mais visão, menos memória: tecnologia vai condicionar cérebro do

Transcrição

mais visão, menos memória: tecnologia vai condicionar cérebro do
SOMOS ESPELHOS
E REFLEXOS
DRA ISABEL A. MARTINS
ANO 18 Nº 204 JUNHO/JULHO 2015
www.novosrumosnews.com.br
ALIMENTAÇÃO COM A
CHEGADA DO INVERNO
DRA SANDRA Q. MARENCO
Ciência
ci & Saúde
editora
novos rumos
MAIS VISÃO, MENOS
MEMÓRIA: TECNOLOGIA
VAI CONDICIONAR
CÉREBRO DO FUTURO
Professor na Universidade Autônoma de Barcelona, fala sobre o
desenvolvimento do órgão e tentativas de entendê-lo; para ele,
cérebro é ‘fábrica de ilusões’: ‘nada existe fora da mente humana’
BRASIL OBTÉM PATENTE VITAL PARA TRATAMENTO DE HEMOFÍLICOS
Ciência
ci & Saúde
Ano18
Informação e conhecimento
ao seu alcance!
A revista Novos Rumos Saúde tem como objetivo: Congregar
profissionais preocupados com a melhor qualidade de vida da
população.
.
Mostrar os avanços tecnológicos e científicos das terapias
nas áreas da medicina, psicologia, nutrição, fisioterapias,
farmácias e estética.
.
Proporcionar informações úteis a comunidade através de matérias.
Acesse
www.novosrumosnews.com.br
editora
novos rumos
ASSINE JÁ!
REVISTA NOVOS RUMOS
CIÊNCIA & SAÚDE DIGITAL
Semestral
Semestral
R$
R$
20,
32,
Anual
R$
35,
Artes
Ciência
Filosofia
Mística
Anual
R$
52,
editora
www.novosrumosnews.com.br
[email protected]
Venha voar
com a gente!
Na sua próxima viagem consulte-nos!
(51) 3332.8799
Loja Farrapos Turismo
Av. Assis Brasil, 3867 Conj. 301
Porto Alegre - RS - Brasil
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
ÍNDICE
04
05
BRASIL OBTÉM PATENTE VITAL PARA TRATAMENTO
DE HEMOFÍLICOS
06
INCONTINÊNCIA URINÁRIA
08
ALIMENTAÇÃO COM A CHEGADA DO INVERNO
10
MAIS VISÃO, MENOS MEMÓRIA: TECNOLOGIA VAI
CONDICIONAR CÉREBRO DO FUTURO
13
FRIO É RESPONSÁVEL POR AUMENTO NOS NÚMEROS
DE INFARTO, ALERTA INC
14
ATIVISTAS DENUNCIAM OMISSÃO VENENOSA NOS
TRANSGÊNICOS
19
DOW AGROSCIENCES VAI AUMENTAR EM 80%
PRODUÇÃO DE TRANSGÊNICOS NO BRASIL
20
CIGARRO MATA UMA PESSOA A CADA SEIS
SEGUNDOS, DIZ OMS
22
ESTUDO MOSTRA AUMENTO DE CASOS DE CÂNCER
ORAL
24
PICARETAGEM QUÂNTICA LUSITANA ATACANDO EM
TERRAS D’ALÉM MAR
27
9 DICAS PARA DETECTAR FRAUDES NA SAÚDE
28
10 COISAS SOBRE O MAIS MÉDICOS QUE A MÍDIA
CONVENCIONAL NÃO CONTA PARA VOCÊ
31
TRANSMISSÃO DE AIDS DE MÃE PARA FILHO CAI 50%
NO BRASIL, SEGUNDO UNICEF
33
ESTUDOS CONFIRMAM EFICÁCIA DE VACINA CONTRA
CAXUMBA, RUBÉOLA E SARAMPO
34
UPAS REGISTRAM MAIS DE 29 MILHÕES DE
ATENDIMENTOS NO RIO
35
DICA DO MÊS - SEMENTES
36
SOMOS ESPELHOS E REFLEXOS
38
LIMITES E ESCOLA
05
06
08
10
editora
13
14
20
22
27
28
31
33
36
Vilson Teixeira
Jornalista/Editor - Reg. 11795
Presidente da Editora Novos Rumos Ltda
Editoração/Artes: WDNR
Redação: (51) 3501.2047
Colaboradores:
Dr. Roberto B. Quadros
Dra. Sandra de Q. Marenco - Dra. Dora Lorch
Dra. Isabel Amaral Martins
Dra. Rita Maria Chaves de Córdova
CEO Mirian M. Coden
A revista é publicada mensalmente pela
Editora Novos Rumos Ltda, e não se
responsabiliza por conceitos
emitidos em artigos assinados.
Assinatura Digital Semestral R$ 20,00
Anual R$ 35,00
Download Semestral R$ 32,00
Anual R$ 52,00
Assinatura Digital + Download
Semetral R$ 42,00
Anual R$ 72,00
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
05
BRASIL OBTÉM PATENTE VITAL PARA
TRATAMENTO DE HEMOFÍLICOS
O tratamento da hemofilia será mais fácil aos hemofílicos, em todo o país
A
Fundação Hemocentro de
Ribeirão Preto obteve nos
Estados Unidos a patente
do fator VIII recombinante – proteína responsável pela coagulação do
sangue usada no tratamento dos
pacientes hemofílicos. A fundação,
ligada Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, já havia obtido
a patente nacional do produto. Com
o reconhecimento internacional da
propriedade intelectual, o tratamento
pode ser oferecido ao público.
A hemofilia é causada pela deficiência das proteínas responsáveis pela
coagulação do sangue. Os tratamentos são baseados no fornecimento
dessas substâncias, extraídas do
plasma de doadores ou sintetizadas
em laboratório.
Segundo a pesquisadora Virginia
Picanço Castro, como a proteína brasileira é desenvolvida a partir de células
humanas, o tratamento deve superar
efeitos colaterais enfrentados com os
produtos oferecidos atualmente.
– As proteínas recombinantes (sintéticas) que têm hoje no mercado são
todas feitas em linhagens murinas, são
células de ramster. O que acontece é
que essas proteínas são um pouquinho
diferente das que seriam produzidas
nativamente pela gente. Então, os
pacientes desenvolvem anticorpos
contra essa proteína e o tratamento vai
ficando menos efetivo – explica.
Outro resultado dos 15 anos de
trabalho da equipe de pesquisa do
hemocentro é a possibilidade de oferecer um produto mais barato do que
os usados hoje.
– Ainda é um tratamento caríssimo,
é uma das proteínas mais caras que o
governo importa – enfatiza Viginia.
De acordo com o hemocentro, o governo brasileiro gastou R$ 522 milhões
de janeiro de 2011 a março de 2013
com a importação do fator VIII.
– A gente vem com a proposta
de um fator VIII melhor e com uma
tecnologia brasileira para tentar fazer
um produto mais barato – destaca a
pesquisadora.
Para ser comercializado, o fator VIII
desenvolvido pelo hemocentro precisa
agora de uma empresa que produza
em escala.
Os pesquisadores continuam trabalhando para desenvolver outros derivados sintéticos do sangue. O hemocentro fez há duas semanas a requisição
de patente do fator VII recombinante.
– Ele também é um fator de coagulação que pode ser usado para os
pacientes hemofílicos A e B, que não
respondem mais aos tratamentos com
os fatores VIII ou XIX. É um tratamento
alternativo. Só tem uma empresa que o
produz no mundo. Então, ele é importado e bem caro – diz Viginia.
Fonte: Correio do Brasil
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
INCONTINÊNCIA
URINÁRIA
06
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
07
Dr. Roberto B. de Quadros
Cardiologia - Medicina Interna
É
definida como a perda involuntária de urina. O Rim filtra
o sangue enviado desde o
Coração pelo debito cardíaco na percentagem de 25%, cerca de 180 l/dia
dos quais 10% é eliminado na forma de
urina. A bexiga acumula a urina e sua
musculatura tem a função de controlar
por mecanismos hormonais o desejo,
ou necessidade de urinar.
Alterações no conjunto dos órgãos
do aparelho urinário por vários fatores
ocasionam a Incontinência Urinária,
levando a urgência por deficiência
do músculo detrusor, que controla os
esfíncteres interno e externo.
Os idosos pelo envelhecimento
das estruturas estão mais sujeitos à
Urgência Urinária e consequentemente
Incontinência Urinária. Um terço das
mulheres também sofre com essa patologia, e 20% dos homens são atingidos.
A origem da patologia pode ser
primária ou secundária:
•
Primária: quando se origina no
próprio aparelho urinário.
•
Secundária: quando originada
por outros fatores, tais como o
uso de medicamentos (iatrogenia) diuréticos, os anticolinérgicos.
Doenças metabólicas como o Dia-
betes Melito também podem ocasionar
Incontinência Urinária.
Doenças do Sistema Nervoso Central causam alterações cognitivas,
como o Alzheimer, por exemplo, ou
doenças Psiquiátricas.
De um modo geral podemos ainda
esclarecer que as mulheres em geral
são atingidas por fatores das alterações
pélvicas sofridas por parto ou alterações hormonais da Menopausa.
Os homens de modo geral são
atingidos por afecções prostáticas tais
como, hiperplasia prostática (aumento
do volume da próstata).
Tanto o sexo masculino como o
feminino pode sofrer a patologia que
estamos descrevendo pelo uso abusivo do álcool (bebidas alcoólicas) ou
até mesmo pela ingestão abusiva de
líquidos.
Outras causas que podem resultar
em Incontinência Urinária, podemos
citar infecções urinárias, distúrbios do
sono, insuficiência venosa, constipação
fecal (fecalomas).
Devemos citar que muitas causas de Incontinência Urinária são
reversíveis (curáveis) ou pelo menos
atenuadas por uso de medicamentos
apropriados ou por cirurgias. Desta
forma na Anamnese (história clinica)
devem ser investigados a frequência e o volume urinário, as doenças
existentes (Comorbidades) o uso dos
medicamentos, o exame físico pélvico
ou prostático, exames de sangue da
função renal, hemograma, urocultura,
ecografia das vias urinárias, medidas
do resíduo miccional (volume urinário retido na bexiga após todo ato de
urinar), estudo hemodinâmico. No
máximo 200 ml podem ficar retidos.
Não podemos esquecer de citar
que a Insuficiência Cardíaca Congestiva, no qual o Miocárdio Muscular do
Coração não consegue cumprir sua
função.
Devido ao constrangimento e Depressão ocasionada pela Incontinência
Urinária, não podemos na entrevista
médica esquecer de interrogar nosso
consultante em relação a esta patologia.
Nesse artigo não descrevemos as
causas Congênitas de Incontinência
Urinária, que são as más formações,
as quais já vêm desde o nascimento.
Dr. Roberto B. de Quadros
Medicina Interna - Cardiologia
Consultório: Av. Flores da Cunha,
1953 - Sala 93
Ed. Palace Center
Cachoeirinha/RS
Fone: (51) 9977.3653
www.novosrumosnews.com.br
08
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
09
Dra. Sandra de Q. Marenco
Nutricionista Clínica
ALIMENTAÇÃO COM A
CHEGADA DO INVERNO
A
tualmente existe uma preocupação cada vez mais crescente na busca de uma vida
mais saudável. Isso implica em diversos
fatores, entre eles a necessidade de
uma alimentação mais equilibrada para
a manutenção de nossas funções vitais.
