o bairro do jardim da saude - Museu da Cidade de São Paulo
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o bairro do jardim da saude - Museu da Cidade de São Paulo
hist6ria dos bairros de sao paulo o bairro do jardim da saude aleina ferreira jorge prefeitura municipal - secretaria de educacao e cultura departamento de cultu ra. o BAIRRO DO ]ARDIM DA SAU OE Alcina Ferreir a Jorge escreveu SER lE HI ST6 RIA DOS BAIRROS DE SAO PAULO - V Te rcei ro pre rr uc do II Concurso Munici!Ja l de Hist 6rias dos Bairros de S30 Pa ulo, pr cm cvld c pe le Depa rta me nto de Cult ur a de s ecreterte de Ed ucal;ao c Cult ura da Prefeitur a do Munic ipio de Sao Pa ulo, c c ute rgado pe la Com issao Julga dor a assim constit uidil: Prof. Dr . Ernest o Lome, Dr. Jose Pedro Leite Cordeiro e Jor nalista Fe rna ndo Goes. Longe, da scrra, vern a brisa amcna cantar em seus telhad os, na copa des urvoredos, nos jardi ns sorr identes de flares e arbustos, no cabelo das mulhere s e das cria ncas . Vern a brisa acariciar, cantando, as palmas dos pinhcirais, dos clprc stcs, que sc crgucm aq ui c acola . Vern sussurrar cotsas cstranhas. contar histories dista ntcs, que falam do mar. Ela vern pcrfumada com 0 toq ue misterioso das montanhas e da s scrras por ondc passa. Vern carrcga dinha de aro mas ao romper 0 matagal, atravcssando vales e planlcics, dcvassando intimidade de chclrosos galhos e ninbos tao q uentes. A brtsa vern e val crescendo e va i Sf:' alongando em sua cami nhada. Lembra uma dcusn erran te em busca de urn pouso, uma alfombra agradav cl e bela, ondc possa n50 apcnas adormcccr, mas ai nda sonhar! A brisa que vcm da scrra tern mil olhos escond idos, que scntcm c adivin ham , e, ondulando nos cspacos, pairando aq ui, pai rando acola, brincando ora nas nuvcns, ora nas copas mals altus, vern chegando ao cncontro sonhado da paisagc m linda. Dcscansa, cntao, da grande camlnhada c, ab rindo todos os scus sentidos , se rccria em sombras e mil sercs, scntlndo, aqul ncste balr ro, 0 panorama ideal par a se cxpa ndtr , canrar e vlver. ~ 0 Jardim da Saudc, 0 bairro mais formoso e saudavcl de Sao Paulo. O ndc as pa lavras do pacta - 0 ceu o BAIRRO DO J A RDI ~ t DA SAO DE 7 e mais az ul - to rnam-se expressivas c reais; ondc as cstrelas, nas noit cs Iulguran tcs, par eeem dcscjar um coloquia urdcntc com os homc ns, a nsiando dcsccr de scus alta res c, pisando a c hao das criaturas, Ihcs clhar nos olhos, conhecer-lhes os sembla nrcs, ouvir suas histori es c com clas fica r. As estre las aqui cnviam mcnsagcns no seu br ilho. Iazcnd o senti r que 0 abis mo ent re dais mun dos sc dilu i inexplicavelmcntc. De seu cter co rnundo Hilac vern converser com etas e vern ouv l-las. Uma cscada de ourc povoa as cspacos. 0 vazio aparente dcixa de cxistlr, c pelos degraus de filigrana elas descc m. Sao for mosos sercs. e com elas subimos, tra nsfigurados c ctereos. As cstrelas brilha m mals aqu i, lsto e verdade. Sao mai s betas, lcmbram a r nagia dos contos das mil c uma noitc s. Nfio foi scm ra zilo que sc cscolhe u 0 no me de Ja rdim. £ de fate, urn gra nde, urn irncnso e fo rmoso jnrdim. Ruas Jar gas se abrcm em scu corpo, c sao anerlas e vcias cond uzindo a sua selva, a seu sangue. Ru as envoltas e abracadas nas fllciras da s a rvorcs que d;10 urn cun ho caractcristicamc ntc rcsldcncla l a Sstc bal rro. A prese nce das a rvorcs cmbclcza tudo. Poe um SOf riso verde de ale nto e espe ra nca. £ fator de enriquccimento, tranquilidadc. maeiez. O lhando-as .tcm -sc a jmpressiio scgura de que ja nao sc es ta so. Ha no vulto da arvorc 0 convitc amigo ao acon chego da sombra, ao cumprimcnto do ramo que sc c urva no bcijo du brisa c parcc c sor rtr c pa rccc ca ntar urn bom -dia car inhoso. urn ola cheio de a mor. Omam cntand o as vias destc bairro. as arvorcs constitucm mot ive de grande belcza. edam niio apc nas urn a rnbicn tc melb e r, mais puro, mas urn mun do chcio de paz c suav e graca. Vulro s qu crld os que cnchcm nossos olhos de indcfenivcl alegria, no verdo r des folhas. Bcnditas scntlnclas de nossa paisagcm, vultos am igas c silenciosos, que nos aco mpa nharn em nossas cmococs mais bclas e profundas. 8 o IlAIHnO DO JAIu>m D A SAUDE Par estc motive, aqu i no Jardim da Sande lui mais colortdo . H:i sem prc como recepcao Iestiva 0 gorjcar des passaros na copa do arvo rcdo, nos arbustos dos jardins, nos tclhados quictos c cismarentos. que cspiam as ruas absortos a sonha r. Aq ui cxlste muslca. Pausas de harmonia e enlevo em nossos desesperos. Muiras vezcs busco silcnclar as proprios pensamcntos para captar em toda plenitude cssa deliciosa exprcssao da natureza que se funde em scus rnaIrizes mais dive rsos. No perfume dos seus ou no arrulhar das aves. No colo rido das borboletas e no can to Incspcrado da s clgarras. Na folhin ha que 0 vente lcvou num assomo de paixflo e no arfar da propria ter ra. Ha alguns anos, nfi o tantos, pa is elc e ainda mu ito jovem, urn botiio junto a out ros bairros, nilu up rcscntava uma figura assim t50 gra ciosa, tao civilizada. Suas TOU pagcns nno cram tao alinhadas como 0 sao agora e ale luxucsas. Era difc rente sua belza. Ma is ngrcstc, r nais rude, mals selvagem. A populacno porcm aumentava. A cx pansao demografica era urn Iatu. Dessc modo. sentindo a importancia do instantc, 0 Jardim da Saude foi adquirido, em d uas eta pas. sob a forma de duas glcbas. De muito pcrto se fazia scntir a prcscnca do progrcsso, da cvolucao. Aq uclas terras iam ser rcvoluclonadas pclo homcm , C 0 que de uma ceria mane ira era inforr ne, ia scr lap idado pcla tecnica do n-ais modcm o urbanismo c da mais avancada arq uitet ura. Nao multo d istan tc se ouvia 0 gn to do progresso, 0 pulsar do co racfto da cid ade qu e cstava cresce ndo e cxigia cada vcz mais para atcnder as rcclamos de seu povo. Sao Pau lo crcscia e trabalhava inccssant cmcnt c, como agora c ant es. Era a cot mela q ue utr afa olh a res, que cha mav a brace s, qu e conquistava homcn s c todas as paries, de norte a sui. A cidadc com scus r ufdos, com sues cha mincs lanca ndo gases e Ium aca. com sua filoso fia matcrlalista c cr uel, com a tome de interesses grosselros e VIS a lhc o B:\IR RO IX) J:\RIlI \ 1 IH. SAODE 9 penetrare m as cntranhas, a m uitos entristecia e dcsgaradav a. No meio do barul ho, des api tos cstr idcntes de buzinas. de ruidos de vcfculos rodando em todas as dlrccocs, nee se perccbc a vida. Dcixa-sc de vivcr. H d cmb rutcclmcnto e dcscspero. No cntanto, mui tos moram bern no cen tro , obrigades tnlvcz po r clrcunstancias alheias a vontadc. Penso po rcm q ue todos son ham com urn poueo de pocsia. um pcdacln ho de ceu que lhcs fale mais pc rto, urn pcd aco de terra, urn a arvorc, urn arbusto plantado no jardim... Para dcter minadas pessoas isto c importa ntissimo . £ uma ncccssldadc. Precisam de algo difcrcntc e buscam lugares mc nos contamlnados pelos ruldos , pelos gigantcs de cimen to ar mada, pelas fabr icas e oficinas, afasta dos do bulicio, rccantos ap razfvcis e sosscgados para construir suas casas conde possam encontrar, alem do conforto interne , a bcleza da paisagc m. 0 homcm sc rcfaz cntiio c sc rccncontra. Foi por ccr to cssa ncccssldadc que trouxe inumcras cr latu ras pa ra estc bal rro. Chcgara m aqui os primciros moradorcs atrafdos pclas oportunldadcs das vcnd as, em bases van tajosas, a ca rgo da Co mpanhla de Terr enos Jardim da Saudc, orga nizada em abril de 1938 e dcsfc ita em 1953, subs tltufda cntao pela Gcrat Socicdade Im obilla rta. nome que ate hoje conserva. Eram rcsponsavcls po r essa cmp resa os scnborcs dr. Paulo de Al meida Ba rbosa, Oscar Rodrigues c Horacio de Mclo. A presence desscs nomcs na rcfcrida socicd ade, mu ito cont rtbulu pa ra que as tra nsacocs tivcsscm gra nde e franca rcccptividadc . Assim surgiu no ccnario da nossa fabulosa cidadc, os primciros movimentos de urn bairro que iria scr grande. Rcporta ndo-sc pois ;\ sua or igem, podcmos dize r que o Ja rdim da Saudc principiou na histor ia de duas imcnsa s glcbas, de setcc cnt os mil metros quadrados (700 .000 m" ) cada uma, pcrfazcndo urn total de urn milhfio c quatrocent os mil metros quadrados (1.400.000 m"). H 6.. umn divisa ma rca nte ent re cssas duas glebas, mostra ndo c1ara10 o naruuo DO J AHDI' I D;\ SAODE ment e suas poSI\ OCS. £ a rua Marc os Fernandes, que se const itui tal qual uma fron teira. A primeira glcba, que cha marcmos n.v I, pcr tcncia aos senhores O sca r Rodr igues e Horacia de Mc!o. q ue a adqu iriram em 192 1, objeti vnndo arrua-la c lotca-lu. Lacahzava-sc na s proximidades do Bosque da Saudc, cntno parque Iranqu eado ao publico c de prop ricdade da Cia. Antartica Pauli sta . Quando se deu 0 lorcarnento e arruamento do Bosque, pela firma Rczend c & Cia., eujo s responsavcis cram os scnhorcs dr. Nelson Ottoni de Rczcndc c dr. Mario OUoni de Rczcndc, inauguro u-se uma linha de bon dcs - 0 de n.v 30 - Bosque da Saudc - , nas proximidades dos terrenos, onde em br eve nasceria 0 Jardim da Saude. A inau gura cao dessa linha se deu no ano de 1925. Os pianos dos proprictdrtos da primeira glcba tiveram que ser adiados, em virtudc da intc rfcrencia de avcnturclros, que, atravcs de t itulos inadequados ou Ialsos, criaram obstaculos aquclas provldenclas. A atitudc energica tomada imcd iatamente pclos prop ricnirios, eoroouse de exito, nfio obsta nte 0 tempo qu e isto lcvou . Pesteriormente tudo sc tornou mals facil. 0 Jardim da Saude sair ia dos sonhos c do esboco , qu e perdurava m na mente de homens cxperim cntados c de visao, c nao tardari a em scr marav ilhosa rcalidade. E m 19 38, 0 scnhor dr. Pau lo de Al meida Ba rbosa propos, como ja foi dito , aos scnho res Oscar Rodr igues c Horacia de Mclo , a organl zacao de uma socicdadc imobiliar ia, com 0 fito cspcci fico de arr ua r e lotear toda cssa zona. E foi 0 qu e aeonteceu de modo aus picioso. Alguns anos rnais tard e, em 194 3, 0 mesmo dr. Paul o de Almeida Barbosa mals a s scnborcs Diogo de T oledo Lara e A ntonio de Toledo La ra Filho , concrcrizaram a comp rn de outr a grande area. tambcm de sctcccn tcs mil met ros quad rad os ( 700 .000 1Il ~) . nas proxlmldades da prirneira gleba, como uma contin uacao. urn prolongamento mesmo da prim eira. E na scgunda gleba foi adquirida de urn funciomino aposentado da Prcfcitu ra Municipal de o BAlimo 00 JAI\I)I\I DA SAQDE 11 Sao Paulo, 0 scnhor J or io Bap tista de Campos Aguirra , da firma Agu irra & Cia., c irmfio do bispo de Braganca, naq uela epoca. Havia ncssa area uma na sccntc dcnominada "Da Lagc", cxplorada durante mutio tempo pclo sr. Agu irra. 0 nome historico dessa nascen tc e T abatlnga. Essa glcba cons titul pols a scgunda aqulsicao, e 0 con junto de arnbns nos ofercce a area do ba irro Ja rdi m da Sa udc em sua toralldadc. o que lcvou 0 dr. Pa ulo de Almeida Barbosa a etctivar cssa segunda compr a, foi por ccrto 0 sucesso encontr ado na primeira aqulsicao. Alem do mais a bclcza do lugar 0 cncan tou c pe de da r largas it sua natureza art fstiea e inventive, uma ou tra face do homem de ncgccios. Pede vcr diantc de scus olhos urn mundo de ruas c avcnid as, jard ins, arvorcs, florcs cnfcitando colo ndas vivcnd as. c nessa s casas scmblantcs alegrcs c fclizes! E possfvcl a gentc pcnsar na cmocao do jovcm d r. Paulo presidindo a crlacao, ao nascirncnto de urn bairro, q ue havcrla de see grande c significative dcntro de Sao Paulo . Dcvc haver sor rldo dentro de scus son hos. A nteviu a ventura que cstarla pu r ali csparramada. Vaticino u aruanhas riso nhos. A Urea conv lda va a pla nos cstupcndos. Dada a sua posicao, plancjou-sc ccrca-la de todos os req uisites e cxigencias, prcprios de um bairro rcsldcnctal. T udo dcveria scr fcito nos moldcs mais modcm os, para que 0 Jardim da Saudc vicssc a scr uru ba iera modele, tendo como cxcmplo os plancjamcntos cxccutados pela Cia. Cit y. Co m p recisao e min ucias a planta do futu ro Jardim foi dclineada. Er guia -se no papel, a travcs de mir iadcs de linhas c truce s, a corpo de urn bairro, que faria histo na . o cngcnhclro cncarrcgado de tarcfa tao magna. embora csttvessc atelto a esses services, em contacro assfduo com soberbas areas, dc lxou-se cativar lncondtcionalme nte pelas glcbas a que deveria outorgar uma estrutura. Irmanou-sc, pa r ccrto, com a bclcza do local, c dcu-lhcs ncssc trabalho, sua alma intcira. Essa, a razao de ruas tao per feitas, largas, como a dizcr boas-vlndas, num abracc 12 o BAIRRO DO JARDI ~I DA SAODF. imenso, num sorriso vasto. Ai cstao as pracas, slntesc de bcleza c grace- Como anista, no plano mental, antecipouse a realidade. Da imagc m ao pa pcl , a ta rcfa nf io foi urd ua . Teccram-se as dctalhcs, as minimos arranjos. 0 nome do dr. Jorge Macedo Vieira, renom ado em nossa arquitetura c urban ismo, foi a autor de tao sobcrba e proffcua obra. Seu nome figurara , para todo 0 sempre , ria historia destc bairro. Ju nto a sstc tr aba lho que nao foi a pcnas cansativo c diffcil, mas houv c por eerto 0 seu lado agradave l e rlsonho, a de crlar alga formoso e ut il, eneontrou a dr . Jorge Macedo Vieira, na pessoa dos scnhorcs dr. Altai r de A ndrade Martins, dr. Alexandre Jacowski, cngc nhciros, e sr. Rafael Mozctic, preciosos aux iliares q ue lhe dcram cfctiva colaboracao nns obras do Jardim da Saudc. o primeiro abriu c construlu a pr imciro poco artcsiano no J ardim da Sande, alem de lnumcras casas. 0 poco em questao podc scr vlr durante largo te mpo ur n numcro razoavcl de rcsldenclas, ou scja scsscnta c duas (6 2) casas . 0 segundo, de origem russa, foi urn clemente de grande valor e ajuda nos trabalhos de arq uitct ura e engenharia rcfercntc aos services de cons trucao do bai rro. o tercelro final mente, isto C, 0 sr. M ozcitc, tambcm mostrou -sc incan savel nas obras. Tornou-se uma figura multo popular, morando ate hojc ncstc ba irro c cuidando ainda dessc mcsmo ramo de trabalho. Scm a colaboracao desscs homcns as primciros passos nao scrtam dados. Forarn elcs, de uma eer ta mancira, a ala vanea propulsora, as preeiosos dcdos que moldaram a massa c lhes der am as caracterfsticas felcoes. Sob a orlcntacao desse s magos tria surgir 0 Jardim dn Sau dc q ue n50 ta rdaria a ser urn gigante! As ruas fora m dados numcros . Venderam-se as primeiros lotes, construfram- sc as primeiras casas. Urn velho sonho , para muitos, comcc ava a sc rcalizar . Num aprazfvel reca nto , cram os fclizardos. Usuo DAmno DO JARDl-'1 OA SAUDE 13 Iruir iam da paisagem seu maximo e natural eneanto, ainda quase virgem. Embora tomados de cmocao dia ntc do agradavcl e do bclo, nile dcsco nhcciam 0 dcsconforto que tcria m que cn frentar ainda dura nte algum tempo . Nao havia luz nas ru as, agua ca nallzada nso existia, nem eondlU;50. Nenhuma farmaci a perto ou um medico. Nesse scntido, nada. o bairro n50 possufa nada de concreto em materia de facilidades locals de vivencia. Apenas a bclcza da paisagem, a qualldade das tertas, altas, planas, secas, a Irescu ra do seu ar. Todos elcs, porem, pressentiram a transformacao quc sc daria dcn tro de poueos nnos, e Iaria deste bairro um colosso. An tevira m a metamorfose, a visao de um futuro que n50 estaria dista nte e muito prometia. Nomcarci a seguir os primlros compradorcs de terrenos da Saudc: senhorcs 1050 Anto nio Martinez Lopez, Ad riano dc Mou ra, Va ldomiro Lcao Salgado, Cesarino Ouclroz Fiuza, Joiio Hentz de Almeid a, Sinesio Cama rgo Duar te, Rafael Mozc tlc, Salvador Buffoni, Vicente Ponetc, Allen Jackson, Isldoro Tomazini, Ana Sampa io, Manoel de F reitas Martins, Eduardo de Almeida Prado Filho , Jofio Salvador Cilento, 1050 Pinto de Faria, Eu genio 10aquim Go ncalves, Mozart Firmcza, Diogo Jose Valcja, Antonio Menezes F ilho e Afonso Comunale. A gleba imensa de sctcccntos mil metro s quadrados (7 00. 