A Trajetoria da Guitarra Eletrica no Brasil

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A Trajetoria da Guitarra Eletrica no Brasil
A Trajetória da Guitarra Elétrica no Brasil
Por Eduardo Visconti
Ensaio cedido para publicação no projeto Músicos do Brasil: Uma Enciclopédia Instrumental,
patrocinado pela Petrobras através da Lei Rouanet
www.musicosdobrasil.com.br
O aparecimento da guitarra elétrica na música popular data do início dos anos 20, nos Estados Unidos.
Nas formações jazzísticas da época, a maioria dos guitarristas era responsável pela base harmônica devido à
ausência de recursos para amplificação do instrumento. Nesse período, dois guitarristas tiveram destaque:
Eddie Lang (1902-1933) e Loonie Johson (1899-1970). (Gridley, 1988: 83).
No período do Swing (1930-1940), a guitarra começou a exercer uma função que ia além da base
harmônica devido ao desenvolvimento de sua amplificação. Desse modo, expandiu-se a capacidade
improvisatória do instrumento, especialmente com os trabalhos dos guitarristas Charlie Christian e Django
Reinhardt. Os solos de Charlie Christian nos discos da big band de Benny Goodman tornaram-se modelos
para os guitarristas de jazz que vieram depois.
Nos anos 50 e 60 os guitarristas incorporaram principalmente a linguagem do bebop na guitarra,
originando diferentes maneiras de se acompanhar e solar. Guitarristas como Tal Farlow, Herb Ellis, Jimmy
Raney e Wes Montgomery possuem o crédito de ter trazido as linguagens do swing, bop, e blues jazz para
guitarra durante os anos 50 e 60 (Johson, 1996: 4).
No Brasil, a guitarra elétrica começa a figurar em algumas gravações da música popular a partir dos
anos 30. Um dos primeiro registros fonográficos da guitarra na música popular brasileira data de 1937,
quando o músico Garoto gravou um solo de guitarra havaiana na valsa “Sobre o Mar”. Porém, a guitarra
passou a figurar com maior freqüência nas gravações a partir do final dos anos 30 quando guitarristas como
Pereira Filho, Garoto, Laurindo de Almeida, Luiz Bonfá, Poly, Zé Menezes, entre outros, passaram a exercer
papel fundamental na introdução desse instrumento em obras discográficas brasileiras.
A trajetória da guitarra elétrica no Brasil sempre possuiu vínculos estreitos com o violão. Em
contrapartida, este instrumento já havia adquirido ao longo da história da nossa música popular determinados
significados compatíveis com a idéia de brasilidade musical, e no panorama modernista tinha exercido um
papel simbólico na mediação entre as culturas erudita e popular. (Naves, 1998: 25).
Um dos primeiros relatos do violão na música popular brasileira data do século XIX. O instrumento
era usado em acompanhamentos de serenatas, lundus, cançonetas e na música dos barbeiros. Os primeiros
violonistas que se destacaram nesse período foram Sátiro Bilhar (1860-1927) e Quincas Laranjeiras (18731935). (Cazes, 1998: 47)
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A partir de 1920, tanto nos encartes dos discos como na crítica musical há o aparecimento do termo
violão elétrico, que, a princípio, seria o violão acústico com cordas de aço eletrificado. O problema é que nos
textos sobre música popular brasileira após a década de 30, o violão elétrico e a guitarra elétrica são usados
com o mesmo significado.
Percebe-se que o surgimento da guitarra elétrica na música brasileira foi acompanhado de um certo
“estigma”, possivelmente devido a sua forte identidade com a música americana. Esse instrumento também
era identificado como referência de modernidade, fato que incomodava alguns críticos e jornalistas
preocupados com a “tradição” do violão.
A partir de 1930, quando a guitarra elétrica começa a aparecer no cenário musical carioca, surgem
relatos nos quais se verifica uma necessidade, por parte de alguns músicos, de “nacionalizar” a guitarra/violão
elétrico, possivelmente devido à carga simbólica que o instrumento representava.
