fisioterapia em evidência

Transcrição

fisioterapia em evidência
ISSN 2178-1672
VOLUME 5, NÚMERO 1
JANEIRO/JUNHO 2014
Revista
FISIOTERAPIA
EM EVIDÊNCIA
F A C
C UU LL DD AA DD EE
MUITO
ALÉM
DA FORMAÇÃO
MUITO
ALÉM
DA FORMAÇÃO
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
1
ISSN 2178-1672
Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, p. 2, janeiro/junho 2014
Revista
FISIOTERAPIA
EM EVIDÊNCIA
Informações básicas
A Revista Fisioterapia em Evidência, ISSN 2178-1672, é uma publicação semestral
do curso de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco. Publicada desde 2010, adota o
processo de revisão por especialistas (peer review), sendo cada artigo publicado após
a aceitação dos revisores, mantidos no anonimato. Os conceitos e opiniões emitidos
nos artigos são de inteira responsabilidade de seus autores. A submissão de artigos
pressupõe que, com exceção dos resumos ampliados, não tenham sido publicados
anteriormente nem submetidos a outra publicação.
O título abreviado da revista é Fisioter. Evid., forma que deve ser usada em bibliografias,
notas de rodapé, referências e legendas bibliográficas.
A revista encontra-se gratuitamente disponível no site da Faculdade Dom Bosco.
Missão
Publicar artigos originais de pesquisa cujo objetivo básico se refere ao campo de
atuação profissional da fisioterapia e da reabilitação.
Ficha catalográfica
Revista Fisioterapia em Evidência/Faculdade Dom Bosco. vol. 5, n. 1 (2014).
Curitiba: FDB, 2010
Semestral
Sumários em inglês e português
ISSN 2178-1672
1. Fisioterapia – Periódicos. I. Faculdade Dom Bosco.
CDD 615.82
CDU 615.8
2
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
ISSN 2178-1672
Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, p. 3, janeiro/junho 2014
Revista
FISIOTERAPIA
EM EVIDÊNCIA
Editores responsáveis
Silvia Regina Valderramas (doutora)
[email protected]
Salete do Rocio Cavassin Brandalize (mestre)
[email protected]
Conselho editorial
Anna Raquel Silveira Gomes (doutora)
Universidade Federal do Paraná – Curitiba-PR – Brasil
Ariani Cavazzani Szkudlarek (doutora)
Faculdade Dom Bosco – Curitiba-PR – Brasil
Cassio Preis (mestre)
Faculdade Dom Bosco e PUCPR – Curitiba-PR – Brasil
Claudia Chaguri de Oliveira Pellenz (mestre)
Faculdade Dom Bosco – Curitiba-PR – Brasil
Cristiane Gonçalves Ribas (mestre)
Faculdade Dom Bosco e PUCPR – Curitiba-PR – Brasil
Cristiane Regina Gruber (mestre)
Faculdade Dom Bosco – Curitiba-PR – Brasil
Francisco Ernesto H. Zanardini (mestre)
Faculdade Dom Bosco e Uniandrade – Curitiba-PR – Brasil
Gilda Maria Grasse Luck (doutora)
Faculdade Dom Bosco e Facel – Curitiba-PR – Brasil
Isabel Cristina Bini (mestre)
Faculdade Dom Bosco – Curitiba-PR – Brasil
Marcelo Kryczyk (doutor)
Faculdade Dom Bosco – Curitiba-PR – Brasil
Marcia Maria Kulczycki (mestre)
Faculdade Dom Bosco – Curitiba-PR – Brasil
Sandra Mara Meireles Adolph (doutora)
Universidade Federal de São Paulo – São Paulo-SP – Brasil
Editoração eletrônica
Comunicação Dom Bosco - [email protected]
INFORMAÇÕES PARA PUBLICAÇÃO DE ARTIGOS
Todo o material a ser publicado deve ser submetido online por meio do site:
www.fisioterapia.com.br/revista
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
3
ISSN 2178-1672
Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, p. 4, janeiro/junho 2014
Revista
FISIOTERAPIA
EM EVIDÊNCIA
Sumário
Editorial............................................................................................. 5
Artigo 1 ............................................................................................. 6
Identificação, prevenção e intervenção na violência contra idosos
percebidas pelos profissionais fisioterapeutas
Identification, prevention and intervention of violence against the elderly perceived
by physical therapists
Artigo 2 ........................................................................................... 17
Eficácia do tratamento da lipodistrofia ginóide pelo método do ultrassom associado à endermoterapia em relação ao uso isolado destas duas técnicas
Efficacy of treatment of gynoid lipodystrophy by the ultrasound method associated with endermologie in relation to the individual use of these two techniques
Artigo 3 .......................................................................................... 28
Análise do efeito agudo da mobilização neural sobre a dor, força
de preensão palmar e tensão neural em intérpretes da língua brasileira de sinais
Analysis of the acute effect of neural mobilization over pain, grip strength
and neural tension in interpreters of the brazilian sign language
Artigo 4 .......................................................................................... 39
Efeitos dos exercícios multissensoriais como recurso fisioterapêutico sobre o
equilíbrio de indivíduos portadores da Doença de Parkinson
Effects of years as a resource multisensory physiotherapeutic balance of guys on
Parkinson’s Disease patients
Artigo 5 .......................................................................................... 48
Avaliação postural e função respiratória na Doença de Parkinson
Postural evaluation and respiratory function in Parkinson’s Disease
Normas para apresentação de artigos........................................ 61
4
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
ISSN 2178-1672
Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, p. 5, janeiro/junho 2014
Revista
FISIOTERAPIA
EM EVIDÊNCIA
Editorial
Caros leitores,
C
om muita satisfação entrego o quinto volume da revista Fisioterapia
em Evidência. Ele se compõe de 05 contribuições científicas, sendo 05
artigos originais. Neste volume nos deparamos com a ciência novamente confirmando o que já foi discutido e sempre haverá de ser.
E, ao escrever sobre Fisioterapia, ela sim, está em evidência. A profissão de fisioterapeuta, neste ano de 2014, fará 45 anos do marco do seu reconhecimento no Brasil. Neste período surgiu uma bagagem de informações que sempre
evidenciam o que há de novo e o que há de relevante para a população que,
cada vez mais, pode usufruir deste atendimento contando com um serviço
de qualidade, seja na rede pública, seja na particular.
De uma forma muito objetiva e atraente temos artigos discutindo: “ Identificação, prevenção e intervenção da violência contra idosos percebidas pelos profissionais fisioterapeutas”; “ Eficácia do tratamento da lipodistrofia
ginóide pelo método do ultrassom associado à endermoterapia em relação ao
uso isolado destas duas técnicas”; “Análise do efeito agudo da mobilização
neural sobre a dor, força de preensão palmar e tensão neural em intérpretes da Língua Brasileira de Sinais”; “ Efeitos dos exercícios multissensoriais
como recurso fisioterapêutico sobre o equilíbrio de indivíduos portadores da
doença de Parkinson” e “Avaliação postural e função respiratória na doença
de Parkinson”.
Desejo a todos uma boa leitura!
Claudia Chaguri de Oliveira Pellenz
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
5
Artigo 1
Identificação, prevenção e intervenção na violência
contra idosos percebidas pelos profissionais
fisioterapeutas
Identification, prevention and intervention of violence against
the elderly perceived by physical therapists
Juliéle Damian Machado Primão1
Jennifer Meurin da Silva Paz2
Francisco Ernesto Halila Zanardini3
Graduanda no curso de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco.
Contato: [email protected].
2
Graduanda no curso de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco.
3
Membro do corpo docente da Faculdade Dom Bosco.
Contato: [email protected].
1
RESUMO
Introdução: no mundo, a prevalência de
violência contra a pessoa idosa varia entre 3% a
10%, e sua incidência aumentou 150%, em dez
anos. O serviço de saúde é a principal porta
de identificação para os casos de maus-tratos.
Entretanto, a maioria dos estudos recentes
aponta que esses profissionais não estão
plenamente capacitados para agir de forma
adequada.
Objetivo: verificar, por meio de perguntas, se
os profissionais fisioterapeutas hospitalares
que atuam com pessoas idosas, sabem
identificar, prevenir e intervir em casos de
maus-tratos contra idosos.
Metodologia: o estudo se realizou com
fisioterapeutas que trabalham no Hospital do
Idoso Zilda Arns, em Curitiba, onde todos os
participantes da amostra atuam internamente
na área de Gerontologia. Os profissionais
supracitados responderam a 21 perguntas
referentes ao tema ”maus-tratos contra idoso”.
6
Resultados: mais de 85% dos profissionais
informaram que sabem identificar os maustratos, destes, 15 já se depararam com a
violência contra idosos. Os fisioterapeutas que
observaram esse fato, todos o identificaram
pela pouca higiene e vestimentas descuidadas
das vítimas. Quando questionados sobre o que
fariam se identificassem os maus-tratos, 95,2%
tomaria uma atitude; 85,7% respondeu que
saberia quais procedimentos adotar, e 52,4%
se preocupa com o envolvimento legal ao
notificar os maus-tratos.
Conclusão: a partir das informações coletadas,
deduz-se que a maioria dos fisioterapeutas do
presente estudo saberia identificar, prevenir e
intervir na violência contra idosos. Verificouse ainda, que os profissionais gostariam de
participar de cursos e treinamentos sobre o
assunto para se sentirem capacitados para
orientar os familiares, cuidadores e idosos,
cooperando assim, para minimizar as
ocorrências de maus-tratos.
Palavras-chave: idosos, violência, profissionais,
fisioterapeutas.
ABSTRACT
Introduction: world wide, the prevalence
of violence against the elderly ranges from
3% to 10%, and its incidence has increased
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 1
150% in ten years. The health service is the
main gateway for identifying cases of abuse.
However, most recent studies have pointed out
that these professionals are not fully qualified
to act appropriately.
Objective: To determine through questioning
whether the hospital physical therapists who
work with older people, know how to identify,
prevent and intervene in cases of abuse against
the elder.
Methodology: the study was conducted
with physiotherapists working in the Elderly
Hospital Zilda Arns, in Curitiba, where all
participants in the sample act internally in
the area of gerontology. The aforementioned
professionals answered 21 questions related to
the topic mistreatment of the elderly.
Results: over 85% of professionals reported that
they know how to identify the mistreatment of
these, 15 already witnessed cases of violence in
the elderly. Physical therapists who observed,
all identified by poor hygiene and clothing
careless victims. When asked what they would
accomplish would identify maltreatment,
95.2% would take an attitude, 85.7% responded
that they would know what procedures to
adopt, and 52.4% are concerned about the legal
involvement in notifying the mistreatment.
Conclusion: from the information collected,
it was observed that the majority of
physiotherapists in this study mentioned
how to identify, prevent and intervene in
violence against the elderly, it was found
that professionals would like to participate in
courses and training on the subject to feel up
better trained and can guide family caregivers
and seniors, thus cooperating to minimize the
occurrences of maltreatment.
Keywords: elderly, violence, professionals,
physiotherapist.
Introdução
Segundo o Estatuto do Idoso no Brasil, pessoas
com idade igual ou superior a sessenta anos
são consideradas idosas. Nesse contexto, o
crescimento da população idosa brasileira
provoca alterações profundas na sociedade.
Esse impacto que deverá ser ainda maior no
futuro, é sentido na economia, no mercado
de trabalho, nas relações familiares e no
sistema de saúde. Projeções indicam que a
população idosa representará em média 15%
da população brasileira no ano de 2020, bem
acima dos 4% que ocupava em 1940. O Brasil,
em 2015, já será o sexto país do mundo em
número de idosos (PICCINI et al., 2006, p. 657).
A velhice carrega os estigmas da incapacidade
funcional e social do indivíduo, reduzindo
o idoso, muitas vezes, a um fardo para seus
responsáveis, ocorrendo assim, a exclusão
familiar e social (OLIVEIRA, et al., 2013, p. 2).
A Organização Mundial de Saúde (OMS)
define maus-tratos e negligência como “uma
ação única ou repetida, ou ainda a ausência
de uma ação devida, que causa sofrimento ou
angústia, e que ocorre em uma relação em que
haja expectativa de confiança” (OMS, 2001 apud
MACHADO et al., 2002).
A maior parte dos autores classifica a
violência contra os idosos em maus-tratos
físicos, psicológicos, financeiro, abuso sexual
e negligência (INPEA, 1998; OMS, 2001
apud Machado et al., 2002). A negligência
pode ser ativa (intencional) ou passiva (sem
intencionalidade) (WOLF & PILLEMER, 1989;
BENNETT et al., 1997 apud MACHADO et al.,
2002, p.791). Também, segundo outros autores,
conceitua-se o abandono e o autoabandono
(MACHADO et al., 2002, p.791).
Quinn & Tomita (1986) apud
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
7
Artigo 1
Machado et al., (2002), apontam o seguinte
perfil da vítima: mulher com 75 anos de idade
ou mais, viúva, física ou emocionalmente
dependente, na maioria das vezes reside com
familiares, um dos quais é o seu agressor. O
perfil básico desse agressor é um adulto de
meia-idade, geralmente um filho, muitas vezes,
financeiramente dependente da vítima e com
problemas mentais e\ou dependente de álcool
ou de drogas.
Alguns fatores de risco se destacam, como:
ciclos recorrentes de violência familiar;
problemas de saúde mental do cuidador,
associados ou não a consumo de álcool e
de drogas; incapacidade funcional do idoso
dependente; estresse causado pelo ato de
cuidar; por questões financeiras e por falta de
suporte de serviços comunitários (MACHADO
et al., 2002, p.794).
A violência ao idoso está presente em lugares
como instituições de longa permanência,
domicílios, transportes públicos, centros-dia,
enfim, na vida em comunidade (SOUSA et al.,
2010, p. 324).
No mundo, a prevalência de violência contra
a pessoa idosa varia entre 3% e 10% e sua
incidência aumentou 150%, em dez anos (RUIZ
et al., 2001 apud ABATH et al., 2012).
Informações coletadas no Centro de Referência
do Idoso, por meio do Disque Idoso Paraná –
0800 41 0001, do dia 01/01/2013 a 26/06/2013,
informam que o órgão recebeu 1.002 denúncias
de maus-tratos, das quais, as principais
notificações foram: agressão verbal, psicológica,
abuso e discriminação, 27%; negligência/
abandono por filhos, família, cônjuge, 19%;
vulnerabilidade, 15%; apropriação indébita de
valores, cartões de benefícios; 13%; agressão
física, inclusive por substância psicoativa, 12%;
ameaça de morte, 3%; cárcere privado, 3%;
8
invasão de propriedade, 1%; outros, 4%.
A violência é um problema cujas raízes não
encontram respaldo no campo da saúde
para removê-las, mas é lá que chegam suas
consequências e onde, primeiro, pode-se
visualizar seu alto poder destrutivo. Nesse local,
olhares mais atentos identificam situações de
agressão violentas ou potencialmente maustratos enfrentados pelos idosos (TAQUETE,
2007 apud CUNHA et al., 2012).
O serviço de saúde é a principal porta de
identificação para os casos de maus-tratos,
cabendo ao profissional realizar avaliação e
abordagem adequadas para caracterização
do problema, baseando-se em informações
consistentes e conhecimento sobre violência
(SOUSA et al., 2010, p. 325).
Conforme estabelece o Estatuto do Idoso,
compete ao profissional denunciar às
autoridades os fatos que se configuram como
negligência, omissões e maus-tratos para
tomada de providências, proteção aos idosos e
punição dos infratores.
Com isso percebe-se a necessidade de realizar
capacitações em forma de cursos, palestras,
discussões sobre o tema de maus-tratos
no âmbito acadêmico e profissional. Dessa
maneira estarão capacitados e atualizados para
atender ao paciente, da melhor forma.
O propósito deste estudo é verificar, por
meio de perguntas, se os profissionais
fisioterapeutas que atuam com pessoas idosas
sabem identificar, prevenir e intervir em casos
de maus-tratos contra idosos, e que atitudes
tomam diante dessas situações.
Métodos
Trata-se de um estudo observacional descritivo.
A pesquisa foi realizada no Hospital do Idoso
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 1
Zilda Arns, situado na Rua Lothário Boutin,
número 90, bairro Pinheirinho, na cidade de
Curitiba, Paraná.
verificar se os profissionais fisioterapeutas
sabem como identificar, prevenir e intervir em
casos de maus-tratos aos idosos.
A amostra foi de conveniência, ou seja, todos os
fisioterapeutas funcionários internos do Hospital
do Idoso Zilda Arns participaram do estudo.
Análise estatística
Incluíram-se no trabalho, profissionais
fisioterapeutas que atuam na área da
Gerontologia de ambos os sexos, sendo 3,
do sexo masculino e 18, do sexo feminino.
Excluíram-se os profissionais que não
trabalham no Hospital do Idoso Zilda Arns.
Os objetivos e procedimentos realizados
foram previamente explicados aos indivíduos,
obtendo-se o seu Consentimento Livre e
Esclarecido, de acordo com o Comitê de Ética
em Pesquisa da Faculdade Dom Bosco, o qual
analisou e aprovou o estudo - Processo no.
225.776/2013.
Após a assinatura do termo, os sujeitos foram
convidados a responder uma ficha com
perguntas sobre identificação, prevenção e
intervenção de maus-tratos contra idosos.
Coletaram-se ainda, dados demográficos.
O trabalho incluiu uma ficha com 21
perguntas, a qual foi aplicada aos profissionais
acima citados. Os fisioterapeutas assinalaram
as respostas objetivas que julgaram corretas.
Os participantes responderam questões
como: tempo de formação em Fisioterapia;
conhecimento do Estatuto do Idoso; o tempo,
em média, dispensado para a primeira
avaliação; conhecimento de como se classifica
de forma mais completa, a violência contra os
idosos; saber identificar os maus-tratos contra
os idosos; se já se deparou com maus-tratos
contra idosos; se há preocupação com o risco de
envolvimento legal ao notificar maus-tratos ao
idoso, entre outras. As perguntas objetivaram
Tabelaram-se os dados por meio de uma
tabela no Excel, com as quantidades e as
porcentagens de respostas de cada questão.
Resultados
Participaram do estudo 21 fisioterapeutas. Os
dados sócio demográficos dos profissionais
estão descritos na Tabela 1.
Tabela 1: Variáveis demográficas e perfil dos
profissionais fisioterapeutas.
Características
Idade, anos (média, DP)
Sexo, M / F (n, %)
Tempo de formação, anos (n, %)
Menos de 5
De 5 a 10
Mais de 10
Possui Curso de Pós-Graduação (S / N)
Especialização
Mestrado
Doutorado
Pós-Doutorado
Não Respondeu
n = 21
29,8 ± 5,19
03 / 18 (14,3 / 85,7)
10 (47,7)
6 (28,5)
5 (23,9)
20 / 1 (95,2 / 4,8)
14 (66,7)
5 (23,9)
1 (4,7)
0 (0)
1 (4,7)
S: Sim, N: Não, M: Masculino, F: Feminino.
Fonte: Os autores (2013).
Dos 21 profissionais fisioterapeutas que
responderam às perguntas, todos mencionaram
ter conhecimento do Estatuto do Idoso, porém,
quando perguntado se sabiam como são
classificados os modos de violência contra os
idosos, só 12 souberam responder corretamente.
A maioria teve acesso ao Estatuto na graduação
ou por pesquisa própria.
Mais de 85% dos profissionais informaram que
sabem identificar os maus-tratos, destes, 15
já se depararam com essas situações. Os que
mencionaram ter observado maus-tratos, 100%
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
9
Artigo 1
os identificaram pela pouca higiene e vestimenta
descuidada dos idosos, conforme a Tabela 2.
Tabela 2: Evidências de maus-tratos
relacionados com suas ocorrências.
Evidências
Ocorrências (%)
Presença de Hematomas
Desnutrição
Pouca higiene e vestimenta descuidada
O idoso evita falar na presença do cuidador
O próprio idoso relatou sofrer maus-tratos
86,7
73,3
100
33,3
33,3
Fonte: Os autores (2013)
A Figura 1 demonstra o número de pacientes
vítimas de violência, atendido pelos
profissionais participantes da pesquisa.
Figura 1: Número de pacientes vítimas de
maus-tratos, atendido pelos profissionais que
participaram da pesquisa.
Fonte: Os autores (2013)
Quando perguntado o que fariam se
identificassem os maus-tratos, 95,2%
tomaria uma atitude; 85,7% respondeu que
saberia quais procedimentos adotar; 52,4%
se preocupa com o envolvimento legal ao
notificar os maus-tratos.
Quanto às atitudes que adotariam, obteve-se as
seguintes respostas, descritas na Tabela 3.
Tabela 3: Atitudes tomadas pelos
fisioterapeutas ao evidenciar casos de maustratos.
Atitudes tomadas
Comunicar à chefia do Serviço de Fisioterapia (n, %)
Conversar com os familiares do idoso
Outros
Não responderam
Fonte: Os autores (2013)
10
n = 21
7 (33,3)
2 (9,50)
6 (28,6)
6 (28,6)
Discussão
Os resultados deste estudo demonstram
que todos os profissionais fisioterapeutas
do Hospital do Idoso têm conhecimento
do Estatuto do Idoso e que a maioria dos
entrevistados sabe identificar a violência contra
os idosos.
Dos profissionais que observaram maustratos, a maioria os identificou pela presença
de hematomas e desnutrição; alguns, porque o
idoso evitava falar na presença de cuidadores
ou familiares e todos os identificaram pela
pouca higiene e vestimenta descuidada dos
idosos.
Tornavoi e colaboradores (2011) avaliaram o
conhecimento de cirurgiões-dentistas sobre a
violência doméstica contra crianças, mulheres e
idosos, por meio de aplicação de questionários
com questões objetivas. Pelos resultados
verificaram que 66% dos profissionais não
se sentiam capacitados para diagnosticar os
maus-tratos e 47% não teve informação sobre
violência doméstica contra idosos durante a
graduação.
Lima e colegas (2008) realizaram uma pesquisa
em Feira de Santana, com a aplicação de
um questionário aos profissionais médicos,
cirurgiões-dentistas, enfermeiros, técnicos/
auxiliares de Enfermagem e agentes
comunitários de saúde, que atuam na Estratégia
Saúde da Família (ESF) e Unidade Básica
de Saúde (UBS). O estudo demonstrou que
34,8% dos trabalhadores das UBS e 42,3% das
ESF identificaram algum caso de violência.
No grupo da ESF, a identificação ocorreu,
sobretudo, com base na informação de terceiros;
na UBS a observaram por meio de visitas
domiciliares e informações de terceiros.
