Dezembro - Faculdades Oswaldo Cruz

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Dezembro - Faculdades Oswaldo Cruz
PUBLICAÇÃO DAS FACULDADES OSWALDO CRUZ VOLTADA PARA O APOIO A DECISÕES ESTRATÉGICAS EMPRESARIAIS
Ano III • Número 4 • Dezembro / 2003
e d i t o r i a l
Prezados Leitores
Chegamos a mais um final de ano e, sem
dúvida, é o momento de planejar o próximo – 2004!
Oswaldo Cruz Conjuntura, nestes três anos
de existência, tem utilizado a última edição anual
para provocar uma reflexão de como será o
próximo exercício. Com esta finalidade,
trazemos o depoimento de três professores
convidados. Na seção “Direto da Sala de Aula”,
o Professor Nelson Farias discorre sobre a forma
de crescimento atual, não mais simplesmente
entre empresas, mas entre cadeia de valores.
Eis um aspecto para refletir na projeção de seus
negócios para o próximo ano e, sob o ponto de
vista estratégico, a busca de eventuais parcerias
que propiciem até ganhos tecnológicos.
O Professor Maurel Weichert aborda, em
“Conjuntura Econômica”, o crescimento
esperado, considerando o ambiente
internacional e nacional, o desempenho da
balança comercial, taxas de juros e outros
fatores, culminando com projeções para 2004.
O Professor e Economista-Chefe da
FEBRABAN, Dr. Roberto Troster, na coluna
“Consultor FAEC”, discorre sobre algumas
estratégias para que o crescimento ocorra.
É, sem dúvida, a hora de termos um
crescimento, mesmo que não seja aquele
“espetáculo” prometido e esperado. O País não
pode mais conviver com os atuais níveis de
desemprego, com crescimentos negativos na
indústria e comércio. A economia clama por
mudanças urgentes no sentido de facilitar esse
crescimento, através de uma política fiscal
inteligente e atualizada, uma política monetária
condizente com a velocidade preconizada pelo
mercado. Temas como a renegociação do perfil
da dívida brasileira, redução do Custo Brasil, que
permite um maior número de agentes
econômicos que possam participar do
desenvolvimento da nação, são imprescindíveis.
Feliz Natal e que todos tenhamos um
próximo ano com desenvolvimento, com mais
empregos, com mais segurança, com menos
impostos e oportunidade para crescermos como
país
e
como
seres
humanos.
Prof. Oduvaldo Cardoso
Diretor da FAEC
n e s t a
e d i ç ã o
DIRETO DA SALA DE AULA
PROF. NELSON FARIAS: A IMPORTÂNCIA DA LOGÍSTICA
A logística será essencial para a retomada da economia em 2004. Veja o que o
Gerente de Logística da Superintendência Sudeste da INFRAERO, Nelson R. Farias,
que também é professor das Faculdades Oswaldo Cruz, nos ensina sobre Logística.
AULA PRÁTICA
LOGÍSTICA NO BRASIL: ESCOLHA SEU MODAL!
Um país de dimensões continentais tem uma rede de transportes de cair o queixo.
Veja alguns números que dão a dimensão das principais malhas de transporte que
cortam o Brasil por terra, água e ar. Essas redes vão se agitar em 2004.
CALENDÁRIO
CALENDÁRIO DE 2004
Planeje desde já as principais datas e feriados do próximo ano.
CONJUNTURA ECONÔMICA
PROF. MAUREL WEICHERT: CRESCIMENTO SEM ESPETÁCULO
Ano Novo, cenário novo. E, dessa vez, as perspectivas são boas, embora nada
ainda de espetáculo de crescimento. É o que antecipa o Professor das Faculdades
Oswaldo Cruz e funcionário do Banco Central do Brasil, Maurel Weichert.
