Romy cheez

Transcrição

Romy cheez
Joinville/SC
No23. R$ 11
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REVISTA 21
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AO LEITOR
A RESPOSTA É A INOVAÇÃO
Se há crise lá fora – se é fato que os índices de desemprego são preocupantes consequências dos desacertos
na conjuntura econômica e se não dá para ser otimista com boas notícias vindas de Brasília –, uma saída é
arregaçar as mangas e investir no que cada negócio
tem de especial, diferenciado, ímpar. Em uma palavra,
inovar. Existem recursos acessíveis para projetos nessa
área, em organizações como a Finep, que, no momento, financia iniciativas que vão do aprimoramento na
extração de magnésio da água do mar (da Buschle &
Lepper) ao sistema de construção sustentável da construtora Rôgga, para ficar em dois exemplos locais. Mas
atenção, urge ir além do convencional: “A empresa precisa convencer com um plano estratégico de inovação,
e esse conceito deve fazer parte da sua essência”, sublinha um diretor da Finep, em reportagem na página 52.
Inovar é a síntese das startups, modelo recente de
empreendimentos que se sobressaem justamente pelo
foco em “problemas reais” identificados no mercado,
que se traduzem na oferta de novas e criativas soluções. Neste mês de fevereiro, um evento em Joinville vai
mostrar o enorme potencial desse filão que listou dez
empresas catarinenses entre as 100 mais atrativas para
investimentos por parte de grandes corporações. “Crise
e recessão são ótimas oportunidades para as startups”,
afirma um profissional da área. Alguns casos de sucesso
estão na reportagem que começa na página 40.
Em termos de inovação e vanguarda, é reconhecida a vocação de Joinville para a área de tecnologia.
Entrevista com o joinvilense que dirige laboratório da
Totvs em pleno Vale do Silício, à página 32, reafirma a
capacidade do polo local se desenvolver enormemente
no futuro, a partir de referências como as cidades de
Berlim e Tel Aviv, centros de excelência nessa área. “Vamos criar a nossa Siliconville?”, provoca o especialista
Vicente Goetten Junior, que endossa a importância de
se pensar longe, com farto planejamento, como caminho para construir um cenário mais consistente.
NESTA EDIÇÃO
8 Presidente da TAM explica retração nas operações, mas reafirma confiança na retomada da economia 14 Acij lança
código de ética 20 Apostas na criatividade e na simplicidade 28 Projetor para smartphones – e outros objetos de desejo 30 Espaço para guardar tudo 32 Especialista atesta o potencial tecnológico de Joinville 38 Metas para reduzir as
perdas de água 40 Terreno fértil para boas ideias em startups 48 Relações internacionais com nossas cidades irmãs
52 Recursos que impulsionam a inovação 54 Vitórias no combate à burocracia 58 Por que o estresse deve ser levado
a sério 64 Análises sobre o potencial empreendedor 66 O escritor Luiz Carlos Amorim 72 As receitas do Madero
DANIEL MARTINS
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O PARAÍSO DO PADRE
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JAQUELINE NOCETTI/SECOM
Número 23. Janeiro e fevereiro de 2015
Em alusão ao novo século, pleno de
desafios, a Revista 21, publicação
bimestral da Associação Empresarial
de Joinville (Acij), aponta, ao mesmo
tempo, para o momento atual e para o
futuro, para o contemporâneo e para o
que está por vir. Tem por objetivo levar
informação de qualidade ao leitor sobre
os grandes temas de interesse da classe
empresarial, sempre com visão local.
Efetivo da PM em Joinville deve ser ampliado: merecemos atenção
COMPROMISSO COM A SEGURANÇA
O governador Raimundo Colombo anunciou, no final de janeiro, que
serão chamados apenas em junho os mais de 1,2 mil novos servidores
aprovados nos concursos da Polícia Militar, Polícia Civil e IGP. No caso dos
soldados da PM, que deveriam ter iniciado treinamento em outubro do
ano passado, trata-se do quarto adiamento. Na Polícia Civil, a situação
é ainda mais grave, já que o concurso foi realizado em 2014. O governo
tinha a intenção de chamar metade dos aprovados em março e a outra
metade em novembro – mas esbarrou no novo plano de previdência do
Estado e na retração financeira. As novas contratações significam um
acréscimo de cerca de R$ 8 milhões em salários. Na Polícia Militar, serão
convocados 658 soldados. Na Polícia Civil, 420 agentes e 66 delegados.
E, no IGP, 150 auxiliares criminalísticos.
Os números falam por si. A maior cidade catarinense fechou 2015
com 95 homicídios, um recorde nos últimos 10 anos – e que aponta
para um índice de 16,3 mortes por 100 mil habitantes, muito acima da
média ideal, que é de 4,5. Só em janeiro de 2016, foram 14 homicídios.
Isso, sem contar os assaltos, furtos, roubos e demais crimes contra os
cidadãos e seus patrimônios. Ao lado de todas as políticas públicas de
combate à violência, há que se considerar que Joinville, com contornos
de metrópole, não apenas precisa, mas merece, especial atenção.
As recentes mudanças nos comandos do 8º BPM e na Delegacia
Regional da Polícia Civil, associadas às expectativas de que a Secretaria
de Segurança Pública do Estado intensifique as ações e iniciativas para
oferecer mais segurança aos cidadãos, precisam ser não apenas indicativos, mas compromisso dos órgãos públicos com o restabelecimento
da paz na maior cidade catarinense.
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Conselho editorial
Ana Carolina Bruske (diretora financeira)
Débora Palermo Melo (Acij)
Diogo Haron (Acij)
Carolina Winter (Winter Comunicação)
Simone Gehrke (EDM Logos)
Jornalista responsável
Júlio Franco (reg.prof. 7352/RS)
Produção/Edição
Mercado de Comunicação/Guilherme
Diefenthaeler/(reg. prof. 6207/RS)
Reportagem
Ana Ribas Diefenthaeler, Letícia Caroline,
Mayara Pabst, Marcela Güther, Karoline
Lopes
Projeto gráfico, diagramação,
ilustrações e infográficos
Fábio Abreu
Imagem da capa
Arquivo pessoal de Alberto Durão Coelho
Fotografia
Peninha Machado, assessorias
de imprensa
Impressão
Tipotil Indústria Gráfica
(47) 3382-2238
Tiragem
3,5 mil exemplares
Publicidade
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Av. Aluisio Pires Condeixa, 2550
3461-3333
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ARQUIVO PESSOAL/ALBERTO DURÃO COELHO
A FOTO DA CAPA
Esta edição se abre com fotografia
datada de 1907, registrando sarau
na casa do político baiano Abdon
Baptista, médico e jornalista de
profissão que viria a ser prefeito de
Joinville. Ao centro, uma das oito
filhas de Abdon, Thereza Cristina,
empunha um violão, instrumento que só se popularizaria muitos
anos mais tarde. A história do violão em Joinville é o objeto do livro
“O Pinho Toca Forte”, do jornalista
Guilherme Diefenthaeler, editor da
Revista 21. Com apoio do Simdec,
a obra será lançada em fevereiro.
Além de percorrer a evolução do
“pinho” ao longo dos anos, o livro
apresenta o perfil de 16 músicos
atuantes na cidade.
Se você tem uma imagem que retrate algum período da história de Joinville, entre em contato com a redação pelo [email protected]. A
foto poderá ser publicada na capa em uma das próximas edições.
A REVISTA EM FRASES
DIVULGAÇÃO
“De forma geral, sobretudo neste momento em
que as empresas estrangeiras são favorecidas pela
alta do dólar, o Brasil necessita urgentemente de
reformas e de melhoria da sua infraestrutura para
tornar suas empresas competitivas no cenário
global”
Claudia Sender Ramirez, presidente da TAM S/A
“Esta é a maior crise da história recente. A riqueza
de Joinville é gerada pela indústria e, entre os meses
de janeiro e outubro, 7 mil pessoas foram demitidas
na cidade”
Claudio Loetz, colunista de economia no jornal A Notícia
“Empreender nunca é fácil, principalmente quando
se trata de startups que atuam em um ambiente
de extrema incerteza, mas certamente em Santa
Catarina temos algumas das melhores condições
para isso no Brasil”
Gilles de Paula, CEO da Treasy
“Quem quer abrir uma empresa neste ano,
independentemente do ramo, vai precisar de um
escudo protetor contra as dificuldades, só adquirível
com um amplo conhecimento da conjuntura”
“O que conta não é o tamanho da empresa, mas sim
sua estruturação em termos de gestão da inovação.
As empresas que organizam esse processo tendem a
lograr mais êxito na busca de recursos”
Euclides Lisboa, editor-executivo da Revista Empreendedor
Natalino Uggioni, superintendente do IEL Santa Catarina
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ABRE ASPAS
CLÁUDIA SENDER
“Acreditamos na
retomada do crescimento”
Guilherme Diefenthaeler
A curto prazo, o atual cenário econômico provoca turbulências na rota das maiores empresas aéreas brasileiras. Presidente da TAM desde abril de 2015, Cláudia
Sender Ramirez descreve o momento como “bastante desafiador e complexo”,
em decorrência especialmente do aumento da inflação e do dólar nas alturas,
que, segundo ela, resultaram em uma desaceleração do setor aéreo. Isso explica a decisão da companhia de reduzir suas operações no mercado doméstico
em margens de 8% a 10%, a começando pelo semestre passado. Em reunião
do conselho deliberativo da Acij, a executiva falou sobre sua experiência no comando da TAM, onde atua desde 2011, primeiro como vice-presidente comercial e de marketing. Nesse período, acompanhou a fusão da TAM com a chilena
LAN para a criação do Grupo Latam Airlines. Engenheira química formada pela
Universidade de São Paulo (USP), com MBA pela Harvard Business School, nos
Estados Unidos, Cláudia trabalhou por sete anos na Whirlpool Latin America,
onde foi vice-presidente de Marketing. Em entrevista à Revista 21, reafirma a
expectativa de retomada do crescimento do país, frisando que a empresa mantém sua estratégia de longo prazo, que inclui a renovação da frota.
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FOTOS: DIVULGAÇÃO TAM
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A sra. veio a Joinville para anunciar,
aos empresários, planos da TAM
dirigidos a Santa Catarina. Que
planos são esses?
Fui convidada para participar da
reu­
nião do Conselho Deliberativo da Associação Empresarial de
Join­ville, para conhecer melhor o
trabalho da organização e falar sobre nossa operação no Estado. Em
relação à nossa operação em Join­
ville, em outubro último, ampliamos as nossas frequências para o
aeroporto internacional de Guarulhos de uma frequência diária
(exceto aos sábados) para duas, às
segundas, quintas, sextas, sábados e domingos. Ao mesmo tempo, estamos também com uma
frequência diária às terças e quartas-feiras. Nossos voos diretos de
Joinville para Guarulhos permitem
uma ótima conexão com os nossos
voos internacionais para a Europa
e os Estados Unidos, e também
para destinos no Nordeste e Norte
do país. Na operação de Joinville
para o aeroporto de Congonhas,
em São Paulo, permanecemos com
duas frequências diárias, todos os
dias. Nossos horários, durante a
semana, são premium, com um
voo ida e volta pela manhã e outro
no período da tarde/noite. Planejamos a nossa malha para atender
principalmente às necessidades
do mercado corporativo em Joinville. Operamos na cidade com as
nossas aeronaves A319 e oferecemos boas conexões com os nossos
destinos no Sudeste a partir de
Congonhas.
Qual a importância do Estado nos
negócios da companhia?
Em 2014, transportamos um total
de 758.691 passageiros em voos de
e para as cidades de Florianópolis,
Joinville e Navegantes, em Santa
Catarina. Em abril de 2015, lançamos mais um novo destino no Es-
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tado, com voos de Congonhas para
Jaguaruna, na Região Sul catarinense. Considerando os valores dos
primeiros nove meses de 2015, o
número de passageiros transportados com origem em Santa Catarina
cresceu 7%. Os dados completos de
2015 ainda não foram divulgados.
O aeroporto de Joinville recebeu
melhorias significativas em sua
operação, desde a metade de
2014, como é o caso da instalação
do ILS. Que reflexos isso trouxe
para as companhias aéreas? No
passado, havia muitas reclamações
provocadas pelo alto número de
cancelamentos de voos, tanto que
frequentemente os passageiros
acabavam optando por utilizar
outros aeroportos. Com as
melhorias recentes, esse quadro
deve mudar?
A implantação do sistema ILS para
pouso permite uma aproximação
por instrumentos extremamente
precisa, especialmente em condições meteorológicas adversas,
como em caso de teto baixo ou
de visibilidade restrita. Esse tipo
de aproximação utiliza um sistema baseado na transmissão de
sinais de rádio que são recebidos,
processados e apresentados nos
instrumentos de bordo das aeronaves, fornecendo informações
para o alinhamento com o eixo da
pista e com a trajetória correta de
planeio para o pouso. A instalação
desse equipamento aumenta consideravelmente a disponibilidade
do aeroporto, e as oportunidades
de pouso são muito maiores, na
comparação com as aproximações
realizadas sem o instrumento. Esse
procedimento tem grande impacto nas operações das empresas
aéreas, pois evita desvios de voos
para outros aeroportos.
Qual a expectativa da TAM para
os resultados de 2015? De que
maneira o setor foi afetado pelo
contexto de crise econômica? E
qual a reação da TAM?
Estamos vivendo um momento
bastante desafiador, com um cenário complexo, provocado pelo
aumento da inflação e pela alta do
dólar em relação ao real, resultando numa desaceleração do setor
aéreo. Diante desse contexto, a
TAM realizou, durante o segundo
semestre de 2015, uma redução
gradual de suas operações no mercado doméstico que foi, aproximadamente, de 8% a 10%. Em 2016, a
TAM seguirá conservadora com a
capacidade do mercado até o país
retomar uma agenda de infraestrutura e de competitividade para
as suas empresas. A estimativa da
companhia para o mercado doméstico brasileiro em 2016 é de redução de 6% a 9%, no comparativo
com 2015.
DESAFIOS
O que a companhia espera de
2016?
Estamos muito atentos aos desafios da demanda e da oferta no
Brasil, ao câmbio e à pressão sobre
os preços de passagens aéreas, influenciados pela menor demanda
de passageiros corporativos e pela
revisão do PIB do país. Seguimos
acreditando na retomada do crescimento do Brasil, tanto que mantivemos a estratégia de longo prazo
da empresa, que inclui a renovação
da frota, o projeto de estudo de
viabilidade do Hub Nordeste e de
contínuo fortalecimento dos hubs
(centro de conexões) de Brasília e
São Paulo/Guarulhos.
Como a empresa avalia as mudanças
em curso na gestão de aeroportos
brasileiros? As concessões são a
solução?
O Brasil registrou avanços importantes em infraestrutura aeroportuária nos últimos anos, e o importante é prosseguir com as melhorias
de eficiência, que são fundamentais
para o desenvolvimento da aviação.
As obras realizadas em aeroportos
como Guarulhos, Brasília e São Gonçalo do Amarante (Natal) proporcionaram melhorias significativas para
todo o setor aéreo. De forma geral,
sobretudo neste momento em que
as empresas estrangeiras são favorecidas pela alta do dólar, o Brasil
necessita urgentemente de reformas e de melhoria da sua infraestrutura para tornar suas empresas
competitivas no cenário global. A
TAM entende que é fundamental
o país investir em infraestrutura
para vislumbrar um novo ciclo de
crescimento, com competitividade
para suas empresas e toda a indústria aérea nacional. No caso dos
aeroportos, está comprovado que
houve melhora nas condições e estruturas dos aeroportos concessionados, e é preciso avaliar no médio
prazo essa evolução. Aeroportos
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como o de Guarulhos, por exemplo,
atravessaram longos períodos sem
investimento antes da concessão,
enquanto o movimento de passageiros triplicou na última década.
Em dezembro, a TAM anunciou o
início da operação de seu novo
Airbus, ampliando e modernizando
a malha para rotas internacionais.
Qual a proporção, atualmente,
de voos internacionais sobre os
negócios da companhia e de que
maneira estes vêm sendo afetados
pela alta do dólar?
Atualmente, o câmbio impacta
60% dos nossos custos e, com a
desvalorização do real, o brasileiro
está viajando menos para o exterior. Por isso, temos compensado
essas perdas com as nossas operações aéreas em outros países. Hoje,
a TAM faz parte de um grupo que
soma sete operações domésticas
na América Latina, em países como
Brasil, Chile, Argentina, Colômbia,
Equador, Peru e Paraguai. No Brasil, graças à força e à capilaridade
do Grupo Latam, só a TAM possui
tamanha flexibilidade operacional
Novo Airbus da
TAM, que entrou em
operação no final
de 2015: primeira
companhia das
Américas a operar o
modelo, que faz parte
da nova geração de
aeronaves comerciais
como vantagem competitiva para
redirecionar a sua malha aérea para
mercados mais promissores e assegurar a rentabilidade dos voos. Além
disso, seguimos empenhados em
manter uma frota moderna e com
baixa idade média, e o Airbus A350
é o mais novo exemplo disso. Somos
a primeira companhia das Américas
e a quarta no mundo a operar o modelo, que faz parte da nova geração
de aeronaves comerciais, mais modernas, eficientes e confortáveis
para o passageiro.
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Pleito constante
VOANDO ALTO
Número de embarques e desembarques de passageiros em Joinville
493.239
423.122
2012
518.472
397.556
2013
2014
2015
Investimentos garantem recorde
de passageiros em Joinville
Ampliação da sala de embarque, avaliação da resistência da pista (PCN),
aquisição do Sistema ELO com finger de embarque e desembarque e instalação do sistema ILS. Esses e outros investimentos levaram o Aeroporto
Lauro Carneiro de Loyola a alcançar um marco inédito em 2015. No mês
de dezembro, o terminal recebeu o passageiro número 500 mil, contagem representativa que configura o aumento do fluxo de atividades no
aeroporto. De janeiro a novembro do ano passado, estiveram no terminal
catarinense 474.205 passageiros, 5% a mais que no mesmo período em
2014, quando foram registrados 451.719 usuários.
O superintendente do terminal da terceira maior cidade da Região Sul
do país, Rones Rubens Heidemann, explica que a marca histórica reflete
o esforço do quadro de profissionais do terminal joinvilense. “Temos uma
equipe extremamente preparada e todo o nosso planejamento é elaborado com foco na melhoria dos serviços prestados, priorizando, sempre,
o atendimento e o conforto dos passageiros”, relata Heidemann. Para
comemorar a marca histórica, a Infraero, em parceria com a Gol Linhas
Aéreas, sorteou uma passagem aérea de ida e volta para um destino nacional operado pela companhia.
Inaugurado no dia 8 de março de 2004, o Aeroporto de Joinville conta com 4 mil metros quadrados, 15 posições de check-in, um sistema automatizado para informação dos voos com telas de LCD, terraço panorâmico e capacidade para 800 mil passageiros ao ano. Operam no terminal
da cidade as companhias aéreas Azul, Gol e TAM. A Azul conta com voos
para quatro destinos diferentes: Porto Alegre, Brasília, Viracopos e Guarulhos. A TAM opera voos para dois destinos: Congonhas e Guarulhos. E
a GOL possui uma média de dois pousos e duas decolagens diárias para
o Aeroporto de Congonhas. O nome do aeroporto, Lauro Carneiro de
Loyola, foi dado em homenagem ao empresário e político que foi cônsul
honorário da Bélgica no município e, por quatro vezes, eleito deputado
federal por Santa Catarina.
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Ao longo dos anos, a Acij sempre
buscou e reivindicou investimentos para a ampliação da capacidade de atendimento e para investimentos no Aeroporto de Joinville.
Projetos e demandas urgentes
previstas para o terminal já foram
tema de reuniões na entidade,
que agora comemora com orgulho os resultados favoráveis.
“Os avanços foram significativos. A aquisição do ILS, por exemplo, era um sonho de longa data
e foi uma das maiores conquistas para o aeroporto nos últimos
anos. A Acij sempre esteve muito
ligada a essa questão e todas as
conquistas pleiteadas se refletem em melhorias de eficiência e
atendimento", relata Moacir Thomazi, vice-presidente da Acij.
Thomazi explica ainda que
um dos próximos investimentos
no terminal deve ser a implantação do grooving, ranhuras
transversais na pista que aumentam a aderência e auxiliam
a drenagem. As obras no aeroporto também preveem investimentos mais amplos, como a
ampliação da sede, a construção
de um condomínio industrial e
a ampliação do terminal de cargas, por exemplo.
Melhorias
A sala de embarque passou de
259 para 382 metros quadrados.
