especial arquitetura torre gastronomia

Transcrição

especial arquitetura torre gastronomia
UMA PUBLICAÇÃO GABRIEL BACELAR - ANO 05 - Nº 12
ESPECIAL
Ano França.Br 2009
ARQUITETURA
Arquitetos em evidência
em projetos diferenciados
TORRE
Eiffel, uma torre,
muitas histórias
GASTRONOMIA
com sotaque francês
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Sumário
Editorial
5
06 2009 - ANO FRANÇA-BRASIL
10 A CIDADE
14 DOCE VIDA
Renovar
é preciso
09
A
revista que o leitor tem em mãos é resultado de um processo de constante renovação que implementamos cotidianamente na Gabriel Bacelar
Construções. Como idealizadores da publicação, decidimos manter a linha editorial básica dos números anteriores, mas enriquecendo-a com
matérias sobre temas de maior complexidade e que, de um modo ou de outro, possuem
maior influência em nossas vidas. As mudanças do ponto de vista gráfico resultaram
em um projeto moderno e inovador no mercado editorial pernambucano. Essas são, em
linhas gerais, as características da nova Revista Gabriel Bacelar.
Dentro das matérias de maior profundidade e reflexão, trazemos um panorama do momento econômico vivido nos últimos meses. Essa realidade, embora venha assustando
o mundo todo, tem sido vista como um desafio para o Brasil e, especificamente em
Pernambuco, até estimula algumas expressões de otimismo.
Entramos em 2009 com uma novidade cultural que tomará conta de todo o país nos
próximos meses: o Ano da França no Brasil, ou simplesmente França.Br. Assim, fizemos
uma incursão pelo país de Victor Hugo e fomos buscar o que de mais interessante pode
ser desfrutado pelo leitor em termos de turismo, história, urbanismo, gastronomia,
música e artes.
O pré-projeto do estádio para a Cidade da Copa, o talento também sempre renovado
dos arquitetos pernambucanos, alguns detalhes sobre a revolucionária Harley-Davidson Night Rod Special e também sobre a fantástica lancha Intermariner Leonardo 98, a
campanha para a restauração do Hosptial Pedro II e um exclusivo artigo da economista
da FIEPE Mônica Mercês são outros dos destaques dessa edição.
Para tanto, procuramos contar algo sobre as possibilidades de viagem na região da Occitânia, pesquisamos as influências arquitetônicas dos conterrâneos de Louis Vauthier
no Recife, visitamos alguns dos melhores restaurantes da cidade com cozinha de linha
francesa e traçamos um perfil das atividades culturais que deverão ser contempladas
no Ano França.Br, tanto no Brasil como em Pernambuco.
Esperamos que as mudanças agradem, porque foram e vêm sendo implementadas
pensando em você. Portanto, uma boa leitura e um ano de 2009 com muita disposição
para continuarmos, todos nós, com a necessária e sempre bem-vinda renovação.
CONSELHO EDITORIAL
COORDENAÇÃO | bruno bacelar
MARKETING | kithyanne véras
COMERCIAL | bruno figueiredo
COMUNICAÇÃO | carla guerra
EXPEDIENTE
EDITOR | djalma nascimento jr.
REDAÇÃO | djalma nascimento jr, carla guerra e convidados.
DIREÇÃO DO PROJETO | carla guerra
FOTOGRAFIA | marcelo marona
PROJETO GRÁFICO | carlota comunicação
COORDENAÇÃO COMERCIAL | juliane oliveira
18 ARQUITETURA
Revista Gabriel BacelarAno 05 - Nº 12
GABRIEL BACELAR CONSTRUÇÕES
PRESIDENTE | gabriel Bacelar
DIRETOR COMERCIAL | durval Bacelar
DIRETOR TÉCNICO | bruno Bacelar
Rua Buenos Aires, 69 - Espinheiro CEP: 52.020-180
Recife-PE - Brasil | Fone: 81 3366.3000
E-mail: [email protected]
EDITORA
Rua Amélia 373, Galeria Graças Center
Salas 104 e 105
52020-150, Graças, Recife - PE
26 EMBARQUE
30 ARTE E CULTURA
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Nos empreendimentos da Gabriel Bacelar, apresentamos os nossos mais recentes lançamentos, o balanço das atividades da empresa em 2008 e expectativas para 2009,
além de um enfoque exclusivo sobre o uso da energia solar no Condomínio Jardins.
DIAGRAMAÇÃO | joão paulo ferreira
REVISÃO | djalma nascimento jr
22 AROMAS E SABORES
32 DECOR
40 TECNOLOGIA & SUSTENTABILIDADE
42 ARQUITETURA
46 PELO MUNDO
48 ECONOMIA
53 CORES E FORMAS
18
54 GABRIEL BACELAR
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AÇÃO DO BEM
56 AÇAO
58 COMPRAS
62 ENCONTRE
A Revista Gabriel Bacelar é propriedade da Construtora Gabriel Bacelar, editada pela
Carlota Comunicação, com distribuição dirigida. A publicação é aberta a colaboradores
e não se responsabiliza por conceitos emitidos em textos assinados, em respeito à liberdade de expressão e por qualquer conteúdo publicitário e comercial de terceiros.
Para anunciar | 81 3091.5068 | 81 8728.2132
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Ano 05 - Nº 12
48
64 CRONOGRAMA DE OBRAS
66 ECONOMIA
2009 - Ano França-Brasil
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Depois de Brésil,
O
Brésils, Franç a.Br 2009
ano da França no Brasil, celebrado em
2009, veio como uma simpática resposta do governo brasileiro à iniciativa
francesa intitulada “Brésil, Brésils”,
ocorrida em 2005. É a primeira vez que o Brasil homenageia formalmente um país por meio de uma extensa
programação, envolvendo atividades em todo o seu
território, principalmente eventos de caráter cultural e
científico.
Fotos: Divulgação
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Danilo Miranda, Presidente da Comissão
Nacional do Ano da França no Brasil
Apelidado simplesmente de França.Br 2009, o ano da
França no Brasil foi lançado oficialmente pelos presidentes Lula e Sarkozy em 22 de dezembro de 2008. Um dia
antes, na sala Vivo Rio, os dois se encontraram em um
evento com direito a show de Charles Aznavour e Gilberto
Gil, entre outros famosos da música francesa e brasileira.
A iniciativa da resposta brasileira, no entanto, já estava
selada desde 2005. Após o sucesso do ano do Brasil na
França, prestigiado por cerca de 15 milhões de pessoas,
Lula e Jaques Chirac firmaram, em 2006, um protocolo
de intenções para a reciprocidade do projeto.
De lá para cá, diversas medidas foram e ainda vêm sendo tomadas pelos dois países para o êxito da empreitada. Entre as principais, esteve a composição do Comitê
Misto de Organização e definição de uma destinação
mínima de recursos da ordem de R$ 6 milhões por parte
do Brasil e € 15 milhões por parte da França.
A liberação de mais verba por parte do Governo Brasileiro – a expectativa do ministro Juca Ferreira é que
esse montante chegue a R$ 20 milhões – e a definição
de datas e outros detalhes de grande parte dos eventos
programados são algumas das pendências ainda observadas.
A depender da vontade dos organizadores, no entanto,
a programação promete ser inesquecível. São cerca de
700 manifestações oferecidas ao público entre os dias
21 de abril e 15 de novembro. Assim, entre a data da
Inconfidência Mineira e a comemoração da Proclamação
da República, eventos históricos motivados por ideais
semelhantes aos da Revolução Francesa, o país de Robespierre invadirá novamente o Brasil, dessa vez para
ratificar a amizade e a afinidade em comum.
A programação do França.Br 2009 ocorrerá em eventos
novos e específicos e ainda naqueles que já integram o
calendário brasileiro, como a Feira Internacional do Livro
de Porto Alegre, a Festa Literária Internacional de Paraty,
a Virada Cultural e a São Paulo Fashion Week. As atividades dividem-se em três eixos temáticos. O primeiro
deles é chamado de a “França Hoje”, com sua criação
Ano 05 - Nº 12
artística, inovação tecnológica, pesquisa científica, debate de idéias e dinamismo econômico. O segundo é a
“França Diversa”, com sua diversificação em know-how,
variedade regional e multiplicidade de realidades sócioculturais. A “França Aberta”, por sua vez, abrangerá
temas relacionados às parcerias franco-brasileiras e à
globalização.
Dentro dos três eixos, estão previstas atrações itinerantes e grandes eventos populares nas principais cidades
brasileiras, envolvendo vídeo, fotografia, artes plásticas,
circo, teatro, música, cinema, filosofia, tecnologia, comunicações, design, economia, arquitetura, moda, meio
ambiente, etc.
“Nossas pretensões com o Ano da França são ambiciosas, não nos restringimos às ações aprovadas para
a programação oficial, queremos que a exposição da
França de hoje, moderna, criativa, extrapole a nossa governabilidade”, disse o Presidente da Comissão Nacional
do Ano da França no Brasil, Danilo Santos de Miranda.
No dia 21 de abril, a abertura oficial da programação
acontece com um espetáculo pirotécnico do Grupo F, na
Lagoa Rodrigo de Freitas, no Rio de Janeiro, e com a
Festa da Inconfidência Mineira, em Ouro Preto, que abriga este ano uma homenagem especial à França.
A partir de então os eventos se multiplicam de Norte
a Sul e de Leste a Oeste no Brasil. Em 23 de abril, o
Festival Amazonas de Ópera, em Manaus, tem programação específica em homenagem à França. Em Brasília,
a Orquestra Nacional de Champs-Elysées apresenta-se
no dia seguinte. Entre 25 e 26 do mesmo mês, em São
2009 - Ano França-Brasil
Paulo, acontece a já famosa Virada Cultural, que tem,
neste ano, a cultura francesa como tema principal. No
Rio de Janeiro, no dia 28, tem início a exposição do
escultor francês Jean Antoine Houdon.
Em agosto, uma escola temporária de artes franco-brasileiras ocorre em Porto Alegre e, no Nordeste, o espetáculo teatral de rua “Os Reis Nômades” se apresenta em
diversas cidades.
Em maio há dois destaques. Um deles, no dia 15, é a
abertura do Festival Mundial do Circo, em Belo Horizonte, que tem a França como convidada especial. O outro é
o Seminário Bilateral “30 anos de acordos de cooperação universitária franco-brasileira”, em Salvador, ainda
sem data definida.
O mês de setembro promete ser um dos mais agitados,
com a visita oficial do presidente Zarkozi ao Brasil no dia
07, quando desfila em Brasília um batalhão militar francês e a Patrouille de France. Ainda na capital, e também
no âmbito das comemorações da Independência Brasileira, prédios históricos da cidade serão iluminados pelo
artista argentino radicado na França Jorge Orta. Para
a festa está programado um grande show musical com
atrações francesas e brasileiras. No dia seguinte tem início a aguardada exposição de Matisse na Pinacoteca do
Estado de São Paulo.
Em junho, o França.Br 2009 traz a São Paulo, Rio de
Janeiro, São Luis e Brasília a Station Brésil, uma série de
shows de música popular com artistas franceses e brasileiros. Ainda este mês, a São Paulo Fahion Week faz
a homenagem especial “Paixão Francesa”. No mês de
julho a França é a convidada especial na Festa Internacional do Livro de Paraty e o Rio Janeiro recebe a reunião
da rede mundial dos Institutos Pasteur. No dia 14, data
nacional francesa, diversas cidades do país promovem
comemorações e homenagens.
Em outubro, a França será a convidada especial da Feira
do Livro em Porto Alegre. Em São Paulo, ocorre o Fórum
Franco-Brasileiro de Formação de Engenheiros e o SESC
Pinheiros expõe 130 das mais famosas obras fotográficas de Henri Cartier-Bresson.
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No dia 13 de novembro, em Salvador, uma edição especial do festival francês “Musiques Métisses” inaugura
o Centro de Música Negra da cidade. O encerramento do
França.Br 2008 acontece no dia 15 de novembro, com
show musical em São Paulo.
Estes, é claro, são apenas alguns dos pontos altos citados pelos organizadores do ano da França no Brasil.
Afinal, estão previstas mais de 100 palestras, colóquios
e debates universitários e científicos, além da participação da França em cerca de 60 feiras e ações comerciais e econômicas, 160 exposições de artes plásticas,
arquitetura, fotografia, expressões urbanas, 100 shows
e concertos musicais, 80 espetáculos de dança, circo e
teatro, 60 mostras de cinema e projetos audiovisuais e
40 eventos literários. Caso tudo ocorra como o previsto,
portanto, o Brasil e o brasileiro, tão influenciados pela
cultura e ciência francesas, poderão em 2009 conhecer
e curtir ainda mais o que tem de melhor o país de Victor
Hugo, Matisse, Sartre, Truffaut, Pascal e Vauthier.
França.Br 2009 terá
E
múltiplas expressões no Recife
mbora ainda sem a maior parte dos detalhes acertados, como datas e
locais exatos, o Recife e sua Região Metropolitana deverão receber, no
contexto das atividades do Ano França.Br 2009, diversas atrações nos
campos do teatro, dança, música e literatura. O Ano França-Brasil começa oficialmente em 21 de abril e se encerra em 15 de novembro. No primeiro e segundo
meses de festejos e homenagens, Recife e outras cidades do Nordeste conhecerão um
espetáculo de capoeira que pretende unir as características francesas na centenária
expressão cultural brasileira de tradição africana.
Em junho, num projeto de intercâmbio cultural entre o país occitano e a cultura nordestina, além de espetáculos de dança, música, conferências e exposições fotográficas, o
cantor e compositor Silvério Pessoa participará uma série de shows em diversas cidades
do Nordeste, inclusive no Recife. Silvério, que tem tatuada a bandeira da Occitania no
braço, possui profundas ligações com a cultura do Sul e do Sudeste da França.
Outro artista pernambucano apaixonado pela França, Lenine também participará, nas
atividades do França.Br no Recife e em São Paulo, de um concerto com a Orchestre
National d’Ile de France, que reunirá 100 coristas franceses.
Fotos: Divulgação
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A partir de maio, mas ainda sem data definida, o compositor e pianista parisiense Michel Legrand deverá aportar no Recife, em turnê que inclui diversas cidades brasileiras,
algumas das quais se apresentando com a badalada harpista Catherine Michel e com
a cantora paulistana Patty Ascher.
Em se tratando de música no França.Br em Recife, também vale mencionar a possibilidade da capital pernambucana estar ente as 40 cidades brasileiras que integrarão o
projeto Eu Faço Cultura, que em 2009 terá como tema o país de Charles Aznavour. Na
Ano 05 - Nº 12
edição deste ano do Festival Coquetel Molotov, cantores e bandas de rock francesas,
ainda não definidas, serão convidados especiais.
Em termos de artes cênicas, uma Caravana de Teatro de Rua, com curadoria do Festival
Aurillac, um dos mais famosos do gênero na França, além do palco Giratório, com
montagens francesas em colaboração com companhias brasileiras, deverão passar pelo
Recife nas comemorações do França.Br 2009.
