Boletim HIS – 2ª edição – dezembro 2013

Transcrição

Boletim HIS – 2ª edição – dezembro 2013
BOLETIM
Dezembro 2013
2a edição
POR QUE ESCOLHER UM HOSPITAL
EXCLUSIVAMENTE DEDICADO AO
CUIDADO DE CRIANÇAS?
• Porque, definitivamente, criança não é um adulto pequeno!
• A experiência acumulada está associada a melhores resultados
assistenciais – quem cuida de mais de 11 mil crianças mensalmente
é referência na área.
• A infraestrutura não é adaptada: equipamentos e materiais especialmente
desenhados para maior conforto e segurança da criança – como fazer uma
intubação difícil em uma criança pequena sem a disponibilidade de um
kit específico?
Dr. José Luiz Setúbal
• Profissionais especialmente treinados e dedicados ao cuidado de
crianças – será que todos os anestesistas estão aptos a cuidar de um
lactente? Quantos radiologistas entendem de patologias pediátricas?
• Processos assistenciais e metodologias especificamente desenvolvidas
para atender às necessidades da criança – acordar uma criança
às 6 horas da manhã, ou respeitar sua individualidade?
• Calibração cuidadosa e especial de aparelhos – a quantidade de radiação
num aparelho de tomografia calibrado para adultos é a mesma daquela
utilizada para crianças?
• Cuidar da criança é cuidar da família – hospitais gerais estão preparados?
• O que é bom para uns não é bom para outros – crianças e idosos exigem
ambientes distintos, atendimento diferente, procedimentos específicos.
FATOS E NÚMEROS
Nos últimos três anos, em novas e maiores instalações, o Hospital
conquistou crescimento extraordinário, que se reflete em números.
120 MIL atendimentos no Pronto-Socorro
130 MIL exames laboratoriais
45 MIL exames de raio X
7.826 internações
3.147 cirurgias (110 cardíacas e 83 neurológicas)
500 profissionais, mais 900 pediatras com especialização
108 leitos: 80 de internação e 28 de UTI
Mais de 4 MIL participantes em eventos de atualização em três anos
Mais de 230 MIL fãs na página do Facebook
100 MIL visitas no blog e no site
Presidente da Fundação
Caros colegas,
Chegamos a dezembro e mais um ano se foi; logo entraremos em 2014,
mas nos ocupemos de falar de 2013. Este ano foi muito especial para nós
da Fundação José Luiz Egydio Setúbal, vejam por quê:
1. C riamos o Instituto PENSI (Pesquisa e Ensino em Saúde Infantil) em
janeiro, uma OSCIP que cuidará de toda a educação continuada,
pesquisas, ensino e projetos sociais;
2. Conseguimos o selo da Joint Commission International (JCI) em julho;
3. Completamos três anos do novo prédio em setembro;
4. Inauguramos nossa clínica de pesquisa com o primeiro núcleo:
Nutrição e Metabolismo, com assessoria do professor Mauro Fisberg;
5. Nosso voluntariado chega a 120 pessoas trabalhando conosco e mais
de 500 formados em nossos cursos de capacitação de voluntários;
6. Em outubro, nosso grupo de Humanização Hospitalar foi reconhecido no
Dia das Crianças e apareceu em mais de 170 veículos de comunicação
em sete países, além do Brasil, com o evento dos super-heróis limpando
as janelas;
7. Comemoramos o Dia do Médico com um grande e saboroso almoço
no Jockey Club;
8. Fizemos 11 simpósios com muito sucesso e fomos selecionados para
realizar cinco ensaios clínicos, sendo um deles como Centro Regulador;
9. Publicamos quatro artigos em revistas científicas e concluímos várias
pesquisas clínicas;
10.Terminaremos o ano com o equilíbrio das contas e diminuindo nossas
dívidas.
Como se vê, foi um ano de muitas conquistas e sucessos, e isso conseguido
graças à ajuda, colaboração e esforço de todos nós.
Neste segundo número, apresentamos uma reportagem com Denise Dalge,
nossa gerente de enfermagem, falando dos nossos planos para enfermagem
e das notícias do Hospital, do PENSI e dos projetos sociais e voluntários.
Dr. José Luiz Setúbal
Presidente da Fundação
Enfermagem
Medicina de ponta
com valores humanos
Cão
Terapeuta
Animais treinados fazem
visitas semanais aos
pacientes da internação
Dia das
Crianças
Super-heróis fazem
a limpeza do prédio
e animam os pacientes
Um Feliz Natal e que 2014 seja pródigo em alegrias!