Uma das primeiras referências sobre essa questão na música popular brasileira data do ano de 1933,
quando o violonista Henrique Britto, que tocava no Bando de Tangarás (um dos grupos de Noel Rosa),
excursionou pelos Estados Unidos ficando, após as apresentações musicais do grupo, por mais de um ano
naquele país. Existe uma versão de que Britto seria um dos possíveis inventores da guitarra elétrica. A partir
do projeto de um amigo brasileiro chamado F. Dutra, que o encontrou por lá, o músico adaptou amplificadores
ao instrumento, levando depois o invento à Dobro Corporation de San Francisco, Califórnia, que passou a
fabricá-lo como violão elétrico ou guitarra amplificada. Em 1933, quando voltou ao Brasil, trouxe consigo um
desses instrumentos. (Máximo & Didier, 1990: 218)
Deve-se lembrar ainda que alguns músicos e pesquisadores consideram a guitarra baiana uma
invenção do músico baiano Dodô (pai do bandolinista Armandinho). Essa “descoberta” teria sido
conseqüência da sua tentativa de eletrificar um violão para tocá-lo sobre o seu carro no carnaval, o que seria o
embrião dos trios elétricos.
“Gênese da guitarra brasileira: em 1941, em Salvador, um músico amador apelidado de Dodô
mistura cordas, madeiras, fios e um corpo de violão, num louco instrumento que ficou conhecido como “pau
elétrico”” (O Globo, 09/09/1978).
Rogério Borda Gomes, em sua dissertação de mestrado “Por uma proposta curricular de curso
superior em guitarra elétrica”, foi um dos primeiros pesquisadores a escrever sobre a história da guitarra
elétrica na música popular brasileira. Sobre a questão do significado do violão elétrico, o autor afirma que até
a década de 40 o violão elétrico se confunde com a guitarra elétrica. Para Gomes, o violão elétrico, que existiu
antes da guitarra elétrica, consistia num instrumento de corda de aço com um pequeno microfone acoplado ao
corpo do violão. (Gomes, 2005: 32)
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Esse instrumento seria quase como um instrumento de transição entre o violão de com cordas de
náilon e a guitarra elétrica com caixa acústica, como podemos observar na foto da capa deste disco gravado no
ano de 1956.
A confusão entre violão elétrico e guitarra elétrica tem fundamento porque o violão com captador
citado por Gomes pode ter sido uma guitarra acústica sem captação.
No livro Master of Jazz Guitar de Charles Alexander há a descrição detalhada de guitarristas como
Eddie Lang, que tocavam guitarras acústicas sem amplificação. O autor afirma que esse problema relativo ao
volume do instrumento só foi superado em 1935 com o lançamento da guitarra Gibson ES-150, que continha
um captador em seu corpo. (Alexander, 1999: 12).
O que se percebe é que no Brasil, na década de 40, já havia algumas guitarras acústicas sem captação.
Na entrevista realizada na casa de Zé Menezes, o músico mostrou a guitarra acústica sem captação da marca
Stromberg que comprou de Laurindo de Almeida. Menezes descreve que após a viagem de Garoto aos
Estados Unidos em 1940, o instrumentista, apesar de não gostar de instrumentos eletrificados, impôs a
guitarra nas orquestras dos cassinos, e que Laurindo de Almeida tocava com a tal guitarra Stromberg na
orquestra do cassino da Urca1.
Em um artigo intitulado A pretexto de Violão Elétrico, de Emanuel Vão Gôgo, publicado na Revista
da Música Popular n.1 em 1954, o instrumento descrito é a guitarra elétrica, visto que a charge presente no
artigo ilustra um músico sentado na frente de um amplificador ligado a uma tomada.
O jornalista, através de uma postura preconceituosa em relação ao instrumento verbaliza: “Detesto o
instrumento. Detesto-o como aspecto e como som, acho-o cafajeste como instrumento musical e pouco prático
como ferramenta de trabalho.” (Coleção Revista da Música Popular, 2006: 36).
O restante do artigo é recheado de ironias referentes à eletrificação e suas possíveis limitações para o
músico, sendo que no desfecho do texto, o jornalista reitera sua posição conservadora “Sou um homem antigo.
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Entrevista com Zé Menezes realizada em 21/11/2007.
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Continuo preferindo o tempo em que o instrumento era tocado a todo vapor”. (Coleção Revista da Música
Popular, 2006: 37)
Para o autor, o violão elétrico continha uma carga de modernidade, com a qual ele não manifestava o
menor interesse em compartilhar. Pode ser que tal evolução tecnológica do instrumento viria a desorganizar a
autenticidade do violão nacional, visto que o uso da guitarra elétrica nessa época havia se difundido muito
através das orquestras americanas.
No decorrer da história da música popular brasileira verifica-se que a guitarra elétrica adquiriu vários
significados, e que a multiplicidade dos estilos construídos a partir desse instrumento foi estimulada pela
necessidade de imprimir um caráter brasileiro a sua execução.
