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5 SÉRIE 6 oANO - WordPress.com
Validade: 2014 – 2017
a
o
5 SÉRIE 6 ANO
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS
Caderno do Professor
Volume 1
HISTÓRIA
Ciências Humanas
governo do estado de são paulo
secretaria da educação
MATERIAL DE APOIO AO
CURRÍCULO DO ESTADO DE SÃO PAULO
CADERNO DO PROFESSOR
HISTÓRIA
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS
5a SÉRIE/6o ANO
VOLUME 1
Nova edição
2014 - 2017
São Paulo
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Governo do Estado de São Paulo
Governador
Geraldo Alckmin
Vice-Governador
Guilherme Afif Domingos
Secretário da Educação
Herman Voorwald
Secretário-Adjunto
João Cardoso Palma Filho
Chefe de Gabinete
Fernando Padula Novaes
Subsecretária de Articulação Regional
Rosania Morales Morroni
Coordenadora da Escola de Formação e
Aperfeiçoamento dos Professores – EFAP
Silvia Andrade da Cunha Galletta
Coordenadora de Gestão da
Educação Básica
Maria Elizabete da Costa
Coordenadora de Gestão de
Recursos Humanos
Cleide Bauab Eid Bochixio
Coordenadora de Informação,
Monitoramento e Avaliação
Educacional
Ione Cristina Ribeiro de Assunção
Coordenadora de Infraestrutura e
Serviços Escolares
Ana Leonor Sala Alonso
Coordenadora de Orçamento e
Finanças
Claudia Chiaroni Afuso
Presidente da Fundação para o
Desenvolvimento da Educação – FDE
Barjas Negri
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Senhoras e senhores docentes,
A Secretaria da Educação do Estado de São Paulo sente-se honrada em tê-los como colaboradores nesta nova edição do Caderno do Professor, realizada a partir dos estudos e análises que
permitiram consolidar a articulação do currículo proposto com aquele em ação nas salas de aula
de todo o Estado de São Paulo. Para isso, o trabalho realizado em parceria com os PCNP e com
os professores da rede de ensino tem sido basal para o aprofundamento analítico e crítico da abordagem dos materiais de apoio ao currículo. Essa ação, efetivada por meio do programa Educação
— Compromisso de São Paulo, é de fundamental importância para a Pasta, que despende, neste
programa, seus maiores esforços ao intensificar ações de avaliação e monitoramento da utilização
dos diferentes materiais de apoio à implementação do currículo e ao empregar o Caderno nas ações
de formação de professores e gestores da rede de ensino. Além disso, firma seu dever com a busca
por uma educação paulista de qualidade ao promover estudos sobre os impactos gerados pelo uso
do material do São Paulo Faz Escola nos resultados da rede, por meio do Saresp e do Ideb.
Enfim, o Caderno do Professor, criado pelo programa São Paulo Faz Escola, apresenta orientações didático-pedagógicas e traz como base o conteúdo do Currículo Oficial do Estado de São
Paulo, que pode ser utilizado como complemento à Matriz Curricular. Observem que as atividades
ora propostas podem ser complementadas por outras que julgarem pertinentes ou necessárias,
dependendo do seu planejamento e da adequação da proposta de ensino deste material à realidade
da sua escola e de seus alunos. O Caderno tem a proposição de apoiá-los no planejamento de suas
aulas para que explorem em seus alunos as competências e habilidades necessárias que comportam
a construção do saber e a apropriação dos conteúdos das disciplinas, além de permitir uma avaliação constante, por parte dos docentes, das práticas metodológicas em sala de aula, objetivando a
diversificação do ensino e a melhoria da qualidade do fazer pedagógico.
Revigoram-se assim os esforços desta Secretaria no sentido de apoiá-los e mobilizá-los em seu
trabalho e esperamos que o Caderno, ora apresentado, contribua para valorizar o ofício de ensinar
e elevar nossos discentes à categoria de protagonistas de sua história.
Contamos com nosso Magistério para a efetiva, contínua e renovada implementação do currículo.
Bom trabalho!
Herman Voorwald
Secretário da Educação do Estado de São Paulo
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Sumário
Orientação sobre os conteúdos do volume
Situações de Aprendizagem
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Situação de Aprendizagem 1 – Sistemas sociais e culturais de notação de tempo ao
longo da história
7
Situação de Aprendizagem 2 – As linguagens das fontes históricas: documentos
escritos, mapas, imagens e entrevistas
15
Situação de Aprendizagem 3 – A vida na Pré-história e a escrita
23
Situação de Aprendizagem 4 – Os suportes e os instrumentos da escrita
31
Situação de Aprendizagem 5 – O Rio Nilo e o trabalho dos camponeses no Egito
Antigo
38
Situação de Aprendizagem 6 – O Código de Hamurábi: os princípios de justiça na
Mesopotâmia
48
Situação de Aprendizagem 7 – África, o berço da humanidade
56
Situação de Aprendizagem 8 – Heranças culturais da China e trocas culturais em
diferentes épocas
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Quadro de conteúdos do Ensino Fundamental – Anos Finais
Gabarito
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
orientação sobre os conteúdos do VOLUME
Caro(a) professor(a),
O objetivo deste Caderno é auxiliá-lo no
desenvolvimento de Situações de Aprendizagem para alunos que iniciam a aprendizagem
formal com os conteúdos de história. Foram
selecionados oito temas principais:
ff Sistemas sociais e culturais de notação de
tempo ao longo da história;
ff As linguagens das fontes históricas: documentos escritos, mapas, imagens e entrevistas;
ff A vida na Pré-história e a escrita;
ff Os suportes e os instrumentos da escrita;
ff O Rio Nilo e o trabalho dos camponeses no
Egito Antigo;
ff O Código de Hamurábi: os princípios de
justiça na Mesopotâmia;
ff África, o berço da humanidade;
ff As heranças culturais da China e trocas culturais em diferentes épocas.
Estes temas serão desenvolvidos em Situações de Aprendizagem que terão, entre seus
objetivos, ressaltar as diferentes linguagens
das fontes históricas, a vida na Pré-história e
a escrita. Trata-se de práticas que incentivam
o exercício de formulação de hipóteses, o processo de criação, a compreensão e interação
de narrativas, a representação simbólica, por
meio de encenações e jogos dramáticos que têm
como objetivo estimular o processo de aprendizagem da leitura e da escrita.
Para cada Situação de Aprendizagem foram
elaboradas uma atividade principal, questões
para a avaliação e propostas para recuperação,
nas quais foram destacados alguns dos aspectos
mais significativos das discussões historiográficas contemporâneas. Considere a possibilidade
de realizar mudanças para adequar as propostas à sua experiência docente, ao seu atual grupo de alunos e às suas condições de trabalho.
Todas as Situações de Aprendizagem estão
acompanhadas da identificação dos principais conceitos trabalhados, das competências
e habilidades priorizadas, das estratégias e dos
recursos que podem ser utilizados, além de um
roteiro para a sua aplicação e de sugestões para
avaliação.
Deve-se considerar também que as atividades propostas estão baseadas nas orientações para a área de História estabelecidas
pela Lei de Diretrizes e Bases da Educação
(Lei no 9.394/96) e nos Parâmetros Curriculares Nacionais, principalmente no que se
refere à inserção dos alunos na sua realidade social, valorizando o direito de cidadania
dos indivíduos; ao reconhecimento de que
o conhecimento histórico é interdisciplinar;
e ao estabelecimento de relações entre conteúdo e atitudes que reconheçam os alunos
como agentes na construção do processo histórico.
As competências e habilidades que devem
ser desenvolvidas nas Situações de Aprendizagem deste Caderno, extraídas da matriz do
Enema, são as seguintes:
I. dominar a norma culta da língua portuguesa e fazer uso das linguagens matemática, artística e científica;
a
Documento básico do Enem. Fonte: <http://portal.mec.gov.br/index.php?ltemid=3107.enem.br>. Acesso em: 10 out. 2013. As
competências básicas da área enunciadas na “Matriz de Referencias para o Enem 2009” encontram-se disponíveis em: <http://
download.inep.gov.br/educacao_basica/enem/downloads/2009/Enem2009_matriz.pdf>. Acesso em: 17 maio 2013.
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II.construir e aplicar conceitos das várias
áreas do conhecimento para a compreensão de fenômenos naturais, de processos
histórico-geográficos, da produção tecnológica e das manifestações artísticas;
III.selecionar, organizar, relacionar e interpretar dados e informações, representados de diferentes formas, para tomar decisões e enfrentar situações-problema;
IV.relacionar informações, representadas de
diferentes formas, e conhecimentos disponíveis em diferentes situações para
construir uma argumentação consistente;
V.recorrer aos conhecimentos desenvolvidos
na escola para elaboração de propostas de
intervenção solidária na realidade, respeitando os valores humanos e considerando
a diversidade sociocultural.
O objetivo deste Caderno é apoiar você, professor, no desenvolvimento desses conteúdos,
no primeiro contato formal dos alunos com
informações relacionadas à Pré-história e às
civilizações do Oriente e à vida na China e na
África antigas.
Além disso, nas Situações de Aprendizagem você encontrará sugestões de avaliação,
com atividades de análise de documentos,
produção e leitura de textos e atividades de
múltipla escolha. Essas sugestões poderão ser
utilizadas para avaliar o processo de aprendizagem dos alunos. As atividades de múltipla
escolha poderão ser justificadas pelos alunos, o que possibilitará a observação da argumentação e o entendimento das questões,
bem como a assimilação do conteúdo. Já as
atividades de análise de documento e leitura
e produção de textos poderão exercitar a capacidade de interpretação e encadeamento de
conhecimentos trabalhados sobre o período
que está sendo estudado.
Bom trabalho!
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
Situações de Aprendizagem
Situação de Aprendizagem 1
Sistemas sociais e culturais de notação de
tempo ao longo da História
A primeira Situação de Aprendizagem tem
como objetivo propiciar aos alunos a compreensão de que, ao longo da história, diferentes povos colocaram-se questões sobre a natureza do
tempo, cada um à sua maneira. Como estratégia, sugerimos a organização de um varal sobre
os sistemas sociais e culturais de notação do
tempo ao longo da história. O varal – local em
que se penduram roupas e objetos – dará lugar
às produções dos alunos, como recortes, desenhos, registros visuais de entrevistas, fotografias
e outros que mostrem vestígios e testemunhos
do passado humano.
Há indicações neste Caderno que podem
auxiliar na preparação do varal sobre os sistemas sociais e culturais de notação de tempo
ao longo da história. Essas indicações foram
elaboradas com a intenção de apresentar à
classe o conceito de tempo cronológico e alguns marcadores de tempo, considerando-os
como criações culturais de diferentes povos e
lugares. Com isto, pretende-se estimular os
alunos a compreender o tempo histórico
como referência de momentos históricos em
seu processo de sucessão e na simultaneidade
dos fatos.
Conteúdos e temas: sistemas sociais e culturais de notação de tempo; passado, presente e futuro, anterioridade, posteridade, calendários, tempo, ampulheta, clepsidra, pêndulo e solstício.
Competências e habilidades: reconhecer acontecimentos no tempo (tendo como referência a anterioridade
e a posteridade); reconhecer diferentes formas de marcação de tempo; trabalhar em equipe; pesquisar;
sistematizar e apresentar conceitos e informações; desenvolver a expressão oral e escrita.
Sugestão de estratégias: pesquisa e construção de varal sobre sistemas sociais e culturais de notação de
tempo.
Sugestão de recursos: papel-jornal, sulfite ou folhas coloridas recicladas, prendedores de madeira, barbante, enciclopédias, livros de apoio didático, dicionários e mídias eletrônicas.
Sugestão de avaliação: participação dos alunos no processo de trabalho e o produto final, ou seja, o
varal.
Sondagem e sensibilização – 1a etapa
A primeira etapa desta Situação de Aprendizagem será importante para apresentar aos
alunos a proposta sobre como organizar o
varal sobre sistemas sociais e culturais de
notação de tempo ao longo da história e as
etapas para sua realização. Inicie a sondagem perguntando aos alunos como eles marcam o tempo. É muito importante que você
mostre a eles que percebemos a existência do
tempo, mas não podemos vê-lo nem segurá-lo, embora possamos estabelecer maneiras
para medi-lo.
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Faça um levantamento das semelhanças
e diferenças entre os critérios para que cada
um marque seu tempo. Pergunte, por exemplo, quando eles sentem passar o tempo mais
rápido e mais devagar. As respostas, que podem ser registradas no Caderno do Aluno, são
pessoais e, a partir delas, você pode mostrar a
maneira como os povos utilizaram diferentes
instrumentos para marcar o tempo.
Tendo em vista a complexidade da elaboração da noção de tempo para a 5a série/6o
ano do Ensino Fundamental, é recomendável
que você estimule os alunos a indicar três situações, relacionadas ao cotidiano deles, em
que percebam a passagem do tempo de modo
diferenciado (rápido e devagar).
Escreva na lousa a seguinte frase:
“Os dias podem ser iguais para um relógio, mas não para um homem.”
Marcel Proust, escritor francês (1871-1922). Chroniques,
Vacances de Pâques. Le Figaro, 25 mar. 1913.
Após a apresentação da citação, presente
também no Caderno do Aluno, estimule os alunos a interpretá-la e registrar suas impressões no
Caderno. Pergunte se eles conhecem exemplos
que estejam relacionados a diferentes formas de
contar o tempo. Destaque a necessidade de diferentes povos, ao longo da história, marcarem
o tempo considerando os ritmos da natureza,
como as mudanças de estações e temporadas de
chuvas, por exemplo. As atividades econômicas
– como as culturas agrícolas – também serviram, e ainda servem, como referência de tempo
para populações rurais.
Considerando que os temas tempo e contagem do tempo estão muito presentes no
cotidiano dos alunos, não será difícil, no momento da Sondagem, extrair deles diversas
informações. Você poderá mostrar que a palavra tempo pode ter vários significados.
O texto a seguir, também presente
no Caderno do Aluno na seção Leitura e análise de texto, estimula a
reflexão sobre os vários significados da palavra tempo.
A palavra “tempo”
Quando pensamos na palavra “tempo”,
observamos que ela pode ter vários significados. Um deles é sinônimo de “clima”, é o
tempo quando associado à chuva, aos ventos
e a outras condições atmosféricas em certo
local e em determinado momento. Outro
significado pode ser o de “tempo cronológico”, marcado em segundos, minutos, horas,
meses e anos. Há ainda o “tempo histórico”,
que nos ajuda a perceber as permanências e
mudanças, e as diferenças e semelhanças no
modo de viver dos indivíduos e dos grupos
sociais ao longo de muitos anos, séculos ou
milênios.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
Para o historiador francês Fernand Braudel (1902-1985), estudioso da multiplicidade
do tempo histórico, o estudo dos fenômenos
históricos inclui três níveis: o tempo dos acontecimentos, de breve duração; o tempo das
conjunturas, um período médio de 10, 20 ou
50 anos, no qual um determinado conjunto
de acontecimentos se prolonga; e o tempo de
longa duração, que abrange séculos e se caracteriza por mudanças quase imperceptíveis.
Caio César Boschi, em sua obra Por que
estudar História? (2007), mostra-nos que para
tornar sua teoria mais clara, Braudel comparou o tempo histórico às águas do oceano.
O tempo dos acontecimentos é breve e móvel, como a água que fica na superfície, agitada pelo vento e pela chuva. O tempo das
conjunturas é a camada que fica logo abaixo, onde as águas são mais calmas e servem
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de apoio para a água da superfície. Por fim, o
tempo de longa duração é representado pelo
fundo do oceano, onde as águas são praticamente imóveis, mas sustentam as outras duas
camadas. O tempo é um só, mas inclui camadas temporais da mesma forma que o oceano
inclui camadas de água. Nos dois casos, as camadas são sobrepostas e simultâneas.
Após as reflexões realizadas com
a participação dos alunos, você
poderá propor a construção do
varal sobre os sistemas sociais e culturais de
notação de tempo ao longo da história com
base no conceito de tempo cronológico e de
tempo histórico, valendo-se do exemplo de
alguns marcadores de tempo como o relógio
de Sol, o gnômon, a clepsidra e a ampulheta; e os calendários gregoriano, juliano, judaico, chinês, muçulmano e japonês.
Professor, esta atividade encontra-se na seção Pesquisa individual, do Caderno do
Aluno. Oriente os alunos na organização
das diferentes etapas da pesquisa: coleta,
seleção, análise e registro escrito.
Organize com seus alunos um roteiro de
pesquisa sobre os sistemas sociais e culturais
de notação de tempo ao longo da história,
como os diferentes tipos de calendário: cristão, judaico, muçulmano, chinês, indígenas
etc. Além disso, será importante buscar informações sobre a clepsidra, a ampulheta, o
gnômon e os relógios de pêndulo, de bolso,
de pulso e digital; e os temas relacionados ao
tempo histórico, como as origens dos nomes
dos meses do ano e dos dias da semana, as razões da periodização do tempo e curiosidades
sobre a necessidade de homens e mulheres de
marcar o tempo.
Apresente o cronograma, indique as etapas
do trabalho e faça uma lista com os materiais
necessários para a pesquisa, como também os
materiais que serão utilizados para confeccionar o varal: barbantes, prendedores de roupa
e folhas de papel.
2a etapa
Antes da apresentação do roteiro de pesquisa aos alunos, você poderá desenvolver uma
aula expositiva com base nos conteúdos apresentados nas questões que virão a seguir acompanhando a atividade proposta no Caderno do
Aluno: grifar no texto e escrever as frases que
contem informações importantes sobre o tempo. Aqui, as respostas aparecem ampliadas e
você deverá selecionar os conteúdos que considerar adequados para a sua turma. O importante é envolvê-los na temática e desenvolver
um patamar equilibrado de conhecimentos sobre o tema para o conjunto da classe.
Professor, o texto a seguir encontra-se no Caderno do Aluno, na seção
Leitura e análise de texto e pretende
estimular a curiosidade dos alunos sobre a notação do tempo, seu surgimento e as necessidades que pretendia suprir.
Tempo: duração e medição
Não se pode definir com exatidão o momento em que o ser humano sentiu necessidade de dividir
o tempo em dias, semanas, meses, anos, séculos, horas, minutos e segundos. O que sabemos é que as
primeiras tentativas de medir o tempo aconteceram a partir da observação dos ciclos dos astros, especialmente do ciclo lunar, há mais de 4 mil anos.
Durante muitos séculos e ainda hoje, principalmente na zona rural, milhares de pessoas no mundo
inteiro regulam suas vidas pelos ciclos ou fenômenos da natureza. Observando os movimentos do Sol,
da Lua e das estrelas ou ainda o comportamento dos animais, as pessoas buscam saber quando vai
chover e qual a melhor época para o plantio e a colheita. Foi por meio da investigação da natureza
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que a agricultura se desenvolveu. O homem passou a observar a ocorrência do solstício, e, com isto,
diferenciar as estações do ano. O solstício ocorre quando o movimento aparente do Sol atinge o maior
grau de afastamento do Equador. É um fenômeno que acontece duas vezes ao ano e marca o início do
verão, quando o dia tem sua maior duração, e o início do inverno, quando o dia tem sua menor duração, e incide simultaneamente e de maneira inversa nos Hemisférios Sul e Norte.
Os astrônomos da Babilônia, cidade da antiga Mesopotâmia – região onde se localizavam as primeiras civilizações do antigo Oriente –, observavam os movimentos das estrelas e dos planetas. Em seus
registros eles mostram que, em cerca de sete dias, a Lua passa de Nova (seu disco não fica visível) ao
primeiro quarto; após sete dias, ela fica Cheia; contando mais sete dias, ela está em seu último quarto
e, finalmente, sete dias depois, a Lua volta a ficar Nova. Esses astrônomos basearam seu calendário no
ciclo lunar: dividiram o ano em 12 meses de 29 ou 30 dias, formando um ano de 354 dias. Os 11 dias que
ficaram faltando para completar 365 foram acrescentados em meses intercalares em relação às estações.
Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o São Paulo faz escola.
As questões sugeridas podem ser utilizadas para atividade em sala, lição de casa ou
verificação do conteúdo, de acordo com seu
critério.
1.A necessidade de marcar o tempo nasce
com o ser humano?
2. Por que a semana tem sete dias?
3. Qual é a origem dos nomes dos meses do
nosso calendário?
4. Com que objetivos se periodiza o tempo?
Quais são os critérios usados nessa divisão
do tempo em períodos?
5. Quais são as informações que temos sobre
os relógios mais antigos?
Professor, avalie a necessidade de seus alunos e, caso considere oportuno, levante hipóteses sobre a origem da denominação dos meses
do ano. Trata-se de um assunto que estimula o
interesse por fazer parte do cotidiano.
Em português e em outras línguas de origem latina, os nomes dos meses estão associados à antiga tradição romana.
ff Janeiro – mês dedicado a Jano, deus romano dos começos e das passagens, e que, por
possuir duas faces, podia enxergar para
trás e para a frente;
ff Fevereiro – mês dedicado a uma divindade
nefasta. Acredita-se que a um dos deuses
dos mortos chamado Fébruo;
ff Março – mês do deus romano da guerra,
Marte;
ff Abril – acredita-se que tenha origem no
verbo latino que significa “abrir”, porque
é o despertar da vegetação no Hemisfério
Norte;
ff Maio – associado a Maia, mãe do deus
Mercúrio;
ff Junho – mês de Juno, deusa das mulheres
casadas;
ff Julho – mês dedicado ao imperador Júlio César, o iniciador do calendário juliano;
ff Agosto – dedicado ao imperador Augusto,
que aplicou o calendário de César;
ff Setembro – correspondia ao sétimo mês
do ano para os romanos, que começa no
mês de março. Para nós, é o nono mês do
ano;
ff Outubro, novembro, dezembro – octo, novem
e decem eram, em latim, o oitavo, o nono e o
décimo mês do ano romano.
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
Assim como os meses do ano, os acontecimentos históricos desenrolam-se de maneira
contínua. A divisão da história em períodos é
um recurso que usamos para entender o passado de uma determinada maneira. As periodizações partem de critérios variáveis e, por
isso, elas também variam.
Os períodos econômicos, por exemplo, podem não corresponder ou coincidir com as
etapas políticas. Assim, o desenvolvimento de
atividades econômicas, como o extrativismo
do pau-brasil, o plantio da cana-de-açúcar, a
mineração, o café e a indústria, não coincide
rigidamente com os períodos colonial, imperial e republicano da história brasileira.
Ainda que dentro de um mesmo tipo de
periodização, pode haver divergência, depen-
dendo das ênfases e predileções dos estudiosos. Assim, a República brasileira, iniciada em
1889, pode ser dividida em diferentes períodos. Quantas e quais seriam as divisões são
questões muito discutidas por historiadores.
O importante é sabermos que os períodos
históricos servem como um instrumento de
análise, mas são sempre sujeitos a diversas interpretações.
Professor, o texto a seguir encontra-se no Caderno do Aluno, na seção Leitura e análise de texto,
acompanhado de uma atividade com imagens
de relógios utilizados em diferentes lugares e
épocas. Desta forma, os alunos poderão verificar a singularidade e a necessidade das sociedades na notação do tempo ao longo da
história.
Os relógios e o tempo
Os relógios mais antigos datam de mais de 4 mil anos. Foram criados pelos egípcios a partir da
observação do movimento do Sol, para marcar a passagem do tempo. Eram compostos de uma haste
presa ao solo ou a uma superfície plana. O tamanho e a posição da sombra dessa haste mudavam de
acordo com a posição do Sol durante o dia, marcando, assim, a passagem do tempo.
O gnômon é uma forma simples de relógio solar em que a sombra de uma vara plantada em uma
superfície plana permite calcular a hora de forma aproximada.
A clepsidra é um relógio de água. Foi usada no Egito Antigo para registrar o tempo do faraó e, em
Atenas, cidade da Grécia Antiga, para medir o tempo da fala dos oradores na ágora – a praça principal
onde eram realizadas as assembleias –, de modo que nenhum deles fosse privilegiado em relação aos
outros. Na clepsidra, o fluir do tempo é medido pelo escoamento da água num recipiente graduado.
Outro tipo de relógio antigo é a ampulheta. Sua invenção é atribuída a um monge da região de
Chartres, na França, chamado Luitprand, que viveu no século VIII. Na ampulheta, o intervalo é medido pela passagem de uma quantidade de areia de um lado a outro de um recipiente.
Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o São Paulo faz escola.
Ao final desta etapa, apresente aos alunos
o roteiro de pesquisa que norteará a busca de
novos dados para ampliar o entendimento do
tema.
Roteiro de pesquisa
Solicite aos alunos que realizem pesquisas para caracterizar os marcadores de
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tempo descritos a seguir. Peça que, para
cada um dos marcadores temporais, vinculem um exemplo de utilização, explicando
o significado para a cultura que o utiliza;
solicite a leitura do texto “O calendário”,
presente na seção Leitura e análise de texto,
no Caderno do Aluno.
ff Sol;
ff Clepsidra;
ff Ampulheta;
ff Gnômon;
ff Calendário gregoriano;
ff Calendário juliano;
ff Calendário judaico;
ff Calendário chinês;
ff Calendário muçulmano;
ff Calendário japonês.
O calendário
A observação dos ritmos da natureza permitiu que muitos povos soubessem o momento de plantar
e colher alimentos e a época de caçar animais. Os primeiros calendários foram feitos a partir dessas
informações. O calendário é um sistema baseado na natureza que permite que nos situemos no tempo.
A palavra “calendário” vem do uso que os romanos davam ao primeiro dia de cada mês, chamado de
calendas e, na origem, era determinado pela aparição da Lua Nova.
Atualmente, há diferentes tipos de calendário. O ano 1 do calendário judaico, por exemplo, inicia-se
no que os judeus acreditavam ser o sexto dia da criação do mundo. Para sabermos o ano do calendário
judaico que corresponde ao calendário cristão somamos 3761 ao ano do calendário cristão. Por exemplo, para sabermos a que ano judaico correspondeu o ano 2000 somamos 3761: o resultado será 5761.
Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o São Paulo faz escola.
Organize os alunos em grupos pequenos,
de forma a contemplar os dez temas de pesquisa. É muito importante constituir critérios
de pesquisa junto aos alunos, destacando a
necessidade de coletar dados para, posteriormente, elaborar textos autorais a partir
da seleção das informações que atendam aos
objetivos propostos. Sugira aos alunos que
desenhem ou selecionem imagens que se refiram ao assunto pesquisado.
observem a coerência do texto e que consultem um dicionário sempre que tiverem dúvida
sobre a escrita de uma palavra.
3a etapa
Passe pelos grupos ou chame-os à sua
mesa para orientá-los na produção de textos,
legendas, utilização dos espaços nas folhas, na
indicação do nome dos participantes, da disciplina e do professor.
A partir da pesquisa do material sobre sistemas sociais e culturais de notação de tempo,
peça aos alunos que se reúnam na classe para
apresentar aos colegas o material coletado e
comecem a fazer os registros, inicialmente em
rascunhos. Em um segundo momento, oriente-os a registrar nas folhas que serão expostas,
o resultado pesquisado, insistindo para que
É fundamental compor legendas para as
imagens ou ilustrações, que informem qual é
o calendário ou relógio que está sendo mostrado e em que época e local foi tirada a fotografia ou feita a imagem. Caso se trate de
ilustração ou obra de arte, é importante também apresentar o nome do autor.
Após a avaliação do material, inicie com
os alunos a montagem do varal, organizando
uma faixa ou um cartaz com o título da exposição.
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
Ao avaliar as etapas da Situação de Aprendizagem, você poderá observar os conhecimentos adquiridos e examinar o aprendizado
do aluno. No desenvolvimento das propostas, acompanhe o processo de aprendizagem
deles, localizando dificuldades, propondo retomadas e fazendo mudanças, se necessário.
É neste momento que você poderá acomMontagem de uma ampulheta
Materiais:
• 2 garrafas plásticas de refrigerante (600 ml)
ou água (500 ml) bem limpas e secas (uma
delas com tampa).
• Sal, areia fina ou farinha fina de mesa (farinha de trigo ou de mandioca).
• Fita adesiva.
Montagem:
ff Encha uma das garrafas com areia, sal ou
farinha de mesa.
ff Tampe a garrafa e peça para um adulto fazer
u
panhá-los de forma sistemática, utilizando
instrumentos de medição do tempo que façam
parte da realidade dos alunos (temporal e espacialmente) e fontes estudadas que ajudem no
esclarecimento sobre o conhecimento histórico,
para conduzi-los, de modo gradativo, à construção da noção de tempo histórico.
No Caderno do Aluno o experimento a seguir está contemplada
na seção Roteiro de experimentação – Montagem de uma ampulheta.
um pequeno furo na tampa.
ff Cole uma garrafa na outra pelo gargalo.
ff Ponha a garrafa cheia de areia virada para
baixo e espere.
Usando a ampulheta:
ff Vire a ampulheta para marcar o tempo da
atividade que está sendo realizada.
ff Registre quantas vezes, durante a atividade,
a areia da ampulheta passou para a garrafa
de baixo.
