Fatores condicionantes para o surgimento de - grupo

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Fatores condicionantes para o surgimento de - grupo
GUILHERME FERNANDES MIGUEL
FATORES CONDICIONANTES PARA O SURGIMENTO DE NOVOS POLOS DE
DESENVOLVIMENTO E EMPREENDORISMOS PARA EMPRESAS DE BASE
TECNOLÓGICA DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO DIGITAL: ESTUDO DE
CASO VALE DO SILÍCIO.
Monografia
apresentada
ao
Curso
de
Especialização
em
Comunicação
Digital
Integrada da Escola de Comunicação e Artes da
Universidade de São Paulo,
Orientadora: Elizabeth Nicolau Saad Corrêa
SÃO PAULO
2014
GUILHERME FERNANDES MIGUEL
FATORES CONDICIONANTES PARA O SURGIMENTO DE NOVOS POLOS DE
DESENVOLVIMENTO E EMPREENDORISMOS PARA EMPRESAS DE BASE
TECNOLÓGICA DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO DIGITAL: ESTUDO DE
CASO VALE DO SILÍCIO.
Monografia
apresentada
ao
Curso
de
Especialização
em
Comunicação
Digital
Integrada da Escola de Comunicação e Artes da
Universidade de São Paulo,
Orientador: Elizabeth Nicolau Saad Corrêa
SÃO PAULO
2014
FICHA CATALOGRÁFICA
Miguel, Guilherme Fernandes
Fatores condicionantes para o surgimento de novos polos de
desenvolvimento e empreendedorismo para empresas de base tecnológica
de comunicação e informação digital: Estudo de Caso Vale do Silício – São
Paulo, 2014.
Nº de páginas: 68
Área de concentração: Comunicação Digital.
Orientador: Prof. Elizabeth Nicolau Saad Corrêa.
Monografia – Universidade de São Paulo
1.Fatores Condicionantes para surgimento de Polos Tecnológicos; 2. Vale do
Silício; 3. Empresas de Comunicação e Informação Digital.
Aos entusiastas que são apaixonados pelas transformações decorrentes da era
digital e que enxergam um futuro próximo repleto de oportunidades para o
empreendedorismo tecnológico para empresas de comunicação e informação digital.
Dedico
AGRADECIMENTOS
A Professora Beth Saad, pela dedicação nas correções e orientações neste
período de aprendizado.
A Bianca Marder Dreyer pelas dicas na última revisão do trabalho.
Aos desenvolvedores e empreendedores com quem tive contato e puderam
auxiliar no desenvolvimento do projeto, especialmente ao time do Google e Samsung
Brasil.
“A melhor maneira de prever o futuro é inventá-lo.”
Alan Kay
SUMÁRIO
LISTA DE TABELAS ................................................................................................ VI
LISTA DE FIGURAS ................................................................................................ VII
LISTA DE SIGLAS .................................................................................................. VIII
RESUMO................................................................................................................... IX
ABSTRACT............ .................................................................................................... X
1 INTRODUÇÃO ....................................................................................................... 12
1.1
EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA PARA COMUNICAÇÃO E
INFORMAÇÃO DIGITAL ORGANIZADAS EM POLOS DE
DESENVOLVIMENTO...................................................................................... 12
1.2
OBJETIVO........................................................................................................ 14
2 TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E POLOS TECNOLÓGICOS ................................... 16
2.1
TECNOLOGIA E EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA .............................. 16
2.2
POLOS TECNOLOGICOS. .............................................................................. 17
2.3
TIPOLOGIAS DE POLOS TECNOLOGICOS................................................... 18
2.4
FATORES CONDICIONANTES DE POLOS TECNOLOGICOS. ..................... 21
3 ESTUDO DE CASO: VALE DO SILÍCIO ............................................................... 27
3.1
FORMAÇÃO HISTÓRICA: VALE DO SILÍCIO ................................................. 27
3.2
FATORES CONDICIONANTES: VALE DO SILÍCIO ........................................ 30
3.3
ORGANIZAÇÃO E TIPOLOGIA: VALE DO SILÍCIO ........................................ 44
4 POLOS TECNOLÓGICOS E O IMPACTO SOBRE O SURGIMENTO DE
EMPRESAS DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO DIGITAL ............................... 47
4.1
EVOLUÇÃO DAS ONDAS DE INOVAÇÃO NOS POLOS TECNOLÓGICOS .. 47
4.2
OPORTUNIDADES DE DESENVOLVIMENTO DE EMPRESAS DE BASE
TECNOLÓGICA PARA COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO DIGITAL. ............ 50
4.3
OPORTUNIDADES PARA SURGIMENTO DE NOVOS POLOS PARA
DESENVOLVIMENTO DE EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA PARA
COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO DIGITAL NO BRASIL E OUTRAS
REGIÕES. ........................................................................................................ 51
5 CONCLUSÕES ...................................................................................................... 57
REFERÊNCIAS ......................................................................................................... 60
ANEXOS............. ...................................................................................................... 62
LISTA DE TABELAS
TABELA 1 - GERAÇÕES E CARACTERÍSTICAS DE DESENVOLVIMENTO
DE UM POLO TECNOLÓGICO ................................................................................ 19
TABELA 2 -
TIPOLOGIA DE POLOS TECNOLÓGICOS ..................................... 20
TABELA 3 - RESUMO DE FATORES CONDICIONANTES PARA O
SURGIMENTO DE POLOS TECNOLÓGICOS......................................................... 25
TABELA 4 -
CIDADES VALE DO SILÍCIO ........................................................... 27
TABELA 5 -
RECEITA EMPRESAS DE STANFORD NO VALE DO SILÍCIO ..... 32
TABELA 6 -
RANKING MARCAS MAIS VALIOSAS DO MUNDO ....................... 49
LISTA DE FIGURAS
FIGURA 1 - TIPOLOGIAS DE POLOS TECNOLÓGICOS ....................................... 21
FIGURA 2 - MAPA VALE DO SILÍCIO ..................................................................... 28
FIGURA 3 – RECEITA PER CAPITA VALE DO SILÍCIO ........................................ 30
FIGURA 4 – INCUBADORA DE EMPRESAS FOUNDERS INSTITUTE .................. 33
FIGURA 5 – INCUBADORA DE EMPRESAS INSTITUTO DE PESQUISA DE
STANFORD 35
TABELA 6 -
RANKING MARCAS MAIS VALIOSAS DO MUNDO ....................... 49
LISTA DE SIGLAS
ABDI..................... AGÊNCIA BRASILEIRA DE DESENVOLVIMENTO INDUSTRIAL
ANPROTEC........ ASSOCIAÇÃO NACIONAL DE ENTIDADES PROMOTORAS
DE EMPREENDIMENTOS INOVADORES.
CETEV.......................................CENTRO EDUCACIONAL TÉCNICO DE VIÇOSA
RESUMO
FATORES CONDICIONANTES PARA O SURGIMENTO DE NOVOS POLOS DE
DESENVOLVIMENTO E EMPREENDEDORISMO PARA EMPRESAS DE BASE
TECNOLÓGICA PARA COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO DIGITAL: ESTUDO DE
CASO VALE DO SILÍCIO.
Através deste estudo se busca Identificar quais são os fatores condicionantes para o
surgimento de novos polos de desenvolvimento de empresas de base tecnológica
para comunicação e informação digital e como tais ambientes possibilitam atividades
empreendedoras por parte de novas organizações. Para isso, é estudado o caso do
Vale do silício, o maior polo tecnológico do mundo. Ao longo do estudo é desenvolvido
uma análise de caso destacando-se quais foram os fatores decisivos para o
surgimento do polo e se seus agentes propulsores resultaram em sucesso ou
fracasso, podendo-se ao final levantar recomendações de quais medidas públicas
podem ser tomadas para fomentar o crescimento e desenvolvimento de novas regiões
organizadas em torno da tecnologia impactando no surgimento de potenciais novas
empresas de comunicação e informação digital com impacto econômico e social.
Palavras Chave: Comunicação Digital; Economia Digital; Empreendedorismo em
Comunicação; Empreendedorismo Digital; Empresas Digitais.
ABSTRACT
CONDITIONING FACTORS FOR THE EMERGENCE OF NEW TECHNOLOGY
CLUSTERS OF DEVELOPMENT AND ENTREPRENEURSHIP FOR DIGITAL
COMMUNICATION AND INFORMATION TECHNOLOGY COMPANIES: CASE
STUDY OF SILICON VALLEY.
This study intends to identify what are the conditioning factor for the emergence of new
clusters of development for digital communication and technology information
companies, analysing how the environments cooperate for entrepreneurial activities
for these new organizations. In order to do that, the case of Silicon Valley, the largest
technological cluster of the world, is studied. Throughout the research of this case, a
study is developed highlighting what were the deciding factors for the emergence of
clusters in general and if they resulted on success or failure, At the end, this project
defines recommendations of public measures which can be taken to encourage the
growth and development of new regions organized around technology impacting the
potential emergence of new media and digital information companies.
Key words: Digital Communication; Digital Economy;
Entrepreneurship; Digital Entrepreneurship; Digital Companies.
Communication
1
INTRODUÇÃO
INTRODUÇÃO 12
1
1.1
INTRODUÇÃO
EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA PARA COMUNICAÇÃO E
INFORMAÇÃO
DIGITAL
ORGANIZADAS
EM
POLOS
DE
DESENVOLVIMENTO.
Grande parte das empresas de base tecnológica de comunicação e
informação digital que dominam o cenário mundial tiveram sua origem nos Estados
Unidos, mais especificamente no Vale do Silício, é o caso da Apple, Google,
Facebook, Twitter e outras grandes corporações que se não necessariamente tiveram
suas raízes na localidade, posteriormente se deslocaram para a região por incentivos
e fatores que propiciaram o seu desenvolvimento.
Essas regiões, ondem ocorrem a concentração de empresas destes
segmentos, podem ser consideradas polos geolocalizados de desenvolvimento, áreas
que reúnem organizações com diferentes propósitos e que estão envoltas de alguma
forma no ambiente tecnológico.
O crescimento destes polos, afeta diretamente o progresso econômico e
social dos países de origem, tendo impacto sobre o Produto Interno Bruto de cada
região, fato que torna altamente relevante a sua compreensão para se inferir como as
políticas públicas de incentivo ao seu surgimento interagem nesse ambiente.
Muitos autores falam da importância de polos geolocalizados, Resende e
Gomes (2004), observam que nas últimas décadas, a associação entre empresas em
aglomerações geolocalizadas, (principalmente entre aquelas de porte pequeno e
médio), permitiu que elas obtivessem longevidade, competitividade e capacidade de
geração de emprego e renda e assim se tornam geradoras de novas tecnologias ou
novas aplicações de tecnologias capazes de criar mercados e modalidades novas de
trabalho e emprego.
Na mesma direção estudos realizados pela ABDI e ANPROTEC (2008),
mostram que Parques Tecnológicos conseguem prover a “inteligência”, a
infraestrutura e os serviços necessários ao crescimento e fortalecimento das
empresas intensivas em tecnologia. Segundo as instituições polos tecnológicos
concentraram,
conectam,
organizam,
articulam,
implantam
e
promovem
empreendimentos inovadores visando fortalecer o segmento de tecnologia dentro de
uma perspectiva de globalização e desenvolvimento sustentável.
INTRODUÇÃO 13
Tendo em vista isto, através da monografia proposta se buscará compreender
quais são os fatores condicionantes para o surgimento destes polos geolocalizados,
com o intuito de se esclarecer como eles evoluem e quais são os fatores que
fomentam o desenvolvimento de indústrias de base tecnológica de comunicação e
informação digital e que tem impacto econômico em diversas regiões.
Dessa forma, este estudo se mostra relevante como projeto final proposto
para o curso de especialização em comunicação digital integrada, pois as empresas
e organizações de comunicação e informação contemporâneas, devido ao acelerado
processo de digitalização característico da sociedade em rede, tem tido um
crescimento acelerado em polos tecnológicos, e grandes corporações como Google,
Facebook, Instagram, Twitter e diversos outros players assumem um papel de grande
importância no cenário atual de comunicação, em geral empresas com menos de 30
anos de existência e que hoje são os principais agentes dessa transformação.
Logo, para se atingir o objetivo deste projeto é utilizada a metodologia de
estudo exploratório com embasamento bibliográfico, desenvolvendo-se um estudo de
caso sobre o Vale do Silício, o maior polo tecnológico do mundo e pioneiro em sua
formação, buscando-se ressaltar o que foi determinante na região e quais são
aprendizados que podem ser extraídos como pontos a serem implementados em
outras localidades.
No capítulo inicial se busca conceituar o que é inovação, tecnologia e polos
tecnológicos, conceitos essenciais para uma abordagem inicial do estudo. Na
sequência, é desenvolvido um estudo de caso sobre o Vale do Silício, polo tecnológico
que se encontra na região da Califórnia nos Estados Unidos, que com 2 Milhões de
habitantes tem um produto Interno Bruto equivalente à US$ 65 bilhões de dólares
segundo artigo publicado na The Economist (2014), podendo ser considerado o
principal polo tecnológico do mundo atualmente.
E por fim, na próxima etapa da monografia, é desenvolvida uma análise que
trata especificamente sobre empresas de comunicação e informação digital sobre o
prisma da chamada nova onda da internet, que tem fomentado o surgimento de novos
empreendimentos neste âmbito nos diversos polos tecnológicos espalhados pelo
mundo. Levando-se em conta quais são os principais fatores condicionantes e
INTRODUÇÃO 14
traçando-se recomendações de como fomentar o surgimento deste tipo de indústrias
em mercados crescentes como o brasileiro por exemplo.
1.2
OBJETIVO
Dessa forma, através deste estudo se busca:
1. Identificar quais são os fatores condicionantes para o surgimento de
empresas de base tecnológica para comunicação e informação digital
organizadas em polos de desenvolvimento a partir do estudo de caso do
Vale do Silício.
2. Oferecer uma nova visão sobre estes fatores, contribuindo para identificar
melhorias e oportunidades de um melhor desenvolvimento nacional com
políticas de incentivo a companhias de base tecnológica para comunicação
e informação digital.
3. Oferecer uma maior compreensão sobre como Governos poderiam
incentivar o crescimento e surgimento de empresas de base tecnológica de
comunicação e informação digital de maneira mais intensa aproveitandose a onda de transformação digital que vem se desenvolvendo em diversos
polos tecnológicos.
4. Traçar um paralelo com recomendações das principais oportunidades que
se podem desenvolver no cenário brasileiro a partir dos aprendizados
notados no estudo de caso do Vale do Silício, aplicando-se os fatores
condicionantes de sucesso para o desenvolvimento de empresas de base
tecnológica para comunicação e informação digital no contexto nacional.
ERRO! FONTE DE REFERÊNCIA NÃO ENCONTRADA.