Também Acioli e colaboradores (2011)
realizaram um estudo no qual aplicaram
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 1
questionários estruturados aos profissionais
fonoaudiólogos das redes pública, filantrópica
e privada, conveniadas com o SUS, da
cidade do Recife. Verificaram que 43,8% dos
profissionais entrevistados atenderam crianças
ou adolescentes com quadros suspeitos ou
confirmados de violência. Esse fato demonstra
que menos da metade dos profissionais
a souberam identificar, o que se justifica
pela escassa capacitação oferecida a esses
profissionais.
A literatura internacional, a exemplo de
Besharov (1993), apud Gomes e colaboradores
(2002), destaca que a não identificação dos
casos de maus-tratos e sua consequente não
notificação, estão relacionados à falta de
conhecimento dos profissionais em detectar os
sintomas. Também, se percebe que a escassez
de tempo para o atendimento, devido à
falta de profissionais nos locais de saúde e
o despreparo para uma conversa adequada
com os pacientes, dificulta ainda mais, a
identificação dos casos que não apresentam
evidências visíveis de violência.
Estudo realizado por Schmeidel e
colaboradores (2012) teve como objetivo obter
uma maior compreensão dos problemas
de identificação dos maus-tratos e gerar
ideias para a melhoria do processo Para isso
realizaram entrevistas com profissionais
enfermeiros, médicos e assistentes sociais.
Na avaliação dos resultados, os enfermeiros
citaram que identificar abusos em idosos não
era seu papel, e que eles não tinham tempo
para examinar pacientes com potencial
de abusos. Médicos priorizaram manter a
confiança na relação com paciente, a detectar
e prevenir supostos casos de maus-tratos em
idosos. Assistentes sociais, apesar de maior
conhecimento e experiência relacionados
a abusos em idosos, tiveram ajuda de
enfermeiros e médicos para detectar possíveis
casos de violência e trabalharam com eles, para
fazer encaminhamentos adequados.
Os estudos acima não obtiveram resultados
similares ao estudo em questão, pois eles
mostram que a maioria dos profissionais
entrevistados não soube identificar ou não
possuía capacitação técnica e tempo para
verificar os casos de maus-tratos.
Pires e colaboradores (2005), em sua pesquisa,
aplicaram questionários para verificar a
posição do médico pediatra diante de casos de
maus-tratos infantis. Dos entrevistados, 86,96%
identificou pelo menos, um caso de maustratos e, entre esses, 78,75% o notificou aos
órgãos de proteção à infância. Os resultados
obtidos, embora realizados em uma amostra
de faixa etária diferente, corroboram com
o presente estudo, no qual a maioria dos
profissionais identificou os casos de maustratos.
Uma pesquisa realizada por Shimbo e
colegas (2011), aplicada aos profissionais
enfermeiros, médicos, odontólogos, técnicos
em higiene dental, auxiliares de Enfermagem
e agentes comunitários que atuam no
Programa Estratégia Saúde da Família, em
Curitiba, teve intuito de averiguar se eles
reconheciam a violência intrafamiliar contra
idosos. Os resultados coincidem com os
achados no estudo em evidência, pois, 91%
dos entrevistados identificam os maus-tratos
contra idosos. Menciona que o abandono/
negligência, a violência econômica, a psicológica
e a autonegligência, aparecem em maiores
proporções quando comparados à violência
física e sexual.
O estudo realizado por Daly e colaboradores
(2012), no qual aplicaram um roteiro de
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
11
Artigo 1
entrevistas aos profissionais de Enfermagem
que trabalham em Unidades de Terapia
Intensiva no Estado de Iowa (EUA), baseou-se
em perguntas qualitativas e quantitativas com
temas relacionados à suspeita, notificação e
tipos de maus-tratos. Os profissionais relataram
que pacientes com indícios de desnutrição,
pouco cuidado com a higiene, presença de
hematomas ou outras marcas no corpo sem
explicação coerente, e diálogo desconfortável
com profissionais na presença do familiar ou
cuidador, são atos suspeitos de maus-tratos.
Esses fatos suspeitos de violência contra os
idosos corroboram com a identificação dos
maus-tratos do presente estudo.
Mascarenhas e colegas (2012) realizaram uma
pesquisa para obter o número de notificações
e tipos de violência contra idosos no Brasil.
Para tal estudo utilizaram os dados do Sistema
de Informação de Agravos de Notificação.
Os resultados demonstram que o abuso
físico estava em maior proporção, seguido
pela violência psicológica e negligência. Em
números menores, foram referidos casos de
violência financeira, abuso sexual e tortura.
Para Machado e colaboradores (2006) e
Pearsall (2005) apud Sousa e colegas (2010),
essas vítimas devem ser submetidas a exame
físico, observando-se aspectos de higiene,
vestimentas e lesões características, como
hematomas, lacerações, fraturas e avaliação
mental. A história clínica, social e familiar
deve ser coletada de forma cuidadosa e
individualizada porque as vítimas podem
apresentar várias reações e sintomas emocionais
e comportamentais. Entretanto, em caso de
suspeita, com o conhecimento e atenção do
examinador, é possível esclarecer a situação.
Segundo Sousa e colaboradores (2010), o serviço
de saúde é o principal caminho de identificação
12
para os casos de maus-tratos, cabendo ao
profissional de saúde realizar avaliação e
abordagem adequadas para caracterização
do problema, baseando-se em informações
consistentes e conhecimento sobre violência.
Gaioli e colega (2008) citaram que todos os
profissionais de saúde devem se preparar para
identificar os casos suspeitos ou confirmados
de maus-tratos, para posteriormente, informar
ao idoso sobre os danos à sua saúde, bem como
instrui-lo sobre as condutas a tomar, além de
orientá-lo quanto aos seus direitos relativos a
essa situação.
Todos os profissionais do estudo em questão
responderam que gostariam de participar de
cursos e treinamentos sobre prevenção de
maus-tratos contra idosos, mencionando que
dessa forma, se sentiriam capacitados para
orientar familiares, cuidadores e idosos.
Mello e colaboradores (2010) descrevem que as
ações de ordem preventiva são insignificantes,
pois existem poucos profissionais com
formação nas áreas de Geriatria e Gerontologia
atuando nos serviços de saúde. Percebese também, que há pouco investimento e
incentivo, embora necessário, em cursos para
capacitar adequadamente o profissional.
Pesquisa realizada por Deslandes e colega
(2010) evidenciou que os profissionais reclamam
da falta de suporte como formação, supervisão
e apoio psicológico. Admitem carência de
informações e de capacitação, tanto para eles
como para os cuidadores formais e informais
de idosos, o que dificulta a identificação e
prevenção dos casos de violência.
Os entrevistados do presente estudo foram
questionados sobre que atitudes tomariam
se identificassem os maus-tratos. A maioria
mencionou que tomaria uma atitude e que
saberia quais procedimentos adotar diante
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 1
da situação de violência; um pouco mais
da metade dos profissionais referiu que
se preocupa com o envolvimento legal, ao
notificar os maus-tratos. Alguns profissionais
citaram que interferiram em caso da violência,
comunicando-o ao serviço de Fisioterapia ou
tomaram outras atitudes não mencionadas;
e, em menor número, dialogaram com os
familiares dos idosos.
Luna e colaboradores (2010) descrevem que
o ato de notificar os maus-tratos inicia um
processo que visa interromper as atitudes
e comportamentos violentos no âmbito da
família e por parte de qualquer agressor. Esse
fato é de grande valia, pois, se apresenta como
uma importante ação de combate à violência.
Deslandes e colaboradora (2010) citaram que
com intuito de intervir na situação de maustratos, os profissionais por iniciativa própria e
sem nenhuma capacitação, orientam a família
ou chamam a sua atenção quanto à negligência
praticada.
O estudo realizado por Bannwart e colega
(2011), com médicos pediatras, se propôs
a verificar as dificuldades enfrentadas na
identificação e notificação de maus-tratos contra
crianças. A coleta dos dados foi realizada por
meio de um questionário. Os participantes
responderam ter receio de notificar a violência
e acusar um inocente, também temem causar
maiores traumas ou desconforto à família
e sofrer processo judicial. Os profissionais
ainda citaram o medo da ameaça física. Na
pesquisa de Bannwart e colega (2010) nota-se
que por diferentes fatores, os entrevistados não
tomariam nenhuma atitude relativa à situação,
o que não corresponde aos achados do presente
estudo. Contudo, na questão do receio de
envolvimento legal, os estudos apresentam os
mesmos resultados.
Shimbo e colegas (2011) descreveram algumas
atitudes que os profissionais da saúde
pesquisados realizaram para auxiliar na
intervenção dos maus-tratos: 35% realizou
acompanhamento da família; 24% efetivou
intervenções com o cuidador; 21% dos
profissionais optou em conversar com a família
do idoso; e 12% orientou a família para mudar
o cuidador. Na presente pesquisa citam-se
alguns serviços de apoio, após a notificação
da violência: a maioria dos profissionais
encaminhou-a à Fundação de Ação Social
(FAS); em números menos expressivos, ao
Ministério Público, Conselho Municipal do
Idoso, autoridade policial e ao Conselho
Nacional do Idoso.
Este estudo apresenta algumas limitações,
destacando-se o número limitado de
participantes e ausência de um grupo controle.
Ainda, nota-se que as diferentes áreas da saúde
não direcionam o mesmo interesse para o tema
dos maus-tratos contra idosos, em relação a
outros campos de conhecimento. Considerando
a Fisioterapia, observa-se que a produção e a
abordagem destes profissionais sobre o tema
deixam a desejar quando comparada às demais
áreas, com isso, as referências direcionadas para
o estudo, são insuficientes.
O estudo realizado por Ribeiro e colaboradora
(2010), com o intuito de verificar o atendimento
à reabilitação das pessoas idosas, vítimas de
acidentes e violência, em distintas regiões do
Brasil, traz uma preocupante informação. Cita
que os fisioterapeutas têm a tendência de não
abordar questões de maus-tratos. Alguns se
isentam de responder sobre o atendimento
nos casos de violência, justificando que
nunca os receberam e não têm capacitação
ou sensibilidade para identificar os casos que
surgiram na reabilitação.
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
13
Artigo 1
Após estas informações, percebe-se o quanto
é importante a inserção da disciplina de
Gerontologia na graduação e a capacitação,
em forma de cursos, palestras, discussões
sobre o tema de maus-tratos, no âmbito
acadêmico e profissional. Como consequência,
o profissional estará capacitado e atualizado
para atender seu paciente, da melhor forma.
Apesar de ser uma obrigação do profissional
da saúde denunciar casos de maus-tratos,
verifica-se que isso não ocorre integralmente,
por diversos motivos citados anteriormente.
Com isso, torna-se importante a implementação
de políticas públicas eficientes com estudos
adequados para proteger esses profissionais.
Efetuar levantamentos sobre a real situação
dos idosos com indícios de maus-tratos é
uma medida altamente recomendável. Os
profissionais da saúde, contudo, deveriam
identificar e notificar os casos aos órgãos
públicos para alimentar o banco de dados.
Esses órgãos seriam os responsáveis por
avaliar e intervir nos casos que se mostrassem
necessários, desta forma, protegendo os
denunciantes.
Esta pesquisa é uma das pioneiras, pois ainda é
reduzido o número de estudos nacionais sobre
identificação, prevenção e intervenção em caso
de maus-tratos, percebidos por profissionais da
área da Fisioterapia.
Considerações finais
Embora os profissionais fisioterapeutas em
questão afirmem que sabem identificar os
casos de maus-tratos em idosos, outros estudos
relacionados a este assunto apresentam
informações divergentes.
Estudos realizados por diferentes autores e em
diversas áreas de atuação demonstram que a
14
maioria dos profissionais tem dificuldades em
identificar a violência em idosos quando ela
não é física.
Apesar da vontade dos fisioterapeutas
realizarem a prevenção nos casos de maustratos, eles não se sentem capacitados para
tomar alguma atitude. Esse fato mostra
a carência de cursos, palestras ou outras
atividades sobre este assunto.
Ainda que a maioria dos pesquisados
notifiquem os casos, mais da metade está
preocupada com as consequências que este
procedimento pode causar. Por isso, traz
insegurança e medo, o que pode prejudicar
atendimentos futuros às vítimas, quando
acompanhadas por dependentes econômicos
que são suspeitos de cometer os maus-tratos.
Sugerem-se mais estudos sobre o tema para
auxiliar o profissional na identificação,
prevenção e intervenção nesses casos, dessa
maneira, protegendo os idosos e agregando
qualidade às suas vidas.
REFERÊNCIAS
ABATH, M.B, et al. Fatores associados
à violência doméstica contra a pessoa
idosa. Revista Brasileira de Geriatria e
Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 15, n° 2, p.
305-314, 2012.
ACIOLI, R.M.L, et al. Violência intrafamiliar
contra crianças e adolescentes: identificação,
manejo e conhecimento da rede de referência
por fonoaudiólogo em serviços públicos de
saúde. Revista Brasileira de Saúde Materno
Infantil, Recife, v. 11, n° 1, p. 21-28, 2011.
BANNWART, T.H, et al. Dificuldades
enfrentadas para identificar e notificar casos de
maus-tratos contra crianças e/ou adolescentes
sob a óptica de médicos pediatras. Revista
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 1
Paulista de Pediatria, São Paulo, v. 29, n° 2, p.
138-45, 2011.
CÂMARA DOS DEPUTADOS. Estatuto do
Idoso. 5º ed. Brasília, 2010.
CUNHA, M.L. et al. Características dos idosos
vítimas de violência doméstica no Distrito
Federal. Revista Brasileira de Geriatria e
Gerontologia, Rio de Janeiro, v. 15, n° 3, p.
555-566, 2012.
DALY, J.M, et al. Critical Care Nurses’
Perspectives on elder abuse. Nurs Crit Care, v.
17, n° 4, p. 172-79, 2012.
DESLANDES, S.F. et al. Atendimento préhospitalar ao idoso vítima de violência em
cinco capitais brasileiras. Ciência & Saúde
Coletiva, Rio de Janeiro, v. 15, n° 6, p. 27752786, 2010.
GAIOLI, C.C.L.O. et al. Ocorrência de maustratos em idosos no domicílio. Revista LatinoAmericana de Enfermagem, Ribeirão Preto, v.
16, n° 3, 2008.
GOMES, R. et al. A abordagem dos maustratos contra a criança e o adolescente em uma
unidade pública de saúde. Ciência & Saúde
Coletiva, São Paulo, v. 7, n° 2, p. 275-283, 2002.
LIMA, M.C.S. et al. Atuação profissional da atenção
básica de saúde face à identificação e notificação da
violência infanto-juvenil. Revista Baiana de Saúde
Pública, v. 35, supl.1, p.118-137, 2011.
LUNA, G.L. et al. Notificação de maus-tratos
contra crianças e adolescentes: O discurso
oficial e a práxis. Revista enfermagem UERJ,
Rio de Janeiro, v. 18, n° 1, p. 148-52, 2010.
MASCARENHAS, M.D.M. et al. Violência
contra a pessoa idosa: análise das notificações
realizadas no setor saúde - Brasil, 2010. Ciência
& Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.17, n° 9, p.
2331-2341, 2012.
MACHADO, et al. Negligência e maus-tratos.
In: FREITAS, et al. Tratado de Geriatria
e Gerontologia. Cap. 95. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2002, p. 791-797.
MELLO, A.L.S.F. et al. Análise diagnóstica do
atendimento pré-hospitalar para acidentes
e violências contra idosos em Curitiba (PR,
Brasil). Ciência & Saúde Coletiva, v. 15, n° 6,
p. 2709-2718, 2010..
OLIVEIRA, A.A.V. et al. Maus-tratos a idosos:
Revisão integrativa da literatura. Revista
Brasileira de Enfermagem, Brasília, v. 66, n° 1,
p. 128-33, 2013.
PICCINI, R.X. et al. Necessidades de saúde
comuns aos idosos: efetividade na oferta e
utilização em atenção básica à saúde. Ciência
& Saúde Coletiva, v. 11, n° 3, p. 657-667, 2006.
PIRES, J.M. et al. Barreiras, para a notificação
pelo pediatra, de maus-tratos infantis. Revista
Brasileira de Saúde Materno Infantil, Recife,
v. 5, n° 1, p. 103-108, 2005.
RIBEIRO, A.P. et al. Atendimento de
reabilitação à pessoa idosa vítima de acidentes
e violência em distintas regiões do Brasil.
Ciência & Saúde Coletiva, Rio de Janeiro, v.
15, n° 6, p. 2729-2740, 2010.
SCHMEIDEL, A.N. et al. Healthcare
Professionals’ Perspectives on Barriers to Elder
Abuse Detection and Reporting in Primary
Care Settings. J Elder Abuse Negl, v. 24, n° 1,
p. 17–36, 2012..
SHIMBO, A.Y. et al. Reconhecimento da
violência intrafamiliar contra idosos pela
equipe da estratégia saúde da família. Escola
Anna Nery, Rio de Janeiro, v. 15, n° 3, p. 506510, 2011.
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
15
Artigo 1
SOUSA, D.J. et al. Maus-tratos contra idosos:
atualização dos estudos brasileiros. Revista
Brasileira de Geriatria e Gerontologia, Rio de
Janeiro, v. 13, n° 2, p. 321-328, 2010.
TORNAVOI, D.C. et al. Conhecimento de
profissionais de Odontologia sobre violência
doméstica. Revista Sul - Brasileira de
Odontologia, v. 8, n° 1, p. 54-9, 2011.
16
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 2
Eficácia do tratamento da lipodistrofia ginóide pelo
método do ultrassom associado à endermoterapia
em relação ao uso isolado destas duas técnicas
Efficacy of treatment of gynoid lipodystrophy by the ultrasound method
associated with endermologie in relation to the individual use of these two
techniques
Hellen Yougblood1
Juliana Lima Real2
Isabel Cristina Bini3
Acadêmicas do curso de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco.
Fisioterapeuta, docente da Faculdade Dom Bosco.
1,2
3
RESUMO
Introdução: a Lipodistrofia Ginóide (LDG)
é uma das principais disfunções estéticas
presente na maioria da população feminina,
resultando em uma diminuição da qualidade
de vida dessas pessoas. Justifica-se, assim, a
importância da pesquisa sobre o tratamento
para esta patologia.
Objetivos: avaliar a eficácia da associação do
Ultrassom e Endermoterapia sobre a LDG;
compará-la ao uso das técnicas isoladas.
Métodos: trata-se de uma pesquisa
experimental do tipo ensaio clínico, com
a inclusão de 13 pacientes (20 ± 50 anos),
com LDG grau II e/ou III em glúteos e coxa,
divididas em três grupos: grupo I, Ultrassom
(n=5); grupo II, Endermoterapia (n=3);
grupo III, as técnicas associadas, (n=5). Foi
mensurado o peso, perimetria de quadril
e coxas, fotografias nos planos anterior,
posterior e lateral antes e após o tratamento,
e, além disso, aplicou-se um Questionário de
Satisfação Individual e Escala Visual Analógica
Adaptada.
Resultados: observou-se que não houve
diferença significativa entre o pós-tratamento
de cada grupo, porém, há uma tendência do
tratamento III ser mais eficaz que os outros.
Comparando o pré e pós- tratamento de
cada grupo isoladamente, ressalta-se que os
grupos I e III tiveram diferença significativa na
aplicação das técnicas.
Conclusão: verificou-se que a associação
das técnicas ultrassom e Endermoterapia,
apresentaram efeito positivo sobre a LDG.
Palavras-chave: avaliação, ultrassom,
tratamento.
ABSTRACT
Introduction: the Gynoid Lipodystrophy
(LDG) is a dysfunction esthetic present in
most of the female population, resulting in
a decreased quality of life of these people,
justifying the importance of research on the
treatment for this condition.
Objective: to evaluate the efficacy of
the combination of Ultrasound and
Endermotherapy, in the LDG, and compare
with the use of isolated techniques.
Methods: this was an experimental research
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
17
Artigo 2
of the kind clinical trial, which included 13
patients (20 ± 50 years), with LDG grade II and
/ or III in a buttocks and thigh, divided into
three groups, with group I Ultrasound (n =
5), group II Endermotherapy (n = 3) and group
III, the techniques associated (n = 5). Were
measured for weight, hip circumference and
thigh, photographs plans anterior, posterior
and lateral before and after treatment, and,
we applied a Single Satisfaction Questionnaire
and Visual Analogue Scale adapted for LDG.
LDG por concebê-la como a mais adequada à
patologia descrita.
Results: it was observed that there was no
significant difference between before and
after treatment of each group, but there is a
tendency of III treatment to be more effective
than others. Comparing the post treatment of
each group separately, it is noteworthy that the
group I and III were significant differences in
the application of the techniques.
Vários recursos são utilizados para o
tratamento da Lipodistrofia Ginóide, no
entanto, poucos apresentam resultados
satisfatórios. Entre os recursos, o Ultrassom, de
acordo com seus efeitos biofísicos específicos,
se destaca como um dos mais utilizados. A
Endermoterapia ou Vacuoterapia também
se salienta por não se configurar como um
método agressivo e ser o preferido das
mulheres.
Conclusion: it wasfound that tha association
of the both techniques Ultrasound and
Endermotherapy showed positive results on
the gynoid lipodystrophy.
Keywords: evaluation, ultrasound, treatment.
Introdução
O padrão de beleza e estética, nos dias atuais,
está cada vez mais exigente, trazendo maior
preocupação com o diagnóstico e controle
de algumas síndromes dermato funcionais.
Entre elas, a Lipodistrofia Ginóide (LDG), que
aparece como uma das mais agressivas formas
de interferência nesse parâmetro. (SILVA,
2011).
A LDG conhecida vulgarmente como celulite,
é uma patologia que atinge a estrutura dermo
hipodérmica, caracterizada por nódulos de
variado tamanho e localização. (BACELAR,
2006). Neste estudo se emprega o termo
18
A necessidade de investigar a aplicação e a
eficácia de novas terapias para tal disfunção
decorre da substancial procura para seu
tratamento. Apesar da existência de numerosos
tratamentos, incluindo terapia farmacológica,
termogênica e cirúrgica, a Endermoterapia
e a utilização do Ultrassom se destacam por
se caracterizar como técnicas não invasivas
(SANT’ANA et al., 2007).
A crescente busca pelos tratamentos estéticos
é notável atualmente, porém, a maioria deles
sem comprovação científica. A Fisioterapia na
especialidade dermato funcional proporciona
melhora funcional estética, pois, a utilização
das técnicas e métodos possui respaldo
científico.
