mais visão, menos memória: tecnologia vai condicionar cérebro do
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mais visão, menos memória: tecnologia vai condicionar cérebro do
SOMOS ESPELHOS E REFLEXOS DRA ISABEL A. MARTINS ANO 18 Nº 204 JUNHO/JULHO 2015 www.novosrumosnews.com.br ALIMENTAÇÃO COM A CHEGADA DO INVERNO DRA SANDRA Q. MARENCO Ciência ci & Saúde editora novos rumos MAIS VISÃO, MENOS MEMÓRIA: TECNOLOGIA VAI CONDICIONAR CÉREBRO DO FUTURO Professor na Universidade Autônoma de Barcelona, fala sobre o desenvolvimento do órgão e tentativas de entendê-lo; para ele, cérebro é ‘fábrica de ilusões’: ‘nada existe fora da mente humana’ BRASIL OBTÉM PATENTE VITAL PARA TRATAMENTO DE HEMOFÍLICOS Ciência ci & Saúde Ano18 Informação e conhecimento ao seu alcance! A revista Novos Rumos Saúde tem como objetivo: Congregar profissionais preocupados com a melhor qualidade de vida da população. . Mostrar os avanços tecnológicos e científicos das terapias nas áreas da medicina, psicologia, nutrição, fisioterapias, farmácias e estética. . Proporcionar informações úteis a comunidade através de matérias. Acesse www.novosrumosnews.com.br editora novos rumos ASSINE JÁ! REVISTA NOVOS RUMOS CIÊNCIA & SAÚDE DIGITAL Semestral Semestral R$ R$ 20, 32, Anual R$ 35, Artes Ciência Filosofia Mística Anual R$ 52, editora www.novosrumosnews.com.br [email protected] Venha voar com a gente! Na sua próxima viagem consulte-nos! (51) 3332.8799 Loja Farrapos Turismo Av. Assis Brasil, 3867 Conj. 301 Porto Alegre - RS - Brasil NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 ÍNDICE 04 05 BRASIL OBTÉM PATENTE VITAL PARA TRATAMENTO DE HEMOFÍLICOS 06 INCONTINÊNCIA URINÁRIA 08 ALIMENTAÇÃO COM A CHEGADA DO INVERNO 10 MAIS VISÃO, MENOS MEMÓRIA: TECNOLOGIA VAI CONDICIONAR CÉREBRO DO FUTURO 13 FRIO É RESPONSÁVEL POR AUMENTO NOS NÚMEROS DE INFARTO, ALERTA INC 14 ATIVISTAS DENUNCIAM OMISSÃO VENENOSA NOS TRANSGÊNICOS 19 DOW AGROSCIENCES VAI AUMENTAR EM 80% PRODUÇÃO DE TRANSGÊNICOS NO BRASIL 20 CIGARRO MATA UMA PESSOA A CADA SEIS SEGUNDOS, DIZ OMS 22 ESTUDO MOSTRA AUMENTO DE CASOS DE CÂNCER ORAL 24 PICARETAGEM QUÂNTICA LUSITANA ATACANDO EM TERRAS D’ALÉM MAR 27 9 DICAS PARA DETECTAR FRAUDES NA SAÚDE 28 10 COISAS SOBRE O MAIS MÉDICOS QUE A MÍDIA CONVENCIONAL NÃO CONTA PARA VOCÊ 31 TRANSMISSÃO DE AIDS DE MÃE PARA FILHO CAI 50% NO BRASIL, SEGUNDO UNICEF 33 ESTUDOS CONFIRMAM EFICÁCIA DE VACINA CONTRA CAXUMBA, RUBÉOLA E SARAMPO 34 UPAS REGISTRAM MAIS DE 29 MILHÕES DE ATENDIMENTOS NO RIO 35 DICA DO MÊS - SEMENTES 36 SOMOS ESPELHOS E REFLEXOS 38 LIMITES E ESCOLA 05 06 08 10 editora 13 14 20 22 27 28 31 33 36 Vilson Teixeira Jornalista/Editor - Reg. 11795 Presidente da Editora Novos Rumos Ltda Editoração/Artes: WDNR Redação: (51) 3501.2047 Colaboradores: Dr. Roberto B. Quadros Dra. Sandra de Q. Marenco - Dra. Dora Lorch Dra. Isabel Amaral Martins Dra. Rita Maria Chaves de Córdova CEO Mirian M. Coden A revista é publicada mensalmente pela Editora Novos Rumos Ltda, e não se responsabiliza por conceitos emitidos em artigos assinados. Assinatura Digital Semestral R$ 20,00 Anual R$ 35,00 Download Semestral R$ 32,00 Anual R$ 52,00 Assinatura Digital + Download Semetral R$ 42,00 Anual R$ 72,00 NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 05 BRASIL OBTÉM PATENTE VITAL PARA TRATAMENTO DE HEMOFÍLICOS O tratamento da hemofilia será mais fácil aos hemofílicos, em todo o país A Fundação Hemocentro de Ribeirão Preto obteve nos Estados Unidos a patente do fator VIII recombinante – proteína responsável pela coagulação do sangue usada no tratamento dos pacientes hemofílicos. A fundação, ligada Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo, já havia obtido a patente nacional do produto. Com o reconhecimento internacional da propriedade intelectual, o tratamento pode ser oferecido ao público. A hemofilia é causada pela deficiência das proteínas responsáveis pela coagulação do sangue. Os tratamentos são baseados no fornecimento dessas substâncias, extraídas do plasma de doadores ou sintetizadas em laboratório. Segundo a pesquisadora Virginia Picanço Castro, como a proteína brasileira é desenvolvida a partir de células humanas, o tratamento deve superar efeitos colaterais enfrentados com os produtos oferecidos atualmente. – As proteínas recombinantes (sintéticas) que têm hoje no mercado são todas feitas em linhagens murinas, são células de ramster. O que acontece é que essas proteínas são um pouquinho diferente das que seriam produzidas nativamente pela gente. Então, os pacientes desenvolvem anticorpos contra essa proteína e o tratamento vai ficando menos efetivo – explica. Outro resultado dos 15 anos de trabalho da equipe de pesquisa do hemocentro é a possibilidade de oferecer um produto mais barato do que os usados hoje. – Ainda é um tratamento caríssimo, é uma das proteínas mais caras que o governo importa – enfatiza Viginia. De acordo com o hemocentro, o governo brasileiro gastou R$ 522 milhões de janeiro de 2011 a março de 2013 com a importação do fator VIII. – A gente vem com a proposta de um fator VIII melhor e com uma tecnologia brasileira para tentar fazer um produto mais barato – destaca a pesquisadora. Para ser comercializado, o fator VIII desenvolvido pelo hemocentro precisa agora de uma empresa que produza em escala. Os pesquisadores continuam trabalhando para desenvolver outros derivados sintéticos do sangue. O hemocentro fez há duas semanas a requisição de patente do fator VII recombinante. – Ele também é um fator de coagulação que pode ser usado para os pacientes hemofílicos A e B, que não respondem mais aos tratamentos com os fatores VIII ou XIX. É um tratamento alternativo. Só tem uma empresa que o produz no mundo. Então, ele é importado e bem caro – diz Viginia. Fonte: Correio do Brasil NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 INCONTINÊNCIA URINÁRIA 06 NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 07 Dr. Roberto B. de Quadros Cardiologia - Medicina Interna É definida como a perda involuntária de urina. O Rim filtra o sangue enviado desde o Coração pelo debito cardíaco na percentagem de 25%, cerca de 180 l/dia dos quais 10% é eliminado na forma de urina. A bexiga acumula a urina e sua musculatura tem a função de controlar por mecanismos hormonais o desejo, ou necessidade de urinar. Alterações no conjunto dos órgãos do aparelho urinário por vários fatores ocasionam a Incontinência Urinária, levando a urgência por deficiência do músculo detrusor, que controla os esfíncteres interno e externo. Os idosos pelo envelhecimento das estruturas estão mais sujeitos à Urgência Urinária e consequentemente Incontinência Urinária. Um terço das mulheres também sofre com essa patologia, e 20% dos homens são atingidos. A origem da patologia pode ser primária ou secundária: • Primária: quando se origina no próprio aparelho urinário. • Secundária: quando originada por outros fatores, tais como o uso de medicamentos (iatrogenia) diuréticos, os anticolinérgicos. Doenças metabólicas como o Dia- betes Melito também podem ocasionar Incontinência Urinária. Doenças do Sistema Nervoso Central causam alterações cognitivas, como o Alzheimer, por exemplo, ou doenças Psiquiátricas. De um modo geral podemos ainda esclarecer que as mulheres em geral são atingidas por fatores das alterações pélvicas sofridas por parto ou alterações hormonais da Menopausa. Os homens de modo geral são atingidos por afecções prostáticas tais como, hiperplasia prostática (aumento do volume da próstata). Tanto o sexo masculino como o feminino pode sofrer a patologia que estamos descrevendo pelo uso abusivo do álcool (bebidas alcoólicas) ou até mesmo pela ingestão abusiva de líquidos. Outras causas que podem resultar em Incontinência Urinária, podemos citar infecções urinárias, distúrbios do sono, insuficiência venosa, constipação fecal (fecalomas). Devemos citar que muitas causas de Incontinência Urinária são reversíveis (curáveis) ou pelo menos atenuadas por uso de medicamentos apropriados ou por cirurgias. Desta forma na Anamnese (história clinica) devem ser investigados a frequência e o volume urinário, as doenças existentes (Comorbidades) o uso dos medicamentos, o exame físico pélvico ou prostático, exames de sangue da função renal, hemograma, urocultura, ecografia das vias urinárias, medidas do resíduo miccional (volume urinário retido na bexiga após todo ato de urinar), estudo hemodinâmico. No máximo 200 ml podem ficar retidos. Não podemos esquecer de citar que a Insuficiência Cardíaca Congestiva, no qual o Miocárdio Muscular do Coração não consegue cumprir sua função. Devido ao constrangimento e Depressão ocasionada pela Incontinência Urinária, não podemos na entrevista médica esquecer de interrogar nosso consultante em relação a esta patologia. Nesse artigo não descrevemos as causas Congênitas de Incontinência Urinária, que são as más formações, as quais já vêm desde o nascimento. Dr. Roberto B. de Quadros Medicina Interna - Cardiologia Consultório: Av. Flores da Cunha, 1953 - Sala 93 Ed. Palace Center Cachoeirinha/RS Fone: (51) 9977.3653 www.novosrumosnews.com.br 08 NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 09 Dra. Sandra de Q. Marenco Nutricionista Clínica ALIMENTAÇÃO COM A CHEGADA DO INVERNO A tualmente existe uma preocupação cada vez mais crescente na busca de uma vida mais saudável. Isso implica em diversos fatores, entre eles a necessidade de uma alimentação mais equilibrada para a manutenção de nossas funções vitais. Com a chegada do inverno os dias ficam mais curtos e as noites mais longas. Este fato pode interferir na disposição das pessoas, podendo gerar sintomas tais como fadiga, tristeza, irritabilidade, tédio, falta de energia, tendência a comer e dormir demais. Estes sintomas em geral são provocados pela diminuição da luz solar, que altera a produção de certos hormônios, o que nos faz sentir menos energizados. Por isso, devemos desfrutar de toda a luz solar possível. Neste período é importante mantermos uma alimentação equilibrada. Os alimentos são uma fonte de “superenergia” se você comer o tipo certo de alimento. A quantidade e a qualidade de alimentos têm influência direta sobre nossa disposição. Sua principal fonte de energia nesta estação deve ser proveniente de carboidratos complexos (pães, massas, arroz, etc). Dê preferência aos alimentos naturais e integrais, pois são mais ricos em vitaminas e fibras. Sua alimentação deve ser à base de frutas, vegetais frescos, sopas de vegetais, grãos integrais, cereais e leguminosas (feijão, ervilha, lentilha). Com isso, você estará ingerindo também muitas vitaminas e sais minerais. É importante comer quantidades moderadas de proteína (leite, queijos, ovos, carnes). Dê preferência a carnes brancas, leite desnatado