CONSULTOR FAEC
PROF. ROBERTO TROSTER: É PRECISO INVESTIR NO CRESCIMENTO
Oswaldo Cruz Conjuntura perguntou ao Prof. Roberto Troster, economista-chefe da
Febraban, sobre as perspectivas do Brasil em 2004. E a resposta foi: o País vai
crescer, mas para sustentar o crescimento será preciso investir, e investir bem!
e x p e d i e n t e
Publicação das FACULDADES OSWALDO CRUZ
Diretor Geral:
Carlos Eduardo Quirino Simões de Amorim
Assistente da Diretoria Geral:
Prof. Wladimir Catanzaro
Diretor da Faculdade Ciências Administrativas, Econômicas e Contábeis (FAEC):
Prof. Oduvaldo Cardoso
Coordenador do Curso de Ciências Econômicas:
Prof. Orlando Assunção Fernandes
Coordenador do Projeto Oswaldo Cruz Conjuntura:
Prof. Frederico Araújo Turolla
Jornalista Responsável
Profa. Maria Tereza Garcia – MTb: 017.343
Revisão:
Profa. Isa Iára Campos Salles
Correspondências para a redação desta publicação:
Rua Brigadeiro Galvão, 540 – Barra Funda
01151-000 – São Paulo-SP
e-mail: [email protected]
Visite o Portal das Faculdades Oswaldo Cruz em www.oswaldocruz.br
d i r e t o
da sala de aula
A IMPORTÂNCIA DA
LOGÍSTICA
Prof. Nelson R. Farias
O mundo atual assiste à
padronização dos processos de
produção. O “como produzir”, antes
o diferencial competitivo por
excelência, passou a compartilhar
sua importância com o “como
obter” e “como distribuir”. Nem
sempre foi assim. Na década de cinqüenta, por exemplo,
a supremacia da produção era enfatizada pela afirmação:
“Se você é inteligente o suficiente para inventar e esperto
o suficiente para produzir, qualquer um poderá entregar!”
Muita coisa mudou desde então. Hoje, um
aparelho celular “made in Brazil”, fabricado por uma
empresa globalizada, incorpora tecnologia e processo
de fabricação similares a um aparelho da Malásia ou da
Coréia. Não obstante, os celulares brasileiros têm liderado
as vendas desse tipo de equipamento nos Estados
Unidos, superando os respeitados tigres asiáticos.
No ramo aeronáutico, a Embraer ocupa a
posição invejável de quarta maior fabricante de
aeronaves do mundo. Digno de nota é que os insumos,
tanto para a fabricação de celulares quanto de
aeronaves provêm de diversos países, por vezes
situados do outro lado do Globo.
Assim, o potencial competitivo de uma empresa
globalizada pode ser medido por sua capacidade de
obter suprimentos a preços reduzidos, transportá-los até
suas fábricas, agregar valor e distribuir seus produtos
nos mais diversos mercados, mantendo um custo final
inferior a de seus competidores. Os conhecimentos que
permitem enfrentar com sucesso esse desafio estão
contidos no termo LOGÍSTICA. A Embraer, por exemplo,
busca seus suprimentos na Ásia, Europa, América do
Norte e América do Sul, onde o produto final “aeronave”
também será comercializado. Enquanto isso, os aviões
montados pelos concorrentes recebem insumos de
fontes próximas às linhas de produção e serão
comercializados em países “das vizinhanças”.
No mundo atual, a competição não ocorre mais
entre empresas e, sim, entre “cadeias de valores”, nas quais
as fontes de matérias-primas destinadas à produção tendem
a ser globalizadas. Empresas brasileiras que queiram ser
competitivas nesse mercado devem minimizar,
continuamente, os custos de obtenção, transporte e distribuição.
Esse é o desafio dos logísticos de hoje e do futuro!
* Professor de Logística dos cursos de
Graduação e Pós-graduação das Faculdades Oswaldo Cruz. Mestre em Administraç ã o L o g í s t i c a p e l o A F I T, O h i o , E s ta d o s
Unidos. Gerente de Logística da Superintendência Regional Sudeste da INFRAERO.
OSWALDO CRUZ CONJUNTURA ANO III Nº 4 - DEZEMBRO 2003
a u l a
p r á t i c a
α. LOGÍSTICA NO BRASIL NÃO É BRINQUEDO. A logística no Brasil
tem números de cair o queixo. Vale a pena dar uma parada neste final
de ano para dimensionar a grandeza desse sistema. E as malhas de
transporte vão se agitar no próximo ano, com a volta ao crescimento
econômico. Escolha seu “modal”, como se diz no jargão da logística!