Esta pesquisa inclui dois métodos de
tratamento para LDG: a Endermoterapia e
o Ultrassom. Tem como hipótese a maior
efetividade nos resultados com essas duas
técnicas combinadas.
Métodos
Os objetivos e procedimentos do estudo
foram previamente explicados aos indivíduos
obtendo-se o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, de acordo com o Comitê de Ética
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 2
e Pesquisa da Faculdade Dom Bosco, o qual
analisou e aprovou o estudo - Processo
n. 370.201/2013.
Trata-se de uma pesquisa experimental do
tipo ensaio clínico, realizado na Faculdade
Dom Bosco, com sede na Rua Paulo Martins,
332, Mercês, Curitiba, PR. Quanto ao
tamanho da amostra, a unidade amostral ou
os elementos da amostra por conveniência
foram voluntários, ou foram selecionados
por causa de seu fácil acesso (VIEIRA, 2008).
Constituiu-se de15 indivíduos, entre 20 e 50
anos, porque segundo Melo (2011), após os 18
anos, devido ao estímulo estrogênico, ocorre
o acúmulo de gordura em porção superior da
coxa, interna e externamente, porção interna
do joelho, abdômen, região de glúteo e porção
superior dos braços anterior e posteriormente.
Incluiram-se no estudo pacientes com LDG,
grau II e/ou III em coxa e/ou glúteos, entre 20 e
50 anos de idade, do sexo feminino, residentes
em Curitiba ou Região Metropolitana. Porém,
ocorreram duas desistências por falta de tempo
para conclusão do tratamento.
Foram excluídos indivíduos com LDG, grau
I e IV, ou que apresentassem algum tipo
de contraindicação em relação ao uso dos
equipamentos.
Depois do convite aceito, as participantes
assinaram o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido e foram avaliadas pelo Protocolo
de Avaliação do Fibroedema Gelóide (Anexo
3). Submeteram-se também à Escala Visual
Analógica adaptada, que consiste em uma
escala onde “0” significa a ausência de dor
(adaptada para ausência de LDG) e “10” muita
dor (adaptada para muita LDG) (Figura 1).
Coletaram-se dados antropométricos (peso
e perimetria de quadril, coxa em 5cm, 10cm
e 15 cm a partir das pregas glúteas) além de
fotografá-las em todos os planos.
Empregaram-se os seguintes instrumentos de
avaliação: fita métrica ISP® para perimetria;
Câmera Digital - Sony® H50 9,1 megapixels
15x, cor cinza. Para o tratamento utilizaramse dois aparelhos: Ultrassom Sonopulse III,
modelo Sapphire Line, marca Ibramed®, e
Endermoterapia Dermotonus, modelo Slim, marca
Ibramed®.
Após as avaliações, os 13 indivíduos foram
divididos em três grupos: grupo Ultrassom
(n=5); grupo II, Endermoterapia (n=3);
grupo III, Endermoterapia +ultrassom (n=5).
Após a aplicação das técnicas, as pacientes
responderam ao Questionário de Satisfação
Individual e foram reavaliadas, conforme
dados referidos anteriormente.
As pacientes foram divididas em 3 subgrupos
e orientadas para manter a mesma conduta em
relação à atividade física e alimentação durante
o tempo de tratamento.
Utilizaram-se os parâmetros do Ultrassom
propostos no manual do equipamento
(frequência de 3 MHz, intensidade de 1,2 w/cm²,
modo contínuo), com um tempo de aplicação
de até 20 minutos: 8 minutos na região anterior
e 12 minutos na região posterior, de forma
direta, utilizando gel condutor sem princípios
ativos, em cada membro inferior, na região
glútea e coxa. Não se aconselha uma aplicação
por mais de 15 a 20 minutos contínuos em uma
mesma sessão de tratamento, pois, podem
ocorrer vertigens, tonturas, estresse, além de
outros efeitos colaterais. (LONGO, 2001 apud
WEIMANN, 2004).
Como ocorre com todos os tratamentos por
US, o cabeçote deve ficar em movimento
durante todo o período de aplicação, com
movimentos circulares, para evitar a formação
de ondas estacionárias (KITCHEN, 1998). Sabe-
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
19
Artigo 2
se que quanto maior for a frequência utilizada,
maior será a absorção nos tecidos superficiais e
menor será a profundidade de penetração.
Por isso, as frequências mais elevadas
são utilizadas nos tratamentos de tecidos
superficiais, como ocorre no Fibroedema
Gelóide. Sendo assim, a faixa de frequência
ideal no tratamento do Fibroedema Gelóide é de
3 MHz (GUIRRO e GUIRRO, 2002). Escolheramse estes parâmetros considerando que todas as
participantes deste grupo (n=5) tinham LDG,
grau II e/ou III, considerada uma patologia
crônica.
Limpou-se a pele da participante e o cabeçote
do aparelho com álcool 70%, sempre antes e
depois da realização das terapias. As pacientes
foram submetidas a esse tratamento duas vezes
por semana, totalizando 15 atendimentos.
Os parâmetros utilizados para a
Endermoterapia neste protocolo, provêm
dos propostos por Borges (2006). Utilizouse a pressão de 100 a 200 mmHg e o tempo
de aplicação dependia da área a ser tratada,
lembrando que a aplicação era interrompida
quando havia hiperemia na região. As
pacientes deste grupo (n=3) foram submetidas
a esse tratamento duas vezes por semana,
totalizando 15 atendimentos.
Nesta terapia combinada, onde o grupo
controle (n=5) foi submetido às duas técnicas
juntas, os parâmetros de cada protocolo
isolado se mantiveram. Para Ultrassom:
frequência de 3 MHz, intensidade de 1,2 w/
cm², modo contínuo, (BORGES, 2006), com
tempo de até 20 minutos por terapia.
Já na Endermoterapia, a pressão utilizada foi
de 100 a 200 mmHge, o tempo de aplicação
dependia da área a ser tratada, lembrando que
a aplicação era interrompida quando havia
hiperemia na região. Primeiramente, se realizava
20
o tratamento com o Ultrassom e logo em seguida,
aplicava-se a Endermoterapia, em um mesmo
atendimento. As pacientes deste grupo (n=5) se
submeteram a esse tratamento duas vezes por
semana, totalizando 15 atendimentos.
Análise estatística
As análises estatísticas foram realizadas no
software GraphPad Prism 5.00 (GraphPad
Software, San Diego, CA). Para a comparação
entre os valores experimentais obtidos entre
o pré e os pós- tratamentos do grupo I, II e III,
que representa a E.V.A.de cada paciente, foi
representada pela mediana destes valores.
Resultados
Os dados: cor da pele, consumo de bebidas
alcoólicas, prática de atividade física, uso de
medicamentos, tipo de alimentação, distúrbios
metabólicos, circulatórios e emocionais, além
do tipo de LDG, não tiveram alteração ao final
do tratamento.
Os seguintes resultados, expressos por tabelas,
demonstram uma diferença de valores entre
pré e pós-tratamento. Os resultados do
peso das pacientes aparecem na Tabela 1,
relacionando a média de peso dos três grupos
antes e após o tratamento.
Tabela 1: Comparação entre os grupos para
análise do peso.
Período
Grupo I (n=5)
Grupo II
(n=3)
Grupo III
(n=5)
Pré Tratamento (Kg)
Pós Tratamento (Kg)
Desvio Padrão
P valor
73,38
73,3
3,066
0,89
61,5
63,3
1,778
0,10
65,2
63,3
3,850
0,14
Fonte: Os autores (2013)
Para tanto, utilizou-se ANOVA com teste de
Tukey. Por este teste também se avaliou se
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 2
havia diferença estatística entre os valores
obtidos pós os 3 tratamentos diferentes
(desconsiderando os valores pré tratamento).
Porém, não houve diferença estatística para
os parâmetros analisados. Foram valiadas as
diferenças estatísticas entre o pré e pós de cada
tratamento isoladamente pelo teste T.
Consideraram-se estatisticamente significativas
as diferenças com valor de p< 0,05. Todos os
gráficos foram expressos como a média dos
valores em porcentagem (tomando o prétratamento como 100%) ± o desvio padrão.
Analisou-se também o pré- tratamento
comparado aos resultados finais de cada
técnica, onde houve diferença estatisticamente
significativa, segundo teste 1way ANOVA, entre
o pós-tratamento do grupo II e o grupo III,
conforme gráfico abaixo (Gráfico 1).
Figura 1: Representação da diferença
significativa entre o pós-tratamento do grupo
ii e o pós- tratamento do grupo iii.
Tabela 2: Comparação entre os grupos para a
variável perimetria de quadril.
Período
Grupo I (n=5)
Grupo II
(n=3)
Grupo III
(n=5)
Pré Tratamento (cm)
Pós Tratamento (cm)
Desvio Padrão
P valor
108
105,9
2,679
0,16
97,6
96,4
1,658
0,32
102,4
99,4
3,164
0,13
Fonte: Os autores (2013)
As pacientes foram também questionadas
no pré e pós- tratamento, em relação à
própria percepção de LDG no corpo, sendo
considerada a E.V.A. adaptada, sendo 0 pouca
ou nenhuma LDG e 10, muita LDG. Estes
dados se expressam como medianas, conforme
ilustração da Tabela 9.
Tabela 3: Comparação entre os grupos para
variável escala visual analógica – adaptada.
Período
Grupo I
(n=5)
Grupo II
(n=3)
Grupo III
(n=5)
Pré Tratamento
Pós Tratamento
P valor
8
3
0,0406*
5
4
0,1885
6
3
0,0061*
*p< 0,05 **p< 0,01
Fonte: Os autores (2013)
*p< 0,05
Fonte: Os autores (2013).
Na tabela 2 detalham-se os resultados da
perimetria de quadril (cm) com a média dos
valores da mensuração na avaliação.
Em relação as outras perimetrias, houve
significância p<0,05 apenas para a comparação
intergrupos, nos grupos 1 e 3. Ao final do
tratamento, as pacientes foram submetidas
a um Questionário de Satisfação Adaptado,
no qual, na primeira questão, responderam
sobre o protocolo aplicado. Nesse item,
100% das participantes do Grupo I e II se
manifestaram como “confortável”, já no
grupo III, 60% acharam “confortável” e 40%,
“desconfortável”.
Questionadas em relação à alteração do aspecto
da pele, 80% das pacientes do Grupo I e III
responderam “sim” e 40%, “não”. No Grupo II,
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
21
Artigo 2
100% das pacientes responderam “sim”.
sanguíneo e do metabolismo local.
Ainda, foram questionadas sobre quando
notaram essa diferença, a partir de que sessão
de tratamento. No Grupo I, 40% das pacientes
notaram diferença antes da 5ª sessão. No grupo
II, 33% relataram diferença antes da 5ª sessão e
67%, após a 5ª sessão e no Grupo III, 100% das
pacientes notaram diferença antes da 5ª sessão.
Segundo Wiseman et al. (1997), a Endermologia
é um sistema de massagem a máquina que
permite uma pressão positiva pelo rolamento
junto com uma pressão negativa (vácuo),
aplicada sob a pele e tecidos subcutâneos. O
estudo realizado por Bertan (2005) demonstrou
que o tratamento com Endermologia
mostrou-se eficaz na disfunção do FEG, pois,
conseguiu diminuir e atenuar a sua presença,
aumentando a autoestima da paciente e
proporcionar uma melhor aparência local.
Em relação a outros tipos de alterações, 100%
das pacientes dos grupos I, II e III relataram
ter sentido melhora na circulação local da
pele. Quanto à satisfação, 100% das pacientes
dos I, II e III disseram estar satisfeitas com o
tratamento oferecido e que o indicariam para
outras pessoas. Quando questionadas como
pretendiam manter os resultados, 60% das
pacientes do grupo I, responderam continuar
com a Fisioterapia de Estética Corporal e 40%
optou por outros profissionais. No Grupo
II, 100% respondeu que continuaria com a
Fisioterapia de Estética Corporal e no Grupo
III, 80% optou pela Fisioterapia de Estética
Corporal e 20%, por outros profissionais.
Discussão
Conforme os resultados obtidos nesta
pesquisa, verificou-se que não houve diferença
estatisticamente significativa entre o póstratamento dos três grupos avaliados. Porém,
há uma tendência significativa de o Grupo III
apresentar melhores resultados que os grupos
I e II.
Segundo Kitchen & Bazin (1998), quando
o ultrassom penetra no corpo pode exercer
um efeito sobre as células e tecidos mediante
dois mecanismos físicos: térmico e atérmico.
Quanto aos efeitos térmicos atuantes na
gordura localizada, destaca-se o aquecimento,
controlado por produzir aumento do fluxo
22
Associando essas duas técnicas, sugere-se uma
potencialização dos efeitos no tecido adiposo,
pela ação térmica e atérmica do Ultrassom e
ação mecânica da Endermoterapia, com uma
redistribuição dos adipócitos localizados,
melhorando a aparência e aspecto tecidual.
Ribeiro (2008) relata que realmente,
é necessário um número elevado de
atendimentos para um resultado satisfatório.
Também, que o emprego de uma única
técnica pode não ser o suficiente, sendo
assim, a associação de duas ou mais técnicas
provavelmente, é mais eficaz.
Bassoli (2001) realizou o tratamento da FEG
em 15 pacientes do sexo feminino, entre 20 e 35
anos, associando a Drenagem Linfática Manual
e o Ultrassom. Notou, então, significativa
redução na FEG de grau 1 e 2, além de um
melhor aspecto no grau 3.
Mattia (2001) argumenta que a Endermoterapia
é uma técnica não invasiva, que massageia o
corpo, promove a drenagem linfática a qual
auxilia no retorno venoso, elimina toxinas
e combate a celulite e gordura localizadas.
Também comprovou o efeito da drenagem
linfática pelo aumento da diurese, observada
ao final de cada sessão e confirmada pelas
pacientes, após os atendimentos.
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 2
Na sua pesquisa, Togni (2006), associou
as técnicas de Ultrassom (Fonoforese) e de
Endermologia. Constatou um progresso
no quadro do FEG das pacientes com esse
protocolo. Notou melhora na redução dos
dados perimétricos e dos graus de FEG, como
alterações visuais, além da melhora no aspecto
geral da pele.
Entre os fatores predisponentes para o
aparecimento do FEG, como, fatores genéticos,
etários, sexuais, hormonais, psicossomáticos,
fumo entre outros, destaca-se o sobre peso
ou obesidade (BORGES,2006). Acredita-se
que o FEG decorre de um acúmulo anormal
de gorduras, compostas por ácidos graxos
saturados. (GUIRRO & GUIRRO, 2004).
Chang et al. (1988) realizaram o primeiro
estudo a respeito da terapia sub-dérmica
não-invasiva (Endermologia), empregando
um maior período de tempo (cerca de 1 ano).
Nele, 85 pacientes submeteram-se às sessões e
já após 7 sessões apresentaram tanto reduções
de medidas circunferenciais quanto de peso.
Entre as que ganharam peso, 50% ainda
assim obtiveram uma redução do perímetro
corporal. Na prática, essa diminuição de
medidas geralmente, não está acompanhada de
redução de peso.
Com a Endermologia, se alcança a diminuição
de medidas, sem a necessidade de perder peso,
embora a lipólise não tenha sido comprovada
por nenhum trabalho científico (CHANG,
1998), o que justifica o aumento de peso
observado no grupo II, apesar da redução de
LDG e perimetria dos resultados.
Por meio de um programa de emagrecimento,
Alster, Tehrani (2006) estudaram as
modificações da celulite em mulheres.
Observaram que a maioria teve melhora
considerável com a redução de peso.
Concluíram que o FEG é um estado complexo
e que é necessário aprimorar as pesquisas, a
fim de compreender melhor as influências da
sua gravidade.
Pravatto (2007) realizou um estudo com
amostra composta de cinco mulheres com
idade entre 20 e 30 anos, submetidas à
associação de duas técnicas de tratamento para
redução de LDG (Ultrassom terapêutico 3MHz
e Endermoterapia), durante, no mínimo,14
intervenções. Observou que a média de peso
corporal das cinco mulheres na primeira
sessão, foi de 64,42 kg e na última, de 63,92 Kg,
caracterizando uma diminuição média de 0,5
kg ao final do tratamento.
Quanto ao peso observado neste estudo,
constatou-se que não houve diferença
significativa entre o pré-tratamento e pós de cada
grupo, porém, o resultado foi significativo entre
o pós-tratamento do grupo II e do grupo III.
Não se empregou a perimetria para identificar
o fibro edema Gelóide ou classificá-lo, mas
como uma medida complementar e indireta na
avaliação, pois um aumento na circunferência
da região glútea poderia se relacionar ao
ganho de peso e este, com o fibro edema
Gelóide. (WEIMANN, 2004).
Em estudo realizado em três pacientes, por Luz
(2003), citado por Pravatto, (2007), após aplicar
10 sessões de Endermologia, combinadas com
US 3MHZ, a média de redução da perimetria
em sete regiões foi de 1,15 cm no total. A
mesma autora utilizou ainda a dipometria
como medida de avaliação da redução de
tecido adiposo através na mensuração de
pregas cutâneas. Contudo, ela não apresentou
dados estatísticos significativos, pois a média
de variação das três pacientes foi de 0,36 mm.
Quanto ao perímetro do quadril, não
se notaram diferenças estatisticamente
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
23
Artigo 2
significativas em nenhum tratamento. Ainda
se ressalta a não diferença entre todos os póstratamentos. Detectou-se nos outros resultados,
que apenas no Grupo II, não se verificou
diferença significativa em relação a todas as
circunferências avaliadas.
Sant’ana (2007) realizou um estudo
com pacientes que apresentavam LDG
e foram submetidas ao tratamento
com Endermoterapia. Nessa situação,
aproximadamente 90% das pacientes que
participaram do estudo relataram que houve
melhora no aspecto do FEG e redução de
gordura localizada nas áreas tratadas.
A satisfação do corpo representa importante
papel psicossocial na vida de uma pessoa
principalmente, em mulheres. As autoras
Meyer, Medeiros e Oliveira (2003), em uma
pesquisa para demonstrar o papel psicossocial
da Fisioterapia Dermato-funcional na melhoria
da saúde da população de baixa renda,
concluíram que após o tratamento, a satisfação
dos resultados estéticos trouxe benefícios
psicossociais. Alcançou o mais importante e
que sintetiza todas as manifestações psíquicas
e comportamentais, analisando o aumento da
autoestima. Ainda explicam que os resultados,
além de suavizar o desconforto físico causado
pelas patologias estéticas, recuperam a
harmonia do corpo e o convívio social.
Tendo em vista os resultados apresentados,
notou-se nesta pesquisa, diminuição da
LDG, segundo a percepção das pacientes dos
Grupos I e III (questionadas antes e depois
do tratamento). Enfatiza-se que o Grupo III
é estatisticamente mais significativo que o
grupo I, quando comparado à sua situação
antes do tratamento. Isto se justifica pela
potencialização dos efeitos das duas técnicas
combinadas.
24
Os aspectos de grau, visual e acometimento
do fibro edema Gelóide foram realizadas nas
avaliações, durante a inspeção e através das
imagens fotográficas. Estas fotografias digitais,
de acordo com Ratner e Thomas (2003), são
utilizadas para capturar e documentar as
amplas manifestações de doenças da pele, pois
permitem a comunicação do terapeuta com
companheiros e pacientes.
Pravatto (2007) cita que Luz (2003) observou
na sequência de figuras: alteração do
contorno corporal, melhora do aspecto da
pele, irregularidades mais amenas, fibroses
mais suaves ou quase invisíveis assim como,
melhora geral da qualidade da pele. Estes
mesmos aspectos foram observados neste
trabalho.
O presente estudo demonstrou limitações
quanto ao tamanho da amostra, (n=12) o
que teve provável influência nos resultados.
Detectou-se outra limitação: duas pessoas
diferentes realizaram a perimetria, o que
possivelmente, facilitou algum equívoco nos
resultados, ao maximizar a subjetividade.
Um aspecto relevante desta pesquisa se refere
às fotografias digitais, tomadas sempre no
mesmo local, com a mesma distância, a mesma
vestimenta e luminosidade.
Julga-se necessário reportar ao conceito de
saúde difundido pela Organização Mundial
de Saúde - OMS (1948), que diz, “Saúde
é um estado de completo bem-estar físico,
mental e social, e não apenas a ausência de
doença”. Portanto, destaca-se a importância
deste estudo e seus resultados, com o objetivo
de promover recursos que previnam e tratem
qualquer tipo de agravamento que desfaça o
bem estar do indivíduo na sociedade.
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 2
Considerações finais
Verificou-se que ambas as técnicas, Ultrassom
e Endermoterapia, apresentaram resultados
positivos sobre a Lipodistrofia Ginóide,
quando comparadas isoladamente. Porém,
apesar de serem pouco significativas
estatisticamente, estas duas técnicas
associadas, apresentam uma tendência a
possibilitar melhores resultados que quando
utilizadas separadamente.
REFERÊNCIAS
AGNE,Jonas E. Eletrotermoterapia teoria e
prática. Santa Maria: Pallotti, Orium, 2004.
ALSTER, Tina S.; TEHRANI, Mahsa. Treatment
of cellulite with optical devices: an overview
with practical considerations. Lasers Surg.
Med., United States, 38, p.727-730, Sept, 2006.
ARRUDA, L. P.; BOLLA, A. C. A endermoterapia como tratamento fisioterapêutico na
lipodistrofia ginóide (LDG): uma abordagem
crítica entre teoria e prática, 2006.
AZULAY, Rubem David. Dermatologia. 2ª ed.
Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1999, p. 1.
BACELAR, V.E. ; VIEIRA, M. Importância da
Vacuoterapia no fibro edema gelóide. Revista
Fisioterapia Brasil, v. 7, n. 6, Rio de Janeiro:
Atlântica, 2006.
BARBOSA, M; MELO, Argel; A influência
da Vacuoterapia nos graus de classificação da
celulite e na dor. RevistaIfisionline, v. 1, p. 2,
jan. 2011.
BASSOLI, Dyjalma Antônio. Avaliação
dos
efeitos do ultrassom pulsado de baixa
intensidade na regeneração de músculos
esqueléticos com vistas à aplicabilidade
em clínica fisioterapêutica. Dissertação de
Mestrado, Escola de Engenharia de São
Carlos/Faculdade de Medicina de Ribeirão
Preto/Instituto de Química de São Paulo –
Universidade de São Paulo, 2001.