e queijos tipo Minas e ricota, pelo seu baixo teor de gordura. Evite excesso de gorduras, frituras, alimentos ricos em açúcar, refrigerantes e guloseimas, pois proporcionam apenas energia momentânea e não são nutritivos. Tome líquidos, sob a forma de chás e sucos (sem açúcar), caldos de vegetais ou de carne e leite desnatado. Tome água (em média 1 a 2 litros por dia). São importantes para as reações do metabolismo. Faça refeições freqüentes (de 5 a 6 por dia), procurando comer com moderação, pois a tendência no inverno é comer mais do que o necessário. É importante seguir um programa de exercícios físicos (diários ou em dias alternados), procurando manter-se dentro do peso ideal. Se você estiver acima do seu peso, o cansaço é maior. São recomendações fáceis de serem seguidas e que certamente irão beneficiar a sua saúde, proporcionando uma melhor qualidade de vida. Sandra de Quadros Marenco Pós Graduação em Nutrição Clínica - CRN2-0540 Consultório: Rua Dr. Timóteo, 371 Sala 302 - Porto Alegre/RS Fone: (51) 9971.6217 [email protected] www.novosrumosnews.com.br NOVOS RUMOS | JULHO/JULHO 2015 10 MAIS VISÃO, MENOS MEMÓRIA: TECNOLOGIA VAI CONDICIONAR CÉREBRO DO FUTURO Ignacio Morgado, professor na Universidade Autônoma de Barcelona, fala sobre o desenvolvimento do órgão e tentativas de entendê-lo; para ele, cérebro é fábrica de ilusões’: ‘nada existe fora da mente humana’ NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 11 “O que somos nós senão um cérebro?”, indaga Ignacio Morgado, professor de psicobiologia e pesquisador na Universidade Autônoma de Barcelona. Em seu livro “A fábrica de ilusões”, recém-lançado na Espanha, Morgado busca romper mitos e esclarecer dúvidas sobre o cérebro. Ele acredita que não, não podemos enganar a nós mesmos, e que razão e emoção não são contrários, porém complementares. Além disso, para ele, o que percebemos não existe como tal: tudo é uma ilusão. todos os segredos funcionais de um órgão dessa natureza leva tempo, muito trabalho e o desenvolvimento de técnicas muito elaboradas. Ainda temos muito para aprender, porém já aprendemos muito desde o fim do século 19, quando Santiago Ramón y Cajal revelou que o cérebro está formado por células individuais, os neurônios. Pode ser que nem sequer estejamos capacitados para entender algumas coisas. É preciso não esquecer que é com nosso cérebro que estamos tentando entender o cérebro. Leia a seguir trechos da entrevista com o pesquisador. Quanto conhecemos sobre o cérebro? Você escreveu: “Tenho dúvidas de que o cérebro seja capaz de entender o processo pelo qual se cria o pensamento”. Trata-se de um paradoxo definitivo? Conhecemos muito, porém também ainda nos resta muito. O cérebro tem 80 bilhões de neurônios interconectados de forma extraordinariamente complexa. Conhecer Penso que talvez não estejamos capacitados para entender como pensamos porque mal somos capazes de elaborar uma hipótese. Se você não sabe se há vida em outros planetas, pelo menos pode imaginar como poderia ser. Porém, no caso do cérebro, como a subjetividade se torna possível, a imaginação, a consciência, o pensamento, é o que, a priori, não temos nem sequer ideia. Essa dificuldade me faz imaginar que o cérebro não tem capacidade de entender-se a 100%. Há, porém, quem não concorde com essa ideia e acredite que é apenas questão de tempo ou técnicas. Você diz que vivemos em uma ilusão. Não há nada fora do nosso cérebro? Eu dei o título “A fábrica das ilusões” ao meu livro como uma alusão ao cérebro. Ele cria a mente humana, e não há nada que exista fora dela em uma correspondência exata, tal como vivemos mentalmente. A luz e o som apenas existem na nossa mente. Fora dela não há nem luz nem som: há energia eletromagnética, movimento das partículas e dos átomos. Porém nosso cérebro não capta essas energias ou partículas diretamente, tal como elas são. Recebe o impacto delas e, graças a seu trabalho neural, converte esse impacto em ilusões de luz, calor, ruído... Você vai a uma sala de concertos, uma orquestra sinfônica está interpretando uma melodia e você acredita que a sala está cheia de música, porém não é verdade. Não há música na sala, ela está apenas na sua mente. Se não houvesse nenhum cérebro nessa sala, apenas haveria flutuações complexas do ar. O cérebro tem uma forma especial, rica, bonita, de ler o mundo em que ele vive. Não é frustrante. É a diferença entre perceber o mundo na sua rudeza natural, perceber átomos, energia, fótons, ou perceber luz, cor, sabores, sensações, pensamentos. Não é mais agradável assim? NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 A tecnologia que permeia nosso cotidiano está atrofiando nosso cérebro? 12 Não é que ela o atrofia: ela o redireciona. Uma das vantagens modernas do processo evolutivo é que agora podemos condicionar o desenvolvimento do nosso cérebro. O que fizermos vai condicionar o cérebro do futuro, que capacidades ele terá, quais serão as melhorias, quais as desvantagens, que capacidades novas surgirão. Anteriormente ao desenvolvimento tecnológico industrial, nós não tínhamos tanta influência em nosso próprio desenvolvimento cerebral. Agora, conforme desenvolvemos tecnologias, cada vez mais podemos colocar meios que condicionem por onde vai evoluir o cérebro no futuro. Se desenvolvermos muito a visão nos computadores, a visão vai ser um sentido em evolução permanente. Se não desenvolvermos certos tipos de memória porque tudo o que precisamos saber está no celular ou no computador, perderemos certa capacidade de memória que tínhamos, porém ganharemos outros tipos de habilidades. Você duvida de que sejamos livres para tomar decisões? É um tema antigo que não está totalmente resolvido. Ninguém chegou a uma conclusão definitiva. A ciência se inclina bastante pelo fato de que nossa sensação de liberdade não é mais do que ignorância sobre o que acontece no nosso cérebro. Se fôssemos mais conscientes, perceberíamos que tudo está sendo preparado lá. Não se pode cometer o erro de pensar que você é diferente do seu cérebro. Meu cérebro toma decisões por mim antes de que eu as tome? Porém quem é você, a não ser o seu cérebro? O que resta se eu tiro o cérebro? Este é um problema maior. Tem-se a sensação de que o pensamento consciente é alguma coisa diferente do corpo, porém não é verdade. Na hora de tomar decisões, costuma-se dizer que a razão deve prevalecer sobre a emoção. Trata-se de uma situação real? É errado acreditar que razão e emoção funcionam de formas independentes. Basta conhecer o cérebro por dentro para ver que os circuitos implicados nos sentimentos estão muito relacionados com os circuitos da razão. Na prática, quer dizer nossos sentimentos es- tão influenciados por nossa forma de pensar e raciocinar e vice-versa. O que devemos admitir é que não há emoção pura nem razão pura. Embora não percebamos, às vezes o que dizemos que é produto exclusivo da razão está influenciado pelos sentimentos. É possível esquecer algo de propósito? Não. Sabemos que se podem fazer esforços para não pensar em algo concreto durante alguns minutos. Porém isso vai voltar na sua cabeça outra vez. Esquecer algo definitivamente é quase impossível, principalmente se são lembranças ligadas a emoções. O livro descreve uma experiência que foi realizada sobre a inatividade do cérebro, na qual os voluntários passaram maus bocados quando que ficar cerca de dez minutos sem fazer nada. É possível que poucos minutos sem atividade nos pareça algo impossível? Experimente você mesmo. Nunca aconteceu com você de a energia elétrica acabar e você ficar sem computador? Imagine que se, além de perder o computador, não haja jornal ou um livro à mão. Você fica mal. Não percebemos que somos viciados em informação. Vivemos em um mundo onde a informação nos chega continuamente. O cérebro se acostuma a trabalhar com esse fluxo de informação, exatamente como acontece com a nicotina. Tradução: Mari-Jô Zilveti Entrevista original publicada no site do jornal espanhol El Diario. Fonte: Opera Mundi/Samuel NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 13 FRIO É RESPONSÁVEL POR AUMENTO NOS NÚMEROS DE INFARTO, ALERTA INC O cardiologista alerta que é necessário manter o corpo aquecido O inverno chegou e é bom ficar atento à saúde do seu coração. Nos dias mais frios, os índices de infarto podem aumentar em até 30%, principalmente quando a temperatura está abaixo dos 14 graus. Pacientes com idade entre 75 e 84 anos e aqueles com doença coronariana são os mais vulneráveis aos efeitos da baixa temperatura. Segundo o médico do Instituto Nacional de Cardiologia (INC) Felipe Pittella a exposição ao tempo frio faz aumentar a viscosidade sanguínea, a pressão arterial e as concentrações de fibrinogênio, fatores trombogênicos que dificultam a passagem do sangue pelas artérias coronárias e podem levar ao infarto agudo do miocárdio. – As pessoas com fatores de risco, como colesterol elevado, tabagismo e obesidade, devem evitar mudanças bruscas da temperatura, principalmente do quente para o frio, pois essa mudança súbita pode agravar sintomas de angina e aumentar o risco de infarto e acidente vascular cerebral. ras durante o inverno, o cardiologista alerta que é necessário manter o corpo aquecido. – O frio prejudica principalmente aqueles que já têm alguma doença cardíaca, mas pode afetar aqueles que não têm ou que ainda não sabem que possuem alguma enfermidade no coração. Por isso é importante que as pessoas, principalmente as idosas, vistam roupas adequadas às temperaturas mais reduzidas ou mantenham suas residências aquecidas. Apesar de nem todas as regiões do Brasil registrarem baixas temperatuFonte: Correio do Brasil ATIVISTAS DENUNCIAM OM VENENOSA NOS TRANSGÊN Em vez de proibir os transgênicos, o país caminha p dos rótulos de alimentos informações sobre a prese ingredientes com potencial ofensivo à saúde e ao a Segundo o Inca, o aumento do uso de agrotóxicos tem tudo a ver com a liberação de sementes transgênicas Q uando percebeu que as embalagens de amido de milho trazem um T preto dentro de um triângulo amarelo – símbolo dos transgênicos usados no Brasil –, a professora de tecelagem Célia Regina de Macedo, 63 anos, da capital paulista, não pensou duas vezes. Substituiu o produto por polvilho, derivado da mandioca, em muitas receitas, como de sequilhos. E segue experimentando novas opções. Tofu, um queijo à base de soja, assim como o fubá, só se for orgânico. “Não sei direito o que são esses transgênicos. Dizem que são plantas alteradas para resistir a pragas. Mas se foram modificadas, será que têm os nutrientes de que preciso? Minha certeza é que não quero consumir”, afirma a artesã, que há mais de 20 anos optou por alimentos livres de produtos químicos. MISSÃO NICOS para banir ença