Ciência Hoje na Escola, 7: “Tempo e Espaço”. Rio de Janeiro,
Instituto Ciência Hoje, 1999. v.7. p. 18.
©Jairo Souza Design
Avaliação da Situação de
Aprendizagem
Figura 1 – Montagem de uma ampulheta.
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Proposta de questões para avaliação
As questões a seguir estão inseridas
na seção Você aprendeu?, no Caderno do Aluno.
1. Como o tempo é medido pela ampulheta?
O tempo é medido pela velocidade da passagem de uma
quantidade de areia de um a outro recipiente. Esta questão
será mais bem desenvolvida se você propuser que os alunos
construam uma ampulheta, conforme orientações também
incluídas no Caderno do Aluno.
2. Elabore frases de abordagens históricas
com as seguintes palavras:
a) calendário – tempo.
b) séculos – humanidade.
Para redigir frases historicamente corretas e completas, é
Propostas de Situações de
Recuperação
Proposta 1
A observação dos ritmos da natureza permitiu que muitos povos soubessem o momento
de plantar e colher alimentos e a época de caçar animais. Com base nos estudos realizados
nesta atividade, oriente os alunos a organizar
um calendário tendo como referência os fenômenos da natureza. Sugira que desenhem no
caderno o calendário e façam marcos com as
mudanças de tempo. Para facilitar, oriente-os
a utilizar os meses do nosso calendário. Para
auxiliar os alunos nessa atividade, sugerimos
a retomada da atividade Leitura e análise de
texto – O Calendário, do Caderno do Aluno.
Proposta 2
muito importante que os alunos retomem os temas estudados e estruturem as frases de forma clara, coesa e coerente.
Incentive-os a retomar os temas estudados para o registro
escrito das frases selecionadas.
3. O século I começou no ano 1 e terminou no
ano 100. O século II começou no ano 101 e
terminou no ano 200. O século XXI começou no ano 2001 e terminará em qual ano?
a) 2988.
b) 3001.
c) 2999.
d) 2100.
e) 3002.
Lembre aos alunos que século é o período de cem anos, seu
início é no ano que começa com 1 e seu término é no ano
que termina em 00. Na seção Lição de casa há um texto e três
atividades que estão relacionadas aos séculos e milênios e à
utilização dos algarismos romanos.
Apresente o poema a seguir e peça
aos alunos que destaquem os acontecimentos que permitem aos indígenas observar a marcação do tempo. O
poema está presente no Caderno do Aluno, na
seção Leitura e análise de texto.
Calendário indígena
Janeiro, mês de milho.
Fevereiro, mês de abóbora.
Março, mês de batata.
Abril, mês de curso [d’água].
Maio, mês de banana.
Junho, mês de timbó.
Julho, mês de periquito.
Agosto, mês de tracajá.
Setembro, mês de “Kuarup”.
Outubro, mês de pequi.
Novembro, mês da chuva.
Dezembro, mês de melancia.
Tawala Trumai. Geografia indígena: Parque indígena do
Xingu. São Paulo/Brasília: ISA/MEC/PNUD, 1996. p. 53.
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
Chame a atenção para frutas, cereais, aves,
festas e curso d’água mencionados, o tracajá
(um quelônio que vive em água doce) e a festa
do “Kuarup”.
Em seguida, ajude-os a montar um calendário a partir das observações de marcação de
tempo do desenho.
Se for oportuno, a turma pode selecionar um ou mais calendários para registrar a
agenda das atividades da classe.
Recursos para ampliar a perspectiva
do professor e do aluno para a
compreensão do tema
Livros
ARIÈS, Philippe. O tempo da história. Tradução M. S. Pereira. Lisboa: Antropos, 1992.
Livro que trata da descoberta da história por
uma criança.
BAUSSIER, Sylvie. Pequena história da escrita. São Paulo: SM, 2005. Obra que apresenta
a história do tempo, entre diferentes povos, a
partir da diversidade cultural.
BOSCHI, Caio César. Por que estudar História? São Paulo: Ática, 2007. Livro que
apresenta aos leitores o universo do saber historiográfico, do trabalho do historiador, das
fontes históricas, além das noções de tempo
histórico.
BRAUDEL, Fernand. Escritos sobre a História. Tradução J. Guinsburg; T. C. S. da
Motta. São Paulo: Perspectiva, 1978. Obra
que apresenta a importância do método
e das relações entre a História e as outras
ciên­cias sociais.
Situação de Aprendizagem 2
as linguagens das fontes históricas:
documentos escritos, mapas, imagens E entrevistas
Esta Situação de Aprendizagem visa a
analisar as diferentes linguagens das fontes
históricas, a partir da organização da primeira página de um jornal. Com ela, você poderá
encaminhar a leitura de textos para analisar
as fontes históricas e suas relações com a
construção do saber histórico.
qualquer tipo de material que aos olhos dos
historiadores carregue vestígios de épocas e
acontecimentos. Como você vê, muitas dessas
fontes históricas não foram produzidas com o
objetivo de informar ou perpetuar a memória,
mas acabaram apropriadas como tal pelo fazer historiográfico.
Para Caio César Boschi, especialista na
área de arquivos no Brasil e em Portugal,
fonte histórica é tudo o que pode fornecer
informações sobre o passado: documentos
escritos, cartas, testemunhos, objetos do cotidiano, instituições, fósseis, imagens, músicas, mapas, edifícios, jornais, obras de arte e
Outro objetivo da Situação de Aprendizagem é propiciar a prática da atividade em
grupo e aplicar conhecimentos para a produção da primeira página de um jornal histórico,
incentivando a realização de pesquisa sobre
fontes históricas e a sistematização de informações e conceitos.
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Conteúdos e temas: fontes históricas: vestígios, documentos, relatos orais; historiador, investigação histórica, conhecimento histórico, interpretação histórica.
Competências e habilidades: desenvolver a capacidade de leitura, seleção, organização, análise e apresentação de conceitos e informações.
Sugestão de estratégias: reconhecimento das partes constitutivas de um jornal, pesquisa e produção de
uma página de jornal.
Sugestão de recursos: primeiras páginas de jornais diversos, materiais para pesquisa de textos e imagens,
como enciclopédias, livros didáticos e de apoio didático. Papel canson, kraft, sulfite, papel-jornal ou
papel-cartão, canetas hidrográficas coloridas ou lápis de cor e régua.
Sugestão de avaliação: apreensão de conceitos e conteúdos relacionados às fontes históricas e do papel
dos documentos e vestígios para a produção historiográfica, a produção da página do jornal e a participação do aluno no processo de trabalho.
Sondagem e sensibilização – 1a etapa
Na proposição da Situação de Aprendizagem é importante que você busque e valorize,
a partir de questões muito simples, os conhecimentos prévios que os alunos já detêm sobre o
tema. Mostre a primeira página de um jornal,
destacando seus principais elementos: título,
cidade, editora, data, ano, número, manchetes,
imagens, legendas, chamadas e a diagramação,
ou distribuição, das notícias na página.
Na mesma etapa, você pode abordar conceitos importantes a respeito de diferentes
linguagens das fontes históricas, mostrando
que a História se faz com elas. É importante
enfatizar a diferença entre História e fonte
histórica.
O desenvolvimento da aula deve assegurar
que os alunos sejam capazes de identificar
documentos escritos e diferentes vestígios, para
utilizar essas informações na montagem da primeira página. É muito importante que possam
estabelecer relações entre fontes históricas e
consigam identificar alguns conceitos.
As perguntas aqui sugeridas devem ser
utilizadas como motivadoras para iniciar a
apresentação da proposta e despertar a curiosidade sobre o tema em estudo. Aproveite as
respostas dadas pelos alunos para, gradativamente, construir as primeiras noções a respeito do tema.
1. Como vocês imaginam que seja o trabalho
de um historiador?
2. Vocês sabem como o historiador obtém informações para fazer o seu trabalho?
3.Que tipos de fontes históricas vocês conhecem?
4. Qual é a importância das fontes históricas
para a História?
Pautando-se pelas participações dos alunos na Sondagem e sensibilização e pela
identificação do que eles conhecem ou não,
desenvolva os seguintes conteúdos:
ff O que são fontes históricas;
ff Qual é a importância do uso de fontes históricas para a História;
ff Como o historiador utiliza as fontes históricas em sua pesquisa;
ff Quais são os tipos de fontes históricas.
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
A noção de fonte histórica, originária do
cientificismo do século XIX, nasceu das discussões historiográficas sobre a veracidade
dos fatos históricos. Fonte é uma metáfora,
pois o sentido inicial da palavra tem origem
em bica d’água, no sentido figurado da palavra fons (fonte) em latim. No caso da História, mantém-se o sentido de origem, mas
com uma conotação de fonte de informação, algo capaz de trazer à luz dados desconhecidos.
A História constitui um discurso sobre o
mundo e a sociedade, tendo como objeto pretendido de investigação o passado. Um mesmo objeto de pesquisa pode ser interpretado
de maneiras diversas, propiciando diferentes
leituras do passado, o que faz da História
construída pelos historiadores um discurso
em constante transformação. Vale ressaltar
que o que se escreve e se ensina sobre o passado está ligado à realidade dos dias de hoje.
Por isso, a História é também uma das maneiras pelas quais as pessoas formam as suas
identidades.
Trabalhar com o tema fontes históricas
com crianças da 5ª série/6º ano do Ensino
Fundamental é uma experiência muito rica,
pois permite a elas analisar uma diversidade
de novos objetos muito próximos do seu cotidiano. O historiador Marc Bloch afirmou, em
sua obra Apologia da história, ou, o ofício de
historiador (2002) que “a diversidade dos testemunhos históricos é quase infinita. Tudo o
que o homem diz ou escreve, tudo o que constrói, tudo o que toca, pode e deve fornecer informações sobre ele”a. Isso abre perspectivas
para que você possa mostrar aos alunos que
praticamente tudo o que as pessoas fazem,
dizem ou escrevem pode ser considerado um
documento, um testemunho ou uma fonte histórica, servindo, portanto, ao entendimento
dos acontecimentos da História.
a
A historiadora Maria de Lourdes Janotti, na
introdução do livro As fontes históricas (2005)
mostra que o uso das fontes também tem uma
história, pois os interesses dos historiadores
variaram e variam no tempo e no espaço, em
relação direta com as circunstâncias de suas
trajetórias pessoais e com suas identidades
culturais. Ser historiador do passado ou do
presente, além de outras qualidades, sempre
exigiu erudição e sensibilidade no tratamento
das fontes, pois delas depende a construção
convincente do discurso historiográfico.
O papel das fontes históricas para Caio
César Boschi é fundamental, mas o ponto de
partida da produção historiográfica é o questionamento que fazemos ao tema-objeto de
nosso interesse – o que os especialistas chamam de problematização. Em um primeiro
momento, fazemos perguntas cujas respostas
serão buscadas em fontes. Em seguida, partimos em busca de fontes que possam oferecer
subsídios para o conjunto de nossas indagações (o que recebe o nome de problemática).
De modo mais simples, tudo isso quer dizer
que é no diálogo com as fontes históricas que
se inicia a interpretação histórica e se assentam as semelhanças e diferenças entre as análises dos pesquisadores.
Professor, as diferentes formas de
fontes históricas podem ser agrupados em algumas categorias: fontes materiais, relatos orais, visuais e
audiovisuais. No Caderno do Aluno, na seção Leitura e análise de texto, há um texto
que sintetiza para o aluno as fontes descritas
aqui, acompanhado de uma atividade de sensibilização, na qual os alunos deverão classificar alguns objetos de acordo com a categoria
de fonte histórica.
Fontes ou documentos escritos: são as fontes históricas mais utilizadas pelos historiado-
BLOCH, Marc. Apologia da história, ou, o ofício de historiador. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Editor, 2002. p. 79.
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res. Trazem informações escritas em certidões,
cartas, testamentos, jornais, letras de músicas,
livros, receituários, discursos, diários, autobiografias, revistas, textos de órgãos públicos,
religiosos e de empresas. Em geral, encontram-se guardados em arquivos universitários
e governamentais, igrejas, cartórios, centros
de documentos de empresas ou em coleções
particulares.
Fontes materiais: são os vestígios materiais.
Sinais que o homem deixa pelos lugares por
onde passa, que podem ser vistos em vários
sítios arqueológicos abertos à visitação pública ou em museus especializados. Exemplos:
cerâmicas com elementos femininos, pedras
talhadas e polidas, sambaquis (grandes concheiros formados por restos de mariscos e
que, às vezes, podem atingir vários metros de
altura; apresentam vestígios de enterramentos,
mas também podem conter objetos de pedra
em forma de animais, os zoólitos, e também
móveis, utensílios, indumentárias etc.). As pesquisas arqueológicas desenvolvidas a partir
dos séculos XIX e XX começaram a revelar
uma quantidade enorme de ruas, aquedutos,
vasos, ânforas e muitos outros artefatos. Visando à transformação da cultura material em
fonte histórica, foram sendo criados métodos
científicos, por exemplo, para o trabalho de
datação, como o teste do carbono 14. Dentre
a imensa quantidade de material arqueológico
que começou a surgir a partir do século XIX,
o que mais chamou a atenção dos arqueólogos foram as inscrições em pedra, cerâmica,
tijolos, estelas e sarcófagos. Essas inscrições se
apresentam sob as mais diversas formas: monumentos em pedra, cursivas pintadas nas paredes ou nos vasos de cerâmica e ainda grafites
em vários tipos de suportes.
Fontes ou relatos orais: o registro de testemunhos amplia as possibilidades de estudo dos
acontecimentos do passado. São exemplos as
entrevistas gravadas com pessoas que participaram ou testemunharam acontecimentos do
passado. Para Verena Alberti, historiadora e
coordenadora do Programa de História Oral
do Centro de Pesquisa e Documentação de
História do Brasil, da Fundação Getulio Vargas (FGV), no Rio de Janeiro, a História Oral
permite o registro de testemunhos e o acesso às
“histórias dentro da História” e, dessa forma,
amplia as possibilidades de interpretação do
passado. A utilização de relatos orais possibilita, por exemplo, o registro e a coleta de informações sobre semelhanças e diferenças entre
brincadeiras, brinquedos e o funcionamento
das escolas atuais e de antigamente, a partir de
testemunhos de avós ou pais. A partir da década de 1980, os historiadores passaram a se
interessar por temas como a vida cotidiana, a
família, as festas de comunidades, os gestos de
trabalho, os quais também podem ser analisados por meio de relatos orais. As etapas para
a pesquisa com fontes orais podem envolver
entrevista (escolha do depoente, grade de questões), gravação do depoimento, transcrição e
análise. Os relatos orais são importantes fontes
de informação para as histórias das comunidades, dos bairros, da origem dos imigrantes
e migrantes, das tradições culturais e religiosas. Nesse sentido, o pesquisador tem acesso
a uma multiplicidade de “histórias dentro da
História” que, dependendo de seu alcance e dimensão, permite alterar a “hierarquia de significações historiográficas”, como afirmou a
historiadora italiana Silvia Salvatici.
Fontes visuais ou iconográficas: são imagens,
pinturas, fotografias, anúncios de publicidade
e outros, sempre importantes como fontes históricas informativas de épocas, pessoas e das
sociedades nas quais foram produzidas. No
caso específico das pinturas, é possível identificar muitos aspectos do cotidiano, como cenas urbanas e rurais, tipos de trabalho escravo
e vestuário, entre outros aspectos.
Fontes audiovisuais e musicais: nesta categoria, encontram-se o cinema, a televisão e os
registros sonoros em geral. Todo documen-
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
to de natureza audiovisual, segundo Marcos
Napolitano, em seu texto como colaborador,
na obra Fontes históricas (2005), deve ser
analisado a partir de uma crítica sistemática
que dê conta de seu estabelecimento como
fonte histórica (datação, autoria, condições
de elaboração e coerência histórica do seu
“testemunho”) e do seu conteúdo potencial
informativo sobre um evento ou um processo
histórico.
Professor, no Caderno do Aluno, encontramos atividades de Leitura e análise de textos que remetem à temática da relação entre as
fontes materiais e a arqueologia, e podem ser
utilizadas de acordo com seu critério.
2a etapa
Após a Sondagem e sensibilização, apresente as etapas da proposta da montagem
da primeira página do jornal sobre fontes
históricas, presente no Caderno do Aluno,
na seção Pesquisa em grupo, esclarecendo
as dúvidas que possam ocorrer. É fundamental que todos os alunos tenham clareza
a respeito da proposta, para que o trabalho
possa fluir de forma clara, coesa e coerente. Apresente o cronograma das atividades,
estabelecendo o prazo para a coleta de material, a data de entrega e o critério para a
organização dos grupos.
Ao lhes apresentar a proposta para a montagem da primeira página do “Jornal da História: linguagens e fontes históricas” é muito
importante deixar claro a importância do jornal na sala de aula.
Maria Alice Faria, autora do livro Como
usar o jornal na sala de aula (2005), mostra-nos que a escola, como toda instituição, é um
estabelecimento relativamente fechado e nela
os alunos recebem (ou deveriam receber) instrução e formação. Dado o anacronismo, em
parte inevitável, de sua estrutura e dos progra-
mas, os alunos podem ficar isolados da sociedade que evolui à sua volta. Um dos principais
papéis do professor seria, pois, o de estabelecer laços entre a escola e a sociedade. Ora, levar jornais e revistas para a sala de aula é
trazer o mundo para dentro da escola.
Numa bela metáfora, a jornalista argentina Roxana Morduchowicz chama o jornal de
“janelas de papel”. Por essas janelas, o aluno
pode atravessar as paredes da escola e entrar
em contato com o mundo e a atualidade. Jornais e revistas são, portanto, mediadores entre
a escola e o mundo.
Vale a pena fazer um levantamento dos locais em que se poderá encontrar jornais, como
pontos de venda e distribuição comercial e
gratuita (bancas de jornal, lojas, livrarias, pontos de ônibus, estações do metrô e esquinas de
ruas movimentadas). Proponha que, em grupos, os estudantes façam um levantamento
dos componentes de uma primeira página de
jornal, observando sua diagramação e elaborando um registro escrito para que, na fase seguinte, possam iniciar o projeto da primeira
página do jornal sobre as fontes históricas.
Peça-lhes que elaborem, em uma folha do
caderno, um esboço da primeira página do
jornal, destacando seus principais elementos:
nome dos responsáveis pela sua elaboração,
manchete, subtítulos, chamadas, abertura de
texto, índice, dados sobre a edição, imagens,
legendas e créditos das imagens.
Nesta fase, eles estarão desenvolvendo operações e processos, como levantar hipóteses e
verificá-las, codificar esquemas, reproduzir,
transformar, transpor conhecimentos, concei­
tuar, memorizar e reaplicar conhecimentos.
3a e 4a etapas
Nestas duas etapas, organize com os alunos critérios para o trabalho em grupo e para
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a organização da primeira página. Oriente os
grupos a fazer uma leitura do esboço do jornal, organizado anteriormente, observando
novamente os critérios estabelecidos para a
produção do material.
Nesta fase, os grupos devem iniciar o projeto
gráfico. Peça aos alunos que organizem a distribuição do espaço para o nome do jornal, deixem
uma margem nas laterais, espaço para as manchetes, imagens, legendas, e textos da primeira
página do jornal.
5a etapa
Agora, você já pode passar à orientação
dos alunos para que finalizem as atividades
da primeira página, usando canetas e lápis
de diferentes cores e verificando a grafia dos
textos e os conceitos utilizados. Organize uma
roda com eles, para que os grupos apresentem
as matérias tratadas nos jornais, destacando
especialmente as informações sobre as diferentes linguagens das fontes históricas: documentos escritos, mapas, imagens, entrevistas.
Organize uma exposição do material no
mural da classe ou guarde para um evento da
escola, como feira cultural, mostra cultural ou
reunião de pais.
Na seção Lição de casa, no Caderno
do Aluno, está inserido o texto a seguir, sobre a idade dos fósseis e sua
utilidade para a investigação do passado. Você
pode também solicitar aos alunos, de acordo
com seu critério, que realizem a atividade da
seção Leitura e análise de texto na sala de aula.
A idade dos fósseis
Os fósseis são restos petrificados de plantas, animais ou seres humanos que viveram há
milhares ou milhões de anos e que conservaram suas características principais. Por isso, são
muito importantes na investigação do passado. Um passo fundamental no estudo dos fósseis
é a determinação da sua idade, feita pelo teste do Carbono 14. Ao longo da vida, todos os
seres absorvem carbono da atmosfera em duas versões, comum e radioativa. Quando morre,
o ser para de absorver essa substância, e o carbono radioativo, o C14, contido em seu organismo, começa a se desintegrar. Como os cientistas sabem a velocidade dessa desintegração,
podem estabelecer a idade de um fóssil, comparando a quantidade de carbono comum com
o que resta de C14 nele.
Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o São Paulo faz escola.
Avaliação da Situação de
Aprendizagem
O resultado da avaliação deve ser um
diagnóstico completo do processo de
aprendizagem e um estímulo aos alunos,
para que eles próprios possam analisar seu
desempenho. A avaliação só passa a ter
significado se for capaz de proporcionar
o aprimoramento das atividades pedagógicas, tanto por parte do professor quanto
do aluno, devendo ser um momento de reflexão para ambos e que inclua todo o processo de aprendizagem.
Você pode elaborar uma planilha contendo
os conceitos de avaliação obtidos pelos grupos. A seguir, sugerimos um roteiro como referência para a elaboração da planilha:
1. Os componentes do grupo participaram do
trabalho de forma equilibrada?
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
2. Como foram realizadas pelo grupo as seguintes etapas:
tígios materiais. Esse local pode ter sido a morada de pessoas, como uma cabana de palha e madeira, ou ainda uma
caverna onde os homens viveram e na qual foram deixados
ff pesquisa;
ff seleção de imagens e/ou produção de
desenhos;
ff diagramação dos espaços para a manchete, imagens, legendas e textos;
ff apresentação do produto final.
3. Os alunos demonstraram apreensão dos
conceitos envolvidos?
Proposta de questões para a avaliação
As questões a seguir estão inseridas
no Caderno do Aluno, seção Você
aprendeu?.
1. Qual é a importância das fontes materiais
para o estudo da História? Cite alguns
exemplos.
vestígios, como ferramentas de pedra lascada, restos de uma
fogueira, uma pintura rupestre, entre outros.
3. Vivemos em um mundo dominado por
imagens e sons, com destaque para a televisão, o cinema e os registros sonoros em
geral. Pensando na classificação das fontes
históricas, podemos identificá-las como
sendo:
a) fontes materiais.
b) fontes escritas.
c) fontes orais.
d) fontes documentais.
e) fontes audiovisuais.
As fontes materiais são muito importantes para o estudo da
Entre as fontes audiovisuais destacamos os registros sonoros,
História, pois é nelas que os arqueólogos procuram vestígios
como a música, o cinema e a televisão.
deixados pelo ser humano. Os mais conservados são os líticos
– pedras trabalhadas pelo ser humano – e os cerâmicos. As
pinturas rupestres, encontradas em cavernas e, às vezes, em
paredes inteiras, apresentam desenhos de barcos, animais, caçadas, flechas, partos e elementos femininos. Civilizações sem
escrita ou com escrita não decifrada passaram a ser objeto de
atenção dos historiadores, que se valem dessas fontes materiais, como artefatos, para estudar diferentes povos e culturas.
2. O local onde há registro de uma antiga ocupação ou atividade humana é chamado de:
a) vestígios.
b) pistas.
c) sítio arqueológico.
d) sambaqui.
e) “buracos do bugre”.
Um sítio arqueológico é o local onde se encontram os ves-
4. Assinale, entre as alternativas, o nome
que o arqueólogo brasileiro Walter Alves Neves deu para o crânio Pré-histórico reproduzido na imagem a seguir, o
mais antigo já localizado no Brasil. Em
seguida, crie uma legenda para a imagem.
a) Lúcia.
b) Luísa.
c) Luciana.
d) Luzia.
e) Luana.
O arqueólogo Walter Neves, ao encontrar, no Brasil, o mais
antigo crânio feminino, deu ao achado o nome de Luzia, pois
se lembrou do achado arqueológico feito pelo pesquisador
inglês Donald Johanson, em 1974, batizado de Lucy em ho-
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menagem à música Lucy in the sky with diamonds, da banda
© Departamento de AntropologiaMuseu Nacional/UFRJ
inglesa The Beatles.
Neste caso, podemos utilizar diferentes estratégias para obter resultados que indiquem
progresso no processo de ensino-aprendizagem, especialmente para estes alunos que
apresentam maiores dificuldades.
A compreensão do tema quanto às diferentes linguagens das fontes históricas é muito
importante para a continuação dos estudos
históricos, pois é pré-requisito para outros
conteúdos, como a vida na Pré-história e a
escrita, nosso próximo assunto.
O mais importante é que o aluno consiga identificar as diferentes espécies de fontes
históricas, como documentos escritos, fontes materiais, imagens, documentos orais e
audiovisuais e relacioná-las com a produção
do conhecimento histórico.
Proposta 1
Uma possibilidade para a retomada dos
conteúdos referentes ao tema é a montagem
de um quadro comparativo com a definição
de fontes históricas e a classificação utilizada
para facilitar a aprendizagem. Oriente os alunos a elaborar uma lista dos principais tipos
de fontes históricas, a escrever suas respectivas definições e, em seguida, a fazer desenhos
para ilustrar os temas.
Figura 2 – Reconstituição do rosto de Luzia.
Propostas de Situações de
Recuperação
Depois da realização das atividades regulares – aula expositiva, estudo de textos, montagem da página do jornal e a avaliação –, você
poderá identificar entre seus alunos alguns
que não tenham alcançado seus objetivos, tanto os relacionados à apreensão dos conteúdos
quanto ao desenvolvimento das habilidades e
competências contempladas.
ff Fontes ou documentos escritos;
ff Fontes ou relatos orais;
ff Fontes materiais;
ff Fontes audiovisuais e musicais;
ff Fontes visuais.
Proposta 2
A produção de frases curtas que caracterizem a definição de fontes históricas, documentos
escritos, orais, materiais, visuais, audiovisuais e
musicais é outra estratégia que pode favorecer o
processo de recuperação. Nessas frases devem
ser explicados os principais temas trabalhados
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
nas atividades. Além disso, devem aparecer as
palavras-chave relativas aos temas e suas relações com as fontes históricas estudadas.
Recursos para ampliar a perspectiva
do professor e do aluno para a
compreensão do tema
Livros
BOSCHI, Caio César. Por que estudar História? São Paulo: Ática, 2007. O livro de Caio
César Boschi apresenta valiosas considerações
sobre o trabalho do historiador, as fontes históricas e as diferenças de abordagens historiográficas.
FARIA, Maria Alice. Como usar o jornal
em sala de aula. São Paulo: Contexto, 2005.
<http://www.editoracontexto.com.br>. A obra
apresenta uma análise das partes de um jornal,
como ele é preparado e como a sua leitura crítica pode transformar as aulas de diferentes
disciplinas.
FARIA, Maria Alice; ZANCHETTA JR., Juvenal. Para ler e fazer o jornal na sala de aula.
3. ed. São Paulo: Contexto, 2009. (Repensando o Ensino). <http://www.editoracontexto.
com.br>. A obra mostra a importância da
utilização do jornal na sala de aula, a partir
da ampliação da linguagem, do vocabulário e
da análise de diferentes discursos.
PINSKY, Carla B. (Org.). Fontes históricas. 2.
ed. São Paulo: Contexto, 2010. <http://www.
editoracontexto.com.br>. Obra que apresenta os
métodos e técnicas utilizados pelos pesquisadores
e historiadores, a partir do estudo de variadas
fontes, vestígios e documentos históricos.
Situação de Aprendizagem 3
a vida na Pré-história e a escrita
Espera-se com esta Situação de Aprendizagem construir, junto aos alunos,
noções e conceitos que caracterizam a
Pré-história. Como estratégia principal,
sugere-se que eles sejam envolvidos na elaboração de um dicionário temático ilustrado sobre a Pré-história. Explique-lhes que
a reunião das palavras ou vocábulos de
uma língua ou de uma área especializada
chama-se vocabulário. Quando os vocábulos são organizados em ordem alfabética e
acompanhados de seus significados temos
um dicionário.
O dicionário temático ilustrado sobre a Pré-história proposto como Pesquisa individual no
Caderno do Aluno. O dicionário poderá ser desenvolvido conforme as sugestões aqui apresentadas, formuladas com a intenção de aproveitar
ainda mais sua experiência docente, para estimular os alunos a participar do processo de produção e aquisição do conhecimento histórico.
Conteúdos e temas: relacionados à Pré-história, como Paleolítico, Neolítico, Pedra Lascada, Pedra Polida, nomadismo, sedentarismo, caça, coleta, pesca, pinturas rupestres e descoberta do fogo.
