manual de revestimento de fachada

Transcrição

manual de revestimento de fachada
MANUAL DE REVESTIMENTO
DE
FACHADA
Salvador/2006
Índice
1
Introdução.........................................................................................2
2
Comunidade da Construção ...........................................................2
3
Metodologia de Trabalho.................................................................3
4
Detalhamento da Fachada...............................................................4
4.1
4.2
4.3
4.4
5
Escolha dos Materiais ...................................................................13
5.1
5.2
5.3
5.4
6
Projeto de Arquitetura .................................................................................. 6
Projeto de Estrutura ..................................................................................... 9
Projeto de Compatibilização para paginação de Alvenaria ........................ 11
Detalhamento do Revestimento Externo – Projeto de produto .................. 11
Sistemas de Produção ............................................................................... 14
Dosagem das Argamassas de Revestimento ............................................ 18
Painel teste ................................................................................................ 19
Selante ....................................................................................................... 26
Planejamento da Produção ...........................................................27
6.1
6.2
Escolha e Contratação dos Recursos ........................................................ 28
Seleção e Treinamento da Equipe ............................................................. 31
6.2.1
6.3
6.4
Treinamento da mão-de-obra.............................................................. 33
Logística do Sistema .................................................................................. 36
Plano de ação ............................................................................................ 56
7
Execução ........................................................................................60
8
Controles ........................................................................................70
8.1
8.2
8.3
8.4
8.5
8.6
8.7
8.8
9
Dosagem da argamassa ............................................................................ 70
Resistência de argamassa ......................................................................... 71
Resistência de aderência à tração ............................................................. 71
Consumo de argamassa ............................................................................ 71
Rastreabilidade da argamassa................................................................... 73
Locais com som cavo................................................................................. 73
Controle do planejamento .......................................................................... 74
Obtenção dos índices de produtividade ..................................................... 75
Considerações Finais ....................................................................75
1
1 INTRODUÇÃO
Este Manual apresenta etapas e ferramentas necessárias para a implantação de
uma atividade extremamente importante na construção de edifícios – o Projeto de
Revestimento de Fachadas, que por si só engloba os projetos propriamente ditos, a
escolha dos materiais e equipamentos, o plano de trabalho, a execução e o controle
do processo.
O know how aqui descrito resulta da vivência de profissionais experientes e do
acompanhamento minucioso de uma obra verdadeira, o edifício Residencial
Granville, da construtora Concreta, de Salvador, Bahia, escolhido como estudo de
caso dentro do Programa de Melhorias de Desempenho – Sistema Revestimento,
realizado pela Comunidade da Construção de Salvador em seu 2º Ciclo, entre 2004
e 2006.
A transformação dessa experiência em manual de procedimentos era uma das
metas da Comunidade nessa etapa, uma vez que é seu objetivo permanente a
difusão de boas práticas dos sistemas construtivos à base de cimento. Portanto, as
orientações processuais descritas neste trabalho podem ser aplicadas em qualquer
edificação de múltiplos andares que venham a utilizar revestimento de argamassa
na fachada externa.
2 COMUNIDADE DA CONSTRUÇÃO
Em cada cidade onde está instalada, a Comunidade da Construção é formada por
representantes de construtoras, projetistas, professores, fornecedores e outros
profissionais integrantes da cadeia produtiva, grupo liderado pela Associação
Brasileira de Cimento Portland (ABCP) em parceria com o Sindicato da Indústria da
Construção Civil (Sinduscon).
Assim organizada, a Comunidade coloca em prática seus programas visando a
melhoria de desempenho dos sistemas construtivos à base de cimento.
Em Salvador, a união desses agentes (e de um projetista de revestimento) se deu
no acompanhamento do Residencial Granville e na busca de transformar esse
trabalho em uma experiência multiplicável.
2
3 METODOLOGIA DE TRABALHO
Para executar um revestimento externo adequado são necessárias as seguintes
etapas:
ƒ
Detalhamento da fachada (desenhos), que envolve análise dos projetos de
arquitetura, estrutura, instalações, vedações e paginação de alvenaria (caso a
empresa venha a contratar este projeto).
ƒ
Escolha dos materiais a serem utilizados para execução desta atividade.
ƒ
Planejamento para execução do revestimento externo.
o Treinamento da mão-de-obra que irá realizar tal atividade.
o Logística para recebimento e aplicação dos materiais.
ƒ
Execução do revestimento externo.
ƒ
Acompanhamento dos indicadores.
ƒ
Controle tecnológico das argamassas aplicadas.
Atribuições de responsabilidade
Dentro da cadeia produtiva para execução de um revestimento externo de boa
qualidade estão desde o projetista até a mão-de-obra que irá executá-lo, portanto
são discriminadas na Tabela 1 as atribuições de cada um deles, com base em
CEOTTO et al. (2005).
3
TABELA 1 - Atribuições dos envolvidos na execução de revestimento externo.
Solicitar todas as informações técnicas necessárias (administração da obra e aos fornecedores
de insumos).
PROJETISTA
Fazer o projeto dentro das diretrizes fixadas pela construtora e pelos demais projetistas.
Definir claramente os intervalos aceitáveis para os parâmetros especificados no projeto.
Fornecer ao projetista todas as informações técnicas relevantes sobre os procedimentos e
controles utilizados pela construtora, assim como todos os projetos necessários (arquitetura,
estrutura, vedações etc.).
Definir o sistema de produção: produção no canteiro ou argamassa industrializada, fornecimento
CONSTRUTORA
em silos ou em sacos, central de produção ou argamassadeira nos andares.
Fazer uma análise crítica do projeto, apontando necessidade de modificações ou adequações em
função do sistema de produção.
Retroalimentar o projetista com as informações fornecidas pela mão-de-obra referente à
trabalhabilidade.
Fornecer as informações técnicas sobre o desempenho e características tecnológicas de seus
FORNECEDORES DE
produtos.
INSUMOS
Fornecer treinamento à mão-de-obra para aplicação dos produtos.
MÃO-DE-OBRA
Fornecer ao engenheiro informações que contribuam com a construtibilidade e produtividade da
obra por intermédio da equipe técnica da obra.
4 DETALHAMENTO DA FACHADA
A elaboração do projeto de revestimento é fundamental para obtenção de um
desempenho satisfatório ao longo do tempo, refletindo no aumento da qualidade e
produtividade, redução das falhas, desperdícios e custos. Tem como finalidade a
determinação dos materiais, geometria, juntas, reforços, acabamentos,
procedimento de execução e controle.
Porém, para que este objetivo seja realmente alcançado, é necessário que o projeto
de revestimento externo apresente um conjunto de informações relativas às
características do revestimento e da sua forma de produção.
Para que o projeto de revestimento seja completo e se adapte às especificidades da
obra e dos materiais disponíveis no local, ele deve contemplar as etapas indicadas
na Figura 1, conforme CEOTTO et al. (2005):
4
Projeto Inicial
Apresentação do partido do projeto e das especificações
básicas de desempenho dos materiais
Finalizado antes do início da alvenaria
Verificação de Parâmetros
Execução de painéis para definição dos produtos e sistemas a serem utilizados
(60 a 90 dias para conclusão)
Iniciada após o início da alvenaria
Verificação de Desvios Geométricos da Estrutura
Definição da mão-de-obra
Definição dos Equipamentos
Executada após a conclusão da estrutura
Projeto Final
Concluído antes do início dos trabalhos de revestimento externo
Figura 1 – Etapas de Elaboração de Projeto de Revestimento.
O desenvolvimento do projeto de revestimento deve ser iniciado logo após a entrega
dos projetos preliminares de arquitetura, estrutura, instalações e vedação. Nesta
etapa, o projetista de revestimento tem condições de interagir com os demais
projetistas, reduzindo as incompatibilidades entre os projetos.
Ao contratar a elaboração de um projeto de revestimento externo, deve-se atentar
para os seguintes pontos:
O projetista deve ter:
ƒ
Experiência em elaboração de projeto de revestimento externo
ƒ
Disponibilidade de tempo para se reunir com os diversos projetistas
5
ƒ
Possibilidade de visita à obra
O projeto deve:
ƒ
Estar em conformidade com as normas vigentes
ƒ
Apresentar a descrição das especificações técnicas
ƒ
Estar devidamente detalhado
Nesta etapa, procura-se organizar as relações entre projeto e execução. “O
subsistema revestimento deve estar inserido no contexto amplo da edificação e
principalmente estar relacionado aos outros subsistemas que o envolvem –
estrutura, vedações, instalações e arquitetura”, segundo Manual de Revestimento de
Argamassa da Comunidade da Construção (2002).
Uma vez que a concepção desses projetos considere as interferências com o
revestimento externo, consegue-se otimizar tanto o projeto de revestimento externo
quanto a execução do sistema.
A seguir são apontados os projetos, a forma como eles interferem na execução do
revestimento externo e a respectiva verificação para minimizar as interferências e
restrições do processo.
4.1 Projeto de Arquitetura
Do projeto de arquitetura, algumas características são extremamente importantes
para o desenvolvimento do projeto de revestimento. São elas:
ƒ
Dimensões das paredes
ƒ
Localização e dimensões dos vãos de janelas e instalações especiais
ƒ
Características dos revestimentos especificados
ƒ
Detalhes construtivos de fixação das esquadrias, peças suspensas, frisos,
peitoris
ƒ
Existência de fachada cega (sem aberturas)
ƒ
Cor das pastilhas e mudança de cor das pastilhas
ƒ
Material aplicado na fachada com maior incidência de sol e a cor deste
material
6
ƒ
Formato da fachada (cantos retos ou arredondados), etc.
Dependendo de cada uma dessas características, consegue-se reduzir ou aumentar
a quantidade de juntas numa fachada devido ao grau de deformação desta na
edificação, o que torna evidente a importância de executar um projeto de arquitetura
considerando essas interferências.
Este Manual propõe um check list específico para o projeto de arquitetura (Tabela
2), pelo qual se pode verificar a conformidade do projeto arquitetônico com as
diretrizes para a elaboração do projeto de revestimento, recurso que pode resultar
em economia de materiais, equipamentos e mão-de-obra para executar o
revestimento externo da edificação.
7
Tabela 2 – Check list para Projeto de Arquitetura.
ITENS DE VERIFICAÇÃO DO PROJETO DE ARQUITETURA
CONFORMIDADE
C
NC
NA
VERIFICAR
O índice de compacidade (IC) oferece uma solução econômica?
IC =
1
2 3,14 ⋅ área do pavimento tipo
perímetro do pavimento tipo
Quanto maior o IC, menor a solução econômica (maior gasto em materiais e
mão-de-obra).
Obs.: o perímetro exclui varanda e jardineiras.
2
As dimensões dos panos de fachada (vertical e horizontal) estão de acordo com
os módulos de dimensões dos materiais de revestimento específico?
3
Existe previsão para juntas de trabalho?
4
Foi analisado o impacto da utilização de tons escuros de revestimento externo?
5
O vidro do parapeito da varanda ou de áreas da cobertura está de acordo com as
exigências da Prefeitura quanto à segurança?
6
A especificação dos vidros está apropriada às características de insolação?
7
O projeto arquitetônico permite, com segurança, limpeza adequada da parte
externa das esquadrias?
8
Existem elementos de fachada que são impeditivos para fazer manutenção?
9
Está previsto o sistema de limpeza das fachadas em pele de vidro ou structural
glazzing?
10
O material especificado para fachada é facilmente encontrado no mercado?
11
Os vidros estão convenientemente dimensionados quanto à dimensão e pressão
de vento?
12
O projeto prevê um sistema para pendurar balancins?
13
O projeto visa a otimização na confecção das esquadrias?
(mínimo recomendável – 70% de padronização)
14
Há panos cegos na fachada que dificultem a movimentação da equipe de
revestimento externo?
15
Há contornos muito curvos na fachada?
16
Há elementos que quebram o prumo da fachada, visando reduzir espessura de
revestimento?
17
Há variação de cores ou desenhos no revestimento externo?
18
Os panos de fachada permitem o uso de jahús grandes (6 máquinas)?
19
A estrutura possui elementos em balanço na fachada, ligados por alvenaria?