Já nos espetáculos de dança, Recife e Olinda recebem o projeto Circuito Cena Movimento, com ênfase, em 2009, na colaboração de cinco grupos franceses. O evento,
direcionado a estudantes, professores, profissionais da área e interessados em geral,
envolve oficinas, laboratórios de criação, palestras, mostras e co-produção de obras
coreográficas. O Palco Giratório e o Circuito Brasileiro de Festivais de Dança são outras
atrações do gênero no Ano França.Br que ocorrerão em diversas cidades brasileiras e
que poderão ter apresentações no Recife.
No campo da literatura, acontecerá no Recife, também sem data e local definidos, uma
exposição multimídia interativa intitulada “Meu Romance Francês em Recife”, que
terá como tema a literatura francesa contemporânea. Para o assunto, aliás, a Bienal
Internacional do Livro de Recife promete toda uma programação especial.
Para os aficionados em design e artes plásticas em geral, o Recife também deverá receber em 2009 uma exposição sobre a história da gravura francesa moderna de 1950
a 1980, que virá diretamente da coleção do Museu de Estampas de Gravelines. Já para
os arquitetos, programa imperdível na cidade será a mostra sobre a vida e a obra do
engenheiro francês Louis Vauthier, mais conhecido por aqui por ter sido o responsável
pelo projeto do Teatro Santa Isabel.
A Cidade
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Fotos: Marcelo Marona / Imip: Divulgação
P
ouca gente é capaz de imaginar como
a influência francesa está presente na
arquitetura e no urbanismo do Recife.
No entanto, basta caminhar por ruas e
avenidas de bairros como Boa Vista, Santo Antônio e
São José com o olhar dirigido ao que há de mais elegante. O observador atento e bem informado poderá
então compreender a força da inspiração que a Cidade
Luz causou em importantes personagens da construção
civil da capital pernambucana.
então nunca vistas. Embora mais aplicado em edifícios
posteriormente descaracterizados ou que já não existem mais, como é o caso do prédio da Rádio Jornal do
Comércio e do Cine Rivoli, é ainda possível observar
intactas algumas das manifestações mais importantes
do art déco no Recife. Um exemplo é o da Capela de
Nossa Senhora de Fátima, construída em 1935, na
Boa Vista, e projetada pelo arquiteto francês George
Mounier, que foi um dos fundadores do curso de arquitetura na Escola de Belas-Artes de Pernambuco.
Francisco do Rego Barros foi um dos primeiros e decisivos elos entre a França e o Recife. Com apenas 35
anos de idade, o bacharel em Matemática pela Universidade de Paris e futuro Conde da Boa Vista fora designado presidente da província de Pernambuco, cargo
que ocupou entre 1837 e 1844. Nesse período, além
de estimular as artes e as ciências, trouxe renomados
engenheiros franceses e implementou reformas urbanas que deram um novo ar de elegância e organização
à cidade.
O modernismo não precisou do art déco para prosseguir adiante. Ainda na década de 30 do século passado, o arquiteto Luiz Nunes, que havia estudado com Le
Corbusier na Escola Nacional de Belas-Artes do Rio de
Janeiro, criou, no Setor de Obras Públicas do Estado
de Pernambuco, a Diretoria de Arquitetura e Urbanismo. Na equipe, estavam, entre outros, o engenheiro
calculista Joaquim Cardozo, o paisagista Burle Marx
e o arquiteto Hélio Feijó. Sob a influência corbusiana,
estes mestres projetaram edifícios como a Escola Rural
Alberto Torres, residenciais do IPSEP e o Pavilhão de
Verificação de Óbitos da antiga Escola de Medicina,
onde hoje funciona a sede local do Instituto dos Arquitetos do Brasil.
Nessa nova organização do Recife concebida por Francisco do Rego Barros estavam, por exemplo, o aterro
da Boa Vista, a ponte pênsil de Caxangá, a definição do sistema de abastecimento de água encanada,
o alargamento e a numeração de ruas e avenidas, a
ampliação e arborização do passeio público e o planejamento da iluminação a gás em substituição às
lâmpadas a óleo. O Teatro Santa Isabel, cujas obras,
projetadas pelo engenheiro francês Louis Lèger Vauthier, estavam concluídas em 1850, foi considerado
o mais importante exemplar até então edificado do
classicismo imperial brasileiro.
“Foi Francisco do Rego Barros quem trouxe a modernidade ao Recife, quem imprimiu essa cara de metrópole
à cidade, uma cidade moderna, culta, de homens de
letras, de uma Universidade de Direito. Esse refinamento todo que o Recife tem, tudo isso é baseado no
que havia então na França, mais precisamente em
Paris”, afirma o arqueólogo e consultor Paulo Tadeu
Albuquerque.
Séculos de Paris
Também no contexto do classicismo imperial foi construído, em 1860, o Hospital Pedro II, a partir de projeto
do engenheiro pernambucano Mamede Ferreira. Também com formação parisiense, Mamede Ferreira trouxe
importantes inovações numa época em que a capital
francesa servia de modelo para qualquer cidade do
mundo que ansiasse pela civilização e pelo progresso
então propalado pelo positivista Augusto Comte. Louis
Vauthier e Mamede Ferreira, portanto, estão no marco
inicial da presença francesa na arquitetura e no urbanismo do Recife. Vauthier foi engenheiro e chefe das
Obras Públicas da província de Pernambuco no governo de Rego Barros. São de sua autoria, ainda, os projetos da ponte Santa Isabel sobre o Rio Capibaribe - a
primeira com estrutura de ferro da cidade, inaugurada
apenas em 1863 - e o da residência do Conde da Boa
Visa, na Rua da Aurora, onde funciona a chefatura da
Polícia Civil de Pernambuco. Ferreira, por sua vez, foi
diretor da Repartição de Obras Públicas entre 1850 e
1856 e o projetista da Casa de Detenção – hoje Casa
da Cultura, cujas obras foram concluídas em 1867, e
do Ginásio Pernambucano, construído no ano seguinte,
no Recife
entre outras edificações que tanto remetem a Paris do
século 19.
A Praça da República foi a primeira área verde com
algum planejamento no Brasil, tendo em vista que em
suas terras esteve o Parque de Nassau, com exemplares exóticos da fauna e da flora, ainda no século 17.
Já no século 19, recebeu as proporções que hoje se
delineiam, a partir de projeto, de 1860, do naturalista
francês William Martineau, o mesmo que faria alguns
anos depois o jardim do Palácio do Campo das Princesas. Remodelada por Burle Marx em 1936 e tendo sido
reformada novamente em duas outras ocasiões, ainda
possui as luminárias de origem francesa e as estátuas
de nove divindades ao redor de um lago. Em frente
ao Teatro Santa Isabel, a Praça abriga também uma
estátua em homenagem a Louis Vauthier idealizada
por Abelardo da Hora.
No antigo Largo da Ribeira do Peixe foi inaugurado, em
1875, o Mercado São José, projetado pelo engenheiro
francês Louis Lieuthier. Trata-se do primeiro exemplar
brasileiro de mercado pré-fabricado em ferro importado da França. Foi inspirado no Grenelle de Paris, e
hoje, mesmo modificado por duas reformas, ainda tem
preservada a estrutura metálica.
A arquitetura do ferro no Brasil e no Recife foi impulsionada pelos altos investimentos das siderúrgicas inglesas, belgas e francesas. Além dos grandes edifícios,
como os mercados e estações ferroviárias, difundiu-se
também no mobiliário urbano ao levar mais graça aos
logradouros com bancos, postes, luminárias, bebedouros, relógios e esculturas. A respeito dessas, afirma-se
que o Recife é a segunda cidade brasileira com o maior
número de esculturas de ferro trazidas das fundições
de Val-D’Osne, na França, atrás apenas do Rio de
Janeiro. Entre as peças já identificadas há o leão do
Sport Clube, as nove deidades da Praça da República,
o Cristo da Capela do Cemitério de Santo Amaro. O
Museu do Estado de Pernambuco possui uma cópia do
catálogo dessas obras, editado pela Societé Anonyme
des Hautes-Fourneaux & Fonderies du Val-D’Osne,
com seus respectivos nomes e autores. No momento
Ano 05 - Nº 12
em que o Recife acolhia as primeiras manifestações
do ecletismo, o francesismo e sua art nouveau imperavam no gosto da cidade. O Palácio Garnier, edifício
da Ópera de Paris, inaugurado em 1875 para agradar
a Napoleão III, trazia uma linguagem múltipla, inédita e forte o suficiente para, aos poucos, suplantar
o império do classicismo em todo o mundo.No Recife,
um dos mais belos exemplares do momento eclético é
o prédio da Faculdade de Direito, projetado pelo arquiteto francês Gustave Varin e construído entre 1889
e 1912. Nas fachadas, o classicismo se funde com a
arquitetura do ferro. Três estátuas de figuras femininas
esculpidas pelo francês Charles Perrou simbolizam o
Direito, a Ciência e o Gênio.
O art déco, estilo lançado na Exposição de Artes Decorativas de Paris em 1925 chegou ao Recife abrindo
alas para o modernismo. Nos anos 30, os ornatos tradicionais em belas-artes passam a ser suavizados por
padrões geométricos mais simples. O concreto armado
caiu no gosto dos engenheiros e arquitetos locais e
a cidade começou a se deparar com edificações até
A influência francesa do suíço Le Corbusier no modernismo recifense se fez presente ainda nas décadas seguintes em edificações de uso residencial, de serviços
ou mistos. São exemplos o edifício Walfrido Antunes,
projetado por Waldecy Pinto e concluído em 1956, na
rua Gervásio Pires, e a Secretaria da Fazenda, na Praça
da República, concebido em 1939 por Fernando Saturnino de Brito e construído nos anos 50. Depois da II
Guerra Mundial, a presença francesa na arquitetura e
no urbanismo do Recife diminuiu bastante em relação
ao que se verificava desde o Império nas ruas, nos
passeios públicos e nas edificações. Sendo o Recife de
hoje, no entanto, resultado de uma sucessão de estilos
períodos arquitetônicos, muitos das quais inspirados
em escolas parisienses, é natural que preserve, mesmo
que discretamente, algum charme da belle époque.
Doce Vida
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Intermarine Leonar do 98 leva
C
Foto: Divulgação
om uma linha de 16 modelos de embarcações, o estaleiro paulistano
Intermarine, referência em acabamento, performance e design, surpreendeu recentemente o mercado náutico brasileiro ao lançar a lancha cabinada Leonardo 98. O projeto, da italiana Azimut Yachts, foi inspirado
em ninguém menos que o gênio renascentista Leonardo Da Vinci.
Com 98 pés (30,15 metros), a Leonardo 98 possui três espaços principais: o flybridge,
o deck principal e o deck inferior. O encanto começa pelo primeiro: além do painel de
comando, há amplos ambientes com poltronas, cadeiras mesa, pia, geladeira, grill
estilo e sofisticação ao mar
elétrico e um solário com long chaises e banheira de hidromassagem. Na proa, o visual
pode ser observado a partir de um dos lugares no sofá, sentado à mesa em teka para
refeições ou ainda em um outro solário quase ao nível da água.
Logo abaixo, no deck principal, um longo e espaçoso salão com poltronas, sofás, móveis e mesa de centro possui um american bar em uma de suas extremidades. Na outra
ponta, a sala de jantar e, contígua a esta, uma praça de popa, com sofá reversível que
pode ser transformado em solário. Para o conforto do navegante, o cockpit, isolado dos
demais ambientes, conta com teto solar elétrico.
No deck inferior, ocupando parte da popa, a cozinha possui fogão de seis bocas, forno
elétrico, bancada de trabalho, duas cubas, geladeira e mesa para lanches rápidos,
além de outro bar. Ao lado deste, estão as entradas para as duas cabines e o banheiro
reservados à tripulação. Nos ambientes íntimos, são quatro suítes (sendo uma máster,
com closet), todas com banheiro privativo.
O piso das suítes é de carpete e todo o restante é feito em teka, o que proporciona aos que
estão a bordo uma agradável sensação de andar por uma casa de praia. Ao todo, a lancha
acomoda até 32 pessoas em passeios e oito em pernoite, além de três marinheiros.
Ano 05 - Nº 12
A Leonardo 98 pesa 92 toneladas e possui calado de 1,96 metro. Seus dois motores
Mercedes-Benz MTU 16V de 2.000 HP podem fazer a lancha chegar a uma velocidade
máxima de 37 milhas por hora.
Com mais de 5 mil embarcações já fabricadas em modelos que vão de 38 a 98 pés,
a Intermarine possui suas instalações, em Osasco, São Paulo, em uma área de mais
de 50 mil m².
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Doce Vida
Harley-Davidson
Night Rod Special 2009
Q
Foto: Divulgação
uando, no começo do século passado, os colegas de universidade Arthur
Davidson e William Harley decidiram colocar motores em suas bicicletas
nascia um dos mais importantes símbolos do sonho americano. A motocicleta Harley-Davidson, que se tornou o objeto de desejo predileto de
jovens de espírito de todo o mundo, se superou com o modelo Night Rod
Special, lançado no Brasil há três anos e que permanece no catálogo de 2009.
A Night Rod integra a linha das V-Rod, as primeiras da Harley-Davidson que, por suas
características técnicas, divergem em tudo o que se conhece de tradicional na linhagem
das custom. Para desenvolver o motor com refrigeração a água das V-Rod, a HarleyDavidson estabeleceu uma parceria com a Porsche. No caso da Night Rod, o resultado foi
1250 cc com injeção eletrônica de combustível, com o que se pode chegar de 0 a 100 km
em apenas 3,5 segundos.
O câmbio tem cinco velocidades e a transmissão é feita por correia dentada. Os freios
dianteiros Brembo usam discos duplos de 300 mm de diâmetro e a suspensão tem cursos
de 101,6 mm na frente e 74 mm atrás, com possibilidade de ajustes conforme o gosto
do piloto.
Na versão de 2009 são três as opções de decoração. A cor predominante é o preto, mesmo
em elementos tradicionalmente cromados nas Harley-Davidson, como o quadro, suspensão, rodas de liga, setas de direção e proteção do motor. Assim, há versões da pintura
fosca ou brilhante, com detalhes em laranja e cinza metalizado.
O estilo agressivo e robusto e o design futurístico da Harley-Davidson Nigth Rod Special
fazem lembrar as máquinas de corridas drag. Não se trata, definitivamente, de uma moto
para o dia-a-dia urbano. Se o condutor pretende usá-la para ir ao trabalho diariamente
ou levar a namorada em longos passeios na garupa, melhor pensar em outra opção.
Agora, se a idéia é dar uma volta por ai, sem muito compromisso e destino, a Night Rod
Special será uma parceira perfeita.
Arquitetura
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Eiffel, uma torre,
E
muitas histórias
m 1889 a humanidade comemorava o primeiro centenário da
Revolução Francesa. Em Paris, governo francês lançara, três anos
antes, um concurso de design arquitetônico para um monumento que seria erguido no Champ de Mars para uma exposição
mundial do Bureau International des Expositions. O evento e a obra serviriam
para lembrar e celebrar a importância
da data. Mais de cem propostas foram
apresentadas, saindo vencedor o engenheiro Alexandre Gustave Eiffel, com
um projeto que marcaria para sempre
o imaginário romântico de dezenas de
gerações.