Competências e habilidades: trabalhar em equipe, pesquisar, sistematizar e apresentar conceitos e informações, expor oralmente e por escrito, selecionar, organizar, relacionar e interpretar dados, representados de diferentes formas; desenvolver a capacidade de enfrentar situações-problema.
Sugestão de estratégias: pesquisas para o desenvolvimento do dicionário temático ilustrado sobre a Pré-história.
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Sugestão de recursos: livros de apoio didático e mídias eletrônicas.
Sugestão de avaliação: autoavaliação do aluno, avaliação do processo e do produto pelo professor.
Sondagem e sensibilização – 1a etapa
Na proposição da Situação de Aprendizagem, será muito importante que você busque e
valorize, por meio de questões muito simples,
os conhecimentos prévios que os alunos têm
sobre o tema. Após a Sondagem e sensibilização, apresente a proposta de trabalho à classe,
cuidando para que cada uma das etapas seja
compreendida por todos.
Compartilhe com os alunos algumas decisões a respeito da viabilização da proposta,
como o critério para a formação de duplas
ou trios e a data de entrega do dicionário
temático e da apresentação dos temas, pois
essas são maneiras simples de envolvê-los na
proposta.
Propostas de perguntas
A seguir, sugerimos algumas perguntas que
você pode fazer aos alunos. Além dessas questões, no Caderno do Aluno há duas seções Leitura e análise de texto com atividades que podem
colaborar com esta proposta.
1. Vocês sabem o que significa Pré-história?
2. Como vocês imaginam que era a vida das
pessoas nesse período?
3.Como vocês acham que as pessoas obtinham seus alimentos? O que será que elas
comiam?
4. Como eram as suas moradias?
5.Que outras informações vocês têm sobre
esse período?
Faça registros na lousa a respeito das principais manifestações dos alunos. Peça a eles
que as anotem nos respectivos cadernos e avise que, no final desta Situação de Aprendizagem, eles irão retornar a esses registros para
confrontá-los com os novos conhecimentos
adquiridos, podendo assim confirmar ou negar as concepções iniciais.
As perguntas e respostas devem servir
como motivadoras para suscitar a curiosidade
dos alunos sobre o tema. Permita a eles que
se expressem e proponham questões relativas
aos assuntos tratados e para as quais, eventualmente, não tenham respostas.
Considerando que o tema Pré-história está
muito presente no cinema, em histórias em
quadrinhos, desenhos animados, programas
de televisão e artigos de jornais e revistas, não
será difícil para os alunos, no momento de sondagem, manifestar concepções a respeito do
período. Você deve ficar atento àquelas construídas a partir de referências midiáticas, nem
sempre adequadas historicamente, para retomá-las ao final. Por isso, é muito importante o
registro na lousa para cópia pelos alunos.
2a etapa
Forme duplas ou trios, ou permita
que eles próprios se organizem livremente. Você poderá definir o
critério mais adequado, tendo em vista as características e necessidades da turma. Avise-os
que cada um deverá fazer o seu dicionário e
que a avaliação será coletiva no que se refere
aos procedimentos de pesquisa e individual
em relação ao produto final.
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
Explique que o objetivo da proposta é que
os alunos pesquisem em enciclopédias, livros
de apoio didático e sites alguns conceitos ligados à Pré-história e à origem da escrita. Apresente os conceitos listados a seguir e solicite a
eles que iniciem a atividade.
Você pode levar à sala de aula materiais
pré-selecionados no acervo escolar ou conduzi-los para que façam essa seleção, caso isso
seja viável, levando em consideração o tempo
de duração da aplicação desta Situação de
Aprendizagem.
ff Pré-história;
ff Paleolítico;
ff Neolítico;
ff Pedra Lascada;
ff Pedra Polida;
ff Nomadismo;
ff Sedentarismo;
ff Caça;
ff Coleta de raízes;
ff Pesca;
ff Pinturas rupestres;
ff Descoberta do fogo;
ff Zoólito;
ff Raspadores;
ff Furadores;
ff Pontas de Projéteis;
ff Machados de Pedra.
Oriente os alunos a iniciar os registros sobre os temas pesquisados no caderno, em folhas de papel almaço, monobloco ou sulfite;
lembre a eles a necessidade de organizar o
tempo previsto para a atividade. Peça que observem as ideias centrais dos temas trabalhados, grifando-as para facilitar o registro dos
termos históricos.
Peça-lhes que coloquem os conceitos em
ordem alfabética e que comecem a pesquisa.
Como se trata de um dicionário ilustrado,
oriente-os a buscar informações em textos e
em imagens relacionadas.
3 a 5 etapa
a
a
Essas etapas foram pensadas para a realização do dicionário ilustrado.
Oriente-os a utilizar obras de referência como dicionários, enciclopédias e revistas, para iniciar os registros escritos e ainda
para verificar em casa se existem estes livros
de referência e outros, didáticos ou não, que
possam dar alguma informação. Jornais e revistas também podem conter informações e
fotografias sobre os temas propostos para a
atividade.
Em seguida, peça que registrem os dados
coletados durante a pesquisa, buscando principalmente respostas para questões curiosas
sobre as palavras listadas, como suas origens e
seus significados.
Peça que façam uma capa sobre o tema
da pesquisa: a Pré-história, destacando também o nome do autor, número, turma, série e nome do professor e disciplina. Peça
ainda que façam um desenho ou recortem
e insiram uma imagem para ilustrar o tema
proposto.
Na terceira etapa, com a intenção de construir referências teóricas comuns a todos os
alunos, organize uma exposição oral a partir
da seleção dos conteúdos organizados, a seguir, em forma de questões. Selecione as informações que você considerar importantes para
construir as referências a respeito do período
e do tema em foco.
O texto que segue, inserido no
Caderno do Aluno na seção Leitura e análise de texto pode ser
lido pela sala e, em seguida, você poderá
propor as questões inseridas na sequência
do texto.
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Diversos estudos realizados por especialistas têm mostrado que os homens e os macacos, por possuírem muitas semelhanças, têm origem comum. Quem não notou que as caretas de um macaco são
parecidas com as nossas, ou que eles são os únicos animais que têm mãos, como nós? Há alguns milhões de anos, nossos mais antigos antepassados viviam na África, e foi ali que começaram a andar em
pé, o que permitiu o desenvolvimento de suas mãos e, em seguida, a abertura de caminhos pelos quais,
muito depois – a partir de uma origem comum –, os homens começaram a traçar sua própria história.
O uso das mãos permitiu a produção de artefatos, com utilidade em seu dia a dia. Ao esfregar gravetos,
por exemplo, foi possível acender fogueiras, com o que se pôde aguentar o frio, afastar insetos e assar
carne ou frutos. Além disso, com as mãos, de uma pedra se fez uma espécie de faca, que serve para
cortar arbustos, colher frutos ou retirar a carne de um animal morto.
Os primeiros ancestrais do homem surgiram há aproximadamente 5 milhões de anos, e todo o tempo
transcorrido entre esse surgimento e o desenvolvimento da escrita – por volta de 4 mil anos atrás – recebe o nome de Pré-história. Nesse longo período, além do controle do fogo, desenvolveram-se inúmeras
técnicas para dominar a natureza, talhar e polir a pedra, extraindo-se dela lascas para fazer ferramentas
e armas, destinadas principalmente à caça que, em geral, era feita coletivamente. Nossos antepassados
conseguiram também cultivar as primeiras espécies vegetais, passando a dominar a técnica da agricultura por volta de 10 mil anos a.C.
A utilização do termo Pré-história é criticada por muitos historiadores, pois a análise do termo dá
a ideia de que a Pré-história antecede a História ou está fora dela. O conceito Pré-história foi proposto
em 1851, nos Anais pré-históricos e arqueológicos da Escócia, para dar nome aos períodos que não
foram registrados por meio da escrita, acabando por tornar-se universal. Essa utilização significa não
admitir como história o período mais longo do passado da humanidade, além de desconsiderar que –
independentemente da escrita – todos os povos produzem história.
Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o São Paulo faz escola.
As questões sugeridas podem ser utilizadas
para que os alunos identifiquem as informações
importantes do texto apresentado, e levantem hipóteses para verificarem nos textos subsequentes.
1. Como teria surgido o homem?
2. É correto o uso do termo Pré-história?
3. Onde surgiram os nossos primeiros antepassados?
4. Quais foram as principais mudanças ocorridas na vida do homem pré-histórico?
5. O que significa coletar alimentos?
É importante considerar que muitas respostas relativas à origem do homem deverão
incluir posicionamentos coincidentes com as
opções religiosas dos alunos. Por se tratar de
questão de foro íntimo, essas ideias não devem
ser desvalorizadas. Ao contrário, é fundamental respeitá-las, recomendando-se apenas que
você assegure aos alunos a possibilidade de
conhecer as pesquisas que a Arqueologia vem
fazendo a esse respeito.
Professor, no Caderno do Aluno, há a
proposta de atividade dos alunos confeccionarem um “caça-palavras”. Instrua-os a
selecionarem oito palavras do texto que considerem como palavras-chave para organizar
um caça-palavras, e que utilizem o espaço
quadriculado, distribuindo as palavras em diversas posições: vertical, horizontal, de cima
para baixo, de baixo para cima, da esquerda
para direita e da direita para esquerda. Os
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
espaços que ficarem em branco deverão ser
preenchidos aleatoriamente com letras. Ao
término da atividade, peça-lhes que troquem
o Caderno do Aluno com um colega e que
encontrem as palavras espalhadas por ele no
caça-palavras.
Os hominídeos
Apesar de diversos estudos, não sabemos quando surgiu o mais antigo antepassado do homem,
mas conhecemos os restos de esqueletos de diversos animais, chamados hominídeos, que tinham algumas das características que só a espécie humana possui: andavam em pé e tinham mãos. Ao longo de
2 milhões de anos, esses hominídeos foram se tornando menos parecidos com os macacos, passaram a
andar eretos com mais facilidade, suas mãos se tornaram mais hábeis, a caixa craniana aumentou e sua
face ficou mais delicada. Há aproximadamente 200 mil anos, surgiram os primeiros antepassados diretos do homem, chamados pelos estudiosos de Homo sapiens (“homem que sabe”, em latim). Os grandes grupos étnicos atuais – negros, amarelos e brancos – formaram-se entre 40 mil e 80 mil anos atrás.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
Professor, na seção Leitura e análise de texto do Caderno do Aluno, há um texto acompanhado de
uma atividade que trabalha com imagens.
Por meio do texto e da atividade, busca-se
estimular no aluno a identificação do período com a necessidade do homem de intervir na natureza, de acordo com as
possibilidades técnicas do período em que
vivia.
Os períodos da Pré-história
Para facilitar o estudo da história da humanidade, ela foi dividida em dois grandes períodos: a Pré-história e a História. Apesar das críticas feitas a essa divisão, vamos utilizá-la. É, no entanto, muito importante você estar atento ao fato de que todos os povos, independentemente da escrita, produzem história.
No Paleolítico, também chamado de Idade da Pedra Lascada, os seres humanos não praticavam a
agricultura nem a criação de animais. A alimentação baseava-se na caça, na pesca e na coleta de frutos,
grãos e raízes, o que dependia da mudança de local para buscar alimentos. Por isso, diz-se que, nesse
período, os homens eram nômades, ou seja, não tinham moradia fixa.
Uma das características do período Paleolítico foi o lascamento das pedras, que serviam como
instrumentos para cortar alimentos, como perfurantes e como armas. Foi devido ao lascamento das
pedras que o período Paleolítico ficou conhecido como Idade da Pedra Lascada.
Nos últimos 40 mil anos, ocorreram transformações profundas na vida do homem. Primeiro, ele
começou a pintar paredes de cavernas, trabalhar ossos, enfeitar seu corpo, enterrar seus mortos, armazenar coisas, construir tendas, escavar pedreiras, trocar matérias-primas a longa distância, ocupar
regiões geladas ou desérticas, viajar pelos mares, sempre lutando para conquistar espaços ou pela sua
sobrevivência. Durante todo esse tempo, o homem usava, basicamente, instrumentos de pedra, mas
já possuía a habilidade de polir as pedras para fabricar seus instrumentos. Nesse período, a partir da
observação de sementes e raízes, o homem iniciou o cultivo de cereais, e foi possível começar a produzir mais alimentos, o que garantiu o processo de sedentarização, ou seja, de fixação da moradia. Essa
“domesticação” das plantas explica por que, hoje, temos grande diversidade de frutos e cereais.
Esse período recebeu a denominação de Idade da Pedra Polida ou período Neolítico. Para armazenar os cereais produzidos foram feitos vasos de cerâmica e, há menos de 5 mil anos, teve início o uso de
metais: primeiro o cobre e o bronze e, por último, o ferro, dando início à Idade dos Metais.
Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o São Paulo faz escola.
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1. Quais são as duas hipóteses mais aceitas
sobre a origem do homem?
A primeira hipótese considera que os modernos africanos,
europeus, asiáticos e australianos podem derivar de diferentes espécies. Neste caso, por exemplo, os neandertais seriam
antepassados dos europeus atuais. Na segunda hipótese,
a mais aceita, todos descendemos de um único grupo: o
Homo erectus africanus, que não tem nenhum parentesco direto com os neandertais.
2. De que modo é possível saber como era
uma moradia na Pré-história?
Uma das maneiras de se saber como viviam as pessoas de outras épocas é estudar os restos antigos. Por meio de escavações arqueológicas, entre outros materiais, é possível encontrar as ruínas de uma moradia, vestígios de fogueiras, além de
sultando na possibilidade de planejar o uso dos
alimentos e acumular bens. Conquanto a vida na
cidade permitisse uma crescente especialização
da produção – tendo surgido padeiros, carroceiros, oleiros, entre outros –, isto acabou trazendo
também diversos problemas provocados pelas
mudanças nos padrões de alimentação dos homens, que até aquela época sempre contaram
com muita fruta e carne de caça, o que significava
uma dieta variada e rica em proteínas. A alimentação dos agricultores passou a ser mais limitada, com grande predomínio de cereais, como o
arroz, a cevada, o trigo e, na América, o milho, a
mandioca, o inhame e a batata. Além de ser pouco variada, a alimentação baseada no consumo
de cereais causou uma piora na dentição.
alguns utensílios. Foi o caso, por exemplo, de estudiosos que
encontraram ruínas dos muros de uma moradia em Hassuna,
no atual Iraque, habitada há milhares de anos. A partir desses
vestígios, um artista moderno pode imaginar e representar
como seria a moradia no tempo em que estava em uso.
3. Onde foram encontrados os primeiros sinais de agricultura?
Em algumas regiões do globo começaram a surgir a agricultura, as aldeias e as cidades. A cidade mais antiga do mundo
talvez seja a atual Jericó, na Palestina, com pelo menos 7 mil
anos. Há registros de que aldeias e cidades foram sendo criadas ao longo dos vales de rios que facilitavam a agricultura,
como teria acontecido nas proximidades dos rios Nilo, no
Ademais, antes da agricultura, os homens
viviam em sociedades em que todos trabalhavam e se divertiam de maneira mais ou menos
igual. Da caça, assim como das festas, todos
participavam. Com a agricultura, a vida de
trabalhadores e não trabalhadores, como sacerdotes e governantes, passou a ser muito
diferente. Os trabalhadores podiam até ser
escravizados, enquanto os governantes começaram a viver em palácios com grande luxo.
Avaliação da Situação de
Aprendizagem
Egito; Tigre e Eufrates, no Oriente Médio; Indo, na Índia; e
Amarelo, na China.
A possibilidade de viver na cidade representou considerável mudança para muitos
seres humanos que haviam vivido no campo
desde sempre. Nelas, além de moradias e ruas,
também foram construídos grandes edifícios,
como templos e palácios, concentrando-se aí
trabalhadores, artesãos, comerciantes e um
pequeno número de sacerdotes e governantes.
O que acabou transformando esses espaços
em centros de exercício do poder político.
A agricultura, por sua vez, permitiu a produção de alimentos e seu armazenamento, re-
Por meio da observação direta, você poderá
analisar em cada etapa o desempenho dos alunos, sua capacidade de compreender metodologias e de estabelecer relações de socialização
durante a realização das atividades, a efetiva
utilização, articulação e leitura dos recursos
documentais, a iniciativa individual na busca de
material de apoio, o espírito questionador e participativo e os potenciais dos resultados finais.
Proposta de questões para avaliação
Lembre-se de voltar aos registros
realizados no momento da Sondagem e sensibilização para avaliar
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
c) A
alimentação no Paleolítico baseava-se
na caça, pesca, coleta de frutos, grãos e
raízes.
junto com os alunos as mudanças de concepção em relação à Pré-história. Algumas das
atividades sugeridas também estão na seção
Você aprendeu?, do Caderno do Aluno.
d) N
o período Paleolítico, os seres humanos aprenderam a polir as pedras e a desenvolver técnicas agrícolas.
1. A partir dos temas estudados sobre a Pré-história, organize uma linha do tempo
com os períodos da Pré-história.
e) Uma das características do período Paleolítico foi o lascamento das pedras,
que serviam como instrumentos para
cortar alimentos, como perfurantes e
ainda como armas.
O aluno deve organizar uma linha do tempo dos períodos da
Pré-história. Como existe uma discussão historiográfica muito grande sobre este tema, sugerimos a seguinte divisão, a ser
feita no caderno ou em uma folha de papel sulfite:
O termo Paleolítico, ou Idade da Pedra Lascada, foi criado no
Períodos da Pré-história
ff Paleolítico ou Idade da Pedra Lascada: 2
milhões a 120 mil anos atrás (hominídeos).
ff Paleolítico Médio: 130 a 35 mil anos atrás
(surgimento do Homo sapiens).
ff Paleolítico Superior: 35 a 12 mil anos
atrás (migração dos primeiros grupos humanos para a América).
ff Mesolítico: 12 a 9 mil anos atrás.
ff Neolítico ou Pedra Polida: 9 a 5,5 mil anos
atrás na Europa, Ásia e África; 7 mil a 2
mil anos atrás na América.
2. Explique como ocorreu a expansão do
povoamento do globo terrestre. Faça um
desenho, utilizando os continentes para explicar sua resposta.
Nos primeiros 4 milhões de anos, os hominídeos viviam apenas no continente africano. Depois, expandiram-se para a
Europa e a Ásia, chegando às Américas mais recentemente.
3. Quatro das alternativas a seguir caracterizam o período Paleolítico. Marque a alternativa que não pertence a esse período.
a) O Paleolítico também é chamado de
Idade da Pedra Lascada.
b) No Paleolítico, os seres humanos não praticavam a agricultura, nem a criação de
animais.
século XIX para caracterizar o período em que a existência humana se assentava na caça, pesca, coleta de frutos, grãos e raízes.
4. Em 1816, Christian J. Thomsen, primeiro
conservador do Museu Nacional dinamarquês, deu ordem às sempre crescentes coleções de antiguidades. Assim o fez, classificando-as em três idades: da Pedra, do
Bronze e do Ferro.
O texto faz referência aos materiais utilizados por nossos antepassados durante:
a) a Idade dos Metais.
b) a Pré-história.
c) a Idade da Pedra Lascada.
d) a Idade da Pedra Polida.
e) o período Paleolítico.
Antes de o homem aprender a usar metais, vivera na Idade
da Pedra e, após ter dominado esta técnica, utilizou apenas o
cobre e o bronze, só mais tarde passando ao ferro.
5. A maioria das plantas que comemos hoje é
produto de modificações introduzidas pelo
homem. Quando se passou a cultivar cereais, foi possível começar a fazer com que as
plantas produzissem muito mais alimentos
do que originalmente. A produção de ali-
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mentos possibilitou ao homem ter moradia
fixa, processo conhecido como:
esquemas entre si, para descobrir no caça-palavras do colega as palavras escolhidas.
a) nomadismo.
Proposta 2
b) agricultura.
Peça que os alunos selecionem palavras-chave relacionadas à Pré-história. Em seguida,
auxilie-os a redigir frases com as palavras escolhidas, estabelecendo como critério que cada
frase tenha pelo menos três dessas palavras.
c) sedentarização.
d) coleta de alimentos.
e) nenhuma das respostas anteriores.
Como exemplo, sugira:
A quantidade disponível de alimentos permitiu que o homem
se fixasse, reduzindo sua dependência da prática da coleta.
Propostas de Situações de
Recuperação
ff Paleolítico – nômades – agricultura.
ff Sedentários – agricultura – caça e coleta de
raízes.
ff Líticos – artefatos – Pré-história.
A compreensão do tema Pré-história é essencial para a continuação dos estudos históricos, pois é pré-requisito para entender os
temas relacionados ao mundo antigo: África e
Oriente Próximo.
Recursos para ampliar a perspectiva
do professor e do aluno para a
compreensão do tema
Proposta 1
BRÉZILLON, Michel. Dicionário de Pré-história. Lisboa: Edições 70, 1990. Dicionário
que trata de vários períodos da Pré-história,
apresentando-os segundo as regiões e as manifestações culturais que caracterizam o homem pré-histórico.
Solicite aos alunos que selecionem dez palavras-chave relacionadas à Pré-história. Em
seguida, peça que identifiquem o significado
dos termos escolhidos. Oriente-os na organização de um diagrama de palavras, presente
também no Caderno do Aluno, na seção Produzindo um caça-palavras. O caça-palavras é
um instrumento de aprendizagem muito importante para trabalhar palavras-chave com
os alunos da 5a série/6o ano do Ensino Fundamental. Ajude-os na seleção das palavras-chave, destacando, por exemplo, homem,
esqueletos, animais, hominídeos, macacos,
hábeis, caixa craniana, Homo sapiens, grupos
étnicos, negros, amarelos e brancos. Peça que
distribuam as palavras aleatoriamente em um
quadro, em diversos sentidos – de baixo para
cima, da esquerda para a direita, de cima para
baixo, e da direita para a esquerda. Os espaços
que sobrarem deverão ser completados com
letras avulsas. Ao final, peça que troquem os
Livros
TORRONTEGUY, Teófilo. A Pré-história. 2.
ed. São Paulo: FTD, 1999. (Para Conhecer Melhor). A obra faz parte da coleção Para Conhecer
Melhor e tem por objetivo aprofundar os conhecimentos de temas relacionados à Pré-história.
Filme
A guerra do fogo (La guerre du feu). Direção:
Jean-Jacques Annaud. Canadá, 1981. 100 min.
12 anos. Além de mostrar a descoberta do fogo
e as dificuldades de sobrevivência, o filme retrata o convívio entre diversos grupos humanos em diferentes momentos históricos. Em
função da idade dos alunos, selecione algumas
cenas, como, por exemplo, a conquista do fogo.
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
Situação de Aprendizagem 4
Os suportes e os instrumentos da escrita
Esta Situação de Aprendizagem tem por
objetivo encaminhar reflexões sobre os diversos materiais que a humanidade utilizou para
fazer seus escritos e que são chamados de
suportes da escrita. A estratégia que estamos
propondo visa à montagem de uma exposição
sobre a história da escrita e seus suportes ao
longo do tempo.
Diferentes materiais foram utilizados como
suportes para escrever, desenhar e pintar: seda,
bambu, cascas de árvores, no Extremo Oriente, Oceania, África, América Central e do Sul;
algodão e folhas de palmeira, na Índia; linho e
papiro no Egito; tábuas de barro e peles de animais, na Mesopotâmia; ossos, na Ásia e Oriente Próximo; metais, como por exemplo, placas
de cobre, na Índia; cobre e chumbo, usado pelos hebreus (um dos rolos do Mar Morto é de
cobre); chumbo, usado pelos gregos, e bronze,
pelos romanos.
Com esta proposta você pode encaminhar
as reflexões para que os alunos percebam as
relações passado-presente e as permanências e
rupturas da história da escrita e seus suportes
ao longo do tempo, comparados entre si e em
relação à sua realidade.
Durante as aulas, serão abordados conteúdos
fundamentais relacionados aos seguintes conceitos: história, historiadores, fontes históricas,
pergaminho, papiro, cálamo, escrita ideográfica,
escrita alfabética, Pré-história e memória.
Conteúdos e temas: história da escrita e seus diferentes suportes ao longo do tempo.
Competências e habilidades: reconhecer a história da escrita e seus diferentes suportes; desenvolver a
autonomia na busca de informações; habilidade de sistematizar; capacidade de leitura; selecionar, organizar e analisar conceitos e informações; realizar exposição oral e escrita.
Sugestão de estratégias: trabalho em duplas ou trios, exposição oral e produção do mural.
Sugestão de recursos: materiais de pesquisa como enciclopédias e livros de apoio didáticos, mídias eletrônicas, caixa, cascas e folhas de árvores secas, pedras, ossos desidratados, diferentes tipos de tecido
(algodão, seda, linho, poliéster), tabletes de argila e diversos tipos de papéis (jornal, cartão, cartolina,
kraft, sulfite, seda, vegetal e canson).
Sugestão de avaliação: apreensão de conceitos; o processo de trabalho na dupla ou trio e a produção final do
mural.
Sondagem e sensibilização – 1a etapa
Converse com seus alunos sobre os suportes da escrita que eles utilizam durante
as atividades escolares e quais são os conhecimentos prévios que eles têm sobre os materiais utilizados para a escrita ao longo da
história.
Depois de ouvidas suas argumentações,
explique que seu objetivo com esta atividade,
presente no Caderno do Aluno, na seção Leitura e análise de texto, é buscar informações
sobre os diferentes suportes da escrita utilizados ao longo do tempo. Após esta sondagem
inicial, apresente a proposta de trabalho do
painel aos alunos, valorizando a importância
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da pesquisa antes das aulas expositivas sobre
o tema. Incentive-os a buscar as informações
para garantir uma visão global do assunto em
estudo, de maneira que eles possam organizar
o painel.
Professor, as imagens dos suportes utilizados por antigas civilizações também estão no
Caderno do Aluno, no início da Situação de
Aprendizagem. Ficará a seu critério retomá-las, a fim de exemplificar como eles irão produzir o painel, de acordo com a proposta da
atividade Pesquisa em grupo, também presente no Caderno do Aluno.
2a etapa
Após a Sondagem e sensibilização, anote na lousa os temas relacionados à escrita e sua história,
os nomes dos diferentes suportes e instrumentos e algumas formas de escrita que devem ser
pesquisadas. Oriente os alunos a registrar nos
cadernos os temas do roteiro de pesquisa.
ff A escrita e sua história;
ff Suportes da escrita – placas de argila, papiros
e pergaminhos;
ff Instrumentos da escrita;
ff Ideograma;
ff A escrita ideográfica;
ff A escrita alfabética.
3a etapa
Para o desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem, será muito importante que
você trabalhe com os alunos os temas listados
anteriormente sobre a escrita e sua história:
O texto a seguir está reproduzido no
Caderno do Aluno, como atividade
da seção Leitura e análise de texto.
A escrita e sua história
A escrita tem uma história muito antiga.
Há milhares de anos, os homens começaram
a pintar as paredes das cavernas. Há 35 mil
anos, os seres humanos passaram a usar símbolos para se comunicar, como pinturas nas
paredes e gravuras em rochas. Esses sinais
gráficos mais antigos estão na origem da escrita e constituem, com a fala, o grande diferencial dos seres humanos.
A escrita propriamente dita foi desenvolvida ao longo de várias gerações, em diversas partes da Terra, de forma independente,
mas sempre a partir dos princípios surgidos
há milhares de anos. Os traços que exprimem
imagens constituíram os primeiros sinais da
escrita. Eram os ideogramas, desenhos que
representavam um objeto ou uma ideia.
A escrita surgiu no final do IV milênio
a.C., na Baixa Mesopotâmia, entre os rios
Tigre e Eufrates; às margens do Rio Nilo,
no norte da África, e, em seguida, na China
(1500 a.C.) e na América Central (1500 a.C.).
Os ideogramas, pela própria dificuldade
de seu uso, exigiam um conhecimento de especialistas: os escribas. A escrita era, portanto, uma prática de poucos; e a leitura, um privilégio a que pouquíssimos podiam ter acesso.
Os fenícios inventaram a escrita alfabética, na qual cada letra corresponde a um som
e a junção de letras corresponde aos sons das
palavras. A partir do alfabeto fenício, outros
povos desenvolveram seus próprios alfabetos. Os principais são o hebraico, o aramaico,
o grego, o latino e o árabe. O alfabeto significou uma simplificação importante da escrita,
tendo facilitado muito o seu uso nas atividades cotidianas, como o comércio, além de ter
permitido, por sua facilidade, que ela não se
limitasse aos escribas.
O alfabeto latino foi o que mais se expandiu pelo mundo, sendo ainda hoje o mais utilizado. Os principais sistemas alfabéticos em
uso derivam de outros sistemas mais antigos.
Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente
para o São Paulo faz escola.
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
1. Suportes da escrita
Figura 3 – Papiro amarelo.
1.2. Pergaminho: pele de caprino ou ovino
preparada com alume para que se pudesse escrever nela, sendo usada, também, em encadernações de livros. O nome, provavelmente, deriva do
antigo reino do Pérgamo, local onde a técnica
foi muito desenvolvida e aprimorada e de onde
se espalhou para a Europa.
