correntes de vida - Santa Casa da Misericórdia Viana do Castelo
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correntes de vida - Santa Casa da Misericórdia Viana do Castelo
CORRENTES DE VIDA BOLETIM INFORMATIVO Edição número 01 | Janeiro 2015 SUMÁRIO A Misericórdia de Viana do Castelo: Pela Instituição das origens à actualidade (pág. 33) (pág. 03) Protocolo entre a Santa Casa A governação da Santa da Misericórdia e a Cooperativa Casa da Misericórdia Hope para Centro de Intervenção (pág. 04) Especializada em Demências (pág. 37) As nossas Creches e Jardins: Vida que cresce e se descobre A Galeria de Arte da Santa Casa: (pág. 06) espaço de arte aberto Apoio à terceira idade à(pág.comunidade 38) Vida que se partilha e revigora, com humanismo e dignidade (pág. 18) Os nossos Serviços Administrativos: Vida que pulsa e se comunica (pág. 30) Curiosidades do acervo museológico da SCMVC (pág. 39) Centro Hope: uma nova abordagem das demências (pág. 40) Igreja da Misericórdia: espaço de culto e de arte Os nossos benfeitores (pág. 31) (pág. 41) Na Igreja da Misericórdia Agenda em Correntes de Vida de Viana todas as visitas (pág. 42) são especiais (pág. 32) Editorial Com o primeiro número da revista “Correntes de Vida” concretiza-se um desejo e uma necessidade da nova administração da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo. Um desejo identificado desde os primeiros dias do nosso trabalho, pelo simples facto de a instituição Santa Casa necessitar de sair das suas rotinas dando a conhecer de uma forma regular, coerente e programada tudo o que de mais relevante se faz, o que se pensa, dispondo também de um meio de reflexão e partilha de conhecimento. Esta revista destina-se a um público variado, multifacetado, com diferentes saberes e diferentes expectativas do mundo e da vida. Mais concretamente pretende-se chegar, por este meio, ao convívio de todos os Irmãos da Santa Casa, aos utentes da nossa acção social, aos residentes dos nossos lares e respectivas famílias, aos nossos trabalhadores e demais colaboradores, além do público em geral e dos vianenses em particular. Com este amplo leque de destinatários, temos pela frente um grande desafio que nos vai obrigar a muita imaginação, adequação e objectividade. Para levarmos avante esta missão reunimos uma equipa de colaboradores que, de forma voluntária e animados de muita imaginação e saber, levaram a cabo este desafio. As instituições, às quais a nossa Santa Casa não foge à regra, têm tendência para se concentrar nas rotinas do dia-a-dia, na satisfação das necessidades imediatas mais prementes, esgotando-se nessas mesmas rotinas, esquecendo um aspecto fundamental das organizações: comunicar, partilhar conhecimentos e informação. Com a edição de uma revista, mesmo que em formato digital, temos um veículo que nos poderá ajudar a suprir essa carência. Cabe agora a todos os leitores a apreciação deste primeira edição, esperando-se e agradecendo-se as críticas e sugestões que hajam por bem fazer. Correntes de Vida se corporiza, anima, floresce e prolonga, num espírito renovado e adaptado aos tempos actuais, a sua secular vocação de serviço solidário na fidelidade aos cristãos princípios das obras de misericórdia. Correntes de Vida é o nome encontrado para este boletim que pretende afirmar-se como um veículo por onde flui e se comunica a própria seiva que alimenta e vivifica o dia-a-dia desta Santa Casa da Misericórdia. Força, unidade, coesão, movimento, dinamismo, sopro vital são atributos que emanam da própria índole das palavras que em si próprias sintetizam a vocação que a este meio de comunicação queremos confiar: meio de comunicação transmissor da vida que percorre o quotidiano desta multissecular Instituição. Contribuir para a sua força e coesão interna através da interacção entre os seus diversos serviços e respostas sociais dando valor e visibilidade ao trabalho que aí é desenvolvido; evidenciar os seus protagonistas de modo a relevar o valor do trabalho dedicado e criativo, demonstrando como cada pessoa individual ou cada grupo contribui de forma determinante para a eficácia, a força e a robustez de todo o conjunto, tal o elo da cadeia que assegura e reforça a unidade e coesão da corrente. Múltiplos são as estruturas, serviços, projectos, trabalhos, actividades e iniciativas pelos quais decorre o dia-a-dia da Santa Casa da Misericórdia pelos quais CORRENTES DE VIDA | 3 Não podia deixar de agradecer a todos os que desde a primeira hora aderiram e apoiaram a ideia e a concretizaram nesta quadra festiva que nos chama para a dádiva e para a partilha, em verdadeiras Correntes de Vida. Manuel Gomes Afonso, médico, provedor Cuidar das crianças, apoiando as suas famílias na ingente e necessária missão de as educar e desenvolver de forma harmoniosa e feliz a sua personalidade de cidadãos construtores de um mundo progressivo, justo e solidário, tal o trabalho confiado às creches e jardinsde-infância; acolher e cuidar da população idosa, sobretudo da mais fragilizada, prestando-lhes cuidados que lhes assegurem uma vida com dignidade e qualidade, é arazão de ser dos lares e apoio domiciliário; proporcionar meios de acesso a refeição aos mais desfavorecidos, seguindo a primeira das obras de misericórdia, dar de comer a quem tem fome, é tarefa da cantina social; zelar pela conservação e dignidade da igreja e demais espaços de culto é outra das dimensões da vida da instituição como manifestação da crença e prática da espiritualidade cristã. Porém todo este vasto leque de tarefas e respostas sociais, impossível sem o indispensável apoio de serviços administrativos operacionalmente organizados, implica uma aturada e concertada mobilização de directores, técnicos, funcionários, trabalhadores, voluntários, isto é, pessoas sem as quais nada funcionaria. São elas essencialmente as veias de transmissão da vida que anima e faz viver esta Santa Casa da Misericórdia. Correntes de Vida propõe-se ser essa espécie de rio por onde circula a vida da Santa Casa a qual, manando de cada pessoa, se transmite a toda a sua acção vivificando-a nas suas múltiplas facetas e obras; vida que ao mesmo tempo que se transmite, irriga e fecunda, e enquanto irriga e fecunda, reforça, multiplica e expande a sua força vital interna e externamente. Dando notícia do trabalho e das actividades dos vserviços e obras, projectos, eventos, do dia-a-dia da Instituição, assegurando a ligação a toda a irmandade da Misericórdia e a toda a comunidade envolvente, será a forma como Correntes de Vida se propõe concretizar seus objectivos. Com uma periodicidade quadrimestral e por enquanto limitado a edição digital, poderá futuramente passar a edição em papel, se para tal forem sendo reunidas as condições necessárias. Albino Ramalho, professor, mesário A Misericórdia de Viana do Castelo: das origens à actualidade A Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo instalou-se na cidade há muitos séculos e desde então tem servido os seus habitantes sem interrupção. Será preciso recuarmos bastante no tempo para chegarmos ao momento de instauração da primeira Santa Casa da Misericórdia em Portugal, a de Lisboa. Era o final do séc. XV e Portugal uma nação em mudança rápida: enquanto os descobridores portugueses viviam o auge das suas viagens, ficava em terra uma população com muitas carências e fragilidades, uma população que precisava de assistência. A instituição da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, em 1498, é atribuída à Rainha D. Leonor que, inspirada pela obra assistencial de Frei Miguel Contreiras, passou a dedicar-se intensamente aos doentes, pobres, órfãos, prisioneiros e artistas e patrocinou a fundação da Santa Casa. À iniciativa de D. Leonor aderiram o próprio rei D. Manuel, o alto clero, a nobreza, a burguesia. A intenção do rei era porém a difusão da confraria a todo o território da coroa. E assim aconteceu. Vila de Viana da Foz do Lima deliberou pedir ao Rei D. Manuel I o regimento da Misericórdia de Lisboa a fim de se deslocar a Viana e aí confirmar a necessidade de instalação de uma confraria. A petição teve resposta em 2 de Novembro do mesmo ano, data considerada hoje a da fundação desta Misericórdia. É então desde o início do século XVI que esta confraria faz parte da história e da vida da cidade. Vários documentos são testemunhos desta história mas graças a uma contínua preocupação com a preservação do património histórico da Santa Casa, é também possível conhecer esta história através do contacto com o património museológico desta confraria, tanto o conjunto de edifícios da igreja e hospital, como o acervo artístico conservado e exposto. A Santa Casa da Misericórdia instalou- se em Viana do Castelo em 1521, 23 anos depois da sua instituição em Lisboa, tendo como missão a prática das 14 Obras de Misericórdia, transformando-se desde o princípio numa verdadeira instituição sociocaritativa. Hoje é interessante observar o crescente interesse de estudiosos e cidadãos pelas origens e pela história da Santa Casa da Misericórdia de Viana, talvez pela constatação de que quando exploram a história da Santa Casa descobrem a história da própria cidade e das suas gentes, dos homens e das mulheres, das crianças e anciãos, dos ricos e dos pobres, dos crentes e dos não crentes, num longo período de tempo que vai da sua instituição no século XVI até aos dias de hoje. Corria o ano de 1521 quando a 27 de Abril a Câmara da Ana Rita Cunha: Técnica de apoio ao património artístico CORRENTES DE VIDA | 4 A governação da Santa Casa da Misericórdia Como qualquer instituição organizada e como tal reconhecida na sociedade, a Santa Casa da Misericórdia teve, desde as suas origens, bem definido o sistema de governação fixado no documento regulador da instituição designado de Compromisso. O mais antigo Compromisso é o da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, fundada em 1498, e que serviu de modelo a todas as outras que sucessivamente foram sendo criadas tanto em território continental como pelas diversas parcelas do Império. Foi uma cópia deste documento que em 1521 a Vereação de Viana (então Viana da Foz do Lima) solicitou ao rei D. Manuel e cuja concessão, com data de 2 de Novembro desse mesmo ano, representa, até ao momento, o marco fundacional da Misericórdia de Viana do Castelo. Em 1516 foi pela primeira vez impresso, tendo sido com o decurso do tempo adequado às características e necessidades específicas de cada uma, como foi o caso da Misericórdia de Santarém de que se conserva o manuscrito de 1577. Ainda “na segunda metade do século XIX”, segundo Ester Freitas Maciel, na sua obra A Misericórdia de Viana do Castelo – O Braço do Povo (Universidade Católica Portuguesa, Centro Regional de Braga, Fac. de Teologia, Abril CORRENTES DE VIDA | 5 2017) “ a Misericórdia de Viana regia-se pelo Compromisso da Misericórdia de Lisboa de 19 de Maio de 1618, assim como pelos regulamentos especiais aprovados pela Mesa”. Porém, a partir de 1874 a Irmandade da Misericórdia passa a reger-se por novos estatutos aprovados por alvará de 21 de Fevereiro. E é no essencial este clausulado, sujeito ainda a alterações posteriores, que se mantém até 1982, data do actual Compromisso da Santa Casa de Viana. Ao longo do tempo sobressai como principal responsável a figura do Provedor o qual juntamente com a Mesa constituem o órgão de governo da Casa. Pelas tábuas cronológicas existentes no Museu e Sala do Espólio podemos aferir, sobretudo a partir da reforma do Compromisso de 1874, os cargos que a constituíam: assim, além do provedor, havia o vice-provedor, o 1.º secretário, 1.º fiscal do hospital, 1.º fiscal da igreja, tesoureiro, vicesecretário, 2.º fiscal do hospital, 2.º fiscal da igreja e ainda os suplentes do hospital e da igreja. Ao provedor competia a responsabilidade máxima pela condução do governo da Casa assessorado pelo secretário em tudo quanto dizia respeito a escrituração, pelo tesoureiro na administração dos dinheiros, sendo ainda existência dos fiscais do hospital e da igreja reveladores da relevância que estes serviços representavam na vida e obra da Santa Casa. Com efeito, os hospitais foram desde o início uma obra central das Misericórdias e em Viana ele esteve a cargo da Santa Casa desde 1596 até ao terceiro quartel do século XX. Também, dada a índole própria da instituição, uma irmandade de cariz religioso e orientada para a prática das obras da misericórdia, o culto e as práticas da espiritualidade cristã ocupavam um lugar proeminente na vida da instituição. Por todo o país, as igrejas das Misericórdias, pela sua centralidade e pelo património artístico que encerram, atestam a atractividade exercida sobre fiéis e devotos tanto como pólos de celebrações litúrgicas como pela possibilidade de sufrágios que permitam melhor garantia de salvação. Daí os frequentes legados à instituição associados à obrigação de celebração de missas de sufrágio. Uma e outra razões a justificar, no seio da Mesa, a função do fiscal responsável pelos assuntos da igreja. Os cargos eram definidos através de eleição que tinha lugar cada ano pela festa da Visitação de Nossa Senhora e tudo estava previsto e regulado de modo a decorrer com a seriedade e compostura que a dignidade a responsabilidade institucionais impunham. Hoje, os cargos e funções na administração das Santas Casas, fruto das transformações operadas na organização social e administrativa da sociedade, foram sujeitas a adaptações visando a sua conformidade com o quadro legal vigente. Equiparadas as Misericórdias, como instituições com fins de solidariedade social, às Instituições Particulares de Solidariedade Social, têm o seu estatuto desde 1983 regulado pelo Decreto-Lei 119/83, ultimamente revisto e actualizado pelo Decreto-Lei 179-A/2014 de 14 de Novembro. Nessa conformidade, tal como as demais instituições ou associações de cidadãos, os corpos sociais das Misericórdias são constituídos por uma Assembleia Geral, onde têm voz directa os membros da Irmandade nas grandes questões centrais