Com a chegada do inverno os dias
ficam mais curtos e as noites mais
longas. Este fato pode interferir na
disposição das pessoas, podendo gerar
sintomas tais como fadiga, tristeza,
irritabilidade, tédio, falta de energia,
tendência a comer e dormir demais. Estes sintomas em geral são provocados
pela diminuição da luz solar, que altera
a produção de certos hormônios, o que
nos faz sentir menos energizados. Por
isso, devemos desfrutar de toda a luz
solar possível.
Neste período é importante mantermos uma alimentação equilibrada.
Os alimentos são uma fonte de “superenergia” se você comer o tipo certo de
alimento. A quantidade e a qualidade
de alimentos têm influência direta
sobre nossa disposição.
Sua principal fonte de energia
nesta estação deve ser proveniente
de carboidratos complexos (pães,
massas, arroz, etc). Dê preferência aos
alimentos naturais e integrais, pois são
mais ricos em vitaminas e fibras. Sua
alimentação deve ser à base de frutas,
vegetais frescos, sopas de vegetais,
grãos integrais, cereais e leguminosas
(feijão, ervilha, lentilha). Com isso, você
estará ingerindo também muitas vitaminas e sais minerais.
É importante comer quantidades
moderadas de proteína (leite, queijos,
ovos, carnes). Dê preferência a carnes
brancas, leite desnatado e queijos tipo
Minas e ricota, pelo seu baixo teor de
gordura.
Evite excesso de gorduras, frituras,
alimentos ricos em açúcar, refrigerantes e guloseimas, pois proporcionam
apenas energia momentânea e não
são nutritivos.
Tome líquidos, sob a forma de
chás e sucos (sem açúcar), caldos de
vegetais ou de carne e leite desnatado.
Tome água (em média 1 a 2 litros por
dia). São importantes para as reações
do metabolismo.
Faça refeições freqüentes (de 5 a 6
por dia), procurando comer com moderação, pois a tendência no inverno
é comer mais do que o necessário. É
importante seguir um programa de
exercícios físicos (diários ou em dias
alternados), procurando manter-se
dentro do peso ideal. Se você estiver
acima do seu peso, o cansaço é maior.
São recomendações fáceis de serem
seguidas e que certamente irão beneficiar a sua saúde, proporcionando uma
melhor qualidade de vida.
Sandra de Quadros Marenco
Pós Graduação em Nutrição
Clínica - CRN2-0540
Consultório: Rua Dr. Timóteo, 371
Sala 302 - Porto Alegre/RS
Fone: (51) 9971.6217
[email protected]
www.novosrumosnews.com.br
NOVOS RUMOS | JULHO/JULHO 2015
10
MAIS VISÃO, MENOS
MEMÓRIA: TECNOLOGIA VAI
CONDICIONAR CÉREBRO
DO FUTURO
Ignacio Morgado, professor na Universidade Autônoma de Barcelona, fala
sobre o desenvolvimento do órgão e tentativas de entendê-lo; para ele,
cérebro é fábrica de ilusões’: ‘nada existe fora da mente humana’
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
11
“O que somos nós senão um
cérebro?”, indaga Ignacio Morgado, professor de psicobiologia e
pesquisador na Universidade Autônoma de Barcelona. Em seu livro “A
fábrica de ilusões”, recém-lançado
na Espanha, Morgado busca romper mitos e esclarecer dúvidas
sobre o cérebro. Ele acredita que
não, não podemos enganar a nós
mesmos, e que razão e emoção não
são contrários, porém complementares. Além disso, para ele, o que
percebemos não existe como tal:
tudo é uma ilusão.
todos os segredos funcionais de um
órgão dessa natureza leva tempo,
muito trabalho e o desenvolvimento de técnicas muito elaboradas.
Ainda temos muito para aprender,
porém já aprendemos muito desde
o fim do século 19, quando Santiago Ramón y Cajal revelou que o
cérebro está formado por células
individuais, os neurônios. Pode
ser que nem sequer estejamos capacitados para entender algumas
coisas. É preciso não esquecer que
é com nosso cérebro que estamos
tentando entender o cérebro.
Leia a seguir trechos da entrevista com o pesquisador.
Quanto conhecemos sobre o
cérebro?
Você escreveu: “Tenho dúvidas de que o cérebro seja capaz
de entender o processo pelo qual
se cria o pensamento”. Trata-se de
um paradoxo definitivo?
Conhecemos muito, porém também ainda nos resta muito. O cérebro tem 80 bilhões de neurônios
interconectados de forma extraordinariamente complexa. Conhecer
Penso que talvez não estejamos
capacitados para entender como
pensamos porque mal somos capazes de elaborar uma hipótese.
Se você não sabe se há vida em
outros planetas, pelo menos pode
imaginar como poderia ser. Porém,
no caso do cérebro, como a subjetividade se torna possível, a imaginação, a consciência, o pensamento,
é o que, a priori, não temos nem
sequer ideia. Essa dificuldade me
faz imaginar que o cérebro não tem
capacidade de entender-se a 100%.
Há, porém, quem não concorde
com essa ideia e acredite que é apenas questão de tempo ou técnicas.
Você diz que vivemos em uma
ilusão. Não há nada fora do nosso
cérebro?
Eu dei o título “A fábrica das
ilusões” ao meu livro como uma
alusão ao cérebro. Ele cria a mente
humana, e não há nada que exista
fora dela em uma correspondência
exata, tal como vivemos mentalmente. A luz e o som apenas existem na nossa mente. Fora dela não
há nem luz nem som: há energia
eletromagnética, movimento das
partículas e dos átomos. Porém
nosso cérebro não capta essas
energias ou partículas diretamente,
tal como elas são. Recebe o impacto delas e, graças a seu trabalho
neural, converte esse impacto em
ilusões de luz, calor, ruído...
Você vai a uma sala de concertos, uma orquestra sinfônica está
interpretando uma melodia e você
acredita que a sala está cheia de
música, porém não é verdade. Não
há música na sala, ela está apenas
na sua mente. Se não houvesse
nenhum cérebro nessa sala, apenas
haveria flutuações complexas do ar.
O cérebro tem uma forma especial,
rica, bonita, de ler o mundo em
que ele vive. Não é frustrante. É a
diferença entre perceber o mundo
na sua rudeza natural, perceber
átomos, energia, fótons, ou perceber luz, cor, sabores, sensações,
pensamentos. Não é mais agradável assim?
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
A tecnologia que permeia
nosso cotidiano está atrofiando
nosso cérebro?
12
Não é que ela o atrofia: ela o
redireciona. Uma das vantagens
modernas do processo evolutivo é
que agora podemos condicionar o
desenvolvimento do nosso cérebro.
O que fizermos vai condicionar o
cérebro do futuro, que capacidades
ele terá, quais serão as melhorias,
quais as desvantagens, que capacidades novas surgirão. Anteriormente ao desenvolvimento tecnológico
industrial, nós não tínhamos tanta
influência em nosso próprio desenvolvimento cerebral. Agora, conforme desenvolvemos tecnologias,
cada vez mais podemos colocar
meios que condicionem por onde
vai evoluir o cérebro no futuro. Se
desenvolvermos muito a visão nos
computadores, a visão vai ser um
sentido em evolução permanente.
Se não desenvolvermos certos tipos de memória porque tudo o que
precisamos saber está no celular ou
no computador, perderemos certa
capacidade de memória que tínhamos, porém ganharemos outros
tipos de habilidades.
Você duvida de que sejamos
livres para tomar decisões?
É um tema antigo que não está
totalmente resolvido. Ninguém
chegou a uma conclusão definitiva. A ciência se inclina bastante
pelo fato de que nossa sensação
de liberdade não é mais do que
ignorância sobre o que acontece
no nosso cérebro. Se fôssemos
mais conscientes, perceberíamos
que tudo está sendo preparado
lá. Não se pode cometer o erro de
pensar que você é diferente do seu
cérebro. Meu cérebro toma decisões por mim antes de que eu as
tome? Porém quem é você, a não
ser o seu cérebro? O que resta se eu
tiro o cérebro? Este é um problema
maior. Tem-se a sensação de que o
pensamento consciente é alguma
coisa diferente do corpo, porém
não é verdade.
Na hora de tomar decisões,
costuma-se dizer que a razão
deve prevalecer sobre a emoção.
Trata-se de uma situação real?
É errado acreditar que razão
e emoção funcionam de formas
independentes. Basta conhecer o
cérebro por dentro para ver que os
circuitos implicados nos sentimentos estão muito relacionados com
os circuitos da razão. Na prática,
quer dizer nossos sentimentos es-
tão influenciados por nossa forma
de pensar e raciocinar e vice-versa.
O que devemos admitir é que não
há emoção pura nem razão pura.
Embora não percebamos, às vezes
o que dizemos que é produto exclusivo da razão está influenciado
pelos sentimentos.
É possível esquecer algo de
propósito?
Não. Sabemos que se podem
fazer esforços para não pensar em
algo concreto durante alguns minutos. Porém isso vai voltar na sua
cabeça outra vez. Esquecer algo definitivamente é quase impossível,
principalmente se são lembranças
ligadas a emoções.
O livro descreve uma experiência que foi realizada sobre a
inatividade do cérebro, na qual
os voluntários passaram maus
bocados quando que ficar cerca
de dez minutos sem fazer nada.
É possível que poucos minutos
sem atividade nos pareça algo
impossível?
Experimente você mesmo. Nunca aconteceu com você de a energia elétrica acabar e você ficar sem
computador? Imagine que se, além
de perder o computador, não haja
jornal ou um livro à mão. Você fica
mal. Não percebemos que somos
viciados em informação. Vivemos
em um mundo onde a informação nos chega continuamente. O
cérebro se acostuma a trabalhar
com esse fluxo de informação,
exatamente como acontece com
a nicotina.
Tradução: Mari-Jô Zilveti
Entrevista original publicada no site do jornal espanhol El
Diario.
Fonte: Opera Mundi/Samuel
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
13
FRIO É RESPONSÁVEL POR
AUMENTO NOS NÚMEROS DE
INFARTO, ALERTA INC
O cardiologista alerta que é necessário manter o corpo aquecido
O
inverno chegou e é bom
ficar atento à saúde do
seu coração. Nos dias mais
frios, os índices de infarto podem aumentar em até 30%, principalmente
quando a temperatura está abaixo dos
14 graus. Pacientes com idade entre
75 e 84 anos e aqueles com doença
coronariana são os mais vulneráveis
aos efeitos da baixa temperatura.
Segundo o médico do Instituto
Nacional de Cardiologia (INC) Felipe
Pittella a exposição ao tempo frio faz
aumentar a viscosidade sanguínea, a
pressão arterial e as concentrações de
fibrinogênio, fatores trombogênicos
que dificultam a passagem do sangue
pelas artérias coronárias e podem levar
ao infarto agudo do miocárdio.
– As pessoas com fatores de risco,
como colesterol elevado, tabagismo
e obesidade, devem evitar mudanças
bruscas da temperatura, principalmente do quente para o frio, pois essa mudança súbita pode agravar sintomas de
angina e aumentar o risco de infarto e
acidente vascular cerebral.
ras durante o inverno, o cardiologista
alerta que é necessário manter o corpo
aquecido.
– O frio prejudica principalmente
aqueles que já têm alguma doença
cardíaca, mas pode afetar aqueles
que não têm ou que ainda não sabem
que possuem alguma enfermidade no
coração. Por isso é importante que as
pessoas, principalmente as idosas, vistam roupas adequadas às temperaturas
mais reduzidas ou mantenham suas
residências aquecidas.