© Album/AKG-Images/Latinstock
© M. Westlight Stock Angelo/Corbis/Latinstock
1.1. Papiro: suporte para escrever ou pintar, feito de tiras cortadas das hastes da planta
aquática papiro (Cyperus papyrus). Foi o principal suporte da escrita usado no Egito Antigo,
onde a maior parte dos registros era feita em
rolos de papiros.
Figura 4 – Pergaminho.
Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o São Paulo faz escola.
© Index Stock Imagery/Latinstock
2. Instrumentos de escrita
Instrumentos são os materiais utilizados
para fazer sinais nos diferentes suportes da
escrita. Estiletes, penas de aves, pincéis,
cálamos, tinteiros e caneta esferográfica.
Figura 5 – Pena.
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3. Tipos de escrita
3.1. Escrita ideográfica: acredita-se que,
em quase todas as civilizações, a escrita tenha
começado com ideogramas – símbolos que
representam uma ideia, um acontecimento –
e pictogramas – desenhos simplificados e estilizados representando objetos ou seres.
© Bojan Brecelj/Fine Art/Corbis/
Latinstock
© Narmo Cuenca/Flickr/Getty Images
Os tipos clássicos de escrita ideográfica
são os caracteres cuneiformes, os hieróglifos
e o chinês.
Ideograma: símbolo que representa um
objeto ou uma ideia sem recorrer a sinais
fonéticos. É o sistema de escrita mais antigo
usado pelo ser humano em diversos continentes, como na África, com os hieróglifos;
na Ásia, com a escrita chinesa; na Mesopotâmia, com a cuneiforme e na América,
com a escrita maia da Mesoamérica.
Figura 6 – Escrita ideográfica.
© Gabor Nemes/Kino
3.2. Escrita alfabética: os fenícios inventaram a escrita alfabética, na qual cada
letra corresponde a um som e a junção delas corresponde aos sons das palavras. A
partir do alfabeto fenício, outros povos
desenvolveram seus próprios alfabetos. Os
principais são o hebraico, o aramaico, o
grego, o latino e o árabe.
Figura 7 – Ideograma.
Figura 8 –Escrita alfabética.
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
4a e 5a etapas
Nestas duas etapas, os alunos poderão iniciar o registro da pesquisa, proposta no Caderno do Aluno como Pesquisa em grupo, e
a troca dos materiais pesquisados nas duplas
e trios. É também o momento de selecionar
os suportes da escrita para a montagem do
painel. Passe pelos grupos, para verificar o
material pesquisado, os registros escritos e a
seleção de imagens e desenhos. Em seguida,
oriente os grupos a iniciar a produção final
dos textos e a montagem do mural.
Avaliação da Situação de
Aprendizagem
Esta Situação de Aprendizagem deve ter
propiciado o aprimoramento das atividades pedagógicas, que exigem a observação das várias
etapas do trabalho e da atuação dos alunos.
Por meio de suas observações, você pode
verificar:
1. Pergaminhos, papiros, papel sulfite, papel kraft
e muitos outros materiais são considerados:
a) suportes da escrita.
b) instrumentos da escrita.
c) tipos de escrita.
d) modelos de escrita.
e) exemplos de escrita.
Suportes da escrita são os diferentes materiais que a humanidade vem usando ao longo da história para fazer registros das
mais variadas naturezas.
2. Os primeiros registros escritos que se conhecem são desenhos simplificados e estilizados
representando objetos ou ideias. Assim, para
registrar a palavra “peixe” ou alguma ideia
relativa a um peixe, era necessário desenhá-lo. Encontram-se registros utilizando esse
tipo de escrita desde pelo menos 3000 a.C.
Esse tipo de registro é chamado de:
ff Houve a participação equilibrada entre os
componentes do grupo?
ff Os conceitos norteadores da pesquisa foram contemplados adequadamente?
ff Os alunos agiram de forma organizada,
cumprindo combinados e prazos?
ff O painel produzido atendeu aos objetivos
propostos?
a) fonograma.
Para responder a estas questões, você pode
elaborar uma planilha, contendo seus conceitos
de avaliação.
Espera-se que o aluno reconheça as características do ideo-
Proposta de questões para avaliação
Professor, as atividades a seguir estão na seção Você aprendeu? no Caderno do Aluno.
b) escrita fonética.
c) escrita alfabética.
d) ideograma.
e) escrita cuneiforme.
grama, símbolo que representa um objeto ou uma ideia sem
recorrer a sinais fonéticos.
3. Usando tintas vegetais, sangue, terra e minerais, o homem do Paleolítico pintou nas
paredes das cavernas imagens de animais de
grande porte e caçadas. Entre as alternativas,
identifique o nome desses primeiros registros
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da vida humana, feitos em cavernas. Em seguida, crie uma legenda para a imagem.
a) fósseis.
eram as mais comuns. Para escrever, era preciso inserir a pena
no tinteiro e molhar a ponta.
b) pinturas rupestres.
Professor, você pode, se julgar adequado,
complementar as atividades desta seção, propondo a seguinte questão:
c) zoólitos.
5. Qual a origem da palavra “história”?
d) grafites.
e) ideogramas.
A história surgiu com este nome entre os gregos antigos, que
designaram com este termo a “pesquisa” sobre as origens dos
conflitos e contradições de sua época.
Heródoto foi, posteriormente, reconhecido como o pai da
História, o primeiro historiador. Suas histórias, contudo, eram
se dá às mais antigas representações encontradas em abrigos
pesquisas, investigações sobre as causas do presente e foi
ou cavernas, nas paredes e tetos rochosos ou superfícies de
por essa busca das causas que ele se voltou para o passado. A
rochas ao ar livre ou, ainda, em lugares protegidos, normalmente datando de épocas pré-históricas.
História, como estudo do passado, deriva, portanto, de uma
© Iara Venanzi/Kino
A pintura rupestre, ou ainda gravura rupestre, é o nome que
busca da compreensão do presente e só por um uso metafórico é que se passou a designar História o estudo do passado.
Outros estudiosos, historiadores, que sucederam a Heródoto
também deixaram explícito que investigavam as causas de
sua própria época, como fica ainda claro com Tucídides (464401 a.C.), autor de História da Guerra do Peloponeso.
Propostas de Situações de
Recuperação
Você poderá perceber que alguns de seus
alunos não alcançaram os objetivos planejados. Por isso, devemos elaborar diferentes
estratégias para tentar obter melhores resultados entre eles.
Figura 9 – Pintura rupestre, Sítio arqueológico do
Parque Nacional da Serra da Capivara, Piauí.
4. Qual a importância da pena como instrumento da escrita?
O instrumento de escrita que dominou a História por mais de
mil anos foi a pena. Introduzida por volta de 700 d.C., seu material era a pena de pássaro. As penas mais fortes eram aque-
A compreensão dos temas sobre a história
da escrita e os suportes da escrita é essencial
para a continuação dos estudos históricos,
pois são pré-requisito para o estudo das civilizações do Oriente.
É importante que você procure identificar
as dificuldades de cada aluno, valorizando as
conquistas também individualmente, principalmente por se tratar de alunos em recuperação.
Proposta 1
las tiradas de pássaros vivos, durante a primavera. As penas
preferidas eram as da asa esquerda, porque curvavam para
trás e para fora quando usadas por destros. As penas de ganso
Para retomar os conteúdos referentes à
história da escrita e aos suportes da escrita,
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
você pode sugerir a elaboração de uma palavra cruzada, tendo como eixo principal a
expressão “suportes da escrita”, com letras
coloridas.
Peça que os alunos escrevam esta expressão no centro de uma folha de caderno, no
sentido vertical, e encaixem palavras relacionadas ao tema em cada uma das letras. Por
exemplo, na letra S, ideogramaS. Em seguida,
peça que registrem informações sobre cada
uma das palavras.
Proposta 2
Utilizar os conceitos relacionados ao tema
história da escrita e os suportes da escrita
para a produção de texto pode ser outra possibilidade de recuperação. Instrua os alunos
a fazer um levantamento de conceitos importantes para a produção de texto. Em seguida,
oriente-os a estabelecer conexões entre cada
um dos eventos listados.
Estabeleça como diretriz de produção textual que a argumentação deverá ser privilegiada. Cabe aqui discutir, em função da idade dos
alunos, o que seria argumentação. Lembre-os
que argumentar está relacionado aos seguintes aspectos:
ff defesa da posição que adotamos em relação a um assunto;
ff justificativa da importância de algum fato,
fenômeno ou conteúdo;
ff reforço de uma ideia.
No caso da produção textual, que estamos
solicitando como estratégia de recuperação,
os alunos deverão retomar os conceitos estudados para argumentar a respeito de uma das
seguintes questões:
“Qual é a importância da história da escrita para os historiadores?” ou ainda “Os
suportes da escrita: diferentes formas de se
contar a história”.
Recursos para ampliar a perspectiva
do professor e do aluno para a
compreensão do tema
Livros
BAUSSIER, Sylvie. Pequena história da escrita. São Paulo: SM, 2005. (Pequenas Histórias
dos Homens). Nesta obra, a autora apresenta
um belo texto com imagens e documentos sobre a história da escrita.
CHARTIER, Roger. A aventura do livro: do
leitor ao navegador. São Paulo: Unesp/Imprensa Oficial, 2009. (Prismas). O historiador
Roger Chartier apresenta uma história do livro, tratando de diferentes papéis do autor,
do leitor, do editor e dos suportes técnicos da
escrita.
GIRARDET, Sylvie; SALAS, Nestor. A gruta
de Lascaux. São Paulo: Companhia das Letrinhas, 2000. Neste livro os autores apresentam
a história de quatro crianças que encontram
uma caverna com pinturas rupestres na gruta
de Lascaux, na França, com desenhos de 17
mil anos.
ROCHA, Ruth; ROTH, Otávio. A história
do livro. 10. ed. São Paulo: Melhoramentos,
2005. (O Homem e a Comunicação).
_______. O livro das letras. São Paulo: Melhoramentos, 1992. (O Homem e a Comunicação).
_______. O livro das tintas. São Paulo: Melhoramentos, 1992. (O Homem e a Comunicação).
_______. O livro do papel. São Paulo: Melhoramentos, 1992. (O Homem e a Comunicação).
Obras da coleção O Homem e a Comunicação,
de autoria de Ruth Rocha, que, de forma coesa e coerente, abordam diversos temas relacionados à escrita.
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Situação de Aprendizagem 5
O rio Nilo e o trabalho dos camponeses
no Egito Antigo
Esta Situação de Aprendizagem tem por
base a análise de dois documentos que abordam
a visão dos historiadores gregos Heródoto e
Diodoro, que, surpreendidos pelo regime das
cheias do Nilo, escreveram sobre sua importância para a agricultura egípcia.
Esta Situação de Aprendizagem foi planejada para ocorrer após as aulas sobre o desenvolvimento do tema Egito Antigo, que devem
contemplar os seguintes tópicos:
ff os períodos da história do Egito Antigo;
ff a escrita egípcia: os hieróglifos;
ff o Rio Nilo;
ff o Alto e o Baixo Egito;
ff cidades e aldeias no Egito Antigo;
ff a sociedade egípcia;
ff as crenças egípcias;
ff o cotidiano no Egito Antigo.
© The Bridgeman Art Library/Keystone
Verifique com os professores de Geografia,
Matemática, Língua Portuguesa, Ciências e
Arte a possibilidade de desenvolver um projeto interdisciplinar, abordando usos da água
na Antiguidade Oriental e na sociedade contemporânea. O tema poderá conduzir a uma
busca comum de informações, abrindo diversas possibilidades de aprendizagem para seus
alunos e para o conjunto de professores, refor-
çando a consciência sobre a importância de
trabalhar em equipe.
Figura 10 –A colheita. Pintura mural. Túmulo de Menna, 18a dinastia egípcia (c. 1567-1320 a.C.).
Vale dos Nobres, Tebas, Egito.
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© Giraudon/The Bridgeman Art Library/Keystone
História – 5ª série/6º ano – Volume 1
Figura 11 – Agricultores usam vacas para pisotear o trigo. Pintura mural. Túmulo de Menna, 18a Dinastia egípcia
(c. 1567-1320 a.C.). Vale dos Nobres, Tebas, Egito.
Conteúdos e temas: papel econômico do Rio Nilo; Alto Egito, Baixo Egito; camponeses, construção de
diques, canais de irrigação.
Competências e habilidades: análise de documentos históricos; coleta e seleção de dados; estabelecimento de relações para produção de texto de tipo historiográfico.
Sugestão de estratégias: análise de documentos, pesquisa, trabalho em dupla e produção de texto.
Sugestão de recursos: documentos históricos, materiais de pesquisa, papel kraft e canetas coloridas.
Sugestão de avaliação: processo de pesquisa e produtos como painel e texto.
Sondagem e sensibilização
Comece a Situação de Aprendizagem
perguntando para os alunos qual é a
importância dos rios para os diferentes povos da atualidade e quais são as informações que eles têm sobre as propostas feitas para
preservação da água doce. Em seguida, proponha a leitura e a realização das atividades do
texto a seguir, presente na seção Leitura e análise de texto do Caderno do Aluno.
O Egito e o Rio Nilo
A civilização egípcia desenvolveu-se às
margens do Rio Nilo, localizado no continente africano. Essa região faz parte do
“Crescente Fértil”, uma grande extensão de
terra no Oriente Próximo que se estende, em
forma de meia-lua, do Vale do Nilo, passando pelo Rio Jordão e pelas terras da Mesopotâmia (entre os rios Tigre e Eufrates).
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O historiador grego Heródoto, em sua obra
Histórias, escreveu: “O Egito é uma dádiva
do Nilo”, o que significa que toda a vida
das comunidades ali fixadas dependia do
rio, e que elas entendiam que o rio era uma
divindade que proporcionava essa vida. No
Vale do Nilo, desde aproximadamente 7 mil
anos atrás, grupos humanos já praticavam a
agricultura, cultivando diversos alimentos,
como trigo, alface, pepino e cevada.
O historiador grego Heródoto de Halicarnasso, que viveu no século V a.C., foi
o primeiro a registrar que, se não fossem
as cheias do Nilo, não haveria áreas fertilizadas nessa região desértica. Foi o rio,
com seus sedimentos, que permitiu o plantio para a subsistência e, portanto, todo o
desenvolvimento da civilização egípcia. A
economia, a organização da sociedade, a
estrutura política, as crenças e as práticas
culturais dessa população tiveram por base
a sua relação com o rio. A faixa de terra
fértil do Egito é estreita e se estende por
poucos quilômetros beirando as margens
do Rio Nilo.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
Com base nessas informações preliminares, mostre a importância do Rio Nilo para o
Egito Antigo. Há 25 séculos, afirmava-se que
o “Egito é uma dádiva do Nilo”, segundo o
já citado historiador grego Heródoto de Halicarnasso, do século V a.C. Ao que se sabe, esse
estudioso foi o primeiro a registrar o fato de
que, se não fossem as cheias nessa região desértica, não haveria áreas férteis. Será importante destacar para seus alunos a localização
do continente africano, do atual Egito e do
Rio Nilo. Convide-os a observar o mapa num
atlas histórico ou livro didático.
Ao final da Sondagem e sensibilização, apresente os documentos dos
historiadores Heródoto e Diodoro,
que se encontram no Caderno do Aluno, na seção Leitura e análise de texto.
© Popperfoto/Getty Images
Este momento pode ser propício para a compreensão da importância do uso consciente da
água doce, frisando a facilidade que temos para
obtê-la na maior parte dos centros urbanos, em
contraposição ao que acontece nas regiões do
Brasil que sofrem com a seca. Verifique, ainda, a
atitude de cada uma das famílias dos seus alunos
com relação ao uso da água, se elas tomam medidas para evitar o desperdício. Mostre que aproximadamente 70% da Terra é coberta por água,
mas que apenas 1% dessa água é própria para o
consumo. Seu uso tem passado por diversas restrições causadas pela poluição, pelo desperdício
e, principalmente, pelo aumento de consumo,
que no mundo, segundo a Organização das Nações Unidas (ONU), dobra a cada 20 anos.
Figura 12 – Vista de vilarejo à beira do Rio Nilo. Ao fundo, a pirâmide de Quéops.
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
“Em todo o mundo, ninguém obtém os
frutos da terra com tão pouco trabalho. Não
se cansam de sulcar a terra com arado e enxada, nem têm nenhum dos trabalhos que
todos os homens têm para garantir as colheitas. O rio sobe, irriga os campos e, depois de
os ter irrigado, torna a baixar. Então, cada
um semeia o seu campo e nele introduz os
porcos para que as sementes penetrem na
terra; depois, só têm de aguardar o período
da colheita. Os porcos também lhe servem
para debulhar o trigo, que é depois transportado para o celeiro.”
HERÓDOTO. Histórias. In: DONADONI, Sérgio
(Org). O homem egípcio. Lisboa: Editorial Presença,
1994. p. 17-18.
texto sobre os conteúdos abordados. Estes poderão ser ilustrados com desenhos, mediante
uma pesquisa de imagens sobre o Rio Nilo e
camponeses trabalhando durante a colheita
de grãos, o transporte de espigas para o celeiro, a debulha e ceifa e, ainda, o período de
cheias do Rio Nilo. Discuta essas possibilidades com seus alunos e, em seguida, peça que
respondam às questões a seguir, que também
estão presentes no Caderno do Aluno, na seção Trabalhando com documentos:
1. Como Heródoto e Diodoro apresentam a
importância do Rio Nilo para os egípcios?
Heródoto escreveu sua obra Histórias sobre o seu encantamento pelas cheias do Rio Nilo e pelos efeitos benéficos
desse rio para a agricultura, chamando a atenção para a terra fértil irrigada pelo Nilo, pelo bom clima e pela facilidade das colheitas. Diodoro declara que o Rio Nilo apresenta
Em seguida, apresente o documento de
Diodoro, outro historiador grego, que declarou que o Nilo superava todos os rios do mundo, pelos benefícios que trazia ao Egito.
grandes benefícios para os egípcios, pois suas cheias, que
sobem lentamente, levam consigo uma lama fértil e fresca que fertiliza os campos, tornando a tarefa do camponês
egípcio mais leve e proveitosa e sem grandes esforços, pois
a semeadura e a colheita se faziam com poucos meios de
trabalho.
“A maior parte deles lança apenas as sementes, leva os rebanhos para os campos e
eles enterram as sementes: quatro ou cinco
meses depois, o camponês regressa e faz a colheita. Alguns camponeses servem-se de arados leves, que removem apenas a superfície
do solo umedecido e depois colhem grandes
quantidades de cereal sem grande despesa ou
esforço. De uma forma geral, entre os outros
povos, todo o tipo de trabalho agrícola comporta grandes despesas e canseiras; entre os
egípcios é que a colheita se faz com poucos
meios e pouco trabalho.”
DIODORO SÍCULO, 1, 36. In: DONADONI, Sérgio
(Org). O homem egípcio. Lisboa: Editorial Presença,
1994. p. 18.
2. Quais argumentos são apresentados nos
documentos para justificar a importância
do Rio Nilo?
O documento de Heródoto apresenta como argumento o
fato de o rio irrigar os campos durante o período das cheias
e, depois de baixar, permitir a semeadura. Diodoro destaca o
período do plantio após as cheias, que possibilitam o umedecimento do solo, o que facilita o plantio e a colheita.
3. Como Heródoto e Diodoro apresentam a
importância do trabalho dos camponeses
para os egípcios?
Heródoto e Diodoro ficaram mais impressionados com o
imenso rio que atravessa o Egito do que com a semeadura e a
colheita executada pelos camponeses. A Grécia era uma terra essencialmente árida e seca, onde a prática da agricultura
parecia exigir esforços dignos de Titãs. Os dois documentos
Assim, a partir dos excertos de Heródoto
e Diodoro, oriente a discussão, em sala, pedindo aos alunos que produzam um pequeno
apresentam a semeadura e a colheita como atividades muito
simples e declaram que o Rio Nilo superava todos os rios do
mundo, pelos benefícios que trazia ao Egito.
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Para a produção escrita, é fundamental
que cada aluno consiga analisar os documentos dos historiadores gregos Heródoto e Diodoro. Lembre aos alunos que, para produzir
um bom texto, é preciso ler, reler e reescrever
diferentes informações sobre o assunto pesquisado. Além disso, esclareça a importância
de que outra pessoa – por exemplo, um colega
da classe – leia e sugira alterações para deixar
o texto mais claro, objetivo, coeso e coerente. Mostre que uma boa estratégia é pedir ao
leitor do texto em processo de produção que
registre suas dúvidas no próprio trabalho. Isso
também facilitará sua avaliação sobre o grau
de conhecimento que os alunos, em geral, têm
sobre os temas relacionados ao Egito. É muito
importante que você, como mediador do processo de produção textual, realize uma leitura
final, pois você poderá esclarecer dúvidas e encaminhar o texto à nova redação, após apon-
tar aspectos específicos de conteúdo e forma
que necessitem de aprimoramento.
Proponha uma socialização oral dos textos
produzidos pelos alunos. Em seguida, sugira a organização de um painel que contenha
trechos selecionados desses textos e desenhos que os representem. Oriente-os a evitar
repetições no momento da seleção dos materiais que comporão o painel.
Professor, na seção Lição de casa
do Caderno do Aluno, encontramos o texto a seguir, acompanhado
de duas atividades que solicitam ao aluno a
identificação das ideias principais do texto e
capacidade argumentativa ao enumerar a importância atribuída pelos historiadores gregos
ao papel do Rio Nilo na construção da civilização egípcia.
O Egito chamou a atenção de diferentes povos por sua paisagem singular, sua fauna e flora surpreendentes e suas impressionantes construções. Além disso, os gregos se surpreenderam com o seu sistema
de escrita e seus ritos funerários. Apesar de os contatos com o Mediterrâneo Oriental serem milenares,
foram os gregos que iniciaram o processo de mitificação do Egito, quando, por volta de 450 a.C., o historiador Heródoto se dirigiu ao delta do Nilo para recolher o material que utilizaria em seu livro Histórias,
no qual procurava explicar a luta entre gregos e persas, remontando aos costumes e tradições dos povos
orientais, com destaque para o Egito.
Não se deve estranhar o fato de Heródoto e Diodoro ficarem impressionados com o imenso rio que
atravessa o Egito, já que a Grécia era uma terra essencialmente árida e seca, onde a prática da agricultura
parecia exigir esforços dignos de Titãs. O que os gregos – e os egípcios – não sabiam era que a cheia do
Rio Nilo ocorria em consequência de chuvas na África Oriental e do degelo nas terras altas etíopes. A
cheia ocorria em junho, em Assuã, e, como as águas não eram detidas por barragens ou diques, elas se
dirigiam para o norte, atingindo Mênfis cerca de três semanas depois. Antes disso, fertilizavam terras
aráveis por meio de um processo de infiltração. Assim, de agosto a setembro, todo o Vale do Nilo se encontrava inundado, e, em outubro, o nível das águas baixava, deixando o solo úmido e coberto por uma
lama cheia de detritos e sais minerais. Durante todo esse processo de inundação do Nilo, desenvolvia-se o
trabalho dos camponeses. Heródoto e Diodoro não enfatizaram o trabalho dos camponeses, mas o papel
do rio na construção da civilização egípcia. A construção de diques, a abertura e limpeza dos canais e
todas as atividades agrícolas (semeadura, colheita, armazenagem), isto é, os trabalhos que resultavam das
relações dos homens com a natureza, não foram destacados.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
1a etapa
O Rio Nilo
Professor, ao apresentar a pesquisa
sobre os temas relacionados ao Egito
Antigo – o Rio Nilo; a escrita egípcia: os hieróglifos; e a religião egípcia –, mostre a
importância desse instrumento de aprendizagem
para a construção do conhecimento histórico.
O Rio Nilo tem suas nascentes na África
Tropical, no Lago Vitória, entre Uganda e a
Tanzânia, e suas águas vão em direção ao norte. A partir de Malakal (Sudão), ele recebe o
nome de Nilo Branco. Na altura da cidade de
Cartum, capital do Sudão, suas águas se encontram com aquelas provenientes do Lago
Tana, na Etiópia, formando o rio conhecido
como Nilo Azul. Nessa confluência, formam
um único Rio Nilo, que segue até o Mar Mediterrâneo, milhares de quilômetros ao norte.
No total, das origens no Nilo Branco até o deságue, são 6 650 quilômetros.
Para facilitar, apresentamos um pequeno roteiro, que poderá ser ampliado com as discussões
realizadas em sala de aula. É muito importante
incentivar a busca e a leitura desses temas em
livros de apoio didático, em livros didáticos, em
enciclopédias e sites especializados. Para tanto,
oriente os alunos sobre o significado da leitura para a fundamentação histórica dos temas
estudados, destacando os títulos e subtítulos,
as legendas das imagens e as referências bibliográficas: nome do(s) autor(es), local, editora e
ano de edição ou o nome completo do site e a
data em que foi acessado.
As fontes de pesquisa utilizadas nas sínteses são as apresentadas a seguir. Essa literatura
pode ser indicada aos alunos desde que se tome
o cuidado de apoiá-los em sua utilização, dadas
as possíveis dificuldades que possam apresentar.
ff CARDOSO, Ciro Flamarion S. O Egito
Antigo. São Paulo: Brasiliense, 1982. (Tudo
é História).
ff GRALHA, Júlio César. A religião egípcia.
In: FUNARI, Pedro Paulo (Org.). As religiões que o mundo esqueceu: como egípcios,
gregos, celtas, astecas e outros povos cultuavam seus deuses. São Paulo: Contexto,
2009.
ff BAKOS, Margaret. O que são hieróglifos.
2. ed. São Paulo: Brasiliense, 1996. (Primeiros Passos).
ff FUNARI, Raquel dos Santos. O Egito dos
faraós e sacerdotes: a vida e a morte na sociedade egípcia. São Paulo: Atual, 2001. (A
Vida no Tempo dos Deuses).
O Shaduf é um instrumento utilizado para
levar água de um lugar mais baixo para outro mais elevado. Ele é usado como uma alavanca, com um balde em uma das pontas de
uma haste, que serve para puxar para cima
o balde com a água. Foi inventado há aproximadamente 4 mil anos, na Mesopotâmia,
e, depois de adotado pelos egípcios, generalizou-se às margens do Rio Nilo. Por meio de
canais, então, a água era levada para lugares
distantes.
O período de cheia do Nilo, antes da construção da Represa de Assuã, na década de
1960, ia de agosto a novembro, com ápice em
setembro. Essa época do ano coincide com as
chuvas tropicais no continente africano, de
cuja área provêm as águas do Nilo. Vale ainda
ressaltar que a construção da primeira represa
terminou em 1902. Depois, ela foi reforçada
em mais de uma oportunidade e, finalmente,
na década de 1960, foi instalada uma hidrelétrica na represa.
A escrita egípcia: os hieróglifos
A Pedra de Roseta permitiu que se decifrasse a escrita egípcia antiga. Esse fragmento de estela data da época dos Ptolomeus,
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governantes macedônios, de língua grega, que
dominaram o Egito a partir de fins do século
IV a.C. A estela foi feita em 196 a.C., pelo rei
Ptolomeu V, e descrevia atos administrativos
diversos em três línguas e escritas diferentes:
hieróglifo, demótico e grego. A Pedra de Roseta está hoje no Museu Britânico, em Londres. Ela foi descoberta em 1799 por soldados
franceses de Napoleão na cidade de Roseta
(Rashid, em árabe), no Egito. O estudioso
francês Jean-François Champollion conseguiu decifrar a escrita hieroglífica, comparando as três versões.
A escrita hieroglífica é assim chamada porque, em grego, significa “escrita sagrada”, e
era usada pelos sacerdotes egípcios. Nessa escrita utilizavam-se ideogramas e fonogramas.
Os ideogramas representavam, pela imagem,
um objeto ou uma ação, enquanto os fonogramas possibilitavam a representação de
sons. O texto podia ser escrito em linhas, tanto da esquerda para a direita quanto da direita para a esquerda; ou em colunas, tanto de
cima para baixo quanto de baixo para cima.
A leitura do texto deveria respeitar a direção
e o sentido em que o texto tinha sido escrito.
Tal escrita hieroglífica era usada em pedras,
com incisões ou pinturas, mas também em papiros, vasos de cerâmica, objetos de madeira.
Sistemas mais simples de escrita, o hierático
e o demótico, expandiram-se e foram usados
em todo tipo de suporte. Na origem, por sua
complexidade, apenas os escribas dominavam
a escrita hieroglífica, mas, com as escritas
mais simples, muitas pessoas passaram a escrever também.
A religião egípcia
A religião egípcia fundava-se no culto a
algumas tantas divindades, e muitos desses
deuses e deusas tinham formas de animais,
ou eram meio humanos e meio animais. Os
rituais nos templos eram muito importantes,
assim como as procissões e outros ritos, a
exemplo da mumificação dos mortos.