ERRO! FONTE DE REFERÊNCIA NÃO
ENCONTRADA.
TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E POLOS TECNOLÓGICOS 16
2
2.1
TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E POLOS TECNOLÓGICOS
TECNOLOGIA E EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA
Como dito anteriormente, o propóstio desse estudo é desenvolver uma análise
de quais fatores são condicionantes para o surgimento de polos organizados de
empresas de base tecnológica de comunicação e informação digital. Porém, uma
questão inicial surge como essencial para a compreensão desta análise. O que são
empresas de base tecnológica?
Tecnologia é um termo bastante complexo e podemos encontrar diversas
definições em literaturas que tratam sobre o tema. Arthur (2009, p28) propõem três
definições possíveis para tecnologia e as usa de distintos modos ao longo de sua
publicação para defender diversos argumentos, a primeira delas seria que:
“Tecnologia é um meio para atender a um propósito humano, [...] como um
meio a tecnologia pode ser um método, um processo ou um dispositivo. Por
exemplo um algoritmo de reconhecimento de fala, ou um processo de
filtragem de uma indústria química ou até mesmo um motor a diesel.”
(ARTHUR, 2009, p. 28)
A segunda definição apontada é a de que:
“Tecnologia pode ser vista como um composto de práticas e de componentes,
tal definição cobre tecnologias como eletrônicos ou biotecnologias, que são
compostas por outras tecnologias e práticas individuais anteriores”
(ARTHUR, 2009, p. 28)
E por fim a terceira definição proposta pelo autor se refere a “tecnologia como
coleção de dispositivos e práticas de engenharia disponíveis para uma determinada
cultura”. Nesse sentido o autor propõe que “a totalidade de meios empregados pelas
pessoas para obter para si objetos pode ser considerada tecnologia”.
Dessa forma, quando falamos de empresas de base tecnológica de
comunicação e informação digital, baseado nos conceitos propostos por Arthur (2009),
podemos inferir que se tratam de organizações que tem por objetivo atender a um
propósito humano que é a comunicação e informação digital, ou seja são empresas
que empregam tecnologia como um alicerce de negócios para atingir estes objetivos.
Seriam exemplos: criadoras de plataformas de mídias sociais como Facebook, Orkut
e Google+; websites de informação como: Uol, Terra e MSN; buscadores como:
TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E POLOS TECNOLÓGICOS 17
Google, Bing; empresas de manufatura de eletrônicos como: Apple, Samsung e
diversas outras organizações que estão inclusas nesse ambiente tecnológico com o
propósito humano de estabelecer plataformas de comunicação e informação digital.
Na mesma linha a CETEV (2014), sustenta que organizações de base
tecnológicas são “Empresa de qualquer porte ou setor que tenham na inovação
tecnológica os fundamentos de sua estratégia competitiva.”
Logo, o estudo a seguir busca analisar quais são os fatores condicionantes
para o surgimento e fortalecimento de polos de desenvolvimento desse tipo de
empresa, que usam tecnologia como base para o propósito humano de
estabelecimento de comunicação e informação digital.
2.2
POLOS TECNOLOGICOS.
Como mostrado no item anterior, empresas de base tecnológica de
comunicação e informação digital são organizações que tem por objetivo atender a
um propósito humano de comunicação e informação e usam tecnologia como meio
para alcançar esse objetivo. Porém, como surgem tais empresas e como elas se
organizam?
É possível notar que em muitos casos elas surgem em polos tecnológicos
geolocalizados, como é o caso do Vale do Silício nos Estados Unidos, Parque
Tecnológico de Campinas no Brasil, Centro Tecnológico de Tel Aviv em Israel,
Bangladore na Índia e etc. Segundo a Associação Nacional das Entidades Promotoras
de Empreendimentos de Tecnologias Avançadas (ANPROTEC), existem mais de
1500 polos tecnológicos operando pelo mundo, estes podendo ser definido como uma:
[...] área de concentração industrial caracterizada pela presença dominante
de pequenas e médias empresas de segmento empresarial de áreas
correlatas e complementares, agrupadas por vocação natural em
determinado espaço geográfico, com vínculos operacionais com instituições
de ensino e pesquisa e agentes locais, num esforço organizado de
consolidação e marketing de novas tecnologias. (ANPROTEC/SEBRAE,
2002, p.81)
TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E POLOS TECNOLÓGICOS 18
Alguns autores conceituam polos tecnológicos como clusters de empresas do
setor de tecnologia e apontam uma grande relevância econômica como impacto em
renda, empregos e desenvolvimento. Para Carvalho e Chaves (2010):
Clusters são fundamentados na interação entre agentes como universidades,
centros de pesquisas, incubadoras de empresas, instituições financeiras,
governos e outros, os clusters podem surgir e se consolidar de tal maneira
que a interação entre esses agentes seja algo fundamental para gerar mão
de obra de qualidade, emprego, renda e desenvolvimento. (CARVALHO E
CHAVES,
Dessa forma, podemos dizer que os polos tecnológicos possuem uma
relevância econômica grande para países e sub-regiões, nesse ambiente ocorre o que
CROCCO (2003b, p 7) chama de “desenvolvimento de redes de cooperação”, que
levam a ganhos de eficiência coletiva para as industriais locais. Segundo dados da
ANPROTEC (2008), as experiências bem sucedidas de parques tecnológicos em
países desenvolvidos, as empresas instaladas geram em média US$ 2,50 de receita
anual para cada US$ 1,00 investido na implantação do Polo.
Para Carvalho e Chaves (2010), “algumas instituições devem estar presentes
em uma determinada região para o surgimento e a consolidação dos polos. São elas:
universidades, empresas, centros de pesquisa, incubadoras de empresas e apoio do
governo e lideranças locais”. Somente reunindo esses 6 pontos podemos então
caracterizar a região como um polo tecnológico.
Dessa forma, nos capítulos posteriores, onde será analisado o objeto de
estudo: Vale do Silício, se buscará identificar se estes 6 requisitos são cumpridos e
como eles interagem nos casos.
2.3
TIPOLOGIAS DE POLOS TECNOLOGICOS.
Quando pensamos na tipologia de polos tecnológicos, se mostra relevante a
reflexão trazida por Britto e Albuquerque (2002), que definem dois tipos essenciais de
clusters:
Duas distinções devem ser feitas no que diz respeito ao conceito de cluster.
Existem clusters verticais e horizontais. Os primeiros tratam da interação
existente entre uma indústria produtora de bens de consumo, como uma
TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E POLOS TECNOLÓGICOS 19
produtora de máquinas e equipamentos para aquela indústria, ambas
instaladas na mesma região, [...], Já os clusters horizontais são
caracterizados por um conjunto de indústrias em um mesmo município que
se complementam de alguma forma e compartilham algum recurso em
comum como mão de obra qualificada. (BRITTO; ALBUQUERQUE, 2002)
Dessa forma, considerando essa definição de tipologia, será feita uma análise
nos capítulos posteriores sobre qual é o tipo de cluster de cada um dos objetos
analisados.
Ainda em relação a forma e tipologia estruturada de um polo, em estudo
realizado pela ABDI e ANPROTEC (2008), onde foram estudados diversos parques
tecnológicos ao redor do mundo se chegou a três possíveis configurações que
caracterizam a sua geração de origem e denotam características singulares do polo
como mostrado na Tabela abaixo:
TABELA 1 - GERAÇÕES E CARACTERÍSTICAS DE DESENVOLVIMENTO
TECNOLÓGICO
DE UM
POLO
Parques de 1ª Geração – Parques Pioneiros - Criados de forma espontânea/natural, para
promover o apoio à criação de empresas de base tecnológica e a interação com
universidades fortes e dinâmicas. Neste tipo de parque é possível identificar claramente as
condições favoráveis à inovação e ao desenvolvimento empresarial tais como: vocação
regional, disponibilidade de recursos humanos e financeiros, infraestrutura de qualidade,
etc. De modo geral, tiveram apoio e/ou investimento estatal significativo e alcançaram alto
grau de relevância estratégica para o país e/ou região. As iniciativas dos parques pioneiros,
ou de 1ª geração, permitiram que nações/regiões pudessem assumir uma posição
competitiva privilegiada no desenvolvimento tecnológico mundial. Um caso clássico de
Parque Pioneiro é o Stanford Research Park, do qual se originou a região inovadora
conhecida como Silicon Valley, na Califórnia.
Parques de 2ª Geração – Parques Seguidores - Criados de forma planejada, formal e
estruturada, para “seguir” os passos de uma “tendência de sucesso” estabelecida a partir
dos Parques Pioneiros. Quase sempre, todos esses casos tiveram apoio e suporte
sistemático estatal (nacional, regional ou local) e visavam, essencialmente, promover o
processo de interação universidade-empresa e estimular um processo de “valorização”
(financeira ou institucional) de áreas físicas ligadas aos campi de universidades criando
espaços para implantação de empresas inovadoras no contexto de uma determinada região
com pretensão de se tornar um polo tecnológico e empresarial. Em geral, os resultados
desta “geração” de parques tecnológicos são modestos, restringindo-se a impactos locais
ou regionais. Este tipo de PqT constituiu um verdadeiro “boom” que se espalhou por
Parques Tecnológicos no Brasil.
Parques de 3ª Geração – Parques Estruturantes - Este tipo de Parque acumulou as
experiências dos parques de 1ª e 2ª geração e está fortemente associado ao processo de
desenvolvimento econômico e tecnológico de países emergentes. Criados como fruto de
TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E POLOS TECNOLÓGICOS 20
uma política regional ou nacional e orientados para promover um processo de
desenvolvimento socioeconômico extremamente impactante os Parques Estruturantes
contaram com apoio e investimento estatal forte e são extremamente orientados para o
mercado globalizado. Em geral, estão integrados a outras políticas e estratégias de
desenvolvimento urbano, regional e ambiental. Este tipo de parque é influenciado por
fatores contemporâneos, tais como: facilidade de acesso ao conhecimento, formação de
clusters de inovação, ganhos de escala motivados pela especialização, vantagens
competitivas motivadas pela diversificação e necessidade de velocidade de
desenvolvimento motivada pela globalização. Exemplos de Parques Estruturantes podem
ser facilmente identificados em países como Coréia, Taiwan, Cingapura, entre outros.
Fonte: ABDI e ANPROTEC (2008)
Assim, posteriormente também será retomada essa classificação quanto às
gerações para análise mais profunda dos objetos de estudo detalhados nos capítulos
2 e 3 para assim determinar melhor sua classificação.
Ainda segundo a classificação e tipologia de polos tecnológicos, em estudo
realizado pela ABDI e ANPROTEC (2008) são propostas quatro possíveis
classificações de um polo tecnológico levando-se em considerações duas variáveis
principais, a relevância na perspectiva empresarial e contribuição acadêmica e teórica
de instituições de ensino para o polo. Assim são propostas 4 classificações como
detalhado abaixo:
TABELA 2 - TIPOLOGIA DE POLOS TECNOLÓGICOS
Parque Tecnológico Consolidado: alto nível de “ciência e tecnologia” e base Empresarial de
relevância mundial/nacional.
Se define por ter um alto grau de cooperação entre universidades e empresas, estando ambas
instituições em estágios avançados de desenvolvimento.
Parque “Científico-tecnológico”: polos tecnológicos com destaque da base de ciência e
tecnologia em relação à base empresarial.
Se definem por ter um alto grau de desenvolvimento de instituições de ensino como universidades
que
produzem
conhecimento,
porém
com
um
desenvolvimento
empresarial
menor
comparativamente.
Parque “EMPRESARIAL-tecnológico”: polos com destaque da base Empresarial em relação
à base de ciência e tecnologia.
Se definem por ter um alto grau de desenvolvimento empresarial comparativamente com a produção
acadêmica de conhecimento de universidades locais.
TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E POLOS TECNOLÓGICOS 21
Parque Tecnológico “emergente” – polos que apresentam base de ciência e tecnologia e
empresarial de nível regional.
Se define por ter tanto empresas como instituições de ensino em estágio embrionário de pouca
produção.
Fonte: Desenvolvido pelo autor com base em ABDI e ANPROTEC (2008)
Parque
Científico
Tecnológico
Parque
Tecnológico
Consolidado
Parque
Tecnológico
Emergente
Parque
EmpresarialTecnológico
-
Contribuição Acadêmica
+
FIGURA 1 - TIPOLOGIAS DE POLOS TECNOLÓGICOS
-
Desenvolvimento Empresarial
+
Fonte: Desenvolvido pelo autor com base em ABDI e ANPROTEC (2008)
2.4
FATORES CONDICIONANTES DE POLOS TECNOLOGICOS.
Dessa forma, nesse momento em que se aprofunda o conceito de polos
tecnológicos se mostra necessária a compreensão sobre como eles surgem e quais
fatores condicionam o seu desenvolvimento.
Demattos (1990), afirma que para um polo tecnológico surgir, a interação
entre institutos de ensino/pesquisa e os empreendedores deve ser a mais intensa. As
universidades são consideradas o ponto de partida para a criação das empresas de
base tecnológica do polo. Para muitas empresas, o acesso ao conhecimento científico
TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E POLOS TECNOLÓGICOS 22
propiciado pelas universidades, na maioria das vezes, se torna um requisito de
sobrevivência.
Nessa mesma linha, Carvalho e Chaves (2010) afirmam que a relação entre
as universidades e empresas possibilitam de alguma forma o avanço tecnológico
capaz de propiciar o crescimento econômico de uma determinada região. Segundo as
autoras, as universidades, estruturadas de forma a serem capazes de executar
atividades de pesquisa visando produzir novos conhecimentos científicos se tornaram
fundamentais para o desenvolvimento tecnológico.
Ainda segundo as autoras:
O fato das instituições acadêmicas como universidades, escolas técnicas e
centros de pesquisa, estarem ligadas às empresas é algo considerado
indispensável para a consolidação de um polo tecnológico. Essa relação
traduz o que se tem em pesquisas em novos processos de produção ou de
distribuição. As empresas de um polo tecnológico que interagem com as
instituições de ensino ativam seu processo de inovação. A proximidade
geográfica é um fator importante para intensificar a relação
universidade-empresa. (CARVALHO E CHAVES, 2010)
Ou seja, um primeiro pilar que podemos assumir como sendo necessário para
o surgimento de polos tecnológicos é a presença de universidades ativas que
realizem uma interface constante com empreendedores da região possibilitando
uma troca intermitente de informações.
Outro fator que pode ser necessário para o desenvolvimento de polos
tecnológicos segundo Carvalho e Chaves (2010) se refere à presença de incubadoras
de empresas, para as autoras elas oferecem um espaço físico construído e/ou
adaptado para abrigar temporariamente as micro e pequenas empresas industriais ou
que são do ramo de prestação de serviços. Elas oferecem os serviços de natureza
técnica e administrativa com custos mais baixos aos empreendedores e atuam ainda
como intermediadoras entre as empresas e as instituições tanto públicas quanto
privadas de fomento”.