O aeroporto conta com dois conectores do Sistema ELO, para
embarque e desembarque de
passageiros. O sistema de pouso por instrumentos conhecido
como ILS, por sua vez, completou
um ano em junho de 2015, com
ganho operacional de 70,6%.
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O QUE A ASSOCIAÇÃO FAZ E PENSA
CÓDIGO DE ÉTICA
Novas diretrizes
No dia 16 de fevereiro entra em vigor o Código de Ética, elaborado pela
Acij para ajudar a orientar condutas de colaboradores, associados, fornecedores e parceiros, no relacionamento com a entidade. De acordo com
Juliana Silva, assessora jurídica da casa, o código de ética deve consolidar
diretrizes já existentes. “O documento tem a função educativa, não tem a
função punitiva. Dentro de um dilema, vamos seguir a orientação prevista
no código, e na sua ausência, o dilema será apreciado pelo Comitê e Conselho de Ética”, explica.
Ela conta que o processo teve início em 2013, durante a gestão do presidente Mario Cezar de Aguiar: “Na época, ele nos apresentou o trabalho
que o Serviço Social da Indústria (Sesi) desenvolvia para as indústrias e
conseguimos junto à Federação das Indústrias do Estado de Santa Catarina (FIESC) o suporte para a parte técnica”. Com o auxílio do Sesi Joinville,
foram realizadas entrevistas e workshops com associados, diretoria e colaboradores da Acij. Durante os encontros, surgiram questionamentos e
temas recorrentes analisados para o material final.
Para Cícero Gabriel Ferreira Filho, presidente do conselho de núcleos, o
Com a mudança de gestão, em 2014, o processo de elaboração do código acabou desacelerando, também em função de uma mudança no Sesi, que encerrou as atividades
da área que vinha trabalhando em parceria com a associação. “Desde então, surgiram
alguns dilemas éticos em todo o Brasil, o que chamou nossa atenção para retomar o
trabalho. Definimos um grupo que conduziu a construção do código, um comitê de
ética, formado pela diretoria de relacionamento com associado, a presidência do conselho dos núcleos e a área jurídica. Em 2015, trabalhamos na redação”, aponta.
material deixará o processo de relacionamento mais transparente,
clarificando o que é ético aos olhos
da entidade: “A Acij, como instituição centenária, já discutia há algum
tempo a implementação de um código de ética, pois existem várias
demandas dessa ordem no dia a dia
e nos relacionamentos entre os associados, núcleos e a entidade”.
Com 31 páginas, o código de ética está dividido em quatro capítulos: princípios da Acij, orientadores
de conduta por parte interessada,
orientadores gerais de conduta e
sistema do código de ética. “Destaca-se a definição dos princípios
sobre associativismo, voluntariado,
transparência, representatividade,
responsabilidade social e observância às normas e regulamentos.
Juliana Silva, assessora
jurídica, e André Daher,
do comitê de ética;
processo de elaboração
do código teve início
em 2013 e ouviu vários
segmentos da Acij
FOTOS: PENINHA MACHADO
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MAX SCHWOELK
Filósofo Leandro Karnal
no lançamento do código
João Martinelli e Mario Cezar de Aguiar: guia
ético da entidade é resultado de duas gestões
A partir de fevereiro, quem se associar receberá um
exemplar do código”, diz Juliana.
Dentre as principais mudanças, a assessora destaca a questão do fumo que, para os funcionários, passa a ser proibido em todos os ambientes, inclusive no
estacionamento da associação: “O colaborador que
fuma já está orientado. Nosso objetivo é promover
um ambiente livre de tabaco”. Outra alteração feita
que gera dilemas é a política de entrega de presentes.
A partir do lançamento do código, associados, parceiros e fornecedores serão orientados a não mais enviar
brindes e presentes – agendas, calendários, canetas
etc – para funcionários da casa. “Dentro de um ano
faremos a revisão do código e podemos alterar essa
decisão. Estamos em um processo de construção e entendemos que é necessário analisar o que deu certo
ou não”, comenta.
Constituído em 2015, o comitê de ética da Acij é Composto por André Chedid Daher, diretor de relacionamento
com o associado, Cícero Gabriel Ferreira Filho, presidente
do conselho dos núcleos e Juliana Silva, assessora jurídica. O grupo teve como papel principal buscar a visão mais
próxima possível do perfil associativo da ACIJ, enfatizando
o modo de conduta daqueles que pretendem participar do
cotidiano empresarial da associação.
“O código será de suma importância para termos uma
diretriz no perfil da modalidade de associativismo que
exercemos. Cabe ao comitê disseminar e ajudar a implementar a cultura da utilização do material para todos os
canais, ” declara Daher.
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ACIJ
Para celebrar o lançamento do código de ética e
os 105 anos da Acij, a entidade irá promover a palestra “Valores éticos nas organizações”, ministrada pelo filósofo e historiador Leandro Karnal. O
evento será realizado durante a reunião plenária
do dia 15 de fevereiro, a partir das 18h30. Graduado
em história pela Universidade do Vale do Rio dos
Sinos e doutor pela Universidade de São Paulo,
Karnal tem cinco livros publicados - Estados Unidos: a formação da nação, Conversas com um jovem professor, História na sala de aula, Teatro da
fé - representação religiosa no Brasil e no México
do século XVI e Pecar e perdoar: Deus e homem na
história – e participou da elaboração do Museu da
Língua Portuguesa.
Em recente palestra, o historiador falou sobre o conceito de ética e como esta se aplica no dia a dia das
empresas: “A elasticidade no conceito de ética é o
principal valor abalado no Brasil. A ética precisa ser
ensinada. Trabalhá-la não é comprar um padrão de
um especialista e dizer na reunião geral que existe
um documento validando. Ética implica a responsabilidade de colocar o meu eu no processo, que temos
a tendência de retirar”.
DIVULGAÇÃO
Karnal afirma que a ética precisa ser ensinada:
“Não basta comprar um padrão de um especialista”
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ELTON COSTA
Time de funcionários da associação, no encontro de engajamento: para estimular as melhores performances
PLANEJAMENTO ESTRATÉGICO
Hora de traçar novos caminhos
Definir novas metas, analisar as expectativas para 2016 e engajar os
times. Esses foram os principais objetivos da reunião de elaboração do
Planejamento Estratégico da Acij.
Todos os profissionais da equipe
participaram do encontro, realizado
no dia 25 de janeiro, no espaço colaborativo CO.W. Coworking Space. As
atividades contemplaram o primeiro
semestre do ano, período que coincide com o término da gestão atual.
“Construir ambientes saudáveis
e que estimulam as melhores performances e a geração de novas ideias
não é tarefa fácil, nem baseada em
ações pontuais. Conhecendo continuamente o que as pessoas, times e
gestores pensam de si, da entidade e
de suas relações, estratégias e decisões se tornam mais assertivas”, avalia o diretor executivo Diogo Haron.
A organização foi baseada na
metodologia Lego Serious Play
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(LSP). Concebida nos anos 90 pelo grupo Lego, e disponível no Brasil desde
2013, a ferramenta foi criada para explorar o potencial dos colaboradores
da empresa, propondo a construção de estruturas tridimensionais para
despertar a imaginação e a inovação.
Os diferentes propósitos da LSP incluem a construção e análise de cenários, identificação de problemas e busca de soluções, gestão de conflitos,
definição de estratégias e engajamento da equipe. Com as peças do brinquedo, os participantes conseguem se comunicar melhor, engajar-se, fazer
questionamentos, ter mais confiança e comprometimento. “Assumimos os
riscos de adotar esse modelo, pois queríamos algo diferente, que envolvesse a participação do mais tímido ao mais falante. Foi uma oportunidade
de repensar estratégias, planejar e avaliar iniciativas e modelos de negócio.
Estimulamos a criatividade dos colaboradores para ter uma visão única de
futuro”, explica Haron.
A metodologia LSP provoca mudanças nas pessoas e na organização envolvida, proporcionando a criação de um grande número de ideias. Do mesmo modo, amplia e
clareia a consciência sobre a empresa, possibilita a definição de um plano de ação e
auxilia na tomada de decisões. De acordo com o diretor, a avaliação foi positiva. Utilizando as peças de Lego, os colaboradores construíram o que é a Acij, segundo a visão
de cada um: “Identificamos pontos fortes, possíveis melhorias e barreiras que nos impedem de crescer. Saímos de lá com cinco planos de ação para os principais problemas.
Com esse resultado, vamos alcançar um modelo mais estruturado, potencializando o
que fazemos, com qualidade nos projetos e serviços oferecidos”.
Envolver todos os participantes é importante para termos uma visão diferenciada
e soluções diversificadas. A metodologia que utilizamos mexe com o lado lúdico,
buscando solucionar problemas. Elaboramos todas as fases do planejamento:
nominamos as ações, justificamos e apontamos como as realizaremos. Tivemos
a oportunidade de sair de lá com o planejamento completo”
Marlete Tamasia, coordenadora dos núcleos
O encontro foi muito importante e proveitoso para a equipe de funcionários
da Acij. Todo dia, enfrentamos problemas, e a metodologia nos fez enxergar
os principais. A ideia do Lego é superdinâmica, tanto que nem percebemos o
tempo passar. Foi um dia produtivo para todas as áreas”
André Bernardo, assessor de marketing
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JULIO FRANCO
Cláudio Loetz e Estela Benetti participaram do encontro, na Acij
GESTÃO COMPARTILHADA
Jornalistas trazem visões sobre a crise
O ano de 2015 foi atípico para o cenário econômico e político brasileiro.
A palavra “crise” não saiu dos noticiários e assustou o empresariado. O
que vem por aí? Para preparar os associados e analisar as expectativas
para 2016, o programa Gestão Compartilhada organizou um café da manhã, com a presença dos jornalistas Estela Benetti, colunista do Diário
Catarinense, e Claudio Loetz, do jornal A Notícia. Cerca de 70 empresários participaram do encontro, na sede da Acij.
Durante a conversa, Estela apontou a situação de Santa Catarina como
a melhor dentre todos os Estados. Ela deu um exemplo positivo: “O setor do
comércio começou a sentir os efeitos da crise só agora, assim como o de serviços”. Afirmou que o ponto forte da economia regional é a agroindústria e
sinalizou que a tendência é melhorar. “Devido às exportações, a produção
de carne suína vai continuar crescendo até 2025, ano em que o Brasil responderá por 45% da carne de frango mundial e 50% da soja”, ressaltou.
Outra área de destaque é a do turismo. A jornalista listou cinco fatores
que explicariam o avanço catarinense no setor: “A crise, o dólar alto,
o terrorismo – em busca de segurança e gastos menores, as pessoas
estão evitando viajar para fora do
país –, o zika vírus, que afasta turistas do Nordeste devido aos casos de
microcefalia associados ao vírus, e a
construção da Ponte de Laguna, que
atrairá mais gaúchos”.
Claudio Loetz foi menos otimista e classificou esta como “a maior
crise da história recente”. “A riqueza
de Joinville é gerada pela indústria.
Entre os meses de janeiro e outubro,
7 mil pessoas foram demitidas na
cidade (veja os números atualizados no gráfico abaixo). As famílias
que perdem elementos de segurança oferecidos pelas empresas são as
mais afetadas”, observou.
Os jornalistas ressaltaram a importância do investimento em capacitação. “O problema é que nossos
trabalhadores não têm alta qualificação. A questão da educação é
básica para o Brasil atingir um novo
patamar de produtividade. Não
adianta o empresário mandar o filho estudar no exterior, sem investir
na educação de seus funcionários”,
concluiu Estela Benetti..
NÚMEROS DO EMPREGO EM JOINVILLE
Na indústria, crise
Saldo anual geral nos anos Dilma
Nos anos Dilma (2011/15), Joinville criou 10.219 vagas de emprego.
A indústria perdeu 6.937. Neste setor, as vagas criadas nos primeiros
semestres sustentaram as fortes quedas dos segundos semestres.
Em 2015, nem isso. No gráfico abaixo, o saldo mensal acumulado de
vagas no setor (2011 a 2015).
5.376
7.512
5.895
4.642
2.428
ABR/14
2011
2012
2013
2014
2015
0
-6.937
2011
18
ACIJ
2012
2013
2014
2015
DEZ/15
-10.258
19
ACIJ
REVISTA 21
19
VISÃO ACIJ
OTÁVIO PINTO
Criatividade contra
o pessimismo
O associativismo é uma oportunidade ímpar para o desenvolvimento de
qualquer empresa, do mercado e da sociedade em que atua. Descobri nesse
ambiente os valores da cooperação entre empresas em favor de objetivos
em comum. E vejo que, mais do que nunca, é hora de nos unirmos. Há alguns anos, participo do Núcleo de Agências de Propaganda e Marketing da
Acij, onde pude evoluir como gestor e firmar grandes parcerias. Neste ano,
recebi a oportunidade de assumir a presidência. Reconheço que será um
desafio lutar pelo mercado publicitário joinvilense, ainda mais em um momento como este, mas o apoio e o engajamento do grupo tornarão nossos
propósitos mais possíveis de realizar.
Infelizmente, no ano passado, vivemos um período muito turbulento. Talvez “nunca antes na história desse país” a política tenha atrapalhado tanto a
economia. Os custos aumentaram, a inflação decolou,
o dólar teve uma forte disparada e os impostos ficaram mais caros. Com o governo paralisado, a desconfiança tomou conta. Isso obrigou empresas a reduzir
ou, até mesmo, cancelar investimentos.
Em 2016, a conjuntura não é das mais otimistas.
Não podemos esperar pelo
Mas vejo uma luz no fim do túnel. Neste início de ano,
governo. Precisamos debater
já foi possível perceber que o empresariado terá um papel mais ativo para combater o cenário negativo. Não
alternativas, agir para superar
podemos esperar pelo governo. Mais do que nunca,
os desafios e caminhar para o
precisamos debater alternativas, agir para superar os
crescimento. Se a conjuntura
desafios e caminhar para o crescimento. E isso vai acontecer em nosso Núcleo de Agências de Propaganda.
não é das mais otimistas,
Neste momento, precisamos trabalhar mais. Vahá luz no fim do túnel.
mos lançar novos projetos para trazer mais relevância
ao nosso mercado. Também devemos promover novos debates. Afinal, já que todos passam pelos mesmos problemas, por que não buscar uma saída em
conjunto? Por isso, vamos avançar em diversos temas,
incluindo capacitação, negócios e assuntos de interesse social. É importante ressaltar os exemplos das ações criadas em outras
gestões e que agora estão estabelecidas. O Guia das Agências e o Prêmio
Melhores Fornecedores e Veículos são projetos vencedores que elevaram o
trade local a um novo nível de qualidade. Também devemos citar o Prêmio
Manchester de Propaganda: a última edição uniu o meio publicitário a partir
da campanha “Doe Sangue Manchester”.
Nesta nova gestão, a chave principal será o aproveitamento das especialidades de cada integrante do núcleo, composto por agências com diferentes
expertises de comunicação. É um grupo heterogêneo e com enorme valor.
Otávio Pinto
Ali dentro estão as mentes mais criativas da cidade. E a criatividade é uma
Presidente do
das melhores ferramentas para combater o pessimismo. Acredito que essa
Núcleo de Agências
composição de talentos nos levará ao caminho de fazer o trade do Norte
de Propaganda e
catarinense crescer – mesmo em um ano difícil.
Marketing
20 ACIJ
MIGUEL ABUHAB
2016: o ano da
simplicidade
O conceito de simplicidade está geralmente ligado à ausência de complexidade. Na verdade, quanto mais complexo é um cenário, mais simples é a
solução que resolve o problema – por contraditório que isso possa parecer.
Importante ter em mente que simplicidade não é facilidade. Existem três
tipos de comportamento diante de um cenário complexo: procrastinação,
negação/fuga e enfrentamento. Qual é o mais difícil? Certamente que é o
enfrentamento. Diante de uma situação complexa, a decisão mais fácil é negá-la ou ainda adiá-la, enquanto, para enfrentá-la, é necessário encontrar
uma forma simples de resolver a questão.
Dedicamos esforço para aperfeiçoar e divulgar a nossa proposta de retomada do desenvolvimento econômico do Brasil. A proposta é simples: alterar
o método de arrecadação de tributos no país, sem alterar a legislação fiscal vigente, eliminando a necessidade
da criação de novos impostos para fomentar o superávit
primário. O novo método consiste em atrelar o pagamento do imposto de pessoas jurídicas à efetivação de uma
transação bancária; dessa forma, o contribuinte só paga
quando receber, evitando o comprometimento de caixa
2016 não será um ano fácil,
para o pagamento de impostos sobre uma transação aincom um cenário de recessão
da não efetivada. Do lado do pagador, para cada compra
de insumo, um crédito é feito em sua conta escritural. O
e muitas dificuldades,
plano propõe um regime de compensação por meio do
mas reafirmamos o
qual o imposto retido no momento da transação bancária
comprometimento com a
é o saldo entre os valores lançados a débito e crédito na
conta escritural de cada contribuinte.
decisão de enfrentá-las com
Apresentei essa proposta em diversos foros formadoserenidade e simplicidade.
res de opinião e tomadores de decisão ao longo de 2015,
com destaque para a Acij, onde lançamos oficialmente o
Plano Abuhab. No Secovi/SP, tivemos a oportunidade de
contar com o engajamento do economista Paulo Rabelo
de Castro. Na Fiesc, expusemos o plano em duas oportunidades: uma em reunião da diretoria presidida pelo empresário Glauco Côrte e a outra na Câmara Setorial de Assuntos Tributários
e Legislativos, presidida pelo empresário Sérgio Alves. Também tive a oportunidade de levar o plano a uma conferência de melhores práticas de TOC
na África do Sul e ainda chegamos a Brasília para uma audiência solicitada
pelo senador Paulo Bauer, explanando sobre o Plano Abuhab ao ministro da
Fazenda e alguns expoentes da sua equipe econômica.
Começamos 2016 certos de que este não será um ano fácil, com um cenário
de recessão nos âmbitos micro e macroeconômicos, a clareza de que
Miguel Abuhab
as
dificuldades
serão muitas, mas reafirmando nosso comprometimento
Fundador da Datasul
com a decisão de enfrentá-las com serenidade e simplicidade. Não estamos
e NeoGrid
dizendo que será fácil, mas estamos convictos de que a solução depende
principalmente de nós. Acesse www.miguelabuhab.com e faça parte deste
plano para mudar o Brasil.
21
ACIJ
REVISTA 21
21
ACIJ NA MÍDIA
DIÁRIO CATARINENSE, 9/12/2015
A NOTÍCIA
30/01/2016
O caso do São José
“‘Se não houver apoios financeiros, teremos que fechar as portas do Hospital Municipal São José para moradores de outros municípios da região.
Se não, o hospital se tornará insolvente’.” A frase é do prefeito Udo Döhler,
em conversa com empresários e dezenas de servidores municipais, que
lotaram o auditório durante reunião do conselho deliberativo da Acij, na
segunda-feira. Udo reiterou que, em sua gestão, o grande e contínuo esforço é para moralizar o serviço público.”
DIVULGAÇÃO
Udo falou sobre a situação da saúde, em reunião na Acij
Notícias de Joinville, 1/12/2015
“Na noite desta segunda-feira, o
governador Raimundo Colombo esteve
na Acij, para falar sobre o cenário atual
e perspectivas da economia do país e
de Santa Catarina. Na oportunidade, o
governador assinou a autorização para
início da pavimentação na Rua dos Suíços,
no Bairro Vila Nova, uma parceria com
a empresa Krona Tubos e Conexões. ‘O
desafio está presente todos os dias. O ano
foi difícil, principalmente com a queda
de arrecadação muito significativa,
sobretudo no segundo semestre, mas
nós conseguimos tocar todas as obras
e manter o pagamento dos serviços em
dia. São muitos os investimentos que vão
continuar, sem falar nos novos que ainda
serão feitos’, destacou Colombo.”
A Notícia, Jefferson Saavedra, 2/12/2015
22
ACIJ
“O secretário César Grubba (Segurança)
não entrou em detalhes, mas adiantou, na
Acij, a intenção de uma ‘reengenharia’ nas
delegacias de Joinville. Seria para priorizar
as investigações. O delegado regional
Dirceu Silveira Júnior acompanhou a visita
de Grubba à Acij.”
A Notícia, Toque de Letras, 16/12/2015
“A reunião do conselho deliberativo do
JEC durou mais do que o previsto na
noite desta quarta, na sede da Acij. Como
era previsto, de maneira unânime, os
conselheiros aprovaram o acordo com o
futsal. A partir de 2016, a Krona irá utilizar
a marca do Joinville.”
