Anais - Câmpus de Dracena

Transcrição

Anais - Câmpus de Dracena
X SIMPÓSIO DE CIÊNCIA DA UNESP – DRACENA
“PRODUÇÃO E CONSERVAÇÃO DE FORRAGEM”
24 a 25 de Setembro
Unesp – Campus Dracena
SP 249, Km 651
Sumário
X Simpósio de Ciência da Unesp – Dracena
“Produção e Conservação de Forragem”
Dracena – SP, 24 e 25 de Setembro de 2014
A importância da alimentação artificial para abelhas Apis mellifera africanizadas (Barros, D.C.B.; Orsi, R.O.;
Kadri, S.M.; Zaluski, R. nº 3).....................................................................................................................................6
Acompanhamento das atividades assistidas por animais (AAA) em pacientes portadores de autismo na APAE
de Dracena/SP (Carvalho, G. da S; Poiatti, M. L., Ferreira, H. M., Tomaz, A. A., Santos, G. N. B. dos nº 49) ..........8
Análise bromatológica de capim-marandu em sistema integrado de produção agropecuária (Sekiya, B.M.S.;
Santana, E.A.R.; Aranha, A.S.; Domingues, M.S.; Lupatini, G.C.; Trivelin, G.A. nº 43).............................................9
Análise bromatológica de rações para cães adultos (Cardoso, R. G. A., Oliveira, J. A., Cruz-Polycarpo, V. C. nº
16) ......................................................................................................................................................................... 12
Análise bromatológica em rações de cães filhotes (Cardoso, R. G. A., Oliveira, J. A., Cruz-Polycarpo, V. C. nº 17)
.............................................................................................................................................................................. 13
Análise econômica de uma propriedade de leite semiextensiva no município de Ilha Solteira/SP (Carli, M. E. S;
Sabbag, O. J.; Beline, M.; Ferreira, S. S. nº 15) ..................................................................................................... 17
Análise sensorial de iogurtes elaborados com Lactobacillus acidophilus e cultura láctica comercial (Andréa
Machado Lopes, Maria Luiza Poiatti, Marina Saranholi Prandini, Kathlen Fracine Leite, Paulo César da Silva
Santos, Jacqueline Antunes Martins de Almeida. nº 58)...................................................................................... 20
Análises físico-químicas de mel de abelhas jataí (Tetragonisca angustula) cultivadas em Dracena, estado de São
Paulo (Mylena de Mattos Ferreira; Daniel Nicodemo, Edison Alves da Rocha. nº 33) ........................................ 21
Aplicação de fertilizante organomineral à base de torta de filtro na adubação de cobertura no feijoeiro
(Oliveira,L.; Faustino, A.M.; Oliveira, E.L.S.; Santos, L.F.M.S.; Monteiro, L.F.G. nº 5) .......................................... 24
Atividades assistidas por cães (AAC) e os benefícios proporcionados aos alunos da Apae de Dracena/SP
(Ferreira, H. M., Carvalho, G. da S, Santos, G. N. B. dos, Tomaz, A. A., Santana, B. F., Poiatti, M.L. nº 54) ....... 27
Avaliação cinemática linear à guia e montada em cavalos atletas (Ana Carolina de Almeida Duarte , Kátia de
Oliveira, Beatriz Queiróz dos Reis , Amanda Mantovani Pereira,Giovani Augusto Campos Oliveira, Mariana
Siqueira Araújo. nº 41) ......................................................................................................................................... 28
Avaliação de características celulares de calos de meristemas de cana-de-açúcar micropropagados sob
diferentes concentrações de 2,4-D (Ventura, G; Alves, V.G.C, Figueiredo, P.A.M; Lisboa, L.A.M; Viana, R.S. nº
48) ......................................................................................................................................................................... 31
Captação de cálcio e produção de espécies reativas de oxigênio em mitocôndrias isoladas de testículo de ratos
tratados com gossipol e o efeito da vitamina E (Bizerra, P.F.V.; Tavares, M. A.; Guelfi, M.; Medeiros, H. C.;
Mazzo, M.; Mingatto, F. E. nº 30) ......................................................................................................................... 35
Características bromatológicas da silagem de milho em sistema integrado de produção agropecuária (Aranha,
H. S.; Andrighetto, C.; Aranha, A.S; Shiguematsu, M.M.S; Oliveira, M.M; Santos, J.M.F. nº 50 .......................... 38
1
Características corporais de bovinos de corte submetidos a diferentes tipos de castração (Helen de Souza de
Oliveira, Monique Rabonato Antonioli, Murilo Chuba Rodriguês, João Henrique Silva Vera, Ricardo V. G. de
Soutello. nº 64) ..................................................................................................................................................... 42
Características morfoanatômicas foliares de dois cultivares transgênicos de soja (Larissa, E.T.¹; Paulo, A. M.F.²;
Ronaldo, S.V.; Lucas, A.M. L; Ana, C.; Victor, G.C.A. nº 52) .................................................................................. 45
Comportamento de cabras e cabritas em pastejo de capim- tobiatã (Panicum maximum cv. Tobiatã). (Marques,
R.O.; Leal, N.S.; Gonçalves, H.C.; Meirelles, P.R.L.; Costa, T.C; Lomele, R.L. nº 65) ............................................. 49
Comportamento do Preço do Milho no Estado de São Paulo e em Ilha Solteira (SP).
(Oliveira,B.R..;Bernardes,G.M.S.M.;Bernardes, E.M. nº 42)................................................................................. 52
Comportamento ingestivo de bovinos Nelore submetidos a diferentes protocolos de adaptação (Melo, G.F.;
Rizzieri, R.A.; Perdigão, A.; Arrigoni, M. D. B.; Millen, D. D.; Martins, C. L. nº 63) ............................................... 55
Composição química do capim-marandu consorciado com milho em sistema integrado de produção
agropecuária (Aranha, A.S.; Andrighetto, C.; Lupatini, G.C.; Mateus, G.P.; Aranha, H.S.; Giacomini, P.V. nº 47)
.............................................................................................................................................................................. 59
Consumo de dieta peletizada com diferentes níveis de fibra em detergente neutro por cabras (Marques, R.O.;
Ribeiro, M.S.; Gonçalves, H.C.; Leal, N.S.; Monteiro, V.F.; Meirelles, P.R.L. nº 67).............................................. 62
Contagem e caracterização bacteriana de isolados do intestino de tilápia do Nilo (Oreochromis niloticus)
alimentados com diferentes níveis de imunoestimulante (ACTIGEN) (Borgonovi, T. F.; Poiatti, M. L.; ²Takahashi,
L. S.; Junior, A. F.; Gonçalves, A. F. N.; Peres, G. S. nº 56). ................................................................................... 65
Contaminação microbiológica em embalagens plásticas destinadas a alimentos (Tomaz, A.A., Poiatti, M.L., G.S.
Peres, Prandini, S.M, Faria, M. de. Nº 62). ........................................................................................................... 69
Crescimento de casco em cabras da raça Parda Alpina e Anglo Nubiana (Leal, N.S.; Marques, R.O.; Gonçalves,
H.C.; Monteiro, V.F.; Costa, T.C.; Oliveira, I. J. nº 68) ........................................................................................... 71
Desempenho e gait score de frangos de corte suplementados com vitamina D (25-OHD3)1 (Baldo, G.A.A.;
Almeida Paz, I.C.L.; Garcia, E.A.; Molino, A.B.; Santos, L.S.; Amadori, M.S. nº 8) ................................................ 74
Difusão de tecnologias para os produtores de leite da Baixada Serrana do município de Botucatu (Silva, E.L.C;
Padovan, I; Meirelles, P.R.L.; Costa. C.; Muller L.R.; Bataglioni, I.C; Pariz, C.M., Castilhos, A.M. nº 38).............. 78
Efeito da frequência de alimentação sobre a flutuação do consumo de matéria seca em bovinos Nelore
confinados* (Silva, J.; Carrara T. V. B.; Pereira, M. C. S.; Batista Junior, I. C; Millen,D. D. nº 24) ........................ 83
Efeito do fipronil em hepatócitos isolados de ratos previamente tratados com proadifen (Guelfi, M., Tavares,
M.A., Maioli, M.A., Mingatto, F.E. nº 22) ............................................................................................................. 87
Efeitos da somatotropina recombinante bovina (bST) na morfometria das glândulas endometriais em vacas de
corte (A.L. Baltazar; B.P. Mello; S.C. Scolari; N.P. Costa; C.M.B. Membrive. nº 44 .............................................. 91
Eficácia de drogas anti-helmínticas em equinos na região noroeste do estado de São Paulo (VERA, J.H.S.;
PACHECO, T.M.; YAMADA, P.H; SAES, I.L.; DELLAQUA, J.V.; SOUTELLO,R.V.G. nº 58) ......................................... 95
Eficiência no controle de nematóides do gênero Meloidogyne em plantas de tomate, à base de citronela
(Oliveira, L.; Souza, J.G. nº 6) ................................................................................................................................ 98
2
Engenharia Agronômica e docência: uma experiência norteada pela matemática (Emanuele P. Souza, Juliana A.
Gonçalves, Tatiane P. Santos, Celso T. Miasaki, Rosana R. Socha, Perciliana F. P. Alves. nº 26) ....................... 101
Enriquecimento alimentar em aves cativas pertencentes ao Zoológico Cidade da Criança em Presidente
Prudente/SP (Silva, A. C. R., Santos, G. C. R., Moreno, M. F., Hamaji, L.P, Oliveira, J. A., Leite, K. F., Poiatti, M.L.
nº 55). ................................................................................................................................................................. 102
Estratégias de Manejo Alimentar com fontes de lipídeos para bovinos Nelore no período de pré e
confinamento (Cesar, M. T.; Arrigoni, M. D. B.; Martins, C. L.; Luís Marcelo Nave Sarti; Maria Caroline Franzói.
nº 12) .................................................................................................................................................................. 105
Fatores de Riscos Associados à Leishmaniose Visceral Canina (LVC) na Área Rural do Cinturão Verde de Ilha
Solteira, SP, Brasil (Spada, J. C. P.; Silva, D. T.; Alves, M. L.; Spada, F. P.; Ferreira, A. G.; Starke-Buzetti, W. A.5 nº
18). ...................................................................................................................................................................... 108
Fertilidade de novilhas da raça nelore resistentes, resilientes, susceptíveis avaliadas conforme o grau de
verminose ( Yamada, P. H.; Fachiolli, D. F.; Da Silva, K. M.; Oka, C. H.; Roveri, C. G. S.; Soutello, R.V.G. nº 53 )
............................................................................................................................................................................ 111
Fipronil afeta o metabolismo de proteínas no fígado de rato (Hyllana C. D. Medeiros, Emy L. Ishii-Iwamoto,
Jorgete Constantin, Fábio E. Mingatto. nº 25) ................................................................................................... 114
Flutuação de consumo de bovinos Nelore confinados submetidos a diferentes Protocolos de Adaptação (Cesar,
M. T.; Arrigoni, M. D. B.; Martins, C. L.; Perdigão, A.; Millen, D. D. nº 13)......................................................... 118
Grupo de Estudos sobre Animais Selvagens – Geas/Unesp de Dracena: Ações e Conscientização sobre
Educação Ambiental (Oliveira, J. A., Poiatti, M. L., Leite, K. F., Santos, G. C. R, Silva, A. C. R., Moreno, M. F. nº
36) ....................................................................................................................................................................... 121
Grupo de extensão em manejo de pastagem (GEMPA) da UNESP/Campus de Botucatu (Padovan, I.M, Müller,
L.R., Meirelles, P.R.L., Costa, C., Castilhos, A.M., Silva, E. L.C.,Bataglioli, I. C. Pariz, C. M. nº 37) ..................... 123
Identificação dos níveis de degradação das pastagens no noroeste do Estado de São Paulo (Silva, H. R.; Sano, E.
E.; Marques, A. P.; Romero, C. W.N.; Hespanhol, A. N., Cassiolato, A. M. nº 4) ................................................ 124
Índice de massa corporal de equinos atletas: relato extensionista do NEQUI-UNESP/Dracena (Beatriz Queiróz
Dos Reis, Kátia De Oliveira, Ana Carolina De Almeida Duarte, Amanda Mantovani Pereira, Giovani Augusto
Campos Oliveira, Mariana Siqueira Araújo, Karina Kai, Leticia Dreossi Ballerini. nº 28).................................... 128
Influência de Hematomas em Carcaças Bovinas Sobre a Coloração da carne ( Maria Eduarda de Souza Carli;
Marcos Chiquitelli Neto ; Mariane Beline; Yasmin de Sales Pereira; Marcelo Estremote; Andria Gigel Culik de
Menezes. nº 23).................................................................................................................................................. 129
Influência do estresse no desmame sobre o grau de verminose em bezerros nelore no período pós-desmame
(Fachiolli, D.F.; Yamada, P.H.; Pinto, L.D.; Santi, P.F.; Vera, J.H.S.; Soutello, R.V.G. nº 40) ................................ 132
Leishmaniose visceral canina associada à presença do vetor Lutzomyia longipalpis em abrigos de animais de
Ilha Solteira-SP. (Alves, M. L.¹; Silva, D. T.¹; Spada, J. C. P.; Alcântara, L. M.S. ; Matos, J. M.; Starke-Buzetti, W. A.
nº 19) .................................................................................................................................................................. 134
Massa e rendimento de polpa dos frutos de clones de aceroleira (Nasser, M. D.; Zonta, A.; Mariano-Nasser, F.
A. C.; Cecílio, D. S. Q. nº 7).................................................................................................................................. 137
3
Metabólitos do fipronil afetam o potencial de membrana mitocondrial (Tavares, M.A., Guelfi, M.,
Medeiros,H.C.D, Mingatto, F.E., nº 34) .............................................................................................................. 140
Microbiologia intestinal de frangos de corte alimentados com dietas suplementadas com ácidos orgânicos
(Saes R. L., Saes I. L., Freschi J. B., Cruz-Polycarpo V. C. nº 10) .......................................................................... 144
Modificações morfoanatômicas foliares da cana de açúcar em função de estratégias de aplicação de
herbicidas. ( V.G.C. Alves, P.A.M. de Figueiredo, R. da S.Viana, L.A.M. Lisboa, A. Carolina, L. E. Tristão. nº 60)
............................................................................................................................................................................ 147
Parâmetros morfológicos do rúmen de bovinos Nelore submetidos a diferentes protocolos de adaptação
(Rizzieri, R. A.; Melo, G. F.; Perdigão, A.; Arrigoni, M. D. B.; Millen, D. D.; Martins, C. L. nº 61) ....................... 151
Perfil de ácidos graxos da carne de bubalinos da raça Murrah submetida a diferentes períodos de maturação
(Aranha, A.S.; Luz, P.A.C.; Andrighetto, C.; Aranha, H.S.; Di Carne, A.C.; Zanetti, L. H. nº 46) ........................... 155
Perfil físico-químico de soro de queijo elaborado com leite de cabras alimentadas com raspa de mandioca
(Leal, N.S.; Gonçalves, H.C.; Veiga-Santos, P.; Marques, R.O., Crisóstomo, C,; López, F.J.P. nº 66) .................. 159
Processo seletivo de equinos em atividade terapêutica: atividade do projeto equoterapia da UNESP/Dracena
(Mariana Siqueira Araújo, Kátia de Oliveira, Beatriz Queiroz dos Reis, Giovani Augusto Campos Oliveira, Ana
Carolina Duarte, Amanda Mantovani, Letícia Dreossi. nº 51) ............................................................................ 162
Produção e altura de corte de capim-marandu sob sombreamento submetido ao manejo de interceptação de
luz (Santana, E.A.R.; Silva, L.A.C.; Alves, T.R.R.; SILVA, J. A. II V.; Costa, C.; Meirelles, P.R.L. nº 31) .................. 163
Propriedades químicas de um Argissolo vermelho sob diferentes usos e manejo (Souza, C. L.; Bonini, C. S. B.;
Heinrichs, R.; Ibãnez, T. B.; Dourado, F. A.; Garcia, G.C.;Romeiro, E. R. nº 27) .................................................. 167
Qualidade dos fenos de tifton e alfafa sobre o perímetro abdominal de equinos (Tsuzukibashi, D.1;Oliveira, K.;
Costa, C.; Reis, B.Q.; Meirelles, P.R.L.; Protes, V.M.;Soutello,R.V.G.;Watanabe, M.J. nº 20) ............................ 171
Relação da produtividade de B. decumbens e dos atributos físicos do solo (Ibañez, T. B; Bonini, C. S. B.;
Heinrichs, R.; Dourado, F. A.; Pedro, F. G. nº 29) ............................................................................................... 174
Relações de consumo de matéria seca e peso vivo com eficiência alimentar em bovinos Nelore (Maria Isabel
Betetti, Bruno Fagundes Lage, Evelyn Rangel dos Santos, Natalia Trevizan, Joslaine Noely dos Santos Gonçalves
Cyrillo, Lúcia Galvão de Albuquerque. nº 21) ..................................................................................................... 178
Rendimento de cortes comerciais e eficiência biológica de bovinos Nelore confinados alimentados com
Cloridrato de Zilpaterol (Rizzieri, R. A.; Melo, G. F.; Brichi, A. L. C.; Costa, C. F.; Arrigoni, M. D. B.; Millen, D. D.
nº 14) .................................................................................................................................................................. 181
Resistência do anti-helmíntico moxidectina em bezerros da raça nelore na fase pós-desmame na região oeste
do estado de São Paulo (Fachiolli, D.F.; Dellaqua, J.V.T.; Souza, O.A.; Rovere, C.G.S.; Saes, I.L.;Soutello, R.V.G.
nº 40) .................................................................................................................................................................. 184
Seletividade de ingredientes em dietas para bovinos Nelore confinados alimentados com Cloridrato de
Zilpaterol (Melo, G. F; Rizzieri, R. A; Brichi, A. L. C; Costa, C. F; Filho, E. A; Martins, C. L. nº 11) ....................... 186
Silagem de planta inteira de soja com adição de milho ou polpa cítrica. (Müller, L.R.; Padovan, I.M.; Pariz, C.M.;
Meirelles, P.R.L.; Costa, C. ;Castilhos, A.M. nº 35) ............................................................................................. 189
4
Suplementação com vitamina D (25-OHD3) e qualidade óssea de frangos de corte1 (Baldo, G.A.A.; Almeida
Paz, I.C.L.; Garcia, E.A.; Molino, A.B.; Amadori, M.S.; Vieira Filho, J.A. nº 9) ..................................................... 193
Termografia infravermelha na avaliação do ajuste de sela inglesa em cavalos atletas: relato extensionista do
NEQUI – UNESP/Dracena (Amanda Mantovani Pereira, Kátia de Oliveira, Leda Gobbo de Freitas Bueno, Ana
Carolina de Almeida Duarte, Mariana Siqueira Araújo, Beatriz Queiroz do Reis, Giovani Augusto Campos
Oliveira, Karina Kai. nº 45) .................................................................................................................................. 197
Uso do teste de Whiteside para diagnóstico da mastite subclínica em vacas de corte (Zanin, R.; Ludovico, C.;
Ratti Júnior, J.; Ribeiro, M.G. nº 32) ................................................................................................................... 198
Utilização do Suplemento Aminoácido Vitamínico (Promotor L®) na alimentação artificial energética de abelhas
Apis mellifera africanizadas (Barros, D.C.B.; Orsi, R.O.; Kadri, S.M.; Zaluski, R. nº 2) ........................................ 202
5
A importância da alimentação artificial para abelhas Apis mellifera
africanizadas
Barros, D.C.B.¹; Orsi, R.O.²; Kadri, S.M.³; Zaluski, R.4
¹Graduando do curso de Zootecnia, UNESP – Campus de Botucatu
²Professor Dr UNESP – Campus de Botucatu
³Doutorando em Zootecnia, UNESP – Campus de Botucatu
4Mestrando em Zootecnia, UNESP – Campus de Botucatu
Introdução
A criação racional de abelhas Apis mellifera africanizadas que caracteriza a apicultura é de
extrema importância, pois contribui para o processo de polinização, além de possibilitar a exploração
de produtos apícolas de grande importância nutricional e farmacêutica. A produção de mel, pólen,
própolis, cera, geleia real e apitoxina também são de grande importância para a geração de emprego
e renda, sendo que o Brasil possui grande possibilidade de maximizar a produção desses produtos,
devido a sua extensão territorial e riqueza de flora apícola. Atualmente um dos desafios da apicultura
é aumentar a produtividade, sendo que para isso uma das condições necessárias é garantir a
manutenção das colmeias durante os períodos de escassez de floradas, quando geralmente ocorrem
grandes perdas de enxames. O período de escassez de floradas conhecido como entressafra,
geralmente prejudica a sobrevivência das abelhas devido à deficiência de nutrientes, o que
compromete o desenvolvimento, a manutenção e a reprodução das colônias, diminuindo o tempo de
vida destes insetos e favorecendo o aparecimento de doenças.
Desenvolvimento
A apicultura é uma atividade de grande importância, que contribui para a manutenção e
preservação dos ecossistemas terrestres. O Brasil apresenta excelente potencial para a atividade
apícola, que ainda é pouco explorada (EMBRAPA, 2013).
Uma das exigências para o desenvolvimento, manutenção, reprodução e longevidade das
abelhas africanizadas ao longo do ano, é que suas exigências nutricionais sejam supridas. As
necessidades nutricionais das abelhas na natureza são supridas exclusivamente por meio do alimento
coletado por esses insetos. O néctar fornece os carboidratos e sais minerais, e o pólen, além de
fornecer sais minerais, fornece proteínas, vitaminas e lipídeos (PAULINO, 2004).
Para evitar a perda de enxames durante os períodos de escassez de florada alguns apicultores
oferecem alimentação energética e proteica para as abelhas. A alimentação artificial possibilita a
manutenção dos enxames, além de preparar as colmeias para o período de produção (PAULINO,
2013).
O alimento artificial pode ser disponibilizado na forma líquida, pastosa ou sólida, tendo função
de subsistência ou atuando como estimulante. A alimentação de subsistência é feita visando suprir a
ausência da alimentação natural coletada nas flores. A alimentação estimulante é feita com
antecedência de aproximadamente dois meses do início da florada principal, e serve para estimular a
postura da rainha, aumentando a população de abelhas, consequentemente aumentando a produção
apícola (WOLF, 2007).
Diversos são os alimentos energéticos utilizados no preparo da alimentação artificial para
abelhas: mel residual (50 % de mel + 50 % de água), xarope de açúcar com água (60 % de água + 40 %
6
de açúcar), xarope de açúcar invertido (5 kg de açúcar + 1,7 litros de água + 5 g de ácido tartárico ou
cítrico), rapadura de cana de açúcar (fornecida em forma de pasta) e garapa de cana- de açúcar, são
os alimentos mais utilizados pelos apicultores. O xarope de açúcar é o alimento energético de
subsistência mais utilizado na alimentação das abelhas (PAULINO, 2013).
Conclusão
Conclui-se que o oferecimento da alimentação artificial é imprescindível e têm efeitos
positivos e diretos com o rendimento e a produção da atividade apícola e sobre a manutenção e
crescimento dos enxames.
Referências Bibliográficas
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Produção de mel. Disponível em:
<http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel/SPMel>. Acesso em: 15 de julho
de 2013.
PAULINO, F.D.G. Apicultura-Manual do agente de desenvolvimento rural: Alimentação artificial.
Brasília: Sebrae, cap.13, p. 107-114, 2004.
PAULINO, F.D.G. Alimentação em Apis mellifera L.: Exigências nutricionais e alimentos. Anais... 1°
Simpósio de Nutrição e Alimentação Animal - XIII Semana Universitária da Universidade Estadual do
Ceará - UECE, Ceará, p.56-70, 2013.
WOLFF, L.F. Alimentação de enxames em apicultura sustentável. Pelotas: Circular Técnica nº 63,
2007.
Disponível
em:
<http://www.cpact.embrapa.br/publicacoes/download/circulares/Circular_63.pdf>. Acesso em: 15
de julho de 2013.
7
Acompanhamento das atividades assistidas por animais (AAA) em pacientes
portadores de autismo na APAE de Dracena/SP
Carvalho¹, G. da S; Poiatti¹, M. L., Ferreira¹, H. M., Tomaz¹, A. A., Santos¹, G. N. B. dos
[email protected]
¹Discentes do Curso de Zootecnia, Unesp – Campus Experimental de Dracena, Rod. SP 294, km 651, 17900-000, Dracena, SP E-mail:
[email protected];²Docente do Curso de Zootecnia, Unesp – Campus Experimental de Dracena, E-mail:
[email protected]
Introdução: As atividades assistidas por animais (AAA) têm conseguido inúmeros benefícios, sendo
atualmente reconhecida como um das práticas terapêuticas mais eficientes nos tratamentos de
pacientes com diferentes transtornos físicos, neurológicos e emocionais. A utilização de cães na AAA
tem sido bastante positiva para auxiliar pacientes com autismo. No Brasil, cerca de um milhão de
pessoas são atingidas por esse transtorno que provoca distúrbios comportamentais de diferentes
graus. Os principais sintomas apresentados são problemas de comunicação e linguagem, dificuldades
de socialização e comportamentos repetitivos. É comprovado, como benefícios físicos, que as
atividades assistidas por cães conseguem a melhora do bem-estar dos pacientes, do encorajamento
das funções da fala, redução da pressão sanguínea e frequência cardíaca, além do afastamento do
estado de dor.
Objetivos: O objetivo do trabalho é realizar atividades assistidas por cães em pacientes autistas,
vinculados à APAE de Dracena, visando benefícios físicos, mentais, sociais e emocionais.
Métodos: Equipes compostas por docentes, alunos bolsistas da Proex e voluntários da Unesp de
Dracena, além de profissionais da saúde e educação, vinculados ao projeto, realizam visitas semanais
na APAE de Dracena. Os cães, comprovadamente sadios e dóceis, conduzidos pelas equipes são
considerados co-terapeutas e efetuam as sessões de AAA que geralmente duram em torno de uma
hora e meia. Os assistidos são motivados a interagir com os animais, com práticas que permitem
exercícios supervisionados, passeios com os cães, brincadeiras ao ar livre, escovação e afagos na
pelagem, abraços e atitudes que demonstrem o estreito contato entre paciente e o animal. Os
pacientes autistas estão sendo avaliados para que possam ser comprovados os benefícios das AAA.
As sessões estão sendo filmadas, fotografadas e as ações, anotadas em planilhas.
Resultados: O contato com os cães têm permitido respostas mais rápidas nos pacientes, com
estímulos à memória e ao aspecto cognitivo, sendo que emocionalmente, o tratamento se apresenta
como uma ótima ferramenta para diminuir ansiedade, promover relaxamento, proporcionar alegria,
aumentar a autoconfiança e assim, diminuir o estresse. Possibilita, ainda, benefícios sociais pela
diversão e diminuição do isolamento, oportunidade de comunicação e convivência mútua, troca de
informações, socialização, motivação e segurança dentro do grupo. Da mesma forma, os cães coterapeutas também são beneficiados, pois demonstram comportamentos que expressam satisfação,
alegria e carinho pela prática das atividades realizadas. Conclusão: As AAA vem conseguindo auxiliar
efetivamente o tratamento dos pacientes autistas, desde que foram implantadas há quase um ano.
Hoje, na presença dos animais, os pacientes conseguem responder mais rapidamente aos estímulos,
demonstrando afeto e carinho, interagindo de maneira mais presente nas brincadeiras. Apresentam
sinais de diminuição da ansiedade e procuram explorar mais os animais, deixando de realizar os
movimentos repetitivos característicos desse transtorno.
Palavras-chave: Autismo, atividade assistida, cães.
8
Análise bromatológica de capim-marandu em sistema integrado de produção
agropecuária
Sekiya, B.M.S.¹; Santana, E.A.R.2; Aranha, A.S.3; Domingues, M.S.3; Lupatini, G.C.4; Trivelin, G.A.5
1Discente do curso de Engenharia Agronômica da UNESP – Campus de Dracena. [email protected]
2Discente do Programa de Pós-graduação em Zootecnia da FMVZ/UNESP, Botucatu.
3Discente do Programa de Pós-graduação em Ciência e Tecnologia Animal da UNESP Dracena/Ilha Solteira.
4Docente da UNESP – Campus de Dracena.
5Discente do curso de Zootecnia da UNESP – Campus de Dracena.
Introdução
A degradação das pastagens é um dos maiores problemas da pecuária brasileira, afetando
diretamente a sustentabilidade do sistema produtivo (KICHEL; MIRANDA; ZIMMER, 1999). Os
sistemas integrados de produção agropecuária, caracterizados pela integração de animais, plantas
forrageiras e componente arbóreo em uma mesma área, é uma técnica agronômica sustentável
desenvolvida para a recuperação de pastagens. Nesses sistemas, além do reestabelecimento da
biomassa forrageira e aumento da capacidade de lotação da pastagem, é possível aumentar do valor
nutritivo da forragem (PACIULLO et al., 2007), fornecendo também ao produtor a possibilidade de
extrair grãos e outros produtos de origem animal como carne, leite, lã e fibras, o que gera aumento
da renda da propriedade devido a ampla exploração econômica.
A qualidade de uma forragem é determinada pelo seu valor nutritivo e pela quantidade que é
consumida pelo animal, entre outros fatores. Van Soest (1994) cita o teor de proteína bruta (PB) e a
fibra em detergente neutro (FDN) como parâmetros importantes para a avaliação do seu valor
nutritivo.
Melhores valores nutricionais da forragem foram observados por Paciullo et al., (2007) em U.
decumbens submetidas ao sombreamento. Por outro lado, muitos estudos apontam a diminuição de
produtividade de algumas espécies forrageiras submetidas ao sombreamento (MARTUSCELLO et. al.,
2009).
Objetivos
O objetivo do presente estudo foi avaliar a composição bromatológica de Urochloa brizantha
(Syn. Brachiaria brizantha) cv. Marandu em sistemas integrados de produção agropecuária com
diferentes distâncias e arranjos de árvores.
Material e métodos
O experimento foi conduzido na Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios – APTA Polo Regional do Extremo Oeste localizado em Andradina/SP. O local situa-se a 20º53’38” de latitude
sul e 51º23’1” de longitude oeste, e possui 400 m de altitude. O clima predominante na região é o
Aw, caracterizando-se como tropical chuvoso com inverno seco e mês mais frio com temperatura
média superior a 18ºC.O solo da área experimental é classificado como Argissolo Vermelho-amarelo
Distrófico, com camada superficial arenosa e declividade média do terreno de 6%. Os dados
climáticos do período experimental foram coletados pela estação meteorológica da APTA (Tabela 1).
9
O plantio do eucalipto (clone i-224) e da cultura da soja foi realizado em dezembro de 2012 e
a semeadura do milho com capim foi realizada em dezembro de 2013. O híbrido de milho utilizado foi
BG 7049, plantado em espaçamento entre linhas de 0,80 m, sendo a forrageira utilizada Urochloa
brizantha cv. Marandu, com espaçamento de 0,20 m entre linhas, sendo 8 kg ha-1 de sementes puras
e viáveis.
Foram avaliados dois tratamentos em delineamento de blocos casualizados com quatro
repetições, sendo estes: 1 linha - Sistema agrossilvipastoril com árvores de eucalipto plantadas em
linhas simples (200 árvores ha-1) e 3 linhas - Sistema agrossilvipastoril (500 árvores ha-1), tendo
ambos os tratamentos espaçamento de 3 m entre linhas e 2 m entre plantas.
O corte do capim foi realizado a 0,05 m do solo em maio de 2014. As amostras coletadas
foram acondicionadas em sacos de papel e em seguida, secas em estufa de circulação forçada de ar a
65ºC por 72 horas, moídas e submetidas posteriormente às análises bromatológicas.
Procedeu-se a moagem do material seco utilizando-se um moinho tipo Willey com peneira de 1 mm
de malha. Para avaliação da composição químico-bromatológica da forragem, foram efetuadas as
determinações de massa seca total e proteína bruta (Silva & Queiroz, 2002). Para a determinação da
fibra em detergente neutro (FDN), utilizou-se o método de Van Soest (1994).
Os dados obtidos foram submetidos à análise de variância ANOVA e ao teste de comparação de
médias, Tukey ao nível de 5% de significância.
Resultados e Discussão
Os valores de PB e FDN do capim-marandu nos diferentes arranjos e distâncias das linhas de
eucalipto são apresentados na Tabela 2. Os teores de PB não apresentaram diferenças (P>0,05) entre
os tratamentos. O teor de PB foi inferior ao mínimo necessário para atender as exigências dos
microrganismos ruminais (7% PB), segundo Detmann et al. (2010). Os baixos teores de PB se devem
às condições climáticas desfavoráveis durante o período de desenvolvimento da forrageira, além de
que esta estava em idade avançada na avaliação (150 dias).
10
Não houve efeito significativo entre os arranjos espaciais e nem em relação às distâncias das
árvores para os teores de FDN (Tabela 2). Coelho et al. (2014) avaliaram dois arranjos espaciais
[linhas duplas 9 × (2 × 2m) e linha simples (9 × 2m)] e dois locais de amostragem (no centro da
entrelinha e sob a copa das árvores) e encontraram diferenças (p<0,10) em função do arranjo, sendo
os maiores teores em linhas duplas de árvores. Os autores afirmam que o maior teor de FDN ocorreu
devido ao efeito do sombreamento sobre o aumento na produção de colmos em plantas
sombreadas, que buscam luz por meio de alongamento de colmos. Pode-se dizer também que
maturidade do capim em função da idade avançada (150 dias) é grande responsável pelos altos
valores de FDN nas duas distâncias e sistemas.
Van Soest (1994) afirma que o teor de FDN tem grande influência sobre o consumo voluntário
e valores superiores a 55-60% interferem negativamente no consumo de forragem. Desta forma, a
concentração de FDN encontrada em ambos sistemas estudados esteve acima de tais valores, o que
provavelmente pode restringir o consumo voluntário de animais em pastejo.
Os resultados de produção foram numericamente superiores para o sistema com uma linha
de árvores comparado à de linha tripla e com maior produção de massa seca de forragem distanciada
em 10 metros da linha de eucalipto comparado a dois metros. Omaior sombreamento da pastagem
mais próxima ao componente arbóreo fez com que a gramínea não expressasse plenamente seu
potencial de produção, provocando queda da produtividade.
Conclusões
Os arranjos espaciais de eucaliptos e a distância em relação às árvores não afetaram a
composição bromatológica do capim-marandu durante a fase de formação.
Referencias
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS - AOAC. 1970. Official methods of analysis of the
association of official analytical chemists. 11.ed. Washington, D.C. 1015p.
COELHO, J.S.; ARAÚJO, S.A.C.; VIANA, M.C.M.; VILLELA, S. D. J.; FREIRE.; F.M.; BRAZ, T.G.S.
Morfofisiologia e valor nutritivo do capim-braquiária em sistema silvipastoril com diferentes arranjos
espaciais. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 35, n. 3, p. 1487-1500, maio/jun. 2014
DETMANN, E.; PAULINO, M.F.; VALADARES-FILHO,S.C. Otimização dos recursos forrageiros basais. In:
SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE, 7., 2010, Viçosa. Anais... Viçosa: SIMCORTE, 2010.
P.191-240.
KICHEL, A. N.; MIRANDA, C. H. B.; ZIMMER, A. H. Degradação de pastagens e produção de bovinos de
corte com a integração agricultura x pecuária. In: Simpósio de produção de gado de corte, 1., 1999,
Viçosa. Anais... Viçosa: UFV, 1999, p. 201 - 234.
MARTUSCELLO, J.A.; JANK, L.; GONTIJO NETO, M.M.; LAURA, V.A.; CUNHA, D.N.F.V. Produção de
gramíneas do gênero Brachiaria sob níveis de sombreamento. R. Bras. Zootec., v.38, n.7, p.11831190, 2009.
PACIULLO, D. S. C.; CARVALHO, C. A. B. de; AROEIRA, L. J. M.; MORENZ, M. J. F.; LOPES, F.C.F;
ROSSIELLO, R. O. P. Morfofisiologia e valor nutritivo do capim-braquiária sob sombreamento natural
e a sol pleno. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília, v.42, n.4, p.573-579, abr. 2007.
SILVA, D. J.; QUEIROZ, A.C. Análise de alimentos (métodos químicos e biológicos). Viçosa, MG:
Universidade Federal de Viçosa, 2002. p.235.
Van SOEST, P.J. Nutritional ecology of the ruminant. 2.ed. Ithaca: Cornell University Press, 1994.
476p.
11
Análise bromatológica de rações para cães adultos
Cardoso, R. G. A.¹, Oliveira, J. A.¹, Cruz-Polycarpo, V. C.
¹Graduando do curso de Zootecnia – UNESP – Campus de Dracena.
²Docente do curso de Zootecnia – UNESP – Campus de Dracena.
Introdução: Os alimentos para animais de estimação começaram a ser industrializados no Brasil em
1980, porém até 1994 sua produção era inexpressiva. A produção nacional dos mesmos vem
apresentando um importante crescimento, tanto no volume, quanto na variedade de produtos
comercializados. Este crescimento é atribuído essencialmente à praticidade, maior facilidade de
armazenamento, conscientização dos proprietários de animais quanto à qualidade nutricional dos
alimentos industrializados e maior disponibilidade e variedade de produtos. A indústria da
alimentação animal está tão evoluída que o termo “ração”, largamente utilizada para expressar
“dieta balanceada” em outras produções animais, vem sendo substituída, neste segmento, por
“alimentos completos”. Muitos produtos comerciais são classificados, como completos e balanceados
para todas as fases do ciclo de vida dos animais, outros, são recomendados para estágios específicos
do ciclo de vida (crescimento, mantença, cães idosos). Os produtos de propósitos gerais apresentam
vantagens como: conveniência, bons resultados em cães em meia-idade e têm a confiança dos
proprietários em geral. Porém, possuem como desvantagem o fato de serem formulados para
animais em crescimento, podendo assim, superalimentar o animal em mantença e superalimentar o
animal praticante de atividades físicas. Conceitualmente, os produtos formulados para estágios
específicos da vida são preferíveis.
Objetivo: Avaliar se as matérias primas fornecidas nas rações dos cães estavam de acordo com os
valores fornecidos pelos rótulos das embalagens das rações.
Métodos: No mês de Outubro de 2013, 4 marcas comerciais de rações secas e úmidas para cães
adultos comercializadas em supermercados, pet shops e casas agropecuárias da cidade de DracenaSP, (super Premium) foram adquiridas para as análises. Foram determinados os teores de matéria
seca (MS), proteína bruta (PB), fibra bruta (FB), extrato etéreo (EE) e matéria mineral (MM).
Resultados: De acordo com os resultados encontrados neste estudo verifica-se que dentre as marcas
de alimentos secos e úmidos fornecidos para os cães adultos apenas o (PB) estava de acordo com os
valores fornecidos pelos rótulos das embalagens, e a não conformidades dos outros podem estar
relacionadas com problemas de formulação das rações ou de controle de qualidade.
12
Análise bromatológica em rações de cães filhotes
Cardoso, R. G. A.¹, Oliveira, J. A.¹, Cruz- Polycarpo, V. C.
¹Faculdade de Zootecnia, UNESP – Câmpus Experimental de Dracena, e-mail:
[email protected]
Introdução
Nas últimas décadas ocorreu proporcionalmente um aumento da população de cães e ao
estreitamento de sua relação com os seres humanos, um grande avanço quanto à nutrição e
alimentação destes. O conhecimento a respeito de suas necessidades nutricionais possibilitou o
crescimento do mercado de alimentos completos. Todavia, a expansão do mercado de alimentos
para cães não ocorre de maneira objetiva sem o devido dispêndio com pesquisa e divulgação.
A afetividade entre os animais de estimação e os seres humanos tem propiciado melhor
qualidade de vida em sociedade, além de auxiliar na recuperação de adversidades, como por
exemplo, em doenças crônicas e terminais, motivando o estado psicológico dos pacientes.
O Brasil representa a quarta maior nação do mundo em população total de animais de
estimação e a segunda em relação a cães e gatos, com mais de 106 milhões de animais em escala
nacional, contando aves, peixes, cães e gatos (REVISTA CÃES e GATOS, 2013).
Hoje, os animais de estimação são membros da família, e com isso recebem cada vez mais
atenção e tratamentos de melhor qualidade.
Dessa forma, torna-se indispensável proporcionar aos animais saúde e qualidade de vida,
aumentando a longevidade e garantindo o seu bem-estar. Nesse sentido, a alimentação é primordial
nesse processo, pois uma nutrição balanceada pode funcionar como importante medida de saúde
preventiva.
Objetivo
O objetivo deste trabalho foi avaliar a veracidade dos valores nutricionais fornecidos pelos
rótulos das embalagens de rações para cães.
Matérias e Métodos
Foram adquiridas no mês de Outubro de 2013, aleatoriamente, 4 marcas comerciais de rações secas
e úmidas para cães filhotes, comercializadas em supermercados, pet shops e casas agropecuárias da
cidade de Dracena-SP, sendo do segmento super Premium, baseando-se nos critérios de Case et al.
(1998).
Foram determinados os teores de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra bruta (FB),
extrato etéreo (EE) e matéria mineral (MM), segundo a metodologia de AOAC (CUNNIF, 1997).
As rações foram moídas em micro moinho em peneira de 1mm e processadas em triplicata
segundo metodologia compatível com a AOAC (CUNNIF, 1997). Os valores observados (VO) foram
comparados com os valores declarados (VD) no rótulo pelo fabricante. Adotando-se uma tolerância
de 10% na análise, de acordo com a legislação em vigor (BRASIL, 1976), criou-se o seguinte critério de
classificação quanto à adequação de rótulo: em conformidade (C) - rações que apresentaram
resultados da análise laboratorial de acordo com os valores declarados no rótulo; em não
conformidade (NC) - rações que apresentaram resultados da análise não de acordo com os valores
declarados.
13
Resultados e Discussões
Verificou-se que nas Tabelas 1 e 2 das rações secas, quanto à matéria seca (MS) e extrato
etéreo (EE), 87% e 75% dos alimentos não estavam em conformidade, respectivamente. Nas análises
de fibra bruta (FB) e proteína bruta (PB), 87,5% e 75% dos alimentos estavam em conformidade com
os valores declarados nos rótulos, respectivamente, ou seja, apresentavam resultados de acordo com
os valores declarados. Já, quanto à matéria mineral (MM), todos os alimentos analisados não
estavam e conformidade com os valores declarados pelo rótulo.
Na análise de Matéria Seca e Matéria Mineral das rações secas para cães filhotes nenhum dos
alimentos estavam em conformidade com os valores obtidos pelos rótulos.
Na análise de Proteína Bruta, todos os alimentos estavam em conformidade com os valores
declarados.
Na análise de Extrato Etéreo, único alimento que não apresentou valores próximos aos fornecidos
pela embalagem foi o número 1 (22,12%).
Na análise de Fibra Bruta, todos os valores obtidos estavam em conformidade com os fornecidos pela
embalagem do alimento: 1 (3,31%), 2 (2,90%), 3 (2,69%) e 4 (2,75%).
14
Na análise de Matéria Seca das rações úmidas para cães filhotes, todos os alimentos não
estavam de acordo com os valores declarados nos rótulos: 1 (52,42%), 2 (50,31%), 3 (51,31%) e 4
(50,14%).
Para a análise de Matéria Mineral, os alimentos que apresentaram conformidade com os
valores fornecidos pelo rótulo foram: 1 (2,74%) e 4 (2,44%). O restante dos alimentos apresentaram
valores diferentes dos valores declarados: 2 (3,62%) e 3 (3,66%).
Na análise de Proteína Bruta todos os alimentos estavam em conformidade com os valores
declarados: 1 (9,40%), 2 (8,19%), 3 (8,87%) e 4 (8,10%)
Para a análise de Extrato Etéreo apenas o alimento número 2 (7,46%) estava em
conformidade. O restante apresentou resultados diferentes dos que foram fornecidos pelos rótulos
das embalagens.
Nas análises de Fibra Bruta todos os valores estavam em conformidade: 1 (2,24%), 2 (1,83%), 3
(2,06%) e 4 (0,86%).
Conclusões
Diante dos resultados encontrados neste estudo verifica-se que dentre as marcas de
alimentos secos e úmidos fornecidos, conclui-se que nem todas estão de acordo com os valores
fornecidos pelos rótulos das embalagens e essas não conformidades podem estar relacionadas com
problemas de formulação ou de controle de qualidade. As empresas devem preocupar-se mais com
os testes de rotulagem para não informar dados errôneos em suas embalagens, e assim, não
prejudicar a saúde dos animais que consomem esses alimentos.
Referências Bibliográficas
BRASIL. Decreto nº 76.986, de 06 de janeiro de 1976. Diário Oficial da República Federativa do
Brasil. Brasília, 07 de janeiro de 1976, 1976. Seção 1, p.499.
15
CÃES e GATOS. São Paulo, Sp: Curuca, 19 set. 2013. Disponível on-line em: <http://bit.ly/IXVhtW >,
acesso em: 02 set. 2014.
CASE, L. P.; CAREY, D. P.; HIRAKAWA, D. A. Nutrição canina e felina: manual para profissionais.
Madrid: Harcourt Brace, 1998.
CUNNIFF, P. Official methods of analysis of AOAC International. 16.ed. Gaithersburg: AOAC, 1997.
v.1,p.1-45.
16
Análise econômica de uma propriedade de leite semiextensiva no município
de Ilha Solteira/SP
Carli, M. E. S1; Sabbag, O. J.2; Beline, M.1; Ferreira, S. S.1
1 Acadêmicas do curso de Zootecnia – UNESP Campus de Ilha Solteira/SP. E-mail: [email protected]
2 Docente do curso de Agronomia e Zootecnia – UNESP Campus de Ilha Solteira/SP. E-mail: [email protected]
Introdução
O Brasil possui um dos maiores rebanhos bovinos do mundo, porém com índices zootécnicos
abaixo dos alcançados em regiões de clima temperado. Formado principalmente por animais
zebuínos e seus mestiços, a exploração leiteira é caracterizada pela baixa utilização de insumos, com
os animais mantidos em pastagens de baixo valor nutritivo e com produtividade baixa (VERCESI
FILHO, 1999).
Segundo dados do IBGE (2012), o estado de São Paulo possui um total de 10.757.383 cabeças
bovinas, com uma produção anual de 1.689.715 mil litros de leite. No município de Ilha Solteira,
encontra-se um total de 26.909 cabeças bovinas, com uma produção anual de 2.505 mil litros.
O planejamento é essencial para o gerenciamento de decisões operacionais, táticas e
estratégicas. Neste sentido, estudos têm sido realizados visando identificar os principais indicadores
zootécnicos e econômicos que influenciam a rentabilidade dos sistemas de produção de leite no
Brasil (KRUG, 2001; GOMES, 2005).
Ainda assim, os dados obtidos da apuração dos custos de produção têm sido utilizados para
identificação do ponto de equilíbrio do sistema de produção de leite, bem como instrumento de
apoio ao produtor no processo de tomada de decisões seguras e corretas (LOPES & CARVALHO,
2000).
Neste contexto, a necessidade de analisar economicamente a atividade leiteira é importante,
pois o produtor passa a conhecer e a utilizar, de maneira diferente e econômica, os fatores de
produção (terra, trabalho e capital). A partir daí, localiza os pontos de estrangulamento e concentra
esforços gerenciais e/ou tecnológicos para obter sucesso na atividade e atingir os seus objetivos de
maximização de custos (LOPES & CARVALHO, 2000).
Objetivo
O objetivo do presente trabalho foi analisar economicamente a atividade leiteira em um
sistema semiextensivo de produção pertencente ao município de Ilha Solteira/SP.
Materiais e Métodos
A propriedade fica localizada no município de Ilha Solteira/SP, com latitude 20º25'58" sul,
longitude 51º20'33" oeste e altitude de 335 m. O levantamento das informações foi realizado por
meio de entrevista semiestruturada com o produtor, residente em uma área total de 6 ha no
Assentamento Estrela da Ilha, o qual possui um rebanho de 12 vacas, sendo que destas, 83%
encontram-se em lactação, com uma produção de 4500 litros por mês. O período de avaliação
econômica foi relativo ao ciclo mensal, sendo os preços empregados referentes ao mês de Julho de
2014.
A estimativa de custo de produção do leite está de acordo com a estrutura utilizada pelo
Instituto de Economia Agrícola (MATSUNAGA et al., 1976), o qual compõe-se de custo operacional
efetivo (COE), com a utilização de mão de obra e insumos; o custo operacional total (COT), resultante
17
do COE acrescido da depreciação linear e despesas gerais. Acrescentando-se ao COT com a
remuneração do capital fixo, obteve-se o custo total de produção (CTP).
Os indicadores de rentabilidade utilizados no trabalho foram os considerados por Martin et al.
(1997), sendo: receita bruta, obtida pelo fator multiplicativo da quantidade produzida e o preço
recebido pelo produtor; receita líquida, pela diferença entre a receita e os custos totais; e o índice de
lucratividade, correspondente a proporção da receita bruta que se constitui em recursos disponíveis,
em relação à receita líquida obtida. Foi verificado ainda o ponto de nivelamento, que se refere ao
mínimo que se deve produzir (em quantidade) para cobrir os custos com a produção, bem como ao
preço de equilíbrio, resultante do custo total de produção sobre a produtividade obtida.
Resultados e Discussões
O investimento necessário para a estrutura (capital fixo) da atividade foi de R$ 72.400,00,
sendo que o curral e a estrutura de barracão perfizeram 76% dos itens de maior investimento para o
sistema leiteiro.
Com relação aos custos oriundos do sistema de produção (Tabela 1), o COE (custo operacional
efetivo) resultou em R$ 2.387,80, sendo que os insumos (ração balanceada, inseminação, vacinas,
medicamentos, dentre outros) corresponderam a 87% do COE. O COT (custo operacional total) foi
avaliado em R$ 2.660,19, envolvendo as demais despesas e a depreciação de
instalações/equipamentos, com vida útil média de 10 anos. Obteve-se ainda um CTP (custo total de
produção) de R$ 2.834,19, considerando a remuneração do capital fixo da atividade.
Segundo Leone apud Furtado (2007), no gerenciamento dos custos são analisadas todas as
entradas e saídas, desde insumos a produtos acabados e, portanto, auxiliam o administrador nas
operações e no processo de tomada de decisão do planejamento de todas as atividades que
determinam o lucro.
Na Tabela 2, têm-se os indicadores de rentabilidade para a produção de leite. Foi considerado
o preço médio pago ao produtor (R$ 1,10/litro) para uma produção de 4.500 litros/mês. Desta forma,
a receita bruta foi de R$ 4.950,00, apontando para uma lucratividade de 42,74%. Verificou-se ainda
que para a produção cobrir os seus custos, é necessário vender 2.577 litros ou comercializar a um
18
preço mínimo de R$ 0,63/litro para a quantidade produzida, inferindo que a produção nesta condição
é lucrativa, representando assim, um aumento superior aproximado de 74,6% para a quantidade e
preço ofertados.
Conclusões
A análise da produção de leite mostra-se de extrema importância sob a ótica econômica,
apresentando bons indicadores de rentabilidade para uma renda liquida satisfatória, evidenciando
assim um parâmetro básico de gestão de custos da atividade.
Referências
FURTADO, E. L. Produção de mel: um estudo de caso sobre a análise do custo de produção dos
apicultores associados à associação apícola caririense. 2007. Projeto de Conclusão de Curso (Bacharel
em Administração) – UNIRG. 35 p.
GOMES, S. T. Benchmark da produção de leite em MG. 2005. Disponível em:
<http://www.milkpoint.com.br/mn/espacoabertoartigo.asp?nv=1&id_artigo=23393&area=23&perM
=12&perA=2005>. Acesso em: 01 Jan 2005.
IBGE. Produção da Pecuária Municipal 2012. Rio de Janeiro: IBGE, 2013.
KRUG, E.E.B. Estudo para identificação de benchmarking em sistemas de produção de leite no Rio
Grande do Sul. 2001. 191 f. Dissertação (Mestrado em Administração para Executivos)- Universidade
Federal do Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2001.
LOPES, M. A.; CARVALHO, F. M. Custo de produção do leite. Lavras: UFLA, 2000. 42 p. (Boletim
Agropecuário, 32).
MARTIN, N. B; SERRA, R; OLIVEIRA, M. D. M; ÂNGELO, J. A; OKAWA, H. l. Sistema “CUSTAGRI”:
sistema integrado de custos agropecuários. São Paulo: IEA/SAA, 1997. p. 1-75.
MATSUNAGA, M; BEMELMANS, P.F; TOLEDO, P.E.N; DULLEY, R.D; OKAWA, H; PEDROSO, I.A.
Metodologia de custo utilizada pelo IEA. Agric. em São Paulo, v.23, n.1, p.123-39, 1976.
VERCESI FILHO, A. E. Pesos econômicos para seleção de gado leiteiro. 1999. 77 f. Dissertação
(Mestrado em Zootecnia) - Escola de Medicina Veterinária/Universidade Federal de Minas Gerais,
Belo Horizonte, 1999.
19
Análise sensorial de iogurtes elaborados com Lactobacillus acidophilus e
cultura láctica comercial
Andréa Machado Lopes1, Maria Luiza Poiatti2, Marina Saranholi Prandini11, Kathlen Fracine Leite1,
Paulo César da Silva Santos1, Jacqueline Antunes Martins de Almeida1
¹Discentes da Faculdade de Zootecnia, Universidade Estadual Paulista, Campus de Dracena/SP.
Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros, km 651, Bairro das Antas, 17900-000, Brasil. E-mail:
[email protected]
²Docente da Faculdade de Zootecnia, Universidade Estadual Paulista, Campus de Dracena/SP. Email:
[email protected]
Introdução: Dentre os produtos lácteos, o iogurte destaca-se por possuir excelente aceitabilidade
pelo mercador consumidor, sendo seu consumo considerado um hábito saudável pela maior parte da
população. Este alimento consiste numa rica fonte de carboidratos, proteínas, vitaminas e
minerais,obtido a partir da fermentação do leite com culturas protossimbióticas de Streptococcus
thermophilus e Lactobacillus bulgaricus. Além destas, outra cultura com potencial probiótico que
pode ser utilizada pela indústria para elaboração de iogurtes é o Lactobacillus acidophilus.
Objetivo: Avaliar sensorialmente iogurtes elaborados com leite integral e com baixa concentração de
lactose, com adição de L. acidophilus e cultura láctica comercial.
Material e Métodos: Este trabalho foi realizado no Laboratório de Tecnologia de Produtos de Origem
Animal da UNESP, Campus de Dracena. Foram avaliadas oito amostras de iogurtes, elaborados a
partir de leite pasteurizado, divididos em quatro tratamentos: T1 - Iogurte integral; T2 - Iogurte
integral + L. acidophilus (LA-5 Chr Hansen®); T3 - Iogurte baixa lactose + cultura láctica comercial (MO
032 Sacco®); e T4 - Iogurte baixa lactose. A análise sensorial dos iogurtes foi realizada por 35
provadores não treinados (alunos, professores e servidores da Unesp de Dracena), três dias após a
fabricação, sendo as amostras codificadas em T1, T2, T3 e T4, apresentadas em copos descartáveis de
200 mL cada, adicionados com e sem saborizante de morango, e avaliadas por atributos: aparência,
aroma, textura, viscosidade, cor e sabor; e pontuações: ótimo, bom, regular e ruim.
Resultados: Os resultados consideraram os atributos aroma (bom em 57,14% para T2 e 62,86% para
T4) e sabor (bom para 40% para T3 e 48,57% para T4), recebendo as melhores classificações para os
iogurtes adicionados com sabor morango. O T1 recebeu a classificação ruim em 34,29% para sabor e
regular, em 45,71% para o T2, com adição do sabor morango. Os atributos aparência e cor receberam
a classificação ótima nos tratamentos T3 e T4, sendo os que agradaram o maior percentual dos
avaliadores. A adição de L. acidophilus conferiu maior acidez ao T2 e 14,29% foram classificadas como
ruim, apesar de conferir maior aroma ao produto.
Conclusões: Os melhores resultados da avaliação sensorial de iogurtes foram proporcionados pela
adição de cultura láctica
comercial e de baixo teor de lactose.
Palavras-chave: Avaliação sensorial, cultura láctica, iogurte, Lactobacillus acidophilus.
20
Análises físico-químicas de mel de abelhas jataí (Tetragonisca angustula)
cultivadas em Dracena, estado de São Paulo
Mylena de Mattos Ferreira¹; Daniel Nicodemo², Edison Alves da Rocha³
¹Discente do Curso de Zootecnia da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Campus de Dracena. Email:
[email protected]
²Docente da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Campus de Dracena. Email: [email protected]
³ Assistente de Suporte Acadêmico II (Área de atuação: Química) da Universidade Estadual Paulista "Júlio de Mesquita Filho", Campus
de Dracena.
Introdução
O mel é um alimento geralmente encontrado em estado líquido viscoso e açucarado, que é
produzido pelas abelhas a partir do néctar recolhido das flores e processado pelas enzimas digestivas
desses insetos, sendo armazenado em favos ou potes em suas colmeias para servir-lhes de alimento.
O mel das abelhas sem ferrão possui 80% mais propriedades medicinais do que o mel das abelhas
Apis mellifera (ARAÚJO et al., 2010).
O mel da abelha jataí (Tetragonisca angustula), além de saboroso e suave, é bastante
procurado por suas propriedades medicinais. Embora essas abelhas produzam mel em menor
quantidade que as Apis mellifera, esse produto tem consumidores distintos, dispostos a pagar altos
preços pelo produto no mercado (CARVALHO et al., 2005). Além do mel, a jataí produz própolis, cera
e pólen de boa qualidade. Apesar da sua importância enquanto produtora de mel, a legislação
brasileira não dispõe de regulamentação para esse produto diferenciado do mel de Apis. O mel de
meliponídeos tem um maior valor ecológico e comercial que o mel de abelhas Apis mellifera, embora
a produtividade das abelhas com ferrão seja superior. Por esta razão, o mel de abelhas sem ferrão se
apresenta como uma importante alternativa para agregar valor econômico aos ecossistemas
brasileiros, de forma sustentável (ARAÚJO et al. 2010).
Objetivo
O objetivo desse trabalho foi estudar amostras de méis de colônias de abelhas jataís criadas
em Dracena, estado de São Paulo, quanto a parâmetros físico-químicos, visando conhecer as
eventuais variações da qualidade desse produto que ainda não dispõe de legislação própria que
estabeleça padrões de qualidade.
Materiais e Métodos
Foram retiradas amostras de mel de seis colônias de abelhas jataí, cultivadas na UNESP,
Campus de Dracena, no mês de Julho de 2014. Após a colheita, os méis foram colocados em potes de
plásticos transparentes e mantidos em ambiente refrigerado (4º C).
A colheita foi feita pela manhã de um dia ensolarado, para evitar alteração da umidade no
mel.
Foram realizadas as análises de umidade, acidez livre, acidez total, acidez lactônica, pH, proteínas e
cinzas (ALMEIDA-MURADIAN; BERA, 2008).
Resultados e Discussões
A umidade do mel de abelha jataí obtido em Dracena variou de 26,9% a 29,3% (Tabela 1).
Resultados semelhantes foram obtidos por Iwama (1977) com amplitude de 22,7 a 35,4% e Anacleto
et al. (2009), que verificou variação da umidade de 23,0 a 32,5%.
21
Os valores obtidos para pH variaram de 5,1 a 7,3. Os valores obtidos para pH não estão dentro
da amplitude de valores encontrados em amostras de méis de diferentes espécies de meliponídeos,
que geralmente variam de 3,2 a 4,5 (CORTOPASSI-LAURINO; GELLI, 1991). O pH das amostras de mel
de abelhas jataí foi maior quando comparado com o valor de pH de amostras de mel das mesmas
abelhas analisados por Anacleto et al. (2009) que variaram de 3,54 a 4,64. Porém Iwama (1977)
obteve valores de 3,2 a 7,4, sendo a amplitude verificada no presente trabalho coerente com esses
dados.
A acidez livre variou de 7,5 a 30,5 meq.kg1, a acidez lactônica de 2 a 7,5 meq.kg–1 e a acidez
total de 9,5 a 32,5 meq.kg–1. Resultados encontrados para acidez livre, total e lactônica estão dentro
dos parâmetros de 5,9 a 50 meq.kg–1 para méis de Apis mellifera. Para a acidez livre, uma amostra
apresentou valor bem acima da média (30,5 meq.kg–1).
Os precipitados de proteínas variaram de 0 a 0,6 mL. Segundo IAL (2005), um depósito acima
de 3 mL indica que o mel é de má qualidade, um depósito de 0,6 a 3,0 mL, indica que o mel é puro e,
caso o mel seja adulterado, não há formação de precipitado de proteínas.
As porcentagens de cinzas variaram de 0,23% a 0,70%, com valor médio de 0,40%, sendo
semelhantes aos resultados encontrados por Anacleto et al., (2009) e Carvalho et al., (2005) que
foram de 0,21 a 0,50% de cinzas.
O mel de Jataí obtido em Dracena, no mês de julho de 2014,apresentou umidade entre 27,1 e
29,3%.
Quanto aos índices de acidez, houvealta variaçãopara o grupo de colmeias estudadase novas
análises devem realizadas para definição de amplitude aceitável para tal característica.
O pH variou de 5,0 a 7,2, o teor de proteínas de 0,0 a 0,6 e o teor de cinzas de 0,2 a 0,7. Os
resultados demonstram que a legislação atual pertinente ao mel de Apis melífera não é adequada
para todos os caracteres analisados do mel de abelhas jataís, reforçando a necessidade de uma
legislação específica para o melde abelhas jataís.
Referências
ALMEIDA-MURADIAN, L. B. ; BERA, A. . Manual de controle de qualidade do mel. 1. ed. São Paulo:
APACAME, 2008. 32 p.
22
ANACLETO, D.A.; SOUZA, B.A.; MARCHINI, L.C.; MORETI, A.C.C.C.Composição de amostras de mel de
abelha Jataí (Tetragonisca angustula latreille, 1811). Ciência e Tecnologia dosAlimentos, v.29, n.3,
p.535-541, 2009.
ARAÚJO, A.L.L.; FERNANDES,E.A.N.; BACCHI, M.A. Estudo da composição química do mel de abelhas
sem ferrão. In: CongressoBrasileiro de Apicultura e CongressoBrasileiro de Meliponicultura, 18., 4.,
2010, Cuiabá-MT, Anais..., Cuiabá-MT, 2010.CD-ROM.
CARVALHO, C.A.L. et al. Mel de abelha sem ferrão: contribuiçãopara a caracterização físico-química.
Cruz das Almas: Universidade Federal da Bahia/SEAGRI-BA, 2005.
CORTOPASSI-LAURINO, M.; GELLI, D. S. Analyse pollinique, propriétés physico-chimiques et action
antibactérienne des miels d’abeilles africanisées Apis mellifera et de Méliponinés du Brésil.
Apidologie, v.22, p.61-73, 1991.
INSTITUTO ADOLFO LUTZ. Normas analíticas do Instituto Adolfo Lutz: métodos químicos e físicos
para análise de alimentos. 4.ed, São Paulo: Ed. Adolfo Lutz, 2005.
IWAMA, S. Coleta de alimentos e qualidade do mel de TetragoniscaangustulaangustulaLatreille
(Apidae, Meliponinae). São Paulo, 1977. 134 p. Dissertação (Mestrado em Ciências) -Instituto de
Biociências, Universidade de Pão Paulo –USP.
23
Aplicação de fertilizante organomineral à base de torta de filtro na adubação
de cobertura no feijoeiro
Oliveira,L.1; Faustino, A.M.2; Oliveira, E.L.S.2; Santos, L.F.M.S.2; Monteiro, L.F.G.2
1Doutorando da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/Jaboticabal-UNESP. Docente do Centro Estadual de Educação
Tecnológica Paula Souza/Dracena-ETEC. email:[email protected]
2Discente do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza/Dracena-ETEC
2Discente do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza/Dracena-ETEC
2Discente do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza/Dracena-ETEC
2Discente do Centro Estadual de Educação Tecnológica Paula Souza/Dracena-ETEC
Introdução
O Brasil é o maior produtor mundial de feijão com produção média anual de 3,5 milhões de
toneladas, para este ano a previsão é de 3,8 milhões de t. Dentre os elementos minerais essenciais o
nitrogênio (N) é o que com mais freqüência limita o desenvolvimento, a produtividade e a biomassa
da maioria das culturas (LOPES et al., 2004). O N, que pode ser disponibilizado às plantas e que define
o potencial produtivo das culturas, provém do ar atmosférico, no caso da maioria das leguminosas,
da matéria orgânica do solo, da reciclagem dos resíduos de culturas anteriores e dos fertilizantes
nitrogenados de origem mineral e orgânica (KLUTHCOUSKI et al., 2009). Entretanto se não
aproveitados pelas plantas pode poluir o solo e uma das formas que poderiam minimizar estas
perdas seria o uso de N na forma orgânica com o uso da torta de filtro.