C – conforme
NC – não conforme
NA – não se aplica
8
4.2 Projeto de Estrutura
Do projeto estrutural, as seguintes informações são imprescindíveis para um
adequado projeto de revestimento:
ƒ
Dimensões dos elementos estruturais da fachada (vigas e pilares)
ƒ
Características de deformabilidade da estrutura, existência de elementos em
balanço
ƒ
Características do concreto (fck, absorção e rugosidade)
Recomenda-se que a análise da deformabilidade seja feita em conjunto com o
projetista de estruturas, pois, a partir do mapa das deformações imediatas da
estrutura, pode-se também analisar, para as situações críticas, a deformação
imediata acrescida da deformação ao longo do tempo devido à fluência e à
deformação lenta do concreto, evitando uma falsa interpretação. Desta forma,
compreende-se melhor o comportamento da estrutura ao longo da sua vida útil,
limitando a possibilidade de ocorrência de problemas futuros.
Apresenta-se assim, na Tabela 3, um check list para o projeto de estruturas, pelo
qual verifica-se a conformidade do projeto estrutural com as diretrizes para
elaboração de um adequado projeto de revestimento externo e a sua execução.
9
Tabela 3 – Check list para Projeto de Estruturas.
ITENS DE VERIFICAÇÃO DO PROJETO DE ESTRUTURA
1
O projeto estrutural respeita o partido arquitetônico?
2
O norte magnético do projeto foi indicado corretamente?
3
Houve indicação e qualificação dos tipos de materiais utilizados (fck, fcj, fator
água/cimento, etc.)?
4
Em áreas com pé-direito maior que 3m, existe previsão de travamento para os
panos de alvenaria?
5
Quando aplicável, foram especificadas contra-flechas?
6
Foram indicadas todas as aberturas, rebaixos, nichos, ressaltos e demais
detalhes nos desenhos mecânicos, arquitetônicos e/ou de outros fornecedores?
7
Há indicação de escalas?
8
Foram desenhados os cortes da estrutura, com os devidos níveis?
9
A espessura das paredes está coordenada com as espessuras das vigas?
10
Há mudança de planos nos elementos estruturais, ou seja, há algum pilar que
excede o plano da alvenaria externa?
11
As vigas de bordo têm a mesma altura?
12
Há vigas e/ou lajes em balanço?
13
Há panos de concreto muito grandes? Ex. vigas altas e pilares-parede na
fachada.
14
Os vãos dos cômodos são múltiplos da dimensão dos blocos a serem utilizados?
15
A resistência do concreto é alta (fck > 50MPa)?
C – conforme
NC – não conforme
CONFORMIDADE
C
NC
NA
VERIFICAR
NA – não se aplica
10
4.3 Projeto de Compatibilização para paginação de Alvenaria
O projeto de alvenaria tem como principal objetivo a padronização do sistema de
execução de alvenaria e as seguintes vantagens:
ƒ
Uma alvenaria mais regular e homogênea
ƒ
Redução da quebra de blocos para inserir as tubulações elétricas e
hidráulicas, desde que os blocos já sejam fabricados com essa disposição,
sendo este um ponto vantajoso na elaboração do projeto de revestimento
externo
ƒ
Economia de materiais, pois os blocos são distribuídos de forma tal que se
tenha um melhor aproveitamento das suas dimensões ao longo da altura e do
comprimento das alvenarias
ƒ
Racionalização do processo, conseguindo maior produtividade, desde que a
equipe esteja devida treinada em leitura do projeto
4.4 Detalhamento do Revestimento Externo – Projeto de produto
Para o projeto de revestimento externo, pode-se utilizar a seguinte lista de
verificação apresentada na Tabela 4. Estes itens podem ajudar na determinação de
alguma falha de projeto antes de começar o serviço de execução de revestimento.
11
Tabela 4 – Check-list para Projeto de Revestimento.
ITENS DE VERIFICAÇÃO DO PROJETO DE REVESTIMENTO EXTERNO
1 Requisitos de projeto
1.1 Há identificação da obra e características do empreendimento?
1.2 Estão destacadas as condições para início dos serviços?
Há recomendações e metodologia para execução dos detalhes construtivos
1.3
especificados?
Há especificações e propriedades dos seguintes materiais: agregados, cimento,
1.4 adesivos, telas, argamassa de regularização, argamassa colante, argamassa de
rejunte, placas cerâmicas, pastilhas, selantes, entre outros?
Há critérios para manutenção do sistema em placas cerâmicas, pastilhas,
1.5
pintura, entre outros?
Está indicada a sistemática de controle tecnológico das argamassas e das
1.6 etapas executivas dos sistemas de revestimento, incluindo aplicação e
aceitação?
Há indicação das regiões que devem ser reforçadas com telas ou outros tipos de
1.7
reforço que se faça necessário?
2 Compatibilização com o projeto de arquitetura
O projeto contempla a especificação do acabamento conforme projeto de
2.1
arquitetura?
2.2 Os detalhes de fachada estão devidamente indicados?
Elementos de fachada (janelas, peitoris etc.) estão compatibilizados com os
2.3
detalhes do projeto de arquitetura?
2.4 O projeto indica o detalhe do encontro da junta com as pingadeiras de vãos?
2.5 O projeto indica o detalhe da junta sobre vãos de janelas?
3 Compatibilização com o projeto estrutural
O projeto levou em consideração o método executivo da estrutura (sistema
3.1 estrutural, tipo de fôrma, prazo de execução da estrutura, tipo de escoramento e
reescoramento, deformações previstas, tipo de desmoldante)?
3.2 Houve intervenção do projetista estrutural no projeto de revestimento externo?
3.3 As juntas de trabalho acompanham o encontro estrutura / alvenaria?
O projeto especifica algum detalhe de reforço para os panos de concreto
3.4
voltados para a fachada?
O projeto indica algum tratamento específico para as superfícies de concreto a
3.5
serem revestidas (NBR 7200)?
4 Questões executivas
As dimensões dos detalhes projetados são exeqüíveis pelo profissional de
4.1
revestimento externo?
As escalas dos desenhos estão adequadas à leitura do profissional de
4.2
revestimento externo?
4.3 Os detalhes e marcações de juntas possuem cotas indicadas?
4.4 O projeto define o encontro de juntas de panos diferentes?
4.5 O projeto define as etapas de execução da fachada e os prazos entre elas?
O projeto especifica os produtos a serem usados nos detalhes indicados, com
4.6
referências comerciais?
4.7 O espaçamento das juntas segue o recomendado na NBR 13755?
C – conforme
NC – não conforme
C
CONFORMIDADE
NC NA VERIFICAR
NA – não se aplica
12
5 ESCOLHA DOS MATERIAIS
O revestimento de argamassa1 pode ser entendido como a proteção de uma
superfície porosa com espessura normalmente uniforme, resultando em uma
superfície apta a receber de maneira adequada uma decoração final.
O revestimento de argamassa apresenta as seguintes funções:
ƒ
Proteger a base, usualmente de alvenaria, e a estrutura da ação direta dos
agentes agressivos
ƒ
Auxiliar as vedações no cumprimento das suas funções, como, por exemplo,
o isolamento termoacústico e a estanqueidade à água e aos gases
ƒ
Regularizar a superfície dos elementos de vedação, servindo de base regular
e adequada ao recebimento de outros revestimentos ou constituir-se no
acabamento final
ƒ
Contribuir para estética da fachada
Porém, não é função do revestimento dissimular imperfeições grosseiras da base,
devido à falta de cuidado no momento da execução da estrutura e da alvenaria, o
que compromete o cumprimento adequado das reais funções do revestimento.
No momento da escolha das argamassas a serem utilizadas na obra, deve-se
efetuar um estudo dos fatores que irão interferir na qualidade e produtividade dos
serviços (CEOTTO et al., 2005):
1. Armazenamento de insumos e local de produção
2. Interferências no layout e no fluxo de materiais
3. Equipes de canteiro
4. Controle de qualidade no recebimento dos materiais
5. Equipamentos de mistura e forma de aplicação
Para que os revestimentos de argamassa possam cumprir adequadamente as suas
funções, eles precisam apresentar um conjunto de propriedades específicas,
relativas à argamassa tanto no estado fresco como no estado endurecido.
1
Quando for mencionado argamassa de revestimento será referente a argamassa de revestimento externo.
13
As principais propriedades da argamassa estão apresentadas na Tabela 1 a seguir.
Tabela 5 – Principais propriedades da argamassa
ESTADO FRESCO
ESTADO ENDURECIDO
Massa específica e teor de ar
Aderência
Trabalhabilidade
Capacidade de absorver deformações
Retenção de água
Resistência mecânica
Aderência inicial
Resistência ao desgaste
Retração na secagem
Durabilidade
5.1 Sistemas de Produção
A produção da argamassa significa a mistura ordenada dos seus materiais
constituintes, nas proporções estabelecidas e por um determinado período de
tempo, utilizando-se equipamentos específicos para esse fim.
Os tipos de argamassa, quanto à forma de produção, são:
ƒ
Argamassa preparada na obra
ƒ
Argamassa industrializada em sacos
ƒ
Argamassa industrializada em silos
ƒ
Argamassa preparada em central
Cada um desses tipos de argamassa interfere nas atividades de produção, no seu
seqüenciamento, na escolha das ferramentas e dos equipamentos necessários para
a produção e na organização do canteiro de obras.
Na Tabela 6 são apresentados alguns parâmetros associados à atividade de
produção e transporte de argamassas e as ponderações para cada um dos sistemas
disponíveis, segundo o Manual de Revestimentos de Argamassa da Comunidade da
Construção (2002).
14
Tabela 6 – Itens a serem verificados x Tipos de Argamassas.
ITENS A SEREM VERIFICADOS
x TIPOS DE ARGAMASSAS
Argamassa preparada na
obra
Argamassa preparada em
central
Necessidade de grande área
Área para estocagem de
materiais
em baias e separação dos Nenhum estoque é necessário
insumos
Maior probabilidade de perdas
Desperdício de materiais
de material por conta do
armazenamento,
preparo e transporte
Gestão do estoque de insumos
Local de produção
manuseio,
Baixo índice de perda, se toda a
argamassa
for
efetivamente
utilizada
Argamassa industrializada em
sacos
Argamassa industrializada em
silos
Necessidade de área para Necessidade de, aproximadamente,
9m2 de área para projeção do silo
armazenamento dos sacos
Pequena perda de material, pois
elimina-se a etapa de manuseio
Menor perda para a via seca, porém
pode haver maior perda para via
úmida
As
entregas
devem
ser
Necessita ser controlado, mas
Necessita de controle, já que a
Necessidade de constante programadas, assim como as
por ser um único item torna-se
reposição não é imediata
monitoramento do estoque
operações de descarga e
mais fácil este controle
aplicação
Deve ser escolhida com
cuidado, afinal esta área
Não há produção na obra, mas é
deverá estar próxima dos
necessário prever local adequado
locais de estocagem dos
para o abastecimento
materiais e de abastecimento
da obra
Deve ser próxima dos locais
aplicação,
facilitando
transporte, consumo menor
mão-de-obra e reduzindo
perda
de
o
da
a
Depende do sistema – via úmida ou
via seca. Se for via úmida a mistura
final ocorre na base do silo,
facilitando o abastecimento de água,
porém aumentando a energia
despendida para transportar o
material. Por via seca, cada ponto
deve ser abastecido com água e
energia, no entanto o consumo de
energia é reduzido
15
ITENS A SEREM VERIFICADOS
x TIPOS DE ARGAMASSAS
Argamassa preparada na
obra
Argamassa preparada em
central
Argamassa industrializada em
sacos
Argamassa industrializada em
silos
Mobilização dos meios de
transporte
Por se utilizar dos meios
convencionais de transporte
(grua, elevador etc.), a
Se for bombeado, não há
Somente os
argamassa compete com
congestionamento. Se for por
outros elementos que devem
transportados
carrinho, pode ocorrer
ser transportados por estes
meios na obra, gerando
congestionamento no sistema
Limitação de peso e altura
O caminhão betoneira não pode
Se estocar os insumos sobre
Se estocar os insumos sobre
se posicionar sobre laje, a não ser
laje, deve-se atentar para os
laje, deve-se atentar para os
que tenha sido feita previsão
limites de cargas admissíveis
limites de cargas admissíveis
específica
Manutenção de equipamentos
Equipamentos são simples
As argamassadeiras requerem
(betoneira), porém requerem
Não há custo de manutenção manutenção. Quando alugadas, A manutenção é feita pela própria
manutenção.