000 m'') iniciais e depois acrcscida de ma is seteccntos mil metros q uadrados (700.000 m''} , num total de um milh fio c quatrocentos mil metros quadrados (1 .400.000 m'") magnlftcamcntc colocada, sob 0 ponto de vista toprograflco, despertava de imedtato a arenceo. Os lotes aprcscntavam uma are a de dez (t o) metros de frentc por trinta ( 30 ) de fundo, a que era urn tama nho mals do que esplendido para se erguer a easa dos acalentados sonhos. o novo bairro os rccepcionava num assomo de incontida alegria. Algo muito born estava nasccndo . Entre os muitos bairros de 550 Paulo, mais um iniciava, atraves 14 o BAIRHO DO JAHDI ~l DA SA"ODE das mcdldas progrcssistas da Cia. de Te rrenos da Saude, scu desabroc har, parti ndo para urn crescimento imprcssionam e. Ha trinta anos aproximadamente, isla e, em 1939, 0 Jardim da Saudc, dentra da comunidade paulista, na quaIidade de bairr o, na sceu. As pr imeiras vendas fora m fcitas em moldcs bern accssivcis. Estc fato contribui u para atrair a atencao de inumcras pessoas interessadas em adquirir imo vcis. 0 preco de cada lote era em media sctc contos e duzentos mil reis ( 7 :200$000 ) , pagos em cento e vlntc (120) prestacocs de scsscnta mil reis (60$000 ). 0 conjunto de casa c terrene cstava na base de vintc a trlnta comes. As van tagcns estava m a superficle e surg lram cla ras, scm manchas. Nao titubeara m os Intercssados, e verificaram "in loco" aquilo que sc lhcs oferceia. Ao con tacto vivo e dircto com 0 local, todos sc tomava m de amorcs, e ta nto isto e vcrda de, que a malone que adqu iriu terrenos e ergueu suas casas continuou a rcsidir ncstc bairro. As primciras const rucoes foram de barro, pois era rnais facil e barato. Com 0 tempo cssas casas fora m remodcladas, c hojc e preciso vcr para erer. As ruas mostram mimosas co nstrucoes, que alem do co nfor to que pa rcccm ofcrcccr, constit ucrn fato rcs de embe lezamento e valorlzacao. Sao poucas as casas de aspeeto h umilde, pa is 0 que se ve par toda a parte, oeste bairro, sao casas de condil;aO muito at ual, bern pi ntada s, conscrvad lsslmas. Ha um culdado da maio rla, em p rcscrvar da acao do tempo suas casas, para que clas sejam urn fator de beleza, de omamento, no conjunto. Isso is bam, agra da vel aos olhos, prova de que os negoclos devem andar bern, alem de expressa r 0 amor pelas coisas sclldas e duradouras. Em 4 de maio de 1943, a prcfeito sanclonava urn dispositive legal dando nomcs a varies ruas do Jardim da Saude. Ei-Io, na integra: o HAIRRO DO JARDIM DA SAODE 15 DECRETO- LEI 1\.0 206, DE 4 DE MAIO DE 1943 Dispoc sohrc oficializariiv e denominacao de vias fJllh/ica l", o Prcfcito Municipal de S, Paulo, na conformldad c do dis posto no art. do dccrcto-lei n.v 1.202 , de 8 de abrl l de 1939, e nos tc rmos da Rcsolucao n.? 3, de 19.t3, do Departamento Administrative do Estado, decreta: Art. 1.0 - Ficam aceitas e dcclaradas cnrregucs ao transite pub lico, nos termos da lcgislacao em vigor, as ruas , avenida e pracas abcrtas em terrenos "Jardim da Saude", de propricdadc da Companhia de Terrenos da Saude, situed os na 24. 8 zona (Saudc) . cujos lcitos j a fora m doados ac Municipio de S. Paulo, por cscritura publ ica lavrada em 30 de junho de 19.t I na s notas do 5.0 T a bcliao da Ca pital. Ar t. 2.0 - As ruas, avenida e prncas mcnclonad as nc artlgo anterior, constantes da respective planta rubricada pclo Prcfclto, tcrfio as scgulntcs dcnominacccs: PRA CA JOAO ROD RIG UES " I", "17" e " 30" ; sltuuda entre as ruas PRA CA BRAS GOX"CA LVES - a praca situada entre a avcnida Bosque da Saude e ru a "5 "; 16 o B:\IRRO 00 j:\,RlJI.\1 D:\ SAQDE RUA F RA NCI SCO Dl AS - a rua "5", que comcca no entroncamento das ruas "4 " e termina na rua " 2 1"; RUA FELIPE CARDOSO - a rua " 6" , qu e comc ca no entroneame nto das ruas "4" e termina na pra ca formada pela rua "27" ; RUA TIUCUE - a rua "1", prolon gamento da via particular de igual n.v ( 0 .° ), qu e com eca no limite do terrene e term ina na ru a "II " ; RUA MA RCOS FERNANDES - a rua " 8" qu e comeca na di visa do terrene c termina oa estrada do Curslno : RUA AN DRE MENDES - a ru a " 9" , qu e comcca na rua "5" c tc rr ulna na rua "8 "; RU A FRANCISCO MALDONA DO - a run " 10", qu e comeca oa r ua "5 " e termina na rua " 14" ; RUA CAPlTAO GUi LHER..\1E POM PEU a rua " I I" e " I I -A", q ue com eca na rua " 6" c termina na rua " 8" ; RUA MARTIM PERES - a rua " 12", qu e comcca na rua "5" e te rmina oa r ua "8"; RUA GIL FER:-:ANDES - a rua " 13" que comcca na rua "5" c termin a na rua "8" ; RVA DIOGO FREIR E - a rua " 14", que comcca na rua "2" e termina na rua " 8"; RUA FRAX"C;A J UNIOR - a rua " 16" , que com cca na rua "5 " e tcrmina na rua " 19" ; RUA J UVENAL GALEN a - a run "2 1", que co meca na praca Jose Rod rigues c term ina na rua "5"; AVE NIDA BOSQ UE DA SAODE - a rua "2", por scr prolongamcnto da via de igua l nome, oficializada , que comeca na rua "A" e termina na Estrada do Cursino. o M IRRO 00 JA RDI~I D:\ SAC'DE 17 Art. 3.° - Os lotes c const rucocs nas ruas ora oficializadas Hearn sujeltos as exigencies do disposto no art. 775, do ato n.? 663, de 10 de agcsto de 1940. A rt. 4.° - Bstc dccrcto-lci cntr ara em vigor na data de sua publicacao, rcvogadas as disposicocs em contrarto. Prefeitura Municipal de Sao Paulo, 4 de maio de 1943, 390° da rcndacso de Sao Paulo. o Prefcito, FRANCISCO PR ESTE S MAl A o Dlretor substit ute do Depart amento do Expcdientc e do Pessoal, Paulo T eixeira Nogueira o Dirctor do Depar tamento de Obras Publlcas, l OGO Florence de Ulluia C intra. Asslm, grada tivamcntc, as numcros foram caindo e se tornaram co isas passadas. Haviam scrvldo urn momento para dcsignar csta 0 11 aqucla via. Nada diziam. E ram frios, cram vazios, sem pocsia alguma. As ruas nao tinham ainda alcancado uma dcfinida pcrsonalldadc. Estavam uniformizadas dentro de uma dctcrmi nada ordem numerica que pa rccia nada dizer. Dcveriam liberta r-se urn dia dessa igualdade, e sob a egidc ou a luz de um nome, revcstircm-se de uma nova vida, para dar maior enfase ao bairro de que faziam parte como membros esse nciais . E os nom cs foram trazidos c 0 batis mo acontccc u. Um a um desaparcccram os numcros . Eram a sombra de um passado. As primciras paglnas, talvez, de uma hist6ria. Ao sc incrementarcm as vendas de terrenos, como 0 apa rccimcnto de novos moradorcs, formando urn nucleo 18 o BAIRRO DO JARDl~1 D A SAODE cada vez mais populoso, c frcntc as ncccssldadcs qu e ainda cxlstiarn, tais como falta de luz nas rua s, calcamcnto, conducao, entre as mais prcmcntes, scm possibilidade urn solucion amc nto mais ni pido, scntlram os intcrcssados a urgencia de uma tomada de posicao. Perceberam que , sc delxasscm as eoisas como estava m, nada de concreto iriam conscguir, pais as rcalizacoes nao cairiam gratu ita mente des ceus. Pr ecisavam se uni r, c jun. tos lutar pelos interesses do bai rro. Resolveram, entao, formar uma socicdadc, que , unindo todos as moradores, au a maioria, tivessc as precisas energies para tratar com exit o as problemas do bairro, que dcsaflavam a paciencia dos homens. Em boa hora isto foi pcnsado. No dcscjo de alcanca rcm urn poueo rnais de confOrto, no amor a ter ra , na expectative de progresso, tados esscs son hos agucaram-lhcs a men te. E stavam ccrtos nessa idcia. Unidos, sob urn mcsmo idea l e proposito ; acolhidos no mesmo pcnsamento, ca minhariam a partir de entfto, proc ura ndo trad uzir, em fatos concrctos, em rcafidadcs palpaveis, 0 que houvera cxistido apcnas no plano das tcorias e das ideias. Ir iam luta r juntos e isto e que importava, pais tcdas as mclhorias que nccesslrava 0 balrro viriam atendcr aos rcclamos nuo ape nas de uns poucos, mas de tod os. Sabernos que as energies inte riores das crtaturas ficam mais potentes quando alim cn tadas par outras que vibrem no mesmo gra u de firmeza e dirccao. Q uando as men tes se unem e os coracocs se irmanam, as poss ibilidades de conqulsta, desde qu e justas c altr ufsticas, sc multiplicam. 0 cami nho da vitoria sc aprcssa em surgir nos passos des homcns. Nesse momento riscou-se no horizonte as linhas marcantes e promissoras de urn grande arnanhecer ! E stava lancada a scmente. Accndcra-sc a cham a ideal que deve ria arder pa ra todo 0 sempre, guiando todo a processo evolutivo do bairr o. Alguern cstar ta multo pcrto de todos . Era a ba ndeira onde dcvcria m sc aeo nchegar para dccidir as destines do Jardim da Saudc . o BAIRRO DO JAnDI~1 DA SAODE 19 Nasceu assim a Socicdadc Amigos do Jardim da Saudc, predesti nada a ter uma atuacao firme, vigorosa, nas provldsncias necessarlas, Inadlaveis algumas. A eta da prlmelra reunlao com esse fim precipuo e da tada de 26 de abril de 1945 , e ap rcscnta alguns Hens que abordam as providencias iniciais que precisavam ser toma das, dcstacando-se: }. O) a const rucao de mur etas nos terrenos vazlos; 2.° ) cimcntar as calcadas, dclxando uma faixa de 1/ 3 para ajardinamen to; 3.°) oficia r a Cia. Telefonica Brasileira, tratando da concessao de linhas para 0 bairro ; 4.° ) oftciar a Light, solicitando melhorias no service de tra nsportes, e iluminacao nos cruzamentos de ruas e esquinas ; 5.°) oflciar a Guarda-Noturna, solicitan do 0 policiamcnto do bairro. Cada pedido, cada sugestao , trazia urn debate. E asslm tudo que 0 bairro ca recia para tornar melhor e mais confortavcl a vida dos rnoradores, obrlgatorlamente vinha a baila. Q uando se dcu a primcira rcunieo, em abri l de 1945, uma rclacao de assinaturas foi aposta no Iivro de ata s. 0 primciro nome dcssa !ista e 0 do sr. Mario Peixoto, cujo cscritcrio imobiliario, talvez urn dos mais antigos do bairro, ainda exlste, funcionando a avenida Cursino. Logo depois nota m-sc os scgulntes nomes: Angelo Salvia, Walter Ramos, Vicente Ponclo, Luiz Augusto de Gouve ia, Miguel Casslano, Izidoro T omazini, Jose Fabi c mais dois names ilegfveis. o primciro impulse, no sentldo de se consegu ir as mais variados bcneffcios para 0 bair ro, fora dado. As rcunicks de mora do res continuaram . reallzando-se semanalmen te, havendo a maior receptividade entre os mesmos, que nao se fizeram de rogados e procuraram dar todo 0 apoio de q ue a soclcdade precisava para se manter e crescer. Os prob lemas cram traaidos e fartamcnte estudados, dellncando-sc as camlnbos mais rapidos para chcgar a soIUl;UO final. 20 o BAm RO DO JA RDl ~1 DA SAODE Formavam-sc comissoes e subcomissocs, cncarregadas de se entenderem pcssoalm ente com as autoridadcs a que cstavam afctos este ou aquelc pro blema, de qu em dcpcndia csta ou aqucla prov idencia. Dcssc modo muita coisa sa lida se alcancou, e os moradorcs mais arredios, os rnais incredulos c dista ntes, fora m sc aproximando do nuclc o de Iutadorcs, para ofcrcccr adcsa o e auxili o. As primeiras reunloes se realizavam it rua Diogo Freire, 549. Dcpois passaram a ser feltas ncssa mesma rua n.v 333 (f undos} , local gentilmentc ccdido pelo seu proprictario, 0 sr. Luiz Augus to de Gouveia, vice-presldcnte na epoca , da socledade. Este fato e mencionado no livro de atas 0 .° I. em rcunifio de 11 de agosto de 1945. Logo apes a reSO!U9aO de sc fundar a socledade, foi cstudado 0 nome que the seria dado. Ap rcscntaram-se tres sugcstocs: La) Sociedade Mclhoramcntos Jardirn da Saudc: 2.a) Socicdadc Amigos do Jardim da Saude; 3. n ) Sociedade Amigos do Bosqu e. Submetidas it aprcclacao, cscolhcu-sc 0 segundo, que ate hojc pcrdura c que c rcalmcntc 0 que mais de per to fala ao bai rro. Isto se deu dura nte a reuniao do dia 5 de ma io de 1945, e ncssa mesma ocasiao cscolhcu-sc a primeira diretor ia da Sociedade Amigos do Jardim da Saude, assim const ltufda: presidcntc: capitiio Octavian o Cas tro de Freitas; vice-prcsidcnte: Walter Ramos; 1.0 sccretario: Angelo Salvia; 2 .° sccrctarl o; Mario Peixoto ; \. 0 tcsourelr o: Izidoro T omazini; 2.° tesoureiro: Joao Salvador Cilento; conselh ciros: Vicente Poncio, Anto nio Luiz Goncalves. Allen Ja ckson, Ccsarino O uclroz Piuza, Delfino de Ab reu , Luiz A ugusto de Gouveia. Escolhidos os mcmbros, foram os rncsmos cmpossados em 12 de maio de 1945, e passa ram cntao a reger os dest ines da sociedade nos lntcresscs dos moradores do bairro e tudo que dlzcssc rcspcito, sob qualqucr ponto de vista, ao Jardlm da Saudc. Os prlmclros esta tudos da nova socicda dc foram ap rovad os em reunlao de 19 de maio de 1945. Mais o DAlRRO DO JARDI ~l DA SAUDE 21 ta rde, gra datlv ame ntc fora m modificados a tim de mais ctctlvamcntc oricntar a soclcdadc. Constatou-sc, em novembro de 1945. a insc ncgo de ccnto e doze (112) socios, 0 que, para inicio, era um otimo sinal. Nesses cnco ntros scm anais, em que a diretoria se rcunta, muit us dccisocs foram tomadas, abrindo as primei ros contactos para 0 atinglrnento das coisas rnais urgentes. Urn dos pro blemas que cra intensa mente debatido no lnfcto, era 0 da falta de luz nas ruas. 0 sr. Mario Peixoto tornou-se urn pa ladino nessa qucstao. Pa ra cvitar que 0 bairro imcrgisse nas trevas. dando margcm a assaltos c aco ntecimcntos dcsag radav eis, pais 0 policiam cnto era escasso, q uase nfio cxistia, pcd ia que os morado rcs ma ntivcsscm accssas as lampadas nos terraces de suas casas, no perfodo noturno. Nao existia m uita proximidade entre as residencies. A lgumas sc cncontravam bern separadas; assim, uma luzinha aqui, outra accra, ja auxi liava c trazia urn pouco de claridadc, favorccendo a propr ietarlo e ourros que cra m obrigados a transltar noite, mui tas vezcs em horas bern altus . Mais ta rde dclibcrou-sc 0 usa de plafonicr, cuja aquisicao e instalacao eorreriam par conta dos intcrcssados. o que era tambem cons tantcmcntc dcbatido era a obtencao de urn local onde se pudesse ergucr a sede propr ia dn socic dadc. Inumcras gcstocs foram fcitas junto a Cia. de Terrenos da Saudc, ncssc scntl do, scm sc Iograr urn rcs ultado positive . Na reunifio do dia 26 de janeiro de 1946 foi eomunieado a aquisicao, pelo presidcntc, de urn imovel, com 10 metros de frcntc par quarcntc de fundo, situa do na quad ra 5, lore n." 29. para scr crguida ali , num futuro proxi mo, a sedc da Soclcdadc Amigos do Jar dim da Saudc. Com vistas para 0 qu e se dcstinava a a rea, 0 dr. Paulo Barbosa de A lmeida, prcsidcntc da Cia . de Terrenos da Suudc, fae ilitou essa vcnda . As prcs tacocs scr iam na base de trezentos c scsscnta e dois c ruzeiros ( S362,00 - a vl'l h m ) 22 o BAIHRO DO J ARDI ~f DA S..