BERTAN, Ana Amélia Guglielmi Pavei.
Efeitos obtidos com a aplicação da
Endermologia no tratamento do fibro edema
gelóide — celulite. Monografia (Graduação).
Curso de Fisioterapia, Universidade do Sul de
Santa Catarina, Tubarão, SC, 2005.
BORGES, F. Dermato-Funcional: modalidades
terapêuticas nas disfunções estéticas. São
Paulo: Phorte, 2006.
CHANG, P.et al. Noinvasive mechanical body
contouring: (endermologie) a oneyear clinical
study update. Aesthetic Plast Surg, Austin,
v. 22, n.2, p. 145-153, Mar/Apr. 1998.
COSTA, E. Lipodistrofia Ginóide: tratamento
da celulite. Rio de Janeiro: Revinter, 2009.
CORRÊA, M. B. Efeitos obtidos com
a aplicação do ultrassom associado à
Fonoforese no tratamento do fibro edema
gelóide. Trabalho de Conclusão do Curso de
Fisioterapia da Universidade do Sul de Santa
Catarina – Campus Tubarão, 2005.
CUNHA, E. S. et al. Intervenção
fisioterapêutica no tratamento do fibro edema
gelóide. 2004.Disponível em: <http://www.
wgate.com.br/conteudo/ medicinaesaude/
fisioterapia/alternativ a/geloide_eline.htm>.
Acesso em: 17 set. 2013.
GUYTON, Arthur; HALL, Johnn E. Tratado
de fisiologia médica. 11 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan, 2006.
HARRY L., Arnold. Doenças da pele de
Andrews: dermatologia clínica, 8ª ed. São
Paulo: Manole,1994. p. 1, 12.
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
25
Artigo 2
JUNQUEIRA, Luiz; CARNEIRO, José. Biologia
celular e molecular. 6 ed. Rio de Janeiro:
Guanabara Koogan,1997.
KITCHEN, S.; BAZIN, S. Eletroterapia de
Clayton. 10.ed. São Paulo: Manole, 1998.
LEVER, Walter F. Histopatologia da pele, v. 1.
7ª ed. São Paulo: Manole, 1991, p. 8.
RIBEIRO, M.; STEFANELLO, T. Tratamento
do fibro edema gelóide associando o uso de
endermologia, corrente russa e massagem
modeladora – um relato de caso. UNIPAR,
Cascavel, 2008.
LEDUC, A.; LEDUC, O. Drenagem Linfática.
2.ed. São Paulo: Manole:2000.
ROBERTO, A. Eletroestimulação – o exercício
do futuro. Bela Vista, São Paulo: Phorte, 2006.
MATTIA, Ingrid. Os efeitos da
endermoterapia sobre a gordura abdominal
– uma análise por meio da plicometria e de
bioimpedância. Trabalho de Conclusão
de Curso. Universidade do Extremo Sul
Catarinense – UNESC. Criciúma, 2011.
SAMPAIO, Sebastião A.P; RIVITTI, Evandro,
A. Dermatologia. 2ª ed. São Paulo: Artes
Médicas, 2000.
MELO, L. et al. A utilização da Vacuoterapia
no tratamento da lipodistrofia ginóide. In:
V Congresso Multiprofissional em Saúde –
UNIFIL, 2011.
MEYER, P. et al. O papel psicossocial do
ambulatório de Fisioterapia Dermatofuncional na saúde e da população de baixa
renda. Revista Fisioterapia em Movimento,
Curitiba, v. 16, n. 4, p. 55-61, out./dez,2003.
NEVES, F. et al. Estudo comparativo dos efeitos
entre a Vacuoterapia e a aplicação de um creme
termo ativo de centelha asiática no tratamento
da adiposidade localizada abdominal.
Monografia do Curso de Fisioterapia da
Faculdade Dom Bosco, Curitiba – PR, 2010.
PRAVATTO, Mariana. Efeitos do ultrassom
terapêutico 3Mhz associado à endermoterapia
no tratamento do fibro edema gelóide e da
gordura localizada. Trabalho de Conclusão e
Curso, Florianópolis, 2007.
RATNER, D.; THOMAS, C. Digital
photography. Disponível em: <http://www.
26
emedicine.com/derm/to pic618.htm. Acesso
em: 17 set. 2013.
SANT’ANA, Maria C. et al. Fibro Edema
Gelóide (Celulite): Fisiopatologia e tratamento
com Endermologia. Revista Fisioterapia
Especialidades, São Carlos, SP, v.1, n.1 out./
dez. 2007.
SILVA, Renata M. Uma análise da
endermoterapia vibratório associado á
fonoforese, aplicado em região posterior
de coxa no fibro edema gelóide grau III.
Projeto de Pesquisa do Curso de Fisioterapia
da Universidade do Extremo Sul Catarinense,
UNESC,2011.
TOGNI, Afine eatriz. Avaliação dos efeitos
do ultrassom associado à fonoforese e
endermologia no tratamento do fibro edema
gelóide. Monografia (Graduação). Curso de
Fisioterapia, Universidade do Sul de Santa
Catarina-UNISUL. Santa Catarina, Tubarão,
2006.
VIEIRA, Sonia. Introdução à bioestatística. 4ª
ed. São Paulo: Elsevier, 2008, p. 9.
WEIMANN, Luciane. Análise da eficácia do
ultrassom terapêutico na redução do fibro
edema gelóide. Trabalho de Conclusão de
Curso, UNIOESTE, Cascavel, 2004.
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 2
WISEMAN, J. B. S. et al. Non- invasive
mechanical body contouring: a one-year
clinical outcome study update. Austin, 1997.
Disponível em: <http://www.lipou.org/
Publiched_Arti cles/endermologie.html>.
Acesso em: 17 set. 2013.
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
27
Artigo 3
Análise do efeito agudo da mobilização neural
sobre a dor, força de preensão palmar e tensão
neural em intérpretes da língua brasileira de sinais
Analysis of the acute effect of neural mobilization over pain, grip
strength and neural tension in interpreters of the brazilian sign language
Allan Silva Barros1
Elivelton Dener Murante2
Leonardo da Silva Pereira3
Felipe Vieira Pellenz4
Graduandos do 8º período do curso de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco.
Fisioterapeuta, docente do curso de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco.
1,2,3
4
RESUMO
Introdução: o funcionamento adequado do
sistema nervoso depende de sua integridade.
A mobilização neural procura restaurar o
movimento e elasticidade ao sistema nervoso,
o que promove o retorno às suas funções
normais.
Objetivo: verificar se os intérpretes de Libras
apresentam diferença significativa da dor, força
e tensão neural logo após uma intervenção de
mobilização neural.
Métodos: estudo experimental do tipo ensaio
clínico não controlado. Foram avaliados 13
indivíduos (30,5±6,0 anos) em relação à dor
(Escala Visual Analógica), força de preensão
palmar (dinamômetro palmar Grip-d) e tensão
neural (testes descritos por Butler, 2003).
Resultados: os intérpretes de Libras não
apresentaram melhora do quadro álgico [2
(0-8) vs 0 (0-6), p =0,05]; força de preensão
palmar de MSE (19,8±7,5 vs 20,8±7,3, p=0,22)
e MSD(19,4±6,8 vs 20,3±5,7, p=0,35); e tensão
28
neural adversa do MSD: ULTT1 (9/69,20
vs 9/69,20, p = 1), ULTT2a (9/69,2 vs 7/53,8,
p=0,5), ULTT2b (6/46,2 vs 4/30,8, p = 0,5) e
ULTT3 (8/61,5 vs 4/30,8, p=0,12); tensão neural
adversa do MSE: ULTT1 (5/38,5 vs 5/38,5, p=1),
ULTT2a (9/69,2 vs 6/46,2, p=0,25), ULTT2b
(7/53,8 vs 6/46,2, p=1), ULTT3 (9/69,2 vs 4/30,8,
p=0,06).
Conclusão: o efeito agudo da mobilização
neural dos nervos mediano, radial e ulnar
não foram eficientes para melhora no quadro
álgico, na força de preensão palmar e na
eliminação de tensão neural adversa.
Palavras-chave: mobilização, neural, sistema
nervoso, dor, força muscular.
ABSTRACT
Introduction: the proper functioning of the
nervous system depends on its integrity. The
neural mobilization promotes the return of
their normal functions
Objective: to evaluate whether interpreters
of Libras present significant difference of
pain , strength and neural tension after an
intervention of neural mobilization.
Methods: in an experimental study of type
uncontrolled clinical trial, were evaluated 13
subjects (30.5±6.0 years) for pain (visual analog
scale), grip strength (dynamometer palmar
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 3
Grip - d) and neural tension tests (described by
Butler , 2003).
Results: the interpreters showed no
improvement of pain [2 (0-8) vs. 0 (0-6),
p=0.05] ; left upper limb’s handgrip strength
(19.8±7.5 vs 20, 8±7.3, p=0.22 ) and right upper
limb’shandgrip strength (19.4±6.8 vs 20.3±
5.7, p=0.35 ) , and right upperlimb’s adverse
neural tension: ULTT1 (9/69.20 vs. 9/69 20,
p=1) ULTT2a (9/69 vs 2 7/53, 8, p=0.5) ULTT2b
(6/46, 2 vs 4/30, 8, p=0.5) and ULTT3 (8/61 5
vs 4/30, 8, p=0.12); left upper limb’s adverse
neural tension: ULTT1 (5/38, 5 vs 5/38, 5, p=1
) ULTT2a (9/69 2 vs 6/46, 2, p=0.25), ULTT2b
(7/53, 8 vs 6/46, 2, p=1) ULTT3 (9 /69 2 vs 4/30,
8, p=0.06).
Conclusion: the acute effect of neural
mobilization of the median, radial and ulnar
nerves were not effective for improvement
in pain symptoms in grip strength and the
elimination of adverse neural tension.
Keywords: mobilization, neural, nervous
system, pain, muscle strength.
Introdução
Considera-se o sistema nervoso central (SNC)
e periférico (SNP) como unitário ou, um só,
uma vez que eles formam um trato tecidual
contínuo. O sistema nervoso (SN) está em
continuidade de 3 maneiras. Primeiramente,
os tecidos conjuntivos são contínuos, embora
em diferentes formatos, como o epineuro e a
dura-máter. Um simples axônio pode estar
associado com um grande número destes
tecidos conjuntivos. Em segundo lugar, os
neurônios se encontram interconectados
eletricamente de forma que, por exemplo, um
impulso gerado no pé pode ser recebido pelo
cérebro. Por fim, o SN pode ser considerado
como continuo quimicamente. Os mesmos
neurotransmissores existem na periferia e em
nível central e há um fluxo de citoplasma no
interior dos axônios. (BUTLER, 2003).
O funcionamento adequado do SN depende
de sua integridade. Uma vez lesado o SN,
esse fato leva a deformações mecânicas das
fibras nervosas e isquemia local. Ocorre
então, diminuição do fluxo axoplasmático,
e consequentemente, alteração da
função nervosa, o que gera má condução
elétrica e provoca distúrbios sensoriais
(dor, parestesias), motores (fraqueza) e
autonômicas(vasomotoras). Alterações do
fluxo axoplasmático geram disfunções tróficas
e inflamação dos tecidos inervados por este.
(PRZYVARA; REZENDE, 2008).
A mobilização neural (MN) procura restaurar o
movimento e elasticidade do SN, promovendo
assim, o retorno às suas funções normais.
O restabelecimento de sua biomecânica/
fisiologia (neurodinâmica) adequada através
do movimento e/ou tensão, permite recuperar
a função normal do SN assim como das
estruturas comprometidas. (MARINZECK,
2000).
Levando em consideração estudos
intervencionais de MN que comprovam sua
eficácia no ganho de amplitude de movimento
(ADM), na melhora do quadro álgico e no
ganho de força como os de Vasconcelos (2011),
Monnerat (2011) e Lopes (2010), optou-se neste
estudo, por aplicar a técnica de MN e verificar
seus efeitos agudos em relação à dor, força
de preensão palmar e tensão neural adversa
(TNA) em intérpretes de Língua Brasileira de
Sinais (Libras). Considerada, por Santiago et al.
(2009), uma profissão nova em que a atuação
pode causar patologias, as quais variam desde
lesões em tendões, músculos e articulações,
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
29
Artigo 3
principalmente dos membros superiores
(MMSS), ombros e pescoço, até a manutenção
de posturas inadequadas resultando em dor,
fadiga e declínio do desempenho profissional.
(SANTIAGO et al., 2009).
Métodos
Este estudo foi realizado nas instituições de
ensino: UNINTER, Universidade Positivo,
Instituto de Educação do Paraná e Faculdade
Dom Bosco.
Segundo Tritscher (2003), quando as amostras
são inferiores a 150, a amostragem deve ser
de 20%. Todos os intérpretes que aceitaram
participar do estudo “Análise do efeito agudo
da mobilização neural sobre a dor, força
de preensão palmar e tensão neural em
intérpretes da língua brasileira de sinais”,
nos locais supracitados foram recrutados por
conveniência, ou seja, todos os indivíduos
foram inclusos quando não contraindicados
pelos critérios de inclusão e exclusão,
totalizando assim, 13 indivíduos.
Os intérpretes foram selecionados de maneira
equitativa e todos tiveram as mesmas chances
de participar do estudo. Os participantes
da pesquisa não pertencem aos grupos
especiais (crianças, índios, militares, idosos,
dementados). Para sua inclusão, os indivíduos,
todos intérpretes de Libras, assinaram o Termo
de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE).
Os critérios de exclusão foram: ter participado
de terapia fisioterapêutica nos últimos três
meses; estar sob efeito medicamentoso do
tipo analgésico; realizado cirurgia de coluna
cervical ou membro superior nos últimos seis
meses e neoplasias.
O presente estudo contou com a participação
de dois terapeutas: um, realizou a avaliação
30
e reavaliação e o outro, fez a aplicação do
protocolo de intervenção.
Inicialmente, os pacientes foram submetidos
a uma avaliação fisioterapêutica para coleta
dos dados demográficos, antropométricos e
clínicos. Logo após a aplicação do protocolo
de intervenção, se realizou a reavaliação para
a coleta dos dados referentes à dor, força de
preensão palmar (FPP) e tensão neural adversa
(TNA).
Utilizaram-se os seguintes instrumentos para
a coleta de dados: Dor: avaliada por meio
da Escala Visual Analógica (EVA), utilizada
no início e no final de cada atendimento,
registrando o resultado sempre na evolução.
Para utilizar a EVA, o avaliador deve
questionar o paciente quanto ao seu grau de
dor quando 0 significa ausência total de dor
e 10 o nível de dor máxima suportável pelo
paciente (SOGAB, 2012). A EVA consiste em
auxiliar na aferição da intensidade da dor no
paciente. É um instrumento importante para
verificar a evolução do paciente durante o
tratamento e mesmo a cada atendimento, de
maneira mais fidedigna.
Também é útil analisar se o tratamento está
sendo efetivo,quais procedimentos têm surtido
melhores resultados, assim como se há alguma
deficiência no tratamento, de acordo com o
grau de melhora ou piora da dor (SOGAB).
Esta escala é frequentemente considerada
como um instrumento padrão para mensurar
a intensidade da dor. (SOUSA, 2004). Durante
a avaliação e reavaliação do presente estudo
solicitou-se ao indivíduo que apontasse na
EVA o grau de dor e relatasse o local de
dor onde o mesmo seria considerado para a
estatística se estivesse localizado na região do
percurso dos nervos que compõem o plexo
braquial.
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 3
1 Função e sintomas no membro superior
avaliado por meio o Disabilities of the Arm,
Shoulder and Hand (DASH). Segundo Cheng
(2006), trata-se de um instrumento que
avalia o membro superior sob a perspectiva
do paciente, independente da afecção
ou de sua localização, avalia o membro
superior enquanto uma unidade funcional
(CHENG,2006).
O DASH consta de 30 questões autoaplicáveis
e dois módulos opcionais: um, para atividades
esportivas e musicais e outro, para atividades
de trabalho. Os itens informam sobre o grau
de dificuldade no desempenho de atividades;
a intensidade dos sintomas de dor, fraqueza,
rigidez e parestesia; o comprometimento de
atividades sociais; a dificuldade para dormir e
o comprometimento psicológico, tendo como
referência a semana anterior à aplicação do
instrumento. O DASH utiliza uma escala de
Likert de 5 pontos e o escore total varia de 0
(sem disfunção) a 100 (disfunção severa). O
cálculo deste escore é feito através da soma das
30 primeiras questões. Do valor encontrado
subtrai-se 30 e divide-se por 1,2; enquanto
nos módulos opcionais da soma encontrada
subtrai-se 4 e divide-se este valor por 0,16
(LEE et al., 2005; ORFALE, 2003; BEATON et al.,
2001; DUBERT et al., 2001; SKUTEK et al.,
2000 apud CHENG, 2003). Os módulos
opcionais não foram utilizados neste estudo.
2 Força de preensão palmar (FPP): avaliada
por meio do dinamômetro palmar Grip-d.
A American Society of Hand Therapists
(ASHT) recomenda que o avaliado esteja
confortavelmente sentado, posicionado com
o ombro aduzido, o cotovelo fletido a 90º,
o antebraço em posição neutra e, por fim,
a posição do punho pode variar de 0 a 30º
de extensão e entre 0 a 15 graus de adução
(REIS, ARANTES, 2011). Quando estiver
pronto, o sujeito aperta o dinamômetro com
esforço isométrico máximo, que é mantido
por cerca de 5 segundos. Recomenda-se que
a média de três medidas seja usada, não
havendo necessidade de estender períodos de
descanso entre elas porque as diferenças são
muito pequenas (REIS, ARANTES, 2011). No
presente estudo, a mensuração foi realizada
segundo recomendação da ASH em relação
ao posicionamento e média de três medidas
com contração isométrica mantida por cinco
segundos.
3 Tensão neural: avaliada pelos testes descritos
por Butler (2003). Descrições de ULTT, como
exemplo, membro superior esquerdo:
3.1 ULTT1 – Teste de tensão do nervo
mediano com abdução de ombro
O participante é posicionado em decúbito
dorsal, ao lado da maca. O examinador fica
de frente para o participante, sua mão direita
envolve a mão esquerda do participante
assegurando controle para baixo do polegar
e dedos. O seu braço superior descansa sobre
a coxa esquerda do examinador. Com a mão
esquerda o examinador força a depressão da
cintura escapular. A partir dessa posição,
o antebraço é supinado, o punho e dedos
estendidos, o ombro rodado lateralmente, o
cotovelo estendido e o participante realiza
flexão lateral cervical para o lado não testado.
Sintomas e alterações de sintomas devem ser
identificados e interpretados após cada passo.
(BUTLER, 2003).
3.2 ULTT2a – Nervo mediano com depressão
da cintura escapular e rotação externa do
ombro
O participante fica deitado em diagonal,
com a cabeça direcionada à esquerda da
maca. A coxa do examinador repousa sobre
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
31
Artigo 3
o ombro esquerdo do participante. Sua mão
direita segura cotovelo do participante e sua
mão esquerda segura o punho. O ombro do
participante estará a 10º de abdução. Usando
sua coxa, o examinador cuidadosamente,
deprime a cintura escapular do participante.
Logo após, estende o cotovelo, rotaciona
lateralmente todo o braço do participante,
estende o punho, os dedos e o polegar do
participante. (BUTLER, 2003).
3.3 ULTT2b – nervo radial
A partir da posição inicial do ULTT2a, o
examinador realiza a rotação medial do
ombro do participante, mantém a extensão do
cotovelo e com sua mão esquerda, flexiona o
punho do participante. A flexão do polegar
e desvio ulnar do punho irão sensibilizar o
nervo radial, via ramo sensorial superficial.
(BUTLER, 2003.)
3.4 ULTT3 – nervo ulnar
Tanto o participante quanto o examinador
estão na posição inicial do ULTT1. O punho
do participante está estendido e o antebraço
supinado, o cotovelo é totalmente fletido, é
realizada a depressão do ombro e rotação
lateral. (BUTLER, 2003).
Após as avaliações, os participantes foram
submetidos ao protocolo de intervenção, e,
ao final do tratamento, foram reavaliados em
relação aos parâmetros anteriormente citados,
com exceção do DASH.
O protocolo de intervenção consistiu em
um atendimento com mobilização neural
dos nervos mediano, radial e ulnar. As
manobras partiram do posicionamento dos
testes. Instruíram-se os participantes para
que levassem a orelha até o ombro oposto e
mantivessem o olhar para cima. Em seguida, o
terapeuta realizou três séries de 20 movimentos
32
oscilatórios lentos e rítmicos de flexão e
extensão de punho para cada nervo de ambos
os membros superiores, com 30 segundos de
intervalo entre as aplicações.
Análise estatística
Para descrição das variáveis quantitativas
consideraram-se as estatísticas de média, desvio
padrão mediana, valor mínimo e valor máximo.
Para descrição das variáveis de natureza
qualitativa foram consideradas as frequências
absolutas e relativas. Para comparação dos dois
momentos de avaliação pré e pós, em relação
a variáveis quantitativas avaliou-se o teste não
paramétrico de Wilcoxon. Para comparação
dos momentos pré e pós, em relação a variáveis
dicotômicas analisou-se o teste Binomial. Valores
de p menores do que 0,05 indicaram significância
estatística.
Resultados
Incluíram-se no estudo 13 indivíduos (30,5±6,0
anos), submetidos a uma avaliação pré e pósaplicação da técnica. Os dados demográficos,
antropométricos e clínicos estão descritos na
Tabela 1.
Tabela 1: Dados demográficos,
antropométricos e clínicos.
Características
Idade em anos (média,DP)
Sexo F/M (n)
IMC, m/kg² (média,DP)
Horas de trabalho por dia (média,DP)
Tempo na atual profissão, anos (média,DP)
DASH (média,DP)
Grupo avaliado (n=13)
30,5±6,0
10/3
28,0±3,9
6,7±2,1
6,7±3,7
16,5±13,4
DP: desvio padrão; F: feminino; M: masculino; IMC: índice de massa
corporal; DASH: DisabilitiesoftheArm, Shoulder and HandQuestionnaire.
Fonte: Os autores (2013).
A tabela 2 demonstra a comparação entre
os momentos pré e pós para a variável dor e
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 3
força de preensão palmar (FPP). Não foram
observadas diferenças significativas em relação
à intensidade da dor e no grau de FPP, tanto
no membro superior esquerdo (MSE), quanto
no membro superior direito (MSD).