Apesar de nem todas as regiões do
Brasil registrarem baixas temperatuFonte: Correio do Brasil
ATIVISTAS DENUNCIAM OM
VENENOSA NOS TRANSGÊN
Em vez de proibir os transgênicos, o país caminha p
dos rótulos de alimentos informações sobre a prese
ingredientes com potencial ofensivo à saúde e ao a
Segundo o Inca, o aumento do uso de agrotóxicos tem tudo a
ver com a liberação de sementes transgênicas
Q
uando percebeu que as
embalagens de amido de
milho trazem um T preto
dentro de um triângulo amarelo –
símbolo dos transgênicos usados no
Brasil –, a professora de tecelagem
Célia Regina de Macedo, 63 anos, da
capital paulista, não pensou duas vezes. Substituiu o produto por polvilho,
derivado da mandioca, em muitas
receitas, como de sequilhos. E segue
experimentando novas opções. Tofu,
um queijo à base de soja, assim como o
fubá, só se for orgânico. “Não sei direito
o que são esses transgênicos. Dizem
que são plantas alteradas para resistir a
pragas. Mas se foram modificadas, será
que têm os nutrientes de que preciso?
Minha certeza é que não quero consumir”, afirma a artesã, que há mais de
20 anos optou por alimentos livres de
produtos químicos.
MISSÃO
NICOS
para banir
ença desses
ambiente
Célia Regina questiona se plantas alteradas para resistir a pragas tem
nutrientes de que precisa
Como ela, muitos brasileiros desconfiam desses organismos geneticamente modificados (OGM) – nome
técnico dos transgênicos –, que no
caso das plantas prometem maior
produtividade e resistência a pragas.
E fogem deles sempre que podem. No
entanto, seu direito de escolha, assegurado pelo Código de Defesa do Consumidor, está ameaçado pelo Projeto de
Lei 4.148/2008, do deputado federal
Luis Carlos Heinze (PP-RS). Ex-prefeito
de São Borja e produtor de arroz no
estado, Heinze ficou mais famoso em
2013, durante audiência pública sobre
a demarcação de terras indígenas, ao
recomendar aos agricultores a contratação de milícias para se defender de
índios. Ele também se referiu a índios,
quilombolas e homossexuais como
“tudo que não presta”.
O PL, que altera o artigo 40 da
Lei de Biossegurança (11.105/2005),
desobriga a indústria de alimentos a
informar, na embalagem, a presença
de componentes transgênicos quando
for inferior a 1% na composição total
do produto. Impopular, a proposta entrou e saiu da pauta várias vezes desde
sua apresentação. Mas, como outras
igualmente conservadoras, foi logo
colocada na pauta pelo presidente da
Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ).
Para surpresa de ativistas, foi aprovada em 28 de abril – até deputados
com histórico de defesa do consumidor, como Celso Russomano (PRB-SP) e
o ambientalista Ricardo Trípoli (PSDB-SP), se disseram surpreendidos pela
votação-relâmpago, embora tenham
apertado o “sim” para modificação da
lei de biossegurança e para o direito
dos fabricantes de excluir o T das embalagens.
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
15
se seguem a pauta dos financiadores
das campanhas, que parece ser o caso
da maioria da Câmara”, diz o agrônomo
Gabriel Fernandes, assessor técnico da
AS-PTA, associação não governamental sem fins lucrativos especializada
em estudos e ações que atua para o
fortalecimento da agricultura familiar
e da agroecologia no Brasil.
Para Renata Amaral, sem a informação na embalagem não há como se
exercer o direito de escolha
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
“É uma violação do direito do
consumidor porque é praticamente
impossível quantificar traços de transgenia em produtos processados, como
margarinas e papinhas de nenê”, afirma
a pesquisadora do Instituto de Defesa
do Consumidor (Idec) Renata Amaral.
“E sem essa informação, não há como
exercer o direito de escolha e vai se
consumir transgênicos mesmo que
não se queira.”
16
A legislação em vigor obriga a exibição do T em rótulos de produtos com
OGM em quantidade proporcional a
mais de 1% da composição total, além
da menção da espécie doadora do
gene na lista de ingredientes. Em vez
de ser aprimorada, com alertas seja
qual for a quantidade – afinal, faltam
estudos sobre dosagens seguras à
saúde –, a lei pode ser afrouxada e muitos fabricantes, inibidos por causa da
rotulagem, serão encorajados a incluir
os transgênicos em seus produtos. Por
isso, o Idec elaborou uma carta, assinada por 70 organizações ambientalistas,
de saúde, direitos humanos, agricultura
orgânica e educação alertando para os
impactos à saúde humana, animal e
ambiental associados aos transgênicos.
O PL está na Comissão de Assuntos
Sociais do Senado, com relatoria de
Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que
já se manifestou contra o projeto. A
rejeição é grande, como mostra o Portal e-Cidadania, do site do Senado, no
qual a população pode opinar sobre as
matérias que ali tramitam. Enquanto a
reportagem era concluída, havia mais
de 13 mil manifestações, das quais
apenas 5% eram favoráveis.
Apesar do atropelo na Câmara, os
ativistas estão esperançosos. Não há
regime de urgência e os senadores, em
número menor que o de deputados,
poderão ser pressionados um a um – o
que não dispensa a mobilização social.
“Tudo pode acontecer, mas o fato é que
a derrubada da rotulagem pela Câmara
provocou uma repercussão muito negativa e mesmo muita gente que não
acompanhava esse debate ficou indignada com a medida. Resta ver até que
ponto os senadores guardam alguma
preocupação com a opinião pública ou
Tanta desconfiança não é à toa. Cerca de 77% dos transgênicos cultivados
atualmente têm como característica a
resistência a herbicidas – venenos que
matam o mato que cresce na lavoura.
O agricultor, que antes precisava usar
o agrotóxico com cuidado para não
danificar a própria lavoura, acaba pulverizando o produto à vontade porque
morrerão todas as plantas, menos as
transgênicas. E cerca de outros 15%
dos transgênicos reúnem os chamados
cultivos Bt, nos quais foram inseridos
genes de uma bactéria chamada
Bacillus thuringiensis. Elas produzem
toxinas que matam insetos – são
plantas inseticidas. Assim, a lagarta do
cartucho, nociva a lavouras de milho,
morre quando se alimenta de qualquer
parte dessa planta geneticamente
modificada.
Em resumo, são plantas transformadas para resistir a banhos de veneno –
que nelas permanece –, ou para matar
pragas que se alimentam das lavouras.
Quando isso não acontece, o veneno
fica na planta. E a palha queimada contamina o solo. “Nesse processo, houve
pragas que se tornaram resistentes,
exigindo mais agrotóxico”, explica o engenheiro agrônomo e ex-integrante da
Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) Leonardo Melgarejo.
Distúrbios
Em abril, o Instituto Nacional do
Câncer (Inca), vinculado ao Ministério
da Saúde, se posicionou publicamente contra as atuais práticas de uso de
agrotóxicos no país por causar diversos
tipos de câncer. A venda desses venenos para matar insetos ou plantas
saltou de US$ 2 bilhões em 2001 para
US$ 8,5 bilhões em 2011. Em 2009,
o Brasil tornou-se maior consumidor
mundial de agrotóxicos, com 1 milhão
de toneladas, um consumo per capita
de 5,2 quilos. O aumento, segundo o
Inca, tem tudo a ver com a liberação de
sementes transgênicas. De 2005 para
cá, foram autorizadas 21 variedades de
milho, cinco de soja, 12 de algodão e
uma de feijão – ainda não cultivada.
Uma das variedades de soja (RR) ocupa
21 milhões de hectares. A área total
cultivada com sementes transgênicas
está na faixa dos 45 milhões a 50 milhões de hectares.
Segundo Melgarejo, há outros
transgênicos na pauta de liberações
do órgão. E novas variedades de soja,
milho e algodão estão sendo pesquisadas. Todas produzem toxinas contra
lagartas e agregam genes tolerantes a
herbicidas. E há estudos com cítricos,
cana, sorgo, alface, moscas. “Duvido
que entre eles haja características de
interesse da população. O que há são
facilidades para os produtores em troca de compra casada de tecnologias. A
Monsanto quer vender os seus herbicidas, a Bayer os dela. E cada uma oferece
sementes transgênicas que estimulam
o uso desses venenos”, diz. “Já as moscas substituiriam inseticidas vendidos
pelas empresas concorrentes; e a
alface, só com ácido fólico, pretende
substituir uma alimentação variada.”
distúrbios hormonais e ao surgimento
de tumores em animais que foram
alimentados com milho transgênico.
Há indícios de que seu consumo cause
alergias alimentares, provavelmente
pelas alterações nutricionais com a
transferência de genes resistentes a
antibióticos. “Fora a relação com a obesidade devido à possível desregulação
do tecido gorduroso por proteínas
inseticidas presentes no milho transgênico”, diz a professora Suzi Barletto
Cavalli, do Departamento de Nutrição
da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e integrante da CTNBio.
Ela defende estudos também sobre
a composição nutricional dos transgênicos para verificar se houve alterações
na composição nutricional ou se a manipulação genética interferiu na maneira como o nutriente é absorvido e
aproveitado pelo organismo, passando
então a oferecer risco à saúde humana.
“Por isso, é importante a avaliação de
risco, com estudos toxicológicos de
longo prazo sobre os efeitos do consumo desses alimentos à saúde.”
O portfólio de sementes promete
plantas resistentes a seca, salinidade
e doenças, entre outras. Porém, são
promessas feitas há 20 anos. “O que
se vê até agora são plantas resistentes
a herbicidas e que carregam seus próprios inseticidas. Tudo isso vem para a
mesa. Os transgênicos reforçam a ideia
do filme O Veneno está na Mesa, de
Silvio Tendler”, afirma Melgarejo.
Para a professora, enquanto houver incertezas científicas em relação
aos riscos dos transgênicos, deve ser
adotado o Princípio da Precaução – a
garantia contra os riscos potenciais. “É
essencial sua identificação em rótulos
de alimentos, principalmente considerando que a maioria dos produtos
industrializados contém pelo menos
um ingrediente derivado de milho
ou soja. É importante que o rótulo da
embalagem do alimento contenha,
além do símbolo T, uma expressão
para informar origem e composição
transgênica do alimento”, explica. Tal
expressão, segundo ela, deve trazer o
nome do produto seguido do termo
“transgênico”. Além disso, também
deve conter o nome da espécie doadora de genes no local reservado para a
identificação dos ingredientes.
“Estudos relacionam os transgênicos a danos ao fígado e aos rins, a
A discussão sobre a rotulagem em
si é outra face do atraso do país nesse
campo. Lavouras transgênicas estão
sendo limitadas na Alemanha e na
França, enquanto Irlanda, Áustria, Hungria, Grécia, Bulgária e Luxemburgo as
proíbem – tornando-se entrave para as
exportações brasileiras por causa da
associação com agrotóxicos vetados
em muitos países – por aqui ainda se
debate o direito a informações sobre
essas culturas.
O corpo sofre para digerir o
alimento que foi alterado para
resistir a um banho de veneno
Embora seja muito difícil comprar
um alimento livre de transgênicos em
sua formulação, a informação na embalagem é fundamental. “É crescente
a população que busca hábitos mais
saudáveis, naturais. Um mercado que
não pode ser desprezado. Assim, esses
produtos têm de estar disponíveis a
todos”, diz o preparador corporal paulistano Vinicius Della Líbera, 31 anos,
que também se dedica a escrever sobre
longevidade em seu blog longevidade.voadora.com, no qual ensina, por
exemplo, a fazer pão com fermento
caseiro, produzido com as bactérias
presentes na própria farinha. “Uma alimentação orgânica, que ajuda a limpar
o organismo, é um dos caminhos para
se viver mais. O corpo sofre para digerir
aquele alimento alterado para resistir a
um banho de veneno. Não pode haver
esse descaso com o consumidor.”