A formação e a consolidação dos estilos dos guitarristas que tiveram destaque no Brasil pode estar
vinculada ao meio artístico que esses instrumentistas vivenciaram. Para elucidar essa questão decidiu-se
descrever suas trajetórias ao longo do desenvolvimento da música popular brasileira.
Pioneiros (1930-1960)
Na década de 30 no Brasil o rádio consistia num dos mais importantes veículos de comunicação e
divulgação da música brasileira. Em grande parte das capitais havia pelo menos uma rádio com artistas
contratados.
As cidades de São Paulo, e principalmente, o Rio de Janeiro concentravam grande parte dessa
produção artística. Para se ter uma idéia da dimensão da importância do rádio como lugar de trabalho para o
músico, a Rádio Nacional, uma das mais importantes empresas de radiodifusão situada na capital carioca,
possuía em seu cast seis orquestras, onze regionais e dez conjuntos menores. (Antonio & Pereira, 1982: 45)
Além das rádios, o mercado para atuação do músico era constituído pelas gravadoras, casas noturnas, teatros e
cassinos.
Um dos primeiros a utilizar o violão elétrico no Brasil, segundo Zé Menezes2 foi João Pereira Fillho
(1914-1986). O músico tocou de 1932 a 1940 na orquestra de Napoleão Tavares, atuando também em bailes
nesse período com seu grupo. (Enciclopédia da música brasileira apud Borda, 2006: 29) Atuou também como
solista e diretor de orquestras na Rádio Nacional, Rádio Mayrink Veiga, TV Tupi, TV Excelsior e TV Globo.
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Idem.
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Em 1944, acompanhou com violão elétrico a cantora Dircinha Batista na gravação da valsa
"Continuas em meu coração" e o cantor Déo no choro "Cochichando", lançados pela Continental.3.
Em 1945, gravou com violão elétrico a música “Edinho no choro” 4 que pode ser considerada como
um marco importante na história da guitarra elétrica no Brasil. Verifica-se na audição da gravação que Pereira
Filho utiliza algumas técnicas quase exclusivas da guitarra elétrica como vibratos5 e bends de meio tom. 6 A
maneira que o músico toca o instrumento nessa faixa é bem próxima a do violão usado no choro,
principalmente pela grande quantidade de arpejos para a mão direita.
O instrumentista Aníbal Augusto Sardinha (1915-1955), conhecido como Garoto, apesar do
falecimento precoce aos 40 anos, criou um estilo muito bem definido como instrumentista. É considerado por
muitos músicos da Bossa Nova, como Carlos Lyra, um precursor do movimento devido à complexidade
harmônica e melódica de suas composições. (Antonio & Pereira, 1982: 72)
Sua música intitulada “Duas Contas” apresenta saltos inusitados na melodia e cromatismos incomuns
na harmonia, resultantes da concepção musical avançada do instrumentista (Vicente, 2008). Suas composições
para violão solo, em sua grande maioria, apresentam novos caminhos harmônicos em termos de modulações e
dissonâncias nos acordes, se comparada ao que se fazia na época. O músico possuía uma maneira bem
peculiar de montar os acordes no violão, devido à influência pianística de Radamés Gnattali. Seus acordes
apresentam intervalos de notas que não eram tocados pela maioria dos violonistas da época como intervalos
de segundas e quartas.
O instrumentista dominava vários instrumentos como bandolim, violão tenor, violão e guitarra
elétrica. Apesar de pouquíssimas gravações com guitarra elétrica, Garoto tocava na orquestra da Urca com
esse instrumento. Segundo Zé Menezes, foi o músico, que após uma excursão com Carmem Miranda pelos
Estados Unidos, impôs a guitarra nas orquestras do Rio de Janeiro7.
Em algumas orquestras da Rádio Nacional, Garoto tocava guitarra elétrica entre outros instrumentos
de cordas. Uma das poucas gravações que existe do músico tocando guitarra elétrica data do ano de 1952 nas
faixas “Canção de amor” e “Meu sonho é você” em quarteto formado por Chiquinho do Acordeom
(Acordeom), Vidal (Contrabaixo) e Trinca (bateria). A relação de Garoto com a guitarra elétrica,
possivelmente, foi mais de ter sido influenciado pela guitarra do jazz de sua época que, somada à influência da
3
www.dicionariompb.com.br. Consulta em 10/01/2009
Essa faixa pode ser ouvida no site www.ims.com.br.
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Consiste em puxar a corda da guitarra em uma nota específica ocasionando quase uma leve desafinação no som, nota-se
que esse tipo de vibrato ouvido nessa gravação remete diretamente aos vibratos que Charlie Christian executava em seus
solos.