Tabela 2: Variáveis dos momentos pré e pós e
valor de p.
Variável
Pré
Pós
Valor de p*
EVA mediana (mín.-máx.)
FPP MSE (média,DP)
FPP MSD (média,DP)
2 (0-8)
19,8±7,5
19,4±6,8
0 (0-6)
20,8±7,3
20,3±5,7
0,05
0,22
0,35
EVA: escala visual analógica; FPP: Força de preensão palmar; MSE:
membro superior esquerdo; MSD: membro superior direito; DP:
desvio padrão.
Fonte: Os autores (2013).
A tabela 3 demonstra a comparação entre os
momentos pré e pós para a variável tensão
neural adversa (TNA). Não foram observadas
diferenças significativas em relação à presença
de TNA tanto no MSE quanto no MSD.
Tabela 3:Distribuição da frequência absoluta e
relativa dos testes de tensão neural.
Variável
Pré (n=13)
Pós (n=13)
Valor de p
ULTT1 MSD (n/%)
ULTT1 MSE (n/%)
ULTT2a MSD (n/%)
ULTT2a MSE (n/%)
ULTT2b MSD (n/%)
ULTT2b MSE (n/%)
ULTT3 MSD (n/%)
ULTT3 MSE (n/%)
9/69,20
5/38,5
9/69,2
9/69,2
6/46,2
7/53,8
8/61,5
9/69,2
9/69,20
5/38,5
7/53,8
6/46,2
4/30,8
6/46,2
4/30,8
4/30,8
1
1
0,5
0,25
0,5
1
0,12
0,06
MSD: membro superior direito; MSE: membro superior esquerdo;
ULTT: UpperLimbTension Test.
Fonte: Os autores (2013).
Discussão
Neste estudo não se notaram melhoras
significativas para as variáveis dor, força
de preensão palmar (FPP) e tensão neural
adversa (TNA) logo após a aplicação de
mobilização neural (MN) dos nervos mediano,
radial e ulnar bilateralmente.
Alguns estudos realizados demonstram que
a aplicação da MN é eficaz na diminuição
de sintomas, visto que segundo Marinzeck
(2000), a técnica busca restaurar o movimento
e elasticidade ao sistema nervoso, o que
promove o retorno as suas funções normais.
Buscando a melhora da dor e
da amplitude de movimento (ADM), Przyvara
e Rezende (2008), aplicaram a técnica dos
nervos mediano e radial em dez indivíduos
com cervicobraquialgia durante dez minutos
cada, no membro superior sintomático. Seus
resultados foram positivos para a técnica com
melhora significativa em todas as ADM’s
mensuradas, e no quadro álgico presente.
Também pensando na melhora do quadro
doloroso, além da flexibilidade e atividades
funcionais, Machado e Bigolin (2010) avaliaram
os efeitos da MN e do alongamento sobre
essas variáveis em nove sujeitos com dor
lombar. Cinco deles participaram do grupo
em que se empregou a MN e quatro fizeram
parte do grupo de alongamentos, durante
20atendimentos. Os dois recursos terapêuticos
apresentaram melhoras para as variáveis
analisadas, porém apenas a MN demonstrou
resultados significativos.
Outros autores desenvolveram um estudo
controlado randomizado durante 12 meses,
com oitenta e um pacientes submetidos à
cirurgia de coluna vertebral e o protocolo de
MN avaliado não forneceu benefício adicional
aos cuidados no pós-operatório padrão, ou
seja, não houve diferenças estatísticas ou
clinicamente significativas.
Outros estudos investigaram diferenças na
eficácia de mobilização do nervo mediano em
comparação com o tratamento mobilização
osso do carpo na Síndrome do Túnel do
Carpo (STC). Ao explorar os resultados dos
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
33
Artigo 3
grupos de intervenção, não houve diferença
significativa na eficácia do tratamento entre
a mobilização óssea do carpo e mobilização
do nervo mediano, porém, ambos os grupos
demonstraram melhoras em relação a dor.
Gasparoto et al. (2007), em estudo de caso,
concluíram que a técnica de MN é útil para
o tratamento da cervicobraquialgia, uma vez
que obtiveram melhora no quadro álgico da
sua paciente, através de 12 atendimentos de
mobilização dos nervos mediano e ulnar.
Pinar et al.(2005) investigaram a efetividade
de exercícios de deslizamento neural em
combinação com abordagens de tratamento
conservativo em pacientes com STC que
consistiu em uso de tala de dia e noite
durante 6 semanas, para ambos os grupos.
Posteriormente, realizaram exercícios de
deslizamento neural no grupo experimental
durante 4 semanas. Detectaram um progresso
significativo em ambos os grupos. No entanto,
o grupo experimental demonstrou uma
Corroborando com o presente estudo, Araujo
et al. (2012) avaliaram a FPP em 20 indivíduos
submetidos à intervenção com MN. Os
sujeitos foram divididos em dois grupos
no qual um recebeu na primeira semana,
intervenção por meio de MN e o outro, recebeu
alongamentos convencionais para o supra
espinal. O inverso aconteceu na segunda
semana quando a FPP foi avaliada por meio
de um dinamômetro de preensão palmar em
vários momentos: antes e imediatamente, 20
minutos e uma hora após cada intervenção.
Os autores concluíram que a MN não foi
eficaz para produzir o aumento da FPP em
indivíduos saudáveis.
Em revisão, Andrade e Almeida (2012),
verificaram que a MN é bastante utilizada
na recuperação de pacientes com distúrbios
musculoesqueléticos porque promove
resultados positivos no tratamento das
alterações musculoesqueléticas e devolve sua
funcionalidade, o que justifica as pesquisas de
Pinar et al.(2005); Maciel et al.(2012); Araujoet
al. (2012), entre outros.
Mahmud et al. (2006) avaliaram a relação
entre tensão neural adversa do nervo mediano
(TNAm) e o parâmetro eletrofisiológico
em 38 pacientes com sintomas da STC,
submetidos a estudos de condução nervosa
(ECN). As principais medidas foram a
TNAm obtida no teste de TN e parâmetros
dos ECN, dividindo-se os braços avaliados
em três grupos: normal, com alteração
eletrofisiológica sem gravidade e com alteração
eletrofisiológica grave. Valores de TNAm
foram significantemente maiores nos braços
com diagnóstico eletrofisiológico. Sugere-se
que a TNAm tem participação na fisiopatologia
da STC, indicando o uso de procedimentos
terapêuticos que diminuam ou previnam a TN.
Maciel et al.(2012) verificaram a ocorrência
de alterações no recrutamento, força e fadiga
muscular dos músculos flexores de punho
e dedos após a aplicação da técnica de MN.
Os autores descrevem em tal estudo, que a
técnica de MN do nervo mediano é eficaz para
manutenção do pico de força da musculatura,
Em contradição com o presente estudo,
Vasconcelos et al. (2011) verificaram os efeitos
imediatos da MN sobre o ganho de ADM
de extensão do cotovelo em indivíduos com
TNAm. A amostra foi composta por 60
voluntários e os pesquisadores observaram
que a MN foi capaz de melhorar a ADM de
redução mais rápida da dor, melhora funcional
e FPP.
34
assim como, no aumento do recrutamento
muscular.
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 3
extensão do cotovelo, indicando melhora da
TNA.
Reforçando o trabalho de Vasconcelos et al.
(2011), Marcolino et al. (2008) observaram em estudo de caso de lesão do plexo braquial
por ferimento de arma de fogo - após 24
atendimentos de MN, associado à aplicação de
laser (técnica pontual com contato na região
do plexo braquial, dosimetria 4/m) melhora
de 27° no teste de ULTT para extensão do
cotovelo, também indicando diminuição
da TNA. Outros achados foram FM e
sensibilidade cutânea mantida, melhora na
ADM do ombro e diminuição da dor.
McKeon e Yancosek (2008) relatam que existem
divergências sobre a eficácia dos exercícios
de deslizamento neural para tratamento da
STC. Em revisão sistemática, elas avaliaram
a eficácia de deslizamento neural em relação
ao tratamento não cirúrgico alternativo para
a gestão da STC. As comparações entre os
estudos revelaram uma possível tendência
de melhores resultados com o uso de
deslizamento neural, porém, a eficácia não é
clara e mais pesquisas são necessárias para
determinar a população que pode responder
perfeitamente a esse tratamento.
As principais limitações do presente estudo
foram: o pequeno número da amostra de
profissionais intérpretes de Libras; o fato
do estudo não obter um grupo controle; a
indisponibilidade de avaliadores cegos e
poucas referências de estudos sobre efeitos
agudos da MN e em MMSS.
Este estudo só pôde avaliar o efeito agudo
da MN, pois, houve apenas uma intervenção.
Em geral, fazem-se avaliações a médio e
longo prazo. Este fato é importante e pode
se relacionar com a falta de resultados
significativos neste trabalho. Embora a
mobilização neural não tenha demostrado
diferença nas variáveis avaliadas, isto
não descarta seus efeitos com a aplicação
acumulativa. Outros estudos corroboram esta
afirmação, como alguns citados anteriormente,
que reforçam a necessidade de estudar o
protocolo de aplicação ideal, em termos de
quantidade de intervenções.
O que se leva em consideração é a
heterogeneidade da amostra quanto ao
diagnóstico clínico, pois a característica do
local da dor foi inespecífica.
Vale ressaltar que apesar dos resultados, este
estudo pode servir de base para pesquisas
futuras de efeitos imediatos da MN, a fim de
descobrir o protocolo de aplicação. Outro fato
interessante é realizar o presente estudo com
intérpretes de Libras, pois estudos relacionados
com essa área são pouco contemplados.
Considerações finais
A mobilização neural aguda dos nervos
mediano, radial e ulnar não foram eficientes
para melhora o quadro álgico, na FPP e na
eliminação de TNA.
Observou-se que a incidência de TNA ocorreu,
em pelo menos um dos testes de TNA em
toda amostra e a dor foi relatada pela maioria
dos participantes. Assim, infere-se que a TNA
contribuiu de maneira relevante para o quadro
doloroso.
As técnicas de MN exigem que os
fisioterapeutas tenham bom conhecimento de
biomecânica e neurodinâmica. O paciente deve
ser posicionado corretamente, tanto nos testes
quanto na aplicação da técnica de MN, pois,
pode interferir nos seus resultados.
Sugerem-se estudos futuros que apresentem
uma amostra mais consistente, com grupos
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
35
Artigo 3
controle homogêneos em relação à patologia e
disfunções e com foco nos efeitos imediatos da
MN.
Acredita-se que as evidências encontradas
no presente estudo servirão de base para
pesquisas futuras relacionadas tanto à
saúde dos intérpretes de Libras, quanto
para a aplicação da MN por profissionais
fisioterapeutas que tratam de disfunções
musculoesqueléticas. O objetivo é obter um
resultado significativo no tratamento de seus
pacientes.
REFERÊNCIAS
AFIFI, A. K.; BERGMAN, R. A. Neuroanatomia
Funcional. 2 ed. São Paulo: Roca, 2008, p. 172.
AKALIN E. E.O. et al. Treatment of carpal
tunnel syndrome with nerve and tendon
gliding exercises. American Journal of
Physical Medicine Rehabilitation, v. 81, p.
108-113, 2002.
ALLISON, G.T.; NAGY, B. M.; HALL, T. A
randomized clinical trial of manual therapy for
cervico-brachial pain syndrome; A pilot study.
Manual Therapy, v. 7, p. 95-102, 2002.
ANDRADE, E. M.; ALMEIDA J. G.
Mobilização neural: tratamento de distúrbios
musculoesqueléticos, 2012. Disponível em:
http://www.portalbiocursos.com.br/artigos/
ortopedia/71.pdf.
ARAUJO, D. F. et al. Avaliação da força
de preensão palmar frente a terapia com
mobilização neural. Revista Brasileira de
Medicina do Esporte, v. 18, n° 4, p. 242, 2012.
BANDY, W. D.; IRION, J. M. The effect of
static stretch on the flexibility of the hamstring
muscles. Physical Therapy, v. 74, p. 845-850,
1994.
36
BUTLER, S. D. Mobilização do sistema
nervoso. São Paulo: Manole, 2003 p. 147-159.
BREEN, A. C; HARKMAN, L. S.; NERULROM,
D.J. Fundamentos da terapia manual –
Fisiologia, Neurologia e Psicologia. São Paulo:
Manole, 2001.
CARDOSO, F. H. Lei nº 10.436, de 24 de
Abril de 2002. Disponível em: <http://www.
inicepg.univap.br/cd/INIC_ 2005/epg/EPG4/
EPG4-16%20ok.pdf>. Acesso em: 12/11/2012.
CHENG, H. M. S. Disabilities of thearm,
shoulder, and hand- dash: análise da
estrutura fatorial da versão adaptada para o
Português. Belo Horizonte: Escola de Educação
Física, Fisioterapia e Terapia Ocupacional.
UFMG, 2006.
FONTEQUE, M. A. et al. Estudo da eficácia
da mobilização do sistema nervoso e
do alongamento passivo para ganho de
amplitude de movimento de flexão de
quadril, 2005.
GASPAROTO, E. R.; NETO, E. M. F.; SOUZA,
M. Z. Atuação da mobilização neural na
cervicobraquialgia – Estudo de Caso. 2007.
Disponível em:<http://www.unimep.br/phpg/
mostraac ademica/anais/5mostra/5/216.pdf.
JESEL, M. Neurologia para o fisioterapeuta.
São Paulo: Santos, 2007.
KIERSZENBAUM, A. L. Histologia e Biologia
Celular. Rio de Janeiro: Elsevier. 2004.
KISNER, C.; COLBY, L. A. Exercícios
terapêuticos: fundamentos e técnicas. 4 ed. São
Paulo: Manole, p.172, 2005.
LOPES, R. S. D. et al. Influencia do
alongamento muscular e da mobilização
neural sobre a força do músculo quadríceps.
2010. Disponível em: <http://www4.
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 3
uninove.br/ojs/index.php/saude/article/
viewFile/2355/1839.
MACIEL, T.S. et al. Efeitos da mobilização
neural sobre a força, resistência e recrutamento
muscular dos flexores de punho. Revista
Terapia Manual – Posturologia. v. 10, nº 50,
2012.
MACHADO, G. F.; BIGOLIN, S. E. Estudo
comparativo de casos entre a mobilização
neural e um programa de alongamento
muscular em lombálgicos crônicos.
Fisioterapia em Movimento, Curitiba, v. 23, n.
4, p. 545-554, out./dez. 2010.
MAHMUD, M. A. et al. Relação entre tensão
neural adversa e estudos de condução
nervosa em pacientes com sintomas da
sídrome do túnel do carpo. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_art
text&pid=S0004282X2006000200019&lng=en&n
rm=iso.> 2006.
MARCOLINO, A. M.et al. Reabilitação
fisioterapêutica na lesão do plexo Braquial:
relato de caso. Revista Fisioterapia em
Movimento, v.21, p.53-60, 2008. Disponível
em:<http://www2.pucpr.br/reol/public/7/arc
hive/0007-00001939- ARTIGO_06.PDF.
MCKEON, J. M. M.; YANCOSEK K. E. Neural
Gliding Techniques for the Treatment of Carpal
Tunnel Syndrome: A Systematic Review.
Journal of Sport Rehabilitation, v. 17, p. 324341.2008. Human Kinetics Inc. Disponível em:
<http://nucre.com/Artigos%20%20M%E3o%20
e%20Punho/Neural%20Gliding%20Techniques.
pdf.
MARINZECK, S. Mobilização neural –
aspectos gerais. Revista Brasileira de Ciências
da Saúde, p. 45- 49, 2000.
ORFALE, A.G. et al. Translation into
Brazilian Portuguese, cultural adaptation
and evaluation of the reliability of the
Disabilities of the Arm, Shoulder and Hand
Questionnaire. Brazilian Journal of Medical
and Biological Research, 2005. Disponível em:
<http://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_
arttext&pid=S0100-879X2005000200018. Acesso
em: 22/11/2012
PINAR, L. et al. Can we use nerve gliding
exercises in women with carpal tunnel
syndrome? Advances in Therapy, v. 22, p. 467475, 2005.
PRZYVARA, L. W.; REZENDE, M. J. P.
Tratamento da cervicobraquialgia através da
técnica de mobilização neural. Instituição:
Faculdade Assis Gurgacz – FAG, 2008.
REIS, M. M.; ARANTES, P. M. M. Medida
da força de preensão manual - validade e
confiabilidade do dinamômetro saehan.
Fisioterapia e Pesquisa, São Paulo, v. 18, n. 2,
p.171-181, abr/jun. 2011.
SALGADO, A. S. I.; PARREIRA, R. B.;
MOREIRA, M. R.; CECI, L. A. Terapia manual
nas capsulites de joelho. Revista de Terapia
manual. p. 65-100, 2003.
SANTIAGO, J. V. B.; OLIVEIRA, J. S. ROSA,
M. M. S. A Saúde do intérprete de LIBRAS
(Língua Brasileira de Sinais): Cuidados para
a Prevenção de Possíveis DORT. Pontifícia
Universidade Católica de Minas Gerais. 2010.
SANTIAGO, J. V. B.; OLIVEIRA, J. S. ROSA, M.
M. S. A Carência de Cuidados na prevenção
de DORT na atuação do intérprete de
LIBRAS. Anais do X Encontro Nacional de
Tradutores & IV Encontro Internacional de
Tradutores, p 910, 2009.
SCRIMSHAW, S.; MAHER, C. Randomized
controlled trial of neural mobilization after
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
37
Artigo 3
spinal surgery. Spine, v. 26. P. 2647-2652, 2001.
SHACKLOCK, M. Neurodinâmica Clínica.
Rio de Janeiro: Elsevier , 2007. p. 8.
SILVA, A. K. C.; ASSIS, T. O. Influência
da mobilização neural na Reabilitação da
síndrome do túnel do carpo: Uma revisão
sistemática. Campina Grande, Paraíba, 2011.
SILVA, L. I. L. Lei nº 12.319, de 1º de Set. de
2010. Disponível em:<http://www.planalto.gov.
br/ccivil_03/_ Ato2007-2010/2010/Lei/L12319.
htm>. Acesso em: 24/09/2012.
SOGAB. Escala Visual Analógica – EVA.
Disponível em: <www.sogab.com.br/
escalavisualanalogica.doc>. Acesso em:
12/11/2012.
SOUSA, F. A. E. F.; SILVA, J. A. Avaliação e
mensuração da dor em contextos clínicos e de
pesquisa. Revista da Sociedade Brasileira para
Estudo da Dor, v. 5, n. 4. p. 416, out./dez. 2004.
TAL-AKABI, A.; RUSHTON, A. An
mobilisation and neurodynamicmobilisation
as methods of treatment for carpal tunnel
syndrome. Manual Therapy, v. 5, p. 214-222,
2000. Disponível em: <http://windcitypt.com/
files/2011/07/carpal_bone_and_neural_mobs_
for_carpal _tunnel.pdf.
VASCONCELOS, D. A.; LINS, L. C. R. F.;
DANTAS, E. H. M. Avaliação da mobilização
neural sobre o ganho de amplitude de
movimento. Rev Fisioterapia em Movimento,
v.24, n.4, p. 665-672. 2011 Disponivel em:
<http://www.scielo.br/pdf/fm/v24n4/10. pdf.
38
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 4
Efeitos dos exercícios multissensoriais como
recurso fisioterapêutico sobre o equilíbrio de
indivíduos portadores da Doença de Parkinson
Effects of years as a resource multisensory physiotherapeutic balance
of guys on Parkinson’s Disease patients
Kathleem Fernanda de Cristo1
Rayanna Paolini Leal dos Santos2
Sheila C. Kubis da Silva3
Cristiane Gruber4
Acadêmicas do 8º período do curso de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco.
Professora do curso de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco.
Contato: [email protected].
1,2,3
4
RESUMO
Introdução: o programa de intervenção
fisioterapêutica contribui na reabilitação
dos indivíduos com Doença de Parkinson
(DP), diminuindo os efeitos debilitantes
do comprometimento sensório-motor de
maneira a me­lhorar a capacidade funcional do
paciente e à participação em atividades sociais,
melhorando assim, sua qualidade de vida.
Objetivo: avaliar os efeitos dos exercícios
multissensoriais sobre o equilíbrio, mobilidade
funcional e progressão da doença, em sujeitos
com DP.
Métodos: em um estudo experimental com
delineamento de ensaio clínico, 16 indivíduos
com DP, participantes da Associação
Paranaense de Parkinsonianos, de ambos os
sexos, na faixa etária de 40 a 90 anos, foram
avaliados através da Escala de Equilíbrio
Funcional de Berg (EEFB), (teste Timed Up and
Go) TUG, Hoehn e Yahr (HeY) e pela Unified
Parkinson’s Disease Rating Scale (UPDRS). Após,
participaram de um sorteio simples aleatório
para participar do grupo experimental ou
do grupo controle. O grupo experimental
com 8 participantes (64,88±10,26 anos) foi
submetido a um programa de tratamento
baseado em fisioterapia convencional e
exercícios multissensoriais. Enquanto o grupo
controle com 8 participantes (67,75±15,05 anos)
somente realizou a Fisioterapia convencional.
O estudo teve duração de 8 semanas, sendo
aplicado duas vezes na semana durante 30
minutos. Ao final da aplicação do programa
fisioterapêutico, os sujeitos foram reavaliados.
Resultados: através da análise estatística
observou-se melhora significativa do
equilíbrio, mobilidade funcional e da
progressão da doença no grupo experimental
(p-valor <0,05), porém sem melhora
significativa no grupo controle (p-valor >0,05).
Também não houve diferença significativa
entre os resultados pós-teste no grupo
experimental quando comparado ao controle
(p-valor >0,05).
Conclusão: conclui-se que o tratamento
fisioterapêutico por meio de um circuito
de exercícios multissensoriais associado à
Fisioterapia convencional promove a melhora
do equilíbrio, mobilidade funcional e da
progressão da doença em indivíduos com
DP, porém, esta melhora não foi significativa
quando comparada a indivíduos também
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
39
Artigo 4
com DP que realizaram apenas a fisioterapia
convencional.
Palavras-chave: Parkinson, exercícios, equilíbrio,
funcionalidade, progressão da doença.
ABSTRACT
Introduction: the physiotherapy intervention
program contributed to the rehabilitation of
individuals with Parkinson Disease, decreasing
the debilitating effects of the sensorimotor
tasks improving the functional capacity of
the individuals and the participation in social
activities, therefore increasing their life quality.