Quando
para a obra
as manutenções são feitas pelo empresa fornecedora do silo
alugadas, as manutenções
fornecedor
são feitas pelo fornecedor
Ajuste de traço
Total possibilidade de ajuste Para caminhões diferentes, há Os traços são padronizados e Os traços são padronizados e não
de traço
possibilidade de ajuste de traço
não necessitam de ajuste
necessitam de ajuste
sacos
Via seca – não utiliza o sistema
convencional de transporte.
são Via úmida – pode haver transporte
por meios convencionais da obra,
podendo gerar congestionamento no
sistema
Há possível limitação de altura por
interferência com rede elétrica.
Também há limitação do peso do silo
apoiado sobre laje
16
ITENS A SEREM VERIFICADOS
x TIPOS DE ARGAMASSAS
Argamassa preparada na
obra
Argamassa preparada em
central
Argamassa industrializada em
sacos
Argamassa industrializada em
silos
No caso de via seca, há muita
semelhança na utilização de mão-deA mão-de-obra na preparação é
obra com o sistema em sacos.
bem mais reduzida que no
Porém, na via úmida, considera-se
sistema convencional, sendo
uma incidência menor de mão-demais produtivo
obra, já que a adição de água está
concentrada em apenas um ponto
Mão-de-obra e produtividade
Não há mão-de-obra na
fabricação, apenas no transporte.
Tipo que mais necessita e
Por se tratar de um grande
utiliza mão-de-obra
volume de material, necessita de
muitos operários
Cronograma
Pouca
interferência
no
Pouca
interferência
no
cronograma sobre o sistema e
Utilizadas para obras rápidas e de
cronograma sobre o sistema e
seus custos e seus custos, a
grande volume
seus custos
não ser no dimensionamento
de estoque dos insumos
Se o prazo for preponderante nas
opções de sistemas, este sistema
viabiliza pela redução da mão-deobra direta, redução dos custos de
transporte, e possivelmente redução
da mão-de-obra indireta
17
5.2 Dosagem das Argamassas de Revestimento
Apesar da argamassa ainda não dispor de um único método para dosagem que
tenha sido reconhecido no meio técnico nacional, inúmeras contribuições têm sido
dadas neste sentido por diversos estudiosos. Para superar esta deficiência, têm-se
adotado recomendações de proporcionamento em volume, baseadas,
principalmente, na ASTM e BS. Mas as interpretações destas recomendações
estrangeiras vêm gerando diversos problemas, em decorrência de equívocos na
adoção do proporcionamento mais adequado.
Hoje, os diversos tipos e classes de cimento, agregados miúdos com módulo de
finura variáveis, além das diversas adições empregadas na confecção das
argamassas apresentam massas unitárias diversificadas, tornando as misturas
bastante heterogêneas, mesmo se considerarmos um campo de utilização definido,
como um canteiro de obra.
Dois aspectos de grande relevância refletem no custo final da edificação:
1. Consideração de traço em volume ou em massa
A adoção de massa unitária de cimento diferente da obtida em laboratório leva à
produção de argamassas com consumo de cimento muito maior, sem que os
construtores percebam o que realmente acontece.
Mesmo considerando o traço em massa, haverá variação no consumo dos materiais
da argamassa fabricada. Embora as quantidades sejam as mesmas, as
características físicas, mineralógicas e químicas influenciam no teor de água
utilizada e de ar incorporado, modificando relativamente a quantidade do
aglomerante na mistura.
2. Consideração de traço em volume com proporções inteiras
As proporções inteiras, como 1:5, 1:6, 1:7, que são de uso freqüente na prática da
construção civil, somadas aos ajustes que os encarregados acabam fazendo na
obra, resultam em consumos de cimento mais elevados, podendo chegar a
acréscimos de 25 a 45kg de um traço com teor de agregado para outro inteiro maior.
São fornecidos os seguintes parâmetros no CETA – Centro Tecnológico da
Argamassa da Universidade Federal da Bahia e no Laboratório da CONCRETA,
para formulação de traços de argamassas contendo argilominerais:
ƒ
Teor máximo de finos (φ < 0,075mm) do agregado e adições de 7%
18
ƒ
Adição de argilo-minerais em relação ao agregado total ≤ 35%, para o caso
de Salvador
ƒ
Consumo de cimento por m3 de argamassa conforme Tabela 7
ƒ
Índice de consistência de 260 ± 10mm
ƒ
Teor de ar incorporado entre 8 e 17%
ƒ
Teor de retenção de água superior a 70%
ƒ
Introdução de aditivo incorporador de ar para conferir à argamassa um teor de
ar entre 8 e 17%, conforme recomendado anteriormente
Tabela 7 – Faixas de consumos de cimentos em kg por m3 de argamassa
Tipo de argamassa
Uso ou aplicação externa
Chapisco (sem adição)
400 – 450
Massa única
180 – 210
5.3 Painel teste
Para avaliação das argamassas no estado fresco e endurecido devem ser
executados painéis no próprio canteiro da obra. Neste momento, o aplicador e a
equipe técnica terão o primeiro contato direto com o produto. CEOTTO et al. (2005)
recomenda para cada tipo de base (alvenaria e estrutura) um painel com área em
torno de 2 m2, aplicando-se o sistema (chapisco/argamassa) com espessura total
padronizada de 3 cm.
O local de aplicação deverá ser escolhido em uma fachada onde a ventilação e a
insolação sejam desfavoráveis. Deverão ser simuladas todas as condições previstas
para execução do revestimento em escala real: tipo de base (alvenaria e estrutura),
processo de limpeza e preparação da base, tipo de argamassadeira e tempo de
mistura.
A aplicação deverá ser feita pelo pedreiro que irá fornecer informações sobre a
trabalhabilidade dos materiais, com acompanhamento do encarregado e do
engenheiro da obra, para registrar as dimensões, área, espessura e volume teórico
dos painéis, tempo de cura, tempo de puxamento, tempo de cada etapa executada,
condições climáticas, cálculo do volume de argamassa e análise dos resultados
após a obtenção destes.
19
Segundo CEOTTO et al. (2005), durante a aplicação experimental deverão ser
avaliados qualitativamente, em escala de 4 (ótimo, bom, regular e ruim) a mistura,
trabalhabilidade, tempo de puxamento e aderência inicial. E o engenheiro da obra
deverá avaliar o rendimento, índice de perdas e consumo das argamassas.
Vale salientar que as condições de caracterização no painel são substancialmente
melhores que as condições reais de aplicação na fachada, pois não há variação da
qualidade de aplicação (fadiga da mão-de-obra), condições climáticas e de aplicação
(altura, trabalho em balancim, variação de espessura etc.).
PREPARO DOS PAINÉIS
Premissas:
ƒ
O procedimento de preparo e aplicação do sistema (chapisco/argamassa)
deverá ser apresentado pelo projetista de revestimento
ƒ
O fabricante deverá concordar com o procedimento para execução do
sistema chapisco/argamassa industrializada
A Tabela 8 apresenta as etapas de execução dos painéis e o que deve ser verificado
em cada etapa.
20
Tabela 8 – Etapas de Execução dos Painéis Teste.
Registro das
condições
climáticas
Serve de parâmetro para comparação do tempo de puxamento e de desempenho da
argamassa. Argamassas que apresentam tempo de puxamento menores em condições
climáticas úmidas, por exemplo, poderão apresentar puxamento muito rápido durante a
execução em dias quentes e secos.
Verificação das
Recomenda-se que não seja executado o revestimento em dias chuvosos, quando utilizada
condições da
argamassa sensível às condições de umidade da base, afinal pode afetar substancialmente
base
sua propriedade de aderência.
Deve ser removido qualquer elemento que prejudique a aderência da argamassa à base, tais
como: pó, fuligem, graxas, óleos, desmoldantes, fungos, musgos e eflorescências. Segundo
o Manual de Revestimento da Comunidade da Construção, podem ser adotadas, em
seqüência, pelo grau de complexidade e custo, o seguinte procedimento: escovação com
Preparo da base
vassoura de piaçava, escovação com escova de fios de aço, escovação seguida de lavagem
com mangueira, lavagem com mangueira pressurizada e por fim jateamento de areia.
As irregularidades que sobressaiam mais de 10 mm também devem ser removidas, utilizando
talhadeiras, ponteiros ou outras ferramentas manuais ou mecânicas, de maneira que não
danifiquem a integridade estrutural da base.
Todos os espaços vazios devem ser preenchidos com argamassa.
Função: regularizar a absorção da base e melhorar a aderência.
O chapisco pode ser realizado das seguintes maneiras:
ƒ
Convencional – lançamento de uma argamassa sobre a base, utilizando-se uma
colher de pedreiro
ƒ
Chapisco
Desempenado – aplicação da argamassa industrializada sobre a base, geralmente
de concreto, utilizando desempenadeira dentada
ƒ
Rolado – aplicação de argamassa fluida em base de alvenaria ou concreto
utilizando rolo para textura acrílica
A cura deverá ser realizada durante todo o processo de execução.
Caso o chapisco seja aplicado em bases diferentes, como mostrado na Figura 2a, deve-se
testar para os dois casos.
21
Função: obter as espessuras reais e médias do pano a ser executado.
Através do mapeamento é possível calcular o volume teórico de argamassa a ser utilizado no
Taliscamento
pano para futuramente calcular suas respectivas perdas. O taliscamento deve ser feito
previamente em toda a extensão da superfície a ser revestida, de forma que a argamassa se
encontre endurecida, mantendo as taliscas fixas e firmes, para apoiarem e servindo de
referência para execução das mestras (Figura 2b).
Feita por projeção enérgica do material sobre a base de forma manual ou mecânica.
Recomenda-se que a aplicação da argamassa ocorra 2 horas após a execução das mestras,
quando estas atingiram certa resistência, podendo assim servir de guia para o pano interno
Aplicação da
argamassa
(Figura 2c).
Após aplicação da argamassa, deve-se fazer uma compressão com a colher de pedreiro,
eliminando os vazios e alisando a superfície.
Para espessuras entre 3 cm e 5 cm, a argamassa deve ser aplicada em duas camadas; para
espessuras entre 5 cm e 8 cm, a argamassa deve ser aplicada em três camadas, neste caso,
prevendo-se o uso de tela metálica para estruturar o revestimento.
Consiste no aplainamento da superfície revestida, utilizando-se uma régua de alumínio
apoiada nos referenciais de espessura, descrevendo um movimento vaivém de baixo para
Sarrafeamento
cima.
Esta atividade deve ser executada no momento em que a argamassa atingir o ponto de
sarrafeamento (toque com os dedos). Concluída essa etapa, as taliscas devem ser retiradas
e os espaços vazios deixados por elas, preenchidos.
Após o sarrafeamento, realiza-se o desempeno, que consiste na movimentação circular da
Acabamento
desempenadeira de madeira sobre a superfície da massa única, imprimindo-se certa pressão
(Figura 2d). Pode ser desempeno grosso, fino ou camurçado, dependendo do acabamento
desejado e do material que será aplicado sobre esta camada.
Mistura da
argamassa
colante
Seguir as recomendações do fabricante para mistura da argamassa (Figura 3a).
Recomenda-se que um único funcionário realize a mistura das argamassas em estudo.
22
Aplica-se uma camada de argamassa colante com a desempenadeira sobre a base (Figura
Aplicação da
3b) e uma camada da mesma argamassa no fundo das cerâmicas (Figura 3c). Ao assentar o
argamassa
revestimento cerâmico, deve-se aplicar certa pressão contra a base (Figura 3d e 3e). Neste
colante
momento, a argamassa pode servir de assentamento e também de rejunte, preenchendo a
ligação entre o revestimento cerâmico.
Limpeza
Limpeza para remoção dos excessos de argamassa colante.
Os ensaios recomendados por norma são:
ƒ Resistência à compressão
ƒ Densidade de massa aparente no estado endurecido
ƒ Resistência à tração na flexão
ƒ Coeficiente de capilaridade
ƒ Densidade de massa no estado fresco
ƒ Retenção de água
ƒ Resistência potencial de aderência à tração
Ensaios
Porém, os mais realizados são:
ƒ Ensaio de permeabilidade, mais conhecido como ensaio do cachimbo, para avaliar a
permeabilidade da argamassa
ƒ Ensaio de arrancamento, para determinar a aderência entre as diversas camadas (Figura
3f):
a) Base x argamassa de chapisco
b) Argamassa de chapisco x argamassa colante
c) Argamassa colante x acabamento final
Nas Figuras 4a a 4c são mostrados os resultados nos corpos-de-prova dos ensaios de
aderência de uma fachada.
