ANAA - Serviço Espírita de Informações
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ANAA - Serviço Espírita de Informações
SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES LAR FABIANO DE CRISTO Rua dos Inválidos, 34 – 7o andar – Centro 20231-044 – Rio de Janeiro – RJ – Brasil Internet: http://www.lfc.org.br/sei [email protected] Sábado, 21/7/2007 – no 2051 CONCEITUAÇÃO ESPÍRITA D.Villela existência de seres angélicos figura em todas as tradições religiosas, que os apresentam como individualidades livres do erro e de todo o mal, vivenciando uma felicidade plena e inalterável, decorrente da observância integral das Leis de Deus, cujos desígnios eles recebem diretamente e executam em todo o Universo. Dentre essas tradições, algumas, como a nossa judeu-cristã, os consideram essencialmente diferentes dos homens pois eles seriam, desde sua origem, seres perfeitos e inteiramente espirituais, numa flagrante injustiça para conosco que temos de conseguir com esforço e determinação a nossa melhoria, correndo ainda o risco de sermos condenados a sofrimentos perpétuos no inferno por algum erro mais grave cometido durante a existência material embora esta seja extremamente breve quando comparada com a eternidade. É interessante lembrar, no entanto, que o perdão concedido por um ministro religioso poderia nos livrar desse destino terrível... A Doutrina Espírita veio esclarecer que não existem castas na Criação pois todos temos origem, natureza e destinação idênticas, ou seja, no princípio simplicidade e ausência de conhecimento e experiência que devem ser adquiridos por esforço próprio, sob o amparo divino, através de trajetórias pessoais diferentes, na verdade únicas, mas que têm – todas – o mesmo ponto de chegada: a perfeição. Nesse percurso, que é extenso, o ser desenvolve sua inteligência e aprimora os sentimentos em aprendizado incessante, ao longo do qual realiza estágios na matéria para a obtenção de determinadas aquisições, empregando, então, corpos que se tornam mais sutis à medida que o progresso avança e ele se transfere para mundos mais adiantados. A literatura espírita posterior à Codificação, referindo-se aos seres dessa condição – Jesus é um deles –, reafirma a impossibilidade atual de entendermos seu modo de vida face à total ausência de A analogia com o nosso, que é ainda baseado no egoísmo e no desconhecimento das bases espirituais da existência. As observações seguintes, do conhecido orientador André Luiz, dão uma idéia dessa dificuldade: “Nessa substância original, ao influxo do próprio Senhor Supremo, operam as Inteligências Divinas a Ele agregadas, em processo de comunhão indescritível (...), extraindo desse hálito espiritual os celeiros da energia com que constroem os sistemas da Imensidade”(1). “É imperioso reconhecer, contudo, que não podemos, ainda, em nossa posição evolutiva, formular qualquer pensamento concreto acerca da natureza e dos atributos dos Anjos, nem ajuizar quanto ao sistema de relações que cultivam entre si”(2). (“Evolução em Dois Mundos”, psicografia de Francisco Cândido Xavier; (1) primeira parte, capítulo 1; (2) segunda parte, capítulo 12). Sabemos, no entanto, que estes seres sublimes acompanham nossa morada, envolvendo-nos com sua proteção amorosa, em nome da bondade e da sabedoria de nosso Pai Celestial. N ◊ “O Céu e o Inferno” (Primeira Parte, capítulo 8, itens 12 a 15). RECORDANDO IAN STEVENSON – PARTE FINAL – Em sua edição anterior, de número 2050, o “Serviço Espírita de Informações” (SEI) publicou a parte inicial da entrevista concedida à revista italiana “Luce e Ombra” (Luz e Sombra) pelo saudoso Dr. Ian Stevenson, autor, dentre outros, do clássico “20 casos sugestivos de reencarnação”. Agora nesta edição, o SEI divulga a última parte da entrevista, realizada em 1986 por Paola Giovetti, estudiosa da