Intensifica~Bo Agricola, Identidade EconBmica e lnvisibilidade entre
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Intensifica~Bo Agricola, Identidade EconBmica e lnvisibilidade entre
ACT Publication No. 06-07 Intensifica~BoAgricola, Identidade EconBmica e lnvisibilidade entre Pequenos Produtores Rurais AmazBnicos: Caboclos e Colonos numa Perspectiva Comparada Eduardo S. Brondizio Reprinted from: Sociedades Caboclas Amaz6nicas: Modernidade e lnvisibilidade. Adams, Cristina, Rui Murrieta, e Walter Neves (orgs.). SBo Paulo: Annablurne, 2006. Anthropological Center for Training and Research on Global Environmental Change Indiana University, Student Building 331, 701 E. Kirkwood Ave., 47405-7100, U.S.A. Phone: (812) 855-6181, Fax: (812) 855-3000. Email: [email protected], internet: www.indianaeedu/-act perspectivas se referem e ainda estlo presentes em ireas rurais por todo o Brasil. Estas incluem a visiio popular do "tipo rural" condenado e atrasado, a negligencia e o abandon0 politicos i s famiiias do campo, assim como a falta de entendimento e o desprew do papel das tecnologiss e da produgio agricola de pequena escala face is suas contrapartidas "modemas" e snbsidiadas; uma hist6ria persistente de invisibilidade, freqiientemente evitada em vez de comgida. Invisibilidade compartilhada entre pequenos produtores rurais amaz6nicos As diferenqas 6bvias entre caboclosZ amaz6nicos e colonos3 recentes fazem desnecessirias quaisquer elabora@es de suas particularidades hist6ricas e s6cioculturais! Ao mesmo tempo, esses grupos diversos compartilham semelhan~as surpreendentesna medida em que S o appados na mesma categoria como "camponcsa amaz6nicos". Regionalmente, ambos os termos (mas particularmente "caboclo") comportam diversos sentidos, comumente depreciativos. Enqnanto as defini~Bes academicas levam em wnsideragio variag6ss no context0 hist6rico,6tniw e gw@co, bem como as variapks de identidade sbcio-ewn6mica contemporinea, o uso coloquial dos termos "caboclo"5 e "colono"6 compartilha preconceitos s6cio-culturais e econ6micos. Essencialmente, enquanto produtores rurais de pequena escala, tanto 2. 0 t e m o "caboclo" C utilizado neste anigo mais prbximo do seu sentido na chamada "defini~B0 . acsdemica". .- - - ~ cnmo discutida.. nor exemolo. . .or . Parker (1985) e Lima (1992). Paniculamente no p m n l e srtko. "caboclo" se refere is populsf0es ribeirinhas e interfluviais do estudrio amazdnico representadas pelo estudo de caso (cam respeito a tods heterugcneidade) diiutido no mcsmo. 3. 0 termo "colono" 6 utilizado neste arfigo como refefincia i s familias chegando na regiao a panir espontilnea ou promovida pelo governa, a lreas da dbcada de 1960. ~. afraves de mieracPa - . previamrnlc ocupsdas por g ~ u p indlgcnas s nu por arsenlamcnhlr d~ caboclos. Fn, particular. oaIe trabalho eu mc coucenlro nos colonus assenldos comu pcqucnos prnpricliirlos (ou scja. em lotes variando de TO a 150 hcclares) duranlc as trLs ultimas d&c.adas, como rcsultado de inccntivos governamentais par8 c o ~ o n i z a ~ Enquanta ~o. existem claras diferenqas entre os prbprios migranter mais recentes e em relsgao a caboclos em geral, C baslante diflcil distioguir entrc comunidades ocupando Areas de-migra~aomais antigas (50-100 anos), como a regilo de Bragantina, e as comunidades "eaboclas" misturadas dentro c ao redor destas. 4. Como observado por Pace: "Em todas essas definicacs [referindo-se is mesmas citap6es usndas nesle trabalho para fazer refefincia a cstudos de caboclosl x rewnhece que csboclos s50 ppulacfm niiotribais "50-indigenas e nio-colonos e "So-migrantes que vieram para a Amazdnis desde a decada de 1950" (1997: 82). 5. HA muitas tentativas de ilustrar as contradigaes eotre o uno popular e o acadEmico do termo, da obra clbsica de Wagley (1953) no uso do tcrmo "caboclo" wmo refedncia a sujeitos distontes. passando pelos esmdos dc Moran (1974) e Packer (1985). ate os trabalhos mais receoies de Limn (199% Hatris (1998). e Pace (1997). Veje tam& a discuslo de Pace sobre "arias tipologias usadas para ddinir caboclos na base de caracteristicas "raciais", de "adapta@o ecolbgica" e "culturais". 