A caminho da ontologia fundamental de Ser e tempo

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A caminho da ontologia fundamental de Ser e tempo
UNIVERSIDADE FEDERAL DA BAHIA
FACULDADE DE FILOSOFIA E CIÊNCIAS HUMANAS
PROGRAMA DE PÓS-GRADUAÇÃO EM FILOSOFIA
MESTRADO EM FILOSOFIA
MAXIMILIANO VILLA MUÑOZ
A CAMINHO DA ONTOLOGIA FUNDAMENTAL DE SER E TEMPO.
Anteprojeto de Pesquisa apresentado ao
Programa de Pós-graduação em Filosofia da
Universidade Federal da Bahia, como requisito
parcial para a seleção de mestrado (2014). Linha
de pesquisa: Problemas de Fenomenologia e
Hermenêutica.
Orientadora: Profª. Drª. Acylene Maria Cabral
Ferreira.
Salvador
2013
2
SUMÁRIO
1 OBJETO...........................................................................................
3
2 OBJETIVOS.....................................................................................
4
2.1 OBJETIVO GERAL
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS
3 JUSTIFICATIVA............................................................................ 6
4 ESCOLHAS TEÓRICAS E METODOLÓGICAS........................ 10
5 CRONOGRAMA........................................................................... 11
6 REFERÊNCIAS............................................................................. 12
3
1 OBJETO
O objeto de nossa pesquisa é investigar os motivos que levaram Heidegger a
considerar a fenomenologia de Husserl, nas Investigações lógicas (1900-1901),
inapropriada para acessar os fundamentos da vida fática. No caminho que vai da
problematização do caráter pré-temático da vida fática, por meio do conceito de posição
prévia [Vorhabe], em Ontologia, hermenêutica da faticidade (1923), até a
conceitualização do ser-no-mundo como estrutura existencial fundamental do Dasein1,
em Ser e tempo (1927), pretendemos pesquisar por que Heidegger precisou repensar os
pressupostos da fenomenologia husserliana. Em outras palavras, pesquisaremos por que
o trajeto filosófico de Heidegger sobre as estruturas originárias da vida fática, na década
de 1920, que desembocou na ontologia fundamental de Ser e tempo, levou à evidência
dos limites da fenomenologia transcendental de Husserl e à necessidade da virada da
fenomenologia na hermenêutica. Para enfrentar tal problemática, nos centraremos na
crítica que Heidegger fez a Husserl, nos Prolegômenos para uma história do concepto
de tempo (1925), referente ao conceito de consciência pura, e à omissão da questão
sobre o ser da intencionalidade, do sentido do ser em geral e do ser do homem.
Mediante as implicações dessas críticas na elaboração da fenomenologia hermenêutica,
tentaremos mostrar em que medida podemos considerar que, tanto de um ponto de vista
metodológico quanto temático, elas permitiram superar os impasses fenomenológicos
que impediam o acesso às estruturas originárias do Dasein e ocultavam o caráter prétemático do ser-no-mundo e da questão do sentido do ser. Adotaremos os Prolegômenos
para uma história do concepto de tempo como expoente da crítica de Heidegger a
Husserl, e como o momento em que a fenomenologia hermenêutica de Heidegger
diferenciou-se formalmente da fenomenologia transcendental de Husserl.
1
Optaremos por manter o termo Dasein para designar o ente que nós mesmos somos, em vez de traduzilo como presença ou ser-aí.
4
2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
O objetivo desse estudo é explicar os motivos que levaram Heidegger a elaborar
uma fenomenologia hermenêutica como método, e mostrar a relação entre a crítica
efetuada à sexta Investigação lógica de Husserl, nos §11,12 e 13 dos Prolegômenos
para uma história do concepto de tempo, e a ontologia fundamental de Ser e tempo que
determinou o ser-no-mundo como a estrutura existencial fundamental do Dasein.
2.2 Objetivos específicos
1) Analisar o conceito de diferença ontológica do § 22 da preleção Os problemas
fundamentais de fenomenologia (1927), e explicitar como os conceitos de ôntico
e ontológico foram fundamentais para o desenvolvimento da fenomenologia
hermenêutica.
2) Analisar o conceito de posição prévia e o caráter pré-temático da vida fática
exposto nos §16 a 26 de Ontologia, hermenêutica da faticidade, com a
finalidade de compreender os antecedentes que levaram à crítica da
fenomenologia de Husserl realizada por Heidegger nos Prolegômenos para uma
história do concepto de tempo.
3) Analisar a crítica realizada por Heidegger, no §11 dos Prolegômenos para uma