Segundo a CETEV (2014) uma incubadora de empresas pode ser definida
como:
Ambiente flexível e encorajador onde é oferecida uma série de facilidades
para o surgimento e crescimento de novos empreendimentos. Além da
assessoria na gestão técnica e empresarial da empresa, a incubadora
oferece a infraestrutura e serviços compartilhados necessários para o
desenvolvimento do novo negócio, como espaço físico, salas de reunião,
TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E POLOS TECNOLÓGICOS 23
telefone, fax, acesso à internet, suporte em informática, entre outros. Dessa
forma, as incubadoras de empresas geridas por órgãos governamentais,
universidades, associações empresariais e fundações são catalisadoras do
processo de desenvolvimento e consolidação de empreendimentos
inovadores no mercado competitivo. Com base na utilização do conhecimento
profissional e prático, os principais objetivos de uma incubadora de empresas
estão na produção de empresas de sucesso e na criação de uma cultura
empreendedora. (CETEV, 2014)
Ou seja, um segundo fator condicionante segunda estes autores pode ser a
Presença de incubadoras de projetos acessíveis ao pequeno e médio
empreendedor que ofereçam estruturas necessárias para o desenvolvimento de
projetos embrionários com custos baixos.
Dentre os fatores destacado por Lima (1997) como necessários para o
desenvolvimento de polos tecnológicos, ele ressalta também o “conjunto de serviços
adequados
disponíveis
como
sistemas
de
telecomunicações,
agências
governamentais dos vários níveis de governo, firmas comerciais, entre outros” que
podemos chamar de instituições de sistemas burocráticos.
Dessa forma outro fator que podemos considerar como condicionante pode
ser a presença de órgãos e facilitadores que auxiliem todo o processo de criação
de uma empresa, registro de patentes e demais sistemas burocráticos.
Por sua vez, Demattos (1990), fala que para o surgimento de polos
tecnológicos o governo tem um papel fundamental. Segundo o autor:
O surgimento e a consolidação de um polo tecnológico, muitas vezes não
dependem apenas dos agentes locais, representados pela iniciativa privada.
Mas, em muitos casos, é possível perceber a importâncias dos governos
estadual e local. Principalmente devido ao processo de descentralização
industrial, o governo municipal em muitas ocasiões tenta, com o incentivo da
criação de um polo tecnológico no município, melhorar as condições
socioeconômicas da cidade em questão. Ele estimula a formação de um polo
tecnológico por meio de subsídios fiscais e creditícios além de fornecer a
infraestrutura necessária para a instalação do polo, como doação de terrenos.
O governo estadual, por sua vez, vai além fornecendo o financiamento
necessário para o empreendimento. (DEMATTOS, 1990)
Assim, na visão do autor um outro fator que podemos classificar como
condicionante seria o apoio do Governo através de políticas de incentivo ao
empreendedor, seja através de financiamentos, subsídios fiscais e de crédito,
infraestrutura, doações de espaços físicos e outras ações.
Em estudo realizado pela ABDI e ANPROTEC (2008), ao analisar o cenário
internacional de polos tecnológicos, observa-se que fatores como vocação industrial,
TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E POLOS TECNOLÓGICOS 24
oportunidade de mercado e competência instalada, tiveram papel relevante na
implantação de muitos polos espalhados pelo mundo juntamente com outros fatores
já destacados anteriormente, como investimentos e políticas públicas, que de forma
somada foram determinantes para o surgimento dos polos.
Dessa forma, é interessante ressaltar que a chamada vocação industrial,
oportunidade de mercado e competência são fatores que devem ser pré-existentes
nas localidades, são essenciais para o surgimento de polos.
Este fator se refere a existência de indivíduos e empresas dotadas de
valores éticos direcionados ao pioneirismo e empreendedorismo de negócios
que estejam capacitados somando as competências necessárias para o
exercício de novas atividades em polos tecnológicos organizados. Ou seja,
podemos destaca-lo também um outro fator condicionante.
Ainda segundo ABDI e ANPROTEC (2008):
Parques Tecnológicos exigem investimentos importantes tanto na sua fase
de desenvolvimento como de aperfeiçoamento e inovação. Estes
investimentos devem viabilizar os sistemas críticos que asseguram o
cumprimento do propósito do empreendimento, envolvendo, basicamente:
projeto conceitual do parque, plano de negócios e plano estratégico. (ABDI;
ANPROTEC, 2008)
Ou seja, é possível afirmar que a existência de linhas de créditos
acessíveis que permitam o surgimento de empreendimentos no polos
tecnológicos é um outro fator essencial para o surgimento de polos tecnológicos e
configura-se como necessário.
Logo, resumindo-se em uma tabela todos os fatores condicionantes
destacados ao longo deste item, chega-se a seguinte tabela que será utilizada nos
capítulos posteriores:
TECNOLOGIA, INOVAÇÃO E POLOS TECNOLÓGICOS 25
TABELA 3 - RESUMO DE FATORES CONDICIONANTES PARA O SURGIMENTO DE POLOS
TECNOLÓGICOS.
Fatores Condicionantes para o Surgimento de Polos Tecnológicos
1. Presença de universidades ativas que realizem uma interface constante com
empreendedores da região possibilitando uma troca intermitente de informações
2. Presença de incubadoras de projetos acessíveis ao pequeno e médio empreendedor que
ofereçam estruturas necessárias para o desenvolvimento de projetos embrionários com
custos baixos.
3. Presença de órgãos e facilitadores que auxiliem todo o processo de criação de
uma empresa, registro de patentes e demais sistemas burocráticos
4. Apoio do Governo através de políticas de incentivo ao empreendedor, seja
através de financiamentos, subsídios fiscais e de crédito, infraestrutura, doações de
espaços físicos e outras ações.
5. Existência de indivíduos e empresas dotadas de valores éticos direcionados ao
pioneirismo e empreendedorismo de negócios que estejam capacitados somando
as competências necessárias para o exercício de novas atividades em polos
tecnológicos.
6. Existência de linhas de créditos acessíveis que permitam o surgimento de
empreendimentos no polos tecnológicos
Fonte: Desenvolvido pelo autor.
3
ESTUDO DE CASO: VALE DO SILÍCIO
ESTUDO DE CASO: VALE DO SILÍCIO 27
3
3.1
ESTUDO DE CASO: VALE DO SILÍCIO
FORMAÇÃO HISTÓRICA: VALE DO SILÍCIO
O Vale do Silício é uma região situada na Califórnia, Estados Unidos,
composta por quatro grandes municípios: Santa Clara, San Mateo, Alameda e Santa
Cruz. Cada um desses municípios engloba diferentes cidades que juntas integram a
região delimitada como sendo o principal polo tecnológico do mundo. A sua
nomenclatura, “vale do silício”, foi atribuída por um jornalista em 1971 que escreveu
sobre a região e se referiu dessa forma a localidade por sua grande produção de
semicondutores.
TABELA 4 - CIDADES VALE DO SILÍCIO
Município de Santa Clara: Campbell, Cupertino, Gilroy, Los Altos, Los Altos Hills,
Los Gatos, Milpitas, Monte Sereno, Morgan Hill, Mountain View, Palo Alto, San Jose,
Santa Clara, Saratoga, Sunnyvale.
Município de San Mateo: Atherton, Belmont, Brisbane, Burlingame, Colma, Daly City,
East Palo Alto, Foster City, Half Moon Bay, Hillsborough, Menlo Park, Millbrae,
Pacifica , Portola Valley, Redwood City, San Bruno, San Carlos, San Mateo, South
San Francisco, Woodside.
Municíoio de Alameda: Fremont, Newark, Union City.
Município de Santa Cruz: Scotts Valley.
Fonte: www.siliconvalleycf.org
ESTUDO DE CASO: VALE DO SILÍCIO 28
FIGURA 2 - MAPA VALE DO SILÍCIO
Fonte: www.siliconvalleycf.org
Quando se fala da sua formação histórica é possível encontrar uma vasta
literatura que trata sobre o tema. Para Kenney (2000), a formação da indústria de
eletrônicos, ao longo de toda região da baía de São Francisco, começou há mais de
100 anos, perto da virada para o século 20. Segundo o autor, o seu desenvolvimento
é decorrência de uma longa história de inovação e industrialização em toda área e
não foi apenas algo que aconteceu em 3 ou 4 décadas.
O autor ainda afirma que houveram diversas indústrias e empresas que
tiveram um papel relevante ao longo de mais de 100 anos na região e contribuíram
para o seu crescimento, é o caso da FTC, (Federal Telegraph Corporation), RCA,
(Radio Corporation America), Magnavox, Litton Industries, Hewlett Packard e outras
organizações que de forma conjunta foram pioneiras entre 1909 e 1955 no
desenvolvimento e aperfeiçoamento de tecnologias iniciais de rádio, telégrafo,
telefone, televisão, radares, gravadores de fitas e outras que transformaram a
indústria de eletrônicos e desenvolveram economicamente a localidade.
Ainda para Kenney (2000), a Segunda Guerra Mundial e a Guerra Fria foram
fatores determinantes para o crescimento da região pois intensificaram a
industrialização do segmento de tecnologia. Nesse período o Governo dos Estados
Unidos financiou fortemente pesquisa e desenvolvimento de inovações como rádios,
radares, semicondutores e computadores. O que contribuiu para o grande
crescimento de polos organizados no Vale do Silício, tendo fomentado o crescimento
de diversas empresas.
ESTUDO DE CASO: VALE DO SILÍCIO 29
Blank (2009) também fala da importância de ambos os períodos para o
desenvolvimento da região, o autor propõe que tiveram algumas tecnologias chaves
que foram desenvolvidas na região desde 1910 e que foram transformadoras tendo
impacto econômico no crescimento da região em ondas. Seriam: 1910 a 1930: Tubo
de vácuo; 1930 a 1945: equipamentos de teste e rádio; 1945 a 1960: comunicação via
micro-ondas e semicondutores; 1960 a 1975: circuitos integrados; 1975 a 1990:
computador pessoal; 1990 a 2010: internet. Para o autor o desenvolvimento dessas
tecnologias também está altamente ligado ao investimento governamental durante o
período da Segunda Guerra Mundial e Guerra Fria.
Para Kenney (2000), ao longo desses 100 anos o investimento governamental
a partir de órgãos militares, a presença de empresas intermediárias burocráticas,
(advogados, registro de patentes, tabeliões e etc.), presença de capital inicial de baixo
custo, força de trabalho bastante capacitada, e universidades produtoras de
conhecimento foram fatores que alavancaram o crescimento da região.
Como marcos dessa evolução da região do Vale do Silício ao longo de mais
de um século história, são apontados alguns grandes feitos que foram marcantes na
região e estão listados no Anexo 1 ao final do estudo. Observando-se os fatos mais
marcantes é possível notar que o desenvolvimento da região está fortemente ligado
ao crescimento das universidades de Stanford e Berkeley e também ao alto
investimento governamental das forças armadas americana nos períodos destacados
anteriormente.
Hoje o Vale do Silício, segundo dados da Silicon Valley Index (2014), possui
cerca de 2.92 Milhões de habitantes, tem mais de 1,4 Milhões de empregos e gera
uma receita per capita muito acima da média dos Estados Unidos e do próprio Estado
da Califórnia como pode ser visto na figura 3, fato que evidência o sucesso que a
evolução histórica que a região atingiu, se desprendendo da média do país que é hoje
a maior economia do mundo com um PIB de 15,68 trilhões de dólares:
ESTUDO DE CASO: VALE DO SILÍCIO 30
FIGURA 3 – RECEITA PER CAPITA VALE DO SILÍCIO
Fonte: <http://www.siliconvalleyindex.org/images/pdf/index2014.pdf>
No próximo item serão abordados resumidamente quais foram os fatores
condicionantes determinantes para o surgimento e desenvolvimento da região e como
eles interagiram nesse ambiente empreendedor para possibilitar sua formação.
3.2
FATORES CONDICIONANTES: VALE DO SILÍCIO
No item 2.3 foram levantados seis fatores que podem ser considerados
condicionantes para o surgimento de polos tecnológicos. Ao longo deste item se
buscará compreender se eles ocorreram no caso estudado do Vale do Silício com
exemplos de diversas literaturas estudadas, noticiários e artigos que tratam do tema.
O primeiro fator destacado no estudo foi:
1. Presença de universidades ativas que realizem uma interface constante com
empreendedores
da
região
possibilitando
uma
troca
intermitente
de
informações
Com certeza este é um fator que pode ser percebido na história do Vale do
Silício e que influenciou o seu desenvolvimento. A Universidade de Stanford foi
fundada em 1981 no Palo Alto e a Universidade de Berkeley em 1868 na cidade de
de mesmo nome, ambas tiveram um papel marcante na história da região e na sua
ESTUDO DE CASO: VALE DO SILÍCIO 31
evolução, formaram diversos talentos que criaram empresas locais, ao mesmo tempo
em que desenvolveram projetos em parceria com indústrias que puderam aproveitarse de pesquisas e produtos intelectuais produzidos pelas universidades.
Segundo Lee, Miller, Hancock e Rowen (2000):
Tanto a Universidade de Stanford como Berkeley foram verdadeiras fontes
de pessoas e ideais que levaram a criação de diversas firmas espalhadas
pelo Vale do Silício. Ambas universidades desde o seu surgimento
enfatizaram a troca de experiências entre as instituições privadas. Ao longo
da história elas participaram ativamente como consultoras e conselheiras de
organizações, chegando até mesmo a atuar em boards diretivos. Em troca as
empresas por sua vez ofereciam à universidade patrocínio a pesquisas. [...]
Tanto em Berkeley como em Stanford, ativas trocas de experiência e
conhecimentos ocorreram entre profissionais de industrias, faculdades e
estudantes em diversos seminários e conferências. (LEE, MILLER,
HANCOCK e ROWEN, 2000):
Na mesma linha, Kenney (2000) aponta que essas universidades são os
nutrientes principais do ecossistema do Vale do Silício por terem uma orientação
técnica que
capacita
jovens engenheiros e demais profissionais para o
empreendedorismo. Ainda segundo o autor, as universidades são catalisadoras de
redes informais de relacionamento para futuros empreendedores, por exemplo a Sun
Microsystems foi formada por dois estudantes da escola de administração de
Stanford, um da escola de engenharia e um doutorado da universidade de Berkeley
de ciência da computação, sendo que o acrônimo de “Sun”, significa Stanford
University Network, (rede de relacionamento de Stanford).