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
17
Caminho sem volta? : O próprio governo, por meio de sua
agência de pesquisa agropecuária, investe no
desenvolvimento de transgênicos
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
Educação
18
A professora Marijane Vieira Lisboa,
do Departamento de Sociologia da
Pontifícia Universidade Católica (PUC)
de São Paulo, destaca outro aspecto
diluído na discussão: a incompreensão
da maioria da população brasileira
acerca das informações presentes
nos rótulos e o próprio significado
dos transgênicos por trás da letra T.
Para ela, por se tratar de uma questão
tão importante quanto complexa, os
ministérios da Saúde, da Educação
e da Justiça deveriam envolver as
secretarias estaduais de Saúde, com
suas agências de vigilância, na criação
de um projeto educativo. “Os ativistas
de organizações não-governamentais
não têm condições de realizar esse
trabalho. E os professores das escolas
regulares não têm formação específica
para isso”, afirma Marijane.
Na sua avaliação, a aprovação do
PL na Câmara não deixa de ser “um tiro
no pé” ao trazer à tona proposta tão
escandalosa, ensejando o debate. Ela
própria tem sido convidada para entrevistas, palestras e oficinas em diversas
regiões do país­para falar justamente
sobre a rotulagem de alimentos com
ingredientes transgênicos. “É preciso
também um trabalho estruturado para
enfrentar o assédio dos fabricantes de
venenos e sementes geneticamente
modificadas. Já descobrimos trabalhos de educação ambiental com kits
distribuídos em escolas, patrocinados
pela Monsanto, com o objetivo de
mascarar os perigos. Depois de toda
a discussão e suposta defesa da saúde
e meio ambiente, o material dizia, lá
no final, que os transgênicos são a
melhor alternativa porque permitem
a diminuição do uso de agrotóxicos,
quando na verdade leva ao aumento
de seu uso, em doses cada vez maiores,
de suas versões cada vez mais fortes”,
conta. “Além disso, a população tem de
se manifestar.”
Tal retrocesso, porém, não combina
com políticas brasileiras exitosas. É o
caso do combate ao tabagismo, reconhecido internacionalmente, que inclui embalagens nada atrativas. “Assim,
não se pode esperar a consumação dos
perigos da dupla transgênicos e agrotóxicos à saúde de todos para só então
tornar os rótulos mais informativos”,
observa André Dallagnol, assessor da
organização Terra de Direitos.
Fonte: Rede Brasil Atual
DOW AGROSCIENCES VAI AUMENTAR EM 80%
PRODUÇÃO DE TRANSGÊNICOS NO BRASIL
Para o agrônomo Leonardo Melgarejo, do grupo de trabalho sobre agrotóxicos e transgênicos da Associação
Brasileira de Agroecologia, o portfólio de sementes promete plantas resistentes à seca, à salinidade e doenças,
entre outras. “Porém, são promessas feitas há 20 anos. O que se vê até agora são plantas resistentes a herbicidas
e que carregam seus próprios inseticidas. Tudo isso vem para a mesa. Os transgênicos reforçam a ideia do filme
O Veneno está na Mesa, de Silvio Tendler”, afirma.
A
empresa norte-americana
Dow Agroscience anunciou
a inauguração de um centro de pesquisas biotecnológicas em
Cravinhos, no interior paulista. Com
os novos laboratórios, numa área de
4 mil metros quadrados, a empresa
pretende incrementar estudos para
encurtar em dois anos o tempo para o
desenvolvimento de novas sementes
transgênicas.
Atualmente, a Dow produz sementes de algodão e, em parceria com a
Monsanto e com a Du Pont, variedades
de milho – todas geneticamente modificadas. Com a ampliação, pretende
criar novos híbridos transgênicos sob
medida para as condições de clima e
solo brasileiros e assim elevar em 80%
sua produção voltadas às lavouras da
América Latina.
De acordo com a assessoria de
imprensa da Dow, serão realizadas na
planta de Cravinhos etapas do processo de modificação genética até então
feitos em laboratórios localizados nos
Estados Unidos, bem como testes de
regulamentação, controle de qualidade de sementes e outras análises de
proteínas transgênicas.
Para produzir mais transgênicos
no Brasil, a Dow investiu mais de US$
100 milhões de 2013 para cá. Na filial
brasileira, 280 funcionários trabalham
exclusivamente em pesquisa e desenvolvimento de inseticidas, fungicidas,
herbicidas e sementes geneticamente
modificadas.
Patrocinadora dos Jogos Olímpicos
de 2016, que serão disputados no Rio
de Janeiro, a multinacional tem sede
em Indianápolis, Indiana, nos Estados
A Dow, que já produz sementes de algodão e milho transgênicos, pretende
quase que dobrar sua participação no mercado
Unidos. No ano passado, suas vendas
em todo o mundo chegaram a US$
7,3 bilhões.
Os planos da Dow de incrementar
pesquisas são divulgados num momento em que a resistência aos OGM
volta à pauta. Com o avanço no Congresso do Projeto de Lei 4.148/2008,
do deputado federal Luis Carlos Heinze
(PP-RS), que desobriga informações
nos rótulos dos alimentos sobre a
presença de transgênicos, setores organizados da sociedade reacenderam
a discussão sobre os riscos dos OGM.
De 2005 para cá, foram autorizadas
no país 21 variedades de milho, cinco
de soja, 12 de algodão e uma de feijão
– ainda não cultivada comercialmente.
Uma das variedades de soja (RR) ocupa
21 milhões de hectares. A área total
cultivada com sementes transgênicas
está na faixa dos 45 milhões a 50 milhões de hectares.
Ainda não há estudos que garantam a segurança dos transgênicos à
saúde humana e ambiental. E como
muitas dessas sementes trazem os
genes de bactérias capazes de matar
pragas – sem contar o fato de que onde
tem transgênico tem uso aumentado
de agrotóxicos –, há indícios de que
podem ser nocivas. Pesquisas mostram
que os agrotóxicos causam diversos
tipos de câncer e danos ao sistema
nervoso central e a diversas glândulas
no organismo humano.
A marca está associada ao maior
acidente químico já acontecido no
mundo. Entre os dias 2 e 3 de dezembro de 1984, em Bhopal, na Índia,
vazaram 40 toneladas de gases letais
de uma fábrica de pesticidas da Union
Carbide. A Dow, que posteriormente
comprou a fábrica localizada na cidade indiana, se recusava a assumir a
responsabilidade pela contaminação
do solo e do lençol freático de Bhopal.
Fonte: Rede Brasil Atual
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
19
CIGARRO MATA UMA PESSOA
A CADA SEIS SEGUNDOS,
DIZ OMS
Agência da ONU afirma que número de vítimas de doenças
relacionadas ao tabagismo pode chegar a 8 milhões por ano
até 2030 e recomenda aumento do imposto sobre cigarro para
reduzir o consumo
é extremamente baixa, e alguns nem
têm impostos sobre o produto, afirmou
a agência da ONU.
– Elevar os impostos sobre o tabaco
é uma das maneiras mais efetivas de
reduzir o consumo de produtos que
matam e, ao mesmo tempo, gerar lucros substanciais – afirma no relatório a
diretora-geral da OMS, Margaret Chan.
O tabagismo é um dos quatro principais fatores de risco de doenças não
transmissíveis, como câncer, doenças
cardiovasculares e pulmonares e diabetes. Em 2012, essas enfermidades
mataram 16 milhões de pessoas abaixo
dos 70 anos, sendo mais de 80% dessas
mortes registradas em países pobres
ou com rendimento médio.
C
erca de 6 milhões de pessoas
morrem de doenças relacionadas ao tabagismo por
ano, afirmou a Organização Mundial
da Saúde (OMS). Isso equivale a uma
morte a cada seis segundos.
A quantidade é maior que as vítimas da aids, da malária e da tuberculose somadas e deve subir para 8 milhões
até 2030, a não ser que medidas rígidas
sejam tomadas para controlar a “epidemia do tabaco”.
No relatório A Epidemia Global
do Tabaco 2015, a OMS recomendou
que governos aumentem os impostos
sobre cigarros, sugerindo que 75% do
preço de um maço sejam tributos. Há 1
bilhão de fumantes no mundo, mas em
muitos países a taxação sobre cigarros
Douglas Betcher, especialista da
OMS em prevenção de doenças não
transmissíveis, citou evidências de
países como China e França, onde
impostos mais altos sobre o cigarro
ajudaram a reduzir o consumo e estimularam muitos a parar de fumar. Em
países ricos, pesquisas mostram que
aumentar o preço do tabaco em 10%
reduz o consumo de cigarros em 4%,
segundo o relatório.
No entanto, desde 2008, quando
em 22% países os tributos correspondiam a mais de 75% do preço de
um maço de cigarros, apenas mais 11
países elevaram os impostos ao nível
adequado, disse a OMS.
– Este relatório confirma que uma
falha em aumentar impostos sobre
produtos do tabaco certamente levará
a mais mortes prematuras e doenças,
particularmente em países de rendimento baixo e médio com grande
número de fumantes e onde o tabaco
é acessível – comentou José Luis Castro,
presidente da Fundação Mundial do
Pulmão (WLF, na sigla em inglês).
Fonte: Correio do Brasil
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
21
ESTUDO MOSTRA AUMENTO DE
CASOS DE CÂNCER ORAL
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
Antes associado ao fumo e ao consumo de álcool, o câncer oral
aparece agora em jovens associado à infecção por HPV
22
U
m estudo feito por pesquisadores do Instituto A.C.
Camargo mostrou que o
número de casos de câncer oral no
mundo duplicou na faixa entre 30 e 44
anos, principalmente entre os homens.
Quando se compara o período de 2001
a 2010 ao de 1991 a 2000, verifica-se
que nessa faixa etária a incidência
entre os homens subiu de quatro para
dez casos a cada 100 mil habitantes.
Entre as mulheres, o número passou de
dois para cinco. O estudo foi feito pela
epidemiologista Maria Paula Curado.
Estima-se que neste ano sejam
diagnosticados no Brasil cerca de 15 mil
casos da doença. Este é o sétimo tipo
de câncer mais comum no país – 70% a
80% dos diagnósticos ocorrem quando
a doença já está em fase avançada. De
acordo com estimativas do Instituto
Nacional de Câncer (Inca),15 mil brasileiros serão diagnosticados com câncer
oral em 2015. No mundo, a previsão é
de 14 milhões de casos novos e de 8
milhões de mortes. Destes, o câncer de
cavidade oral representa 300 mil casos
novos e (2,1%) e 146 mil mortes (1,8%)
em ambos os sexos.
Segundo o diretor de Cabeça e
Pescoço do A.C. Camargo e presidente
do 5º Congresso da Academia Internacional de Câncer Oral, realizado em São
Paulo, Luiz Paulo Kowalski, esse tipo de
câncer esteve historicamente associa-
De acordo com Kowalski, muitos
dos diagnósticos são feitos tardiamente porque as pessoas não percebem
nenhuma alteração, já que a doença
não causa dor, sofrimento ou incômodo. “Isso acontece nas fases mais
avançadas da doença. Na fase inicial,
não dói. Então, os pacientes têm feridas, caroços na boca e na garganta e
não dão muita importância, passam
semanas e meses com os sintomas
sem tomar uma atitude. Muitas vezes,
quando vai ao médico ou ao dentista,
que não é especialista, ele não suspeita
dessa lesão inicial.”
do a homens mais velhos, tabagistas e
consumidores de álcool. “O que mais
preocupa é que alguns desses tumores
em pacientes jovens estão associados
à infecção pelo HPV em dois terços dos
casos. Isso está sendo investigado, porque não temos nenhuma informação
sobre quais são as reais causas nesses
casos.”