Nascido em Dijon, em 1832, Gustave
Eiffel não era, à época do concurso para
o projeto do centenário da Revolução
Francesa, um completo desconhecido
do governo de seu país. Em 1886,
quando do lançamento da competição
que resultaria na construção da torre,
os Estados Unidos comemoravam o
aniversário de sua independência com
a inauguração de um presente dado
pela França: a Estátua da Liberdade,
cuja estrutura metálica interna foi planejada por ninguém menos que Eiffel.
Fotos: Divulgação
18
Eiffel formou-se em Engenharia Química pela Escola Central de Artes e
Manufaturas de Paris em 1855, aos
23 anos. Logo no início da carreira,
conheceu Charles Nepveu, empresário e
especialista em construções metálicas.
Nesse ramo, Eiffel se envolveu de forma apaixonada, executando seus mais
conhecidos trabalhos. Entre as obras
das quais participou, além da Estátua
da Liberdade e da Torre em Paris, podem ser listados o Viaduto Garabit - sobre o rio Truyère, no sul da França, o
domo do Observatório de Nice e as pontes D. Maria Pia - na cidade do Porto, e
Triana - em Sevilha, Espanha.
As obras da Torre Eiffel foram executadas entre 1887 e 1889. Em 31 de março
Ano 05 - Nº 12
do ano do centenário da Revolução Francesa, foi formalmente inaugurada,
tendo sido aberta ao público em 16 de maio. Inicialmente com 317 metros e
7,3 mil toneladas, foi considerada a obra de engenharia mais alta do mundo
até o ano de 1930, quando ficou pronto o edifício da Chrysler, em New York.
Nos trabalhos da construção, cerca de
200 trabalhadores juntaram as 18.038
peças metálicas que formam a Torre.
Uma sólida fundação em ferro e concreto dá sustentação a cada um dos
quatro apoios de 30 metros que formam
a base. Estes, por sua vez, descansam
em oito gatos hidráulicos, o que equivale dizer que há, no total, 32 pés para
o suporte da gigantesca estrutura. Feita
para oscilar até 13 cm pela ação dos
ventos, o monumento chega a crescer
em 15 centímetros nos dias mais quentes devido à expansão do metal.
Em reconhecimento às contribuições feitas ao trabalho de Gustave Eiffel, há, na
Torre, a gravação do nome de setenta
e dois engenheiros, calculistas e outras
pessoas importantes para as obras.
Segundo a Société Nouvelle
d’exploitation de la Tour Eiffel, em 2009
a Torre ganhará uma expansão da área
acessível ao público em sua plataforma panorâmica do último pavimento,
que passará de 280 para 580 metros
quadrados. A estrutura em kevlar tem a
assinatura do arquiteto David Serero.
Devido às antenas adicionadas posteriormente, a Torre Eiffel mede, hoje,
324 metros. Pelo fato de possuir, atualmente, museu, lojas e o simpático restaurante Jules Verne acoplados nos
três andares de sua estrutura, calcula-se que pese cerca de 10 mil toneladas.
O primeiro piso fica a 57 metros de altura e pode abrigar 3 mil pessoas ao
mesmo tempo. O segundo pavimento, com capacidade para 1,6 mil adultos,
está a 115 metros acima do solo. O terceiro está a 276 metros e suporta até
Arquitetura
20
Portfólio GB 21
Saint Lucia tem a
tranquilidade como vizinha
A
rua Barão de Itamaracá, no Espinheiro, nem parece tranqüila. Afinal,
bem perto dela há um supermercado,
galerias, restaurantes, academias,
bancos, farmácias, panificadoras e clínicas. O
sossego, no entanto, é marca registrada do lugar,
um dos mais arborizados logradouros da cidade. É
precisamente nesse contexto que a Gabriel Bacelar
Construções está lançando o Edifício Saint Lúcia.
400 indivíduos. É alentador ao visitante saber que há
elevadores para as plataformas.
Há várias curiosidades sobre o monumento, contadas e
repetidas milhares de vezes todos os dias aos aproximadamente 7 milhões de turistas que vão anualmente
a Paris e aproveitam para visitar a Torre. Dizem, por
exemplo, que o contrato de 20 anos para o terreno da
Exposição do Centenário da Revolução Francesa havia
expirado em 1909, quando o monumento foi salvo ao
ter seu valor como antena de transmissão reconhecido.
Com 21 pavimentos, sendo 19 tipo, o Saint Lúcia
terá dois apartamentos por andar. Entre algumas
características do projeto estão dois elevadores de
última geração, central de gás, local para gerador,
guarita de segurança, portões eletrônicos e duas vagas de estacionamento por unidade. A infra-estrutura de lazer contará com piscina adulto e infantil com
deck Solarium, salão de festas com bar, banheiros
masculino e feminino, playground, mini-campo e
jardins com paisagismo.
Outra diz que Gustave Eiffel apresentara o projeto da
torre, inicialmente, à Câmara de Barcelona, para a Exposição Universal de 1888. A proposta teria sido recusada devido ao custo e ao fato de ser exótica demais
para a cidade que já se tornava imortalizada na obra
de Antoni Gaudi.
No apartamento de 104,99 m² estarão três quartos, sendo uma suíte, banheiro social, sala em L
para três ambientes, varanda, copa e cozinha, área
de serviço e dependência completa de serviço.
Cenário para dezenas de filmes de amor, suicídios de
verdade, testes de pára-quedistas neófitos e escaladas
de montanhistas, entre outras aventuras, a Torre Eiffel
simboliza o romantismo da humanidade, da paixão pela
vida, pela viagem e pelo próprio mundo.
Para conhecer mais, acesse o site www.tour-eiffel.fr.
Imagem: Gabriel Bacelar
Fotos: Divulgação
Uma das mais hilárias de suas histórias fala de um certo
“conde” Victor Lustig, um charmoso vigarista austrohúngaro que, em 1925, dera o golpe de sua vida ao
“vender” o monumento a um próspero porém ingênuo
negociante de ferro-velho.
“O Saint Lucia foi planejado para levar o padrão
GB a um empreendimento com características universalmente aceitas e consagradas pelo mercado.
Na área de lazer teremos diversos atrativos para as
crianças, o número de apartamentos propiciará um
valor econômico para as despesas de condomínio e
a distribuição dos ambientes em cada unidade alia
espaço e versatilidade”, diz o diretor comercial da
Construtora, Durval Bacelar.
www.gabrielbacelar.com.br
Ano 05 - Nº 12
Aromas e Sabores
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novidade no Wiella Bistrô
I
naugurado em 2003, o Wiella Bistrô é hoje
um dos mais completos restaurantes do Recife
cuja cozinha passeia entre o internacional
contemporâneo e a gastronomia francesa.
Dentro dessa perspectiva, o chef da casa, Claudemir
Barros, apresenta com exclusividade para a Revista
Gabriel Bacelar o mais novo prato do cardápio:
Codorna recheada com pão de especiarias sobre
massa folheada e molho Porto.
O cardápio, recentemente reformulado, vem com mais
de 35 pratos, divididos entre entradas e aperitivos,
menu degustação, especiais light (saladas), massas
e risotos, peixes e crustáceos, carnes e aves e
sugestões do chef para o dia. Em termos de vinhos,
o Wiella conta com uma das mais bem selecionadas
adegas climatizadas da cidade, com 230 rótulos das
mais renomadas regiões produtoras do mundo.
Com três amplos ambientes e capacidade total
para 140 pessoas, a casa é gerenciada pelo
experiente sommelier Otoniel Abílio da Costa, que
atua há décadas no ramo e já teve o privilégio de
trabalhar com personagens históricos do mundo da
gastronomia. Assim, enquanto esteve na França,
pôde conviver com ninguém menos que Paul Bocuse,
o papa da nouvelle cuisine. No eixo Rio-São Paulo,
atuou em lugares como o Hotel Le Meridien e os
restaurantes Emiliano e Laurent, do badalado chef
Laurent Saudeau. “Faço isso há mais de 40 anos e
começo cada dia como se fosse o primeiro dia”, diz
o sommelier.
No Wiella, o chef Claudemir Barros também tem sua
história. Já trabalhou em importantes restaurantes
do Recife, como o Mingus. Em São Paulo, atuou no
Emiliano e no DOM, neste último com Alex Atala,
com quem cultivou a habilidade e o talento para a
sofisticada gastronomia francesa.
No preparo da Codorna recheada com pão de
especiarias sobre massa folheada e molho Porto,
Claudemir Barros conta que os ossos são retirados
antes de ir ao forno, num processo quase cirúrgico.
Em seguida, a ave é temperada com sal e pimenta
e recheada com o pão de especiarias, feito na
própria casa. A massa folheada é assada na hora,
imediatamente antes de compor o prato que vai à
mesa. O molho é feito com redução de demi-glacê
e vinho do Porto.
“É um prato que pode ser pedido no almoço ou à
noite. No jantar, certamente agradará, devido ao
sabor acentuado, muito embora seja leve e bem
clássico”, explica do chef Claudemir Barros.
Uma boa entrada para a codorna do Wiella, segundo
Otoniel da Costa, é o Petit medalhão de haddock com
julienne (tiras finas) de palmito fresco e creme de
parmesão. Para acompanhar, o sommelier sugere um
malbec, um cabernet ou, para quem espera por mais
suavidade, um pinot noir, como o francês Château
Dracy. Na sobremesa, a dica vai para a Pera cozida
ao vinho branco com sorvete de graviola e coulis de
laranja e mel.
O Wiella Bistrô fica no Shopping da Decoração, na
Avenida Domingos Ferreira, em Boa Viagem. Abre
de terça a sábado, das 12h às 24h e, aos domingos,
das 12 às 17h. O telefone para reservas é 81
3463.3108.
Confit de Carnard: símbolo da
gastronomia francesa no Ponte Nova
O
pato é um dos maiores símbolos da
gastronomia francesa e, como em
várias capitais do mundo, está presente em diversos restaurantes que
usam a cozinha internacional. No Ponte Nova, contudo, sob os cuidados do badalado chef Joca Pontes,
a ave ganha ares ainda mais afrancesados.
Joca Pontes é formado em gastronomia pela Escola
Superior de Cozinha Francesa – Ferrandi, de Paris.
Em 2008, foi novamente eleito o melhor chef da cidade pelo júri da revista Veja Recife. No Ponte Nova,
restaurante que fundou em julho de 2004 no prédio
da academia R2, em Boa Viagem, um dos principais
pratos de sua autoria é o Confit de Carnard, ou simplesmente Pato Confitado.
O prato é feito com a entrecoxa e a coxa do pato
confitado, isto é, cozido em longo tempo, em baixa temperatura, em gordura de porco. No caso do
preparo no Ponte Nova, a ave é temperada com um
dia de antecedência, recebendo ervas, sal e toques
de mostarda e vinho. Antes de ir à mesa, é assada
rapidamente e imersa na banha suína, onde permanecerá, entre 90 e 100 graus, por um período que
varia entre 2h30 a 3h. Em seguida, é novamente
grelhada, momento em que recebe pinceladas de
uma infusão de gengibre no caramelo. A iguaria vem
acompanhada com purê de batata doce ao forno,
com azeite, leve toque de pesto de tomates secos e
lâminas crocantes de macaxeira. “Esse prato é a cara
da França”, resume Joca Pontes.
O pesto, que no pato confitado do Ponte Nova vai
misturado ao purê de batata doce, é feito com toma-
Ano 05 - Nº 12
te seco processado com queijo Grana Padano, azeite,
azeitonas roxas, alho e manjericão fresco. “Quando
chega à mesa, o cliente às vezes pensa que é um
purê de jerimum”, comenta o chef.
O Confit de Carnard é uma boa pedida para a noite. Como entrada, Joca Pontes sugere o Mix Diverte
Boca, feito com três mini-entradas, sempre variáveis,
em um único prato. Para acompanhar, o chef propõe
o tinto Côtes du Rhône Parallele 45, tido como uma
boa relação custo-benefício e bastante apreciado na
França. Para a sobremesa, capuccino de frutas vermelhas, com morangos frescos, amoras, framboesas,
sorvete de baunilha e creme mascarpone coberto
com crumble.
A cozinha do Ponte Nova pode ser classificada como
de linha contemporânea internacional com fortes
influências francesas e toques regionais. Possui um
cardápio enxuto, mas completo. Há duas massas e
outros 10 pratos com opções entre peixes, camarões,
bacalhau, filé mignon, cordeiro, além do pato. “Sou
inimigo do cardápio extenso, que normalmente é repetitivo ou peca pela qualidade no preparo”, explica
Joca Pontes.
O ambiente do Ponte Nova, com capacidade para 52
pessoas confortavelmente acomodadas, é moderno e
arejado, com espelhos, vasos com plantas naturais
e uma grande foto da Ponte Duarte Coelho em suas
feições antigas. O restaurante abre para o almoço
de segunda a sexta, das 12h às 15h. Para o jantar,
funciona a partir das 19h30, de segunda a sábado.
O telefone para reservas é 81. 3327 7226.
Foto: Marcelo Marona
Codorna recheada é
Foto: Marcelo Marona
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Aromas e Sabores
Portfólio GB 25
Qualidade e praticidade
Restaurante Couvert investe em qualidade
gastronômica e preço acessível
Seguindo uma gastronomia basicamente francesa,
com toques de cozinha regional, o Couvert tem em seu
cardápio mais de 30 pratos, entre entradas, peixes,
aves, carnes, risotos, massas e camarões. Na unidade
da Ilha do Leite, especificamente, por atender também
à clientela do Mercure Apartments, há ainda opções
em sopas e cremes para o jantar, além de diversos
petiscos.
Todas as três unidades em funcionamento contam com
ambientes que conseguem unir conforto e praticidade.
Projetadas pelo arquiteto Romero Duarte, possuem,
por exemplo, jogos americanos nas mesas, ao invés
de toalhas, o que permite uma limpeza mais rápida e
eficaz. Num outro detalhe, as charmosas taças têm um
vidro de espessura um pouco maior que as tradicionais,
portanto não se quebram com tanta facilidade. Características como essas fazem com que o Couvert consiga
um maior número de clientes, e o resultado é um preço mais acessível. “Procuramos ganhar com volume.
Nossos produtos e insumos são os mesmos utilizados
nos melhores restaurantes da cidade, quem frequenta
o Couvert sabe disso”, afirma o proprietário Fernando
Torres. Autoridade no assunto ele tem. Afinal, foi um
dos principais responsáveis pelo sucesso de outras marcas no ramo da alimentação em Pernambuco, como o
restaurante Donatário e o novo Mercado 153.
Um dos carros chefes da casa é o Bacalhau ao Porto,
que leva a posta dessalgada do peixe ao forno, banha-
N
da no azeite extravirgem e acompanhada com couve,
alho, cebolas assadas, brócolis e batatas. “Colocamos
essa receita na temporada do bacalhau do ano passado e o prato foi campeão de vendas. A partir de então,
foi introduzido no cardápio”, comenta o chef Liberato
Pereira.
Em frente ao Clube do SESI da Avenida José Bonifácio, o Saint Raphael estará situado
próximo a supermercados, restaurantes, igrejas, academias, escolas, farmácias e centros de compras.