\ODE Constituiu lsso motivo de grande jubilo, scm duvida. Irlam continuer lutando com 0 objetivo de incrcmentar ao maximo todas as providencias para construcao da sede. A par de outras necessidades inadiaveis, cssa conq ulsta continuaria scmpre em paula. Os socios participavam tambem das reu niocs e muitas vszcs em grande numcro. Traziam propostas, reclarnacoes, pedidos, sugestoes. Os problemas mais series eram discutidos assim entre todos. E podcmos citar como as mais graves, as relatives a conducao, coleta de lixo, calcamcnto, telefones, agencia do corrcio, que niio exlstia, ficando a Jardim da Saudc, em materia de correspondencia postal, desligado do resto da cidade. Com entusiasmo e talvez ate com descspsro lutaram slcs pclos problemas do transporte. Nao dlspunham de mcios ncnhuns para sc locomovcrcm, do bairro a cidade. Normalmentc, iarn a pc ao ponto onde sc localiza a Igreja Santa Terezinha, do Bosque da Saudc, e ai tomavam 0 bonde, que os levava ate 0 largo Santa Gcncrosa. Dal para a cidade apanhavam uma segunda conduceo. Nao havia uma do balrro diretamente a cidade. Esse era um assunto pode-se dizer dominante e durante muito tempo dcsafiou a paciencia e a boa vontade dos moradores. o grupo que safa ao trabalho pcla manhf e tinha q ue enfrentar logo nas primeiras horas esse problema, era quase scmpre a mcsmo. Os mcsmos rnoradorcs, os mesmos lutadores, reunldos ou lsolados, hi iam, rumo as ofictnas, as cscolas, as redacoes, aos cscrltorios, etc. Levavarn na alma, talvcz a irreprimivel angustia do sacrlffclo cotidlano, meselado a esperance de q ue cssa luta scria amenlzada em breve e tudo se simplificaria. A luta fora iniciada; dcsanimos, nada de concreto poderiam trazer. E, assim, dias upos dias, In estavam sles, enfrentando a po, nos dias secas c q uentes, ou cntfio Iazcndo malabarismos sobre a lama, nos dlas chuvosos. Era de fato dcsafiadora a situacao, mas vcnccrlam, era apcnas uma qucstao de tempera c de tempo. o BAIRRO DO JARDlM D A SAQDE 23 Co ma -nos 0 sr. Joao H. de Almeida, urn dos antigos moradores do ba irro, e qu e rnuito trabalhou em prol de seu progrcsso e suas melho rias, quando preside nte da Socledadc A migos do Bairro atraves de magnificos artigos publicado no jomal Sao Paulo Zona-SuI, que no perfodo da guerra, 0 pcrcurso da cidade ao Jardirn da Saude era Ieito po r mu itos a pe. Vemos pois que 0 transporte foi urn problema serfssimo e nao foi Iacilmente solucionado, muito pelo eontrario, levou tempo para cncontrar aq uelcs necessaries melos para se resolver favoravelmente. a sr. Luiz A ugusto de Go uveia, qu e na dirccao da Sociedadc mostrou-sc urn prcsidcnt c trabalhador e de fibra, amigo do balrro e de scus mc radc rcs, sen tia na propria ca rne esse pro blema e sc irmanou com todos para obter um rcsulrado positive . Dcssc modo, atra vcs da Cia. de Terrenos da Saudc, foram adquiridos cinco unibus da marc a " Studebaker", estabelece ndo-se uma linha com ponto inicial no Jardim e fin al na Praca da Arvore, donominada entno, primeira sccao. Para gerente dessa sociedade de transportc foi nomeado 0 mcs mo sr. Luiz Augusto de Gouveia. Apesar do dinamismo dessc homem. a eompanhia de unibus, dcpois de funcionar alguns meses, veio a Ialencia. A alegria durara poueo. A cspcrenca alimcntada du ran te ta nto tempo esvaia-sc rcpcminamcntc, dclxa ndo agora uma angust ia muito ma ior. Mas os home ns possuiam uma vonlade inqucbrantavcl, urn dcscjo de veneer enormc. Assim, aproveitararn-se da oportunidadc, cxcrceram prcssao sob rc 0 general presidcnte da enta o e. M.T.C. Havia pro paganda eleitoral cspalhada no bairro a favo r do can didate Pa ulo Te ixeira de Ca margo, que 0 referido general rccomcndava. a ultimate foi fcito atraves do sr . Lu iz A ugusto de Go uveia. a u a C. M.T .e. pori a uma linha de onibus no bai rro, imcd iatamcnte, au o sr. Pa ulo T eixeira de Ca margo nao ter ia as prcferencias do eleitorado local. 24 o B:\IRRO DO J " RI>I~I D:\. S:\O DE Diant e dessc Iato. dit adc mais pclo dcscspero, os r noradores do Ja rdim da Saud e vira m coroado s de exito os velhos son hos de possu irem den tro do buirrc uma linha de Onibu s. 0 ponte final era no lar go Guanabara. Nesse sentido tude ficou melhor. 0 sofr imento da.. gra ndes caminhadas parccia que chcgara ao seu termino. Ma s as lutas continua ram. H aviam ainda mui tas coisas a sere m obtidas e realizadas. A Socicdade Am igos alcancaria ainda uma sene de conquistas, em beneficio do bairro. E continuou de fato lutando, lutando muito. A construcao da nova scde era uma consta nte. Foi pcdido it Cia. de T er renos da Saud c 0 projeto para cssa obra, a rraves de offclo conforme ata da reuni i io do dia l O de abri l de 1946. 0 a tcndirncuto dsssc pcdido nao se fCz cspcra r. 0 de. Paulo Barbosa de Almeida. Supcrlntcndcntc daqucla sccicdadc de imoveis, a uto nzou 0 de. Altair A ndrade Martins a executar 0 tra balho. A cons trucao ir ia ser rnodcsta , conforme dcscjos da Sociedade Ami gos. VOla sala de 7 x 4, W.C ., cobcn ura da parte rcstamc, tudo orcado em vinte mil cruzeiros (velhos) . o dia dezcssctc de abril de 19.4 8, cons tiruiu-sc em uma da ta ausplciosa pa ra a Sociedadc Amigos do Bairro do Jar dim da Saudc. l nau gura va- sc a nova scde. rua Fran cisco Dias, 289, e lnstata va-se no bairro 0 posto policlal. . a A sessa o abriu-sc as 22 horas , com a prcscnca de gra nde mimcro de moradores. havendo nessa ocaslao uma Assembleia Geral qu ando sc clegcr ia urn novo corpo diretor, sendo escolhid o pa ra prcsidcntc, mai s uma vez, 0 sr. Lu iz Augusto de Gouveia. Estlver am prcscntcs. dando maior solcntdadc ao ato, lnum cras pcrsonalldadcs polftlcas c adm inistrativa s, entre as quais as scn horcs rcprcscnta ntes do Prcfcito da Ca pital, do Sccrct ano da Scguranca Publica, vcrcadc rcs, os dlrctores da Cia . de T errenos da Saud c, srs. Honl clo de Melo , de. Paulo de Alm eida Barbosa e exma. scnho ra . Dando uma Icstiva nota, cstava m prcsentcs a corporacao o BAIRRO DO j.-\Imnl DA SAOD E mus ical da G uarda Civil, cntidadcs jo rnal fsticas representa das at raves de inumc ros rcportcrcs, fotogra fos, etc. Previamcnte sc fizcra urn convite aos moradorcs para que co mparcccsscm, dando com essa presenp maior brilho rcuniao. 0 que sc viu, confor mc relata em ata, Ioi a scdc totalmentc lotada. Scntia-sc no coracao de todos umu alcgrta imcnsa , pois a conquista da scdc niio era alga particular ou individual, mas pcr tcncia a tcd os as mora dares . E ra do ba irro cnflm. do q uerido J a rdi rn da Sande. Ess a conqulsta dizia bern de per to aos anseios de muitos associados, pois at raves do L ivro de O uro, Instituido pela Socicdadc, as donatives para construcao da scdc foram de gra nde c insoflsmavcl valia . Os tres primciros pagamen tos, nas importancias de Cr $ 4 .000, Cr$ 3,50 0,00 c CrS 2.500 ( velhos ) , tivcram cssa origem, 0 que foi, scm duvida alguma, altamentc animador. Sentia-se urn c1ima de grande entuslasmo , de cspcc tativa eonstr utiva. em tomo da Socidcdadc Amigos. Por isso cla vcnceu, pois Ioi eredora, dcsdc 0 inlcio, da confianca c cstima dos mo rado rcs do Jardim. Na rcun lao seguin te, isto e, 2 1 de a bril, em scssa o cxtraordinaria, foi dada posse aos novos di retorcs da socicdadc. Voltando- sc os olhos ao passado, vamos ima glnando a luta que inu mc ras criaturas enfrcntaram, sobretudo as primciras que ergueram sua s casas por esscs lades. Pedesc imaginar 0 valor imcnso de suas conquistas dcntro do bair ro. Vcjo-as . Estou a ve-las , na caminhada cotidiana. Transfcrindo sonhos, adiando cspcrancas, mas imbuidos scmprc de lima inabalavc l fe, de uma invcnclvcl conIianca. Vcjo-as, em varies mome ntos. Em busca da cond ucfio, prob lema inicialm cntc tao arduo, tao horrivcl. Diarlamcntc cngolindo as distancias atravcs dos passos agcis ou cansados . Sao contando historias ao tempo. Vao tecendo no cspaco a invisivcl tear, ondc as emocoes sao dou rados fios, arman do rcdcs embala doras. Sonha m, a 26 o RAmnO DO J AHDI ~I DA SAODE vao c ve rn. Chegam c ja tern q ue ir ernbo ra . Ma s 0 sonho ardc em suas pupilas c 0 corac ao sc rcgala c sc a lime nta fart o ncssa ch ama . E gra nde a lut a, mas cxistc uma rcafldadc, que 0 tempo, nem suas do res, irao ultr apasser. E a casa que foi erguida . 0 lar construfdo com ta nto arnor , ondc cada piso, cada lasq uinha de pcdra. cada flor, manifestant alguma coisa ale m, significa tivos c marcantcs. Niio importa ma goa r os pes, tortura r as pcm as, pcnsam elcs, ou scntir os olhos fatlgados que avanca m Iixos numa so dtrccao. Na retina lcvam 0 r iso da companheira a ma da, 0 rctrato das criancas, urn poueo daquclc mu ndo gue torn a a vida mats bela c mats d igna. Foi por ccrto cssa ma ra vlthosa rtbra q ue impulsion ou 0 J ar dim da Saudc para urn cstagio ead a vcz rnnis alto. Foi o idea l que ard ia na alm a de scus r noradores, daquelcs que se dist ingulra m na luta pelas melhorias do balr ro, que sc mustraram incanstiveis ucsse service e qu e torna ram verd ade iros lfdcrcs, e q ue tivcra m, prin cipalmcntc naqucles tempos, 0 apoio macico dos residcntcs. A Soeicdade A migos do J ardlrn da Saudc tcve uma influsncia dee isiva no progrcsso do bairro. Isto incgavel. N o instantc em q ue se Iancaram suas bases, dcsdc o mom en to em q ue as primciras providcnctas sc concrctizaram, 0 bairro niio mats percecu c nin gucm ma is falo u em vgo. A partir dessc instantc hav ia alg ue r n pa ra cscuta r um ped ido, anotar uma dccis ao, um a pro videncia. etc. Tude era fcito em conj unto, dcsdc 0 plano das ideia s. Da i 0 succsso tncvl tavcl, po is unlram-sc as a lma s nos rncsmos son hos, c 0 q ue fora bruxolcantc luz, to rnou-sc podcrosa chama, nuclco de cncrgia e fcrc a. A prcscnca dcssa entidadc foi ultamcn tc beneflca c podc-sc dizcr, scm rncdo de crrar, que todos os mclh oramentes fo ram conscgutdos atravds de sua vigorosa c c consclcn tc atuacrio. Todas as dirctorias, a rncu vcr, fora m labortosa s, ativas . o RAlHBO DO J A B DI ~I D A SADD E 27 Houve, por ceria, aquclas que sobrcssafram-sc, a presentando urn acervo maior de conquista. Isto por em niio empa na 0 brilho de ncnh uma, pois atraves de scus represcntantcs, que sc csforcara m ao maximo , em quasc sua totalidade, cad a um procurou dar de sl 0 melhor. Nem scmprc as cir cunstancla s foram favoravcis, c cc rto, impcrando po rem, aci ma de tude, 0 amor ao bairro, 0 desejo de scrvir . Obscrva-sc ern sua scde atual, conscgulda arraves de inccssan tes lutas, no coracao do J a rdim. urn retra to a oleo, de um cx-dirctor, a sr. Luiz A ugusto de Gouveia, com uma pcqucnlna placa em que sc Ie as scgulntcs dizercs: "Os coracocs bern formados oferecern ao ba talha dor do Jardim de Saudc - Luiz Augusto de Gouveia - 4-9- 1948". Existc tambcm urn outro retrato, em tamanho menor, do deputado Scala mundre Sobr inha, que foi urn gra nde amigo da Soclcdade e seu colaborador. A scdc co nta prcscntcmcntc com um saliio de forma rctangula r, ondc sc realizam as reunifies da dirctorla c ondc se programam as fcstividadcs; uma pcq ucna sala ondc csta instalada a sccrctarla da soclcdadc, com annarios, mesa C 0 balcfio do tclcfonc; uma outra sale pcq ucna, gabincrcs de toilctc, e nos fundos, na parte ruais baixa do tcrrcno, crgucu-sc a copa-cozlnha, ondc existcm alguns pc rtences prcprios, entre as quais fogfl o, gcladclra, crc., conde o zclador e sua cspasa fazem suas rcfcicocs. A Socicdadc Amigos do Jardim, como ja se dlssc, c urn fator positive no progrcsso do balrro. SCllS trab aIhos ter n side mareantes em varies sctorcs, c as fru tos inumcros podcmos ver nas mclhorias que 0 bai rro grada tiva mcntc Ioi a prcscntando ale 0 momenta atual. As reuntocs realizam-sc duas vezcs por mcs, e gcralmente as segunda s-feiras . A frcntc da atual dirc toria cncontram-sc: prcsidcntc: dr. Manoel da R ocha Miranda Filho ; vicc-prcsidentc : Homcro de Cillo; 1.0 sccrerario ; Jairo Rogero ; 2 .° sccrcttiric: Hcnrtquc Frank ; \.0 tcsourclro : A velino Pereira 28 o BAIR RO DO JARDI~ I DA SAOD E dos Santos; 2.° tcsourciro : Tarcilio de Campos; consclhciros: Dlat cclo dos Santos, Buristhc ncs F erreira Costa c Antonio Oristan io. o atual presldcntc fci rcclcito, pcla scgunda vez, na ultima clcicao. Dos dlrigcntcs que tern ocupado esse luger, acredlto que e urn des mais jovcns. Natural de Santa Catarina, da cidadc de S. Francisco do SuI, 0 dr. Manoel da Rucha Miranda Filho, fez seus cstudos prclimina res em S. Paulo, oadc tambcm veto a cursar a Fac uldadc de Dircito da Un iversidade de Sao Paulo, diplomando- sc bacharel em ciencias [urldicas c socials, no ana dc 1959. T ern sc mostra do muito dinamico c trabalh ador, na prcsidencia da S. A . J. S., c aprcscnta urn acervo de rcaIizacoes a favor do bair ro, mostrendo em conjunto 0 que fez, juntarncntc com scus cornpanhciros de diretoria, dcsdc a anterior gestae ate a presente. Dctalhadamente passo a cnuncla-las: Asfalto, sargctas e gulas, para as ruas Marcos Fernandes, Tu iucuc, Pcrihebui, Marques de Herval, An dre Mendes , Africa, Pierre Curie c calcamcnto das areas comuns, entraves que cram para a contin uacao do plano de asfalto ( vide cruzame nto das ruas Andre Mendes com Felipe Cardoso; F elipe Cardoso com Diogo Freire c Capltao Gu ilhenn e Pompeo com Marcos Fernandes). Asfalto das ruas Felipe Cardoso ( trecho final) c Diogo Freire (trecho final). Conscrvaceo (tapa-buracos) para todas as ruas do bairro; Urbanizaceo de todas as pracas do bai rro, notadamente as de nomes: Bras Goncalves ( projcto jei aprovado c Iimpcza proviso ria executada ), Aqulles, Capitao Guilhcrme Pompeo e Frei Miguel Lanzani ; Limpcza e arbo rizacao do cantciro central da avo Cursino, com a colocacao de pastilhas "mapa de Sao Pau lo", e cxtens ao do cantelro central ate a pra<;a o HAlRRO DO JARDI ~I DA SAODE 29 F rci Migue l Lan zani, a fim de facilltar a travcssia de pcdestres em frente a Igreja ; Iluminacao da passagcm (pontilhao) da praca Bras G oncalves, com lampada a mercuric, por cont a c risco da Soclcdadc Am lgos, mantida accsu tcdas as noires; E xtcnsao cia redc de aguas c esg6105, notadamcntc para a periferia do balrro; Rcfo rma do G rupo Eseolar Ra ul Fonseca c Gtnas!o Estadua l R ubens do Amaral; Rcforma do Parque In fantil c funcionamcn to da Bibliotcca da Saudc; Cons trucllo, na rua do Boquclrao com avo Nossa Senho ra da Sande, do magnifico c modcmfssimo predie das Escolas Agrupadas de Vila Brasilina ; Poticiamcnto pcrmancntc e osten sive da area bancuria da avo Cursino; Parqu e I nfantil na pra<;:a junto a rua Ca pitao Guilhcrme Pompeo ; Iluminacao das avcnidas C urslno c Antonio Carlos da Fonseca; Rcalizacno, an ualmc ntc, de fcstividadcs no bai rro, comcmo rando 0 anivc rsario da Socicdade c 1.0 de maio, com gincana, provas csportivas, desfilc de Bscolas de Samba. fanfarras, bandas e com rcaliza<;ao de provas lnfantfs, congracando todos os moradores do bairro; Tcl cfones publicos para 0 bairro, (foram sclicitados otto: alguns j a instalados ) . Conforme a discr tminacao anterior, com urn numero grande de beneffcios a favor do bairro, conscguidos pclas duas ultl mas dirctortas, csta c a que antcccdeu , am bas soh a prcside ncia do dr . Manoel da Rocha Miranda F ilho, podemos conclu lr que tcm side bern succ30 o HAIRRO DO J AROIM DA SAODE dida sua gestae junto aos podcrcs publlcos c estes tern sc most rado sensfvcls frcn tc ncccssldadcs do Jardirn da Sande. As Socicdadcs representatives de balr ros terri merecido do atua l governo do Est adc de Sao Paulo aq ucla atcncao de que lui multo carcciam das aut orldadcs co nstltuldas, pols cssas cntldadcs podcrao slgnlficar muito para a cvolucao de um local, contribulndo dessc modo pa ra 0 progrcsso de tod a uma cldadc. Em boa hora a Prcfcitura M unicipal eriou as Administracocs Reg ionais, que acompanhando de rnals perto a cvoluca o c os proble mas de urn bair ro, pudcssem aprcsentar as oport unas solucocs, sob 0 critcr io de dcp ar tamentos cspccializados da Municipalidadc, c dcs cnvolvcndo mats permancntcmcntc, junto aos moradores, uma a tuacao m nis viva. Dcssc modo, con tamos nos aq ui com duas rcglonais multo aruantcs, a de Vila Maria na, diriglda pclo dr. Jose Rubens Macedo, c do I piranga sob a oricn tacao do d r. Raphael M. Lomonaco. A primclra localiza-sc em Vila Clementine, na rua Pedro de T oledo, csquina com Rubem Berta, a outra csta scdiada na prac a Mon umcnto, csq uina da rua Ta bo r. A presence desscs crgaos, nos problemas des bairros, sob varlos scntidos, tcm sido altamente bcncfica. Gradativamcntc vamos pcrccbcndo 0 luga r ao sol que as o rganlzacocs de bairro cstao con scgulndo junto aos podcrcs publtcos. 