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Instrumentos Musicais
Classificação:
1. Cordofones
2. Aerofones
3. Membranofones
1.Cordofones
Historia dos instrumentos de corda
O primeiro instrumento de corda do qual se tem conhecimento é o Arco
musical cuja origem é situada entre 35 e 15 mil anos a.C. Os
instrumentos de corda friccionada mais antigos registrados são nove liras
e três harpas encontradas numa tumba na Mesopotâmia datando de
2.600 a.C.
Pinturas em paredes e efígies em cerâmica, madeira ou metal indicam a
presença de tais instrumentos em época próxima no Egipto Antigo e em
ilhas do Mar Egeu. As representações dão a entender que as liras tinham
funções musicais de carácter religioso ou poético, enquanto as harpas
visavam o entretenimento e o erotismo.
Os instrumentos que deram origem aos modernos violino, violão,
guitarra, violoncelo tem origem do alaúde, utilizado inicialmente por pastores, que
surgiu em época posterior. Os instrumentos da família do violino foram desenvolvidos
na Itália durante os séculos 16 e 17 e alcançaram seu pico nas mãos de mestres como
Antonio Stradivari e Giuseppe Guarneri “Del Gesù” de Cremona.
Os instrumentos de cordas são importantes na história da música ocidental pois foi
com um instrumento constituído de uma única corda, o monocórdio, que os filósofos e
matemáticos da escola pitagórica descobriram todos os princípios matemáticos que
regem os intervalos, escalas e a harmonia, dando origem ao estudo da teoria musical
há mais de dois mil anos
Cordofones: são Instrumentos de cordas e instrumentos musicais cuja fonte primária
de som é a vibração de uma corda tencionada quando beliscada, percutida ou
friccionada. Na classificação Hornbostel-Sachs, bastante utilizada actualmente, estes
instrumentos representam a classe dos cordofones identificada pelos códigos iniciados
pelo número 3.
1
Corda friccionada
2
1
3
4
Legenda:
1.
2.
3.
4.
Contrabaixo
Violoncelo
Viola
Violino
2
Corda dedilhada
Viola de dedilhada
Harpa
3
2.Aerofones
O Aerofone é qualquer instrumento musical em que o som é produzido principalmente
pela vibração do ar 1 sem a necessidade de membranas e cordas e sem que a própria
vibração do corpo do instrumento influencie significativamente no som produzido. O
termo foi usado pela primeira vez na classificação de Victor Mahillon e posteriormente
foi incluído na classificação Hornbostel-Sachs. Nesta, os aerofones formam uma das
grandes divisões - identificada pelo código.
Podemos considerar os seguintes grupos:
1. AEROFONES DE ARESTA – (família das flautas) – instrumentos cuja embocadura é
uma aresta, para a qual é orientado um jacto de ar. Esta embocadura pode ser
simples ou de apito (ex.: flauta de bisel, flajolé).
Flauta de bisel
2. AEROFONES DE PALHETA – as palhetas podem ser livres (ex.: acordeão, órgão de
boca) ou batentes; por sua vez, estas últimas podem ser simples (ex.: saxofone,
clarinete) ou duplas (ex.: oboé, fagote).
Acordeão
Saxofone
Fagote
4
3. AEROFONES DE BOCAL- que muitos autores hoje consideram de palheta labial, já
que o som é produzido não pelo bo9cal, mas antes pelos lábios do instrumento,
que actuam como palhetas duplas (ex.: serpentão, trompete, trompa, trombone,
saxhornes).
Serpentão
Trompa
Trompete
5
3.Membranofones
São instrumentos de percussão, que produzem som através da vibração de
membranas distendidas. São exemplos de membranofones os tambores e os kazoos.
Pandeireta
Caixa de Rufo
Timbale
Bombo
Idiofones
São instrumentos musicais em que o som é provocado pela sua vibração. É o próprio
corpo do instrumento que vibra para produzir o som, sem a necessidade de nenhuma
tensão. Esta categoria compreende a maior parte dos instrumentos executados por
atrito (como o reco-reco), por agitação (como o chocalho) assim como muitos
instrumentos de percussão melódica, como os xilofones. Os blocos sonoros, clavas e
pratos são exemplos de idiofones percutidos sem intenção melódica.
Reco-reco
Gongo ou Tam-tam
Sinos
Clavas
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Instrumentos Orff
Os instrumentos Orff, são os instrumentos que se utilizam na sala de aula. Pensado e
adaptados pelo compositor e pedagogo Carl Orff a) com objetivo das crianças fizerem
música com mais facilidade. Depois de uma exaustiva pesquisa pelos vários
continentes, ele adaptou estes instrumentos para as crianças e jovens, de modo a que
sejam a continuação do seu próprio corpo. Por este facto se denominam
de instrumentos da sala de aula.