G1 Santa Catarina, 18/12/2015
“O fator decisivo para Joinville passar
na frente de Itajaí foi uma mudança na
forma do IBGE calcular o Produto Interno
Lançamento do
código de ética
“A Acij lança, no dia 15 de fevereiro, seu código de ética para balizar as ações e o comportamento
coletivo de seus diretores, funcionários diretos, terceirizados e
demais agentes com os quais se
relaciona institucional e economicamente. O documento, ainda
não conhecido publicamente, é
um compromisso com a postura
correta de todos quantos a ela
estão ligados, direta ou indiretamente. A entidade sustenta, com
razão, que a ética dá força e sustentabilidade aos negócios. A Acij
é a mais representativa dentre
todas as associações de Joinville
e Região Norte de Santa Catarina
e atua na defesa dos interesses
empresariais e de causas maiores
da cidade.”
Bruto (PIB). Quando a nova metodologia
é aplicada aos anos anteriores, Joinville
sempre esteve na liderança. ‘Joinville
sempre foi o maior PIB do Estado. E vai
ser a que mais emprega, mais investe em
tecnologia, que mais transforma, a maior
população. Não há nada que indique
que Joinville perca as condições de maior
PIB do Estado nos próximos anos’, disse o
presidente da Associação Empresarial de
Joinville (Acij), João Martinelli.”
Acontecendo Aqui, 8/1/2016
“O Núcleo de Agências de Propaganda
e Marketing da Acij realizou, em
dezembro de 2015, uma troca na sua
presidência. Gabriel Krieger, diretor na
agência Voük, deixa o cargo que ocupou
desde junho de 2014. Em seu lugar,
assume Otávio Pinto, diretor da agência
Supernova.”
CURSOS & EVENTOS
DIVULGAÇÃO
24 de fevereiro a 20 de abril
Curso: Eneagrama – Liderança com inteligência
emocional
Acij, Joinville
(47) 3461-3344 ou [email protected]
24 de fevereiro
Curso: Cobrança por telefone e negociação com
inadimplentes
Acij, Joinville
(47) 3461-3344 ou [email protected]
Curso: Administração do tempo
Acij, Joinville
(47) 3461-3344 ou [email protected]
15 a 17 de março
Curso: Líder Coach – Potencialize seu líder
Acij, Joinville
(47) 3461-3344 ou [email protected]
Evento sobre práticas de gestão é reconhecido nacionalmente
EXPOGESTÃO 2016
Entre 4 e 6 de maio, o Centro de Convenções Expoville servirá novamente como palco para a ExpoGestão. O evento é
reconhecido nacionalmente como oportunidade ímpar para
líderes empresariais e gestores trocarem experiências, atualizarem tendências e estreitarem relacionamentos, unindo o
pensamento à prática da gestão empresarial. Além dos painéis e debates, os congressistas também podem aproveitar
as oportunidades da Feira de Produtos, Serviços e Soluções
Empresariais e participar das sessões de workshops gratuitos. Para mais informações: (47) 3481-8830 ou [email protected].
Planeje sua carreira
Saber qual o próximo passo e como organizar a vida profissional nem sempre é fácil. Para auxiliar os interessados em
avançar profissionalmente, a Sustentare Escola de Negócios
oferece, no dia 22 de fevereiro, o “Workshop de planejamento
de carreira”, ministrado pela consultora em comportamento
organizacional e gestão de pessoas Maria Lúcia Simas Paulino. Ela deve abordar a diferença entre carreira tradicional
e moderna e as mudanças e tendências do mercado. Inscrições: (47) 3026-4950 ou [email protected].
23 ACIJ
Curso: Oratória: A arte da comunicação eficaz
Acij, Joinville
(47) 3461-3344 ou [email protected]
17 de março
Palestra: ESocial (aspectos e processos)
Acij, Joinville
(47) 3461-3344 ou [email protected]
30 de março
Palestra: Bloco K
Acij, Joinville
(47) 3461-3344 ou [email protected]
5 a 7 de abril
Curso: Redação empresarial com o acordo
ortográfico
Acij, Joinville
(47) 3461-3344 ou [email protected]
26 e 27 de abril
Curso: Liderança situacional
Acij, Joinville
(47) 3461-3344 ou [email protected]
28 de abril
Curso: Excel, do básico ao intermediário
Acij, Joinville
(47) 3461-3344 ou [email protected]
REVISTA 21 23
POR QUE ACIJ
BANCO DE IMAGENS
DNA NATURAL
47 30439005
DOUAT AMBIENTES INDUSTRIAIS
47 30265005
DRA VIVIAN CAMPOS
47 34339920
EDERSON SPIELMANN
47 84568277
EDSON ALUISIO BATISTA
47 84207370
ESQUADRICENTER MÓVEIS E ESQUADRIAS
EVOLUTION SPORTS
47 34371366
11 982448110
FARMÁCIA ECONÔMICA
47 34631429
FERRARI & FERRARI NEGÓCIOS IMOBILIÁRIOS
47 91373010
FLORENSE JOINVILLE
47 38044554
GLOBOSUL ENGENHARIA
47 30282222
GUARDE MAIS JOINVILLE
47 30256265
H&S AUDITORIA
47 30254172
HABITAR IMÓVEIS
47 38044094
HALIFAX CONSULTORIA E REPRESENTAÇÕES
47 91866866
PROGRAMA DE ENERGIA ACIJ
INTERSEPT
41 32669581
Racionalize suas contas
INTERSEPT VIGILÂNCIA E SEGURANÇA
41 32669581
ISE7E SOLUÇÕES GRÁFICAS
47 34270085
J & L CONTABILIDADE
47 34343414
J.CEOS IMAGENS
47 30855358
KIBS
47 34228667
KJM CONTABILIDADE
47 34661195
KLEIN CONTADORES ASSOCIADOS
47 34616777
LUGANO CHOCOLATES
47 30439022
MADEIRAS TORQUATO
47 34372122
MARTELINHO 3M
47 34334838
MERCADO COMPRE MAIS
47 34664832
MERCADO E PANIFICADORA PACHECO
47 30288112
MODELAÇÃO NOVA ERA
47 34372819
MOTORMEC SOLUÇÕES AUTOMOTIVAS
47 30344858
NATIPE CONSULTORES
47 32276038
OIL EXPRESS
47 99127344
ORBENK ADMINISTRAÇÃO E SERVIÇOS
47 34614200
Você já conhece o Programa de Energia Acij? A ação tem
como objetivo auxiliar as empresas joinvilenses a economizar nas contas de energia elétrica. Iniciado em 2007, o
programa já colaborou com 115 empresas e visa à eficiência energética como ferramenta para a modernização do
parque industrial, melhoria da gestão de energia elétrica,
geração de economias sustentáveis e alívio de carga no
sistema elétrico da Celesc. Entre em contato para saber
mais sobre a consultoria gratuita para associados: (47)
3461-3333 ou [email protected].
MAIS PARCEIROS EM
NOVEMBRO E DEZEMBRO/2015
AEROVILLE EQUIPAMENTOS INDUSTRIAIS
47 34251717
PAGGTAXI
47 30288012
ALEX AUTO ELÉTRICA
47 34548739
R5S ORGANIZAÇÕES TREINAMENTOS LTDA
47 31219126
ALEXANDRE MARTIN
47 30251404
REALI BALÕES
47 34374932
ALUMI-INOX
47 97441661
RESTAURANTE PRÍNCIPE
47 91870833
AUTO ELÉTRICA 2000
47 34350805
RISCO ZERO SC
47 99799992
BOCA AR CONDICIONADO AUTOMOTIVO
47 34385327
SALUTARE VACINAS
47 34330043
BOUTIQUE DO FRANGO
47 30292555
SLAVIERO BENEFITS
47 30434405
BRANDES DISTRIBUIDORA DE PEÇAS ELÉTRICAS
47 30430995
SPEAK ONE
47 30346050
BRASTEMP & CONSUL AUTORIZADA
47 30332747
SUPERMERCADO KOCK
47 34671036
CAFÉ CARAMELLO
47 99242692
THORSTEN SACKMANN
51 99145791
CASA DO MARCENEIRO
47 34330777
TULIO EUGENIO MALBURG
47 34330034
CASA E CASE
47 30254711
VAREJONLINE TECNOLOGIA E INFORMÁTICA LTDA
47 30339601
CEBRACE CRISTAL PLANO
47 34467000
WOOD ART
47 30343566
CONTAAZUL
47 34179204
DANUBIA MEDEIROS BACHTOLD
47 88098893
DMF COMPONENTES INDUSTRIAIS
47 34373209
Errata: diferente do que foi publicado na edição anterior, o
telefone da Allcon Consultoria de Resultados é (47) 3461-3121
Associe-se. Entre em contato pelo 3461-3370 e conheça as vantagens de ser um associado
24 ACIJ
FEITO EM JOINVILLE
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Franquia da marca de móveis em Joinville: Top of Mind
FLORENSE
Destaque nacional
Com 63 anos de história, a Florense é
referência mundial entre as fábricas
de móveis e oferece um mix de produtos de alto padrão que contempla
todos os ambientes residenciais e
corporativos. A excelência dos serviços prestados por sua rede franqueada complementa a qualidade dos
produtos. São 72 lojas no mundo − 60
no Brasil e 12 no exterior. Em Join­ville,
Sede da agência, que oferece atendimento personalizado
UNIQUE
Aproveite a viagem
Viajar é um momento especial que depende de bom planejamento. Atuando
nesse campo, a Unique Travel & Tours aposta no atendimento personalizado.
“Temos um ambiente familiar e atendemos com horário marcado, procurando fazer quem nos procura se sentir único”, ressalta Leonardo Cubas, um dos
sócios, que fundou a agência há pouco mais de um ano, com o irmão Bruno.
A empresa surgiu com o objetivo de oferecer atendimento de alta qualidade.
Dentre os serviços, é possível encontrar pacotes para viagens de negócios,
25 ACIJ
já está presente há duas décadas.
No final de 2015, a marca conquistou o Prêmio Top of Mind em
quatro categorias: móveis para quartos, armários planejados para quartos, cozinhas planejadas e móveis
planejados para escritórios. O resultado retrata a credibilidade junto aos
profissionais da arquitetura e decoração de interiores. A pesquisa foi feita
pelo Instituto Datafolha para a Revista Casa e Mercado. “A premiação é o
reconhecimento do nosso trabalho,
que busca, em primeiro lugar, a necessidade do cliente”, afirma o franqueado de Joinville, Mateus Novelli. A
variedade de padrões de acabamentos e cores (são 220) e a durabilidade
são importantes diferenciais.
Florense
Rua Araranguá, 145. (47) 3804-4554
www.florense.com
sugestões de picos de surfe para os
amantes do esporte, destinos para
lua de mel e viagens em família.
Segundo Leonardo, entre os três
destinos mais procurados pelo joinvilense estão a Disney, o Canadá e o
Nordeste brasileiro. Seja para onde
for, a proposta é uma: “Planejamos a
viagem completa, passagens aéreas,
hospedagem, locação de veículos e
auxiliamos na emissão de passaporte e seguros”. Ele afirma que é possível viajar em momentos de crise. “É
preciso verificar as finanças e fazer
orçamentos. Todo mundo precisa
de férias, quem casa quer uma lua
de mel para recordar. A crise existe
para quem não tem motivação. Está
difícil, mas não impossível. Agora é o
momento de usar a imaginação”.
Unique Travel & Tours
Rua Henrique Meyer, 280, sala 609 Centro, Joinville
[email protected]/
(47) 3445-1267
REVISTA 21 25
5 TOQUES
FÁBIO ABREU
LEÃO
Planejamento
tributário eficaz
Apontados por dez entre dez empresários como entraves ao desenvolvimento dos negócios, os tributos
representam, em média, 33% do faturamento bruto,
47% do total de custos e despesas e 52% do lucro.
Para auxiliar na elaboração de um projeto tributário eficiente, o Instituto Brasileiro de Planejamento
e Tributação (IBPT) listou cinco dicas que você pode
colocar em prática em 2016.
1
Faça o diagnóstico
Realizar um minucioso diagnóstico fiscal da
empresa é muito importante para identificar
pontos que permitam obter a maior economia
de tributos possível. Fundamental contar com a participação de tributaristas no processo operacional,
revisar periodicamente o plano e promover ajustes,
sempre que necessário.
26 ACIJ
2
Invista na análise
A análise deve considerar os custos envolvidos, o
benefício a ser gerado e os riscos inerentes, para
evitar equívocos no processo que possam gerar
perdas para a empresa. Do contrário, pode ser necessário analisar novamente a situação do negócio.
3
Personalize
O planejamento tributário deve ser personalizado. Afinal, até as empresas que atuam no
mesmo segmento ou de porte semelhante têm
políticas diferentes de organização e trabalho
4
Organize-se
Desorganização é extremamente prejudicial
à realização de um bom planejamento tributário. Coloque a contabilidade em dia, mantenha práticas idôneas e alinhe os processos internos
para garantir o máximo de aproveitamento na elaboração do plano.
5
Não confunda
Não se pode confundir planejamento tributário
com sonegação fiscal. O planejamento é o conjunto de medidas contábeis, administrativas ou
judiciais que têm como objetivo evitar, minimizar ou
adiar a ocorrência do próprio fato gerador do tributo.
CONSULTORIA
Inez Maria de
Fatima Robert
Consultora na
Robert Consultoria
Invista em diferenciais
competitivos por meio da gestão
por competências e habilidades
Demandas organizacionais exigem a contínua busca de diferenciais. Nesse contexto, o
segredo das empresas que conseguem se sobressair se resume a uma prática há tempos discutida, mas nem sempre aplicada: foco absoluto no quadro funcional. Quando
se dá foco ao capital humano, os resultados levam à eficácia, ao mesmo tempo em
que a gestão por competências e habilidades fortalece a relação que deve existir para
a inovação e a competitividade.
A prática requer investimento inicial na focalização das competências e habilidades
estratégicas indispensáveis ao negócio, considerando a visão e a essência da missão da
empresa, desdobramentos funcionais e criteriosos mecanismos de gestão que permitam clareza, objetividade e justiça à identificação desses atributos no quadro funcional, desenvolvimento de dominâncias não presentes e reconhecimento de diferenciais
competitivos frente aos resultados necessários.
Dez passos para implementar a gestão por competências e habilidades
l Definir o escopo de cada
processo de trabalho e respectivas
funcionalidades.
l Dimensionar com clareza as
competências e habilidades
necessárias, desdobrando-as por
áreas funcionais.
l Alinhar a visão dos profissionais
à da empresa sobre o que se espera
efetivamente de sua atuação,
discutindo e, quando for o caso,
revendo processo, funcionalidades,
competências e habilidades definidas.
l Sistematizar orientação, sustentada
na avaliação da proficiência dos
profissionais, com forte alinhamento
por meio do feedback.
l Personalizar e prover capacitações
necessárias e medir eficácia.
l Definir e acompanhar resultados,
considerando metas de crescimento
pessoal e profissional.
l Identificar e reconhecer
desempenhos em destaque.
l Prover perspectivas de crescimento
e carreira, que não precisam ser
verticais.
l Criar um banco de dados com as
competências e habilidades estocadas
na empresa.
Embora simples,
o processo requer
determinação, clareza,
proximidade dos
envolvidos e um forte
gerenciamento para
que seus resultados
sejam consolidados,
para que não se torne
uma rotina operacional
fragmentada e, por
vezes, desgastante.
Mãos à obra, faça um
piloto e adote a prática.
l Sistematizar atendimento de
demandas considerando habilidades
e competências existentes e, não
obrigatoriamente, a clássica visão de
cargos.
Inez Maria de Fatima Robert, formada em Psicologia com Mestrado em Administração – Ênfase em Gestão Estratégica, com 43
anos de vivência na área de Gestão de Pessoas em empresas de São Paulo e Santa Catarina. Consultora da Robert Consultoria,
professora e orientadora em cursos de formação na Universidade da Região de Joinville e Faculdade Guilherme Guimbala, pósgraduação no Centro Universitário/Católica de Santa Catarina e na Univille.
27
ACIJ
REVISTA 21 27
OBJETOS DE DESEJO
Confira as dicas da hora para seu
conforto em casa e no trabalho
CAFETEIRA PORTÁTIL
A Minispresso, uma cafeteira portátil
desenvolvida pela Wacaco, prepara cafés com a
mesma qualidade de uma máquina tradicional.
Não tem bateria nem precisa de energia elétrica:
basta inserir pó e água quente e destravar uma
bomba lateral.
A Minispresso tem 17,6
centímetros de altura
e pesa 363 gramas,
produzindo cerca de
70ml
Valor: U$ 49
www.wacaco.com
DO CELULAR PARA A PAREDE
Para os que precisam fazer uma apresentação
no trabalho ou desejam apenas ver um filme
no Netflix, o ZenBeam EZ1 é uma solução que
cabe na palma da mão. Lançado pela Asus,
o projetor LED para smartphones e celulares
possui bateria recarregável de 6.000 mAh,
podendo ser recarregada via cabo USB. É
compatível com sistemas Android e Windows.
A lâmpada LED de 150 lumens projeta imagens
WVGA de até 854 x 480 de resolução e com
tamanhos que podem variar de 22 a 80
polegadas, dependendo da distância entre a
parede e o aparelho.
RELÓGIO INTELIGENTE
O Gear S2, o novo relógio inteligente da Samsung,
destaca-se pelo sistema operacional intuitivo, o Tizen,
que é integrado à sua coroa giratória funcional. O relógio
é resistente à água e à poeira, confortável e leve, com
tela de 1,2 polegadas e circular Super AMOLED com
360x360 de resolução. Oferece teclado virtual, com
opção de selecionar respostas pré-prontas. O recurso de
comando de voz também pode ser utilizado para escrever
a fala do usuário. O sistema traz contador de passos,
agenda, previsão do tempo, player de música, batimentos
cardíacos e calendário, além de sensor de luz ambiente e
acelerômetro. Também mostra notificações de aplicativos
compatíveis, como Facebook e WhatsApp.
Produto ainda será lançado no mercado
www.asus.com.br
Valor: Gear S2: R$ 1.899/Gear S2 Classic: R$ 2.099
www.samsung.com.br
28 ACIJ
FOTOS: DIVULGAÇÃO
IMAGENS MAIS VÍVIDAS
Galaxy Tab S2, o novo tablet da Samsung,
destaca-se pelo design fino, com 5,6 mm
de espessura, e a tela com imagens mais
vibrantes. Pesando apenas 272 gramas, vem
com display que valoriza o preto na tela,
tornando as imagens vívidas. O tablet, que
pode ser adquirido em dois tamanhos (8
ou 9,7 polegadas), tem processador Exynos
octa-core, Android Lollipop 5.0 e sensor
de impressões digitais. Contém 3 GB de
memória RAM, 32 GB de armazenamento
interno (expansível com cartão microSD de
até 128 GB) e câmeras de 8 megapixels e 2.1
megapixels.
Valor: de R$ 2.349 a R$ 2.699
www.samsumg.com.br
O produto está disponível em
três versões no Brasil: com tela
de 8 polegadas e 4G, tela de 9,7
polegadas com Wi-Fi e tela de
9,7 polegadas e 4G
RAPIDEZ NO FOCO
O Sony Xperia Z5 traz como novidade uma câmera traseira com
23 megapixels, com foco rápido – é possível tirar uma foto em
0,03 segundo. Com display de 5,2 polegadas e resolução Full
HD, seu processador é um Qualcomm 810 com oito núcleos,
a memória RAM é de 3 GB e o armazenamento interno de 32
GB, expansível com cartão microSD de até 200 GB. O sistema
operacional é o Android Lollipop 5.1, com atualização garantida
para a versão 6.0. Disponível no Brasil em preto, branco, verde
ou dourado.
Valor: R$ 4.299
www.sony.com.br
Dicas para os “Objetos de desejo” da próxima edição? Escreva para [email protected]
29 ACIJ
REVISTA 21 29
BRIEFING
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Estruturas da Park In Box e
Guarde Mais, que oferecem
espaço para armazenar todo o
tipo de material fora de uso
Park in Box
Rua Arnaldo Moreira Douat, 444
Joinville
Atendimento: de segunda a sexta,
das 8h às 18h
(47) 3465-5055
Guarde Mais
Rua Ottokar Doerffel, 1112
Joinville
Atendimento: de segunda a sexta
das 8h às 18h. Sábados, domingos
e feriados, atendimento especial
pré-agendado
(47) 3025-6265
30 ACIJ
EMPRESAS
Para guardar tudo bem
Onde guardar com segurança documentos, móveis ou objetos fora de uso, em
casa ou no escritório, estoque de lojas, coleções, materiais esportivos, aquelas
roupas do inverno – ou de verão –, os apetrechos de piscina e os enfeites de
Natal? No final de 2015, Joinville passou a contar com soluções para esse problema típico da vida moderna que é a falta de espaço, com a chegada de duas
empresas de self storage, ou “guarde você mesmo”. Criada na década de 60
nos Estados Unidos com a intenção de fazer frente à dificuldade que atinge
as grandes cidades, é uma modalidade de locação disseminada também na
Europa e vem crescendo nas principais cidades brasileiras.