β. AS ESTRADAS DO BRASIL. País de dimensões continentais, que
há décadas fez opção pela prioridade ao transporte rodoviário, o Brasil
conta com uma impressionante malha rodoviária. São 165 mil quilômetros em rodovias pavimentadas. Quase um terço desses caminhos se
concentram na região Sudeste do país: as duas maiores malhas pavimentadas são, respectivamente, a de São Paulo (26,3 mil km) e a de
Minas Gerais (19,2 mil km). Sobre esses caminhos, circula uma frota
composta por 1,7 milhões de veículos de carga.
χ. CAMINHOS DE FERRO. A malha ferroviária brasileira não chega a
atingir 30 mil quilômetros, operados por cerca de 1900 locomotivas que
puxam 66 mil vagões. A carga das ferrovias é bastante concentrada
nos minérios, grãos, produtos siderúrgicos e derivados de petróleo.
δ. CAMINHOS DO AR. A pátria de Alberto Santos Dumont é hoje
cortada por uma malha aérea de dimensões razoáveis. No ano passado, cerca de 35 milhões de passageiros e 2,1 trilhões de toneladas de carga voaram através de 548 milhões de quilômetros, sendo
404 milhões de quilômetros em rotas aéreas domésticas. O Brasil
possui 10,7 mil aeronaves ativas registradas, uma estatística que
não se limita ao serviço comercial e inclui 953 helicópteros, 315 planadores, 8 balões e 1 dirigível. A rapidez é um aspecto notável do
modal aéreo: a velocidade média dos vôos é da ordem de 600 km/h.
.
ε CAMINHOS DA ÁGUA. O transporte que flui através da água no
Brasil ainda é pequeno, mas é promissor. Hoje, fluem sobre as bacias interiores brasileiras 22 mil toneladas por ano em cargas, sendo
mais da metade na Bacia do Rio Amazonas. As outras bacias importantes na movimentação de cargas são: Solimões, Paraguai e TietêParaná. Lentamente, a concentração das hidrovias na região Norte
do país vai dando lugar a novas hidrovias nas demais regiões.
2004
JAN 1
QUI
JAN 6
TER
JAN 25 DOM
FEV 21-25
FEV 29 DOM
MAR 20 SAB
ABR 8-11 QUI-DOM
ABR 21 QUI
ABR 22 SEX
ABR 25 DOM
MAI 1
SAB
MAI 9
DOM
JUN 10 QUI
JUN 12 SAB
JUN 20 SEG
JUL 9
SEX
AGO 13 SEX
SET 7
TER
SET 9
QUI
SET 22 QUA
SET 22 QUI
OUT 12 TER
OUT 15 SEX
NOV 1-2 SEG-TER
NOV 15 SEG
DEZ 22 QUA
DEZ 25 SAB
ANO NOVO E CONFRATERNIZAÇÃO UNIVERSAL
DIA DE SANTOS REIS
ANIVERSÁRIO DA CIDADE DE SÃO PAULO
CARNAVAL E CINZAS
DATA DE ANO BISSEXTO
INÍCIO DO OUTONO
ENDOENÇAS, PAIXÃO, ALELUIA E PÁSCOA
DIA DE TIRADENTES
DIA DO DESCOBRIMENTO DO BRASIL
DIA DO CONTABILISTA
DIA MUNDIAL DO TRABALHO
DIA DAS MÃES
DIA DE CORPUS CHRISTI
DIA DOS NAMORADOS
INÍCIO DO INVERNO
DIA DA REVOLUÇÃO CONSTITUCIONALISTA DE 1932
DIA DO ECONOMISTA
DIA DA INDEPENDÊNCIA
DIA DO ADMINISTRADOR
DIA DO CONTADOR
INÍCIO DA PRIMAVERA
DIA DA PADROEIRA NOSSA SENHORA APARECIDA
DIA DO PROFESSOR
TODOS OS SANTOS E DIA DE FINADOS
DIA DA PROCLAMAÇÃO DA REPÚBLICA
INÍCIO DO VERÃO
NATAL
2
CONJUNTURA ECONÔMICA
professor maurel weichert e o brasil em 2004
Maurel Alexis Weichert é Professor de Estatística Econômica do Departamento de Economia das Faculdades
Oswaldo Cruz. Engenheiro, Mestre em Administração de
Empresas com ênfase em Finanças pela COPPEAD/UFRJ,
defendeu sua dissertação na área de avaliação de derivativos, com foco em opções exóticas. É funcionário do
Banco Central do Brasil, atuando na área de Fiscalização
de Instituições Financeiras, com trabalho voltado para operações de Tesouraria e Gestão de Riscos.