fenomenologia mediúnica na Itália: A A “Paola: – Atualmente em que está trabalhando? Stevenson: – Em um livro sobre os sinais de nascimento e os defeitos de nascença, que será a minha obra mais importante. Será ilustrado com muitas fotografias e constituirá o produto do meu trabalho de 25 anos. Estou trabalhando nisto há muito tempo e me resta ainda um ano para terminá-lo (Nota da redação: este livro seria publicado em 1997 sob o título “Where Reincarnation and Biology Intersect”, algo em português como “Onde reencarnação e biologia se cruzam”, e ainda em italiano, cujo título em português poderia ser lido como “As provas da reencarnação” – Milão 1998). Paola: – E depois deste livro? Stevenson: – Tenho ainda muito material para avaliar. Nestes 25 anos, viajei por todo o mundo, estudei muitíssimos casos e publiquei somente uma parte da minha pesquisa. Depois do livro sobre os sinais de nascença, pretendo escrever um sobre casos americanos e outro sobre aqueles europeus. Paola: – A sua é uma pesquisa custosa, porque requer contínuos deslocamentos e pernoites nos mais diversos locais. Quem o financia? Stevenson: – Na minha universidade (Universidade da Virgínia, em Charlotteville), existe uma fundação por ela controlada e cujos fundos são destinados a esta particular pesquisa. Eu sou professor para as pesquisas, sou pesquisador, não mestre do ensino, e posso dedicar todo o meu tempo a esta finalidade. Ocupo-me igualmente de outros fenômenos paranormais, como as aparições, e tantos outros, mas o meu campo principal de interesse é aquele ligado à reencarnação. Quando devo ficar no exterior por motivos de estudo, faço um programa preciso, o submeto ao conselho e, se aprovado, me dão os recursos necessários. Até agora não me negaram nada. Devo admitir que a minha é uma posição privilegiada, muito rara. Mas, evidentemente, o meu trabalho interessa.” A entrevista é encerrada com uma narrativa do professor Ian Stevenson so- 2 bre o caso de uma menina de Burma, a qual recorda ter sido um soldado japonês morto na guerra. Esse caso apresenta particulares motivos de interesse, tendo sido, inclusive, publicado no “Journal of Nervous and Mental Disease” (Jornal de Doenças Nervosas e Mentais – volume 165, no 3, 1977), representando – como destacou Paola Giovetti – absoluta novidade para a Itália. “A família da moça explicava esta situação como se fora as recordações relativas ao soldado japonês. Quanto à troca de sexo entre uma e outra vida, pensava que talvez houvesse preferido passar por uma menina e, assim, evitar ser recrutada para o serviço militar; ou, talvez, que o soldado japonês tivesse molestado as moças e por punição deveria renascer como mulher. Ou ainda que os disparos tenham golpeado os seus órgãos genitais e assim gerando a necessária troca de sexo. Com o passar do tempo Ma Tin Aung Myo perdeu o pavor dos aviões e também certas lembranças do Japão se desfizeram. Não disse mais que desejava transferir-se para aquele país, não disse mais que detestava o clima de Burma e vivia mais alegre junto a uma irmã casada que morava em zona montanhosa da região. Não pensava em casar-se e dizia que aceitaria qualquer tipo de morte se lhe garantissem que renasceria como homem.” O Dr. Stevenson concluiu a sua cuidadosa análise deste caso com as seguintes considerações: “Certos críticos desses casos acreditam que as influências culturais sejam suficientes para explicar todos esses aspectos. Eu não estou de acordo, e em outras publicações descrevi casos onde os sujets eram possuidores de uma tamanha quantidade de informações sobre as pessoas falecidas das quais recordavam as vidas, a que, na minha opinião, não poderiam ter acesso pelos meios normais de comunicação. O caso em questão não se enquadra nesta condição, mas apresenta um problema não facilmente resolvível, recorrendo