A ideia é oferecer opções de armazenamento de objetos e produtos os
mais distintos, tanto para famílias quanto para empresas. A iniciativa deu tão
certo que já movimenta cifras relevantes: em 2014, US$ 22 bilhões nos Estados Unidos e R$ 140 milhões no Brasil. “Somos uma extensão da garagem de
casa ou do escritório pelo tempo que o cliente precisa”, compara Paulo Antônio Munhoz, sócio da Park in Box.
Funcionando em uma área de 2 mil metros quadrados, no prédio da antiga Metalúrgica Douat (próximo à Estação Ferroviária, no bairro Floresta), a
Park in Box oferece locações de espaços a partir de 1,5 x 1,5 metro. O prazo
de locação é determinado pelo cliente e o valor do serviço é cobrado mensalmente, de acordo com as dimensões contratadas. Todos os boxes têm
2,40 metros de altura e são feitos com chapas galvanizadas, além de ser
arejados, evitando qualquer dano aos itens guardados. O espaço pode armazenar uma infinidade de opções, exceto produtos perecíveis, perigosos,
inflamáveis, ilegais ou vivos.
Os boxes são privados e com acesso exclusivo aos clientes, que devem
utilizar cadeado próprio. Além do inquilino, só pessoas cadastradas por ele e
que disponham da chave do cadeado podem ter acesso ao box. Monitoramento eletrônico composto por
câmeras digitais e alarmes garante
a segurança do local. O cliente também pode contratar um seguro enquanto o contrato de locação estiver
válido. Outra vantagem no serviço
da Park in Box é a facilidade e rapidez
no acesso aos boxes.
Não muito longe dali, na Rua
Ottokar Doerffel, bairro Anita Garibaldi, a Guarde Mais, também vinda de Curitiba – onde está instalada
desde 2010 –, montou uma grande
estrutura para atender, além de
Join­ville, cidades vizinhas como Garuva, São Francisco do Sul e Jaraguá
do Sul. A empresa disponibiliza 279
boxes, com tamanhos e finalidades
variadas, para armazenar móveis,
arquivos, estoques e volumes – que
podem ser guardados pelo tempo
necessário. “O Self Storage nasce num momento muito especial,
quando a verticalização se torna irreversível e necessária, fazendo que
os espaços sejam cada vez menores”, observa o diretor comercial da
empresa, Francisco Pascale.
Alugar um box é fácil. Os contratos
são firmados após apresentação de
documentação simples e podem
estabelecer prazos variados, a partir
de 30 dias, sem necessidade de
fiador ou multas contratuais. É ideal,
por exemplo, para descentralizar
a logística das empresas,
implantando pequenos centros de
distribuição sem investir no aluguel
de grandes galpões. De acordo
com a Associação Brasileira de Self
Storage (Assbrass), essa modalidade
de locação é a atividade que mais
cresce no mercado imobiliário
americano. No Brasil, a atividade
conta, atualmente, com cerca de
100 empresas que oferecem 170 mil
metros quadrados.
31
ACIJ
TELEFONIA
Falta de comunicação na Serra
Dona Francisca em debate
As quatro empresas de telefonia celular que operam em Joinville estão
dispostas a resolver o problema de falta de comunicação na Serra Dona
Francisca. Com pontos de sombra, em que não é possível ligar nem acessar a internet, o trajeto se torna preocupante, principalmente em casos
de emergência. Em novembro, representantes das operadoras estiveram
na Agência de Desenvolvimento Regional de Joinville para discutir a situação. A próxima reunião deve ocorrer neste mês de fevereiro.
A Claro informa que já tem quatro antenas na região da Serra Dona Francisca
para cobertura do trajeto que começa na BR-101 e vai até Campo Alegre. De
acordo com seus representantes, a cobertura compreende áreas rurais e de rodovia
que não se enquadram no escopo de atendimento obrigatório estabelecido pela
Anatel. Durante a reunião, foi informado que uma nova antena da empresa
está sendo instalada próxima à Sociedade Rio da Prata e que ambas as antenas
poderão ter a estrutura compartilhada com as demais operadoras.
Oi, TIM e Vivo informam que a viabilidade técnica da proposta está sendo estudada e deve ser apresentada na próxima reunião. No triênio que vai
até 2017, a TIM pretende investir R$ 14 bilhões na região. Em 2015, foram
efetuadas ampliações de capacidade em nove torres que atendem a cidade, além da ativação de 20 novos sites abrangendo a área urbana e parte
da área rural do município. A Oi investiu cerca de R$ 96 milhões em Santa
Catarina, de janeiro a setembro de 2015. A operadora está priorizando investimentos em suas redes de telecomunicações, com foco no tripé Operações, Engenharia e TI, para melhoria da qualidade do serviço aos clientes
em todas as regiões. Entre janeiro e outubro de 2015, instalou 18.100 novas
portas de acesso à internet banda larga no Estado. Nesse período, também
foram implantados 22 novos sites de telefonia móvel 3G, dois novos sites
2G e 30 outros foram modernizados ou ampliados.
SECOM/GOVERNO DO ESTADO
Pontos de sombra na rodovia prejudicam sinal
REVISTA 21
31
DIVULGAÇÃO
Vicente trabalha há dois anos na
operação da Totvs situada no Vale
do Silício; em Joinville, especialista
lançou projeto social para jovens
OBJETIVOS DO PROGRAMA
TECNOLOGIA
Que tal uma “Siliconville”?
O joinvilense Vicente Goetten Junior, 33 anos, formado em Tecnologia da
Informação pela Utesc e com MBA em Gestão Empresarial pela Fundação Getulio Vargas (FGV), é diretor executivo da Totvs Labs, operação da
brasileira Totvs baseada no Vale do Silício, o reconhecido centro global de
tecnologia e inovação. “Estar aqui nos dá aquela sensação de que tudo
é possível, as pessoas não têm medo de arriscar e o ambiente é muito
favorável e aberto para testes”, afirma Vicente, que fechou a ExpoInovação 2015, em Joinville, com uma aplaudida palestra sobre tendências no
campo da tecnologia.
Nesta entrevista à Revista 21, afirma que sua cidade natal tem potencial para se fortalecer cada vez mais nesse segmento, espelhando-se
em exemplos como Berlim e Tel Aviv: “Precisamos pensar a longo prazo,
criar um ambiente e políticas que tornem Joinville aberta para inovações”.
Também explica como funciona o projeto social intitulado KeenFuture
(www.keenfuture.org), idealizado por ele e pela esposa Daniela, que vai
selecionar jovens carentes para estudar no exterior.
32
ACIJ
Para participar, a família do jovem
precisa ser de baixa renda e a sua
média escolar mínima, de 80%. No
final, o jovem fará intercâmbio de
três meses nos Estados Unidos, em
uma das escolas parceiras. Acreditamos que, com isso, vamos influenciar os alunos a se esforçarem para
irem além. Esperamos encontrar um
número representativo de candidatos que atendam a esse requisito. E
o grande objetivo será influenciar
outros jovens, mostrar que é possível sonhar alto e construir um futuro melhor. Tenho certeza de que os
jovens selecionados serão grandes
influenciadores na comunidade em
que vivem. Nosso representante em
Joinville está visitando escolas municipais para identificar alunos que se
enquadram no perfil da KeenFuture.
Seguiremos com esse processo até o
primeiro trimestre de 2016. Uma vez
identificados, os jovens passarão por
entrevista. Nosso objetivo é ter pelo
menos cinco alunos patrocinados
em 2016, mas esse número poderá
subir exponencialmente. O objetivo
é expandir a KeenFuture para diversas cidades, não só do Brasil mas
como em outros países. Nossa expectativa é que isso se viabilize em
2017, ou antes, caso novos investidores e parceiros sejam identificados.
PERFIL PESSOAL
Apesar de vir de uma família simples,
meus pais sempre fizeram esforços
incríveis para me dar a melhor educação possível, e me falavam que, se eu
me esforçasse, se eu lutasse, poderia
fazer o que quisesse, que não haveria limites para meus sonhos. Desde
muito novo, eu assistia a filmes e lia
livros em inglês. Além disso, sempre
fui apaixonado por tecnologia. No
início da adolescência, comecei a desenvolver websites e pequenos aplicativos. A oportunidade de vir para
os EUA surgiu pela Universidade de
Stanford. Um dos diretores do centro de engenharia elétrica me convidou para participar de um projeto de
pesquisa em 2011, e a experiência foi
transformadora. Tive contato com
empreendedores, professores, alunos
e investidores que estavam executando ideias com potencial de transformar o mundo. Na mesma época,
eu era evangelizador de tecnologia
da Totvs e o CEO, Laercio Cosentino,
pediu que eu pensasse no que a Totvs
poderia fazer no Vale do Silício, após o
meu período em Stanford. Foi daí que
surgiu a Totvs Labs.
VALE DO SILÍCIO
Estar aqui foi um fator muito importante: estar em contato com investidores, empreendedores, universidades, dá aquela sensação de que aqui
tudo é possível, pois as pessoas não
têm medo de arriscar, e temos um
ambiente muito favorável e aberto
para testes. O que tornou o Vale do
Silício o que ele é foi esta combinação incrível de talentos formados nas
melhores universidades, empresas
inovadoras, capital de risco e grandes
empresas. O objetivo da Totvs Labs é
trazer inovações para nossos clientes
do mundo todo. Hoje, no Labs, temos
um time de pesquisa e desenvolvimento trabalhando no em ideias e
novas tecnologias e outro focado em
localizar startups nas quais a gente
possa investir ou estabelecer parcerias, ajudando essas empresas a entrar na América Latina.
JOINVILLE TECNOLÓGICA
Tel Aviv e Berlim, centros de referência em tecnologia, deveriam ser
benchmarks para a nossa cidade.
Não adianta querer nos comparar
com o Vale do Silício, nem mesmo os
EUA conseguiram replicar o modelo.
Mas conseguiríamos nos espelhar
em cidades como Berlim. Joinville é
forte na formação de talentos para
a tecnologia. O que falta é criar um
ambiente aberto a inovações, que
estimule ideias e políticas. Estabele-
MAX SCHWOELK
cer uma meta, por exemplo, como
ser a primeira cidade do Brasil a ter
carros autônomos, a primeira a liberar autorizações para esses carros
andarem nas ruas. Criar o conceito
de manufatura digital, com impressoras 3D dentro das empresas de
manufatura. Por isso, enfatizo a necessidade de pensarmos longe, quem
sabe criarmos a nossa “Siliconville”.
Existe oportunidade de trazermos
empresas de tecnologia, empreendedores e políticos para criar políticas
favoráveis à inovação e ao empreendedorismo. Precisamos também de
um ambiente amigável para que as
pessoas testem, aprendam, melhorem suas ideias etc. Existe capital, o
que falta é incentivar pessoas a criar
ideias e empresas a adotá-las. Algo de
diferente que Berlim e Tel Aviv fazem
é ajudar os empreendedores a pensar
globalmente desde o seu início. Essa
deveria ser a meta de Joinville. Nossa
cidade tem gente disposta a ajudar.
Falta que empresas e governo criem
um plano de longo prazo para nossa
cidade, pois o mundo daqui a 15 ou
20 anos será completamente diferente do que é hoje.
A MENINA DO VALE
Aos 27 anos, Bel Pesce é conhecida
como “A menina do Vale”. Formada
em engenharia elétrica, ciências da
computação, administração, economia e matemática no Instituto de
Tecnologia de Massachusetts (MIT),
foi listada entre os 30 jovens mais
promissores do Brasil pela Revista
Forbes. Trabalhou na Microsoft,
Google e Deutsche Bank. Após
concluir os estudos, mudou-se para
o Vale do Silício. Foi lá que fundou
a startup Lemon Wallet e escreveu
seu primeiro livro. O auditório da Expoville lotou para a palestra de Bel,
intitulada “Criando Oportunidades”,
promovida pela Acij.
33 ACIJ
REVISTA 21 33
EDUCAÇÃO
Negócio de R$ 150 milhões
muda gestão da Sociesc
Uma das maiores organizações educacionais privadas de ensino superior
do Brasil, a Anima Educação assumiu
a operação de instituições de ensino
mantidas pela Sociedade Educacional de Santa Catarina (Sociesc). Passam a fazer parte do grupo o Centro
Universitário Unisociesc, em Join­
ville, e faculdades em Curitiba, Florianópolis, Blumenau, São Bento do Sul,
Balneário Camboriú, além do Colégio
Tupy, da Escola Técnica Tupy e da Escola Internacional de Florianópolis.
A Sociesc atua no ensino médio,
educação bilíngue, ensino técnico
34 ACIJ
e profissionalizante e ensino superior, nas modalidades presencial e
a distância. Com mais de 15,6 mil
alunos matriculados e aproximadamente 1 mil colaboradores, destaca-se pelo relacionamento com os
setores produtivos locais, sendo
líder nas atividades de capacitação
empresarial e apoio ao desenvolvimento de empresas, por meio de
sua unidade de Gestão e Inovação
Tecnológica, e mantendo convênio
exclusivo com a Fundação Getulio
Vargas (FGV) nas praças em que
atua em Santa Catarina.
O valor total do negócio alcança
R$ 150 milhões. “Assumimos a operação com o compromisso de dar
continuidade ao ensino inovador alinhado aos projetos de vida de seus
estudantes para caminhar em direção ao nosso propósito de transformar o país pela educação”, avalia Daniel Castanho, presidente da Anima
Educação. A conclusão do processo
está sujeita à aprovação do Conselho
Administrativo de Defesa da Concorrência (Cade) e vai elevar a base de
alunos do grupo para 98 mil pessoas.
O projeto marca um movimento relevante na expansão das atividades
de Ensino a Distância (EaD) da Anima, que passará dos atuais 12 para
um total de 33 polos de graduação,
atendendo a 4 mil alunos. Além disso, a Sociesc tem protocolados no
MEC mais 26 pedidos de novos polos,
o que levará potencialmente a rede
para um total de 59 unidades.
Segundo Castanho, a empresa pretende preservar o legado da
Sociesc, respeitando a tradição e a
identidade da instituição. Os principais executivos da Sociesc permanecerão à frente da gestão. Neste
início de ano, está sendo produzido
um diagnóstico das oportunidades
de sinergia entre as instituições, para
identificar o que há de melhor em
cada uma. Ficaram de fora da negociação a Escola Internacional de
Joinville e os imóveis operacionais
situados na cidade (campi Boa Vista e Marquês de Olinda), que terão
gestão própria, estatuto, conselho e
corpo de associados, realizando atividades que beneficiem a comunidade
de acordo com seu objeto social.
O primeiro grande projeto da Nova Associação (o nome ainda não foi definido), que
vai cuidar das operações não incluídas no negócio com a Anima, será a construção
de um prédio moderno, na Rua Marquês de Olinda, para a Escola Internacional,
que terá os mais avançados recursos educacionais e um complexo esportivo para
despertar o interesse das crianças em esporte que terá uma área total de 9 mil
metros quadrados. Revisão do projeto original – necessária para acomodar a sede
da Nova Associação e novidades em termos de tecnologias educacionais – está em
curso. Após aprovada essa etapa, as obras serão iniciadas.
35 ACIJ
DIVULGAÇÃO
Uma das sedes da Sociesc, em
Joinville: novos proprietários
prometem dar continuidade ao
legado do grupo, respeitando
a tradição e a identidade
REVISTA 21 35
DIVULGAÇÃO
Com 4 mil usuários, software desenvolvido pela Sys facilita trabalho de agências
TECNOLOGIA
Aposta na gestão eficiente
para empresas criativas
Software criativo para empresas
criativas. Assim foi desenvolvido
o Agência Sys, lançado em nova
versão neste início de ano, trazendo conceitos de usabilidade, ergonomia, integração e facilidade na
gestão das empresas. Para a reestruturação, foram 18 meses e uma
equipe de 15 profissionais dedicada
ao projeto. Metodologias do Design
Thinking e User Experience foram
utilizadas para construir o produto
de acordo com as necessidades dos
clientes, proporcionando um processo de trabalho mais colaborati-
36 ACIJ
vo, que valoriza a troca de ideias e
tem gestão participativa.
Voltado para agências de publicidade, escritórios de design, agências digitais, produtoras de vídeo,
agência de eventos, assessorias e
setores de marketing, o software
auxilia na coordenação dos trabalhos por meio de um sistema de
estrutura modular, permitindo habilitar recursos pertinentes às necessidades de cada empresa.
A usabilidade do sistema foi
pensada para ser descomplicada,
amigável e objetiva. As telas foram
planejadas a partir de conceitos que
deixam o trabalho dos profissionais
mais eficiente, melhorando a produtividade, promovendo a comunicação interna e gerando resultados
positivos. Além disso, otimiza o tempo de entrega dos trabalhos, integra
departamentos, aumenta o engajamento e dá uma visão completa das
tarefas e dos profissionais.
A Agência Sys está do mercado de
sistemas de gestão desde 2008.
Contabiliza 600 clientes e quase 4
mil usuários em todo o Brasil. Tem
25 profissionais trabalhando na
sede em Joinville. Para conhecer
o novo sistema, acesse www.
agenciasys.com.br, faça o cadastro
e comece a usar gratuitamente
por 15 dias.
37
ACIJ
REVISTA 21 37
EM NÚMEROS
Diminuindo as perdas de água
Um dos maiores problemas no abastecimento de água em Joinville são as perdas devido a vazamentos ocultos e
ligações clandestinas. No início de 2015, as perdas por ligação ao dia eram de 708 litros. Em outubro, caíram para
654 litros, gerando uma economia de 558.308 m3 e R$ 759.974. A Companhia Águas de Joinville estipulou metas até
2018 para medir a eficácia das suas ações. O objetivo para 2016 é diminuir as perdas em 7,7%.
Perdas por ligação, de março/2014 a outubro/2015
Metas
Abaixo, a evolução das perdas por ligação ao dia. No início
de 2014, as perdas de água estavam acima de 700 litros/
ligação/dia. Durante o ano, o plano de redução de perdas foi
atualizado e as ações surtiram efeito. As ações medidas até
outubro/15 estavam próximas da meta estabelecida.
Evolução anual da economia
Em m³
558.308
644.942
644.942
644.942
2016
2017
2018
Perdas por ligação
em litros/dia
META ESTABELECIDA
RESULTADO
725
708
700
654
702
649
600
637
604
2015
573
543
Em R$
500
400
820.772
759.974
886.434
957.348
300
200
100
0
MAR A DEZ
2014
JAN A OUT
2015
2016 17 18
2015
2016
2017
2018
Como é feito o combate aos vazamentos ocultos
Boa parte das perdas é registrada nesse tipo de vazamento, difícil de detectar por ocorrer no subsolo
1
Técnico caminha
com o geofone
eletrônico
1
2
Sensor é
posicionado na
superfície do solo
2
3
Ruído é
captado
4
Vazamento está abaixo do
ponto onde o ruído é mais
intenso
5
Técnico trabalha
com um ou dois
auxiliares
5
3
4
FONTE: COMPANHIA ÁGUAS DE JOINVILLE
38 ACIJ
O combate
às ligações
clandestinas
Mapeamento
das ligações
irregulares
desativadas em
2015. Cada ponto
representa uma
ligação irregular
desativada)
1.215
ligações clandestinas foram
desativadas pela companhia
entre janeiro e outubro/2015
Ligações
desativadas,
por bairro
Boa parte
das ligações
clandestinas foi
encontrada no
Paranaguamirim e
no Jardim Paraíso
0 a 7 ligações clandestinas
8 a 19 ligações clandestinas
20 a 36 ligações clandestinas
37 a 88 ligações clandestinas
89 a 167 ligações clandestinas
39 ACIJ
2km
REVISTA 21 39
INOVAÇÃO
Por que Santa Catarina é
campo fértil para startups
Marcela Güther
Santa Catarina se consolidou como polo de inovação e empreendedorismo nos
últimos anos, desempenhando papel privilegiado no cenário do setor de tecnologia, com destaque para empresas de diferentes portes. Entre elas, as chamadas
startups – negócios que alcançam sucesso por oferecer ideias baseadas em problemas reais. “Essencialmente, uma startup existe para resolver um problema (ou
uma ‘dor’, como gosto de dizer) de algum cliente. Se não há um problema ou necessidade, provavelmente não há mercado para o produto que essa startup quer
oferecer”, racionaliza Alexandre de Souza, gestor do Startup SC, do Sebrae Santa
Catarina e um dos organizadores do Startup Weekend Joinville, que ocorre em fevereiro. Hoje, são cerca de 350 startups identificadas pelo Sebrae no Estado.