0 Plcnar lo, congrcgando mcnsalm entc as diretor ias cxccutivas da Socicdadcs Am igos de Bairro , e uma dc monstracgo puje nte do crcsc lmcnto e significado desscs or gaos na vida de urn mu nicipio. A Sccicdadc Amigos do Jardim da Sande e talvcz uma das mais ant igas, com vintc c quatro anos complctos de cxistencia! D cn tro da nossa comunidadc do J a rdim da Sande, a Sccicdadc Amigos ter n sc co nstit ufdo em lima force, cujo cxcmplo csta marcantcmcntc cscrlto em scus anais , pcla cond uta de home ns dignos c fcrvorosos c que junto aos bcneficios alcancados em favor do batrro, dcixaram para scmprc inscritos os scus nomcs. A elcs Rossa gra- as o aamno DO JAHDHI DA SAODE 31 tidao ctcrna, e 0 nosso dcse]o sincere de que cssa luz que urn dia sc accndcu possa sc projctar em todo s as instantcs em nossos passos, em nossa vida ! Na Avcnida Cu rsino, que at ravcssa, q ual caudaloso c movirnentado rio, a planalto do Ja rdim da Saudc , em urn ponto mais ou mcnos clcvado, foi crgutda uma peq uena I greja. No lnfcio cxistia ali apenas a gra nde area vazia. Como 0 Jugar era alto, dominando prop rlcrnente a rcgiao, nno era dificil dlvi sar rncntalm cntc ali a vulto de urn tcmplo. Os moradores, em di vcrsas ocasiocs, manifesta ram 0 dcscjo de alcan car esse objet ivo po r r ncio da Socicdadc Amigos. Durante 0 pcrlodo em que ainda na o cxistia uma Igrcja aqui no Jardim, os cncargos catolicos partiam da Igreja Santa Terezinha, do Bosq ue da Saude, cujos padres ' vinha m pcrto dlcamente ministrar 0 sacri flcio da missa, a que era fcito ao ar livre. Na o du ra u, porcm , muit o tempo esse cstado de coisas, pais 0 nucleo rcsldcncia l crcscia e tornav am-se impcriosas as razocs qu e objctivavam 0 ergu iment o de uma Igreja ou CapcIa. Atcndendo nfio apenas as reclamos dos moradores, mas a particular apelo feito ncssc sen tido por D. Paulo Rolim Loureiro, 0 scnhor supcrintcn dcntc da Cia. de T erreno s da Saudc, dr. Paulo de Almeid a Barbosa c 0 sr, Diogo de T oledo Lara, doaram a Curia Mctrop olitana de Sao P aulo, uma area de 1.440 met ros quad rados, corrcs pondente a tres lotes . o terrene se conscguira. Era prcciso iniciar a trabalho de const r ucao. Rcunira m-se alguns moradores e resolveram tomar uma providencia custeand o as obras primeiras da Igreja , e que foi terminada em 195 7 par Frei Miguel Lanzani, cons iderado portanto a seu fundador . F rei Migue l Lanzanl tern uma hist6ria e qu e esta unidade a historia destc bairro. Scu nome para as moradores do Jardim e lncsqucclvel, principalmente para as criaturas religiosas. A praca 32 o BAIRRO DO JARDI:\I DA SAu DE que abr iga a mod csta Igreja do bairro tern 0 nom e de seu qu erido fundado r. uma hom cnagem singcla, mas imensamentc leal. Natural da luilia, ondc nasccu a 14 de marco de 1905, filbo de Carl o e T ereza Canziani, recebeu na pia ba tismal 0 nome de T ulia. Fez seus cstudos primdrios e mais tard e form ou-sc em ciencias corudbcis. Arranjou cntao urn cmprego no "Nuevo Banco Italiano" , de Milao. Em contacto co m 0 mundo, no tr ato assiduo com as criaturas, foi sentindo 0 jovem contador urn cstranho descjo de ab strair-sc de tud o isso c dedicar-sc a outro tipo de vida. A existencla aprcscntou-sc-lhc rcpcntinamcntc sob urn outre prisma. de muito maior prolundidadc. Ao tlpo de service a que descjava dcdicar-se, s6 a carrcira mistica podcri a sntisfaze-lo. Nfio era uma fuga, como talvcz muitos pudcsscm pcnsar. Nee era 0 mcdo do mundo, com suas maldadcs, com scus problemas , com scus monstros. Er a algo difcrentc. Uma evanacao ma is real do hom em, da vida, do s problemas humanos, surgira de man cira nitidu em sua alma e inundav a todo 0 seu scr. 0 ap elo intimo de sua natureza era por dcm als intenso. Nao poderia ignora-lo, mas multo pelo contrario precisava conhece-lo de perto e Ihe dar a arcncac que rcqu eria. Essa voz interior sugeria 0 total dcsprcnd imento da personalida dc. numa doacao compl cta a Deus e ao Seu service . Duran te algum tempo 0 jovem T ulio medit ou nesse problema. c qu ando nfio mais teve duvidas , comunicou a scus progenltorcs sua dccisao. Nada 0 poderia demover, estava ccrto do cami nho que mais lhe conviria . Assi m cntrou no seminarlo . Fez 0 estagio correspondentc, sentindo que a chama primeira continuava a arder, em sua alma, com uma pujancn cada vcz maier. Em dczcnovc de outubro de 19 30 . apos a novicia do, profcssou os votos. Completou os cursos de filosofia e teologia em Bolouha , t: finalmente em 1935 ord cnou-se saccrdote. Adotou entao 0 nome rcligloso, pclo qual no mundo dos homen s torn ou-se conhecido. e. o HAIRRO 00 j.-\RDI~I DA SAQDE 33 Um ano apes, em 1936, vclo para a Brasil, com F rci Domingos Acc rb i c os irmaos coadj utorcs Gu ala Fe rrari e Simao Dorvi. F oi 0 primeiro grupo de mlssionarios dominicanos da prov incia Utriusquc Lom bardiai, que vcio para fundar rnissfio no Brasil. Aq ui ja exisitiam padres domlnlc anos Iranccscs; iralianos porem ainda nilo haviam cstado. Dessc modo, com Fre i Miguel Lanza ni cssa missao dominicanu iniciava scus primeiros passos, scus primeiros trabalhos em solo bras ilciro. Dirigiu-se, de infcio, para Golas, em scguida para Santa Cruz do Rio Pardo, no interior de Sao Paulo. Nessa cidade foi prtmciro paroco d omi nicano. In um cras vezes foi indicado superior des domi nicanos no Brasil. Escrevcu urn livro intitula do "Rosar io mcditado na Sagrada Bscritura", publicado em 1954. Vindo para Sao Paulo em 1957, rcccbc u a pa roqula do Jardim da Sande para cuid nr da pa rte esplrltual de suas criaturas. Rcccbcu-a com car inho c arnor e promctcu-sc, dcsdc 0 infcio, de fazer tude q ue lhc ditava scu coracao de discfpulo fervoroso. Chcga ram pois os dominicanos no Jard im da Saud e. Vieram nas suas vcstcs bra ncas, qual alvaccntos mantas de manhas lao claras, que anu neiam scmpre urn dia prospero, cheio de promlssor as horas c alcgrcs instantes. Enquanto niio sc conclul ram as ob ras da Igrcja, a que deu urn grande impulso, Frci Miguel Lanzan i oflciava missn c outros mlstcrcs da fe, em uma garagcm de urna casa situada na rua Ouislsana, ondc passara a rcsidir com os padres do minicanos auxitiares . Foi incansavcl. Nao so terminou as obras de consI ru ~ 5 0 do temple, mas ft ndou a Sociedadc Bcncliccntc Sagrada Fam ilia. c adquiriu. por seu intcrm cdio, mais oito cu dez lotcs para rcalizar out ras obras que se faziam ncccssarlas, entre as quais 0 prcdio rcsidcncial des padres. A scmente estava lancada. 0 solo pare cia fertil. E diantc delcs urn mundo de rcalizacocs sc dclineava . ° 34 o BAIRRO DO JARDI:\I DA SAODE o calor da terra que as recebia era tocantc. Sentiam elcs em derredor 0 esplendor da natureza, a for mesura de um lugar que a mao do homcm tamara urn recanto prc nhe dessa formosura e dcssa aelgria asse ntcs na paz . Com o colaboradorcs, Frci Miguel Lanzan i eneontrou em F rci Celso Pereira , Frei Agostinho Appiani, F rei Jose Lorenzett i, Fr ei Vitori no Cor tinovis, rcligiosos atlvos e otimas crialuras . Procuraram os dornlnicanos, muito Irabal hadores, cstar prcscntcs no movimento evolutivo do balrro. Scmclhante aos facultativos que auscultam os organlsmos, tentando dcscob rir as ca usas do ma l, assim clcs tambcm procurava m sc aninhar no coracao dos mo radorcs pa ra conhcccrcm bern de perto scus prob lemas, suas angustia s e levaram no momcnto justo c no objct ivo pcrfcito 0 con solo, 0 batsamo cspcrados. A presence des dominicanos, tendo a frcn tc Frci Miguel Lanzani, trouxc ao ba irro do Jardim da Saudc uma nota tocante de alcgrla, paz e fclicidade. A todos enviavam a mensa gem espiritual estrulu rada na forca da fe, e molda da no exemplo. Procuravam talvez viver 0 prccelto nu rncro um da religiao crista: Amai -vos uns aos outros ... Nfio tardou que sc atrafsscm pa ra as ob ras misslonartas da Igreja c da Sociedade Bcncflcentc, os olhares des paroquianos. F rei Miguel Lanzani e seus au xlliarcs nao cra m apenas os do mlntcanos, mas cra m os obrclros do Senhor c do povo. Foru m tao solieitos, tao carlnh osos, tao chcios dcssa vontadc de ajudar c servir, qu e ern br eve cr iarar n urn circ ulo Imcnso de amigos e admiradorcs. Dclinearam-sc as primciras providencias de ordcm assistcnclal, mo ral, religiosa. Tran sformaram a casa de Deus, no encontro amigo com os homc ns, todos , indisti ntamcntc. o tempo foi passa ndo. 0 ba irro crcscia a olhos vistos. Plantada no Alto da colina a Igrcja pa recia erguerse para a alto num murm urio de precc e de bencaos. 0 o BAIIIlm DO ]AIIDI.\l DA SAODE 35 seu vulto modesto. quase humilde, dcstacava-sc na estrada, e parecia guardar nas suas paredcs cla ras. urn con vite ao recolhi mento c a paz, As coisas parc ciam csta r se co mplctando. A pa requia aumentava e cresciam igualm ente as tar cfas des pad res. Aumentav am dia a dia as pedidos de aj uda; as necessitados a serem atendidos, os casas urgentcs, soco rro medico, uma opcrncao cirurgica, urn int cmamcnto, cscolas, roupas, 0 dinheiro para atgucm pagar uma conta inadiavel, alimcntos, roupas, etc. T udo isso sem Ialarmos no console cspiritual qu e muitos encon tra m junto a cssas criaturas. No cntan to alguma coisa trlste cstava par a acontccc r. A fat al idade csprcitava... Iria sur prccn dcr algucm multo qu erido, uma vida muito preciosa. Mats unidos ao espfrito, vivendo uma vida interior multo mais intense, dcsprcndldos e dcsapc gados de s bens da terr a. nac temiam as domlnlcanos, como nao temem. creio eu , a morte, a rnaioria do s padre s, pai s sabem, melhor do que ninguem, que cIa cami nh a ao lado, no arfar rncsmo do proprio coracao. Nfic a temcm, por certo, pol s no desfalccimento dos tacos Ifsicos, 0 espirlto se liberia. retom a a sua verdadeira pdtria, ao seio do Pa i. Mas, tao po ueo desprezam a vida. pois e justamente nela que se colhcm os frutos e qu e se lancam as sementes para um novo plantio. melhor, mais bclo, ma is perfelto! o qu e era sombra saiu das lrevas... v eto aqui, no mundo dos homen s, escrevcr com sanguc e lagrimas uma paglna tr istc. Ex trcmamcme e obreiro, muito ativo e din amico, Frci Miguel Lan zani sc ocupava em todas as horus do dla dos mais diverso s efazcrcs. Havia scmpr c colsas a serem sol ucionadas na cldad c, nos lugarcs mais distantcs. Havia scmprc 0 fato r tempo , zomband o da an sicdudc do homern. Havia pressa, muita pressa, a exigiiidadc das horas a exlgir uma dcdicacac scm treguas. Para se locomov cr com mais prontidao conseguiu He uma lambrcta. Fazia dela sua companh eira Inscparavel. 3C o B:\lRRO 00 JAnDl~1 IH. S.-\ODE Como limitava as distnacias, como vencia leguas! Levava-lhc a todos os cantos, subindo e descendo ruas abarrancadas ou fngremes. Er a perigoso tal veiculo, embora as maos de Frci Miguel Jcsscm agcis e firmcs c no scu coracsc houvessc sempre urn canto de alegria. Todos q ue 0 conhcccram, talvcz guarder » dentco dos olhos 0 vulto do padre sabre a lambrcta, erguendo as ruiios num gesto amigo de aducs, enquanto 0 scu scmblantc se abria num sorriso born, feliz, scm manchas. Guiand o a sua lambreta, procurava desconhcccr 0 pengo. Nao por ignorancia ou cspirito de aventura, mas considcrando apenas 0 service, as obras que sc tinham iniciado, aquelas q ue seriam conclufdas. Tlnha prcssa, talvcz ansicdade em chegar a esse ou aquele resultado. Havia nele, chegamos a pensar, 0 conhecimento subjctivo, inconsciente, do fim q ue cstava proximo, da jornada de seus passos que abruptamente iria silenciar. Q ual pasaro que nile da treguas as suas asas, Frei Miguel Lanzani foi surpreendido, em pleno trabalho, pela fatalidade. Guiando a lambrcta de que tanto sc alcgrava, tombou sob as rodas monstruosas de urn c nibus, que implcdosamcntc 0 esmagaram. A notfcla de sua morte enlutou 0 Jardim da Saudc. Todo 0 bair ro pcrdcra, nfio apenas 0 Iundado r da parequia, 0 irmao maior do grupo, mas 0 incsquccivcl amigo . . . Partlra scm sc dcspcdir, scm dizer adeus. Breve foi sua pcrmanencia entre os moradores do bairro. Multo breve. Chegado em 1957, quatro anos ape s, em 196 1, desa parecla. Fo re-se. Mas a Igreja ai estava. As obras, em sua maloria, bern encaminhadas . Umas rcalizadas, outras promissoramcntc iniciadas sob a signo da flgura batalhadora de Frei Miguel Lanzani. Em homenagem muito justa, foi dado a seu nome a pra.;:a onde se edificou a Igreja, e q ue ele tanto arnou. Sua Iembranca crguc-sc da pocira dos anos, no scgredo dos tempos. Frei Miguel Lanzani nao Ioi crnbora. Con- o BAIRRO DO JARDI:\ l DA SAODE 37 tinua aqui . acornpan band o ainda 0 movimcnto dos Iicis, o trab alho da paroq uia. protegido pelas sornbras sutis de um mundo dlfcrcnrc . Em noires altus, de luz multo clara, o uco-o ccnversa r com os anjos nos ja rdins q ulctos e adormecldos. ou dizcr histories junto as criancinha s qu c sonham em seus bcrcos . . E foi naturalm cn tc 0 infhrxo dcssa presence csplrltual do grande do minicano que nile pcrmitiu que a vida na parcquia pa rassc ou sofressc uma pausa scqucr. As ncccssidadcs prcclsavam scr utcndidas. 