe: RED STEWART DUCHESS 237M
HBB: 93629 Peso: 256 Frame: 4,92
AOL: 44,4 EGS: 5,4 P8: 7,6
Expositor: VALDOMIRO POLISELLI J., VPJ
PECUÁRIA, MOCOCA/SP
Criador: VALDOMIRO POLISSELI JUNIOR
GRANDE CAMPEÃO
PWM ILUSTRE TECB 470 HBB: 120707
Tatuagem: 470
Nascimento: 22/05/2007 Idade:703d
Pai: DON PANCHO BARTOLOME TE HBB: 75372
Mãe: LEACHMAN DA FUMACA CARINA TEI 99
HBB: 88886
Peso: 849 C.E.: 38.00 Frame: 5,08
AOL: 99,1 EGS:7,6 P8:16,3
Expositor: PAULO DE CASTRO MARQUES, CASA
BRANCA AGROPASTORIL, FAMA/MG
Criador: PAULO DE CASTRO MARQUES
RESERVADO DE GRANDE CAMPEÃO
PWM GANESH HBB: 114287 Pel: P
Tatuagem: TECB346
Nascimento: 20/07/2006 Idade:1009d
Pai: LEACHMAN SAUGAHATCHEE 3000C
HBB: IA494
Mae: RECONQUISTA 379 ELIZA G.CANYON
MILAGRO HBB: 82140 Peso: 982
Expositor: PAULO DE CASTRO MARQUES, CASA
BRANCA AGROPASTORIL, FAMA/MG
Criador: PAULO DE CASTRO MARQUES
3º MELHOR MACHO
FELIZ 236 KURT WOOPY WW T
HBB: 122162 Pel: P
Tatuagem: TE236
Nascimento: 13/09/2007 Idade:589d
Pai: WESTWIND RITO 8503 DJH 019
HBB: IA367
Mae: CASCAVEL 080 WOOPY TE HBB: 102869
Peso: 598 C.E.: 40.00 Frame: 4.06
AOL: 113.0 EGS:4.3 P8:6.5
Expositor: AUGUSTO VIEIRA DE RUA PINTO
GUEDES, CAB. FELIZ, CAMPINA DO MONTE
ALEGRE/SP
Criador: AUGUSTO VIEIRA DE RUA PINTO GUEDES
30
Maio/Junho de 2009
EXPOSIÇÕES RANQUEADAS
Maio/Junho de 2009
31
Outono Angus Show evidenciou a qualidade genética
O 5° Outono Angus Show, realizado em conjunto pelo Núcleo Centro Litorâneo de Angus e pela
Associação Brasileira de Angus (ABA), de 28 a 30 de maio, durante a Fenasul 2009, no parque Assis Brasil, em Esteio, RS, ganhou especial destaque pela qualidade dos animais expostos. O evento contou com
julgamentos de classificação, com mais uma edição do Curso Jurado Jovem desenvolvido pelos técnicos
da ABA e a comercialização de exemplares Angus.
“
Presidente da ABA e o jurado Gary Latimer
Este ano os grandes
destaques ficaram
para a evolução na
qualidade e na apresentação dos animais e também para o crescimento de
10 (no ano passado) para
15 criadores participantes”,
apontou a presidente do
núcleo, Carla Sandra Staiger
Schneider.
Novos criadores
O evento, que foi acompanhado de perto pelo presidente da ABA, Joaquim
Francisco Bordagorry de Assumpção
Mello, conforme Carla Schneider,
cumpriu com a principal missão
do núcleo, que é a de agregar novos
criadores à raça.
A escolha dos campeões este ano
esteve a cargo do fazendeiro canadense Gary Latimer, integrante da
diretoria da Associação Canadense de
Angus, país que será sede agora em
julho, em Calgary (Alberta), o Fórum
Mundial de Angus. Criador de Angus
em Alberta, onde dirige a Latimer
Farm, Gary Latimer evidenciou sua
preocupação com a funcionalidade
dos animais que examinou em pista. “Eles precisam ser corretos com
relação ao standard da raça, mas é
fundamental que sejam capazes de
cumprir a sua principal meta, que é
a reprodução”, sintetizou o jurado,
que também prestou bastante atenção na conformação de úbere nas
fêmeas e na circunferência escrotal
nos machos.
Fotos: Felipe Ulbrich/ABA
Grande Campeão
Reservado Grande Campeão
Terceiro Melhor Macho
Grande Campeã
Reservada Grande Campeã
Terceira Melhor Fêmea
DADOS DOS ANIMAIS CAMPEÕES DA FENASUL
GRANDE CAMPEÃ
MAMIE 2836 DE SANTA BARBARA
HBB: 117552 Pel: P
Tatuagem: 2836
Nascimento: 14/11/2006 Idade: 925d
Pai: BR NIW FRONTIER 095 HBB: IA819
Mãe: BLACBIRD MOM 2296 DE SANBARA
HBB: 78887
Peso: 660 Alt: 131 Dent: 4 Frame: 525
Expositor: CABANHA SANTA BÁRBARA, CAB
SANTA BÁRBARA, SÃO JERÔNIMO/RS
Criador: STEFAN STAIGER SCHNEIDER
RESERVADA DE GRANDE CAMPEÃ
TEMIL D031 DEVASA GRAMATICO 1044
HBB: 122727 Pel: V
Tatuagem: D031
Nascimento: 11/07/2007 Idade:686d
Pai: CATANDUVA GRAMATICO STRYKER 4128TE15 HBB: 75476
Mãe: CATANDUVA 1044 PARIS ME BEEF 588
HBB: 107746
Peso: 676 Alt: 133
Dent: R2 Frame: 625
Expositor: MILTON MACHADO DE SOUZA,
CABANHA TEMIL AGROPECUARIA, TAPES/RS
Criador: MILTON MACHADO DE SOUZA
3ª MELHOR FÊMEA
UMBU 1411 STAMINA TE HBB: 129656 Pel: V
Tatuagem: TE1411
Nascimento: 08/09/2008 Idade:261d
Pai: PASTORIZA 565 BRIGADIER TE
HBB: IA796
Mãe: UMBU 709 STAMINA HBB: 96522
Peso: 337 Alt: 113
Dent: DL Frame: 550
Expositor: ANGELO BASTOS TELLECHEA,
CABANHA UMBU, URUGUAIANA/RS
Criador: ANGELO BASTOS TELLECHEA
GRANDE CAMPEÃO
APB 052 TANGO DA GRUTA HBB: 116213
Pel: V
Tatuagem: 052
Nascimento: 20/10/2006 Idade:950d
Pai: PASTORIZA 565 BRIGADIER TE HBB:
IA976
Mãe: CATANDUVA 843 NYZA LADIES MEN676
HBB: 98020
Peso: 1040 CE: 4650 Alt: 142 Dent: 4
Frame: 550
Expositor: CLARICE COSTA CALDAS, N.SRA. DA
GRUTA, HERVAL/RS
Criador: CLARICE COSTA CALDAS
RESERVADO DE GRANDE CAMPEÃO
SAO BIBIANO WIDESPREAD 6605 TE HBB:
122710 Pel: P
Tatuagem: TE6605
Nascimento: 03/08/2007
Idade:663d
Pai: WHISTESTONE WIDESPREAD MB
HBB: IA603
Mãe: SAO BIBIANO COUNTESS 6212
HBB: 95334
Peso: 874 CE: 3870
Alt: 136 Dent: DL Frame: 500
Expositor: ANTONIO MARTINS B FILHO, CAB
SÃO BIBIANO, URUGUAIANA/RS
Criador: ANTONIO MARTINS BASTOS FILHO
3º MELHOR MACHO
PORSCHE 3921 DE SANBARA
HBB: 124619 Pel: P
Tatuagem: 3921
Nascimento: 30/04/2008 Idade:392d
Pai: BC MATRIX 4132 HBB: IA867
Mãe: GLAMOUR GIRL TE2634 DE SANTA
BARBARA HBB: 105886
Peso: 636 CE: 3550
Alt: 133 Dent: DL Frame: 650
Expositor: CABANHA SANTA BÁRBARA, CAB
SANTA BARBARA, SÃO JERÔNIMO/RS
Criador: CARLA SANDRA STAIGER SCHNEIDER
32
Maio/Junho de 2009
Maio/Junho de 2009
33
Catanduva Red Concert: Angus nas alturas
Diferenciado em todos os sentidos, foi o maior evento do ano e provou que investir em
promoção e produção de leilões que põe qualidade em pista é lucro certo!
Fotos: Horst Knak/Agência Ciranda
Logo na chegada, o lugar, o Centro de Eventos do Sport
Club Internacional, ao lado do estádio de futebol Gigante
da Beira Rio, em Porto Alegre, RS, já chamava a atenção pelo
ineditismo da realização, ali, de um pregão de gado fino.
Por Eduardo Fehn Teixeira
Na medida que se adentrava ao
recinto, tudo chamava a atenção
pelo bom gosto - um misto de luxo
e funcionalidade na decoração do
ambiente. Nas paredes, saltavam aos
olhos os mui bonitos e desejados
quadros – óleo sobre tela – do artista
José Acuña, exclusivo de La Victória,
todos de motivos rurais, com animais
Angus em evidência.
E já na entrada, onde José Acuña
dava os últimos retoques, ao vivo e a
cores, em mais um belíssimo quadro,
se começava a escutar, ao longe, um
som por certo também inédito em
leilões de gado. Só ouvido antes na
primeira edição do Catanduva Red
Concert, no ano passado.
Era a Orquestra de Câmara do
Teatro São Pedro, a executar partituras
eruditas, sob a regência do maestro
Huberto Gastal Mayer.
Surpreendente
Quanto mais perto, mais inusitado, mais bonito, mais surpreendente.
Uma orquestra sinfônica, música a
caráter, violinos, o brilho e o som dos
instrumentos no ar. Tudo ali, na frente
das pessoas, no palco, que logo depois
viraria pista.
Passado algum tempo, pessoas já
chegadas, acomodadas nas mesas amplas, nova surpresa: uma apresentação
de Yoga, pela especialista Sandra Letícia Ramos. Com seus movimentos,
ela encantou, impactou.
E quando todos se preparavam
para o início do pregão, mais novidades à vista: com execução da orquestra
de cordas da Ospa, enriquecida pelo
tradicionalista Luiz Carlos Borges ao
acordeom, a cantora Patrícia Vianna
soltou a voz na performance do Hino
Rio Grandense. Emoção, comoção,
todos em posição de sentido, tocou o
coração, aplausos a varrer.