da instituição, uma Mesa Administrativa, que com provedor à cabeça é órgão de direcção e administração, e um Definitório, correspondente ao Conselho Fiscal. O sistema de eleição, a duração dois mandatos, os cargos e o exercício das respectivas competências estão definidas na lei que são transcritos para o respectivo Compromisso bem como as demais cláusulas que respeitam à vocação e os objectivos específicos da Santa Casa. Juramento do novo Provedor, Dr. Manuel Afonso. Os actuais corpos sociais da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo resultam do processo eleitoral realizado no dia 15 de Novembro de 2013. A tomada de posse foi realizada a 2 de Janeiro de 2014, na Igreja da Misericórdia com a presença de D. Anacleto Oliveira, bispo da diocese de Viana do Castelo, autoridades autárquicas, presidente do Secretariado Regional da União das Misericórdias, membros Irmandade e público em geral. Assembleia Geral José António Fontainha Borja Serafim, Presidente Jorge Manuel Meira Santos António Álvaro Fontainhas Pimenta de Castro Júlio Manuel da Silva Magalhães e Vasconcelos António Manuel Ribeiro Fernandes O novo Provedor na sua alocução de tomada de posse. Mesa Administrativa Manuel Gomes Afonso, Provedor Manuel Alfredo Afonso Morais Meira, Vice-Provedor José dos Santos Ramalho Albino Nunes Ramalho Fernando António Ferreira Rosa João Campos Sardinha Definitório António Luís Maciel Pires, Presidente Rosa Maria Seixas Meireles dos Santos Mónica Isabel Rocha da Rosa Jorge Pedro Moreira Renda dos Reis Guilherme Gonçalves Castilho Elementos dos novos corpos sociais e assistência ao acto. Albino Ramalho CORRENTES DE VIDA | 6 As nossas Creches e Jardins: vida que cresce e se descobre ACTIVIDADES DO JARDIM DE SANTIAGO DA BARRA Dia Mundial da Criança Textos de Cristina Pereira e Albino Ramalho Ouvindo atentamente as explicações da monitora. Por cair em domingo o dia 1 de Junho, Dia Mundial da Criança, foi a sua celebração antecipada para sexta-feira, dia 30 de Maio, na Creche e Jardim-de-Infância de Santiago da Barra. Por esse motivo, aos meninos da creche e do pré-escolar foi-lhes proporcionado um dia muito especial: nada mais nada menos do que um passeio de excursão, acompanhados da suas educadoras e ajudantes, à Quinta Pedagógica de Alvarenga Cooperativa Didalvi, em Barcelos. Ali, todos puderam desfrutar dos atractivos de um dia muito diferente do habitual com actividades que despertaram enorme interesse e entusiasmo: visita aos animais da quinta, exercícios de slide, percursos pedestres, passeios de charrete… Além destas actividades e brincadeiras que um dia assim sempre proporciona, viveram-se ainda maravilhosos momentos de contacto com a natureza. Ao quentinho da estufa, é um regalo como crescem as alfaces! Certamente que este Dia da Criança irá perdurar, na memória dos nossos meninos como uma boa experiência inesquecível. A alegria do contacto com a natureza e o ar livre. CORRENTES DE VIDA | 7 Não é todos os dias que se passeia de charrete. Visita à Adega Cooperativa de Ponte da Barca e ao Soajo No dia 2 de Outubro e respondendo ao convite de uma mãe para uma visita às instalações da Adega Cooperativa de Ponte da Barca, resolvemos proporcionar às nossas crianças um dia diferente e um contacto com a natureza. Deste modo, 39 crianças dos 3 e 4 anos, acompanhadas pelas suas educadoras e ajudantes de sala puderam vivenciar um dia de vindimas na quinta, bem como todo o processo de elaboração do vinho. Foi uma visita guiada com explicações detalhadas de todo o processo da elaboração do vinho desde a vinha à vindima, à adega, à fermentação e à mesa. Todas as nossas crianças puderam visualizar, experimentar e até “provar”. Houve “sumo de uva” para todos. Mas não ficou por aí esta jornada dedicada à cultura do vinho, uma das actividades emblemáticas da nossa re- Posando para a fotografia no jardim de Ponte da Barca. gião, e ao contacto com a natureza. Os nossos meninos puderam ainda contar com um almoço e lanche bem animado, junto aos vetustos espigueiros da famosa Eira do Penedo, na Vila do Soajo, em Arcos de Valdevez. Porque o dia foi fértil em emoções e novas experiências, chegámos à nossa escola bastante cansados, mas muito contentes, com este dia tão diferente mas, tão saudável! Saboreando o lanche junto aos célebres espigueiros da Eira do Penedo da Vila do Soajo. Dia da alimentação Foi celebrado no dia 16 de Outubro. É muito importante aprender, desde cedo, a ter uma alimentação saudável. Mas ao mesmo tempo, conhecer a a natureza, a proveniência e a forma de produção e os cuidados a ter com os alimentos. Com esse fim, os meninos dos 5 anos tiveram um contacto directo no Mercado Municipal da cidade com muitos dos géneros que entram diariamente no circuito alimentar. CORRENTES DE VIDA | 8 No Mercado observando, curiosos, as diferentes espécies de fruta. Viram os diferentes produtos/alimentos que lá se podem comprar provindos directamente dos agricultores: batatas, couves, cebolas, cenouras, tomate, alface, feijão, etc. Após serem cultivados e colhidos, são para ali trazidos para que as vendedeiras os possam vender. Foi um aspecto de que os meninos muito gostaram interessando-se pelas explicações que as vendedeiras gostosamente lhes davam. Saber comer é saber viver. Pela boca morre o peixe. Dia dos Castelos Para comemorar o Dia dos Castelo, no dia 7 de Outubro, levando-nos assim numa viagem por tempos muito antigos, todas as salas construíram o seu castelo. O nosso “forte” foi montado no nosso hall de entrada, transformado assim num verdadeiro cenário de fantasia, tão a gosto da imaginação das nossas crianças. Havia rainhas, reis e princesas com príncipes e demais servidores da corte espalhados pelos corredores da escolinha numa decoração cénica variada. Para que esta viagem ao tempo antigo se tornasse mais real, os meninos da sala dos 5 anos visitaram um verdadeiro castelo. O Forte de Santiago da Barra, que como o nome indica, nos é muito especial pois está ligado ao nome da nossa cidade. Junto ao Farol no Forte de Santiago da Barra, de onde vem o nome de Viana do Castelo CORRENTES DE VIDA | 9 Em paralelo com esta visita e para aproveitar o passeio, espreitámos também o Horto Municipal, as estufas e os jardins. O dia terminou com a confecção de iogurtes na nossa escola por todas as salas, lembrando assim um de muitos alimentos saudáveis e utilizado nas nossas famílias. No final do dia, quando os pais regressavam para recolher os filhos eram surpreendidos com a oferta de um iogurte. Boa! Surpresas destas não acontecem todos os dias! Nunca os meninos viram tantos e variados peixes. E os nomes deles? Alice no País das Maravilhas e o Soldadinho de Chumbo Foi um dia muito especial, o dia 22 de Outubro. Nesse dia, todos os meninos tiveram um contacto com o teatro. A Animateatro, uma companhia de Teatro do Seixal que se dedica à animação itinerante pelas escolas e infantários do país. Além disso, foram nossos especiais convidados os amiguinhos do Jardim-de-Infância da Misericórdia. É preciso dizer que os meninos do Jardim da Misericórdia são uma espécie de irmãos nossos: uns e outros frequentamos escolas da mesma instituição, a Santa Casa da Misericórdia de Viana. Durante duas horas, os meninos e meninas de ambos Todos de pijama Momentos de magia trazidos pela Animateatro a Santiago da Barra os jardins divertiram-se à grande com as histórias encantadoras que fizeram e ainda continuam a alimentar a fantasia de sucessivas gerações de crianças e mesmo de adultos. riedade social de afirmação e resposta aos direitos e necessidades das crianças, das pessoas seniores e das suas famílias. Foi no dia 20 de Novembro. Todos unidos por uma causa, viemos todos de pijama e pantufas para a escola. A nossa casinha dos pijamas já tinha sido construída e nela todas as famílias puderam deixar o seu donativo que rendeu cerca 400 euros para apoio a crianças acolhidas na Mudos de Vida. Foi um dia muito especial, que ajudou a perceber que todos juntos podemos marcar e fazer a diferença, ajudando, sobretudo, aquelas crianças que não têm uma família. Mundos de Vida. Solidários com todos os meninos sem família. O Dia Nacional do Pijama é um dia educativo e solidário feito por crianças que ajudam outras crianças, promovido pela Mundos de Vida, uma instituição de solida- É preciso que desde pequeninos se incutam os valores da entreajuda e de todos os que contribuem para paz, a justiça e o bom entendimento entre todos os seres humanos. Desde muito cedo essa preocupação deve estar presente na educação das nossas crianças. Daí o significado da nossa participação neste Dia do Pijama. Baile de Halloween Como não podia deixar de ser, 31 de Outubro foi dia de Halloween. Muito bem fantasiados, vestidos a rigor e muito assustadores estavam as nossas crianças CORRENTES DE VIDA | 10 no nosso baile de Halloween. Houve música, muitos doces e algumas travessuras. Semana do Mar Numa cidade piscatória com mar e rio como Viana do Castelo, a Semana do Mar proporcionou-nos uma semana diferente na nossa escola. Barquinhos foram construídos, decorados e legendados com bonitas frases sobre a preservação do mar, sendo depois distribuídos pela Praia Norte a todos os que por lá passavam. Todas as salas desenvolveram bonitas actividades pedagógicas, resultando em trabalhos expostos na nossa escolinha. Tudo cheirava a mar. A programação desta Semana incluiu ainda uma visita à Doca de Viana do Castelo. Aqui os meninos da sala dos 5 anos puderam observar variados peixes e mariscos, bem como toda a logística que implica esta arte da Pesca. Fizeram perguntas e enriqueceram o seu saber sobre as lides piscatórias. Numa cidade com tão forte tradição pesqueira, uma Semana do Mar foi uma excelente ocasião de ligação dos nossos meninos às tradições e modos de vida da sua terra, em consonância aliás com o seu projecto educativo. O dia de São Martinho A fogueira do magusto e a brincadeira enquanto assam as castanhas. Foi um dia muito animado, o dia de São Martinho na creche e jardim de Santiago da Barra. Tudo começou logo de manhã com o reviver da Lenda de São Martinho contada às crianças nas respectivas salas pelas educadoras. Foram momentos muito animados com as crianças a seguir com toda a atenção cada um dos pormenores daquela lenda encantadora. E foi interessante constatar como todas elas gravaram na memória os detalhes da história: as personagens, o soldado romano, Martinho, e o mendigo; e a grande lição daquela história: pode-se não possuir ouro nem prata ou grande riqueza para dar. Mas há sempre algo que podemos partilhar com quem precisa. Foi o que Martinho ensinou ao partilhar ao sua capa com o mendigo. À tarde, no recreio do jardim, não faltou o tradicional magusto e foi com muita alegria e diversão que todas as CORRENTES DE VIDA | 11 São Martinho, soldado romano, no seu cavalo, guerreiro da paz e das boas acções. crianças e colaboradoras da Creche e Jardim saltaram e comeram umas ricas castanhas assadinhas na fogueira, acompanhadas de um rico suminho. Mas a festa não se limitou unicamente ao dia de S. Martinho, não, que as efemérides importantes há que prepará-las com tempo. Assim podem ser vividas com mais significado e intensidade. Por isso, com a devida antecedências foi o tema trabalhado nas salas. E muitos foram os trabalhos realizados pelas crianças em torno das características desta época do ano que tanta beleza e encanto davam à entrada e corredores da escolinha. E claro, também as “enfarruscadelas” que deram à circunstância o ambiente típico do magusto de S. Martinho. As fotos mostram bem a animação e o interesse como se viveu o S. Martinho. Festa de Natal Histórias, muitos trabalhos, actividades animaram as salas de Santiago, o Espírito de Natal pairava no ar... Muitos ensaios foram precisos para que tudo estivesse na perfeição na nossa Festa de Natal. O dia chegou...17 de Dezembro, e à hora marcada os pais e familiares começavam a chegar. Os meninos dos 5 anos deram início ao espectáculo com um teatro e dança da Bela Adormecida, original da professora de Dança Criativa. Em seguida os pequenos cantores E claro, o Pai Natal com o saco de prendas, para todos. Muita música, canções, dança… animação. CORRENTES DE VIDA | 12 das salas dos 2, 3, 4 e 5 anos mostraram os seus dotes musicais com o apoio da professora de Música. Belas canções foram entoadas. Logo logo chegava o Pai Natal, que com muito frio e energia alegrou todas as crianças. Era o momento mais esperado, a entrega da prenda ... A nossa festa finalizou com um lanche com todos os presentes. Todos contribuíram com um doce ou um salgado. E assim conseguimos passar uma tarde maravilhosa e em família. CRECHE E JARDIM DE NOSSA SENHORA DA MISERICÓRDIA Dia da criança Textos de Andreia Guia, Anabela Rolo, Albino Ramalho. Como não podia deixar de ser, o Dia da Criança foi dia de festa na nossa escolinha. Para as da creche de 1 e 2 anos houve jogos de balões e danças de roda, pinturas e desenhos no exterior. Mas os do pré-escolar, dos 3 e 4 anos, puderam ir até ao cinema no Estação Viana Shopping para verem “Frozen”, um filme de animação musical produzido nos Estados Unidos pela Walt Disney. Na parte da tarde, todas as crianças lancharam no exterior e dançaram. De criança se pinta o mundo, de sonhos. Assim se passou mais um dia 1 de Junho, Dia mundial da Criança. Assinalada esta data como um dia para afirmar os direitos das crianças e sensibilizar a sociedade para a importância de que se reveste para o futuro da Humanidade o investimento que deve ser feito na sua educação, a preocupação da nossa escolinha é que todos os dias sejam efectivamente dias da criança: pelo acolhimento e afecto que lhes é dedicado, pela atenção individualizada a cada uma, e por que cada uma seja agente de um desenvolvimento sustentado da sua própria personalidade. No dia da criança há balões que sobem e encantam. Natal Presépio – O presépio foi realizado pelos Pais e Familiares das crianças com a reutilização de materiais. Cada Família foi seleccionada com uma