0 trabalho iniciado cxlgia cc ntinuid adc. Foi nomeado para dirigi r os trabal hos c os desti nes da Igrcja Sagrada Familia. assim denominada pelo seu funda dor , 0 dominica no Frci Ce1so Pereira, que mostr ouse digno succssor de sell insigne mestre . Dell a paroquia sua colaboracao cfetiva e ma rcantc. assistindo a comunidade naquilo qu e c1a carecia . Nessa tar cta co ntava com a ajud a scnsfvel des padres auxiliares, rcsidcntcs, em numcro de cinco. Apes urn pcrfodo proffcuo. de multa ativldadc, Fr ei Celso Pereira afa sto u-se da ca pital, com destino a outros Estados , rcalizando, segundo consta, no sctor cspir itual c social, impo rtuntcs obras. Nomeo u-sc cmao 0 sucessor de Frei Cclso, que foi Frei Humb erto Pereira. hoje vigario regional des varies conventos da Iundacao italian a. nascid o em Santa C ruz do Rio Pardo, c rcsldcntc da paroquia do bairro. Como dir igentc cspirituul da lgrcja da Scgruda Familia, Fr ci H umb crto nao dcstustr ou em nada a oh ra a q ue deu ininterrupta assis tencia. de scus an tcccssores. Niio perrnanccu porem muito tempo, e logo dcixava vago 0 scu lugar, encaminhando-sc a outros rnistcrcs da rcligiao e da fe, que pcdiam a sua prcscnca. Subiu entao ao rcfcrido po sto 0 dominicano que 0 Jardim da Saudc. na qu ase totalidadc, con hcce - Fr ei Marcos de Camargo, na tural de Golas, ondc. na Igreja de Sao J udas Tadc u, era paroco. B ell' 0 at ual rcsponsavcl 38 o DAIR RO DO JAlml:-.f D;\ SAODE pela Igrcja Sagrada Familia e da Socieda de Benefieente do mesmo nome. Pcla sua facilidadc de pcnctracao em quasc todos os ambicntcs, Frei Marcos Camargo tornou-se muito em breve uma figura conheclda . pop ula r e muito qu crida, recomcn dando-o aos nossos olhos. sua Ihaneza de trato , sua dclicadcza, sua comprccnsao. Seguindo talvez 0 cxemplo do fundad or da paroq uia. e uma criatura infatigavel. Dcdlca-sc a mil empresas, aos mais divcrsos afaze res. Procura cstar em todos os movimentos de progresso, de melhorias, tirando do instantc que passa 0 scu slgniifcudo, tcda a sua profundidadc. Como scus colaboradorcs atuais, Frei Marcos Camargo conta com os seguintcs dominicanos, qu e rcsidem na moradia jun to a Igre]a : Frcl Estevao Nunes. Frei Fra ncisco PcssUIO. F rci Mar cos Sassatelfl, Frei Candido O ueiroz c Frei Vitorin o Conl novls, os qua is tern se mostrado a al tura da grand e obra iniciada no Jnrdim da Saudc , por Frcl Miguel Lanzani. Nota-se uma coisa ncssa Igreja. a s jovens scntcm-se atraldos por cia. Em gcral a mocidadc da a nota alcgrc e vibrant e de sua presence. n50 ape nas no comparccimenlo aos cultos mas nas salas de expcd iente da casa dos padres. a s mocos daqui. etas au elcs. nao prcsc lndcm da Igreja, mas co nslderam- na urn prolongamcntc 1.1 0 lar, dos amigos, dos cstudos. Istc c born. Oudc csni a juvcntud e csta a vida. csui a amor c tudo q ue e bela. A Igreja Sagrada Familia tern rcalizado obrns sociais de grande rclcve ncia dcntro do balrro. Auxiliarn, com assiste ncla pcr man ente. urn nu mcro gra nde de famflias pc brcs, numa base de scssenta. Atraves de curso para macs, rcuniram inumcras scnhoras scm recursos, dcscjesus de tcrcm uma oricnta cao ma is sabin e segura nos services e providencias de uma casa. Assim ministraramse cnsinnm cntos sob rc ccstura. bo rdado, cozinha c higienc. a s resultad os fora m ot imos, com indices de ap ra-vcitamcmo alentado res. o 1M.limo 00 JAHDl\1 VA SAOIlE 39 · 0 c1ubc das maes , como e chamado esse encontro de senhoras, de modo geral humildes, que desejam se aperfeicoar ou se iniciar nas prendas domcstica s, orientado por pessoas abn cgada s. donas de casas rcstdcntcs no ba irro. particip an tes das at ividades sociais da par6q uia, dando assim algo de si mesmas em favor des rnenos Iavorecldos. A Igreja cuid a tambem da altabetizacao de adultos em seu programa de melhorar cada vez mais 0 homem. o analfabctismo e indesejavel. Nao sc com preendc mais sua exlstencia ou pcr manencia na era que csta mos . quando 0 hornem alcancou a lua , qua ndo grandcs e rnaruvilhosas dcscobcrtas comccam a surgir nos campos das ciencias, quando a eriatura inicia 0 sell pro prio descobrimente, aehando em si mesma inauditas enc rgias, facu ldades incn veis, de que jamais houvcra sonhado, porqlle jamais nelas acreditara. 0 analfabetismo e pois um mal q ue na medida do poss fvel deve ser cne rgicamcn te comba tido. A li, junto a Igrcja Sagrada Famflia, muito s cnconrrnram essa luz que Ihcs ab riu ur n novo cam inho atraves da alfabetlzaca o. E urn grande tra balho da Igreja, qu e mereee todos os louvores. No seu programa assisteneial a Igreja dis tr ibui vivcrcs aos neccssitados, Iamflias desa mparadas. criatu ras dcsajustad as, em descspero. Atraves da c rganizacao "Caritas" intcmacional, cnco ntra um grande apoio em sun campan ha social. Com referend a a qualqu cr outro auxfllc a pa roq uia da Sagrada Familia nao rcccbe de nenhum modo, mas sc Iossc ajudada pcla s autoridades ccrtamente a scu progra ma, sob varies angulos, se ampliaria, aumcntando 0 mimcrc de bc ncffcios e des bencflclados. As dcspcsas da Igrc]a, a manutcncao dos services, c fcita pclos moradorcs c colaboradores cxpon tancos c umigos e rceursos prcp rios da paroq uia. Par isso a Igreju do Jardim da Sande c ainda hu milde, pcquc nina, cmbo ra gua rde em si, em toda sua singcleza, urn encanto todo especial, uma sutil beleza. Pode talvez pareccr urn con- e 40 o IH IR RO »0 JARIlt \1 DA SA"ODf: tr aste diante dos suntuosos predios e Iuxuosa s casa s que se erguem pelos arrcdores e rncsmo ao pe da pr6pria casa de Deus. Mcsmo assim, na sua nudez, no seu aparcntc abandono, a Igreja do meu bairro espalha uma suave c toca nte nota de simplicidade c graca. Rodcam-na arvorcs, e no fundo uma cspccic de horta que faz parte da casa dos padres. Sua prcsenca, no centro mesmo do J ardim da Saadc, e urn ma rco de alerta . Fala da presence de uma f6ro;a malor, procurando despcrtar a s homens a uma luz mais alta. Parccc apontar 0 camin ho das cstrelas, atraves sua terre, tentan do mostrar a todos que e prcciso, acima de tudo, encon trar a Deus, pois tude 0 mais vlra, como acrescimo . a s contomos da pequena Igreja assinalados na paisagem convidam a oracao, ao silencio. E q uando morre o dia e 0 ceu tinge-so de urn colorl do mais dcnso, cia pa rccc um vulto atc nto, aeompa nhando as pcssoas que passarn, ouvind o os que suspir am e ehoram, auscultando o coracao da terra, nas passa das cansadas dos homcns. E, qu ando tudo e cscuridso, as luzes pon teiam aqui c acola, a Igreja parece abr ir seus lrnensos braces ou portentosas asas ocultas, chamando a prccc derradeira, na bcnc ao prc limina r ao descanso prcclcso. No ceu as cstrelas travam um duclo de bclcza, de csplcndor. Parccem dizer, curvadas sab re 0 mundo "so u a r nais bela " - . E at raldas pcla docura das prcccs que subiram ao ar, fazem urn nicho de luz ccrcando a temple. E vern a madrugada. Surgem as primciros alborcs. As nuvcns rosca mente colorid as parecem arm inhos lcvcmente cncandccidos empoando as faces do ccu. E as horas cam inham. Sao alfgcros passaros que cor lam nossos instantcs, dlminuindo-os, tomando-os exiguos para ce nter todos os nossos sonhos e espc rancas . Quando a manha esta em sua plenitude e val iniciar urn novo compass o, o UAIHRO DO JARDI M DA SA'ODE 41 caminhando para urn complete dcspcrtar, ouve-se cntao 0 canto do passarc de bronze, adorrnecido na torre da lgrcja. o sino mclodl osam entc cspalha sels ba dala das no din que comccou. 1':: dificil expresser em palevras a bclcza do sino a ea nta r, dcspertando 0 bairro para urn novo dia. E: algo assim tao suave c tao formoso, que e precise ouvir, pa ra que esse cncantamcnto nos pcnetrc. o sino tocand o rcssoa pela campi na. atravessa os us, pcnctra nos jardins, vibra na corola das florcs. na cabeleira das arvorcs. Acaricia 0 pelo do cachorro lulu que fica pcnsativo. magnetizado pcla mus lca tao doee que chegou. A mclodia sc cspalha. Vai criando corpo c val crescendo, como se formasse urn sol de raios luminosos c multicorcs. Arma-sc no infinite cmbaladora rcde. Nela dcita-sc nossa alma, captando 0 scgredo das notas, a belcza profunda do canta r do sino, na quietude matinal do bai rro. B 0 convitc pa ra a vida, e quem dcspcrtn para a vida no seu mais alto scntido. no seu real significado, dcspcna pa ra Deus. Ouando 0 sino sc aquicta c volta a sonhar em sua torre, 0 ceo de suas batidas luminosarnentc pcrdura. o bairro comcca a dcspe rtar. As ruas ate cntao sosscgadas, q uasc adcrmccldas, vlio scndo invadidas pclos vultos dos moradorcs. pclas criancas. pclos cstudantes. VOla nova vida comcca a cxisur. Vol novo rotclro scgucm os homens em suns caminhadas. Tudo e bela aqui no Jardim da Saudc. 0 seu amanhecer, a cadencia do dia q ue vai cnvelhcccndo nas ho rns a va ncadas, a tar de quase triste que c nvolvc 0 bair ro num ma nto cinzcnto-azul de tenuc vcu. A noitc q ue chcga e se apodcra dos cspacos, num rcinudo de luzes c csplcndor. Fica -sc artista incspe radarncrne, comagiados pcla poesla que cxistc aqui em tudo. 42 o BAIRRO DO j.o\lmm DA SA(rD E a silencio da noitc e substltu fdo pelo val-c-vcm do s morad ore s, nos mais diversos ob jctivos. As Ieir as livres, os mercados, onde, em abundancia, sc cncontra de tud o. o movlmcnto va i aume nta ndo, 0 bai rro despert ou po r complete. T odos parecem se rnovlmenta r. As janclas das casas se abrern. Chegam os passa ros cnriqucccn do os espacos. Parccbc-sc pclos scus eantos que sao felizes aq ui . Gostam de can tar nos telhados, nos muros, nos jardins. Os passa ros gorgeia m, espalha m mustca, alcgria . Teccm uma orla de luz no caminho do s hom cns. Cria ncas rindo, d izem colsas, solta m papagalos, van brincar de pegador nas ruas. Meninas de blciclctas passam, lindas em seus vestidin hos alcgrcs, nas suas fitas colorl das. Comcca assim uma ctapa nova na vida do mcu bairro, em ca da di a que nascc. Existem atualmente aqu i varies imobilia rias. A mais antiga, pcnso, e a do Sf. Mar io Peixoto. O utras foram surgindo com a emancipacao local, com 0 progresso e expansao de seu comercio, com a co nstrucao vertiginosa de casas de alto nivel, nfio so em bc1eza como em conf6 rto c Iuxo. Algo que de imediato cha ma a atcncao do vlsltan tc e 0 ta man ho do terrene ondc foram crg utdas inumeras casas . Sao areas grandcs, quase tcdas, eom uma frente no minimo de dez metros, com aprcciavel fundo, em tcr rcnos pianos. Nota-se cntao que cssas cas as sao antigas, embora conscrvadtssimas c ate Iormosas . Con stituc m futor de encanto e bcleza. Ol hand o-as tem-sc a imprcssao de que clas nos sornem, nos convidam a entrar, nos enviam cu mpri mentos na gr a~a de suas llnhas, no rc ndado de suas grades, na pintura agradavcl c pcrfcit a, no verde do jardim ondc brotam dcsdc pcquc ninas violetas c jasmins pcrfumados, at e os gracioscs girassois . Nos loteamentos atuais diflcilmentc vamos cncontrar are as assim. E quando tudo ja csta praticamcnte Ieito, pode-sc dizer que incxistem terrenos avulsos para construca o de casas, com esse tamanho, ap rescn tando dimeno RAm BO DO J A lmI ~t DA SAODE 43 sees lao vasras. Q uando a gcntc encontra, 0 prcco e uma fabu la . .. Raciona-sc hojc, ao ma xun o, em materia de terr eno, principalmcntc quando sc trat a de constr uir para vend er. Aqui. como em qualquer out ro bairro. as casas constru fda s pos tas a venda estao em areas cxfguas. pcquenfssimas. Mesmo assim, surgem de maneira surprecndc nte, Ilndo s sobrados, de cncantador aspecto c sugestiva visao. Urn grupo ussim foi construido hi pouc o na rua Francisco Dias. c rapidamcnte, antes do termina da s obras, foram totalm cntc vendidos. Apresentam uma arquitctudo modc ma, de Iinhas ousadas e atracntcs. o ba irro do J ardim da Saudc e muito procurado, primciramente podemos dizer pcl a sua localizac do, e dcpc is pclo fato r bcleza. Alem do mais lui de tudo c para todos, em mate ria de cscolas, comerclo, tra ns- pones, etc. Uma coisa q ue logo sc nota C 0 numcro de japoucscs que aqui rcsidem e trabalha m. Essa presenca se faz scnt ir com mais evidencia na zona comercia l do Ja rdim da Saudc, que estu cspalhada por tod o 0 pcrcurso da Avcnida Cursino, principalmcntc no trccho em qu e atravessa estc bai rro . Os japoncscs, em sua maiori u, deram-se bern aqul no Jardim. Os primciros a chcgar Ioram scnsibilizados pela bclcza local, pelas condlcocs ma teriai s, pelo descmbaraco q ue sc cncontra em qualquer dirccilc c mcsmo nos rotciros para fora de scus limitcs. Dcram-sc bern por ccrto c foram conta ndo historias lindas a outros pat rlclos. a ou tros Irmaos q ue sc encheram de desejos e cu riosidades. E foram ehega ndo. Trazendo seus sonh os. suas bagagcns. uma vontadc louea de trabalhar, ajuda ndo essa terra tao boa, e tao grande, que e s. Pa ulo, q ue e o Brasil! E assim, foram se rcunindo como uma imensa familia. Encont raram, com o semprc, em cada compa nheiro de trabalho, no irmao brasilciro, a voz amlga, 44 o BAIImO DO JAR DI ~I DA SAODE cornpreensiva. leal. E ergueram seus lares, construlram o comercio, fizcram 0 scu mundo. o japones sc amb icntou dcmais no Br asil, em tod os os sentidos. E cssa ambic ntacao foi tao pcnctran rc, tao profund a, que venccu tabus e supc rou prcconceltos. Hoje, jovens de familias japonesas casarn-se com mocos brasileiros e vice-versa. Pcrccbemos que a miX;a japonesa e mu ito elegante e bela. Nota-se nas mu lheres dessa raca extrema docilidade com referend a ao homcm. dentrc do casamento. Scntem -se pcrfcltam ente a vontade, e parecem muito felizcs, de aparencia sauda vcl c alegrcs. I negavclmente sao mu lto ativo s c sc entregam a suas tarcfus em grupos numcrosos, as vezcs. membros de uma rncsma familia. Co mo par excmplo podcm os citar os prospcros comereiantes Irmaos Ka te, cstabclectdos com urn Super-M er. cado, rnuito bern sortldo, de produtos sclcclonados c artlgos de prlmeirfsslma ordcm. Exi stc no buirro urn outro cstabelecimc nto congenere, e que foi 0 prim ciro a scr construfdo por aqui. Dcnomina -sc Supe r-Mercado Jardim da Saude e csui crguklo em area bem maior, ap rcsenta ndo inumcros boxes, cxplorados por varies comerciantcs, dos mais divcrsos gencros. Oua se todos elcs, exectuando-se a banea de ca rncs e de laticfnios, Irtos, enlatados e frut as secas, pcrte ncem aos ja ponescs. 0 Supe rMercado Jardim da Saade foi con strujdo ha uns cinco anos mais ou menos. A preferencia dos moradorcs se divide. Ha os qu e apreeiam mais a modalid ade enscjada pelos Irmaos Kate, ma is at ual, mats rapid a talvcz. As donas de casa cscolhcm dir ct amcnt c os produtos dcscjades, pagando no final, junto a caixa, 0 total de suas compras. No ou tre mcrcado as frcgueses solicita m 0 que ncccssitam at ravcs dos balcocs c nao tern assim urn accsso mais direto e pcssoal com as pr odutos cxposlos. No cntanto, ambos tern urn movimcnto intense , que nos sabados che ga a scr dcsusado. Perman cccm abcrtos diariamente, de man ha al e 0 comeco da noit e, de 19 as 20 o BAIRRO 00 j.o\RDI:\I IH SACDE -i5 horas. A mbos procuram satisfazer 0 capricho de paladar, dos mais divcrsos gostos dos mo radores do Jardlm. Enfim, os japoneses que aqu i resldcm c trabalham, formam conosco uma comunidade familiar. Aqui eles rem suas cscolas. seus clubcs. sua Igre]a. entre elas urn temple budista de singular apa rencia, na Aven ida Cursino. com uma fachada cscurcclda sob a capa de uma pintura preta. Ha ncssa Igreja um sino muito grande rcpousando na parte frontal da rnesrna. numa face lateral, em uma cspccle de nicho. A lgumas vezes pudc prcseneiar vida no tem ple . pois em gcral csta fechado, com urn ar grave, tacit umo, distan tc. As reunifies no temple, em sua maio riu. acoIhem gra nde numcro de [apouescs com SUiIS famllias, quasc todo s, pcnso. rcsldc ntcs no bair ro. voltando nc vamcntc ao assunto do comc rcio do bairro, de qnatq ucr cspc cic, pois c vanadlsslmo. cxistc de tude aqui, gencros alime ntfcios, baza rcs. mcrcca rias, estudlos fc togrdflcos, qultandas. ta rmacias, lojus de videos e quadros. joalhc rias, Iab ricas de movcis. pa nificadoras c confcitarias. edegas. casas de aves e avos. com matadouro. accugues. uma chu rrascarla. casas de pccas de carros e pncus. enfim cltariamos todo urn mundo. medida que a lcmbranca nos ocorrc. da visao do bairro nesse sentido. E na sua ma ioria a comercio em geral csta nas maos des irmilcs orientals, fazendo-nos pcnsar em urn pcdaco de Toq ulo. Nos balcocs des casas comerdais, succssivamcn tc, encon tra mos 0 vulto do japones ou japonesa, vcndc ndo os mats vari ados a rtlgos com a incont undfvel classe de gcntilcza e atc ncao que nos brindam . Sao dclicadissimos. Existem mui tos sa locs de belcza cspalhadcs aqu i no Ja rdim da Saudc . E qua sc todos elcs s50 di rigidos por scnhoras au rnocas ja ponesas. c tern uma cllcntcla gra nde de pcsso as do bai rro. Esse movimenlo e maier ao se ap roxima r os fins de semana. Nas ocaslocs de festas, natal, fim de a na, ca maval. pdscoa, etc. alg umas cubclci- a o B:\IRRO DO J,.