6
Há várias maneiras de executar um bend (levantar ou abaixar a corda até chegar em outras notas). Pereira Filho faz um
bend específico que consiste em levantar a corda meio tom e segurar simultaneamente a corda de baixo com a nota
alcançada. Os guitarristas Jimi Hendrix e Hélio Delmiro possuem esse tipo de bend como uma característica marcante de
seus estilos.
7
Apesar de Garoto introduzir a guitarra elétrica nas orquestras dos cassinos, o músico, segundo Zé Menezes, detestava
tocar guitarra e outros instrumentos eletrificados. Entrevista concedida em 21/11/2007.
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música erudita, fez com que o músico construísse um estilo inovador no violão, principalmente em relação ao
conteúdo harmônico.
José Almeida Nóbrega Neto (1917-1995), conhecido com o nome artístico Laurindo de Almeida, teve
uma importância muito grande na divulgação da música brasileira nos Estados Unidos devido a sua mudança
para esse país no ano de 1947. Apesar de intensa atividade como instrumentista nas rádios cariocas desde a
década de 30, o músico vislumbrou uma possibilidade artística mais promissora no exterior devido ao
fechamento dos cassinos e declínio do prestigio das rádios.
São raras as gravações de Laurindo com guitarra elétrica até a década de 50, sua atuação com esse
instrumento se restringia às apresentações com a orquestra do cassino da Urca. O músico era muito mais
conhecido pelo seu domínio no violão tanto como solista, como também como um exímio acompanhador
devido ao seu refinamento harmônico e rítmico.
Após sua mudança para os Estados Unidos o músico começou a tocar guitarra elétrica com maior
freqüência, pois se apresentava com a orquestra de Stan Kenton e em outros grupos de jazz como o Modern
Jazz Quartet. O instrumentista também se destacou como compositor e arranjador de trilhas para o cinema de
Holywood, e ganhou um Oscar em 1969 pela música da animação The Magic Pear Tree . (Summerfield,
1998).
Um fato relevante da trajetória de Laurindo na América, segundo o crítico musical Joaquim Ernest
Berendt, é que o instrumentista introduziu a guitarra tradicional não amplificada no jazz (violão), inclusive no
Modern Jazz Quartet. (Berendt, 1987) O mais curioso dessa afirmação é que o músico tinha uma
personalidade musical tão marcante que, na maioria das gravações com os grupos de jazz que se apresentava,
Laurindo tocava o tema no violão e acompanhava outros solistas, e raramente improvisava novas melodias.
Essa peculiaridade demonstra que o estilo do instrumentista sempre possuiu estreitos vínculos com a música
brasileira até a década de 50, onde o violão harmonizava ou apenas ornamentava as melodias das músicas.
Portanto, a guitarra elétrica ao longo da vida do músico foi, como no estilo de Garoto, mais um instrumento
que influenciou o seu estilo peculiar de tocar violão.
Ângelo Apolônio (1920-1985), o Poly, ficou muito conhecido pelos seus discos com guitarra
havaiana, aliás, foi pioneiro em introduzir esse instrumento na música popular brasileira. Apesar de tocar
vários instrumentos de corda, não foi encontrado alguma referência ou gravação do músico executando
guitarra elétrica.
José Menezes França (1921), conhecido como Zé Menezes, é o único músico dessa fase pioneira da
guitarra que ainda atua como instrumentista em shows e produz seus discos autorais. O músico tem vasta obra
musical de composições e arranjos para diversas formações.
O seu estilo foi muito influenciado pelos músicos Radamés Gnattali e Garoto, com quem se
apresentava regularmente na época em que era músico contratado da Rádio Nacional. Entre alguns traços de
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seu estilo podemos citar a sofisticação harmônica de suas composições que, como as músicas de Garoto,
apresentam modulações inesperadas e acordes de influência pianística.