Entre os muitos deuses egípcios, destacavam-se: Amon ou Amon-Rá, o deus Sol;
Aton, o rei dos deuses; Osíris, o rei dos mortos; Maat, a deusa da verdade e do julgamento pós-morte; Hórus, o deus do céu; e Anúbis,
o deus do embalsamamento.
2a etapa
Professor, no Caderno do Aluno, há
dois textos breves, acompanhados
por atividades, que possibilitam também o uso de mapas. O primeiro texto menciona
a importância dos rios no desenvolvimento das
Antigas Civilizações Orientais, e indica a localização dos mesmos. O segundo, discorre sobre a
influência que as civilizações da Antiguidade
Oriental exerceram sobre as civilizações da Antiguidade Clássica, Grécia e Roma. Sugerimos
que você ressalte para os alunos o processo dinâmico no desenvolvimento da história. Ou seja,
as civilizações coexistiam, mas desenvolviam-se
de acordo com as possibilidades proporcionadas por seu meio. Posteriormente, elas entravam
em contato umas com as outras, fosse por meio
do comércio, fosse por causa de conflitos.
Rios e civilizações
As primeiras civilizações formaram-se ao
longo de rios, o que permitiu o desenvolvimento da agricultura, especialmente de cereais. O
Rio Nilo corta um imenso deserto, o Saara,
por milhares de quilômetros, com águas provenientes da África Tropical, o que permitiu o
desenvolvimento da grande civilização egípcia
em pleno deserto. Os rios Tigre e Eufrates nascem nas montanhas da atual Armênia, cortam
essa região do Oriente Próximo e deságuam
no Golfo Pérsico. Nessa região, o regime de
suas águas proporcionou condições para o
desenvolvimento da agricultura, mas também
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
muitas inundações precisaram ser contidas
com a construção de diques. O Rio Indo, por
sua vez, também originário de regiões montanhosas do atual Tibete, favoreceu o assentamento de agricultores e o desenvolvimento de
uma civilização urbana onde hoje é a Índia.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
Trocas culturais
A cultura ocidental, construída pelos povos que viviam em torno do Mar Mediterrâneo, teve grande contribuição dos povos
africanos e asiáticos, desde a Antiguidade. A
civilização egípcia tem suas origens na África do Norte, mas também sempre manteve
contato com a África Subsaariana, por meio
da Núbia. Os costumes, religião e visões de
mundo dos egípcios antigos desenvolveram-se, em grande parte, no mesmo ambiente
cultural que gerou as culturas negro-africanas. Assim, os cultos ligados à fertilidade ou
às concepções de alma têm uma ligação profunda com a África, e tudo isso passou, de
muitas formas, à cultura ocidental.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola
Dentro das habilidades propostas no ensino
de História para a 5a série/6o ano do Ensino
Fundamental, espera-se que o aluno consiga
identificar a presença dos recursos naturais na
organização do espaço histórico-geográfico,
relacionando transformações naturais com intervenção humana, seja por meio da produção
escrita ou da organização do painel realizado
com base em excertos selecionados e desenhos
correspondentes.
Proposta de questões para a avaliação
Professor, observe que as respostas
às perguntas propostas também dependerão do trabalho de pesquisa e
de outras atividades presentes no Caderno do
Aluno. As questões a seguir estão incluídas na
seção Você aprendeu? do Caderno do Aluno.
1. Qual é o significado da expressão “Crescente Fértil”?
A expressão “Crescente Fértil” foi criada pelo arqueólogo estadunidense James Henry Breasted, no início do século XX,
para designar o arco, em forma de Lua crescente, que vai do
Vale do Nilo ao Golfo Pérsico, Mesopotâmia, Síria, Líbano,
Palestina e Egito. Essa área encontra-se entre os continentes
asiático e africano, vizinhos à Europa, o que favoreceu uma
biodiversidade incomum. A área testemunhou, desde o fim
Avaliação da Situação de
Aprendizagem
do Pleistoceno (9500 a.C.), o desenvolvimento da agricultura, da cerâmica, bem como a formação das cidades e das
grandes civilizações. O nome “Crescente Fértil” refere-se à
fertilidade do solo irrigado por rios para a agricultura, mas
também à fertilidade cultural que permitiu o surgimento de
Professor, as atividades do Caderno do
Aluno, tais como a leitura e análise de textos e
imagens (grifar as ideias principais e secundárias, buscar significado das palavras cujo significado não conhece, a produção de textos)
e pesquisa individual, podem ser utilizadas de
acordo com seus critérios e preferências. Através delas, espera-se que o aluno consiga perceber a importância do Rio Nilo para os egípcios
na Antiguidade e estabelecer relações com a
importância da água doce na sociedade atual.
tantas civilizações. Já a imagem da Lua crescente teve inspiração naquela que se forma no mapa (entre o Golfo Pérsico
e o Alto Egito, em forma de um arco, que passa pelo Líbano
e Palestina), mas, também, naquela que é o símbolo do Islã,
religião dominante na região.
2. Apresentando argumentos históricos, explique esta frase: “A religião egípcia era politeísta, baseada na existência de muitos deuses”.
Os egípcios eram politeístas, ou seja, acreditavam em muitos
deuses. O mesmo deus podia ser representado sob diversas
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aparências, por exemplo: com corpo humano e cabeça de
d) Egeu.
animal; outros, apenas sob forma animal, como o touro Ápis,
que foi associado aos deuses Rá, Osíris ou Ptá, em diferentes
épocas da história do Egito. As principais figuras divinas eram
elementos naturais, como Num, que representava o caos; Tefnet,
a umidade; Chu, o ar; Geb, a terra; e Nut, o firmamento. Havia
ainda Amon ou Amon‑Rá, identificado com o deus solar;
Sélkis, deusa das vísceras dos mortos; Set, deus da guerra;
e) Mediterrâneo.
O nome do mar que recebe as águas do Rio Nilo é Mar Mediterrâneo.
5. Leia atentamente o texto e responda:
Hátor, deusa do amor, da música, da alegria, da dança e do
vinho. Os egípcios não cultuavam as divindades diretamente,
mas por meio dos sacerdotes, considerados intermediários
entre os homens e os deuses.
3. Os egípcios escreviam sobre diversas superfícies, mas uma, em especial, era a mais
usada pelos escribas. Essa espécie de papel
era produzida à base de fibras do caule de
uma planta muito comum às margens do
Rio Nilo. Assinale a resposta que corresponde ao nome dessa planta.
a) Lótus.
b) Papiro.
c) Bambu.
Nilo: o rio divino
“Adoração do Nilo!
Salve, tu, Nilo!
E vens dar a vida ao Egito!
Ao irrigar os prados criados por Rá,
Tu fazes viver todo o gado,
Tu – inesgotável – que dás de beber à terra!
Senhor dos peixes, durante a inundação,
Nenhum pássaro pousa nas colheitas.
Tu crias o trigo, fazes nascer o grão,
Garantindo a prosperidade aos templos.
Se paras a tua tarefa e o teu trabalho.
Tudo o que existe cai em inquietação.”
Hino com o qual os egípcios festejavam, anualmente, o
início das cheias (1800 a.C.). In: Coletânea de documentos
históricos para o primeiro grau: 5a à 8a séries. São Paulo:
SEE/CENP, 1980. p. 55.
d) Tamareira.
e) Coqueiro.
O suporte mais utilizado pelos egípcios para a escrita era feito de uma planta chamada papiro.
4. A civilização egípcia se desenvolveu em
uma estreita faixa de terra situada no nordeste do continente africano, às margens do
Rio Nilo. Este rio percorre um longo trajeto, do sul para o norte, e deságua em uma
embocadura (delta) que se abre para o mar:
a) Vermelho.
b) Cáspio.
c) Negro.
De acordo com as informações do texto, é
possível afirmar que:
a) os egípcios atribuíam mais importância
ao trabalho dos camponeses do que às
cheias do Nilo.
b) as águas do Rio Nilo não eram importantes para o cultivo do trigo e a criação
do gado.
c) o Rio Nilo era um dos elementos da natureza adorados pelos egípcios.
d) as cheias do Nilo eram manifestações
da vontade de todos os deuses egípcios.
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e) Rá, o deus citado no texto, está relacionado com os mortos.
Proposta 2
O Rio Nilo é descrito no texto como uma divindade, que ga-
Escreva na lousa os grupos de palavras a
seguir, para que os alunos possam compor
frases historicamente corretas e completas a
partir dos conteúdos desenvolvidos em sala
de aula e das leituras feitas sobre o Egito
Antigo.
rantia a vida e a prosperidade do Egito.
Propostas de Situações de
Recuperação
Depois da realização das atividades regulares – aulas, exercícios, Situação de Aprendizagem proposta neste Caderno e avaliação –, você
poderá identificar entre seus alunos alguns que
não tenham alcançado seus objetivos, tanto no
que concerne à apreensão dos conteúdos quanto ao desenvolvimento das habilidades e competências contempladas.
Neste caso, podemos utilizar diferentes
estratégias para obter resultados que indiquem progresso no processo de ensino e
aprendizagem, principalmente entre os alunos que apresentem maiores dificuldades de
compreensão.
Proposta 1
Organize, na lousa, um esboço do Rio Nilo
e destaque seu delta, o Baixo Egito e o Alto
Egito. Peça aos alunos que pesquisem e registrem no caderno o significado desses termos.
Delta: foz de um rio, geralmente em formato triangular, formada por vários canais e
ilhas de aluvião. As primeiras cidades do Egito Antigo surgiram no delta do Nilo.
Baixo Egito: compreendia o delta do Nilo,
isto é, a área servida por numerosos braços do
Rio Nilo, os quais se dirigiam para o Mar Mediterrâneo.
Alto Egito: compreendia uma estreita faixa
de terra fértil, que se estendia por muitos quilômetros ao longo do Rio Nilo.
a) Egito – Rio Nilo – África.
b) Camponeses – Egito – irrigação.
c) Rio Nilo – egípcios – agricultura.
d) Hieróglifos – escrita – Egito.
e) Religião – politeísta – deuses.
A critério dos alunos, a partir dos conteúdos desenvolvidos
em sala de aula e das leituras feitas sobre o Egito Antigo.
Recursos para ampliar a perspectiva
do professor e do aluno para a
compreensão do tema
Livros
BAKOS, Margaret. O que são hieróglifos. 2.
ed.. São Paulo: Brasiliense, 2009. (Primeiros
Passos). O livro explica os fundamentos da
escrita hieroglífica, narra a sua decifração,
descreve técnicas dos escribas e desenvolve,
ainda, outros temas relacionados a esse conteúdo.
CARDOSO, Ciro Flamarion. O Egito Antigo.
São Paulo: Brasiliense, 1982. A obra apresenta uma visão bastante clara sobre o Egito
Antigo.
JAMES, T. C. H. Mitos e lendas do Egito Antigo. São Paulo: Melhoramentos, 1993. Esse
livro trabalha com diversas manifestações da
vida cotidiana no Egito Antigo.
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PINSKY, Jaime. As primeiras civilizações. São
Paulo: Contexto, 2001. (Repensando a História). <http://www.editoracontexto.com.br>.
Nesse livro, o autor discute a importância do
estudo de civilizações extintas e o seu legado
para o mundo ocidental.
Museu
Museu de Arqueologia e Etnologia da Universidade de São Paulo (MAE-USP). Av. Prof.
Almeida Prado, 1 466 – Cidade Universitária
– São Paulo. Fone: (11) 3091-4905. O museu
mantém em seu acervo um conjunto de peças
egípcias e apresenta a recriação de uma antiga tumba egípcia. As visitas podem ser acompanhadas por monitores. Há também vários
outros programas educacionais interessantes
para uso das escolas.
Sites
Museu do Louvre. Disponível em: <http://www.
louvre.fr>. Acesso em: 17 maio 2013. Apresenta
informações a respeito da civilização egípcia,
da Pré-história aos últimos faraós. Na página
principal, na parte superior, clicar em “Oeuvres”,
depois “Collections & Départements” e, em
seguida, em “Antiquités égyptiennes”.
Starnews 2001. Disponível em: <http://www.
Starnews2001.com.br/egypt/grande_piramide.
html>. Acesso em: 17 maio 2013. Contém um
texto muito claro e belas imagens do Egito Antigo.
Situação de Aprendizagem 6
O Código de Hamurábi:
os princípios de justiça na Mesopotâmia
Esta Situação de Aprendizagem tem
como proposta analisar algumas penalidades previstas no Código de Hamurábi,
avaliando-as a partir de valores sociais e
princípios de justiça da época, registrando,
por meio da discussão em sala de aula, as
opiniões dos alunos sobre justiça e direitos
do cidadão, considerando-se o período que
está sendo estudado.
Para o desenvolvimento desta Situação de
Aprendizagem é importante que seus alunos tenham em mãos um mapa da Mesopotâmia antiga,
imagens de escrita cuneiforme e do rei Hamurábi.
Conteúdos e temas: civilizações mesopotâmicas; escrita cuneiforme; domínio da Babilônia; governo de
Hamurábi; Código de Hamurábi e princípio de talião.
Competências e habilidades: estabelecimento de relações entre diferentes povos antigos; pesquisa, seleção e
organização de informações; produção de pequenos textos; desenvolvimento da capacidade de síntese e do
pensamento lógico.
Sugestão de estratégias: análise de documento histórico, pesquisa e elaboração de painel.
Sugestão de recursos: cartolina, folha de sulfite, papel rascunho ou kraft e material para registro da produção escrita.
Sugestão de avaliação: processo de trabalho e painel.
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© Erich Lessing/Album/Latinstock
História – 5ª série/6º ano – Volume 1
Figura 13 – O Código de Hamurábi (1792-1750 a.C.),
282 leis. Hamurábi diante do deus Sol, Shamash. Gravado em basalto negro. Oriundo da Babilônia, encontrado em Susa, Irã. Altura total: 225 cm.
Sondagem e sensibilização
Professor, a temática desta Situação
de Aprendizagem é introduzida
com o texto a seguir no Caderno do Aluno,
na primeira seção Leitura e análise de texto.
As civilizações da Mesopotâmia, palavra de origem grega que significa “entre rios” (meso = entre;
potamós = rio), desenvolveram-se em extensa área entre os rios Tigre e Eufrates, que nascem nas montanhas da Ásia Menor (região da atual Armênia) e deságuam no Golfo Pérsico. Na Antiguidade, a
região foi ocupada por vários povos, com línguas e costumes diferentes, os quais receberam o nome de
mesopotâmicos. Entre eles, destacaram-se os sumérios, os hititas, os caldeus, os babilônios e os assírios.
As primeiras cidades de que se tem notícia formaram-se no Oriente Médio, no Crescente Fértil,
região que corresponde a parte dos atuais territórios do Líbano, da Síria, do Iraque e da Jordânia.
Os povos da Mesopotâmia estão muito distantes de nós, tanto pelo tempo quanto pelo espaço.
Mesmo assim, foram diversas as heranças que nos legaram. Entre elas está o Código de Hamurábi, um
conjunto de leis escritas que deveriam ser cumpridas em todo o Império Babilônico.
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Após a leitura do texto e a realização das
atividades presentes no Caderno do Aluno,
apresente a fotografia da estela babilônica,
onde foi inscrito o “Código de Hamurábi”.
Forneça a ficha técnica do documento: um
monólito de basalto negro de forma cilíndrica
com 225 cm de altura, em alto-revelo na parte superior e baixo-relevo na parte inferior. A
peça representa Hamurábi diante do deus Sol,
Shamash e foi encontrado em Susa, atual Irã,
em 1901, pelo francês Jacques de Morgan. Essas leis estavam baseadas no princípio de talião. A palavra talião origina-se do latim, e em
português sugere a ideia de semelhança e igualdade. Por isso, dizemos que o princípio que
norteou a elaboração do código de Hamurábi
foi o de talião: olho por olho, dente por dente,
referindo-se ao tipo de punição semelhante ao
crime cometido. Entretanto, as punições não
eram iguais para todas as pessoas. Aqui, você
pode discutir, especialmente, a importância do
princípio da igualdade de todos perante a lei.
1a etapa
Em seguida, proponha aos alunos
uma observação minuciosa da cena
e peça que a descrevam, fornecendo
dados adicionais que auxiliem na interpretação do documento. O texto a seguir, presente
no Caderno do Aluno na seção Lição de casa,
contribui para a contextualização da imagem.
Hamurábi, nascido em Babel, pertencente à primeira dinastia babilônica dos amoritas, foi o fundador do primeiro Império Babilônico, que unificou a Mesopotâmia, juntando os povos semitas e sumérios e conseguindo levar a Babilônia ao seu máximo esplendor. Como governante, cercou a capital do
Império com muralhas, instituiu a cobrança de impostos para a implantação de obras públicas, construiu canais de irrigação e navegação e retificou o leito dos rios Tigre e Eufrates, a fim de dar impulso
à agricultura e ao comércio na planície mesopotâmica.
Em seu governo, implantou a noção de direito de justiça, gravada em uma estela cilíndrica, em uma
rocha de diorito (basalto negro), com 2,25 metros de altura, 1,60 metro de circunferência na parte superior
e 1,90 metro de base. A superfície da estela está coberta com um texto cuneiforme, em alto-relevo, onde
Hamurábi foi representado de frente ao trono de Shamash, deus Sol e deus dos oráculos, recebendo
as leis escritas, o que dá um caráter divino ao documento. As leis, em escrita cuneiforme, aparecem
abaixo da representação de Hamurábi e estão dispostas em 46 colunas (3 600 linhas). Nesse texto, está
codificada a jurisprudência do governo de Hamurábi, que determinava penalidades para as infrações,
baseadas no princípio de talião. Difundido por meio da expressão “olho por olho, dente por dente”,
este princípio baseia-se na correspondência entre um crime praticado contra alguém e a punição imposta a quem o praticou.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
Após a interpretação do documento pelos
alunos, solicite que apresentem e comparem
as diferentes opiniões, concluindo a atividade
com uma síntese baseada nas discussões colocadas em sala de aula.
Na sequência, apresente a seus alunos as
questões que virão a seguir e solicite que
realizem uma pesquisa preliminar como
tarefa de casa para respondê-las. Na aula
seguinte, você poderá utilizar as respostas
dos alunos como motivadoras para iniciar
a apresentação da proposta e despertar sua
curiosidade para esta Situação de Aprendizagem.
a) Utilizando as ideias centrais, escreva um
título para o texto.
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b) Circule no texto dez palavras-chave.
c) O que era o princípio de talião?
arrepender, mudar de comportamento e desenvolver respeito ao outro.
via ser punido na mesma proporção com que foi cometi-
d) Qual é o significado da expressão “olho
por olho, dente por dente”?
do; porém, ao longo do documento, ficam muito claras as
A expressão “olho por olho, dente por dente” previa que a pena
diferenças estabelecidas entre os escravos, proprietários de
de um crime deveria ser estabelecida na mesma proporção do
terras e os funcionários do castelo. Outro fator importante
crime, ou seja, consiste na reciprocidade do crime e da pena.
O princípio de talião estabelecia que o crime praticado de-
é o fato de que essa conduta não permitia que o culpado
tivesse a possibilidade de dizer as razões de sua ação, de se
2a etapa
O Código de Hamurábi reuniu leis existentes na Mesopotâmia a outras que foram especialmente
escritas para esse conjunto de normas, numeradas de 1 a 282. Sua autoria é atribuída ao soberano
babilônico Hamurábi, que governou entre 1792 a.C. e 1750 a.C. O texto foi escrito com a mais antiga
escrita conhecida, chamada de cuneiforme, encontrada na Mesopotâmia a partir de 3300-3200 a.C. O
nome dessa escrita deriva de cuneus, que significa cunha, pois ela é o resultado da incisão em argila
úmida de pedaços de hastes de madeira ou junco, chamados de cálamos. A escrita cuneiforme foi utilizada também em paredes de rochedos, corpos de estátuas e monumentos. Seus símbolos eram gravados
em tabuletas de argila e cozidos ao Sol ou em fornos, para que não fossem apagados. Cada símbolo
representava uma ideia, diferentemente da nossa escrita, na qual as letras representam sons.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
Ao final da Sondagem e sensibilização e,
depois de ouvir a opinião dos alunos durante
a atividade da seção Debatendo temas, que
aborda a justiça, a cidadania e o princípio de
talião, apresente algumas leis do Código de
Hamurábi:
A estela de Hamurábi, século XVIII a.C.
“8o – Se alguém roubar gado ou ovelhas, ou um asno ou um porco ou um bode, pertencente a um
deus ou à corte, tal ladrão deverá pagar trinta vezes tanto; se pertencerem a um liberto do rei, o ladrão
deverá pagar dez vezes tanto; se o ladrão não possuir nada para servir de pagamento, deverá ser condenado à morte.
[...]
16o – Se alguém abrigar em sua casa escravo ou escrava, foragidos da corte ou de seu senhor, e não
o apresentar após a proclamação pública do mordomo do palácio, o senhor da casa deverá ser condenado à morte.
[...]
25o – Se um incêndio começar em uma casa, e alguém que venha para apagá-lo lance os olhos na
propriedade alheia, e tome a propriedade do senhor da casa, ele deverá ser lançado ao mesmo fogo.
[...]
116o – Se um prisioneiro morrer na prisão por agressões ou maus tratos, o senhor de tal prisioneiro
deverá condenar o negociante perante o juiz. Se nascido homem-livre, o filho do negociante deverá ser
condenado à morte; se nasceu escravo, deve pagar um terço de uma moeda de ouro, e tudo aquilo que
o senhor do prisioneiro lhe tiver dado será devolvido.
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[...]
196o – Se um homem cegar outro homem, seus olhos deverão ser cegados. [Olho por olho]
197o – Se quebrar os ossos de outro homem, seus ossos deverão ser quebrados.
198o – Se cegar um homem liberto, ou quebrar os ossos de um homem liberto, ele deverá pagar uma
moeda de ouro.
199o – Se cegar um olho de um escravo, ou quebrar os ossos de um escravo pertencente a um homem, deverá pagar a metade de seu valor.
200o – Se um homem partir os dentes de seu semelhante, seus dentes deverão ser partidos. [Dente
por dente]
[...]
205o – Se o escravo de um homem liberto bater no corpo de um liberto, sua orelha deverá ser cortada.”
Código de Hamurábi. Disponível em: <http://www.general-intelligence.com/library/hr.pdf>.
Acesso em: 16 jul. 2013.Tradução Eloisa Pires.
Oriente os grupos para que pesquisem no dicionário o significado das palavras desconhecidas
e registrem as informações iniciais em um rascunho, discutindo a importância da interpretação.
Vale a pena, ainda, ressaltar a importância
da formulação de hipóteses durante a leitura,
para o processamento das informações de um
texto escrito, com a finalidade de interpretá-lo.
Sobre isso, veja o que dizem Teresa Colomer e
Anna Camps, na obra Ensinar a ler, ensinar a
compreender (2002).
A formulação de hipóteses
“Quando se lê, antecipa-se uma organização significativa das unidades linguísticas, quer se trate da
previsão das letras no conjunto de uma palavra, das palavras no interior da frase ou das sequências
narrativas na articulação de uma história. Funciona do mesmo modo que uma ativação dos esquemas
pertinentes leva a prever a atividade normal de um mercado ou dos padrões de conduta habituais em
uma reunião de amigos. Os conhecimentos do leitor sobre os níveis superiores do texto conduzem à
formulação de hipóteses coerentes sobre os níveis inferiores; assim, o leitor progride ao longo do texto
através da previsão de que sequências ou frases são esperáveis no que está lendo, as frases orientarão
as hipóteses sobre as palavras que têm mais possibilidades de aparecer nesse contexto, as palavras limitarão os morfemas possíveis e estes permitirão antecipar as letras.
Contudo, na realidade, a maior parte do significado que o leitor constrói tem de ser inferida, ou
seja, é necessário lançar hipóteses também sobre a informação não explícita. É evidente que não se
considera que alguém tenha entendido um texto apenas se é capaz de repetir seus elementos de memória (embora, às vezes, a escola pareça proceder assim!), mas que, quando compreendeu o texto, o
leitor possa explicar o significado com suas próprias formulações e, para fazer isso, é preciso que tenha
deduzido as relações entre as frases e tenha complementado a informação do texto com muitas outras
informações que não eram explícitas porque o autor supunha que o leitor já dispunha delas ou as deduziria ao longo de sua leitura.”
COLOMER, Teresa; CAMPS, Anna. Ensinar a ler, ensinar a compreender. Porto Alegre: Artmed, 2002. p. 37.
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
Organize os alunos em duplas ou trios, de
acordo com os critérios que você julgar mais
convenientes. Invista em parcerias colaborativas, como: um aluno que tenha habilidade
leitora com outro que consiga organizar as
etapas da atividade e um terceiro que trabalhe
bem traços para desenhos. Feito isso, cada um
vai contribuir com a produção do material e
mostrará para os demais como desempenhar
a atividade, valorizando-se a produção coletiva e individual em pesquisas e projetos escolares.
Apresente aos alunos a estela de Hamurábi,
do século XVIII a.C., e peça que componham
um cartaz de cartolina, kraft, papel-cartão ou
jornal. Oriente a leitura e discussão nos grupos dos tópicos descritos a seguir.
ff As punições do Código de Hamurábi eram
iguais para toda a população da Mesopotâmia? Apresente exemplos que comprovem a resposta do grupo e faça desenhos
para ilustrar as punições.
Ao mostrar que as punições do Código de Hamurábi não
eram iguais para os grupos sociais na Mesopotâmia, os alunos poderão verificar que, quando um grande proprietário
prejudicava outro, podia pagar os danos com dinheiro ou
bens materiais. Em relação aos escravos, as punições variavam de castigos corporais à pena de morte, como nos mostram os artigos 116, 198 e 199.
ff Selecionem uma das leis do Código de Hamurábi. Em seguida, imaginem que a lei
escolhida pelo grupo pudesse ser aplicada
nos dias atuais. Apontem um serviço social
que o suposto culpado poderia realizar
para melhorar a vida dos moradores da comunidade em que reside. Façam desenhos
para ilustrar esse serviço social que seria
prestado para a comunidade.
Tendo por base as escolhas feitas pelos grupos, incentive os
alunos a discutir quais são as questões sociais mais importantes da atualidade, para as quais o trabalho dos infratores
poderia ser útil. Como exemplo, mostre a importância da
organização da coleta seletiva do lixo, atividades lúdicas em
creches, limpeza do espaço urbano, organização de bibliotecas públicas em associações de bairros, entre outras.
Antes de elaborarem um texto com
as principais características da sociedade mesopotâmica, conforme
proposto na atividade da seção Lição de casa,
que apresenta a pirâmide social, é muito importante deixar claro para seus alunos que a
sociedade mesopotâmica nesse período estava
dividida em grupos. Professor, essa atividade é
precedida pelo texto a seguir:
A sociedade mesopotâmica nesse período estava dividida em três grupos, os quais
recebiam tratamento diferenciado nesse conjunto de leis. O primeiro grupo era formado
pelos proprietários de terras, nobres, líderes
militares, oficiais do palácio e sacerdotes; o
segundo, pelos funcionários do palácio, pequenos proprietários, comerciantes e artesãos; e o terceiro, que correspondia à maioria da população, era composto de escravos.
Os escravos eram pessoas destituídas de
liberdade, tinham direitos delimitados em
lei, podiam casar-se com uma mulher livre
e possuir bens, mas não deixavam de ser
propriedade de alguém; recebiam o nome
wardum, exerciam diversas atividades na
manutenção dos diques, nas plantações, no
trabalho com os animais e no transporte de
cargas. Havia a possibilidade de mobilidade
social, desde que o escravo tivesse a liberdade concedida por seu senhor, tornando-se, portanto, um liberto. Por outro lado, os
proprietários de terras endividados poderiam tornar-se escravos.
Ainda dentro da proposta da atividade em
grupo, lembre-se de que o painel deverá ter por
objetivo registrar a síntese dos conteúdos e conceitos desenvolvidos com os alunos no decorrer da Situação de Aprendizagem. Oriente-os
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a escrever pequenos textos e frases que atuem
como explicação e justificativa para os desenhos
realizados. Trabalhe a importância do título do
painel para orientar o leitor. Ao final, organize
uma exposição em sala de aula, ou mesmo fora
dela, com o objetivo de socializar os estudos
realizados e a produção dos grupos.
Proposta de questões para a avaliação
Ao longo dos rios Tigre e Eufrates, em meio aos desertos que
caracterizam o Oriente Médio, desde o Paleolítico, um grande número de grupos humanos foi se fixando às margens ou
nas proximidades desses rios, para obter água, pescar, desenvolver a agricultura e a criação de animais, e transportar pessoas e cargas. Durante as cheias, esses rios transbordavam e
inundavam as terras próximas das margens. Quando as águas
baixavam, as terras que estavam perto do leito dos rios ficavam inundadas com uma camada de lodo, deixando-as férteis e excelentes para o plantio.
As questões a seguir estão incluídas
na seção Você aprendeu?, do Caderno do Aluno.