\IUml IH sxom: rciras fazem urn plantliu a partir de cinco horas da manha e mesmo asslm nem scmprc dao conta. Aparentemenrc acho que eles sao japonescs pclos traces, po r hcrcdit aricdadc. mas acredito q ue a ma ioria, au quasc todos elcs, principalmenre os mais jovcns, com algumas excecocs. sao brasilelros, nascidos nesta maravilhosa terra, qu e indistintamente a tod os rcccbc, dando cxemplo vivo, no concerto das nacocs, de urn puja nte sentimento de fratern idade e a mor. Exis tem aq ui onmas casas de come rcio. As loja s principalme nte, de artigos vnriados . desdc a sacola q uase inslgniflcante ate 0 "chcmislcr", sao muito bo nltin has. Em todas clas cxlbcm-sc essas dtminutas graces. miniaturas cnca ntadoras, de origem ou inspiracao japonesa, qu e imedlntamcntc nos rcportnm ao pa is do sol nasccntc, das ccrejeiras em f1o r, das gucixas de TOsto tao bra nco, tao alva como urn raio de luar . Ha casas de discos, Iloricultu ras. casas de bisccito s. postos de gasolina. garagc ns espccial izadas em lavagens c ab rigo. o que se ve muito. em pcrcurso pcqucno. sao os cscrito nos imobilia rios. como ja foi dito. A com panhia de lmoveis "Dourado". e urn dos rnais recentes. A proli feracao dessas empresas evidcncia talvez poss ibilidades de se realizarem aq ui fertil campo de tran sacoes . Tudo aqui parece f1 orescer, vibrar, apresentando uma evolucao indisfarci vel. urn progresso indi..cutfvel. Existem dois estabelcclmentos bancdrios para atendcr as necessldades do ba irro. Os terrenos que cxistc m aqu i sao proc ura d lsslm os, mas devido a cxigencia qu e perdu ra desde 0 inicio das primeiras vendas, graces a visfio do dr. Paulo de Almeida Barbosa, de nno sc con strulrcm industries au casas de comcrcio em areas rcsldcnciais, aprcscntam um prcco e1cvade, posslvelmcntc rnais alto do que 0 sao as imovcis em lugares em qu e nfio se faz cssa saluta r distincfic. As ruas at ualmc ntc cstao em sua qu ase totalidad e asfaltadas . Sao largas, amplas. Ted as elas sao arbori- o B:\IRRO DO J..\RI>I"I D:\ S:\ODE 47 zadas, tranqtlilas, embora a zona comerclal e aqu elas vias que sao itineraries de onlbus, ap resentam urn movime nto mais intcnso. Esscncialmentc, pore m, a Jardim da Saudc e urn bairro gostos o, calma , sauve, oudc, numa da diva da natureza c no milagre da engen ha rla c da tecnica, vive-se melhor e mals feliz. Com refere nda ao campo da mcdicina a nume ro de medicos de origem niponica predomi na ta mbem. 0 mcsmo sc pode falar dos dentistas. Os consultorios cst ao espal had os em varies angulos . Muitos delcs sao diplo mados por nossas un iversidades, e sc nao sao patrfcios, sao naturalizados, 0 que da no mesmo. Q uando falo desse modo me cxpressando atraves da palavra japones ou nlponico faco- o apenas no sentido de mostrar uma faceta do Jardim da Saude, que 6 muito viva c salicntc para se nao conhece-l a, e tambem para rnostrar uma caracterfstlca do ba lrro, pais vcrdadeiramcnte somas todos irmaos e vivemos a sombr a de uma s6 ba ndeir a, qu e nao s6 aponta a beleza azul dos no ssos ceus, 0 verdor de nossos campos, ma s fala sobretudo do mais profundo c verdadeiro eto qu e deve unlr tod os os sercs - a frate rnidade, 0 rcspelto mut uo, 0 amor! Dispoe 0 Jardim da Saude de urn Parque I nfantil bclissimo, numa area aproximada de 9 .000 metros qu adrados, situando-se na pr aca Jofio Rodri gues. Apresenta uma constr ucao bern moderna, adapt ada aos niveis mais atuais da educacao infantil c adolescente , e foi fundado ha 14 anos, mais ou menos. Presentemente se eneon tra em rcformas, pintura e novas depe ndenclas, 0 que denota a grande preocupacao que as autoridades munici pais cst ao dedicendo a crlanca, procurando ofcreccr-lhc urn ambientc nfio s6 cspacoso, agradavel, mas onde possa expandir-sc c cxprcss ar-se completame ntc. o local onde se localiza 0 Parque Infanti l do Jardim da San de e muito bern situado e foi muitissimo bern escoIhido. A area 6 belissima, contfgua a Biblioteca Mu nicipal do ba lrro . 48 o BAIR RO DO JARDl~1 DA SAODE Abriga um nume ro aproxirnado de 300 crlancas mat riculadas, de 3 anos comple tes ate 11 anos e mcto. As criaucas pcrmanccem no Parquc no pcriodo integra l de 7 hor as e 30 min ute s da rnanhii ate 17 hor as, ou em d uas ctapas, das 7,30 ho ras as 12,30 c das 12.30 as 17 horas . A pos as doze anos, 0 cducando passa a Ircq bcn tar os centres juvcnis notu rnos do Pa rq uc. Pa ra scrcm matriculadas. as crlancas dcvcm ap re· sen tar atestado medico, ab rcugrafla, certld eo de nasctmento c atcsrado de vacinas. Alcm de urn a mbientc que pa rccc scr mui to agradavcl c sadio, guia ndo-se pcla amplitude da scde e do loca l, c dos miriades de vciculos de cxp rcssao q ue a cr ianca cncontra, no Pa rqu c I nfan til do J a rdim da Snudc cia e, sob 0 porno de vista altmcntar, tarn bcrn, muhlsslmo culdada . Co nfor me dado s fornccidos pcla professora dna. Lea Marzagac Bringhs, dlretora do Pa rq uc Infa ntil, as cr iancas rccebcm altm cntacao com plete, que abrangc urn almoco bern sub sta ncloso e dais lunches ( lclte, chocola te, pao, ba nana-mel, avcla , doccs, etc.). A assistencia medica, num ambicnte assim, n50 podcria faltar, e ela sc distribui. em vanas espccialida dcs a tim de podcr cstar a alt ura de sua missao, ate ndendo cases q ue possam surgi r, cxig indo uma atcncno mats acu rada . As sim, cxistc m 0 pcdiatra, 0 psic6logo, oftalmolog ista, 0 cirurghto, 0 dcntista. R clativa mcntc aos familla res do cducando, 0 Pa rq ue Infa ntil, at raves de seu post o de puer icult ura, da a asststencia dcvida. Inumcras miles q ue trabalham. aq ui rcsidcntcs, dcixam as cnancas cntrcgucs it oricntacao c guarda do parq ue infantil do bair ro, pais sa bem q ue ali, co m seguranca, nada lhc falt ara. Teriio 0 complemento do lar. Ale nt da rcsponsabiltdadc das cducadoras, as criancas dispocrn de uma seric de vcfculos a u lnstr umcntos atravcs des quais podcm dar vazao as suas vcrdadetras o BAIHRO DO JARDI ~t DA SAODE 49 naturczas, dcsabrochan do c lnccntivando faculdadas a rtisticas, criativas, que , de outra forma, pcrmancceria m, a pagadas au num cstdgio amorfo. As criancas dividem-sc, com 0 fim de serc m mais cficientemente aprovciradcs os scus dotes, em tres nivels: pequctlos de 3 a 4 anos. medias de 5 a 7 a nus. grandcs - de 8 a 12 anos. o program a cducacional e dcsenvolvldo na for ma de Unidade de Trabalh o, alcancando dcntro da rccrcacao orientada as variado s sctores de cstudo. Programas do Parque Infa ntil do Jardim da Saudc, confo rmc dados que me for am fornecidos, muito gcntilmen te pela digna diretora dcssa entidade. 5.1. Unidade de Trabalho I Plancjamcnto. Justificanva. O bjctivos. a ) de aspecto formativ e. b ) de aspccto informative . II Lancamento {Motivacfio }. III Desenvolvimento. 1. At ivida des que abran gcm as ar eas de lingua patrta, ma tcmatica . cstcdos socia is e clencias : palestr as cstcrias core falado 50 o BAlH lt O DO JABm.'o1 D A SAUD E roses intclc ctivos emrcvistas convcrsacao lcitura incidental dramatlzacao tca tro cinema bi bliot cca excursocs expo corpora l (m imica ) coordcnacao motora orlcntacno cspaclal, Iatcr alldadc pcrccpcao c discriminacao visual pcrccpcao c discr lrninacrio a uditlva memoria visual complcmcnto de figuras m utiladas 2. A ries plasticas ativldadcs cspo ntan eas e cna doras desenho modcla gcm plntur a (varies tipos e tecnicas ) cartazcs em gru po recortcs dobradura rcpieag cm o BAIHHO DO JAHDL\I VA SAODE 5t colagcm diorama armacccs em cartolina 3. Aries domesticas e industriais made ira estamparla couro decoracao de cbjetos trancagcm cncadc macao metals culinaria pcquenos consertos c1etricidade horticultura bo rdado c costura 4 . Area de saade A tividade de rotina higiene (atividade de retina ) vacinacocs banhos campanhas curati ves 5. Educacaa Flsica atividadcs natura ls 52 o B:\IRRO DO j .... um.\l IH. SAODE ( ma rchas, corridas, saltos, etc .) cx.: simples pa ra coordenacao moto ra roses moto res jogos valor postural roses scnsoriais rogos intclcctuais iniciacao csportlva cxercicio para rccupcracao cd ucacao ffsica dramatizada cd ucaca o flsica gcncralizada natacao Educacao Musical orfcfio cantos rccrcatl vos audicao de discos ba ndin ha ritmica cxc rcicios rttmtcos da ncas e musicas Iolclc ricas brinqucdos canta dos rnusicas ensinad as codas cantadas hlnos enslnados IV - o nuuuo Cu tminancia (festas, solenidadcs, cxposicocs, visitas de macs, ctc.}. DO JARDnl D A SADDE 53 V VI Material aud io visual empregado. Avaliacao de cq uipc. A meu vcr, 0 Pa rq ue I nfantil do bairro e excclen te. Um dos mclhores de Sao Pa ulo. Um vcrdadctro parafso para a pctizada. Co nclulr-sc isso e otirno , pois sao justiflcados todos as cuidados, prcocu pacoes que sc dcdiqu em as criancas. Em verda de, elas sao, como os jove ns, os csteios da patria, de urn amanhfi, que devemos dcsejar sc]a mclhor do que hoje. A rccrcacao bern dirigida, mescla da minlstracao de conhccimentos, de modo adcquado, prepara aquelc s allccrccs solid os na alma, na mente infan til. Uma infa ncia cercada de coisas alegres c boas, C meio camin ho and ado para se alca ncar, mais tarde , no m undo, 0 verdadeiro lugar, e a prop ria felicidade . Tudo que sc Iizcr it crianca, em materia de cducacao, de asststencia em todos os niveis, nunca sera demais. A mtssao do educador , em min ha oplntao, csta acima de qu alquer outr a, e superior rncsmc ao trabal ho genial de um gra nde artiste . Nao cxistc tarefa que Ihc sobrepu]c em impor tan cla a u grav idadc . o ar tista trab atha na ma teria, cujo circ ulo vibratorlo de existencia ainda e lento, limitado. As conseq uencias de sua obra tem urn dctcrminado alcancc. A crianca, m ulto ao contrario, t ras em sl 0 mlstcrlo e a profund idade da propria vida . Sua alma podc ra ser lim instrumenta vibra nte, chcio de receptividadc . A crianca corresp onde de modo maravilhoso cos cst lmulos q ue the sao cnviados, mor mcntc os cons trutlvos c positive s. Sob esse pnsma, no amb ito de scu Pa rq uc l nfa ntil, o Ja rdim da Saudc csta de parabens. Eo cstiin tguatmcntc as autorldadcs que crgucram esse cdif icio no passadc, c aquclas que the diio 0 apoio no presente. A todos aquelcs, enfim, que de uma mancira ou outra, lutaram para a cxiste ncia dessc Parquc no bairro. a 54 o DAIRRO DO J AHDI~I DA SA(T DE Pereorrendo as amplas instalacocs, embor a esteja em reforma, fiquei devcras encantada . Ja vira anteriormente outras entidadcs similarcs, e nee pod ia imaglnar que houvesse em meu ba irro uma assim tao comp leta, pareeendo-me altamonte eficaz em seus objetivos. E cheguei a pensar : assim e muito gostoso scr cr tanca. com urn camp o imcns o para sc vivcr bcm e intcligcntcmcntc. o problema infantil e mu ito scri o. Ncm scmpre os pais, nem sem prc os professorcs, podcm ou sabem dar a ssses pequc ninos as meios mats certos e capazcs para dtssolver a cortina dcnsa que, tal uma serpcntc, se enleia no ser, mina ndo-lhc as focos csptrituais de cncrgia. subtralndo-Ihe a luz, a alcgr ia, a paz. E ssa cortina que sc vai formando inicialmente de fora para den tr o, at e sc instala r deflnlt ivamc ntc no amago da er iatura. Dcpois virao as lmagcns dcfeituosas das coisas q ue nos rodeiam , das pessoas e do proprio mundo. E m mcu parecer, aeho quc a cducacao de uma crianca, os cuidados que rcq ucr, dcvcm sc iniciar nos primeir os con tactos com 0 mundo, c nilo estaremos cxagcrando se fixarmos esse lnstante no me mento do prlmelro chore infa ntil. T odos os govcrnos, as autoridades constltufda s dcvcriam outorgar ao problema da crianca a r naxima atencao, os supremos desvelos. E 0 proprio rnundo que sc csta crlando, na forma<;ao dos condutorcs do amanha, aquelcs que lrao tomar as redcas do univcrso e eonduzi-lo ao seu real destine a u cntao leva-lo a fim inominavcl. E sc nao for com uma ideia tao vast a ou urn pcns amcnto tao arnplo, pcnscmos nas cria ncas simplesmente como se res huma nos, cnndida tos na turals a fclicidadc e alegria . Ja disse algue m qu e a cultu ra c adiantamento de urn Povc sc avalia m pclos cu idad os e dcsvelos que d irigem aos pequcninos. A or icntacao nega tive nega a crianca urn dcsabrochar complete. I mpossibifira-lhc de antigir com naturalida de 0 sazo namento de suas qu alidades e vlrtudcs . Interccpta-lhc 0 passo, fa-la estagnar. Mais tarde, ao despertar o BAIRRO DO J ARDI M DA SAODE 55 do estranho torpor. sera tar de demals. Scmi r-sc-a por certo tao dista ntc daqullo que realmcntc dcver ta scr. Essa expenencia lhc acompa nha ra todos os passos. Sabcrnos disso , po r nos mesmos ou pelo excmplo de outros. Atualmcnt e, scguindo 0 caminho de parses evoluid os. o Brasil. e pr incipalmente S. Paulo. tern procurado sc ma nter na vanguarda. nos c uidados infancia. A oricntacao da crianca com amor c paciencia podem opc rar cois as ma ra vilhosas . No Parquc Infantil do bai rro , sabcmos que a crianca ap rcnd c br inca ndo, divertindo-se. A rccrcacao na vida infantil c lndlspe nsavel, pois essas cponunidades enscjam ao espirito infan til os meios de sc cn nqucccrcm interlormcnte. No Parquc Infan til do Jardim da Saudc cxistc rccrcacfio em tod os os scnt idos . Po r falta de brinquedo as crlancas ntto dcix urno de apre nder. D a mbien te que se prepara para clns, sob multiples aspectos, c agr nda biHssimo. As depcndencias do Par que s5.o cxcclcntcs. Diria ate , extraordinanas. E pod em ser asslm dtscnrninadas: salao de festas. de [ogos, quadras, salas de musica. diretoria, refeitor io, cozinha , almoxarifado, pa lco, plscina c campos para jogos var iados. o Par qu e agora esta tranqiiilo. sllcnclosc de vozcs infantis. Suas purcdcs , scus espacos. scus br inquc dos parecem ado rmccidos. No cntanto. quando 0 tempo cbcga r. clas viri io em bandos. T ao alcgres c r isonbas como pessa ros fclizcs. E salt itarao de tod os os lades. cantando c batcndo palma s. Co rrcrno em bu sca des brinqucdos prcdilctcs. dcscjos de ruatar num so lnstantc a sa udadc de tanto tempo.. . A boncca de tranca do urada cstara por pcrto. a massinh a tao gostosa para Inzer lim mundo, bichiuhos, casin has, etc. O utras ira n pclos campos, brtncnr de corrcr, rcsvavand o pelo cscorrcgador, subindo na gangorra e cntrcga ndo-se aq ucla scnsucao de voo quando csra na balance. Hojc tudo csta calma. As cr iancus cstfio longc. T alvez sonhcm com 0 instante do retorno .. , a 56 o BAIRRO DO J..\ I\I)I:\I D.