HIS INAUGURA CENTRO
DE CRANIOESTENOSE
A cranioestenose ou craniossinostose é a fusão prematura de uma ou mais suturas
cranianas. A forma do crânio se modifica, impedindo o crescimento normal e resultando
em assimetria compensatória da calota craniana. Além disso, podem ocorrer alterações
nos ossos da base e da porção média do crânio. Sua incidência é estimada em 1 por
2 mil crianças, e a prevalência em 14,1 por 10 mil nascidos vivos. Há predomínio de
ocorrência nos meninos numa relação de 2:1.
Além da confirmação do fechamento prematuro das suturas, a avaliação diagnóstica
inclui a análise de possíveis alterações nos ossos faciais, como palato aberto
e obstrução orofaríngea, e no parênquima encefálico, que também pode apresentar
alterações malformativas. A avaliação por neuroimagem inclui a reconstrução óssea
tridimensional e a análise encefálica, investigando-se possíveis alterações na migração
neuronal, atrasos na mielinização e outras alterações.
Em setembro de 2013, o Hospital Infantil Sabará (HIS) inaugurou mais um Centro
de Excelência, especializado em cranioestenose, parte do Núcleo de Atendimento
à Criança com Malformações Craniofaciais (NACMCF). Contando com um núcleo de
profissionais multidisciplinares altamente qualificado, o Centro de Cranioestenose está
apto a oferecer uma avaliação diagnóstica completa e as mais avançadas técnicas
cirúrgicas para a correção dessa malformação. Apesar de inaugurado recentemente,
o Centro já conta com inúmeros pacientes e várias cirurgias realizadas com sucesso.
O tratamento precoce, antes dos 6 meses de vida, evita a assimetria craniana
e o catastrófico desenvolvimento de sequelas neurológicas.
TRATAMENTO MULTIDISCIPLINAR DA OBESIDADE INFANTIL
Com características de epidemia, a obesidade
infantil cresce em todo o mundo. Dados da
Organização Mundial da Saúde (OMS) revelam
que em todos os continentes houve aumento
significativo da doença, somando hoje 45
milhões de crianças e adolescentes, um
grande problema de saúde pública a ser
enfrentado nos próximos anos.
Para os pacientes que se encontram em
estágio mais avançado da doença, pode haver
indicação de cirurgia bariátrica, mas há
critérios claros para a indicação da cirurgia:
(diabetes, hipertensão arterial sistêmica ou
hipercolesterolemia);
idade acima de 16 anos (casos de pacientes
abaixo de 16 anos merecem análise
especial);
Para os casos em que há indicação de cirurgia
bariátrica, o plano de cuidado contempla o
pré-operatório e os primeiros 30 dias de pósoperatório.
Para proporcionar atendimento multidisciplinar
exclusivamente pediátrico, o HIS criou um
Centro de Atenção ao Obeso Infantil (CAObI).
“A ideia de estabelecer um centro integrado e
interprofissional parte da premissa de que há
necessidade clara de um Hospital exclusivamente pediátrico preocupar-se com a
questão da obesidade infantil e fornecer esse
serviço de forma pioneira”, informa a diretora
técnica do Sabará, Paulina Basch.
Índice de Massa Corpórea (IMC) acima ou
igual a 35 com alguma comorbidade
O CAObI é composto por médicos endocrinopediatras, nutricionistas, endocrinologistas
para adolescentes (não pediatras), psicólogos,
médicos do esporte, cirurgiões bariátricos e
educadores físicos. O plano de cuidado
estabelecido é único para cada paciente,
baseado em suas necessidades individuais e
seu perfil de gravidade detectado na primeira
consulta.
Os pacientes são avaliados por um
instrumento criado pela própria equipe, que
classifica a necessidade do cuidado a ser
realizado em três níveis. O tratamento tem
duração de três meses, tempo mínimo para
a apuração de qualquer resultado para
mudança de hábito e estilo de vida.
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IMC acima ou igual a 40 sem comorbidades.
CAMPANHA LAVAGEM DAS MÃOS
A Comissão de Infecção Hospitalar do HIS
traz projetos inovadores para a redução de
infecção na Instituição. Desta vez, associou
a medida mais eficiente na prevenção de
infecções, a higienização das mãos, a um
modelo em que os pacientes e responsáveis
são parceiros no cuidado.
A campanha “Seja nosso parceiro no cuidado
à saúde!” conta com a participação ativa dos
pacientes e responsáveis na higienização das
mãos. Todos os cuidadores receberam bottons
com a frase: “Pergunte-me se higienizei as
mãos”, estimulando o paciente ou responsável
a questionar sobre a lavagem das mãos ou
agradecer ao profissional pela ação.