Dez catarinenses (Meerkat, Dunning, Soluz Energia, Youper, Prosumir, Opifex,
Litma, Dr. Cuco, Instituto Gatti e Out Class) estão presentes no ranking do movimento 100 Open Startups, que elencou as companhias brasileiras mais atraentes para as grandes corporações. Além disso, três cidades do Estado figuram no
Índice de Cidades Empreendedoras de 2015, assinado pela Endeavor: Blumenau
(20º lugar), Joinville (9º) e Florianópolis (2º). Joinville ficou na frente de capitais
como Rio de Janeiro, Belo Horizonte e Brasília. “A cidade se destacou em infraestrutura e inovação, especialmente por ter boas universidades, mais qualidade de
vida e custos em geral mais baixos que os de grandes capitais. Startups como
ContaAzul, Sofit, Asaas e Meus Pedidos são cases de sucesso no país, e mostram
como Joinville vem se sobressaindo nesse tema”, ressalta Souza. Tiago Brandes,
CEO e co-fundador da Meus Pedidos, concorda: “O sucesso se deve à boa infraestrutura, às universidades renomadas e à qualidade a um baixo custo oferecida
para quem deseja viver na região”.
40 ACIJ
BANCO DE IMAGENS
41
ACIJ
REVISTA 21 41
De acordo com Souza, crise e recessão são ótimas oportunidades
para as startups, que representam
inovação e promovem soluções
que aumentam a eficiência e cortam custos. Para Janderson Araújo,
um dos sócios da Sizebay, o ecossistema de startups de Santa Catarina está mais conectado: “O movimento se fortaleceu, as pessoas
estão acreditando nos sonhos delas. Apesar da crise, existem muitos
investidores anjos e fundos investindo em ideias e novos negócios”.
Gilles de Paula, CEO da Treasy, acredita que não há melhor lugar para
empreender no Brasil – segundo
ele, hoje são dois grandes polos de
startups crescendo e se destacando, um localizado em Santa Catarina e outro, o San Pedro Valley, em
Belo Horizonte (MG). “Empreender
nunca é fácil, principalmente em
se tratando de startups que atuam
em um ambiente de extrema incerteza. Mas certamente temos
algumas das melhores condições
para isso no Brasil”, assegura.
Gilles aponta dois programas
que contribuem para o fortalecimento do ecossistema. O primeiro,
já mencionado, é o projeto Startup
SC, que visa desenvolver e promover empreendimentos inovadores
no Estado. A ideia é fortalecer as
startups digitais a partir da difusão da cultura empreendedora e
da profissionalização da gestão
de seus empreendimentos, com
ações de capacitação, inovação e
posicionamento de mercado. Das
atividades que o projeto realiza,
destacam-se o Startup Weekend,
o Meetup StartupSC, a Missão ao
Vale e o Programa de Capacitação,
sendo esta última a principal. Um
grupo de 20 startups é selecionado e, durante cinco meses, os empreendedores participam de uma
série de work­shops, cursos, palestras e sessões de mentoria, minis-
42 ACIJ
No alto, os fundadores da Treasy: planejamento financeiro e orçamentário;
na outra foto, a equipe da Sizebay, que lançou um provador virtual
tradas por especialistas, mentores e consultores. Durante os últimos três
anos, participaram da capacitação mais de 100 startups, de 23 cidades do
Estado. Em 2016, as inscrições para a sexta turma podem ser realizadas
neste mês de fevereiro.
O segundo programa destacado por Gilles é o Sinapse da Inovação, da
Fundação de Apoio à Pesquisa Científica e Tecnológica do Estado de Santa
Catarina (Fapesc), que auxilia ideias nascentes com subvenções econômicas. “Além disso, temos várias incubadoras, como a Softville e a Fundação
Certi, que são essenciais para evitar a morte prematura de empresas em
estágios iniciais”, lembra.
Uma boa novidade é que a Financiadora de Estudos e Projetos (Finep) anunciou,
no último trimestre de 2015, o Finep Startup, que visa aportar conhecimento e
recursos financeiros via participação no capital de empresas inovadoras de base
tecnológica, em estágio inicial, com faturamento anual de até R$ 3,6 milhões. O
investimento será por meio de contrato de opção de compra de ações e pode chegar
a R$ 1 milhão, baseado no plano de negócios da startup. A previsão é lançar um
edital em 2016 e dois em 2017. Cada edital terá valor de R$ 20 milhões.
Como
transformar a
ideia em negócio?
O gestor do Startup SC/Sebrae responde a pergunta do título: a primeira etapa é validar a ideia. “Antes de
começar uma startup, é necessário
ver se alguém tem interesse na compra. Você deve testar seu produto no
mercado, fazer um protótipo e levar
para alguém. É o primeiro passo, e
o mais importante, mas que muita
gente pula”, anota Souza. Um exemplo é a Sizebay, criada a partir de uma
necessidade do mercado: há cerca
de três anos, seus fundadores perceberam a dificuldade que as pessoas
(inclusive eles mesmos) tinham para
comprar roupas pela internet – e que
o problema com medidas ia além do
e-commerce, impactando lojas físicas e fabricantes. Em setembro de
2015, a startup lançou o provador
virtual para e-commerce.
“Na plataforma, os consumidores podem escolher o tamanho
correto de suas roupas, a indústria
passa a conhecer o perfil de medidas e comportamento de seu
público para planejar melhor sua
produção, e o e-commerce, a atender melhor seus clientes, vendendo
mais e com melhores margens e reduzindo trocas ou devoluções”, explica Janderson Araujo, responsável
pela startup. O internauta consegue
realizar dedução automática das
medidas corporais – o sistema descobre as medidas a partir de informações que o cliente fornece, como
sexo, idade, altura e peso. “Estamos
implantando a solução em quatro
clientes (Malwee, Kyly, Carmim e
Camisarias Colombo) e em fase de
negociação com mais de uma dezena”, informa Araujo. Em 2016, a startup pretende consolidar o produto e
lançar seu próprio buscador.
43 ACIJ
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Equipe da Plurio: solução de colaboração na nuvem que visa
aumentar o controle e baixar custos de atendimento a clientes
Joinvilenses atentos
às melhores práticas
O Vale do Silício, nos Estados Unidos, é reconhecido mundialmente como
berço das principais empresas globais de tecnologia. Buscar inspiração
e imergir nesse universo foi parte dos objetivos da missão do programa
Startup SC/Sebrae à região, em setembro de 2015. Um dos destaques foi
a participação dos empreendedores no TechCrunch Disrupt 2015. As join­
vilenses Treasy e Plurio – Management in E-mail foram duas das sete startups catarinenses presentes na missão.
Fundada em novembro de 2013, a ideia da Treasy começou a nascer
quando o CEO Gilles de Paula estava ajudando sua esposa a elaborar o
planejamento e orçamento da Parece Gente, um ateliê de bonecas de
pano. “O negócio começou a se expandir e sentimos dificuldade ao utilizar planilhas para o planejamento e simular possíveis cenários. Na época,
chegamos a pesquisar na internet por sistemas de planejamento online
REVISTA 21 43
mais simplificados. Mas só encontramos softwares caros e complexos, focados em grandes empresas”, explica. Começaram lançando
um blog, para checar se havia mais
pessoas com o mesmo problema
e atrás de soluções. Como o blog
gerou visitas e feedback de interessados, passaram a trabalhar na
solução.
Focada em empresas de médio
porte, a Treasy desenvolveu a primeira solução de planejamento e
controladoria do Brasil comercializada no modelo SaaS (software como
serviço) e totalmente online. “Não é
necessário envolver o setor de Tecnologia da Informação, investir em
compra de servidores, instalações,
backups. Esse modelo torna muito
mais simples e rápida a adoção e
implantação da gestão orçamentária pelas empresas, além de reduzir
drasticamente os custos de Total
Cost Ownership [TCO, ou custo total
da posse]”, ressalta Gilles. O período
de adoção varia de 8 a 16 horas, reduzindo em mais de 70% o tempo
de elaboração do orçamento. Atendendo praticamente todo o Brasil,
a Treasy teve aumento, em 2015,
de 26% da base de clientes ao mês.
Gilles afirma que o sucesso se deve
à lacuna no mercado para a gestão
orçamentária para médias empresas, especificamente. Em 2016, os planos
são consolidar o nicho e triplicar o número de clientes, além de aumentar o
tamanho da equipe, formada por oito pessoas.
Já a Plurio – Management in E-mail é uma solução de colaboração na nuvem que visa aumentar o controle e baixar os cursos de atendimento a clientes e gestão das equipes de pequenas e médias empresas. A plataforma SaaS
de helpdesk e gestão de tarefas e documentos foi lançada em fevereiro de
2015 e, desde então, apresenta crescimento mensal médio de 80%. A startup
oferece uma solução que unifica gestão de equipes, tarefas e atendimento a
clientes no próprio e-mail da empresa. Já são oito clientes e mais de 200 pessoas utilizando a plataforma. “Em 2013, tínhamos um software para montagem e acompanhamento do planejamento estratégico. Conversando com o
mercado e clientes, identificamos que a dificuldade das empresas em atingir
seus objetivos estratégicos não decorria da falta de planejamento (por mais
que esse fosse criado apenas no campo do pensamento, os empreendedores
sempre têm visão de futuro), mas da falta de controle da execução da empresa
em si. Foi quando tivemos o insight de criar uma plataforma que apoiasse o
gestor na liderança da equipe, na motivação e alinhamento”, explica Anderson
Fagionato, responsável pela startup.
O gestor da Pluiro evidencia que, na prática do mercado, as pequenas e médias
empresas utilizam apenas o e-mail como forma de comunicação – por isso, a
solução foi criada na plataforma. “As empresas que adotam nossa plataforma
notam uma diminuição no volume total de e-mails e, o mais importante, o tempo
médio de resposta cai consideravelmente, chegando a 50% do aferido no início
do uso”, expõe. Quatro pessoas atuam com vários fornecedores de tecnologia
e marketing que os apoiam na operação, de maneira terceirizada. “Também
contamos com mentores para definições estratégicas, o que complementa os
talentos internos”, completa. O ano de 2015, de acordo com Fagionato, foi muito
bom para o cenário de startups. “Tivemos êxitos significativos, além do surgimento
de novas aceleradoras e iniciativas globais investindo no nosso mercado, como
o Google Grind, que iniciou um capítulo em Florianópolis”, ressalta. Ainda no
primeiro trimestre de 2016, a startup estreia com a operação nacional de vendas e,
no segundo semestre, a ideia é expandir para mercados internacionais.
Colaboração e empreendedorismo
Os movimentos da nova geração
de empreendedores em Joinville
estão refletidos em dois negócios
instalados recentemente no Auri
Plaza Garten, edifício sustentável
localizado ao lado do Joinville Garten Shopping e das universidades e
próximo ao Distrito Industrial. Ambos reúnem profissionais dos setores de software e serviços que demandam ambientes mais flexíveis,
descontraídos e conectados.
44 ACIJ
Uma das novidades é o CO.W Coworking Space, o primeiro de uma
rede do grupo Aurinova Desenvolvimento Imobiliário. Com capacidade
para 245 pessoas, trata-se de um espaço colaborativo que incentiva o
conhecimento e o desenvolvimento empreendedor, de forma inteligente, simples, flexível e com custo-benefício atrativo para startups, pequenas empresas, franquias, freelancers, autônomos, empresas do terceiro setor e times remotos. O local conta com 550 metros quadrados
iniciais e previsão para dobrar esse espaço, sem contar as áreas comuns
do Auri Plaza, incluindo salas de eventos, estacionamento, bicicletário
com vestiários e terraço verde. Os espaços de trabalho já são ambientados e mobiliados. Os coworkers têm acesso a orientações, treinamentos e a uma rede de parceiros e investidores. “Oferecemos um serviço
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Acima, o CO.W Coworking Space Joinville, situado dentro do Auri Plaza Garten; no topo, produto
para representantes comerciais desenvolvido pela Meus Pedidos, também situada no edifício
de apoio ao empreendedor que é
baseado na cultura colaborativa,
com networking de altíssima qualidade, em um ambiente inovador
e conectado”, ressalta o diretor Renato Auriemo. No início de fevereiro, o espaço promoveu o Whipped
Cream, evento que promoveu palestras e bate-papos com especialistas e empreendedores do CO.W.
Outro destaque recente no local
é a startup Meus Pedidos, que de-
45 ACIJ
senvolve soluções em controle de vendas para empresas de representação
comercial, distribuidoras e indústrias de todo o Brasil. A startup ocupa um
andar inteiro do edifício. De acordo com Tiago Brandes, CEO e co-fundador
da Meus Pedidos, o lugar diferenciado tem o intuito de oferecer um ambiente descontraído e confortável aos 51 “MPlayers”, como são chamados os colaboradores da empresa, para que possam desenvolver a sua criatividade.
riada em 2010, a Meus Pedidos tem atuação principal nos ramos de alimentos e
C
bebidas, cosméticos e construção civil. O objetivo inicial foi atender às necessidades
do pai de um dos sócios-fundadores, que é representante comercial há mais de 20
anos. Ele precisava de uma ferramenta que otimizasse a emissão e o controle dos
pedidos de vendas e não existia uma solução no mercado específica para esse nicho.
REVISTA 21 45
“O representante comercial é essencial para que a conexão entre a indústria e o consumidor seja, de fato, satisfatória para todos. Por isso, trabalhamos ativamente para aproximar representantes, indústrias e distribuidoras, conectando-os por meio de uma única plataforma de vendas”,
expõe Brandes. Cerca de 100 mil usuários já se beneficiaram do sistema.
Pesquisa realizada pela startup, envolvendo mais de 1 mil usuários, mostrou
que 75% dos entrevistados perceberam aumento médio de 29% nas vendas
com um mês de uso, além da economia de 7,2 horas semanais. “Os profissionais
passaram a ter mais tempo para se dedicar a demandas estratégicas, como
a prospecção e a fidelização de clientes, em vez de focar em atividades
operacionais”, esclarece o CEO.
A empresa se desenvolveu com capital próprio, numa prática conhecida como bootstrapping. “Recentemente, recebemos aporte financeiro
de dois fundos de investimento: a Monashees Capital, venture capital líder em investimento em empresas de internet no Brasil, e a Qualcomm
Incorporated, por meio do seu grupo de investimentos de capital de risco, a Qualcomm Ventures”, informa. O investimento de R$ 6 milhões será
usado na expansão dos negócios da empresa, que pretende chegar a 120
colaboradores (o dobro do quadro atual) e aumentar o faturamento em
200% nos próximos 12 meses.
46 ACIJ
No alto, equipe da startup
Meus Pedidos – que desenvolve
soluções para controle de vendas
para empresas de representação
comercial –, composta por 51
“M-Players”; na foto menor, Tiago
Brandes, CEO e co-fundador
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Fórum para apontar tendências
Compartilhar ideias, formar equipes e criar novas startups em 54 horas. Esses são os objetivos do Startup Weekend, que se realiza entre 26 e 28 de
fevereiro, na Acij. É primeira vez que Joinville recebe o evento, que reúne
empreendedores, desenvolvedores, designers e entusiastas para compartilhar ideias, formar equipes e criar novas startups. Promovida pelo programa
Startup SC/Sebrae, a iniciativa tem como objetivo incentivar a criação de
negócios digitais que procuram resolver questões cotidianas. O evento representa uma rede global de líderes e empreendedores cuja missão é inspirar, educar e capacitar indivíduos, equipes e comunidades. Ao todo, mais de
8 mil startups foram criadas em edições realizadas em cerca de 100 países.
“Nossa missão não se limita apenas a criar startups locais, queremos
apoiar principalmente o empreendedorismo na nossa cidade”, complementa Alexandre de Souza, gestor do programa Startup SC/Sebrae. Em
2016, ao menos seis cidades (Joinville, Chapecó, Blumenau, Florianópolis,
Jaraguá do Sul e Tubarão) vão receber uma edição do Startup Weekend
ou Meetup Startup SC – este último consiste em eventos itinerantes e
informais em que se reúnem empreendedores de startups para discutir o
ecossistema do segmento.
Empresas de grande porte também se interessam em conhecer as so-
47 ACIJ
Evento “Innovation Day”,
promovido pela Embraco, trouxe
o tema “Internet das Coisas” na
primeira edição; cinco startups
participaram do encontro, que
discutiu tendências e proporcionou
aproximação da empresa com novas
soluções do mercado
luções trazidas pelas startups para
o mercado. A Embraco, uma das
maiores fabricantes mundiais de
compressores herméticos para refrigeração, recebeu, em novembro,
cinco startups para a realização do
primeiro Embraco Innovation Day, a
fim de discutir tendências, apresentar ideias promissoras no ramo tecnológico e identificar uma possibilidade de sinergia com a estratégia
da empresa. Com foco em “Internet
das Coisas”, a primeira edição contou com apresentações e debates
entre diretores da companhia e empreendedores representantes das
startups ATAR, UPSIM, Aquarela,
GH3 Tecnologia e GTT.
“Tivemos a oportunidade de
conhecer novas tecnologias e
modelos de negócio. As startups,
além da possibilidade de um trabalho conjunto, puderam conversar com nossos diretores em uma
mesa-redonda e trocar experiências de empreendedorismo, carreira e inovação”, ressalta a business
developer Gabriela de Oliveira dos
Santos, da área de Novos Negócios
da Embraco. Com o Innovation
Day, tornou-se possível conhecer
um pouco mais quais startups da
região poderiam se aliar a projetos
da empresa. A ideia é que o evento ocorra pelo menos quatro vezes
ao ano. “Estamos planejando fazer
uma próxima edição no exterior,
talvez na Irlanda ou nos Estados
Unidos”, informa.
REVISTA 21 47
Langenhagen, Alemanha
Chesapeake, EUA
Spisská Nová Ves, Eslováquia
Zhengzhou,China
Schaffhausen, Suíça
Joinville-le-Pont, França
Huangshi,China
COOPERAÇÃO
As irmãs de Joinville
Programa de intercâmbio já abrange seis parcerias em três continentes
“Cidades irmãs” é como se denominam municípios que compartilham características semelhantes ou referências
históricas comuns. Ambos estabelecem um acordo cooperativo que visa estreitar o relacionamento, criar projetos de interesse mútuo e intercâmbio em áreas diversas, principalmente econômicas, culturais, educacionais e
organizacionais. Em Join­ville, o Programa Cidades Irmãs foi implantado em 2002, objetivando a cooperação em
assuntos de relevância para as envolvidas. Visa, principalmente, ao desenvolvimento de relações de amizade
entre Joinville e outras localidades fora do Brasil. “Seus grupos de trabalho são formados por representantes
voluntários do poder público e privado. Cada cidade irmã tem seu próprio comitê”, informa Romy Dunzinger,
presidente do Comitê Cidade Irmã de Langenhagen, município próximo a Hannover, na Alemanha. Além desta,
há mais cinco cidades irmãs de Joinville. As principais trocas de informações são articuladas com o município
alemão, com Schaffhausen, na Suíça, e Chesapeake, nos Estados Unidos.
A IRMÃ MAIS VELHA
Langenhagen é a cidade irmã mais
antiga de Joinville. Os laços de cooperação se iniciaram na década de
1970, de maneira informal, entre
um maestro alemão e o empresário Hans Dieter Schmidt, filho do
fundador da Fundição Tupy. O primeiro acordo foi assinado em 1979.
“A presença de descendentes de
imigrantes alemães e a preservação
do idioma em nossa cidade foram
os fatores que levaram as cidades
a se tornarem irmãs”, explica Dani-
lo Conti, secretário de Integração e
Desenvolvimento Econômico (Side).
“Encontramos, em nossa cidade,
descendentes de alguns imigrantes
alemães que muito contribuíram
para o crescimento de Joinville e que
fundaram indústrias como Tupy,
Lepper, Döhler, entre outras, além
de influências na gastronomia”, detalha Romy Dunzinger.