Estes instrumentos dividem-se em três famílias de acordo com o material que é
percorrido:



Madeiras ;
Metal;
Peles;
7
a) Carl Orff (Munique, 10 de Julho de 1895 — Munique, 29 de marco de 1982) foi
um compositor alemão, um dos mais destacados do século XX, famoso
sobretudo por sua cantata Carmina Burana.
Contudo, a sua maior contribuição se situa na área da pedagogia musical, com o
Método Orff de ensino musical, baseado na percussão e no canto. Orff criou um centro
de educação musical para crianças e leigos em 1925, no qual trabalhou até a data do
seu falecimento.
Os instrumentos de Altura Definida
Flauta de bisel; Xilofone Baixo; Xilofone Contralto; Xilofone Soprano; Metalofone
Baixo; Metalofone Contralto; Metalofone Soprano; Jogo de Sinos Soprano e Jogo de
Sinos Contralto.
Flauta de
Bisel
Timbale
Instrumentos de Altura Indefinida
Bombo; Pratos; Gongo; Castanholas; Triângulo; Caixa Chinesa; Reco-reco; Pandeireta;
Maracas; Guizeira; Clavas; Tamborim; Prato Suspenso; Bongós; Caixa de Rufo;
Windchime; Temple-block; Timbales e Congas.
Triângulo
Guizeira
Maracas
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Instrumentos Tradicionais Portugueses
O acordeão é mais conhecido em Portugal como ‘harmónio’. É maior do que a
concertina e é bastante utilizado em várias regiões do país, sobretudo
na parte norte. A concertina, além de ser mais pequena tem a caixa
hexagonal. Estes dois são instrumentos, que não tiveram origem em
Portugal mas que foram introduzidos no país e aqui tiveram grande
difusão .
O adufe é um instrumento oriundo da região da Beira Baixa. É
tradicionalmente feito e tocado pelas mulheres: as adufeiras. É um
instrumento quadrangular que é feito a partir da pele dos animais da região.
O facto de serem zonas ricas em pastorícia justifica de algum modo a grande
explosão de adufes saídos das mãos habilidosas das mulheres da Beira Interior.
Bandolim tem a forma um pouco semelhante a uma guitarra
portuguesa, mas a sua caixa é mais estreita. É muito tocado no norte,
onde o podemos ver acompanhar as danças minhotas. É um
instrumento de origem italiana que entrou em Portugal e por cá ficou.
Dizem os artesãos que os fabricam na região de Braga, que os
tradicionais são feitos de madeira boa e de forma artesanal, enquanto os que se
vendem agora no mercado são mais pequenos e são feitos de madeira prensada.
9
A castanhola ao contrário do que muitos de nós podemos pensar, castanholas não são
apenas um instrumento de terras de Espanha, elas também existem em Portugal,
tocadas e feitas por mãos habilidosas, normalmente de pastores. São talhadas nas
mais variadas formas e feitios e como que esculpidas com a ponta da navalha. Eram
comuns tanto na região de Trás-os-Montes, como no Alentejo e ajudavam a dar ritmo.
Ainda hoje são utilizadas nas “festas dos rapazes" em Trás-os-Montes. O que acontecia
muitas vezes, sobretudo nas regiões onde as pessoas são menos preocupadas com a
estética, é que bastava pegar em duas tabuinhas ou em duas pedras e juntá-las,
pois mesmo sem grandes requintes, já era possível obter o som desejado.
Castanhola de cana
O Cavaquinho é nas rusgas minhotas que vamos encontrar o cavaquinho em toda a
sua popularidade. É um instrumento semelhante à viola mas de pequenas dimensões,
e com um timbre agudo. Tem um carácter exclusivamente lúdico e
profano e tanto pode aparecer sozinho para acompanhar o canto,
como acompanhado pela viola, violão ferrinhos, tambor e requereque. Dizem os entendidos que é um instrumento que se adapta bem
às vozes agudas das mulheres do Minho, bem como ao ritmo das
‘chulas', dos "viras', dos "malhões" e "canas verdes”.
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A Guitarra Portuguesa é um instrumento parece ter entrado em Portugal pela cidade
do Porto, vindo da Grã-Bretanha, dado o intenso comércio que os ingleses mantinham
por causa do vinho do Porto.
Segundo Sampayo Ribeiro, seria já nos finais do séc. XVIII que a guitarra se
aportuguesaria e se difundiria por todo o país a partir da cidade invicta,
começando então a substituir a viola que era até aí um instrumento de
grande popularidade. Será a partir desta altura que a guitarra sofre
reajustamentos diversos, com vista a melhor se adaptar às raízes da
música tradicional portuguesa.