Blank (2009) também ressalta que as universidades situadas na proximidade
do Vale do Silício, (Stanford e Berkeley), durante o período da Guerra Fria e Segunda
Guerra Mundial receberam altos montantes em investimentos para pesquisas e
desenvolvimento de novas tecnologias e realizaram secretamente inúmeras reuniões
com instituições como Força Aérea Americana, Exército, CIA e NSA, com o objetivo
de prover aparatos tecnológicos para estas organizações e desenvolver novas
tecnologias. A partir destas reuniões com os órgãos governamentais diversas
pesquisas foram iniciadas e inovações foram criadas, desde radares, rádios, GPS e
outros dispositivos que impulsionaram o crescimento e registro de patentes na região
e posteriormente formaram propriedades intelectuais e um conjunto de conhecimentos
que pôde ser aproveitado por instituições privadas.
ESTUDO DE CASO: VALE DO SILÍCIO 32
Para Lee, Miller, Hancock e Rowen (2000) o papel da Universidade de
Stanford é bastante amplo, ela é produtora de pesquisas, estudos e patentes que são
essenciais para algumas startups, ou seja, ela consegue através de patrocínios
produzir conhecimento científicos que podem ser fundamentais para o crescimento de
empresas. Além disso, ela produz recursos humanos capacitados para atuar em
diversas organizações. Segundo os autores a universidade é responsável por gerar
um pool de recursos capacitados com novas turmas todos os anos e por fim, ela
também contribui para reciclagem constante de profissionais.
Ainda segundo os autores, a universidade de Stanford teve um papel
fundamental no surgimento de startups ao longo da história do vale, se chamarmos
de “Empresas de Stanford” aquelas organizações que tiveram a maioria do seu time
de fundadores provenientes da escola e que se utilizaram de tecnologias provenientes
de estudos realizados na instituição, poderemos notar números bastante
representativos como mostrado abaixo no qual cerca de 62,5% a 65% da receita da
região vem das 100 maiores “Empresas de Stanford”:
TABELA 5 - RECEITA EMPRESAS DE STANFORD NO VALE DO SILÍCIO
1988
1996
Receita Vale do Silício
US$40 bi
US$ 100 bi
Receita 100 maiores “Empresas de Stanford”
US$ 25 bi
US$ 65 bi
62,5%
65%
Representatividade da Contribuição de Stanford
Fonte: LEE, MILLER, HANCOCK E ROWEN (2000)
Dessa forma, pode-se dizer que as universidades tiveram um papel bastante
relevante ao longo do desenvolvimento do Vale do Silício e contribuíram ativamente
para o surgimento da região. Ou seja, ter uma interface constante entre universidade,
startups e demais empresas estabelecidas em uma região é extremamente relevante
para o crescimento de polos tecnológicos.
ESTUDO DE CASO: VALE DO SILÍCIO 33
2. Presença de incubadoras de projetos acessíveis ao pequeno e médio
empreendedor que ofereçam estruturas necessárias para o desenvolvimento de
projetos embrionários com custos baixos.
Na região do Vale do Silício existem dois formatos de incubadoras, as
instituições privadas que são organizações com fins lucrativos e que buscam
desenvolver projetos em parceria com novos empreendedores aprimorando suas
propostas de negócio e recebendo em troca participações sobre lucros e dividendos
futuros, e organizações sem fins lucrativos que muitas vezes são braços das
Universidades e atuam como laboratórios e institutos de pesquisas para
empreendedores, elas contribuem no desenvolvimento de projetos e novas
tecnologias e utilizam fortemente conhecimentos científicos ao incubar e fortalecer
novos negócios.
Quando observamos as incubadoras privadas da região podemos notar que
existem diversas empresas com esta proposta e em geral tem um alto nível de
profissionalismo, dentre as principais é possível destacar: Founders Institute, Hackers
& Founders, Y Combinator, Alchemist e outras, todas possuem um número alto de
empresas lançadas, a Founders Institute por exemplo anuncia em seu site mais de
1116 projetos lançados, com uma taxa de sobrevivência de 89%, valor de empresas
estimado acumulado de US$ 5 bilhões de dólares e mais de 10.000 empregos criados.
A Alchemist por sua vez promete levantar mais de US$ 500.000,00 dólares para
projetos que atingem o nível máximo da sua metodologia de incubação.
FIGURA 4 – INCUBADORA DE EMPRESAS FOUNDERS INSTITUTE
ESTUDO DE CASO: VALE DO SILÍCIO 34
Fonte: <http://fi.co/#> Acesso em 28 mai. 2014
Quando tratamos das incubadoras ligadas às universidades, podemos notar
que as principais faculdades da região possuem laboratórios de pesquisa que fazem
a interface com startups e demais organizações. São destaques a Stanford Research
Institute, Berkeley Center for Entrepreneurship & Technology e Berkeley Center for
New Media.
O Stanford Research Institute tem diversas área de atuação ligadas a
tecnologia como biotecnologia, computação, educação, economia, comunicação,
defesa militar e outras áreas, segundo a instituição eles tiveram na última década mais
de 4 bilhões de dólares em investimento em Pesquisa e Desenvolvimento, geraram
540 milhões de dólares em receita para empresas incubadas, criando 2500 empregos
e 2000 novas patentes, números bastante altos que mostram a contribuição da
instituição.
ESTUDO DE CASO: VALE DO SILÍCIO 35
FIGURA 5 – INCUBADORA DE EMPRESAS INSTITUTO DE PESQUISA DE STANFORD
Fonte: <http://www.sri.com/> Acesso em 28 mai. 2014
Segundo Kenney (2000), diversos negócios surgiram, ao longo da existência
do Vale do Silício, a partir dos institutos de pesquisas sem que necessariamente eles
se envolvessem no processo de comercialização. São exemplos provenientes do
instituto de pesquisa de Stanford o disco rígido, o mouse e a impressora de cartões
magnéticos, que tiveram sua tecnologia desenvolvida através da parceria públicoprivada e após o projeto de desenvolvimento e aprimoramento, no qual engenheiros
da indústria tiveram suas criações incubadas pelo instituto de pesquisa, passaram a
integrar o portfólio de indústrias privadas.
Dessa forma, podemos dizer que o mercado de incubadoras se mostra
bastante desenvolvido na região e apresenta números representativos que
comprovam a sua efetividade e contribuição para o crescimento da região.
3. Presença de órgãos e facilitadores que auxiliem todo o processo de criação
de uma empresa, registro de patentes e demais sistemas burocráticos
Como um polo tecnológico, a região do Vale do Silício propiciava, (e propicia
até hoje), um crescimento rápido de novas startups, porém para tanto se mostra
necessário a existência de firmas que podem ser consideradas processadoras e
ESTUDO DE CASO: VALE DO SILÍCIO 36
aceleradoras de processos burocráticos, que vão desde a criação de empresas até o
registro de patentes.
Segundo Lee, Miller, Hancock e Rowen (2000) empresas de advocacia da
região tiveram um papel fundamental no desenvolvimento de startups. O perfil dos
advogados da região é um pouco distinto de demais cidades do mundo, pois eles
atuam de maneira muito mais ampla em negócios que estão sendo iniciados naquele
momento e estão acostumados a trabalhar com indivíduos que muitas vezes estão
empreendendo pela primeira vez e tem um conhecimento e experiência empresarial
limitada. Dessa forma, os advogados da região tem também um papel não comum,
são como conselheiros que oferecem soluções e orientações gerais.
Os autores ainda afirmam que as firmas de advocacia da região possuem um
conhecimento amplo sobre temas que tangem diferentes assuntos que não
necessariamente estão ligados ao processo mecânico da profissão de advogado, eles
tem expertise em princípios de contabilidade, processos de obtenção de captação de
capital de risco, financiamentos, fusões e aquisições, investimentos e registro de
patentes. Este fato aliado à abertura inicial oferecida pelos empreendedores, gera
uma relação que coloca o advogado como um conselheiro, que tem contato próximo
aos presidentes e CEOs das empresas, mesmo aquelas que já se consolidaram e
cresceram de porte.
Outro ponto destacado pelos autores é que as empresas de advocacia do
Vale do Silício ao longo da história também possibilitaram o crescimento de uma rede
de contatos ampla, fazendo ligações entre diferentes empreendedores. Para uma
nova startup essas redes foram fundamentais, permitiram a conexão de jovens que
acabaram de iniciar sua empresa e tinham pouca credibilidade no mercado a se
conectar com redes de investidores. Ou seja, as empresas de advocacia muitas vezes
transferiam sua credibilidade para startups e auxiliaram no processo burocrático de
capitalização.
Além disso, Lee, Miller, Hancock e Rowen (2000) afirmam que muitas
empresas de advocacia da região contruiam com startup uma relação de ganhaganha, na qual a empresa de advocacia atuava como conselheira e agia como
intermediária e facilitadora no processo de obtenção de capital de risco na rede de
investidores que ela já possuía e em troca obtinha percentuais de participação na
startup em formato de ações.
ESTUDO DE CASO: VALE DO SILÍCIO 37
Todos estes pontos de forma conjunta caracterizam um perfil singular das
empresas de advocacia da região que atuam com grande dinamismo e possuem um
grande expertise em tecnologia e novos negócios. Ao todo essas empresas segundo
a Silicon Valley Index, registraram em 2012 mais de 15.057 patentes, efetivaram em
2013 mais de 20 IPOs para captação de investimentos em mercados de ações e
conduziram 710 fusões e aquisições, números altos que mostram a sua efetividade e
comprovam que estes facilitadores burocráticos foram essenciais na história da
região.
Além dos advogados, outra classe de profissional que se mostra importante
por acelerar processos burocráticos na região e possuem um papel fundamental são
os contadores. Segundo Lee, Miller, Hancock e Rowen (2000) esses profissionais
compreendem muito bem o perfil das empresas iniciantes e conseguem adequá-las a
suas necessidades específicas como startups, são geralmente organizações com
poucos ativos fixos, grande risco de capital inicial, praticamente zero lucro no começo
de operações e com uma moeda de trocas que são as suas ações. Ou seja, neste
ambiente complexo os contadores da região tem um papel fundamental para
existência e crescimento de novas empresas.
Assim os autores apontam que os contadores do Vale do Silício também
extravasam o seu papel que normalmente se restringe a processos básicos contábeis,
auditorias, e recomendações de taxamento. Eles atuam como inovadores intérpretes
das normas e práticas contáveis e guias para a estruturação de novos negócios e
obtenção de capital de risco.
4. Apoio do Governo através de políticas de incentivo ao empreendedor, seja
através de financiamentos, subsídios fiscais e de crédito, infraestrutura,
doações de espaços físicos e outras ações.
Ao longo do desenvolvimento do Vale do Silício houve apoio governamental
em diversas situações através de contratos de financiamento e crédito. Kenney (2000)
destaca a importância do incentivo oferecido pelas forças militares durante o período
de Guerra Fria, lembrando que muitas vezes o Governo Americano assumia riscos
altos em contratos que envolviam Pesquisa e Desenvolvimento para novas
ESTUDO DE CASO: VALE DO SILÍCIO 38
tecnologias através de startups com o objetivo de estar sempre à frente dos Russos
na corrida industrial. Segundo o autor:
Contratos militares permitiram o crescimento de empresas como Varian
Associates e Watkins-Johnson, ajudaram empresas como a Hewlett-Packard
a expandir os seus negócios, encorajaram empresas da costa Leste dos
Estados Unidos, como a General Electrics, Sylvania e Zenith por exemplo, a
implementarem laboratórios e fábricas na região de Santa Clara, assim como
o estabelecimento de outras empresas de regiões distantes que se mudaram
para a área buscando conexões e expertise. [...] Enquanto um contrato de
seis dígitos de capital de risco era considerado arriscado na Costa Leste dos
Estados Unidos, startups da região do Vale do Silício conseguiam
frequentemente atrair milhões de dólares em contratos militares americanos,
[...] contratos como estes significavam apoio para pesquisa e
desenvolvimento e garantia de compra da produção. Ou seja, um contrato
com segurança de vendas futuras. (KENNEY 2000)
Para o autor nas fases embrionárias da indústria de microeletrônicos e da rede
de computadores, a política do Governo serviu tanto como patrocinadores para o
desenvolvimento de pesquisas em Universidades e também como geradora de um
mercado comprador que usaria as invenções, ou seja a demanda estava também
garantida.
A figura 3 comprova o grande investimento em pesquisas e desenvolvimento
alocado como parte da política de incentivo do Governo americano no Vale do Silício
entre 1953 e 1972, período em que foram alocados mais de US$ 116 bilhões de
dólares:
FIGURA 3. Investimento Governamental: Departamento da Defesa EUA.
Fonte: < http://steveblank.com/secret-history/>
ESTUDO DE CASO: VALE DO SILÍCIO 39
Dessa forma, é possível dizer que houve grande apoio do Governo americano
ao Vale do Silício ao longo do desenvolvimento da região, fato que contribuiu para o
crescimento acelerado da região e concretização como o maior polo tecnológico do
mundo.
5. Existência de indivíduos e empresas dotadas de valores éticos direcionados
ao pioneirismo e empreendedorismo de negócios que estejam capacitados
somando as competências necessárias para o exercício de novas atividades em
polos tecnológicos.
Diversos autores falam da cultura do Vale do Silício fazendo referência a
capacidade e espírito empreendedor da região. Lee, Miller, Hancock e Rowen (2000)
afirmam que a filosofia de negócios no Vale do Silício promove abertura, aprendizado,
compartilhamento de informações, co-evolução de ideias, flexibilidade, mutuo
feedback e respostas rápidas à oportunidades e desafios. Colocando estes fatores
como fundamentais no espírito pioneiro de empresários locais e no ambiente
corporativo das startups.
Saxenian (1996) também se refere ao ambiente empreendedor do Vale do
Silício, segundo a autora a região pode ser definida como um “sistema industrial com
uma base consistente de relações que promovem o aprendizado coletivo entre
especialistas em diferentes tecnologias”.
Para Kenney (2000) o espírito pioneiro dos empresários da região aliado a
fortes valores éticos, são fatores intangíveis porém críticos no ecossistema que
permitiu o desenvolvimento do Vale do Silício. Para o autor, a cultura empreendedora
tem origem histórica e nasce com os primeiros moradores da região que atravessaram
as grandes montanhas rochosas para habitar novas terras e usufruir de espaços para
agricultura, passando por indivíduos que no período conhecido como “corrida do ouro”
se mudaram para a região em busca de acumulação de capital através do minério,
até chegar nos empreendedores de tecnologia que são movidos por trabalho duro,
inspiração e por serem especialistas dedicados ao conhecimento.
Ainda segundo o autor o perfil de empreendedor local preserva as
características culturais dos primeiros pioneiros que habitaram a região, eles estão
ESTUDO DE CASO: VALE DO SILÍCIO 40
propensos a aceitar enormes riscos, a inovar em áreas onde outros dizem ser
impossível, a trabalhar longos períodos e até mesmo a sofrer problemas pessoais na
tentativa de desenvolver um novo negócio, tecnologia ou produto com grande paixão,
foco e comprometimentos.