desses ambiente Célia Regina questiona se plantas alteradas para resistir a pragas tem nutrientes de que precisa Como ela, muitos brasileiros desconfiam desses organismos geneticamente modificados (OGM) – nome técnico dos transgênicos –, que no caso das plantas prometem maior produtividade e resistência a pragas. E fogem deles sempre que podem. No entanto, seu direito de escolha, assegurado pelo Código de Defesa do Consumidor, está ameaçado pelo Projeto de Lei 4.148/2008, do deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS). Ex-prefeito de São Borja e produtor de arroz no estado, Heinze ficou mais famoso em 2013, durante audiência pública sobre a demarcação de terras indígenas, ao recomendar aos agricultores a contratação de milícias para se defender de índios. Ele também se referiu a índios, quilombolas e homossexuais como “tudo que não presta”. O PL, que altera o artigo 40 da Lei de Biossegurança (11.105/2005), desobriga a indústria de alimentos a informar, na embalagem, a presença de componentes transgênicos quando for inferior a 1% na composição total do produto. Impopular, a proposta entrou e saiu da pauta várias vezes desde sua apresentação. Mas, como outras igualmente conservadoras, foi logo colocada na pauta pelo presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB-RJ). Para surpresa de ativistas, foi aprovada em 28 de abril – até deputados com histórico de defesa do consumidor, como Celso Russomano (PRB-SP) e o ambientalista Ricardo Trípoli (PSDB-SP), se disseram surpreendidos pela votação-relâmpago, embora tenham apertado o “sim” para modificação da lei de biossegurança e para o direito dos fabricantes de excluir o T das embalagens. NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 15 se seguem a pauta dos financiadores das campanhas, que parece ser o caso da maioria da Câmara”, diz o agrônomo Gabriel Fernandes, assessor técnico da AS-PTA, associação não governamental sem fins lucrativos especializada em estudos e ações que atua para o fortalecimento da agricultura familiar e da agroecologia no Brasil. Para Renata Amaral, sem a informação na embalagem não há como se exercer o direito de escolha NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 “É uma violação do direito do consumidor porque é praticamente impossível quantificar traços de transgenia em produtos processados, como margarinas e papinhas de nenê”, afirma a pesquisadora do Instituto de Defesa do Consumidor (Idec) Renata Amaral. “E sem essa informação, não há como exercer o direito de escolha e vai se consumir transgênicos mesmo que não se queira.” 16 A legislação em vigor obriga a exibição do T em rótulos de produtos com OGM em quantidade proporcional a mais de 1% da composição total, além da menção da espécie doadora do gene na lista de ingredientes. Em vez de ser aprimorada, com alertas seja qual for a quantidade – afinal, faltam estudos sobre dosagens seguras à saúde –, a lei pode ser afrouxada e muitos fabricantes, inibidos por causa da rotulagem, serão encorajados a incluir os transgênicos em seus produtos. Por isso, o Idec elaborou uma carta, assinada por 70 organizações ambientalistas, de saúde, direitos humanos, agricultura orgânica e educação alertando para os impactos à saúde humana, animal e ambiental associados aos transgênicos. O PL está na Comissão de Assuntos Sociais do Senado, com relatoria de Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM), que já se manifestou contra o projeto. A rejeição é grande, como mostra o Portal e-Cidadania, do site do Senado, no qual a população pode opinar sobre as matérias que ali tramitam. Enquanto a reportagem era concluída, havia mais de 13 mil manifestações, das quais apenas 5% eram favoráveis. Apesar do atropelo na Câmara, os ativistas estão esperançosos. Não há regime de urgência e os senadores, em número menor que o de deputados, poderão ser pressionados um a um – o que não dispensa a mobilização social. “Tudo pode acontecer, mas o fato é que a derrubada da rotulagem pela Câmara provocou uma repercussão muito negativa e mesmo muita gente que não acompanhava esse debate ficou indignada com a medida. Resta ver até que ponto os senadores guardam alguma preocupação com a opinião pública ou Tanta desconfiança não é à toa. Cerca de 77% dos transgênicos cultivados atualmente têm como característica a resistência a herbicidas – venenos que matam o mato que cresce na lavoura. O agricultor, que antes precisava usar o agrotóxico com cuidado para não danificar a própria lavoura, acaba pulverizando o produto à vontade porque morrerão todas as plantas, menos as transgênicas. E cerca de outros 15% dos transgênicos reúnem os chamados cultivos Bt, nos quais foram inseridos genes de uma bactéria chamada Bacillus thuringiensis. Elas produzem toxinas que matam insetos – são plantas inseticidas. Assim, a lagarta do cartucho, nociva a lavouras de milho, morre quando se alimenta de qualquer parte dessa planta geneticamente modificada. Em resumo, são plantas transformadas para resistir a banhos de veneno – que nelas permanece –, ou para matar pragas que se alimentam das lavouras. Quando isso não acontece, o veneno fica na planta. E a palha queimada contamina o solo. “Nesse processo, houve pragas que se tornaram resistentes, exigindo mais agrotóxico”, explica o engenheiro agrônomo e ex-integrante da Comissão Técnica Nacional de Biossegurança (CTNBio) Leonardo Melgarejo. Distúrbios Em abril, o Instituto Nacional do Câncer (Inca), vinculado ao Ministério da Saúde, se posicionou publicamente contra as atuais práticas de uso de agrotóxicos no país por causar diversos tipos de câncer. A venda desses venenos para matar insetos ou plantas saltou de US$ 2 bilhões em 2001 para US$ 8,5 bilhões em 2011. Em 2009, o Brasil tornou-se maior consumidor mundial de agrotóxicos, com 1 milhão de toneladas, um consumo per capita de 5,2 quilos. O aumento, segundo o Inca, tem tudo a ver com a liberação de sementes transgênicas. De 2005 para cá, foram autorizadas 21 variedades de milho, cinco de soja, 12 de algodão e uma de feijão – ainda não cultivada. Uma das variedades de soja (RR) ocupa 21 milhões de hectares. A área total cultivada com sementes transgênicas está na faixa dos 45 milhões a 50 milhões de hectares. Segundo Melgarejo, há outros transgênicos na pauta de liberações do órgão. E novas variedades de soja, milho e algodão estão sendo pesquisadas. Todas produzem toxinas contra lagartas e agregam genes tolerantes a herbicidas. E há estudos com cítricos, cana, sorgo, alface, moscas. “Duvido que entre eles haja características de interesse da população. O que há são facilidades para os produtores em troca de compra casada de tecnologias. A Monsanto quer vender os seus herbicidas, a Bayer os dela. E cada uma oferece sementes transgênicas que estimulam o uso desses venenos”, diz. “Já as moscas substituiriam inseticidas vendidos pelas empresas concorrentes; e a alface, só com ácido fólico, pretende substituir uma alimentação variada.” distúrbios hormonais e ao surgimento de tumores em animais que foram alimentados com milho transgênico. Há indícios de que seu consumo cause alergias alimentares, provavelmente pelas alterações nutricionais com a transferência de genes resistentes a antibióticos. “Fora a relação com a obesidade devido à possível desregulação do tecido gorduroso por proteínas inseticidas presentes no milho transgênico”, diz a professora Suzi Barletto Cavalli, do Departamento de Nutrição da Universidade Federal de Santa Catarina (UFSC), e integrante da CTNBio. Ela defende estudos também sobre a composição nutricional dos transgênicos para verificar se houve alterações na composição nutricional ou se a manipulação genética interferiu na maneira como o nutriente é absorvido e aproveitado pelo organismo, passando então a oferecer risco à saúde humana. “Por isso, é importante a avaliação de risco, com estudos toxicológicos de longo prazo sobre os efeitos do consumo desses alimentos à saúde.” O portfólio de sementes promete plantas resistentes a seca, salinidade e doenças, entre outras. Porém, são promessas feitas há 20 anos. “O que se vê até agora são plantas resistentes a herbicidas e que carregam seus próprios inseticidas. Tudo isso vem para a mesa. Os transgênicos reforçam a ideia do filme O Veneno está na Mesa, de Silvio Tendler”, afirma Melgarejo. Para a professora, enquanto houver incertezas científicas em relação aos riscos dos transgênicos, deve ser adotado o Princípio da Precaução – a garantia contra os riscos potenciais. “É essencial sua identificação em rótulos de alimentos, principalmente considerando que a maioria dos produtos industrializados contém pelo menos um ingrediente derivado de milho ou soja. É importante que o rótulo da embalagem do alimento contenha, além do símbolo T, uma expressão para informar origem e composição transgênica do alimento”, explica. Tal expressão, segundo ela, deve trazer o nome do produto seguido do termo “transgênico”. Além disso, também deve conter o nome da espécie doadora de genes no local reservado para a identificação dos ingredientes. “Estudos relacionam os transgênicos a danos ao fígado e aos rins, a A discussão sobre a rotulagem em si é outra face do atraso do país nesse campo. Lavouras transgênicas estão sendo limitadas na Alemanha e na França, enquanto Irlanda, Áustria, Hungria, Grécia, Bulgária e Luxemburgo as proíbem – tornando-se entrave para as exportações brasileiras por causa da associação com agrotóxicos vetados em muitos países – por aqui ainda se debate o direito a informações sobre essas culturas. O corpo sofre para digerir o alimento que foi alterado para resistir a um banho de veneno Embora seja muito difícil comprar um alimento livre de transgênicos em sua formulação, a informação na embalagem é fundamental. “É crescente a população que busca hábitos mais saudáveis, naturais. Um mercado que não pode ser desprezado. Assim, esses produtos têm de estar disponíveis a todos”, diz o preparador corporal paulistano Vinicius Della Líbera, 31 anos, que também se dedica a escrever sobre longevidade em seu blog longevidade.voadora.com, no qual ensina, por exemplo, a fazer pão com fermento caseiro, produzido com as bactérias presentes na própria farinha. “Uma alimentação orgânica, que ajuda a limpar o organismo, é um dos caminhos para se viver mais. O corpo sofre para digerir aquele alimento alterado para resistir a um banho de veneno. Não pode haver esse descaso com o consumidor.” NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 17 Caminho sem volta? : O próprio governo, por meio de sua agência de pesquisa agropecuária, investe no desenvolvimento de transgênicos NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 Educação 18 A professora Marijane