É então que um construtor anónimo do séc. XIX, respeitando o instrumento anterior,
adapta as cabeças da viola de arame à guitarra e, como estas tinham doze cordas, viuse obrigado a alterar o encordoamento, redistribuindo-as em seis ordens de cordas
duplas e adicionando cordas de aço aos bordões. Esta terá sido a maior transformação
de todas e aquela que terá contribuído para que a guitarra adquirisse a especificidade
que lhe conhecemos hoje, com doze cordas e cravelhas.
Em Coimbra, a construção de guitarras remonta aos finais do século XIX e primeiro
quartel do séc. XX, sendo as primeiras guitarras trazidas por estudantes do Porto e
Lisboa, mesmo quando a indústria da cidade já as produzia.
A guitarra de Coimbra passa a distinguir-se da guitarra de Lisboa nos finais do séc. XIX,
com a escala mais comprida para o mesmo número de pontos, a ilharga mais estreita e
passou a afinar 2 pontos abaixo do lamiré, perdendo o brilho do som e ganhando uma
sonoridade mais grave, mais suave e melodiosa.
Funcionamento mecânico-acústico
A Guitarra possui 12 cordas metálicas distribuídas por
seis ordens, três das quais afinam em uníssono (em
pares de arame de aço) e as restantes em oitavas (em
pares com arame nú e arame coberto).
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Gaita de fole é um instrumento da família dos aerofones, composto de pelo menos um
tubo melódico e dum insuflador mediado por uma válvula, ambos ligados a um
reservatório de ar, na maioria dos casos, há
pelo menos mais um tubo melódico, pelo qual
se emite uma nota pedal constante em
harmonia com o tubo melódico.
A cantadeira possui a peculiar configuração de
ser construída baseada numa nota, e afinada
noutra, a qual rege a afinação da nota pedal
soada pelo bordão. As possíveis afinações
variam de gaita para gaita, geralmente em dó,
ré, sol, lá, si ou si bemol.
Outra peculiaridade das gaitas-de-fole é integrarem o restrito grupo de instrumentos
de ar que tocam contínua e mecanicamente, sem necessidade de pausa para o músico
respirar.
É conhecida como rabeca chuleira e é em terras animadas do Minho, que o
seu som é particularmente apreciado. É muito parecida com o violino mas
tem uma escala mais aguda e o braço bastante mais curto. É afinada uma
oitava acima daquele e dizem os que sabem tocar que não é nada fácil. Os
antigos, muitos deles aprenderam a tocar de ouvido. É que este
instrumento pode ser considerado o grande “maestro” da chula em terras
que se estendem do Douro até Amarante, Guimarães e Santo Tirso, pois no
Minho é caso para dizer: “em terra de chulas quem tem uma rabeca é rei”.
É ela que comanda e dá o tom aos restantes instrumentos que compõem
o grupo: a viola braguesa, o violão, os ferrinhos e o bombo.
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Sarronca é um instrumento que pode ser integrado na categoria dos
membranofones, isto é, instrumentos feitos a partir da pele dos animais. É o
caso da 'zamburra’ que é como ela é mais conhecida em Trás-os-Montes e na
Beira Baixa. No fundo, é um tambor feito de uma base de barro ou madeira,
que é coberta por uma pele que tem ao centro um elemento fixo, que
é esfregado e do qual sai a vibração. Era utilizada em toda a faixa ocidental
do norte e também nas regiões pastoris do interior.
Viola Amarantina ou Viola-de-amor o seu berço situa-se na bonita cidade de
Amarante. Pelo menos, assim nos faz crer o nome com que foi batizada. Hoje
já está praticamente extinta naquelas paragens, mas tempos houve em que a
viola dos corações era uma companhia indispensável no caminho para as
mondas ou nos serões animados nas eiras, onde se espadelava o linho ou
desfolhava o milho. Faziam-se as alegres 'jogatadas’ às vezes duas e três vezes
por semana, em que se cantava, dançava e tocava, sempre com a presença da
viola amarantina. Acompanhava também a rabeca nas tradicionais ‘chuladas’,
a par do bombo, dos ferrinhos e do violão.
O som do reque-reque chega-nos das terras do Minho. É um instrumento que
antigamente os homens faziam facilmente: pegavam numa tábua ou cana e faziamlhes uns dentes (cortes) e friccionavam-nos, com uma cana rachada. Este instrumento
era muito utilizado nas festas populares minhotas. Em Amarante era também tocado
nas Janeiras e na altura dos Reis, quando as pessoas ainda tinham o hábito de andar
com uma viola, um cavaquinho, um bombo e um reque-reque de casa em casa a
cantar, a tocar e a beber uns copos.
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