Os pacientes receberam uma bexiga do
HIS com a frase: “Mãos limpas salvam vidas”,
além de um questionário anônimo sobre a
higienização das mãos de diversos
profissionais que entram nos quartos: médicos,
enfermeiros, fisioterapeutas, copeiras, profissionais de limpeza, etc.
Como em 15 de outubro comemorou-se o Dia
Mundial da Lavagem das Mãos (Global Hand
Washing Day), a campanha aconteceu entre
os dias 14 e 25 de outubro. A ideia é poder
contar com a ajuda e contribuição dos
pacientes e responsáveis para aprimorar os
serviços.
Por esses e outros motivos, o HIS é um dos
hospitais com o menor índice comparativo de
infecção hospitalar, ficando abaixo da média e
com grande destaque entre os hospitais
pediátricos. Com um índice sempre menor
que 0,9, é um dos poucos centros médicos do
País que apresentam alto perfil de
sensibilidade a antimicrobianos (antibióticos),
poupando os pacientes da necessidade de
receber antibióticos de largo espectro, que
propiciam a resistência bacteriana.
DISSERTAÇÃO DE MESTRADO
CONTROLE DE ESTRESSE INTEGRA TRABALHO
DO ANESTESIOLOGISTA PEDIÁTRICO
Dra. Debora Cumino
COORDENADORA DO SERVIÇO DE ANESTESIA PEDIÁTRICA
DO HIS, DRA. DEBORA CUMINO, DEFENDE DISSERTAÇÃO
SOBRE A IMPORTÂNCIA DA ADEQUADA INFORMAÇÃO AOS
PAIS NA REDUÇÃO DA ANSIEDADE PRÉ-OPERATÓRIA DA CRIANÇA
Diretamente relacionada ao estado emocional dos pais, a ansiedade
pré-operatória das crianças é um dos focos de atenção do trabalho
do anestesiologista pediátrico. Mais intensa em pacientes entre
1 e 5 anos, a condição requer controle, não só pelo caráter afetivo,
mas porque se reflete em complicações nos períodos intraoperatório
e pós-operatório.
O tema, recorrente no dia a dia do Centro Cirúrgico, inspirou
a médica e coordenadora do Serviço de Anestesia Pediátrica do HIS,
Debora Cumino, em sua dissertação de mestrado, defendida no início
deste ano na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de São
Paulo. Intitulada “Impacto do Tipo de Informação Pré-Anestésica
sobre a Ansiedade dos Pais e das Crianças”, a pesquisa feita com
72 voluntários (crianças entre 4 e 8 anos submetidas a diversos
procedimentos cirúrgicos) e seus respectivos pais, entre 2011
e 2012, envolveu pacientes do Sabará e do Hospital Universitário
da Santa Casa.
Na dissertação, a autora inovou ao usar uma estratégia pouco
habitual: foi entregue um folheto informativo com perguntas e
respostas sobre o procedimento anestésico 30 minutos antes de os
pais acompanharem as crianças na indução anestésica. Em seguida,
recorreu-se a um método observacional do estado emocional dos
pacientes e adultos. Para avaliar a ansiedade das crianças, a Dra.
Debora fez uso da EAPY-m – escala de ansiedade pré-operatória da
Universidade de Yale – validada no Brasil; já para os pais, o recurso
usado foi o método HAM-A (escala de Hamilton).
Segundo a anestesiologista do Sabará, cerca de 50% dos pacientes
pediátricos submetidos à cirurgia desperta com algum distúrbio
comportamental, como agitação, desobediência, piora no quadro
doloroso e até quadros de enurese noturna. “Esses sintomas estão
relacionados ao nível de estresse antes do ato anestésico, na medida
em que há liberação de determinadas substâncias que se refletem
em distúrbios comportamentais, sendo que em 20% dos casos
podem perdurar por um mês”, expõe.
Apesar de o estudo não indicar redução no nível de ansiedade de pais
e pacientes, foi constatado alto grau de satisfação dos adultos (97,2%)
com o cuidado da equipe ao informar sobre o procedimento por meio
da distribuição de material impresso. Além de gerar uma nova linha
de pesquisas na Faculdade de Ciências Médicas da Santa Casa de
São Paulo, com dois estudos já encaminhados, a dissertação da Dra.
Debora reforçou o método recorrente da equipe do HIS de entregar
o material informativo aos pais na consulta com o cirurgião para que
possam ter acesso à adequada informação com antecedência a fim
de terem tempo para esclarecer todas as dúvidas.
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ENFERMAGEM
É PEÇA-CHAVE PARA MODELO ASSISTENCIAL
COMO DEFINE O MODELO ASSISTENCIAL DO HIS?