Kowalski chamou a atenção para
uma das ferramentas que poderiam ser
usadas, a partir de agora, para prevenir
a doença no futuro: a vacinação contra
o HPV também para os meninos. O
sistema de prevenção já é usado para
meninas a partir dos 12 anos. “O que
precisamos ter agora é um resultado
satisfatório de redução da incidência
e mortalidade pela doença. Se não
começarmos agora, isso não vai acontecer.” Além disso, o médico alerta que
é preciso evitar contato com saliva e
objetos de outras pessoas que possam
estar contaminados.
Kowalski ressaltou que é preciso
ficar atento a lesões que durem mais
do que duas ou três semanas. Tais
lesões podem aparecer em qualquer
ponto da boca, mas normalmente são
observadas na língua ou embaixo dela.
“As lesões do câncer de boca podem
ter aparência de lesões comuns. Por
isso, as pessoas acabam achando que
são coisas corriqueiras. A diferença é o
tempo que elas duram. Todo mundo
que já teve uma afta sabe como dói.”
O tratamento é a cirurgia e, para os
casos mais avançados, o complemento
com quimioterapia ou radioterapia.
Podem ainda ser recomendadas as
duas coisas. “Conseguimos remover
tumores de tamanhos diferentes e fazer reconstruções que trazem uma boa
reabilitação funcional e estética. Mas
existem avanços que trazem menos
efeitos colaterais.”
Charles Cleber Silva Cysne, de 43
anos, foi diagnosticado com a doença
em julho de 2011. Ao fazer um exame
de rotina, descobriu o câncer na amígdala esquerda. Pouco antes, ele já havia
percebido um inchaço em um linfo no
queixo, mas não deu muita atenção
a isso, porque não sentia dor. Após
passar por consulta com o clínico geral,
ele foi encaminhado a um oncologista
especializado em cabeça e pescoço,
que diagnosticou o câncer.
– O tumor já estava adiantado e
era dos mais complicados. Daí em
diante, segui o que mandaram fazer:
três quimioterapias, que foram satisfatórias. Fiz outras três sessões e 38
radioterapias. Mesmo assim, fizeram
uma cirurgia para retirar 18 linfos, por
prevenção. O tratamento durou nove
meses. De lá para cá, é só cuidar das
sequelas, que são dores musculares
intensas, infecções de ouvido e perda
da capacidade de salivação – disse
Charles Cysne.
Na mesma época, ele teve a notícia
de que sua mulher, com quem era casado há quase 20 anos, estava grávida.
“Foi todo tipo de emoção misturado.
A vida muda totalmente. Muda com
a criança, e o câncer leva mais longe
ainda. A época da rádio foi muito difícil. Era olhar ela [criança] e, ao mesmo
tempo, fazer o tratamento. Minha filha
acompanhou tudo e até hoje me dá
força e sabe quando estou mal.”
Charles, que fez 46 anos sexta-feira,
disse que nunca se importou muito
com datas comemorativas, mas agora
comemora todos os dias, agradecendo
por ter tido mais uma chance.
Fonte: Correio do Brasil
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
23
PICARETAGEM QUÂNTICA
LUSITANA ATACANDO EM
TERRAS D’ALÉM MAR
Por Leandro R. Tessler
H
á poucos dias uma pessoa
próxima me disse que ia
a São Paulo submeter-se
a um exame através de um “scanner”
para diagnóstico desenvolvido pela
NASA. Essa pessoa vem sofrendo de
dor crônica e não gosta da ideia de
submeter-se ao tratamento proposto
pela medicina.
O tal scanner esteve em exibição
no VIII Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida.
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
A existência de um tal aparelho e
a menção à NASA despertaram meu
ceticismo. Aparelhos sérios são apresentados em artigos científicos e em
encontros profissionais, não congressos de qualidade de vida.
24
Quando eu era menino o sucesso
das missões Apollo conferiram à NASA
uma aura de engenharia (na época eu
pensava que era ciência, mas hoje entendo que tratava-se de engenharia)
de primeira qualidade. Tudo o que
vinha da NASA devia ser de fronteira,
muito bom. Afinal, eles conseguiram
por muitas vezes mandar gente à lua
e trazê-los de volta à terra em segurança. Nos últimos anos a NASA passou
por crises gerenciais que culminaram
nos acidentes fatais com os ônibus
espaciais e mesmo de razão-de-ser (é
realmente necessário mandar gente
para o espaço?). Mesmo assim, José
Joaquim Lupi, um engenheiro portu-
guês deve pensar que a NASA ainda é
um carimbo de qualidade tecnológica
e decidiu adotá-lo em sua fraude.
Trata-se do SCIO (Scientific Consciousness Interface Operations) /
QXCI (Quantum Xrroid Conscience
Interface). Segundo a página da Neuroquantum, empresa que produz e
vende a engenhoca, ela foi mesmo
“desenvolvida por cientistas que trabalharam na NASA , com base nos sistemas de monitorização bio-energética
dos astronautas”. Monitorização bioenergética dos astronautas? Sejamos
sérios... Tem mais:
Como funciona? “Depois do SCIO/
QXCI ter medido os níveis de vitaminas, amino ácidos, nutrientes, alimentos, minerais, enzimas, açucares
naturais, toxinas, niveis hormonais,
tónus muscular, doenças, bactérias,
bolores, fungus, virus, bem como o
estado de saúde e o equilibrio dos
orgãos internos, então compara estes
valores com uma “norma”. Revela tanto
os aspectos negativos como tambem
os aspectos positivos. No entanto, para
tentar melhorar e revitalizar a saúde,
temos tendência a focalizar-nos mais
nos aspectos negativos, do que nos
positivos. Em alguns casos vai acrescentar frequências, e noutros casos
pode invertê-las para ou reforçar, ou
contrapôr às resonâncias próprias do
corpo.”
Como ele obtém toda essa informação? “O SCIO liga-se ao cliente
através de bandas colocadas estrategicamente na testa, pulsos e tornozelos.”
Qual o princípio de funcionamento? “Por que o SCIO/QXCI se baseiam
na Fisica Quântica, é dificil explicar
muito brevemente como funcionam
estas terapias. Durante a terapia , o
SCIO/QXCI, medem os padrões de
resonância/reactância do corpo e
determinam que melhoria ocorreu no
periodo de tempo decorrido desde a
ultima medida (menos de 1 segundo
antes). Se se verifica uma melhoria
a ressonância de entrada é alterada
energéticamente. Mantêm-se cada parâmetro benéfico enquanto for útil, e
adapta-se á medida das necessidades
detectadas. Para mais informação e
melhor compreensão, a Internet oferece extensa informação sobre Física
Quântica.”
Quanto custa? “Atualmente 15 mil
euros excluindo impostos.”
Ah, bom, agora entendi. Vou tentar traduzir: Trata-se provavelmente
de um medidor de bio-impedância
conectado a um computador que
pretende a partir disso medir os níveis
de todos aqueles ingredientes citados
acima. Claro que isso não é possível.
Não tem com explicar, não porque os
princípios se baseiam na física quântica, mas simplesmente porque não tem
explicação mesmo.
Há mais (des)informação na página
da Associação Ibero-Americana de
Terapias Quânticas, fundada e presidia
pelo próprio Lupi e no Instituto Neuro
Quantum, presidido adivinhem por
quem, e ainda na Bioquantica.
Pode piorar? Claro que sim, pois
uma fraude nunca limita-se a uma
engenhoca. A “tecnologia” teria sido
criada pelo “Prof Dr William Nelson”.
Tem uma suposta biografia dele no
blog Medicina Quântica, que foi traduzida do The Quantum Centre. Toda essa
biografia é uma fraude, como mostrado no ótimo Occam’s Donkey, uma
mistura da navalha de Ockham com o
burro do Shrek. Há material sobre o Sr.
Nelson também no Bad Science.
Um artigo no Seattle Times levantou em novembro de 2007 muito sobre
a verdadeira biografia do picareta.
Citando o artigo:
“Nelson faz afirmações extraordinárias sobre sua vida. Ele diz ter trabalhado como consultor para a NASA,
ajudando a salvar a problemática
missão Apollo 13 quando ainda era
adolescente. Ele orgulha-se de ter sido
um ginasta reserva na equipe olímpica
americana em 1968. Ele afirma ter 8
doutorados, incluindo em medicina e
direito. Seu CV foi obtido pelo Seattle
Times.
Nada disso pode ser verificado.
A NASA não tem registro algum de
seu emprego. Ele não foi um atleta
olímpico. Seus “doutorados” vêm de
universidades não reconhecidas nos
EUA ou de cursos por correspondência.
O Seattle Times relata vários casos
em que pacientes com câncer foram
convencidos por charlatães que se
utilizam de aparelhos SCIO/QXCI a
substituir seus tratamentos médicos
pela SCIO/QXCI, resultando em mortes
inevitavelmente dolorosas. Eles provavelmente morreriam de qualquer
forma, mas os charlatães retiraram
deles qualquer esperança de sobrevivência. O marido de uma das vítimas é
um diretor aposentado da Microsoft e
analisou o código-fonte do software.
Ele gera resultados ao acaso. Uma
fraude completa.
Obviamente Nelson teve problemas com a FDA, a agência americana
que regula esse tipo de equipamento.
Ele foi condenado em 9 processos e
fugiu dos Estados Unidos. Hoje ele
vive em Budapest, de onde controla
seus negócios e também se apresenta
no Club Bohemian Alibi com o nome
artístico de Desiré Dubounet. É isso
mesmo, nosso genial inventor faz um
biquinho como travesti depois do expediente. Os 15 mil euros por máquina
aparentemente não são suficientes
para garantir o leitinho das crianças.
Que podemos esperar do senhor
Lupi, representante luso do grande
Nelson/Dubounet? Filho de peixe
peixinho é, diz o ditado. Uma rápida
olhada em seu currículo revela um
amontoado de fraudes. Ele é supostamente professor/autor da Faculdade
Integrada da Grande Fortaleza, que
ficou na posição 574 na categoria
“Outros” do Indice Geral de Cursos
divulgado pelo MEC. Não é bem um
brilho acadêmico. Na verdade muito
ruim. Lá eles oferecem os seguintes
cursos de extensão a distância: Anatomia, Especialista em Biofeedback
SCIO, Fisiologia, Terapias Quânticas,
Profissional avançado de biofeedback
SCIO, Técnico de aplicação profissional
de biofeedback SCIO, Técnico de operação e navegação e Educador quântico.
Oba, vou me formar Educador
quântico!!! Ou quem sabe em Anatomia a distância?
O Sr. Lupi diz ser “SCIO / QXCI Advanced TRAINER” formado pela IMUNE,
ou International Medical University of
Natural Education. Na página institucional em lugar de medicna encontramos trailers de vários filmes sobre a
gloriosa vida do “Professor” Bill Nelson,
inventor do SCIO / QXCI.
O senhor Lupi oferece certificação
em SCIO (até o nível de master!), com
uma lista de pessoas certificadas que
inclui brasileiros! Pela lei brasileira não
cabe ao Sr. Lupi certificar profissionais
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
25
de saúde quaisquer que sejam.
elétrico da pessoa, através da
sua reatividade eletrofisiológica medida nos níveis mais
inconscientes, nos meridianos
de acupuntura, no sistema
nervoso autônomo e até na
reatividade do cérebro vai permitir um diagnóstico completo,
rápido.