às influências culturais. Se, por motivos seus, Ma Tin Aung Myo desejava identificar-se com uma pessoa falecida, por que escolheu exatamente um soldado japonês? O povo de Burma, em geral, não chegou a odiar os japoneses como os americanos durante a Segunda Guerra Mundial, todavia os japoneses não eram tão bem aceitos assim em Burma e, por isto, a identificação com um soldado japonês não aumentava a segurança e o prestígio da moça em família e menos ainda no vilarejo. A explicação mais simples ainda é a melhor e eu creio que os psiquiatras e os psicólogos ocidentais deveriam se deter numa séria consideração e estudar a fundo os motivos da interpretação desses casos que aconteceram na Ásia sul-oriental.” INTERNACIONAIS AUSTRÁLIA A Fundação Joana de Cusa e a Casa Espírita Franciscanos já começaram a tomar todas as providências para receber em setembro a visita do médium Divaldo Pereira Franco que, mais uma vez, irá cumprir, como vem fazendo há alguns anos, um roteiro de atividades naquele país. A visita acontecerá entre os dias 17 e 21, conforme anunciou recentemente as instituições co-irmãs que têm sua sede no endereço: 1 Lister Avenue Rockdale – Sydney – Austrália – telefone 9597-6585, correio eletrônico joanadecu [email protected] e página www.joana decusa.org.au. Outras informações sobre o roteiro de Divaldo deverão ser divulgadas em breve. PORTUGAL A Associação Cultural Espírita de Aveiro está funcionando em nova sede, muito mais ampla e localizada bem no centro da cidade. O endereço completo é Rua Ciudad Rodrigo, 12 r/c – 3810-169 Aveiro – Portugal. SERVIÇO ESPÍRITA DE INFORMAÇÕES Boletim Semanal editado pelo Lar Fabiano de Cristo Diretor: Danilo Carvalho Villela Editores: Jorge Pedreira de Cerqueira Eloy Carvalho Villela Endereço: Rua dos Inválidos, 34 - 7o andar Centro - CEP 20231-044 Rio de Janeiro - RJ Tel. (21) 2242-8872 Fax (21) 3806-8649 Brasil NOTAS DA GRANDE IMPRENSA CONSUMISMO antiga boneca e o carrinho cederam lugar ao celular, ao MP3, ao Ipod... Ao invés das brincadeiras típicas da infância, o shopping com suas vitrines chamativas. Este é o perfil de uma infância que se comporta cada vez mais como adulto, inclusive no que diz respeito ao consumo desenfreado. Uma pesquisa da Ipsos Marplan, feita em outubro de 2006 em nove regiões metropolitanas, apontou um amadurecimento precoce do consumo infantil. Segundo o estudo, que abrangeu três mil crianças, um terço das que têm entre 10 e 12 A anos já possui celular. Esse índice nas classes A e B passa para 52%, caindo para 22% nas classes C, D e E. O assunto virou tema de reportagem do jornal “O Globo”, de 6 de maio. A matéria, intitulada “Pequenos consumidores com apetite adulto”, assinada pelas jornalistas Fabiana Ribeiro e Luciana Casemiro, ouviu especialistas, dentre os quais o diretor-presidente do Instituto Akatu – Pelo Consumo Consciente, Helio Mattar, que lançou um alerta para a “adultização” do consumo infantil. “A criança deve viver na infância, afinal vai ter muito tempo para ser adulto. E quando isso não acontece, vai comprometendo o desenvolvimento da criatividade e da imaginação para o resto da vida” – disse Mattar. A reportagem chega a propor alguns meios de se educar as crianças para o consumismo consciente. Um deles é a atitude dos pais, que é um padrão para elas. Não adianta estimular um consumo consciente se a família não procede assim. Vale ainda ensinar aos pequenos a necessidade de se gastar menos, de se poupar, apelando, inclusive, para a consciência ecológica, uma vez que o consumismo desenfreado tem reflexos diretos na natureza, que não está sendo capaz de suprir a demanda do consumo. ∗ Na questão 712 de “O Livro dos Espíritos”, Allan Kardec indaga aos benfeitores espirituais a razão de ter Deus posto atrativos no gozo dos bens materiais, ao que responderam os Espíritos: “Para instigar o homem ao cumprimento da sua missão e para experimentá-lo por meio da tentação”. Na subpergunta que se segue, o Codificador questiona sobre o objetivo dessa tentação. “Desenvolver-lhe a razão, que deve preservá-lo dos excessos” – afirmaram. Em “Vereda familiar”, psicografado por José Raul Teixeira com publicação da Editora Fráter, o Espírito Thereza de Brito dedica um dos capítulos do livro ao tema “Consumismo doméstico”, comentando inclusive as questões 712 e 712 A de “O Livro dos Espíritos”. “Se o homem não tivesse o desejo de conseguir isso ou aquilo, certamente, não se interessaria por trabalhar, uma vez que na Terra o labor quotidiano tem o sabor de castigo e o cheiro de padecimento” – explica Thereza de Brito, acrescentando que o anseio de possuir, de comprar, obter é perfeitamente natural, pois atende aos projetos progressistas que os Céus engendram para os seres humanos. “Entretanto – adverte –, bastante distinto de adquirir, de comprar será, sem dúvida, o adquirir indefinidamente e comprar sem razão. Quantas são as pessoas que compram por comprar, gastam por gastar, sem qualquer consideração para com a própria vida, sem qualquer reflexão acerca da utilidade que poderia patrocinar para terceiros, do próprio lar ou da relação 3 social?! Quantos que adquirem para exibir poder econômico ou pujança social, sem qualquer necessidade mais nobre? Tantos que sofrem, obsessivamente, a compulsão psiquiátrica para o consumo inveterado, sem razão reflexiva.” E prossegue a benfeitora espiritual ressaltando que ninguém está impedido de consumir, de obter pequenos supérfluos, atendendo ao gosto pela vida e às possibilidades que ela consente. “Contudo – pondera –, o excesso (...) será a geratriz de tormento sem conta, nos caminhos terrenos”. E conclui seu pensamento com essa fraterna sugestão, válida não só para adultos mas também para crianças e jovens: “Quando descubra que o seu lar, atrelado ao consumismo tresloucado, ajuntou coisas e coisas que não são usadas, façaas passar a outras mãos, com a sua vibração de fraternidade, é certo, mas também com o compromisso de você realizar o esforço da educação das suas despesas, sem que se faça sovina ou onzenário, porém responsável multiplicador dos bens divinos que, por agora, você administra.” LIVRO É NOTÍCIA A VISÃO ESPÍRITA SOBRE CRIANÇAS ÍNDIGO E CRISTAL De uns tempos para cá, entrou na pauta de discussões de temas espíritas a questão das crianças índigo e, agora, mais recentemente, a das crianças cristal. O primeiro termo, por enquanto o mais falado, foi criado por uma parapsicóloga norteamericana de nome Nancy Ann Tappe, que no início da década de 80 desenvolveu um sistema de classificação dos seres humanos pela cor da sua aura. O termo índigo passou então a ser associado à tonalidade azulada que determinadas pessoas apresentavam, sobretudo crianças, a qual evidenciaria certas características de comportamento que as diferenciaria das demais, como, por exemplo, intuição mais desenvolvida, espontaneidade, grande imaginação, dificuldade de se enquadrar nos padrões sociais, hiperatividade, dons paranormais. Quanto às crianças cristais, apresentariam aura muito clara, fruto de sua conduta, marcada pela falta de rebeldia, sendo silenciosas, observadoras, responsáveis e, também, sensitivas. Em palestra proferida no ano passado em Oswego, Illinois, nos Estados Unidos, o médium brasileiro Divaldo Pereira Franco excursionou por essa temática, avançando e retrocedendo no tempo, avaliando a evolução humana, que vem acontecendo, desde seus primórdios, graças à intercooperação planetária e à migração de Espíritos. E a partir desses apontamentos é que deu mais detalhes sobre tais espíritos, que, encarnados, começam a ser identificados no planeta e a receber qualificações determinadas. “As crianças índigo – explica Divaldo – têm-se constituído um grande desafio para psicólogos, para psiquiatras, para neurocientistas, que as examinando, de imediato percebem-lhes a hiperatividade, a insatisfação, desde que não aceitam orientação imposta, possuindo a capacidade de enfrentar os adultos como se fossem pessoas igualmente adultas”. A razão para esse comportamento, o médium apresenta a da própria Nancy Ann Tappe, que afirma que devido ao nível de inteligência dessas crianças ser alto, pois são oriundas de uma região espiritual mais adiantada, acabam encontrando dificuldades no mundo terreno de expressar e desenvolver suas aptidões pela falta mesmo de recursos adequados. “Os estudiosos das crianças índigo recomendam que seja feita com elas uma experiência educacional à base do amor e mais amor, porque, na cultura hodierna, pela necessidade de os pais trabalharem, perdem muito cedo o contato e o afeto com os filhos, delegando a tarefa a pessoas remuneradas, algumas competentes, outras menos, porém, sem o sentimento profundo de afetividade” – destaca Divaldo. Já as crianças cristais, conforme crêem alguns, podem ser aqueles espíritos a que Allan Kardec faz referência no livro “A Gênese”, os quais constituiriam “a nova geração”. Os cristais seriam, assim, os espíritos provenientes de outras dimensões porém em melhores condições, não apenas intelectuais mas morais, de promover o progresso da humanidade. Essas crianças, ao contrário dos índigos, não seriam irrequietas, sendo muito introspectivas, gentis, amorosas... E cita, como exemplo, Francisco Cândido Xavier – que começou a expressar sua sensibilidade mediúnica com apenas 5 anos de idade – e Madre Tereza de Calcutá – grande nome da caridade –, os quais poderiam, como se pode constatar por suas vidas missionárias, até já integrarem essa leva de espíritos que hoje é classificada por alguns como crianças cristais. Essa palestra de Divaldo pode ser encontrada agora num livro bilíngüe (português e inglês), chamado “A nova geração: a visão espírita sobre crianças índigo e cristal”, organizado por Vanessa Anseloni. Tem 14x21cm, 96 páginas na parte em portu-guês e 94 na em inglês. A publicação é da Livraria Espírita Alvorada Editora, que atende a pedidos na Rua Jayme Vieira Lima, 104 – Pau da Lima – CEP 41235-000 Salvador, BA – telefone (71) 3409-8310, correio eletrônico leal@mansaodoca minho.com.br e página www.mansaodo caminho.com.br. Preço: R$24,00. DONA CÉLIA Isis Jardim eu primeiro contato com Célia do M Carmo Ferreira da Silva, ou Dona Célia, como era mais conhecida, se deu Mpor volta de 1970, no Grupo Espírita Discípulos de Samuel, em Vila Isabel, Rio de Janeiro, onde suas mediunidades de psicografia, vidência e audiência eram exercidas com muita dedicação, com meiguice, ternura e com a finalidade de esclarecer e consolar os que tinham “perdido” seus entes queridos. Nada de material ela recebia em troca. Em 1979, recebi a primeira mensagem, de um primo que havia falecido recentemente. Depois dessa, outras vieram de muitos parentes, amigos e até de Espíritos que não conhecia mas me pediam para transmitir os recados deles para pessoas amigas e até para outras das quais nunca tinha tido notícias. Era uma mediunidade fabulosa. Nunca vi, aqui no Rio, outra igual. Jamais a ouvi transmitir algo que não fosse esperança, consolação. Nunca a vi transgredir qualquer norma que estivesse fora do mais sublime amor e da mais sincera caridade. Ela era, segundo dizia, “um telefone que só tocava de lá para cá”. Muito do valor de sua vida de dedicação ao bem do próximo estava na ternura que dirigia a todos. Em cerca de 33 anos de conhecimento, jamais a ouvi dirigir-se a alguém com impaciência. Talvez esse fosse, para mim, o ponto mais importante, embora sua mediunidade “assombrosa” causasse a todos muita admiração, chegando até mesmo