O músico toca vários instrumentos de corda como bandolim, violão tenor, violão e guitarra elétrica e
gravou, em 1965, o único concerto concebido para guitarra elétrica e orquestra. Composto em 1950 por
Radamés Gnattali, o “Concerto Carioca” possui quatro movimentos e a guitarra executa tanto linhas
melódicas como acordes. A característica musical dessa obra é que Radamés não utiliza idiomatismos
característicos da guitarra, aproximando-se mais da escrita do violão. A performance de Zé Menezes com a
guitarra elétrica se inicia no final dos anos 40 e se estende até o seu último disco “Autoral – Gafieira Carioca”,
gravado em 2007. Segundo seu depoimento8, no final da década de 40, o músico já tocava violão tenor e
guitarra elétrica no cassino Quitandinha em Petrópolis. As apresentações com guitarra se intensificaram a
partir do final da década de 50, nas boates da praia vermelha como a Casablanca. Um outro marco importante
do músico se apresentando com guitarra elétrica foi no Radamés Quinteto e Sexteto na década de 60. A
instrumentação desse grupo era formada por bateria, contrabaixo, piano, guitarra e acordeom, e os arranjos
eram todos escritos por Radamés. Verifica-se através de algumas gravações do Sexteto que a guitarra toca
linhas melódicas de grande complexidade, como também, faz os acompanhamentos rítmicos dos outros
solistas, bem diferente da guitarra do jazz da época. É possível afirmar que Zé Menezes, Luiz Bonfá e Bola
Sete foram os músicos desse período que mais atuaram com a guitarra elétrica.
Luiz Floriano Bonfá (1922-2001) foi outro músico do período que teve grande projeção internacional.
Distintantemente dos músicos citados especializou-se como violonista e teve um número substantivo de
gravações com guitarra elétrica no grupo de Ed Lincoln a partir da década de 50. Teve muito destaque como
compositor, sua música “Manhã de Carnaval” figurou na trilha do filme “Orfeu do Carnaval”, produzido em
1959, e obteve grande sucesso na época. Seu estilo no violão, principalmente em suas peças solo, se
caracterizou pela grande capacidade em condensar os vários elementos como melodia, baixo e ritmo das
músicas de uma maneira natural e fluída.
Como guitarrista foi, junto com Bola Sete, um inovador. Na década de 50, o instrumentista
improvisava novas melodias na guitarra com uma técnica bem peculiar baseada em sua maneira de tocar
violão, onde há a predominância de arpejos para a mão direita. No disco “Noite e dia” com Ed Lincoln, as
músicas sugerem que Bonfá possuía uma boa intimidade com o repertório jazzístico da época.
Djalma de Andrade (1923 -1987), conhecido como Bola Sete, foi entre os instrumentistas do período
que mais gravou e se apresentou com guitarra elétrica. Sua trajetória incluiu ampla experiência como músico
contratado da rádio Nacional, onde ao lado de Garoto e Zé Menezes, atuou na Orquestra Brasileira de
Radamés Gnattali.
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Em 1960 se mudou para os Estados Unidos, onde consolidou uma carreira artística de sucesso e
acompanhou músicos como Dizzy Gillespie e Vince Guardi. Participou, junto com Luiz Bonfá, do concerto da
Bossa Nova no Carnegie Hall no ano de 1962, evento importante que contribuiu para o reconhecimento
internacional da Bossa Nova.
Seu estilo pode ser considerado como uma fusão de elementos do samba e da bossa nova com o jazz.
(Rays, 2006). Tanto no violão como na guitarra, que foram os instrumentos com que o músico mais gravou e
se apresentou, podemos observar características marcantes dos gêneros mencionados. O músico, além de ter
sido o único entre os pioneiros que improvisava novas melodias na guitarra e no violão, possuía também uma
peculiar articulação de suas frases musicais que evidencia uma influência dos improvisos jazzísticos. Um
vídeo que mostra características marcantes do seu estilo, como sua improvisação e seu refinamento harmônico
e rítmico, pode der visto no You Tube quando o instrumentista toca a música “Tour de Force”.
Uma análise do estilo dos músicos descritos permite inferir que a trajetória da guitarra elétrica no
Brasil até a década de 60, e mesmo depois, foi executada por multinstrumentistas, e que existiu um
intercâmbio muito grande de técnicas de outros instrumentos de corda, principalmente o violão, com a guitarra
elétrica.
Houve um desenvolvimento relevante da forma de se harmonizar na guitarra ocasionado pelo fato dos
músicos pioneiros atuarem em diversas formações instrumentistas como orquestras, grupos regionais
instrumentais e no acompanhamento de cantores.
Sobre a educação musical dos instrumentistas, com exceção de Zé Menezes e Poly, todos os outros
músicos tiveram uma formação formal feita com professores particulares reconhecidos como Isaias Sávio, que
foi professor de Luiz Bonfá, ou na Escola Nacional de Música do Rio de Janeiro. Essa formação foi realizada
no violão, o que aumenta a influência desse instrumento na maneira de tocar guitarra elétrica nesse período.
