Calçado Entrevista Nacional Mercados Calçado
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Calçado Entrevista Nacional Mercados Calçado
Jornal da Associação Portuguesa dos Industriais de Calçado, Componentes e Artigos de Pele e Seus Sucedâneos 3 Notícias 189 junho 2012 Calçado Importações europeias em perda acentuada 4 Entrevista Presidente da APIC na primeira pessoa 7 Nacional Baixa da TSU de novo na agenda 15 Mercados Uma preocupação chamada Espanha foto: © Anton Balazh - Fotolia.com AFd_BES EXP_APPICAPS_255x370.ai 1 12/04/24 18:59 3 comércio externo Importações europeias de calçado travam a fundo Já se sabia que a Europa é o bloco económico com um dos desempenhos mais «pálidos» em 2012. Agora, os primeiros dados conhecidos (do Eurostat) ao nível das importações de calçado, confirmam as piores previsões: a Europa a 27 importou, no primeiro trimestre deste ano, menos 137 milhões de pares de calçado. Relativamente ao período homólogo do ano anterior, há a registar uma quebra de 12% para 992 milhões de pares. Também em valor, há a assinalar uma quebra, ainda que muito ligeira (0,4%) para 9364 milhões de euros. A maior quebra nos três primeiros meses do ano refere-se às importações de calçado proveniente da China. No primeiro trimestre, a China colocou na União Europeia 527 milhões de pares de calçado, menos 88 milhões (quebra de 14,3%) do que no mesmo período do ano anterior. Também Itália enfrentou um primeiro trimestre difícil, com uma quebra de 19,9% para 37 milhões de pares, no valor de 1009 milhões de euros (menos 5%). Numa análise mais fina, é possível perceber que, neste início do ano, as importações recuaram em todos os importantes mercados europeus. Na Alemanha, por exemplo, há um recuo de 8,3 % em quantidade, para 166 milhões de pares, mas um aumento em valor de 4,7% para 1038 milhões de euros. Realce para os desempenhos da China, com uma perda de 8% para 79 milhões de euros, no valor de 419 milhões de euros (aumento de 1%). Também Itália sofreu uma perda importante em volume (de 20,7% para 8,7 milhões de pares), mas aumentou 5,5% em valor para 247 milhões de euros. Já o Vietname, que surge como 3º fornecedor do mercado alemão, comercializou 16 milhões de pares de calçado (menos 5,5%), no valor de 135 milhões de euros (mais 10,2%). Os franceses importaram, menos 20 milhões de pares do que no mesmo período de 2011. De Janeiro a Março, a França importou 132 milhões de pares de calçado, no valor de 1362 milhões de euros, isto é menos 14,5% e menos 1,3%, respectivamente em volume e em valor. Os principais fornecedores registam perdas importantes em quantidade e em valor, como Itália, por exemplo, que tem uma perda de 13,6% em quantidade para 9 milhões de euros, no valor de 267 milhões de euros, menos 4,6%. Um desempenho semelhante ocorre noutro mercado de referência na Europa, o do Reino Unido. No primeiro trimestre, importou 112 milhões de pares de calçado (menos 3,4%), no valor de 948 milhões de euros (mais 3,4%). A China é o principal fornecedor de calçado dos “Súbditos de Sua Majestade”, com 71 milhões de pares de calçado (perda de 5,3%), no valor de 293 milhões de euros (quebra de 4,4%). Já Itália cresceu 3,1% em quantidade (para 3,7 milhões de pares) no mercado britânico, no primeiro trimestre, mas recuou 2,1% em valor (para 98 milhões de euros). A Holanda surge, no terceiro posto, com crescimento de 7,1% para 3,7 milhões de pares, no valor de 73 milhões de euros (mais 10, 2%). Um desempenho profundamente negativo está a ocorrer na Holanda, um mercado estratégico para Portugal. No primeiro trimestre, os holandeses importaram 64 milhões de pares (menos 15,6%), no valor de 752 milhões de euros. A maior quebra (menos 9 milhões de pares) ocorreu nas importações da China, que passaram, de 44 milhões em 2011 para 37 milhões este ano (quebra de 16,3%). Países como a Alemanha e a Itália registram perdas próximas dos 30%. junho 2012 4 “O calçado português continua a ser o nosso principal cliente” As empresas de calçado continuam a manifestar preocupação relativamente ao aumento do preço das matérias-primas, em especial das peles, e alertam mesmo para as crescentes dificuldades ao nível do abastecimentos. O Jornal da APICCAPS conversou com Humberto Marques, Administrador da Marsipel, uma das empresas de curtumes de referência ao nível mundial, e Presidente da APIC (Associação Portuguesa da Indústria de Curtumes) e «tomou o pulso» ao sector dos curtumes em Portugal. Qual a situação actual da indústria portuguesa de curtumes? A indústria de curtumes atingiu hoje uma posição em termos do seu desempenho nos mercados nacional e internacional que se caracteriza essencialmente por uma maturidade ao nível dos vários factores competitivos, nomeamente know-how, recursos humanos, tecnologia instalada, capacidade técnica, flexibilidade, capacidade de resposta, entre outros. Também ao nível da inovação de produto, através do desenvolvimento constante de acções que visam a inovação, quer ao nível tecnológico – novos processos, novos produtos, novas aplicações do couro – quer ao nível não tecnológico – desenvolvimento de colecções, integração do design, da moda e do estilismo -, a indústria de curtumes tem dado grandes passos em frente, que têm beneficiado os agentes que integram a fileira do couro. Apesar de alguma redução no n.