Nunes Júnior (2008) relata que a torta de filtro é um excelente produto orgânico para a
recuperação de solos exauridos ou de baixa fertilidade, que sai da filtragem das moendas das usinas
com 75-80% de umidade, e que sua composição química média apresenta altos teores de matéria
orgânica e P, sendo, também, rica em nitrogênio e cálcio, além de teores consideráveis de potássio,
magnésio e micronutrientes. O N encontrado na torta de filtro é orgânico, sendo que a liberação do
mesmo se dão gradativamente, por mineralização e por ataque de micro-organismos no solo.
Objetivo
O objetivo do trabalho foi avaliar o uso de torta de filtro como adubação de cobertura na
cultura do feijão no fornecimento de N e comparar com a adubação química à base de uréia e
organomineral.
Material e Métodos
O experimento foi realizado na ETEC Prof. Carmelina Barbosa, localizado no município de
Dracena, no setor de experimentos agrícolas da escola. A cultura utilizada foi o feijão da cultivar
Pérola do grupo carioca em sistema irrigado. Foram coletadas amostras de solo nas camadas de 0 a
20 cm para realização de análise química de acordo com procedimentos descritos em Raij et al.
(2001) e se aplicou 50 kg/ha de N na adubação de cobertura 30 dias após o plantio. O experimento
foi instalado no dia 06 de maio de 2014 e colhido 107 dias após o plantio (DAP) e foram realizadas 3
avaliações(57, 87 e 107 DAP). O delineamento experimental foi em blocos casualizados com quatro
tratamentos: T1(torta de filtro); T2 (50% do N à base de torta de filtro (TF) e 50% do N à base de
uréia(organomineral)); T3 (uréia) e T4(testemunha), com quatro repetições, totalizando 16 parcelas
experimentais em uma área de 3 x 2 m cada parcela. As variáveis analisadas foram altura de planta,
diâmetro de caule, número de vagens e produtividade kg/ha.O resultados das análises da torta de
filtro foram: Nitrogênio – N 14,8 g . Kg-1; Fósforo – 10, 0 P 20 5 g . Kg-1; Potássio – 1,0 K 2 O g . Kg-1;
24
Cálcio – CaO 17,8 g . Kg-1 Magnésio – Mg O 12,0 g . Kg-1 Enxofre - S 1,7 g . Kg-1 Umidade 719,4 g. Kg1; Matéria Orgânica 732,2 g . Kg-1 Carbono 425,7 g. Kg-1 Relação C/N 29:1.
Resultados e discussão
Em todos os tratamentos analisados não houve diferença significativa entre si nas variáveis
altura de plantas, diâmetro de caule e número de vagens. Para produtividade o tratamento à base de
organomineral obtiveram maiores índices produtivos em relação aos demais tratamentos, e houve
efeito significativo do organomineral em comparação a testemunha. Nakayama et. al. (2013)
comparando fertilizantes organominerais com fertilizantes minerais na cultura do feijão observou-se
que o primeiro apresentou maior produtividade , corroborando resultados do presente estudo. Silva
et.al. (2013) trabalhando com diversas doses e épocas de alicação de um determinado adubo
orgânico na cultura do feijão, concluiu que não houve diferença significativa para número de vagens
e produtividade comparados com a testemunha, resultado semelhante ocorreu no presente trabalho
para o número de vagens, porém não para a produtividade. E um experimento realizado na Fazenda
de Ensino, Pesquisa e Extensão da Faculdade de Engenharia/UNESP - Campus de Ilha Solteira,
localizada no município de Selvíria-MS em maio de 2013 avaliando várias doses de organominerais
em sulco e cobertura no feijão, concluiu-se que os modos e as doses não afetaram a produtividade da
cultura e a testemunha não diferiu significativamente dos demais tratamentos. Resultados
quecontrapõem o trabalho de Ferreira et al. (2009), que observou que o emprego da adubação com
organomineral proporcionou aumentos significativos nos valores médios na produtividade de feijão e
que se assemelha com os resultados do presente trabalho. Uma das explicações relatadas no
trabalho citado na Unesp de Ilha Solteira foi o fato das baixas doses de adubo organomineral (150 a
350 kg/ha) e as boas condições nutricionais do solo, pois a mesma preocupação foi cogitada antes da
instalação do presente estudo, não obstante, utilizamos doses na ordem de 3000 kg/ha de
organomineral, baseados nas quantidades de N da ureia (45% N) e da torta de filtro (1,48% N). A
explicação do organomineral resultar em maiores produtividades pode estar relacionado as distintas
solubilidades do N químico e orgânico, o primeiro fornece N prontamente disponível e o orgânico
fornecendo menos, entretanto gradualmente, ocasionando menos perdas por volatilização e
lixiviação.
25
Conclusão
No tratamento em que se utilizou o organomineral resultou em maiores produtividades no
feijoeiro e houve diferença significativa deste tratamento com a testemunha.
Referências
FERREIRA, E. G.; JUNIOR, N. J. M. Biomassa microbiana do solo e produtividade do feijão submetido a
diferentes tipos de adubação. In: ENCONTRO ANUAL DE INICIAÇÃO CIENTÍFICA, 18. 2009, Londrina.
Anais... Londrina-PR, CD-ROM, 2009.
KLUTHCOUSKI, J.; STONE, L.F.; AIDAR, H. (Ed.). Fundamentos para uma agricultura sustentável, com
ênfase na cultura do feijoeiro. Santo Antônio: Embrapa arroz e feijão, 2009. 452p. LOPES, A.S. et al.
Sistema plantio direto: bases para o manejo da fertilidade do solo. São Paulo: Associação Nacional
para Difusão de Adubos, 2004. 110p.
NAKAO, A.H. et al. Efeito de doses e modos de aplicação do organomineral sobre a produtividade do
feijoeiro. In: CONGRESSO NACIONAL DE PESQUISA E FEIJÃO, 11., 2014, Londrina. Anais... Londrina:
CONAFE, 2014. Disponível em: <http://www.conafe2014.com.br/>. Acesso em: 09 set. 2014.
NAKAYAMA, F. T.; PINHEIRO, G.A.S.; ZERBINI, E.F. Eficiência do fertilizante organomineral na
produtividade do feijoeiro (Phaseolus vulgaris L.) em sistema de semeadura direta. Fórum Ambiental
da Alta Paulista, v. 9, n. 7, p. 122-138, 2013.
NUNES JÚNIOR, D. Torta de filtro: de resíduo a produto nobre. Idea News, Ribeirão Preto, v. 8, n. 92,
p. 22-30, 2008.
RAIJ, B. van et al. Análise química para avaliação da fertilidade de solos tropicais. Campinas:
Instituto Agronômico, 2001. 285 p.
SILVA, G. N. et al. Aplicação de adubos organominerais na cultura do feijão (Phaseolus vulgaris L.) In:
SEMANA DE CIÊNCIA E TECNOLOGIA DO UNIARAXÁ, 10., 2013, Araxá. Anais... Araxá: Centro
Universitário do Planalto de Araxá, UNIARAXÁ, 2013.
26
Atividades assistidas por cães (AAC) e os benefícios proporcionados aos
alunos da Apae de Dracena/SP
Ferreira*¹, H. M., Carvalho², G. da S, Santos², G. N. B. dos, Tomaz², A. A., Santana¹, B. F., Poiatti², M.L.
*[email protected]
¹Discentes do Curso de Zootecnia, Unesp – Campus Experimental de Dracena, Rod. SP 294, km 651, 17900-000, Dracena, SP E-mail:
[email protected]; ²Docente do Curso de Zootecnia, Unesp – Campus Experimental de Dracena, E-mail:
[email protected]
Introdução: A realização de tratamentos terapêuticos em portadores de necessidades especiais vem
conseguindo alcançar, por meio de práticas que envolvem as atividades assistidas por cães (AAC),
inúmeros benefícios aos alunos assistidos. Os pacientes têm apresentado melhoria das condições
psicológicas, pedagógicas e sociais, além de diminuição do estresse e aumento da autoestima e
demonstração da afetividade. Nas AAC atuam profissionais de diversas áreas da saúde e da
educação, com a supervisão do médico veterinário, para garantir o bom estado nutricional e sanitário
dos animais, livres de estresse ou enfermidades que comprometam a execução das ações.
Objetivos: o trabalho visa promover a prática de atividades assistidas por cães co-terapeutas que
interajam com os estudantes portadores de necessidades especiais, visando benefícios mentais,
físicos, sociais e principalmente emocionais.
Material e métodos: Equipes compostas por docentes, alunos bolsistas da Proex, voluntários da
Unesp de Dracena e profissionais da saúde e educação, vinculados ao projeto, realizam ações na
APAE de Dracena. Desde 2011 o projeto tem levado a aproximadamente cinquenta alunos, algumas
práticas diferenciadas que auxiliam no tratamento terapêutico. Uma vez na semana, durante o
período de uma hora e meia, as equipes uniformizadas e identificadas como pertencentes ao projeto,
se deslocam até a APAE para desenvolverem atividades assistidas. Cães adultos sadios, de raças
comprovadamente dóceis como Labrador, Golden Retriever, Boxer, Pug, Poodle, dentre outras, com
vacinação e vermifugação em dia, são guiados e treinados para desenvolverem atividades assistidas
que permitam exercícios supervisionados, passeios e brincadeiras ao ar livre, escovação da pelagem,
afagos, abraços e atitudes que demonstrem o estreito contato entre paciente-animal. As alunas
bolsistas são responsáveis pela escala das equipes, pelo agendamento do transporte e pelos registros
de filmagem, fotografias e anotações sobre os progressos conquistados pelos pacientes.
Resultados: Em quatro anos de existência do projeto, os benefícios podem ser comprovados pela
melhora do bem-estar dos pacientes, do encorajamento das funções da fala, redução da pressão
sanguínea e frequência cardíaca, além do afastamento do estado de dor. O contato com os cães,
segundo relatos da equipe de profissionais que trabalham na APAE, permite respostas mais rápidas,
com estímulos à memória e ao aspecto cognitivo, sendo que emocionalmente, o tratamento se
apresenta como uma ótima ferramenta para diminuir ansiedade, promover relaxamento,
proporcionar alegria, aumentar a autoconfiança e no grupo e assim, diminuir o estresse. Possibilitam,
ainda, benefícios sociais pela diversão e diminuição do isolamento, oportunidade de comunicação e
convivência mútua, troca de informações, socialização, motivação e segurança dentro do grupo.
Conclusões: as AAC têm conseguido beneficiar os alunos portadores de necessidades especiais,
trazendo maior satisfação e estímulo à realização das práticas terapêuticas pela grande interação
com os cães do projeto.
Palavras-chave: Atividade assistida, cães, portadores de necessidades especiais, terapia.
27
Avaliação cinemática linear à guia e montada em cavalos atletas
Ana Carolina de Almeida Duarte *1, Kátia de Oliveira², Beatriz Queiróz dos Reis ¹, Amanda Mantovani
Pereira¹, Giovani Augusto Campos Oliveira¹, Mariana Siqueira Araújo¹,
¹Acadêmica(o) do Curso de Zootecnia UNESP/Dracena, ² Professora da disciplina de Equideocultura UNESP/Dracena.
[email protected]
Introdução
Os métodos cinemáticos são importantes para avaliar as irregularidades de locomoção dos
equinos. As avaliações cinemáticas proporcionam diversos parâmetros descritivos do movimento das
articulações, como as variações angulares e lineares durante o ciclo de locomoção. Os parâmetros
lineares são de mais fácil obtenção e estão constituídos pelo comprimento da passada (CP) e
distância de pegadas, sendo consideradas de grande importância para avaliação da locomoção de
equinos (Barrey et al., 2002). Contudo, estes parâmetros podem sofrer alteração em sua obtenção,
de acordo com a maneira em que os cavalos são encaminhados à avaliação, ou seja, à guia ou
montado. Esta consideração baseia-se no fato de que o cavalo está submetido aos desequilíbrios
posturais do cavaleiro durante a montaria (Rosa, 2006). Neste trabalho, identificou-se uma alteração
negativa na qualidade do passo do cavalo, nas situações em que os sujeitos possuíam pouca
habilidade de equitação, com o encurtamento da passada pelo animal. Portanto, a investigação de
metodologia para obtenção de parâmetro cinemático linear, torna-se imprescindível na identificação
precoce dos distúrbios na biomecânica de cavalos atletas.
Objetivo
Objetivou-se comparar metodologias de avaliação em equinos, à guia e montado, para
obtenção de parâmetro cinemático linear, nos andamentos ao passo e no trote.
Material e Métodos
O experimento foi realizado no haras RR – São Pedro/SP e foram utilizados 8 equínos da raça
Quarto de Milha. O delineamento experimental utilizado foi em bloco casualizados, no qual cada
animal foi considerado um bloco, totalizando em oito repetições por tratamento. Os cavalos foram
submetidos à duas metodologias para obtenção de parâmetro cinemático linear, no qual os cavalos
forma encaminhados á passarela de avaliação à guia ou montado. A avaliação montada foi feita por
um cavaleiro habilitado, sendo o mesmo em todas as mensurações. A variável cinemática analisada
foi o comprimento da passada (CP), nos andamentos ao passo e ao trote. Estas variáveis foram
mensuradas usando análise bidimensional, por meio de videogrametria. Sendo assim, os cavalos
foram filmados durante passagem pela passarela, no qual os dados foram gravados mediante uso de
câmera de filmagem. Duas passadas pela raia para cada cavalo/tratamento foram realizadas ao passo
em velocidade média de 1,3 m/s e ao trote à 5 m/s, monitoradas por fotocélula, de acordo com
Janura et al. (2010). A captação do movimento foi feita a uma velocidade de 25 quadros/segundo,
com a câmera colocada a 8m de distância, perpendicularmente, a passarela de avaliação. (Hill e
Crook, 2010). Desta forma, o CP foi determinado pela distância entre sucessivos apoios do membro
anterior esquerdo durante o deslocamento. As variáveis foram submetidas à análise de variância do
programa computacional Statistical Analysis System (SAS, 2000). O coeficiente de variação foi usado
para expressar a quantidade de variabilidade nas variáveis. O teste estatístico usou probabilidade de
5 %.
28
Resultados e Discussão
Na tabela 1 encontram-se os resultados, no qual o valor médio do CP ao passo de 162,22 cm
apresentou-se abaixo ao CP de 175 cm verificado para cavalos atletas (Barrey et al., 2002), bem como
foi superior ao CP de 157 cm ao passo reunido (Clayton, 1995). Enquanto que o CP ao trote, no atual
ensaio, resultou no valor médio de 197,13 cm, sendo inferior ao observado por Clayton (1994), para
cavalos de adestramento, de 250 cm.
Contudo, deve-se ressaltar que os cavalos utilizados na atual pesquisa foram da raça quarto de milha
e, assim, de estrutura física menor aos cavalos de adestramento utilizado por Clayton (1994).
Ainda, não foi possível verificar diferença significativa (P>0,05) entre as metodologias de
avaliação estudadas (tabela 1). Tal resposta indica que cavaleiros experientes, por apresentar
domínio da equitação, não interferem na biomecânica de cavalos durante avaliação cinemática
linear, similarmente ao encontrado por Arruda et al. (2011). Portanto, nas situações em que seja
inviável a condução de cavalos à guia, pode-se escolher a opção de avaliação de equinos montados,
mediante uso de cavaleiro experiente, por não interferir na biomecânica dos animais. Conclusão
Cavalos guiados ou montados, por cavaleiro experiente, podem ser utilizados para avaliação
cinemática linear, nos andamentos ao passo e no trote.
Referências Bibliográficas
ARRUDA, T.Z. et al. Thermographic assessment of saddles used on jumping horses. Journal Equine
Veterinary Science, v.31, p. 625-629, 2011.
BARREY, E. et al. Early evaluation of dressage ability in different breeds. Equine Veterinary Journal,
Suppl., v.34, p.319-324, 2002.
CLAYTON, H. M. Conditioning Sports Horses. Mason: Sport Horse Publ., 1994. p.271.
CLAYTON, H.M. Comparison of the stride kinematics of the collected, medium, and extended walks in
horses. American Journal of Veterinary Research, v.56, n.7, p.849-852, 1995.
JANURA, M. et al. The influence of walking speed on equine back motion in relation to hippotherapy.
Veterinary Medicine Austria, v.97, p.1-5, 2010.
STATISTICAL ANALYSIS SYSTEM - SAS. SAS user´s: guide statistics. Cary: 2000. 211p.
ROSA, L.R. Biomechanical analysis of a horse therapy: the interference of body weight and posture of
the symmetry of the quality of the practitioner step horse. In... XII Congresso Brasileiro de
Equoterapia. Brasília, p.218-229, 2006.
29
PROTOCOLO DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA: Protocolo 16/2012 (Comissão de Ética em Uso
de Animais – CEUA da UNESP/Dracena)
30
Avaliação de características celulares de calos de meristemas de cana-deaçúcar micropropagados sob diferentes concentrações de 2,4-D
Ventura, G¹; Alves, V.G.C¹, Figueiredo, P.A.M²; Lisboa, L.A.M³; Viana, R.S4
1 Discentes do Curso de Zootecnia e Engenharia Agronômica do Câmpus de Dracena – UNESP. e-mail: [email protected]
2 Docente da Faculdade de Zootecnia e Engenharia Agronômica – UNESP. e-mail: [email protected]
3 Mestre pelo programa de pós-graduação em ciência e tecnologia animal – UNESP
4 Docente da FATEC de Araçatuba
Introdução
A cana-de-açúcar foi uma das primeiras culturas industriais a ser micropropagada em escala
comercial (WORLD SUGAR STATISTICS, 2005). Os primeiros trabalhos de cultivo in vitro com cana-deaçúcar registaram a regeneração de plantas a partir de calos (NICKELL, 1964; BARBA & NICKELL, 1969;
HEINZ & MEE, 1969). Utilizando a técnica do cultivo in vitro é possível controlar as condições de
crescimento das plantas, e assim viabilizar trabalhos com a finalidade de analisar a contribuição de
hormônio do tipo auxina na cana-de-açúcar.
A micropropagação é uma alternativa ao processo convencional de propagação vegetativa por
meio de colmos. Altas taxas de multiplicação de cana-de-açúcar podem ser alcançadas por esse
método, com inúmeras vantagens em relação à multiplicação em campo, como a produção de grande
quantidade de mudas de qualidade superior, em tempo e espaço reduzidos (MALHOTRA, 1995).
OAcido 2,4-Diclorofenoxiacetico (2,4-D)é uma auxina sintética utilizada na embriogênesesomáticaem
cana-de-açúcarno qualcoordenao desenvolvimento das plantas atuando em todos os níveis, desde o
celular ate o sistêmicode planta inteira.As concentrações e osdiversos fatores influenciam nas
funções exercidas pela auxinaequando acima de uma determinada concentração, pode assumir um
duplo efeito nacultura, atuando como auxina e como um agente de estresse (FLOH et al., 2007).
Objetivo
O trabalho teve o objetivo de avaliar características celulares de calos de meristemas de canade-açúcar micropropagados sob diferentes concentrações de 2,4-D.
Material e Métodos
O experimento foi realizado no Laboratório de Morfofisiologia Vegetal da Universidade
Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, Câmpus de Dracena, no período compreendido entre
Junho de 2013 e Julho de 2014. Foram utilizadas gemas de cana-de-açúcar, variedade RB 86 7515,
provenientes de colmos viáveis, com idade aproximada de oito meses, em estágio de primeiro corte.
O material vegetal foi fornecido pela Usina Dracena, localizada em Dracena/SP.
Com a finalidade de obtenção dos ápices caulinares a serem destinados para a instalação do
experimento, as gemas foram individualizadas, tratadas e em seguida, foram plantadas em vasos com
capacidade volumétrica de 9 dm3 e 490,6 cm2 de área. Aos 60 dias após o plantio, cinquenta minitoletes de cana-de-açúcar foram selecionados, seccionados e lavados em água corrente. Em seguida
eliminadas as folhas, deixando somente uma porção de aproximadamente 1,5 cm de comprimento
contendo o meristema apical. Os processos de assepsia alcoólica e inoculação dos ápices caulinares
ocorreram dentro da Câmara de Fluxo Laminar com lâmpada UV, a fim de evitar contaminação do
meio nutritivo básico (MS) e do material vegetal. Os tubos de ensaio contendo o meio nutritivo
básico (MS) e todos os materiais de manuseio foram submetidos à autoclavagem antes da instalação
dos ápices caulinares, a uma temperatura de 120 ± 1º C e pressão de 1 atm, durante 15 minutos .
31
Os ápices caulinares foram isolados e cultivados durante 30 dias em frascos contendo 30 ml
de meio nutritivo básico (MS) descrito por Murashige & Skoog (1962), com adição de hormônio
sintético auxina, conforme previsto nos respectivos tratamentos descritos na Tabela 1. O material
vegetal foi cultivado em câmara de crescimento vegetal com temperatura de 24±1oC, fotoperíodo de
16 horas e intensidade luminosa constante.
O experimento foi realizado em Delineamento Inteiramente Casualizado (DIC) com 10
concentrações de 2,4-D e 5 repetições, sendo os tratamentos: 0, 0,125, 025, 0,5, 1,0, 2,0, 4,0, 8,0,
16,0 e 32 mg/l, totalizando 50 parcelas. Foram avaliados os seguintes parâmetros: diâmetro das
células (DC), diâmetro do núcleo da célula (DN) e número de células por área (NCA). Para avaliação
dos tratamentos, as variáveis foram submetidas à análise de variância pelo teste F (p<0,05) e, suas
médias, comparadas entre si pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade, sendo utilizado o
programa estatístico Assistat 7.6 Beta.
Resultados e Discussão
Nas características diâmetro da célula (DC) e diâmetro do núcleo (DN) destacou-se o
tratamento 1, no qual não recebeu a auxina sintética, contendo somente o meio nutritivo básico.
Para a característica número de células por área (NCA) o tratamento 2 contendo 0,125 mg/l de 2,4-D
foi superior aos demais tratamentos (Tabela 1). Halperin e Wetherell (1964) disseram que a presença
de uma auxina para a indução de calos embriogênicos é imprescindível, podendo ser explicado à
característica número de células por área (NCA) ter uma quantidade inferior no tratamento
testemunha comparado aos outros tratamentos.
Durante os últimos anos, muitos estudos têm sido publicados analisando a embriogênese
somática relacionada a um perfil de expressão gênica. No entanto, estudos que visam uma melhoria
dos protocolos para a propagação em massa são realizados insuficientemente (HOENEMANN et al.,
2010). Os avanços ainda são limitados pela falta da compreensão dos estímulos e condições
necessárias para sua indução e controle da embriogênese somática (LIPAVSKÁ, KONRÁDOVÁ, 2004;
FLOH et al., 2007).
32
Conclusões
Para a variedade RB 86 7515, a presença de auxina diminuiu o diâmetro de célula e núcleo, no
entanto aumentou o número de células por área na concentração de 0,125 mg/l de 2,4-D.
Referencias
BARBA, R.; NICKELL, L.G. Nutrition and organ differentiation in tissue culture of sugarcane – a
monocotyledon. Planta, v.89, p.299-302, 1969.
FLOH, E.I.S.; SANTA-CATARINA, C.; SILVEIRA, V. Marcadores bioquímicos e moleculares para estudos
da morfogênese in vitro. Revista Brasileira de Horticultura Ornamental; 2007;13;1992-2001.
HALPERIN, W.; WETHERELL, D. F. Adventive embryony in tissue cultures of the wild carrot, Daucus
carota. American Journal of Botany, v. 51, n. 3, p. 274-283, 1964.
HEINZ, D.J.; MEE, G.W.P. Plant differentiation from callus tissue of Saccharum species. Crop Science,
v.9, p.46-348, (1969).
HOENEMANN, C.; RICHARDT S.; KRUGER, K,; ZIMMER, A.D.; HOHE, A.; RESING, S.A.; Large impact of
the apoplast on somatic embryogenesis in Cyclamen persicum offers possibilities for improved
developmental control in vitro. Plant Biology; 2010; 10; 77-93.
LIPAVSKÁ, H.; KONRÁDOVÁ, H. Invited review: Somatic embryogenesis in conifers: The role of
carbohydrate metabolism. In Vitro Cellular & Developmental Biology – Plant; 2004; 40;23-30.
33
MALHOTRA, S.D. Biotechnology and sugarcane. International. Sugar Journal, v.97, p.160-163, 1995.
MURASHIGE, T.; SKOOG, F. A. Revised medium for rapid growth and bioassays with tobacco tissue
cultures. Physiologia Plantarum, Copenhagen, v. 15, p. 473-497, 1962.
NICKELL, L.G. Tissue and cell cultures of sugarcane: another research tool. Hawaii Plant Recearch,
v.57, p.223-229, 1964.
WORLD SUGAR STATISTICS. Kent, UK: F.O. Lichts & Agra Information Limited; 2005.
34
Captação de cálcio e produção de espécies reativas de oxigênio em
mitocôndrias isoladas de testículo de ratos tratados com gossipol e o efeito
da vitamina E
Bizerra, P.F.V.*; Tavares, M. A.; Guelfi, M.; Medeiros, H. C.; Mazzo, M.; Mingatto, F. E.
Laboratório de Bioquímica Metabólica e Toxicológica – LaBMeT - Unesp de Dracena
Email: [email protected]
Introdução
Atualmente a nutrição animal possui papel relevante nos sistemas de produção, pois visa
melhorar o aproveitamento dos alimentos, gerando menor excreção de nutrientes, possibilitando
maior lucro com a atividade (MARCATO; LIMA, 2005).
O farelo de algodão vem sendo utilizado como alternativa de baratear os custos da ração, pelo
seu alto valor protéico e seu baixo preço. Resíduo da obtenção do óleo de algodão, que pode ser
obtido tanto pelo esmagamento mecânico do caroço como por meio do uso de solventes (IEA, 1994)
o farelo de algodão possui um valor nutricional de: 32,1%PB, 89,6%MS, 1,96%EE, 36,7%FDN,
31,2%FDA e 69,7%NDT demonstram que o farelo de algodão é uma ótima fonte para produção de
várias classes animais (VALADARES FILHO, 2006). Porém ele possui como fator antinutricional o
gossipol, possuindo efeito oxidante, além de afetar a reprodução e a bioenergética mitocondrial
podendo limitar mecanismos bioquímicos para as reações fisiológicas, sendo o gossipol um limitante
para ser fornecido na alimentação animal.
A vitamina E é uma vitamina lipossolúvel presente nas membranas biológicas, contendo um
grupo hidroxila através do qual rege com elétrons desemparelhados, podendo assim reduzir e
estabilizar os radicais livres recém-formados (DONNELY et al. 1999; NORDBERG; ARNÉR, 2001).
Objetivo
O objetivo do presente estudo foi analisar a ação do gossipol in vivo sobre a homeostase do
cálcio e a produção de espécies reativas de oxigênio em mitocôndrias de testículos e o efeito
protetor da vitamina E nos efeitos tóxicos da substância.
Materiais e Métodos
Todo experimento foi realizado de acordo com os princípios éticos na experimentação animal
determinados pela Comissão de Ética em Uso de Animais (CEUA) do Campus de Dracena (Protocolo
nº 19/2012). Ratos Wistar machos com aproximadamente 200 g foram divididos em 4 grupos de 6
animais e tratados por 14 dias.
G1: recebeu óleo de milho por gavagem gástrica e dimetilsulfóxido (DMSO) + salina via
intraperitoneal (i.p).
G2: vitamina E (100 mg/kg de peso vivo) em óleo de milho por gavagem e DMSO + salina i.p..
G3: gossipol (5 mg/kg de peso vivo) em DMSO + salina i.p. e óleo de milho por gavagem.
G4: gossipol (5 mg/kg de peso vivo) i.p. e vitamina E (100 mg/kg de peso vivo) por gavagem.
Após o tratamento os animais foram eutanasiados por decapitação, os testículos foram coletados e
homogeneizados. As mitocôndrias de testículo foram isoladas por centrifugação diferencial e foram
avaliadas a captação e retenção de cálcio por método espectrofotométrico usando o corante
35
arsenazo e a produção de espécies reativas de oxigênio (ERO) por espectrofluorimetria por meio da
reação entre o amplex red e a enzima peroxidase de raiz forte.
A significância estatística dos dados experimentais foi determinada pelo teste de análise de
variância (ANOVA), seguido do teste de comparações múltiplas de Newman- Keuls, sendo
considerados estatisticamente significantes resultados com valores de P < 0,05. As análises foram
realizadas por meio do programa GraphPad Prism, versão 4.0 para Windows, GraphPad Software
(San Diego, CA, USA 03/04/2003).
Resultados
Na análise de captação de cálcio houve diferença significante (P < 0,05) na captação do cálcio
pelas mitocôndrias isoladas dos testículos de ratos tratados com vitamina E (G2) em relação ao
controle (G1) quando essas foram energizadas com os substratos malato e glutamato (Fig. 1).
Entretanto quando energizadas com succinato não houve diferença significante entre os tratamentos
(Fig. 2).
Na produção de espécies reativas de oxigênio, houve diferença significante nos ratos tratados
com vitamina E (G2), com gossipol (G3) e com vitamina E e gossipol (G4) em relação ao controle (G1)
(Fig. 3 e Fig. 4), visto que a vitamina E é o principal antioxidante da membrana das células (THEROND
et al., 1996) diminuindo a produção das ERO e o gossipol por ser um desacoplador também implica
na redução da produção das ERO.
Algumas substâncias desacopladoras se associam a prótons no exterior da mitocôndria e os
liberam na matriz, impedindo assim a formação do gradiente de prótons em que nestas condições, o
transporte de elétrons torna-se energeticamente mais favorável e sua velocidade aumenta
acarretando uma diminuição da possibilidade de que haja a formação de radicais livres.
36
Conclusão
Conclui-se que o gossipol não afetou diretamente a captação de cálcio pelas mitocôndrias e
que tanto o gossipol quanto a vitamina E reduziram a produção de ERO pelas mitocôndrias isoladas
de testículo de ratos.
Referências Bibliográficas
DONNELY, E.T.; MCCLURE, N.; LEWIS, S.E.M. Antioxidant supplementation in vitro does not improve
human sperm motility. Fertil. Steril., v.72, n.3, p.484-495, 1999.
IEA (Instituto de Economia Agrícola). Mercado de Produtos. Informações Econômicas, v.24, n.9, p.4350, 1994.
MARCATO, S.M. AND LIMA, G.J.M.M. Efeito darestrição alimentar como redutor do poder poluente
dos dejetos de suínos. Rev. Bras. Zootec., v.34, p.855-863. 2005.
NORDBERG, J.; ÁRNER E.S.J. Reactive oxygen species, antioxidants, and the mammalian thioredoxin
system. Free Radical Biol. Med., v.31, p.1287-1312, 2001.
THEROND, P.; AUGER, J.; LEGRAND, A. and JOUANNET, P. alpha-Tocopherol in human spermatozoa
and seminal plasma: relationships with motility, antioxidant enzymes and leukocytes. Mol. Hum.
Reprod., v.2, n.10 p.739-744, 1996.
VALADARES FILHO,S. C.; MAGALHÃES, K.A.; ROCHA JÚNIOR, V.R.; CAPELLE, E.R.; Tabelas brasileiras
de composição de alimentos para bovinos. 2. ed. Viçosa: UFV, 2006. 329p.
Apoio Financeiro: Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo - FAPESP
37
Características bromatológicas da silagem de milho em sistema integrado de
produção agropecuária
Aranha, H. S.1; Andrighetto, C.2; Aranha, A.S3; Shiguematsu, M.M.S4; Oliveira, M.M5; Santos, J.M.F4
1 Discente
do curso de agronomia da Faculdade de Ciências Agrárias - UFGD. e-mail: [email protected]
da Faculdade de zootecnia – UNESP/Dracena.
3 Mestranda do Programa de Pós Graduação em Ciência e Tecnologia Animal.
4 Discente do curso de zootecnia da Faculdade de zootecnia – UNESP/Dracena.
5 Discente do curso de engenharia agronômica da Faculdade de zootecnia – UNESP/Dracena.
2 Docente
Introdução
O milho é um dos grãos mais cultivados no país e tem ampla utilização na pecuária, desde
silagens da planta inteira ou de apenas parte desta (grãos) até mesmo para produção de grãos que
compõem as rações utilizadas na produção animal.
Os sistemas agrossilvipastoris são uma modalidade de uso da terra mais complexa que o
cultivo solteiro da pastagem ou de florestas plantadas (BERNARDINO & GARCIA, 2009). A utilização
do milho consorciado com capim em áreas com eucalipto possibilita o uso constante do solo
permitindo a produção de carne ou leite distribuídos ao longo do ano.
É indispensável a conservação de forragens para o consumo dos animais na época seca do ano
e a silagem de milho é amplamente utilizada pelos produtores. A silagem de milho é utilizada devido
as características bromatológicas da planta como teor de matéria seca, fibra e carboidratos ideais
tanto para produção de uma silagem de qualidade, quanto para atender as exigências nutricionais
dos animais.
Objetivo
O trabalho teve como objetivo avaliar a composição bromatológica da silagem de milho em
consorcio com capim-marandu em sistemas com eucalipto (1 e 3 linhas) e dentro destes, duas
distâncias (2 e 10 m).
Material E Métodos
O experimento foi conduzido na Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios (APTA) de
Andradina, SP. O clima predominante na região é caracterizado pelo clima tropical de altitude, com
inverno seco e verão quente e chuvoso. O solo da área experimental é classificado como Argissolo
Vermelho-amarelo Distrófico, com camada superficial arenosa e a declividade média do terreno é de
6%. Os tratamentos foram dois arranjos das árvores de eucalipto (1 e 3 linhas) e dentro destes duas
distâncias em relação as árvores (2 e 10 m).
Entre as faixas de eucalipto foi utilizado o sistema de integração de milho com Urochloa
brizantha cultivar marandu. O delineamento experimental foi em blocos casualizados em arranjo
fatorial 2 x 2 (dois sistemas e duas distâncias em relação as árvores).
O plantio do eucalipto foi realizado em dezembro de 2012 (clone i-224), e sucessivamente ocorreu a
semeadura da cultura da soja (cultivar Potência). A semeadura do milho com capim foi realizada em
dezembro de 2013.
38
O híbrido de milho utilizado foi to BG 7049, com espaçamento entre linhas de 0,80 m e o
capim utilizado foi a Urochloa brizantha cv. Marandu no espaçamento 0,20 m entre linhas com
densidade de 4 kg de sementes puras e viáveis por hectare.
Os dados climáticos do período experimental foram coletados pela estação meteorológica da APTA
(Tabela 1).
A ensilagem do milho ocorreu em março de 2013 com posterior moagem das amostras para
análises bromatológicas. As análises da composição bromatológica da silagem de milho foram
realizadas no Laboratório de Bromatologia e Análise de Alimentos da Universidade Estadual Paulista
Júlio de Mesquita Filho (UNESP), campus experimental de Dracena, SP. Para moagem do material
seco utilizou-se um moinho tipo Willey com peneira de 1 mm de malha. Para avaliação da
composição químico-bromatológica da silagem foram efetuadas as determinações de proteína bruta
segundo AOAC (ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS - AOAC, 1970) e os teores de fibra
em detergente neutro (FDN) foram efetuados conforme GOERING & VAN SOEST (1970).
Os dados foram submetidos a análise de variância e ao teste de comparação de médias, Tukey
ao nível de 5% de significância.
Resultados E Discussão
Não houve diferença para proteína bruta e fibra em detergente neutro da planta inteira de
milho nos sistemas agrossilvipastoris (Tabela 2). Os dados obtidos corroboram com os de Possenti et
al. (2005), que avaliaram silagem de milho em sistema convencional no qual, obtiveram 9,4% de
proteína bruta e 62,6% de FDN. O teor de PB foi inferior ao mínimo necessário para atender as
exigências dos micro-organismos ruminais (7% PB), segundo Detmann, Paulino e Valadares-Filho
(2010).
Os teores de FDN, parecem estar relacionadas à interação da percentagem de sombra com o
estádio de maturidade da planta (LIN et al., 2001; SOUSA, 2009). Em condições de elevadas
percentagens de sombreamento, as plantas tendem a estiolar com o avanço da maturidade, o que
pode resultar em aumentos dos teores de fibra da forrageira.
39
Destaca-se no presente trabalho, que a cultura do milho foi prejudicada pela precipitação mal
distribuída e abaixo da média histórica, com condições edafoclimáticas críticas para o
desenvolvimento desta durante a maior parte de janeiro e fevereiro, período de maior
desenvolvimento vegetativo, além da competição com o capim.
Para as distâncias de 2 e 10 metros entre as plantas forrageiras e a linha de eucalipto, que
constam na Tabela 2, os resultados de PB e FDN não diferiram. Os resultados demonstraram que o
sombreamento existente no espaçamento de 2 m não interferiu nas características bromatológicas
da silagem de milho que foram avaliadas e apresentaram valores semelhantes (P>0,05) aos do
tratamento de 10 m de distância das plantas até as árvores de eucalipto.
Conclusão
Diante dos resultados obtidos, conclui-se que os teores de PB e FDN da silagem de milho
foram semelhantes nos sistemas com eucalipto (1 e 3 linhas) e nas duas distâncias (2 e 10 m)
avaliadas.
Referências
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS - AOAC. 1970. Official methods of analysis of the
association of official analytical chemists. 11.ed. Washington, D.C. 1015p.
BERNARDINO, F. S.; GARCIA, R. Sistemas Silvipastoris. Pesquisa Florestal Brasileira. n. 60. p. 77-87,
2009.
GOERING, H.K.; VAN SOEST, P.J. Forage fiber analysis (apparatus, reagents, procedures, and some
applications). Washington, DC: ARS-USDA, 1970. (Agriculture Handbook, 379).
DETMANN, E.; PAULINO, M.F.; VALADARES-FILHO, S.C. Otimização dos recursos forrageiros basais. In:
SIMPÓSIO DE PRODUÇÃO DE GADO DE CORTE, 7., 2010, Viçosa. Anais... Viçosa: SIMCORTE, 2010.
P.191-240.
LIN, C.H.; MCGRAW, M.L.; GEORGE, M.F.; GARRET, H.E. Nutritive quality and morphological
development under partial shade of some forage species with agroforestry potential. Agroforestry
Systems, 53:269-281, 2001.
POSSENTI, R.A.; FERRARI JUNIOR, E.; BUENO, M.S.; BIANCHINI, D.; LEINZ, F.F.; RODRIGUEZ, C.F.
Parâmetros bromatológicos e fermentativos das silagens de milho e girassol. Ciência Rural, 35:11851189, 2005.
SILVA, A.V.; LOPES, F.C.; OLIVEIRA, J.F.U.; GIUNTI, O.D.; BREGAGNOLI, M.; TRANCHES, T.A.
Características bromatológicas de silagens isoladas e combinadas de milho, sorgo e girassol. IN:
CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO. 30., 2014. Anais. Salvador: Embrapa, 2014. CD-ROM
SOUSA, L.F. Brachiaria brizantha cv. Marandu em sistema silvipastoril e monocultivo. 2009. 166p.
Tese (Doutorado) - Universidade Federal de Minas Gerais, Belo Horizonte.
40
41
Características corporais de bovinos de corte submetidos a diferentes tipos
de castração
Helen de Souza de Oliveira¹, Monique Rabonato Antonioli¹, Murilo Chuba Rodriguês², João Henrique
Silva Vera3, Ricardo V. G. de Soutello4
¹Aluno(a) da Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho”, UNESP, Dracena-SP, ²Mestrando da Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia “FMVZ”, UNESP, Botucatu-SP, 3Prof. Me. da Faculdade de Ciências Agrárias de Andradina, Medicina
Veterinária, 4Prof. Dr. Universidade Estadual Paulista “Júlio de Mesquita Filho” UNESP, Dracena-SP.
E-mail: [email protected]
Introdução
A pecuária brasileira vem sendo por alguns anos, uma das principais responsáveis pelas
exportações de carne do mundo. O Brasil se destaca por possuir o segundo maior rebanho bovino do
mundo, com 188,5 milhões de cabeças, a Índia é o país com maior numero de cabeças do mundo,
com 330 milhões, porém não consome produtos dessa origem (ANUALPEC, 2013).
O sistema de criação é uma das principais características da pecuária brasileira, onde cerca de
90% da carne produzida no Brasil é oriunda de sistema extensivo (ANUALPEC, 2013).
Em consequência da adoção desse sistema, os animais levam mais tempo para serem
terminados, ocasionando um abate tardio. Uma das ferramentas adotadas para melhorar o manejo
do gado, entre outras vantagens, como agregar valor ao produto final e maior aceitação comercial, é
o uso da castração.
A castração é feita através da ablação testicular ou do cerceamento funcional de seus órgãos
reprodutivos, o que resulta na facilidade do manejo em aspectos comportamentais, sociais e sexuais
(MOURA 1996). Em meio às diferentes formas de castração estão o Burdizzo e o método cirúrgico, e
em 2011 surgiu no mercado uma vacina que atua como imunocastração dos animais, onde não há
atividade hormonal ou química e período de carência da vacina.
Através da castração é possível reduzir a taxa metabólica e a energia de manutenção dos
animais na fase de terminação e/ou para alcançar determinadas características decarcaça, como
maior deposição de gordura subcutânea que confere melhores atributos na carne. As propriedades
organolépticas não são influenciadas pela castração, e ainda auxilia como proteção no decorrer do
processo de resfriamento na indústria frigorifica. A castração proporciona outras vantagens como
aumento do rendimento do peso do traseiro, maior padronização das carcaças e facilidade de
manejo, podendo ter lotes de fêmeas e machos em conjunto sem intenção de acasalamento (KOLB,
1987; OLIVEIRA, SILVEIRA & PEDRA, 2006).
Objetivo
O presente trabalho analisou as características corporais de bovinos de corte submetidos a
diferentes tipos de castração avaliando a viabilidade de cada método adotado.
Material E Métodos
Os dados foram coletados em uma propriedade localizada em Castilho – SP, onde foram
usados 84 animais, subdivididos em quatro grupos de 21 animais por tratamento, sendo eles,
imunocastração (Bopriva® – vacina que visa estimular o sistema imunológico do animal a produzir
anticorpos específicos contra o fator liberador de gonadotrofinas (GnRF ou GnRH)), castração
cirúrgica (orquiepididectomia bilateral, ou seja, retirada dos testículos utilizando anestesia local e
42
podendo ou não ter ligadura do cordão com fio de sutura), Burdizzo (técnica de angiotripsia, mais
conhecida como mecânica, onde a circulação de sangue para o testículo é interrompida) e um grupo
controle (não castrado), essa divisão foi realizada de acordo com o peso que os mesmos
apresentaram. Os novilhos eram oriundos do mesmo rebanho de matrizes, com a mesma condição
nutricional e ambiental, com idade aproximada aos 20 meses e peso médio inicial de 360 kg. Esses
animais receberam uma dieta semelhante durante todo período experimental, composta pela
forrageira Uruchloa Decumbens e suplementação elaborada com 85,12% de Milho Quebrado, 9,17%
de Farelo de Soja, 3,5% de Sal Mineral, 1,43% de Uréia e 0,71% deCalcário. Após esse período, com os
animais já terminados e abatidos, realizou se a avaliação de suas características corporais.
Ao fim do período de coleta de dados, submeteu-se os mesmos a análises estatísticas pelo
Sistema SAS, com Teste de Dunnett com p>0,05 para comparar os tratamentos contra o grupo
Controle e Teste de Tukey com p>0,05 para comparação entre grupos.
Resultados E Discussões
Observou-se que os tratamentos T1 e T4 se diferenciaram estatisticamente dos T2 e T3 com
Ganho de Peso e Peso Final, dados apresentados na tabela 1.
Entre os tratamentos T2 e T3 que são simultaneamente castração cirúrgica e castração
mecânica, não houve contestações estatísticas, o que procrastina o analisado por Soerensen (2001)
que averiguou que a castração cirúrgica (orquiepididectomia bilateral) ocasionou maior Ganho de
Peso em relação à mecânica, contudo como o mesmo autor descreveu, pode ter sofrido influências
no momento da castração, com o emprego de aparelhos diferentes e mão de obra desqualificada que
levaram a algum grau de ineficiência no método.
Na tabela 2 o maior numero de animais com peso acima de 17@ (B), e sem acabamento de
gordura (F) se encontram no grupo controle, no grupo de animais inumocastrados os dados mostram
maior uniformidade com carcaças entre 15 e 17@.
43
Conclusões
A imunocastração obteve um resultado intermediário de característica corporal, onde
apresentou rendimento de carcaça aproximado aos animais não castrados e acabamento de gordura
semelhante aos castrados. Sendo assim obteve ambas as características, consideradas positivas. Por
ser um método menos invasivo e com redução de perdas, nota se que é uma técnica compensatória,
obtendo características de carcaça ideais e proporcionando menos estresse aos animais, o que
ocasiona perda de produtividade.
Referências
ANUALPEC. (2013). Anuário da Pecuária Brasileira. Instituto FNP, São Paulo, SP, BR.
MOURA, A. C.; LUCHIARI FILHO, A. Castração. Pecuária de Corte. São Paulo, v. 6, n. 56, p. 45-47, Maio
1996.
KOLB, E. Fisiologia Veterinária. 4º ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 1987, 612 p.
SOERENSE, B.; SOUTELLO, R.V.G. et al. Castração química, cirúrgica e mecânica de bovinos. Estudo
comparativo. Revista das Ciências Agrárias e Saúde. FEA, Andradina, v.I, n.2, jul-dez, 2001, p.07-10.
44
Características morfoanatômicas foliares de dois cultivares transgênicos de
soja
Larissa Escalfi Tristão¹; Paulo Alexandre Monteiro de Figueiredo²; Ronaldo da Silva Viana³; Lucas
Aparecido Manzani Lisboa4; Ana Carolina Nunes Domingues de Assumpção5; Victor Gustavo da
Cunha Alves 6
¹ Discente do Curso de Agronomia UNESP Dracena
² Docente da Faculdade UNESP Dracena
³ Docente do Curso de Agronomia UNESP Dracena
4 Docente do Curso de Agronomia UNESP Dracena
5 Docente do Curso de Agronomia UNESP Dracena
6 Discente do Curso de Agronomia UNESP Dracena
Introdução
A soja (Glycine max (L.) Merr.) é uma oleaginosa originária da Ásia Oriental e introduzida no
Brasil no Estado da Bahia em 1882. Em função das condições edafoclimáticas, foi cultivada no Rio
Grande do Sul com objetivos comerciais a partir do final da década de 1960. No País, a soja é a
cultura que mais cresceu nas últimas décadas, sendo hoje responsável por aproximadamente 50% da
área plantada de grãos. O aumento de sua produção está associado aos avanços tecnológicos, ao
manejo cultural e melhor eficiência dos produtores rurais (MAPA, 2012).
Nesse contexto, está inserido o plantio de culturas geneticamente modificadas, que
atualmente ocupa aproximadamente 82,7% das áreas brasileiras cultivadas com soja. As diversas
atuações do melhoramento genético nas culturas agrícolas visam à tolerância destes materiais aos
herbicidas, resistência a insetos e maior produtividade agrícola e tecnológica, com previsão de
expansão dessas novas tecnologias em outras áreas da agricultura.
Entre as vantagens dos alimentos transgênicos, estão a maior produtividade e melhor
composição nutricional; aumento na absorção de nutrientes e tolerância aos estresses relacionados a
fatores abióticos como seca, calor, salinidade e toxidade de alumínio (FERREIRA, 2009).
A importância da soja reside no fato de ser uma das principais e mais baratas fontes de
proteína e óleo vegetal para a segurança alimentar, pois juntamente com o milho formam a base da
formulação de rações para a alimentação de aves, suínos e bovinos. Também, em razão dos avanços
na indústria de alimentação humana, são utilizados na formulação de vários alimentos (PAULA;
FAVERET FILHO, 1998 e COSTA; BRUM, 2008).
A combinação de técnicas de biologia molecular, assim como a transferência exógena de
genes, representa uma ferramenta poderosa para introduzir novas características em uma
determinada planta (GANDER et al., 1996). Nesse sentido, o conhecimento das modificações
morfoanatômicas das espécies vegetais, em função de algum procedimento ou alterações genéticas,
pode auxiliar os pesquisadores noaprimoramento e desenvolvimento dos tecidos vegetais, a fim de
maximizar suas ações na planta.
Objetivo
O objetivo deste presente trabalho foi avaliar as características morfoanatômicas foliares de
dois cultivares transgênicos de soja.
Material e Métodos
O delineamento experimental utilizado foi em Blocos Casualizados (DBC), com dois
tratamentos, ou seja, dois cultivares de soja transgênica: Coodetec-CD219 RR e BMX-Potência RR.
45
Foram consideradas 10 plantas de cada parcela como repetições. Cada parcela continha de área útil
10mx10m, totalizando100 m². Antes do plantio da soja, foi realizada a dessecagem do capim
Brachiaria decumbiens com glifosato.Após 20 dias da secagem da palhada foi realizada a semeadura,
respeitando a quantidade de 20 sementes por metro linear, compondo um stand de 320.000 plantas
por hectare. Na adubação de plantio foram aplicados 200 kg ha-¹ de adubo na formulação 00-20-20,
segundo Raij et.al,1996.Foram realizadas as adubações de cobertura com 66,5 Kg ha-1 de cloreto de
potássio nos estágios de desenvolvimento V.3 – V.4 e V.5 da planta. Nos estágios V.7 ao V.9 foi
realizado o controle fitossanitário contra a ferrugem asiática da soja com fungicida Piraclostrobina /
Epoxiconazol na dosagem de 0,5 L ha-1 + Óleo Mineral 0,5 L ha-1. Para controle do percevejo verde
foi utilizado o produto Metamidofos na dosagem de 0,7 L ha-1. Aos sessenta dias após o plantio
foram retirados 10 (dez) fragmentos de folhas distintas coletadas de forma aleatória em diferentes
pontos da parcela experimental, retirados da parte central do limbo. Todo material coletado foi
fixado em solução F.A.A. 70 (formaldeído 37%, ácido acético e etanol 70% na proporção de 1,0: 1,0:
18,0 – V/V). Após 24 horas, foram lavados em etanol 70% e armazenados em etanol 70% até a data
de realização das análises, segundo Kraus e Arduim (1997). Todos os fragmentos de tecidos vegetais
receberam os procedimentos pertinentes à desidratação, diafanização, inclusão e emblocagem. Com
auxílio de um micrótomo de mesa Leica, contendo lâmina de aço, foram realizadas secções
transversais de 8 μm em cada fragmento foliar emblocado. Para a montagem das lâminas histológicas
foi escolhida a primeira secção que apresentou o material mais preservado, ou seja, sem danos ou
injúrias provocados pelo corte nos tecidos vegetais. Todas as secções escolhidas foram fixadas com
adesivo de Mayer (GATEMBY; PAINTER, 1937), coradas com safranina a 1% e montadas em lâminas e
lamínulas com adesivo Entellan. Todas as lâminas foram observadas em microscópio óptico Leica. As
características morfoanatômicas avaliadas nas folhas foram: espessura do limbo(EL), espessura da
epiderme da face inferior ou abaxial (EAB), espessura da epiderme da face superior ou adaxial (EAD),
espessura do esclerênquima (EE), espessura do parênquima lacunoso (EPL), espessura do
parênquima paliçádico (EPP), espessura do mesofilo (EM), diâmetro dos vasos floemáticos (DF) e
diâmetro dos vasos xilemáticos (DX).
Resultados e Discussão
O cultivar Coodetec-CD219 RR apresentou valores médios superiores quando comparado com
o cultivar BMX Potência RR para as características foliares espessura do limbo (EL), espessura da
epiderme da face inferior ou abaxial (EAB), espessura da epiderme da face superior ou adaxial (EAD),
espessura do parênquima paliçádico (EPP), embora o mesmo não tenha sido observado nas variáveis
espessura do parênquima lacunoso (EPL) e espessura do mesofilo (EM), que se mostraram
estatisticamente iguais entre os cultivares. O cultivar Coodetec-CD219 RR apresentou também
melhor desenvolvimento para a característica morfoanatômica espessura do esclerênquima (EE),
diâmetro dos vasos floemáticos (DF) e diâmetro dos vasos xilemáticos (DX), segundo indicado na
Tabela 1.
46
Conclusão
O cultivar Coodetec-CD219 RR apresentou maiores dimensões morfoanatômicas foliares,
quando comparado com o cultivar BMX-Potência RR.
Referências
COSTA, N. L.; BRUM, A. L. Aspectos recentes da economia da soja no Brasil. In: BRUM, A.L.; MÜLLER,
P. K. (Eds.). Aspectos do agronegócio no Brasil. Ijuí: Unijuí, 2008. p. 197-223.
EMPRESA BRASILEIRA DE PESQUISA AGROPECUÁRIA – EMBRAPA. Centro
Nacional de Pesquisa Agropecuária de Solos. Sistema brasileiro de classificação de solos. Rio de
Janeiro: EMBRAPA, 2006.
EMBRAPA. Tecnologias de produção de soja – Paraná: 2005. Londrina: Embrapa Soja,
2004. (Sistemas de Produção, n. 5).
FERREIRA, J. G. Técnicas de engenharia genética para produção de transgênicos. Revista
Saúde e Ambiente, Duque de Caxias, v. 4, n. 2, p. 40-46, jul./dez. 2009.
GANDER, E. S.; MARCELLINO, L. H.; ZUMSTEIN, P. Biotecnologia para pedestres.
Brasília: Embrapa-SPI, 1996. 66 p.
GATEMBY, J. B.; PAINTER, T. S. (Ed). The microtomist´s vademecum: a handbook of
the methods of animal and plant microscopic anatomy. 10. ed. London: J & A. Churchil,
1937.
KRAUS, J. E.; ARDUIM, M. Manual básico de métodos em morfologia vegetal.
47
Seropédica (RJ): UFRRJ, 1997.
BRASIL. Ministério da Agricultura, Pecuária e Abastecimento. Cultura da soja. 2012.
Disponível em: <http://www.agricultura.gov.br/vegetal/culturas/soja>. Acesso em: 16 de novembro
de 2012.
PAULA, S. R.; FAVERET, P. Panorama do Complexo da Soja. [S.l.]: BNDES, 2000. 14 p.
RAIJ, B. van; CANTARELLA, H.; QUAGGIO, J. A.; FURLANI, A. M. C.. Recomendações de adubação e
calagem para o Estado de São Paulo. 2.ed. Campinas: IAC, 1996. (Boletim Técnico, 100).
48
Comportamento de cabras e cabritas em pastejo de capim- tobiatã (Panicum
maximum cv. Tobiatã)
Marques, R.O1; Leal, N.S1; Gonçalves, H.C2; Meirelles, P.R.L3; Costa, T.C4; Lomele, R.L.1
¹ Discentes do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, FMVZ - UNESP, Botucatu - SP. e-mail: [email protected]
2 Docente do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, FMVZ - UNESP, Botucatu – SP.
3 Docente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP, Botucatu - SP.
4 Discente do curso de Graduação em Zootecnia, FMVZ - UNESP, Botucatu - SP.
Introdução
Os caprinos têm por característica serem seletivos, por isso caminham muito pela pastagem
em busca das partes mais nutritivas das forrageiras. São animais de porte baixo, cabeça pequena,
boca com lábios móveis e ágeis, favorecendo a escolha de partes mais ricas dos vegetais como folhas
e brotos. Por consequência, ingerem alimentos com maior teor de conteúdo celular e menor de
parede celular (VAN SOEST, 1987).
Os animais desta espécie apresentam uma alta capacidade adaptativa, sobrevivendo e sendo
produtivos em todas as condições de ambiente, os caprinos gastam seu tempo em atividades de
pastejo, ruminação, interações sociais e ócio além da ingestão de água, defecação e micção.
O tempo dispendido para cada uma dessas atividades depende das características do pasto,
condições ambientais e das exigências nutricionais do animal (MACOON, 1999). E existem diferenças
entre os indivíduos e as categorias animais quanto à duração e à repartição das atividades realizadas
durante o dia que parecem estar relacionadas ao apetite dos animais, as diferenças anatômicas e ao
suprimento de suas exigências energéticas.
Por isso, estudos em etologia vêm sendo cada vez mais utilizados no desenvolvimento de modelos
que servem de suporte às pesquisas e às formas de manejo dos animais de interesse zootécnico
(CARVALHO et al., 2004).
Objetivo
O objetivo do trabalho foi comparar o hábito de pastejo de cabras e cabritas da raça Parda
Alpina em capim tobiatã (Panicum maximum cv. Tobiatã).
Material e Métodos
O projeto de pesquisa foi conduzido na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia UNESP, Campus de Botucatu - SP, na Área de Produção de Caprinos, localizada na Fazenda Lageado.
Foram utilizadas 5 cabras adultas com peso médio de 70 kg no terço final de gestação e 5 cabritas
com peso médio de 36 kg, todos os animais da raça Parda Alpina.
Foram feitas três avaliações em dias consecutivos com duração de 9 horas cada (das 8h00 às
17h00), os animais foram mantidos em abrigos durante a noite, seguindo o manejo habitualmente
empregado para os caprinos nas fazendas da região. As avaliações foram realizadas nos dias 02, 03 e
04 de agosto de 2014, a variação da temperatura média diária foi respectivamente de 21,2ºC; 22,1ºC
e 23,5ºC com zero milímetro de chuva nos três dias. O delineamento experimental foi o inteiramente
casualizado, sendo os tratamentos as duas categorias animais, com 5 repetições (5 animais por
tratamento). As variáveis analisadas foram: os tempos gastos com pastejo, ruminação, ócio e
interação social, quantidade de bocados por minuto, total de bocados, ingestão de água, micção e
defecção.
49
Os tempos de pastejo, ruminação, ócio e interação social foram obtidos por meio de
observações visuais dos animais a cada 10 minutos, sendo o tempo total a somatória do total de
vezes nas quais os animais foram observados em determinada atividade. Para as variáveis, ingestão
de água, defecação e micção foi contato quantas vezes os animais fizeram cada uma das atividades
durante as 9 horas de observação. A taxa de bocados foi obtida por meio da contagem direta do total
de bocados observados no período de 1 minuto e o total de bocados foi calculado pelo produto entre
a taxa de bocados e o tempo de pastejo, em minutos. Os dados observados referentes às
observações a cada 10 minutos e a taxa de bocado foram submetidos à análise de variância e as
médias comparadas pelo teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. As variáveis, ingestão de
água, micção e defecação foram analisadas pelo teste de Wilcoxon. As análises foram realizadas
utilizando-se o pacote estatístico SAEG (UFV, 1999).
Resultados e Discussões
Na tabela 1 pode ser observado o total de bocados ao longo do dia e o tempo de pastejo,
ruminação, ócio e interação social de acordo com as categorias estudadas.
Com relação ao tempo de pastejo, devido à maior exigência nutricional as cabritas pastejaram
por um tempo maior do que o observado para as cabras o que explica o maior tempo em ócio e
ruminação dessa categoria. Todavia não foi observada diferença para o número total de bocados.
PARENTE et al. (2005) observaram tempo de pastejo maior para cabritas da raça Saanen em
pastagem de tifton 85 (cynodon ssp) quando comparado a cabras, o que esta de acordo com o
resultado mostrado na tabela 1, porém diferente do que o encontrado no presente estudo, os
autores observaram menor quantidade total de bocados para as cabritas e não obteve diferença no
tempo de ruminação entre as categorias.
O tempo dispendido com interações (tabela 1) foi maior para as cabritas o que já era
esperado por ser um comportamento característico de animais jovens e por essa categoria não estar
tão acostumada ao ambiente de pastejo quanto às cabras adultas.
Para as atividades de ingestão de água, defecação e micção ouve diferença entre as categorias
para todas as variáveis (tabela 2).
50
As cabritas realizaram mais vezes as atividades de ingestão de água, defecação e micção
(tabela 2) isso se deve a terem passado menos tempo em ócio e mais tempo em interação e pastejo
(tabela 1) fazendo com que ficassem um período maior ao longo do dia em movimento.
Conclusão
A categoria dos animais influenciou todas as variáveis estudadas, com exceção apenas para o
número total de bocados, que não apresentou diferença significativa, confirmando que animais de
diferentes idades apresentam comportamentos típicos, devido principalmente às atividades lúdicas,
diferenças anatômicas e necessidades nutricionais específicas de cada categoria.
Referências
CARVALHO, P.C.F. O processo de pastejo: desafios da procura e apreensão da forragem pelo
herbívoro. In: XXXVI REUNIÃO ANUAL DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE ZOOTECNIA, 26, Porto Alegre.
Anais... Porto Alegre, p.253-268. 1999.
MACOON, B. (1999). Forage and animal responses in pasture-based dairy production Systems for
Lactating Cows. Ph.D. dissertation, University of Florida.
PARENTE, H.N; SANTOS, E.M; ZANINE, A.M; et al. Habito de pastejo de caprinos da raça saanen em
pastagem de tifton 85 (cynodon ssp). Revista da FZVA. Uruguaiana, v.12, n.1, p. 143-155. 2005.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VICOSA. Sistema de Análises Estatística e genéticas – SAEG. Versão 9.0.
Viçosa, MG, 2000.
VAN SOEST, P.J. Interaction of feeding behavior and forage composition. In: International
Conference on Goats, 4, 1987. Proceedings... Brasília: EMBRAPA, p. 971- 987, 1987.
51
Comportamento do Preço do Milho no Estado de São Paulo e em Ilha Solteira
(SP)
Oliveira,B.R1.;Bernardes,G.M.S.M2.;Bernardes, E.M.3
1
Discente do Curso de Zootecnia de Dracena. email: [email protected]
Discente do Curso de Agronomia da FE/Unesp. email: [email protected]
3
Docente do Curso de Zootecnia Unesp. e-mail: [email protected]
2
Introdução
Devido à queda no preço do milho nos últimos anos e atual inflação, a ponto de, segundo
produtores, não cobrir o custo de produção em certas regiões do País, foi elaborado este resumo
com a finalidade de expor o comparativo entre os preços (nominais e deflacionados) através do
seguinte questionamento: houve de fato queda dos preços em termos reais? Em Sorriso (MT), por
exemplo, entre 6 e 13 de junho do ano de 2013 as cotações do preço do milho cederam 7,5 % no
mercado disponível (CEPEA, 2014). E ainda, avaliar, como está a situação dos preços no interior do
Estado de São Paulo. Para expressar os preços em termos reais, utilizou-se o Índice Geral de Preços
Disponibilidade Interna (IGP/DI). O CEPEA (2014) utilizou Zen (2014) o IGP-DI, na análise do preço da
arroba do boi gordo.
Objetivo
Obter a série histórica de preços do milho no município de Ilha Solteira e compará-la com a
série do Estado de São Paulo, tanto em termos nominais quanto deflacionados.
Material e Métodos
No primeiro sábado de cada mês, é realizado o levantamento de preços em Ilha Solteira por
alunos do curso de Agronomia da Faculdade de Engenharia da Unesp. Em 2011 nos primeiros meses,
eram cinco revendas de agropecuária que forneciam os preços regularmente, porém no final do
levantamento duas agropecuárias deixaram de fornecer os dados. Assim, as médias referem-se, aos
preços de três agropecuárias. Os preços foram tabulados no software Microsoft Excel, e as médias
mensais utilizadas no presente estudo. Para o Estado de São Paulo, a partir do site do Instituto de
Economia Agrícola (IEA), foram obtidos os preços médios mensais recebidos pelos produtores a partir
de 2011, bem como o preço pago por eles pela semente de milho. Para a correção dos preços,
utilizou-se o Índice Geral de Preços Disponibilidade Interna (IGP/DI) da Fundação Getúlio Vargas
(FGV). O preço do mês “i” expresso em moeda de Julho 2014 foi calculado, conforme consta em
Pindyck e Rubinfeld (2002) da seguinte forma:
Preço Real no Mês “i”: (Pi.Ii+j) /Ii ,
em que (Ii+j) é o índice acumulado em julho de 2014.
Resultados e Discussão
Gráfico 1:Série de Preços do milho em Ilha Solteira (SP)
52
R$ por Kg
Em moeda corrente
Em R$ de Jul/2014
Fonte: Resultado da pesquisa
R$ por Kg
Gráfico 2: Preços do milho Recebido pelos produtores no Estado de São Paulo
Em moeda corrente
Em R$ de Jul/2014
Fonte: IEA e resultado da pesquisa
Nota-se nos gráfico 1 e 2 que houve queda nos preços nominais no Estado de São Paulo,
principalmente no último ano, porém praticamente se manteve em Ilha Solteira em 2013 e, ao longo
do período todo, cresceram. Já os preços corrigidos, caíram nas duas referências, porém, a queda foi
bem mais acentuada no Estado de São Paulo que em Ilha Solteira.
Gráfico 3: Série de Preços de Semente do milho no Estado de São Paulo
53
R$ por Kg
Em moeda corrente
Em R$ de Jul/2014
Fonte: IEA e resultado da pesquisa
Se, por um lado, os produtores do Estado de São Paulo tiveram queda acentuada no preço do
produto que comercializam, por outro, o preço do insumo que utilizam (semente de milho),
apresentado no gráfico 3, sofreu menor variação. Comparando-se, por exemplo, os meses de janeiro
de 2012 com janeiro de 2013, a queda foi de 18, 72%. Comparando-se Janeiro com qualquer outro
mês do período, a queda nunca foi superior a 23,05%.