Espero que os conselhos profissionais brasileiros e portugueses tenham
o bom senso de evitar em nossos países o que ocorreu nos Estados Unidos.
Gente que usa o SCIO para diagnóstico
e tratamento deve ser punida por exercício perigoso e ilegal de profissão da
área da saúde.
•
Agradeço à Lygia por ter me falado sobre o “scanner desenvolvido
na NASA”. Esse foi um dos posts mais
surpreendentes que já escrevi.
PS: Depois de escrever esse texto
descobri que há vídeos do próprio
senhor Lupi mostrando sua máquina
quântica milagrosa no You Tube.
Ele afirma coisas desse teor:
•
•
“A função dessa terapia quantica é permitir levar de novo o
ser humano a sua dimensão
integral de corpo, mente e
espírito.
O diagnóstico é feito pelo corpo energético. Então o corpo
O princípio do reequilíbrio bioenergético, tocando os quatro
níveis de cura do ser humano:
físico, emocional, mental e
energético, permite tocar todo
o tipo de perturbação de saúde
e bem estar. A terapia quantica,
ao entrar na base da essência
do quantum, que está na base
de tudo, vai permitir inter-relacionar os aspectos físicos,
mentais, emocionais e energéticos da pessoa e então levar
uma abordagem integrada que
é mais rápida e definitiva.”
Desnecessário dizer que isso é um
monte de frases sem sentido mas que
impressionam os incautos. O corpo
energético, o corpo elétrico, a reatividade eletrofisiológica, os quatro níveis de
cura, a base da essência do quantum...
Pra piorar, no vídeo aparece a célebre equação E=mc2. O único problema
é que essa equação é uma expressão
relativística, que não tem absolutamente nada a ver com mecânica quântica. Desconfio que a compreensão que
o Sr. Lupi tem de mecânica quântica
seja bastante limitada.
Grave mesmo é ele afirmar que seu
equipamento “permite tocar todo o
tipo de perturbação de saúde e bem
estar”. Vender um aparelho que cura
todos os males tem um nome, que é
o mesmo em português do Brasil e de
Portugal: charlatanice.
Leandro R. Tessler
Físico (UFRGS), Mestre em Física
(Unicamp), Ph. D. (Tel Aviv University).
Atualmente sou Professor Associado do
Instituto de Física “Gleb Wataghin” da
Unicamp. Faço pesquisas com luminescência de elementos das terras raras em
semicondutores e também em Ensino
Superior, Internacionalização do Ensino
Superior, Inclusão Social, Ação Afirmativa e Divulgação Científica.
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
Fonte: Cultura Científica
26
9 DICAS PARA DETECTAR
FRAUDES NA SAÚDE
3. Como prova da sua eficácia,
apresentam uma série de testemunhos de pessoas a dizer
que funcionou, mas nunca
estudos clínicos ou estatísticos
comparados.
4. O tratamento serve, invariavelmente, para diferentes tipos de
doenças.
N
este momento, o mundo das Terapêuticas Não
Convencionais está a ser
completamente vandalizado por algo
chamado Medicina Quântica.
Pseudos-cientistas(*) pretendem
fazer diagnóstico com uma simples
máquina ligada a um portátil.
Como podemos saber se a
medicina quântica é válida?
Em primeiro lugar pela sua capacidade de diagnóstico usando tecnologia de ponta. Não acha estranho
que esta máquina seja capaz de fazer
diagnósticos que rivalizam com a tecnologia mais avançada de radiologia
e medicina nuclear?
depois vai desaparecer e dar lugar a
outra com um nome diferente mas
baseada nas mesmas ideias erradas e
nas mesmas manipulações científicas.
Apesar do avanço da medicina
científica, que num século duplicou
a nossa esperança de vida, ainda há
quem entregue a sua saúde a métodos
e remédios alternativos. Muitos deles
não passam de fraudes.
A saúde é uma das coisas que mais
falta fazem quando não se tem. Somos
capazes de tudo para recuperá-la, até
acreditar cegamente na eficácia das
terapias mais absurdas. Os vendedores de falsas esperanças sabem-no e
pululam por aí.
Manter a pulga atrás da orelha
Como é possível ligar dois ou 3
fios ao corpo e através da “medição
das correntes elétricas do mesmo” ser
capaz de fazer diagnósticos relativos
à presença de hérnias discais? Como
é possível diagnosticar determinados
problemas de saúde sem sequer recorrer a análises de sangue?
A resposta é simples: não é possível. A tecnologia que a medicina
quântica advoga possuir pertence ao
reino da magia.
A medicina quântica apareceu,
está na moda e vai vender muito e
Se receber informação sobre algum
tipo de terapia não-convencional ou
tratamento natural e não ficar convencido da sua seriedade científica,
lembre-se destas considerações:
1. Quase todos os remédios infalíveis afirmam poder curar uma
doença que ainda não tem
tratamento conhecido.
2. A cura costuma basear-se num
ingrediente especial, secreto
ou proveniente de uma fórmula antiquíssima.
5. Referem-se sempre às doenças
de modo geral; dizem, por
exemplo, “o cancro”, embora
haja muitos tipos de tumores
malignos, que exigem tratamentos diferentes.
6. É rápido, simples e (era o que
faltava!) nunca implica efeitos
secundários.
7. Garantem que se fica curado,
pois limpa o organismo.
8. Se suscita dúvidas e receios,
é porque existe uma conspiração por parte do mundo da
medicina convencional e das
multinacionais farmacêuticas
para desvalorizar a sua eficácia
e resultados.
9. Verificar junto a ANVISA e ao
CFM - Conselho Federal de Medicina se tem algum registro.
Em suma, é preciso saber distinguir
entre terapias alternativas genuínas,
as que já demonstraram a sua eficácia
e são seguras; terapias experimentais
não-testadas, as que ainda estão em
fase de ensaio mas se considera poderem ser eficazes; e terapias questionáveis, as que não foram testadas nem
apresentam argumentos científicos
para se pensar que sejam plausíveis.
(*)Pseudocientistas têm conhecimento e
compreensão deficientes ou superficiais da
ciência bem estabelecida.
Fonte: Acuforma/Superinteressante
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
27
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
28
10 COISAS SOBRE O MAIS
MÉDICOS QUE A MÍDIA
CONVENCIONAL NÃO CONTA
PARA VOCÊ
Por Cynara Menezes, do blog Socialista Morena
O programa cobre 3.785 municípios,
sendo que 400 deles nunca haviam
tido médicos. Os 34 distritos indígenas
contam hoje com 300 médicos; antes não
tinham nenhum.
nais em áreas rejeitadas pelos médicos
brasileiros.
H
á dois anos, no dia 8 de
julho de 2013, o Brasil foi
tomado por uma onda de
ira corporativista contra um projeto
que visava ampliar a oferta de médicos
especializados em saúde da família no
País. Naquele dia, o governo baixou
a Medida Provisória (MP) criando o
programa Mais Médicos, que previa
a importação de médicos de diversos
países, inclusive cubanos. O Conselho
Federal de Medicina (CFM) e a oposição ao governo tentaram, de todas as
formas, impedir que os estrangeiros
viessem suprir a carência de profissio-
Médicos cubanos chegaram a ser
vaiados e insultados por colegas em
sua chegada no aeroporto de Fortaleza
(CE), em uma atitude que surpreendeu
os dirigentes da OPAS (Organização
Pan-Americana de Saúde), parceira do
governo federal no programa. “Nunca
pensei que fosse chegar a este extremo de preconceito e até racismo, que
fossem dizer que as médicas cubanas
pareciam empregadas domésticas, que
os médicos negros deveriam voltar
para a África ou que eram guerrilheiros
disfarçados”, lamenta o representante
da OPAS/OMS no Brasil, Joaquín Molina.
Neste meio tempo, sempre que a
mídia brasileira noticiou o programa foi
para contar quantos cubanos fugiram
para Miami ou os erros que porventura
cometeram, ainda que nunca tenha se
concretizado nenhuma condenação.
Molina se queixa que, cada vez que era
procurado pelos jornais para defender
o programa, ganhava um parágrafo na
reportagem, contra dez do presidente
do CFM atacando a ideia. “Pessoalmente, acho que a mídia brasileira privilegia
a notícia ruim. Nunca vi uma manchete
positiva neste país”, critica.
Reuni neste post 10 pontos que a
imprensa não destacou para que as
pessoas possam conhecer melhor o
programa Mais Médicos. Confira:
1. O número de médicos na atenção básica à população na rede
pública do País foi ampliado
em 36%: tinha cerca de 40 mil
antes do programa e ganhou
14.462 profissionais, entre eles
11.429 cubanos e 1.187 com
diplomas de outros países. A
lei priorizou os brasileiros, mas
apenas 1.846 se inscreveram
na primeira convocatória. Este
ano, a situação se inverteu e
95% das 4.146 vagas foram
ocupadas por médicos brasileiros.
2. Além de serem reconhecidos
como excelentes médicos de
saúde da família, a principal
vantagem dos médicos vindos
de Cuba, segundo a OPAS, é
que vieram todos de uma vez,
em um pacote. Outra vantagem é que qualquer abandono
que não seja por razões de
saúde é coberto pelo governo
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
29
cubano, que envia outro profissional sem nenhum custo
adicional para o governo brasileiro. A OMS situa o sistema
de saúde cubano entre os 39
melhores do mundo; o sistema
de saúde brasileiro aparece
na 125ª posição. Ao contrário
dos brasileiros e profissionais
de outros países, os cubanos
também não escolhem para
onde querem ir, é o ministério
e a OPAS que decidem para
onde serão designados.
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
3. Os médicos cubanos ganham
R$ 3 mil por mês; os outros R$
7 mil do salário previsto no
acordo vão para o governo
de Cuba. Ainda assim, o pagamento que recebem no Brasil
é 20 vezes superior ao que
receberiam em sua ilha natal.
Além disso, os municípios
arcam com todas as despesas:
transporte, moradia e alimentação. Ou seja, o cubano praticamente não gasta o dinheiro
que recebe.
30
4. Uma avaliação independente
feita em 1.837 municípios
revelou um aumento de 33%
na média mensal de consultas
e 32% de aumento em visitas
domiciliares; 89% dos pacientes reportaram uma redução
no tempo de espera para as
consultas. Uma pesquisa feita
em 2014 pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais),
baseada em 4 mil entrevistas
em 699 municípios, revelou
que 95% dos usuários estão
satisfeitos ou muito satisfeitos
com o desempenho dos médicos. 86% dos entrevistados
afirmaram que a qualidade
da atenção melhorou após a
chegada dos profissionais do
Mais Médicos e 60% destacaram a presença constante do
médico e o cumprimento da
carga horária. Queridos por
seus pacientes, vários médicos
cubanos têm sido homenageados pelas câmaras municipais
por seu trabalho no Brasil.
5. O programa cobre 3.785 municípios, sendo que 400 deles
nunca haviam tido médicos.
Os 34 distritos indígenas contam hoje com 300 médicos;
antes não tinham nenhum.
Entre os yanomami, por exemplo, houve um aumento de
490 atendimentos em 2013
para 7 mil em 2014, com 15
médicos cubanos dedicados à
etnia com exclusividade. 99%
dos médicos que atendem
os índios no programa são
cubanos.