º de empresas que podemos classificar de “marginal” ao longo dos últimos 2 a 3 anos – desde o início da crise financeira – de um modo geral o sector tem conseguido manter os níveis de volume de produção, até com ligeiros acréscimos, o que demonstra que as empresas activas têm sabido aproveitar as oportunidades de mercado e colmatar as falhas sem prejuízo dos clientes ao nível da capacidade de abastecimento. De um modo geral, podemos fazer um balanço positivo da recente evolução e posição do sector, que tem demonstrado grande combatividade no contexto actual de grandes dificuldades. O sector de curtumes investiu de forma muito particular nos últimos anos nos mercados externos. Que importância têm os mercados externos, actualmente, para as empresas de curtumes? Ao longo dos últimos 6 anos, com um grande impulso por parte da APIC, as empresas de curtumes reforçaram um processo de internacionalização que até essa altura era realizado individualmente por cada empresa, e que a partir desse momento beneficiou de uma estratégia global de internacionalização, que tem obtido resultados bastante positivos para as empresas. A título de exemplo, a indústria portuguesa de curtumes já atin- giu presenças na principal feira do sector em termos mundiais, a LINEAPELLE, em Bolonha, que representaram 33% das empresas activas, o que é um dado proporcionalmente significativo em termos das presenças de sectores industriais em feiras internacionais. Em resultado deste grande esforço de internacionalização, a quota exportadora da indústria de curtumes atingiu já 35%, quando no início da década de 1990 era residual e no inicio de 2000 ainda não atingia 20%. Contudo, o esforço de internacionalização, como todos sabemos, vai muito além das feiras internacionais, e as empresas têm conseguido um envolvimento importante com as grandes marcas internacionais, com actividades de desenvolvimento conjunto com os compradores e designers dessas marcas, com os quais já ultrapassaram o paradigma do clássico relacionamento cliente-fornecedor, estabelecendo uma relação de parceria. Esse é um dos frutos mais importantes da internacionalização que se traduz na possibilidade de ter parte activa no processo criativo dos nossos clientes e dos clientes dos nossos clientes, permitindo que estes beneficiem de toda a nossa experiência, com melhores resultados e maior valor acrescentado para todos os intervenientes na cadeia de valor. A este nível, consideramos que o sector de calçado nacional tem trabalhado bem com a indústria de curtumes com resultados positivos de parte a parte. Paralelamente, a indústria de curtumes também tem vindo, fruto da internacionalização e do grande esforço de desenvolvimento interno, a atingir posições cimeiras em outros sub-sectores da indústria de curtumes, nomeadamante nas peles para vestuário e para o sector 5 entrevista Entrevista a Humberto Marques, Presidente da APIC automóvel, ferroviário, náutico e aeronáutico. caminho a percorrer com benefícios para todos. Qual a relevância que a indústria portuguesa de calçado tem para o sector de curtumes? A indústria de calçado nacional continua a ser o nosso principal cliente, com o qual temos uma relação mais próxima e desenvolvemos maior cooperação, fruto da proximidade geográfica, da língua, da cultura e de relacionamentos pessoais e profissionais, que em alguns casos já atravessaram várias gerações. Apesar da indústria de curtumes ter conseguido, essencialmente ao longo das últimas décadas, uma diversificação bastante considerável em termos dos mercados de destino do produto, com o reforço das áreas da marroquinaria, vestuário, estofos de mobiliário e de automóvel, é com o calçado nacional que mais trabalhamos. O sector de curtumes passou a investir, igualmente, noutras áreas de negócios como na indústria automóvel. De que forma se tem processado essa aposta? Por razões essencialmente de diversificação de produto, de mercados de destino e também por vocação interna das empresas, tem-se verificado uma diversificação das áreas de negócio por parte de algumas empresas e grupos na indústria de curtumes. A este nível podemos afirmar que a aposta tem sido ganha de uma forma extremamente positiva, na medida em que temos hoje casos de sucesso em termos mundiais nos sectores automóvel e vestuário/confecção, de empresas que merecem consecutivamente a confiança de grandes marcas internacionais para fornecerem as peles que são utilizadas nos seus produtos. Essa relação mantém-se ou é hoje menor do que no passado? Se nos reportarmos a uma análise meramente estatística, esse relacionamento é hoje menor, em proporção directa das reduções que se observaram nas quantidades transaccionadas entre os sectores. Contudo, qualitativamente falando, a relação evoluiu muito positivamente, com um reforço na dimensão humana onde hoje se observa, em regra geral, uma maior cooperação entre os intervenientes, quer seja ao nível técnico, quer a seja ao nível comercial. E é este nível que o reforço da nossa relação se tem de centrar, que não obstante a evolução registada, ainda temos muito As empresas portuguesas de calçado continuam a manifestar problemas de abastecimento de matérias-primas, em especial das peles. Como justiça isso? Na esmagadora maioria dos casos trata-se de um “desajustamento” na relação qualidade/preço, em que nem sempre é possivel fornecer a qualidade pretendida pelo cliente ao preço que este tem de conseguir para atingir o seu “target price” no par de sapatos acabado. Naturalmente, se a oferta de peles na sua origem, ou seja no matadouro após o abate dos animais, fosse superior e de acordo com as necessidades da indústria de curtumes, em função das solicitações da indústria de calçado, esta relação preço/qualidade seria mais fácil de equilibrar, mas, infelizmente não é o que sucede. Contudo, uma parte significativa deste “desajustamento” pode ser combatida com uma maior ligação entre as áreas técnicas dos curtumes e calçado, onde as equipas de desenvolvimento deveriam trabalhar mais activamente em conjunto para encontrarem soluções alternativas para conseguirem ir ao encontro, dentro das limitações impostas pelo mercado, das necessidades do seu cliente. Provavelmente, a maior crítica que se ouve relativamente às empresas de curtumes é que inovam relativamente pouco. Nos segmentos de moda, é habitual ouvir-se as empresas portuguesas assumirem que têm de importar uma parte muito expressiva das suas peles. Como é que avalia esse fenómeno? A generalidade das empresas de curtumes têm vindo a fazer um grande esforço nesta área, com