Conclusão
Quando os preços recebidos pelos produtores do Estado de São Paulo caíram, no comércio
local de Ilha Solteira não houve repasse dessa queda para os consumidores (que utilizam o milho
para alimentação animal). Em termos reais, houve redução de preços no estado 27,21%, entre Abril
de 2011 e Janeiro de 2011, para os preços recebidos pelos produtores de milho.
Referências
REVISTA EXAME. Preços do milho voltam a recuar, diz Cepea. versão 14/06/2013. Disponível em: <http://exame.abril.com.br/negocios/noticias/precos-do-milho-voltam-a-recuar-diz-cepea>
Acesso
em: 09 set. 2014.
CEPEA. Demanda desaquecida por derivados pressiona valor ao produtor. In: Boletim do Leite, ano
20, n.231. Disponível em http://www.cepea.esalq.usp.br/ (acesso em 26/08/2014).
Instituto Brasileiro de Economia. Índices Gerais de Preços. FGV/IBRE. Disponível em: <
http://www.portalbrasil.net/igp.htm>. Acesso em: 15 ago. 2014.
INSTITUTO DE ECONOMIA AGRÍCOLA. Preços Médios Mensais Pagos pela Agricultura. Disponível em:
<http://ciagri.iea.sp.gov.br/nia1/Precos Medios.aspx?cod_sis=5>. Acesso em: 01 jun. 2012.
PINDYCK, R. S. E D. L. RUBINFELD. Microeconomia. 5ª edição São Paulo: Prentice Hall, 2002. cap. 1
(p.11-14).
VASCONCELLOS, M.A.S. Economia: micro e macro- teoria e exercícios, 3.ed., São Paulo: Atlas, 2002,
439p.
ZEN, S. de. Custos de produção da pecuária de corte. Informativo Cepea. ESALQ: Piracicaba, SP.
Disponível em http://www.cepea.esalq.usp.br/ . Acesso em 26/08/2014.
54
Comportamento ingestivo de bovinos Nelore submetidos a diferentes
protocolos de adaptação
Melo, G.F.1; Rizzieri, R.A.2; Perdigão, A. 3; Arrigoni, M. D. B. 4; Millen, D. D.5; Martins, C. L. 4
1Graduando da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP Botucatu.
2Graduando da Faculdade de Ciências Agronômicas – UNESP Botucatu
3 Pós-graduando do PPGZ da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP Botucatu. Email: [email protected]
4 Docente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP Botucatu.
5 Docente da Faculdade de Zootecnia e Engenharia Agronômica - UNESP Dracena.
Introdução
A utilização de níveis elevados de concentrados nas dietas de terminação de bovinos de corte
demanda maior atenção na formulação, atrelados a limitação de consumo, distúrbios nutricionais e
manejo alimentar dos animais. Missio et al. (2010), observaram alterações no consumo alimentar e
na ruminação de animais alimentados com esse tipo de dietas. Tendo isso em vista, medidas que
possibilitem minimizar ou prevenir casos de distúrbios metabólicos, como a acidose ruminal, podem
garantir maior desempenho dos animais e lucratividade do sistema.
Em estudos com diferentes protocolos de adaptação (escada e restrição) para bovinos Nelore
alimentados com rações de alto teor de concentrados, verificaram maior peso de carcaça quente e
rendimento de carcaça em animais adaptados por 14 dias, comparado ao de 21 dias (PARRA, 2011) e
melhora na conversão e eficiência alimentar de animais restritos, adaptados por 9 ou 14 dias
(BARDUCCI, 2013). No entanto, ainda não é conhecido até que ponto esse período são eficazes para a
raça Nelore, sendo a diminuição de tempo de cocho viável ao sistema de confinamento devido ao
fornecimento mais precoce da ração de terminação.
Com base nos fatos descritos, são necessários mais estudos que envolvam a forma e período
de adaptação, os quais podem auxiliar no esclarecimento de distúrbios metabólicos decorrentes a
inclusão dessas dietas, juntamente proporcionar um melhor desenvolvimento e estabelecimento da
saúde ruminal, que é responsável pelo melhor aproveitamento e digestibilidade do alimento.
Objetivo
Avaliar em bovinos Nelore confinados os efeitos da duração de protocolos de adaptação a
rações de alto teor de concentrados no comportamento ingestivo.
Material e Métodos
O estudo foi conduzido na UNESP de Botucatu, no confinamento experimental de bovinos de
corte, em um período de 84 dias. Foram utilizados machos não castrados da raça Nelore (n = 120,
Peso vivo (PV) = 352,03±19,61kg), provenientes de sistema de recria a pasto. O delineamento
experimental foi em blocos casualizados em arranjo fatorial 2 × 2 (protocolo de escada ou restrição e
duração de 6 ou 9 dias), sendo os quatros tratamentos experimentais: protocolo de escadas por 6
dias (S6) ou 9 dias (S9) e protocolo de restrição por 6 dias (R6) ou 9 dias (R9). Cada tratamento foi
composto por seis baias (5 animais / baia), as quais foram consideradas as unidades experimentais
para este estudo.
A adaptação de escada consistiu no fornecimento de dietas com consumo ad libitum e níveis
crescentes de concentrados: dieta 1 = 61% de concentrado por 3 ou 4 dias e dieta 2 = 73% de
concentrado por 3 ou 5 dias, de acordo com o tempo de adaptação (6 ou 9 dias) até ser fornecida a
dieta de terminação com 85% de concentrado, sendo que as dietas foram formuladas com base na
55
matéria seca (MS). Na adaptação de restrição utilizou-se a dieta de terminação limitada por
quantidade e aumentou-se o oferecimento diário gradativamente até atingir o consumo ad libitum
em 6 ou 9 dias, conforme a quantidade de energia líquida de ganho (ELg) das dietas equivalente
dentro de cada duração para os diferentes protocolos de adaptação, ou seja, a ELg oferecida para S6
foi a mesma para R6 e para S9 a mesma para R9. As dietas foram compostas por feno de Coast cross,
bagaço de cana-de-açúcar in natura, silagem de grãos úmidos de milho, milho seco, farelo de
amendoim, torta de algodão, uréia e sal mineral, que foram formuladas segundo o NRC (1996) nível
2.
Os animais foram submetidos à observação visual para avaliação do comportamento
ingestivo, sendo observados a cada cinco minutos, durante período de 24 horas. As observações
foram realizadas no dia 3, 6 e 9 após o inicio dos protocolos de adaptação (E6, E9, R6 e R9). Foram
realizadas 3 observações durante o período de adaptação. Durante as observações foram coletados
dados para determinação do tempo despendido em alimentação (TAL), ruminação (TR) e ócio (TO),
expressos em minutos, conforme descrito por Johnson e Combs (1991), números de refeições e de
visitas ao bebedouro. Foram calculadas as eficiências de alimentação e ruminação da massa seca
(EALMS e ERUMS, respectivamente) de acordo com as equações descritas por Carvalho et al. (2006).
Os dados foram avaliados por análise de variância utilizando o procedimento PROC MIXED do SAS
(2003) e teste de Tukey para comparar as médias (P ≤ 0,05).
Resultados e Discussão
Os dados de comportamento ingestivo, encontra na Tabela 1. Os protocolos e as durações
causaram mudanças no comportamento ingestivo dos animais. Os bovinos adaptados pelos
protocolos de escada sofreram mudanças no conteúdo de fibra das dietas (FDN%, D1 = 38,43%; D2 =
30,25%; e Terminação = 23,74%), não sendo observadas diferenças no tempo despendido para
alimentação e quantidades ingeridas no início da adaptação (transição da D1 para D2), no entanto,
no dia 9, houve uma redução do tempo de alimentação, equiparando com o de restrição, que pode
ser explicado pelo fornecimento da dieta de terminação aos animais adaptados para o E6, ou mesmo
pela melhora na eficiência da alimentação de um quilo de matéria seca ao longo das observações.
Ronchesel (2012) adaptou bovinos Nelores utilizando os mesmos protocolos de adaptação
com durações diferentes e constatou que após 13 dias de adaptação, os resultados do
comportamento ingestivo foram semelhantes, independente do protocolo utilizado, recomendando
a duração de 14 dias para a adaptação dos animais a dietas de alto teor de concentrados,
corroborando com Barducci (2013) que recomendou durações de 9 e 14 dias. Embora haja
similaridade dos resultados encontrados ao dia 9, não há indícios que os protocolos proporcionaram
as mesmas condições de comportamento ingestivo após adaptação, pois a IMS e o tempo de
ruminação encontravam-se diferentes entre os protocolos.
56
Os animais adaptados com a duração de 9 dias, tiveram uma melhora na ingestão de um quilo
de ração em relação ao tempo despendido durante as observações, este fato, pode ser devido ao
tamanho de partícula (maiores; D1 > D2 > Terminação) na adaptação de E9. O tamanho de partícula
das dietas do protocolo de escada e sua menor densidade energética, pois o tempo que o animal
necessitou para ingerir um quilo de dieta pode ser maior pela possibilidade de seleção de
ingredientes proporcionada pelo maior tamanho de partícula.
Com a ingestão de massa seca nas diferentes fases (adaptação e terminação), verificou-se
uma maior ingestão das dietas com níveis crescentes de concentrado. Almeida et al. (2010)
propuseram que as dietas de adaptação devem ser tipicamente fornecidas nos primeiros 7-10 dias de
confinamento, sendo o critério mais importante para a troca da dieta de adaptação pela dieta
efetiva, o aumento do consumo alimentar. Diante do exposto, os animais do protocolo de escada
apresentaram maior IMS, indicando que os mesmos estabeleceram melhor o consumo. Conclusão
Para bovinos Nelore confinados e alimentados com dietas de alto teor de concentrado, recomendase o protocolo em escada com 9 dias de adaptação, pelo melhor resultado no comportamento
ingestivo.
Referências
ALMEIDA, R. et al. Fazendas de terminação. In: PIRES, A. V. Bovinocultura de corte Piracicaba: Fealq,
2010. v. 1. p. 183-202.
BARDUCCI, R. S. Protocolos de adaptação às dietas com alta inclusão de concentrados para bovinos
Nelore em confinamento. 2013. 100f. Tese (Doutorado em Zootecnia). Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia de Botucatu, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2013.
CARVALHO, S. et al. Comportamento ingestivo de cabras Alpinas em lactação alimentadas com dietas
contendo diferentes níveis de fibra em detergente neutro proveniente da forragem. Revista
Brasileira de Zootecnia, v. 35, n. 2, p. 562-568, 2006.
JOHNSON, T. R.; COMBS, D. K. Effects of prepartum diet, inert rumen bulk, and dietary polyethylene
glycol on dry matter intake of lactating dairy cows. Journal Dairy Science, v. 74, n. 3, p. 933-944,
1991.
57
MISSIO, R. L. et al. Comportamento ingestivo de tourinhos terminados em confinamento,
alimentados com diferentes níveis de concentrado na dieta. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 39, n.
7, p. 1571-1578, 2010.
NRC. NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient requirements of beef cattle. 7th ed. Washington:
National Academic Press, 1996. 242 p.
PARRA, F. S. Protocolos de adaptação à dietas com alta inclusão de concentrados para bovinos
nelore confinados. 2011. 84f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia). Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia de Botucatu, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2011.
RONCHESEL, J. R. Comportamento ingestivo de bovinos nelore confinados com diferentes
protocolos de adaptação à dieta de alto concentrado. Dissertação (Mestrado em Zootecnia).
Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP, Botucatu, 2012.
SAS INSTITUTE. SAS user’s guide: statistics. release 9.1. Cary, NC, 2003.
Apoio: Fundação Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).Protocolo nº 127/2012-CEUA.
58
Composição química do capim-marandu consorciado com milho em sistema
integrado de produção agropecuária
Aranha, A.S1; Andrighetto, C2; Lupatini, G.C2; Mateus, G.P3; Aranha, H.S4; Giacomini, P.V5
1 Mestranda do Programa de pós graduação em ciência e tecnologia animal – UNESP, [email protected]
2 Docente da Faculdade de zootecnia – UNESP/Dracena.
3 Pesquisador da Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios – APTA/Andradina.
4 Discente do curso de agronomia da Faculdade de Ciências Agrárias – UFGD.
5 Discente do curso de zootecnia da UNESP/Dracena.
Introdução
A pecuária brasileira possui ainda vários entraves à produtividade, como a degradação das
pastagens (TOWNSEND et al., 2000; OLIVEIRA et al., 2001), a escassez de alimento volumoso para
alimentação de bovinos durante o período seco do ano.
Nesse contexto, os sistemas agrossilvipastoris se destacam como opção por ser uma
tecnologia moderna e conservacionista. Os sistemas agrossilvipastoris são sistemas de produção
utilizados para a recuperação de pastagens degradadas, por meio do emprego de lavouras. Além, da
lavoura e da pastagem, utiliza-se o componente arbóreo.
Algumas variáveis importantes que influenciam a disponibilidade de luz para o sub bosque,
para obtenção de sombra moderada, são a densidade e a disposição das árvores na área de
pastagem (OLIVEIRA et al., 2007; ROZADOS-LORENZO et al., 2007).
Em sistemas agrossilvipastoris, cujo arranjo espacial envolve a disposição das árvores em
linhas ou renques com mais de uma linha, é possível haver influência das árvores sobre o pasto, à
medida que este se distancia dos troncos.
Contudo, esses sistemas exigem a busca de maiores informações aos produtores rurais para o
sucesso da atividade.
Objetivo
Objetivou-se com este trabalho avaliar a composição química de capim-marandu consorciado
com milho safra em sistema integrado de produção agropecuária.
Material E Métodos
O experimento foi conduzido na Agência Paulista de Tecnologia dos Agronegócios – APTA,
Polo Regional do Extremo Oeste localizado em Andradina/SP. O local situa-se a 20º53’38” de latitude
sul e 51º23’1” de longitude oeste, e possui 400 m de altitude. O clima predominante na região é
caracterizado pelo clima tropical de altitude, com inverno seco e verão quente e chuvoso. O solo da
área experimental é classificado como Argissolo Vermelho-amarelo Distrófico, com camada
superficial arenosa e a declividade média do terreno é de 6%. Em dezembro de 2012 foi realizado o
plantio do clone de eucalipto i-224 e nas entrelinhas a cultura da soja, sendo esta da cultivar Potencia
Max. Em dezembro de 2013 foi realizada a semeadura do híbrido de milho BG 7049, com
espaçamento entre linhas de 0,80 m em consórcio com capim Urochloa brizantha cv. Marandu no
espaçamento 0,20 m entre linhas e 4 kg de sementes puras e viáveis por hectare.
Foram utilizados dois tratamentos em delineamento de blocos casualizados com quatro
repetições, sendo estes: 1 linha - Sistema agrossilvipastoril com árvores de eucalipto plantadas em
linhas simples, (200 árvores ha-1) e 3 linhas - Sistema agrossilvipastoril (500 árvores ha-1), tendo
59
ambos espaçamento 2 m entre plantas, 17 a 21 m entre renques e 3 m entre linhas no tratamento 3
linhas.
O corte do capim foi realizado a 0,05 m do solo em março de 2014 simultaneamente a
ensilagem do milho. As amostras foram colhidas à distância de 2 e 10 m à leste das linhas de árvores,
onde estas apresentavam sentido norte-sul. As amostras passaram por pré-secagem a 65oC em
estufa com circulação forçada de ar por 72 horas e posteriormente foram moídas para as análises
bromatológicas. Procedeu-se à moagem do material seco utilizando-se um moinho tipo Willey com
peneira de 1 mm de malha. Para avaliação da composição químico-bromatológica do capim, foram
efetuadas as determinações de massa seca total e proteína bruta segundo AOAC (ASSOCIATION OF
OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS - AOAC, 1970). Os teores de fibra em detergente neutro (FDN)
foram determinados conforme GOERING & VAN SOEST (1970). E os teores de proteína bruta e fibra
em detergente neutro foram corrigidos para matéria seca total.
Os dados foram submetidos a análise de variância e ao teste de comparação de médias, Tukey
ao nível de 5% de significância.
Resultados E Discussão
Os valores de proteína bruta (PB) e fibra em detergente neutro (FDN) do capim-marandu
consorciado com milho nos diferentes arranjos e distâncias das linhas de eucalipto estão na Tabela 1.
Não foram encontradas diferenças nos teores de PB e FDN do capim-marandu consorciado
com milho nos diferentes arranjos de árvores e nas distâncias em relação ao tronco das mesmas. Isto
se deve ao fato que as amostras foram provenientes de apenas um corte e não foram separadas
morfologicamente, além da forragem encontrar-se em idade avançada na data da coleta da amostra
para avaliação (150 dias). O maior teor de FDN e os baixos teores de PB encontrados podem ser
explicados pelo sombreamento que promove o alongamento de colmos em plantas sombreadas e
aumenta a produção de colmos e a participação destes na composição da amostra. Contudo estes
dados corroboram com Oliveira et al. (2007) que trabalharam com diferentes arranjos estruturais de
árvores em sistema agrossilvipastoril com eucalipto e capim-marandu obtiveram média de 6,16% de
PB na forragem.
Em sistema silvipastoril com Eucalyptus grandis em linhas simples e espaçamento entre
renques de 30 m formado com Urochloa decumbens no sub bosque Paciullo et al. (2009) obtiveram
teor PB de 7,6% e FDN de 68,9%. Contudo, estes autores não verificaram diferenças na composição
química da forragem, quando compararam o sistema silvipastoril e a pastagem em monocultivo. A
literatura também mostra efeitos inconsistentes da sombra nos teores de fibra de forrageiras.
Dependendo da espécie, época do ano e percentagem de sombreamento, ocorre aumento, redução
60
ou ausência de efeitos do sombreamento sobre os teores de FDN de forrageiras (SENANAYAKE, 1995;
DEINUM et al., 1996).
O teor de PB de 6,48%, observado na distância de 2 m das árvores (Tabela 1), está abaixo do
valor crítico de 7% (MILFORD & MINSON, 1966), considerado como limitante para o consumo de
matéria seca em ruminantes e para atender as exigências dos micro-organismos ruminais.
Conclusão
O cultivo de capim-braquiária consorciado com milho safra em sistema agrossilvipastoril não
interfere na composição química do capim nas distâncias de dois e dez metros das linhas de árvores.
Referências
ASSOCIATION OF OFFICIAL ANALYTICAL CHEMISTS - AOAC. 1970. Official methods of analysis of the
association of official analytical chemists. 11.ed. Washington, D.C. 1015p.
DEINUM, B.; SULASTRI, R.D.; ZEINAB, M.H.J.; MAASSEN, A. Effects of light intensity on growth,
anatomy and forage quality of two tropical grasses (Brachiaria brizantha and Panicum maximum var.
trichoglume). Netherlands Journal of Agriculture Science, 44:111-124, 1996.
GOERING, H.K.; VAN SOEST, P.J. Forage fiber analysis (apparatus, reagents, procedures, and some
applications). Washington, DC: ARS-USDA, 1970. (Agriculture Handbook, 379).
MILFORD, R.; MINSON, D.J. Intake of tropical pasture species. In: CONGRESSO INTERNACIONAL DE
PASTAGENS, 9, 1965, São Paulo. Anais. São Paulo: Secretaria de Agricultura, 1966. p.815-822.
OLIVEIRA, O.C.; OLIVEIRA, I.P.; FERREIRA, E. et al. Response of degraded pastures in the Brazilian
Cerrado to chemical fertilization. Pasturas Tropicales, 13:14-18, 2001.
OLIVEIRA, T.K.; MACEDO, R.L.G.; SANTOS, I.P.A. et al. Produtividade de Brachiaria brizantha (Hochst.
ex A. Rich.) Stapf cv. Marandu sob diferentes arranjos estruturais de sistema agrossilvipastoril com
eucalipto. Ciência e Agrotecnologia, 31:748-757, 2007.
PACIULLO, D.S.C.; LOPES, F.C.F.; MALAQUIAS JUNIOR, J.D.; VIANA FILHO, A.; RODRIGUEZ, N.M.;
MORENZ, M.J.F.; AROEIRA, L.J.M.A. Características do pasto e desempenho de novilhas em sistema
silvipastoril e pastagem de braquiária em monocultivo. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília,
v.44, n.11, p.1528-1535, nov. 2009.
ROZADOS-LORENZO, M.J.; GONZALEZ-HERNANDEZ, M.P.; SILVA-PANDO, F.J. Pasture production
under different tree species and densities in an Atlantic silvopastoral system. Agroforestry Systems,
70:53-62, 2007.
SENANAYAKE, S.G.J.N. The effects of different light levels on the nutritive quality of four natural
tropical grasses. Tropical Grasslands, v.29, p.111-1114, 1995.
TOWNSEND, C.R.; COSTA, N.L.; PEREIRA, R.G. Renovação de pastagens degradadas em consórcio com
milho na Amazônia Ocidental. In: CONGRESSO NACIONAL DE MILHO E SORGO. 18., 2000. Anais.
Uberlândia: Associação Brasileira de Milho e Sorgo, 2000. CD-ROM.
61
Consumo de dieta peletizada com diferentes níveis de fibra em detergente
neutro por cabras
Marques, R.O1; Ribeiro, M.S2; Gonçalves, H.C3; Leal, N.S1; Monteiro, V.F1; Meirelles, P.R.L4.
¹ Discentes do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, FMVZ - UNESP, Botucatu - SP. e-mail: [email protected]
2 Docente da Faculdade de Medicina Veterinária de Valença, Fundação Educacional Dom Andréarcoverde – Valença – RJ.
3 Docente do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, FMVZ - UNESP, Botucatu – SP
4 Docente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP, Botucatu - SP.
Introdução
Como a alimentação é responsável pela maior parte dos custos de produção, é fundamental
para que possa continuar a ser competitiva, utilizar alimentos de menor custo sem comprometer o
atendimento das exigências nutricionais, e consequentemente a produtividade e rentabilidade do
criatório. A produtividade animal pode ser melhorada com o aumento do consumo de alimentos,
tornando mais eficiente à digestão e o metabolismo dos animais (Church, 1988).
O estudo da fibra na nutrição de ruminantes tem grande importância uma vez que o conteúdo
de fibra está relacionado com a digestibilidade e o valor energético do alimento bem como com a
fermentação ruminal, podendo estar envolvido no controle da ingestão de alimentos, fatores
diretamente relacionados com a produtividade animal (Carvalho, 2002).
Quando são fornecidas dietas de alta qualidade, o animal consome para atingir sua demanda
energética, sendo este consumo limitado pelo seu potencial genético para utilizar a energia
absorvida. Entretanto, quando são fornecidas dietas de baixa qualidade (alto conteúdo de FDN e
forragens maduras), o animal se alimentará até atingir o nível de capacidade de repleção do trato
digestório, havendo uma limitação física (Mertens, 1994).
A relação entre a ingestão de matéria seca e o conteúdo de FDN da ração pode ser
interpretada como sendo quadrática, mostrando que existe um ponto de transição entre o controle
físico e o fisiológico, no qual o efeito da massa de FDN sobre a ingestão cessa, e esta passa a ser
controlada pelo valor energético da dieta. Já a ingestão de energia aumenta, linearmente, com a
redução do nível de FDN da ração, até atingir um platô, o qual é dependente da exigência energética
do animal (Bull et al., 1976).
Objetivo
O objetivo deste trabalho foi avaliar o consumo de dietas peletizadas com diferentes níveis de
fibra em detergente neutro oriundo da forragem por caprinos. Material e Métodos
Este experimento foi realizado na UNESP – Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, nas
dependências da Área de Produção de Caprinos, localizada na fazenda Lageado, na cidade de
Botucatu, SP.
Foram utilizadas 5 cabras, fistuladas no rúmen, com peso médio corporal 73,4 ± 5,4 kg,
confinadas em baias individuais de 2,0 x 2,0 m com piso ripado, provida de cocho e bebedouro
automático. O experimento foi conduzido no delineamento em quadrado latino 5 X 5, para avaliar os
efeitos de cinco níveis de fibra em detergente neutro oriundos da forragem (FDNf). Os níveis de FDNf
experimentais foram: 15, 20, 25, 30 e 35%, cada nível se referindo a um tratamento. As dietas
isoproteicas balanceadas para atender as exigências nutricionais, segundo NRC (1981) para cabras
em lactação, foram e compostas por feno de capim Tifton 85 que foi moído em moinho de martelo
62
(40cv) em peneiras de 5 mm e posteriormente misturado aos outros componentes da dieta sendo
então processada em peletizadora a seco (7,5 cv), em peletes de 1cm de comprimento com 5/16
polegadas de diâmetro. Os animais foram alimentados duas vezes ao dia, às 8h00 e às 16h00.
Cada período experimental teve duração de 21 dias, sendo 14 de adaptação e 7 dias de coleta
de dados. No período de coleta as sobras foram amostradas em 10% do total diário e foi calculado o
consumo. Os dados obtidos foram analisados por meio do programa computacional SAEG - Sistema
de Análise Estatística e Genética, versão 9.0 (UFV, 2000). As características que apresentaram efeito
significativo para tratamento (p<0,05) foram estudadas por meio de análise de regressão sendo
avaliados os efeitos: linear, quadrático e cúbico. Foi adotada a equação de maior grau em que se
constatou efeito da regressão e dos coeficientes de regressão (p<0,05). Caso isso não se verificasse,
adotou-se a de maior coeficiente de determinação (R2).
Resultados e Discussões
Observou-se efeito quadrático dos consumos de matéria seca (MS), proteína bruta (PB), fibra
em detergente neutro (FDN) e de carboidrato não fibroso (CNF), expressos em porcentagem do peso
vivo (%PV) e em quilograma de peso metabólico (kgPV 0,75)-1, (Figura 1).
O NRC (1981) recomenda consumo mínimo de 1,46kg MS/dia, 0,704kg NDT/dia e 0,124kg
PB/dia para animais em mantença com 73kg de peso vivo. Este valor encontra-se entre o mínimo
consumo de MS encontrado para 15% de FDNf na dieta (1,038%PV e 0,75kgMS/dia) e o máximo para
25,69% FDNf (2,25%PV e 1, 64kgMS/dia). As exigências de NDT e de PB foram alcançadas com sobra
(em média: 0,974kg/dia de NDT e 0,225kg/dia de PB), demonstrando que a ingestão de MS foi
controlada fisiologicamente, ou seja, os animais consumiram até o atendimento de sua demanda
energética e não em função de ocupação física pela fibra do compartimento rúmen-retículo. O
consumo de MS foi baixo com o nível de 15% de FDNf na dieta, e atingiu seu máximo no nível de
25,68%, no qual se estimou um consumo de 2,25% do PV e declinou para 1,33% do PV no nível de
35% de FDNf, na dieta. Resultado inferior ao de Branco (2005) que avaliando níveis de FDNf nas
dietas de cabras leiteiras constataram consumo máximo no nível de 28% de FDNf na dieta.
63
O consumo de FDN apresentou comportamento semelhante ao consumo de MS, porém
atingiu maior consumo (0,9%PV) no nível de 28,15% de FDNf na dieta, a partir do qual passou a haver
queda no consumo de FDN, sugerindo que a partir deste ponto, passou a ocorrer efeito de repleção
do compartimento rúmen-retículo. Estes resultados divergem dos observados por Branco (2005) que
não encontrou efeito dos níveis de FDNf no consumo de FDN.
O máximo consumo de proteína bruta encontrado no presente estudo foi 0,47% do PV
referente ao nível de 25,45% de FDNf nas dietas. O consumo quadrático verificado para o consumo
de PB em função dos níveis e FDNf nas dietas, pode ser atribuído ao mesmo consumo verificado no
consumo de MS, uma vez que as dietas foram formuladas para serem isoproteicas. O consumo de
CNF foi maior no nível de 24,15% atingindo consumo de 0,94% do PV e assim como o consumo de PB,
acompanhou o comportamento quadrático do consumo de MS. A dieta com 35% FDNf contém
menor quantidade de CNF em função da menor quantidade de concentrado e maior quantidade de
volumoso, em relação às outras dietas, fato que contribuiu para menor consumo deste nutriente. A
dieta com 15% de FDNf apresenta maior quantidade de CNF, no entanto o baixo consumo de CNF
verificado nesta dieta deveu-se ao menor consumo de MS ocorrido para a mesma.
Conclusão
Os níveis de fibra em detergente neutro oriundo da forragem tiveram efeito sobre o consumo
dos animais, sendo o maior consumo de MS proporcionado pelo nível de 25% de FDNf na dieta.
Referências
BRANCO, R.H. Avaliação da Qualidade da Fibra sobre a Cinética Ruminal, Consumo e Eficiência de
Utilização de Nutrientes em Cabras Leiteiras. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa, 2005.135p.
Tese (Doutorado em Zootecnia) - Universidade Federal de Viçosa, 2005.
BULL, L.S.; BAUMGARDT, B.R.; CLANCY, M. Influence of calorie density on energy intake by dairy
cows. Journal of Dairy Science, v.59, n.6, p.1078-1086, 1976.
CARVALHO, S. Desempenho e comportamento ingestivo de cabras em lactação alimentadas com
dietas contendo diferentes níveis de fibra. Viçosa: Universidade Federal de Viçosa. 2002, 118p. Tese
(Doutorado em Zootecnia) – Universidade Federal de Viçosa, 2002.
CHURCH, D.C.; El rumiante: Fisiología digestiva y nutrición. Zaragoza: Acribia, 1988. 641p.
MERTENS, D.R. Regulation of forage intake. In: FAHEY Jr., G.C. (Ed.). Forage quality, evaluation, and
utilization. Madison: American Society of Agronomy, p.450-493, 1994.
NATIONAL RESEARCH COUNCIL – NRC – Nutrient Requeriments of goats. Washington: D.C.: National
Academy Science, 1981.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VIÇOSA – UFV. Sistema de análises estatísticas e genéticas – SAEG.
Versão 9.0. Viçosa, MG, 2000.
64
Contagem e caracterização bacteriana de isolados do intestino de tilápia do
Nilo (Oreochromis niloticus) alimentados com diferentes níveis de
imunoestimulante (ACTIGEN).
1Borgonovi, T. F.; 2Poiatti, M. L.; 2Takahashi, L. S.; 3Junior, A. F.; 4Goncalves, A. F. N.; 1Peres, G. S.
1Curso de Zootecnia, UNESP – Campus Experimental de Dracena.
2Docente, UNESP – Campus Experimental de Dracena.
3Docente, UNESP – Campus de Botucatu
4Docente substituto da universidade do estado de Santa Catarina
e-mail: [email protected]
Introdução
A tilapia (Oreochromis niloticus) e uma das especies de peixes mais cultivadas em sistema
intensivo no Brasil. Esta intensificacao pode contribuir para o surgimento de doencas, devido ao
estresse por elevada densidade populacional. Os imunoestimulantes são considerados substancias
biologicas que reduzem os efeitos nocivos do estresse e auxiliam beneficamente os mecanismos
especificos e não especificos de defesa dos animais (BARROS et al., 2014). Alternativa interessante
para substituir as drogas antibioticas e a utilizacao de probioticos e prebioticos nas dietas, e que
favorecem o desenvolvimento de microrganismos beneficos no trato gastrintestinal (TGI), resultando
em melhoria nos processos de digestao e absorcao dos nutrientes e/ou inibicao da proliferacao de
bactérias patogênicas (NAKANDAKARE et al., 2013). Durante algum tempo, a levedura integral foi
estudada como fonte alternativa de proteina e de vitaminas do complexo B para alimentação de
peixes. No entanto, a utilização de altos níveis provocou alteracoes metabolicas, como consequencia
dos constituintes da parede celular e do seu alto conteúdo em nitrogenio não proteico. Por outro
lado, compostos presentes nesta levedura como os mananoligossacarideos e nucleotideos, quando
utilizados em baixas dosagens, atuavam positivamente no trato digestório e microbiota intestinal
(HISANO et al, 2006). Um dos prebioticos que tem recebido grande atencao e o MOS
(mananoligossacarideo), que consiste em fragmentos de parede celular de Saccharomyces cerevisiae
com uma estrutura complexa de manose fosforilada, glicose e proteina, eficaz na aglutinacao de
bactérias patogenicas, impedindo a colonizacao e proliferacao destas populacoes no intestino
(SANTURIO, 2005).
Actigen (ACT) e um prebiotico contendo mananoligossacarideos (MOS) e devido ao seu papel
na imunomodulacao melhora o desempenho produtivo e a saude intestinal. O ACT foi desenvolvido
usando tecnologias nutrigenomicos que permite a deteccao de alteracoes na expressao de genes em
celulas intestinais, fornecendo protecao para o intestino atraves de suas propriedades de ativacao de
mucina indicando que animais suplementados com o ACT pode ter um aumento na produção de
muco, proporcionando maior protecao do trato gastrointestinal (CORCAO et al., 2011).
Objetivo
Avaliar os efeitos da alimentação com diferentes níveis de ActigenR no desempenho
produtivo dos peixes, quantificar e avaliar os efeitos sobre a população de bactérias gram-positivas e
gram-negativas da microbiota intestinal de tilarias (Oreochromis niloticus).
Material e Métodos
65
O experimento foi conduzido no Laboratório de Aquicultura do campus experimental de
Dracena, UNESP. Foram utilizadas caixas de polietileno com volume útil de 130 - L, dispostas num
sistema de circulação aberto com renovação continua e aeração forcada através de sopradores de ar
e pedras porosas. Utilizaram-se 24 peixes, com dietas experimentais durante 13 dias, em 04 refeições
diárias (9h00; 12h00, 15h00 e 17h00). Utilizou-se imune estimulante Actigen (AlltechR), nas
concentrações de 0%; 0,04%; 0,06% e 0,08%.
Os animais destinados as analises microbiológicas foram conduzidos para o Laboratório de
Microbiologia da Unesp de Dracena, eutanásias com benzocaina (100 mg L-1), pesados, medidos e
descontaminados externamente com álcool 70%, por imersão em recipiente de vidro durante cinco
minutos. O trato digestório foi retirado, e o intestino removido assepticamente por meio de uma
incisão longitudinal na cavidade celomática. O conteúdo intestinal foi separado em três regiões,
anterior, media, distal, posteriormente macerados e transformados em amostras microbiológicas, em
diluições seriadas contendo solução de peptona ate 10-3. As amostras foram semeadas em triplicata
em placas contendo meio TSA – Agar Triptona de Soja (DifcoR), cultivadas em aerobiose e AS – Agar
Sangue (HimediaR), acrescido com 7% de sangue ovino e incubadas em anaerobiose, a 28oC/48h
(IRIANTO & AUSTIN, 2002).
Apos a visualização do crescimento bacteriano, foi efetuada a contagem microbiana do
numero de unidades formadoras de colônias (UFC), e o resultado expresso pela media aritmética das
três placas. Foram consideradas somente as placas que apresentaram contagem entre 30 e 300 UFC.
As colônias observadas foram expressas em unidades formadoras de colônias (UFC/grama de
intestino). Apos a quantificação, foram confeccionadas laminas para a identificação morfológica, por
meio da coloração de Gram. Os isolados bacterianos foram caracterizados em gram-positivas e gramnegativas.
Resultados e Discussão
Em relação ao desempenho zootécnico dos peixes, não houve diferença (P>0,05) para peso e
comprimento dos animais e peso do fígado, alimentados com diferentes dietas com adição do
imunoestimulante nas diferentes concentrações. Esses resultados são similares aos encontrados por
Aly et al. (2008), em que não houve diferença significativa entre comprimento e peso dos animais
alimentados com probioticos e prebioticos.
Os resultados microbiológicos evidenciaram a presença de bactérias em forma de bastonetes,
com maior prevalência (93%) de gram-negativas e menores (7%) para gram-positivas, com arranjos
em correntes. Esses resultados corroboram com os dados da literatura e comprovam que a
microbiota bacteriana intestinal de organismos aquáticos, ao contrario dos organismos terrestes, e
constituída predominantemente por bactérias gram-negativas.
Foram observadas também bactérias esporuladas, gram-positivas suspeitas de pertencerem
ao gênero Clostridium, com esporos terminais e centrais. Na porção inicial do intestino foram
isolados Streptococcus ssp, com arranjos em correntes, cocos isolados, diplococos e tétrades, e ainda,
bastonetes gram-positivos. No seguinte experimento, não foi encontrado diferença no numero de
bactérias (UFC/mL de intestino) entre os tratamentos, conforme apresentado na Tabela 1. Esses
resultados corroboram com Grisdale-Helland et al. (2008), em que não encontraram diferenças na
alimentação de salmões com dietas contendo 0,1% de MOS, citando, contudo, que a adição de MOS
e o FOS (frutoligossacarideos) pode ser benéfica na produção de peixes desta espécie.
66
As bactérias, ao se ligarem aos MOS, não conseguem atuar sobre os sítios de ligação dos
enterocitos, e consequentemente, diminuem a competição por nutrientes entre a microbiota
intestinal e o hospedeiro.
Sendo assim, constata-se que o MOS pode atuar beneficamente no trato gastrintestinal dos peixes, e
que, devido ao curto período de tempo que estes animais foram submetidos a dieta contendo
diferentes níveis de MOS, não foi constatado nenhuma mudança significativa entre os tratamentos.
Conclusão
Não foi possível constatar diferenças significativas com a inclusão do imunoestimulante nas
diferentes concentrações utilizadas.
References
ALY SM1, ABDEL-GALIL AHMED Y, ABDEL-AZIZ GHAREEB A, MOHAMED MF.Studies on Bacillus subtilis
and Lactobacillus acidophilus, as potential probiotics, on the immune response and resistance of
Tilapia nilotica (Oreochromis niloticus) to challenge infections. Fish &Shellfish Immunol. v. 25 (1-2),
p.128-36, 2008.
BARROS, et. al. Non-specific immune parameters and physiological response of Nile tilapia fed βGlucan and vitamin C for different periods and submitted to stress and bacterial challenge. Fish &
Shellfish Immunol. v. 39, p.188-195, 2014.
CORCAO, A.A.P. et al. Use of ActigenTM- Performance, Salmonella control and antimicrobial
revitalization. Science and Technology in the Feed Industry Conference. Proceedings of Alltech's 27th
Annual Intern. Symposium Lexington. Kentucky. USA, 2011.
GRISDALE-HELLAND, B. et al. The effects of dietary supplementation with mannanoligosaccharides,
fructooligosaccharide on the growth and feed utilization of Atlantic salmon (salmon salar).
Aquaculture, v.238, p.163-137, 2008.
HISANO, H.; SILVA, M.D.P.; BARROS, M.M.; PEZZATO, L.E. Levedura integra e derivados do seu
processamento em rações para tilaria do Nilo: aspectos hematológicos e histológicos. Acta
Scientiarum Biological Science, v.28, n.4, p.311-318, 2006.
IRIANTO, A. & AUSTIN, B. Use of probiotics to control furunculosis in rainbow trout, Oncorhynchus
mykiss (Walbaum). Journal of Fish Diseases, v.25, n.6, p.333-42, 2002.
NAKANDAKARE, I.B. et. al., Incorporação de probioticos na dieta para juvenis de tilarias-do-Nilo:
Parâmetros hematológicos, imunológicos e microbiológicos. Bol. Instituto de Pesca, v.39, p.121-135.
2013.
67
SANTURIO,
J.
A
hora
e
a
vez
dos
prebioticos.
2005.
Disponível
em:<http://www.aviculturaindustrial.com.br/PortalGessulli/WebSite/Noticias/a-horae-a-vezdosprebioticos,14419.aspx>.Acesso m: 03 fev. 2014.
68
Contaminação microbiológica em embalagens plásticas destinadas a
alimentos.
Tomaz¹, A.A., Poiatti¹, M.L., G.S. Peres, Prandini¹, S.M, Faria¹, M. de
¹Discentes do Curso de Zootecnia, Unesp – Campus Experimental de Dracena, Rod. SP 294, km 651, 17900-000, Dracena, SP E-mail:
[email protected];²Docente do Curso de Zootecnia, Unesp – Campus Experimental de Dracena, E-mail:
[email protected]
Introdução: no mundo globalizado, o mercado de embalagens está engajado ao crescimento da
economia, sendo que quanto maior a produção de bens de consumo e mercadorias, maior será a
necessidade por embalagens. Essa presença constante, em maior número e diversidade de
embalagens, assume grande importância no que diz respeito ao transporte e armazenamento dos
produtos. Possíveis perigos biológicos, físicos e químicos podem ser detectados na avaliação das
características físicas, químicas e biológicas do produto, dos vários ingredientes e das etapas do
processo que influenciam essas características. Perigos biológicos podem estar envolvidos na
contaminação das embalagens plásticas destinadas ao acondicionamento dos alimentos, como as
bactérias Gram positivas (Clostridium botulinum e C. perfringens, Staphylococcus aureus, Bacillus
cereus e Listeria monocytogenes) e Gram negativas (Salmonella e Shigella), além de bactérias
emergentes, vírus, parasitas e protozoários, micotoxinas e aflatoxinas. A transferência de substâncias
da embalagem para o alimento varia de acordo com a composição do material, com o processo de
fabricação da embalagem, com o nível de degradação do material decorrente dos processos de
transformação, entre outros fatores.
Objetivos: o presente trabalho tem por objetivo avaliar amostras de embalagens plásticas destinadas
ao acondicionamento de alimentos para identificar possíveis contaminantes microbiológicos, de
origem bacteriana e fúngica, e comparar com os padrões da legislação vigente.
Material e Métodos: o trabalho está sendo desenvolvido junto ao laboratório de Microbiologia do
Campus de Dracena. Amostras de embalagens plásticas, utilizadas em estabelecimentos comerciais
do gênero alimentício, provenientes de quatro empresas estabelecidas no município de Dracena/SP,
estão sendo analisadas para a detecção de microrganismos aeróbios mesófilos, coliformes totais e
termotolerantes, bactérias anaeróbias facultativas e presença de bolores e leveduras. Para o
isolamento de bactérias são utilizados meios de cultivo como PCA (Difco®), Caldo Lauril (Himedia®),
Meio EC (Difco®) e BHI (Merck®), e para fungos, Ágar Sabouraud (Difco®). Swabs estéreis,
mergulhados em solução salina, são introduzidos em toda a extensão do interior dos sacos plásticos a
fim de efetuarem uma varredura uniforme dos possíveis resíduos contaminantes. Em seguida, os
swabs são aplicados na superfície das placas de Petri contendo os meios específicos, em movimentos
estriados, e levados para incubação. As placas para isolamento de bactérias permanecem na estufa
bacteriológica por 48 horas a 37ºC. As placas para o isolamento fúngico são deixadas em temperatura
ambiente por um período de cinco dias.
Resultados: até o presente momento foram realizadas quatro amostras de cada empresa e os
resultados parciais não apresentaram quaisquer contaminações de origem microbiana.
Conclusões: pode ser comprovada a integridade microbiológica das embalagens destinadas ao
acondicionamento dos alimentos, em acordo com as normas estabelecidas pela legislação vigente.
Palavras-chave: Alimentos, contaminação microbiológica, Clostridium botulinum, embalagens
plásticas, Salmonella.
69
70
Crescimento de casco em cabras da raça Parda Alpina e Anglo Nubiana
Leal, N.S1; Marques, R.O1; Gonçalves, H.C2; Monteiro, V.F1; Costa, T.C3; Oliveira, I. J4
¹ Discentes do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, FMVZ - UNESP, Botucatu - SP. e-mail: [email protected]
2 Docente do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, FMVZ - UNESP, Botucatu – SP.
3 Discente do curso de graduação em Zootecnia, FMVZ - UNESP, Botucatu - SP.
4 Discente do curso de graduação em Medicina Veterinária, Faculdade de Guarulhos, São Paulo - SP.
Introdução
A criação de caprinos como qualquer outra, necessita de cuidados e atenções específicas para
uma boa produtividade. A adoção de práticas inadequadas de manejo em caprinos pode
comprometer o sistema produtivo e desencadear quadros clínicos com prejuízo aos animais.
Entre as ações sanitárias necessárias nos rebanhos, a que envolve a saúde dos cascos é uma
das mais importantes, pois se um animal está com os cascos saudáveis, bem cortados e aprumados,
ele realiza melhor todas as suas atividades, como alimentação, vida reprodutiva, produção de leite e
desenvolvimento geral (TURINO, 2006).
Segundo PUGH (2004), problemas podais são as principais causas de claudicação em
pequenos ruminantes e embora a maioria dos trabalhos relacione a ocorrência da pododermatite
infecciosa a ovinos, caprinos também podem ser infectados e terem claudicações significantes.
As afecções podais vêm despertando, cada vez mais, o interesse de profissionais da área e
criadores para seu estudo devido acarretarem perdas econômicas consideráveis à pecuária,
especialmente à de leite (VOTERO, 1997).
Objetivo
O objetivo do trabalho foi avaliar o crescimento do casco de cabras da raça Parda Alpina e
Anglo Nubiana e verificar se existe diferença entre as raças.
Material e Métodos
O projeto de pesquisa foi conduzido na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia UNESP, Campus de Botucatu-SP, na Área de Produção de Caprinos, localizadana Fazenda Lageado.
Foram utilizadas 5 cabras da raça Parda Alpina e 5 cabras da raça Anglo Nubiana, todos os animais
adultos e no terço final de gestação.
Os animais tiveram os cascos cortados e aprumados pela mesma pessoa antes do início do
estudo no dia 01 de julho de 2014. Foram feitas três medições com intervalos de 15 dias (15/07,
30/07 e 15/08 de 2014), usando um paquímetro de metal e os animais foram mantidos confinados
em baias suspensas e ripadas (10m2) com acesso a solário de concreto (20m2). As medições foram
feitas em um mesmo ponto do casco do lado de fora dos membros anterior e posterior direito de
cada animal.
O delineamento experimental foi o inteiramente casualizado, sendo os tratamentos as duas
raças caprinas, com 5 repetições (5 animais por tratamento). As variáveis analisadas foram
crescimento em centrímetros do casco dos membros anterior e posterior direitos.
Os dados observados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo
teste de Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. As análises foram realizadas utilizando-se o pacote
estatístico SAEG (UFV, 2000).
Resultados e Discussões
71
A raça teve efeito significativo apenas no crescimento final avaliado, quando completaram 45
dias após terem sido casqueadas e aprumadas (Tabela 1).
Houve variação no crescimento dos cascos dos animais durante o período do experimento,
não foi constatada diferença entre as raças para nenhum dos membros estudados nas duas primeiras
medições, apenas no crescimento total (45 dias), onde as cabras da raça Parda Alpina tiveram um
crescimento maior no membro posterior (Tabela 1).
Bokko et al (2003) estudando doenças podais em ovinos, notaram que o crescimento dos
cascos anteriores supera os posteriores. Além disso, os cascos anteriores suportam cerca de 65% do
peso corporal e auxiliam os posteriores na propulsão do corpo, indicando que os membros anteriores
estão mais sujeitos a lesões por trauma e abalos que os posteriores. É evidente que quanto maior a
demanda do exercício, mais susceptíveis ficariam os membros anteriores de apresentarem lesões
(Bokko et al. 2003). No estudo foi constatadoum maior crescimento do membro posterior (Tabela 1)
diferente do mencionados pelos outros autores, isso se deve ao fato das cabras estarem no final da
gestação e estarem com um peso maior sobre as patas traseiras.
O crescimento dos cascos quando provoca claudicação dos membros anteriores faz com que
os animais passem parte do tempo ajoelhados e ate pastejem nessa posição, e quando provoca
claudicação dos membros posteriores dificultam o ato de levantar e deitar. Esse quadro prejudica a
alimentação, o manejo, produção e reprodução podendo evoluir para a perda desse animal.
Conclusão
Houve um crescimento médio 0,67 cm nos membros anteriores e 0,69 cm nos posteriores o
que indica que o ideal seria fazer o reparo dos cascos uma vez por mês evitando assim que o animal
viesse a apresentar claudicação. A raça teve influencia sobre o crescimento dos cascos com 45 dias
após o casqueamento, mostrando que dependendo do rebanho a demora ou falta de cuidados com
os cascos pode ser ainda mais prejudicial aos animais.
Referências
ABBOTT, K. A.; LEWIS, C. J. Current approaches to the management of ovine footrot. The Veterinary
Journal, London, v. 169, p. 28- 41, 2005.
Bokko B.P., Adamu S.S. & Mohammed A. 2003. Limb conditions that predispose sheep to lameness in
the arid zone of Nigeria. Small Rumin. Res. 47(2):165-169.
KALER, J. GREEN, L. E. Naming and recognition of six foot lesions of sheep using written and pictorial
information: A study of 809 English sheep farmers. Preventive Veterinary Medicine, Amsterdam, v.
83, n. 1, p. 52-64, 2008.
72
PUGH, D.G. Enfermidades do Sistema Músculo Esquelético. In: ______ Clínica de caprinos e ovinos.
São Paulo: Roca. 2004, p. 252-256.
TURINO, V.F. 2006. Pododermatite ou "Foot-Rot" dos Ovinos. Disponível em:
http://www.farmpoint.com.br/default.asp?noticiaID=30828&actA=7&areaID=3&secaoID=31,
acessado em 07 de set de 2014.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VICOSA. Sistema de Análises Estatística e genéticas –VOTERO, D.A.J.
Afecções podais em bovinos de leite: avaliação terapêutica de Nuflor (flofenicol). Hora Veterinária,
v16, n.2, 1997.
73
Desempenho e gait score de frangos de corte suplementados com vitamina D
(25-OHD3)1
Baldo, G.A.A2; Almeida Paz, I.C.L2; Garcia, E.A2; Molino, A.B2; Santos, L.S2; Amadori, M.S3
1Projeto financiado pela FAPESP - Processo 2013/16554-5.
2Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP (FMVZ/UNESP), Botucatu–SP. email: [email protected]
3Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Grande Dourados (FCA/UFGD).
Introdução
O grande crescimento da avicultura industrial veio acompanhado de maiores exigências do
mercado consumidor internacional no que tange aos padrões de qualidade e segurança alimentar,
associados à preservação ambiental e bem-estar animal (NÄÄS, 2008). Para estimar o bem-estar das
aves, tem-se utilizado o gait score, que é a avaliação da forma como a ave caminha e que pode ser
associado à alguns problemas locomotores.
A adição de vitamina D em dietas de aves é uma alternativa para melhorar o gait score, já que
esta vitamina está relacionada à formação do esqueleto e absorção de cálcio e fósforo (TORRES et al.,
2009). No entanto, na literatura poucos estudos são encontrados sobre a influência da
suplementação com vitamina D no desempenho das aves.
Objetivo
O objetivo deste estudo foi avaliar o desempenho e a incidência de gait score em frangos de
corte suplementados ou não com vitamina D (25-OHD3).
Material e Métodos
O experimento foi conduzido no setor experimental de avicultura da FMVZ/UNESP (Botucatu
– SP) sob aprovação da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) da FMVZ, protocolo 96/2013CEUA. Para isto, foram utilizados 2.400 frangos de corte das linhagens Cobb 500® e Ross 308®,
sexados e adquiridos com um dia de vida. O delineamento experimental adotado foi em blocos
casualizados alocado em esquema fatorial 2x2x2 (duas linhagens, dois sexos e suplementação ou não
de 25(OH)D3), totalizando oito tratamentos com seis repetições de 50 aves cada.
Do primeiro ao terceiro dia de vida as aves receberam 24 horas de luz e daí em diante, 20
horas de luz (total de luz natural e artificial). O arraçoamento foi dividido em fase inicial (1 a 21 dias),
crescimento (22 a 35 dias) e final (36 a 42 dias). As rações foram formuladas à base de milho e farelo
de soja, seguindo as exigências nutricionais de cada fase de criação (ROSTAGNO et al., 2011) e além
desta recomendação, adicionou-se 69mg/t de 25-OHD3 nas rações dos tratamentos suplementados.
A ração e água foram fornecidas ad libitum.
Para avaliação de desempenho das aves foram realizadas pesagens semanais das aves, das
rações fornecidas e das sobras de ração. Assim, foram avaliadas as características ganho de peso
(g/ave/dia), consumo de ração (g/ave/dia), conversão alimentar (g ração/g de peso). A mortalidade
foi registrada diariamente para cálculo da viabilidade (Viabilidade = 100 – % de mortalidade; expressa
em porcentagem). O gait score foi avaliado aos 41 dias de criação em 100% das aves, quando foram
realizadas observações subjetivas do modo em que as aves caminharam por uma distância de 1 m
linear delimitado dentro dos boxes. Notas entre 0 e 5 foram atribuídas de acordo com a desenvoltura
74
das aves, sendo 0 – ave que caminhou normalmente e 5 - ave que não caminhou (KESTIN et al.,
1992).
Os dados obtidos foram avaliados utilizando-se programa estatístico SAS 9.2 (2004). As
médias dos dados de desempenho foram comparadas pelo teste de Tukey ao nível de significância de
5%. Para os dados de gait score aplicou-se o teste exato de Fisher ao nível de significância de 5%.
Resultados e Discussão
Houve interação (P<0,05) entre sexo e linhagem para o consumo de ração e ganho de peso
(Tabela 1), sendo que os machos e a linhagem Ross 308® apresentaram maior consumo de ração e,
consequentemente, ganharam mais peso. O sexo também apresentou diferença (P<0,05) para a
conversão alimentar, com maiores valores para as fêmeas, resultados atribuídos ao menor
desempenho das mesmas em comparação aos machos. A superioridade dos machos quanto à estas
características de desempenho foi relatada anteriormente (MOREIRA et al., 2004).
A suplementação de vitamina D (25-OHD3) não influenciou (P>0,05) as características
consumo de ração, ganho de peso e conversão alimentar. Suplementação e linhagem apresentaram
interação (P<0,05) para viabilidade. A menor viabilidade foi encontrada para as aves não
suplementadas da linhagem Ross 308® com melhora significativa em aves suplementadas, fato que
foi invertido nas aves da linhagem Cobb 500®. Contrariamente, estudando formas (D3 e 25-OHD3) e
níveis de vitamina D (20,0; 37,5; 87,5; e 137,5 μg/kg de ração) para frangos de corte machos da
linhagem Cobb 700®, Brito et al. (2010) não encontrou diferença (P>0,05) para a viabilidade.
Houve diferença (P<0,05) na frequência de gait score para todas as variáveis analisadas: sexo,
linhagem e suplementação (Tabela 2). As fêmeas e as aves da linhagem Cobb 500® apresentaram
maior frequência de gait score 0. Segundo Alves (2012) a diferença entre o ganho de peso de machos
e fêmeas pode interferir na postura corporal das aves, comprometendo a forma de caminhar.
75
As aves suplementadas com vitamina D (25-OHD3) apresentaram aumento (P<0,05) na
frequência de gait score 0, resultado desejável já que este é atribuído às aves
76
que caminharam normalmente. Isto reforça o fato de que a alta capacidade de ganho de peso dos
frangos de corte tem levado a um crescimento ósseo deficiente.
Conclusão
A suplementação com vitamina D (25-OHD3) proporcionou melhor viabilidade, ou seja, maior
número de aves produzindo, quando comparada às aves não suplementadas e também aumentou a
frequência de aves que caminharam normalmente. Assim conclui-se que a suplementação com a
vitamina D (25-OHD3) é conveniente para frangos de corte.
Referências
ALVES, M.C.F. Condição de equilíbrio e problemas locomotores em frangos de corte. Dissertação
(Mestrado), Universidade Federal da Grande Dourados–UFGD, Dourados, MS, 2013.
BRITO, J.A.G. et al. Efeito da vitamina D3 e 25-hidroxi-colecalciferol sobre o desempenho, o
rendimento de carcaça e a morfologia intestinal de frangos de corte. R. Bras. Zootec., v.39, n.12,
2010.
KESTIN, S.C. et al. Prevalence of leg weakness in broiler chickens and its relationship with genotype.
Veterinary Record, v.131, p.190-194, 1992.
MOREIRA, J. et al. Efeito da Densidade Populacional sobre Desempenho, Rendimento de Carcaça e
Qualidade da Carne em Frangos de Corte de Diferentes Linhagens Comerciais. R. Bras. Zootec., v.33,
n.6, p.1506-1519, 2004.
NÄÄS, I.A. Princípios de bem-estar animal e sua aplicação na cadeia avícola. Palestra. UNICAMP,
Campinas, SP, v.70, n.2, p.105-106, 2008.
ROSTAGNO, H.S. et al. Tabelas brasileiras para aves e suínos: composição de alimentos e exigências
nutricionais. 3. ed. Viçosa, MG: UFV, DZO, 2011, 252p.
SAS Institute. 2004. SAS Use1s Guide. SAS Institute Inc., Cary, Nc.
TORRES, C.A. et al. Desempenho produtivo de reprodutoras de frangos de corte sob suplementação
com 25-hidroxicolecalciferol. R. Bras. Zootec., v.38, n.7, p.1286-1290, 2009.
77
Difusão de tecnologias para os produtores de leite da Baixada Serrana do
município de Botucatu
Silva, E.L.C*¹; Padovan, I¹; Meirelles, P.R.L2; Costa. C²; Muller L.R¹; Bataglioni, I.C¹; Pariz, C.M³,
Castilhos, A.M³.
1 Graduação em zootecnia FMVZ/Unesp – Campus de Botucatu; 2 Docente FMVZ/Unesp – Campus de Botucatu; ³ Doutorado
FMVZ/Unesp – Campus de Botucatu;
*[email protected]
A pecuária leiteira é uma atividade complexa, onde além da preocupação com a alimentação,
sanidade, reprodução e manejo dos animais, o produtor precisa sobreviver em um ambiente de
intensa competição comercial, com produtos lácteos importados a preços mais competitivos que os
nacionais. Neste contexto altamente complexo e competitivo, a transferência tecnológica torna-se
um elemento vital para que os produtores de leite possam usufruir de uma vida mais digna em suas
propriedades rurais, enxergando-as como verdadeiras empresas rurais de elevada importância para a
cadeia produtiva do leite e do agronegócio brasileiro. Levantamentos realizados pela Associação
Brasileira dos Produtores de Leite, a Láctea Brasil, indicam que a cadeia produtiva do leite é a maior
empregadora do setor privado no Brasil, com 3,8 milhões de trabalhadores distribuídos em,
aproximadamente, 1,2 milhão de propriedades. O município de Botucatu possui 1.333 Unidades de
Produção Agropecuária (UPA), sendo que destas 599 (44,9%) dedicam-se a bovinocultura de leite
apresentando baixos índices de produtividade. O projeto tem o objetivo de divulgar tecnologias e
informações relacionadas à produção de leite para produtores dos bairros rurais da Baixada Serrana
no Município de Botucatu, ampliando a inserção da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
da Unesp – Campus de Botucatu junto à comunidade. As atividades tiveram início em 2013 e buscam
desde então, por meio de palestras, dias de campo e visitas técnicas realizadas por alunos de
graduação, pós-graduação e professores difundir as novas tendências da atividade leiteira. Tal
metodologia se baseia na interação entre a equipe técnica, formada por alunos de graduação e pósgraduação, e os produtores melhorando os indicativos produtivos acarretando com isso a melhoria
das condições de vida e renda das famílias participantes. A capacidade de transformação social,
financeira, econômica e ambiental que a metodologia de transferência tecnológica, dos conceitos de
produção intensiva e racional de leite, pode atribuir a uma propriedade leiteira reflexos positivos na
gestão sustentável desta mesma propriedade, resultando na melhoria da qualidade de vida dos
produtores envolvidos, como também em toda a economia do agronegócio local. Outra contribuição
importante deste projeto é a tentativa de desmistificar o conceito de tecnologia, muitas vezes
atrelado a investimentos vultosos com grande aporte de capital, em vez de o mesmo estar associado
a resultados, sejam eles financeiros, econômicos, sociais e ambientais. Por fim, devido à
multiplicidade de conhecimentos envolvidos na atividade leiteira, o projeto em tela poderá servir
para despertar o interesse futuro de pesquisadores pertencentes a diferentes áreas do
conhecimento, além de ser uma fonte de informação para outros estudos no campo de transferência
de tecnologias para a pecuária leiteira.
Palavras-chave: bovinocultura leiteira, tecnificação, inserção, produtividade.
Agradecimentos: Pró-reitora de Extensão da UNESP - PROEX pela concessão de bolsa de estudos e
financiamento do projeto.
78
Efeito da aplicação de somatotropina recombinante bovina (bST) no dia da IATF na
taxa de concepção de vacas de corte
Santana, B.F¹; Costa, N.P²; Girotto, R³; Sá Filho, M.F4; Membrive, C.M.B5
¹Discente do curso de zootecnia /Dracena- UNESP. ²Faculdade de medicina veterinária UNESP, Araçatuba. ³Pesquisador na empresas
RG Genética Avançada, Água Boa, MT 4Departamento de Reprodução animal USP, Pirassununga . 5Docente da faculdade de zootecniaUNESP. e-mail: [email protected]
Introdução
Em rebanhos bovinos, a mortalidade embrionária precoce é uma das maiores causas de falhas
reprodutivas, conforme revisado por Santos et al. (2004) e Sartori (2004). Em fêmeas bovinas de
corte os principais desafios biológicos para o estabelecimento da prenhez ocorrem no período
especialmente crítico compreendido entre os dias 15 e 19 após a fecundação (Binelli et al., 2001).
Neste período foram reportadas perdas embrionárias de 20 a 40% em fêmeas zebuínas, grande parte
atribuídas a incapacidade do concepto em promover o reconhecimento materno fetal (Machado et
al., 2009). O principal regulador deste reconhecimento é o interferon-tau (IFN-τ), secretado no lúmen
uterino pelo concepto (Binelli et al., 1999). A produção de IFN-τ foi positivamente correlacionada ao
tamanho do embrião e concepto (Mann e Lamming, 2001).
Em bovinos o útero e o embrião apresentam receptores para o hormônio de crescimento (GH)
e fator de crescimento semelhante a insulina tipo I (IGF-I) que por ação endócrina, atuam em ambas
as estruturas durante o estabelecimento da prenhez (Kolle et al., 2001; Yaseen et al., 2001; Rhoads et
al., 2008). De fato, experimentos realizados in vivo e in vitro permitiram evidenciar o efeito positivo
do GH e IGF-I nas funções uterinas aumentando a expressão de RNAm para proteínas que constituem
o histotrofo e no desenvolvimento do concepto durante o estágio de pré e peri-implantação em
muitas espécies (Whates et al., 1998; Spencer et al., 1999; Kolle et al., 2002; Markham e Kaye, 2003;
Bilby et al., 2006). Assim o GH e IGF-I constituem uma importante estratégia para promover um
maior desenvolvimento do concepto e uma redução nas perdas embrionárias
Moreira et al. (2002b) verificaram que a administração de bST incrementou as taxas de
fertilização, acelerou o desenvolvimento embrionário e melhorou a qualidade dos embriões. Moreira
et al. (2002a) administraram 500mg de bST em doadoras de embriões e/ou receptoras e verificaram
que a administração de bST aumentou a porcentagem de embriões transferíveis, o número de
blastocistos obtidos por lavagem e as taxas de prenhez. A maioria dos trabalhos realizados com bST
abordam seus efeitos em vacas leiteiras em lactação e doadoras de embrião mestiças. Até o
momento existem poucas investigações realizadas em fêmeas de corte. Nesse contexto, hipotetizouse que vacas tratadas com bST apresentam maiores taxas de concepção em vacas de corte, quando
aplicado se a IATF.
Objetivo
No presente estudo objetivou-se avaliar o efeito da somatotropina recombinante bovina (bST;
Boostin®) na taxa de concepção, quando aplicada no dia da IATF.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido na Fazenda Santo Antônio, em Araguaiana-MG, Brasil. Foram
utilizadas vacas Nelore (n=587), pluríparas, entre 40 e 70 dias pós-parto. O escore de condição
corporal (escala de 1 a 5) foi de 3,01 + 0,01; 3,00 + 0,01 e 3,00 + 0,01 para o grupo Controle, bST 250
e bST 500, respectivamente. A condição ovariana foi avaliada por ultrasonografia (Aloka Ultrasound
79
Diagnostic Equipament, Modelo SSD-500, Tokyo-Japão), no dia da colocação dos dispositivos, quando
verificou-se 30% das fêmeas cíclicas e 70% em anestro. As fêmeas foram mantidas em pasto de
Brachiaria brizantha com fornecimento de água e suplementação mineral ad libitum, e foram
divididas em oito lotes de manejo, todas submetidas à IATF no mesmo dia. Os diferentes tratamentos
foram equitativamente divididos em cada lote. Todos os procedimentos experimentais foram
aprovados pela Comissão de Ética em Experimentação Animal da Universidade Estadual Paulista
(UNESP), Campus de Araçatuba, Araçatuba/SP, Brasil (Protocolo número 2013/00602). Foram
utilizados dispositivos intravaginais contendo 1g progesterona (DIB®; MSV Saúde Animal) associados
a uma injeção intramuscular (IM) de 2mg benzoato de estradiol (Gonadiol®; MSV Saúde Animal) no
dia da colocação do dispositivo. Os dispositivos foram removidos oito dias depois, quando as vacas
foram tratadas com 0,530mg de D-cloprostenol (Ciosin®; MSV Saúde Animal) e 300UI eCG
(Novormon®; MSV Saúde Animal). As fêmeas foram tratadas com 1mg de benzoato de estradiol
(Gonadiol®; MSV Saúde Animal), via IM 24 horas após a remoção dos dispositivos. Após 30 horas da
última injeção as vacas foram submetidas à IATF.