Dra. Denise Dalge
NO DIA A DIA, COM UMA EQUIPE
INTERDISCIPLINAR, ENFERMEIRA DO
SABARÁ TRANSFORMA EM REALIDADE
A MISSÃO DE OFERECER UM OLHAR
AMPLIADO SOBRE A CRIANÇA E SUA
FAMÍLIA, INTEGRANDO MEDICINA
DE PONTA A VALORES HUMANOS
Se o modelo assistencial do HIS é reconhecido
como um diferencial no segmento de saúde
privada, parcela considerável desse sucesso
deve-se ao corpo de enfermagem da Instituição.
No dia a dia dos pacientes e de seus familiares,
eles representam e transformam em realidade
uma das missões preconizadas pela Instituição:
a de associar o que há de melhor e mais
moderno em tratamento médico ao atendimento
das necessidades do ser humano.
Para dar mais detalhes sobre esse departamento,
que contribuiu categoricamente para a recente
conquista do selo JCI, entrevistamos a nova
gerente de enfermagem do Hospital, Denise
Pourrat Dalge. No cargo há cinco meses, a
enfermeira, que possui 30 anos de reconhecida
experiência profissional em assistência e gestão
de enfermagem em pediatria, fala do novo
papel do profissional de enfermagem e de
novos projetos.
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Ele consiste em prestar assistência à criança e à família, com a compreensão
do ser humano enquanto ser único e multidimensional, que influencia e
é influenciado pelo ambiente e por aspectos subjetivos oferecendo um
serviço humanizado, integrado por diferentes disciplinas – fundamentadas
cientificamente para atuarem com ética, qualidade e excelência na
assistência. Os pilares desse modelo são: cuidado centrado na criança e na
família, interdisciplinaridade, saúde baseada em evidências e programa de
qualidade reconhecido internacionalmente.
VOCÊ PODE NOS DETALHAR ESSES PILARES?
O cuidado centrado na criança e na família, além de focar o paciente
infantil, também reconhece a sua família como unidade de cuidado. Tal
definição considera a família como constante na vida da criança
e do responsável pelos cuidados de promoção à saúde e prevenção
de doenças, além dos primeiros atendimentos e continuidade
de assistência quando necessário. Nesse trabalho, são pontos
importantes: a colaboração entre pais e cuidadores; o respeito
e a valorização das diversidades cultural, racial, étnica e socioeconômica
da família; o reconhecimento das forças e individualidades da família;
assim como das diferentes formas de enfrentamento que possui;
o compartilhamento contínuo das informações e envolvimento de todos
na tomada de decisão; o planejamento do cuidado flexível, culturalmente
adaptado e que possa responder às necessidades da família.
Quando falamos de interdisciplinaridade, reforçamos a complexidade
do cuidar e tratar o ser humano nas suas diferentes dimensões. Assim,
médicos, enfermeiros, farmacêuticos, psicólogos, fisioterapeutas,
fonoaudiólogos, nutricionistas, entre outros, trabalham de forma
integrada. Nesse processo, alguns elementos são fundamentais: a
comunicação autêntica, o diálogo, o respeito e o reconhecimento do
saber e do fazer de cada um dos profissionais e a possibilidade de
participação na tomada de decisão.
COMO SERÁ A ATUAÇÃO DO ENFERMEIRO NESSE MODELO?
Ele atuará como facilitador, integrador e coordenador do processo
assistencial. Somos os profissionais mais próximos dos pacientes e dos
acompanhantes, justamente por estarmos 24 horas com eles. Sendo
assim, estabelecemos pontes de comunicação entre pacientes,
familiares e equipe interdisciplinar. Também identificamos as
necessidades e as intervenções que individualizam o cuidado e assim
trabalhamos para a construção do vínculo e da segurança dos pacientes.
COMO É FEITO O TREINAMENTO DOS PROFISSIONAIS
DA ENFERMAGEM?
Um dos pré-requisitos de integração ao nosso quadro funcional
é a experiência em pediatria e especialização em enfermagem
pediátrica geral, neonatal ou em terapia intensiva pediátrica.
Seguimos um criterioso processo de admissão, com provas específicas
de conhecimento, entrevistas, dinâmicas de grupo e testes psicológicos.
O treinamento admissional inclui um bloco de treinamento teórico,
validações de práticas e dinâmicas para o processo de adaptação
à cultura e processos da Instituição.
Ainda há uma grade de programas de educação com workshops, aulas
internas e externas que visam constante reciclagem.
envolve: identificação correta do paciente por dois identificadores
(nome completo e data de nascimento), processo de controle de
administração de medicação, medidas de prevenção de infecção
hospitalar, entre outros.