23
Base em concreto
Base em alvenaria
a) Chapisco pré-misturado aplicado
b) Taliscamento
c) Massa única aplicada
d) Desempeno da argamassa
e) Ensaios de arrancamento realizados
Figura 2 – Etapas de execução de painéis teste.
24
a) Mistura da argamassa colante
b) Aplicação da argamassa na base
c) Aplicação da argamassa no fundo das
pastilhas
d) Colocação das pastilhas na base
Papelão
na
face
e) Assentamento das pastilhas
f) Ensaio de arrancamento
Figura 3 – Etapas de aplicação da argamassa colante.
25
a) CPs ensaiados da AMOSTRA1
b) CPs ensaiados da AMOSTRA 2
c) CPs ensaiados da AMOSTRA 3
Figura 4 – Amostras após a realização do ensaio de aderência à tração.
5.4 Selante
Na escolha do selante para vedar as juntas da edificação em estudo, deve-se levar
em conta as características apontadas pelo projetista de revestimento externo:
ƒ
Garantia das propriedades mecânicas após envelhecimento, conforme ASTM
D412
ƒ
Garantia da resistência ao intemperismo e raios ultravioletas, conforme ASTM
G26
26
ƒ
Garantia à dureza shore A, conforme ASTM D2240
ƒ
Não manchar
ƒ
Não escorrer
ƒ
Não formar bolhas
ƒ
Aderir ao substrato
ƒ
Supervisão do fornecedor durante a execução e emissão de termo de
garantia do produto
6 PLANEJAMENTO DA PRODUÇÃO
O planejamento da produção do revestimento externo em argamassa, assim como
todas as atividades inerentes ao processo de execução de uma edificação, deve
estar principalmente vinculado ao planejamento geral da obra. Nesse planejamento
poderão ser consideradas as características físicas e operacionais da obra, tais
como:
ƒ
Escolha e contratação dos recursos
ƒ
Seleção e treinamento da equipe
ƒ
Logística do sistema
ƒ
Plano de ataque
O desenho da fachada do edifício deve ser estudado minuciosamente a fim de
definir a posição dos jahús2, área de fachada a ser revestida, o tempo de execução
dos serviços com base nos índices de produtividade e os equipamentos e
ferramentas a serem transportados para cada etapa de execução. Deve-se
determinar as atividades para cada etapa de subida e descida dos balancins,
visando garantir a qualidade do serviço em análise. A seguir serão apontados os
pontos relevantes do planejamento correlacionando-os com cada balançada.
Conforme recomendado por CEOTTO et al. (2005) e estudo de caso realizado em
uma obra de Salvador, deve-se analisar os seguintes itens para definição do período
de execução dos serviços:
2
Jahús: nome dado aos balancins pesados.
27
ƒ
Área total do revestimento externo
ƒ
Produtividade da mão-de-obra por m2/dia/homem
ƒ
Dimensionamento da mão-de-obra
ƒ
Disposição de balancins, quantidade e dimensões máximas possíveis
ƒ
Número de funcionários por balancim
ƒ
Situação da estrutura e vedações externas para previsão da espessura média
do revestimento
ƒ
Análise do processo de abastecimento de material no local de aplicação
ƒ
Dificuldade de execução de reforços e juntas
ƒ
Dificuldade de execução dos detalhes arquitetônicos
ƒ
Determinação do ciclo de balancins: considerada 1 balançada por dia
equivalente a 10 m2 (conforme orçamento - 3,50 m de comprimento do
balancim x 3,0 m de altura)
ƒ
Necessidade de proteção das fachadas com telas
ƒ
Período do ano em que os serviços de revestimento externo serão
executados
6.1 Escolha e Contratação dos Recursos
Diversos fatores interferem no dimensionamento dos recursos necessários à
execução do revestimento em argamassa, como por exemplo a decisão sobre o
sistema de produção e transporte de argamassa, a quantificação dos trabalhos e os
índices de produtividade.
Os recursos necessários estão descritos nos itens a seguir.
Materiais empregados
A área para estocagem de materiais, a dimensão do canteiro da obra, a mobilização
dos meios de transporte e o cronograma da obra são pontos decisivos para escolha
do sistema de produção, e, conseqüentemente, dos materiais a serem utilizados.
28
Poderão ser feitos painéis teste para avaliar o comportamento e as propriedades dos
diversos materiais a serem empregados para execução do revestimento externo.
São eles: chapisco, argamassa de revestimento, argamassa colante e pastilhas.
Equipamentos e ferramentas empregados
Com base no sistema de produção escolhido e na logística da obra se estabelecem
os equipamentos a serem empregados e suas respectivas funções, como por
exemplo:
ƒ
Betoneira – mistura os materiais que compõem a argamassa
ƒ
Jahús e balancins – acesso para as fachadas
ƒ
Elevador de obra ou gruas – transporte das argamassas
ƒ
Masseira inferior – armazenamento das argamassas
ƒ
Masseiras superiores – armazenamento das argamassas para serem
distribuídas para os jahús e balancins
ƒ
Funis – acoplados às mangueiras para receber as argamassas
ƒ
Mangueiras flexíveis – distribuição das argamassas para os locais de
aplicação
Equipamentos de segurança
Antes de iniciar o serviço, devem ser providenciados também os equipamentos de
segurança específicos como trava-quedas com corda e cintos de segurança tipo
pára-quedista. Na tabela 9 são identificados os equipamentos e ferramentas
utilizadas para cada etapa de execução do revestimento externo da obra.
29
Tabela 9 – Equipamentos e ferramentas para execução de revestimento
externo.
BALANÇADA
SERVIÇO
Trava-quedas com corda
Cinto de segurança tipo pára-quedista
Jahús
Girica especial
Masseiras plásticas
Masseiras com impermeabilizante
Providências
Iniciais
1ª subida
1ª descida
2ª subida
2ª descida
EQUIPAMENTOS, FERRAMENTAS E
MATERIAIS
Reaperto
Reparo da base
Rejuntamento
Mapeamento
Espátula
Colher de pedreiro
Tinta anticorrosiva
Marreta de 1kg
Talhadeira
Esmerilhadeira
Trena
Limpeza da base
Chapiscamento
Fixação de telas
Escova de aço
Reservatório superior de fibra para água
Masseiras superiores para argamassa
Reservatório inferior para água
Colher de pedreiro
Trichão
Tubos para rede
Mangueiras
Mangueiras KEL-S
Tela de poliéster
Argamassa AC III para fixação da tela
Taliscamento
Revisão de chapisco
Argamassa de revestimento
Cerâmica (taliscas)
Trichão
Colher de pedreiro
Fixação de telas
Massa única
Abertura de frisos
Cura do sistema
Torneira plástica com bico (5 em cada pavimento)
Trichão
Colher de pedreiro
Telas geogrelhas
Sistema para fixação das telas
Frisador
Mangueiras KEL-S
Funil (a cada 3 jahús)
Tela de reforço para 1ª camada, se necessário
Perfis de alumínio com 3m
30
3ª subida
Revisão da massa única
3ª descida
Colher de pedreiro
Desempenadeira de aço dentada 8mm
Execução do revestimento / rejuntamento
Furadeira de baixa rotação com hélice
(pastilha)
Balde para misturar argamassa
Revisão do assentamento de pastilhas
Masseira plástica
Argamassa colante / rejunte
4ª subida
Revisão do rejuntamento
Limpeza inicial
Argamassa colante / rejunte
Mangueira
Escova de PVC
Limpeza final
Mangueira
Escova de PVC
Esponja
Sabão específico para limpeza de cerâmica
Selagem das juntas
Revisão geral
Pincel 1 ½”
Tarucel
Selante de poliuretano
Fita crepe
Espátula
Aplicador de selante
Gabarito para limitar a profundidade do tarucel
4ª descida
5ª subida /
descida
Martelo de borracha
6.2 Seleção e Treinamento da Equipe
Deverá ser definida uma equipe para executar e controlar a execução do
revestimento externo, que poderá ser composta de:
31
Tabela 10 – Equipe de execução e controle do revestimento externo.
FUNÇÃO
Planejamento das etapas de execução
Especificação dos materiais
Gerente de obra
Compra dos insumos
Contratação de recursos
Acompanhamento e análise dos resultados
EQUIPE
TÉCNICA
Planejamento das etapas de execução
Engenheiro
residente
Acompanhamento da coleta de dados e dos
serviços
Acompanhamento e análise dos resultados
Encarregado
Acompanhamento geral dos serviços
Estagiário
Registro fotográfico e apoio
Almoxarife
Recebimento e armazenamento dos materiais
Pedreiros
Execução do revestimento
Locação de arames
Transporte horizontal de cargas
EQUIPE DE
PRODUÇÃO
Transporte vertical de cargas
Serventes
Mistura mecânica da argamassa colante
Distribuição das pastilhas e argamassa colante
32
Recomendam-se um servente responsável pelo transporte dos materiais e um
pedreiro por jahú / balancim, para garantir a rastreabilidade em caso de falha na
execução no sistema.
Com base na planta baixa e desenho da edificação, define-se a disposição dos
jahús / balancins.
6.2.1 Treinamento da mão-de-obra
A mão-de-obra qualificada é um dos mais importantes elementos para a adequada
execução do revestimento. Para tanto, é preciso que ela seja bem escolhida e
capacitada.
O treinamento da equipe técnica da obra deve abordar todos os aspectos e fases da
produção, usando-se como instrumento o projeto e o planejamento dos serviços. O
projeto e o planejamento deverão ser utilizados no treinamento de forma intensa, de
maneira que a equipe técnica da obra tenha domínio sobre todos os seus detalhes.
O treinamento da equipe de pedreiros deverá ser realizado por um profissional
capacitado em avaliar o aprendizado do funcionário na execução de revestimento
externo em argamassa. O período de treinamento deverá ser suficiente para expor
aos alunos a parte teórica e realizar aulas práticas em campo.
No âmbito da Comunidade da Construção, o SENAI desenvolveu um programa de
treinamento específico para o serviço de revestimento externo, contemplando os
assuntos a seguir.
PROGRAMA DE TREINAMENTO
ƒ
Relações interpessoais
ƒ
Higiene e Segurança no Trabalho aplicada à execução de fachadas
ƒ
Qualidade, Produtividade e Racionalização
ƒ
Estudo dos materiais: aglomerantes, agregados e aditivos
ƒ
Estudo de ferramentas e equipamentos
ƒ
Tipos de revestimento e aplicabilidade
ƒ
Qualidade do revestimento de fachada
ƒ
Projeto e planejamento do revestimento de fachada
33
ƒ
Execução e controle do revestimento de fachada:
1. Fixação de alvenaria
2. Preparo da base
3. Mapeamento
4. Lavagem da base
5. Aplicação do chapisco
6. Taliscamento e execução das mestras
7. Enchimentos
8. Aplicação da argamassa
9. Reforços
10. Execução de juntas
11. Aplicação da cerâmica
12. Rejuntamento
13. Limpeza final
O processo de ensino e aprendizagem deverá ser realizado com vistas a atender às
necessidades da empresa, buscando desenvolver no aluno as competências
necessárias ao processo produtivo.
O aluno deverá ter aulas dinâmicas, objetivando o conhecimento e integração do
grupo. As aulas teóricas deverão ser desenvolvidas de forma interativa buscando
perceber os conhecimentos prévios do grupo (Figura 5) e as atividades práticas
desenvolvidas com o intuito de trabalhar com a realidade do pedreiro, trazendo
assim resultados mais significativos (Figura 6).
34
Figura 5 – Aulas teóricas na obra
a) Levante e conferência de prumo
b) Chapisco realizado
c) Taliscamento
d) Reboco aplicado
35
e) Emboço aplicado
g) Conferência de esquadro
f) Conferência de prumo
h) Explicação dos resultados obtidos
Figura 6 – Aulas práticas na obra
6.3 Logística do Sistema
No contexto da obra, é usual tratar a logística como tudo o que envolve o arranjo
físico do canteiro e a movimentação de pessoas, materiais e equipamentos, e as
atividades que dão suporte à produção propriamente dita (Manual de Revestimento
da Comunidade da Construção, 2002).