Foi usado sêmen de um reprodutor da raça Aberdeen Angus. Três inseminadores foram
divididos equitativamente entre os diferentes grupos de tratamento.Durante o procedimento de IATF
as vacas receberam 5mL de solução
250mg (Grupo bST 250; n=197) ou 500mg (Grupo bST 500; n=196), aplicados via subcutânea (SC) na
fosssa ísqueo-retal.O diagnóstico de gestação foi realizado 30 dias após a IATF por ultrassonografia
(Aloka Ultrasound Diagnostic Equipament, Modelo SSD-500, Tokyo-Japão) com transdutor linear de
5mHz. As fêmeas foram classificadas em prenhes ou não prenhes.
Foi utilizado o programa estatístico SAS (SAS, 2009; SAS Institute, Cary, NC, USA). No modelo
inicial, para análise da taxa de concepção, incluiu-se os efeitos de tratamento, lote, ECC e as
interações. Nas análises considerou-se um nível de significância de 5%.
Resultados e Discussão
As taxas de concepção não diferiram entre os tratamentos (p>0,05) e foram de 59,27%
(115/194), 58,37% (115/197) e 65,82% (129/196) para os grupos Controle, bST 250 e bST 500,
respectivamente. Recentemente, Albuquerque et al. (2012) utilizaram em vacas Nelore protocolo de
sincronização similar ao utilizado neste estudo, associado aaplicação de 167 e 333mg de bST no dia
da IATF. Os mesmos autores verificaram taxas de concepção de 37,4% no grupo controle, 45,4% para
a dose de 167mg e 46% para as tratadas com 333mg, tendo havido efeito de tratamento, embora
não tenha havido efeito de dose. Observa-se que mesmo tendo incremento na fertilidade a taxa de
concepção do grupo controle foi menor (37,4%) comparado a taxa usualmente encontrada em
rebanhos comerciais. Também verificaram em um segundo experimento que quando vacas Nelore
foram submetidas a IATF e receberam duas aplicações de bST, na dose de 333mg no dia da IATF e
onze dias após, a taxa de concepção não foi aumentada, sendo de 48% no grupo controle e 42,3% no
tratado. Pode-se observar, no segundo estudo destes autores, que a taxa de concepção do grupo
controle foi maior comparada ao primeiro (37,4% vs. 48%), ou seja, quando a taxa do grupo controle
foi de 48% o incremento na fertilidade não pode ser observado. No presente estudo, quando o bST
foi administrado no dia da IATF, na dose de 250 e 500mg, as taxas de concepção não foram
aumentadas (59,27% vs. 58,37% vs. 65,82%). Nesta ocasião, verificou-se uma maior taxa de
concepção no grupo controle (59,27%) comparada a taxa relatada em rebanhos comerciais de 49,1%
(Baruselli et al., 2008; Sá Filho et al., 2009). Altas taxas de concepção no grupo controle também
foram evidenciadas no experimento 2 deste estudo (57,3%), ocasião que não houve incremento na
80
taxa de concepção. Tais evidências permitem sugerir que o bST aumenta a taxa de concepção em
rebanhos de corte usualmente com menores taxas de concepção.
Em vários estudos evidenciou-se que a aplicação de bST promove um aumento progressivo
nas concentrações plasmásticas de GH e IGF-I ao longo dos primeiros 7 dias, quando evidencia-se um
pico destes hormônios, prosseguido de um declínio diário gradual (Ribeiro et al., 2013; Aboin et al.,
2013). Desta forma, presume-se que a aplicação de bST no momento da IATF, promove maiores
concentrações de bST no período que coincidiria com o início do desenvolvimento embrionário até o
sétimo dia de desenvolvimento. Ribeiro et al. (2013) verificou que o GH e IGF-I além de estimular a
secreção de uma maior quantidade de histotrofo, induziu a proliferação celular e promoveu efeitos
anti-apoptóticos. O aumento da proliferação celular e o elongamento do concepto tornam-se
extremamente importantes para prevenir a luteólise e manter a gestação (Spencer et al., 1999). Tais
ações associadas potencializariam o desenvolvimento do embrião aumentado as possibilidades de
sobrevivência embrionária. Considerando estes relatos, no presente experimento, seria esperado um
aumento na taxa de concepção, evento que não foi caracterizado. De fato, a dose de bST para vacas
de corte não está estabelecida e as respostas dos embriões ao GH in vitro foram usualmente dosedependentes (Markham e Kaye, 2003). Possivelmente, a ausência de incremento na fertilidade
decorra de uma inadequada dose utilizada, sugere-se que haja uma dose resposta que merece ser
melhor averiguada
Conclusão
Conclui-se que vacas tratadas com bST apresentam maiores taxas de concepção em vacas de
corte, quando aplicada no dia da IATF.
Referências
ABOIN AC, COOKE RF, VIEIRA FVR, LEIVA T, VASCONCELOS JLM. 2013. Effects of bovine somatotropin
injection on serum concentrations of progesterone in non-lacting dairy cows. Livestock Science,
154:240-245.
ALBUQUERQUE JP, DIAS HP, BUENO IC, RODRIGUES ADP, PEREIRA MHC, CARVALHO ER, OLIVEIRA
WVC, VASCONCELOS JLM. 2012. Uso da somatotropina bovina (bST) associada a protocolos de
inseminação artificial em tempo fixo (IATF) em vacas de corte. In: Anais da XXVI Reunião Anual da
Sociedade Brasileira de Tecnologia de Embriões, 360.
BARUSELLI PS, MARTINS CM, SALES JNS, FERREIRA RM. 2008. Novos avanços na superovulação de
bovinos. Acta Sci Vet, 36:433-448.
BILBY TR, BLOCK J, DO AMARAL BC, SA FILHO O, SILVESTRE FT, HANSEN PJ, STAPLES CR, ET AL. 2006.
Effects of dietary unsaturated fatty acids on oocyte quality and follicular development in lactating
dairy cows in summer. J Dairy Sci, 89:3891-3903. BINELLI M, HAMPTON J, BUHI WC, THATCHER WW.
1999. Persistent dominant follicle alters pattern of oviductal secretory proteins from cows at estrus.
Biol Reprod , 61:127-134. BINELLI M, THATCHER WW, MATTOS R, BARUSELLI PS. 2001. Antiluteolytic
strategies to improve fertility in cattle. Theriogenology, 56:1451-1463. Kolle S, Stojkovic M, Boie G,
Wolf E, Sinowatz F. 2002. Growth hormone inhibits apoptosis in vitro produced bovine embryos. Mol
Reprod Dev, 61:180-186.
KOLLE S, STOJKOVIC M, PRELLE K, WATERS M, WOLF E, SINOWATZ F. 2001. Growth hormone (GH)/GH
receptor expression and GH-mediated effects during early bovine embryogenesis. Biol Repro,
64:1826-1834.
81
MACHADO RS, SUDANO MJ, BARBOSA RT, BERGAMASCHI MACM, BINELLI M. 2009. Metodologia para
obtenção de concepto bovino. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento. São Carlos, Embrapa
Pecuária Sudeste, 19-22.
MANN GE, LAMMING GE. 2001. Relationship between the maternal endocrine environment early
embryo development and the inihibition of the luteolytic mechanisms in the cow. Reproduction,
121:175-180.
MOREIRA F, BADINGA L, BURNLEY C, THATCHER WW. 2002a. Bovine somatotropin increases
embryonic development in superovulated cows and improves post-transfer pregnancy rates when
given to lactating recipient cows. Theriogenology, 57:1371-1387.
MOREIRA F, ORLANDI C, RISCO CA, MATTOS, R. 2001. Effects of presynchronization and bovine
somatotropin on pregnancy rates to a timed artificial insemination protocol in lactating dairy cows.
Journal of Dairy Science, 84:1646-1659. MOREIRA, F, PAULA-LOPES FF, HANSEN PJ, BADINGA L,
THATCHER WW. 2002b. Effect of growth hormone and insulin-like growth factor-I on development of
in vitro derived bovine embryos. Theriogenology, 57:895-907.
RIBEIRO ES, BRUNO RG, FARIAS AM, HERNÁNDEZ-RIVERA JÁ, GOMES GC, SURJUS R, BECKER LF, BIRT
A, OTT TL, BRANEN JR, SASSER RG, KEISLER DH, THATCHER WW, BILBY TR, SANTOS JE. 2013. Low
doses of bovine somatotropinenhance conceptus development and fertility in lactating dairy cows.
Biol Reprod., 10:1-12.
RHOADS ML, MEYER JP, KOLATH SJ, LAMBERSON WR, LUCY MC. 2008. Growth hormone receptor,
insulin-like growth factor (IGF)-1, and IGF-binding protein-2 expression in the reproductive tissues of
early postpartum dairy cows. J Dairy Sci, 91:1802-1813.
SÁ FILHO OG, MENEGHETTI M, PERES RFG, LAMB GC, VASCONCELOS JLM. 2009. Fixed-time artificial
insemination with estradiol and progesterone for Bos indicus cattle. I. Strategies and factors affecting
fertility. Theriogenology, 72:210-218.
SANTOS JE, CERRI RL, BALLOU MA, HIGGINBOTHAM GE, KIRK JH. 2004. Effect of timing of first clinical
mastitis occurrence on lactational and reproductive performance of Holstein dairy cows. Anim
Reprod Sci, 80:31-45.
SARTORI R. 2004. Fertilização e morte embrionária em bovinos. Acta Scientiae Veterinariae, 32:3550.
SAS INSTITUTE. SAS/STAT User’s Guide. 2009. Version 9.2, SAS Institute Inc., Cary, NC. SPENCER TE,
GRAY A, JOHNSON GA, TAYLOR KM, GERTLER A, GOOTWINE E, OTT TL, BAZER FW. 1999. Effects of
recombinant ovine interferon tau, placental lactogen, and growth hormone on the ovine uterus. Biol
Repro, 61:1409-1418.
WHATES DC, REYNOLDS TS, ROBINSON RS, STEVENSON KR. 1998. Role of the insulin-like growth
factor system in uterine function and placental development in ruminants. J Dairy Sci, 81:1778-1789.
YASEEN MA, WRENZYCKI C, HERRMANN D, CARNWATH JW, NIEMANN H. 2001. Changes in the
relative abundance of RNAm transcripts for insulin-like growth factor (IGF-I and IGF-II) ligands and
their receptors (IGF-IR/IGF-IIR) in preimplantation bovine embryos derived from different in vitro
systems. Reproduction, 122:601-610.
Agradecimentos: A Coordenação de Aperfeiçoamento de Pessoal de Nível Superior (CAPES);
Fundação de Desenvolvimento da UNESP (FUNDUNESP) e MSD Saúde Animal.
(Protocolo número 2013/00602).
82
Efeito da frequência de alimentação sobre a flutuação do consumo de
matéria seca em bovinos Nelore confinados*
Silva, J1; Carrara T. V. B2; Pereira, M. C. S1; Batista Junior, I. C³; Millen,D. D4.
¹Mestrando(a) em Zootecnia, UNESP, campus de Dracena. [email protected]
²Mestranda em Zootecnia, UNESP, campus de Botucatu. 3Graduando em Zootecnia, UNESP, campus de Dracena.
4Professor Doutor, Curso de Zootecnia, UNESP, campus de Dracena. *Estudo financiado pela FAPESP. [email protected]
Introdução
A pecuária bovina de corte brasileira vem passando por mudanças significativas na produção,
a alta demanda no mercado de carne vem pressionando os produtores nacionais para a
intensificação dos sistemas de produção de bovinos de corte. Como resultado desta pressão, a
utilização de confinamentos vem tornando-se cada vez mais importante para a cadeia produtiva da
carne bovina, com número estimado de 4,3 milhões de bovinos confinados no Brasil, e um total
estimado de 42,9 de cabeças abatidas (ANUALPEC, 2013).
Desta maneira, para tais parâmetros serem alcançados torna-se imprescindível o
fornecimento de rações com elevados teores de energia ou carboidratos não fibrosos,
principalmente o amido, pois na fase de terminação o animal apresenta elevada exigência em
nutrientes, principalmente se o ganho diário de peso desejado for alto (SANTOS et al., 2004).
Entretanto, a inclusão de elevados teores de amido (carboidratos rapidamente fermentescíveis) nas
rações gera aumento da produção de Ácidos Graxos de Cadeia Curta (AGCC) assim como de ácido
lático pelos microrganismos do rúmen, o que pode levar a problemas de ordem digestiva como a
acidose, frequentemente acompanhados de diminuição e grande variação no Consumo de Matéria
Seca (CMS), baixo ganho de peso, lesões na parede do rúmen e aparecimento de abscessos hepáticos
(PRESTON,1998).
Para que tais prejuízos possam ser minimizados, de forma a diminuir o impacto da
fermentação excessiva dos carboidratos no rúmen, algumas estratégias de manejo alimentar dos
animais podem ser adotadas, tais como: adaptação gradual à ração, maior intervalo entre tratos e
horários dos mesmos, maior frequência de fornecimento da ração nos currais de engorda e variação
do CMS (CERVIERI et al., 2009).
Logo, oferecer a ração total dividida em maior número de parcelas ao longo do dia pode
diminuir o risco de distúrbios digestivos, pois a quantidade de energia ingerida pelo animal foi menor
em cada oferta, bem como a quantidade de amido, o que proporciona um ambiente ruminal mais
favorável à degradação dos carboidratos pelas bactérias, e evita quedas bruscas e flutuações de pH,
melhorando desta maneira o desempenho animal.
Objetivo
O objetivo deste estudo foi determinar a flutuação do consumo da matéria seca em bovinos
Nelore confinados e submetidos às frequências de alimentação.
Material e Métodos
Este estudo foi conduzido pela UNESP, campus de Dracena, em parceria com o
APTA/Andradina, foi designado para determinar os efeitos das frequências de alimentação sobre a
flutuação do consumo da matéria seca na fase de adaptação, terminação e período total de
confinamento em bovinos Nelore. O delineamento utilizado foi de blocos casualizados, com 12
repetições, em que 48 machos não castrados da raça Nelore (358,2±19,4kg), foram alimentados em
83
baias individuais por 94 dias de acordo com os tratamentos: 1) fornecimento da ração 1x ao dia (8h),
2) 2x (8h e 14h), 3) 3x (8h, 11h e 17h) e 4) 4x (8h, 11h, 14h e 17h). Os animais passaram por período
de adaptação de 9 dias, em que receberam oferta ad libitum de duas dietas de adaptação, com níveis
de concentrado de 60% e 73%,com base na matéria seca. A dieta de terminação continha: 67% de
grãos de milho quebrados, 14% de bagaço de cana, 9% de casca de soja, 5,5% de farelo de soja, 4,0%
de suplemento mineral com ureia, 0,5% de calcáreo. A flutuação do consumo da matéria seca foi
avaliada durante todo o período experimental, expressa em porcentagem e quilo, seguindo a
metodologia proposta por Bevans et al. (2005), obtida pela equação:
em que: CMSD = consumo de MS do dia (kg); CMSDA = consumo de MS do dia anterior (kg).
Contrastes ortogonais foram utilizados para avaliar a relação quártica, cúbica, quadrática ou linear
entre as variáveis, utilizando-se o PROC MIXED do SAS (2003).
Resultados e Discussão
Na fase de adaptação, a frequência de alimentação afetou a flutuação do CMS, expressa em
percentagem, de forma cúbica (P = 0,05), em que os grupos de animais alimentados três e quatro
vezes ao dia apresentaram a menor flutuação do CMS (tabela 1).
Por outro lado, as frequências de alimentação não tiveram efeito sobre a flutuação do CMS, expressa
em percentagem, durante a fase de terminação e quando considerado o período total de
confinamento (P > 0,05), como mostrado na tabela 1.
Quando os dados de flutuação do CMS foram expressos em quilogramas, bovinos Nelore
alimentados três vezes ao dia ainda apresentaram a menor flutuação de consumo (P
= 0,05); no entanto, no período de terminação, e consequentemente no período total de
confinamento, as frequências alimentares afetaram a flutuação do CMS de forma linear e quadrática
(P < 0,05), em que animais alimentados três e quatro vezes ao dia apresentaram a maior flutuação
84
(tabela
2).
Com o aumento da frequência, os animais alimentados três e quatro vezes ao dia
apresentaram menor flutuação de CMS durante a fase de adaptação, induzindo apresentar melhor
adaptação ou desenvolvimento do epitélio ruminal, o que pode ter proporcionado um ambiente
ruminal mais favorável à fermentação dos substratos, corroborando com Robinson e Tamminga
(1984) citam que a concentração de metabólitos ruminais é alterada quando o alimento é fornecido
mais parceladamente.
Desta maneira, quando os animais são alimentados com maiores frequências de alimentação,
ou seja, tem sua dieta total dividida em maior número de parcelas ao longo do dia, proporcionando
possivelmente um ambiente ruminal mais favorável à degradação dos carboidratos pelas bactérias,
evitando quedas bruscas e flutuações de pH, e consequentes flutuações de consumo, corroborando
com Soto-Navarro et al. (2000) verificaram uma tendência de pH a ser menor em novilhos
alimentados uma vez por dia em comparação com aqueles alimentados duas vezes ao dia.
Por outro lado, quando comparados com a fase de terminação expressada em quilos,
os animais alimentados três e quatro vezes ao dia, no período de terminação e período total de
confinamento apresentaram uma maior flutuação de CMS (1,28; 1,12 kg), em relação aos
animais alimentados uma e duas vezes (0,97; 1,06 kg), corroborando com Hickman et al. (2002)
relataram que os animais alimentados ad libitum poderia flutuar sua ingestão, tanto quanto 2-3 kg /
dia sem efeitos adversos sobre a saúde e o desempenho.
Conclusão
Na fase de adaptação, animais alimentados três e quatro vezes ao dia, apresentaram menor
flutuação CMS, proporcionando um ambiente mais favorável para ação dos microrganismos ruminais,
evitando quedas bruscas de pH, aumentando assim o consumo de matéria seca em consequência
85
melhor desempenho dos animais. De maneira prática, alimentar bovinos Nelore no mínimo três
vezes ao dia pode ser a opção mais viável.
Referências
ANUALPEC 2013: Anuário da Pecuária Brasileira. São Paulo: FNP Consultoria e Comércio, p. 357,
2013.
BEVANS, D. W.; BEAUCHEMIN, K. A.; SCHWARTZKOPF-GENSWEIN, K. S. et al. Effect of rapid or gradual
grain adaptation on subacute acidosis and feed intake by feedlot cattle. Journal of Animal Science, v.
83, p. 1116-1132, 2005.
CERVIERI, R. C.; CARVALHO, J. C. F.; MARTINS, C. L. Evolução do Manejo Nutricional nos
Confinamentos Brasileiros: Importância da Utilização de Subprodutos da Agroindústria em Dietas de
Maior Inclusão de Concentrado. In: Simpósio Internacional De Nutrição De Ruminantes, 2. Botucatu.
Recentes avanços na nutrição de bovinos confinados: Anais... Botucatu: UNESP, Faculdade de
Ciênicas Agronômicas, p. 2-22, 2009.
HICKMAN, D. D.; MCALLISTER, T. A.; SCHWARTZKOPF-GENSWEIN, K. S. et al. Relationship between
feeding behavior and performance of feedlot steers. Journal of Animal Science, 80(Suppl. 1):15.
(Abstr.), 2002.
PRESTON, R. L. Management of high concentrate diets in feedlot. In: Simpósio sobre Produção
Intensiva de Gado de Corte, Campinas. Anais...Campinas: CBNA, p. 82-91, 1998.
ROBINSON, P. H.; TAMMINGA, S. Present knowledge of protein digestion an aborption in ruminants,
Ubers, Tierernahrg, v.12, p. 229, 1984.
SANTOS, F. A. P.; PEREIRA, E. M.; PEDROSO, A. M. Suplementação energética de bovinos de corte em
confinamento. In: Simpósio Sobre Bovinocultura de Corte, 5. Piracicaba. Anais… Piracicaba: FEALQ, p.
262-297, 2004.
SAS INSTITUTE. SAS user’s guide: statistics. release 9.1. Cary, NC, 2003.
SOTO-NAVARRO, S. A.; KREHBIEL, C. R.; DUFF, G. C. et al. Influence of feed intake fluctuation and
frequency of feeding on nutrient of digestion, digesta kinectics, and ruminal fermentation profiles in
limit-fed steers. Journal of Animal Science, 78:2215–2222, 2000
Agência de fomento: FAPESP, processo: 2012/02069-5
Protocolo da Comissão de Ética: 40/2012.
86
Efeito do fipronil em hepatócitos isolados de ratos previamente tratados com
proadifen
1Guelfi, M.*, 1Tavares, M.A., 2Maioli, M.A., 1Mingatto, F.E.,
1Laboratório de Bioquímica Metabólica e Toxicológica (LaBMeT), UNESP- Dracena/SP,
2Laboratório de Endocrinologia Animal UNESP-Araçatuba/SP.
Introdução
O fígado desempenha função central no metabolismo, pois recebe nutrientes e xenobióticos
que são por ele absorvidos, transformados, armazenados e liberados no sangue além de produzir e
armazenar a bile. A célula parenquimal (hepatócito) é a principal unidade funcional do fígado e tem
sido extensivamente utilizada para estudar o metabolismo e a toxicidade de uma grande variedade
de substâncias químicas, uma vez que propicia características adequadas ao estudo dos danos que
essas substâncias e seus metabólitos podem causar. O fipronil é um inseticida de amplo-espectro de
ação utilizado extensivamente para o controle de infestações parasitárias tais como pulgas,
carrapatos e piolhos de cães, gatos e bovinos (Chanton et al, 2001;. Aajoud et al, 2003.). Existem
relatos descritos na literatura de intoxicação em animais e humanos provocada pelo composto
(Chodorowski e Anand, 2004;. Lee et al, 2010). É importante elucidar os mecanismos de
hepatotoxicidade do composto para o auxílio no tratamento em caso de intoxicação por parte dos
mamíferos
Objetivos
Estudar o papel da biotransformação sobre os efeitos tóxicos do fipronil em hepatócitos
isolados de ratos.
Métodos
O presente trabalho foi submetido à avaliação pela Comissão de Ética em Uso de Animais do
Campus da UNESP de Dracena sob o protocolo 03/2010. Os hepatócitos foram isolados de ratos
Wistar machos (200 g de peso vivo) não tratados ou previamente tratados com proadifen (25 mg/kg
de peso), um inibidor das enzimas do citocromo P450, através de perfusão com colagenase IV. Para
as análises enzimáticas da lactato desidrogenase (LDH) e síntese de ATP, os hepatócitos foram
incubados com diferentes concentrações de Fipronil (25, 50, 75 e 100 μM) durante 120 minutos. A
síntese de ATP foi determinada por quimioluminescência pelo sistema luciferina-luciferase. A
atividade das enzimas LDH foidosada por meio de kit comercial (Bioclin). A significância estatística foi
determinada pela análise de variância seguida pelo teste de Dunnet.
Resultados
87
A diminuição da concentração de ATP em células isoladas de fígado de ratos sem tratamento
prévio com proadifen iniciou-se aos 30 minutos (Fig. 1) após o início do período experimental na
concentração 50 μM. Os grupos de células isoladas de ratos previamente tratados com proadifen
apresentaram redução nos níveis de ATP logo aos 60 minutos na concentração 25 μM, todas as
concentrações utilizadas (25, 50, 75 e 100 μM) reduziram o conteúdo de ATP intracelular, e esta
queda ampliou-se em função do aumento do tempo deexposição ao composto, com exceção das
concentrações mais elevadas (75 e 100 μM) que promoveram inibição máxima a partir 60 minutos,
respectivamente.
88
A determinação da atividade da (LDH) aplicada como forma monitoramento da viabilidade
dos hepatócitos, e avaliados tanto em células isoladas de ratos não tratados ou previamente tratados
com proadifen (Fig. 2).
Pode ser observada uma diminuição na viabilidade dos hepatócitos apenas aos 90 minutos,
esta redução manifestou-se na adição de 50 μM no tempo 60 minutos de forma dose-dependente,
permanecendo até o final do período experimental. Os hepatócitos de ratos previamente tratados
com proadifen apresentaram um aumento na liberação da enzima antecipadamente aos grupos de
células não tratados com o inibidor, visto que aos 90 minutos na concentração de 25 μM do fipronil
induziu um aumento significativo da atividade da enzima LDH.
Discussão
Na viabilidade celular observamos aumentos na liberação da enzimas LDH no líquido de
incubação dos hepatócitos, o que de acordo com Grisham (1979), indica que houve uma perda de
integridade da membrana plasmática dos hepatócitos, a qual não está associada apenas a lise ou
89
morte das células, mas também a algumas alterações reversíveis e que resultam em aumento de sua
permeabilidade (GRISHAN; SMITH, 1984).
A redução do ATP pode ter sido suficiente para diminuir a eficiência dos processos
dependentes de energia e a transdução de sinais celulares mediados pelo ATP, o que segundo Eguchi
et al. (1997) e Skulachev (2006), pode acarretar a morte celular.
Conclusão
O fipronil apresentou toxicidade para os hepatócitos isolados de rato e a sua
biotransformação influenciou nesse efeito, pois os hepatócitos com atividade metabólica normal e os
previamente tratados com proadifen foram diferentemente afetados pelo inseticida.
Referências bibliográficas
AAJOUD, A.; RAVANEL, P.; TISSUT, M. Fipronil metabolism and dissipation in a simplified aquatic
ecosystem. Journal of Agriculture and Food Chemistry, v.51, p. 1347–1352, 2003.
CHANTON, P.F.; RAVANEL, P.; TISSUT, M.; MEYRAN, J.C. Toxicity and bioaccumulation of fipronil in
the nontarget arthropodan fauna associated with subalpine mosquito breeding. Ecotoxicology and
Environmental Safety, v.52, p.8-12, 2001.
CHODOROWSKI, Z, ANAND, J.S. Accidental dermal and inhalation exposure with fipronil – a case
report. J. Toxicol. v.42 (2), p.189-190, 2004.
EGUCHI, Y.; SHIMIZU, S.; TSUJIMOTO, Y. Intracellular ATP levels determine cell death fate by
apoptosis or necrosis. Cancer Res., v.57, p.1835-1840, 1997.
GRISHAM, J.W.; SMITH, G.J. Predictive and mechanistic evaluation of toxic responses in mammalian
cell culture systems. Pharmacol. Rev., v.36, p.151S-171S, 1984.
LEE, S.J. et al.Acute illnesses associated with exposure to fipronil - surveillance data from 11 states in
the United States, 2001-2007. Clin. Toxicol. v.48 (7), p.737-744, 2010.
SKULACHEV, V.P. Bioenergetic aspects of apoptosis, necrosis and mitoptosis. APOPTOSIS, v. 11, p.
473-485, 2006.
Agência Financiadora: FAPESP
90
Efeitos da somatotropina recombinante bovina (bST) na morfometria das
glândulas endometriais em vacas de corte
A.L. Baltazar1; B.P. Mello2; S.C. Scolari2; N.P. Costa1; C.M.B. Membrive1,3
1UNESP, Araçatuba, SP, Brasil, 16015-050; 2USP, Pirassununga, SP, Brasil, 13635-900;
3UNESP, Dracena, SP, Brasil, 17900-000; [email protected]
Introdução
Em rebanhos bovinos, a mortalidade embrionária precoce e uma das maiores causas de falhas
reprodutivas. Em gêmeas bovinas de corte os principais desafios biológicos para o estabelecimento
da prenhes ocorrem no período especialmente critico compreendido entre os dias 15 e 19 apos a
fecundação (Binelli et al., 2001). Neste período especifico foram reportadas perdas embrionárias de
20 a 40% em gêmeas zebuínas, grande parte atribuídas a incapacidade do concepto em promover o
reconhecimento materno fetal (Machado et al., 2009). Durante tal período critico, o concepto deve
produzir competentemente moléculas que interagem com o endométrio inibindo a síntese de
prostaglandina F2a (PGF2a). Esse reconhecimento requer que moléculas produzidas pelo concepto
interajam com o endométrio para alterar a sua “pré-programarão”, bloqueando assim a secreção de
PGF2a e impedindo a luteolise (Binelli et al., 1999). O principal regulador deste reconhecimento e o
interferon-tau (IFN-τ), secretado no lúmen uterino pelo concepto (Binelli et al., 1999). Sua produção e
correlacionada ao tamanho do embrião e concepto (Mann e Lamming, 2001). Em bovinos o útero e o
embrião apresentam receptores para o hormônio de crescimento (GH) e fator de crescimento
semelhante a insulina tipo I (IGF-I) que por ação endócrina, paracrina e autocrina atuam em ambas as
estruturas durante o estabelecimento da prenhes (Kolle et al., 2001; Yaseen et al., 2001; Rhoads et
al., 2008). O GH e IGF-I constituem uma importante estratégia para promover um maior
desenvolvimento do concepto e uma redução nas perdas embrionárias. De fato, experimentos
realizados in vivo e in vitro permitiram evidenciar o efeito positivo do GH e IGF-I nas funções uterinas
aumentando a expressão de RNAm para proteínas que constituem o histotrofo e no desenvolvimento
do concepto durante o estagio de pre e peri-implantacao em muitas espécies (Whates et al., 1789;
Spencer et al., 1999; Kolle et al., 2002; Markham e Kaye, 2003; Bilby et al., 2006). Assim o GH e IGF-I
constituem uma importante estratégia para promover um maior desenvolvimento do concepto e
uma redução nas perdas embrionárias. Ate o momento existem poucas investigações realizadas em
gêmeas de corte. Nesse contexto, considerando seu efeito estimula tório na síntese de proteínas
endometriais, hipotetizou-se que a administração de somatotropina recombinante bovina (bST)
promove, 15 dias apos sua aplicação, aumento no numero, perímetro e área das glândulas
endometriais.
Objetivos
No presente estudo objetivou-se avaliar os efeitos da somatotropina recombinante bovina
(bST; BoostinÒ),15 dias apos a aplicação, na morfometria das glândulas endometriais (numero,
perímetro e área total) superficiais, profundas e totais.
91
Local do Experimento e Animais
O experimento foi conduzido na Fazenda São Jose, localizada em Birigui- SP. Foram utilizadas 20
novilhas da raça Nelore (Bos taurus indicus) não prenhas. As gêmeas foram previamente avaliadas
quanto a idade, peso e escore de condição corporal. A condição ovariana foi avaliada por
ultrassonografia (Aloka Ultrasound Diagnostic Equipament, Modelo SSD-500, Tokyo-Japao), no dia da
colocação dos dispositivos, quando verificou-se 40% das gêmeas cíclicas e 60% em anestro. As
gêmeas foram mantidas em regime de confinamento com uma ingestão diária/animal de 1.220 kg
cana de açúcar picada + 850 kg germe de milho + 500 kg polpa de laranja + 340 kg torta de algodão +
30 kg ureia + 60 kg núcleo mineral.
Sincronização das Ovulações.: Foram utilizados dispositivos intravaginais contendo 1g de
progesterona (DIBR; MSV Saúde Animal) associados a uma injeção intramuscular (IM) de 2mg de
benzoato de estradiol (GonadiolR; MSV Saúde Animal) no dia da colocação do dispositivo. Os
dispositivos foram removidos 8 dias apos, quando as vacas foram tratadas com 0,530mg de Dcloprostenol (CiosinR; MSV Saúde Animal) e 300UI de eCG (NovormonR; MSV Saúde Animal). As
gêmeas foram tratadas com 1mg de benzoato de estradiol (BE), via IM 24 horas apos a remoção dos
dispositivos. As gêmeas não foram submetidas a Inseminação artificial em tempo fixo (IATF).
Tratamento: Trinta horas apos a ultima aplicação de BE, as novilhas receberam 5mL de
solução salina (Grupo Controle; n= 10) ou bST (BoostinÒ) na dose de 500mg (Grupo bST 500; n=11),
aplicados via subcutânea (SC) na fossa isqueo-retal.
Coleta e preparo do tecido endometrial:. As gêmeas foram abatidas 15 dias apos a injeção
de bST. Imediatamente apos o abate, um segmento do corno uterino foi removido no terço médio do
corno contralateral ao corpo lúteo. O tecido foi imediatamente acondicionado em solução fixadora
de formol tamponado, pH 7,0, durante 24 horas. Os fragmentos foram lavados por seis vezes
consecutivas, a cada 12 horas, com solução de PBS pH 7,5. O tecido foi desidratado imergindo-o por
60 minutos em álcool 70%; posteriormente em álcool 90% por 60 minutos, seguido por duas lavagens
de 60 minutos em álcool absoluto e finalmente duas lavagens de 60 minutos em xilol. O tecido foi
“emblocado” em parafina (Histosec). As laminas foram submetidas por 2 horas em estufa sob
temperatura de 56°C a 58°C e posteriormente foram coradas por hematoxilina-eosina (HE).
Análise das imagens:. Apos a obtenção das laminas histológicas coradas, estas foram
submetidas a um sistema de analise de imagem computadorizada programado a um microscópio de
luz com câmera. As fotos foram confeccionadas de 10 campos opticos selecionados aleatoriamente,
sendo cinco da região superficial do endométrio e cinco da região profunda do mesmo com uma
lente de aumento 10x. Posteriormente, as fotos foram analisadas através do “software” Image-ProR
PLUS-The Proven SolutionTM para obtenção do numero de glândulas, perímetro (μm), área (μm2)
das glândulas endometriais superficiais, profundas e totais (superficiais + profundas).
Análise Estatística:. A analise estatística foi realizada utilizando o programa estatístico SAS
(versão 9.2; SAS Institute Inc., Cary, NC). Considerou-se as vacas como unidade experimental. Fez-se
uma analise pontual levando em conta, no modelo, o efeito dotratamento (tratamento controle ou
tratamento com bST). Na analise estatística considerando apenas o efeito de tratamento (tratamento
controle ou bST), considerou-se vaca com efeito aleatório e vaca dentro de cada tratamento. As
variáveis continuas foram testadas quanto a normalidade utilizando o artificio “Guided Data Analysis”
do SAS e quando necessário foram transformadas conforme a sugestão do programa para alcançar a
normalidade. Os dados foram analisados por analise de variância. As medias foram analisadas pelo
Proc Glimmix do SAS. Em todas as analises considerou-se um nível de significância de 5%. Todos os
resultados foram apresentados na forma de media •} erro padrão não transformados.
92
Resultados e Discussão
Não foi observada diferença significativa (p>0.05) entre o grupo controle e bST 500 para as
glândulas endometriais superficiais quanto ao numero (19,984 + 2,014 vs. 17,340 + 2,039
respectivamente; p=0,2596), perímetro (208,371 + 34,713 vs. 251,536 + 17,346mm respectivamente;
p=0,2437) e área (3173,54 + 659,087 vs. 3885,92 + 476,580mm2 respectivamente; p=0,8435). Não foi
observada diferença significativa (p>0.05) entre o grupo controle e bST 500 para as glândulas
endometriais profundas quanto ao numero (25,566 + 2,226 vs. 29,935 + 1,683 respectivamente;
p=0,2506), perímetro (170,287 + 23,807 vs. 198,817 + 10,834mm respectivamente; p=0,2437) e área
(1920,89 + 254,89 vs. 2153,333 + 196,100mm2 respectivamente; p=0,3806). Não foi observada
diferença significativa (p>0.05) entre o grupo controle e bST 500 para as glândulas endometriais
totais quanto ao numero (45,550 + 8,063 vs. 47,275 + 2,644 respectivamente; p=0,8230), perímetro
(378,658 + 55,636 vs. 450,353 + 19,632mm respectivamente; p=0,1790) e área (5094,43 + 875,523 vs.
6039,253 + 555,09mm2 respectivamente; p=0,3359). Hipotetizou-se no presente estudo que a
aplicação de bST promoveria alterações na morfometria das glândulas endometriais. Os receptores
para a bST e IGF-1 estão presentes no endométrio de vacas (Wathes et al., 1998) e em alta
concentração nas glândulas endometriais. Sugere-se que o IGF-1 regularia a atividade secretória de
tais glândulas (Moreira et al., 2002a). Portanto, o aumento nas concentrações de IGF-1 em
consequência do tratamento com bST exerceria um efeito estimula tório na atividade secretória das
glândulas endometriais. Tal efeito promoveria um ambiente uterino mais favorável ao
desenvolvimento do embrião e concepto, facilitando a manutenção da gestação (MOREIRA et al.,
2002a). Entretanto, tal efeito não foi evidenciado considerando não ter havido aumento no numero,
perímetro e área das glândulas endometriais superficiais, profundas e totais. Desta forma,
possivelmente a ação do bST no histotrofo decorra da maior expressão e síntese de proteínas que
constituem o mesmo sem que haja uma promoção no numero de células endometriais.
Conclusões
A administração de somatotropina recombinante bovina (bST) apos 15 dias da sua aplicação,
não aumenta o numero, perímetro e área das glândulas endometriais.
Referencias
Bilby TR, Block J, do Amaral BC, Sa Filho O, Silvestre FT, Hansen PJ, Staples CR, et al. 2006. Effects of
dietary unsaturated fatty acids on oocyte quality and follicular development in lactating dairy cows
in summer. J Dairy Sci, 89:3891- 3903.
Binelli M, Hampton J, Buhi WC, Thatcher WW. 1999. Persistent dominant follicle alters pattern of
oviductal secretory proteins from cows at estrus. Biol Reprod , 61:127-134.
Binelli M, Thatcher WW, Mattos R, Baruselli PS. 2001. Antiluteolytic strategies to improve fertility in
cattle. Theriogenology, 56:1451-1463. Kolle S, Stojkovic M, Prelle K, Waters M, Wolf E, Sinowatz F.
2001. Growth hormone (GH)/GH receptor expression and GH-mediated effects during early bovine
embryogenesis. Biol Repro, 64:1826-1834.
Kolle S, Stojkovic M, Boie G, Wolf E, Sinowatz F. 2002. Growth hormone inhibits apoptosis in vitro
produced bovine embryos. Mol Reprod Dev, 61:180-186.
Machado RS, Sudano MJ, Barbosa RT, Bergamaschi MACM, Binelli M. 2009. Metodologia para
obtenção de concepto bovino. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento. Sao Carlos, Embrapa
Pecuaria Sudeste, 19-22.
93
Mann GE, Lamming GE. 2001. Relationship between the maternal endocrine environment early
embryo development and the inihibition of the luteolytic mechanisms in the cow. Reproduction,
121:175-180.
Markham KE, Kaye PL. 2003. Growth hormone, insulin-like growth factor I and cell proliferation in the
mouse blastocyst. Reproduction, 125:327-336.
Moreira F, Badinga L, Burnley C, Thatcher WW. 2002a. Bovine somatotropin increases embryonic
development in superovulated cows and improves post-transfer pregnancy rates when given to
lactating recipient cows. Theriogenology, 57:1371-1387.
Moreira, F, Paula-Lopes FF, Hansen PJ, Badinga L, Thatcher WW. 2002b. Effect of growth hormone
and insulin-like growth factor-I on development of in vitro derived bovine embryos. Theriogenology,
57:895-907.
Rhoads ML, Meyer JP, Kolath SJ, Lamberson WR, Lucy MC. 2008. Growth hormone receptor, insulinlike growth factor (IGF)-1, and IGF-binding protein-2 expression in the reproductive tissues of early
postpartum dairy cows. J Dairy Sci, 91:1802-1813.
Whates DC, Reynolds TS, Robinson RS, Stevenson KR. 1998. Role of the insulin-like growth factor
system in uterine function and placental development in ruminants. J Dairy Sci,81:1778-1789.
Yaseen MA, Wrenzycki C, Herrmann D, Carnwath JW, Niemann H. 2001. Changes in the relative
abundance of RNAm transcripts for insulin-like growth factor (IGF-I and IGF-II) ligands and their
receptors (IGF-IR/IGF-IIR) in preimplantation bovine embryos derived from different in vitro systems.
Reproduction, 122:601-610.
Todos os procedimentos experimentais foram aprovados pela Comissao de Etica em Experimentacao
Animal da Universidade Estadual Paulista (UNESP), Campus de Aracatuba, Aracatuba/SP, Brasil
(Protocolo numero 2013/00602).
Agradecimentos: A Coordenacao de Aperfeicoamento de Pessoal de Nivel Superior
(CAPES); Fundacao de Desenvolvimento da UNESP (FUNDUNESP) e MSD Saude Animal.
94
Eficácia de drogas anti-helmínticas em equinos na região noroeste do estado
de São Paulo
VERA, J.H.S1; PACHECO, T.M2; YAMADA, P.H2; SAES, I.L3; DELLAQUA, J.V3; SOUTELLO, R.V.G4
1 Prof. Ms. do curso de Medina Veterinária, FCAA/FEA, Andradina-SP.
E-mail:[email protected]
2 Mestrando do Programa de Pós-Graduação em Ciência e Tecnologia Animal – UNESP.
3 Acadêmicos do curso de Zootecnia, UNESP – Campus de Dracena, Rodovia SP 294, Km 651, Dracena, SP 4 Professor Dr UNESP –
Campus de Dracena, Rodovia SP 294, km 651, Dracena, SP
Introdução
O complexo do agronegócio equino no Brasil movimenta cerca de R$ 7,5 bilhões e gera
aproximadamente de 3,2 milhões de empregos diretos e indiretos. O segmento de equinos utilizados
em diversas atividades esportivas movimenta valores da ordem de R$ 705 milhões e emprega cerca
de 20.500 pessoas, com a participação estimada de 50 mil atletas (LIMA et al., 2006).
Dentre todos os fatores que devem ser levados em consideração quando o assunto é sanidade
animal, o parasitismo ocupa lugar de destaque devido aos prejuízos consequentes da infestação
parasitária, tais como perda de desempenho em animais de corrida, cólicas gástricas e intestinais
além da diarreia em potros. Dependendo da carga parasitária, os helmintos podem causar desde um
pequeno desconforto abdominal acompanhado ou não de fraqueza, pelagem áspera, retardo de
crescimento, hiporexia, anemia, cólicas, diarreias ou constipações até episódios fulminantes de cólica
e morte (LAGAGGIO et al., 2007).
A eficácia dos tratamentos anti-helmínticos vem sendo ameaçada pela seleção de populações
de helmintos resistentes, cujo número de relatos vem crescendo a cada ano em diversas partes do
mundo (TRAVERSA, 2009).
Objetivo
Detectar a existência da resistência anti-helmíntica em equinos na região oeste do estado de
São Paulo / Brasil.
Material e Métodos
Foram avaliadas 10 propriedades com criação de equinos, localizadas na região oeste do
estado de São Paulo, Brasil. O estudo foi realizado no período de fevereiro a dezembro de 2013,
período no qual foram selecionados 285 equinos, machos e fêmeas. Os animais foram identificados
através do nome, número ou resenha. Posteriormente, foram coletadasindividualmente amostras de
fezes diretamente da ampola retal. As fezes foram transportadas em sacos plásticos, acondicionadas
em geladeira de transporte (Mini Fridge) a 4ºC, e encaminhadas para o Laboratório de Parasitologia
da Faculdade de Zootecnia UNESP / Dracena - SP.
No período de até 24 horas, foram realizadas as contagens de ovos por grama de fezes (OPG),
sendo descartados os animais que apresentaram os OPGs extremos. A distribuição dentro dos
tratamentos foi feita de forma homogênea, conforme os valores de OPG e categoria animal (Potros
jovens de 1 a 3 anos em fase pós desmane e cavalos e éguas adultos de 3 a 17 anos) obtendo ao final
três tratamentos com mesmo número de animais de cada categoria e média de OPG semelhantes.
Após a distribuição, os anti-helmínticos foram sorteados aleatoriamente para cada grupo. Em seguida
foram aplicados três anti-helmínticos diferente de acordo com a dosagem recomendada pelo
fabricante: Grupo I: Ivermectina (0,2 mg/kg); Grupo II: Moxidectina (0,4mg/kg); Grupo III:
95
Fenbendazole (5mg/kg). Dez dias após o tratamento com os anti-helmínticos, amostras fecais foram
novamente coletadas de cada animal para nova quantificação de OPG.
A técnica coprológica quantitativa foi realizada através da contagem de ovos por grama de
fezes (OPG), utilizando-se o método MacMaster de Gordon e Whitlock., (1939) modificado, com um
limiar de detecção de 25 ovos/gramas de fezes (OPG) (Canever, 2013). Coproculturas também foram
realizadas para cada um dos grupos, pré e pós tratamento, em ambas as coletas. Resultados e
Discussão
Considerando os valores de redução de ovos e limite de confiança inferior (LCI), os resultados
encontrados em oito das dez propriedades analisadas apontaram sinais claros de resistência antihelmíntica ao fenbendazol, somente variando a frequência em função da propriedade (Tabela 1).
Segundo Honer e Biachin., (1989) uma redução de OPG (R-OPG) de 95-100% indica que o produto
está funcionando normalmente (dentro dos limites normais de eficácia no campo).
No Brasil, a resistência dos ciatostomíneos às lactonas macrocíclicas foi encontrada por
Molento et al., (2008), que avaliaram abamectina 2%, ivermectina 1,8 e 2%, moxidectina 2% e
observaram eficácia de 84%, 5%, 65% e 16%, respectivamente. Apesar da resistência a essa classe de
drogas ter sido diagnosticada no Brasil, ainda existem poucos relatos de resistência às lactonas
macrocíclicas no mundo. Porém, Traversa et al. (2009), por meio de testes de redução na contagem
de OPG, suspeitaram do início de seu desenvolvimento.
No Brasil, a resistência dos ciatostomíneos aos benzimidazóis foi relatada por Luz Pereira et al.
(1994) em três propriedades em Londrina, Paraná. Mercadante et al. (1997) notaram eficácia
96
reduzida dos benzimidazois (menor que 50%) em Curitiba. Posteriormente, Canever et al. (2013)
também diagnosticaram a baixa eficácia dessa classe de drogas em outros estados, comprovando a
resistência aos benzimidazois no Brasil.
A resistência anti-helmíntica pode resultar em prejuízos significativos na equinocultura. Para
que sejam evitadas perdas é imprescindível que a eficácia dos anti-helmínticos seja avaliada por
exames coproparasitológicos periódicos. Esses devem ser selecionados de acordo com a sua eficácia
em relação aos grandes e pequenos estrongilídeos, e potencial de ação em larvas encistadas. A
avaliação do poder larvicida poderá diminuir a contaminação ambiental, proporcionar um melhor
saúde intestinal, melhorar a imunidade do hospedeiro,
evitar o desenvolvimento da resistência anti-helmíntica e reduzir os gasto com tratamentos.
Conclusão
Foi possível detectar a presença da resistência anti-helmíntica ao fenbendazol e ainda a alta
eficácia da ivermectina e moxidectina em rebanhos de equinos na região oeste de estado de São
Paulo.
Referências
CANEVER, R.J.; BRAGA, P.R.C.; BOECKHC, A.; GRYCAJUCKA, M.; BIER, D.; MOLENTO, M.B. Lack of
Cyathostomin sp. reduction after anthelmintic treatment in horses in Brazil. Veterinary parasitology,
v. 194, p. 9-39, 2013.
GORDON, H. McL.; WHITLOCK, H.V. A new technique for counting nematode eggs in sheep faeces.
Journal of Commnwealth Science Industry Organization, v.12, n.1, p.50-52, 1939.
LAGAGGIO, V.R.A. et al. Achados de formas parasitárias em camas de eqüinos Santa MariaRS/Brasil. Disponível em: <http://www.hipismobrasil.com.br/teses/formas_parasitarias.asp>. Acesso
em: 05 de setembro 2012.
LIMA, R.A.S.; SHIROTA, R.; BARROS, G.S.C. Estudo do complexo do agronegócio cavalo. Piracicaba:
ESALQ/USP, 2006, 250p.
HONER & BIACHIN. Teste para quantificar a resistência de nematódeos contra produtos antihemínticos. Campo grande: Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária, 1989.5 p. (comunicado
técnico 20).
MOLENTO, M.B. et al. Anthelmintic resistance in nematodes in Brazilian horses. Veterinary Record,
v.168, p.384–385, 2008.
TRAVERSA, D, et al. Species-specific identification of equine cyathostomes resistant to fenbendazole
and susceptible to oxibendazole and moxidectin by macroarray probing. Experimental Parasitol, v.
121, p. 92–95. 2009.
MERCADANTE, A, et al. Ocorrência de resistência aos antihelmínticos em eqüinos Puro-Sangue, na
região metropolitana de Curitiba. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, v.6, p.246, 1997.
Agência de fomento: Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo.
Nº do protocolo da Comissão de Ética em Experimentação Animal: 41/2012
97
Eficiência no controle de nematóides do gênero Meloidogyne em plantas de
tomate, à base de citronela
Oliveira, L.1; Souza, J.G.2
1Doutorando da Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias/Jaboticabal.Unesp. Docente do Centro Estadual de Educação
Tecnológica Paula Souza/Dracena-ETEC. email:[email protected]
2Mestre em Agronomia pela Faculdade de Engenharia/Ilha Solteira - UNESP
Introdução
A preocupação da sociedade com o impacto das práticas agrícolas no ambiente e a
contaminação com pesticidas vem alterando o cenário agrícola, resultando na presença de
segmentos de mercado que visam à aquisição de produtos diferenciados (MORANDI e BETTIOL,
2009). Estudos têm relacionado o uso de agrotóxicos com a incidência de casos de cânceres e ainda a
um aumento do número de suicídios entre os agricultores, devido a sua ação no sistema nervoso
central. Além disso, o uso de insumos químicos são os grandes responsáveis pelo desequilíbrio do
solo, sendo de suma importância encontrar alternativas imediatas para substituir, ou pelo menos
diminuir, seu uso na agricultura (STOPPELLI e CRESTANA, 2005; LONDRES, 2011). O uso de extratos
orgânicos é uma importante alternativa pra o controle de pragas e doenças, como os nematóides.
Os extratos de plantas inseticidas surgem como objeto de pesquisa, e vêm sendo estudados
como alternativa no manejo integrado de pragas (LIMA JUNIOR, 2011), dentre elas a citronela. A
citronela Cymbopogon winterianus Jowitt é originário da Índia e foi introduzido no Brasil em meados
do século XVIII, sendo que até o início do século XIX, a citronela do Ceilão era a mais utilizada na
produção de óleo, mas gradativamente o tipo Java veio a dominar o mercado devido a sua maior
concentração de óleo essencial (BARSOTTI, 2005).
Os nematoides causam grandes prejuízos em diversas culturas, como, soja, cana-de-açúcar e
tomate, sendo o de galhas um dos mais danosos. A formação de galhas é o aspecto visível da ação
dos nematoides na planta hospedeira, sendo esta característica importante na definição da reação do
hospedeiro a esse patógeno.
Objetivo
O trabalho teve como objetivo avaliar o uso da citronela no controle de nematóides do gênero
Meloidogyne em plantas de tomate, avaliando o nº de ovos/planta e o fator de reprodução (FR).
Material e Métodos
O experimento foi desenvolvido em cultivo protegido no viveiro do Centro Estadual de
Educação Tecnológica Paula Souza da ETEC Prof. Carmelina Barbosa nomunicípio de Dracena-SP. O
delineamento experimental foi inteiramente casualizado (DIC), distribuídos em 2 tratamentos(
citronela 10% e 20%) + testemunha com 3 repetições , totalizando 9 parcelas, o plantio foi em vasos
de 5 litros, com plantas de tomate da variedade Katia (estaqueado). Para o preparo da calda de
citronela, ultilizou-se folhas de citronela com água batida em um liquidificador industrial na
proporção de 10% usando 1L água/100g de citronela e 20% usando 1L de água/200g de citronela.
Para a obtenção do inóculo, foi realizada a técnica do liquidificador de acordo com método de Boneti
& Ferraz (1981). Determinou-se a concentração de ovos/ mL, e a solução final foi diluída para 500
ovos/ mL. Foram inoculados 1500 ovos Meloidogyne por vaso, ou seja, 3 ml da solução por vaso.
Cinquenta dias após a inoculação foi feita a extração do nematóide nas plantas para a contagem dos
ovos e avaliação da população final dos mesmos. O fator de reprodução (FR) foi calculado dividindo98
se o valor de cada população final de cada tratamento pelo valor da população inicial (FR=Pf/Pi). Os
dados foram submetidos à análise de variância, sendo as médias comparadas pelo teste de Tukey a 5
% de probabilidade, utilizando-se o software SISVAR.
Resultados e discussão
Houve redução e efeito significativo nos tratamentos entre si do número de ovos/ml,
portanto nos tratamentos com 20% de citronela se obteve 721 ovos/ml e nos tratamentos com 10%,
482 ovos/ml uma redução de 85% e 78%, respectivamente, em comparação com a testemunha. Nos
tratamentos com 20% e 10% resultaram em fator de reprodução de 0,48 e 0,32, respectivamente. A
testemunha obteve fator de reprodução de 2,14.O FR representa a população do nematóide no
estádio final da cultura / população inicial do nematóide presente na ocasião de semeadura. O fator
de reprodução para ser considerado um bom controle deve apresentar FR < 1, se possível igual a zero
ou próximo de zero. As plantas com valores de FR > 1 são consideradas suscetíveis (COOK & EVANS,
1987).
De acordo com Oka et al. (2000) e Salgado et al. (2003), os óleos essenciais são constituídos
de uma miscelânea de substâncias químicas cuja interação pode resultar em compostos que podem
interferir no metabolismo do nematóide, desorganizando ouinibindo funções vitais desde as fases
iniciais do desenvolvimento embrionário, bem como nos mecanismos de movimentação, em razão da
possível desestruturação do sistema nervoso.
Morais, Gonçalves, Bettiol (2009), avaliando o efeito dos óleos essenciais de seis espécies
medicinais (alfavaca, alecrim pimenta, capim santo, capim citronela, cidreira e eucalipto) em sete
concentrações (0; 0,3125; 0,625; 1,25; 2,5; 5,0 e 10,0 ml L-1) sobre a eclosão e mortalidade de juvenis
de segundo estádio (J2) de M. incógnita raça 2, concluíram que a inibição total de eclosão de ovos foi
observada nos seguintes casos: em capim citronela, desde a menor concentração usada (0,3125 ml L1), em alecrim pimenta a partir de 0,625 ml L-1, em capim santo e alfavaca de 2,5 a 10 ml L-1 e no
óleo de cidreira com pelo menos 5,0 ml L-1. Sendo que a testemunha do capim citronela obteve 81%
a mais de eclosão de ovos, resultado semelhante ocorreu no presente experimento com a redução de
85% no tratamento com 20% de citronela. Neves et.al (2011) avaliou, in vitro, as atividades
nematostáticas e/ou nematicida de extrato botânico de citronela (Cymbopogon winterianus) sobre
juvenis de Meloidogyne javanica e M. incognita e seu efeito sobre a eclosão desses nematoides. A
citronela, apresentou uma redução de 76,6%, de eficiência na inativação de juvenis de M. incognita
quando comparados à testemunha. Para M. javanica, o extrato de citronela foi eficiente, causando a
morte de 69,1% dos juvenis em comparação à testemunha.
Com os resultados obtidos do presente experimento podemos verificar que a citronela se
mostra eficaz no controle dos nematoides de galhas, além disso não é tóxica aos aplicadores e nem
99
ao meio ambiente, assim é uma boa alternativa principalmente a pequenos produtores sendo
facilmente encontrado e cultivado.
Conclusão
O tratamento com 20% da calda de citronela foi mais eficaz no combate de nematóide de
galhas, porém a calda com 10 % também mostrou um controle eficiente.
O Fator de Reprodução (FR) em ambos os tratamentos foi menor que 1, evidenciando a
eficácia da citronela no controle de nematóides.
Referências
BARSOTTI,
D.
Campo
limpo.
2005.
Disponível
em:
<http://www.acampolimpo.com.br/repelentes.htm>. Acesso em: 05 out. 2005.
BETTIOL W.; MORANDI, M. A. Biocontrole de doenças de plantas: uso e perspectivas. Embrapa Meio
Ambiente: Jaguariúna, 2009. p. 187-208.
BONETI, J.I.S.; FERRAZ, S. Modificação do método de Hussey & Barker para extração de ovos de
Meloidogyne exigua de raízes de cafeeiro. Fitopatologia Brasileira, v. 6, p. 533. 1981. COOK, R.;
EVANS, K. Resistance and tolerance. In: BROWN, R. H.; KERRY, B. R. (Ed.) Principles and practice of
nematode control in crops. New York: Academic Press. 1987. p. 179-231.
LIMA JUNIOR, A. F. Efeito de diferentes extratos vegetais no controle de Anthoscelides obtectus e
Sitophilus sp. 2011. 67f. Dissertação (Mestrado em Engenharia Agrícola) – UEG. Unidade
Universitária de Ciências Exatas e Tecnológicas, Universidade Estadual de Goiás, Anápolis.
LONDRES, F. Agrotóxicos no Brasil: um guia para ação em defesa da vida. Rio de Janeiro: Rede
Brasileira de Justiça Ambiental, 2011. 188p.
MORAIS, L. A. S. de; GONÇALVES, G. G.; BETTIOL, W. Óleos Essenciais no Controle de Doenças de
Plantas. In: LUZ, W. C. Revisão Anual de Patologia de Plantas, Passo Fundo, v. 17, p. 257-304, 2009.
NEVES, W. S. et al. Nematoides na cultura da cenoura: sintomas, disseminação e principais métodos
de controle. Circular Técnica, EPAMIG, n.133, maio 2011.
OKA, Y. New strategies for the control of plant-parasitic nematodes. Pest Management Science, v.
56, p. 983-988, 2000.
SALGADO, S. M. L. et al. Eclosão e mortalidade de juvenis de segundo estádio de Meloidogyne exigua
em óleos essenciais. Nematologia Brasileira, v. 27, p. 17-22, 2003.
STOPPELLI, I. M.; CRESTANA, S. Pesticide exposure and cancer among rural workers from Bariri, São
Paulo State, Brazil. Environment International, v.31, p. 731-738, 2005.
100
Engenharia Agronômica e docência: uma experiência norteada pela
matemática
Emanuele P. Souza¹*, Juliana A. Gonçalves1, Tatiane P. Santos1, Celso T. Miasaki1, Rosana R. Socha2,
Perciliana F. P. Alves2
1Universidade Estadual Paulista, Dracena - SP, 2Faculdades de Dracena
[email protected]
É comum observar que o aluno brasileiro, em sua trajetória escolar, possua um conhecimento
matemático insuficiente, o que tende a se acumular durante sua vida acadêmica, dificultando o
processo evolutivo do aprendizado e prejudicando a multidisciplinariedade. Devido a essa
necessidade emergencial de melhorias no processo educacional, o presente trabalho teve como
objetivo apresentar aos estudantes brasileiros um novo algoritmo para a realização da operação de
divisão, um atributo essencial para o desenvolvimento do raciocínio matemático, além de propiciar
ao estudante de engenharia agronômica uma primeira experiência com a docência, já que o curso
não oferece disciplinas voltadas a essa possível área de atuação. Nesta primeira etapa da pesquisa,
buscou-se analisar situações didático-pedagógicas e, para isso, aplicou a metodologia denominada de
engenharia didática, na fase das análises preliminares. O estudo teve como direção buscar dados que
refletissem a realidade estudantil, aplicando dois testes de divisão em uma faculdade do interior do
estado de São Paulo, com 35 alunos do curso de Pedagogia. As aplicações dos dois testes foram
realizadas de forma individual, com a duração de 30 minutos para cada teste, e a exposição do novo
algoritmo feita em uma hora. O primeiro teste, aplicado na primeira quinzena do mês de maio, era
constituído de dez questões, sendo duas interpretativas e oito divisões expressas algebricamente e
que deveriam ser resolvidas de acordo com o conhecimento prévio de cada aluno. O segundo teste,
aplicado uma semana depois, foi igualmente constituído de dez questões, seguindo a mesma linha de
raciocínio do primeiro, modificado apenas por novos números, possuindo as mesmas estruturas, o
qual os alunos desenvolveram seguindo um novo algoritmo de resolução da operação da divisão: o
método da nova chave, que lhes foi apresentado anteriormente, esclarecendo uma nova forma de
pensamento e organização dos algarismos para essa operação matemática. No tocante às questões
interpretativas, estas não apresentaram grande variação entre o número de acertos, logo deduziu-se
que a dificuldade dos alunos poderia estar na interpretação dos enunciados. O método tradicional foi
superior nas divisões, exata e inexata, composta por 2 algarismos no dividendo e 1 algarismo no
divisor. Já as divisões com 3 algarismos no dividendo e 2 algarismos no divisor apresentaram pouca
variação entre os testes. Ao avaliar as questões envolvendo 6 algarismos no dividendo e 2 algarismos
no divisor, percebeu-se vantagens no uso do novo algoritmo, que foram visíveis no número de
acertos. Na divisão exata: 18 acertos no primeiro teste e 30 acertos no segundo teste. Na divisão
inexata, com 5 algarismos no dividendo e 2 no divisor, 13 acertos no primeiro teste e 24 acertos no
segundo teste. Concluímos que o novo algoritmo é um método eficiente e que favorece a
compreensão do aluno para a operação da divisão, gerando menos erros quando se aumenta a
quantidade de algarismos no dividendo. Deve-se ressaltar que o algoritmo foi explicado uma única
vez, e que os resultados obtidos são as primeiras considerações a respeito da nova chave. Os autores
coadunam com a ideia que para o algoritmo exposto se tornar algo efetivo, é necessário que o aluno
possa desenvolvê-lo em seu próprio tempo, estimulando o raciocínio.
Palavras-chave: Educação Matemática, Ensino, Formação de professores, Operação da Divisão.
101
Enriquecimento alimentar em aves cativas pertencentes ao Zoológico Cidade
da Criança em Presidente Prudente/SP.
Silva¹, A. C. R., Santos¹, G. C. R., Moreno¹, M. F., Hamaji¹, L.P, Oliveira¹, J. A., Poiatti2, M.L.¹
Discentes do Curso de Zootecnia, Unesp de Dracena, ²Docente do Curso de Zootecnia, Unesp de Dracena,³Discente do Curso de
Biologia, FAI-Adamantina. E-mail: [email protected]
Introdução:
Os zoológicos têm papel fundamental na conservação das espécies. Em cativeiro, os animais
podem ter dificuldade em expressar suas caraterísticas naturais. O ambiente cativo, em sua maioria,
é um ambiente estruturado onde os animais não têm desafios quando comparados ao ambiente
natural.
Segundo Andrade e Azevedo (2011), a falta de estimulo no ambiente cativo pode causar tédio
aos animais, levando-os a exibir comportamentos anormais qualitativos (aqueles não observados na
natureza), e quantitativos (aqueles observados na natureza, mas sub ou superexpressados em
cativeiros), sendo a exibição de comportamentos anormais um indicativo de baixas condições de
bem-estar.
O enriquecimento ambiental é um processo de manejo animal que abrange uma variedade de
técnicas que visam melhorar o bem-estar e a qualidade de vida dos animais. Bosso (2011) dividiu as
diferentes técnicas de enriquecimento utilizadas em cinco grandes grupos, sendo considerados
como: físico, sensorial, cognitivo, social e alimentar.
A alimentação, de acordo com a proposta de enriquecimento alimentar, pode se transformar em algo
dinâmico, desafiando as aves a procurarem seus alimentos e encontrá-los de uma forma não
habitual, tornando assim as refeições mais demoradas e estimulantes.
Objetivos:
O presente estudo teve como objetivo avaliar se o enriquecimento alimentar em aves cativas
ocasiona melhorias no bem-estar destas aves.
Material e Métodos
O estudo foi conduzido no Zoológico Cidade da Criança, em Presidente Prudente/SP, junto ao
recinto em que estavam alojados um casal de mutum-de-penacho (Cras fasciolata fasciolata), no
período compreendido de abril a julho de 2014, com doze horas de observações semanais.
A dieta das aves baseava-se no oferecimento de frutas (banana, maçã, laranja, mamão e manga),
grãos (milho, soja, lentilha), legumes e verduras (couve-flor, repolho, maxixe e pepino), ração
comercial para frangos de corte (crescimento e manutenção, dependendo da idade das aves) e para
poedeiras (utilizada na época reprodutiva das aves).
O critério de avaliação do comportamento das aves foi o da observação, em que sinais de
estresse puderam ser identificados pela expressão dos movimentos estereotipados, como pular de
galho em galho com maior freqüência, bicar as grades do recinto, sacudir a cabeça repetidamente e
movimentar as penas da cabeça com maior freqüência. O período que antecedia o fornecimento da
alimentação matinal e no horário de pico de visitação do público foi possível observar a maior
freqüência de movimentos estereotipados das aves. Não houve medição dos níveis de estresse,
apenas observou-se o menor tempo em ócio que as aves permaneciam depois de efetuadas
mudanças com o enriquecimento alimentar.