6. Um dos trabalhos mais interessantes desenvolvidos pelos
médicos cubanos nas aldeias
indígenas é o resgate da Medicina Tradicional, com o uso de
plantas. Na aldeia Kumenê, no
Oiapoque (AP), o médico Javier
Lopez Salazar, pós-graduado
em Medicina Tradicional, atua
para recuperar a sabedoria
local na utilização de plantas e
ervas medicinais, perdida por
causa da influência evangélica.
O médico estimulou os indígenas a buscar as canoas defeituosas e abandonadas nas beiras
dos rios para transformá-las
em canteiros de uma horta
comunitária só com ervas
medicinais, identificadas com
placas e instruções para uso.
7. Ao contrário do que os jornais
veiculam, os médicos e médicas cubanos não são proibidos
de se casar com brasileiros.
Existe uma cláusula que os
obriga a comunicar os casamentos para evitar bigamia
em seu país natal, segundo a
OPAS. Os casos de romances
entre médicos/as e brasileiros/
as são numerosos. Houve até
uma prefeita em Chorrochó,
na Bahia, que se casou com um
médico cubano.
8. Desde que o programa Mais
Médicos começou, 9 médicos
cubanos morreram: cinco por
enfarto, 3 por câncer e 1 por
suicídio (em 2014, um médico
de 52 anos, ainda em treinamento, foi encontrado morto
em um hotel de Brasília, possivelmente por enforcamento). Até agora, somente oito
abandonaram o programa e
deixaram o país rumo aos EUA.
9. O programa Mais Médicos
virou modelo no continente e
países como a Bolívia, o Paraguai, o Suriname e o Chile, que
também sofrem com falta de
profissionais, já planejam fazer
projetos semelhantes.
10. Além do atendimento de saúde, o Mais Médicos inclui a
ampliação da oferta na graduação e na residência médica e
a reorientação da formação
e integração da carreira. A
meta é criar, até 2018, 11,5
mil novas vagas de graduação
em medicina e 12,4 mil de
residência médica, em áreas
prioritárias para o SUS. Os municípios onde serão instalados
os novos cursos de medicina
foram escolhidos de acordo
com a necessidade social, ou
seja, lugares com carência de
médicos.
Fonte: Brasil de Fato
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
31
TRANSMISSÃO DE AIDS DE MÃE PARA FILHO
CAI 50% NO BRASIL, SEGUNDO UNICEF
Para o Unicef, o
Brasil ainda precisa
melhorar o acesso
à prevenção
R
elatório divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a
Infância (Unicef ), em comemoração aos 25 anos do Estatuto da
Criança e do Adolescente (ECA), mostra que entre 1995 e 2013, no Brasil,
o número de crianças com menos de
5 anos que contraíram aids das mães
caiu pela metade. Em 2013, foram
detectados 374 casos de transmissão
vertical da doença, últimos dados disponíveis, e o relatório não menciona
quantos foram os casos de 1995.
Em contrapartida, o levantamento
do Unicef revela que, seguindo tendência mundial, entre 2004 e 2013 a
incidência de aids em meninos entre
15 e 19 anos aumentou 53%, o que
constitui um desafio para o país. Nessa faixa etária, a incidência do vírus
em meninos é 30% maior do que em
meninas. Além disso, meninos que
fazem sexo com outros meninos têm
10 vezes mais chances de contrair o
vírus da imunodeficiência humana
(HIV) do que aqueles que não recorrem
à prática homossexual.
Para o Unicef, o Brasil ainda precisa
melhorar o acesso à prevenção, à testagem e aos serviços de atendimento
e tratamento direcionados ao público
adolescente. O Ministério da Saúde tem
usado em campanhas de conscientização a estratégia de falar diretamente
com os jovens.
Segundo o relatório, a Rede Cegonha, implantada em 2011 pelo governo, tem melhorado a assistência às
gestantes e aos recém-nascidos, o que
pode ser visto na queda da transmissão
de HIV entre mãe e filho, mas o aumento dos números relacionados à sífilis
congênita mostra que os cuidados
ainda precisam ser fortalecidos. Entre
1998 e 2013, a taxa de incidência de
sífilis congênita em menores de um ano
subiu de 1,1 para 4,7 a cada mil nascidos vivos, o que mostra deficiência no
atendimento pré-natal. A doença pode
provocar aborto, morte neonatal, parto
prematuro e má formação do bebê.
Fonte: Correio do Brasil
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
33
ESTUDOS CONFIRMAM EFICÁCIA
DE VACINA CONTRA CAXUMBA,
RUBÉOLA E SARAMPO
Ministério da Saúde recomenda duas doses da vacina, conforme
recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS)
E
studos clínicos detectaram
anticorpos contra caxumba
em 96,1% das pessoas vacinadas; em 98% contra sarampo; e em
99,3% contra rubéola. Para garantir a
proteção, são necessárias duas doses,
conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS).
municípios que precisam de reforço
da vacinação.
Vacina nas escolas
O Calendário Nacional de Vacinação, do Ministério da Saúde, agenda
as doses aos 12 meses, com a tríplice,
e aos 15 meses, com a tetraviral, que
também imuniza contra varicela. A
vacina também está disponível para
pessoas até 49 anos, a depender da
situação vacinal.
Nesta segunda-feira (13), o Ministério da Saúde participou de reunião
com o grupo técnico assessor de imunização do Estado do Rio de Janeiro e
com sociedades científicas. Na reunião,
foi reforçada a estratégia de bloqueio à
caxumba nas escolas, onde ocorreram
casos da doença, vacinando as pessoas
consideradas suscetíveis – ou seja,
alunos de quaisquer faixas etárias e
profissionais das escolas que não tenham recebido duas doses da vacina.
Embora a cobertura vacinal do
Brasil seja alta, em média de 95%, ela
não é igual em todas as localidades.
Por isso, é importante os gestores
locais analisarem a cobertura vacinal
para identificar quais são regiões dos
Paralelamente, o atual calendário
básico de vacinação está mantido, com
as duas doses de imunização contra a
caxumba, aos 12 meses e aos 15 meses de vida da criança. As secretarias
municipal e estadual de Saúde do Rio
de Janeiro já estão realizando o rastreamento dos pontos onde há casos
da doença e vacinando as pessoas
suscetíveis.
O Ministério da Saúde colocou à
disposição das autoridades de Saúde
do Rio de Janeiro uma equipe do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema
Único de Saúde (Episus) para apoiar
a investigação de casos de caxumba.
É importante destacar que a caxumba é considerada uma doença
de evolução benigna e a maioria das
pessoas está protegida contra a doença depois de receber duas doses da
vacina. Vale ressaltar que já ocorreram
surtos em outros estados e em outros
países. A mesma conduta, adotada
pelo Ministério da Saúde e autoridades
locais, foi seguida nestes casos.
Fonte: Ministério da Saúde
UPAS REGISTRAM MAIS DE 29
MILHÕES DE ATENDIMENTOS NO RIO
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
A
34
s Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) 24h bateram novo recorde: mais de
29 milhões de atendimentos foram
realizados em 58 unidades, distribuídas nos municípios Fluminenses, até o
último dia dois deste mês. Desde que
foram implementadas, as UPAs já realizaram 24 milhões de exames, 1,2 milhão de atendimentos odontológicos e
mais de 191 milhões de medicamentos
foram distribuídos. Cerca de 99,5% dos
casos foram resolvidos nas próprias
unidades, desafogando os hospitais
de urgência e emergência.
Os dados reforçam a política implantada pela Secretaria de Saúde, que
orienta o direcionamento de casos de
baixa e média complexidades para as
UPAs. Este modelo de atendimento foi
exportado para outros estados e até
para países como a Argentina.
– Nas UPAs, um diferencial importante é o atendimento inicial feito por
profissionais de Saúde, o que faz com
que casos de maior gravidade sejam
atendidos com prioridade. Temos hoje
um modelo consolidado, que serve
de referência para o país – explicou
o secretário de Saúde, Felipe Peixoto.
As UPAs oferecem as especialidades de clínica médica e pediatria, além
de serem realizados exames laboratoriais, sutura, medicação e nebulização.
Todas dispõem de salas de cuidados
intensivos e semi-intensivos, voltadas
para o atendimento de casos mais graves. Algumas unidades contam ainda
com atendimento odontológico.
Desde 2009, as UPAs seguem
um protocolo de atendimento à dor
torácica: o paciente que der entrada
na unidade com quadro suspeito de
infarto faz eletrocardiograma e exames
laboratoriais específicos para confirmar
a suspeita da doença. Sendo positivo,
logo são medicados e encaminhados
para a realização de exames e procedimentos complementares em unidades com profissionais especializados.
Sendo negativo, o paciente, depois de
medicado, permanece em observação
e é acompanhado pela equipe médica
na unidade.
Outro procedimento realizado nas
UPAs é a aplicação de trombolítico,
procedimento não invasivo indicado
para casos de Acidente Vascular Cerebral Isquêmico.
Fonte: ORREIO DO bRASIL
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
35
DICA DO MÊS - SEMENTES
SEMENTE DE ABÓBORA
1. Rica em fitoesteróis;
2. Contém ômega-3 – com efeito anti-inflamatório, protegendo
as articulações de danos durante
atividades físicas de impacto;
3. Rica em Ferro, além de conter
vitaminas do complexo B, cálcio,
magnésio, fósforo, potássio, zinco
SEMENTE DE GIRASSOL
1. Fonte de vitamina E, que neutraliza radicais livres;
2. Melhora circulação sanguínea
regulando batimentos cardíacos;
3. Rica em magnésio, além de
conter nutrientes tais como selênio, zinco, vitaminas do complexo
B, cálcio, ferro, fósforo, ácido graxo
ômega-6;
4. Ajuda a prevenir a propensão
ao Alzheimer;
5. Pode melhorar fogachos da
menopausa;
SEMENTE DE GERGELIM
1. Rica em fibras – ajuda a regular
funcionamento intestinal;
2. Fonte de cálcio, manganês,
cobre;
3. Rica em vitaminas do complexo B, além de conter nutrientes tais
como ácidos graxos ômega-6;
4. Contém vitamina E – com
ação antioxidante
plexo B, além de conter excelente
conteúdo de vitamina E, cálcio,
magnésio, zinco e ferro;
5. Rica em lisina – aminoácido
essencial para a reparação dos
tecidos
SEMENTE DE CHIA
SEMENTE DE LINHAÇA
1. Fonte de ácido graxo ômega-3 – essencial à saúde do coração
e articulações;
2. Contém cálcio - que ajuda a
fortalecer ossos;
3. Rica em lignina que diminui
o desequilíbrio hormonal;
4. Pode melhorar sintomas da
TPM e da menopausa (como fogachos, depressão e insônia);
SEMENTE DE QUINUA
1. Chamada de grão – mas é
uma semente;
2. Possui baixo índice glicêmico
– que ajuda a equilibrar a glicose
no sangue;
3. É uma das melhores fontes de
proteína de origem vegetal;
4. Possui vitaminas do com-
1. Rica em fibras insolúveis e solúveis (estas têm a capacidade de
reter água, promovendo sensação
de saciedade, ajudando nas dietas
de emagrecimento);
2. Rica em ômega-3, cálcio,
magnésio, manganês, fósforo;
3. Possui efeito antioxidante
DICA – diversifique o uso das
sementes, incluindo diariamente
em sopas, frutas, iogurtes, batidas,
saladas entre outros alimentos.