O espírito empreendedor do Vale do Silício é algo comum que pode ser
percebido em diferentes casos, é notório o fato de que muitos profissionais que
alcançam o sucesso continuam a investir em novos negócios de tecnologia e chegam
a financiar capital de risco a novas organizações. Um exemplo é o CEO da Amazon,
Jeff Bezos, que acumula um grandioso patrimônio, sendo dono do maior e-commerce
do mundo, mas mesmo assim diversifica seus investimento atuando como um
“investidor anjo” em negócios que não necessariamente estão ligados ao objetivo de
sua empresa. (Business Insider, 2013)
Lee, Miller, Hancock e Rowen (2000) também falam da singularidade dos
empreendedores da região do Vale do Silício, para os autores eles possuem um passo
mais acelerado e uma orientação para determinar o futuro com modelos de gestão
únicos de negócio comparativamente com outros empreendedores. Segundo os
autores eles estão mais dispostos a compartir conhecimento em relações ganhaganha o que gera uma grande rede de conhecimentos.
Ainda para os autores, o encorajamento do empreendedorismo está
enraizado em todo ecossistema do Vale do Silício, desde as empresas de
infraestrutura, empresas de capital de risco, financiadores, advogados e contadores,
até nas atitudes dos moradores locais, prefeituras, escolas e associações civis. Todos
aceitam facilmente a ideia de empreender e agem com naturalidade a situações de
risco de negócios e possíveis falhas.
Assim, de forma conjunta é possível ver que distintos autores ressaltam que
a região possui um espírito empreendedor único. Aliado a isso, vale levar-se em
consideração o que Weber (1920) propõem em relação a formação capitalistas e sua
relação com o protestantismo tendo-se em mente que os Estados Unidos como um
todo, (incluindo o Vale do Silício), tem grande influência histórica da religião.
Segundo o autor a reforma protestante foi essencial para o formação do
capitalismo moderno. A religião propõem que o trabalho engrandece o homem, o
dignifica diante a Deus, ou seja o protestante vive para trabalhar e acumula capital,
fato que não é condenado pela crença. Por outro lado, a igreja católica enxerga a
ESTUDO DE CASO: VALE DO SILÍCIO 41
acumulação de capital como pecado de usura, e prega que o homem trabalha para
viver. Ou seja, O protestante consegue gerar excedente, e o acumula, investindo-o e
gerando lucro, fato que está alinhado com os valores morais da religião. A finalidade
protestante é salvar-se, e se o trabalho é salvador, empregar outros auxilia na
salvação alheia. Logo, o protestante é dono dos meios de produção, detém os
funcionários e acumula cada dia mais excedentes, gerando mais capital. Esta questão
ética está disseminada nos Estados Unidos e com certeza influencia a formação
empreendedora da região suportando as características únicas destacadas
anteriormente por diversos autores.
6. Existência de linhas de créditos acessíveis que permitam o surgimento de
empreendimentos no polos tecnológicos
A existência de capital inicial, (ou capital de risco), é um fator chave para o
desenvolvimento de empresas em mercado incipientes. Na região do vale do Silício
existem diversas fontes de crédito que permitem a obtenção de investimentos para
tais organizações, uma startup pode buscar financiamento basicamente de três
distintas maneiras: 1) Empresas especializadas de capital de Risco (venture capital
firms); 2) Investidores Anjos (Angel Investors); 3) Financiamento bancário.
Segundo a Businessangels.org, um investidor anjo geralmente é um indivíduo
que está prioritariamente focado em financiar um empreendimento no seu estágio
inicial, está disposto a assumir riscos e pode fornecer montantes que chegam em
média a cerca de US$ 200.000,00 dólares quando efetivado individualmente e até
US$ 1.000.000,00 quando realizada em grupos. Não necessariamente entram no
negócio integrando o comitê gestor.
As empresas especializadas de capital de risco entram geralmente em
estágios um pouco mais avançados do empreendimento, tem uma participação no
board da organização fundeada e investem montantes superiores, em média US$
2.000.000,00 de dólares. Segundo Ritcher (2006):
Empresas de capital de risco não são bancos, mas sim uma mistura de
financiadores, gestores e engenheiros, que são especialistas em problemas
específicos de negócios atual. O capitalista de risco é, simultaneamente, um
acionista da empresa por eles criada, na verdade, com uma participação de
pelo menos 20%. Sentam-se no conselho de administração e,
ESTUDO DE CASO: VALE DO SILÍCIO 42
ocasionalmente, também podem presidi-la. Como acionista, eles estão
envolvidos em todas as decisões importantes do empreendimento. Pelo
menos no período inicial, [...] os capitalistas de risco do Vale do Silício são
fundadores experientes de empresas. (RITCHER, 2006)
E por fim a terceira alternativa são as instituições bancárias da região que
fornecem linhas de crédito exclusiva para o empreendedor local que deseja criar um
novo negócio.
Na região do Vale do Silício há uma oferta grande dessas três opções de
financiamento para uma startup. No caso de “investidores anjos” não foi possível
encontrar dados que indiquem o total de profissionais que trabalham com esse
escopo, porém frequentemente as publicações locais divulgam listas com os maiores
nomes da região e se observada divulgação da Business Insider (2013), pode-se notar
que existem alguns investidores que já financiaram mais de 500 startups, é o caso de
Dave McLure e Jon Lonsdale por exemplo, profissionais conhecidos na região, e
assim como eles existem diversos outros investidores que ajudam na capitalização
dessas empresas em estágios iniciais.
Quando falamos das empresas de capital de risco, desde o início de 2009 elas
financiaram mais de 3.308 negócios de tecnologia na região, fornecendo ao todo US$
31,5 bilhões de dólares. (CBINSIGHTS, 2013). Um montante bastante alto que mostra
a relevância dessa linha de crédito.
Para se chegar a este estágio de desenvolvimento das empresas de capital
de risco do Vale do Silício houve uma evolução que durou muitas décadas, para
Kenney (2000), essas empresas cresceram
devido a um processo continuo de
combinação, divisão e um incessante networking. Empresas bem sucedidas no
mercado de tecnologia geraram empreendedores de sucesso que se transformaram
em “investidores anjos” ou donos de empresas de financiamento de capital de risco,
essas empresas, criaram novos fundos e acumulação de capital que geraram um ciclo
vicioso.
É possível notar, como mostrado na figuras 4, que existe uma tendência
positiva de crescimento ao mesmo tempo em que há uma grande concentração de
investimento de capital de risco na região do Vale do Silício, que representa 46% do
total do país.
ESTUDO DE CASO: VALE DO SILÍCIO 43
FIGURA 4. Investimento de Empresas de Capital de Risco no Vale do Silício.
Investimento de Empresas de Capital de Risco no Vale do Silício
Fonte: < http://www.cbinsights.com/venture-capital-silicon-valley> Acesso em: 17 mai. 2014
FIGURA 5. Representatividade de Investimento de Capital de Risco dos Estados
Unidos
Fonte:
<http://www.siliconvalley.com/venture-capital-survey/ci_24526510/silicon-valley-continues-
outstrip-rest-country-tech-investing> Acesso em 17 mai. 2014
E por fim quando falamos dos bancos o Governo dos Estados Unidos mantém
uma política de juros bastante atrativa ao investidor, segundo dados da NASDAQ
ESTUDO DE CASO: VALE DO SILÍCIO 44
desde 2008 o indicador não passa de 0,25%, o que incentiva bastante investidores
locais da região a buscarem investimentos para empreender.
Dessa forma, pode-se dizer que a região do Vale do Silício possui uma larga
oferta de linhas de créditos, de acordo com dados divulgados pela Forbes (2012),
startups da região levantaram US$ 10,9 bilhões de dólares em investimentos de
capital de risco durante o ano de 2014. Um valor bastante alto que demonstra que as
empresas locais tem acesso e se utilizam desse benefício de uma maneira bastante
agressiva o que incentiva o desenvolvimento do Polo Tecnológico.
3.3
ORGANIZAÇÃO E TIPOLOGIA: VALE DO SILÍCIO
Ao longo desta seção serão retomadas as tipologias propostas no item 2.2.
para se poder classificar melhor as categorias em que o Vale do Silício pode ser
enquadrado.
Como mostrado por Brito e Albuquerque (2002) um polo tecnológico pode ser
classificado como sendo vertical ou horizontal, e olhando o caso do Vale do Silício
podemos defini-lo como sendo horizontal, por ser caracterizado por um conjunto de
indústrias distintas envoltas no ambiente de tecnologia mas com distintos escopos de
atuação. Sendo que muitas vezes elas se complementam de alguma forma e
compartilham recursos comuns como por exemplo mão de obra qualificada, (muitas
vezes
engenheiros,
administradores,
comunicadores
e
outros
profissionais
provenientes de Stanford).
Quando pensamos na metodologia proposta pela ABDI e ANPROTEC (2008)
na Tabela 1, podemos destacar o Vale do Silício como sendo um polo consolidado,
com um alto desenvolvimento acadêmico das Universidades da Região e com alto
poder de desenvolvimento empresarial.
Quando pensamos em sua classificação em termos de geração, seguindo o
modelo da tabela 2, podemos definir o Vale do Silício como um polo tecnológico de 1ª
geração, por ter surgido de forma espontânea/natural para promover o apoio à criação
de empresas de base tecnológica e a interação com universidades fortes e dinâmicas,
no caso Stanford e Berkeley. Neste polo é possível identificar claramente as condições
favoráveis à inovação e ao desenvolvimento empresarial tais como: vocação regional,
ESTUDO DE CASO: VALE DO SILÍCIO 45
disponibilidade de recursos humanos e financeiros, infraestrutura de qualidade, etc.
De modo geral, tiveram apoio e/ou investimento estatal significativo e alcançaram alto
grau de relevância estratégica para o país e/ou região.
E por fim quando classificamos o Vale do Silício seguindo o modelo da tabela
3 é possível dizer que a região é um Parque Tecnológico Consolidado com alto nível
de “ciência e tecnologia” e base Empresarial de relevância mundial/nacional, tem um
alto grau de cooperação entre universidades e empresas, estando ambas instituições
em estágios avançados de desenvolvimento.
4
POLOS TECNOLÓGICOS E O IMPACTO SOBRE O
SURGIMENTO DE EMPRESAS DE COMUNICAÇÃO E
INFORMAÇÃO DIGITAL
POLOS TECNOLÓGICOS E O IMPACTO PARA EMPRESAS DE 47
COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO DIGITAL
4
POLOS TECNOLÓGICOS E O IMPACTO SOBRE O SURGIMENTO DE
EMPRESAS DE COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO DIGITAL
Ao longo dos capítulos anteriores foram identificados quais são os fatores
condicionantes para o surgimento de polos tecnológicos e exemplificado através de
um estudo de caso sobre o Vale do Silício como eles podem influenciar o
desenvolvimento econômico de regiões. A partir dessa análise, durante este capítulo
se buscará uma maior compreensão sobre o momento atual do desenvolvimento
dessas novas tecnologias especificamente falando-se da onda da Internet, para poder
se inferir quais são as oportunidades para empresas de comunicação e informação
digital nesse mercado e como elas podem se aproveitar do momento atual para
fomentar um crescimento contínuo e sustentável.
4.1
EVOLUÇÃO DAS ONDAS DE INOVAÇÃO NOS POLOS TECNOLÓGICOS
Como mostrado anteriormente, ao longo de mais de 100 anos de
desenvolvimento, o Vale do Silício passou por diferentes ondas tecnológicas durantes
as quais segundo Blank (2009), inúmeras inovações foram desenvolvidas e
alavancaram consequentemente o crescimento econômico da região. O autor, divide
a evolução em basicamente 6 ondas como detalhado na figura abaixo.
FIGURA 6. ONDAS DE INOVAÇÃO VALE DO SILÍCIO
Fonte:
<http://steveblank.com/2009/04/20/the-secret-history-of-silicon-valley-part-v-happy-
100th-birthday-silicon-valley/>
POLOS TECNOLÓGICOS E O IMPACTO PARA EMPRESAS DE 48
COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO DIGITAL
A primeira onda se refere a tubos à vácuo, a segunda a equipamentos de
micro-ondas, seguidos por inovações para defesa armada, circuitos integrados, até se
chegar ao computador pessoal e mais recentemente à internet.
Para Blank essas inovações foram fundamentais pois não somente
impulsionaram o crescimento da indústria que produz estes produtos específicos,
como
também
determinaram
o
desenvolvimento
das
organizações
e
empreendimentos complementares que atuam em todo o ecossistema. Por exemplo,
ao longo dos anos de 1970 e 1990 houve a onda de inovações dos computadores
pessoais,
nesse
período
não
foi
somente
os
fabricantes
de
notebooks
especificamente que se desenvolveram, mas sim todo o ecossistema que tange o
setor, desde fabricantes de acessórios como mouses, até desenvolvedores de
softwares e produtores de chips e processadores. Ou seja, a indústria como um todo
cresceu conjuntamente tendo grande reflexo econômico.
Logo, como pode ser observado na divisão proposta pelo autor, estamos em
um período impactado diretamente pela última revolução da onda da internet e como
consequência vemos diversas empresas de informação e comunicação digital de base
tecnológica que surgiram em menos de 20 a 30 anos e que são hoje grandiosas
corporações de relevância mundial, é o caso do Google, Facebook, Twitter e diversas
outras empresas.
Se olharmos por exemplo o Ranking da Forbes (2014), que detalha as marcas
mais valiosas do mercado mundial, poderemos notar que dentre as Top 10 existem 6
que atuam no mercado de tecnologia, sendo que todas elas de alguma forma se não
tem o seu negócio central ligado a comunicação e informação digital, tem braços
atuantes neste segmento, sendo players expressivos que se desenvolveram muito
nas últimas décadas, é o caso da Apple, Microsoft, IBM e etc.
POLOS TECNOLÓGICOS E O IMPACTO PARA EMPRESAS DE 49
COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO DIGITAL
TABELA 6 - RANKING MARCAS MAIS VALIOSAS DO MUNDO
Ranking
1
2
3
4
5
6
7
8
9
10
Marca
Valor
Faturamento Marca (US$ bi)
Industria
Atuantes no segmento
de Informação e
Comunicação Digital
1 04.3
1 56.5
Tecnologia
X
Microsoft
56.7
7 7 .8
Tecnologia
X
Coca-Cola
54.9
23.5
Bebidas
IBM
50.7
1 04.5
Tecnologia
X
Google
47 .3
43.5
Tecnologia
X
McDonald's
39.4
88.3
Restaurantes
General Electric
34.2
1 32.1
Div ersos
Intel
30.9
53.3
Tecnologia
X
Samsung
29.5
1 81 .0
Tecnologia
X
Louis Vuitton
28.4
9.4
Lux o
Apple
Fonte: Adaptado de <http://www.forbes.com/powerful-brands/list/>
Logo, pode-se dizer que existe uma grande oportunidade para empresas
atuantes no segmento de comunicação e informação digital, que tem adiante a chance
de se aproveitar da onda tecnológica da “internet”, como definido por Blank, e da
massificação dos dispositivos móveis para ter um crescimento acelerado em um
relativo curto prazo como os exemplos acima.