102
A maneira de oferecer a alimentação diária das aves foi modificada e baseada na diversidade
que ocorre no ambiente natural, em que é possível observar a ingestão de larvas de insetos, cupins,
gafanhotos, aranhas, moluscos e até pequenos anfíbios (CUBAS, 2006).
A partir da inclusão do enriquecimento alimentar, disponibilizaram-se fontes de proteínas,
vitaminas, gordura e fósforo, por meio de grilos e larvas de tenébrios criados em laboratório, sendo
que as larvas foram oferecidas vivas para que as aves pudessem expressar seus instintos naturais de
captura (CELOTTI, 1990). A forma que esses alimentos foram oferecidos às aves ocorreu pela sua
inclusão dentro de cocos ou escondidos em folhas de palmeiras. As frutas também foram camufladas
em meio às folhas e oferecidas de maneira diferente à que vinha sendo praticada às aves.
Resultados e Discussão
Considerando que os ambientes cativos apresentam pouco estímulo aos animais, deixando-os
bastante entediados, estressados, com comportamentos estereotipados, até com certa agressividade
(CUBAS et al., 2006), as pequenas mudanças proporcionadas pelo enriquecimento alimentar
trouxeram benefícios às aves. Corroborando com os relatos de Eddy et al., (2005), essas estratégias
permitiram o resgate por suas habilidades sensoriais (investigação com o bico, patas e olfato),
gastando a maior parte do tempo para ter acesso aos alimentos.
Outra constatação possível de ser observada nas aves, após a introdução do enriquecimento
alimentar, foi a indiferença ao público visitante. Anteriormente, as aves apresentavam certa irritação
pela presença dos visitantes e insistentemente bicavam a tela do recinto. A partir do enriquecimento,
houve diminuição do tempo gasto com essa prática indesejável e aumento do período em que
preferiram continuar a investigação com os alimentos escondidos.
As aves estavam mais descontraídas e sociáveis, e não se incomodaram com a presença
maciça do público nos finais de semana. Os mutuns são animais forrageiros e começam logo de
manhã a se alimentar. Com a aplicação dessa técnica eles passavam grande parte do dia, das 08h00
até às 17h00, de maneira ativa, tentando de qualquer forma ter acesso ao alimento e até se
ajudando mutuamente. A partir das estratégias com enriquecimento alimentar, segundo Eddy et al.,
(2005), a expressão “enriquecimento ambiental” é definida de muitas maneiras, citando que em
1925, Robert Yerkes introduziu o conceito de que a maior possibilidade de melhoria nas atividades de
animais cativos encontra-se com a invenção e a instalação de um aparelho que pode ser usado para
brincar ou trabalhar.
Conclusão
O enriquecimento alimentar propiciou melhorias ao bem-estar das aves, na medida em que
possibilitou maior interação com o ambiente, diminuição do tempo ocioso e redução dos
comportamentos estereotipados.
Agradecimentos
Ao Zoológico, Cidade da Criança de Presidente Prudente/SP, pela disponibilidade do local e
pessoal técnico e ao GEAS/Dracena, pelo apoio incondicional.
Referências
ANDRADE, A. A., AZEVEDO, C. S. Efeitos do Enriquecimento Ambiental na diminuição de
comportamentos anormais exibidos por papagaios verdadeiros (Amazona aestiva) cativos. Revista
Brasileira de Ornitologia, São Paulo, v.19, n.1. p.56-62, 2011.
103
BOSSO,
P,
L.
Tipos
de
enriquecimento.
2011.
Disponível
em
http://www.zoologicos.sp.gov.br/peca2.htmAcessado em agosto.2014
CELOTTI, S. Guia de Enriquecimento das condições ambientais do cativeiro. Inglaterra e Sociedade
Zoofila Educativa (SOZED), Brasil, 1990.
CUBAS, Z. S. C; SILVA, J. C. R; CATÃO-DIAS, J. L. Tratado de Animais Selvagens: Medicina Veterinária.
São Paulo: Roca, 2006. 169p.
EDDY, J. A. K. TAYLOR, S., ADAMS, K.M. USDA Perspective on environmental enrichment for animals.
[S.1.:s.n], 2005.
104
Estratégias de Manejo Alimentar com fontes de lipídeos para bovinos Nelore
no período de pré e confinamento
Cesar, M. T.1; Arrigoni, M. D. B.2; Martins, C. L.2; Luís Marcelo Nave Sarti3; Maria Caroline Franzói5
1Graduanda do curso de Zootecnia – UNESP/Botucatu , e-mail: [email protected]
2Docente do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UNESP/Botucatu
3Doutor pelo Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UNESP/Botucatu
4Mestre pelo Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UNESP/Botucatu
Introdução
No Brasil, há uma carência de estudos relacionados com o efeito da suplementação com fonte
de lipídio protegido no desempenho dos animais destinados à produção de carne, principalmente
com animais Bos indicus. O uso de fontes de lipídeos não protegidos e protegidos antes e durante o
confinamento, podendo contribuir para se obter melhor desempenho e características de carcaça,
refletindo, provavelmente, na melhor qualidade do produto final. Estratégias de manejo que
impedem e/ou atenuam a resposta ao estresse têm sido estudadas para melhorar a produtividade e
a eficiência dos sistemas de produção de gado de corte (Duff e Galyean, 2007; Arthington et al.,
2008). A maioria dos ácidos graxos poliinsaturados (PUFA) provenientes dos alimentos é
extensivamente modificada no rúmen (Palmquist e Jenkins, 1980), e a adição de sabões de cálcio de
ácidos graxos na dieta pode fornecer a proteção desses PUFA da ação de microorganismos ruminais
(Ngidi et al., 1990).
Neste contexto, o objetivo do trabalho foi avaliar os efeitos da adição de fontes de lipídeos
naturais e protegidos na dieta de bovinos Nelore no período de pré e confinamento sobre o
desempenho e característica de carcaça.
Objetivo
O objetivo neste estudo foi avaliar os efeitos da adição de fontes de lipídeos naturais e
protegidos na dieta de bovinos Nelore no período de confinamento sobre o desempenho e
característica de carcaça.
Material e Métodos
O estudo foi conduzido no confinamento do departamento de melhoramento e nutrição
animal. O delineamento experimental foi inteiramente casualizado com medidas repetidas no tempo,
composto por três dietas caracterizando os tratamentos: (Controle) sem fonte adicional de lipídeo,
(GDESP) com fonte de lipídeos proveniente de co-produtos do algodão, e (GPROT) com fonte de
lipídeo protegido. Foram utilizados 120 machos da raça Nelore, com peso vivo médio inicial de
361,10 kg, e provenientes de recria a pasto. Na primeira fase, 30 dias antes do confinamento a
ingestão do suplemento foi limitada a 2,320, 2,153 e 2,000 kg/dia para os tratamentos Controle,
GDESP e GPROT, respectivamente. Nasegunda fase, os animais foram pesados e mantidos em baias
com lotação de cinco animais/baia. Os animais receberam água e alimento à vontade, sendo tratados
duas vezes ao dia. Foram avaliados: peso vivo inicial e final (PVI e PVF), ganho de peso diário (GMD),
ingestão de matéria seca (IMS), conversão alimentar (CA), eficiência alimentar (EA), rendimento de
carcaça, peso da carcaça quente, espessura de gordura subcutânea e proporção de gordura visceral.
105
As análises estatísticas foram realizadas por meio do procedimento PROC MIXED do SAS (2003), por
análise de variância e foram considerados significativos valores de P<0,05.
Foi encontrado diferença em todas as características apresentadas na tabela acima, mas
destaca-se PVF e EA. O PVF maior nos tratamentos GDESP e GPROT do que no controle, da mesma
forma experimento realizado por Cooke et al. (2010) com observaram aumento do ganho de peso
dos animais suplementados com fonte de gordura poliinsaturada comparado com o tratamento sem
gordura. Já McCartor e Smith (1978) os animais suplementados com gordura protegida apresentaram
resultados positivos, obtendo maior ganho de peso, ligado a um menor consumo. A EA também foi
maior nos tratamentos GPROT e GDESP comparados com o controle, e Cooke et al., (2010), revela
que o ganho de peso e o consumo de alimento durante o confinamento foram otimizados, em
animais recebendo dieta com suplementação de gordura protegida por sabão de cálcio durante o
confinamento.
Conclusão
Animais que receberam lipídeos protegidos e não protegidos tiveram melhor desempenho
principalmente com relação ao peso vivo final e eficiência alimentar comparado ao grupo controle.
Características de carcaça não apresentaram diferença.
Referências
ARTHINGTON, J. D.; QIU, X.; COOKE, R. F.; VENDRAMINI, J. M. B.; ARAÚJO, D. B.; CHASE JUNIOR, C. C.;
COLEMAN, S. W. Effects of pre-shipping management on measures of stress and performance of beef
steers during feedlot receiving. Journal of Animal Science, Champaign, v. 86, p. 2016-2023, 2008.
COOKE, R. F.; SCARPA, A. B.; NERY, F. M.; COOKE, F. N. T.; BOHNERT, D. W. Effects of polyunsaturated
fatty acid (PUFA) supplementation on forage intake and digestibility in beef cows. Oregon State
University, Beef Research Report. 2010.
DUFF, G. C.; GALYEAN, M. L. Board-Invited Review: Recent advances in management of highly
stressed, newly received feedlot cattle. Journal of Animal Science, Champaign, v. 85, p. 823-840,
2007.
106
MCCARTOR, M.M.; SMITH, G.C.; Effect of protected lipids on feedlot performance and carcass
characteristics of short-fed steers. J. Anim. Sci, 47: 270-275, 1978.
NGIDI, M. E.; LOERCH, S. C.; FLUHARTY, F. L.; PALMQUIST, D. L. Effects of calcium soaps of long-chain
fatty acids on feedlot performance, carcass characteristics and ruminal metabolism of steers. Journal
of Animal Science, Champaign, v. 68, p. 2555-2565, 1990.
PALMQUIST, D. L.; JENKINS, T. C. Fat in lactation rations: review. Journal of Dairy Science, New York,
v. 63, p. 1-14, 1980.
SAS INSTITUTE. SAS User’s Guide: Statistics. release 9.1. Cary, NC, 2003.
SCHWARTZKOPF-GENSWEIN, K.S.; et al. Effect of bunk management on feeding behavior, ruminal
acidosis and performance of feedlot cattle: A review. J. Anim. Sci., Savoy, v. 81, p. E149-E158, 2003.
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/CNPq)
Este estudo foi aprovado conforme normas da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA), sob
protocolo nº 127/2012-CEUA, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ),
Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Botucatu.
107
Fatores de Riscos Associados à Leishmaniose Visceral Canina (LVC) na Área
Rural do Cinturão Verde de Ilha Solteira, SP, Brasil.
Spada, J. C. P.¹; Silva, D. T.²; Alves, M. L.²; Spada, F. P.³; Ferreira, A. G.4; Starke-Buzetti, W. A.5
¹ Mestre do Programa de Ciência e Tecnologia Animal, Ilha Solteira-SP Email: [email protected]
² Estudantes de pós-graduação; DBZ, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira- SP.
³ Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Agrárias de Andradina - FCAA
4 Bióloga do Curso de Ciências Biológicas da Unesp de Ilha Solteira-SP
5 Professor, UNESP/Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira-SP, [email protected], Departamento de Biologia e Zootecnia.
Email: [email protected]
Introdução
As leishmanioses são antropozoonoses causadas por protozoários pertencentes ao filo
Sarcomastigophora, classe Kinetoplastea, ordem Trypanosomatida, família Trypanosomatidae e
gênero Leishmania (ROSS, 1903). O gênero Leishmania é constituído por 30 espécies que infectam
vertebrados de diferentes ordens, principalmente de répteis e mamíferos e que são transmitidas por
vários invertebrados hematófagos da família Psychodidae (LAINSON, 1983).
A principal forma de transmissão do parasito para o homem e outros hospedeiros mamíferos
é pela picada de fêmeas infectadas de dípteros hematófagos da família Psychodidade pertencentes
aos gêneros Phlebotomus e Lutzomyia, no Velho e no Novo Mundo, respectivamente. Sendo o
gênero Lutzomyia subdivido em 15 subgêneros, 15 grupos e mais de 400 espécies (DEANE; DEANE,
1955).
Os levantamentos epidemiológicos sobre LVC em Ilha Solteira, SP, tem sido realizados em
áreas urbanas, não incluindo a área rural. Em uma recente publicação, Paulan et al. (2013)
verificaram dados altos de ocorrência de 37,7% da LVC em uma área rural, o Assentamento Estrela da
Ilha, próxima do perímetro urbano, indicando a necessidade de explorar também outras áreas rurais
do município, que tivessem semelhante perfil socio-econômico e geográfico, ou seja, incluindo uma
população de baixa renda, vivendo em uma área rural no entorno da cidade, próxima ao perímetro
urbano.
Objetivo
Conhecimento dos fatores de riscos relacionados á LVC em uma área rural denominada por
“Cinturão Verde” de Ilha Solteira, SP, onde o conhecimento da prevalência dessa doença, ainda era
desconhecido.
Material e Métodos
O trabalho foi realizado em uma área rural denominada “Cinturão Verde” do município de Ilha
Solteira, que esta localizada próximo ao perímetro urbano.
Foram coletados sangue de 250 cães. As amostras de sangue foram coletadas em frascos à
vácuo sem anti-coagulante. O soro imune foi utilizado para a realização dos exames sorológicos ELISA
indireto e imunofluorescência indireta (RIFI).
Foi aplicado um questionário para os proprietários ou tratadores dos cães, constando
identificação do animal e histórico e observações do ambiente, juntamente com o termo de
consentimento dos responsáveis pelos animais. O questionário com as informações dos proprietários
e a observação do ambiente foi importante para a elaboração das planilhas a serem utilizadas na
análise dos fatores de riscos da LVC da área em estudo.
108
Para identificar os fatores de riscos associados à ocorrência da LVC, foi realizada a análise
univariada empregando-se o teste de Qui-quadrado, buscando selecionar as variáveis relacionadas
com a incidência da doença (significância p ≤ 0,05). Essas análises foram realizadas no programa R
versão 2.15.3 (R CORE TEAM, 2013).
Esse estudo teve seu conteúdo apresentado e aprovado pela Comissão de Ética no Uso de
animais (CEUA) da Faculdade de Engenharia da UNESP de Ilha Solteira, em reunião ordinária realizada
em 09 de maio de 2011, sob o número Protocolo Nº 002/2011/CEUA.
Resultados e Discussão
Quando os exames sorológicos foram realizados nos 250 cães do Cinturão Verde, verificou-se
a presença de anticorpos anti-Leishmania em 31,6% deles pela RIFI e de 28,8% pelo ELISA. Em outros
trabalhos realizados em Ilha Solteira, a soro prevalência dessa doença em cães na área urbana variou
de 10 a 14% (PAULAN et al., 2012), em assentamento rural “Estrela da Ilha” de 37,7% (PAULAN et al.,
2013) e na Associação Protetora dos Animais (APAISA) de 89% (SILVA et al., 2013).
A análise dos possíveis fatores de risco associados à soropositividade para leishmaniose
visceral foi efetuada através dos dados coletados com os questionários epidemiológicos aplicados aos
proprietários dos cães, além da observação in situ do ambiente no Cinturão Verde, durante as visitas
para coleta de material biológico. Para esse estudo, foram utilizados os resultados dos exames
sorológicos ELISA e/ou RIFI para caracterizar o animal como positivo. Bastava o animal ser positivo
em apenas um dos testes para ser considerado como soropositivo. Com relação ao fator cão, oito
variáveis foram analisadas. No entanto apenas uma foi significativa na análise univariada (p< 0,05).
Essa foi com relação ao porte do animal, ou seja, apenas os animais de porte grande (como por
exemplo o Pastor, Rotwailler e outras) estavam correlacionados com susceptibilidade do animal ser
infectado com Leishmania (p= 0,01254). Durante as avaliações epidemiológicas nas regiões sudeste e
sul da Espanha, foi observado que a soroprevalência de LVC aumentava gradualmente com o porte
do animal sendo esta característica, um fator de risco para a doença (GALVEZ et al. 2010).
Na presente pesquisa, a presença de aves (galinhas) em co-habitação com cães, demonstrou
ser outro fator de risco que influenciou a presença ou a manutenção da LVC na região rural estudada.
Foi observado que dos 82 cães soropositivos, 60 deles conviviam em propriedades que possuíam
galinhas (P= 0,02238). Resultados parecidos foram encontrados por Azevedo et al (2008) onde
avaliaram a prevalência da doença em cães em relação à co-habitação com outras espécies; galinhas
foi a espécie mais frequente entre os cães positivos, seguida de suínos e equinos.
Quanto ao conhecimento do proprietário em relação à LVC, verificou-se que o fator,
desconhecimento da população rural em relação essa doença, mostrou pela análise univariada uma
significância capaz de influenciar nos fatores de riscos para a doença, expressando uma significância
de P= 0.04869. Oliveira et al. (2006) demonstraram uma associação entre LV urbana e renda familiar,
após um estudo na região metropolitana de Belo Horizonte, onde as pessoas economicamente
carentes tinham menos acesso às informações e consequentemente eram menos esclarecidas.
Conclusões
Três fatores de riscos estatisticamente significantes (P ≤ 0,05) associados a LVC na área rural
do Cinturão Verde foram identificados: o porte grande dos cães, a presença de galinhas no local e o
desconhecimento do proprietário sobre a LVC, principalmente como é transmitida e que o parasita
pode infectar o homem. O local mostrou-se propício à criação dos vetores pela presença dos casos de
LCV.
109
Agradecimentos
À FAPESP (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo), pelo financiamento deste
projeto, através do processo 2012/12066-3.
Referências
AZEVEDO, M. A. A.; DIAS, A. K. K.; PAULA, H. B.; PERRI, S. H. V.; NUNES, C. M. Avaliação da
leishmaniose visceral canina em Poxoréo, Estado do Mato Grosso, Brasil. Revista Brasileira de
Parasitologia Veterinária, Jaboticabal, v. 17, n. 3, p. 123-127, 2008. DEANE, L. M.; DEANE, M. P.
Leishmaniose visceral urbana (no cão e no homem) em Sobral, Ceará. O Hospital, Rio de Janeiro, v.
47, n. 1, p. 75-87, 1955.
GALVEZ, R.; MIRO, G.; DESCALZO, M. A.; NIETO, J.; DADO, D.; MARTIN, O.; CUBERO, E.; MOLINA, R.
Emerging trends in the seroprevalence of canine leishmaniasis in the Madrid region (central Spain).
Veterinary Parasitology, Amsterdam, v. 169, n. 3, p. 327-334, 2010.
LAINSON, R. The American Leishmaniasis: some observations on their ecology and epidemiology.
Transactions of the Royal Society of Tropical Medicine and Hygiene, Cleveland, v. 77, n. 5, p. 569596, 1983.
OLIVEIRA, T. M. F. S.; FURUTA, P. I.; CARVALHO, D.; MACHADO, R. Z. A study of cross-reactivity in
serum samples from dogs positive for Leishmania sp., Babesia canis and Ehrlichia canis in enzymelinked immunosorbent assay and indirect fluorescent antibody test. Revista Brasileira de
Parasitologia Veterinária, Jaboticabal, v. 17, n. 1, p. 7-11, 2008.
PAULAN, S. C.; LINS, A.G. S.; TENÓRIO, M. S.; PENA, H. F. J.; MACHADO. R. Z.; GENNARI, S. M. STARKE
BUZETTI, W, A. Seroprevalence rates of antibodies against Leishmania infantum and other protozoan
and rickettsial parasites in dogs. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária, Jaboticabal, v. 22, n.
1, p. 12-166, 2013.
PAULAN, S. C.; SILVA, H. R.; LIMA, E. A. F.; FLORES, E. F.; TACHIBANA,V. M.; KANDA, C.; NORONHA
JUNIOR, A. C. F.; DOBRE, P. R. Spatial distribution of Canine Visceral Leishmaniasis in Ilha Solteira, São
Paulo Brazil. Engenharia Agrícola, Jaboticabal, v. 32, n. 4, p. 765-774, 2012.
R CORE TEAM. R: a language and environment for statistical computing., Vienna: R Foundation for
Statistical Computing , 2013. ISBN 3-900051-07-0, Disponível em: http://www.R-project.org/. Acesso:
12 jan 2014
ROSS, R. (1) note on the bodies recently described by Leishman-Donovan and (2) Further notes on
Leishman’s bodies. British Medical Journal, Londres, v. 2, n. 1, p. 1261-1401, 1903.
SILVA, D. A.; MADEIRA, M. F.; ABRANTES, T. R.; BARBOSA FILHO, C. J. L.; FIGUEIREDO, F. B.
Assessment of serological tests for the diagnosis of canine visceral leishmaniasis. The Veterinary
Journal, Londres, v. 195, n. 2, p. 252-253, 2013.
110
Fertilidade de novilhas da raça nelore resistentes, resilientes, susceptíveis
avaliadas conforme o grau de verminose
Yamada, P. H1.; Fachiolli, D. F2.; Da Silva, K. M2.; Oka, C. H3.; Roveri, C. G. S4.; Soutello, R.V.G5
1Mestrando do PPG em Ciência e Tecnologia Animal – Unesp/Dracena e Ilha Solteira. email: [email protected]
2Mestrandas do PPG em Ciência e Tecnologia Animal – Unesp/Dracena e Ilha Solteira.
3Médica Veterinária.
4Biotecnóloga.
5Docente da Faculdade de Zootecnia - UNESP. e-mail: [email protected]
Introdução
A crescente competitividade do processo de produção de carne no país vem tornando a
eficiência econômica cada vez mais importante para os criadores. Todo e qualquer fator que interfira
no processo produtivo, seja estes oriundas do manejo, reprodução, nutrição ou genética, deve ser
identificado e sanado. Um dos mais importantes problemas do rebanho bovino brasileiro,
considerado o maior rebanho comercial do mundo, e que atinge qualquer sistema de produção a
pasto, é a verminose, responsável por grande parcela de prejuízo na atividade pecuária.
Frequentemente, as endoparasitoses causam alterações metabólicas, com consequente prejuízo ao
desempenho do hospedeiro, sem que os animais necessariamente exibam sinais clínicos (SYKES &
COOP, 1979).
Praticamente 100% dos animais criados a campo possuem uma ou mais espécies destes
vermes, no entanto, a categoria de bovinos mais acometidos é a dos animais com até 20 meses de
idade (LIMA, 1998). As perdas causadas pela infecção por helmintos são difíceis de serem
mensuradas, porém estima-se que animais sem tratamento anti-helmíntico têm desempenho de 30 a
70 kg/ano inferior ao dos animais que recebem tratamentos profiláticos, nas condições de Brasil
central (ZOCOLLER et al., 1995; SOUTELLO et al., 2001). Desta forma, estima-se que o controle
ineficiente pode causar perdas de aproximadamente 68.000.000,00 de dólares/ano somente na
região centro-oeste do Brasil (HONER & BIANCHIN, 1987).
O método mais utilizado no controle de helmintos nos bovinos é através da aplicação de
drogas anti-helmínticas. Sendo que o uso intensivo dessas drogas, na maioria das vezes, feito sem
orientação técnica adequada, com a utilização de subdoses, com intervalos e épocas de tratamentos
inadequados, tem contribuído para o aparecimento de estirpes de helmintos resistentes aos diversos
produtos encontrados comercialmente. A resistência anti-helmíntica é considerada um dos grandes
problemasda produção animal, pois pode resultar na ausência de uma alternativa química eficaz para
o controle dos helmintos em animais criados em sistema de pastejo (SONSTEGARD & GASBARRE).
Dentro de uma população de qualquer raça de animais não selecionados para resistência
parasitária existem aproximadamente 10 a 20% de indivíduos considerados naturalmente
“resistentes”, ou seja, indivíduos que não precisariam ou precisariam muito pouco de antihelmínticos para o controle dos parasitas. Na mesma proporção existem os indivíduos considerados
“susceptíveis”, que são os indivíduos que sempre apresentarão altos números de parasitas no seu
trato gastrintestinal. Esses são considerados animais disseminadores de parasitas no meio ambiente.
Existem ainda os indivíduos “resilientes”, que são animais não resistentes, mas que conseguem
diminuir o efeito do parasitismo no seu desempenho produtivo (AMARANTE et al., 2004). Sabe-se
que a habilidade do animal em adquirir imunidade e expressar resistência varia muito entre e dentre
111
espécies, demonstrando ser um controle genético, comprovado em muitos estudos que utilizam OPG
como parâmetro (GASBARRE et al., 2001).
Objetivo
O objetivo deste trabalho foi avaliar a fertilidade de 100 novilhas da raça Nelore,
contemporâneas, previamente avaliadas e classificadas durante 12 meses, em diferentes níveis de
grau de infecção parasitária, identificadas como resistentes 20 cabaças, resilientes 60 cabeças e
susceptíveis 20 cabeças.
Material e Métodos
Foram avaliadas 100 novilhas da raça nelore de uma propriedade localizada na região de
Dracena, oeste do estado de São Paulo, Brasil. Conveniada com a Unesp Dracena, a propriedade
conta com 1,210 hectares de área, formada por Brachiariadecumbens, Brachiariabrizanta,
Brachiariahumidicula e Panicummaximum, destinada a criação de bovinos da raça Nelore (cria, recria
e engorda).
Foi realizado o protocolo para Inseminação Artificial em Tempo Fixo (IATF) da seguinte forma,
(D0) todas as novilhas receberam um pessário vaginal de progesterona e 2 mg de Benzoato de
estradiol (BE) intramuscular. No (D7) foi aplicado 12,5 mg de Prostaglandin F2 alpha (PGF2α), no (D9)
aplicou-se 0,5 mg de Cipionato de estradiol (ECP) e foi retirado o pessário vaginal e no (D11) foi
realizado a IATF.
Para as análises parasitológicas foram realizadas coletas de fezes para a realização de exames
coprológicos, realizados a cada 28 dias, concomitantemente com a pesagem destes animais.
Resultado e Discussão
A contagem de ovos por grama de fezes (OPG) para os animais resistentes, resilientes e
susceptíveis foram em media de 29, 125 e 679, respectivamente, apresentando diferença
significativa. E também um ganho de peso médio durante período experimental, onde os animais
resistentes obtiveram 89 kg, 94,3 kg animais resilientes e 78 kg os animais susceptíveis.
A taxa de prenhez obtida nos animais considerados resistentes, resilientes e susceptíveis foi
de 60%, 41,6% e 35% respectivamente. E quando considerado os três grupos, observa-se 45% de
prenhez em todo o lote de novilhas.
UENO e GONÇALVES (1994) afirmaram que animais bem nutridos, ainda que portadores de
helmintos em número relativamente grande, geralmente não apresentam sintomas clínicos, o mais
importante é a perda no ganho de peso (PLOEGER & KLOOSTERMAN, 1993). SANSON et al. (2003)
demonstraram que o controle dos nematódeos gastrintestinais está associado a significantes
benefícios econômicos relacionados ao ganho de peso.
Conclusão
Nas condições deste experimento, pode-se afirmar que houve uma influencia direta na taxa
de prenhez das novilhas previamente avaliadas por diferentes níveis de infecção parasitária.
Referências
AMARANTE, A. F. T.; BRICARELLO, P. A.; ROCHA, R. A.; GENNARI, S. M. Resistanceof Santa Ines,
SuffolkandIle de France lambstonaturallyacquired gastrointestinal nematodeinfections. Vet. Parasitol,
v.120, p.91-106, 2004.
112
GASBARRE, L. C.; LEIGHTON, E. A.; SONSTEGARD, T. Role of bovine immune system and genome in
resistance to gastrointestinal nemathodes.Veterinary Parasitology, v. 98, p. 51- 64, 2001.
HONER, M. R., BIANCHIN, I. Considerações básicas para um programa de controle estratégico da
verminose bovina em gado de corte no Brasil. Campo Grande: EMBRAPA/ CNPGC, 53 p. 1987.
LIMA, W. S. Seasonal infection pattern of gastrointestinal nematodes of beef cattle in Minas Gerais
State – Brazil.VeterinaryParasitology, v. 77, p. 203-214, 1998.
PLOEGER, H. W., KLOOSTERMAN, A. Gastrointestinal nematode infections and weight gain in dairy
replacement stock: first-year calves. Veterinary Parasitology, v.46, p.223-241, 1993. SANSON, D. W.,
DEROSA, A. A., OREMUS, G. R., FOIL, L. D. Effect of horn fly and internal parasite control on growth of
heifers. Veterinary Parasitology, v.117, p.291-300, 2003.
SONSTEGARD, T. S.; GASBARRE, L. C. Genomic tools to improve parasite resistance.Veterinary
Parasitology, v. 101, p. 387-403. 2001.
SOUTELLO, R. V. G.; GASPARELLI JÚNIOR, A. G.; MENEZES, C. F.; DOURADO, H.F.; LIMA, M. A.; BAIER,
M. O. Ação e importância dos anti-helmínticos em relação a produção de ruminantes. Ciências
Agrárias e da Saúde, v. 1, n. 1, p. 55-59, 2001.
SYKES, A. R.; COOP, R. L. Effects of Parasitism on Host Metabolism. In: The management and Disease
Control of Sheep. British Council and Comonwealth Agricultural Bureaux, p. 345 – 57, 1979.
UENO, H., GONÇALVES, P. E. Manual para diagnóstico das helmintoses de ruminantes. 3. Ed. Tokyo,
Japan International Cooperation Agency, p.166, 1994.
ZOCOLLER, M. C.; STARKE, W. A.; VALÉRIO FILHO, W. V. Ganho de peso em fêmeas da raça Guzerá
tratadas com diferentes épocas de aplicação de anti-helmínticos. In: SEMINÁRIO BRASILEIRO DE
PARASITOLOGIA VETERINÁRIA, 9, 1995, Campo Grande. Anais... Campo Grande: CBPV, p. 124, 1985.
113
Fipronil afeta o metabolismo de proteínas no fígado de rato
Hyllana C. D. Medeiros(1), Emy L. Ishii-Iwamoto(2), Jorgete Constantin(2), Fábio E. Mingatto(3)
1 Pós-graduanda em Ciência Animal, UNESP, Faculdade de Medicina Veterinária, Campus de Araçatuba.
2 Laboratório de Metabolismo Hepático, Universidade de Maringá - UEM, Centro de Ciências Biológicas, Departamento de Bioquímica.
3 Prof. Adj. da UNESP, Campus Experimental de Dracena. Email: [email protected].
Introdução
O fipronil é um inseticida utilizado extensivamente para o controle de infestações parasitárias
tanto em plantações como diretamente nos animais. Sua ação tóxica é devido à habilidade de agir
como um bloqueador não competitivo dos canais de cloro (Cl-) acoplados aos receptores do ácido γaminobutírico (GABA), levando o inseto à morte por hiperexcitação neuronal e paralisia (Zhao, 2004).
É amplamente utilizado na medicina veterinária por ser considerada uma substância com toxicidade
seletiva. Mohamed et al., (2004), porém, indica que o metabólito fipronil sulfona, resultado da
biotransformação hepática do fipronil por meio do citocromo P450, possui alta afinidade de ligação
com os receptores GABA de seres humanos e camundongos.
O fígado é o órgão central no metabolismo, pois está interposto entre o trato digestivo e a
circulação geral do organismo. Ele é capaz de biotransformar e inativar muitos xenobióticos,
convertendo-os em substâncias hidrossolúveis, facilitando, assim, a eliminação destes pelo
organismo (Guillouzo, 1998). Nesse sentido, em função da importância do fígado para o organismo
animal, o presente estudo verificou o efeito tóxico do fipronil sobre o metabolismo energético, com
ênfase nos parâmetros relacionados ao consumo de oxigênio, gliconeogênese e ureogênese no
fígado de ratos em jejum.
Objetivo
Estudar os efeitos do fipronil sobre o fígado com relação a parâmetros associados ao
metabolismo de carboidratos e proteínas, com o intuito de elucidar os mecanismos de toxicidade em
fígados de ratos em jejum.
Material e Métodos
Os procedimentos utilizando animais foram de acordo com os “Princípios Éticos na
Experimentação Animal” certificado pela CEUA do Campus Experimental da UNESP de Dracena
(Protocolo nº. 34/2012).
Ratos Wistar machos pesando entre 200 e 250 g receberam alimento e água ad libitum, com
uma dieta padronizada para animais de laboratório. Antes dos experimentos os animais
permaneceram em jejum por 24h.
Foi utilizada a técnica de perfusão não recirculante descrita por Scholz e Bücher, (1965). A Lalanina (2,5 mM) foi dissolvida no fluido de perfusão para ser infundida após 10 minutos de perfusão,
nos 40 minutos seguintes foi perfundido o fipronil, pela empresa Ourofino Agronegócios (Cravinhos,
SP, Brasil), dissolvido no líquido de perfusão padrão Krebs/Henseleit-bicarbonato (Krebs e Henseleit,
1932) nas concentrações de 10, 15, 25 ou 50 μM em fígados de animais em jejum por 24h foram
usados para as medições de gliconeogênese e ureogênese do fígado dos animais em jejum.
Amostras do líquido perfundido foram coletadas a cada dois minutos e analisadas utilizando
procedimentos enzimáticos padrões para a determinação de glicose (Bergmeyer e Bernt, 1974),
114
lactato (Gutman e Wahlefeld, 1974), piruvato (Czok e Lamprecht, 1974), ureia (Bergmeyer, 1974) e
amônia (Kun e Kearney, 1974). O consumo de oxigênio no meio de perfusão foi monitorado
continuamente por um eletrodo de platina.
A significância estatística dos dados experimentais foi determinada pela ANOVA, seguido do
teste de Newman-Keuls, aplicando o programa GraphPad Prism, versão 4.0.
Resultados e Discussão
Os resultados apresentados neste estudo mostram os que o fipronil é capaz de alterar vários
fluxos metabólicos ligados ao metabolismo energético. O composto foi capaz de inibir a
gliconeogênese (produção de glicose a partir de ʟ-alanina) e ureogênese (produção de uréia) nos
animais. A redução do consumo de oxigênio exercida pelo fipronil é, certamente, um mecanismo
importante a ser considerado na medida em que indica a insuficiência da geração de ATP
mitocondrial, essencial para processos biossintéticos dependentes de energia como a gliconeogênese
e ureogênese (Colturato et al., 2012). Essa diminuição somada ao aumento significativo do lactato
indica a ativação do chamado efeito Pasteur, o qual consiste no aumento da glicólise anaeróbica para
gerar ATP na tentativa de aumentar o aporte energético quando o fígado é acometido por algum
agente inibidor ou desacoplador da fosforilação oxidativa (Williams et al., 2007).
O fipronil inibiu significativamente a gliconeogênese a partir da ʟ-alanina de maneira dosedependente, provavelmente, devido ao seu efeito inibidor sobre a fosforilação oxidativa, uma vez
que essa via metabólica é dependente de energia. Da mesma forma, o fipronil inibiu a ureogênese, a
qual está intimamente ligada à remoção da amônia potencialmente tóxica resultante da degradação
das proteínas da dieta do sangue de mamíferos por meio do ciclo da ureia (Huntington e Archibeque,
115
1999). Dessa forma, o presente estudo acrescenta dados à literatura que indicam a propriedade
tóxica do fipronil, uma vez que ficou claro que o inseticida também induz danos ao metabolismo
energético do fígado.
Conclusão
A inibição do metabolismo energético apresentada pelo fipronil afeta de forma severa
processos importantes para a manutenção da célula, como o metabolismo e síntese de
macromoléculas, sistemas de transporte ativo, integridade de membranas e outros, contribuindo
para a hepatotoxicidade apresentada pelo inseticida em animais e humanos.
Referência
BERGMEYER, H. U. Determination of urea with glutamate dehydrogenase as indicator enzyme. In:
Bergmeyer, H.U. (Ed.), Methods of Enzymatic Analysis. Academic Press, New York; p. 1794–1801,
1974.
BERGMEYER, H. U.; BERNT, E. Determination of glucose with glucose oxidase and
peroxidase. In: Bergmeyer, H.U. (Ed.), Methods of Enzymatic Analysis. Academic Press, New York; p.
1205–1215, 1974.
COLTURATO, C. P.; CONSTANTIN, R. P.; MAEDA JUNIOR, A. S.; CONSTANTIN, R. P.; YAMAMOTO, N. S.;
BRACHT, A.; ISHII-IWAMOTO, E. L.; CONSTANTIN, J. Metabolic effects of silibinin in the rat liver.
Chemico-Biological Interact, v. 195 p. 119-132, 2012.
CZOK, R.; LAMPRECHT, W. Pyruvate, phosphoenolpyruvate and D-glycerate 2- phosphate. In:
Bergmeyer, H.U. (Ed.), Methods of Enzymatic Analysis. Academic Press, New York; p. 1446-1451,
1974.
GUILLOUZO, A. Liver cell models in in vitro toxicology. Environmental Health Perspectives, v. 106, n.
2, p. 511-532, 1998.
GUTMANN, I.; WAHLEFELD, A. W. L. (+) lactate determination with lactate dehydrogenase and NAD+.
In: Bergmeyer, H.U. (Ed.), Methods of Enzymatic Analysis. Academic Press, New York; p. 1464-1466,
1974.
HUNTINGTON, G. B.; ARCHIBEQUE, S. L. Practical aspects of urea and ammonia metabolism in
ruminant. Proceedings of the National Academy of Sciences, p. 27695-7621, 1999.
KREBS, H. A.; HENSELEIT, H. Untersuchungen uber die Harnstoffbildung im Tier-korper. HoppeSeyler's Zeitschrift fur Physiologische Chemie, v. 210, p. 33, 1932.
KUN, F.; KEARNEY, E. B. Ammonia. In: Bergmeyer, H.U. (Ed.), Methods of enzymatic analysis.
Academic Press, New York, p. 1802-1806,1974.
MOHAMED, F.; SENARATHNA, L.; PERCY.; ABEYEWARDENE, M.; EAGLESHMAM, G.; CHENG, R.; AZHER,
S.; HITTARAGE, A.; DISSANAYAKE, W.; SHERIFF, M. H. R.; DAVIES, W.; BUCKLEY, N.; EDDLESTON, M.
Acute human poisoning with the N- phenylpyrazole insecticide fipronil – a GABAA – gated chloride
channel blocker. Journal of Toxicology - Clinical Toxicology, v. 42, n. 7, p. 955-963, 2004.
SCHOLZ, R.; BUCHER, T. Hemoglobin-free perfusion of rat liver. In: Chance, B.; Estabrook, R. W.;
Willianson, J. R. (Eds.). Control of Energy Metabolism. Academic Press. New York, p. 393-414, 1965.
WILLIAMS, Z. R.; GOODMAN, C. B.; SOLIMAN, K. F. Anaerobic glycolysis protection against 1-methyl4-phenylpyridinium (MPP+) toxicity in C6 glioma cells. Neurochemical Research, v. 32 p. 1071–1080,
2007.
116
ZHAO, X.; YEH, J. Z.; SALGADO, V. L; NARAHASHI, T. Fipronil is a potent open channel blocker of
glutamate-activated chloride channels in cockroach neurons. The Journal of Pharmacology and
Experimental Therapeutics, v. 310, n. 1, p. 192-201, 2004.
117
Flutuação de consumo de bovinos Nelore confinados submetidos a diferentes
Protocolos de Adaptação
Cesar, M. T.1; Arrigoni, M. D. B.2; Martins, C. L.2; Perdigão, A.4; Millen, D. D.5
1Graduanda do curso de Zootecnia – UNESP/Botucatu , e-mail: [email protected]
2Docente do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UNESP/Botucatu
4Doutorando do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UNESP/Botucatu
5Docente do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia – UNESP/Botucatu
Introdução
A pecuária nacional tem uma carência de estudos relacionados com a flutuação de consumo
durante a adaptação dos animais Bos indicus. Bovinos submetidos à dietas de alto grão podem causar
alterações metabólicas que podem ocasionar prejuízos produtivos e econômicos para a cadeia,
influenciando diretamente o ganho de peso e conversão alimentar, refletindo no desempenho final
dos animais. O protocolo de adaptação mais utilizado nos confinamentos brasileiros é o de escada, o
qual aumenta gradativamente o nível de concentrado em detrimento ao volumoso, em seguida a de
restrição alimentar pela energia ou quantidade de ração oferecida na terminação e outros. (Oliveira
& Millen, 2011). Neste contexto, a utilização de protocolos de adaptação para bovinos Nelore são
necessários e seu uso contribui para que o animal retome o seu crescimento mais rapidamente,
diminuindo o tempo de cocho, possibilitando melhoras na eficiência produtiva e viabilização do
sistema de confinamento.
Objetivo
Avaliar os efeitos de duração de diferentes protocolos de adaptação à dieta de alto teor de
concentrado sobre a flutuação do consumo de matéria seca em bovinos Nelores confinados.
Material e Métodos
Foram utilizados 120 machos não castrados da raça Nelore, com peso vivo (PV) médio inicial
de 352,03±19,61kg. O delineamento experimental foi em bloco inteiramente casualizado, em arranjo
fatorial (2×2), sendo os fatores protocolos de adaptação e tempos de duração (6
repetições/tratamento), distribuídas em 6 blocos (baias). Tratamentos: Restrição por 6 ou 9 dias e
Escada por 6 ou 9 dias. A adaptação em escada consistiu no fornecimento de dietas com níveis
crescentes de concentrado até atingir o nível de concentrado desejado (Dieta 1 = 61% de 3 ou 4 dias;
Dieta 2 = 73% do 4 ou 5 dia; e Terminação = 85%). Nos protocolos de restrição utilizaram-se a dieta
de terminação limitada por quantidade e aumentando-se o oferecimento diário baseando-se na
quantidade de energia que foram ofertadas aos animais mantidos nos protocolos de escada. Para
avaliação da variação e ingestão da matéria seca (IMS) foi utilizada metodologia proposta por Bevans
1. As análises estatísticas foram realizadas pelo procedimento PROC MIXED procedure do SAS4, por
análise de variância. Foram considerados significativos valores de P ≤ 0,05.
118
A variação de consumo foi menor para os animais tratados com os protocolos de escada.
Bevans et al. (2005), mostraram que a IMS de animais adaptados com níveis crescente de
concentrado, apresentaram maior variação de consumo para uma rápida adaptação (3 dias) do que
para uma adaptação gradual (15 dias), o que representa maior oportunidade de ocorrência de
acidose em alguns animais, decorrente a oscilação de pH e sugeriram que bovinos podem
eficientemente regular o consumo durante a adaptação gradual, consumindo mais MS durante a
progressão das dietas. Tal informação mostrou-se positiva para os protocolos de escada, os quais
apresentaram menor variação de consumo durante a adaptação, comparado aos de restrição.
Entretanto, esperava-se menor variação de consumo com a limitação do consumo. Choat et
al., (2002) observaram menor variação de consumo em animais adaptados com restrição, limitados
pela porcentagem do peso vivo (1,50 e 1,25% do PV) e com aumentos diários (0,45 e 0,23 kg/dia de
MS, respectivamente) comparado a adaptação com níveis crescente de concentrado. No presente
estudo, esperava-se que o consumo de ração dos animais restritos fosse semelhante, mas foi
observado que a quantidade de ração oferecida extrapolou a quantidade que foi consumida pelos
animais restritos durante a fase inicial, possivelmente o tempo de duração também teve influência,
sendo observado um aumento rápido de ingestão de matéria seca durante as observações. Deste
modo a maior variação de consumo observado deve-se a forma que o experimento foi projetado.
Schwartzkopf-Genswein et al. (2003) relataram que há uma alta correlação entre o manejo
alimentar, ingestão de alimentados e desempenho animal, onde há variação na ingestão de
alimentos causada por distúrbios digestivos, relacionados ao pH, sendo um dos fatores que mais tem
apresentado baixo desempenho em bovinos confinados. Tal informação indica uma oportunidade
maior de ocorrência de queda de pH para os animais tratados com restrição de consumo, sendo
refletido no menor ganho de peso diário desses animais no período total de experimento. Conclusão
Para bovinos Nelore confinados e alimentados com dietas de alto teor de concentrado, recomendase os protocolos escada na adaptação, em função dos resultados encontrados.
Referências
BEVANS, D. W. et al. Effect of rapid or gradual grain adaptation on subacute acidosis and feed intake
by feedlot cattle. J. Anim. Sci. v. 83, p. 1116-1132, 2005.
BROWN, M. S.; MILLEN, D. D. Protocolos para adaptar bovinos confinados a dietas de alto
concentrado. In: SIMPÓSIO INTERNACIONAL DE NUTRIÇÃO DE RUMINANTES. Botucatu. Recentes
avanços na nutrição de bovinos confinados: anais... Botucatu: UNESP, Fac. de Ciências Agronômicas,
2009. p. 2-22.
119
CHOAT, W. T. et al. Effects of restricted versus conventional dietary adaptation on feedlot
performance, carcass characteristics, site and extent of digestion, digesta kinetics, and ruminal
metabolism. J.Anim. Sci. v. 80, p. 2726–2739, 2002.
OLIVEIRA, C. A.; MILLEN, D. D. Levantamento sobre as recomendações nutricionais e práticas de
manejo adotadas por nutricionistas de bovinos confinados no Brasil: Informações gerais e adaptação.
In: 48ª Reunião Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia (SBZ), 2011, Anais... Belém - PA. SBZ,
2011.
SAS INSTITUTE. SAS User’s Guide: Statistics. release 9.1. Cary, NC, 2003.
SCHWARTZKOPF-GENSWEIN, K.S.; et al. Effect of bunk management on feeding behavior, ruminal
acidosis and performance of feedlot cattle: A review. J. Anim. Sci., Savoy, v. 81, p. E149-E158, 2003.
Programa Institucional de Bolsas de Iniciação Científica (PIBIC/CNPq)
Este estudo foi aprovado conforme normas da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA), sob
protocolo nº 127/2012-CEUA, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ),
Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Botucatu.
120
Grupo de Estudos sobre Animais Selvagens – Geas/Unesp de Dracena: Ações
e Conscientização sobre Educação Ambiental
Oliveira¹, J. A., Poiatti², M. L., Leite¹, K. F., Santos¹, G. C. R, Silva¹, A. C. R., Moreno3, M. F.
[email protected]
¹Graduandos em Zootecnia, UNESP- Campus de Dracena,²Professora Doutora, UNESP – Campus de Dracena, 3Graduando em Biologia,
Faculdades Adamantinenses Integradas – FAI, Adamantina/SP.
Introdução: As estratégias de conservação geralmente têm focado a elaboração de ações específicas
para reverter o status de ameaça de espécies em particular ou grupo de espécies taxonomicamente
próximas. No Brasil existe uma enorme variedade de animais e todas as espécies têm significado para
o equilíbrio da natureza. Além de importância científica, social, estética e econômica, a fauna
silvestre é fundamental para a sustentabilidade dos ecossistemas. É o país da América do Sul com a
maior diversidade de aves e também o que abriga o maior número de primatas, animais vertebrados
e anfíbios do planeta. Apesar de toda esta riqueza, a fauna silvestre está sendo ameaçada por uma
verdadeira exploração predatória, o desmatamento das florestas, a poluição das águas, o comércio
ilegal de animais e a caça predatória são fatores que vêm exterminando muitos animais e diminuindo
a riqueza da fauna. É necessário ampliar o conhecimento sobre os animais selvagens, sua bioecologia,
hábitos alimentares, parâmetros fisiológicos e morfológicos normais, capacidade reprodutiva e
patologia, que possibilitem sua preservação na natureza e manutenção em cativeiro. Todas essas
ações podem ser interpretadas como alternativas à extinção de espécies e perda de biodiversidade.
Objetivos: O projeto objetiva levar a uma maior conscientização dos alunos participantes do grupo
sobre a conservação e a preservação de espécies selvagens da nossa fauna. Visa também criar uma
série de ações que levem à tomada de decisões efetivas e específicas, de forma consistente e
bastante complexa, do ponto de vista ambiental, por meio de discussões e palestras nas escolas de
ensino fundamental e médio sobre o impacto causado ao meio pela destruição de habitat e sua
fragmentação e que motivem os alunos a questionarem sobre as formas de diminuir os problemas e
apresentar possíveis soluções.
Materiais e Métodos: As reuniões e palestras promovidas pelo GEAS ocorrem semanalmente e são
ministradas por alunos de graduação e pós-graduação, professores e profissionais da área. Os temas
abordados são de assuntos que envolvem preservação de animais selvagens, características de
espécies, tráfico de animais, criação comercial de animais selvagens e exóticos. O grupo é articulador
das aulas da disciplina de Animais Silvestres do Curso de Zootecnia, da UNESP de Dracena, aliado à
visita ao Zoológico Municipal de Bauru. Participa ativamente, com a estação de animais selvagens e
dinâmica de grupo, com distribuição de cartilhas educativas sobre legislação e tráfico de animais,
fornecidas pelo IBAMA, do Dia de Campus da Unesp de Dracena. Promove a integração com alunos
da rede municipal e estadual de Dracena e região. Realiza visitas técnicas em Centros de Conservação
e Recuperação de Animais Selvagens, em Ilha Solteira/SP e Campo Grande/MS.
Resultados: A possibilidade de interagir com a comunidade local tem possibilitado complementar a
formação de um profissional preocupado com a preservação da fauna e flora do ecossistema
regional, com valorização das ações que permeiam as relações dos direitos e deveres do cidadão,
respeitando de forma ética e garantindo o bem-estar dos animais que habitam os diferentes
ambientes. Os alunos se tornam multiplicadores do conhecimento e da conscientização sobre
educação ambiental e preservação dos animais selvagens.
121
Palavras-chave: Animais selvagens, educação ambiental, preservação.
122
Grupo de extensão em manejo de pastagem (GEMPA) da UNESP/Campus de
Botucatu
Padovan, I.M*1, Müller, L.R1, Meirelles, P.R.L.2, Costa, C.2, Castilhos, A.M.3, Silva, E. L.C.1, Bataglioli,
I. C. 1. Pariz, C. M.4
1Discente do curso de Zootecnia da UNESP/Botucatu; 2 Docente do curso de Zootecnia da UNESP/Botucatu ;3 Doutorando em
Zootecnia pela UNESP/Botucatu; 4 Pós-doutorando em Zootecnia pela UNESP/Botucatu *[email protected]
Uma das maiores preocupações na produção de animais ruminantes em pastagem é a degradação da
mesma, oriunda da não realização de práticas conservacionistas conjuntamente a pouca
preocupação com a manutenção da fertilidade dos solos, base para uma produção eficiente de
forragem e consequentemente do aumento da produtividade dos rebanhos criados em regime de
pastagens no Brasil. Conscientes das dificuldades enfrentadas pelos pecuaristas inseridos em um
mercado, a cada dia, mais competitivo e exigente, em que se torna crucial a utilização de métodos
adequados de produção e de mecanismos que lhes permitam alcançar maior produtividade e
qualidade do produto, foi criado em 1998, o Grupo de Extensão em Manejo de Pastagens (GEMPA)
da UNESP/Botucatu, formado por alunos de graduação, pós-graduação e professores do Curso de
Graduação em Zootecnia. Como a área de pastagens faz parte da base dos sistemas de produção de
ruminantes no Brasil, o GEMPA procura integrar todas as disciplinas envolvidas com a produção,
manejo e nutrição de animais. O grupo busca intensificar a participação do poder público, por meio
da orientação aos produtores rurais nas tomadas de decisões sobre os métodos de manejo e
conservação de forragem, manejos dos animais, no âmbito de suas unidades de produção, ampliando
sua inserção no mercado e elevando sua renda líquida, assim como desenvolver uma visão integrada
dos modelos de produção de herbívoros nos integrantes do grupo, que desenvolvem atividades de
pesquisa e extensão de forma totalmente integrada. Esse conhecimento é passado aos produtores
por meio de atividades de extensão e reuniões semanais, realizadas por alunos de graduação e pósgraduação dos cursos de Zootecnia, Medicina Veterinária e Agronomia da UNESP/Botucatu, o Projeto
busca divulgar tecnologias voltadas ao manejo e conservação de forragens e manejo dos animais,
para os pecuaristas do município de Botucatu e outros próximos, por meio de dias de campo,
palestras, cursos, unidades de demonstração, cartilhas, manuais e folhetos. Com isso o GEMPA
buscar elevar o nível de informações dos produtores, garantindo melhores tomadas de decisões,
ampliando a inserção dos mesmos no mercado, devido à maior produtividade e qualidade do
produto. Proporcionando simultaneamente, aos integrantes do grupo, uma visão integrada de todas
as disciplinas envolvidas com a produção, manejo e nutrição de animais, preparando-os para o
mercado de trabalho e pós-graduação.
Palavras-chave: Manejo de pastagem; Extensão; Conservação de forragem.
Agradecimentos: Pró-reitora de Extensão da UNESP - PROEX pela concessão de bolsa de estudos e
financiamento do projeto.
123
Identificação dos níveis de degradação das pastagens no noroeste do Estado
de São Paulo
Silva, H. R1.; Sano, E. E.2; Marques, A. P.3; Romero, C. W.N.4; Hespanhol, A. N.5, Cassiolato, A. M.6
1Docente da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira - UNESP. e-mail: [email protected]
2Pesquisador da Embrapa Cerrado. e- mail: [email protected]
3Docente da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira - UNESP. e-mail: [email protected]
4Discente de Pós Graduação da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira - UNESP. e-mail: [email protected]
5Docente da Faculdade de Ciências e Tecnologia de Presidente Prudente - UNESP. e-mail: [email protected]
6Docente da Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira - UNESP. e-mail: [email protected]
Introdução
Degradação de pastagem é um termo usado para designar o processo evolutivo de perda de
vigor, produtividade e capacidade de recuperação natural da pastagem, tornando-a incapaz de
sustentar os níveis de produção e qualidade exigidos pelos animais (KICHEL et al., 1997). A
degradação dos pastos está diretamente relacionada à perda de nutrientes ocorrida através da
exportação pela carne/leite, erosão, lixiviação, volatilização de nitrogênio e fixação de fósforo.
Segundo MARTINS et al. (1996), a somatória destas perdas pode superar 40% do total de nutrientes
absorvidos pela pastagem em um ano de crescimento, o que provoca o empobrecimento contínuo do
solo e uma redução de 6% ao ano na capacidade produtiva do pasto.
Assim, na tentativa de resolver o problema de degradação das pastagens, o pecuarista busca
incessantemente encontrar um “capim milagroso”. Na prática, o que se observa é uma substituição
de capins mais exigentes por outros de menor exigência, porém, com menor produtividade e
qualidade. Como os solos se encontram exauridos, estes pastos reformados produzem
razoavelmente por um curto período, levando o produtor à nova reforma, sempre com capins menos
exigentes, tornando-se assim um ciclo vicioso. Estas reformas normalmente são feitas com o mínimo
de gastos e, na maioria das vezes, por meio de técnicas inadequadas, sem planejamento, agravando
ainda mais o processo erosivo. Essa conjugação de fatores desfavoráveis faz com que uma das
principais atividades econômicas da maioria dos municípios do Noroeste Paulista fique cada vez mais
marginalizada diante de uma economia mundial que se globaliza e que, a cada dia, exige qualidade a
preços menores, o que em todos os setores só é alcançada com eficiência.
Objetivo
O objetivo do presente estudo foi utilizar dados edáficos e morfofisiológicos na investigação
dos níveis de degradação das pastagens na região noroeste do Estado de São Paulo. Material e
Métodos
As áreas testes estão localizadas na região noroeste do estado de São Paulo, nos municípios
de Suzanápolis e Ilha Solteira, pertencendo à 9ª região administrativa de Araçatuba (HESPANHOL,
1996). Foi utilizado o Sistema de Posicionamento Global (GPS) para a escolha das microbacias nas
quais foram instaladas as áreas testes e nos trabalhos de coleta de dados no campo durante os dois
anos agrícolas analisados (2001/2002 e 2002/2003). Cada área teste tinha 100 x 100 metros (1 ha),
onde foram selecionadas aleatoriamente 10 sub-áreas de 10 m2 cada. O delineamento experimental
foi o inteiramente casualizado com 10 repetições por tratamento.
Para cada duas sub-áreas, foi obtida uma amostra composta da parte aérea da forrageira
Brachiaria brizantha, através do duplo lançamento aleatório de um gabarito de ferro de 0,5 m2.
124
Portanto, para cada área teste, foram obtidas cinco amostras compostas da forrageira para avaliação
dos seguintes parâmetros: produção de matéria seca; porcentagem de forrageira na composição
botânica; proteína bruta (PB); fibra em detergente neutro (FDN); fibra em detergente ácido (FDA);
material mineral; produção de matéria verde; produção de matéria seca; relação matéria
verde/matéria seca e altura média das plantas.
Para a análise da fertilidade e das variáveis físicas do solo, em três períodos no ano agrícola,
foi realizada uma coleta aleatória de 10 amostras de solo, na profundidade de 0 a 10 cm, em cada
área teste. Quando existiam, dentro da mesma microbacia, áreas com vegetação natural localizadas
em cotas próximas às da área teste, foram realizadas amostragens de solos em duas datas. Foram
realizadas análises químicas de rotina [(pH), matéria orgânica (MO), fósforo (P), potássio (K), cálcio
(Ca), magnésio (Mg), alumínio (Al), acidez potencial (H+Al), soma de bases (SB), capacidade de troca
catiônica (CTC), Saturação por Alumínio (m%) e saturação por bases (V)], segundo metodologia
proposta por Raij e Quaggio (1983). Concomitantemente, foram coletadas amostras para avaliação
dos seguintes parâmetros físicos: densidade aparente, macroporosidade, microporosidade,
resistência mecânica à penetração e tamanho médio de agregados.
Para as análises de carbono de respiração e de biomassa microbiana, foram analisadas 10
amostras compostas de quatro amostras simples de solo por tratamento. Para as avaliações dos
fungos micorrízicos arbusculares autóctones, colonização micorrizica e número de esporos
micorrízicos arbusculares, foram utilizadas cinco amostras compostas de oito amostras simples de
solo por tratamento, e cada amostra foi considerada como uma repetição.
Resultados e Discussão
Os fragmentos naturais apresentaram valores médios significativamente maiores em relação
às áreas-teste para as seguintes variáveis químicas: MO, Ca, Mg, SB, CTC, V e significativamente
menor para Saturação por Alumínio (m%). Assim, estes fragmentos naturais foram considerados
testemunhas, em relação às áreas-teste. Na análise dainteração entre áreas testes e datas de coleta,
constatou-se efeito significativo da interação para o nutriente fósforo, assim como para as variáveis
pH, H+Al e Al. Na análise do teor de nutrientes entre datas de coletas, foram observadas diferenças
significativas para as seguintes variáveis químicas: MO, Ca, Mg, SB, CTC e V, indicando que houve
variações nos teores destas variáveis entre as cinco fenofases da Brachiaria brizantha nos dois anos
agrícolas analisados. Em relação às variáveis C-CO2 liberado e número de esporos, verificou-se efeito
significativo da interação entre datas de coleta e áreas testes. No desdobramento da interação,
analisando o valor médio do número de esporos, constataram-se maiores valores em abril/2003,
quando a forrageira se encontrava na fenofase 4 (florescimento). A colonização micorrízica não
mostrou diferenças estatísticas significativas entre datas de coleta e entre áreas testes e para a
interação entre datas de coleta e áreas testes. Portanto esta variável não auxiliou na identificação
dos níveis de degradação das áreas-teste. Os maiores valores de carbono da biomassa microbiana
foram obtidos em abril/2003, quando a forrageira se encontrava no florescimento e em agosto/2002,
que corresponde à fenofase maturação/dormência. Estes valores foram estatisticamente
semelhantes ao valor observado na mata em julho/2003. Na identificação dos níveis de degradação
das áreas-teste, foi realizada a análise individual das variáveis físicas do solo e que também
subsidiaram a definição da “Capacidade de Uso das Terras” das áreas-teste. Em relação às variáveis
densidade,
microporosidade,
macroporosidade,
porosidade
total,
relação
microporosidade/macroporosidade, resistência mecânica à penetração e umidade gravimétrica,
diâmetro médio ponderado, silte, e a relação silte argila verificou-se efeito significativo da interação
125
entre datas de coleta e áreas testes. Entre as datas de coleta, diferenças significativas foram
verificadas para as variáveis físicas, teor de areia e teor de argila, significando que houve variações
nestas variáveis entre as cinco fenofases da Brachiaria brizantha nos dois anos agrícolas analisados.
Em relação às variáveis produção de matéria seca, matéria verde na amostra, altura média de
plantas, porcentagem botânica da forrageira, fibra em detergente neutro e fibra em detergente ácido
verificou-se efeito significativo da interação entre datas de coleta e áreas testes. Assim, de acordo
com a classificação apresentada por Nascimento Júnior et al. (1994), para o capim Brachiaria, as
pastagens de duas áreas testes encontram-se com grau de degradação avançado, levando-se em
conta a produção observada no período.
Para auxiliar na identificação dos níveis de degradação dos solos nas áreas-teste, realizou-se a
caracterização dos atributos do solo e da forrageira utilizados para a Classificação da Capacidade de
Uso da terra através do método paramétrico de enquadramento (LEPSCH et al. 1991). Verificou-se
que duas áreas-testes encontravam-se com grau mais avançado de degradação em relação às demais
áreas-testes.
Conclusão
Os dados edáficos (variáveis físicas, químicas e microbiológicas) e, morfofisiológicos (variáveis
da forrageira), permitiram a identificação dos níveis dedegradação ambiental em áreas com
pastagens na região de influência dos reservatórios das usinas hidrelétricas do Complexo de
Urubupungá.
Foram identificados dois níveis de degradação nas áreas-testes ocupadas com Brachiaria
brizantha, que é a principal espécie explorada nesta região, através de dados coletados em campo
nas fenofases 1, 4 e 5 desta forrageira durante os anos agrícolas 2001/2002 e 2002/2003.
Além das variáveis da forrageira citadas na literatura como parâmetros indicativos de
degradação, sugere-se que sejam incluídos outros parâmetros, tais como: características de
qualidade da planta (PB, FDN, FDA) e capacidade de suporte do pasto, para se obter ainda maior
confiabilidade na identificação dos níveis de degradação das pastagens.
Referências
HESPANHOL, A.N. Dinâmica agro-industrial, intervenção estatal e a questão do desenvolvimento da
região de Andradina - SP. Rio Claro, 1996. 273p.Tese (Doutorado) - Instituto de Geociências e Ciências
Exatas, Universidade Estadual Paulista
KICHEL, A.N.; MIRANDA, C.H.B.; ZIMMER, A.H. Fatores de degradação de pastagem sob pastejo
rotacionado com ênfase na implantação. In: FUNDAMENTOS DO PASTEJO ROTACIONADO; SIMPÓSIO
SOBRE MANEJO DE PASTAGENS, 1997, Piracicaba. Anais... Piracicaba: Esalq, 1997. p.193-211
LEPSCH, I. F.; BERTOLINI, D. ESPINDOLA, C. R. Manual para levantamento utilitário do meio físico e
classificação das terras no sistema de capacidade de uso. Campinas: SBCS, 1991. 189p.
MARTINS, O.O.; VIVIANI, C.A.; BORGES, F.G.; LIMA, R.O. Causas da degradação das pastagens e
rentabilidade econômica das pastagens corretamente adubadas. In: CONGRESSO BRASILEIRO DAS
RAÇAS ZEBUÍNAS, 2, 1996, Uberaba. Anais... Uberaba, 1996 (não paginado).
NASCIMENTO JUNIOR, D.; QUEIROZ, D.S.; SANTOS, M.V.F. Degradação das pastagens e critérios de
avaliação. In: MANEJO DA PASTAGEM, 11, 1994, Piracicaba. Anais... Piracicaba: 1994. p.107-51.
RAIJ, B. van, CANTARELLA, H., QUAGGIO, J.A., FURLANI, M.A.C . Recomendações de adubação e
calagem para o Estado de São Paulo. Campinas, Instituto Agronômico/Fundação IAC, 1997.
126
Agradecimento: FAPESP: Auxílio Pesquisa Proc. nº 2001/14574-1, Período de Vigência: 01/09/2002
a 31/08/2004.
127
Índice de massa corporal de equinos atletas: relato extensionista do NEQUIUNESP/Dracena
Beatriz Queiróz dos Reis*1, Kátia de Oliveira², Ana Carolina de Almeida Duarte¹, Amanda Mantovani
Pereira¹, Giovani Augusto Campos Oliveira¹, Mariana Siqueira Araújo¹, Karina Kai¹, Leticia Dreossi
Ballerini¹,
¹Acadêmica(o) do Curso de Zootecnia UNESP/Dracena, ² Professora da disciplina de Equideocultura UNESP/Dracena.