Apesar da guitarra aparecer em algumas gravações esporádicas até o final da década de 40, é só a
partir da década de 50 que o instrumento se torna mais freqüente na discografia da música popular brasileira, o
que demonstra que o instrumento ainda estava numa fase de transição.
A consolidação da (s) guitarra (s) brasileira (s)
A partir dos anos 60, no campo das artes, o nacional popular e a herança modernista foram
reinterpretados sob uma ótica mais politizada. A construção da identidade nacional esteve afinada com o
projeto político de esquerda que concebia o povo brasileiro como possível agente de transformação.
Conceitos como povo brasileiro, progresso, influência e dominação estrangeira, resgate da música regional,
nacionalismo entre outros, serão reformulados em decorrência dos novos contextos políticos, sociais e
econômicos do Brasil. (Contier, 1998)
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Havia uma nova maneira de analisar a situação do país concebida por intelectuais da esquerda
brasileira, organizada e atuante através de órgãos como Instituto Superior de Estudos Brasileiros (ISEB),
Partido Comunista Brasileiro (PCB) e Centros Populares de Cultura da UNE (CPCs). Tais organizações
diagnosticavam uma crise estrutural no Brasil que tinha como algumas de suas causas a dependência
econômica ao capital norte-americano e a grande concentração de terras nas mãos de latifundiários. A
solução para tais problemas estava na revolução, que teria como ponto de partida as “reformas de base”
prometidas pelo governo João Goulart (1961-1964).
Alguns artistas e intelectuais influenciados pelo projeto da esquerda incorporariam consciente ou
inconscientemente em suas obras ideais tais como: anti-imperalismo, resgate das raízes regionais,
conscientização do povo brasileiro em prol da revolução, entre outros. Na música popular, principalmente
na canção de protesto, houve um movimento consciente do resgate das raízes folclóricas como um meio de
aproximação a uma concepção idealizada de povo.
No repertório da música instrumental brasileira verificou-se também uma maior presença de gêneros
regionais, com maior ênfase à música nordestina. É nesse contexto que surge o grupo Quarteto Novo com uma
proposta estética inovadora, cujo objetivo era criar uma linguagem de improvisação “brasileira” centrada nos
ritmos e nas melodias da cultura nordestina. A instrumentação do grupo também demonstrava uma proposta
voltada para as raízes regionais como a inclusão da viola caipira.
É possível que o maior representante da guitarra elétrica que atuou nesse panorama seja o músico
Heraldo do Monte. O instrumentista nasceu em Recife no ano de 1935, onde iniciou suas atividades
profissionais. Em 1956 mudou-se para São Paulo a pedido do pianista Walter Wanderlei, com quem tocou e
gravou alguns discos.
O estilo de Heraldo do Monte na guitarra elétrica incorporou elementos da música regional como a
articulação da linguagem dos pífanos, das bandas de frevo e os ponteados da viola nordestina. Da música
popular urbana foi influenciado pela harmonia da bossa nova, do samba e do jazz, com especial influência da
harmonia da guitarra jazz dos anos 50 e das longas linhas melódicas dos improvisos do guitarrista Tal Farlow.
O músico se projetou no meio artístico por dar um direcionamento estético a sua carreira para a construção de
uma “guitarra brasileira”. (Visconti, 2005)
Apesar de Heraldo tocar outros instrumentos como bandolim, violão, viola caipira e cavaquinho, foi
com a guitarra elétrica que o músico mais se apresentou e gravou. O instrumentista desenvolveu uma grande
capacidade harmônica evidenciada em suas introduções instrumentais como na música “Giselle”, do disco
“Zimbo”, com o grupo Zimbo Trio, e nas músicas “Pau de Arara” e “Bebê” do seu disco “Heraldo do Monte”,
pelo selo Som da Gente. Sua improvisação de novas melodias pode ser caracterizada por uma criatividade
melódica muito grande executada com uma articulação rítmica que se distancia da inflexão jazzística. O
instrumentista atua até hoje em shows de seus trabalhos autorais, sendo o último lançado no ano de 2005 com
o título “Guitarra Brasileira”.
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Outro músico contemporâneo de Heraldo do Monte e que criou também um estilo inovador na
guitarra elétrica foi Olmir Stocker, conhecido como Alemão. O músico nasceu em 1936 na cidade de Taquari
no Rio Grande do Sul, e se mudou para a capital paulista no final da década de 50 onde atuou em algumas
casas noturnas e gravou alguns discos com o quinteto de Breno Sauer.