Nesse mesmo âmbito, se olharmos o perfil de empresas como o Facebook,
que tem um valor de mercado de mais de US$ 100 bilhões de dólares e foi fundada
em 2004 (O Globo, 2014), Google com mais de US$ 394 bilhões de dólares e
fundação em 1998 (Exame, 2013) e Twitter com um valor superior a US$ 14 bilhões
de dólares e fundação em 2006 (Economia Uol, 2014), poderemos notar que as 3
empresas possuem alguns fatores comuns, todas tem menos de 16 anos de
existência, são organizações “novas” de grande valor e foram fundadas em um polo
tecnológico, no caso o Vale do Silício, tendo crescido de forma bastante acelerada
nas últimas décadas.
Ou seja, nestes casos mencionados acima é possível afirmar que o fato da
existência de um polo tecnológico desenvolvido e com um grande índice de
produtividade,
foi
fundamental
para
o
desenvolvimento
dessas
empresas
direcionadas a comunicação e informação digital e existe uma grande oportunidade
de replicação de modelos em mercados incipientes como o brasileiro por exemplo.
POLOS TECNOLÓGICOS E O IMPACTO PARA EMPRESAS DE 50
COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO DIGITAL
4.2
OPORTUNIDADES DE DESENVOLVIMENTO DE EMPRESAS DE BASE
TECNOLÓGICA PARA COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO DIGITAL.
Como mostrado anteriormente, estamos passando por um período onde a
onda de inovação da internet, juntamente com o crescimento da adoção de
dispositivos móveis conectados, gera uma grande oportunidade de crescimento de
novas empresas de comunicação e informação digital.
Em polos tecnológicos desenvolvidos, como o caso do Vale do Silício, isso
fica bastante claro pois o número de startups continua crescendo e principalmente
nesse segmento de comunicação e informação digital ele tem se intensificado.
Quando olhamos por exemplo o número de empregos gerados na região, segundo
Mercury News (2013), somente em 2012 foram criados 92.000 novos empregos, dos
quais 46% foram alavancados pela indústria de comunicação e informação digital.
Além disso, outro indicador que mostra que o segmento de comunicação e
informação digital tem transformado o perfil do polo tecnológico e contribuído para o
seu crescimento é o aumento do número de patentes na região, podemos notar que
os grupos chamados de “comunicação” e “computação”, (este último que inclui
informação digital), tem aumentado bastante e nos últimos anos alavancado a
indústria local.
FIGURA 7. Registro de Patentes por Segmento de Indústria
Fonte: Silicon Valley Index
POLOS TECNOLÓGICOS E O IMPACTO PARA EMPRESAS DE 51
COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO DIGITAL
Logo, se conclui que há a existência de uma relação de reciprocidade, na qual
para um polo tecnológico o segmento de comunicação e informação digital se mostra
essencial para o seu contínuo desenvolvimento econômico, sendo a maior
oportunidade atual pelas tendências de crescimento, ao mesmo tempo em que para
o próprio segmento, a fecundação de suas empresas em um polo tecnológico pode
ser bastante benéfica pois ele propicia um desenvolvimento mais acelerado com
grande disponibilidade de capital inicial para empresas, recursos humanos
capacitados e diversos outros fatores previamente retratados que propiciam
segurança e estabilidade ao empreendedor digital.
4.3
OPORTUNIDADES PARA SURGIMENTO DE NOVOS POLOS PARA
DESENVOLVIMENTO DE EMPRESAS DE BASE TECNOLÓGICA PARA
COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO DIGITAL NO BRASIL E OUTRAS REGIÕES.
No atual estágio deste estudo uma pergunta se mostra inevitável. Seria
possível recriar o modelo de sucesso do Vale do Silício no Brasil ou em outras regiões
aplicando-se os seis fatores condicionantes apontados nos itens anteriores de
maneira conjunta?
Antes de se oferecer uma resposta opinativa sobre este assunto, vale-se
lembrar que de maneira alguma o propósito deste projeto é fornecer um guia de como
recriar tais modelos e obter uma resposta definitiva a esta questão, mas sim
exemplificar através do estudo de caso do Vale do Silício quais foram os fatores que
condicionaram o seu crescimento e desenvolvimento. Desta forma, a seguir se
apresentam sugestões e hipóteses de respostas de caráter opinativo do autor
baseados no conhecimento adquirido ao longo do estudo.
Voltando-se a pergunta feita ao início deste item, se nos indagarmos se houve
na história casos que tentaram replicar o modelo americano do Vale do Silício, iremos
notar que existiram várias tentativas, os exemplos mais típicos seriam os polos de 2ª
geração, (seguidores), e 3ª geração, (estruturantes), que como destacado no item
POLOS TECNOLÓGICOS E O IMPACTO PARA EMPRESAS DE 52
COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO DIGITAL
2.2., mais especificadamente na Tabela 2, foram novas tentativas de replicação de
modelos e que acabaram tendo características e resultados singulares.
Casos como Japão e Coréia do Sul, são exemplos típicos de polos que se
estruturaram rapidamente nos anos 90 e de certa forma foram bastante bem
sucedidos, hoje em dia são altamente reconhecidos por suas grandiosas indústrias de
produção de manufatura de dispositivos de tecnologia portáteis, desenvolvimento de
software, tecnologia de imagem, produção de hardware e sistemas fotográficos.
Outras regiões como Tel Aviv em Israel, Bangalore na Índia, Skolkovo na
Rússia, também já demonstram desenvolvimento e podem ser reconhecidos como
polos tecnológicos em estágio de crescimento. E neste mesmo grupo, é possível
enquadrar alguns casos nacionais como Campinas e São José dos Campos, no
Estado de São Paulo, e Porto Digital no Recife.
Todas estas regiões podem ser classificadas como polos tecnológicos, e
provavelmente tem inspiração no caso americano, porém possuem constituições e
fundamentações próprias que inferem características singulares e produtos muito
distintos. Cada um deles ocupa uma posição e tem diferente relevância no cenário
mundial. A figura 8 evidencia essas diferenças, apontando as regiões responsáveis
por mais lançarem startups no mundo.
FIGURA 8. Número de Startups Lançadas Mundialmente
Fonte: Seedtable
POLOS TECNOLÓGICOS E O IMPACTO PARA EMPRESAS DE 53
COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO DIGITAL
Essas diferenças evidenciadas na figura 8 podem ser definidas pela
decorrência dos resultados e balanceamento da equação e composição dos seis
fatores condicionantes apresentados ao longo dos itens anteriores. Ou seja, a
modulação dos polos tecnológicos e seu estágio de desenvolvimento depende do grau
de evolução e da implementação de maneira efetiva ou não dos 6 fatores.
A Figura 9 deixa isso mais claro quando aponta a disponibilidade de recursos
de capital nas distintas regiões, este que é apenas um dos fatores condicionantes
levantados anteriormente devido a sua variação em cada localidade, impacta
diretamente o resultado final dos polos tecnológicos, que é o desenvolvimento
econômico e o seu produto final: as startups por eles criadas.
FIGURA 9. Disponibilidade de Capital em Polos Tecnológicos pelo Mundo
Fonte: Seedtable
Dessa forma, se fizermos uma reflexão sobre o caso brasileiro e pegando-se
o exemplo de Campinas, São José dos Campos e Porto Digital, é possível dizer que
há uma grande distância comparativamente com outras regiões mais evoluídas e que
alguns dos 6 fatores de certa forma acabam sendo pouco implementados.
Nos casos nacionais não há uma grande e acelerada troca de informações
entre empresas e universidades, os modelos são amplamente separados o que
prejudica o desenvolvimento dos polos locais.
POLOS TECNOLÓGICOS E O IMPACTO PARA EMPRESAS DE 54
COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO DIGITAL
Quando tratamos da disponibilidade de capital e investidores anjo, no Brasil a
taxa de juros é uma das mais altas do mundo e a figura de investidores privados e
anjos, é bastante rara para o pequeno e novo empreendedor.
Ao se falar de incubadoras, no Brasil existem poucas entidades com este
propósito, e de maneira bastante distinta dos Estados Unidos, em geral são
organizações sem fins lucrativos, ligadas ao governo e instituições públicas e agem
mais como consultorias e sem a motivação de busca por sucesso que uma entidade
privada pode ter por conseguir alcançar lucros e compensações financeiras futuras.
Em relação às políticas públicas de incentivo, em geral nas regiões do Brasil
citadas acima, são oferecidas isenções de impostos e benefícios para obtenção de
financiamentos de maneira mais fácil a novos empreendedores, o que é equivalente
a ações tomadas em localidades mais desenvolvidas.
Porém, quando falamos da existência de órgãos facilitadores e aceleradores
burocráticos, no caso brasileiro sabe-se que a realidade não é tão simples, se trata de
um país no qual o tempo para criação de uma nova empresa é bastante grande e
demorado, processos de registro de patentes são longos e a imagem de alguns
agentes facilitadores, como advogados, é bastante ruim e não associada a um
relacionamento parceiro como no caos do Vale do Silício, fato que dificulta o
desenvolvimento dos polos.
E por fim, quando falamos de recursos humanos capacitados e dotados de
valores voltados ao pioneirismo e empreendedorismo, o Brasil tem um nível
educacional bastante inferior comparativamente com outras regiões, o que dificulta o
desenvolvimento e sucesso de atividades empreendedoras, e além disso
culturalmente a influência luso-indígena característica do Brasil, descrita por Ribeiro
(1996), é bastante oposta à cultura norte-americana destacada por Weber e detalhada
ao longo do capítulo 3, existindo uma menor pré-disposição cultural ao risco e a
capitalização como forma de investimento.
Dessa maneira, é possível dizer que para o Brasil conseguir evoluir os seus
polos tecnológicos, desenvolvendo um ambiente propício para o crescimento de
novas empresas de comunicação e informação digital, se mostra necessário enfocar
nesses 5 pontos mais fracos detalhados ao longo deste item. E paralelamente, como
característica singular do provo brasileiro, de acordo com Ribeiro (1996), a criatividade
e vontade de expressar o seu valor como cidadão do mundo, podem ser diferenciais
POLOS TECNOLÓGICOS E O IMPACTO PARA EMPRESAS DE 55
COMUNICAÇÃO E INFORMAÇÃO DIGITAL
que irão inferir características únicas ao polo tecnológico nacional, oferecendo um
grande potencial único.
5
CONCLUSÕES
CONCLUSÃO 57
5
CONCLUSÕES
Através do estudo desenvolvido foi possível se chegar a 6 fatores que são
condicionantes para o surgimento e desenvolvimento de polos tecnológicos e que
propiciam o crescimento de diversas indústrias como por exemplo as de comunicação
e informação digital, seriam eles:
Resumo de Fatores Condicionantes para o Surgimento de Polos Tecnológicos
1. Presença de universidades ativas que realizem uma interface constante com
empreendedores da região possibilitando uma troca intermitente de informações
2. Presença de incubadoras de projetos acessíveis ao pequeno e médio empreendedor que
ofereçam estruturas necessárias para o desenvolvimento de projetos embrionários com
custos baixos.
3. Presença de órgãos e facilitadores que auxiliem todo o processo de criação de uma
empresa, registro de patentes e demais sistemas burocráticos
4. Apoio do Governo através de políticas de incentivo ao empreendedor, seja através de
financiamentos, subsídios fiscais e de crédito, infraestrutura, doações de espaços físicos e
outras ações.
5. Existência de indivíduos e empresas dotadas de valores éticos direcionados ao
pioneirismo e empreendedorismo de negócios que estejam capacitados somando as
competências necessárias para o exercício de novas atividades em polos tecnológicos.
6. Existência de linhas de créditos acessíveis que permitam o surgimento de
empreendimentos no polo tecnológico.
Os seis fatores foram evidenciados no estudo de caso do Vale do Silício e
puderam ser exemplificados com situações e casos estudados em diferentes
bibliografias que tratam sobre o tema. Retomando-se cada um deles de forma breve
e resumida, pode-se notar que na região:
i) As Universidades de Stanford e Berkeley tem papel fundamental de interação
com empreendedores da região, cumprindo o dever de fonte de
conhecimento, centro de pesquisa e geração de novos talentos.
ii) Existem incubadoras altamente profissionalizadas que exercem um papel
essencial no desenvolvimento de startups do polo tecnológico, elas formam
CONCLUSÃO 58
redes estruturadas com metologias próprias e permitem o crescimento de
negócios.
iii) Há uma grande presença de órgãos que atuam como facilitadores
burocráticos, que conseguem auxiliar no desenvolvimento de novos
empreendimentos, desde advogados à contadores, existe uma grande
preparação voltada ao empreendedorismo.
iv) Existem diversas políticas Governamentais de incentivo que permitem o
surgimento de inúmeros empreendimentos no Vale do Silício, um maior
destaque pode ser dado ao período da 2ª Guerra Mundial e Guerra Fria, no
qual o Governo contribuiu fortemente para o desenvolvimento da região
através de investimentos fundeados pelo Departamento de Defesa;
v) Os valores éticos protestantes e puritanos dos estadonidenses e da região do
Vale do silício são bastante voltados ao empreendedorismo e contribuem
fortemente para o sucesso do polo tecnológico com um sistema capitalista
que priveligia o ganho do empresário,
vi) Quando se fala em linhas de crédito é possível notar que o Governo oferece
um
grande
suporte
com
políticas
econômicas
que
favorecem
os
empreendedores locais, se utilziando de taxas baixas de juros.
Dessa forma, ficou evidente ao longo do estudo que os 6 fatores de forma
conjunta possibilitam o desenvolvimento de negócios no polo tecnológico e são
condicionantes para o seu sucesso.
Quando falamos das empresas de comunicação e informação digital nesse
contexto, foi possível notar que passamos por ondas de inovação benéficas para este
segmento de atuação e há grande oportunidade para novas regiões que queiram se
desenvolver e fomentar tais indústrias, para isso elas poderiam oferecer os seis
fatores destacados acima, fomentando assim através de medidas publicas o
desenvolvimento de empreendimentos locais.