1. A Epopeia de Gilgamesh, escrita entre
2500 e 2000 a.C., apresenta a aventura de
um rei de Uruk, Gilgamesh, que encontrou um homem imortal que lhe revelou
que a terra seria destruída por uma inundação. Esse poema, uma das mais antigas
obras literárias da humanidade, apresenta
um dos temas mais importantes para a civilização babilônica, e está relacionado ao
mito do dilúvio, presente na Bíblia. Sobre
isso, responda:
a) Qual é o significado da palavra dilúvio?
Dilúvio significa inundação extraordinária, uma grande quantidade de líquidos e chuva copiosa, neste caso, em decorrência de enchentes dos rios Tigre e Eufrates. Na tradição
judaico-cristã, foi o castigo imposto por Deus aos homens na
época de Noé e contado no Velho Testamento.
b) Que relação podemos estabelecer entre
a catástrofe narrada pela obra e as características físicas do local em que foi
produzida?
As enchentes dos rios Tigre e Eufrates não eram muitas vezes previsíveis, e o volume de águas liberado com o degelo
das montanhas podia variar muito. Por isso, frequentemente
todo o trabalho agrícola, e as construções feitas para permiti-lo (como diques e canais de irrigação), eram arrasados por
elas. Daí a relação entre as inundações que ocorriam realmente e os episódios narrados pela Epopeia de Gilgamesh.
2. Explique por que os rios foram importantes para os povos mesopotâmicos.
3. Localizada no Crescente Fértil e cercada
por montanhas e desertos naturais, a Mesopotâmia, palavra de origem grega que significa “entre rios”, faz referência aos rios:
a) Nilo e Ganges.
b) Tigre e Eufrates.
c) Tigre e Indo.
d) Eufrates e Nilo.
e) Eufrates e Ganges.
Mesopotâmia (“entre rios”) é o nome dado à área que corresponde à faixa entre os rios Tigre e Eufrates.
4. Os povos que foram se estabelecendo
na Mesopotâmia abriram canais de irrigação para levar a água dos rios até as
regiões mais distantes, o que favoreceu
o aumento da área de plantio. Além disso, precisaram fazer diques, que tinham
como objetivo principal:
a) impedir inundações, que destruíam as
plantações e as cidades.
b) transportar a água para irrigar terras de
agricultura.
c) captar e transportar a água de um lugar
para outro.
d) alargar o sulco da terra, facilitando a
passagem da água.
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
e) aumentar o volume de água nas regiões
agrícolas.
A principal função dos diques era impedir inundações.
5. As primeiras cidades foram formadas
em uma extensa faixa de terra conhecida
como Crescente Fértil, região que corresponde a partes dos atuais territórios do
Líbano, da Síria, do Iraque e da Jordânia,
localizados:
a) na África.
b) na Europa.
c) na Ásia Menor.
d) na América.
e) no Oriente Médio.
A região ocupada pelos povos da Mesopotâmia corresponde
à área do atual Oriente Médio.
Propostas de Situações de
Recuperação
Proposta 1
Solicite aos alunos que pesquisem em diferentes materiais – enciclopédias, livros de apoio
didático, livro didático e sites – informações sobre a Mesopotâmia. Oriente-os a escrever no
caderno, em folha de papel sulfite ou jornal, dez
curiosidades sobre a Mesopotâmia, abordando
diferentes temas, como, por exemplo, a escrita,
a sociedade, os templos sagrados, os escribas e
o sistema de irrigação dos rios Tigre e Eufrates.
Proposta 2
Utilizando um mapa que mostre os lugares onde viveram os povos da Mesopotâmia,
solicite aos alunos que identifiquem: os rios
Tigre e Eufrates, o Golfo Pérsico, o deserto da
Arábia, o planalto do Irã e a região onde se
desenvolveram as sociedades mesopotâmicas.
Para conduzir a atividade, verifique se o livro
didático adotado apresenta o mapa da Mesopotâmia ou utilize um atlas histórico.
Recursos para ampliar a perspectiva
do professor e do aluno para a
compreensão do tema
Livros
FERREIRA, Olavo Leonel. Mesopotâmia: o
amanhecer da civilização. 4. ed. São Paulo: Moderna, 1993. (Desafios). Amplo panorama das
civilizações mesopotâmicas, no qual se abordam
a política, o cotidiano, a ciência e as artes dos
principais reinos que se estabeleceram na região.
PINSKY, Jaime. As primeiras civilizações. São
Paulo: Contexto, 2002. <http://www.editora
contexto.com.br>. Neste livro, o autor discute
a importância do estudo de civilizações extintas e o seu legado para o mundo ocidental.
Filmes
A Pré-história e as primeiras civilizações, v. 1.
Coleção História da Humanidade. SBJ Produções. Brasil, 1994. 25 min. Sem classificação etária. Após descrever a chamada Pré-história da
humanidade, o filme aborda as civilizações mesopotâmicas: sumérios, assírios, babilônios etc.
Mesopotâmia: retorno do Éden. (Civilizações
Perdidas). Direção: Robert Gardner. Inglaterra, 1995. 48 min. Sem classificação etária.
Documentário sobre a origem das civilizações
da região mesopotâmica.
Site
Babilônia Brasil. Disponível em: <http://
www.angelfire.com/me/babiloniabrasil/index.
html>. Acesso em: 17 maio 2013. Página dedicada à Mesopotâmia, que envolve as culturas
da Suméria, Babilônia e Assíria. Aqui estão
dados sobre história, mitologia, religião, práticas antigas e modernas centradas na tradição mesopotâmica.
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Situação de Aprendizagem 7
África, o berço da humanidade
Esta Situação de Aprendizagem tem como
objetivo analisar a importância do continente africano para as pesquisas arqueológicas
relativas a diversos períodos da história da
humanidade. Reunindo estudiosos de diferentes áreas, as pesquisas têm revelado vestígios
de cultura material, como artefatos, vasos de
cerâmica e restos de fogueira, que fornecem
valiosas informações sobre a origem e o desenvolvimento da espécie humana.
Nossa sétima Situação de Aprendizagem
pretende, portanto, estimular a pesquisa de
informações sobre diferentes artefatos e vestígios da história humana no período classicamente denominado Pré-história. Sabemos que
nossos antepassados mais antigos surgiram
no continente africano, e que as espécies que
deram origem ao homem moderno viveram
na África há cerca de 7 milhões de anos.
Para o desenvolvimento da Situação de
Aprendizagem, será muito importante que os
alunos tenham trabalhado as seguintes noções:
ff sociedades coletoras;
ff grupos sedentários;
ff agricultura na Pré-história da África; agricultura de subsistência;
ff testemunhos do neolítico africano;
ff vasos cerâmicos e a produção de alimentos
na Pré-história da África.
Conteúdos e temas: Pré-história africana; sociedades coletoras; desenvolvimento da agricultura; diferentes artefatos pré-históricos.
Competências e habilidades: pesquisa, obtenção e estabelecimento de relações entre diversas informações, construção argumentativa, compreensão da noção de processo histórico e elaboração de
legendas.
Sugestão de estratégias: pesquisa, montagem de cartaz e elaboração de legendas.
Sugestão de recursos: cartolina ou papel kraft.
Sugestão de avaliação: processo de pesquisa e elaboração de cartaz.
Sondagem e sensibilização – 1a etapa
Inicie a conversa perguntando se eles sabem o que significa a palavra nômade. Estimule-os a buscar o significado no dicionário.
Esclarecida a acepção, pergunte quais imagens eles associam aos primeiros grupos de
nômades que habitaram o continente africa-
no durante a Pré-história e a Antiguidade.
Mostre que a história da África é tão rica
quanto a dos outros continentes, enumerando suas especificidades, e destaque o fato de
essa região ser conhecida como o “berço da
humanidade”.
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
Será muito importante que, ao longo
da Situação de Aprendizagem, você
apresente aos alunos peculiaridades
da história da África como, por exemplo, as descritas a seguir, que também estão no Caderno
do Aluno, na seção Leitura e análise de texto.
A história da África é tão rica e diversificada quanto a dos outros continentes, com destaque especial
para o fato de a região ser conhecida como o berço da humanidade. Os chamados hominídeos, dos quais
se originaram os seres humanos, habitaram a África, onde também viveram animais ancestrais de muitas
das espécies atuais. Portanto, a diversidade do reino animal, imensa em todo o planeta, tem sua origem
no continente africano. Os motivos disso são ainda controversos, mas a maioria dos estudiosos considera
que tal fato se deveu às condições climáticas do planeta. Durante milhões de anos, a Terra conheceu resfriamentos, chamados de glaciações, que se alternavam com períodos de aquecimento. As áreas ao norte,
que constituem a maior massa de terra do planeta, apresentam condições climáticas que variam muito.
No continente africano, que se situa, em grande parte, próximo à linha do Equador, a vida animal teria se
desenvolvido mais cedo e com maior diversidade.
Para alguns estudiosos, os hominídeos surgiram na floresta tropical a partir de algumas espécies
de primatas. O desenvolvimento do uso das mãos, nessas espécies, pode ser associado à vida nas árvores, entre outros fatores. Numa das fases de mudança climática, com o avanço da savana, houve uma
transformação na vegetação arbustiva. Com a vegetação rasteira, alguns desses primatas passaram a
se deslocar mais no solo. Isso teria levado ao desenvolvimento dos pés, permitindo que andassem em
posição ereta. As mãos já não eram necessárias para subir em árvores ou pular de uma para outra, por
meio de cipós. Liberadas, passaram a servir como verdadeiros instrumentos.
Nem todos os pesquisadores, contudo, estão de acordo com essa teoria. O que parece certo é que
as savanas africanas foram essenciais para o desenvolvimento dos hominídeos, por muitos milhões de
anos.
Essas interpretações derivam da única fonte de informação que temos sobre esse longo período: os
vestígios arqueológicos. O continente africano concentra uma grande quantidade de restos materiais
muito antigos, sendo os principais os fósseis de esqueletos.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
Professor, o Caderno do Aluno apresenta uma proposta de atividade de
Pesquisa em grupo sobre os primeiros grupos que habitaram o continente africano, na qual são sugeridos os temas:
ff Sociedades coletoras;
ff Grupos sedentários;
ff Artefatos líticos;
ff Vasos cerâmicos e a produção de alimentos
na Pré-história da África.
Essa sugestão é outra possibilidade a ser
utilizada de acordo com seus critérios e as características e necessidades de seus alunos.
Na pesquisa, é importante que os grupos
considerem os seguintes aspectos relativos a
cada um dos temas:
ff Sociedades coletoras: no continente africano, como no restante do planeta, as
sociedades humanas mais antigas eram
nômades, coletoras de alimentos que estavam disponíveis no ambiente. Esses grupos viviam da coleta de frutos, da caça e
da pesca, assim como da criação de animais domesticados. Alguns povos continuaram até nossos dias como caçadores e
coletores, como os bosquímanos, da África
Meridional.
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ff Grupos sedentários: a sedentarização foi
um processo que ocorreu em todos os continentes e está relacionada à agricultura e à
vida em aldeias e cidades. Na África Subsaariana, a sedentarização caracterizou-se
pelo domínio dos metais e da cerâmica e,
posteriormente, pela formação de cidades
e mesmo de impérios, já no contexto da
expansão muçulmana, em fins do primeiro
milênio d.C.
ff Artefatos líticos: os artefatos líticos (de
pedra) são os mais antigos produzidos
pelo ser humano, e a África ocupa, como
consequência, um lugar de destaque, pois
foi onde os primeiros hominídeos surgiram e ali continuaram por milhões de
anos. Já nos milênios mais recentes, a produção lítica africana subsaariana marcou
a época dos caçadores e coletores, que
utilizavam apenas artefatos de pedra para
caçar e coletar. Com a introdução dos
metais e da cerâmica, as pedras continuaram em uso, mas de maneira complementar, como machados e arados utilizados
na agricultura.
ff Vasos cerâmicos e a produção de alimentos
na Pré-história da África: a produção da
cerâmica costuma ser associada à atividade
agrícola. Os caçadores e coletores comem
seus alimentos diretamente com as mãos,
enquanto os agricultores precisam de vasos recipientes, para armazenar a comida e
cozinhá-la. A invenção da cerâmica liga-se
ao domínio do fogo para o fabrico de recipientes de argila e sua difusão na África
Subsaariana parece ter ocorrido a partir da
África Oriental, possivelmente proveniente
do Vale do Rio Nilo.
Posteriormente, há uma atividade que solicita aos alunos grifar as principais ideias
do texto, que está reproduzido a seguir, para
auxiliá-los no desenvolvimento da Montagem de um painel: trabalhando com artefatos africanos.
O nome científico dos hominídeos, como
o das demais espécies vivas, é binomial (composto de duas palavras/nomes) e se escreve
em latim. Na maioria das vezes, o segundo
nome se refere às suas características físicas
ou habilidades e/ou ao local em que foram encontrados os seus vestígios. Assim temos, por
exemplo: Sahelanthropus tchadensis, para indicar um hominídeo que provavelmente vivia
na região do Chade; Homo habilis, o “homem
habilidoso”, que se diferenciou pela fabricação de instrumentos simples, como facas de
pedra lascada; Homo erectus, de porte ereto,
com o esqueleto similar ao nosso; ou, ainda,
Homo sapiens (nossa espécie); este último, de
cérebro mais desenvolvido, tinha a capacidade de transformar o ambiente em que vivia.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
A África é, portanto, o berço da humanidade. No Caderno do Aluno, na seção Leitura
e análise de texto, encontramos atividades que
auxiliam na introdução do tema proposto.
Essa é a primeira importância da África.
Em seguida, e mais perto de nós no tempo,
é importante conhecer a sua rica história nos
últimos 10 mil anos, período que corresponde à época em que vivemos. Na África, atualmente, existe grande diversidade linguística.
Os estudiosos, então, agruparam as línguas
e os dialetos em quatro grandes ramos, de
norte a sul: afro-asiático, nilo-saariano, niger-cordofânio e coisano. O afro-asiático ocupa
toda a parte mediterrânea, mas também parte
da região banhada pelo Oceano Índico. Esse
grupo parece ter se originado há milhares de
anos, em alguma área a nordeste do continente, constituindo as raízes de línguas como o
antigo egípcio, além de outras que, hoje, associamos à Ásia, como o hebraico e o árabe,
o que estabelece uma ligação umbilical desses
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
povos do Oriente Médio com o continente
africano.
O grupo nilo-saariano é mais restrito, mas
também setentrional. Outro pequeno grupo
é o coisano, dos famosos bosquímanos, localizado a sudeste do continente. Um grande grupo é o niger-cordofânio, cujas origens
parecem estar no centro do continente, um
pouco a este, dominando quase toda a África Subsaariana. As línguas banto, por sua
vez, constituem o ramo sul desse grupo, na
região da África Central (Congo, Angola e
Moçambique).
É importante destacar que os africanos
trazidos ao Brasil, durante a escravidão dos
séculos XVI a XIX, eram provenientes das
áreas banto e nigeriana. Portanto, dos quatro
grandes grupos linguísticos e culturais africanos, apenas um deles teve influência direta na
história do Brasil: o Niger-Cordofânio.
As civilizações africanas, em sua imensa
variedade, apresentam alguns pontos em comum, a começar pela valorização das forças
espirituais. A civilização egípcia é bem conhecida por sua espiritualidade e, até hoje,
continua como referência nesse aspecto. Outras culturas africanas também atestam essa
preocupação. Há algumas características que
permeiam as mais diversas religiões africanas
e que estão conosco. Em primeiro lugar, a valorização da fertilidade, tanto feminina quanto masculina. Inúmeras entidades espirituais
africanas, em diferentes culturas e épocas, com
mitos também muito variados, reforçam a importância da potência geradora de homens e
mulheres. Em seguida, o culto aos antepassados, que perpassa as manifestações religiosas e
relaciona-se, de forma direta ou indireta, com
o culto à fertilidade, pois trata da continuidade das gerações. Um terceiro aspecto, não menos relevante, refere-se à magia e aos espíritos,
que podem fazer o bem ou o mal.
Finalmente, importa lembrar que o continente africano foi muito marcado pela história
dos últimos 2 mil anos. O norte da África sempre fez parte da dinâmica histórica do mundo Mediterrâneo, ali florescendo, durante a
Antiguidade, grandes cidades, como Cartago
e Alexandria. O domínio árabe, por sua vez,
viria potencializar essa posição de destaque,
quando Cairo tornou-se uma grande cidade.
Entretanto, a partir do período moderno, com
o domínio dos turcos otomanos e dos europeus, a África Setentrional perdeu a posição
de destaque que teve por tantos séculos.
2a e 3a etapas
Peça aos alunos que pesquisem – em sites
especializados, enciclopédias, livros sobre
a Pré-história e didáticos – imagens de artefatos líticos africanos, como raspadeiras,
pontas de seta triangulares, machado polido,
faca em forma de disco, goiva polida, lascas,
brocas, fragmentos de vaso cerâmico com decoração ponteada e de linhas ondeadas, que
estão relacionados ao desenvolvimento da
agricultura no continente africano durante a
Pré-história, para a montagem de um painel
sobre artefatos africanos. As indicações estão dispostas na seção Pesquisa em grupo do
Caderno do Aluno.
Prossiga o trabalho propondo a discussão
das seguintes questões:
ff O que são vestígios arqueológicos?
ff Que tipos de vestígios são importantes
para estudarmos a Pré-história da África?
ff Qual é a importância dos artefatos de pedra para o homem da Pré-história?
ff Como podemos explicar a importância dos
vasos cerâmicos para o desenvolvimento
da agricultura no continente africano?
Organize os alunos em grupos, a partir de
critérios estabelecidos em parceria com eles,
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responsabilizando-os, assim, pela sua organização. Agrupados, oriente-os para que se reúnam
na classe, na biblioteca ou em outro espaço, a
fim de decidir as funções que cada um terá na
organização da atividade, deixando clara a importância do desempenho individual para a realização desta Situação de Aprendizagem.
e agricultores que ali viveram durante a Pré-história é uma fonte muito rica para explicar
aos alunos a origem do homem nesse continente. Na seção Lição de casa, os alunos,
com a ajuda de um dicionário, completarão
frases com os nomes dos utensílios relacionado abaixo:
Peça que pesquisem as diferentes funções
desses artefatos e, em seguida, iniciem a montagem de um painel, em cartolina ou papel
kraft. Ajude-os a redigir pequenas legendas
explicativas sobre a importância dos restos de
fogueiras e das raspadeiras, de pequenas lâminas e dos vasos cerâmicos, entre outros vestígios que você julgar importantes, desenhando,
por meio da observação das imagens, cada um
desses vestígios e artefatos. A pesquisa também deverá ser estimulada, e outras imagens
poderão ser buscadas no próprio livro didático ou em livros do acervo escolar.
ff restos de fogueiras – vestígios importantes,
pesquisados por historiadores e arqueólogos, que mostram a existência de um povo
caçador e coletor, que vivia da pesca, da
caça e da coleta de raízes e frutas, com objetos fabricados com pedra lascada e polida, como raspadeiras, lâminas de pedras,
pequenas lascas e pontas de flechas;
ff pontas de lança – utilizadas para caça, em
geral feitas de pedras e amarradas nas extremidades de lanças;
ff machado – instrumento normalmente feito
de uma lâmina de pedra e um cabo, utilizado principalmente para cortar objetos,
como, por exemplo, troncos de árvores;
ff cunha – instrumento muito semelhante ao
machado, mas utilizado sem cabo: era inserido na madeira, no sentido das fibras,
para rachá-la;
ff enxó – instrumento semelhante ao machado, muito utilizado na África Subsaariana,
usado para aplainar, cavar ou limpar o interior de canoas;
ff lâminas de pedras – instrumentos utilizados para cortar objetos, fabricados com
tipos diferentes de pedras, como o sílex e
o quartzo;
ff cerâmicas – utilizadas para armazenar alimentos, o que demonstra que os habitantes
que as produziam provavelmente cultivavam alimentos como painço, arroz, inhames, sorgo, vagem e óleo de palma.
Durante a realização da atividade, você poderá passar pelos grupos ou chamá-los à sua
mesa, para acompanhar essa importante etapa de pesquisa. Peça, ainda, que cada grupo
elabore um relatório da produção do material
– registro escrito, reprodução das imagens, organização dos títulos, legendas –, para facilitar o trabalho dos alunos.
Ao final da Situação de Aprendizagem,
espera-se que os grupos consigam organizar
painéis, mostrando os vestígios dos grupos de
caçadores e agricultores que viveram na África durante a Pré-história. Essa montagem de
cartazes será importante para que seus alunos
possam entender a valorização cultural desse
longo passado da Pré-história da África.
Avaliação da Situação de
Aprendizagem
A pesquisa de componentes da cultura
material encontrados no continente africano
e deixados por diferentes grupos de caçadores
Proposta de questões para avaliação
Professor, as questões a seguir foram propostas no Caderno do Aluno na seção Você aprendeu?.
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
1. A vida de caçador possibilitou uma série de
atrativos para muitos povos africanos, que
viviam nas ricas savanas ao sul do Saara,
onde podiam dispor de cabras e carneiros,
além do trigo. Tendo por base seus estudos e as informações apresentadas em sala
sobre a Pré-história da África, apresente
duas características desse grupo.
Os primeiros grupos nômades que surgiram na África:
a) viviam em grupos e deslocavam-se em busca de melhores
condições de sobrevivência;
b) viviam da caça, da coleta de raízes e frutos e da pesca.
2. Identifique as atividades que caracterizaram o período anterior à sedentarização
dos grupos humanos africanos.
As atividades são a caça e a coleta, como também o deslocamento em busca de regiões favoráveis à sobrevivência.
3. As pinturas rupestres feitas em abrigos, com
representações de búfalos gigantes, cenas de
caça de animais de grande porte, como elefantes e girafas, datadas de 2900 a.C., foram
encontradas no Sudão, região que corresponde ao sul do Egito. As pinturas rupestres não podem ser encontradas em:
a) abrigos sob rochas.
b) paredes de cavernas.
c) metais.
d) grutas.
e) rochas.
Os suportes eram, em geral, rochas e paredes de cavernas.
4. “A partir do primeiro milênio a.C., os cultivadores do neolítico expandiram-se da
região dos atuais países da República Centro-Africana, Chade e Camarões para toda
a região de florestas do continente africano, deslocando-se em direção ao nordeste
da Bacia do Congo, local onde foram encontrados machados de pedra e vasos ce-
râmicos.” É possível afirmar, com os dados
da frase anterior, que esses grupos praticavam a agricultura? Explique sua resposta.
Sim, pois os vasos cerâmicos, citados no texto, em geral,
eram utilizados por grupos que praticavam a agricultura para
armazenar alimentos.
5. Estudiosos dos centros de cultivo da África Subsaariana encontraram vestígios de
plantas, como a banana, a vagem, a batata e o inhame, os quais são importantes
para o estudo do processo de sedentarização, que ocorreu principalmente em
função da:
a) pesca.
b) agricultura.
c) coleta de raízes.
d) coleta de sementes.
e) coleta de frutas.
Os vestígios de sementes e plantas foram importantes para os
estudos sobre a agricultura e o processo de sedentarização.
Propostas de Situações de
Recuperação
Proposta 1
Oriente os alunos na elaboração de uma
lista de conceitos e definições relacionados à
Pré-história da África.
Proposta 2
Com base nos estudos realizados, você
pode solicitar ao aluno que redija um texto sobre este assunto, utilizando os conhecimentos
históricos estudados.
Recursos para ampliar a perspectiva
do professor e do aluno para a
compreensão do tema
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Livro
Site
CLARK, J. Desmond. A Pré-história da África. Lisboa: Editorial Verbo, 1973. (História
Mundi). Livro publicado em 1970, ainda uma
boa referência para estudos sobre o tema.
Arte africana. Disponível em: <http://www.arte
africana.usp.br>. Acesso em: 17 maio 2013.
Site com informações sobre a arte africana no
Brasil.
Situação de Aprendizagem 8
HERANÇAS CULTURAIS da China e
trocas culturais em diferentes épocas
Professor, a temática desta Situação de
Aprendizagem é introduzida com o texto anterior e uma atividade no Caderno do Aluno.
cias dos alunos para a leitura de mundo e o
estabelecimento de relações entre diferentes
temporalidades.
Esta Situação de Aprendizagem tem por
objetivo estimular a pesquisa sobre as heranças culturais chinesas em diferentes fontes.
Pretende-se investigar, com os alunos, como
os artefatos produzidos pelos chineses chegaram a outras regiões e foram incorporados
às culturas de diferentes povos, e, ainda hoje,
fazem parte do nosso cotidiano, como os fogos de artifícios, sempre presentes nas festas
de fim de ano e em jogos de campeonatos
esportivos, além de outras comemorações.
Outro objetivo é desenvolver as competên-
É importante enfatizar que os temas indicados a seguir deverão ser abordados sempre
de acordo com a faixa etária de seus alunos e
sua capacidade de compreensão:
ff principais grupos no processo de povoamento da China;
ff agricultura;
ff principais dinastias;
ff religião;
ff contribuições chinesas para a história da
humanidade.
Conteúdos e temas: heranças culturais da China; e trocas culturais em diferentes épocas.
Competências e habilidades: desenvolver capacidades de levantamento e sistematização de dados em pesquisa; desenvolver habilidades de escrita; identificar as características de diferentes culturas e reconhecer
a presença de elementos de uma cultura na outra em diferentes épocas; relacionar trocas comerciais e
culturais.
Sugestão de estratégias: pesquisa em sala de aula e elaboração de texto sobre heranças culturais chinesas.
Sugestão de recursos: material de rascunho, papel almaço, jornal, sulfite ou cartão, canetas e lápis coloridos.
Sugestão de avaliação: processo de trabalho, pesquisa e álbum de heranças culturais.
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
Sondagem e sensibilização
Para iniciar essa Situação, você pode
propor a leitura do texto a seguir,
presente no Caderno do Aluno, na primeira seção Leitura e análise de texto.
A China constitui uma das culturas mais antigas da história, que se desenvolve há aproximadamente 5 mil anos. A época histórica mais antiga sobre a qual os conhecimentos são
bastante precisos remonta aos séculos XVI a XI a.C. e se refere à história da dinastia Shang,
também conhecida como dinastia Yin, da cidade de Anyang, na atual província de Henan.
Com essa dinastia, começou a história escrita da China. Contudo, as lendas chinesas, transmitidas oralmente, tratam de uma época anterior, um período lendário, quando os primeiros
cinco imperadores teriam fundado a China. Foram eles, segundo a tradição, os responsáveis
por introduzir alguns elementos que caracterizam a civilização chinesa: a criação do bicho-da-seda, a tecelagem, os carros e os barcos. O primeiro deles teria sido o Imperador Amarelo
(2674-2575 a.C.).
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
Você também poderá trabalhar algumas
características relativas a culturas regionais
chinesas, sendo que a decisão de maior ou
menor aprofundamento está relacionada
às características da sua turma, ao tempo
disponível e aos objetivos de aprendizagem
que você estabeleceu para o conjunto do
ano letivo.
Recomendamos que você faça a leitura do
texto a seguir, selecionando, conforme seus interesses, as informações que poderão ser privilegiadas na orientação da pesquisa e mesmo na
organização de uma aula expositiva. Convém
considerar como foco principal da Situação de
Aprendizagem as heranças e a troca de materiais provenientes da China.
O desenvolvimento da agricultura, cerâmica, bronze e, por fim, a escrita ideográfica parece ser autóctone. Não há dados históricos sobre sua vinda da Mesopotâmia, nem as formas e decorações indicam proveniência do Ocidente. Portanto, tudo leva a crer que o desenvolvimento tecnológico e cultural
da China tenha sido independente. Na época da dinastia Shang (séculos XVI-XI a.C.), a agricultura
baseava-se no plantio de cereais, como aveia, trigo e sorgo, já conhecidos desde o Neolítico. O cultivo
do arroz era apenas complementar, pois, para cultivar essa planta, é necessária irrigação em larga escala, algo que tardaria. Os animais domesticados eram o cavalo, o boi, a ovelha, a galinha, o pato, o
porco e o cachorro. No campo religioso, o culto aos antepassados convivia com a magia.
A dinastia seguinte, vinda do oeste, foi a Chou, a mais duradoura (aproximadamente entre 1050 e
256 a.C.) da história chinesa. Foi a grande época feudal da China, marcada por duas fases: a primeira,
com capital a oeste, até 771 a.C.; a segunda, a leste (771-221 a.C.). Os feudos podiam ser transmitidos
de geração a geração, sempre na mesma família, não podendo ser vendidos ou entregues a outras
pessoas. Entretanto, nem todos estavam satisfeitos com o regime feudal.
A dinastia Chou, do leste, pode ser dividida em dois períodos: 770-476 a.C. e 475-221 a.C. Nesse
contexto feudal viveu Confúcio (551-479 a.C.), fundador de uma escola de pensamento que continua
até hoje: o confucionismo. Confúcio dava grande importância à hierarquia social e ao amor entre os
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homens, considerando que havia um Ser Supremo que reinava sobre o universo e se impunha a todos.