Objective: to evaluate the effects of the
multiple sensory exercises related to balance,
functional mobility and illness progression, in
individuals with Parkinson disease.
Methods: in an experimental study with
clinical assay deliniation, 16 individuals
with Parkinson disease, from the Associação
Paranaense de Parkinsonianos, male and
female, ages ranging from 40 to 90 years old,
have been evaluated by Scale Berg Balance
(BBS), (Timed Up and Go) TUG, Hoehn and
Yahr (HeY) and the Unified Parkinson’s
Disease Rating Scale (UPDRS). After,
attended a randomly drawn to participate
in the experimental group or control group.
The experimental group with 8 participants
(64,88±10,26 years) carried through a multisensory program of treatment based on
conventional physiotherapy and exercises. The
control group with 8 participants (67,75±15,05
years) carried through the conventional
physiotherapy. The study was conducted in 8
weeks, being applied two times a week, during
30 minutes. In the end of the treatment the
individuals were reevaluated.
Results: Based on the statistic analysis,
40
a significant improvement within the
experimental group was observed (p-value
<0,05), however, the control group did not show
a significant improvement (p-value >0,05).
Likewise, the was no significant difference
between the after-test results within the
experimental group when compared to the
control group (p-value >0,05).
Conclusion: it can be concluded that the multisensory exercises associated with conventional
physiotherapy promoted an improvement
of balance, functional mobility and illness
progression in individuals with Parkinson
disease, however, this improvement was not
significant compared to Parkinson individuals
that had only gone through conventional
phisiotherapy.
Keywords: Parkinson, exercises, balance,
functionality, progression of illness.
Introdução
O Mal de Parkinson (DP) é caracterizado
como um distúrbio neurológico causado pela
degeneração das células nervosas da chamada
“substância negra” localizada no cérebro e o
elemento químico produzido por essas células
chama-se dopamina (DA). (BRAGA et al., 2002),
É uma doença lentamente progressiva e comum
em pessoas idosas, pois afeta 1 em cada 1.000
indivíduos acima de 65 anos e 1 em cada 100
após os 75 anos. (DUTRA FILHO et al., 2007).
Segundo Pereira e Garrett (2010) sua etiologia
é idiopática, mas estudos acreditam que a DP
pode ser decorrente de um conjunto de fatores.
Para Silva et al. (2011), a DP é caracterizada
classicamente por um conjunto de quatro
sintomas motores primários: tremor, rigidez,
bradicinesia e instabilidade postural. ABE et al.
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 4
(2002) explicam que os sintomas frequentemente
se iniciam unilateralmente, tornando-se bilaterais
com a progressão da doença.
Entre esses sintomas, o tremor é descrito
como de repouso e costuma envolver
preferencialmente as mãos, mas também
podem atingir os lábios, os membros inferiores
e raramente acomete pescoço, cabeça ou voz.
(SAMII et al., 2004, apud SILVA et al., 2011).
Já a rigidez é caracterizada pela co-contração
da musculatura agonista e antagonista gerada
por um aumento da contratilidade muscular
basal, ocasionando, por consequência, uma
limitação na amplitude de movimento
articular. (SILVA et al., 2011). Ainda, segundo
Silva et al. (2011), a bradicinesia é um
dos sintomas mais incapacitantes da DP,
caracterizada por pobreza de movimento e
lentidão na iniciação e na execução de atos
motores voluntários e automáticos. Por fim,
a instabilidade postural, segundo o mesmo
autor, é definida como uma deficiência do
equilíbrio devido à redução dos ajustes
posturais.
Como a DP é progressiva, as intervenções
de exercícios devem se tornar parte do estilo
de vida diário dos pacientes. Muitos estudos
apontam que a Fisioterapia deve começar tão
cedo quanto o estabelecimento do diagnóstico.
(MORRIS, 2000).
O estudo realizado por Braga et al. (2003)
com parkinsonianos, demonstrou melhora
no alinhamento biomecânico da sua postura,
diminuição do tempo de execução de suas
tarefas, aumento da capacidade respi­ratória e
consequen­temente, melhora no desempenho
das funções pulmonares.
Deane et al. (2008) demostraram que a
Fisioterapia contribui na reabilitação dos
indivíduos com DP, diminuindo os efeitos
debilitantes do comprometimento sensório
motor de maneira a me­lhorar a participação
em atividades sociais e na qualidade de
vida. Já Monte et al. (2004) afirmam que a
Fisioterapia em portadores de Parkinson atua
sobre a rigidez, bradicinesia, tremor e marcha.
De acordo com O’Sullivan e Shimitz (2010),
a Fisioterapia tem por objetivos: impedir
contraturas e corrigir as posturas defeituosas,
impedir a atrofia por desuso e a fraqueza
muscular, promover e incrementar o
funcionamento motor e a mobilidade, melhorar
o equilíbrio e a instabilidade postural, manter
ou aumentar a independência funcional
nas AVD’s, incrementar padrão de marcha,
melhorar os padrões de fala, respiração,
expansão e mobilidade torácica, entre outros.
Portanto, há estudos comparando o efeito
da Fisioterapia convencional na saúde do
indivíduo com doença de Parkinson, porém,
não há estudos que comparem efeitos dos
exercícios multissensoriais envolvendo-os,
somente em idosos sem a doença.
Com base no exposto acima, optou-se pela
elaboração de um programa de exercícios
multissensoriais, aplicados na forma de
circuito, composto por treze estações, para
melhorar o equilíbrio.
Segundo Nichols (2007), o equilíbrio é um
termo ambíguo que descreve a habilidade de
manter ou mover o corpo numa postura em
que haja distribuição do peso de modo que não
ocorra uma queda. Com isso, o circuito permite
que outros implementos sejam acrescentados
a cada estação de acordo com a necessidade
de incremento de dificuldade, conforme
a progressão do indivíduo. O circuito foi
composto pelas seguintes fases: aquecimento,
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
41
Artigo 4
exercícios multissensoriais e para finalizar,
exercícios de relaxamento.
Sendo assim, o objetivo geral do presente
estudo é avaliar os efeitos dos exercícios
multissensoriais sobre o equilíbrio em
indivíduos com Parkinson.
Materiais e métodos
Foram recrutados para o estudo, 16 indivíduos
com diagnóstico de DP, de ambos os sexos,
na faixa etária de 40 a 90 anos, participantes
da Associação Paranaense dos Portadores de
Parkinsonismo (APPP), que utilizassem ou
não, dispositivos auxiliares de marcha e que
concordassem com o (TCLE) antes do início
da pesquisa. Foram excluídos indivíduos não
integrantes da APPP, não participantes da
Fisioterapia realizada na APPP e sujeitos da
pesquisa que utilizassem cadeira de rodas.
Este estudo foi aprovado pelo Comitê de
Ética em Pesquisa da Faculdade Dom Bosco e
realizado na APPP, em Curitiba/Paraná.
Inicialmente, os sujeitos da pesquisa foram
submetidos a avaliações fisioterapêuticas
para coleta dos dados demográficos,
antropométricos e clínicos. Em seguida,
foram avaliados em relação ao equilíbrio
pela Escala de Equilíbrio Funcional de Berg
(EEFB), mobilidade funcional pelo teste Timed
Up and Go (TUG). A avaliação dos sintomas
da doença de Parkinson se realizou pela
Escala Unificada de Avaliação da Doença de
Parkinson (Unified Parkinson’s Disease Rating
Scale – UPDRS) e por fim, o estágio da doença
de Parkinson se avaliou pela Escala de Estágios
de Incapacidade de Hoehn e Yahr.
A EEFB é composta por 14 itens que envolvem
tarefas funcionais que abrangem o equilíbrio
estático e dinâmico. Cada item possui uma
42
escala ordinal de cinco alternativas que variam
de 0 a 4 pontos, sendo a pontuação máxima, 56.
(DIAS, 2009).
O TUG analisa o tempo gasto pelo indivíduo
para se levantar de uma cadeira com braços,
andar por uma distância de 3 metros e
retornar à cadeira. Maiores valores de
tempo representam maior risco de quedas.
(MYIAMOTO et al., 2004; PODSIADLO,
ROCHARDSON , 1991).
A UPDRS avalia os sinais, sintomas e
determinadas atividades dos sujeitos por
meio do auto relato e da observação clínica.
É composta por 42 itens, divididos em quatro
partes. A pontuação em cada item varia de 0
a 4, sendo que o valor máximo indica maior
comprometimento pela doença e o mínimo,
normalidade. (GOULART, PEREIRA, 2004).
A Escala de Hoehn e Yahr tem como objetivo
avaliar a severidade da DP e abrange medidas
globais de sinais e sintomas que permitem
classificar o indivíduo quanto ao nível de
incapacidade. Os sujeitos classificados nos
estágios I, II e III apresentam incapacidade
leve a moderada, enquanto os que estão nos
estágios IV e V apresentam incapacidade mais
grave. (GOULART, PEREIRA, 2004.).
Após as avaliações, tais indivíduos foram
selecionados de maneira aleatória simples.
Os sujeitos foram divididos em dois
grupos: grupo experimental – Fisioterapia
convencional e exercícios multissensoriais
(n=8) e grupo controle – somente Fisioterapia
convencional (n=8). Ao final do tratamento,
foram reavaliados em relação aos parâmetros
anteriormente citados.
Ao início e término da intervenção os sujeitos
foram submetidos à aferição da pressão arterial
com o estetoscópio e esfigmomanômetro
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 4
mecânico.
O grupo controle realizou apenas os exercícios
da Fisioterapia convencional já realizada na
APPP, que envolviam mobilização articular
com movimentos de flexoextensão do ombro
com a utilização da polia, alongamento
muscular com o sujeito sentado na beira da
cadeira, com joelho em extensão e tornozelo
em dorsiflexão apoiado ao solo, alongando
a musculatura posterior de coxas e pernas e
atividade aeróbia na bicicleta ergométrica.
Todos estavam inclusos no mesmo programa,
com uma duração de 30, em uma frequência
de 2 vezes na semana. Estes exercícios foram
aplicados pela fisioterapeuta da APPP.
Os sujeitos do grupo experimental, além
de realizarem os exercícios acima descritos,
foram submetidos a uma série de exercícios
multissensoriais, composto das seguintes fases:
aquecimento com movimentos articulares em
amplitude de movimento (ADM) máxima, tanto
de membros superiores quanto de membros
inferiores com duração de 3 minutos; exercícios
multissensoriais com duração de 25 minutos
e para finalizar, exercícios respiratórios com
inspiração e expiração profunda envolvendo a
utilização de músicas para relaxamento, com 2
minutos de duração. O período da intervenção
foi de 8 semanas (GONÇALVES et. al., 2007), com
aplicação de duas vezes na semana, totalizando
30 minutos de atendimento fisioterapêutico.
característica transitória ou persistente, sujeita
a agravamento por estresse físico ou emocional
(SANCHAES, CARDOSO, 2012).
Estação 1°: Passadas laterais com deslocamento
para direita e para esquerda.
Estação 2°: Exercício em apoio unipodal
(direita e esquerda).
Estação 3°: Marcha sensibilizada (com o apoio
apenas dos calcanhares).
Estação 4°: Andar enquanto o terapeuta dá
comandos para mudanças de direção.
Estação 5°: “Acertar o alvo” bipodal.
Estação 6°: Marcha sobre superfície instável
(colchão).
Estação 7°: Andar, pé a pé, sobre uma linha pré
determinada.
Estação 8°: Andar desviando de objetos, os
mesmo serão posicionados em zig-zag.
Estação 9°: “Bola na cesta” (níveis de
dificuldade com distâncias variadas).
Estação 10°: Marcha, de frente, pernas
afastadas, com o apoio total dos pés.
Estação 11°: Marcha na ponta dos pés.
Estação 12°: Marcha com estreitamento de base
e em trajeto circunferencial.
Estação 13°: Jogar uma bolinha de uma mão
para outra, sem deixá-la cair.
Figura 1: Circuito montado com os sujeitos o
realizando.
O circuito de exercícios multissensoriais era
composto de treze estações, dispostas em ordem
do 1° ao 13° item (figuras 1). O participante
percorreu, em cada atendimento, duas vezes
todas as estações, em um período de tempo de 30
minutos. Reduziram-se a duração e a frequência
dos exercícios descritos anteriormente, pois a
fadiga na DP pode estar presente como uma
Fonte: Os autores (2013).
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
43
Artigo 4
Resultados
Para a análise dos resultados utilizou-se o teste
de Wilcoxon. Para verificar se houve alteração
significativa dos resultados é preciso comparar
o p-valor do teste de Wilcoxon com 0,05,
ou seja, se o valor for menor que 0,05 existe
diferença significativa, se o valor for maior que
0,05, não existe diferença significativa.
Incluíram-se dezesseis indivíduos portadores de
DP no estudo (64,88±10,26 anos), divididos em 2
grupos: experimental (n=8) e controle (n=8). Todos
os pacientes com DP faziam uso de levodopa. Os
dados demográficos, antropométricos e clínicos
estão descritos na Tabela 1.
Tabela 1: Características demográficas,
antropométricas e clínicas da amostra.
Características
Experimental
Controle
n=8
n=8
Idade, anos (média, DP)
64,88±10,26
67,75±15,05
Sexo F/M (n)
4/4
2/6
IMC, m/Kg² (média, DP)
28,75±6,45
27,00±4,30
Tempo da doença (mediana, min-max) 5,50 (2-12)
6,50 (3-41)
H&Y (mediana, min-max)
1,5(0-4)
1(0-4)
H&Y estágios 0/1/1,5/2/2,5/3/4/5, (n)
0/0/1/2/1/4/0/0
0/2/0/2/0/4/0/0
IMC: índice de massa corpórea; H&Y: Hoehn & Yahr; DP: desvio
padrão.
Fonte: Os autores (2013).
Os sujeitos com DP do grupo experimental
apresentaram melhora significativa do
equilíbrio, mobilidade funcional e progressão
da doença, quando comparados à avaliação
inicial, Tabela 2.
Tabela 2: Comparação pré e pós-teste do grupo
experimental.
EEFB (mediana, min-max)
Experimental
(pré)
47,00 (42-51)
Experimental
(pós)
52,50 (38-56)
TUG (média, DP)
13,75±4,06
10,88±3,22
<0,05
UPDRS (mediana, min-max)
21,00 (13-40)
19,50 (6-24)
<0,05
Variáveis
p valor
<0,05
EEFB: Escala de Equilíbrio Funcional de Berg; TUG: Timed Up and Go;
UPDRS: Unified Parkinson’s Disease Rating Scale; DP: desvio padrão.
Fonte: Os autores (2013).
44
Os sujeitos com DP do grupo controle não
apresentaram melhora significativa do
equilíbrio, mobilidade funcional e progressão
da doença, quando comparados à avaliação
inicial, Tabela 3.
Tabela 3: Comparação pré e pós-teste do grupo
controle.
Variáveis
Controle (pré) Controle (pós) p valor
EEFB (mediana, min-max)
48,00 (35-55)
50,50 (34-54)
>0,05
TUG (média, DP)
13,00±3,58
12,50±5,04
>0,05
UPDRS (mediana, min-max)
22,50 (4-48)
23,50 (9-36)
>0,05
EEFB: Escala de Equilíbrio Funcional de Berg; TUG: Timed Up and Go;
UPDRS: Unified Parkinson’s Disease Rating Scale; DP: desvio padrão.
Fonte: Os autores (2013).
Os sujeitos com DP do grupo experimental
não apresentaram melhora significativa do
equilíbrio, mobilidade funcional e progressão
da doença, quando comparados aos indivíduos
do grupo controle, conforme Tabela 4.
Tabela 4: Comparação do grupo experimental
com o grupo controle.
Variáveis
Experimental
Controle
p valor
n= 8
n= 8
EEFB (mediana; min-max)
52,50(38-56)
50,50(34-54)
>0,05
TUG (média; DP)
10,88±3,22
12,50±5,04
>0,05
UPDRS (mediana; min-max)
19,50(6-24)
23,50(9-36)
>0,05
EEFB: Escala de Equilíbrio Funcional de Berg; TUG: Timed Up and Go;
UPDRS: Unified Parkinson’s Disease Rating Scale; DP: desvio padrão.
Fonte: Os autores (2013).
Discussão
O tratamento fisioterapêutico, por meio de
um circuito de exercícios multissensoriais
associados à Fisioterapia convencional,
promoveu a melhora do equilíbrio, da
mobilidade funcional, estabilizou a progressão
da doença e consequentemente, diminuiu o
risco de quedas intragrupo experimental.
Costa et al. (2009) corroboram o presente
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 4
estudo, pois avaliam o efeito de um circuito
de exercícios multissensoriais no equilíbrio
e no risco de quedas em idosos. O número
da amostra foi de 26 idosos, avaliados com a
Escala de Berg e o programa durou seis meses.
Os resultados demonstraram que houve uma
melhora significativa do equilíbrio e redução
do risco de quedas. Esta melhora significativa
se justifica pelo maior tempo de aplicação
do circuito multissensorial. Sendo assim, o
curto tempo de aplicação do presente estudo
também pode justificar os seus resultados.
O estudo realizado por Zambaldi et al. (2007)
está de acordo com este trabalho, pois realizou
um treinamento de equilíbrio com curta
duração, estratégias de fácil aplicação e baixo
custo, realizado em um grupo de mulheres
idosas. Assim, concluiu que o treinamento teve
efeito na melhora estatisticamente significativa
das medidas de equilíbrio.
Outro estudo, desenvolvido com 12 sujeitos
com diagnóstico de DP, teve como objetivo
analisar a incidência de quedas e a influência
da fisioterapia no equilíbrio e na instabilidade
postural de pacientes com DP. Os indivíduos
realizaram exercícios em solo, duas vezes
por semana, com duração de uma hora.
Como resultado, os autores concluíram
que o tratamento fisioterapêutico para a
DP com enfoque na melhora do equilíbrio
e estabilidade postural, promoveu uma
manutenção do quadro motor e diminuição na
incidência de quedas ao longo do tempo (ILKE
et al., 2008 apud SILVA, 2011).
Em relação à mobilidade funcional, o conteúdo
a seguir confirma os resultados da pesquisa.
Hara e Shimada (2009) estudaram o efeito
de exercícios físicos na melhoria da função
física de 33 idosos submetidos à intervenção
terapêutica, duas vezes por semana, durante
seis meses. Os autores encontraram uma
diminuição de 14,3 ± 4,7s para 13,0 ± 5,6s na
realização do TUG, portanto, apresentaram
melhora da mobilidade funcional após a
intervenção. Cabe salientar que os exercícios
do grupo de intervenção no estudo de Hara
e Shimada (2009), são diferentes daqueles
aplicados nesta pesquisa. No estudo dos
autores citados anteriormente, os exercícios
foram: sentar e levantar de uma cadeira
segurando-se em barras paralelas, elevar os
braços com garrafas PET, flexionar e estender
o cotovelo, entre outros. Já no presente estudo,
foram adicionados exercícios de treino de
equilíbrio, marcha e propriocepção.
Outra literatura que apresentou ganhos
funcionais foi o estudo de Paula et al. (2011),
que avaliou a força muscular e o desempenho
funcional em dezessete indivíduos, com média
de idade de 60,35 ± 9,94 anos e estágios I a
III da Hoehn e Yahr. Eles participaram de
um programa de exercícios três vezes por
semana, durante 12 semanas. Portanto, o uso
combinado de condicionamento aeróbio e
fortalecimento muscular resultou em melhoras
no desempenho funcional e na capacidade
física de indivíduos com DP leve a moderada.
Já em relação à avaliação da progressão da DP,
foi utilizada a Escala unificada de avaliação
da doença de Parkinson (UPDRS). A mesma
se empregou neste estudo para identificar se
houve ou não, a progressão da doença com
a aplicação dos exercícios multissensoriais.
Como resultado obteve-se que assim como
nos demais testes e escalas, houve diferença
significativa apenas no grupo experimental,
na comparação da avaliação inicial por
meio da UPDRS com a avaliação final. Não
se encontrou diferença estatística entre os
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
45
Artigo 4
grupos experimental e controle. Porém, faltam
pesquisas neste quesito para comparar os seus
resultados com o presente estudo.
Torna-se importante em futuros estudos,
a utilização de testes complementares
relacionados à queda, qualidade de vida e
cognição, proporcionando ao meio científico
estudos com intervenções cada vez mais
eficazes. De acordo com a literatura, os
ganhos funcionais são demonstrados a partir
do treinamento aeróbio e de força muscular,
porém, há uma escassez de estudos que
abordem ganhos na mobilidade funcional com
exercícios multissensoriais. Portanto, sugere-se
incluir exercícios aeróbicos e de força muscular
juntamente com os exercícios multissensoriais.
Os exercícios multissensoriais são considerados
de fácil aplicação, de baixo custo e promovem
a interação e socialização entre os sujeitos.
Portanto, eles se mostraram eficazes na saúde
dos portadores da DP quando associados a
outras intervenções fisioterapêuticas.
Considerações finais
O processo natural do envelhecimento humano
determina vários déficits funcionais, um deles,
é o déficit de equilíbrio, quando associado à
DP. Ele é ainda maior, pois há deteriorização
dos mecanismos de controle do equilíbrio e por
isso, da locomoção e do controle postural.
Com base nos resultados encontrados no
presente estudo, conclui-se que o tratamento
fisioterapêutico, por meio de um circuito
de exercícios multissensoriais associado
à Fisioterapia convencional, promovem a
melhora do equilíbrio, mobilidade funcional e
da progressão da doença intragrupo quando
comparados pré e pós tratamento. Porém,
esta melhora não foi significativa quando
46
comparados os grupos experimental e o
controle.
Portanto, sugere-se a realização de outros
estudos entre sujeitos com DP praticantes de
um circuito de exercícios multissensoriais, com
uma amostra maior e tempo de tratamento de
longa duração, para se averiguar a sua eficácia
no equilíbrio, funcionalidade e progressão da
doença. Ainda, neste caso, sugere-se incluir
no estudo, a avaliação do risco de quedas,
qualidade de vida e cognição, pois estes estão
ligados diretamente à evolução da DP.
REFERÊNCIAS
ABE, P. T. et al. Análise do equilíbrio nos
pacientes com doença de Parkinson grau leve
e moderado através da fotogrametria. Revista
Neurociências, Lavras, MG, v. 12, n. 2, 2004.
BRAGA, Almerinda et al. Benefícios do
treinamento resistido na reabilitação da
marcha e equilíbrio nos portadores da doença
de Parkinson, 2002. 9 p. Pós-graduação LatoSensu em Fisiologia do Exercício e AvaliaçãoMorfofuncional, Universidade Gama Filho. São
Paulo, SP, 2002.