Tendo atuado em renomados restaurantes de São
Paulo, entre os quais o Leopolldo, La Tambouille e Le
Coq Hardy, o chef Liberato explica que o preparo do
Bacalhau ao Porto começa com uma posta de aproximadamente 300g, levemente grelhada no azeite. “Em
seguida, usa-se o mesmo azeite para saltear as batatas pré-cozidas, cebolas, brócolis, alho e temperos,
como a pimenta do reino e as azeitonas. Depois de
ir ao forno, o prato é servido em um leito de couvefolha”, diz ele.
O projeto da fachada do Edifício, da arquiteta Yara Scherb, chama atenção pelas linhas
curvas e suavidade das cores empregadas nos revestimentos. O empreendimento terá
27 pavimentos, sendo 23 tipo, dos quais destaca-se um primeiro andar com varandas
expandidas.
Nas áreas comuns, haverá guarita de segurança, portões com comando eletrônico,
hall social, dois elevadores de última geração, central de gás, gerador, duas vagas de
garagem por apartamento, jardins com paisagismo e todos os itens que favorecem a
acessibilidade das pessoas com dificuldades de locomoção.
Além do chef Liberato, o proprietário Fernando Torres
também dá sua opinião de gourmet e apreciador da
boa gastronomia na montagem do cardápio, que sempre agrega novas experiências. É ele quem sugere os
acompanhamentos ideais para o Bacalhau ao Porto.
“Uma boa entrada é a Salada a La Crevette. Para beber, o malbec argentino Picada 15 ou o cabernet sauvignon chileno Santa Carolina Reservado. Na sobremesa, o Pudim de tapioca com sorvete, ou o Karaque
de nozes, castanhas, biscoito, amêndoas, chocolate e
sorvete. Todos são muito apreciados”, diz ele.
As tarefas de Torres, no entanto, não param nos palpites gastronômicos. Ele conduz pessoalmente os três
restaurantes da marca, e ainda cuida de outros empreendimentos no ramo. A tarefa é árdua. Em suas
três unidades, o Couvert soma uma capacidade total
para 270 pessoas almoçarem ou jantarem ao mesmo
tempo. “O segredo para manter a qualidade está em
acompanhar e viver o negócio. Almoço e janto praticamente todos os dias no Couvert, entro o tempo todo
na cozinha, observo os pratos, as bebidas, o serviço”,
afirma o empresário.
no Saint Raphael
a rua José de Holanda, no bairro da Torre, a Gabriel Bacelar acaba de
lançar o Edifício Saint Raphael. O empreendimento atende como poucos
na cidade aos desejos de quem procura reunir praticidade e qualidade
em todos os detalhes.
Em cada andar serão dois apartamentos. As unidades do primeiro andar terão área
útil de 96,49 m², devido ao prolongamento frontal da varanda; enquanto as demais
possuirão 90,49 m². A distribuição dos ambientes prima pelo equilíbrio entre espaço
e funcionalidade. São três quartos (sendo uma suíte máster), sala em L, varanda,
banheiro social, cozinha, área de serviço e dependência completa de serviço.
“Ao lançar o Saint Raphael, pretendemos atender a uma importante demanda por imóveis que sejam de fácil gerenciamento. As pessoas buscam cada vez mais praticidade
em termos de limpeza, de decoração, manutenção, economia de condomínio, de água,
de energia elétrica, entre outros fatores”, afirma o diretor comercial da Construtora,
Durval Bacelar.
Além de área para playground (kids place, com casa de bonecas, escorregador e gangorra) no térreo, o Saint Raphael possuirá uma completa infra-estrutura de lazer na
cobertura, com espaço gourmet (barbecue place) com churrasqueira e forno de pizza,
salão de festas e eventos com bar (lounge place), terraço zen, piscina com deck e
solarium.
Imagem: Gabriel Bacelar
A
o aliar qualidade gastronômica, serviço à
la carte e preços competitivos, o restaurante Couvert tem conquistado o gosto
do Pernambucano de forma poucas vezes
observada em iniciativas do gênero. Tanto é que, desde
a inauguração da primeira casa, em 2006, no Paço Alfândega, duas novas unidades já surgiram: a do Plaza
Shopping e a da Ilha do Leite. Em breve, outras duas
serão abertas, em Salvador e Brasília. É Pernambuco
exportando sabor, talento e empreendedorismo.
Foto: Marcelo Marona
24
“Com o Saint Raphael, como já fizemos em outros empreendimentos de sucesso, vamos
mostrar novamente que praticidade e qualidade podem, quando juntos, resultar num
produto final que satisfaça a todas as expectativas do cliente GB”, afirma o diretor
técnico da Construtora, Bruno Bacelar.
www.gabrielbacelar.com.br
Ano 05 - Nº 12
Embarque
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E
ntre a Itália e a Espanha, o litoral mediterrâneo da França banha as ensolaradas regiões de Provence-Alpes-Côte d’Azur e Languedoc-Roussillon.
Trata-se de um destino mítico que proporciona ao viajante uma imersão
sensitiva por um reino de belezas naturais, artes, religiões, gastronomia,
enologia e muita, muita história.
Embora com registros de ocupação humana desde a pré-história, a região administrativa hoje conhecida como Provence-Alpes-Côte d’Azur, próxima à divisa com a Itália, teve
seu litoral colonizado por gregos e fenícios antes de ser agregada ao Império Romano.
Mesmo sendo disputada posteriormente por tribos germânicas como a dos burgúndios,
ostrogodos e francos, a terra teve preservada a denominação de Provintia Romana, da
qual deriva seu primeiro nome na atualidade. Em 1482, caiu sob os domínios do rei
Luis XI da França.
O verde, o azul e o vermelho
do sul da França
Menos conhecidas são as atrações que adentram o continente. Destinos como os vinhedos seculares de Languedoc-Roussillon e as montanhas do Parque Nacional do Mercantour, na Provence-Alpes-Côte d’Azur são, no entanto, imperdíveis para o viajante
que deseja variar.
Languedoc-Roussillon: da água para o vinho
Por muito tempo – e ainda hoje, para a maior parte dos franceses, os vinhos de Languedoc-Roussillon foram considerados medianos, comuns, ordinários. A preocupação
não era com a qualidade, e sim com a quantidade. Afinal, a região é a que possui mais
vinhedos que qualquer outra da França, com mais de 380 mil hectares cultivados.
Nas últimas décadas, no entanto, o título de produtor exclusivo de vins de table começou a ser relativizado quando o assunto é Languedoc-Roussillon. As novas gerações
de vinhateiros da região têm conseguido ali exemplares de tintos e brancos de notável
personalidade. Apenas de denominações controladas, há naquelas terras mais de 40
mil hectares de vinhedos produzindo cerca de 2 milhões de hectolitros anualmente.
Assim, enquanto que na década de 1970 havia em Languedoc-Roussillon apenas duas
denominações de origem para os tintos, hoje são 13 AOC (Appellation d’origine contrôlée) e duas VDQS (Vin Délimité de Qualité Superieure).
Fotos: Divulgação
Languedoc-Roussillon também tem sua denominação principal vinculada ao passado
romano. Languedoc se origina de lenga d’òc, o que, traduzido do occitano medieval
(língua românica ainda hoje praticada na região), seria algo como “língua do sim”.
Colonizada pelos romanos e invadida posteriormente por visigodos e carolíngios, a
região tornou-se conhecida pelas batalhas que, por cerca de 40 anos, foram ordenadas
pelo Papa Inocêncio III contra os cátaros, na chamada “Cruzada Albigense” (relativa
ao povoado de Albi). Segundo a lenda, os cátaros, cristãos declarados hereges pela
Igreja Católica no IV Concílio de Latrão, em 1215, guardariam o Santo Graal nas terras
de Languedoc.
Provence-Alpes-Côte d’Azur e Languedoc-Roussillon contam, juntas, com 59.214 km²
e cerca de 7 milhões de habitantes. Ambas as regiões são conhecidas do mundo inteiro
por suas praias de águas azuis e cristalinas, clima ameno e badaladas cidades litorâneas, como Môncaco, Nice e Cannes, além de outras paragens menores, a exemplo de
Saint Tropez, Sete e Saint-Cyprien. Gerações de celebridades do mundo inteiro vêm circulando sob aquele sol ano após ano. Entre elas estiveram, apenas para citar algumas,
Coco Chanel, Ernest Hemingway, Pablo Picasso e Winston Churchill.
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Entre as principais estações de esqui destaca-se Isola 2000, situada na porta do Parque
Mercantour e com picos de até 2320 metros. São 120 km de pistas para todos os níveis
e estilos. Outros dois pontos para curtir esportes na neve, talvez menos badalados, mas
tão ou mais charmosos, são Auron e Saint-Dalmas Le Selvage, todos bem próximos a
Nice.
Para quem deseja se manter distante do litoral e se hospedar na região do próprio
parque, há boas opções nas cidadelas próximas às estações de esqui, com badalações
em todas as noites de inverno.
Na França, há muitos burburinhos poliglotas e flashes às vezes irritantes das levas e
levas de turistas do mundo inteiro que invadem seus destinos todos os anos. No interior
de Provence-Alpes-Côte d’Azur e Languedoc-Roussillon, no entanto, pela perenidade
de seus monumentos, a tranqüilidade de seus habitantes e a exuberância de suas
belezas naturais, o viajante ainda encontra um clima propício à contemplação e a uma
integração mais próxima com os ambientes.
Para conhecer mais, visite www.franceguide.com.
O clima seco e quente, com chuvas escassas e imprevisíveis, é amenizado pelas constantes influências oceânicas e montanhosas. O relevo, predominantemente irregular e
acidentado, favorece a concentração das vinícolas em quatro dos cinco Departamentos
da região: Herault, Gard, Aude e Pyrénées Orientales. Neles, os tintos se sobressaem,
com aproximadamente 83% da produção, contra 11% de rosés e 6% de brancos.
Para os tintos, as uvas mais utilizadas são Carignan, Grenache Noir, Syrah e Mouvèrdre. Para os brancos e rosés, cultivam-se principalmente Grenache Blanc, Maccabeu,
Bourboulenc, Picpoul e Clairette.
Fotos: Divulgação
Os connaisseurs Michel Bettane e Thierry Desseauve, que escreveram o famoso guia de
vinhos franceses “Bettane & Desseauve”, apontam como boas pedidas, entre os tintos,
os crus das apelações Pic-St-Loup e Montpeyroux. A denominação Cotes Du Roussillon
é outra importante produtora, com 4.800 hectares.
Entre os rosés, destaque em Languedoc-Roussillon para os perfumados e refrescantes
da denominação Collioure, à base da casta Grenache Noir. Já entre os brancos, os
enólogos destacam as apelações de La Clape. Quanto aos Vinhos Doces Naturais, as
maiores sensações da região estão guardadas na apelação de Banylus, no extremo
oriental dos Pirineus, já próximo a Espanha. Tais vinhos de sobremesa franceses são
considerados uns dos poucos que podem ser degustados com o chocolate.
Languedoc-Roussillon proporciona ao viajante mais que um extenso mar de vinhas
e hectolitros de degustação do seu mais famoso líquido. Estão na região, por exemplo, as ruínas romanas do aqueduto de Pont Du Gard e o anfiteatro Les Arenes, em
Nîmes, dezenas de châteaux medievais e a legendária trilha francesa do Caminho de
Santiago.
Para quem não costuma beber sem comer, a cozinha do Languedoc-Roussillon é simples
e, ao mesmo tempo, complexa em aromas, texturas e sabores. Carnes de caça e de aves,
além de peixes frescos, mexilhões, ostras e polvo, quase sempre vêm servidos com muito
azeite, verduras e ervas aromáticas.
Parque Nacional do Mercantour
Patrimônio cultural e biogenético da humanidade, o Parque Nacional de Mercantour é
um dos sete parques nacionais franceses. Criado em 1979 e situado no Alpes do Sul, em
Provence-Alpes-Côte d’Azur, fica a cerca de uma hora, de carro, da litorânea Nice.
Em sua área protegida estão 685 km², nos quais se encontram uma zona central desabitada, vales nevados, aldeias históricas e localidades rurais. Para os apreciadores de
trecking, é o paraíso, com 600 km de trilhas marcadas.
No Monte Bego, os visitantes podem apreciar mais de 37 mil pinturas rupestres datadas
de finais do Neolítico e Idade do Bronze. Nas aldeias, destaque para a arquitetura medieval ainda bem preservada em igrejas, conventos e castelos.
A natureza é exuberante em fauna e flora. Mesmo com um inverno que atrai esquiadores
de todo o mundo, o Mercantour abriga pinheiros suíços, oliveiras mediterrâneas, além de
mais de 2000 espécies de plantas em floração. No reino animal, estão nos domínios do
parque bichos como lobos, marmotas, arminhos, lebres, javalis, águias e o fugidio íbex.
Arte e Cultura
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Letras no ano França-Brasil: dois clássicos
da literatura francesa de todas das épocas
Perfil cultural
Um dos expoentes do cinema mundial, o francês François Truffaut foi uma criança solitária
e problemática (passando inclusive por um reformatório), cuja grande paixão era o cinema.
Seu entusiasmo levou o crítico André Bazin a
convidá-lo para trabalhar na revista ‘’Cahiers
du Cinema’’, onde tornou-se um crítico contundente e ajudou a desenvolver a polêmica
teoria do autor, pela qual os filmes tem a personalidade de seu diretor e, portanto, devem
sua qualidade a ele.
Além de escrever, Truffaut tornou-se assistente
do diretor Roberto Rosselini e começou a fazer
curtas-metragens, sendo que o segundo deles (Les Mistons, 1957) foi muito bem recebido. O trabalho também revelou a afinidade do cineasta com a juventude, tema ao
qual retornaria por exemplo em ‘’Os Incompreendidos’’ (1959, seu primeiro filme e
prêmio de Direção em Cannes) e ‘’Na Idade da Inocência’’ (1976).
‘’Os Incompreendidos’’ foi importante não só para Truffaut, mas também para a ‘’Nouvelle Vague’’ movimento do qual seria um dos principais representantes. Além disso
lançou o personagem alter-ego Antoine Doinel (Jean-Pierre Léaud), que voltaria em
outros filmes como adolescente e adulto, sempre vivido pelo mesmo ator.
Cabaré uma tradição francesa
O Cabaret Lido muda de tema a cada 5 anos está com o espetáculo “Bonheur”. Uma
catedral de luzes, uma escada com mais de cinco metros, um avião que sobrevôa a
platéia, os telhados de Paris e seus gatos, a avenida Montaigne abrindo suas vitrines
para um desfile de alta costura, um templo hindu e esculturas vivas. Uma produção de
9 milhões de euros! Com 2 apresentações por noite, às 22hs e às 24hs. Reservas pelo
tel. 01.40.76.56.10 e o end. é 116 bis, Ave. Champs Elysées.
Alexandre Dumas (24/7/1802-5/12/1870).