figura do presépio e no final montou-se uma lindíssima Aldeia Presépio. Todas as famílias tiveram a oportunidade de participar. Forma simples e ecológica de apresentação do presépio Árvore ecológica Na sequência de uma abordagem ao tema” Os três R” Reduzir, reutilizar e reciclar, as crianças, juntamente com a sua educadora, realizaram uma árvore de Natal CORRENTES DE VIDA | 13 com jornais. Com esta actividade empenharam-se e divertiram-se, aplicando os seus conhecimentos. Halloween Continuando na senda de uma tradição que nos últimos anos se tema firmado em Portugal e sobretudo na população estudantil, também as crianças da creche e do Jardim de Infância Nossa Senhora da Misericórdia não deixaram passar em branco o Dia das Bruxas. Para isso já nos dias anteriores reinava grande animação em todas as salas em que a feitura dos fatos obrigou a puxar pela imaginação e arte de educadoras e meninos. E dali saíram verdadeiras obras de arte, que provam à saciedade o talento e a habilidade de que saíram verdadeiras surpresas nos fatos de bruxas, vampiros e monstrinhos. As belas máscaras e a alegria serena da educadora e ajudante. Celebração do Dia de S. Martinho A educação nas creches e jardins-de-infância representam os primeiros patamares educativos das nossas crianças. Como estão numa fase de abertura ao mundo e aos seus significados, a vivência das tradições, usos e costumes locais ou nacionais reveste-se da maior importância na apreensão da sua identidade como membros de determinada comunidade. Como as fotografias documentam. Participaram 95 crianças das salas de 1, 2, 4 e 5 anos. Porém, às crianças dos 4 e 5 anos coube-lhes ainda outra missão não menos honrosa e vistosa: desfilar com os seus bonitos e criativos fatos pelas ruas de Santa Maria Maior e pela escola. Escusado será dizer que foram muito festejados e aplaudidos por quem assistiu aos desfiles. E o dia concluiu da melhor maneira: com lanche animado e baile. Criatividade e boa disposição nestas máscaras de Halloween. ao longo dos dias precedentes em sala de actividades com as crianças da creche e do jardim. No Próprio dia, houve apresentação da lenda de S. Martinho durante a manhã nas diversas sala e à tarde todas as crianças tiveram um divertido magusto. Enquanto as castanhas assavam na fogueira feita no jardim exterior e depois acompanhando o saltar à fogueira e o lanche das castanhas, um grupo de voluntários animou a tarde ao som alegre das concertinas. A escolinha agradece ao senhor Manuel Filgueiras e aos seus amigos o momento animado que nos proporcionaram. Daí o papel que se atribui à celebração de efemérides como é o caso de S. Martinho e actos que lhe estão associados. Não só tudo o que gira em torno do Outono e do que caracteriza esta estação do ano, das castanhas e do magusto fazem parte dos rituais próprios deste dia. Mas também a evocação da figura do santo que antes de ser bispo de Tours, foi soldado romano e protagonista da célebre gesto de partilhar a sua capa com um pobre mendigo, gesto que as crianças tanto apreciam. Todos estes aspectos foram devidamente trabalhados CORRENTES DE VIDA | 14 As concertinas de José Filgueiras e amigos animaram o magusto. Missão Pijama Todas as crianças, berçário, creche e Jardim de infância, participaram no Dia Nacional do Pijama. Depois de terem sido informadas bem como os seus pais, dos objectivos desse dia, todas compareceram na instituição já vestidas de pijama e trazendo a “casinha mealheiro”, onde vinha a contribuição, fruto da angariação feita na família e amigos para a Mundos de Vida, uma instituição de apoio a crianças carenciadas, que totalizou 590€. O dia foi preenchido com múltiplas e interessantes actividades que mantiveram as crianças fortemente motivadas e participativas: conto de histórias, danças de roda, jogos tradicionais e o visionamento de um filme sobre a solidariedade. Todos de pijama. Em família, em solidariedade com Mundos de Vida: todos os meninos têm direito uma família. Em torno deste dia foram os pais desafiados a realizarem brinquedos dos tempos dos seus avós. O desafio foi aceite e o resultado foi uma interessantíssima colecção de brinquedos tradicionais expostos durante algum tempo na sala de televisão das crianças e que a foto muito bem documenta. Brinquedos A fim de transmitir às nossas crianças como eram os brinquedos de seus pais e avós, ainda tao distantes da época das novas tecnologias, foram os pais da e avós das crianças desafiados a construírem eles mesmos brinquedos dos tempos de meninos. Desafio gostosa- mente aceite deu este resultado: uma excelente colecção de brinquedos expostos na salinha de televisão e que ainda lá podem ser apreciados. Imaginação e jeito é o que não faltou aos habilidosos adultos que os produziram. E apesar da sua simplicidade e rusticidade quem é que ainda não gosta de brincar e se divertir com eles? Festa de Natal Momentos alegres e divertidos que não se apagam facilmente da memória infantil. O dia 12 de Dezembro não foi um dia como os outros na Creche e Jardim de Nossa Senhora da Misericórdia. Bem pelo contrário, um dia muito especial, que vai perdurar na memória de muitos meninos que aqui vivem dos melhores dias da sua infância. Tratava-se nada mais nada menos que da Festa de Natal. Um Natal antecipado, pois ainda alguns dias nos separavam daquele dia maior, sendo dos mais curtos do ano, o 25 de Dezembro, o tão esperado Dia a azáfama era geral por toda a creche e jardim com ajudantes e educadoras a desdobrarem-se em trabalhos e contactos para que tudo estivesse pronto a tempo e horas de modo a proporcionar aos meninos momentos de encantamento e de felicidade. Pela manhã houve magia, com o mágico Eduardo Fernandes, que com os seus truques e habilidades proporcionou a toda a pequenada um pouco da “magia no Natal”. CORRENTES DE VIDA | 15 Durante o dia foram chegando os bolos e iguarias com que os pais gostosamente colaboraram para compor as vistosas e bem providas mesas com que no final meninos e adultos confraternizaram num alegre lanche. Mas antes foi a festa propriamente dita com um programa recheado de actuações dos pequenos artistas da casa. Os pequenos artistas foram exímios a tocar e a cantar o Natal. Assim, a cargo da sala dos 2 anos esteve a canção “Opereta de Natal - À procura de um pinheiro”. Depois estiveram particularmente activos os meninos dos 4 e 5 anos que, com o apoio das suas professoras das actividades extracurriculares emprestaram grande brilho à festa. Assim, com o apoio da professora de Inglês os dos 4 e 5 anos, apresentaram “Mensagem de Natal; com a professora de Dança Criativa os dos 4 anos executaram uma coreografia sobre a “magia do Natal”; com a professora de Educação Musical foi a vez dos 4 e 5 anos interpretarem a tão conhecida e natalícia Canção do Tambor; e finalmente competiu aos meninos dos 5 anos mostrarem o seu talento executando a coreografia “Etnias” ainda com a orientação da professora de Dança Criativa. Já com o lanche a decorrer, fez a sua aparição a imprescindível e esperada figura do Pai Natal que fez a alegria de todos. Para o efeito deslocou-se do Lar de Santiago da Barra o senhor José Barros, o qual, paramentado a rigor, Grande ambiente de festa anima crianças e pais. CORRENTES DE VIDA | 16 desempenhou na perfeição e a contento de todo o papel do velhinho de barbas brancas, generoso e bonacheirão. De manhã o Palhaço Eduardo fez o encanto da pequenada. Visita à Aldeia Natal DIVERLANHOSO No dia 19 de Dezembro os meninos do Jardim de Infância de Nossa Senhora da Misericórdia foram presenteados com uma viagem mágica à aldeia do Pai Natal, na Póvoa de Lanhoso. Com uma alegria contagiante partimos da escola às 9:00h rumo à Aldeia Natal onde chegámos por volta das 10h30m. Aí fomos recebidos pelo “velhinho” de barbas brancas, o Pai Natal, que nos acolheu com sorrisos e abraços. Foi desta forma que iniciámos a nossa viagem mágica… Flocos de Neve e a Casa das Bolachas de Chocolate; por fim, a Casa do Pai Natal, que nos recebeu no seu cadeirão e com o qual estivemos à conversa durante algum tempo; o Pai Natal mostrou-nos o seu quarto e a escrivaninha onde diariamente recebe centenas de cartas de meninos de todo o país que esperam ansiosamente por uma resposta do “velhinho” que nunca de esquece de ninguém. Passavam já das 16h30m, e após o lanche no parque, quando partimos já com saudades desta aldeia fantástica, mas com um sorriso nos rostos e esperança no coração de para o ano lá voltarmos. A primeira surpresa foi o Circo Cláudio onde mágicos, palhaços, malabaristas, trapezistas e alguns animais nos ofereceram um espectáculo diversificado permitindo que desfrutássemos de momentos divertidos e únicos. Ainda no final da manhã almoçámos na tenda gigante da RTP um delicioso piquenique que levamos da nossa escola. Ao início da tarde, já com as baterias carregadas retomámos a viagem. A visita à Mina Encantada .AÍ pudemos conhecer o sítio onde anões, duendes e outros seres mágicos da floresta trabalham e/ou habitam; na Discoteca do Diver dançámos até não podermos mais acompanhados por um DJ muito animado; na Casa das Artes tivemos a possibilidade de construir anjos e de fazer, para os mais corajosos, pinturas na cara com a ajuda de duas animadoras; a Sala de Cinema permitiu que descansássemos um pouco mais e assistíssemos a um filme de animação; passámos ainda pela Casa dos Na Aldeia do Pai Natal, a figura incontornável do “velhinho de barbas brancas”. Actividades em Agosto Com o Agosto dedicado ao descanso e ao lazer, nem por isso as nossas creches e jardins-de-infância fecham totalmente as portas. Pelo contrário, pensando nos pais e encarregados de educação a quem o trabalho ou ocupações não dão descanso mesmo em mês de férias, as portas continuam abertas. Não totalmente, que a tal não obriga o número de crianças cujos pais necessitam deste apoio de Verão. Albergadas nas alegres e acolhedoras instalações da creche e jardim de Santiago da Barra, aí desfrutam durante as três primeiras semanas de Agosto de um atractivo programa de actividades lúdico-pedagógicas propiciador de um crescimento harmonioso e saudável da sua personalidade. CORRENTES DE VIDA | 17 A apoiar este programa, uma equipa de educadoras, ajudantes e auxiliares atentas e disponíveis para que cada criança, em ambiente protegido e seguro, tenha a atenção e os cuidados que a façam sentir feliz e realizada. Mantendo uma das suas instalações abertas, a Santa Casa da Misericórdia presta também um serviço à comunidade na pessoa de pais e encarregados de educação, impedidos por razões profissionais de se ocuparem plenamente das suas crianças durante esta época do ano. Para o efeito, imprescindível a colaboração das educadoras e pessoal de apoio, que assim vêem condicionado o seu plano de férias. Para elas uma palavra de apreço. Alguns princípios básicos da nutrição na criança A nutrição pode ser definida como o processo pelo qual o organismo utiliza os alimentos, enquanto o estado nutricional será o resultado do balanço entre a ingestão e as necessidades e consumo de micro e macronutrientes. Um dos melhores indicadores de saúde individual ou populacional é o estado de nutrição, e isto muito especialmente nas crianças, em que o crescimento e maturação estão, em grande parte, pelo tipo e quantidade de aporte alimentar. Ao valorizar-se o estado nutricional, a criança pode encontrar-se numa situação de nutrição normal, ou numa de malnutrição, entendido este termo como referido a qualquer alteração, tanto por defeito (hiponutrição), como por excesso (obesidade). Em muitas ocasiões, a identificação de uma alteração nutricional não é fácil e exige um estudo exaustivo do paciente, já que as mudanças, bioquímicas, de função de órgãos e estruturas dos tecidos antropométricos ou clínicos que se originam, não se desenvolvem ao mesmo tempo, nem com igual intensidade. No entanto, a importância de identificar, o mais precocemente possível, a desordem nutricional é de grande transcendência, já que a oportunidade de evitar ou diminuir efeitos temporais ou permanentes sobre tecidos e órgãos, depende da precocidade diagnóstica. A estas prioridades devem juntar-se exames antropométricos periódicos ou, se a situação epidemiológica a aconselhar, provas bioquímicas de “screening” ou estudois mais completos segundo população de alto risco. Recomendações dietéticas para a criança. (De verão proposrcionar os nutrientes essenciais: água, proteínas, gorduras, hidratos de carbono, vitaminas, oligoelementos, sendo também as proporções adequadas à idade, , sexo e condições metabólicas e ambienciais). 1. Lactância materna. 2. Evitar o uso do glúten no primeiro semestre e do leite de vaca adaptado no primeiro ano. 3. Alimentação diversificada, a partir do quarto mês ou do sexto ( se até lá continuar com leite materno exclusivo). 4. A partir do primeiro ano, dieta variada, completa e equilibrada com todos os grupos de alimentos. Objectivos da cantina escolar 1. Menus adaptados às recomendações nutricionais diárias. 2.Menus variados com apresentação atractiva. Para valorizarmos o estado nutricional, deveremos recorrer a uma história cuidadosa, à análise da dieta (sendo a mais utilizada a lista de alimentos consumidos num período de tempo), aos parâmetros clínicos, bioquímicos , socioeconómicos e psicométricos (sendo de grande relevância nestes últimos, o índice de massa corporal, que traduz a relação entre o peso e o quadrado da altura). 3. Equilíbrio de menus que representem a cozinha tradicional e a nova cozinha e novos alimentos. Um dos factores ambientais mais importantes que influem no crescimento na saúde das crianças é a nutrição, podendo ter efeitos negativos, a longo prazo, sobre o indivíduo. Nesse sentido, dever-se-ia estabelecer um calendário de prioridade nutricional, que iria desde uma adequada alimentação da grávida, a uma alimentação correcta dos lactantes, a uma dieta completa e equilibrada durante toda a idade pediátrica, tendo em conta as necessidades nutricionais segundo as idades e sexo. Propostas Para além disso, a morbilidade familiar de doenças, tais como, alergia, obesidade, hipertensão, diabetes, doenças coronária, hiperlipidemia, numa idade precoce, pode ser prevenida nutricionalmente. 