Vieira Lisboa, do Departamento de Sociologia da Pontifícia Universidade Católica (PUC) de São Paulo, destaca outro aspecto diluído na discussão: a incompreensão da maioria da população brasileira acerca das informações presentes nos rótulos e o próprio significado dos transgênicos por trás da letra T. Para ela, por se tratar de uma questão tão importante quanto complexa, os ministérios da Saúde, da Educação e da Justiça deveriam envolver as secretarias estaduais de Saúde, com suas agências de vigilância, na criação de um projeto educativo. “Os ativistas de organizações não-governamentais não têm condições de realizar esse trabalho. E os professores das escolas regulares não têm formação específica para isso”, afirma Marijane. Na sua avaliação, a aprovação do PL na Câmara não deixa de ser “um tiro no pé” ao trazer à tona proposta tão escandalosa, ensejando o debate. Ela própria tem sido convidada para entrevistas, palestras e oficinas em diversas regiões do paíspara falar justamente sobre a rotulagem de alimentos com ingredientes transgênicos. “É preciso também um trabalho estruturado para enfrentar o assédio dos fabricantes de venenos e sementes geneticamente modificadas. Já descobrimos trabalhos de educação ambiental com kits distribuídos em escolas, patrocinados pela Monsanto, com o objetivo de mascarar os perigos. Depois de toda a discussão e suposta defesa da saúde e meio ambiente, o material dizia, lá no final, que os transgênicos são a melhor alternativa porque permitem a diminuição do uso de agrotóxicos, quando na verdade leva ao aumento de seu uso, em doses cada vez maiores, de suas versões cada vez mais fortes”, conta. “Além disso, a população tem de se manifestar.” Tal retrocesso, porém, não combina com políticas brasileiras exitosas. É o caso do combate ao tabagismo, reconhecido internacionalmente, que inclui embalagens nada atrativas. “Assim, não se pode esperar a consumação dos perigos da dupla transgênicos e agrotóxicos à saúde de todos para só então tornar os rótulos mais informativos”, observa André Dallagnol, assessor da organização Terra de Direitos. Fonte: Rede Brasil Atual DOW AGROSCIENCES VAI AUMENTAR EM 80% PRODUÇÃO DE TRANSGÊNICOS NO BRASIL Para o agrônomo Leonardo Melgarejo, do grupo de trabalho sobre agrotóxicos e transgênicos da Associação Brasileira de Agroecologia, o portfólio de sementes promete plantas resistentes à seca, à salinidade e doenças, entre outras. “Porém, são promessas feitas há 20 anos. O que se vê até agora são plantas resistentes a herbicidas e que carregam seus próprios inseticidas. Tudo isso vem para a mesa. Os transgênicos reforçam a ideia do filme O Veneno está na Mesa, de Silvio Tendler”, afirma. A empresa norte-americana Dow Agroscience anunciou a inauguração de um centro de pesquisas biotecnológicas em Cravinhos, no interior paulista. Com os novos laboratórios, numa área de 4 mil metros quadrados, a empresa pretende incrementar estudos para encurtar em dois anos o tempo para o desenvolvimento de novas sementes transgênicas. Atualmente, a Dow produz sementes de algodão e, em parceria com a Monsanto e com a Du Pont, variedades de milho – todas geneticamente modificadas. Com a ampliação, pretende criar novos híbridos transgênicos sob medida para as condições de clima e solo brasileiros e assim elevar em 80% sua produção voltadas às lavouras da América Latina. De acordo com a assessoria de imprensa da Dow, serão realizadas na planta de Cravinhos etapas do processo de modificação genética até então feitos em laboratórios localizados nos Estados Unidos, bem como testes de regulamentação, controle de qualidade de sementes e outras análises de proteínas transgênicas. Para produzir mais transgênicos no Brasil, a Dow investiu mais de US$ 100 milhões de 2013 para cá. Na filial brasileira, 280 funcionários trabalham exclusivamente em pesquisa e desenvolvimento de inseticidas, fungicidas, herbicidas e sementes geneticamente modificadas. Patrocinadora dos Jogos Olímpicos de 2016, que serão disputados no Rio de Janeiro, a multinacional tem sede em Indianápolis, Indiana, nos Estados A Dow, que já produz sementes de algodão e milho transgênicos, pretende quase que dobrar sua participação no mercado Unidos. No ano passado, suas vendas em todo o mundo chegaram a US$ 7,3 bilhões. Os planos da Dow de incrementar pesquisas são divulgados num momento em que a resistência aos OGM volta à pauta. Com o avanço no Congresso do Projeto de Lei 4.148/2008, do deputado federal Luis Carlos Heinze (PP-RS), que desobriga informações nos rótulos dos alimentos sobre a presença de transgênicos, setores organizados da sociedade reacenderam a discussão sobre os riscos dos OGM. De 2005 para cá, foram autorizadas no país 21 variedades de milho, cinco de soja, 12 de algodão e uma de feijão – ainda não cultivada comercialmente. Uma das variedades de soja (RR) ocupa 21 milhões de hectares. A área total cultivada com sementes transgênicas está na faixa dos 45 milhões a 50 milhões de hectares. Ainda não há estudos que garantam a segurança dos transgênicos à saúde humana e ambiental. E como muitas dessas sementes trazem os genes de bactérias capazes de matar pragas – sem contar o fato de que onde tem transgênico tem uso aumentado de agrotóxicos –, há indícios de que podem ser nocivas. Pesquisas mostram que os agrotóxicos causam diversos tipos de câncer e danos ao sistema nervoso central e a diversas glândulas no organismo humano. A marca está associada ao maior acidente químico já acontecido no mundo. Entre os dias 2 e 3 de dezembro de 1984, em Bhopal, na Índia, vazaram 40 toneladas de gases letais de uma fábrica de pesticidas da Union Carbide. A Dow, que posteriormente comprou a fábrica localizada na cidade indiana, se recusava a assumir a responsabilidade pela contaminação do solo e do lençol freático de Bhopal. Fonte: Rede Brasil Atual NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 19 CIGARRO MATA UMA PESSOA A CADA SEIS SEGUNDOS, DIZ OMS Agência da ONU afirma que número de vítimas de doenças relacionadas ao tabagismo pode chegar a 8 milhões por ano até 2030 e recomenda aumento do imposto sobre cigarro para reduzir o consumo é extremamente baixa, e alguns nem têm impostos sobre o produto, afirmou a agência da ONU. – Elevar os impostos sobre o tabaco é uma das maneiras mais efetivas de reduzir o consumo de produtos que matam e, ao mesmo tempo, gerar lucros substanciais – afirma no relatório a diretora-geral da OMS, Margaret Chan. O tabagismo é um dos quatro principais fatores de risco de doenças não transmissíveis, como câncer, doenças cardiovasculares e pulmonares e diabetes. Em 2012, essas enfermidades mataram 16 milhões de pessoas abaixo dos 70 anos, sendo mais de 80% dessas mortes registradas em países pobres ou com rendimento médio. C erca de 6 milhões de pessoas morrem de doenças relacionadas ao tabagismo por ano, afirmou a Organização Mundial da Saúde (OMS). Isso equivale a uma morte a cada seis segundos. A quantidade é maior que as vítimas da aids, da malária e da tuberculose somadas e deve subir para 8 milhões até 2030, a não ser que medidas rígidas sejam tomadas para controlar a “epidemia do tabaco”. No relatório A Epidemia Global do Tabaco 2015, a OMS recomendou que governos aumentem os impostos sobre cigarros, sugerindo que 75% do preço de um maço sejam tributos. Há 1 bilhão de fumantes no mundo, mas em muitos países a taxação sobre cigarros Douglas Betcher, especialista da OMS em prevenção de doenças não transmissíveis, citou evidências de países como China e França, onde impostos mais altos sobre o cigarro ajudaram a reduzir o consumo e estimularam muitos a parar de fumar. Em países ricos, pesquisas mostram que aumentar o preço do tabaco em 10% reduz o consumo de cigarros em 4%, segundo o relatório. No entanto, desde 2008, quando em 22% países os tributos correspondiam a mais de 75% do preço de um maço de cigarros, apenas mais 11 países elevaram os impostos ao nível adequado, disse a OMS. – Este relatório confirma que uma falha em aumentar impostos sobre produtos do tabaco certamente levará a mais mortes prematuras e doenças, particularmente em países de rendimento baixo e médio com grande número de fumantes e onde o tabaco é acessível – comentou José Luis Castro, presidente da Fundação Mundial do Pulmão (WLF, na sigla em inglês). Fonte: Correio do Brasil NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 21 ESTUDO MOSTRA AUMENTO DE CASOS DE CÂNCER ORAL NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 Antes associado ao fumo e ao consumo de álcool, o câncer oral aparece agora em jovens associado à infecção por HPV 22 U m estudo feito por pesquisadores do Instituto A.C. Camargo mostrou que o número de casos de câncer oral no mundo duplicou na faixa entre 30 e 44 anos, principalmente entre os homens. Quando se compara o período de 2001 a 2010 ao de 1991 a 2000, verifica-se que nessa faixa etária a incidência entre os homens subiu de quatro para dez casos a cada 100 mil habitantes. Entre as mulheres, o número passou de dois para cinco. O estudo foi feito pela epidemiologista Maria Paula Curado. Estima-se que neste ano sejam diagnosticados no Brasil cerca de 15 mil casos da doença. Este é o sétimo tipo de câncer mais comum no país – 70% a 80% dos diagnósticos ocorrem quando a doença já está em fase avançada. De acordo com estimativas do Instituto Nacional de Câncer (Inca),15 mil brasileiros serão diagnosticados com câncer oral em 2015. No mundo, a previsão é de 14 milhões de casos novos e de 8 milhões de mortes. Destes, o câncer de cavidade oral representa 300 mil casos novos e (2,1%) e 146 mil mortes (1,8%) em ambos os sexos. Segundo o diretor de Cabeça e Pescoço do A.C. Camargo e presidente do 5º Congresso da Academia Internacional de Câncer Oral, realizado em São Paulo, Luiz Paulo Kowalski, esse tipo de câncer esteve historicamente associa- De acordo com Kowalski, muitos dos diagnósticos são feitos tardiamente porque as pessoas não percebem nenhuma alteração, já que a doença não causa dor, sofrimento ou incômodo. “Isso acontece nas fases mais avançadas da doença. Na fase inicial, não dói. Então, os pacientes têm feridas, caroços na boca e na garganta e não dão muita importância, passam semanas e meses com os sintomas sem tomar uma atitude. Muitas vezes, quando vai ao médico ou ao dentista, que não é especialista, ele não suspeita dessa lesão inicial.” do a homens mais velhos, tabagistas e consumidores de álcool. “O que mais preocupa é que alguns desses tumores em pacientes jovens estão associados à infecção pelo HPV em dois terços dos casos. Isso está sendo investigado, porque não temos nenhuma informação sobre quais são as reais causas nesses casos.” Kowalski chamou a atenção para uma das