\. SAODE As pa rcdcs que guardam a intimid adc do rise c brinca deiras dos pc tizcs, Iala m-me , em est ran ha Iinguagcm , de urn mundo cncantado . . . • o Pa rq uc l nfantil do mcu bairro csta sob a jurisdicao mais alta da Prcfcitur a Mu nicipal de Sao Pa ulo, atualmente com 0 di nttmico c j ovem engenheiro de. Pa ulo Salim Maluf a frente. Pela natureza de seus objc rlvos, 0 Pa rqu c I nfantil subordlna-sc di retam entc ao Departamento de Ed ucacao c R ccrcio , da Sccrcrarla de Bducacao e C ultura do Municipio. T an to a cducacao infantil, de criancas de 3 ate 1I anos c mcio, como dos maiorcs, de 12 anos em dia nte, que freq uentam os ccntros juvenis, que funclonam 11 ncitc , acredito que 0 Pa rq uc l nfa ntil tem ati ngido plen amcnt c suas mct as cd ucacionais, fazendo a crian ca mais feliz e mals cia rnesma. A presenr;a dessc Parq ue Infantil veio cmbclcz a r mais e tornar melhor ainda 0 me u ba irro - 0 J a rdi m da Sau del Vamos agora conhcccr urn centro de eseoteiros, tambern destc bai era . E ntre as orga nizacocs de finalidadc educative, cxis tc aqui, fato que e mu insslmo anlmador, urn Centro de Escotciros dcnomtnado "Centro T uiucuc''. F ica situado num Iugar bclfssimo, rodcado de pinhciros e ma ravilhosas arvorcs, a cu]a sombr a live uma vontadc louca de scntar, nao apenas para pcnsar, para mcd ita r, mas pr incipal mentc pa ra son ha r. Os passaros can tavam . fazcndo fcsta nos galhos, saltltando daqui, sal tita ndo dali. Ncsse tran qiiilo sitio ergucu-sc uma construcao de madeira , de forma rcta ngul ar, cuja pin tum lembra 0 colorida das matas, a alcgria dos campos, de que as cscotciros tanto apreciam. Conforme ur na plaea qu e sc cncima, 11 entrada, a gentc conclui, pclos dizeres, que deve ser urn ponto de rcuntao dos escoteiros do Ce ntro T ulucuc, no bairro do Jard lm da Saudc, e que csta sob a dlr ccgo do comissarlo do Distrlt o da Saudc (2 1°) , 0 o HAm RO DO J AHDI ~ 1 I>A SAUDE 57 multo dtnamico sr. Ma rl in Oska r Mu ller , residcntc a avcn ida Bosque da Saudc. A finalid ade da orga nizacao des csco tciros, ningucm ignora, dcspe rtar be rn cedo, no hornern, a consciencia do deve r, 0 a mor ao proxi mo c aq uelas mar avllhosas qualldadcs que abrem caminhos criatura no scntldo de sua rcattzac no c fclicid adc. Existem milhares e milhares de cent res de cscotciros cspalhados po r todo a mundo , enriquecendo a juvcntude, discip linando a at uacao do homem frcntc a scus semel hantes, no ob jctivo de scr essa vivencia cada vcz mals perfeita, cada vcz mais alta. A semcntc que Robert Steph enson Smyth Baden Powell, brllhantc oficial do exercito brita mco plantou, aproximad amc ntc em 1908, organlzando a movimcnto pa ra a for macao de corpos de cscotclrcs, deu os melha res c rnais pro dtgos fru tos. Scntindo de perto ssscs resultados c 0 gra nde valor que se podia tirar a favor da cducacao dos mcninos, todos os pafses do mu ndo passaram a ad oui-lo. A presence de um Ce ntro de Bscoteiros em urn hai rro e urn sinal com plcta mcnte positiv e em sua cvolu cso, indicc ta mbe m altame nte rccomcndavcl de seu progresso. o Centro T uiucuc, situado a rua, ou melhor a prace Joflo Rodri gues, 130, tcm a sua historia, logica mcn tc, c you conta-la para que todos possam conhccc r mais de perto essa entldadc, e possa quere-la muito c adn ura-la. pais e, scm favor ncnhum, nuclco de ap rcndlzado de rea l valor. At raves de um rclato rlo da tilografo, que 0 Sf. Muller houve par bern me cm prestar, tomci ciencia da crlacao c dcscnvolvml cnt o dessc Ce nt ro. No diu 1.° de maio de 1954 , urn gru po de garotos do bairro procurou 0 Sf. A veline Ribeiro, a ntigo rcstdenre, cx-di rcto r em varlas gcstocs da Socicdadc A migos do Ja rdim da Saudc, solicltando-lhe as ajudassc a organizar urn qua dro de futcbol . c a 58 o UAIIHlO DO J A RDI ~ t DA SAUDE Diante dos mcnlnos q ue the pcdia m tal coisa. ' prescrutando 0 scmblan tc de cada urn, olhando-os nos olhos vivos, no sorriso travesso, nas maos lnqulctas, passou -lhc pela ment e, por certo, uma lembranca remota de sua inffincia . Vi u-sc menin o tambern, dcscjoso de participa r de urn clubc, de unir-sc a outros garotos c crier alguma coisa agradavcl, util, que enchesse suas horas. Ali estavam eles, ta mbcm como no passado . T inham o olha r ansioso, como sc temesse m a negativa que pod ia vir, ficando assim sem resposta 0 sonho de seus coracocs . Mas os garotos haviam cscolhido bern, po is 0 Sf. Avelino pareeia sen tir, de ma ncira intcnsa, 0 prob lema dos garotos. Se 0 haviam clcgido pa ra tal fim nao iria dccepdona-los. Pclo contrario, foi ale m. Ajudou os garotos naq uilo que dcscjavam - um qu adro de futebol. Era pouco, e fez lsso com sarlsfacno . Deu-Ihcs, cntrc tan to, como dadiva maior , lim nuclco de cscot eiros, ondc a garotada iria, dcsde 0 inlcio, rer uma nocno de rcsponsabllidadc, de valor, aprovcitando os instantcs rnaruvilhosos que a vida no s outorga para dividi-Ia entre 0 service honroso e as dlvcrsocs agradavcis, em con tac to com a na tureza. Ess a ideia ent usiasmo u 0 sr. Avclino R ibeiro. Sentia -sc, elc mesmo, quasc urn mcnin o, na cspcctarlva de alcan car 0 sell objctivo. Sua alcgria dcvc haver side mu lto grande, imcnsa, qu ando, rcsolv ido a esse passe), conv icto da rcccptividadc entre as menin os do bairro, dir iglu uma carta a U.E.B. ( Unl ao dos Escoteiros do Bra sil) - RcgHio de Sao Pa ulo, solicitando a imprcscindiv cl co te- nzacno. A rcsposta niio tardou, c trouxc a ordcm cspcrada. Centro de Escotciros Tuiucurc ccmccou a cxistir, tendo 11 Ircntc 0 chcfc Aveline, c cons tituldo de out ros clcmentes, em numcro de onze: Ublrajara, Sevilla ( posterio rmcntc chcfc Sevilla), Jose Roberto Dupont Ferreira, Jose Miranda, Chtquinho, Zezinho, Joiio Ronch csi, Jorge, Bcncdlto c Jose Maria . o o HAmRO DO JARDI~f DA SAn DE Sf) A garagcm da rcsidencla do chcfe Aveline sena 0 local provisorio da scdc. onde os garotos passa ram a sc rcunir. Os Estat utos da Unifio, que vigoravam ncssa epocn, cx rgram uma Comisno E xecutive a fim de dar ao grupo o cu nho indispcnsavcl de Associacao c pudcssc. dessc modo. fun cionar. De aco rdo com esse dispositive, formou-se a pn· mcira dirctc ria . cujos mem bros forum cmpossados nos rcspcctivos ca rgos ; Virgilio Martins Ribeiro. prcsldente G ermano de Barros Era rdt, sccrc ta r io Angelo Salvia. tcsou rciro. Passaram-sc varies mcscs. 0 Cen tro contl nuava firmc. progra mando atividadcs, e funcio nando na garagem da moradia do sr. Aveline R ibeiro. No enta nto etc crcscia. Aumcntava 0 numcro des mcninos. 0 movimcnto cxigia um local maier. ondc as atividndcs des cscotclros pudcsscm SCI" progrumadas, estudadas. CIC., co m rnais amp litude c libcrdade. Fize ram-sc gcstocs junto :\ di rcrcna da Sociedade Amigos, a q ual hou vc por bem dcferir 0 pcdido Ieito, ab rindo as pones de sua sedc e conccdendc ao Centro autorizacao para ali faze r us rcuniocs. nos dlas apropriados. Esse acomcclmcnt o rc pcrc utiu Iavorav clmcnrc 11 0 cs pfrlto de todo 0 grupo. A Socicdadc A nugos do Bairr o dava sua cotaboracao. incent ivando aqueles garotos c jovcns a prosscgui r em suus Iutas c objctivos altruistas. Scnti ram no gesto da Socicdadc uma cxprcssac de cstima e de rcspcl to acs a nseios do grupo. De mem ento. como medida tran slto ria. lsso fora oti mo. c enquan to nnda ern cont rdrio succdiu, o Centr o (los Escotciros ia rcalizand o a s sc us encontros, naq ucla scdc. De qualquer modo 0 saldo das conquistas era otimo . Era urn pnmclro passo. Ou tros n50 dcmorariam a scr dados. 00 o IH lItHO IX) JARDI ~1 DA SAODE o grupo contava com alguns lobinhos e ja iniciava uma alcateia . Nessa ocasiao. na scgunda glcba do Jardim da Saudc, de proprtcdadc da Goral Socicda dc de T err enos do Jardim da Sau dc, rea lizavam os cscotciros suas rcunioes de campo. Co m 0 fim de alcancar mcdidas mais solidas c duradouras, 0 incansavcl chcfc Aveline cnvidou esforcos junto ao de. Pa ulo de Al meida Barbosa, urn dos dlrctorcs da Gcral, a rim de que fossc ccdido, a titulo prcca rto, 0 usa de urn imovcl que sc dizia pcrtcnccr a Cia . das Agu ias da Sande, mas sc encontrava compleramentc a ba ndonado, scm nenhuma utilldadc. N i io Ioi bern succdt do. Apcsar de sua imcnsn esperanca, de seu podcr persuasiv e, e convic to de que abonava ca usa justa e nob rc, rcccbcu catcgorica c forma l negative. Niio csmorcccu porcm. Convcnccra-sc de que a luta nfio cstava acabada c haviam out ros cami nhos, ondc encontrar a concretizacao des planes . Afinal de contas era um cscotct ro ! Bat cu a outra pori a. Procurou 0 dirctor gcra l dos parq ues infantis de Silo Paulo. Con tou-lhe toda historia do grup o, o son ho dos meninos, a lmportancia do nucleo para tavorcccr os garotos, os jovens, eontribuindo decidida mcntc no progrcsso e na clcvacfio do bair ro. FalouIhe de sua odisseia , de suas lutas, de sua invencivel fc. Bmbor u fat igad o pelos ultimos insucessos, e dado 0 tempo que sc ia passando, scm solucao, 0 chefe Avel ine tinha marcado nos Iabios urn sorrls o, urn sorris o grande de fclicidadc c alcgria. Ti nha conscie ncia de que lutava po r algo bom e justo e cssa percepcao lhe outorgava uma indiscutivcl forca. que sc fez mostrar na sua pcrslstencla, na sua quase tcirnos ia frente aos ob staculos que surglam. o sr. J . Silva Azevedo, conh ccido pclos amigos c Intimos, de Joca, sc pront ificou a ajuda-lo. Foi enca minhado um oficio ao Convenio Escolar, pcdindo sc construfsse para 0 grup o de Bscotci ros Tu iucue, em proprios o BAIRRO D O J AR D I ~ I DA SAOOE 61 da Muntclpalldadc, urn galpao de madeira, no Ja rdim da Saudc , identico aq ueles que se construfam cntao para funeionamento das escolas municip als. E 0 tempo corrla. E nao vinha m as rcalizacocs concretas com referenda a concessso do imovcl para a scdc dcfinitiva no bairro, a favor do centro. Co rr iam vclozcs as horas, proeurando ardilosamente que as cspc rancas sc dcs pctalasscm, c 0 homcrn, convcnctdo da inutilida de de scus passos, parassc de sonbar. o tempo se alongava . Mu daram-sc as roupagens da terra na chcgada das estacoes e no rastro de dias formosos ou tris tcs, de instantcs de luz ou tcmpcstadcs, aquelas providenclas pareciam ha ver pa rade. 0 proccsso rcfercnte ao assunto do galpao, ja possu indo a planta, fora engavetado! o chcfe A velino porcm niio sc aco modava e nfio sc dcsll udla . Sua vontadc de veneer sobrepunha-se a cada cntravc, e contlnuava para a fren te, con victo de que 0 succsso scrla 0 resultado. Ern qualqucr instantc iria encont ra-lo, face a face. E ra 0 agcntc pcrfcito para as empresas dittceis, cxtrcmamcntc vivo. Nao pcrdia urn movime nto, urn passo. Sabia, em todo esse tempo, ondc 0 processo estava, como c porque. Nao podia, dircta, pcssoalmcnte fazcr uma intcrvcncao nos a utos. Aguardava porem, atc nto, buscando amiude, cont actos c notfcias, diplomaticamente. Passaram-sc assim quase cinco anos. Ncssc interim, a Convsnio mudou a sua direcao rnais de uma vez. 0 processo, nas tr amitacoes q ue tlvcra, fora sc avolu mando de papeis e mais papeis. Por ondc passava levava algo mais, como sc todos dcscjasscm pcr manccer em suas folhas, fazcndo parte de sua historia ... Mas, la csrava 0 chefe Aveline, aguardando instante prcclso, a oportunidade esperada. Em J 955 , uma ba ndeirante procurava urn mi clco de esco leiros para 0 scu primo Artur ingressar como lobinho. Cecilia, a filha do sr. Aveline, lcvou-a a seu pa i. Em companhia deles vieram tambem os pais do A rt ur, 62 o BAIImO DO JAR Dl~1 DA SAODE que Coram nomcadcs, dada a natural simpatia que nutriam pclo movimento, consc lhciros do grupo. Postcrtormcntc. o pal do garoto, dr . Claudio Badra, tornou-sc prcsidcntc. Ficou assim Cormada a scgunda diretoria: Eng.v dr. Claudio Badra - presidcnte Alvaro Tavares - secrcrario Angelo Salvia - tcsoureiro A presence do dr . Claudio Badra Coi mu itissimo benelica para os propositos do Centro T uiucue, visando a sede propria, lsto por que esse engcnhciro, com largo circulo de amigos nos divcrsos sctorcs da Prcfcitura Mu nicipal de Sao Pa ulo. nao rega teou csforcos a rim de trazer para 0 Ce ntro T uiucuc, aq ucla sonhada conquista. Seria 0 continuador do chcfc Aveline, q ue dcixara a partir de cntao cssa incumbencia , certo de qu e 0 rcfcrido cngcnhciro tcr ia 0 mcsmo cntusiasmo e 0 mcsmo dcscjo de veneer. Enquanto a solucnc nfio vlnha c tudo pcrmuncclu na mesma, foi ccdido a titulo de cmprestimo 0 uso das dependencies do Parq uc ln fantil do bairro, que ncssa ocasiao, nao sc sabcm cs motives, estava complctamente abandonado. o comportamento do grupo de csco rciros do Ce ntro Tuiucue Ioi lao no tavcl - isto e comum ent re eles que a Prefeitura convenceu-se de que ali cstavam cxcelentes guardiacs tic scu patrirnonio pois alem tic afusta rem os maus elementos, mantinham tudo na ma is perfe ita ordem, com as depcndenclas no maior asseio, em condi,ocs de serem usadas a qualquer momento. Em noverubro tic 1958, con for me consta do livro da Tropa, os cscote iros trabalh aram para adquirir tijolos, para construcao da scdc, a qual, com alegria gera l, a Prefcitura iniciou . Nessa ocaslao, fez-so prescntc 0 sr. dr . Bgbcrto Maria da Luz, cntao prcsidentc da U.E.B. , Rcglao dc S. Paulo. Em 1957 fol clclra para 0 perfodo de 1958 - 1959, a scguin te Diretoria Execu tive, que assim sc Cormou : o DAIRRO DO JARDI ~I IH. S.\UD E 63 Bng.v Claudio Bad ra - prcsldcntc O tlllo B. Maia Fernandes Angelo Salvia - sccrcrario tcsourcl ro Postcrionnentc, em 1960, clcgeu-sc lima nova d iretoria, cujos cargos foram assim dist ribuidos: Martin Oska r Mu ller E ulo Baron cclf - prcsidcntc sccretarto Durval Gomes da Costa - tcsourciro A atual dirctoria ten do II Ircntc 0 dinamico Martin Oskar Muller, como tern side praxc, pclo ideal que sc accndc na a lma de todos os que se filiam a r novimc ntos dcssa ordem, tern dado 0 melhor de si atraves de seus rcprcscntan tcs, para alcancar as resultados mais POSltIVOS, a favor do Ce ntro T uiucue, pondo em Ulll nfvcl be m alto scus objctivos. A presence dessc grupo no bair ro do Jard im da Sande valoriza nossos mcninos c nossos joven s, po is 0 q ue UIIl ce nt ro de cscotci ros faz resu me-so em cxpressa r na pe rsonalidadc a q ue cxistc de mclho r no indivfd uo, faze ndo-o um a cclula positive na vida de rclacocs. Urn grupo de cscotciros dcvc obngntoriamcntc possuir entre scus com ponentcs, mcninos de 7 a I I anos, que sao as lobinhos: de II a 15, os cscotci ros: de 16 a 18 seniors, c dessa idade ate 22 anos, pionciros. o ruimero besico para sc forma r urn grupo csni no conj unto de 11 eleme ntos. Como soc aconteccr co m rodos elcs, vao a umentando progrcssivamcntc, dando o rigem ass im a ou tros grupos, a o utros mo vimcntos. o nome T uiuc uc podc nos pa reccr cstranho c de pronuncia dificil, m as e hem sugcstivo c csta mu lto unida as coisas nossas, a nossa hlstorla. Essa palavra lcmbra um luga r on de sc travara m sangrcntas batalhas na guerra do Pa ragua i. 04 o BAIHHO DO J An DI ~ l DA SAODE A tualmcntc, a Centro Tuiucuc , que c urn pat rtmonio de valor fm pa r no bairro do J ardlm da Sande, tem os scns quadros completes, e ja se pre para para dar nascimento a outre grupo. levando assim, indcfenid amcnte, para cada vcz mais longe, 0 ideal de Baden-Powell, e multo alia 0 nome des cscotciros de nossa terra! Urn outre fato muito expressivo e que dcmo nstra a pujanca do Jardim da Saude, a sua ansia de progrcsso, e a prcscn<;:a de um jorual que 0 rcprcscnta na comunidade de bairros de nossa cidadc. Esse jornal c de criacao rccc nte. Nasceu da ideia de urn jovem idcallsta, que reside aqui no bai rro c sonha em Iaze-lo au transforrna-lo em uma comunidadc lidcr. o homem tern suas ideias e as vezes os sonhos sao tantos e tao intensos que a criatu ra prccisarla sc dividir ou crcsccr em multiples faces pa ra viver de pcrto todos des. Entfio imagine, idcaliza, cria, e ncssc proccsso alcanca muitas vszcs, 0 caminho, a solucao. o jornal do bairro talvez tcnha sldo asslm na alma de Jairo Rogero, que foi 0 scu idcalizadcr. Um vciculo que fossc, como incansavcl passa ro, a todos os cantos lcvando uma mcnsagem intcligcntc, levando esclarccirncntos, lcvando amizadc, comprcensao. Um jornal que Iossc urn cia, que unindo os lugarcs untssc os scus homcns. Qual ccntclha pcrtu rbadora, qlle 0 pcrscgula e ao rncsmo tempo 0 iluminava, J airo rcsolveu concrctizar a seu sonho. Fez uma pcsquiza prcliminar. Auscu ttou moradores. Ouviu as mais diversos parecercs. Uns contra, out ros a favor. Havia os pcss trnlstas que cspantavam com a ideia: - "Um jornal? Voce csta louco, rapaz. Ja exislem tantos, para q ue rnais um? Quem ira lcr?" Mas havia os cntustastas: - "Otlmo. Urn jornal e ctimo. Lcvani a lugarcs distantcs c aos proprios moradorcs a nossa historia, os nossos sonhos, c atraira para suas paginas a hlstcrla de outros bairros, scus pcdidos, sugcstoes, protcstos. Havera luga r para todos, Mia e asslm?" Jairo dell cntao 0 ultimo passo. Fundou 0 jor nal. Dcnominou-o: - J a rdim da Saudc em Revista. pais em () BAIHH(} DO jxumxr IJA SAOUE 05 ultima analise era isto realmente 0 q ue iria significar, embora desd e 0 inlclo fosse uma tribuna da Zona SuI, sobrct udo os que rnais proxlmos cstao, c rnais unid os pareeem eom ungar conosco. Saiu 0 pnmciro nu mero em outubro de 1968. Nessa primcira cdicao houve uma cnquctc entre os moradorcs, proeurando 0 pc nsamcnto de todos sab re 0 jornal, sabre o bairro e pcdi ndo sugcstocs. M uitos se manifestaram . De um modo gcral a idcin encontrou uma acol hida favoravcl. 