Início das vendas
Somente aí o primeiro animal encheu a pista. Era o início das vendas da
segunda edição do leilão Catanduva
Red Concert, concebido por Fábio
Gomes e sua filha Fabiana, à frente
de uma equipe basicamente capitaniada pela agência D´Fatto + Visual
Comunicação Integrada na produção
de Comunicação & Marketing e pela
leiloeira Trajano Silva Remates, sob
o comando do articulado leiloeiro
Marcelo Silva.
Fábio Gomes, tendo num dos
lados sua filha Fabiana e do outro o
leiloeiro Marcelo Silva, agradeceu a
todos, afirmando que a pecuária ainda
é o investimento mais rentável, mais
seguro. E a partir daí, o que se viu foi
uma sucessão de sucessos em comercialização. Preços nas alturas.
O leilão faturou R$ 1.548.240,00,
com pista limpa e ágil. Foram negociados 41 lotes, incluindo duas
seleções – uma de macho e outra de
fêmea. Nas médias, as fêmeas com
cria alcançaram a cotação de R$ 48
mil, vacas com prenhez se venderam à
média de R$ 24 mil e as novilhas prenhez foram cotadas em R$ 41,2 mil.
Outro momento de fortes emoções: o Hino Rio-Grandense
Santa Maria 434 Paradisíaca C18TE, arrematada por R$ 120 mil, foi maior preço do leilão
Fábio e Fabiana Gomes acompanharam cada lance
Nos machos, dois touros Red Angus
foram valorizados em R$ 57,6 mil (R$
28,8 mil cada) e um touro Angus foi
vendido por R$ 10.080,00.
Os grandes destaques da noite
ficaram para as vendas das fêmeas
Santa Maria 434 Paradisíaca C18TE,
arrematada por R$ 120 mil pelo criador Washington Umberto Cinel, da
Brangus Brasil, de Uruguaiana, RS, e
a fêmea Catanduva Jurema TE 118,
valorizada em R$ 129,6 mil (arrematada em 50%) para a Cabanha Veio
Dágua, de Piratini, RS.
Destaque também para eleição de
fêmea geração 2009, valorizada em
R$ 91,2 mil (arremata em 50%) pelo
criador Paulo de Castro Marques, da
Casa Branca Agropastoril. O maior
investidor do pregão em quantidade
de lotes foi o criador gaúcho Marco
Antonio Costa, da Cabanha Terra
Costa, de Santo Antônio da Patrulha.
Ele adquiriu seis lotes, investindo R$
146,4 mil.
Criadores de Angus de todo o Rio
Pintor argentino, José Acuña, mostrou sua técnica ao vivo
Grande do Sul e também dos estados
do Paraná, São Paulo, Mato Grosso
e Mato Grosso do Sul e ainda do
Uruguai, Argentina e Paraguai prestigiaram o leilão. Ênfase à presença
da princesa Letícia Daremberg, da
Estância Las Rosas, do Uruguai, que
arrematou uma fêmea (50%) valorizando o animal em R$ 96 mil.
Atração internacional
Mas a produção do Catanduva
Red Concert não parou por aí.
Fechadas as vendas, chegou o momento de subir ao palco uma atração
internacional, trazida especialmente
para a ocasião: um show da cantora
argentina Soledad Pastorutti, considerada a atual musa da música folclórica
latino-americana.
Para o criador Fábio Gomes, atual
vice-presidente da Associação Brasileira de Angus (ABA), os resultados
de todos os esforços de sua equipe
não poderiam ter sido melhores.
“Uma gratificante sensação de haver
conseguido convencer o mercado de
que a crise se enfrenta produzindo
e reproduzindo o que de melhor
estiver ao nosso alcance”, resumiu o
selecionador.
Segundo ele, o êxito do evento
deveu-se ao compartilhamento que
a Catanduva faz daquilo que tem de
melhor e à compreensão de que a pecuária é uma atividade que demanda
prazos médios e longos. “Deixar-se
de investir um ano significará reflexos
negativos daqui há três anos, pois uma
vaca leva nove meses para parir e sua
cria dois anos para se tornar adulta”,
sentenciou.
“A retração do mercado colocoume apreensivo com um investimento
destinado a reunir e homenagear
a elite do Angus. Felizmente o resultado provou minha convicção de que
nosso porto seguro é a produção, e
não a especulação. De que podemos
administrar melhor do que ninguém nosso patrimônio”, afirmou
Fábio Gomes.
34
Maio/Junho de 2009
Maio/Junho de 2009
Leilão Reconquista e convidados valoriza fêmeas
Foto: Felipe Ulbrich/ABA
O 6º Leilão Seleção
problemas com excesso de
Reconquista e Convidados,
chuvas no Norte e Nordesda Reconquista Agricultura
te do País, contrastando
e Pecuária, em Alegrete,
com uma dura estiagem
RS, propriedade do criador
no Sul e em outros pontos
e ex-presidente da Assolocalizados do Brasil.
ciação Brasileira de Angus
O lote mais valorizado
(ABA), José Paulo Dornelem pista foi a fêmea Reles Cairoli, heptacampeão
conquista 1220, Grande
nacional do Ranking de
Campeã das exposições
Criadores e Expositores da
ranqueadas da ABA de
ABA, registrou faturamenAvaré, em São Paulo e de
to de R$ 647,6 mil com a
Londrina no Paraná. O
Lote mais valorizado em pista, Reconquista 1220
venda de 40 fêmeas Angus
animal teve 50% negociae uma eleição 2009 por R$ 38 mil. de São Paulo e de outros estados do por R$ 66 mil para a criadora
O total foi divulgado pela empre- brasileiros.
Lila Tellechea, da Cabanha Paineiras,
sa leiloeira responsável pelo pregão, a
Realizado na noite de 14 de maio, de Uruguaiana, RS. Também foram
Premier Leilões, que teve ao martelo, no Restaurante Internacional do vendidas antiguidades durante o
no comando dos lances de pista, o Parque de Exposições Assis Brasil, pregão. O remate contou com a
leiloeiro Fábio Crespo. O remate em Esteio, RS, o leilão ocorreu num participação especial da Estância do
atraiu tradicionais criadores da raça dos momentos mais delicados para Espinilho, de Roberto Soares Beck,
tanto do Rio Grande do Sul como a pecuária, que enfrentava enormes de Cruz Alta, RS.
Umbu faz boas vendas em Uruguaiana
O leilão Vendas
Di re t a s C a b a n h a
Umbu, realizado dia
23 de maio, na Cabanha Umbu, em Uruguaiana, RS, e chancelado pela Associação
Brasileira de Angus
(ABA), comercializou
16 lotes de reprodutoAngelo Tellechea recebeu clientes na Umbu
res Angus com média
fixada em R$ 4,706
mil. O destaque foi a venda de um Bastos Tellechea faturou R$ 158,22
exemplar Angus PO dupla marca, mil com a venda de 37 lotes de toude tatuagem 1166, arrematado por ros Angus e Brangus.
André Aires Gabriel, de São Vicente
O maior comprador da raça
do Sul, RS, por R$ 5,4 mil. No total Aberdeen Angus foi Luís Alberto
do evento, a propriedade de Angelo Carvalho, da Fazenda Rodeio do
Posto, de Encruzilhada do Sul, RS,
que investiu um total de R$ 19,68
mil. Os animais Angus dupla marca
PO alcançaram média de R$ 4,8 mil
e os Angus PO R$ 4,71 mil.
Segundo Angelo Bastos Tellechea, houve acréscimo nas vendas
em relação à edição de 2008, fator
que mostra a aceitação do modelo
de vendas diretas instituído pela
Cabanha Umbu. “Gradativamente
essa inovação está sendo reconhecida
pelos clientes e nós estamos muito
satisfeito com o resultado alcançado”,
observou. Tellechea informa ainda
que os clientes do Vendas Diretas
Cabanha Umbu são de diferentes
regiões do RS.
Touro Angus é vendido por R$ 10,2 mil
no Remate da Cabanha Santa Clara
O touro Widespread, um Aberdeen Angus de tatuagem 6357 foi o
destaque do 30º Remate de Elite da
Cabanha Santa Clara, realizado dia 25
de abril, em São Borja, RS. O animal
foi arrematado por R$ 10,2 mil pelo
pecuarista Cláudio Silva, titular da
Cabanha Guajuvira, em Santo Antônio das Missões, RS.
Segundo o proprietário da Cabanha Santa Clara, Edmundo Bárbara
Ferreira, mesmo com as dificuldades
devido à estiagem no Rio Grande do
Sul, vários compradores compareceram ao tradicional remate, que fixou
preços de acordo com a realidade.
Chancelado pela Associação Brasilei-
ra de Angus (ABA), o
leilão vendeu doze novilhas PO Red Angus
prenhas por R$ 2,4 mil
cada; duas vacas PO
Red Angus com cria ao
pé por R$ 3 mil cada;
quinze novilhas Red
Angus CA prenhas
por R$ 1,25 cada; onze
novilhas Angus CA
prenhas por R$ 1,2 mil
cada; duas novilhas Angus CA vazias por
R$ 1 mil cada; três novilhas Red Angus
vazias por R$ 1 mil cada; seis novilhas
Red Angus definidas prenhas por R$ 1
mil cada;quatro novilhas Red Angus de-
finidas vazias por R$ 900,00 cada; cinco
novilhas Angus definidas prenhas por R$
1 mil cada; quatro touros Red Angus CA
por R$ 3,15 mil e quatro touros Angus
CA por R$ 3,12 mil cada.
35
Seleção GB Corticeira fixou
média de R$ 15,65 mil no Paraná
Os criadores Carlos
Eduardo dos Santos
Galvão Bueno, da GB
Agropecuária, Porecatu,
PR, e Luiz Anselmo
Cassol, titular da Cabanha da Corticeira, São
Borja, RS, realizaram no
dia 10 de abril, durante
a Expo Londrina 2009,
o 1º Seleção GB Corticeira e Convidados.
Chancelado pela Associação Brasileira de Angus (ABA), o leilão faturou
R$ 610,2 mil, com a venda de 39 lotes
da raça Aberdeen Angus, obtendo
média geral de R$ 15,65 mil. O
evento contou com a participação de
13 criadores e teve o escritório Remate
Leilões no comando dos negócios.