ferramentas que poderiam ser usadas, a partir de agora, para prevenir a doença no futuro: a vacinação contra o HPV também para os meninos. O sistema de prevenção já é usado para meninas a partir dos 12 anos. “O que precisamos ter agora é um resultado satisfatório de redução da incidência e mortalidade pela doença. Se não começarmos agora, isso não vai acontecer.” Além disso, o médico alerta que é preciso evitar contato com saliva e objetos de outras pessoas que possam estar contaminados. Kowalski ressaltou que é preciso ficar atento a lesões que durem mais do que duas ou três semanas. Tais lesões podem aparecer em qualquer ponto da boca, mas normalmente são observadas na língua ou embaixo dela. “As lesões do câncer de boca podem ter aparência de lesões comuns. Por isso, as pessoas acabam achando que são coisas corriqueiras. A diferença é o tempo que elas duram. Todo mundo que já teve uma afta sabe como dói.” O tratamento é a cirurgia e, para os casos mais avançados, o complemento com quimioterapia ou radioterapia. Podem ainda ser recomendadas as duas coisas. “Conseguimos remover tumores de tamanhos diferentes e fazer reconstruções que trazem uma boa reabilitação funcional e estética. Mas existem avanços que trazem menos efeitos colaterais.” Charles Cleber Silva Cysne, de 43 anos, foi diagnosticado com a doença em julho de 2011. Ao fazer um exame de rotina, descobriu o câncer na amígdala esquerda. Pouco antes, ele já havia percebido um inchaço em um linfo no queixo, mas não deu muita atenção a isso, porque não sentia dor. Após passar por consulta com o clínico geral, ele foi encaminhado a um oncologista especializado em cabeça e pescoço, que diagnosticou o câncer. – O tumor já estava adiantado e era dos mais complicados. Daí em diante, segui o que mandaram fazer: três quimioterapias, que foram satisfatórias. Fiz outras três sessões e 38 radioterapias. Mesmo assim, fizeram uma cirurgia para retirar 18 linfos, por prevenção. O tratamento durou nove meses. De lá para cá, é só cuidar das sequelas, que são dores musculares intensas, infecções de ouvido e perda da capacidade de salivação – disse Charles Cysne. Na mesma época, ele teve a notícia de que sua mulher, com quem era casado há quase 20 anos, estava grávida. “Foi todo tipo de emoção misturado. A vida muda totalmente. Muda com a criança, e o câncer leva mais longe ainda. A época da rádio foi muito difícil. Era olhar ela [criança] e, ao mesmo tempo, fazer o tratamento. Minha filha acompanhou tudo e até hoje me dá força e sabe quando estou mal.” Charles, que fez 46 anos sexta-feira, disse que nunca se importou muito com datas comemorativas, mas agora comemora todos os dias, agradecendo por ter tido mais uma chance. Fonte: Correio do Brasil NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 23 PICARETAGEM QUÂNTICA LUSITANA ATACANDO EM TERRAS D’ALÉM MAR Por Leandro R. Tessler H á poucos dias uma pessoa próxima me disse que ia a São Paulo submeter-se a um exame através de um “scanner” para diagnóstico desenvolvido pela NASA. Essa pessoa vem sofrendo de dor crônica e não gosta da ideia de submeter-se ao tratamento proposto pela medicina. O tal scanner esteve em exibição no VIII Congresso Brasileiro de Qualidade de Vida. NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 A existência de um tal aparelho e a menção à NASA despertaram meu ceticismo. Aparelhos sérios são apresentados em artigos científicos e em encontros profissionais, não congressos de qualidade de vida. 24 Quando eu era menino o sucesso das missões Apollo conferiram à NASA uma aura de engenharia (na época eu pensava que era ciência, mas hoje entendo que tratava-se de engenharia) de primeira qualidade. Tudo o que vinha da NASA devia ser de fronteira, muito bom. Afinal, eles conseguiram por muitas vezes mandar gente à lua e trazê-los de volta à terra em segurança. Nos últimos anos a NASA passou por crises gerenciais que culminaram nos acidentes fatais com os ônibus espaciais e mesmo de razão-de-ser (é realmente necessário mandar gente para o espaço?). Mesmo assim, José Joaquim Lupi, um engenheiro portu- guês deve pensar que a NASA ainda é um carimbo de qualidade tecnológica e decidiu adotá-lo em sua fraude. Trata-se do SCIO (Scientific Consciousness Interface Operations) / QXCI (Quantum Xrroid Conscience Interface). Segundo a página da Neuroquantum, empresa que produz e vende a engenhoca, ela foi mesmo “desenvolvida por cientistas que trabalharam na NASA , com base nos sistemas de monitorização bio-energética dos astronautas”. Monitorização bioenergética dos astronautas? Sejamos sérios... Tem mais: Como funciona? “Depois do SCIO/ QXCI ter medido os níveis de vitaminas, amino ácidos, nutrientes, alimentos, minerais, enzimas, açucares naturais, toxinas, niveis hormonais, tónus muscular, doenças, bactérias, bolores, fungus, virus, bem como o estado de saúde e o equilibrio dos orgãos internos, então compara estes valores com uma “norma”. Revela tanto os aspectos negativos como tambem os aspectos positivos. No entanto, para tentar melhorar e revitalizar a saúde, temos tendência a focalizar-nos mais nos aspectos negativos, do que nos positivos. Em alguns casos vai acrescentar frequências, e noutros casos pode invertê-las para ou reforçar, ou contrapôr às resonâncias próprias do corpo.” Como ele obtém toda essa informação? “O SCIO liga-se ao cliente através de bandas colocadas estrategicamente na testa, pulsos e tornozelos.” Qual o princípio de funcionamento? “Por que o SCIO/QXCI se baseiam na Fisica Quântica, é dificil explicar muito brevemente como funcionam estas terapias. Durante a terapia , o SCIO/QXCI, medem os padrões de resonância/reactância do corpo e determinam que melhoria ocorreu no periodo de tempo decorrido desde a ultima medida (menos de 1 segundo antes). Se se verifica uma melhoria a ressonância de entrada é alterada energéticamente. Mantêm-se cada parâmetro benéfico enquanto for útil, e adapta-se á medida das necessidades detectadas. Para mais informação e melhor compreensão, a Internet oferece extensa informação sobre Física Quântica.” Quanto custa? “Atualmente 15 mil euros excluindo impostos.” Ah, bom, agora entendi. Vou tentar traduzir: Trata-se provavelmente de um medidor de bio-impedância conectado a um computador que pretende a partir disso medir os níveis de todos aqueles ingredientes citados acima. Claro que isso não é possível. Não tem com explicar, não porque os princípios se baseiam na física quântica, mas simplesmente porque não tem explicação mesmo. Há mais (des)informação na página da Associação Ibero-Americana de Terapias Quânticas, fundada e presidia pelo próprio Lupi e no Instituto Neuro Quantum, presidido adivinhem por quem, e ainda na Bioquantica. Pode piorar? Claro que sim, pois uma fraude nunca limita-se a uma engenhoca. A “tecnologia” teria sido criada pelo “Prof Dr William Nelson”. Tem uma suposta biografia dele no blog Medicina Quântica, que foi traduzida do The Quantum Centre. Toda essa biografia é uma fraude, como mostrado no ótimo Occam’s Donkey, uma mistura da navalha de Ockham com o burro do Shrek. Há material sobre o Sr. Nelson também no Bad Science. Um artigo no Seattle Times levantou em novembro de 2007 muito sobre a verdadeira biografia do picareta. Citando o artigo: “Nelson faz afirmações extraordinárias sobre sua vida. Ele diz ter trabalhado como consultor para a NASA, ajudando a salvar a problemática missão Apollo 13 quando ainda era adolescente. Ele orgulha-se de ter sido um ginasta reserva na equipe olímpica americana em 1968. Ele afirma ter 8 doutorados, incluindo em medicina e direito. Seu CV foi obtido pelo Seattle Times. Nada disso pode ser verificado. A NASA não tem registro algum de seu emprego. Ele não foi um atleta olímpico. Seus “doutorados” vêm de universidades não reconhecidas nos EUA ou de cursos por correspondência. O Seattle Times relata vários casos em que pacientes com câncer foram convencidos por charlatães que se utilizam de aparelhos SCIO/QXCI a substituir seus tratamentos médicos pela SCIO/QXCI, resultando em mortes inevitavelmente dolorosas. Eles provavelmente morreriam de qualquer forma, mas os charlatães retiraram deles qualquer esperança de sobrevivência. O marido de uma das vítimas é um diretor aposentado da Microsoft e analisou o código-fonte do software. Ele gera resultados ao acaso. Uma fraude completa. Obviamente Nelson teve problemas com a FDA, a agência americana que regula esse tipo de equipamento. Ele foi condenado em 9 processos e fugiu dos Estados Unidos. Hoje ele vive em Budapest, de onde controla seus negócios e também se apresenta no Club Bohemian Alibi com o nome artístico de Desiré Dubounet. É isso mesmo, nosso genial inventor faz um biquinho como travesti depois do expediente. Os 15 mil euros por máquina aparentemente não são suficientes para garantir o leitinho das crianças. Que podemos esperar do senhor Lupi, representante luso do grande Nelson/Dubounet? Filho de peixe peixinho é, diz o ditado. Uma rápida olhada em seu currículo revela um amontoado de fraudes. Ele é supostamente professor/autor da Faculdade Integrada da Grande Fortaleza, que ficou na posição 574 na categoria “Outros” do Indice Geral de Cursos divulgado pelo MEC. Não é bem um brilho acadêmico. Na verdade muito ruim. Lá eles oferecem os seguintes cursos de extensão a distância: Anatomia, Especialista em Biofeedback SCIO, Fisiologia, Terapias Quânticas, Profissional avançado de biofeedback SCIO, Técnico de aplicação profissional de biofeedback SCIO, Técnico de operação e navegação e Educador quântico. Oba, vou me formar Educador quântico!!! Ou quem sabe em Anatomia a distância? O Sr. Lupi diz ser “SCIO / QXCI Advanced TRAINER” formado pela IMUNE, ou International Medical University of Natural Education. Na página institucional em lugar de medicna encontramos trailers de vários filmes sobre a gloriosa vida do “Professor” Bill Nelson, inventor do SCIO / QXCI. O senhor Lupi oferece certificação em SCIO (até o nível de master!), com uma lista de pessoas certificadas que inclui brasileiros! Pela lei brasileira não cabe ao Sr. Lupi certificar profissionais NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 25 de saúde quaisquer que sejam. elétrico da pessoa, através da sua reatividade eletrofisiológica medida nos níveis mais inconscientes, nos meridianos de acupuntura, no sistema nervoso autônomo e até na reatividade do cérebro vai permitir um diagnóstico completo, rápido. Espero que os conselhos profissionais brasileiros e portugueses tenham o bom senso de evitar em nossos países o que ocorreu nos Estados Unidos. Gente que usa o SCIO para diagnóstico e tratamento deve ser punida por exercício perigoso e ilegal de profissão da área da saúde. • Agradeço à Lygia por