BRAGA, A.; XAVIER, A.L.I.L.; MACHADO,
R.P.O. Benefícios do treinamento resisti­do
na reabilitação da marcha e equilíbrio nos
portadores de doença de Parkin­son. Revista
Digital Vida & Saúde, Juiz de Fora, p. 2, 2003.
COSTA, J. N. A. et al. Exercícios
multissensoriais no equilíbrio e na prevenção
de quedas em idosos. Revista Digital, Buenos
Aires, v. 14, n. 135, ago. 2009.
DEANE, K; JONES, D.; ELLIS-HILL, C.
Physiotherapy for patients with Parkinson’s
disease. Cochrane Database Systematic
Reviews, p.3, CD002815., 2001.
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 4
DIAS, Beatriz Bastos et al. Aplicação da Escala
de Equilíbrio de Berg para verificação do
equilíbrio de idosos em diferentes fases do
envelhecimento. RBCEH, Passo Fundo, v. 6, n.
2, p. 213-224, maio/ago 2009.
DUTRA FILHO, Antônio Divino et al.
Avaliação da postura e do equilíbrio estático de
indivíduos portadores da doença de Parkinson
através da Cifolordometria e da Oscilometria.
Revista de Saúde da UCPEL, Pelotas, v.1, n.1,
p. 3, jan./jun. 2007.
GONÇALVES, Raquel et al. Efeitos de
oito semanas do treinamento de força na
flexibilidade de idosos. Revista Brasileira
Cineantropometria de Desempenho Humano,
2007.
GOULART, Fátima; PEREIRA, Luciana Xavier.
Uso de escalas para avaliação da doença de
Parkinson em fisioterapia. Revista Fisioterapia
e Pesquisa, 2004.
HARA, T.; SHIMADA, T. Effect of exercise on
the improvement of the physical functions of the
elderly. J Phys Ther. Sci., v.19, n.1., 2009.
MYIAMOTO, S.T. et al. Brazilian version of the
Berg Balance Scale. Braz J Med Biol Res, 37 (8),
p. 1411-21, 2004.
MONTE, Soraya Carvalho da Costa et al. A
intervenção fisioterapêutica na doença de
Parkinson. Fisioterapia Brasil, v. 5, n.1, p. 6165, jan./fev. 2004.
MORRIS, M.E. Movement disorders in people with
Parkinson disease: a model for physical therapy.
Journal of the American Physical Therapy
Association, 80, p.79-97, 2000.
O´SULLIVAN, Susan B.; SCHMITZ, Thomas
J. Fisioterapia – avaliação e tratamento. 5ª ed.
São Paulo: Manole Ltda. 2010.
RODRIGUES. P. F. et al. Exercício aeróbio
e fortalecimento muscular melhoram
o desempenho funcional na doença de
Parkinson. Revista Fisioterapia e Movimento,
Curitiba, v. 24, n. 3, p. 379-388, jul./set. 2011.
PEREIRA, D.; GARRETT, C. Fatores de
risco da doença de Parkinson: um estudo
epidemiológico. Acta Med Port. São Paulo, SP:
2010.
PODSIADLO D.; RICHARDSON, S. The
“Timed Up and Go”a test of basic functional
mobility for frail elderly persons. J Am Geriatr
Soc., (39), p. 142-8, 1991.
SANCHES, Kelly Cristina; CARDOSO, Keli
Gomes. Estudo da fadiga e qualidade de vida
nos pacientes com doença de Parkinson. J
Health Scienci Ins. Santana do Parnaíba-SP,
Brasil, 2012.
SILVA, José Adolfo Menezes Garcia et
al. Mensuração da qualidade de vida de
indivíduos com a doença de Parkinson
por meio do questionário PDQ-39. Revista
Fisioterapia e Movimento, Curitiba, PR, v. 24,
n. 1, p. 1 -2, 2011.
ZAMBALDI, P. et al. Efeito de um treinamento
de equilíbrio em um grupo de mulheres
idosas da comunidade: estudo piloto de uma
abordagem específica, não sistematizada e
breve. Revista Acta Fisiátrica, v. 14, n. 1, março
de 2007.
NICHOLS, D. S. Balance Retraining After
Force Platform Biofeedback. Physical Therapy,
Alexandrina,v. 11, n. 5, 2007.
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
47
Artigo 5
Avaliação postural e função respiratória
na doença de Parkinson
Postural evaluation and respiratory function in Parkinson’s disease
Aline Rodrigues1
Pâmela Silva2
Paula Ramos13
Raqueline Boçon4
Cláudia Pellenz5
Silvia Valderramas6
Graduandas do 8º período do curso de Fisioterapia da Faculdade Dom Bosco.
Fisioterapeuta, Docente da Faculdade Dom Bosco.
6
Fisioterapeuta, Docente da Faculdade Dom Bosco e Faculdade Evangélica do
Paraná.
1,2,3,4
5
RESUMO
Introdução: a doença de Parkinson (DP)
é um distúrbio crônico e degenerativo do
sistema nervoso central, pelo qual, pacientes
portadores desta doença poderão apresentar
alterações posturais e respiratórias.
Objetivos: avaliar a postura e a função
respiratória da doença de Parkinson; verificar
se existe associação entre postura e função
respiratória.
Métodos: em um estudo observacional
transversal, foram avaliados 50 pacientes com
DP (67± 9,68 anos), com Hoehn e Yahr, fases
I-III, e 50 indivíduos saudáveis (67±9,68 anos).
Foram avaliados: a postura (por meio da
Fotogrametria), pico de fluxo expiratório (PFE);
capacidade vital forçada; volume expiratório
forçado no primeiro segundo; força muscular
inspiratória e expiratória e mobilidade torácica
axilar, xifóidea e abdominal. As escalas Unified
Parkinson’s Disease Rating Scale (UPDRS), Hoehn
& Yarh foram empregadas para analisar os
sintomas e fases da doença, respectivamente.
48
Resultados: o grupo com DP demonstrou
uma diminuição do pico de fluxo expiratório
(42±21 vs 51±23, p<0,04 ); Pimax (67,10±24,08
vs 89,10±37,07, p=0,00); Pemax (69,10±25,70 vs
89,70±37,50, p=0,00); mobilidade torácica axilar
[3 (0-6) vs 4 (1-8), p=0,00]; xifoide [3 (1-6) vs 3
(1-8); p=0,02] e abdominal [2 (1-10) vs 3 (1-10);
p=0,00] quando comparados aos indivíduos
do grupo controle. Quando se correlaciona a
postura por meio dos ângulos, com as variáveis
avaliadas pelo estudo, observa-se uma força
de associação fraca com o pico de fluxo
expiratório [ângulo D (r=-0,24, p=0,04)] e ângulo
E [(r=-0,35, p=0,01); força muscular inspiratória
[ângulo D (r=-0,34, p=0,02) e ângulo E (r= -0,29,
p=0,04)] e expiratória [ângulo D (r= -0,36, p=0,00)
e ângulo E (r=-0,34, p=0,02)], e mobilidade
torácica regiões axilar [ângulo D (r=-0,31, p=0,03)
e ângulo E (r=0,51, p=0,00.)] e xifoide (r=-0,25,
p=0,04) e ângulo E (r=-0,45, p=0,00)].
Conclusão: os pacientes com DP apresentaram
diminuição significante do pico de fluxo
expiratório, força muscular inspiratória e
expiratória e mobilidade torácica. Esses
parâmetros foram correlacionados com a
postura.
Palavras-chaves: avaliação, Parkinson, postura,
força muscular, respiratória.
ABSTRACT
Introduction: Parkinson’s disease (PD) is
a chronic and degenerative disorder of the
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 5
central nervous system; patients with this
disease may exhibit postural and respiratory.
Objective: to evaluate the posture and
respiratory function in Parkinson’s disease,
and verify that there is an association between
respiratory function and posture.
Methods: in a cross-sectional observational
study, were assessed 50 individuals with PD
(67 years ± 9.68) with Hoehn and Yahr stages
I- III, and 50 healthy patients (67 years ± 9.68).
Were assessed posture (by photogrammetry),
the peak expiratory flow (PEF), forced vital
capacity, forced expiratory volume in the first
second, inspiratory and expiratory muscle
strength and thoracic mobility axillary,
abdominal, xiphoid. The scale The Unified
Parkinson’s disease Rating Scale (UPDRS),
Hoehn and Yarh, were employed to analyze
the symptoms and phases of the disease,
respectively.
Results: the Group DP evaluation showed
decreased of peak expiratory flow (42 ± 21
vs. 51 ± 23 p <0,04), PiMax (67,10 ± 24,08 vs.
89,10 ± 37,07 p 0,00), PeMax (69,10 ± 25,70
vs 89,70 ± 37,50 p=0,00) and axillary thoracic
mobility [3 (0-6) vs. 4 (1-8), p=0,00] and xiphoid
[3 (1-6) vs 3 (1-8), p=0,02]. When we correlate
the position through angles, with the variables
assessed in the study, we observed a weak
association strength and peak expiratory flow
[angle D (r= -0,24, p=0,04)] and angle E [(r=
-0,35, p=0,01)], muscle strength inspiratory
[angle D (r= -0,34, p=0,02) and angle E (r=
-0,29, p=0,04)] and expiratory [angle D (r=
-0,36, p=0,00) and angle E (r= -0,34, p=0,02)],
and mobility thoracic regions axillary [angle
D (r=-0,31, p=0,03) and angle E (r=0,51, p=0,00.)]
and xiphoid (r= -0,25, p=0,04) and angle
E (r=-0,45, p=0,00)].
Conclusion: PD patients showed a significant
decrease in peak expiratory flow, maximal
inspiratory and expiratory thoracic mobility,
and these parameters were correlated with
posture.
Keywords: evaluation, Parkinson, posture,
muscle strength, respiratory.
Introdução
A doença de Parkinson (DP) é um distúrbio
crônico e degenerativo do sistema nervoso
central, pelo qual ocorre a perda progressiva
de neurônios dopaminérgicos da parte
compacta da substância negra, localizados
nos gânglios da base. Os sinais clínicos
dessa doença surgem com a redução do
neurotransmissor dopamina e incluem, entre
outros: bradicinesia, acinesia, rigidez, tremor
e marcha em festinação, alterações da função
respiratória e alterações posturais. (SANTOS et
al., 2012).
A doença afeta uma em cada mil pessoas na
população em geral, e os sintomas surgem
frequentemente, perto dos 60 anos de idade,
com maior prevalência na população idosa.
(FEREIRA, 2004).
Entre as alterações da função respiratória na
DP encontram-se: diminuição da amplitude do
tórax, dos volumes pulmonares e diminuição
da complacência pulmonar. É possível
teorizar que a diminuição da força dos
músculos respiratórios tende a restringir as
atividades de vida diária (AVD´s), bem como
a prática de exercícios físicos e a fonação, que
são atividades dependentes de adequadas
conexões neurais, musculares e respiratórias.
(FERREIRA, 2008).
Além disso, o paciente com DP adquire uma
postura com flexão de cabeça, hipercifose
torácica e, rotação interna de ombro.
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
49
Artigo 5
(ROWLAND, 2002; STOKES, 2000 apud SANT,
2008).
A instabilidade postural é considerada,
atualmente, característica da DP, uma vez
que as alterações posturais encontram- se
presentes desde o início da doença, tendendo
ao agravamento conforme a sua evolução.
(FERREIRA, 2010, apud PARREIRA, 2003).
A hipótese deste estudo é verificar se
existe correlação entre alteração postural e
respiratória, uma vez que eles apresentam as
duas alterações.
Métodos
Os objetivos e procedimentos realizados
foram previamente explicados aos indivíduos
obtendo-se o Termo de Consentimento Livre e
Esclarecido, de acordo com o Comitê de Ética
e Pesquisa da Faculdade Dom Bosco, o qual
analisou e aprovou o estudo – Processo nº
202.345/2012.
Trata-se de um estudo do tipo observacional
com delineamento transversal, realizado na
Associação Paranaense de Portadores de
Pakinsonismo (APPP). Endereço: Av. Silva
Jardim, 3180 – Água Verde, Curitiba – Paraná
e Faculdade Dom Bosco. Endereço: Rua Paulo
Martins, 332 – Mercês. Curitiba - Paraná.
Quanto à amostra, ela é de conveniência,
composta por integrantes recrutados na APPP.
Depois de serem informados sobre os objetivos,
preencheram um cadastro de participação da
pesquisa.
Participaram deste estudo indivíduos com
diagnóstico clínico de doença de Parkinson,
estágio H&Y 0-3, entre 40 e 70 anos, de ambos
os sexos e com estado cognitivo preservado
(MMSE>23). Para o grupo controle incluíramse indivíduos saudáveis pareados por sexo e
50
idade ao grupo anteriormente citado. Foram
excluídos deste estudo fumantes ativos, que
possuiam doenças respiratórias associadas,
como asma, DPOC, fibrose cística, bronquite,
rinite, sinusite, entre outras, demências e
deformidades da coluna vertebral (aumento
das curvaturas da coluna: lombar, cervical e
torácica).
Depois de convidados para participar
do estudo, eles preencherem os critérios
de inclusão e assinaram o Termo de
Consentimento Livre e Esclarecido. A
seguir, foram previamente avaliados por
um examinador, que coletou os dados
demográficos, antropométricos e clínicos. Em
seguida, aplicaram-se as seguintes escalas e
instrumentos de avaliações:
1 Mini exame do estado mental (mini mental
test).
Conforme Folstein et al. (1975), o Mini-Exame
do Estado Mental (MEEM) é um teste validado
para avaliar a cognição em pacientes geriátricos.
Consiste em questões agrupadas em sete
categorias, cada uma delas possui o objetivo de
avaliar “funções” cognitivas específicas como:
orientação temporal (5 pontos); orientação
espacial (5 pontos); registro de três palavras (3
pontos); atenção e cálculo (5 pontos); recordação
das três palavras (3 pontos); linguagem (8
pontos) e capacidade construtiva visual (1
ponto). O resultado pode variar de um mínimo
de zero ponto (indicando o maior grau de
comprometimento cognitivo dos indivíduos), até
chegar no máximo, a 30 pontos (correspondendo
à melhor capacidade cognitiva).
1.1 Escala de Hoehn & Yahr modificada
A escala de Hoehn e Yahr (1967) é utilizada para
classificar clinicamente a gravidade da doença
de Parkinson. Varia de 0 (ausência da doença)
a 5 (incapacidade máxima). Corresponde a
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 5
cinco estágios de classificação de gravidade da
doença. Abrange medidas globais de sinais e
sintomas que permitem classificar o indivíduo
quanto ao nível de incapacidade. Os pacientes
classificados nos estágios 1 a 3, apresentam
incapacidade leve a moderada, enquanto que
os classificados nos estágios 4 e 5, apresentam
incapacidade grave.
1.2 Unified Parkinson’s disease rating scale
A Escala Unificada de Avaliação da Doença de
Parkinson (Unified Parkinson’s Disease Rating Scale
– UPDRS) foi criada em 1987 e é amplamente
utilizada para monitorar a progressão da doença
e a eficácia do tratamento medicamentoso. Essa
escala avalia os sinais, sintomas e determinadas
atividades dos pacientes por meio do auto-relato
e da observação clínica. É composta por 42 itens,
divididos em quatro partes: atividade mental;
comportamento e humor; atividades de vida
diária (AVDs); exploração motora e complicações
da terapia medicamentosa. A pontuação em cada
item varia de 0 a 4, sendo que o valor máximo
indica maior comprometimento pela doença e o
mínimo, normalidade.
1.3 Avaliação postural
Para a aquisição das imagens, a câmera
fotográfica foi posicionada a 2 metros
de distância do local onde o individuo
estava posicionado. Os participantes
receberam orientações prévias sobre a
vestimenta (camiseta preta de manga longa)
e posicionamento (posição ortostática).
Empregaram-se marcadores de superfície em
formato de canudos de 10 cm de comprimento,
nas cores laranja e amarelo, posicionados nos
seguintes pontos ósseos anatômicos: Acrômio
Esquerdo (AE); Acrômio Direito (AD); Sétima
Vertebra Cervical (C7); Décima Segunda
Vétebra Torácica (T12) e Quinta Vértebra
Lombar (L5 (Figura 1).
Para análise da simetria da postura dos pacientes
traçaram-se os seguintes ângulos: Ângulo Direito
(<D) composto pelos pontos AD, C7, T12 e L5 e
Ângulo Esquerdo (<E) composto pelos pontos
AE, C7, T12 e L5. (Figura 2).
Figura 1: Pontos ósseos anatômicos avaliados
no plano frontal posterior, onde: AE (acrômio
esquerdo) AD (acrômio direito), C7 (sétima
vertebra cervical) T12 (décima segunda vértebra
torácica) e L5 (quinta vértebra lombar).
Fonte: Os autores (2013).
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
51
Artigo 5
Figura 2: Ângulos analisados na fotometria:
ângulo direito (AD) e ângulo esquerdo (AE)
podem se contrair independentemente do
feixe superior (das seis primeiras costelas
às cinco últimas cervicais). Essa fixação
inspiratória da coluna dorsal permite ao
inspiratórios escapulares entrar em ação.
Quando a contração dos espinhais se propaga
até a nuca pelo feixe superior do iliocostal, e
até a cabeça pelo semi-espinhal da cabeça, a
fixação dessa região permite que se contraiam
os inspiratórios acessórios que aí se inserem.
É possível, portanto, a partir do diafragma,
realizar uma inspiração de grande amplitude
de origem escapular ou cervical. A escolha
entre uma ou outra ocorrerá em função da
ação em curso, o que explica a opção da foto na
posição posterior frontal para a realização da
fotometria.
1.4 Avaliação da função respiratória
1.4.1 Espirometria
Fonte: Os autores (2013).
A opção pelo registro das imagens na posição
posterior frontal se justifica, segundo Souchard
(1989), por que a contração inspiratória dos
espinhais pode propagar-se até a primeira
vértebra dorsal e a primeira costela, através
do dorsal longo, que vai até D1. Ainda, por
meio do iliocostal cujos feixes inferiores
(da massa comum às seis últimas costelas e
das seis últimas costelas às seis primeiras)
52
Avaliou-se a função respiratória por meio
de um espirômetro (modelo Microlab Spiro
V 1,30, Micro Medical Ltda, Rochester.
Kent, Inglaterra), segundo as diretrizes da
American Thoracic Society. O indivíduo
tinha que repousar de 5 a 10 minutos antes
do teste. Descreveu-se cuidadosamente o
procedimento, com ênfase na necessidade de
evitar vazamentos em torno da peça bucal
e da necessidade de inspiração máxima,
seguida de expiração rápida e sustentada até
que o observador ordenasse a interrupção.
Realizaram-se três manobras de expiração
forçada e se utilizou a curva de melhor
desempenho. Selecionaram-se os parâmetros
espirométricos da capacidade vital forçada
(CVF), pico de fluxo expiratório (PFE), volume
expiratório forçado no primeiro segundo
(VEF1) e a relação entre VEF1 e CVF (VEF1/
CVF). Calcularam-se também os valores de
referência para a população brasileira, assim
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 5
como se definiram como normais quando >
80% do previsto para cada individuo.
1.4.2 Força Muscular Respiratória
Efetivou-se a avaliação da força muscular
respiratória de acordo com as diretrizes da
American Thoracic Society, que se baseia na
aferição das pressões inspiratoria e expiratória
máxima, por meio de um manovacuômetro
analógico (Médica Comercial, Porto Alegre,
Brasil), com um alcance operacional de ± 300
cm/H2O, e que apresenta um orificio de 2 mm
de diâmetro, para evitar a geração de pressão,
após fechamento da glote. As manobras se
realizaram com o paciente sentado e as narinas
ocluidas por uma pinça nasal. A pressão
inspiratória máxima (Pimax) foi aferida
durante um esforço inspiratório máximo, a
partir do volume residual. Também se aferiu a
pressão expiratória máxima (Pemáx) durante
um esforço expiratório máximo, a partir da
capacidade pulmonar total.
O procedimento acima descrito foi repetido
quatro vezes, com um descanso de trinta
segundos a cada manobra. Registrou-se o
maior valor obtido entre as quatro manobras
com uma variação máxima de 10%, entre eles.
Calcularam-se os valores de referência para a
população brasileira de Neder.
1.4.3 Mobilidade Torácica
Avaliou-se a mobilidade torácica por meio
da cirtometria utilizando-se uma fita métrica
escalonada em centímetros, posicionada nas
regiões axilar (altura da prega axilar), xifóide
(altura do processo xifóide) e abdominal
(altura da crista ilíaca). Obteve-se cada medida
após solicitar ao paciente que realizasse uma
inspiração máxima, até a capacidade pulmonar
total, seguida de uma expiração máxima, até
o volume residual. Todos os pacientes foram
avaliados em postura semi-sentada (45°)
com o tórax desnudo. A diferença entre essas
medidas forneceram informações do grau de
expansibilidade e de retração dos movimentos.
As medidas se realizaram duas vezes em cada
nível, sendo considerada a maior mensuração
obtida entre os dois valores.
Análise estatística
Realizou-e a análise dos dados através do
programa estatístico Statistical Package for the
Social Sciences (SPSS) software, versão 16.0
para Windows.
Selecionou-se a amostra de maneira aleatória
simples. Então, os participantes foram
informados sobre a pesquisa e os interessados
preencheram um cadastro de participação no
local da pesquisa.
Empregou-se o teste de Kolmorov- Smirnov
para verificar a distribuição dos dados para
as variáveis contínuas. A análise estatística
descritiva (frequência, média, desvio padrão,
mediana, mínimo, máximo) foi utilizada para
a caracterização demográfica, antropométrica
e clínica dos indivíduos avaliados, a depender
do tipo de variável e da distribuição dos dados.
Analisaram-se as diferenças entre grupos, por
meio do teste de Mann Whitney e teste t. Para
as correlações, usaram-se os testes de Pearson
e Spearman dependendo do tipo de variável
e da distribuição dos dados. O nível de
significância estatística adotado foi de p<0,05.
Resultados
Este estudo incluiu 100 indivíduos com
67±9,68 anos de idade, divididos em 2 grupos:
Parkinson (n=50) e idosos da comunidade controle (n=50). Os grupos foram similares
em relação à idade, sexo, massa corporal e
nível cognitivo, o que fortalece os resultados
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
53
Artigo 5
encontrados. Todos os pacientes com DP
faziam uso de levodopa. As características
demográficas, antropométricas e clinicas
aparecem na Tabela 1.