a mexer com a incredulidade de muitos ditos ateus, como certa vez narrou o jornalista Marcel Souto Maior, biógrafo de Chico Xavier, o qual numa entrevista para a TV revelou ter “encaminhado” amigos seus que eram ateus para as reuniões da Dona Célia e que eles, depois de tudo que assistiram, passaram a refletir sobre a existência de Deus e as razões da vida. Desde a infância ela teve sinais de sua mediunidade, mas sempre relutou em aceitá-la. Na adolescência, os fenômenos eclodiram, mas ela se dizia agnóstica e materialista. Surgiu, então, a ocasião dela aceitar as faculdades que recebera do Pai com a finalidade de servir ao próximo. E assim foi até que seu frágil corpo, já doente, não mais lhe serviu de instrumento e ela partiu para o mundo espiritual que ela tão bem conhecia. Em maio de 1982, fundou, com companheiros, o Grupo Espírita Obreiros de Jesus, do qual tive a honra de colaborar na elaboração do Estatuto, devidamente registrado no Registro de Pessoas Jurídicas. De início, a sede funcionava na Rua Maxwell, na Zona Norte do Rio, num sobrado, onde não havia espaço suficiente para a realização das reuniões públicas de 4 psicografia e vidência. Foi então providenciado o aluguel do salão do Clube Maxwell, bem próximo, só para o dia dessas reuniões, que aconteciam uma vez por mês, aos domingos, sob o olhar curioso e impressionado de centenas de pessoas, contritas e tomadas de grande emoção, também pela expectativa de poder, igualmente, receber mensagens de seus entes amados, segundo a vontade de Deus. Algum tempo depois foi possível a compra de um terreno no Sampaio, na Rua Alzira Valdetaro 143, e lá construída a sede própria. Mais tarde, a instituição passou a chamar-se Associação Obreiros de Jesus. Não se pode deixar de anotar o belo trabalho social realizado pela “Obreiros de Jesus”, inclusive distribuindo mensalmente muitas cestas de mantimentos e de roupas aos necessitados moradores dos morros da vizinhança, e a outros com residência mais distante. Dona Célia era contrária à divulgação de sua mediunidade e dos fenômenos que a cercavam. Vários jornalistas e redatores de TV tentaram entrevistá-la, mas não conseguiram. Apesar disso, o escritor e psiquiatra Brian Weiss, conhecido internacionalmente, assistiu a uma das reuniões dela, em 1997, e escreveu o que observou, em seu livro “A divina sabedoria dos mestres”. Um livro de Waldemar Falcão, com prefácio de Leonardo Boff e apresentação de Patrick Drouot, intitulado “Encontros com médiuns notáveis”, publicado em 2005 pela Nova Era, nas suas folhas 109 a 142 , tece comentários e narra fatos sobre Dona Célia. Célia era viúva de Walter Ferreira da Silva. Deixou uma filha, a juíza de Direito Regina Areal; o genro, desembargador Antonio Carlos Areal; e a neta querida de seu coração, Mônica Areal. Ao acompanhá-la, durante tantos anos, quis escrever, relatando o que via e ouvia, mas Célia não consentiu. Queria contar todos os casos, mesmo omitindo nomes, se preciso, explicar as emoções, as alegrias e mostrar as conseqüências positivas decorrentes do que ela, como instrumento do mundo espiritual, permitia que se realizasse. Mas não consegui. Sei que cada um dos milhares de encarnados e dos milhares de desencarnados que ela ajudou a socorrer reconhecem seu humilde e ao mesmo tempo grandioso trabalho. Nascida em 17 de fevereiro de 1924, no Rio de Janeiro, Dona Célia desencarnou no sábado 16 de junho, aos 83 anos de idade. À digna serva de Jesus e do Pai Amoroso, minha homenagem e minha saudade. ◊ “Faze o bem, em silêncio. Foge às referências pessoais e aprendamos a cumprir, de coração, a vontade de Deus.” “Vinha de Luz” Emmanuel MOVIMENTO ESPÍRITA FEB: LANÇAMENTOS “Dimensões espirituais do Centro Espírita” e “Charles Richet – o apóstolo da ciência e o Espiritismo” são as duas mais novas publicações da Federação