ter me falado sobre o “scanner desenvolvido na NASA”. Esse foi um dos posts mais surpreendentes que já escrevi. PS: Depois de escrever esse texto descobri que há vídeos do próprio senhor Lupi mostrando sua máquina quântica milagrosa no You Tube. Ele afirma coisas desse teor: • • “A função dessa terapia quantica é permitir levar de novo o ser humano a sua dimensão integral de corpo, mente e espírito. O diagnóstico é feito pelo corpo energético. Então o corpo O princípio do reequilíbrio bioenergético, tocando os quatro níveis de cura do ser humano: físico, emocional, mental e energético, permite tocar todo o tipo de perturbação de saúde e bem estar. A terapia quantica, ao entrar na base da essência do quantum, que está na base de tudo, vai permitir inter-relacionar os aspectos físicos, mentais, emocionais e energéticos da pessoa e então levar uma abordagem integrada que é mais rápida e definitiva.” Desnecessário dizer que isso é um monte de frases sem sentido mas que impressionam os incautos. O corpo energético, o corpo elétrico, a reatividade eletrofisiológica, os quatro níveis de cura, a base da essência do quantum... Pra piorar, no vídeo aparece a célebre equação E=mc2. O único problema é que essa equação é uma expressão relativística, que não tem absolutamente nada a ver com mecânica quântica. Desconfio que a compreensão que o Sr. Lupi tem de mecânica quântica seja bastante limitada. Grave mesmo é ele afirmar que seu equipamento “permite tocar todo o tipo de perturbação de saúde e bem estar”. Vender um aparelho que cura todos os males tem um nome, que é o mesmo em português do Brasil e de Portugal: charlatanice. Leandro R. Tessler Físico (UFRGS), Mestre em Física (Unicamp), Ph. D. (Tel Aviv University). Atualmente sou Professor Associado do Instituto de Física “Gleb Wataghin” da Unicamp. Faço pesquisas com luminescência de elementos das terras raras em semicondutores e também em Ensino Superior, Internacionalização do Ensino Superior, Inclusão Social, Ação Afirmativa e Divulgação Científica. NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 Fonte: Cultura Científica 26 9 DICAS PARA DETECTAR FRAUDES NA SAÚDE 3. Como prova da sua eficácia, apresentam uma série de testemunhos de pessoas a dizer que funcionou, mas nunca estudos clínicos ou estatísticos comparados. 4. O tratamento serve, invariavelmente, para diferentes tipos de doenças. N este momento, o mundo das Terapêuticas Não Convencionais está a ser completamente vandalizado por algo chamado Medicina Quântica. Pseudos-cientistas(*) pretendem fazer diagnóstico com uma simples máquina ligada a um portátil. Como podemos saber se a medicina quântica é válida? Em primeiro lugar pela sua capacidade de diagnóstico usando tecnologia de ponta. Não acha estranho que esta máquina seja capaz de fazer diagnósticos que rivalizam com a tecnologia mais avançada de radiologia e medicina nuclear? depois vai desaparecer e dar lugar a outra com um nome diferente mas baseada nas mesmas ideias erradas e nas mesmas manipulações científicas. Apesar do avanço da medicina científica, que num século duplicou a nossa esperança de vida, ainda há quem entregue a sua saúde a métodos e remédios alternativos. Muitos deles não passam de fraudes. A saúde é uma das coisas que mais falta fazem quando não se tem. Somos capazes de tudo para recuperá-la, até acreditar cegamente na eficácia das terapias mais absurdas. Os vendedores de falsas esperanças sabem-no e pululam por aí. Manter a pulga atrás da orelha Como é possível ligar dois ou 3 fios ao corpo e através da “medição das correntes elétricas do mesmo” ser capaz de fazer diagnósticos relativos à presença de hérnias discais? Como é possível diagnosticar determinados problemas de saúde sem sequer recorrer a análises de sangue? A resposta é simples: não é possível. A tecnologia que a medicina quântica advoga possuir pertence ao reino da magia. A medicina quântica apareceu, está na moda e vai vender muito e Se receber informação sobre algum tipo de terapia não-convencional ou tratamento natural e não ficar convencido da sua seriedade científica, lembre-se destas considerações: 1. Quase todos os remédios infalíveis afirmam poder curar uma doença que ainda não tem tratamento conhecido. 2. A cura costuma basear-se num ingrediente especial, secreto ou proveniente de uma fórmula antiquíssima. 5. Referem-se sempre às doenças de modo geral; dizem, por exemplo, “o cancro”, embora haja muitos tipos de tumores malignos, que exigem tratamentos diferentes. 6. É rápido, simples e (era o que faltava!) nunca implica efeitos secundários. 7. Garantem que se fica curado, pois limpa o organismo. 8. Se suscita dúvidas e receios, é porque existe uma conspiração por parte do mundo da medicina convencional e das multinacionais farmacêuticas para desvalorizar a sua eficácia e resultados. 9. Verificar junto a ANVISA e ao CFM - Conselho Federal de Medicina se tem algum registro. Em suma, é preciso saber distinguir entre terapias alternativas genuínas, as que já demonstraram a sua eficácia e são seguras; terapias experimentais não-testadas, as que ainda estão em fase de ensaio mas se considera poderem ser eficazes; e terapias questionáveis, as que não foram testadas nem apresentam argumentos científicos para se pensar que sejam plausíveis. (*)Pseudocientistas têm conhecimento e compreensão deficientes ou superficiais da ciência bem estabelecida. Fonte: Acuforma/Superinteressante NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 27 NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 28 10 COISAS SOBRE O MAIS MÉDICOS QUE A MÍDIA CONVENCIONAL NÃO CONTA PARA VOCÊ Por Cynara Menezes, do blog Socialista Morena O programa cobre 3.785 municípios, sendo que 400 deles nunca haviam tido médicos. Os 34 distritos indígenas contam hoje com 300 médicos; antes não tinham nenhum. nais em áreas rejeitadas pelos médicos brasileiros. H á dois anos, no dia 8 de julho de 2013, o Brasil foi tomado por uma onda de ira corporativista contra um projeto que visava ampliar a oferta de médicos especializados em saúde da família no País. Naquele dia, o governo baixou a Medida Provisória (MP) criando o programa Mais Médicos, que previa a importação de médicos de diversos países, inclusive cubanos. O Conselho Federal de Medicina (CFM) e a oposição ao governo tentaram, de todas as formas, impedir que os estrangeiros viessem suprir a carência de profissio- Médicos cubanos chegaram a ser vaiados e insultados por colegas em sua chegada no aeroporto de Fortaleza (CE), em uma atitude que surpreendeu os dirigentes da OPAS (Organização Pan-Americana de Saúde), parceira do governo federal no programa. “Nunca pensei que fosse chegar a este extremo de preconceito e até racismo, que fossem dizer que as médicas cubanas pareciam empregadas domésticas, que os médicos negros deveriam voltar para a África ou que eram guerrilheiros disfarçados”, lamenta o representante da OPAS/OMS no Brasil, Joaquín Molina. Neste meio tempo, sempre que a mídia brasileira noticiou o programa foi para contar quantos cubanos fugiram para Miami ou os erros que porventura cometeram, ainda que nunca tenha se concretizado nenhuma condenação. Molina se queixa que, cada vez que era procurado pelos jornais para defender o programa, ganhava um parágrafo na reportagem, contra dez do presidente do CFM atacando a ideia. “Pessoalmente, acho que a mídia brasileira privilegia a notícia ruim. Nunca vi uma manchete positiva neste país”, critica. Reuni neste post 10 pontos que a imprensa não destacou para que as pessoas possam conhecer melhor o programa Mais Médicos. Confira: 1. O número de médicos na atenção básica à população na rede pública do País foi ampliado em 36%: tinha cerca de 40 mil antes do programa e ganhou 14.462 profissionais, entre eles 11.429 cubanos e 1.187 com diplomas de outros países. A lei priorizou os brasileiros, mas apenas 1.846 se inscreveram na primeira convocatória. Este ano, a situação se inverteu e 95% das 4.146 vagas foram ocupadas por médicos brasileiros. 2. Além de serem reconhecidos como excelentes médicos de saúde da família, a principal vantagem dos médicos vindos de Cuba, segundo a OPAS, é que vieram todos de uma vez, em um pacote. Outra vantagem é que qualquer abandono que não seja por razões de saúde é coberto pelo governo NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 29 cubano, que envia outro profissional sem nenhum custo adicional para o governo brasileiro. A OMS situa o sistema de saúde cubano entre os 39 melhores do mundo; o sistema de saúde brasileiro aparece na 125ª posição. Ao contrário dos brasileiros e profissionais de outros países, os cubanos também não escolhem para onde querem ir, é o ministério e a OPAS que decidem para onde serão designados. NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 3. Os médicos cubanos ganham R$ 3 mil por mês; os outros R$ 7 mil do salário previsto no acordo vão para o governo de Cuba. Ainda assim, o pagamento que recebem no Brasil é 20 vezes superior ao que receberiam em sua ilha natal. Além disso, os municípios arcam com todas as despesas: transporte, moradia e alimentação. Ou seja, o cubano praticamente não gasta o dinheiro que recebe. 30 4. Uma avaliação independente feita em 1.837 municípios revelou um aumento de 33% na média mensal de consultas e 32% de aumento em visitas domiciliares; 89% dos pacientes reportaram uma redução no tempo de espera para as consultas. Uma pesquisa feita em 2014 pela UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais), baseada em 4 mil entrevistas em 699 municípios, revelou que 95% dos usuários estão satisfeitos ou muito satisfeitos com o desempenho dos médicos. 86% dos entrevistados afirmaram que a qualidade da atenção melhorou após a chegada dos profissionais do Mais Médicos e 60% destacaram a presença constante do médico e o cumprimento da carga horária. Queridos por seus pacientes, vários médicos cubanos têm sido homenageados pelas câmaras municipais por seu trabalho no Brasil. 5. O programa cobre 3.785 municípios, sendo que 400 deles nunca haviam tido médicos. Os 34 distritos indígenas contam hoje com 300 médicos; antes não tinham nenhum. Entre os yanomami, por exemplo, houve um aumento de 490 atendimentos em 2013 para 7 mil em 2014, com 15 médicos cubanos dedicados à etnia com exclusividade. 99% dos médicos que atendem os índios no programa são cubanos. 