*[email protected]
O Núcleo de Extensão e Estudos em Equinos – NEQUI da UNESP/Câmpus Experimental de Dracena
fornece assistência técnica aos haras e centros de treinamento de equinos, de maneira ativa e
colaborativa com os treinadores e proprietários. A avaliação da condição corporal de cavalos atletas é
de suma importância para identificar o animal que apresente condição física ruim, ou seja, muito
abaixo ou muito acima do peso ideal. Sendo assim, a mesma pode ser obtida de maneira subjetiva
por meio do monitoramento do escore corporal. Entretanto, o índice de massa corporal (IMC) se
destaca por mensurar a condição corporal de cavalos de maneira objetiva, calculando-o por meio de
parâmetros obtidos nos animais. Isto possibilita alertar e orientar os proprietários a seguir programa
nutricional para recuperação de peso ou emagrecimento de seus cavalos atletas. O objetivo do
trabalho foi avaliar a condição corporal de cavalos da raça quarto de milha em atividade atlética, da
modalidade 3 tambores, visando adequação do programa nutricional. Foram realizadas medições em
50 cavalos da raça quarto de milha (QM), composto por 28 machos e 22 fêmeas, provenientes das
propriedades equestres localizadas no município de Dracena/SP, durante o ano de 2013. As
mensurações do ECC foram realizadas observando a aparência do animal e pela palpação da garupa,
crista do pescoço, cernelha, costelas, parte posterior da patela, linha do dorso/lombo, área da
inserção da cauda e projeção do íleo e ísquio. Para o cálculo do IMC foram realizadas aferições com
auxilio de um hipômetro, para medir a altura de cernelha, colocando o cavalo em terreno plano e
firme, e o uso de uma fita métrica graduada para medição de perímetro torácico, colocando a fita
atrás da cernelha e contornando o tórax pela linha do cilhadouro e do comprimento do corpo,
medido da articulação do ombro até a tuberosidade isquial. Sendo assim, o IMC dos animais foi
estimado por meio da seguinte fórmula, IMC = peso vivo (kg) / altura²(m). Os dados das aferições
para o IMC demonstraram que a média geral obtida foi de 193,03, sendo valor mínimo de 169,69 e
máximo 231,96. A variação do IMC considerado como ideal para cavalos QM (modalidade 3
tambores), a partir dos dados coletados, foi de 173,87 à 214,01. Portanto, verificou-se que nenhum
animal estava abaixo da condição corporal ideal, mas 15 % dos cavalos se encontravam com sobre
peso. Desta forma, os treinadores e proprietários foram orientados a realizar programa alimentar
com redução energética para estes animais.
Palavras-chave: avaliação física, condição corporal, equino.
Agradecimentos: à Pró-Reitoria de Extensão da UNESP – PROEX
128
Influência de Hematomas em Carcaças Bovinas Sobre a Coloração da carne
Maria Eduarda de Souza Carli(1); Marcos Chiquitelli Neto(2) ; Mariane Beline(3); Yasmin de Sales
Pereira(4); Marcelo Estremote (5); Andria Gigel Culik de Menezes(6).
(1)Graduanda do curso de Zootecnia, UNESP- Ilha Solteira,[email protected]; (2)Professor, UNESP/Universidade Estadual
Paulista, CEP 15385-000, Ilha Solteira, SP; [email protected] (3) Graduanda do curso de Zootecnia, UNESP- Ilha
Solteira;[email protected] (4)Graduanda do curso de Zootecnia, UNESP-Ilha Solteira, (5)Mestrando do curso de Zootecnia,
UNESP-Ilha Solteira; [email protected] (6)Graduanda do curso de Zootecnia, UNESP-Ilha Solteira; [email protected]
Introdução
A decisão de compra da carne é influenciada pela cor mais do que qualquer outro fator de
qualidade, porque os consumidores associam a coloração como um indicador de frescor e
salubridade (Mancini & Hunt, 2005).
O manejo pré-abate é o conjunto de operações de movimentação que deve ser realizada com
o mínimo de excitação e desconforto, proibindo-se qualquer ato ou uso de instrumentos agressivos a
integridade física dos animais ou provoque reações de aflição (BRASIL, 2000).
No caso de manejo agressivo nesse momento, os animais ficarão mais estressados, resultando
em prejuízos para a carcaça (hematomas) e qualidade de carne (cortes escuros- “dark cutting”),
lembrando que tais prejuízos podem ser decorrentes da ação direta do homem, ao bater ou acuar os
animais contra cercas, porteiras, etc., ou indireta, com a formação de lotes novos nessa etapa final da
produção,desrespeitando os seus padrões de organização social e aumentando as interações
agressivas(COSTA; CHIQUITELLI NETO,2003).
Portanto, é preciso manejar adequadamente esses animais procurando evitar fatores
estressantes como a falta de água e manejo rude dos animais, entre outros, pois o manejo
inadequado é um dos maiores fatores responsáveis pelo endurecimento e escurecimento da carcaça,
hematomas e até condenação das mesmas, interferindo na produtividade final da pecuária
(LUCHIARI FILHO, 2000).
Objetivo
O objetivo desse trabalho foi avaliar a coloração da carne, decorrentes de hematomas
presentes ou não em carcaças bovinas.
Material e Métodos
O trabalho foi conduzido nas dependências da Fazenda de Ensino e Pesquisa da Faculdade de
Engenharia, Campus de Ilha Solteira da Universidade Estadual “Júlio deMesquita Filho”. Foram
utilizados 36 bovinos machos não castrados da raça Guzerá, com idade média de 30 ± 2 meses e peso
corporal médio inicial de 450 Kg. Os animais foram identificados com brincos plásticos, adaptados às
instalações e as dietas, cada animal foi alojado em baias individuais de 10 m2. A ração foi fornecida
aos animais duas vezes ao dia, até o final do período experimental.
Ao final do confinamento, todos os animais foram abatidos, em frigorífico comercial no
município de Ilha Solteira – SP. Na linha de abate, para a avaliação das carcaças, seguiu-se o critério
descrito pela AUS-MEAT (2005). Nesse sentido, as idades da lesões foram classificadas em: recente
(cor avermelhada) ou antiga (coloração amarelada), sua intensidade em: grau I (somente o tecido
subcutâneo); II (tecido subcutâneo e muscular) III (tecido subcutâneo, muscular e ósseo), sua
extensão (nível I: 1-10cm; nível II: 11-20cm e nível III: acima de 20cm) e localização na carcaça
(traseiro, dianteiro, contrafilé e ponta de agulha).Após esse processo, as carcaças seguiram a linha de
129
abate e foram para a área de esfola e em seguida para a câmara fria. Antes da entrada na câmara
fria, foram retiradas amostras do Longissimus dorsi da meia carcaça esquerda para a determinação
da cor por meio do colorímetro Minolta do sistema CIELAB, calibrado para um padrão branco, onde o
L* representa a luminosidade, a* (intensidade de vermelho) e b *( intensidade de amarelo). Após 24
horas, outra amostra foi coletada para a realização dos mesmos procedimentos.
As análises estatísticas foram realizadas por intermédio do programa Statistical Package for
Social Science for Windows (SPSS), versão 17.0.
Resultados e Discussões
Para a análise estatística dos resultados das características da cor do músculo Longissimus
dorsis, sobre influência do estresse causado por hematomas, foram realizadas coleta de cor antes de
refrigerado e após 24 horas de resfriamento considerando os efeitos das diferentes condições com
hematomas e sem hematomas.
Segundo Warriss (1990) as lesões podem se originar em qualquer momento durante o
período do manejo pré-abate, na fazenda, durante o transporte, ao tempo imediatamente seguinte
ao atordoamento, ou antes, da sangria.
Verificou-se que aos animais com hematomas e sem hematomas não apresentaram (P<0,05),
onde não houve diferença em relação a cor da carne em todas as variáveis medidas (L*, a*, b*).
Foram verificadas diferenças (P<0,05) entre os valores da coloração da carcaça em todas variáveis
medidas, onde carcaças com hematomas apresentaram coloração mais escura após resfriamento de
24 horas, para L* (luminosidade) as carcaça apresentaram uma coloração média de 39,659 ± 2,533,
para a* (intensidade da cor vermelha) foi apresentada cor média de 19,627 ± 1,547 e para
b*(intensidade da cor amarela) a media foi obtida foi de 10,02 ± 1,773. Conclusão
Segundo os resultados obtidos, carcaças que apresentaram hematomas, obtiveram diferença
em sua cor 24 horas após o abate.
130
Referências
BEAUFILS, E.R. Diagnosis and recommendation integrated system (DRIS). Pietermaritizburg,
University of Natal, 1973. 132p. (Soil Science Bulletin, 1).
FONSECA, J.A.; MEURER, E.J. Inibição da absorção de magnésio pelo potássio em plântulas de milho
em solução nutritiva. R. Bras. Ci. Solo, 21:47-50, 1997.
JONES, C.A. Proposed modifications for DRIS for interpreting plant analyses. Comm. Soil Sci Plant
Anal, 12: 785-794, 1981.
MALAVOLTA, E.; VITTI, G.C.; OLIVEIRA, S.A. Avaliação do estado nutricional das plantas. Piracicaba,
Associação Brasileira para Pesquisa da Potassa e do Fosfato, 1989. 201p.
MANCINI, R.A.; HUNT, M.C. Current research in meat color. Meat Science, v. 71, p. 100-121, 2005.
SILVA, L.C. Crescimento e acúmulo de nutrientes em sete cultivares de cana-de-açúcar (Saccharum
spp.) na região de Coruripe-AL. Rio Largo, Universidade Federal de Alagoas, 2007. 74p. (Dissertação
de Mestrado).
SORIANO, H.L. Extração e eficiência na utilização de macro e micronutrientes por variedades RB de
cana-de-açúcar. Rio Largo: Universidade Federal de Alagoas, 2007. 22p. (Trabalho de Conclusão de
Curso).
VETTORI, L. Ferro “livre” por cálculo. In: CONGRESSO BRASILEIRO DE CIÊNCIA DO SOLO, 15.,
Campinas, 1975. Anais... Campinas, Sociedade Brasileira de Ciência do Solo, 1976. p.127-128.
WARRISS, P. D.; BROWN, S. N.; ADAMS, S. J. M. Relationship between subjective and objective
assessment of stress at slaughter and meat quality. Meat Science, v.38, p.329-340, 1994.
131
Influência do estresse no desmame sobre o grau de verminose em bezerros
nelore no período pós-desmame
Fachiolli, D.F.¹; Yamada, P.H.¹; Pinto, L.D.²; Santi, P.F.²; Vera, J.H.S.³; Soutello, R.V.G.4
1 Mestranda em Ciências e Tecnologia Animal – Unesp/Câmpus de Dracena. E-mail: [email protected]
2 Discente do curso de Zootecnia - UNESP/Câmpus de Dracena.
3 Mestre em Ciências e Tecnologia Animal, Unesp – Câmpus Experimental de Dracena, Rod. SP 294, km 651, 17900-000, Dracena, SP.
Telefone: 3821 8156. E-mail: [email protected]
4 Docente do curso de Engenharia Agronômica e Zootecnia - UNESP/Câmpus de Dracena. E-mail: [email protected]
Introdução
No final da fase de cria, é realizado o desmame que consiste em separar os bezerros de suas
mães de uma forma abrupta, que ocorre normalmente no início da estação seca (entre março e
julho).
Portanto, o desmame é uma fase muito crítica, já que os bezerros sofrem com o estresse
“emocional”, devido essa separação materna, e também sofre com a substituição do leite por uma
dieta com alimentos sólidos, deixando de ser um pré-ruminante, passando a ser um ruminante
(OLIVEIRA et al., 2006).
Assim, o estresse que esses animais são submetidos durante e após o desmame representam
alterações dos mecanismos fisiológicos que tem como finalidade a manutenção da homeostase do
bezerro (PAES et al., 2012). Embora as reações do estresse aconteçam para ajudar na homeostasia,
existe um lado ruim, pois nessas reações contêm elementos que podem diminuir a resistência do
animal, deixando os bezerros mais susceptíveis a doenças (BREAZILE, 1988).
Portanto, o estresse causado nesse período até a total adaptação pode resultar em perdas na
produção, como diminuição de peso e maior susceptibilidade a doenças e parasitoses.
Objetivo
O objetivo do trabalho foi avaliar o quanto o processo de desmame influencia na eliminação
de ovos de helmintos e no desempenho em bezerros machos e fêmeas da raça nelore durante a fase
de pós-desmame.
Material e métodos
Foram utilizados 54 bezerros contemporâneos da raça Nelore, desmamados no mesmo dia,
sendo 26 fêmeas e 28 machos.
Os animais foram mantidos em piquetes formados com pastagem de Brachiaria brizantha em
uma fazenda localizada no município de Castilho/SP. O delineamento experimental utilizado foi o
delineamento em blocos casualizados, onde os bezerros foram divididos em dois grupos, um de
machos e outro de fêmeas.
Foram realizadas análises de contagem de ovos por grama de fezes e coprocultura (D0), 7 dias
após o desmame (D7) e 14 dias após o desmame (D14).
Resultados e Discussão
Os resultados das contagens de ovos por grama de fezes (OPG) encontrados para fêmeas nos
dias D0, D8 e D14 apresentaram média de 542, 823, 533, e para machos foram 519, 846 e 419,
respectivamente.
132
A identificação de larvas realizada 7 dias pós-desmame (D7) apontou uma porcentagem de:
54,27% Haemonchus spp., 25,13% Cooperia spp., 14,57% Trichostrongylus spp. e 6,03%
Oesophagostomun spp. Deste modo, foi possível observar o efeito do desmame no aumento do OPG
de bezerros, machos e fêmeas, nos primeiros dias após a separação das mães e uma subsequente
diminuição no D14.
Isso pode ter ocorrido devido uma provável diminuição da resposta imunológica dos animais,
que sofrem com o estresse do manejo pós-desmame, deixando-os mais susceptível a infecções por
helmintos.
Conclusão
Isso pode ter ocorrido devido uma provável diminuição da resposta imunológica dos animais,
que sofrem com o estresse do manejo pós-desmame, deixando-os mais susceptível a infecções por
helmintos.
Referências
BREAZILE, J. E. The physiology of stress and its relationship to mechanisms of disease and
therapeutics. Veterinary Clinics of North America: Food Animal Practice, v. 4, p. 441-480, 1988.
OLIVEIRA, R. L. et al. Nutrição e manejo de bovinos de corte na fase de cria. Revista Brasileira de
Saúde e Produção Animal, v.7, n.1, p. 57-86, 2006.
PAES, P. R. et al. O leucograma como indicador de estresse no desmame e no transporte rodoviário
de bovinos da raça Nelore. Semina: Ciências Agrárias, Londrina, v. 33, n. 1, p. 305-312, 2012.
133
Leishmaniose visceral canina associada à presença do vetor Lutzomyia
longipalpis em abrigos de animais de Ilha Solteira-SP
Alves, M. L.¹; Silva, D. T.¹; Spada, J. C. P.²; Alcântara, L. M.S. ³; Matos, J. M.4; Starke-Buzetti, W. A.5
¹ Estudantes de pós-graduação; DBZ, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira- SP. Email: [email protected]
² Mestre do Programa de Ciência e Tecnologia Animal, Ilha Solteira-SP
³ Discente do Curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Agrárias de Andradina
4 Discente do Curso de Ciências Biológicas da Unesp de Ilha Solteira-SP
5 Professor, UNESP/Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira-SP, [email protected], Departamento de Biologia e Zootecnia.
Email: [email protected]
Introdução
A leishmaniose visceral canina (LVC) é uma antropozoonose causada pelo parasita Leishmania
infantum (sinônimo L. chagasi), e a transmissão do parasito ao homem e outros mamíferos é feita
exclusivamente por meio de insetos flebotomíneos, pertencentes à Ordem Diptera, Família
Psichodidae e Subfamília Phlebotominae, dos gêneros Phlebotomus e Lutzomyia, no Velho e no Novo
Mundo, respectivamente, com a espécie Lutzomyia longipalpis, a mais importante transmissora no
Brasil (SOBRINO, 2008).
Esses mosquitos são encontrados em locais úmidos com temperaturas altas e na presença de
matéria orgânica, sendo mais ativos no amanhecer e no crepúsculo, e apenas as fêmeas são
hematófagas possuindo longevidade de 20 dias aproximadamente. A distribuição abrangente dos
flebotomíneos nas áreas urbanas e sua enorme capacidade adaptativa aumentam as expectativas de
animais saudáveis de serem infectados pelo repasto sanguíneo de animais doentes, assim, a
leishmaniose deixou de ser considerada unicamente doença rural (SAVANI, 2004; BRASIL, 2006;
BRASIL, 1997; REY, 1992). No Brasil, a doença é endêmica em todas as regiões e vem se expandindo
geograficamente e sofrendo processo de urbanização por consequência da destruição antrópica dos
hábitats dos animais reservatórios e dos vetores. A proximidade ao habitat dos flebotomíneos,
condições sanitárias precárias e a presença de hospedeiros mamíferos vulneráveis (animais silvestres
e cães doméstico) colocam as periferias urbanas como locais propícios para a reprodução do
mosquito. Deste modo, a LV passou a ser classificada pela Organização Mundial da Saúde (OMS)
como uma das prioridades dentre as doenças tropicais. (COSTA, et al., 2007; TENÓRIO et al., 2011).
Objetivo
O objetivo foi relacionar a positividade da LVC com a presença do flebotomíneo Lutzomyia
longipalpis em associações protetoras de animais do município de Ilha Solteira-SP.
Material e Métodos
O trabalho foi realizado em duas associações protetoras de animais (cães e gatos) do
município de Ilha Solteira, São Paulo. Das associações, a APAISA (Associação Protetora dos Animais
de Ilha Solteira) está localizada em uma área rural próximo ao perímetro urbano, e o Recanto Feliz
(RF) situada em um bairro urbano do município. Ambas entidades estão intimamente ligadas a
fragmentos de matas com vegetações remanescentes ao entorno.
Foram coletadas amostras de sangue de 65 cães pertencentes as duas associações, sendo 53
na APAISA e 12 no RF. As amostras foram submetidas ao exame de Reação de Imunofluorescência
Indireta (RIFI) conforme a técnica adaptada por Oliveira et al. (2008) para diagnóstico da LVC.
134
As capturas de flebotomíneos foram realizadas por armadilhas do tipo CDC, das 17 às 07 horas,
durante 3 dias consecutivos entre os meses de janeiro e agosto de 2014. Foram instaladas quatro
armadilhas luminosas em cada associação, em pontos estratégicos. Os flebotomíneos capturados
foram agrupados por armadilhas, e dia de captura, e anotados em uma planilha e posteriormente
foram separados quanto ao sexo, e identificados quanto à espécie através de caracteres morfológicos
da genitália.
Resultados e Discussão
Foram capturados um total de 103 mosquitos flebotomíneos destes, 26% (27/103) fêmeas e
74% (76/103) machos. O número de insetos machos foi quase 3 vezes maior que o número de
fêmeas, similar ao levantamento realizado no município de Três Lagoas-MS por Oliveira et al.(2010).
Como os machos eclodem antes das fêmeas e de certa forma estes são atraídos pelo odor e dióxido
de carbono liberados pelos cães, permitindo então que fiquem mais próximos dos hospedeiros,
podem ajudar a explicar o porquê da superioridade numérica de machos em relação às fêmeas.
A maioria dos mosquitos foi encontrada na APAISA correspondente à 64% (66/103). Por se tratar de
um local na área rural e com presença de matéria orgânica em decomposição em abundância, as
condições de proliferação do mosquito são maiores. De acordo com Brasil (1997) e Spada et al.
(2014) os flebotomíneos L. longipalpis geralmente são mais encontrados em locais com presença de
muita matéria orgânica no solo. No RF, foram capturados 36% (37/103) dos insetos.
Segundo Costa et al. (2007) a doença que estava altamente associada com o contato do
indivíduos com a mata, atualmente também é registrada em focos periurbanose urbanos. O trabalho
de Paulan et al. (2012) reforçou ainda a importância do vetor Lutzomyia longipalpis em se adaptar ao
ambiente peridomiciliar sem a necessidade da vegetação como papel importante na dinâmica
epidemiológica da doença e assim se estabelecer em diferentes ambientes.
Dos 65 cães avaliados, 49,2% (32/65) foram diagnosticados positivamente para LVC. A APAISA
novamente se destacou representando 58,4% (31/53) de casos positivos. A incidência da
enfermidade neste local foi verificada no estudo de Silva et al. (2014). Esta alta taxa de positividade
poderia estar relacionada pelo grande número de flebotomíneos encontrados.
Conclusões
Os cães abrigados nestas associações possuem grande vulnerabilidade a LVC pelo fato de se
tratarem de locais com um grande fluxo de animais doentes e com a presença de flebotomíneos
vetores. Portanto, as proximidades destes locais com as residências oferecem um enorme risco para
a disseminação da LVC no município de Ilha Solteira.
Referências
BRASIL. Ministério da Saúde, Centro Nacional de Epidemiologia, Coordenação Nacional de
Dermatologia Sanitária. Leishmaniose tegumentar americana no Brasil (Ferida Brava). Brasília, 1997.
______. Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância
Epidemiológica. Manual de Vigilância e Controle da Leishmaniose Visceral. Brasília, 2006.
COSTA, S. et al. Lutzomyia (Nyssomyia) whitmani s.l. (Antunes & Coutinho, 939) (Diptera:
Psychodidae: Phlebotominae): geographical distribution and the epidemiology of American
cutaneous leishmaniasis in Brazil – Mini-review. Mem Inst Oswaldo Cruz, v. 102, n. 2, p. 149-153,
2007.
135
OLIVEIRA, G. M. G. et al. Flebotomíneos (Diptera: Psychodidae: Phlebotominae) no Município de Três
Lagoas, área de transmissão intensa de leishmaniose visceral, Estado de Mato Grosso
do Sul, Brasil. Revista Pan-amazonense de Saúde, Três Lagoas, v. 3, n. 1, p.83-94, set. 2010.
OLIVEIRA, T. M. F. S. et al. A study of cross-reactivity in serum samples from dogs positive for
Leishmania sp., Babesia canis and Ehrlichia canis in enzyme-linked immunosorbent assay and indirect
fluorescent antibody test. Rev. Bras. Parasitol. Veterin., v. 17, n. 1, p. 7-11, 2008. PAULAN, S. C. et al.
Spatial distribution of canine visceral leishmaniasis in Ilha Solteira, São Paulo, Brazil. Eng. Agrícola, v.
32, n. 4, p.765-774, 2012.
REY, L. Bases da parasitologia médica. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan,349 p., 1992.
SAVANI, E. S. M. M. Aspectos da transmissão de leishmanioses no assentamento Guaicurus,
Planalto da Bodoquera, estado de Mato Grosso do Sul, Brasil. , 2002- 3. Infecção natural em
animais domésticos e vetores. 2004. Tese (Doutorado) – Faculdade de Saúde Pública, Universidade
de São Paulo. São Paulo.
SILVA, D. T. et al. Comparative evaluation of several methods for Canine Visceral Leishmaniasis
diagnosis. Braz. J. Vet. Parasitol., p. 1-8, 2014.
SOBRINO R. et al. Characterization of widespread canine leishmaniasis amongwild carnivores from
Spain. Vet. Parasitol., v. 155, p. 198-203, 2008.
SPADA, J. C. P. Fatores de riscos associados à Leishmaniose visceral canina na área de cinturão
verde de Ilha Solteira, SP. 2014. Dissertação (Mestrado em Ciência e Tecnologia Animal) –
Departamento de Biologia e Zootecnia, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, Universidade
Estadual Paulista, Ilha Solteira, 2014.
TENÓRIO, M. S. et al. Visceral leishmaniasis in a captive crab-eating fox cerdocyon thous. J. Zoo And
Wildlife Med., Departamento de Biologia e Zootecnia, Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira, p.
608-616, 2011
136
Massa e rendimento de polpa dos frutos de clones de aceroleira
Nasser, M. D.1; Zonta, A.2; Mariano-Nasser, F. A. C.3; Cecílio, D. S. Q.4
1 Pesq. Científico, Eng. Agrº, M. Sc. / APTA Regional – Alta Paulista; email: [email protected]
2 Pesq. Científico, Zootec., M. Sc. / APTA Regional – Alta Paulista; email: [email protected]
3 Eng. Agrª., Drª / Faculdade de Engenharia de Ilha Solteira-UNESP; email: [email protected]
4 Discente do Curso de Agronomia das Faculdades Adamantinenses Integradas; email: [email protected]
Introdução
A importância de se estudar a acerola foi iniciada por Asenjo & Freire de Guzman (1946),
quando detectaram valores de até 3300 mg de ácido ascórbico por 100 g de polpa. A aceroleira
(Malpighia emarginata L.) é uma planta de fácil adaptação a diversas condições climáticas, e uma
frutífera cultivada mundialmente, em regiões tropicais e subtropicais (LEME JUNIOR, 1951).
O cultivo desta frutífera está localizado principalmente nos seguintes países: Brasil, Porto
Rico, Cuba e Estados Unidos (CARDOSO et al., 2003). No Brasil foram produzidas 24451 t de acerola
em 3494 ha, com destaque para região Nordeste e o estado de São Paulo (IBGE, 2006). Só no Estado
de São Paulo, a cultura ocupa 597 ha, sendo 260 ha localizados na região da Alta Paulista, com
destaque do município de Junqueirópolis (CATI, 2008).
A seleção de aceroleiras cultivadas em pomares comerciais é fundamentada numa relação de
descritores. Além do teor de ácido ascórbico contido nos frutos, Oliveira et al. (1998a,b), citam que
outras características são avaliadas, entre estas se destaca a massa dos frutos, e o rendimento de
polpa.
Objetivo
Objetivou-se no trabalho verificar a massa e rendimento de frutos maduros de acerola de
diferentes clones instalados na APTA Regional Alta Paulista, Adamantina-SP.
Material e Métodos
O frutos foram coletados entre 19 e 25 de fevereiro de 2014 no Banco Ativo de Germoplasma
instalado na estação experimental do Polo Regional Alta Paulista da Agência Paulista em Tecnologia
dos Agronegócios (APTA), vinculada à Secretaria de Agricultura e Abastecimento do Estado de São
Paulo, sediado em Adamantina-SP, cujas coordenadas geográficas são: latitude 21º 40` S, longitude
51º08` W e altitude de 400 m.
O clima da região é Cwa e classificado como subtropical úmido segundo a classificação de
Köppen; com verão quente e chuvoso e inverno seco e ameno (Herrera et al., 1997). A precipitação
média é de 1283 mm, e temperatura média anual em torno de 24 ºC (CIIAGRO, 2013).
Cada amostra foi composta de 15 frutos maduros, e os clones analisados neste trabalho
foram: Olivier, Waldy-CATI 30, Cereja (BRS 236), Roxinha (BRS 237) e Frutacor (BRS 238). As plantas
apresentavam 8 anos de idade, e não receberam irrigação complementar, apenas água oriunda de
chuva. Logo após a colheita dos frutos maduros, as amostras foram encaminhadas para o laboratório
da estação experimental, onde foram avaliadas a massa fresca de 15 frutos maduros (MF15Fr) em
gramas, e a massa média por fruto maduro (MMFr) em gramas. Posteriormente, os frutos foram
despolpados manualmente e peneirados, e assim verificou-se a massa da polpa de 15 frutos maduros
(MP15Fr) em gramas, e o rendimento de polpa (N) em porcentagem, através do cálculo da seguinte
equação:
137
N = (MP15Fr ÷ MF15Fr) x 100
O delineamento experimental utilizado foi o inteiramente casualizado, com 5 tratamentos
(clones de aceroleira), e 3 repetições, sendo 15 frutos maduros por repetição. Os dados obtidos
foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo Teste de Tukey, ao nível de 5%
de probabilidade As análises foram feitas com auxílio do programa estatístico SISVAR (FERREIRA,
2010).
Resultados e Discussão
Pela Tabela 1, observam-se valores significativamente inferiores para Olivier na massa média
por fruto (5,44 g) e no rendimento de polpa (37,19 %), visto que este material predomina nos
pomares instalados na Alta Paulista. Porém os resultados não diferem do clone Cereja. Waldy-CATI
30, Roxinha e Frutacor foram superiores, apresentando frutos maiores que 7 g e rendimento de
polpa acima de 50%.
Brunini et al. (2004), analisando frutos de acerola de oito regiões paulistas identificaram na
safra de 2003 peso médio variando de 6,92 a 9,60 g por fruto, e 50,70 a 76,95 % de polpa. Os
resultados mencionados são acima da média para as variáveisanalisadas neste trabalho, mas os
autores não informam o período que foi realizado a amostragem e se as plantas recebiam irrigação
regularmente. Paiva et al. (2004), analisaram em 39 colheitas do ano de 2002, os clones Cereja,
Roxinha e Frutacor, irrigados e cultivados em Limoeiro do Norte-CE, e verificaram peso médio por
fruto de 10,8 g para Roxinha, e 41,93 % polpa, enquanto a Cereja apresentou 7,56 g por acerola e
51,90 % em rendimento de polpa.
Os dados apresentados sugerem que as medições da massa do fruto maduro e do rendimento
de polpa sejam feitas em maior número ao longo do ano safra, pois os frutos podem variar suas
características durante o período de colheita e da quantidade de água aplicada no pomar.
Conclusões
Os frutos dos clones Waldy-CATI 30, Roxinha e Frutacor foram superiores na massa média por
fruto maduro e no rendimento de polpa aos clones Olivier e Cereja.
138
Referências
ASENJO, C. F.; FREIRE de GUZMAN, A. R. The high ascorbic acid content of the West Indian Cherry.
Science, Washington, v. 103, p. 219, 1946.
BRUNINI, M. A. et al. Caracterização física e química de acerolas provenientes de diferentes regiões
de cultivo. Revista Brasileira de Fruticultura, Jaboticabal-SP, v. 26, n. 3, p. 486-489, 2004.
CARDOSO, C. E. L.; LOPES, R. L.; ALMEIDA, C. O. Aspectos econômicos. In: RITZINGER, R.; KOBAYASHI,
A. K; OLIVEIRA, J. R.P (Eds.). A cultura da aceroleira. Cruz das Almas: Embrapa Mandioca e
Fruticultura, 2003. p. 185-198.
CIIAGRO - CENTRO INTEGRADO DE INFORMAÇÕES AGROMETEOROLÓGICAS. Balanço hídrico por
local: Adamantina. São Paulo: SAA / IAC / CIIAGRO, 2013. Disponível em:
<http://www.ciiagro.sp.gov.br/ciiagroonline/Listagens/BH/LBalancoHidricoLocal.asp>. Acesso em: 16
abr. 2014.
COORDENADORIA DE ASSISTÊNCIA TÉCNICA INTEGRAL – CATI. Levantamento censitário de unidade
de produção agrícola do Estado de São Paulo (LUPA) 2007/2008. São Paulo: SAA / CATI / IEA, 2008.
Disponível em: <http://www.cati.sp.gov.br/>. Acesso em: 2 set. 2014. FERREIRA, D. F. SISVAR –
Sistema de Análise de Variância. Versão 5. 3. Lavras-MG: UFLA, 2010.
HERRERA, O.M.; LEOPOLDO, P.R.; KROLL, L.B.; ZUCCARI, M.L. Agrupamento de estações
climatológicas localizadas no Estado de São Paulo, utilizando-se análise multivariada. Engenharia
Agrícola, Jaboticabal, v. 16, n. 3, p. 34-42, 1997.
INSTITUTO BRASILEIRO DE GEOGRAFIA E ESTATÍSTICA – IBGE. Produção e área nos estabelecimentos
agropecuários com mais de 50 pés existentes. Rio de Janeiro: IBGE, 2006. Disponível em:
<http://www.sidra.ibge.gov.br/bda/agric/default.asp?t=2&z=t&o=11&u1=1&u2=1&u3=1&u4=1&u5=
1&u6=1>. Acesso em: 29 maio 2014.
LEME JÚNIOR, J. A vitamina C em algumas plantas brasileiras e exóticas. Revista agricultura., v. 26. P .
319-30,1951.
OLIVEIRA, J. R. P.; SOARES FILHO, W. dos S.; NASCIMENTO, A. S. do; COSTA, D. da C.; MATSURA, F. C.
A. V.; GOMES, J. de C.; CARVALHO, J. E. B. de; REINAHRDT, D. H.; OLIVEIRA, R. P. Programa de
pesquisa de acerola: Embrapa mandioca e fruticultura. Cruz das Almas, BA: Embrapa – CNPMF, 1998
a. 28 p. (Documento, 75).
OLIVEIRA, J. R. P.; SOARES FILHO, W. dos S.; CUNHA, R. B. Da. Guia de descritores de acerola: versão
preliminar. Cruz das Almas, BA: Embrapa – CNPMF, 1998 b. 22 p. (Documento, 84).
PAIVA, J. R. et al. Clones de aceroleira: BRS 235 ou Apodi, BRS 236 ou Cereja, BRS 237 ou Roxinha,
BRS 238 ou Frutacor. Fortaleza: Embrapa Agroindústria Tropical, 2003. 3 p. (Comunicado Técnico, 87).
139
Metabólitos do fipronil afetam o potencial de membrana mitocondrial
Tavares, M.A., Guelfi, M., Medeiros, H.C.D,Mingatto, F.E.,
Laboratório de Bioq uímica Metabólica e Toxicológica (LaBMeT), UNESP-D racena/SP.
Introdução
Devido à sua interposi ção entre o trato digestivo e a circulação geral do organismo, o fígado
desempenha uma função central no metabolismo. Ele recebe g randes quantidades de nutrientes e
xenobióticos que são absorvidos por meio do t rato digestivo e veia porta. (GUILLOUZO, 1998).
Fipronil é um inseticida de amplo espectro de ação utilizado extensivamente para o con role de
pragas em lavouras e infestações parasitárias em animais. Ele sofre biotransformação no fígado
originando dois metab ólitos, o dessulfinil e o sulfona. Mohamed et al.,200 4, encontraram resultados
de intoxicação do fipronil e seus metabólitos em seres hum anos. Além disso, os metabólitos fipronil
sulfona e fipronil dessulfinil também se mostr aram tóxicos para células do fígado e de intestino
conforme estudos de Das et al., 2006 e Vidau et al., 2009. A ação de composto s nocivos ao
organismo vivo pode atingir as mitocôndrias, que é responsável pela síntese da q uase totalidade do
ATP necessário à manutenção da estrutura e função celular.
Objetivo
Estudar os metabólitos do fipronil em mitocôndrias isoladas de fígado de rato, avaliando
parâmetros associados à bioenergética, para elucidar os mecanismos de ação tóxica da substância.
Material e Métodos
O presente trabalho foi submetido à avaliação da Comissão de Ética no Uso de Animais do
Campus da UNES P de Dracena sob o protocolo nº 34/2012.
As mitocôndrias ser ão isoladas por centrifugação diferenc ial (PEDERSENet al., 1978). Ratos
Wistar macho s pesando entre 180-200 g serão an estesiados com éter e eutanasiados por
decaptação; o fígado será imediatamente removido, picotado em 50 mL de meio contendo sacarose
250 mM, EGTA 1mM e HEPES-KOH 10 mM, pH 7,2, a 4oC, e homogeneizado três vezes por 15 s com
intervalos de 1 min em homogeneizador Potter- Elvehjen. A suspensão será centrifugada a 770
x g por 5 min e o sobrenadante resultante centrifugado a 9.800 x g por 10 min. O sedimento será
resuspenso com 10 mL de meio contendo sacarose 25 0 mM, EGTA 0,3 mM e HEPES-KOH 10 mM, pH
7,2, e centrifugado a 4.500 x g por 1 5 min. O sedimento mitocondrial final se rá suspenso com 1 mL
de meio contendo sacarose 250 mM e HEPES-KOH 10 mM, pH 7,2, e utilizado dentro de um período
máximo de 3 h.
A proteína mitocondrial será determinada utilizando-se a reação do biureto, de acordo com
Cain e Skilleter (1 987), e BSA como padrão.
O potencial de membrana das mitocôndrias energizadas (2 mg de proteína/mL) será
determinado espectro fluorimetricamente no meio padrão contendo EGTA 0,5 mM (volume final de 2
mL) com o indicador safranina-O (4 µM). A variação de fluorrescência será avaliada utilizando-se um
espectroflu orímetro modelo RFPC 5301 (Shimadzu, Tokyo, Japão), nos comprimentos de onda de
140
505 e 535 nm para excitação e emissã o, respectivamente. Os resultados serão expressos como
porcentagem em relação à fluoorescência das células controle (sem adições).
Resultados e Discussão
Os resultados apreseentados neste estudo mostram que os metabólitos do fipronil causam
alterações no potencial de membrana das mitocôndrias isoladas de fígado de ratos.
Com uma ação dose dependente a partir de 10 µM, o fipronnil dessulfinil (Figura 1) agiu
dissipando o potencial d e membrana tanto das mitocôndrias energizadas com glutamato e malato
(substratos do comp lexo I da cadeia respiratória), quanto co m succinato (substrato do complexo II);
o fipronil sulfona desempenhou o mesmo efeito (Figura 2), porém de forma mais expressiva,
apresenta ndo efeito a partir da concentração 1µM. Dessa forma a capacidade das mitocôndrias de
sintetizar ATP é comprometida (MITC HELL,1961).
141
Conclusão
Os metabólitos do fipronil, fipronil dessulfinil e fipronil sulfona afetam o potencial de
membrana mitocondrial diminuindo a produção de ATP, e este efeito pode estar relacionado à
toxicidade observada do fiprronil.
Referências
CAIN, K.; SKILLETER, D.N. P reparation and use of mitochondria in toxicological research. In: Snell, K.
&Mullock, B., (Ed). Biochemical Toxicology. Oxford: IRL Press,1987, p.217- 254.
DAS, P.C. et al. Fipronil induces CYP isoforms and cytotoxicity in human hepatocytes.Chem. Biol.
Interac., v.164, p.200-214, 2006.
142
GUILLOUZO, A. Liver cell models in in vitro toxicology. E nvironmental Health
Perspectives, v.106, n.2, p.511-532, 1998.
MITCHELL, P. Coupling of phosphorylation to electron and hydrogen transfer by a chemiosmotic type
of mec hanism. Nature, v.191, p.144-148, 1961.
MOHAMED, F. et al. Acute h uman poisoning with the N- phenylpyrazole insecticide fipronil – a
GABAA – gated chloride channel blocker. Journal of Toxicology - Clinical Toxicology, v.42, n.7, p.955963, 2004 .
PEDERSEN, P.L. et al. Preparation and characterization of mitochondria and submitochondrial
particles of rat liver and liver-derived tissues.Me thods Cell.Biol., v.20, p.411-481, 1978.
VIDAU,C. et al. Phenylpyra zole insecticides induce cytotoxicity b y altering mechanisms involvedin
cellular energy supply in the human epithelial cell mod el Caco-2.Toxicology In Vitro, v.23, p.589597, 2009.
Apoio: FAPESP
143
Microbiologia intestinal de frangos de corte alimentados com dietas
suplementadas com ácidos orgânicos
Saes R. L.¹, Saes I. L.¹, Freschi J. B.², Cruz-Polycarpo V. C.³
¹Discentes do curso de Medicina Veterinária da Faculdade de Ciências Agrárias de Andradina – FCAA.
²Mestre Médica Veterinária formada na Faculdade de Ciências Agrárias de Andradina – FCAA.
³Docente do curso de Zootecnia na UNESP-Dracena.
Introdução
A avicultura destaca-se entre as atividades do setor agropecuário mundial, com índices de
produção em constante crescimento. O aumento na produção de carne de frangos foi consequência
de avanços em genética, nutrição, sanidade e manejo, elevando os níveis de produtividade e
desempenho (RIBEIRO, 2008).
O setor avícola tem se destacado devido a grandes investimentos tecnológicos, passando a ser
uma atividade de grande importância econômica, a qual representa, atualmente, 2% do Produto
Interno Bruto (PIB) do país e movimenta mais de 10 bilhões de dólares ao ano. A produção de carne
de frango chegou a 13.058 milhões de toneladas em 2011, com um crescimento de 6,8% em relação
a 2010 (UBABEF, 2012).
Em virtude do rápido ciclo de produção e da grande demanda por produtos de origem avícola,
a produção de frangos tem direcionado esforços nos últimos anos visando máxima produção de
proteína animal em menor tempo possível. Ressalta-se que, a utilização dos antimicrobianos em
várias fases do ciclo de produção das aves tem contribuído para maximizar a produtividade nesta
espécie. Portanto, além do seu uso na terapia, os antimicrobianos têm aplicação em medidas de
profilaxia e como promotores de crescimento. De acordo com UBABEF (2011), isto tem reduzido o
valor terapêutico desses compostos tanto para o tratamento das doenças animais, quanto para sua
aplicação em humanos devido ao decréscimo da susceptibilidade destes microrganismos.
O uso de antibióticos, comoaditivos promotores de crescimento na avicultura tem sido
bastante questionado atualmente (MACHADO et al., 2007). Nos anos 50, pesquisadores descobriram
que dosagens subclínicas de antibióticos nas rações melhoravam o crescimento e a eficiência de
produção dos animais. Os antibióticos passaram, então, a serem utilizados também com esta
finalidade. No entanto, é crescente a preocupação com relação ao aparecimento de cepas
bacterianas resistentes a esses aditivos, e é importante pesquisar alternativas para substituí-los.
Alguns promotores de crescimento podem ser utilizados para aves, como por exemplo, os
acidificantes orgânicos ou ácidos orgânicos.
Ácidos orgânicos são definidos como substâncias formadas por uma ou mais carboxilas em
sua molécula, também sendo denominados de ácidos graxos voláteis, ácidos graxos de cadeia curta
ou ácidos carboxílicos. Todos os ácidos graxos e aminoácidos, além de outros compostos que se
enquadram nessa formação, são ácidos orgânicos. Vários sãoos ácidos orgânicos utilizados na
alimentação animal, sendo os mais utilizados na avicultura e na suinocultura os ácidos mais fracos de
cadeia curta (C1 - C7), como o ácido acético, ácido benzóico, ácido cítrico, ácido fórmico, ácido
fumárico e o ácido propiônico, que são rapidamente absorvidos pela mucosa intestinal. Estes ácidos
orgânicos têm sido utilizados na alimentação animal para prevenção de algum dano e possível perda
das rações, sendo uma alternativa no controle de microorganismos patogênicos no trato
gastrintestinal (BELLAVER, 2005; CALVEYRA, 2010).
Objetivos
144
Este trabalho tem como objetivo avaliar os efeitos da inclusão isolada ou associada dos ácidos
orgânicos cítrico e benzóico na alimentação de frangos de corte, sendo observada a influência dos
mesmos sobre a microbiologia intestinal aos 42 dias de idade das aves.
Material e métodos
O experimento foi conduzido no Setor de Avicultura da Faculdade de Zootecnia - UNESP Campus de Dracena. Foram utilizados 840 pintos machos, com um dia de idade, da linhagem Cobb,
obtidos em um incubatório comercial. As aves, previamente vacinadas contra Gumboro, Marek e
Bouba aviária, foram criadas até os 42 dias de idade. Os animais foram distribuídos em um
delineamento inteiramente casualizado com sete repetições e quatro tratamentos: T1- ração basal
(tratamento controle) - sem inclusão de ácido orgânico; T2- inclusão de ácido cítrico; T3- inclusão de
benzoato de sódio; T4- inclusão da mistura de ácido cítrico e benzoato de sódio. O programa de
arraçoamento foi dividido em quatro fases: pré-inicial, 1 a 7 dias; inicial, 8 a 21 dias; crescimento, 22
a 33 dias; e final, 34 a 42 dias, conforme recomendações de Rostagno et al. (2011).
Como forma de desafiar as aves do ponto de vista sanitário, aos 14 dias de idade, foi
inoculado 1mL de solução contendo 1x105 oocistos esporulados de Eimeria acervulina em cada ave.
Para a inoculação, todas as aves do experimento foram contidas manualmente e inoculadas, com o
auxílio de uma pipeta automática, por via oral. Aos 42 dias de idade, foram retiradas sete aves por
tratamento e sacrificadas por insensibilização seguida por sangria após jejum de duas horas.
Retiraram-se amostras do conteúdo intestinal do jejuno das aves e as mantiveram sob refrigeração.
Posteriormente, estas amostras foram analisadas para verificar a presença de enterobactérias totais,
coccus gram positivos e anaeróbios totais, segundo a metodologia descrita por Danicke et al. (1999).
Estas análises microbiológicas foram realizadas no Laboratório de Higiene Animal da Universidade de
São Paulo - USP - Câmpus de Pirassununga. A análise dos dados foi realizada com auxílio do sistema
de análise estatística SAS (2008). Primeiramente, foram realizadas as análises de normalidade dos
resíduos e de homogeneidade das variâncias. Posteriormente, os dados foram submetidos à análise
de variância (ANOVA) pelo procedimento GLM a 5% de significância. Quando necessário, as
diferenças entre os tratamentos foram estudadas comparando-se as médias dos quadrados mínimos
calculadas pelo comando LSMEANS com o teste de Tukey.
Resultados e discussão
Aos 42 dias de idade das aves, não houve interação dos fatores estudados (suplementação ou
não de ácido cítrico e suplementação ou não de ácido benzóico). A utilização de ácido benzóico não
proporcionou diferenças entre os tratamentos estudados, ou seja, o uso deste ácido orgânico,
isolado ou associado, não influenciou na concentração de bactérias Coccus gram positivos (CG+) e
Anaeróbias totais (AT) no jejuno dos frangos de corte. Já, o uso de ácido cítrico, proporcionou
aumento significativo no número de ambas as colônias de bactérias (10,04 e 53,46 para CG+ e AT,
respectivamente).
As análises feitas para identificar enterobactérias totais, mostraram que não haviam colônias
deste tipo de bactérias no jejuno dos frangos em todos os tratamentos estudados (P>0,05).
Segundo Durango e Barguil (2006), ácidos orgânicos que não estão bem separados, não dissociados,
tem seu efeito reduzido, pois estando como moléculas intactas, desta maneira não conseguem
penetrar na célula. Para que a atividade microbiana seja exercida com eficiência, é preciso que haja
uma diminuição da permeabilidade da membrana celular bacteriana.
145
Portanto, quando consegue-se atingir a acidificação desejada, ocorre uma diminuição das
bactérias patógenas, devido a diminuição do pH e do substrato, desfavorecendo estas bactérias
(RUTZ, LIMA, 2001), sendo comprovada a eficiência ou ineficiência dos aditivos, como observada no
presente estudo. Segundo Viola et al. (2008), os resultados contraditórios obtidos com a
suplementação de ácidos orgânicos nas dietas de frangos de corte possivelmente ocorrem em razão
das diferenças no seu modo de ação, da condição ambiental, da dose utilizada e das respostas
avaliadas. Apesar da grande variedade de trabalhos estudando a ação dos ácidos orgânicos, o uso
adequado desses produtos requer maior entendimento da capacidade e de seu modo de ação nos
diferentes patógenos gastrintestinais (RICKE, 2003) e morfologia intestinal.
Conclusões
Com base nos resultados obtidos e sob as condições em que o experimento foi realizado,
pode-se concluir que a adição do ácido cítrico aumenta a quantidade de bactérias Coccus gram
positivas e Anaeróbias totais, podendo promover uma possível piora na saúde intestinal dos frangos
de corte. Não observa-se efeito dos acidificantes associados e da adição do ácido benzóico isolado
sobre a população microbiana do jejuno das aves em estudo.
Referências bibliográficas
BELLAVER, C.; AVILA, V.S.; COLDEBELLA, A.; COSTA, C.A.F.; JAENISH, F.R.F.; ARMILIATO, N. Acidificação
de dietas para frangos de corte com uma mistura de ácidos orgânicos de cadeia curta. In: Reunião
Anual da Sociedade Brasileira de Zootecnia (SBZ), 42. Anais... Goiânia: SBZ/UFG, 2005. CD ROM.
CALVEYRA, J. C. Efeito da Adição de Ácidos Orgânicos e Prebióticos na Dieta sobre a Excreção de
Salmonella Typhimurium em Suínos em fase de Crescimento e Terminação Infectados
Experimentalmente. 2010. Dissertação (mestrado em Ciências Veterinária) - Universidade Federal do
Rio Grande do Sul, Porto Alegre, 2010.
DURANGO, Harold E. G.; Barguil, José I. P. Evaluacion in vitro de la actividad inhibitoria y/o
microbicida de la molécula citrex® frente a diferentes microorganismos. 2006. Apresentação de
slides.
MACHADO A.M.B., DIAS E.S., SANTOS É.C.S.; FREITAS R.T.F. Composto exaurido do cogumelo Agaricus
blazei na dieta de frangos de corte. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 36, p. 1113-1118, 2007.
RIBEIRO, A. M. L.; VOGT, L. K.;CANAL, C. W.; LAGANÁ, C.; STRECK, F. Vitamins and organic minerals
supplementation and its effect upon the immunocompetence of broilers submitted to heat stress.
Revista Brasileira de Zootecnia, Viçosa, vol. 37, n. 4, 2008.
UBABEF – União Brasileira de Avicultura. Relatório Anual - 2012. São Paulo: UBABEF 2013.
RICKE, S.C. Perspectives on the use of organic acids and short chain fatty acids as antimicrobials.
Poultry Sciences, v.82, n.4, p.632-639, 2003.
RUTZ, Fernando; LIMA, Gustavo de. O uso de antimicrobianos como promotores de crescimentos do
Brasil. 2001. Disponível em: <http:www.cnpsa.embrapa.br/abravessc/
pdf/Palestras2001/Fernando_Rutz.pdf> Acesso em: 17 jul. de 2011.
VIOLA, E.S.; VIEIRA, S.L.; TORRES, C.A.; FREITAS, D.M.; BERRES, J. Desempenho de frangos de corte
sob suplementação com ácidos lático, fórmico, acético e fosfórico no alimento ou na água. Revista
Brasileira de Zootecnia, v.37, n.2, p.296-302, 2008.
Número do protocolo da Comissão de Ética em Experimentação Animal: 12/2012
146
Modificações morfoanatômicas foliares da cana de açúcar em função de
estratégias de aplicação de herbicidas.
V.G.C. Alves1;P.A.M. de Figueiredo2;R.da S.Viana3;L.A.M. Lisboa4;A.C.N.D de Assumpção 5; L.E
Tristão6 ¹
Discente do Curso de Agronomia UNESP Dracena ² Docente da Faculdade UNESP Dracena ³ Docente do Curso de Agronomia UNESP
Dracena 4 Docente do Curso de Agronomia UNESP Dracena 5 Docente do Curso de Agronomia UNESP Dracena 6 Discente do Curso de
Agronomia UNESP Dracena.
Introdução
O crescimento do setor sucroenergético brasileiro é de fundamental importância como
estratégia para suprir o mercado nacional e internacional, fornecendo combustível renovável e
diminuindo a pressão para extração de combustível de origem fóssil. Entre fatores bióticos que
contribuem negativamente para o aumento da produtividade agrícola da cana de açúcar o controle
das plantas daninhas é um dos principais, sendo capaz de reduzir significativamente o rendimento da
cultura (KUVA et al., 2003). Lorenzi (1988) destaca a redução da qualidade e quantidade de cana
colhida, diminuição do número de cortes viáveis e aumento de custos de produção em cerca de 30%
para cana-soca e de 15 a 20% para cana- planta, quando da presença de plantas invasoras.
O método de controle de plantas daninhas mais utilizado na cultura da cana de açúcar é o
químico, em condições de aplicação de herbicidas em pré ou pós – emergência (HERNANDEZ et al.
2001), sendo uma prática bastante difundida no país. Procópio et al. (2004) enfatizam a eficácia da
ação dos herbicidas, além da redução da mão de obra em grandes áreas . Conhecer a morfologia
foliar, as funções dos tecidos vegetais e suas possíveis modificações frente aos danos causados pela
presença de plantas invasoras, pode ser determinante na tomada de decisão quanto ao manejo
adequado a ser empregado, assim como predizer os prejuízos estimados pelo não controle. Exemplos
demonstram a importância do conhecimento morfoanatômico e funcional das plantas. MEDEIROS et
al. (2011) constataram aumento significativo no diâmetro polar estomático quando da aplicação de
nitrogênio.
Em função do exposto, os objetivos desse trabalho foram avaliar as possíveis alterações
morfoanatômicas de tecidos foliares da cana de açúcar, além da qualidade tecnológica e
produtividade, em função do controle de plantas daninhas pelo uso de estratégias de aplicação de
herbicidas.
Objetivos
Avaliar as possíveis alterações morfoanatômicas de tecidos foliares da cana de açúcar, além
da qualidade e produtividade tecnológica, em função do controle de plantas daninhas pelo uso de
estratégias de aplicação de herbicidas.
Material e métodos
O experimento foi conduzido na Usina Dracena, localizada no município de Dracena, Estado
de São Paulo, durante o período de Agosto de 2009 e Setembro de 2010. Após segundo corte de
colmos, variedade RB 86 7515, a soqueira foi adubada com 350 Kg ha-1, da Formulação 15 – 05 – 30
(52,5 Kg ha-1, de N; 17,5 Kg ha-1de p2o5; 105 Kg ha-1de k2o).Após alguns dias, foram aplicados
147
herbicidas de acordo com os tratamentos . Foi utilizado o Delineamento em Blocos Casualizados
(DBC), envolvendo 11 tratamentos, ou estratégias de aplicação, foram T1 = Testemunha – sem
controle de plantas daninhas; T2 = 2,4 ha-1 de herbicida Tebutiuron 500g 1-1; T3 = 1,76 kg ha-1, do
herbicida Amicarbazone 700g kg-1; T4 = 2,43 kg ha-1 do herbicida Clomazona 400g kg-1 + Hexazinona
100g kg-1; T5 = 0,214 kg ha-1 do herbicida Imazapique 700g kg-1; T6 = 0,19 kg ha-1 do herbicida
Isoxaflutol 750g kg-1; T7 = 1,65 1 ha-1 do herbicida Tebutiuron 500g 1,1 + 0,094 kg ha-1 do herbicida
Isoxaflutol 750g kg-1; T8 = 0,95 kg ha-1 do herbicida Amicarbazone 700g kg-1 + 0,119 kg ha-1 do
herbicida Imazapique 700g kg-1; T9 = 0,97 kg ha-1 do herbicida Amicarbazone 700g kg-1 + 0,097 kg
ha-1 do herbicida Isoxaflutol 750g kg-1 ; T10 = 2,38 kg ha-1 do herbicida Diuron 468 g kg-1 +
Hexazinona 132g kg-1; T11 = 1,76 kg ha-1 do herbicida Diuron 468g kg-1 + Hexazinona 132g kg-1 +
0,107 kg ha-1 do herbicida Isoxaflutol 750g kg-1.
Após um ano agrícola, ou seja, em Setembro de 2010 por ocasião da colheita, foram coletados
três fragmentos foliares de cana de açúcar em cada parcela. As médias dos resultados foram
utilizadas para avaliação da espessura da cutícula da face inferior da epiderme (CI); espessura da
cutícula da face superior da epiderme (CS); espessura da epiderme da face inferior ou abaxial (EAB);
espessura da epiderme da face superior ou adaxial (EAD); diâmetro dos esclerenquimáticos (EE);
espessura do mesófilo (MF); diâmetro dos vasos floemáticos (DF); e diâmetro dos vasos xilemáticos
(DX) segundo Calquist (1975).
Cada fragmento foliar coletado continha aproximadamente 5 cm, retirado da porção mediana
da folha +1. Os fragmentos foram fixados em solução F.A.A 50 (Formaldeído 37%, ácido acético
glacial e etanol 50% na proporção de 1,0;1,0;18,0- V\V). Após 24 horas foram armazenados em etanol
70% até a realização das análises (KRAUS & ARDIUM, 1997). Todos os fragmentos receberam os
procedimentos para realização de cortes histológicos, secções transversais de 8 μm em micrótomo
de mesa Leica com lâminas de aço, sendo montadas em lâminas com adesivo Entellan e coradas com
safranina a 1%. As lâminas foram observadas em microscópio óptico.Foram avaliados os valores de
AR(%); BRIX (%); Fibra (%); Pol (%); Pureza (%); TCH (t ha-1) e ATR (kg t-1) de acordo com CONSECANA
(2006). Os resultados foram submetidos pelo teste de variância pelo teste (p<0,05) e comparados
pelo teste de Tukey ao nível de 5% de probabilidade.
Resultados e Discussão
Os resultados demonstraram que as aplicações de herbicidas, de forma isolada ou em
combinações, além da finalidade de controlar as plantas daninhas, de maneira geral, alteram de
forma favorável a formação de tecidos da cana de açúcar. No entanto, a aplicação dos tratamentos
para controle de plantas invasoras não modificou significativamente os parâmetros tecnológicos e
produtivos da cana de açúcar (Tabela 2). Os resultados são discordantes daqueles encontrados em
Galon et al. (2009), que observaram que a aplicação de alguns princípios ativos de herbicidas, em
diferentes genótipos de cana de açúcar, provocaram reduções nos percentuais de Brix, Fibra e Pol.
148
Conclusão
A aplicação dos tratamentos não interferiu significativamente nas espessuras epidérmicas
abaxial e adaxial e no diâmetro dos vasos que compõem o tecido xilemático. Porém, ocorreram
modificações nas espessuras da cutícula das faces inferior e superior e domesófilo, no diâmetro das
células do esclerênquima e vasos floemáticos.
Os tratamentos visando o controle químico de plantas daninhas não afetaram
significativamente os valores tecnológicos e de produtividade da cana de açúcar.
Referências Bibliográficas
ALVES, E.S & ANGYALOSSY – ALFONSO, V. Ecological trends em the Wood of some Brazilian species
1:growth rings and vessels.IAWA jornal. Amsterdan, v.21, p 3 – 30, 2000. CALQUIST, S. Ecological
estrategies of xylem evolution. Berkeley: University of Califórnia Press, 1975.
CASTRO, E.M.; PINTO, J.E.B.P.;SOARES, A.M.;MELO, H.C.; BERTOLUCCI, S.K.V; VIEIRA,C.V & LIMA
JUNIOR, E.C.L. Adaptações anatômicas de folhas de Mikania Glomerata Sprengel (Asteraceae) em três
regiões distintas das planta, em diferentes níveis de sombreamento. REVISTA BRASILEIRA DE
PLANTAS MEDICINAIS, Botucatu, v.9, p. 8-16, 2007.
CASTRO, E.M.;PEREIRA ,F.J.;PAIVA, R. Histologia Vegetal: estrutura e função de órgãos vegetativos.
Lavras: UFLA, 2009, 234p. CONSENCANA – Conselho dos Produtores de cana de açúcar, Açúcar e
Álcool do Estado de São Paulo. Manual de Instruções, Piracicaba, 2006.111p.
149
GALON, L.: SILVA, A.A.; FERREIRA, F.A., SILVA, A.A.; BARBOSA, M.H.P.; REIS, M.R.; SILVA, A.F.;
CONCENÇO, G; ASPIAZÚ, I.; FRANÇA,A.C.; TIRONI,S.P. Influência de herbicidas na qualidade da
matéria-prima de genótipos de cana-de-açúcar. Planta Daninha, Rio de Janeiro, v.27,n.3,p.555562,2009.
GARDONI, L.C.P.; ISAIAS, R.M.S.; VALE, F.H.A. Morfologia e anatomia foliar de três morfotipos de
Marcetia taxifolia (A.St.-HIL) DC (Melastomataceae) na Serra do Cipó , MG. Revista Brasileira de
Botânica, São Paulo, v.30,n.30, p.487-500,2007.
HERNANDEZ,D.D.;ALVES,P.L.C.A.; MARTINS, J.V.F. Influência do resíduo de colheita de cana-de-açúcar
sem queima sobre a eficiência do imazapic e imazapic + pendimethan. Planta Daninha, Rio de
janeiro, v.19, n.3,p.419-426, 2001.
KRAUS, J.E.& ARDUIM,M. Manual básico de métodos em morfologia vegetal.Seropédia: EDUR,
1997.198P.
KUVA, M.A.;GRAVENA, R.; PITELI, R.A.; CHRISTOFFOLETTI, P.J.; ALVES, P.L.C.A. Períodos de
interferência das plantas daninhas na cultura da cana-de-açúcar: III- Capim-braquiária (Brachiaria
decumbens) e capim-colonião (Panicum maximun). Planta Daninha, Rio de Janeiro, v.21, n.1, p.37-44,
2003. LORENZI, H. Plantas daninhas e controle na cultura de cana-de-açúcar.IN: SEMINÁRIO DE
TECNOLOGIA AGRONÔMICA, 4, 1988, Piracicaba.Anais... São Paulo: COOPERSUCAR. 1988.P.281-301.
MEDEIROS, L.T.; PINTO, J.C.,CASTRO,E.M.,REZENDE,AV.; LIMA,C.A. Nitrogênio e as características
anatômicas, bromatológicas e agronômicas de cultivares de Brachiaria brizantha. Ciência Agrotécnica.
Laveas, v.35,n.3,p598-605,2011.
PEREIRA, F.J.; CASTRO, E.M.; SOUZA, T.C.; MAGALHÂES,P.C. Evolução da anatomia radicular do milho
“saracura” em ciclos de seleção sucessivos, Pesquisa Agropecuárias Brasileira, Brasília,
v.43,n.12,p.1649-1656, 2008.
PROCÓPIO, S.O.; SILVA, A.A.; VARGAS, L. Manejo e controle de plantas daninhas em cana-de-açúcar.
In: VARGAS, L.; ROMAN, E.S.. (Ed.). Manual de manejo e controle de plantas daninhas. Bento
Gonçalves: Embrapa Uva e Vinho, 2004.p.397-452.
150
Parâmetros morfológicos do rúmen de bovinos Nelore submetidos a
diferentes protocolos de adaptação
Rizzieri, R. A.1; Melo, G. F.2; Perdigão, A.3; Arrigoni, M. D. B.4; Millen, D. D.5; Martins, C. L.6
1Graduando da Faculdade de Ciências Agronômicas - UNESP Botucatu.
2Graduando da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP Botucatu.
3Pós-graduando do PPGZ da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP Botucatu. Email: [email protected]
4Docente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP Botucatu.
5Docente da Faculdade de Zootecnia e Engenharia Agronômica - UNESP Dracena.
Introdução
A utilização de níveis elevados de concentrados nas dietas de terminação de bovinos de corte
demanda maior atenção na formulação, atrelados a limitação de consumo, distúrbios nutricionais e
manejo alimentar dos animais. Missio et al. (2010), observaram alterações no consumo alimentar e
na ruminação de animais alimentados com esse tipo de dietas. Tendo isso em vista, medidas que
possibilitem minimizar ou prevenir casos de distúrbios metabólicos, como a acidose ruminal, podem
garantir maior desempenho dos animais e lucratividade do sistema.
Em estudos com diferentes protocolos de adaptação (escada e restrição) para bovinos Nelore
alimentados com rações de alto teor de concentrados, verificaram maior peso de carcaça quente e
rendimento de carcaça em animais adaptados por 14 dias, comparado ao de 21 dias (PARRA, 2011) e
melhora na conversão e eficiência alimentar de animais restritos, adaptados por 9 ou 14 dias
(BARDUCCI, 2013). No entanto, ainda não é conhecido até que ponto esse período são eficazes para a
raça Nelore, sendo a diminuição de tempo de cocho viável ao sistema de confinamento devido ao
fornecimento mais precoce da ração de terminação.
Com base nos fatos descritos, são necessários mais estudos que envolvam a forma e período
de adaptação, os quais podem auxiliar no esclarecimento de distúrbios metabólicos decorrentes a
inclusão dessas dietas, juntamente proporcionar um melhor desenvolvimento e estabelecimento da
saúde ruminal, que é responsável pelo melhor aproveitamento e digestibilidade do alimento.
Obejtivo
Avaliar em bovinos Nelore confinados os efeitos da duração de protocolos de adaptação a
rações de alto teor concentrados sobre a saúde ruminal.
Material e Métodos
O estudo foi conduzido na UNESP de Botucatu, no confinamento experimental de bovinos de
corte, em um período de 84 dias. Foram utilizados machos não castrados da raça Nelore (n = 120,
Peso vivo (PV) = 352,03±19,61kg e idade ~ 24 meses), provenientes de sistema de recria em pasto. O
delineamento experimental foi em blocos casualizados emarranjo fatorial 2 × 2 (dois protocolos e
duas durações), sendo os quatros tratamentos experimentais: protocolo de escada por 6 dias (S6) ou
9 dias (S9) e protocolo de restrição por 6 dias (R6) ou 9 dias (R9). Cada tratamento foi composto por
seis baias (5 animais / baia), as quais foram consideradas as unidades experimentais para este
estudo.
A adaptação de escada consistiu no fornecimento de dietas com consumo ad libitum e níveis
crescentes de concentrados: dieta 1 = 61% de concentrado por 3 ou 4 dias e dieta 2 = 73% de
concentrado por 3 ou 5 dias, de acordo com o tempo de adaptação (6 ou 9 dias) até ser fornecida a
dieta de terminação com 85% de concentrado, sendo que as dietas foram formuladas com base na
151
matéria seca (MS). Na adaptação de restrição utilizou-se a dieta de terminação limitada por
quantidade e aumentou-se o oferecimento diário gradativamente até atingir o consumo ad libitum
em 6 ou 9 dias, conforme a quantidade de energia líquida de ganho (ELg) das dietas equivalente
dentro de cada duração para os diferentes protocolos de adaptação, ou seja, a ELg oferecida para S6
foi a mesma para R6 e para S9 a mesma para R9. As dietas foram compostas por feno de Coast cross,
bagaço de cana-de-açúcar in natura, silagem de grãos úmidos de milho, milho seco, farelo de
amendoim, torta de algodão, uréia e sal mineral, que foram formuladas segundo o NRC (1996) nível
2.