O maior preço da noite foi pago
pela fêmea Fatal 246 da Corticeira,
arrematada por R$ 84 mil por Valdomiro Poliselli Júnior, da VPJ Pecuária,
em Jaguariúna, SP. Outro destaque
foi GB Florice 544 Quebracho TE
239, comercializada por R$ 60 mil
para a Cabanha Maufer, de Cruzeiro
do Sul, RS.
Segundo o coordenador do evento
e criador de Angus, Ivan Magalhães,
entre os lotes de prenhezes, destaque
para o lote 27, livre escolha a ocorrer
na GB Agropecuária, que foi comercializado por R$ 32 mil para Antonio
dos Santos Maciel Neto, da FSL
Angus Itu, em Itu, SP.
Magalhães avaliou positivamente
o desempenho do leilão ao citar a
presença de grandes criadores e a qualidade genética em pista. “Tivemos
uma festa prestigiada com a presença
de compradores de várias regiões do
País”, valoriza.
Um dos administradores da Cabanha da Corticeira, Felipe Cassol,
ressalta a qualidade da oferta e o
avanço das médias da raça. “O leilão
foi muito positivo, conseguimos
incremento de 25% na média em
relação ao leilão de 2008, mesmo em
época de crise”, comemora.
Conexão Angus
movimenta R$ 299 mil
em Londrina
Abrindo o calendário de leilões
chancelados pela
Associação Brasileira de Angus
(ABA) em 2009, o
2º Leilão Conexão
Angus comercializou um total de
R$ 299,17 mil,
Machos cruza Angus tiveram preços
superiores a R$ 3,20 o kg/vivo
no dia 9 de abril,
no Recinto Abdedo evento, o técnico da ABA
lkarim Janene, durante a Expo
Antonio Francisco Chaves Neto
Londrina 2009.
(Toninho), no setor de animais
Foram negociados 296 aniresultantes de cruzamentos com
mais cruza Angus e 10 touros
Angus, os machos cruza Angus
a campo (rústicos) PO, sendo
obtiveram preços superiores a
estes definidos como animais
R$ 3,20 o quilo vivo (kg/vv).
de muita precocidade e adapJá as fêmeas cruza Angus saíram
tados à região, fixando valor
de pista pelo valor superior a R$
médio de R$ 5,824 mil, o que
3,00 o kg/vv. “Tivemos muita
representa um crescimento em
disputa com compradores da
relação ao mesmo evento em
região que já cruzam com o
2008, quando os reprodutores
Angus e já sabem os excelentes
a campo foram vendidos ao
resultados deste cruzamento”,
preço médio de R$ 5,3 mil.
observa o técnico.
Segundo o coordenador
36
Maio/Junho de 2009
MEIO AMBIENTE
Código Florestal ameaça
a produção de alimentos
Nem estiagem, nem preços, nem comercialização e muito menos problemas de infraestrutura.
A agricultura brasileira vem sendo agitada por queixas de produtores e descontentamento das
entidades que representam o setor primário, diante das novas medidas que instituem a Reserva Legal
(RL) nas propriedades rurais. De fácil compreensão, mas de difícil execução, o Decreto Nº 6.514,
de 22 de julho de 2008, da Presidência da República, também esbarra na burocracia e nos altos
custos que oneram o agricultor, além de diminuir áreas, no caso dos pequenos e médios produtores,
que antes serviam de lavoura, podendo resultar na redução da produção de alimentos do País.
Por Luciana Radicione
O decreto, que aplica o novo
Código Florestal - alterando o Código
Florestal de 1965 -, prevê a aplicação de
sanções administrativas aos produtores
rurais que descumprirem a determinação de destinação de 20% da área útil
para RL. O Art. 43 da atual legislação,
prevê multas de até R$ 50 mil por
hectare. A legislação também proíbe
o plantio em Áreas de Preservação
Permanente (APPs), que são locais de
florestas e vegetação localizadas próximas a rios, nascentes, várzeas, encostas
e topos de morros.
A polêmica está formada e o que
se vê é uma avalanche de estudos,
propostas e projetos técnicos que visam
frear possíveis efeitos da lei ambiental
sobre a agropecuária nacional, caso seja
aplicada na forma como está. Um das
entidades a ir contra os termos da lei que desde 1965 recebeu 11 alterações
no seu texto original - é a Confederação
Nacional da Agricultura e Pecuária do
Brasil (CNA). A entidade, presidida
pela senadora e produtora rural Kátia
Abreu (DEM-TO), defende a criação
de um novo código, que dê autonomia
aos estados e municípios para criarem
suas próprias leis, de acordo com
suas características e peculiaridades
ambientais.
A proposta se baseia no artigo 24 de
Constituição Federal - segundo o qual
a União é quem deve traçar as linhas
gerais sobre o meio ambiente, mas os
estados e os municípios as executam
segundo suas peculiaridades regionais,
como já ocorre em setores como a saúde
e a educação.
De acordo com Kátia Abreu, não é
possível estabelecer uma regra ambiental para o Brasil inteiro. Ao lembrar
que muitos agricultores desmataram
suas propriedades antes mesmo da
criação da lei, a senadora defende o
princípio do direito adquirido, ou seja,
as áreas ocupadas com plantio devem
ser poupadas no novo código florestal
defendido pela entidade.
que o ministro do Meio Ambiente,
Carlos Minc, deveria reconhecer todas
as propostas da Agricultura, como um
primeiro passo para que possa haver
concordância sobre o assunto na esfera
de governo.
O ministro do Meio Ambiente,
Carlos Minc, se diz inclinado a dar
um tratamento diferenciado aos pequenos proprietários quanto ao fato
de considerar as APP como parte da
cota da RL. “No caso das pequenas
propriedades é razoável a reivindicação.
No caso de uma grande propriedade
de milhares de hectares no cerrado eu
vejo que não. Porque o cerrado está
muito agredido, a caatinga está muito
agredida, o número de espécies ameaçadas de extinção está crescendo muito
e eu acho que é razoável intensificar a
produção inclusive recuperando áreas
degradas. Nós estamos concluindo
o zoneamento econômico ecológico,
estamos apoiando o pagamento por
serviços ambientais para os agricultores
Pecuarista perderia áreas de pastagem em favor de florestas
recuperarem e abrimos uma linha de
Segundo a dirigente da CNA, se a agrícola nacional.
R$ 1 bilhão, com 12 anos de carência
legislação atual fosse cumprida ao pé
Entre as ações que serão levadas para os agricultores recomporem as suas
da letra e na sua totalidade, mais da ao conhecimento do Congresso Na- reservas legais”, declara Minc. Essa nova
metade do território brasileiro deveria cional estão: somar APPs (Áreas de linha de crédito a que se refere o minisser coberto com florestas, restando Preservação Permanente) com as de tro chama-se “Pró-Recuperação”, e tem
menos da metade para a agricultura e a reserva legal, recomposição da reserva prazo de vinte anos para pagamento,
pecuária, incluindo aí áreas urbanas.
legal com o uso de espécies arbóreas com 12 de carência. “O dinheiro já
Em meio a audiências públicas econômicas, possibilidade de com- está sendo liberado e quem desejar
realizadas em conjunto com entidades pensação da reserva legal fora da bacia maiores informações, pode procurar as
que defendem reformas no código hidrográfica ou do Estado, permitir a agências do Banco do Brasil e do Banco
ambiental, a CNA entende que a continuidade das atividades agropecu- da Amazônia”, informa.
ciência é quem
Para o
deve pautar as
presidente da
Há os que defendem que cada Estado elabore seu plano
discussões sobre
SRB, Cesário
o assunto daqui
ambiental, mas o certo é que o Brasil precisa realizar
Ramalho, é
para frente, e que
praticamente
uma reforma ambiental justa ou vai dar um tiro no pé
todos os Estados
impossível que
sejam ouvidos
os produtores
pela União. “A lei de hoje não traz árias em APPs consolidadas (topos de brasileiros consigam cumprir todas
resultados e ainda pune com rigor o morro, encostas, várzeas), aumentar o as obrigações que constam no atual
produtor”, disse.
prazo previsto para a compensação da Código Florestal, pois foi criado por
reserva Legal iniciando a contagem na ambientalistas em uma época onde a
Governo e entidades apoiam
publicação da lei, o uso das APP’s deve realidade era completamente diferente
proposta alternativa.
ser atribuição dos Estados com base na da atual. Ele ressalta que o setor proO Ministério da Agricultura, orientação dos zoneamentos ecológicos dutivo quer trabalhar conforme o que
junto com a Sociedade Rural Brasi- econômicos, desmatamento zero no diz a legislação, mas não debruçada
leira (SRB), ou seja, poder público e bioma amazônico e flexibilização da sobre “uma lei defasada criada quando a
privado, estão somando esforços para legislação aos pequenos produtores, produção de alimentos no Brasil ainda
o estabelecimento de uma legislação que não têm condições financeiras de tinha o caráter de subsistência.”
adequada ao cenário produtivo do País. se adequar às normas da compensação
Embora reconheça grandes obstáO ministro da Agricultura, Reinhold ambiental.
culos em se mudar as regras vigentes,
Stephanes, afirma que a permanência
Embora não esteja claro quais para o dirigente o Código Florestal é
do código inviabiliza a existência de são os pontos de discordância entre um retrocesso à atual economia brametade das propriedades rurais do os ministérios do Meio Ambiente e o sileira, especialmente num País como
País - atingindo cerca de um milhão da Agricultura em relação ao Código o Brasil, que exporta 30% do que
de produtores ou 20% da produção Florestal, o ministro Stephanes acredita produz para mais de 100 países. “O
Brasil incomoda muita gente, por isso
tem muita ONG internacional que
diz ser ambientalista interferindo nesse
processo”, reclama.
No Rio Grande do Sul, a Federação
da Agricultura (Farsul) faz parte de um
grupo de trabalho que vai formular suas
propostas de alteração da lei ambiental.
A entidade, junto com o governo gaúcho, pleiteia regras ambientais específicas para o Rio Grande do Sul.
Para o presidente da Farsul, Carlos Sperotto, há o entendimento da
necessidade de se adequar o código
às características do Estado, de forma
a dar maior tranqüilidade aos produtores. Assim como no resto do País,
a preocupação reside na obrigação
de destinar 20% da área para reserva
legal, além de outras regras presentes
nas normas das APPs. Estudo da Farsul
estima que o impacto da lei sobre o
agronegócio gaúcho será uma redução
de 20% da área ocupada com grãos e
pasto (gado), o que equivale a um recuo
de 7,6% do Produto Interno Bruto
(PIB) do Estado. “Precisamos crescer,
e não recuar”, reclama Sperotto.