Os violonistas Raimundo Bernardes e Claudenor Fávero já representaram Joinville no Festival
Internacional de Escolas de Música
de Langenhagen, em 2012. Outro
Em 2015, Jalmei Duarte, que estava à frente da Side, e o secretário de Comunicação
Marco Aurélio Braga estiveram em Langenhagen para convidar o prefeito a prestigiar
o 33° Encontro Econômico Brasil-Alemanha. “Comitivas de Langenhagen não
costumam vir com frequência, mas temos esperanças de que a situação mude
com a criação de um comitê específico em Langenhagen para cuidar de assuntos
relacionados às cidades irmãs”, aponta Danilo Conti. Os representantes dos municípios
percorreram a cidade alemã para conhecer experiências bem-sucedidas no transporte
público e na mobilidade urbana. Observaram semelhanças com Joinville, incluindo
as prioridades na área de ensino, o trabalho dos bombeiros voluntários e o potencial
econômico voltado para a área industrial. Além das palestras e dos contatos com
empresários, a prefeitura também mostrou que está preparada para receber o turismo
de negócios. Entre outros projetos em andamento, Conti afirma que há interesse, por
parte dos músicos joinvilenses Raimundo Bernardes (do Quarteto Sambaqui) e Marisa
Toledo (Saraus Brasileiros) de se apresentarem na cidade alemã.
48 ACIJ
destaque na história da parceria
foi a exposição das aquarelas da
artista plástica joinvilense Asta
dos Reis no hall de entrada da prefeitura de Langenhagen, em 2012.
No ano seguinte, como parte das
programações relativas ao Ano da
Alemanha no Brasil, a Orquestra
Sinfônica de Langenhagen realizou
três apresentações em Joinville. A
partir de 2007, aulas de alemão
passaram a ser oferecidas em escolas municipais – em 2015, a disciplina foi adotada na Escola Agrícola Municipal Carlos Heins Funke
para todos os alunos do sexto ao
nono ano.
Em 2014, aproveitando uma
programação na Feira de Hannover, representantes do Núcleo de
Jovens Empresários da Acij, liderados pelo então presidente Douglas
Strelow, visitaram a prefeitura de
Langenhagen. A comitiva foi recepcionada pelo prefeito Friedhelm
Fischer e por empresários da cidade. Uma das integrantes do grupo
foi Ana Luiza Wetzel, diretora do
Hotel Tannenhof. “Eles estavam
muito interessados em saber mais
sobre Santa Catarina e Joinville. O
FOTOS: DIVULGAÇÃO
prefeito nos apresentou a cidade
e seu plano de crescimento, em
aspectos como aeroportos e infraestrutura”, relata a diretora, que
também destaca a limpeza e organização de Langenhagen. “O que se
percebe é que eles são muito curiosos e interessados para saber do
Brasil, da cidade irmã. São ávidos
por informações, o que nos deixou
felizes, pois fomos recebidos com
ares de autoridade”, frisa.
SCHAFFHAUSEN (SUÍÇA)
No topo, Adriana Machado e grupo, em viagem a Chesapeake; no meio,
visita da comitiva de Joinville a Langenhagen; acima, Daniele Haak, em
apresentação com o grupo germânico Festmusik, em Schaffhausen
49 ACIJ
Com Schaffhausen, na Suíça, o
acordo foi firmado em 2007 e reprisado em 2012. De acordo com
Romy Dunzinger, deverá ocorrer
mais uma renovação em 2016. A
parceria já resultou em diversos
projetos, principalmente na área
cultural. Houve o lançamento, em
2012, do documentário “Suíços
Brasileiros: uma História Esquecida”, sobre a vinda de suíços a Joinville no século 19. Em 2013, foi a
vez de um grupo de bailarinos da
Escola de Teatro Bolshoi ir a Schaff­
hausen para três apresentações no
teatro local e, em 2014, bailarinos
da Cinevox Junior Company passaram por Joinville.
Daniele Haak esteve na cidade
em outubro de 2015 para se apresentar com o grupo de música germânica Festmusik, com o intuito
de mostrar a cultura joinvilense
aos europeus. “Fizemos uma mescla de estilos em nosso repertório
que contemplou desde o cancioneiro brasileiro a peças do folclore
alemão, que foram trazidas pela
imigração. Foram duas apresentações simplesmente maravilhosas. Encerramos nossa turnê num
lindíssimo desfile no Festival de
Outono, que teve mais de 7 mil
presentes. Circulamos em cima de
uma charrete e contagiamos o pú-
REVISTA 21 49
blico europeu com a alegria brasileira”, conta.
A receptividade animou o grupo a planejar uma nova viagem,
para divulgar ainda mais Joinville
na região. “Assim como fomos tão
bem recebidos lá, esperamos ter a
oportunidade de retribuir toda a
atenção e gentileza quando nossos
irmãos de Schaffhausen vierem
a Joinville”, aponta Daniele. Além
das belezas naturais, “o jeito de
ser suíço”, organizado, respeitador,
correto e comprometido, chamou
atenção de Daniele. Ela também
observa que na Suíça, educação e
cultura andam juntas: “Com certeza, isso explica por que o país funciona tão bem. Essa é uma mudança profunda que precisamos ter no
Brasil, conseguir vislumbrar na educação e na cultura ferramentas de
transformação social”.
CHESAPEAKE (EUA)
Já a relação de Joinville com Chesapeake começou em 2002, havendo,
desde então, intercâmbio de pro-
50 ACIJ
fessores para visitas e palestras
em escolas, culminando na troca
de práticas pedagógicas. Em 2013,
Adriana de Souza Machado, que até
então lecionava na Escola Municipal Governador Pedro Ivo, foi uma
das três professoras selecionadas,
via edital da prefeitura, para intercâmbio na cidade norte-americana.
Ficou hospedada por 15 dias na
casa de Ann Myers, integrante do
comitê da cidade irmã. “Visitamos
escolas de ensino fundamental e
médio, conversamos com professores e diretores, trocamos informações, voltamos cheias de novas
ideias. Fizemos passeios culturais
e gastronômicos, conhecemos a
cidade histórica de Williamsburg e
Washington, DC. Foi simplesmente
maravilhoso”, lembra Adriana.
Em suas comparações entre o
sistema educacional americano
e o brasileiro, aponta a diferença
na quantidade de horas que os
estudantes de lá permanecem na
sala de aula. “Todos os alunos têm
escola em tempo integral, o que
possibilita a flexibilização do currículo. Lá, os alunos podem escolher
algumas disciplinas de que mais
gostam de um rol de matérias eletivas. A infraestrutura é fenomenal, com recursos variados, salas
ambiente, laboratórios de todos
os tipos. Acredito que isso faça
muita diferença”, salienta Adriana.
Ela chegou a implantar a ideia da
sala temática no colégio em que
atuava, para a disciplina de inglês,
com um bom resultado perante os
estudantes. “Pequenas dicas de estratégias de ensino também foram
aplicadas, sem contar a experiência que trouxe na bagagem e compartilhei com os alunos.”
A professora Adriana Machado
atua como supervisora de línguas
estrangeiras na Secretaria
Municipal de Educação. “Uma
das minhas funções é formar e
orientar os professores de inglês
da rede municipal, o que me
possibilita aplicar o que aprendi
em Chesapeake”, observa,
mencionando seus planos de
conhecer Schaffhausen, cidade
irmã de Joinville na Suíça.
FOTOS: DIVULGAÇÃO
À esquerda, Ana Luiza
Wetzel, diretora do Hotel
Tannenhof, acompanhada
pelo até então prefeito de
Langenhagen, Friedhelm
Fischer; acima, o prefeito de
Joinville, Udo Döhler, recebe
visita de comitiva chinesa,
chefiada pelo vice-prefeito de
Huangshi, Liu Sheng Hua
Futuro das irmandades
Em novembro de 2015, Joinville estreitou os laços com Huangshi, outra
cidade chinesa: comitiva chefiada pelo vice-prefeito Liu Sheng Hua foi
recebida pelo prefeito Udo Döhler, em visita ao município. A audiência
resultou na decisão de firmar um protocolo de intenções entre as duas
cidades para também se tornarem irmãs. A partir desse protocolo, Joinville passará a ter, quando for assinado o termo de cooperação, a sétima
cidade irmã.
O vice-prefeito de Huangshi citou como principais características da cidade a população de 700 mil habitantes e a liderança no país na produção
de ferro e aço especiais, metais não-ferrosos como cobre, itens dos setores mecânico, eletrônico, autopeças e farmácia. Destacou especialmente
a produção de moldes para peças em plástico, máquinas e a posição como
terceiro maior fabricante de quadros eletrônicos. Apontou também algumas características geográficas e de infraestrutura, como o Rio Amarelo
em direção ao mar, onde está o segundo maior porto da província de Hubei, quatro autoestradas e linhas férreas. No protocolo, ficou estabelecido
que, no prazo de um ano, comitivas das duas cidades farão visitas mútuas
para consolidar os laços de intenções.
Mesmo diante do cenário econômico e dos reflexos da crise política e econômica,
entre os planos do programa para 2016 estão a assinatura de um acordo de
cidades irmãs com a cidade chinesa e a renovação do acordo com Schaffhausen
(Suíça), que implicará na assinatura do Plano de Atividades 2016-2019 (Joinville
e Schaffhausen). “Nossa secretaria atua fortemente no desenvolvimento de
um Plano Municipal de Inovação. Nesse contexto, o Programa de Cidades Irmãs
terá papel relevante de fomentar a troca de experiências e melhores práticas
entre cidades importantes com Joinville. Por esse caminho, poderemos trazer
mais conhecimento, modelos e exemplos de iniciativas públicas voltadas para
o desenvolvimento de uma economia inovadora”, expõe o diretor executivo da
Secretaria de Desenvolvimento Econômico, Fabiano Dell Agnolo.
As parceiras chinesa, eslovaca e francesa
A partir do relacionamento firmado em 2003 com a cidade chinesa de
Zhengzhou até agora, 48 acadêmicos de instituições de ensino superior de
Join­ville estudaram mandarim por cerca de um ano no município. De outra
parte, em 2006, Joinville recebeu 30 acadêmicos chineses, com o objetivo
de aprender português e aspectos da cultura brasileira na Univille. Como
consequência, tanto chineses quanto brasileiros tiveram melhores oportunidades de emprego na área escolhida, em função do conhecimento de
idiomas estrangeiros.
Já o acordo com Spisská Nová Ves, cidade da Eslováquia onde fica uma
planta da Embraco, foi firmado em 2002. Como resultado, quatro estudantes do ensino médio vieram a Joinville em duas ocasiões (2004 e 2006), para
conhecer a cidade e a cultura local. Em 2004, dois joinvilenses estiveram em
Spisská Nová Ves. “Entre os ganhos, houve a ampliação da oportunidade de
emprego dos alunos em empresas afins, face às referências recebidas, bem
51
ACIJ
como conhecimento de outra cultura
e aprofundamento do idioma inglês”,
aponta Romy.
Joinville também conta com uma
cidade irmã na França, Joinvillele-Pont, desde 2001, em acordo
realizado pelo então prefeito Luiz
Henrique da Silveira e a prefeita
adjunta da cidade, Sylvie Mercier.
De acordo com Romy, o programa
está tentando reforçar as relações
de parceria de Joinville com essas
três cidades.
REVISTA 21
51
FINEP
Oportunidade para
quem respira inovação
Fonte de investimentos em projetos
chama atenção de empresas joinvilenses
De cima para baixo, Rogério
Medeiros, coordenador da área
de planejamento da Finep, Vilson
Buss, diretor-presidente da Rôgga,
e Natalino Uggioni, superintendente
do IEL Santa Catarina
52 ACIJ
Grandes empresas pensam grande na hora de inovar – e, nesse campo,
Join­ville pode ser considerada um centro de referência. A maioria dos empreendedores já percebeu que inovação é o caminho certo para a permanência competitiva no mercado. A partir daí, buscam maneiras de sair da
zona de conforto, não se limitando a reclamar da crise e ganhando destaque no cenário. Acertam em cheio nesse alvo as contempladas pelos
recursos da Financiadora de Estudo e Projetos (Finep), empresa pública
vinculada ao Ministério de Ciência e Tecnologia.
É um prato cheio: entre 2012 e 2015, em Santa Catarina, 40 empresas
foram apoiadas pela Finep, amealhando recursos para colocar em prática
projetos inovadores. Nove delas estão sediadas em Joinville e já constataram que apostar na inovação é garantia de resultados expressivos. São
empreendimentos de setores como metalmecânico, de energia, tecnologia da informação, saúde e químico, como a fabricante Buschle & Lepper
(B&L), que nos últimos dois anos aportou mais de R$ 2 milhões em inovação, com suporte da Finep.
As verbas foram destinadas ao aprimoramento do processo de extração de magnésio da água do mar, ação que deve triplicar a produção da
fabricante até o final de 2018. O diretor geral Marcelo Peregrina Gomez
explica que a unidade da B&L em Barra do Sul produz compostos de magnésio para indústria alimentícia, química fina, farmacêutica e setores de
plástico e borracha. Para cada 800 litros de água do mar, é extraído um
quilo de magnésio. A empresa atua nesse segmento desde 1970, buscando aprimorá-lo.
Nos últimos cinco anos, a Buschle & Lepper se dedicou com mais afinco aos processos de inovação. No futuro próximo, viabilizará um salto tecnológico, possibilitado com investimentos obtidos junto à Finep. A B&L espera alcançar um novo patamar na extração do composto, com o auxílio
de equipamentos de alta tecnologia. “A nova tecnologia empregada para
a produção de magnésio tornará o processo ainda mais eficiente, garantirá o estreitamento da especificação e permitirá o desenvolvimento de
novos produtos”, relata o diretor. A partir do processo inovador, a intenção
é prospectar investimentos tanto no Brasil quanto junto a clientes internacionais. A empresa exporta para Estados Unidos, Alemanha, Singapura,
Argentina e países da América do Sul.
De acordo com Gomez, desde a concepção do projeto, a equipe responsável percebeu seu caráter inovador e vislumbrou o potencial de financiamento pela Finep. Quando a oportunidade se fez viável, a empresa
reuniu esforços para adequar a proposta ao criterioso processo de seleção. “Para que seja aprovado, o projeto precisa ser genuinamente inova-
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Apostas em
empresas de
menor porte
Produção de compostos de magnésio na B&L deve triplicar até o final de 2018
dor, e isso precisa estar bem claro
em toda a documentação enviada
à Finep”, relata o diretor.
Inovação é característica comum e primordial entre as empresas que buscam o financiamento.
A Finep atua por meio de recursos
não-reembolsáveis, financiamentos
(empréstimos) e subvenções, concedidas a empresas de setores específicos, considerados prioritários
nacionalmente, como energia, telecomunicações e sustentabilidade.
Rogério Medeiros, coordenador
da área de planejamento da Finep,
relata que, para ser contemplado
com recursos, o projeto, além de
bom, precisa apresentar garantias
reais de execução e resultados. “A
candidata também precisa convencer com um plano estratégico
de inovação, e esse conceito deve
fazer parte da empresa, em sua
essência. Empresa que não inova,
morre, por isso estimulamos a inovação”, relata Medeiros.
Empreendimentos que têm identidade com o tema da inovação abordam o
assunto de forma natural e retomam o ciclo de investimentos ano a ano. Por
essa razão, muitas contempladas com recursos da Finep voltam a buscar a
financiadora para a aprovação de novos projetos. Em outra perspectiva, empresas
de diferentes setores também têm buscado os benefícios oportunizados pelo
financiamento. É a caso da joinvilense Rôgga Empreendimentos, a primeira
do ramo de construção civil no Brasil a contar com um projeto de inovação
amparado pela Finep.
A iniciativa contemplada possibilitará à construtora a implantação do sistema
Rôgga Edifícios Sustentáveis (RES). “Trata-se de um novo processo que tem como
objetivo desenvolver projetos com soluções em sustentabilidade, garantindo maior
qualidade, competitividade e eficiência ambiental”, explica Vilson Buss, diretorpresidente da Rôgga. Entre suas vantagens, o projeto dispensa insumos utilizados
em canteiros de obras convencionais, reduzindo em até 80% os resíduos ao final da
obra. Em 2016, a Rôgga implanta também o Centro de Preparação e Logística (CPL),
destinado ao processo construtivo industrializado, com a finalidade de produzir
edifícios de alta precisão, aliando tecnologia e inovação. Iniciativas como essas
atraem a atenção da Finep, por seu caráter único.
53 ACIJ
Para o coordenador da área de planejamento da Finep, Rogério Medeiros, quanto maior a organização,
maior a capacidade de inovação e
transformação de processos em
função de benefícios futuros. Não
significa, contudo, que empresas
de pequeno e médio porte não
possam ser contempladas. Medeiros explica que esses empreendimentos podem ser financiados por
intermédio de agentes de fomento
presentes em Santa Catarina. O
encontro com a informação é o primeiro passo para a concretização
dos projetos. Essa etapa é realizada no Estado pelo Instituto Euvaldo
Lodi (IEL), instituição considerada
ponta de lança do quesito desenvolvimento local.
O IEL auxilia empresas, antes
de mais nada, sensibilizando-as a
buscar recursos de fomento. Aos
interessados, o instituto fornece
orientações, apoio e esclarecimentos acerca dos projetos de inovação. É traçado um mapeamento e,
a partir dele, são realizadas capacitações, implantadas ferramentas
para gestão de processos e priorização de ideias, e finalmente é
elaborado um projeto para a captação de recursos.
“O que conta não é o tamanho
da empresa, mas sua estruturação
em termos de gestão da inovação.
As empresas que organizam esse
processo tendem a lograr mais
êxito na busca de recursos. Com o
processo devidamente organizado,
chegam a uma carteira de projetos
a ser implantados”, explica Natalino Uggioni, superintendente do IEL
Santa Catarina.
REVISTA 21 53
NEGÓCIOS
Vitórias no combate à burocracia
Mudanças na legislação prometem facilitar a vida
de quem pensa em abrir uma empresa em Joinville
Mayara Pabst. Um importante passo para diminuir a burocracia no
processo de abertura de empresas foi dado em Joinville. No mês
de dezembro, foram aprovadas
alterações na Lei 414/2014, que
regulamenta o registro de pessoas
físicas e jurídicas e o processo eletrônico de concessão de alvarás. As
mudanças permitirão, entre outras
especificidades, a adequação das
etapas de abertura de empresas ao
tamanho e propósito de cada negócio, diminuindo o tempo médio
desse procedimento para até 30
dias, em média. Os novos empreendimentos serão classificados com
54 ACIJ
graus de risco 1, 2 ou 3.
As atividades abrangidas pelo
grau de risco 1 são serviços que
não necessitam, obrigatoriamente,
de local fixo para ser realizados. É
o caso de advogados ou pedreiros
que executam o serviço in loco, por
exemplo. Por não ser mais obrigadas a manter um estabelecimento,
essas atividades estarão isentas de
obter o alvará de localização e permanência. Nesse caso, para comprovar o exercício da prestação de
serviços e a existência uma empresa (com número de CNPJ), o trabalhador receberá uma autorização
de atividade econômica.
Já as atividades que se enquadram nos graus de risco 2 e 3 não
poderão ser dispensadas do alvará,
em função de executarem o trabalho em lugares predeterminados. A
principal mudança que beneficiará
essas empresas está vinculada ao
fato de que conseguirão a liberação
do CNPJ para fins tributários antes
mesmo de ser emitido o documento final que regulamenta a atividade exercida. O empresário dará
entrada ao processo da abertura e
será encaminhado para as vistorias
necessárias, realizadas pela Vigilância Sanitária, Vigilância Ambiental
e Corpo de Bombeiros. Nesse meio
tempo, o CNPJ já estará criado e
será liberado para ações como contratação de funcionários, aluguel
de imóveis e compra de produtos.
O processo evita que trâmites tri-
BANCO DE IMAGENS
butários desse tipo sejam executados em nome de uma pessoa física.
Depois de finalizadas as vistorias, o
estabelecimento receberá o alvará
de localização e permanência definitivo, ou ainda um alvará provisório, para os casos nos quais ainda
há parte da obra do estabelecimento a ser regularizada.
As atividades classificadas com
grau de risco 3, por sua vez, não
terão a opção do alvará provisório,
por se tratarem de atividades que
envolvem a segurança da empresa e de seu entorno, como postos
de combustíveis. Nesse caso, a
empresa passa pelos processos já
citados, mas precisa ter em mãos
o alvará definitivo para começar a
operar formalmente.