Para avaliação histológica das papilas, foram coletados fragmentos de parede no recesso do
saco ventral do rúmen. Essas amostras foram fixadas por 24 horas em líquido de Bouin (LILLIE &
FULLMER, 1976).
As variáveis morfológicas avaliadas microscopicamente foram análise morfométrica de altura,
largura, área das papilas ruminais (aumento de 5x), determinação do índice mitótico das células da
camada basal do epitélio do rúmen (aumento de 40x) e mensurações da espessura de queratina no
epitélio do rúmen (aumento de 10x).
Os dados foram avaliados por análise de variância utilizando o procedimento PROC MIXED do SAS
(2003) e teste de Tukey para comparar as médias (P ≤ 0,05).
Houve diferenças (P ≤ 0,05) de fase (Adaptação e Terminação) nos parâmetros histológicos de
altura, largura e espessura de queratina das papilas ruminais, também foi encontrado interação (P ≤
0,05) para o índice mitótico, apresentado na fig. 1.
Os resultados foram semelhantes para os protocolos e tempos de duração, apresentando
diferenças entre as fases (adaptação e terminação), o que era esperado pelo fornecimento da dieta
de terminação (alto teor de concentrado) após a adaptação dos animais. Furlan et al. (2011)
relataram que o desenvolvimento e crescimento adequado das papilas estão estreitamente
relacionados ao hábito alimentar do animal, disponibilidade e digestibilidade do alimento, e presença
de concentrado na dieta. Contudo, os resultados encontrados nas análises histológicas foram
similares, devido à composição da dieta final oferecida ser a mesma durante o estudo, o que permitiu
um desenvolvimento e crescimento das papilas semelhante.
152
O índice mitótico (IM), por sua vez, pode ser utilizado para expressar a atividade proliferativa
do epitélio ruminal (TAMATE & FEEL, 1977), visto que as quantidades de células em mitose indicam o
estabelecimento do crescimento das papilas. No presente estudo foram observadas que o protocolo
S9 obteve menores valores de IM, observado pela melhoradaptação, permanecendo com valores
baixos ao final do período experimental. Barducci (2013) ao avaliar a proliferação celular de bovinos
Nelore confinados e alimentados com dietas com alto teor de concentrado observou que o protocolo
de escada por 14 dias de adaptação apresentaram menor proliferação celular ao final do estudo. Tal
fato mostra que na adaptação em escadas e a duração é determinante no estabelecimento do
crescimento das papilas.
Conclusão
Para bovinos Nelore confinados e alimentados com dietas de alto teor de concentrados,
recomenda-se o protocolo em escada com duração de 9 dias em função de apresentar menor
atividade ploriferativa do epitélio ruminal após a terminação.
Referências
BARDUCCI, R. S. Protocolos de adaptação às dietas com alta inclusão de concentrados para bovinos
Nelore em confinamento. 2013. 100f. Tese (Doutorado em Zootecnia). Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia de Botucatu, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2013.
FURLAN, R. L.; MACARI, M.; FARIA FILHO, D. E. Anatomia e fisiologia do trato gastrintestional. In:
BERCHUIELLI, T.T; PIRES, A. V.; OLIVEIRA, S. G. (Eds). Nutrição de Ruminantes. 2 ed. Jaboticabal:
Funep, 2011. p. 1-25.
153
LILLIE, R. D.; FULLMER, H. M. (1976) Histopathologic technic and practical histochemistry. 4th edn.
New York: McGraw-Hill. p. 526-527.
MISSIO, R. L. et al. Comportamento ingestivo de tourinhos terminados em confinamento,
alimentados com diferentes níveis de concentrado na dieta. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 39, n.
7, p. 1571-1578, 2010.
NRC. NATIONAL RESEARCH COUNCIL. Nutrient requirements of beef cattle. 7th ed. Washington:
National Academic Press, 1996. 242 p.
PARRA, F. S. Protocolos de adaptação à dietas com alta inclusão de concentrados para bovinos
nelore confinados. 2011. 84f. Dissertação (Mestrado em Zootecnia). Faculdade de Medicina
Veterinária e Zootecnia de Botucatu, Universidade Estadual Paulista, Botucatu, 2011.
SAS INSTITUTE. SAS user’s guide: statistics. release 9.1. Cary, NC, 2003.
TAMATE, H.; FELL, B. F. Cell deletion as a factor in the regulation of rumen epithelial populations.
Veterinary Sciense Communications, Amsterdam, v. 1, n.4, p. 359-364, 1977.
Apoio: Fundação Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Este estudo foi aprovado conforme as normas da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA), sob
protocolo nº 127/2012-CEUA, da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia (FMVZ),
Universidade Estadual Paulista (UNESP), campus de Botucatu.
154
Perfil de ácidos graxos da carne de bubalinos da raça Murrah submetida a
diferentes períodos de maturação
ARANHA, A.S1; LUZ, P.A.C2; ANDRIGHETTO, C3; ARANHA, H.S4; DI CARNE, A.C5; ZANETTI, L. H6
1 Mestranda do programa de pós graduação em ciência e tecnologia animal – UNESP, [email protected]
2 Doutoranda do programa de pós graduação em zootecnia – UNESP.
3 Docente da Faculdade de zootecnia – UNESP.
4 Discente do curso de agronomia da Faculdade de Ciência Agrárias – UFGD.
5 Discente do curso de engenharia agronômica da Faculdade de zootecnia – UNESP.
6 Mestrando do Programa de Pós Graduação em Zootecnia – UEM
Introdução
A carne de búfalo (Bubalus bubalis) aparece como mais uma alternativa e demonstra a
capacidade de suprir as necessidades dos consumidores quanto à proteína animal (Francisco, 2009).
Por isso, se faz necessário incentivar meios capazes de melhorar as características qualitativas da
carne dessa espécie. Uma alternativa tecnológica muito difundida e utilizada pela indústria para
melhorar tais características, é a maturação.
Sendo assim, a maturação natural pode ser prolongada quando se mantêm a carne embalada
a vácuo, após o processo de rigor mortis sob refrigeração (temperatura em torno de 0 a 1°C), por um
período de tempo após o abate que pode variar de 7 a 28 dias. O objetivo da maturação é melhorar
as características organolépticas da carne, sendo as mais importantes, a maciez, a suculência e o
sabor (Andrighetto et al., 2006).
Objetivo
O trabalho foi realizado com o objetivo de avaliar os efeitos dos diferentes tempos de
maturação sobre o perfil de ácidos graxos da carne de búfalos jovens terminados em confinamento.
Material e métodos
Foram utilizados 10 búfalos machos da raça Murrah, não-castrados, provenientes da Fazenda
Almeida Prado, localizada no município de Bocaina/SP, com idade entre 20 a 24 meses e terminados
por 100 dias em confinamento. Foi utilizada uma dieta com relação de 50:50 volumoso:concentrado,
sendo a cana-de-açúcar o volumoso utilizado.
Ao final do período de permanência estabelecido no confinamento, os animais foram abatidos
no Frigorífico Fribordogue, localizado no município de Bariri/SP, sob Serviço de Inspeção Estadual
(SISP). A operação de abate seguiu as normas previstas pelo SISP. As meias carcaças permaneceram
em câmara de resfriamento por 24 horas, após esse período foi realizada a secção entre a 8ª e 13ª
costela. Todas as amostras foram transportadas ao Laboratório de Bromatologia da Faculdade de
Zootecnia da UNESP – Campus Experimental de Dracena, onde foram separados os cortes
transversais com aproximadamente 2,5 cm de largura em serra fita BECCARO modelo 255, seguindo
o protocolo de colheita das amostras. Em seguida cada corte foi embalado a vácuo em embaladora
JETVAC® para a realização das avaliações. No laboratório, as amostras permaneceram sob
refrigeração (0 a 1°C) em câmara de maturação BOD – TE 371 Tecnal, por 0, 7, 14 e 21 dias e
posteriormente foram congeladas até o momento das análises. Todo experimento foi realizado de
acordo com os princípios éticos na experimentação animal (protocolo nº 27/2012) determinados pela
Comissão de Ética em Uso de Animais (CEUA) da referida instituição. Os lipídeos totais foram
determinados pelo método descrito por Bleigh e Dyer (1959), utilizando-se clorofórmio, metanol e
155
água (2:2:1.8). Em seguida, foram convertidos em ésteres metílicos de ácidos graxos segundo a
metodologia utilizada por Bannon et al. (1982). Em um tubo de tampa com rosca, aproximadamente
150 mg de lipídeos foram adicionados com 0,25 mol L -1 5,0 ml de solução de metóxido de sódio em
metanol/éter etílico (1:1). O tubo foi vigorosamente agitado durante cerca de 3 min. Em seguida, 3,0
ml de isooctano e 15 ml de cloreto de sódio saturado foram adicionados. O tubo foi agitado
vigorosamente de novo e descansado para a separação de fase. O sobrenadante foi coletado em
tubos Eppendorf marcados para análise cromatográfica.
Análise cromatográfica foi realizada de acordo com a metodologia descrita por Visentainer
(2012). A razão de divisão da amostra foi de 1/80. Para a identificação, os tempos de retenção FAMES
foram comparados com os padrões da Sigma - Aldrich (Sigma, St. Louis, MO). Os tempos de retenção
e as percentagens da área do pico foram processados automaticamente através do software
Chromquest 5.0. A FAS a partir de óleo de soja e de lipídeos totais de sardinha, ambos após
metilação, foram quantificados em mg g-1 de lipídeos totais através de calibração padrão interno,
utilizando tricosanoate metilo como padrão interno. As análises foram realizadas no Laboratório de
Águas e Alimentos da Universidade Estadual de Maringá (UEM). Foi utilizado o delineamento
inteiramente casualizado, com quatro tratamentos e dez repetições por tratamento, definido em
esquema de parcelas subdivididas, sendo as parcelas constituídas pelos animais e as subparcelas os
dias de maturação. Os dados foram submetidos às análises estatísticas utilizando o programa SAEG
9.1 (2007) para a realização da análise de regressão polinomial para cada uma das variáveis, ao nível
de significância de 5%.
Resultados e discussão
Os valores médios da análise do perfil de ácidos graxos da carne de bubalinos maturada por 0,
7, 14 e 21 dias encontram-se na Tabela 1. Não foram encontradas diferenças no perfil de ácidos
graxos em relação aos tempos de maturação, mas houve alteração no ácido graxo linoléico (C18:2
ω6) mesmo no menor tempo de maturação (sete dias).
156
A análise de regressão linear foi significativa e decrescente para o ácido graxo linoléico, sendo
esse o que compõe a maior parte dos ácidos graxos ômega-6, o qualconsequentemente também
apresentou regressão linear decrescente (P<0,05). Essa diminuição nos valores pode ser justificada
pela oxidação de ácido graxo ao longo do período de maturação. Segundo Geay et al. (2001), os
157
ácidos graxos saturados resistem à oxidação em baixas temperaturas, ao contrário dos ácidos graxos
polinsaturados, como é o caso do linoléico, que podem se oxidar e se degradarem. A oxidação dos
ácidos graxos polinsaturados, em baixas temperaturas, consiste no maior processo de degradação,
induzindo a rancificação da carne crua. Pode ocorrer também, durante o cozimento, a produção de
vários compostos voláteis, tais como aldeídos, interferindo no sabor e no aroma da carne, pela
reação de Maillard, com produção de aroma e coloração indesejável para o consumidor.
Conclusões
A carne de bubalinos da raça Murrah submetida a diferentes tempos de maturação sofreu mudanças
significativas no perfil do ácido graxo linoleico. No entanto não foram observadas diferenças entre os
tempos de maturação.
Referências
ANDRIGHETTO, C.; JORGE, A. M.; ROÇA, R. O.; SARTORI, D. R. Maturação da carne bovina. Revista
Eletrônica de Veterinaria. REDVET, v. 7, n. 6, p. 1-6, 2006.
BANNON, C. D., BREEN, G. J., CRASKE, J. D., HAI, N. T., HARPER, N. L., O’ROURKE, K. L. Analysis of fatty
acid methyl esters with high accuracy and reliability. Journal of Chromatography, 247, 71-89, 1982.
BLIGH, E. G.; DYER, W. J. A rapid method of total lipid extraction and purification. Canadian Journal of
Biochemistry and Physiology, 37, 911-917, 1959.
FRANCISCO, C. L. Caracterização histológica e bioquímica dos músculos Longissimus dorsi e
Semitendinoso de bubalinos Mediterrâneo abatidos em diferentes pesos. Dissertação (Mestrado
em Zootecnia). Universidade Estadual Paulista, Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Botucatu – SP, 2009.
GEAY, Y.; BAUCHART, D.; HOCQUETTE, J.; CULIOLI, J. Effect of nutritional factors on biochemical,
structural and metabolic characteristics of muscles in ruminants, consequences on dietetic value and
sensorial qualities of meat. Reproduction Nutrition Development, v.41, p.1-26, 2001.
SAEG Sistema para Análises Estatísticas, Versão 9,1: Fundação Arthur Bernardes – UFV – Viçosa,
2007. Disponível em: www.ufv.br/saeg
VISENTAINER, J. V. Aspectos analíticos da resposta do detector de ionização em chama para ésteres
de ácidos graxos em biodiesel e alimentos. Química Nova, 35, 274-279, 2012.
158
Perfil físico-químico de soro de queijo elaborado com leite de cabras
alimentadas com raspa de mandioca
Leal, N.S1; Gonçalves, H.C2; Veiga-Santos, P.3; Marques, R.O1, Crisóstomo, C4; López, F.J.P1.
¹ Discentes do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, FMVZ - UNESP, Botucatu - SP. e-mail: [email protected]
2 Docente do Programa de Pós-Graduação em Zootecnia, FMVZ - UNESP, Botucatu – SP.
3 Docente da Faculdade de Ciências Agronômicas - UNESP, Botucatu - SP.
4 Discente do curso de Graduação em Zootecnia, FMVZ - UNESP, Botucatu - SP.
Introdução
Segundo dados da Associação Brasileira das Indústrias de Queijo - ABIQ, a produção anual de
queijos no Brasil tem se mantido em cerca de 350 mil toneladas nos últimos anos, o que corresponde
à produção de cerca de 3,5 milhões de toneladas de soro de queijo, utilizado principalmente como
alimento animal ou para a produção de biscoitos e alimentos lácteos (PONSANO & CASTRO-GOMEZ,
1995).
O soro de queijo de cabra é um subproduto disponível a custo zero, em usinas e propriedades
produtoras de queijos, porém os custos de produção de leite afeta a fabricação de queijos, e 70%
desse custo de produção se dá pela alimentação animal. Nesse contexto a busca por alimentos que
possibilitem a redução dos custos sem afetar a produtividade das cabras vem sendo estimulada. Na
alimentação animal o milho é o alimento energético mais utilizado, porém as oscilações e o aumento
no preço nos últimos anos no Brasil fizeram com que a busca por fontes alternativas, como raízes e
tubérculos crescesse.
Entre as diversas fontes energéticas alternativas disponíveis, a mandioca e seus subprodutos
destacam-se como substituto energético para formulação de rações para ruminantes, uma vez que
seu valor nutritivo é semelhante ao do milho e pode ser produzida em praticamente todo o território
brasileiro (SILVA, 2011).
Objetivo
Este trabalho teve como objetivo avaliar a composição físico-química do soro do queijo tipo
Boursin elaborado com leite de cabras submetidas a níveis crescentes de substituição do milho pela
raspa de mandioca na dieta.
Material e Métodos
Este estudo foi realizado nos departamentos de Produção Animal e de Tecnologia de Produtos
de Origem Animal da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP, Campus Botucatu.
Foram utilizadas oito cabras da raça Parda Alpina após o pico de lactação, distribuídas em dois
quadrados latinos e quatro níveis de substituição 0, 33, 67 e 100% do milho da dieta por raspa de
mandioca.
Foram elaborados queijos tipo Boursin com leite individualizado de cada cabra por
tratamento. Dois litros de leite de cada animal foram descongelados e pasteurizados individualmente
a 60ºC durante 30 minutos e imediatamente resfriados até 36ºC. A seguir, para cada processamento,
foi acrescentado 30g/L de coalhada e deixado em repouso por 30 minutos, em seguida foi adicionado
0,7ml/L de coalho, misturado e deixado em repouso durante mais ou menos 6 horas em temperatura
ambiente, até atingir acidez de 60ºD. Após esse período, a massa foi colocada em filtro de pano
estéril deixando a coalhada dessorar lentamente em geladeira (±10ºC), por aproximadamente 16
horas.
159
Foi então medida a quantidade de soro produzido por cada queijo em cada tratamento e
realizadas análises de pH, gordura, proteína, sólidos totais, umidade e cinzas conforme metodologia
de Instituto Adolfo Lutz (2005).
Os resultados foram submetidos à análise de variância e as médias comparadas pelo teste de
Tukey, ao nível de 5% de probabilidade. As análises foram realizadas utilizando-se o pacote estatístico
SAEG (UFV, 2000).
Resultados e Discussões
A inclusão da raspa de mandioca como coproduto só teve efeito sobre a produção de soro e
sua composição quando substitui 100% do milho da dieta das cabras (tabela 1).
Segundo MORESI (1994) o soro de queijo é o subproduto resultante da fabricação de queijos,
sendo obtido numa proporção média de 9:1 v/v da quantidade de queijo fabricada. O que está de
acordo com os resultados encontrados no experimento (tabela 1) que teve média de 9 litros de soro
para cada 1 quilo de queijo fabricado resultando, portanto, em 90% do leite utilizado na fabricação
do queijo sendo transformado em soro. Sendo que o tratamento com 100% de raspa de mandioca
obteve produção de soro maior em relação aos outros níveis de substituição.
A composição do soro do queijo de leite de vaca contém cerca de 6,0-6,5% de sólidos totais,
sendo cerca de 4,5-5,0% de lactose, 0,8-1,1% de proteína, 0,03-0,1% de gordura, 0,5-0,8% de matéria
mineral e 0,2-0,8% de ácido lático (MORESI, 1994). O mesmo teor de sólidos totais e cinzas foram
obtidos no trabalho, porém os valores de gordura e proteína relatados pelo autor são mais baixos do
que os encontrados (tabela 1), isso se deve ao fato do leite de cabra possuir maior teor de proteína e
gordura que o leite de vaca o que resultou em um soro também mais rico nesses constituintes.
Conclusão
A utilização da raspa de mandioca em substituição ao milho da dieta de cabras leiteiras
quando usada sozinha (100% de substituição) aumentou a produção de soro, a quantidade de
gordura e proteína do soro do queijo tipo Boursin, mas quando utilizada de 0 a 66% e misturada com
milho na dieta não alterou a composição físico-química do soro do queijo tipo boursin.
160
Referências
IAL. Instituto adolfo lutz. Métodos químicos e físicos para análise de alimentos. ed.4. São Paulo, p.
270-320, 2005.
MORESI, M. Cost/benefit analysis of yeast and yeast autolysate production from cheese whey. Italian
Journal of Food Science, v. 6, p. 357-370, 1994.
PONSANO, E.H.G.; CASTRO-GOMEZ, R.J.H. Fermentação de soro de queijo por Kluyveromyces fragilis
como uma alternativa para a redução de sua carga poluente. Ciência e Tecnologia de Alimentos, v.
15, p. 170-173, 1995. SILVA, M.J.M.S. Utilização de raspa de mandioca em substituição ao milho na
alimentação de cabras saanen em lactação. 2011. 78f. Tese (Doutorado em Zootecnia). Universidade
Federal Rural de Pernambuco. Recife.
UNIVERSIDADE FEDERAL DE VICOSA. Sistema de Análises Estatística e genéticas – SAEG. Versão 9.0.
Viçosa, MG, 2000.
Agradecimento á CAPES e FUNDUNESP, pela bolsa de estudo e auxilio à pesquisa, respectivamente.
Número do protocolo da Comissão ética em experimentação animal (CEUA – 154 / 2012).
161
Processo seletivo de equinos em atividade terapêutica: atividade do projeto
equoterapia da UNESP/Dracena
Mariana Siqueira Araújo*1, Kátia de Oliveira1, Beatriz Queiroz dos Reis1, Giovani Augusto Campos
Oliveira1, Ana Carolina Duarte1, Amanda Mantovani1, Letícia Dreossi Ballerini1, Karina S. Soares Kai1
1UNESP/ Campus Experimental de Dracena, Zootecnia.
*[email protected]
A equoterapia é uma forma de terapia que visa a utilização do cavalo como instrumento de
tratamento aos praticantes portadores de deficiência ou de necessidades especiais. Existem
diferentes níveis ou programas que o cavalo e o praticante podem alcançar. Este programa inicia-se
com a hipoterapia, no qual o cavalo é utilizado como instrumento cinesioterapêutico, estimulando o
sistema neuro-muscular do praticante. Na segunda fase, reeducação equestre, o animal é tido como
instrumento pedagógico com pacientes que possuem alguma autonomia. O próximo nível é o préesportivo, em que o equino é usado como ferramenta de inclusão social (Miranda e Miranda, 2011).
Neste sentido, entende-se que a atividade equoterápica exige, por parte dos cavalos, integridade
física e mental, para que possam contribuir na recuperação dos pacientes. Este processo inicia-se
fazendo uma boa escolha do cavalo, ou seja, selecionando equinos para serem utilizados nas sessões
de equoterapia, tornando-os em eficientes ferramentas terapêuticas. Selecionar cavalos ideais a
prática de equoterapia, visando boa conformação física e comportamental, a fim de proporcionar a
reabilitação aos praticantes. Avaliaram-se dez eqüinos à prática equoterápica no município de
Dracena. As variáveis físicas monitoradas nos cavalos foram: cinemática do passo, comprimento da
quartela, altura do dorso, alinhamento cernelha-garupa e altura de cernelha. Quanto ao
comportamento, estudaram-se as características como docilidade, obediência aos comandos e os
escores de dessensibilização ao estímulo tátil, sonoro e visual. A característica que mais
impossibilitou a escolha de cavalos à equoterapia foi a presença do andamento em marcha, durante
a avaliação biomecânica, seguida por desvios comportamentais representado pelo escore ruim de
dessensibilização ao estímulo tátil, como morder e coicear. Os cavalos que passaram pelo processo
de seleção e considerados aptos à equoterapia, apresentaram região dorso-lombar regular, quartela
de comprimento médio, cernelha alinhada à garupa e altura de cernelha média de 1,50 m, bem como
obediência durante as avaliações. Assim, os cavalos selecionados adaptaram-se mais facilmente a
nova função e possibilitaram, aos centros de equoterapia, incremento nos atendimentos aos
pacientes do município de Dracena. Isto foi alcançado pela abertura de novas turmas, como a
inclusão do nível pré-esportivo, como conseqüência das melhores condições físicas e mentais dos
equinos.
Palavras-chave: cavalo, hipoterapia, terapia assistida por animais
Agradecimentos: Equoterapia APAE de Dracena e Centro de Equoterapia de Dracena
162
Produção e altura de corte de capim-marandu sob sombreamento submetido
ao manejo de interceptação de luz
Santana, E.A.R.¹; Silva, L.A.C.²; Alves, T.R.R.²; SILVA, J. A. II V.³; Costa, C.³; Meirelles, P.R.L³.
(1)Aluna PPG Zootecnia/FMVZ – UNESP/Botucatu, [email protected]
²Aluna do Curso de graduação em Zootecnia da FMVZ – UNESP/Botucatu
³Docente FMVZ – UNESP/Botucatu, [email protected]
Introdução
A Urochloa brizantha cv. Marandu, uma das gramíneas forrageiras mais cultivadas no país,
tem sido muito utilizada em função das suas características peculiares, como adaptação a variadas
condições edafoclimáticas, resistência à cigarrinha das pastagens e elevada produtividade quando
devidamente adubada e manejada (Andrade, 2003).
As modificações no ambiente luminoso têm merecido grande destaque por influenciarem
significativamente a produtividade do pasto (Belesky, 2005) e a produção da cultivar Marandu sob
sombreamento tem se destacado (Andrade et al., 2004).
A utilização de sombreamento artificial para estudos de produção forrageira sob luminosidade
reduzida é ferramenta importante para elucidar respostas produtivas e o comportamento das plantas
previamente à sua utilização nas integrações com lavoura e componentes arbóreos.
Critério de manejo de 95% de interceptação de luz pelas pastagens é justificado pela coleta da
forrageira no ponto de equilíbrio entre a maior produtividade e teor nutricional, tendo forte relação
com a altura de entrada dos animais para pastejo (Santos & Vieira, 2011). Sob luminosidade natural a
altura de pastejo para as principais forrageiras está bem determinada na literatura, porém, sob
condições de sombreamento, há escassez de informações na literatura.
Objetivos
Avaliar a altura de corte e desempenho produtivo de capim-marandu (Urochloa brizantha cv.
Marandu) submetido à redução de 30 e 60% de luminosidade sob manejo de 95% de interceptação
de luz.
Material e Métodos
O experimento foi conduzido na FMVZ, UNESP – Campus de Botucatu, no Setor de
Forragicultura da Fazenda Experimental Lageado de Ensino, Pesquisa e Extensão. O local situa-se a
22º51’01” de latitude sul e 48º25’27” de longitude oeste, e possui 800 metros de altitude. O clima
predominante na região é tropical de altitude, com inverno seco e verão quente e chuvoso. O solo da
área experimental é classificado como Latossolo Vermelho Distrófico. O delineamento experimental
adotado foi em blocos ao acaso com parcelas subdivididas no tempo (três cortes) em três níveis de
luminosidade (luminosidade natural - representado por: 0%; redução de 30 e 60% de luminosidade,
representados por 30% e 60%, respectivamente) com três repetições. A redução de luminosidade foi
proporcionada por meio de telas plásticas pretas (sombrites) de 30 e 60% de interceptação da
radiação solar incidente. As telas foram amarradas em armações de vigas de madeira, a 1,60 m de
altura do solo. Cada parcela possuía medidas de 4 x 5 m (20 m2), com área útil para as avaliações de
12 m2 (3 x 4 m).
O período de avaliação iniciou-se em 10 de outubro de 2014, com corte de uniformização das
parcelas a 15 cm de altura do solo, até 05/06/2014, sendo as produções organizadas em cortes de
cada tratamento ao longo do período experimental. A data do primeiro e demais cortes foi
163
determinada quando as parcelas de capim-marandu atingiram interceptação de 95% de luz, após
corte de uniformização nos diferentes níveis de intensidade luminosa, sendo esta, determinada por
meio de medidor de radiação fotossinteticamente ativa (AccuPAR model LP-80 PAR/LAI), sendo
realizadas leituras em todas as parcelas semanalmente, no intervalo das 11 às 13 horas. As medições
da radiação fotossinteticamente ativa (μmol m-2 s) foram realizadas em diferentes pontos
representativos de cada parcela, acima e abaixo do dossel para cálculo da interceptação. A
interceptação luminosa (IL) foi determinada pela equação: IL = 100 – ((RFA abaixo do dossel/RFA
acima do dossel forrageiro) x 100). O índice de área foliar foi obtido por meio do método indireto,
utilizando-se mesmo equipamento e simultaneamente às medições de IL.
Ao atingir IL de 95% foi realizado corte de amostra representativa do dossel, ao nível do solo,
de todo material presente no interior de uma moldura com medidas de 0,5 x 0,5 m (0,25 m2),
lançada ao acaso em cada parcela. Após cada coleta das amostras foi realizado novo corte de
uniformização das parcelas com altura de resíduo de 15 cm (Valle et al., 2007). A forragem cortada do
interior da moldura foi pesada, homogeneizada e retirada uma subamostra, sendo esta pesada e
levada à estufa com circulação de ar forçada, para determinação da matéria parcialmente seca a
65°C. A produção de massa seca de forragem por hectare foi obtida multiplicando-se a produção de
massa verde de forragem (peso da amostra total de forragem cortada do interior da moldura
transformado em kg/ha) pelo respectivo teor de matéria seca de forragem de cada parcela.
Os dados foram submetidos à análise de variância utilizando-se o programa estatístico SAS®
(Statistical Analysis System, 2003), versão 9.2 para Windows®, no qual o teste de Tukey foi utilizado
para comparação entre médias ao nível de significância de 5%.
Resultados e Discussão
Na Tabela 1 são apresentadas as datas e intervalos de corte da cv. Marandu nos diferentes
níveis de luminosidade. O sombreamento de 30 e 60% favoreceu a redução de intervalos de corte por
atingir mais rapidamente a interceptação de 95% de luz (Tabela 2).
Os resultados de interceptação de luz (IL, %), altura, índice de área foliar e produção de massa
seca obtidos nos níveis de luminosidades são observados na Tabela 2.
Houve diferença significativa (p<0,05) para a IL apenas para condição de luminosidade natural em seu
terceiro corte, ocorrido devido às condições de baixa temperatura e umidade (dados não
apresentados) durante o período de desenvolvimento da forragem (Tabela 1). Para demais cortes
não houve diferença, seguindo a recomendação de manejo aos 95% de IL (Santos & Vieira, 2011).
164
A maior altura de corte foi observada em sombreamento mais intenso (60%) no terceiro corte
(69 cm) não diferindo do sombreamento mais ameno (30%) no mesmo ciclo. Sob luminosidade
reduzida, as plantas buscam luz por meio de elevação de suas folhas e alongamento de caule,
permitindo melhor distribuição da radiação ao longo do perfil do dossel (Gomide et al., 2007). A
menor altura foi observada no terceiro ciclo de crescimento da cv. Marandu sob luminosidade
natural, decorrente do início da estação fria (Tabela 1), e não diferiu do primeiro e segundo corte na
mesma condição de luz e das demais condições de luminosidade para o primeiro corte. O maior IAF
foi obtido no primeiro corte sob pleno sol (Tabela 2) sendo decorrente do maior IC (Tabela 1) que
favoreceu o acúmulo de material morto, afetando o positivamente o resultado pelo método
utilizado. O menor IAF ocorreu no terceiro corte sob mesma luminosidade pelo fato da forrageira não
ter recuperado área foliar devido às condições ambientais durante o ciclo de crescimento.
As maiores produções de capim-marandu foram obtidas em 60% no primeiro corte e pleno sol
segundo corte, não apresentando diferenças do primeiro corte a pleno sol e terceiro corte do
sombreamento ameno. O maior IC favoreceu a produção de forragem sob luminosidade natural
devido ao longo período para acúmulo de forragem, enquanto que, para as condições de
sombreamento intenso, a altura de resíduo de 15 cm prejudicou a produtividade no ciclo sequente
devido a baixa área foliar remanescente.
Conclusões
A altura de corte de capim-marandu é maior em luminosidade reduzida e a altura de resíduo
de 15 cm prejudica a produtividade sob sombreamento intenso. A produção por ciclo de crescimento
foi afetada pelo sombreamento e a redução da intensidade luminosa refletiu em maior frequência de
cortes.
Referências
ANDRADE, C.M.S.; VALENTIM, J.F.; CARNEIRO, J.C.; VAZ, F.A. Crescimento de gramíneas e
leguminosas forrageiras tropicais sob sombreamento. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília,
v.39, n.3, p.263-270, 2004.
ANDRADE, F.M.E.de. Produção de forragem e valor alimentício de capim-marandu submetido a
regimes de lotação contínua por bovinos de corte. 2003. 125p. Dissertação (Mestrado em
165
Agronomia) – Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz, Universidade de São Paulo, Piracicaba,
2003.
BELESKY, D.P. Growth of Dactylis glomerata along a light gradient in the central Appalachian region of
the eastern USA: I. Dry matter production and partitioning. Agroforestry Systems, v.65, p.81-90,
2005.
GOMIDE, C.A.M, GOMIDE, J.A.; ALEXANDRINO, E. Características estruturais e produção de forragem
em pastos de capim-mombaça submetidas a períodos de descanso. Pesquisa Agropecuária
Brasileira, v.42, n.10, p. 1487-1494, 2007.
SANTOS, A.G.T.; VIEIRA, A.R. Alturas de pastejo recomendadas para as principais forrageiras
considerando 95% de interceptação luminosa. Cadernos de Pós-graduação da FAZU. Uberaba, v.2,
2011.
VALLE, C.B.; EUCLIDES, V.; VALÉRIO, J.; MACEDO, M. FERNANDES, C.; DIAS, F.M. Brachiaria brizantha
cv. Piatã uma forrageira para diversificação de pastagens tropicais. Seed News. Vol. 11, n.2., 2007.
166
Propriedades químicas de um Argissolo vermelho sob diferentes usos e
manejo
Souza, C. L.¹; Bonini, C. S. B.²; Heinrichs, R.2; Dourado, F. A.¹; Garcia, G.C.3; Romeiro, E. R.3
¹Discente do Curso de Engenharia Agronômica da UNESP Dracena. E-mail: [email protected]
²Docente da UNESP, Dracena.
3Discente do Curso de Engenharia Agronômica da UNICASTELO Fernandópolis.
Introdução
O uso sustentável dos recursos naturais, especialmente do solo e da água, tem-se constituído
em tema de crescente relevância, em razão do aumento das atividades antrópicas.
Consequentemente, cresce a preocupação com o uso sustentável e a qualidade desses recursos
(Araujo et al., 2007).
A introdução de sistemas agrícolas em substituição às florestas causa um desequilíbrio no
ecossistema em que a retirada da cobertura vegetal original e a implantação de culturas, aliadas às
práticas de manejo inadequadas, promovem o rompimento do equilíbrio entre o solo e o meio,
modificando desta forma, suas propriedades químicas, físicas e biológicas, limitando sua utilização
agrícola (Richart, A. et al., 2005).
A qualidade desses atributos propicia condições adequadas para o crescimento e o
desenvolvimento das plantas e para a manutenção da diversidade de organismos que habitam o solo
(Doran; Parkin, 1994). A avaliação da qualidade do solo de maneira simples e confiável é um dos
desafios atuais da pesquisa. Segundo esses autores, ela pode ser medida por meio da quantificação
de alguns atributos, ou seja, de propriedades físicas, químicas e biológicas, que possibilitem o
monitoramento de mudanças, a médio e longo prazo, no estado de qualidade desse solo.
A qualidade do solo deve ser monitorada para detectar as mudanças que podem ser mediadas
em um determinado tempo e pode ser realizadas na propriedade agrícola ou em maior escala, como
microbacia hidrográfica, região e outros.
Cavalcante et al. (2007a) estudando diferentes usos e manejo do solo de Cerrado (vegetação
natural (cerrado), plantio direto, plantio convencional e pastagem) verificaram que nas áreas de
sistema de plantio direto apresentou acúmulo significativo de matéria orgânica, fósforo, potássio e
elevação da CTC em relação aos demais sistemas estudados, além da melhoria nas condições
químicas do solo. A matéria orgânica foi maior em relação ao sistema natural. As maiores
variabilidades medidas por meio do coeficiente de variação foram observadas para o fósforo e o
potássio, sendo que a matéria orgânica e a CTC (Capacidade de troca catiônica) apresentaram
coeficiente de variação médio nos diferentes usos e manejos do solo.
O manejo do solo e da cultura são importantes condicionadores da variabilidade de atributos
do solo. Solos de mesma classe taxonômica, considerados relativamentehomogêneos, podem
apresentar variação em seus atributos como resultado da aplicação de diferentes práticas de manejo
(Cavalcante et al., 2007b).
Objetivo
Objetivou-se, portanto neste trabalho, avaliar as propriedades químicas de diferentes usos e
manejo de um Argissolo vermelho em Fernandópolis- SP.
167
Material e Métodos
O experimento foi conduzido na área experimental da Fazenda de Ensino e Pesquisa da
Universidade Camilo Castelo Branco - UNICASTELO, Campus de Fernandópolis, SP (Fazenda Santa
Rita), localizada entre as coordenadas 20°16’50” latitude sul e 50°17'43” longitude oeste e 20°18'05”
de latitude sul e 50°16'26" de longitude oeste.
O clima da região, de acordo com a classificação de Koppen, é subtropical úmido, Aw, com
inverno seco e ameno e verão quente e chuvoso (ROLIM et al., 2007). De acordo com a EMBRAPA
(2007) a região é caracterizada por um período de 6 meses do ano com déficit hídrico e temperatura
média de 23,5oC. De acordo com Oliveira et al. (1999) os solos da Fazenda Santa Rita são constituídos
de Argissolos Vermelhos-Amarelos eutróficos abrúpticos A moderado textura arenosa/média relevo
suave ondulado e ondulado.
O delineamento experimental adotado foi inteiramente casualizados, sendo 3 tratamentos e 5
repetições, totalizando 15 parcelas experimentais. Sendo os tratamentos: Área de vegetação natural;
Área de cultivo de cultura perene (implantada há 15 anos, espaçamento 1 x 2 m, área sem manejo de
adubação); e Área de pastagem degradada (3 ha).
Para as análises, foram coletadas amostras deformadas de solo, com trado de caneca, em três
camadas de solo: 0,00–0,10; 0,10–0,20 e de 0,20–0,40 m. Para cada tratamento será utilizado
amostras de solo em duplicatas para uma melhor confiabilidade dos dados. As análises químicas do
solo foram realizadas de acordo com a metodologia descrita por RAIJ & QUAGGIO (1983) e foram
avaliados o pH, em cloreto de cálcio, a acidez potencial (hidrogênio + alumínio) a pH 7,0 e foram
calculadas as somas de bases (SB = Ca + Mg + K), capacidade de troca catiônica (CTC = SB + (H + AL)) e
saturação por bases (V% = (100 x SB) / CTC).
Os dados foram analisados pela análise de variância (ANOVA) e teste de Tukey (5%), no
programa computacional SISVAR (FERREIRA, 2008).
Resultados e Discussão
Os dados das propriedades químicas estudadas (pH em cloreto de cálcio, acidez potencial,
somas de bases, capacidade de troca catiônica e saturação por bases, nas camadas de 0,00-0,10;
0,10-0,20 e 0,20- 0,40m, estão apresentados na tabela 1. Para todasas profundidades foi encontrado
diferença significativa, menos para o pH na primeira camada de solo.
Os valores de pH não variam dentre os tratamentos estudados. Esse comportamento pode ser
devido a não correção do solo. Já para a acidez potencial o efeito dos tratamentos foi maior no
tratamento eucalipto e menor no tratamento vegetação nativa. Resultados semelhantes foram
obtidos por Cavalcante et al. (2007a).
168
Para a SB e CTC do solo, na camada 0,00-0,10m, a pastagem e a vegetação nativa não
diferiram estatisticamente entre si, mostrando que a pastagem é um bom conservador de matéria
orgânica. Dados semelhantes foram encontrados por Araújo et al. (2007). O V% neste trabalho, teve
comportamento semelhante a CTC, concordando com trabalhos desenvolvidos por Cavalcante et al.
(2007b).
Conclusões
As propriedades químicas do solo foram bons indicadores da qualidade do solo.
Os sistemas de manejo afetam as propriedades químicas do solo, ocorrendo redução da capacidade
de troca de cátions e pH nos solo cultivado com eucalipto.
As áreas com o manejo conservador das propriedades químicas do solo foram em ordem
decrescente: vegetação nativa, pastagem e eucalipto.
Referências
169
ARAÚJO,R.; GOEDERT, W. J.; MARILUSA, LACERDA, P.C. Qualidade de um solo sob diferentes usos e
sob cerrado nativo. R. Bras. Ci. Solo, 31:1099-1108, 2007.
CAVALCANTE, E. G. S.; ALVES, M. C.; PEREIRA, G. T.; SOUZA, Z. M. Variabilidade espacial de MO, P, K
e CTC do solo sob diferentes usos e manejos. Ciência Rural, 37:394-400, mar-abr, 2007a.
CAVALCANTE, E. G. S.; ALVES, M. C.; SOUZA, Z. M.; PEREIRA, G. T. Variabilidade espacial de atributos
químicos do solo sob diferentes usos e manejos. R. Bras. Ci. Solo, 31:1329-1339, 2007b.
DORAN, J.W.; PARKIN, T.B. Defining and assessing soil quality. In: DORAN, J.W.; COEMAN, D.C.;
BEZDICEK, D.F; STEWART, B.A., eds. Defining soil quality for sustainable environment. Madison, Soil
Science Society of America, 1994. p.3-21. (SSSA Special Publication, 35)
EMBRAPA. Banco de dados climáticos do Brasil. Brasília: Embrapa Monitoramento por Satélites,
2007. Disponível em: http://www.bdclima.cnpm.embrapa.br/. Acesso em: 23 ago. 2014.
FERREIRA, D. F. SISVAR: um programa para análises e ensino de estatística. Revista Symposium,
Lavras, MG, 6: 36-41, 2008.
OLIVEIRA, J.B.; CAMARGO, M.N.; ROSSI, M.; CALDERANO FILHO, B. Mapa pedológico do Estado de
São Paulo: legenda expandida. Campinas, Instituto Agronômico/EMBRAPA-Solos. Campinas. 1999.
64p.
RAIJ B. V., QUAGGIO J. A. Métodos de análises de solo para fins de fertilidade. Instituto Agronômico
de Campinas, 1983. (Boletim técnico n. 81). 31 p.
RICHART, A.; TAVARES FILHO, J.; BRITO, O. R.; LLANILLO, R. F.; FERREIRA, R. Compactação do solo:
causas e efeitos. Soil compacting: causes and effects. Semina: Ciências Agrárias, 26: 321-344, 2005.
ROLIM, G.S.; CAMARGO, M.B.P.; LANIA, D.G.; MORAES, J.F.L. Classificação climática de Köppen e de
Thornthwaite e sua aplicabilidade na determinação de zonas agroclimáticas para o estado de São
Paulo. Bragantia, 66: 711-720, 2007.
170
Qualidade dos fenos de tifton e alfafa sobre o perímetro abdominal de
equinos
Tsuzukibashi, D.1*;Oliveira, K.2; Costa, C.3; Reis, B.Q.4; Meirelles, P.R.L.3; Protes, V.M.1;Soutello,
R.V.G.2;Watanabe, M.J.5
¹Aluna de Mestrado em Zootecnia, FMVZ, UNESP Botucatu – Lajeado, s/n - Botucatu, SP 18618-970, Brasil. e-mail:
*[email protected]
2Docente da Faculdade de Zootecnia – UNESP Dracena.
3Docente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Melhoramento e Nutrição Animal (DMNA), UNESP
Botucatu.
4Aluna de Graduação da Faculdade de Zootecnia – UNESP Dracena.
5Docente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, Departamento de Cirurgia e Anestesiologia Veterinária (DCAV), UNESP
Botucatu.
Introdução
Os cavalos são herbívoros adaptados a consumir dietas contendo alto conteúdo de fibra.
Contudo, o manejo alimentar que impõe o consumo de dietas contendo alta proporção de volumoso
ou de qualidade nutricional ruim, resulta em incremento na massa da ingesta presente no intestino
grosso do equino (PAGAN e DUREN, 2001). Esta situação é decorrente do aumento da retenção de
água no trato gastrointestinal (TGI), bem como da quantidade de material fibroso não digerido (ELLIS,
HOLLANDS e ALLEN, 2002). Grande quantidade de conteúdo não digerido no trato digestório, pode
causar distensão abdominal, além de incremento do peso de lastro, que aumenta o custo energético
de locomoção, sendo prejudicial ao desempenho atlético dos equinos (RICE et al., 2001). O aumento
na distensão abdominal de equinos é bem visível quando estes animais são submetidos ao consumo
de dieta composta, exclusivamente, por forragem in natura. Isto se deve ao elevado conteúdo de
água e de fibra presente nos pastos (MEYER, 1995).
As implicações do tamanho do perímetro abdominal (PA) sobre o desempenho esportivo de
cavalos atletas, ainda não foi alvo de investigação das pesquisas científicas. Assim como, inexistem
trabalhos na literatura, que objetivem avaliar efeito do tipo e qualidade dos volumosos sobre o
perímetro abdominal dos equinos.
Objetivo
A pesquisa objetivou estudar o efeito da qualidade dos fenos de tifton e alfafa, em dietas
isoprotéicas e isoenergéticas, sobre o perímetro abdominal de equinos.
Material e Métodos
Foram utilizados seis equinos, mestiços, com idade entre seis e sete anos e PC médio de
353,83 kg, delineados em quadrado latino 6 x 6 (seis cavalos e seis períodos), resultando em seis
repetições por tratamento. Os tratamentos consistiram de seis dietas, com ingestão de matéria seca
total (IMS) de 2% PC, constituídas por concentrado (IMS de 1% PC) mais volumoso (IMS de 1% PC),
contendo cada dieta o teor de 15% de proteína bruta (PB) e 2,63 Mcal/kg de energia digestível.
Os tratamentos foram constituídos pelas combinações de fenos, em esquema fatorial 2 x 3, ou
seja, duas forragens (tifton e alfafa) e três qualidades de feno (A, B e C). A qualidade nutricional dos
fenos de tifton para o tipo A, foi caracterizado por conter 13% PB e 55% de fibra em detergente
neutro (FDN), o tipo B com 10% PB e 61% FDN e tipo C, 7% PB e 70% FDN. Os fenos de alfafa tipo A
possuíram 18% PB e 35% FDN, tipo B, 16% PB e 43% FDN e tipo C, 14% PB e 50% FDN.
171
Cada período experimental totalizou 21 dias, sendo 14 dias de adaptação e 7 dias de coleta de
dados. O PA foi mensurado nos cavalos, na altura da 18ª vértebra torácica, diariamente durante todo
o período experimental, porém, para a análise estatística, foram considerados os dados durante o
período de coleta.
A variável PA foi submetida à análise de variância do programa computacional Statistical
Analysis System (SAS, 2000). As comparações entre médias foram feitas pelo teste de Tukey ao nível
de 5% de significância. Quando a interação entre os fatores não foi significativa, utilizou-se a
probabilidade dos efeitos principais.
Resultados e Discussão
Não se verificou efeito significativo entre as dietas experimentais, contudo foi observado
significância (P=0,0478) para o tipo de forragem, como efeito principal (tabela 1). O grupo de cavalos
alimentado com feno de tifton obteve PA de 177,05 ± 8,14 cm, e para o grupo alimentado com feno
de alfafa foi obtido um PA de 174,27 ± 8,18 cm, resultando na diferença entre as medidas de 2,78 cm
(P<0,05).
O resultado encontrado na tabela 1 evidencia que, em dietas isoprotéicas e isoenergéticas, o
tipo de forrageira interfere no PA dos equinos. Essa situação pode ser explicada devido ao feno de
tifton apresentar maior teor de FDN, ou seja, maior proporção de fibra menos digestível, ocupando
grande espaço no trato gastrointestinal dos animais, por mais tempo em relação ao feno de alfafa
(MEYER, 1995).
Conclusão
O tipo de forrageira consumida pelos equinos interfere na distensão do abdômen. O
fornecimento de feno de alfafa promove redução do perímetro abdominal à esta espécie animal.
Referências
172
ELLIS, J.M.; HOLLANDS, T.; ALLEN, D.E. Effect of forage intake on bodyweight and
performance.Equine Veterinary Journal, v.34, p.66-70, 2002.
MEYER, H. Alimentação de cavalos. 2 ed. São Paulo, SP: Livraria Varela, 1995. 303p. PAGAN, J.D.;
DUREN, S.E.Recent developments in equine nutrition.Recent Advances in Animal Nutrition in
Australia, v.13, n. suppl., p.169-177, 2001.
RICE, O.; GEOR, R.; HARRIS, P.; HOEKSTRA, K.; GARDNER, S.; PAGAN, J. Effects of resticted hay intake
on body weight and metabolic responses to high- intensity exercise in thoroughbred horses.
Proceedings 17th equine nutrition, 2001.
STATISTICAL ANALYSIS SYSTEM - SAS.SAS user´s: guide statistics. Cary: 2000. 211p.
PROTOCOLO DE APROVAÇÃO DO COMITÊ DE ÉTICA: Protocolo 44/2012 (Comissão de Ética em Uso
de Animais – CEUA da UNESP/Dracena)
AGÊNCIA DE FOMENTO: FAPESP
173
Relação da produtividade de B. decumbens e dos atributos físicos do solo
Ibañez, T. B ¹ ; Bonini, C. S. B.²; Heinrichs, R.3; Dourado, F. A.4; Pedro, F. G.5 1
Discente do Curso de Engenharia Agronômica – UNESP Dracena. email: [email protected] 2Docente da Faculdade de
Zootecnia e Engenharia agronômica – UNESP Dracena. e-mail: [email protected] 3Docente da Faculdade de Zootecnia e
Engenharia agronômica – UNESP Dracena. e-mail: [email protected] 4Discente do Curso de Engenharia agronômica – UNESP
Dracena. e-mail: [email protected] 5Discente do Curso de Engenharia agronômica – UNESP Dracena. e-mail:
[email protected]
Introdução
O uso intensivo de áreas no Cerrado para a produção agropecuária, aliado a técnicas
impróprias de manejo do solo, tem causado degradação da estrutura do solo, influenciando
negativamente o desenvolvimento vegetal e predispondo o solo à degradação (Stone e Guimarães,
2005). Nessas pastagens, devido ao manejo inadequado, observa-se redução na porosidade total das
camadas superficiais do solo que afetam a reserva de água disponível, especialmente à medida que a
meso e a microporosidade do solo se reduzem (Balbino et al., 2001). Atributos do solo, tais como a
densidade, a porosidade, a condutividade hidráulica, a curva característica de retenção de água
(Balbino et al., 2004) e a resistência à penetração (Imhoff et al., 2000), têm sido comumente
utilizados como indicadores de qualidade física, pela relativa facilidade de determinação e pelo baixo
custo de obtenção das medidas. As alterações nas propriedades físicas do solo tornam imprescindível
a utilização de espécies de cobertura capazes de romper camadas compactadas (Gonçalves et al.,
2006).
As gramíneas forrageiras geram rapidamente, melhorias na qualidade física do solo, com
aumento da porosidade do solo e maior estabilidade de agregados em água (Blanchart et al.,2004).
Dentre as gramíneas que possuem participação expressiva nas pastagens da região do Cerrado, se
encontram as gramíneas dos gêneros Panicum e Brachiaria (Braz et al., 2004 e Oliveira et al., 2007),
em que poucos são os dados, na literatura, que se referem ao seu comportamento diante da
condição de compactação do solo. De acordo com Centurion et al. (2007), as modificações que
ocorrem na estrutura dos solos do Cerrado oriundas do intenso preparo do solo foram evidenciadas
por alterações nos valores de densidade do solo, porosidade total, porosidade de aeração,
armazenagem e disponibilidade de água às plantas.
Objetivo
Este trabalho tem por objetivo verificar a relação entre as propriedades físicas do solo
(densidade do solo e macroporosidade) e a produtividade de massa seca de B. decumbens em um
Latossolo em recuperação com adubos verdes, calagem e gesso.
Material e métodos
O experimento foi conduzido na Fazenda de Ensino, Pesquisa e Extensão (FEPE), no município
de Selvíria - MS. Apresenta médias anuais de precipitação, temperatura e umidaderelativa do ar de:
1370 mm, 23,50 C e 70-80 %, respectivamente (DEMATTÊ, 1980). O solo da área de estudo foi
classificado como Latossolo Vermelho-Escuro distrófico (DEMATTÊ, 1980), textura franco argiloarenosa (KITAMURA, 2007).
A usina Hidrelétrica de Ilha Solteira - SP teve o início de sua construção na década de 60,
sendo que da área em estudo foi retirado solo para a terraplanagem e fundação da barragem, dando
origem a uma área degradada, a qual é denominada de “área de empréstimo”. Foi removida uma
174
camada de 8,6 metros do perfil do solo original, sendo que o subsolo da área em estudo estava
exposto desde 1969 (ALVES e SOUZA, 2008). Este solo vem sendo recuperado há 17 anos, utilizando
adubos verdes, vegetação espontânea instalada, correção do solo, gesso e pastagem. O
delineamento experimental utilizado foi inteiramente casualizado, constando de nove tratamentos e
quatro repetições. A dimensão de cada parcela foi de 10 m x 10 m.
Os tratamentos foram: 1 - SM/B: Solo mobilizado e ocorrência de vegetação espontânea, 2 MP/B: Mucuna-preta (Stizolobium aterrimum Piper & Tracy); 3 - G/FP/B: Guandu (Cajanus cajan (L.)
Millsp), até 1994, após substituído por Feijão-de-porco; 4 -C+MP/B:Calcário + Mucuna-preta; 5 C+G/FP/B:Calcário + Guandu até 1994, após substituído por Feijão-de-porco; 6 - C+Ge+MP/B: Calcário
+ Gesso + Mucuna-preta; 7 -C+Ge+G/FP/B:Calcário + Gesso + Guandu, até 1994, após substituído por
Feijão-de-porco e, duas Testemunhas: 8 – SE: Solo exposto (sem técnica de recuperação) e 9 - MA:
Vegetação nativa de Cerrado. Nos tratamentos de recuperação a partir de 1999 em todas as parcelas
foram implantadas Brachiaria decumbens.
No ano de 2011 foram avaliadas as seguintes propriedades do solo: macroporosidade e a
densidade do solo pelo método do anel volumétrico de acordo com EMBRAPA (1997). Foram
coletadas amostras indeformadas de solo, com anel volumétrico, em quatro camadas de solo: 0,00–
0,10; 0,10–0,20 e de 0,20–0,40 m e em três repetições por parcela. A produção de matéria seca da
braquiária foi realizada a cada três meses (meses de janeiro, abril, julho e outubro). Cada amostra
corresponde às plantas contidas em 1,00 m2, foram coletadas em triplicatas em cada parcela. A
massa de matéria seca foi avaliada por pesagem (estufa a 60–70º C até atingir massa constante). Os
dados foram analisados pela equação de regressão linear, utilizando o Excel.
Resultados e Discussões
Os dados obtidos no trabalho estão apresentados na figura 1. Nota-se relação negativa em
relação a produtividade de braquiária e a densidade do solo, quanto maior a densidade menor a
produtividade. Esse comportamento foi verificado nas camadas de 0-0,10 e 0,20-0,40m. Resultados
semelhantes a este trabalho foram encontrados por Severiano et al. (2003) que observaram a
redução de produção de matéria seca de Brachiaria decumbens com o aumento da resistência a
penetração e densidade do solo. Em relação à macroporosidade era esperado uma relação positiva,
quanto maior amacroporosidade maior a produtividade de braquiária.
Neste trabalho, resultados opostos foram obtidos. Balbino et al., 2001 e Balbino et al., 2004
obtiveram resultados discordantes a este trabalho.
175
Conclusão
Conclui-se que quanto maior a produtividade de massa seca de B. decumbens no solo, melhor
foi a recuperação das propriedades físicas do solo estudado. A densidade do solo foi um bom
indicador de recuperação do solo.
Referências
ALVES, M. C.; SOUZA, Z. M. Recuperação de área degradada por construção de hidroelétrica com
adubação verde e corretivo. Revista Brasileira de Ciência do Solo, v. 32, n. 06, p. 2505-2516, 2008.
176
BALBINO, L.C.; BRUAND, A.; BROSSARD, M.;GUIMARÃES, M.F. Comportement de la phase argileuse
lors de la dessication dans des Ferralsols microagrégés du Brésil: rôle de La microstructure et de la
matiére organique. Comptes Rendus del‘Académie des Sciences, v.332, p.673-680, 2001.
BALBINO, L.C.; BRUAND, A.; COUSIN, I.; BROSSARD, M.;QUÉTIN, P.; GRIMALDI, M. Change in the
hydraulic properties of a Brazilian clay Ferralsol on clearing for pasture. Geoderma, v.120, p.297-307,
2004.
BLANCHART, E.; ALBRECHT, A.; CHEVALLIER, T.; HARTMANN, C. The respective roles of roots and
earthworms in restoring physical properties of Vertisol under a Digitaria decumbens pasture
(Martinique, WI).Agriculture, Ecosystems & Environment, Amsterdam, v. 103, n. 2, p. 343-355, jul.
2004. Braz, A. J. B. P.; Silveira. P. M.; Kliemann, H. J.; Zimmermann, J.P. Acumulação de nutrientes em
folhas de milheto e dos capins braquiária e mombaça. Pesquisa Agropecuária Tropical, v.34, p.83-87,
2004.
CENTURION, J.F.; FREDDI, O.S.; ARATANI, R.G.; METZNER, A.F.M.; BEUTLER, A.N. & ANDRIOLI, I.
Influência do cultivo da cana-de-açúcar e da mineralogia da fração argila nas propriedades físicas de
Latossolos Vermelhos. Revista Brasileira de Ciência do Solo, 31:199-209, 2007
DEMATTÊ, J. L. I. Levantamento detalhado dos solos do Campus Experimental de Ilha Solteira (SP).
Piracicaba, 1980. 131 p. (Mimeografado). EMBRAPA – Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária.
Manual de métodos de análise de solo. 2.ed. Rio de Janeiro:
EMBRAPA/CNPSO, 1997. 212p. GONÇALVES, W. G.; JIMENEZ, R. L.; ARAÚJO FILHO, J. V.; ASSIS, R.L.;
SILVA, G. P.; PIRES, F. R. Sistema radicular de plantas de cobertura sob compactação do solo.
Engenharia Agrícola, v.26, p.67-75, 2006.
IMHOFF, S.; SILVA, A.P.; TORMENA, C.A. Applications of the resistance curve in the control of the
physical quality of soils under grass. Pesquisa Agropecuária Brasileira, v.35, p.1493-1500, 2000.
KITAMURA, E. M. Recuperação de um solo degradado com a aplicação de adubos verdes e lodo de
esgoto. Ilha Solteira, Universidade Estadual Paulista, 2007. 117p. (Tese de Doutorado). Oliveira, T. K.;
Macedo, R. L. G.; Santos, I. P. A.; Higashikawa,E. M.; Venturin, N. Produtividade de Brachiaria
brizantha (Hochst. ex A. Rich.) Stapf cv. marandu sob diferentes arranjos estruturais de sistema
agrossilvipastoril com eucalipto. Ciência e Agrotecnologia, v.31, p.748-757, 2007.
STONE, L.F. & GUIMARÃES, C.M. Influência de sistemas de rotação de culturas nos atributos físicos
do solo.Santo Antônio de Goiás, Embrapa Arroz e feijão, 2005. 15p. (Boletim de Pesquisa e
Desenvolvimento). SEVERIANO, E. C.; OLIVEIRA, G. C.; SARMENTO, P. H. L.; MORAES, M. F. Alterações
estruturais do solo e produção de Brachiaria decumbens em Latossolo do Cerrado. In: Congresso
Brasileiro de Engenharia Agrícola, Goiânia. Anais... Bauru: SBEA, 2003. CD-Rom.
177
Relações de consumo de matéria seca e peso vivo com eficiência alimentar
em bovinos Nelore
Maria Isabel Betetti¹, Bruno Fagundes Lage2, Evelyn Rangel dos Santos3, Natalia Trevizan¹*, Joslaine
Noely dos Santos Gonçalves Cyrillo¹, Lúcia Galvão de Albuquerque4
1Centro APTA Bovinos de Corte, Instituto de Zootecnia (IZ), Sertãozinho, SP, Brasil
2Universidade Federal dos Vales do Jequitinhonha e Mucuri – UFVJM,
3Universidade Estadual de Londrina (UEL), Londrina, PR, Brasil
4Universidade Estadual Paulista – UNESP – Jaboticabal, SP
*e-mail: [email protected]
Introdução
Na bovinocultura de corte intensiva a alimentação é o fator de maior custo. A identificação e
seleção de animais mais eficientes na utilização dos nutrientes podem auxiliar na redução dos custos
de produção. Ao longo dos anos diversas medidas de eficiência alimentar têm sido estudadas, entre
elas a conversão alimentar, eficiência parcial de crescimento, eficiência de mantença e o consumo
alimentar residual (CAR). Todas são altamente correlacionadas com eficiência alimentar, porém,
também correlacionam-se com características de crescimento, com exceção do consumo alimentar
residual.
A característica consumo alimentar residual, proposta por Koch et al. (1963) é definida como a
diferença entre o consumo de matéria seca (ou de energia) observado, e o consumo estimado por
meio de regressão, em função de peso vivo médio metabólico e ganho de peso dos animais.
De acordo com Arthur et al. (2001) a utilização do CAR como critério de seleção de bovinos resultaria
em animais com menor consumo de matéria seca, sem, no entanto, alterar o ganho de peso diário e
tamanho corporal, permitindo, assim, a obtenção de animais mais eficientes quanto à utilização de
alimentos.
Objetivo
O objetivo do presente estudo foi estabelecer relações entre consumo de matéria seca, ganho
médio diário, peso vivo e consumo alimentar residual (CAR) em bovinos Nelore. Material e Métodos
O presente estudo foi realizado no Centro Avançado de Pesquisas Tecnológicas dos Agronegócios
(APTA Bovinos de Corte), órgão do Instituto de Zootecnia do estado de São Paulo. Fica localizado no
município de Sertãozinho, na região norte do estado, a 21°10´ S e 48° 5´ W. Possui clima tropical
úmido e temperatura média anual de 22,5°C. Os dados utilizados foram coletados no ano de 2012, e
são oriundos do Teste de Eficiência Alimentar.
O Teste de Eficiência Alimentar teve início em 14 de junho e término em 10 de outubro de
2012, perfazendo um total de 119 dias. Os primeiros 28 dias foram destinados para adaptação dos
animais à dieta e às instalações, e os 91 dias restantes para coleta de dados de peso e consumo.
Foram utilizados registros de 85 novilhos da raça Nelore, com médias de idade de 270 ± 23
dias, peso inicial de 238,6 ± 41 kg. Os animais foram separados e alojados, aleatoriamente, em duas
áreas de confinamento equipadas com cinco cochos do GrowSafe System® em cada uma, um sistema
de monitoramento eletrônico, que utiliza tecnologia de rádio frequência para documentar padrões
de alimentação dos animais. O sistema identifica e registra a visita dos animais, armazenando dados
como tempo de permanência no cocho, frequência de visitas e quantidade de ração consumida.
178
O CAR foi calculado pela diferença entre o consumo diário observado e o predito, baseado no
ganho de peso médio diário e no peso vivo metabólico, sendo classificados como alto (>média + 0,5
DP), médio (± 0,5 DP da média) e baixo (<média – 0,5 DP).
As análises das relações entre as classes de CAR, pesos no início e final do experimento,
consumo de matéria seca e da relação consumo matéria seca/peso vivo (CMS/PV, kg) foram
realizadas utilizando o procedimento MIXED do SAS 9.3. Os modelos de análises incluíram os efeitos
fixos de classe de CAR (alto, médio e baixo), linha de seleção (Seleção e Controle) e idade no meio do
teste como covariável linear. Para análise da relação CMS/PV foram utilizados registros diários dos
dez animais mais eficientes (baixo CAR) e dos 10 menos eficientes (alto CAR). A comparação de
médias foi realizada pelo teste t-Student. As estimativas de correlações de Pearson entre
características estudadas foram obtidas por meio do PROC CORR do SAS 9.3.
Resultados e Discussão
Animais classificados como alto, médio e baixo CAR não diferiram quanto ao PI, PF e GMD
(P>0,05) (Tabela 1), estes resultados eram esperados, uma vez que o modelo de regressão utilizado
para obtenção do consumo estimado contempla tais características. Contudo, diferenças
significativas (P<0,001) foram encontradas para o CMS entre as classesde CAR (Tabela 1), onde
animais baixo CAR consumiram significativamente menos alimento que aqueles classificados como
médio e alto CAR.
A Figura 1 ilustra o consumo médio de matéria seca em relação ao peso vivo dos dez animais
mais eficientes e dos dez menos eficientes, durante o período total do teste de eficiência alimentar. A
relação CMS/PV ao longo do experimento foi significativamente diferente (P<0,01) entre animais
baixo e alto CAR, com médias de 3,48 ± 0,06 e 5,47 ± 0,05 kgMS/dia, respectivamente. Embora haja
diferença entre as duas curvas, ressalta-se o fato de não haver diferença estatística nos pesos e no
GMD entre animais de diferentes classes de CAR (Tabela 1). Assim, é provável que a energia
requerida para mantença dos animais baixo CAR seja menor, uma vez que, para um mesmo GMD, foi
necessário, no mínimo, um CMS 24,8% menor, comparado aos animais alto CAR (Tabela 1). As
correlações de CAR com GMD, PI e PF não foram significativas (P>0,05), reforçando a ideia de que o
CAR independe de características de crescimento, por outro lado, o CMS apresentou correlação alta
(0,68) e significativa (P<0,01) com o CAR e também com todas as características estudadas (Tabela 1).
Este resultado está de acordo com outros autores, que também relataram independência entre CAR
e as características de crescimento como pesos e ganho de peso. (KELLY et al., 2010, SOBRINHO et al.,
2011).