Os principais aspectos a serem buscados são:
ƒ
Redução das áreas de estocagem
ƒ
Redução das perdas nas etapas de transporte
36
ƒ
Redução das perdas no preparo dos materiais constituintes
ƒ
Otimização das operações de transporte, evitando tempo de espera e
desabastecimento das frentes de trabalho, além de buscar agilidade no
preparo da argamassa
Para garantir os aspectos listados deverão ser tomadas as seguintes decisões:
Recebimento e armazenamento dos materiais
Materiais como areia, arenoso e saibro devem ser recebidos e estocados em baias.
Cimento e argamassa industrializada podem ser adquiridos a granel, e ser
estocados em silos, ou ensacados, devendo ser empilhados atendendo à
quantidade máxima de sacos por pilha, protegidos de umidade e em local seguro,
conforme orientação do fabricante.
Para garantir a integridade dos materiais, o responsável pela recepção na obra deve
analisar os seguintes pontos:
ƒ
Se a área está livre e desimpedida para transporte
ƒ
Local para estocagem
ƒ
Forma de armazenar
ƒ
Como manusear
ƒ
Inspeção do material
Em caso de utilizar argamassa dosada em central, deve-se confeccionar uma
masseira inferior para recebimento e armazenamento provisório das argamassas. A
capacidade desta masseira deverá levar em conta a produtividade e o tempo
estabelecido para armazenamento deste material (Figura 7). A masseira deverá ser
impermeabilizada com argamassa polimérica, para evitar que a argamassa estocada
perca água.
O local para instalação da masseira inferior deve ser devidamente estudado para
garantir o fácil acesso do caminhão-betoneira, se for o caso, e ao elevador da obra.
37
Figura 7 – Masseira Inferior
No que se refere a armazenamento, manuseio e inspeção, existem fichas
específicas para cada um desses processos. As atividades para o recebimento dos
materiais na obra são apresentadas na Tabela 11, assim como a forma de fazê-lo e
os respectivos responsáveis:
Tabela 11 – Responsáveis pelo recebimento dos materiais
Atividades
1
2
Detalhamento
Responsáveis
Conferência da
documentação
Verificar as informações contidas na nota fiscal
ou documento equivalente.
Verificação do
material
Conferir o material recebido preenchendo a
Ficha
de
Verificação
de
Material
correspondente. Cada material relacionado na Almoxarife
Lista Mestra de Materiais possui formulário Aux.
específico
para
conferência
dos
itens Almoxarife
importantes ao recebimento.
/
Transporte na
Manipular, transportar e armazenar os materiais
3 obra e
conforme descrito na Lista Mestra de Materiais
armazenamento e fichas correspondentes.
38
As Fichas de Verificação dos Materiais (FVM) são utilizadas pela empresa para
inspeção dos materiais e a Lista Mestra de Materiais (LMM) informa a forma de
armazená-los e manuseá-los.
As Tabelas 12 a 21 apresentam modelos de fichas para verificação dos seguintes
materiais: cimento Portland, areia, argamassa pré-misturada, argamassa préfabricada, revestimento cerâmico, argamassa de chapisco, arenoso, cal hidratada
para argamassa, material para pintura, rejunte e aditivo para concreto e argamassa.
Essas fichas poderão ser utilizadas após adaptadas por cada empresa, atendendo
aos requisitos do Sistema de Gestão de Qualidade.
Na Tabela 22 são mostrados modelos de Listas Mestras de Materiais, onde se pode
verificar a forma correta de armazenar e manusear os materiais.
Deve-se verificar nas especificações do projeto de revestimento quais os materiais
deverão ser utilizados.
39
Tabela 12 – Ficha de Verificação de Aditivo para concreto e argamassa
Cada carregamento entregue na obra do mesmo aditivo.
Total.
Padrão
2
Nome
comercial
3
Validade
Circulação livre, desimpedida, com
aberturas no piso protegidas, largura e
iluminação adequadas.
Visual
Sinalização adequada no local da
descarga (para pedestres e veículos).
Local de armazenamento previsto.
Identificação do material conforme o
pedido (Vedalit, Bianco, Sikament 300,
Visual
Vedacit, Adiment...)
Entrega dentro do prazo de validade
inscrito no material
O descarregamento e
armazenamento do material
só deverá iniciar após
solução de todos as
condições de segurança.
Rejeitar os itens com
denominações diferentes ao
pedido ou prazo de validade
vencido.
Os baldes e tambores deverão estar
bem fechados sem apresentar pontos
amassados ou ferrugens.
Visual
Nota
Fiscal
N.º
Pedido
3
4
5
C/
NC
Fornecedor
2
C/
NC
Data de
Entrega
1
Integridade
Integridade
Quantidad
e
5
Validade
Conforme o pedido
Nome comercial
Quantidade
Eventuais diferenças nas
quantidades e/ou tipos das
peças solicitadas deverão ser
informadas ao fornecedor
para reposição ou desconto
no pagamento.
Rejeitar itens que
apresentarem defeitos
visuais no ato da descarga,
separando-os do restante do
lote. Os rejeitados deverão
ser devolvidos ao fornecedor,
para reposição ou desconto
no pagamento.
Condições
de
segurança
4
Contagem
do número
de
tambores
ou baldes
Rubrica
C/
NC
1
Condições
de
segurança
Critérios de aceitação
Método
C/
NC
Itens de
Inspeção
N.º
Formação de
lotes
Amostragem
40
Tabela 13 – Ficha de Verificação de Areia
Formação de lotes Cada viagem será considerada um lote.
Amostragem
Não se aplica.
Itens de Inspeção
Padrão
Método
Circulação livre,
desimpedida, com
aberturas no piso
protegidas, largura e
iluminação
adequadas.
Condições de
Sinalização
Visual
1
segurança
adequada no local
da descarga (para
pedestres e
veículos)
Local de
armazenamento
previsto.
Conforme pedido
(em massa ou
volume).
Cubagem do material em
volume: Medição das
dimensões internas da
carroceria do caminhão:
comprimento (C), largura
(L) e média de 05 alturas
(H) medidas através de
uma haste em pontos
aleatórios da carga, e
cálculo do volume (V = C x
L x H).
Conferência da massa
obtida através da pesagem
do caminhão
O volume real apurado
deverá ser conferido com o
valor da nota. Tolerar-se-á
uma diferença menor que
2%.
Visual
Caso a areia apresente
excesso de impurezas,
deverá ser segregada do
restante do estoque a fim de
evitar a sua utilização em
serviços de execução de
revestimentos ou outros de
maior importância.
Nota
Fiscal
N.º
Pedido
C / NC
Data de
Fornecedor
Entrega
N.º de
identificação
do
instrumento
de medida
2
Condições
de
segurança
Classe de
granulometria
(F, M ou G)
1
3
4
Quantidade
Rubrica
C / NC
Ausência de
material orgânico e
de material
pulverulento em
excesso.
Impurezas
Visual
C / NC
4 Impurezas
Fina (F), média (M)
ou grossa (G).
O lote será aceito ou
rejeitado pela inspeção
visual conforme critérios do
gerente da obra,
considerando-se a aplicação
do material.
Unidad
e
3 Quantidade
O descarregamento e
armazenamento do material
só deverá iniciar após
solução de todos as
condições de segurança.
Valor
2 Tipo
Critérios de aceitação
41
Tabela 14 – Ficha de Verificação de Arenoso
Condições
1 de
segurança
2 Quantidade
3 Impurezas
Não se aplica.
Padrão
Método
Critérios de aceitação
Circulação livre,
desimpedida, com
aberturas no piso
protegidas, largura e
iluminação
adequadas.
Sinalização adequada
no local da descarga
(para pedestres e
veículos)
Local de
armazenamento
previsto.
Visual
O descarregamento e
armazenamento do material
só deverá iniciar após
solução de todos as
condições de segurança.
Conforme pedido (em
massa ou volume).
Cubagem do material em
volume: Medição das
dimensões internas da
carroceria do caminhão:
comprimento (C), largura (L)
e média de 05 alturas (H)
medidas através de uma
haste em pontos aleatórios da
carga, e cálculo do volume (V
= C x L x H).
Conferência da massa obtida
através da pesagem do
caminhão
O volume real apurado
deverá ser conferido com o
valor da nota. Tolerar-se-á
uma diferença menor que
2%.
Caso a areia apresente
excesso de impurezas,
deverá ser segregada do
restante do estoque a fim de
evitar a sua utilização em
serviços de execução de
revestimentos ou outros de
maior importância.
2
3
Ausência de material
orgânico e de material
Visual
pulverulento em
excesso.
N.º
Pedido
Quantidade
Rubrica
Valo
r
Unid
ade
C/
NC
C/
NC
Nota
Fiscal
N.º de
identificação
do
instrumento
de medida
C/
NC
Data de
Fornecedor
Entrega
Condiçõe
s de
seguranç
a
1
Impureza
s
Amostragem
Itens de
Inspeção
42
Tabela 15 – Ficha de Verificação de Cimento Portland
Circulação livre, desimpedida,
com aberturas no piso
protegidas, largura e iluminação
adequadas.
Sinalização adequada no local
Visual
da descarga (para pedestres e
veículos)
Local de armazenamento
previsto.
CP I → Comum
CP I – S → Comum com adição
CP II – E / Z / F → Composto
com adição de escória /
pozolanas / fíler
CP III → Alto-forno;
CP IV → Pozolânico;
Visual
CP V ARI→ Alta Resistência
Inicial
O descarregamento e
armazenamento do material
só deverá iniciar após solução
de todos as condições de
segurança.
Presença do selo de
conformidade da ABCP em
todos os sacos
Visual
1
Data de
Entrega
Fornecedor
Nota
Fiscal
N.º
Pedido
2
3
Rejeitar os sacos que não
contenham o selo de
conformidade da ABCP.
4
5
6
ABCP
ABCP
Rubrica
C/
NC
C/
NC
6
Contagem dos
sacos dispostos
em pilhas nãoentrelaçadas
Quantidad
e
5
Conforme pedido (em número
Quantidade
de sacos)
Eventuais diferenças nos
tipos e/ou classe de
resistência do material
solicitado deverão ser
informadas ao fornecedor
para reposição ou desconto
no pagamento.
Deverão ser rejeitados os
sacos rasgados, furados,
molhados, manchados pela
impregnação de produtos
estranhos ou desconhecidos
e quaisquer outros problemas
que possam prejudicar o uso
e o desempenho do cimento.
Eventuais diferenças nas
quantidades solicitadas
deverão ser informadas ao
fornecedor para reposição ou
desconto no pagamento.
Integridade
Classe de
25, 32 ou 40
resistência
Estado de conservação dos
sacos, presença de rasgos,
Integridade
furos, áreas molhadas ou outras
contaminações
Classe de
resistência
4
Critérios de aceitação
Sigla
3
Sigla
Método
Padrão
Condições
de
segurança
2
Não se aplica.
C/
NC
1
Condições
de
segurança
Cada partida com até 30 toneladas entregue na obra
C/
NC
N.º
saco
s
Formação de
lotes
Amostragem
Itens de
Inspeção
43
Tabela 16 – Ficha de Verificação de Cal hidratada para argamassa
Cada partida com até 10 toneladas entregue na obra
Não se aplica.
Método
Padrão
Visual
Fornecedor
Nota
Fiscal
N.º
Pedido
C/
NC
Data de
Entrega
Condições
de
segurança
1
2
Rejeitar os sacos que não
contenham o selo de
conformidade da ABCP.
3
4
5
ABCP
Presença do selo de
conformidade da ABCP em
todos os sacos
Quantidade
5 ABCP
Rubrica
C/
NC
C/
NC
Conforme pedido (em número
de sacos)
Eventuais diferenças nos tipos
e/ou classe de resistência do
material solicitado deverão ser
informadas ao fornecedor para
reposição ou desconto no
pagamento.
Deverão ser rejeitados os
Visual
sacos rasgados, furados,
molhados, manchados pela
impregnação de produtos
estranhos ou desconhecidos e
quaisquer outros problemas
que possam prejudicar o uso e
o desempenho do cimento.
Eventuais diferenças nas
Contagem dos quantidades solicitadas
sacos dispostos deverão ser informadas ao
em pilhas não- fornecedor para reposição ou
entrelaçadas
desconto no pagamento.
N.º
sacos
4 Quantidade
Visual
Integridade
3 Integridade
Estado de conservação dos
sacos, presença de rasgos,
furos, áreas molhadas ou
outras contaminações
O descarregamento e
armazenamento do material só
deverá iniciar após solução de
todos as condições de
segurança.