Na prática, ele criou escolas privadas e admitiu discípulos das diversas camadas sociais, quebrando o
monopólio das instituições oficiais. Entre seus mais de 3 mil seguidores, 72 tornaram-se célebres. Sua
pedagogia baseava-se na repetição, pois “por meio da repetição, aprende-se sempre algo de novo”.
Outras escolas filosóficas ou religiosas também progrediram na China, como o taoísmo, o caminho
(tao) espiritual e individualista.
Após esse período feudal, o império inicia-se com o rei Chin, que fundou a dinastia Han (221
a.C.- 220 d.C.). O antigo título de rei (wang, em chinês) foi substituído pelo de imperador. Em chinês,
Huang-ti (imperador) é uma junção de ti, “antepassado deificado”, e Huang, que quer dizer “brilhante”. É interessante notar que ambos correspondem aos termos latinos para imperador: divus (divinizado) e Augustus (brilhante). O império consolidou o confucionismo, desenvolveu o comércio com o
Ocidente, pela Rota da Seda, assim como promoveu a consolidação da historiografia.
O período seguinte ficou conhecido como Idade Média chinesa (220-600 d.C.) e corresponde a
grandes transformações em todo o mundo, ocorrendo aí, além de epidemias, grandes movimentos de
povos, em tudo semelhantes às chamadas grandes invasões do Mediterrâneo e da Europa Ocidental.
Alguns autores associam a queda dos grandes impérios (Roma e China) à difusão de pragas, e as
migrações às mudanças climáticas (um resfriamento do clima que estimulou a migração de inúmeros
povos, no sentido norte-sul).
O budismo foi a primeira grande religião e o primeiro influxo cultural externo a difundir-se de
forma ampla na China. Esse processo começou no ano 65 d.C., com a chegada de missionários partas
pelo atual Afeganistão, mas sua difusão expandiu-se, sobretudo, na Idade Média chinesa. Por volta de
300 d.C., havia 180 mosteiros e mais de mil monges budistas. O budismo introduziu as imagens religiosas, mas adotou o culto ancestral chinês.
O império foi reunificado sob a dinastia Sui (581-618), seguida pela dinastia Tang (618-907), o auge
da civilização chinesa. A capital estava em Xian, no início do desenvolvimento da Rota da Seda, em
cujas ruas se encontravam coreanos, japoneses, persas, árabes, entre outros. A administração imperial
tornou-se complexa e foram criadas duas universidades, assim como códigos de leis. A influência chinesa foi importante para outros povos, sendo determinante para o crescimento dos turcos otomanos,
que tomaram muito de seu sistema de administração da China.
O desmoronamento das instituições levou ao fim da dinastia e, de novo, ao esfacelamento da China.
Em 1127, conquistadores vindos do norte impuseram-se. O século seguinte veria o estabelecimento da
dinastia Yuan, a partir de 1279, encabeçada pelos mongóis, povo que dominou uma imensa área que
se estendia da Ásia à Europa. A capital estava em Pequim e foi nesta época que o viajante de Veneza,
Marco Polo, empreendeu sua viagem.
A dinastia Ming (1368-1644) restabeleceu a soberania chinesa, e alguns produtos, como a porcelana, começaram a circular pelo mundo.
Em 1644, uma nova dinastia estrangeira foi iniciada, com a chegada de invasores do norte, da Manchúria. A dinastia estabelecida, Qin, foi a última, que durou até a implantação da República, em 1911.
A República foi proclamada por Sun Yat-Sem, e o país acabou se dividindo em dois grandes grupos, os nacionalistas e os comunistas, o que facilitou a invasão japonesa e a eclosão da guerra civil,
na década de 1930, que só terminaria com a vitória comunista de Mao Tsé-Tung, em 1949, e a proclamação da República Popular da China. Os nacionalistas refugiaram-se na ilha de Formosa (Taiwan),
onde estabeleceram a República da China.
No continente, o regime comunista experimentou “o grande salto para a frente” (1958-1960), com
pouco sucesso, seguido pela violenta “Revolução Cultural” (1966-1976). A Guarda Vermelha passou a
atuar paralelamente ao exército e ao Partido Comunista, tendo em vista purgá-los daqueles que fossem
acusados de reacionários. A morte de Mao (1976) levou ao fim da Revolução Cultural e possibilitou
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
uma guinada econômica em direção à abertura e à economia de mercado. Em 30 anos, a China passou
de uma economia paupérrima à pujança, transformando-se em uma das grandes potências econômicas
mundiais do século XXI.
Ao longo dos séculos, a China contribuiu, em muitos aspectos, com o modo de vida Ocidental. Desde a Antiguidade, a seda chinesa difundiu-se no mundo mediterrâneo. Também vieram da China, já na
Idade Média europeia, outros produtos, a começar pelo macarrão, que se tornou uma comida de uso
diário. Os chineses inventaram os fogos de artifício, e a pólvora usada nesses artefatos acabou adotada
pelos europeus, que fizeram dela um material bélico que iria revolucionar a guerra no mundo inteiro.
No período moderno, a porcelana chinesa chegou a todos os cantos do mundo, e os ocidentais iriam
imitá-la. A moda dos temas chineses iria expandir-se na Europa a partir do século XVIII. O século XX
veria, ainda, a difusão, em larga escala, de livros chineses, como as obras de Lao Tsé (século V a.C.).
Contudo, a mais profunda influência veio do maoismo, uma vez que numerosos movimentos políticos,
da América Latina à Europa, passando pela África, inspiraram-se nesse movimento. Além disso, por
causa de sua forte presença no mercado mundial, a língua chinesa, sobretudo o mandarim, passou a
ser intensamente estudada por estrangeiros. Hoje, no mundo globalizado em que vivemos, produtos
chineses podem ser encontrados em prateleiras de supermercados e lojas de muitos países.
Elaborado por Raquel dos Santos Funari especialmente para o São Paulo faz escola.
1a a 3a etapa
Solicite aos alunos que realizem, como
lição de casa, uma pesquisa preliminar a
respeito das heranças culturais chinesas reconhecíveis em nosso cotidiano. Eles poderão
utilizar livros e materiais de apoio didático,
como revistas e outras publicações disponíveis
na biblioteca da escola. Além disso, você pode
orientá-los a buscar informações na internet.
Combine o dia em que os materiais selecionados serão utilizados para o encaminhamento da atividade conforme proposto no
Caderno do Aluno, na seção Pesquisa em grupo. O objetivo desta pesquisa em diferentes
fontes é organizar um painel com as seguintes
invenções chinesas citadas no texto “Heranças
culturais da China”, presente na seção Leitura e análise de texto, do Caderno do Aluno:
porcelana, seda, pólvora, macarrão e papel.
Espera-se que os alunos percebam como essas
descobertas alteraram a maneira de viver de
muitos povos, fazendo parte, ainda hoje, do
nosso cotidiano – como os fogos de artifício,
sempre presentes nas festas de fim de ano e em
jogos de campeonatos esportivos, além de em
outras comemorações.
Provavelmente, os alunos vão relacionar
a porcelana, a seda, a pólvora, o macarrão
e o papel. Você poderá ampliar esse número
em função do interesse dos seus alunos e da
disponibilidade de tempo para discussão desse tema em sala de aula. Em seguida, solicite
que, organizados em grupos, iniciem o contato com outros materiais de pesquisa. Ajude-os a copiar excertos com dados significativos
e a buscar dados suplementares, utilizando o
dicionário. Realce a importância de que os
alunos localizem o tema principal tratado nos
textos e o que é dito sobre ele.
Os alunos deverão preparar um painel
contendo as heranças culturais selecionadas
e ilustradas por eles. Sugira que cada herança
utilize várias informações obtidas na pesquisa.
Na sequência, proponha outra atividade.
Solicite aos alunos que escrevam textos explicativos contando a história de um objeto,
com base na observação das etiquetas de
vários produtos, no supermercado mais próximo (roupas, brinquedos, utensílios domésticos etc.), e anotem quais foram fabricados
na China (feito na China, made in China), no
caderno ou em uma folha avulsa.
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Posteriormente, você poderá propor
que eles se reúnam em grupos e listem os
produtos encontrados. Auxilie-os a observar a diversidade dos produtos e a refletir
sobre a padronização deles, de acordo com
os costumes do capitalismo mundializado.
É importante enfatizar que, no mundo globalizado, as trocas culturais se dão via mercado, e que a própria cultura chinesa atual
é bastante determinada pelas necessidades
econômicas da globalização. Para encerrar a atividade, proponha que cada grupo
faça o seu registro, que constará na segunda parte do álbum, denominada “produtos
da China atual”. Por fim, solicite que cada
grupo sintetize oralmente o que pôde concluir depois de toda a Situação de Aprendizagem.
Como subsídio para as atividades
propostas no Caderno do Aluno,
há o texto a seguir, que pode ser
lido com os alunos antes que eles construam
um texto a partir da escolha de duas heranças
culturais de impacto. Peça também que eles
justifiquem a escolha. A pesquisa e o texto
também fornecem informações para a atividade da seção Lição de casa.
Heranças culturais da China
Acredita-se que a mais antiga porcelana foi produzida durante a dinastia Tang. Artesãos chineses
utilizavam fornos especiais para queimar um tipo de argila branca, chamada caulim, a uma temperatura acima de 1 200 graus. Com isso, conseguiam obter um material duro e não poroso, com aparência
translúcida e parecida com o vidro.
A seda foi utilizada pelos chineses desde 2700 a.C. e era considerada a mais valiosa mercadoria
chinesa. Na sericultura, os casulos são colocados em água quente para liberar filamentos, que, depois
de combinados, formam fios, que são enrolados e, ao final, ficam secos, propiciando a produção de um
tecido fino e cintilante.
A pólvora foi desenvolvida a partir de testes feitos com salitre e enxofre de carvão, no século VIII,
e foi usada, inicialmente, para fazer fogos de artifício e instrumentos de sinalização. Mais tarde, a pólvora passou a ser usada pela dinastia Song em canos de bambu.
O macarrão utilizado pelos chineses era feito de uma espécie de cereal, o milheto, que era amassado, cortado e cozido em água fervente.
O papel, inventado pelos chineses em 105 a.C., era composto de cascas de amoreira e fibras de
bambu, que eram depois secas em uma base plana de bambu. Outras fibras utilizadas eram o linho e a
pele de animais, especialmente usados para escrever textos, num processo que, aos poucos, foi complementado com o desenvolvimento da impressão em blocos de madeira (xilogravura), desde o século VII.
Elaborado especialmente para o São Paulo faz escola.
Avaliação da Situação de
Aprendizagem
Ao final da Situação de Aprendizagem,
espera-se que o aluno tenha adquirido informações sobre a porcelana, a seda, a pólvora,
o macarrão e o papel. Como subsídio, apre-
sentamos a seguir alguns dados essenciais
para registrar a importância desses inventos
chineses.
Atualmente, a China é uma potência mundial. É o país mais populoso do planeta (com 1,3
bilhão de habitantes), e possui a segunda maior
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
economia. Produtos e capitais chineses estão
presentes em todos os continentes. Apresente
aos alunos esses e outros dados que possam explicar porque eles encontraram tantos e tão diversos produtos chineses no supermercado.
Proposta de questões para a avaliação
painço, o trigo, a cevada e, mais tarde, o arroz. Pesquise a importância do Rio Amarelo para os chineses na Antiguidade.
O Rio Amarelo foi um importante fator para o estabelecimento dos primeiros grupos nômades de chineses, que se estabeleceram em terras às suas margens, onde eram plantados
o painço, um tipo de grão, hortaliças, trigo, frutas e arroz. Aos
poucos, na região, foram formados os primeiros povoados
As questões a seguir encontram-se
no Caderno do Aluno na seção Lição de casa.
1. A Muralha da China era considerada um
dos maiores sistemas defensivos chineses
contra os povos nômades, especialmente os
hunos. Pesquise cinco curiosidades sobre a
Muralha da China e anote as informações.
e, como ocorreu no Egito, com o Rio Nilo, e na Mesopotâmia, com os rios Tigre e Eufrates, o Rio Amarelo possibilitou o
desenvolvimento da agricultura, favorecendo o processo de
sedentarização e a formação das primeiras cidades chinesas.
Na sequência, são apresentadas as
atividades que compõem a seção Você
aprendeu? do Caderno do Aluno.
romanos também fizeram grandes muros, mas os chineses
1. Qual era a importância do comércio para
os antigos chineses? O que foi a Rota da
Seda?
os ultrapassaram em muito. A extensão total da muralha
O comércio era uma atividade muito importante para os anti-
chegou a atingir mais de 6 700 quilômetros. Sua construção
gos chineses, com destaque para a venda de tecidos, tapetes,
durou muito: do século II a.C., contemporânea às muralhas
ervas medicinais, cravo, canela, ginseng, sândalo, noz-moscada,
de Atenas e de Roma, até o século XVI d.C. A muralha atual,
mirra e incenso, entre outros produtos. A Rota da Seda foi uma
contudo, foi levantada na dinastia Ming, a partir do século
XV, como proteção contra ataques dos mongóis. Construída
expressão utilizada, no século XIX, pelo estudioso alemão Ferdinand von Richthofen, para designar a rede de estradas que unia
com tijolos e pedras, ela continua em pé em grande parte
o Extremo Oriente ao Mar Mediterrâneo, entre o século II a.C. e
do percurso e contava com torres de controle e centenas de
provavelmente o século XVI d.C. Por esses caminhos, passavam
milhares de soldados para guardar a fronteira.
milhares de caravanas de camelos que transportavam mercadores do Oriente para a Europa e o mundo árabe.
A Muralha da China constitui a maior edificação desse tipo
em todo o mundo, em toda a história da humanidade. Os
• Em 1987, a “Grande Muralha da China” foi declarada Patrimônio Cultural Mundial da Unesco;
• A Muralha da China é considerada um dos maiores projetos
de construção da história;
• A Muralha da China, incluindo todas as suas ramificações,
tem cerca de 7 mil quilômetros (novos estudos realizados
com tecnologias do GPS concluíram que sua medida pode
chegar a 8 850 quilômetros), de Po Hai, no leste, até o deserto
central da Ásia, e 9 metros de altura na maior parte do seu
comprimento, com torres de 12 metros em intervalos.
2. A presença de grupos humanos na China
é muito antiga principalmente de nômades caçadores e coletores. A partir de 6000
a.C., alguns desses grupos, aproveitando-se das águas do Rio Amarelo, começaram
a se dedicar ao cultivo de cereais, como o
2. Assinale a alternativa em que estão presentes heranças culturais chinesas.
a) Imprensa, moinhos, tecidos de algodão,
e artefatos de borracha.
b) P
orcelana, pólvora, seda, papel, macarrão.
c) Papiro, caravela, mandioca e açúcar.
d) Porcelana, imprensa, cacau e açúcar.
e) Chá, seda, papiro, café e macarrão.
As heranças culturais chinesas listadas na questão são: porcelana, pólvora, seda, papel e macarrão.
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3. Escreva um pequeno texto sobre a China
atual, indicando:
a) a população do país;
b) como podemos perceber a importância
de sua economia no mundo.
a) A China situa-se na parte leste da Ásia e possui a maior
população do mundo, que, segundo o censo de 2010, ultrapassava os 1,3 bilhão de habitantes.
b) Atualmente, a China possui uma das economias que mais
crescem no mundo, com destaque para a área de brinquedos, telecomunicações, calçados e veículos automotivos.
4. Entre as dinastias que governaram a China, destacam-se os Shang, os Chou e a
Han. A palavra dinastia significa:
a) grupo de pessoas pertencentes a uma
mesma família que sucessivamente governam um determinado local (país, reino, região).
b) grupo de políticos que administram uma
região.
c) grupo de militares que organizam estratégias de defesa para uma região.
d) grupo de camponeses que atuam na produção de grãos.
O Rio Amarelo, o segundo maior da China, tem hoje 75% de suas águas impróprias
para o consumo humano. Não podem ser utilizadas na agricultura e nem mesmo na indústria. A qualidade da água piorou por causa
dos resíduos industriais e esgotos lançados pelas cidades que cresceram rapidamente e sem
planejamento. O rio, que permitiu a sedentarização e o desenvolvimento da agricultura e
das antigas cidades, hoje está ameaçado.
Proposta 2
O controle das inundações do Rio Amarelo era feito por diques, que teriam surgido por
volta de 2200 a.C. Havia, ainda, reservatórios
construídos para conter o excesso de água proveniente do degelo, favorecendo, de igual maneira, o plantio de painço, trigo e arroz. Sugira
aos alunos que procurem no dicionário o significado da palavra “dique” e anotem em seus
cadernos. Em seguida, que pesquisem imagens
sobre os diques em dicionários ilustrados e enciclopédias e façam sua reprodução no caderno.
Recursos para ampliar a perspectiva
do professor e do aluno para a
compreensão do tema
Livro
Propostas de Situações de
Recuperação
KAN, Lai Po. Os chineses. 4. ed. São Paulo:
Melhoramentos, 1996. (Povos do Passado).
Esse livro relata o dia a dia do povo chinês sob
as dinastias Han e Tang. Destaca a maneira
como viviam, a importância conferida pelos
chineses às tradições, à vida em família e aos
ancestrais. Aborda também o surgimento da
religião budista.
Proposta 1
Filmes
Solicite aos alunos que façam uma pesquisa sobre as atuais condições do Rio Amarelo, e compare-as com o papel que ele teve na
constituição da civilização chinesa antiga.
Os filmes a seguir podem ser utilizados
para a preparação das aulas, mas é importante que você observe e se atenha à classificação
etária antes de indicá-los aos alunos.
e) grupo de funcionários que trabalham na
administração de palácios.
A palavra dinastia refere-se a uma série de pessoas da mesma
família que se sucederam como soberanos por gerações.
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
Comer, beber, viver (Yin shi nan nu/Eat Drink
Man Woman). Direção: Ang Lee. Taiwan/
EUA, 1994. 123 min. Sem classificação etária.
Experiente cozinheiro comanda o restaurante
de um hotel de luxo, mas não sabe como lidar
com as próprias filhas.
Lanternas vermelhas (Dahong Denglong
Gaogao Gua). Direção: Zhang Yimou. China/
Hong Kong/Taiwan, 1991. 119 min. 18 anos.
A história é ambientada na China do início
do século XX, quando uma estudante universitária se casa com o patriarca do clã dos
Chen. Ela se junta às outras esposas do rico
senhor, cada qual tendo sua casa e criadagem,
e deve aprender rituais que incluem o uso da
lanterna vermelha, para apontar a esposa que
passará a noite com o marido.
Nenhum a menos (Yi Ge Dou Bu Neng Shao).
Direção: Zhang Yimou. China, 1999. 106 min.
12 anos. O filme conta a história do professor
Shuiquan, que tem de se ausentar durante um
mês e deixa a adolescente Wei Minzhi para
substituí-lo e cuidar de seus alunos com a missão de não deixá-los abandonar a escola.
O tigre e o dragão (Crouching Tiger, Hidden
Dragon). Direção: Ang Lee. China/Taiwan/
EUA, 2000. 120 min. 14 anos. Artes marciais,
romance e muita magia na luta de dois casais
para que uma espada mágica não caia em mãos
erradas.
O último entardecer (Chinese Box). Direção:
Wayne Wang. França/Japão/EUA, 1997. 126
min. 14 anos. História de um amor impossível, ambientado em 1996, em Hong Kong,
época em que a charmosa cidade voltou a
pertencer à China, depois de décadas de domínio britânico.
Site
Discovery Channel. Disponível em: <http://
www.discoverybrasil.com/china_antiga/
index.shtml>. Acesso em: 17 maio 2013. Site
que apresenta a história da China Antiga.
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QUADRO DE CONTEÚDOS DO ENSINO
Volume 2
Volume 1
FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS
5a Série/6o Ano
6a Série/7o Ano
7a Série/8o Ano
8a Série/9o Ano
– Sistemas sociais e culturais de notação de tempo
ao longo da história
– As linguagens das fontes históricas
– A vida na Pré-história e
a escrita
– Os suportes e os instrumentos da Escrita
– Civilizações do Oriente
Próximo
– África, o berço da humanidade
– Heranças culturais da
China e trocas culturais
em diferentes épocas
– O Feudalismo
– As Cruzadas e os contatos entre as sociedades
europeias e orientais
– Renascimento Comercial e Urbano
– Renascimento Cultural
e Científico
– Formação das Monarquias Nacionais Europeias Modernas (Portugal, Espanha, Inglaterra
e França)
– Os fundamentos teóricos do Absolutismo e as
práticas das Monarquias
Absolutistas
– Reforma e Contrarreforma
– Expansão Marítima
nos séculos XV e XVI
– O Iluminismo
– A colonização inglesa e
a Independência dos Estados Unidos da América (EUA)
– A colonização espanhola e a Independência
da América espanhola
– A Revolução Industrial inglesa
– Revolução Francesa e
expansão napoleônica
– A família real no Brasil
– A Independência do
Brasil
– Primeiro Reinado no
Brasil
– Imperialismo e Neocolonialismo no século XIX
– Primeira Guerra Mundial (1914-1918)
– Revolução Russa e stalinismo
– A República no Brasil
– Nazifascismo
– Crise de 1929
– Segunda Guerra Mundial
– O Período Vargas
– A vida na Grécia
Antiga
– A vida na Roma
Antiga
– O fim do Império
Romano
– As civilizações do Islã
(sociedade e cultura)
– Império Bizantino e o
Oriente no imaginário
medieval
– As sociedades maia,
asteca e inca
– Conquista espanhola
na América
– Sociedades indígenas
no território brasileiro
– O encontro dos portugueses com os povos
indígenas
– Tráfico negreiro e
escravismo africano no
Brasil
– Ocupação holandesa
no Brasil
– Mineração e vida
urbana
– Crise do Sistema
Colonial
– Período Regencial no
Brasil
– Movimentos sociais e
políticos na Europa no
século XIX
– O liberalismo e o
nacionalismo
– A expansão territorial
dos EUA no século XIX
– Segundo Reinado no
Brasil
– Economia cafeeira
– Escravidão e abolicionismo
– Industrialização, urbanização e imigração
– Proclamação da República
– Os nacionalismos na
África e na Ásia e as
lutas pela independência
– Guerra Fria
– Populismo e ditadura
militar no Brasil
– Redemocratização no
Brasil
– Os Estados Unidos da
América após a Segunda
Guerra Mundial
– Fim da Guerra Fria e
Nova Ordem Mundial
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
GABARITO
seus respectivos anos de nascimento a 3761, que corresponde ao
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 1
5758 no calendário judaico.
ano em que Abraão e sua tribo se dirigiram para Canaã, fato que
ocorreu antes da Era Cristã. Assim, o ano de 1997 corresponde a
Sistemas sociais e culturais de notação
de tempo ao longo da história
Hora do debate (CA, p. 5-6)
Leitura e análise de texto (CA, p. 14)
É provável que os alunos citem os seguintes elementos: frutas
Incentive os alunos a discutir os combinados para a organização
(abóbora, banana, melancia, pequi), cereal (milho), legume (batata),
do tempo coletivo em sala de aula, como levantar o braço para fazer
curso d’água, técnica de pesca (o timbó apresenta uma seiva tóxica
perguntas ou propostas e, ainda, saber ouvir os colegas da classe e
para peixes, que é usada para pescar), animais (periquito e tracajá),
o professor. Essa será mais uma oportunidade para que eles lidem
festa religiosa (Kuarup) e época das chuvas. No entanto, é importante que você aprofunde as discussões, levando-os a perceber que es-
com a noção de tempo, ainda que não sejam capazes de enunciá-la.
ses elementos foram selecionados a partir da observação dos ritmos
Leitura e análise de texto (CA, p. 6-7)
da natureza e seus impactos para a vida cotidiana do grupo indíge-
• Chuva – Tempo meteorológico;
na. Assim, eles se referem aos períodos de plantio/colheita, de caça/
• Calendário – Tempo cronológico;
pesca, de cheias e secas nos rios e, também, de uma festa religiosa
• Chegada de Colombo (1492) – Tempo histórico.
importante para a cultura desse povo.
Lição de casa (CA, p. 7-8)
Lição de casa (CA, p. 14-15)
Solicite aos alunos uma análise minuciosa da frase de Marcel
1. III, IV, VI, VII, VIII, IX, XI, XII, XIV, XV, XVI, XVII, XVIII.
Proust e encaminhe a discussão para a necessidade, presente nos
2. Resposta pessoal, mas é importante auxiliar os alunos a pensar
mais diferentes povos ao longo da história, de marcar o tempo de
o século, pois pode haver alunos nascidos no século XX e outros, já no século XXI.
acordo com as plantações, as colheitas, as chuvas e as mudanças
das estações do ano.
3. X, IX, XX, II, XII, XXI, XX, XV.
Leitura e análise de texto (CA, p. 8-9)
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 2
1 e 2. Sugestão de ideias centrais do texto:
As linguagens das fontes históricas: documentos
• Não se pode definir com exatidão o momento em que o ser
escritos, mapas, imagens e entrevistas
humano sentiu necessidade de dividir o tempo em segundos,
Leitura e análise de texto (CA, p. 19-20)
minutos, horas, dias, semanas, meses, anos e séculos;
• Gravura de Rugendas – Fonte visual e iconográfica;
• As primeiras tentativas de medir o tempo aconteceram a partir da observação dos ciclos dos astros;
• CDs de música – Fonte audiovisual e musical;
• Ponta de flecha pré-histórica – Fonte material.
• Ainda hoje, principalmente na zona rural, milhares de pessoas
no mundo inteiro regulam suas vidas pelos ciclos ou fenômenos da natureza;
• Os astrônomos da Babilônia, capital da antiga Mesopotâmia,
observavam os movimentos das estrelas e dos planetas.
Leitura e análise de texto (CA, p. 20-22)
1. Incentive a leitura do texto e mostre aos alunos que, para
entendê-lo, é preciso grifar as frases mais importantes, as chamadas ideias centrais. O texto “As fontes materiais e o estudo
da História” aborda diversos temas, em especial o trabalho dos
Leitura e análise de texto (CA, p. 9-10)
• Clepsidra (relógio de água);
historiadores, as fontes materiais, as pinturas rupestres, as fontes primárias, a arqueologia, o papel do arqueólogo, os vestí-
• Gnômon (relógio de sol);
gios materiais, as etapas de trabalho do arqueólogo e os sítios
• Ampulheta.
arqueológicos.
2. Sugestão de títulos:
Leitura e análise de texto (CA, p. 11)
Resposta pessoal. Mostre aos alunos que, para saber o ano em
que cada um deles nasceu, no calendário judaico, basta somar
1o A importância das fontes materiais para o estudo da História.
2o A arqueologia e as fontes materiais.
3o Sítio arqueológico.
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3. Sugestão de palavras-chave: fontes materiais; História; ar-
tudados para a redação de frases historicamente corretas e
queólogos; líticos; pinturas rupestres; historiadores; artefatos;
completas, neste caso abordando especialmente os perío-
Arqueologia; vestígios materiais; escavação; sítios arqueológi-
dos da Pré-história. Incentive-os a rever os temas estuda-
cos; caverna; ferramentas; pedra lascada; fogueira.
dos para fazer o registro escrito das palavras selecionadas.
Exemplos:
Lição de casa (CA, p. 22)
Fonte material.
• No período Paleolítico, os seres humanos obtinham seus alimentos através da caça, da pesca e da coleta de raízes e eram
nômades, ou seja, não possuíam moradia fixa.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 3
A vida na Pré-história e a escrita
• No período Neolítico, o cultivo de cereais e frutas possibilitou
a prática da agricultura.
Leitura e análise de texto (CA, p. 27-28)
1. Incentive os alunos a ler o texto com atenção e grifar as ideias
principais.
2. A seleção das ideias centrais é fundamental nas atividades de
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 4
Os suportes e os instrumentos da escrita
Leitura e análise de texto (CA, p. 36-37)
leitura, e essas ideias são elementos importantes para a escolha do título de um texto. Assim, se necessário, peça aos
1. Papéis, pedras, vidros, tecidos, metais, cerâmicas, peles de ani-
alunos que retomem as respostas da questão 1 para orientar a
2. Sugestão: O suporte é a denominação dada a uma superfície
escolha do título. São exemplos de títulos:
mais.
utilizada para escrever.
• A origem comum do ser humano e dos macacos;
3.Sugestão:
• A África como local de origem dos antepassados do ser humano;
• Semelhança: utilização de vários suportes da escrita para registrar diferentes atividades.
• A importância da postura ereta e do desenvolvimento da mão
para a construção e o manuseio de artefatos;
• A importância do controle do fogo para que os primeiros
• Diferença: os suportes da escrita eram utilizados por uma minoria e, atualmente, são usados por grande parte da população.
ancestrais do ser humano pudessem ter um domínio sobre o
meio ambiente;
• A definição de Pré-história como período que antecede a
criação da escrita;
3. São verdadeiras as afirmativas a e b.
Leitura e análise de texto (CA,p. 37-38)
2. Sugestão de palavras-chave: escrita; paredes das cavernas;
símbolos; sinais gráficos; ideogramas; desenhos; Mesopotâmia; escriba; fenícios; som; alfabeto; alfabeto latino; sistemas
alfabéticos.