a afectação de pessoas e, inclusivamente, a constituição de equipas técnicas de dedicação exclusiva ao desenvolvimento, acompanhadas dos meios técnicos e tecnológicos necessários para dar respostas aos desafios de inovação colocados pelos clientes. Adicionalmente, no desenvolvimento de colecções, as empresas assumem uma postura proactiva, na medida em que são estas que propo- em a inovação aos seus clientes, fazendo o estudo às tendências de moda que posteriormente aplicam nas peles acabadas. No ano passado, a APIC dinamizou a feira EXPOPELE, em Alcanena, na qual até as empresas de menor dimensão foram convidadas a apresentar a sua inovação para uma área “trend”, simulando o modus operandi das grandes feiras internacionais. No que respeita às peles importadas, a indústria de curtumes nacional tem hoje uma capacidade de desenvolvimento de produto ao nível dos seus principais concorrentes internacionais. Contudo, ainda sofremos um pouco, tal como o calçado também sofrerá, do peso de grandes imagens de marca que determinados países nossos concorrentes grangearam ao longo de muitos anos de implantação e tradição no mercado e que muitas vezes influenciam as escolhas de compra ainda que os produtos em causa seja de qualidade igual ou até superior. O preço das peles aumentou de forma significativa nos últimos meses. Em média, qual foi o aumento dos preços das peles nos dos últimos anos? De acordo com a análise de uma entidade independente e mundialmente credível na indústria de curtumes, o “SAUER report”, as peles em bruto – adquiridas pela indústria de curtumes para transformação - aumentaram cerca de 27%, ao longo dos últimos 8 anos. No último ano, ou seja de Maio/2011 a Maio/2012 a variação foi de +0.4%. Em termos gerais, a matéria-prima teve uma grande baixa no ano de 2009 com a eclosão da crise financeira e desde então tem vindo sempre a registar uma tendência de subida moderada e sustentada. Essa tendência de aumento será para continuar? A evolução futura é sempre difícil de prever... mas a este nível podemos e devemos fazer 2 análises distintas e que se complementam. Ao nível estrutural, verificamos uma modificação global dos hábitos e dietas alimentares da população, com repercussões ao nível do consumo de carne, nomeadamente carne de bovino, que têm implicações ao nível dos abates, contribuindo para uma redução da oferta de peles à saída do matadouro. Adicionalmente, observase uma grande concentração de matadouros em grandes grupos, através de fusões e aquisições, sobretudo na América do Norte e do Sul – onde se encontram os maiores rebanhos do mundo de gado bovino - com influência no equilíbrio dos preços de mercado. Por outro lado, ao nível conjuntural, outros subsectores da indústria de curtumes que têm sofrido nos últimos anos fortes reduções de actividade, como é o caso da marroquinaria e do automóvel, têm recentemente conseguido retomas importantes, e que competem pela pele acabada com o calçado, tornando-a relativamente mais escassa para este último. A evolução futura não a conhecemos, mas certamente que será, em boa medida, determinada pela conjugação dos factores acima mencionados. 7 nacional Descida da taxa social única de novo na agenda nacional O ministro das Finanças, Vítor Gaspar, voltou a defender, publicamente, que a descida da taxa social única (TSU) é uma possibilidade que será avaliada caso haja margem orçamental para tal. “Iremos avaliar a possibilidade de, no contexto do Orçamento de 2013, efectuar uma redução específica da contribuição para a segurança social pelos empregadores como forma de estimular a criação de emprego”, defendeu Vítor Gaspar. O ministro salientou que as previsões da taxa de desemprego de 15,5% este ano e de 15,9% em 2013 “não têm em conta essa medida”, mas referiu que “esta medida está em análise”. Também o presidente da CIP (Confederação Empresarial de Portugal) voltou a defender uma redução da TSU a cargo das empresas, salientando que isso poderia até conduzir a aumentos nos salários mais baixos. “Tenho defendido que o salário mínimo, que todos reconhecemos que é baixo, tem que ser aumentado mas não levando às empresas uma carga salarial que as mesmas não possam suportar”, salientou António Saraiva à margem da concertação social. O presidente da CIP recordou que os trabalhadores com salário mínimo acabam por receber 430 euros líquidos (depois dos descontos) mas as “empresas têm que tirar das suas caixas 730 euros”, já que o salário é pago 14 vezes em 12 meses, sobre o qual incide uma TSU de 23,75% e seguros obrigatórios. “Um trabalhador, recebendo 485 [euros], desconta e recebe 430 [mas] à empresa custa-lhe 730 [euros]. Entre 430 que o trabalhador leva para casa e 730 que a empresa tem de esforço de tesouraria, há aqui campo para que o trabalhador leve mais dinheiro para casa e que a empresa possa ter um menor custo e que, por essa via, possamos trazer ao trabalho aqueles que dele estão afastados”, explicou o dirigente. António Saraiva não quis avançar valores concretos mas diz que esta medida teria que ser fiscalizada. Saraiva salienta que em causa não está um aumento do salário mínimo: “Estou a dizer que aos actuais valores do salário mínimo é possível encontrar formas de o trabalhador levar mais salário para casa e de as empresas verem reduzido esse valor”, através da margem “em sede de TSU”, explicou. António Saraiva salientou que não foi discutida qualquer redução da TSU em concertação social mas entende que medidas nesse sentido podem ter “efeitos benéficos”. Para as empresas de calçado, a redução da Taxa Social Única seria entendida como uma oportunidade de melhor a competitivade internacional do sector. Para Pedro Castro, “mitigaria o aumento de 23% do custo de mão- de-obra ocorrido entre 2005 e 2011, grande parte do qual politicamente imposto”. O responsável da Nova Aurora, admite, que a alteração à TSU poderá, no imediato, não ter reflexos imediatos ao nível da contratação