A formação do estilo do músico teve uma peculiaridade importante, pois ao mesmo tempo em que
tocava música instrumental (música brasileira e jazz) na década de 60 em São Paulo, atuava com alguns
músicos da Jovem Guarda como Wanderléa e Erasmo Carlos. O instrumentista só começou a gravar seus
discos autorais na década de 80, pelo selo Som da Gente, onde fez questão de compor e tocar só gêneros
brasileiros.
Seu estilo na guitarra elétrica é fortemente baseado na música brasileira, com grande desenvolvimento
harmônico, influenciado pela guitarra jazz dos anos 50, e por alguns músicos “pioneiros” 9. Sua improvisação
é marcada por uma articulação rítmica muito variada e precisa. Possui um grande acervo de composições
próprias tanto com letra como instrumental.
Olmir Stocker domina outros instrumentos como violão, cavaquinho e viola caipira, mas seu
instrumento principal sempre foi a guitarra elétrica. Seu último disco autoral, e ainda não lançado, é
inteiramente dedicado à guitarra solo, instrumentação inédita na discografia da guitarra elétrica no Brasil.
Dez anos mais novo que Alemão, outro músico importante é Helio Delmiro de Souza. O
instrumentista nasceu no Rio de Janeiro no ano de 1947. Em sua carreira artística acompanhou vários cantores
como Elis Regina, Clara Nunes, Sarah Vaughan, Milton Nascimento entre outros, e também atuou na música
instrumental. Lançou seu primeiro disco autoral, intitulado “Emotiva”, em 1979.
O estilo do músico foi influenciado pela sua vivência no samba e no choro, sendo o violonista Baden
Powell e o guitarrista de jazz Wes Montgomery importantes referências no seu estilo.
Distintamente de Heraldo e Alemão, Delmiro se especializou tanto no violão como na guitarra
elétrica, adaptando algumas técnicas do violão para a guitarra como o uso dos dedos ao invés da palheta na
mão direita. Possui uma maneira muito peculiar de harmonizar na guitarra, tanto na montagem dos acordes
como na feitura de reharmonizações. Sua improvisação melódica possui uma proximidade com a inflexão
jazzística devido ao jeito que articula as notas ligadas. É o único guitarrista desse período que incorporou
linhas melódicas jazzísticas onde aparecem bastantes cromatismos, porém com uma acentuação adaptada à
música brasileira. O músico se apresenta em shows, sendo que seu último disco “Compassos” foi lançado no
ano de 2004.
O último músico que criou um estilo aprofundado na guitarra elétrica com forte influência do jazz e da
música brasileira foi Antônio Maurício Horta de Melo. Conhecido como Toninho Horta, o instrumentista
nasceu em Belo Horizonte no ano de 1948.
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O estilo dos músicos pioneiros está descrito no item anterior.
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O músico participou do Clube da Esquina como compositor e instrumentista, acompanhou vários
cantores e atuou na música instrumental. Sua discografia é a mais extensa entre os guitarristas mencionados, e
também como Hélio Delmiro, tocou com freqüência ao lado de músicos americanos.
O estilo de Toninho Horta na guitarra e no violão possui notável influência do jazz e da música
erudita, e eleva a harmonia para o primeiro plano. A maioria de seus acordes montados com 5 e 6 notas possui
uma influência pianística marcante, tanto na distribuição das notas, como na condução das vozes. O ritmo que
o instrumentista toca essas harmonias contribui para a sofisticação de seus acompanhamentos. Sua
improvisação melódica é caracterizada por frases curtas intercaladas com alguns acordes. O músico tem se
apresentado regularmente no Brasil e no exterior.
Algumas características pontuais podem ser apontadas nesse período da consolidação da guitarra
elétrica como um grande desenvolvimento do instrumento em seu espectro harmônico e a criação de algumas
linguagens originais para improvisar novas melodias no instrumento. O repertório para a guitarra elétrica com
certos idiomatismos foi ampliado e apesar de todos os instrumentistas tocarem violão também, a guitarra
elétrica se dissocia desse instrumento possuindo contornos bem específicos.
A universalização da guitarra no Brasil
A partir do final da década de 50, a guitarra elétrica aparece em uma outra vertente instrumental mais
associada ao rock. Um dos primeiros sucessos desse gênero foi no ano de 1957, quando o guitarrista Alberto
Borges de Barros (Betinho) gravou a música “Enrolando rock” que além de sucesso foi também trilha do
filme nacional “Absolutamente Certo”.
Alguns expoentes desse rock instrumental foram os grupos The Jordans e Jet Blacks10, que tinham
como inspiração os conjuntos americanos The Ventures, The Shadows, entre outros. Esses grupos possuíam
em sua instrumentação de duas a três guitarras e a sonoridade era, em sua maioria, feita de variações de
gêneros como Hully Gully, Twist e Surf Music.