No Congresso, a Frente Parlamentar da Agropecuária (FPA), o mesmo
que bancada ruralista, se debruça sobre
uma proposta ambiental nacional
com base técnica e científica, e conta
com o apoio de 208 deputados e 35
senadores.
“A polêmica ainda nem começou,
e considero fundamental a participação
de estudos da Embrapa na discussão”,
constata o presidente da FPA, deputado Valdir Colatto (PMDB-SC), que
defende a manutenção da agropecuária
com a criação de um código que respeito quem produz e encontre harmonia
entre o produzir e o preservar.
A FPA defende que cada Estado
possa elaborar o seu próprio código ambiental, de acordo com suas
peculiaridades locais com base no
zoneamento agroecológico econômico. “Se quase todo o Brasil virar uma
floresta, quem vai pagar essa conta”,
questiona, lembrando que o País tem
atualmente 280 milhões hectares
de terras aproveitadas (sendo 200
milhões para pecuária e 80 milhões
para a agricultura), e que se aplicada
a lei de 1965, seria necessário suprimir
100 milhões de hectares por força da
proteção ambiental. “Ou o Brasil se
torna um competidor com uma reforma ambiental justa ou vai dar um
tiro no pé”, afirma.
MEIO AMBIENTE
Maio/Junho de 2009
37
Pesquisas mostram impacto da lei e revelam pontos polêmicos
Projetos científicos que revelam distorções do Código Florestal
em relação à realidade do País não faltam. Recentemente dois
pesquisadores da Embrapa participaram de audiência pública no
Senado, onde apresentaram informações técnicas sobre a ocupação
de terras. Um deles é o estudo “Alcance Territorial da Legislação
Ambiental e Indigenista, coordenado pelo pesquisador da Embrapa
Monitoramento por Satélite, Evaristo Eduardo de Miranda.
D
e acordo com o estudo,
excluindo as áreas protegidas pela União, Estados
e terras indígenas, sobram como
terras virtualmente disponíveis para
o uso na agricultura 6.220.534 km²
- 73,05% do território brasileiro.
A aplicação das percentagens previstas de reserva legal sobre essas
áreas resultaria em um valor total de
2.685.542 km² - 31,54%. Com isso,
as áreas de preservação destinadas à
reserva legal teriam um valor total
superior ao total das áreas protegidas
e juntas, com 4.979.884 km² ou
58,48%. O estudo conclui que as
áreas protegidas mais a reserva legal
somariam 5.000.000 km², mais da
metade do território nacional.
Na conclusão do estudo, os pesquisadores da Embrapa argumentam
que as leis, decretos e resoluções
que visam à proteção ambiental não
contemplam as realidades socioeconômicas e a história da ocupação
de terras no Brasil. “Os resultados
dessa pesquisa são inequívocos. Em
termos legais, apenas 29% do País
seria passível de ocupação agrícola.
Cerca de 71% do território está
legalmente destinado a minorias e
a proteção e preservação ambiental. Como na realidade, mais de
50% do território já está ocupado,
configura-se um enorme divórcio
entre a legitimidade e a legalidade
Lavouras de arroz de várzea estariam na ilegalidade, segundo o novo código
Produtor precisaria implantar áreas de preservação, perdendo terras produtivas
do uso das terras e muito conflitos”,
revela o estudo.
As medidas previstas no código
de 1965 colocam na ilegalidade
grande parte da produção pecuária
e de arroz de várzea do Rio Grande
do Sul, São Paulo e Maranhão; a
produção de búfalos no Amazonas,
Amapá, Pará e Maranhão; o café em
São Paulo, Minas Gerais, Paraná e
Bahia; a maçã em Santa Catarina;
a uva e o vinho no Rio Grande do
Sul, Santa Catarina e São Paulo; a
pecuária no Pantanal; a pecuária
leiteira em Minas Gerais, São Paulo,
Rio de Janeiro e Espírito Santo; a
cana-de-açúcar em São Paulo, Rio
de Janeiro, Minas Gerais e Nordeste;
os reflorestamentos em Minas, São
Paulo, Maranhão e Tocantins; a pecuária de corte em grande parte do
Brasil; a citricultura em São Paulo,
Bahia e Sergipe; a irrigação em todo
o Nordeste; a mandioca no Nordeste
e Amazonas; o tabaco em Santa
Catarina e Bahia; a soja em Mato
Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás,
São Paulo e Paraná, entre outros.
Já Gustavo Ribas Curcio, da
Embrapa Florestas, em sua apresentação no Senado sobre as APPs
abordou as regras para as APPs, especialmente às ligadas as margens dos
rios e topos de morros. Seu estudo
revelou que em relação às margens
dos rios o que define o poder ou não
ser plantado são fatores como declive, profundidade e qualidade do
solo. Segundo ele, o código florestal
não define essas características, que
são detalhes técnicos indiscutíveis e
que influem de forma decisiva sobre
a questão.
No seu estudo, que ele espe-
ra que possa embasar discussões
sobre mudanças na lei, fica claro
que diversos fatores precisam ser
levados em consideração antes de
se definir o que e em quais limites
pode ser explorado, e dá o recado:
sistemas de preservação (APPs) devem harmonizar com os sistemas de
produção, levando em consideração
as potencialidades e as fragilidades
das paisagens (clima, geologia, geomorfologia, pedologia, hidrologia
e biologia).
“Se houver alguma mudança no
código não acredito que deva contemplar detalhamentos regionais,
pois essa questão, em meu entendimento, cabe aos Estados. Mas o
código deve conter normativas mais
gerais, que podem e devem ser respeitadas para o maior detalhamento
no âmbito estadual”, comenta. De
acordo com ele, a participação dos
Estados já é prevista para os casos
de especificidade local, assim como
a dos municípios.
“Se o Estado continuar totalmente submisso ao código será difícil o
reordenamento parcial dos sistemas
produtivos nas paisagens regionais o
que, necessariamente, implicará em
não contemplar as fragilidades ambientais de cada ecossistema”, afirma.
Curcio acredita que a participação da
ciência na reestruturação do Código
Florestal será um grande avanço,
uma vez que suas propostas estão
“livres de compromissos ideológicos
e políticos”.
O que diz a lei vigente
Reserva legal – As florestas e outras formas de vegetação nativa são suscetíveis de supressão, desde
que sejam mantidas, a título de reserva legal, no mínimo:
- 80%, na propriedade rural localizada em área de floresta na Amazônia Legal;
- 35%, na propriedade em área de cerrado na Amazônia Legal, sendo, no mínimo 20% na propriedade
e 15% na forma de compensação em outra área, desde que esteja localizada na mesma microbacia, e seja
averbada no regime de imóveis competente;
- 20%, na propriedade situada em área de floresta ou outras áreas de vegetação nativa nas demais regiões
do Brasil;
- 20%, na propriedade localizada em área de campos gerais em qualquer lugar do Brasil.
APPs – Florestas e demais e demais formas de vegetação natural que estejam situadas ao longo dos
rios ou de qualquer curso de água desde o seu nível mais alto, em faixa marginal, cuja largura mínima
deverá ser:
- 30 metros para cursos d’água com menos de dez metros de largura;
- 50 metros para cursos d’água que tenham de 10 a 50 metros de largura;
- 100 metros para cursos d’água que tenham de 50 a 200 metros de largura;
-200 metros para cursos d’água que tenham de 200 a 600 metros de largura;
-500 metros para cursos d’água que tenham largura superior a 600 metros.
APPs também são florestas e outras áreas nativas localizadas:
- ao redor de lagoas, lagos ou reservatórios de água naturais ou artificiais;
- nascentes de rios e “olhos d’água”, em qualquer situação topográfica, em um raio de 50 metros de
largura;
- topo de morros, montes, montanhas e serras;
- encostas com declividade superior a 45º;
- restingas;
- bordas de tabuleiros ou chapadas;
-altitude superior a 1.800 metros, em qualquer vegetação.
Fonte: Agência Senado
38
Maio/Junho de 2009
PERFIL
Casa Branca integra o primeiro time da raça Angus
Dirigindo quatro estabelecimentos no interior mineiro
e mato-grossense, o empresário Paulo de Castro Marques é
um dos fortes criadores de Angus, surgidos no Brasil Central
no final do século 20, através de seu estabelecimento, a Casa
Branca Agropastoril. Pecuarista há cerca de três décadas, Paulo
Marques atuava na pecuária de leite, passando a investir em
gado de corte, em especial no Angus, há cerca de dez anos.
A
Paulo de Castro Marques
pós algumas pesquisas, optamos pelo Angus, dando
prioridade inicialmente
às linhagens vermelhas,
e a seguir também aos tradicionais
produtos pretos - explica o criador,
hoje reconhecido como um entusiasta da raça, que marca presença
em praticamente todos os eventos
de Angus no Brasil e ocupa uma
das vice-presidências da Associação
Brasileira de Angus (ABA).
Um dos primeiros investimentos
de destaque realizados pela Casa
Branca foi a concretização de uma parceria com a Cabanha norte-americana
Ubar, que resultou na importação do
touro Ubar Grand Prix 102, que havia
sido campeão norte-americano da
raça. Com o negócio, a Casa Branca
passou a integrar o primeiro time
dentro da raça, obtendo, na ocasião, o
grande campeonato na Feicorte edição
2003. De lá para cá, investimentos
e premiações de pista passaram a
integrar o dia a dia do criador Paulo
de Castro Marques, que trouxe para
a raça Aberdeen Angus vários outros
criadores.
Com escritórios na capital paulista, a empresa possui a fazenda
Água Limpa, onde é realizado todo
o trabalho laboratorial, tais como
transferências, embriões, inseminações, etc.; a Pinhal, onde são criados
os gados de elite Simental e Angus; e
a Casa Branca, onde é criado o gado
de corte (de produção) e são feitos
testes de campo com os reprodutores
puros. Nas fazendas são utilizadas
pastagens de tanzânia, brizanta e
silagem de capim e de cana, além
de suplementação mineral em todos
os níveis.