de novos colaboradores por parte das empresas “mas isso acontecerá se for possível reduzir os preços de modo a aumentar as exportações de forma sustentável e não apenas conjuntural”. Pedro Castro defende, ainda, que a redução da TSU deverá ser extensiva a todas as empresas, de todos os sectores de actividade, na medida em que “muitas exportações não são directamente facturadas pelas empresas que as produzem”. Assim, “se a redução da TSU for compensada pelo aumento de IVA, tal não afecta as exportações (todo o IVA suportado é recuperado), enquanto que as empresas não exportadoras poderiam recuperar na TSU as margens perdidas pela baixa de preços que terão que aceitar para acomodar o acréscimo de IVA e a (virtuosa) quebra da procura interna”. FITA REFORÇO ORLAR (MISTA) 20º Aniversário www.slatel.com Rua da Madeira – Zona Ind.nº 1 | Apartado 158 | 3700-176 S. João da Madeira Tels. 256 822627 / 256 823042| Fax 256 827374 / Fax online 213 516768 E-mail: [email protected] / [email protected] www.spedycargo.pt SOLUTIONS THAT WORK. A SPEDYCARGO foi criada em Janeiro de 2004 combinando a experiência e profissionalismo da sua equipa e a confiança dos seus parceiros no exterior com o conhecimento das exigências dos mercados nacional e internacional. A SPEDYCARGO empenha-se em encontrar as soluções mais adequadas e melhor desenhadas para os desafios da industria no presente e no futuro. A SPEDYCARGO representa em Portugal o HTFN Global Logistics Partner. 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A consideração é de Álvaro Santos Silva, no decorrer de uma visita que efectuou à Procalçado – Produtora de Componentes para Calçado. Na óptica do Ministro da Economia e do Emprego, “estão lançadas as principais reformas estruturais” e começa, paulatinamente, a impor-se “um novo modelo económico”, em Portugal, que passa pela reindustrialização, qualificação, exportação, atração de investimento e valorização do território. “Agora que as principais reformas estruturais já estão no terreno é chegada a hora de lançar as linhas de orientação de um novo modelo económico para o país. Portugal precisa de se reindustrializar, Portugal precisa de se qualificar e de apostar na reabilitação do ensino técnicoprofissional, Portugal precisa de exportar mais, Portugal precisa de voltar a investir e de atrair investimento, Portugal precisa de poupar mais para investir e Portugal precisa de valorizar o seu território”, sustentou Álvaro Santos Pereira. Destacou ainda a aprovação da nova lei da concorrência e a reestruturação em curso do setor dos transportes, que garante ter evitado a morte de muitas empresas, tecnicamente falidas, e permitirá atingir o “equilíbrio operacional” da atividade “no final deste ano”. “Com todas estas reformas estruturais e com a dinâmica do nosso tecido empresarial - acrescentou - não tenho as mínimas dúvidas de que vamos por Portugal a crescer”. Entre as “reformas sem precedentes” em curso, Santos Pereira destacou a “ambiciosa” reforma laboral, a reforma do licenciamento industrial Zero, o novo código de insolvências, o programa Revitalizar e o novo processo extrajudicial de conciliação de dívidas, “que irá entrar em vigor brevemente”. Também destacada pelo ministro foi a reforma do capital de risco público, a anunciar publicamente na segunda-feira e que acabará com o capital “para os amigos” ou com “motivações políticas”. Portugal a crescer A visita do Ministro da Economia à Procalçado inseriu-se num programa mais vasto que o Governo está a levar a cabo, com a designação “Portugal a crescer”. Trata-se de uma iniciativa de apresentação e divulgação aos actores económicos do país das principais políticas ativas de revitalização, internacionalização e financiamento das empresas e de combate ao desemprego. Desde 15 de Junho, de norte a sul do país, foi formatado um programa de 8 eventos que procuram proporcionar espaços de esclarecimento útil às empresas e a organizações profissionais sobre as medidas e os instrumentos disponíveis, ou em fase de implementação, das principais políticas ativas da promoção da competitividade empresarial e do emprego. Álvaro Santos Pereira salientou, por exemplo, ter cortado “mais de dois mil milhões de euros nas rendas da energia” e ter colocado os fundos comunitários “ao serviço da economia”. Como “principais desafios de curto prazo” o governante apontou “a pronunciada subida do desemprego e as dificuldades de financiamento das empresas, principalmente as PME”. A este propósito, recordou que o Governo “já garantiu o alargamento” dos prazos de reembolso das linhas PME Investe, avançou com uma linha PME Crescimento com mais de 1.200 milhões de euros de crédito concedido, está “a trabalhar no reforço da linha PME Crescimento” e lançará “para a semana” a linha BEI para o investimento produtivo. Paralelamente, está “a ultimar os fundos de reestruturação empresarial de base regional, que serão na ordem dos 110 milhões do QREN, mais 110 milhões de euros adicionais por parte das instituições financeiras”. junho 2012 10 Grupo turco compra Lumberjack Um grupo turco acaba de adquirir a marca espanhola de calçado Lumberjack. Segundo o Presidente do grupo turco Ziylian, Mehmet Ziylian - que produz anualmente nas 14 unidades fabris 2,5 milhões de pares de calçado e emprega 2.300 colaboradores - “este é o primeiro passo que levará o nosso grupo a estar presente nos mercados internacionais”. Esta foi apenas a primeira aquisição, mas em vista poderá estar a compra de “outras importantes marcas de calçado de renome mundial”. Em 2013, o grupo Ziylian espera facturar 250 milhões der euros com a Lumberkack. Gucci lança linha de calçado ecológico A Gucci é a mais recente marca de moda a desenhar uma linha especial de calçado ecológico. Frida Giannini, diretora criativa da casa italiana, segue os passos de Stella McCartney e utiliza plástico biodegradável ao invés de pele ou couro para criar sapatos com design e eco-friendly. O