Os estilos dos guitarristas Romeu Mantovani Sobrinho (Aladdim), do grupo The Jordans e José
Provetti (Gato), do grupo Jet Blacks era caracterizado por um timbre agudo da guitarra, e os solos, tocados
com alguns riffs construídos sobre a escala pentatônica. A harmonia era bem simples tanto na gama de
acordes tocados como nos ritmos usados.
Na década de 70 a guitarra elétrica foi incorporada à nova música popular brasileira, e um dos
primeiros guitarristas que se destacou nesse cenário foi Sérgio Dias, do grupo Mutantes. O músico e seu irmão
Cláudio Dias construíram e desenvolveram guitarras, pedais e amplificadores que contribuíram decisivamente
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Um panorama do rock instrumental no Brasil pode ser acessado no ensaio de João Paulo Mello no site
www.musicosdobrasil.com.br
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na identidade do som tocado por Sérgio. (Paiva, 2007) O estilo de sua guitarra elétrica reflete um refinamento
de alguns riffs influenciado por guitarristas estrangeiros como George Harrison, dos Beatles.
Outro guitarrista importante e que acompanhou vários músicos da Tropicália foi Lanny Gordin. O
músico iniciou sua trajetória atuando em casas noturnas na capital paulistana como a boate Stardust, que era
de propriedade de seu pai. Neste local se apresentava ao lado do músico Hermeto Paschoal tocando música
instrumental e acompanhando cantores. O estilo da guitarra elétrica de Lanny é inovador em contraste com
seus contemporâneos, pois soube incorporar influências como Jimi Hendrix com um refinamento harmônico
presente em alguns guitarristas e violonistas brasileiros desde a década de 30. O instrumentista ainda atua em
shows, e lançou no ano 2007 o disco “Lanny Duos” com vários artistas convidados.
O instrumentista Pepeu Gomes também construiu um estilo voltado para o rock com influência da
música brasileira, principalmente, do choro. Como integrante do grupo Novos Baianos, o músico se dedicou a
outros instrumentos de corda como bandolim, cavaquinho e violão. Seu estilo na guitarra elétrica verificado
em suas improvisações se caracteriza por adaptações de células rítmicas oriundas do choro, misturadas a
influência do timbre e linguagem estilística do guitarrista Jimi Hendrix. (Neto, 2006)
A partir do final da década de 70 o músico lançou alguns discos autorais. O instrumentista atua até os
dias de hoje, sendo que sua última produção foi o lançamento do DVD “De Espiríto em Paz”.
Com a entrada do rock no Brasil no final da década de 50, a guitarra elétrica adquiriu um novo
significado mais voltada para as improvisações melódicas (solos) em detrimento de um desenvolvimento
harmônico. Os guitarristas atuantes nesse gênero, com exceção de Pepeu Gomes, não tocavam outros
instrumentos de corda, o que permite inferir que a guitarra elétrica se afastou definitivamente do violão e
desses outros instrumentos.
Outra mudança importante foi um maior uso das guitarras de corpo sólido que se compatibilizou
melhor com as técnicas do rock, pois até o final da década de 60 predominava a utilização das guitarras
acústicas.
Atualidades
Nesses últimos tempos surgiram dois músicos que, além de se destacarem no cenário nacional e
internacional, aproximaram a guitarra do violão. O primeiro é o músico Romero Lubambo, que se mudou para
os Estados Unidos na década de 80. Seu estilo é baseado em uma técnica violonística com uma linguagem de
improvisação de forte influência jazzística e seus acompanhamentos demonstram um refinamento harmônico
com uma levada rítmica muito marcante, com destaque para gêneros como bossa nova, samba e baião.
O outro músico é Lula Galvão, que tem se apresentado com o instrumentista Guinga e a cantora Rosa
Passos. Sua improvisação melódica possui uma sofisticação da melodia muito aprofundada e sua articulação
rítmica se aproxima da inflexão jazzística. O músico também possui um refinamento harmônico muito grande,
e tem se apresentado regularmente pelo Brasil.
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Por fim, percebe-se que a guitarra elétrica ao longo de sua trajetória adquiriu vários significados e
muitos de seus executantes tentaram reinventá-la no sentido de imprimir uma identidade nacional ao
instrumento. O intercâmbio entre a guitarra elétrica e outros instrumentos de corda sempre resultou em estilos
dotados de grande originalidade.
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