6. No caso dos colonos, exemplos de termos com conotsgder depreciativas iucluem "arigb" (porCm sua conotqlo varia regionalmente) e "qui~assa"(tenno tambent utilizado para ireas abandonadas no oeste da Ainaz6nia), entre outros. : : i : : ; L - I- caboclos quanto colonos compartilham de uma falta de suporte econamiw, politico e infra-edruhual. Este trabalho visa discutir a exisencia de atributos wmuns subjacentes B wndigio de "invisibilidade" destas popula&s n&. Embora buscando valorizar suas d i f e w hist6ricas c s6cio-culhxais, eu procuro discutir, em particular, as implica@es a-das pela interprefa~lodc seus sistemas de produ~loagricolas na construglo da identidade econ6mica e social dessas popula~ksrurais da Amszijnia. M e n d o demonstrar que a chamada "invisibiidade" dos pequenos produtores nuais da M n i a (quer econamica, politics, tecnol6~jcaou social) b em parte, o resultado das perspectivas dominantes em relaplo ao que 6 considerado nm sistema agriwla produtivo no que conceme i s suas caractensticas agrondmicas, estacas, econ6micas. tecnol6gicss e s6cio-culturais. Um elemento central nesta equaqiio 6 a foma pela qua1 o "processo de intensifica$lo" da produ@o agriwh 6 definido e mensurado para fins wmparativm; e, conseqiientemente, suas implicap6es para a compreensio de mudanqas sociais e econ6micas durante a histdria contemporkea de ocupaqb da regiso. Embora por raz6es distintas - e que eu tentarei ilustrar atrav6s de exemplos e de dados coletados em wnpo - ambos os sistemas de produ@o (em sum variabilidades), caboclo e colono, tendem a ser deswnsiderados em termos de sua relevincia e efctividadc dcio-econ6micas quando comparados & agricnltura de grande escala, na sua maior parte subsidiada em capital e tecnologia. At6 certo ponto, este argument0 reforqa a idtia de "invisibilidade fabricada" sugerida por Nugent (1993), onde esses propriethios m i s slo colocados numa wndiqlo social "patol6gica", como urn obstscnlo impedindo o desenvolvimento regional. Estas vis* sobre a agricultura de pcquena escala tendem a enfatizar a substituigio de estrat6gias locais de uso da terra por uma tecnologia extema baseada em sistemas de alto investimento de energia e capital de larga escala, centrados primariamente numa apricultura arientada para exportagio. Esta disposigio tende a negligenciar a contribnigia destes sistemas produtivos ao fornecimento de alimentos a popula* urbanas e nvais por todo o pais, e resulta numa Mta de investimentos que visam melhorar infm-estrum &io-ewn6micas e fisicas existentes que, por sna vez, poderiam anmentar os sistemas de pmdupIo local sem desalojar familias nuais ou ameaqar a base de recursos locais (e, conseqiientemente, a economia local e a segudpa alimentat). Explicapaes sobre intensificaplo do uso da terra se baseiam freqiientemente em modelos conceituais que usam partmetros tais como ciclo de pousio, caracteristicas espaqo-temporais, ou variaveis baseadas em fatores de produglo, como por exemplo, miio-de-obra, energia, tecnologia, elou capital: os chamados "fatores de input". Alternativamente, os "fatores de output", como a manntenqPo de prodntividade no decorrer do tempo, sHo geralmentc usadas colno uma medida complementar de intensificagio agmpecuiria (verB~o~olzto & SIQUEIRA, 1997). Enketanto,rnodelos do ciclo de pousio como propostos por Bosemp (1965), oferecem explicaqlo limitada para sistemas agricolas (dc colonos) em ireas de colonizaq80, onde a ocupa@o da terra 6 primariamente baseada nos ciclos de expanslo progressiva da area utilizada para Z L - .op!6%1sp atuw~u6!s s@wo@npo~dep owspugu!t~lopardens a (qareu~~ we) w u w a u ! w ~ ~ ~ ~ ~ , ~ ~ w ~ W s r u o y a r ~ ~ ~ p e opuqmur zaA epep mew!slusaur y 'mat sp osn ap ~ ~ s e 1 0 ~ ~ 0 ~ 6 srun s r uourw a ~ !) sI& ap o@npo~dap sewg e(a-we)=+~~wwepmean: ap YUU WPUW weo!wse!o r u e 6 ~ 1 -02 '~!se~g 'yed 'se~pedep etuod ap oldwaq .!eb op s!epa1qo16e seuratsbssop apep!!!q!sp a apep!l!q!qu! y ( ~ 6 'p661 1 ''W l3 OlqaNOUg Jp opatdape)!& Op /E$S~JO/J(U~~ 0/elIeUl qos earg e opujnpu! 'opnlse ep earg e opu!qlxa (1681) w l l e s p u q ep sueSaul c mnS!j