4. Evitar a ingestão de sódio, reduzindo o consumo de sal. CORRENTES DE VIDA | 18 4. Incorporar a tecnologia alimentar e automatizada e controle sanitário à cozinha e cantina. 5. A cantina como área de introdução de hábitos dietéticos, higiénicos e sociais. 1. Evitar o excesso de peso, consumindo só as calorias que vão ser gastas pelo organismo. 2. Aumentar o consumo de hidratos de carbono complexos, reduzindo o consumo de açúcares refinados e processados. 3. Reduzir o consumo total de gorduras, especialmente gorduras saturadas e colesterol. Fernando Branco, médico pediatra Apoio à terceira idade Vida que se partilha e revigora, com humanismo e dignidade A Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo, com dois lares no centro da cidade é hoje uma instituição de prestígio junto dos vianenses. Tem como missão o apoio social a pessoas idosas promovendo o seu alojamento, cuidados de saúde e higiene, alimentação, tratamento de roupa e conforto pessoal, fomentando o convívio e proporcionando actividades lúdicas e socioculturais, promovendo assim o seu bem-estar físico, psicológico, emocional e social. A sua criação teve como objectivo a prática de obras da misericórdia, segundo a doutrina da Igreja Católica e visou a satisfação das carências sociais na sua área de residência, ou seja, o concelho de Viana do Castelo. Raquel Ribeiro, psicóloga, directora do SAD Lar de Nossa Senhora da Piedade O Lar de Nossa Senhora da Piedade, com Acordo de Cooperação para a resposta social de Lar de Idosos celebrado com o Centro Distrital de Viana do Castelo do ISS,IP. em 18 de Junho de 1982, pertencente à Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo, tem sede na Rua Mateus Barbosa, sendo um lar de referência pela sua proximidade com o centro histórico da cidade. O edifício, uma casa adaptada, composta por quatro pisos (rés-do-chão, 1.º, 2.º, 3.º e 4.º pisos), com capacidade para, apenas, 40 idosos, permite que a relação estabelecida entre todos, colaboradores e residentes, seja muito próxima e familiar. A nível de recursos humanos fazem parte da estrutura organizacional, uma directora técnica, uma encarregada geral, um enfermeiro, uma médica, uma psicóloga e um fisioterapeuta (a tempo parcial) uma estagiária na área da animação sociocultural, uma telefonista, dez ajudantes de lar, quatro auxiliares de serviços gerais, duas auxiliares de lavandaria, uma cozinheira e duas ajudantes de cozinha. Lar de Santiago O Lar de Santiago, com Acordo de Cooperação para a resposta social de Lar de Idosos celebrado com o Centro Distrital de Viana do Castelo do ISS,IP. em 18 de Junho de 1982, pertencente à Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo, tem sede na Praça General Barbosa. Quanto à sua estrutura física o lar distribui-se por dois edifícios distintos, designados de lar velho e lar novo. A parte nova, um edifício moderno com uma ampla fachada de vidro que abrange a área de refeição e a área social, tem uma grande visibilidade tanto do exterior do edifício para o interior, como no sentido contrário, proporcionando uma abertura à comunidade. A nível de recursos humanos fazem parte da estrutura organizacional, uma directora técnica, uma encarregada geral, um enfermeiro, uma médica, fisioterapeuta e uma psicóloga (a tempo parcial), uma animadora sociocultural, uma telefonista, treze ajudantes de lar, cinco auxiliares de serviços gerais, duas auxiliares de lavandaria, uma cozinheira e quatro ajudantes de cozinha. Serviço de Apoio Domiciliário Perante o envelhecimento progressivo da população, o Serviço de Apoio Domiciliário (SAD) da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo é uma resposta social que consiste na prestação de cuidados individualizados e personalizados no domicílio, a indivíduos e famílias quando, por motivo de doença, deficiência ou outro CORRENTES DE VIDA | 19 impedimento, não possam assegurar temporária ou permanentemente, a satisfação das suas necessidades básicas e/ou as actividades da vida diária e rege-se Protocolo de Cooperação celebrado entre o Ministério da Solidariedade e da Segurança Social e a União das Misericórdias Portuguesas. O Serviço de Apoio Domiciliário pretende ir ao encontro das necessidades de cada utente, permitindo que os idosos se mantenham o maior tempo possível no seu domicílio com os devidos cuidados necessários. Assim, esta valência assegura a prestação dos seguintes serviços: cuidados de higiene e conforto pessoal; arrumação e pequenas limpezas no domicílio; confecção, transporte e/ou distribuição das refeições, tratamento de roupas; e actividades de animação/socialização. Este serviço realiza ainda as seguintes actividades, mediante pagamento adicional: transporte de utentes, acompanhamento e transporte a consultas, aquisição de material de incontinência (fraldas), consultas de podologia e reparações no domicílio. A permanência das pessoas no seu domicílio é reconhecida como um factor de promoção do seu bem-estar físico, psicológico e emocional e a sua consequente, qualidade de vida. A nossa equipa é composta por profissionais qualificados, empenhados e dedicados às suas funções. Cantina Social A Cantina Social pertencente à Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo foi criada no seguimento do protocolo celebrado com a Delegação do Centro Regional de Segurança Social de Viana do Castelo em 20 de Junho de 2012, destinando-se a servir diariamente refeições. Inserida na Rede Solidária das Cantinas Sociais, constitui-se como uma resposta de intervenção no âmbito do Programa de Emergência Social, que tem como objectivo suprir as necessidades alimentares dos indivíduos e famílias em situação de vulnerabilidade socioeconómica, através da disponibilização de refeições. A Cantina Social da SCMVC está inserida numa estrutura já existente e em funcionamento para outras respostas sociais (os lares de apoio à terceira idade), de forma a maximizar os recursos já existentes. A Cantina Social no Lar de S. Tiago abriu no dia 1 de Agosto de 2012, assegurando 65 refeições diárias e no Lar Nossa Senhora da Piedade no dia 6 de Março de 2013, assegurando 35 refeições diárias a beneficiários seleccionados de acordo com regras estabelecidas. Após preenchimento e entrega da ficha de pré-inscrição na Junta de Freguesia de Monserrate, pertencente à União das Freguesias de Santa Maria Maior e Monserrate e Meadela ou a sinalização por parte de outra entidade (Segurança Social, Gabinete de Apoio à Família, Equipas do Protocolo de RSI, Serviços de Apoio Social da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Centro de Respostas Integradas, etc.), a situação sociofamiliar é analisada através da realização de uma visita domiciliária ou entrevista para admissão, sendo posteriormente decidida a admissão/não admissão de acordo com os critérios de elegibilidade e lista de espera existente à data, conforme Regulamento Interno. As refeições servidas são entregues para consumo no domicílio devidamente embaladas e acondicionadas. Voluntariado O Banco de Voluntariado da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo é um dos projectos mais recentes da nossa Instituição. Tem sido efectuada articulação com o Banco Local de Voluntariado da Câmara Municipal de Viana do Castelo, que promove a aproximação entre os interessados no trabalho voluntário e as entidades promotoras de Voluntariado, como é o caso da SCMVC. Desta forma, para ser voluntário da SCMVC deverá preencher a Ficha de Inscrição no Gabinete Cidade Saudável. Poderá, também, inscrever-se via internet no sítio da Câmara Municipal de Viana do Castelo e deverá participar numa Acção de Formação Geral de Voluntariado, a ministrar pela Câmara Municipal, antes da integração na entidade acolhedora. Considerando que os voluntários, se ofereceram de forma livre, desinteressada e responsável (Lei n.º 71/98 de 3 de Novembro), de acordo com as suas aptidões próprias e no seu tempo livre, têm direito a estabelecer com a CORRENTES DE VIDA | 20 nossa Instituição um programa de voluntariado que regule as suas relações mútuas e o conteúdo, natureza e duração do trabalho voluntário que vão realizar, foi criado um Programa de Voluntariado que regula tudo o que é inerente ao Banco de Voluntariado. Assim, a cada voluntário é sempre proporcionado, antes do início do seu trabalho voluntário, informação e orientação acerca dos fins e actividades da Instituição de modo a harmonizar a sua acção com a cultura e objectivos institucionais e, ainda, acerca do desenvolvimento do seu trabalho, na medida do necessário e suficiente para a boa realização das tarefas destinadas a todos os voluntários envolvidos no Projecto de Voluntariado. De momento, temos dois voluntários a dinamizarem actividades no âmbito da Animação Sociocultural: o Sr. João Araújo que dinamiza um Ateliê de Dança e Música e a D. Cremilda Rodrigues que dinamiza actividades de psicomotricidade. Também temos voluntários na Galeria de Exposições da SCMVC e na Igreja. Actividades do projecto Envelhecer com Qualidade Alguns dos nossos utentes são assíduos neste projecto da Câmara Municipal de Viana do Castelo, que tem como objectivo implementar práticas que contribuam para um envelhecimento activo e saudável, gostando de participar activamente em todas as actividades e com bastante empenho. Este projecto é uma oportunidade de passarem uma tarde diferente, sendo proporcionadas actividades diversificadas. Durante este ano mencionam-se aqui as actividades em que participaram: • Bailes em Darque, Barroselas (S. Valentim), Alvarães (Carnaval), Carreço, Lanheses, Amonde, Afife (Santos Populares), Areosa (Baile de Verão), Castelo do Neiva, Barroselas (Baile de Halloween); • Sessões mensais de Cinema no Auditório dos Estaleiros Navais; • Ateliês: “Bordados” (Museu do Traje), “Vamos fazer cabeçudos” (Escola Secundária de Monserrate), “Máscaras de Carnaval” (Escola Superior de Educação), “Saquinhos de Cheiro” (Horto Municipal), “Bonecos Articulados: Virgem Maria e Anjo Gabriel” (Casa dos Nichos), “Com penas de escrita” (Museu de Artes Decorativas), “Decoração de Natal (Edifício Vila Rosa); • Actividade “Hora do Conto”, onde assistiram à dinamização de peças de teatro na Biblioteca Municipal; • Actividade “Vamos Brincar com a Memória?” na Escola Superior de Educação; • Actividade “Ioga para Seniores” na Escola de Monserrate; • Sessão de Esclarecimento sobre “Algas” no Centro de Monitorização e Interpretação Ambiental; Actividades da Instituição • Gala Sénior do Festival Internacional de Folclore no Centro Cultural de Viana do Castelo; • Actividades do “Dia Mundial do Idoso na Associação de Reformados de Barroselas; • Actividade “Cantares Tradicionais” em Deão, onde apresentaram, vestidos a rigor, a música “Meu Bairro Ribeirinho”. Os utentes divertiram-se bastante e fizeram um brilharete, ficando a vontade de repetir estas iniciativas! Actividades do Projecto Histórias Partilhadas No âmbito do Projecto “Histórias Partilhadas”, ao longo do ano, os nossos utentes têm tido presença assídua no Auditório da Biblioteca Municipal para assistirem às dramatizações desenvolvidas pelos utentes das outras instituições do distrito, como do Centro Social e Paroquial de Cardielos, do Lar da Congregação de Nossa Senhora da Caridade, do Centro Social e Paroquial de Afife e do Centro Social e Paroquial de Barroselas. Também os nossos utentes no dia 9 de Junho fizeram uma pequena dramatização no Auditório da Biblioteca Municipal, tendo decorrido muito bem. O feedback por parte das outras instituições que assistiram foi muito positivo e os nossos utentes divertiram-se bastante. Também é importante referir que nos meses de Janeiro e de Fevereiro, o Lar da Piedade e o Lar de S. Tiago, respectivamente, foram as Instituições escolhidas para acolher o Projecto Histórias Partilhadas dinamizado pelos Voluntários do Grupo Sénior de Monserrate. Aula de actividade física No último dia de cada mês comemoram-se os aniversários dos utentes que fizeram anos durante o respectivo mês. No dia 7 de Março foi festejado o Dia da Mulher com a dramatização de uma peça de teatro pelas funcionárias do Lar da Piedade. No dia 2 de Abril o Lar da Piedade festejou o seu 23.