A partir dessas alterações, a previsão é de que o tempo de abertura
55 ACIJ
“Transformamos a abertura
de empresas, adequando esse
processo às necessidades dos
empreendedores. Com o novo
modelo, possibilitamos que o
cidadão tome caminhos que o
levarão a executar a abertura
de empresas corretamente e
de forma mais prática”, explica
o secretário de Integração e
Desenvolvimento Econômico,
Danilo Conti.
de empresas grau de risco 1 caia de
30 para 10 dias. Há outros ganhos
paralelos. Como as atividades específicas não passarão mais por vistorias, diminuirá o volume de visitas
dos órgãos fiscalizadores, permitindo maior fluxo de atendimento aos
negócios de grau 2 e 3. No caso das
empresas que apresentam maior
risco, o tempo de abertura deve se
reduzir de 90 para 30 dias, salvo a
instalação de empresas de grande
porte (multinacionais, por exemplo) que exigem maiores demandas
em fiscalização.
A adequação dos procedimentos foi viabilizada nas reuniões do
Comitê Permanente de Desburocratização (CPD), que conta com a
participação da iniciativa privada,
representantes da prefeitura, Sebrae e demais órgãos envolvidos no
processo de abertura de empresas.
A intenção do comitê é mobilizar
esforços para articular e colocar
em prática as determinações que
possibilitarão a desburocratização.
Também presente nesse grupo, a
Acij vem atuando fortemente em
defesa de questões relacionadas ao
REVISTA 21 55
PREFEITURA/SECOM
combate do excesso de burocracia
e simplificação de rotinas.
“A mudança já é considerada
referência no Estado, no aspecto
da desburocratização e da simplificação. Sua implementação integral
vai demandar um tempo relativo,
planejamento dos órgãos envolvidos, treinamento e regulamentação de procedimentos internos. Ou
seja, ainda há muito trabalho a se
realizar, contudo, é um momento
ímpar na cidade, e será um avanço
considerável para o ambiente de
negócios”, relata Jaime Haverroth,
presidente do Núcleo de Empresas
Contábeis da Acij.
Mesmo antes da criação do comitê, já desde 2011, a Acij enfrenta
as questões burocráticas e busca
avanços nesse campo. Entre as conquistas, podem ser citadas a implantação do protocolo online, que
permite a abertura de processos envolvendo a solicitação de inscrições
e alterações de alvarás de forma virtual, e a aprovação da Lei 414/2014.
De acordo com Rudimar Back Defreyn, integrante do Núcleo de Empresas Contábeis da Acij e do CPD, a
nova legislação não traz vantagens
somente para os empresários, mas
para a cidade de modo geral. “Com
a otimização de processos, será gerada uma economia de tempo nos
órgãos da administração pública.
Tempo que poderá ser dedicado a
outras atividades em benefício dos
cidadãos”, exemplifica.
O secretário de Integração e
Desenvolvimento Econômico, Danilo Conti, ressalva que, para que
todos esses procedimentos sejam
colocados em prática, ainda será
preciso toda uma mudança de
cultura interna e a legitimação de
determinados documentos, como
a autorização de atividade econômica. Por essa razão, a previsão é
de que o processo todo seja regulamentado até o final deste ano.
56 ACIJ
Caminho para a desburocratização da abertura de empresas foi
concebido a partir de um processo colaborativo, criativo e expositivo
Design Thinking na
resolução de problemas
Para a criação do novo modelo de abertura de empresas, o Comitê
Permanente de Desburocratização passou a aplicar os conceitos e
ferramentas do Design Thinking. A abordagem é utilizada para a resolução de problemas complexos de forma criativa, por meio de um
processo expositivo e colaborativo.
A partir de um período de consultoria, o conceito foi aplicado internamente em alguns processos da prefeitura de Joinville. Atualmente,
as ferramentas já são utilizadas em vários órgãos públicos, como na
Vigilância Sanitária, na Secretaria de Assistência Social, na Secretaria
de Administração e Planejamento e também na formulação de legislações, como a Lei de Eventos.
O Design Thinking apresenta metodologias para o entendimento
de problemas, geração de alternativas, prototipagem e implantação de
soluções, caracterizando-se pelo uso intensivo de ferramentas visuais.
Novidade aplicada à administração pública, o conceito possibilitou
analisar mais de perto a percepção do contribuinte junto à prefeitura,
buscando, dessa maneira, as melhores soluções ao seu principal cliente: o cidadão joinvilense.
57 ACIJ
REVISTA 21 57
BEM-ESTAR
Quando o estresse
não é brincadeira
Brasil é o segundo país mais
acometido pelo problema,
atrás somente do Japão
58 ACIJ
FOTOS: DIVULGAÇÃO
Letícia Caroline. Esquecimento de datas importantes, falta de concentração
no trabalho, irritabilidade, nervosismo. Listadas assim parecem características comuns do dia a dia agitado que vivemos. Mas seu prolongamento
e aparecimento em momentos de adaptação pode sugerir um quadro de
estresse – outra palavra inerente ao século 21.
Doutora em psicologia clínica e comunicação verbal, Ana Maria Rossi,
presidente da International Stress Management Association (Isma/Brasil),
explica que o estresse é definido como qualquer reação às adaptações vivenciadas, não sendo caracterizado, primeiramente, como positivo ou negativo. “A pessoa vai transformar em positivo ou negativo, pois depende de
como ela lidará com a situação”, justifica.
De acordo com pesquisa da Isma/Brasil, envolvendo profissionais de São Paulo e
Porto Alegre, ativos no mercado de trabalho, 83% apontaram tensão muscular,
incluindo dor de cabeça, como uma das principais reclamações, seguida de
distúrbios do sono (37%) e problemas gastrointestinais (23%).
A diferenciação se dá pela intensidade, duração e frequência dos sintomas. Para a professora Marisa* (nome fictício, identidade preservada), de
46 anos, os sinais apareceram de mansinho, primeiro com um quadro de
Ana Maria e Silca Malutta: equilíbrio das emoções para combate ao estresse
esquecimento em coisas menos relevantes, passando para falhas em compromissos importantes, como reuniões e consultas médicas. “Parecia que
meu cérebro simplesmente deletava esses eventos. A seguir, apresentei
queda de rendimento no trabalho, causado pela diminuição da concentração e do raciocínio”, conta. O quadro se completou com a dificuldade de
relacionamento no ambiente profissional, a impaciência e a irritabilidade na
vida pessoal. “Tinha um sentimento de impotência e dificuldade em contornar as situações. A ansiedade e a frustração faziam o problema parecer uma
bola de neve”, relembra.
Nesse ponto, a professora procurou ajuda médica e, com exames di-
59 ACIJ
versos, percebeu que o lado físico
estava bem. Então, foi em busca
de psiquiatra e psicólogo. “A terapia me auxiliou a me conhecer,
entender o que me angustiava e
identificar as causas do meu estresse”, avalia. Depois, encontrou
uma alternativa que trouxe respostas mais rápidas, a parapsicologia.
“Ela me fez enxergar mais rapidamente aspectos importantes da
formação da minha personalidade
relacionadas ao histórico familiar e
pessoal. Pude viver novamente, de
forma diferente, alguns momentos
e emoções passadas e ressignificá-las”, afirma.
Para a parapsicóloga Silca Malutta, o estresse já se inicia na hora
do parto. Se o momento for estressante, toda emoção passará para
a criança, por isso que a hipnose
seria uma forma de tratar esses
problemas já na origem. Durante
as sessões de hipnose, é possível
identificar os gatilhos que disparam o estresse no paciente, desprogramando a mente e desvinculando emoções passadas.
Ana Maria Rossi, da Isma, explica
que a maioria das pessoas quer uma
fórmula mágica para melhorar rápido, pois ficar saudável é um grande
desafio. “É preciso decidir ser saudável e ter persistência, definindo sua
resistência ao estresse, conhecendo
os gatilhos da doença e os limites
físicos e mentais”, ressalta. Além
das terapias, o cuidado passa por
questões básicas que, muitas vezes,
são negligenciadas como sono reparador, prática de atividade física
três dias por semana, cuidados com
a alimentação. “Mantenha alguém
com quem conversar, planeje um
momento do dia para recarregar as
baterias, faça pausas na respiração,
tenha um hobby e reserve tempo
para o lazer”, indica.
Com as crises de estresse, Marisa se deu conta de que ter uma
REVISTA 21 59
CHICO MAURENTE/DIVULGAÇÃO
vida saudável é ter corpo, mente
e emoções equilibrados. “Alimentação equilibrada, atividade física,
acompanhamento com terapias são
ferramentas disponíveis ao alcance
de nossas mãos e que trazem resultados mensuráveis e extremamente
positivos”, afirma. Em longo prazo,
o estresse pode desencadear outras
doenças. O sistema imunológico
passa a ser afetado, contribuindo
para o surgimento de outras patologias ou o agravamento de doenças já
existentes. Com isso, aparecem dificuldades tanto para os profissionais
quanto para as empresas.
Ana Maria Rossi salienta que
momentos de crise, como a vivenciada no Brasil, agravem ainda mais
a situação. Nessas fases, benefícios
são cortados e ocorrem demissões,
gerando clima tenso e pressão.
“É preciso respeitar os limites dos
funcionários. Saber que eles não
podem executar as ações sem os
recursos necessários. É preciso valorizar a equipe para que todos se sintam bem e não adoeçam”, explica.
Previna-se. Instituições de saúde
costumam oferecer serviços de
check-up e o início do ano é um
bom momento para isso. É sempre
importante saber a quantas anda a
saúde e, principalmente, o nível de
estresse – isso ajuda a estabelecer
estratégias para minimizar o
problema. Um desses serviços é
disponibilizado pelo Hospital Dona
Helena. O Check-Up Executivo
proporciona todas as avaliações
médicas e laboratoriais em um
único dia: o paciente chega às
7 da manhã, faz seus exames e
avaliações, integralmente, e sai,
no final da tarde, com todos os
resultados nas mãos.
* A identidade da fonte foi
preservada
60 ACIJ
Na rua, grupo teatral provocou pedestres sobre o tempo
Arte como válvula de escape
A inquietação com a falta de tempo e o estresse levou os integrantes
do Coletivo Impar de Teatro às ruas
para mostrar o problema em forma
de peça teatral. Durante sete meses,
os artistas pesquisaram, fizeram
entrevistas, debateram o tema e
chegaram à montagem “Breve curso prático de administração do tempo”, apresentada em dezembro. “Em
nossos laboratórios, percebemos
lugares que demonstravam nossas
angústias: o cruzamento e o sinaleiro, a faixa de pedestre, símbolos do
estresse urbano, em que, mesmo
não querendo, as pessoas precisam
parar”, conta Iraci Seefeldt, integrante do grupo.
A peça foi exibida no cruzamento
das ruas João Colin e 15 de Novembro, Centro de Joinville, com os integrantes se revezando nos quatro
cantos e interagindo com os passantes. “Estamos com muita pressa, não
conseguimos esperar o tempo do sinal, temos que chegar a algum lugar,
estamos sempre indo”, enfatiza o
ator Robson Benta. A trupe descobriu
já ser comprovado cientificamente
que estamos mais acelerados. Na
pesquisa “A Ressonância Schumann”,
explica-se que a Terra tem um campo eletromagnético que emite 7,83
pulsações por segundo. Na década
de 90, essa frequência passou para
13 hertz. “Isso está tão posto que, se
não seguirmos o fluxo, somos considerados alienados. As crianças precisam ter todas as horas preenchidas
por atividades. Estamos sempre conectados e temos a sensação de não
parar”, afirma Iraci.
A arte também teria característica terapêutica, contribuindo para
o desligamento das pessoas. Daí a
ideia do grupo de levar a peça para a
rua, para uma pausa dos pedestres,
para despertar outros olhares. As
intervenções produziram diversas
reações, desde os que se negavam
a interagir, mesmo parados no sinal,
até os que aceitavam as propostas.
Iraci se lembra de uma pessoa que,
a princípio, estava angustiada e com
pressa, seguindo para uma visita
hospitalar, mas que resolveu parar e
entrar na brincadeira. “Ela brincou,
conversou e nos disse: ‘muito obrigada, agora vou bem mais leve para
a visita’”, conta.
61
ACIJ
REVISTA 21 61
20
16
DIÁRIO DE VIAGEM
Buraco do Padre
O local foi chamado de Buraco do Padre pelos
índios da região: homenagem aos padres
que avistavam meditando no local
Imagine trabalhar descobrindo novos lugares pelo mundo. Para muitos, um sonho. Mas para Daniel Martins é
a mais pura realidade. Ele apresenta o programa “Bora Lá”, na Rádio Itapema FM, e, a pedido da Revista 21, fez
um relato especial sobre um dos mais belos e desconhecidos destinos brasileiros: o Buraco do Padre. Situado no
Parque Nacional dos Campos Gerais, no distrito de Itaiacoca, próximo a Ponta Grossa, o local é uma furna que
abriga uma cascata de 43 metros de altura, formada pelo Rio Quebra Perna.
62 ACIJ
FOTOS: DANIEL MARTINS
Hoje, o Buraco do Padre recebe
visitantes de todo o Brasil. Segundo
Daniel, uma dica para aproveitar
a viagem é conhecer as galerias
subterrâneas, observar a cascata
e ouvir o barulho da água. O local
também é ideal para quem gosta de
fotografar
Ponta Grossa,
Paraná
63 ACIJ
REVISTA 21 63
CONTRAPONTO
FÁBIO ABREU
O impulso ao
empreendedorismo
em Joinville
MILENA DE FREITAS
Atenção aos nossos pontos fortes
Joinville tem empreendedorismo no
DNA. Desde a fundação do município, há relatos de empreendedores
que iniciaram suas ações em nossa
cidade, como os pioneiros da Döhler,
Minâncora, Tupy, Consul, Tigre e
muitas outras. Essas empresas não
começaram grandes, mas com empreendedores que acreditaram em
suas oportunidades e trabalharam
muito para alcançar o sucesso.
Sabemos que ainda existem inúmeros obstáculos que dificultam a
atitude de empreender, como a alta
carga tributária, exigências federais,
estaduais e municipais para abertura de empresas e o próprio ambiente
social, econômico e político que, com
altos e baixos, permeia as relações
em nosso mercado.
64 ACIJ
Como ponto positivo, temos a
ação do Comitê Permanente de Desburocratização (CPD), que é formado
por técnicos dos órgãos municipais
ligados à abertura de empresas, contabilistas e iniciativa privada que, em
parceria com o Legislativo e o Executivo, têm trabalhado voluntariamente
para rever e simplificar os processos
de vistorias e licenças de funcionamento em Joinville. Esse trabalho dá
especial atenção às atividades de
baixo grau de risco, em consonância
com a ação do governo federal que
está implantando um sistema online
para simplificar a abertura de empresas, tendo seu projeto-piloto em andamento em Brasília.
Outra questão que propicia a atitude de empreender em Joinville é o
ambiente socioeconômico, que conta com associativismo, representado
por grandes entidades empresariais,
boas instituições de ensino, com cadeiras sobre empreendedorismo,
incubadoras tecnológicas, ações de
incentivo à inovação, espaços para
feiras e eventos nacionais. Outros
aspectos são a proximidade com dois
dos maiores portos do Brasil e acesso
fácil e rápido às rodovias, além das
empresas de grande porte instaladas
na região, que propiciam os arranjos
produtivos locais e cadeias produtivas, fomentando a abertura de novos
negócios para suprir as necessidades
das grandes organizações.
Milena de Freitas
Analista técnica de
atendimento do Sebrae
Joinville
FERNANDA SANT'ANA FURTADO
Crescimento e inovação
Mesmo em uma das dez cidades
mais empreendedoras do Brasil, é
difícil manter uma empresa de qualquer porte no cenário onde só se
fala em “crise”. Mais difícil ainda é
fazê-la crescer ouvindo todos a seu
redor falar em diminuir a produção e
os cortar custos. O mercado pet, em
que atuo, é um dos que vêm crescendo muito e, consequentemente,
a concorrência é grande. Afinal, o
número de animais por habitante é
maior que o número de crianças, e
esse cenário atrai a atenção de inúmeros empreendedores.
Nossa ideia inicial era trazer
produtos diferenciados e criar uma
linha personalizada para os amantes de animais. Em 2014, o plano
era abrir uma loja física. Porém, es-
tudando e analisando as oportunidades, observei que, como a oferta
era grande, seria difícil manter a
estrutura de uma loja em meio a
um cenário de retenção de custos.
Surgiu então a ideia de criar uma
loja virtual, aumentando o leque
de clientes e diminuindo os valores
de manutenção. Deu certo, mas até
hoje a grande dificuldade é a mão de
obra especializada. Ainda é difícil encontrar parceiros quando se trata de
um trabalho diferenciado.
Acredito que disseminar o empreendedorismo é a melhor forma
de incentivá-lo. Cursos profissionalizantes, com cadastros e até avaliações de desempenho dos participantes que queiram entrar no mercado,
ajudariam a suprir a demanda, pelo
EUCLIDES LISBOA
A proteção do conhecimento
Se Joinville quiser se manter na proa
das melhores cidades do Brasil para
empreender, precisa fica atenta para
um fato. A locomotiva dos negócios
da cidade está sustentada na indústria e, nesse ponto, o quadro é ruim.
O setor vem sendo massacrado pelo
governo federal com medidas que
aumentam o custo de produção com
impostos e juros elevados, além de
informações oficiais inverídicas que
mais confundem que ajudam.
A dependência da produção industrial colocou Joinville num dilema: ser uma das melhores cidades
do país para empreender, mas entre
as que mais vêm demitindo trabalhadores. Isso não significa a perda
de um reinado conquistado a boas
iniciativas de negócios, mas o acen-
65 ACIJ
dimento de uma luz amarela.
Aquelas dicas de “como crescer
na crise”, que povoam a internet, viraram lugar-comum. Quem quer abrir
uma empresa neste ano, independente do ramo, vai precisar de um escudo protetor contra as dificuldades,
só adquirível com um amplo conhecimento da conjuntura. Em princípio,
a crise econômica vai continuar ativa
em 2016, com um recuo na produção
previsto em 3,5%, e vai debilitar mais
economia brasileira. A questão central é saber qual será o tamanho da
crise e de que forma ela irá impactar
os diversos setores da economia.
Há outros aspectos pela frente:
um aumento ainda maior do dólar, fixando-se em R$ 4,50, e ainda a resistência da inflação. Previsões indicam
menos no setor pet.
Também faz falta o estímulo
ao jovem empreendedor, talvez por
meio de programas em escolas, feiras e eventos, para que despertem
essa vocação já nos primeiros passos
da vida profissional, pois com certeza
outras empresas buscam parceiros
inovadores. A vantagem de Joinville
é que se pode contar com entidades
como a Acij e o Sebrae, que dão suporte e importância ao empreendedor, e que ajudam a colocar as ideias
em prática. Assim, o empresário tem
apoio para conquistar seu espaço e
seguir os passos certos para consolidar o seu negócio.
Fernanda Sant'Ana
Furtado
Proprietária da Turma
da Pulga
que os preços vão continuar subindo
além da meta nos próximos 12 meses, o que pode determinar novos
aumento de taxas de juros. Assim, os
bancos deverão reduzir suas linhas
de crédito. O resultado será um cenário ainda mais difícil para se obter
financiamento nas instituições privadas, já que, para elas, é mais seguro
aplicar o caixa em títulos federais.
Portanto, não basta conhecer todas
as dicas de como vencer na crise, se
não houver um bom conhecimento
da conjuntura econômica. Caso contrário, mesmo os negócios mais criativos e demandados pelo mercado
podem nascer comprometidos.
Euclides Lisboa
Editor-executivo da
Revista Empreendedor
REVISTA 21 65
CABECEIRA
DIVULGAÇÃO
LUIZ CARLOS AMORIM
“Faltam políticas públicas para
a leitura e literatura no Brasil”
Autor de mais de 30 livros, da crônica ao infanto-juvenil, catarinense
de Corupá mantém atividade constante na vida cultural da região
Luiz Carlos Amorim nasceu em Corupá, mas passou boa parte da vida em
Join­ville, onde se formou na então Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras.
É fundador e presidente do Grupo Literário A Ilha, cuja editora publica as revistas Suplemento Literário A Ilha e Mirandum (Confraria de Quintana). Autor
de mais de 30 livros de crônicas, contos, poemas e infanto-juvenil, cronista e
articulista de vários jornais, tem obras editadas em inglês, espanhol, italiano
e francês. Eleito a “personalidade literária do ano”, em 2011, pela Academia
Catarinense de Letras, é editor de conteúdo do portal Prosa, Poesia & Cia. O
Grupo Literário A ILHA nasceu em São Francisco do Sul, hoje tem sede em
66 ACIJ
Florianópolis, mas participou da vida
cultural do Norte catarinense – em
Joinville, levou a poesia para a rua,
para as praças, para todos os lugares. Os chamados “poetas da praça”
eram presença marcante na Feira de
Arte, que ocorria no centro da cidade.