E por fim, quando analisado o caso brasileiro, foi mostrado de forma opinativa
pelo autor que o país tem grande espaço para melhoria e grande potencial para criar
polos altamente desenvolvidos e com características singulares oriundas do povo
brasileiro, porém que dos seis fatores condicionantes para o sucesso, existem 5 que
no momento não são correspondidos de maneira satisfatória, seriam: 1. Presença de
CONCLUSÃO 59
universidades que realizem interface com empreendedores da região; 2. Presença de
incubadoras
de
projetos
que
ofereçam
estruturas
necessárias
para
o
empreendedorismo; 3. Presença de órgãos e facilitadores que acelerem o processo
de criação de uma empresa; 4. Existência de indivíduos dotados de valores
direcionados ao pioneirismo e empreendedorismo altamente capacitados; 6.
Existência de linhas de créditos à baixo custo em grande escala. Dessa forma, se
endereçados tais pontos as chances de sucesso tendem a ser maiores.
REFERÊNCIAS
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KENNEY, Martin. Understanding Silicon Valley: The Anatomy of an Entreprenerial
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WEBER, Max. A Ética Protestante e o Espírito do Capitalismo. Editora Pioneira.
1920. São Paulo.
ANEXO 62
ANEXOS
TABELA 1.6. Principais Marcos na Evolução do Vale do Silício
1891 : Leland e Jane Stanford fundam a Universidade de Stanford em Palo Alto
1906 : Lee DeForest inventa o tubo de vácuo
1909 : O presidente da Universidade de Stanford David Starr Jordan investe US $ 500 em tubo audion de Lee DeForest , o
primeiro grande investimento de capital de risco na região
1909 : Charles Herrold em San Jose inicia a primeira estação de rádio nos EUA;
1909 : Cyril Elwell funda o Federal Telegraph Corporation ( FTC) , em Palo Alto para criar o primeiro sistema de rádio
comunicação global do mundo;
1911 : Tabulating Machine Company de Hollerith é adquirida por uma nova empresa que vai mudar o nome de International
Bussiness Machines , ou IBM em 1924;
1917 : Edwin Pridham e Peter Jensen encontrou a empresa de eletrônicos Magnavox em Napa
1925 : Frederick Terman se junta a Universidade de Stanford para ensinar eletrônica engenharia elétrica e incentiva seus
alunos a iniciar negócios na Califórnia
1927 : Philo Farnsworth inventa televisão totalmente eletrônico , enquanto em San Francisco
1929 : O físico Robert Oppenheimer se junta a UC Berkeley
1933 : A Marinha abre uma base no NAS Sunnyvale (mais tarde renomeada Moffett Field)
1937 : Alan Turing descreve uma máquina capaz de realizar o raciocínio lógico , a " máquina de Turing "
1937 : equipes professora da Universidade de Stanford William Hansen com irmãos Sigurd e Russell Varian para desenvolver
o tubo klystron , usado no início dos radares
1938 : John Atanasoff no Iowa State College concebe o computador digital eletrônico
1939 : Os alunos de Fred Terman William Hewlett e David Packard abrir uma empresa para produzir seu áudio - oscilador : HP
1939 : O governo dos EUA estabelece o laboratório aeronáutico de Ames (mais tarde renomeada Ames Research Center ) em
Moffett Field
1941 : Professor da Universidade de Stanford Fred Terman é colocado no comando do top-secret Harvard Laboratório de
Pesquisa Rádio
1943 : Tommy Flores e os outros a construir o Colossus , o primeiro computador eletrônico digital programável do mundo
1944 : Howard Aiken da IBM revela o primeiro computador programado por fita de papel perfurado, o Harvard Mark I
ANEXO 63
1945 : Vannevar Bush propõe o " Memex " máquina à base de mesa
1945 : John Von Neumann projeta um computador que contém suas próprias instruções , a "arquitetura de programa
armazenado "
1945 : IBM estabelece a (mais tarde Centro de Pesquisa Watson) Laboratório de Computação Científica Watson da
Universidade de Columbia , em Nova York
1946 : O Instituto de Pesquisa de Stanford é fundada
1946 : Fred Terman retorna à Universidade de Stanford como o decano da escola de engenharia e funda o Laboratório de
Pesquisa Eletrônica ( ERL ) , principalmente fundada pelo militar EUA
1947 : engenheiros da AT & T de laboratório da Bell Telephone John Bardeen , William Shockley e Walter Brattain demonstrar
o princípio de amplificar uma corrente elétrica através de um semicondutor sólido
1947 : Norbert Wiener funda Cibernética
1947 : Ampex introduz um gravador de fita magnética
1948 : Os irmãos Varian encontrado Varian Associates
1951 : The Stanford Industrial Park é concebida
1951 : O primeiro computador comercial é construída, o Univac
1952 : IBM abre o seu primeiro laboratório Costa Oeste em San Jose ( mais tarde Almaden Research Center )
1953 : Varian é o primeiro inquilino da Stanford Industrial Park
1953 : Eletrônica fabricante Sylvania abre seu laboratório de Defesa eletrônico ( EDL ) em Mountain View
1956 : San Jose laboratórios da IBM inventou a unidade de disco rígido
1956 : o professor de Berkeley Harry Huskey projeta primeiro computador digital da Bendix , o G-15
1954 : George Devol projeta o primeiro robô industrial, Unimate
1955 : O Instituto de Pesquisa de Stanford demonstra o computador ERMA
1955 : os investidores privados ou "anjos" (incluindo John Bryan, Bill Reid Edwards e Dennis ) estabelecer " O Grupo " para
investir juntos em empresas promissoras
1955 : Universidade de Stanford mescla o Laboratório Eletrônica Aplicada e do Laboratório de Pesquisa Eletrônica para o
Laboratório de Engenharia de Sistemas , sob a direção de Fred Terman e concentrando-se em guerra eletrônica
1956 : William Shockley funda a Shockley Transistor Corporation, em Mountain View para produzir transistores à base de
semicondutores para substituir os tubos de vácuo , e contrata Robert Noyce , Gordon Moore e outros
1956 : Charles Ginsburg de Ampex Corporação constrói o primeiro gravador de fita de vídeo prático
1956 : empresa Lockheed Aircraft abre um laboratório de pesquisa eletrônica no Stanford Industrial Park e uma fábrica em
Sunnyvale
1957 : Vários engenheiros (incluindo Robert Noyce e Gordon Moore ) sair dos laboratórios Shockley Transistor e formar
Fairchild Semiconductor , em Mountain View, utilizando financiamento do Fairchild Camera and Instrument
1957 : Dean Watkins de ERL de Stanford funda Watkins -Johnson, uma das primeiras de capital de risco financiado empresas
no Vale de Santa Clara
1958 : Draper, Gaither e Anderson é fundada , a primeira empresa de capital de risco profissional na Califórnia
1958 : NASA abre um centro de pesquisa perto de Mountain View
1959 : Jean Hoerni a Fairchild Semiconductor inventa o processo planar que permite grande precisão em componentes de
silício , e Robert Noyce na Fairchild Semiconductor projeta um circuito integrado planar
1957 : Irmãos Rockefeller investem na Fairchild Semiconductor , a primeira startup financiada de risco da área da baía
1959 : Ron Davis funda o San Francisco Mime Troupe
1959 : Emilio Segre e Owen Chamberlain dos Laboratórios Lawrence Berkeley são agraciados com o Prêmio Nobel pela
descoberta do antipróton
1959 : Frank Chambers funda a empresa de capital de risco Continental Capital
1959 : GTE Sylvania compra
1959 : Vários estudantes de Stanford se voluntariam para participar do projeto CIA " MKULTRA " para estudar os efeitos das
drogas psicoativas
1960 : Donald Glaser dos Laboratórios Lawrence Berkeley é agraciado com o Prêmio Nobel
1960 : Wayne Thiebaud em U.C. Pioneiros Davis "arte pop"
ANEXO 64
1960 : John McCarthy especula que " computação pode um dia ser organizado como uma utilidade pública "
1961 : Joe Orlicky de JI Caso pioneiros Material Requirements Planning ou MRP )
1961 : Laurence Spitters funda Memorex
1961 : formas Max Palevsky Scientific Data Systems
1961 : Charles Bachman na General Electric desenvolve o primeiro sistema de gerenciamento de banco de dados, IDS
1961 : Philco lança o primeiro monitor montado na cabeça
1961 : IBM detém mais de 81% do mercado de computadores
1961 : Robert Hofstadter , da Universidade de Stanford é agraciado com o Prêmio Nobel de Física
1961 : Melvin Calvin dos Laboratórios Lawrence Berkeley é agraciado com o Prêmio Nobel
1961 : Tommy Davis funda uma das empresas de capital de risco do Vale de Santa Clara pela primeira vez com Arthur Rock,
Davis & Rock
1962 : O Centro de fita da música San Francisco para a música de vanguarda é estabelecida por compositores Morton
Subotnick e Ramon Sender
1962 : Paul Baran propõe uma rede distribuída , como a forma de comunicação menos vulnerável a um ataque nuclear )
1962, a Universidade de Stanford funda o Stanford Linear Accelerator Center ( SLAC )
1962 : Bill Draper e Franklin Johnson formam a empresa de capital de risco Draper e Johnson Investment Company
1962 : Michael Murphy funda o " Instituto Esalen " em Big Sur para promover a cura espiritual
1963 : Douglas Engelbart no Stanford Research Institute, constrói o primeiro protótipo do "mouse"
1963 : John McCarthy se move para Stanford
1963 : Syntex , um pioneiro da biotecnologia , move-se a partir de Cidade do México para o Stanford Industrial Park
1964 : Syntex introduz a pílula anticoncepcional
1964 : Mario Savio funda o "Movimento Free Speech " e leva manifestações de estudantes no campus de Berkeley
1966 : John McCarthy abre o Laboratório de Inteligência Artificial de Stanford ( SAIL )
1966 : Hewlett -Packard entra no negócio de computadores de uso geral com o HP -2115
1968 : Doug Engelbart , do Instituto de Pesquisa de Stanford demonstra o NLS ("Sistema on-line" ) , o primeiro sistema a
utilizar o mouse
1968 : Luis Alvarez dos Laboratórios Lawrence Berkeley é agraciado com o Prêmio Nobel
1969 : Gary Starkweather da Xerox inventa a impressora a laser
1969 : Xerox compra Data Systems Científicas ( SDS)
1969 : O Instituto de Pesquisa de Stanford (SRI) demonstra Shakey o Robot
1969 : Começa a construção em 3000 Sand Hill Road, em Menlo Park, que logo se tornou a sede da comunidade de capital de
risco
1969 : A rede de computadores Arpanet é inaugurada com quatro nós , três dos quais estão na Califórnia (UCLA , Stanford
Research Institute e UC Santa Barbara )
1970 : Intel lança o primeiro chip de 1K DRAM sucesso comercial
1970 : 1970 Lee Boysel em quatro sistemas de fase projeta o AL1 , um microprocessadores comerciais ( uma CPU de 8 bits)
1970 : Xerox abre o Centro de Pesquisa de Palo Alto ou PARC
1970 : Alan Kay se junta a Xerox PARC para trabalhar em programação orientada a objetos
1970 : de Stanford Ed Feigenbaum lança o Projeto de Programação Heurística para a pesquisa em Inteligência Artificial
1971 Nolan Bushnell e Ted Dabney criar o primeiro jogo de arcade , " Computer Space "
1971 : Ted Hoff e Federico Faggin na Intel construir o primeiro micro- processador universal , um conjunto de circuitos
integrados programáveis , ou seja, um computador em um chip
1971 : Intel lança o primeiro microprocessador disponível comercialmente , a 4004
1972 : Pelo menos 60 empresas de semicondutores foram fundadas no Vale do Silício entre 1961 e 1972 , principalmente por
ex- engenheiros e gerentes de Fairchild
1972 : Magnavox introduz o primeiro console de videogame , o " Odyssey "
1972 : Nolan Bushnell inventa o primeiro videogame, " Pong " , uma evolução da Odyssey de Magnavox , e funda Atari
1972 : empresa Venture -capitalista Kleiner Perkins - , fundada pelo austríaco nascido Eugene Kleiner de Fairchild
ANEXO 65
Semiconductor e ex-executivo da Hewlett -Packard Tom Perkins, abre escritórios em Menlo Park, na Sand Hill Road , seguido
por Don Valentine de Fairchild Semiconductor que funda Capital Management Serviços, mais tarde renomeado Sequoia Capital
1972 : moedas Eletrônica escritor Don Hoeffler o termo "Silicon Valley"
1972 : O Sistema de Posicionamento Global ( GPS) é inventado pelos EUA militar, usando uma constelação de 24 satélites
para fins de navegação e posicionamento
1972 : Ray Tomlinson, da Bolt, Beranek e Newman inventa e-mail para o envio de mensagens entre usuários de computador, e
inventa um sistema para identificar o nome do usuário eo nome do computador separado por uma "@"
1972 : engenheiros da IBM em Mannheim , na Alemanha, encontrou Systemanalyse und Programmentwicklung ou SAP )
1972 : Bruce Buchanan lidera o desenvolvimento do sistema especialista " Mycin " na Universidade de Stanford
1972 : fabricante europeu computador Olivetti abre um centro de pesquisa em Cupertino (o " Centro de Tecnologia Avançada "
1973 : Lynn Hershman cria a primeira instalação site-specific " O Dante Hotel "
1973 : Stanley Cohen , da Universidade de Stanford e Herbert Boyer da UC San Francisco criar o primeiro organismo de DNA
recombinante , praticamente inventando " biotecnologia
1973 : Intel introduz uma CPU chamada 8088
1973 : William Pereira constrói o Transamerica Pyramid , em San Francisco
1973 : Martin Cooper da Motorola inventa o primeiro portátil, sem fio ou telefone "celular" )
1973 : Vinton Cerf de moedas da Universidade de Stanford , o termo "Internet"
1973 : Bob Metcalfe moedas do Xerox PARC , o termo " Ethernet " para uma rede de área local
1973 : Gary Kildall em Monterey inventa o primeiro sistema operacional para um microprocessador , o CP / M
1974 : Ed Roberts inventa o primeiro computador pessoal , o Altair 8800
1974 : O código de barras , inventado por George Laurer na IBM , estréia
1974 : Donald Chamberlin em laboratórios da IBM em San Jose inventa SQL
1974 : PARC da Xerox revela o " Alto " , a primeira estação de trabalho com um "mouse"
1974 : Paul Flory , da Universidade de Stanford é agraciado com o Prêmio Nobel de Química
1974 : Reid e Dennis Burton McMurtry encontrou a companhia de investimentos institucionais Venture Associates
1974 : Philips adquire Magnavox
1974 : Tommy Davis lança o Fundo Mayfield
1974 : Sam Hurst inventa a interface touch screen
1974 : Vint Cerf de Stanford e outros publicam o Transmission Control Protocol ( TCP)
1974 : O coletivo de arte Ant Farm cria a instalação "Cadillac Farm"
1967 : John Chowning na Universidade de Stanford inventa síntese de modulação de frequência que permite que um
instrumento eletrônico para simular o som de instrumentos de orquestra
1975 : John Chowning e Leland Smith na Universidade de Stanford descobriram um laboratório de música de computador ,
Centro de Pesquisa em Computação e Música Acústica ( CCRMA ) mais tarde renomeado
1975 : Bill Gates e Paul Allen desenvolver uma versão do BASIC para o computador pessoal Altair e encontrou Microsoft
1975 : Steve Wozniak e outros criam a " Homebrew Computer Club"
1976: Steve Wozniak e Steve Jobs criam Apple Computer e construir o primeiro microcomputador na garagem de Jobs em
Cupertino.