C/
NC
Circulação livre, desimpedida,
com aberturas no piso
protegidas, largura e
iluminação adequadas.
Condições de
Sinalização adequada no local
1
segurança
da descarga (para pedestres e
veículos)
Local de armazenamento
previsto.
CHI, CHII ou CHIII
Para escolha do tipo deverá
2 Sigla
consultar o Gerente da obra ou
o Projetista de revestimento.
Critérios de aceitação
Sigla
Formação de
lotes
Amostragem
Itens de
Inspeção
44
Tabela 17 – Ficha de Verificação de Argamassa pré-misturada
Formação de
Cada viagem será considerada um lote.
lotes
Amostragem Não se aplica.
Itens de
Padrão
Método
Inspeção
Circulação livre,
desimpedida, com
aberturas no piso
protegidas, largura e
iluminação adequadas.
Condições
Sinalização adequada
Visual
1 de
no local da descarga
segurança
(para pedestres e
veículos)
Local de
armazenamento
previsto.
O descarregamento e
armazenamento do material
só deverá iniciar após
solução de todos as
condições de segurança.
O lote será aceito ou
rejeitado pela inspeção
visual conforme critérios do
gerente da obra,
considerando-se a
aplicação do material.
Contrapiso (CP),
Levante (L), Emboço
Visual
Externo (EE) e Emboço
Interno (EI)
3
4
Quantidade
Impurezas
C/
NC
2
C/
NC
N.º de
identificação
Data de
Nota
N.º
Fornecedor
do
Entrega
Fiscal Pedido
instrumento
de medida
1
Unid
Visual
Caso a argamassa
apresente algum destes
materiais, deverá ser
comunicado ao gerente da
obra para aceitação ou não
da mesma.
Valo
r
4 Impurezas
Ausência de material
orgânico e de material
com granulometria
elevada
Tipo (CP, L, EE, EI)
Conforme pedido (em
volume).
O volume real apurado
deverá ser conferido com o
valor da nota. Tolerar-se-á
uma diferença menor que
2%.
Condições
de
segurança
3 Quantidade
Cubagem do material em
volume: Medição das
dimensões internas da
argamassadeira:
comprimento (C), largura (L)
e média de 05 alturas (H)
medidas através de uma
haste em pontos aleatórios da
carga, e cálculo do volume (V
= C x L x H).
C/
NC
2 Tipo
Critérios de aceitação
Rubrica
45
Tabela 18 – Ficha de Verificação de Argamassa pré-fabricada
O descarregamento e armazenamento do
material só deverá iniciar após solução de
todos as condições de segurança.
Data de
Entrega
Fornecedor
Nota
Fiscal
N.º
Pedido
2
3
4
Rubrica
C/
NC
1
Integridade
Eventuais diferenças nas quantidades e/ou
tipos de argamassas solicitadas deverão
ser informadas ao fornecedor para
reposição ou desconto no pagamento.
Rejeitar os sacos que apresentarem
defeitos visuais no ato da descarga,
segregando-os do restante do lote, em área
a parte. Os sacos rejeitados deverão ser
devolvidos ao fornecedor.
Quantidade
Circulação livre,
desimpedida, com
aberturas no piso
protegidas, largura e
Condições
iluminação adequadas.
Visual
de
Sinalização adequada no
segurança
local da descarga (para
pedestres e veículos)
Local de armazenamento
previsto.
Classificação ACI, ACII, ACIII
Visual
Contagem
Quantidade Conforme o pedido
do número
de sacos.
Ausência de sacos
rasgados, molhados,
Integridade
furados, manchados por Visual
impregnação de produtos
estranhos.
Critérios de aceitação
C/
NC
4
Método
N.º
sacos
3
Padrão
Condições de
segurança
2
Não se aplica.
C/
NC
1
Cada carregamento entregue na obra
Classificação
Formação de
lotes
Amostragem
Itens de
Inspeção
46
Tabela 19 – Ficha de Verificação de Revestimento Cerâmico
m²
6
7
8
Cor
Marca
Integridade
N.º
Pedido
5
Dimensões
Nota
Fiscal
4
Abrasão PEI
Fornecedor
3
Rubrica
C/
NC
C/
NC
C/
NC
C/
NC
C/
NC
C/
NC
Data de
Entrega
2
C/
Condições de
NC
segurança
Tipo (CE, PO, A Z ou
PA)
1
Quantidade
Formação de Peças de mesmo tipo, dimensão e unidade industrial de fabricação entregues na obra
lotes
na mesma viagem.
Amostragem 5% das caixas.
Itens de
Método
Padrão
Critérios de aceitação
Inspeção
Circulação livre, desimpedida,
com aberturas no piso
protegidas, largura e iluminação
O descarregamento e
Condições adequadas.
armazenamento do material só
Sinalização adequada no local da Visual
1 de
deverá iniciar após solução de
segurança descarga (para pedestres e
todos as condições de segurança.
veículos)
Local de armazenamento
previsto.
CE Æ Cerâmica, PO Æ
Visual
Tipo
do
2
Porcelanato, AZ Æ Azulejo ou
(embalagem) Eventuais diferenças nas
Material
PA Æ Pastilha.
quantidades e/ou tipos de peças
Conforme pedido (em m²)
Contar as
solicitadas deverão ser informadas
caixas e
ao fornecedor para reposição ou
3 Quantidade
multiplicar
desconto no pagamento.
pelo índice
2
(m / caixa)
Rejeitar as caixas que
Abrasão
apresentarem qualquer aspecto em
4 PEI (para
desacordo com o pedido de
piso)
compra, assim como aquelas de
5 Dimensões
Visual
lotes de fabricação e/ou
6 Cor
Conforme pedido
(embalagem) tonalidades diferentes que não
perfaçam uma quantidade
suficiente para revestir um número
7 Marca
inteiro de apartamentos ou
ambientes.
Inexistência de defeitos como:
base descoberta por falta de
vidrado, depressões, saliências,
Rejeitar o lote caso a área
incrustações de corpos
Visual
superficial defeituosa ultrapasse
8 Integridade estranhos, bolhas, cantos e lados
(material)
10% da área da amostra.
lascados, rachaduras, manchas,
defeitos na decoração, pintas,
riscos ou arranhaduras e
gretagem.
47
Tabela 20 – Ficha de Verificação de Rejunte
Formação de
Cada carregamento entregue na obra.
lotes
Amostragem Total.
Itens de
Padrão
Inspeção
Circulação livre, desimpedida, com
aberturas no piso protegidas, largura e
Condições
iluminação adequadas.
1 de
Sinalização adequada no local da
segurança
descarga (para pedestres e veículos)
Local de armazenamento previsto.
Critério de aceitação
Método
Integridade
Validade
C/
NC
C/
NC
C/
NC
N.º
Pedido
4
Quantidade
Nota
Fiscal
3
N.º
Fornecedor
2
C/
NC
Data de
Entrega
1
Condições de
segurança
O descarregamento e
armazenamento do
material só deverá
Visual
iniciar após solução de
todos as condições de
segurança.
Eventuais diferenças
Contagem do
deverão ser informadas
2 Quantidade Conforme o pedido
número de baldes ao fornecedor para
ou sacos.
reposição ou desconto
no pagamento.
Rejeitar os itens com
Os baldes ou sacos deverão estar bem
3 Integridade
prazo de validade
fechados sem apresentar violações.
Visual
vencido ou embalagens
Data de entrega dentro da validade
4 Validade
danificadas.
indicada na embalagem.
Rubrica
48
Tabela 21 – Ficha de Verificação de Material para Pintura
Formação de
lotes
Amostragem
Itens de
Inspeção
Validade
Critérios de aceitação
Circulação livre, desimpedida, com
aberturas no piso protegidas, largura e
iluminação adequadas.
Visual
Sinalização adequada no local da
descarga (para pedestres e veículos).
Local de armazenamento previsto.
Identificação do material conforme o
pedido (Vedalit, Bianco, Sikament 300,
Visual
Vedacit, Adiment...)
Entrega dentro do prazo de validade
inscrito no material
O descarregamento e
armazenamento do material
só deverá iniciar após
solução de todos as
condições de segurança.
Rejeitar os itens com
denominações diferentes ao
pedido ou prazo de validade
vencido.
Eventuais diferenças nas
quantidades e/ou tipos das
peças solicitadas deverão ser
informadas ao fornecedor
para reposição ou desconto
no pagamento.
Rejeitar itens que
apresentarem defeitos
visuais no ato da descarga,
separando-os do restante do
lote. Os rejeitados deverão
ser devolvidos ao fornecedor,
para reposição ou desconto
no pagamento.
Os baldes e tambores deverão estar
bem fechados sem apresentar pontos
amassados ou ferrugens.
Visual
1
2
3
4
5
Fornecedor
Nota
Fiscal
N.º
Pedido
C/
NC
Data de
Entrega
Rubrica
C/
NC
Integridade
C/
NC
5
N.º
Conforme o pedido
C/
NC
Quantidade
Condições
de
segurança
4
Contagem
do número
de
tambores
ou baldes.
Integridade
3
Método
Quantidade
Nome
comercial
Padrão
Validade
2
Total.
Nome comercial
1
Condições
de
segurança
Cada carregamento entregue na obra do mesmo aditivo.
49
Tabela 22 – Lista Mestra de Materiais
Material
Aditivos para
concreto e
argamassa
Areia
Arenoso
Argamassa
Argamassa
pré-misturada
Informações para compra
Nome comercial: Vedalit,
Bianco, Adiment, Sikament,
etc.(2)
Aplicação: concreto,
argamassa
Tipo: adesivo, plastificante,
retardador de pega,
incorporador de ar, etc.
Marca(1)
Especificações adicionais
(se necessário): base epóxi
ou não, tempo de atuação,
etc.
Tipo: fina, média ou grossa
---
Classificação ABNT
(argamassa colante): ACI,
ACII, ACIII
Aplicação: colante interior,
colante exterior, chapisco,
assentamento, contrapiso,
etc.
Marca (1)
Específicas adicionais (se
necessário): tempo em
aberto, resistência à
compressão, resistência à
aderência, teor de ar
incorporado.
Aplicação: revestimento
interno, revestimento
externo, levante de
alvenaria, chapisco,
contrapiso
Marca (1)
Quant.
litro /
kg
3
m
3
m
Armazenamento
Armazenar as embalagens
fechadas em local seco,
coberto e ventilado.
Empilhamento máximo de
baldes: 04 unidades.
Condições de segurança(3)
Em baias, separado por tipo.
Em época de chuva, o
material deverá ser coberto
para evitar carreamento.
Condições de segurança(3)
Em baias, separado por tipo.
Em época de chuva, o
material deverá ser coberto
para evitar carreamento.
Condições de segurança(3)
Em local coberto, seco,
seguro, e em pilhas de 20
sacos sacos sobre estrado de
(20 ou madeira (salvo outra
50kg) recomendação do
fabricante).
Condições de segurança(3)
m3
Manuseio
Descarregar e
manipular sem
jogar para
evitar
rompimento
das
embalagens.
Não raspar a
última camada
para evitar
contaminação.
Não raspar a
última camada
para evitar
contaminação.
Descarregar
sem jogar para
evitar
rompimento
das
embalagens.
Armazenar em um recipiente
impermeabilizado, por um
--período máximo de 3 dias.
50
Cal hidratada
para
argamassa
Tipo: CH-I, CH-II ou CHIII (consultar o Gerente
de obra ou o Projetista
de revestimento)
Marca (1)
Cimento
Tipo: CP–I, II, III, IV ou V
(RS, E, Z ou F)
Classe: 25, 32 ou 40
Marca (1)
Rejunte
Marca(1)
Cor
Nome comercial(2)
Revestimento
Cerâmico
Tipo de material:
Cerâmica, porcelanato,
azulejo ou pastilha
Natureza da superfície:
GL (esmaltada) e UGL
(não esmaltada)
Tipo de qualidade: A, B
ou C
Resistência à abrasão
(para piso): PEI I, II, III,
IV ou V
Dimensões: cm x cm.
Cor
Marca (1)
Tinta, massa
corrida e
selador
Discriminação: tinta,
massa corrida ou selador
Base: acrílica, PVA
Marca(1)
Nome comercial(2)
kg
Em depósito com cobertura
reforçada e sobre estrado
de madeira. Empilhamento
máximo de 10 sacos.