6. Um dos trabalhos mais interessantes desenvolvidos pelos médicos cubanos nas aldeias indígenas é o resgate da Medicina Tradicional, com o uso de plantas. Na aldeia Kumenê, no Oiapoque (AP), o médico Javier Lopez Salazar, pós-graduado em Medicina Tradicional, atua para recuperar a sabedoria local na utilização de plantas e ervas medicinais, perdida por causa da influência evangélica. O médico estimulou os indígenas a buscar as canoas defeituosas e abandonadas nas beiras dos rios para transformá-las em canteiros de uma horta comunitária só com ervas medicinais, identificadas com placas e instruções para uso. 7. Ao contrário do que os jornais veiculam, os médicos e médicas cubanos não são proibidos de se casar com brasileiros. Existe uma cláusula que os obriga a comunicar os casamentos para evitar bigamia em seu país natal, segundo a OPAS. Os casos de romances entre médicos/as e brasileiros/ as são numerosos. Houve até uma prefeita em Chorrochó, na Bahia, que se casou com um médico cubano. 8. Desde que o programa Mais Médicos começou, 9 médicos cubanos morreram: cinco por enfarto, 3 por câncer e 1 por suicídio (em 2014, um médico de 52 anos, ainda em treinamento, foi encontrado morto em um hotel de Brasília, possivelmente por enforcamento). Até agora, somente oito abandonaram o programa e deixaram o país rumo aos EUA. 9. O programa Mais Médicos virou modelo no continente e países como a Bolívia, o Paraguai, o Suriname e o Chile, que também sofrem com falta de profissionais, já planejam fazer projetos semelhantes. 10. Além do atendimento de saúde, o Mais Médicos inclui a ampliação da oferta na graduação e na residência médica e a reorientação da formação e integração da carreira. A meta é criar, até 2018, 11,5 mil novas vagas de graduação em medicina e 12,4 mil de residência médica, em áreas prioritárias para o SUS. Os municípios onde serão instalados os novos cursos de medicina foram escolhidos de acordo com a necessidade social, ou seja, lugares com carência de médicos. Fonte: Brasil de Fato NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 31 TRANSMISSÃO DE AIDS DE MÃE PARA FILHO CAI 50% NO BRASIL, SEGUNDO UNICEF Para o Unicef, o Brasil ainda precisa melhorar o acesso à prevenção R elatório divulgado pelo Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef ), em comemoração aos 25 anos do Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), mostra que entre 1995 e 2013, no Brasil, o número de crianças com menos de 5 anos que contraíram aids das mães caiu pela metade. Em 2013, foram detectados 374 casos de transmissão vertical da doença, últimos dados disponíveis, e o relatório não menciona quantos foram os casos de 1995. Em contrapartida, o levantamento do Unicef revela que, seguindo tendência mundial, entre 2004 e 2013 a incidência de aids em meninos entre 15 e 19 anos aumentou 53%, o que constitui um desafio para o país. Nessa faixa etária, a incidência do vírus em meninos é 30% maior do que em meninas. Além disso, meninos que fazem sexo com outros meninos têm 10 vezes mais chances de contrair o vírus da imunodeficiência humana (HIV) do que aqueles que não recorrem à prática homossexual. Para o Unicef, o Brasil ainda precisa melhorar o acesso à prevenção, à testagem e aos serviços de atendimento e tratamento direcionados ao público adolescente. O Ministério da Saúde tem usado em campanhas de conscientização a estratégia de falar diretamente com os jovens. Segundo o relatório, a Rede Cegonha, implantada em 2011 pelo governo, tem melhorado a assistência às gestantes e aos recém-nascidos, o que pode ser visto na queda da transmissão de HIV entre mãe e filho, mas o aumento dos números relacionados à sífilis congênita mostra que os cuidados ainda precisam ser fortalecidos. Entre 1998 e 2013, a taxa de incidência de sífilis congênita em menores de um ano subiu de 1,1 para 4,7 a cada mil nascidos vivos, o que mostra deficiência no atendimento pré-natal. A doença pode provocar aborto, morte neonatal, parto prematuro e má formação do bebê. Fonte: Correio do Brasil NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 33 ESTUDOS CONFIRMAM EFICÁCIA DE VACINA CONTRA CAXUMBA, RUBÉOLA E SARAMPO Ministério da Saúde recomenda duas doses da vacina, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS) E studos clínicos detectaram anticorpos contra caxumba em 96,1% das pessoas vacinadas; em 98% contra sarampo; e em 99,3% contra rubéola. Para garantir a proteção, são necessárias duas doses, conforme recomendação da Organização Mundial da Saúde (OMS). municípios que precisam de reforço da vacinação. Vacina nas escolas O Calendário Nacional de Vacinação, do Ministério da Saúde, agenda as doses aos 12 meses, com a tríplice, e aos 15 meses, com a tetraviral, que também imuniza contra varicela. A vacina também está disponível para pessoas até 49 anos, a depender da situação vacinal. Nesta segunda-feira (13), o Ministério da Saúde participou de reunião com o grupo técnico assessor de imunização do Estado do Rio de Janeiro e com sociedades científicas. Na reunião, foi reforçada a estratégia de bloqueio à caxumba nas escolas, onde ocorreram casos da doença, vacinando as pessoas consideradas suscetíveis – ou seja, alunos de quaisquer faixas etárias e profissionais das escolas que não tenham recebido duas doses da vacina. Embora a cobertura vacinal do Brasil seja alta, em média de 95%, ela não é igual em todas as localidades. Por isso, é importante os gestores locais analisarem a cobertura vacinal para identificar quais são regiões dos Paralelamente, o atual calendário básico de vacinação está mantido, com as duas doses de imunização contra a caxumba, aos 12 meses e aos 15 meses de vida da criança. As secretarias municipal e estadual de Saúde do Rio de Janeiro já estão realizando o rastreamento dos pontos onde há casos da doença e vacinando as pessoas suscetíveis. O Ministério da Saúde colocou à disposição das autoridades de Saúde do Rio de Janeiro uma equipe do Programa de Treinamento em Epidemiologia Aplicada aos Serviços do Sistema Único de Saúde (Episus) para apoiar a investigação de casos de caxumba. É importante destacar que a caxumba é considerada uma doença de evolução benigna e a maioria das pessoas está protegida contra a doença depois de receber duas doses da vacina. Vale ressaltar que já ocorreram surtos em outros estados e em outros países. A mesma conduta, adotada pelo Ministério da Saúde e autoridades locais, foi seguida nestes casos. Fonte: Ministério da Saúde UPAS REGISTRAM MAIS DE 29 MILHÕES DE ATENDIMENTOS NO RIO NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 A 34 s Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) 24h bateram novo recorde: mais de 29 milhões de atendimentos foram realizados em 58 unidades, distribuídas nos municípios Fluminenses, até o último dia dois deste mês. Desde que foram implementadas, as UPAs já realizaram 24 milhões de exames, 1,2 milhão de atendimentos odontológicos e mais de 191 milhões de medicamentos foram distribuídos. Cerca de 99,5% dos casos foram resolvidos nas próprias unidades, desafogando os hospitais de urgência e emergência. Os dados reforçam a política implantada pela Secretaria de Saúde, que orienta o direcionamento de casos de baixa e média complexidades para as UPAs. Este modelo de atendimento foi exportado para outros estados e até para países como a Argentina. – Nas UPAs, um diferencial importante é o atendimento inicial feito por profissionais de Saúde, o que faz com que casos de maior gravidade sejam atendidos com prioridade. Temos hoje um modelo consolidado, que serve de referência para o país – explicou o secretário de Saúde, Felipe Peixoto. As UPAs oferecem as especialidades de clínica médica e pediatria, além de serem realizados exames laboratoriais, sutura, medicação e nebulização. Todas dispõem de salas de cuidados intensivos e semi-intensivos, voltadas para o atendimento de casos mais graves. Algumas unidades contam ainda com atendimento odontológico. Desde 2009, as UPAs seguem um protocolo de atendimento à dor torácica: o paciente que der entrada na unidade com quadro suspeito de infarto faz eletrocardiograma e exames laboratoriais específicos para confirmar a suspeita da doença. Sendo positivo, logo são medicados e encaminhados para a realização de exames e procedimentos complementares em unidades com profissionais especializados. Sendo negativo, o paciente, depois de medicado, permanece em observação e é acompanhado pela equipe médica na unidade. Outro procedimento realizado nas UPAs é a aplicação de trombolítico, procedimento não invasivo indicado para casos de Acidente Vascular Cerebral Isquêmico. Fonte: ORREIO DO bRASIL NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 35 DICA DO MÊS - SEMENTES SEMENTE DE ABÓBORA 1. Rica em fitoesteróis; 2. Contém ômega-3 – com efeito anti-inflamatório, protegendo as articulações de danos durante atividades físicas de impacto; 3. Rica em Ferro, além de conter vitaminas do complexo B, cálcio, magnésio, fósforo, potássio, zinco SEMENTE DE GIRASSOL 1. Fonte de vitamina E, que neutraliza radicais livres; 2. Melhora circulação sanguínea regulando batimentos cardíacos; 3. Rica em magnésio, além de conter nutrientes tais como selênio, zinco, vitaminas do complexo B, cálcio, ferro, fósforo, ácido graxo ômega-6; 4. Ajuda a prevenir a propensão ao Alzheimer; 5. Pode melhorar fogachos da menopausa; SEMENTE DE GERGELIM 1. Rica em fibras – ajuda a regular funcionamento intestinal; 2. Fonte de cálcio, manganês, cobre; 3. Rica em vitaminas do complexo B, além de conter nutrientes tais como ácidos graxos ômega-6; 4. Contém vitamina E – com ação antioxidante plexo B, além de conter excelente conteúdo de vitamina E, cálcio, magnésio, zinco e ferro; 5. Rica em lisina – aminoácido essencial para a reparação dos tecidos SEMENTE DE CHIA SEMENTE DE LINHAÇA 1. Fonte de ácido graxo ômega-3 – essencial à saúde do coração e articulações; 2. Contém cálcio - que ajuda a fortalecer ossos; 3. Rica em lignina que diminui o desequilíbrio hormonal; 4. Pode melhorar sintomas da TPM e da menopausa (como fogachos, depressão e insônia); SEMENTE DE QUINUA 1. Chamada de grão – mas é uma semente; 2. Possui baixo índice glicêmico – que ajuda a equilibrar a glicose no sangue; 3. É uma das melhores fontes de proteína de origem vegetal; 4. Possui vitaminas do com- 1. Rica em fibras insolúveis e solúveis (estas têm a capacidade de reter água, promovendo sensação de saciedade, ajudando nas dietas de emagrecimento); 2. Rica em ômega-3, cálcio, magnésio, manganês, fósforo; 3. Possui efeito antioxidante DICA – diversifique o uso das sementes, incluindo diariamente em sopas, frutas, iogurtes, batidas, saladas entre outros alimentos. Algumas podem ser consumidas puras, como petiscos (abóbora ou girassol), outras necessitam de cozimento (quinua) Sandra de Quadros Marenco Nutricionista Clínica – CRN2 0540 www.novosrumosnews.com.br Dra. Isabel Amaral Martins Bióloga, Mestre e Doutora em Neurociências NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 SOMOS ESPELHOS E REFLEXOS 36 “Não me encaixo nas formas comuns. Mas certamente tenho