º Aniversário com um almoço comemorativo. Foram enviados convites, elaborados pelos utentes, para todas as valências, Serviços Administrativos, Mesa Administrativa e Coadjutores. CORRENTES DE VIDA | • Comemoração do Dia Mundial da Saúde no Pavilhão de Santa Maria Maior; 21 No dia 7 de Abril os utentes dos Lares da Piedade e de S. Tiago participaram numa aula de Actividade Física no âmbito da Comemoração do Dia Mundial da Saúde e da Actividade Física, onde também participaram crianças e idosos de várias instituições do distrito, promovendo assim o bem-estar físico e psicológico e o convívio geracional e intergeracional. Festa da Páscoa Festa das Rosas Em cada um dos lares no dia 20 de Abril festejou-se a Páscoa, recebendo o Compasso Pascal e no Lar da Piedade no dia 27 festejou-se ainda a Pascoela, recebendo também o Compasso Pascal, seguido de um lanche. No dia 12 de Maio os utentes tiveram a oportunidade de ir visitar a Festa das Rosas em Vila Franca. Dia Internacional da Família No dia 15 de Maio, em cada um dos lares, comemorouse o Dia Internacional da Família com a recepção dos familiares dos utentes para um lanche-ajantarado de convívio, promovendo assim o estreitamento dos laços afectivos dos utentes com as suas respectivas famílias e a própria instituição, a segunda família para os nossos utentes. Foi bom ver a partilha de afectos e sorrisos entre os utentes e os seus familiares. Festa da Família no Lar da Piedade. Época balnear No dia 11 de Junho iniciámos a época balnear, dando a oportunidade aos nossos utentes de durante 3 meses poderem usufruir da praia sempre que as condições meteorológicas o permitiram. Os sorrisos estampados nos rostos dos utentes fizeram com que todos se esforçassem para que todos os dias se repetisse o ritual de todas as manhãs de praia. Sair do lar e poder caminhar na praia ou simplesmente, sentar numa esplanada a ver e ouvir a imensidão do mar azul, sentir a brisa do mar e o cheiro à maresia desperta todos os sentidos, renovando energias e a vontade de voltar no dia seguinte. No próximo ano voltaremos a repetir! Os dois Lares convivem na esplanada da Praia Norte. Excursão a Fátima No dia 19 partiu um autocarro rumo ao Santuário de Nossa Senhora de Fátima com 22 utentes dos Lares de S. Tiago e da Piedade, bem como, também participaram utentes do Serviço de Apoio ao Domicílio. O Passeio correu muito bem e o feedback por parte dos utentes que participaram foi muito positivo, demonstrando-se através dos afectos, da felicidade estampada nos seus sorrisos, na boa disposição ao longo do dia, nas palavras ditas à chegada ao Lar e no que transmitiram aos outros utentes que não participaram e aos seus familiares. No recinto do Santuário de Fátima. CORRENTES DE VIDA | 22 Dia dos Avós No Parque do Carvalhal, Gemieira, no dia dos Avós e dos Idosos. No intuito de valorizar o papel dos avós e dos idosos no seio da família e da sociedade e na continuidade de uma tradição por si iniciada, também este ano o Secretariado Diocesano da Pastoral Social levou a efeito a comemoração do Dia dos Avós e dos Idosos. Sendo que para esta comemoração foi escolhido o dia 26 de Julho, festividade litúrgica de S. Joaquim e Santa Ana, pais da Virgem Maria e avós de Jesus, este ano foi celebrado do véspera, dia laboral, para permitir às instituições que trabalham com idosos dispor de pessoal para acompanharem os seus utentes. Procurando levar o evento aos diferentes arciprestados da diocese de modo a com o tempo percorrê-los todos, este ano o contemplado foi Ponte de Lima, mais propriamente o Parque do Carvalhal, pertença do Crédito Agrícola, junto ao rio Lima, na área da freguesia da Gemieira, espaço amplo e aprazível, com todas as condições para acolhimento deste tipo de eventos. Ali se concentraram cerca de 800 utentes seniores provenientes das diversas instituições (IPSS, Santas Casas da Misericórdia) e pessoas individuais dos diferentes pontos do distrito, tendo a Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo estado representada por 20 idosos dos Lares de Nossa Senhora da Piedade e de Santiago, devidamente acompanhados do pessoal auxiliar e sob a coordenação da Dr.ª Raquel Ribeiro. A jornada foi preenchida com um recheado programa de animação com actuações do Rancho das Lavradeiras de S. Martinho da Gândara, grupo musical Vozes do Lima, uma movimentada aula de CORRENTES DE VIDA | 23 Zumba com nota mais, pela qualidade da animação e liderança, para a animadora Marieta Cerqueira do Lar de Santiago da Misericórdia de Viana do Castelo, e destaque ainda o grupo sénior da Congregação de Nossa Senhora da Caridade e as crianças do berço e infantário da Paróquia de Nossa Senhora de Fátima. Por sua vez, a missa celebrada às três da tarde por D. Anacleto Oliveira, Bispo da diocese, foi acompanhada por cantores e instrumentistas da Banda de Música do Centro Social e Paroquial de S. Martinho da Gândara. À homilia o prelado brindou a assistência com uma simples e sábia reflexão em que, interagindo com crianças presentes (a presença dos netos confere todo o sentido ao Dia dos Avós) vincou os valores do amor e da amizade que os avós legam à família e à sociedade e a gratidão de que são merecedores pois, além de todo o legado que nos deixam, a eles também devemos a vida. Não faltou almoço e lanche dos farnéis aviados pelas respectivas instituições, saboreados à sombra do frondoso carvalhal deste parque, que já foi cenário de festivos e lautos eventos e que hoje, embora com sinais de decadência, mantém ainda condições de bom aproveitamento. Graças à acção incansável do grupo de voluntários de S. Martinho da Gândara e ao Pároco, Dr. Freitas, incansáveis na mobilização de recursos para esta festa e para a disponibilização dos meios de animação, o Dia dos Idosos de 2014, ficará certamente como uma grata lembrança na memória de todos e a fazer despertar o desejo de idêntica celebração em 2015. Baile dos Santos Populares No dia 24 de Junho realizou-se o Baile dos Santos Populares no Lar de S. Tiago. Esta actividade foi em conjunto com o Lar da Piedade, promovendo-se assim o convívio geracional entre os utentes dos dois lares. No S. João do Lar da Piedade reviveram-se as marchas populares. Passeio a Santa Luzia Com o objectivo de dar oportunidade aos nossos utentes de cumprirem as suas promessas, bem como passarem uma tarde diferente, no dia 30 de Julho, 31 utentes dos Lares de S. Tiago e da Piedade rumaram ao Santuário de Santa Luzia, onde tiveram a oportunidade de assistir à missa e rezar o terço. Depois de cumpridas as práticas religiosas, terminou-se a tarde com um lanche convívio. Reviver as Festas da Agonia No Lar da Piedade, no mês de Agosto, foi implementada uma actividade “Mural da Romaria” que surgiu com o intuito de aproximar os utentes e as funcionárias. Citando as palavras da Directora Técnica do Lar da Piedade, Drª. Ana Cristina Freire, “A Festa é da cidade, todos os que em Viana vivem sentem a Romaria de forma distinta, mas não conseguem ser indiferentes. Por isso foi proposto a todas que participassem, pintando, riscando ou simplesmente escrevendo umas palavras… foi isso que aconteceu e o resultado, efectivamente, foi o esperado. Estiveram juntos residentes e trabalhadoras, todos com opiniões distintas com ideias que representavam, de forma diferente o que sentem com esta Romaria. O resultado foi um quadro colorido, que desvendou mãos habilidosas para novos projectos…”. O Lar de S. Tiago durante as festas de N.ª Sr.ª da Agonia teve a visita de algumas Mordomas da Romaria, o que alegrou bastante os utentes, pois tiveram a oportunidade de reviver de mais perto a Romaria. Momento de oração no templo do Sagrado Coração no passeio a Santa Luzia. Festival Internacional de Folclore No dia 26 de Agosto os lares da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo tiveram a visita de um Rancho Espanhol “Grupo Folklórico Valdemedel de Ribera del Fresno”, no âmbito do Festival de Folclore Internacional do Alto Minho. A demonstração que efectuaram nos nossos lares demonstrava um grupo de jovens que dominavam as castanholas com muita alegria e garra, o que cativou os nossos utentes. Aliando-se a isso, o facto de falaram uma língua “vizinha”, próxima da nossa, fez com que os utentes se envolvessem entusiasticamente nesta actividade. Os utentes do Lar da Piedade ainda tiveram a oportunidade de receber este grupo para almoçar. No dia seguinte os utentes dos dois lares tiveram a oportunidade de assistir à Gala Sénior do Festival Internacional de Folclore no Centro Cultural de Viana do Castelo, tendo sido o feedback por parte dos utentes muito positivo. Passeio ao Porto e a Gaia No âmbito das comemorações do Dia Internacional do Idoso, realizou-se um Passeio ao Porto e a Gaia. Nesta actividade participaram 31 utentes dos Lares de S. Tiago, CORRENTES DE VIDA | 24 Lar da Piedade e Serviço de Apoio ao Domicílio, que tiveram a oportunidade de visitar da parte da manhã o Parque da Cidade e a Foz do Douro. Seguiu-se o almoço no Lar de António de Almeida em Gaia, numa parceria com a Santa Casa da Misericórdia de Gaia. Da parte da tarde visitaram o cais da Ribeira de Gaia, regressando ao final do dia a Viana do Castelo. O feedback por parte dos utentes à chegada aos respectivos lares foi muito bom, referindo a vontade de repetirem esta iniciativa. Momentos da visita à Santa Casa de Misericórdia de Gaia VianaSoft - Ateliê de Chocolate Numa parceria com a VianaSoft, à semelhança do que tem acontecido nos outros anos em formações de contexto de trabalho, nos lares foi dinamizada a actividade “O que eu já fiz e o que ainda vou fazer”, bem como, os utentes também tiveram a oportunidade de participar num “Ateliê de Chocolate: Fazer Bombons e Desenhos Seguindo atentamente os segredos da confecção do chocolate. CORRENTES DE VIDA | 25 coloridos com chocolate”. No fim, deliciaram-se com os chocolates confeccionados durante o ateliê, tendo na primeira actividade podido reviver os tempos de infância fazendo uma retrospectiva das suas vidas. Foram actividades muito divertidas e do agrado de todos os participantes. Ao lanche, momento para saborear as delícias confeccionadas. No lar de Santiago, o ateliê do chocolate deu esta deliciosa sobremesa. Projecto “Mais Saúde na Melhor Idade” No âmbito do Projecto “Mais Saúde na Melhor Idade – Prevenção de Quedas nos Idosos” promovida pela Cruz Vermelha Portuguesa – Delegação de Viana do Castelo, e com o apoio da Direcção Geral da Saúde, os nossos utentes dos lares da SCMVC participaram em 4 sessões de actividades com as enfermeiras responsáveis pelo projecto, que tem como principal objectivo prevenir quedas e as suas consequências na terceira idade, promovendo um processo de envelhecimento saudável e activo. Foi um projecto bastante interessante e que motivou a participação dos nossos utentes. Interacção com a PSP Numa parceria estabelecida com a Esquadra da PSP do Comando Distrital de Viana do Castelo, através do Modelo Integrado de Policiamento de Proximidade, dois Agentes da PSP realizaram nos nossos lares acções de sensibilização sobre a nova nota de 10 euros, alertando para questões de segurança. Os nossos utentes gostam sempre desta proximidade com a polícia, tendo gostado da visita e agradecendo os conselhos transmitidos. Em diálogo com a PSP para prevenção de notas falsas e alertas de segurança São Martinho No dia 11 de Novembro os Lares da SCMVC celebraram o São Martinho. O dia iniciou-se com a realização de uma missa em cada um dos lares, seguindo-se um almoço de confraternização com a Mesa Administrativa e os convidados. De tarde seguiu-se a animação com concertinas, o Grupo de Gaitas de Foles de Cardielos e um CORRENTES DE VIDA | 26 baile dinamizado pelo Sr. João Araújo, voluntário que dinamiza, quinzenalmente a tarde dos nossos utentes, um Ateliê de “Música e Dança”. O dia terminou com o magusto onde não faltaram as castanhas assadas e cozidas bem quentinhas! Festas de Natal nos Lares de Santiago e de Nossa Senhora da Piedade Nos dias 18 e 19 de Dezembro realizaram-se as Festas de Natal no Lar de S. Tiago e de Nossa Senhora da Piedade, respectivamente. cipação de um grupo musical constituído por uma das funcionárias da Instituição, a D. Ascensão Gaspar, acompanhada pelos seus músicos. As festas iniciaram com a celebração eucarística pelo Sr. Bispo da Diocese de Viana do Castelo, D. Anacleto, e o Sr. Padre Vasco no Lar de S. Tiago e pelo Sr. Padre Armando no Lar da Piedade, sendo acompanhado por um coro improvisado por um grupo de funcionárias e por voluntários. As nossas festas puderam também contar com a visita do Pai Natal que distribuiu as prendas aos nossos residentes, denotando-se a magia, o encanto e a alegria de todos os presentes. Seguiu-se também o momento de distribuição das prendas aos funcionários da Instituição pelo Sr. Provedor, Dr. Afonso, em nome da Mesa Administrativa. Terminando a cerimónia solene seguiu-se um momento muito bonito com a apresentação de músicas de Natal pelos residentes do Lar de S. Tiago e uma peça de teatro apresentada pelas estagiárias do Lar da Piedade. Após este momento, iniciou-se a animação musical com um grupo alegre de concertinas de que os nossos residentes tanto gostaram, e logo de seguida tivemos a parti- As festas terminaram com um lanche/jantar e a atuação da Tuna Hinoportuna que nos brindaram, mais uma vez, com a sua presença e alegraram também as nossas festas com a sua música e alegria contagiante. Lanche na Festa de Natal no Lar de S. Tiago CORRENTES DE VIDA | 27 O carinho, os afectos, os sorrisos e a alegria dos nossos residentes estavam estampados nos seus rostos. O coro afina as vozes para a Missa da Festa de Natal no Lar de S. Tiago Momento teatral no lar da Piedade Momento de preparação da Missa de Natal no Lar da Piedade. Exercício aeróbico em idosos Hoje em dia, cada vez mais observa-se que termos como qualidade de vida, obesidade, sedentarismo, doenças coronárias estão relacionados com a falta de actividade física. Sempre foi de senso comum que o sedentarismo está associado a uma maior incidência de doença arterial coronária, além da obesidade. E que, inversamente, a prática regular de exercícios é útil na prevenção primária e secundária dessas doenças. Durante o processo de envelhecimento ocorrem alterações cardiovasculares, ocorre perda de massa cardíaca CORRENTES DE VIDA | 28 de 1 a 1,5 gramas por ano dos 30 a 40 anos, além da redução do VO2máx. Em relação às alterações músculo -esqueléticas ocorre uma redução da massa óssea, mais frequentemente em mulheres; e em torno dos 60 anos há uma redução da força máxima entre 30% a 40%, o que corresponde 6% por década dos 35 anos aos 50 anos, a partir daí, 1% por década. De acordo com o Centro Nacional de Estatística, estimase que cerca de 84% das pessoas com idade igual ou superior a 65 anos sejam dependentes para realizarem suas actividades quotidianas, constituindo-se no maior risco de institucionalização. Com a prática de actividade física, o idoso obtêm alterações fisiológicas que contribuem para a manutenção de uma vida saudável e reabilitação de problemas já existentes. Deste modo, a actividade física aeróbica constitui-se como um excelente instrumento de saúde. O treino aeróbico para o idoso deve ser de 3 a 5 vezes por semana, com duração da actividade variando de 30 a 40 minutos, guardando uma relação inversa com a intensidade. Para “idosos debilitados” inicia-se com duração de 5 a 10 minutos, realizando duas ou mais sessões por dia. A intensidade deve ser moderada com 40 a 75% do VO2máx ou 55 a 85% da Fcmáx, o que corresponde em geral à escala de Borg de 3 a 5 ou de 12 a 13, conforme a escala preferida (0-10 ou 6-20, respectivamente). Esta escala expressa valores, no qual a pessoa informa a sensação de astenia (fadiga) perante a intensidade de trabalho que lhes está sendo imposta. Assim, é possível que idosos que utilizam beta-bloqueadores (medicação que permitem que a frequência cardíaca não se eleve demasiadamente), transmitam sua sensação de esforço aquando a realização de uma actividade física, e assim, controlar a intensidade do exercício. Os programas de treino aeróbico auxiliam no desenvolvimento de três níveis de expressão: nível físico- objectiva desenvolver todo o potencial biológico; nível psíquico cabe estimular o reequilibro de alguns sentimentos que são a perda de auto-estima, a carência afectiva e a instabilidade emocional; o nível sociocultural tem como objectivo desenvolver a comunicação e a convivência com pessoas de várias idades. O treino físico não pode restaurar tecidos que já foram destruídos, porém pode proteger o praticante contra um número grande de doenças crónicas relacionadas ao envelhecimento. Mais importante é maximizar as funções fisiológicas do organismo que ainda estão conservadas, fazendo que o idoso tenha uma vida mais tranquila e com qualidade. Ricardo Lima, fisioterapeuta Paradigma de programas de actividade física em idosos Há quem diga que, “ movimento é vida”. Mover-se é uma função essencial da vida, ou mesmo, uma necessidade fundamental; o indivíduo que se move conserva não apenas uma melhor qualidade de vida, mas também a sua identidade social e a sua imagem corporal. Desde o princípio dos tempos, tanto os nómadas como os caçadores tinham de se entregar a tarefas de enorme esforço para sobreviverem. Mais tarde, antes da Revolução Industrial, os agricultores e respectivas famílias trabalhavam arduamente, potencializando até ao fim da sua vida as componentes físicas, sobretudo a força e a resistência. Contudo, a Revolução Industrial e, a subsequente, Era da Tecnologia alteraram estilos de vida da maioria das pessoas, tornando-se gradualmente sedentárias, pois os bens primários, como a alimentação, deixam de ser cultivados pelos próprios para serem comercializados. Do mesmo modo, os avanços em saúde pública no séc. XX, tais como a melhoria das condições de higiene, vacinações, controle de epidemias e a melhoria situação económica das famílias levaram um decréscimo da mortalidade. Consequentemente, a população cresce; o número de pessoas acima dos 60 anos aumenta a um CORRENTES DE VIDA | 29 ritmo exponencialmente acelerado. Os epidemiologistas prevêem que nos países desenvolvidos, em 2030, as pessoas com mais de 65 anos representarão 25% da população. Também o número de pessoas com mais de 100 anos tem vindo a aumentar. O grupo etário que está a registar o maior índice de crescimento na Europa e nos EUA é o de pessoas acima de 85 anos de idade. Surgem assim, deste raciocínio, dois termos: Sedentarismo e envelhecimento, que se inter-relacionam incontornavelmente, e são o estereótipo quer das instituições de 3.ª idade, quer do idoso solitário sentado num banco de jardim. O inevitável envelhecimento associado ao sedentarismo, contribuem para um aumento do número de idosos debilitados, incapacitados, ou que sofrem de doenças crónicas e de problemas mentais relacionados com o envelhecimento. É possível evitar muitos destes problemas recorrendo à actividade física, nomeadamente programas específicos de reabilitação física, e a treino das capacidades funcionais do idoso. A actividade física tem dois objectivos principais: o preventivo e o terapêutico. Nos idosos a actividade física é vista como uma melhoria do seu bem-estar, e como o adiamento do envelhecimento das suas funções. Apesar de não retardar a degeneração anatómica das estruturas, optimiza uma adaptação funcional que as compensa e as torna suportáveis durante mais tempo. Deste modo, a actividade física, tem como meta final, a aquisição de movimento e função livres de sintomas. As actividades desenvolvidas no treino das capacidades funcionais são fundamentais para dar o corte com a realidade monótona e sedentária dos nossos idosos institucionalizados, e contribuir para um equilíbrio bio -psico-socio-emocional dos nossos seniores saudáveis; pois, para além de todos os benefícios que possam trazer para a qualidade de vida das pessoas, também o aspecto económico não pode ser descurado; é que: “mais saúde é sinónimo de menos gastos com a doença.” Ricardo Lima, fisioterapeuta Vida que pulsa e se comunica Os nossos Serviços Administrativos Os Serviços Administrativos da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo, compostos por uma equipa técnica multidisciplinar, situam-se no Passeio das Mordomas da Romaria, e asseguram, em dias úteis, das 09h00 às 12h30 e das 14h00 às 17h30, o atendimento individualizado a todas as solicitações dos órgãos de administração, Irmãos, trabalhadores, utentes, entidades externas e da Comunidade em geral. Constituem o “coração da Instituição”, pois sem eles a circulação de informação entre os vários órgãos que a compõem e que a ela umbilicalmente se ligam não existe. Configuram o sector central da Instituição responsável pela imagem e burocracia inerentes a todos os sectores que a compõem, garantindo, administrativa, técnica e informativamente que os serviços sejam prestados, de forma profissional, justa e rigorosa, nos termos do Compromisso da Irmandade, dos acordos de cooperação celebrados com a Segurança Social, do Estatuto das I.P.S.S e demais normas legais que a caracterizam e a obrigam. A confiança, honestidade, responsabilidade social, profissionalismo, rigor, humanização, igualdade e justiça são valores subjacentes a cada um dos oito profissionais que integram os Serviços Administrativos, os quais dispõem de recursos materiais, técnicos e tecnológicos adequados ao seu bom desempenho, com vista a aumentar a qualidade do trabalho prestado, a reduzir o seu tempo de execução e a uniformizar procedimentos, em prol das catorze obras da Misericórdia. CORRENTES DE VIDA | 30 A equipa que diariamente apoia a Direcção nos Serviços Administrativos e de Manutenção. Desta forma, colaborando na prossecução dos fins da Irmandade, compete-lhes o apoio na administração e gestão de recursos humanos (secretaria, gestão financeira, pessoal, aprovisionamento, informática), património e obras (gestão imobiliária, projecto e planeamento, equipamentos, arrendamento, manutenção de instalações, equipamentos e viaturas), apoio social, 3.ª idade e voluntariado, apoio à infância. Alda Maria Vilas Boas Felgueiras, Directora-Coordenadora dos Serviços Administrativos, mostra-se satisfeita com os resultados obtidos durante o corrente ano e demonstra-se convicta de que os Serviços Administrativos continuarão a evoluir, para que continuem a ser prestados com qualidade e profissionalismo. Núria Freixo, técnica de apoio jurídico Igreja da Misericórdia: espaço de culto e de arte A Santa Casa da Misericórdia possui na sua Igreja da Misericórdia um dos monumentos mais emblemáticos do património histórico e artístico de Viana do Castelo. A riqueza das talhas dos retábulos, a variedade e a beleza da sua imaginária bem como o esplendor da azulejaria que cobre totalmente a suas paredes, fazem deste templo um permanente estímulo ao estudo especializado e um constante atractivo de visita para locais e forasteiros. Mas esta igreja nasceu como um lugar de culto e de expressão da espiritualidade cristã de acordo com a matriz original das Misericórdias: a manifestação do amor a Deus e ao próximo, através da prática das obras de misericórdia, profusamente ilustrada nos azulejos que decoram completamente a suas paredes. As igrejas das Misericórdias foram desde as suas origens espaços profundamente arreigadas na espiritualidade das suas comunidades onde diariamente se celebravam e em muitas delas se continuam a celebrar actos de cul- to. Assim acontecia na Igreja da Misericórdia de Viana do Castelo. Actualmente, este templo continua aberto ao culto nele se celebrando regularmente a missa aos domingos e dias santos às 12 horas. Em determinadas ocasiões, como a festa da Padroeira da Misericórdia e outros momentos próprios, estas missas são especialmente concorridas, sobretudo quando têm a participação de grupos corais especializados e funciona o órgão histórico. Assim acontece sempre que se anuncia a participação dos Pequenos Cantores da Academia de Música de Viana do Castelo ou como sucedeu aquando da vinda a Viana da Schola Cantorum de Santarém. Também nesta igreja, com a Bênção dos Ramos, em Domingo de Ramos, se iniciam todos os anos as cerimónias da Semana Santa, seguindo depois o resto da celebração na Igreja Catedral. Já na véspera, tem lugar a recepção ao andor de Nossa Senhora das Dores, a qual sai no dia seguinte para o Sermão do Encontro incorporado na Procissão do Senhor dos Passos. Pela sua aura artística e ainda pela sua ligação à comunidade, sobretudo do centro da cidade, muitos noivos solicitam a realização da sua cerimónia de casamento e por vezes optam também por aqui celebrar o baptismo dos filhos. Não raro sucede também ser centro de encontro celebrativo de antigos seminaristas ou de antigos combatentes. Grupos de escolas, de universidades sénior, associações, excursionistas e turistas individuais atraídos pela beleza dos seus azulejos e pela riqueza das suas talhas são visitas frequentes deste espaço que figura nos roteiros de circulação obrigatória de quem visita Viana do Castelo. Interior da igreja da Misericórdia: ao centro, altar-mor; capela de Nossa Senhora da Misericórdia (lado direito); capela do Sagrado Coração de Jesus (lado esquerdo). CORRENTES DE VIDA | 31 Albino Ramalho Na Igreja da Misericórdia de Viana todas as visitas são especiais A igreja da Misericórdia está aberta ao público todos os dias, excepto ao domingo, dia em que abre apenas para a missa dominical, pelas 12h. Os visitantes que aqui chegam são todos diferentes, tem diferentes idades, diferentes profissões, diferentes nacionalidades, diferentes culturas e diferentes religiões, falam diferentes línguas. Habitualmente quem recebe tão estimadas visitas prepara-se para falar um pouco de inglês, francês ou espanhol para assim contribuir para que a experiência do visitante seja mais significativa. E como preparar a visita para quem fala outra linguagem? Ou que vê de outra maneira? O desafio foi-nos proposto no início do mês de Julho pelo posto de turismo: receber na Igreja um grupo de cinco invisuais vindos de Lisboa. Esperavam uma visita rápida mas certamente minimamente adequada á sua condição. Chegaram e trouxeram companhia: cinco guias muito especiais, cães-guia de raça Labrador. Não é costume vermos visitantes de quatro patas em espaços museológicos, mas estes estão em serviço: guiar os seus donos invisuais. Depois de darmos as boas-vindas ao grupo fez-se uma breve resenha sobre as origens da instituição e dos edifícios. Seguimos para a igreja. Normalmente no momento em que os visitantes contemplam a vista geral do templo ficam maravilhados com o que o olhar alcança. Queríamos que também este grupo se maravilhasse, e que conseguisse criar uma construção mental daquilo que o rodeava, por isso descrevemos a arquitectura de nave única, as paredes forradas de painéis azulejares, as imagens e os respectivos altares de talha, o brutesco do tecto, o órgão. Contudo, descrever o aspecto de todos estes elementos não seria suficiente para tornar esta visita significativa. Foram identificados alguns pontos de interesse e os visitantes foram convidados a vê-los á sua maneira: com a ponta dos dedos. Tocaram a talha dourada de um dos altares e soltaram exclamações ao perceberem as formas dos anjos e flora, no claustro tocaram na representação de S. Miguel, esculpido em relevo, e riram ao descobrir os cornos do CORRENTES DE VIDA | 32 demónio vencido pelo arcanjo, sentiram a temperatura dos azulejos enxaquetados, “vendo” os efeitos geométricos da repetição dos mesmos. Antes de irem ao claustro estiveram na capela-mor e não foi preciso dizer que ali o pé direito era maior do que na nave do templo: enquanto era descrita a cúpula e o lanternim, o grupo virou o rosto para cima…sentindo o lugar, respirando os cheiros, sorrindo…como quem está realmente a ver. Esta visita faz-nos reflectir sobre as questões da acessibilidade e da inclusão. Quando falamos em acessibilidade não estamos afinal a referir apenas aspectos físicos ou arquitectónicos, existem muitas outras barreiras que podem impedir diferentes públicos de uma fruição plena de determinada experiencia cultural. As barreiras podem aparecer em forma de um degrau que não se consegue subir (barreiras físicas) mas também numa brochura que não se entende devido á sua linguagem rebuscada (barreiras de comunicação) ou a atitude arrogante de um guia que não está sensível a um visitante com diferentes costumes (barreiras culturais). E quando falamos em acessibilidade e inclusão não podemos falar apenas nas instituições, temos aqui de lembrar que a mudança começa em cada um de nós, pensar na vida quotidiana e questionar: promovemos a acessibilidade e a inclusão na nossa vida diária com as pessoas com quem nos cruzamos e convivemos? Educamos efectivamente as nossas crianças para o respeito pela diferença e pela valorização da diversidade? Enquanto comunidade é importante que estas problemáticas sejam reflectidas para que a mudança positiva aconteça. E para terminar fica a resposta á vossa possível pergunta: ”os visitantes caninos portaram-se bem?”