projeto faz parte do compromisso assumido pela Gucci na Copenhagen Fashion Summit, a mais importante conferência mundial sobre sustentabilidade e moda. A coleção, apelidada “Sustainable Soles”, inclui apenas dois modelos até ao momento - as bailarinas “Marola Green” para mulher e os ténis “California Green” para homem - ambos fabricados com bioplástico, um material biodegradável usado como alternativa ao plástico usual. Este material carateriza-se por um processo de degradação curto em comparação com o plástico industrial convencional e não produz resíduos, minimizando o impacto ambiental. A Gucci pretende, assim, interpretar de forma responsável o desejo do consumidor atual em adquirir artigos de moda sustentáveis, respeitando sempre o equilíbrio entre os valores intemporais de estilo e máxima qualidade e a crescente visão ecológica. Skechers paga 39 milhões de euros por publicidade enganosa Alguns consumidores nos EUA queixaram-se que os Skechers Shape Ups não ajudavam a tonificar os abdominais, tal como a publicidade da marca prometia. A Comissão Federal de Comércio norte-americana vem agora dar razão aos conumidores e exigiu que a Skechers reembolse os consumidores - já que o único peso que viram diminuir foi o das suas carteiras. Segundo o governo, aquilo que a empresa de sapatos está a fazer é publicidade enganosa, levando as pessoas a acreditar que em pouco tempo podem ficar com um corpo tão escultural como o de Kim Kardashian ou Brooke Burke, as celebridades que deram a cara nos anúncios da marca. A Skechers nega as acusações e diz que não fez publicidade enganosa. Porém, preferiu pagar as indemnizações aos clientes - cerca de 39 milhões de euros (35 milhões a clientes e 4milhões em honorários a advogados). David Vladeck, da associação de proteção do consumidor dos EUA, salienta que a Skechers “meteu os pés pelas mãos ao fazer afirmações não fundamentadas”. Já no ano passado a Reebok também pagou quase 20 milhões de euros em indemnizações pela mesma razão (relativamente aos modelos EasyTone e RunTone). 11 news Grupo Inditex a grande velocidade O grupo espanhol Inditex, que detém insígnias como Zara ou Massimo Dutti, registou um aumento de 30% nos lucros do primeiro trimestre do ano, para os 432 milhões de euros, alimentado pela sua expansão internacional, nomeadamente nos mercados emergentes e em particular na Ásia. Este resultado é bastante superior às expetativas do mercado, na medida em que as estimativas dos analistas Factset citados pelo DowJones Newswires apontavam para os 379 milhões de euros. O volume de negócios da Inditex, presente em 85 países do mundo, cresceu 15%, para os 3,41 mil milhões de euros, enquanto o Ebidta subiu 27%, para os 764 milhões de euros. “Durante este período, abrimos 91 novas lojas, o que elevou para as 5.618 no final do trimestre, terminado a 30 de abril, sob as marcas Zara (dois terços das vendas), Pull and Bear, Bershka ou ainda Massimo Dutti”, refere a Inditex em comunicado. Estas novas aberturas ocorreram em 26 mercados diferentes, entre os quais novos países como a Geórgia, a Bósnia e o Equador. O grupo espanhol apresentou em 2011 os maiores lucros do setor, o dobro da sua rival sueca H&M, graças à sua estratégia de expansão internacional, nomeadamente na Ásia. Aliás, a sua mais emblemática marca, a Zara, vai abrir uma loja on-line para o mercado chinês em setembro de 2012, refere o comunicado. Atualmente, é possível comprar artigos da marca através do comércio eletrónico em 16 países europeus, no Japão e nos EUA. A Inditex, que mantém ainda uma parte da sua produção e toda a parte criativa em Espanha, planeia ampliar a sua sede em Arteixo, na Galiza, acrescentando 70 mil metros quadrados aos 90 mil existentes. A operação representa um investimento de 100 milhões de euros e permitirá a criação de 400 postos de trabalho. Calçado de regresso ao Reino Unido A indústria de calçado da Grã-Bretanha está a experimentar um “renascimento”, à medida que as vendas de marcas de calçado tradicionais como Tricker’s, Church s e Crockett & Jones têm aumentado anualmente nos grandes armazéns de luxo como o Selfridges. “São marcas que representam a qualidade e o talento. A qualidade do couro e da costura é sempre excecional”, defendeu o gerente de compras do Selfridges para calçado masculino, Richard Sanderson. “A utilização de métodos tradicionais de design é muito apelativa para os visitantes internacionais, que se sentem como se estivessem a comprar um pouco da cultura britânica. Vemos os mercados como a China, Nigéria e os nossos mais próximos compradores europeus perguntarem especificamen- te por este tipo de marca quando visitam as nossas lojas”, revelou Sanderson. A procura pelos tradicionais “brogues”, caracterizados pelos furos que adornam o sapato, tem feito prosperar o negócio na Tricker’s, uma das últimas fábricas de calçado na cidade inglesa de Northampton. A Tricker’s, fundada em 1829, produz 1.400 pares de sapatos por semana, 1.300 dos quais são “brogues”. Em torno da fábrica, os trabalhadores atendem cuidadosamente a cada um dos 250 processos necessários ao fabrico de um par de sapatos. A fábrica é uma pequena unidade de produção localizada no centro da cidade e emprega cerca de 90 trabalhadores, muitos dos quais são residentes locais. 