história do concepto de tempo, às quatro características da consciência pura (ser
imanente, ser absoluto, dar-se absoluto e ser puro) presente na sexta
Investigação lógica de Husserl.
4) Analisar a crítica realizada por Heidegger, no §12 e 13 dos Prolegômenos para
uma história do concepto de tempo, à omissão da questão sobre o ser da
intencionalidade, do sentido do ser mesmo e do ser do homem; presente na sexta
Investigação lógica de Husserl.
5) Analisar a definição de fenomenologia proposta no § 7 de Ser e tempo, e discutir
em que medida esta superou os impasses da fenomenologia de Husserl
expressados nas críticas de Heidegger dos § 11, 12 e 13 dos Prolegômenos para
5
uma história do concepto de tempo, e como ela possibilitou a analítica
existencial do Dasein.
6) Analisar a constituição do Dasein enquanto ser-no-mundo e os conceitos de
existência [Existenz], cura [Sorge], ocupação [Besorgen], mundanidade
[Weltlichkeit] e significância [Bedeutsamkeit] tratados nos §12, 13, 14, 15, 16,
18, 41 e 42 de Ser e tempo.
7) Explicitar o caráter pré-temático da existência do Dasein.
8) Discutir e levantar as implicações filosóficas referentes ao conceito de Dasein
enquanto ser-no-mundo, mediante a análise dos comentários de Jean Greisch de
Ontologie et temporalité: esquisse d’une interpretation intégrale de Sein und
Zeit e de Michel Haar na segunda seção de Heidegger et l’essence de l’homme, e
mostrar o impacto dessas implicações na fenomenologia husserliana da sexta
Investigação lógica.
6
3 JUSTIFICATIVA
Para Heidegger, desde a Grécia antiga, o ser foi entendido como presença do
ente e se tornou um conceito universal, indefinível e evidente por si mesmo 2. Retomar a
questão do ser tornou-se uma prioridade e um propósito para sua filosofia, tal como
podemos atestar através da ontologia fundamental proposta em Ser e tempo. Nesse
sentido podemos considerar essa obra como o resultado de uma busca ontológica que
levou ao questionamento dos fundamentos da metafísica ocidental.
A publicação dos cursos que o jovem Heidegger deu em Friburgo, entre os anos
1919 e 1923, permitem-nos perceber que a pergunta pelo sentido do ser, apesar de não
formulada nesse período, já ocupava um lugar central em suas reflexões. Segundo o
filósofo, para pensar ontologicamente a constituição da vida seria preciso esclarecer o
conceito mesmo de vida porque este conceito encontrava-se indeterminado
filosoficamente, e, portanto, ainda era pouco evidente. Frente à pergunta de como a vida
poderia mostrar-se em seu modo originário, a filosofia procurava responder esta
pergunta sob os prismas da ciência natural e de uma psicologia dedicada principalmente
aos fenômenos da consciência. A influência da matemática e da física no modelo
científico do conhecimento impedia toda aproximação ontológica da vida a não ser que
se limitasse às propriedades observáveis.
O trabalho da filosofia concentra-se cada vez mais na teoria da ciência, na
lógica em seu sentido mais amplo; e, juntamente com a lógica, na psicologia.
Ambas tomam a orientação da ciência natural; e, em particular, da teoria do
conhecimento, que, vendo-se realizado na ciência natural o conhecimento
verdadeiro, busca as condições de tal conhecimento na consciência.3 (Grifo
do autor).
Para empreender a análise das estruturas originárias da vida fática, que, anos depois,
conduziria a uma nova noção de mundo, entendida como um sistema de relações e
significações, e da existencialidade, era indispensável repensar a ontologia tanto de um
ponto de vista metodológico quanto temático. Para acessar o fenômeno da vida numa
perspectiva ontológica foi imprescindível o deslocamento da apreensão gnoseológica
para a apreensão de um plano pré-teórico, anterior a qualquer tipo de representação
2
Esses são os três preconceitos mencionados por Heidegger no §1 de Ser e tempo que têm deixado, a seu
ver, a “questão do ser” na obscuridade desde a ontologia da Grécia antiga.
3
HEIDEGGER, Martin. Ontologia: Hermenêutica da faticidade. Petrópolis: Vozes, 2012, p.76.
7
explicativa. A metafísica ocidental sempre tinha assumido como base axiomática uma
“realidade originária” inquestionável. Entretanto, para Heidegger, a pergunta principal
da filosofia era a questão dos fundamentos que permitem compreender e interpretar o
que se entende como realidade. Uma ciência originária da vida teria, necessariamente,
como ponto de partida, a vida em sua expressão mais concreta e autêntica, em sua
manifestação própria de cada instante; isto é, em sua faticidade. Por conseguinte, toda