. Portaram sim, cumpriram a sua missão sem ruido ou qualquer outro inconveniente. Importa referir que a 14 de Julho de 1999 entrou em vigor o Dec. Lei nº 118/99 de 14 de Abril que introduziu regras destinadas a facilitar a missão de meio auxiliar de locomoção que os cães-guia acompanhantes de deficientes visuais desempenham. Em 2007 este diploma foi substituído pelo D.L. Nº 74/2007 de 27 de Março que alargou esta lei aos cães de assistência. Fica também um convite: visitem a Igreja da Misericórdia, serão com certeza bem recebidos. Ana Rita Cunha Pela Instituição Schola Cantorum de Santarém A Missa Dominical do dia 30 de Março da Igreja da Misericórdia teve um sabor especial para todos aqueles que habitualmente a ela acorrem para a sua celebração eucarística semanal. Vindos de Santarém, deslocou-se até à cidade de Viana do Castelo a Schola Cantorum da Sé catedral daquela que se ofereceram para solenizar a Missa Dominical das 12 horas. Com uma judiciosa e apropriada selecção de cantos dirigidos pelo maestro David Paccetti os jovens cantores escalabitanos não só fizeram jus ao virtuosismo artístico como muito ajudara a assembleia de fiéis para uma melhor vivência aprofundada da eucaristia dominical. Integrando-se esta deslocação na preparação da Schola Cantorum para a participação num Concurso Internacional, certamente que os objectivos terão sido plenamente atingidos, a julgar pela excelente impressão deixada pela actuação de Viana. Festa da Padroeira da Misericórdia Ordena o Compromisso que nas igrejas e capelas da Irmandade se celebre a festa anual em honra da padroeira – Nossa Senhora da Misericórdia. Apesar de preceituada, estava em falta esta festividade na Misericórdia de Viana do Castelo. Daí que, relevando o culto que à padroeira deve prestar a instituição, a nova Mesa Administrativa integrasse o preenchimento desta lacuna no seu programa eleitoral. Inicialmente celebrada no dia 2 de Julho como festividade de Nossa Senhora da Visitação, ou da Misericórdia, a mesma seria mais tarde fixada no dia 31 de Maio. Daí a razão pela qual a Misericórdia de Viana do Castelo faz deste dia, em que homenageia a sua padroeira, um marco importante do ciclo anual da vida da instituição. CORRENTES DE VIDA | 33 Os Pequenos Cantores, da Academia de Música de Viana do Castelo preparando-se para a Celebração. O acto central desta celebração constituiu-o a missa solene presidida pelo Senhor Vigário Geral, em representação do Senhor Bispo da Diocese, e concelebrada com sacerdotes da Capelania. A abrilhantá-la, o acompanhamento com cânticos litúrgicos de mensagem e harmonia adequadas do Coro dos Pequenos Cantores da Academia de Música de Viana do Castelo e o apoio do professor Diogo Zão no órgão histórico da igreja. A comemoração teve ainda a sua vertente cultural expressa no concerto sinfónico e de órgão pela Orquestra da Academia de Música regida pelo consagrado maestro Vítor Lima, tendo ao órgão o professor Diogo Zão, e ainda uma interessante exposição de pintura do prestigiado Arq. Meireles. conhecimentos sobre múltiplas vertentes do património histórico, arquitectónico e artístico que a Casa da Misericórdia com a sua igreja e claustro encerram, constituindo no seu todo um rico e valioso conjunto museológico. Estas comemorações contaram ainda com uma visita guiada à Igreja, Claustro e Museu da Misericórdia, na sexta-feira dia 30 de Maio. Este acto, que teve a presença de membros da Mesa Administrativa, demais corpos sociais, membros da Irmandade e público interessado pela história e arte da Santa Casa. A visita foi orientada pelo Dr. Francisco Carneiro Fernandes, reputado professor e investigador vianense que partilhou com os participantes os seus aprofundados O maestro Vítor e o Coro dos Pequenos (grandes) Cantores deram o tom de arte e elevação à Missa Solene. Missa Solene presidida por Monsenhor Sebastião Ferreira, Vigário Geral da Diocese O Dr. Francisco Carneiro Fernandes no momento em que iniciava a visita guiada à Igreja, Claustro e Museu da Misericórdia, um dos momentos centrais do programa de comemorações da Padroeira. CORRENTES DE VIDA | 34 Primeiras jornadas sobre Museologia nas Misericórdias - Penafiel No passado dia 13 de Setembro, tiveram lugar as 1ªs Jornadas sobre «Museologia nas Misericórdias», uma iniciativa da Santa Casa da Misericórdia de Penafiel em colaboração com o Pelouro do Património da União das Misericórdias Portuguesas (U.M.P). No evento estiveram presentes provedores, mesários e outros representantes de vinte e cinco Misericórdias de entre as 50, actualmente, com museu. A convite da Santa Casa da Misericórdia de Penafiel também a Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo ( SCMVC ) marcou presença nas Jornadas tendo-se deslocado a Penafiel o Mesário Albino Ramalho e a colaboradora responsável pelas visitas aos espaços museológicos da Santa Casa. As jornadas aconteceram na Igreja da Misericórdia de Penafiel com a Mesa de Honra constituída pelo Senhor Director-Geral do Património Cultural, Dr. Nuno Vassallo e Silva, - que presidiu ao evento, Senhor Presidente da Câmara Municipal de Penafiel, Dr. Antonino de Sousa, Representante da U.M.P., o Vogal do Secretariado Nacional, Senhor Dr. Bernardo Reis, Senhor Presidente da Mesa da Assembleia Geral da Misericórdia de Penafiel, Dr. João Barros e ainda pelo Provedor da SCMP, Prof. Júlio Mesquita. Durante a manhã os participantes assistiram a diferentes e interessantes comunicações , como a da Profes- Aspecto da assitência às Jornadas. Ana Rita Cunha Interior da Igreja da Misericórdia de Penafiel, onde decorreram as Jornadas. Celebração dos Fiés Defuntos CORRENTES DE VIDA | sora Doutora Maria Antónia Lopes : “As Misericórdias Portuguesas: 500 anos de história e património” ou a intervenção do Professor Doutor João Paulo Avelãs Nunes : “Museologias e nova museologia. O exemplo dos museus das Santas Casas da Misericórdia”. Já no período da tarde teve lugar um conjunto de intervenções de diferentes Misericórdias sobre os seus museus. Apresentaram os seus espaços museológicos as Misericórdias de Arouca, Castelo Branco, Coimbra, Guimarães, Torre de Moncorvo, Vila Alba (Cuba), S. Brás de Alportel (não presencial) e Viana do Castelo. Assim, além de melhor conhecer o trabalho de outras misericórdias na área museológica, a SCMVC teve também a oportunidade de se apresentar enquanto instituição com espaço – museu, tendo sido feita uma intervenção pelo Mesário Albino Ramalho que apresentou à plateia as salas-museu da assim como parte do acervo museológico que ,por diferentes razões, não se encontra exposto. Por fim, os participantes nas jornadas foram convidados a visitar o museu da Santa Casa da Misericórdia de Penafiel . Nesta visita foi particularmente interessante observar os expositores construídos para as peças de paramentaria, que poderão inspirar a projecção de material expositor para a SCMVC, já com intenção de preparar uma exposição de paramentaria. 35 Em dia de domingo e de Fiéis Defuntos, apesar da chuva copiosamente abatida sobre a cidade, os membros dos órgãos sociais, funcionários, colaboradores e Irmãos da Santa Casa da Misericórdia deslocaram-se ao Cemitério Municipal em homenagem de sufrágio, respeito e apreço para com todos os membros da Irmandade falecidos. O culto dos mortos, centrado na devoção às Almas do Purgatório, vem desde as origens das Santas Casas, motivando por parte de Irmãos e Benfeitores doações e legados com essa finalidade. Fica aos vivos a gratidão, o respeito pelo seu exemplo e a obrigação de, assim o exigir o Compromisso, anualmente, no mês de Novembro, sufragarem as suas almas. O Rvdo. Padre José Lima, do serviço da Capelania da Misericórdia, numa expressiva oração por todos os evocados, lembrou de modo especial a figura do último Provedor falecido, Dr. Alberto de Oliveira e Silva, e nele recordou a plêiade de provedores, mesários, benfeitores, colaboradores e Irmãos que devotadamente entregaram muito das suas vidas e recursos ao serviço da Instituição. Por todos foi elevada ao Senhor da Vida e da Morte uma sentida prece pelo seu eterno descanso. A memória dos Irmãos falecidos esteve também nas palavras do Provedor, Dr. Manuel Gomes Afonso, aos quais a Santa Casa deve gratidão e apreço pelo legado que deixaram e cujo exemplo continuará a servir de guia e estímulo para melhor servir aqueles a quem deve acolher e em especial os mais desprotegidos. A cerimónia culminou com a deposição de uma coroa de flores na sepultura do Dr. Oliveira e Silva, o Prove- Romagem ao cemitério em memória e oração por todos os Irmãos falecidos. dor sábio e generoso que ao longo de 36 anos conduziu os destinos da Santa Casa da Misericórdia, nele ainda personificando a homenagem da Instituição a todos os Irmãos já falecidos. Seguiu-se na Igreja da Misericórdia a habitual Missa Dominical, com uma presença significativa de público que veio associar-se aos Irmãos presentes pelo sufrágio de todos os que na Irmandade ou fora dela, concluída a viagem terrena, trilharam já o umbral da imortalidade. Festa de S. Martinho Não foi, como inicialmente previsto, devido às condições meteorológicas ocorridas, a festa de S. Martinho da Santa Casa da Misericórdia celebrada no alto do Monte de S. Silvestre, em Cardielos. Para aquele aprazível local estava programada a missa de S. Martinho na Capela de S. Silvestre, seguida de almoço sarrabulho nas instalações da Confraria de S. Silvestre e pela tarde fora magusto e animação no espaçoso terreiro. Claro que não permitindo S. Pedro que o frio e a chuva proporcionassem a concentração dos nossos idosos em lugar tão aprazível, mas com riscos para a sua aúde e bem-estar, nem por isso a festividade perdeu em brilho e animação, pois o programa pôde ser integralmente cumprido, embora confinado à intimidade e conforto de cada um dos lares da Piedade e de Santiago. Ao fim da manhã, em cada uma destas valências foi celebrada a missa de S. Martinho, tendo os sacerdotes que habitualmente prestam apoio espiritual, o senhor padre Armando no Lar da Piedade, e o senhor Padre Vasco no de Santiago, ressaltado nas suas homilias o CORRENTES DE VIDA | 36 exemplo de desprendimento e generosidade do Santo do dia e a alegria duma vida partilhada e fraterna em generosa convivência com o próximo. De relevar ainda o facto de no Lar de Santiago se ter constituído para o efeito um coro espontaneamente formado pelo pessoal que aí presta serviço o que conferiu ao acto litúrgico uma participação e vivência muito especial. Também no Lar da Piedade o momento foi intensamente vivido pelo clima de participação e proximidade criado entre celebrante e assembleia e os cantos a que os participantes facilmente aderiram. Seguiu-se-lhe o esperado almoço de sarrabulho com os rojões como mandam as leis da boa cozinha minhota, ou não estivéssemos em pleno Novembro no coração do Minho onde a tradição ainda é o que era. E claro, o arrozdoce e o creme queimado, parceiros indispensáveis destas iguarias caseiras, como não podia deixar de ser e para gáudio dos comensais, também marcaram presença. Uma nota muito positiva para todo o pessoal que esteve particularmente bem na forma como se esmerou e diligência no apoio aos idosos e na decoração dos espa- ços conferindo ao local uma atmosfera de asseio e bom gosto. E claro, para as cozinheiras, que proporcionaram um repasto que fez as delícias de utentes e convidados. As concertinas no Lar de Santiago e Banda de Gaitas de Cardielos e o grupo de dança no da Piedade, ao longo do magusto, criaram o necessário ambiente de festa que envolveu a tarde e de tal modo contagiou o ambiente que muitos idosos, esquecendo doenças e maleitas próprias da idade, se entregavam animadamente às cantorias ou às danças parecendo voltar a viver os seus tempos de jovens. E para isto serviu esta festa de S. Martinho: proporcionar aos utentes e pessoal dos nossos lares momentos de alegria e animação que tornem mais feliz a sua vida na Instituição. A esta festa se associaram alguns convidados, os mesários e outros elementos dos órgãos sociais e colaboradores bem como os sacerdotes da capelania que prestam apoio espiritual nos dois lares. Protocolo entre a Santa Casa da Misericórdia e a Cooperativa Hope para Centro de Intervenção Especializada em Demências Fruto de cooperação entre a Santa Casa da Misericórdia e a Cooperativa Hope vai surgir em Viana do Castelo o primeiro Centro em Intervenção Especializada em Demências da região. A assinatura do protocolo entre as duas instituições decorreu na sexta-feira, dia 12, nas instalações da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo, tendo assinado por parte da Santa Casa o seu provedor, Dr. Manuel Gomes Afonso, e pela Cooperativa Hope o seu presidente, Enf.