A capacitação da equipe sempre foi um ponto alto do trabalho.
A enfermagem do Sabará é reconhecida pela larga experiência no
cuidado com pacientes de baixa e alta complexidade, por um cuidado
acolhedor e humanizado, como também por procedimentos especiais,
como passagem e manutenção do uso do cateter periférico intravenoso
central (PICC) para pacientes com necessidade de tratamento
intravenoso prolongado. Esse cateter reduz o número de punções
periféricas, que representam um fator estressante para a criança e a
família nas internações.
COMO SERÁ O FUTURO DA SUA GESTÃO?
Nossos profissionais estudam sobre o modelo assistencial, método
para a tomada de decisão com base no raciocínio clínico,
desenvolvimento infantil, técnicas de linguagem para abordar o
paciente, de acordo com a faixa etária, e seus familiares, além de
questões técnicas, como protocolos assistenciais, atendimento de
urgências e emergências e procedimentos técnicos específicos. Hoje,
nossa equipe é composta por 295 cuidadores, que são enfermeiros,
técnicos e auxiliares de enfermagem.
O QUE DIFERENCIA O HIS DOS DEMAIS HOSPITAIS?
O fato de o HIS ser exclusivamente pediátrico por si só já é um enorme
diferencial, pois todas as ações são pensadas e construídas para
crianças e adolescentes. O pensar pediátrico vai desde a estrutura
física, que garante segurança, interação, integração e acolhimento dos
nossos pacientes e família, com mobiliários diferenciados, decoração
infantil do ambiente, materiais e medicamentos específicos à pediatria,
até processos e abordagens diferenciadas.
O enfermeiro que se dedica à pediatria não atende só o paciente,
como acontece numa instituição para adultos. Seu perfil é mais
empático, tem mais flexibilidade porque atende desde o recémnascido, cuja abordagem é com a mãe, até o adolescente em que
estabelece diálogo direto. Assim, desenvolvemos nosso sistema de
percepção de olhar para o outro com os cinco sentidos de forma
aguçada, considerando a avaliação da expressão não verbal, porque
a criança nem sempre sabe como se comunicar.
Nossa equipe trabalha para o atendimento individualizado, adaptandose à realidade daquele paciente e a de sua família, resultando num
programa de acolhimento que, algumas vezes, se prorroga mesmo
depois da alta hospitalar.
Vou trabalhar para a identidade e imagem da enfermagem do Hospital
serem altamente qualificadas no cuidado do paciente pediátrico,
agregando valor à criança e à família durante a sua hospitalização no
HIS. Pretendo engajar as equipes de enfermagem nas diretrizes, nos
objetivos e nas metas institucionais para entregar os esperados
resultados assistenciais de qualidade e de segurança do paciente.
O planejamento de trabalho para 2014 possui muitas frentes, como
a implantação de um Novo Modelo Assistencial com altos investimentos
na aquisição de conhecimentos, habilidades e mudanças de atitudes
por meio de treinamentos técnicos e comportamentais internos
e externos; elaboração de trabalhos científicos e participações em
grupos e associações extramuros do Hospital.
Também almejamos fortalecer a identidade dos profissionais
de enfermagem na diferenciação dos crachás e uniformes, ampliar
a política de retenção de talentos e definir as competências técnicas
e comportamentais específicas para os cargos.
SE TIVESSE DE FAZER UMA ANALOGIA REFERENTE AO PAPEL
DO ENFERMEIRO DO SABARÁ, COMO SERIA?
Acredito que o profissional da área seja o coração, se comparássemos
o hospital ao corpo humano. Temos o privilégio de conhecer mais de
perto as pessoas que estão realmente precisando de ajuda. Não só
administramos horários de medicação ou controlamos o estado de
saúde do paciente, mas conversamos, brincamos, choramos e damos
gargalhadas com os pacientes e as famílias.
QUAL A CONTRIBUIÇÃO DA ENFERMAGEM NA CONQUISTA DA JCI?
Recebemos com orgulho essa conquista, um reconhecimento
do trabalho da equipe. Como os demais departamentos, a enfermagem
teve um papel importante no resultado para a acreditação. Seguimos
padrões internacionais focados na segurança do paciente, que
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SUPER-HERÓIS NA LIMPEZA DO PRÉDIO
No mês de outubro, mais precisamente na semana
do Dia das Crianças (12/10), o HIS surpreendeu quem
passava pela Avenida Angélica com uma iniciativa
pioneira e divertida: a lavagem externa das janelas
do prédio de 17 andares do Hospital foi realizada por
um time de super-heróis.