reflexão sobre a vida fática tinha que deixar qualquer idéia pré-determinada sobre o que
é “ser homem”. Mas, por sua vez, tratar a faticidade da vida era tratar com a questão do
mundo por ser ambas questões indissociáveis entre si. No começo dos anos vinte,
Heidegger defendia que a experiência da vida não poderia ser entendida fora de uma
relação prática com o mundo.
Heidegger denominou posição prévia [Vorhabe] o modo como o Dasein se
posiciona e se situa no mundo.
O que dessa ou daquela maneira se possui de antemão em todo acesso ao ente
e o lidar com o ente o determinaremos como posição prévia. [...] Essa
posição prévia na qual o ser-aí (o ser-aí próprio em cada caso) se encontra ao
fazer esta indagação pode formular-se ao modo de indicação formal: ser-aí
(vida fática) é ser num mundo.4 (Grifo do autor).
Somente através de um compreender pré-temático do mundo como significância, as
“coisas” do mundo ganham sentido de ser, dado por quem se relaciona com elas. Assim,
Heidegger entende que a filosofia deveria partir de uma interpretação hermenêutica da
faticidade da vida para poder captar o fenômeno do mundo de um modo originário e não
limitar-se a uma visão de mundo que ignorasse tratar o fundamento ontológico do
mundo. Para ele, uma visão de mundo sempre se mantém num nível ôntico por lidar
com os entes e não com o ser do mundo. Portanto, a filosofia deveria interrogar-se sobre
o fenômeno do ser que funda toda visão de mundo e, assim, chegar ao que não se
mostra num plano ôntico. Podemos perceber como já a noção de diferença ontológica
começa a esboçar-se e sustentar o pensamento de Heidegger. Qualquer reflexão e
análise ontológica deveriam discernir e diferenciar o âmbito ôntico do ontológico. Para
tal, seria necessária a formulação de um novo método filosófico que pudesse explorar as
estruturas originárias da vida fática e do fenômeno do mundo. A investigação do sentido
do ser pela fenomenologia hermenêutica consistiu em uma “destruição” da história da
metafísica ocidental. Para voltar aos fenômenos originários, ocultos pela metafísica
4
Ibidem; p.86.
8
tradicional que restringiu a questão do ser à presença permanente e imutável do ente, era
necessário proceder a uma “destruição” crítica (no sentido de uma “desconstrução”) dos
conceitos da metafísica tradicional e dos seus modos de pensar tais conceitos herdados;
até chegar a seus fundamentos. É por isso que a “destruição ontológica” empreendida
por Heidegger não pode ser entendida como uma negação da metafísica, mas sim como
“a compreensão autêntica do sentido da história da filosofia.”5 (Tradução nossa).
Foi também durante seu professorado na Universidade de Friburgo que
Heidegger começou a distanciar-se da fenomenologia transcendental de Husserl. Para o
filósofo, esta não conseguia atingir o propósito de “voltar às coisas mesmas” por
manter-se numa atitude teórica influenciada pelas ciências matemáticas e naturais.
“Para Husserl, existe um ideal determinado de ciência, que se encontra prefigurado
nas matemáticas e nas ciências naturais de caráter matemático.”6 (Grifo do autor).
Para aceder à significância originária da vida fática, Heidegger procurou superar o
dualismo “sujeito-objeto” e o idealismo transcendental presente na filosofia de Husserl.
A fenomenologia como método deveria interrogar-se pelo que funda o fenômeno da
vida fática. Nos Prolegômenos para uma história do concepto de tempo, o filósofo
critica a fenomenologia husserliana em relação às quatro características da consciência
pura (ser imanente, ser absoluto, dar-se absoluto e ser puro), e em relação à “omissão”7
da questão do ser da intencionalidade, do sentido do ser mesmo e do ser do homem; que
representam, para ele, os limites da fenomenologia de Husserl para pensar
ontologicamente a constituição da vida fática como fenômeno originário do Dasein.
Frente a este limite, Heidegger elaborará uma fenomenologia hermenêutica, e, anos
mais tarde, dirá em Ser e tempo:
Ontologia e fenomenologia não são duas disciplinas distintas da filosofia ao
lado de outras. Ambas caracterizam a própria filosofia em seu objeto e em
seu modo de tratar. A filosofia é uma ontologia fenomenológica e universal
que parte da hermenêutica da presença [Dasein], a qual, enquanto analítica da
existência amarra o fio de todo questionamento filosófico no lugar de onde
ele brota e para onde retorna.8 (Grifo do autor).
Esta
pesquisa
pretende
investigar
os
pressupostos
que
fundaram
a