º Luís Durães. O acto teve ainda a presença de um representante da Câmara Municipal de Viana do Castelo, Dr. Manuel Rosas, e o director do Centro Distrital da Segurança Social, Dr. Paulo Órfão. CORRENTES DE VIDA | 37 O acto reveste-se da maior importância não só para a cidade e município de Viana do Castelo como para todo o Alto Minho, pois se trata de uma unidade, a primeira da região, em intervenção especializada em diversas demências, incluindo a modalidade Snoezelen, uma terapia à base de estimulação sensorial, orientada para pacientes de especial complexidade como os afectados pela doença de Alzheimer. Porém, a relevância desta unidade, para além da maisvalia que aporta à comunidade a disponibilização de cuidados altamente especializados no trabalho directo com os pacientes em centro de dia, é que ela terá ainda uma acentuada vertente de formação a técnicos e cuidadores incluindo os próprios familiares directos, os primeiros a lidar com as situações de demência. Por outro lado, a frequência do centro de dia por parte dos doentes permitirá ainda aliviar os seus familiares do estresse e ansiedade próprios de quem com eles permanentemente convive, libertando-os, desse modo, para momentos de maior liberdade e distensão. A unidade vai ser instalada no imóvel propriedade da Santa Casa situada na Rua José Espregueira, desta cidade, onde já funcionou uma creche da mesma instituição. Para o feito está a sofrer obras de adaptação cuja conclusão prevista para breve evidencia a vontade da Santa Casa e da Cooperativa Hope de nos primeiros meses do ano o serviço entrar em funcionamento. A Galeria de Arte da Santa Casa: espaço de arte aberto à comunidade A Santa Casa da Misericórdia de Viana sempre teve e continua a ter uma importante dimensão artística: o conjunto de edifícios que a alberga está identificado como monumento nacional , pela sua beleza e originalidade estética e é visitado e apreciado ao longo de todo o ano por turistas e vianenses, no seu acervo museoló- Num universo ainda bastante carenciado, como o dos cuidados a doenças do foro mental, sobretudo adultos, é de saudar a cooperação entre estas duas instituições para a criação de recursos inovadores no apoio a esta população de doentes. A necessidade de suprir carências e a consciência de empreenderem uma iniciativa inovadora e altamente benéfica neste domínio para a região explicam o empenhamento e o optimismo com que as duas instituições abraçaram este projecto. gico conta com exemplares de pintura e escultura de grandes mestres de diferentes épocas. E porque a arte continua a ter uma presença importante na vida da instituição é com regularidade que são inauguradas exposições na Galeria de Arte da SCMVC. O espaço, onde no passado funcionava a secretaria, localiza-se no rés-do-chão do edifício do antigo hospital da Santa Casa, com entrada pela praça da Republica. São duas salas que se abrem para a mais nobre praça da cidade e também para o público que já se habituou a visitar as várias exposições. Foi em 2013, após as últimas obras no edifício, que a galeria abriu ao público e desde então tem proporcionado aos visitantes um leque ecléctico de exposições, na sua grande maioria de artistas locais. Ricardo de Campos (pintura), REBELO (pintura),José Maria Barroso (fotografia), Salvador Vieira (escultura), foram alguns dos artistas que passaram pela galeria em 2013. Já em 2014, além de duas exposições colectivas com obras de pintura e escultura da colecção da SCMVC (Aníbal Alcino, Salvador Vieira, Araújo Soares, Elder Exposição de pintura dos artistas representados na colecção da Santa Casa da Misericórdia. CORRENTES DE VIDA | 38 Carvalho, António Silva, António Alves, Rui pinto, Álvaro Rocha, Helena Abreu, Júlio Capela e Arlindo Pintomeira) e obras de Conceição Saleiro e Arnaldo, a galeria recebeu igualmente interessantes exposições Individuais de Fernando Meireles, Victor Carneiro, Pintomeira e mais recentemente Isabel Soares, esta última com a colaboração do Centro Cultural do Alto Minho, parceria com a qual a Santa Casa tem contado para a organização de outras exposições. A curadoria é assegurada por uma equipa de mesários sempre atenta ao que acontece no panorama artístico e aberta à análise de propostas de artistas que manifestem interesse em expor a sua obra neste espaço. A Santa Casa procura assim não só divulgar o trabalho dos artistas mas também contribuir para o enriquecimento cultural da comunidade que pode aqui contactar com diferentes expressões artísticas. Em preparação está já a agenda da galeria para o ano de 2015, ano durante o qual a Santa Casa espera vir a acolher as obras de novos artistas, afirmando assim a sua visão de inovação e criatividade. Ana Rita Cunha Curiosidades do acervo museológico da SCMVC Trabalhar com o espólio museológico de uma instituição tão antiga como a Santa Casa é uma permanente aventura e uma constante descoberta. Além das obras expostas no museu existe um vasto número de peças que não estão ainda acessíveis ao público, umas por estarem a aguardar restauro, outras porque estão a sofrer intervenção de limpeza ou restauro, outras ainda que permanecem cuidadosamente acondicionadas e por razões de espaço aguardam serem mostradas em exposições temporárias. Grande parte do acervo museológico da SCMVC é facilmente identificável : são peças de Arte Sacra, retractos pintados de beneméritos da instituição e espólio do antigo hospital. Mas existem elementos deste acervo que não se identificam num primeiro contacto. É o caso deste pequeno objecto: uma caixa de pequenas dimensões em madeira, com uma gaveta e um mecanismo em metal…o que será? Um selo branco? Não… não tem selo…apenas uma lâmina de formato circular… Já conseguiram adivinhar ?Pois bem: é um cortador de hóstias. Actualmente o fabrico de hóstias é industrial mas no passado era com este objecto que se cortavam as hóstias para a eucaristia. Primeiramente era feita a chamada placa obreia: uma mistura de farinha e água que era prensada num prensa com símbolos eucarísticos, depois ia ao forno e seguidamente eram cortadas as hóstias num artefacto como este: CORRENTES DE VIDA | 39 Outra preciosidade do acervo da SCMVC é a colecção de livros do antigo hospital , um vasto conjunto de livros técnicos de outros tempos. Há colecções completas de enciclopédias médicas e volumes especializados em determinadas patologias. A maioria são edições ainda do séc.XIX e além de bonitas encadernações apresentam ilustrações muitos interessantes, tantos as ilustrações de anatomia ou de procedimentos médicos, como as ilustrações da publicidade da época .Nestas duas páginas de um “formulário médico”, contendo informação acerca de como preparar medicamentos, aparecem vários anúncios a farinha de uma marca bem conhecida. Assim era a publicidade: Centro Hope: uma nova abordagem das demências A vida é feita de momentos. É feita de pessoas e de memórias. Mas para algumas essas memórias desaparecem. Para sempre. Em Portugal estima-se em mais de 150 mil o número de pessoas que sofrem de alguma forma de demência. Se pensarmos que cada pessoa terá pelo menos um cuidador, esse número duplica. Em poucos anos Portugal passou de um dos países mais jovens da Europa a um país envelhecido, fustigado pela emigração. Ninguém está livre; existe prevenção, mas não imunidade; existe tratamento, mas não há cura. É esta a realidade – crua, crescente e preocupante. Castro Caldas disse que “daqui a uns anos, ou vamos estar doentes ou estaremos a ajudar alguém com a doença, e ninguém está preparado”. Acredito que seja verdade, mas acredito – de verdade! – que não tenha de ser assim. Fazer diferente é possível, fazer mais é possível, fazer melhor é possível. Para isso teremos talvez de, primeiro, mudar a nossa forma de ver as pessoas, de ver o envelhecimento, talvez, de nos vermos a nós próprios na sociedade. Viver mais tempo implica envelhecer. Maior longevidade não pode ser vista como um fatalismo ou uma ameaça, antes como uma vitória da humanidade. Envelhecer pressupõe alterações físicas, psicológicas e sociais; é um processo universal e irreversível, mas heterogéneo e individual e, tal como em qualquer outra fase da nossa vida, ocorrem transformações múltiplas acompanhadas de seus próprios desafios. É assim que entendemos a CORRENTES DE VIDA | 40 demência na HOPE!: como um desafio que, vindo associado à idade, não é sinónimo da idade. E muito menos um beco sem saída, um problema sem solução. Na HOPE! ambicionamos melhorar a vida das pessoas, de todas as pessoas, das que vivem hoje, e das que viverão no futuro. Criada para desenvolver respostas integrais e inclusivas a problemas sociais emergentes, a HOPE! Desenvolve, como eixo prioritário, uma reposta integrada e específica à pessoa com demência, de forma a maximizar a qualidade de vida, autonomia e independência no seu próprio domicílio, pelo máximo de tempo possível e em segurança, minimizando o impacto físico e psicológico no familiar e cuidador. E é neste contexto que surge a parceria da HOPE! com a Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo para a criação do primeiro centro de intervenção especializado da região. Um espaço e um conjunto de serviços pensados em pormenor para estas pessoas e famílias, que permitam que vivam mais tempo em casa – na sua casa! – e com qualidade de vida. Naturalmente, desafio tão grande, que implica uma rotura clara com a intervenção tradicional, privilegiando, desde logo, o domicílio como espaço prioritário de intervenção, pode apenas ser levado a cabo em conjunto, trabalhando em rede com as várias instituições da comunidade, particularmente as que direcionam para um público sénior as suas atividades, de onde se destaca a importante intervenção da SCM. A demência pode ainda ser considerada algo sem cura – clínica! – mas acredito que é possível curar relacionalmente as pessoas, acredito numa cura social, familiar, multidimensional do problema. Não antever uma cura, não significa que não exista intervenção. É aliás vasto o campo de intervenção dos diferentes profissionais. O caminho é longo, é certo, e estamos no início, mas há que percorrê-lo! Luís P. Durães HOPE! Respostas Sociais | Presidente da Direção www.hope.pt | [email protected] Os nossos Benfeitores trato a óleo era produzido e colocado na Galeria dos Benfeitores para perpetuar a memória da generosidade destes estimados cidadãos. D. Ifigénia era filha de José Júlio Pinto Ribeiro e esposa de um Irmão da Santa Casa, Miguel d’Alpuim Agorreta . O casal não vivia longe das instalações da Irmandade, habitando o palacete conhecido como “Casa dos Agorretas” na actual Rua Manuel Espregueira. No número 354 de 26 de Janeiro de 1924 da revista Ilustração Católica pode ler-se uma pequena notícia com fotografia :É umas das mais apreciáveis casas da cidade de Viana do Castelo. A casa possui uns magníficos salões onde se encontra um verdadeiro museu de preciosidades em cerâmica, vidraria, etc., a par dum mobiliário de grande valor artístico. É actual senhor da casa e representante das respeitáveis famílias Agorreta e Alpuim, o nosso ilustre amigo Sr. Miguel D’Alpuim Agorreta e Sá Coutinho, casado com a Sr.ª D. Maria Ifigénia Pinto Ribeiro. D. Maria Ifigénia de Sousa Pinto Ribeiro d’Alpuim Na imagem podemos ver um retrato a óleo sobre tela de Maria Ifigénia d’Alpuim que integra a colecção de retratos de Benfeitores do acervo artístico da Santa Casa da Misericórdia de Viana do Castelo. Na placa de madeira que o encima lê-se: D. Maria Ifigénia de Sousa Pinto Ribeiro d’Alpuim – Irmã Benfeitora desta Santa Casa – Acta da Assembleia Geral de 31 de Maio de 1925. O livro dos estatutos da Santa Casa da Misericórdia de Viana de 1938 considerava Benfeitor da Santa Casa qualquer pessoa que tivesse prestado serviços relevantes à Irmandade ou a tivesse beneficiado com donativos importantes, legado ou herança. Um re- CORRENTES DE VIDA | 41 Além de irmão, Miguel D’Alpuim Agorreta era também conselheiro fiscal da Irmandade. D. Ifigénia, por seu lado, fazia parte do grupo de ilustres senhoras que na época se dedicavam às causas sociais. Consta nos livros de actas da instituição que no ano de 1925 foi organizado um peditório em benefício da Santa Casa promovido por D. Ifigénia. O peditório rendeu na época 15.000$00 e toda a comitiva organizadora foi inscrita no Livro dos Irmãos da Santa Casa da Misericórdia de Viana. D. Ifigénia, além de dedicada protectora do Hospital da Misericórdia, era também uma grande devota de Nossa Senhora das Dores e zeladora do seu altar na Igreja. Na ocasião das festividades de Nossa Senhora das Dores era dedicada especial atenção ao altar e na acta da sessão extraordinária de 12 de Janeiro de 1931 escreveu-se: É ver como as suas mãos de fada o adornam, dispondo tudo bem, transmitindo beleza e graça encantando os nossos olhos a graciosidade e arte em que fica o altar da Santíssima Virgem. Dada a relevância dos serviços prestados à Irmandade foi considerada Irmã Benfeitora e o seu retrato pintado para a posteridade. Ana Rita Cunha Agenda em Correntes de Vida Creches e Jardins-de-infância Janeiro -Cantar dos Reis nos lares de idosos e pelas ruas da cidade Fevereiro - Baile e desfile de máscaras; visita ao hospital; celebração do Dia de S. Valentim Março - Dia do Pai: realização de prenda para o pai; pais realizam actividade na creche/jardim. - Dia Mundial da Árvore – Plantação de árvores/sementeira. - Visita ao Centro Histórico. - Visita à Biblioteca Municipal. Abril - Páscoa – realização de surpresa. - Dia Internacional do Livro – Dinamização da biblioteca da escola; idosos contam histórias aos mais pequenos. - Dia do lar de Nossa Senhora da Piedade: troca de presentes entre crianças e idosos. - Dia do Livro; visita de um escritor à escola. - Celebração da Páscoa; realização do jogo do coelhinho da Páscoa e caça aos ovos. - Dia Internacional da Saúde. Lares e Apoio Social Janeiro - Visita do Grupo de Janeiras de Monserrate ao Lar de S. Tiago. - Visita do Grupo de Janeiras de Monserrate ao Lar da Piedade. - Visita da Cruz Vermelha no âmbito do Projecto “Mais Saúde na Melhor Idade” Fevereiro - Interacção com os Infantários da Instituição no âmbito do Projecto Educativo “Gerações com Arte”. - Visita do grupo do Projecto “Histórias Partilhadas” no Lar da Piedade. CORRENTES DE VIDA | 42 Abril - Visita do Grupo Folclórico de Santa Marta de Portuzelo ao Lar da Piedade. - Visita do grupo do Projecto “Histórias Partilhadas” no Lar de S. Tiago Igreja e Culto Março - Concerto pela Academia de Música na Igreja da Misericórdia, dia 14, 21h30. - Quinta-Feira Santa: Igreja aberta para a tradicional visita nocturna às igrejas. - Sábado Santo: (à tarde) Entrada do andor de Nossa Senhora das Dores. - Domingo de Ramos: Bênção dos Ramos na Igreja da Misericórdia. À tarde, saída do andor de Nossa Senhora das Dores à Praça da República para o Sermão do Encontro. Galeria de Exposições Janeiro - Exposição de pintura de A. Melo Rosa. Fevereiro - Exposição do Rotary Club de Viana do Castelo. Março-Abril - Exposição de Arte Sacra da Santa Casa da Misericórdia. Abril - Exposição fotográfica sobre a arte do estuque (ACER) FICHA TÉCNICA: CORRENTES DE VIDA BOLETIM INFORMATIVO Correntes de Vida deseja a todos os seus colaboradores e leitores um feliz 2015 Coordenador Responsável: Albino Ramalho Redacção: Albino Ramalho, Raquel Ribeiro, Ana Rita Cunha Colaboradores: Manuel Gomes Afonso, Tânia Guedes, Cristina Freire, Andreia Guia, Anabela Rolo, Fernando Branco, Ricardo Lima, Núria Freixo, Bruno Oliveira. Design Editorial Joana Meira Fotografia: Iglésias Llano, Albino Ramalho, Ana Rita Cunha. . Propriedade da Santa Casa . CORRENTES DE VIDA | 43 Serviços Administrativos Passeio das Mordomas da Romaria 4900-532 Viana do Castelo email: [email protected] Telef, 258 822 350 www.scmviana.pt