13 empresas A elegância do mocassim chega à sala de cirurgia Cruz de Pedra: charme aos 70 anos Nasceu há praticamente 70 anos e é umas das empresas europeias de referência na produção de calçado de homem de excelência. Depois de consolidada a presença no exigente mercado europeu, em especial na Holanda, Reino Unido ou Rússia, a Cruz de Pedra prepara-se para enfrentar um novo desafio: o mercado norte-americano. “O mercado americano, pela sua importância, será estratégico na afirmação da Cruz de Pedra”, revelou Rui Pontes. Para o responsável da empresa “o mercado americano está a mudar e procura produtos sofisticados e de qualidade, já que as mais de duas décadas de produtos «made in china» ar- rastaram o comércio retalhista americano para uma espiral de concorrência interna, lançado o sector numa corrida desenfreada e incessante na busca da melhor margem de rentabilidade na venda dos seus produtos, tendo como resultado notório a bipolarização dos preços de retalho.” “É importante ter uma forte presença no mercado europeu, mas essa aposta terá forçosamente de ser complementada com uma abordagem a novos mercados”. Para que isso aconteça, a participação em certames profissionais como a MICAM tem-se revelado “como fundamental no contacto tanto com clientes habituais como na abordagem a novos mercados”. A estratégia da Cruz da Pedra assenta, em primeiro lugar, “na apresentação de um produto de excelência, a preços altamente competitivos”. “Internamente – explicou Rui Pontes – o grande desafio que assumimos foi o de produzir em alta escala um tipo de calçado que exige 185 operações manuais distintas”. Trata-se no essencial de “potenciar a associação do ‘glamour’ do ‘handmade’ às operações industriais”. Hoje, com apenas 80 colaboradores, a Cruz de Pedra “consegue produzir 600 pares de calçado por dia, consideravelmente mais do que os nossos principais concorrentes, em especial os italianos”. Para proporcionar aos profissionais de saúde um toque de estilo e elegância no trabalho sem descurar as normas técnicas e o conforto, a Wock® acaba de lançar o primeiro mocassim profissional do mundo. A Wock®, marca internacional de calçado técnico e profissional, alargou este mês a sua gama com um novo produto dedicado aos profissionais de saúde que privilegia a estética e o conforto de utilização. Anti-derrapante, respirável, lavável a 90° e auto-clavável a 134°, o Wock® Moc responde a todas as necessidades específicas destes profissionais e ao mesmo tempo quebra a monotonia do calçado profissional incorporando as intemporais linhas clássicas de um mocassim. De acordo com o responsável de Marketing da Wock®, “O Wock® Moc foi concebido para que os profissionais de saúde possam conciliar o seu estilo pessoal com as exigências da profissão. Este produto insere-se numa lógica de expansão e segmentação da marca, que assim procura abranger diferentes perfis de profissionais dentro do mesmo sector.” Disponível em sete cores distintas e inteiramente produzido em materiais poliméricos, o mocassin Wock® oferece frescura graças aos orifícios de ventilação e à palmilha amovível com tecnologia Coolmax. O tecido desta palmilha mantém a humidade afastada do pé, enquanto a sua estrutura promove a circulação de ar necessária para uma contínua secagem. Para a empresa portuguesa “O Wock® Moc é uma forma de criar conforto para quem dedica a sua vida ao conforto dos outros”. 15 mercados Um problema chamado Espanha Depois de meses de expectativa, Espanha acabou por solicitar ajuda europeia para refinanciar o sistema financeiro, num valor suficientemente elevado para garantir a confiança no setor. Segundo o Ministro da Economia espanhol, esse apoio será dado sem condições macroeconómicas, mas com exigências sobre o saneamento do setor bancário. “Há condições financeiras, mas não há condições fiscais ou económicas. Nada fora do âmbito do setor financeiro. Há normativa de ajudas públicas”, defendeu. “Isto é um apoio financeiro não tem a ver com resgate. Isto é apoio que será dirigido ao Fundo de Reestruturação Ordenada Bancária que injetará o capital nas entidades que o necessitem. Nem todas as entidades financeiras necessitam de capital”, afirmou. Principal parceiro português A Espanha continua a ser o principal parceiro comercial português (todos os sectores da economia), tanto a nível de importações como de exportações, de acordo com dados oficiais. Este pedido de ajuda espanhol é, pois, uma dificuldade adicional para as empresas portuguesas. As exportações portuguesas de bens para Espanha, a 12.ª maior economia mundial, caíram quatro por cento nos primeiros três meses do ano, apesar de, em termos gerais, terem crescido 11,6 por cento, segundo dados recentes do Instituto Nacional de Estatística (INE). As vendas de bens para Espanha representam 23 por cento das exportações portuguesas, seguindo-se a Alemanha (14 por cento), a França (12 por cento) e Angola (5,5 por cento). Ao contrário de todos os principais destinos das exportações portuguesas, onde houve uma variação positiva nas vendas, para Espanha registou-se uma contração de 2.677 milhões de euros no primeiro trimestre de 2011 para 2.567 milhões este ano. A situação espanhola está a ser acompanhada, a par e passo, em Portugal. “O que acontecer de positivo em Espanha é positivo para as nossas empresas; o que acontecesse de menos positivo em Espanha dificultaria a vida das nossas empresa”, defendeu Paulo Portas, durante um discurso na conferência Portugal Global, na Exponor. Devido aos laços que ligam as economias portuguesa e espanhola, o Ministro de Estado e dos Negócios Estrangeiros referiu a necessidade de se “estar ao lado de uma solução que seja robusta para Espanha”. Durante a mesma intervenção, Paulo Portas destacou que 2012 “é o ano mais duro” para Portugal, mas deixou um ponto positivo: «A boa notícia é que metade do ano já passou. Estamos a cumprir os objetivos, a fazer as reformas e as mesmas instituições que previam esta recessão são aquelas que prevêem que em 2013 haverá uma viragem». Espanha e o sector do calçado Para o sector de calçado, Espanha é igualmente um parceiro de excelência. Em traços gerais, trata-se, em volume, do primeiro mercado de destino das exportações de calçado. Com efeito, em 2011, Portugal exportou para Espanha 18,6 milhões de pares de calçado, no valor de 168 milhões de euros. O momento atual do sector é, assim, olhado pelas empresas com muita desconfiança. Indústria espanhola espera crescer em 2012 A indústria espanhola de calçado espera que 2012 seja melhor do que 2011. Segundo um relatório do Inescop divulgado pela Revista Del Calzado, 78% das empresas espanholas têm a expectativa de que as exportações “possam aumentar ou, pelo menos, manter-se em 2012%” No mesmo estudo, destaque para o facto de 70% das empresas considerar que os preços se mantêm em 2012 e 30% esperar um acréscimo dos valores médios. O número de colaboradores por empresa deverá, igualmente, manter-se inalterado, já que 89% das empresas considera que a dimensão da empresa manter-se-á inalterada este ano. Os primeiros números conhecidos das exportações espanholas parecem validar essa confiança. No início do ano (dados de Janeiro), Espanha exportou 13 milhões de pares de calçado, no valor de 185 milhões de euros. Relativamente ao ano anterior, há a assinalar crescimentos de 38% e 13%, respectivamente, em quantidade e em valor. 