A atuação do Prof. Maurel Weichert na fiscalização de
instituições financeiras pelo Banco Central do Brasil lhe proporciona uma rica vivência profissional, permitindo a ele
acompanhar um aspecto relevante dos desdobramentos da
economia brasileira. Essa experiência, juntamente com a sólida formação teórica do professor, é repassada a seus alunos do Curso de Ciências Econômicas nas Faculdades
Oswaldo Cruz. Nesta edição, o Professor Maurel avaliou elementos do cenário econômico do próximo ano.
certamente reverterá sua direção.
Crescimento sem espetáculo
Projeções para 2004
O fio da navalha: aquecimento da economia e inflação
Para o Prof. Maurel, o desafio do próximo ano será a
obtenção de um equilíbrio entre a redução dos juros e o
controle da inflação. Sem dúvida, a redução dos juros trará
um aquecimento, mas terá de se tomar muito cuidado para
que o aumento do consumo não exerça uma pressão sobre os preços. Por isso, é prudente compatibilizar a redução de juros com a retomada dos investimentos na
Ambiente internacional favorável
produção, para que não falte produto para entregar na hora
O pano de fundo internacional poderá ser mais favorá- em que o consumidor puder comprar.
vel no próximo ano. Após alguns anos de desaceleração
mundial, a economia norte-americana mostra sinais de re- Mais um ano eleitoral
No cenário político, as eleições municipais de 2004
cuperação, ainda que lenta e gradual. O mesmo deve ocorrer na Europa e Japão, completando o quadro das principais trarão um grande desafio ao governo, que terá de conciliar
economias desenvolvidas. E o Professor Maurel destaca que a pressão por um maior aquecimento da economia e connossa vizinha Argentina pode vir a apresentar uma recupe- seqüente redução do desemprego, e os que vêm pregando uma transformação mais gradual.
ração ainda mais acentuada.
O ano de 2004 será de recuperação, na seqüência da
quase recessão deste ano de 2003. Entretanto, o Professor
Maurel ainda não vê as condições estabelecidas para o
aparecimento do espetáculo de crescimento que foi prometido pelo Presidente. Ainda há muitas barreiras a serem rompidas e o Prof. Roberto Luis Troster menciona algumas delas
na seção Consultor FAEC, na página 4 desta edição.
Um aspecto positivo vem do setor agrícola, que tem
mostrado impressionante melhora na produtividade e capacidade de competição no mercado internacional. Mesmo assim, dificilmente o Brasil repetirá o superávit recorde de
balança comercial que deverá atingir neste ano, tendo em
vista que as importações vão voltar a crescer com o
reaquecimento da economia.
O aumento das importações trará o desafio de atender
a maiores necessidades externas de financiamento. A economia continua fortemente dependente do capital externo,
o que certamente continuará em 2004. Na visão do Prof.
Maurel, o alívio que hoje vivemos é apenas momentâneo e
vem ocorrendo em parte devido às altas taxas de juros. Com
as perspectivas de redução das taxas, o capital estrangeiro
3
No próximo ano, o mercado financeiro espera, na média das projeções coletadas pelo Banco Central do Brasil,
um crescimento do Produto Interno Bruto, descontada a
inflação, de 3,53%, contra 0,25% neste ano.
A Dívida Líquida do Setor Público deverá cair como
proporção do PIB para cerca de 56%, ante 57,5%, contando-se com a manutenção do superávit primário do setor
público em 4,25% do PIB. Por outro lado, o déficit em Conta Corrente deverá piorar para US$ 3,5 bilhões, revertendo o pequeno superávit de 2,7 bilhões esperado para este
ano. A balança comercial deverá apresentar superávit menor de US$ 19,1 bilhões, contra possivelmente 23,5 bilhões
neste ano.
A inflação medida pelo IGP-M poderá ficar em 6,3%,
abaixo dos 8,5% que o índice deverá acumular neste ano.