Buscando sempre o aperfeiçoamento de seu quadro profissional,
a empresa tem como responsáveis
pela área de reprodução, o Dr. Carlos Antônio de Carvalho Fernandes
(veterinário); Seleção Zootécnica e
criação – o Dr. Leonardo Pinheiro
Machado (veterinário); Sanidade – a
cargo de Luiz Rossini. E na condução
das propriedades e negócios, Paulo de
Castro Marques conta sempre com o
apoio de seu filho, Paulo Wickbold
Marques.
Com cerca de 450 cabeças de
Angus, sendo principalmente da
linhagem vermelha, Paulo de Castro
Marques justifica “nosso trabalho
na raça é selecionar animais para a
monta natural nos estados da Região
Centro-Oeste brasileira, com a finalidade da cruza industrial. Buscamos
animais com frame entre 6,5 e 7,
que se enquadram corretamente no
biótipo buscado no Brasil, viabilizando também o cruzamento dos os
zebuinos”.
No apuro genético, a Casa Branca
Agropastoril acelerou seu ingresso
no Angus realizando investimentos
permanentes em animais de performances comprovadas. “Procuramos
buscar animais nos melhores plantéis
canadenses, americanos e brasileiros,
que representam o melhor da raça. O
que nos levou a importar o grande
campeão norte-americano foi uma
oportunidade de parceria que conseguimos junto à Ubar, e porque
julgamos estar muito próximo ao
animal que estávamos procurando”,
resume Paulo Marques, informando
que o touro foi negociado para a
central Lagoa da Serra.
O retorno dos investimentos,
explica, está diretamente ligado à
comercialização de sêmen, embriões
e produtos gerados a partir de um
plantel de elevada pressão seletiva.
Para o cruzamento industrial, a Casa
Branca disponibiliza o touro Bullseye
3M, que também está na Lagoa da
Serra. Ele foi eleito Campeão Nacional Bezerro 2002 em Rio Preto
e Campeão Nacional Júnior Menor
2003 na Feicorte.
Outro foco das apostas da Casa
Branca é o cruzamento com zebuinos. “O potencial é excelente, ainda
mais quando os produtores passarem
a receber cada vez mais pela qualidade da carcaça”, destaca. A empresa
segue investindo na fazenda do Mato
Grosso para a produção de animais
em cruzamento com o Nelore e
com grandes expectativas, diante da
possibilidade de atingir o mercado
externo através de parcerias que estão
a caminho.
Participante das promoções da
raça Angus, Castro Marques considera as exposições ótimos eventos,
porém precisam estar mais próximas
da realidade das fazendas. Segundo
ele, “os programas genéticos são o
grande fato positivo, pois são a garantia de um animal de melhor qualidade e mais produtivo no futuro”,
conclui, incentivando o crescimento
do produtivo Programa Carne Angus
Certificada.
Parte do plantel de vacas Angus da Casa Branca
MOVIMENTO
Maio/Junho de 2009
Semeia Genética/Select Sires promove Jornada Técnica
O evento é uma realização da parceira da ABA, a empresa Semeia Genética/Select Sires
A Semeia Genética/Select Sires
promove nos dias 11 e 12 de junho,
no Rio Grande do Sul, a Jornada
Técnica Genética que Produz e
Reproduz. A atividade terá como
foco a seleção genética objetiva e
a avaliação da conformação em
bovinos de corte e a produção
de carne com qualidade, e será
realizada juntamente com a Associação Brasileira de Angus ABA) e
a Associação Brasileira de Hereford
e Braford.
Jornada Técnica terá atividade teórica no Auditório da
Farsul, em Porto Alegre, RS,
e Dia de Campo no interior gaúcho.
Na quinta-feira, dia 11, ocorre o
seminário e painéis técnicos com
os temas: Avaliação da Conformação dos Bovinos, Seleção Genética
Objetiva, Produção de Novilhas de
Reposição e Produção de Carne de
Qualidade.
Serão palestrantes o especialista
em Genética de Corte da Select
Sires, Dr. Aaron Arnett, Ph.D.; o
professor de Reprodução Bovina na
Universidade do Mississipi (EUA),
Justin Rhinehart, P.h.D.; o presidente
A
da Associação Brasileira de Hereford
e Braford, Fernando Lopa; o médico veterinário Fernando Velloso,
representando a ABA; e o médico
veterinário Felipe Escobar, da Semeia
Genética.
Na sexta-feira, dia 12, o Dia de
Campo vai acontecer na Cabanha
S2, propriedade da Agropecuária HJ,
em Taquara, RS, e na Fazenda Santa
Tereza, em Camaquã, RS, de Paulo
Azambuja.
Os temas serão: Treinamento Prático na Avaliação de Bovinos, Como
Identificar um Bom Touro, Identificação de Boas Vacas e Aplicação dos
Conceitos de Seleção em Rebanhos
Comerciais.
As inscrições são gratuitas para
a parte teórica e, para a prática, R$
30,00, valor do deslocamento. Neste
caso, o comprovante de depósito deve
ser repassado pelo fax 51 3346.3675
juntamente com nome completo e o
número da carteira de identidade.
As inscrições têm número limitado e devem ser feitas com Leila,
no fone 51 3222.9688 ou no e-mail
[email protected]. Haverá tradução simultânea.
39
Liquidez no II
Leilão Preferencial
Angus e Cruzas
Mais uma vez a genética Angus
teve pista limpa para os 300 animais
apresentados em pista. Aconteceu no
ll Leilão Preferencial Angus e Cruzas,
realizado conjuntamente pelo Sindicato Rural do Rio Grande, presidido pelo
atual dirigente da Associação Brasileira
de Angus (ABA), Joaquim Francisco
Bordagorry de Assumpção Mello, pelo
Núcleo Sudeste de Criadores de Angus
e Querência Negócios Rurais, no dia
21 de maio, no Sindicato Rural de Rio
Grande, em Rio Grande, RS.
As vaquilhonas AD de sobreano
fizeram média de R$ 1 mil e as vacas
Angus com cria sem registro de R$ 1,6
mil. Já as terneiras foram valorizadas
em R$ 2,85 kg/vivo, enquanto os
terneiros fizeram média de R$ 2,75
kg/vivo.
O maior vendedor foi Edson
Walmor Neto Jaques e o maior comprador foi Alan Ritter, ambos de Rio
Grande, RS. Prestigiaram o evento
como vendedores a Cabanha Cannaã,
de Auri Celso, e Campos da Barra
Pecuária e Adm. Ltda., de Ronaldo
Zechlinski de Oliveira, também diretor
de Exposições do Sindicato Rural do
Rio Grande. Durante o evento foram
apregoados lotes de vaquilhonas tatuadas CA e AD e touros PO, CA e gado
geral cruzas Angus.
Ranking Angus 2009 - resultados parciais
Incluídas as primeiras quatro Exposições Ranqueadas (Emapa/Avaré, Londrina, Itapetininga
e Uruguaiana) da Associação Brasileira de Angus (ABA), o Ranking de Argola está sendo liderado
por José Paulo Dornelles Cairoli, proprietário da Reconquista Agropecuária, Alegrete/RS, tanto
na modalidade de criador, como na de expositor. Em segundo lugar, está a Cabanha Rincon
Del Sarandy, de Uruguaiana/RS. No segmento de criador, o terceiro lugar está sendo ocupado
por Luis Anselmo Cassol, Cabanha da Corticeira, de São Borja/RS. No segmento Expositor,
o terceiro lugar até agora é da parceria Cabanha da Corticeira e GB Agropecuária. Já entre os
rústicos, computados os resultados da Exposição de Outono de Uruguaiana, a liderança é da
Cabanha Rincon Del Sarandy, seguida por Eduardo Macedo Linhares (Gap Genética) e Ângelo
Bastos Tellechea (Cabanha Umbu). Veja os resultados parciais nas tabelas abaixo.
Ranking Argola Criador
Ranking 2009 – Parcial
Exposições EMAPA/Avaré - Londrina - Itapetininga - Uruguaiana
Posição
Criador
Propriedade
Cidade/UF
Pontos
1
JOSE PAULO DORNELLES CAIROLI
RECONQUISTA AGROPEC
ALEGRETE/RS
4.668
2
CAB. RINCON DEL SARANDY
CAB. RINCON DEL SARANDY
URUGUAIANA/RS
3.330
3
LUIS ANSELMO CASSOL
CABANHA DA CORTICEIRA
SÃO BORJA/RS
2.221
4
ANTONIO DOS SANTOS MACIEL NETO FAZENDA SÃO LUIZ
SÃO PAULO/SP
1.760
5
ROBERTO SOARES BECK
ESTÂNCIA DO ESPINILHO
CRUZ ALTA/RS
1.497
6
ANTONINO SOUZA DORNELES
ESTÂNCIA OLHOS D’AGUA
ALEGRETE/RS
1.389
7
VALDOMIRO POLISSELI JUNIOR
VPJ PECUÁRIA
MOCOCA/SP
1.361
8
SUSANA MACEDO SALVADOR
CIA AZUL AGROPECUÁRIA
URUGUAIANA/RS
1.349
9
AGROPECUARIA FUMACA LTDA
FAZENDA FUMACA
PARANAPANEMA/SP
10
PAULO DE CASTRO MARQUES
CASA BRANCA AGROPECUÁRIA FAMA/MG
Ranking Argola Expositor
Ranking 2009 – Parcial
Exposições EMAPA/Avaré - Londrina - Itapetininga - Uruguaiana
Posição
Criador
Propriedade
Cidade/UF
Pontos
1
JOSÉ PAULO D. CAIROLI
RECONQUISTA AGROPEC
ALEGRETE/RS
4.732
2
CAB. RINCON DEL SARANDY
CABANHA RINCON DEL SARANDY
URUGUAIANA/RS
3.330
3
LUIZ HENRIQUE CAMPANA RODRIGUES FAZENDA TABAPUÃ
SAO PAULO/SP
2.175
4
PARC.CAB. CORTICEIRA /GB AGROPEC
CAB.DA CORTICEIRA/ GB AGROPEC SÃO BORJA/RS
2.125
5
ANTONIO DOS SANTOS MACIEL NETO
FAZENDA SÃO LUIZ
ITU/SP
1.760
6
PAULO DE CASTRO MARQUES
CASA BRANCA AGROPAST.