Devidamente preparados com equipamentos de
segurança, os funcionários da empresa de limpeza
que presta serviços ao Hospital desceram pelas
janelas com as fantasias de Super-Homem, Lanterna
Verde, Capitão América e The Flash, sempre interagindo
com os pacientes internados, inclusive aqueles que
estavam na UTI.
Normalmente, essa limpeza anual é programada para
acontecer em setembro, mas, neste ano, o presidente
da Fundação, Dr. José Luiz Setúbal, resolveu presentear
as crianças. “Tive a ideia no ano passado, quando vi
iniciativas parecidas em hospitais infantis da Austrália
e dos Estados Unidos. Como o pessoal da empresa de
limpeza aceitou, adiamos a programação para realizar
a ação perto do dia 12 de outubro, uma forma de
brincar com o imaginário infantil”, informou.
HIS COMEMORA MAIS DE 230 MIL FÃS
NA SUA PÁGINA NO FACEBOOK
O investimento em mídias sociais sempre foi uma
preocupação do HIS, que encontrou nesses meios
maneiras de se comunicar e se aproximar da
sociedade.
Além do site, a Instituição mantém página no
Facebook, Blog, Twitter e canal no YouTube, que são
visitados por mais de 100 mil internautas todos os
meses. “Nossos pacientes são os principais usuários
e craques no mundo virtual, por isso a ideia de investir
nesse universo nos pareceu primordial. Além disso,
sabemos da importância de oferecer conteúdo sério
Prova de que a aposta no universo virtual tem sido
bem-aceita é que neste ano a fan page comemorou
mais de 230 mil curtidas. Além de ter notícias
atualizadas sobre saúde da criança e do adolescente,
os internautas encontram textos explicativos sobre as
doenças, formas de prevenção, novos tratamentos,
artigos assinados por médicos do Hospital e parcerias
com blogueiras.
DO VOLUNTARIADO
PARA O MUNDO SABARÁ
montou uma caixa com canetinhas, papel, lápis de
cor, tesoura, barbante e cola, material escolar que
costuma agradar aos pequenos.
IDEIA DE VOLUNTÁRIA VIROU FOCO
DE PROJETO DE PESQUISA
A Caixa Mágica, como o material foi carinhosamente
batizado pela equipe, não só obteve receptividade
positiva dos pacientes e pais como dos especialistas,
incentivando um projeto de pesquisa da própria
estudante Aline (no último ano da Faculdade de
Enfermagem), supervisionada pelo professor Lino
de Macedo, consultor do programa de voluntariado
do Hospital e titular do Departamento de Psicologia
da Aprendizagem, do Desenvolvimento e da Personalidade da Universidade de São Paulo.
Quando implementou o programa de voluntariado
há três anos, a educadora Sandra Mutarelli já
antecipava trocas inesperadas de experiência entre
voluntários e equipe de profissionais da Instituição.
Com ótimos resultados, essa interação resultou
recentemente num projeto interessante que está
se transformando em foco do interesse de pesquisa.
A ideia começou com a voluntária e estudante de
enfermagem Aline Aparecida de Souza, que, com
o intuito de entreter os pacientes, organizou e
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sobre saúde na internet”, ressalta o pediatra e
presidente da Fundação.
Segundo a psicanalista do Departamento de Psicologia do HIS, Glaucia Faria da Silva, também envolvida
no projeto, o conteúdo da caixa resultou em um
importante e privilegiado canal de expressão. Por
HOSPITAL IMPLEMENTA PROGRAMA COM CÃES TERAPEUTAS
NOVE ANIMAIS DEVIDAMENTE TREINADOS E ACOMPANHADOS DE ADESTRADORES FAZEM VISITAS SEMANAIS
AOS PACIENTES DA INTERNAÇÃO. CONHECIDA COMO ZOOTERAPIA OU TERAPIA ASSISTIDA POR ANIMAIS,
A TÉCNICA TRAZ BENEFÍCIOS SOCIAIS, MENTAIS, EMOCIONAIS E FÍSICOS ÀS CRIANÇAS E ADOLESCENTES
Tendo como referência os efeitos positivos da
relação ser humano e animal, como redução
de ansiedade, da sensação de isolamento e do
estresse, e pensando em proporcionar momentos lúdicos e de distração aos pacientes e
acompanhantes, o Sabará lançou o programa
Cãoterapia (terapia assistida por animais), que
traz cães para passarem um tempo com
crianças e adolescentes da internação.
criação da ONG Cão Terapeuta, esses amigos
de quatro patas também são submetidos a uma
triagem criteriosa, que inclui testes de
comportamento e agressividade. Ao se
encaixarem num perfil mais dócil e sociável,
esses animais passam por adestramento para
se comportarem de maneira adequada
e fazerem alguns truques com intuito de
interagir com os pacientes.