Nesta entrevista, as ideias de Amorim sobre cultura e literatura.
LANÇAMENTO
E MERCADO EDITORIAL
Meu livro mais recente é “Portugal,
Minha Saudade”, um projeto já de
algum tempo, onde reúno crônicas
escritas quando das minhas visitas à
terrinha. É claro que não são só crônicas sobre Portugal. Aproveitei para
colocar nesse livro, também, crônicas
sobre a minha terra, Corupá, para ficar claro que meu amor pela terra lusitana não invalida o amor pelo lugar
em que nasci. São crônicas pessoais,
diferentes dos artigos sobre arte,
cultura, literatura e cotidiano que
publico em jornais brasileiros e de
países de língua portuguesa. Então
selecionei entre tudo que publiquei
nos anos mais recentes, escrevi algumas de última hora e mandei para o
crítico José Fernandes avaliar e fazer
um prefácio. E aí está o livro. Mas vejo
que o mercado editorial em Santa
Catarina está meio tímido, talvez por
causa da crise econômica. O público
leitor tem um pouquinho de culpa,
pois não valoriza muito os escritores
da terra e vai direto aos best-sellers
da hora. Sem contar que o escritor
também deveria trabalhar mais para
conseguir visibilidade e para ser lido,
indo às escolas, por exemplo, onde
estão os leitores e a formação.
DE LEITURA
E LITERATURA
As políticas públicas para a leitura e
literatura quase não existem neste
nosso país. Primeiro, a educação está
sucateada, mas não é pelos professores, não, pelo contrário. É o próprio
governo, que deveria usar o dinheiro público para melhorar o ensino,
que o tem desconstruído, fazendo
modificações desastrosas no conteúdo programático do primeiro e
segundo graus, não pagando bem os
professores, não equipando as escolas para que os professores possam
trabalhar, não cuidando da qualificação dos professores e não fazendo
67 ACIJ
DO ESCREVER LÁ FORA
Minha experiência com literatura no exterior começou com uma
amiga brasileira que mora nos Estados Unidos, há várias décadas.
Ela é professora e presidente da Associação Internacional de Escritores e Artistas (IWA) e começamos um intercâmbio lá pelos anos
1980. Então ela publicou trabalhos meus em antologias de lá, que
eram distribuídas para todo o mundo, depois publicou um livro
meu em português por lá e mais tarde, lá pelos anos 90, foi publicado “A Cor do Sol”, em inglês, parceria da IWA com as Edições A
ILHA. Mais tarde, “A Cor do Sol” teve também versões para o espanhol, para o francês e para o italiano, e surgiu a edição do livro
em cinco idiomas, que levo para salões internacionais do livro da
Suíça, da Suécia, Londres etc.
É muito gratificante, particularmente, você chegar em lugares distantes
como a Suíça, e ser acolhido e aceito por leitores de língua portuguesa,
que os há por todo o mundo, mas parece que mais naquele país, onde
há muitos portugueses, caboverdianos, brasileiros, moçambicanos etc.
Decidi oferecer minha poesia em outros idiomas, pois os leitores de outras
línguas têm interesse em conhecer novas obras de outros autores, além
dos já conhecidos lá fora, como Jorge Amado, Drummond etc.
a manutenção das escolas públicas.
Com tudo isso, como esperar que o
brasileiro leia mais? Acho que ainda
lê pouco, e o advento dos aparelhos
eletrônicos de comunicação, em vez
de ajudar, parece que está distanciando as pessoas da leitura e da boa
escrita. Infelizmente – por que a internet disponibiliza muitas opções
de boa leitura, de graça.
ção”, estou falando também de ensino, de cultura, pois isso faz parte
do significado daquela palavra, conforme o Aurélio. Precisamos exigir
o resgate da educação, do respeito
e da valorização dos nossos professores, para que tenhamos gerações
melhores no futuro. O que me deixa
indignado é a corrupção e a impunidade neste país.
O QUE INSPIRA
E O QUE ABORRECE
DE PREDILEÇÕES
E CABECEIRA
Aprendo muito, sempre, com as
crianças, com os animais, com tudo
que a Mãe Natureza nos dá. Olhe
para uma encosta, para uma mata,
e veja as manchas vermelhas do jacatirão nativo vicejando. Existe coisa mais grandiosa? Existe, sim, diria
eu: o ipê vestido de luz, o jacarandá
vestido de céu. Procure por manchas
azuis no meio do verde, o flamboyant encarnado, a paineira... O que
mais me aborrece é a falta de atenção do governo brasileiro à educação
do cidadão. E quando falo “educa-
Gosto muito de Mario Quintana,
Fernando Pessoa, Cora Coralina,
Urda Alice Klueger, Júlio de Queiroz,
Zola, Tchecov, Miguel Torga e muitos
outros. Eu poderia recomendar “A
Quinta Essência de Quintana” e todos os outros do Poeta Passarinho;
todos de Fernando Pessoa; todos de
Coralina; “Verde Vale” e “Cruzeiros
do Sul“, de Urda; “Germinal” de Zola,
atual ainda hoje; “Encontros de Abismos”, “Em Companhia da Solidão”,
"Sementes do Tempo”, “Amor e Morte”, de Júlio de Queiroz.
REVISTA 21 67
DIVULGAÇÃO
VIDA PESSOAL
Sobre papéis e comportamentos
Fabiana Sanchez Tavares
Hematologista do Centro de Hematologia e Oncologia
Jornalista Adriano Silva discorre
sobre ansiedade corporativa
LANÇAMENTO
Nada a perder
Enfrentar inseguranças, acreditar no
próprio potencial, buscar soluções.
São desafios encarados pela maioria
dos trabalhadores abordados no livro
do jornalista Adriano Silva. A obra,
em primeira pessoa, incita o debate
sobre assuntos como ansiedade, depressão, tristeza, angústia. O autor
reconta a própria história. Dos empregos mal pagos do início de carreira à primeira passagem por um cargo
de chefia, demonstra que o trabalho
se faz de vida e sentimentos e retrata a coragem necessária para galgar
etapas profissionais. Ex-Editora Abril
e TV Globo, Silva é sócio das empresas de comunicação Damnwoks e
The Factory. Se perguntado sobre um
conselho para o sucesso, ele diria que
“sair da inércia e aproveitar o tempo
devem ser prioridades sempre. Comece hoje! Não há nada a perder”
Ansiedade Corporativa
– Confissões sobre
Estresse e Depressão no
Trabalho e na Vida
Adriano Silva
Editora Rocco
68 ACIJ
Em uma livraria de aeroporto, escolhi aleatoriamente este livro de
Francisco Bosco, ensaísta, doutor em Teoria da Literatura, formado
pela Universidade do Rio de Janeiro. “Orfeu de Bicicleta” fala das experiências felizes, e algumas vezes difíceis, da paternidade predominantemente, porém da constituição de uma família. Apesar de seu ponto
de vista de que a primazia do papel materno nunca foi questionada,
como mãe de dois meninos – de 5 e 8 anos –, consegui me identificar
em vários momentos e encontrei inúmeros pontos interessantes no
livro, tanto no olhar histórico quanto filosófico do comportamento dos
filhos e dos pais, bem como na realidade de uma família atual.
Em um primeiro momento, o autor descreve o papel do pai moderno mais participativo, envolvido e também referência para um filho.
Assumir o protagonismo da referência corporal ao filho, segundo Françoise Dolto, está diretamente ligado ao narcisismo, devido à imaturidade do “eu” de uma criança pequena. Francisco descreve a capacidade
incondicional dos pais se contentarem com o prazer dos filhos. Segundo a psiquiatria, por imaturidade do “eu” de uma criança pequena, as
suas alegrias e conquistas são parte do “eu” dos pais.
A mudança progressiva na valorização e respeito às crianças na
sociedade atual, segundo ele, segue a tese de Áries de que decorreu
de dois fatores determinantes: a escolarização e o surgimento da vida
privada, cujo símbolo é a unidade social da família burguesa, isso já
no século 19. Quando somos mãe e pai, inúmeras situações são marcantes e nos trazem um prazer imenso: o andar, o falar, as conquistas
na escola. A intensidade se relaciona com o grau de intimidade com a
criança, mais do que com o papel familiar exercido.
A descrição do autor da chegada do segundo filho é brilhante, e
talvez sentida por todos que passam por essa experiência. A cumplicidade do pai com o primeiro filho, devido à atenção da mãe muito
voltada ao recém-nascido; e o sentimento do pai de querer também
ter seu tempo para com o recém-chegado na família. As alterações na
estrutura prévia, a nova rotina de sonos interrompidos, a reestrutura
física e muitas vezes financeira, enfim, a adaptação sofrível em alguns
aspectos, porém um amor incrivelmente difícil de mensurar.
Fica a dica: um livro de leitura envolvente, devido à sua realidade
sem fantasias, porém com um sentimento profundo de um pai por
seus filhos. Seja para pais ou mães, vale a pena.
Orfeu de Bicicleta
Francisco Bosco
Editora Foz Impressos e
Digitais
DIVULGAÇÃO
PARA QUEM BUSCA
CONHECIMENTO IMOBILIÁRIO
A empresária Carla Merkle, perita avaliadora de imóveis,
lançou no mês de janeiro uma “coletânea de artigos do
mercado imobiliário”. O livro compila textos escritos
entre 2011 e 2015 e aborda questões como ética e o
setor imobiliário, aquisição de imóveis e documentação,
normas de prevenção, incorporação imobiliária, os
riscos de se comprar um imóvel por impulso, o papel
do corretor de imóveis, valorização e desvalorização
imobiliária e o Código de Defesa do Consumidor. “Esse
livro é voltado para corretores, mas também para o
público em geral e para quem está pensando em comprar
uma casa ou apartamento. Foi escrito com o objetivo
de ampliar o conhecimento da população sobre o
setor”, relata a empresária. Carla Merkle é graduada em
administração e comércio exterior, tem MBA em gestão
empresarial e pós-graduação em engenharia civil, com
ênfase em tecnologia da construção. O livro está à venda
no site Clube de Autores.
VIDA CORPORATIVA
Acertar a mira no planejamento tributário
Edson Delfino
Executivo de Contas da Quirius
Brasileiros enfrentam constantes
mudanças na legislação fiscal, uma
altíssima carga tributária e muita
burocracia. Divulgada recentemente, uma pesquisa do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística
(IBGE) destaca que praticamente
metade das empresas brasileiras
fecha as portas após quatro anos.
Além de deixar o empreendedor
receoso, esse quadro é agravado
quando não se enxergam ações
concretas por parte do governo.
Mas, para quem imagina que
a situação é irreversível e inviabiliza qualquer ação empreendedora,
recomendo a leitura da obra de
Francisco Chaves. O livro é excelente. Com propriedade, registra
o reflexo da execução de um bom
69 ACIJ
planejamento tributário, que permeia desde os níveis mais estratégicos até as áreas operacionais das
organizações.
O autor destaca que a implementação do planejamento tributário não se refere apenas às grandes organizações, mas a empresas
de todos os portes, segmentos e
regimes tributários. Acrescenta
que o planejamento tributário é
uma ferramenta de gestão que
chega a evitar o fechamento de
uma empresa e pode torná-la mais
lucrativa, atuando dentro da legislação vigente.
O livro chama atenção pela linguagem clara, prática e por disponibilizar uma série de exemplos.
É facilmente compreendido até
mesmo por aqueles que não são
envolvidos com as rotinas fiscais.
Orienta como fazer o planejamen-
to tributário, explicitando que,
além de direito garantido na Constituição Federal, trata-se de um
dever legal. Outros temas abordados no livro merecem destaque,
como: o melhor regime de tributação, os efeitos da lei 11.638/07,
operações de leasing back, crédito
presumido de IPI, reorganização
societária, prejuízos fiscais e a
tratativa dada ao pagamento dos
juros sobre o capital próprio em
detrimento ao pró-labore, para
quem adota o regime de tributação pelo lucro real.
Planejamento Tributário
na Prática
Francisco Coutinho Chaves
Editora Atlas
REVISTA 21 69
3 LIVROS
A melodia da educação
É notória a influência da música nos mais diversos campos da vida humana, inspirando e despertando a
sensibilidade pessoal. Mirtes Strapazzon, diretora pedagógica do Conservatório Belas Artes, selecionou três livros
para compreender melhor a importância da música como fonte para a educação.
Os primeiros
conceitos
Música clássica
para crianças
Fluir na vida
de cada um
De maneira simples e lúdica, explica
o que é a música. Inicia-se a abordagem com o conceito de som: o que é,
o que compõe e qual a leitura deve
ser feita do som numa música. Também explora a importância de ler
uma partitura. Quanto mais cedo e
de forma correta a criança aprender,
melhor. O autor cita a realidade de
sons parecidos, sons mais livres, sons
de improviso, mostrando que a música pode ser produzida pelo ser humano ao imprimir os sentimentos.
A historia da música clássica, voltada ao entendimento da criança. O
autor chama atenção para a grandiosidade de uma orquestra: muitos
instrumentos, diversos músicos e, na
condução, uma pessoa que lidera o
fluir da música. Também cita a evolução musical, iniciada pelo barroco,
passando pelo clássico, romântico
e o moderno. Cada instrumento é
apresentado explorando sua função
na orquestra, além de seu funcionamento e características.
O livro busca ampliar o horizonte, enfocando que a música não é só uma
melodia, um ritmo, um som ou uma
composição. Trata da música antiga,
passando pela clássica, até a moderna, e enfatiza a importância na vida
das pessoas, mas em especial na vida
das crianças. Cabe a nós dar espaço e
incentivar para que a música flua em
nossas vidas, pois ela reúne credos,
raças, adversidades, apazigua corações e cria sons a partir de recursos
inimagináveis.
Música – Entre no Ritmo
Dan Green
Editora Girassol
70 ACIJ
Orquestra – Uma
Introdução para
Crianças
Roberto Levine
Editora Panda Books
Música para Crianças
Dorling Kindersley
Editora Publifolhinha
DIVULGAÇÃO
DICA 21
O fim de uma era
Quando assumiu o posto de 007, em 2006, Daniel Craig ouviu críticas por ser o
primeiro James Bond loiro e baixinho. Quatro filmes depois, até o fã mais chato
reconhece que o inglês é um dos melhores intérpretes do agente mais famoso do
cinema. Porém, a parceria chegou ao fim com “007 Contra Spectre”, disponível em
DVD e Blu-ray. Diferente dos outros títulos, Spectre apresenta o passado de Bond,
suas relações familiares e seus inimigos mais antigos.
Sam Mendes, diretor
dos últimos dois filmes
da franquia – “Spectre”
e “Skyfall” –, venceu
o Oscar de “Melhor
Diretor”, em 1999, por
“Beleza Americana”.
CIDADES CRIATIVAS
Protagonistas, não apenas espectadores
Helga Tytlik
Tucunaré Desenvolvimento Criativo
Assunto oportuno com as Olimpíadas batendo à porta. Urge repensar
os grandes eventos realizados no
Brasil, aproveitando-os também após
sua realização. É necessário estabelecer integração, conexões e ações para
que o povo não seja apenas espectador, mas protagonista, alavancando
as características criativas tão brasileiras como vetor de desenvolvimento no seu aspecto mais amplo. Nesta
publicação, são abordadas cinco experiências compartilhadas em todos
os aspectos que as envolvem e que,
considerando como premissa a construção de cidade criativa para Join­
ville, trazem análises consistentes,
71
ACIJ
podendo servir de parâmetro para
um novo olhar para a nossa cidade,
com o objetivo de desenvolvê-la econômica, social e culturalmente. Composto por artigos de diversos autores,
o conteúdo tem organização de Ana
Carla Fonseca Reis.
Relato da experiência dos Jogos
Olímpicos de Barcelona, de 1992, enfoca desde a sua contextualização,
passando pela proposta, processo e
conclusão com análise de impacto,
mostrando o incremento da competitividade de Barcelona como cidade
para negócios e investimentos, passando pela economia criativa.
Com a Copa do Mundo de 2010,
na África do Sul, a análise tem o
objetivo de inspirar o Brasil no desenho da Copa do Mundo e das
Olimpíadas, abarcando, além dos
impactos do turismo, dos negócios
e da promoção ou marketing, um
estudo mais profundo dos processos adotados e iniciativas para
fomentar campos cultural, social,
econômico e turístico. Outros textos tratam das Olímpiadas e Paraolimpíadas de Londres, também
do Museu Guggenheim Bilbao, que
revolucionou a cidade espanhola, e
das bibliotecas como emblemas de
Medellín e Bogotá.
Cidades Criativas,
Soluções Inventivas
Ana Carla Fonseca Reis –
Editora Sesi
REVISTA 21
71
3 PERGUNTAS
GERSON LIMA/DIVULGAÇÃO
ótimo, quando o mercado está em queda. Não perdemos
vendas. E conseguimos superar a inflação. Abrimos 19 restaurantes, o maior crescimento em um ano até agora. Estamos tendo vantagens na crise, se olharmos o lado bom
do prisma. Um exemplo são as ofertas em shopping-centers – ninguém quer expandir e nós queremos, daí as condições favoráveis de aluguéis. Os shoppings sabem que o
que faz a diferença, na concorrência, é entretenimento –
cinema e restaurantes. Outro fator é a oferta de mão de
obra, principalmente não qualificada: contratamos todo
mundo sem experiência e treinamos. Esse pessoal está
sobrando no mercado; vem da indústria, da agricultura,
da construção civil, para os restaurantes. E também mão
de obra qualificada, administrativo, contabilidade e outras
posições. Há unidades administradas por sócios-gestores,
com participação nos lucros. Alguns são contratados para
essa função e alguns promovidos internamente. Na crise,
não temos pressão de contratação do nosso pessoal em
outras redes. O turnover era baixo, em torno de 5%, para
uma média de 30%, e hoje estamos em 2%.
2
JUNIOR DURSKI
Fundador e diretor da rede Madero de restaurantes
O faturamento em 2015 foi de R$ 290 milhões, com investimento de R$ 80 milhões, 35% disso em uma nova
fábrica. Parecem números de indústria, mas são da rede
de restaurantes Madero, que nasceu em Curitiba há dez
anos e já passou de 50 unidades. No ano passado, a marca do “melhor hamburguer do mundo”, como garante
sua propaganda, chegou a cidades como Brasília, Cuiabá
e Campo Grande. Em Santa Catarina, são 14 endereços,
dois em Joinville, um em Araquari e um em Barra Velha.
Neste ano, estão previstas entre 20 e 40 aberturas, revela
o chef Junior Durski, criador da rede.
1
O ano que passou foi de retração geral na
economia brasileira. Nesse contexto, como fica
a gastronomia?
Não tomamos conhecimento da crise. Nos primeiros três trimestres de 2015, crescemos 9,5% – considerando as mesmas bases, restaurante por restaurante. Isso é
72
ACIJ
As pessoas não pararam de comer fora?
Ficam mais seletivas: saem uma vez por semana, e
não duas. E migram do restaurante mais caro para
o mais barato. Daí que fizemos um esforço ainda
maior, tentamos melhorar nossa qualidade, tanto na comida quanto no atendimento, para sermos escolhidos:
acreditamos que o cliente virá porque não quer errar na
escolha. E isso aconteceu. Na questão preço, nossa base
é Curitiba. Nosso preço é mais baixo que os concorrentes
em SP e até do que outros restaurantes do gênero em Joinville. A gente tem um mix muito bom, e com isso consegue atender um público maior.
3
Qual o conceito chave do Madero?
Chamamos de casual-dinning – não é alta gastronomia nem é simples. Nos posicionamos como
uma rede de restaurantes que quer servir comida
e serviços muito bons, em um ambiente diferenciado, a
preço justo. Também temos uma preocupação grande
com o lado saudável: nosso cheese tem 15% de gordura
enquanto o do mercado tem 30%. Não usa conservante,
usa só óleo de girassol. Não vemos concorrentes no Brasil
seguindo nesse caminho. E tudo que servimos é produzido em nossa fábrica. Desse modo, podemos controlar a
qualidade. A proposta foi verticalizar. Até os caminhões
que fazem a distribuição pelos restaurantes, em vários Estados, são nossos, o que me garante que a cadeia de frios
é feita da forma correta. Temos um centro de treinamento em Curitiba, oferecemos alojamento para os funcionários, outra particularidade nossa.
73 ACIJ
REVISTA 21 73
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