Condições de segurança(3)
Descarregar sem
jogar para evitar
rompimento das
embalagens.
A cal deverá ser
rehidratada
conforme
indicado pelo
Projetista de
revestimento ou
determinação do
Gerente da obra.
Sacos
(25 ou
50kg)
Em depósito com cobertura
reforçada e sobre estrado
de madeira. Empilhamento
máximo de 10 sacos.
Condições de segurança(3)
Descarregar sem
jogar para evitar
rompimento das
embalagens.
kg
Em local coberto, seco e
seguro.
Condições de segurança(3)
Descarregar e
manipular sem
jogar para evitar
rompimento das
embalagens.
m2
Armazenar as embalagens
em pilhas (altura máxima de
1,6 m), separando por tipo
de material e especificação
técnica. Garantir que as
peças em seu interior
fiquem na posição vertical.
Porcelanato: armazenar as
embalagens sobre estrados
de madeira, na posição
vertical. Empilhamento
máximo de 2 embalagens.
Condições de segurança(3)
Descarregar com
cuidado, sem
jogar, evitando
impactos, danos
ao material e o
rompimento das
embalagens.
galão /
lata
Manter embalagens
fechadas de maneira que
não exista a possibilidade
da entrada de ar.
O local não deve ter
umidade ou calor excessivo.
Condições de segurança(3)
Descarregar com
cuidado, sem
jogar, evitando
impactos, danos
ao material e o
rompimento das
embalagens.
51
Transporte dos materiais
Para transporte das argamassas, recomenda-se o uso de giricas especiais (Figura
8) pelos seguintes aspectos:
ƒ
São fabricadas com material galvanizado, proporcionando maior durabilidade
ƒ
Possuem maior capacidade de armazenamento (132 litros sem encher até a
superfície superior), se comparada com a girica comum (100 litros)
•
Consegue-se reduzir o número de subidas e descidas do elevador da obra,
por onde se faz o transporte vertical da argamassa, uma vez que o elevador
comporta o mesmo número de giricas, especiais ou comuns, porém a
capacidade da girica especial é maior.
•
As rodas são posicionadas dentro da estrutura da girica. A largura total de 62
cm facilita a distribuição das argamassas pelos apartamentos, pois permite
que passe até por uma porta de 70 cm.
ƒ
Dispõe de um sistema de apoio que facilita o despejo da argamassa na
masseira.
Figura 8 - Girica especial
Os outros materiais também poderão ser transportados pelo elevador da obra ou
gruas.
52
É interessante estudar a possibilidade de bombeamento de argamassa. Esta
solução otimiza o transporte, reduzindo o fluxo de cargas no elevador da obra ou
grua.
Distribuição dos materiais
Para recebimento das argamassas na cobertura, podem ser disponibilizadas
masseiras superiores de menor capacidade, posicionadas de forma a atender todos
os jahús / balancins (figura 9).
Figura 9 – Masseira superior
DICA:
Cada jahú pode receber duas placas, uma verde e uma vermelha, com intuito de
identificar a necessidade ou não de argamassa. Se o pedreiro necessitar de
argamassa, coloca a placa VERDE virada para a cobertura, onde está localizado o
funcionário distribuindo o material; caso não necessite, coloca a placa VERMELHA.
Essa medida agiliza a distribuição da argamassa e evita o acúmulo do material nos
jahús, o que poderia comprometer a segurança do funcionário que trabalha na
fachada e as propriedades dos materiais.
As argamassas são distribuídas até os jahús pelas mangueiras flexíveis e, neste
momento, algumas precauções precisam ser tomadas:
•
Funis posicionados em plano mais elevado (aproximadamente 1 m de altura)
facilitam a colocação da argamassa (Figura 10).
53
•
Abastecimento dos funis feito com pá, para que cheguem quantidades
pequenas de argamassa, evitando excesso de peso nos jahús.
Figura 10 – Funil e mangueira
Os outros materiais podem ser colocados nos próprios pavimentos para aplicação
na faixa de fachada correspondente.
54
Cronograma do serviço de revestimento externo
Devem ser utilizados os índices de produtividade. Estes índices servirão para
determinação da duração das atividades, visando sempre o cumprimento do
cronograma da obra.
A seguir são apresentados alguns índices que podem servir de indicadores iniciais.
Eles devem ser monitorados ao longo da execução dos serviços. Com base neles
são estabelecidos os índices totais para cada etapa de execução da fachada.
Tabela 23 – Indicadores de Produtividade
BALANÇADA
SERVIÇO
ÍNDICES DE PRODUTIVIDADE
(HH/m2)
ÍNDICES TOTAIS
(HH/m2)
Reaperto
1ª subida
1ª descida
Reparo da base
Rejuntamento
Mapeamento
0,05
Limpeza da base
0,15
Chapiscamento
Fixação de telas de poliéster
2ª subida
0,19
Taliscamento
0,20
Reparo do chapisco
0,07
Fixação de telas geogrelhas
2ª descida
0,18
Massa única
0,51
0,34
0,17
2,31
Abertura de frisos
0,06
Cura do sistema
Não disponível
1,03
3ª subida
Revisão da massa única
0,10
3ª descida
Execução do revestimento /
rejuntamento
2,00
Revisão do assentamento
0,10
Revisão rejuntamento
0,10
Limpeza inicial
0,10
Limpeza final
0,40
0,40
Selagem das juntas
Revisão geral
0,20
0,20
4ª subida
4ª descida
5ª subida / descida
TOTAL
0,10
2,10
0,20
5,31
55
Posteriormente, calcula-se as áreas que cada jahú / balancim irá atacar. Com posse
dos índices e a área de fachada a ser revestida, calcula-se a quantidade de horas
despendidas para execução do revestimento externo.
6.4 Plano de ação
Nesta etapa, como todas as providências iniciais foram analisadas, então estipula-se
por onde “atacar” os pontos de execução do revestimento externo.
Definição da quantidade e posicionamento dos jahús
A planta baixa da edificação e o desenho da fachada servem de base para
determinar a quantidade necessária e o posicionamento dos jahús, para garantir o
revestimento de toda a fachada. Será determinado também o comprimento máximo
dos jahús / balancins.
Nesta etapa, serão estabelecidos quais jahús / balancins irão atacar primeiramente
e, após execução do serviço estipulado, cada responsável passará para outro jahú /
balancim.
Se possível, deve-se executar a fachada em etapas. Exemplo: inicialmente, fachada
frontal e lateral esquerda; posteriormente, o fundo e a lateral direita (ver item 7).
Posicionamento das Taliscas e Arames
Os arames devem ser posicionados nos diedros paralelamente ao eixo das quinas,
ao alinhamento das janelas ou outro detalhe construtivo, afastados de 5 cm da
platibanda. Este procedimento visa manter a fachada livre para o trabalho de
aplicação da argamassa e ao mesmo tempo preservar os pontos onde há
necessidade de se manter referências de prumo.
Mapeamento da fachada
A atividade consiste na medição das distâncias entre cada arame e a superfície da
fachada em pontos específicos:
ƒ
Vigas
56
ƒ
Alvenaria, na meia distância do pé-direito do andar
ƒ
Pilares, na meia distância do pé-direito do andar
A medida da distância entre o arame e a fachada, nos pontos pré-determinados,
deve ser anotada em planilha específica, permitindo realizar a análise da espessura
real do revestimento.
A partir destes resultados, são identificados pontos mais salientes da fachada,
aqueles que apresentarem menor distância em relação ao arame. Para determinar o
plano das taliscas, analisa-se o mapa de espessuras em todo o edifício. Adota-se a
espessura mínima de 25mm e os critérios mínimos da tabela para pontos
localizados (Manual de Revestimento da Comunidade da Construção, 2002).
Tabela 24 – Espessura mínima de revestimento de acordo com o tipo de base
Tipo de base
Espessura mínima de revestimento
Vigas e pilares em regiões externas
15mm
Alvenarias em regiões externas
20mm
A grande vantagem de mapear a fachada é a análise de toda a edificação, que
permite identificar se somente em alguns pontos se tem uma espessura maior e,
assim, proceder antecipadamente a escarificação da base. Esta deve ser feita com
cuidado, para não comprometer as recomendações de norma para cobrimentos
mínimos de vigas e pilares e, conseqüentemente, não prejudicar a espessura de
todo o pano por conta de um único. Isso não seria possível sem fazer o
mapeamento.
Para realizar este mapeamento, sugere-se como modelo a planilha apresentada na
Figura 11. Utilizando-se a planilha recomendada e de posse dos valores da distância
entre os arames e a base, podendo ser de estrutura ou alvenaria, faz-se a análise da
espessura média de argamassa de revestimento que será aplicada neste pano,
através da seguinte metodologia:
57
1. Aproxima-se o arame da edificação caso a maioria das distâncias seja maior
que o mínimo estabelecido (25mm); ou afasta-se o arame se a maioria das
distâncias for menor que o mínimo.
2. Caso algum ponto específico fique com dimensão menor que 25mm, deve-se
adotar as dimensões anteriormente recomendadas.
3. A célula marcada em vermelho é quanto o arame deverá ser movimentado
(em cm) para obedecer às recomendações mínimas.
4. Observa-se que externamente a camada de argamassa de revestimento
estará totalmente aprumada, porém por dentro; ou seja, na superfície em
contato com a base, ela não estará totalmente nivelada, pois existe uma
diferença de prumo entre estas bases.
5. Ao final, calcula-se a espessura média geral de todo o plano do jahú.
58
Figura 11 – Planilha para mapeamento de espessuras de fachada
59
7 EXECUÇÃO
No plano de ataque para a execução do revestimento externo, os jahús são
distribuídos ao longo da extensão da fachada. Quando esse plano é executado em
etapas, têm-se as seguintes vantagens:
ƒ
Aproveitamento do efeito aprendizagem dos funcionários, principalmente nas
laterais do edifício
ƒ
Redução do número de jahús a serem mobilizados
ƒ
Possibilidade de correções das falhas identificadas durante a execução
ƒ
Implantação de melhorias
O jahú é escolhido para aplicação da argamassa de chapisco, de revestimento e de
pastilhas devido às suas dimensões maiores, tanto no comprimento quanto na
largura, o que oferece melhor condição de trabalho. Nestas etapas, o funcionário
necessita de espaço para armazenar as ferramentas e materiais de uso pessoal. Já
na etapa de pintura é recomendado o balancim, que permite melhor agilidade ao
pintor durante a execução do serviço.
Figura 12 – Montagem dos jahús
A seqüência de movimento do jahú é dividida em subidas e descidas,
estabelecendo-se os serviços a serem executados e os insumos a serem
transportados para cada movimentação vertical do equipamento.
O fluxograma da execução propriamente dita poderá ser dividido, como sugestão, da
seguinte forma (Figura 13):
60
1ª SUBIDA
2ª SUBIDA
Reaperto da alvenaria
1ª DESCIDA
Limpeza da base
2ª DESCIDA
Fixação de telas plásticas
3ª SUBIDA
3ª DESCIDA
4ª SUBIDA
5ª SUBIDA / DESCIDA
4ª DESCIDA
Execução do revestimento /
Obs.: Durante todo o processo é feita verificação, inspeção, controle e liberação do serviço.
Este plano de ataque foi desenvolvido com base nas recomendações do projetista de revestimento:
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
ƒ
Início da colocação das telas de poliéster: antes da execução do chapisco
Início da colocação da tela plástica: após a execução do chapisco
Início da argamassa de regularização: 2 a 3 dias após o término do chapisco
Início da aplicação do revestimento: 14 dias para aplicação de pastilha e 28 dias para pintura após a aplicação da argamassa
Início do preenchimento das juntas de movimentação com mastique: 7 dias após o término da aplicação do rejuntamento entre as pastilhas
e antes da pintura
Início do preenchimento das juntas de dessolidarização com mastique: 7 dias após o término da aplicação do rejuntamento entre as
pastilhas
Figura 13 – Fluxograma de execução (sugestão)
61
Os serviços indicados por etapas no fluxograma anterior são realizados com base
nas recomendações feitas pelo projetista de revestimento externo.