Espírita Brasileira. No primeiro, que pode ser adquirido por R$28,00, Suely Caldas Schubert se utiliza de sua ampla experiência na Seara Espírita, assim como da farta bibliografia espiritista, para demonstrar que o Centro Espírita não é apenas uma construção física mas uma “edificação espiritual, cujas bases devem estar fincadas na rocha da Espiritualidade, de onde nascem as legítimas realizações para o engrandecimento moral das criaturas humanas”. Com 320 páginas, está dividido em 23 capítulos, dentre os quais: “A reunião pública”, “No trabalho de passes”, “A reunião mediúnica”, “A doutrinação: recursos espirituais” e “Reuniões mediúnicas para os Espíritos suicidas”. No segundo, que custa R$23,00, o pesquisador e estudioso da Doutrina Espírita Samuel Nunes Magalhães traz ao conhecimento do leitor a personalidade do cientista francês, que, ao contrário do que muitos imaginam, como demonstra o autor, não foi um oposicionista do Espiritismo, mas um integrante da equipe científica que colaborou com a solidificação das bases da Ciência Espírita, tal como o fizeram Crookes, Lombroso, Bozzano, Gibier, Flammarion, entre outros. Tem 360 páginas e divide-se em duas partes: “As múltiplas facetas de um gênio” e “Da esperança à certeza na imortalidade”. Ambos os livros têm tamanho padrão de 14x21cm e podem ser solicitados diretamente ao Departamento Editorial da FEB: Rua Souza Valente, 17 – São Cristóvão – CEP 20941-040 Rio de Janeiro, RJ – telefone (21) 3970-2066 e página eletrônica www.febnet.org.br. MÚSICA E ESPERANTO O portal Music Express, com canções de artistas do mundo inteiro em MP3, pode ser acessado agora em Esperanto. O portal recebe cerca de 300 mil visitas por mês e seu endereço é www.musicexpress.com.br. DVD “CHICO XAVIER – DE PEDRO LEOPOLDO A UBERABA” Um DVD duplo, histórico, sobre o mais conhecido médium brasileiro acaba de ser lançado pela Versátil Home Vídeo, através de seu selo Vídeo Spirite. Reúne quatro filmes inéditos: “O médium de Emmanuel” (1951), “Brilha uma luz no horizonte” (1955), “Chico Xavier – de Pedro Leopoldo a Uberaba” (1983) e “O grande médium espírita” (2007). Os dois DVDs têm 300 minutos de duração e neles é possível ver imagens impressionantes de Chico psicografando em grande velocidade, inclusive uma mensagem de Francisco de Assis recebida na casa de seu chefe Rômulo Joviano, na Fazenda Modelo, em Pedro Leopoldo (MG), quando da visita do espiritualista italiano Pietro Ubaldi. Há ainda cenas feitas no Centro Espírita Luiz Gonzaga, onde foram psicografados “Nosso Lar”, de André Luiz, as primeiras obras de Emmanuel e “Parnaso de Além-túmulo”. E mais outras cenas raras, como a do pai de Chico, João Cândido, e de seu irmão André Luiz, e dos amigos Arnaldo Rocha, Hernani Guimarães Andrade, Newton Boechat, Clóvis Tavares, Martins Peralva, entre outros. Os pedidos podem ser feitos através das páginas www.dvdversatil.com.br e www.dvdworld.com.br. CURSO BÁSICO DE ESPERANTO Terá início no dia 11 de agosto, no Rio de Janeiro, o 11o Curso Básico de Esperanto promovido pela União Espírita Fernandes Figueira e Bezerra de Menezes. As aulas serão ministradas pelo esperantista Elmir dos Santos Lima e ocorrerão aos sábados, das 17h30min às 19h. A inscrição deverá ser feita por ocasião da aula inaugural, bastando que se leve um quilo de alimento não-perecível para a instituição, que fica na Travessa José Bonifácio, 17/21, bairro Todos os Santos. CAPEMI Adquirindo um plano de pecúlio da CAPEMI, além de proteger o futuro de sua família, nossos participantes têm direito a empréstimo pessoal com juros e prazos especiais para pagamento (serviço disponível somente para quem trabalha em órgãos consignantes). Ligue ALÔ CAPEMI 0800 723 3030 De segunda a sexta-feira, das 8h às 17h Ligação gratuita
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