os meus semelhantes. Ninguém é igual a ninguém, mas também ninguém é assim tão diferente...” A busca da auto compreensão, assim como de sua transcendência, é algo inerente ao ser humano. Isso nos faz capazes de reconhecer e conhecer a nós, aos outros e ao mundo. É, nos reconhecemos uns nos outros. Procuramos, encontramos, rejeitamos, desejamos ou repudiamos, amamos enfim. A expressão de cada um e a representação que cada um tem de si ou do outro são resultado de experiências e do processamento interno dessas experiências. Possuímos uma organização cerebral com um sistema de representação que nos faz reconhecer o outro, identificar o que quer que nos possa chamar a atenção, atrair ou provocar outras diferentes percepções, sentimentos e reações. Neurônios-espelho no córtex cerebral produzem as representações que contribuem para a formação do significado de cada reconhecimento. É fácil notarmos características e até mesmo simples movimentos que possam expressar algo pra nós, mesmo de modo instintivo, e espontaneamente, isso acaba interferindo em nossas próprias expressões. Possuímos esse sistema de representação no cérebro, que funciona como um circuito espelho-resposta, o qual nos promove reações quase instintivas, que podem ser de atração, insights de confrontar o que vemos de semelhante e por vezes até impulsos de repúdio. Algumas vezes imitamos o outro sem nos dar conta, e em algumas situações, caímos na real do porquê de sermos do jeito que somos: Somos espelhos uns dos outros. Ver o outro também nos serve para reconhecer a nós mesmos e quer queiramos admitir ou não, muitas vezes encontramos nossos próprios defeitos ou fragilidades quando esses sinais nos chamam muita atenção nos outros. Rejeitamos muitas atitudes dos outros, principalmente a partir de julgamentos de percepção, que por vezes podem ser mesmo injustos, na medida em que não resultam de análises profundas, ou nem mesmo de contra-respostas vindas da outra parte. Ao seguirmos nossas “primeiras impressões”, muitas vezes esquecemos de que somos capazes de comparar, reconsiderar e mais amplamente compreender. Devíamos usar esses processos para entender melhor acerca do que o outro é e do que se constitui, muito além do que apenas aquilo que representa pra nós. Nem sempre o que observamos e interpretamos é a expressão desejada pelo outro, ou o que ele realmente é. Comumente existe um abismo entre nós, nossas percepções, as per- cepções do outro e quem o outro é de verdade. Esse caminho pleno de surpreendentes possibilidades pode ser um imenso campo de experiências e descobertas mútuas, e tudo depende do modo como nos envolvemos nesse compartilhar. Não é raro criticar o outro por algo que nós mesmos fazemos, condenar outro por algo de que nós mesmos somos responsáveis. Ainda temos muito a aprender, ou quem sabe, poderíamos desaprender tantos preconceitos, dissolver tantos julgamentos, desconsiderar tantas exigências que impomos aos outros sem oferecer a troca. A natureza nos permitiu reconhecer o outro para que pudéssemos compartilhar, descobrir, experimentar juntos. Simplesmente reconhecer que cada um de nós é pleno de possibilidades e potencialidades, essencialmente não boas ou ruins, são apenas ferramentas de oportunidades. Ao invés de identificarmos tão enfaticamente os “defeitos” nos outros e esquecermos dos nossos próprios, podemos aprender a aproveitar essas oportunidades para crescer reconhecendo que estamos juntos para evoluirmos juntos. Pois é porque não somos criaturas concluídas, que podemos evoluir, podemos nos tornar melhores. E isso é infinitamente potencializado quando compartilhamos. Ninguém é melhor ou pior em essência, tudo depende do que fazemos com o que podemos ser. Depende dessa escolha. Pode ser muito mais uma bênção poder compartilhar com cada pessoa que cruza nosso caminho e nos mostra algo a mais para melhorarmos, tanto mais para aprendermos e mais ainda para compartilharmos com os outros. Certas descobertas não seriam possíveis se nós não pudéssemos conviver e compartilhar. Aliás, sem o compartilhar, as experiências não teriam a significância e a intensidade que podem ter, e nossos cérebros altamente desenvolvidos não poderiam experimentar realmente suas tantas potencialidades. A felicidade, por exemplo, só é realmente experimentada quando compartilhamos. Não basta a conquista de motivos para sermos felizes, é preciso realmente sentir essa experiência. Nem também a real compreensão, que só pode vir da experiência genuína, de que somos feitos de corpos amplamente sensíveis, seria possível sem o estímulo dos nossos sentidos, inundando nossos cérebros de provocações que o contato com os outros nos permite. Abraçar o outro nos faz sentir e saber realmente para que serve nossa pele. E nos faz entender que existimos como seres únicos, interagindo com outros seres únicos. Como espelhos, sentimos o outro e, nessa experiência, vivemos a compreensão de nossos próprios contornos, nossa pele, calor, sentidos... O grau de entendimento de si e do mundo é diferente para cada um, e a importância das experiências depende do envolvimento que temos com elas. Para cada um de nós, a compreensão de si mesmo não é uma experiência simples, limitada e definida, e também não é somente individual. Quanto mais estimulamos nossos sentidos – e, com isso, nossos cérebros e corações - mais despertamos a percepção e a compreensão de tudo aquilo que se passa conosco, e de tudo que podemos compartilhar com o mundo. Experimente! Isabel Amaral Martins -Bióloga, Mestre e Doutora em Neurociências Formação Complementar em Música, Teatro e Yoga www.bioconexoes.blogspot.com www.novosrumosnews.com.br NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 37 porque lá não há exigências escolares – e estes trabalhos tem alto grau de perigo podendo acabar em morte. Dra. Dora Lorch Psicóloga - Escritora LIMITES E ESCOLA S NOVOS RUMOS | JUNHO/JULHO 2015 e já é difícil por limites em casa, onde se supõe que os filhos gostem dos pais e não queiram decepcioná-los, imagine nas escolas. Pais querem que a escola de conta de suas demandas, e a escola quer que os pais deem um jeito dos filhos aprenderem. Quem estará com a razão? 38 Tudo piora e muito quando sabemos que as crianças que largam a escola, ou que são largadas por ela tem menor expectativa de vida, menos chance de terem uma vida digna. Ana Elisa Siqueira, diretora da EMPG Amorim Lima quando assumiu a escola foi procurar saber o que tinha acontecido com os meninos e meninas que tinham parado de estudar, e levou um susto ao constatar que eles tinham morrido. Isso mesmo, largar a escola naquela comunidade (fica próximo à USP) significava morte. Mas o mapa da violência, que saiu a pouco mostra a mesma coisa: os jovens que deixam a escola, ou que são deixados por ela, não tem como sobreviver e acabam entrando para trabalhos marginais, muitos deles ligados ao sub mundo – Nas escolas as crianças e adolescentes são tratados na maior parte das vezes com muita rigidez, com raiva até, pondo alunos de um lado e professores e diretores de outro. Isso não costuma funcionar, porque o mau feito é sintoma de que alguma coisa não está conforme, e é preciso descobrir o que isso quer dizer. Pode ser, por raiva por não ter professores adequados, por eles demonstrarem pouco caso com suas aulas, ou considerarem os alunos idiotas. Já presenciei uma coordenadora expulsando um aluno porque ele tinha desacatado a professora de química. E o menino só queria saber para que servia as reações endógenas. Como a professora não sabia responder, ele foi expulso da escola. É certo que as crianças e os jovens precisam saber que a escola tem limites e sofrer as consequências de seus atos. Como fazer isso, já é outra questão… E foi assim que um grupo de adolescentes resolveu jogar um armário escada abaixo! Claro que o armário se estragou, e que a escola toda ficou atrapalhada: como descobrir quem tinha feito isso e o que fazer com os “infratores”? Depois de muita conversa, os meninos foram identificados, e a diretoria optou por dar uma chance de concertarem o armário com pregos e martelos e orientação, e que eles deveriam pedir desculpas aos professores reunidos. Então, no sábado pela manhã, os quatro jovens rumaram escola adentro para cumprir sua missão. Via-se nos olhos deles vergonha e aflição. Nós do Florescer sabíamos a importância de reconhecer os próprios erros e de reconhecê-los publicamente; achá- vamos que parte da dignidade era reconhecer o que fazemos de bom e de mau, e concertar o que precisa der concertado. Além disso, reconhecer os erros nos coloca no lugar do que pode exigir do outro correção. Foi isso que dissemos aos meninos e foi com este espírito que eles adentraram a sala dos professores. E o diretor se pronunciou, a coordenadora, professores, os meninos se desculparam do jeito deles, e foi então que uma professora pediu a palavra: - Olha, eu quero dizer que o armário que vocês jogaram foi das minhas crianças, e eles tem entre 8 e 9 anos. Como são pequenas, não conseguem carregar muito peso, e por isso resolvi arranjar um local para que elas pudessem deixar o material, e como ficava jogado pelo corredor, arranjamos um armário. E qual não foi o espanto delas quando chegaram à escola e viram seus livros e seus cadernos esparramados pelo chão sem poder guardar. Elas me perguntaram o que elas tinham feito para vocês. Elas ficaram chocadas. Veja bem, o armário era para elas não carregarem peso, porque são pequenas. Nos olhos dos meninos, de repente tudo fazia sentido: compreenderam porque concertar o armário, e o alcance de suas ações intempestivas. Depois da reunião o grupo me disse que iria pedir desculpas para a sala da tal professora. Na verdade foi o discurso dela, fala verdadeira e direta, que mais ensinou aqueles adolescentes, e ensinou uma coisa que nossos políticos esqueceram: quando se tira ou se estraga algo púbico, estamos tirando de alguém muito parecido com a gente. Dora Lorch - psicóloga, mestre em psicologia e autora do livro “Como educar sem usar a violência” www.novosrumosnews.com.br marketing profissional rumo certo para o sucesso Credibilidade | Profissionalismo | Baixo Custo O Rumo Certo Mkt não é apenas um disparador de newsletters, ele dispara, hospeda e promove suas campanhas tranzendo diariamente milhares de pessoas para visitarem seus flyers. Rumo Certo Mkt trabalha com nuvem de IP's Randômicos Compartilhados para melhor entrega dos e-mails. Com o baixo custo que o Rumo Certo Mkt ofereçe, você pode fazer semanalmente disparos para seus clientes. Disparos Personalizados No seu nome ou de sua empresa Você pode usar seu banco de e-mails para fazer os disparos, ou do Rumo Certo Mkt. 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