CONDIÇÕES INICIAIS
Antes do início da execução do revestimento de fachada, os seguintes aspectos
devem ser observados:
ƒ
Todas as instalações elétricas e hidráulicas que interferem na fachada devem
estar concluídas e testadas
ƒ
Os contramarcos devem estar instalados e conferidos, verificando-se se a
folga está adequada para o assentamento do revestimento
ƒ
Os fios de prumo (arame galvanizado) devem estar instalados em posições
adequadas, como visto anteriormente, e em quantidade suficiente
ƒ
A tela para proteção deve estar instalada
ƒ
Os balancins / jahús devem estar montados conforme a Norma de Segurança
As etapas de execução do revestimento externo estão descritas na Tabela 25
apresentada a seguir e divididas por balançadas, ou seja, subidas e descidas dos
jahús.
62
Tabela 25 – Etapas de execução do revestimento externo divididas por balançadas.
Reaperto da alvenaria
Esta atividade é feita a fim de garantir a fixação da alvenaria com a estrutura. O preenchimento deve ser completo, sem
vazios ou rebarbas (Figura 14a).
Reparo da base
Deverão ser removidas as pontas de ferro das peças, rebarbas entre juntas da alvenaria, poeira, fuligem, bolor,
eflorescências, desmoldantes e qualquer outro material que prejudique a aderência entre a base e o chapisco. Deverão
ser corrigidas as falhas de concretagem e eventuais depressões e furos da alvenaria. Caso existam rasgos decorrentes
de instalação de tubulações, deverá ser utilizada tela plástica nestes locais.
Rejuntamento da alvenaria
Aplicação de argamassa para rejuntamento dos blocos (Figura 14b).
Mapeamento
Primeiramente, deverão ser posicionados os arames, obedecendo os critérios anteriormente descritos. Então, o
pedreiro irá medir a distância entre a base e os arames, um ponto para alvenaria e um para estrutura de concreto, para
cada pavimento. Para facilitar a coleta dos dados, uma tabela poderá ser desenvolvida e fornecida aos pedreiros. De
posse da tabela, apresentada na Figura 11, faz-se a análise da espessura média de argamassa de revestimento que
será aplicada neste pano, considerando:
a.
Movimenta-se o arame nos seguintes casos: se a maioria das distâncias for maior que o mínimo estabelecido
(25mm), aproxima-se o arame da edificação; se a maioria das distâncias for menor que o mínimo, deve-se afastalo da edificação;
b.
Caso algum ponto específico fique com dimensão menor que 25mm, deve-se adotar as dimensões anteriormente
recomendadas;
c.
A célula marcada em vermelho é quanto o arame deverá ser movimentado (em cm) para obedecer às
recomendações mínimas;
d.
Observe que externamente a camada de argamassa de revestimento estará totalmente aprumada, porém por
dentro, ou seja, na superfície em contato com a base, a mesma não estará totalmente nivelada, pois existe uma
diferença de prumo entre estas bases;
e.
Ao final, calcula-se a espessura média geral de todo o plano do jahú.
Limpeza da base
Tem que ser feita na descida do jahú para que a água não contamine superfícies já limpas.
Onde a base for de concreto, esta deverá ser lavada com sabão neutro, escova de aço e água, a fim de remover todas
as impurezas. (Figura 14c).
1ª SUBIDA
1ª DESCIDA
63
Fixação de telas de poliéster
O corte das telas será planejado pela equipe técnica da obra e executado no canteiro da obra (Figura 14d). Estas telas
serão aplicadas em região de contraverga de janela, a fim de conter as microfissuras com pistola de cartucho de
pólvora. (Figura 14e).
Chapisco
O chapisco deverá ser aplicado de forma contínua nas regiões onde a base for de concreto, para que não haja nenhum
ponto sem chapisco, o que iria comprometer a aderência da argamassa com a base. Porém, nas regiões onde a base
for de alvenaria, o chapisco deverá ser aplicado de forma irregular, conforme recomendado, afinal o bloco já garante
uma certa aderência à argamassa. (Figura 14f).
A cura do chapisco deverá ser executada conforme recomendado no projeto.
Taliscamento
Poderão ser utilizados pedaços de cerâmica como taliscas, sendo estas posicionadas nos locais dos arames,
obedecendo a uma distância máxima de 3m, tanto horizontal quanto verticalmente (Figura 14g).
Revisão do chapisco
Nesta etapa, faz-se uma revisão geral da aplicação do chapisco, identificando-se a qualidade e se ficou faltando
argamassa em algum ponto.
Fixação de tela plástica
A tela será utilizada para garantir maior aderência à base quando esta for de concreto, e como reforço quando a
espessura do revestimento foi maior que 3 cm. Também é fixada com pistola de cartucho de pólvora (Figura 14h).
Aplicação de massa única
Confirmar no projeto a idade necessária de aplicação do chapisco.
Serão aplicadas as mestras entre as taliscas, com faixas de argamassa de aproximadamente 15cm.
A aplicação da argamassa poderá ocorrer a 2 horas da execução das mestras, quando estas atingiram certa
resistência. Após aplicação da argamassa, poderá ser aplicada uma compressão com a colher de pedreiro, eliminando
os vazios e alisando a superfície.
O sarrafeamento será executado no momento em que a argamassa atingir o ponto de sarrafeamento (toque com os
dedos). Depois, as taliscas serão retiradas e os espaços vazios, preenchidos.
O acabamento executado para a superfície que irá receber a pintura será o desempeno camurçado, a textura final é
homogênea, lisa e compacta, não se admitem fissuras, e para tanto será utilizada a desempenadeira com espuma.
O acabamento executado para a superfície que irá receber a pastilha será o desempeno grosso, a superfície de
acabamento é regular e compacta sem ser muito lisa e pequenas imperfeições e fissuras de retração são aceitas, e
para tanto será utilizada apenas a desempenadeira de madeira.
2ª SUBIDA
2ª DESCIDA
64
3ª SUBIDA
3ª DESCIDA
4ª SUBIDA
4ª DESCIDA
Abertura de frisos
Deve ser executada seguindo as recomendações do projetista.
Para abertura das juntas, a massa deverá estar em estado fresco. Coloca-se o gabarito no local que foi executada a
junta, com o frisador corta-se a massa obedecendo profundidade indicada no projeto. Este frisador possui uma parte
lisa que já dá um acabamento à junta, necessitando apenas de pouco retoque (Figura 14i).
Após executada a junta, aplica-se o primer para garantir boa aderência ao mástique que será aplicado, eliminando as
pulverulências, vitrificando e impermeabilizando a base.
Cura do sistema
Poderá ser executado um reservatório provisório para bombeamento da água para cura e lavagem das superfícies de
fachada (Figura 14j). A cura deverá ser executada por um período conforme recomendado pelo fabricante ou indicado
em projeto (Figura 14k).
Revisão da massa única
Para verificação da aderência da argamassa de revestimento poderá ser feito um teste chamado de som cavo, onde o
funcionário utiliza um gabarito de madeira para bater na superfície que recebeu a argamassa (Figura 14l) e, caso tenha
som cavo neste local, a massa deverá ser removida e aplicada novamente (Figura 14m). Caso sejam identificados
pontos com som cavo, deve ser aplicada tela plástica para reforço e refeitos os serviços de aplicação da massa.
A argamassa colante deverá ser aplicada em dupla camada, como indicado em norma, uma na alvenaria e outra no
Execução do revestimento / fundo das pastilhas. Com isso, ela serve de argamassa de assentamento e de rejuntamento das pastilhas.
rejuntamento (pastilha)
Primeiramente, aplica-se uma camada com a parte lisa da desempenadeira (Figura 14n); depois, é passada a parte
dentada (Figura 14o) e finalmente assentada a pastilha com uma leve compressão contra a alvenaria (Figura 14p).
Revisão do assentamento
Para verificação do assentamento das pastilhas, poderá ser utilizado também o teste do som cavo acima descrito. Caso
sejam identificados alguns pontos com som cavo, a pastilha deverá ser retirada e aplicada novamente.
Revisão do rejuntamento
Nesta etapa, verifica-se a existência de algum ponto com rejunte malfeito.
Limpeza inicial
A limpeza inicial será feita com bucha, água e sabão nos pontos onde foram assentadas as pastilhas.
Limpeza final
A limpeza final será feita somente com água, retirando completamente as impurezas e o sabão aplicado.
5ª SUBIDA /
Selagem das juntas
5ª DESCIDA
Revisão final
Utiliza-se uma estopa com álcool para retirar algum resquício de poeira existente e, com auxílio de uma bisnaga,
espátula e pincel, aplica-se o selante nas juntas. Pode-se utilizar fita crepe para delimitar a área a ser preenchida
(Figura 14q e 14r).
Poderá ser aplicado vaselina nas pastilhas para dar-lhes brilho (Figura 14s).
Deverá ser verificado se há alguma fissura no revestimento.
65
a) Reaperto da alvenaria
c) limpeza da superfície
b) Rejuntamento da alvenaria
d) corte das telas de poliéster
66
e) Colocação de tela de poliéster
f) Aplicação do chapisco
g) Taliscamento
h) Tela plástica aplicada
67
i) Executando o friso
j) Reservatório provisório
k) Cura do sistema
l) Teste do som cavo
68
m) Inspeção do local com som cavo
n) Aplicação da argamassa colante
o) Parte dentada da desempenadeira
p) Assentamento da pastilha
69
q) Aplicação do mastique na pastilha
r) Aplicação do mastique na pintura
s) Aplicação da vaselina
Figura 14 – Etapas de execução do revestimento externo
8 CONTROLES
A seguir são apontados os possíveis controles que podem ser executados na obra.
8.1 Dosagem da argamassa
O técnico deve avaliar a consistência e a resistência da argamassa fornecida na
obra. Ele poderá fazer algum ajuste na dosagem para que a argamassa atenda ao
especificado em projeto. Após este ajuste, a dosagem será estabelecida e
empregada em toda a fachada da edificação.
70
8.2 Resistência de argamassa
À medida que forem recebidas argamassas na obra, deverão ser moldados corposde-prova com intuito de avaliar se as suas propriedades estão de acordo com as
especificadas inicialmente.
8.3 Resistência de aderência à tração
Em alguns locais da fachada devem ser executados ensaios da resistência de
aderência à tração, para avaliar se há falha na aderência do sistema
(base/argamassa/revestimento), conforme a norma NBR 13528 – Determinação da
Resistência de Aderência à Tração.
8.4 Consumo de argamassa
O cálculo de consumo de argamassa será feito com base na espessura média
obtida. Este consumo deve ser comparado ao consumo real de argamassa
consumida. Para controle da argamassa consumida, poderá ser utilizada a planilha
apresentada na Tabela 26. Caso haja discrepância entre os valores, deve-se avaliar
onde está havendo perda. Dependendo do sistema escolhido para execução da
argamassa, pode haver maior, menor ou nenhuma perda no transporte, além da
perda durante o sarrafeamento da argamassa.
71
Tabela 26 – Controle de consumo diário de argamassa para fachada
72
8.5 Rastreabilidade da argamassa
Para rastreabilidade da argamassa consumida na obra, pode ser utilizada a planilha
apresentada na Tabela 27. Esse controle visa verificar o local de aplicação da
argamassa, caso esta apresente resultado de ensaio insatisfatório.
Tabela 27 – Rastreabilidade da argamassa consumida na fachada
8.6 Locais com som cavo
A Tabela 28 apresenta uma planilha que pode dar uma idéia geral da quantidade de
pontos e em quais locais houve som cavo, demonstrando falta de aderência entre o
substrato e a argamassa. Em todos os pontos detectados o problema deve ser
resolvido com a substituição pontual do revestimento.
73
Tabela 28 – Planilha para identificação do som cavo
8.7 Controle do planejamento
Para controlar se cada etapa do serviço foi executada conforme planejado, poderão
ser utilizados gráficos de acompanhamento, conforme exemplificado na Figura 15,
onde se determina o início e o fim de cada atividade executada em cada balancim /
jahú montado.
74
Figura 15 – Acompanhamento de prazos de execução
8.8 Obtenção dos índices de produtividade
Cada etapa deverá ser controlada, obtendo-se o índice real que será comparado
com o índice utilizado para planejamento do tempo de duração das atividades.
9 CONSIDERAÇÕES FINAIS
Este Manual foi elaborado como resultado dos trabalhos desenvolvidos no estudo de
caso da Comunidade da Construção de Salvador. Espera-se que as ferramentas
apresentadas possam contribuir para a melhoria de desempenho dos sistemas à
base de cimento, com especial destaque para os revestimentos de fachada.
75

Documentos relacionados