FAMA/MG
1.440
7
VALDOMIRO POLISELLI JR
VPJ PECUÁRIA
MOCOCA/SP
1.361
8
ELOY TUFFI
FAZENDA MC
ESP. SANTO PINHAL/SP 1.210
9
ROBERTO S. BECK
EST. DO ESPINILHO
CRUZ ALTA/RS
1.120
10
ANTONINO SOUZA DORNELES
ESTÂNCIA OLHOS D’AGUA
ALEGRETE/RS
1.075
Ranking de Rústicos
Expositor e Criador - PARCIAL
Exposições: URUGUAIANA
Posição
Expositor
Propriedade
Cidade/UF
Pontos
1
CABANHA RINCON DEL SARANDY
CAB. RINCON DEL SARANDY URUGUAIANA/RS
795
2
EDUARDO MACEDO LINHARES
GAP GENETICA
URUGUAIANA/RS
451
3
ANGELO BASTOS TELLECHEA
CABANHA UMBU
URUGUAIANA/RS
362
1.236
4
ANTONIO MARTINS BASTOS FILHO
CABANHA SAO BIBIANO
URUGUAIANA/RS
303
1.234
5
JOAQUIM FRANCISCO B DE ASSUMPÇÃO MELLO FAZENDA SANTA EULALIA
PELOTAS/RS
207
40
Por que a Tristeza Parasitária é tão preocupante?
Maio/Junho de 2009
INFORME PUBLICITÁRIO
Por Octaviano Alves Pereira Neto
Os surtos de Tristeza Parasitária Bovina
(TPB) no outono são freqüentes e provocam
perdas que vão desde a morte de animais ao
atraso no desenvolvimento e falhas reprodutivas do rebanho. Indivíduos acometidos podem levar até 90 dias para retornar à condição
normal, gerando prejuízos e custos adicionais
ao produtor.
o Anuário 2008/2009 da Raça Aberdeen Angus discutiu-se conceitos
básicos sobre o tema, mas restam
dúvidas sobre o controle e a prevenção da TPB,
especialmente nos momentos de pico de infestação, quando o desafio supera o a imunidade
e ocorrem surtos da doença.
Avaliando a dinâmica populacional do
carrapato, no outono se observa a 3ª geração
de carrapatos, formada pelo acúmulo de ovos
e larvas liberados desde a primavera/ verão. O
aumento na temperatura média do ambiente tem
proporcionado condições para o surgimento de
N
uma 4ª geração ou ainda a presença constante de
carrapatos durante todo o ano, mesmo naqueles
locais aonde eram sazonais. O conceito que “carrapato não dá no inverno” é algo ultrapassado.
Ao analisar os dados referentes a 221 surtos
de TPB atendidos pelo Laboratório Regional de
Diagnóstico, UFPel, no período de 1978 a 2005,
Almeida et al. (2006) observaram que 60,9% dos
casos envolviam a Babesia spp (destes, 41,1% por
B. bovis), 29,4% o Anaplasma spp e 9,5% foram
infecções mistas. Os casos eram oriundos de
regiões endêmicas para a doença, demonstrando
variações na proteção imune.
A prevenção dos surtos pode ser obtida
pelo controle racional do carrapato e o uso de
premunição, quando do transporte de animais
desde regiões livres de carrapato, animais sem
imunidade, para área de risco, são formas de
manter o desafio imunogênico, sem a
ocorrência de casos clínicos .
Por que ocorrem surtos de Tristeza
Parasitária, mesmo em animais já carrapateados?
A imunidade dos bovinos contra
a Tristeza Parasitária é temporária, ou
seja, não havendo estímulo constante
pela ação dos agentes da doença, ocorre
sua redução ou mesmo perda completa
da proteção. Situações desencadeadoras
de estresse, tais como a desmama, transporte, troca de dentes ou deficiências
nutricionais podem levar à quebra da imunidade
também.
Variações na população de carrapatos e na
imunidade ao longo do ano favorecem o aparecimento de surtos. O carrapato no bovino se
alimenta e injeta os agentes causadores da TPB
através da saliva, podendo tanto desencadear
o quadro clínico da doença, como ao mesmo
tempo, estimular a formação de anticorpos. Sua
ausência completa leva à perda da imunidade
e a predisposição à doença quando o desafio
retorna.
São comuns as recomendações de banhos
supressivos a cada 21 dias, visando reduzir a
carga parasitária. Este procedimento pode levar
a dois problemas: 1) uma intensa pressão de
seleção sobre a população de parasitos-alvo; e,
2) a quebra da imunidade, pois remove o de-
safio do carrapato na estimulação da formação
e manutenção da resposta imune dos animais.
O mesmo ocorrendo pelo uso constante de
ivermectina como um carrapaticida, o que além
de comprometer a imunidade, ainda favorece a
formação da resistência parasitária dos carrapatos
e dos parasitos gastro-intestinais.
Uma ferramenta importante neste processo são
os inibidores do crescimento de insetos, como os
a base de fluazuron (Acatak®), que permitem que
larvas e ninfas inoculem os agentes da TPB antes de
sua morte, sem prejuízos à produtividade animal,
com a formação e manutenção da imunidade.
Os dados do passado e do presente demonstram que no futuro devemos aprender a conviver
com estes parasitos, mantendo infestações controladas em níveis sub-clínicos, ou seja, que não
provoquem prejuízos desempenho do rebanho,
mas favoreçam a formação e a manutenção de
uma sólida imunidade contra a Tristeza Parasitária Bovina.
Méd. Vet., Mestre em Zootecnia
Gerente Técnico – Bovinos
®
Marca Registrada da Novartis, AG, Basiléia,
Suíça.
informações – [email protected]
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Animal
OPINIÃO
Maio/Junho de 2009
41
Manejo da vaca de corte: do inverno à parição
o que certamente dificulta
a tomada de decisões especialmente em períodos
críticos do ano, como o
inverno, onde a disponibilidade e a qualidade da
forragem caem drasticamente. Além disso, alguns
eventos climáticos como
estiagens prolongadas,
podem, em determinados
períodos, agravar a situação de déficit alimentar.
Nesses casos é indicada a construção de um
plano emergencial, de
curto prazo, ou seja, dentro do ciclo biológico corrente, preparando os
ventres para o inverno com foco na parição de
primavera:
Figura 1. Exigências nutricionais (energia líquida Mcal/
dia) de vacas de corte multíparas conforme o estágio do
ciclo produtivo (parto em 01/09 e desmame em 01/03)
Por Julio Otavio Jardim Barcellos
e Leonardo Canali Canellas
O planejamento é uma parte essencial de
qualquer empresa, e a produção de bovinos
não é exceção. Na fase de cria, esse planejamento está baseado no ciclo biológico da
vaca, o qual é representado pelos 365 dias do
ano, onde 280 dias são caracterizados pela a
gestação e os 85 dias restantes destinados ao
puerpério e à reconcepção.
N
a maioria dos sistemas de cria do
Rio Grande do Sul, a estação de
acasalamento das vacas é realizada na
primavera/verão com os partos ocorrendo na
primavera seguinte. Nesse caso, os meses de
inverno coincidem com um período no qual a
vaca está seca, e, portanto não necessita destinar
energia para lactação, o que ocorrerá após o
parto de primavera, momento em que se eleva
significativamente sua demanda energética
(Figura 1).
Por outro lado, durante os meses de inverno há também um aumento nas necessidades
energéticas para a manutenção da gestação. Esse
fato, aliado ao previsto aumento da demanda
energética no pós-parto, sugere que seja reali-
zado um planejamento alimentar para os meses
de inverno, permitindo que a vaca possa parir
com condição corporal adequada (ECC= 3, em
uma escala de 1 a 5).
Dentro de um sistema produtivo organizado, onde planejamento estratégico, fluxo
de informações e análises sistêmicas são práticas realizadas constantemente, a tomada de
decisão é fundamentalmente baseada em um
planejamento de longo prazo. No manejo do
rebanho de cria, esse plano normalmente prevê as necessidades nutricionais das categorias
animais envolvidas, adequando a demanda de
nutrientes com a disponibilidade e a capacidade
de que essa demanda seja atendida por meio dos
recursos alimentares disponíveis pelo produtor
ao longo do ano.
Entretanto, nem todos os estabelecimentos
possuem um planejamento estratégico bem
organizado no que tange à nutrição do rebanho,
Identificar e separar as vacas prenhes do
restante do rebanho, a partir do diagnóstico
de gestação;
Avaliar a condição corporal de todas as
vacas gestantes no início do inverno (meados
de junho);
Separar as vacas por idade (multíparas e
primíparas);
Separar as vacas de pior condição corporal, destinando-as a potreiros com melhores
pastos;
Fornecer suplemento mineral de boa qualidade;
Avaliar criteriosamente a quantidade a e
qualidade de forragem que será disponibilizada
aos ventres durante o período;
Caso haja previsão de déficit alimentar
até a parição, buscar alternativas de suplementação, considerando sempre a relação
benefício:custo;
Caso haja necessidade, reduzir a lotação do
campo através da venda de vacas de descarte;
Em torno de 15 dias antes do início da
parição, organizar as vacas em lotes por previsão
de data de parto;
Realizar nova avaliação da condição corporal dos ventres, dando atenção especial ao
manejo alimentar das vacas em pior condição
corporal;
Na medida em que vão ocorrendo os
partos, colocar as vacas paridas em potreiro
reservado.
Os itens relacionados acima representam
algumas alternativas que podem servir para
minimizar os efeitos negativos do inverno sobre
a eficiência reprodutiva do rebanho de cria.
No entanto, é fundamental a realização de um
planejamento de longo prazo que considere as
alternativas alimentares e de manejo disponíveis
dentro de um período de no mínimo um ano.
Elevados índices de produtividade em
rebanhos de cria só serão alcançados caso
haja o entendimento dos diversos fatores que
geram algum tipo de influência sobre o ciclo
produtivo da vaca. Nenhuma decisão deve ser
tomada sem considerar o impacto que a mesma
exercerá sobre o restante do ciclo biológico da
fêmea e, sobretudo, no sistema de produção
como um todo.
Centro de Estudos e Pesquisas em Agronegocios
e Departamento de Zootecnia – UFRGS
[email protected]
Um renascimento descrito numa carta - 1
Por Stefan Staiger Schneider
possibilitadas através da união da Ankony com
a Rishel Angus.