Algumas podem ser consumidas
puras, como petiscos (abóbora
ou girassol), outras necessitam de
cozimento (quinua)
Sandra de Quadros Marenco
Nutricionista Clínica – CRN2 0540
www.novosrumosnews.com.br
Dra. Isabel Amaral Martins
Bióloga, Mestre e Doutora em Neurociências
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
SOMOS ESPELHOS E REFLEXOS
36
“Não me encaixo nas formas
comuns. Mas certamente tenho os
meus semelhantes. Ninguém é igual
a ninguém, mas também ninguém é
assim tão diferente...”
A
busca da auto compreensão, assim como de sua
transcendência, é algo inerente ao ser humano. Isso nos faz
capazes de reconhecer e conhecer a
nós, aos outros e ao mundo.
É, nos reconhecemos uns nos
outros. Procuramos, encontramos,
rejeitamos, desejamos ou repudiamos,
amamos enfim. A expressão de cada
um e a representação que cada um tem
de si ou do outro são resultado de experiências e do processamento interno
dessas experiências. Possuímos uma
organização cerebral com um sistema
de representação que nos faz reconhecer o outro, identificar o que quer que
nos possa chamar a atenção, atrair ou
provocar outras diferentes percepções,
sentimentos e reações.
Neurônios-espelho no córtex cerebral produzem as representações
que contribuem para a formação do
significado de cada reconhecimento.
É fácil notarmos características e até
mesmo simples movimentos que possam expressar algo pra nós, mesmo de
modo instintivo, e espontaneamente,
isso acaba interferindo em nossas
próprias expressões.
Possuímos esse sistema de representação no cérebro, que funciona
como um circuito espelho-resposta,
o qual nos promove reações quase
instintivas, que podem ser de atração,
insights de confrontar o que vemos de
semelhante e por vezes até impulsos
de repúdio. Algumas vezes imitamos o
outro sem nos dar conta, e em algumas
situações, caímos na real do porquê
de sermos do jeito que somos: Somos
espelhos uns dos outros.
Ver o outro também nos serve
para reconhecer a nós mesmos e quer
queiramos admitir ou não, muitas
vezes encontramos nossos próprios
defeitos ou fragilidades quando esses
sinais nos chamam muita atenção nos
outros.
Rejeitamos muitas atitudes dos
outros, principalmente a partir de
julgamentos de percepção, que por
vezes podem ser mesmo injustos,
na medida em que não resultam de
análises profundas, ou nem mesmo
de contra-respostas vindas da outra
parte. Ao seguirmos nossas “primeiras
impressões”, muitas vezes esquecemos
de que somos capazes de comparar,
reconsiderar e mais amplamente compreender. Devíamos usar esses processos para entender melhor acerca do
que o outro é e do que se constitui,
muito além do que apenas aquilo
que representa pra nós. Nem sempre
o que observamos e interpretamos é
a expressão desejada pelo outro, ou o
que ele realmente é.
Comumente existe um abismo
entre nós, nossas percepções, as per-
cepções do outro e quem o outro é
de verdade. Esse caminho pleno de
surpreendentes possibilidades pode
ser um imenso campo de experiências
e descobertas mútuas, e tudo depende
do modo como nos envolvemos nesse
compartilhar.
Não é raro criticar o outro por algo
que nós mesmos fazemos, condenar
outro por algo de que nós mesmos somos responsáveis. Ainda temos muito
a aprender, ou quem sabe, poderíamos
desaprender tantos preconceitos, dissolver tantos julgamentos, desconsiderar tantas exigências que impomos
aos outros sem oferecer a troca.
A natureza nos permitiu reconhecer o outro para que pudéssemos
compartilhar, descobrir, experimentar
juntos. Simplesmente reconhecer que
cada um de nós é pleno de possibilidades e potencialidades, essencialmente
não boas ou ruins, são apenas ferramentas de oportunidades. Ao invés
de identificarmos tão enfaticamente
os “defeitos” nos outros e esquecermos
dos nossos próprios, podemos aprender a aproveitar essas oportunidades
para crescer reconhecendo que estamos juntos para evoluirmos juntos.
Pois é porque não somos criaturas
concluídas, que podemos evoluir, podemos nos tornar melhores. E isso é
infinitamente potencializado quando
compartilhamos. Ninguém é melhor
ou pior em essência, tudo depende do
que fazemos com o que podemos ser.
Depende dessa escolha.
Pode ser muito mais uma bênção
poder compartilhar com cada pessoa
que cruza nosso caminho e nos mostra algo a mais para melhorarmos,
tanto mais para aprendermos e mais
ainda para compartilharmos com os
outros. Certas descobertas não seriam
possíveis se nós não pudéssemos
conviver e compartilhar. Aliás, sem
o compartilhar, as experiências não
teriam a significância e a intensidade
que podem ter, e nossos cérebros altamente desenvolvidos não poderiam
experimentar realmente suas tantas
potencialidades. A felicidade, por
exemplo, só é realmente experimentada quando compartilhamos. Não basta
a conquista de motivos para sermos
felizes, é preciso realmente sentir essa
experiência.
Nem também a real compreensão,
que só pode vir da experiência genuína, de que somos feitos de corpos
amplamente sensíveis, seria possível
sem o estímulo dos nossos sentidos,
inundando nossos cérebros de provocações que o contato com os outros
nos permite. Abraçar o outro nos faz
sentir e saber realmente para que serve nossa pele. E nos faz entender que
existimos como seres únicos, interagindo com outros seres únicos. Como
espelhos, sentimos o outro e, nessa
experiência, vivemos a compreensão
de nossos próprios contornos, nossa
pele, calor, sentidos...
O grau de entendimento de si e do
mundo é diferente para cada um, e a
importância das experiências depende
do envolvimento que temos com elas.
Para cada um de nós, a compreensão
de si mesmo não é uma experiência
simples, limitada e definida, e também
não é somente individual. Quanto mais
estimulamos nossos sentidos – e, com
isso, nossos cérebros e corações - mais
despertamos a percepção e a compreensão de tudo aquilo que se passa
conosco, e de tudo que podemos compartilhar com o mundo. Experimente!
Isabel Amaral Martins -Bióloga, Mestre
e Doutora em Neurociências Formação
Complementar em Música, Teatro e
Yoga www.bioconexoes.blogspot.com
www.novosrumosnews.com.br
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
37
porque lá não há exigências escolares
– e estes trabalhos tem alto grau de
perigo podendo acabar em morte.
Dra. Dora Lorch
Psicóloga - Escritora
LIMITES
E ESCOLA
S
NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015
e já é difícil por limites em
casa, onde se supõe que os
filhos gostem dos pais e não
queiram decepcioná-los, imagine nas
escolas. Pais querem que a escola de
conta de suas demandas, e a escola
quer que os pais deem um jeito dos
filhos aprenderem. Quem estará com
a razão?
38
Tudo piora e muito quando sabemos que as crianças que largam
a escola, ou que são largadas por
ela tem menor expectativa de vida,
menos chance de terem uma vida
digna. Ana Elisa Siqueira, diretora da
EMPG Amorim Lima quando assumiu
a escola foi procurar saber o que tinha
acontecido com os meninos e meninas
que tinham parado de estudar, e levou
um susto ao constatar que eles tinham
morrido. Isso mesmo, largar a escola
naquela comunidade (fica próximo à
USP) significava morte. Mas o mapa
da violência, que saiu a pouco mostra
a mesma coisa: os jovens que deixam
a escola, ou que são deixados por ela,
não tem como sobreviver e acabam
entrando para trabalhos marginais,
muitos deles ligados ao sub mundo –
Nas escolas as crianças e adolescentes são tratados na maior parte das
vezes com muita rigidez, com raiva até,
pondo alunos de um lado e professores e diretores de outro. Isso não costuma funcionar, porque o mau feito é
sintoma de que alguma coisa não está
conforme, e é preciso descobrir o que
isso quer dizer. Pode ser, por raiva por
não ter professores adequados, por
eles demonstrarem pouco caso com
suas aulas, ou considerarem os alunos
idiotas. Já presenciei uma coordenadora expulsando um aluno porque
ele tinha desacatado a professora de
química. E o menino só queria saber
para que servia as reações endógenas.
Como a professora não sabia responder, ele foi expulso da escola.
É certo que as crianças e os jovens
precisam saber que a escola tem
limites e sofrer as consequências de
seus atos. Como fazer isso, já é outra
questão…
E foi assim que um grupo de adolescentes resolveu jogar um armário
escada abaixo! Claro que o armário
se estragou, e que a escola toda ficou
atrapalhada: como descobrir quem
tinha feito isso e o que fazer com os
“infratores”?
Depois de muita conversa, os
meninos foram identificados, e a diretoria optou por dar uma chance de
concertarem o armário com pregos e
martelos e orientação, e que eles deveriam pedir desculpas aos professores
reunidos.
Então, no sábado pela manhã, os
quatro jovens rumaram escola adentro
para cumprir sua missão. Via-se nos
olhos deles vergonha e aflição. Nós
do Florescer sabíamos a importância
de reconhecer os próprios erros e de
reconhecê-los publicamente; achá-
vamos que parte da dignidade era
reconhecer o que fazemos de bom e
de mau, e concertar o que precisa der
concertado. Além disso, reconhecer os
erros nos coloca no lugar do que pode
exigir do outro correção. Foi isso que
dissemos aos meninos e foi com este
espírito que eles adentraram a sala
dos professores.
E o diretor se pronunciou, a coordenadora, professores, os meninos se
desculparam do jeito deles, e foi então
que uma professora pediu a palavra:
- Olha, eu quero dizer que o armário que vocês jogaram foi das
minhas crianças, e eles tem entre 8
e 9 anos. Como são pequenas, não
conseguem carregar muito peso, e
por isso resolvi arranjar um local para
que elas pudessem deixar o material,
e como ficava jogado pelo corredor,
arranjamos um armário. E qual não
foi o espanto delas quando chegaram
à escola e viram seus livros e seus cadernos esparramados pelo chão sem
poder guardar. Elas me perguntaram
o que elas tinham feito para vocês.
Elas ficaram chocadas. Veja bem, o
armário era para elas não carregarem
peso, porque são pequenas.
Nos olhos dos meninos, de repente tudo fazia sentido: compreenderam
porque concertar o armário, e o alcance de suas ações intempestivas.
Depois da reunião o grupo me
disse que iria pedir desculpas para a
sala da tal professora.
Na verdade foi o discurso dela, fala
verdadeira e direta, que mais ensinou
aqueles adolescentes, e ensinou uma
coisa que nossos políticos esqueceram: quando se tira ou se estraga algo
púbico, estamos tirando de alguém
muito parecido com a gente.
Dora Lorch - psicóloga, mestre em
psicologia e autora do livro
“Como educar sem usar a violência”
www.novosrumosnews.com.br
marketing profissional
rumo certo para o sucesso
Credibilidade | Profissionalismo | Baixo Custo
O Rumo Certo Mkt não é apenas um disparador
de newsletters, ele dispara, hospeda e promove
suas campanhas tranzendo diariamente
milhares de pessoas para visitarem seus flyers.
Rumo Certo Mkt trabalha com nuvem de IP's
Randômicos Compartilhados para melhor
entrega dos e-mails.
Com o baixo custo que o Rumo Certo Mkt
ofereçe, você pode fazer semanalmente
disparos para seus clientes.
Disparos Personalizados
No seu nome ou de sua empresa
Você pode usar seu banco de e-mails para
fazer os disparos, ou do Rumo Certo Mkt.
Dora Lorch - psicóloga, mestre em
RumoCertoMkt
psicologia e autora do livro
“Como educar sem usar a violência”
Sistema nuvem de IP’s Randômicos
www.doralorch.hpnr.com.br
www.rumocertomkt.com.br
[email protected]

Documentos relacionados