1976: pesquisadores da Universidade de Stanford ( Martin Hellman , Ralph Merkle e Whitfield Diffie ) descrevem o conceito de
criptografia de chave pública
1976: Burton Richter , da Universidade de Stanford é agraciado com o Prêmio Nobel de Física
1976 : O bioquímico Herbert Boyer e capitalista de risco Robert Swanson encontrado Genentech , a primeira empresa de
biotecnologia principal
1977 : Steve Jobs e Steve Wozniak desenvolver o Apple II usando o processador de 6502
1977 : Bill Joy em U.C. Navios de Berkeley a primeira versão de BSD Unix
1974 : Laboratórios de San Jose da IBM revela o Sistema de sistema de banco de dados relacional R
1977 : 27 mil pessoas estão empregadas na indústria de semicondutores do Vale do Silício
1977 : UC Berkeley desenvolve o " Berkeley Software Distribution " (BSD) , mais conhecido como " Berkeley Unix" , uma
variante do sistema operacional Unix
ANEXO 66
1977 : Larry Ellison funda dos Laboratórios de Desenvolvimento de Software , mais tarde renomeado Oracle Corporation
1977 : Atari introduz um console , a 2600, com base no Processador de 6502
1977 : instrumento musical baseado em microprocessador do mundo, o primeiro sintetizador Dave Smith constrói o " Profeta 5"
, primeiro polifônico e programável
1977 : Dennis Hayes da National Data Corporation inventa o modem PC, um dispositivo que converte entre sinais analógicos e
digitais
1978 : As estréias bandeira do arco-íris no San Francisco Gay and Lesbian Freedom Day Parade
(1978 : Mark Pauline funda os Laboratórios de sobrevivência
1978 : a Apple lança um projeto para desenvolver um computador pessoal com uma interface gráfica do usuário
1978 : Atari anuncia o Atari 800 , projetado por Jay Miner
1979 : Dan Bricklin desenvolve VisiCalc , o primeiro programa de planilha eletrônica para computadores pessoais
1979 : Larry Michels funda a primeira empresa de consultoria Unix , Santa Cruz Operation (SCO)
1979 : University of California , em Berkeley, lança o "Procurar Emissões de Rádio Extraterrestre de Perto Desenvolvido
Populações inteligentes" projeto ou " Serendip "
1979 : Kevin MacKenzie inventa símbolos como :-) , ou " emoticons" , para imitar os sinais de comunicação face-a -face
1980 : A Arpanet tem 430.000 usuários, que trocam cerca de 100 milhões de mensagens de e-mail de um ano
1980 : Apple passa a ser pública para um recorde de 1.300 milhões dólares
1980 : Onyx lança o primeiro microcomputador com o sistema operacional Unix
1981: O Sistema de Informação Xerox 8010 Star é o primeiro computador comercial que usa um mouse
1981: A IBM PC é lançado, executando um sistema operacional desenvolvido pela Microsoft de Bill Gates
1981: Andreas Bechtolsheim na Universidade de Stanford constrói uma estação de trabalho com Unix e software de rede
1982 : John Warnock e Charles Geschke do Xerox PARC desenvolver PostScript e encontrou Adobe para comercializá-la
1982 : estudantes de Stanford Andy Bechtolsheim , Vinod Khosla e Scott McNealy ( um ex-funcionário Onyx ) e ex-aluno
Berkeley Bill Joy fundam SUN Microsystems , em homenagem ao " Rede Universitária de Stanford " , para a fabricação de
estações de trabalho
1982 : empregado Trip Hawkins , da Apple funda a Electronic Arts para criar jogos em casa computador
1982 : John Walker funda Autodesk para vender software de desenho assistido por computador
1982 : Gary Hendrix funda Symantec
1983 : A Lotus Development Corporation, fundada por Mitchell Kapor , apresenta o programa de planilha " Lotus 1-2-3 " para o
MS -DOS desenvolvido por Jonathan Sachs
1983 : Apple apresenta o " Lisa " , o primeiro computador pessoal com uma interface gráfica do usuário
1983 : Nintendo lança o Family Computer , renomeado Nintendo Entertainment System nos EUA
1984: A Cisco é fundada por Leonard Bosack e Sandra Lerner
1984 : Michael Dell, um estudante da Universidade do Texas em Austin , funda PCs Limited, mais tarde renomeado Dell, para
vender computadores compatíveis com PC personalizados por apenas por correspondência
1984 : Psion apresenta o primeiro assistente pessoal digital , o primeiro computador de mão
1984 : Robert Gaskins e Dennis Austin desenvolver "Apresentação " , um aplicativo para criar apresentações de slides (mais
tarde rebatizada de " PowerPoint "
1984: A Hewlett -Packard apresenta a primeira impressora a jato de tinta
1984 : Apple lança o Macintosh , que revoluciona a editoração eletrônica
1985 : Microsoft lança o Windows 1.0 para MS- DOS
1985 : Commodore lança o Amiga 1000, um computador doméstico de 16 bits com gráfica avançada e áudio (multimédia )
projetado pelo ex-funcionário da Atari Jay Miner e executando um sistema operacional multitarefa e interface gráfica projetada
por Carl Sassenrath )
1985: Richard Stallman funda a organização sem fins lucrativos " Free Software Foundation " (FSF)
1985: Hewlett Packard apresenta o LaserJet , uma impressora para o mercado doméstico
1985: Jobs e Wozniak deixam a Apple
1985: Aldus PageMaker introduz para o Macintosh, o primeiro sistema de editoração eletrônica
1985: A crise na indústria de semicondutores é provocada por práticas de dumping de produtos japoneses mais baratos
ANEXO 67
1985 : Richard Stallman lança um sistema operacional livre, " GNU"
1985 : Microsoft envia sistema operacional "Windows"
1985 : Jim Kimsey funda Quantum Computer Services (mais tarde renomeada America Online ) para fornecer serviços online
dedicados para computadores pessoais
1985: Jaron Lanier funda VPL Research, a primeira empresa a vender produtos de Realidade Virtual
1986 : co- fundador da Apple, Steve Jobs compra Lucasfilms ' Pixar, que torna-se um estúdio de cinema independente dirigida
por Ed Catmull
1987 : Linus Technologies apresenta o primeiro computador com caneta , WriteTop
1987 : Bill Atkinson na Apple cria o sistema hipermídia HyperCard
1989 : Adobe lança Photoshop
1990: Entre 1970 e 1990 a população de San Jose tem quase duplicou, passando de 445.779 para 782.248
1990 : Tim Berners- Lee , do CERN inventa o "HTML" HyperText Markup Language e demonstra a World-Wide Web )
1991 : As estréias World-Wide Web na Internet
1991 : A Microsoft tem um faturamento de $ 1843432000 e 8.226 empregados)
1991 : Apple lança QuickTime
1992: Macromedia é fundada em San Francisco
1992: Intel é a maior empresa de semicondutores do mundo
1993 : Steve Putz no PARC da Xerox cria o serviço de mapeamento web Visualizador de Mapa
1993: Adobe Systems apresenta Acrobat eo formato de arquivo PDF ( ou Portable Document Format)
1993 : Marc Andreessen desenvolve o primeiro navegador para a World Wide Web ( Mosaic)
1994 : Há 315 empresas de capital aberto no Vale do Silício
1995 : Netscape , a empresa fundada por Marc Andreesen , vem a público antes mesmo de ganhar dinheiro e começa a mania
" dot.com " e do boom da Nasdaq
1995 : Microsoft apresenta Internet Explorer e começa a guerra dos navegadores
1995 : Amazon.com é lançado na web como "a maior livraria do mundo " , exceto que ele não é uma livraria , é um site
1995 : A At Home Network ( @ Home) é fundada por William Randolph Hearst III
1996 : Dell começará a vender seus computadores através do seu site )
1996 : Steve Jobs da Apple se junta a Apple novamente
1996 Macromedia introduz o Flash
1998 : Netscape Navigator faz o seu navegador disponível gratuitamente em janeiro de 1998.
1998 : Netscape lança o projeto open-source "Mozilla " de aplicações de Internet
1998 : Dois estudantes de Stanford , Larry Page e nascido na Rússia Sergey Brin , o lançamento do motor de busca Google
1998 : Yahoo , Amazon, Ebay e dezenas de startups relacionados com a Internet virão milionários durante a noite
1999: Entre 1998-1999 os investimentos de capital de risco em empresas do Vale do Silício aumenta mais de 90% a partir de
3.200 milhões dólares para 6,1 bilhões dólar
1999: O Google tem 8 funcionários
1999: Blogger.com permite que as pessoas criem seus próprios "blogs" , ou diários pessoais
1999: Marc Benioff funda Saleforce.com para mover aplicativos de negócios para a Internet, pioneiro da computação em
nuvem
1999: Philip Rosedale funda Linden Lab para desenvolver hardware de realidade virtual
1999 : A indústria fonográfica processa de Shawn Fanning Napster , um site que permite às pessoas trocar de música)
1999 : Microsoft vale 450 mil milhões de dólares, a empresa mais valiosa do mundo, mesmo que seja muitas vezes menor do
que a General Motors , e Bill Gates é o homem mais rico do mundo por US $ 85 bilhões)
1999: Em Casa adquire Excite , a ainda maior fusão relacionados com a Internet
1999 : Um consórcio europeu introduz o padrão sem fio Bluetooth inventado pela Ericsson )
2000: 10 bilhões de e-mails por dia são trocadas através da Internet
(2000 : Dell tem a maior participação nas vendas de computadores pessoais em todo o mundo )
Outubro de 2001: a Apple lança o iPod
2001 : Listen.com lança Rhapsody, um serviço que fornece streaming de acesso sob demanda a uma biblioteca de música
ANEXO 68
digital
2001: Jimmy Wales funda Wikipedia , uma enciclopédia multilíngüe que é editado colaborativamente pela comunidade da
Internet
2001: Hewlett -Packard adquire Compaq
2002: Ebay adquire Paypal Paypal e co-fundador , Elon Musk funda SpaceX para desenvolver transporte espacial
2002: Bram Cohen revela o protocolo de compartilhamento de arquivos BitTorrent peer-to -peer
2003: Matt Mullenweg lança uma plataforma para as pessoas a criar o seu próprio website ou blog, Wordpress
2003: Linden Lab lança "Second Life" , um mundo virtual acessível através da Internet
2004: Mozilla lança o navegador Firefox, criado por Dave Hyatt e Blake Ross
2004: Oracle compra PeopleSoft
2004: Google lança um projeto para digitalizar todos os livros já impressos
2005: Adobe adquire Macromedia
2005: A população de San Jose de 912.332 passou San Francisco e San Jose é hoje a maior cidade décima nos EUA
2005: Yahoo , Google, America OnLine (AOL) e MSN (Rede da Microsoft) são os quatro grandes portais de Internet com uma
audiência combinada de mais de um bilhão de pessoas em todo o mundo
2005: o Vale do Silício é responsável por 14% do capital de risco do mundo
2005: 52,4% das empresas de alta tecnologia do Vale do Silício lançados entre 1995 e 2005 foram fundadas por pelo menos
um imigrante
2005: Ebay adquire Skype
Novembro 2005 : Ex- funcionários do PayPal Chad Hurley, Steve Chen e Jawed Karim lançamento do YouTube
2006: Jack Dorsey cria o serviço de rede social Twitter
2006: A área da baía é o maior centro de alta tecnologia nos EUA com 386 mil empregos de alta tecnologia
2006: YouTube é comprado pelo Google para 1.650 milhões dólares
2006: Walt Disney adquire Pixar
2006: Scott Hassan funda Willow Garage para robôs fabricante para uso doméstico
2007 : 48% das receitas da Apple vêm de vendas do iPod
2007 : Apple lança o iPhone
2008: Microsoft Windows possui quase 90% do mercado de sistemas operacionais para computadores pessoais, enquanto o
Google detém quase 70 % do mercado de busca na Internet
2008: Hewlett -Packard puchases Electronic Data Systems em uma mudança para serviços
2008: 20% dos smartphones no mundo usam um sistema operacional feito no Vale do Silício (Symbian 47% , Blackberry 20% ,
o Windows 12%)
2008: Há 261 empresas de capital aberto no Vale do Silício
2009: Oracle compra a SUN
2009: o valor de mercado do Google é mais do que 140,000 milhões dólares
2009: o Facebook tem 150 milhões de usuários em janeiro e cresce cerca de um milhão de usuários por dia , o produto mais
rápido de sempre para chegar que muitos usuários em cinco anos
2009: A Microsoft é a maior empresa de software do mundo, com receita de US $ 50 bilhões, seguida pela IBM com
22000000000 dólares , a Oracle , com US $ 17,5 bilhões, SAP , com US $ 11,6 bilhões, Nintendo , com US $ 7,2 bilhões, HP
com 6,2 bilhões dólares , a Symantec , com US $ 5,6 bilhões Activision a Blizzard , com US $ 4,6 bilhões, da Electronic Arts ,
com US $ 4,2 bilhões, Computer Associates , com US $ 3,9 bilhões, e Adobe , com US $ 3,3 bilhões.
2010: Google vale $ 180000000000
Março de 2010: a Apple vale 205.000 milhões dólares , o terceiro nos EUA depois de Exxon e Microsoft
Abril 2010 : HP compra a Palm, a fabricante de smartphones
Abril 2010 : o IE da Microsoft tem 59,9% do mercado de navegadores , seguido pelo Firefox com 24,5% eo Google Chrome
com 6,7%
Abril 2010 : Apple apresenta o iPad computador tablet que vende um milhão de unidades em menos de um mês
Março 2012 : Pinterest se torna a terceira maior rede social nos EUA , superando LinkedIn e Tagged
Maio 2012 : Facebook passa a ser pública , o maior IPO de alta tecnologia na história
ANEXO 69
2013: 92% dos smartphones no mundo usam um sistema operacional feito no Vale do Silício (Android 75% , 17% do iOS ,
Windows 3 % , 3%, Blackberry , Symbian menos de 1% )
2013 : Microsoft compra empresa de telefonia móvel da Nokia
Fonte: < http://www.scaruffi.com/politics/silicon.html> Acesso em 08 de Mai. 2014

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