A reputação e a progênie dos touros com o
afixo “B/R” não devem ser estranhas aos brasileiros que se dedicam à seleção de reprodutores
Aberdeen Angus e permanentemente aperfeiçoam o seu plantel. “B/R” é o afixo da Rishel Angus,
que produziu touros como B/R New Frontier
095, B/R Midland e o famosíssimo B/R New
Design 036, os quais são três de uma lista de importantes raçadores. Pois bem, essa propriedade
e a totalidade de seu plantel foram adquiridas
no ano 2008 pela Ankony Angus Corporation,
a qual novamente renasce e está em expansão
nos Estados Unidos com novos proprietários.
Quem revela isso e muito mais é Virgil Lovell,
um dos donos da nova Ankony. Através de
uma calorosa carta endereçada à criadora Carla
Sandra Staiger Schneider, apontada por Lovell
como a maior importadora de animais Ankony
na América do Sul, ele descreve os objetivos
da iniciativa e apresenta algumas interessantes
previsões para o futuro da raça Angus que serão
onforme já escrevi numa série de 4
artigos que foram publicados no Angus@newS em 2005 e 2006, a Ankony
foi a maior selecionadora de reprodutores Angus
do mundo durante várias décadas do século XX,
teve diversos proprietários e parceiros e foi também onde Lee Leachman, pai de Jim Leachman
(fundador da extinta Leachman Cattle Company
e proprietário da Leachman Cattle Barons), trabalhou como administrador antes de ter a sua
própria propriedade, o Leachman Angus Ranch.
Fundada em 1935 pelo grande empresário Allan
Ryan, Presidente da mundialmente conhecida
empresa de máquinas de escrever Royal, desde o
princípio a Ankony Angus Corporation pautou o
seu programa de seleção no estudo da genética
dos bovinos Angus e na pesquisa de métodos de
manejo inteligentes.
Os animais com afixos Ankonian e Ankony,
com o passar dos anos, se tornaram sinônimo de
força e pureza racial no Angus, transmitindo indi-
C
vidualidade e valor à sua progênie. A performance
individual dos animais tornou-se o fundamento dos
trabalhos de seleção. A Ankony Angus Corporation,
através do Dr. Robert Long, desenvolveu o Ankony
Evaluation System – o Sistema de Avaliação Ankony
– pelo qual pioneiramente todos os seus animais
passaram a ser pesados ao nascer, na desmama e no
sobreano, iniciando, assim, um dos mais completos
sistemas de informações acerca de bovinos de carne
na pecuária da época e que, vários anos mais tarde,
serviria de modelo para a criação do Promebo (da
ANC Herd-Book Collares). O Dr. Bob Long, como
era conhecido, também foi o primeiro a colocar em
prática um sistema de avaliação da musculatura, do
Frame, da conformação, da caracterização racial e
da precocidade sexual de bovinos.
De fato, o Dr. Long teve a sensibilidade de
perceber que a tarefa de selecionar e comercializar
reprodutores precisava ser modificada para atender
às demandas da Cadeia Produtiva da Carne e do
mercado ágil americano. Os proprietários de rebanhos comerciais não aceitavam mais animais leves,
pequenos, graxentos e de pouca precocidade sexual
e de terminação. Eles queriam animais maiores,
mais eficientes sexualmente e com produção de
carne marmorizada, apresentando pesos maiores
no momento de vendê-los aos frigoríficos.
Nas pistas, a Chicago International Exposition
- que detinha até o início da década de 1970 o
prestígio que a Exposição de Denver detém hoje
– se tornou o palco de ostentação da Ankony Angus
Corporation. Em Chicago, os produtos Ankony
conquistaram mais prêmios do que os próximos
3 concorrentes somados. E a tradição de vitórias
tanto com animais de argola quanto rústicos
continuou na National Western Stock Show de
Denver nas décadas de 1970 e 1980. Aliás, nos
anos 1980, o plantel Ankony foi o primeiro do
mundo a ser analisado por ultra-sonografia quanto
a características como, por exemplo, a Área de
Olho de Lombo, a Gordura Intramuscular e a
Espessura de Gordura entre a 12a e a 13a costelas.
Além disso, foi o primeiro plantel e confirmar as
prenhezes das suas matrizes por meio do ultra-som.
Isto porque esta tecnologia foi desenvolvida pela
Texas Tech University em parceria com a Ankony
Angus Corporation.
Criador de Angus
Obs.: Continua na próxima edição
42
Maio/Junho de 2009
PARCEIROS
ABA sela parceria com CRI Genética
Equipe da CRI Genética
“Acreditamos que esta parceria
será muito produtiva tanto para a
CRI quanto para a raça Angus”, avalia o diretor da CRI Genética Brasil,
médico veterinário Dr. Auro Andrade.
Segundo ele, com esta aliança, selada
a partir de abril deste ano com a Associação Brasielira de Angus (ABA), a
CRI busca a oportunidade de estreitar
relações com a raça, seus criadores,
selecionadores e investidores.
“A Angus é a principal raça tanto
em criação como em
comercialização de sêmen no segmento corte
europeu, tanto no Brasil
como também há muitos
anos é raça líder nos Estados Unidos, onde está a
matriz da CRI”, justifica
o dirigente, observando
que a CRI é uma empresa focada na comercialização de sêmen
de bovinos, materiais e acessórios de
inseminação artificial, cujo escritório
central no Brasil está localizado em
São Carlos, no interior de São Paulo
- SP. “Temos a certeza de que vamos
poder contribuir para o aprimoramento da seleção genética Angus no
Brasil”, enfatizou Andrade.
Já para o presidente da ABA,
Joaquim Francisco Bordagorry de
Assumpção Mello, a CRI possui um
perfil de qualidade genética através
de seus produtos, o que também é
buscado pela associação de Angus.
Francisco Marcelo Aragão, também diretor da CRI Genética, ressalta
que a parceria com a ABA permitirá
o desenvolvimento de um trabalho
mais eficiente de aproximação com
os selecionadores e produtores que
utilizam a eficiente genética Angus.
“Vamos oferecer mais opções de
material genético qualificado aos associados da Angus, o que irá significar
a ampliação da parcela que a CRI
Genética detém do mercado de corte
nacional”, garante Aragão.
A CRI Genética é uma empresa da
CRI (Cooperative Resources Internacional), cooperativa norte-americana
que em 60 países comercializa mais
de 7,5 milhões de doses de sêmen
ao ano.
Utilizar o carrapaticida que ainda está
funcionando até esgotá-lo é um erro
Por gerar danos tão graves aos
bovinos, o carrapato é um parasito
que requer muita atenção e cuidados
no seu combate. Determinadas
orientações que ouvimos no dia-a-dia,
partindo de pessoas não especializadas, muitas vezes, podem representar
uma grande armadilha ao pecuarista.
Refiro-me, nesse momento, a uma recomendação comum no mercado, que
diz o seguinte: “se o carrapaticida que
você utiliza ainda apresenta resultados
satisfatórios, continue utilizando e só
mude para algo diferente quando o período residual diminuir sensivelmente,
ou seja, quando não funcionar mais”.
Se o amigo pecuarista já ouviu algo
semelhante, saiba que, infelizmente,
esta prática induz a uma falha grave
que poderá resultar em perdas imensuráveis. O objetivo desse artigo é alertar
a todos pecuaristas sobre este risco e
demonstrar uma forma mais racional
e com melhor custo-benefício para o
combate do carrapato.
É sabido que o uso intensivo
de um mesmo princípio ativo no
combate ao carrapato leva ao desenvolvimento de mecanismos de
resistência por parte deste parasito.
De uma forma simples, significa que
o carrapato ao ser freqüentemente
atacado por uma molécula que possui
o mesmo mecanismo de ação, desenvolve resistência a esse ativo, visando
a sua sobrevivência e de sua espécie.
Este mecanismo de defesa ao princípio
ativo é transmitido às futuras gerações
do parasito.
A rotação de princípios ativos retarda este processo, pois uma molécula
nova elimina aqueles indivíduos que
vinham tornando-se resistentes a uma
outra antiga. Quando falamos de “diferentes princípios ativos” é importante
entender que tratam-se de moléculas
distintas e não apenas diferentes marcas
comerciais, que tenham o mesmo mecanismo de ação. A orientação de um
veterinário auxiliará na correta escolha
do produto.
Atualmente, o princípio ativo que
apresenta resultados contundentes no
controle de carrapatos é o fluazuron,
encontrado no mercado sob a marca
comercial ACATAK®. O carrapato, por
não ter ainda desenvolvido mecanismos
de resistência contra esse produto, faz
com que o ACATAK® seja um forte
aliado do pecuarista para se utilizar
em rotação com outro carrapaticida
que esteja apresentando uma eficácia
satisfatória na propriedade.
Isso torna-se ainda mais importante
nos dias de hoje, já que há poucos princípios ativos no mercado que atuam satisfatoriamente no controle do carrapato
(lembre-se que não estamos falando de
marcas comerciais) e não há previsão
de novos lançamentos nos próximos
anos. Devemos portanto, preservar os
produtos existentes, evitando perdê-los
definitivamente para o combate dos
carrapatos. E a melhor forma para
isso é alternar o uso do carrapaticida
tradicional que se vem utilizando,
com outro carrapaticida que possua
comprovadamente um mecanismo
de atuação diferente, como é o caso
do ACATAK®.
Em resumo, amigo pecuarista:
ACATAK® é reconhecido como
um produto altamente eficaz no
controle do carrapato, mas muitos
ainda retardam o seu uso, como se o
preservassem para um momento futuro, quando nenhum outro produto
estiver funcionando. Isso é justamente o que devemos evitar, pois quando
nada mais funcionar bem, o próprio
uso de ACATAK® estaria comprometido no médio/longo prazos, já
que a pressão de uso de um único
produto (ACATAK®) provavelmente
comprometeria também sua eficácia.
Portanto, o segredo é simples: utilize
ACATAK® agora de forma alternada
com outro carrapaticida que ainda
apresente algum resultado satisfatório,
preservando os mecanismos de ação
diferentes no combate ao carrapato.
Assim, será possível obter um controle
muito mais eficaz, racional e econômico no médio prazo.
Nota copyright – 2009 – Novartis
Saúde Animal – Direitos Reservados
– Proibida a reprodução parcial ou
integral sem autorização.
ABA renova parceria com Semeia Genética
Léo Fraga Warszawsky e o presidente da ABA, Joaquim Francisco
Bordagorry de Assumpção Mello
Pelo terceiro ano consecutivo, a
Associação Brasileira de Angus (ABA)
renova a parceria com a Semeia Genética,
empresa que promove seleção e melhoramento genético através da inseminação
artificial, com sede em Porto Alegre - RS.