0 Jardi m da Saude em R evista, ganhava 0 \. 0 "round". Ir ia continuar. E , de fat e, para prova-lo, ai cstao oito numcros, dcsde que nasceu, pois e, men sal. Nfio houve interr upcocs, nem dcsanlmos. Ja csta no oitavo numcro e coisa signif icative e rnaravllhosa, au mcntou as tiragcns. B distr jbu ido gratultamente entre os bairros: J ardtm da Saudc, Vila Morais, Vila Brasilina, Parque Bristol, Bosque da Saudc, Jardim Prcvldencla, Preca da Arvorc, Vila Ma riana, Jaba quara , Vila G umcrcindo, Alt o do Ipiranga e Sacoma. Esse ja m ul csta fazcndo uma promocao m uito positiva do bairro, alent de scr urn vciculo ahcrto a todos os outros bairros da slmpanca Zo na-Sul de nossa cldadc. A presenta lnte rcssa ntcs e suges tlvas pub ficacoes em que se percebe a prcsenca de nossa mocid ade , rcsponsavel, atu ante , dando a sua nota mats accntuad a. Sua diretoria esta assim co nstit ufda: Dircro res presiden tcs: Jairo Rogero e Cyro de Castro ; di rcto r respon savel: Mario P alluzi; redator: Jair o Rogero ; F otografo : Miguel A . Trocolli. o propr lctar lo do jomal rncnciona co c rambcm um dos idcalizadores de uma out ra ernpresa - a Bscudcria Jasa . Pode-se notar por at, o di.iamismo desse jov. m, q ue procura dar de si 0 melhor, clcvando 0 nome do Jardim da Saude, sob va ries aspecros . A Esc udc ria Jasa, confo rmc ele r nesrno conta, nasce u do sonho de um grupo de [ovens destc ba irr o. Esta sit uada na Avenida Curs ino e conta atualmcntc com 150 GG o BAIIUlO DO JAnDI ~ 1 DA SAuDE associados, que parccc rcprcscntar a totalidadc do s jovcns aqu i rcsidcntes. Suas finalidadcs s50 filantropic as c al trulstica, absolutamcntc lscntas de qualqucr objctivo ou inte resse religloso, politico ou Iinancciro. En tre suas carnpanhas, podcrnos eitar as scgulntcs: ag~sa lho para os favelados. remedie s para 0 Hospital do Fogo Sclvagcm. doacdo de sa ngue para blico. 0 Hosp ital do Scrvidor P U- excursao pa ra cidadcs turisticas, em colaboracuo com a Sccrctana de Turlsmo do Estado de S. Pa ulo. pa rticipacao em duas gincanas automobllfstlcas canals 7 e 5. planc jamcnto c rcalizacr io de duas gincanas automobilfsticas no Jardim da Sande, por ocasifto do anlvcrsario da Socicdade Am igos do Bairro . rcalizaciio de bailcs c rcuniocs. as lntciatlvas em geral sao tomadas em colaboraca o com a Socicdadc A migos . A rnocidadc do bairro, como podcmo s observar, ofcrecc um cspe raculo unlma dor c tocantc. Seus movlmentos tern aquelcs principal objc tivo de unl-los. c coug rcgando as idcais criar alguma coisa agradavcl e util, para a comunidade em gcral. Estc tra balho fica riu incompleto sc n50 sc fala ssc nada scbrc a bibliotcca municipal q ue cxistc neste bairro . Bsta localizada nas proximidades do Parque I nfantil e tem-se a imprcssao que ambas as construcoes sc complct a m num prolongamento mutuo. Localiza-se na pra~a Joilc Rodrigues, ern um lugar csplendldo, em que suas linhas sc sobrcssacm em tod os os scntld os. o ucmno DO JA HDl ~l DA SAuDE 67 o cd ificio aprcscnta uma arquitctura modc m a, c foi iniciado na ad ministru cao do Exmo. Prefeito Franci sco Prestes Maia . tendo como Sccretario de Ed ucacao e C ullu ra, Sf. Ca rlos de Andrade Rizzini, c foi concluldo na adm lnistracao do Exmo. Prefeito Jose Vicente de Faria Lima, como Sccretario de Bducacao c C ultu re, 0 professor Valerio Giuli. !'ao sc pcrcebc multo movi mcnto em suas dcpcndencias. No cntanto, com a atual gestae do Exmo. Prcfcito dr. Pa ulo S. Mal uf, tcmos fe que essa bibliotcca, qu e constitui justo motive de org ulho, possa scr cnnquccida em scu acervo, c asslrn at cnd er a fome de conhccimc ntos de nosso povo, da vontad c de sabe r, de Imsia de cultura que os cst udantcs, as adultos, velhos a u jovcns, moradores au n110 destc bairro, tern. De qualqucr modo cia e urn po nto alt o de referenda no J ardim da Sa udcl Com referenda ao s transpor tes, q ue nlic podiam de forma alguma ser omiridos, somas criatu ras felizes agora. Ta lvez para rcco mpc nsar das agruras pessadas, hoje a s moradorcs do Jard im da Saadc dispocm de du as linha s de on ibus, maravilhosas, com po nto final dcntro do bair ro. Um a delas e da v tacao Util - Vila Mariana / Barra Funda e " ice-versa , c nfio exagera riamos se dlssesse mos que e Icnomcnal. Muitos carros trabalhando incessa ntcmcnte. Nao se espera alem de 1 minuto , quando muito, um desscs onibus, pri ncipalmcnt c daqu i para a cidadc. A Dutra linha e da vlacao Ipiranga, qu e sc subdividiu em dais roteiros par melhor servir 0 balr ro. Urn deles (: fcito pela indicacfio Alto do Ipiranga - Jardi m da Saudc, que faz sell itincra rio pcla A vcnida D. Pedro, com ponto final na Clovis Bcvilaqua . 0 out ro faz 0 percurso maior pela Es trada do Verguclro, Domingos de Morais, Ltbcrd adc e finaliza na praca Joao Mendes. Os moradorcs ninda podem se utilizar dos vciculos da Empresa Bristol, da C. M.T.C., que transitam pela 68 o SAIRRO DO J .-\RDI~1 DA SAODE Avenida Cur siuo e A venida Bosq ue da Saudc, com dest ina cidade. Todas cssas crnpresas possuem carros oti mos, q uasc novos. motoristas habcis c rcsponsevcis . T razcm ao s morado rcs do ba trro, segura nca, conforto, c aqucla ccrtcza de que cstao pron tos a scrvir, sempre, no cngrandccimcnt o do bairro c da patria! Podcrfamos citar ainda, para colorir um pouco mais o prcscnt e tr ab alh o, urn faro q ue achamos sing ular dcntro de nossa com unida de . E a presen<;a de uma Bscola de Samba, como Associac ao, com sell prcsldc ntc cleito, di reto ria constltulda e com scus cstatutos . Sua criacao e rccentc. Q uand o dos fcstcjos promovidos pcla Socicdadc Amigos de Dairro, cia tern cstado prcscn tc, dando uma nota alcgre e cxprcssiva. A cadencla do samba espalha-se pa r todo 0 balr ro, invade 0 coracao de todos, e q ua ndo as dcsfilcs acon tccem, as ruas ficam rcpcntinamcntc chcias, todos querem vcr c prcscnciar a passagcm da Bscola, com scus passistas, as porta-ban deiras , aquelcs elementos enfim que procura m cspalhar 0 maior cntuslasmo possfvcl atraves da cxubcrfl ncia do est ill), da originalidadc da fa ntasia, e mu ltas vezcs do proprio tipo ffsico. A gcnte pc rccbc q ue clcs edoram 0 samba. que slcs vivcm o samba, c quc rcm traze-lo para nos em tod a a sua bcleza c gra<;a . Ficam compcncrrados vivcndo 0 sa mba nu m dcsf'ilc da Escola. Talvel por isso r ncsmo etas cresccm, Iazcm succsso, ma rcam epoca. A Escola de Sam ba aq ui do Ja rdim da Saudc C muito organizad a. Uma das fan tasias que pudc obse rver, sc niio me falha a memor ia , parcccu- mc de cow-boys . T odos Iguais . bem a rru mados. Estava, scm duvida alguma , uma bclcza! Ale m do muis 0 repicar do batuque, daquclas notas mais Irisa ntcs c mais qucn tcs do sa mba , contaglava as passan tcs, as obscrvadorcs. Scntla-sc q ue urn vcndaval de entusiasrno, na orgia da muslca, no calor das not as a o BAnHtO DO J A RIlI ~ 1 DA SAu DE chcga ra. possuindo todo mundo, mcsmo os mai s distantcs e indifcrcntcs. Q uando cla passa ha urn cspctaculo de bclcza c gra~ a . scu presidente co nhccid o pclo nome de Va dinho. E uma pessoa m uito popular e cstimada . Reside rua F ra ncisco Gomes da Silva Prado , n.v 44, no Jardlm da Saudc. Conclui ndo, podcmos dlzer que em todos os scto rcs, o Ja rdi m da Saude sc rcnova c crcsce. D.O .C. - Dcscnvolvimcnto c O rganlzacao de Com unldadc, e urn movimcnto universal; lnstalou um Departa mento rnuito at ivo, ~l rua Ca ramuru. nas proximldades da Praca da Ar vorc, com a supcrvlsao da Sccrcta ria da Sande do Estado de Sao Paulo. Esse depar tamento c diretamente oric ntado pclo dinam lsmo e simpatia de uma eriat ura laboriosa, incansavel, cujos scntlmcntos sc cntrosaram magnlficamente com aqu elcs prccomzados pcto D.O .C. , dcs dc sua crlacao. A nota fundamental fratcm idadc, auxilio mu tu o, service, com prccnsflo e alegria! Essa criat ura e rnuito eonheeida - dn a. Ana Ca rmem - , pais assldu arnentc c soliclt ada para mil eoisas, para mil cmpresas, movimenta ndo ao rcdor de si, qual uma colmcia, genre de boa von tadc c trabalhadcl ra, que ap rccla dar de si urn poueo em favor de seu proximo. A li no D.O. C. , urn mundo de oportunidades para scrvir, para ofcrcccr uma ajuda, indica r um caminho . Com a prcscnca do D.O.C. ninguern pereee, pois 0 uuxilio scmprc vern, de urn modo au de outro, basta a pessoa que 0 proeura dcruonsuar tnmbcm vontadc de auxiliar, colaborando com ell'S. E quando a genre 0 qucr, h<i um m undo de coisas que se podcm fazcr, insigniflcun tcs as vezcs . Isto nfio import a porem, 0 que tern valor c a dis pos icno de levar cssa aj uda e concrcttza-la. o D.O.C. pois e urn anco rado uro. Dcscansc, am igo, se elc csta pa r perto. A luz que voce pro eura, a duv ida que dcscja saner, a lntormacao q ue talvez cstc]a hi. Nc m o c a o e 70 o HAIRII O DO J t\ H IJI ~l DA SAUD Y. scmpre os resultados Iinais partem do D.O.C.. mas de qualquer modo, em sua rnalori a. e 0 int cnn cdiario. E uma celula din amica na felicidade des poYOS, e atraves de scus rcp rcscn tan tcs, cria urn circulo de colaborado res notavcis. Iomcntaudo a uniao c 0 progrcsso . Em 1965 ho uvc urn Scminario do Mo vimcnto de Dcscnvolvlm cnto C organizacao de comunid ••de do subdistrito da Saude. Ba scan d o-sc em sua s linhas. com algumas modi fica ;;6es, podemos conclulr: Sob a ponto de vista religiose ha prcdo mlnancla da religiao catcllca. com a lgrcja rnatriz localizada no centro do bai rro , com a frcq uencia media de 2.500 pcssous aos domingos. A colonia japoncsa is a que csta I1U vanguarda rclativamcntc no nu mcro de sells rc prcscnt antcs dcntro do seu temple budist a, bairro, c por isso podc construir site it Avenida Cursluo, havcnd o urn outre a run I or io de Santa Maria. o Centro Espirita - Obreiros do Scnho r, realiza scsszcs e reuniocs diaries, com pregacocs de Iundo moral. Esta situado a rua Francisco Dias. n.v 740. £Sse Centro promove tambem ca mpan has da Irate rnidade, distribuindo vlvcrcs c generos alime nticios entce as necessltados. Com referend a ao scto r de comunlcacao social, 0 bai rro do J anli m da Saudc conta com dois rad ios amadores, funcionando urn delcs it rua Capit ao Guilherme Pompcu e 0 ou tre it rua Ita uba, n.? 350, scndo pruprictarlo desrc ultimo, a sra. Lea Marzagao Bchings. No aspccto cduca clona l e cultural existent a Gindsio Notum o, no prcdlo do Grupe Bscolar " Ra ul Fonseca" , 2 grupos cscolarcs, urn no centro do bairro, II run Felipe Cardoso, com 10 classes c tres pcrfodos. O utro na divisa com 0 J ard im Prcvidencia : Escolas Agrupadas Mun id pais, na pr aca Jodo Rodrigues, syn .v. Exist ent ainda cscolas panicularcs, em numcro aproximado de quatrc a u cinco; Externato Sant a T crcsinha, ° o BAlRRO IX) JARDI\I IlA SA(1DE 71 a rua O uisissana. 46, com cursos de Jar dim de l nfancia ale admissdo; Extemato N. S. da Gloria, a rua Gil Fernandes, com os mcsmos cursos. Existem ainda a Escola Japo nesa com uma media de 300 alunos; Cursos de Admissao ao Ginasio. Madureza, linguas. datilografia, etc. Hoi tambem a Escola Profissional de Co rte e Cos tura, a avenida Cursino. o balrro tcm uma populacao mais ou mcnos ap roximad a de 9 .360 habitant es, sendo 2.975 crla ncas de 0 a 14 ano s, calculo est imative basead o no lcvantamcnto de 1% de casas. Pod emos mencionar a existencia de tr es fclras llvrcs. A principal delas se realiza ao s domin gos c Iocattza-sc pa r uma boa parte da cxtcnsno da rua Francisco Dias c urn pcq ucno trccho da avenida Cursino. As out ras du as na praca Frei Miguel Lan zani c rua l tauba, as quintas-feiras. Localizarn-sc todas clas em luga res accssfveis no publico e satisfazcm totalmcnte os morado res do bair ro c ad jacencies. A arte r ia principal e a Aven ida Cursino. com 2 kms. de cxtcnsao aproximadarnente den tro do bairro. o rracado das ruas e regular, como bai rro reside ncial. A redc de iluminacao dom iciliar abrangc toda a pa ne habitada do balrro. H oi tres nasccntes em tres cantos ext remes do ba irro, em ar eas rcscr vadas pa ra ja rdins. o bairro do Jar dim da Sa udc, pa ra qu em 0 con hcce. como eu, para qu em aqui res ide hii qua sc del enos, como eu, pa ra q uem ap rcndcu a ou vir 0 scu ca nto. a scntlr 0 pal pila r de sua vida, a conhecc r os scgrcdos de sua bclcza, csta acima de qualq uer ou tro. Exist iriio rnuitos, qu e talv cz objctem sob rc a minha cscolha c as minhas opinloes. Dcsdc q ue resid e aqui fiquci do pri mciro mom enta sensibilizada com a grace e 0 sorrlso com qu e me rece- ;2 o B:\IRRO 00 J .-\ROI~I 1)..\. S:\(jDE beu. Parccia ate que elc me aguardava ha multo, que me csperava e que sonhava cornigo. Ha alguns anos procurando casa par esscs lados. cornpletamente dcsconbccidos para mim, dcsci de urn onibus, em Irente a praca Braz Goncalves. Dlante do espctaculo das arvores, que aquela hora pareciarn sussurar uma cancao tristonha, sob urn ceu como jamais vira em outre local, tao limpido, tao azul, Hio pcrto, fiquci de pronto cnamorada. Passou ele a tcr urn significado imenso em todos os mcus instantcs, em todas as minhas horas! o BAIRRO DO J..' ROI M 0 .-\ SA1)D E 13 Esta oh m foi composta c tenumou-se sua impressiiu Il O me' de abnl <i,> mil 1l0VCcentes c sctcnta nas O fil-inas d" Artcs Gn\fica Bisordi S.1\., scndo Prcfc-ito do ~ I\ln i(·ipio de Sao Paulo o Dr. Paulo Salim Maluf c Sccrctiirio de Educa~'ii() c C\11turn o Sr. 1'<11110 Zingg, Dircl or do Dc-partaurcnto de Cultura 0 Dr. Itahunudo de Mell('Z,' , c Chl ·f., (10 Arrjllivo llist6ri,·() () Prof. E,lu<l nl lJ de- J. :\1. to Nascinu-nto C C'lIl1 As sis\(~ nei a T "c nica do Sr . Jos,; do, Santos. Ill((ogra cla <I s" ric de tllol\ografias intituladns Hi sl<\ria ,los Hairros tic Si,o Pa ul o, rscolhklas em concurso publico c p re- mindas ]w!o Departame-n to de Cuhurn ,la Sccrctuna de Edncnciio c Cultura da Prcfcituru do :\hmidpio d e Silo Paulo. Edi ~'iI{) do Departament o de Culturn d a Sccrctar!a de Edn ca~ii() c Cul tur a d a Pro- fctturn do ;"hmidpio (k S~o Paulo - Hl70.