fenomenologia hermenêutica e que desembocaram na ontologia fundamental. Nosso
5
VAYSSE, JEAN-MARIE, Les problèmes fondamentaux de la phénoménologie de Heidegger. Paris:
Ellipses, 2005, p.14.
6
HEIDEGGER, Martin. Ontologia: Hermenêutica da faticidad, p.79.
7
O termo “omissão” é usado pelo próprio Heidegger nos § 12 e 13 dos Prolegômenos para uma história
do conceito de tempo.
8
HEIDEGGER, Martin. Ser e tempo. Petrópolis: Vozes, 2012, p.78.
9
ponto de partida será os Prolegômenos para uma história do conceito de tempo, no qual
Heidegger retoma e critica alguns conceitos da fenomenologia de Husserl. Nossa
finalidade é buscar e analisar a trajetória e os impasses fenomenológicos que levaram a
elaboração de Ser e tempo e do ser-no-mundo como a estrutura existencial fundamental
do Dasein. Daremos uma especial ênfase ao desenvolvimento da fenomenologia
hermenêutica, principalmente aos conceitos da analítica existencial que estão
diretamente relacionados na compreensão do ser-no-mundo, tais como o de existência
[Existenz], cura [Sorge], ocupação [Besorgen], mundanidade [Weltlichkeit] e
significância [Bedeutsamkeit]. Com esta investigação pretendemos levantar as
implicações filosóficas da relação indissociável, co-originária e mutuamente
constituinte do Dasein com o mundo. Para entender-nos a importância da analítica
existencial de Ser e tempo, tanto em sua face metodológica quanto temática, parece-nos
primordial compreender o processo que levou à elaboração da fenomenologia
hermenêutica interrogando o caráter pré-temático da vida fática, que permitiu a
Heidegger consolidar a questão do sentido do ser. Nesse sentido é interessante
observarmos
como
o
autor
foi
reformulando
conceitualmente
seu
método
fenomenológico hermenêutico. Em 1919, ele falava de uma ciência originária da vida,
em 1922 de uma ontologia fenomenológica da vida fática, em 1923 de uma
hermenêutica da facticidade e em 1927 de uma analítica existencial do Dasein.
Investigaremos também a problemática da diferença ontológica que, sendo tematizada e
nomeada somente em 1927, depois da publicação de Ser e tempo, na preleção Os
problemas fundamentais de fenomenologia, já se encontra atuante em Ser e tempo nos
conceitos de ôntico e ontológico.
O questionado da questão a ser elaborado é o ser, o que determina o ente
como ente, o em vista de que o ente já está sempre sendo compreendido, em
qualquer discussão. O ser dos entes não “é” em si mesmo um outro ente. O
primeiro passo filosófico na compreensão do problema do ser consiste em
não µuθόν tινa dιηγeῑsθaι. “Não contar estórias” significa: não determinar a
proveniência do ente como ente, reconduzindo-o a um outro ente, como se
ser tivesse o caráter de um ente possível.9 (Grifo do autor)
Nessa citação do §2 de Ser e tempo podemos notar que o ser é pensado mediante a
diferença que o distingue do ente e que a expectativa de compreendê-lo através de
categorias ônticas observáveis não são suficientes para abordar a questão do sentido do
ser. Por isto, nos parece fundamental abordar a problemática da diferença ontológica, já
que ela é transversal ao objeto de nosso estudo.
9
Ibidem, p.41.
10
4 ESCOLHAS TEÓRICAS E METODOLÓGICAS
Nossa pesquisa será desenvolvida mediante leituras, fichamentos e elaboração
de textos. As referências de caráter principal para nosso estudo serão os seguintes textos
de Heidegger: os §16 a 26 de Ontologia, hermenêutica da facticidade, os § 11, 12 e 13
dos Prolegômenos para uma história do concepto de tempo, os § 7, 12, 13, 14, 15, 16,
18, 41 e 42 de Ser e tempo e os § 2, 3, 4, 5 e 22 da preleção Os problemas fundamentais
de fenomenologia.
Ademais, com a finalidade de aprofundar e enriquecer nosso análise com relação
ao desenvolvimento da fenomenologia hermenêutica e da analítica existencial de Ser e
tempo, consideraremos como referências de caráter secundário 10, as obras de alguns
comentadores de Heidegger que trataram do tema que muito nos interessa tais como Le
concept de monde chez Heidegger de Walter Biemel, Ser-en-el-mundo de Hubert L.
Dreyfus, Ontologie et temporalité: esquisse d’une interpretation intégrale de Sein und
Zeit de Jean Greisch, L’herméneutique dans Sein und Zeit de Jean Grondin, Heidegger
et l’essence de l’homme de Michel Haar, En découvrant l'existence avec Husserl et
Heidegger de Emmanuel Levinas e Les problèmes fondamentaux de la phénoménologie
de Heidegger de Jean-Marie Vaysse.
10
A bibliografia secundária está sujeita a modificações.
11
5 CRONOGRAMA
1º Semestre (2014.1):