A assinatura da renovação ocorreu no dia
28 de abril, na sede da ABA, em Porto
Alegre - RS. Desde 2007 a Semeia Genética interage com a ABA na promoção de
ações integradas nas áreas promocional
e técnica.
“A Semeia Genética, com touros
equilibrados, sempre procurou agregar
reprodutores de excelente fenótipo e desempenho e se sente orgulhosa em renovar pelo terceiro ano seguido esta parceria
com a Associação Brasileira de Angus,
que vem desenvolvendo um ótimo tra-
balho na promoção e melhoramento da
raça Aberdeen Angus no Brasil”, avalia
o sócio-gerente da Semeia Genética,
Léo Fraga Warszawsky. Segundo ele, a
Semeia colabora com o desenvolvimento
da raça e tem como retorno a visibilidade
de sua marca.
Por sua vez o presidente da ABA,
Joaquim Francisco Bordagorry de Assumpção Mello, observa que a Semeia
Genética se caracteriza pela alta qualidade dos seus produtos e pela tradição no
mercado onde atua há mais de 30 anos
no setor. “É com muita satisfação que renovamos essa parceria, diante da elevada
qualificação dos produtos e da conduta
que a Semeia Genética vem desempenhando no segmento de melhoramento
genético”, afirma o presidente.
Afonso da Motta assume Conselho
de Administração da Angus
O criador e executivo Afonso
Antunes da Motta é o novo presidente do Conselho de Administração da Associação Brasileira de
Angus (ABA). Motta, que substitui
Reynaldo Titoff Salvador (que ocupou o cargo no biênio 2007/2008),
foi eleito por aclamação em reunião
realizada em Porto Alegre em
31 de março último. Titular da
Fazenda Cerro do Dinheiro, em
Alegrete, RS, Afonso da Motta
responde pelo Conselho de Administração da ABA durante o biênio
2009/2010.
“Estou me preparando para
ingressar na carreira política, o que
acredito ser positivo para o trabalho
que vamos realizar junto ao Conselho de Administração da Angus.
É um cargo de representação, de
consultoria, de articulação, e vou
somar forças com a diretoria da
entidade e criadores, sempre com
o foco voltado à meta maior, que
é a valorização da raça e especialmente da carne Angus”, sintetiza
o dirigente.
Para o presidente da Associação
Brasileira de Angus, Joaquim Fran-
cisco Bordagorry de Assumpção
Mello, o novo presidente do Conselho de Administração da ABA tem
muito a colaborar, especialmente a
partir de sua experiência administrativa. “Afonso da Motta foi eleito
por aclamação pelos conselheiros, o
que revela o consenso em torno de
seu nome. Além de ser um criador
expressivo de Angus, com sua visão
empresarial pode prestar enorme
contribuição à raça, da mesma
forma que vem colaborando para
o fortalecimento do agronegócio,
através de seu trabalho como vicepresidente Institucional do Grupo
RBS, com ação nitidamente voltada ao Canal Rural”, avalia Mello.
O Conselho de Administração
da ABA é formado por membros
eleitos e por membros natos (expresidentes da ABA). Dentre as
ações desenvolvidas pelo Conselho destacam-se a formulação de
políticas, a colaboração na forma
de consultoria nas diretrizes administrativas da Diretoria da entidade
e a produção de pareceres sobre os
assuntos previstos no Estatuto da
associação.
OPINIÃO
Maio/Junho de 2009
43
Elasticidade - baboseira da demanda por carne bovina
Figura 1.
Queda esperada para o consumo de carne bovina (tec) e o equivalente
em número de bovinos (cabeças de 16,5 arrobas) em função da retração
do consumo per capita (10% a 100%) sobre 2% da população brasileira
Por Fabiano R. Tito Rosa
São vários os fatores que afetam a
demanda por carne bovina. Os mais
importantes são de ordem econômica,
tais como a renda da população, o
próprio preço da carne e o preço de
proteínas concorrentes, por exemplo.
Sobre esses fatores, vários estudos
(culminando em modelos e equações
matemáticas de toda ordem) foram
desenvolvidos, com o objetivo de
antecipar e/ou prever o comportamento
do consumo.
O
que se tem por certo é que a demanda
por carne bovina é elástica, em função
de renda. Acontece que essa relação já
foi mais acentuada.
No Brasil, há alguns anos, a elasticidaderenda da demanda por carne bovina girava em
torno de 1. Ou seja, a cada 10% de aumento
de renda, o consumidor aumentava em 10%
o consumo de carne bovina. Hoje, porém, ela
está próxima de 0,4 a 0,5, ou seja, a cada 10%
de aumento de renda, o brasileiro aumenta, em
média, 5% o consumo de carne bovina.
O perfil dos gastos das famílias mudou. As
despesas com carne bovina concorrem com as
contas de telefone celular e de TV a cabo, por
exemplo. Além disso, os consumidores estão
mais exigentes, deixando de se amolar apenas
com o valor do bife na gôndola do supermercado. Por fim, a concorrência com a carne de frango está cada vez mais acirrada, seja em função
de preço, seja em função do mix de produtos
(mais opções de escolha), seja em função de
qualidade de vida. Afinal, a carne branca tem
um forte apelo relacionado à boa saúde.
Neste artigo eu quero tratar das questões
não-econômicas relacionadas ao consumo de
carne bovina. Divagar um pouco sobre a importância da imagem e da informação. Na verdade, retomo o tema do artigo “Carne bovina:
cuidado com as meias verdades”, que também
foi publicado no jornal Angus@newS.
O problema
Há alguns meses uma pecuarista, cliente
da Scot Consultoria, nos ligou indignada. Ela
havia sido convidada para uma reunião de
pais e mestres na escola de seu filho caçula e,
quando lá chegou, foi surpreendida por uma
apresentação sobre a importância de se reduzir
o consumo de carne vermelha, a fim de reduzir
os impactos sobre o meio ambiente. Acredito
que eu até já tenha descrito essa passagem em
algum outro artigo.
Fonte: Scot Consultoria - www.scotconsultoria.com.br
As questões renda e preço estão perdendo importância na decisão
de compra do consumidor, dando lugar a dados como qualidade
de produto e de processo, responsabilidade sócio-ambiental,
do bem estar animal e outros aspectos não econômicos
De toda forma, alguém já parou para avaliar
o resultado de campanhas difamatórias desse
tipo? Eu sei da elasticidade-renda da demanda
por carne bovina. Mas alguém parou para analisar a elasticidade-propaganda contra a carne?
A elasticidade-artistas globais metendo o pau
na picanha? Podemos nomear essa variável de
elasticidade-baboseira da demanda por carne
bovina.
Há alguns anos, quando eu comecei a dar
mais atenção a ações dessa natureza, me parecia
que elas gozavam de um potencial de alcance
bastante limitado. Hoje confesso que estou bem
preocupado.
O fato é que os fatores relacionados à renda e ao preço estão perdendo importância na
decisão de compra do consumidor. Ainda são
os mais relevantes, é verdade, mas a balança
está pendendo cada vez mais para o lado da
qualidade (de produto e de processo), da responsabilidade sócio-ambiental, do bem estar
animal (e tem muita gente que defende que bem
estar é sinônimo de interrupção dos abates) e
de outros aspectos não econômicos.
Por conta disso, ações como as da direção da
escola da nossa cliente tendem, cada vez mais, a
produzir resultados reais. E esses resultados não
nos interessam nem um pouco.
Aos números
Façamos um exercício rápido. A população
brasileira é de cerca de 190 milhões de habitantes, com consumo per capita anual médio
estimado em 38 kg (estou arredondando os
números). Imagine que, influenciados pela
propaganda anti-carne, 2% dos brasileiros
reduzam em 25% o consumo anual do produto. Isso significa uma retração de demanda
da ordem de 36,10 mil toneladas equivalente
carcaça (tec) ao ano, o equivalente a 146 mil
cabeças de 16,5 arrobas.
Parece pouca coisa, mas não é. Esse montante equivale, por exemplo, a mais ou menos
o abate do Rio Grande do Norte. É o suficiente
para abastecer um frigorífico de porte médio
durante um ano inteiro.
Será que do jeito que a coisa anda, um ajuste
dessa magnitude (queda de 25% no consumo
sobre apenas 2% da população brasileira) não
é factível em médio prazo?
Dê uma olhada na Figura 1. Simulamos a
queda esperada para o consumo total de carne
bovina no Brasil, e o que isso representa em
cabeças bovinas, em função da retração aleatória do consumo per capita, mantendo estável
o alcance dessa retração sobre apenas 2% da
nossa população.
Veja que se 2% da população brasileira
reduzisse entre 65% e 80% o consumo anual
de carne bovina, a tão comemorada reabertura
do mercado chileno serviria apenas para tapar
esse buraco. Não acrescentaria nada.
São várias as considerações que podemos
fazer sobre este ensaio. Uma delas é o fato
de que a melhoria de renda, atuando sobre a
população mais pobre, poderia anular os impactos que a propaganda destrutiva teria sobre o
consumo de carne bovina junto aos brasileiros
mais abonados.
De toda forma, não podemos esquecer que
a elasticidade-renda da demanda por carne
bovina está em queda (isso é fato!). E que a
população mais pobre tem no frango uma
opção de preço atraente, com imagem bem
menos distorcida.
Nas minhas andanças tenho visto muita indignação, por parte de pecuaristas, compradores
de gado e profissionais do setor de insumos, em
função das campanhas difamatórias que instem
em apontar a pecuária como a raiz de todos os
problemas que hoje afligem a humanidade.
Mas está na hora de partirmos da indignação
para a ação.
Na Scot Consultoria temos dedicado um
bom tempo à elaboração de artigos e análises
em “defesa” da imagem da nossa cadeia produtiva, respondendo a acusações e apresentando
saídas para o desenvolvimento de uma pecuária
sustentável, considerando questões econômicas
e sócio-ambientais.
Outro dia até arrisquei fazer uma apresentação sobre pecuária em um evento organizado
por estudantes de biologia. Foi divertido.
Convido os nossos leitores a colaborarem,
através de sugestões de pauta, de idéias e (quando toparem com uma) do envio dessas matérias
tendenciosas que adoram meter o pau na pecuária de corte, para que possamos rebatê-las.
Vamos elevar o nível desse debate.
Zootecnista- Scot Consultoria
[email protected]
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Maio/Junho de 2009