O Conde de Monte Cristo
Edmond Dantes, um audacioso mas ingênuo marinheiro, é preso sob falsa acusação,
em 1815, por ter ido à Ilha de Elba, onde teria encontrado Napoleão em seu exílio. Na
verdade, era vítima de um complô entre três pessoas interessadas: o juiz de Villefort,
filho do destinatário da carta de Napoleão, que, mesmo atestando sua inocência, quis
silenciá-lo; o seu amigo, Danglars, que desejava o posto de capitão do navio, já que
Dantes recebeu o posto por mérito, e Fernand Mondego, amigo de infância de sua
noiva que, em seguida, casou-se com sua amada, a catalã Mercedes (que, porém,
nunca o esqueceu).
‘’Tirez Sur Le Pianiste’’ (1960) mostrou influência do cinema americano e ‘’Uma Mulher Para Dois’’ (1961) se transformaria num dos maiores clássicos de Truffaut. História
de um triângulo amoroso, ‘’Uma Mulher Para Dois’’ é um exemplo típico do cinema
passional e humanista do diretor.
Grande admirador de Jean Renoir e Hitchcock (a quem homenageou com ‘’A Noiva
Estava de Preto’’), Truffaut lançou um livro com a série de entrevistas que fez com o
mestre do suspense. Parte dos seus artigos sobre cinema foram compilados no livro ‘’Os
Filmes da Minha Vida’’. Casado duas vezes e pai de 3 filhas, morreu prematuramente
de tumor no cérebro, em 21 de outubro de 1984.
Discografia para colecionadores
Édith Piaf (Édith Giovanna Gassion) nasceu em Paris, França, no dia 19 de dezembro de 1915 e foi um dos maioes expoentes da música francesa. Com um
estilo francês da chanson, seu canto expressava claramente sua trágica história
de vida. Entre seus maiores sucessos estão “La vie en rose” (1946), “Hymne
à l’amour” (1949), “Milord” (1959), “Non, je ne regrette rien” (1960). Em
junho de 2007 foi lançado um filme biográfico sobre ela, chegando ao cinemas
brasileiros em agosto do mesmo ano com o título “Piaf - Um Hino Ao Amor”
(originalmente “La Môme”, em inglês “La Vie En Rose”), direção de Olivier
Dahan. Consulte www.amazon.com
Fotos: Divulgação
30
Arquivo
E Deus Criou a Mulher (1956)
Com direção de Roger Vadin, o clássico do cinema francês lança Brigitte Bardot para o mundo.
A história se passa em Saint-Tropez, quando a
liberdade sexual de dois jovens recém-casados acaba provocando
fortes reações nos mais conservadores. No centro disso tudo está
uma provocante Bardot, que se tornou mito sexual nos anos de
1950 ao exibir suas curvas.
Ano 05 - Nº 12
Simone De Beauvoir (09/01/ 1908 - 14 /04/1986)
A Cerimônia do Adeus
Relato dos últimos dez anos da vida de Jean-Paul Sartre, companheiro de Simone por
mais de cinqüenta anos, num tom ao mesmo tempo distante e comovente. É o “diário”
de bordo de sua longa morte, um livro para se ler dividido entre o horror, a admiração
e as lágrimas.
Decor
33
Funcionalidade aconchegante
em projeto de André Carício
Neste amplo apartamento da Avenida Boa Viagem, o arquiteto André Carício
usou tons de terrosos e muito branco, com detalhes em preto e grafite, para
compor um clima geral de sofisticação e modernidade. Tudo, no entanto, sem
que se abrisse mão do conforto e do aconchego tão desejados em todo o lar
que se preze. O arquiteto já havia feito um projeto para os clientes anos antes.
Para o novo trabalho, aproveitou a maior parte do mobiliário do apartamento
anterior, substituindo o revestimento de alguns, como os sofás, cadeiras e
poltronas, alcançando economia e novidade. Entre os materiais usados na proposta atual estão os
cascalhos no nicho da sala de estar, com espelho, detalhes da moldura em vidro, laca preta e madeira escura no móvel do home theater e papel de parede. “Houve reforma porque foram deslocadas
algumas paredes, aplicados novos detalhes de gesso, mudados alguns revestimentos nos banheiros,
lavabo e cozinha”, diz o arquiteto.
Fotos: Carol Mayer
32
Ano 05 - Nº 12
Decor
35
Sonhos em realidade na
ambientação de Andréa Danzi
Fotos - Marcelo Marona (projeto) / Danzi: Divulgação
34
Transformar em realidade todos os anseios e sonhos do cliente na ambientação de interiores é uma das principais metas da arquiteta Andréa
Danzi a cada novo projeto. Nesses ambientes – o quarto do bebê e o quarto da menina – o objetivo foi alcançado, conforme aprovação de
seus principais ocupantes. No espaço do bebê, Andréa aplicou tonalidades suaves de azul e bege, papel de parede e móveis na cor branca.
Foto
Andréa Danzi Um detalhe importante foi a escolha do berço cama, com bicama e gavetões, desenhado pela própria arquiteta, e que garante mais amplitude
por ser um móvel multiuso. Já no quarto da garota, as cores foram mais fortes. “Sua personalidade já está formada e temos que escutar a
criança. Usamos um tom chiclete nos nichos para dar destaque e nas paredes um rosa com listras bem suave, para não cansá-la”, diz ela.
Uma das características mais apreciadas do trabalho de Andréa Danzi é o respeito ao gosto do principal interessado no projeto. “Nas minhas
ambientações, não imponho um estilo. Tiro o perfil do cliente e faço de acordo com seus estilos de vida e com a rotina em que vive”, comenta a arquiteta.
Ano 05 - Nº 12
Decor
36
37
Espaço para o que é belo em proposta
de Zezinho Santos e Turibio Santos
Fotos: Zezinho Santos
Zezinho Santos e Turíbio Santos conseguiram o que pretendiam ao projetar um espaço
destinado a ser ponto de referência quando o assunto é beleza, agregando exposições de
arte, eventos, palestras, desfiles. O SET, muito mais que um salão, é justamente isso: um
estado de espírito que apresenta uma linguagem atual, antenada e arrojada, cuja arquitetura exprime com segurança os mais requisitados valores estéticos de moda e beleza. A
proposta surgiu a partir da reforma numa antiga casa na Avenida Boa Viagem. “A fachada
foi envelopada com réguas de PVC adesivadas, um recurso de baixo custo e alto impacto
visual. Internamente, várias paredes foram ao chão, reduzindo-se o número de ambientes e ampliando-se as áreas livres”, explica
Zezinho Santos. Com projeto de comunicação visual feita pela Mooz, o preto e o branco predominam em todos os ambientes. Entre os
materiais mais empregados, além dos usados na fachada, estão o porcelanato e o granito nos ambientes internos.
Ano 05 - Nº 12
Portfólio GB 39
O lazer levado a sério
E
no Giardino Beira Rio
m poucos lugares do Recife a vista do Capibaribe é tão atraente
quanto a que pode ser observada das imediações da Ponte da
Capunga, na Madalena. É justamente naquele trecho da Avenida
Beira Rio, próximo à rua Demócrito de Souza Filho, que a Gabriel
Bacelar acaba de lançar um de seus mais arrojados empreendimentos: o Giardino Beira Rio. Diferenciado, o projeto concilia uma completa infra-estrutura
de lazer a importantes elementos para o equilíbrio econômico-financeiro do
condomínio.
A região dispensa maiores apresentações. Numa das áreas mais tradicionais
da Madalena, o empreendimento estará localizado perto de academias, clínicas, escolas, faculdades, restaurantes e supermercados, com fácil acesso a
bairros como Casa Forte, Torre, Graças, Espinheiro, Ilha do Leite e Boa Viagem.
Exatamente no número 350 da Avenida Beira Rio, a GB erguerá as duas torres
do empreendimento, intituladas Bardini e Corsini. Com 32 pavimentos cada
uma (sendo 30 pavimentos tipo) e dois apartamentos por andar, o Giardino
Beira Rio contarão com um total de 120 unidades à disposição dos interessados. “Hoje, o valor do condomínio muitas vezes pesa demasiadamente no
orçamento das famílias. Atentos a essa realidade, desenvolvemos um projeto
econômico, mas sem abrir mão do conforto e de atrativos variados para todas
as idades”, afirma o diretor comercial da Construtora, Durval Bacelar.
O maior destaque do Giardino Beira Rio será a infra-estrutura de lazer, formada
por nada menos que 28 ambientes, todos entregues montados e equipados.
Entre eles estarão a parede de escalada mirim, street ball, pista de skate,
minicampo, salão de jogos, salão de festas, praças, fitness center, sauna, massagem, piscina para adulto com raia, piscina infantil com prainha, playground
e trilha para caminhada. Para quem prefere um clima mais zen, o empreendimento terá ainda ofurô e espaço para meditação. Até um home cinema de altaresolução e uma garage band com palco serão entregues já prontos pela GB.
O apartamento do Giardino possuirá 133 m² de área útil. Na planta tipo, os
ambientes dividem-se em quatro quartos (com duas suítes), banheiro social,
varanda com vista para o Capibaribe, sala integrada para ambientes de estar
e jantar, cozinha, área de serviço e dependência completa. Há, no entanto,
outras três opções de plantas para atender aos gostos dos interessados.
www.gabrielbacelar.com.br
Ano 05 - Nº 12
Imagem: Gabriel Bacelar
Nas áreas comuns haverá central de gás, local para gerador, guarita de segurança, portões com comando eletrônico, jardins com paisagismo e duas vagas
para estacionamento por apartamento em um edifício garagem. Ao todo, serão
sete elevadores, três em cada torre e um outro para o edifício garagem.
40 Tecnologia & Sustentabilidade
41
Aquecimento solar no
Com implantação do sistema de aquecimento solar no Condomínio Jardins,
6 hectares (60 mil m²) anuais de florestas ficarão livres para
consumir gás carbônico, o maior vilão do efeito estufa
Condomínio Jardins
O
conceito de responsabilidade ambiental
na construção civil ganha força no Recife com o Condomínio Jardins Cristina
Harley Ludgren, em construção pela
Gabriel Bacelar no número 291 da Rua Padre Roma, na
Jaqueira. Além de possuir dispositivos que permitem o
reuso de águas pluviais e o desligamento automático da
iluminação de áreas comuns, o empreendimento contará
com aquecimento solar para todos os chuveiros dos seus
78 apartamentos.
“A Gabriel Bacelar visitou alguns de nossos projetos e
fez uma avaliação técnica prudente e responsável para
apresentar a proposta ao condomínio”, afirma o diretor
comercial da Elios Soluções, Diogo Azevedo Cruz. A empresa, que oferece a consultoria à GB na implantação
do sistema de aquecimento solar, possui sede em João
Pessoa e há oito anos vem atuando no mercado.
Imagem: Gabriel Bacelar
Desde o início do projeto do Condomínio Jardins, em
2007, a preocupação com o meio ambiente foi constante por parte da GB. A construtora, na ocasião, contratou
os serviços do renomado paisagista Luis Vieira, além
de duas outras empresas para estudos de preservação
e replantio de árvores. Todas as espécies vegetais da
área de 6,39 mil m² foram catalogadas e procurou-se,
no projeto arquitetônico de Rangel e Moreira Arquitetos,
minimizar qualquer impacto ambiental.
Ano 05 - Nº 12
Cada uma das duas torres que integram o Condomínio
Jardins terá 100 m² de coletores solares e dois tanques
de 5 mil litros de água. Haverá, ainda, um backup a
gás, com dois aquecedores que entrarão automaticamente em funcionamento caso temperatura da água nos
reservatórios caia para menos de 40 graus. A distribuição da água quente chegará rapidamente aos chuveiros
por meio de uma tubulação térmica exclusiva.
Os coletores, os reservatórios e o quadro de controle,
certificados pelo Inmetro e com garantia de 10 anos, são
fabricados pela Transsen, líder nacional em instalações
de aquecimento solar de grande porte. O aquecedor a
gás do backup, com selo “A” do Procel, é da multina-
cional Rinnai. “Trabalhamos com as melhores empresas
do ramo porque isso favorece a excelência dos nossos
projetos e nos dá credibilidade no mercado”, comenta
Diogo Azevedo.
Segundo o engenheiro, o investimento inicial para a
implantação do sistema retorna em média em três anos
com a economia de gás e energia elétrica. “Uma família
com cinco pessoas gasta cerca de R$ 120 por mês com
banhos aquecidos a gás e, se usa chuveiros elétricos,
R$ 200. Os equipamentos do aquecimento solar, de boa
qualidade e perfeitamente instalados, duram mais que
20 anos”, diz ele.
“O fator econômico sem dúvida é importante, mas a inserção de um empreendimento nosso numa nova ordem
ambiental foi a principal motivação da GB ao apresentar
o projeto de aquecimento solar ao Condomínio Jardins.
Estamos promovendo ainda outros estudos, como a implantação de sistemas de tratamento de água próprios.
Com o tempo, certamente essas soluções chegarão a outros empreendimentos”, afirma o diretor da GB, Bruno
Bacelar.
Diogo Azevedo explica que há estudos que dimensionam
a economia de recursos naturais a partir da utilização
de sistemas de aquecimento solar em substituição ao
gás e à energia elétrica. As usinas hidroelétricas, para
serem implantadas, normalmente inundam grandes áreas verdes, devastando a flora e fauna em milhares de
hectares. A queima dos combustíveis fósseis, como é o
caso do gás natural, por sua vez, resulta na produção
de gás carbônico, que é consumido pelas florestas, mas
que, em excesso, como ocorre hoje, torna-se o principal
responsável pelo efeito estufa.
“Há uma equivalência, que pode ser medida, entre o
que se deixa de queimar em gás carbônico e a área de
coletor solar instalada. No caso do Condomínio Jardins,
com os dois coletores solares totalizando 200 m², teremos uma economia de 6 hectares por ano em florestas.”,
afirma o engenheiro.
www.gabrielbacelar.com.br
42
Arquitetura
Sistema Obra na Mão:
GB na vanguarda dos processos construtivos
vez possui técnicas ou dispositivos como o Andon e
o Heijunka box. A terminologia exótica vem de suas
origens japonesas, mas a simplicidade do processo
é uma das responsáveis pelo seu sucesso. Por meio
do Heijunka box, o operário deixa registrado numa
espécie de quadro de avisos móveis o material que
irá precisar em determinado horário e a quantidade
do mesmo. O Andon, por sua vez, é um instrumento
eletrônico com luzes indicativas por meio do qual os
funcionários comunicam continuamente e em tempo
real se o serviço está sendo executado normalmente,
se há alguma necessidade em vista ou se o trabalho
foi interrompido por algum motivo.
Foto: Divulgação
O Toyotismo é um conjunto de princípios de gerenciamento que foram
desenvolvidos nas fábricas japonesas da Toyota a partir dos anos 60 do
século passado. “É uma filosofia que procura otimizar a organização de
forma a atender as necessidades do cliente no menor prazo possível, na
mais alta qualidade e ao mais baixo custo, ao mesmo tempo em que
aumenta a segurança e a moral dos seus colaboradores, envolvendo e integrando todas as partes da organização”, explica o engenheiro Anivaldo
da Costa Nunes, coordenador do Sistema Obra na Mão.