Resultado de uma parceria entre o Hospital
e a ONG Cão Terapeuta, a ação não conquistou
só os pacientes, mas toda a equipe do Sabará.
“O dia da visita é esperado por todos. O clima
no andar ganha leveza, uma sensação que
atinge não só os nossos pacientes, mas
a equipe médica, os enfermeiros e demais
profissionais, como se o efeito terapêutico
desses animais fosse contagiante”, comenta
a diretora técnica do Sabará e coordenadora
do projeto, a médica Paulina Basch.
Desde abril deste ano, as visitas dos animais e
seus adestradores acontecem uma vez por
semana, às sextas. “Desde que demonstrem
vontade e não tenham restrições médicas, os
pacientes estão liberados para receber os cães
no próprio quarto por determinado tempo para
afagá-los, penteá-los e receber o carinho
sincero desses bichinhos. A recepção tem sido
tão positiva que a dificuldade é liberá-los
depois”, informa a médica.
SUCESSO NOS TRATAMENTOS
Para garantir a segurança dos pacientes e se
encaixar nas práticas internas do HIS, esses
nove cães, que participam do projeto, têm uma
documentação atualizada constantemente
e seguem requisitos rígidos em relação à saúde
e à higiene. Segundo a diretora, além
de receberem adestramento e treinamentos
especializados, os cães se revezam em visitas
semanais, passam por criteriosa avaliação,
que inclui carteira de vacinação atualizada e
atestado de saúde do veterinário responsável.
Treinados pelos profissionais da equipe do
zootecnista Alexandre Rossi, responsável pela
Vários são os benefícios entre animais
e humanos. Um artigo recente do “Circulation”
(periódico da American Heart Associaton), por
exemplo, elenca uma série de estudos
mostrando as vantagens da convivência com
os animais e as doenças cardíacas. No texto,
um dos destaques é a terapia animal para
redução do risco cardiovascular, na medida em
que incentivam tutores a se movimentarem
mais e praticarem atividade física – o que pode
ajudar a reduzir a pressão arterial, o colesterol
e o estresse.
meio de colagens, recortes, desenhos, escolhas de cores na hora de
pintar e até formatos, é possível reconhecer ideias, emoções, vontades
e as diversas maneiras que apontam como o paciente pediátrico
interpreta a realidade. Uma estratégia importante, já que nem todas
as crianças sabem como desabafar e demonstrar por meio de
comunicação verbal o que sentem.
“Neste momento, estamos elaborando um projeto de sistematização
da Caixa Mágica. Já tive casos que pedi a ajuda da Aline e sua caixa
para conseguir chegar na criança. É um trabalho coletivo valioso que
traz benefícios às crianças e seus acompanhantes e facilita o diálogo
entre paciente e equipe multidisciplinar”, conta a Dra. Glaucia, que
resolveu apostar no projeto depois de reconhecer a vulnerabilidade
vivenciada por um garoto que se autorretratava dentro de uma bolha,
voando pelo espaço num desenho proposto por Aline.
Há, também, outros registros do uso desse tipo
de terapia em diferentes perfis, como pacientes
com problemas cardíacos (Friedman, Katcher,
Lynch e Thomas, 1979), psiquiátricos hospitalizados (Corson e Corson, 1981), jovens com
distúrbios de comportamento (George, 1988),
entre outros.
TERAPIA COM ANIMAIS NO MUNDO
E NO BRASIL
Na literatura médica há histórias de sucesso
sobre a presença dos cães em hospitais,
escolas, instituições psiquiátricas e asilos.
Esse convívio não só diverte e entretém, como
estimula os exercícios – aumentando a
mobilidade, funciona como um auxiliar em
casos mais complicados, como quando a
criança não quer comer, não sai do leito ou
deixa de falar.
“Nesses casos, os animais podem ser usados
como aliados na recuperação, pois acabam
servindo como estímulos. Usados como
exemplos, eles indiretamente, fazem com que
os pacientes voltem a comer, andar, falar e
brincar. Já temos algumas experiências
positivas nesse sentido”, finaliza Dra. Paulina.
A referência da caixa no contexto hospitalar e como ela repercute em
cada faixa etária é um dos focos de atenção do projeto, que será
submetido neste mês à comissão de ética do Hospital para ser
implementado no primeiro semestre do ano que vem.
Para a coordenadora do voluntariado, Adriana Girardelli, a ação
é motivo de orgulho e comemoração. “A Caixa Mágica é um recurso
tão simples que não passou despercebido e se tornou um elo entre
voluntário, criança e pais, como um canal de interação entre
voluntários e demais profissionais do Hospital”, argumenta.