179
Conclusão
Características de desempenho como peso e ganho de peso não são relacionadas ao consumo
alimentar residual, já o consumo de matéria seca pode ser indicativo de eficiência em animais Nelore
em fase de crescimento.
Referências
ARTHUR, P.F.; RENAND, G.; KRAUSS, D. Genetic and phenotypic relationships among different
measures of growth and feed efficiency in young Charolais bulls. Livestock Production Science, v.68,
p. 131-139, 2001.
KELLY, A. K.; McGEE, M.; CREWS, D. H.; FAHEY, Jr. A. G.; WYLIE A. R.; KENNY, D. A. Effect of divergence
in residual feed intake on feeding behavior, blood metabolic variables, and body composition traits in
growing beef heifers. Journal of Animal Science, v.88, p.109-123, 2010.
KOCH, R. M.; SWIGER, L. A.; CHAMBERS, D.; GREGORY K. E. Efficiency of feed use in beef cattle.
Journal of Animal Science, Savoy, v.22, p.486–494, 1963.
SOBRINHO, T. L.; BRANCO, R. H.; BONILHA, S. F. M.; CASTILHOS, A. M.; FIGUEIREDO, L. A.; RAZOOK, A.
G.; MERCADANTE, M. A. Z. Residual feed intake and relationships with performance of Nellore cattle
selected for post weaning weight. Revista Brasileira de Zootecnia, v.40, n.4, p.929-937, 2011.
Apoio: Fundação de Amparo a Pesquisa do Estado de São Paulo (FAPESP).
Número do protocolo da Comissão de Ética: SIGA 1759
180
Rendimento de cortes comerciais e eficiência biológica de bovinos Nelore
confinados alimentados com Cloridrato de Zilpaterol
Rizzieri, R. A1; Melo, G. F2; Brichi, A. L. C3; Costa, C. F3; Arrigoni, M. D. B4; Millen, D. D5
1Discente do Curso de Agronomia da FCA de Botucatu – UNESP. e-mail: [email protected]
2Discente do Curso de Zootecnia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu – UNESP.
3Mestrando(a) em Zootecnia pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu – UNESP.
4Docente da FMVZ – UNESP Botucatu. e-mail: [email protected]
5Docente da Faculdade de Zootecnia – UNESP Dracena. e-mail: [email protected]
Introdução
O Brasil é o país com o maior rebanho bovino comercial do mundo, com 190 milhões de
cabeças (ANUALPEC, 2014). É também o segundo maior produtor de carne bovina com 8.53 milhões
de toneladas de equivalente-carcaça no ano de 2013 (ANUALPEC, 2014).
O mercado mundial de carne se modernizou buscando atender o consumidor e ser um
sistema mais produtivo e eficiente. Neste contexto, a prática de confinamento é uma alternativa, pois
reduz a idade de abate dos animais, um retorno do capital investido em curto prazo, descanso das
áreas de pastagens durante a seca e proporciona melhor rendimento de carcaça (LUCHIARI FILHO,
2000).
A alimentação dos animais é um aspecto importante para o sucesso do sistema de
confinamento, pois além de representar aproximadamente 70% dos custos interfere indireta e
diretamente na qualidade da carne (ABRAHÃO et al., 2005). O crescente número de bovinos
confinados faz com que a busca por tecnologias para tornar o sistema mais eficiente se torna cada
vez mais necessário.
Os beta agonistas são moléculas orgânicas cujos principais efeitos são hipertrofia muscular e
diminuição na deposição do tecido adiposo, sendo o cloridrato de zilpaterol (CZ) e a ractopamina os
mais utilizados na produção de bovinos confinados. Os benefícios dessas moléculas no incremento de
carcaça de animais Bos taurus são bastante conhecidos, diversas pesquisas realizadas nos últimos
anos constataram vantagens e entraves sobre sua utilização (HILTON et al., 2009). No entanto para
animais Bos indicus, representando 75% do rebanho confinado brasileiro (MILLEN et al., 2009), a ação
desse produto é pouco conhecida.
Objetivo
O presente estudo teve por objetivo avaliar os efeitos da inclusão na ração de Cloridrato de
Zilpaterol sobre o rendimento de cortes comerciais e eficiência biológica de bovinos Nelore,
castrados e não castrados, terminados em confinamento.
Material e Métodos
O estudo foi realizado na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP –
Universidade Estadual Paulista, Campus de Botucatu, no confinamento experimental do
Departamento de Melhoramento e Nutrição Animal. Foram utilizados 72 animais machos da raça
Nelore com idade aproximada de 24 meses, 36 animais castrados e 36 não castrados, com peso vivo
médio inicial de 347,5 kg ± 21.61 kg, e provenientes de recria em sistema de pastejo contínuo.
O delineamento experimental foi de blocos casualizados em arranjo fatorial 2 x 2 sendo os
fatores a inclusão de cloridrato de zilpaterol a ração e a categoria animal avaliada, constituindo desta
forma os quatro tratamentos experimentais: castrados sem adição (0,00 mg/kg/MS) de Cloridrato de
181
Zilpaterol (C); castrados com adição de 7,5 mg/kg/MS de Cloridrato de Zilpaterol (CZ); não castrados
sem adição (0,00 mg/kg/MS) de Cloridrato de Zilpaterol (NC); e não castrados com adição 7,5
mg/kg/MS de Cloridrato de Zilpaterol (NCZ). Cada tratamento foi composto por seis baias (3
animais/baia), sendo estas consideradas as unidades experimentais para o estudo. A adaptação se
deu na forma de escadas (step up), a qual consistiu no fornecimento de dietas com níveis crescentes
de concentrado (66%; 74%) durante 19 dias, permanecendo por dez dias na primeira dieta e nove
dias na segunda. A partir do 20º dia de confinamento os animais receberam a ração de terminação
(84% de concentrado) até serem abatidos. Os animais foram suplementados com cloridrato de
zilpaterol por 20 dias (90 a 109 dias) e abatidos no 113º dia, respeitando os três dias de carência.
Após o resfriamento das carcaças conforme procedimento frigorífico (48 horas), as carcaças
foram direcionadas a desossa, onde se realizou a pesagem dos principais cortes cárneos de traseiro e
dianteiro da meia carcaça esquerda de todos os animais. No dianteiro os cortes avaliados foram:
Paleta, acém, peito e músculo dianteiro. Já no traseiro os cortes mensurados foram: Coxão mole,
coxão duro, alcatra, patinho, lagarto, picanha, filé mignon, contra filé e músculo traseiro. As
avaliações dos cortes foram mensuradas em Kg, conforme o peso de cada peça em balança de
precisão, e em porcentagem (%), onde se determinou a proporção de cada corte em relação ao peso
de carcaça fria correspondente (LAWRENCE et al., 2011). Para cálculo da eficiência biologia foi
dividido o valor total de IMS pelo ganho total em arrobas produzidas, onde se determinou o PCQ
inicial através do desconto de 50% do peso vivo.
Resultados e Discussão
O maior impacto sobre os cortes comerciais está direcionado a região do quarto traseiro,
reportando aumento de 3,79 kg, enquanto que o dianteiro menos expressivo foi de 1,82 kg. Entre os
cortes do quarto dianteiro podemos destacar aumento de acém (940 g) e paleta (510 g), enquanto
que para o quarto traseiro região de cortes mais nobres, houve aumento de coxão mole (990 g),
coxão duro (380 g), patinho (550 g), alcatra (370 g), contra filé (560 g), picanha (230 g) e filé mignon
(260 g).
Shook et al. (2009) em estudo similar com bovinos ½ britânicos x ½ continentais, encontraram
efeito significativo para os principais cortes comerciais, principalmente para os cortes da região do
traseiro, onde o impacto sobre o incremento de peso foi mais expressivo. Resultados semelhantes
foram reportados por Lawrence et al. (2011) trabalhando com vacas de descarte por 20 dias de
suplementação.
Segundo Kirchofer et al. (2002) existem variações entre os tipos de fibra muscular para cada
músculo, sendo que acém e coxão de mole são compostos por maiores quantidades de fibras
musculares glicolíticas (fibras brancas). Esse tipo de fibra, chamado também de fibra tipo II, possui
maiores respostas a estímulos de beta agonistas em relação aos demais (SMITH et al., 1995). Essas
afirmações podem explicar as variações de respostas, onde músculos representados por maior
proporção de fibras tipo II, obtiveram maiores ganhos, por sua capacidade de hipertrofia.
O aumento sobre os principais cortes comerciais e por consequência maior ganho em carcaça
refletiu em melhora sobre a eficiência biológica durante o período total de confinamento para o
grupo suplementado com CZ. O consumo de massa seca para ganho de uma arroba para o grupo
controle foi de 149,12 kg, enquanto que para o tratado foi de 133,14 kg, evidenciando o impacto
sobre a conversão do alimento em ganho de carcaça com apenas 20 dias de suplementação.
Conclusões
182
Para bovinos Nelore castrados ou não castrados terminados em confinamento, a adição de
7,5 mg/kg de MS de Cloridrato de Zilpaterol por 20 dias, proporciona melhora da eficiência biológica
e aumento dos principais cortes cárneos, especialmente da região do quarto traseiro.
Referências
ABRAHÃO, J.J.S., PRADO, I.N., PEROTTO, D., MOLETTA, J.L. Características de carcaças e da carne de
tourinhos submetidos a dietas com diferentes níveis de substituição do milho por resíduo úmido da
extração da fécula de mandioca. Revista Brasileira de Zootecnia, v. 34, n. 5, p. 1640-1650, 2005.
ANUALPEC. Anuário estatístico da pecuária de corte. São Paulo: FNP Consultoria e Comércio Ltda.,
2014.
HILTON, G. G., MONTGOMERY, J. L., KREHBIEL, C.R., YATES, D.A., HUTCHESON, J.P., NICHOLS, W.T.,
STREETER, M.N., BLANTON, J.R., MILLER, M.F. Effects of feeding zilpaterol hydrochloride with and
without monensin and tylosin on carcass cutability and meat palatability of beef steers. Journal
Animal Sciense, v.87, p.1394–1406, 2009.
KIRCHOFER, K. S., CALKINS, C. R., GWARTNEY, B. L. Fibertype composition of muscles of the beef
chuck and round. Journal Animal Sciense, v. 80, p. 2872–2878, 2002.
LAWRENCE, T. E., GASCH, C. A., HUTCHESON, J. P., HODGEN, J. M. Zilpaterol improves feeding
performance and fabrication yield of concentrate-finished cull cows. Journal Animal Sciense, v. 89, p.
2170-2175, 2011.
LUCHIARI FILHO, A. Pecuária da carne bovina. 1. São Paulo: LinBife, 134, 2000.
MILLEN, D. D., PACHECO, R D. L., ARRIGONI, M. D. B. et al. A snapshot of management practices and
nutritional recommendations used by feedlot nutritionists in Brazil. J. Anim. Sci., v.87, p.3427-3439,
2009.
SHOOK, J. N., VANOVERBEKE, D. L., KINMAN, L. A., KREHBIEL, C. R., HOLLAND, B. P., STREETER, M. N.,
YATES, D. A., HILTON, G. G. Effects of zilpaterol hydrochloride and zilpaterol hydrochloride
withdrawal time on beef carcass cutability, composition, and tenderness. Journal Animal Sciense, v.
87, p. 3677–3685. 2009.
SMITH, S. B., DAVIS, S. K.,WILSON, J. J., STONE, R. T.,WU, F. Y.,GARCIA, D. K., LUNT, D. K., SCHIAVETTA,
A. M. Bovine fast-twitch myosin light chain 1: Cloning and mRNA amount in muscle of cattle treated
with clenbuterol. American Journal Physiology, v. 268: p. 858–865, 1995. - 2013/04593-6 –
Número do processo FAPESP. - 23/2013 CEUA –
Número do protocolo da comissão de ética em experimentação animal.
183
Resistência do anti-helmíntico moxidectina em bezerros da raça nelore na
fase pós-desmame na região oeste do estado de São Paulo
Fachiolli, D.F.1; Dellaqua, J.V.T.²; Souza, O.A.²; Rovere, C.G.S.³; Saes, I.L.4; Soutello, R.V.G.5
1 Mestranda em Ciências e Tecnologia Animal – Unesp/Câmpus de Dracena. E-mail: [email protected]
2 Discente do curso de Zootecnia, UNESP - Câmpus de Dracena.
3 Biotecnologa, FEA – Fundação Educacional de Andradina
4 Discente do curso de Medicina Veterinária, FEA – Fundação Educacional de Andradina
5Docente do curso de Engenharia Agronômica e Zootecnia - UNESP/Câmpus de Dracena. E-mail: [email protected]
Introdução
Em bezerros no período de desmame, onde a fase é de alta susceptibilidade aos helmintos
gastrintestinais, é comum a utilização de anti-helmínticos, visando minimizar as perdas causadas por
estes parasitos.
Inúmeras propriedades utilizam um único tratamento para o controle das verminoses, que é
realizado no dia do desmame. A aplicação do anti-helmíntico em bezerros após o desmame ou de
outras idades é realizada de forma esporádica, observada somente em algumas propriedades (CATTO
e UENO, 1981).
Ainda segundo estudos de Catto e Ueno (1981), puderam avaliar bezerros na região do
Pantanal Mato-grossense e observaram que as infecções assumem caráter mais grave nos animais
desmamados, onde as espécies mais comuns e importantes nos bezerros lactentes e desmamados
são Haemonchus similis, Oesophagotomum radiatum e Cooperia punctata, ainda é observado às
espécies Neoascaris vitulorum e Strongyloides papillosus somente nos bezerros lactentes,
recomendando para região do Pantanal, a intensificação do tratamento das nematodioses dos
bovinos na estação chuvosa, principalmente no primeiro e segundo ano de vida dos animais.
Objetivo
O objetivo do trabalho foi verificar a eficácia da moxidectina administrada em bezerros após
desmame.
Material e métodos
Foram utilizados 54 bezerros contemporâneos da raça nelore desmamados no mesmo dia,
sendo 26 fêmeas e 28 machos, com peso médio de 154 e 170 kg, respectivamente.
Os animais foram mantidos em piquetes formados por pastagem Brachiaria brizantha, em
uma fazenda localizada no município de Castilho/SP.
O delineamento experimental utilizado foi o delineamento em blocos casualizados, onde os
bezerros foram divididos em dois grupos, um de machos e outro de fêmeas.
Foram realizadas análises de contagem de ovos por grama de fezes e coprocultura nos dias 0 e
7 (D0 e D7), sendo que a aplicação da moxidectina foi realizada no D0, oito dias após o desmame dos
animais, administrado por via subcutânea, de acordo com a indicação do fabricante.
Resultados e Discussão
Os resultados das contagens de ovos por grama de fezes (OPG) encontrados para fêmeas nos
dias D0 e D7 apresentaram média de 582 e 186, e para machos foram 801 e 216, respectivamente. A
identificação inicial (D0) de larvas de terceiro estágio (L3) apontou uma porcentagem de: 45,19%
184
Cooperia spp., 36,40% Haemonchus spp., 13,39% Trichostrongylus spp. e 5,02% Oesophagostomun
spp.
O teste de redução de ovos por gramas de fezes (R-OPG) após a aplicação da moxidectina
demostrou redução de 67,99% no grupo das fêmeas e 73,05% no grupo dos machos. Essa redução foi
calculada utilizando o programa RESO.
Em estudos realizados por Soutello et al. (2007), onde se avaliou a eficácia da moxidectina em
25 propriedades de bovinos naturalmente infectados com nematódeos gastrointestinais na região
noroeste do estado de São Paulo, pode ser observar que o anti-helmíntico teve eficácia de 100% no
teste de R-OPG em 19 fazendas e nas outras 6 fazendas, o R-OPG variou de 90% a 97,2%, não sendo
observado nenhum gênero resistente à moxidectina.
Soutello et al. (2010) avaliaram 24 novilhos tratados com moxidectina e notou que o antihelmíntico promoveu redução no número de ovos de nematódeos eliminados nas fezes de 98,3% 36
horas após a aplicação. Não foram identificadas larvas na coprocultura após o tratamento com
moxidectina.
Conclusão
Conclui-se que a ocorrência da resistência da moxidectina em bezerros após desmame na
propriedade estudada, envolvendo os três gêneros Cooperia spp., Haemonchus spp. e
Oesophagostomun spp.
Referências
CATTO, J.B.; UENO, A. Nematóides gastrointestinais em bovinos zebu no Pantanal Mato-Grossense. I.
Prevalência, intensidade de infecção e variação estacional. Pesquisa Agropecuária Brasileira, Brasília,
v.16, n.1, p.129-140, jan. 1981.
SOUTELLO, R. V. G. de. et al. Evaluation of reduction in egg shedding of gastrointestinal nematodes in
cattle following administration of anthelmintics. Revista Brasileira de Parasitologia Veterinária,
Jaboticabal, v. 19, n. 3, p. 183-185, jul.-set. 2010.
SOUTELLO, R. V. G. de; SENO, M. C. Z.; AMARANTE, A. F. T. Anthelmintic resistance in cattle
nematodes in northwestern São Paulo State, Brazil. Veterinary Parasitology., v. 148, p. 360-364,
2007.
185
Seletividade de ingredientes em dietas para bovinos Nelore confinados
alimentados com Cloridrato de Zilpaterol
Melo, G. F1; Rizzieri, R. A2; Brichi, A. L. C3; Costa, C. F3; Filho, E. A4; Martins, C. L5
1Discente do Curso de Zootecnia da FMVZ de Botucatu – UNESP. e-mail: [email protected]
2Discente do Curso de Agronomia da FCA de Botucatu – UNESP
3Mestrando(a) em Zootecnia pela Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia de Botucatu – UNESP
4Discente do Curso de Medicina Veterinária da FMVZ – UNESP Botucatu
5Docente da Faculdade FMVZ Botucatu – UNESP. e-mail: [email protected]
Introdução
Uma das principais características da pecuária brasileira é o sistema de produção
estabelecido, no qual o sistema extensivo de criação bovina no Brasil representa mais de 90% do
total da produção de carne (ANUALPEC, 2014). A utilização deste sistema é pelas condições
favoráveis que encontramos em território nacional, como exemplo, as grandes extensões territoriais
que ainda podemos explorar de maneira eficiente, aliado ao baixo investimento necessário para a
execução quando comparado com demais modelos.
Contudo, o mercado mundial de carne se modernizou e tem buscado cada vez mais a adoção
de tecnologias que atendam a nova demanda do consumidor, além da busca por um sistema mais
produtivo e eficiente. Neste contexto, a prática de confinamento é uma boa alternativa, pois reduz a
idade de abate dos animais (carne de animais abatidos mais jovens estão associadas com carne de
melhor qualidade), um retorno do capital investido em curto prazo, descanso das áreas de pastagens
durante o período de estiagem das chuvas e proporciona melhor rendimento de carcaça (LUCHIARI
FILHO, 2000).
Muitos estudos foram realizados nos últimos anos, em busca de substâncias que pudessem
promover incremento na produção de carne em sistemas intensivos de terminação de bovinos de
corte. Entre esses promotores de crescimento podemos destacar os beta agonistas, que são
substâncias de estrutura análoga aos hormônios denominados catecolaminas (adrenalina e
noradrenalina), são empregados na produção animal, alterando a repartição de nutrientes desviando
e promovendo o crescimento e a deposição de tecido magro (BRIDI et al., 2003).
Os beta agonistas são empregados na produção animal durante a fase final de confinamento,
entre 20 e 42 dias antes do abate. Dentro de sua cascata de modificações fisiológicas dentro das
células musculares e adipócitas, a redução sobre a ingestão de massa seca durante o período de
fornecimento é constatada por diversos autores (SCRAMLIM et al., 2010; MCEVERS et al., 2012;
RATHMANN et al., 2012) envolvendo esses aditivos. Contudo, estudos envolvendo o hábito alimentar
de animais suplementadoscom Cloridrato de Zilpaterol e sua possível participação sobre a ingestão
de bovinos confinados é inexistente.
Objetivo
Objetivou-se com o presente estudo avaliar a seletividade de ingredientes na dieta de bovinos
Nelore confinados, castrados e não castrados, suplementados com Cloridrato de Zilpaterol.
Material e Métodos
O estudo foi realizado na Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia, UNESP –
Universidade Estadual Paulista, Campus de Botucatu, no confinamento experimental do
Departamento de Melhoramento e Nutrição Animal. Foram utilizados 72 animais machos da raça
186
Nelore com idade aproximada de 24 meses, 36 animais castrados e 36 não castrados, com peso vivo
médio inicial de 347,5 kg ± 21.61 kg, e provenientes de recria em sistema de pastejo contínuo.
O delineamento experimental foi de blocos casualizados em arranjo fatorial 2 x 2 sendo os
fatores a inclusão de cloridrato de zilpaterol a ração e a categoria animal avaliada, constituindo desta
forma os quatro tratamentos experimentais: castrados sem adição (0,00 mg/kg/MS) de Cloridrato de
Zilpaterol (C); castrados com adição de 7,5 mg/kg/MS de Cloridrato de Zilpaterol (CZ); não castrados
sem adição (0,00 mg/kg/MS) de Cloridrato de Zilpaterol (NC); e não castrados com adição 7,5
mg/kg/MS de Cloridrato de Zilpaterol (NCZ). Cada tratamento foi composto por seis baias (3
animais/baia), sendo estas consideradas as unidades experimentais para o estudo. A adaptação se
deu na forma de escadas (step up), a qual consistiu no fornecimento de dietas com níveis crescentes
de concentrado (66%; 74%) durante 19 dias, permanecendo por dez dias na primeira dieta e nove
dias na segunda. A partir do 20º dia de confinamento os animais receberam a ração de terminação
(84% de concentrado) até serem abatidos. A dieta final foi composta por: 15% de bagaço de cana; 1%
de feno de coast cross; 70% de silagem de grãos úmidos de milho; 5,5% de farelo de amendoim; 4%
de caroço de algodão; 3% de suplemento mineral; 0,8% de ureia e 0,7% de calcário. Os animais foram
suplementados com cloridrato de zilpaterol por 20 dias (90 a 109 dias) e abatidos no 113º dia,
respeitando os três dias de carência.
No 10° dia de fornecimento de Cloridrato de Zilpaterol (CZ), amostras da dieta total e das
sobras existentes de cada baia foram coletadas para analisar a distribuição do tamanho das partículas
usando-se o Penn State Particle Separator (PSPS, Nasco, Fort Atkinson, WI, EUA) como descrito por
Heinrichs (1996), para então se determinar a extensão da seleção, aqual foi expressa como um índice
de seleção. O PSPS é equipado com três caixas contendo ao fundo de cada uma, peneiras de
diferentes diâmetros (19,0; 8,0; e 0,18 mm), dispostas umas sob as outras do maior para o menor
diâmetro, e uma última caixa com fundo sólido, totalizando quatro caixas. Aproximadamente 200 g
de amostra foram colocadas sobre a primeira caixa (19 mm de diâmetro), e então a PSPS foi agitada
conforme descrito pela metodologia. As frações da matéria natural das amostras retidas em cada
peneira e na caixa sólida foram então pesadas para se determinar a distribuição do tamanho de
partículas.
O índice de seleção foi calculado como a ingestão atual / ingestão esperada para cada porção
retida nas peneiras individuais. A ingestão esperada foi calculada como a distribuição do tamanho de
partícula da dieta total (base na matéria natural) × a ingestão atual de matéria natural. A ingestão
atual foi calculada como a quantidade de ração oferecida × a distribuição do tamanho de partículas
da dieta total − a quantidade de sobras × a distribuição do tamanho de partículas das sobras (%). O
índice de seleção de 1, menor que 1 e maior que 1, indicaram: ausência de seleção, seleção contra e
a favor daquele tamanho de partícula presente em uma ou outra caixa, respectivamente (LEONARDI
e ARMENTANO, 2003). Cada caixa indicava um índice de seleção e foi considerada uma variável
dependente na análise estatística.
Resultados e Discussão
A ingestão de massa seca em kg (IMS) e ingestão de massa seca em percentagem do peso vivo
(IMSPV) apresentaram efeitos entre condição sexual e adição de CZ, sendo constatado que animais
castrados suplementados com CZ apresentaram redução em relação ao grupo controle, enquanto
que para animais não castrados não se observou diferença.
A redução sobre IMS (-880 g/dia/MS) e IMSPV durante os 20 dias de tratamento com CZ para
animais castrados, pode apresentar grande vantagem em uma escala de confinamento comercial,
187
onde pequenos ajustes podem resultar em melhores índices econômicos da atividade. Resultados de
mesma magnitude foram encontrados por Scramlin et al. (2010), trabalhando com bovinos (½
britânicos x ½ continentais) castrados e suplementados por 30 dias com CZ, sendo observado
redução de 770 g/dia/MS para o grupo tratado.
Para os resultados de seletividade dos ingredientes da dieta, as variáveis foram semelhantes
sobre a inclusão de CZ, ou seja, a adição de CZ para qualquer categoria animal avaliada não
proporcionou alterações na seletividade de ingredientes da ração fornecida.
Conclusões
A adição de cloridrato de zilpaterol por 20 dias na ração de bovinos Nelore castrados reduz a
ingestão de massa seca para o período de suplementação. O promotor de crescimento estudado não
influenciou na seletividade dos ingredientes da dieta em ambas as categorias avaliadas.
Referências
ANUALPEC. Anuário estatístico da pecuária de corte. São Paulo: FNP Consultoria e Comércio Ltda.,
2014.
BRIDI, A. M., NICOLAIEWSKY, S., RUBENSAN, J.M. Efeito do genótipo halotano e de diferentes
sistemas de produção na qualidade da carne suína. Revista Brasileira de Zootecnia, v.32, n.6, p.
1362-1370, 2003.
HEINRICHS, J. In evaluating particle Size of Forages and TMRs using the Penn State Particle Size
Separator. Pennsylvania: Pennsylvania State University, State College, p. 9, 1996.
LEONARDI, C., ARMENTANO, L. E. Effect of Quantity, Quality, and Length of Alfalfa Hay on Selective
Consumption by Dairy Cows. Journal of Dairy Science, v. 86, n. 02, p.557-564, 2003.
LUCHIARI FILHO, A. Pecuária da carne bovina. 1. São Paulo: LinBife, 134, 2000.
MCEVERS, T. J., NICHOLS, W. T., HUTCHESON, J. P., EDMONDS, M. D., LAWRENCE, T. E. Feeding
performance, carcass characteristics, and tenderness attributes of steers sorted by the Igenity
tenderness panel and fed zilpaterol hydrochloride. Jounal Animal Science, v. 90, p. 4140-4147, 2012.
RATHMANN, R. J., BERNHARD, B. C., SWINGLE, R. S., LAWRENCE, T. E., NICHOLS, W. T., YATES, A.,
HUTCHESON, J. P., STREETER, M. N., BROOKS, J. C., MILLER, M. F., JOHNSON, B. J. Effects of zilpaterol
hydrochloride and days on the finishing diet on feedlot performance, carcass characteristics, and
tenderness in beef heifers. Journal Animal Sciense, v. 90, p. 3301–3311. 2012.
SCRAMLIN, S.M., PLATTER, W.J., GOMEZ, R.A., CHOAT, W.T., MCKEITH, F.K., KILLEFER, J. Comparative
effects of ractopamine hydrochloride and zilpaterol hydrochloride on growth performance, carcass
traits, and longissimus tenderness of finishing steers. Journal Animal Sciense, v.88, p.1823-1829,
2010.
- 2013/04593-6 – Número Processo Fapesp
- 23/2013 CEUA – Número do protocolo da comissão de ética em experimentação animal.
188
Silagem de planta inteira de soja com adição de milho ou polpa cítrica.
Müller, L.R.1; Padovan, I.M.1; Pariz, C.M.2; Meirelles, P.R.L.3; Costa, C. 3; Castilhos, A.M.4
1Discente do curso de Zootecnia da Faculdade Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP-Botucatu.
2Pós-Doutorando - Departamento de Melhoramento e Nutrição Animal Faculdade Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP-Botucatu
3Docente da Faculdade Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP-Botucatu
4 Aluno de Doutorado da Faculdade Medicina Veterinária e Zootecnia - UNESP-Botucatu.
Introdução
Independentemente do sistema utilizado para suplementar os animais, a base dessa
alimentação vem do alimento volumoso. Uma das formas mais comuns de armazenar o alimento é a
ensilagem, que se realizada de forma correta garante o fornecimento de um alimento de alta
qualidade para os animais durante o período de escassez ou mesmo para fornecer durante uma
necessidade da propriedade. A silagem da planta inteira de milho, desde que corretamente
produzida, destaca-se como ótima alternativa, por apresentar excelente valor nutritivo, caracterizado
pela alta digestibilidade e densidade energética (ZOPOLLATTO & SARTURI, 2009). A silagem de soja
surge como uma opção para aumentar o valor proteico e reduzir o custo da dieta (PEREIRA et al.,
2014). A soja embora apresente um elevado valor nutritivo, apresenta algumas características que
são indesejáveis para que ocorra o processo fermentativo adequado, como alto poder tampão, baixo
teor de carboidratos solúveis e a umidade na hora da colheita (PEREIRA et al., 2014).
Para melhorar a fermentação na silagem de soja podem ser utilizados aditivos. Com a adição
de produtos que possuem um alto teor de massa seca (MS), é possível elevar a MS do material
ensilado, tornando o meio, menos favorável para que ocorra o desenvolvimento de leveduras e
reduzir perdas por efluentes. Esses aditivos absorventes, além de elevarem a MS, acabam
fornecendo mais carboidratos solúveis, melhorando a qualidade do substrato para que ocorra melhor
fermentação (SANTOS et al., 2010). A polpa cítrica e o milho moído podem ser utilizados pelo fato de
possuírem um alto teor de matéria seca e carboidratos solúveis, além da capacidade de absorver
água.
Objetivo
Neste estudo, objetivou-se avaliar o efeito da adição de 7%, 14% e 21% de milho ou polpa
cítrica sobre a qualidade da silagem de soja.
Material e Métodos
A pesquisa foi realizada na Fazenda Experimental Lageado, pertencente à FMVZ/Unesp no
município de Botucatu-SP. De acordo com Köppen a classificação do climapredominante da região é
do tipo Cwa, tropical de altitude, com inverno eco e verão chuvoso.
A cultivar de soja utilizada foi a BMX Potência RR (Grupo de maturação: Semiprecoce – 6,6)
com hábito de crescimento “indeterminado” destinada à silagem de planta inteira. A colheita foi
realizada quando as plantas se encontravam no estádio fenológico R7, que tem o início da maturação
dos grãos e 50% das folhas amareladas. A colheita mecânica foi realizada a uma altura de 10-15 cm
utilizando plataformas de duas linhas com espaçamento reduzido (0,45 a 0,55 entre linhas) acoplada
a colhedora de forragem modelo JF C-120 (12 facas) e as partículas foram cortadas em média entre 3
e 6 mm.
Foram utilizados silos experimentais de tubo plástico rígido (PVC) de 10 cm de diâmetro e 30
cm de comprimento, acoplados por capes em cada extremidade para garantir a vedação adequada.
189
Nos capes da parte superior do silo foram colocados válvulas de escape do tipo “Bunsen” para que os
gases produzidos da fermentação possam sair. Nos capes da parte inferior foram introduzidos sacos
de TNT com areia fina, para permitir a quantificação as perdas de matéria seca devido ao processo
fermentativo. A forragem picada foi colocada dentro de cada tubo, após receber o aditivo, em
camadas com auxilio de uma prensa para compactação.
No momento da ensilagem, foram feitas amostradas e fragmentadas em duas sub-amostras.
A primeira sub-amostra foi pesada, seca em estufa com ventilação forçada e posteriormente moída
em moinho tipo Wiley. Posteriormente, esta amostra ela colocada em estufa para determinação de
matéria seca (AOAC, 1995). Destas amostras secas e moídas foram realizadas análises da composição
química, visando obter os teores de proteína bruta (PB), extrato etéreo (EE), fibra em detergente
ácido (FDA) e lignina, segundo técnicas descritas pelo AOAC (1995). Para determinação da fibra em
detergente neutro (FDN) e as correções para teores de cinzas e proteína, as análises foram realizadas
conforme recomendações de Mertens (2002). O valor de energia dos alimentos foi estimado de
acordo com Weiss (1999). A segunda sub-amostra foi utilizada para preparo do extrato aquoso
(KUNG Jr. et al., 1984) visando a determinação dos carboidratos solúveis, pelo método da
espectrofotometria (JOHNSON, 1966) e para a determinação do pH e do poder tampão conforme
metodologia descrita por Plaine & McDonald (1966).
Após 45 dias de armazenamento à temperatura ambiente e à sombra, os silos foram pesados.
Após a retirada do cape superior, descartou-se uma camada superficial de (7,5 cm), sendo então feita
uma amostragem do restante do material ensilado e posteriormente foi realizado a analise
bromatológica similar à descrita anteriormente. Todas as análises foram realizadas no Laboratório de
Bromatologia da FMVZ.
O delineamento experimental foi inteiramente casualizado, com arranjo fatorial 2x4, sendo
dois grupos de aditivos (Milho e Polpa Cítrica) e 4 níveis de inclusão (0,7,14 e 21%). Os dados serão
analisados com os procedimentos MIXED de SAS (SAS institure Inc., Cary, NC, USA). Resultados e
Discussão
Se compararmos algumas características da composição química da silagem de soja obtida no
presente estudo (Tabela 1), como PB (17,2%), NDT (74,7%) com dados de silagem de milho a silagem
de milho relatado por Silva (2001), podemos observar que a silagem de soja nesses quesitos é
melhor, pois segundo o autor, a silagem de milho quando ensilada apresenta um NDT por volta de
60% a 70% e a PB entre 7% e 9%. Quando foram incluídos os aditivos verificou-se uma queda na
porcentagem de PB e NDT, mas mesmo assim a silagem de soja continua apresentando valores
superiores aos da silagem de milho.
190
Em relação ao pH, verifica-se que nas silagens que receberam os tratamentos com 14 e 21%
os valores aproximaram-se do que Pereira et al. (2014) recomenda, que é entra 3,8 e 4,0. A silagem
que não recebeu tratamento, apresentou valores de pH muito elevados, devido ao alto poder
tampão da soja, o qual impede a queda de pH.
Com a adição do milho e da polpa cítrica que são aditivos absorventes de acordo com (SANTOS et al.,
2010), a MS das silagens aumentou.
Conclusão
A silagem de soja feita com os aditivos milho e polpa cítrica é superior a silagem de soja
padrão, com melhoria no padrão fermentativo, aumento nos teores de matéria seca e manutenção
de valores satisfatórios de PB e NDT.
Referências
AOAC 1995 Association of Official Analytical Chemists. Official Methods of Analysis, 15th Edition,
Washington D.C., 1298 p. JOHNSON, R.R.; BALWANI, T.L.; JOHNSON, L.J. et al. Corn plant maturity.
Effect on in vitro cellulose digestibility and soluble carbohydrate content. Journal of Animal Science,
v.25, n.2, p.617-623, 1966.
KUNG JR., L. et al. Added ammonia or microbial inocula for fermentation and nitrogenous compounds
of alfalfa ensiled at various percents of dry matter. Journal of Dairy Science, v.67, p.299-306, 1984.
MERTENS, D.R. Gravimetric determination of amylase-treated neutral detergent fiber in feeds with
refluxing in beakers or crucibles: collaborative study. Journal of AOAC International, v.85, p.12171240, 2002.
PEREIRA, Odilon Gomes et al. OTIMIZAÇÃO DE DIETAS À BASE DE SILAGEM DE SOJA. Disponível em:
<http://www.simcorte.com/index/palestras/6_simcorte/simcorte7.pdf.>. Acesso em: 12 jul. 2014.
Playne M and McDonald P 1966 The buffering constituents of herbage and of silage. Journal of
Science of Food and Agriculture 17: 264-268
SANTOS, M.V.F, et al. FATORES QUE AFETAM O VALOR NUTRITIVO DA SILAGEM DE FORRAGEIRAS
TROPICAIS. Archivos de Zootecnia, v. 59, p.25-43, mar. 2010.
SAS (Statistical Analysis System) 1985 Guide for personal computer. Fifth Edition, SAS Institute.
North Carolina, USA.
191
SILVA, José Marques da. SILAGEM DE FORRAGEIRAS TROPICAIS: .. 2001. Disponível em:
<http://www.cnpgc.embrapa.br/publicacoes/divulga/GCD51.html>. Acesso em: 18 ago. 2014.
WEISS, W.P. Energy prediction equations for ruminant feeds. IN: CORNELL NUTRITION CONFERENCE
FOR FEED MANUFACTURES, 61., 1999. Proceedings… Ithaca: Cornell University, p.176-185, 1999.
ZOPOLLATO, M.; SARTURI, J.O. Optimization of the animal production system based on the selection
of corn cultivars for silage. In: INTERNATIONAL SYMPOSIUM ON FORAGE QUALITY AND
CONSERVATION, 1., São Pedro, 2009. Proceedings… Piracicaba: FEALQ, 2009. p.73-90.
192
Suplementação com vitamina D (25-OHD3) e qualidade óssea de frangos de
corte1
Baldo, G.A.A2; Almeida Paz, I.C.L2; Garcia, E.A2; Molino, A.B2; Amadori, M.S3; Vieira Filho, J.A2
1Projeto financiado pela FAPESP - Processo 2013/16554-5.
2Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia da UNESP (FMVZ/UNESP), Botucatu – SP. email: [email protected]
3Faculdade de Ciências Agrárias da Universidade Federal da Grande Dourados (FCA/UFGD).
Introdução
O osso está intimamente relacionado ao crescimento do animal e passa por adaptações
constantes na sua constituição, podendo estar hipertrofiado quando é mais exigido, ou atrofiado
quando em desuso (BARBOSA et al., 2010). Alguns fatores são associados à qualidade óssea, tais
como sexo (RATH et al., 1999), idade (YALÇIN et al., 2001), taxa de crescimento (LETERRIER, 1998),
cruzamentos comerciais, nutrição (BORGATTI et al., 2009) e temperatura ambiente (BRUNO et al.,
2007).
A composição óssea consiste em 70% de cálcio e fósforo, os 30% restantes são compostos de
matéria orgânica, principalmente colágeno (BRUNO, 2002). Sendo assim, a vitamina D pode ser uma
alternativa para melhorar a qualidade óssea já que participa da regulação e manutenção dos níveis
plasmáticos de cálcio e fósforo (CHAMPE et al., 2006). Hoje está disponível um metabólito formado à
partir da vitamina D para uso na alimentação animal, o 25-(OH)D3. O propósito deste produto é
disponibilizar mais vitamina D, de modo que ocorra diminuição nos gastos energéticos com a
metabolização da mesma e aumentar sua eficiência no organismo (GARCIA, 2012).
Objetivo
O objetivo deste estudo foi avaliar a qualidade óssea de frangos de corte suplementados ou
não com vitamina D (25-OHD3).
Material e Métodos
O experimento foi conduzido no setor experimental de avicultura da FMVZ/UNESP (Botucatu
– SP) sob aprovação da Comissão de Ética no Uso de Animais (CEUA) da FMVZ, protocolo 96/2013CEUA. Para isto, foram utilizados 2.400 frangos de corte das linhagens Cobb 500® e Ross 308®,
sexados e adquiridos com um dia de idade. O delineamento experimental adotado foi em blocos
casualizados alocado em esquema fatorial 2x2x2 (duas linhagens, dois sexos e suplementação ou não
de 25(OH)D3), totalizando oito tratamentos com seis repetições de 50 aves cada. O arraçoamento foi
dividido em três fases: inicial (1 a 21 dias), crescimento (22 a 35 dias) e final (36 a 42 dias). As rações
foram formuladas à base de milho e farelo de soja, seguindo as exigências nutricionais de cada fase
de criação (ROSTAGNO et al., 2011) e além desta recomendação, adicionou-se 69 mg/t de 25-OHD3
nas rações dos tratamentos suplementados. A ração e água foram fornecidas ad libitum.
As características avaliadas foram índice Seedor, resistência e porcentagem de cinzas ósseas
da tíbia e fêmur. Para isto, aos 43 dias de criação foram abatidas 182 aves por metodologia
semelhante à comercial e delas retirou-se as pernas direitas. As amostras foram desossadas, secas
em estufa de ventilação forçada à 105°C por 72 horas e levadas ao dessecador. O comprimento do
osso foi obtido com o auxílio de um paquímetro digital e seu peso com o auxílio de uma balança
analítica (precisão de 0,01 gramas). O índice Seedor foi obtido ao dividir-se o peso do osso por seu
comprimento (Seedor, 1995). Posteriormente estes ossos foram submetidos à avaliação de
resistência óssea por meio da análise de Shear Force, utilizando o aparelho Texture Analyser TA. XT
193
Plus e sonda Blade Set HDP/BS regulado com 4 mm/s no pre test, 10 g no test e 10 mm de distância,
com vão livre da diáfise do osso em 6,0 cm para tíbia e 4,0 cm para fêmur.
Para obtenção do valor de cinzas, os ossos utilizados nas avaliações descritas acima foram
pesados novamente, colocados em cadinhos de porcelana, levados à mufla (600°C por 24 horas),
colocados no dessecador e pesados novamente. Assim, calculou-se a porcentagem de cinzas ósseas
(Porcentagem de Cinzas Ósseas = (Peso da Cinza (g) / Peso do Osso (g)) x 100)
Os dados obtidos foram avaliados utilizando-se programa estatístico SAS 9.2 (2004) e as
médias comparadas pelo teste de Tukey ao nível de significância de 5%.
Resultados e Discussão
O índice Seedor das tíbias e dos fêmures apresentou diferença (P<0,05) para sexo e linhagem,
com maiores valores para machos e para a linhagem Ross 308® (Tabela 1). O índice Seedor das tíbias
também apresentou diferença (P<0,05) para a suplementação, com menor índice de Seedor nas aves
suplementadas com 25-OHD3, resultado desejável, pois quanto menor este índice, menos denso é o
osso. Estudando formas da vitamina D (D3; 25(OHD)3; 1,25(OH)2D3 e 1α(OH)D3) na ração de frangos
de corte machos da linhagem Cobb, Garcia et al. (2013) não encontrou diferença para o índice Seedor
das tíbias e dos fêmures, diferentemente aos resultados encontrados neste estudo.
A resistência óssea das tíbias e dos fêmures apresentou diferença (P<0,05) para o sexo, sendo
os ossos dos machos mais resistentes, provavelmente por serem mais grossos.
Para porcentagem de cinzas ósseas, houve interação (P<0,05) entre linhagem e
suplementação com vitamina D (25-OHD3) para as tíbias (Tabela 2). As aves da linhagem Ross 308®
apresentaram maior (P<0,05) porcentagem de cinzas que as aves da linhagem Cobb 500® e, para esta
última, a suplementação com vitamina D (25-OHD3) proporcionouaumento para a característica em
questão. Em um experimento conduzido por Silva et al. (2001), ao passo que aumentou-se o nível de
suplementação de vitamina D3 (0, 5.000, 10.000 e 15.000 UI/kg), houve aumento na porcentagem de
cinzas ósseas da tíbia de pintos de corte machos da linhagem Hubbard (14 dias de idade).
194
Conclusão
Para as tíbias, a suplementação com vitamina D (25-OHD3) foi efetiva, pois proporcionou
ossos menos densos (menor índice Seedor) e aumentou a porcentagem de cinzas ósseas (linhagem
Cobb 500®).
Referências
BORGATTI, L.M.O. et al. Biodisponibilidade relativa de fósforo em ingredientes com baixoteor de
fitato determinada com base na mineralização óssea de frangos de corte. R. Bras. Zootec., v.38, n.10,
p.1901-1906, 2009.
BRUNO, L.G.D. Desenvolvimento ósseo em frangos de corte: Influência da restrição alimentar e da
temperatura ambiente. 72 p. Tese (Doutorado). Faculdade de Ciências Agrárias e Veterinárias,
Universidade Estadual de Paulista - UNESP. Jaboticabal, 2002.
BRUNO, L.D.G. et al. Influence of early qualitative feed restriction and environmental temperature on
long bone development of broiler chickens. Journal of Thermal Biology, v.32, p.349-354, 2007.
CHAMPE, P.C. et al. Bioquímica ilustrada. Porto Alegre: Artmed, 2006. 533p.
GARCIA, A.F.Q.M. Utilização de vitamina D e seus metabólitos na alimentação de frangos de corte.
59 pp. Dissertação (Mestrado em Zootecnia). Universidade Estadual de Maringá. Maringá, 2012.
GARCIA, A.F.Q.M. et al. Use of vitamin D3 and its metabolites in broiler chicken feed on performance,
bone parameters and meat quality. Asian-Aust J Anim Sci, v.26, p. 408-415, 2013.
LETERRIER, C. et al. Reducing growth rate of broiler chickens with a low energy diet does not improve
cortical bone quality. British Poultry Science, v.39, n.1, p.24-30, 1998.
RATH, N.C. et al. Comparative diferences in the composition and biomechanical properties of tibia of
seven- and seventy-two-week-old male and female broiler breeder chickens. Poultry Science, v.78,
n.8, p.1232-1239, 1999.
SAS Institute. 2004. SAS Use1s Guide. SAS Institute Inc., Cary, Nc.
SEEDOR, J.G. The biophosphanate alendronate (MK-217) inhibit bone loss due to ovariectomy in rats.
J. Bone Miner. Res., v.4, p. 265-270, 1995.
195
SILVA, F.A. et al. Efeitos do ácido L-Glutâmico e da Vitamina D3 na Composição Química de Fêmures e
Tibiotarsos de Pintos de Corte. Rev. bras. zootec., v.30, n.6S, p.2078-2085, 2001.
YALÇIN, S. et al. Effects of strain, maternal age and sex on morphological characteristics and
composition of tibial bone in broilers. British Poultry Science, v.42, n.2, p.184-190, 2001.
196
Termografia infravermelha na avaliação do ajuste de sela inglesa em cavalos
atletas: relato extensionista do NEQUI – UNESP/Dracena
Amanda Mantovani Pereira*¹, Kátia de Oliveira1, Leda Gobbo de Freitas Bueno¹, Ana Carolina de
Almeida Duarte¹, Mariana Siqueira Araújo¹, Beatriz Queiroz do Reis¹, Giovani Augusto Campos
Oliveira¹, Karina Kai1 UNESP/ Campus Experimental de Dracena
*[email protected]
O Núcleo de Extensão e Estudos em Equinos – NEQUI da UNESP/Dracena fornece assistência
técnica aos haras e centros de treinamentos de equinos. Dentre as atividades oferecidas pelo NEQUI,
encontra-se a avaliação do ajuste de sela no dorso de cavalos atletas. A avaliação do ajuste de sela
possibilita verificar pontos de pressão excessivos, que induzem a um distúrbio de perfusão sanguínea,
de diferentes magnitudes, resultando na alteração da produção de suor até o desenvolvimento de
úlcera na cartilagem da escápula e lombalgia. A tecnologia termográfica infravermelha é um método
não invasivo por imagem, que permite detectar alterações na temperatura de superfície da pele (Tp),
por radiação infravermelha. Áreas da pele com elevação de calor sinalizam desenvolvimento de
processo inflamatório, enquanto que o decréscimo na Tp indica prejuízo vascular ou neural. Portanto,
tal prática é uma ferramenta útil, aos treinadores e cavaleiros, para identificar selas com ajuste
deficiente ao cavalo, e assim, minimizar a incidência de problemas lombares, que causam desvios
comportamentais e diminuem a performance esportiva dos equinos. Neste sentido, objetivou-se
avaliar o ajuste de sela do tipo inglesa em cavalos da raça puro sangue inglês, mediante uso da
termografia infravermelha. Foram atendidos dez cavalos da raça Puro Sangue Inglês, especializado na
modalidade equestre de salto. Monitorou-se a dinâmica da Tp da região torácica de cada cavalo,
antes e imediatamente após término do exercício, mediante o uso de câmera termográfica Thermal
Imager, colocada a uma distância de 1,5 m do animal. Para realização do exercício teste, os cavalos
foram encilhados e montados pelo mesmo profissional habilitado e trabalhados em pista coberta,
com piso de areia, por 16 min (5 min ao trote e 3 ao galope, nos sentidos horário e anti-horário, para
cada andamento). Observou-se formação de grande área de pressão, com acentuada elevação na Tp
na região torácica, às selas inglesas com estreitamento do cepilho. Esta configuração de sela permitiu
que a parte inferior da mesma, se posicionasse diretamente sobre os processos vertebrais torácicos,
implicando no desenvolvimento de processo inflamatório no local, com possibilidade de formação de
úlcera na cartilagem da escápula. Outro resultado encontrado referiu-se à presença de dois pontos
de pressão sobre o dorso do cavalo, localizados na cernelha e outro sobre as últimas vértebras
torácicas. Este tipo de imagem termográfica foi característico às selas com deficiência na capacidade
de distribuir, de forma homogênea, o peso do cavaleiro, criando os dois pontos de alta pressão,
conhecido pelo termo de “ponte”. Tal situação foi observada em selas inglesas com falta de
manutenção e/ou fora do prazo de validade, que também estão relacionadas ao estabelecimento de
lombalgia nos equinos. Portanto, a termografia infravermelha demonstrou-se ser uma ferramenta
importante no processo de avaliação do ajuste de sela em equinos. Os desajustes das selas ao dorso
do cavalo podem favorecer o desenvolvimento de processos inflamatórios no local, culminando na
ocorrência de lombalgia e úlcera na cartilagem da escápula.
Palavras-chave: equinos, equitação, lombalgia.
Agradecimentos: Grupo de Zootecnia de Precisão da FEAGRI/Unicamp.
197
Uso do teste de Whiteside para diagnóstico da mastite subclínica em vacas de
corte
Zanin, R1; Ludovico, C2; Ratti Júnior, J3; Ribeiro, M.G2; Listoni, F.J.P3; Domingues, P.F2
1Discente do Curso de Zootecnia da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia/Botucatu - UNESP. e-mail:
[email protected]
2Docente da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia/Botucatu - UNESP
3Funcionário da Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia/Botucatu - UNESP
Introdução
A mastite caracteriza-se por processo inflamatório da glândula mamária, sendo mais
frequente em animais com aptidão para produção leiteira, porém, pode ocorrer também em animais
de raça de corte (DOMINGUES et al., 1996; DOMINGUES e LANGONI, 2001).
Segundo Corrêa e Corrêa (1992) a mastite é a inflamação de glândula mamária, em geral
provocada pela presença de microrganismos. Acarreta alterações na composição do leite e aumento
das células somáticas.
O termo células somáticas do leite é utilizado para designar todas as células presentes no
mesmo, incluindo as de origem sanguínea (leucócitos) e as de descamação do epitélio glandular
secretor. No entanto, em uma glândula mamária infectada, as células de defesa correspondem de 98
a 99% das encontradas no leite (PHILPOT e NICKERSON, 2002).
Níveis elevados de células somáticas podem provocar queda no valor nutritivo do leite,
diminuindo principalmente os níveis de proteínas, gordura, lactose, enzimas e minerais, como o
cálcio e fósforo (DOMINGUES e LANGONI, 2001).
Outro aspecto importante é que a mastite diminui de forma significativa a produção de leite
da glândula mamária (DOMINGUES et al., 1998).
De acordo com os sinais clínicos e com o tempo de evolução, a mastite pode ser classificada
em mastite clínica e subclínica. Na mastite subclínica não se observa alterações macroscópicas no
úbere e no leite, e a detecção deve ser realizada utilizando-se métodos indiretos ou auxiliares como o
California Mastitis Test (CMT), Contagem de células somáticas (CCS), Wisconsin Mastitis Test (WMT) e
Teste de Whiteside (DOMINGUES e LANGONI, 2001).
Ao contrário da forma subclínica, a mastite clínica é facilmente detectável pelas alterações
visíveis no leite, como presença de grumos, pus, aquoso, entre outras. No úbere as alterações estão
relacionadas com a dor, calor, vermelhidão da pele e edema (DOMINGUES e LANGONI, 2001).
No Brasil existem poucos dados de pesquisa disponíveis sobre a ocorrência de mastite subclínica em
vacas de corte.
Objetivo
O objetivo deste trabalho foi utilizar o teste de Whiteside como método para identificar a
mastite subclínica em amostras de leite provenientes de vacas de corte.
Material e Métodos
Este trabalho é parte de um projeto de pesquisa que se encontra em desenvolvimento, no
qual se pretende verificar a influência da mastite subclínica no peso do bezerro ao desmame. Como
método adotado para identificar amostras de leite com mastite subclínica foi utilizado o teste de
Whiteside.
198
Neste trabalho, até o momento foram examinados 624 quartos mamários de 156 vacas da
raça Nelore mantidas à pasto, na Fazenda Experimental da Faculdade de Medicina Veterinária e
Zootecnia, UNESP, Câmpus de Botucatu.
Para a coleta de amostras de leite foi realizado a contenção das vacas no brete e utilizou-se o
garrote de cauda como método complementar para a imobilização das vacas. Foi realizado o exame
clínico das glândulas mamárias e dos tetos das vacas. Após a contenção, procedeu-se a antissepsia
dos tetos com algodão embebido em álcool 70% adicionado de iodo. Em seguida, utilizou-se toalha
de papel descartável para secar os tetos e as amostras de leite foram coletadas em tubos de plástico
estéreis. Após a coleta, as amostras de leite foram encaminhadas para o laboratório, sob
refrigeração, em caixa isotérmica contendo gelo reciclável.
No laboratório, foi realizado o Teste de Whiteside para identificar amostras positivas para
mastite subclínica, de acordo com Murphy e Hanson (1941).
O teste de Whiteside pode ser utilizado para avaliar o número de células somáticas do leite e
pode ser realizado em placa de vidro lapidado (quadriculado). Utilizou-se uma placa de vidro com
reticulado quadrado com 4 cm de lado e hidróxido de sódio (NaOH) em solução a 4%. A técnica foi
executada de acordo com Murphy e Hanson (1941) e descrita segundo Birgel (2008) da seguinte
forma: no reticulado, colocam-se 5 gotas de leite a ser testado. Em seguida adiciona-se 1 gota de
solução de NaOH a 4%, fazendo-se, durante 20 segundos, homogeneização com bastão de plástico,
espalhando-se a mistura em um círculo com aproximadamente 3 cm de diâmetro. Interpreta-se o
resultado da reação nos casos de provas positivas pela formação de massas viscosas que, devido à
homogeneização com bastão, reúnem-se em pequenos grumos brancos, dispersos em fluido
translúcido, quando observados com iluminação sob a placa de vidro, as anotações dos resultados se
faz interpretando como reação negativa (-) e reações positivas, de acordo com suas intensidades e
característica dos grumos, respectivamente, em (1+); (2+) e (3+). Coles (1984) e Corrêa e Corrêa
(1992) citam que o teste pode ser interpretado da seguinte maneira quanto à reação e número
provável de células somáticas: (-) = leite homogêneo (normal/número de leucócitos abaixo de 500 x
103/mL); (1+) = leite com grumos bem destacados e finos (mastítico/número de leucócitos entre 500
x 103 e 1.500 x 103/mL; (2+) = leite com grumos e estrias coaguladas (mastítico/número de
leucócitos entre 1.500 x 103 e 5.000 x 103/mL) e (3+) = leitegelificado ao centro, pode haver adesão
da mistura ao aplicador, em uma massa gomosa e espessa (mastítico/número de leucócitos acima de
5.000 x 103/mL).
Importante ressaltar que neste estudo, as amostras positivas para mastite estão sendo
submetidas ao exame microbiológico, para confirmar a presença de agentes infecciosos ou não.
Resultados
Neste trabalho, até o momento foram examinados 624 quartos mamários de 156 vacas da
raça Nelore.
Verificou-se que 11 (1,7%) quartos mamários encontravam-se atrofiados, sendo distribuídos
da seguinte forma: anterior direito (n=3; 27,2%); anterior esquerdo (n=2; 18,2%); posterior direito
(n=4; 36,4%) e posterior esquerdo (n=2; 18,2%).
Com relação ao número de quartos mamários afetados com mastite subclínica, observou-se a
ocorrência em 64 quartos, ou seja, em 10,2% dos 624 examinados.
Das 64 glândulas mamárias com mastite subclínica detectadas pelo teste de Whiteside, 50
apresentaram a reação 1+; 13 reação 2+ e uma amostra a reação 3+.
199
Discussão
O leite proveniente de quartos mamários sadios contém pequeno número de células
somáticas, normalmente em torno 200 x 103 mL/leite (PHILPOT e NICKERSON, 2002).
Nota-se que houve um predomínio de reação positiva no teste de Whiteside com escore 1+,
estimando o número de leucócitos entre 500 x 103 e 1.500 x 103/mL (COLES, 1984; CORRÊA e
CORRÊA,1992).
Haggard et al. (1983) pesquisando a prevalência e os efeitos da mastite subclínica em vacas de
corte, observaram que 11,9% das vacas estavam infectadas e que os bezerros dessas vacas pesaram
12,1 Kg menos quando comparados com os pesos de bezerros de vacas não infectadas. Quanto à
ocorrência de mastite subclínica verificou-se que o resultado na presente pesquisa (10,2%) de
quartos mamários afetados foi similar ao encontrado por estes autores.
Domingues et al. (1998) pesquisando a influência da mastite subclínica sobre a produção de
leite em bovinos, observaram as seguintes reduções: escore 1+ (15,97%); escore 2+ (21,43%) e escore
3+ (30,73%). No presente estudo pretende-se avaliar o peso do bezerro ao desmame para verificar se
a redução na produção de leite, bem como as possíveis alterações na qualidade do leite possa
influenciar no ganho de peso dos bezerros.
Segundo Watts et al. (1986) a produção de leite de vacas de corte é o maior fator que pode
afetar o ganho de peso em bezerros no desmame.
Há escassez de informações sobre a ocorrência de mastite em vacas de corte no Brasil,
portanto, espera-se que este estudo contribua com dados sobre as possibilidades de diagnóstico da
mastite em vacas de corte, utilizando-se métodos indiretos como o teste de Whiteside, por se tratar
de técnica simples e de baixo custo.
Conclusões
Conclui-se que o teste de Whiteside pode ser utilizado como método indireto de diagnóstico
de mastite subclínica em vacas de corte.
Pode-se, a partir dos resultados observados neste estudo, sugerir o teste de Whiteside como
ferramenta para avaliar a saúde da glândula mamária em vacas de corte.
Referências
BIRGEL, E.H. Semiologia da glândula mamária de ruminantes. In: FEITOSA, F.L.F. Semiologia
veterinária: A arte do diagnóstico. 2ed. São Paulo: Roca, 2008. 735p.
COLES, E.H. Patologia clínica veterinária. 3ed. São Paulo: Manole, 1984. 566p.
CORRÊA, W.M.; CORRÊA, C.N.M. Enfermidades infecciosas dos mamíferos domésticos. 2ed. Rio de
Janeiro:MEDSI, 1992. 843p.
DOMINGUES, P.F.; LANGONI, H.; ROCHA, G.P. et al. Influência da mastite subclínica no peso do
bezerro nelore. R. bras. Med. Vet. v.18, p.102-105, 1996.
DOMINGUES, P.F.; LANGONI, H. PADOVANI, C.R. Influência da mastite bovina subclínica sobre a
produção de leite. Vet e Zoot., v.10, p.99-106, 1998.
DOMINGUES, P.F.; LANGONI, H. Manejo sanitário animal. Rio de Janeiro: EPUB, 2001. 210p.
HAGGARD, D.L.; FARNSWORTH, R.J.; SPRINGER, J.A. Subclinical mastites of beef cows. J. Am. Vet.
Med. Assoc., v.182, n.6, p.604-606, 1983.
MURPHY. J.M.; HANSON, J.J. A modified Whiteside test for detection of chronic bovine mastitis.
Cornell Vet., v.31, p.47-55, 1941.
PHILPOT, W.N.; NICKERSON, S.C. Vencenco a luta contra a mastite. Campinas: Westfalia, 2002. 192.
200
WATTS, J.L.; PANKEY, J. W.; OLIVER, W.M. et al. Prevalence and effects of intramammary infection in
beef cows. J. Anim. Sci., v.62, p.16-20, 1986.
201
Utilização do Suplemento Aminoácido Vitamínico (Promotor L®) na
alimentação artificial energética de abelhas Apis mellifera africanizadas
Barros, D.C.B.¹; Orsi, R.O.²; Kadri, S.M.³; Zaluski, R.4
¹Graduando do curso de Zootecnia, UNESP – Campus de Botucatu
²Professor Dr UNESP – Campus de Botucatu
³Doutorando em Zootecnia, UNESP – Campus de Botucatu
4Mestrando em Zootecnia, UNESP – Campus de Botucatu
Introdução
A criação racional de abelhas Apis mellifera africanizadas caracteriza a apicultura, que
contribui para a polinização de cultivos agrícolas e da vegetação nativa, além de possibilitar a
exploração de produtos apícolas. Um dos desafios da apicultura é aumentar a produtividade, sendo
que para isso uma das condições necessárias é garantir a manutenção das colmeias durante os
períodos de escassez de floradas, quando geralmente ocorrem grandes perdas de enxames, o que
compromete o desenvolvimento, a manutenção e a reprodução das colônias, diminuindo o tempo de
vida destes insetos. Uma das alternativas para manutenção dos enxames nesse período é o
fornecimento de alimentação artificial energética e proteica, procurando atender as exigências
nutricionais das abelhas. Atualmente uma alternativa utilizada por muitos apicultores, visando
reduzir os altos custos de fornecer algumas dietas para a manutenção dos enxames, é a utilização de
um suplemento alimentar conhecido como Promotor L®. No entanto, a utilização desse suplemento
não tem efeitos comprovados sobre a manutenção e crescimento dos enxames.
Desenvolvimento
A apicultura é uma atividade de grande importância, que gera emprego e renda, contribuindo
também para a manutenção e preservação dos ecossistemas terrestres. O Brasil apresenta
características propícias de flora e clima, que aliadas à adaptação das abelhas africanizadas,
proporcionam um excelente potencial para a atividade apícola, que ainda é pouco explorada
(EMBRAPA, 2013).
Para evitar a perda de enxames durante os períodos de escassez de florada alguns apicultores
oferecem alimentação energética e proteica para as abelhas. A alimentação artificial possibilita a
manutenção dos enxames, além de preparar as colmeias para o período de produção (PAULINO,
2013).
A suplementação dos enxames com o Promotor L® na entressafra vem sendo utilizada por
muitos apicultores devido ao alto custo de fornecimento de algumas dietas (CASTAGNINO, 2006).
Promotor L® é um suplemento alimentar que contém completa gama de vitaminas e aminoácidos
essenciais (CANTO e FIBRA, 2013).
Estudos realizados por Castagnino et al. (2006), utilizando o Promotor L® associado ao açúcar
invertido para estimular o crescimento da população de abelhas africanizadas, não apresentou
resultado satisfatório para o aumento da área de cria de enxames, quando comparado com exames
alimentados somente com açúcar invertido, além de ser observada a mortalidade de alguns enxames
que receberam o suplemento. Estudos realizados por Santos et al. (2008), verificaram que após o
fornecimento de alimentação artificial, ocorria aumento na área de cria, possibilitando maior
produção apícola.
Conclusão
202
Conclui-se que a utilização do suplemento Promotor L® não tem efeitos comprovados sobre a
manutenção e crescimento dos enxames.
Na literatura os efeitos da suplementação de enxames utilizando Promotor L® juntamente a
alimentação artificial permanecem inconclusivos, não conhecendo os efeitos observados em estudos
realizados se devem ao alimento energético fornecido, ou aos efeitos do Promotor L®. Tornam-se
necessários estudos mais aprofundados sobre seu papel na manutenção de enxames em períodos de
entressafra.
Referências
CANTO
E
FIBRA.
Promotor
L.
Disponível
em:
<http://www.cantoefibra.com.br/Framefarma/PromotorL.htm>. Acesso em: 17 de maio de 2013.
CASTAGNINO, G. L.; ARBOITTE, M.Z.; LENGLER, S.; GARCIA, G.G.; MENEZES, L.F.G. Desenvolvimento
de núcleos de Apis mellifera alimentados com suplemento aminoácido vitamínico, Promotor L. Santa
Maria: Ciência Rural, v. 36, n. 2, p. 685-688, 2006.
EMBRAPA - Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária. Produção de mel. Disponível em:
<http://sistemasdeproducao.cnptia.embrapa.br/FontesHTML/Mel/SPMel>. Acesso em: 15 de julho
de 2013.
PAULINO, F.D.G. Alimentação em Apis mellifera L.: Exigências nutricionais e alimentos. Anais... 1°
Simpósio de Nutrição e Alimentação Animal - XIII Semana Universitária da Universidade Estadual do
Ceará - UECE, Ceará, p.56-70, 2013.
SANTOS, W.D.; BARBOSA, R.S.; ALVES, T.T.L. Alimentação artificial em Apis: implicações para a
apicultura catarinense. Anais...17º Congresso Brasileiro de Apicultura e de Meliponicultura. Belo
Horizonte, n.2, p. 87-93, 2008.
203