O mercado espera que o câmbio se desvalorize em termos
nominais para 3,22 reais por dólar, ante um nível que se
espera próximo a 3,00 no fechamento deste ano. A taxa de
juros deverá continuar caindo, atingindo 14% no fim do próximo ano contra 16,6% neste ano. Na média do ano, a Selic
de 2004 poderá ser de 15,2%.
OSWALDO CRUZ CONJUNTURA ANO III Nº 4 - DEZEMBRO 2003
CONSULTOR FAEC
professor roberto luis troster:
é preciso investir no crescimento
Roberto Luis Troster é Economista-Chefe da Federação
Brasileira dos Bancos (FEBRABAN). É Doutor em Economia pela FEA/USP e professor de Economia. Entre suas
várias atividades acadêmicas, destacam-se a publicação
e a tradução de diversos livros da área de Economia e o
Prêmio Gastão Vidigal, que conquistou em seu curso de
Graduação. À frente da Área Econômica da FEBRABAN,
o Professor participa da discussão de questões fundamentais para o desenvolvimento econômico do País; em
especial, daquelas ligadas ao papel do sistema financeiro.
O Prof. Roberto Luis Troster
recebeu Oswaldo Cruz Conjuntura na sede da FEBRABAN para
uma entrevista sobre as perspectivas da economia brasileira.
não se questiona a necessidade
de equilibrar as contas do governo.
Mas, para ajustar as contas
públicas, não se deve tributar mais
e, sim, cortar despesas. O Pro2004, ano de oportunidade
fessor recomenda: o governo deNo próximo ano, o país encon- veria usar a mesma criatividade
trará uma boa oportunidade de que tem ao criar impostos, para
crescer.
reduzir seus gastos.
Em especial, os juros estarão
baixos, haverá capacidade ociosa Reduzir o Custo Brasil
e a economia mundial vai crescer
É muito complicado produzir
mais fortemente, passando a de- no Brasil - sentencia Roberto
mandar mais produtos brasileiros. Troster. E ele propõe um exercíPorém, esta oportunidade não cio simples: tente calcular quanto
durará para sempre. Se quiser custa uma folha de pagamento.
crescer com firmeza e de forma Não é fácil!
sustentada, o Brasil precisará faEssa complicação toda existe
zer mais.
não somente na gestão de pessoal,
mas até mesmo no próprio procesInvestir no crescimento
so de abertura de uma nova emprePara o Prof. Troster, o gover- sa. Tudo isso desestimula a atividade
no deveria investir nas questões empreendedora no Brasil.
que dão sustentação ao crescimento. Ele aponta quatro questões: Investir com sabedoria
melhorar as finanças públicas; reO mundo passou por grandes
duzir o custo Brasil; investir com transformações durante o século
sabedoria; e azeitar o funciona- passado. Hoje, após a plena conmento do sistema financeiro.
solidação da Revolução Industrial
e de seus desdobramentos, viveReduzir o peso do governo
mos uma nova era, a Revolução
O peso da dívida pública traz do Conhecimento.
vulnerabilidade ao País e, por isso,
Nessa nova era, não basta acuOSWALDO CRUZ CONJUNTURA ANO III Nº 4 - DEZEMBRO 2003
mular máquinas e equipamentos
dedicados à produção de bens e
serviços. Para crescer, qualquer
país terá que investir maciçamente na melhoria de seu capital humano, o que inclui, sem nenhuma
dúvida, a melhoria da educação.
O papel do sistema financeiro
O sistema financeiro brasileiro vai cumprir um papel importante
na retomada do crescimento, oferecendo o crédito necessário a
essa expansão.
Entretanto, o Professor
Troster alerta que, para que ele
funcione de forma mais eficiente,
muitas ações precisam ser tomadas. Entre elas, a redução dos
depósitos compulsórios, a redução dos créditos direcionados,
que encarecem as demais operações, e uma melhor forma de
incidência da tributação.
É possível crescer forte
Todos os desafios e ações
que foram apontados pelo Prof.
Troster não são simples, mas são
possíveis. Em 2004, a economia estará crescendo. Resta torcer, para que
se faça o que é necessário fazer, a fim
de que o Brasil cresça por um longo
período e de forma sustentada!
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