5.2 Correlações entre postura e variáveis
avaliadas.
Tabela 1: Características demográficas,
antropométricas e clinicas da amostra.
Características Parkinson (n=10) Idade, anos (media DP)
65,14±9,73
Sexo F/M (n)
25/25
IMC, m/Kg2 (media DP)
25,67±4,51
Tempo da doença (mediana, min-max) 6,00 (0,20-25)
MEEM (mediana, min-max)
23,50 (7-30)
H&Y(mediana, min-max)
1 (1-2,5)
UPDRS(mediana, min-max)
24 (5-51)
Controle
(n=10) p valor
65,12±9,73
25/25
26,95±4,17
NA
24 (17-30)
NA
NA
0,99
1,00
0,14
0,84
-
Nota: IMC: índice de massa corpórea; MEEM: Mini Exame do Estado
Mental; H&Y: Hoehn & Yahr; UPDRS: Unified Parkinson’s Disease
Rating Scale; NA: não se aplica.
Fonte: Os autores (2013).
5.1 Postura e função pulmonar.
Os pacientes com DP apresentaram
diminuição significante do pico de fluxo
expiratório (PFE), força muscular inspiratória
e expiratória e mobilidade torácica axilar,
xifoide e abdominal, quando comparados aos
indivíduos do grupo controle, Tabela 2.
Tabela 2: Comparações entre os grupos em
relação às variáveis de função respiratória e
postura.
Características Postura (grau)
Ângulo Direito
Ângulo Esquerdo
VEF1% do valor previsto
CVF% do valor previsto
VEF1/CVF
PFE % do valor previsto
Pimáx, cmH2O (média DP)
Pemáx, cmH2O (média DP)
Mobilidade Torácica,
cm (mediana, min-max)
Axilar
Xifoide
Abdominal Parkinson (n=50) Controle
(n=50) p valor
18 (11-32)
17 (12-34) 65,64±20,30
63,54±16,14
81±13,43
42±21
67,10±24,08
69,10±25,70
18 (10-32)
19 (12-26)
69,28±24,59
66,10±18,71
80±17,83
51±23
89,10±37,07
89,70±37,50
0,95
0,12
0,42
0,47
0,71
0,04*
0,00*
0,00*
3 (0-6)
3 (1-6)
2 (1-10)
4 (1-8)
3 (1-8)
3 (1-10)
0,00*
0,02**
0,00*
Nota: *p<0,05; **p<0.01; VEF1: Volume Expiratório Forçado no
Primeiro Segundo; CVF: Capacidade Vital Forçada; PFE: Pico de Fluxo
Expiratório; Pimáx: Pressão Inspiratória Máxima; Pemáx: Pressão
Expiratória Máxima. Ângulo Direito: relação entre Acrômio direito,
T12 e L5. Ângulo Esquerdo: relação entre Acrômio esquerdo, T12 e L5.
Fonte: Os autores (2013).
54
Quando se correlaciona a postura por meio dos
ângulos direito e esquerdo, com as variáveis
avaliadas pelo estudo, observa-se nas Tabelas
3 e 4, uma força de associação fraca com o pico
de fluxo expiratório (Figura 3), força muscular
inspiratória e expiratória (Figuras 4 e 5) e
mobilidade torácica regiões axilar e xifoide e
uma forte correlação entre eles (Figuras 6 e 7).
Tabela 3: Correlações entre postura (ângulo
direito) e as variáveis clínicas e funcionais.
r
p valor
Idade
0,06
Tempo da doença -0,25
H&Y
0,03
UPDRS
-0,05
VEF1
-0,21
CVF -0,21
VEF1/CVF
0,14
PFE -0,24
Pimax
-0,34
Pemax -0,36
Mobilidade Torácica
Axilar -0,31
Xifoide -0,25
Abdominal -0,19
0,67
0,08
0,83
0,72
0,14
0,14
0,32
0,04*
0,02*
0,00**
0,03*
0,04*
0,23
Nota: *p<0,05; **p<0.01; VEF1: Volume Expiratório Forçado no
Primeiro Segundo; CVF: Capacidade Vital Forçada; PFE: Pico de Fluxo
Expiratório; Pimáx: Pressão Inspiratória Máxima; Pemáx: Pressão
Expiratória Máxima. Ângulo Direito: relação entre Acrômio direito, T12
e L5.
Fonte: Os autores (2013).
Tabela 4: Correlações entre postura (ângulo
esquerdo) e as variáveis clinicas e funcionais.
r
Idade
0,13
Tempo da doença -0,36
H&Y
-0,13
UPDRS
-0,11
VEF1
-0,40
CVF -0,28
VEF1/CVF
0,13
PFE -0,35
Pimax
-0,29
Pemax -0,34
Mobilidade Torácica
Axilar
-0,51
Xifoide
-0,45
Abdominal -0,18
p valor
0,35
0,05
0,35
0,46
0,08
0,05
0,38
0,01*
0,04*
0,02*
0,00**
0,00**
0,22
Nota: *p<0,05; **p<0.01; VEF1: Volume Expiratório Forçado no Primeiro
Segundo; CVF: Capacidade Vital Forçada; PFE: Pico de Fluxo Expiratório;
Pimáx: Pressão Inspiratória Máxima; Pemáx: Pressão Expiratória Máxima.
Ângulo Esquerdo: relação entre Acrômio direito, T12 e L5.
Fonte: Os autores (2014).
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 5
Figura 3: Correlações entre a postura (ângulo
direito e esquerdo) e pico de fluxo expiratório
(% do valor previsto).
Figura 5: Correlações entre postura (ângulo
esquerdo) e força muscular inspiratória
(Pimax) e expiratória (Pemax).
Fonte: Os autores (2013).
Fonte: Os autores (2013).
Figura 4: Correlações entre postura (ângulo
direito) e força muscular inspiratória (pimax)
e expiratória (Pemax).
Figura 6: Correlações postura (ângulo direito) e
mobilidade torácica, regiões axilar e xifoide.
Fonte: Os autores (2014).
Fonte: Os autores (2013).
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
55
Artigo 5
Figura 7: Correlações postura (ângulo
esquerdo) e mobilidade torácica, regiões axilar
e xifoide.
pacientes com comprometimento grave da DP.
A diminuição do PFE e da força muscular
respiratória demonstrados neste estudo
se justificam pela alteração da mecânica
ventilatória, complacência pulmonar e
expansibilidade torácica, o que caracteriza
o distúrbio restritivo, comum na doença
de Parkinson (SABATÉ e col., 1996;
SATHYAPRABHA e col., 2005).
Em relação ao PFE, Lins-Gonçalves e col.,
(2011), em seu estudo, avaliaram 10 indivíduos
com doença de Parkinson. Observaram
limitação do fluxo aéreo expiratório na maioria
Fonte: Os autores (2013).
Discussão
O presente estudo mostrou que pacientes com
DP apresentaram diminuição do pico de fluxo
expiratório (PFE), força muscular inspiratória
(PImáx) e expiratória (Pemáx) e mobilidade
torácica (axilar, xifóide e abdominal). Notouse também uma fraca associação entre essas
variáveis quando comparados aos indivíduos
do grupo controle. Quando se correlaciona a
postura com as variáveis avaliadas pelo estudo,
observa-se uma força de associação fraca com
o pico de fluxo expiratório, força muscular
inspiratória e expiratória, e mobilidade torácica
nas regiões axilar e xifoide.
Referente às alterações posturais avaliadas
no presente estudo, não houve resultados
pertinentes a este item. Esse fato se justifica
pelo leve nível de acometimento dos pacientes
incluídos (0 - 1), porque elas só se encontram em
56
da população investigada, sendo que o pico de
fluxo expiratório (PFE) se encontrou abaixo do
limite inferior (60-65% do previsto) em 100%.
Essa constatação mostrou não ter atingido
os valores preditos e mostrou diferença
significativa em relação ao grupo controle.
Além disso, Polati et al. (2001) determinaram
os efeitos da doença de Parkinson na função
ventilatória e o uso da espirometria como
um indicador da severidade da doença. Os
testes de função pulmonar foram realizados
em 21 pacientes com Doença de Parkinson
e 16 indivíduos saudáveis, com média de
idade de 64,67 anos. Segundo a pesquisa, o
fluxo expiratório máximo foi o parâmetro
mais afetado, com relação inversamente
proporcional à severidade da doença,
decorrente de uma redução na eficiência da
atividade muscular respiratória.
No que se refere à força muscular inspiratória
e expiratória, autores afirmam que quando
um músculo perde sua flexibilidade normal,
ocorre alteração na relação comprimentotensão, incapacitando- o de produzir um pico
de tensão adequado, desenvolvendo fraqueza
com retração muscular (GROSSMAN et al.,
1982 apud BUFO, 2006). O desequilíbrio na
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 5
mecânica respiratória é geralmente decorrente
de encurtamento excessivo da musculatura
inspiratória e a força muscular apresenta-se
alterada quando o músculo encontra-se em
estado de encurtamento (TEODORI, 2003 apud
BUFO, 2006)
Na pesquisa realizada por Ferreira (2008),
a autora afirma que estudos apontam que a
força muscular respiratória está relacionada
aos volumes pulmonares especialmente ao
diafragma, principal músculo inspiratório, cuja
força de contração é extremamente sensível
a mudanças de volume pulmonar e a seu
posicionamento. A autora cita também Schulz
e Grant (2000).
Gemelli et al. (2005), por sua vez, afirmam
que o encurtamento dos músculos intercostais
e até do próprio diafragma ocasiona menor
habilidade em gerar mudanças de volume.
Bonjorni e col. (2012) avaliaram 25 indivíduos
de 55 a 82 anos, de ambos os sexos, 10 com
doença de Parkinson e 15 idosos saudáveis
para o grupo controle. As pessoas com
a doença de Parkinson mostraram uma
diminuição significativa na força muscular
respiratória (Pimax e Pemax), em relação ao
grupo controle, o que ratifica o resultado do
presente estudo.
Em sua revisão de literatura, Ferreira (2010)
descreveu o estudo de Haas et al. (2004) onde
os autores investigaram os efeitos da fraqueza
muscular respiratória diária, qualidade de
vida, nível de atividades e capacidade física
de indivíduos com doença de Parkinson
em estágios iniciais, em comparação com
um grupo controle. O grupo de estudo se
constituiu de 66 parkinsonianos e o controle,
de 32 indivíduos. Os parkinsonianos tiveram
suas pressões respiratórias avaliadas no
Período ON. Como resultados, as pressões
respiratórias foram significativamente menores
nos parkinsonianos, nos estágios I, II e III
de Hohen e Yahr mas, não influenciaram as
medidas de avaliação da vida diária, nível
de atividades, nem qualidade de vida. Além
desse resultado, os autores sugerem que a
força muscular respiratória tende a ser um
fator interferente na performance do exercício
físico, de maior repercussão, à medida que os
estágios da doença progridem.
Em contrapartida, alguns autores obtiveram
resultados controversos em relação a Pimax e
Pemax de pacientes com doença de Parkinson.
Araújo e col., (2009) avaliaram 78 pessoas
com idade entre 40 e 80 anos, dividindoas igualmente em dois grupos, sendo um
grupo com doença de Parkinson e o grupo
controle. Observaram que não houve diferença
significativa entre os grupos, independente do
tempo de progressão da doença dos pacientes
com doença de Parkinson (de 0 a mais de
10 anos de doença). No entanto, em relação
à Pemax, o grupo controle obteve valores
maiores quando comparados aos grupos de 5 a
10 anos de doença, e mais de 10 anos.
Enfatizando os estudos anteriores,
Sathyaprabha e col. (2005) mensuraram a
Pimax e a Pemax de 70 pacientes pareados
por idade e sexo: 35 para o grupo com doença
de Parkinson e 35 para o grupo controle. Os
valores obtidos demonstram que em 17 houve
uma diferença significante.
Silverman e col. (2006) avaliaram a Pimax
e Pemax de 28 pacientes com doença de
Parkinson, com idade média de 64 anos e H&Y
de 2 a 3. Descobriram que a Pimax sofreu
menos alteração em relação à Pemax, pois,
69,2% dos indivíduos estava dentro ou acima
dos valores preditos (LEINER e col. 1963)
para a Pimax e 28,6% apresentou valores
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
57
Artigo 5
dentro da normalidade para a Pemax.
Segundo Ferreira (2010), o estudo brasileiro
de Parreira et al. (2003), comparou o padrão
respiratório em dez indivíduos com DP e
em dez idosos assintomáticos, entre 60 e
75 anos de idade. Cada um dos grupos foi
composto por cinco homens e cinco mulheres,
submetidos à pletismografia respiratória por
indutância. Como resultados, os parkinsonianos
apresentaram redução do volume corrente e do
fluxo inspiratório médio; frequência respiratória
maior, resultando numa ventilação/minuto
significativamente menor, quando comparados
aos idosos assintomáticos. No entanto, não
houve diferença em relação à contribuição da
caixa torácica e do abdômen na configuração
tóraco- abdominal entre os dois grupos.
Quanto à mobilidade torácica, os pacientes
com doença de Parkinson apresentaram uma
diferença significativa nas medidas axilar,
xifóidea e abdominal comparado ao grupo
controle.
É importante considerar que a força de
contração de qualquer músculo esquelético,
como os respiratórios é determinada pelo
comprimento do músculo pré- contração;
encurtamento; força e frequência da
estimulação e integridade do mecanismo de
contração (SILVA et al., 2000; DI LORENZO et
al., 2003 apud FERREIRA, 2008). Na DP esses
aspectos encontram-se comprometidos, já
que a mobilidade e a rigidez generalizadas
dos músculos responsáveis pela respiração
dificultam a expansão do conjunto tóraxabdômen, bem como diminuem a força
muscular (FEREIRA et al., 2003 apud
FERREIRA 2008).
Cardoso et al. (2002) apud Ferreira (2010)
afirmam que as medidas da mobilidade
torácica são significativamente menores em
58
indivíduos parkinsonianos. Isso caracteriza
acentuada diminuição da sua mobilidade
torácica durante a respiração e repercute
no aumento do trabalho muscular, com
consequente diminuição da expansibilidade
pulmonar na inspiração e da depressão
torácica na expiração. Assim, tórax rígido e
resistente aos movimentos rápidos acarreta a
limitação progressiva da ventilação. Também,
a fixação postural em flexão e a rigidez da
musculatura intercostal comprometem a
mobilidade da caixa torácica.
Silverman (2006) realizou um estudo com
uma paciente de 80 anos, com diagnóstico
de doença de Parkinson. Ao realizar o teste
de cirtometria observou que a colaboradora
possuia uma expansibilidade pulmonar bem
comprometida e uma diminuição significativa
na mobilidade torácica.
Em relação à postura e função respiratórias,
embora os resultados do presente estudo não
demonstrem alterações posturais, observou-se
uma fraca associação entre as duas variáveis
Considerações finais
Os resultados deste estudo demonstaram que
pacientes com DP apresentaram diminuição
significante do pico de fluxo expiratório,
força muscular inspiratória e expiratória e
mobilidade torácica, e que estes parâmetros
foram correlacionados com alteração postural.
REFERÊNCIAS
ARAÚJO, J.B. et al. Comparative study of
respiratory function tests between healthy patientes
and carriers of idiopathic Parkinson idiopática. Rev.
para. Med., v. 23, n. 4, out-dez, 2009.
BONJORNI, L. A. at al. Influência da doença de
Parkinson em capacidade física, função pulmonar
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
Artigo 5
e índice de massa magra corporal. Fisioter. Mov.,
v. 25, n. 4, p. 727-736, out/dez, 2012.
CARDOSO, Sônia R.X; PEREIRA, João S. d.
Ffunção respiratória na doença de Parkinson.
Arq. Neuro Psiquiatr., v. 60, n.1, p. 91-95, 2002.
DOHNERT e TOMASI. Validade da
fotogrametria computadorizada na detecção
de escoliose idiopática adolescente. Rev Bras
Fisioter, São Carlos, v. 12, n. 4, p. 290-7, jul./
ago. 2008.
FERREIRA, Fernanda Vargas; CIELO,
Carla Aparecida; TREVISAN, Maria Elaine.
Respiratória força muscular, postura corporal,
vocal e intensity tempos máximos de fonação
na doença de Parkinson. Rev. CEFAC, v.14, n.
2, p. 361-368, 01 out. 2010, 2012.
FERREIRA, Fernanda Vargas et al. Uma relação
da postura corporal com uma prosódia nd
doença de parkinson: estudo de caso. Rev.
CEFAC. v. 9, n. 3, p. 319-329, 2011.
_________.Aspectos respiratórios, posturais e
vocais da Doença de Parkinson: considerações
teóricas. Rev. CEFAC, São Paulo, v.13, n. 3,
2011, dez. 2010.
__________. Características respiratórias,
posturais e vocais na doença de Parkinson
– estudo de casos. Dissertação (mestrado) –
Universidade Federal de Santa Maria, 125 f, 2008.
FOLSTEIN, M. F.; FOLSTEIN, S, E.; MCHUGH,
P. R. “ Mini-Mental State”, a practical method
for grading the cognitive state of pacients for the
clinican. J Psychiatr Res, v. 12, p. 189-198, 1975.
FREITAS, Rosana Tannus et al. Eficácia de
tratamento fisioterapêutico no equilíbrio
estático e dinâmico de pacientes com doença
de Parkinson. Revista Fisioterapia e Pesquisa,
São Paulo, v.17, n. 3, 2010.
GASPARIM, Aretuza Zaupa. Deglutição e reflexo
de tosse na doença de Parkinson. Rev. Soc. Bras.
Fonoaudiol, v.15, n. 4, p. 626-626, 2010.
HOEHN, M. M.; YAHR, M. D. Parkinsonism:
onset, progression and mortality. Neurology, v.
17, n. 5, p. 427-442.
LEINER, C.G. et al. Expiratory peak flow rate.
Standard values for normal subjects. Use a
clinical test of ventilatory function. Am Rev
Respir Dis., 88: 644, 1963.
LIMA, Lidiane O.; RODRIGUES-DE-PAULA,
Fátima. Treinamento da potência muscular:
Uma nova perspectiva na abordagem
fisioterápica da Doença de Parkinson. Rev.
bras.Fisioter., v.16, n.2, p. 173-174, 2009.
LINS-GONÇALVES, R. et al. Avaliação da
função respiratória em indivíduos com doença
de Parkinson. Periódico Cientifíco do Núcleo
de Biociências, v. 01, n. 02, p. 42-50, dez. 2011.
MARCON, Sonia Silva et al. A convivência
com a doença de Parkinson na perspectiva
do parkinsoniano e seus familiares. Revista
Gaúcha de Enfermagem, Porto Alegre, v. 31,
n. 3, 2010.
MELLO, Marcella Patrícia Bezerra de;
BOTELHO, Ana Carla Gomes. Correlação das
escalas de avaliação utilizadas na doença de
Parkinson com aplicabilidade na fisioterapia.
Fisioter. Mov. (Impr.), v. 23, n.1, p. 121-127, 2010.
MERRITT, R. L. P. Tratado de neurologia. 10.
ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2002.
MINISTÉRIO da Saúde. Doença de Parkinson,
protocolo clínico e diretrizes terapêuticas.
Portaria SAS/MS nº 228, 10 maio 2010.
(Republicada em 27.08.10).
MONTEIRO, Larissa et al. The effect of
Levodopa on pulmonary function in
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
59
Artigo 5
Parkinson’s disease: A systematic review and
meta-analysis. Clinical Therapeutics, v. 34, n. 5,
2012.
MORRIS, M. E. Movement disorders in people
with Parkinson disease: a model for physical
therapy. Phys Ther, v. 80, n. 6, p. 578- 597, 2000.
PEREIRA, C.A.C et al. Valores de referência
para espirometria em uma amostra da
população brasileira adulta. J Pneumol., 18 (1),
p. 10-22, 1992.
TREVISAM, Maria Elaine et al. Relações
entre força muscular respiratória, postural
corporal, intensidade, tempo máximo de
fonação e estágios na doença de Parkinson.
Considerações teóricas, parte I. Salusvita,
Bauru, v. 29, n. 2, p. 83-101, 2010.
UMPHERED, A. D. Reabilitação neurológica.
São Paulo: Manole, 2004.
PERREIRA, Barbara CaetanO et al. Avaliação
Postural por Fotometria em pacientes
hemiplégicos. Conscientiae Saúde, Universidade
Nove de Julho, São Paulo, v. 7, n. 1, 2008.
POLATLI, M. Pulmonary function tests in
Parkinson’s disease, Eur J Neurol. 8 (4), p. 341-5,
jul. 2001.
SABATÉ, M. et al. Obstructive and Restrictive
Pulmonary Dysfunction Increases Disability in
Parkinson Disease. Arch Phys Med Rehabil.,
v. 77, p. 29-34, jan. 1996.
SACCO, I.C.N et al . Confiabilidade da
fotogrametria em relação a goniometria para
avaliação postural de membros inferiores. Rev.
Bras. Fisioter., São Carlos, v. 11, n. 5, out. 2007.
SATHYAPRABHA, T. N. et al. Pulmonary
functions in Parkinson’s disease. Indian J
Chest Dis Allied Sci., v. 47, p. 251-257, 2005.
SILVERMAN, E. P. et al. Tutorial on maximum
inspiratory and expiratory mouth pressures
in individuals with idiopathic Parkinson
disease (IPD) and the preliminary results of an
expiratory muscle strength-training program.
NeuroRehabilitation, v. 21, p. 71-79, 2006.
TEIXEIRA, N. B. et al. O desempenho da dupla
tarefa na Doença de Parkinson. Revista Brasileira
de Fisioterapia, São Carlos, v. 11, n. 2, 2007.
60
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
61
62
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
F A C
C UU LL DD AA DD EE
MUITO
ALÉM
DA FORMAÇÃO
MUITO
ALÉM
DA FORMAÇÃO
www.dombosco.sebsa.com.br
Campus Mercês - 41 3218 5550
Campus Marumby - 41 3213 5200
ISSN 2178-1672 Fisioter. Evid., Curitiba, v. 5, n. 1, janeiro/junho 2014 | Revista Fisioterapia em Evidência
63

Documentos relacionados

fisioterapia em evidência

fisioterapia em evidência Sabemos da importância de pareceristas, do corpo editorial, dos autores e da equipe de editoração eletrônica durante a elaboração e contínua melhora da nossa revista. A qualificação de uma revista ...

Leia mais