Segundo Anivaldo, a Gabriel Bacelar desenvolveu o Sistema Obra na Mão
a partir da análise dos modernos modelos de gestão baseados em sistemas
como o Toyotismo, a exemplo do Lean Thinking (pensamento enxuto). “Tivemos que adaptar esses princípios à nossa realidade e selecionamos ferramentas baixo custo, fácil utilização e entendimento, que fossem capazes de
dar transparência aos processos acompanhados”, comenta Anivaldo.
O fluxo contínuo, o trabalho padronizado, produção puxada, just-in-time
e Kanban são alguns dos elementos do Toyotismo utilizados no Sistema
Obra na Mão, que tem a redução das perdas como um de seus principais
objetivos. Com as ferramentas de cada um desses princípios, a Gabriel
Bacelar vem conseguindo minimizar desperdícios de superprodução, de
tempo disponível (espera), de transporte, de estoque, de movimento, de
produzir produtos defeituosos e do próprio processo em si.
Entre as ferramentas usadas no Obra na Mão está o Kanban, que por sua
“Sempre nutrimos essa preocupação com a qualidade de nossos processos construtivos. Desde 2000,
por exemplo, temos a certificação ISO 9001. Com o
Sistema Obra na Mão saímos novamente na frente e
permanecemos na vanguarda da construção civil de
imóveis residenciais, o que sempre resulta em satisfação ao cliente, nosso maior objetivo”, afirma o
diretor técnico da GB, Bruno Bacelar.
Fotos: Divulgação
A
ntenada às necessidades de constante modernização em
seus processos produtivos, a Gabriel Bacelar acaba de implantar um projeto de gerenciamento de obras baseado na
consagrada filosofia do Toyotismo. O Sistema Obra na Mão,
que teve seu piloto implementado no Condomínio Jardins, foi aprovado
pela direção, colaboradores e clientes da empresa. Agora, passa a ser
utilizado em todos os novos empreendimentos da construtora.
“Seguindo o nosso planejamento, o trabalhador vai
para a obra e já sabe o serviço que fará, qual o material necessário e o prazo para a sua conclusão. A
experiência nos dá os parâmetros e podemos pré-determinar os valores”, afirma o engenheiro Anivaldo.
Com o processo, a obra permanece limpa, os materiais vão aos operários (e não o contrário), os atrasos
na execução de uma tarefa são praticamente nulos e
as perdas são reduzidas drasticamente, gerando economia para a Construtora e para o cliente final.
Portfólio GB 45
GB investe na Beira Rio
com o Edifício Saint Gérard
N
a esquina da rua Heitor Maia Filho com o
trecho mais novo da Avenida Beira Rio, na
Madalena, a Gabriel Bacelar está lançando
o Edifício Saint Gérard. Próximo à Praça do
Internacional e com vista para o Quartel do Derby, o projeto
alia o conforto da amplitude no padrão GB a uma gama de
opções de lazer capaz de agradar a toda a família.
O Saint Gérard será formado por uma única torre com 60
apartamentos de 207,00 m² cada. Com duas unidades por
andar e 30 pavimentos tipo, a GB espera alcançar uma relação custo-benefício vantajosa para os condôminos.
Próximo a academias, restaurantes, supermercados, shopping, bancos, faculdades e centros de ensino, o Saint Gérard
estará situado em frente a uma das mais badaladas pistas
de cooper da cidade, à beira do Capibaribe. No entanto, se a
idéia for ficar em casa mesmo, o morador terá à sua disposição, além do apartamento, piscina com raias, sauna e terraço
relax, mini-campo gramado para futebol, quiosque gourmet
com churrasqueira e forno de pizza, salão de festas com bar,
área para playground, espaço para jogos, brinquedoteca, jardins com paisagismo e fitness center.
Em termos de serviços, o empreendimento possuirá três
elevadores de última geração, central de gás, portões com
comando eletrônico, antenas coletivas, guarita de segurança, local para gerador e três vagas de estacionamento por
apartamento.
Projeto de Guilherme Eustachio
Show Room:
Av. Domingos Ferreira, 2800 - Boa Viagem - Fone: 81 3466.4000
Atendimento Construtoras:
Av. Conselheiro Aguiar, 1472 - sala 121 - Boa Viagem - Fone: 81 3327.3231
www.pamesa.com.br
Imagem: Gabriel Bacelar
Foto: Marcelo Marona
O apartamento do Saint Gérard contará com quatro suítes
(sendo uma máster, com closet), sala de jantar, sala de estar,
varanda, lavabo, copa, cozinha, área de serviço e dependência completa, além de halls social e de serviço.
“Dos tons claros e verdes da cerâmica na imponente fachada,
passando pelo concreto, o aço, os elevadores, e mesmo a
fiação, portas, metais, esquadrias e tubulações, tudo no Saint
Gérard será executado com materiais e processos construtivos
cujo conjunto forma o que ficou conhecido como padrão GB”,
afirma o diretor técnico da Construtora, Bruno Bacelar.
www.gabrielbacelar.com.br
Ano 05 - Nº 12
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Pelo Mundo
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Copa do Mundo 2014: Pernambuco
Dinheiro na ponta do dedo
apresenta sua Arena à FIFA
Já reparou na diferença de tamanho entre o seu indicador e o anular? A Universidade
de Cambridge, na Grã-Bretanha, divulgou recentemente uma pesquisa cujos resultados
associam a menor ou maior capacidade de ganhar dinheiro com a dimensão do dedo
anular.
Você numa Ferrari por ai
Já pensou em dar algumas voltas por ai numa Ferrari? No Brasil essa possibilidade seria improvável para a maior parte dos mortais, principalmente
devido às estradas esburacadas e à falta de segurança. Em países da Europa
e na América do Norte, no entanto, sonhos como esses se tornam realidade
todos os dias.
Quanto maior a distância entre o anular e o indicador, maior a quantidade de testosterona a qual o indivíduo foi exposto enquanto ainda estava no útero materno e maior
capacidade de ganhar dinheiro, conclui o estudo. Publicado em janeiro deste ano na
revista Proceeedings of the National Academy of Sciences, o trabalho envolveu uma
pesquisa com 49 operadores financeiros de Londres. Uma das medidas mais comuns
para medir a exposição à testosterona no útero é a análise do comprimento do dedo
anular. Os cientistas de Cambridge observaram que os indivíduos pesquisados que
receberam maior exposição ao hormônio lucravam até seis vezes mais que os demais e
permaneciam mais tempo no emprego.
Nos Estados Unidos, por exemplo, o interessado pode alugar um Lamborghini
Murciélago LP640 Roadster por apenas 2.250,00 dólares por um dia. Se achar
caro, será educadamente informado que o brinquedão em questão custa nada
menos que 421 mil dólares.
A Ferrari propriamente, objeto do desejo de 9 entre 10 aficionados por automóveis, tem até um preço mais em conta. O modelo F430 Spider não sai
por menos que 279 mil dólares nas concessionárias norte-americanas. Pode,
no entanto, ser alugado por um dia, por 1.950,00 dólares. Mais informações
estão em www.gothamdreamcars.com.
Turismo espacial quer chegar à lua
O
Imagens: Divulgação
governo de Pernambuco está confiante na escolha do Estado pela FIFA
para ser uma das 12 subsedes brasileiras da Copa do Mundo de 2014.
Depois de estudar a viabilidade para a implantação de um moderno
estádio de futebol, que poderia ser edificado nas regiões do Complexo
de Salgadinho ou do Jiquiá, acabou prevalecendo uma proposta pelo município de São
Lourenço da Mata. A ideia, apresentada em 15 de janeiro passado pelo governador
Eduardo Campos, é ousada e compreende todo um megaprojeto projeto batizado de
Cidade da Copa.
A proposta foi encaminhada no início de fevereiro à FIFA, que deverá tomar a decisão
até o final de março. O projeto prevê, além do estádio e da área esportiva, um conjunto
habitacional com 9 mil residências, centro comercial e hotéis. Os investimentos estão
estimados em R$ 1,6 bilhão e deverão ser aplicados por meio de uma Parceria Público
Privada. A empresa ou consórcio que vencer a licitação para a execução das obras do
estádio poderá fazer sua exploração por 30 anos. Após este período, o uso do patrimônio retorna ao Estado.
Já que sonhar é bom e não custa nada, a companhia norte-americana The Space
Adventures está vendendo viagens ao redor da lua. O que parece golpe de falsários
megalomaníacos merece alguma atenção. Até agora, a empresa já levou cinco turistas ao espaço, entre os quais o milionário estadunidense Dennis Tito, o sul-africano
Mark Shuttleworth e a iraniano-americana Anousheh Ansari.
O estádio em si, que já é conhecido como Arena, terá 129.581 m² de área construída,
com capacidade para 46.154 torcedores e estacionamento para 6 mil vagas. Seguindo
o modelo europeu, não haverá alambrado ou fosso. Na proposta arquitetônica destacam-se ainda cinco tipos de arquibancada, camarotes e tribuna de honra cobertos.
As viagens feitas até o momento foram por meio das cápsulas Soyuz, da Agência
Espacial Russa, com destino à Estação Espacial Internacional. Qualquer civil que
disponha de 20 milhões de dólares, tenha boa saúde, e se disponha a passar por
um treinamento austero pode embarcar na aventura por 10 dias.
“Nós queremos e vamos ser sede da Copa do Mundo. Vamos trabalhar de forma arrojada e fazer nosso dever de casa de forma irretocável para que Pernambuco não corra
nenhum risco. Pela tradição do seu futebol, pelo que o povo pernambucano representou
pra seleção brasileira nos momentos mais difíceis da vida da seleção e pela exigência
do futebol pernambucano”, disse otimista o governador Eduardo Campos, ao apresentar o projeto no começo do ano.
Em 2005, a Space Adventures anunciou a Missão Lunar, um roteiro turístico no qual
os interessados poderão entrar na órbita lunar, mas sem pouso no satélite prateado.
O primeiro vôo está previsto para 2010 e, para entrar na aventura, o turista lunar
deverá desembolsar nada menos que 100 milhões de dólares. Conheça detalhes do
projeto em www.spaceadventures.com.
Ano 05 - Nº 12
Economia
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2. Crise global
Quando terminou a euforia do consumo estimulado pelo farto crédito imobiliário nos
Estados Unidos, o mundo parecia já ter sido
infectado pelo vírus da crise. Num planeta de
economia globalizada, os negócios atravessam fronteiras em segundos. Tudo se ganha
e tudo se perde num átimo.
Segundo análise divulgada em novembro
passado pelo Departamento Nacional de Pesquisa Econômica, um dos principais órgãos de
pesquisa dos EUA, a economia americana está
em recessão desde 2007. O problema globalizado, no entanto, vem de muito antes. Quando, em 2006, a inadimplência sistematizada
nos EUA começou a ser percebida, os créditos
imobiliários “podres” gerados nos Estados
Unidos já haviam sido revendidos a bancos do
mundo inteiro. Na economia norte-americana, os prejuízos com a inadimplência fizeram
quebrar diversas instituições financeiras. Em
2007, por exemplo, dois grandes fundos baseados em hipotecas subprime do banco Bear
Sterns deixaram centenas de investidores a ver navios. Em novembro passado, foi a vez
do Lehman Brothers anunciar a concordata.
Pernambuco resiste à crise global com
crise econômica que vem abalando o mundo nos últimos meses e que
começou a mostrar sua face mais perversa a partir do segundo semestre
do ano passado deverá ser superada pelo esforço conjunto de povos e
nações. No Brasil, o estado de Pernambuco segue como modelo de enfrentamento às adversidades e ao desânimo generalizado. Pelo menos aqui os principais investimentos públicos continuam presentes, os empresários e políticos se mostram
confiantes quanto ao futuro e o clima geral é de um otimismo moderado.
1. Origem da crise
É praticamente consenso entre analistas o entendimento de que as origens da crise
econômica enfrentada pelo mundo na atualidade estão na reação do governo norteamericano ao fechamento das empresas pontocom. No começo deste século, o número
de companhias que negociavam tecnologia havia se desenvolvido de tal forma com a
popularização da internet que surgiu uma bolha no mercado financeiro. Muita oferta de
produtos e serviços, preço baixo, e o que estava apenas inflado estourou. Para estimular
a economia que entrava em recessão, o então presidente do Federal Reserve, Alan Greenspan, diminuiu abruptamente os juros nos Estados Unidos. Em 2003, a taxa de 1%
ao ano era a menor desde o final dos anos 50. Com o crédito farto, nunca fora tão fácil
financiar um imóvel. E mesmo quem não possuía condições - sem histórico de crédito
ou comprovação de renda, o chamado segmento subprime, começou a fazê-lo.
Na Europa, ainda em agosto, o banco francês PNB Paribas informou a seus investidores
que não haveria meio de resgatarem seus recursos devido à falta de liquidez no mercado. Na Inglaterra, o Northem Rock, que já havia sido nacionalizado em fevereiro, viu
seus clientes retirando, em setembro, cerca de 2 bilhões de libras. Em diversas nações
do continente, situações semelhantes se repetiam sistematicamente.
Os juros baixos no mercado mundial estimularam a demanda por papéis de grande risco, cujo maior símbolo era então o segmento subprime. As carteiras de créditos desses
agenciadores financeiros eram negociadas com outras instituições, sendo o resultado
dessas operações usado para novos empréstimos. O risco não parava de crescer. Mas
a alegria continuava.
A crise de confiança começou a crescer e as bolsas de valores também passaram a se
ressentir em todo o mundo, com quedas médias de 40% em 2008. A Bovespa, por
exemplo, acumulou perdas de 41% no ano passado, o Dow Jones Industrial da Bolsa
de Nova York caiu 35%, o mercado eletrônico Nasdaq recuou seus negócios em 42%,
a bolsa de Paris em 43%, Frankfurt em 40% e Tókio em 42%.
Paralelamente, devido a alta procura pela casa própria, as pessoas viram seus imóveis se valorizar de forma nunca antes observada. Os agentes, então, ofereciam mais
crédito, de forma que a hipoteca anterior, se houvesse, fosse não apenas paga, como
também sobrasse algo para o consumo, muitas vezes até a entrada em um automóvel.
O americano se dava ao luxo.
No ano de 2006, quando o valor dos imóveis nos Estados Unidos havia atingido um
pico, algo começou a mudar. Para conter a inflação gerada pelo excesso de consumo,
o Federal Reserve resolveu aumentar os juros. A partir de então, estes encareceram o
crédito e afastaram os compradores. Com a oferta superando a demanda, o preço dos
imóveis, que em alguns casos chegara a triplicar, despencou. Com os juros em crescimento, subiu a inadimplência, principalmente dos tomadores de empréstimos de alto
risco. A festa do crédito barato e farto havia acabado e a economia norte-americana
entrou em desaceleração.
Imagem: Divulgação
A
otimismo e pé no chão
3. Reação em cadeia
No começo de outubro, os EUA começaram a reagir ao aprovar um plano de até 700
bilhões de dólares de ajuda aos bancos, cuja principal medida era a compra de papéis
relacionados às hipotecas. O Citigroup, por exemplo, foi beneficiado com a assunção, pelo
governo norte-americano, de perdas patrimoniais de cerca de 306 bilhões de ativos de
alto risco. O efeito, porém, foi quase nulo, e um outro pacote, mais ambicioso, foi preparado pela equipe do novo presidente, Barack Obama. Entre as novas ações, aprovadas
pelo Congresso americano em fevereiro, está a injeção de mais de 780 bilhões de dólares
na economia por meio de cortes de impostos de pessoas físicas, investimentos em infraestrutura créditos para empresas que contratarem novos funcionários.