Creditação em disciplinas do mestrado.

Estudo e análise do § 22 da preleção Os problemas fundamentais de
fenomenologia, dos §16 a 26 de Ontologia, hermenêutica da facticidade, dos
§11, 12, 13 dos Prolegômenos para uma história do concepto de tempo, e de
textos de caráter secundário.

Produção de textos referentes, por um lado, aos conceitos de diferença
ontológica, presente na preleção Os problemas fundamentais de fenomenologia,
de posição previa, presente em Ontologia, hermenêutica da faticidade; e, por
outro, às críticas que Heidegger realizou nos Prolegômenos para uma história
do concepto de tempo às quatro características da consciência pura, à omissão
da questão sobre o ser da intencionalidade, do sentido do ser mesmo e do ser do
homem; presente na sexta Investigação lógica de Husserl.

Elaboração e apresentação do projeto no seminário I.
2º Semestre (2014.2):

Prosseguimento e conclusão da creditação em disciplinas do mestrado.

Estudo e análise dos § 7, 12, 13, 14, 15, 16, 18, 41 e 42 de Ser e tempo, dos § 9 a
18 de Ontologie et temporalité: esquisse d’une interpretation intégrale de Sein
und Zeit de Jean Greisch e da segunda seção de Heidegger et l’essence de
l’homme de Michel Haar.

Produção de texto referente à definição de fenomenologia que se encontra em
Ser e tempo, à constituição do Dasein enquanto ser-no-mundo e aos conceitos de
existência, cura, ocupação, mundanidade e significância.

Elaboração e apresentação do projeto definitivo no seminário II.
12
3º Semestre (2015.1):

Elaboração da dissertação com vistas à qualificação.
4º Semestre (2015.2):

Redação final e revisão da dissertação.

Defesa da dissertação.
13
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