17 mercado interno Grupo Bata encerra lojas em Portugal O Grupo BATA vai encerrar a rede de 29 lojas em Portugal até Setembro próximo. Segundo a empresa, foi decidido “restruturar a rede de lojas a retalho em Portugal”. A multinacional, com sede em Espanha, acrescenta ainda que, ao longo dos últimos três anos, “tem vindo a investir milhões de euros na reestruturação da empresa, para a tornar mais sustentável e lucrativa”. Contudo, “o clima económico no país tornou-se extremamente difícil, deteriorando a confiança dos consumidores bem como o seu poder de compra”, o que “tornou impraticável a continuação da Bata em Portugal, como vinha acontecendo até aqui”. O esclarecimento da multinacional termina dizendo que “continua a avaliar a situação económica e em- presarial em Portugal de modo a identificar o melhor modelo para manter a sua presença neste mercado, num futuro próximo”. Actualmente, a Bata dá emprego a um milhão de pessoas em todo o mundo, 40.000 pessoas, diretamente na rede de 4600 lojas próprias em 50 países. A Bata possui, ainda, 40 unidades de produção em 26 países. 19 blogosfera Bruno Rosa, Janela Urbana Como nasceu o blogue “Janela Urbana”? O site Janela Urbana nasceu da vontade de dois amigos criarem algo diferente, uma esfera muito particular de informação. Depois, em 2005, quando foi renomeado para Janela Urbana, já tendo eu a autoria do projecto, a vontade continuava, agora somente ligado à cultura, em especial, às áreas da moda, música e design. O que torna o seu blogue num dos melhores da actualidade? Provavelmente, e respondendo de uma perspectiva muito pessoal, creio que seja a minha vontade diária de manter os nossos leitores informados sobre cena cultural portuguesa e no mundo. A explosão de criatividade que hoje em dia se sente e dispersa-se muito rapidamente à frente dos nossos olhos é imperativa de se documentar e nós fazemos o nosso melhor para, de uma forma muito pequenina de acordo com o gigante globo, registar um pouco desse maranhal de informação. Mais recentemente, o reconhecimento através de uma nomeação para “Melhor Comunicação Digital” nos Fashion Awards veio provar a sua pergunta. Acha que a moda portuguesa tem evoluído nos últimos anos? A moda portuguesa, na minha opinião, evolui com o resto do mundo. Já não estamos tão à parte quanto antigamente. O acesso à informação e a facilidade de divulgação hoje em dia é realizado num ápice, pelo que, cada criador/marca tem todas as ferramentas para crescer e evoluir à escala global. Quais são os seus criadores de eleição? Ora bem, nacionais, tenho os olhos bem abertos para Os Burgueses e sigo com curiosidade os Marques e Almeida. Internacionalmente, tenho um deleite especial por Ermenegildo Zegna, na sua linha ZZegna. Que opinião tem do sector de calçado em Portugal? Tenho alguns pares de sapatos portugueses, feitos em Portugal, e esses mesmos pares que detenho comprovam a minha crença na qualidade do nosso mercado. Infelizmente, assisto às vezes ao receio (internacional) quanto ao marcador “made in Portugal”. Acho da maior importância relativizar esse receio transformando este tão importante sector português num dos mais importantes a nível mundial. Da minha parte, no pouco que faço com a Janela Urbana, tento levar um pouco o nome e o “made in Portugal” aonde quer que vá... No essencial, acha que o calçado português tem uma boa imagem? Recentemente tomei conhecimento de uma marca de calçado, criada por um português, que apesar de saber e acreditar na qualidade do calçado feito em Portugal, preferiu, por uma questão de marketing, produzi-lo noutro país... Ou seja, uma vez mais, sublinho que é imperativo tentarmos mudar essa imagem internacionalmente para que portugueses e outros, não tenham receio de produzir calçado cá. Quais são as suas marcas de calçado preferidas? Portuguesas, gosto muito da Goldmud e da Cubanas. Estrangeiras, gosto muito do calçado da Feiyue. Nasceu há já dez anos e é hoje um dos bloguers nacionais de referência. Janela Urbana, Inicialmente baptizada de “Xfera”, introduziu no universo digital português o conceito de esfera cultural tecnológica e apresenta-se então um “órgão digital de comunicação” que aborda os temas mais actuais, nas áreas da moda, do design, música… com voz própria e uma visão singular. O Jornal da APICCAPS conversou com o seu mentor, Bruno Rosa. 21 local Uma nova Oliva para alavancar indústrias criativas Daqui a um ano estará de portas abertas a Oliva Creative Factory, em São João da Madeira.Aproveitando as instalações da antiga metalúrgica, o município vai dar vida a um projecto de incentivo às indústrias culturais e aos negócios criativos. O projecto está a despertar o interesse de universidades a até Serralves surge como parceiro. “S. João da Madeira tem todas as condições para ser uma cidade criativa. Tem dinamismo, ambição e espaços apropriados que não tínhamos até agora”, sublinhou o presidente da Câmara de S. João da Madeira, Castro Almeida. O projecto consolida também um «cluster» que envolve os municípios de S. João da Madeira, Santa Maria da Feira, Santo Tirso e Paredes. “Isto não é um projecto para S. João da Madeira, é um projecto para o país