Ano 05 - Nº 12
Na Europa, a reação também se fez sentir nos últimos meses do ano passado. Em 30
de setembro, o governo irlandês informou que todos os depósitos, papéis e dívidas dos
bancos no país estavam garantidos. Em outubro, a Inglaterra divulgou sua intenção de
usar 50 bilhões de libras para capitalizar seus bancos. Em Paris, no dia 12 de outubro,
os 15 representantes das nações que adotaram o Euro se comprometeram a adotar
todas as medidas cabíveis para que os depósitos de particulares entre 50 mil e 100
mil Euros fossem garantidos e para que nenhuma instituição financeira quebrasse. Nas
semanas seguintes, a Alemanha e a França, entre outros países, anunciaram a injeção
de 500 bilhões e 360 bilhões de Euros, respectivamente, para a estabilidade de seus
mercados.
Em 23 de novembro de 2008, no encerramento da cúpula anual do Fórum de Cooperação Econômica Ásia-Pacífico (Apec), os líderes dos países que integram a instituição
– entre as quais estão os Estados Unidos, China, Japão, Canadá e Coréia do Sul,
se mostraram confiantes de que o momento crítico será ultrapassado até 2010. Em
comunicado divulgado pela organização, os integrantes da entidade, que reúne quase
60% do PIB mundial, afirmaram estar convencidos de que podem “superar essa crise
em um período de 18 meses”.
4. Crise e reação no Brasil
Em 04 de outubro do ano passado, o presidente da República, Luiz Inácio Lula da
Silva, comparou a crise econômica global a fenômenos naturais de proporções bem
diferentes. “Ela (a crise) é lá (nos EUA) um tsunami; e aqui vai chegar uma marolinha, que não vai dar nem para esquiar”, disse ele em encontro com metalúrgicos em
São Bernardo do Campo, em São Paulo. Infelizmente, as previsões meteorológicas do
presidente não foram tão acertadas. Dois meses depois da declaração, a mineradora
brasileira Vale anunciou a demissão de 1,3 mil empregados em todo o mundo e deu
férias coletivas a 5,5 mil devido à queda mundial da demanda por commodities (bens
agrícolas, alimentícios e minerais com cotação internacional).
Outras empresas também fizeram o mesmo. Além disso, o Brasil fechou 2008 com o
Real desvalorizado 31,3% em relação ao dólar, o crédito foi contraído e a Bovespa
perdeu exatos 41,2% em comparação ao fechamento de 2007. Por outro lado, não é
exagero dos analistas a afirmação de que o Brasil está mais preparado que nunca para
enfrentar as turbulências, mesmo que não sejam marolas. E o próprio Governo Federal
vem acertando em pontos considerados importantes.
A indústria automobilística, a agricultura, a exportação e a construção civil, setores que
tradicionalmente estão mais atrelados às linhas de crédito, foram os primeiros a darem
sinais de desconforto. O Governo, no entanto, agiu rápido e prometeu injetar acerca de
R$ 363,3 bilhões na economia por meio de linhas de crédito de bancos públicos, se
esforçou cotidianamente para conter a alta do dólar no mercado, promoveu pequenas
mudanças na legislação bancária e avançou na redução de impostos.
Até o momento, um dos principais segmentos beneficiados pelas medidas do Executivo
Federal foi o da indústria automobilística, que teve reduzido o Imposto sobre Produtos
Industrializados (IPI) para carros, motos e caminhões. Na onda da desoneração, cerca
de 24 milhões de trabalhadores brasileiros de classe média foram contemplados com
a diminuição dos impostos recolhidos nos salários a partir da criação de duas alíquotas
intermediárias do Imposto de Renda de Pessoa Física.
50
Economia
No começo de fevereiro, no primeiro
encontro ministerial de 2009, o Lula
pediu audácia contra a desaceleração
da economia. “O presidente falou em
ousadia. Este não é um momento para
uma reação tímida da nossa parte. Não
seguiremos a rota da desaceleração”,
disse o ministro da Fazenda, Guido
Mantega ao final da reunião, que durou
quase 10 horas.
5. O clima geral
em Pernambuco
Em Pernambuco, o clima deste começo
de ano é de otimismo, mas um otimismo moderado. No lançamento da
Agenda TGI 2009, ocorrido em dezembro passado no Centro de Convenções
de Pernambuco, o diretor da TGI Consultoria em Gestão, Francisco Cunha,
proferiu uma palestra para cerca de mil
empresários, jornalistas e executivos
intitulada “Gestão Sustentável num
Mundo em Crise”. Na ocasião, Cunha
afirmou que vivemos um “momento
para as empresas se ajustarem, adequando-se a um mercado mais real. E, também,
para se prepararem para o crescimento sustentável: economicamente rentável, ambientalmente sustentado e socialmente justo”.
Imagem: Divulgação
Para Francisco Cunha, o Brasil “nunca esteve numa situação tão boa para enfrentar as
turbulências externas”. Essa estabilidade deve-se, segundo ele, a uma série de fatores,
entre os quais a consolidação da democracia, a redistribuição de renda, o crescimento
da classe média, o crescimento médio de 4,5% nos últimos anos e a ausência de
conflitos sociais, étnicos ou religiosos de maior importância.
51
cinco anos. “No meu entendimento, Pernambuco ainda permanece
com as melhores oportunidades
dos últimos 50 anos, mas os cronogramas de execução de alguns
desses empreendimentos poderão
ser alongados conforme a duração
da crise”, disse o consultor.
Em 24 de janeiro passado, o governador Eduardo Campos esteve
acompanhado da ministra-chefe
da Casa Civil, Dilma Rousseff, para
dar início às obras da casa de força da Refinaria Abreu e Lima. Na
ocasião, a ministra se empolgou.
“Estamos hoje aqui, em Pernambuco, trazendo uma das soluções
do governo Lula para enfrentar a
crise, que é continuar investindo.
Manter os níveis de investimento
significa manter emprego, que é
o grande objetivo do governo do
presidente Lula. Asseguramos,
através do Conselho administrativo
da Petrobrás, que a Refinaria, aqui
de Pernambuco, será mantida”, disse ela.
Dois dias depois, o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos, Roberto
Mangabeira Unger, também se entusiasmou em visita a Eduardo Campos, no Recife.
“Não há solução para o Brasil sem solução para o Nordeste. O Nordeste e a Amazônia
têm que ser entendidos no Brasil não como regiões atrasadas carentes de políticas
compensatórias, mas como grandes laboratórios e terrenos privilegiados para o começo
da construção de um modelo de desenvolvimento que o país está buscando”, afirmou
o ministro após o encontro.
A posição defendida em dezembro por Francisco Cunha ainda persiste. Em palestra dirigida a arquitetos e empresários do ramo de decoração associados ao Núcleo PE, ocorrida em fevereiro, o consultor foi enfático ao reafirmar sua confiança no país. “Minha
grande alegria é dizer que, depois de dez anos fazendo esse tipo de apresentação, é a
primeira vez que eu digo que o Brasil vai sair de uma crise melhor do que entrou”.
6. Perspectivas para o mercado
imobiliário no Brasil e em Pernambuco
Nos primeiros dias do ano, a Associação de Investidores Estrangeiros em Imóveis, entidade sediada nos Estados Unidos e que reúne filiados em todo o mundo, divulgou uma
pesquisa que aponta o Brasil como o segundo melhor mercado para investimentos em
imóveis em 2009.
Quando o assunto é Pernambuco na conjuntura global, as demonstrações variam entre
o realismo moderado dos especialistas e otimismo profuso por parte dos representantes
oficiais. Segundo Francisco Cunha, antes da situação econômica atual, o Estado estava
na posição mais favorável das últimas 5 décadas, principalmente devido a projetos estruturadores, como o Estaleiro Atlântico Sul, a Refinaria Abreu e Lima, o Polo Petroquímico e Têxtil de Suape, a Ferrovia Transnordestina, e o Polo Farmacoquímico de Goiana.
Somados, esses projetos representavam investimentos da ordem de R$ 30 bilhões em
O estudo destaca que 16% dos membros da instituição apontaram o Brasil como o
país que oferece a melhor oportunidade para apreciação de capital. Em primeiro lugar,
naturalmente, com 37% da preferência, estão os Estados Unidos, devido à queda
acentuada do preço dos imóveis em decorrência da crise financeira.
O Brasil, no entanto, saltou dez pontos no ranking em relação ao ano anterior, ficando
em posição mais confortável que a China e a Índia, que ocupavam, respectivamente, a
segunda e terceira colocação na penúltima pesquisa.
Em 15 de dezembro passado, em reunião do Departamento da Construção Civil da
Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (FIESP), o presidente do SindusConSP, Sergio Watanabe, afirmou que as expectativas são de que o crescimento do setor
permaneça em 2009, porém em patamares menores que os observados em 2008. “O
excelente resultado alcançado pela construção civil no terceiro trimestre – crescimento
de 11,7% em comparação com o mesmo período de 2007 – reforça a previsão do
SindusCon-SP de que, a despeito da crise financeira, o setor deverá fechar 2008 com
um crescimento de cerca de 10%. Já para 2009, prevemos novo crescimento, entre
3,5% e 4,5%”, disse ele.
Segundo uma outra pesquisa, dessa vez referente ao quarto trimestre de 2008 e realizada pela Federação das Indústrias do Estado de Pernambuco (FIEPE), a maioria dos
empresários do setor avaliou que as condições do mercado haviam piorado no final do
ano passado em comparação com os seis meses anteriores. As maiores dificuldades
apontadas foram a carga tributária e as elevadas taxas de juros.
Quanto às expectativas para o futuro, o estudo da FIEPE revela que os empresários estavam divididos e cautelosos. Segundo 32% dos entrevistados, a situação do mercado
da construção civil inspirava confiança. Os pessimistas também eram em mesmo percentual, 32%. Já os que acreditavam que a situação deveria permanecer como estava
somavam 36%. Nenhum dos executivos se mostrou, na pesquisa, muito otimista ou
muito pessimista.
No que diz respeito às expectativas de venda de imóveis residenciais no primeiro trimestre de 2009, a pesquisa da FIEPE mostra também que 8% dos empresários apostavam no crescimento, 40% acreditavam na estabilidade e 52% esperavam alguma
retração no setor.
Por outro lado, quando questionados sobre os lançamentos no primeiro semestre de
2009, exatos 40% dos entrevistados afirmaram que certamente não lançariam imóveis
residenciais neste período. Os que provavelmente iriam lançar e os que certamente
lançariam somavam 60% dos empresários do setor.
Com informações da Agência Brasil, FIEPE e SindusCon-SP.
Cores e Formas 53
Iluminação e a
Foto: Divulgação
V
construção sustentável
ivemos um momento de grande preocupação em relação às mudanças
climáticas globais ocasionadas pelas
ações dos homens. No momento,
o cenário que antevê em um futuro próximo uma
grande catástrofe ambiental, faz com que a humanidade se dedique a repensar o presente buscando
promover um futuro melhor. Sem dúvida este empenho global será fundamental para reverter os atuais
prognósticos.
Considerando o divulgado conceito de desenvolvimento sustentável, que busca satisfazer as necessidades do presente sem contudo comprometer as
futuras gerações em suas necessidades, podemos
dizer que a sustentabilidade é baseada na integração entre o equilíbrio social, econômico e ambiental
e, portanto, só será alcançada mediante uma integração multidisciplinar. É necessário que todos os
envolvidos tenham além de conhecimento técnico,
coerência e, sobretudo, responsabilidade para tomada de decisões.
Para promover a sustentabilidade se faz necessário,
além de considerar a conservação e uso racional dos
recursos naturais e redução de produtos tóxicos com
seus resíduos, considerar a questão da qualidade dos espaços internos e externos e o
desempenho energético dos mesmos. Segundo o Manual da Construção Sustentável do
SINDUSCON-PE (Priori, 2008) a indústria da construção civil consome cerca de 40%
dos recursos naturais do planeta. Mas felizmente já existe uma grande mobilização no
sentido de repensar as formas de atuação do setor.
São muitas as ações que hoje são estudadas pelo segmento da construção civil para
reduzir tal impacto. Um dos aspectos de grande importância a ser considerado é sem
dúvida a questão projetual. Pensar em construção sustentável é uma tomada de decisão
que deve acontecer na gênese do processo. Todas as etapas devem ser contempladas
com o pensamento: desde a concepção, passando pela especificação, detalhamento e
finalmente a manutenção após a sua implantação.
No intuito de minimizar os impactos ambientais, os profissionais envolvidos, projetistas
e também fornecedores, deverão considerar a necessidade de redução na produção e
emissão resíduos, o uso racional comprometido dos recursos naturais, o uso de fontes
renováveis de energia e a economia de energia elétrica.
Analisando a questão sob a ótica dos projetos de iluminação, não podemos, portanto,
considerar um projeto de iluminação artificial sem considerar a natural, sobretudo em
uma região com tanta abundância deste recurso. É fundamental a integração destas
duas vertentes para se alcançar a eficiência desejada para uma edificação.
Vale ressaltar que esta é uma definição que deve ocorrer na concepção do projeto.
Ano 05 - Nº 12
Em termos qualitativos, o projetista deverá considerar que luz natural é uma necessidade básica do
ser humano, visto que o nosso organismo tem as
suas funções endocrinológicas ativadas a partir da
luz solar. A luz penetra no nosso cérebro através da
córnea e faz disparar uma série de sensações, como
relaxamento ou atividade. Podemos dizer, portanto,
que a luz está diretamente associada a sensações de
bem estar, influenciando os aspectos psicoemocionais e a saúde do ser humano como um todo. Dentro
do espaço arquitetônico é uma ferramenta que pode
aumentar a produtividade em um ambiente ou, se
mal utilizada, deprimir os seus usuários.
Em termos quantitativos, podemos dizer que o uso
adequado dos recursos de iluminação, reduzem
sobremaneira o consumo energético, sendo considerada portanto, uma excelente estratégia para
eficientização de uma edificação.
Utilizar os recursos de iluminação natural integrados
ao uso racional de iluminação artificial é a principal
diretriz para a realização um projeto de iluminação
sustentável. Ao projetista cabe a tarefa de analisar o
contexto no qual o edifício será inserido, sua implantação em relação ao movimento do sol, além de estudar as aberturas para o melhor aproveitamento da luz natural. A luz artificial entrará
para complementar a luz natural. Conceitualmente, o projeto de iluminação sustentável
deverá prever um sistema de iluminação flexível com acendimentos independentes
que poderão ser comandados individualmente por meio de controles, dependendo da
disponibilidade de luz natural. A individualização do sistema criará uma ambiência
mais adequada para cada usuário, considerando que a percepção da luz é única para
cada ser humano. Na especificação é importante considerar as tecnologias eficientizadoras de energia, tais como fluorescentes, LEDS (diodo emissor de luz) e fibra ótica.