“Mostrou que uma iniciativa simples possui potencial para virar algo
maior e que a proposta de criar e formar um grupo de voluntários
participativos, empenhados, com uma imensa vontade de colocar
a mão na massa está rendendo bons frutos”, finaliza.
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PENSI FECHA CICLO DE SIMPÓSIOS 2013
COM DEBATE SOBRE TERAPIA INTENSIVA
ESPECIALISTAS DE RENOME ABORDARAM ASPECTOS
MULTIDISCIPLINARES RELACIONADOS À VENTILAÇÃO MECÂNICA,
PROCEDIMENTO COMUM EM 50% DOS PACIENTES DE UTI.
O último simpósio médico, realizado pelo Centro de Ensino do Instituto
PENSI no dia 23 de novembro, contou com a presença de 130 inscritos
e teve como foco a Terapia Intensiva em Pediatria, serviço que também
é referência no Sabará.
Sob a coordenação do pediatra e gerente da Unidade de Terapia
Intensiva (UTI) do HIS, Albert Bousso, o evento reuniu
especialistas renomados na área da saúde da criança e do
adolescente dos principais centros médicos do País, incluindo
profissionais do Sabará.
Segundo o especialista, o ventilador pode ser agressivo, dependendo
da forma como é usado, causando graves lesões no pulmão.
“Apesar de ser um problema difuso que pode acometer pacientes
em todas as faixas etárias, nas crianças, trabalhamos com algo mais
delicado, já que os lactentes, por exemplo, possuem um sistema respiratório
delicado, ainda em formação. Por isso, a importância de termos debatido
a questão com profissionais de áreas distintas devido a sua aplicabilidade
multidisciplinar exigida no dia a dia”, explica o pediatra.
EXCELÊNCIA NO ATENDIMENTO
“O manejo das doenças em Terapia Intensiva vive uma constante
atualização, o que justifica a escolha do tema para discussão. Um
simpósio como esse é pertinente para nos atualizarmos e
estabelecermos critérios e protocolos de atendimento”, destaca
Bousso, que trouxe colegas palestrantes do Hospital da Universidade
de São Paulo (HU-USP), do Hospital Emílio Ribas, do Hospital do Coração
(HCor), do Hospital Sírio-Libanês e do Hospital Israelita Albert Einstein,
todos em São Paulo.
Referência na área, a UTI no Sabará comporta 28 leitos exclusivamente
destinados ao paciente pediátrico, o que a torna uma das maiores do
País em proporção ao número geral de atendimentos. Além de possuir
equipamentos de última geração, comporta uma equipe especializada
com 35 médicos, 120 profissionais da área da enfermagem e 25
fisioterapeutas, outro diferencial quando se refere a um departamento
dedicado somente ao atendimento de crianças e adolescentes.
Um dos pontos altos amplamente discutidos durante o evento foi
a ventilação mecânica, procedimento usado em mais de 50% dos
pacientes internados na UTI. Aspectos relacionados ao tema, como
nutrição, sedação/analgesia, balanço hídrico e manobras de
recrutamento pulmonar permearam as apresentações.
De acordo com Bousso, a UTI do Hospital atende principalmente
casos de alta complexidade em pediatria, incluindo pacientes com
doenças congênitas cardíacas, neurológicas, patologias raras, além de
pós-operatórios que envolvem intervenções mais delicadas e
monitoramento contínuo.
VEM AÍ O II CONGRESSO SABARÁ
DE ESPECIALIDADES PEDIÁTRICAS
Para reciclar e atualizar conhecimentos entre
os profissionais de saúde, o HIS promove de
12 a 14 de setembro de 2014, o II Congresso Sabará
de Especialidades Pediátricas. O evento, que contará
com renomados palestrantes nacionais e
internacionais, será no Hotel Maksoud Plaza, em São
Paulo. Organizado pelo Instituto PENSI, departamento
de ensino e pesquisa da instituição, o congresso
espera receber mais de mil participantes.
organiza um evento desse porte. No ano passado,
para comemorar cinco décadas de vida, a instituição
organizou o I Simpósio Sabará de Especialidades
Pediátricas, que contou com mais de 800
espectadores e convidados da Universidade de
Munique (Alemanha), do Centro Hospitalar de
Nantes (França), do Hospital for Sick Children
(Canadá) e do Arnold Palmer Hospital for Children
(Estados Unidos).
A programação detalhada estará disponível em
2014 no site do Hospital. É a segunda vez que o HIS
Av. Angélica, 1.987 – Higienópolis – São Paulo – SP
Para mais informações, ligue:
(11) 3155-2800
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