em S. João da Madeira”, frisou Castro Almeida. “É muito importante que aliemos a criatividade às nossas indústrias tradicionais, como o calçado, o têxtil ou o mobiliário”, referiu. A Oliva Creative Factory é um projecto que ambiciona transformar a antiga metalúrgica num pólo de indústrias criativas. A intervenção cumpre duas funções: revitalizar a Oliva, que foi uma fábrica de referência; e, por outro lado, dar uma oportunidade aos criadores da região Norte. “Este espaço terá boas condições de trabalho para eles transformarem a sua criação em negócios que sejam rentáveis, criem riqueza, valor e emprego”, acrescentou Castro Almeida. Além das empresas, haverá na Oliva Creative Factory uma ala dedicada às artes, a qual contará com uma exposição permanente de arte contemporânea, com exposições temporárias, com uma escola de dança, com oficinas de restauro e com uma sala de ensaios. foto: rui guilherme/labor O empreendimento irá articular-se com a Casa das Artes e da Criatividade, que ganha forma no edifício do antigo Cinema Imperador, transformando-se assim num espaço multifacetado para a realização de diferentes tipos de espectáculos e outros eventos na área da criação artística. Fundada em 31 de Julho de 1925, sob a liderança do empresário António José Pinto de Oliveira, a Oliva acabou por marcar a vida de várias gerações, afirmando-se como um marco na história económica e social de S. João da Madeira e do país. Aí foram fabricadas, por exemplo, as populares máquinas de costura Oliva. A nova Oliva deverá ficar pronto no próximo ano junho 2012 22 responsabi Felgueiras deu “Corda aos Sapatos” “Dar corda aos sapatos”. Este foi o nome da iniciativa que animou a cidade de Felgueiras no final de Maio. A organização da acção surgiu numa lógica de despertar a consciência das pessoas e instituições para a importância do sector do calçado no concelho de Felgueiras. A acção coorganizada pela Paróquia de Margaride, Câmara Municipal de Felgueiras, ACLEM - Arte Cultura e Lazer E.M., EPF - Escola Profissional de Felgueiras, AEF - Associação Empresarial de Felgueiras e APICCAPS traduziu-se na realização de várias iniciativas complementares, como a realização de um simpósio de pintura, um arraial popular e a apresentação de um documentário intitulado ‘Ofício de Sapateiro’. Destaque para a estreia da peça de teatro, “A menina dos sapatos de Corda”, na Casa das Artes e de um jantar de homenagem aos industriais de calçado, com a presença do Bispo do Porto, D. Manuel Clemente. Os sapatos como obras de arte Umas das iniciativas de franco destaque da primeira edição da “Dar Corda aos Sapatos” consistiu na transformação de sapatos usados, uma proposta da organização acolhida desde os agrupamentos de escolas do concelho, à Escola Profissional de Felgueiras, passando pela Universidade Sénior (de Felgueiras e da Lixa) e as crianças que frequentam a catequese paroquial de Margaride. Esta acção teve como finalidade envolver um grande número de pessoas, sobretudo os mais novos, a transformar um par de sapatos que já não usam em objectos artísticos. Outro trabalho curioso desenvolvido denominou-se “Uma forma, muitos sapatos”. Nesta acção, os participantes produziram uma série de formas, acima do tamanho 100, em vários materiais (ferro, esferovite, madeira, pvc…) posteriormente pintadas pelos artistas plásticos - Alberto Péssimo, José Emídio e Carlos dos Reis, durante o simpósio. Estes trabalhos ficarão expostos na sede de algumas instituições felgueirenses, fábricas de calçado, etc. Também foi promovido um concurso de fotografia. Uma iniciativa que pretendeu permitir aos participantes descobrir pessoas, objectos, lugares, modos de fazer e memórias ligadas à indústria de calçado no concelho de Felgueiras, e desenvolver o espírito de curiosidade e invenção. 23 ilidade social Bispo do Porto homenageia industriais de calçado O Bispo do Porto homenageou, no âmbito da iniciativa “Dar Corda aos Sapatos” os industriais de calçado de Felgueiras. Para D. Manuel Clemente, “a economia local depende, mais do que nunca, da coragem e do dinamismo dos empresários”. Na óptica do Bispo do Porto, “nunca como agora, estivemos tão dependentes de factores externos”. Por esse motivo, o sector industrial assume uma importância acrescida, de forma a “garantir o futuro, em especial das novas gerações”. “Os empresários de calçado têm feito um trabalho notável”, sublinhou. Na mesma linha de pensamento, o Presidente da Câmara de Felgueiras, Inácio Ribeiro, recordou que “não há democracia mais perfeita do que a democracia a funcionar”. O sector de calçado é, nesse domínio, um exemplo para a economia e para o país. “É o sector que mais depressa interpretou os desafios do mercado e aquele que, actualmente, mais positivamente contribui para a balança comercial portuguesa”, um saldo positivo que ascende a 1000 milhões de euros anuais. O Presidente da APICCAPS, Fortunato Frederico, recordou “a importância do sector do calçado para a economia portuguesa, em especial os 1500 milhões euros anuais exportados para praticamente todo o mundo e os mais de 30 mil postos de trabalho do sector”. Sublinhando os méritos do sector em Felgueiras, destacou “grande sentido de empreendedorismo e inovação que fazem do sector de calçado em Felgueiras uma referência no plano internacional”. Felgueiras lidera nas exportações Felgueiras é um dos principais pólos produtivos do sector português de calçado. Ao nível das exportações, assume mesmo a liderança. Segundo dados da APICCAPS, em 2010, Felgueiras respondia por 431 milhões dos 1295 totais exportados pelo sector. Uma quota muito relevante, substancialmente superior, por exemplo a Santa Maria da Feira (140 milhões) ou Guimarães (15 milhões). Ao nível dos colaboradores das empresas, Felgueiras volta a liderar, sendo responsável por 1/3 de todos os trabalhadores da indústria portuguesa de calçado, sensivelmente 11 mil.
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