Leitura e análise de texto (CA, p. 29-31)
a) Idade da Pedra Lascada ou Paleolítico: nesse período, os seres
3. O alfabeto possibilitou a expansão da escrita por diversas regiões do mundo.
humanos não praticavam a agricultura nem a criação de animais. Viviam de caça, pesca e coleta de frutos e raízes e eram
nômades, ou seja, não tinham moradia fixa.
b) Idade da Pedra Polida ou Neolítico: nesse período, ocorreu o
Lição de casa (CA, p. 38)
(3) Coluna ou placa de pedra recoberta por inscrições. Foram
muito usadas, no passado, em cemitérios, para registrar informa-
início da prática de cultivo de cereais e frutos e de armazenamento em vasos cerâmicos, o que possibilitou o processo de
ções a respeito do falecido.
sedentarização, ou seja, de fixação de moradia.
mento de escrita em papiro, pergaminho, argila, tecido etc.
(1) Caule de planta esculpido para ser usado como instru(4) Símbolo que representa um objeto ou uma ideia, sem
c) Idade dos Metais: período caracterizado pelo uso de metais, inicialmente com o cobre e o bronze e, por último,
recorrer a sinais fonéticos. Foi o sistema de escrita mais antigo
com o ferro. Desenvolvendo técnicas de produção de ar-
usado pelo ser humano em diversos continentes, como na África,
tefatos, os seres humanos passaram a viver em melhores
com os hieróglifos, na Ásia, com a escrita chinesa, na Mesopotâmia, com a cuneiforme e na América, com a escrita maia da
condições.
Mesoamérica.
Você aprendeu? (CA, p. 32)
1. Retome com os alunos a importância de rever os temas es-
(2) Nome dado aos manuscritos cujas folhas são reunidas entre si pelo dorso e recobertas por uma capa semelhante à das en-
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
cadernações modernas. São assim denominados para diferenciá-los do rolo utilizado em alguns pergaminhos.
• Segundo a afirmação de Heródoto, o Rio Nilo, com seus sedimentos, permitiu o plantio para a subsistência e todo o desenvolvimento da civilização egípcia.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 5
O rio Nilo e o trabalho dos camponeses no
Egito Antigo
Leitura e análise de texto (CA, p. 43-45)
• A faixa de terra fértil do Egito é estreita e se estende de suas
margens por poucos quilômetros.
4. Esta atividade de síntese é fundamental para a prática da leitura e da escrita. Em suas frases, é importante que os alunos
1. a) Dádiva: palavra que significa “presente”; assim, segundo o
considerem que a ideia central do texto é a discussão acerca
historiador Heródoto de Halicarnasso, o Egito é um presente
da frase do historiador Heródoto “O Egito é uma dádiva do
do Nilo.
Nilo”.
b) Halicarnasso: cidade em que nasceu o historiador grego
Heródoto, localizada na Ásia Menor, atual Bodrum, na Turquia.
Leitura e análise de imagem (CA, p. 50-51)
Nessa cidade foi construída uma das Sete Maravilhas do Mundo Antigo, o Mausoléu de Halicarnasso, cujos fragmentos se
nês era fundamental na limpeza dos canais; com a baixa do rio,
encontram no Museu Britânico, em Londres.
ocorria a semeadura e, depois, a colheita de grãos, como mostra
c) Região desértica: grandes extensões de terra em que ocorre muito pouca precipitação pluviométrica, ou seja, quase
a primeira imagem. Além disso, era permanente a construção de
não há chuva.
d) Subsistência: capacidade de produção de alimentos suficientes para as necessidades de consumo, em geral, do proprietário da terra e de sua família.
Durante o processo das cheias do Nilo, o trabalho do campo-
diques, a abertura de canais para deixar a água correr de um nível
para outro, assim como o uso do Shaduf, equipamento com o
qual se fazia a captação de água para a irrigação. Além disso, havia
o trabalho de conduzir os bois para pisotear o trigo, como retrata
a segunda imagem.
2. Incentive os alunos a buscar informações para as palavras desconhecidas que não constam na listagem da questão anterior.
Chame a atenção deles para a importância da ampliação de
vocabulário para a produção escrita de diversos textos.
Leitura e análise de texto (CA, p. 52)
As primeiras civilizações formaram-se às margens dos rios, o
que permitiu o desenvolvimento da agricultura, especialmente o
3. Neste tipo de exercício, é muito importante mostrar aos alunos
cultivo de cereais. Esses permitiam as colheitas e possibilitavam
qual é a estrutura do texto que está sendo lido e que a ideia central é traduzida por uma frase que apresenta a mensagem que
a instalação de canais de irrigação e os trabalhos de construção
de diques.
o(s) autor(es) pretende(m) apresentar a seus leitores. Por sua vez,
ao destacar as ideias secundárias, os alunos vão conseguir compreender a relação entre conteúdo e estrutura do texto.
Leitura e análise de texto (CA, p. 53)
Ideia principal: Para o historiador grego Heródoto de Halicar-
2. A expressão “África Subsaariana” deriva da importância do
1. Peça aos alunos que deem um título que retrate a síntese do
conteúdo principal.
nasso, “O Egito é uma dádiva do Nilo”.
Ideias secundárias:
Deserto do Saara, que é um marco divisório natural do
continente em duas partes. Ao norte, há uma franja de
• A civilização egípcia desenvolveu-se às margens do Rio Nilo.
terras férteis, que são banhadas pelo Mar Mediterrâneo e
• A afirmação de Heródoto “O Egito é uma dádiva do Nilo” pro-
que contam com determinado período de chuvas. O Saara ocupa todo o restante do norte do continente, com
pagou a ideia de que a vida na região do Rio Nilo é, para os
egípcios, um dom propiciado por esse rio.
uma área total maior que a do Brasil (9 milhões de quilô-
• Há aproximadamente 7 mil anos, surgiram as primeiras comunidades agrícolas no Vale do Rio Nilo.
metros quadrados). Ao sul, na abundante floresta tropical
• Nas aldeias agrícolas do Vale do Rio Nilo, eram cultivados di-
negro-africanas, enquanto ao norte do deserto, na faixa
versos vegetais.
• Acredita-se que o historiador grego Heródoto foi o primeiro a
afirmar que, se não fossem as cheias, não haveria áreas fertilizadas nas regiões desérticas próximas ao Rio Nilo.
que contrasta com o Saara, desenvolveram-se as culturas
mediterrânea, viveram povos de origem africana misturados com migrantes de outras áreas. O Rio Nilo constituiu,
por milênios, a única via de comunicação entre essas duas
áreas do continente africano.
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Lição de casa (CA, p. 54)
Debatendo temas (CA, p. 60)
1. Peça aos alunos que grifem as ideias centrais no momento
Discuta com os alunos em que situações as pessoas utilizam
da leitura do texto, estimulando-os a identificar as ideias em
o termo “justiça” e a expressão “direitos do cidadão” e, em segui-
torno das quais o texto se estrutura:
da, mostre para o grupo a importância de sabermos o significado
• A Grécia era uma terra essencialmente árida e seca, onde a
prática da agricultura parecia exigir esforços dignos de Titãs;
• O que os gregos - e os egípcios - não sabiam era que a cheia
dessas ideias em nosso cotidiano. A palavra “justiça” tem, entre os
seus diversos significados, um, em especial, que busca dar a cada
um aquilo que é seu de direito, procurando resolver os possíveis
do Rio Nilo ocorria em consequência das chuvas na África
conflitos entre as pessoas.
Oriental e do degelo nas terras altas etíopes;
a) Justiça: caráter, qualidade do que está em conformidade com
• Fertilizavam terras aráveis por meio de um processo de infiltração;
• De agosto a setembro, todo o Vale do Nilo se encontrava inun-
o que é direito, com o que é justo.
b) Direitos do cidadão: são direitos que uma pessoa tem; entre
eles, destacam-se os civis e os políticos.
dado, e, em outubro, o nível das águas baixava, deixando o solo
úmido e coberto por uma lama cheia de detritos e sais minerais.
2. Aproveite a oportunidade para dizer que a falta de referência
Sugestões de referências para pesquisa:
• A voz do cidadão. Instituto de Cultura e Cidadania. Disponível em:
ao trabalho dos camponeses diz muito sobre a forma como os
<http://www.avozdocidadao.com.br>. Acesso em: 17 jul. 2013.
historiadores gregos viam esse grupo social, ou seja, de forma
• Câmara dos Deputados. Plenarinho – o jeito criança de ser cidadão. Disponível em: <http://www.plenarinho.gov.br>. Aces-
secundária. Para eles, o Rio Nilo, uma dádiva que propiciava a
vida na região, sobrepunha-se ao trabalho braçal dos camponeses.
so em: 17 jul. 2013.
Leitura e análise de texto (CA, p. 61-63)
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 6
1. Baseando-se no texto, é possível apresentar as seguintes ca-
O código de Hamurábi: os princípios de justiça
racterísticas da escrita cuneiforme: o nome dessa escrita de-
na Mesopotâmia
riva de cuneus, que significa “cunha”; a incisão no suporte da
Leitura e análise de texto (CA, p. 58)
escrita é feita com hastes de madeira ou junco, chamados de
1. Sugestões de palavras-chave: Civilizações mesopotâmicas,
“cálamos”; os símbolos da escrita cuneiforme representavam
Tigre, Eufrates, Ásia Menor, Golfo Pérsico, Antiguidade, su-
ideias, e não sons.
mérios, hititas, caldeus, babilônios, assírios, Oriente Médio,
2. As punições eram diferentes, pois elas dependiam do grupo
Crescente Fértil, Líbano, Síria, Iraque, Jordânia, Código de Ha-
social. As punições variavam de uma espécie de multa, passando por castigos equivalentes ao delito cometido, chegan-
murábi, Império Babilônico.
2. Segundo o texto, entre os povos que ocuparam a Mesopotâ-
do até a pena de morte.
mia estão os sumérios, os hititas, os caldeus, os babilônios e os
assírios.
Lição de casa (CA, p. 63-64)
• Primeiro grupo – Proprietários de terras;
Lição de casa (CA, p. 59)
• Segundo grupo – Funcionários públicos;
1. a) As possibilidades de título para um texto são múltiplas, mas
• Terceiro grupo – Escravos.
vale a pena ressaltar a importância da ligação entre as ideias
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 7
centrais e as secundárias para a elaboração de um título. Sugestão: “O governo de Hamurábi”.
África, o berço da humanidade
b) Sugestões de palavras-chave: Hamurábi, Suméria, Amori-
1. Os chamados hominídeos pertenciam à espécie da qual se
tas, Império Babilônico, Mesopotâmia, Babilônia, muralhas,
originaram os seres humanos e viveram na África, com outros
Tigre, Eufrates, estela, acrópole de Susa, Pérsia, Museu do
animais ancestrais de muitas espécies atuais.
Louvre, cuneiforme, leis escritas, oráculos, jurisprudência, lei
de talião.
Leitura e análise de texto (CA, p. 68-69)
2. Os vestígios arqueológicos encontrados no continente
africano são importantes instrumentos que reforçam a pro-
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História – 5ª série/6º ano – Volume 1
posição dos estudiosos de que a África é o berço da huma-
com capacidade de transformar o ambiente em que vivia.
nidade.
SITUAÇÃO DE APRENDIZAGEM 8
Pesquisa em grupo (CA, p. 71)
Heranças culturais da China e trocas culturais
2. Os nomes dados aos hominídeos referem-se às características
em diferentes épocas
físicas ou habilidades e ao local onde foram encontrados os
Leitura e análise de texto (CA, p. 77)
seus vestígios.
2. a) Dinastia: série de reis ou soberanos de uma mesma família;
Sahelanthropus tchadensis: hominídeos que viviam na região
do Chade.
Homo habilis: “homem habilidoso”, que se diferenciou pela
fabricação de instrumentos simples. Homo erectus: de porte
ereto, com esqueleto similar ao nosso.
Homo sapiens (nossa espécie): de cérebro mais desenvolvido,
foram os gregos, ainda na Antiguidade, que usaram pela primeira vez a palavra “dinastia”, para se referir às famílias dos reis.
b) Lendário: que diz respeito às lendas, às narrativas de caráter
maravilhoso, em geral provenientes do imaginário popular.
c) Tecelagem: ato ou efeito de tecer, relacionado à produção
de tecidos.
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CONCEPÇÃO E COORDENAÇÃO GERAL
NOVA EDIÇÃO 2014-2017
COORDENADORIA DE GESTÃO DA
EDUCAÇÃO BÁSICA – CGEB
Coordenadora
Maria Elizabete da Costa
Diretor do Departamento de Desenvolvimento
Curricular de Gestão da Educação Básica
João Freitas da Silva
Diretora do Centro de Ensino Fundamental
dos Anos Finais, Ensino Médio e Educação
Profissional – CEFAF
Valéria Tarantello de Georgel
Coordenadora Geral do Programa São Paulo
faz escola
Valéria Tarantello de Georgel
Coordenação Técnica
Roberto Canossa
Roberto Liberato
Suely Cristina de Albuquerque Bomfim
EQUIPES CURRICULARES
Área de Linguagens
Arte: Ana Cristina dos Santos Siqueira, Carlos
Eduardo Povinha, Kátia Lucila Bueno e Roseli
Ventrela.
Educação Física: Marcelo Ortega Amorim, Maria
Elisa Kobs Zacarias, Mirna Leia Violin Brandt,
Rosângela Aparecida de Paiva e Sergio Roberto
Silveira.
Língua Estrangeira Moderna (Inglês e
Espanhol): Ana Paula de Oliveira Lopes, Jucimeire
de Souza Bispo, Marina Tsunokawa Shimabukuro,
Neide Ferreira Gaspar e Sílvia Cristina Gomes
Nogueira.
Língua Portuguesa e Literatura: Angela Maria
Baltieri Souza, Claricia Akemi Eguti, Idê Moraes dos
Santos, João Mário Santana, Kátia Regina Pessoa,
Mara Lúcia David, Marcos Rodrigues Ferreira, Roseli
Cordeiro Cardoso e Rozeli Frasca Bueno Alves.
Área de Matemática
Matemática: Carlos Tadeu da Graça Barros,
Ivan Castilho, João dos Santos, Otavio Yoshio
Yamanaka, Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge
Monteiro, Sandra Maira Zen Zacarias e Vanderley
Aparecido Cornatione.
Área de Ciências da Natureza
Biologia: Aparecida Kida Sanches, Elizabeth
Reymi Rodrigues, Juliana Pavani de Paula Bueno e
Rodrigo Ponce.
Ciências: Eleuza Vania Maria Lagos Guazzelli,
Gisele Nanini Mathias, Herbert Gomes da Silva e
Maria da Graça de Jesus Mendes.
Física: Carolina dos Santos Batista, Fábio
Bresighello Beig, Renata Cristina de Andrade
Oliveira e Tatiana Souza da Luz Stroeymeyte.
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Química: Ana Joaquina Simões S. de Matos
Carvalho, Jeronimo da Silva Barbosa Filho, João
Batista Santos Junior e Natalina de Fátima Mateus.
Rosângela Teodoro Gonçalves, Roseli Soares
Jacomini, Silvia Ignês Peruquetti Bortolatto e Zilda
Meira de Aguiar Gomes.
Área de Ciências Humanas
Filosofia: Emerson Costa, Tânia Gonçalves e
Teônia de Abreu Ferreira.
Área de Ciências da Natureza
Biologia: Aureli Martins Sartori de Toledo, Evandro
Rodrigues Vargas Silvério, Fernanda Rezende
Pedroza, Regiani Braguim Chioderoli e Rosimara
Santana da Silva Alves.
Geografia: Andréia Cristina Barroso Cardoso,
Débora Regina Aversan e Sérgio Luiz Damiati.
História: Cynthia Moreira Marcucci, Maria
Margarete dos Santos e Walter Nicolas Otheguy
Fernandez.
Sociologia: Alan Vitor Corrêa, Carlos Fernando de
Almeida e Tony Shigueki Nakatani.
PROFESSORES COORDENADORES DO NÚCLEO
PEDAGÓGICO
Área de Linguagens
Educação Física: Ana Lucia Steidle, Eliana Cristine
Budisk de Lima, Fabiana Oliveira da Silva, Isabel
Cristina Albergoni, Karina Xavier, Katia Mendes
e Silva, Liliane Renata Tank Gullo, Marcia Magali
Rodrigues dos Santos, Mônica Antonia Cucatto da
Silva, Patrícia Pinto Santiago, Regina Maria Lopes,
Sandra Pereira Mendes, Sebastiana Gonçalves
Ferreira Viscardi, Silvana Alves Muniz.
Língua Estrangeira Moderna (Inglês): Célia
Regina Teixeira da Costa, Cleide Antunes Silva,
Ednéa Boso, Edney Couto de Souza, Elana
Simone Schiavo Caramano, Eliane Graciela
dos Santos Santana, Elisabeth Pacheco Lomba
Kozokoski, Fabiola Maciel Saldão, Isabel Cristina
dos Santos Dias, Juliana Munhoz dos Santos,
Kátia Vitorian Gellers, Lídia Maria Batista
Bomfim, Lindomar Alves de Oliveira, Lúcia
Aparecida Arantes, Mauro Celso de Souza,
Neusa A. Abrunhosa Tápias, Patrícia Helena
Passos, Renata Motta Chicoli Belchior, Renato
José de Souza, Sandra Regina Teixeira Batista de
Campos e Silmara Santade Masiero.
Língua Portuguesa: Andrea Righeto, Edilene
Bachega R. Viveiros, Eliane Cristina Gonçalves
Ramos, Graciana B. Ignacio Cunha, Letícia M.
de Barros L. Viviani, Luciana de Paula Diniz,
Márcia Regina Xavier Gardenal, Maria Cristina
Cunha Riondet Costa, Maria José de Miranda
Nascimento, Maria Márcia Zamprônio Pedroso,
Patrícia Fernanda Morande Roveri, Ronaldo Cesar
Alexandre Formici, Selma Rodrigues e
Sílvia Regina Peres.
Área de Matemática
Matemática: Carlos Alexandre Emídio, Clóvis
Antonio de Lima, Delizabeth Evanir Malavazzi,
Edinei Pereira de Sousa, Eduardo Granado Garcia,
Evaristo Glória, Everaldo José Machado de Lima,
Fabio Augusto Trevisan, Inês Chiarelli Dias, Ivan
Castilho, José Maria Sales Júnior, Luciana Moraes
Funada, Luciana Vanessa de Almeida Buranello,
Mário José Pagotto, Paula Pereira Guanais, Regina
Helena de Oliveira Rodrigues, Robson Rossi,
Rodrigo Soares de Sá, Rosana Jorge Monteiro,
Ciências: Davi Andrade Pacheco, Franklin Julio
de Melo, Liamara P. Rocha da Silva, Marceline
de Lima, Paulo Garcez Fernandes, Paulo Roberto
Orlandi Valdastri, Rosimeire da Cunha e Wilson
Luís Prati.
Física: Ana Claudia Cossini Martins, Ana Paula
Vieira Costa, André Henrique Ghelfi Rufino,
Cristiane Gislene Bezerra, Fabiana Hernandes
M. Garcia, Leandro dos Reis Marques, Marcio
Bortoletto Fessel, Marta Ferreira Mafra, Rafael
Plana Simões e Rui Buosi.
Química: Armenak Bolean, Cátia Lunardi, Cirila
Tacconi, Daniel B. Nascimento, Elizandra C. S.
Lopes, Gerson N. Silva, Idma A. C. Ferreira, Laura
C. A. Xavier, Marcos Antônio Gimenes, Massuko
S. Warigoda, Roza K. Morikawa, Sílvia H. M.
Fernandes, Valdir P. Berti e Willian G. Jesus.
Área de Ciências Humanas
Filosofia: Álex Roberto Genelhu Soares, Anderson
Gomes de Paiva, Anderson Luiz Pereira, Claudio
Nitsch Medeiros e José Aparecido Vidal.
Geografia: Ana Helena Veneziani Vitor, Célio
Batista da Silva, Edison Luiz Barbosa de Souza,
Edivaldo Bezerra Viana, Elizete Buranello Perez,
Márcio Luiz Verni, Milton Paulo dos Santos,
Mônica Estevan, Regina Célia Batista, Rita de
Cássia Araujo, Rosinei Aparecida Ribeiro Libório,
Sandra Raquel Scassola Dias, Selma Marli Trivellato
e Sonia Maria M. Romano.
História: Aparecida de Fátima dos Santos
Pereira, Carla Flaitt Valentini, Claudia Elisabete
Silva, Cristiane Gonçalves de Campos, Cristina
de Lima Cardoso Leme, Ellen Claudia Cardoso
Doretto, Ester Galesi Gryga, Karin Sant’Ana
Kossling, Marcia Aparecida Ferrari Salgado de
Barros, Mercia Albertina de Lima Camargo,
Priscila Lourenço, Rogerio Sicchieri, Sandra Maria
Fodra e Walter Garcia de Carvalho Vilas Boas.
Sociologia: Anselmo Luis Fernandes Gonçalves,
Celso Francisco do Ó, Lucila Conceição Pereira e
Tânia Fetchir.
Apoio:
Fundação para o Desenvolvimento da Educação
- FDE
CTP, Impressão e acabamento
Esdeva Indústria Gráfica Ltda.
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GESTÃO DO PROCESSO DE PRODUÇÃO
EDITORIAL 2014-2017
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GESTÃO DE TECNOLOGIAS APLICADAS
À EDUCAÇÃO
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Editorial: Amarilis L. Maciel, Angélica dos Santos
Angelo, Bóris Fatigati da Silva, Bruno Reis, Carina
Carvalho, Carla Fernanda Nascimento, Carolina
H. Mestriner, Carolina Pedro Soares, Cíntia Leitão,
Eloiza Lopes, Érika Domingues do Nascimento,
Flávia Medeiros, Gisele Manoel, Jean Xavier,
Karinna Alessandra Carvalho Taddeo, Leandro
Calbente Câmara, Leslie Sandes, Mainã Greeb
Vicente, Marina Murphy, Michelangelo Russo,
Natália S. Moreira, Olivia Frade Zambone, Paula
Felix Palma, Priscila Risso, Regiane Monteiro
Pimentel Barboza, Rodolfo Marinho, Stella
Assumpção Mendes Mesquita, Tatiana F. Souza e
Tiago Jonas de Almeida.
CONCEPÇÃO DO PROGRAMA E ELABORAÇÃO DOS
CONTEÚDOS ORIGINAIS
Filosofia: Paulo Miceli, Luiza Christov, Adilton Luís
Martins e Renê José Trentin Silveira.
COORDENAÇÃO DO DESENVOLVIMENTO
DOS CONTEÚDOS PROGRAMÁTICOS DOS
CADERNOS DOS PROFESSORES E DOS
CADERNOS DOS ALUNOS
Ghisleine Trigo Silveira
Geografia: Angela Corrêa da Silva, Jaime Tadeu
Oliva, Raul Borges Guimarães, Regina Araujo e
Sérgio Adas.
CONCEPÇÃO
Guiomar Namo de Mello, Lino de Macedo,
Luis Carlos de Menezes, Maria Inês Fini
(coordenadora) e Ruy Berger (em memória).
AUTORES
Linguagens
Coordenador de área: Alice Vieira.
Arte: Gisa Picosque, Mirian Celeste Martins,
Geraldo de Oliveira Suzigan, Jéssica Mami
Makino e Sayonara Pereira.
Educação Física: Adalberto dos Santos Souza,
Carla de Meira Leite, Jocimar Daolio, Luciana
Venâncio, Luiz Sanches Neto, Mauro Betti,
Renata Elsa Stark e Sérgio Roberto Silveira.
LEM – Inglês: Adriana Ranelli Weigel Borges,
Alzira da Silva Shimoura, Lívia de Araújo Donnini
Rodrigues, Priscila Mayumi Hayama e Sueli Salles
Fidalgo.
LEM – Espanhol: Ana Maria López Ramírez, Isabel
Gretel María Eres Fernández, Ivan Rodrigues
Martin, Margareth dos Santos e Neide T. Maia
González.
História: Paulo Miceli, Diego López Silva,
Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli e
Raquel dos Santos Funari.
Sociologia: Heloisa Helena Teixeira de Souza
Martins, Marcelo Santos Masset Lacombe,
Melissa de Mattos Pimenta e Stella Christina
Schrijnemaekers.
Ciências da Natureza
Coordenador de área: Luis Carlos de Menezes.
Biologia: Ghisleine Trigo Silveira, Fabíola Bovo
Mendonça, Felipe Bandoni de Oliveira, Lucilene
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Mendes da Silveira e Solange Soares de Camargo.
Ciências: Ghisleine Trigo Silveira, Cristina Leite,
João Carlos Miguel Tomaz Micheletti Neto,
Julio Cézar Foschini Lisbôa, Lucilene Aparecida
Esperante Limp, Maíra Batistoni e Silva, Maria
Augusta Querubim Rodrigues Pereira, Paulo
Rogério Miranda Correia, Renata Alves Ribeiro,
Ricardo Rechi Aguiar, Rosana dos Santos Jordão,
Simone Jaconetti Ydi e Yassuko Hosoume.
Língua Portuguesa: Alice Vieira, Débora Mallet
Pezarim de Angelo, Eliane Aparecida de Aguiar,
José Luís Marques López Landeira e João
Henrique Nogueira Mateos.
Física: Luis Carlos de Menezes, Estevam Rouxinol,
Guilherme Brockington, Ivã Gurgel, Luís Paulo
de Carvalho Piassi, Marcelo de Carvalho Bonetti,
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Roger da Purificação Siqueira, Sonia Salem e
Yassuko Hosoume.
Direitos autorais e iconografia: Beatriz Fonseca
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Prado da Silva, Marcus Ecclissi, Maria Aparecida
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Matemática: Nílson José Machado, Carlos
Eduardo de Souza Campos Granja, José Luiz
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Ferreira da Fonseca, Ruy César Pietropaolo e
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Química: Maria Eunice Ribeiro Marcondes, Denilse
Morais Zambom, Fabio Luiz de Souza, Hebe
Ribeiro da Cruz Peixoto, Isis Valença de Sousa
Santos, Luciane Hiromi Akahoshi, Maria Fernanda
Penteado Lamas e Yvone Mussa Esperidião.
Edição e Produção editorial: Jairo Souza Design
Gráfico e Occy Design (projeto gráfico).
Ciências Humanas
Coordenador de área: Paulo Miceli.
Caderno do Gestor
Lino de Macedo, Maria Eliza Fini e Zuleika de
Felice Murrie.
Catalogação na Fonte: Centro de Referência em Educação Mario Covas
* Nos Cadernos do Programa São Paulo faz escola são
indicados sites para o aprofundamento de conhecimentos, como fonte de consulta dos conteúdos apresentados
e como referências bibliográficas. Todos esses endereços
eletrônicos foram checados. No entanto, como a internet é
um meio dinâmico e sujeito a mudanças, a Secretaria da
Educação do Estado de São Paulo não garante que os sites
indicados permaneçam acessíveis ou inalterados.
* Os mapas reproduzidos no material são de autoria de
terceiros e mantêm as características dos originais, no que
diz respeito à grafia adotada e à inclusão e composição dos
elementos cartográficos (escala, legenda e rosa dos ventos).
* Os ícones do Caderno do Aluno são reproduzidos no
Caderno do Professor para apoiar na identificação das
atividades.
HISTORIA_CP_5s_Vol1_2014.indd 80
S239m
São Paulo (Estado) Secretaria da Educação.
Material de apoio ao currículo do Estado de São Paulo: caderno do professor; história, ensino
fundamental – anos finais, 5ª série/6º ano / Secretaria da Educação; coordenação geral, Maria Inês Fini;
equipe, Diego López Silva, Glaydson José da Silva, Mônica Lungov Bugelli, Paulo Miceli, Raquel dos Santos
Funari. - São Paulo: SE, 2014.
v. 1, 80 p.
Edição atualizada pela equipe curricular do Centro de Ensino Fundamental dos Anos Finais, Ensino
Médio e Educação Profissional – CEFAF, da Coordenadoria de Gestão da Educação Básica - CGEB.
ISBN 978-85-7849-537-4
1. Ensino fundamental anos finais 2. História 3. Atividade pedagógica I. Fini, Maria Inês. II. Silva,
Diego López. III. Silva, Glaydson José da. IV. Bugelli, Mônica Lungov. V. Miceli, Paulo. VI. Funari, Raquel
dos Santos. VII. Título.
CDU: 371.3:806.90
30/10/13 09:10
Validade: 2014 – 2017
a
o
5 SÉRIE 6 ANO
ENSINO FUNDAMENTAL – ANOS FINAIS
Caderno do Professor
Volume 1
ARTE
Linguagens

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