Finalmente, cabe ao projetista também orientar sobre a responsabilidade do descarte
das lâmpadas. As fluorescentes, por exemplo, são altamente eficientes energeticamente, mas grandes poluentes da natureza, por conterem mercúrio em sua composição.
Infelizmente, no Brasil ainda estamos dando os primeiros passos em relação a política
de descarte e, portanto, neste segmento ainda é necessário preencher esta lacuna no
sentido da preservação do meio ambiente. São muitas as etapas que ainda devemos
ultrapassar para realizarmos pro-jetos sustentáveis, mas o importante é considerar
como fundamental o engajamento de equipes multidisciplinares, não apenas com profundo conhecimento técnico, mas também com bom senso e responsabilidade com o
meio ambiente. Dentro deste princípio será possível construir um futuro próximo melhor
para o nosso planeta.
Márcia Chamixaes, arquiteta e lightdesigner
54
Gabriel Bacelar
55
instituição existe há 23 anos e atua em prol da preservação do culto ao civismo,
ao patriotismo e à realização de campanhas com objetivos didáticos, educativos e
filantrópicos.
O comprometimento social e ambiental da GB pode ser observado em programas
como a Ação Seletiva (coleta seletiva de lixo em obras e na empresa), Projeto
Aprender na Obra (estágios para estudantes de Engenharia e Arquitetura), Projeto
Construir o Saber (alfabetização de colaboradores nos canteiros de obras), Projeto
Doação de Sangue e Projeto Cartucho Usado (reciclagem de cartuchos de impressão
com finalidade beneficente).
Gabriel Bacelar 2008-2009:
Foto: Divulgação
N
balanços e perspectivas de sucesso
o ano de 2009, a Gabriel Bacelar Construções espera repetir o êxito
observado em 2008, quando entregou aos seus clientes 338 apartamentos e lançou outras 561 unidades em seis novos empreendimentos.
“Em 2008, com a situação favorável proporcionada pelo mercado nos últimos
anos, aproveitamos para promover algumas readequações financeiras e montar
um land bank (estoque de terrenos) que nos permitirá manter o crescimento e se
adequar aos possíveis cenários econômicos”, explica o diretor comercial da GB,
Durval Bacelar.
Os 338 apartamentos entregues em 2008 pela GB foram construídos em seis edifícios: Saint Dominique, Saint Albert, Saint André, Saint Antoine, Saint Romain
e Saint James. Alguns deles foram concluídos antes mesmo do prazo previsto, a
exemplo do Saint Antoine, cujas chaves foram dadas aos proprietários com seis
meses de antecedência.
forma substancial pelo desenvolvimento e crescimento do Brasil. A honraria não
veio à toa. Conforme publicado em setembro último pela revista O Empreiteiro,
especializada em construção civil, das 27 construtoras no Brasil que obtiveram
crescimento acima de 50% da receita em 2007 a GB figurou na segunda posição.
Em relação a 2006, a receita da GB havia crescido, naquele exercício, 145,36%.
Prêmios
No dia 16 de maio do ano passado, a GB recebeu, no Hotel Gran Meliá Mofarrej,
em São Paulo, o prêmio Empreendedores de Sucesso 2008. A condecoração é
concedida anualmente pela revista Top of Business a empresas que contribuem de
No dia 25 de setembro, a Diretoria da GB foi novamente a São Paulo para receber
o Prêmio Excellence 2008. A distinção é conferida pelo Instituto Cultural da Fraternidade Universal em reconhecimento a iniciativas que envolvem responsabilidade
social, qualidade e profissionalismo no segmento de construções residenciais. A
Ano 05 - Nº 12
2009: ano novo, compromisso de sempre
A GB entrou em 2009 com outros seis novos empreendimentos em execução ou
em lançamento: Edifício Unique, Saint Lucia, The Plaza, Saint Raphael, Giardino
Beira Rio e Saint Gérard. No total, há 561 unidades, entre apartamentos e espaços
empresariais que, juntos, somam cerca de 80 mil m² em área construída.
“Em 2009 manteremos o foco na satisfação do cliente. Afinal, tem sido com esse
objetivo que, a cada ano, conquistamos a sua confiança e o respeito do mercado,
de nossos fornecedores, das empresas e profissionais parceiros, dos órgãos públicos e da população do Recife em geral”, comenta o diretor técnico da GB, Bruno
Bacelar.
Segundo o diretor, é com vistas a superar as expectativas de seus clientes que a
GB está sempre em busca de novas soluções, tecnologia de ponta e qualidade em
materiais e técnicas construtivas. Essa realidade vem sendo atestada por diversas
instituições de avaliação e certificação, a exemplo da Consultoria Delloitte, da Fundação Vanzolini e da International Certification Network.
Ação do Bem
56
57
R
ecuperar as principais características do
projeto arquitetônico do século XVII de
Mamede Ferreira e, ao mesmo tempo,
atualizar o prédio histórico para que
possa abrigar um moderno centro de especialidades
médicas. Estes são os principais objetivos das obras
de restauro e reforma do Hospital Pedro II, conduzidas
desde 2006 pelo Instituto Materno Infantil de Pernambuco Prof. Fernando Figueira (IMIP).
Inaugurado em 1861 a partir de projeto elaborado
pelo engenheiro Mamede Ferreira em 1847, o Hospital
Pedro II foi durante muitos anos a principal instituição
de saúde da região. Segundo informou o Diário de Pernambuco em sua edição de 31 de dezembro de 1899,
a unidade contava com 483 doentes e 146 empregados internos, além de toda uma bem montada estrutura
hospitalar.
Foto: Divulgação
O projeto do Hospital Pedro II trazia as preocupações
arquitetônicas em voga na Europa do século XIX, aliando estética e funcionalidade. Uma de suas principais
características era a previsão de uma expansão modulada, com as diretrizes para a ampliação, que ocorreria
até meados do século XX, já traçadas na concepção
original.
No começo do século XX, as instalações do Hospital Pedro I passaram a servir ao ensino médico da Faculdade
de Medicina do Recife. Foi justamente nessa primeira
metade do século que teve sua área expandida, a partir
de princípios do projeto de Mamede Ferreira, mas com
Restauro e Modernização
do Hospit al Pedro II
alguns elementos típicos de um modernismo nascente.
Entre os anos de 1954 e 1983, ficou conhecido como
Hospital das Clínicas, pois concentrou todos os serviços
clínicos, de apoio e de diagnóstico.
Devido à complexidade da demanda por atendimento
nas diversas áreas médicas de um hospital universitário, foi nessa segunda metade do século passado que o
prédio do Hospital Pedro II sofreu as maiores alterações
ao projeto original de Mamede Ferreira.
Com a ida do Hospital das Clínicas para o bairro do
Engenho do Meio em 1982, a Santa Casa de Misericórdia transferiu a administração do edifício do Pedro
II ao Governo do Estado de Pernambuco. A partir de
então, o lugar passou a sediar repartições da Secretaria
Estadual de Saúde e foi descaracterizado ainda mais.
Em janeiro de 2006, a história começou a mudar para
melhor com a integração do antigo edifício ao complexo
hospitalar do IMIP, que assumiu, junto à Santa Casa de
Misericórdia, a responsabilidade pela reestruturação do
prédio histórico. A elaboração do projeto de restauro
foi conduzida pelos arquitetos Jorge Passos e Simone
Arruda, que contaram com a colaboração do também
arquiteto Pedro Valadares e dos estagiários Bernardo
Beltrão e Lucas Jordano.
Já os trabalhos de modernização vêm sendo desenvolvidos pelo escritório do arquiteto Humberto Zirpoli.
Quando concluídas as obras, o Hospital Pedro II contará
com 19,5 mil m², dispostos em três andares. Entre os
serviços a serem oferecidos à população, haverá os de
radioterapia, hemodiálise e transplantes, além de um
Memorial da Saúde Materno Infantil e uma Escola Poli-
técnica de Saúde. Em uma edificação anexa, prevê-se,
ainda, a construção de um centro de convenções com
capacidade para 1500 pessoas. “Estamos adequando
as plantas às necessidades atuais, tendo em vista que
o mobiliário, os equipamentos médicos e a realidade
de um hospital eficaz dos dias de hoje são diversos do
que se verificava no século XIX”, comenta Humberto
Zirpoli.
As obras de restauro e modernização começaram efetivamente em março de 2007 e devem estar terminadas
em meados de 2010, quando então o IMIP deverá se
tornar o maior complexo hospitalar do Nordeste, com
820 leitos, todos do Sistema Único de Saúde (SUS).
“O próprio projeto de Mamede, que numa antecipação do Modernismo previu a edificação modulada da
estrutura, é a linha de condução de nossos trabalhos.
Ano 05 - Nº 12
Ajude você também
O IMIP é uma entidade de natureza pública, sem fins
lucrativos e que atua nas áreas de assistência médico-social, ensino, pesquisa e extensão comunitária.
Seu complexo hospitalar, com 714 leitos, é voltado
para o atendimento da população carente pernambucana, com a realização de mais de 600 mil atendimentos anuais. Para quem quiser e puder ajudar
com a causa do Pedro II há diversas opções.
Em março de 2007, o IMIP lançou, com a presença do governador Eduardo Campos, uma campanha
publicitária para arrecadar os recursos necessários à
restauração e modernização do Pedro II.
O que foi feito até a década de 50 do século passado,
procuramos congelar no tempo. O que surgiu depois,
mas que agregou valor à proposta, colocamos no lugar.
Já o que descaracterizou a idéia inicial foi retirado”,
afirma o arquiteto Jorge Passos.
Desde o final de 2007, o Ministério da Cultura, por
meio da Lei Rouanet, aprovou um montante de R$
7,6 milhões para captação com incentivos fiscais
para o projeto de restauro. As obras, em sua totalidade, estão estimadas em R$ 20 milhões.
Os centros de especialidades são entregues à população por etapas. O Serviço de Terapia Renal Prof. João
Absalão, por exemplo, com capacidade para atender
até 120 pacientes por mês, foi concluído em janeiro
de 2008. Uma das meninas dos olhos do novo Pedro II
será a Unidade Geral de Transplantes, na qual se espera a realização de cerca de 350 transplantes por ano,
entre procedimentos de córnea, rim, coração, fígado,
pâncreas e pulmão. A unidade contará com bloco cirúrgico próprio, 5 salas de cirurgia, UTI pós-transplante
com 16 leitos e 40 leitos de enfermaria.
Os depósitos bancários podem ser feitos diretamente na conta nº 0.005500 do Banco Real ABN Amro
(356), Agência 0757 – Parque Amorim, Recife. Visitando a lojinha virtual do IMIP, no endereço www.
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Cronograma de Obras
Espinheiro: Saint Lucia – Estrutura
Imagens: Gabriel Bacelar
64
Boa Viagem: Boulevard José Noronha – Estrutura
Ilha do Leite: The Plaza – Fundação
65
Boa Viagem: Unique – Estrutura
Jaqueira: Jardins – Revestimento Fachada
Madalena: Giardino Beira Rio – Fundação
Torre: Saint Raphael – Lançamento
Ano 05 - Nº 12
Jaqueira: Gran Parc Jaqueira – Estrutura/Alvenaria
Beira Rio: Saint Gérard – Lançamento
Boa Viagem: Saint Antinori – Acabamentos finais
Mercado Imobiliário
A dinâmica do mercado imobiliário da Região
Metropolitana do Recife em 2009
Mônica Mercês
REGIÃO METROPOLITANA DO RECIFE
VENDAS DE IMÓVEIS RESIDENCIAIS
CRESCIMENTO 2008 / 2007 (%) - POR NÚMERO DE QUARTOS
O
mercado imobiliário da Região Metropolitana do Recife comemorou, em 2008, o melhor resultado dos últimos 15 anos. As vendas
cresceram 54,2% frente ao desempenho de 2007, com expansão
nos negócios realizados em todos os tipos de imóveis, de 1 a 4
quartos. A expansão mais expressiva foi verificada nos imóveis com 03 quartos
sociais: 75,1%
Os financiamentos bancários, ausentes durante muitos anos, voltaram a impulsionar
as vendas, demonstrando que os consumidores estão adotando uma nova postura:
a de endividamento a longo prazo.
O mercado local possui atualmente produtos diversificados para atender as exigências dos clientes não só em termos de atributos, mas também em termos de valor.
Mas a grande dúvida é como será o desempenho dos negócios imobiliários no país
neste ano que, inevitavelmente, estará marcado pela crise financeira mundial.
O Brasil, segundo estimativas do FMI, deverá crescer 1,8% em 2009, o que até
então nos livra de entrarmos também numa recessão, e sinaliza para um cenário de
crescimento, só que de forma mais moderada. Esse crescimento de 1,8%, previsto
para o PIB em 2009, é bem distante dos 5,8% de 2008, segundo estimativas do
Governo. Entretanto, o mesmo FMI já estima que o Brasil crescerá, em 2010, 3,5%.
O PIB do mundo em 2009 deve expandir apenas 0,5% e em 2010, 3,0%. Para os
Estados Unidos, os números são mais severos, com redução do PIB da ordem de
1,6% em 2009 e crescimento de 1,6% em 2010.
Sabe-se que a dinamização do setor da construção civil é importante para impulsionar a economia pelo seu vasto efeito multiplicador de emprego e renda. E nesses
tempos de crise, a compreensão desta questão se reveste de importância estratégica
para os dirigentes das diversas nações que hoje estão ameaçadas pela recessão.
Fonte: FIEPE – Pesquisa IVV
Nesse sentido, o Governo brasileiro aposta no pacote habitacional que estima construir 1 milhão de moradias entre os anos de 2009 e 2010. O pacote prevê também
que um número maior de famílias de baixa renda terá financiamento sem entrada
na compra da casa própria. Haverá o financiamento de 100% do valor do imóvel
para determinadas faixas de renda e prazos mais longos, que permitirão reduzir o
valor das parcelas. Atualmente, já existem financiamentos totais para famílias com
renda de até R$ 4.900, segundo informações da Caixa Econômica Federal.
De fato, grande parte dos investimentos do mercado imobiliário brasileiro está
voltado em 2009 para os empreendimentos de renda mais baixa, motivados pela
elevada demanda e pelos recursos assegurados para financiamento bancário por
parte do Governo Federal. Essa mesma linha de trabalho está sendo perseguida por
muitas empresas do mercado pernambucano, mas há de lembrar que haverá sempre
demanda e negócios para produtos bem planejados, quer seja para o nível de renda
mais elevado, quer seja para o nível de renda mais baixo.
O desafio é perceber as reais necessidades do mercado, identificando, principalmente, nichos e com isso adequar cada novo projeto a esses aspectos. Muito se especula,
depois dos 54,2% de crescimento do ano de 2008, qual será o comportamento do
mercado imobiliário da Região Metropolitana do Recife em 2009? Em qualquer das
apostas que se faça, um fato não pode deixar de ser considerado: o momento vivido por Pernambuco. Esse fator
diferenciará o mercado local em relação aos outros no país
e juntamente com as medidas de impulso ao setor construtivo, impedirá que as vendas de imóveis despenquem
drasticamente em 2009.
Mônica Mercês, economista
Foto: Gabriela Vasconcelos
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